CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA DO ATLÂNTICOFormatada: Direita: 65.9 pto, Inferior: secção: contí pto, Altura: 8 cabeçalho a p 35.45 pto, Dis partir do limit DO EDEN À ARCA DE NOÉ NA MADEIRA GUIA PARA A HISTÓRIA NATURAL E DO MEIO AMBIENTE PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO E GUIA DE REFERÊNCIAS ALBERTO VIEIRA Funchal, 1998 INTRODUÇÃO - A HISTÓRIA ANEXO: CRONOLOGIA DAS EDIÇÕES MAIS CÉLEBRES LITERATURA: OS CLÁSSICOS GUIA BIBLIOGRÁFICO INTRODUÇÃO BIOBIBLIOGRAFIAS BIBLIOGRAFIA GERAL BIBLIOGRAFIA POR TEMAS FUNDAMENTAIS: História da Ciência, Religião, A Arte eo Ambiente, Ecofeminismo, Agricultura. PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 1. HISTÓRIA DA CIENCIA E DOMEIO AMBIENTE NA MADEIRA Bibliografia Bibliografia temática TEXTOS LITERÁRIOS GRAVURAS MADEIRA INDICE INTRODUÇÃO: A ECONOMIA DA MADEIRA E A EVOLUÇÃO DO QUADRO NATURAL Cientistas Estrangeiros na Madeira séculos XVI- XX O MADEIRENSE E A DEFESA DO MEIO NATURAL Cronologia Bibliografia A DOCUMENTAÇÃO AGUARELAS, ESTAMPAS E DESENHOS DA MADEIRA SÉCS. XVIIIXIX Bibliografia Listagem Aguarelas, Estampas e Desenhos Da Madeira Colecções Disponíveis no Museu Frederico de Freitas (Funchal) COLECTÂNEA DE DOCUMENTOS E ESTUDOS INTRODUÇÃO COLECTÂNEA DE TEXTOS E DOCUMENTOS: Francisco Alcoforado[séc. Xv] Regimento Novo das Madeiras para a Ilha da Madeira[1562] Gaspar Frutuoso[1522-1591] Alvará pelo qual Sua Magestade Manda dar os Meios e Modos de Estabelecer o Povo e Conservar o Dominio da Ilha do Porto Santo[1770] Regimento da Agricultura[1771] Instruções de Agricultura do Corregedor Antonio Roiz Velozo de Oliveira, 1792 Paulo Dias de Almeida [1817] Projecto sobre o Restabelecimento dos Arvoredos e sua Competente Economia na Madeira(1822) Correio da Madeira (1849) Isabella de França [1853-1854] Manuel Braz Sequeira [1913] J. Henriques Camacho [1919] Regime Pastoril Ilha da Madeira Fernando Augusto da Silva: O Revestimento Florestal do Arquipélago da Madeira[1946] Eduardo de Campos Andrada [1954] Eduardo de Campos Andrada: memorandum [1955] A LITERATURA E O MEIO NATURAL: PROSA Introdução Bibliografia COLECTÂNEA DE TEXTOS LITERÁRIOS: Francisco Travassos Valdez [1825-1892] Raimundo António Bulhão Pato [1829-1912] António da Costa de Sousa Macedo [1824-1892] Acúrcio Garcia Ramos [1834-?] Joaquim Guilherme Gomes Coelho (Júlio Dinis)[1839-1871] Manuel Teixeira Gomes [1860-1941] Raul Germano Brandão [1867- 1931] Virginia Castro e Almeida [1874-1946] Marquez de Jacome Correia [1882/1937] José Maria Ferreira de Castro [1898-1974] António Assis Esperança [1892-1975] Fernando Augusto d Silva [1863-1949] Hugo Rocha [1906-?] Luis Teixeira [1904-1978] Henrique Galvão [1895-1970] Edmundo Tavares [1892-1983] Eduardo Nunes [1910-1957] J. Vieira Natividade [1899-1968] Maria Lamas [1893-1983] Horácio Bento de Gouveia [1901-1983] A LITERATURA E O MEIO NATURAL: POESIA Introdução COLECTÂNEA DE POEMAS: Manuel Thomas [1635] Troilo de Vasconcelos da Cunha [1654-1729] Francisco Manuel Álvares de Nóbrega[1804] Manuel Gomes Pais(gomes Pais)[?-1890] João Fortunato de Oliveira [1828-l878] João da Câmara Leme Homem de Vasconcelos (João da Câmara Leme) [18291902] Carlos Olavo Correia Azevedo Bulhão Pato [1870] Luís António Gonçalves de Freitas [1858 1904] Pe Jacinto da Conceição Nunes. [1860-1954] Eugénio Rego Pereira [1875-1947] António Pimenta de França Augusto Correia de Gouveia (A. Correia de Gouveia) [1880] Pe Eduardo Clemente Nunes Pereira [1887] João Vieira da Luz [1896] Julia Graça de França e Sousa (Uma Mulher) [1897] Carlos Maria de Oliveira [1898- ] Edmundo Alberto de Bettencourt [1899-] Armando Santos Fernando Acácio de Gouveia Leandro de Sousa Gertrudes Marceliana Rodrigues Câmara (Germa) [1910] Alberto Figueira Gomes [1912] Secundino Teixeira (Dino) [1926] Manuel Gonçalves Baptista dos Santos Ana Bela A. Pita da Silva A ECOMONIA DA MADEIRA E A EVOLUÇÃO DO QUADRO NATURAL Nos primeiros momentos de ocupação do solo, o vinho, o trigo, e, depois, o açúcar, surgem como elementos aglutinadores desta peculiar vivência com inevitáveis implicações políticas e urbanísticas. Os primeiros materializaram a necessária garantia das condições de subsistência e do ritual cristão, enquanto o ultimo encerrou a ambição e voracidade mercantil da nova burguesia europeia que fez da Madeira o principal pilar para afirmação na economia atlântica e mundial. O processo é irreversível de modo que, em consonância com os movimentos económicos sucede-se uma catadupa de produtos, com valor utilitário para a sociedade insular, ou com capacidade adequada para activarem as trocas com o mercado externo. Se na primeira fase o domínio pertenceu à economia agrícola, no segundo, que se aproxima da nossa vivência, ele reparte-se em serviços, industrias artesanais (vimes e bordado) e de novo produtos agrícolas. O enquadramento e afirmação económica não é pacífico, sendo feito de embates permanentes entre essa necessária manutenção de subsistência e da animação comercial externa. Desse afrontamento resultou a afirmação, num ou noutro momento, do produto que adquire maior pujança e numero de defensores nessa dinâmica. É nesta luta permanente de produtos de uma subsistência familiar, local e insular com os impostos pela permanente solicitação externa que se alicerçou a economia da ilha até ao limiar do século XIX. Deste modo esses produtos serão os pilares mais destacados para a compreensão da realidade socioeconomica madeirense, ao longo destes quinhentos anos, com reflexos inevitáveis na actualidade. Por isso proponho uma breve reflexão sobre a sua importância no devir e quotidiano madeirense. UMA ECONOMIA DE EQUILIBRIO ENTRE A SUBSISTÊNCIA E O MERCADO. A tradição mediterranio-atlantica, que define a realidade peninsular, repercutese, inevitavelmente na estrutura agraria do Novo Mundo e por consequência no impacto ecológico que acompanha a expansão atlântica. Da Europa saíram as sementes, utensílios e homens que lançaram as bases da nova vivência insular e atlântico., mas também aí se situavam as principais solicitações e orientações. A par disso o confronto com as novas realidades civilizacionais americanas e indicas