museu catalogo 08.12.04 13:10 Page 2 museu catalogo 08.12.04 13:10 Page 3 EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA 70 ANOS DE LONDRINA NOVEMBRO 2004 A P R E S E N TA Ç Ã O A exposição temporária que o Museu Histórico de Londrina “Pe. Carlos Weiss”, em parceria com a Prefeitura Municipal e a Sociedade Amigos do Museu – SAM, apresenta à comunidade, por ocasião das comemorações do Setentenário, é fruto da participação interativa dos diversos segmentos, nela, representados. A intenção do Museu é criar um espaço onde as contribuições dos diversos grupos formadores da cultura londrinense possam ser exibidas aos visitantes, de modo que estes constatem as diferenças culturais entre os povos e, também, em algum momento, encontrem sua própria identidade cultural, compreendida e envolvida pela ação política. Queremos mostrar, também, como a construção desta cidade foi o resultado do trabalho abnegado e contínuo de cada migrante e imigrante que aqui se estabeleceu. Mas você pode ser um visitante espacialmente distante de Londrina. Mesmo assim, é nossa intenção que você possa compreender que, nesta cidade, ainda que marcada pelas diferenças sociais, econômicas e culturais, seus integrantes puderam construir uma comunidade caracterizada pela hospitalidade e pelo trabalho. Nesta Exposição “O Povo que Fez e Faz Londrina” você constata a intenção de encurtar as diferenças, ficando assim, justificada nossa crença do quão importante é viver em um país democrático. PROF. JOSÉ CEZAR DOS REIS DIRETOR DO MUSEU 04 13:10 Page 4 .museu catalogo 08.12. 12. Se a cidade começou projetada para ter 30 mil habitantes. poloneses. é que continuamos a cultivar esse pensamento e sentimento de construção. como Mário Bortolloto e Paulo de Moraes. ainda ontem. continuamos na vanguarda da geração de empregos. cuja principal vocação é tornar a cidade um circuito expressivo. os processos artísticos estão demandados no Município. escolas e áreas de lazer. surgiram vanguardas. no meio da mata. A cidade tornou-se pólo universitário e. paulistas. A Prefeitura Municipal e a Secretaria Municipal de Cultura são parceiras do Museu Histórico de Londrina “Pe. Somos todos nós londrinenses. corajosamente. surgiu o escritor Domingos Pellegrini. surgiram dramaturgos. começaram a chegar os primeiros de nós.com ilustres poetas. Hoje. emoções e opiniões e expressá-las das mais diversas formas. geramos publicações. shows. da Prefeitura Municipal.. mineiros. Ela diz muito sobre nosso espírito de hoje de amanhã. cientistas e artistas. na altura de seus 70 anos. surgiu a Academia. portugueses. surgiram iniciativas como o Festival Internacional de Teatro e o de Música. prosadores. Bela exposição! Felicidades. De Londrina. gaúchos. como os músicos Arrigo Barnabé e Itamar Assunção. que cobrava trabalho e oferecia-nos esperança. Continuamos a embelezar o cenário urbano. a fomentar a idéia de pólo tecnológico e a iniciar um anel de empregos. surgiram poetas. O poeta Paulo Leminsky amava Londrina e chamava-a de “cidade mais inquieta do planeta”. Japoneses. A efervescência criada mostra que a expressão pelas artes leva as pessoas a se darem uma nova dimensão de valor. da inquietação universitária.. podendo entrar em contato com seus sonhos. seus protagonistas. russos. Ela é o que fomos. E geramos exposições como “O Povo que Fez e Faz Londrina”. levou a produção e circulação artísticas para todas as regiões do Município. agora fazendo os lagos na Região Norte. ainda nos consideramos capazes de planejá-la. Através do Programa Municipal de Incentivo à Cultura – Promic-. O Programa Rede da Cidadania. festivais. hoje temos 450 mil e. como Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça. locais públicos. Londrina! VALDIR GRANDINI ALVARES SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA 3 . Carlos Weiss” e da Sociedade Amigos do Museu – SAM – ao promover essa exposição. destaques do novo teatro brasileiro. O que parece mais estimulante nessa cidade. nordestinos e outros foram convivendo na multiplicidade de culturas e cooperando com o ambiente que toda construção exige. o vanguardismo e a sintetização cultural são nosso DNA. já se sabia que a “clareira”. ingleses. A efervescência. espetáculos artísticos para salas vocacionadas.museu catalogo 08.. era uma “terra de oportunidades”. italianos. de obra inacabada. Somos resolutos pioneiros em implantar no País uma política universalizadora do acesso à cultura.04 13:11 Page 5 NOSSO ESPÍRITO EM EXPOSIÇÃO Quando em 1929/1930. .. . e os colonos a colherem café. confundiam ficção e realidade. demonstração inequívoca daquilo que nós. .e. olhando de longe os moços elegantes em seus ternos bem-comportados. E. chapéus de feltro à cabeça. a oferecer lotes à venda.12. vindo do meio da mata.... e o baile do Redondo. também.museu catalogo 08. trabalhando ao lado do pessoal do Museu. Ao atravessarem o túnel de acesso ao Museu. uma parte da vida presente de cada cidadão londrinense. eram interpeladas por pequenos jornaleiros que bradavam as últimas notícias: a inauguração da ponte sobre o Tibagi. quase que acreditando em que o trem estava. todos presenciamos o trabalho parceiro do público e do privado. Um mergulho no passado: assim. prestadores de serviço. As pessoas na plataforma . no pátio.. a chegada do trem a Londrina. até se transformar numa explosiva emoção. como grito. num crescendo. e a