Indicadores Cognitivos, Lingüísticos, Comportamentais e Acadêmicos de Pré-Escolares Nascidos Pré-Termo e a Termo



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Psicologia: Teoria e Pesquisa Jul-Set 2011, Vol. 27 n. 3, pp.283-290 Indicadores Cognitivos, Lingüísticos, Comportamentais e Acadêmicos de Pré-Escolares Nascidos Pré-Termo e a Termo1 Christyne Gomes Toledo de Oliveira2 Sônia Regina Fiorim Enumo Sávio Silveira de Queiroz Universidade Federal do Espírito Santo Romildo Rocha Azevedo Jr Centro Universitário de Vila Velha RESUMO - Este estudo comparou o desenvolvimento de crianças, aos cinco anos de idade, nascidas prematuras e com baixo peso (PTBP), com crianças nascidas a termo (AT), avaliando-se indicadores acadêmicos (IAR), comportamentais (CBCL-1½5 anos), linguísticos (LAVE-expressiva; TVIP-receptiva) e cognitivos (testes psicométricos: Columbia e Raven-MPC; prova assistida: CATM). A amostra foi composta por 34 crianças distribuídas em dois grupos: G1-PTBP: 17 crianças pré-termo (<37 semanas de gestação) e baixo peso; e G2-AT: 17 crianças a termo e peso ≥2.500g. G1-PTBP apresentou desempenho inferior nas áreas acadêmica, lingüística expressiva, comportamental e cognitiva (Columbia e CATM: operações cognitivas e comportamentos facilitadores). Confirmaram-se outros estudos indicativos de que crianças PTBP podem apresentar mais problemas no curso de seu desenvolvimento do que crianças nascidas a termo. Palavras-chaves: prematuridade; desempenho cognitivo; fatores de risco ao desenvolvimento. Cognitive, Linguistic, Behavioral and Academic Indicators of Preterm and Full Term Born Preschool Children ABSTRACT - This study compared the development of 5 years old premature and low weight born children, with full term born children of the same age. The following indicators were evaluated: academic (IAR), behavioral (CBCL-1½-5 years), language (LAVE-expressive, TVIP-receptive) and cognitive (Columbia, Raven-MPC and CATM). The sample consisted of 34 children: 17 premature and low weight born children (<37 weeks’ gestation), and 17 full-term born children who weighed ≥2.500g as newborns. The premature children showed a lower performance on academic, expressive language, behavioral and cognitive areas (Columbia and CATM: cognitive operations and facilitating behaviors). The study confirmed other studies indicating that premature children can present more problems in the course of their development than full term born children. Keywords: prematurity, cognitive performance; development risk factors. Os avanços na área da Neonatologia tem promovido um aumento na sobrevivência de recém-nascidos com idade gestacional e peso de nascimento menores (Rugolo, 2005). Entretanto, os bebês que nascem prematuros (PT) (antes de 37 semanas de gestação) e com baixo peso (BP) (<2.500g) são mais vulneráveis a doenças e complicações, como enfermidades crônicas (broncodisplasia, síndrome do estresse respiratório, hemorragia intraventricular, retinopatia ou anemia da prematuridade, problemas cardiovasculares, dentre outros) e hospitalizações repetidas e/ou prolongadas (Bordin, Linhares & Jorge, 2001; Klebanov & Brooks-Gunn, 2006; Linhares, Chimello, Bordin, Carvalho & Martinez, 2005). Diante disso, de acordo com Bordin et al. (2001), a busca de entendimento sobre o impacto do nascimento prematuro no crescimento e desenvolvimento de crianças, em diferentes idades, tem motivado várias pesquisas, sobretudo na área da Psicologia. Tais pesquisas apontam que crianças PTBP, em comparação com crianças nascidas a termo (AT), são 1 2 Apoio: CNPq Endereço para correspondência: Rua Júlia Lacourt Penna, 415, Apto. 405, Jardim Camburi. Vitória, ES – CEP 29090-210. E-mail: [email protected] mais propensas a apresentar alterações no desenvolvimento cognitivo, acadêmico, comportamental e da linguagem. Mais especificamente, essas crianças apresentam mais dificuldades na linguagem receptiva e na expressiva (Pedromônico, 2006; Pereira & Funayama, 2004) e nas áreas de coordenação visomotora, planejamento e organização, formação de conceitos verbais e numéricos, pensamento racional e associativo, capacidade de síntese, orientação espacial e memória remota, ao mesmo tempo em que apresentam maior incidência de problemas de aprendizagem, de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e outras desordens comportamentais e psiquiátricas, com destaque para problemas internalizantes e externalizantes, com alta reatividade infantil ou passividade, emocionalidade e afetividade negativa, que afetam a interação mãe-criança e as relações familiares (Bhutta, Cleves, Casey, Cradock & Anand, 2002; Bohnert & Breslau, 2008; Feldman, 2007; Linhares et al., 2005; Martins, Linhares & Martinez, 2005; Méio et al., 2004). Essas áreas do desenvolvimento infantil costumam ser avaliadas por instrumentos psicométricos tradicionais, nos quais é identificado um baixo desempenho de crianças em risco para problemas de desenvolvimento. Assim, considera-se 283 2006). a fim de fornecer subsídios para intervenções capazes de minimizar as dificuldades presentes nas suas trajetórias de desenvolvimento (Linhares. 