Josela

March 22, 2018 | Author: Arthur Ribeiro | Category: Learning, Psychology & Cognitive Science, Cognitive Science, Epistemology, Psychological Concepts


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AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA E A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA MORAL.O RENASCIMENTO DE JOSELA Silvia Adoue Trabalho referente a de ao conclusão I “O Módulo desenvolvimento cognitivo e proposta construtivista” ministrado pela Profa. Dra. Sônia Maria Losito. Analy Cristina Negro Rocha - RA 20181-0 Maria José Canova - RA 20205-5 Abril/2007 relacionando-os com o estudo do artigo “Prática docente de cada dia: O renascimento de Josela” .Objetivo: refletir sobre os fundamentos da epistemologia piagetiana que explicam o desenvolvimento infantil. 2 .Sílvia Adoue. a experiência acumulada de toda a sociedade. Josela participou de um jogo de futebol em que foi reconhecido pelos colegas devido a sua boa atuação como goleiro. Também participou de atividades diversas: aprendeu a andar de bicicleta. colega de Josela. ela 3 . tinha habilidade para contar histórias que prendiam a atenção de todos devido à vivência com sua família na lida com as cabras. assim. o julgamento moral e a linguagem. conseguindo perceber a relação entre as estruturas cognitivas e o desenvolvimento social. assim caracterizado em suas fichas.professora . permitiu-se desenvolver um trabalho pedagógico que o preparasse para a vida. a atitude da professora de ir à sua casa e. Essa situação nos permite dizer que a criança que recebe uma grande quantidade de informações das pessoas que a cercam. elevando sua auto-estima.. integra-se à cultura na qual vive e recebe. de diferenciação das pessoas e coisas. não passará da operação concreta. aluno limítrofe”.. logo. levá-lo à escola. sua família não valorizava o diálogo e. Essas vivências nos reportam aos estudos de que o sorriso infantil.Na tentativa de alcançar o objetivo proposto para este trabalho. estando diante da resistência apresentada pelos colegas de Josela e ciente de suas dificuldades. torna-se instrumento de troca ou contágio e. nos remeteu a pensar na afetividade que deve ser estabelecida para a evolução de um estado de não diferenciação entre o eu e o mundo para um processo diferenciado. aluno que tinha o estigma do “não poderá. Outro ponto relevante do artigo lido foi o momento em que a professora chamou Josela ao quadro-negro para resolver uma multiplicação simples. Ao conhecer Josela. portanto.assumiu atividades em uma escola pública de Buenos Aires e se propôs a lidar com a dimensão afetiva da aprendizagem.. não participava ativamente de um convívio social. reforçado pelo sorriso do parceiro. citaremos trechos do artigo estudado confrontando-os com a teoria piagetiana que aborda o desenvolvimento cognitivo. fez caminhada e pescou. No primeiro dia escolar. Visto que ele era uma criança que não freqüentava o ambiente escolar. Leonardo. Mesmo contrariando todas as indicações. no qual são comuns as trocas entre o eu e as pessoas e o eu e as coisas. posteriormente. Sílvia Adoue . Josela era o responsável pelo dinheiro e cumpriu corretamente sua função. 4 . Esse mecanismo permitiu a passagem de uma etapa para outra. a professora delegou funções aos alunos. Os alunos foram formando seus próprios conhecimentos por diferentes meios: por sua participação em experiências diversas. pois sentia-se segura para tal. O passeio pela capital. ou seja. ao observarem os demais e os objetos com certa curiosidade e ao aprenderem conteúdos propostos por sua professora. A estrutura cognoscitiva poderia ser concebida como um conjunto de esquemas convenientemente relacionados. Sendo assim.manteve sua decisão. que era capaz de aprender no momento em que adiantou-se à conta do guarda. proporcionado pela escola e com a participação da mãe de Josela. O importante era que ele elaborasse uma forma de vencer alguns obstáculos. Mostrou. pois tinha mesmo que se apoiar nos outros e se preocupar em entender o linguajar que os colegas dominavam. Aproveitando uma outra viagem. tornou-se ainda mais significativa para ele. mais uma vez. permitindo que o organismo reagisse às alterações. de uma estrutura mais simples para uma estrutura mais complexa. Esses conhecimentos estão armazenados na mente. somando o total “de cabeça” e calculando o troco. Josela apresentou muitos avanços nos cálculos matemáticos: inicialmente contando nos dedos e pronunciando em voz baixa os números e. ao escutarem atentamente um relato ou uma exposição feita por alguém sobre um determinado tema. A aprendizagem. por exploração sistemática do meio físico e social. organizados em unidades chamadas de esquemas de conhecimento e que mantêm conexões entre si. propiciou vivências físicas e culturais nos ambientes visitados. depois. fatores que contribuíram para a aprendizagem. e não todos de uma única vez. nesse momento. às modificações do equilíbrio e conseguisse compensá-las voltando a uma situação de equilíbrio que já não seria igual à anterior. mas representaria um passo adiante porque teria dado lugar à formação de novos esquemas. permitiu que ele recebesse a ajuda de seus colegas (sem que os mesmos percebessem isso). internalizando a noção de dezena. desempenhará um papel muito importante no reequilíbrio posterior. naturalmente. A mudança de esquemas pode ser caracterizada como um processo de equilíbrio inicial. o professor deve provocar desequilíbrios no equilíbrio inicial dos esquemas de conhecimentos dos alunos e. desequilíbrio e reequilíbrio posterior. ou perto demais para suas colocações iniciais e não representa nenhum desafio. 5 . cabe à escola o papel de permitir que os alunos aprendam os conceitos de maneira significativa.Pelo o que acabamos de dizer. Toda modificação obriga a reorganizar os esquemas prévios. Com sua intervenção. contanto com professores que consideram os alunos como centro de suas intervenções. Se a relação humana é a base essencial para o desenvolvimento da inteligência. de modo que não possa ser relacionado de forma alguma com elas e não tenha nenhum significado. Um desequilíbrio pode ser considerado ótimo para a mudança dos esquemas de conhecimento de um indivíduo se aquilo que constitui um conflito para suas idéias não está distante demais daquilo que conhece. como nos mostrou a professora de Josela. mesmo que de modo parcial. fazendo com que sejam cada vez mais organizados e previsíveis. é fácil perceber que um dos objetivos fundamentais da educação escolar é a modificação dos esquemas de conhecimentos dos alunos. mais capazes de atribuir significados à realidade. Juan. (2002). DE LA TAILLE. 4ª edição. Sonia Maria. Especial PIAGET. Porto Alegre: Artes Médicas. Crescer e pensar: a construção do conhecimento na escola. Lino. SP: Unicamp/FE/LPG. MACEDO.vivermentecerebro. In PIAGET. Juan. CANTELLI. In: BECKER. _____________________________________ O desenvolvimento intelectual da criança (p. RJ: Vozes. Campinas. Vygotsky e Wallon. Revista Viver Mente & Cérebro. In Para onde vai a educação? Rio de janeiro: José Olympio (14ª. São Paulo: Summus. 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