Humberto Maturana e o Espaco Relacional Da Construcao Do Conhecimento

March 29, 2018 | Author: edwigesruah | Category: Emotions, Self-Improvement, Sociology, Communication, Knowledge


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Humberto Maturana e o espaço relacional da construção do conhecimento - Adriano J. H.Vieira Introdução Muitas são as definições que pretendem explicar o que seja o conhecimento. Certamente, cada uma delas apresenta avanços e limites neste intento. Merecem atenção, entretanto, as definições que, em sua estrutura, histórico de pesquisa e vivência englobam mais amplamente as áreas da vida humana. Atualmente, o pensamento de Humberto Maturana parece ser um dos mais significativos na procura pelo fenômeno do conhecimento. Para este biólogo chileno, o conhecimento é uma construção da linguagem. A noção de linguagem trabalhada pelo autor é a referenciada e construída nas relações, que, por sua vez, são emocionadas. Nos parágrafos seguintes apresento alguns tópicos do pensamento de Maturana a fim de compreender sua inserção no cenário mais amplo da educação e, em particular, na contribuição que oferece à organização do conhecimento que, no espaço escolar, considere a formação do sujeito numa perspectiva mais inteira em sua constituição como tal. Maturana e sua trajetória Em seus primeiros estudos de Medicina, no Chile e depois na Inglaterra, Maturana foi mapeando uma compreensão dos seres vivos como “entes dinâmicos autônomos em contínua transformação em coerência com suas circunstâncias de vida”. [1] A busca aprofundada desse desejo de compreender melhor a dinâmica do ser vivo levou-o a estudar Biologia em 1956, quando inicia seu doutorado em Harvard. Inicialmente sua busca perquiritória residia na neuroanatomia e fisiologia da visão. Ao longo de seu caminho investigativo foi traçando um quadro mais amplo de seu interesse biológico: o modo de operar sistêmico da neurobiologia e a organização sistêmica dos seres vivos. Mais tarde, suas pesquisas levaram-no à tese de que o visto é especificado pelo operar da retina, e não uma simples abstração do objeto material no qual a visão bate. Começou a por em xeque a noção absoluta da objetividade real. Maturana pauta-se por uma noção da biologia em que as emoções possuem um papel fundamental no desenvolvimento do sistema biótico. Acentuando o papel das emoções no viver humano, foi descobrindo o operar do sistema na construção do conhecimento como ação biológica. Propõe a emoção como o grande referencial do agir humano. Na pesquisa do sistema nervoso foi formulando sua idéia de ser vivo como sistemas de organização circular nos quais o que se conserva é a circularidade. Inaugura a concepção de autonomia do ser vivo, a autopoiése. Pensar o conhecimento a partir da autopoiése só é possível se entendemos cada vivente como sistema fechado [2], autoorganizado e auto-organizável. Para Maturana isso só é possível porque cada ser é em relação. O que determina, em última análise, a organização do vivo é sua própria autopoiése. Mas o que desencadeia é a relação que se estabelece entre vivo-meio-vivo. O organismo se autogere, mas só o faz na relação com outros organismos. Isso quer dizer que não é possível determinar quais as ações subseqüentes num processo autopoiético. Mas é possível saber que o vivo age e re-age diante das circunstâncias, já que vai organizando seu conhecer a partir do próprio ato de viver. Prefaciando uma das obras de Maturana, Rabelo comenta a idéia do autor: Viver e conhecer são mecanismos vitais. Conhecemos porque somos seres vivos e isso é parte dessa condição. Conhecer é condição de vida na manutenção da interação ou acoplamentos integrativos com os outros indivíduos e com o meio (Rabelo, 1998b, p. 08). Os estudos de Maturana explicitam o sinônimo entre conhecer e viver. A noção de viver-conhecer está diretamente vinculada com o modo de relacionar-se e de organizar-se nessa relação. Não se trata de adaptação ao meio. O viverconhecer na relação significa, ao mesmo tempo, a criação/recriação desse espaço relacional, e de outros, e a criação/recriação do sistema em relação. Pode incluir, em algum momento, a adaptação, mas vai além dela. Nessa relação criativa, meio-sistema, é que emerge o social. E o social é entendido como domínio de condutas relacionais fundadas na emoção originária da vida: o amor. Para Maturana: “A emoção fundamental que torna possível a história da hominização é o amor” (Maturana, 1999, p. 23). Ao falar de emoção