Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 4, p. 735-744, out.-dez., 2011 ISSN 0103-9954 LEVANTAMENTO POPULACIONAL E ANÁLISE FAUNÍSTICA DE LEPIDOPTERA EM Eucalyptus spp. NO MUNICÍPIO DE PINHEIRO MACHADO, RS SURVEY POPULATION AND FAUNA ANALYSIS OF LEPIDOPTERA IN Eucalyptus spp. IN THE MUNICIPALITY OF PINHEIRO MACHADO, RS Oderlei Bernardi1 Mauro Silveira Garcia2 Eduardo José Ely e Silva3 Luiza Cristiane Fialho Zazycki4 Daniel Bernardi5 Élder Finkenauer6 RESUMO 735 O trabalho teve como objetivo coletar, identificar e caracterizar faunisticamente os lepidópteros associados a um plantio de Eucalyptus spp., no município de Pinheiro Machado, RS. No período de outubro de 2005 a outubro de 2007, a cada 15 dias, foram realizadas coletas de insetos com três armadilhas luminosas instaladas no interior do florestamento. Após procedimentos de triagem, transfixação e montagem os lepidópteros foram identificados comparando-os a coleções entomológicas e com uso de literatura especializada. Foram coletados 2.020 indivíduos, distribuídos em 14 famílias, 106 gêneros e 220 espécies. As famílias com maior número de espécies coletadas foram Noctuidae (59), Geometridae (30), Arctiidae (28) e Saturniidae (14). De acordo com a classificação faunística a maioria das espécies foi considerada não dominante, pouco frequente, rara e acidental. Dentre as espécies identificadas, foram observadas algumas, cujas lagartas são desfolhadoras do eucalipto; Oxydia agliata (Geometridae), Sarsina violascens (Lymantriidae), Automeris illustris, Eacles imperialis magnifica e Lonomia obliqua (Saturniidae), as quais necessitam ter suas populações monitoradas. Palavras-chave: eucalipto; lepidópteros; armadilha luminosa; entomologia florestal. ABSTRACT The objective of this research was to collect, to study and to characterize the fauna of lepidopterous associated with Eucalyptus spp., plantation in the Municipality of Pinheiro Machado, in RS state. In the period of October 2005 to October 2007, every 15 days, collections of insects were accomplished with three light traps. After selection and transfixion procedures, the lepidopterous were identified based on entomological collections and specialized literature. Two thousand and twenty individuals belonging to 14 families, 106 genera and 220 species were collected. The families with the highest number of species collected were: Noctuidae (59), Geometridae (30), Arctiidae (28) and Saturniidae (14). According to the fauna classification the most species were considered not dominant, uncommon, rare and accidental. Among the species identified, there were some whose larvae are defoliators of the eucalypts: Oxydia agliata, 1. Engenheiro Agrônomo, Doutorando em Entomologia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Av. Pádua Dias 11, Caixa Postal 9, CEP 13418-900, Piracicaba (SP).
[email protected] 2. Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor do Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS).
[email protected] 3. Engenheiro Agrônomo, Dr., Taxonomista, Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS).
[email protected] 4. Engenheira Agrônoma, Mestranda em Entomologia, Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS).
[email protected] 5. Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Entomologia, Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS).
[email protected] 6. Técnico Agrícola, Votorantim Celulose & Papel S/A, Unidade Extremo Sul, BR 116, Km 532, CEP 96160-000, Capão do Leão (RS).
