Língua Brasileira de Sinais - Libras

March 23, 2018 | Author: Adão Araujo Araujo | Category: Literacy, Special Education, Hearing Loss, Disability, Learning


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Aula: 01 Temática: A Deficiência AuditivaEm nossa primeira aula abordaremos o conceito e a classificação de deficiência auditiva. Entende-se por deficiência auditiva a incapacidade total ou parcial da audição, ou seja, a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado deficiente auditivo total aquele cuja audição não é funcional na vida comum (surdo) e parcialmente deficiente auditivo aquele cuja audição ainda é funcional fazendo ou não uso de prótese auditiva (hipoacústico). Classifica-se um indivíduo parcialmente deficiente quando ele: • Apresenta surdez leve, ou seja, perda auditiva de quarenta decibéis. Isto significa que a voz fraca ou distante não é percebida e que nem todos os fonemas são distinguidos. É confundido como desatenção e este problema não impede a aquisição normal da linguagem, mas haverá dificuldade na leitura e escrita e problemas de articulação. • Apresenta surdez moderada, ou seja, perda auditiva de quarenta a setenta decibéis. É necessário falar com certa intensidade para que o deficiente ouça. Poderá haver atraso de linguagem e alterações articulatórias bem como problemas lingüísticos. Classifica-se um indivíduo deficiente auditivo total quando ele: • Apresenta surdez severa, com perda de setenta a noventa decibéis. Poderá até adquirir linguagem, mas será mais demorada e dependerá de muita estimulação e orientação dos pais. A aquisição será mais facilitada se o indivíduo tiver boa percepção visual. • Apresenta surdez profunda, com perda de mais de noventa decibéis. É possível que adquira linguagem oral, mas com muito estímulo desde bebê. No passado, costumava-se pensar que o deficiente auditivo tinha também um déficit de inteligência, mas com a inclusão dos deficientes auditivos no âmbito escolar, provou-se que a não aprendizagem era decorrente da falta de estímulos e incentivo UNIMES VIRTUAL 12 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS aos estudos. Este progresso ocorreu quando foram desenvolvidas as línguas de sinais. O conceito é dado de acordo com o grau de perda auditiva que é calculado através da intensidade necessária de amplificação de um som de modo que seja percebido pela pessoa deficiente. Essa amplificação é medida em decibéis. Na próxima aula, leremos sobre as causas da surdez e diagnóstico. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS 13 Aula: 02 Temática: Causas da surdez e diagnóstico A deficiência auditiva pode ser de origem congênita ou adquirida. É considerada congênita quando as causas são: • Hereditariedade ou desordens genéticas; • Viroses maternas como sarampo, rubéola; • Doenças tóxicas, como toxicoplasmose, sífilis; • Ingestão de medicamentos ototóxicos durante a gravidez; • Drogas, alcoolismo; • Fator Rh; • Carências alimentares; • Pressão alta, diabetes; • Exposição à radiação...dentre outros. É considerada adquirida quando as causas são: • Infecção hospitalar; • Anóxia; • Meningite; • Remédios ototóxicos; • Sífilis; • Sarampo, caxumba; • Exposição a ruídos muito altos; • Traumatismos cranianos...dentre outros. Acredita-se que a cada mil nascimentos, uma criança nasce com surdez profunda, por isso a prevenção é de extrema importância. Em respeito à prevenção, deveriam ser feitas campanhas de vacinação, exames pré-nupciais, pré-natal, boas condições de parto e higiene, melhores condições de nutrição e programas de orientação às gestantes e mães. Em relação à assistência ao deficiente auditivo, deveria haver atendimento fonoaudiológico e médico, estimulação precoce e acesso à Educação Infantil. UNIMES VIRTUAL 14 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS O diagnóstico do indivíduo com deficiência auditiva pode ser proveniente de diversos exames, dentre eles: exame do ouvido, exame otorrinolaringológico, audiometria com reforço visual e variadas técnicas de avaliação da audição. A família é uma importante aliada para o diagnóstico precoce. Ela deve ficar atenta desde os primeiros meses de vida do bebê. O bebê desde muito cedo reage às vozes dos familiares, à músicas, a sons do ambiente, aos sons dos brinquedos, aos sons da televisão. Caso o bebê não demonstre reação a essas situações, é importante procurar auxílio médico. Quanto à criança, é importante notar a distância que ela assiste à televisão e a altura do som, se ela só se reporta a alguém quando está de frente, se apresenta problemas na escola, se não atende quando é chamada, se apresenta problemas na fala, enfim qualquer comportamento diferenciado que possa significar algum distúrbio. É importante salientar que qualquer diagnóstico feito precocemente é fundamental para um bom desenvolvimento educacional, social e psicológico da criança e que poderá proporcionar a ela uma vida normal. É importante ressaltar que a escola também tem um papel fundamental, pois dependendo da situação é a escola que notará possíveis problemas com a criança, cabendo a ela indicar o profissional adequado. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS 15 fazer o acompanhamento pré-natal correto. Essa assistência engloba primeiramente os serviços fonoaudiológico. • Está sempre distraída ou desatenta. fogos de artifício etc. • Não atende quando chamada. • Aparenta ter atraso no desenvolvimento neurológico e ou motor. para o acompanhamento correto e necessário e para a integração do indivíduo na sociedade. é necessário que haja uma parceria com a escola e a sociedade. médico. Como dito anteriormente os pais devem fazer exames pré-nupciais e a mulher deve vacinar-se contra rubéola. os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da criança. • Atraso na fala (após dois anos de idade). Estes atendimentos trabalharão precocemente com a deficiência da criança. Caso a criança apresente um ou mais desses indícios é recomendável procurar um médico.Aula: 03 Temática: O papel da família Nesta aula estudaremos estudar sobre a importância da família na vida do deficiente auditivo. • Fala de modo incompreensível. evitar a companhia de pessoas com doenças contagiosas e tomar medicamentos sob supervisão médica. Mas para que ocorra tudo isso de forma eficaz. Após o nascimento. A família é peça fundamental para a descoberta da deficiência. os pais devem procurar uma assistência adequada para o acompanhamento dessa criança. gritaria. pois são eles que perceberão precocemente a surdez do filho. podendo UNIMES VIRTUAL 16 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . a mulher deve alimentar-se bem. dar medicamentos sob supervisão médica e procurar um médico sempre que necessário. Os principais indícios de uma criança com deficiência auditiva são: • Não reage ao barulho de porta batendo ou outros ruídos fortes. Após a criança ser diagnosticada como deficiente auditiva. os pais devem vacinar seu filho contra meningite.LIBRAS . Entretanto. O primeiro passo importante a ser dado está antes mesmo da gravidez. educacional e psicológico. mesmo sob todos os cuidados. sarampo e caxumba. como música alta. sarampo e outras doenças como também estar atenta ao fator Rh de seu sangue. Já estando grávida. Os pais.LIBRAS 17 . pois só se consegue um progresso havendo um acompanhamento. dúvidas. inclusive. comunidade. os benefícios proporcionados à criança serão bem mais positivos e desenvolvidos precocemente. Se houver a integração família. para que eles saibam lidar melhor com a deficiência de seu filho e para que possam também conversar sobre suas angústias. os pais devem interagir ativamente com esses profissionais. É importante ressaltar também que é necessário o acompanhamento psicológico aos pais. Devido a isso. reuniões periódicas e diversões entre os participantes. Buscando essa melhoria na qualidade de vida da criança. onde são oferecidos palestras e acompanhamento profissional à criança e. também. escola e demais profissionais. confraternizações. os pais devem estar sempre disponíveis a atender as necessidades de seu filho e colaborar no ambiente familiar com o que lhes é proposto pelos profissionais. onde são realizadas festas. Nessas comunidades também há a interação de indivíduos deficientes auditivos. já que várias atividades devem ser feitas continuamente. aos pais. podem procurar as associações de deficientes auditivos existentes em várias comunidades.proporcionar a ela um progresso e uma melhor qualidade de vida. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Deve estar disposto a fazer o trabalho proposto e procurar sempre melhorar. E principalmente. de acordo com suas necessidades. vejamos o que a escola pode fazer em relação aos professores e à família. Em relação à família. Em relação à família. Deve receber os profissionais que auxiliam o aluno fora do ambiente escolar. Criar cursos de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para os pais de crianças com deficiência auditiva. Em relação à escola. Deve permitir a integração dos professores com a família e demais profissionais envolvidos com os alunos. agentes comunitários e membros da comunidade para motivar as suas famílias. Deve respeitar as normas vigentes da escola e respeitar todos que nela estão. Procurar deixá-la a par do que UNIMES VIRTUAL 18 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Como já dito anteriormente. Primeiramente. irmãos e familiares a importância de utilizar a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS na comunicação com a criança. Veremos então como seria essa integração. Deve ser solícita e ajudar. o aluno só apresentará resultados positivos na escola se houver a integração escola-família. professores. o professor deve atendê-la sempre que solicitado e procurá-la sempre que julgar necessário. Fazer cursos de aperfeiçoamento para estar sempre atualizado às novas idéias educacionais. a escola deve abrir suas portas para atendê-la. Também deve atender às dúvidas pertinentes e assessorá-los quando necessário.LIBRAS . Organizar grupo de pais com a finalidade de refletir e compartilhar vivências e sentimentos que possam promover a educação do filho respeitando e valorizando-o. na medida do possível. A escola deve oferecer espaço para os professores produzirem e exporem suas idéias. Passemos agora para o papel do professor. transmitir aos pais. a escola deve propiciar um ambiente agradável e acolhedor. formar conselho participativo com a presença de pessoas com deficiência auditiva: instrutores.Aula: 04 Temática: O papel da escola e do professor Nesta aula abordaremos abordar o papel da escola e do professor perante o aluno e a sua família. o professor deve estar atento às solicitações e procurar obedecer às regras e critérios da escola. confiar no trabalho dos professores e estimulá-los a novos conhecimentos. reuniões e encontros que houver. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Proporcionar o desenvolvimento de habilidades. A escola. Respeitar a linguagem dele e aprendê-la para que possam conversar.LIBRAS 19 . nesse momento deve respeitar o trabalho do professor para que as decisões sejam conjuntas e ambos. Deve sanar suas dúvidas. escola e professor. deve conversar com ele e se achar conveniente. Proporcionar uma relação saudável.ocorre com seu filho e das atividades que ele participa. encaminhá-lo para algum especialista. aprimorar o conhecimento e ampliar o vocabulário. Criar um espaço de integração dentro da classe. o professor deve respeitar suas habilidades e capacidades. deve relatar para a família. Pesquisar sobre a deficiência auditiva e tudo acerca desse assunto. propiciam ao aluno um bom processo educacional. explicar o conteúdo quantas vezes for necessário. Manter a família informada sobre as atividades. Se suspeitar de algo diferente no comportamento ou em alguma função. Se notar algum comportamento anormal. Em relação ao aluno. Caso já conheça LIBRAS. ritmos. ou seja. A estimulação deverá ser feita com a Língua Portuguesa oral e com a Língua de Sinais. O quanto antes a estimulação for feita. A criança deficiente auditiva adquire linguagem interior ao relacionar a experiência que está vivendo com a verbalização de uma pessoa (pai. a abstração proporcionarão essa interpretação do que é falado. compreende o que a outra pessoa está falando. As operações mentais como a intuição. palavras e frases. a seriação. O trabalho de linguagem com o deficiente auditivo parte do princípio de estabelecer relações com suas ações e as dos outros. Para que o aluno aprenda a Língua Portuguesa. A linguagem expressiva é quando a criança emite fonemas. A estimulação para ter ótimos resultados deverá ser feita entre zero e três anos de idade. Vamos começar com a estimulação em Língua Portuguesa. jogos simbólicos. desenho e fala.Aula: 05 Temática: Estimulação da linguagem Nesta aula veremos o quão importante é a estimulação da linguagem. uma vez que ele não ouve e por isso precisa estabelecer essas relações. o professor deverá desenvolver: a identificação dos sons. • Despertar na criança a necessidade de se expressar. A estimulação em Língua Portuguesa oral seria para proporcionar à criança interação interpessoal e social e habilitá-la a desempenhar tarefas comunicativas. imagens e fala. Os objetivos da estimulação são: • Proporcionar à criança experiências significativas que favoreçam a compreensão e recepção lingüística. professor. decodifica a mensagem verbal de alguém. Vejamos então a estimulação por partes. e passa a ter linguagem receptiva quando “lembra”. O educando precisa tornar-se capaz de desenvolver a linguagem através de imitações. UNIMES VIRTUAL 20 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . a simbolização. de se comunicar com outra pessoa. etc).LIBRAS . mãe. Essa linguagem receptiva se desenvolve através da leitura orofacial. mais rápida será a aquisição da linguagem e mais benefícios trará para a vida do indivíduo deficiente auditivo. Quando a criança começar a emitir balbucios. inclusive com exemplos de atividades. o professor deverá estimulá-la incessantemente. sensibilidade. sua respiração. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS .LIBRAS 21 . Após a estimulação continuada do balbucio. Veremos em outra aula a estimulação para o desenvolvimento da fala e de LIBRAS de forma mais específica. mobilidade e propriocepção (consciência corporal) da região fonoarticulatória. desenvolvendo o controle de tensão e relaxamento. é nessa etapa que o professor apresentará diversos estímulos e atividades para que o balbucio continue e vá se desenvolvendo. o professor deve preparar a criança para a emissão. Como a criança balbucia como uma criança ouvinte. parte-se para a estimulação do desenvolvimento da fala. Nessa etapa. para que ela não perca a motivação decorrente da deficiência auditiva. a fundação desses dois institutos foi bastante positiva. e Instituto Nacional da Educação dos Surdos-Mudos (atual Instituo Nacional da Educação dos Surdos. na Escola México. Há registros de atendimento a deficientes mentais em ensino regular. Na APAE. começaram a haver algumas crianças especiais nas escolas regulares. Em 1954. UNIMES VIRTUAL 22 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Nesse período ocorreu a fundação das duas primeiras instituições públicas para atendimento a estas pessoas. em 1854. no Rio de Janeiro.Aula: 06 Temática: História da Educação Especial no Brasil A preocupação em proporcionar às pessoas com deficiências uma educação diferenciada demorou muito para acontecer. então surgiram as idéias de separação dos “normais” dos “anormais”. Segundo registros do Ministério da Educação. juntamente a deficientes físicos e visuais em 1887. Foram elas: O Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Constant). a primeira instituição particular especializada brasileira criada foi o Instituto Pestalozzi. já que foram criados por iniciativa própria. no Rio Grande do Sul. é que surgiram realizações no campo da educação. Apesar da Constituição Brasileira de 1824 registrar a educação gratuita e acessível a todos. em 1926. as pessoas com deficiência não estavam inclusas. não havia nenhuma obrigatoriedade em se criar centros para pessoas com deficiências e nem lei que amparasse essas pessoas. A partir de 1930. ou seja. surgiu na cidade do Rio de Janeiro a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) que começaria a preencher o espaço vazio a respeito da educação dos indivíduos com deficiências. sob a influência da valorização do conhecimento científico. em 1857. os alunos especiais receberiam a escolarização que estava deficitária na rede pública de ensino. Na última metade do século XIX.INES).LIBRAS . Apesar de tardio. Cademe em 1960.Cesb em 1957.394 de 1996.LDB. Isso ocorreu devido ao aumento de crianças economicamente menos favorecidas nas escolas públicas. aparece um benefício que até então não existia: garantia de salário mínimo às pessoas com deficiências que não possuíam meios para a própria manutenção. que é a Constituição em vigor nos dias atuais.A preocupação com a Educação Especial no Brasil só ocorreu em 1961 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação . Na Constituição de 1988. Antes disso. a Educação Especial recebeu atenção especial e nas Constituições seguintes sempre teve uma parte dedicada a ela. A seguinte alteração ocorrida em prol dos deficientes aconteceu com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação. também houve uma preocupação dos poderes públicos com os problemas de aprendizagem. A partir de 1961. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . havia campanhas para chamar a atenção da população em respeito a treinamento. Em 1961.LIBRAS 23 . Nacional de Educação do Deficiente Mental . reabilitação e assistência educacional às pessoas com deficiência como foi o caso das campanhas: para Educação do Surdo Brasileiro .CNERDV em 1958. lei nº 9. Nacional de Educação e Reabilitação dos Deficientes Visuais . Mas veremos essa legislação mais profundamente em outro momento. Com o passar dos séculos. Felizmente. datilologia (alfabeto manual de LIBRAS) e outros códigos visuais e podendo ou não associar esses diferentes meios de comunicação. A surdez era confundida como uma inferioridade de inteligência e na verdade o indivíduo com pouca estimulação não se desenvolvia psicologicamente e nem socialmente nos padrões normais. A história da educação do deficiente auditivo data de cerca de 400 anos atrás. mas através de algumas pesquisas realizadas nessa área podemos ter uma visão geral da história dos surdos e de suas perspectivas. Até mesmo o filósofo Aristóteles considerava os surdos incapazes de ter participação social e de viverem em comunidade. mas ainda eram considerados inferiores e ficavam restritos aos seus lares por vergonha da família.Aula: 07 Temática: História da Educação dos Deficientes Auditivos no Brasil É impossível determinar como e onde surgiu o primeiro surdo. a língua de sinais passou a ser difundida. no século XVI. criando diferentes metodologias de ensino. esse conceito foi modificado e percebeu-se que o indivíduo pode aprender a se comunicar utilizando a língua dos sinais ou a própria língua falada. os surdos foram adquirindo alguns direitos. Os primeiros educadores de surdos surgiram na Europa. A exclusão existe desde a Antigüidade. Ele reuniu surdos dos arredores de Paris e criou a primeira escola pública para surdos e também a precursora no uso da língua de sinais. No século XVII surge a língua de sinais e a sua utilização no processo de ensino. obtendo êxito qualitativo e quantitativo e permitindo que os deficientes auditivos participassem da sociedade igualmente. A partir do século XVIII. UNIMES VIRTUAL 24 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . língua de sinais. as quais utilizavam-se da língua auditiva-oral nativa. Há povos que sacrificavam pessoas devido a sua deficiência e os surdos eram grandes alvos. O abade L´Épée foi um dos grandes responsáveis por esse avanço.LIBRAS . sendo que nos seus primórdios havia pouca compreensão da psicologia e didática a respeito da deficiência e os indivíduos eram colocados em asilos. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . fundador da primeira escola para deficientes auditivos em Paris. Felizmente. Apoiado por D. Isso ocorreu na década de 1960. na segunda metade do século XIX. O Bilingüismo consiste no ensino da Língua de Sinais como a primeira língua para que os deficientes auditivos possam comunicar-se com a comunidade surda e a Língua Portuguesa como a segunda língua.LIBRAS 25 . Porém. pois é a língua oficial do país. Huet formou-se professor na França e veio morar no Brasil em 1855. ele fundou no dia 26 de setembro de 1857. Passou-se a acreditar que a única forma desejável de comunicação do deficiente auditivo era através da fala e que qualquer forma de gesticulação deveria ser evitada. essa idéia foi abolida permitindo que os deficientes auditivos fizessem uso novamente da Língua de Sinais sem esquecer da estimulação oral. orais ou visuais simultaneamente. privilegiando a comunicação e não apenas a língua. Nesse período também houve o aparecimento do ensino bilíngüe e da Comunicação Total. Na década de 1980. Ele começou alfabetizando sete crianças utilizando o método do abade Charles-Michel de l´Épée. Atualmente essas três filosofias educacionais ainda persistem paralelamente no Brasil. com a visita de Ivete Vasconcelos. hoje chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). devido aos avanços tecnológicos que facilitavam o aprendizado da fala pelo surdo. Essa foi a primeira escola a aplicar a língua de sinais na metodologia de ensino.Pedro II. Na década de 1970. educadora de surdos da Universidade Gallaudet (EUA). Ele nasceu em 1822 e aos 12 anos ficou surdo. explicada anteriormente.A principal personagem da história da educação dos deficientes auditivos no Brasil é um francês chamado Hernest Huet. o Imperial Instituto de Surdos-Mudos. A Comunicação Total consistia no uso de todos os recursos lingüísticos. chegou ao Brasil a filosofia da Comunicação Total. a partir das pesquisas da professora lingüista Lucinda Ferreira Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais e da professora Eulália Fernandes sobre a educação dos surdos. a língua de sinais foi proibida. o Bilingüismo passou a ser difundido. No capítulo III. Reportando-se para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9. III .igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. preferencialmente na rede regular de ensino. torna-se claro que a educação é direito de todos. parágrafo I. visando ao pleno desenvolvimento da pessoa. A partir dessa citação. destacaremos alguns pontos importantes relativos à Educação Especial. Com esse parágrafo. Mas de acordo com o artigo 208. será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.LIBRAS .Aula: 08 Temática: A Legislação e o Deficiente Auditivo Nesta aula abordaremos um pouco acerca do assunto legislação. Começaremos primeiramente pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. sem exceção.394/96) que regem os princípios da Educação Nacional. A educação. esse atendimento educacional poderá ser feito em classes. e que é dever do Estado e da família proporcioná-la. seção I que trata sobre a educação. lê-se: I . 205. Vamos conhecer algumas leis e projetos de leis que asseguram os deficientes auditivos em relação à educação.atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência. encontramos o seguinte: Art. No artigo 206. na escola ou através de serviços especializados. De acordo com o artigo 58. direito de todos e dever do Estado e da família. os portadores de necessidades especiais tem o direito a atendimento especializado na rede regular de ensino. tanto na escola regular como na escola de educação especial. UNIMES VIRTUAL 26 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . entende-se que as condições de acesso e permanência devem ser iguais. A educação do deficiente auditivo é considerada como Educação Especial. parágrafo III. vigente nos dias atuais. pois requer um ensino diferenciado. Partamos agora para os benefícios e assegurações da lei perante o indivíduo com deficiência auditiva. pois garante a eles a oferta da Língua Brasileira de Sinais. nas redes pública e privada.LIBRAS. técnicas. em empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde. em seus níveis médio e superior e a LIBRAS não pode substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa. trem ou barco. As empresas são obrigadas a reservar duas vagas. têm o direito de adquirir o Passe Livre do Governo Federal. nem para viagens em ônibus executivo e leito. por viagem. que têm renda familiar mensal per capita de até um salário mínimo. como meio legal de comunicação e expressão e garante que ela deve ser usada e difundida. lê-se que os sistemas de ensino devem assegurar métodos. para os portadores do passe livre.LIBRAS 27 . recursos apropriados e específicos para atender aos indivíduos com necessidades especiais. que beneficia os deficientes auditivos.436/02 reconhece a LIBRAS. Os deficientes auditivos comprovadamente carentes. ou seja. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . A lei garante também que os deficientes auditivos devem receber atendimento e tratamento adequados em instituições públicas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional passou a vigorar acrescida do artigo 26-B. A LIBRAS deve ser incluída nos cursos de formação de Educação Especial. incluindo o transporte interestadual semi-urbano. O passe livre dá direito ao deficiente utilizar gratuitamente transporte coletivo interestadual convencional por ônibus.No artigo 59. de Fonoaudiologia e de Magistério. A lei nº 10.como condição de língua nativa em todas as etapas e modalidades da Educação Básica. Existem ainda dois projetos de lei que visam à legenda em LIBRAS em filmes nacionais e teatro e a instituição do dia 26 de setembro como o dia nacional do surdo. O Passe Livre do Governo Federal não vale para o transporte urbano ou intermunicipal dentro do mesmo estado. LIBRAS .Unidade I Nessa unidade estudamos sobre: a deficiência auditiva. o papel da família. conforme explicado. A estimulação da linguagem. aos poucos foram surgindo outras escolas. UNIMES VIRTUAL 28 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Em relação à Educação Especial do Deficiente Auditivo. voltando a ser usada na década de 1960. deve ser realizada desde os primeiros meses de vida. procurando uma ser solícita em relação à outra. legislação. O diagnóstico de deficiência auditiva deverá ser dado por um médico otorrinolaringologista depois de serem feitos vários exames. A relação entre escola e família é muito importante nesse momento. estudamos que a deficiência auditiva pode ser congênita (hereditária. orientar seu filho e direcioná-lo a atendimentos especializados desde o diagnóstico. da escola e do professor foi abordado que o apoio da família ao deficiente é fundamental. vimos que as primeiras escolas de Educação Especial surgiram em meados de 1800 e que após essa data. fornecendo a ele todo o amparo e estimulação que lhe é permitido. doenças durante a gravidez e outros fatores) ou adquirida (doenças.Resumo .394/96. suas causas e diagnóstico. Uma estimulação precoce propiciará condições de fala à criança. estimulação da linguagem. cabendo a ela. da escola e do professor. Em o papel da família. Em história da Educação Especial. Essa estimulação será trabalhada na escola e também em casa. Em deficiência auditiva. história da Educação Especial e da Educação do deficiente auditivo no Brasil. A escola e o professor passarão a fazer parte da vida do deficiente desde a sua entrada na escola. lesões ou acidentes). Vimos também que a língua de sinais foi proibida na segunda metade do século XIX. a primeira instituição que surgiu foi em 1857 quando um francês deficiente auditivo veio ao Brasil para morar. onde estão relacionados seus direitos educacionais. suas causas e diagnóstico. estudamos que atualmente os deficientes auditivos estão amparados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9. E por fim. Marcelo.Referências Bibliográficas STROBEL. 2002. GADOTTI.). Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais.394/96. OLIVEIRA. Criança em idade pré-escolar. 1995. São Paulo: Pioneira. 8ed. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque pedagógico.(orgs. Karin Lílian et al. Rio de Janeiro: Ed. Teresa Maria M. Rosa G. 1998. K. DUARTE. São Paulo: Ed. Paulo Nathanael P. BORGES.LIBRAS 29 . História das idéias pedagógicas. Curitiba: Secretaria de Estado de Educação. 2002. Como entender a nova LDB:lei nº 9. 6ed. B. Roberta e MENEGHETTI. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Vozes. Ática. GAIO. SOUZA. Vozes. O guia dos curiosos. Gislene de Campos. A. 1994. Ática. Caminhos pedagógicos da Educação Especial. 1997. Rio de Janeiro: Ed. 2004. Moacir. São Paulo:Ed. São Paulo: Companhia das Letras. • soprar tiras de papel. as atividades propostas deverão ser lúdicas e motivadoras. Aos profissionais que atuam com a criança deficiente auditiva interessam: a) os movimentos respiratórios de inspiração e expiração. Em respiração é esperado adquirir hábitos corretos de respiração. sempre lembrando que por se tratar de crianças pequenas. Através da educação respiratória. Para que a estimulação seja feita corretamente. UNIMES VIRTUAL 34 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . no espelho. tensão e relaxamento. propiciando melhor ritmo de fala e melhor emissão dos fonemas e de uma voz mais natural. penas. tentando deixar marcas. b) a produção da voz através do sopro expiratório. através de canudos. A respiração é sem dúvida muito importante. iremos abordá-la na Educação Infantil. pois para emitir sons e pronunciar fonemas é necessária uma respiração adequada. balões (bexigas). algodão. língua de sogra. existem vários exercícios e uma série de preocupações em relação à criança. ritmo e estimulação orofacial.LIBRAS . bolinhas de sabão.Aula: 09 Temática: Estimulação para o desenvolvimento da fala Como a estimulação para o desenvolvimento da fala é realizada de zero a três anos e a alfabetização do deficiente auditivo envolve o aprendizado da Língua Portuguesa oral. c) a perfeita coordenação fono-respiratória que vai permitir a produção livre e valorizada da voz. d) a adequada produção da fala. barquinhos de papel e/ou bolas de isopor em vasilha com água. • soprar. Seguem abaixo alguns exemplos de exercícios: • apagar velas. a criança poderá melhorar seu estado de saúde. A estimulação para o desenvolvimento da fala deve dar ênfase para respiração. Em ritmo a criança deverá desenvolver a percepção do ritmo através da música. pescoço e face. A iniciação do ritmo começa com as brincadeiras de rodas. propiciando melhores possibilidades de respiração. corrida são exemplos de atividades que desenvolvem o ritmo. salto. pulo. o aluno deve adquirir atitudes de controle de tensão e relaxamento da musculatura do corpo em geral. escurecido. vocalização e articulação de fonemas. • cheirar perfumes. tintas no papel formando desenhos. gaitas. Atividades com danças no colo.