contribuiu para um paulatino desencravamento planetário da ecologia e cardápio dos séculos XVI e XVII, com inevitáveis repercussões na economia e hábitos alimentares do europeu. A Europa contribuiu com os cereais (centeio, cevada e trigo), as videiras e as socas de cana, enquanto da América e Índia aportaram ao velho continente o milho, a batata, o inhame. o arroz e uma variada gama de árvores de fruto. Nesse contexto as ilhas atlânticas, pela sua posição charneira no relacionamento entre esses mundos, surgem como viveiros da aclimatação desses produtos às novas condições eco-sistémicas que se acolhem. A Madeira deteve uma posição importante, afirmando-se no século XV como o viveiro experimental das culturas que a Europa pretendia implantar no Novo Mundo - os cereais, o pastel, a vinha e a cana de açúcar. A expansão europeia, que desde o século XV veio revolucionar o cardápio europeu, enriqueceu-se, aumentando a gama de produtos e condimentos. A tradição culinária europeia foi destronada pelo exotismo das novas sensações gustativas que acabaram por afeiçoar o paladar. Mas ate que isso se generalizasse tornava-se necessário conduzir aos locais mais recônditos o cereal e o vinho. Assim, as embarcações que sulcavam o oceano levavam nos seus porões, para alem das manufacturas e bugigangas aliciadoras das populações autóctones, inúmeras pipas de vinho e barris de farinha ou biscoito. Se o cereal poderá encontrar similar, como o milho e a mandioca, o mesmo não acontecia com o vinho que era desconhecido e incapaz de se adaptar as novas condições mesológicas oferecidas pela colónias europeias. Desta forma o vinho foi conduzido da Europa ou das ilhas, onde ele se afirma com essa finalidade aos mais recônditos espaços em que se fixou o europeu. Este era o inseparável companheiro dos mareantes, expedicionários, bandeirantes e colonizadores. Aos primeiros servia de antídoto ao escorbuto, aos segundos saciava a sede, enquanto aos últimos servia como recordação ou devaneio hilariante da terramãe. 0 vinho é assim um dos principais traços de união das gentes europeias na gesta de expansão além-Atlântico. No imaginário e devir histórico madeirense paira sempre essa visão tripartida da faina agrícola: o vinho e o cereal que a tradição impõe como necessários ao quotidiano espiritual e alimentar, o açúcar que se afirma como provento excedentario capaz de atrair a atenção dos mercados europeus e de trazer a ilha as manufacturas que necessita. Esta harmónica trifuncionalidade produtiva pela extrema dependência as dinâmicas e directrizes europeias esteve sujeita a diversos sobressaltos que contribuirão para uma desmesurada desarticulação do quotidiano e economia madeirenses. Assim, a concorrência do aguçar americano lança o pânico na ilha e obriga a uma necessária afirmação da cultura da vinha, cujo derivado, o vinho, se afirmou como a moeda de troca, substitutiva do açúcar. A precariedade da economia madeirense não deriva apenas da posição dependente em relação ao velho continente, mas também radica-se nas diminutas possibilidades de usufruto dos 741 Km2 de superfície da ilha. O lançamento e afirmação de uma sociedade em moldes europeus depende sempre das possibilidades de afirmação simultânea deste conjunto de produtos; motores da expansão atlântica e da europeização do espaço insular. E todos os autores coevos são unânimes em afirmar a apetência da ilha para satisfazer as expectativas dos primeiros povoadores. Assim o enuncia Gaspar Frutuoso que "a terra foi mostrando seus frutos e dando a fama deles no regno, e enobrecendo-se com moradores ricos" 1. Esta inaudita riqueza foi o motor do sucesso do povoamento da ilha, tal como nos elucida o mesmo autor: "crescendo e multiplicando seus frutos, assim iam crescendo as povoações e moradores com a fama de sua fertilidade." 2 Neste processo de labuta, mais do que uma revolução ecológica, assiste-se a uma humana e técnica. Se as condições eco-sistemicas favoreceram a transplantação das primeiras sementes, ao homem estava reservada a mais espinhosa e hábil tarefa. Primeiro ergueram os socalcos (poios), depois adaptaram as técnicas e as alfaias agrícolas às condicionantes do novo espaço cultivado. A testemunhar tudo isso perduram os poios, ladeados de levadas, que bem podem ser considerados entre as principais realizações do homem sobre a terra. Esta homenagem deverá ser concedida ao cabouqueiro, colono que recebe das principais gentes da ilha o encargo de valorizar economicamente as parcelas que estas receberam como benesse. O investimento da sua capacidade de trabalho terá justificação jurídica nas chamadas 1 2 . Livro segundo das Saudades da Terra, P. Delgada, 1979, p.96. . Ibidem, p.97 benfeitorias, que englobavam paredes, casas de habitação, lagares ou lagariças, arvores de fruto, latadas, etc. é, assim, o colono que lança as bases dessa revolução técnica e agrícola e um dos principais obreiros dessa harmoniosa paisagem rural os proprietários preferiam os bulício ribeirinhos da cidade ou do burgo que tentam erguer, fazendo com que a arquitectura e viver quotidiano se adaptassem a medida volume dos reditos acumulados com o comércio do açúcar e vinho; estava-lhes reservado o usufruto da vida no espaço urbano, empenhados nas lides administrativas ou ocupados nos jogos de pela e canas. Um dos aspectos mais salientes das ilhas é estamos perante espaços limitados, que condicionam e são influenciados de forma evidente pela presença humana. Aqui o processo económico quando assume uma posição de sucesso mercê da sua inserção no mercado mundial provoca obrigatoriamente uma forma de exploração intensiva que acabe inevitavelmente por provocar o desequilíbrio entre aquilo que possibilita o quadro natural e o que o Homem exige dele. A exploração económica faz-se de forma intensiva e de acordo com as solicitações de um mercado exterior, agravando o afrontamento com o quadro natural e arrastando este para uma situação de total degradação. Um breve relance pelos testemunhos historiográficos dos séculos XV e XVI reforça esta realidade. O primeiro testemunho desta deterioração dos solos frutos de um cultivo intensivo, surgem já em meados