Instalaçoes de suínos

March 21, 2018 | Author: Aline Bissoni | Category: Heat, Solar Energy, Humidity, Temperature, Wound


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CAMPUS DE RONDONÓPOLIS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIACONSTRUÇÕES RURAIS INSTALAÇÕES PARA SUÍNOS Docente: Maria Conceição Discente: Aline Jovita Bissoni, Dayla Mayra S. Scheffer Diana Cleide da C. Silva orientação e dimensões das instalações. como: localização. Assim. cobertura. aproveitando as condições naturais do clima. alguns aspectos básicos devem ser observados. Figura. Orientação O sol não é imprescindível à suinocultura. haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte. para que a orientação leste-oeste seja correta para as condições mais críticas de verão. no período de inverno. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em relação ao sol. Na época da construção da instalação deve ser levada em consideração a trajetória do sol. por isso é de grande importância a escolha do material para evitar que esta se torne um coletor solar. área circundante e sombreamento.Novembro / 2011 Princípios básicos Para manter a temperatura interna da instalação dentro da zona de conforto térmico dos animais. . o melhor é evitá-lo dentro das instalações. Escolha Do Local O local para a construção do sistema de produção deve ser escolhido com cautela. Se possível. A temperatura do topo da cobertura se eleva. Orientação da instalação em relação à trajetória do sol. Nesta posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pela instalação será a menor possível. Providenciar nesta face dispositivos para evitar esta radiação. devem ser construídas com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. sempre procurando explorar ao máximo os recursos naturais sem deixar de atender as necessidades básicas do animal em suas diversas fases de vida. caso não os conheça. Fonte Energética É impossível conduzir um sistema intensivo de produção sem energia elétrica. submetida periodicamente à análise química e microbiológica. visando profilaxia. em quantidade e qualidade reconhecidas para o sistema de produção.Solo O solo deve ser bem drenado. Atenção deve ser dada quanto à presença de lençóis freáticos superficiais que podem ser contaminados por eventuais falhas no sistema de tratamento dos efluentes. evitando a ocorrência de encharcamentos. o técnico deve buscá-los em estações meteorológicas e usá-los como referencial para projetar as edificações. Dar preferência a redes trifásicas. usando sempre água potável. rios ou açudes. Fatores Climáticos Levar em conta os limites climáticos da região (temperatura e pluviometria). uma vez que os suínos são extremamente sensíveis a excessos sonoros e de trânsito. problemas sanitários e fontes de estresse para os animais. Água A água é necessária. observar o seu isolamento. Isolamento Ao planejar a instalação. . tanto a superfície quanto o subsolo. Observar a situação da rede e o histórico de quedas. garantindo boas condições em diferentes situações climáticas. tanto para atender o consumo dos animais. quanto para limpeza das instalações águas de lagos. dentro desse sistema. modulado. nas demais fases. Insolação Os prédios devem ter orientação leste-oeste. em ambientes com temperaturas elevadas. em diferentes épocas do ano. normalmente não se constitui em um problema no desempenho dos suínos. Portanto. possibilita um despovoamento temporário (vazio sanitário) para higiene e profilaxia. portanto é preciso evitar a insolação interna das instalações. com o número de animais alojados e com as dimensões e . portanto. Em locais onde predomina o clima frio. Umidade relativa superior a 85%. Umidade Relativa do Ar A umidade relativa do ar. DIMENSIONAMENTO Largura A grande influência da largura da instalação é no acondicionamento térmico interior. conduz a aumentos da freqüência respiratória e temperatura retal. devem ser implantadas junto com as obras físicas. o uso de barreiras naturais como quebra ventos. É necessário. só há necessidade de proteção contra ventos predominantes usando cortinas. estabelecer um cronograma de utilização das instalações que permita sua aplicabilidade. precisam ser conhecidas para orientar a instalação de modo a tirar vantagens no verão e protegê-la no inverno. mas toda a infra-estrutura necessária.Ventos Dominantes Ventos dominantes devem ser levados em conta. bem como em seu custo. a maternidade precisa estar protegida por cortinas ou janelões. A largura da instalação está relacionada com o clima da região onde a mesma será construída. via de regra. A intensidade e a direção dos ventos. quer dizer. e se necessário. Os suínos apresentam dificuldades para dissipar o calor. O