INTRODUÇA..

March 24, 2018 | Author: lelela23 | Category: Demand, Economics, General Equilibrium Theory, Microeconomics, Monopoly


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INTRODUÇÃO Planejmento EconômicoAULA 1 1. Introdução 1.1 Conceito É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade. 1.2 Sistemas Econômicos Pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Os elementos básicos de um sistema econômico são: a) Estoques de Recursos Produtivos ou Fatores de Produção: recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, terra, reservas naturais e a tecnologia. b) Complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas. c) Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à base da organização da sociedade. Os sistemas econômicos podem ser classificados em: a) Sistema capitalista, ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. b) Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção. 1.3 Os Problemas Econômicos Fundamentais Da escassez dos recursos ou dos fatores de produção, associa-se às necessidades fundamentais: a) O quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, quais produtos serão produzidos e em que quantidades. b) Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. c) Para quem produzir: a sociedade terá também que decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção (demanda, oferta, determinação de salários, das rendas das terras, dos juros etc). Em economias de mercado, esses problemas são resolvidos pelos mecanismos de preços atuando por meio da oferta e da demanda. Nas economias centralizadas, essas questões são decididas por um órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de produção disponíveis e das necessidades do país, e não pela oferta e demanda no mercado. 1.4 Curva de Possibilidades de Produção É um conceito teórico com o qual se ilustra, como a questão da escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá que fazer escolhas entre alternativas de produção. Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo, onde todos os recursos disponíveis estão empregados. Suponhamos uma economia que só produza máquinas (Bens de Capital) e alimentos (Bens de Consumo) e que as alternativas de produção de ambos seja as seguintes: Alternativas de Produção A B C D E Máquinas (milhares) 25 20 15 10 0 Alimentos (toneladas) 0 30 45 60 70 ilimitadas do homem, originando problemas econômicos  Conceito de Custo de Oportunidade: A transferência dos fatores de produção de um bem A para produzir um bem B implica um custo de oportunidade que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem A para se produzir mais do bem B. O custo de oportunidade por representar o custo da produção alternativa sacrificada, reflete em um custo implícito.  Deslocamento da Curva de Possibilidade de Produção: Isso pode ocorrer fundamentalmente tanto em função do aumento da quantidade física de fatores de produção quanto em função de melhor aproveitamento dos recursos já existentes, o que pode ocorrer com o progresso tecnológico, maior eficiência produtiva e organizacional das empresas e melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra. 1.5 Funcionamento de uma economia de mercado: Fluxos Reais e Monetários Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com exterior (economia fechada). Os agentes econômicos são as famílias e as empresas. As famílias são proprietárias de fatores de produção e os fornecem às empresas, através do mercado dos fatores de produção. As empresas, através da combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias por meio do mercado de bens e serviços. Fluxo Real da Economia Demanda Mercado de Bens e Serviços Famílias Empresas Mercado de Fatores de Produção Oferta Oferta Demanda No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços. Desse modo, paralelamente ao fluxo real temos um fluxo monetário da economia. Fluxo Monetário da Economia .Fatores de Produção: São constituídas pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial). terra. a Economia é limitado pelo meio físico. capital e tecnologia.Pagamento de Bens e Serviços Famílias Remuneração dos Fatores de Produção Empresas 1. automóveis) ou como não – duráveis (alimentos. a saber: Fator de Produção Trabalho Capital Terra Tecnologia Capacidade Empresarial Tipo de Remuneração Salário Juro Aluguel Royalty Lucro 1. fogões.6 Definição de Bens de Capital. (geladeiras. De acordo com sua durabilidade. mas que não se desgastam totalmente no processo produtivo.Bens de Consumo: destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. dado que os recursos são escassos. Exemplo: Máquinas. Bens de Consumo. e se ocupa de quantidades físicas e das . produtos de limpeza). . Bens Intermediários e Fatores de Produção. Equipamentos e Instalações. .Bens de Capital: são aqueles utilizados na fabricação de outros bens.7 Inter-relação da Economia com outras áreas do conhecimento Apesar de ser uma ciência social. . podem ser classificados como duráveis.Bens Intermediários: são aqueles que são transformados ou agregados na produção de outros bens e que são consumidos totalmente no processo de produtivo (insumos. matérias-primas e componentes). Cada fator de produção corresponde uma remuneração. poder das corporações estatais. A área que está voltada para quantificação dos modelos é a Econometria. . a localização de empresas e a composição setorial da atividade econômica. * Economia. a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia. que combina Teoria Econômica. Ela nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica. * Economia e Política: São áreas muito interligadas. A Economia apresenta muitas regularidades. As exportações e as importações dependem da taxa de câmbio.8 Evolução do Pensamento Econômico O pensamento econômico passou por diversas fases. por exemplo. que se diferenciam amplamente.relações entre as quantidades. * Economia e Geografia: A Geografia não é o simples registro de acidentes Geográficos e climáticos. Matemática e Estatística. As guerras e revoluções. a concentração espacial dos fatores produtivos. Por Exemplo: O consumo nacional depende diretamente da renda nacional. No entanto. 1. Citemos alguns exemplos: Poder Econômico dos latifundiários. A Economia era orientada por princípios morais e de justiça. Moral e Ética. que corresponde ao período da Idade Média. tornando-se difícil estabelecer uma relação de casualidade entre elas. * Economia e História: A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para Economia. com muitas discrepâncias e oposições. alteraram o comportamento e a evolução da Economia. A estrutura política se encontra muitas vezes subordinadas ao poder econômico. sendo que algumas relações são invioláveis. antes da Revolução Industrial do século XVIII. pois ela facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões para o futuro com base nos fatos do passado. Justiça e Filosofia: Na pré-economia. como as condições geoeconômicas dos mercados. A quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com o seu preço. a evolução deste pensamento pode ser dividida em dois grandes períodos: Fase Pré-Científica e Fase Científica Econômica. poder dos oligopólios e monopólios. Moral. como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados no processo produtivos. Na Teoria Keynesiana. onde houve uma expansão dos mercados consumidores e.A fase pré-científica é composta por três subperíodos. Apesar de fazer parte da fase científica. merecendo. A fase científica pode ser dividida em Fisiocracia. para fins metodológicos e didáticos. destaque. sua cura e seu funcionamento). procura-se explicar as flutuações de mercado e o desemprego (suas causas. portanto. repleta de doutrinas teológico-filosóficas e tentativas de moralização das atividades econômicas. 1. Já o marxismo critava a "ordem natural" e a "harmonia de interesses" (defendida pelos clássicos). que se caracteriza por um forte desenvolvimento nos estudos político-filosóficos. A Antiguidade Grega. o Mercantilismo. afirmando que tanto um como outro resultava na concentração de renda e na exploração do trabalho. A Idade Média ou Pensamento Escolástico. Esta primeira pregava a existência de uma "ordem natural".9 Divisão do Estudo Econômico A análise econômica. através do ajuste de preços ("mãoinvisível"). onde o Estado não deveria intervir (laissez-faire. convém ressaltar que a Escola Neoclássica e o Keynesianismo. Os doutrinadores clássicos acreditavam que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda). E. Qual o conceito da ciência Econômica? . do comércio. É na Escola Neoclássica que o pensamento liberal se consolida e surge a teoria subjetiva do valor. é normalmente dividida em quatro áreas de estudo: α) β) χ) δ) Microeconomia Macroeconomia Economia Internacional Desenvolvimento e Crescimento Econômico Exercícios Aula 1 Questionário: 1. diferenciam-se dos outros períodos por elaborar princípios teóricos fundamentais e revolucionar o pensamento econômico. consequentemente. Escola Clássica e Pensamento Marxista. laissez-passer) nas relações econômicas. analisa a formação de preços no mercado. 3. de modo organizado para se obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao menor custo. O Economista Clandestino – porque os ricos são ricos. . trabalho. Qual a contribuição da ciência econômica para um gestor de negócios? Sugestão de bibliografia Aula 1 HARFORD. Diferencie Capitalismo e Socialismo. ou Teoria Geral dos Preços. Explique o Fluxo Monetário e o Fluxo Real. Compare a Escola Keynesiana e a Escola Neoclássica. Exemplifique bens de capital. Na doutrina jurídica reconhece-se o estabelecimento como uma universalidade de direito. Temas para discussão Aula 1 1. O conceito de empresa possui 2 visões: a econômica e a jurídica. 5. Do ponto de vista da economia de empresas. o preço sendo obtido pela interação do conjunto dos consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço. enquanto na Microeconomia prevalece a visão do mercado. A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da procura na formação do preço no mercado. Do ponto de vista econômico. AULA 2 2. onde se estuda uma empresa específica. Tim. como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos. terra e tecnologia. incluindo-se na atividade econômica um complexo de relações jurídicas entre o empresário e a empresa. empresas ou estabelecimento comercial é a combinação pelo empresário. dos fatores de produção: capital. os pobres são pobres e você nunca consegue. Como você percebe a ciência econômica no seu dia a dia? 2. São Paulo. prevalece a visão contábil financeira na formação do preço de venda de seu produto. isto é. 4. ou seja.2. 2007. bens intermediários e bens de consumo. baseada principalmente nos custos de produção. Ed Record. Introdução à Microeconomia 2.1 Conceito Microeconomia. tanto em nível de empresas quanto de nível de política econômica. mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para esclarecer políticas e estratégias. 2. Exemplo: se o preço do guaraná cair 10%.Políticas de preços da empresa .3 Papel dos preços relativos Na análise microeconômica.2 Pressupostos básicos da análise microeconômica A hipótese coeteris paribus (tudo o mais permanece constante): o foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado.Decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção) . mas também o preço da soda cair em 10%. deve-se esperar um aumento na quantidade procurada de guaraná e uma queda na soda.Previsão de demanda e faturamento .Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício) . Embora não tenha havido alteração no preço absoluto da soda. 2.Previsão de custos de produção . analisando o papel que a oferta e a demanda nele exercem. os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos de produção. dentro de um horizonte de planejamento. isto é. os consumidores procuram maximizar sua satisfação no consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias). quando comparado com o guaraná.4 Princípio da Racionalidade Por esse princípio. a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões: . são mais relevantes os preços relativos. mas se cair apenas o preço do guaraná. do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias. ou que não interfiram de maneira absoluta. seu preço relativo aumentou.2.5 Aplicações da análise microeconômica A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões do dia-a-dia. nada deve acontecer na demanda dos dois bens. Para as empresas. supondo que outras variáveis interfiram muito pouco. permanecendo inalterado o preço da soda. os preços dos bens em relação aos demais. 2. Análise da Demanda: A Teoria da Demanda ou Procura de uma mercadoria ou serviço divide-se em Teoria do Consumidor e Teoria da Demanda de Mercado. . Demanda.Política de subsídios . interdependente. procurando analisar se o comportamento independente de cada agente econômico conduz todos a uma posição de equilíbrio global. Oferta e Equilíbrio de Mercado 3.Efeitos de impostos sobre mercados específicos .. na realidade. oligopsônio.Política Salarial .Políticas de tarifas públicas. (água. As estruturas de mercado de fatores de produção são: concorrência perfeita. A utilidade representa o grau de satisfação que os . oligopólio. .Controle de preços .1 Breve Histórico Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade.Análise das estruturas de mercado: A partir da demanda e da oferta de mercado são determinados o preço e a quantidade de um bem ou serviço. . . concorrência imperfeita ou monopolista.Política de propaganda e publicidade. etc.Análise da Oferta: A Teoria da Oferta de um bem ou serviço também se subdivide em oferta de firma individual e oferta de mercado.Teoria do equilíbrio geral: A análise do equilíbrio geral leva em conta as interrelações entre todos os mercados.Localização da empresa Em relação da política econômica. As estruturas de mercado de bens e serviços são: concorrência perfeita.) 2. monopólio bilateral.Fixação de preços mínimos na agricultura . monopsônio.6 Divisão do estudo microeconômico . embora todos sejam. monopólio. luz. 3. pode contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões: . 2 Demanda de Mercado 3. outros preferem cerveja etc. o preço dos outros bens.). Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do coeteris paribus. ou seja. a utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque. . A Teoria do Valor Utilidade contrapõem-se à chamada Teoria Valor Trabalho. a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. renda etc. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra. isto é.2. desenvolvida por economistas clássicos. Ademais.1 Conceito A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.).Utilidade veio complementar a Teoria Valor – Trabalho. pela satisfação que um bem representa para o consumidor. considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Valor de troca se forma pelo preço no mercado. pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão de obra (ou mesmo custos em geral) sem considerar o lado da demanda (padrão de gostos. hábitos. pelo encontro da oferta e da demanda do bem. São elas: o preço do bem e serviço. A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. através dos custos do trabalho incorporado ao bem. A Teoria Valor Trabalho considera que um bem se forma do lado da oferta. 