Ilê Axé Opô AfonjáPOR CULTURA BAIANA – 05/01/2010PUBLICADO EM: DIVERSIDADE A história do Terreiro do Axé Opô Afonjá ou Terreiro de Candomblé do Axé Opô Afonjá ou ainda Ilê Axé Opô Afonjá, assim como a do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho. Este é o terreiro mais antigo de que se tem notícia e o que, segundo vários autores, serviu de modelo para todos os outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca, comandado por Eugênia Anna dos Santos, fundou, em 1910, numa roça adquirida no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Kêtu do Axé Opô Afonjá. O terreiro ocupa uma área de cerca de 39.000 m2. As edificações de uso religioso e habitacional do terreiro, ocupam cerca de 1/3 do total do terreno, em sua parte mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas. Filhas-de-santo do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá Por força da topografia do terreno, as edificações do Axé Opô Afonjá se distribuem mais ou menos linearmente, aproveitando as áreas mais planas da cumeada, tornando, no acesso principal, um “terreiro” aberto em torno do qual se destacam os edifícios do barracão, do templo principal – contendo os santuários de Oxalá e de Iemanjá -, da Casa de Xangô e da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos. A organização espacial do Axé Opô Afonjá mantém as caracteríticas básicas do modelo espacial típico do terreiro jejê-nagô. Esses mesmos elementos, são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e do Gantois, apenas com uma diferença: no Axé Opô Afonjá o barracão é uma construção independente, ao passo que nos dois outros terreiros ele está incorporado ao templo principal. Sacerdotisas do Ilê Axé Opó Afonjá * Mãe Aninha – 1909-1938 * Mãe Bada de Oxalá – 1939-1941 * Mãe Senhora – 1942-1967 * Mãe Ondina de Oxalá – 1969-1975 * Mãe Stella de Oxóssi – 1976 O sagrado e mágico chão de “Yá”. a Yemoja iorubana. que hoje é uma imensa “casa de santo”. construiu escola. A marca Ilê Axé Opô Afonjá Caetano Veloso em sua canção Tapete Mágico. fogo e água. pregou a necessidade do registro escrito contra os lapsos de memória. prosseguir a favor dos ventos que alimentam de fé os adeptos desta religião. o imponente Palácio de Xangô. E é este o primeiro adjetivo que se pode extrair da espacialidade daquela casa: beleza. a grandeza indefinível do barracão. surge o termo sagrado. e é a mais intelectualizada do que todas anteriores. faz uma referência à “roça do Opô Afonjá” como símbolo do fantástico e da beleza. que ela considera como “uma pequena África” idealizada por sua inspiradora avó Aninha de Xangô. afirmação de identidade e resistência negras . senhor do fogo. prestígio e apogeu. biblioteca. professor e mestrando em Estudos Étnicos e Africanos pelo Centro de Estudos Afro-Orientais (Ufba) 100 Anos do Ilê Axé Opô Afonjá. e até algumas reformulações em torno dos seus rituais. que fora iniciada por mãe Senhora de Oxum. A Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos. e é como o Afonjá é comumente chamado por seus filhos. jornalista. contribui para pesquisas respeitosas em torno da temática do candomblé que ela dirige. sabedoria. que quer dizer em português “O caçador trouxe alegria“. o que é natural no “caminhar” do tempo histórico. Stella Azevedo dos Santos. Outro adjetivo seria força que se coaduna à idéia que a palavra Axé exprime. da vida. das Iyalorixás com objetos de culto e roupas em exposição. filha de Oxóssi. mesmo sofrendo relevantes mudanças estruturais (fundamentalmente em seu aspecto geofísico). da justiça. persistência. onde reune a história do Axé. está localizado no andar inferior da Casa de Xangô. sobe ao trono do Ilê Axé Opô afonjá. Fonte: Wikipédia. a área verde e sagrada.a