2006. possibilitando que a criança revele seu desempenho potencial. uma avaliação dinâmica e interativa. Assim. 1984): 13 tarefas que avaliam habilidades e conceitos básicos para a alfabetização no país. 27 n. agressividade. com normas para a população brasileira. por problemas no nascimento decorrentes da prematuridade e do baixo peso. de crianças e jovens entre 2 anos e 6 meses até 18 anos de idade. 1999. Duarte & Duarte. 283-290 Método Participantes A amostra foi composta por 34 crianças. ambas com padronização nacional.500g. além das dificuldades. destaca-se. Essa amostra foi extraída de 81 crianças dessa faixa etária. Blum & Lorge. Brasília. matriculadas na classe de pré-escola (Pré-II) de uma escola pública de Educação Infantil. as estratégias que usa para aprender e sua sensibilidade à instrução (Enumo. para um ativo processo de ensino direcionado à modificação do funcionamento cognitivo. comparando os comportamentos do filho com os de outra criança ou classificando-o em relação à freqüência em que ocorrem. assistência (ASS) (com vários níveis estruturados de ajuda da mediadora). da qual foram excluídas 64 crianças por erro nos telefones ou endereços (52). por exemplo). aos cinco anos de idade. Jul-Set 2011.avalia o desenvolvimento lexical no domínio receptivo (compreensão de vocabulário). Lunkenheimer & Kerr. Correia. Ferrão & Monteiro. Mari & Caieiro.fornece uma estimativa de aptidão geral de raciocínio e habilidade de classificação de crianças entre 5 e 9 anos. depressão e isolamento. a exemplo da avaliação assistida (Linhares. manutenção (MAN) e transferência (TRF). que corresponde a um ganho mensal entre 1½ e três salários-mínimos da época (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa -ABEP.Raven-MPC (Angelini. a importância de avaliar diferentes dimensões do contexto e do comportamento das crianças em risco para problemas de desenvolvimento. e Matrizes Progressivas Coloridas de Raven . 12 famílias tinham nível socioeconômico da classe C e cinco da classe B. Carvalho. de ambos os sexos (18 meninos). inscritas no Serviço de Follow-up do Ambulatório de Neurologia de um hospital público de uma cidade metropolitana da região Sudeste. 1997) . 2008). 1999) . a avaliação assistida é uma avaliação do pensamento. no G2-AT. comportamento antissocial e ansiedade. 3) linguística: (a) Teste de Vocabulário por Imagens Peabody – TVIP (Capovilla & Capovilla. Olson. no formato não-verbal.: Teor. 2009). avaliação cognitiva não deve basear-se em um único teste. relacionados às áreas: 1) acadêmica: Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para Alfabetização – IAR (Leite. Além dessas provas. com idade entre cinco anos e cinco anos e 11 meses. 1990) adaptada por Santa Maria e Linhares (1999) . aqui.avalia o raciocínio analógico-dedutivo (A:B:C:?). 1997) .17 nascidas pré-termo (gestação <37 semanas) e com baixo peso (<2. Custódio. importante adotar uma avaliação psicológica que identifique. pp. na classe C. sendo indicada uma combinação de procedimentos de diferentes abordagens. Gaspardo & Padovani. 2010. 1995). 2005). percepção. (b) Lista de Avaliação do Vocabulário Expressivo – LAVE (Capovilla & Capovilla. acadêmicos e lingüísticos de crianças nascidas prematuras e com baixo peso. 15 eram da classe C e duas da classe B. Escolano & Enumo. Luthar. (b) prova assistida. Alves. 2006). pela ausência destes (5). e os indicadores comportamentais. que fornece suporte instrucional ao examinado durante o processo de avaliação. Com esse enfoque. foram utilizados 3 protocolos de registro de comportamentos e de operações cognitivas: (a) Operações cognitivas facilitadoras e não-facilitadoras e (b) Comportamentos facilitadores e não-facilitadores (Linhares. Nesse contexto de avaliação. Segundo Tzuriel (2001). É composta por 32 itens. sem ajuda (SAJ). divididos em cinco fases: preliminar.17 crianças nascidas a termo e peso ≥2. 2001) . e Pesq. por uma combinação de procedimentos psicométricos e assistido. Turrini. Tem sido um dos instrumentos mais utilizado para a avaliação da saúde mental de crianças e adolescentes no mundo (Gauy & Guimarães. Assim. 2006). No G1-PTBP. com validação parcial em nosso país (Bordin. na qual há a assistência do examinador. 2007). frequentando a pré-escola (Pré-II) de escolas públicas de Educação Infantil. Sawyer & Brown. com medidas antes e após a mediação do aplicador: Children’s Analogical Thinking ModifiabilityCATM (Tzuriel & Klein. em ordem crescente de dificuldade. 2004). É. os recursos potenciais dessas crianças. 2) G2-AT . Tem sido usado em pesquisas nacionais há mais de 10 anos (Santa Maria & Linhares. 