3. em que a terra era praticamente gratuita e a pouco significativa. A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que um valor de um bem se forma pela sua demanda. a Teoria do Valor Utilidade permitiu distinguir o valor de uso do valor de troca de um bem. Pode-se dizer que a Teoria do Valor . ou seja. Essa relação pode ser observada a partir dos conceitos de escala de procura.2.3.00 3.3 Outras variáveis que afetam a demanda de um bem Efetivamente. o consumidor passa adquirir o bem substituto. o consumidor perde o poder aquisitivo. Se o preço de um bem aumenta.000 4.000 2. curva de procura ou função demanda. 3.00 8. temos um bem normal.000 A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda.00 Quantidade Demandada 12.00 10. Exemplo: Fósforo.000 3. quando seu preço aumenta. são elas: a) Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também. A relação preço/quantidade procurada pode ser representada por uma escala de procura.000 8. Existe uma série de outras variáveis que também afetam a procura.2 Relação entre a quantidade procurada e preço do bem: A Lei Geral da Demanda Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. É a chamada Lei Geral da Demanda. a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço. . e a demanda por esse produto diminui. conforme apresentada a seguir: Alternativa de preço ($) 1.2. b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem. outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade. reduzindo assim sua demanda. a queda da quantidade demanda será provocada por esses dois efeitos somados: a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto.00 6. a função de oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada e nível de preços. dentre eles.00 10. quase não é influenciada pela renda dos consumidores (arroz. quando há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade de outro. quando a demanda do bem. ou seja.000 9. de seu próprio preço. dada uma série de preços. devido ao aumento da renda.00 3. 3.4 Equilíbrio de Mercado Quantidade Ofertada 1. muitas vezes ocorre a diminuição do consumo deste tipo de bem.00 6.00 3. a oferta depende de vários fatores. Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X. e) Bens complementares: São bens que podem ser utilizados em conjunto ou que ficam melhores utilizados.000 . etc. d) Bens substitutos.). Diferentemente da função demanda. Da mesma maneira que a demanda. Ex: Se aumentar o preço da impressora e a quantidade demandada de cartuchos diminuírem é porque a impressora e o cartucho são complementares no consumo. quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço: Preço ( $ ) 1.b) Bem inferior. exemplo se o consumidor ficar mais rico diminuirá o consumo de carne de segunda. farinha.000 13.3 Oferta de Mercado Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. dos preços dos fatores de produção. c) Bens de consumo saciado. sal. dos demais preços.00 8.000 11. cuja demanda varia em sentido inverso às variações da renda. e aumentará o consumo da carne de primeira. É a chamada Lei Geral da Oferta. das preferências do empresário e da tecnologia. Exemplo: um aumento no preço da carne deve elevar a demanda de peixe.000 5. 00 8. Os impostos dividem-se em: . estabelecem critérios de reajustes do salário mínimo. quando o preço é igual a 6. e quando fixa impostos e subsídios.00 unidades monetárias. Os tributos se dividem em impostos. Estabelecimento de Impostos: É sabido que quem recolhe a totalidade do tributo é a empresa.00 3. taxas e contribuições de melhoria.00 10. Veja o quadro a seguir representativo da oferta e da demanda do bem X: Preço Quantidade Procurada 1. o valor do IPI será de R$ 5. * Imposto ad valorem: é um percentual (alíquota) aplicado sobre o valor de venda.000 ao governo (esse valor é fixo e independente do valor da mercadoria). mas isso não quer dizer que é ela quem efetivamente paga.00 11 9 6 4 2 Ofertada 1 3 6 8 10 Excesso de procura (escassez de oferta) Excesso de procura (escassez de oferta) Equilíbrio entre oferta e procura Excesso de oferta (escassez de procura) Excesso de oferta (escassez de procura) Situação de Mercado Como se observa na tabela existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X.Impostos Indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas.000. se o valor aumentar . saber sobre quem recai efetivamente o ônus do tributo é uma questão da maior importância na análise dos mercados. se o valor do automóvel for de R$ 50. fixa preços mínimos para produtos agrícolas decreta tabelamentos ou ainda congelamento de preços e salários. a título de imposto.5 Interferência do Governo no equilíbrio de mercado O governo intervém na formação de preços de mercado.A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. Exemplo: para cada carro vendido. Exemplo: supondo a alíquota do IPI sobre automóveis de 10 %. recolhe-se. Exemplo: Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS).000. a nível microeconômico.00 6. Assim. R$ 5. Entre os impostos indiretos destacamos: * Imposto Específico: Recai sobre a unidade vendida. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 3. Assim. como se pode notar. Em um mercado de concorrência pura ou perfeita. oferta e demanda de um produto são dadas respectivamente pelas seguintes equações: Qd = 30 – 4p Qo = 6 + 2p A quantidade transacionada.).para R$ 60. Exemplo: Imposto de Renda.000.000. Os mercados tendem ao equilíbrio? . . Exercícios Aula 2 1. controlar preços de bens de primeira necessidade ou então refrear o processo inflacionário. como foi adotado no Brasil (Planos Cruzado. . neste mercado quando estiver em equilíbrio será: Quantidade Demandada 100 200 300 400 500 Quantidade Ofertada 500 400 300 200 100 Temas para discussão Aula 2 1. Bresser etc. b) Identificar a que preço ocorre um excedente de produção de 200 unidades: c) Identificar a que preço ocorre a situação de equilíbrio: d) Identificar a que preço ocorre um excedente de consumo de 400 unidades: 2. a alíquota permanece inalterada em 10%.Dada a tabela abaixo: Preço 5 4 3 2 1 Pede-se: a) Construir o gráfico do equilíbrio. quando se aplicou o congelamento de preços e salários.Impostos Diretos: Impostos incidentes sobre a renda. enquanto o valor do imposto varia com o preço do automóvel. o valor do IPI será de R$ 6.Tabelamento: Refere-se à intervenção do governo no sistema de preços de mercado visando coibir abusos por parte dos vendedores. Elasticidades 4. Ou seja.20. Daniel L.00. Do mesmo modo os produtores também têm suas reações e a oferta pode ser elástica ou inelástica. oferta aumenta quando o preço sobe etc. para alguns bens os consumidores reagem bastante quando o preço sobe ou desce e para outros a demanda fica quase inalterada quando o preço sobe ou desce. Então: A mudança absoluta na quantidade foi de 15 mi de litros (100 – 85) para baixo. 4. a quantidade era de 100 mi . A variação percentual na quantidade demandada dividida pela mudança percentual no preço. Qual a elasticidade-preço da demanda por leite se a quantidade demandada de leite é de 85 mi de litros por ano quando o preço é R$ 2. Microeconomia.2 A Elasticidade-Preço Da Demanda (Ed) A elasticidade-preço da demanda (Ed) mede a reação dos consumidores às mudanças no preço. O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente a mudanças em variáveis econômicas.00 para R$ 2.2. PINDYCK. Robert.20 e é de 100 mi de litros por ano quando o preço é R$ 2. Ed Hall Brasil.1 Introdução Através das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção de uma resposta em relação à mudança de preços – demanda cai quando o preço sobe. – mais não informa o quanto mais os consumidores demandarão ou os produtores oferecerão. 2005. S. Ed = variação percentual na quantidade demandada mudança percentual no preço Por exemplo: Digamos que o preço do leite muda de R$ 2. Essa reação é calculada pela razão entre dois percentuais. Qual a contribuição da análise microeconômica para um gestor de negócios? Sugestão de bibliografia Aula 2 RUBINFELD. No primeiro caso se diz que a demanda é elástica e no segundo que ela é inelástica. Por exemplo. São Paulo. Em termos percentuais isso equivale a 15% pois. Aula 3 4. 1 Classificando bens com a elasticidade-preço da demanda . A variação percentual na quantidade é igual à variação percentual no preço.20 houve uma queda na quantidade demandada de 15% [100(85 – 100)%/100].00].5.20 ______________ x% O que resulta em 2x = 100*0. .00 para 2.20 houve um aumento de 10% [100(2.00) para cima.20? 2. há uma queda de 15.00)%/2.00 diz-se que a demanda por esse bem é de elasticidade neutra.ELÁSTICOS: Se a elasticidade-preço do bem for maior que 1.litros a R$ 2. A mudança absoluta no preço foi de R$ 0. os consumidores são bastante sensíveis a variações no preço. O percentual pode ser calculado por uma regra de três simples: Se a quantidade era 100 e caiu para 85.00 e aumentou para R$ 2.UNITÁRIOS: Se a elasticidade-preço do bem for igual a 1. Em termos percentuais isso equivale a 10% pois.20.20. A variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no preço.00 ______________ 100% 0.00 que era o preço inicial.20 – 2. A variação percentual na quantidade excede a variação percentual no preço.00 diz-se que a demanda por esse bem é elástica. . Ou seja.INELÁSTICOS: Se a elasticidade-preço do bem for menor que 1. Se 2.00 diz-se que a demanda por esse bem é inelástica. 4. Quando o preço aumentou para R$ 2.20 (2. . o preço inicial era R$ 2. Ou seja.20  x = 20/2  x=10% A elasticidade desta mudança é de Ed = 15%/10% = 1.2. O aumentou foi de 0.20 – 2.00 era 100% do preço quanto seria 0. Então a regra é se 100 equivale a 100% a quanto equivalerá 15? 100 ______________ 100% 15 ______________ x% O que resulta em 100x = 100*15  x = 1500/100  x=15% Da mesma forma o preço: O preço aumentou de 2. os consumidores são relativamente insensíveis a variações no preço. Se o preço era R$ 5.0 * 15% = 30%). Ex: Suponha que a elasticidade da demanda por filmes num cinema seja de 2.2. Efeito Negativo de vender menos.2 Elasticidade E Bens Substitutos A elasticidade-preço da demanda para um bem em particular é influenciada pela disponibilidade ou não de bens substitutos. do ponto de vista do empresário: 1. Efeito Positivo de vender a um preço mais alto. Dessa forma. Ele pode então calcular se vale a pena aumentar os preços. não vale a pena aumentar os preços dessa maneira.75 ele espera ter 140 espectadores (200 – 60 onde 60 é 30% de 200). A R$ 5.00 (5*200) com o aumento sua receita passará a ser R$ 805.00 e ele tinha uma demanda diária de 200 espectadores. A variação percentual na quantidade ofertada dividida pela mudança percentual no preço. Eo = variação percentual na quantidade demandada mudança percentual no preço .00 (5. 4. 2.3 Usando A Elasticidade-Preço Da Demanda Sabendo-se da elasticidade-preço da demanda para um bem se pode quantificar e predizer o quanto mais de um bem será vendido a um preço menor e vice-versa. neste caso. Ou seja.000. 4.75*140). Em geral o aumento de preço tem dois efeitos. se não há bens substitutos a demanda é inelástica.3 A Elasticidade-Preço Da Oferta (Eo) A elasticidade-preço da oferta (Eo) mede a reação dos vendedores às mudanças no preço. Quanto mais bens substitutos estiverem disponíveis mais elásticas é a demanda.2. A decisão de aumentar ou não dependerá de qual dos efeitos supera o outro. Essa reação também é calculada pela razão entre dois percentuais. Na situação atual sua receita é de R$ 1.0 quantos ingressos a menos o dono do cinema esperaria vender a um preço mais elevado.4.0 = %quant / 15% ou %quant = 2. Se o dono aumenta em 15% o preço então ela espera uma queda de 30% na quantidade de clientes (Ed= %quant / %preço ou 2. Para bens complementares há uma relação negativa entre quantidade demandada do bem e preço do bem complementar. Diz-se que a demanda é renda-elástica se a elasticidade-renda é maior que um e renda-inelástica se maior que um.Dos determinantes o tempo tem grande importância. Vamos supor que um aumento de 3% no preço de sucrilhos resulte em uma redução de 6% na sua quantidade demandada. Exercícios Aula 3 1. Qual será a elasticidade da demanda por sucrilhos? . logo a elasticidade cruzada é negativa. ao longo do tempo. Ei = variação percentual na quantidade demandada mudança percentual na renda Para bens normais há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada. logo a elasticidade cruzada de bens substitutos é positiva. 4. a curva de oferta irá se tornando cada vez mais elástica.5 Elasticidade Cruzada É utilizada para medir a reação dos consumidores às mudanças de preços de bens afins. quando as firmas têm possibilidade de reagir mais intensamente às variações de preço. 4. Para bens inferiores há uma relação negativa entre renda e quantidade demandada. logo a elasticidade renda é negativa. pois a elasticidade de curto-prazo será em geral diferente da de longo-prazo. É definida como a variação percentual na quantidade demandada de um produto em particular (X) dividida pela variação percentual no preço de um bem afim (Y): EXY = variação percentual na quantidade demandada de X mudança percentual no preço de Y Para bens substitutos há uma relação positiva entre quantidade demandada do bem e variação de preço do substituto. logo a elasticidade renda é positiva.4 Elasticidade Renda É utilizada para medir a reação dos consumidores a mudanças na renda. Assim. Gregory.000) 50 45 30 20 12 a. nos casos em que o preço é (i) $ 12 e (ii) $ 16. b. Temas para discussão Aula 3 1. Ed Thomson Pioneira. Imagine que seu esquema de demanda por CD´s seja o seguinte Preço ($$$) Qtde Qtde Demandada Demandada (Renda = $ (Renda = $ 10. Calcule a elasticidade preço da demanda para um aumento de $ 8 para $ 10 no preço dos Cd´s. Imagine que executivos em viagem e turistas têm a seguinte demanda por passagens de Nova York para Boston Qtde.2. Preço Demandada Demandada ($$$) (Executivos) (Turistas) 150 200 250 300 a. Qtde. Introdução a Economia. Quando 2100 1000 2000 800 1900 600 1800 400 o preço das passagens sobe de $ 200 para $ 250. 2004. O conceito de Elasticidade é aplicável na prática? 2. Calcule a elasticidade renda da demanda quando sua renda aumenta de $ 10mil para $ 12mil. qual é a elasticidade preço da demanda (i) dos executivos e (ii) dos turistas? ε= (Q 2 − Q1 ) /[(Q 2 + Q1 ) / 2] ( P2 − P1 ) /[( P2 + P1 ) / 2] 3. tanto no cado (i) em que sua renda fosse de $ 10mil quanto (ii) no de renda igual a $ 12mil. Você acredita que as empresas têm conhecimento deste conceito? Sugestão de bibliografia Aula 3 MANKIW.000) 8 10 12 14 16 40 32 24 16 8 12. . Aula 4 5. são chamados de custos diretos. Custos Variáveis Totais (CVT) – Parcela dos custos totais que depende da produção e por isso muda com a variação do volume de produção. 