O ladrão da eternidade neil gaimanNão é por acaso que os 22 Arcanos Maiores do Tarô acham-se numerados. Suas cartas, perfiladas tal qual os capítulos de uma novela, retratam uma história verdadeira, a do ser humano em sua senda iniciática, repleta de experiências transcendentes e desafios que se nos apresentam como oportunidades para o autoconhecimento. Desde a antigüidade, espalhados por distintas culturas, incontáveis são os mitos que abordam a imagem do homem colocado à prova, chamado a enfrentar perigos e resolver enigmas, a ultrapassar seus próprios limites e escolher o rumo certo nas encruzilhadas do caminho. Foi o médico psiquiatra suíço Carl G. Jung (18751961), inicialmente seguidor de Freud, e que desenvolveu sua própria teoria para a compreensão do psiquismo, a psicologia analítica, quem cunhou o nome de “individuação” para esse processo ininterrupto de aprimoramento pessoal, destinado a orientar a personalidade para algo maior e transcendente, a cumprir psicologicamente o mesmo papel a que se destinavam os rituais de iniciação dos povos antigos. A questão fulcral da psicologia junguiana esbarra num dos principais mistérios da existência, o da os do próprio ego. . o ego poderia ser comparado ao inconsciente na mesma proporção que uma ilha estaria para o oceano à sua volta. em inglês self. de onde se desprendeu originalmente. monge filósofo do século XV. Jung denominou de Selbst. dotado de qualidades abissais que ultrapassam as dimensões do simples ego. a abranger obviamente o mundo inconsciente. a incluir portanto. sendo a individuação toda a busca empreendida por esta diminuta instância em direção ao presumido centro da totalidade psíquica. já usara imagem semelhante ao referir-se à onisciência divina: “Deus é uma esfera cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não se delimita em parte alguma”. que em português melhor ainda se traduz por “si mesmo”. núcleo da personalidade total e ao mesmo tempo passagem para uma dimensão transcendente e coletiva. Nicolau de Cusa. Jung chamou de ego o núcleo da consciência. ponto central da psique. espécie de porta para o psiquismo universal. O si mesmo seria o órgão regulador de todo o psiquismo. Para Jung. Outra analogia seria a do planeta Terra. comparado ao universo desconhecido no qual estamos inseridos (o inconsciente). preenche toda a sua circunferência. Ao ponto de fusão entre consciência e inconsciente. inconsciente em sua essência. Paradoxalmente. abarcando todos os fenômenos anímicos possíveis.consciência em busca da fonte primordial. o si mesmo. pequenina morada da civilização humana (a consciência). Embora semelhantes entre si. mas se manifestam por meio de idéias e imagens. arquétipo é palavra de origem grega. Aqui convém explicar. de cunho propriamente iniciático. e sofrem experiências consideradas arquetípicas. matriz). como matriz comportamental herdada por todo ser humano. religiões. ainda que veladas por intrincado hermetismo. portanto. e Jung se valeu do termo para denominar certos padrões registrados no comportamento da humanidade. verdadeiras potências imateriais. Os que partem em busca de si mesmos em geral abrem suas vidas para o amadurecimento pessoal. representam nada mais que as situações comuns. surgem como entidades impalpáveis e incognoscíveis. e através de padrões também identificáveis em nosso mundo onírico. a significar “padrões arcaicos” (arqui = antigo. quer no cerne de nossos sonhos. lendas ou folclore. que vêm sendo manifestos ao longo de sua história pelas mais diversas culturas.Como veremos. primeiramente usada por Platão. e vestem-se com as mais distintas . reservadas a todos aqueles que se dediquem a explorar seu mundo psicológico mais profundo. expressam-se pela variedade dos mitos. quer sob a forma das fantasias. de caráter particularmente medieval no baralho de Marselha. arcaico + typos = padrão. as alegorias dos 22 Arcanos Maiores. O arquétipo serve. como arcabouço capaz de selecionar nas experiências da vida os elementos significativos que estejam em sintonia com o processo inato