enciclopédia livre e Marlon Marcos. chamado por mãe Stella de sede do terreiro. e a dança dos orixás em suas festas iluminadas. A grande marca espacial daquela casa é o encontro de duas energias. conflito. em seu disco fantasia. negociação. o afonjá mantém-se dentro dos princípios construídos por Iyá Obá Biyi. E que deve sempre se espelhar na memória dos seus mais velhos. que reúne aos seus pés os filhos da Iyá Aninha. balizando as demais que surgem da impreterível presença dos outros orixás e encantados. A partir daí e até a presente data. e como exemplo. tendo como nome religioso Odé Kaiodê. Paz ¿ também aparece por conta da outra dimensão que se sente lá. idealizou o museu Ilê Ohun Lailai (Casa das coisas antigas). Talvez mãe Stella tenha sido a mais política das ialorixás deste terreiro. um dos mais tradicionais terreiros de candomblé do país Data: 19/08/2010 Um século de força.Em 1976. a então Colabá (um cargo feminino importante que zela por apetrecho consagrado a Xangô) da casa. atuou publicamente contra o chamado sincretismo religioso que une a imagem de santos católicos à de orixás. escreveu livros. faz parte do Ilê Axé Opó Afonjá. inseparável mãe mulher irmã do Obá Kossó (Xangô). o grande rei desta espiritualidade. mãe maior dos ancestrais grunce. gravada por Gal Costa. Há trinta e um anos comanda o afonjá. E para sintetizar a vocação da sua territorialidade. Um patrimônio histórico que ilustra luta. O sagrado templo de Xangô. As casas da comunidade somando-se às casas dos orixás. bem como o Museu Ilé Ohun Lailai(Casa das Coisas Antigas) inaugurado em 1999. Afinal estão sendo comemorados os cem anos de existência do famoso santuário da cultura nagô. recebe os que chegam a um dos mais tradicionais terreiros de candomblé da Bahia. Eloi Ferreira de Araujo. “Foi ela quem se dirigiu pessoalmente ao presidente Getúlio Vargas. como frisou o Ministro da Igualdade Racial. Com esta frase a professora Vanda Machado. numa época de enorme repressão enfrentada pelos terreiros. que os candomblés pudessem louvar os orixás sem a invasão da polícia”. este ano. egbomi do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. seus filhos”. A diferença. presidente da Biblioteca Nacional e Obá (Ministro) de Xangô do Opô Afonjá . em 30 de julho de 2010. e convenceu. A cortesia e acolhimento dedicados aos que chegam ao candomblé são os de sempre. Uma descendente de africanos da nação grunsci que fundou o Ilê em 1910 e foi sua primeira ialorixá (mãe de santo. Ministro Eloi Ferreira de Araujo O acadêmico Muniz Sodré. dirigente do terreiro).“Todos os que passam do portão do terreiro para dentro são considerados por Xangô. no discurso de abertura dos festejos do centenário do terreiro. fica por conta do aumento do fluxo de visitantes. relembrou Eloi Araujo. “um fabuloso espaço de resistência cultural e política”. lembrando a luta contra a intolerância religiosa de Mãe Aninha. Mãe Stella será recebida pelo Ministro Fernando Haddad. com a presença da Mãe Stella de Oxossi. além de espaço de culto ao sagrado.” No mesmo dia. o Opô Afonjá. periferia de Salvador. fundou o terreiro no ano de 1910.vem recebendo seus filhos de santo. e sob a direção de Mãe Stella de Oxossi. organizada pelo deputado federal Zezeu Ribeiro. intelectuais e o público em geral para participar dos festejos. dona Eugenia Anna dos Santos. atual ialorixá dirigente da Casa e de filhos e filhas do Ilê Axé Opô Afonjá. a famosa Mãe Aninha. No próximo dia 23 de agosto. Mãe Aninha dizia sonhar ver os filhos do Axé “de anel de doutor nos dedos e aos pés de Xangô”. de resistência cultural e local de afirmação das identidades negras. haverá sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados em Brasília. No encontro. Passados