Introdução à Ética Objetivista de Ayn Rand
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INTRODUÇÃO À ÉTICA OBJETIVISTA DE AYN RANDRevista Eletrônia Livros Eventos Fale Conosco Quem somos nós pesquisar... Artigos INTRODUÇÃO À ÉTICA OBJETIVISTA DE AYN RAND Avaliação do Usuário: Home Filosofia Ensino de Filosofia Administração/RH Ciências da Religião Educação Direito Cinema Cursos Online Ambiente Virtual Pedagogia UENP Pior / 15 Melhor Escrito por Franciny Costantin Senra Ter, 14 de Fevereiro de 2012 17:28 Nesse trabalho tenho como propósito apresentar, a nível introdutório, a filosofia elaborada por Ayn Rand. Seu trabalho, ainda pouco explorado, chama atenção pelo caráter inovador que a autora afirma permear sua filosofia. Primeiramente ela optou por divulgar sua filosofia em obras de ficção, inicialmente com a obra A Nascente[1], de 1943, e posteriormente alcançando maior reconhecimento com a publicação de A Revolta de Atlas[2], de 1957 - sendo este considerado, pela Biblioteca do Congresso Americano, o livro mais influente nos Estados Unidos depois da Bíblia. A partir de então a autora se dedicou a escrever sobre o Objetivismo - como assim Notícias Notícias Links intitulou sua filosofia - através de ensaios, que foram reunidos em sua obra A Virtude do Egoísmo[3], publicada em 1964, entre outras obras que buscam expôr seu pensamento, algumas editadas ainda em vida e outras postumamente. É possível também encontrar vídeos em que a autora aparece fazendo breve esboço de sua filosofia, como é o caso de uma entrevista concedida a Mike Wallace, em 1959 – na ocasião, ela é apresentada como um “outro Login Nome de Usuário retrato de nossa galeria de pessoas especiais”. Ela é questionada acerca de seu trabalho, tido como uma crença revolucionária. É possível ver uma breve introdução aos aspectos essenciais de suas obras, bem como a defesa enfática do caráter inovador que ela afirma possuir seu trabalho. Senha O Objetivismo é o nome dado por Ayn Rand à sua filosofia, compreendendo o projeto de baseá-la em uma realidade objetiva, ou seja, os fatos são apenas fatos, não são interferidos por qualquer tipo de emoção e desejo dos homens. Para ser possível a apreensão objetiva da Lembrar-me realidade, é necessário que os homens se utilizem da razão. Sendo esse o único meio para que o homem possa compreender a realidade, é também a razão a única fonte de conhecimento, o único guia para as nossas ações. Cada homem é um fim em si mesmo, deve buscar o próprio Esqueceu sua senha? Esqueceu seu nome de usuário? Registrar-se benefício, através da valorização do auto-interesse racional, tendo como maior meta a própria felicidade. Nesse texto irei priorizar a abordagem ética dentro do Objetivismo, para tanto, enfatizando o papel central que o egoísmo exerce em sua filosofia moral. Para que a proposta de Rand possa ser compreendida corretamente, é necessário, em primeiro lugar, analisar o conceito de egoísmo de maneira adequada, sem qualquer conotação pejorativa que este possa conter. Na introdução da obra A Virtude do Egoísmo Ayn Rand já estabelece a determinada definição do conceito: No uso popular, a palavra “egoísmo” é um sinônimo de maldade; a imagem que invoca é de um brutamontes homicida que pisa sobre pilhas de cadáveres para alcançar seu próprio objetivo, que não se importa com nenhum ser vivo e persegue apenas a recompensa de caprichos inconsequentes do momento imediato. Porém, o significado exato e a definição do dicionário para a palavra “egoísmo” é: preocupação com nossos próprios interesses. Este conceito não inclui avaliação moral; não nos diz se a preocupação com os nossos próprios interesses é boa ou má; nem nos diz o que constitui os interesses reais do homem. (RAND, 1991, p. 14) Essa visão negativa do egoísmo contribuiu para que passasse a figurar entre os homens a chamada ética do altruísmo, entendida como a busca constante pelo bem-estar do 11/2/2015 21:22 INTRODUÇÃO À ÉTICA OBJETIVISTA DE AYN RAND outro. O altruísmo. Por base teremos a lealdade aos princípios. Não são humanos. já que em nenhum momento seremos nós mesmos o foco de nossas ações. Conceder respeito imerecido é o gesto supremo de caridade. Ela se utiliza do discurso proferido por ele: “Sim. não é também possível fundar a ética relacionada ao conceito de Deus e de sociedade. no sentido em que devemos privilegiar os outros.. Não sentem nada pelas necessidades dos outros. John Galt. já que este vai contra o princípio básico do auto-interesse. Dessa forma. nem piedade. O homem não deve ser responsável pelos outros. nos deparamos com a noção de obrigação em relação aos outros. Não podemos deixar que o amor ao próximo.. que tenham defendido essa tese) em que somos ensinados desde cedo que a preocupação com o outro é boa enquanto o auto-interesse. No primeiro capítulo de A Virtude do Egoísmo. 