Registro Histórico da Igreja em Belo Horizonte – MGEm 1938 a Igreja é organizada em Belo Horizonte ainda como grupo, contando com a ajuda de missionários, norte americanos. Em 26 de novembro de 1939 o elder Orson Pratt Arnold e W. Richard Nelson abrem oficialmente o primeiro distrito missionário em Belo Horizonte sob a direção do Presidente da Missão Brasileira, John Alden Bowers. Começam o trabalho missionário. Em 15 de dezembro de 1940 chegam mais dois elderes Myrl B. Hymas e Wayne H. Johnson, para ajudar no trabalho missionário. Missionários em Belo Horizonte em Maio de 1940. Da esquerda para a direita: 1.Élder Ross T.Christensen 2.Elder W. Richard Nelson3. Élder Wayne H.Jonhson.4.Élder Myrl B.Hymas. Dois dias depois, em 17 de dezembro realizam a primeira Dominical e Reunião Sacramental. Escola • Em abril o elder Johnson é transferido para o distrito do Rio de Janeiro e chega para substituí-lo o elder Ross T. Christensen . • Em 27 de abril o elder Arnold é substituído pelo elder George Amberbauer como presidente do distrito. 1 • Em junho de 1940 o elder W. Richard Nelson é transferido para Piracicaba e o elder Brigham G. Holdbrook vem substituí-lo. Em 25 de junho de 1940 o elder Hal R. Johnson chega para ser o companheiro júnior do elder Christensen. Elder Mirl Hymas é transferido para São Paulo . Vinte e oito anos depois o elder Hal R. Johnson (1968) voltaria como presidente da Missão Brasileira do Norte. Setembro de 1940 Os Missionários fazem contato com a primeira família SUD de Belo Horizonte. Em pé, da esquerda para direita: 1- Johann Müller , batizado em Hamburgo, na Alemanha; 2-Elder Hal Roscoe Jonhson; 3- Erhardt Hanke casado com Eva Hanke , pais de Manfred Hanke; 4 - Élder Ross T.Christensen; 5 - Élder Brigham A. Hoolbrook. Sentadas: 6 – Eva Hanke , Filha de Johann Müller , ao lado do pequeno Manfred; 7 - Christina Magdalena Müller ao lado de uma criança da vizinhança. Em 16 de setembro de 1941 começou oficialmente a Mutual nesta cidade. As oficiais chamadas foram as seguintes: Mr. Oley Coachman como presidente, Srta. Dorothy Hoffay como primeira conselheira e Adelia Kotter como segunda conselheira. Em outubro deste mesmo ano chega um novo missionário, elder Finn B. Paulsen para ser o companheiro do elder Ellis Packer. Trinta e sete anos depois (1978) o elder Paulsen seria chamado para ser o primeiro presidente do Templo de São Paulo. 2 No dia 16 de junho de 1942 realizou-se o primeiro batismo na cidade: Moema Guahyba de Carvalho. O batismo foi realizado pelo elder Ellis R. Packer.) (encontramos um relato dessa irmã na Liahona de novembro de 1980 – notícias locais – pg. 10) Os missionários mudaram-se da rua Baia, 919 para um local melhor situado na rua Espírito Santo, 330. Em 13 de novembro de 1942 ocorreu a primeira reunião realizada ali. No período da 2ª. Guerra Mundial, os missionários são retirados do país e a Igreja fechou. Com o retorno dos missionários, a Igreja é novamente organizada no ano de 1951 . Em 04 de junho de 1951 Os elderes Kenneth McBride and Kim Wood reabrem o distrito de Belo Horizonte. Em 12 de julho de 1951 chegam mais dois missionários, elder Con L. Tylor e Cleo Jordan, perfazendo um total de quatro missionários na cidade. (ver A Gaivota março de 1948 – rumo dos ramos pg. 71) Elder Tylor e Wood começam a ensinar ingles no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos. Em 04 de outubro de 1952 temos o registro de batismo da irmã Irene Amaral de Lima, como uma das pioneiras, batizada pelo élder George G. Miller e confirmada membro da Igreja pelo élder Roy A.McClellan. O atestado de batismo e confirmação está assinado pelo então, presidente da Missão Brasileira, Rulon Howells. Atestado de Batismo e confirmação em 1952 3 No ano de 1959 é organizado o 1º. Ramo em Belo Horizonte. O ramo de Belo Horizonte (unidade pequena) estava localizado em casa alugada à rua Cláudio Manoel, 925. Mais tarde essa unidade mudou-se para a rua Rio Grande do Sul, 1040 e posteriormente para a rua Sergipe, 1942. Neste início, a congregação era formada por apenas 11 membros locais. Os batismos eram realizados na piscina do Clube Atlético Mineiro, localizado na Av. Olegário Maciel. Os líderes eram os próprios missionários. Batismo realizado em 1942 Batismo de uma jovem em 1942 Em janeiro de 1963 a igreja adquiriu um terreno, situado na rua Levindo Lopes, 214. Nesta época a irmã Francelina Amaral do Vale, mãe da irmã Irene, acima citada, presidia a organização da Sociedade de Socorro. A partir dessa época, beneficiando-se da experiência adquirida pela liderança, membros locais são mais frequentemente chamados a liderar como Presidentes de ramos e de distrito. Inicia-se a construção da primeira capela na cidade, na rua Levindo Lopes (período aproximado de um ano) , em 1964, está concluída. Dentre outros que ajudaram na construção da capela citam-se os nomes de Antonio Matos, Ladslau Prokop, Nestal Pereira , Arlindo Monteiro, Itamar Braga, Carlos Alberto Silva. 4 Aberttura da terra – Rua Levindo Lopes Presidente Beck, Rulon B. HaackeSupervisor de construção, Walter Rocha Cardoso e Augusto Batista Moura O terreno na época custou 50 mil dólares, muitos ajudavam na construção durante o dia e a noite: em média 6 homens e 2 mulheres ajudavam preparando as refeições. Foto das máquinas limpando o terreno Foto dos trabalhadores da construção Em 20 de dezembro de 1964 é dedicada a Capela da Rua Levindo Lopes, 214 com o nome de Ramo de Belo Horizonte, depois Bandeirantes. Foto da capela em Belo Horizonte Elder Bartlett Em 28 de outubro de 1965 é realizado o primeiro casamento nesta capela. O irmão Cláudio Bueno (que serviu como missionário de construção) casa-se com Albertina Bueno. O casamento é realizado pelo Élder Clarens Moon, então Presidente da Missão de Construção. Em 1966 o Élder Bartlett é o presidente do ramo com Walter Cardoso e Ladslau como conselheiros. Em 1967 José Soares torna-se o Presidente do Distrito. 5 Os presidentes de ramo estão abaixo relacionados : • Walter Rocha Cardoso (1960 -1962) • Augusto Batista de Moura (1962-1963) • Arlindo Ângelo Monteiro (1963-1966) • Ladislau Prokop (1966), • Élder Sidney Stark Cheff (1966) • Élder Bartlett (1966) O fato de haver três presidentes no ano de 1966 foi por um problema de auditoria pedido pelo Pres. Ladislaw e não atendido pelo conselheiro do presidente da Missão, Hélio da Rocha Camargo. Foi chamado então o Presidente José Soares em 1967. Em 08 de fevereiro de 1970 o Ramo Belo Horizonte é dividido, ficando assim organizado : • Ramo Belo Horizonte com Presidente Cláudio Inéas Bueno (1974 a 1976) como presidente. • Ramo Floresta com Robert Taylor como presidente. Cada um dos ramos contava com frequência média de 80 pessoas. É reorganizado o Distrito de Belo Horizonte que passa a envolver as unidades de Juiz de Fora e os dois ramos de Belo Horizonte. Em 1972 a unidade de Juiz de Fora é desvinculada do Distrito de Belo Horizonte. Este adquire maior autonomia com a criação de uma terceira unidade. Em 1972 é chamada nova liderança para o distrito presidido por Edson Lopes e em 1974 Cláudio Bueno o substitui. 6 Na presidência do Distrito sucedem-se: 1. Walter Rocha Cardoso até 1966 2. Intervalo sem organização de distrito devido a problemas administrativos, 3. Edson José Martins Lopes – 1972 a 1974 4. Cláudio Inéas Bueno – 1974 a 1976 5. Nelson Reed – 1976 6. Heclelino Martins Gonzales – 1976 a 1977 7. Lincoln Porto de Queiroz – 1978 8. Ernani Teixeira – 25.03.1979 a 15.02.1981 Em 12 de dezembro de 1976 numa Conferência Distrital cria-se uma nova unidade. A partir de então as unidades denominam-se: Liberdade, Barroca, Floresta e Pampulha. Em 15 de fevereiro de 1981 é organizada a primeira estaca Estaca Belo Horizonte, sediada à rua Levindo Lopes. A estaca é formada por 4 alas na área urbana e 4 ramos em outros municípios da Grande Região Metropolitana. A reunião para organização da estaca é presidida pelo Élder James E. Faust, membro do Quorum dos Doze Apóstolos. Ernani Teixeira é chamado como presidente da Estaca, tendo como conselheiros Luiz Henrique Andrade de Miranda e Edson Lopes (ver Liahona entre maio de junho de 1981 – pg. 01). Em 18 de agosto de 1985 é dedicada a segunda capela situada à rua Alexandre Tourinho, no Bairro Sagrada Família. Em 22 de fevereiro de 1986 é dedicada a terceira capela situada à rua Junquilhos, no Prado. Em 01 de julho de 1988 é criada a Missão Brasil Belo Horizonte, tendo como presidente Nivio Varela Alcover. 7 Em 08 de abril de 1990, sob a liderança do presidente da estaca, Edson José M. Lopes e com a presença do Presidente da Missão, Nivio Varela Alcover, criam-se mais dois distritos: Contagem e Sete Lagoas. (ver liahona nov.1980 pg. 03 notícias locais). O Distrito de Contagem fica constituído com Evandro C. Parada como presidente e Distrito de Sete Lagoas com José Epaminondas Gonçalves como presidente. Em 06 de junho de 1993 foi organizada a Estaca Contagem, sendo chamados para presidí-la Evandro C. Parada como presidente, Osvaldo Pereira Cruz e Edson Donizete G. Ribeiro como primeiro e segundo conselheiros respectivamente.(ver Liahona set. 1993 notícias locais pg. 03) Em 12 de dezembro de 1993 – Na reunião presidida pelo Élder Harold G. Hillan é organizada uma nova estaca a partir da Estaca Belo Horizonte. • Estaca Belo Horizonte Oeste com Rodrigo de Lima e Myrrha como presidente. As unidades que compõem a Estaca são as seguintes: Alas Pampulha, Pedro II, Barroca, e os ramos Progresso, Ribeirão das Neves, Venda Nova, Aeroporto, Alvorada, Gutierrez, Lagoa e Nova Gameleira. (liahona março 1994 pg. 03) • Estaca Belo Horizonte tem como presidente Maurício Ferreira Leite. A estaca é formada pelas seguintes unidades: Alas Bandeirantes, Brasil, Conselheiro Lafaiete, Floresta, Liberdade, Pompéia, Queluz, União, e dos ramos Brasília e Sabará. (liahona março de 1994 – notícias locais pg. 04) Em 01 de julho de 1994 - é criada a Missão Belo Horizonte Leste, com Thomas P. Smith como presidente, dividindo Minas Gerais em duas frentes de trabalho. • Em 03 de setembro de 2000 foi criada a estaca Belo Horizonte Pampulha, com Rodrigo de Lima e Myrrha como presidente. 8 • Foram criadas mais 5 estacas no estado de Minas Gerais até o ano de 2009, perfazendo um total de 9 estacas. Os Primeiros Membros (Levantamento realizado por Alessandra Choairy) Irene Lima - O 7º. Membro filiado à Igreja em Belo Horizonte. Ela foi entrevistada em 2004 pelo irmão Ricardo Choairy Coelho, um ano antes de seu falecimento, quando deixou o seguinte registro: “Dois missionários estiveram em sua casa, sem que ela se convertesse a Igreja. Somente doze anos mais tarde, em fevereiro de 1952 recebeu novamente a visita dos missionários. Batizou-se em 04 de outubro de 1952. Lembrou-se também de mais 6 pessoas que já eram membros da igreja na localidade: irmã Cotinha (falecida na década de 60); uma irmã que tinha muitos gatos, residente na Av. Getúlio Vargas; irmã Hank que era alemã e tinha um filho; um outro rapaz do qual não se lembrava do nome ‘que era ótimo mas acabou se casando fora da Igreja e perdendo o contato’; irmão José Domingos e irmão Mário Rebola. Acrescentou sua própria mãe, Francelina, e sua irmã Zulma Amaral de Andrade, que veio a ser a primeira missionária de proselitismo do Distrito de Belo Horizonte”. Uma breve pesquisa realizada indica nomes anteriores à década de 70 que ainda fazem parte da memória dos mais antigos. Desculpando-nos pela involuntária exclusão de alguns, citamos: • Anete e Janete Lima (1958), • Ângelo Perilo e esposa Rute e filhos (1960), • Arlingo Angelo Monteiro, e esposa Sonia Machado e os filhos Alexandre, Alexia, Anderson, Alacy (1962), • Augusta Herna Correa e filha Luiza e Maria Balbina (25.03.62), • Augusto Batista de Moura e família (pais de Albertina) (1961), 9 • Carnot e Silvia Mendes (1960), • Cláudio Inéas Bueno e esposa Albertina Moura Bueno (1950), • Daniel Laguardia e família (1960), • Emanuel da Costa Pereira e Sada e família (1968), • Helena Arosteguy e filhos:Sueli, Wilson e Marta Grécia (batizados em 26.06.1957), • Itamar Braga e esposa Irene M.Braga e filhos, Ivani, Ilcéia, Iremar e Isael (1961), • José Nestal Lelis Pereira e esposa Penha e filhos (1960), • Ladislau Prokop e Dioceli e filhos (1962), • Lídia e filhos: Íris, Amauri e Marli . • Lucina e filhos (1962), • Maria Godim (1960), • Almiro Carvalho e Manoela Carvalho e filhos: Maria Luiza e Paulo Roberto (1969). • Maria Luiza Carvalho Lopes e família posteriormente (1969), • Newton Rodart Coelho e esposa Maria de Jesus e filhos, Alessandra, Ricardo e Carla (29.12.69), • Rage Saliba e Elade (1967), • Rubens e sua prima Gláucia (1964), • Sérgio Lopes e esposa Darley e filhos (1963), • Terezinha Araujo e filhos, • Walter Rocha Cardoso e família (1950). 