5. define-se custo total de produção como o total das despesas realizadas pela firma com a utilização da combinação mais econômica dos fatores. Em qualquer uma das situações. por meio da qual é obtida uma determinada quantidade do produto. procurará sempre obter a máxima produção possível em face da utilização de certa combinação de fatores. Na contabilidade empresarial. Custos de Produção 5. . é sempre possível determinar um custo total de produção ótimo para cada nível de produção. são também chamados de custos indiretos.2 Custos Totais de Produção Conhecidos os preços dos fatores. Os custos totais de produção (CT) são divididos em custos variáveis totais (CVT) e custos fixos totais (CFT): CT=CVT+CFT Custos Fixos Totais (CFT) – Correspondem à parcela dos custos totais que independem da produção. São decorrentes dos gastos com os fatores fixos de produção. Assim. iluminação etc. Por exemplo: aluguéis. A otimização dos resultados da firma poderá ser obtida quando for possível alcançar um dos dois objetivos seguintes: a) maximizar a produção para um dado custo total ou b) minimizar o custo total para um dado nível de produção. gastos com matérias-primas etc.1 Introdução O objetivo básico de uma firma é a maximização de seus resultados para a realização e continuidade de sua atividade produtiva. a firma estará maximizando ou otimizando seus resultados. Por exemplo: folha de pagamentos. Na contabilidade empresarial. Assim sendo. Externalidades.3 Diferenças entre a visão econômica e a visão contábil – financeira dos custos de produção Existem muitas diferenças entre a ótica utilizada pelos economistas e a utilizada nas empresas.Custos totais de curto prazo: São caracterizados pelo fato de serem compostos por parcelas de custos fixos e de custos variáveis. a análise dos custos de produção é também dividida em curto e longo prazo: . . 5. na compra ou aluguel de insumos. . que valoriza sua casa. sem receber pagamentos por isso. podese dizer que a visão econômica é mais genérica. É o gasto efetivo da empresa. olhando mais para o mercado (ambiente externo da empresa). Por exemplo: uma empresa treina a mão de obra. Esses valores são estimados a partir do que poderia ser ganho no melhor uso alternativo. ou também como as alterações de custos e receitas da empresa devidas a fatores externos. Custos de oportunidade versus custos contábeis Os custos contábeis são os custos como normalmente são conhecidos na contabilidade privada. que não envolve desembolso monetário. As principais diferenças estão nos seguintes conceitos: Custos de oportunidade e custos contábeis. Uma externalidade positiva é quando uma unidade econômica cria benefícios para outras. que acaba. uma nova estrada. ou seja. Em linhas gerais. que envolvem um dispêndio monetário. os comerciantes de um mesmo ramo que se localizam na mesma região. Ou seja. após o treinamento.Custos totais de longo prazo: São formados unicamente por custos variáveis. são custos explícitos. beleza do jardim do vizinho. Externalidades ( economias externas ) As externalidades podem ser definidas como as alterações de custos e benefícios para a sociedade derivadas da produção de empresas. por contadores e administradores. enquanto na visão ótica contábil-financeira a preocupação centra-se mais no detalhamento dos gastos da empresa específica.Na Teoria da Produção. em longo prazo não existem fatores fixos. Os custos de oportunidade são custos implícitos. transferindo-se para outra empresa. Representam os valores dos insumos que pertencem à empresa e são usados no processo produtivo. Custos e despesas. ela deveria abrir a loja? Explique. Sua tia está pensando em abrir uma loja de ferragens. Exercícios Aula 4 1. quando uma unidade econômica cria custos para outras.Temos externalidades negativas (ou deseconomia externa). Elas estima que gastará US$ 500 mil por ano para alugar a loja e comprar o estoque. Defina custo de oportunidade b. sem pagar por isso. b. c. uma indústria que polui um rio e impõe custos a atividades pesqueiras. Por exemplo. caminhões e ônibus. poluição e congestionamento causados por automóveis. Um custo que não depende da quantidade produzida é um ______________________. Em um indústria de sorvetes. Qual é o custo fixo da pizzaria? . de gerir uma loja de ferragens durante um ano? Se ela pensa que poderia vender US$ 510 mil em mercadorias em um ano. Considere a seguinte informação de custos de uma pizzaria: Qtde. (dúzias) 0 1 2 3 4 5 6 Custo total ($$$) 300 350 390 420 450 490 540 Custo variável ($$$) 0 50 90 120 150 190 240 a. d. 2. para sua tia. inclui o custo do creme e do açúcar mas não o custo da fábrica. e. Complete as frases abaixo com o tipo de custo mais adequado. no curto prazo. a. ________________________ é decrescente quando o custo marginal é menor do que ele e crescente quando o custo marginal é maior. a. Além disso ela deverá abrir mão de seu salário anual de US$ 50 mil como contabilista. Os lucros são iguais à receita total menos ____________________________ . Qual é o custo de oportunidade. __________________________ . 3. O custo de produzir uma unidade adicional do produto é ________________________. quais variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e serviços.2 Concorrência pura ou perfeita É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas). Qual a importância do controle dos Custos em uma empresa? 2. de tal sorte uma empresa. número de empresas que compõe esse mercado. que é margem entre a receita e os custos diretos (ou variáveis) de produção. estava sendo suposta uma estrutura específica de mercado. Temas para discussão Aula 4 1. Qual são as principais fontes de Custos para as empresas? Sugestão de bibliografia Aula 4 VASCONCELLOS. A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam o lucro total. qual seja. Implicitamente. Ed Saraiva. Estruturas de Mercado 6.1 Introdução Nas aulas anteriores vimos. custo variável médio. o mercado automaticamente encontra seu equilíbrio. custo fixo médio e custo marginal. por ser insignificante não afeta os níveis de oferta do mercado e. tipo do produto ( se as firmas fabricam produtos idênticos ou se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse diferenciados).b. especificamente para o caso de estruturas oligopolistas de mercado. que pressupõe que a empresa maximiza o mark-up. construa uma tabela com o cálculo do custo médio. o preço de equilíbrio. . 2006. supondo sem interferências. Marco Antonio Sandoval de. a de concorrência perfeita. Fundamentos de Economia. A partir dos custos totais e dos custos variáveis. 6. isoladamente. veremos que existe uma teoria alternativa. As várias formas ou estruturas de mercados dependem fundamentalmente de três características: a) b) c) mercado. consequentemente. Aula 5 6. e como são determinados os preços. preços etc. Ao ser exclusiva no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes condições: Monopólio puro.3 Monopólio O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita. existem ainda. elevado volume de capital. O cartel é uma organização formal ou . todos os consumidores.4 Oligopólio É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. portanto concorrência. *energia. . os monopólios institucionais ou estatais em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional (petróleo.Transparência do mercado: Todas as informações sobre lucros. são conhecidas por todos os participantes do mercado. sendo possível encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos. Não há. setor de cosméticos. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno número de empresas. *comunicação). ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor. como a indústria automobilística. a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um todo. Mas isso não significa que poderá aumentar os preços indefinidamente. um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta e. .Produtos homogêneos: Não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes. Nesse caso. como a indústria de bebidas. de um lado. 6. Para a existência de monopólios. a empresa não estará sujeita aos preços vigentes. tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as empresas por meio de cartéis. nem produto substituto ou concorrente. Nos oligopólios. 6. de outro. ou simplesmente deixaram de consumir o produto. Nessa estrutura de mercado. ou então onde há um grande número de empresas.Não existem barreiras: para o ingresso de empresas no mercado. indústria farmacêutica etc. Nele existe. mas poucas dominam o mercado. deve haver barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no mercado. indústria de papel. patente e controle de matérias-primas básicas.Nesse tipo de mercado devem prevalecer ainda as seguintes premissas: . O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado. mas que não se confunde com o oligopólio. Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio). porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados. O mercado de fatores de produção – mão de obra.informal de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem. (Mão de obra não especializada). capital. .Concorrência Perfeita no mercado de fatores: É um mercado onde existe oferta abundante do fator de produção (por exemplo).6 Estrutura do Mercado de fatores de produção Até aqui identificamos as estruturas de mercados de bens e serviços. tendo para si a totalidade da oferta de mão de obra.5 Concorrência monopolista Trata-se de uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio. o que torna o preço desse fator constante. como são em grande número. não têm condições de obter preços mais elevados por seus serviços. terra e tecnologia – também apresenta diferentes estruturas. uma vez que existem produtos substitutos no mercado. embora os mercados sejam competitivos (daí o nome concorrência monopolista). embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-venda). torna-se demandante exclusiva da mão de obra local e das cidades próximas. 6. pelas seguintes características: a) Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial. É o caso da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior e. . b) Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla. Os ofertantes ou fornecedores. por ser a única.Monopsônio: Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores dos serviços dos insumos. Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto. As estruturas no mercado de fatores de produção são resumidas a seguir: . seja por características físicas. 6. . e o monopolista tentando vender por um preço mais elevado (usando o poder de ser o único fornecedor).Monopólio bilateral: O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista. na compra de um fator de produção. e a siderúrgica B é monopolista. além de oligopolista no mercado de bens e serviços. Quanto ao produto Homogêneo.Oligopsônio: É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o mercado para muitos vendedores. Principais Características das Estruturas Básicas de Mercado Característica Concorrência Perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência Monopolista Grande 1. Em cada cidade existem dois ou três laticínios que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. mas do poder de barganha de ambos: o monopsonista tentando pagar o preço mais baixo (usando a força de ser o único comprador). também é oligopsonista na compra de autopeças. interdependência devido à entre as existência de empresas. Por exemplo. Não Não há substitutos há diferenças próximos 3. porque só ela compra esse tipo de aço. só a empresa A compra um tipo de aço que é produzido apenas pela siderúrgica B. Quanto ao número Muito grande de empresas Só há uma empresa Pequeno 2. É intensa Nem seria eficaz.. defronta-se com um monopolista na venda deste fator. A indústria automobilística.Quanto ao controle Não há das empresas sobre possibilidade de os preços manobras pelas empresas As empresas têm grande poder para manter preços relativamente elevados Pode ser homogêneo ou diferenciado Diferenciado 4. cartéis Não é possível A empresa É intensa.Quanto à concorrência extrapreço Embora Pouca margem dificultado pela de manobra. a determinação dos preços de mercado dependerá não só de fatores econômicos. Exemplo: indústria de laticínios. porque só ela vende este tipo de aço. Nesses casos. A empresa A é monopsonista. geralmente recorre a sobretudo quando campanhas há diferenciação institucionais do produto . estas substitutos tendem a formar próximo. o pão – pode afetar outros valores. Mesmo assim. O modelo do equilíbrio geral geralmente referese à uma multidão de diferentes mercados de bens. Porque os consumidores são beneficiados com a concorrência? Sugestão de bibliografia Aula 5 VASCONCELLOS. o preço e a produção de todos os bens são interrelacionados. 2. Marco Antonio Sandoval de. aonde a análise inicia se em maiores escalas. muitos modelos macroeconômicos têm simplesmente um ‘mercado de bens’ e estudam sua interação com o mercado financeiro. Uma mudança no preço de um bem . Teoria do Equilíbrio Geral 7. No capitalismo. Aula 6 7. Ed Saraiva. usa uma abordagem de cima à baixo. 2006. O Equilíbrio Geral tenta nos fazer entender uma economia completa utilizando uma abordagem próxima.5. Já a macroeconomia. a distinção entre elas diminuiu. Exemplifique as estruturas de mercado com empresas da sua cidade. Desde que a moderna macroeconomia começou a enfatizar os fundamentos da microeconomia.1 Introdução A Teoria do Equilíbrio Geral é um conjunto de teoremas microeconômicos. Ela procura explicar a produção. Já os modelos de equilíbrio geral modernos são normalmente complexos e precisam de computadores para auxiliar nas soluções numéricas. Fundamentos de Economia. iniciando com mercados e agentes individuais. Temas para discussão Aula 5 1. o consumo e os preços numa economia completa. desenvolvida pelos chamados economistas Keynesianos. Se em uma das . Qual a conseqüência da existência de monopólio da economia? 2.Quanto as Não há barreiras Barreiras de acesso Barreiras de Não há condições de de novas empresas acesso de novas barreiras ingresso no mercado empresas Exercícios Aula 5 1. Diferencie as estruturas de mercado. como por exemplo os salários dos padeiros.por exemplo. precisa de uma analise que conte com todos os milhões de diferentes bens que estão disponíveis. Foi Alfred Marshall. Calcular o preço de equilíbrio de apenas um bem. 7. Walras também introduziu uma restrição na teoria do equilíbrio geral que alguns acham que nunca se tornou realidade. O leilão walrasiano (ou groping process) é uma ferramenta por investigar estabilidade e equilíbrio. Walras fornece uma sucessão de modelos. produção. Nenhuma transação e nenhuma produção são utilizadas como preços de desequilíbrio. Os preços são elevados para bens com excesso de demanda.padarias o pão difere em sabor dos outros. a pauta de Walras inclui investigações sobre quando o equilíbrio é único e estável. dinheiro). 