cem anos. autoridades das esferas governamentais. acompanhada do Ministro Eloi Ferreira. da Igualdade Racial e do Secretário de Comunidades Tradicionais da SEPPIR Alexandro Reis. . será apresentada ao Ministro da Educação. proposta de adoção dos livros de autoria de Mãe Stella pelo Ministério para serem utilizados como material didático no sistema de ensino do país. é sinônimo do “axé” (força). Santuário de Xangô .Foi em referência a este Orixá que a criadora do Axé.Professora Vanda Machado e psicanalista Marco Antônio Guimarães A comunidade do terreiro situado em São Gonçalo do Retiro. cujo nome em língua iorubá significa “Casa de Força Sustentada por Xangô. Além destas. tão amados e reverenciados em nosso país. E a contribuir efetivamente para que todos que protagonizaram a história do Ilê Opô Afonjá integrem-se já neste século XXI e nos vindouros. tantas outras valorosas zeladoras dos deuses de origem africana. esperanças. o terreiro abriga ainda a Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos. troca comunitária e felicidade na religião dos Orixás. No caso de Mãe Stella. devotada à preservação da memória do culto. Estas tão bem representadas por personagens como mãe Aninha e Mãe Stella. reconhecida pelo MEC como instituição modelo no que se refere àquilo que a lei 10639/2003 advoga: que as escolas do país devotem tempo e atenção à história e a força das culturas negras. força vital. Mãe Senhora. tais como Mãe Bada.000 m2.Ocupando uma área com cerca de 39. . mas também por outras sacerdotisas que ocuparam o posto máximo daquela Casa. vem acolhendo em seus terreiros aqueles que buscam proteção. Mãe Ondina. às páginas que registram a História Oficial da Nação Brasileira. Todas elas homenageadas nos festejos que vêm sendo realizados no Axé. trata-se de uma filha de Oxossi que exerce também a função de escritora. acompanhada pôr outros africanos como : . Ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá COMUNICAÇÃO SOCIAL / SEPPIR/PR Personalidades do Àsé Òpò Àfònjá Eugênia Ana dos Santos Òbá Bìyí Africana pôr nascimento pertencia ao Àsé Ìyá Nássò.Stella de Oxossi. Seu falecimento ocorreu em 1936.Bàngbòsè. Maria Bibiano do Espírito Santo “Mãe Senhora” Tia bàdá Filha de negros Gruncyos.Tio Joaquim Vieira . Nascida em 13 de Julho de 1879. onde inaugurou o terreiro do Àsé Òpò Àfònjá em 1909. iniciada em 1884. no Àsé Ìyá Nássò. Sua primeira roça de Santo foi no bairro de Amaralina – Santa Cruz. Azambrio Anió – Nome de seu pai. Sempre junto de Sia’ninha. acompanhou-a até o final.Òbá Sányã Martiniano Bonfim . . depois comprou um terreno no alto de São Gonçalo. até assumir o posto de Ìyálòrísá. em águas de Salvador. “Ìbí Òmí Òdó”. possuía na ladeira da praça. Era filha do José Teodoro Pimentel – Bàlé Sàngò do Àsé Òpò Àfònjá – BA. ajudou o Àsé internacionalmente. Cantolina Pacheco Àyrà Tòlá . após o falecimento de Mãe Senhora. Ondina Valéria Pimentel Ìyá Wintòná Nascida em 08 de Fevereiro de 1912. aos cultos de Òsún fazendo intercâmbio cultural e recebendo títulos da nobreza africana. sua iniciação ocorreu em uma casa em que a Ìyálòrísá. Descendente da nobreza de Òyó deu segmento no Àsé Òpò Àfònjá.Iniciada em 1907. Foi uma das Ìyákèkèrè. por Mãe Aninha. Filha de Òsún e tinha por Òrúkó Òsún Míyíwa. Faleceu em 19 de Março de 1975. Sua presença é sempre gloriosa em todas as vezes que aparece como digna representante de Sàngò. Mãe Cantu assumiu o terreiro do Àsé Òpò Àfònjá no RJ. Falecida em Salvador. por Mãe Meninha e por Sr. Stella de Azevedo Santos Òdé Kàiyòdè Nascida nos anos 30 no Rio Vermelho – Salvador – BA. muito cultuado nos Terreiros de Ègún chamado de Ésá Òpítíkó. dando nova vida aquela casa. inclusive em jogos na África. por Mãe Aninha. iniciada em 18 