10 Relatos de Pioneiros Milton Pereira “Fui batizado no ramo de Belo Horizonte que era presidido pelo Élder Carlos Garcia, missionário natural de Califórnia. Eu residia então, no bairro Gameleira. O ramo funcionava na rua Rio Grande do Sul, 1040. Fui batizado em 24 de julho de 1960, pelo Élder Jeffrey R. Matsen e confirmado pelo Élder Blen Flinders Talbot, ajudado pelo Élder Matsen. Declaro que todas as bênçãos pronunciadas na ocasião estão sendo cumpridas. Fui ordenado diácono por Walter Rocha Cardoso, então presidente do Ramo Belo Horizonte, que então pertencia ao Distrito de Juiz de Fora. Havia 18 membros frequentadores nesta época . O ramo pertencia a Missão Brasileira. Nesta época fui designado como Coordenador da Escola dominial deste ramo que tinha a Sister Bak como professora. Meu primeiro serviço na Igreja foi distribuir o sacramento nas reuniões sacramentais do ramo, que contava então, como 25 membros. Nos primeiros dias como membro da Igreja prestei meu primeiro testemunho na sala de aula da Escola Dominical dizendo que sentia que a Inteligência de Deus estava presente na classe e que fazia portanto uma grande diferença nos ensinamentos recebidos. Em meu segundo testemunho falei que as religiões usavam o Novo Testamento para ensinamentos, desprezando o Velho Testamento, quando 11 precisávamos tanto de um como de outro, fazendo este muita falta na aplicação dos ensinamentos. Em meu terceiro testemunho falei sobre a providência de Deus em salvar os israelitas no Egito, quando na passagem pelo mar. Disse que não sabia o que seria da verdadeira religião se eles não tivessem conseguido e que seria sempre grato pela providência divina. Fui ordenado mestre pelo irmão Walter Rocha Cardoso em 26 de maio de 1963. Nesta época a capela funcionava na rua Sergipe e o ramo era presidido pelo irmão Augusto Batista de Moura. Fui ordenado sacerdote pelo Presidente Osvaldo Magalhães Dias na capela da rua Levindo Lopes. Nesta capela participei, em 1964, das obras de marcenaria e carpintaria para assoalhos, quadra de voleibol, esquadrias e o hall da varanda e também no trabalho de alvenaria. Depois ocorreu a divisão do ramo Belo Horizonte e foi criado o ramo Belo Horizonte I e ramo Belo Horizonte II (Ramo Floresta). Fui ordenado Élder por Walter Crocce, segundo conselheiro da Missão Brasil Rio de Janeiro, em 01 de dezembro de 1974. Nesta época era membro do Ramo Belo Horizonte III que funcionava na rua Aimorés. Após o retorno do Ramo Belo Horizonte III para a rua Levindo Lopes, fui chamado para ser segundo conselheiro do Presidente João Teixeira Filho. Neste período tinha como grandes companheiros, o irmão José de Arimatéia Barros e o Élder Kochinaga, apelidado de “Japonês”. A seguir fui chamado como presidente do Quorum de élderes do ramo Barroca e julgo ter feito importantes trabalhos entre todos os membros e ter criado muita amizade e união. Após o falecimento do presidente João Teixeira, fui designado, em janeiro de 1979, pelo Presidente Ernani Teixeira do Distrito de Belo Horizonte, o presidente do ramo. Presidi essa unidade por quatorze meses. Tinha como presidente do quorum, o irmão Manuel Figueira Rodrigues, como secretário do quórum, Manuel Rosa Tibães. Como 12 conselheiros do ramo, os irmãos Geraldo dos Reis da Silva e Oswaldo Barreto de Oliveira. Muitos batismos aconteceram. Mudamos o ramo para a rua Pedra Bonita, 1088, Bairro Barroca. Promovemos a compra de quase tudo que precisávamos para funcionar como um ramo, inclusive bebedouro, mesas, púlpito, bancos, cadeiras e quadro, hinários e bandejas. Os relatórios financeiros foram rigorosamente pontuais. Minha alegria era o trabalho do irmão Ilton de Souza Castro no serviço de conferir os relatórios como secretário financeiro. Ele fazia, porém este serviço no local onde trabalhava, pois estava afastado da Igreja, apesar de sua família frequentá-la assiduamente. O quórum de élderes funcionou com esforço. A Sociedade de Socorro teve muito êxito. A Organização das Moças não funcionou muito bem, mas tínhamos um grupo formidável de rapazes: David William Pereira, Joubert Paim Diniz, Paulo Sérgio de Assis Teixeira, Adriano de Castro, Concórdio Pereira de Souza, Carlos Roberto Camargos, Wanderley Reis da Silva, Wandick R. do Carmo e Luiz Vanderlei Sales. A capela estava sempre muito arrumada com o trabalho destes jovens, pois não tínhamos zeladores. As moças e as irmãs também auxiliavam neste trabalho. O irmão Geraldo dos Reis da Silva era o meu braço direito em tudo. Muitas bênçãos patriarcais foram tiradas pelos membros, várias caravanas ao Templo de São Paulo, muitas elevações no Sacerdócio, ficando a casa muito pequena para os membros do ramo. O Distrito foi elevado a Estaca e o ramo tornou-se a Ala Barroca, quando fui desobrigado como presidente do ramo. Fui ordenado Sumo-sacerdote pelo Presidente Luiz Henrique Andrade de Miranda, primeiro conselheiro da Estaca e depois designado primeiro conselheiro do bispado, com os bispos Geraldo Reis e João Márcio. 13 Fui designado líder de Genealogia e temos realizado muitas coisas boas neste cargo, como os cursos dominicais e preparação para o templo. Tive grandes ensinamentos e grande alegria com as irmãs Wanda Noronha e Ana Carolina de Almeida como professoras, com uma boa supervisão do sumo conselho da estaca. Espero ainda, poder fazer uma obra completa”. Obs.: O irmão Milton Pereira casou-se com a irmã Aurora Cândida Pereira (27.07.l956) e faleceu em 23.03.1990. Rute Damasio Perillo (Depoimento prestado em 30.ll.2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes). Nasci em 29 de março de 1933. Casei-me com Angelo Perilo. Tivemos 4 filhos. Estamos na igreja há 48 anos. Fomos batizados em Belo Horizonte em 1960. Nosso batismo: Duas missionárias bateram em nossa porta uma noite e queriam nos ensinar sobre o evangelho. Meu marido acreditava em Deus e tinha sido durante toda a vida mais ou menos presbiteriano. Eu não acreditava em nada, em coisa nenhuma, era completamente descrente, não acreditava nem mesmo na existência de Deus, portanto não tinha muito interesse em aprender sobre religião.Mas meu marido mandou que elas entrassem e começou a fluir entre nós uma grande amizade e daí cada dia que elas nos visitavam nos ensinavam uma coisa. Eu tinha já lido o Livro de Mórmon duas vezes porque eu sou muito interessada em leitura, em história, principalmente de povos e o Livro de Mórmon com suas histórias me prendeu muito apesar de que a parte religiosa passou direto sem que eu nem percebesse que tinha religião naquilo. 14 Então, um certo dia, uma certa tarde, eram mais ou menos 5 horas da tarde, quando eu estava no quarto, eu já tinha nesta ocasião dois filhos, Raul com dois anos e o Tadeu recém nascido. O Tadeu estava no berço e eu fui trocar a fralda; então no momento em que eu me abaixei no berço (antes eu fazia sempre uma oração) “eu quero saber se Deus existe, e se ele existe eu quero saber sobre esta igreja”. Nesta tarde eu ouvi uma voz que dizia: Deus existe e esta é a Igreja verdadeira. Neste momento eu caí sem forças no chão, não sei quanto tempo eu fiquei caída, não sei o que me derrubou, só sei que os dois meninos que estavam no quarto não fizeram nem um som, ficaram quietinhos, eu pude então meditar sobre aquilo que eu havia escutado e eu chorei muito porque meu coração estava amargurado por ter passado tantos anos sem acreditar em Deus e agora eu sabia que ele existia. Eu tinha 27 anos. Mais tarde as sisteres chegaram e falaram com a gente assim: “Sábado vai ter um batismo na Igreja, eu acho que vocês tem progredido bastante no conhecimento do evangelho, vocês estão prontos para ser batizados?” Meu marido falou:- Eu não estou, ainda faltam duas coisas para eu acertar.( Ele ainda fumava,ainda tomava café e também domingo ia sempre para o futebol). “E você, Rute, você está pronta?” Eu falei: De todo o meu coração, estou pronta, sister, pode me levar para o batismo. Meu marido ficou espantadíssimo porque eu não tinha contado para ele o me tinha acontecido, eu não sabia me expressar acerca daquilo, eu não tinha palavras para dizer o que eu havia sentido, nem o que tinha me acontecido exatamente. Sei que no proximo sábado, no dia 30 de abril de 1960, fui batizada. E aí eu comecei a fazer força com meu marido para ver se ele também se afiliava à Igreja. Então, no fim do mês, quando ele recebeu o ordenado dele, ele falou assim comigo: “Já paguei todas as minhas despesas”. E eu perguntei: “ Já pagou o dízimo?” E ele “Que dízimo?” E eu “ O 15 dízimo que a gente tem que pagar na Igreja?” E ele “Mas eu não sei o que é que isso, que dízimo é esse, eu não sou da Igreja”. E eu falei com ele assim:” Você não é da Igreja mas eu sou, então eu quero o meu dízimo pago”. Foi uma das coisas que eu sempre fiz questão: O nosso dízimo pago religiosamente. E foi uma benção muito grande nas nossas vidas pois nunca tivemos necessidades de coisa nenhuma, de pedir dinheiro emprestado, sempre tivemos nossa casa, coisas que nós precisávamos, os quatro meninos estudaram na faculdade, o neto que criamos desde pequenininho também estudou na faculdade. Fizemos missão (86-87) no templo de São Paulo. Meu marido, eu e meu filho Daniel saímos para a missão juntos . Ele para missão de proselitismo e nós para a missão no templo. A conversão de Ângelo foi a seguinte: Eu e a sister ficávamos sempre insistindo: “Por que você não aceita a Igreja, qual é o seu problema?” Aí ele disse que a mãe dele havia ensinado que na Igreja de Cristo não podia ter dança e que nós dançávamos na Igreja, então ele não podia aceitar esta igreja como se fosse a verdadeira. Mas eu fui conversando com ele, insistindo com ele, até que finalmente ele aceitou. Ele foi batizado em 22 de maio do mesmo ano. Daí prá frente aconteceram muitas coisas interessantes na nossa vida. Em agosto teve uma conferência na cidade e meu marido foi chamado 1º. conselheiro do presidente do ramo. Foi a primeira vez que teve um ramo com presidência brasileira. Em dezembro daquele mesmo ano, meu marido foi transferido pelo banco no qual trabalhava para Brasília e fomos para lá no início do ano de 1961. Lá nasceu nosso terceiro filho, Angelo Bueno Perillo Jr. Vivemos em Brasília por 4 anos e meio. Com relação a Igreja nesta cidade foi o seguinte. Não tinha capela, só tinha uma sobreloja alugada e os membros que tinham lá tinham vindo 16 de São Paulo e Curitiba; eram 3 famílias: Ciro Ludgero da Silva, com esposa e duas filhas e outras. Não tinha havido nenhum batismo lá. Algumas pessoas foram batizadas em Brasília. Meu marido foi o primeiro presidente do ramo, foi mandado pelo Presidente Bangerter que o designou quando ficou sabendo que íamos morar em Brasília. Mandou também na época dois missionários. Começamos o ramo, abriu com a gente lá, na Av. W3. O imão Ciro Ludgero da Silva era o 1º. conselheiro e o irmão Guido o 2º. Conselheiro. Nós moramos em Brasília durante 4 anos e meio. Depois mudamos para Niterói. Quando mudamos havia pessoas frequentando o ramo de Brasília. cerca de 30 Jason G. Souza, um irmão muito firme com sua esposa Lindamir, que tinha se mudado para Brasília tornou-se o presidente no lugar do Angelo. Quando fomos para Niterói encontramos um ramo pequeno, bem pequeno, com pessoas que não se falavam, não se gostavam, viviam de cara amarrada uns com os outros e nós achamos que aquele ramo não estava bom. Meu marido foi chamado como conselheiro do distrito e frequentava as reuniões às quintas- feiras, noite, no distrito. O presidente do Distrito, irmão João Dias, chamou-o para ser o presidente do ramo de Niterói, mas o outro ainda não tinha saído, né. Bem, meu marido não queria aceitar o chamado para não criar um problema maior com o outro que havia lá, irmão Cirley. Foi em 1965. Então o Cirley apresentou um pedido de dispensa do cargo porque ia morar em Cabo Frio, ele era do exército, e ia morar lá mas queria ser desobrigado dalí a um mês. Mas ele foi desobrigado no próximo domingo. Esse Cirley era uma pessoa muito engraçada porque continuou com as chaves da capela e do escritório. Então todo domingo, quando nós chegávamos cedo na capela, ele já estava lá, sentado no escritório e ele sabia de tudo que acontecia na cidade, entre os membros da Igreja. 