2. o mesmo não ocorre com o altruísmo. como é o caso dessa fala proferida pelo personagem James Taggart: Todo mundo concorda que tudo o que você faz é bom desde que não seja por você mesmo (. o porquê da existência de um código de valores. ao apontar como nociva a busca pela própria felicidade. Uma ética que tem como base o altruísmo apresenta como ruim o desejo de viver do homem. de modo que logo criamos antipatia pela própria moralidade. o homem aparece com o dever de se sacrificar pelos outros. esta é uma era de crise moral. fere nosso desejo de viver. Mas eles são incapazes de um gesto de caridade. Ao questionarmos o porquê da ética. causando prejuízos e corrompendo a moralidade.. a preocupação exacerbada com os demais indivíduos seja maior do que nosso amor próprio. O altruísmo pode ser percebido muito mais estando ligado a uma dimensão emocional. nem pelas fraquezas dos outros. pois tal conceito não nos diz se a preocupação com os interesses dos outros é boa ou má. Não sentem a menor preocupação. p. Entretanto. Ayn Rand opta por utilizar como referência o personagem principal de A Revolta de Atlas. Apenas a mente humana tem capacidade de adentrar essa realidade objetiva. caracterizado pela disposição dos interesses aos demais indivíduos para que assim possa justificar sua existência.. praticando o que racionalmente acredita-se adequado. Aqui encontra-se o conceito de auto-sacrifício. É possível perceber claramente como se caracteriza esse cenário de crise a partir dos diálogos dos personagens da obra A Revolta de Atlas. O egoísmo racional como a verdadeira ética do homem está inserido na filosofia Objetivista. que a razão seja o guia que dirigirá o auto-interesse. virtude para atingir os valores. é preciso que o homem retome sua auto-estima.. Porém. precisamos saber que... seguindo até mesmo preceitos inculcados por meio da religião. o egoísmo. O termo Objetivismo denota um princípio em que o conhecimento e os valores humanos são objetivos. que seja guiado por um egoísmo racional. e não através de impulsos arbitrários. O Objetivismo não permite que a ética seja baseada em desejos. A questão central proposta é não se sacrificar pelos outros assim como não sacrificar os outros por si. pois está designado para buscar a própria felicidade. e que os beneficiários de nossas ações devem ser quaisquer outros que não nós mesmos. Seu código moral 11/2/2015 21:22 . 2010.) Não é vantagem nenhuma respeitar um homem que merece respeito – é apenas pagar o que lhe é devido. assim como ocorre com o egoísmo. Vol. primando pelo egoísmo. 61) A possível solução para essa crise encontra-se na valorização da racionalidade. nem o que constitui os interesses dos outros. além de ser fundada essencialmente na razão. chamado A Ética Objetivista.. pode-se pensar também nesse caso que o conceito de altruísmo não inclui avaliação moral. Ayn Rand afirma que a valorização do altruísmo acarreta em um cenário de crise moral. são determinados pela natureza da realidade. e teremos que esperar que os outros se sacrifiquem em nosso benefício. (RAND. a ética possui uma necessidade objetiva. dispostos a serem descobertos racionalmente pelo ser humano. ou seja. que volte a se importar com seus próprios interesses. já que estes ferem o princípio do auto-interesse e da supremacia da razão.. ao relacionarmos a ética ao altruísmo. O egoísmo é racional na medida em que se caracteriza objetivamente.. nada temos a ganhar com a moralidade. honestidade para aceitar a realidade em que nos encontramos inseridos. a própria vida do homem. caracterizado essencialmente pela corrupção da própria moralidade. ou seja. é preciso reconhecer o absolutismo da realidade e da razão. já