7. Walras acabou criando um programa de pesquisas. quem demonstrou que os preços são determinados simultaneamente por fatores de custos e de demanda. os preços são abaixados para bens com preços positivos e excesso de oferta.2 História do modelo de Equilíbrio Geral Uma das primeiras tentativas dos economistas neoclássicos para estipular preços para uma economia completa foi feita por Leon Walras. Os preços são congelados e os agentes registram o quando de cada bem eles gostariam de oferecer (oferta) ou comprar (demanda/procura). Em seu livro Elementos da Economia Pura.3 Análise de Equilíbrio Geral A análise de equilíbrio parcial pressupõe que as atividades em um mercado sejam independentes das atividades em outros mercados. que resultou na teoria da utilidade marginal. com a demanda e a oferta de várias mercadorias interagindo e se afetando reciprocamente. em seu livro Princípios de Economia (1920). com cada um levando em conta mais aspectos de uma economia real (duas mercadorias. crescimento. várias mercadorias. A análise de Marshall também reconhece as complexas interdependências que ocorrem num sistema de preços. Em vez disse. Assim. Particularmente. na Inglaterra. muito seguido pelos economistas do século 20. a demanda do pão pode ser afetada pela mudança nos salários dos padeiros. como o leilão walrasiano. em teoria. . com um efeito conseqüente sobre o preço do pão. porque ela assume que o indivíduo é a unidade básica de medida. Premissas: .As trocas não envolvem custos de transação 8. sendo a interdependência entre os mercados considerada Um efeito de retro alimentação é um ajustamento de preço ou quantidade em um mercado causado por ajustamentos de preço e quantidade em outros mercados. A economia do bem-estar preocupa-se com o bem-estar dos indivíduos. mercados são determinados simultaneamente. levando a uma situação a partir da qual não é possível aumentar o bem-estar de qualquer indivíduo sem que alguma outra pessoa seja prejudicada (eficiência de Pareto).Dois bens . Também assume que os indivíduos são os melhores juízes do seu próprio bem-estar.Os preços e quantidades de todos os explicitamente.Dois consumidores (países) .Ambos os consumidores conhecem as preferências do outro . ele é definido como a soma do bem-estar de todos os indivíduos . Frequentemente. Introdução Economia do bem-estar é um ramo da economia que usa técnicas microeconômicas para determinar simultaneamente a eficiência alocacional dentro de uma economia e a distribuição de renda associada à ela.3.1 Eficiência nas Trocas As trocas aumentam a eficiência. 7. Economia do Bem Estar 8. comunidades ou sociedades. O comércio é mutuamente benéfico para ambas as partes envolvidas. O bem-estar social refere-se ao estado utilitário total da sociedade. e que o bem-estar pode ser mensurado adequadamente. Ela tenta atingir o bemestar social examinando as atividades econômicas dos indivíduos que constituem a sociedade. que as pessoas preferem mais bem-estar do que menos bem-estar. em vez de grupos. seja em termos monetários ou como uma preferência relativa. Exemplo: Dois Mercados Interdependentes –Rumo ao Equilíbrio Geral Situação: Mercados competitivos de Aluguel de fitas de vídeo e Ingressos de cinema  Análise de Equilíbrio Geral : O aumento nos preços dos ingressos de cinema aumenta a demanda por fitas de vídeo.1. tais como: renda e produto nacionais. A diferença é primordialmente uma questão de ênfase. Rio de Janeiro: Elsevier. O bem-estar pode ser medido ou essencialmente em termo de dólares ou "utilidades". Amherst. Explique a Teoria do Equilíbrio Geral e a Teoria do Bem Estar Temas para discussão Aula 6 1. Exercícios Aula 6 1.2005.da sociedade.1 Introdução A macroeconomia estuda a economia como um todo. emprego e desemprego. Principles of Economics. Porque o comércio contribui para a economia dos países? Sugestão de bibliografia Aula 6 MARSAHL. A distribuição de renda é muito mais normativa e cuida de "dividir o bolo". de enfoque. na Microeconomia consideram-se constantes os preços das outras indústrias. Esses são os dois lados da economia do bem-estar: eficiência econômica e distribuição de renda. uma vez que o conjunto da economia é a soma de seus mercados individuais. New York. nível geral de preços. Na realidade. Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados. balança de pagamentos e taxa de câmbio. estas são preocupações da Microeconomia. Aula 7 9. Entretanto. A eficiência econômica é grandemente positiva e lida com o "tamanho do bolo". é possível ter um equilíbrio geral na economia? 2. não há um conflito entre a Micro e a Macroeconomia. estoque de moeda e taxas de juros. analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados. Ao estudar a determinação de preços numa indústria. Alfred. VARIAN. 1997. Introdução à Macroeconomia 9. Microeconomia: princípios básicos. Na macroeconomia . H. embora exista um aparente contraste. ou mensurado ordinariamente em termos de utilidade relativa. 1ª edição. O método essencial é raramente usado hoje em dia por conta da agregação de problemas que tornam duvidosa a precisão do método e também por fortalecer presunções subjacentes. a Macroeconomia negligencia o comportamento das unidades econômicas individuais e de mercados específicos. 9. Essa taxa menor corresponderia a uma taxa de inflação menor. que aparece sempre que a economia está trabalhando abaixo de seu máximo de produção. desenvolveram-se 2 métodos de análise básicos: . . Especificamente. preocupa-se com questões como desemprego. e conseqüentemente haveria uma pressão para que a taxa de crescimento dos salários nominais fosse mais baixa.Abordagem de equilíbrio geral: acredita-se que tudo depende de tudo. o mundo econômico parece ter funcionado sobre o pensamento liberal.Abordagem de equilíbrio parcial: analisa um determinado mercado sem considerar os efeitos que este mercado pode ocasionar sobre os demais mercados existentes na economia. conduziam a . Na tentativa de se determinar como os preços e as quantidades são estabelecidos. A curva de Phillips expressava simplesmente uma curva de oferta agregada positivamente inclinada. deveríamos listar todos os bens que são produzidos pela economia e todos os diferentes tipos de insumos que são utilizados. se quiséssemos determinar como são formados os preços dos bens. até o início do século XX. A parte da Teoria Econômica que estuda questões de longo prazo é denominada Teoria do Crescimento Econômico. Caso a taxa de desemprego fosse mais elevada. e assim.estuda-se a nível geral de preços ignorando-se a mudança de preços relativa dos bens das diferentes indústrias. Phillips relacionava a taxa de crescimento dos preços (inflação) com a taxa de desemprego. isto indicaria um maior excesso de oferta. sem interferência do Estado.2 Metas de política macroeconômica • • • • Alto nível de emprego Estabilidade de preços Distribuição de renda socialmente justa Crescimento econômico Alto nível de emprego: Desde a Revolução Industrial. A Teoria Macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos de curto prazo. e com as implicações sobre os vários mercados quando se alcança a estabilização do nível geral de preços. que acreditava que os mercados. em fins do século XVIII. Apesar disso. nenhum problema surgiria no mercado de trabalho. como o surgimento de sindicatos de trabalhadores. por exemplo. a evolução da economia mundial trouxe em seu bojo novas variáveis. e da intervenção do Estado na economia de mercado. devido a uma política . nos anos 1967-1973. porque a inflação acarreta distorções. Distribuição Eqüitativa de Renda: A economia brasileira cresceu razoavelmente entre o fim dos anos 60 e a maior parte da década de 70. tanto a nível pessoal como a nível regional. Esse tema é de difícil abordagem. Isso fere. sobre as expectativas dos agentes econômicos e sobre o balanço de pagamento. os críticos do “milagre” argumentavam que haviam piorado a concentração de renda no país. de sorte a complicar e trazer incertezas sobre o funcionamento da economia. No Brasil. os grupos econômicos e o desenvolvimento de mercado de capitais e do comércio internacional. diferem no tempo. determinariam os preços e a produção de equilíbrio. É importante salientar que. e. que nos passa qual o grau de intervenção do Estado na economia e em que medida ele deve ser produtor de bens e serviços. verificou-se uma disparidade muito acentuada de nível de renda. desse modo. dado que as causas da inflação diferem entre países (deve-se levar em conta. Por que inflação é um problema? Primeiramente. Com a contribuição de Keynes. principalmente sobre a distribuição de renda. Entretanto. e uma crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental nos anos seguintes. nos países em via de desenvolvimento o foco mais importante de análise é o da inflação. como se guiados por uma “mão invisível”. A ausência de políticas econômicas levou à quebra da Bolsa de Nova York em 1929.Economia ao pleno emprego de seus recursos. evidentemente. o sentido de eqüidade ou justiça. prega a saída do governo da produção de bens e serviços. fincaram-se as bases da moderna Teoria Econômica. o estágio de desenvolvimento e a estrutura dos mercados). A corrente dos economistas liberais (hoje neoliberais). Estabilidade de preços: Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. enquanto nos países industrializados o problema central é o desemprego. e num dado país. e de rendas. por meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos.).deliberada do governo baseada em crescer primeiro para depois distribuir (chamada Teoria do Bolo). Nesse processo gera-se uma demanda por mão de obra qualificada. Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são as políticas fiscais. embora apresente falha (os países árabes têm as maiores rendas per capita. Quando falamos em crescimento econômico. qualificação da mão de obra). ou seja. É utilizada para estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor privado. Mas. cambiais e comerciais. aumentar o produto além desse limite exigirá: a) b) Um aumento nos recursos disponíveis. . com baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda. monetárias. Além da questão do nível de tributação. colocar à disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional. pode-se aumentar o produto nacional através de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. com trabalhadores de baixa qualificação. a política tributária.3 Instrumentos de política macroeconômica A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva e despesas planejadas. estamos pensando no crescimento da renda nacional per capita. com objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego. obtém ganho extra. A posição oficial era de que um certo aumento na concentração de renda seria inerente ao próprio desenvolvimento capitalista. dada as transformações estruturais que ocorrem (êxodo rural. A renda per capita é considerada um razoável indicador – o mais operacional – para se aferir à melhoria do padrão de vida da população. Crescimento Econômico: Se existem desemprego e capacidade ociosa. há um limite à quantidade que se pode produzir com os recursos disponíveis. a qual por ser escassa. 9. mas não o melhor padrão de vida do mundo). novas maneiras de organizar a produção. feito isso. Assim o fator educacional seria a principal causa da piora distributiva. aumento da proporção de jovens etc. Ou um avanço tecnológico (melhoria tecnológica. Política Fiscal – Refere-se a todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadação de tributos e o controle de suas despesas. nesses controles. pode fixar a taxa de câmbio. através de controle e congelamentos de preços. Se o objetivo é um maior crescimento e emprego. tanto na taxação às rendas mais altas como pelo aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos. IPI etc.prêmio do ICMS. aluguéis). os preços são congelados. A política econômica deve ser executada através de uma combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários. A característica especial é que. visam diminuir os gastos da coletividade. A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações e/ou estímulo ou desestímulo às importações. ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de divisas. e os agentes econômicos não podem responder às influências econômicas normais de mercado. Ou seja.Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e de títulos públicos.) e creditícios (taxas de juros subsidiárias) às exportações e ao controle de importações (via tarifas e barreiras quantitativas sobre importações). O governo. os instrumentos disponíveis para tal são: a) emissões b) reservas compulsórias c) open market (compra e venda de títulos públicos) d) redescontos ( empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais ) As políticas monetárias e fiscais representam meios alternativos diferentes para as mesmas finalidades. Política Monetária . . os instrumentos fiscais são os mesmos. refere-se aos estímulos fiscais. Políticas Cambial e Comercial : A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. para elevar a demanda agregada. Política de Rendas A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação de renda (salários. ou seja. através do Banco Central. mas em sentido inverso. Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda.Se o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação. as medidas fiscais normalmente utilizadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o consumo). (crédito . assim podem efetuar empréstimos para os agentes econômicos deficitários. O Mercado de Títulos consiste de agentes econômicos superavitários e agentes deficitários.4 Estrutura de análise macroeconômica Tradicionalmente. Neste mercado supomos a existência de uma demanda de moeda (em função da necessidade de transações dos agentes econômicos. ou seja. existem mercados de divisas ou de moeda estrangeira. Agentes superavitários são aqueles que possuem um nível de gastos inferior a seu volume de renda. governo e setor externo. empresas. Qual a influência da microeconomia na macroeconomia? Temas para discussão Aula 7 . determinamos como estabelece a taxa salarial e o nível de emprego. O Mercado de Trabalho também representa uma agregação de todos os tipos de trabalhos existentes na economia. efetua-se uma agregação de todos os bens produzidos pela economia durante um certo período de tempo e define-se o chamado Produto Nacional. a estrutura básica do modelo macroeconômico compõe-se de cinco mercados: No Mercado de Bens e Serviços para tentar responder como se tem comportamento o nível de atividades.9. 2. da necessidade de liquidez) e uma oferta de moeda. como o mercado mantém transações com o resto do mundo. Exercícios Aula 7 1. determinada pelo Banco Central e atuação dos bancos comerciais. enquanto a demanda de divisas é determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro. A demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros. A oferta de divisas depende das exportações e da entrada de capitais financeiros. Neste mercado. O Mercado Monetário consiste em que todas as transações da economia são efetuadas através da utilização de moeda. Compare os estudos da microeconomia em relação à macroeconomia. A demanda agregada depende fundamentalmente da evolução da demanda dos quatro grandes setores ou agentes macroeconômicos: consumidores. O Mercado de Divisas. 