de julho de 1936. neta do Tio Joaquim Vieira. por Tia Bàdá e. em Setembro de 2004.Nascida em 17 de Março de 1900. para tratar de sua saúde e no entanto a Ìyálòrísá do Àsé. Òbá Sányã. Menina . em fevereiro de 1989 por ordem de Sàngò voltou para Salvador. pois foi escolhida por Sàngò. Iniciada em 12 de Setembro de 1939. Agenor Miranda Òlùwò do àsé. sob a benção de Mãe Senhora. logo após o falecimento de Mãe Agripina em 1966. esteve a frente do Àsé zelando do mesmo com amor e determinação. o Àsé Òpò Àfònjá. Hoje quase 60 anos depois Stella de Òsòòsí está no comando de um dos terreiros mais antigos da nação Kètú – BA.ainda mergulhava de vez no mundo dos Òrísá. inovadora no posicionamento religioso e social dos terreiros de candomblé. Agripina Soares De Souza Òbá Dèyí . . no entanto. segurança. mãe Com o falecimento da Ìyálòrísá. em casa de Tio Joaquim. Osùn Ominiké. Maria Julia Conceição Nazareth. outros não. Aninha estava junto a mãe de santo. sucedendo então mãe ZUZU. Mãe Aninha tinha que residir na cidade à Rua dos Capitães. In memórian. Aninha era conhecida como boa comerciante. com forte ligação espiritual. Rocha. Estes dados foram recolhidos por conversa tida por meu Avo de Santo Sr. apesar da necessidade de sobrevivência e fé. foi então que obediente a filha do Rei. havia total ausência de recursos. com os mais velhos como sua Mãe de Santo Sra. novamente são consultados os oráculos após a morte de mãe Marcelina. daqueles que como meu Avó ouviram e viveram parte da historia e repassado a nós filhos e netos. era o tempo das águas ao ser proferido o nome. oferendas. condições básicas de vida. passa correndo. 1935. possuía uma quitanda onde vendia com bastante sucesso produtos africanos. girava. comprou uma roça no bairro de Amaralina. por Sia’ninha. ali . e se acostuma a ser chamada de mãe. extrema personalidade. acontece que Sango queria o seu próprio espaço. que foi uma das Iyalorisa do Opo Afonja. transporte. antes de viajar para Salvador. dos awos. meio que brincando. puxaram o Asé Iya Nasso Oka. a vida mostraria a Aninha toda a sabedoria de OBATOSI. se chovia um pouco era lama por todo o lado. à Rua Santa Cruz. Mãezinha.Nascida em 28 de Março de 1890. passou a chamar a filha um tanto seria. queriam outra Maria Julia. deu-se a guerra. Era filha de Sàngò Àgànjú Sòlá. partiu para a eternidade. a partir deste fato OBATOSI. em Santo Amaro da Purificação – BA. dizia que Aninha se prepara. quando esta aqui se instalou em Aninha lhe entregou o Àsé do RJ. dos resultados de seus negócios podia oferecer a Sango o melhor possível. que ficava próximo a barraca do mercado Modelo. quem podia um pouco tinha que procurar residência em local de mais fácil acesso. além de cuidar e dedicar-se a religião de seus ancestrais. Aninha leva tudo isto por conta da amizade devotada pela mãe de santo. Osùn Ominiké. tecidos. água. foi apartada Maria Julia Figueiredo. Agripina. sabedoria e. irmãos de santo. residente no RJ. viu-se em e implantou então o Àsé em Coelho da História de um Àsé Ìlè Àsé Òpò Àfònjá Falando da iniciação da senhora Paula de Osùn. Ligou-se a mãe Aninha. e tudo que necessário fosse. E. amigo de Mãe Aninha. Os primeiros tempos da nova vida foram passados no bairro do Camarão. enfim. estabelecia-se então o jogo da sucessão. Iniciada em 1910. vindo a fundar então o candomblé do Cantois. mulher de muita força. O tempo corre inexorável. participando dos rituais secretos. Mãe Ondina Pimentel. como nova Iya. este grupo dissidente composto de simpatizantes. tudo muito difícil. o tempo girava. e leva desta vida Mãe ZUZU. Senhora. um ano após a inauguração da roça de São Gonçalo. exercendo assim um mistério de iniciadora. e tudo que fosse necessário a ritualística. frente dessa