17 Aquele ramo vivia numa contínua briga, ninguém tinha cargo a não ser o presidente do ramo e a esposa dele que era a presidente da Sociedade de Socorro. Então meu marido chamou todo mundo no bispado, reuniu todo mundo e falou com as pessoas: “Ou vocês resolvem o problema ou então eu não quero ninguém mais aqui, vocês podem ir embora e não voltar mais”. Na hora que ele falou isso, todo mundo começou a chorar, se abraçar e resolveram os problemas e acabou a desavença no ramo. Fizemos uns amigos verdadeiramente fortes, o Serafim, O Ari, o Amauri, e a família Lopes. Foi nessa época que Daniel nasceu. Em 1967, meu caçulinha que veio como uma bênção porque o médico havia dito que eu não podia ter mais filhos. Quando eu engravidei, eu falei “tirar não vai de jeito nenhum, eu vou com essa gravidez até o fim”. Meu filho nasceu bem, cresceu bem, hoje é forte e ativo na Igreja. Dos meus quatro filhos, dois fizeram missão de tempo integral. Tenho dois filhos que mudaram para os E.U.A. e moram lá. Ficamos morando em Niterói por 5 anos, quando o banco onde meu marido trabalhava nos transferiu para Sete Lagoas. O ramo em Sete Lagoas foi iniciado em 06 de abril de 1972, em nossa casa. Durante esses dois anos frequentávamos as reuniões Horizonte, onde meu marido era o Presidente do Distrito. domingos saíamos às 5 horas da manhã de Sete Lagoas e para as reuniões em Belo Horizonte (porque meu marido só 30 km. por hora). em Belo Todos os vínhamos andava a História do Pneu – (narrada pelo Daniel Perillo) ‘Teve um dia que eles sairam de casa pela manhã e o pneu estava furado. Meu pai falou que ia até o borracheiro consertar o pneu. Mas mamãe disse “ Meu bem, muito tempo que a gente vai, nunca aconteceu, hoje é domingo, não é dia para ir no borracheiro”. Aí, ele falou :“o Espírito tá me falando para consertar o pneu”. Consertaram o pneu. 18 Já na ida no meio do caminho furou o segundo pneu. Ele trocou o pneu e falou: “Vou consertar no borracheiro” e mamãe respondeu: “ Mas já aconteceu a segunda vez, não vai acontecer de novo, hoje é domingo não é dia de fazer isso. E ele respondeu: “O Espírito tá me falando prá consertar o pneu”. Consertaram o pneu, foram, assistiram a reunião e quando iam pegar o carro, o terceiro pneu estava furado também. Trocaram o pneu e antes de seguir viagem, mamãe perguntou: “Vai consertar no borracheiro”? “Não, não vou consertar”. “Por que” e sua resposta foi: “O Espírito não me disse nada!” E voltaram para casa em segurança sem mais nenhum pneu furado. Em Sete Lagoas meu marido conversava com todas as pessoas que entravam no banco, conhecia todo mundo, falava com todo mundo, chamava para ir a Igreja. Muita gente foi batizada, apesar de muitos não terem permanecido ativos. Foi o presidente do ramo em Sete Lagoas. Em 1975 fomos transferidos para Brasília mais uma vez e meu marido foi chamado para ser presidente do distrito permancendo nesse chamado até a nossa vinda definitiva para Belo Horizonte em 1980. Eu gostaria muito de contar a História da Igreja em Brasília. Quando nós chegamos em Brasília dessa segunda vez, ainda não tinha capela. Eles continuavam a realizar reuniões naquela sobreloja e lugares similares. Então nós ficamos sabendo que a NOVACAP dava terrenos para escolas e igrejas desde que o responsável assinasse um termo dizendo que ia construir o edifício dentro de 3 anos. Então, o Angelo ia com o irmão Guido todas as semanas assistir a reunião do conselho da NOVACAP, esperando ser contemplado. Já haviam enviado todos os papéis exigidos por eles, inclusive um milhão de cruzeiros depositados no banco no número da caixa da NOVACAP. 19 Como eles iam todas as semanas reparavam que havia uma pilha bem grande ( mais de um metro de altura) de requerimentos . Uma noite meu marido falou para o irmão Guido: “Vamos ajoelhar aqui e fazer uma oração”. Eles se ajoelharam na entrada do edifício onde funcionava o escritório da Novacap. Oraram e pediram que tudo corresse bem aquele dia, pois já havia mais de 2 anos que estavam esperando e não tinha jeito de sair. Saiam contemplações principalmente para colégios e igrejas católicas. Mas nesse dia depois que oraram aconteceu algo realmente extraordinário. O presidente do conselho falou o seguinte: “Hoje não vamos fazer como de costume, ou seja, tirar uma petição aleatoriamente ( eles sorteavam duas todas as semanas). Vamos escolher uma que tenha todos os dados preenchidos, que todos os papéis estejam perfeitos e o dinheiro depositado”. A única que tinha todos os dados perfeitos foi A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Foi dado um terreno para a Igreja. Na hora de darem o terreno, este tinha que ser escolhido por um membro da NOVACAP. Havia terrenos pequenos e outros maiores. A priori ofereceu-se um terreno pequeno para a igreja. Meu marido salientou que precisava de um terreno grande, explicando que a igreja tinha quadras, estacionamento, área de batismo, recreação e que se houvesse alguma desistência dos terrenos maiores que lhe fosse avisado, então. Havia um rapaz medindo aquele desenho plano da cidade com uma régua e disse: Espera aí, não vai embora ainda não, eu estou vendo uma possibilidade, olhou bem e viu o nome de uma igreja que ocupava dois terrenos . Havia um de 30 x 50 na W5 que estava livre. Então deram esse terreno para a Igreja. O relato a seguir é do Daniel Perillo: Tem duas coisas que eu gostaria de acrescentar nesta história: Naquele dia, a secretária da NOVACAP não estava lá. Havia uma outra secretária no lugar. A secretária titular sempre tirava a pasta da Igreja e escondia porque ela não gostava da igreja. Mas no dia em que eles 20 oraram, esta outra secretária viu a pasta e comentou:“esta pasta está aqui há muito tempo” e colocou a pasta em cima da pilha e foi a pasta que eles abriram e que estava tudo perfeito. O interessante desta história é que eles tinham que pedir para passar um trator no terreno para começar a construção da capela e era uma coisa complicada para conseguir. Mas apareceu um trator que foi lá para limpar o terreno da loja maçônica, ao lado, e limpou o terreno da Igreja por engano. Quando perceberam o ocorrido , o terreno da Igreja já tinha sido limpado completamente.O terreno foi todo limpo pelo trator da prefeitura que estava prometido aos maçons. Três dias depois o presidente Beck mandou três missionários de construção que ficaram hospedados em nossa casa e começaram a comprar materiais e em poucos dias já tinham comprado todos os materiais. Construiram primeiro uma casinha para eles ficarem e depois começamos a construir a capela. Na construção da capela fazíamos um grupo no sábado de manhã, com intervalo para almoço. Cada uma das irmãs levava comida e todos participávamos. Depois tinha o segundo turno de construção, então, trabalhamos bastante mesmo. Eu até recebi um prêmio porque fui a que deu maior número de horas na construção da capela. Em 10 meses a capela já estava pronta. Lá era muito forte o ramo. Todo mundo frequentava, todo mundo trabalhava bastante. Nós ficamos em Brasília por 6 anos. Em 1980 Ângelo se aposentou pelo banco. Mudamos para Belo Horizonte, para nosso apartamento e ficamos definitivamente. Os cargos que ocupei foram: - Professsora dos membros antigos (ramo de Belo Horizonte) Tinha apenas 15 dias de batismo e fiquei pensando: “como vou dar aula, nunca dei uma aula na minha vida nem em lugar nenhum” A 21 sister, que era a professora, me ajudou e disse que eu seguisse o manual, as referências na Bíblia e no Livro de Mórmon e citasse durante a aula. Eu estudei tanto durante a semana que decorei a aula e no domingo cheguei lá na frente e a transmiti em 5 minutos. Então, eu falei “e agora”? Agora eu tenho que começar de novo. Então, comecei a aula novamente da primeira página, fui esticando, esticando, até que completei os 45 minutos. - Tive 9 cargos em Niterói: Nunca fui presidente de nada, eu dava aulas, gostava de dar aula; eu lia muito. Eu li o Livro de Mormon uma vez por semana, durante muitos anos. Lia 130 páginas por dia, principalmente à noite quando não tinha sono. Li o Livro de Mórmon de capa a capa de quatro a cinco vezes por mês, lia D&C Ensinamentos de Brigham Young e outros livros. Gostava muito de dar aulas na Sociedade de Socorro, na Primária, na Escola Dominical Jr. Eu gostaria de prestar meu testemunho que eu tenho certeza absoluta da veracidade da Igreja. Que Deus existe, Ele é o Pai de Jesus Cristo, nosso pai espiritual e nós vivemos num mundo da pré existência onde nossos espíritos foram preparados para habitar esta terra e tivéssemos conhecimento de todas as coisas, e viemos com o véu do esquecimento. Eu sei que fui escolhida para ser um membro da Igreja lá na préexistência e que eu tenho certeza da veracidade da Igreja e tudo o que eu mais desejo na vida é chegar ao reino celestial e habitar junto com os santos e viver para a eternidade junto com minha família e todas as pessoas que amei nesta terra, que nós possamos ter a felicidade eterna lá com o Pai Celestial, com Jesus Cristo, com todos os membros da Igreja que forem fiéis aqui nesta terra. Presto esse testemunho em nome de Jesus Cristo, Amém. 22 Maria Balbina Correia de Queiroz (entrevista em novembro/2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes) Meu nome é Maria Balbina Correia de Queiroz, todo mundo me conhece por Bina, meu nome foi escolhido pelo meu pai, o nome da minha avó, nome é uma coisa que a gente carrega a vida inteira. Conheci a igreja com o método antigo de proselitismo, o bater de porta em porta. Nessa época, Belo Horizonte tinha muito poucos edifícios e o primeiro foi em frente a minha casa. Morei numa casinha, no Bairro de Lurdes, éramos somente duas filhas e meus pais. Os missionários bateram em nossa porta e pediram para ensinar. Minha mãe não podia atendê-los pois eram 10 horas da manhã e ela estava fazendo almoço. Os missionários eram americanos e disseram que voltariam mais tarde. Eu tinha 17 anos. Naquele tempo os missionários não batizavam assim rapidamente, meu pai rosnou um pouco para os missionários mas como ele era muito curioso, meu era antiquário, português, minha mãe emigrante alemã. Meu pai era muito mais velho do que minha mãe. Meu pai não era bravo, nunca me bateu, nem nada. Meu pai disse que nunca trairia a religião de seus ancestrais, nunca trairia os pais. Os missionários começaram a ir lá em casa, e eu achei ótimo porque eles eram muito bonitos, americanos, eram uma novidade na minha vida. Eu já tinha conhecido alemães, tchecos. A loja de meu pai era assim uma espécie de ponto de estrangeiros. Conheci franceses, eles ficavam hospedados lá em casa, mas americanos eu não tinha conhecido ainda. Quando vi aqueles americanos bonitos, grandões, pensei: “Vou arrumar um marido aqui”. Minha irmã era mais taciturna, séria, gostava muito de ficar lendo , ficou olhando assim de canto. 