[email protected] Recebido para publicação em 15/04/2010 e aceito em 4/11/2010 Ci. Fl., v. 21, n. 4, out.-dez., 2011 which needs to have their populations monitored. os plantios florestais reduzem a diversidade de vegetação e. As armadilhas foram instaladas a 2 m do solo. Eucalyptus grandis (9. em diversos plantios dessa cultura.53 ha. Entretanto.77 ha são florestados com espécies de eucalipto. (Geometridae). os quais salientam que o conhecimento da composição da fauna de insetos em plantações florestais é um dos componentes básicos de um programa de manejo integrado de pragas. os lepidópteros desfolhadores constituem o grupo de insetos de maior importância à eucaliptocultura nacional. após as formigas cortadeiras. os lepidópteros também são considerados importantes bioindicadores de qualidade ambiental por atuarem nos ecossistemas florestais desempenhando funções de desfolhadores.. durante uma noite. 379. por conter espécies que ocorrem em surto. et al. consequentemente. Keywords: eucalypt. No entanto. campo nativo e afloramentos rochosos). 1995).. no intervalo das 19h às 7h. identificados ou criados para posterior identificação (BERTI FILHO. é provável que paralelamente a expansão da eucaliptocultura aumente também os problemas entomológicos.. distantes entre si por aproximadamente 300 m. 2001). especialmente em cultivos florestais (TARRAGÓ et al.-dez. ou seja. por bateria de 12 volts. ZANUNCIO et al. levados ao laboratório. 21. Na porção inferior da armadilha. pois os insetos podem constituir importantes bioindicadores de qualidade ambiental. bem como servirem de banco de dados para analisar a sustentabilidade ambiental dos florestamentos durante os anos de cultivo. o Rio Grande do Sul tem sido alvo de uma série de investimentos florestais. foi fixado um saco plástico com capacidade de 50 litros. 4. presas ou hospedeiros. n.. Para a coleta dos lepidópteros fototrópicos positivos foram utilizadas três armadilhas luminosas de modelo Al Intral (FT15T12BL).56 ha) com aproximadamente 2 anos de idade.13 ha). forest entomology. sendo o restante. identificar e caracterizar faunisticamente a entomofauna de Lepidoptera associada a um plantio de Eucalyptus spp. estado do Rio Grande do Sul (31o33’51” S e 53o25’59” W). 1976). especialmente os que se referem ao cultivo de eucalipto. Isso é reforçado por Lindgren e Borden (1983). fazenda São Manoel. 1983). aqueles que habitualmente voam ao crepúsculo ou à noite (SILVEIRA NETO et al. INTRODUÇÃO Nos últimos anos. Eucalyptus dunnii (4. Fl. Eacles imperialis magnifica and Lonomia obliqua (Saturniidae). estudos da entomofauna de Lepidoptera associada a cultivos de interesse econômico. no município de Pinheiro Machado. Cabe ressaltar. 1975. light trap. lepidopterous. (170. 1981. contendo no seu interior tiras de papel e no fundo um frasco com algodão embebido em acetato de etila. Diante disso. Segundo Santos et al. por meio do recolhimento de ovos. O objetivo . Automeris illustris. pertencente à Empresa Votorantim Celulose & Papel S/A. 1991). objetivou-se coletar.31 ha).736 Bernardi. banhado/brejo. decompositores. out. localizada às margens da rodovia BR 293 a 7 km da cidade de Pinheiro Machado.76 ha ocupados por áreas de preservação permanente (mata nativa. VIANA E COSTA.77 ha) e diversos clones de Eucalyptus spp. O. RS. A área onde se realizou o estudo ocupa 631. MATERIAL E MÉTODOS As coletas foram realizadas no período de outubro de 2005 a outubro de 2007. v. (1982). larvas e adultos... dos quais 251. Neste sentido. em levantamentos populacionais de insetos é o uso de armadilhas luminosas que são instrumentos destinados à captura de insetos fototrópicos positivos. Alguns dos estudos de levantamento populacional de lepidópteros associados a cultivos florestais têm sido executados de uma forma sistemática. dinâmica populacional de plantas e à relação predador/presa de um ecossistema (SILVEIRA NETO et al. que os levantamentos entomofaunísticos Ci. Como em qualquer outra plantação homogênea. estando a sua diversidade relacionada à ciclagem