Laringite Necrotica Por Fusobacterium Necrophorum (Difteria Dos Terneiros)

March 24, 2018 | Author: Mauricio Ribeiro Sena | Category: Larynx, Medicine, Diseases And Disorders, Medical Specialties, Clinical Medicine


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LARINGITE NECRÓTICA POR FUSOBACTERIUM NECROPHORUM: (DIFTERIA DOS TERNEIROS) – REVISÃO BIBLIOGRÁFICAMILDNER, Vilma Catarina1;DALCUL, Thais Boelter1; RODRIGUES Camila da Silva1 ROSSATO, Cristina Krauspenhar2 Palavras-Chave: Laringite. Necrose. Bactéria. Bovinos. Introdução A laringite necrótica representa um local de infecção atípico pelo anaeróbio Fusobacterium necrophorum, organismo responsável pela difteria dos bezerros. Esta é uma infecção do tecido mole da cavidade oral após uma lesão na mucosa causada por dentes afiados em bezerros de 1 a 4 meses ainda podendo atingir animais de 24 meses de idade apresentando geralmente abscessos na região da bochecha, salivação suave e podendo recusar alimentos sólidos (REBHUN, 2000). A doença laringite necrótica é comum de bovinos jovens confinados em sistemas intensivos de engorda, com doença intercorrente, com deficiência nutricional ou mantidos condições sanitárias inadequadas, ocorrendo também em ovinos (CARLTOM; McGAVN, 1998). O objetivo deste trabalho é revisar a doença a partir do referencial bibliográfico. Revisão bibliográfica A infecção pelas Fusobacterium spp., principalmente o F. necrophorum, é comum em todas as espécies de rebanhos bovinos. O F. necrophorum é um anaeróbio obrigatório, não formador de esporos da família Bacteroidaceae e habitante comum do trato digestivo (principalmente rúmem) e respiratório (OTTO et al., 2000). Na difteria dos bezerros, o trauma inicial da mucosa, produzido por alimentos grosseiros ou por dentes deciduais permite a invasão dos tecidos além da mucosa, por F. necrophorum, que é responsável tanto pelo odor extremamente mal cheiroso do hálito do bezerro como pela toxemia grave (OGILVIE, 2000). 1 2 Acadêmicas do Curso de Medicina Veterinária – Universidade de Cruz Alta – RS. [email protected] Professora e Patologista da Universidade de Cruz Alta – RS. [email protected]. Se não tratados. Os casos recuperados podem apresentar respiração em rugido e tosse seca e áspera em virtude da laringe danificada. Pode haver febre de grau baixo (39. causar dores e aumentar sensivelmente a dispnéia e os estertores. sendo necessária nos casos graves para o alívio da dispnéia e repouso da laringe. . as lesões podem ser vistas utilizando-se um especulo oral. e a palpação pode produzir tosse. Como medidas tratamento. Em alguns bezerros. deve-se realizar traqueostomia antes da endoscopia. Nos casos crônicos as lesões consistem em um foco de cartilagem necrosada circundado por exsudato purulento com trajeto estendendo-se até a superfície mucosa podendo ser compreendida (SMITH. estão presentes graves sintomas sistêmicos de anorexia. A medida que a infecção piora pode-se apresentar odor necrótico na respiração e dispnéia expiratória junto com a inspiratória (REBHUN. sendo que os casos devem ser tratados com penicilina sozinha ou em combinação com sulfas por 7 a 14 dias. e por obstrução das vias respiratórias superiores. 1990). hiperemia e tumefação da membrana mucosa em torna da úlcera necrosada com acúmulo de exsudato. As lesões agudas consistem demarcante edema.3°C). A laringe vai se encontrar uniformemente inchada e com deformidades cartilaginosas nos casos crônicos (REBHUN. 2000). estiver anóxico ou cianótico. sendo que em casos crônicos o tratamento dura de 15 a 30 dias se o caso for avaliado viável (REBHUN. exige-se terapia de longa duração. por toxemia. depressão e membranas mucosas hiperemicas. Segundo SMITH (1990). juntamente com tosse curta e dolorida observada quando o bezerro tenta beber água ou comer. Os casos agudos revelam alteração no hemograma compatíveis com qualquer quadro de septicemia (SMITH.4 a 40. Se o bezerro encontra-se em dispnéia extrema. 2000). As lesões observadas na necropsia estão tipicamente localizadas sobre os processos vocais e ângulos médios das cartilagens aritenóides. podem citar uma traqueostomia. A laringe pode estar visível ou palpavelmente inflamada.Quando a laringe se infecta na forma atípica da doença. Ainda Segundo SMITH (1990). o bezerro desenvolve uma dispnéia inspiratória progressiva. Freqüentemente há corrimento nasal bilateral e hálito fétido. muitos destes animais morrerão entre 2 a 7 dias. 1990). 2000). Para o diagnóstico a endoscopia é útil na confirmação do caso. Pneumonia por aspiração e baixo desenvolvimento crônico são seqüelas comuns. HUNT Ronald. São Paulo: Manole LTDA. sendo a última de ocorrência rara e de prognóstico desfavorável. OTTO. William C. Thomson. A evolução pode ser aguda a crônica. D.Conclusão Através do referencial bibliográfico entende-se que para o desenvolvimento da laringite necrótica deve haver lesão de continuidade oportunizando a penetração da bactéria Fusobacterium necrophorum.. Referências CARLTOM. 1998. KING Norvalw. Suínos. 1990. Timothy H. et al. McGANM. 2000. BLOOD. GAY. 2000. THOMAS.. São Paulo: Roca. C. SMITH Braford P. Carlyle J. M. Doenças do Gado Leiteiro.. Tratado De Medicina Interna de Grandes Animais. Porto Alegre: Artmed Editora. Patologia Veterinária Especial de OGILVIE.. Rio de Janeiro: Guanabara. 1997. São Paulo: Artmed. Douglas. Medicina Interna de Grandes Animais. já que a mesma é comensal. Willian W. Caprinos e Equinos. 2000. . São Paulo: Manole. Patologia Veterinária. M. Clive. Ovinos. Clínica Veterinária Um Tratado de Doenças dos Bovinos. C. Donald. REBHUN.
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