lesión tobillo 2013

March 25, 2018 | Author: Nelly Romero | Category: Anatomical Terms Of Motion, Musculoskeletal System, Science, Science (General), Nature


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1Intervenção fisioterapêutica com o uso do método Maitland na reabilitação funcional de entorse de tornozelo: revisão bibliográfica Wilgria Mércia Palheta de Sousa1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia2 Pós-graduação em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila Resumo A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas agudas, sendo frequentemente encontradas na população ativa. O presente estudo tem por objetivo geral verificar e analisar a eficácia do método de Maitland na reabilitação funcional de entorse de tornozelo como intervenção fisioterapêutica, considerando os três graus segundo classificação pela gravidade da lesão e, por objetivos específicos, realizar uma revisão anatomofisiológica e biomecânica da articulação do tornozelo, descrever sobre a lesão, conceito de Maitland e tratamento. A metodologia do estudo consistiu-se em pesquisa fundamentada em livros, periódicos, revistas científicas, monografias e bancos de dados da área da saúde da internet, tais como: Medline, Pubmed, Lilacs, Cochrane e Scielo dos anos de 1993 a 2012. Discussões: No método de Maitland verificou-se que nos graus I e II promovem analgesia através da estimulação dos proprioceptores mecanossensíveis e para o aumento da mobilidade nessa região as mobilizações devem ser executadas e mantidas próximo ao limite articular disponível através do grau III e IV o qual prioriza alongar tecidos conjuntivos restritos. Concluí-se que após a análise dos estudos pesquisados, que dentre os vários recursos fisioterapêuticos disponíveis para minimizar a dor e restaurar a função do segmento articular envolvido, as mobilizações baseadas no método Maitland tem mostrado sua eficácia nos três graus de lesão do tornozelo reabilitando o paciente para as atividades da vida diária. Palavras-chave: Entorse de tornozelo; Fisioterapia, Método de Maitland. 1. Introdução A entorse de tornozelo é uma das lesões mais comuns que afetam o corpo. (WILLEMS et al 2005). De acordo com Whitmana et al (2004) em um ano, por cada mil pessoas, ocorrem sete entorses do tornozelo e segundo Zampieri; Almeida (2003), dentre todas as lesões do sistema músculo-esquelético, de 10 a 30% se localizam no tornozelo e, destas, 45% são caracterizadas como entorses. Cerca de 40% dos indivíduos que sofrem esse trauma passam a apresentar instabilidade articular. Existe uma série de alterações na posição e estado normal da estrutura óssea e ligamentar do tornozelo e pé, que ocorrem como resultado de uma entorse em inversão: 1- o calcâneo se abaixa; se anterioriza e traz sua face inferior para dentro; báscula para fora realizando uma 1 Pós-graduando em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Bioética e Direito em Saúde. 2 Cinco ossos társios e 14 falangianos perfazem a estrutura do antepé. 2. cita que a função biomecânica eficiente do pé durante o ciclo da marcha depende de sua capacidade de agir como um adaptador. conversor de torque e braço rígido. abrindo a pinça bimaleolar. . Fundamentação teórica 2. Os três ossos cuneiformes estão localizados dentro do mediopé. O objetivo desse estudo foi analisar a intervenção fisioterapêutica com o uso do método de Maitland na reabilitação funcional de entorse de tornozelo. 4 .2 rotação externa . 294.calcâneo varo. 2004). Já James (pg. que tem como finalidade impulsionar o corpo. Para Hamill e Kathleen (1999). 30 articulações sinoviais. os ligamentos de apoio e os sutis movimentos acessórios ao nível da superfície articular são determinantes no comportamento biomecânico normal. promovendo a melhora da função e melhorando a amplitude de movimento da articulação. Anatomo-fisiologia e Biomecânica do tornozelo Andrews (2000). a subtalar e a mediotársica. (GUBIANI. A maior parte do movimento do pé ocorre em três articulações sinoviais: a talocrural.o tálus favorecido pelas posições acima desliza para frente e para medial.1. 