do século XV com Cadamosto: "As suas terras costumavam dar a princípio, sessenta por um, o que presentemente está reduzido a trinta e quarenta, porque se vão deteriorando dia a dia " 3. A situação resultou da solicitação do cereal para abastecer as cidades do reino e praças africanas. Rapidamente o cereal cedeu lugar aos canaviais que em pouco tempo dominaram todo o espaço agrícola. A indústria que se promoveu na rectaguarda para o fabrico do açúcar exigiu muito do quadro natural, lançando a ilha para um processo de desflorestação de consequências imprevisíveis. Esta situação arrastou o solo agrícola da ilha para a quase total exaustão. Em 1689 John Ovington testemunha de forma lapidar a realidade: "A fertilidade da ilha decaiu muito relativamente ao período das primeiras culturas. A cultura sem descanso dos terrenos tornou os fracos espaços em muitos lugares e de tal modo que os abandonam periodicamente, tendo de ficar de posio três ou quatro anos. Depois desse tempo, se não crescer nenhuma giesta como sinal de fertilidade futura, abandonam-nos, com estéreis. A actual aridez de muitas das suas terras atribuem-na simploriamente ao aumento dos seus pecados" 4. A vinha e o vinho assumem particular destaque na caracterização do processo histórico madeirense ao longo destes quase seiscentos anos de labuta. Desde os primórdios da ocupação da ilha até a actualidade este produto manteve a mesma vivacidade na vida agrícola e comercio da ilha. Dos mais não houve capacidade suficiente para resistir a concorrência desenfreada de novos e potenciais mercados Fornecedores de aquém e além-mar. Os cereais tiveram saque fácil nos Açores, Canárias, Europa e, depois América, sofrendo, mais tarde, a concorrência do abundante fornecedor americano. Apenas o vinho resistiu a concorrência do dos Açores, Canárias, Europa e Cabo da Boa Esperança, mantendo o tradicional grupo de apreciadores no velho e novo Mundo. 3 4 A. Aragão, A Madeira vista por Estrangeiros, pp.36-37 Ibidem, p.201. AS DOMINANTES DA ECONOMIA AGRÍCOLA. No principio da ocupação da ilha as necessidades do cardápio e ritual cristão comandaram a selecção das sementes que acompanharam os primeiros povoadores. As do precioso cereal acompanharam os primeiros cavalos de cepas peninsulares nesse processo de transmigração vegetativa. A fertilidade do solo, resultante do seu estado virgem e das cinzas fertilizadoras das queimadas, fizeram elevar a produção a níveis inatingíveis, criando excedentes que supriram as necessidades de mercados carentes, como foi o caso de Lisboa e praças do norte de África. Até a década de setenta a Madeira firma a sua posição de celeiro atlântico, perdendoa, depois em favor dos Açores que emergem desde então, com uma posição dominante na política e economia frumentaria do Atlântico. Na Madeira inverte-se a situação; a ilha de área excedentaria passa a uma posição de dependência em relação ao celeiro açoriano, canário e europeu. O estabelecimento de uma rota obrigatória, a partir do fornecimento de cereal açoriano à Madeira, criará as condições necessárias à afirmação da cultura da cana sacarina, produto tão insistentemente solicitado no mercado europeu. O empenho do senhorio e coroa na cultura deste novo produto conduziu a afirmação preferencial de uma nova vertente da economia atlantico-insular. A partir de então os interesses mercantis dominam a dinâmica agraria madeirense. Na ilha as searas deram lugar aos canaviais, enquanto as vinhas mantémse de modo insistente numa posição de destaque. Se o cereal pouco contribuía para aumentar os reditos dos seus intervenientes o mesmo não se poderá dizer em relação ao açúcar e vinho que, a seu tempo contribuíram para o enriquecimento das gentes da ilha. A própria coroa e senhorio fizeram depender grande parte das suas despesas ordinárias desta fonte de receita. A par disso o enobrecimento da vila, mais tarde, cidade do Funchal fez-se à custa desses dinheiros. O Funchal avançou para poente e adquiriu fama de novos e potenciais mercados. Todavia esta opulência foi de vida efémera. Desde a terceira década do século XVI o açúcar madeirense é destronado da posição cimeira no mercado europeu, perdendo a preferencia em favor do canário ou brasileiro, de menor qualidade, mas que ai aparecem com preços mais baratos. A persistência de alguns lavradores, a celebridade da superior qualidade e a solicitação pela doçaria e casquinha madeirenses fizeram com que a cultura dos canaviais se mantivesse por largos anos atingindo, em momentos de crise nos mercados americanos, alguma pujança. Mas, irremediavelmente condenada a sua cultura, o madeirense foi forçado a canalizar todas as suas atenções nas vinhas, fazendo-as assumir o espaço abandonado pelas socas de cana. Desta forma os canaviais deram lugar às latadas, enquanto os engenhos dão lugar aos lagares e armazéns. Esta mudança na estrutura produtiva provocou alterações na dinâmica económica da ilha. O açúcar definia apenas um complexo industrial, o engenho, onde decorria a respectiva safra. O vinho necessitara de dois espaços distintos. O lagar onde as uvas dão lugar ao saboroso mosto e os armazéns da cidade onde este fermenta e é preparado para atingir o necessário aroma e bouquet. Deste modo o agricultor, colono ou não, detém apenas o controle da viticultura, ficando reservado ao mercador o moroso processo de vinificação. Por mais de dois séculos a vinha e o vinho surgem como os principais aglutinadores das actividades económicas da ilha; dando ao meio rural e urbano desusada animação; o Funchal cresce em monumentalidade e as principais famílias reforçam a sua posição económica. A conjuntura da primeira metade de oitocentos. demarcada pelos conflitos europeus, guerra de independência das colónias, associada aos factores de origem botânica (oidio-1852, filoxera-1872) conduziram ao paulatino degenerescimento da pujança económica do vinho. Como corolário, desse inevitável processo, sucedem-se as fomes, nos anos quarenta, e a sangria emigratória nas décadas de 50 e 80, para o continente americano, onde o madeirense vai substituir o escravo nas plantações. Por um período de mais de setenta anos a confusão