INTRODUCAO A FILOSOFIA.pdf

March 31, 2018 | Author: Fabíola Salvador | Category: Socrates, Thought, Plato, Knowledge, Aristotle


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1INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS Módulo Específico Apostila 5 – Introdução à Filosofia Coordenação Pedagógica – IPEMIG Em parceria com a FACEL Belo Horizonte - 2010 IPEMIG - Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.ipemig.com.br (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ....................................................................... 03 2 ABORDANDO A MATÉRIA FILOSOFIA ....................................................... 05 3 MÉTODOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS ...................................................... 08 4 ORIGEM DA FILOSOFIA .............................................................................. 12 5 MITO A PRIMEIRA EXPLICAÇÃO DA REALIDADE ..................................... 22 6 O MITO NA ATUALIDADE ............................................................................ 26 7 FILOSOFIA E SENSO COMUM .................................................................... 28 8 O QUE É ÉTICA ............................................................................................ 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS E CONSULTADAS ............ 36 AVALIAÇÃO ..................................................................................................... 41 IPEMIG - Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.ipemig.com.br (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" 3 1 INTRODUÇÃO Á FILOSOFIA Segundo Battista Mondin (s/d, p.1) objetivo constante da filosofia foi, sempre, praticamente um só: conhecer o homem, ou seja, conhecer a si mesmo. Isso não foi afirmado somente por Sócrates, Agostinho ou Descartes, mas também por Kant. Este último, num famoso parágrafo de sua lógica escreve, "O campo da filosofia pode ser delimitado nas seguintes questões: 1ª) O que eu posso saber? 2ª) O que eu devo fazer? 3ª) O que posso esperar? 4ª) O que é o homem? (Was ist der Mensch)". A primeira pergunta se refere à metafísica, a segunda à moral, a terceira à religião. Observa, porém, o próprio Kant, que as três primeiras podem ser reduzidas à última questão, pois, tudo se fundamenta no próprio homem: "No fundo, tudo isto se poderia reduzir à antropologia, porque as três primeiras perguntas se referem à última". A história da filosofia nos ensina, além disso, que os principais pontos de vista no estudo do homem são quatro:  o ponto de vista da natureza, (que é o ponto de vista clássico) no qual o homem vem concebido como microcosmo.  ponto de vista de Deus, (que é aquele dos Padres dos primeiros tempos da Igreja e dos Escolásticos), por ele o homem vem concebido como Imago Dei; ponto de vista do Eu (que é aquele da filosofia moderna), no qual o homem é concebido como subjetividade autoconsciente;  o ponto de vista do Outro (que é aquele da pós-modernidade), onde o homem é concebido como um ser dialógico. De fato, uma compreensão completa do homem deve levar em consideração, além do Eu, também o Outro, o Mundo, e Deus. O homem não é uma ilha dispersa no oceano, nem uma mônada, fechada em si mesma e sobre si mesma, mas, um ser coexistente e comunicante, um ser excêntrico dotado de uma abertura infinita, graças à qual se move constantemente em três direções: em IPEMIG - Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.ipemig.com.br (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" 4 direção ao mundo, à natureza, em direção aos outros, o próximo e em direção a Deus. Nesse sentido, conforme observa Weschenfelder (s/d, s/p) as diversas doutrinas filosóficas constituem momentos sucessivos e abrangentes de um processo único: com todas as conquistas filosóficas o homem não pára de abordar temas e problemas que sempre preocuparam o espírito humano. As diversas filosofias nas diferentes épocas apresentam características comuns do pensamento humano. É uma sequência inexorável de um processo que implica os momentos anteriores e torna possível pensar os momentos subsequentes. Antes de falarmos da Filosofia propriamente dita, cabe meditar um pouco no sentido popular da filosofia como um princípio orientador dos indivíduos que lhes permite unidade nas ações e na conduta. A priori, a Filosofia se debruça sobre a necessidade humana de compreender melhor a vida, meditar a própria vida para melhor poder viver. Por sua natureza intrínseca, induzido e conduzido por razões imanentes, como a dúvida, a incerteza e o desespero o homem não consegue eximir-se de atitudes filosóficas, ou seja, interroga-se sobre si mesmo e sobre o sentido de sua existência, sua razão de ser. (...) Em todos os tempos a Filosofia tenta interpretar o mundo e entender e transformar o homem, isto é, todo tema importante é assunto de preocupação filosófica à procura da verdade. A Filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de mais nada, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência. Pode pensar a ciência, seus valores, seus métodos, seus mitos; pode pensar a religião; pode pensar a arte; pode pensar o próprio homem em sua vida cotidiana (WESCHENFELDER, s/d, s/p) IPEMIG - Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.ipemig.com.br (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" e o ser dos homens é o seu processo de vida real. ENGELS. mas a pensar melhor. A consciência nunca pode ser mais que o ser consciente.. das representações e da consciência está. compete a ele se apropriar desse processo da reflexão filosófica mediado pelo produto da tradição filosófica. 9). tornando-se dessa forma um investigador de questões existenciais problemáticas. p. o educador de hoje tem diante de si um grande desafio: conciliar ambas as posturas.] São os homens que produzem suas representações. 2009.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. 2002. No entanto. 5 2 ABORDANDO A MATÉRIA FILOSOFIA Segundo Souza (2009. suas ideias etc. [. p. assimilado de maneira memorística e retórica. IPEMIG .] A produção das ideias. 8) a experiência no ensino de Filosofia nos diferentes níveis de ensino tem mostrado que uma das dificuldades mais incisivas em relação à Filosofia e seu ensino é o distanciamento entre teoria e prática. Assim. (MARX. Ou seja. apud SOUZA. ou seja. 18-19. capaz de assumir uma postura crítica perante elas. a observação empírica deve mostrar nos fatos. p. inclusive as mais amplas formas que estas podem tomar.. Nas escolas os objetivos educacionais estabelecidos para o ensino de filosofia sempre procuraram apresentá-la como uma disciplina com a qual o aluno não só aprende a pensar. e pode ser sintetizada em uma clássica e sempre atual passagem: Indivíduos determinados com atividade produtiva segundo um modo determinado entram em relações sociais e políticas determinadas. Esta questão foi insistentemente discutida por Marx e Engels. o que se verifica na prática é que prevaleceu o ensino de um saber pronto... Em cada caso isolado. voltando os olhos para o passado remoto e recente. e sem nenhuma especulação nem mistificação. tais como são condicionados por um determinado desenvolvimento de suas forças produtivas e das relações que a elas correspondem..br (31) 3484-4334 . mas os homens reais. uma questão de conteúdo e método. [. de práxis pedagógica que responda à necessidade de uma metodologia de ensino de filosofia mais próxima ao concreto histórico. a ligação entre a estrutura social e política e a produção.ipemig. a princípio. atuantes.com.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . direta e intimamente ligada à atividade material e ao comércio material dos homens.  Abordagem histórica: Encara a filosofia como uma manifestação cultural que se apresenta ao longo do tempo. p. Souza. São elas:  Abordagem sistemática: Repousa sobre uma concepção da filosofia enquanto um conjunto de conhecimentos previamente organizados e estruturados que privilegia a forma em detrimento do conteúdo. Essas formas de abordagem da matéria filosofia não são excludentes. parte-se de uma experiência concreta para se chegar à elaboração conceitual que se apresenta como solução. 6 Mas como fazer isso? Severino (1989. expresso em suas obras escritas. Assim. 1995. 10) Compete então ao professor desenvolver uma Filosofia da Práxis e desenvolver um processo didático-pedagógico que permita aos educandos IPEMIG . tomando como ponto de partida os problemas que ele enfrenta em sua experiência cotidiana. transformando-o em mero repetidor de teorias culturalmente consolidadas. como resposta aos desafios lançados pela experiência.  Abordagem temática: Apresenta a filosofia como um esforço de reflexão sobre problemas que desafiam a consciência humana atual.com. Tal conjunto é apropriado pelo aluno como um saber pronto e atemporal. 10) sugere algumas possibilidades de abordagem da matéria filosofia com vistas a essa conciliação entre produto e processo. essa abordagem incita o aluno a encarar o ato de filosofar como resposta criativa aos problemas e situações novas. ao contrário. fruto da reação do pensamento humano perante os acontecimentos presentes nos diferentes momentos do processo histórico e social.ipemig.  Abordagem textual: Retoma e acompanha o processo instaurador da reflexão filosófica de um pensador. que evolui e se transforma continuamente. Este passa a servir de guia para o aluno repensar os seus próprios problemas sob uma nova luz. de maneira pouco criativa.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . se articulam entre si e se complementam. Dessa maneira.br (31) 3484-4334 . p. o aluno aprende a filosofar por meio da leitura e análise dessas obras que lhe revelam o pensamento do autor. (SOUZA. apud. À medida que procura evidenciar a maneira peculiar como cada homem foi enfrentando os problemas apresentados no decurso de sua existência. Convida o aluno a fazer filosofia e apreender o processo de filosofar. 