2 . o pé e o tornozelo são estruturas anatômicas muito complexas que consistem de 26 ossos irregularmente moldados. a orientação do seu eixo. o tornozelo e o pé são constituídos por 26 ossos. A atividade biomecânica normal da marcha pode ser explicada pela concentração das três grandes articulações: Talocrural. absorvedor de choque. o que aumenta a diástase tibiofibular e estira ao máximo o calcaneofibular – tálus ântero-medial. com o talo apoiado sobre a parte superior do calcâneo.o cubóide segue o movimento do calcâneo e o transmite ao navicular que se move para o interior em rotação interna e o cubóide. As mobilizações articulares podem ser utilizadas para solucionar ou prevenir desarranjos estruturais. 5. cita que a perna. O retropé contém a articulação subtalar. desequilíbrios e compensações ascendentes buscando realinhar as estruturas ósseas favorecendo a biomecânica normal do corpo. Subtalar e Transtarsal. ano 2001).o tálus e a fíbula em anterioridade levam a tíbia em anterioridade e favorecem a uma compressão articular da tibiotársica e subtalar. O formato da articulação. mais de 100 ligamentos e 30 músculos agindo no segmento.a fíbula desliza para baixo e em anterior sob a tensão do ligamento calcaneofibular e roda externamente. em rotação externa. O mediopé se constitui pelo navicular e cubóide. quando articulados com o talo e o calcâneo para formar a articulação tarsica transversa. O retropé e o mediopé são constituídos pelos ossos do tarso. Todas essas articulações precisam interagir harmoniosamente e combinadas entre si para obter um movimento cadenciado. mediopé e antepé. O pé possui três componentes: retropé. 3 . Vista Medial das Estruturas Articulares do Tornozelo Fonte: NETTER. 2ed. Frank H. Figura 02 .. Frank H.Vista Lateral das Estruturas Articulares do Tornozelo . Porto Alegre: Artmed.. 2000. Figura 01 .3 Fonte: NETTER. Porto Alegre: Artmed. Atlas de Anatomia Humana. Atlas de Anatomia Humana. 2000. 2ed. Segundo Lynn (2000).4 2. Durante a flexão plantar do tornozelo. A amplitude de movimento disponível é definida efetivamente como sendo de aproximadamente 20° de dorsiflexão e 50° de flexão plantar. enquanto o maléolo lateral roda medialmente para causar uma aproximação dos dois maléolos. A hipomobilidade dessa articulação pode restringir a função do tornozelo. a inversão e a eversão são componentes irrelevantes do movimento. a direção do deslizamento talar é posterior. A articulação recebe medialmente o apoio ligamentar do ligamento deltóide. Na flexão plantar. A flexão plantar e a dorsiflexão no plano sagital constituem os movimentos primários da articulação e estão acopladas com adução e abdução. São poucos os movimentos desta articulação. na qual o talo desliza posteriormente e penetra como uma cunha dentro do encaixe. afirma que a articulação tibiofibular proporciona o movimento acessório.1. especialmente na dorsiflexão. Já Lynn (2000). Articulação Talocrural A articulação talocrural é do tipo sinovial. cita que a localização do maléolo lateral em relação ao maléolo medial fica distal e posteriormente.2. Com a dorsiflexão. esta articulação é responsável pelos movimentos anteroposterior (dorsiflexão . a articulação talocrural destina-se à estabilidade. e Elisabeth L(2000). Pelo contrario. relata que quando o pé realiza a flexão plantar. Articulação Tibiofibular Andrews (2000). fazendo com que o eixo de movimento para a articulação do tornozelo se desloque de um plano postero-lateral inferior para outro antero-medial superior. os pequenos movimentos da articulação tibiofibular superior são produzidos pela dorsiflexão e flexão plantar na articulação tibiofibular inferior. e dos ligamentos talofibular anterior.flexão plantar) que ocorre no tornozelo. Esta mesma ação permite o movimento de se mover para cima e para baixo da fíbula durante a dorsiflexão e a flexão plantar. quando o pé realiza a dorsiflexão. Como o eixo é quase paralelo ao plano transverso. os movimentos acessórios opostos tornam possível uma ligeira separação dos maléolos e acomodam a porção mais larga do talo anterior. 