• soprar através de canudos. posteriormente. A interiorização do ritmo musical é fundamental para ser usado. • nadar. conhecimento do corpo e percepção de respiração. As atividades de relaxamento e tensão são indispensáveis para a boa educação respiratória. depois com passos no chão. expirando. • falar. corridas em geral. o balanço da criança no colo. e utilizam-se materiais de apoio como colchonete e travesseiro. tonicidade muscular. tensão e relaxamento e ritmo prossigam. na expressão oral através do ritmo próprio de cada palavra ou frase. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . na soltura do corpo. Passemos agora para a estimulação orofacial que trata da articulação da boca e da expressão facial. Em tensão e relaxamento. coordenação motora global mais harmônica. • brincar com apito. As atividades geralmente são desenvolvidas em ambiente tranqüilo. ou um objeto sobre o peito ao deitar-se para vê-lo levantar e abaixar. com ênfase especial no tórax. O professor deverá favorecer à criança a consciência corporal. Essa estimulação é importante tanto para o aprendizado da Língua Portuguesa oral quanto da LIBRAS. Para trabalhar com a estimulação orofacial é necessário que o trabalho com respiração. • diversas atividades que estimulem a respiração e expiração. acompanhamento com o corpo de batidas em tambor. canções de ninar. marcha. que a criança interioriza o ritmo. • conscientizar-se do ato respiratório. emissão vocálica e a própria respiração. Esses exercícios proporcionam atenção. dos movimentos corporais e do controle do corpo. uma vez que se utiliza a expressão facial para se compreender um sinal. como pegapega. soltando e sustentando a voz. colocando uma mão sobre seu próprio peito e a outra sobre o do professor.LIBRAS 35 . É no movimento. vibrar os lábios. UNIMES VIRTUAL 36 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . passar a língua no palato. Exercícios com o palato: gargarejar. beber gole por gole. Todos esses exemplos de exercícios são importantes. mandíbula e bochechas. soprar. caretas. dar gargalhadas. massagear as bochechas. fechar a boca e com a língua empurrar a parte interna da bochecha direita e da bochecha esquerda. Exercícios com as bochechas: inflar as bochechas. colocar a língua para fora e recolhê-la lentamente ou rapidamente. fechar a boca apertando bem os lábios. língua. fazer desenhos nas bochechas. Exemplos de exercícios com a boca: pintar os lábios.LIBRAS . palato. passar mel ou outro doce nos lábios sentindo-os. mostrar a língua. encher a boca de ar de um lado e depois do outro. passar materiais de texturas diferentes nas bochechas. As atividades devem ser motivadoras e sempre com o sentido de brincadeira.Nessa estimulação são fundamentais os exercícios envolvendo boca. colocar alimentos na língua. imitar sons dos animais. imitar um gatinho bebendo leite. Exercícios com a língua: movimentar a língua para todos os lados. segurar um papel ou canudo com os lábios. estalar a língua. estalar a língua. tossir. abrir e fechar a boca. lembrando que o professor deve participar e fazer antes e junto com as crianças. fazer bico. sorrir. Na próxima aula estudaremos sobre a estimulação para o aprendizado de LIBRAS. bocejar. passar a língua nos lábios. Para que o aluno tenha bom desenvolvimento na aprendizagem da língua de sinais. Como já dito anteriormente. Dentro dessa idade.Aula: 10 Temática: Estimulação para aquisição da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) A estimulação para aquisição da Língua Brasileira de Sinais ocorrerá na escola nos casos em que a criança entrar nela na idade adequada. estimulação orofacial. global e óculo-manual. de comunicação interpessoal e como suporte do pensamento e do desenvolvimento cognitivo. andar. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . por exemplo. Permitirá ao indivíduo a realização de múltiplos movimentos ao mesmo tempo. estruturação temporal e discriminação visual. fazendo a relação com a Língua de Sinais.LIBRAS 37 . a criança passará por todo o processo de estimulação que necessitará. com a coordenação global. Vamos entender um pouco mais sobre isso. O objetivo da estimulação para a aquisição da LIBRAS é propiciar às crianças deficientes auditivas o desenvolvimento espontâneo da LIBRAS como forma de expressão lingüística. são importantes alguns pré-requisitos. Devido a isso. É importante que os pais das crianças também se comuniquem através da língua de sinais para que o aprendizado seja válido. esquema corporal. relaxamento e tensão e respiração é necessário também trabalhar com exercícios de coordenação motora fina. permite a interação social e o desenvolvimento da linguagem. Possibilita a estruturação do pensamento e da cognição. que seria do zero aos três anos de idade. para a comunicação através da língua de sinais é necessária a expressão facial e corporal. mesmo que eles sejam ouvintes. correr. estruturação espacial. além da estimulação descrita na aula anterior envolvendo ritmo. saltar. Depende de equilíbrio e. Coordenação motora global diz respeito às atividades dos grandes músculos. A aprendizagem da LIBRAS possibilita à criança com deficiência auditiva maior rapidez e naturalidade para expor seus sentimentos. se conscientizando de seu corpo e das posturas. sentar. desejos e necessidades. o indivíduo vai coordenando seus movimentos. lateralidade. A visão acompanhando os gestos da mão é denominada coordenação óculo-manual ou viso-motora. a comunicação em LIBRAS. Não se pode conceber a idéia de espaço sem a noção de tempo. espaço e tempo.Coordenação motora fina diz respeito à habilidade e destreza manual: movimentos com as mãos e dedos como os movimentos de pinça. olho e pé.LIBRAS . Esse lado apresenta maior força muscular. Em LIBRAS. Esquema corporal é a interação que o indivíduo faz de seu corpo com os objetos de seu meio. o sinal pode ser feito com ambas as mãos cabendo ao indivíduo realizá-lo com a mão dominante. relaciona a posição dos objetos em relação a ela e por fim. é quando ele se situa no espaço. que existe um predomínio motor. sendo que a outra mão auxilia. Esse conceito e idéia da posição espacial são importantes nos sinais. Estruturação Temporal é a relação do indivíduo com o tempo. É o lado dominante também que executa a ação principal. pegar objetos pequenos. mais precisão e mais rapidez. é necessário que haja um controle ocular também. Para a escrita e para a LIBRAS é essencial esta coordenação. O movimento humano está fortemente ligado às noções de corpo. todos esses exemplos são de coordenação fina. pois o indivíduo precisa estar consciente de seu corpo para poder realizar suas ações e estabelecer as emoções. É a percepção de seu corpo no mundo. Mas só a coordenação fina não é suficiente. percebe a relação dos objetos entre si. com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais. segurar o lápis. Isso ocorre em três níveis: mão. O aprendizado e as ações estão ligados UNIMES VIRTUAL 38 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . A estruturação espacial se desenvolve da seguinte forma: primeiro a criança percebe seu próprio corpo no espaço. Isso é importante na LIBRAS. Lateralidade é a propensão que o ser humano possui em utilizar o lado preferencial ou dominante de seu corpo. Depois. Estruturação Espacial é a relação que o indivíduo faz entre ele e o espaço. Nós possuímos um lado dominante. seja ela sinalizada ou falada. Discriminação Visual é aquela percebida pela visão. ele necessitará do amparo visual. sem déficits. Estudada toda essa parte de estimulação. duração e alternância entre objetos e ações estão ligadas à Estruturação Temporal. o professor poderá prosseguir com o trabalho de Alfabetização. mas na vida também. É essencial para o deficiente auditivo já que a compreensão do que o outro fala está fortemente ligada à visão. Cabe ao professor proporcionar exercícios que estimulem o desenvolvimento da psicomotricidade. o aluno deverá ter passado pela fase de estimulação completa. sucessão.LIBRAS 39 . O deficiente visual precisa estimular e trabalhar constantemente a discriminação e percepção visual devido à leitura orofacial e gestual que faz do outro que se comunica com ele e também quando ele próprio gesticula. Na próxima aula então. Mas atenção. Como ele possui um órgão do sentido deficitário.ao tempo e espaço. Caso perceba em algum aluno um déficit em alguma área. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . As noções e relações de ordem. deverá proporcionar a ele mais exercícios de estimulação para que se desenvolva regularmente. A falha em uma dessas áreas comprometerá o rendimento desse aluno não só no âmbito escolar. seguiremos com a nova fase do trabalho escolar: a Alfabetização. Por fim. por isso abordamos aqui a relação entre LIBRAS e tempo. a leitura e a escrita. Essa interação através da escrita ocorre no ambiente de trabalho. a leitura e a escrita acontece quando a criança já sabe se comunicar através da LIBRAS.LIBRAS . pois a alfabetização tem que ter um significado. 3) A relação entre LIBRAS. cobrando-se menos de uma criança deficiente auditiva. A relação entre contexto e leitura e escrita ocorre quando o aluno representa seu pensamento e sua “fala” através de desenhos. Essa é a primeira noção de escrita. televisão e demais meios de comunicação. 2) A relação na prática social da leitura e escrita. Ao se alfabetizar uma criança com a Língua Portuguesa. revistas. deve-se levar em conta que a língua oficial dos deficientes auditivos é a LIBRAS e que a Língua Portuguesa seria a 2ª língua. correio eletrônico e telefone celular (mensagem de texto). na escola. A relação entre LIBRAS. faz-se a relação grafemafonema. Só depois que a criança tem a LIBRAS dominada é que a alfabetização ocorrerá com real significado já que a escrita é uma forma de expressar a forma de expressar a fala ou sinal. fax. anotações em geral. correspondências. bilhetes. UNIMES VIRTUAL 40 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . A relação na prática social da leitura e escrita assume a função de registro e de interação entre todas as pessoas. pois ele passa a relacionar o desenho com os sinais. Esses exemplos provam que a escrita passa a ser uma necessidade social. Considerando isso. notícias em jornais. a escola deve garantir primeiramente às crianças a aquisição da Língua de Sinais para depois pensar no processo de alfabetização. por telefone (TDD). a cobrança da aprendizagem da Língua Portuguesa é diferenciada de uma criança ouvinte. Devido a isso.Aula: 11 Temática: Alfabetização: O contexto da pessoa com deficiência auditiva Ao se pensar em alfabetização. no dia-a-dia. Mas como o deficiente auditivo faz essa relação? Como se realiza a alfabetização? É possível considerando-se alguns aspectos essenciais como: 1) A relação entre contexto e leitura e escrita. recados. a comunicação é efetiva e o deficiente auditivo perceberá que o professor respeita a sua forma de comunicação. Por isso. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . jovens e adultos estão desestimulados quando entram na escola. pois sendo bilíngüe. é importante a comunicação entre ambos. a Língua Portuguesa deve ser trabalhada em todo o momento para poder ser apreendida. O professor deve ser bilíngüe. O aluno deve se sentir a vontade com o professor e este deve respeitar o aluno.LIBRAS 41 . uma vez que o processo de alfabetização em Língua Portuguesa envolve também fatores emocionais e muitas vezes as crianças. o professor deve propiciar atividades diversificadas e estimulantes para que o aprendizado seja natural e agradável. Para isso. É importante também verificar as produções escritas (Redações) para poder perceber se o aprendizado tem sido eficaz e se o aluno está apenas representando a LIBRAS graficamente. Esse processo de alfabetização deve ser fruto de um vínculo entre professor e aluno. Isso repercutirá na qualidade do ensino.Apesar da cobrança ser menor e diferenciada. Para que o processo de alfabetização seja positivo é indicado ao professor fazer um levantamento das tendências e das preferências dos alunos. palavras e sílabas. Outro fator importante é a discriminação visual. Reconhecendo as letras. só é necessário que o aluno perceba a importância do aprendizado da Língua Portuguesa. lerá e interpretará. sendo o indivíduo encaminhado a um especialista. Segundo estudiosos. O processo fisiológico ocorre quando o indivíduo recebe os estímulos (sinais gráficos) através dos órgãos da visão e eles são levados ao cérebro.Aula: 12 Temática: O processo de leitura e escrita Para se iniciar o trabalho de produção escrita com o aluno. o aluno escreverá. É importante também notar o movimento dos olhos. Para que isso ocorra. onde o aluno entende o contexto dentro do texto. O processo de leitura engloba a interpretação. A primeira etapa da escrita é a leitura globalizada. pois o conceito de leitura é mais abrangente que o reconhecimento de letras. pois a partir dela é que o aluno identificará as imagens gráficas. que o deficiente auditivo forma a conceituação diferente das palavras e que para aprender é fundamental que o aluno tenha uma linguagem interior e receptiva. Em relação aos professores.LIBRAS . a diferença entre LIBRAS e Língua Portuguesa e que o processo de leitura e escrita ocorre em Língua Portuguesa. ler envolve dois processos: o processo sensorial ou fisiológico e o processo psicológico ou mental. ou seja. é necessário que eles se conscientizem de que o aluno pode se alfabetizar mesmo sem falar. A leitura é um processo que preocupa pais e professores. não é esperado que ele emita fonemas ou palavras. Para que isso ocorra naturalmente é necessário que haja o amadurecimento dos olhos. UNIMES VIRTUAL 42 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Qualquer alteração no processo fisiológico deve ser notificada e advertida aos responsáveis. assim os sinais gráficos são focalizados e distinguidos uns dos outros. ele percebe a mensagem do texto e interpreta o que lê. sílabas e palavras. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . É importante ressaltar que para o aluno ter um processo de alfabetização (leitura e escrita) mais facilitado e melhor apreendido é necessário que ele tenha tido: atendimento educacional e clínico assim que detectada a deficiência auditiva.LIBRAS 43 . aquisição de linguagem (Língua Portuguesa ou LIBRAS). reagindo aos fatos e interpretando o que está escrito. coordenação visomotora. Se o aluno estiver bem desenvolvido nesses requisitos. percepção figura-fundo. estimulação oral e auditiva. a alfabetização acontecerá de forma mais natural e fácil.O processo mental acontece quando o aluno percebe os sinais gráficos globalmente. coordenação motora fina. compreendendo seu significado como um todo. posição e percepção espacial. estimulação orofacial. treinamento auditivo. LIBRAS . depois as palavras e por fim a sentença e o texto. Assim como no processo de leitura. O professor monta carUNIMES VIRTUAL 44 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS .Sintético.O aluno parte das sílabas em diante. Existem controvérsias a respeito deste método. a idéia é que se interpreta o geral para depois analisar as partes. O método sintético consiste em partir da parte para o todo e subdivide-se em três partes: 1) Alfabético.O aluno aprende as letras. 