Karen Horney

March 26, 2018 | Author: Luciano Oliveira | Category: Psychoanalysis, Anthropology, Sigmund Freud, Science, Society


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Karen HorneyKaren Horney nasceu na Alemanha em 16 de setembro de 1885 - Ela era um psicanalista renomado americano. Ela é classificada como um neo-freudiana. Karen Horney formou-se em medicina pela Universidade de Berlim, no ano de 1913 - Começou a sua carreira no Instituto de Psicanálise de Berlim. Mais tarde, ela se mudou para a Karen Horney EUA estabeleceu o Instituto Americano de Psicanálise. Ela serviu como Dean deste instituto. Ela fundou o jornal americano de Psicanálise no ano de 1941. Karen Horney era um teórico pioneiro na psicologia feminina, personalidade e psicanálise. Ela desenvolveu uma das melhores teorias conhecidas de neurose (uma classe de transtornos mentais funcionais que envolvem sofrimento), com base em suas experiências como psicoterapeuta. Seus trabalhos neste domínio incluem Nossos conflitos interiores: uma teoria construtiva das neuroses, Você está considerando Psicanálise, auto-análise, de novas formas na psicanálise, a personalidade neurótica de nosso tempo e Neurose e desenvolvimento humano:? Se a luta para Auto-Realização. Ela salientou que continuamente auto-consciência era uma parte de se tornar um ser melhor, mais forte e mais rico humano. Karen Horney viu neurose como mais contínuo com a vida normal do que os teóricos anteriores. Segundo ela, a indiferença dos pais causado neurose. Ela discerniu 10 padrões de necessidades neuróticas. Eles são: 1) A necessidade neurótica de afeição e aprovação. 2) A necessidade neurótica de um parceiro. 3) A necessidade neurótica de restringir sua vida às fronteiras estreitas. 4) A necessidade neurótica de poder. sétimo e oitavo) c) A retirada (nono. Karen Horney era um terapeuta. Mas ela também concordou com Freud em muitas questões. Ela foi pioneira e desenvolveu este assunto. Ela originou a inveja do útero prazo. 9) A necessidade neurótica de auto-suficiência e independência. Por exemplo. 7) A necessidade neurótica de admiração pessoal. narcisismo. a teoria da libido. 6) A necessidade neurótica de reconhecimento social. culpa. Eles são: a) Conformidade (primeiro. ela discordou com a noção freudiana da inveja do pênis. segundo e terceiro). . ansiedade e masoquismo. quinto. 8) A necessidade neurótica de realização pessoal. Em seu trabalho de novas maneiras em Psicanálise. pulsão de morte. Ela criticou algumas das teorias de Freud. complexo de Édipo. professor e teórico. Ela era da opinião de que os homens tinham inveja da capacidade de uma mulher de ter filhos. ego. Suas contribuições para o campo da psicanálise são inestimáveis. Karen Horney agrupado estas necessidades neuróticas em três grandes estratégias de enfrentamento. líder. ela tem lidado muito com psicologia feminina. Seu trabalho influenciou definitivamente o curso do desenvolvimento da psicanálise. Karen Horney foi a primeira mulher a apresentar um trabalho sobre a psicologia feminina em uma reunião internacional.5) A necessidade neurótica de explorar os outros. b) Agressão (quarto. sexto. 10) A necessidade neurótica de perfeição. décimo terceiro e). o livro de Karen Horney não trata. teve três filhas. de Franz Alexander. Não devem ser confundidas. Pacientes que sofrem de simples neuroses de situação devem ser consideradas pessoas psiquicamente sãs. na cidade de Hamburgo-Alemanha. Em 1909. Duas publicações de Karen Horney lograram excepcional repercussão. em Budapeste-Hungria. Em 1932. com transtornos psicopáticos ou de caráter (character disorder). . onde continuou exercendo atividades psicoterapêuticas no Instituto Psicanalítico de Chicago. apondo-lhes alguns esclarecimentos meus. De ambas falarei sucessivamente. onde veio a falecer em 1952. doutorando-se em 1913. Exemplos: neuroses de guerra. porém. casou-se com Oscar Horney. De 1920 a 1932. em que tudo. mais tarde o primeiro professor de psicanálise nos USA. na Universidade de Chicago. de promoção. Neuroses de situação São