23 Bem, os missionários voltaram, minha mãe recebeu-os, mas eu não ficava ali na sala escutando as lições . Eles deram o Livro de Mórmon para minha mãe e falaram que eu tinha que ler. Naquele tempo não se batizava ninguem, se não tivesse lido o Livro de Mórmon inteirinho, bem explicadinho. Isso foi em 1960. Ficaram meses e meses. Naquele tempo fazia parte do proselitismo, tocar violão, cantar, fazer panquecas, os missionários comerem, meu pai também participando. A comida estava sempre envolvida. Houve um envolvimento total entre nós e os missionários. Elder Robert Watson foi o chodó da minha mãe. Ele tinha 23 anos e era muito pobre. Ele não tinha guarda chuva, o companheiro, sim. Naquele tempo os missionários traziam o dinheiro que eles tinham não havia ninguem dando dinheiro, ajudando a pagar o aluguel, nem nada. Eles tinham que pagar tudo. O guarda chuva do elder Watson tinha muita goteira, era muito engraçado. A igreja era muito pertinho, eu ia de bicicleta levar torta de maçã para eles, um dia eles deixaram uma torta embaixo do púlpito, encheu de formiga, mas eles cataram as formigas e comeram assim mesmo. Tinham muito apetite, próprio da idade. O elder Watson ficou nessa área por sete meses. Era um dia lindo de fevereiro quando senti que devia me batizar. Minha mãe estava no terraço e eu falei do meu sentimento de me batizar “naquela igreja dos americanos”. Então minha mãe me explicou que eu não tinha ouvido nenhuma palestra, só ficava fazendo coisa de comer, tocando violão, quando eles estavam ensinando. Resolvi falar com o elder Watson que me confirmou que eu precisava ouvir as palestras, enfim estar preparada. Ele não chegou propriamente a me dar todas as lições. Naquele mesmo dia em que tomei a decisão do batismo chegou uma revista que assinávamos em espanhol “LIFE” e havia um artigo falando muito sobre a poligamia, fiquei muito assustada, mas o élder explicou e acabei entendendo. 24 Meu pai não deu consentimento para me batizar. Então, quando fiz 18 anos, saí de casa, pelos fundos, com uma muda de roupa embaixo do braço. Eu me batizei com um vestido branco de linho godê, na piscina do Clube Atlético Mineiro, em 1961. Naquele dia batizou-se também a irmã Ermelinda, mais umas cinco pessoas. Depois de um tempo minha irmã também se batizou. Minha mãe não podia se batizar porque meu pai não dava consentimento. Então aconteceu uma coisa inédita. Veio uma autorização especial (a pedido do élder) assinada por David O. McKay que mamãe podia se batizar. Minha mãe se batizou (mais de um ano depois) e ficamos muito firmes. Dediquei-me muito a Igreja, lá na rua Sergipe, estava no céu de tanta felicidade, participava de tudo, de teatro, disso, daquilo enfim. Participava de tudo que a A.M.M. fazia, limpava a capela, voltavamos a pé para casa, trocávamos de roupa e íamos todos para o cinema . A gente tinha uma vida muito alegre, muito divertida, muito boa. Numa ocasião houve uma festa junina, e eu tocava acordeon para o pessoal dançar. Minha irmã era parceira de um rapaz chama Lincoln e sem maiores explicações ela não queria dançar mais com ele. Aí minha mãe veio falar comigo: Coitadinho do Lin, sua irmã largou ele lá sozinho e ele não tem com quem dançar, porque todo mundo já está com par. Vai você, e eu “eu não posso, mãe, eu estou tocando o acordeón . Eu não tinha nada com o Lin. Bem, havia um tcheco na igreja (já falecido) que tocava o acordeón maravilhosamente bem , mas ele era um chato de galocha, só tocava quando dava na telha dele e eu fui lá supliquei, expliquei, “toca Ladislau, toca Ladislau”. Ele tocou, a festa ficou até melhor. Eu fui dançar com o Lin. Dancei muitos anos e depois “dançei”. Casei-me com Lincoln Porto de Queiroz. Ele se batizou e se tornou o primeiro bispo de Belo Horizonte por 3 anos. Tivemos seis filhos. Quando me batizei na Igreja fui direto trabalhar com crianças. Fiquei uns 20 anos trabalhando na Primária. Fui por mais de 10 anos Presidente da Primária de ala e da Estaca. Fui presidente das moças, 25 fui líder das moças da estaca, dei muita aula no Seminário e no Instituto de Religião. Hoje sou divorciada por decisão do meu marido. Arlindo Angelo Monteiro (entrevista em novembro/2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes) Eu estou fazendo uma gravação na minha residência no dia primeiro de dezembro de 2008. Sou casado pela segunda vez com Ivone Monteiro. Tenho 4 filhos do primeiro casamento, todos esses quatro filhos fizeram missão. Atualmente um deles, é o Presidente de Estaca e o outro conselheiro . Batizei-me em 22 de novembro de 1962 em Belo Horizonte, quando naquela época tínhamos apenas uma casa alugada, um ramo funcionando. Depois de oito meses de batismo fui chamado para ser o presidente de ramo. Trabalhei com o Presidente Walter da Rocha Cardoso, que era o presidente de distrito na época, viajamos bastante para reuniões da Igreja. Fiquei fora de Belo Horizonte de 1969 até 1973.Morei em outros estados em função do meu trabalho . Voltei em 1973 para Belo Horizonte quando fui chamado para ser Presidente de ramo novamente. Nesta época já estávamos dividindo, ramo Floresta, ramo Barroca e ramo Pampulha. Minha vida na igreja é uma vida de muito trabalho, muitas bênçãos. Fiz administração de Empresa e numa época precisei passar quatro meses no Rio de Janeiro, e viajava todo final de semana para Belo Horizonte para dirigir as reuniões. No domingo à noite voltava para o trabalho. Em 1981 fui chamado para ser o presidente de ramo de Sete Lagoas. Ia para lá tos os fins de semana. Isso tudo foi muito gratificante porque 26 pude criar meus quatro filhos, no evangelho – fizeram 2 no nordeste, 1 no sul e a filh no Rio. Fui batizado pelo elder Anderson em 1962, (um dos meus filhos chama-se Anderson em homenagem a ele) e no ano 2000 estava residindo com Guarapari e pude me reencontrar com ele que era o Presidente da Missão Rio de Janeiro Norte. Meu testemunho é muito forte. Ocupei vários cargos, Presidente de Ramo, Bispo, Membro do Sumo Conselho, em todos os chamados me dediquei bastante e procurei fazer o melhor. Acho que a Igreja demorou um pouco para se desenvolver em Minas Gerais. Em 1969 fui morar em Recife e quando retornei encontrei a mesma coisa que havia deixado em Belo Horizonte: uma capela recém construída com um ramo funcionando. Em 1972 eu nãi sei até quando o senhor vai me deixar por aqui, meu último filho vai para a missão e pretendo fazer uma missão no templo. Como conheci a Igreja: Morava em Belo Horizonte, bairro Calafates e o missionário Anderson com seu companheiro, foram visitar uma irmã que estava inativa, mas não conseguiu sucesso e perguntou a ela, se conhecia alguma família que pudesse visitar. Ela então me indicou. Eu havia mudado para lá recentemente. Tinha 32 anos, era casado com a primeira esposa. Não recebi os missionários com muito bom gosto (pois estava cansado e queria descansar). Nesta mesma semana apareceu um casal batista para me visitar também. As visitas eram realizadas em dias alternados. Na minha família há somente 5 pastores batistas. Então eu disse para o casal batista que eu agradecia mas tinha me decidido me batizar na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ele não gostou e quando meu pai soube do meu batismo ele fez uma carta me esculhambando, mencionando sobre a poligamia. Eu nunca respondi a carta dele. Mais tarde ele mudou para Belo Horizonte. Em uma dessas reuniões que fazemos de três em três anos, meu pai pediu a palavra e disse à familia que meus filhos eram seus melhores netos e que eu já estaria 27 salvo (ele era pastor da igreja batista). Eu fiquei satisfeito por ele estar com um conceito diferente da igreja. Meu pai morreu há cerca de 8 anos, minha mãe há seis anos e hoje eu sou patriarca de uma família de 158 pessoas. Eu acho que se minha missãonão foi muito boa, pelo menos estou com a consciencia tranquila eu procurei fazer o melhor, não só como membro de uma família, membro da igreja, até hoje não conheço nenhum membro da igreja que não me aceite como membro da igreja e isso para mim é muito importante e uma parte de meu dever aqui está cumprida. Eu gostaria da falar agora sobre o meu testemunho . Tive muitas experiências dolorosas na igreja, de provações, de desafios, o primeiro o pior deles foi o da minha primeira esposa que não quis casar comigo no templo e porisso não pude selar todos os filhos, mas um dia eu terei, pois permaneci fiel e meus filhos também. Eu tenho tido o privilégio de receber algumas revelações para mim como líder da igreja e para minha família. Revelações muito especiais, muito pessoal, são revelações espirituais que se deve guardar para si. Não tenho nenhuma dúvida de que o profeta Joseph Smith foi chamado pelo Pai e pelo Filho para restaurar a igreja sobre a face da terra. Tenho forte testemunho de nossos profetas, nossa liderança, de que o Senhor vive e é o nosso Salvador, não tenho como negar isso em nenhuma época de minha vida, porque as revelações que já recebi, as bênçãos que já recebi não me permitem. Sei que Deus é o Senhor de tudo e de todos e seu filho Jesus Cristo que está me ajudando e sempre me ajudou na condução da minha família e que Deus possa continuar usando sua misericórdia para nos abençoar até o dia do juízo final. Eu oro para que o profeta Monson possa continuar usando seu tempo, seu talento, seu exemplo para toda a Igreja. Deixo meu testemunho em nome de Jesus Cristo. Amém. 28 Maria de Jesus Choairy Coelho(entrevista em novembro/2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes) Meu nome é Maria de Jesus Choairy Coelho, mais conhecida como Pininha. Maria de Jesus Choairy Coelho ao lado esquerdo de Sister Lopes Historiadora da Área Brasil em outubro de 2008 Sou filha de Karin Miguel Choairy e Filomena Correia Choairy. Somos uma família de nove irmãos, com minha mãe e mais três irmãos, filhos de meu pai. Eu conheci a igreja em 1969 de uma forma sui generis. Eu e meu marido estávamos conversando a respeito de dar uma orientação religiosa para nós e nossos filhos e nós procuramos lugares, igreja, várias congregações aonde a gente se sentisse melhor. Como nós não achamos nada, quando jovem frequentei a igreja batista, então sugeri que frequentássemos a igreja batista. E dez minutos depois dessa sugestão bateram à nossa porta. Eram dois rapazes e nós os convidamos a entrar. Eles não podiam entrar, marcaram um outro dia eles só fizeram uma pesquisa, eles estavam trabalhando para ver se a gente tinha linhagem na nossa família e como não tínhamos eles voltaram. Começamos a receber as palestras, dos élderes em 1969. Eu estava com problemas de stress e fiquei internada no hospital durante quase um mês e meio e durante este período as irmãs da Sociedade de Socorro toda a semana iam me visitar e algumas vezes eu ia assistir as reuniões da Sociedade de Socorro na Capela (só tinha a capela da rua Levindo Lopes). Diante dessa amizade demonstrada pelas irmãs, desse amor, me incentivou muito a entrar para a Igreja. Mas antes de ir para o hospital os missionários me deram uma bênção e eu fiz um jejum, como diz em D&C 9: 7,9. Eu senti aquele ardor no coração e eu tive um testemunho de que essa igreja era realmente verdadeira. 