10.2 Tipos de Inflação: Inflação de demanda: Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços. monopolista. E o impacto no dia a dia dos consumidores? Sugestão de bibliografia Aula 7 VASCONCELLOS. Nessa situação. c) Estrutura das organizações trabalhistas: quanto maior o poder de barganha dos sindicatos. principalmente em setores de insumos básicos. Marco Antonio Sandoval de. com a economia já em plena capacidade. O ramo da macroeconomia tem influência no dia a dia das empresas? Porque? 2. maior a concorrência interna entre fabricantes.1. 2006. Inflação 10. Para combater um processo inflacionário de demanda. conduzem a elevações de preços. devidas às flutuações sazonais. como por exemplo: a) b) Tipo de estrutura de mercado (oligopolista. aumentos de demanda agregada de bens e serviços. a política econômica deve basear-se em instrumentos que provoquem uma redução da procura agregada . A probabilidade de ocorrer inflação de demanda aumenta quando a economia está produzindo próximo do pleno emprego de recursos. por exemplo. e menores os preços dos produtos. maior a capacidade de obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade. Grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta à economia à competição externa. ou seja. Fundamentos de Economia. etc. e não podem ser confundidos com altas esporádicas de preços. Aula 8 10.).1 Conceito: É definida como um aumento persistente e generalizado dos índices de preços. os movimentos inflacionários são aumentos contínuos de preços. As fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada país. e maior pressão sobre os preços. Ed Saraiva. até a chegada de um novo reajuste. aumento da carga tributária. Assim devem provocar um estímulo às importações e um desestímulo as exportações. As elevadas taxas de inflação. vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos.por bens e serviços (redução dos gastos do governo. terem condições de elevar seus lucros acima da elevação dos custos de produção. A distorção provocada por altas taxas de inflação. provocaram um brutal aumento nos custos de produção. Nesse caso estão os assalariados que. em particular nos custos de transporte e de energia com base no diesel. em níveis superiores ao aumento de preços internacionais encarecem o produto nacional relativamente ao produzido externamente. 10. Os comerciantes. aumento das taxas de juros).3 Efeitos provocados por taxas elevadas de inflação Uma das distorções mais sérias provocadas pela inflação diz respeito à redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos. garantindo. Com isso.Estruturas de mercado: A inflação de custos também está associada ao fato de algumas empresas. que são normalmente repassados aos preços dos produtos. deslocando a curva de oferta para trás. afeta também o balanço de pagamentos. com elevado poder de monopólio ou oligopólio. normalmente lançam mão de desvalorizações cambiais. . ao elevar sensivelmente os preços dessa matéria prima. ocorre uma retração da produção. As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são: . com prazos legais de reajustes. arrocho salarial.Aumentos do custo das matérias primas: Por exemplo. diminuindo o saldo da balança comercial.Aumentos salariais: Um aumento das taxas de salários que supere os aumentos na produtividade da mão de obra acarreta um aumento dos custos unitários de produção. as quais. provocando um aumento de preços no mercado. as crises do petróleo da década de 70. mas os custos de certos fatores importantes aumentam. podem estimular a colocação de . tornando a moeda nacional mais barata relativamente à moeda estrangeira. com o passar do tempo. O nível de demanda permanece o mesmo. assim. controle de crédito. as indústrias e o próprio Governo têm condições de repassar os aumentos de custos provocados pela inflação. . Inflação de custos: A inflação de custos poder ser associada à inflação tipicamente de oferta. a participação de sua parcela no produto nacional. nossos produtos no exterior. Maior a inflação. elas tendem a aumentar os preços. 10. 10. menor a arrecadação real do governo. permitindo que os mecanismos de mercado funcionem mesmo na presença de taxas elevadas de inflação. a demanda por trabalhadores está fraca e o nível de desemprego aumenta. Ao inverso. . pela defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto. Nas finanças públicas.5 Inflação Inercial A inflação inercial resulta da indexação da economia. Quando o produto real está muito próximo do produto potencial. que é adotada como forma de convivência da economia com inflação crônica. não há pressão sobre a produção. Como os salários são um item importante no custo das empresas.4 Curva de Phillips O trade off entre a taxa de inflação e desemprego pode ser representado pela curva a seguir: Taxa de Inflação Curva de Phillips Taxa de desemprego A Curva de Phillips é utilizada como uma forma de descrever o ajustamento dinâmico dos preços da economia em função do desvio do produto real em relação ao produto potencial. a economia está aquecida. Haverá uma tendência de baixa no nível de salários nominais e preços. a demanda por trabalhadores aumenta. ao mesmo tempo em que desestimulam as importações. A sua principal virtude reside em possibilitar esta convivência. a inflação tende a corroer o valor da arrecadação fiscal do governo. se o produto real está muito distante do produto potencial. o nível de emprego está alto e a tendência dos salários nominais é de elevação. . e. Aula 9 10. Com o crescimento da produção. energia.Exercícios Aula 8 1. a taxa de inflação passou de 25. a crise do petróleo trouxe repercussões profundas na economia mundial. Gregory. a economia brasileira passou apresentar taxas de inflação crescente. maiores eram as compras. Como você percebe o aumento de preços? 2.4 %. relativamente a uma capacidade produtiva que não tinha condições de crescer no curto prazo. De um lado. desde essa data. Com isso gerou-se uma típica inflação de demanda: quanto mais dinheiro circulava. para que o setor privado pudesse produzir o volume de bens e serviços do governo e a conseqüente ineficiência na aplicação de seus recursos. em 1968.7%. 2004. Introdução a Economia. Diferencie os tipos de inflação? 3. portanto a sua receita). O que é inflação? 2. com elevadas taxas de crescimento obtidas na economia brasileira. para 15. Uma das conseqüências mais claras de todo processo inflacionário é que: a) o PIB em termos reais permanece estacionário b) a classe trabalhadora sofre perda de poder aquisitivo c) a velocidade de circulação da moeda decresce d) superávit no BP e) valorização da taxa de câmbio Temas para discussão Aula 8 1..6 A Política econômica brasileira de combate à inflação A inflação tornou-se crônica na economia brasileira a partir dos anos 50. saneamento etc. O período de 1968 a 1973 foi o do milagre econômico. a necessidade de o governo fornecer a infra-estrutura de transportes. em 1973. várias eram as explicações para o surgimento dos déficits governamentais. dado o baixo nível de renda per capita da população O governo não podia aumentar os impostos para financiar o desenvolvimento econômico. Ed Thomson Pioneira. associadas à impossibilidade do o governo aumentar a carga tributária (e. Quais as conseqüências de altos índices de inflação? Sugestão de bibliografia Aula 8 MANKIW. A partir de 1973. fez a opção pela emissão de dinheiro. e muitos preços estavam defasados. este por sua vez reconheceu que as causas da inflação brasileira estavam no desequilíbrio do setor público e nos mecanismos de indexação. foi o mais ousado na prática de inconstitucionalidades. A esse fenômeno auto-alimentador denomina-se inflação inercial. houve uma nova aceleração inflacionária. Muitas foram suas falhas. ou seja. A inflação inercial seria provocada. de março de 1990. Quando foi implantado. a começar pela manutenção do congelamento por um período muito longo (9 meses). todos os negócios. Por ocasião do descongelamento. no início de 1987. Outros planos. implementou-se o Plano Real. ao promover um bloqueio total nos ativos mantidos pelos agentes econômicos juntos às instituições financeiras. o que provocou o aparecimento do ágio e a maquiagem de muitos produtos. gerando um processo automático de realimentação da inflação. Foi com esse diagnóstico inercialista. numa tentativa de eliminar a “memória” inflacionária. Alguns teóricos constataram que a partir de março de 1986. de uma política salarial mais restritiva e do controle da oferta monetária (razão pela qual os economistas ortodoxos são também chamados monetaristas). todos aos aumentos de preços eram captados pelo índice. eram firmados com base num índice que procurava garantir a correção monetária dos valores envolvidos. congelando os preços. ainda durante o Governo Sarney. os preços relativos encontravam-se fora do equilíbrio. aluguéis. através da redução dos gastos do governo. foi mudado o diagnóstico sobre a inflação brasileira. no Governo Itamar Franco. O Plano Collor. e automaticamente eram repassados para todos os demais preços da economia. e indexação informal (preços em geral. Dessa forma. contratos financeiros).O principal mecanismo de política econômica de combate à inflação para a corrente liberal estava na redução da demanda agregada. salários e o câmbio (a chamada política heterodoxa). que incidia sobre as . que o Plano Cruzado procurou romper com esse mecanismo de propagação da inflação. contratos. etc. com o chamado Plano Cruzado II. e tarifas públicas). Numa primeira etapa procurou-se equilibrar o orçamento público por meio da criação do IPMF. como o Plano Bresser e o plano Verão. impostos. O Plano Cruzado teve vida efêmera. fundamentalmente. e mais tarde o Plano Collor. pelos mecanismos de indexação formal (salários. Em 1994. também utilizaram o congelamento de preços e salários para tentar conter o processo inflacionário brasileiro. Esses economistas tornaram-se defensores de uma economia mais centralizada.conversão geral. através de preços que preservem suas margens de lucros. . que se estabelecem na tentativa dos vários setores da sociedade buscarem manter ou elevar a sua parcela na renda nacional: os empresários. baseada num planejamento e numa grande participação do Estado.aluguéis e hipotecas seriam convertidos seguindo-se a mesma fórmula aplicada aos salários. e principalmente o setor público brasileiro.substituição do cruzeiro pelo cruzado como nova moeda do sistema monetário brasileiro. cujas principais medidas foram: . . segundo os estruturalistas. através da mudança da moeda: passagem do cruzeiro real para URV e desta para uma nova unidade monetária. .introdução da escala móvel de salários (gatilho). a qual garantia um reajuste salarial automático a cada vez que o aumento acumulado no nível de preços ao consumidor atingisse 20%.transações bancárias. de forma muita bem sucedida.000 cruzeiros. A corrente estruturalista: O estruturalista supõe que a causa da inflação se localiza no comportamento do setor privado (oligopólios. dos preços finais dos produtos. latifúndios) e não do setor público. o governo através de impostos.conversão dos salários com base na média do seu poder de compra nos seis meses anteriores. que só ocorrerá se forem implementadas as reformas que visam modernizar a economia. 1 cruzado equivalendo a 1. Os estruturalistas consideram que as causas da inflação devem-se aos conflitos distributivos. A terceira etapa está na consolidação do Plano. Planos de estabilização  Plano Cruzado O Plano Cruzado foi um conjunto de medidas econômico-institucionais descrito pelo Decreto-lei no 2. Numa segunda etapa processou-se a quase total desindexação da economia. o real. . . os principais beneficiários são os oligopólios os maiores perdedores são os trabalhadores. preços e tarifas públicas: e os trabalhadores. através de seus salários. mas sem o aumento de 8%. por prazo indefinido. e mais um acréscimo de 8% para os salários em geral e de 16% para o mínimo.283. . ao nível vigente em 27 de fevereiro (exceto as tarifas industriais de energia elétrica).proibição da indexação em contratos com prazo inferior a um ano. Nessa disputa. conversão dos contratos previamente estabelecidos em cruzeiros para cruzados. Houve uma explosão de consumo. com elementos ortodoxos e heterodoxos.política cambial de desvalorizações diárias para evitar desequilíbrios externos. outros problemas começaram a surgir: o plano perdeu credibilidade junto à opinião pública. . O congelamento transformou-se assim no elemento do Plano Cruzado de maior apelo popular. os juros . . O grande apoio da população deu origem aos “fiscais do Sarney”. No início. sobretudo por se tratar de ano eleitoral. um pacote híbrido. a qualquer custo. Com o passar do tempo.O regime cambial foi congelado na paridade de 13. o que possibilitou o fim da moratória da dívida externa.o gatilho foi extinto. reduziu-se os gastos do governo e as taxas de juros reais foram mantidas elevadas. baixando a inflação e o déficit público e expandindo os saldos comerciais. de acordo com uma tabela em que o cruzeiro era desvalorizado a uma taxa mensal de 14% (taxa de inflação mensal esperada contida nos contratos) em face da nova moeda. mas procurando evitar os erros já cometidos.  Plano Bresser No mês de junho de 87. o novo ministro lançou o Plano de Estabilização Econômica. o plano teve aparente sucesso.preços e salários foram congelados por três meses. reprimido durante os anos anteriores. assemelhando-se ao Cruzado em alguns aspectos. Após as eleições estaduais. Nos primeiros meses.84 cruzados por dólar.política fiscal e monetária rigorosas.. A meta principal do plano era controlar a inflação e evitar uma hiperinflação. . os desequilíbrios dos preços relativos e superávits comerciais causaram pressões inflacionárias. além de uma grande “despoupança”. . foi decretada outra ampla reforma econômica: o Cruzado. o que levaria o governo a sustentálo ao máximo. mais conhecido como Plano Bresser. com controle da inflação e crescimento econômico. Para tanto o governo tomou as seguintes medidas: . o plano atingiu alguns de seus objetivos. provocada pelo aumento do poder de compra dos salários. que estabelecia limites para aumentos de preços e propunha uma revisão da metodologia de reajustes salariais e um plano para equilibrar as contas públicas. em julho de 1988. empresários e trabalhadores o chamado pacto social. Em novembro de 1988. Em 15 de janeiro de 1989. a inflação já ultrapassava 24% e os preços públicos foram reajustados.altos inibiram o investimento e a reforma tributária que fazia parte do plano foi barrada por restrições de ordem política.00 após uma desvalorização da moeda nacional. durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso.  