1995. Para isso. como uma forma de conhecimento “crítica. consciente.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . ou seja. sobre suas circunstâncias pessoais e sociais. “tudo está bem” ou “tudo está mal”. 18).br (31) 3484-4334 . especulativa. que tudo esta determinado. p. de incômodo. que propicie ao ser social a condição de conhecer. é necessária uma Filosofia que propicie ao educando a possibilidade um novo olhar. levando a crítica a seu termo.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. sempre foi assim”. p. de indignação. como condição de superação da acomodação. o de permitir a construção de um novo mundo de ações e significados. sectarista. expresso por asserções de que “o mundo é assim mesmo. do indiferentismo. fechada. p. de problematização. pois “todos os homens são filósofos” (GRAMSCI. “nada muda”. p. 15).14-15) cabe também ao professor contribuir para a que Filosofia não perca seu estatuto próprio. de orientar os rumos da história individual e coletiva. de ter ciência do real e de. criativa.com. mas da Filosofia na sua genuína acepção. radical e de conjunto” (SAVIANI. 1995. 2009. 1986. 13) Segundo SOUZA (2009. que pode ser apropriada por todos os seres humanos. de intervir e transformar o mundo de forma livre. não como comumente é vista e tratada. 7 experimentar o potencial crítico e criativo do pensar. portanto. IPEMIG .ipemig. como misteriosa. própria de iniciados. (SOUZA. responsável. ipemig.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. Como a malha tricotada que só aparece se houver o ato do tricotar. pois os dois são uma mesma coisa. a partir do tricô. Não há como ficar com uma coisa e dispensar a outra já que não são duas IPEMIG . tantos fins filosóficos e as possíveis formas de alcançá-los. hoje.br (31) 3484-4334 . reativar o tricotar que vai produzir tricô e assim sucessivamente. com limites explícitos – embora já previsto em lei –. assim aquele professor terá começado a pensar filosoficamente o ensino de filosofia e só isso já pode ser um bom começo.com. A matéria filosofia separada do ato de filosofar é matéria morta. São indissociáveis. Também há a heterogeneidade de realidades da escola a ser levada em conta. é complexo já que há tantos possíveis objetivos educacionais que podemos atribuir à filosofia. pode. na escola. O movimento da razão a que chamamos filosofar se dá por intermédio de conceitos filosóficos e estes só são criados e recriados por meio do filosofar. recheio de livro de estante. O filosofar é uma disciplina no pensamento que ao ser operada vai produzindo filosofia e a filosofia é a própria matéria que gera o filosofar. Talvez aquela prévia reflexão do professor se imponha de forma tão vigorosa justamente pela diversidade de enfoques que podemos ter para esse ensino. torna-se mais um fator problematizável. assim reaparecendo a cada vez. reoperada. sentirá a necessidade de pensar seriamente no que isso significa antes de sentir-se em condições de decidir o que fazer em suas aulas e como fazê-lo. Para ser filosofia ela tem que ser reativada. Entendemos. e o fato de esse não ser um ensino obrigatório. O leigo desavisado não vê o tricotar na malha e não saberia refazer seu caminho. p. 306) é bastante possível que aquele que se dedicar a dar aulas de filosofia para jovens no Brasil. A tricoteira sabe cada passo dos pontos e ao ver o tricô pode ver o tricotar.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . então. a diversidade de maneiras de entendê-lo. 8 3 MÉTODOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS Segundo Aspis (2004. que não é possível desunir filosofia de filosofar. O contexto que envolve o ensino de filosofia para jovens. É possível que esse professor pense: para que defendo a filosofia na escola? O que há de específico na filosofia que a faz necessária no currículo dos jovens? Qual filosofia ensinar? Como fazê-lo? Damos aulas de filosofia ou de filosofar? O que é a filosofia? O que é o filosofar? É possível essa separação das duas coisas? Ora. Exposição dialogada (método socrático). . 2004. Leitura e análise de textos. sem dificuldades.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. que podem ser usados diretivamente para a aprendizagem filosófica. a classes de diferentes tamanhos. segundo Souza (1995. 12) pode-se afirmar que o educador interessado no processo de ensino e aprendizagem tem ao seu alcance uma gama variada de métodos elencados e consagrados pela literatura especializada em didática.propicia uma apresentação unitária sistemática e logicamente ordenada de um tema ou assunto.favorece a interpretação rápida de informações necessárias à compreensão de problemas futuros. sistemática e dosada de um tema ou assunto. viabilizando o cumprimento de um programa estabelecido. feita pelo professor para um grupo de alunos. p. Método interrogativo: Perguntas são utilizadas em situações didáticas para incitar o aluno a fazer uso de suas habilidades de pensamento.com. 308) Entretanto há métodos didático-pedagógicos específicos para o ensino de filosofia? Como resposta. Filosofia é filosofar e filosofar é filosofia. Os métodos didático-pedagógicos à disposição daqueles que se dedicam ao ensino de filosofia são: Exposição. interesse e necessidades dos alunos. Interrogação. Análise linguística.adapta-se. IPEMIG . 9 coisas e sim uma só.br (31) 3484-4334 . p. Estudo dirigido.permite ao professor a escolha e desenvolvimento de temas adaptados à sua capacidade de acordo com os conhecimentos. (ASPIS.ipemig. Não há o dilema filosofia ou filosofar. .(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . . . Método expositivo: Consiste na apresentação oral. proposições e encadeamento discursivos a seus elementos primitivos. O uso da leitura e a análise de textos se fundamentam e se justificam quando o aluno aprende a filosofar ao tomar contato com o processo instaurador de reflexão filosófica de um pensador.com. articulá-los com lógica. Assim. .determinar o significado das palavras e outras expressões desconhecidas. Tem como finalidades: . obras de filósofos. Método de leitura e análise de textos: É usado quando se quer ler e comentar em classe. Método de análise linguística: É um método complementar que auxilia a leitura e a análise dos textos filosóficos. .descobrir e evidenciar formas sistematicamente viciadas do uso da linguagem e reconstruir a conexão forma dos enunciados.ipemig.a compreensão global do pensamento de um autor. . o ensino de filosofia por meio de tal método tem três finalidades: . tal método é o mais adequado para o processo de ensino e aprendizagem da filosofia. 10 Método de exposição dialogada: Do ponto de vista de muitos educadores. através do qual o pensamento do aluno é incorporado no processo dialético da reflexão filosófica. de modo que seja possível derivar uns dos outros. com a finalidade de exercitar o aluno na compreensão do conteúdo teórico-filosófico presente nessas obras.reduzir frases.a aquisição de uma técnica intelectual e de análise filosófica. estabelecer entre eles as relações de fundamentação e provar sua consciência sistemática. . presentes no texto a ser analisado. . A aprendizagem se desenvolve por meio de um encadeamento de perguntas e respostas. bem como de uma escola ou corrente filosófica de um determinado período do qual o filósofo é um representante. total ou parcialmente.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. ou mesmo a ausência de sentido. motivado pelos IPEMIG . expresso em suas obras escritas.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .o acesso à filosofia através de um pensamento.br (31) 3484-4334 . tendo em vista evidenciar o sentido próprio da expressão. Estudo dirigido: Fundamenta-se na ideia de que os melhores resultados do processo de ensino e aprendizagem são obtidos quando o aluno.reconstruir a etimologia de uma palavra. Esse método pressupõe: .Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. 11 seus próprios interesses.br (31) 3484-4334 .o planejamento cuidadoso das tarefas dosadas quanto ao grau de dificuldade que o aluno deve realizar. em parte. que é a sala de aula. .12-16) IPEMIG . que assume uma postura de menor evidência. .(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .a orientação metódica dessas tarefas pelo professor encarregado da classe. se empenha na elaboração e execução de um plano de estudo sob a orientação de um professor. segundo se próprio ritmo. ela depende do conhecimento e do domínio desses métodos para serem usados de forma adequada. 1995. (SOUZA. sob a assistência pessoal de um professor.ipemig. É um método centrado no processo de autoinstrução do aluno. p.com. Em parte. ela é fruto de sua criatividade.a elaboração reflexiva e pessoal do aluno de um tema designado pelo professor. Não há receitas prontas para orientar o professor nessa escolha. porém assistindo o aluno continuamente. realizado em uma situação socializada. reflexão e experiência pessoal. de forma que elas atendam aos seus interesses e motivação. que se mantém a distância. mas não menos importante e ativa. Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. C.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .Período sistemático: Ocorreu entre os séculos IV e III a.Explicações variáveis segundo os acontecimentos. Esta é caracterizada por: . Decifrou o eclipse solar. .com. IPEMIG . fundador da Escola Jônica e um dos sete sábios da Grécia Antiga. . ocorreu entre os séculos VII e V a. Pitágoras foi quem criou o termo filosofia que significa “amizade pela sabedoria”. . O primeiro filósofo que se tem conhecimento foi Tales de Mileto. a saber: . banindo assim justificativas pré- moldadas.Inclinação à racionalidade. O termo foi criado quando Pitágoras viu que os deuses possuíam todo o conhecimento e sabedoria que existia. . em colônias gregas localizadas na cidade de Mileto quando alguns homens perceberam que tudo podia ser conhecido através da razão humana e que o conhecimento não se limitava apenas para deuses. C. designou à água a função de ser a iniciadora de todas as coisas.ipemig. 