INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUAS PLUVIAIS

March 25, 2018 | Author: pauloamancioferro | Category: Rain, Fluid Mechanics, Building, System, Budget


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FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAGINSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUAS PLUVIAIS ENGENHARIA CIVIL HIDRÁULICA E INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS RESIDENCIAIS E PREDIAIS LUIZ HENRIQUE BASSO Instalações de Águas Pluviais O objetivo das instalações de águas pluviais é captar as águas de chuva, provenientes das áreas impermeabilizadas, expostas ao tempo e conduzi-las até seu lançamento nas redes públicas, sarjetas ou outros pontos adequados de deságüe. As instalações convencionais de águas pluviais nas edificações são constituídas de: • • • • Calhas, destinadas à coleta das águas nas coberturas, terraços e similares e a sua condução aos condutores verticais; Condutores verticais, destinados a conduzir os efluentes das calhas até a parte inferior da edificação; Condutores horizontais, destinados a recolher e conduzir toda água pluvial da parte inferior da edificação até o seu destino final; Ralos e caixas de areia, destinados a reter detritos e evitar a obstrução das tubulações fechadas. Dentro dos conceitos atuais de controle do escoamento superficial, diversos outros tipos de dispositivos podem ser adotados, desde caixas e reservatórios para detenção temporária das águas pluviais, até estruturas que favorecem a infiltração. As águas pluviais são armazenadas nos seguintes casos: • Destino específico de uso no edifício (aproveitamento de água de chuva) • Quando a rede predial encontra-se em nível inferior à rede pública de captação de águas pluviais, necessitando da instalação de sistema de recalque. • Quando deve-se reduzir a vazão máxima de contribuição à rede pública de drenagem, por exemplo, Resolução CEUSO/60/92 da cidade de São Paulo e Código de Obras do Município de Toledo (art 70, § 4º) 1. Objetivos As instalações prediais de águas pluviais visam basicamente: - afastar convenientemente as águas de chuva para a rua ou coletor público; - proteger as paredes e as esquadrias de umidade; - evitar o desconforto dos moradores ou transeuntes. 2. Requisitos Segundo a NBR-10844 (1989) os sistemas prediais de águas pluviais devem ser projetados para atender aos seguintes requisitos: 2.1 Os condutores de águas pluviais não podem ser usados para receber efluentes de esgotos sanitários ou como tubos de ventilação do sistema predial de esgotos sanitários. 2 a seguir alguns tipos mais comuns: 3 . 2. 3.2 Ser estanque e permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto do sistema. Esquemas Básicos São vários os modelos de calhas apresentados pelos projetistas.3 Resistir às solicitações decorrentes das variações térmicas.2. que garanta o escoamento das águas pluviais até os pontos de drenagem previstos.4 Não provocar ruídos excessivos. dos choques mecânicos e intempéries. 2. 2. 2.6 O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais é de 70mm.5%.5 As superfícies horizontais de lajes devem ter uma declividade mínima de 0. 