Maílson da Nóbrega – da política do feijão-com-arroz ao Plano Verão Seu objetivo era cortar o déficit operacional de 8% para 4% e reter a inflação ao redor dos 15% ao mês. Em setembro de 1989 o governo suspendeu o pagamento dos juros da dívida externa.1%. em razão da deterioração do saldo comercial. equivalente a mil cruzados e o dólar foi cotado a NCz$1.  Plano Real e seus desdobramentos O Plano Real foi um plano de estabilização econômica conduzido sob o governo de Itamar Franco e desenvolvido pela equipe econômica do Ministério da Fazenda. Tal política foi malsucedida e. Dentre as medidas tomadas destacam-se a suspensão temporária dos reajustes do funcionalismo público e o adiantamento dos aumentos de preços administrados. Emitia-se moeda para cobrir os superávits da balança comercial e a nova constituição dificultava a pretendida redução dos gastos públicos. posteriormente eleito presidente em 1994. O fracasso dessa nova tentativa levou o governo a decretar um novo plano econômico: o Plano Verão. sendo extinto o indexador dos salários. Principais medidas: taxas de juros elevadas. os preços foram congelados por tempo indeterminado e os salários foram convertidos pelo poder de compra médio dos doze meses anteriores e reajustados em 26. outro plano misto. desindexação e a promessa de ajuste fiscal. . celebrou-se entre governo. Foi introduzida uma nova moeda (Cruzado Novo). foi anunciado o Plano Verão. criando um círculo vicioso de aumento de preços.o governo tomou diversas medidas para restringir a atividade econômica interna. A principal ação para reverter este quadro foi a adoção da URV (Unidade Real de Valor). como aumento da taxa básica de juros e aumento dos depósitos compulsórios. embora a desindexação da economia tenha obtido êxito. aliada a uma política . Seu objetivo primário era controlar a hiperinflação. Ajuste Fiscal . como forma de eliminar a memória inflacionária. a partir de primeiro de julho de 1994. o governo procurou reduzir o desequilíbrio entre a arrecadação e os gastos públicos. A crise de hiperinflação foi de fato debelada. históricas e econômicas para permitir que o Governo brasileiro lançasse. um problema brasileiro crônico. Consequências No primeiro momento o plano obteve resultados muito positivos. Organizado em etapas. A URV era definida diariamente através de um cálculo usando como base uma média diária de inflação através de uma cesta de índices inflacionários. segundo pesquisa divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FIPE. por muitos considerado o pai do Plano Real. 3. através do IPC. com controle da inflação e aumento da taxa de investimentos na economia. No entanto. ainda no final de 1993.Em seus primeiros dias. o ajuste fiscal (fundamental para corrigir o desequilíbrio nas contas do governo e assegurar o controle da inflação no longo prazo) foi bastante limitado.Combinando aumento de impostos e cortes nos gastos públicos. Combinaramse condições políticas. Desindexação da Economia . Desenrolar do Plano O plano foi composto por três principais frentes de ações: 1. devido ao nome de seu principal idealizador. Índice de Preços ao Consumidor. embora uma persistente inflação residual tenha se mantido: a inflação acumulada no Brasil nos onze primeiros anos do plano atingiu 165%.após anos de inflação recorrente. 2. as bases de um programa de longo prazo. o economista Edmar Bacha. Política Monetária Restritiva . os agentes econômicos passaram a indexar preços a índices de inflação. Nos anos seguintes o governo manteve o controle da inflação tendo como principal instrumento de política econômica a "âncora cambial". o plano foi denominado pela equipe econômica "Plano Bacha" e "Bacha 2". o plano resultaria no fim de quase três décadas de inflação elevada e na substituição da antiga moeda pelo Real. diversas mazelas da economia brasileira foram expostas. O pilar básico do plano foi a valorização artificial da taxa de câmbio.99% em 1993 chegou-se à deflação em 1998 e à inflação de 8. via utilização de elevadas taxas reais de juros. como o Fundo Social de Emergência. são a solução para não foram implantadas ou. O câmbio valorizado e a abertura comercial foram os responsáveis pelo controle da inflação após a implantação do plano. comprometendo a situação fiscal nos anos seguintes. Não há dúvidas quanto ao sucesso do Plano Real em relação ao controle da inflação. alavancada pela alta taxa de juros básicos utilizados pelo governo como forma de atração de capital estrangeiro. que vinham sendo praticadas desde 1993. buscou-se o incremento das reservas internacionais . Por outro lado. ainda são objeto de discussão política. Por tais conterem medidas que. a flexibilização das regras no mercado de trabalho e a busca de austeridade fiscal. no caso da previdência.64% em 1999. foram implantadas apenas parcialmente. a ponto de se obter déficit primário em 1998. de uma inflação de 2490. A partir desse momento. deram fôlego fiscal para implantação do Plano Real. possibilitou uma melhoria da renda da camada menos favorecida no momento da estabilização. num primeiro momento. Tal deterioração das contas do governo foi acompanhada por um grande crescimento da dívida pública. A reforma da previdência. segundo este modelo. O país deixou de vivenciar taxas de inflação de quatro dígitos ao ano para conviver com taxas de um dígito ao ano. que prega a desestatização da economia.de abertura econômica. A manutenção de tal política levou a um crescente desequilíbrio fiscal. Algumas medidas fiscais adotadas desde 1993. facilitando o planejamento de compras a prazo. O desaparecimento do imposto inflacionário. prejudicam alguns setores da sociedade. a queda da inflação possibilitou aos agentes econômicos planejarem suas contas com mais precisão e segurança. tributária. Segundo o IPC-FIPE. a abertura comercial e financeira. que. a utilização de elevadas taxas de juros foi causando a elevação da dívida interna. Os benefícios da queda da inflação foram inúmeros. Do outro lado. Diversos instrumentos e soluções propostas estão alinhados com o chamado modelo econômico neoliberal. trabalhista e o controle dos gastos públicos. permitindo uma alocação mais racional da renda. O mecanismo da URV foi o grande responsável pela desindexação da economia e pelo fim da memória inflacionária. que incidia de forma mais vigorosa sobre os mais pobres. na medida em que colocaram os produtos nacionais em concorrência direta com os produtos importados. ao conter a inflação. Além disso. Esta política levou à ampliação significativa do déficit externo brasileiro. quando ainda sofremos com diversas medidas protecionistas. O que se critica em relação ao Plano Real é a velocidade e a magnitude do processo de abertura. acabaram por conquistar fatia importante do mercado interno.de forma a criar um amortecedor para futuras pressões no câmbio. É claro que a abertura comercial é bem vinda. apesar de exercer papel importante na queda da inflação. fazendo com que o governo utilizasse as maiores taxas de juros reais da história do Brasil a fim de atrair capitais para financiar esse déficit. isto permitiu a entrada maciça de produtos importados que. notadamente de natureza especulativa. o país sofreu várias crises econômicas como a crise mexicana (1994). Combinada com a valorização cambial. asiática (1997). mas principalmente pela extrema vulnerabilidade nas contas externas e das finanças . promoveu-se uma forte abertura comercial. conseqüentemente. as taxas de juros foram responsáveis pela atração de recursos externos que financiassem a expansão do déficit. Como já vinha acontecendo antes do plano. Muitas dessas barreiras foram diminuídas a patamares previstos nos acordos brasileiros para vários anos mais tarde. Entretanto. esta política foi responsável pela ocorrência de diversos problemas na economia. além da aceitação passiva do governo das medidas protecionistas de países desenvolvidos contra os produtos brasileiros. melhoria dos produtos e queda nos preços. Além disso. No caso dos produtos primários isso é notório até os dias de hoje. Durante a vigência do Plano Real. na medida que proporciona aumento da concorrência e. Há que se lembrar que a elevada taxa de juros tornou-se maior ainda nos momentos de crise que o país experimentou nos últimos anos. A forte entrada de recursos no país. garantiu o crescimento das reservas e possibilitou a adoção do câmbio valorizado. disfarçadas de medidas anti-dumping ou de barreiras não tarifárias como normas sanitárias. Muitas indústrias sofreram sérias dificuldades. Há de se ressaltar que a economia brasileira sofreu essas crises não apenas pelo impacto externo na economia. baseada na queda das barreiras tarifárias e não tarifárias do país. além de funcionar como poderoso instrumento de manutenção do câmbio valorizado. o que ocasionou inúmeras falências e milhares de demissões. por sua vez. a desvalorização cambial de 1999 e a crise argentina (2001). russa (1998). Em muitos outros casos o país baixou suas barreiras a produtos de certos países sem exigir reciprocidade. Os casos da industria têxtil e de brinquedos são exemplos do impacto negativo da política cambial e comercial. O segundo foi o fraco crescimento econômico apresentado pela economia nos últimos anos e. O fato de o governo ter tomado essa medida após as eleições presidenciais onde o presidente Fernando Henrique Cardoso. a taxa de juros real estava próxima de 50% a. por atuarem no setor de serviços ou para não concorrerem consigo mesmas em outros países. O primeiro foi a explosão da dívida interna desde a implantação do Plano Real e. A utilização de juros elevados resultou em alguns problemas que até hoje o governo luta para resolver. Em novembro de 1998.). é assinado um acordo de ajuda com o FMI que impunha duras obrigações a serem cumpridas. o Brasil foi obrigado a pegar o maior empréstimo da história do FMI (Fundo Monetário Internacional). exigindo do governo um novo aumento nas taxas básicas de juros (em setembro de 1998. como a modernização do parque produtivo. A aversão do capital internacional ao risco aumenta rapidamente. em conseqüência disto. o substancial aumento do desemprego. Ao contrário. Crises Finalmente. a situação tornou-se insustentável. que chegou ao auge de 45% ao ano neste período. . Com isso. da despesa com juros. em fins de 1998. a geração de empregos e renda e ampliação da concorrência. trabalham somente no mercado interno. É claro que os benefícios disso são muitos. o crescimento da remessa de lucros e importações e o fato de que muitas dessas empresas não contribuem para o crescimento das exportações. conseqüentemente. Esses recursos foram utilizados pelo governo para saldar as dívidas dos investidores externos que estavam aplicados no Brasil.a. Outro fator que ajudou a financiar o déficit externo foi a ampliação da entrada de investimentos diretos estrangeiros no país após a adoção do Plano Real. existem diversos problemas como a desnacionalização. derrotou o canditato Lula do PT no primeiro turno é entendido por muitos como manobra politica. dada a extrema vulnerabilidade das contas externas e a percepção do mercado de que era impossível sustentar por mais tempo o câmbio sobrevalorizado. especialmente nos títulos da dívida pública atrelados a taxa de juros Selic. do PSDB. Por outro lado.públicas após a adoção do câmbio supervalorizado e do brutal aumento da dívida pública. Em janeiro de 1999 ocorreu a desvalorização do Real frente ao Dólar. com a crise dos Tigres Asiáticos (1997) e da Rússia (1998). no valor de US$ 40 bilhões. HERMANN. marca do Plano Real. Porque o Brasil teve uma sucessão de Planos de Estabilização? 2. ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORANEA (1945/2004) CASTRO. O risco país cresce a níveis alarmantes e a situação piora muito mais na segunda metade de 2002 com a proximidade das eleições e a cada vez mais certeira vitória do candidato de oposição Luís Inácio Lula da Silva. Jennifer. 2004. Os economistas clássicos fornecem a explicação teórica .1 Fundamentos do comércio internacional: a teoria das vantagens comparativas O que leva muitos países a comercializarem entre si? Esta é uma questão básica a ser respondida. Em dois meses. em janeiro de 1999 o governo abandona o sistema de bandas cambiais e deixa a taxa de câmbio flutuante (livre). Ed Campus. Que tipo de decisões deveriam ter sido tomadas para evitar os altos índices inflacionários no Brasil? Sugestão de bibliografia Aula 9 GIAMBIAGI. Concomitantemente alguns governos estaduais (como o de Minas Gerais) passam a fazer oposição ativa ao governo. foi insatisfatório. porém. um dos itens fundamentais para o ajuste fiscal. Fabio. O Setor Externo 11. O crescimento econômico. o Real se desvaloriza cerca de 40%. Lavinia Barros De.Em dezembro de 1998. o país esteve distante da ameaça da inflação. Com uma política monetária restritiva e aumentos de gastos acompanhados de recordes de arrecadação. o Brasil teve baixas taxas de investimento e desempenho inferior ao de outras economias emergentes. Não conseguindo mais conter a saída de capital e para não exaurir as reservas cambiais. O início do governo Lula é marcado pela austeridade do Banco Central e consequentemente por um aumento da confiança de investidores estrangeiros. VILLELA. CASTRO. o congresso não aprova a taxação dos servidores inativos. Aula 10 11. avançou. Exercícios Aula 9 Temas para discussão Aula 9 1. e a redução das desigualdades. O Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva se especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Portugal é mais produtivo na produção de ambas as mercadorias. e importando outro bem. menor que um. existem dois países (Inglaterra e Portugal). Logo. No exemplo construído por esse autor. os produtos manufaturados apresentam elasticidade . A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma explicação para os movimentos de mercadorias no comércio internacional. nos demais países exportadores. os dois países obterão benefícios ao especializarem-se na produção da mercadoria em que possuem vantagem comparativa. significando que o crescimento da renda mundial provocaria um aumento . Quant. Segundo a corrente estruturalista. por outro lado este país deverá importar aqueles bens cuja produção implicar um custo relativamente maior. o custo da produção de tecidos em Portugal é maior do que o da produção de vinho. os países exportarão e se especializarão na produção dos bens cujo custo for comparativamente menor em relação àqueles existentes.renda da demanda maior que um e os produtos primários. Segundo Ricardo. Portugal tem a vantagem relativa na produção de vinho. como é o caso de Portugal.básica para o comércio internacional através do chamado Princípio das Vantagens Comparativas. o custo da produção de vinho é maior que o da produção de tecidos. Mas em termos relativos. Esta será. de homens/hora para a produção de uma Tecidos unidade de mercadoria Inglaterra Portugal 100 90 Vinho 120 80 Em termos absolutos. para os mesmos bens. A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada por David Ricardo em 1817. dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão de obra). portanto a mercadoria exportada. no exemplo acima. Não importa