institucional e económica alarga-se ao domínio social e alimentar. Assim sucedem-se novos produtos de importação do Novo Mundo que ganham uma posição de relevo na culinária madeirense. Destes destacam-se o inhame e a batata. A par disso definem-se políticas de reconversão e ensaios de novos produtos com valor comercial (tabaco, chá,...). A emigração oitocentista e no período post-segunda Guerra Mundial foi responsável pela por um acentuado processo de desertificação do interior da ilha, o que arrastou muitas terras para o abandono. Era o início de um pousio necessário para as terras já de si esgotadas com a exploração intensiva das culturas de subsistência e exportação. As políticas de reflorestação em ambos os momentos irão permitir o fácil aumento da mancha florestal, sem conflito com a actividade agrícola. Em pleno apogeu da indústria vinhateira tivemos a paulatina afirmação de um novo sector de serviços. Na segunda metade do século XVIII a ilha assumiu um outro papel. Alguém terá dito que os iniciais promotores do turismo insular foram os gregos, mas os primeiros turistas foram, sem dúvida, ingleses. Os gregos celebraram, na sua prolixa criação literária, as delícias das ilhas situadas além das colunas de Hércules. Os arquipélagos da Madeira e Canárias, são mitologicamente considerados a mansão dos deuses, o seu jardim das delícias, onde eles convivem com os heróis da mitologia. Todavia foram os ingleses, ainda que muito mais tarde, a desfrutar desta ambiência paradisíaca, reservada aos deuses e heróis, escolhendo-as como rincão de permanência, breve ou prolongada. Diz-se até que a primeira viagem de núpcias, embora ocasional, terá sido protagonizada por um casal inglês. Mais uma vez a lenda que ficou conhecida como de Machim. Na verdade, foi esta visão mítica, perpetuada nos relatos antigos ou reavivada nos testemunhos coevos, que motivou o desusado interesse do inglês pelas belezas aprazíveis da Madeira. A Europa oferecia ao aristocrata britânico demasiados motivos para o "grand tour" cultural. O ilhéu, autêntico cabouqueiro e jardineiro deste rincão, estava por demais embrenhado na árdua tarefa de erguer paredes e arrotear os poios, e por isso mantinha-se alheio às suas delícias. Para ele a beleza agreste dos declives não passava de mais um entrave na luta contra a natureza. Enquanto o madeirense cavava e traçava os poios o inglês entretinha-se nos passeios a cavalo ou em rede pelos mais recônditos locais da ilha. A verdadeira descoberta da Madeira foi obra dos ingleses. Mas foi o português descobriu apenas o caminho para cá chegar. AS ROTAS DE MIGRAÇÃO DE HOMENS, PLANTAS E MERCADORIAS. A valorização do Atlântico nos séculos XV e XVI conduziu a um intrincado traçado de rotas de navegação e comércio que ligavam o Velho Continente ao litoral atlântico. Esta multiplicidade de rotas resultou das complementaridades económicas e de formas de exploração adoptadas. Se é certo que estes vectores geraram as referidas rotas, não é menos certo que as condições mesológicas do oceano, dominadas pelas correntes, ventos e tempestades, delinearam o seu rumo. As mais importantes e duradouras de todas as traçadas neste mar foram sem dúvida a da Índia e a das Índias que galvanizaram as atenções dos monarcas, da população europeia e insular, dos piratas e corsários. A par disso a Madeira surge, nos alvores do século XV, como a primeira experiência de ocupação em que se ensaiaram produtos, técnicas e estruturas institucionais. Tudo isto foi, depois, utilizado, em larga escala, noutras ilhas e no litoral africano e americano. O arquipélago foi, assim, o centro de divergência dos sustentáculos da nova sociedade e economia do mundo atlântico: primeiro os Açores, depois os demais arquipélagos e regiões costeiras onde os portugueses aportaram. No traçado das rotas oceânicas situava-se o Mediterrâneo Atlântico com uma actuação primordial na manutenção e apoio à navegação atlântica. As ilhas da Madeira e das Canárias surgem nos séculos XV e XVI como entreposto para o comércio no litoral africano, americano e asiático. Os portos principais da ilha da Madeira, Gran Canaria, La Gomera, Hierro, Tenerife e Lanzarote animavam-se de forma diversa com o apoio a esta navegação e comércio nas rotas da ida, enquanto nos Açores, com as ilhas de Flores, Corvo, Terceira, e S. Miguel, surgem como a escala necessária e fundamental da rota de retorno. A posição demarcada do Mediterrâneo Atlântico no comércio e na navegação atlântica fez com que as coroas peninsulares investissem aí todas as tarefas de apoio, defesa e controle do trato comercial. As ilhas eram os bastiões avançados, suportes e símbolos da hegemonia peninsular no Atlântico. A disputa pela riqueza em movimento neste oceano será feita na área definida por elas, pois para aí incidiam piratas e corsários ingleses, franceses e holandeses, ávidos das riquezas em circulação nas rotas americanas e indicas. Uma das maiores preocupações das coroas peninsulares terá sido a defesa das embarcações que sulcavam o Atlântico em relação às investidas dos corsários europeus. A área definida pela Península Ibérica, Canárias e Açores era o foco principal de intervenção do corso europeu sobre os navios que transportavam açúcar ou pastel ao velho continente. O papel da Madeira resulta muito do facto de ter sido o início da presença portuguesa no Atlântico, e o primeiro e mais proveitoso resultado desta aventura. Gaspar Frutuoso 5 testemunha esse papel de âncora atlântico quando afirma "... que Deus põs no mar oceano ocidental para escala, refúgio, colheita e remédio dos navegantes..." Vários são os factores que se conjugaram para esta situação. A inexistência de população, em consonância com a extrema necessidade de valorização para o avanço das navegações ao longo da costa africana, favoreceram a rápida ocupação e crescimento económico da Madeira. Por isso, a afirmação do arquipélago madeirense, nos primeiros anos dos descobrimentos, foi evidente: porto de escala ou apoio para as precárias embarcações quatrocentistas, que sulcavam o oceano; importante área económica, fornecedora de cereais, vinho e açúcar; modelo económico, social e político para