2. a fíbula desliza inferiormente nas articulações tibiofibulares superior e inferior. O movimento acessório da articulação tibiofibular acorre também com supinação e pronação. o corpo do talo desliza anteriormente. com um encaixe e ligamentos colaterais de apoio estruturalmente vigorosos.1. A estabilidade máxima ao estresses angulares e de torção ocorre na posição de coaptação fechada de dorsiflexão máxima. A orientação obliqua torna possível o movimento em três planos. Joseph Hamill e Kathleen (1999). Andrews (2000).1. Segundo Laura K. calcâneofibular e talofibular posterior recebe apoio ligamentar lateralmente. . mas eles permitem uma pequena quantidade de “disseminação” no nível da articulação do tornozelo durante a dorsiflexão. afirmam que a articulação talocrural é uma articulação em dobradiça uniaxial formada pela tíbia e fíbula e pela tíbia e talos. Um pequeno grau de movimento acessório fisiológico talocrural também acompanha a flexão plantar e dorsiflexão. cita que a articulação tibiofibular é uma articulação do tipo fibroso ou sindesmose. permitindo maior liberdade de movimento no tornozelo. Andrews (2000). A articulação é elaborada para estabilidade mais do que para mobilidade. Segundo Lynn (2000). porém a articulação subtalar opera como uma cadeia cinética fechada. talocalcâneana interosseo e talocalcâneanos posterior e lateral. adução e inversão funcionalmente. Articulação Subtalar Andrews (2000). Já Gould (1993). que é determinado pela posição da articulação subtalar. Assim no movimento de cadeia fechada. o que resulta nas patologias relacionadas a posturas secundarias a uma absorção precária das forças de reação do solo. existe um grau de inversão ou de eversão para cada grau de rotação tibial interna ou externa. permitindo apenas os movimentos no plano frontal de inversão e eversão.3. Inversamente a supinação consiste de flexão plantar calcâneana.4. a abdução e a eversão. Gould (1993). a flexão plantar e adução e dorsiflexão e abdução são acoplados igualmente. Por causa desse eixo de orientação. os . A supinação é o movimento triplano inverso com inversão tornozelo.Os altos ângulos de inclinação do eixo da articulação subtalar causam uma redução relativa no movimento calcâneano de inversão/ eversão e um maior movimento de rotação tibial. Articulação Médiotársica Andrews (2000). a função primordial da articulação subtalar é absorver a rotação do membro inferior no apoio. ao passo que os eixos obliquam é paralelo ao plano frontal. a pronação da articulação subtalar consiste em flexão e adução plantar e eversão calcâneana. O talo funciona mantendo as posições nos planos transverso e sagital de supinação e pronação. Os componentes de pronação do movimento são a dorsiflexão calcâneana. relata que os movimentos da articulação subtalar são a pronação e a supinação. a articulação torna possíveis os movimentos triplanares de pronação e supinação.1. afirma que a articulação talocalcâneana torna possível o movimento em três planos de pronação e supinação. tornando possível o movimento nos planos sagital e transverso.1. Uma vez que a articulação subtalar é angulada em aproximadamente 45° do plano transverso. É sustentadas pelos ligamentos colateral medial e lateral. medial e distal para plantar. 2. Elas obtêm seu apoio ligamentar dos ligamentos calcâneo-cubóide. Os dois eixos da articulação mediotársica são longitudinais e oblíquos. abdução e dorsiflexão. A articulação mediotársica possui dois eixos separados funcionalmente esses dois eixos funcionam juntos resultando no movimento em três planos. adução e flexão plantar. refere que o ponto de vista clinico.Os movimentos acessórios fisiológicos da articulação subtalar ocorrem no plano frontal. O eixo articular passa de dorsal. Quando a articulação subtalar é pronada. Outra função é a absorção de choque. citado por Joseph Hamill e Kathleen. A pronação pode ser definida como o movimento triplano que consiste no movimento simultâneo do calcâneo e do pé em direção a eversão tornozelo. cita que a articulação mediotársica consiste das articulações talonavicular e calcâneo-cubóide. O eixo