manejo. determinado pela movimentação solar e não pela bússola. não somente as instalações destinadas à produção. Possibilidade de Expansão O planejamento de um sistema de produção de suínos é. a não ser quando associadas a altas temperaturas. o que causa grande desconforto ao animal. Modelo Profilático O mais tradicional e usual é o conhecido como “sistema todos dentro todos fora” (all in all out). é preciso levar em conta a possibilidade de expansão do empreendimento como um todo. Recomenda-se como regra geral pé-direito de 3 a 3. A proteção contra a radiação recebida e emitida pela cobertura para o interior da instalação pode ser feita com uso de forro. permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão resultando em ambiente confortável. menor é a carga térmica recebida pelos animais. é altamente recomendável para se conseguir adequada ventilação. O lanternim. Estando os suínos mais distantes da superfície inferior do material de cobertura. Sugere-se a pintura da parte superior da cobertura na cor branca e na face inferior na cor preta. Pode-se utilizar estrutura de madeira. abertura na parte superior do telhado. Pé direito O pé direito da instalação é elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da cobertura sobre os animais. Antes da pintura deve ser feita lavagem do telhado para retirar o limo ou crostas que estiverem aderidos à telha e facilitar assim. O mais recomendável é escolher para o telhado.disposições das baias. sob as telhas (poliuretano. ou mesmo forro à altura do pé-direito. Comprimento O comprimento da instalação deve ser estabelecido com base no Planejamento da Produção. quanto maior o pé direito da instalação. Cobertura O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a. por unidade de superfície do corpo. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura (L) da instalação. com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura da instalação . material com grande resistência térmica. receberão menor quantidade de energia radiante. como a telha cerâmica. Outras técnicas para melhorar o desempenho das coberturas e condicionar ótima proteção contra a radiação solar tem sido o uso de isolantes sobre as telhas (poliuretano). a fixação da tinta. pois. Deve ser em duas águas. Desta forma. assim como também para evitar problemas com terraplanagem e sistema de distribuição de água. disposto longitudinalmente na cobertura. lã de vidro ou similares). metálica ou préfabricada de concreto. como para o interior da instalação. permitindo a formação de camada de ar junto à cobertura e contribuindo na redução da transferência de calor para o interior da construção. sob condições normais de radiação. poliestireno extrusado.5 m. tanto para cima. Normalmente recomenda-se largura de até 10 m para clima quente e úmido e largura de 10 até 14 m para clima quente e seco. Este atua como segunda barreira física. Na maternidade devem-se prever dois ambientes distintos.20 m.5 a 2. Como a faixa de temperatura de conforto das porcas é diferente daquela dos leitões. O piso da gaiola de parição é dividido em 3 partes distintas.5 m. deve ser construída atentando com muito cuidado para os detalhes. Qualquer erro na construção poderá trazer graves problemas. Algumas Considerações Quanto À Construção Dos Prédios No caso da cobertura ser de telha de barro. 12m de largura.80 m de altura. Recomenda-se a criação em prédio único. As celas parideiras devem ser instaladas ao nível do piso.10 m e largura de 0.ou 40 cm no mínimo. com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros. é recomendada a construção de prédios com. em ripado de concreto ou metal. e parte de traseira com 90 cm. denominado escamoteador . como de umidade (empoçamento de fezes e urina). alta mortalidade de leitões.5 cm. com 6 cm de espessura e. a altura mínima do pé direito deverá ser de 3.60 m de largura. recomendando-se o acesso a cada uma delas por meio de portas localizadas na lateral da instalação.um lado construído em concreto e o outro em ripado de concreto ou metal com 0.60 m. Altura de 1.30 m em piso compacto de concreto no traço 1:3:5 ou 1:4:8 de cimento areia grossa e brita 1. Deve ser equipado. Os sistemas de produção em prédio único devem obedecer à seqüência abaixo: Gestação>lactação>creche>crescimento/terminação Maternidade É a instalação utilizada para o parto e fase de lactação das porcas que. . o pé direito do prédio deve ter no mínimo 2.60 m e comprimento de 1. um para as porcas e outro para os leitões. já quando coberto com telha de fibrocimento. Para melhor ventilação natural.parte dianteira com 1. com largura de 0. por ser a fase mais sensível da produção de suínos. sobre esse é feita uma cimentação no traço 1:3 de cimento e areia média na espessura de 1.construído em concreto como o anterior. Maternidade Em Salas De Parto Múltiplas Com Parições Escalonadas As salas não podem ter comunicação direta entre si. torna-se obrigatório o uso do escamoteador para os leitões. localizado entre duas baias na parte frontal. esmagamento de leitões e calor ou frio em excesso que provocam como conseqüência. 