29 Quando saí do hospital já tinham dois outros missionários: Élder Walker e Backiman. Eles que nos batizaram. Recebemos o restante das palestras e fomos batizados, eu e meu marido, no Ramo de Belo Horizonte, com 25 anos, e posteriormente meus filhos foram sendo batizados à medida que faziam oito anos. A irmã Maria Luiza Lopes foi batizada no mesmo dia. Foi a grande diferença na nossa vida, principalmente na minha. Frutos do meu batismo: No velho testamento fala que teríamos alegria na nossa posteridade. Eu sou um testemunho vivo dessas coisas que o Senhor falou. Os meus filhos todos foram bem criados dentro do evangelho, todos tem princípios ativos em suas vidas. Tenho apenas um filho que não está ativo no evangelho, mas semente está plantada. Minha filha mais velha serve uma missão com o marido, Missão Santa Maria no Rio Grande do Sul. O segundo filho é conselheiro na presidência da minha estaca. A terceira filha é presidente da Sociedade Socorro da ala que pertence. A quarta filha mora nos Estados Unidos e está frequentando a Igreja. Me preocupa bastante ela estar longe há 15 anos mas ela tem viva em sua vida os ensinamentos que teve de casa. Meu quinto filho é o que está inativo há 14 anos e meu filho mais novo trabalha no Ramo Bentin. Vejo não só os meus filhos, mas meus netos seguindo essa crença em Deus e em Jesus Cristo e isso me dá grande alegria porque todos os meus netos frequentam a Igreja. Minha mãe se batizou depois de muita insistência . Os missionários que passavam aqui em Belo Horizonte eu mandava à casa dela em Brasília. E um dia ela aceitou o evangelho, cinco anos após meu batismo. Ela serviu duas missões no templo de São Paulo. A minha mãe é um legado belíssimo que temos em nossa família, de abnegação, de perdão, de trabalho, de serviços, um exemplo que muitas famílias gostariam de ter e às vezes não tem e nós somos muito felizes porisso. Eu já tive quase todos os cargos. Professora, Presidente da Primária, Presidente das Moças, Presidente da Sociedade de Socorro. Eu quero compartilhar com os irmãos o testemunho forte e poderoso que eu tenho quanto à veracidade desse evangelho, quanto a 30 existência de Deus, nosso Pai que é cheio de bondade e misericórdia e de Jesus Cristo, o poder do sacerdócio, e muitas vezes eu fui privilegiada com o poder do sacerdócio. Recentemente eu fui curada por esse poder e pela minha fé, por confiar no Senhor. Nós devemos confiar Nele que tudo sairá da melhor forma possível . Eu estava com um diagnóstico de câncer em várias partes do corpo, fiz exame e não deu absolutamente nada. Eu tenho certeza que foi o Senhor que me curou. O poder do sacerdócio é algo que devemos respeitar e nós devemos usar quando precisarmos, que é o poder de Deus aqui na terra. Eu sei que o profeta Joseph Smith foi um profeta do Senhor e hoje nós temos o presidente Monson, que nos fala as coisas que o Senhor espera que façamos. Que nós possamos ser fortes instrumentos em suas mãos, é o meu testemunho em nome de Jesus Cristo. Amém. Claudio Bueno (entrevista em novembro/2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes) Conheci a igreja em 1958, numa cidade que fica entre Piracicaba e Campinas, locais aonde haviam ramos da Igreja. Os missionários viajavam entre essas cidades e passaram por dentro duma cidadezinha chamada Santa Bárbara D’Oeste. O ônibus no qual eles viajavam quebrou (na rua da minha casa). Aí o motorista pediu que eles aguardassem pois levaria duas horas para consertar. Aí, a dupla de missionários sem ter o que fazer começaram a fazer “pesquisa”. Eles então desceram a rua da minha casa, eu morava na penúltima casa. Eles desceram conversando com as pessoas (eles eram ruivos, queimados do sol, com aqueles olhos bem azuis, o pessoal achava que eram dois E.Ts. – marcianos). Eles foram descendo e as pessoas foram repelindo os missionários, quando chegaram na frente da minha casa começou a chover. Quando começou 31 a chover eles entraram na varanda da minha casa, minha mãe ouviu o som dos sapatos nos ladrinhos da casa, ela abriu a porta e os recebeu e viemos a conhecer a Igreja. Eles começaram a ensinar, eu comecei a viajar com os missionários para Piracicaba aos sábados e dormir com os missionários na capela para assistir as reuniões de domingos. Fui o primeiro membro da cidade. Tinha 19 anos, idade da missão. Eu vim de uma família de alcóolatra e achei que a Igreja era uma grande oportunidade de eu fugir disso . Eu pedi para ser missionário. Telefonei para o Pres. Bangerter para ele me chamar como missionário para que eu pudesse sair. Houve um problema com a Guerra da Coréia, não me lembro bem, os missionários americanos começaram a ir embora começaram a fechar as capelas, fechou Goiania, fechou Uberaba, Uberlândia e foram fechando. Então fui chamado para missão. Fui batizado lá no Rio Piracicaba e minha vida mudou. Nesta época eu estava pronto para casar, tinha noiva e os acessórios. Mas ela falou para eu escolher entre ela e a Igreja. Eu escolhi a Igreja e reforçou aquele sentimento de ir para a missão. Fui missionário junto com o élder Cardon e Dickison Caullen. Eu era jogador de futebol, eles aos domingos iam no campo lá, eu jogando, sabendo que estava quebrando o dia do Senhor olhava na arquibancada e lá estava o Cardon ele ficava olhando assim , à noite eu ia para a reunião e ficamos com três membros na cidade de Santa Barbara (até fechar) eu, meu irmão .... O élder Cardon brincava, me elogiava muito, mas ao invés de ele pedir para eu parar o elogio dele me incentivava a continuar até que um dia eu resolvi parar, fiz meu último jogo, despedi de todo mundo. Peguei um ônibus para São Paulo (03.01.1963) que eu me ofereci para ser missionário. A casa da missão era na Pça. Itália. Comecei a trabalhar na construção da capela de Santo Amaro, e por sequência Santana, Perdizes, Belo Horizonte, Brasília e depois em 1972, capela do Jardim Botânico. 32 O irmão Condon Vidal com a esposa era minha família lá em Santo Amaro (lavavam minha roupa e eu almoçava aos domingos com eles). Reinhold Kraft era o presidente de ramo na época. Quando eu vim para Belo Horizonte o pai da jovem que viria a ser minha esposa era o presidente do ramo (também almoçava aos domingos e então conheci a filha que viria a ser minha esposa). Quando fui para Brasília transferido, eu escrevi para ela, que se ela quisesse me esperar eu voltaria quando terminasse a missão e me casava com ela. Terminei a missão com o Clarence Moon em Brasília ( lá fiz Anápolis, Goiania), voltei quase no término da capela de Brasília, namorei por 2 ou 3 meses, aproveitei o término da construção da capela de Belo Horizonte e o meu foi o primeiro casamento ali realizado . Atualmente eu sou o membro mais velho que tem aqui na região (acho que no estado) acredito. A última capela que trabalhei como construtor foi Jardim Botânico. Eu olhava uma capela construindo em Cascadura e outra em reforma em Niterói. Minha vida foi sempre dentro de obra mesmo. Na igreja como funcionário trabalhei de 1972 a 1974. Casei com Albertina Bueno, tivemos 2 filhos, netos e em 2006 fui chamado como Patriarca da Estaca Belo Horizonte Oeste. (fotos da construção da capela de Brasília) 33 Sueli Balena Leal (entrevista em novembro/2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes) Meu nome é Sueli Balena Leal e eu fui batizada em 16.06.1957. Na época tinha 11 pessoas na capela da ramo Liberdade, na rua Cláudio Manoel, 925, ainda existe essa casa lá. Nessa época o apóstolo Kimball veio aqui. Fui batizada na época do Presidente McKay. Havia a irmã Irene Lima, pres. da Soc. Socorro que fez um trabalho muito importante Foi no tempo que havia um hiato na Igreja (quando os missionários tiveram que sair do país), ela tinha um carinho muito grande com as pessoas, fazia reuniões muito bem elaboradas para não deixar o grupo de desfazer. Foi um trabalho muito grande. Na época os missionários vinham de São Paulo, ficavam uma temporada aqui e contactava as pessoas batendo na porta. Eu tinha 12 anos quando fui batizada. Minha mãe estava visitando minha tia, sua irmã, e era 10 horas da manhã, quando bateram em sua porta. Minha tia pediu que minha mãe atendesse a porta, pois estava na hora de aprontar o almoço. Minha mãe assim o fez. Recebeu-os e começaram a conversar. Minha mãe explicou que não morava ali, que era a casa de sua irmã, estava apenas de visita mas disse “tenho uma pergunta muito interessante para fazer a voces. Eu sou católica, passei 19 anos numa escola interna católica. Então, eu tenho uma grande dúvida, e se vocês me responderem isso, talvez eu me interesse pelo assunto que vocês tem a me dizer”. O assunto era sobre a Trindade. Presumo que os missionários devem ter ficado muito felizes, porque eles tinham a resposta e minha mãe 34 pesquisou durante seis meses, então iam visitá-la todas as vezes que vinham a Belo Horizonte, dar as palestras até que um dia, ela estava até grávida, foi batizada em maio. O nome dela era Helena Balena Arotegue, sobrinha do professor Alfredo Balena que foi um dos fundadores da Escola de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, foi 23 anos professor, catedrático, diretor. A família foi criada na Igreja e desde então eu tenho me deliciado, até hoje, eu leio muito sobre as doutrinas da Igreja, são 51 anos que ainda aprendo muito. Criei minha família na Igreja, apesar de meu marido não ser da Igreja mas consegui mantê-los na Igreja. Tenho 4 filhos. Meus dois filhos homens são dignos portadores do Sacerdócio e estou muito feliz por ter perserverado e resistido por tantos anos praticamente sozinha. Meu pai não era batizado, meu marido também não, havia muita oposição, tive uma tarefa muito árdua para manter minha família na Igreja. Hoje estou muito feliz por conhecer a verdade. Meu testemunho é que Deus vive e que tudo o que aprendi e tudo o que sou eu devo ao que aprendi na Igreja. Este testemunho que eu tenho e presto. Morei no sul do Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo. Lá no sul do Pará era uma aldeia indígena dos carajás, aprendi um pouco da língua, foi interessante conhecer os lamanitas. Conheci na Ilha do Bananal os tapirapês, foram experiências interessantes, mas sempre que morei perto de uma capela estive presente e ativa. 35 Osvaldo Magalhães Dias Osvaldo Magalhães Dias nasceu em 11 de março de 1923 em Alto Rio Doce – MG. Meus pais são Aristides de Oliveira Dias e Maria Magalhães Dias. O irmão Osvado conheceu a igreja através do Livro de Mórmon dado pelos missionários, um deles chamado Gabriel Kemeny . Tive um sentimento ao ler o livro de Mórmon “a voz que fala nesse livro é uma voz que eu já conheço”. Quando fui convidado a dar o testemunho na capela, fez sentindo o Espírito muito grande, dessa forma foi batizado em 29 de agosto de 1970 pelo elder Briant A. Buckwalter no Ramo Floresta- Belo Horizonte. Osvaldo Magalhães (terno claro) foi convertidoapos esta esposição. Sou casado com Eveline Teodora Rietra. Ela foi uma aluna minha de Geografia, em Ouro Preto. O pai dela foi meu professor de ingles. Eu estudei engenharia em Ouro Preto e me graduei em 1950 e tive uma família no Rio de Janeiro que foi mal sucedida e eu levei dois filhos para os meus pais criarem. Fui para Venezuela e por lá morei 5 anos depois voltei a convite do diretor da Escola de Minas para ser professor. Fiz concurso para professor catedrático em 12.01.1966 e lecionei na escola de Minas de Ouro Preto por 30 anos. Dava aula de Estabilidade das Construções e Concreto Armado. É Doutor de Ciências Físicas e Matemática. Na volta para Ouro Preto, (fevereiro de 1961) da Venezuela . Um dia fui procurar um conterrâneo lá num lugar chamado Fundo de Ouro Preto onde havia uma igreja. Vi uma moça na janela da casa. Olhei prá lá e perguntei se ali morava o professor Henrique e como ele estava. Ela me 36 respondeu que ele havia tido um acidente de moto. Eu perguntei se era grave, ela disse que não e me perguntou se eu queria visitá-lo. Fui visitá-lo, quando voltei ela ficou muito gentil comigo, e toda vez que ela passava na rua, eu falava “minha brilhante aluna” e ela ria. Acabou que nos casamos. Tivemos que nos casar em Montevidéu em 18. 