da individuação. Os arquétipos. bem pode transportar-nos para um mundo psicológico mais profundo. já que os tais bobos medievais. podendo assumir diferentes valores em nossa vida. O Mago. não personificada. o Tarô os simboliza amplamente. isto é. quando contemplativa e dinâmica. simultaneamente ocupando o início e o fim da jornada. por isso sem número. Representa ainda uma força inconsciente. antes de idiotas. promete a continuidade da individuação.roupagens de acordo com as culturas que os representam. Comecemos pela especial figura do Louco que. eram sábios. e um mergulho no mundo dos Arcanos permite-nos espelhar nossa alma. Preferencialmente o colocamos entre o tudo e o nada de Pascal. é O Louco quem sabe do porvir tão bem quanto do passado. esta estrada pictográfica da individuação. O Mundo. já que se acha situado antes do primeiro Arcano. O Louco. voltados que estão para lados opostos). não se mostra numerada. quiçá os . por não ter um número que lhe determine a posição. exceção à regra. Percorramos juntos então. daí talvez ter sido preservado sob a efígie do curinga nos baralhos mais comuns. e a figura de bobo da corte expressa a ambivalência de sua função. Por isso a “leitura” das cartas. ao mesmo que ocupa tempo posição após o último. passo a passo. Ao assumir duplo papel de fechar e (re)abrir o ciclo. O Louco confere assim ao conjunto um caráter rotativo e perene. acha-se livre para ser notado em qualquer parte da jornada. Neste sentido. Feito Jano dos romanos (a divindade de dois rostos que nunca se olham. como se nos lembrasse da primeira máxima de Hermes Trimegistrus. O Mago. disposto a retomar sua senda. e. agora direcionado conscientemente para o trabalho da individuação. conforme desfilamos pela “estrada real” dos Arcanos. A carta seguinte. O Mago é o grande herói desta jornada (ele é cada um de nós). ou até que tropecemos em algo e caiamos dentro dele. pois a individuação pressupõe voltas e rodeios até que nos aproximemos do si mesmo.únicos capazes de falar verdades ao rei sem o risco de perder a cabeça. feito aprendiz de feiticeiro opera na mesa à sua frente. ressurge renascido. Também os passos do Louco nunca são lineares. a ensinar que o nível humano da existência apenas reproduz o plano cósmico da vida. que somos sim manifestação da divindade. Ele está em pé. O Louco nos prende assim em sua mágica. tendo mergulhado no abismo de si mesmo. Resulta da transformação do impulso inconsciente do Louco. elas são inusitadas no modo como acontecem e nos propiciam leituras sempre novas do livro da vida. é a consciência personificada. E não há monotonia nem repetição nesse processo. o outro para baixo. Decididamente. é portanto ativo. na paradoxal leitura de seu sentido. embora as experiências mais fortes sejam arquetípicas. Se pode ser visto como um bobo que nada sabe sobre si. Um de seus braços aponta para cima. pois a cada passo nos transformamos. caminhando a esmo. O . por outro lado é ele o sábio que. mas nem por isso privilégio algum da natureza. despertamnos a atenção. copas e espadas. de mesmo modo podemos perceber em cada um dos 22 Arcanos uma mandala oculta. visto que são geralmente representadas por formas circulares (ou outras que insinuem a presença de um centro). No Mago ela se mostra tanto pelos instrumentos dos quatro naipes citados como pela mesa de três pés e quatro cantos. São eles a moeda e a baqueta que traz em suas mãos. assim como o 12. também as constelações do zodíaco por onde o sol passeia ao longo de um ciclo. ouros. O Mago posiciona-se como elo entre os planos humano e divino.homem precisa trabalhar com o que tem às suas mãos e intuir acerca do universo à sua volta para que venha a compreender-se. dentre outros. É como se O Mago já tivesse diante de si o tesouro que deseja encontrar pelo caminho. são números que por excelência expressam a totalidade. haja vista serem quatro as estações do ano e doze o número de seus meses. Aludem claramente aos quatro naipes do baralho. aliás. Quatro objetos. o que. paus. números estes cujo produto nos leva ao 12. que