de nutrientes. colocadas no interior do florestamento.. providas de luz negra e acionadas quinzenalmente. causando grande desfolha. com a utilização de armadilha luminosa. em área florestada com Eucalyptus saligna (67. Especificamente no Rio Grande do Sul.. Sarsina violascens (Lymantriidae). são pouco significativos. tornam o ambiente menos estável e com menor capacidade de absorver distúrbios (RISCH et al. 2011 são necessários à identificação das espécies com potencial de dano à cultura. um dos métodos mais utilizados. abundância. indicando que esses insetos podem aumentar suas populações em condições ambientais favoráveis e diminuir nas desfavoráveis. Arctiidae e Geometridae com 1. mediante comparação com coleções entomológicas e uso de bibliografia especializada (SEITZ... constância e de diversidade de Shannon-Weaner (H’). 737 distribuídos em 14 famílias e 220 espécies. perfazendo 88. constatou-se que a temperatura afetou diretamente a flutuação populacional de lepidópteros. Por meio do programa AnaFau (MORAES et al.. Departamento de Fitossanidade (DFs). As famílias Noctuidae. transfixação e identificação. RS. n. onde foram armazenados em freezer para posterior triagem. no município de Pinheiro Machado. perfazendo 72. no .196. respectivamente. 1982).. Após este período os insetos capturados foram transportados ao Laboratório de Biologia de Insetos (LBI). 2011 .. 1944) . sendo coletados 2. Eduardo José Ely e Silva DFs/FAEM/UFPel e pelo especialista Dr. 4. 2003) foram calculados os índices faunísticos de frequência. parece haver uma sincronização na emergência dos adultos em períodos pré-definidos. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Universidade Federal de Pelotas (UFPel).7 e 27. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período de estudo foram realizadas 48 coletas.-dez. Fl. 160 foram identificadas em nível de gênero e/ou espécie e 60 identificadas somente por família. abril e maio). outubro. novembro e dezembro) e nos meses que antecedem o inverno (março. in the Municipality of Pinheiro Machado. Também convém mencionar que a maioria das espécies coletadas possui vários ciclos de desenvolvimento no decorrer de um ano. Dos fatores ambientais temperatura e precipitação. especialmente após um período de temperatura elevada que incluem os meses de primavera e verão (setembro. respectivamente.77% FIGURA 1: Flutuação populacional de lepidópteros coletados com armadilhas luminosas em um plantio de Eucalyptus spp. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM). Ci. foi diminuir os danos morfológicos aos exemplares capturados (FERREIRA e MARTINS.3% do total de indivíduos coletados. FIGURE 1: Population fluctuation of lepidopterous collected with light traps in a plantation of Eucalyptus spp. no período de outubro de 2005 a outubro de 2007. dominância. (Figura 1). in the period of October 2005 to October 2007. apresentaram o maior número de indivíduos coletados.Levantamento populacional e análise faunística de lepidoptera em Eucalyptus spp. Sinval Silveira Neto. no entanto. juntamente com o acetato. out. Das espécies coletadas. v. das tiras de papel. tendo essas condições influência na emergência dos insetos.. RS. 21. 385 e 212 exemplares.020 indivíduos. A identificação foi realizada pelo taxonomista Dr.. no período de outubro de 2005 a outubro de 2007. em Alagoinhas-BA (SANTOS et al.. nesse caso principalmente as espécies pragas. isso pode ocorrer porque a estrutura da vegetação original determina a distribuição espacial e a disponibilidade de recursos para os herbívoros.