as demais intervenções portuguesas no Atlântico 6. A juntar a tudo isso temos que o rápido progresso social, resultado do porvir económico, condicionou o aparecimento de uma aristocracia-terratenente que, imbuída do ideal cavalheiresco e do espírito de aventura, se embrenhou na defesa das praças marroquinas, na disputa pela posse das Canárias e viagens de exploração e comércio ao longo da costa africana e, até mesmo, para Ocidente. A proximidade da Madeira ao vizinho arquipélago das Canárias, em conjugação com o rápido surto do povoamento e valorização sócio-económica do solo, orientaram as atenções do madeirense para as ilhas. Assim, decorridos apenas vinte e seis anos sob a ocupação, os 5 6 Livro primeiro das Saudades da Terra, Ponta Delgada, 1979, p.98. Esta ultima ideia ficou expressa no nosso estudo sobre "A Madeira na rota dos descobrimentos e expansão atlântica", in Revista da Universidade de Coimbra, vol. XXXIV, 1988, pp. 571-580. moradores da Madeira empenharam-se na disputa pela posse das Canárias, ao serviço do infante D. Henrique. Em 1446 João Gonçalves Zarco, foi enviado a Lanzarote, como plenipotenciário para afirmar o contrato de compra da ilha. Acompanham-no as caravelas de Tristão Vaz, capitão do donatário em Machico e de Garcia Homem de Sousa, genro de Zarco 7. Mais tarde em 1451, o infante enviou nova armada, em que participaram gentes de Lagos, Lisboa e Madeira, sendo de salientar, no último caso, Rui Gonçalves filho do capitão do donatário do Funchal 8. A presença de gentes da Madeira continuará por todo o século XV em três frentes: Marrocos 9, litoral africano além do Bojador e terras Ocidentais. Na primeira e última a presença dos madeirenses foi fundamental. A tradição refere que o primeiro homem a lançarse à aventura do descobrimento das terras Ocidentais foi Diogo de Teive, que em 1451 terá saído do Faial à procura da ilha das Sete Cidades, mas que no regresso apenas descobriu as ilhas de Flores e Corvo 10. Seguiram o seu exemplo outros madeirenses que gastaram muito de sua fazenda para abrir o caminho, mais tarde, trilhado por Colombo. Mesmo assim a valorização da Madeira no contexto da expansão europeia tem sido diversa. A historiografia nacional considera-a um simples episódio de todo o processo e, em face da posição geográfica, hesita no seu enquadramento, sendo levada, por vezes ao esquecimento. A historiografia europeia, ao invés, não duvida em realçar a singularidade do seu processo neste contexto. A Madeira afirma-se no processo da expansão europeia pela singularidade do seu protagonismo. Vários são os factores que o propiciaram, no momento de abertura do mundo atlântico, e que fizeram com que ela fosse, no século XV, uma das peçaschave para a afirmação da hegemonia portuguesa no Novo Mundo. O Funchal foi uma encruzilhada de opções e meios que iam ao encontro da Europa em expansão. além disso ela é considerada a primeira pedra do projecto, que lançou Portugal para os anais da História do oceano que abraça o seu litoral abrupto. A fundamentação de tudo isto está patente acção da ilha e das suas gentes. À função de porta-estandarte do Atlântico, a Madeira associou outras, como "farol" Atlântico, o guia orientador e apoio para as delongas incursões oceânicas. Por isso nos séculos que nos antecederam, ela foi um espaço privilegiado de comunicações, tendo a seu favor as vias traçadas no oceano que a circunda e as condições económicas internas, propiciadas pelas culturas da cana sacarina e vinha. Uma e outra condições contribuíram para que o isolamento definido pelo oceano fosse quebrado e se mantivesse um permanente contacto com o velho continente europeu e o Novo Mundo. Como corolário desta ambiencia a Madeira firmou uma posição de relevo nas navegações e descobrimentos no Atlântico. O rápido desenvolvimento da economia de mercado, em uníssono com o empenhamento dos principais povoadores em dar continuidade à gesta de reconhecimento do Atlântico, reforçaram a posição da Ilha e fizeram avolumar os serviços prestados pelos madeirenses. Aqui surgiu uma nova aristocracia dos descobrimentos, 7 José PEREZ VIDAL, "Aportación portuguesa a la población de Canarias. Datos", in Anuario de Estudios Atlânticos, nº 14, 1968; A. SARMENTO, "Madeira & Canárias", in Fasquias e Ripas da Madeira, Funchal, 1931, 13-14. 8 Monumenta Henricina, Vol. XI, 172-179. 9 Veja-se a resenha de feitos em Alberto Artur SARMENTO, A Madeira e as praças de África, Funchal, 1932; João José de Abreu e SOUSA, "emigração madeirense nos séculos XV a XVII", in Atlântico, nº.1, Funchal, 1985, pp. 46-52. 10 Sobre esta figura veja-se o que diz Ernesto GONÇALVES, Portugal e a ilha, Funchal, 1992, pp.85-118. cumulada de títulos e benesses pelos serviços prestados no reconhecimento da costa africana, defesa das praças marroquinas, ou nas campanhas brasileiras e Indicas 11. A par disso a Madeira surge, nos alvores do século XV, como a primeira experiência de ocupação em que se ensaiaram produtos, técnicas e estruturas institucionais. Tudo isto foi, depois, utilizado, em larga escala, noutras ilhas e no litoral africano e americano. O arquipélago foi, assim, o centro de divergência dos sustentáculos da nova sociedade e economia do mundo atlântico: primeiro os Açores, depois os demais arquipélagos e regiões costeiras onde os portugueses aportaram. João de Melo da Câmara, irmão do capitão da ilha de S. Miguel, resumia em 1532 12 de uma forma perspicaz a acção madeirense no espaço atlântico. Segundo ele a sua família era portadora de uma longa e vasta experiência "porque a ilha da Madeira meu bisavô a povoou, e meu avô a de São Miguel, e meu tio a de São Tomé, e com muito trabalho, e todas do feito que vê...". Isso dava-lhe o alento necessário e abri-lhe perspectivas para uma sua iniciativa no Brasil. Ele reclamava o protagonismo do seu ancestral Rui Gonçalves da Câmara que em 1474 comprara a ilha de S. Miguel, dando início ao seu verdadeiro povoamento. A mesma percepção surge em Gilberto Freire que em 1952 não hesita em afirmar o seguinte: A irmã mais velha do Brasil é o que foi verdadeiramente a Madeira. E irmã que se estremou em termos de mãe para com a terra bárbara