devidas a circunstâncias incidentalmente agravantes. Entende por neuroses de caráter o que Freud qualifica de neuroses psíquicas. Alexander define como neuroses de caráter as neuroses sem sintomas circunscritos. de emigração. Estudou medicina em Berlim. Dessas. trabalhou como psicanalista no Instituto de Psicanálise de Berlim. de psicogênese prolongada: neuroses que se manifestam no caráter do paciente e no seu habitual modo de agir. Em 1935. neuroses "verdadeiras". ou quase tudo é de ordem puramente constitucional. nascido em 1891. analista do grupo berlinense.Xxx Karen Danielson nasceu em 1885. Horney não dá muita importância a essa definição. emigrou para os Estados Unidos. fundado por Karl Abraham. Neuroses de caráter O termo foi criado por Franz Alexander. fixou residência em Nova Iorque. Em 1937 é publicado A Personalidade Neurótica de nosso Tempo (The Neurotic Personality of our Time) Karen Horney distingue neuroses de situação e neuroses de caráter. hoje melhor denominadas cultural-antropológicas. que. como os da Europa Ocidental. da China. em parte. O que levou Freud a atribuir significado universal ao complexo de Édipo foi o fato de pertencer ele a uma sociedade patriarcal. da ciência e da fé. Daí. notar que alguns desses povos. possuidores de uma cultura desenvolvida. Povos primitivos são povos diferentes. diferenças entre as queixas dos pacientes que Karen Horney conheceu e as queixas mencionadas na literatura psicanalítica. que começaram a ser feitas naqueles anos. quanto ao tempo e quanto ao lugar. sentido em que. sem dúvida alguma. Será oportuno dedicar-lhes um pouco de atenção. a Austrália. em que o complexo de Édipo não existe. Já que a constatação de Horney. de povos em desenvolvimento. de pacientes que viveram em outras épocas. a África do Sul e outras regiões. Existem. Pesquisas antropológicas deixaram claro que o Complexo de Édipo só existe em sociedades de configuração patriarcal.) 2. se pode falar de culturas primitivas. à nossa cultura ocidental. (Devido. São "tão antigos" quanto nós. Não menos evidente é a diferença de queixas entre neuróticos que pertencem a povos diferentes. . evidentemente. mas entre os próprios povos que habitam a Nova Guiné. sim. Isso quer dizer que não são primitivos no sentido de terem conservado fases anteriores a outras culturas. devendo-se. a Melanésia. possuem culturas muito pobres e pouco desenvolvidas. como era então o costume. aliás muito importante. foi abolido o termo primitivo nesse contexto. Suas conclusões mais importantes para o nosso estudo constam dos seguintes pontos: 1. ela conclui que perturbações neuróticas são vinculadas nas suas manifestações externas ao tempo e ao espaço. por exemplo. professor de antropologia em Londres. ou melhor. mas apenas diferentes. Hoje em dia. nomeadamente na era vitoriana. a esta constatação. apresentava uma natureza totalmente peculiar. Portanto. pioneiro nesse terreno. prefere-se falar de povos subdesenvolvidos. da Índia ou da lndonésia. É esse o motivo pelo qual. baseia-se nas pesquisas etnológicas.Karen Horney anota que as queixas dos neuróticos de caráter não diferem essencialmente das dificuldades do indivíduo normal. Bronislaw Kaspar Malinowski (1884-1942) Nascido na Cracóvia-Polônia. em comparação com povos de elevada cultura. Há povos. o título de sua publicação. no entanto. Realizou pesquisas etnológicas não no gabinete de estudos. foi o iniciador da nova antropologia. Começo com Malinowski. não será no complexo de Édipo que se encontrará a origem da arte. como. realizou experiências antropológicas nas ilhas Samoa. Entre as que seguiram as pistas abertas por Malinowski. mas. podem estar ausentes. Cada paciente é neurótico dentro de uma determinada sociedade e condicionado pela mesma. que se tornaram universalmente conhecidas: Ruth Benedict e. na ilha de Bali e em outras regiões. isso até tal ponto que certas propriedades. O indivíduo deve a estrutura de sua existência à sociedade. estudou in loco. na Nova Guiné. Suas obras mais conhecidas são: O Advento da Idade em Samoa (Coming of Age in Samoa). de notável importância psicológica: não é a biologia. julgadas essencialmente humanas pela ciência ocidental. que trata das relações entre homem e mulher na sociedade ocidental em transmutação. antes de tudo. Ambas dedicaram especial atenção à incidência e à natureza das perturbações psíquicas entre os povos por elas pesquisados. descrevendo suas experiências com admirável habilidade e fluência. publicou a obra Macho e Fêmea (Male and Female). Margaret Mead (1901-1978) Nascida na Filadélfia-USA. Sociedade e indivíduo formam. sobretudo. 