aqui. Comparativamente. o fato de que um país possa ter vantagem absoluta em ambas as linhas de produção. e a Inglaterra na produção de tecidos. exportando-a. a partir da oferta ou dos custos de produção existentes nesses países. e na Inglaterra. A taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda nacional em moeda de outros países. Por exemplo: Suponhamos uma taxa de câmbio de 0. por exemplo. A oferta de divisas é realizada tanto pelo os exportadores. e paga. 11. entram necessariamente em jogo duas moedas. retendo-as em seus cofres.2 Determinação da taxa de câmbio Quando dois países mantêm relações econômicas entre si. Como as divisas não podem ser utilizadas internamente. a importância correspondente. em decorrência das pressões de oferta e demanda por divisas estrangeiras (taxas flutuantes). ou através do funcionamento do mercado. como através da entrada de capitais financeiros internacionais. Exemplo: dólar pode custar 0. acarretando uma tendência crônica ao déficit no balanço de pagamentos dos países exportadores de produtos básicos ou primários. a expressão desvalorização cambial indica que houve um aumento da taxa de câmbio – maior número de reais por unidade de moeda estrangeira. ao exportador nacional em moeda nacional. e que o exportador vendia 1000 unidades de seu produto a 50 dólares .90 real por dólar. Assim. isto é. paga-se menos reais por dólar. pois os exportadores passaram a receber mais reais pela mesma quantidade de divisas derivadas da exportação. estimulará as exportações. ou que a moeda nacional está desvalorizada. Se a taxa de câmbio se encontrar em patamares elevados. tem – se uma queda na taxa de câmbio. através de decisão de autoridades econômicas com fixação periódica das taxas (taxas fixas de câmbio).97 de real. com o resultado da balança comercial do país. Uma taxa elevada de câmbio significa que o preço da divisa estrangeira está alto. Isso é feito pelo Banco Central da seguinte forma: recebe dos importadores do exterior a quantia em divisas – dólar.relativamente maior no comércio de manufaturados.27 real etc. A determinação da taxa de câmbio pode ocorrer de dois modos: institucionalmente. Por sua vez. onde as taxas flutuam automaticamente. em conseqüência haverá maior oferta de divisas. exigindo que se fixe a relação de troca entre ambas. em reais. valorização cambial significa moeda nacional mais forte. precisa ser convertida em moeda nacional. por exemplo. que recebem moeda estrangeira em contrapartida de suas vendas. As taxas de câmbio estão intimamente relacionadas com os preços dos produtos exportados e importadas e conseqüentemente. 1 libra pode custar 1. uma queda no poder aquisitivo da moeda. . As políticas cambiais mais freqüentes são: . Explique a teoria das vantagens comparativas. podemos destacar as seguintes: .000 dólares.000 reais. o aumento do nível de preços internos – ocorrência da inflação – provoca uma redução da taxa real de câmbio. Isso estimulará o exportador a vender mais. ficam mais baratos. ao não serem corrigidos.3 A inflação interna e seus efeitos sobre a taxa de câmbio Até aqui analisamos a paridade cambial sem considerarmos os efeitos da inflação.Alterações das tarifas sobre importações. e um estímulo às importações.Regime de taxas fixas de câmbio. com a inflação gera-se. A política cambial diz respeito a alterações na taxa de câmbio. conseqüentemente.Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio . . internamente. em moeda nacional. 11. 2. só que valendo agora 49. vendendo as mesmas 1000 unidades. Os efeitos da perda do poder aquisitivo são: um desestímulo às exportações.Regulamentação do comércio exterior. No entanto.4 A atuação Governamental no mercado de divisas: políticas externas O governo pode atuar através da política cambial ou da política comercial. a taxa de câmbio subirá para 0.99 real por dólar e. já que os bens importados. ou seja. a situação se inverte. uma vez que o preço do produto exportado não sofre correlação equivalente à inflação. aumentando a oferta de divisas. Do lado das importações.Regime de Bandas cambiais: Dentre as políticas comerciais externas. 11. receberá os mesmos 50. uma queda na demanda de divisas.000 dólares ou 45. Seu faturamento era de 50. Qual o impacto da variação da taxa de câmbio na economia? . pois se os preços dos produtos importados se elevam. Se o câmbio for desvalorizado em 10%%. enquanto a política comercial constitui-se de mecanismos que interferem no fluxo de mercadorias e serviços. Exercícios Aula 10 1. haverá um desestímulo às importações e.500 reais.cada. caso contrário temos um déficit. . royalties e assistência técnica. Estes donativos podem ser em divisas como em mercadorias. Transferências Unilaterais: Também conhecidas como conta donativos. lucros. Economia Internacional – Teoria e Política. 2006. pois indica que o país aumentou seu endividamento externo.6 O Balanço de Pagamentos apresenta as seguintes subdivisões: Balança Comercial: Essa conta compreende basicamente o comércio de mercadorias. Porque a taxa de câmbio oscila? Sugestão de bibliografia Aula 10 KRUGMAN. Aula 11 11. 11. tais como fretes. Você concorda com a teoria das vantagens comparativas? 2. por exemplo. Ed Makron Books. temos um superávit no balanço de comércio. viagens internacionais. Desse modo. Balanço de Transações Correntes: O somatório dos balanços comercial. estão registrados no balanço de pagamentos. em termos financeiros. serviços e capitais físicos e financeiros entre o país e o resto do mundo. seguros. São Paulo. de serviços e de transferências unilaterais resulta no saldo em conta corrente ou balanço de transações correntes. os empréstimos obtidos no exterior etc. juros. registram as doações interpaíses. Se o saldo do balanço de transações correntes for negativo. mas absorveu bens e serviços em termos reais no exterior. Ou seja. Se as exportações FOB excedem as importações FOB. todas as transações com mercadorias. os seguros.Temas para discussão Aula 10 1.5 A estrutura do Balanço de Pagamentos O Balanço de Pagamentos é o registro estatístico – contábil de todas as transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes dos demais países. temos uma poupança externa positiva. Paul. todas as exportações e importações do período considerado: os fretes. Balanço de Serviços: Registram-se todos os serviços pagos/ recebidos pelo Brasil. a necessidade de mudanças no sistema de pagamentos . para financiar o saldo do balanço de pagamentos. que culminaram com a crise dos anos 30. 5% da soma das exportações com as importações. A conta de capital subdivide-se em duas: Movimento autônomo de capital. no máximo. É a diferença entre o saldo do balanço de pagamentos e o financiamento do resultado que surge quando se tenta compatibilizar transações físicas e financeiras. quando se via no comércio mundial um importante instrumento para potencializar o desenvolvimento do mundo capitalista. de empréstimos e financiamentos para projetos de desenvolvimento do país e de capitais financeiros de curto prazo. aplicados no mercado financeiro nacional.Fundo Monetário Internacional (FMI): Um dos objetivos principais do FMI é socorrer os países a ele associados quando da ocorrência de desequilíbrios transitórios em seus balanços de pagamentos. assim como os conturbados anos da Grande Depressão. provocaram enormes perturbações na economia de praticamente todos os países. na forma de investimentos diretos de empresas multinacionais. Dentro desse contexto foram criados os três principais organismos econômicos internacionais do pós-guerra: . modificam sua posição devedora ou credora perante o resto do mundo. e por seguinte nas relações econômicas internacionais. A regra internacional é admitir para Erros e Omissões um valor de. 11. Já ao final da Segunda Guerra Mundial evidenciava-se internacionais.7 Organismos Internacionais As grandes guerras mundiais. Cabe uma observação sobre a rubrica Erros e Omissões. portanto.Movimento de Capitais ou Balanço de Capitais: Na conta de capital aparecem as transações que produzem variações no ativo e no passivo externo do país e que. Inclui as contas Atrasadas Comerciais (quando o país não paga suas obrigações na data do vencimento) e Empréstimos de Regulamentação do FMI (quando o país tem problemas de liquidez internacional). Tais eram as preocupações reinantes nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial. Movimentos induzidos de capital. - Banco Mundial: Também conhecido por BIRD, foi criado com intuito de auxiliar a reconstrução dos países devastados pela guerra e, posteriormente, para promover o crescimento dos países em vias de desenvolvimento. - Organização Mundial do Comércio (OMC): Foi criada com objetivo básico de reduzir as restrições ao comércio internacional e a liberalização do comércio multilateral. Através do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), procurava-se estruturar um conjunto de regras e instituições que regulassem o comércio internacional e encaminhassem a resolução de conflitos entre os países. Nesse sentido, o GATT estabeleceu como princípios básicos: redução das barreiras comerciais, a não - discriminação comercial entre os países, a compensação dos países prejudicados por aumentos de tarifas alfandegárias e a arbitragem de conflitos comerciais. 11.8 O Balanço de Pagamentos do Brasil O início da contabilização do balanço de pagamentos no Brasil data de 1947, quando os levantamentos eram feitos pelo Banco do Brasil e pela Fundação Getúlio Vargas. Atualmente, essa tarefa é atribuição do Banco Central do Brasil. Desde o início, o saldo do balanço de pagamentos em transações correntes tem sido predominantemente deficitário, o que é considerado natural para economias pobres, que dependem de poupança externa para se desenvolver. Na maior parte do período, os déficits foram decorrência de saldo negativo na conta serviços, pois a balança comercial mostrou predomínio de resultados positivos. A década de 70 constitui a exceção mais expressiva, pois nesse período o país acumulou déficits nos balanços comerciais e de serviços. A maior parte das dificuldades na balança comercial dessa época resultou do brusco aumento dos gastos com importação em razão do choque do petróleo ocorrido em 1973. A crise da dívida externa dos anos 80 fez ressurgirem os superávits comerciais. Essa crise se caracterizou pelo corte abrupto nos fluxos de capitais das nações industrializadas para as menos desenvolvidas. Além disso, os países devedores, em particular os da América Latina, foram submetidos a fortes pressões para pronto pagamento dos créditos tomados no passado. Com isso, foram forçados a adotar programas de ajustamento que tinham como meta obter rápido incremento de divisas para honrar os compromissos externos. Entre 1990 e 1991, houve uma drástica redução dos investimentos diretos no país, bem como dos empréstimos e financiamentos a longo prazo, reflexo da insegurança dos investidores internacionais quanto às atitudes do governo Collor. De 1992 em diante, a crise de confiança em nosso governo foi superada e o país voltou a captar recursos internacionais em volumes crescentes. Em julho de 1994, o Plano Real foi implantado. Dentre suas conseqüências, destaca-se a valorização da moeda nacional, que estimulou importações e reduziu exportações. Esse fato contribuiu para nova transformação nas relações econômicas brasileiras com o resto do mundo, deixando o país numa situação muito vulnerável aos movimentos especulativos internacionais.  Estrutura do Balanço de Pagamentos A. Balança Comercial (Mercadorias) • • Importações (débito) Exportações (crédito) B. Balanço de Serviço • • • • • • Viagens (turismo) Transportes (fretes) Seguros Rendas de Capitais (juros, lucros, dividendos e lucros reinvestidos pelas multinacionais). Serviços diversos (royalties, assistência técnica) Serviços governamentais (embaixadas) C. Transferências Unilaterais (Donativos em Divisas ou Mercadorias) D. Balanço de Transações Correntes ou Saldo em Conta Corrente (Resultado Líquido de A + B + C) E. Movimento de Capitais Autônomos ( Transações Monetárias ) • Investimento diretos líquidos ( novas firmas estrangeiras ) • • • • Reinvestimentos ( multinacionais já instaladas no país ) Empréstimos e financiamentos ( Banco Mundial, BID, bancos privados e oficiais estrangeiros ) Amortizações Capitais de curto prazo F. Saldo do Balanço de Pagamentos ( Resultado Líquido de D + E ) Temas para discussão Aula 11 1. Qual a vantagem de um país apresentar saldo positivo no BP? 2. Qual a contribuição deste conteúdo para um gestor de negócios? Sugestão de bibliografia Aula 11 KRUGMAN, Paul. Economia Internacional – Teoria e Política. Ed Makron Books, São Paulo, 2006. Aula 12 12. Moeda 12.1 Origens e Função da Moeda Nas sociedades primitivas, com organização econômica incipiente, a forma de comércio predominante era o escambo, ou seja, a troca de uma mercadoria diretamente pela outra. Desse modo, se um indivíduo dispusesse de uma determinada mercadoria em quantidade excedente às necessidades de seu consumo, poderia trocar esta sobra por uma mercadoria de que precisasse com outro indivíduo. Para diminuir os conflitos de interesse entre as partes intervenientes nas transações, surgiu o costume de se utilizar como intermediária nas trocas uma mercadoria que tivesse uma aceitação geral na sociedade, em virtude de sua grande utilidade para todos os indivíduos. Assim, na Pérsia antiga e na China, respectivamente, o gado e o sal, eram usados como intermediários nas trocas. Daí, a origem da moeda, que pode ser definida como um bem que possui aceitação geral na sociedade e que seja utilizada como forma de pagamento nas transações de compra e venda. - Moedas metálicas - Moeda papel A definição mais convencional de meios de pagamento (M1) é a de que são constituídos pela soma do papel moeda em poder do público (PMPP) com os depósitos à vista nos bancos comerciais (Dep): M1 = PMPP + Dep Também costuma-se dizer que os meios de pagamentos são os ativos de liquidez imediata possuídos pelo setor não bancário da economia.Moeda Bancária ou escritural Funções da moeda Intermediária nas trocas: os bens e serviços da economia sao transacionados na forma de moeda Unidade de conta ou medida de valor: os precos da economia são cotados em quantidade de moeda. 12. são bens ou direitos que satisfazem às necessidades humanas. Reserva de valor : os agentes podem acumular riqueza. acumulando moeda no tempo. de forma geral. que geralmente rendem juros.4 Quase Moeda Os ativos. A oferta de moeda é constituída pelo total dos meios de pagamento da economia.3 Oferta Monetária A oferta monetária é o total de moeda que o público tem a sua disposição para o pagamento de transações. há uma parcela dos meios de pagamento que está sob controle apenas indireto do Governo. 12. o volume de moeda que será emitido. que é constituída pelos depósitos à vista do público nos bancos comerciais. .. O governo controla diretamente uma parcela da oferta monetária ao decidir.Moeda fiduciária ou papel moeda . através das autoridades monetárias. Existe uma categoria de ativos cuja utilidade é a de serem formas de guardar a riqueza de seu possuidor: são chamados ativos financeiros.2 Meios de Pagamento Meios de pagamento são ativos que podem ser usados instantaneamente e sem restrições para pagamentos a terceiros. 