02.1964 . Mais tarde regularizei a situação aqui no Brasil e nós nos casamos em comunhão de bens. Quanto aos filhos somente dois filhos nasceram depois que nos filiamos a Igreja. Um deles é o Aloisio e o Osvaldo Henrique. (depois de 1970) Os filhos se firmaram devido ao seu testemunho pois ele afirma “Eu ouvi a voz do Senhor”. De todos os nossos filhos, três fizeram missão. Campinas, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Todos esses filhos casaram-se com membros da igreja, mas minha filha casou-se com um não membro, médico, ela é firme e os filhos também, tenho outra filha não ativa e um filho mais velho que é completamente intativo. Ele tem um fundo religioso e esperança de que um dia ele vai voltar, pois estamos deixando nosso exemplo. Estamos na Igreja e aconteceu um fato extraordinário comigo. Eu era do ramo Floresta. E houve uma conferência e o Presidente Oakes da Missão Brasil Norte. No dia 04.09.1971 havia duas escolas dominicais.Ramo Floresta e Belo Horizonte. Começou o canto do Ramo de Belo Horizonte e eu senti um forte desejo de assistir a reunião daquele ramo. Na hora do sacramento eu fiz uma contrição e pedi ao Senhor que lavasse minha alma de toda a mágoa, de todo o rancor para tomar o sacramento condignamente e eu ouvi a voz do Senhor por três vezes. É dificil falar sobre isso, pois eu fiquei preocupado que as pessoas ao meu lado estivessem ouvindo. A voz dizia: Osvaldo apascenta as minhas ovelhas, repetidas três vezes. Eu fiquei transtornado. Cheguei em casa e falei com minha esposa assim: “Evelina, domingo que vem vai ter uma conferência distrital aqui 37 Você sabe quem vai ser o presidente do ramo de Belo Horizonte ? Vai ser eu. Eu recebi um chamado do Senhor. Você não fala prá ninguém”. Aí aconteceu: Eu era um Conselheiro. Então, o Presidente do Distrito, estava doente e não foi à reunião, o outro conselheiro não apareceu e o presidente Oakes mandou que eu prestasse um testemunho . Eu tinha lido em casa o livro ... capítulo 15, de cor eu citei grande parte do capítulo 15 ele falou comigo assim: Olha, vem cá, quando você estava falando eu recebi uma revelação “diante de você está o seu presidente de ramo”. Então fui presidente do ramo por 3 anos e a frequência mais que dobrou, foi dividido e saiu o Ramo da Barroca. Eu estava viajando muito porque lecionava em Ouro Preto três dias por semana e lecionava em Belo Horizonte, e como presidente do ramo e o ramo crescendo e o irmão Edson Martins Lopes era o presidente do distrito, ele começou a me atuar muito fortemente “precisa entrevistar os jovens, controlar os jovens todo mês” e eu me dei conta de que eu não estava cumprindo tudo exatamente.Então eu disse a ele “Vai haver a conferência do distrito e se quiserem me desobrigar eu aceito, porque eu não estou fazendo tudo com exatidão”. Aí fui desobrigado. E essa é minha história na Igreja. No mais tenho permanecido esse tempo , nunca saí da Igreja porque houve descontentamento, porque houve isso , porque houve aquilo, nunca me afastei. Eu realmente adquiri um testemunho da Igreja. O começo meu na Igreja foi o seguinte: Eu morava na rua Caratinga, na entrada da garagem, em dois apartamentos no térreo. Um dia eu estava consertando uma boneca da minha filha e a porta de garagem estava aberta, eu vi dois missionários na janela e um falou comigo, se podia dar uma mensagem da igreja de Jesus Cristo. Eu falei: “Existe essa Igreja?”. Ele falou: “Existe”. Abri a porta e convidei-o a entrar. Mostrei-lhe a minha Bíblia, disse que fazia pesquisa e que sempre me interessei por esse assunto, era um professor, e se ele tinha um livro da Igreja (porque eu tinha nascido católico e não tinha mudado porque não tinha encontrado nada de novo) poderia trazê-lo que eu o leria. 38 Ele me prometeu que no domingo seguinte ele ia trazer o livro e de fato, levou –me o Livro de Mórmon e eu comecei a lê-lo. Assim que comecei a ler, senti que aquela pessoa que fala no Livro de Mórmon, era uma voz que eu já conhecia . Não sei como conhecia, se era de sonho ou de alguma outra forma. Eu falei isso com o missionário que se chamava Gabriel Kemeny. Eu lhe disse: “Olha a voz que fala nesse livro é um voz que eu já conheço”. Então a cada visita dos missionários eu falava muita coisa do livro, pois guardava muita coisa de memória. Eles me chamaram para ir lá na Igreja, um dia, para prestar testemunho. Reunimo-nos na capela da Levindo Lopes, e prestei meu testemunho para os misssionários e os visitantes que estavam lá. Senti o espírito muito forte, e depois disso recebi as palestras e fui batizado. Na primeira reunião de testemunhos, também prestei novamente meu testemunho. Eu realmente tenho um testemunho da Igreja e os meus filhos se firmaram porcausa do testemunho que eu compartilhei . Eu ouvi a voz do Senhor. E foi fácil aceitar tudo o que aconteceu no Livro de Mórmon, o que está escrito, foi muito fácil porque eu tive muitas experiênciais espirituais na Igreja de muitas vezes eu sentir as coisas antes de acontecer. Tive nestes 37 anos de Igreja, é claro houve muitos momentos de contratempo na minha vida, mas eu sempre estive firme na Igreja e ela (minha esposa Alina, ) hoje é mais, é mais cuidadosa e diligente na Igreja, no tocante ao jejum, oração, Alina está sempre lendo o livro da Igreja, tem um testemunho muito forte. Alina tem uma experiência com um nosso filho que tinha se afastado. Ela conta a experiência com suas próprias palavras: “Meu filho, com 16 a 17 anos se afastou da Igreja porcausa dos amigos. Todo fim de semana ele ia prá bailes com os colegas. Fiquei muito preocupada porque ele não tinha hora de chegar em casa, comecei fazer jejum prá ele. 39 Jejuava todo domingo, para ele voltar para Igreja. Passou um ano, dois anos, continuei jejuando. Quando chegou no final do segundo ano (véspera de Natal), meu filho me disse; ‘Amanhã a senhora me chama , que eu quero ir à Igreja. Mas eu achei que era só porque era véspera de Natal, todo mundo gosta ir, enfim pensei nisso. Aí ele foi. Na hora da Escola Dominical, meu marido que era o Presidente chamou-o para fazer oração. Nesse momento eu já senti uma coisa dentro de mim, que ele estava voltando para a Igreja. Como de fato, no domingo seguinte, ele pediu-me para chamar de novo para ir à Igreja. Então senti que meu jejum estava começando a funcionar Meu filho pediu para falar com o bispo (Paulo Jorge). Pediu uma entrevista e expressou o desejo de fazer uma missão. O bispo então aconselhou meu marido a deixa-lo ir para a missão, do contrário ele voltaria aos amigos. Aí ele foi. Aloisio foi para Recife, fez uma ótima missão, voltou da missão uma outra pessoa. A Igreja me ajudou muito na educação dos filhos, e ao meu marido ajudou-o a se tornar mais calmo, mais ameno, mais tranquilo. Meu marido gosta de tudo direitinho, tudo no horário certo”. em novembro/2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes) (entrevista Anete Maria Lima Lisboa Janeiro de 1961, a família Lima composta de seis membros: Sr. Oscar Lima, Maria do Carmo Vidigal Lopes Lima, Olga Maria Lima, Anete Maria Lima, Janete Maria Lima e Wagner Antonio Lima, recebem a visita dos missionários, sendo um deles, Elder Jeffrey Robert Matsen, passam a pertencer ao ramo em Belo Horizonte, onde encontravam-se mais ou menos 12 membros, sendo o presidente do ramo, o irmão Walter da Rocha Cardoso. 40 Ao recebermos as palestras, nos ajoelhávamos a pedido dos missionários, e realmente uma nuvem de paz, segurança e alegria se punha e permanece. Passou o tempo e eu, Anete, com 16 anos permaneci na Igreja, me casei com Armando Emílio de Lisboa e tivemos seis filhos, sendo que o segundo, Armando E. Lisboa Jr., veio a falecer com um ano e 26 dias, Alexia Maria Lima Lisboa, Alexander Emílio Lima Lisboa, Alessando Emílio Lima Lisboa e Alan Emílio Lima Lisboa e Alessandra Maria Lima Lisboa. Desses filhos, quatro serviram Missão. Todos permanecem firmes, casados no templo, servem na Igreja com muito amor e responsabilidade. Já cursaram faculdade e pós graduação. Eu, Anete terminei uma faculdade de Pedagogia em 2004, e uma pós graduação na Universidade Católica de Minas Gerais, em Criminologia em 2006. Todos nós ainda vamos estudar muito, pois é isso que aprendemos na Igreja. Meu bispo é meu filho caçula. Meu querido esposo já é falecido. Era um homem de extrema capacidade e visão e, muito honesto em seus negócios, dando-me uma vida confortável e uma dedicação total ao lar e filhos, o que digo que é responsável pelo sucesso de todos os filhos e nosso selamento, hoje em dia, apesar de vivermos sem ele aqui na terra, na verdade não existe tempo nem espaço, não é assim? Nossa vida profissional embora com qualificações diversas, temos papel variado na Empresa de Refrigeração e um espaço para eventos, eu e três filhos, minhas duas filhas têm outras atividades bem sucedidas. 41 Pois bem, tive a oportunidade de abençoar meus sobrinhos que convieram comigo e com as idas na Igreja e convívios todos são membros, casados no templo e servem na Igreja com responsabilidade e amor. Todos em cargo de liderança, assim como meus filhos e um sobrinho que é bispo em outra unidade. Com uma enorme surpresa, recebi em 2005 um dos elderes que me batizou, Elder Matsen, hoje um advogado na Califórnia. Somamos sessenta e três pessoas, sendo já a 4ª. geração na Igreja. Sem contar os familiares dos cônjuges que entraram na família. Assim sendo, realmente sou parte da história da igreja em Belo Horizonte. É encantador sermos famílias seladas e ver de 12 membros em Belo Horizonte, sermos hoje, tantas alas e estacas. Como membro da igreja já há 47 anos, podendo contar os dias ou melhor os domingos que não estive presente, isto me dá uma enorme satisfação. Sei que tenho muito que aprender e fazer, mas tudo isso já é um bom começo. Servimos em vários cargos na Igreja, com muita qualificação e um bom conhecimento do Evangelho. Ir a cada domingo com meus filhos e sobrinhos na Igreja era uma bênção, uma alegria, fazer as reuniões familiares, era um avanço a cada dia nesses 47 anos de Igreja, os domingos nunca foram iguais. Reuniões de testemunho, discursos, conferências, estudo de escrituras principalmente as Liahonas, equilibra-nos. E rompemos a cada dia o véu que nos cobre. É magnifíco termos um profeta que nos guia e seus doze apóstolos. Isso é fantástico. Espero sinceramente, que meus desendentes permaneçam firmes na Igreja, que é a Igreja de Jesus Cristo S.U.D. dirigida por ele e, 42 abençoando-nos sempre com seu incomparável amor e misericórdia. Quando nos esforçamos para fazer a vontade do Senhor, nosso campo de escolha e a paz crescem.( entrevista em novembro/2008 para o casal historiador – Elder e Sister Lopes) Edson José Martins Lopes Meu primeiro contato com a igreja foi por volta de 1959, quando eu morava em Juiz de Fora. Minha mãe tinha uma pensão na rua Antonio Dias, 330, bem perto da Igreja e duas missionárias vieram morar conosco. Não falaram sobre a Igreja e me lembro delas vagamento. Depois nos mudamos para a rua Espírito Santo, 427 e a capela era na mesma rua, no número 473. Dois élderes vieram morar em nossa casa e comecei a assistir a algumas reuniões com eles, especialmente a Primaria, pois eu tinha 11 anos. Antes de ser batizado, pela exiguidade de membros, fui chamado como secretário da AMM aos 12 anos. Basicamente, frequentávamos as reuniões da AMM, eu, o Antonio Tadeu Batista, que hoje mora em Jacarepaguá, no Rio e alguns outros jovens, entre eles esporadicamente os filhos do irmão Oswaldo, que tinha uma lavanderia. Aos 13 anos recebi autorização de meus pais para ser batizado, apesar de minha mãe na época, por ser metodista, expressar constantemente suas discordâncias doutrinárias, especialmente em relação a um profeta e revelações. Apesar disso, ela me preparou espiritualmente para o evangelho. Quatro meses depois, minha irmã de 9 anos, Ceres Mara Toledo Lopes, foi batizada. Os missionários que me batizaram foram os élderes Michael Files e David P. Laws. Fui crescendo na Igreja, aprendendo e absorvendo os ensinamentos. Participamos de uma conferência dos jovens em São Paulo que foi 43 marcante. A hospedagem foi no parque da Água Branca, mas me lembro pouco do restante. Três anos depois, aos 16 anos de idade, mudei-me com a minha família para Belo Horizonte, em busca de melhores perspectivas de trabalho e estudo. A capela era na rua Levindo Lopes, 214, onde é até hoje. Eu era bem atuante, presidente da escola dominical, da AMM, nos esportes, etc. Servi o exército no CPOR aos 20 anos. Trabalhei como radialista e professor de inglês. Aos 21 anos conheci Maria Luiza, que se tornou minha esposa e namorada eterna. Tivemos um belo idílio que culminou como nosso casamento em 29 de dezembro de 1972. Antes disso viajei para os EUA como convidado do governo americano por 45 dias. Fui chamado como Presidente do Distrito de Belo Horizonte aos 21 anos de idade e ainda solteiro, tal era a escassez de líderes locais. Por esse motivo não servi em uma missão de tempo integral. Recebi minha bênção patriarcal no Rio de Janeiro, na capela de Andaraí, das mãos do patriarca Walmir Silva. Ele prometeu, entre outras coisas, que eu seria “protegido dos perigos”. Na volta para Belo Horizonte, em nosso carro, tivemos a prova disso. O carro estava com um problema – gastamos um tanque de combustível do Rio a Petrópolis, o que era um absurdo. Reabastecemos e seguimos depois de uns reparos em Duque de Caxias, mas ao chegar a Juiz de Fora, paramos no sinal de um cruzamento com a via férrea, mas não passou trem. Foi apenas a parada suficiente para o motorista do carro de trás ver que estava caindo gasolina do motor aos borbotões. O risco de incêndio era grande, mas com essa descoberta, que jamais seria feita com o carro desligado, foi evitado. 