2. a sociedade que determina a forma de viver. Margaret Mead. existe harmonia entre ambos. Suas conclusões mais importantes para a psicologia profunda são estas: . Tal constatação leva à seguinte conclusão. em Nova Iorque. Autora mundialmente famosa. chegando às seguintes conclusões: 1. de 1935. Ruth Benedict-Fulton (1887-1948) Americana de nascimento. mais ainda. trabalhar e sofrer do indivíduo. uma unidade. Sua obra Padrões de Cultura (Patterns of Culture) foi publicada em 1934. como Freud supunha. Nesse livro. A sociedade determina o que é psiquicamente normal e anormal. a autora presta conta de suas pesquisas entre três povos de culturas notavelmente diferentes. basicamente. Sociedade e indivíduo não são antagonistas. especialmente na sociedade americana. professora de Antropologia na Universidade de Columbia. Foi uma antropóloga cultural norte-americana. Faleceu em Nova Iorque. Em 1950. Ao contrário. A estrutura da sociedade determina em grande parte o padrão de vida do indivíduo.3. seu pensar e seu agir. e Sexo e Temperamento em Três Sociedades Primitivas (Sex and Temperament in three primitive Societies). o que quer dizer. os povos que pesquisou. de 1928. que ninguém é neurótico sem mais nem menos. citemos duas pesquisadoras. A sociedade ocidental apregoa a certeza da liberdade pessoal. coloca todos diante da dura realidade.1. que obriga o adulto a uma série de compromissos e que precipita alguns. determinada pelas normas da sociedade. poderão faltar totalmente. não está contido na natureza da existência humana. Também neuroses podem estar ausentes. As condições inerentes à sociedade. na neurose. A vida psíquica da pessoa é. 2. cuja existência só ocorre no caso de a sociedade tornar a criança adolescente e tratá-la como tal (em uma atitude de afastamento). até a existência de uma natureza humana (no sentido de um padrão de vida inato e universalmente válido. porém. Para isso. 3. que conhecia os resultados das pesquisas pioneiras no campo etnológico. que não permite satisfazer às necessidades despertadas. valorização do sucesso e ambição. Daí que. que eram consideradas "naturais" ou "universais" na psicologia evolutiva ocidental. A mesma sociedade. em grande parte. prega humildade e amor ao próximo. não é determinado por uma dada constituição sexual. em plena consonância com as descobertas de Ruth Benedict. mas sua causa se encontra na estrutura e configuração da sociedade. bem como pela manutenção das já existentes. 3. as fases da vida. 2. mas. Tudo isso significa que da sociedade parte um apelo contraditório múltiplo. e. vulneráveis por natureza. A sociedade ocidental caracteriza-se pela concorrência. que Karen Horney responsabiliza pelo aparecimento das neuroses. A mesma sociedade. A sociedade ocidental caracteriza-se pela criação de contínuas novas necessidades e pelo incentivo das mesmas. competição. Voltemos para Horney. Em conseqüência. que impede a criança de tornar-se adulto em tempo relativamente breve. em parte conscientemente aceitas e em parte não explicitamente formuladas. As correntes neuróticas ("neurotic trends") de Karen Horney . é suficiente que da sociedade não partam apelos neurotizantes. estimulando o "carreirismo". a não ser dentro de estreitos limites. Sirva de exemplo a puberdade. principalmente. por outro lado. tal como existe nos animais irracionais) deve ser questionada. O mal neurótico. afirma Karen Horney. aprisiona todos em um emaranhado de regulamentos e prescrições. ao mesmo tempo. são as contradições