representam a inteireza do caminho ora descortinado. além dos copos e da adaga postos sobre a mesa. Consoante os preceitos básicos da magia. Isto porque o 4. lhe permite seguir viagem mesmo que não saia do lugar onde se . Jung escolheu as mandalas (nome sânscrito a designar “círculo mágico”) como símbolos da integridade psíquica. surge como centro e medida de todas as coisas. Quatro e doze sempre nos dão a idéia de algo completo. e é no equilíbrio de cores de suas vestes que o baralho de Marselha oculta outros mistérios. com vestes vermelhas por cima das azuis. a intuição prevalece sobre a razão. A Papisa. tendo à frente uma senda que se desdobra em quatro caminhos. Pois bem. O azul representa o inconsciente. sob pena de nunca alcançar a transcendência. O detalhe mostra que as mulheres vestem mantos azuis sobre os vermelhos. Aqui as cores também têm significado. até porque a individuação é o processo essencialmente espontâneo de nosso psiquismo. formado pelos próximos quatro Arcanos. o vermelho associa-se ao lado consciente. ao aspecto racional do psiquismo. já na dupla masculina (O Imperador e O Papa). além disso. os processos intuitivos de percepção.encontra. entende que precisa percorrer simultaneamente todos eles. ao passo que os homens trazem a composição contrária. há da mesma forma uma dupla de imperadores e outra de sacerdotes. a irracionalidade. A psicologia analítica identifica. já insinuada pelos braços do Mago que ligavam o em cima ao embaixo. são duas figuras femininas e duas masculinas. O Imperador e O Papa. A Imperatriz. são os processos racionais que estão por cima. O Mago. Observemos que as quatro cartas se casam muito bem. Estes representam uma diferenciação a mais da “ciência dos opostos”. Nas personagens femininas (A Papisa e A Imperatriz). tanto o . razão pela qual se divide ele próprio no quatérnio que lhe sucede. resoluto. Guarda tudo aquilo que lhe falta. pois tudo aquilo que estiver em seu caminho servir-lhe-á como complemento. denominada animus. definido pela Papisa). bem como a relação contrária. e veste roupas predominantemente vermelhas. Na situação arquetípica sucedânea. o herói depara-se com a encruzilhada do Enamorado. a essência masculina no psiquismo feminino. Representa a via racional. quando se encontra dividido entre duas mulheres que cobram dele uma escolha. e consciente da natureza interminável de seu caminho. toca-lhe o ombro. reflexão. A relação Mago-Papisa no Tarô é correlata do binômio Yang-Yin dos chineses. pela primeira vez tem nítida noção das dificuldades que ainda enfrentará. melhor representado pelo Papa. Em suma. ela é repouso. aparentemente mais . se ele é ativo. no Tarô. A outra moça. Ele é ação. A Papisa é antes de tudo o complemento do Mago. Havendo o Mago experimentado das diferentes maneiras de perceber o mundo. aliás não poderia faltar no esoterismo do Ocidente o arquétipo da “ciência dos opostos”. para a qual ele volta sua face. A que está à sua direita. todo o desenrolar do baralho a partir do Mago é a Papisa. ao qual Jung batizou de anima (no caso. Sua determinação estará sempre à prova. ela. ela é a receptividade em pessoa. Se o mago é movimento.aspecto feminino no interior do psiquismo masculino. sendo portanto o verdadeiro moto de sua busca. como se quisesse orientá-lo em sua escolha. a ser buscada por um processo sereno e cuidadoso. e mediado pelo senso da Justiça. além do amarelo. Mas pouco importa por onde seguirá nosso herói. simbolizado pelo Arcano VII. como o faz o velho Eremita. O primeiro terço das 21 cartas numeradas se completa. até porque razão e intuição encontram-se mescladas em todas as experiências da vida. O Mago está emancipado. desembocará na tríade seguinte. ora aquela. como se quisesse despertar suas emoções. Decidindo prosseguir. seu lado intuitivo. O Mago experimenta a extroversão das conquistas rápidas. vestindo principalmente o azul. acima da cabeça do herói. A Justiça. virtude que será assimilada no Arcano subseqüente. um anjo direciona sua seta para a via intuitiva. No alto. O principal é que