2)– local onde ficam alojados os leitões. que são: 1)– local onde fica alojada a porca . no máximo. quando o número de matrizes for no máximo 60. É indispensável o uso de forro como isolante térmico e cortinas laterais para proporcionar melhores condições de conforto. 3)– Laterais da baia onde os leitões ficam para se amamentar . biogás ou lenha. em salas com um sistema de renovação de ar. por outro lado. para manter a temperatura ambiente ideal para os leitões. Recomenda-se a construção de baias para 4 a 5 leitegadas. As instalações podem ser abertas. ser dotado de uma fonte de aquecimento baseada em energia elétrica. Pré-Cobrição E Gestação Nessas instalações ficarão alojadas em baias coletivas. Nas gaiolas metálicas as divisórias podem ser de ferro redondo de construção de 6.3 mm e tela de 5 cm de malha. Essas baias devem ter. As baias devem ser de piso ripado ou parcialmente ripado. É necessário dispor de um sistema de aquecimento.3 mm de diâmetro e chapas de 2. é importante que nesta fase inicial de crescimento. Nas baias convencionais há necessidade de dispor de maior espaço que. Em boxes individuais. em ambos os casos. Os machos ficarão em baias individuais.3 mm ou em uma estrutura de chapa de 2.5 x 6. com o objetivo de criar um microclima confortável. a gás ou a lenha. respeitando-se a uniformidade dos leitões nas baias. Creche Creche é a edificação destinada aos leitões desmamados. principalmente nas primeiras semanas após o desmame. as fêmeas de reposição até o primeiro parto e as porcas a partir de 28 dias de gestação. . que pode ser elétrico. urinar e beber água.Área De Parição A área de parição pode ser em baias convencionais ou em celas parideiras. Pisos parcialmente ripados devem ter aproximadamente 2/3 da baia com piso compacto e o restante (1/3) com piso ripado. ficarão as fêmeas desmamadas até 28 dias de gestação.5 x 6. É indispensável o uso de forro como isolante térmico e cortinas laterais para proporcionar melhores condições de conforto. O escamoteador deve. contribui para um maior conforto (bem estar animal) para as porcas. Deve-se prever a instalação de cortinas nas laterais para permitir o manejo adequado da ventilação. o leitão tenha condições de temperatura e renovação de ar compatíveis com as suas exigências. Além do agrupamento correto dos leitões e da adequação de espaço para os animais. nas laterais. um protetor contra o esmagamento dos leitões e numa das laterais o escamoteador. onde os leitões irão defecar. Em regiões frias é recomendado o uso de abafadores sobre as baias. com cortinas para permitir uma boa ventilação amenizando o estresse calórico. preferentemente com ventilação natural. Sabe-se que um leitão desmamado precocemente necessita de um ambiente protegido e que um número excessivo de animais em pequenas salas causam problemas de concentração de gases nocivos e odores desagradáveis. Aconselha-se o uso de paredes laterais externas e internas. As instalações nesta fase necessitam de pouca proteção contra o frio (exceto correntes prejudiciais que podem ser controladas por meio de cortinas). o piso deve ser parcialmente ripado e nos boxes dos machos e de reposição. A declividade do piso da baia deve situar-se entre 3% e 5%. constituído de 30% da área do piso da baia em ripado sobre fosso. é o de custo mais elevado. O piso parcialmente ripado. Nesta fase há uma formação de grande quantidade de calor. areia e brita). em placas pré-fabricadas em cimento ou outro material.As instalações para essa fase são abertas. As baias das porcas em gestação podem ter acesso a piquetes para o exercício. pode-se adotar o piso compacto ou parcialmente ripado. Para se ter uma ventilação natural apropriada. com controle da ventilação por meio de cortinas. é construído em vigotas de concreto e o restante da área do piso (70%) compacto em concreto. O piso totalmente ripado é o mais indicado para regiões quentes. para facilitar a ventilação natural. isto é. Fundação direta descontínua sob os pilares e direta contínua sob as alvenarias. As paredes laterais podem ser ripadas.00 m² para piso totalmente ripado.80 e 1. Crescimento e Terminação Essa edificação destina-se ao crescimento e terminação dos animais desde a fase que vai da saída da creche até a comercialização. 