que a mira de nossas ações será sempre os demais indivíduos. Sendo assim. rebaixando desse modo nossa auto-estima. em especial. onde apenas as ações realizadas em benefício dos demais indivíduos são consideradas boas. Para tal. sendo considerado moralmente bom apenas se mantiver uma preocupação constante pelos demais indivíduos. Isso ocorre na medida em que nossos próprios interesses são vistos como algo nocivo. é ruim. Para tanto. onde não devemos nos ocupar com nossos próprios interesses – a autora defende que essa é a situação atual encontrada (não cita autores. Em sua descrição. nas emoções. O indivíduo deve ser a base das considerações morais. através de sua vida como ser racional. objetivamente demonstrado e validado. O homem não sabe automaticamente o que é bom ou ruim para sua sobrevivência. e não os demais indivíduos. precisa aprender a escolher como agir. p. um beco sem saída ao final do seu trajeto. ou a impulsos sem consideração racional. permite que o meio ambiente seja ajustado a nós próprios.INTRODUÇÃO À ÉTICA OBJETIVISTA DE AYN RAND alcançou seu clímax. não estando baseado em sensações. tomar decisões de forma consciente. fundamentada unicamente na razão. sendo ele o próprio beneficário. nem uma questão subjetiva que pode ser interpretada com base em meros caprichos. é preciso esclarecer que o nosso próprio julgamento acerca de nossas escolhas é apenas um meio para atingir tais decisões. Para elaboração de um código de conduta. ou seja. o que é bom ou mau. para configurar-se como tal. mas ocorre enquanto escolhas. 18) É possível perceber a clara conexão entre o conceito de egoísmo e de razão. A preocupação máxima da moralidade passa a ser a busca pelos próprios interesses. Os homens que não se utilizam dos recursos racionais para a própria sobrevivência são igualados aos demais animais. o que contribui para a manutenção da vida passa a adquirir valor. voltado para a preservação de seu valor supremo. O homem não pode considerar moral qualquer ato por ele praticado. por conseguinte. pelo julgamento independente de sua própria mente. É nesse sentido que o homem precisa de um código de valores que possa exercer a função de orientação. precisa descobrir.. onde o homem deve ser o foco das próprias atitudes morais. detentor da razão. ou até mesmo na ideia de dever. tomar decisões. onde uma moralidade do auto-interesse racional se dá através de um egoísmo racional. a razão . e não o contrário. O homem precisa escolher um padrão de valor. Ayn Rand aponta a moralidade como um código de valores que irá guiar as escolhas. o que precisa agora não é retornar à moralidade. mas descobri-la. Tendo claro o conceito de egoísmo a ser pensado. 11/2/2015 21:22 . Percebemos então que o valor supremo do homem é a própria vida. o homem precisa conhecer o mundo que o cerca. a razão. Rand aponta como princípio social básico da ética Objetivista a valorização do homem como um fim em si mesmo. pode-se partir para a construção da moralidade. Para tal. é aplicável somente no contexto de um código de princípios morais racional. o ser humano. Assim ocorre na ética. O homem. deve usá-la como única orientação para execução de seus atos. e não um critério da moralidade. deve-se utilizar de seu instrumento de cognição.. as decisões e as ações na vida de um homem. que defina e determine seu real auto-interesse. É através desse código que ele irá julgar o que é certo e errado. através da utilização da razão: é só assim que o homem poderá ser guiado para um código de valores que sustente sua vida. É apenas através de sua mente que o homem pode escolher o próprio rumo. Essa sobrevivência a que a autora se refere não se dá no sentido do sobreviver físico. as funções essencias de sobrevivência características de um ser racional. É através da razão que o homem integra os elementos da percepção e passa a conhecer o mundo em que se encontra. construir os próprios valores e traçar os próprios objetivos. É através da própria produtividade que o homem é capaz de se realizar. sendo estas o pensamento e o trabalho produtivo. para tanto. ao contrário. enquanto o homem se caracteriza como ser humano. constituída com rigor tal que a torne verdadeira e necessária. Ela não é meramente uma convenção social. já dada a nós sem antes ser investigada. uma moralidade com caráter lógico. os demais valores estão diretamente ligados à vida. Rand deixa claro que. de um novo código de conduta moral. 