enorme realidade. apesar de possuir aquelas terras. JOAQUIM MOTTA. auxiliada pela experiência de OBÁ BIYI. deu seguimentos ao Asé. dados recolhido de Mãe Stella e seus escritos. responsável por seu sustento e de tantas outras pessoas que haviam em seu redor. eram tempos difíceis aqueles. adquirindo assim maturidade. advertência da mãe. muitos apoiavam a decisões dos orisa. com Mãe Kantulina. elas se entre olharam mas. em sua gente. Dia 29 de Junho de 1912. Aninha não era de muita conversa. Oba Biyi. Obas existem em Òyò e no Asé Opo Afonjá. e desgostoso passou disertar sobre a vida religiosa. Bom o asé se desenvolvia de acordo com a vontade do Rei. ordenou que Senhora de Osùn. seu destino afinal os seus Pais eram Africanos Gruncys. a casa de Iya onde se cultua os orisa ancestres da famosa Iyalorisa. mais reticente ainda estava. nem todos tinham acesso a este local. e a eles todos os ritos eram cumpridos. gente chegando de todas as partes queriam serem abençoados pela Iyalorisa beijam-lhe as mãos. que tem o poder de condenações e absolvições. da formação na Roça de São Gonçalo do Retiro. serena. era a policia que a mando do homem. Indicou então em São Gonçalo um espaço para louvar as entidades ancestres. Osùn Miwa. da ligação de Aninha com Martiniano Elizeu Bonfim. no dia seguinte ao saber do ocorrido Mãe Aninha explicou que tivera a idéia de tirar os assentamentos levando para as moitas que houvesse profanações. construiu uma casa Iya. a festa continuava com muita alegria. o homenageado já havia chegado. começou então a festa. as Iyabás eram cultuadas na casa grande. onde iniciou Maria Bebiana do Espírito Santo. determinado a fazer cumprir o seu poder. uma casa muito bonita. naquele tempo lavavasse a Igreja por dentro e por fora. recebeu o espaço próprio de seu ritual diferenciado. aconteceu então o Awo. saias rasgadas. devido ser este um previlegio. e Iya Oba Biyi. Na casa de Iya cada orisa tinha seu espaço próprio para seus ritos. desenrolou os carretéis um a um. o Asé estava em festa. o dono de sua cabeça. os ministros dos reis. depois vinha a casa grande . deu-se a iniciação de algumas pessoas como por exemplo: Senhora Rosalina de Osaala. e aluwa. pensavam no pior. ouvia-se então um trotar de cavalos. o pessoal do candomblé mantinham fortes relações de amizades e intimidades com a Igreja Católica. fez-lhe uma visita. que fora precipitada. cânticos. subia a colina e com água. entoando cânticos desconhecidos. fez santo de Zalú de Aira. Osùn porém. por dever de princípios deveria da continuidade por compromissos de filiação ao culto Gruncy. ria mais ainda imaginando a raiva do senhor Pedrito. mudou-se para uma casa na ladeira da praça. ingratidões. atabaques furados. impunha forte personalidade a este Asé. e sorrindo lembrava que a pau que trança pau. solidões. a replica de regiões Africanas. o encanto. mas. a Iyalorisa fora iniciada por Nagôs. e 1 outro vermelho. perfumes e flores. Martiniano por determinações dos seus pais residiu muito tempo na Nigéria. rodeado de nativo era a casa de Ogùn. o trotar se fazia mais forte. o que fazer.na Rua dos Capitães. as filhas de santo entraram em pânico. deveria acabar com aquela manifestações de Negros. recriou no Opo Afonja o culto de Sango nos moldes originários de ÒYÒ. e regressou perto dos seus 30 anos de idade mais ou menos. e naquele dia. a casa de Osaala. tinham seus altares sagrados neste mesmo espaço. A casa de Sango é claro tinha um lugar de destaque. e a Azambriwó. assim introduziram o corpo dos 12 Obás. Para uma mulher de grande sabedoria naquela época. refletia sobre a religião. fato que já tinha ouvido contar. no entanto. e dentro do mato foi construído o Ile de Ode. a casa do caçador. sentia-se o cheiro dos