2) comportamental: Child Behavior Checklist (CBCL 1½-5 anos) (Achenbach & Rescorla. aprendizado e resolução de problemas. pelos pais se recusarem a participar por residir longe do hospital (5) ou em outro Estado (2). Tem sido usada de forma complementar à avaliação tradicional. Sameroff. 3. Escolano & Enumo. e (c) Comportamentos afetivoPsic. comparadas com crianças nascidas a termo.avalia o vocabulário expressivo de crianças entre dois e seis anos de idade. mostrando que os grupos eram equivalentes socialmente. os pais respondem uma escala de comportamentos relacionados à competência social. subdivididas em dois grupos: 1) G1-PTBP .500g). Instrumentos Para a coleta de dados. para as quais a criança deve emitir respostas escritas ou verbais. em que o sujeito funciona como seu próprio controle.CGT de Oliveira et al. foram utilizados 11 instrumentos. localizada em um bairro próximo ao hospital. portanto. no intuito de melhor compreender o funcionamento cognitivo da criança (Haywood & Lidz. Vol. 4) cognitiva – (a) provas psicométricas: Escala Columbia de Maturidade Intelectual (Burgmeister. Enumo.teste de inteligência não-verbal que avalia o raciocínio analógico-dedutivo de crianças de 5 a 11 anos. que informa o nível de desempenho intelectual da criança. 2006.. este estudo tem como objetivo avaliar o desempenho cognitivo. a maioria da amostra estava 284 . Behavior Observation Rating Scale (BORS). foi utilizado o protocolo de entrevista de Anamnese (Carretoni Filho & Prebianchi. Posteriormente à fase de coleta de dados. não-facilitadora.. comparado à SAJ ou apresenta uma melhora em proporção abaixo de 0. Brasília. descritas a seguir: Etapa 1 . com a duração de 45 min. calculando-se a proporção de operações facilitadoras de cada criança e a média dos grupos.60 de acertos na fase de manutenção (MAN). cognitivas e emocionais da criança. características comportamentais. assistência.. Etapa 3 . 5 Perfis de desempenho cognitivo. com a duração de 40 min. obtém-se os perfis de desempenho cognitivo5: alto-escore. conforme citado por Haywood & Lidz. não-mantenedor. 2007) . 1999). 0. peso e idade gestacional) das crianças do G1-PTBP. na proporção de 0. 3 Toda a coleta de dados foi conduzida pela pesquisadora. nas quais foram aplicados: (a) o IAR. (d) Comportamentos afetivo-motivacionais (Applications of Cognitive Functions Scale – ACFS. não-facilitador. A. 2006) – cada operação cognitiva facilitadora recebeu 1 ponto e sua oposta. Escolano & Emuno. ganhador: melhora o desempenho na fase de assistência (ASS) e o mantém na proporção de. Santa Maria & Escolano. 2008). convidando-os a participar da pesquisa. não-mantenedor: não melhora o seu desempenho na fase ASS. foram feitos contatos via telefone e carta com os responsáveis. Jul-Set 2011. o Caderno de Registro de Matrícula Escolar. (d) a fase TRF do CATM e o Raven. e para G2-AT. deficiência. mas isto não se mantém na MAN. para G2-AT. o protocolo de avaliação do nível sócio-econômico (ABEP. já utilizada no país (Turrini et al. idade. Para comparação entre os dois grupos. Após a identificação das crianças de ambos os grupos. calculando-se a proporção de comportamentos facilitadores de cada criança e a média dos grupos.ASS. história sócioeconômica. 1994). recebeu pontuação 0. 1990) . (b) Operações cognitivas facilitadoras e não-facilitadoras (Linhares. e CBCL (½ a cinco anos). Santa Maria & Escolano.50 de acertos na ASS.TRF) (Santa Maria & Linhares. como a história pessoal (gestação. pp. 283-290 285 . (b) a Escala Columbia e o TVIP. Também foram analisados os seguintes dados do CATM: (a) Níveis de ajuda oferecidos pela examinadora na fase de assistência. A partir desses dados.Identificação e caracterização dos participantes: para G1-PTBP. recebeu pontuação 0.cada comportamento desta escala foi pontuado em: 0 (não há evidência). 2006) – cada comportamento facilitador recebeu um ponto e seu oposto.SAJ. 1 (ocorrência inconsistente) ou 2 (ocorrência ótima). que continha o Cartão de Vacina.alto-escore: a criança apresenta soluções analógicas eficientes na fase inicial sem ajuda (SAJ) e. ASS (com assistência do examinador) e MAN (sem ajuda do examinador). A avaliação do nível sócio-econômico das famílias foi feita pelo Critério de Classificação Econômica Brasil (ABEP. endereço. 1999). com duração de 45 min. e dos pais. Após.Desenvolvimento de Prematuros -motivacionais . as crianças do G1-PTBP participaram de um programa de educação cognitiva como parte de uma tese de Doutorado4. Em caso afirmativo. Comportamentos afetivo-motivacionais e de Processamento e análise dos dados Os instrumentos foram assim processados: (a) instrumentos psicométricos: a correção e análise dos testes IAR. Para obtenção de informações gerais sobre a criança e sua família. utilizou-se os prontuários de acompanhamento do Serviço de Follow-up do hospital e. (b) prova assistida: Children’s Analogical Thinking Modifiability . foram sorteados seis protocolos (20%). conforme citado por Haywood & Lidz. transferidor: a criança apresenta um bom desempenho na fase de transferência. (c) três fases do CATM: SAJ (sem ajuda do examinador). Tese de Doutorado. 