seguintes: 1. entre outras coisas. Em breves palavras. em primeiro lugar. Não existe. Por isso. levou Karen Horney a não aceitar os seguintes princípios da psicologia analítica profunda. distribuição e retorno estabelecem a sorte do indivíduo. conseqüentemente. místico e misticista. Da mesma maneira. por mais que venha do passado. A incompreensão ou a falta de afeto traça. demarca como que correntes neuróticas – chamadas neurotic trends -. Mas. a seu ver. de que forma o neurótico vai viver sua neurose. um ao lado do outro. ditada pela cultura contemporânea. Nota. tendências neuróticas. Ela não acredita que o homem vem ao mundo com um padrão de vida biologicamente predeterminado. cujo consumo. o tratamento há de orientar-se pelas correntes neuróticas do paciente e preocuparse. com isso. desaparecerá também a influência opressiva do passado. A mesma mentalidade antibiologicista tirou-lhe a fé na teoria da libido. os termos histórico e historicista. possui seu significado no presente do paciente. como. . Princípios inaceitáveis A certeza de que o padrão geral da vida humana e a perturbação neurótica são condicionados pela cultura. afirma Horney. sobre as quais o indivíduo constrói sua neurose. ela não pretende colocar uma vinculação puramente causal. pseudo ou usado impropriamente. É mais que evidente que Karen Horney não aceita a repetição compulsiva. além disso. A causa. O sufixo -icista na palavra biologicista tem a significação de aparente. Karen Horney não pretende responsabilizar. 1. conseqüentemente. principalmente em uma infância afetivamente desfavorável. por exemplo. quando se trata da influência da luz sobre o crescimento da planta. podem ser alinhados. as correntes neuróticas desaparecerem. Determina. de acordo com a teoria de Karen Horney. não pode ser alterado. A corrente neurótica leva o paciente a conservar vivo seu passado desfavorável. as fases da sexualidade infantil. Se. com o presente neurótico do mesmo – e não com seu passado desfavorável que. Um todo dito biologicista é só aparentemente biológico. uma constituição vulnerável. Um todo dito biológico é biológico no sentido verdadeiro da palavra. a corrente neurótica. de qualquer maneira. por meio de um tratamento. como. rejeitando.Entretanto. por alguns se tornarem neuróticos e outros não. como se a incompreensão afetiva ou a falta de afeto na infância tivesse como conseqüência inevitável uma neurose na vida subseqüente. a teoria da libido. enquanto fases de predestinação biológica. um quantum de libido biologicamente determinado. por exemplo. deve ser procurada. Estando ainda na Alemanha.2. o que lhe firmou a convicção de que fatores culturais são particularmente importantes. um gesto de coragem inaudita fazer tal afirmação. tanto na Alemanha como nos USA. 4. Tampouco Karen Horney crê que os grandes fenômenos sociais possam ser explicados pela problemática do indivíduo. que viria a ser a causa de sua morte. 3. desde julho de 1938. A finalidade de Karen Horney. como mulher. sem dúvida. A segunda teoria dos instintos (a do instinto de vida contra o de morte) parecelhe destituída do verdadeiro sentido da realidade. Após quinze anos de prática psicanalítica. ao travar conhecimento da doutrina analítica. alguma coisa na doutrina deve estar errada. a autora concluiu que todo paciente apresenta problemas que permanecem incompreensíveis dentro das teses habituais da antiga análise. Analistas experimentados deduziam das palavras de Horney que ela mesma era não só dominada. jamais reagiu a esse livro de Karen Horney. Em 1939 é publicado Novos Rumos na Psicanálise (New Ways in Psychoanalys) Essa obra. 2. ao que me consta. que a invenção das máquinas no século XVIII derive do enfraquecimento de um multissecular narcisismo paralisante". "Que as guerras". não pode ser admitido. . Parecia-lhe irreal supor que a mulher seja dominada durante a vida toda pelo invejoso desejo do pênis. "tenham sido causadas pelo instinto de morte. editada no ano da morte de Freud. onde foi recebida com aplausos gerais. Karen Horney conheceu pacientes. exilado