longitudinal é essencialmente paralelo aos planos sagital e transverso. lateral e proximal.5 2. A função primordial da articulação subtalar consiste em permitir a rotação da perna no plano transverso durante a marcha. É orientado em aproximadamente 16° do plano sagital e 42° do plano transverso. logo a articulação subtalar absorve a rotação pela pronação e supinação. não existe um método eficaz para quantificar o movimento na articulação mediotársica. ocorrendo pela pronação na articulação subtalar. ao passo que a supinação da articulação subtalar consiste em dorsiflexão e abdução talar e inversão calcâneana. Esses movimentos existem apenas na situação de ausência de descarga de peso. conforme a descrição de Henning. com acentuação da dor após intervalo de repouso. calcaneofibular e possivelmente o talofibular posterior. geralmente com algum teste positivo. o deslizamento plantar acompanha a supinação e o deslizamento dorsal acompanha a pronação. e Henning. As rupturas parciais podem deixar o ligamento mais longo e laxo. relata também que os movimentos acessórios fisiológicos da articulação mediotársica que podem ser avaliados manualmente incluem os deslizamentos dorsais e plantar do navicular sobre o talo e do cubóide sobre o calcâneo. O termo articulação de Chopart refere-se coletivamente as articulações mediotársica entre talus . Andrews (2000). Garrick e Webb (2001) esclarecem que quando o ligamento é estirado além de seus limites elásticos.calcâneo e o navicular – cubóide. mas em localizações diferentes dentro do ligamento. Quando a articulação subtalar entra em supinação. HENNING. 3. geralmente franjadas. sendo que os testes de gaveta anterior e inclinação talar apresentam-se negativos. Segundo Keene (1993). de acordo com a quantidade. E. perda da capacidade de deambulação e de sustentação de peso. mas rompem-se em menor ou maior número quando seu coeficiente de elasticidade é ultrapassado (HENNING. as articulações mediotársica permitem apenas uma quantidade mínima de movimentos. neste tipo de lesão geralmente estão lesados os ligamentos talofibular anterior. dor instantânea seguida de um período de alívio. 2003). seguido de sufusão sangüínea extensa. em lesões de grau II geralmente o ligamento talofibular anterior e o calcaneofibular são lesados.GRAU III: entorse grave com ruptura total de um ou mais ligamentos com perda da integridade ligamentar. E. Segundo Mulligan (2000). dificultando muito ou impedindo a continuação da atividade. C. C. aumento de volume rápido devido a hematoma e edema. com sinais e sintomas variando de acordo com o número de fibras rompidas e a presença de instabilidade subseqüente na articulação envolvida: . os testes mostram um tornozelo estável. ligamento alongado. . fibras individuais se rompem. com ruptura de poucas fibras e manutenção da integridade do ligamento. (2003). Segundo Mulligan (2000). com dor instantânea e contínua. De acordo com Mulligan (2000). . dor instantânea e ininterrupta.. edema moderado de instalação mais rápida. quando comparado ao movimento contralateral. permitindo a continuidade da atividade. é evidente um movimento articular excessivo. As entorses agudas são classificadas em diversos graus dependendo da gravidade da lesão. neste tipo de lesão geralmente apenas o ligamento talofibular anterior é lesado.GRAU II: lesão moderada. o movimento da articulação mediotársica diminui à medida que os dois eixos divergem e "travam" o antepé sobre o retropé como preparo para sua função de alavanca rígida durante a fase propulsiva da marcha. e perda parcial da estabilidade. apresentando bordas irregulares. seguido de sufusão sangüínea subcutânea.6 eixos das articulações talocalcâneana e calcâneocubóide são paralelos. com maior número de fibras rotas. pouco ou nenhum edema. Classificação das entorses de tornozelos As fibras que compõe os ligamentos têm uma elasticidade muito reduzida e não se alongam. . Segundo Lynn (2000). direção e duração das forças aplicadas.GRAU I: lesão leve.. tornando possível à abertura da articulação mediotársica. apresentando geralmente mais de um teste de instabilidade positivo (geralmente o de gaveta anterior e de inclinação talar). podendo ser resultantes também de doenças articulares. E. .. 