27 n.Coleta de dados com os responsáveis: as mães responderam à entrevista de anamnese. com os dados de nascimento. com a duração de 45 min. para cada grupo. Santa Maria & Escolano. história familiar. (2011). que avalia a manutenção das estratégias de resolução de problemas após a suspensão da ajuda da examinadora (Linhares. ES. (c) Comportamentos facilitadores e não-facilitadores (Linhares. contida na ACFS (Applications of Cognitive Functions Scale) (Lidz & Jepsen. 2010). Para garantir a fidedignidade da avaliação dos protocolos de operações cognitivas.Lidz & Jepsen. de comportamentos e da ACFS. não-transferidor: a criança apresenta menos de 0.Coleta de dados com as crianças identificadas previamente pela pesquisadora: foi realizada individualmente em quatro sessões. que tem formação em Psicologia. pelo menos. após aprovação do Comitê de Ética do hospital e autorização dos responsáveis pelos serviços do hospital e da escola.foram feitas comparações das proporções de acertos em cada fase (sem ajuda. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. obtendo-se o máximo de 8 pontos por comportamento e de 14 pontos por fase. assinatura do termo de consentimento e início das avaliações. 0. 4 Psic. escolaridade). que vão desde a Repetição da Instrução (nível 1) até à demonstração da resolução de um arranjo pelo examinador (nível 4) (Santa Maria & Linhares. hábitos e interesses. com intervalo semanal. ganhador. utilizou-se a proporção de acerto total na MAN.50 de acertos após a suspensão da ajuda da examinadora. o instrumento de avaliação da linguagem expressiva das crianças (LAVE) e de problemas de comportamento da criança (CBCL . manutenção.: Teor. infância. Turrini. sendo realizada no hospital com G1-PTBP e na escola pública com G2-AT. Universidade Federal do Espírito Santo. marcava-se um horário para leitura. com auxílio de uma aluna de doutorado em Psicologia e duas bolsistas de Iniciação Científica. foi calculado o nível de ajuda fornecido e a média de ajuda na fase ASS. seguiram os critérios dos respectivos manuais.MAN e transferência.CATM (Tzuriel & Klein. 2007). Vitória. 2008). Columbia. Para a seleção da amostra e caracterização dos dados pessoais e neonatais (nome. Raven-MPC. Para cada cartão. As aplicações do CATM foram gravadas em vídeo para análise posterior dos dados. foram utilizados os prontuários de acompanhamento do Serviço de Follow-up do hospital. A coleta dos dados com a criança e com os pais foi feita concomitantemente3. sendo três de cada autorregulação em pré-escolares nascidos prematuros e com baixo peso: avaliação e intervenção em estratégias metacognitivas.60 de acertos. Vol. 3. telefone. o Caderno de Registro de Matrícula Escolar. 2006). Etapa 2 .1½ a 5 anos).60 de acertos na fase de transferência (Linhares. transferidor e não-transferidor. foi calculada a pontuação média de cada comportamento por criança e a média de cada grupo. e Pesq. Procedimento A pesquisa foi realizada em três etapas. 2006). no mínimo. F. TVIP. LAVE. 12 G1 X G2 (p-valor) 0. da linguagem e comportamental Em relação ao repertório acadêmico das crianças. Em contrapartida. com nível de significância de 0. com média de palavras faladas abaixo da esperada para idade. Para verificar se as diferenças entre os grupos (PTBP vs. que incluem problemas do tipo: choro imotivado. e na escala de Problemas Desenvolvimentais Invasivos. verifica-se que a média de T score de ambos os grupos. como não esperar. A mediana de escolaridade das mães do G1-PTBP foi de nove anos (AV = 4-11). adotando-se 70% como índice mínimo de concordância (Fagundes. 1982). as crianças PTBP apresentaram mais dificuldades no repertório verbal. em comparação às crianças nascidas a termo. G2-AT atingiu a média esperada. Comparações dos indicadores acadêmicos. 26 anos (AV= 16-41).2 semanas. ficou dentro do intervalo menor do que 65 (AV= 53-63). Foram obtidos índices de concordância de 79% para as operações cognitivas.175 gramas e 40 semanas. Resultados Os grupos foram pareados quanto à variável sexo (53% de meninos) e à variável idade (Md = 5 anos e 6 meses). O cálculo de concordância foi feito entre três juizes (AB. ou seja. por exemplo). Analisando os dados do CBCL (1½-5 anos) segundo os critérios de classificação do DSM-IV.94 277. utilizou-se o Statistical Package for Social Sciences (SPSS)® na versão 15.222 0. os dados referentes aos indicadores de desempenho nas provas cognitivas (percentil no Raven-MPC e Columbia. pode-se verificar na Tabela 1. número. Para o tratamento estatístico dos dados. G2-AT = 56. 