-dez. out. Isso pode ser realizado com o uso de armadilhas luminosas. Em Saturniidae foram coletadas as espécies Automeris illustris e Eacles imperialis magnifica.21 1. pois essas podem estar ocorrendo em baixo número devido à limitação de condições ambientais favoráveis ou pela competição com as espécies predominantes. A predominância de determinadas famílias pode estar associada à disponibilidade de alimento que favorece o estabelecimento e desenvolvimento dos insetos na área em estudo.. as espécies que utilizam o eucalipto como alimento.10 10. et al. futuramente. (1986). No entanto. frente à grande quantidade e diversidade de lepidópteros coletados convém ressaltar que as armadilhas luminosas são excelentes ferramentas para coleta e monitoramento de espécies de Lepidoptera em plantios florestais. in the period of October 2005 to October 2007. As pragas da eucaliptocultura coletadas. No Brasil. mais especificamente no período de setembro a abril. v..54 1. TABLE 1: Number of individuals for Lepidoptera family collected with light traps in plantation of Eucalyptus spp. 1999). Família Aididae Apatelodidae Arctiidae Cossidae Geometridae Lasiocampidae Limacodidae Lymatriidae Megalopygidae Mimallonidae Noctuidae Notodontidae Saturniidae Sphingidae Total Número de insetos 2005 2006 1 38 3 3 1 1 36 1 9 92 10 268 2 119 5 5 1 1 818 6 50 38 1324 2007 1 1 79 90 3 22 3 1 342 30 23 9 604 Total 1 12 385 2 212 11 27 4 2 2 1196 36 74 56 % 0. com as modificações ambientais decorrentes da expansão da eucaliptocultura na região esses insetos. quando foram verificados os picos populacionais. Dentre os Geometridae ocorreu a espécie Oxydia agliata que foi relatada desfolhando uma área de 250 ha de Eucalyptus cloeziana. necessitam ser monitoradas. Em função disso. O monitoramento se faz necessário.06 0. Silva (1949) refere-se a este inseto em ataque a 50. mesmo sendo consideradas espécies raras. RS.. em Teresópolis-RJ. No entanto. Diante disso.59 19.50 0. Sarcina violacens (Lymantriidae) é aquela que merece maior atenção pelo elevado potencial de dano em virtude de sua voracidade. 1993). bem como.000 árvores de Eucalyptus tereticornis. foi encontrada causando desfolha de eucalipto em Minas Gerais.77 2020 100.78 3. 2011 . fato que configura uma alteração no equilíbrio populacional anteriormente existente entre as diferentes espécies de insetos que habitavam aquele ambiente.. Fl.10 59.. O. sazonalidade e dinâmica populacional ao longo do tempo (MORALES et al. especialmente nos períodos do ano de temperatura mais elevada.20 0.66 2. RS. 1993). in the Municipality of Pinheiro Machado. Entretanto.738 Bernardi.00 Ci. Eacles imperialis magnifica ocorreu em surto no município de Linhares-ES. 4. Em algumas famílias constatou-se a ocorrência de espécies desfolhadoras da cultura do eucalipto (Tabela 2). podem causar danos a esse ecossistema. no município de Pinheiro Machado. existe a necessidade de monitoramento da população das espécies pragas do eucalipto na região.05 0. 21. Segundo Schowalter et al.. pois estudos de levantamento populacional demonstram apenas a abundância das diferentes espécies em determinado ambiente ou ecossistema e geram poucas informações a respeito do ciclo. causando desfolha em cerca de 100 ha de Eucalyptus grandis (ZANUNCIO et al. do total de insetos (Tabela 1).34 0. Automeris illustris TABELA 1: Número de indivíduos por família de Lepidoptera coletados com armadilhas luminosas em plantio de Eucalyptus spp. 1991). sendo considerada praga do eucalipto no Rio Grande do Sul (ZANUNCIO et al.. essas podem ter sido mais atraídas pelas armadilhas luminosas do que outras espécies de Lepidoptera. podem ter seu desenvolvimento favorecido e aumentar suas populações. n.10 0. 28 nd r pf z Hymenomima amberia (Schaus. 1914) 1 0.22 d ma mf w Paracles fusca (Walker. 1912) Cossidae 2 0. 4.61 d c f w Eurota herricki Butter. 21. 1855) 7 0. (Walker.06 nd r pf z Hypercompe detecta (Obterthür. 