12. Entretanto. Exemplo: . Os bancos passaram então a emprestar a terceiros a parcela de moeda que excedia às suas necessidades de caixa para atender aos depositantes. mas que apresentam grande grau de liquidez são denominados de quase moeda. depositando e guardando no caixa dos bancos comerciais. outros depositavam de tal forma que era suficiente manter somente uma parte do dinheiro depositado no seu caixa para atender ao público. com a evolução dos sistemas. CDB. o Banco Central divulga além de M1. O que ocorria normalmente é que. o total dos meios de pagamento seria exatamente igual ao saldo de papel moeda emitido. os seguintes conceitos de moeda: M2 = M1 + títulos públicos federais M3 = M2 + depósitos de poupança M4 = M3 + depósitos a prazo 12. os bancos foram percebendo que era muito pouco provável que todos os seus depositantes viessem sacar seu dinheiro no mesmo momento.Exemplos  poupança. os bancos delimitassem a guardar dinheiro para seus depositantes.5 Criação e destruição da moeda A criação ou destruição de moeda envolve uma transação entre o setor bancário e o setor não bancário da economia. Entretanto.6 O processo de expansão da moeda escritural Se. No Brasil. Ocorrerá criação de moeda quando ocorrer uma troca entre um ativo não monetário (de liquidez não imediata) do setor não bancário por um ativo monetário do setor bancário. ao mesmo tempo em que alguns vinham sacar. Exemplos: Criação  empréstimos bancários Destruição  aplicação financeira 12. Este só poderia estar em mãos do público ou à sua ordem. fundos de investimentos Os ativos financeiros que não possuem a liquidez imediata característica da moeda. Ocorrerá destruição de moeda se a troca for entre um ativo monetário do setor não bancário por um ativo não monetário do setor bancário. modernamente. 7 As contas do sistema monetário As contas típicas de um balanço de um banco comercial estão sintetizadas abaixo: ATIVO • Encaixes Em moedas correntes Depósitos nas autoridades monetárias Voluntários Compulsórios • • • • • • • • • • • Empréstimos ao setor privado Empréstimos a órgãos públicos Títulos públicos e particulares Ativos Permanente Demais aplicações Depósitos à vista Depósitos à prazo Empréstimos externos Redescontos Demais exigibilidades Recursos próprios PASSIVO O balancete típico do Banco Central será: ATIVO • • • • Caixa em moeda corrente Empréstimos ao Tesouro Nacional Títulos Públicos Federais Redescontos .Ativo Caixa 400 Empréstimos 600 Total 1000 Passivo Depósitos Total 1000 1000 12. • • • • Reservas Internacionais Outras aplicações Papel moeda emitido Depósitos dos Bancos Comerciais PASSIVO Voluntários Compulsórios • • • Depósitos da União Recursos próprios Demais Recursos A Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) é uma das primeiras tentativas da ciência econômica de estabelecer uma correlação entre quantidade de moeda em circulação no sistema econômico e o nível geral de preços. O ponto de partida da TQM é a chamada equação quantitativa: MV=PT onde: M  oferta de moeda V velocidade de circulaçao da moeda P  nivel de preços T  quantidade de transçoes Esta equação estabelece que o volume de meios de pagamento multiplicado por sua velocidade (número de transações financiado pela mesma unidade monetária) é igual ao volume monetário das transações realizadas na economia.9 A demanda por moeda Teoria Clássica As pessoas demandam moeda com a finalidade de efetuar pagamentos decorrentes de compra e venda de bens e serviços. A necessidade de moeda que o sistema econômico precisa para o financiamento das transações depende: a) do volume de transações .000.00 M = $ 200. Exemplo: T = $ 1.00 V=5 12.8 Teoria Quantitativa da moeda 12.000.000. d) papel moeda em poder do público mais depósitos à vista e a prazo nos bancos comerciais. Qual a definição de quase moeda? Quais são os conceitos de moeda divulgados pelo Banco Central? 5. Qual o conceito de moeda? 2. Porque o Brasil trocou tantas vezes de padrão monetário? Sugestão de bibliografia Aula 12 . b) papel moeda em poder do público mais depósitos à vista nos bancos comerciais. compreende: a) papel moeda em circulação mais depósitos à vista nos bancos comerciais. e) papel moeda em circulação mais depósitos à vista e a prazo nos bancos comerciais 4. Temas para discussão Aula 12 1. Assinale qual das transações abaixo corresponde a uma destruição de moeda do sistema econômico: a) uma empresa paga em moeda os salários de seus funcionários.b) da velocidade da moeda Teoria Keynesiana Keynes afirmou que as pessoas demandam moeda por três motivos: a) Transação b) Precaução: c) Especulação: Exercícios Aula 12 1. c) papel moeda emitido mais depósitos à vista nos bancos comerciais. b) Uma empresa resgata uma promissória junto a um banco comercial c) Uma empresa paga uma duplicata a outra empresa d) Um banco comercial desconta um título junto às autoridades monetárias e) Um indivíduo paga uma dívida pessoal a outro indivíduo. Como a moeda evoluiu ao longo do tempo? 2. O conceito básico de meios de pagamento M1 . Qual são as três funções da moeda? 3. e não nas alterações de seus preços de mercado. cidades). é preciso diferenciar o PIB nominal do PIB real. quando valores gerados na cadeia de produção aparecem contados duas vezes na soma do PIB. • • • • C é o consumo privado I é o total de investimentos realizados G representa gastos governamentais X é o volume de exportações . que leva em conta apenas as variações nas quantidades produzidas dos bens. PIB O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região (qual seja. faz-se uso de um deflator (normalmente um índice de preços) que isola o crescimento real do produto daquele que se deu artificialmente devido ao aumento dos preços da economia.VASCONCELLOS. durante um período determinado (mês. 2006. países.  Fórmula para cálculos do PIB A fórmula clássica para expressar o PIB de uma região é a seguinte: Onde.1 PIB nominal e PIB real Quando se procura comparar ou analisar o comportamento do PIB de um país ao longo do tempo. Para avaliações mais consistentes. O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. o mais indicado é o uso de seu valor real. trimestre. ano. Ed Saraiva. Aula 13 13. Fundamentos de Economia. Para isso. 13. Isso é feito com o intuito de evitar o problema da dupla contagem. excluindo da conta todos os bens de consumo de intermediário (insumos). O primeiro diz respeito ao valor do PIB calculado a preços correntes. considera-se apenas bens e serviços finais. estados. etc). Na contagem do PIB. já o segundo é calculado a preços constantes. Marco Antonio Sandoval de. mas que é suficiente para assegurar uma excelente qualidade de vida a seus poucos milhões de habitantes. e considerada no cálculo do PNB. Esta renda representa a diferença entre recursos enviados ao exterior (pagamento de fatores de produção internacionais alocados no país) e os recursos recebidos do exterior a partir de fatores de produção que. Países podem ter um PIB elevado por serem grandes e terem muitos habitantes.3 PIB per capita Os indicadores econômicos agregados (produto.que revelam o perfil da distribuição de renda de um país (tais como o Coeficiente de Gini ou mesmo índices desenvolvidos . o PNB é menor que o PIB. Pela fórmula: PNB = PIB . sendo do país considerado. mas seu PIB per capita pode resultar baixo. encontram-se em atividade em outros países. Assim (e simplificadamente). inclusive porque o PNB é gerado a partir da soma do PIB mais entradas e saídas de capital. uma vez que a RLEE é negativa(ou seja.2 PIB e PNB O PIB difere do produto nacional bruto (PNB) basicamente pela renda líquida enviada ao exterior (RLEE): ela é desconsiderada no cálculo do PIB. já que a renda total é dividida por muitas pessoas.RLEE O país exemplificado terá um PNB maior que o PIB. mas proíba a instalação de transnacionais no seu território. No caso brasileiro. caso um país possua empresas actuando em outros países. envia-se mais recursos ao exterior do que se recebe). Dividindo-se esse valor pela população de um país. obtém-se um valor médio per capita: O valor per capita foi o primeiro indicador utilizado para analisar a qualidade de vida em um país. 13. como é o caso da Índia ou da China.• M é o volume de importações 13. terá uma renda líquida enviada ao exterior negativa. despesa) indicam os mesmos valores para a economia de forma absoluta. renda. Países como a Noruega e a Dinamarca exibem um PIB moderado. Atualmente usam-se outros índices . 8%.9%).6%. 2006: crescimento de 3. Com a baixa do dólar.8%. em especial as referentes à China.8%. 2005: crescimento acumulado de 2. 13.2%. assim.6% • 2006 (investimentos): abril a junho = encolhimento de 2. PIB específico • • 2006 (massa salarial): abril a junho = crescimento real de 6. várias empresas não exportaram. 2006 (agricultura): abril a junho = crescimento de 0. deixando. b) abril a junho = aumento de 2. Exercícios Aula 13 1. as exportações de contribuir para o crescimento do PIB.* 2006 (empréstimos a pessoas físicas): abril a junho = ampliação de 31. como o Índice de Desenvolvimento Humano) .8% em relação ao acumulado entre janeiro e março.* 2006-junho (indústria: produção industrial) = queda de 1.7% atingindo o PIB um valor total em dólares de US$ 1.* 2006 (mineralogia: setor extrativo mineral): a) janeiro a março = expansão de 12.4 Desempenho do PIB no Brasil • • • • 2003: crescimento de 1. Calcule o PIB Nominal e o PIB Real.para se obter uma avaliação mais precisa do bem-estar econômico desfrutado por uma população. • Fatores que contribuíram para as recentes baixas do PIB = a valorização do real diante do dólar.7%. Já a produção industrial baixou de nível devido às importações. soja = 2.067 trilhão.1%. b) abril a junho = aumento.* 2006 (construção civil): a) janeiro a março = expansão de 7%. Qual a diferença entre PIB Real e PIB Nominal? 2.9%.3%* 2006-julho (indústria: produção industrial) = crescimento de 0. 2004: expansão de 5.pela sociologia. conforme os dados abaixo: Bem x1 Preço Quantidade 25 30 35 40 130 120 110 100 Bem x2 Preço Quantidade 62 70 78 86 180 175 175 170 ANO 1993 1994 1995 1996 .6%. (café: incremento de 18. Na sua opinião. Contabilidade Social 14. E. no sentido de que é considerada apenas como unidade de medida e instrumento de trocas. de natureza contábil. Contabilidade Social é uma técnica de registro e de mensuração de um conjunto interligado de grandezas e de variáveis definidas pela Ciência Econômica. Investimentos. uma forma especial de estatística econômica. . Medida do fluxo de produção. como Produto Nacional. com efeito. As contas referem-se a um fluxo. através do Sistema de Contas Nacionais e Matriz Insumo-Produto (criadas por Leontief). 14.1 Definições Segundo Rossetti (1995:18). Exportações etc. Consumo Global. que se propõe a apresentar valores que expressam os montantes das transações econômicas verificadas em determinada economia nacional. normalmente de um ano.Temas para discussão Aula 13 1.3 As três óticas de mensuração da atividade econômica São elas o Produto. Preocupa-se com a definição e os métodos de quantificação dos principais agregados macroeconômicos. o que o governo poderia fazer para elevar a taxa de crescimento do PIB? Aula 14 14. Como vc percebe as variações do PIB no seu dia a dia? 2. A moeda é neutra. a Despesa e a Renda • PRODUTO NACIONAL (PN): É o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo. 14.2 Pressupostos básicos • • • As contas procuram medir a produção corrente. Também pode ser definida objetivamente como um instrumental que permite mensurar a totalidade das atividades econômicas. juros. pela utilização de seus serviços produtivos. da capacidade de gerar rendas futuras. lucros). RN = salários (w) + juros (j) + aluguéis (a) + lucros (l) Identidade básica: PN = DN = RN • VALOR ADICIONADO: Consiste no cálculo do que cada ramo da atividade adicionou ao valor do produto final. VA = VBP . moeda é a unidade-padrão de agregação. da renda gerada (salários. É o gasto em bens produzidos. Então: PN = DN = RN = VA • POUPANÇA (S): É a parcela da RN não consumida no período.C • INVESTIMENTO (I): É o gasto em bens que representam aumento da capacidade produtiva da economia. DN = Despesas de consumo (C). I = PN . em dado período. aluguéis.C I = Ibk + DE • DEPRECIAÇÃO: É o consumo do estoque de capital físico. • RENDA NACIONAL (RN): É a soma dos rendimentos pagos às famílias. em cada etapa do processo produtivo.Valor: os preços permitem agregar bens diferentes. Despesas das famílias com bens de consumo. que não foram consumidos no próprio período e que serão utilizados para consumo futuro. parte não é gasta em bens de consumo. Bens e serviços finais: não se consideram os bens e serviços intermediários. gastos do governo e gastos do setor externo. Período de tempo: mês. ano. S = RN . que são proprietárias dos fatores de produção. isto é. PNL = PNB -d • PRODUTO NACIONAL A PREÇOS DE MERCADO E A CUSTO DE FATORES . despesas com investimentos das empresas.consumo de produtos intermediários. isto é. • DESPESA NACIONAL (DN): É o valor das despesas dos vários agentes na compra de bens e serviços finais. PN a custo de fatores (Pncf): é o PN medido a partir dos valores que refletem os custos de produção. a remuneração aos fatores.7YD I = 80 G = 120 T = 60 X = 80 M = 50 .PN a preços de mercado (PNpm): é o PN medido a partir dos valores transacionados no mercado (ou seja. A remuneração desses fatores vai para for a do país. e excluindo a renda enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil.Sub • Renda Líquida de fatores externos (RLFE) : é a remuneração dos ativos pertencentes a estrangeiros. • PIB (Produto Interno Bruto): é a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do país. No que consiste a Renda Disponível? 3. divide-se em: 1-Renda Enviada ao Exterior (RE): parte do que foi produzido internamente não pertence aos nacionais (capital e tecnologia). PNB = PIB + RLFE DESPESA NACIONAL DN = C + I + G + X . 2-Renda Recebida do Exterior (RR): recebemos renda devido à produção de nossas empresas operando no exterior. medido pelo preço pago pelo consumidor final). conforme os dados abaixo: C = 50 + 0. PNpm = Rncf + Ti . Identifique os componentes da Demanda Agregada 2. RLFE = RR .RE • Produto Nacional Bruto (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais. incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior. Ache a renda de equilíbrio.M Exercícios Aula 14 1. TORNETO JR. Amaury P. VASCONCELLOS. Rudinei. 2006. Marco Antonio Sandoval de. se o Governo reduz seus gastos para 90? Temas para discussão Aula 14 1. Economia Brasileira Contemporânea.O que acontece com a renda de equilíbrio. . Ed Atlas. Você sabe quem apura estes números? Sugestão de bibliografia Aula 14 GREMAUD. Para serve a Contabilidade Social? 2.
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