3. de acordo com as normas da Escala.05.CGT de Oliveira et al. pp. 283-290 286 . Tabela 1. a análise dos dados da avaliação da linguagem receptiva (TVIP) mostrou que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos [G1-PTBP = 53.0.99 11. sendo que uma das mães nunca freqüentou o ensino regular. Assim. Em contrapartida. não tolerar as coisas fora do lugar. partes do corpo. idade. correspondente à 6ª série do Ensino Fundamental. em que G1-PTBP apresentou escore médio de 277 pontos.71 53.99). Para G1-PTBP.11 6. enquadra-se na categoria Não-Clínica e não houve diferença estatística entre os grupos (Tabela 1).060 Legenda: M= média. ficar perturbada com alguma mudança na rotina. a mediana de idade das mães das crianças do G1-PTBP foi de 28 anos (AV= 18-41) e do G2-AT.06 5. 27 n. houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Vol. foram feitas análises estatísticas inferenciais. *p-valor ≤ 0. irritabilidade e isolamento social (Tabela 2).05 indica significância pelo teste de t de Student. e de 86% para os comportamentos registrados. Avaliação cognitiva Na avaliação cognitiva psicométrica. Essas crianças apresentaram índices mais baixos de raciocínio geral envolvendo a habilidade de classificação (por sexo. Na avaliação da linguagem.71 296. considerado abaixo da média para a idade de 5 anos (Média esperada = 296) (Tabela 1).22]. Adicionalmente aos resultados da Tabela 1. Embora os percentis de ambos os grupos esteja dentro da média.71 52.94 (±6. na Escala Columbia.895 gramas e da idade gestacional foi de 34. proporção dos níveis de ajuda utilizados na fase ASS do CATM). BC e AC).: Teor.85). pelo teste t de Student.85 7. a média de acertos do G1-PTBP foi significativamente mais baixa (Tabela 3).82 G2-AT DP 0. AT) tinham significância estatística. para G2-AT. foi de 3.032* 0.99 26. mas sabia ler e escrever. DP= desvio-padrão. lingüísticos e comportamentais de pré-escolares nascidos prematuros e com baixo peso (G1) e nascidos a termo (G2) Grupos Provas IAR – Escore Total TVIP – Escore Bruto LAVE – Escore Bruto CBCL –Total de problemas M 0. a mediana de peso ao nascimento foi de 1. obteve-se uma diferença significativa entre os grupos nas escalas de Transtornos de Ansiedade. foram comparados.03 6. equivalendo ao Ensino Fundamental completo.68 M 0. proporção de acertos totais na fase da MAN no CATM. lingüísticas (escore no TVIP e LAVE). e a do G2-AT foi de sete anos (AV= 0-11).71 (±5. acadêmicas (proporção de acertos Total no IAR) e comportamental (escore no CBCL) (Pestana & Gageiro. na Escala Total de Problemas.06 G1-PTBP DP 0. Brasília. houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos no vocabulário expressivo pela LAVE. Avaliação acadêmica. grupo. Após a análise descritiva dos dados.35 59. proporção de operações cognitivas e comportamentos facilitadores nas fases do CATM. que incluem sintomas.011* 0. enquanto. que G1-PTBP apresentou desempenho significativamente menor do que G2-AT. respectivamente. a análise dos dados do Raven-MPC mosPsic. Na época do parto.77 56. p≤ 0. demonstrando mais dificuldade nas habilidades básicas para a aprendizagem da leitura e escrita.. De acordo com a percepção das mães quanto à avaliação de problemas de comportamentos apresentados pelo filho (CBCL 1½-5 anos). com 296 pontos. 2003). Jul-Set 2011. e Pesq. 59 4. 3.68 28. Houve diferença significativa entre o nível de ajuda 2 -Instrução analítica.3 0.42 0.62 0. Este perfil indica ganhos sob condição de ajuda da examinadora para resolver o problema e a manutenção do aprendizado das estratégias para solução da tarefa. DP= desvio-padrão.Ajuda concreta (40%).31 5.2 0. seguida pelo nível 3 – Feedback analítico (20%). Comparação de indicadores de problemas de comportamento nas escalas do CBCL (1½-5 anos) em pré-escolares nascidos prematuros e com baixo peso (G1) e a termo (G2) Grupos Clínico Escalas do CBCL (DSM-IV) Transtornos afetivos Transtornos de ansiedade Problemas Desenvolvimentais Invasivos Transtorno de Déficit Atenção/Hiperatividade Transtorno Desafiador e opositor f 4 6 6 4 4 G1-PTBP % 23 35 35 23 23 Média 59 63 60 59 56 DP 10.33 0.: Teor.449 0.011* 0. e Pesq. No entanto. mesmo após a suspensão da ajuda.05 indica significância pelo teste de t de Student. DP= desvio-padrão.96 5.032* 0.041* 0. em que mais da metade (10) das crianças do G2-AT e cinco crianças do G1-PTBP apresentaram-se como “ganhadoras”. O desempenho das crianças na avaliação assistida também foi analisado pela comparação das médias dos níveis de ajuda utilizados pelos grupos durante a fase de ASS do CATM (Tabela 4). enquanto as crianças do G2-AT melhoram o desempenho na avaliação assistida na fase de MAN em relação à fase SAJ. a frequência de operações cognitivas e de comportamentos facilitadores do aprendizado de ambos os grupos foi maior do que não-facilitadores. 