1905 2 0.22 nd r pf z Acrotomodes sp.. TABLE 2: Faunistic analysis of lepidopterous collected with ligth traps in a plantation of Eucalyptus spp.22 nd r pf w Pelochyta cinerea (Walker.. Famílias/Espécies Indiv. % D1 A F C Aididae 1 0. 739 TABELA 2: Análise faunística de lepidópteros coletados com armadilhas luminosas em plantio de Eucalyptus spp. 1891) 26 1.39 d c f w Melesa castrina Schaus.1855) 39 2. 2 1 0.11 nd r pf z Acrotomodes sp. in the Municipality of Pinheiro Machado. 1929 1 0. v.06 nd r pf z Olceclostera truncata (Walter.06 nd r pf z Epimecis marcida (Warren.10 d ma mf w Agylla argentifera (Walker. RS. 1910 14 0. no período de outubro de 2005 a outubro de 2007. Ci.-dez. no município de Pinheiro Machado.08 d ma mf w Paracles cajetani (Rothschild. 1912) 2 0. 1866) 34 1. 1 0.06 nd r pf z Apatelodaes corema Schaus.. 1855) 3 0. 1880) 2 0.. 1855) 3 0.22 nd r pf z Apatelodes zikani Draudt. 1896) 3 0. 1909 56 3.22 nd r pf w Paracles uniformis (Jones. 1905 3 0.88 d ma mf w Biturix rectilinea (Burmeister.17 nd r pf z Paracles variegata (Schaus.44 d ma mf y Paracles azollae (Berg. Fl. in the period of October 2005 to October 2007.16 d ma mf w Philoros affinis (Rothschild..06 nd r pf z Acrotomodes sporadata Warren. out.17 nd r pf z Lophocampa dinora (Schaus.11 nd r pf z Ephoria marginalis (Walker. RS. 1854) 11 0. 1 2 0.11 nd r pf z Hypidalia enervis (Schaus.17 nd r pf z Hypercompe kinkelini (Burmeister.17 nd r pf z Opharus rema (Dognin.11 nd r pf z Bryoptera sp. 1906) 5 0.11 nd r pf z Hypercompe sp. 2011 . 4 0. 1876 1 0. 1894) 6 0. 1831) 5 0.33 d d pf z Idalus agastus Dyar. no . 1856) 4 0.77 d a mf y Leucanopsis leucanina (Felder & Rogenhofer..06 nd r pf z Dysschema centenaria (Burmeister.28 nd r pf w Eurota helena (Herrich-Schäffer. 1855) Arctiidae 1 0..17 nd r pf y Lophocampa texta (Herrich-Shäffer. 1878) 4 0. 1816 Apatelodidae 2 0. 1856) 1 0.06 nd r pf z Xernarchus osorius Herrich-Schäffer. 1877) 128 7. 1878) 1 0. 1897 4 0.Levantamento populacional e análise faunística de lepidoptera em Eucalyptus spp.11 nd r pf z Paracles paula (Schaus. 1904) 4 0.22 nd r pf y Dysschema hilarina (Weyner.22 nd r pf y Apatelodes sp.06 nd r pf z Dysschema sacrigisa (Hübner. Geometridae 4 0. n.06 nd r pf z Agoraea semivitrea Rotschild. 1901) Continua .. 1910) 22 1. 1874) 3 0.11 nd r pf z Givira sp. 1881) 2 0. Ci.06 0.17 0.50 0. O..11 0.. 1858) Pero refellaria (Guenée. 1903) Agrotis bosqui (Khöler. 1831 Acontia morides Schaus.22 0.06 0. 1852) Acontia ardoris Hübner.11 0.22 0. 2 Pero sp. 1856) Megalopygidae Norape albilineata Hopp. 1918) Lissochlora nortia (Druce. Famílias/Espécies Iridopis lurida (Schaus. 1901) Lasiocampidae Artace cribaria (Ljungh.17 0.11 0. 1892) Lomographa nubimargo Warren.. 1775) Microsema gladiaria (Guenée..17 0.11 0. 1 2 2 2 10 3 2 3 1 8 9 1 3 3 1 1 1 4 2 1 3 1 4 4 2 1 3 1 3 1 3 1 2 1 4 1 1 2 5 3 3 13 % 0. n.72 D1 nd nd nd nd d nd nd nd nd d d nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd d A r r r r c r r r r c c r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r c F pf pf pf pf f pf pf pf pf f f pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf f C z z z z w z z z z z w z z z z z z y z z z z z y z z z z z z z z z z z z z z w y z w Continua .06 0..06 0. 1852 Indiv.740 Bernardi. 1894 Agrotis bachystria (Hampson...06 0. 1858) Phrygionis modesta Warren. 1912 Lymantriidae Sarcina violascens (Herrich-Schäffer. 21. 1897 Physocleora philaria (Guenée. Tolype ventriosa Draudt. 1897 Oxydia peosinata Guenée. out. 1 Pero sp.. Fl.06 0.06 0.17 0.-dez.11 0. TABLE 2: Continued . 1882) Mimallonidae Vanenga mera (Dognin. 1858 Synchlora frondaria Guenée.55 0.22 0. 1858) Pero sp. 1825) Euglyphis deusta (Herrich-Schäffer. 1858) Prochoerodes tetragonata Guenée. 2011 . 1858) Microsema subcarnea (Warren. 1892 Euglyphis lignosa (Walker. 1895) Oospila pallidaria Schaus.44 0. 