Catita. todo seu processo de planejamento e montagem.. chegando com pioneiros. de fato. o envolvimento e a colaboração de empresários. crescendo. voluntários da SAM. consideramos ser o objetivo maior e precípuo de nosso Museu: não apenas um guardião de objetos e arquivos do passado...tantos idosos pioneiros ali presentes. passado e presente. A comunidade participando ativamente.04 13:11 Page 6 As pessoas chegavam à praça e deparavam-se com a banda a tocar dobrados que remetiam aos idos anos trinta. o apito.dados. por fim.. e o som resfolegante da máquina a vapor aproximando-se.. chegando. um mergulho em gratas reminiscências de Londrina: assim. mas. profissionais liberais. inefáveis lembranças de família.e os corretores da Companhia de Terras. MARIA LOPES KIREEFF PRESIDENTE DA SOCIEDADE AMIGOS DO MUSEU . com seus longos guarda-pós que os protegiam da poeira vermelha. moçinhas trajando vestidos de festa e brancas meias de seda passeavam de braços.. envolvidas na magia daquele momento.terra roxa. a oferecer objetos e móveis. . na montagem dos cenários. foi o feliz inaugurar desta exposição. Comovidos.. ao longe. a chegada do trem! Ouviu-se...SAM . e com a participação delas.museu catalogo 08. arquiteta IGNES DEQUECH ALVARES CURADORA DA EXPOSIÇÃO contribuiu para o . mas sim. Através do mobiliário destas famílias. mostramos parte da cultura que desenvolvimento da cidade. um pouco do cotidiano das etnias do povo que fez Londrina. apresentar de forma lúdica e cenográfica.12.04 13:11 Page 7 A proposta desta exposição não é simplesmente mostrar peças históricas. quando agimos coletivamente. cotidianamente.museu catalogo 08. diuturnamente.04 13:11 Page 8 o povo que faz Objetivamente. a expressão “O POVO QUE FAZ” terá um sentido real. ao fim de nossas existências. então. deixar às gerações futuras um mundo cujas instituições possam tornar mais tranqüilas a busca da história. Como fazer coletivo. também. quando agimos individualmente. JOSÉ CEZAR DOS REIS DIRETOR DO MUSEU . ou. Como templo de memória. é o resultado da somatória de nossas ações. o museu tem procurado manter fora do espaço temporal do esquecimento. PROF.12. Fundamentados nestes princípios. Aí. dedicam suas vidas na busca de resultados que envolvessem não só a melhoria de suas condições. procuramos nos imbuir da intransferível responsabilidade de. o resultado das ações de cada homem e mulher que. Esta forma de agir tem inspirado todos nós. a história é elaborada. o bemestar do outro. mas. certificado de reservista. diploma. certidão.museu catalogo 08. registro de nascimento. carteira de identidade. recibo. licença especial. caderneta escolar. cessão de direito. brevê internacional. escritura. convite. Documentos fornecidos por pioneiros como: atestados.12. cardápio. carteira profissional. carteira social. passaporte.04 13:12 Page 9 o povo que fez Acervo do Museu e empréstimos. título de eleitor e título de nomeação . Na margem esquerda do Tibagi. Pertencentes ao tronco jê.12. embora ainda seja freqüente com K. até porque participavam diretamente da fabricação de cachaça. Combateram sistematicamente. outras vezes. relacionados ao quadro sócio-cultural e cosmológico da tribo. xadrezado. Supõe-se que tenham sido minoria no território do Guairá e. à altura das sobrancelhas”. por coroados. são imagens de animais que compõem a mitologia kaingangue. pelos Diários e Emissoras Associados. malária e alcoolismo. chapéus entre outros objetos. desde 1770. convivem com brancos e são integrados à força 8 de trabalho. a partir de 1855. pela linguagem. descreveu-os Saint Hilaire. deixando crescer os cabelos por detrás e os cortando na testa. em segmentos.300 kaingangues. Balaios. Observa-se toda uma disposição geométrica harmonica conferindo-lhe grande valor artesanal. canal inaugurado. camés e xoclengs. Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. os kaingangues “representam hoje uma família própria” e são conhecidos. ante o poderio dos brancos. são 25 mil kaingangues. Ficavam com uma “coroa” –ou careca– semelhante aos dos padres recém-ordenados. mas. porque “tonsuravam no alto da cabeça.categoria dos entrecruzados-. criada em 1900. atraídos para o Aldeamento de São Pedro de Alcântara. não raro massacrados. utilizam a anilina para colorir. enaltece os primitivos habitantes da região de Londrina. espalharam-se os coroados ao longo dos rios paranaenses.04 13:12 Page 10 Kaigangues Primitivos habitantes Atualmente. Exemplar de cestaria executado pelas mulheres da Reserva Indígena de Tamarana. com tiras de taquara entrelaçadas. constituem o acervo artístico e fonte de renda à grande maioria. kaingang. os bandeirantes têlos-iam evitado. muitos morrem de gripe. O grupo sempre se localizou na Região Sul. obedece à técnica de trançado sarjado. peneiras. A feitura. Na atualidade. por causa da ferocidade. hexagonal e arquivado . a prima tonsura. vivem atualmente 1. Após o apresamento e o êxodo dos guaranis. Coroados. defendendo seus espaços. Os desenhos nas cestarias são altamente simbólicos. cestos. . resume o Aurélio. em 1963. Estudiosos recomendam a grafia com C. TV Coroados. Na reserva ao Sul do Município.museu catalogo 08. Degradados física e culturalmente. juntamente com escravos. acabaram submetidos. no Paraná. em São Paulo. museu catalogo 08.12.04 13:12 Page 11 . 