0. levando em consideração a densidade e o tamanho dos animais. Para o sistema de ventilação mecânica pode ser adotada a exaustão ou pressurização (ventilação negativa ou positiva). Pode-se . gases e dejeções que poderão prejudicar o ambiente. Nas baias coletivas pode-se usar o piso compacto ou 2/3 compacto e 1/3 ripado. contendo baias para as fêmeas reprodutoras em frente ou ao lado das baias para os machos (cachaços). O manejo dos dejetos deve ser do lado de fora da edificação e por sala para possibilitar maior higiene e limpeza. bebedouro tipo concha e comedouro com divisórias para cada animal. porém. Nos boxes individuais de gestação.70. O piso das baias pode ser totalmente ripado ou 2/3 compacto e 1/3 ripado. parcialmente ripado e compacto. respectivamente. as instalações devem possuir área por animal de 0. e de grande proteção contra o excessivo calor. ambas em concreto 1:4:8 (cimento. O correto dimensionamento do equipamento de ventilação deve atender à demanda máxima de renovação de ar nos períodos mais quentes. razão pela qual devem ser bem ventiladas. ripadas com placas pré-fabricadas em cimento ou outro material para obter-se boa ventilação natural no interior dos prédios. em média. normalmente. sendo os comedouros uma delas. Animais em baias coletivas recebem a ração. não suportável para a maioria das unidades criatórias nacionais.também adotar o sistema de resfriamento evaporativo por nebulização em alta pressão para evitar estresse térmico em dias quentes. com mais 70% do custo de produção de suínos no Brasil. excetuando porcas em lactação. É usual na suinocultura européia e americana a utilização de ração pastosa e/ou líquida. normalmente. não existem equipamentos nos mercados capazes de atender. Características dos pisos ripados Para a construção de pisos ripados em concreto. e que respeitem as dimensões recomendadas por categoria animal. com eficácia. Essa forma de arraçoamento é de fácil manejo. são utilizadas vigas pré-moldadas. recebem dietas restritas. Esse fato determina que os comedouros sejam funcionais. no chão. A tabela abaixo estabelece os condicionantes básicos para os diferentes tipos. fica claro que o resultado da atividade está relacionado com a eficiência alimentar. Para se alcançar sucesso. têm. Estas vigas são apenas assentadas e encaixadas nas reentrâncias das paredes laterais do fosso. . o processo de arraçoamento. Bebedouros Existem diferentes tipos de bebedouros a disposição. Animais em boxes individuais recebem na calha bebedouro. É importante que eles sejam semi automáticos e/ou automáticos. já que as quantidades ofertadas estão abaixo da capacidade de ingestão voluntária. Normalmente animais em reprodução. Como no caso das instalações. o investimento na automação é alto. Animais destinados ao abate. EQUIPAMENTOS Comedouros A alimentação participa. Esta depende de diferentes variáveis. Diante dessa constatação. mantendo-se afastadas umas das outras com um chanfro de argamassa de cimento e areia que define a largura das frestas. alimento “ad libitum”. desde os mais simples até aqueles com vazão controlada. Ainda são necessários pedilúvios em cada local de acesso às instalações para que sejam desinfetados os pés das pessoas que transitam nas unidades de produção. fiquem inteiramente banhadas. a indispensável à construção de rodolúvios. tome banho a troque de roupa antes do inicio do trabalho. provido de sistema de drenagem para a parte líquida.1 a 18. o suíno pode produzir de 1. elas podem ser reaproveitadas como fertilizante e alimento para peixes ou podem passar por processo de degradação biológica. A opção mais econômica para a disposição dos dejetos da granja de suínos é a utilização de um depósito para retenção da parte sólida dos dejetos.Manejo Dos Dejetos Dependendo da idade. é recomendado que o pessoal que trabalha com a criação. a qual pode ser conduzida para a lagoa de criação de peixes. durante um pequeno trajeto. nos quais os animais não dispõem de piquetes para distribuir suas dejeções. O rodolúvio consiste de um tanque raso. Também como medida complementar as anteriores. cujo objetivo é a desinfecção das rodas dos veículos que venham a transitar no local. . de piso concretado a comprimento necessário para que todas as rodas.8 kg de dejetos por dia. Controle Sanitário Para proteger a criação a evitar a proliferação de doenças. Para os sistemas de confinamento. por meio de uma solução desinfetante. Ilda de F.manual do criador.pdf . Cecília de F. Souza.F. A. http://w3. Suínos . Profª.br/suinos/CAP4_instal.Bibliografia Embrapa: produção de suínos Informações básicas para projetos de construções rurais Profº. Tinoco Manual de Construções Rurais Jorge Luiz Moretti de Souza TORRES. Valmir Sartor. Profª.ufsm.P.
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