1898 Oxydia agliata Guenée.17 0.28 0.06 0.06 0. 1854) Euglyphis lacrimosa Schaus. 1904 Physocleora fusca Warren.06 0.17 0.11 0.06 0.17 0. 3 Pherotesia condensaria (Guenée.06 0.22 0. et al. v.06 0. 1858 Oxydia chalybeata Warren.17 0. 1905 Perola chica Jones. TABELA 2: Continuação . 4. 1927 Podalia walkeri (Berg. 1858 Pero gonopteraria (Guenée. 1858 Sabulodes exhonorata Guenée.17 0.06 0.11 0. 1858) Pero hoedularia (Guenée. 1927 Limacodidae Perola petropolis Dyar.17 0.1855) Euglyphis sp.06 0. 1924) Noctuidae Achaea ablunaris (Guenée.11 0. 1897 Macaria regulata (Fabricius. 1945) Agrotis gypaetina Guenée. 1857 Tachypyle oliva (Schaus. TABELA 2: Continuação .94 6. out.. 4. 1 56 32 1 1 19 1 3 2 8 1 2 9 17 1 1 3 1 2 2 22 17 120 2 23 4 13 13 4 5 58 42 10 12 19 5 1 2 4 241 2 4 5 2 14 143 15 57 % 0.06 0. 1852) Mocis latipes (Guenée.77 0. Ci.11 1. 1777) Herminodes carbonelli Biezanko.05 0.22 0. 1858) Cucullia argyrina (Guenée.55 0. 1852) Anicla infecta (Ochsenheimer.06 1. 1852) Elaphria villicosta (Walker. 1955) Rachiplusia nu (Guenée. 1882) Basigara repanda (Fabricius. 1831) Melipotis perpendicularis (Guenée. 1904 Lasiestra consectatrix Draudt. v. 1882) Autographa bomaeriensis (Berg. 1766) Agrotis malefida Guenée. 1816 Anticarsia gemmatalis Hübner.10 1. n. 1924 Leucania humidicola Guenée. 1894) Pseudaletia sequax Franclemont...83 3. 1894) Faronta albilinea (Hübner. 1852 Leucania jaliscana Schaus. 1794) Amphipyra problematica Draudt.94 0.11 0.11 1. 1858) 741 Indiv.06 0.11 0.11 0.32 0. 21. 1793) Bryolymnia bicon (Druce. Fl. 1808) Pseudaletia adultera (Schaus. 1758) Aucula hilzingeri (Berg.15 D1 nd d d nd nd d nd nd nd d nd nd d d nd nd nd nd nd nd d d d nd d nd d d nd nd d d d d d nd nd nd d d nd nd nd nd d d d d A r ma ma r r ma r r r c r r c ma r r r r r r ma ma ma r ma r c c r r ma ma c c ma r r r ma ma r r r r c ma c ma F pf mf mf pf pf mf pf pf pf f pf pf f mf pf pf pf pf pf pf mf mf mf pf mf pf f f pf pf mf mf f f mf pf pf pf mf mf pf pf pf pf f mf f mf C z w w z z w z y z w z z w w z z y z z z w z w z w y w w y y w w w y w y z z w w z y w z w w w w Continua . 1905) Leucania rivorum Guenée.11 0. TABLE 2: Continued .44 0.32 0. no . Famílias/Espécies Agrotis ipsilon (Hufnagel. 1852) Spodoptera cosmioides (Walker.66 1.. 1852) Cucullia heinrichi Köhler.22 0.90 0.22 13. 1852 Orthodes infirma Guenée. 1905) Elaphria mucicolora (Gueneé. 1858) Eriopyga approximans Jones.05 0. 1959 Herminodes lignea Schaus. 1852) Condica vacilans (Walker.28 0.17 0.Levantamento populacional e análise faunística de lepidoptera em Eucalyptus spp..28 0.72 0.06 0. 1852 Peridroma saucia (Hübner. 1955 Ophisma tropicalis Guenée.11 0. 2011 .27 0.72 0.50 0. 1852) Chabuata rhodomelania (Kholer.21 2..17 0..06 0. 1816) Anomis erosa Hübner. 1850) Heliothis virescens (Fabricius.77 7. 1952 Dargida meridionalis (Hampson. 1852 Agrotis subterranea (Fabricius.06 0.63 0.11 0. 1889) Chabuata major (Guenée. 1908 Eriopyga niveipuncta (Schaus.28 3.. 1952 Pseudoleucania tendiliense (Köhler. 1818 Ascalapha odorata (Linnaeus. 1857) Melipotis fasciolaris (Hübner.-dez.22 0.. 1924 Anicla ignicans (Guenée. 1959) Condica sutor (Gueneé. 1852 Macapta lurida (Schaus.22 0. 1898) Magusa orbifera (Walker. 1898 Leucania microsthica (Hampson.06 0. 1852) Ochropleura cirphisioides Köhler.. 1821) Helicoverpa zea (Boddie.06 0.06 3. -dez.ma: muito abundante. Anicla infecta.mf: muito frequente. 1906 Automeris illustris (Walker.11 0. 1758) Manduca armantipes (Rothschid & Jordan.50 100. Faronta albilinea.22 0. Agrotis malefida.06 0. 1908 Tecmessa annulipes Berg. 1790) Eumorpha sp. Paracles cajetani.17 0.. out. Fl. 1916) Manduca florestan (Stoll. TABELA 2: Continuação . y: acessória.32 0. Smith.17 0. De acordo com os dados contidos na Tabela 2 foram consideradas espécies predominantes por obterem os índices máximos de classificação faunística.. 