o autor não se refere ao que convencionalmente tratamos como sentimento. Emoção, neste caso, “são disposições corporais dinâmicas que definem os diferentes domínios de ação em que nos movemos” (Maturana, 1999, p. 15). Assim entendida, a emoção fundante do social - o amor - é elemento estrutural da fisiologia humana. Maturana afirma que o amor é a emoção fundante do social porque: O amor é a emoção que constitui o domínio de condutas em que se dá a operacionalidade da recria os sujeitos dela participantes. os pensamentos. são processos que afastam o ser humano da natureza. os processos educativos competitivos e. que ensinam a competição. nem convivem com a distinção dos modos de operar dos processos de integração na cultura. estas culturas não lidam com o esgotamento da fonte produtora dos bens de subsistência. p. e as mudanças atinentes ao desenvolvimento. É isso que podemos estudar/observar. mas reciclável e integrativa. e não constitutivo do biológico” (Maturana. A questão situa-se na forma de relacionar-se e produzir de um modo sistêmico valorativo. ainda que rápida. toda produção cultural de um sem número de grupos humanos. mas. o trabalhar. não se pretende padronizar seus critérios para o conjunto da sociedade ocidental. A partir de uma visão mercadológica abriu mão da escuta e do diálogo com estas civilizações. Isso quer dizer que. é “lugar” de perene criação/recriação da vida. Para entendermos essa posição do autor convém uma olhada. e que pode ajudar nesta reflexão. mas de sua condição de quem pode dizer sua palavra. entre ser humano e seu planeta. Ou seja. nesta interação constante. 23). Por isso: “toda história individual humana é a transformação de uma estrutura inicial hominídea fundadora. Numa noção de progresso como produção e consumo. porque se constitui na negação do outro (. é a relação estabelecida entre habitante e habitat. A crítica a noção de progresso como algo que cinde ser humano e natureza encaminha para a valorização das culturas tidas e ditas como primitivas. É nessa consideração do humano como autônomo nas relações que Maturana encaminha uma noção de educação como vivência das relações mesmas dos indivíduos. Repito que não se trata de idealizar esta forma de viver como solução para os problemas que vivemos em nosso modo de operar. No sentido de que cada qual é tido como um legítimo outro no conviver. do ponto de vista social. Alijando-o não somente de determinado espaço eleito como digno. já que estabelece o espaço pelo qual compete como a única possibilidade de manifestação de alguém como sujeito. em sua constituição. fazem parte do mesmo fenômeno de relação do ser humano com seu espaço vital. pode-se reestudar e re-perspectivar os caminhos ocidentais de constituição da subjetividade humana e também da noção de evolução progressiva. nesta convivência. por este critério. Decorre daí a possibilidade de pensar o processo educativo do sujeito como construção de uma autonomia relacionada. p. p. A noção de desenvolvimento não é progressiva.. A partir daí. O viverconhecer. criando realidades que. por trabalhar a relação ser humano e natureza como modo de operar imbricados. no sentido de irreversibilidade do sistema biótico do meio. nesses modos de operar. do cenário que desafia pensadores como Maturana a buscarem alternativas viáveis para a educação que resgate as distintas dimensões do ser humano em sua cultura. é preciso observar nessas culturas – que são ecossistêmicas . num processo histórico e relacional. com sua História e impôs uma ditadura do padrão de consumo e da competição. mas é algo construído culturalmente. 1998b. No entanto. o Ocidente foi refutando. de maneira contingente com uma história particular de interações que se dá constitutivamente no espaço humano” (Maturana.aceitação do outro como legítimo outro na convivência. por decorrência óbvia. . Não se trata de sobrepor uma cultura à outra. Para Humberto Maturana. antes.) A competição é um fenômeno cultural e humano. é constante atualização do sistema. é preciso observar nessas culturas um modo de desenvolvimento auto-sustentável. Ao estudá-las. na naturalização do acúmulo. da propriedade privada e do bem estar. capaz de recriar sistema(vivo-humano)-meio. 1998b.a inexistência de depredação. a convivência. Decorre daí um processo educativo também integrado a esta intencionalidade. e é esse modo de convivência que conotamos quando falamos do social (Maturana. Para ele: “a competição não é nem pode ser sadia. exclui o outro de determinado processo. este agir humano nas relações é cooperativo. Os espaços educativos constituem-se em fenômenos sociais que manifestam. mas porque desconsidera o outro como legítimo outro. com fundamento nas emoções. que é este espaço/tempo das relações dos sistemas. 