que as artes dos seus homens,... concorreram para transformar rápida e solidamente em nova Lusitânia"13. Na verdade tudo o concretizado em termos do mundo atlântico português teve por matriz o sucedido na Madeira. A Madeira foi ao nível social, político e económico, o ponto de partida para o "mundo que o português criou..." nos trópicos. Neste contexto é sumamente importante o conhecimento do sucedido na Madeira quando pretendemos estudar e compreender as outras situações. O protagonismo das ilhas não se fica só pelos séculos XV e XVI, pois as navegações e explorações oceânicas nos séculos XVIII e XIX levam-nas a assumir uma nova função para os Europeus. De primeiras terras descobertas passam a campos de experimentação e a escalas retemperadoras da navegação na rota de ida e regresso. Finalmente, no século XVIII desvendou-se uma nova vocação: as ilhas como campo de ensaio das técnicas de experimentação e observação directa, que comandam a ciência das "luzes", e escala das constantes expedições científicas dos europeus. O enciclopedismo e as classificações de Linneo(1735) têm nas ilhas um bom campo de experimentação. O homem do século XVIII perdeu o medo ao mundo circundante e passou a olhá-lo com maior curiosidade, deste modo como dono da criação estava-lhe atribuída a missão de perscrutar os seus segredos. É esse impulso que justifica todo o afã científico que explode nesta centúria. A insaciável procura e descoberta da natureza circundante cativou toda a Europa, mas foram os ingleses quem entre nós marcaram presença, sendo menor a de franceses e alemães 14. Aqui são protagonistas as Canárias e a Madeira. Tudo isto é resultado da função das mesmas como escala à navegação e comércio no Atlântico e para fora deste. Foi também aqui que a Inglaterra estabeleceu a sua base para a guerra de corso no Atlântico. Se as embarcações de comércio, as expedições militares cá tinham escala obrigatória, mais 11 Confronte-se João José Abreu de SOUSA, "Emigração madeirense nos Séculos XV a XVII", in Atlântico, nº.1, Funchal, 1985, pp. 46-52. 12 História da colonização Portuguesa do Brasil, vol. III, p.90; cf Vera Jane GILBERT, "Os primeiros engenhos de açúcar"in Sacharum, nº.3, São Paulo, 1978, pp. 5-12. 13 Aventura e Rotina, 2ªed., pp 440-446, 448-449 14 Cf. "Algumas das Figuras Ilustres Estrangeiras que Visitaram a Madeira", in Revista Portuguesa, 72, 1953; A. Lopes de Oliveira, Arquipélago da Madeira. Epopeia Humana, Braga, 1969, pp. 132-134. razões assistem às científicas para esta paragem obrigatória. As ilhas pelo seu endemismo, própria história geo-botânica, levavam obrigatoriamente a esse primeiro ensaio das técnicas de pesquisa a seguir noutras longínquas paragens. Também as ilhas foram um meio revelador dessa incessante busca do conhecimento da geologia e botânica. Instituições seculares, como o British Museum, Linean Society, e Kew Gardens, chegam a enviar especialistas a proceder à recolha das espécies. Os estudos no domínio da geologia, botânica e flora são resultado deste presença fortuita ou intencional dos cientistas europeus. Esta foi uma moda, no decurso do século XVIII, que levou a que algumas instituições científicas europeias ficassem depositárias de algumas dessas Colecções: o Museu Britânico, a Universidade de Kiel, Universidade de Cambridge, Museu de História Natural de Paris. E, por cá, passaram destacados especialistas da época, sendo de destacar John Byron, James Cook, Humbolt, John Forster. A lista é infindável, contando-se, entre 1751 e 1900, quase uma centena de cientista. Está aqui uma riqueza historial que ainda não foi devidamente explorada. James Cook escalou a Madeira por duas vezes(1768 e 2772), numa réplica da viagem de circum-navegação, mas desta feita apenas com interesse científico. Os cientistas que o acompanharam intrometeram-se no interior da ilha à busca das raridades botânicas para a sua classificação e depois revelação à comunidade científica. A tudo isto é de referenciar a função de hospital para a cura da tísica pulmonar ou de quarentena na passagem do calor tórrido das colónias para os dias frios e nebulosos da vetusta cidade de Londres. Esta função catapultou a ilha para um evidente afirmação. O debate das potencialidades terapêuticas da climatologia propiciou um numeroso grupo de estudos e criou uma escala de estudiosos, dentro e fora da ilha. Mais do que estes é de salientar os demais que correspondem, ao seu apelo. As filas intermináveis de aristocratas, escritores, cientistas desembarca no calhau e vão encosta fora à procura do ar benfazejo da ilha. Vem daqui muito do espólio hoje disponível na Casa Museu Frederico de Freitas e Biblioteca Municipal. A Madeira recriava os mitos antigos e reserva-lhe um ambiente paradisíaco e calmo para o descanso, ou, como sucede no século dezoito, o laboratório ideal para os estudos científicos; o endemismo insular propiciava esta última situação. De acordo com isso as ilhas tornaram-se no principal alvo de atenção de botânicos, ictiólogos, geólogos, o que levou Alfredo Herrera Piqué a considera-las "a escala científica do Atlântico". Por isso foram os ingleses os primeiros a descobrir as infindáveis qualidades de clima e paisagem e a divulgalas junto dos seus compatriotas. É esta quase esquecida dimensão da ilha como motivo despertador da ciência e cultura europeia desde o século XVIII que importa realçar. Ela partiu de campo experimental dos descobrimentos a sua afirmação, com a filosofia das luzes, como novo campo experimental de nova ciência que desabrocha, mercê da sua nova função de escala das expedições científicas. Mais uma vez fica demonstrado o activo protagonismo da Madeira no devir histórico ocidental. A sua acção não se resume apenas aos planos político-económico e social, pois se alarga ao científico, como acabamos de constatar. Para os navegadores do século XV aquilo que mais os emocionou foi o denso arvoredo, já para os cientistas, escritores e demais visitantes da ilha a partir do século XVIII aquilo que mais chama à atenção é, sem duvida, o aspecto exótico dos jardins e quintas que povoam a cidade. O Funchal se transformou assim num verdadeiro jardim botânico. Na