cavalos. muita dança. percebia no entanto. Maria das Dores de Osoosi em 1907. do espaço culto dos Orisa Guncys. carências. sendo do culto Yoruba.S. a sua capacidade de aprendizado e pesquisa de busca as próprias raízes. Mãe Aninha somou os conhecimentos do Asé Iya Nasso Oka.da Boa Morte. foi para lá aos 14 anos de idade. surra dos policiais. vestida toda de branco e acompanhada pelas filhas de santo. residente à Rua Conagito. local de rara beleza e força. nada aconteceu. bem como. orisa das águas. os saldados se embrearam no mato e perdidos e atônitos não conseguiram chegar ate o barracão. recriando em São Gonçalo do Retiro. as vezes ela dizia. A Iyalorisa pensava. coisas de gente ignorantes. remove-se os assentamentos e os escondessem no mato. tinham os direitos e poderes de decisões sobre a parte segura do candomblé. Engenho Velho. foi uma das prioneiras da festa da lavagem do Bonfim. ela mesma varria e lavava a Igreja. além de Iya outros orisa Gruncy. que . um amigo. e o centro desta casa no seu interior havia uma fonte. em louvor aos orisa de Aniwó e Azambriwó. chamou um dos Ogã e pediu que este lhe trouxesse 3 carretéis de linhas sendo 1 preto. ordem são ordem. Um dia Padre José. a casa de Omolu foi feita em um circulo coberta de Sape. Anteriormente falamos da formação do Asé Opo Afonjá. Aninha tinha orgulho e muito orgulho de possuir estes ministros. de nome Fortunata. a magia. os julgamentos de varias questões a eles levadas. tal qual Aniwó. Mãe Aninha não era exceção a Iyalorisa pertenceu ativamente ao quardo de varias irmandades tendo sido priora da irmandade de N. foi juntamente com este conhecedor profundo que Iya Oba Biyi. em 1903. Sango dançava tranqüilamente no meio da dança. 1 branco. então Mãe Aninha demostrando compreenção com a pessoa amiga. anunciava para a roça inteira sua espetacular descoberta. preocupava-se muito com a liberdade de culto. sua repressão. nem tudo são flores. Jorge Amado. segundo relato de meu Avô Joaquim Mota. pelo o amor de Deus. Edson Carneiro. estava embasbacado com a astúcia. Padre José. todo seu carisma. cometerá uma traquinagem. pois é estas eram características de minha Bisavó Aninha. Moises chefe de todo um povo. e isto correu a roça inteira. para que houvesse liberdade para o culto e pratica do candomblé. vários politicosds freqüentavam o Asé. perguntou-lhe então mansa e tranqüilamente. dizia o menino Antonio. e sabedoria de Mãe Aninha. uma prova disto. não blasveme. a exemplo do próprio governador da Bahia. para que tenha autoridade espiritualo e possa ser chamado de sacerdote. . caso contrario é considerado um sacrilégio. minha vó Aninha fala francês. lucidez. e respeito. Mãe Aninha não discutiu com o amigo. pois é foi presenciada na Casa de Sango. fora por um acaso ordenado pelo santo Papa. mas. limitouse a sorrir. tendo em vista um decreto no sentido da liberdade da religião. eu sei que contribuiu como boa cristã. e sapatos de saltos. como quer dizer que o amigo. o sacerdócio tem que ser abençoado e ordenado pelo Santo Papa.ela mesma sofria dos mesmos problemas. mas os olhos lhe traíram ele não considerava de fato a Iyalorisa como uma sacerdotiza. e para varias obras caritativas. apesar da amizade. e dizia. A viagem obteve êxito. sai avó Aninha usando vestido elegante. o Padre disfarçadamente escondeu o sorriso com as mãos. dizia é o sacerdócio. a exemplo com que já ocorrerá consigo. muitos intelectuais tornaram-se amigos de Sianinha. minha vó Aninha fala francês. após pequena palsa Padre José quase se engasgou com a gostosa gargalhada. com as pernas cruzadas conversando com um grupo de Padres Belgas em missões pela Bahia. foi a viagem que fez ao Rio para estar com Getulio Vargas. grande profeta. posteriormente Kankafò.