12 4 ORIGEM DA FILOSOFIA A filosofia se originou no século VII a. C. . passando assim a perceber que o homem poderia desejar e buscar tal sabedoria plena por meio da filosofia.Período pré-socrático: Também conhecido como período cosmológico.Diferenciação do que é semelhante por meio do pensamento e da razão. de modo que seja apresentadas soluções e/ou respostas concretas. C. ocorreu entre os séculos V e IV a. .br (31) 3484-4334 .Período socrático: Também conhecido como período antropológico. buscava entender as condições climáticas através das características do céu. É dividida em quatro grandes períodos.Questionamentos e argumentos relacionados a um determinado caso.Difusão de pensamentos. (MUNDO DA EDUCAÇÃO. a denominação cronológica de período pré-socrático.ipemig. s/d. Esse também é chamado de período clássico da filosofia. 13 . Podemos marcar o início desse período com a atuação dos Sofistas que estavam preocupados mais com a linguagem e a erudição do que com a explicação do mundo. Esse primeiro período tem início no alvor do VII século a. C. porque precede Sócrates e os sofistas. Surge e floresce fora da Grécia propriamente dita. do Egeu (Jônia) e da Itália meridional. ocorreu entre os séculos III a. (FERREIRA. Escola Eleática. e VI d. Pelo modo de encará-la e resolver. ao qual podemos chamar de período Socrático ou antropológico. Estudar o mundo exterior nos elementos que o constituem. s/d.Período helenístico: Também conhecido como período greco-romano. Escola Itálica. s/p) por volta do século V a.br (31) 3484-4334 . julgando- se encontrar aí também o princípio unitário de todas as coisas.com. Alguns comentadores da história da filosofia viram com maus olhos a atuação dos IPEMIG . mais ou menos. s/p) De acordo com Carneiro (s/d. outrossim.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. classificam-se os filósofos que nele floresceram em quatro escolas: Escola Jônica. C. As contendas políticas e os conflitos de opiniões favoreceram a ação desses professores ambulantes que consideravam não haver uma verdade única. que marcam uma mudança e um desenvolvimento e. na sua origem e nas contínuas mudanças a que está sujeito. e toma. porque a nascente especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior. começa o que podemos considerar como um novo período na história da filosofia. nas prósperas colônias gregas da Ásia Menor.. Escola Atomística. s/p) De acordo com Ferreira (s/d. o começo de um novo período na história do pensamento grego. C. Esse período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista. Os filósofos deste período preocuparam-se quase exclusivamente com os problemas cosmológicos.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . Para os sofistas o importante era o bem falar e a arte de convencer o interlocutor. por conseguinte. nos fins do século V. é a grande questão que dá a este período seu caráter de unidade. s/p) no período pré-socrático. e termina dois séculos depois. da Sicília. favorecido sem dúvida na sua obra crítica e especulativa pelas liberdades democráticas e pelo bem-estar econômico. C. o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza. estamos nos reportando a Sócrates. se não sei. enquanto eu. Vê-se.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . Ainda hoje a cultura e o saber ocidental são tributários à mentalidade e à filosofia grega. e para isso lhe fazemos uma série de questionamentos. Essa visão. portanto que a preocupação dos sofistas é a argumentação e a de Sócrates/Platão é a verdade daquilo que se sabe ou do que se pode saber. Quando pretendemos maior clareza de nosso interlocutor. outro sofista. Principalmente pela atuação de Aristóteles e seus discípulos do Liceu (nome de sua escola. mas pessoas que se utilizaram. levou Platão a colocar na boca de Sócrates a afirmação de que "Ele supõe saber alguma coisa e não sabe. A filosofia chegou ao seu apogeu com esses três pensadores que foram uma das maiores marcas da história do saber. fará a seguinte afirmação: "o bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa".Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.ipemig. E Górgias. enquanto não são". pois se percebe que os sofistas não eram os aproveitadores mencionados em alguns manuais. O período antropológico que também é chamado o período Clássico da Filosofia recebe essa denominação por que nessa época floresceu não só a filosofia como também as artes e o começo da organização de todo o saber. tampouco suponho saber. mas manipuladores do raciocínio sem amor pela verdade. demonstrando pouca preocupação com a verdade e muito mais com o argumento. organização e sistematização de conhecimentos. em homenagem ao deus Apolo Lício) floresceu o processo de aquisição e sistematização de vários saberes. do período clássico: quando falamos em corpo-alma estamos nos referindo a conceitos originários de Platão. preocupado com o discurso. começa a ser revista. O fato é que o centro das atenções tanto dos sofistas como de Sócrates. IPEMIG . Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei".com. A postura dos sofistas. Quando falamos em lógica. daquelas que não são. Protágoras. de forma pragmática. entretanto.br (31) 3484-4334 . estamos aplicando uma metodologia aristotélica. daquelas que são enquanto são. um sofista dirá que "o homem é a medida de todas as coisas. da filosofia. Platão e Aristóteles (e dos posteriores) volta-se para o homem e suas relações. principalmente devido a escritos de Platão que os considerava não filósofos. 14 sofistas. não em torno da natureza.. após suas mortes. Com efeito. da metafísica passa-se à gnosiologia e à moral. Mesmo isso não foi suficiente para preservá-las. Platão e Aristóteles. precursoras. s/d. nesse período realiza-se a sua grande e lógica sistematização. que as obras completas de Demócrito (que incluem as obras de Leucipo e outros. até então limitado à natureza exterior. (MADJAROFE. e em seus desenvolvimentos neoplatônicos em especial . não terem aparecido grandes nomes. sendo principais a cínica e a cirenaica. fazer uma edição das obras de Demócrito. C. deles procedendo a Academia e o Liceu.apesar de o aristotelismo ter superado logicamente o platonismo. porquanto a escola as conservou em Abdera e Teos ao longo dos tempos helenísticos. não obstante. mas em torno do homem e do espírito.depois do qual começa a decadência . que fixam o conceito de ciência e de inteligível. Os epicuristas. do estoicismo e do epicurismo do período seguinte. que tinham a obrigação de ter estudado o homem a quem deviam tanto. organizada em tetralogias. mas pelo fato de. que sobreviverão também no período seguinte e além ainda. a filosofia ter entrado em um período de declínio. especialmente a Academia por motivos éticos e religiosos. Não por ter perdido qualidade ou preocupação com o saber. substancialmente. Esse período esplêndido do pensamento grego . e através também da precedente crise cética da sofística. s/p) É certo.ipemig. e compreende um número relativamente pequeno de grandes pensadores: os sofistas e Sócrates. de preferência. s/d. pela importância e o lugar central destinado ao homem e ao espírito no sistema do mundo. daí derivando as chamadas escolhas socráticas menores.teve duração bastante curta. o século IV a. culminando em Aristóteles. Para Madjarofe (s/d. detestavam qualquer tipo de estudo. Por isso.br (31) 3484-4334 . sob o reinado de Tibério. propondo novos sistemas. através de Sócrates e Platão.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . por um longo período. exatamente como sua edição dos diálogos de Platão.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. Abraça. 15 Outra consequência da ação desses três pilares da filosofia grega foi o fato de. s/p) o período seguinte da história do pensamento grego é o chamado período sistemático. Daí ser dado a esse segundo período do pensamento grego também o nome de antropológico. e provavelmente nem se preocuparam em IPEMIG . s/p). bem como as de Demócrito) continuaram a existir. O interesse dos filósofos gira. foi possível para Trasilo.com. (CARNEIRO. respectivamente. cedo demais. isto ocorrera. Mesmo a partir de fundamentos meramente cronológicos. que ele parece ter exposto bem conforme a tinha recebido de Leucipo. é falso classificar Demócrito entre os predecessores de Sócrates. e obscurece o fato de que. que deriva. portanto. e a expressão "jovem" sugere menos que esta idade. cumpre-nos encontrar um espaço para Leucipo entre eles [Demócrito] e Zenão. Sabemos extremamente pouco sobre a vida de Demócrito. Demais. segundo a suposição dele. 16 multiplicar os exemplares de um escritor cujas obras teriam sido um testemunho permanente para a carência de originalidade que caracterizou o próprio sistema deles. porém. Em uma das principais obras. Se Demócrito morreu. visto estar baseado na hipótese de que tinha quarenta anos quando se encontrou com Anaxágoras.br (31) 3484-4334 . s/d. o problema do comportamento tornara-se premente. uma cidade que nem mereceria a reputação proverbial de embotamento. (MADJAROFE. Disse também algures que. s/p) Para Santana (s/d. ele tentou responder ao seu distinto concidadão Protágoras. Menos ainda está no seu sistema cosmológico. A possibilidade de ciência havia sido negada. entretanto. quando Anaxágoras era velho. era natural de Abdera na Trácia. e a partir dai concluiu-se que nasceu em 460 a. como Sócrates. C. Pertence inteiramente a uma outra geração que a desses homens. A questão à qual tinha que se dedicar era a de sua própria época. como se diz. ele era jovem. com a idade de noventa ou cem anos. s/d. e não está preocupado de modo especial em encontrar uma resposta a Parmênides. Ademais.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.com. por toda uma região exterior IPEMIG .