04 13:12 Page 12 .museu catalogo 08.12. em 1940. e um grupo paulista adquire o patrimônio da Companhia de Terras. gerente-geral da empresa. por sua dedicação à cidade.04 13:12 Page 13 Ingleses Whisky no sertão Eles preferiam que os chamassem de britânicos – british –. são adquiridos 517 mil alqueires pelo grupo inglês que recebe do Governo do Estado títulos definitivos. cerca de 3.3%. José Comussi. em 1943. No período 1925-28. A colonização prosseguiu com sucesso e. em apenas 75 anos. com o passar dos anos. na história.9 milhões. pagando aos antigos concessionários –mencionam-se também posseiros–. Quando chegaram. incluindo uma ferrovia. o mais venerável. provavelmente. porque. do qual mantinham estoques. até morrer. na década de 20. em Londrina. em maioria. o 16º Lord Lovat. grande parte das glebas estavam concedidas pelo Governo do Estado a outras empresas ou pessoas físicas que se propunham a colonizar. são “os ingleses da Companhia de Terras”.museu catalogo 08. o Estado abre mão. depois de prévia consulta ao Governo do Estado. Os ingleses tinham vendido apenas 23. adquiriu aquelas áreas. Em apenas 30 anos. fez o Paraná “saltar” de 1.350 milhão de habitantes. estimulando outras iniciativas. há 600 anos na Grã-Bretanha. um dos países do Reino Unido da Grã-Bretanha. oferecendo-o em subsídio à construção da ferrovia. se revelaram inertes. O grupo de investidores liderados pelo lorde escocês. Simon Joseph Fraser. do valor que deveria receber pela nova concessão. Sem eles. A identificação mais notável para quem os visitasse era a cortesia com o melhor whisky de origem. Documento: acervo do Museu Histórico de Londrina Recibo de compra de lotes de terra pelo sr. para 6. em 1970. talvez nem existiria Londrina. tendo sido Arthur Thomas. Por causa da 2ª Guerra Mundial. 51. E. encontravam-se ao Norte. a ocupação do Norte Novo do Paraná não se efetivasse. Londrina 14/03/1934 11 . supostamente sem capital para fazer a infra-estrutura. que desejava apressar a ocupação do Norte Novo. membro de uma família. o escoceses que viveram. mas que.5 milhões de habitantes. os ingleses retiram-se. eram naturais da Escócia.12. Mas. a população estadual havia crescido cinco vezes.43% das terras. entre os médicos. Em 1947.museu catalogo 08. puíta ou quijenge. na fundação de Londrina. o professor. Em 1938. A comunidade negra mantém a representatividade nas profissões. de avós que foram escravos. abrigava uma “mescla de nacionalidades”. Paulo. Em 1880. o “clube dos negros”. 191 caiguás. . quando se aposenta.04 13:13 Page 14 negros Em todas as frentes O Aldeamento de São Pedro de Alcântara. eleito por Londrina. 210 coroados (kaingangues). o político. área hoje com a frente para a Avenida Higienópolis.12. para ser tratorista da Companhia de Terras. o advogado. E. Paulo compraram dez alqueires na margem direita do Ribeirão Cambé. é o elegante contabilista (”guarda-livros”) José Benedicto Silveira. O lavrador. no primeiro ginásio aberto da cidade. idealizadores desse instrumento musical de percussão. não era restrito a índios. em 1957. o formador de lavouras.200. que chegaram a 1. também conhecido por “berimbau”. que se estabelece em 1935. o médico. Introduzido no Brasil. carinhosamente. e funcionaram um curso noturno de alfabetização. embora não fizessem distinção de cor ao inscrever sócios. lá estavam identificados 134 da “raça portuguesa ou mistos”. descendentes de ex-escravos no Estado de S. e distante apenas 25 quilômetros. a Associação Recreativa Operária. até 1909. Na Associação. a partir do século 16. de “Doutor Preto”. Os negros chegam a Londrina para as mais diferentes atividades: o desbravador. Manoel Cypriano. Palavra do vocabulário dos antigos escravos procedentes de Angola. 185 guaranis e 43 africanos. ainda que precariamente. torna-se o primeiro deputado estadual. lutando contra a febre amarela silvestre. 1 italiano. mas a crônica de uma família pioneira indica que em 1930. o tifo. Panela de ferro fundido. atualmente Município de Ibiporã. utilizada na cozinha pioneira para grandes porções de comida nos ranchos dos trabalhadores. Congo. converte-se em agente social e cultural. nas artes e nos movimentos pela cidadania. embora o Aldeamento tenha durado. Na década seguinte. que a comunidade aprenderá a chamar. Ele funda. Não se tem notícia da presença de africanos de origem. a malária e outros males do 12 sertão. ele é o professor de matemática e de latim. juntamente com o advogado Oscar do Nascimento. encontra-se o baiano Justiniano Clímaco da Silva. margem esquerda do Tibagi. em 1938. nasceu a primeira escola de samba da cidade. 50 anos após aquele “censo”. filho de pioneiro. com pessoal da Prefeitura. uma pré-escola e um parque infantil. o casal Lina Tecla e Oduvaldo Silveira. nos esportes. conhecidos por “peões” abridores de estradas e sítios na região Urucungo. Moçambique. que deixou o Estado de S. 04 13:13 Page 15 .museu catalogo 08.12. 04 13:13 Page 16 .museu catalogo 08.12. transmitia confiança aos patrícios. haiku. cerimônia do chá. acalentado. procedentes de Santo Anastácio (SP). na gleba atualmente ocupada pelo aeroporto. já experientes no trabalho com o café no Estado de São Paulo. os japoneses praticam a solidariedade. após a abertura da clareira que deu origem à cidade. os 4. Gueta. constróem a sede da Associação Japonesa e inauguram a primeira escola da zona urbana. Grande parte da comunidade tornou-se urbana e. página 1. Daifuku. Na culinária (sukiyaki. Londrina é “cidade irmã” de Nishinomiya. apropriado ao café. Assimilam costumes. os primeiros compradores de lotes rurais registrados são seis japoneses: Massaharu Ohara. a escola. são de duas famílias: Yoshimi Kazahaya. Seção Palhano. atualmente. Seção Fraser.. figueiras. conduzidos por um funcionário da empresa. mas também influenciam. e a liberdade. Encantados com perobas. a evidenciar o solo fértil. e de Nago.. karatê. a Companhia Inglesa iniciou a colonização. de Monte Alto (SP) e Duartina (SP). sushi. alimentação. desde 1980. em junho de 1908. Toshikazu Yamate. na Província de Okinawa. a morarem em lotes adquiridos. Uma das sete divindades japonesas às quais se acredita trazer a sorte e fortuna à casa. cerceada no período da 2ª Guerra Mundial. em 18 de junho de 1933. culturais e científicas. Hikoma Udihara. Com a finalidade de intensificar as relações comerciais. “Onde três japoneses se reúnem. 533 japoneses.04 13:13 Page 17 japoneses Donos da terra de trabalho Com menos de 10 anos de fundação. . Colônia Dai-Ikku/DaiNikku. nela. O associativismo prossegue na Colônia Central. atuando em todos os setores. estátua em madeira. entre eles. disciplina. tamanco em base de madeira utilizado pelas mulheres japonesas em seu dia a dia. Moshim Yamazaki. Kootaro Hayassaka e Kunijiro Hara. há os que vão trabalhar no Japão (os dekasseguis). respeito à hierarquia. em Londrina. no esporte (judô. ante as diferenças de língua. costumes. teatro e outras artes como ikebana. eles compram 80 alqueires. Preservando os princípios mais caros. enquanto outros continuam “fazendo Londrina”. com suas respectivas família. haikai.museu catalogo 08. Mas os primeiros japoneses. sashimi). Toshio Tan. na Província de Hyogo. kendô. na Rua São Jerônimo. em 1930.” Em terreno doado. apenas três meses. cedros e pau d’alhos gigantescos. estabelem15 se no patrimônio em outubro de 1931. em dezembro de 1929.. Mitsugi Ohara. Vinte anos depois. as tradições. desde que os primeiros imigrantes desembarcaram no Porto de Santos. beisebol.12. o agenciador e o motorista japonês de um Ford. poesia – tanka. e o agenciador japonês. Os japoneses realizavam o sonho de serem donos de um pedaço de chão. Londrina é uma autêntica Colônia Internacional. nasce uma associação e.746 compradores de lotes da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) representam 31 nacionalidades. gateball) música. No livro de vendas da CTNPR. Massahiko Tomita. Jardim Shangri-lá. com dois sócios. durante a Segunda Guerra Mundial: bens indisponíveis. de quem recebia um burro arreado. Schaukelstuhl. avô ou pai. a Companhia de Terras terceiriza o transporte de passageiros. procedente de São Paulo. associado à primeira revendedora de automotores – Agência Chevrolet-. Kurt Müller. Os alemães Alberto Fleuringer e Frida Spenner Rohde. nasceu uma das maiores empresas do ramo no país. Austríacos trabalham na demarcação de glebas e tornam-se agentes de vendas da colonizadora.museu catalogo 08. segue-se um período difícil para os alemães. um deles austríaco e mecânico-chefe Mathias Heim. . “gerenciador” do meio de transporte. o suíço José Ebner aparece. utilizado pelos moradores do Tirol Baviera e Áustria. preserva. Londrina é lugar para o encontro de alemães. Carlos Strass. o abridor de picadas a serviço da Companhia de Terras. utilizada pelos membros mais velhos da família. Quem chegasse com a pretensão de comprar lote.04 13:13 Page 18 Alemães. estabelece-se com torrefação e moagem de café. cadeira de balanço. em 1930. chegou em 1933. antes do fim da década. dedicam-se a refrigeração. enquanto os alemães expandiam o comércio. entregando as jardineiras a uma firma. em 1933. a eficiência com técnicas modernas e a criatividade. Talvez tenha sido o primeiro de sua nacionalidade a “baixar” naquela boca-de-sertão onde instalou uma fábrica de gelo. 16 Ainda em 1933. o primeiro vigário da paróquia. no Heimtal. muitos vão embora. Na metade da década de 1930. eletricidade e eletrônica. gerenciam o primeiro hotel. Alemães. Spartaco Bambi. líderes comunitários presos e após a geada de 1947. Integra o traje dieario e em dias de festas recebe um enfeite de pluma no lado esquerdo. já demarcadas. Alberto Koch. em 1929. que. agrônomos. até hoje. engenheiros o primeiro médico. era apresentado ao tropeiro da Companhia. era o tropeiro. e seu irmão Amadeu. as marcas culturais. austríacos e suíços. e o único comerciante no Patrimônio Três Bocas -futura cidade-. austríaco. e. instalam matadouro e frigorífico. A colônia remanescente entretanto. o primeiro dono de padaria Alemães também se fazem representar em outras atividades: agrimensores. À prosperidade nos anos 30. Assim. a família do agricultor Guilherme Kernkamp. chápeu esverdeado. nas décadas seguintes. a permanecer. Carlos Dietz.12. o austríaco José Licha. Intérprete na recepção a alemães foi o suíço Ernst Caspar. para ir conhecer as glebas. sempre presente nas salas das casas alemãs. Tirolerhut. austríacos e suíços Unidos pela vontade de vencer Com menos de cinco anos de existência. instalada no ano seguinte. Frederico Schultheiss é o segundo comerciante e Oto Gärtner. 12.04 13:13 Page 19 .museu catalogo 08. museu catalogo 08.04 13:14 Page 20 .12. E a cidade ganha mais uma família portuguesa. Peineta ou pente de adorno. na então Rua Heimtal. agilizando as primeiras construções no meio da floresta. cuja renda será proveniente da madeira ainda pelas próximas duas décadas.museu catalogo 08. que serraram todo o madeiramento para a construção do primeiro Hotel Campestre e o armazém da Companhia de Terras. as primeiras casas refletem também o trabalho dos portugueses. o trem. Paulo. E Villar destaca-se também. à campanha “Dê ouro para o bem do Brasil”. Doravante. Celso Garcia Cid. Antônio Augusto de Farias. José Lopes e filhos consolidam o transporte coletivo urbano. e posteriormente ao conterrâneo e pecuarista de renome José Garcia Villar. Mas a colônia começou também com. No fim da década de 1. A comunidade.04 13:14 Page 21 Portugueses A madeira. Tomás Gonzalez Calderon figura entre os fundadores da Associação Comercial. dentro da primeira derrubada (clareira) de dez alqueires”. em 1964 fez um gesto de agradecimento à terra. utilizada pelas mulheres espanholas da região de Sevilha em ocasiões especiais como um complemento da mantilla. A contribuição de Celso à melhoria genética do rabanho bovino será notável. 15. com a Viação Urbana Londrinense. e suas filhas Sebastiana e Maria Gonzalez Vicente. atualmente Avenida Duque de Caxias. areia e cimento para a construção da ponte no Rio Tibagi. até séc. e outros comerciantes de café. estão entre as primeiras professoras do Grupo Escolar. na tarde de 21 de agosto de 1929. ao trazer da Índia animais das melhores linhagens. que tanto contribuiu para o Município. o ônibus São presenças assinaladas. estará sempre correndo à frente. ser fundada Londrina. cereais e madeiras em 1934. produzindo os dormentes que vão suportar os trilhos que. Anotou o chefe da expedição: “Logo depois foi contratado um grupo de carpinteiros portugueses. seu filho José Garcia Molina. puxa pedra. o português. proprietário de um “caminhãozinho” que.145 gramas de ouro 24 quilates. deixa de ser lavrador. Originalmente eram feitos de conchas de tartaruga. suínos. Personagem do ciclo da madeira. 19 . e expandiu-se com o comerciante Antônio dos Santos Noivo. chegarão à estação de Londrina. também. seguiram a ferrovia. em 1937.950. Manoel Henrique Catarino. proprietário de uma das primeiras pensões. nos lugares onde derrubavam as árvores. em fins de 1932. Espanhóis. no Estado de S. nos primórdios de Londrina. No patrimônio que ganha características urbanas. em 1931. Modelo popular de vaso português que evidencia em sua decoração e feitio a influência da dominação árabe na península ibérica. entrega uma enxada. na cafeicultura e comércio de cereais. Numa homenagem póstuma a José Garcia Villar. em 1935. atual “Hugo Simas”. e alcança a ferrovia em Jataí. está fadado a ser grande empresário do transporte de passageiros associa-se a um austríaco Mathias Heim.12. fabricada com 2. Os exímios serradores “tiravam” as tábuas dos troncos. a colônia é deslocada para um lote contíguo. os ícones ocupavam sempre o lugar de honra. só alguns anos depois. Acentua-se a presença russa e. em abundância.04 13:14 Page 22 Russos “Chegamos!” A expressão corresponde à fundação do Patrimônio Três Bocas. sabendo só algumas palavras. acima de 40 graus. Outro jovem de 30 anos chegava neste mesmo ano.museu catalogo 08. e passam ao frescor da mata virgem. A Páscoa era festejada com as pessancas. em julho de 1935. porque a Região Sul do Município estava sujeita a geadas rigorosas. Prato em madeira com formato de cogumelo estalhado e pintado à mão. cedendo espaço à Usina Três Bocas que os imigrantes ajudam a construí-la. como almoxarife da estrada de ferro. havia naturais da Sibéria que quase não suportavam o calor indiano. e. há quatro anos. em Português. “Chegamos!” – disse o engenheiro e agrimensor russo. tentava se reerguer das ruínas. Em 1941. encontra-se o Barão Von Drachenfels. de não se deixar escravizar na Rússia comunista. a América surgia como uma fonte de futuro seguro. aqui. perobas e gurucaias gigantes. porque o núcleo também acolheria russos. lembrando a terra de origem. Vindo da distante Ucrânia. nas décadas de 50 e 60. casando-se com uma alemã. que eram trocados entre amigos. destruída pela Primeira Guerra Mundial. fugindo da revolução comunista. Nos lares. que fincou o primeiro marco.” É provável que esta sentença. depois Londrina e a presença do primeiro russo. na região. na Índia. então. o jovem chegou a Londrina em 1933. A terra hospitaleira recebeu-o de braços abertos e. e. 20 “Russos. onde vocês estiverem. encontrou seu destino. e o núcleo dissolveu-se. . com palmito e animais silvestres.12. Segue-se um surto de malária que os obriga a se retirar temporariamente. tenha confortado os imigrantes que. há mais tempo. depois. projetou a cidade. na tarde de 21 de agosto de 1929. É ele que sugere o nome Heimtal – “casa do vale” –. Londrina recebeu-o tão bem que na década de 40 foi responsável pela vinda de várias outras famílias de ucranianos. entre os corretores da Companhia de Terras. tinham de ser auxiliados por conterrâneos. embora com a predominância de alemães. O clima ameno influi para a Liga das Nações comprar da Companhia de Terras uma área margeando o Ribeirão Três Bocas. ovos pintados à mão. Os russos não puderam ser cafeicultores. de autor desconhecido. mandou chamá-la. cujos troncos necessitavam de quatro homens para abraçar a cada um. Os ucranianos mantiveram seus costumes e tradições. e. casaram-se. amem a Rússia presente. Parecia aquele mundo verde um prêmio à determinação de buscar a liberdade. estão refugiadas. dividida em lotes de cinco alqueires para 13 famílias russas que. Deixara em sua pátria a noiva querida. passada e futura e sempre sejam filhos e filhas fiéis a Ela. Entre os refugiados. Alexandre Razgulaeff. quando a maioria das famílias se decidiu por atividades urbanas e para facilitar os estudos às novas gerações Ucranianos Enquanto a Europa. Chegam a Londrina. 12.museu catalogo 08.04 13:14 Page 23 . 04 13:14 Page 24 .12.museu catalogo 08. 9 milhão de cafeeiros. porém. Não se limitam. 19. Lupércio Luppi. Acordeon ou sanfona. Madonna del Cuore. expressando uma arquitetura local Ângelo Ferraris. Fabricantes de carroças. origem de tradicional empresa de ônibus. No período de guerra foram maltratados. os italianos e seus descendentes já se colocam em terceiro lugar no Município de Londrina: 236 proprietários e 1.404 trabalhadores. o primeiro alfaiate. Trazida para Londrina pelos pioneiros de origem na Itália 23 . fundam os primeiros bairros: a Vila Casoni e Vila Nova. Os primeiros. entre os construtores de casas de madeira. a chegarem. Tornou-se popular no Brasil com a chegada dos imigrantes italianos. Minatti e Francovig. alternativa ao hotel campestre da Companhia de Terras atribui-se a Eugênio Brugin. e estimulam mais patrícios. para substituírem escravos. destacando a grandeza de seu coração materno. destinando-os às fazendas de café. imagem em gesso de Maria. acenando-lhes com a solidariedade de grupo. aparecem os italianos que se tornam agentes ou corretores da Companhia de Terras.museu catalogo 08. Antônio Caminhoto. sendo 3. no transporte de passageiros entre a sede do Município e o Distrito de Tamarana. desejavam ser proprietários. ergueu-se a primeira igreja católica.04 13:15 Page 25 Italianos Força e alegria na terra do café Um milhão e meio de italianos. rodas d’água e de instrumentos agrícolas são os Tosetti. Por iniciativa dos Brugin e dos Vicentinis. Os italianos contribuíram para Londrina crescer no plano urbanístico. instrumento desenvolvido na Áustria em princípio do séc. tiveram suspensos os direitos de propriedade e de expressão. em outros Estados. O Estado de São Paulo absorveu mais de 70% desses imigrantes.12. carrocerias de caminhões. José Spoladore. Todos. Os Francovig destacam-se também. chegaram ao Brasil entre 1878 e 1902. Fundava-se Londrina onde era possível comprar o melhor solo agricultável do mundo por apenas 500 mil réis o alqueire paulista. Já foi moda utilizá-lo em saraus. enquanto a minoria aderiu a projetos oficiais de colonização. aproximadamente. Com culto muito popular em Nápole. à produção rural e passam a desempenhar atividades urbanas: a primeira pensão. e a oportunidade surgiu em 1930. Figuram. em 1940. entretanto. charretes. Entre os pioneiros. Mário Romagnolli. Mas a alegria de viver e o “espírito de italianidade” permanecem no cotidiano londrinense. em civismo e em cultura. Na expansão do café. encontraram apenas um vilarejo no meio da mata. sem conforto e sem escola. o primeiro empresário de cinema (exibição de filmes). eles se dedicam à agricultura. ele busca os animais no Estado de S.museu catalogo 08. Após dois anos de fornecedor. Muito usada pelos turcos. por não haver. com açougue numa dependência do armazém que pertence a um patrício. pois não havia Câmara de Vereadores. David Dequêch. Serviço de café. em Londrina. o São Jorge. Começo de uma das mais consistentes contribuições culturais à cidade. As gerações mais recentes de libaneses. considerado “uma loucura” de Salim Sahão. caximbo oriental composto de tubo e vaso cheio de água perfumada que o fumo atravessa antes de chegar à boca. Patrimônio Três Bocas. ao ter início a construção. Nos anos 50. Narguile. ainda na década de 1930. “o prédio mais alto e bonito do sertão paranaense”. provavelmente o terceiro melhor hotel do país. rede de esgoto. em apenas um ano. na cidade. José Jorge Chedid. ao comércio e beneficiamento de café e algodão. perante os poderes públicos. em 1933. Antes os registros eram em Jataí. o terceiro comerciante a se estabelecer no. bule em metal e xícaras para servir o café turco (sem coar). contratado para fornecer carne bovina aos acampamentos de cinco mil pessoas que constróem o trecho ferroviário Cornélio Procópio-Jataí-Londrina. uma dessas empresas tem o maior capital social subscrito e realizado no Paraná. influem para o comércio local ter força até para defender interesses gerais da comunidade. Fuma-se em grupo. Um dos marcos da ousadia libanesa é inaugurado em 1952. em 1º de janeiro de 1935. e abate 1.12. 24 A primeira criança a ser registrada no cartório distrital de Londrina é Negila Aiub Hauli.04 13:15 Page 26 Libaneses Com ousadia Cavaleiro e boiadeiro é o libanês. a dos libaneses que. A cavalo. preservam o espírito voltado para o debate e a busca de soluções que harmonizem os interesses comunitários. então. Refletindo o pensamento de seu Presidente. hindus e persas. na década de 1940. Paulo e em São Jerônimo. a Associação Comercial de Londrina inaugura. David Dequêch. Além do comércio. . em 31 de janeiro de 1942.800. Chedid fixa-se em Londrina. nem energia elétrica suficiente para movimentar elevadores. museu catalogo 08.12.04 13:15 Page 27 . 12.museu catalogo 08.04 13:15 Page 28 . até no exterior. Só em 3 de novembro de 1945. ovos cozidos de galinha. no Natal. Esta saudação. precedendo a Páscoa. em terreno doado pela colonizadora. Muitos concluem no distrito os estudos básicos e procuram novos cursos em outros lugares. estudam com professores particulares e.. na Warta. obra de artista plástico de origem polonesa radicada em Londrina. A Londrina. mantém tradição religiosa do povo polonês. enfermeiros. a cerimônia do “Oplatek”.museu catalogo 08. A pintura das casas. Com a interferência do Consulado. numa casa de madeira construída por mutirão. Simbolizam a renovação da vida. também. que integrou a equipe de topografia da Companhia de Terras. simboliza o desejo de renovação.12. a bênção dos alimentos. na Polônia. jornalistas . pintados artesanalmente e dados como presente por ocasião da páscoa. com a divisão do pão ázimo. pintam-se os ovos (“pisanka”). a colônia é um marco de desenvolvimento e não se pode pensar o Paraná. de Português e Polonês. Para a Páscoa. estabelecem-se à margem do Ribeirão Três Bocas e serão. Mieczyslaw Thomal. no Sábado de Aleluia. Na cidade. Filhos dos pioneiros. Ao Sul do Município. ucranianos e poloneses) de origem muito remota. Escolaridade é a preocupação constante dos poloneses. em polonês. suas varandas com lambrequins e salas repletas de santos e fotos.Assim seja. maior festa do ano. geólogos. Formaram-se professores. Entre outras tradições. consumidos na Páscoa. chegam duas professoras. com madeira e metal. E o primeiro maquinista da usina. O nome para a colônia é sugerido por um pioneiro. referência a um afluente na margem direita do Rio Óder. Nossa Senhora de Estochowa. O 1º grau completo na Warta. denominada Barão do Rio Branco. advogados. Eduardo Cebulski. os irmãos José e Leon Ziober constroem a primeira carroceria de ônibus. abre as portas das casas com seus jardins floridos.04 13:16 Page 29 Poloneses Fortalecidos pelas tradições O Paraná é o Estado do Sul que mais atraiu imigrantes poloneses. freqüentam escola comunitária. 27 . operários na construção da hidrelétrica. procedentes do Sul paranaense e de outros estados. representando o espírito da fraternidade. Amém.. a colônia mais identificada é a Warta. farmacêuticos. artistas. . sem os poloneses. Ao Norte. instala-se em 1974. durante a quaresma. Pessankas.Louvado seja Nosso Senhor Jesus! . só em 1937. a Prefeitura responsabiliza-se pela Escola. Acentuados traços de exaltação mística da maternidade. bioquímicos. Costume existente entre os povos eslavos (russos. começaram a chegar em 1931. que permite ouvi-se rádio. com dezenas de pilhas pequenas.04 13:16 Page 30 Holandeses Imagem holandesa Após um começo difícil no Município de Irati. à cooperativa. Era residência de camponeses e ao mesmo tempo importante implemento agrícola na moagem de grãos utilizando a força dos ventos. um queijo começou a ganhar mercado. então no Município de Castro. os produtos com a marca famosa de Carambeí. Os tradicionais “tamancos holandeses” com sua sola dura proporciona força nos pés. . que instala o primeiro laticínio na Colônia. São feitos de madeira leve e dureavel. em Londrina. Então. no Jardim Shangri-lá. Um holandês de Carambeí. a superbateria. em 1949. prestase apenas para atração turística. após 1945. Hoje. vendia os produtos e oferecia ambientes muito agradáveis. extraída de uma árvore conhecida por “populus’. e sendo um só para mulheres. Na década 1950. no Sul do Paraná. os De Geus. filha de outra família de holandeses. passa a representar. e nasce uma das maiores indústrias do setor. Pieter Zekveld. introduziram na 28 cidade o iogurte industrializado. a ostentar a marca. por iniciativa dos próprios holandeses. A marca torna-se sinônimo de alta qualidade e dá origem. por mais tempo que o normal. Foi. deram origem à Colônia Carambeí (1911). Voltados principalmente para o gado leiteiro e produzindo trigo.12. Mais holandeses chegam ao Paraná. holandeses. Numa das primeiras exposições. os londrinenses puderam apreciar a réplica de um moinho holandês. em 1908. Réplica em madeira de moinho holandes. uma novidade. junto com a esposa Ana. aquece no inverno e os refresca no verão. No centro da cidade.museu catalogo 08. que. e sua oficina de rádio oferece uma novidade: a bateria que permite ouvir-se rádio. em 1928. trabalham também na construção do trecho ferroviário Ponta Grossa-Castro da “Brazil Railway Company”. chega a Londrina. em São Paulo. em 1916. o estabelecimento. nos próximos anos. em 1935. 04 13:16 Page 31 .12.museu catalogo 08. museu catalogo 08.12.04 13:16 Page 32 . o médico baiano. o paulista. Mábio Golçalves Palhano. Willie Davids. agrimensor designado pelo governo para demarcar e arbitrar. cujo editor é o paulista de Iguape. Arlindo Pereira Araújo. paulistas adquirem a Companhia de Terras Norte do Paraná e todo o seu patrimônio. que será o primeiro Deputado Estadual eleito por Londrina. Em 1938. proprietário da Gleba Palhano. No ano da fundação de Londrina. mais tarde vereador. ele ainda se estabelecerá com farmácia homeopática. administra o plantio de 60 mil cafeeiros. em 1937. porém natural de Pernambuco. Paraná-Norte. comissário de terras. e seus filhos Izolírio e João Corrêa de Oliveira. O primeiro prefeito eleito. Desenvolvendo-se a colonização inglesa.12. Humberto Puiggari Coutinho. o Ginásio Londrinense. já com emprego de ferroviário. em 1938. abrangendo outras glebas.museu catalogo 08. e o primeiro estabelecimento de ensino secundário. Belmiro Corrêa de Oliveira. traz a primeira tipografia para Londrina. que assume. em 1937. é o primeiro prefeito nomeado. abre banca de jornais e engraxataria na rodoviária. o curitibano Guilherme Braga de Abreu Pires. Desembarca. o hospital da Companhia de Terras é dirigido por um médico nordestino. O ponta-grossense. Neste ano. os paranaenses Evaristo Camargo. Joaquim Vicente de Castro. também. no dia 10 de dezembro de 1934. são os primeiros gráficos da cidade. Ainda em 1934. na parte da Gleba Fazenda Três Bocas que pertencia a Tibagi.04 13:16 Page 33 Brasileiros Ponto de convergência para todos No início da década de 1920. Professora normalista de 1ª classe na “Escola da Vila de Londrina”. à colonização inglesa. filho de inglês e brasileira. o sergipano Manoel Joaquim da Silva. Em 1944. A empresa terá outro nome: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. então propriedade do Governador do Paraná. 31 . paulista. Procedente de Carangola (MG). Nelson Maculan. em 1939. com a mulher e seis filhos. o mineiro Bertholdo Durães. Euzébio Barbosa de Menezes e o paulista Avelino Gustavo Corrêia adiantaram-se na Vila de São Roque. abre o primeiro hospital sem vínculo com a Companhia de Terras. Jonas de Faria Castro. paulista de Campinas. Mercedes Camargo Martins (que ainda assinará Madureira). chega o primeiro advogado. na Fazenda Quati. Primeiro distribuidor de jornais e revistas na cidade. futuro vereador e prefeito. depois Tamarana. senador e primeiro candidato londrinense a governador do Estado. assim. Anteciparam-se. chegam um advogado mineiro de Cambuí. em 1937. Cearense da serra da Ibiapaba. É nomeado o primeiro oficial do cartório distrital paranaense. antes de ser anexada a Londrina. atualmente Jardim Shangri-lá. embora a cidade já fosse sede municipal. Justiniano Clímaco da Silva. por um maranhense. Os ingleses foram antecedidos. nomeada em janeiro de 1936. Meton Araújo de Souza. Francisco Soares. Ferraz. em 1935. no Norte do Paraná. Imprimem. em outubro de 1934. e um paulista de Santana do Parnaíba. já em 1927. Olímpio Moraes. Antônio de Camargo C. para não ser assassinado pelo cangaceiro Corisco. É curitibana a primeira mulher do ensino público. de Montes Claros. Milton Ribeiro Menezes. de São Sebastião da Grama. 1929. o primeiro jornal. Havia saído de Sergipe. 5/out.21/agosto Participantes da Abertura de Exposição 70 anos Bon Odori . os cenários que representam flagrantes do cotidiano das várias etnias que participaram da fundação de nossa cidade.04/nov . auxiliando na compreensão do contexto dos objetos expostos. dinamização e clareza. Coral Infanto Juvenil Mãe de Deus . "O Povo que Fez e Faz Londrina". foram enriquecidos com manifestações culturais de dança. folclore. o público teve a aportunidade de conhecer de perto e muitas vezes interagir com esses grupos étnicos. HYLEA FERRAZ COORDENADORA DOS EVENTOS CULTURAIS Dança Árabe . nesta exposição comemorativa dos 70 anos de Londrina.Renata Lobo . costumes culturais cultivados até os dias de hoje por esse Povo que Fez e Faz Londrina. dando-lhe mais plasticidade.12.museu catalogo 08. Grupo Folclórico Os Lusíadas .1/dez. Assim.21/junho Projeto Tem Criança no Museu .15/agosto Maracatu Nação Vermelha .1/Dez.Núcleo Cometa Alegria . música e teatro. Festival de Natal e convidados .Grupo Sansey .22/junho Festa para o Pioneiro .04 13:18 Page 34 eventos culturais Uma exposição deve ser sempre acompanhada de eventos culturais que a complementem. Desta forma. Guilherme Baracat Lucas Rampazzo. Donato Parizotto Projeto gráfico – Visualitá Programação Visual VÍDEO: História de Londrina “70 anos” Produção: Barbara Daher Belinati Supervisão: Antonio Costa Edição: Equipe do Laboratório de Tecnologia Educacional . maria Lucia Aquino Maikon Bernardino. Rui Cabral Ruth Hiromi Shigaki Ueda Equipe de Apoio do Museu Cesar Augusto de Poli.04 13:18 Page 35 Realização Prefeitura Municipal de Londrina Prefeito Nedson Luiz Micheleti Secretaria Municipal de Cultura Secretário Bernardo Pellegrini Universidade Estadual de Londrina Reitora Lygia Lumina Pupatto Museu Histórico de Londrina “Pe. Renata Abelin Renata Bergonse Pereira. Vinícuis Quadros. Yan Sorgi Estagiários: Alexandre Fracasso Gomes.museu catalogo 08. Adriano Silva.jornalista Widson Schwartz Programação visual e arte final: prof. Bernadete Sabris Araujo CATÁLOGO: Texto . Jovina Oliveira do Nascimento Maria Fungachi Botelho . Maria Cristina Oliveira Bruno –USP Colaboradora – museóloga Marina Zuleika Scalassara Coordenadora de eventos culturais – Hylea Regina Ferraz Equipe Técnica do Museu Amauri Ramos da Silva. Bernadete. Carlos Weiss” Diretor José Cezar dos Reis Sociedade Amigos do Museu –SAM Maria Lopes Kireeff Ficha Técnica Curadora – arq. Clarindo Piantavinha Dejanir da Silva Pinheiro. Caroline Correa.LABTED/UEL Edna Marques. Vanessa Kita. Glauco Marcelo Antunes Maria Darci Moura Lombardi. Miriam Hiroe Ueda Rosangela Ricieri Haddad. Paula Uapo. Renata Bergonse Pereira Luciano Ivanagava Oikawa. Priscila Kemmer.12. Maria Lúcia B. Waldecyr da Silva Sonorização: Amarildo Lopes / Readio CBN . Samuel Esteves. de Aquino Tatiane Brenzam Silva. Mauro Carvalho de Oliveira Assessoria de Imprensa e divulgação – jornalista Barbara Daher Belinati EXPOSIÇÃO: Texto . Ignes Dequech Alvares Assessora no projeto museológico – Dra. Sergio Scolari Tatiane Brezam Silva.prof. Luciano Oikawa. Rogério Gomes Equipe: Alexandre Gomes. Áurea Keiko Yamane Célia Rodrigues de Oliveira.jornalista Widson Schwartz Revisão .