3) Conto. Isso acontece através de textos confeccionados pelos alunos e professor sobre assuntos de interesse da classe. 2) Sentenciação: Parte da frase para depois dividi-la em palavras e sílabas. Esses dois métodos de escrita acompanham os dois métodos da leitura. existem dois métodos no método da escrita também.Aula: 13 Temática: Métodos de alfabetização O processo de leitura é complexo e exige formas diferentes de ensinar. depois as sílabas. Há dois métodos para ensinar a ler: método sintético ou analítico.O aluno aprende através do som das letras formando as sílabas e assim sucessivamente. o professor deverá utilizar técnicas variadas para que os alunos aprendam a ler. história: A partir das histórias é que começam a ser trabalhadas as frases. Para que o aprendizado da leitura seja eficaz. Esse método parte do princípio do todo para depois analisar as partes. Esse método subdivide-se em três partes: 1) Palavração: Parte da palavra para depois estudar letras ou frases. 3) Silábico. 2) Fonético ou fônico. Esses métodos são: Global e Analítico. o contexto em si e não os fragmentos (letras). Comecemos então pelo método Global. No caso do método analítico. pois o indivíduo enxerga a palavra. palavras e sílabas. tazes com os textos em letras de imprensa e ilustrações feitas pelos alunos e a partir desse trabalho vai explorando as palavras e frases. caso o aluno não se comunique de forma oral. riscar a palavra ditada.LIBRAS 45 . a frase retirando a palavra e trabalhando a sílaba. lembrando-se sempre que a interpretação de textos e toda a participação dos alunos em sala de aula é através da LIBRAS. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . O professor poderá trabalhar a palavra. O professor poderá trabalhar nesse método utilizando textos que visam às famílias silábicas e exercícios de fixação dessas famílias. ser feita a leitura das palavras. Poderão ser confeccionados cartazes com as palavras-chave. vão surgindo outros que enriquecerão o aprendizado como dramatização. enfim diversas atividades onde se enfatizem palavras e suas famílias silábicas. ou a história trabalhando com as palavras e sílabas. A partir desse trabalho. e as famílias silábicas delas. identificação de palavras e frases. Esse método é indicado para aqueles alunos que não tiveram a estimulação educacional precoce. passando para a frase e depois para um texto. já que com o deficiente auditivo não se resume só à alfabetização. ligar as palavras aos desenhos. O professor aos poucos vai introduzindo outras atividades como ditados. No método Analítico-Sintético serão explorados o todo e as partes simultaneamente. mas também à aquisição de linguagem. É importante frisar que a alfabetização desses alunos preocupa-se com leitura e escrita principalmente. Deve-se respeitar também o tempo levado para a alfabetização. televisão. revistas. Assim como os alunos ouvintes. Para que o aluno progrida de etapa. rótulos. etiquetas com os nomes dos objetos da classe. É importante salientar que para o deficiente auditivo. onde ele perceberá que a escrita é o relato da fala.LIBRAS . Para que o aluno progrida dessa etapa. quando eles passam a querer representar a escrita percebida através de propagandas. outdoors. pois devido a sua forma de comunicação (LIBRAS) existem alguns aspectos da Língua Portuguesa que não são utilizados. É possível perceber essas etapas em alunos deficientes auditivos. registros de fatos importantes. eles fazem desenhos ou rabiscos que simbolizam a escrita. O período pré-silábico é percebido em alunos surdos. leitura e dramatização de histórias. Quando o aluno chegar à etapa alfabética. lápis. o processo de alfabetização é mais complicado. UNIMES VIRTUAL 46 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . quer dizer que ele já faz a relação entre fonemas e letras e que já estabelece a relação escrita com leitura orofacial. O professor também poderá oferecer algumas atividades construtivistas para o aluno como: crachás. o professor deve fazer indagações sobre os seus registros.Aula: 14 Temática: Alfabetização sob a Proposta Construtivista Ao se estudar sobre a proposta Construtivista de alfabetização. identificando assim as palavras pela leitura orofacial. é sabido que existem três etapas para o processo de alfabetização: o pré-silábico. espalhar pela classe livros. o professor deve propiciar atividades de análise silábica das palavras e orientar o aluno a observar a expressão facial de quem fala. Ele adquirirá a escrita através da leitura orofacial e do ritmo e também das informações táteis e cinestésicas. porém com algumas modificações. computador. desenvolvida por Emilia Ferreiro e colaboradores. alfabetos móveis. papéis. relacionar a escrita com o seu registro e fazer uso do alfabeto dactilológico (alfabeto dos sinais) já que a criança que utiliza a Língua de Sinais o conhece. gibis. Depois de muita estimulação o aluno passa para o nível silábico. o silábico e o alfabético. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . seqüenciar fatos e transpor as idéias da LIBRAS para a Língua Portuguesa. Apesar de todas as propostas de alfabetização descritas. não existe uma receita sobre alfabetização. • ambiente estimulador. a LIBRAS. • os exemplos dados são embasados nos próprios alunos. São elas: • as atividades propostas devem ser vivenciadas na sala de aula. • a socialização é grande aliada. tem dificuldade em estruturar sentenças. preposição. em LIBRAS são omitidos os verbos de ligação. Devido a essas dificuldades foram criadas algumas abordagens diferenciadas que auxiliam na educação dos deficientes auditivos. desafiador e motivador. Cabe ao professor escolher uma forma que melhor se encaixe a ele e a seus alunos. A seguir veremos alguns exemplos de atividades que complementam a alfabetização. o desenvolver do aluno e que ele apresenta uma linguagem própria e natural. lembrando sempre que se deve respeitar as diferentes formas de pensar.Por exemplo. • as frases devem ser iniciadas na forma mais simples existente. existem vocábulos que são desconhecidos.LIBRAS 47 . • autonomia do aluno. contração e artigos. • Diversas brincadeiras que envolvam os nomes. • Bingo de nomes. A primeira etapa de sugestões é trabalhar o nome do aluno. • Etiquetas nos materiais. • Bingo de letras. • Brincadeiras relacionando o sinal com a letra.LIBRAS . Ao trabalhar com o nome do aluno. • Apresentação das letras do alfabeto junto com o sinal.Aula: 15 Temática: Atividades para a alfabetização Nessa aula. veremos algumas sugestões de atividades e conteúdos relacionados à alfabetização. • Dominó de nomes. • Dominó de letras. A segunda sugestão é trabalhar com o alfabeto. UNIMES VIRTUAL 48 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . • Quadro de chamada da classe. • Placas para serem colocadas em cima das mesas. • Saquinho de objetos referentes às letras. ele sente-se importante e a alfabetização torna-se prazerosa. Seguem abaixo algumas sugestões: • Crachás com os nomes dos alunos e do professor. Esses conteúdos e atividades estão ligados à vida da criança e por isso têm um significado importante. • Quadro de ajudante do dia. • Alfabeto emborrachado. Sugestões: • Músicas onde o alfabeto é trabalhado. • Trabalhar a primeira letra dos nomes e objetos da classe. destacando-as com tinta. Com muita criatividade e bom senso. cola colorida e demais artigos que evidenciem essa atividade. • Brincadeiras.A terceira sugestão é trabalhar com as datas comemorativas. • Receitas típicas. Exemplo • Trabalhar com palavras relacionadas às datas comemorativas. A professora pode iniciar essa atividade sugerindo algumas ações aos alunos e depois reproduzindo na lousa. Essa atividade sobre frases também poderá ser feita com figuras e objetos da classe. Dentro das atividades já propostas anteriormente. Após as atividades com introdução de uma frase. A próxima sugestão é o destaque das vogais. o que fez. o professor pode criar diversas atividades que enriquecerão o aprendizado. a professora deve estar sempre indagando aos alunos quem fez a ação. ou em um cartaz as frases correspondentes às ações. a terceira frase e assim sucessivamente. o professor poderá aos poucos acrescentar a segunda frase. Ao escrever as frases e depois lê-las. por isso propor sempre esse tipo de atividade só vem a engrandecer o trabalho do professor e tornar a convivência com seus alunos mais harmoniosa. • Músicas. • Cartas. trabalhar especialmente as vogais. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . papel colorido. Para iniciar esse trabalho. As atividades lúdicas geralmente proporcionam um aprendizado mais rápido e agradável. O trabalho com introdução de frases é outra sugestão. com recortes de revistas. canetas hidrográficas. • Cartazes. relacionando os fatos com o que se quer ensinar. é importante que as frases sejam bem curtas e que estejam relacionadas com ações dos próprios alunos.LIBRAS 49 . • Jogos. Artigo 37. Perante essa problemática. na maioria das vezes. Por isso. é interessante trabalhar com jornais. é fruto de derrotas dentro da escola.§ 1º) Quando jovens e adultos deficientes auditivos chegam à escola para a alfabetização ou continuação dos estudos. ou seja. pois eles precisam aprender algum ofício para entrar no mercado de trabalho. mediante cursos e exames. O conhecimento da LIBRAS torna até mais fácil a compreensão da diferença entre os sinais e a Língua Portuguesa. Outro problema corrente é que os jovens e adultos chegam à escola desmotivados. os professores trabalham primeiramente ou paralelamente com a Língua de Sinais. condições de vida e de trabalho. que não puderam efetuar os estudos na idade regular. ao trabalho. (Lei nº 9. oportunidades educacionais apropriadas. os alunos tiveram fracassos durante a escolarização e evadiram da escola. Eles geralmente chegam à escola com sinais estereotipados e próprios e como muitos não falam. O trabalho com jovens e adultos exige do professor uma linguagem diferenciada da abordada com crianças. os professores encaram um grande dilema: muitas vezes esses alunos não se comunicam através da LIBRAS. pois necessitam de uma ajuda financeira. revisUNIMES VIRTUAL 50 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Essa falta de motivação. seus interesses. Os pais desses jovens começam a pressioná-los em relação ao trabalho. não fazem a relação do que leram ou escreveram. ao cotidiano. É importante também a escola proporcionar aos jovens e adultos cursos profissionalizantes. os jovens gostam da abordagem com temas atuais relacionados à vida. mas não porque julgam importante. E só retornam a ela. pois se torna necessário. consideradas as características do alunado. E aqueles que já sabem escrever alguma coisa como seu nome e algumas letras. Para que a aula seja estimulante.Aula: 16 Temática: Alfabetização de jovens e adultos deficientes auditivos Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos.LIBRAS .394/96. a comunicação inicial é precária. às emoções e o professor deve propiciar isso a eles durante toda a aula. na cultura. e que as distintas maneiras de pôr em prática estes enfoques facilitem e estimulem a ativa participação do educando. É essencial que os enfoques da educação de adultos estejam baseados no patrimônio. o professor deve auxiliá-los nessa busca de orientações e estar sempre disposto a fazer o melhor trabalho com essa população. Torna-se bem interessante também propiciar estudos do meio aos alunos. debatam. cursos livres. Item 5. É necessário que eles se sintam úteis e envolvidos com a realidade que os cercam. argumentem. portanto. A educação de jovens e adultos deficiêntes auditivos tem como finalidade mostrar-lhes o espaço que têm direito na sociedade e que. como passeios. propiciar a construção de uma linguagem.tas. visitas monitoradas a diversos locais.LIBRAS 51 . nos valores e nas experiências anteriores das pessoas. trazer à tona as notícias para que os jovens discutam. permitir uma participação dentro e fora da escola. (Declaração de Hamburgo sobre a Educação de Adultos. auxiliar a organização do pensamento no espaço e tempo. oficinas. proporcionar atividades prazerosas e significativas. A escola deve se preocupar com objetivos claros em relação à educação de jovens como. assuntos atuais. tornando-os cidadãos atuantes e críticos. Enfim. 1997) UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . devem fazer uso dele e que a linguagem escrita é um facilitador. lateralidade. a alfabetização ocorre.Unidade II Nessa unidade estudamos: estimulação para o desenvolvimento da fala e para aquisição da LIBRAS. esquema corporal. Em estimulação para o desenvolvimento da fala. Mas depois de um trabalho concentrado. Trata-se de uma escolarização um pouco mais complicada. aspecto tão importante nesse processo. Estudamos também sobre alfabetização. E por fim. 1998. métodos de alfabetização. Em estimulação para aquisição da LIBRAS. que se tratando de deficientes auditivos. Karin Lílian et al. ritmo e estimulação orofacial. que propõe um ambiente rico e estimulador. Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais. incluindo a proposta Construtivista. alfabetização sob a proposta construtivista. Curitiba: Secretaria de Estado de Educação. Um outro problema é que alguns não apresentam a língua de sinais. o processo de leitura e escrita. fina e óculo-manual. Referências Bibliográficas STROBEL. alfabetização. tensão e relaxamento. vimos também a alfabetização de jovens e adultos deficientes auditivos.Resumo .LIBRAS . pois os jovens e adultos não receberam a estimulação adequada e na idade apropriada. deve ser priorizado o aprendizado da Língua Portuguesa falada primeiramente para depois iniciar o processo da leitura e escrita. UNIMES VIRTUAL 52 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Continuando no tema alfabetização conhecemos algumas atividades que promovem a motivação. vimos que os exercícios que englobam coordenação motora global. tornando a educação um pouco mais difícil. estruturação espacial. Deveria haver uma preocupação maior em relação à capacitação profissional na escolarização de jovens e adultos. vimos que ela deve ser iniciada do zero aos três anos de vida da criança e que deve priorizar os exercícios de respiração. estruturação temporal e discriminação visual são importantes para a realização dos sinais. atividades para a alfabetização e alfabetização de jovens e adultos. Esses exercícios estimularão todos os órgãos e partes do corpo relativas à fala. BORGES.(orgs. Criança em idade pré-escolar.394/96. São Paulo: Pioneira. Roberta e MENEGHETTI. Paulo Nathanael P. 2002. GAIO. Caminhos pedagógicos da Educação Especial. Teresa Maria M. 2002. História das idéias pedagógicas. Vozes. A. 1994. 1997. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque pedagógico.GADOTTI. 1995. 2004. São Paulo: Ed. Gislene de Campos. B. DUARTE. São Paulo: Companhia das Letras. Como entender a nova LDB:lei nº 9. Ática. OLIVEIRA. São Paulo:Ed. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Rosa G. Vozes. Ática.LIBRAS 53 . O guia dos curiosos. SOUZA. Marcelo.). Rio de Janeiro: Ed. Rio de Janeiro: Ed. Moacir. 