1898 Citheronia brissoti (Boisduval. 1771) Total Indiv. F = Frequência .06 0. Pseudoleucania tendiliense. A = Abundância . verificou-se que das 160 espécies coletadas. Famílias/Espécies Spodoptera eridania (Stoll. 2011 humidicola. 1782) Manduca sexta paphus (Cramer. 4.17 0.E. f: frequente. Ochropleura cirphisioides. 1868) Coloradia sp.39 3.06 0.742 Bernardi. muito abundante. 1906 Misogada bleura Schaus. 1915 Rhuda labella Dyar.28 0.49 0. C = Constância . TABLE 2: Continued .06 0.d: dominante.06 1. 1855) Automeris naranja Schaus. 1903 Zale pachystrigata Hampson. 1913 Notodontidae Eustema rapana Jones. d: dispersa. Agrotis subterranea. Leucania Ci. Macapta lurida.11 0. et al. 1908 Marthula castrensis Schaus.06 0.11 0. 1855 Sphingidae Adhemarius gannascus (Stoll. 1878 Saturniidae Arsenura biundulata Schaus. 1885) Hyperchiria incisa Walker. Eriopyga approximans. Spodoptera cosmioides. 1855 Lonomia sp.61 0.00 0. 1908 Hippia pronax Dognin. 1905) Periga circunstans Walker.22 1. Leucania jabiscana. v..33 0. r: rara.. A maior quantidade de . Eumorpha vitis (Linnaeus.w: constante. c: comum. Otherene purpurascens (Schaus.39 0. pf: pouco frequente. 1797) Spodoptera marima (Schaus. Chabuata major. Eustema rapana (Notodontidae) e Manduca sexta paphus (Sphingidae).33 0. Tripseuxoa strigata (Noctuidae). 1782) Spodoptera frugiperda (J. 1855 Lonomia obliqua Walker.06 0. Quanto à dominância.77 0.00 D1 d d d d nd d nd nd nd nd nd d d nd nd nd nd nd d nd nd nd nd d nd nd nd nd d d d - A c c c ma r ma r r r r r c r r r r r r ma r r r r c r r r r c ma c - F f f f mf pf mf pf pf pf pf pf f pf pf pf pf pf pf mf pf pf pf pf f pf pf pf pf f mf f - C z z w w y w z y z z z z z z w z w z y z z z z z w z z z z w w - Em que: D = Dominância .44 1. perfazendo 68. como dominante.28 0. muito frequente e constante. 1Dominância: Método de Laroca e Mielke. Biturix rectilinea. nd: não dominante. 1904) Tripseuxoa strigata Hampson. 1779) Xylophanes tersa (Linnaeus. 21. n.89% do total de insetos identificados por gênero e/ou espécie. O. Philoros affinis (Arctiidae). 7 6 7 60 4 27 1 4 1 1 2 11 6 1 5 3 5 1 18 2 3 3 2 14 5 1 1 1 8 31 9 1809 % 0. 1855 Eudyaria zeta (Berg. as espécies Agylla argentifera. z: acidental.06 0. 1906) Eacles imperialis magnifica Walker. Dirphia baroma (Schaus.71 0..28 0. Elaphria mucicolora. Paracles fusca. 49 foram consideradas dominantes (Tabela 2).. n. De acordo com Silveira Neto et al. Vacaria. Neotropical Entomology. pouco frequentes. De acordo com Krebs (1972). A maioria dos lepidópteros identificados em nível de gênero e espécie./fev. em comunidades florestais. out.. Eacles imperialis magnifica e Lonomia obliqua. Tal fato relacionase a uma característica da área estudada. enquanto as espécies classificadas como muito abundantes. bem como esses não apresentam constância de coleta. constantes e dominantes indicam o estabelecimento dessas espécies dentro das comunidades.. 4. à eucaliptocultura (BERNARDI et al. 21.. algumas espécies ou grupos restritos de insetos podem ser favorecidos e a grande maioria das espécies desfavorecidas. Em relação à classificação de abundância. A ocorrência de lepidópteros-praga justifica a implementação de um programa de monitoramento desses insetos em florestamentos de eucalipto do Sul do Rio Grande do Sul. podendo explicar o surgimento de lepidópteros-praga. pois com a uniformização da vegetação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDI. e sua categorização é feita através da frequência. O. em estudo similar. insetos dominantes têm a capacidade de modificar um impacto recebido do ambiente em benefício próprio. (1976). onde os insetos dominantes podem aumentar sua população devido. no Estado do Rio Grande do