1991. através do próprio esforço e da própria mente. pois sem ela nada mais existe para o homem. impulsos ou instintos. A ética é percebida como uma necessidade objetiva para a sobrevivência do homem. O ponto em questão não é agir apenas para satisfazer os próprios interesses e desejos irracionais. A ação direcionada ao próprio interesse se dá no sentido em que seu direito de fazer tal coisa é derivada de sua natureza como homem e da função dos valores morais na vida humana – e. para não retornar a um cenário de crise.” (RAND. E se você deseja continuar vivendo. Dessa forma. A necessidade do trabalho produtivo é fazer com que nossa mente sustente nossa própria vida.sem qualquer intervenção da fé ou de possíveis sentimentos e emoções. no caso o egoísmo acima abordado. 20) É nesse ponto que a moralidade do altruísmo é colocada em questão. nada mais poderá ter valor. nos costumes. Não devemos considerar a ética como certa. É através da razão que o indivíduo irá definir o código de valores que determinará sua conduta: código este baseado em seu auto-interesse. através da utilização de seu atributo exlusivo. como ocorre com os demais animais – em que estes se ajustam ao meio ambiente. desse modo. agindo apenas segundo as necessidades momentâneas. Entretanto. e não nos sentimentos. momentâneo. p. em que essa escolha se dá por meio racional. (Ibidem. Ela deve ser descoberta através da razão. vivendo. Disponível em: Acesso em: 15 de jun. 1943. RAND. Hoje.investidura.html> Acesso em: 12 de jun. A Virtude do Egoísmo. o mundo está enfrentando uma escolha: se a civilização deve sobreviver. Ayn.INTRODUÇÃO À ÉTICA OBJETIVISTA DE AYN RAND não como um meio para outros fins. GUERREIRO. Ao defender de modo conciso a razão contra as mais diversas formas de irracionalismo. Porto Alegre: Ed.br /biblioteca-juridica/artigos/filosofia-do-direito/3285-a-virtude-do-egoismo-primeira-parte. ou seja. e seu propósito maior é a realização da própria felicidade. é preciso reconhecer o real valor do egoísmo racional. entretando sua existência independe dessa nossa apreensão. Tradução de Paulo Henrique Britto. “É a filosofia que estabelece os objetivos dos homens e determina seu rumo. analisamos e formamos conceitos. ________. Ayn Rand considera a ética altruísta como a fonte de um colapso que ameaça o mundo civilizado. 2011. A Revolta de Atlas. 1991. vivendo como um fim em si mesmo. Ortiz/IEE. PEIKOFF. uma ética objetivista. primando pelo auto-interesse racional. 47) REFERÊNCIAS CONSTANTINO. sem esperar que os outros busquem fazê-lo feliz. [1] Título original: The Fountainhead. onde o homem terá como única orientação a razão. 2011. Traduzido por On LineAssessoria em Idiomas. La Filosofía de Objetivismo: Un breve resumen. [2] Atlas Shrugged. é apenas a filosofia que pode salvá-los agora. como o bem-estar dos outros.html> Acesso em: 12 de jun. e para tal. a favor da liberdade contra toda expressão de servidão. Mario. Ela apresenta a realidade objetiva existindo independentemente do conhecimento do homem. o homem por si mesmo deve tomar medidas para alcançá-la. 28 de Dezembro de 2012 19:26 11/2/2015 21:22 . Tal moralidade deve ser necessária e verdadeira. Última atualização em Sex.blogspot.” (Ibidem. Leonard. é a moralidade altruísta que os homens precisam rejeitar. nós apreendemos a realidade. tradução revista por Winston Ling e Cândido Mendes Prunes. 1957.com/2006/06/virtude-do-egosmo. Rio de Janeiro: Sextante. Disponível em: <http://www. Esse sistema Objetivista reflete em toda a obra filosófica de Ayn Rand. 2011. A Virtude do Egoísmo. Disponível em: <http://rodrigoconstantino. Esse é o foco essencial da construção proposta por Ayn Rand.com. 1964. 2010. Estando destinado à própria felicidade. A Virtude do Egoísmo. Rodrigo. p. [3] The Virtue of Selfishness. um egoísmo racional. ela também se coloca a favor do indivíduo contra as variadas formas de coletivismo. Joomla!. Todos os direitos reservados. válido XHTML e CSS. 11/2/2015 21:22 .INTRODUÇÃO À ÉTICA OBJETIVISTA DE AYN RAND Copyright © 2009 Mundo Filosófico.
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