(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . considerando que pode dar origem a dois homens de tanta envergadura. mormente de Anaxágoras. Parece. Quanto à data do seu nascimento. e era isto que exigia uma solução. não sabemos. temos apenas conjeturas para nos orientar. de qualquer maneira ainda vivia quando Platão fundara a Academia. Os sopros inspiradores da Grécia se disseminaram. quando. A originalidade de Demócrito. s/p) o período conhecido como helenístico foi um marco entre o domínio da cultura grega e o advento da civilização romana. Como Protágoras. (MADJAROFE. está precisamente na mesma linha que a de Sócrates. s/p) A verdadeira grandeza de Demócrito não está na teoria dos átomos e do vazio.ipemig. nesta época. afirmou que elas foram escritas 730 anos após a queda de Tróia. Havia nessa época e posteriormente diversas eras em uso. bem como todo o problema do conhecimento levantado por Protágoras. A literatura conhece o apogeu com o poeta Teocritus. com destaque para Polibius. da geografia e da gramática. com a expansão de Roma. as diversas culturas e religiões. (SANTANA. A cultura essencialmente grega se torna dominante nas três grandes esferas atingidas pelo Helenismo. localizado próximo à foz do rio Orontes. que abrigava pelo menos 200.com. Outro núcleo cultural importante foi o de Antioquia. o desenvolvimento da astronomia. porém. a Síria e o Egito. dando espaço ao que historicamente se demarca como o final da Antiguidade.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. mas com a difusão da cultura grega tudo se transforma em um grande caldeirão sincrético. Antigamente cada povo cultuava seus próprios deuses. rei da Macedônia. Agora não havia mais limites entre os diferentes territórios. a Pérsia e parte do território oriental. em pleno Mediterrâneo.br (31) 3484-4334 . da medicina. a ascensão da matemática e da física. o Zoológico e o Observatório Astronômico. campos nos quais surgem Euclides e Arquimedes. uma cultura de dimensão internacional. submetidos ao Helenismo. IPEMIG . capital da Síria. com a invasão do Egito pelos romanos. Neste momento desponta algo novo no cenário mundial. e a famosa biblioteca de Alexandria. encontrando seu fim em 30 a. Alexandria era o grande centro da cultura helenística. na qual se destacam a cultura e o idioma grego. cada um desses reinos será absorvido pela nova potência romana. s/d. daí a cultura grega ser depois perpetuada pelo Império Romano. no qual se misturam as mais variadas visões religiosas. salas nas quais os copistas trabalhavam ativamente e oficinas direcionadas para a confecção de papiros. Mais tarde. A era helenística conheceu o incrível progresso da história.ipemig. incluindo a Índia. a Macedônia. que englobava o Jardim Botânico.000 livros. filosóficas e científicas. os próprios romanos foram dominados pelos gregos. que prepondera especialmente na poesia idílica e bucólica. C. O período helenístico é caracterizado principalmente por uma ascensão da ciência e do conhecimento. s/p) Entre os alexandrinos floresceram as mais significativas edificações culturais deste período – o Museu. Antes disso.. especialmente no campo das artes e da literatura. Com suas investidas bélicas ele incorporou ao universo grego o Egito. 17 conquistada por Alexandre Magno.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . Esta era tem a duração de pelo menos trezentos anos. da consciência moral e do livre-arbítrio. quando teve início a Filosofia medieval. (SANTANA. o Cristianismo. à tarefa religiosa da evangelização e à defesa da religião cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia dos antigos. pelo qual o homem se torna responsável pela existência do mal no mundo. IPEMIG . que cultivavam a ideia de que ser feliz dependia de se liberar das coisas transitórias. São João Crisóstomo. s/p) As outras escolas da Filosofia são: A Filosofia patrística (do século I ao século VII) inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João e termina no século VIII. Beda e Boécio. de pecado original. de juízo final ou de fim dos tempos e ressurreição dos mortos. A patrística foi obrigada a introduzir ideias desconhecidas para os filósofos greco-romanos: a ideia de criação do mundo. como a Vênus de Milo. movimento mais significativo desta época. Tertuliano. A patrística resultou do esforço feito pelos dois apóstolos intelectuais (Paulo e João) e pelos primeiros Padres da Igreja para conciliar a nova religião – o Cristianismo . 18 Na filosofia despontaram quatro correntes filosóficas voltadas para a descoberta da fórmula da felicidade: os cínicos. Clemente. Orígenes. Divide-se em patrística grega (ligada à Igreja de Bizâncio) e patrística atina (ligada à Igreja de Roma) e seus nomes mais importantes foram: Justino. Atenágoras. Religiosamente pode-se dizer que o Helenismo era a contraposição pagã à nova religião que dominaria o cenário histórico a partir da preponderância de Roma. Eusébio. que é pura perfeição e bondade. a ideia de “homem interior”. Introduziu. pois somente com tal conciliação seria possível convencer os pagãos da nova verdade e convertê-los a ela. até mesmo das inquietações com a saúde. e o neoplatonismo.br (31) 3484-4334 . inspirado pelos pré- socráticos Demócrito e Heráclito. de encarnação e morte de Deus. Nas artes sobressaíram alguns clássicos da Era Antiga. Vitória de Samotrácia e o grupo do Laocoonte.ipemig.com o pensamento filosófico dos gregos e romanos. isto é. s/d. já que tudo foi criado por Deus. Isidoro de Sevilha. São Gregório Nazianzo.com. Santo Agostinho.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. de Deus como trindade una. sobretudo com Santo Agostinho e Boécio. os estóicos e os epicuristas. portanto. etc.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . que acreditavam em um individualismo moral. Santo Ambrósio. Precisou também explicar como o mal pode existir no mundo. A Filosofia patrística liga-se. os Padres da Igreja as transformaram em verdades reveladas por Deus (através da Bíblia e dos santos) que.br (31) 3484-4334 . bem como pela recuperação das obras dos grandes autores e artistas IPEMIG . Do lado árabe: Avicena. São Boaventura. Santo Anselmo. Yeudah bem Levi. mas afirmavam que cada uma delas tem seu campo próprio de conhecimento e não devem misturar-se (a razão se refere a tudo o que concerne à vida temporal dos homens no mundo. e. a esse respeito. p.Os que julgavam fé e razão conciliáveis. Roger Bacon. desconhecida pelos antigos. 53-54) A Filosofia medieval (do século VIII ao século XIV) abrange pensadores europeus.Os que julgavam fé e razão irreconciliáveis e a fé superior à razão (diziam eles: “Creio porque absurdo”). É o período em que a Igreja Romana dominava a Europa. por serem decretos divinos. (CHAUÍ. irrefutáveis e inquestionáveis. isto é. entre verdades reveladas ou da fé e verdades da razão ou humanas. Duns Scoto. 2000. 2000. Os teólogos medievais mais importantes foram: Abelardo. a Filosofia medieval também é conhecida com o nome de Escolástica. Escoto Erígena. .com. ungia e coroava reis. de novas obras de Aristóteles. as primeiras introduzindo a noção de conhecimento recebido por uma graça divina. Do lado judaico: Maimônides. havia três posições principais: . a tudo o que se refere à salvação da alma e à vida eterna futura). seriam dogmas. Santo Alberto Magno. as primeiras universidades ou escolas. entre verdades sobrenaturais e verdades naturais. Nahmanides. superior ao simples conhecimento racional. organizava Cruzadas à Terra Santa e criava. por ter sido ensinada nas escolas.Os que julgavam razão e fé irreconciliáveis. à volta das catedrais. a partir do século XII. Averróis. isto é. 19 Para impor as ideias cristãs. Guilherme de Ockham. (CHAUÍ. 54-55) A Filosofia da Renascença (do século XIV ao século XVI) é marcada pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na Idade Média. Santo Tomás de Aquino. Alfarabi e Algazáli. mas subordinavam a razão à fé (diziam eles: “Creio para compreender”). A Filosofia medieval teve como influências principais Platão e Aristóteles. surge uma distinção.ipemig. o grande tema de toda a Filosofia patrística é o da possibilidade de conciliar razão e fé. p. árabes e judeus. a fé. Com isso. . E. Dessa forma.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. Giordano Bruno. graças as conhecimento. às ciências. 200. que vão das mais atrasadas (também chamadas de “primitivas” ou “selvagens”) às mais adiantadas e perfeitas (as da Europa Ocidental). . Predomina. a partir da explicação mecânica e matemática do Universo e da invenção das máquinas. e o homem é um ser perfectível. em libertar-se da superstição e do medo. 20 gregos e romanos.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. Erasmo. A perfectibilidade consiste em liberar-se dos preconceitos religiosos. Pascal. pela vontade orientada pelo intelecto. Os principais pensadores desse período foram: Francis Bacon. as causas e os efeitos das paixões e das emoções e. Campannella. haverá igual confiança nas capacidades e nos poderes da razão humana como houve no Grande Racionalismo Clássico. Locke. Nunca mais. Descartes.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .pela razão. às artes e à moral. Galileu. Malebranche. Os nomes mais importantes desse período são: Dante. Newton. Kepler e Nicolau de Cusa. IPEMIG .com. p. nesse período. o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade social e política (a Filosofia da Ilustração foi decisiva para as ideias da Revolução Francesa de 1789). Espinosa. a ideia de que a razão é capaz de definir para cada sociedade qual o melhor regime político e como mantê-lo racionalmente.o aperfeiçoamento da razão se realiza pelo progresso das civilizações. Existe também a convicção de que a razão humana é capaz de conhecer a origem. sociais e morais. conhecido como o Grande Racionalismo Clássico. p. isto é. Montaigne. é capaz de governá-las e dominá-las. chamada de As Luzes (por isso. na história da Filosofia.a razão é capaz de evolução e progresso. A mesma convicção orienta o racionalismo político. (CHAUÍ. Leibniz. Berkeley. Hobbes. de sorte que a vida ética pode ser plenamente racional. 