6ed. K. 8ed. com estratégias especiais para o aprendizado da Língua Portuguesa. Na educação da criança deficiente auditiva. Enquanto os professores não aprenderem a língua de sinais e não contarem com o apoio de adultos surdos que façam a intermediação dentro das escolas. Nas séries seguintes. os programas de interesse da turma. um fonoaudiólogo. e tornando as diferenças imperceptíveis. podendo ser feitas as estratégias e adaptações necessárias. Deve dar uma atenção especial à Educação Infantil. As aulas deverão sempre conter uma linguagem atual e discutir assuntos do dia-a-dia. Dentre eles. é importante o professor fazer uso das atividades visuais. principalmente na alfabetização e séries iniciais.Aula:17 Temática: Objetivos e características da educação do deficiente auditivo O objetivo principal da educação dos deficientes auditivos é proporcionar a eles o desenvolvimento de sua linguagem. Quanto aos currículos. respeitando o ritmo de aprendizagem e interesses. alunos e professores precisam fazer as adaptações cabíveis para que o processo ensino-aprendizagem não sofra falhas. A escola também deve oferecer currículos específicos. para atendimento individualizado. prejudicando a compreensão do que é ensinado. UNIMES VIRTUAL 58 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Esses bloqueios na comunicação significam que o aluno não teve estimulação em Língua Portuguesa oral ou língua de sinais. A escolarização de alunos deficientes auditivos deve seguir as séries e níveis da educação básica e superior. se faz necessária a presença de diversos profissionais para que o desenvolvimento seja melhor. que possibilitam ao aluno outra forma de expressão possibilitando novas formas de relacionamento com o mundo. por exemplo. Além disso. preconiza-se que sejam os mesmos da Educação Regular. as músicas.LIBRAS . especialmente se não tiver freqüentado a estimulação precoce. pois é nela que é realizada toda a estimulação necessária para um bom rendimento escolar no futuro. Por isso é importante que o professor se comunique em língua de sinais e Língua Portuguesa. possibilitando a integração de todos os alunos e o professor. o professor de Educação Física e o professor de Artes. é que o aluno tem um ritmo de aprendizagem um pouco mais lento devido aos bloqueios na comunicação. pois assim todos os alunos participam. se possível bilíngüe. Enfim. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . é de fundamental importância e proporcioná-la é dever da escola. estudaremos sobre a integração do aluno na escola. A exploração da linguagem. mas sim cobrar mais firmemente a questão da comunicação em Língua Portuguesa falada e ou escrita.O ideal seria que não houvesse especificidades no currículo educacional do aluno deficiente auditivo. Vimos então nessa aula que os objetivos e características da educação do deficiente auditivo circundam sempre o mesmo tema: Comunicação. Na próxima aula.LIBRAS 59 . seja ela falada. escrita ou sinalizada. o trabalho a ser desenvolvido com os alunos deficientes auditivos tem por meta o desenvolvimento da Linguagem. proporcionando uma complementação curricular específica em língua Portuguesa desde a Educação Infantil. Para a integração deste aluno nas classes regulares é necessário que: • Haja estruturação quanto aos recursos da escola. • Haja complementação curricular nas classes de recursos. Essas são algumas recomendações para que o trabalho com os alunos seja eficaz e para ser evitada qualquer situação constrangedora. com professores itinerantes ou intérprete de LIBRAS. Conforme estudado na aula sobre legislação. ESCOLA REGULAR Como já é sabido. Vejamos então a integração do deficiente auditivo nas escolas regular e especial. sendo que na escola regular ele estará em contato direto com ouvintes. a escola deve oferecer aos educandos especiais modos e condições de vida diária os mais semelhantes possíveis às formas e condições de vida da sociedade. • O educando tenha razoável domínio da Língua Portuguesa (falada e ou escrita).LIBRAS . Ele poderá ter auxílio nas classes especiais ou de recursos de estimulação extra em Língua Portuguesa. UNIMES VIRTUAL 60 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Ele deverá aprender a Língua Portuguesa. • A escola conheça sua forma de comunicação. • A idade cronológica dele seja compatível com a idade média da classe. pois é direito dele.Aula: 18 Temática: Escola Regular X Escola Especial Segundo a Política Nacional de Educação Especial. incluindo o integrado. a integração do aluno especial em salas regulares é prevista. o aluno deficiente auditivo pode e deve freqüentar uma escola regular. Essa integração é possível desde que julgada oportuna. • Tenha até 25 alunos na classe. • Haja participação da família no processo educacional. para que ele tenha êxito e progresso. A escola de educação especial viabiliza para o aluno que ainda não tenha condições de freqüentar uma escola regular. manter-se atualizado. Comecemos pelo professor da escola Regular. lembrando sempre de alguns detalhes como: falar de forma clara e na direção do aluno. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . também é capaz. falar pausadamente. A escola especial deve priorizar o ensino da Língua Portuguesa falada e/ou escrita para que o aluno passe a freqüentar a escola regular. se não estiver. solicitar ajuda de intérprete e de outros profissionais. portanto. dispor as mesas. se julgar necessário.LIBRAS 61 . deve se livrar de preconceitos e procurar ajudar esse aluno de forma simples e direta. apesar de especial. E quanto aos professores? Bem. tendo em mente que o aluno. vejamos os papéis dos professores dentro de cada escola. a formação dele já o permite trabalhar com os alunos especiais e. perceber se ele está atento e. Deve agir de forma normal. Em relação ao professor da escola especial.ESCOLA ESPECIAL A educação proferida na Escola de Educação Especial para deficientes auditivos visa à futura integração do aluno em classe regular. como procura agir com os demais alunos. apresenta uma postura diferenciada do professor de escola regular. uma educação embasada na proposta curricular da educação básica. estimular a participação dele. Cabe à escola especial também oferecer o ensino de LIBRAS para aqueles que não se comunicam através dela. chamálo através de um gesto convencional. mas ele deve proporcionar ao aluno a maior quantidade de estímulos possíveis para que esse aluno progrida de escola. O professor da escola regular. se possível. A responsabilidade da escola especial é grande considerando que a maioria dos deficientes auditivos apresentam muita dificuldade na Língua Portuguesa. primeiramente. em círculo. utilizar recursos visuais. A principal função da avaliação é a diagnóstica.LIBRAS . não se pode permitir que o desempenho lingüístico interfira de maneira negativa na performance acadêmica desse aluno que já possui. tanto em relação ao aluno quanto ao professor.Aula: 19 Temática: Avaliação da aprendizagem A avaliação é parte integrante do processo ensino-aprendizagem. • A avaliação do conhecimento desses alunos seja diferenciada. No momento da avaliação. ou seja. se possível. • Devido às dificuldades em ler. A avaliação requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. UNIMES VIRTUAL 62 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . podendo ser uma promoção ou uma reclassificação no conteúdo dado. A avaliação deve englobar também todo um processo educacional. • Não conhece o processo de formação das palavras e não usa preposições. Outra função é a classificatória. o professor deverá estar ciente que: • A dificuldade de escrever em Língua Portuguesa tem uma causa e que. A avaliação não precisa ser. de um intérprete. um exame. proporcionando ao aluno diversos instrumentos para avaliá-lo. artigos. • A forma de linguagem seja avaliada com mais flexibilidade. é detectar alguma falha que houve no processo. o aluno fica com um vocabulário pobre e não domina as estruturas mais simples da Língua Portuguesa. uma defasagem lingüística no que se refere à Língua Portuguesa (falada e ou escrita). os professores devem ser orientados para que: • O aluno possa fazer uso do dicionário e. ao ler. • Utiliza a estrutura da LIBRAS para expressar por escrito suas idéias. Ao avaliar um aluno deficiente auditivo. por sua perda auditiva. necessariamente. que visa a classificação do aluno. o aluno poderá confundir o significado das palavras. Na avaliação da aprendizagem do aluno deficiente auditivo. • Haja mais relevância em relação ao conteúdo. possibilitando a ele uma melhor qualidade de vida e pleno exercício da cidadania. mas tomar ciência deles para tirar as dúvidas dos educandos posteriormente.LIBRAS 63 . Inclusive porque se tratando de deficientes auditivos. ao aspecto cognitivo da linguagem. A avaliação da aprendizagem do aluno com deficiência auditiva é ainda duvidosa e precisaria ser melhor repensada. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . O mais importante é estabelecer uma relação entre o que ele realmente sabe e se ele aplica os conhecimentos adquiridos em seu diaa-dia. à coerência e seqüência lógica das idéias. que apresentam dificuldades em Língua Portuguesa. Isso não quer dizer que se devam aceitar os erros. Ao avaliar o conhecimento do aluno deficiente auditivo. o professor deve levar em conta o conhecimento que ele possui. os erros não devem indicar o quanto eles sabem de fato. sem valorizar os erros da estrutura formal da Língua Portuguesa. Depois que o aluno foi encaminhado. se o problema surgiu em alguma avaliação ou durante as aulas. diagnosticado e direcionado para um profissional competente. Como a escola poderá auxiliá-los? Primeiramente. Quanto antes percebidas as dificuldades mais fácil será a intervenção. a criança apresenta alguma dificuldade de ordem orgânica e necessitará de um acompanhamento mais rigoroso e duradouro. UNIMES VIRTUAL 64 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Às vezes.Aula: 20 Temática: Trabalhando com dificuldades de aprendizagem Os alunos deficientes auditivos poderão apresentar dificuldades escolares ao longo dos estudos. • Fonoaudiólogo. • Médico oftalmologista (problemas de visão). • Psicopedagogo (profissional que auxilia diretamente em dificuldades de aprendizagem). A próxima atitude seria encaminhar o caso para a coordenação e/ou direção da escola. Necessitando de mais explicações. a escola e a família devem trabalhar em parceria com esse profissional.LIBRAS . formando assim uma equipe multidisciplinar. as dificuldades escolares serão percebidas pelos professores que estão em contato com o aluno continuamente e por algumas horas por dia. os pais deverão ser chamados e o aluno deverá ser encaminhado para um ou mais profissionais. se aparecem em um assunto ou em vários. A primeira atitude do professor seria avaliar as dificuldades do aluno. Perceber se estão concentradas em um único conteúdo ou em vários. Caso as dificuldades tenham aparecido em vários contextos. Os profissionais que poderão ajudar em caso de dificuldades educacionais são: • Psicólogo (muitas vezes os problemas são de ordem emocional). no caso dos professores de séries iniciais. pode indicar uma dificuldade de aprendizagem ou qualquer outra alteração e precisará ser melhor investigada. fonoaudiólogo e psicopedagogo. uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo. a equipe escolar e a família estarem sempre atentos a qualquer alteração em relação à criança. O serviço nem sempre é perfeito.LIBRAS 65 . às vezes pode significar um quadro neurológico. Por esse motivo é importante o professor. Tratando-se de alunos deficientes auditivos. onde estudantes do último ano e profissionais recém-formados atendem pessoas por um baixo custo. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . devido às empresas de planos de saúde.A dificuldade que o professor julga simples. que acrescentaram esses profissionais em seu quadro e às universidades que criaram as clínicasmodelo. Com o passar dos anos. tornou-se mais fácil o acesso a esses profissionais. se a criança apresentar alguma dificuldade de aprendizagem e for logo ajudada. uma alteração de comportamento ou desenvolvimento e que necessita até de acompanhamento psiquiátrico e neurológico. dentre outros. indicando uma síndrome. é comum apresentarem dificuldades de aprendizagem devido à comunicação. Mas lembrando: a parceria escola-família-equipe multidisciplinar é fundamental para o progresso da criança. Por isso. mas saber que já se pode contar com esse tipo de atendimento. é imprescindível para um ótimo resultado. Existem ainda centros que fazem atendimento clínico gratuito às crianças que necessitam de hospitais públicos e farmácias populares. já é uma melhoria. Enfim. poderá sanar essa dificuldade sem grandes comprometimentos. Maria Montessori pensava que as crianças aprendiam melhor no concreto. As cores não têm o propósito de enfeitar. • Estimulação olfativa: tubo dos cheirinhos. e ela estava certa de acordo com as fases de desenvolvimento da criança. e sim de ensinar. A criança aprende com material concreto todos os conceitos que vimos até agora. • Estimulação oral: caixa dos sabores.. também estudamos que as aulas precisam ser motivadoras. o deficiente auditivo. O método surgiu por volta de 1907 e foi criado para atender primeiramente crianças especiais e depois todas as crianças. acetona. Devido a isso. O aprendizado torna-se mais divertido. fácil e prazeroso e os educandos tornam-se mais concentrados. Vejamos agora alguns exemplos de materiais de estimulação: • Estimulação tátil: pareamento de lixas. Por isso. sendo lúdico. no qual trabalhei por alguns anos e fiquei apaixonada. a concentração. um breve resumo de como surgiu o método e alguns materiais. lúdicas e bem amparadas visualmente. mas mesmo assim torna o material bastante atraente. para sanar dúvidas ou ampliar conceitos. caixa dos cheiros perigosos (álcool. Os materiais são de madeira. nesta aula. principalmente a estimulação. O método a que me refiro é o Método Montessori.Aula: 21 Temática: Embasamento Pedagógico Como já estudado anteriormente. explicarei um método de ensino que engloba o prazer com a estimulação visual sendo eficaz nesses dois quesitos. A concepção dos materiais é tão genial. textura de tecidos. O método permite a introspecção. • Estimulação visual. a atenção. estudaremos. UNIMES VIRTUAL 66 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . já que são resistentes e coloridos. que o mesmo material pode ser usado tanto na Educação Infantil quanto em séries mais avançadas.. colorido e principalmente tátil. A criadora do método Montessori foi a médica italiana Maria Montessori.LIBRAS . adquire boa percepção visual e pensando em educação. por razões óbvias.). Ela criou muitos materiais sobre diversos conteúdos. caixa do senso cromático. sem dúvida. frisas da natureza. sabe que as crianças aprendem mais facilmente e que se tornam mais atentas. • História: frisa do Big Bang. • Alfabetização: alfabeto móvel. frisas. Alguns exemplos de cantinhos: lavar louça. quadro de botões. apesar de alguns educadores considerá-lo tradicional. Os cantinhos servem para ensinar as crianças sobre as atividades da vida e todos eles trabalham com a coordenação motora global. também fazem parte do método Montessori os cantinhos de Vida Prática. cantinho dos dinossauros. fina e óculo-manual. cantinho das rochas. ditado mudo. Os materiais descritos acima são alguns materiais dentre vários que existem. • Geografia: material de relevo. saquinho das vogais e das consoantes. caixa dos fusos. Além desses materiais. pareamento de sons. História. livrinho das vogais e das consoantes. lavar a boneca. dos vegetais. Quem trabalha ou trabalhou com ele. Vale a pena conhecê-lo! UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . que atualmente são exigidos em Educação Especial sob a nomenclatura Atividades da Vida Diária (AVD).