Europa desde o século XVI que começaram a surgir os jardins botânicos. Em 1545 temos o de Pádua, seguindo-se o de Oxford em 1621. Em 1635 o de Paris preludia a arte de Versailles em 1662. Em todos é patente a intenção de fazer recuar o paraíso 15. As ilhas não tinham necessidade disso pois já o eram. Diferente é a atitude do homem do século XVIII. Aliás, desde a segunda metade do século XVII que a atitude do homem perante as plantas mudou. Em 1669 Robert Morison publica Praeludia Botanica, considerada como o principio do sistema de classificação das plantas, que tem em Carl Von Linné (Linnaeus) (1707-1778) o seu principal protagonista. A partir daqui a visão do mundo das plantas nunca será a mesma. Contemporâneo dele é o Comte de Buffon que publica entre 1749 e 1804 a "Histoire Naturelle, générale et particuliére" em 44 volumes. Os jardins botânicos do século XVIII deixam de ser uma recriação do paraíso e passam a espaços de investigação botânica. O Kew gardens em 1759 é a verdadeira expressão disso. Note-se que Hans Sloane(1660-1753), presidente do Royal college of physicians, da Royal Society of London e fundador do British Museum, esteve na Madeira no decurso das expedições que o levaram às Antilhas inglesas 16. Por outro lado a aclimatação das plantas com valor económico, medicinal ou ornamental adquire cada vez mais importância. Aliás, foi fundamentalmente o seu interesse medicinal que desde o século XVII provocou o desusado empenho 17. Assim em 1757 o inglês Ricardo Carlos Smith funda no Funchal um desses jardins onde reúne várias espécies com valor comercial. Já em 1797 Domingos Vandelli (1735-1816) e João Francisco de Oliveira no estudo sobre a flora apresentam no ano imediato um projecto para um viveiro de plantas. O viveiro foi criado no Monte e manteve-se até 1828. O Naturalista francês, Jean Joseph d'Orquigny, que em 1789 se fixou no Funchal foi o principal mentor da criação da Sociedade Patriótica, Económica, de Comércio, Agricultura Ciências e Artes. Mas este foi um projecto efémero, uma vez que a sua condenação como maçon em 1792 desfez todos os seus projectos. Aqui a ideia de progresso alia-se com o conhecimento do meio natural que nos rodeia 18. De acordo com Elizabeth B. Keeney19 na América do Norte a partir de 1820 a Botânica tornou-se muito popular, fazendo surgir a figura do "botanizers", isto aqueles que por passatempo dedicavam-se à colecção, identificação e preservação das espécies botânicas. Afirma-se até que a História Natural é um bom exercício para a mente dos jovens 20. Passados vinte anos o espectro muda no sentido da especialização surgindo as associações especializadas como Smithsonian Institution(1846) e American Association for the Advancement of Science(1848). Entretanto em Londres havia surgido em 1838 a Botanical Society Club. Em França, por iniciativa de G. Saint-Hilaire(1805-1861), foi criada em 1854 a Societé Nationale de Protection de la Nature et D'acclimatation. Os franceses a partir da obra de Buffon e Lamarckian foram os principais difusores da noção e prática de aclimatização. Tudo isto liga-se directamente com o processo de colonização africana, no caso francês assinala-se o processo em curso na Argélia 21. Auguste Hardy é peremptório nesta aproximação: "it may be said that the whole of colonization is a vast deed of 15 . Richard Grove, Ecology, climate and Empire. Studies in colonial enviromental. History 1400-1940, Cambridge, 1997, p. 46; J. Prest, The Garden of Eden: The Botanic Garden and the Re-creation of Paradise, New Haven, 1981. 16 Raymond R. Stearns, Science in the British Colonies of America, Urban, 1970 17 K. Thomas, Man and the Natural World. Changing attitudes in England. 1500-1800, Oxford, 1983, p. 27, 65-67. 18 Francisco Contente Domingues, "Jean Joseph d'Orquigny e a Sociedade Patriótica do Funchal", in Actas do II Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, 1990, pp.231-245 19 The Botanizers-amateur scientits in nineteenth century America, Chapel Hill, 1992. 20 . Ibidem, p.45 21 Michael Osborne, Nature, the exotic, and the Science of French Colonialism, Bloomington, 1994 acclimatization" 22. Esta opção ganhou adeptos em toda a Europa, merecendo o seguinte comentário de Michael Osborne 23: "The proliferation of accliatization societies and its empires at midcentury indicates that acclimatization studies were tied to the pan-European phenomenon of settler colonies". Em 1850 José Silvestre Ribeiro, então governador civil da Madeira, avançou com um plano de criação do Gabinete de História Natural, a partir da exposição inaugurada a 4 de Abril no Palácio de S. Lourenço. Mas foi tudo em vão, uma vez que à sua partida em 1852 tudo se desfez. Note-se que nesse mesmo ano, a 23 de Setembro, surge a proposta de Frederico Welwistsch 24 para a criação de um jardim de aclimatação no Funchal e em Luanda 25. A Madeira cumpriria o papel de ligação das colónias aos jardins de Lisboa, Coimbra e Porto. Note-se que este botânico alemão que fez alguns estudos em Portugal, passou em 1853 pelo Funchal com destino a Angola. A presença na Madeira do Padre Ernesto João Schmitz, como professor do seminário diocesano, levou à criação em 1882 um Museu de História Natural, que hoje se encontra integrado no actual Jardim botânico. Só passado um século o tema voltou a merecer a atenção dos especialistas. São várias as vozes que se ergueram em favor da criação de um jardim botânico na Madeira. Em 1936 refere-se uma tentativa frustrada de criação de um Jardim Zoológico e de Aclimatação nas Quintas Bianchi, Pavão e Vigia, que contava com o apoio do Zoo de Hamburgo 26. Em 1946 António de Sousa da Câmara recomenda a criação de um jardim colonial. Apelo que se refere em António C. Teixeira de Sousa e ganha grande alento em 1950 com a realização no Funchal da "I Conferência da liga para a protecção da natureza"". O apelo de J. de Azevedo Pereira 27 lançado neste evento teve repercussão nas autoridades da Junta Geral que souberam criar em 1960 o tão desejado jardim botânico. A criação do Jardim Botânico por deliberação da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal a 30 de Abril de 1960 é o corolário