44 Formei-me na faculdade de Letras de UFMG em 13 de dezembro de 1972, pouco antes do meu casamento. Depois disso, servi como presidente do distrito, presidente de ramo, presidente de distrito de novo, conselheiro na primeira estaca (presidente Ernani Teixeira, 1º. Conselheiro Luiz Henrique de Miranda e eu, como segundo) por 7 anos. Depois fui chamado como presidente da estaca Belo Horizonte, servindo por 6 anos e meio. Nossa estaca chegou a ter 17 unidades, de Lafaiete ao sul até Sete Lagoas ao norte. Quando fui desobrigado da estaca, fui chamado como presidente do quorum de élderes da ala e depois de mudar-me para a Ala Pampulha, ocupei o mesmo cargo lá também. Fui também líder da obra e depois fui chamado para presidir a Missão Brasil Maceió, de 1999 a 2002 e deixamos lá muitos amigos. Foi uma época maravilhosa, a melhor de nossa vida. Depois ao voltar a Ala Pampulha, fui chamado como patriarca da estaca, tendo servido por dois anos, até me mudar para São Paulo para ocupar o cargo de gerente da tradução da área. Moramos por um ano na Vila Sonia, onde fui líder da obra e assessor da presidência da área para história da família. Servi também como oficiante do templo de São Paulo por cerca de dois anos. Depois fomos para a Ala Ferreira, onde fui líder de grupo dos sumo sacerdotes e agora conselheiro do bispado. Temos agora 5 filhos e 7 netos, com mais um a caminho. Tenho um testemunho do evangelho restaurado, do Livro de Mórmon, de Jesus Cristo como nosso Salvador e Redentor, de que Joseph Smith foi um profeta de Deus, assim como sei que os profetas que presidiram desde 1961, quando fui batizado, foram e são profetas, videntes e reveladores, O evangelho tem feito toda a diferença em minha vida e na de minha família. 45 Maria Luiza Carvalho Lopes Minha mãe era florista lá em Belo Horizonte e foi através desta profissão que ela veio a conhecer a Igreja. Um dia, uma senhora foi a nossa casa fazer uma encomenda de uma flor e falou com ela a respeito da Igreja. O nome dela é Maria da Penha Pereira. A gente tem um carinho muito especial pela família dela. Ela perguntou se os missionários podiam ir a nossa casa. Minha mãe falou que podia, no entanto, quando os elderes chegaram, minha mãe mandou dizer que não estava em casa e eles foram embora. Alguns dias depois eles voltaram. Eu me lembro de ter falado com a mamãe: “Você sempre nos ensinou a sermos honestos e agora voce fica mandando a gente mentir que você não está em casa. Se você não quer falar com estes rapazes, fala que não quer e dispensa eles, mas não fica falando que você não está em casa”. Minha mãe então concordou em recebê-los. Realmente eles entraram em nossa casa e nunca mais sairam de nossas vidas. Meus pais começaram a ter as palestras missionárias, mas eu estudava numa faculdade à noite e nunca estava presente nos dias das palestras e eu também não estava à procura de uma igreja. Meus pais acharam que eu não ia me interessar em ouvir as palestras e muito menos me batizar na Igreja. Os elderes que começaram a ensinar as palestras para os meus pais eram chamados na época “mormonários”, eles cantavam, tinham um 46 conjunto, quem batizou meu pais foi o élder Groshman. Os meus pais se batizaram sem falar nada comigo. Eles se batizaram em novembro de 1969, meu pai, Almiro José Carvalho, minha mãe, Manoela Junqueira Carvalho, e meu irmão Paulo Roberto Junqueira de Carvalho, então com 12 anos de idade. Alguns dias depois, na hora do almoço meu pai comentou sobre o batismo e eu fiquei muito admirada deles terem se batizado sem me convidar para ir assistir ao batismo e mesmo sem falar comigo. Alguns dias depois eu estava na casa de uma amiga fazendo um trabalho da faculdade. Era um domingo e de repente eu senti um desejo de ir embora daquela casa. Minha amiga não entendeu pois ainda não havíamos terminado o trabalho. Mas eu fui embora mesmo sem terminar o trabalho. Eu fui para minha casa e quando eu cheguei lá eles não estavam. Eu sabia que eles estavam na Igreja. Eu me aprontei, peguei um ônibus e fui para a capela. Era lá na rua Levindo Lopes, 214. Foi engraçado porque eu senti um desejo enorme de ir para a igreja naquele momento. Quando eu entrei na igreja, eu entrei assim muito desconfiada de tudo. Era a primeira vez que eu estava indo, não conhecia ninguém e logo encontrei com a minha mãe. Interessante que quando eu cheguei na Igreja, tinha um rapaz que era o recepcionista naquele dia. Ele me cumprimentou, sentei num banco, um outro rapaz veio, me ofereceu um hinário, me ensinou como seguia os hinos. Tempos depois fui descobrir quem era aquele rapaz que estava de recepcionista naquele dia. Uma semana antes deste acontecimento, eu estava indo para a faculdade e vi num ponto de ônibus um rapaz muito bonito. Vestia uma farda de CPOR, tinha olhos verdes e realmente eu falo que eu senti como se tivesse ouvido os “sinos tocarem”. Mas quando eu vi esse rapaz eu pensei comigo “nunca mais eu vou encontrar esse rapaz” , nem de ve-lo mais. Então nessa primeira vez que eu fui à Igreja aquele rapaz do ponto de ônibus era o recepcionista da capela. Algum tempo depois,viemos a nos casar em 1972. 47 Meu batismo na Igreja foi com muita ajuda do irmão Nestal, o marido daquela senhora que falou com mamãe sobre a Igreja pela primeira vez. Eu tinha muitas dúvidas e ele me ajudou muito. Porisso que a gente tem um carinho muito grande pela família do Nestal. Eu me batizei na igreja no dia 29 de dezembro de 1969, vinte anos após meu nascimento. Quando eu me batizei eu já entrei para a Sociedade de Socorro. Alguns meses depois eu fui chamada como presidente de A.M.M. Em 1970 tive um chamado para fazer uma missão de curto prazo. Fui chamada pelo presidente Johson. Os élderes que me batizaram eram muitos pacientes porque eu era uma pessoa que tinha muitas dúvidas, muitas coisas eram bem diferentes para mim de tudo aquilo que eu já tinha ouvido em matéria de religião. Eu nunca tinha ouvido falar em profeta, em revelação, sacerdócio que eram tão diferentes para mim naquela época. Na época em que eu me batizei nosso presidente de ramo era o irmão Robert Taylor e foi uma pessoa que ajudou muito a minha família e temos um carinho muito grande por eles. A gente tinha várias atividades de teatro, dança, música, atividades de qualidade. Parece que a gente era até profissional. Às vezes a gente até achava que os programas que fazíamos era até melhores dos apresentados na Broadway, modéstia parte. Nós éramos realmente muito bons naquilo que a gente fazia. Meu casamento foi realizado em 29 de dezembro de 1972.Foi o presidente Cláudio Bueno que fez o nosso casamento. Na época ele estava trabalhando como missionário de construção no Rio de Janeiro, onde ele estava construindo uma capela e foi dado para nós uma autorização para ele efetuar nosso casamento pois éramos muito amigos da sua família. Houve realmente uma surpresa no nosso casamento. Os jovens da ala, sob regência da irmã Exposito formaram coral dos jovens :os rapazes de camisa rosa, calça azul e gravata azul, as moças de vestido branco . Os elderes também fizeram um coral. Tudo foi feito às escondidas, foi realmente uma surpresa para nós. 48 Nós tivemos grande ajuda da família Braga. Não só nas coisas da igreja mas nas coisas comuns do dia a dia. Recebi minha bênção patriarcal com o patriarca Walmir Silva no Rio de Janeiro porque nós ainda não tínhamos uma estaca em Belo Horizonte. Meu selamento foi feito quando eu já estava esperando minha quarta filha. Realmente a Igreja tem sido uma bênção na minha vida. Às vezes eu fico imaginando o que seria minha vida sem a Igreja. Eu vejo que tudo o que eu sou, tudo o que eu consegui até hoje na minha vida foi porcausa do evangelho. A obra missionária tem um papel muito importante na nossa vida. O meu irmão, Paulo Carvalho, foi missionário em Portugal. Os meus dois filhos foram missionários também. Marcelo fez missão em Idaho e o Nando fez missão em Manaus com o presidente Verta. Eu tive aquele chamado de missionária de curto prazo, mas o Edson não teve oportunidade de fazer missão quando jovem. A gente era solteiro ainda quando ele foi chamado para ser o presidente de distrito de Belo Horizonte. Mas depois tivemos a oportunidade de cumprir uma missão, quando meu marido foi chamado para ser o presidente da missão Brasil Maceió (1999-2002). Eu ocupei vários cargos na Igreja: presidente da A.M.M., presidente da Primária, várias vezes como conselheira da Sociedade de Socorro. Isto me dá uma alegria muito grande, porque quando a gente está servindo ao Senhor a gente está crescendo, está recebendo muitas recompensas na nossa vida. Hoje nós temos três filhos casados no templo, bons líderes da Igreja. Tenho a Kelly, casada com o presidente da estaca Brasília Norte, em Belo Horizonte, a Raquel conselheira da primária, que ainda não é casada, a Rebeca que é conselheira das moças da estaca em Belo Horizonte e em São Paulo, o Marcelo, que é líder dos rapazes da ala que frequenta e secretário na Presidência da Área. 49 Realmete o Senhor tem me abençoado muito e eu sou imensamente grata pelo privilégio de ser membro da Igreja, sou imensamente grata pelo Profeta Joseph Smith. Eu realmente sei que Joseph Smith é um profeta de Deus que ele teve aquela visão como teve todas as considerações que ele recebeu durante toda sua vida. Sou imensamente grata pelo privilégio de ser casada com o Edson, de estarmos lutando para ser uma família eterna. Realmente espero que eu consiga esta meta de ter minha família eternamente. Sou muito grata pelo esforço que minha mãe teve durante toda a vida dela de ser membro fiel e digno. Meu pai era um homem muito simples, mas todos os cargos que ele ocupou, ele o fez com muita seriedade e com muito carinho. Desde o primeiro dia que ele se batizou na Igreja ele tomou sobre si a incumbência de levar o pão do sacramento. Todo sábado ele arrumava com todo o carinho, tirava as cascas do pão, cortava direitinho enrolava num guardanapo, colocava num saquinho plástico e levava todo domingo, desde o primeiro dia que se batizou na igreja. No primeiro domingo depois que ele faleceu, ninguém tinha providenciado o pão do sacramento. E os meninos tiveram que sair e comprar o pão na padaria da esquina. Sou imensamente grata pela minha mãe ter deixado os elderes entrarem em casa. O evangelho não modificou só a minha vida, mas a minha existência toda e a da minha família. Eu espero ser digna de tantas bênçãos que tenho recebido do Senhor. 50 Relatório Fotográfico Membros capela da rua Sergipe (foto à direita) Foto 1 – Élder Orson Pratt Arnold que serviu em Belo Horizonte de 27 de Novembro de 1939 a 21 de Abril de 1940. Ele e o Élder W. Richard Jonhson abriram oficialmente o primeiro distrito missionário de Belo Horizonte sob a direção do Presidente da Missão Brasileira , John Alden Bowers. 51 Foto 2 – Foto enviada por Manfred Hanke. Missionários em Belo Horizonte em Maio de 1940. Da esquerda para a direita: 1.Élder Ross T.Christensen 2.Elder W. Richard Nelson 3. Élder Wayne H.Jonhson. 4.