4 . não basta um projeto de águas pluviais de alto padrão se este não for projetado para operar simultaneamente com os demais sistemas do edifício. elétrico. o sistema predial de águas pluviais deve ser projetado. estrutural. de aspectos culturais e econômicos. todos os sistemas necessários para o atendimento das necessidades dos usuários do edifício. Estas necessidades variam em função das atividades a serem desenvolvidas no edifício. condições climáticas. executado e mantido de forma integrada e harmoniosa com os sistemas arquitetônico. enfim. Projeto De Sistemas Prediais De Águas Pluviais Como parte integrante do sistema edifício. hidráulico – sanitário. etc. 5 . Materiais Empregados As peças hidráulicas mais comumente utilizadas costumam ser fabricadas dos seguintes materiais: calhas plástico rígido alvenaria concreto cimento-amianto chapas galvanizadas ou de cobre plástico rígido cimento-amianto ferro fundido chapas galvanizadas ou de cobre tubos de plástico rígido tubos de cimento amianto tubos de ferro fundido manilhas de barro vidrado tubos de concreto simples ou armado cobre bronze plástico rígido latão metal ferro fundido plástico rígido condutores coletores ralos grelhas 5.4. Assim. a) Concepção e Traçado A concepção consiste na definição da solução a ser adotada e é influenciada pelos seguintes aspectos: solicitações sobre o sistema. do regime de escoamento pré-estabelecido e ainda de declividade do elemento. Este procedimento facilitará o escoamento no interior do sistema. facilidade de manutenção e restrições legais – normalização técnica e leis municipais. Orçamento. evitando um maior número de conexões. partido estrutural. Preparação de especificações técnicas. As dimensões dos elementos do sistema dependem também das características dos materiais dos componentes.1 Etapas da Execução do Projeto A elaboração do projeto de sistema predial de águas pluviais consiste. área de contribuição e vazões. b) Dimensionamento dos Elementos do Sistema O dimensionamento é realizado após a determinação das solicitações impostas aos diversos elementos do sistema: intensidade pluviométrica do local. Relação de materiais e componentes. reduzindo a possibilidade de obstruções. das seguintes etapas: • • • • • • • • Concepção e traçado. materiais e componentes. do fator de falha. Dimensionamento dos elementos do sistema. 6 .5. Elaboração do projeto de produção. Após a definição macro do sistema faz-se o traçado do projeto observando sempre os trajetos mais curtos e retilíneos. Elaboração do projeto “as built”. Preparação dos memoriais descritivo e de cálculo. basicamente. tipologia do edifício. De posse destes elementos escolhe-se um método ou então o método proposto pela NBR 10844 e dimensionam-se todos os elementos do sistema – calhas. • Esquema vertical (fluxograma) sem escala. posição. c) Elaboração do Projeto de Produção Denomina-se projeto aquele que fornece a representação gráfica da solução adotada e detalhes construtivos para a execução do sistema. 7 . declividade e material. O projeto de produção contém os seguintes elementos: • Planta de cobertura em escala 1:50. condutores verticais e condutores horizontais – para atender a estas solicitações. • Quadro de convenções apresentando a simbologia para indicação dos elementos do sistema. onde são apresentados todos os elementos do sistema. • Detalhes construtivos em escala 1:20 de poço coletor com sistema de recalque de águas servidas. e ainda. diâmetro e declividade de condutores horizontais. • Planta dos pavimentos tipo. 1:75 ou 1:100 indicando calhas – dimensões. de trechos do sistema que necessitam de maiores informações para a sua execução. caixas de areia. térreo e subsolo em escala 1:50. caixas de passagem. indicação e diâmetro dos condutos verticais. indicando posição e diâmetro de condutores verticais. 1:75 ou 1:100. 8 . 9 . d) Memorial Descritivo e Memória de Cálculo O memorial descritivo apresenta as justificativas da concepção e as características dos sistemas e a memória de cálculo apresenta o cálculo das solicitações impostas ao sistema e todo o processo de dimensionamento dos elementos do sistema. 10 . e) Especificações Técnicas As especificações técnicas apresentam as características dos materiais. referência e cor. componentes e equipamentos com a indicação de marca. modelo. em função das solicitações determinadas inicialmente. g) Orçamento É a previsão do custo (material e mão-de-obra) para a execução de um sistema. comprimento de barra. antes do início da obra. Um orçamento é estimativo quando o custo do sistema é determinado em função do número de aparelhos completos e colocados (material e mão-de-obra). h) Projeto “as built” O projeto “as built” é executado sobre o projeto de produção registrando-se as alterações ocorridas na fase de execução do sistema. Este projeto facilitará as futuras intervenções e manutenções no sistema. Um orçamento é analítico quando o custo do sistema é determinado sobre todo o quantitativo de materiais e componentes discriminando um a um com seu respectivo custo. mais a quantidade de lavatórios completos. por diâmetro. inclusive mão-de-obra. ou seja. de forma expedita. espessura e marca. 11 .etc. como por exemplo.f) Relação de Materiais e Componentes É a lista contendo quantidade de cada um dos materiais e componentes. a quantidade de bacias sanitárias completas. 12 . mantendo-se o mesmo material. Conforme esta abordagem um escoamento no condutor vertical ocorreria independentemente do escoamento na calha e o escoamento no condutor horizontal independentemente do escoamento no condutor vertical. surgiram como forma de resolver o problema. método proposto pelo STANDARD PLUMBING ENGINEERING DESIGN (1963). desconhecendo-se os fenômenos decorrentes do escoamento no sistema. métodos baseados em critérios cujo dimensionamento considera as partes do sistema interdependentes entre si – abordagem sistêmica. Para quaisquer tipos de configuração.d). a capacidade de vazão destes elementos permanecerá invariável. Estes métodos não consideram. método proposto pelo PLUMBING MANUAL (s. Os métodos segundo a abordagem analítica são: • • • • • • método proposto por GARCEZ (1961). as condições de ligação entre os elementos do sistema.d). Critérios de Dimensionamento Os critérios de dimensionamento dos sistemas prediais de águas pluviais têm evoluído a partir de pesquisas realizada por vários estudiosos que avançam no conhecimento dos fenômenos decorrentes do escoamento no interior destes sistemas. método proposto pelo THE BOCA BASIC PLUMBING CODE (1987). método proposto pela BS 6367/BSI (1983). DEL CONTI (1993) agrupou os métodos de dimensionamento existentes segundo os critérios adotados: • • métodos baseados em critérios cujo dimensionamento considera as partes do sistema independentes entre si – abordagem analítica. Os métodos resultantes da abordagem sistêmica implicam num melhor conhecimento dos fenômenos que ocorrem durante o escoamento no interior do sistema. Os métodos segundo a abordagem sistêmica são: • • • • método proposto pelo Building Research Station – BRS (1969). Os métodos segundo a abordagem analítica.d). STANDARD PLUMBING CODE (1975) e THE BOCA BASIC PLUMBING CODE (1975). Este tipo de consideração conduz a soluções aproximadas devido às simplificações feitas durante a análise dos escoamentos. método proposto pela NBR 10844 (1988). diâmetro e declividade. por exemplo. método recomendado pelo NATIONAL SWEDISH INSTITUTE (s.6. método proposto pelo CP 308/BSI (1974). método proposto pelo NATIONAL STANDARD PLUMBING CODE (s. a segurança ou o risco de falha da instalação. é permitido empoçamento ou Quando não são conhecidos com precisão os dados pluviométricos na região. para o caso de instalações prediais de águas pluviais. de três fatores: Intensidade pluviométrica Área de contribuição Impermeabilidade a) Intensidade pluviométrica A intensidade pluviométrica. para uma dada duração de precipitação.A dimensão dos componentes da instalação de esgotamento pluvial depende. ou os dados constantes do Quadro 1. 