1998b. Pensada por esta via. nos presentes históricos de cada qual. o brincar. (im)pressionados pela contribuição da "bio-cognição-emocionada" de Maturana. por derivação. 28). na medida em que se constitui como social na perspectiva acima mencionada. Para Maturana a educação para a competição não se constitui em um exercício de caráter natural/biológico. COOPERAR OU COMPETIR? Uma das características que compõe o cenário da argumentação crítica da segunda metade do século XX. E o fazem não somente porque. Em outras palavras. o aprender.. 13). no sentido de que uma ação tenha de sobrepujar outras para ser considerada válida para o grupo social. os conceitos e os objetivos dos grupos sociais. Autonomia não significa isolamento. Por isso. enquanto sistema. Ao dizer que os sistemas vivos são determinados não quer dizer pré-determinados. assim. assim. para Maturana. quando algo externo incide sobre nós. Então a autoconsciência surge quando o observador constitui a autoobservação como uma entidade ao distinguir a distinção da distinção no linguajar (Maturana. Se entendermos a importância do processo relacional na ação educativa. 1998b. enquanto linhagem e enquanto indivíduo. . que se exercita na relação. Para Maturana a conversa. Pensa e desafia-nos a buscar uma educação que resgate a bio-centralidade. na convivência. que significa ‘com’. que determina. que significa ‘dar voltas’. Os grupos humanos. seus objetivos do educar. O autor vê a linguagem não como uma estrutura cerebral. Como o processo de determinação estrutural é constante. mas sim no fluir em coordenações consensuais de conduta” (Maturana. Quando afirma que. seres vivos. Do ser humano enquanto sistema que se espraia na cultura. somos sistemas determinados em nossa estrutura. assim. p. A operação que dá origem à autoconsciência está relacionada com a reflexão na distinção do que distingue. e do conhecimento construído a partir dela. mas de uma maneira autônoma e partilhada ao mesmo tempo. sua própria ação. Em outras palavras. a ação como tal. É de acordo com a relação estabelecida. como elaborações acabadas do cérebro humano. Para ele: “A palavra conversa vem da união de duas raízes latinas. a concepção educacional de Maturana busca resgatar a vida como centro de todos os processos sistêmicos. da fala. se a formação do outro como totalmente outro se constitui como objetivo da educação. por situações diversas. Entendo. de maneira que conversar. O que ocorre é a constante autogeração do sistema em relação com suas circunstâncias. mas se trata da construção de compreensões em torno de um fenômeno comum que vai se interpretando de acordo com a própria história construída em torno dele e da história estrutural do sistema interpretante. consciente ou inconscientemente. Estes. particular. mas como construto das relações do ser humano com os outros. em sua origem. pela autopoiése. deixam de ser atividades depositadoras de informações passando a constituir-se em exercício de conversa. mantendo a responsabilidade do sujeito por suas decisões. as ações são construídas nas ralações. passando da busca mercadológica como objetivo educacional para a melhor qualidade do conviver humano. para um caminho que valoriza os processos de relacionamento em detrimento de uma concepção cristalizada e fixa de linguagem. 80). As relações consensuais de conduta não se tratam de paridades conceituais dos envolvidos na ação como elaboração verbal. p. de nossa estrutura nesse momento. a conversa como forma inclusiva e extensiva do diálogo. e ‘versare’. no momento em que uma ação incide sobre ele. 27). ‘cum’. p. O lugar da vida e da amorosidade nos relacionamentos e ações dos viventes. mas. na ação educativa. Ao contrário. significa ‘dar voltas com’ outro” (Maturana.A educação para Maturana Acreditando na perspectiva do humano como integrado com seus pares. Para Maturana isso se dá de uma forma intersubjetiva. Quando Maturana fala em sistema determinado está se referindo a uma construção estrutural que vem se constituindo historicamente no próprio processo vital do sistema. da qual o trabalho é decorrência. Por isso afirma que: Nós. então é preciso repensar as interações em que o educando possa confrontar-se como autônomo nas ações relacionais e construa sua autoconsciência. Aponta. “Reconheço também que a linguagem não se dá no corpo como um conjunto de regras. não é determinada por ela. é ele. é o próprio sistema que determina a ação não está afirmando que este agir seja isolado de outras intervenientes. 