283-290 287 . pp. utilizado com maior freqüência no G2-AT (Tabela 4). observa-se que.18 47.59 G1-PTBP DP 6.9 10. não houve diferença significativa entre os grupos.26 0.011* 0. *p-valor ≤0.99 31 0.5 0. Tabela 3.4 8.81 48.26 0.08 5.22 8. Comparação dos indicadores cognitivos de pré-escolares nascidos prematuro e com baixo peso (G1) e a termo (G2) Grupos Provas Columbia – Percentil Raven – Percentil CATM – Fase de Manutenção CATM – Operações cognitivas CATM – Comportamento CATM – Comportamento ACFS M 52.90 M 66.Desenvolvimento de Prematuros Tabela 2.86 Clínico f 2 1 1 1 1 % G2-AT Média 56 55 53 55 54 DP 6.14 0.041* 0. porém.12 G1 X G2 (p-valor) 0. agora em relação à proporção de acerto total na fase de MAN (final) do CATM (Tabela 3). as crianças do G1-PTBP apresentam dificuldade de manter seu desempenho após a suspensão da ajuda. Em relação aos comportamentos avaliados pela ACFS.330 0. Jul-Set 2011.86 9. Com base na proporção de acerto total nas fases do CATM.06 G2-AT DP 19. O nível de ajuda mais utilizado para G1-PTBP foi o nível 4 . Para G2-AT.43 0.776 11 05 05 05 05 Legenda: f= freqüência.22 0. teste de t de Student.*p ≤0. Também na prova cognitiva assistida os grupos não diferiram significativamente. Brasília. a proporção média do G2-AT foi significativamente maior.186 Legenda: M= média. o nível mais utilizado foi o nível 1 – Repetição da instrução (32%) seguido pelo nível 4 – Ajuda Concreta (25%).753 0. durante a prova assistida.57 8. Ocorreu o contrário no G1-PTBP. Psic.80 32.. sendo a média de G1-PTBP maior do que de G2-AT.66 G1 X G2 (p-valor) 0. Frequência dos perfis de desempenho cognitivo de pré-escolares nascidos prematuros e com baixo peso (G1) e a termo (G2) na prova cognitiva assistida (CATM). Este resultado indica que.16 6. trou que não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao raciocínio analógico-dedutivo.58 28. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 G1 G2 17 17 12 7 10 5 Ganhador Não-mantenedor Não-transferidor Figura 1. obteve-se o perfil de desempenho cognitivo das crianças (Figura 1). Vol.05.240 0. 27 n. em que mais da metade das crianças (12) apresentaram um perfil de desempenho “não-mantenedor”. contribuindo para futuros problemas de alfabetização. Feldman. que mede habilidades básicas para a alfabetização. como refletir e analisar os estímulos antes de dar a resposta. por sua vez. Pedromônico.0504 Legenda: *p-valor ≤0. esses dados devem ser vistos com cuidado. G2-AT apresentou média de acerto total indicativa de um perfil cognitivo de ganhador. 2004). além da pesquisadora ter conhecimento prévio da identificação de cada criança. entre outros). 2002. essa prova acadêmica mostrou-se prescritiva. Pereira & Funayama.2701 0. espaço. 2002. Linhares. apresentando pior desempenho em: (a) acertos totais do IAR. Escolano & Emuno. com ajuda da examinadora durante a execução da prova (Haywood & Lidz. por isso. Pode.. Vol. Entretanto. com dificuldade de generalização e de identificação de relevância.20 0. 2006. 2008. Méio et al. pois este grupo apresentou dados significativamente menores em comparação ao G2-AT. Méio et al. 2006) – em que a média de acerto total na fase final da prova não foi maior do que 50% para a maioria das crianças. 2007.CGT de Oliveira et al.: Teor.22 0. com maior freqüência principalmente em Transtornos de Ansiedade e Problemas Desenvolvimentais Invasivos.05 indica significância pelo teste de t de Student.12 0. 3.32 0.18 0. possibilitando uma análise descritiva das dificuldades dessas crianças. 1984) foi sensível para crianças de cinco anos de idade.24 G2 G1 X G2 (n= 17) (p-valor) 0.25 0. 2001. 27 n. Martins et al. 2001). (b) capacidade de pronunciar palavras (vocabulário expressivo). Klebanov & Brooks-Gunn. Essa dificuldade na linguagem expressiva pode se somar àquelas identificadas pelo IAR (Leite. identificar alternativas de respostas e analisá-las comparativamente. Complementando esses dados.40 0. significando um perfil cognitivo não-mantenedor. Brasília. apesar de toda a amostra estar na média. diferenciando G1-PTBP. coerentemente com os dados da área (Bhutha et al. A prova avaliativa de habilidades básicas para a alfabetização . impulsivas. durante a fase de assistência do CATM Níveis de ajuda 1 2 3 4 Fase de assistência Média Desvio-padrão Média Desvio-padrão Média Desvio-padrão Média Desvio-padrão G1 (n= 17) 0. demonstrando interesse e preocupação com o desenvolvimento da criança. pp. 2005. confirmaram estudos da área. assim..20 0. ou seja. Linhares et al.. (c) problemas de comportamento. segundo os critérios de classificação do DSM-IV. 1984). desfavoráveis ao G1-PTBP. 2005. 1997). pela LAVE. Comparação das médias dos níveis de ajuda utilizados para pré-escolares nascidos prematuros e com baixo peso (G1) e a termo (G2). por exemplo.agora em formato assistido.. e Pesq. Em contrapartida. 2006. realizada aos cinco anos de idade. posição. 