13 . A norma brasileira NBR 10844/1989 estabelece. depende de uma análise estatística das precipitações mais intensas registradas na região ao longo dos anos. que possibilitam associar um período de retorno a um dado evento. A determinação desse parâmetro para dimensionamento das instalações. Coberturas e áreas onde não extravasamento: 25 anos. corresponde ao intervalo de tempo em que. visando o estabelecimento das relações “Intensidade-Duração-Frequëncia”. uma determinada intensidade pluviométrica é igualada ou superada. basicamente. designada por I. correspondentes à duração de precipitação de 5 minutos: • • • Áreas pavimentadas: 1 ano. é a razão entre a altura pluviométrica precipitada e o intervalo de tempo em que ocorreu essa precipitação. Coberturas e/ou terraços: 5 anos. pode-se adotar I = 150 mm/h para áreas construídas de até 100 m2. e conseqüentemente. os seguintes valores para projeto. O período de retorno T. Barbacena/MG 9 .Jacarezinho/PR 34 .Paracatu/MG Intensidade pluviométrica (mm/h) Períodos de retorno (anos) 1 5 25 174 238 313 (17) 124 164 240 168 229 267 (21) 114 137 (3) 116 122 126 115 144 170 126 204 234 (10) 156 222 265 (12) 120 128 152 (20) 110 120 148 (9) 138 157 185 (20) 132 227 230 (12) 120 125 152 (15) 143 196 113 146 218 132 206 240 122 144 164 (9) 132 174 198 (22) 106 137 (3) 120 127 218 120 131 161 (9) 204 246 347 (14) 144 190 230 (12) 132 204 228 106 126 158 (17) 110 120 140 (6) 114 120 144 136 176 217 (20) 120 156 180 (21) 120 178 192 (17) 114 126 152 (19) 120 198 228 (18) 115 122 146 (11) 192 240 288 (10) 115 140 163 (23) 122 164 174 (14) 96 122 137 (13) 102 122 174 138 180 198 113 120 143 (19) 118 134 155 (19) 130 183 250 120 124 158 115 167 173 (20) 120 211 122 233 - 14 .Bonsucesso/MG 15 .Olinda/PE 45 .Fortaleza/CE 30 .Bauru/SP 11 .Cuiabá/MT 24 .Irai/RS 33 .Manaus/AM 40 .Alto Tabajós/PR 4 .Cruz Alta/RS 23 .João Pessoa/PB 36 .Belo Horizonte/MG 13 .Encruzilhada/RS 26 .Aracajú/SE 6 .Bagé/RS 8 .Juaretê/AM 35 .Natal/RN 41 .Alegrete/RS 2 .Alto Terezópolis/RJ 5 .Catalão/GO 19 .Lins/SP 38 .Cabo Frio/RJ 16 .Ouro Preto/MG 46 .Guaramiranga/CE 32 .Nova Friburgo/RJ 44 .Nazaré/PE 42 .Goiânia/Go 31.Corumbá/MT 22 .Curitiba/PR 25 .Alto Itatiaia/RJ 3 .Campos do Jordão/SP 18 .Niterói/RJ 43 .KM 47 – Rodovia Presidente Dutra/RJ 37 .Belém/PA 12 .Formosa/GO 29 .Florianópolis/SC 28 .Blumenau/SC 14 .Campos/RJ 17 .Maceió/AL 39 .Caxias do Sul/RS 21 .Avaré/SP 7 .Quadro 1 – Intensidade pluviométrica (mm/h) para duração de 5 minutos em algumas cidades do Brasil Local 1 .Barra do Corda/MA 10 .Fernando de Noronha/PE 27 .Caxambu/MG 20 . Rio de Janeiro (Praça Saenz Peña)/RJ 66 .47 .Rio de Janeiro (Ipanema)/RJ 62 .Ubatuba/SP 94 .Vitória/ES 98 .Rio de Janeiro (Bangu)/RJ 61 .Salvador/BA 69 .Sena Madureira/AC 83 .Santa Maria/RS 70 .Rio de Janeiro (Santa Cruz)/RJ 67 .Sete Lagoas/MG 84 .São Luiz Gonzaga/RS 79 .Petrópolis/RJ 52 .Teófilo Otoni/MG 88 .Vassouras/RS 96 .Paratins/AM 49 .Volta Redonda/RJ 127 130 118 110 120 142 119 120 118 130 115 130 126 122 119 120 122 120 125 121 121 108 114 120 120 120 136 120 118 120 120 158 122 122 116 120 122 149 149 122 108 154 115 122 128 144 122 120 125 114 102 156 186 200 180 125 126 214 122 126 146 167 121 203 139 (2) 156 125 142 167 174 139 132 204 122 122 126 128 174 198 178 132 124 126 209 132 172 148 160 182 162 202 172 121 240 149 154 162 204 149 142 179 126 156 216 191 (23) 205 (13) 192 (10) 180 156 244 151 (10) 148 167 (21) 