2003). SKINNER. Mecanismo da Lesão Segundo Maitland (2000. a história contada pelo paciente. HENNING. As lesões crônicas decorrem da falta ou insucesso no tratamento de lesões agudas. freqüentemente.com. 4.. Outras causas da instabilidade funcional podem ser fraqueza dos músculos fibulares e retropé varo (HENNING. HENNING.. podendo ser danificado pela flexão plantar em excesso ou subitamente forçado. andar ou pular. A instabilidade funcional é caracterizada pela sensação subjetiva do tornozelo que “cede ou desloca”. o ligamento fica em tensão durante a flexão plantar do pé. ainda assim. O ligamento pode ser danificado em sua inserção superior ou inferior. C. São classificadas em dois tipos. porém sem movimento anormal no tornozelo.br/blog/post/entendam-o-entorse-de-tornozelo/ Figura 3 – Tipos de lesões no entorse de tornozelo Desta forma o ligamento pode se alongar. o ligamento como um todo pode parecer ileso. 1994). Ela parece ser decorrente principalmente de um dano às terminações nervosas dos ligamentos e da cápsula articular. produzindo uma deficiência proprioceptiva. 392). que enfraquecem os ligamentos. com características diferentes: a instabilidade funcional e a dinâmica (HENNING. inversão e adução do tornozelo e pé. sendo a primeira mais comum. C. A ruptura completa do ligamento colateral lateral do tornozelo é provocada por uma flexão plantar. PIERCY.. 2003).7 Fonte: http://www. causada freqüentemente por uma queda com o pé torcido sob o peso do corpo (THOMSON. envolve queda ao correr. E. p. pois as fibras lesadas escorregam umas sobre as outras e.alipiofisio. principalmente sobre solo irregular. ocorrendo entorses de repetição e dificuldades para deambular em solo acidentado. o conceito Maitland dividiu os movimentos realizados pelo terapeuta. com ritmos diferentes. . Tais alterações apresentam implicações clínicas importantes. fundamentando-se na regra côncavoconvexa. Conceito do método de Maitland No conceito Maitland. p. Resende et al. 2011). uma vez que se observa instabilidade funcional (sensação de falseio e recorrência da lesão) em 15% a 60% dos casos após um evento de entorse primário (SILVA. Em uma entorse por inversão pode ocorrer à lesão do ligamento talofibular anterior. má postura. Do grau I ao grau IV. livre da resistência oferecida pelos tecidos e são indicados nos casos de processos dolorosos articulares. O diagnóstico abrange os sintomas. ritmo. 2003). O mecanismo de inversão corresponde à grande maioria dos casos e a severidade da lesão é comumente classificada em três graus que definem o prognóstico e protocolo de tratamento (BARONI. p. tipo inadequado de calçado e inclinação da estrada e/ou calçada. as cápsulas das articulações subtalar e talocrural e o nervo fibular superficial. 2001). 5. (MAITLAND et al. a outra metade é a avaliação analítica”. movimentação rápida e pressão mantida. com ritmo lento no início da amplitude do movimento acessório da articulação. do ligamento calcaneofibular e do ligamento talofibular posterior. Para Suda (2009) o mecanismo de lesão mais comum é uma supinação excessiva do complexo tornozelo-pé. 2005). que ocorre quando o complexo articular apresenta inversão. passadas excessivamente largas. realizadas de tal maneira que permite ao paciente evitar a sua realização. reprodução e arco da dor. como qualquer outro tratamento. Os sintomas.8 De acordo com Magee (2005. em cinco graus. A lesão aguda em inversão resulta em danos às estruturas laterais do tornozelo. Além dessa regra. o tratamento da disfunção músculo-esquelética de um paciente baseiase. Maitland et al. Além da movimentação ativa. num correto diagnóstico. ou após aterrissar de um salto ou queda caindo com o peso do corpo sobre o pé invertido. 