1998a. p. 27). e não de algo externo (Maturana. A conversa constitui-se. Isso quer dizer que somos sistemas tais que. Atribui grande importância ao relacionar-se. biodiversificados. por sua vez. 1998b. 28). A educação sempre é para que. a linguagem como relação possui uma singular importância nos processos educativos. criação e não fim. é elemento central na relação que produz o conhecimento. o que acontece conosco depende de nós. Um fio condutor que nos ajuda ir refletindo a educação e a prática educativa é a mudança na finalidade da educação. 1998b. a ação é congruente. em um espaço relacional por excelência na ação educativa. que se faz possível no domínio das coordenações de ações no momento em que há linguagem. Para Maturana: A autoconsciência não está no cérebro – ela pertence ao espaço relacional que se constitui na linguagem. Essa relação do sistema com o meio cria a linguagem. vão pontuando. que esta comunicação não se trata da aceitação de mesmos conceitos. p. Na visão de Maturana. portanto. 29). ao conviver com o outro. no conviver. Outro aspecto importante a considerar é a permanência do processo educativo. mas sim a emoção. no convívio. O ato pedagógico é assim entendido como toda ação que alguém realiza no conviver. a congruência. Não existe intervalo no ato de educar no conviver. 1998b. No conviver como processo educativo. é comunicada aos sujeitos e transformada por eles na congruência. 1999. dos sujeitos envolvidos nela. Nesse sentido. já que na relação é que se estabelece a identificação do outro como legítimo outro. Para Maturana: O educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e. Na primeira o acento se dá no aspecto doutrinal da pronúncia. como fenômenos. Ao contrário de dispensar a especificidade pedagógica esta perspectiva pretende tornar os espaços artificiais de educação mais plenos das experiências do conviver. Os espaços artificiais de educação são aqueles criados pelo grupo social para além do convívio do núcleo familiar ou tribal próprios do ser humano. que não pode ser abarcada pela linguagem enquanto construção racional. como produto/produtor de novos . da educação como convívio. apropria-se dela para transformar-se e transformála. 29). mas. 1998b. possibilitar-lhe pleno sentido porque a fala passa a ser. Trata-se de estabelecer o espaço de ações que. além disso. O conhecimento passa a ser compreendido como organização do vivo nas relações que vai vivenciando. as considera como elementos constitutivos no novo ato do conviver. modificação. mais ou menos perceptível. Passa a ser uma consciência de si na relação. se transforma espontaneamente. cultura – cada vez mais humanizante. O educar deixa de ser entendido como um ato da fala enquanto apresentação de quem domina certas informações pronunciadas como verdades e passa a constituir-se em comunicação de sistemas viventes nas ações comuns. Por isso. Nessa responsabilidade autônoma-relacional do sistema como construtor de si mesmo se estabelece uma novidade perene nas ações interativas na linguagem.A autoconsciência aparece aqui mais abrangente do que uma concepção de autoconsciência como consciência de si enquanto si mesmo. Faz-se necessário aqui lembrar a concepção de linguagem não mais como sistema cerebral. portanto. por conseguinte. Considero aqui linguagem como espaço construído por ações que se tornam comuns. de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço de convivência (Maturana. pelo contrário. a transformação estrutural se dá a partir da compreensão sistêmica do estrutural. É contingente porque não nega a circunstancialidade. p. uma autoria. Porque há relação há. em aspectos centrais. O próprio ato de conhecer-viver se constitui em uma leitura da relação cognoscente-vivente. possuem um fim comum. no processo educativo. Por isso “o futuro de um organismo nunca está determinado em sua origem” (Maturana. a ação do dizer desde a autoridade. Não se trata de negar a autoridade de quem fala. ao mesmo tempo. Repito. A congruência. já que. Por isso a mudança é estrutural. o conhecer-viver é elemento fundamental no processo de conscientização. 