em Londres. e o que se parece com afirmações semelhantes. Ele vivia. tinha oitenta anos de idade e sofria de câncer maxilar. argumenta Horney. como a antropologia analítica pretendia fazer. mas até atormentada pela inveja do pênis (Penisneid). tudo isso. que a economia contemporânea provenha do erotismo anal. velho e desiludido. A doença revelou-se em 1923. Quando o livro de Horney foi publicado. especialmente nos USA. Assim sendo. no terreno dos psicoterapeutas. ele era um homem doente. era renovar a teoria psicanalítica. Freud submeteu-se a mais de trinta operações cirúrgicas. já não conseguia aceitar os pontos de vista correntes a respeito da sexualidade feminina. Foi. Cinco razões a motivaram nessa tentativa: 1. Freud. descobrindo diferenças nas suas respectivas problemáticas neuróticas. ao escrever esse livro. escreve ela. que ele conhecia bem. causou um impacto consideravelmente maior do que a primeira publicação de Horney. 4. 4. no fundo. mas não rejeitá-la. ponto de vista questionado por Freud depois de 1900. do determinismo de nossas ações e omissões. 2. não fosse tão lastimável: Certa paciente pediu a Karen Horney que continuasse com ela a psicanálise. A cliente era vítima da teoria segundo a qual se apregoava e se sustentava que a causa da perturbação neurótica não devia ser procurada em nenhuma outra época da vida a não ser nos primeiros anos da infância. A cliente motivou o pedido com a informação de que. Dividiu as descobertas de Freud em três categorias: (1) a das descobertas imperecíveis. que seria cômico. da natureza emocional de nosso comportamento. A categoria das eternas descobertas 1. da individualista. A categoria das premissas rejeitáveis 1. precisam ser consideradas de grande e até imperecível valor. 2. 3. .5. Segue a enumeração das mesmas. da motivação inconsciente. Há muitíssimas coisas na obra de Freud que. 3. da premissa biologicista. mas necessitam de revisão. Finalmente. da vitoriana. O desejo de Horney era revalidar a teoria antiga. ainda não conseguira lembrar-se do que acontecera nos primeiros cinco anos de sua vida. que se revelara falha nos cinco pontos mencionados. (2) a das premissas rejeitáveis. apesar de todos os esforços dispendidos. e (3) a das concepções que continuam válidas. da historicista. o seguinte episódio de sua prática analítica. chegando a uma teoria completamente nova. que já havia durado vários anos com outro analista. se. da repressão. em sua opinião. e talvez seja preferível substituí-la. certos postulados próprios desse estilo. Em outras palavras: a atitude diante do futuro determina a situação atual e a significação dos acontecimentos passados. da referente à transferência. quando o estilo vitoriano de vida estava em pleno apogeu. 3. Karen Horney adota o ponto de vista da antropologia cultural. A psicologia profunda de Freud teve início no fim do século XIX. . anatomicamente. A categoria das premissas rejeitáveis Karen Horney rejeita: 1. em grande parte da sociedade em que o indivíduo vive. perece. pela afirmação seguinte: o sentido do presente encontra-se no futuro. ainda. de gosto pela história. da neutralidade ética. O sentido do presente encontra-se no presente é uma proposição mais aceitável. A própria índole da sociedade determina o quantum de libido cada indivíduo dispõe ou não dispõe. que. que faz depender a determinação da "natureza" humana. 2. por fim. 2. editado em 1875: existe um grau de insônia. 3. da que se refere à angústia. poderíamos citar ainda a ira de Nietzsche que escreve em seu livro Vantagens e Desvantagens da História para a Vida. inconscientemente. também possuem uma significação em si mesmos. quer se trate de um homem. o estilo de vida começou a mudar e a atitude vitoriana tornou-se cada vez mais antiquada. ficou claro o condicionamento temporal e geográfico desses postulados. Para estigmatizar o historicismo. e desde então muitos outros com ela. A premissa vitoriana. quer de uma cultura. A categoria das concepções que precisam de revisão 1. supondo que se possa falar de uma tal natureza. O homem é