• Estimulação auditiva: chocalhos. Exemplos de alguns materiais utilizados em Matemática. frisas. Língua Portuguesa. Geografia e Alfabetização: • Matemática: conjunto das barras vermelhas. caixa dos tentos. • Ciências: cantinho dos seres vivos e não vivos. lavar roupa. diagramas. é pioneiro. conjunto das barras azuis e vermelhas. • Língua Portuguesa: caixa de símbolos gramaticais. de limpeza. Esse método.LIBRAS 67 . tabelas de substantivos. Ciências. material dourado. SEUNIMES VIRTUAL 68 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . deveria buscar parceria junto às escolas técnicas existentes na comunidade. Mas focaremos a escola. porém na real condição do saber. Essas atividades começarão a colocar o aluno em contato com o mundo profissional. mas a verdadeira capacitação não deve ser focada no treino. incluindo os conceitos de criatividade.Aula: 22 Temática: A capacitação profissional do deficiente auditivo A capacitação profissional do deficiênte auditivo deve ser refletida de acordo com a situação econômica. Por exemplo. fazendo algo mecânico. fazendo e não imitando. É essa idéia que começa a amadurecer em contato com outras crianças. educação especial para o trabalho. seria a melhor aprendizagem para o trabalho. educação voltada para o meio ambiente e saúde e iniciação ao mundo do trabalho. juntamente com os pais. formando conceitos cada vez mais definidos sobre o seu futuro. Essa lei ampara os deficientes em relação ao aprendizado para o trabalho. É importante salientar que na escola. muitas crianças dizem o que querem ser quando crescer. SESI. Resta apenas que as escolas propiciem essa capacitação aos educandos. expressão artística. esporte. existe o artigo 59. política e social que o mundo vive e a oferta de emprego atual. O indivíduo deve saber o que está aprendendo. as crianças vão recebendo informações que amadurecem certos conceitos. visando à sua efetiva integração na vida em sociedade”. Como a independência econômica e a sensação de ser produtivo são importantes. como. é importante que sejam oferecidas atividades de lazer. Se pensarmos nos deficientes auditivos amparados pela Educação Especial. A família também tem importante função em relação à profissão.LIBRAS . A educação voltada para a capacitação profissional deve se preocupar com a maneira que ela será dada. autonomia e potencial. SENAI. sociabilidade.394/96 que diz que “os sistemas de ensino assegurarão aos educando com necessidades especiais. § IV da Lei nº 9. Essa sim seria a verdadeira capacitação. Na escola. Treinar é um termo muito simples. A iniciação para o trabalho começa desde cedo na escola. Aprender algum ofício e executá-lo com prazer. a escola. preconceito e desconhecimento por parte das empresas. a escola e os próprios deficientes poderão se reunir e. capacidade. Outra preocupação existente é em relação à baixa procura de pessoas deficientes no mercado de trabalho. Escolas Técnicas Federais e empresas que oferecem vagas de estágio.LIBRAS 69 . através de reuniões. Uma proposta seria conversar com empresários da comunidade sobre as leis de amparo ao deficiente e suas potencialidades. decidirem juntos o que podem fazer para melhorar essa realidade. e explicação sobre cada curso oferecido pelas escolas. Em relação a essa preocupação. mas ainda há muito que se fazer. habilidade. A escolha da profissão vai depender do grau de escolaridade. direitos e deveres. opções profissionais. as normas regentes no mundo do trabalho e palestras com profissionais a fim de que a escolha seja correta e efetiva. a família. hábitos e atitudes frente à situação de trabalho.NAC. A capacitação profissional não se resume só a oferecer cursos aos alunos. documentos. mas também orientar a respeito de legislação. devido à falta de informação. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . SESC. aptidão e interesse em determinada área. O governo tem dado mais oportunidades. Os deficiêntes auditivos têm desempenhado muito bem as funções relacionadas a serviços gráficos. atualmente existem várias empresas que contratam deficientes auditivos empregando-os em diversas funções. Muitos deficientes auditivos que conseguiram atingir níveis mais elevados de ensino são professores e trabalham em rede pública nas classes de recursos ou em escolas de Educação Especial. Ensino Fundamental. às funções docentes. atividades de estimulação precoce em classes de Educação Infantil.LIBRAS .Aula: 23 Temática: Profissões Nesta aula veremos um pouco sobre as profissões que os deficientes auditivos têm exercido na sociedade. os deficientes têm trabalhado em cursos de LIBRAS. pois: • Ele se concentra muito em um ambiente de trabalho. Atualmente. Felizmente. são altamente capazes de exercer qualquer função. dentre outras. • Enriquece o grupo funcional. Para uma empresa. UNIMES VIRTUAL 70 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . a serviços bancários e administrativos. • Ele valoriza o emprego devido à dificuldade de inserção no mercado de trabalho. universidades e associações. vários deficientes docentes têm sido contratados por escolas. à digitação (na informática). • Descobrem-se talentos e potenciais diversificados. Ensino Médio e Ensino Superior. contratar um deficiente auditivo é válido. fazendo as vezes de intérprete e auxiliando os educandos na aquisição e aprendizado de LIBRAS. Como auxiliares em escolas. Não necessitando de altas habilidades auditivas. Alguns exemplos das funções são: •Ajudante de cozinha, de carga... •Arquivista •Artista plástico •Auxiliar administrativo •Carpinteiro •Cartazista •Cobrador •Costureira •Digitador •Engenheiro •Escritor •Fiscal •Gráfico •Mecânico •Motorista •Operador •Ourives •Pintor •Projetista •Serralheiro •Soldador •Arquiteto •Artesão •Ascensorista •Bombeiro •Carregador •Carregador •Conferencista •Desenhista •Embalador •Escriturário •Escultor •Fotógrafo •Marceneiro •Montador •Nutricionista •Orçamentista •Pedreiro •Programador •Sapateiro •Serviços gráficos •Técnico de contabilidade Esses são apenas alguns exemplos de profissões retiradas do site da Federação Nacional de Educação aos Surdos (FENEIS). No site é possível encontrar muitas outras funções. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS 71 Aula: 24 Temática: Curiosidades I Nessa aula veremos algumas curiosidades acerca de deficientes auditivos conhecidos e sites interessantes sobre deficiência auditiva: Deficientes auditivos famosos: • Hernest Huet, o professor francês estudado na primeira unidade, ficou surdo aos 12 anos depois de contrair sarampo. Na época ele falava francês, alemão e português e depois de surdo aprendeu ainda espanhol e língua de sinais. • Helen Keller (1880-1968) cega e surda desde bebê, tendo apenas o tato e sob a supervisão de Anne Sullivan, professora, Helen aprendeu a ler e escrever pelo método do Braille e a falar por imitação das vibrações da garganta de Anne. Dotada de uma inteligência excepcional, ela se tornou educadora, escritora e advogada de cegos. Ao lado de Anne viajou por vários países do mundo promovendo campanhas para melhorar a condição de vida dos deficientes visuais e auditivos. Sua história virou filme: O milagre de Anne Sullivan. • Alexander Grahm Bell (1874- 1922), o inventor do telefone, era filho de pai surdo e casou-se com uma moça surda. Dedicou a sua vida a pesquisas sobre surdos, juntamente com seu pai, professor de surdos. • Francisco de Goya (1746- 1828), pintor espanhol, contraiu uma doença séria e desconhecida e ficou temporariamente paralítico, parcialmente cego e totalmente surdo. • Ludwig van Beethoven (1770- 1827), compositor alemão, ficou surdo aos 46 anos de idade, mas mesmo assim ainda compôs até a sua morte cerca de 44 obras musicais na total surdez. • Smetana (1824-1884), compositor tcheco, contraiu sífilis e ficou surdo. Compôs músicas mesmo surdo. • Fauré (1845-1924), compositor francês, também compôs músicas mesmo surdo. • Thomas Alva Edson (1847- 1931), italiano, o inventor da lâmpada, ficou surdo quando levou um tapa na orelha. São atribuídas a ele 1.093 patentes. UNIMES VIRTUAL 72 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS Sites www.brinquelibras.com.br ( com brinquedos em LIBRAS) www.defnet.org.br (site sobre diversas deficiências) www.ines.org.br (site do Instituto Nacional de Educação de Surdos) www.surdo.org.br (site interessante sobre deficiência auditiva) www.libras.org.br (site sobre LIBRAS) www.feneis.com.br (site da Federação Nacional de Educação aos Surdos) www.cervantesvirtual.com (site espanhol que mostra aulas de literatura em Língua de Sinais Espanhola) UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS 73 Resumo - Unidade III Nessa unidade foram estudados os seguintes assuntos: objetivos e características da educação, escola regular X escola especial, avaliação da aprendizagem, dificuldades de aprendizagem, embasamento pedagógico, capacitação profissional do deficiente auditivo, profissões e curiosidades. Em objetivos e características da educação do deficiente auditivo foi aprendido e revisto que o principal objetivo da educação é proporcionar o desenvolvimento da linguagem e ensino bilíngüe e que os educandos tem o direito de freqüentar todas as séries da Educação Básica. Quando abordado o tema Escola Regular X Escola Especial, foi comparado o benefício de ambas instituições. Os educandos com deficiência auditiva podem freqüentar ambas escolas de acordo com as suas dificuldades e limitações. Em avaliação da aprendizagem, vimos os diferentes tipos de avaliação e que, em relação aos deficientes auditivos, a avaliação não deve enfatizar regras gramaticais nem conceitos, pois devido à dificuldade em linguagem, esta parte estará sempre deficitária. Ao avaliar um aluno, o professor, deve levar em consideração o que ele realmente aprendeu e a sua potencialidade. O professor diante de um aluno com dificuldades de aprendizagem, deve primeiro notar que tipo de dificuldade ele apresenta para depois encaminhar o caso para a coordenação ou direção e depois para algum profissional qualificado. A integração escola/ família/ profissionais é de extrema importância para que as dificuldades sejam sanadas. Em embasamento pedagógico, fizemos um breve estudo sobre o método Montessori, pois esse método associa a aprendizagem com material concreto e construção do conhecimento. Em capacitação profissional, estudamos sobre a importância do aprendizado de um ofício e vimos uma lista com profissões que podem ser praticadas por deficientes auditivos. Finalmente, terminamos a unidade com curiosidades sobre deficientes auditivos famosos e sites interessantes que abordam o tema deficiência auditiva. UNIMES VIRTUAL 74 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS O guia dos curiosos. Rosa G. Rio de Janeiro: Ed. SOUZA. Curitiba: Secretaria de Estado de Educação. 1998. Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais.LIBRAS 75 . Como entender a nova LDB:lei nº 9. Roberta e MENEGHETTI. História das idéias pedagógicas. São Paulo:Ed.394/96. 8ed. Vozes. DUARTE. Gislene de Campos. B. Moacir. K. 1994. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque pedagógico. Criança em idade pré-escolar. 1997. A. São Paulo: Pioneira. GADOTTI. Karin Lílian et al.Referências Bibliográficas STROBEL. São Paulo: Companhia das Letras. 2002. 6ed. Caminhos pedagógicos da Educação Especial. 2002. Teresa Maria M. Ática. 1995. GAIO. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . BORGES. Paulo Nathanael P.). Rio de Janeiro: Ed. São Paulo: Ed. OLIVEIRA. Ática. Marcelo.(orgs. Vozes. 2004. Assim como a duas décadas começamos a discutir sobre as línguas de sinais. agora começamos a descobrir a riqueza dessas línguas através de uma escrita própria. SignWriting começou a se desenvolver mais e mais. pois enquanto autores desse capítulo.signwriting. Portanto. da escrita de danças para a escrita de sinais das línguas de sinais. Dr. Em 1979. esse capítulo da caminhada da comunidade surda já faz parte da história. as marcas não-manuais e os pontos de articulação. a única forma de registro das línguas de sinais era o registro em vídeo-tapes. o primeiro grupo de surdos adultos a aprender o sistema foi um grupo do Teatro Nacional de Surdos em Connecticut. Eu gostaria de relatar um capítulo da história do SignWriting no mundo e no Brasil. Na década de 1980 outra página da história começa a ser escrita. professores e os próprios surdos diziam que a língua de sinais era ágrafa. Um sistema rico e fascinante que mostra a forma das línguas de sinais. não podemos omitir esse processo da comunidade surda e da educação dos surdos. Acrescenta-se a essa forma. Depois disso. A década de 70 caracterizou um período de transição de Dancewriting para SignWriting. em 1974 a Universidade de Copenhagen solicitou `a Sutton que registrasse os sinais gravados em video cassete.org. Hoje. Me lembro quando os lingüistas. Até então. as primeiras lições em vídeo foram editadas. isto é. Valerie criou um sistema para escrever danças e despertou a curiosidade dos pesquisadores da Língua de Sinais Dinamarquesa que estavam procurando uma forma de escrever os sinais. As primeiras formas foram inspiradas no sistema escrito de danças. as formas das mãos. no MIT. Valerie Sutton apresentou um trabalho no Simpósio Nacional em Pesquisa e Ensino da Língua de Sinais entitulado “Uma forma de analisar a Língua de Sinais Americana e qualquer outra língua de sinais sem passar pela tradução da língua falada”. SignWriting expressa os movimentos.Um capítulo da história do SignWriting Ronice Müller de Quadros1 SignWriting é um sistema de escrita para escrever línguas de sinais. De um sistema escrito à mão livre passou-se a um sistema 1 . A primeira estória escrita em SignWriting foi publicada: Goldilocks and the three bears. a escrita das línguas de sinais. Nesse mesmo ano. Em 1977. Judy Shepard-Kegl organizou o primeiro workshop sobre SignWriting para a Sociedade de Lingüística de New England nos Estados Unidos. registro que continua sendo uma forma valiosa para a comunidade surda. Em 1978. Conforme os registros feitos pela Valerie Sutton na homepage do SignWriting www. SignWriting foi criado pela Valerie Sutton em 1974. na Dinamarca foi registrada a primeira página de uma longa história: “a criação de um sistema de escrita de línguas de sinais”. Valerie Sutton trabalhou com uma equipe do Instituto Técnico Nacional para Surdos em Rochester prestando assistência na elaboração de uma série de livretos chamados “The Techinical Signs Manuals” que usaram ilustrações em SignWriting. Certa ocasião. estamos discutindo a produção escrita padronizada. A escrita tornou-se pública e naturalmente foi sendo padronizada. Ela adiquiriu o dinamarquês como segunda língua na região de Copenhague. o sistema ainda é bastante flexível. Mesmo assim. A evolução do SignWriting apresenta características da evolução da escrita de certa maneira. ela foi visitar uma região da Dinamarca que fala um outro dialeto. Obviamente. dispomos de uma homepage onde vários artigos são publicados quase que semanalmente.possível de ser escrito no computador. A produção escrita dos sinais difere de pessoa para pessoa. em uma das suas mensagens. se eu sei escrever italiano eu entro numa sala e converso com pessoas que sabem italiano. Estando lá. Cada aluno produzia o mesmo sinal de forma diferente. Apesar de falerem diferentes dialetos do dinamarquês. Eu percebi que isso estava acontecendo no primeiro curso de SignWriting ministrado na PUC do RS em Porto Alegre em 1997. Nesse sentido. o “padronizado” torna-se uma vantagem e parece estar associado com a escrita. É claro que cada língua de sinais vai naturalmente desenvolver uma forma comum de escrever os sinais. é o que acontece nas salas que existem agora. Cada pessoa escrevia o som da forma em que achava mais adequado. Hoje em dia. Alguns eram mais simples ou mais detalhados do que outros. Algumas pessoas começaram a trocar arquivos em SignWriting e num futuro próximo teremos uma sala de discussão na Internet disponível para conversarmos usando o SignWriting. A ASL tem uma longa caminhada em SignWriting e já dispõe de um dicionário bastante rico produzido pelo DAC em SignWriting. Valerie Sutton. Pesquisas financiadas parcialmente pela CAPES e University of Connecticut. Atualmente. A escrita passou a ser padronizada ao longo do tempo com a invenção da imprensa. bem como outras línguas de sinais. Atualmente. No entanto. O primeiro jornal foi escrito à mão nos anos 80. Valerie teve dificuldade de entender o dialeto e passou a usar a escrita para se comunicar com uma senhora. LIBRAS. O inglês quando começou a ser escrito passou por esse mesmo processo. mesmo estando no Brasil. O sistema evoluiu muito ao longo dos anos. Essa questão foi o tópico da última discussão na lista do SignWriting. “Padronizada” no sentido de escrever o mesmo sinal usando os mesmos “grafemas”. contou uma estória interessante a respeito da padronização da escrita. o sistema de escrita de sinais não tem mais a mesma forma que o sistema criado em 1974. as pessoas precisam saber pelo menos uma língua de sinais e saber escrever tal língua usando o SignWriting. 