29). e o resultado disso é que as pessoas aprendem a viver de uma maneira que se configura de acordo com o conviver da comunidade em que vivem” (Maturana. “ocorre como uma transformação estrutural contingente com uma história no conviver. p. são consensuais. Valorizar e possibilitar a plenificação do conviver nos espaços educativos é caminho para existencializar o conhecer-viver e assumir a cultura como uma das dimensões do convívio de tal modo que se torne – ela. Trata-se de uma relação. nesta perspectiva. por lidarem com elementos comuns da linguagem. ao contrário. A noção corrente de linguagem lida com os pressupostos da racionalidade e da estrutura cerebral lingüística como lugar de leitura e interpretação dos signos. no sentido de um ser tocar o outro ser nesse contato. O pressuposto da afirmação da centralidade do conviver no processo educativo reside no fato de este conviver não constituir-se simplesmente em estado. Tal perspectiva ancora uma educação continuamente criada e criadora do conhecimento-vida. que é a comunicação mais possível inteira do ser humano. em outras palavras. No sentido de ter dois ou mais sujeitos intocáveis e refratários um ao lado do outro. E. Em vista disso. se dá na linguagem. é que vai construindo os critérios de validade para a maior qualidade do conviver. não despreza o acúmulo que as experiências anteriores do conviver lhe ofereceram. mas pela linguagem construída nas coordenações de ações consensuais. À guisa de conclusão Conceber o conhecer-viver nas relações. ao contrário. Para Maturana não é mais a razão que fundamenta e embasa as ações e a comunicação. A congruência reúne os modos de proceder nessa relação que tornem as ações compreensíveis aos integrantes desse lugar de convívio e que. qualquer ação comunicada interfere na totalidade do sujeito. 1999. incorrendo no mesmo equívoco do absolutismo. . No agir comum da sociedade contemporânea. A história do/s observador/es que olham o fenômeno. a história. 29). Discurso proferido por Maturana por ocasião do recebimento do Prêmio Nacional de Ciências 1995. A autopoiese é a qualidade do ser vivo em “especificar e produzir continuamente sua própria organização através da produção de seus componentes” (Maturana. Não se trata de uma contraposição a “aberto”. Fechado quer dizer que o sistema mesmo é dotado de mecanismos de autosustentação. mais complexo. a história do fenômeno até o momento mesmo da observação/compreensão de quem o observa. que guarda a noção de organização como sinônimo de compartimentalização. 2. 1997. Para Maturana “os educadores. Num primeiro momento a noção de autoria pode parecer-se com espontaneísmo. Isto é: refeito. p. O que requer pensar os tempos/espaços pedagógicos. esta organização que pressupõe autorias no ato de conhecer-viver pode parecer um tanto difícil. Usa o termo “fechado” no sentido de que as relações de componentes “que a definem (a máquina autopoiética) sejam continuamente regeneradas pelos componentes que produzem” (Maturana. Num sentido bio-materialista o sistema (vivo) é fazedor do sistema mesmo. Esta noção de sistema está imbricada com a autopoiese. sublinhando no próprio texto. o sistema é. num plano interativo. Em vista disso o educador/a também é um auto-observador constante de si e suas ações na ação educativa. durante toda a vida. mas fechadas são as macro condições dessa relação. as condições e circunstancias do educador que propõe o processo de encontro entre o conhecedor e o fenômeno. p. Leia o texto e destaca idéias que achares importante. Universidade do ChiLE. Assim compreendida a educação deixa de ser uma seqüência de atos estanques.conheceres-viveres e do espaço das relações onde este se dá implica em pensar a organização do ensino de modo que privilegie o convívio como espaço denso desse viver-conhecer. ATIVIDADE INDIVIDUAL 1. qualquer dizer como válido por si. 1997. Ao falar em “sistema fechado” o autor se refere aos seres vivos. Essa mirada diferente sobre os processos educativos compreende uma complexidade de fatores que intervem no momento mesmo do conhecer e do sistematizar esse conhecimento. simplesmente. Comenta com tuas palavras 1 dentre as idéias que destacastes. protosustentação e retrosustentação. por sua vez. confirmam o mundo que viveram ao ser educados no educar” (Maturana. 71). no sentido de relações com o meio. 71). A primeira concebe o sujeito como virtuoso no seu dizer sobre o mundo. e passa a ser uma ação contínua. p. A segunda considera. sem significados por si mesmos. Presentación.
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