a norma do que é tipicamente humano. A cultura ocidental da época de Freud tem como base a teoria das fases da sexualidade infantil. sendo mais importantes os que se seguem. A premissa historicista expressa na afirmação de que só o passado determina e esclarece o que acontece no presente. quanto à infância. A psicanálise profunda adotou. Em todo caso. de ruminação. sem dúvida alguma. no século XX. em que o que é vivo é prejudicado e. Quando. A premissa biologicista implícita na teoria da libido e na das fases constitucionalmente determinadas da sexualidade infantil. Karen Horney impugna essa premissa. quer de um povo.5. a estrutura do indivíduo singular. vienense. descrito por Freud. É necessário. o objeto da investigação era o indivíduo em si. O pai é o chefe indiscutível da família. a psicologia constitui. O complexo de Édipo o atesta claramente.o homem está mais bem equipado do que a mulher que. Realizar pesquisas nucleares é fundamentalmente uma questão de liberdade de espírito. Na psicanálise profunda. nem violação sexual. O psicoterapeuta que pretende ser eticamente neutro. em 1939. Mas. Mas não a psicoterapia. pertencente à classe da burguesia abastada. aprofundar e penetrar. austríaco. O indivíduo é europeu. ao passado. Do mesmo modo. o estudo comparativo das culturas tornou mais plausível fazer depender do contexto social a natureza ou. A premissa individualista. Fica. A premissa da neutralidade ética. Toda descrição da vida subjetiva do homem é condicionada pelo espaço e pelo tempo. conseqüentemente. No liberalismo político do século XIX. é o austríaco da época de 1900. fora da realidade e. O psicoterapeuta que pretende colocar-se em uma posição de neutralidade ética em relação a qualquer forma de agressão ou sexualidade coloca-se. prestará um mau serviço ao . e agindo penetra no reino da ética. uma questão de liberdade espiritual. por mais própria. artificial para servir de sustentáculo à existência humana total. Desvendando a estrutura do indivíduo. 5. 4. não se afirma que o indivíduo não possui vida própria. Mas não o lançamento de uma bomba atômica. compreender. Com isso. suprimida a tese individualista. portanto. visto que. vienense. torna-se de fato irreal. de fato. aceitáveis e reprováveis. Façamos votos para que a neutralidade permaneça a base de todo esforço científico. sem estar sendo vigiado por algo ou alguém. afinal. em um complexo de amor e de ódio. além da base postulada ser muito estreita. pois. O indivíduo. inverter os termos da relação. unilateral e. É por isso que essa psicologia tinha que falar. Tudo isso pertencia. em todas as suas formas e apresentações. A vida humana individual explica-se a partir da existência de todos os homens. O cientista deseja saber. não passa de uma espécie de homem mutilado. Também para o psicoterapeuta. castrado. É o opressor quase nato do desenvolvimento vital do filho. o psicanalista ortodoxo tentava explicar a totalidade da vida humana integrada na sociedade. existem ações humanas boas e más. se quisermos. essa vida baseia-se no padrão de vida que a sociedade lhe oferece. Mas o cientista também pode agir. O filho vai crescendo. única e singular que seja. prevalecia o conceito de que a ciência tinha que ser eticamente neutra. Homicídio nunca pode ser bom. na opinião abalizada de Karen Horney. vienense da época de 1900 (para dar um exemplo significativo) e não uma pessoa que vive fora desse ou daquele contexto. mais cedo ou mais tarde. É ele que impõe as normas ao filho e fiscaliza a observância das mesmas. já havia muito tempo. por isso mesmo. artmed . feist – tomi-ann Roberts . No pensamento de Horney.paciente. excessivamente rígida. compreendeu-se a atitude do psicanalista: Freud e seus seguidores desprezavam os preconceitos éticos da era vitoriana. porém. que incutia em muitos uma espécie de medo diante do psicanalista. Posteriormente. Xxxxxxxxxxxxxx Teorias da personalidade Jess féist – Gregory j. Era essa neutralidade ética. chegando assim ao extremo oposto. exageravam.
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