766). especialmente em terrenos irregulares. Em seguida é realizada a palpação das estruturas – moles e ósseas – envolvidas na disfunção (CORRIGAN. movimentos e posições das articulações são testados na movimentação ativa. déficit da função física. (GARRICK & WEBB. MAITLAND. p. 2003). falta de flexibilidade. da região ânterolateral da cápsula articular. flexão plantar e inversão excessivas durante a descarga de peso no membro acometido... sendo analisada qualquer alteração de amplitude. 2010). existem os testes auxiliares englobando os de compressão. os movimentos são classificados como mobilizações. resultando na presença de dor aguda. movimentos e posições das articulações envolvidas (MAITLAND et al. Os graus I e II da mobilização de Maitland correspondem à aplicação dos movimentos oscilatórios. corrida em declive. Esse princípio aborda a combinação dos movimentos que ocorrem nas articulações sinoviais conforme sua superfície”. treinamento excessivo. ou seja. fraqueza muscular individual. fatores anatômicos. são essas as causas de lesões por uso excessivo da perna: força de impacto da atividade. treinamento ou competição sobre superfícies duras. O mecanismo de lesão para a entorse em inversão pode ocorrer durante a deambulação. 200) explana que “Maitland desenvolveu seu método. 1-2) explica ainda que “a resposta aos movimentos ou à dor é a base da metade dos conceitos-chave. movimentações passivas oscilatórias. (2003. (2006. que incluem os ligamentos laterais. corrida. redução da amplitude de movimento. Sem movimentos indolores os exercícios ativos e a prancha oscilante têm possibilidades de restaurar a força e a coordenação muscular. com certa velocidade. A carga imposta durante a manobra grau III e IV promove a adaptação viscoelástica dos tecidos conectivos e. das articulações subtalar e intertársica. com diferentes curvas de tensão e carga (LEDERMAN. portanto.. Cochrane e Scielo dos anos de 1993 a 2012. monografias que não relacionavam ao tema proposto e os critérios de inclusão foram à relação de mais de uma palavra-chave. somando as informações colhidas no exame subjetivo e objetivo para que seja tomada a decisão do procedimento terapêutico. cápsulas articulares e fáscias musculares são compostos por tecidos extracelulares e celulares distintos. Maitland (2000. portanto ambas são necessárias para restaurar a mobilidade em uma ou mais articulações intertársicas e possivelmente da tibiofibular inferior. Utilizou-se como palavras-chaves: entorse do tornozelo. 2007). Lilacs. diz que a mobilização passiva ou ativa assistida deverá ser feita para restaurar tanto os movimentos fisiológicos quanto os acessórios em toda a sua amplitude livre de dor. 392). obtendo informações possíveis para traçar um plano de tratamento com segurança. A informação sobre o mecanismo deve incluir quando. tais como: Medline. Essas manobras caracterizam-se por movimentos oscilatórios realizados no final da amplitude do movimento acessório ou a partir da resistência dada pelos tecidos periarticulares. A aplicação das mobilizações articulares passivas proporciona ao tecido conjuntivo uma resposta mecânica. 2001). Metodologia O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica. ligamentos. seguida da aplicação da técnica por movimentação e a imediata avaliação dos efeitos dessa movimentação. de maneira que o paciente não consiga preveni-la (MAITLAND et al. fáscias. que a avaliação deve ser feita de forma analítica. p. 7. O grau V é classificado como manipulação. Mobilizações: são essenciais para restaurar o deslizamento acessório do tornozelo. sendo um grau que foge ao escopo do trabalho. .. 2003). revistas científicas. as peças articulares só podem ser mobilizadas ou manipuladas nas direções de funcionamento das mesmas. ou seja. obtendo a eficácia no tratamento. De acordo com Maitland (2003). Tecidos conjuntivos tais como pele. fisioterapia e método de Maitland.. Os critérios de exclusão foram artigos. fundamentada em livros. dentro de um pequeno arco de movimento. Tratamento O tratamento ocorre depois de uma minuciosa avaliação do paciente.9 Estudos de confiabilidade das manobras graus III e IV foram desenvolvidos na articulação glenoumeral por (Hsu et al. Detalhes sobre o mecanismo da lesão permitem que o fisioterapeuta conclua o estado patológico e as estruturas envolvidas. e os movimentos fisiológicos são úteis para reassumir a inversão do tornozelo. 