56-57) A Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX) Esse período também crê nos poderes da razão. . Jean Bodin. (CHAUÍ. 55) A Filosofia moderna (do século XVII a meados do século XVIII) é o período. o nome Iluminismo). Gassendi. 2000. Maquiavel. O Iluminismo afirma que: . Marcílio Ficino. Tomás Morus.ipemig. a ideia de conquista científica e técnica de toda a realidade. graças às experiências físicas e químicas.br (31) 3484-4334 . 2000. Os principais pensadores do período foram: Hume.ipemig. isto é. Voltaire. (CHAUÍ. com uma controvérsia sobre a importância maior ou menor da agricultura e do comércio.br (31) 3484-4334 . Kant.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . Data também desse período o interesse pela compreensão das bases econômicas da vida social e política. pertencendo ao campo da filosofia da vida. 2000. parece ser o mais complexo e o mais difícil de definir. 57-58) A Filosofia contemporânea abrange o pensamento filosófico que vai de meados do século XIX e chega aos nossos dias. técnico e político. p. D’Alembert. a biologia terá um lugar central no pensamento ilustrado. p. controvérsia que se exprime em duas correntes do pensamento econômico: a corrente fisiocrata (a agricultura é a fonte principal das riquezas) e a mercantilista (o comércio é a fonte principal da riqueza das nações). Fichte e Schelling (embora este último costume ser colocado como filósofo do Romantismo). Rousseau. (CHAUÍ. Nesse período há grande interesse pelas ciências que se relacionam com a ideia de evolução e. 58) IPEMIG . surgindo uma reflexão sobre a origem e a forma das riquezas das nações. Esse período. na medida em que elas são as expressões por excelência do grau de progresso de uma civilização.com. por ser o mais próximo de nós. por isso. 21 . Há igualmente grande interesse e preocupação com as artes. Diderot. a Natureza é o reino das relações necessárias de causa e efeito ou das leis naturais universais e imutáveis.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. enquanto a civilização é o reino da liberdade e da finalidade proposta pela vontade livre dos próprios homens. em seu aperfeiçoamento moral. pois as diferenças entre as várias filosofias ou posições filosóficas nos parecem muito grandes porque as estamos vendo surgir diante de nós.há diferença entre Natureza e civilização. uma totalidade indefinível. O mundo real apresenta-se sempre como uma totalidade. O mito é uma forma de narrativa.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. A realidade mítica é sempre cósmica.ipemig. O cosmos mítico não é opaco e fixo em sua realidade ontológica. Configura o mundo em seus momentos primordiais. Para quem vive o mito. propõe modelos e paradigmas de comportamento. p. o mito sobressai-se como uma forma autônoma de pensamento e de vida. mas acomodar e tranquilizar o homem em um mundo assustador. é para o mundo inteligível que dele nasce. É um mundo ordenado e vivo. proposta numa linguagem acessível à gênese do mundo. p. Os mitos apresentam-se como possível explicação ou interpretação da realidade e dos acontecimentos. ele não precisa de uma validação por parte do intelecto.br (31) 3484-4334 . A realidade é uma só. O mito desempenha uma função social. determinado grupo de pessoas une-se e tem no mito o principal ponto de união. profundamente coeso em sua unidade. p. define os limites intransponíveis da consciência e as significações que instalam a existência humana no mundo. porque todas as coisas propostas constituem um cosmos. harmonioso.2) De acordo com Souza (1995. projeta o homem num tempo que precede o tempo. acima de tudo. ou seja. s/d. 3) entre os gregos. Transparente. explicar a realidade. 22 5 MITO A PRIMEIRA EXPLICAÇAO DA REALIDADE Como observa Seleprin (s/d. em sua consistência final. por meio da crença em entidades divinas ou em um deus pessoal. primordialmente. A função do mito não é.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .42) além dos mitos. ele é a única história verdadeira.com. os povos primitivos encontraram na religião outra forma de tentar explicar o mundo em que viviam e os fenômenos e fatos que nele presenciavam. O mito é para quem o vive. Não são objetos perdidos num todo desordenado. (SELEPRIN. que permanecem sustentando a realidade constituída. O mito possui vida própria. festivo. inteligente e criador capaz de impor ordem e IPEMIG . das coisas e do homem. principalmente entre o grupo de pessoas no qual nasceu. uma forma de realidade. relata uma história sagrada. Os mitos reproduzem ou repropõem gestos criadores e significativos. situa a história e os empreendimentos humanos num espaço indimensionável. o que não faz com que ele deixe de ter o seu grau e validade entre os homens. mas. mas da razão. Embora dotadas de certa capacidade para apaziguar a mente inquieta do homem diante dos desafios que lhe eram lançados pela natureza física e social circundante. a religião e o mito permanecem indissoluvelmente ligados na tentativa de oferecer explicações para o mundo que circunda o homem. Conforme Chauí (2000. p. a consciência mítica e a religiosa são tidas como pré-filosóficas. 23 governabilidade ao universo ainda confuso e incompreensível. A Filosofia explica o surgimento desses seres por composição. 3. mas nem sempre racionalmente convincentes. explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. A Filosofia. (CHAUÍ. fogo e ar. a Filosofia fala em céu. mar e terra. além disso. as coisas são como são. seco.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . p. A Filosofia. animais. terra. longínquo e fabuloso. De um modo geral.úmido. quer seja o mundo social. ou água. que é a mesma em todos os seres humanos. 33-34) IPEMIG . É muito difícil traçar o limite que determina o fim do mito e o início da religião.com. O mito não se importava com contradições. no presente e no futuro (isto é. fabulação e coisas incompreensíveis. ao contrário. com o fabuloso e o incompreensível. voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente. na totalidade do tempo). combinação e separação dos quatro elementos .Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. O mito narra a origem dos seres celestes (os astros). O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial. ao contrário. a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo. ao contrário. homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com Urano e Ponto. se preocupa em explicar como e por que. Ponto e Gaia. não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica. quer seja o mundo físico. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas.ipemig. O mito falava em Urano. 2. 2000. quente e frio. lógica e racional. mas exige que a explicação seja coerente. 34-35) as diferenças entre Filosofia e mito são: 1. não admite contradições. terrestres (plantas. enquanto a Filosofia. no passado.br (31) 3484-4334 . por meio de explicações plausíveis. um processo de racionalização do real: na e pela literatura escrita instaura-se esse tipo de discurso onde o logos não é mais somente palavra [como o mythos]. 50) Jean-Pierre Vernant (1992. ou seja. parte da distinção entre mythos e logos. à palavra mythos. Percebe-se. analisa as alterações que eles vão sofrendo ao longo do tempo. Com a evolução do espírito. 53) Para Souza (1995. no entanto. 174). p. verificar-se o seu total desaparecimento. na sua busca incessante de compreensão e inteligibilidade da realidade que o cerca. que inaugura uma nova forma de pensamento. Para esse distanciamento contribuiu o surgimento da palavra escrita. movido pela admiração que o universo provoca dentro de si mesmo. insatisfeito com as explicações míticas e religiosas. onde ele assumiu o valor de racionalidade demonstrativa e se contrapõe. p.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. 52) Cassirer salienta. um ordenamento mais estrito da matéria conceitual. tratando da questão da morte dos mitos. esses campos. À medida que o pensamento lógico-científico vai-se desenvolvendo e conquistando sua supremacia sobre o pensamento mítico. a extenuação da formação mítica.com. como num passe de mágica. no contexto em que vive. Claude Lévi-Strauss (1993). por exemplo. ao campo da arte.ipemig. Em ambas as formas o mito perde o estatuto de narrativa fundadora. um estágio mais avançado do pensamento. conforme o autor. como. antes interligados. tanto pela forma quanto pelo fundo. a ciência. a função de legitimação histórica. mythos e logos não se opunham. no caso da lenda. assumindo outras funções. vão se individualizando e afastando progressivamente. e o mito pode mesmo ser considerado uma primeira tentativa de racionalização sobre as coisas. p. De acordo com Monfardini (2005. (MONFARDINI. a organização do discurso escrito é paralela a uma análise mais cerrada.br (31) 3484-4334 . p. A escrita marca. p. reelabora racional e IPEMIG . pressupondo. C. 2005. a religião. O ser humano. o distanciamento entre o pensamento mítico e o pensamento lógico só se estabeleceu entre os séculos oitavo e quarto a. pois. abordando a questão do mito e a sua relação com a sociedade em que está inserido. 44) é importante ressaltar que a consciência filosófica não surge “ao acaso”. detectando duas formas degenerativas do mito: a lenda e a elaboração romanesca. sem. nesse plano. em qualquer um dos casos. dessa forma. 24 De acordo com Monfardini (2005. este vai se restringindo cada vez mais ao campo da imaginação e do devaneio. inicialmente. Segundo o autor. no início tudo estava unido: a arte. 1995. caótica e desconhecida. 44) IPEMIG . permeado pelas contribuições da consciência mítica e religiosa e originária da força persuasiva da razão no seu enfrentamento com a realidade até então opaca.