1 2 . a escrita era a mesma. Através do computador. Isso faz parte de um processo natural. Cada um escreve como acha que deve ser escrito. assim como os monges escreviam antes da existência da imprensa. muitas pessoas estão usando SignWriting nos EUA e a tendência natural é de haver uma padronização. vamos ter a oportunidade de ler ASL. Nesta sala. O uso do sistema determinou as mudanças envolvendo várias pessoas nesse processo. Mestre e doutoranda em Lingüistica Aplicada pela Pontífica Universidade Católica do Rio Grande so Sul com estágio na University of Connecticut – USA. Na verdade. o SignWriting começou a se tornar muito mais popular nos Estados Unidos. A imprensa foi o meio em que a escrita foi difundida rapidamente. O projeto de alfabetização está se constituindo a partir de contato estabelecido com Valerie Sutton durante minha estada nos Estados Unidos. por exemplo.Atualmente. Esse é um trabalho interminável. Marianne é surda. Marcia Borba. Essa etapa é muito importante. Tais projetos envolvem escolas americanas. Valerie Sutton aceitou dar suporte para o Brasil. Atualmente. para entrar na lista basta solicitar a conexão através da mensagem SUB SW-L seu nome. o SignWriting dispõe de uma lista exclusiva de discussão aberta a quaisquer pessoas interessadas em compartilhar experiências e discutir sobre o assunto. ou seja. Todos começam a se interessar.ca .humberc. Valerie sempre foi bastante prestativa e eficiente. é claro. mantive contato intenso com Valerie Sutton discutindo sobre as formas de expressar a escrita e possibilidades de ter seu apoio no desenvolvimento do projeto para o Brasil. O Dr. o SignWriting está se desenvolvendo muito rápido. Tenho certeza que aos poucos teremos mais e mais escritores para coloborar neste processo e esperamos contar com suporte financeiro no Brasil para obtermos recursos para produção da estórias. Como diz Valerie.Deaf Action Committee For SignWriting . SignWriting começou a tomar forma no Brasil. estamos trabalhando na produção de estórias e na composição do dicionário bilíngüe. O DAC . professora na área de computação na Escola Especial Concórdia. ao capítulo do SignWriting no Brasil. Tive oportunidade de contactar Leonardo Mahler. Claro que você precisa ter um endereço eletrônico para receber as mensagens. em especial a comunidade surda americana e a escolas de surdos que vêm desenvolvendo uma educação bilíngüe. Além disso. canadenses e.on. O Dr. A partir disso. … é a década da explosão do SignWriting. Marcia tem se envolvido com a parte de pesquisa relacionada à computação. Ela gentilmente aceitou dar o suporte que necessitamos. a PUC do RS em Porto Alegre através do Dr. Enquanto pesquisava a estrutura da LIBRAS e estudava as teorias que serviriam de base para minha tese. Antonio Rocha Costa descobriu o SignWriting enquanto sistema escrito de sinais usado através do computador. pois quantidade é muito importante. além da qualidade. que está desenvolvendo um softer juntamente com um grupo para acessar o dicionário do SignWriting. SUB SW-L Ronice Quadros. Temos certeza que do Departamento de Informática da PUC do RS teremos bons frutos do desenvolvimento desse sistema escrito no Brasil. Rocha formou um grupo de trabalho envolvendo especialmente a Prof. Quando os autores dessa escrita começam a produzir textos e a ler outros textos. pois a escrita se torna viva quando ela realmente existe. Marianne Stumpf e a Prof. No ano de 1996. Vamos. Atualmente.está oferecendo suporte para o desenvolvimento de Projetos de Alfabetização em SignWriting. então. gentilmente. um de seus alunos. essa escrita se 3 . Essa mensagem você envia para o endereço: listserv@admin. A Escola Especial Concórdia tem apoiado o desenvolvimento do SignWriting. pois tem considerado um possível caminho para a aquisição da escrita. sinal em LIBRAS e palavra em Português. ela está trabalhando com o SignWriting em algumas turmas. Rocha continua apoiando esse processo com muita paciência e dedicação. Instituto Nacional de Educação de Surdos no Rio de Janeiro e algumas escolas em São Paulo começam a se interessar por SignWriting. Nestes contatos. 4 . O Projeto de Alfabetização é uma porta para a aquisição da escrita da LIBRAS que servirá de suporte para um processo de aquisição do português escrito. Eulália Fernandez da UERJ e com a Dr. Esse é um passo que tende a ser trilhado por muitas outras escolas. Regina Maria de Souza da UNICAMP sobre educação de surdos. comunidade surda e alfabetização. temos boas perspectivas de dar continuidade a esse processo. A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos demosntra curiosidade.Esse é o processo…. No Brasil. temos conversado sobre a possibilidade de implementação do projeto de alfabetização com o SignWriting e temos algumas luzes dispontando no caminho. SignWriting uma forma de ler e escrever sinais.torna algo significativo e passa a desempenhar um papel no processo de aquisição da escrita. A Escola Especial Concórdia de Porto Alegre e a Escola Hellen Keller de Caxias do Sul/RS já começaram a aprender como escrever a LIBRAS. uma vez que algumas escolas começam a se interessar e buscar conhecer tal sistema. …. Tenho mantido contato com a Dr. Existem países que seguem a língua de sinais de outros países. há também variações regionais como regionalismos e dialetos. Ela surgiu naturalmente e é de grande importância. proporcionará a ela um bom desenvolvimento lingüístico. assim como no Brasil. Não se sabe quando as línguas de sinais foram criadas. resultando um melhor desempenho acadêmico e social. existem os sinais. sintaxe e semântica. mas sua origem remonta à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo desenvolvidas as línguas orais.LIBRAS . por exemplo. morfologia. na LIBRAS. Como qualquer língua. As línguas de sinais não seguem os movimentos sócio-geográficos das línguas faladas. Mas não basta apenas conhecer os sinais. apesar da língua oficial do país ser o espanhol. além das variações entre países. onde em ambos os países a língua oficial é o Inglês. pois em LIBRAS a combinação de frases é diferente. Outro exemplo é a Inglaterra e os Estados Unidos. A LIBRAS apresenta níveis lingüísticos como fonologia.Aula: 25 Temática: Introdução à LIBRAS A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida legalmente como meio de comunicação e expressão entre as comunidades de pessoas surdas no Brasil. bem como o aprendizado de uma língua escrita. baseando-se primeiramente na Língua de Sinais Francesa. com semelhanças entre as línguas de sinais européias e a norte-americana. que é uma língua visual e gestual. As línguas de sinais em diversos países. Enquanto nas línguas oral-auditivas existem as palavras. mas as Línguas de Sinais entre eles são completamente diferentes. Muitos estudiosos já perceberam que expor a criança desde bem cedo ao ensino da língua de sinais. incluindo ainda as gírias. desenvolvem-se ao longo de muitos anos e sofrem alterações no vocabulário em todas as gerações. Alguns pesquisadores relacionam esse fato ao perceberem que o bebê humano desenvolve a coordenação motora dos membros antes de se tornar capaz de coordenar o aparelho fonoarticulatório. então para haver comunicação é necessário também conhecer a gramática. em Porto Rico utiliza-se a Língua de Sinais Americana. UNIMES VIRTUAL 78 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . As línguas de sinais são criações espontâneas. elas foram criadas para suprir a necessidade de comunicação e por esse fato deve ser respeitada e difundida. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . assim como as línguas orais. e foram se aprimorando com o passar dos anos.LIBRAS 79 . Nenhuma língua é inferior ou superior a outra. A língua de sinais tem um caráter natural e vai sendo ensinada e modificada de geração em geração. ou seja. Para praticar a língua de sinais utiliza-se gesto. com o passar dos anos. Para que isso seja melhor explicado. de que são desenhos no ar daquilo a que se refere. A Língua de Sinais Americana (ASL) difere. Há também as variações regionais dentro de um mesmo país. assim como gírias. UNIMES VIRTUAL 80 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . que reproduzem a imagem do referente ou que fazem alusão a ele. ou seja. ou seja. Mas não é sempre assim. Os sinais também podem sofrer mudanças históricas. por exemplo.LIBRAS . Cada país possui a sua forma de linguagem de sinais que diferem de um país ao outro. muitas pessoas pensam que a LIBRAS é uma representação fiel do referente.Aula: 26 Temática: Língua Brasileira de Sinais I A língua de sinais foi produzida dentro das comunidades surdas de cada país e devido a isso é considerada como um idioma. a mão receptora pode estar aberta ou fechada. a palavra verde é simbolizada de formas diferentes no Rio de Janeiro. visão e espaço. na palavra conversar. É considerada variação social quando se varia a configuração das mãos e ou do movimento. Estes foram alguns exemplos das variações lingüísticas em LIBRAS. um sinal pode sofrer alterações de acordo com as gerações. Por exemplo. Existem sinais icônicos. Pode ser considerada uma variação regional quando os sinais variam de uma região para outra no mesmo país. Entendamos agora alguns exemplos de iconicidade e arbitrariedade nos sinais. Por exemplo. ou seja. Mas também existem os sinais arbitrários. vamos conhecer um pouco sobre as variações lingüísticas. uma palavra pode ser sinalizada de uma forma em São Paulo e de outra forma no Rio de Janeiro. da Língua de Sinais Francesa (LSF) e assim ocorre com todos os países. Devido a isso. em São Paulo e em Curitiba. sem modificar o sentido do sinal. que são aqueles que não mantém relação de semelhança alguma com o referente. perdoar. Existem várias direções do movimento. o movimento e o ponto de articulação. eles podem ser retilíneos (movimentos retos). Configuração da mão é o desenho da mão durante a realização do sinal.São exemplos de sinais icônicos: avião. Não existe uma relação entre significado e sinal. um pouco da estrutura gramatical em LIBRAS. A estrutura gramatical é organizada em três parâmetros principais que são: a configuração da mão. por que. para baixo. casa. semicirculares. namorado. Durante a realização do sinal. Um movimento pode ser unidirecional quando se movimenta em uma única direção. é representada por um sinal. Isso é denominado movimento. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . existem em LIBRAS quarenta e três configurações diferentes das mãos. telefone. para o lado. sinuosos (curvilíneo) ou angular (zigue-zague). Pode ser bidirecional quando se movimenta para duas direções podendo usar uma ou ambas as mãos.LIBRAS 81 . Ainda detalhando os movimentos. e isso serve de exemplo porque qualquer palavra. A mão poderá entrar em contato com o corpo de diversas formas. Estes sinais se assemelham muito com a forma ou com o uso atribuído a esses referentes. Segundo pesquisas. livro. A realização dos sinais pode ser com a mão dominante ou ambas as mãos. para a frente. por exemplo. com um toque ou um risco. E também pode ser multidirecional quando explora várias direções. Ponto de articulação é o local do corpo onde será realizado o sinal. São exemplos de sinais arbitrários: depressa. por exemplo: na boca. no peito. circulares. na barriga. qualquer que seja sua complexidade. a mão se desloca no espaço. A posição da palma da mão poderá ser para cima. helicoidais (espiral). borboleta. árvore. mas. Vejamos agora. O sinal pode ser indicado. sendo que 26 destas são as representações das letras. deverá fazer uma expressão de alegria. Usando como exemplo a frase acima “Você comeu restaurante”. É importante ressaltar que fazer as expressões facial e corporal é de extrema importância já que não existem esses sinais em LIBRAS. espanto. ódio. nojo. As expressões facial e corporal é que traduzirão alegria. precisará dar conotação diferente dependendo do sentido da frase. Tem uma gramática diferenciada da Língua Portuguesa. A ordem dos sinais na elaboração das sentenças obedece a uma regra própria que reflete a forma como o deficiente auditiva processa suas idéias e percebe visual e espacialmente a realidade. vamos entender um pouco sobre a estrutura sintática de LIBRAS. •Se for uma interrogação negativa. deverá fazer uma expressão de questionamento. Por exemplo.LIBRAS . mas também em expressão facial ou o movimento do corpo. dando mais sentido e compreensão ao que se quer dizer. ou seja. • Se for uma exclamação. não obedece aos critérios gramaticais. surpresa. Por exemplo: • Se for uma pergunta. pois como já sabemos é uma comunicação diferenciada. deverá fazer uma expressão positiva. percebe-se que para torná-la mais correta seria adeUNIMES VIRTUAL 82 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . deverá fazer uma expressão negativa. uma afirmação. • Se for uma dúvida. • Se for uma negação.Aula: 27 Temática: Língua de Sinais Brasileira II A comunicação em LIBRAS não se baseia só em gestos manuais. deverá associar duas expressões. São estes que tornarão a sentença mais completa e mais compreensível. amor. As expressões facial e corporal também são usadas para dar conotação à frase a fim de torná-la uma pergunta. • Se for uma afirmação. deverá fazer uma expressão de desconfiança. se alguém gesticular algo calmamente tem uma conotação diferente se esse mesmo gesto for feito de forma brusca e séria. Se você disser a frase “Você comeu restaurante”. ou uma dúvida. Agora. uma negação. tristeza. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . quero perguntar “Qual é o seu nome?”. posso gesticular a bola e encher a boca de ar para simbolizar a bola grande.quado usar “Você comeu no restaurante. pois existem muitos outros gestos que englobam uma única ação. posso gesticular a porta batendo. eu quero dizer “Eu dei um presente pro meu irmão”. Se eu quiser me referir a um objeto que caiu. contrações. Se eu digo “porque isto” (expressão interrogativa).”