Sul. Os lepidópteros desfolhadores do eucalipto associados ao florestamento estudado são Oxydia agliata. tendo às comunidades a característica marcante de conter grande número de espécies raras. Segundo Clemente (1995). et al.. jan. à oferta de alimento. Ocorrência de Euetheola humilis (Burmeister) (Coleoptera: Scarabaeidae) em Eucalyptus saligna Smith (Myrtaceae). segundo a classificação faunística. CONCLUSÕES O florestamento de eucalipto estudado apresenta elevada diversidade de espécies de Lepidoptera. a qual possui muitas espécies com pequena quantidade de indivíduos. após o conhecimento da fauna e do uso de análise faunística é possível se avaliar o impacto ambiental dos cultivos florestais por meio do estudo de espécies de insetos consideradas bioindicadoras de qualidade ambiental. uma alta percentagem de espécies acidentais. mesmo não apresentando grande importância econômica para a eucaliptocultura. De acordo com Silveira Neto et al. Automeris illustris. A grande quantidade de espécies acidentais associadas ao elevado índice de diversidade (H’=3. mostram um ambiente equilibrado onde a competição interespecífica e intraespecífica podem determinar o comportamento das espécies. 2008). exprimem à alta diversidade de um sistema que evolui em ambiente de sucessão ecológica.. 74 espécies foram categorizadas como acidentais. as espécies raras. são categorizados como não dominantes. Sarsina violascens.-dez.Levantamento populacional e análise faunística de lepidoptera em Eucalyptus spp. as espécies predominantes. o índice de diversidade pode tomar valores maiores dos verificados no presente estudo. v. a coleta e monitoramento de lepidópteros-praga com armadilhas luminosas devem ser realizados nas épocas mais quentes do ano. (1995). ou nenhuma importância. Acredita-se que os valores tendem a baixar. são muito importantes por apresentarem elevada influência sobre a diversidade dos ecossistemas. Ainda convém mencionar que esse índice. pois o índice de dominância leva em consideração o número de insetos coletados. n. podendo ocasionar o aparecimento ou desaparecimento de outros organismos. caso a fragmentação dos cultivos com áreas de preservação permanente como mata nativa e campos sejam assegurados.891). 2008. Ci. o que contribuiu para que menos espécies sejam categorizadas como dominantes. Adicionalmente. espécies não dominantes deve-se ao fato de que algumas ocorreram em número excessivo. no entanto. pode ser utilizado como comparativo para avaliação dos possíveis impactos da eucaliptocultura sobre a entomofauna de lepidópteros da região. indica uma resistência do meio à proliferação destas espécies. especialmente. esse número pode diminuir quando se despende maior esforço amostral. Com relação à constância. 37. 1. Diante disso. no . No entanto. são importantes indicadores de qualidade ambiental. v. por mostrarem a heterogeneidade da fauna de insetos na região e 743 representarem fontes de alimento para inimigos naturais. especialmente parasitóides e predadores dos lepidópteros-praga do eucalipto. Cabe ressaltar que com a expansão dos florestamentos o índice de diversidade pode sofrer alterações. antes de pouca. Fl. raros e acidentais. Isso pode futuramente ocorrer nas áreas de cultivo de eucalipto da região. Porém mesmo sendo consideradas raras. 2011 . 74 espécies foram categorizadas como raras. 12-66. desfolhadora de eucalipto. Canadian Journal of Forest Research. n. São Pedro. Abteilung II . J. SILVEIRA NETO.. 1121-7.Região de Belo Oriente. G. S. 2. Alfred Kernen. Índices populacionais de besouros Scolytidae em reflorestamento de Eucalyptus grandis W. 538-543. Ci. p. 2001. et al. M. 21. J. p. G. p. Dissertação. p. W. Nova praga contra o eucalipto. v. C. 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