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .com. O surgimento da filosofia é resultado de um longo processo perceptivo e cognoscitivo que foi amadurecendo aos poucos.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. (SOUZA.ipemig. 25 logicamente os conhecimentos adquiridos pelo mito e pela religião ao longo do tempo e cria uma nova forma de abordar e investigar o mundo e os seres vivos que nele existem: a filosofia. p.br (31) 3484-4334 . Como o mito é a nossa primeira leitura do mundo.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . Além disso. paz. Ao criticar o mito e exaltar a ciência. retira dele o caráter de sobrenaturalidade.com. o advento de outras interpretações da realidade não exclui o fato de ele ser raiz da inteligibilidade. já que o mito é uma forma fundamental do viver humano.) O mesmo sucede com personalidades como artistas. pai. a crença na ciência como única forma de saber possível. ao mesmo tempo em que inferioriza o mito como tentativa fracassada de explicação da realidade. ou seja. Dessa maneira. fazendo a filosofia. responde pela afirmativa: ao explicar a evolução da humanidade. veremos que a passagem para o pensamento crítico reflexivo quebra a unidade do mito.. morte. Perguntamos então: o desenvolvimento do pensamento reflexivo decretou a morte da consciência mítica? Augusto Comte.ipemig. quando proferimos certas palavras ricas de ressonâncias míticas: casa. p. empobrecendo as possibilidades de abordagens do mundo. da objetividade e da neutralidade científicas. O mito é o ponto de partida para a compreensão do ser. como também na vida diária. lar. opõe radicalmente mito e razão. mãe.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. tudo o que pensamos e queremos se situa inicialmente no horizonte da imaginação. porque a ciência não é a única interpretação válida do real nem é suficiente. define a maturidade do espírito humano pelo abandono de todas as formas míticas e religiosas. a ciência e a técnica. Martins (2003. liberdade. A nova forma de compreensão do mundo dessacraliza o pensamento e a ação. o positivismo mostra-se reducionista. Essas palavras nos remetem a valores arquétipos. esportistas que os meios de comunicação se incumbem de IPEMIG . isto é. A função fabuladora persiste não só nos contos populares. cuja definição objetiva não esgota os significados que ultrapassam os limites da própria subjetividade. políticos. 75) do mito à razão. 26 6 MITO NA ATUALIDADE Segundo Aranha. de onde surgem os mitos do progresso. nos pressupostos míticos. no folclore. modelos universais existentes na natureza inconsciente e primitiva de todos nós. Em outras palavras. contraditoriamente o positivismo faz nascer o mito do cientificismo. cujo sentido existencial serve de base para todo trabalho posterior da razão. (.br (31) 3484-4334 . filósofo francês do século XIX e fundador do positivismo.. 27 transformar em imagens exemplares. p. mas não substanciais.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . Cada objeto do mundo pode passar de uma existência fechada. p. representam todo tipo de anseios: sucesso. Logo tudo pode ser mito? Sim. o esporte. 2003. Mas o que deve estabelecer solidamente desde o início é que o mito é um sistema de comunicação. os espetáculos. não é uma fala qualquer. 1995. é uma mensagem. uma forma. desde que seja suscetível de ser julgado por um discurso. 76) Para Barthes (1982. pode ser formada por escritas ou por representações: o discurso escrito. etc. 131-132. 131-132. tudo isso pode servir de suporte à fala mítica. pode impedir-nos de falar das coisas. (BARTHES. (. ou uma ideia: ele é um modo de significação.. Será necessário (. muda. pois o universo é infinitamente sugestivo. Eis por que não poderia ser um objeto. 51) IPEMIG . a reportagem.. Seria.com. o cinema.. natural ou não. reinvestir nela a sociedade: isso não impede que seja necessário descrevê-la de início como uma forma.. que concorda com a etimologia: o mito é uma fala. Souza. mas pela maneira como a profere: o mito tem limites formais.) Essa fala é uma mensagem.) impor a esta forma limites históricos. no imaginário das pessoas. para um estado oral. p. (ARANHA. atração sexual.ipemig. muito simples. a publicidade. p. Naturalmente. aberto à apropriação da sociedade. poder. um conceito. apud. apud Souza. tudo pode constituir em mito. assim como a fotografia.br (31) 3484-4334 . 1995. julgo que sim. portanto. Pode.. São necessárias condições especiais para que a linguagem se transforme em mito (. e que. O mito não se define pelo objeto da sua mensagem.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. não ser oral. portanto ilusório pretender fazer uma discriminação substancial entre os objetos míticos: já que o mito é uma fala.. p.). 1982. condições de funcionamento. liderança. pois nenhuma lei. MARTINS. 51) o que um mito hoje? Darei desde já uma primeira resposta. Longe de ser uma posição comodista. que se transmite em forma não sistemática. 1979. obtido sem qualquer planejamento rigoroso. (VIEIRA PINTO. É o discurso com o qual está habituado. esse conhecimento não é incorreto IPEMIG . do grupo social e do indivíduo. s/d.com.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . ou seja. SOUZA. os temas propostos pela metafísica e pela ética também são abordados por um tipo de interpretação caracterizada como senso comum.ipemig. Ao contrário do que se pensa. no entanto capaz de guiá-lo na busca de elementos indispensáveis para sua sobrevivência. 28 7 FILOSOFIA E SENSO COMUM De acordo com Silva (s/d. o homem produz um “saber de direção”. cada um desenvolve sua própria explicação sobre o mundo. s/p) O senso comum ou o bom senso é o guia do homem na solução de suas dificuldades diárias. sem que elas passem por um exame detalhado que as problematizem ou questionem. e não em caráter de conhecimento refletido. De certa maneira. um saber não sistematizado. s/p) as questões de conteúdo filosófico não são exclusividades apenas de uma forma de conhecimento chamado filosofia. desejos. é que se tenta encontrar outras explicações que acomodem aquilo que está fora da ordem ao conjunto de crenças e desejos partilhados pelo grupo social. seja através de mitos ou de teorias ingênuas. (SILVA. O bom senso é simplesmente o depósito intelectual indiferenciado resultante da série de experiências fecundas da espécie. orienta-o em seu dia-a- dia. mesmo depois do advento da filosofia.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. Do confronto com a realidade. apego à tradição histórica ou influências sociais fazem com que. 1995. entendem-se aquelas explicações aceitas por um determinado grupo de pessoas. Neste instante. por herança racional. p. p. 58) O conhecimento ingênuo tem origem no enfrentamento diário dos problemas que afligem o homem. 359. Fatores como crenças.br (31) 3484-4334 . ainda persista na maior parte dos seres humanos uma aceitação das coisas tais como elas são. apud. só quando ocorre uma sucessão de fenômenos contrários às teses da maioria é que se passa a duvidar da eficácia de uma determinada opinião generalizada. De fato. quando não se cai em superstições. Por senso comum. o apego ao senso comum decorre da falta de motivos fortes para a fomentação de dúvidas sobre as noções dominantes que a maioria das pessoas tem como certas. de acordo com parâmetros de universalização de aplicação da norma. permitindo que uma investigação mais apropriada proporcione um conhecimento mais fidedigno e que permita fazer previsões mais precisas. 29 ou errado. O senso comum constrói suas teses a partir de um método indutivo. Quanto ao conhecimento da natureza. ainda que provisória.ipemig. (SILVA. p. Desse modo. Por conta disso. às vezes. é conhecimento autêntico. a filosofia exige do senso comum à sustentação da validade de suas normas. relacionadas com a falta de tolerância e critérios rigorosos para fundamentação de qualquer tipo de conhecimento. não dotado de certeza. s/d. o conhecimento deve avançar da simples aceitação de práticas estabelecidas pela tradição. Nesse sentido. (SOUZA. Quanto ao conhecimento da melhor forma de ação.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. casual e assistemático. é pela persistência de um hábito e não pela validação de um conhecimento seguro que o senso comum gera seus enunciados. logo se seguirá um evento a elas relacionado. (SILVA. as informações que entram na mente humana são tão complexas que provocam um conflito de interpretações por parte do indivíduo.com. embora não verificado.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . geralmente obtido pelas observações efetivadas pelos sentidos. 1995. pelo qual a regularidade da ocorrência de certos fenômenos na natureza gera um hábito de se acreditar que se determinadas condições estão presentes. assim como os sentidos pelos quais as informações do meio ambiente chegam ao sistema nervoso central. até a formulação de regras de conduta que possam ser avaliadas a partir de um ponto de vista moral. portanto. as experiências exaustivas e as contraprovas são práticas que fornecem elementos para constatação da verdade ou falsidade de uma proposição. do qual os interesses de todos concernidos sejam levados em conta. s/p) Ainda segundo Silva cabe à filosofia fazer a crítica dos modelos padrões do senso comum. 58) As razões que fazem com que os filósofos critiquem o senso comum estão. s/d.br (31) 3484-4334 . s/p) IPEMIG . É conhecimento fortuito. Esse hábito faz parte da constituição de cada um. Muitas vezes. (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . et al. os homens têm as mesmas respostas para questões desse tipo. ou relativo aos costumes. s/p). Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: . ética vem do grego ethos.br (31) 3484-4334 . seja relativamente à determinada sociedade. moral são aspectos de condutas específicas. . por exemplo. os Estóicos. . apud ROSAS. sem ele. moral é cultural. desde sempre. Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente assuntos sobre a ÉTICA: Os pré-socráticos. Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda. 30 8 O QUE É ÉTICA É ou não ético roubar um remédio. 1993. p. para salvar alguém que. os pensadores Cristãos IPEMIG . moral é prática. e o fato de umas não terem liberdade era considerado normal. ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal. s/d. explicitamente. Etimologicamente falando. 45 ) A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são.Ética é regra. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas. as sociedades mudam e também mudam os homens que as compõem. moral é conduta da regra. p. os Direitos Humanos impedem que alguém ouse defender.Ética é universal. a escravidão como algo legítimo. moral é temporal.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. a existência de escravos era perfeitamente legítima: as pessoas não eram consideradas iguais entre si.Ética é princípio. Aristóteles. Hoje em dia. mas que não são fáceis de explicar. (ABREU.Ética é permanente. . s/d.Ética é teoria. . Com o passar do tempo. cujo preço é inacessível. morreria? Colocado de outra forma: deve-se privilegiar o valor “vida” (salvar alguém da morte) ou o valor “propriedade privada” (não roubar)? Seria um erro pensar que. (VALLS. ainda que nem sempre respeitados. seja de modo absoluto". 7. com o mesmo significado: Conduta.ipemig. quando alguém pergunta. e tem seu correlato no latim morale. Na Grécia antiga.com. a existência e a ideia só se diferenciam.A ética para Platão e Sócrates: Platão. O ser humano que assim consegue superar-se é o super-homem. preconizando a capacidade de criação. 31 (patrísticos. Spinoza queria que víssemos as coisas sob o ponto de vista da eternidade.A ética para Nietzsche: Nietzsche critica a moral tradicional. o que transpõe os limites do humano. etc. escolásticos e nominalistas). propõe a "transvaloração de todos os valores". pressupondo destes logo que os mesmos são eternos e estão inscritos na alma de todos os homens. s/p) . como diz nos Pensamentos metafísicos. e as coisas estão em Deus.ipemig. s/d. Para Platão a Justiça consiste no perfeito ordenamento das três almas IPEMIG . Os entes são afecções de Deus. de invenção. Kant. nas criaturas humanas. Estas definições seriam depois assumidas como valores morais de validade universal. E Deus é perfeito. s/p) . A essência. É a causa última de tudo. Eternidade é a junção de essência e existência. Isso não acontece com os outros seres. Platão atribui a estes conceitos ético-políticos o estatuto de Ideias (Justiça. Conhece a si e a tudo objetivamente. s/d. Essa é uma noção panteísta. e ele é Uno. fora das noções subjetivas. etc). Beleza. Sócrates estava convencido que os conceitos morais se podiam estabelecer racionalmente mediante definições rigorosas. O tempo pertence à razão. Spinoza desenvolverá isto no Ética. s/d. As coisas só têm essências na medida em são atributos de Deus.br (31) 3484-4334 . resultando no ressentimento. A existência e a essência. Bem.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . s/p) . (ALGO SOBRE. que nega os valores vitais e promove a passividade e o conformismo. A sua validade é independente das opiniões que cada um tenha dos mesmos. Spinoza. de potência. a potência. (ROSAS.A ética para Spinoza: Para Spinoza Deus é o único ser em que a essência coincide com a existência. derivada da religião judaico-cristã. Eternidade é o atributo sob o qual concebemos a existência de Deus. Em oposição a ela. como Sócrates combate o relativismo moral dos sofistas. Devemos considerar o mundo objetivo em si.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www.com. diferem uma da outra por causa da razão. é um modo de pensar a pluralidade também. (DUCLÓS. Spinoza chama de afecções aquilo que Descartes chama de atributos. Essa é a "moral dos escravos". mas coisas criadas. que funda a "moral dos senhores". Paul Tillich. Bondade. A parte divina do ser é a essência. pois tudo é Deus. Dependem dele. pelo fato de subjugar os instintos e as paixões à razão. Nietzsche. A ética em Hegel pressupõe conteúdo e forma. sua formulação do chamado “imperativo categórico”. que gostava tanto das ciências e que não tinha a intenção de criar uma nova moral. A verdade do ethos é o estado que representa o coletivo.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . A moral kantiana. IPEMIG . o todo não é só a soma das partes. O costume ou a moral normativa de um povo é aquilo que o constitui. A verdade do estado é o tribunal da História. de certo modo.A ética para Kant: Segundo Valls (s/d. sob pena de o homem se rebaixar a um simples ser da natureza. cujo conceito não pode ser definido cientificamente. . As partes são partes de um todo fundamentado. nas palavras: “Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”. mas que tem de ser postulado sempre. pois. como uma certa coação. são seus elementos universais. Sua ética é. que a sua parte racional terá de exercer sobre sua parte sensível.ipemig. na obra de Kant. A ética Hegeliana pressupõe um homem livre. em última instância. Parte das ideias da vontade e do dever. s/d. (FONTES.com. mas sempre em função do conceito de dever. Portanto. mas ao mesmo tempo atrapalhado por inclinações sensíveis. estava apenas preocupado em fornecer-nos uma forma segura de agir. . um ser livre. .alguns até dirão formalista.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. porém ele. s/p) . é o opressor da verdade do espírito no mundo. a distinção em Hegel sobre ética e moral é. conclui então pela liberdade do homem. formal. a identidade de sua validade. é claro. que ocasionam que o agir bom se apresente a ele como uma obrigação. Portanto. também pressupõe um conceito de homem. O absoluto que suprassume a forma (ética) versus o conteúdo (moral) é a síntese do sujeito incluso no predicado.A ética para Hegel: O ético para Hegel é tudo o que constitui o ethos de um povo. O homem só se realiza na pólis. A pólis é a efetivação do indivíduo expressada no ethos de um povo. A felicidade consiste neste equilíbrio. 32 e das respectivas virtudes que lhe são próprias. guiadas sempre pela razão. que na suprassunção dialética aparece como fim no absoluto. como um ser racional que não é simplesmente racional. sobre a felicidade e sobre a virtude.Kant reconhece que esta é apenas uma fórmula. É famosa. s/p) a ética kantiana está centrada na noção de dever.br (31) 3484-4334 . Este conteúdo é moral e a forma é ética. que haja de acordo com o todo. Kant também reflete. Na dialética Hegeliana. suprassumida pelo absoluto. (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .ipemig. a ética se aplica à disciplina filosófica que trata de estabelecer os fundamentos e a validade das normas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre as ações humanas qualificadas de boas ou más. 33 a suprassunção dos momentos eidético e tético. p. Segundo Cabanas (1996). (KRUCHINSKI JUNIOR. o que é bom ou mau. define o que é virtude. certas ou erradas. correto ou moralmente certo e que nos fornece explicações para nosso senso de dever moral. honesto ou desonesto. tal código é relativo ao contexto sócio-político-econômico e cultural onde vivem os sujeitos éticos e onde realizam suas ações morais. p. (MENIN. sustenta e dirige as ações do homem. 179) a ética se fundamenta em uma teoria dos valores concernentes ao bem e ao mal e tem como objeto de reflexão as experiências morais do ser humano pautadas pelo conhecimento do que é bom ou mau. e é quando a respondemos que encontramos valores morais.. bem como os juízos de valor sobre essas experiências elaboradas por uma consciência moral. 93) A essa questão – o que me obriga a ser bom –.. a questão central da ética é a de responder à pergunta: o que nos obriga a sermos bons? Ou seja. É um produto histórico-cultural e..) alguns autores fazem a distinção: a moral se refere às normas ou regras que regem (ou deveriam reger) certos aspectos da conduta humana. p. certo ou errado. podem ser dadas respostas diferentes.) o homem é um ser que possui senso ético e uma consciência moral. para cada cultura e sociedade.br (31) 3484-4334 . permitido ou proibido. (.. Isto quer dizer que constantemente avalia e julga suas ações para saber se são boas ou más. (. 2002. 2009. ao mesmo tempo. Ainda para Souza (1995. etc. permitido ou proibido. Mas como colocar a ética e a moral nas escolas? Segundo Cabanas (1996). valores são os critérios últimos de definição de metas ou fins para as ações humanas e não necessitam de explicações maiores além IPEMIG .. p.com. para algumas posições filosóficas. como tal. a ética é universal enquanto estabelece um código de condutas morais válido para todos os membros de uma determinada sociedade e. 4- 5) Para Souza (1995. norteando a conduta individual e social. justas ou injustas. é a ética que nos permite buscar critérios para definirmos o que é ser bom.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. certo ou errado. ancoradas em diversas posições filosóficas ou ideológicas. Dessa maneira. 187) a ética ilumina a consciência humana. justo ou injusto. a tolerância. 34 deles mesmos para assim existirem. assim. Onde e como se daria. pelo exercício da construção de valores. considerado errado ou injusto. Ou seja. que a heteronomia. enfim: quanto maiores e mais diversas forem as possibilidades de trocas entre as pessoas. justiça. respeito mútuo. p. que têm um caráter natural. pois há uma clara opção pela autonomia moral como melhor. também. de acordo com cada sociedade e período de sua existência. e assim por diante com outros valores como a solidariedade. 1996). A posição piagetiana não considera os valores como relativos. 