2006..40 0. realizada pela LAVE (Capovilla & Capovilla. De outro lado. (d) raciocínio geral. a avaliação assistida permitiu identificar operações cognitivas e comportamentos facilitadores do desempenho cognitivo. Esse perfil do G1-PTBP se repetiu nos dados da outra prova cognitiva usada .13 0. No entanto. permitindo identificar algumas habilidades e comportamentos básicos para a aprendizagem da leitura e da escrita. tamanho. Martins et al. G1-PTBP diferenciou-se de G2-AT. Klebanov & Brooks-Gunn. de forma a fornecer subsídios à elaboração de estratégias de ensino mais direcionadas às dificuldades encontradas nessa população e em momento anterior à entrada na escola. com mães do G1-PTBP dispostas a levar os filhos ao hospital para participar deste estudo.. deve-se considerar o fato de ser uma amostra de conveniência. demonstrando dificuldades no repertório verbal em relação ao G2-AT. Pereira & Funayama. 2007... Tabela 4. 283-290 . Os cuidados com essas crianças do G1-PTBP foram também indicados na área cognitiva. foi equivalente às crianças dessa idade. pois. contribuindo. em relação aos indicadores acadêmicos.0596 0. esperado um perfil mais desatento. Bhutha et al. os quais claramente diferenciaram as crianças PTBP. coordenação motora fina.. cujo desempenho. também foi levantada a partir dos resultados da avaliação do vocabulário expressivo. como as noções de esquema corporal.08 0. 2006. principalmente em tarefas que envolvem habilidades não-verbais. 2004).17 0. Linhares et al. sendo. Resumindo. A importância da avaliação e intervenção precoce na área da linguagem. as crianças do G2-AT demonstraram mais acessibilidade à mediação e padrões cognitivos mais facilitadores. atuar como meio de prevenção às possíveis dificuldades escolares dessas crianças.20 0.. 2006. 2005. as operações cognitivas podem estar ainda em processo de desenvolvimento. Discussão Dados comparativos da avaliação de 17 crianças nascidas pré-termo e com baixo peso (G1-PTBP) e 17 nascidas a termo (G2-AT). e distinguir dados relevantes dos 288 Psic. mostrando diferenças estatisticamente significativas. Linhares et al. lingüísticos. que se mostraram mais dispersivas. Nesse sentido. Bordin et al.IAR (Leite. que teve média inferior.Instrução analítica para resolução da tarefa. Jul-Set 2011. quantidade.0195* 0. comportamentais e cognitivos (Bohnert & Breslau. 2004. melhorando o desempenho mesmo após a suspensão da ajuda. (e) frequência de operações cognitivas facilitadoras na resolução das tarefas do CATM (f) frequência comportamentos facilitadores durante a prova assistida (g) níveis de ajuda – utilizando menos nível de ajuda 2 .09 0. 2005.. assim. discriminação visual e análise e síntese.09 0. apesar de ambos os grupos não terem apresentado dificuldades quanto ao raciocínio geral quando comparados aos pares da mesma idade. para as dificuldades no estabelecimento e na manutenção dos ganhos de desempenho alcançados sob a condição de assistência na prova assistida. condições estas que restringem a generalização dos dados. uma vez que G1-PTBP apresentou uma média de palavras faladas significativamente abaixo da esperada para a idade de cinco anos. na idade pré-escolar. impulsivo e com menor autorregulação do comportamento (Tzuriel. 2004. nos casos de prematuridade e baixo peso (Pedromônico. & Prebianchi. S. 2006). (2004). Retirado em 03/10/2008. 17. & Duarte. Exame clínico psicológico (Anamnese). 1080-1086. human capital. C. M. Campinas: Editorial Psy. R. Revista Brasileira de Educação Especial... (1994). Burlington. Cognitive and behavioral outcomes of school-aged children who were born preterm: A meta-analysis. 22. N. Esses dados são também indicativos da necessidade de encaminhamento para acompanhamento psicológico ou psiquiátrico para as crianças do G1-PTBP. (2006).. 2005. mas também de seus comportamentos afetivo-motivacionais. fica claro que a relação da prematuridade e do baixo peso ao nascimento com o comprometimento no desenvolvimento não pode ser entendida como uma relação direta de causa-e-efeito mas. este estudo alinha-se àqueles que avaliam a interação entre os fatores de risco biológico. 2006). T.: Teor. A. 293–312. Linhares et al. B. S. (1995). Bordin. A. F. Validação da versão brasileira do Child Behavior Checklist (CBCL): Inventário de comportamentos da infância e adolescência: Dados preliminares. Enumo.. C.. L.. Turrini et al.. L. Linhares et al. Sendo assim. B. 335-354. Aspectos cognitivos e comportamentais na média meninice de crianças nascidas pré-termo e com muito baixo peso. (2010). 63-82. M. Blum. A. de http://www. 55-66. 65(9).org/?usaritem= arquivos&iditem=23. Research Center for Children. Journal of the American Medical Association. J. H. Jul-Set 2011. B. 17(2). R. Este padrão pode ter sido o grande responsável pela diferença de desempenho entre os grupos. F. M.. 19. Cambridge University Press. J. 2010. B. Tzuriel. Burgmeister. & Lidz. Gauy.. em consonância com o desempenho dessas crianças do G1-PTBP no trabalho de Turrini et al. (2009). M. & Lorge. com foco no manejo da regulação do comportamento. Psic. J. B. Development and Psychopathology.. irritabilidade) e de Transtorno Desenvolvimental Invasivo (comprometimento nas habilidades de interação social.. Desenvolvimento lingüístico na criança dos dois aos seis anos: Tradução e estandardização do Peabody Picture Vocabulary Test de Dunn & Dunn. Trad... M. Avaliação Assistida para crianças com necessidades educativas especiais: um recurso auxiliar na inclusão escolar. Bohnert. and 8. aos cinco anos de idade. e da Language Development Survey de Rescorla. (2008). Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. Dynamic assessment in practice: Clinical and educational applications. & Brooks-Gunn. (1997).. mostrando diferenças significativas entre os grupos em termos de Transtornos Mentais. S. Mari. P. B. fadiga excessiva. que diferenciaram significativa e negativamente as crianças do G1-PTBP. 3. M. (2001). 2006.. 728–737. fornecendo subsídios teóricos e metodológicos que possibilite o planejamento de atividades mais direcionadas às necessidades de crianças em risco potencial para problemas de desenvolvimento. (1999). na medida em que contribuiu para compreender melhor os padrões cognitivos dessas crianças prematuras e com baixo peso. associada à inquietação. e nos interesses e atitudes das crianças). C. padronização brasileira). Archives of General Psychiatry. 289 . capazes de minimizar e até neutralizar os efeitos potenciais do risco ao desenvolvimento (Bordin et al. nas áreas acadêmicas. B. dificuldade de concentração.. Ciência Cognitiva: Teoria Pesquisa e Aplicação. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – ABEP (2008). 2001. Trad. Mental health practitioners‘ guide for the Achenbach System of Empirically Based Assessment (ASEBA) (M. 2009. Descrição. Klebanov. 2005). Duarte. 2008. conforme analisam Olson et al. Para além desses dados obtidos e considerando que o processo de escolarização infantil não depende somente das habilidades lingüísticas e cognitivas da criança. São Paulo: Centro Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia. J. Cleves. Stability of psychiatric outcomes of low birth weight: A longitudinal investigation. M.abep. demonstra a necessidade de se identificar os mecanismos protetores... H. 1(1). Os resultados deste estudo. M. E. confirmando pesquisas da área (Bohnert & Breslau. New York.. F. 353-380. L. Angelini. (1982).. 2001). & Caiero. a trajetória de desenvolvimento da criança. especialmente para essa população estudada (Olson et al.. I. B. P.. S.1094. Psicologia: Teoria e Pesquisa. A. C. F. a identificação e intervenção nos casos de problemas de comportamento tornam-se relevantes na prevenção de problemas escolares. K. também indicando a importância de intervenções educativas. Bhutta. especialmente nas Escalas de Transtorno de Ansiedade (preocupação excessiva. Alves. (2006).. 288. K. São Paulo: Edicon. M. definição e registro do comportamento. de linguagem. Escala de Maturidade Mental Columbia: Manual para aplicação e interpretação (I. Child Behavior Checklist for Age 1½-5 (CBCL/1½-5/LDS). Carretoni Filho. S. 27 n. O uso de avaliação assistida gerou um diferencial deste estudo. G. Triagem em saúde mental infantil. L. Alves & J. M. Duarte. and psychological risk in the context of early intervention: Links with IQ at ages 3. de comunicação. 5-16. segundo o DSM-IV. & Rescorla.). também permitiram identificar a presença de recursos nessas crianças e sinais de resiliência (vide o desempenho cognitivo superior no Raven-MPC). Fagundes. M F. S. & Jorge. (2007). F (2005). pp. & Capovilla. A. T. 2004). Haywood. Critério de Classificação Econômica Brasil. Luthar et al. & Anand. & Breslau. Espera-se que os resultados encontrados possam ajudar os profissionais da Psicologia e da Educação a compreender a criança em sua complexidade.. & Guimarães. S. Revista ABP APPAL. V. Feldman... Linhares et al. M. M. R. Cumulative. Bordin et al. J. cognitiva e comportamental. e Pesq. A. S. VT: University of Vermont. São Paulo: Casa do Psicólogo. (2007). 11(3). M.. Trabalho não publicado. Linhares. Capovilla. H. Casey.. Brasília. W.. Custódio..Desenvolvimento de Prematuros irrelevantes em um problema analógico. social e ambiental. Youth & Families. H. M. M. H. Diante disso. Annals of New York Academy of Sciences. podendo influenciar.. 283-290 Referências Achenbach. Cradocl. Manual Matrizes Progressivas Coloridas de Raven: Escala especial. 49-57. Bordin. Maternal versus child risk and the development of parent-child and family relationships in five high-risk populations. 5. I.. ao contrário.. 2001. J. C. Assim devem ser considerados os dados obtidos pelo CBCL (1½-5 anos) (Achenbach & Rescorla. A. seja de forma positiva ou negativa. Essa informação pode subsidiar o planejamento de estratégias de intervenção mais detalhadas e direcionadas às dificuldades encontradas (Linhares et al. Linhares. (2001). Santa-Maria Menguel & M. I. (2002). L. & Kerr.... R. M.2011 Versão final em 28. J. A. A. Leite. 641-648. C. A.).. B. A. Escolano.04. In M. B. R. N. L. Enumo (Eds. 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