6. tendões. 2002) e na coluna vertebral por Harms e Bader (1997). revistas. 2003). embora se deva ressaltar que a recordação que o paciente tem do mecanismo frequentemente não corresponde às estruturas danificadas (DUTTON. o Conceito Maitland preconiza que. Pubmed. monografias e bancos de dados da área da saúde da internet. Lance Twomey (apud MAITLAND et al. onde e como a lesão ocorreu. é indicada para recuperar os movimentos acessórios quando existir uma restrição a esse mesmo movimento (MAITLAND et al.. periódicos. movimentação passiva. 2003) esclarece o conceito Maitland no que tange à avaliação cuidadosa. KISNER. 2003. LECH. ocorra gradativamente e espontaneamente. subaguda e crônica. da urgência em combater a grave impotência funcional que se instala rapidamente e dificulta as atividades comuns da vida diária. Discussão Embora as bibliografias disponíveis sobre o assunto relatem que a cura dessa patologia. ocorre uma alta incidência de lesões de entorses em atletas e mulheres que usam sapatos altos. 324-325. p. 9. SUDBRACK. 227). subtalar e transtarsal com movimentos angulares de inversão. baseado na terapia manual de Maitland como umas das intervenções fisioterapêutica mais eficaz. levando em conta a complexidade da patologia. SUDBRACK. De acordo com as literaturas revisadas. (1983 apud HEBERT et al. principalmente nas formas idiopáticas. 2005. COLBY. LECH. da necessidade de abreviar a longa evolução da doença e da possibilidade de restarem seqüelas irreversíveis nos casos mais graves (FERREIRA/FILHO. 2005. VALENZUELA. para que a técnica seja eficaz. p. p. 2003. Para a completa restauração da mobilidade é indicado que sejam mobilizadas as articulações tibiofibular. Apesar de ocorrer poucos estudos relacionados às lesões de tornozelos com o método de Maitland. p.. eversão. A eficiência da manobra de mobilização articular depende da intensidade e da reprodutibilidade da força aplicada durante a mobilização. 2005. COLBY. biomecânica e fisiologia do organismo inerente a essa técnica manual. Os vários métodos disponíveis para o tratamento dessa peculiar patologia são controversos. KISNER. dorsiflexão e flexãoplantar (HEBERT et al. as mobilizações baseadas no método Maitland tem mostrado sua eficácia nos três graus de lesão do tornozelo. por um ou por diferentes examinadores. o presente estudo demonstrou que dentre os vários recursos fisioterapêuticos disponíveis para minimizar a dor e restaurar a função do segmento articular envolvido. talocrural.. 1993). 1993). Portanto. medidas terapêuticas enérgicas e precoces devem ser impostas para a resolução da forte dor contínua de difícil controle na fase hiperálgica. 324-325. respeitando à anatomia. . 2005. De acordo com Maitland. Conclusão Diante de tais fatos conclui-se a necessidade de estudo mais aprofundado para a criação de um protocolo de tratamento adaptado para cada disfunção articular. gerando divergência da melhor maneira de tratá-la nas suas distintas três fases: aguda.10 8. O princípio dessa mobilização consiste no alongamento plástico do tecido. entretanto há um consenso de que o alívio da dor e a restauração da mobilidade articular devem ser o enfoque do tratamento inicial (FERREIRA/ FILHO. Objetivando o aumento da mobilidade nessa região as mobilizações devem ser executadas e mantidas próximo ao limite articular disponível através do grau III e IV o qual prioriza alongar tecidos conjuntivos restritos. VALENZUELA. alguns artigos pesquisados mostraram a sua eficácia na reabilitação dos pacientes. 227) a mobilização passiva oscilatória controlada (MPOC) em que são utilizados movimentos translacionais combinados com movimentos fisiológicos que chegam ao limite imposto pela patologia nos graus I e II promovem analgesia através da estimulação dos proprioceptores mecanossensíveis presentes nas cápsulas das articulações da região do tornozelo através do mecanismo de inibição recíproca das fibras de rápida condução dolorosa (A-delta). HEBERT. ed. 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