2002. troca de necessidades. e. e autores que o tem seguido e para os atuais Parâmetros Curriculares Nacionais (1998). As ações humanas seriam. Há. há posturas mais relativistas. solidariedade. não planejada.br (31) 3484-4334 . de acordo com as quais acredita- se que um conjunto de valores. obrigatoriamente. nos seus mais diversos espaços.com. a formação moral de alunos e/ou de professores passa. com as quais a escola exime-se de assumir tal educação em valores deixando que isso ocorra de forma assistemática. 2002. que passam pelas possibilidades de prática de cooperação. regras e normas pelos próprios alunos e/ou professores entre si e nas situações em que sejam possíveis relações de trocas intensas. um saber viver relações cooperativas e justas. a piedade. Há posturas doutrinárias. portanto. aspirações. pontos de vistas diversos.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. como verdades acabadas. também. sem isso a moral é puro verbalismo. então. para mim e para qualquer outro.ipemig. 93) Segundo Menin (2002. Para outras posições. por outro lado. ou ter valor. mais amplo poderá ser o exercício da reciprocidade – pensar no que pode ser válido. considerados fundamentais. posturas opostas sobre como educar em valores. p. racional e moralmente falando. p. Para Piaget (1977. uma opção pelos métodos ativos de educação moral. podem acontecer. algo considerado um dia como correto e justo poderia ser. essa formação prática de professores para a moralidade? Dar-se-ia em todos os espaços escolares em que as relações humanas IPEMIG . variando. 97) numa visão piagetiana. devem ser transmitidos prontos a todos. avaliadas de acordo com os costumes locais. (MENIN. (MENIN.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . devemos ser bons porque a bondade é um valor. em outra época. 93) Metodologicamente. honestos porque a honestidade é um valor. saber sobre a moral é sinônimo de um saber fazer. universal e obrigatório em nossa existência. os valores são determinados por culturas particulares e em função de certos momentos históricos. do currículo às relações pessoais dentro da escola e às salas de aula.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . Como os PCNs agora buscam dispor. a ética torna-se um tema transversal a ser pensado por todos os professores e nos mais variados espaços da escola. p.ipemig.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. E a formação. 97) IPEMIG . 2002. 35 e seus conflitos pudessem aparecer e onde se pudesse refletir sobre as melhores soluções para todos.com.br (31) 3484-4334 . seja de professores ou de alunos. (MENIN. tem que acontecer nas próprias práticas e vivências dentro da escola e nunca como matéria à parte. br/seb/arquivos/pdf/livro082.ipemig. n. Trad. 1983. set-dez. Mundos Possíveis. A Obra de Arte na Época de suas Técnicas de Reprodução. Iniciação à Filosofia.2010. terceiro e quarto ciclo: apresentação dos temas transversais. BACH. Walter.2010. 2004. Maria Helena Pires. 166.br/pdf/%0D/ccedes/v24n64/22832. Ética. BENJAMIN. M. et al. abr-jun. Filosofando. Simon. 1994. Lisboa: Bertrand. A amizade. Niels. Disponível em <http://portal. .mec.gov. J. ABREU. Lisboa. Renata Pereira Lima. Brasília: MEC/SEF. Introdução à Filosofia. In: CADERNO CEDES. MARTINS. Rio de Janeiro: Contraponto. G. vol. Parâmetros Curriculares Nacionais. 2000. ARANHA. BOHR. BOTTIN. Secretaria de Educação Fundamental. J. F. Ana Rosa. Alain de. F.07. 1995. História da filosofia. Campinas. São Paulo: Vozes. Educación moral y valores. São Paulo: Moderna. Petrópolis: Vozes. 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Mito e sociedade na Grécia antiga. ipemig. capaz de assumir uma postura crítica perante elas. por ele o homem vem concebido como Imago Dei. mas a pensar melhor. onde o homem é concebido como um ser dialógico. III.A consciência nunca pode ser mais que o ser consciente. d)O ponto de vista do homem ( que é o ponto de vista da humanidade). e o ser dos homens é o seu processo de vida real. 3) Relacione corretamente as colunas abaixo e assinale a resposta correta. a princípio.Nas escolas os objetivos educacionais estabelecidos para o ensino de filosofia sempre procuraram apresentá-la como uma disciplina com a qual o aluno não só aprende a pensar. tornando-se dessa forma um investigador de questões existenciais problemáticas. a)Todas as afirmativas estão erradas b)Todas as afirmativas estão corretas c)Estão corretas as afirmativas II e III d)Está correta somente afirmativa I 2) A história da filosofia nos ensina.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. c)O ponto de vista do Outro (que é aquele da pós-modernidade).com. (que é o ponto de vista clássico) no qual o homem vem concebido como microcosmo. leia as afirmativas abaixo e assinale a opção verdadeira: I. direta e intimamente ligada à atividade material e ao comércio material dos homens.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . (que é aquele dos Padres dos primeiros tempos da Igreja e dos Escolásticos). onde o homem é concebido como um ser intelectual.br (31) 3484-4334 .A produção das ideias. II. que os principais pontos de vista no estudo do homem são quatro exceto: a)O ponto de vista da natureza. das representações e da consciência está. 41 AVALIAÇÃO 1)Sobre a matéria filosofia. sobre as abordagens da filosofia: IPEMIG . b)O ponto de vista de Deus. Sobre o Iluminismo.3B b)1C. 3.com.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . 3A d)1A. assinale a alternativa incorreta: IPEMIG .Repousa sobre uma concepção da filosofia enquanto um conjunto de conhecimentos previamente organizados e estruturados que privilegia a forma em detrimento do conteúdo. a)1A.Abordagem histórica: B. fruto da reação do pensamento humano perante os acontecimentos presentes nos diferentes momentos do processo histórico e social. chamada de As Luzes (por isso.Encara a filosofia como uma manifestação cultural que se apresenta ao longo do tempo.Abordagem temática: C. 2B. 3A c)1B. 3C 4) Os métodos didático-pedagógicos à disposição daqueles que se dedicam ao ensino de filosofia são exceto: a)Exposição oral b)Exposição c)Interrogação d)Exposição dialogada (método socrático) 5) A Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX)esse período também crê nos poderes da razão.Apresenta a filosofia como um esforço de reflexão sobre problemas que desafiam a consciência humana atual.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. 2.ipemig.Abordagem sistemática: A. 42 1. que evolui e se transforma continuamente. 2C. 2B. o nome Iluminismo). 2C.br (31) 3484-4334 . ipemig. e o homem é um ser perfectível.r. V IPEMIG . o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade social e política (a Filosofia da Ilustração foi decisiva para as ideias da Revolução Francesa de 1789) b) A razão é capaz de evolução e progresso. uma totalidade indefinível. isto é. 43 a) Pela razão. uma forma de realidade.br (31) 3484-4334 . irrefutáveis e inquestionáveis d)O aperfeiçoamento da razão se realiza pelo progresso das civilizações. que permanecem sustentando a realidade constituída. explicar a realidade. em libertar-se da superstição e do medo. seriam dogmas. ( ) Os mitos reproduzem ou repropõem gestos criadores e significativos.a 7) No que diz respeito ao mito a primeira explicação da realidade marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas: ( ) A função do mito é. a)F. A perfectibilidade consiste em liberar-se dos preconceitos religiosos. por serem decretos divinos. que vão das mais atrasadas (também chamadas de “primitivas” ou “selvagens”) às mais adiantadas e perfeitas (as da Europa Ocidental) 6) A Filosofia medieval teve como influências principais : a)Platão e Aristóteles b) Orontes e Teocritus c)Platão e Aristósteles d)n. acomodar e tranquilizar o homem em um mundo assustador. os Padres da Igreja as transformaram em verdades reveladas por Deus (através da Bíblia e dos santos) que. primordialmente. graças as conhecimento. às ciências. sociais e morais. V.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" . ( ) O mito é para quem o vive. V. porque nem todas as coisas propostas constituem um cosmos. às artes e à moral c) Para impor as ideias cristãs.com.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. é para o mundo inteligível que dele nasce. ( ) A realidade mítica não é sempre cósmica. a 10) A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são. no entanto capaz de guiá-lo na busca de elementos indispensáveis para sua sobrevivência. Do confronto com a realidade. F . o homem produz um “__________”. moral são aspectos de condutas específicas b)Ética é essencial. IPEMIG . 44 b)V.V c) F.Esse método é chamado de: a)dedutivo b)explicativo c) indutivo d)n. F 8) O conhecimento ingênuo tem origem no enfrentamento diário dos problemas que afligem o homem. assinale a alternativa que não corresponde a essa diferença: a)Ética é princípio.a 9) O senso comum constrói suas teses a partir de um método .F d)F. V .F .com. mas que não são fáceis de explicar. ou seja.ipemig.(31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. um saber não sistematizado. F. Alguns diferenciam ética e moral de vários modos.r. pelo qual a regularidade da ocorrência de certos fenômenos na natureza gera um hábito de se acreditar que se determinadas condições estão presentes. obtido sem qualquer planejamento rigoroso. V. cultural e prática c)Ética é permanente. a) saber de direção b) conhecimento da razão c) saber de filosofia d)n.r. V. moral é cultural. quando alguém pergunta.br (31) 3484-4334 . moral é temporal d)Ética é universal. logo se seguirá um evento a elas relacionado. (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" .ipemig. do aluno: ______________________________________________ INTRODUÇÃO A FILOSOFIA 1)___ 2)___ 3)___ 4)___ 5)___ 6)___ 7)___ 8)___ 9)___ 10)___ IPEMIG .br (31) 3484-4334 .com.Instituto Pedagógico de Minas Gerais www. 45 GABARITO (FILOSOFIA) Nome do aluno:_______________________________________ Matrícula:___________ Curso:_______________________________________________ Data do envio:____/____/_______. Ass.
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