184 (10) 126 264 174 (20) 160 (15) 152 (6) 227 204 (14) 167 (18) 172 (20) 222 (20) 145 (24) 145 (16) 152 (7) 152 (18) 204 (21) 240 161 (10) 167 (18) 152 (15) 152 (21) 253 (21) 191 (7) 175 170 (7) 281 (19) 212 (18) 241 208 (6) 154 (6) 262 (23) 176 230 230 (17) 184 (7) 161 (17) 222 152 (15) 210 265 (13) 15 .Paranaguá/PR 48 .Taperinha/PA 86 .São Gonçalo/PB 77 .Santos-Itapema/SP 73 .São Paulo (Mirante Santana)/SP 81 .Pinheiral/RJ 53 .Santa Maria Madalena/RJ 71 .São Luiz/MA 78 .Porto Velho/RO 57 .São Carlos/SP 75 .Soure/PA 85 .Rio Branco/AC 60 .Ponta Grassa/PR 55 .São Simão 82 .Terezópolis/RJ 90 .Uaupés/AM 93 .São Paulo (Congonhas)/SP 80 .Rio de Janeiro (Jardim Botânico)/RJ 64 .Teresina/PI 89 .Passo Fundo/RS 51 .Passa Quatro/MG 50 .Rio Grande/RS 68 .Resende/RJ 59 .Turiassu/MG 92 .Quixeramobim/CE 58 .Santa Vitória do Palmar/RS 72 .Rio de Janeiro (Jacarepaguá)/RJ 63 .Piracicaba/RJ 54 .São Francisco do Sul/SC 76 .Uruguaiana/RS 95 .Tupi/SP 91 .Viamão/RS 97 .Rio de Janeiro (Praça XV)/RJ 65 .Taubaté/SP 87 .Santos/SP 74 .Porto Alegre/RS 56 . mais o incremento devido à inclinação da cobertura e das paredes que interceptam água de chuva que deve ser drenada. b b h a a) Superfície plana horizontal Ac = a + h . d) / 2 A c = (a .c . As Figuras abaixo mostram a maneira de se fazer essa consideração. b 2 a c) Superfície plana vertical única d) Duas superfícies verticais opostas ab < cd ab < cd b A c = (a . b) Área de contribuição A área de contribuição Ac é a área plana horizontal atingida diretamente pela chuva. b . d) / 2 c A1 Ac = A1 + A2 2 A2 2 2 a d e) Duas superfícies planas verticais opostas f) Duas superfícies planas verticais adjacentes b b a a Ac = a . b 2 ( ) b a b) Superfície inclinada b Ac = a . b 2 g) Três superfícies planas verticais adjacentes h) Quatro superfícies planas verticais 16 . A c =a .Obs. b 2 a b Ac = a . em virtude de os períodos de observação dos postos não terem sido suficientes.c .: Os valores entre parênteses indicam os períodos de retorno a que se referem as intensidades pluviométricas em vez de 5 ou 25 anos. b . O coeficiente C. em l/min.1.C Característica da superfície Telhados Pavimentação asfáltica Pavimentação com paralelepípedo Pavimentação em concreto Gramados – terrenos arenosos Gramados – terrenos argilosos Coeficiente de deflúvio – C 0. Ac = área de contribuição.13 a 0.20 0. 1980.. I = intensidade pluviométrica.c) Impermeabilidade do local Como as instalações de esgotamento pluvial se destinam a captar a água superficial. que retrata aproximadamente o grau de impermeabilização da superfície. Vazão de dimensionamento A vazão de dimensionamento pode ser calculada pela fórmula racional: Q = C. Quadro 2 – coeficientes de deflúvio .80 a 0. a parcela da precipitação que se infiltra.351 6. em m2. A relação entre a vazão que escoa na superfície e o total precipitado denomina-se coeficiente de runoff ou de deflúvio.95 0. I. Tucci et al. 1995). 17 .70 a 0. como pode ser visto no Quadro 2 (Cetesb/Daee. sendo designada por C.70 a 0.05 a 0. evapora ou fica retida em depressões deve ser descontada.95 0.85 0.00 0. C = coeficiente de deflúvio. em mm/h. varia com o tipo de uso do solo.75 a 1.Ac 60 sendo: Q = vazão de dimensionamento. calculadas segundo a equação de Manning. concreto alisado.011. em m/m.6. fibrocimento.015 Quadro 4 – Coeficientes multiplicativos da vazão de dimensionamento Tipo de curva Canto reto Canto arredondado Curva a menos de 2m da Curva entre 2 e 4 m da saída da calha saída da calha 1.1 1.1 1. em m. para n = 0. apresentada a seguir: Q = 1 ARH2/3 I1/2 N sendo: Q = vazão de dimensionamento. deve ser multiplicada pelos coeficientes constantes do Quadro 4. Vale