Élder Myrl B.Hymas. Fotos 2-B e 2-c Elder McBride e Elder Wood que reabriram o ramo de Belo Horizonte em 4-6-1951 52 Foto 3 – Esta foto e as informações foram enviadas por Manfred Hanke . Setembro de 1940 Os Missionários fazem contato com a primeira família SUD de Belo Horizonte. Local: um terreno situado a Rua Jacarina 346 – Bairro Padre Eustáquio. Ao fundo a silhueta da Serra do Curral, patrimônio artístico e ecológico de Belo Horizonte. Em pé, da esquerda para direita: 2- Johann Müller , batizado em Hamburgo, na Alemanha. 3- Elder Hal Roscoe Jonhson. 4- Erhardt Hanke casado com Eva Hanke , pais de Manfred Hanke. 4 - Élder Ross T.Christensen. 5 - Élder Brigham A. Hoolbrook. Sentadas: 6 – Eva Hanke , Filha de Johann Müller , ao lado do pequeno Manfred. 7 - Christina Magdalena Müller ao lado de uma criança da vizinhança. 53 Christina Magdalena nasceu na Alemanha em 1887 e casou com Johann Müller em 6 de Outubro de 1906. Ela foi batizada em 24 de Maio de 1919 e Eva foi batizada em 29 de Fevereiro de 1920 em Hamburgo, na Alemanha. A Família Müller imigrou para o Brasil, vindo a residir na Colônia Agrícola de Bom Despacho – MG. Foi lá que Eva conheceu e casou com Erhardt Hanke, que posteriormente veio trabalhar em Belo Horizonte. Christina conheceu pessoalmente o Presidente Howells quando este servia como missionário na Missão Germânica . Ela solicitou por carta escrita, a presença de missionários em Belo Horizonte. Foto 4 – Foto enviada por Manfred Hanke. Local desconhecido Data: Novembro de 1952 Da Esquerda para a direita: 1 – Manfred Hanke, primeiro jovem a receber o Sacerdócio Aarônico em Minas Gerais no dia 15 de Março de 1953. 2 - Élder Dale W. Wilcox. 3 - Élder Gaylord M. McCallson. 4 - Sister Lia Di Paula, provavelmente a primeira brasileira a servir em Belo Horizonte. 5 - Elder Lawrence Darton que segura o futuro jantar entre as mãos. 6 - Sister Leone Peterson. 54 Foto 5 – foto enviada por Manfred Hanke Casa Alugada a Rua Rio Grande do Sul - Bairro Santo Agostinho ( não confundir com a casa situada no número 1040). Data : Março de 1953 Élderes da Foto: Elder Gaylord McCallson, Elder Lawrence J.Darton, Elder Dale W.Wilcox. Relação dos primeiros batismos do Ramo de Belo Horizonte, conforme lista enviada por Fred Hanke: 1. 16 de Junho de 1942 – Moema Guahyba de Carvalho, o primeiro batismo em MG. 2. 4 de Outubro de 1942 – Cláudia Portícia Silva. 3. 21 de Janeiro de 1943 – Maria Gomes Pereira. 4. 24 de Fevereiro de 1952 – Clotilde Isabel de Carvalho. 5. 24 de Fevereiro de 1952 – José Domingos do Carmo, o primeiro batismo masculino. 6. 5 de Outubro de 1952 – Irene Amaral de Lima. 7. 7 de Dezembro de 1952 – Manfred Hanke. 8. 5 de Abril de 1953 – Edith Hanke, irmã de Manfred Hanke. 9. 1953 Zulma Amaral de Lima. Estes são, provavelmente, os 9 membros mencionados no Ramo de Belo Horizonte conforme Tabela Estatística que apresenta o crescimento da Missão Brasileira de 1953 a 1957 publicado na revista A Liahona. 55 Foto 6 – Foto enviada por Manfred Hanke Batismo de Edith Hanke em 5 de Abril de 1953. Testemunhando: o Elder Gale. Batismo realizado pelo Elder Darton. Desconhecemos o lugar do batismo, mas provavelmente trata-se de uma piscina do América Futebol Clube localizado no Bairro de Santa Efigênia em Belo Horizonte. 56 Imagem A – Relatório Histórico com o contrato de aluguel da Casa situada a Rua Cláudio Manuel 925. As irmãs Zulma Amaral de Lima e Irene Amaral de Lima avalizaram o contrato nesta data e a Irmã Francelina Amaral do Valle foi mencionada como testemunha. Imagem B. Fachada da casa utilizada pelo Ramo de Belo Horizonte no período de 1956-1960. Está situada no Bairro Funcionários, próximo ao Palácio do Governo Estadual. Atualmente é sede de uma empresa de contabilidade. Fonte: Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte. 57 Pesquisa realizada por David William Pereira. Foto 7-A 1957 – Residência da Família Hanke. Os Élderes Sutton ( a esquerda ) e Tetraut ( a direita ) cumprimentam a Irma Eva Hanke e a Irmã Edith Hanke sob a cuidadosa vigilância de Erhardt Hanke. A Irmã Eva Hanke foi chamada para ser a primeira Presidente de Socorro do Ramo de Belo Horizonte em 8 de Fevereiro de 1953 até sua mudança para os EUA em Outubro de 1958. Foto 7-B de Edith Hanke 58 FAMÍLIA GONDIM Foto 8 – Aurino Brazileiro Gondim Foto 9 – Maria Augusta de Paula Foto 10. Foto de 1960 , em frente a casa utilizada pelo Ramo de Belo Horizonte na Rua Rio Grande do Sul 1040. Este casal não teve filhos, mas o Irmão e a Irmã Gondim apoiaram grandemente o proselitismo e os missionários entre 1957 e 1961. Aurino Brazileiro Gondim foi batizado em 30 de Junho de 1956 e faleceu em 10 de novembro de 1961. A Irmã Gondim foi batizada no primeiro semestre de 1957, estando ativa na igreja por mais de 30 anos. 59 MÁRIO DA SILVA RÉBULA Foto 11 Mário da Silva Rébulla foi batizado em 11 de Agosto de 1956 Ele foi ordenado élder em 20 de Maio de 1962. Faleceu solteiro, na década de 80. Foto 12 60 FAMÍLIA AROSTEGUY Foto 13 – Foto de Suelly Maciel Arosteguy em frente a residência da família. Década de 50. Da Esquerda para a direita: 1. Leonardo Maciel Arosteguy , 2 . Suelly Maciel Arosteguy , 3 . Helena Balena Arosteguy, 4. Vera Maciel Arosteguy. A Família foi batizada em 26 de Junho de 1957 Suelly é membro ativa da Ala Bandeirantes, Estaca Belo Horizonte Brasil. 61 FAMÍLIA MENDES TEIXEIRA Foto 14 – Foto de Sílvia Mendes por ocasião do seu casamento civil em Novembro de 1958 A Irmã Sílvia Mendes foi batizada em 5 de Julho de 1958. Casou com Carnot de Paiva Teixeira em Novembro de 1958. Apesar de não serem convertidos, a Família Paiva Teixeira participou de diversas atividades do Ramo nos anos de 19581959. A Irmã Sílvia veste um lindo vestido branco e segura a bolsa ao lado do seu esposo. Atrás da esquerda para a direita: cunhado e cunhada, os pais de Carnot e uma parente. Carnot de Paiva Teixeira batizou em 1965 e vivem atualmente em Carrancas – MG. A Irmã continua sendo uma pioneira, como membro do Ramo de São João Del-Rey. Os filhos e netos deste casal são membros ativos da cidade de Contagem na qual moram desde a organização do primeiro ramo em 1979. 62 FAMÍLIA CARDOSO Foto 15 Batismo de Walter Rocha Cardoso ( situado á esquerda ) em 21 de fevereiro de 1959 na Casa da Missão Brasileira situada na rua Itapeva, 376 , em São Paulo. O Irmão Walter foi o primeiro a ser ordenado élder, presidente de ramo, presidente de distrito e o primeiro membro de Belo Horizonte a receber o endowment e a benção patriarcal, sendo selado a sua esposa no Templo de Los Angeles, Califórnia. Foto 16 - Família Cardoso no Aeroporto da Pampulha em Belo Horizonte. Década de 60. O Irmão Walter é casado com a Irmã Denise Moratti Cardoso. Da esquerda para a direita, os filhos do casal: Mercy, Márcio e Marcelo Moratti Cardoso. Nesta época, o Irmão Cardoso era o presidente do Distrito de Juiz de Fora. MEMBROS DO RAMO DE BELO HORIZONTE EM 1959 63 Casa da Rua Claúdio Manoel 925 Foto 17 – Fotografia de Walter Rocha Cardoso Esta fotografia foi tirada pela Sister Marilyn Stanley Foto 17-A Zulma A. de Lima Foto 17-B Irene Amaral de Lima Foto 17-C Francelina A.do Valle ATIVIDADE DO RAMO DE BELO HORIZONTE EM 1959 64 Local : um sítio situado em Raposos -MG A foto foi totalmente recuperada por Rafael Felipe Silva Pereira Foto 18 Famílias que participaram desta atividade: 1 - Família Arosteguy. 2 - Família Teixeira. 3 - Família Morais. 4 - Família Cardoso. 5 - Diversos não-membros Raposos sempre foi um local de passeio para os moradores da capital mineira, que chegam a esta localidade através de viagem ferroviária passando pela histórica cidade de Sabará. É uma localidade de paisagens serranas e cachoeiras que são muito visitados pela juventude belo-horizontina. Este passeio foi organizado pelo Irmão Walter Rocha Cardoso a convite de um amigo seu que era proprietário do sítio. 65 Foto 19 – Élder Carlos Juan Garcia Foto 20 – Élder Jeffrey R. Matsen FAMÍLIA PEREIRA ( Milton Pereira ) 66 Foto 20 – Milton e Aurora Cândida Pereira no Centro de Belo Horizonte – 1958 Atividade Natalina na casa do Irmão Yoshinaga – Dezembro de 1962 Foto 21 – O bebê que segura a bandeirola é Rubens Pereira, carregado pela Irmã Aurora ao lado de Milton Pereira e acima de Austen Pereira. Acima e a direita de Milton, o segundo presidente de Ramo – Augusto B.de Moura e ao lado deste, o Irmão Yoshinaga. Mais de trinta membros participaram desta festa natalina patrocinada pelo senhorYoshinaga. FAMÍLIA FERREIRA 67 Foto 22 – Edil Ferreira e Noemia Reder , pais de João Batista Reder Ferreira. Década de 1950 em Belo Horizonte, MG. FAMÍLIA LIMA 68 Foto 23 Janete, Oscar e Wagner Lima Batizados em 14 de Janeiro de 1961 Foto 24 – Maria do Carmo Vidigal . Ela foi batizada neste mesmo dia. Foto 25 - Olga Maria Lima Batizada em 27 de Novembro de 1960. Apresentou a Igreja para seus familiares, mas perdeu contato com a Igreja ao mudar para os EUA onde conheceu seu futuro esposo, Alencar Jesus Silva. Foto 26 - Janete (a esquerda) e Anete Maria Lima Lisboa (direita) que participaram ativamente dos programas SUD na década de 60. Fotos no jardim da casa – 1962 FAMÍLIA LÉLIS PEREIRA 69 Foto 27 – José Nestal Lelis Pereira Foto 28 – Maria da Penha Ferreira Foto 29 Jane Lélis Foto 30 Cristina Lélis Foto 31 Emílio Lélis Foto 32 Jalile LéliS Foto 33 – Cantídio Lélis FAMÍLIA PROKOP 70 Foto 34 – Ladislaw Prokop foi batizado em 19 de Novembro de 1961 e faleceu em 26 de Abril de 1996. Ele participou ativamente da liderança do ramo e na liderança do sacerdócio no ramo de Belo Horizonte durante a década de 60. Foto 99 - Irmã Dióscelis Prokop , esposa de Ladislaw Prokop. Ela também participou ativamente em diversos cargos de liderança da Igreja no Ramo de Belo Horizonte até meados de 1974-1975. 71 FAMÍLIA NOCE Foto 35 – Batismo de Márcia Noce em março de 1961, em área rural próxima a BH. Os élderes do ramo, da esquerda para a direita: Élder Merckley, Walter Rocha Cardoso - presidente do Ramo de Belo Horizonte e Élder Howart. As irmãs batizadas, da esquerda para a direita: Olga Twardlowska, Míriam Noce e Márcia Noce com 13 anos de idade. A Irmã Márcia Noce é membro ativa da Ala Floresta, Estaca Belo Horizonte Brasil. Ela participou intensamente das atividades da AMM, de escotismo, nos Corais e nos programas locais de proselitismo do ramo e do distrito de Belo Horizonte durante todo o período que antecedeu a organização da Estaca. Foto 98 ( fora de sequência ) – Da esquerda para a direita: Albertina de Moura Bueno, Angela Gonzales , Aletéia Gonzales (no colo), Márcia Noce, Ilcéia de Moura Braga e Cristine Assis. A Irmã Alessandra Choairy Coelho está de costa, mas veste igualmente a roupa padrão do coral do Distrito de Belo Horizonte. A foto é de 1979, em frente a capela de Belo Horizonte. FAMÍLIA MOURA 72 Foto 36 Foto 37 FAMÍLIA CORRÊA 73 Foto 38 - Irmã Augusta Erna Corrêa Foto 39 - Irmã Luíza Corrêa Jonhson. Foto 40 – Irmã Bina, Maria Balbina Corrêa. PASSEIO DO RAMO DE BELO HORIZONTE 74 Julho de 1961 Foto 41 Foto 42 75 Imagem C – Fachada da casa utilizada pelo Ramo de Belo Horizonte de 1961 a 1964. Foi esta casa que o Ramo utilizou enquanto era construída a primeira capela de Belo Horizonte. Foto 43 - Novembro de 1961 - A Família Braga no Jardim da casa do Ramo de BH. Da esquerda para a direita : Carlos Leite de Mattos, Ilcéia Braga, Ivani Braga, Carlos Oliveira e Silva , Irene , Isael e Itamar Braga. Os bebês são Carlos e Cibele . 76 FAMÍLIA BRAGA Foto 44 – Local : Rua Sergipe 1492 – Segundo Semestre de 1964 77 FAMÍLIA MONTEIRO Foto 45 – Arlindo Angelo Monteiro Foto 46 – Sonia Maria Machado Foto 47 – Alexandre Machado Monteiro, Anderson Machado Monteiro e Aléxia no Parque Municipal de Belo Horizonte – 1964. Foto 48 – Arlindo Monteiro e Filhos: Aléxia, Anderson e Alexandre. O Irmão Monteiro foi o segundo presidente do Ramo de Belo Horizonte. Foto de 1965. 78 CONFERÊNCIA DO DISTRITO DE JUIZ DE FORA 11 de Fevereiro de 1962 Foto 49 – Sede do Ramo e do Distrito de Juiz de Fora – Foto ampliada da casa Fonte: A LIAHONA 79 CONFERÊNCIA DO DISTRITO DE JUIZ DE FORA - 1962 Foto 50 Foto 51 Foto 52 80 CONSTRUÇÃO DA CAPELA DO RAMO DE BELO HORIZONTE Fotos Principais Foto 53 Foto 54 Foto 55 Foto 56 Foto 57 Foto 58 81 82 ERROR: stackunderflow OFFENDING COMMAND: ~ STACK: