História da ParaíbaA população indígena Na Paraíba grupos étnicos indígenas dividiam-se em dois no momento da chegada dos europeus: os Tupis e os Cariris (também chamados de Tapuias). Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos entre si. Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de aproximadamente cinco mil pessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara. Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma pequena região entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias para trás e formando outras. Com esta constante locomoção os índios ocuparam áreas antes desabitadas. Os índios Cariris se encontravam em maior número que os Tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o Planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um "grandelago". Estudiosos acreditam que eles tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela. Os Cariris velhos, que teriam sido civilizados antes dos Cariris novos, se dividiam em muitas tribos; sucuru, icós, ariús, pegas, e paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os bandeirantes. O nível de aculturação do índio paraibano era considerável. Muitos sabiam ler e conheciam ofícios como a carpintaria. Esses índios tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam atenção. A maioria dos índios estavam de passagem do período paleolítico para o neolítico . A língua falada por eles pertencia à família linguítica tupi-guarani e o cariri. A língua geral tupi era utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios e teve uma gramática elaborada por Padre José de Anchieta. Piragibe, que nos deu a paz na conquista da Paraíba; Tabira, que lutou contra os franceses e Poti, que lutou contra os holandeses e foi herói na Batalha dos Guararapes, são exemplos de índios que se sobressaíram na Paraíba. Ainda hoje, encontram-se grupos indígenas Potiguaras localizadas na Baía da Traição, mas em apenas uma aldeia, a São Francisco, onde não há miscigenados, pois a tribo não aceita a presença [carece de fontes] de caboclos, termo que eles utilizavam para com as pessoas que não pertencem a tribo. O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos, que também é o prefeito do município de [carece de fontes] [carece de fontes] Baía da Traição . Aos poucos, a aldeia está se aculturando à civilização ocidental. Nessas aldeias existem cerca de sete mil índios Potiguaras, que mantém as culturas antigas. [carece de fontes] Eles possuem cerca de 1 800 alunos de 7 a 14 anos em primeiro grau menor. No Brasil, só existem três tribos Potiguaras, sendo que no Nordeste a única é a da Baía da Traição. Em 19 de Abrileles comemoraram seu dia fazendo pinturas no corpo e reunindo as aldeias locais na aldeia S. Chico e realizaram danças, como o Toré. A principal atividade econômica desses índios é a pesca e em menor escala, a agricultura. [carece de fontes] Antecedentes da conquista europeia da Paraíba Demorou certo tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez que os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, e além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa na época. enviando emissários a Pernambuco sem o menor sucesso. Após receber a comitiva constituída pela índia e seus irmãos. que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vilada Conceição e a construção de engenhos. Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre. pois havia a garantia do progresso da capitania pernambucana. Ao chegar no Brasil. que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho. Os franceses que se encontravam na Paraíba estimularam os potiguaras à luta. D.Devido ao desinteresse lusitano. Existia uma grande preocupação por parte dos lusitanos em conquistar a capitania que atualmente é a Paraíba. Esses invasores eram em sua maioria franceses. Fernão da Silva. Para isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geral D. Luís de Brito. um senhor de engenho. madeira muito encontrada no Brasil-colônia. dando lugar a João Gonçalves. II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o governador-geral. desmembrou Itamaracá. a capitania entrou em declínio. a colônia portuguesa foi dividida em quinze capitanias. e ainda. piratas e corsários começaram a extrair o paubrasil. Entre elas destacam-se acapitania de Itamaracá. filha do cacique potiguar. A conquista e fundação da Paraíba Expedições para a conquista Quando o governador-geral D. próximo a Goiana. provavelmente escondeu-a. vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga. Pouco tempo depois. e logo que chegaram no Brasil fizeram amizades com os índios. para doze donatários. Em 1574 aconteceu um incidente conhecido como "Tragédia de Tracunhaém". e especial devido a extração de um pigmento. . usado para tingir tecidos na Europa. expulsar os franceses e fundar uma cidade. Foram centenas de índios que. Inicialmente essa capitania foi doada a Pero Lopes de Sousa. Seu pai ainda apelou para as autoridades. para pernoite em sua casa. Após esta tragédia. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco. Com o objetivo de povoá-la. possibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como "escambo". movimentaram guerreiros da Paraíba e do Rio Grande do Norte e atacaram o engenho de Diogo Dias. se acercaram do engenho e realizaram um verdadeira chacina a morte de todos que encontraram pela frente: proprietários. dando formação à capitania do Rio Paraíba. vindos de viagem. no Engenho Tracunhaém. ficando à mercê de malfeitores e propiciando a continuidade do contrabando de madeira. ardilosamente. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá. D. de modo que quando amanheceu o dia a moça havia desaparecido e seus irmãos voltaram para sua tribosem a índia. Fernão da Silva. na qual o trabalho indígena era trocado por algum produto de valor muito baixo ou até sem valor comercial. no qual índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém em Pernambuco. que se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. João III. Diogo Dias. todos os chefes potiguaras se reuniram. seguindo-se o incêndio do engenho. que não pôde assumi-la. colonos e escravos. I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o ouvidor-geral D. mas isso foi apenas uma armadilha. Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência. estender sua colonização ao norte. Esse episódio ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de um índia. a quebrada aliança entre Potiguaras e franceses. deixou a capitania em falência. Após a morte de João Gonçalves. rei de Portugal. após resgatar a índia raptada. ele perdeu sua esposa . índios. V Expedição (1584): Após a sua chegada à Paraíba. Com o início das obras. III Expedição (1579): Ainda sob forte domínio "de fato" dos franceses. destruído o Forte e jogado toda a sua artilharia ao mar. Frutuoso Barbosa capturou cinco navios de traficantes franceses. mas cai na armadilha dos índios e do franceses. A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união de um português e um chefe indígena chamadoPirajibe. Martim Leitão. A troca só fez piorar a situação. Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos franceses que permaneciam na Paraíba. carpinteiros. Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Ao saber que Castrejón havia abandonado. ao qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. Com isso Martim Leitão nomeou o espanhol conhecido como Francisco de Castrejón para o cargo de Frutuoso Barbosa. Isto se deu no início de agosto de 1585. engenheiros e outros para edificar a Cidade de Nossa Senhora das Neves. por dez anos. . Fundação da Paraíba Martim Leitão trouxe pedreiros. Após o incidente. que por temerem outra traição. Essa idéia só lhe trouxe prejuízos.Três anos depois outro governador-geral Lourenço Veiga. Conquista da Paraíba Para as jornadas. de construir uma nova cidade. Nesse mesmo ano. Martim Leitão manda soltá-los. fogem e são aprisionados. caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal. uma vez que quando estava vindo à Paraíba. desmembrada de Olinda. e de Pernambuco tropas sob o comando de D. da Bahia vieram reforços através de uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdés. Filipe de Moura. vieram 25 cavaleiros. Leitão o prendeu e o enviou de volta à Espanha. fazendo com que os potiguaras recuassem. palavra que significa "braço de peixe”. João Tavares foi encarregado pelo ouvidor-geral. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Na Paraíba teve-se a terceira cidade a ser fundada no Brasil e a última do século XVI. Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa. eles construíram os fortes de São Tiago e São Filipe. foi concedida. IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior. tenta conquistar a o Rio Paraíba. Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente chegaram ao Forte de São Filipe. Para edificação dessa cidade. os portugueses unem-se aos Tabajaras. ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba. Primeiros capitães-mores João Tavares João Tavares foi o primeiro capitão-mor. o ouvidor-geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por brancos. Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba. afirmando que sua luta era contra os potiguaras (rivais dos Tabajaras). Barbosa desiste após perder um filho em combate. Quando ninguém esperava. não obtendo êxito. a rejeitaram. escravos e até religiosos. ambos em decadência e miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses. Ao saber que eram índios tabajaras. Após a conquista. solicitando mais tropas de Pernambuco e da Bahia para assegurar os interesses portugueses na região. Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras. A Invasão Holandesa 1 – A Presença Holandesa na Paraíba Portugal desde 1580 estava sob domínio espanhol. porém. Rico. levando-os a reagirem com a invasão ao Nordeste brasileiro. devido à política do Rei. Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho. Pedro Cueva. Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Capitania da Paraíba durante mais de 50 anos. Quando o restante do grupo chegou à Paraíba. Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses. tirou dos holandeses uma grande fonte de lucros. houve paz com os índios. Terminou seu governo em 1600. da Espanha. desalojou e prendeu os Potiguaras. Em homenagem a Felipe II. Entre elas.além depedreiros e carpinteiros. a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos próximos a este rio. Piragibe e seus índios. Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Potiguaras e os desentendimentos com os Jesuítas. Para isso. Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios. Barbosa mudou o nome da cidade de Nossa Senhora das Neves para Felipéia de Nossa Senhora das Neves. entre outros trabalhadores do gênero. entraram em desentendimento com estes últimos. pois aproveitando-se de alguns descuidos. chegaram alguns Frades Fransciscanos. devido a interferência dos Jesuítas. expandiu estradas e expulsou os fransciscanos. o Brasil. que fundaram várias aldeias e por não serem tão rigorosos no ensino religioso como os Jesuítas. houve a saída da Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo. e conseqüentemente. ajudou financeiramente na ascensão da cidade. em 1591. os índios Potiguaras invadiram propriedades. as obras foram concluídas pelos fransciscanos e seus homens. João Tavares foi posto para fora em 1588. auxiliado por D. A instalação da empresa açucareira no Brasil contou com a participação holandesa. Assim. atual João Pessoa. Frutuoso Barbosa foi. Esse desentendimento prejudicou o governo de Barbosa. com João Tavares. Chegaram tambémjesuítas e outras pessoas para residir na cidade. construído por Martim Leitão para a proteção do engenho. desde o financiamento das instalações até a comercialização no mercado europeu. em Tibiri. Vieram em auxílio de Barbosa o capitão-mor de Itamaracá. O governo de Albuquerque se finalizou em 1592. quando Felipe II proibiu a manutenção dessas relações comerciais. ao qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania. André de Albuquerque Maranhão André de Albuquerque governou apenas por um ano. e o forte de São Sebastião. os . nomeado o novo capitão-mor da capitania da Paraíba. em 1588. Neste mesmo período. expulsou os Potiguaras e realizou algumas fortificações. Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de Cabedelo. Feliciano Coelho de Carvalho Em seu governo realizou combates na Capaoba. natural de Olinda. Barbosa ordenou a construção de uma fortaleza em Cabedelo. Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras. Em sua residência atualmente se encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves. Nele. João Tavares faleceu de um mal súbito. o d'El-Rei. Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania. O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por Duarte Gomes da Silveira. No caminho. Eles ainda fundaram um Centro de Catequese e em Passeio Geral edificaram a capela de São Gonçalo. Frutuoso Barbosa Devido à grande insistência perante a corte e por defender alguns direitos. Prenderam o Governador Geral e o enviaram para a Holanda. Duarte Gomes da Silveira foi um dos primeiros a se apresentar ao inimigo e serviu de mediador entre os moradores e os invasores. Porém antes da retirada. os holandeses mantiveram a escravidão. foram expulsos da Capitania. e atrair a simpatia dos habitantes da Paraíba. para estabilizar a conquista. O primeiro governador da província holandesa da Paraíba e Rio Grande do Norte foi Servaes Carpentier que em nome do Príncipe de Orange. porém. engenhos abandonados. foi rebatizada como Margareth. ao diretor geral. A maior parte destes. A preocupação inicial dos holandeses consistiu em manter defesas. no lugar das antigas. feitas de madeira. em 1624. Alguns dos nossos moradores pressentindo a derrota e não querendo se submeter aos inimigos. As invasões holandesas atingem também a Paraíba e através de ataques contínuos a Cabedelo. proteção aos negócios e observâncias das leis portuguesas nas pendências aos naturais da terra. Quando os religiosos franciscanos tentaram desobedecer às ordens dos novos senhores. cuja capital teve a denominação mudada para Frederica. Em dezembro de 1634 os holandeses entraram na cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves e passaram a administra-las até 1645. ofereceram empréstimos aos proprietários de engenhos. eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de Fradique Toledo Osório. preliminarmente. ocuparam. Com esse objetivo. no entanto. No plano administrativo. onde tiveram êxito. na Rua Nova. quando desembarcam ao norte da foz do Jaguaribe e conseguiram vitória sobre as tropas do governador paraibano Antônio de Albuquerque Maranhão e partindo para dominar Cabedelo. 2 – Nova organização política. Introduzindo aperfeiçoamentos técnicos como moendas metálicas. e decidiram invadir a capital. as forças brasileiras mataram vários chefes batavos. mas para não entregar de tudo o que lhes custara tanto trabalho. Tais recomendações surtiram efeito. André Vital de Negreiros foi o primeiro a tocar fogo no engenho do seu pai e muitos seguiram-lhe o exemplo. dos Estados Gerais e da Companhia fez aos paraibanos. daí porque não foram poucos os que aderiram aos invasores. outros danificados. porém só concretizando em 1634. na África. Em maio de 1625. No plano econômico-social. social e econômica Os holandeses reconheceram a desvantagem de ver a terra desamparada. quanto ocuparam a inacabada Igreja de São Bento. principal fonte de fornecimento de cativos. Então se prestaram a fazer com os moradores uma espécie de pacto. Não conseguiram. subordinada.holandeses organizaram uma Companhia – a Companhia das Índias Ocidentais –. tentam se fixar em nossas terras. liderados por Duarte Gomes da Silveira aceitou a oferta. manutenção do regime de propriedade. função inicialmente ocupada pelo conselheiro Servaes Carpentier. os holandeses tanto fortificaram a Igreja de São Francisco e o convento de Santo Antônio. Não traindo os seus. governar a região. conservou-se parte da antiga administração. O padre jesuíta Manoel Morais abjurou a fé católica e embarcou para a Holanda. onde se fez calvinista e casou. a cujas portas instalaram entrincheiramentos e bateria. onde a resistência foi muito acentuada. queimavam os canaviais e inutilizavam os engenhos. Para impedir possível rebelião. A principal colaboração recebida pelos holandeses proveio dos índios Potiguaras . em ata de 13 de janeiro de 1635. enfraquecendo as tropas holandesas. as seguintes promessas: ofereceram anistia. retiraram-se da Capitania. A Fortaleza de Santa Catarina. Funcionários denominados escabinos e escoltetos encarregou-se de administra a justiça e cobrar impostos. no Cabedelo. a província portuguesa de angola. liberdade de consciência e de culto católico. Marcos Teixeira. Sob o comando de D. que foi evitado pelos luso-brasileiros que pretendia retrair-se e recorrer a ataques rápidos e de surpresa. Já em 1636. encontrava-se em Olinda. porém. de modo que alguns conselheiros do rei. Considerado um dos maiores Paraibanos de todos os tempos Vidal de Negreiros fezse indiscutível chefe da Guerra de Libertação Nacional que a insurreição contra os holandeses representou. Em 1662. durante a administração dos diretores Elias Hercman e Gisberth Wirth. A pena capital foi igualmente aplicada. Por conta desta os holandeses nunca se sentiram seguro na Paraíba. o diretor geral Paul Linge. tentou mobilizar os espíritos em prol da resistência. na Campina da Taborda. Esse documento ganhou a denominação de papel forte. os que não o aceitaram partiram para a luta armada que assolou a várzea do Paraíba. os holandeses procuraram apresentar combate no Tibiri. A luta doravante. retornou ao Brasil. e estudiosos do melhor nível. quando assistia a farinhada no engenho Santo Antônio. e. quando os flamengos dominaram a cidade. em Santo Antônio do Cabo. Não foi esse. responsável por enforcamentos. tão convincente pareciam suas razões. Alguns engenhos e propriedades foram confiscados. acima da qual. Novamente na Paraíba. Em troca.enquadrados pelos caciques Pedro Poti e Paraupaba. a peleja . O principal responsável foi o capitão Francisco Rabello. o Rabellinho. de 1634 a 1654. em 1640. nela. Em 1630. em Pernambuco. os holandeses chegaram a realizar assembléia de índios para a qual os principais do Ceará e Pernambuco enviaram representantes à vila de Itapessica. Luanda. A repressão holandesa caracterizouse pela brutalidade. e. Na Paraíba. no interior da Fortaleza de Santa Catarina. fez junção com as tropas pernambucanas de João Fernandes Vieira. os portugueses encontravam-se com as finanças abaladas. na Paraíba. mandou arrastar pela cidade o corpo de condenado que morrera na prisão. o segundo diretor geral Ippo Eyssens. 3 – A Resistência anti-holandesa O controle holandês sobre a Paraíba durou apenas vinte anos. Escolhido para levar a Portugal os resultados da insurreição contra os holandeses foi nomeado governador dos estados do Maranhão e Grão-Pará. Nesta os flamengos nunca conseguiram firmar-se. não hesitara em atear fogo aos canaviais do próprio pai. onde fortificou a capital. salvo durante algum tempo na Capital e. onde ficou por algum tempo. nunca pactuou com invasor que o respeitava. que constituíam territórios independentes do restante do Brasil. foi morto numa emboscada. Era a guerrilha. mais tarde. Participante das duas batalhas dos Montes Guararapes. Reagindo. com o padre Antônio Vieira. na Bahia . iria travar-se em campo aberto. Por essa época. beneficiários da invasão flamenga. Paraibano. Isso porque. chegou ao Brasil o conde Maurício de Nassau. elaboraram documento que propunha a preservação de todo Norte pelos holandeses que se absteriam de invadir o restante do Brasil e as possessões lusas no Oriente. desembarcando na praia pernambucana de Tamandaré. em 1645. De 1636 a 1644 permaneceu em Portugal onde. A tensão somente aliviou entre 1638 e 1644. desde cedo. filho de proprietários portugueses. entre 1634 e 1636. designaram-no governador de Angola. Ao falecer. Emancipados da Espanha. Sua carreira foi uma sucessão de êxitos. em 1680. nos montes Guararapes. Sem conseguir o intento. tido como arbitrário. cientistas. o caso do jovem André Vital de Negreiros. concordaram com os termos. Vidal de Negreiros revelaria dons de estrategista. com artistas. seus restos mortais foram transladados para a Igreja dos Prazeres. figurou entre os chefes que receberam a rendição holandesa. Com o afastamento dos espanhóis e retraimento dos portugueses. que se instalou no Recife. e nunca se fez total. Anteriormente. os proprietários e altos funcionários. o maior sábio do mundo luso da época. em vão. participou da campanha anti-holandesa de 1624. Foi morto quando assistia a uma farinhada no povoado do Espírito Santo. Nesses termos. além de criação de gado. nela se verificando a primitiva formação da Pátria. ao recomendar as áreas mais adequadas ao plantio da cana-de-açúcar. autor de relação das pugnas contra os holandeses no Nordeste. Daí suas colunas ingressaram. na capital. mas morreu antes de assumir o cargo. a Paraíba. Na Paraíba. embarcadas nos navios. sabe-se de raras uniões entre holandeses e nativos. durante vinte e quatro anos de domínio holandês no Brasil. em 1630. rios. nesse mesmo ano. aos relatórios que produziram. fumo e mandioca. pau-brasil e madeiras. portanto. o capitão Lopo Curado Garro. Parahyba e Rio Grande do Norte intitula-se o relatório assinado por Adriaen Verdonck. longamente. em primeiro lugar. os flamengos contribuíram para o conhecimento da terra. o melhor documento de origem holandesa é o minucioso Relatório sobre as Capitanias Conquistadas no Brasil pelos Holandeses. expulsaram os franciscanos que lá moravam. Carpentier deteve-se. de onde os holandeses se retiraram para a Fortaleza de Santa Catarina. Tal deveu-se. Nos últimos nove anos de permanência na Paraíba. é a . A Capitania da Paraíba de 1635 a 1645 teve como administradores alguns governadores holandeses: Servaes Carpentier: Também governou o Rio Grande do Norte. Contudo. De portos. Bem mais importante fez-se a contribuição cultural dos invasores – e cultura é o que fica. Itamaracá. que teve um fim trágico. dispunha. escravos. Descrição das Capitanias de Pernambuco. 5–Cultura e contribuições holandesas O capítulo das invasões holandesa na Paraíba não deve ser encarado apenas do ponto de vista militar. Em matéria de produção açucareira. Daniel Aberti: Substituto do anterior. que governou por cinco anos. datado de 1639. freguesias. O primeiro. Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. servindo também de quartel. O Convento de São Francisco. O mais completo relatório sobre a Paraíba proveniente do domínio holandês. Paulo de lince: Foi derrotado pelos “Libertadores da Insurreição”. Elias Herckmans: Governador holandês importante. frutos e animais que nela se encontravam. já dominava a região do Tibiri. Segundo esse autor. sendo considerada uma exceção. A mistura de raças não era bem vista pelo governo holandês. sobre as árvores. e sua residência oficial foi no Convento São Francisco de onde para execução do seu intento. servia também para abrigo dos mercadores neerlandeses em ocasiões necessárias. Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H. a população era dividida em dois grupos: os homens livres (holandeses. a insurreição contra os flamengos propagou-se com tanta rapidez que.. em 1645. fortificações. religião e abastecimento ocupa-se Dussen cujo texto detalha os vinte engenhos existentes na Paraíba. portugueses e brasileiros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). Entusiasmado com a fertilidade da terra. e retirou-se para Cabedelo. além de ser a residência oficial do governo holandês. de autoria do conselheiro Servaes Carpentier. havia pouco. revela caráter ecológico. com as respectivas tarefas e lavradores. de dezoito a dezenove engenhos responsáveis por cento e cinqüenta mil arrobas anuais que significavam seiscentas a setecentas caixas de açúcar. cidades.tomou dimensão nacionalista. e de autoria de Adriaen Van Der Dussen. 4 – A Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa Na época da invasão holandesa. Apoderou-se dos melhores engenhos da capitania. limitaram-se ao controle dessa fortificação. aldeias. movimento de negócios na capital. para os soldados da guarnição que serviam na cidade. elaborou documento verdadeiramente modelar. ambas em João Pessoa. Herckman que na condição de Diretor da Companhia das Índias Ocidentais. poeta e cartógrafo. objeto. . em 1982. a segunda aos engenhos do vale do Paraíba e a terceira aos costumes dos índios Tapuias. de duas edições. Geógrafo. Geografia Urbana. Economia e antropologia combinam-se. dessa forma. de Elias Herckman. A primeira parte é dedicada a capital. harmoniosamente. governou a Paraíba de 1636 a 1639.Descrição geral da Capitania da Paraíba.