ressaltar que a vazão de dimensionamento calculada pela fórmula racional. Supondo que haja condições de escoamento uniforme no canal. em m3/s.05 18 .012 0. Dimensionamento das calhas (Método proposto pela NBR 10844/1989) As calhas funcionam em condições de escoamento livre. quando a saída da calha estiver a menos de 4 m de uma mudança de direção.2 1. concreto não-alisado Alvenaria de tijolos não revestida N 0. Quadro 3 – Coeficientes de rugosidade de Manning Material Plástico. I = declividade da calha. Para facilitar o cálculo do dimensionamento das calhas.011 0. o seu dimensionamento pode ser realizado pela fórmula de Manning. RH = raio hidráulico. metais não ferrosos Ferro fundido.013 0. antes de aplicá-la na equação de Manning. apresenta-se o Quadro 5 que contém a capacidade de algumas calhas semi-circulares. alvenaria revestida Cerâmica. em m2. A = área da seção molhada da calha. aço. n= coeficiente de rugosidade Manning (ver Quadro 3).2. A NBR 10844/1989 apresenta dois ábacos mostrados abaixo. em l/min. quando conhecidos: • • Vazão de dimensionamento Q.5 % 130 236 384 829 2% 256 466 757 1634 6.011 Diâmetro interno mm 100 125 150 200 Declividades 1% 183 333 541 1167 0. Dimensionamento dos condutores verticais (Método proposto pela NBR 10844/1989) Os condutores verticais podem ter escoamento livre e/ou forçado. sendo a ábaco (a) para as condições de saída da calha com aresta viva e o (b) para saída com funil. em m. com dois desvios na base e permitem a determinação do diâmetro interno D dos condutores verticais. Comprimento do condutor vertical L. Estes ábacos foram construídos para tubos rugosos (f = 0.Quadro 5 – Capacidade das calhas semicirculares. com coeficientes de rugosidade n = 0. dependendo dos comprimentos dos condutos e das condições de entrada e saída deste e por isso o seu dimensionamento não é matematicamente definido.3. 19 . em l/min.04). 5 H= 90 .3 m L= 0 H= 10 m 0.6 m L= 0 mm 140 H= 80 .3 mm mm 20 .5 2m 3m 120 L= L= 110 100 90 L= 6m 80 L= 70 m 25 L= 00 60 QI / mm 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 50 b) Calha com funil de saída mm 150 D mm mm 0mm H= 70m m H=50 130 H=6 m L= 1 0m m QI / mm 2200 2400 120 110 L= L= 2m 3m 100 L= 6m 90 25m 80 L= L= 8m 70 60 50 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 H= 10 2600 2800 L= m 1.a) Calha com saída em aresta viva 150 H= 80m m 0mm H=6 H=7 140 H=50 L= 130 L= 1m L= m 1.6 0m m L= H= 90 D mm 0m m m 0. indicada para as calhas se aplica novamente. Quadro 6 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular.5 % 1 % 83 27 38 245 80 113 527 173 243 956 313 441 1550 509 717 3350 1100 1540 6070 1990 2800 9870 3230 4550 2% 54 159 343 622 1010 2180 3950 6462 4% 76 226 486 882 1430 3040 5600 9110 21 . calculados pela fórmula de Manning. O diâmetro interno mínimo do condutor vertical admitido pela NBR 10844/1989 é de 70mm.013 4 % 0.012 4 % 0.5 % 1 % 32 45 95 133 204 287 370 521 602 847 1300 1820 2350 3310 3820 5380 2% 65 188 405 735 1190 2570 4660 7590 n = 0. em l/min D em mm 50 75 100 125 150 200 250 300 n = 0.011 0. para as declividades usuais. Assim. Dimensionamento dos condutores horizontais (Método proposto pela NBR 10844/1989) O escoamento nos condutores horizontais deve ser livre.O par de pontos (Q. No caso de seção circular a lâmina d’água para dimensionamento deve ser 2/3D. 6.4. a equação de Manninng.5 % 1 % 90 29 41 267 87 122 575 187 264 1040 339 478 1690 552 777 3650 1190 1670 6620 2150 3030 10800 3500 4930 2% 59 172 372 674 1100 2360 4280 6960 n = 0. O Quadro 6 mostra os valores de vazão. considerando y = 2/3D.L) deve ser plotado no ábaco. 00 6. 