o herói dê seu próximo passo. observe-se suas roupas listradas de azul e vermelho. apenas predominando ora esta. para que não reste estagnado em seu caminho. toca-lhe o coração. e O Eremita. Destemido. Enfim. Siga por onde seguir. deixa de ser mero neófito para amadurecer na senda. O Carro.jovem. capaz de atormentar a consciência com o conflito da eterna dúvida. em instância que transcende sua consciência. . seu aspecto pessoal. aí está representado o drama do livre arbítrio. chega à condição de maior introversão e capacidade introspectiva. quando descobre que há sabedoria em seu próprio poço. O personagem acha-se cruelmente dividido entre o racional e o intuitivo. O Carro. O Enforcado é ela própria. invariavelmente. como nos mostra a figura intuitiva da vestal. até que O Mago perceba que. O esqueleto que ceifa sugere transformações . A Força.A carta X. domina com suas delicadas mãos toda a brutalidade duma besta-fera. e não fosse sua cor distinta. No Arcano XI. estaria misturada ao hábito da personagem. A fera ocupa a metade inferior da carta. a morte aparente do dinamismo psíquico. traz as vicissitudes da vida. se aproveitada enquanto cheia. O herói deve afinal saber tirar proveito do movimento do cosmos. ações sutis repercutem melhor do que as atitudes brutas. Mas o herói. Por ser o único sem nome. mas prosseguem as vicissitudes. diria Shakespeare. ou como se estivesse num ataúde. se sobrevive à força perturbadora deste arquétipo que dele exige sacrifícios. aspectos brutos que esperam ser dilapidados e transformados em algo mais sutil. representado pelo Arcano XIII. em seu sentido terminal. os dois verticais com seus doze ramos podados. que sob um manto azul. contendo-a pela mandíbula. Os dois Arcanos seguintes nos trazem a experiência da morte. comunga pela primeira vez com o mundo transcendente. Representa os processos instintivos. o levará à fortuna”. de cabeça para baixo. alcançamos a metade do caminho. A lâmina mostra o herói dependurado. A Roda da Fortuna. com seus rodopios e reveses. nem deveria ser chamado Morte. a representar o esgotamento da mandala. “Há nas lides do homem uma maré que. vendo a vida por seu outro ângulo. cercado por terra e troncos. Tais estações referem-se ao mundo sombrio. Este tema é chave dos alquimistas. a troca do velho pelo novo. à mandala de uma nova dimensão. Uma vez feito alquimista. reservadas aos que penetram no Diabo. representada pelos arbustos em quantidade que brotam neste novo campo da existência. ou na Casa de Deus. prendendo-a em seu altar. A Temperança se (re)vela no equilíbrio parcimonioso de seu movimento. pode agora nosso herói experimentar as provações mais duras. a soma de 1+3. e a figura feminina aqui traz azul e vermelho em iguais proporções. produtos que são de partes pouco exploradas ou desconhecidas de nós mesmos. Arcano XV. a transposição da ordem. aos aspectos mais críticos de nossa personalidade. já vistas. As outras três. leva-nos de volta ao 4. entretanto. Afinal. Por conta dessa mesma . e o segundo terço se completa com o Mago promovido à esta condição. é a terceira das quatro virtudes medievais a estar representada no Tarô. o 13 expressa o rompimento da mandala. O Arcano XIV. a prudência (Arcano IX). são a justiça (Arcano VIII). e a força (Arcano XI). É um momento iniciático de fértil aprendizagem. Arcano XVI.substanciais. A Temperança. É por meio dele (o intelecto) que nos sentimos separados da fonte primordial. exigindo de nós o auto sacrifício da extinção de nossas buscas. O demônio nada mais faz do que escravizar a nossa consciência. consciência é que podemos refletir acerca da única certeza que temos. O Mago descobre que a única forma de evitar o demônio é enfrentá-lo! Se por um lado não devemos negar os méritos de nosso intelecto. terra e ar estão aí representados. por outro. nos entrega à esperança. este último reafirmado pela presença do pássaro. símbolo da alma . de seu inconsciente pessoal. cuja forma lembra uma coroa. A Estrela. somente algo assim tem força capaz de nos arrastar para longe do Diabo que antes nos prendia. a de nossa morte. de onde nasce uma natural angústia capaz de nos prender em temores pessoais. A Casa de Deus é o arquétipo da destruição. Por vezes. As estrelas no céu simbolizam as almas já individuadas. A jovem desnuda não é outra senão o nosso herói. real adorno de uma consciência que se esquece muitas vezes de perceber a realidade por detrás da realeza. de alguma forma. fogo. das mudanças avassaladoras em nossas vidas. a verter no rio do inconsciente coletivo suas próprias águas (azuis) de seu mundo intuitivo. Pela primeira vez os 4 elementos se agrupam numa mesma lâmina: água. O Arcano XVII. precisamos transcendê-lo. A Torre fulminada mostra o ego abalado pelo grito de um inconsciente incontido. Revela à consciência libertada que a individuação continua a ser possível. despido dos valores mundanos. simbolizado pela labareda de fogo que explode a cúpula da Torre. Ao menos é o que representam as luzes que brilham no firmamento. que precisará pedir ajuda à intuição para vencer a provação noturna. Vencida a noite negra. Jung admitia que quando os símbolos se duplicavam em nossos sonhos. e demarca a aproximação entre consciência e inconsciente. fonte de inúmeros perigos e potenciais que jazem adormecidos. na psicologia junguiana será chamada de sombra. Arcano XVIII. visto que nenhuma diferença deveria mesmo haver entre instâncias de um mesmo psiquismo. representa as trevas. aqui representados pela duplicidade de símbolos. A energia agora se espalha pelo sistema. De novo descobrimos a mandala disfarçada. o Sol do Arcano XIX é quem traduz o momento áureo da jornada. inspirado instante em que ela se ilumina.inclusive. No contato mútuo das crianças. A Lua é receptiva. os porões da alma. A sombra representa o lado oculto do psiquismo. quando a consciência comunga do si mesmo. provavelmente estaria havendo a assimilação de valores inconscientes por uma consciência que se aprimora. . As trevas psicológicas apresentam sérios desafios à nossa frágil consciência. dois lobos a serem vencidos e dois templos a serem alcançados. e as duas crianças (consciência e inconsciente) que se tocam para cá do muro que antes as separava. absorve a energia (as gotas) do sistema. descobrem-se idênticas. e a iluminação preenche esta mandala. A Lua. a ponte para o si mesmo se apresenta. as florestas. o mar. Afinal. a forma da estupidez ou da sabedoria. Serve para impulsionar o herói. as cidades com seus moradores e o vento que vem do mar. nós mesmos. Mas o Mundo é apenas o fechar de um ciclo. para compreender você. . XXI. amo.Mas não por isso o caminho chega ao fim. e completamente Loucos frente ao que nos é desconhecido. Juntos simbolizam o ajuste da mandala pessoal.. o Sol e a Lua. somos sábios apenas em relação àquilo que vivemos. Não sei nada.. em sintonia com o universo à sua volta. para compreender o fogo. que vem das galáxias. Eu compreendo sendo. para compreender o amor. momento em que o herói procura reorganizar seu mundo psicológico. Para compreender o rei eu sou o rei.) "Eu sou Nada. Restam ainda a análise e a síntese alquímica do processo. previstos pelos últimos dois Arcanos. transformado que está por tudo aquilo que sofreu. Para compreender o relâmpago. Minha mochila está vazia. o vento onde voam os pássaros e o vento de Luz. XX. O herói está liberto no núcleo da carta. para compreender a vida sou a vida. No Mundo. eu caio do Céu. Minha mochila contém o Céu e as estrelas. sou você. Vamos dar outra volta? (. O Julgamento. As figuras nos quatro cantos da carta são alusão aos quatro naipes em que se desdobra o baralho. a forma da juventude ou da velhice. a forma de um rei ou de um vagabundo. a síntese (a mandala) se define claramente. posso vestir qualquer forma. para frente. e O Mundo. o Universo é grande demais. danço a dança das chamas. entro em comunhão. Não podem morder o Nada que eu sou... Podem latir os cachorros e morder.Para compreender o Divino. Podem morder as minhas roupas. Stephen Karcher .)___________________________ Os símbolos são a verdadeira substância do tempo." (.