. um objeto ou o ser como um todo.LIBRAS 83 . É comum usar os chamados classificadores em uma frase. eu posso gesticular o objeto caindo. Esses são alguns exemplos. ou se quero dizer que a porta bateu. quero perguntar “para que serve isso?”. Se eu digo “nome você” (expressão interrogativa). Em LIBRAS não se usam preposições. Os classificadores estabelecem um tipo de concordância. mas em LIBRAS não se usam preposições nem contrações porque está incorporado ao verbo. artigos e conjunções porque estão incorporados ao sinal. pois através de recursos corporais explicam melhor uma ação. Se quiser dizer que a bola é grande. Outro exemplo é que se eu digo em LIBRAS “presente eu dar irmão”. Relembrados esses tópicos. • As expressões corporal e facial é que darão sentido à frase. os recursos corporais são usados a todo o momento. Mas antes. • Um sinal é composto de configuração de mão. A seguir. contrações e conjunções nas frases. • A LIBRAS não é formada só por gestos. • Existem sinais icônicos e arbitrários. • Existem vários tipos de movimentos. prossigamos com a formação das palavras. artigos. mãe. pessoa. UNIMES VIRTUAL 84 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Existem muitas palavras que não têm um gesto específico. vamos recapitular alguns tópicos importantes antes de prosseguir: • Em LIBRAS não se usam preposições. Palavras compostas: • zebra : cavalo listras (LIBRAS) • açougueiro : homem vender carne (LIBRAS) • calmante : pílula calma (LIBRAS) • pediatra : médico criança(LIBRAS) Pode-se usar também um sinal convencional com outro indicando a forma do objeto especificado. cantar. alguns exemplos: Palavras simples: café. usar os processos de derivação e composição. ponto de articulação e movimento.Aula: 28 Temática: Formação de palavras Iniciaremos agora uma parte muito interessante em LIBRAS que se trata da formação de palavras.LIBRAS • Tijolo : retângulo construção • Cédula : retângulo dinheiro . por isso é muito comum em LIBRAS. COMER • Beber sem parar: BEBER . Há plural na LIBRAS quando se indica a quantidade ou usa-se repetidamente os sinais. Exemplo • Comer sem parar: COMER . • Meios de transporte: carro variados • Animais: leão variados Em LIBRAS não existe gênero do substantivo. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . feliz e esperta. Além das gírias. ou os advérbios de modo.Quando quer indicar uma categoria. usa-se um sinal por categoria ou grupo e o sinal variados. muito ou rápido. • Homem primo: primo • Mulher primo: prima Geralmente os adjetivos (qualidades) aparecem na frase após o substantivo referido.: Mergulhar/ mergulhador/ mergulho • Doce/ adocicado/ dulcificar/ adoçar/ edulcorar/ guloseima Em LIBRAS faz-se também o uso de gírias que não podem ser traduzidas para a Língua Portuguesa. usa-se a repetição exagerada. então quando quiser identificar quanto ao gênero.semana Quando quer intensificar uma ação.ano/ dois .COMER .dia/ três .LIBRAS 85 . criados para conversas entre jovens e pessoas íntimas.BEBER . há também os gestos informais para determinadas palavras. • Menina bonita.BEBER Existem sinais que apesar de terem uma única forma. basta acrescentar o substantivo e o sinal indicativo do sexo (homem ou mulher). têm vários significados. • Muito . pois variam de acordo com o contexto e porque partem de uma idéia criada pelos deficientes auditivos. Ex. Ele é usado apenas para soletrar nomes de pessoas. O método da linguagem por meio de sinais foi desenvolvido e aperfeiçoado pelo seu sucessor. onde soletra-se todas as letras. Outras usam-se as iniciais. o precursor no uso da língua de sinais.Aula: 29 Temática: Alfabeto Manual de LIBRAS O alfabeto manual foi criado pelo abade Charles-Michel de l´Épée no século XVI . fundador da primeira escola para deficientes auditivos em Paris e. e para vocábulos inexistentes na língua de sinais. é o caso de MARÇO. Segue abaixo o alfabeto manual de LIBRAS: A B C D E F G H (a) H (b) UNIMES VIRTUAL 86 I J (a) LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . endereços. Para fazer uso dele.LIBRAS J (b) . de lugares. é necessário soletrar pausadamente. Muitas palavras em LIBRAS são simbolizadas pelas letras e não por sinais. formando as palavras com nitidez. O alfabeto manual é a soletração de letras e numerais com as mãos. o abade Sicard. de rótulos. como julho que soletra-se JUL. também. Pode ser usado também para descrever algo a que se tem dúvida. LIBRAS 87 .K L M N O P Q R S T U V W X Y Z Numerais em LIBRAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . UNIMES VIRTUAL 88 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS .LIBRAS .Agora que você tem o alfabeto. mas para a conversação é utilizada a Língua de Sinais. lembre-se de que ele tem algumas utilidades. Macy. o jovem compositor Glenn Holland (Richard Dreyfuss) decide dar aulas de música. Ada (Holly Hunter) vive as dificuldades de ser muda e cuidar de sua filha. Gênero Drama • Adorável professor.EUA. 1995 Em 1964. George (Harvey Keitel).1993 (8 indicações para o Oscar) No século XIX. A mulher sofre com a adaptação no novo lar e seu tormento só aumenta quando Stewart vende o piano para o vizinho. Com William Hurt. Marlee Matlin (melhor atriz). Allison Gompf. resolve organizar um concerto para deficientes auditivos. Philip Bosco. Para ter o instrumento de volta.Aula: 30 Temática: Filmes que abordam a Deficiência Auditiva Seguem abaixo alguns filmes que abordam o tema deficiência auditiva: • Filhos do silêncio. e uma moça deficiente auditiva chamada Sarah (Marlee Matlin). um professor de Educação Especial. Mas a vida lhe reserva uma surpresa extraordinária. Glenne Headly. (4 indicações para o Oscar) Este filme conta a história de amor de John Leeds (William Hurt). No início Ledds vê Sarah como um desafio à sua didática.EUA. quando aceita a surdez de seu filho. Lições que vão além do que ambas podia imaginar. Ada passa a dar aulas de piano para George. enfronhada nas matas da exótica Nova Zelândia. 1986. Olympia Dukakis. Jay Thomas. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . piper Laurie. que rompe a barreira do silêncio que os separa. Quando nasce o filho do professor Holland. enquanto se dedica na composição de sua sinfonia. Ada deixa a Escócia acompanhada de sua filha e de seu amado piano para viver em um lugar completamente diferente. uma garotinha irriquieta chamada Flora (Anna Paquin). Depois de um casamento arranjado com Stewart (Sam Neil). Gênero Drama • O piano.LIBRAS 89 . Austrália e França. Com Richard Dreyfuss. Anos mais tarde. ele descobre que o menino é deficiente auditivo.Nova Zelândia. William H. mas o romance torna-se tão passional. 1993 UNIMES VIRTUAL 90 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . 1962 (5 indicações para o Oscar) Baseado na vida real de Helen Keller. Anna Paquin (melhor atriz coadjuvante). Gênero Drama • O milagre de Anne Sullivan. Patty Duke (melhor atriz coadjuvante).EUA.França. uma persistente professora cuja maior luta foi a de ajudar uma menina cega e surda a adaptar-se ao mundo que a rodeava. Inga Swenson.Bélgica. 2004 • Tortura silenciosa.LIBRAS . Gênero Drama Biográfico Assista também aos seguintes filmes: • A música e o silêncio. O inevitável confronto com os pais de Helen. 1992 • O filme surdo de Beethoven. Andrew Prine.Com Holly Hunter (melhor atriz).Inglaterra.Alemanha. o filme conta a comovente história de Anne Sullivan.EUA.França. 1999 • Tudo em família. 1998 • Deaf Smith e Johnny Ears. mimando-a. é abordado durante o filme. sem nunca lhe terem ensinado algo concreto.EUA. Harvey Keitel. Sam Neil. 2006 • O país dos surdos. Com Anne Bancroft (melhor atriz).Itália. que sempre sentiram pena da filha. 1973 • Querido Frankie. 1996 • The dancer. Victor Jory. . • Psicologia: . Editora Scipione. Editora Vetor. • Medicina e saúde: . nome e editora. O propósito dessa lista é facilitar o trabalho futuro com os alunos.Estimulação Auditiva: Uma lição de vida: Guia de orientação familiar. Editora Artmed.Audição em crianças.Rapunzel Surda. Editora Artmed. Editora Ulbra. Editora Atheneu. . Eles foram separados por: classificação. • Infanto/Juvenil: -Nós falamos com as mãos.Surdez e Deficiência Auditiva: a Trajetória da Infância à Idade Adulta. Editora Scipione.Aula: 31 Temática: Livros que abordam a Deficiência Auditiva Estão relacionados abaixo alguns livros que abordam o tema Deficiência Auditiva. Editora Ulbra .O que há de errado comigo? Editora Moderna.Deficiência Auditiva: Como evitar e cuidar. .Surdez.O enigma dos chimpanzés. . -Linguagem e surdez. . . . Casa do Psicólogo. uma vez que será possível trabalhar as diferenças em classes regulares de ensino e não somente em classes especiais. deficientes auditivos ou não. Editora Memórias Futuras. Editora Saraiva.Cinderela Surda.LIBRAS 91 .Conviver com a surdez.Cambalhota o pequeno palhaço.Editora Manole. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . . • LIBRAS: . Editora Imprensa Oficial SP UNIMES VIRTUAL 92 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS .Surdez e bilingüismo.• Didático e Educação: . Editora Revinter. .LIBRAS .A invenção da surdez.um olhar sobre as diferenças. Editora Mediação. Editora Mediação.Comunicação por Língua Brasileira de Sinais. .Atividades ilustradas em sinais da LIBRAS. . Editora Senac Distrito Federal. -Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilingüe da Língua de Sinais. Editora Plexus. Editora EDUNISC.A Surdez.Construção de sentidos na escrita do aluno surdo. . o que impede a aquisição normal da linguagem através do sentido da audição. • Aproximadamente 90% das crianças portadoras de deficiência auditiva de graus severo e profundo são filhos de pais ouvintes.000.1% das crianças nascem com deficiência auditiva severa e profunda. vieram as retroauriculares.LIBRAS 93 .Aula: 32 Temática: Curiosidades A seguir. de moderada a profunda.75 milhões de pessoas surdas no Brasil. mostraram que o número de pessoas entre 18 e 44 anos com problemas relacionados à audição aumentou 17%. • Em 1940. Em seguida. Estatísticas levantadas entre 1971 e 1990. veja algumas curiosidades interessantes acerca da Deficiência Auditiva. época que marcou o auge do Heavy Metal e do Punk. • Aproximadamente 0. • Estima-se que 42 milhões de pessoas são portadoras de algum tipo de deficiência auditiva. (Northern e Downs. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . 1991) • Mais de 4% das crianças consideradas de alto risco são diagnosticadas como portadoras de deficiência auditiva de graus moderado a profundo. surgiram as primeiras próteses auditivas portáteis de caixa.000 de crianças abaixo de 18 anos têm algum grau de deficiência auditiva. • Aproximadamente 1. das quais 796. • O Censo Demográfico de 2000 contou 5. Entre 46 e 64 anos. o aumento foi de 26%.344 com até 24 anos. Os dados são da National Health Interview Survey. • O aumento da poluição sonora nas últimas décadas também tem sido muito prejudicial. 4 horas 95db . • Em novembro de 1997 foi realizada a primeira Semana Nacional de Prevenção à Surdez. • Para medir o grau dos ruídos. É o TDD (Telecomunication Device for Deaf. os técnicos usam um aparelho chamado decibelímetro.8 horas 90db . • A maioria dos televisores possui o dispositivo chamado closed caption. O objetivo da campanha era educar e conscientizar a população para os problemas de deficiência auditiva.30 minutos 110db . foram instalados 1.15 minutos 115db . só havia 344 pessoas surdas nas universidades brasileiras.LIBRAS . A sigla em Língua Portuguesa é TTS (Terminal Telefônico para Surdos). • Estará comprometendo a audição quem ficar exposto a esse ruído pelo tempo descrito abaixo: 85db . • A exposição prolongada a ruídos superiores a 85 decibéis provoca perda gradativa da audição. É um sistema de comunicação telefônica digital onde os surdos.• No censo escolar de 2003.2 horas 100db . facilitando a integração da comunidade surda aos meios de comunicação.500 aparelhos TDD ou TTS em locais públicos em todo o Estado de São Paulo pela empresa de comunicação Telefônica. • Existe um telefone para surdos.7 minutos UNIMES VIRTUAL 94 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS .1 hora 105db . • Até dezembro de 2006. O closed caption é um sistema de legendas dos programas televisivos.Aparelho de telecomunicações para surdos). podem se comunicar com outras pessoas escrevendo suas mensagens num teclado e visualizando em um display as mensagens que lhe são enviadas. LIBRAS 95 .•Tabela de decibéis: Casa sossegada Murmúrio Música baixa Conversa em tom normal Televisão Restaurante Tráfego intenso Esquina movimentada Música em fone de ouvido no volume máximo Buzina Britadeira Show em estádio Grito de uma cacatua Avião a jato decolando Tiro 20db 30db 40db 60db 65db 70db 80db 93db 110db 110db 110db 120db 120db 130db 140db • Existe uma série de bonecas Barbie (americanas) que sinalizam “I love you”. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . Estudamos também que a língua de sinais não é formada só por gestos. Aprendemos também o alfabeto e os numerais em LIBRAS. As últimas aulas da unidade IV tiveram uma conotação lúdica e foram abordados os temas filmes e livros sobre o tema deficiência auditiva. formação de palavras. na LIBRAS não se usam artigos. Karin Lílian et al. A ordem das palavras numa frase também é alterada. Começamos a unidade. Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais. preposições e contrações.Unidade IV Nessa unidade abordamos os seguintes conteúdos: Introdução à LIBRAS. Na última aula. Como a formação das frases é a mesma. utilidade pública e até uma tabela de decibéis.LIBRAS . abordamos a formação de palavras e pudemos perceber que na LIBRAS a formação de frases é bem diferente da formação na Língua Portuguesa. Por exemplo. atores e gênero. se a pessoa estiver fazendo uma negativa. 1998. filmes e livros que abordam a deficiência auditiva e curiosidades. Nas aulas seguintes. Em relação aos livros.Resumo . a expressão do rosto será negativa e assim por diante. em relação a estimativas. Ou seja. explicando um pouco sobre a origem da LIBRAS que baseou-se na Língua de Sinais Francesa. você só entende o sentido ao olhar para a expressão facial da pessoa. Alguns filmes foram descritos a respeito da história. Referências Bibliográficas STROBEL. Curitiba: Secretaria de Estado de Educação. foram lidas algumas curiosidades sobre a deficiência auditiva. Vários deles concorreram ao Oscar e a diversas outras premiações. UNIMES VIRTUAL 96 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . foram classificados quanto ao gênero para facilitar o interesse. alfabeto manual de LIBRAS e os numerais. mas por expressão corporal e facial. O alfabeto foi criado pelo francês L´Épée. ). São Paulo: Ed. Vozes. O guia dos curiosos. Rosa G. São Paulo: Pioneira. Rio de Janeiro: Ed. História das idéias pedagógicas. Caminhos pedagógicos da Educação Especial. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque pedagógico. Ática. DUARTE. Roberta e MENEGHETTI. 2004. Como entender a nova LDB:lei nº 9. Marcelo. OLIVEIRA. A.LIBRAS 97 . Paulo Nathanael P. Rio de Janeiro: Ed.(orgs. GAIO. 1995. Teresa Maria M. 1997. 2002. B.394/96. São Paulo: Companhia das Letras. SOUZA. Moacir. BORGES. Criança em idade pré-escolar. Vozes. 1994. UNIMES VIRTUAL LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS . 2002. 6ed. Ática. São Paulo:Ed. K. 8ed.GADOTTI. Gislene de Campos.
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