227 .00 10.00 50.00 10. mostrado na figura abaixo.00 10. I .0)25 = 288 m2 3 2 • Coeficiente de deflúvio: adotado C = 1 (ver Quadro 2) • Vazão de dimensionamento. 10. situado na cidade de Belo horizonte. pelo método proposto pela NBR 10844/1989 e considerando quatro prumadas nas extremidades.Exemplo 1 Dimensionar a instalação de esgotamento pluvial de um galpão. 288 = 1090 l/min 60 60 22 . fórmula racional Q = C .00 3. Ac = 1.00 Solução • Intensidade pluviométrica: I = 277 mm/h para T = 5 anos (ver Quadro 1 e observação da página 13) • Área de contribuição (Ac = (ATotal) I 4) tipo: superfície inclinada (ver Figura página 16) a = 10 m b = 25 m h = 3.0 m Ac = (a + h) = (10 + 3. • vazão/calha: 1090 l/min (Quadro 5) declividade: 1% diâmetro interno: 200 mm B) Dimensionamento dos condutores verticais • vazão/ condutor vertical: Q = 1090 l/min • comprimento do condutor: L = 6 m diâmetro interno: 75 mm (ábaco da página 20) C) Dimensionamento dos condutores horizontais Trecho 1–2 2–3 Vazão l/min 1090 2180 n 0.011 0.A) Dimensionamento da calha • Adotando tipo: semicircular com aresta viva.011 Declividade Diâmetro interno Observações (%) mm 2 150 Quadro 6 2 200 Quadro 6 23 . em chapa galvanizada. 724 117.241 5. com as dimensões de 0. Tabela 1 Vazões em l/min em calhas retangulares de concreto liso.000 = 2.2 0.579 157. vemos que uma calha retangular de concreto liso.500 26. um condutor horizontal de seção circular.30 m.0 0.215 84.9 0.3 0.960 18.5 % Calha trabalhando a 1/2 seção Solução Vazão do projeto: Q = i x A = 146 x 1.170 7.792 Declividade 1% 724 3.584 24 . lâmina d’água a meia altura Dimensão (m) a b 0.920 37. são necessárias quatro prumadas de 150mm.483 11.430 litros/min.446 41.6 0.401 58.4 0.222 21.EXEMPLO COM USO DE TABELAS PRÁTICAS Área de contribuição: A = 1.6 0.164 59.429 2% 1.908 83.4 m x 0.107 42362 58.789 78.5 0.935 15.2 0. Pela tabela 3.012 (quadro 3 – pág.8 1.7 0.7 0. é suficiente para escoar esta vazão.4 0.000 m2 Local: Porto Alegre Período de retorno: 5 anos (cobertura) Material da calha: concreto alisado – n = 0.611 10.5 % 512 2. 60 60 Pela tabela 1. com um diâmetro interno D = 300 mm.141 111.9 0. 18) Declividade da calha: 0.1 0. Pela tabela 2.8 0.700 29.5 0.3 0.024 4. 013 4 % 0.5 % 1 % 6 29 55 87 187 339 552 7 41 77 122 264 478 2% 8 59 108 172 372 674 n = 0. em m2.012 0. – GARCEZ (1983) DIÂMETRO NOMINAL (mm) 50 75 100 150 ÁREA DA COBERTURA (m2) 13.011 0.00 91.00 25 .Tabela 2 Capacidade de Condutores Horizontais de Seção Circular (Vazões em l/min) (D) (mm) 1 50 63 75 100 125 150 200 250 300 n = 0.60 42. a serem drenadas por condutores verticais – I=150mm/h.5 % 1 % 2 32 59 95 204 370 602 3 45 84 133 287 521 2% 4 64 118 188 405 735 4% 5 90 168 267 575 1040 n = 0.00 275.5 % 1 % 9 83 154 245 527 956 10 27 50 80 173 313 509 11 38 71 113 243 441 2% 12 54 100 159 343 622 4% 13 76 142 226 486 882 847 1190 1690 777 1100 1550 717 1010 1430 1300 1820 2570 3650 2350 3370 4660 6620 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600 3820 5380 7590 10800 3500 4930 6960 9870 3230 4550 6420 9110 Tabela 3 Áreas máximas de cobertura. 1991. GONÇALVES. Hélio Instalações Hidráulicas e Sanitárias – 5º Edição – Rio de Janeiro – Livros Técnicos e Científicos Editora. 2000. COELHO. Orestes Marraccini & OLIVEIRA. 2003.São Paulo – Escola Politécnica da USP. Márcio e LARA. Ronaldo Sérgio de Araújo Instalações Hidráulicas Domiciliares – Rio de Janeiro – Antenna Edições Técnicas Ltda. BAPTISTA. Márcia Fundamentos de Engenharia Hidráulica – 2º Edição – Belo Horizonte – Editora UFMG. 26 .Bibliografia Consultada Para Elaboração Da Apostila CREDER. Lúcia Helena Sistemas Prediais de Águas Pluviais – Texto Técnico . 1998.
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