dessa defesa secular das condições da ilha para a sua criação e a demonstração da sua importância científica revelada por destacados investigadores botânicos que procederam a estudos 28. Tenha-se em consideração que esta iniciativa só foi possível graças à pertinaz acção de António Teixeira de Sousa como Presidente da Junta Geral. Assim em 1952 adquiriu-se a Quinta do Bom Sucesso onde ficaram os serviços da Estação Agrária, mas o objectivo era a criação do Jardim Botânico. Em qualquer dos momentos assinalados as ilhas cumprem de novo o papel de ponte e adaptação da flora colonial. Os jardins de aclimatação são a moda do momento, que entre nós tem por palco as amplas e paradisíacas quintas. O Marquez de Jácome Correia29 identifica as quintas do Palheiro Ferreiro e Magnólia como jardins botânicos. Estas são viveiros de plantas, hospital para acolher os doentes da tísica pulmonar e outros visitantes. O deslumbramento acompanha o interesse científico e convivem lado a lado nas inúmeras publicações que o testemunham no século XIX. 22 23 24 25 26 27 28 L'Algerie Agricole, Commerciale, Industrielle, Paris, 1860, p.7 Ibidem, p.176 Cf. Ebarhard Axel Wilhelm, "Visitantes de língua Alemã na Madeira(1815-1915)", in Islenha, 6, 1990, pp.48-67. . "um Jardim de Aclimatação na ilha da Madeira", in Das Artes e da História da Madeira, nº. 2, 1950, pp.15-16 César A. Pestana, A Madeira Cultura e Paisagem, Funchal, 1985, p.65 . "Um jardim botânico na Madeira", in Das Artes e da História da Madeira, Vol. 2, n? 3, 1950, 24-26. Cf Boletim da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal, Abril de 1960; Rui Vieira, "Sobre o 'Jardim Botânico' da Madeira ", in Atlântico, 2, 1985, pp.101-109. 29 A Ilha da Madeira, Coimbra, 1927, p.173, 178 Os jardins, através da harmonia do frondoso arvoredo e das garridas cores das flores têm nos séculos XVII e XVIII um avanço evidente. Os bosques deixam de ser espaços de maldição e as árvores entram no quotidiano das classes altas, alinhando-se em filas para dar acesso à casa de moradia. Os jardins adquirem a dimensão de paraíso bíblico e como tal espaço espiritual. Eles são a expressão do poder humano sobre a Natureza30. Na Inglaterra do século XIX os jardins e as flores tornam-se muito populares 31. Essa ambiência chegou à ilha através dos mesmos súbditos de Sua Majestade. As ilhas exerceram assim um fascínio especial sobre todos os visitantes e parece que nunca perderam a sua imortal característica de jardins à beira do oceano. Deste modo poderemos afirmar, com propriedade, que estas foram as ilhas jardins e que os seus jardins continuam a ser o encanto dos que a procuram, sejam eles turistas ou cientistas. A História do Meio Ambiente e Ecológica veio fazer apelo de novo ao pioneirismo da Madeira, naquilo que o devir mostra a gesta europeia destruidora do meio envolvente. O processo de expansão europeia não se afirma apenas pela novidade de descoberta de novos mundos, mas também pelos efeitos destrutivos da presença do europeu sobre a fauna e flora dos novos espaços. Tudo isto foi conseguido por exigências das leis do mercado de então que definiu uma estrutura de monoculturas e exploração intensiva do solo, através de culturas com elevado rendimento económico, como foi o caso da cana de açúcar. Da leitura dos clássicos e da produção bibliográfica recente releva-se uma situação particular que toca de novo o arquipélago da Madeira. A Madeira não se posiciona apenas nos anais da História Universal como a primeira área de ocupação atlântica, pioneira na cultura e divulgação do açúcar ao Novo Mundo, mas também como o primeiro exemplo dos efeitos nefastos de uma exploração intensiva 32. A expansão europeia não se resume apenas ao encontro e desencontro de Culturas, mas também marca o início de um processo de transformação ou degradação do meio. O europeu carrega consigo a fauna e flora do seu convívio e com valor económico, que irão provocar profundas mudanças nos novos ecossistemas. Com isto acontece que o espaço vivido e natureza se universalizam. Nos séculos XV e XVI foram as viagens de descobrimento, enquanto no século XVIII sucederam as de exploração e descoberta da natureza, comandadas por ingleses e franceses. A Madeira foi o viveiro de aclimatação nos dois sentidos. Da Europa propiciou a transmigração da fauna e flora identificada com a cultura ocidental. No retorno foram as plantas do Novo Mundo que tiveram de novo passagem obrigatória pela ilha. A riqueza botânica do Funchal resulta disso. O processo de imposição da chamada biota portátil europeia, no dizer de Alfred Crosby 33, foi responsável por alguns dos primeiros e problemas ecológicos mais importantes. Quem não se lembra da praga dos coelhos do Porto Santo34? Que dizer do incêndio que lavrou na ilha durante sete anos ? Estas situações são assiduamente referenciadas pela actual historiografia norte americana que se dedica ao estudo da História 30 31 32 Peter j. Bowler, Fontana History of environmental Sciences. N. Y., 1993.,p.111. . Cf. K. Thomas, ibidem, pp.207-209, 210-260 , Madeira. Pearl of Atlantic, London, 1959 Veja-se Richard GROVE, Green Imperialism, N York, 1995, pp. 5-29; idem, Ecology, climate and empire, Cambridge, 1997, p. 45; John PERLIN, A forest journey, N. York, 1989. 33 Imperialismo ecológico. A expansão biológica da Europa. 900-1900, S. Paulo, 1993. 34 Tenha-se em atenção que estes foram motivo de um estudo do botânico alemão Ernest Haeckel(1834-1919 publicado em 1868. Foi ele quem em 1866 em "Generalle Morphologie" usou a palavra Oecologie. Cf. Eberhard Axel Wilhelm, "Visitantes de Língua Alemã na Madeira(1815-1915)", in Islenha, 6, 1990, 48-67. do meio ambiente, sendo o seu ponto de partida e alento para esta incursão temática inovadora. Outro facto também insistentemente referido é o da própria ilha da Madeira. O nome foi o atributo para referenciar a abundância e aspecto luxuriante do seu bosque. Mas em pouco tempo, as queimadas para abrir clareiras de cultura e habitação, o desbaste para fruição das lenhas e madeiras, fizeram-na desmerecer tal epíteto. Da Madeira quase só ficou o nome…! A tradição refere que os navegadores portugueses atearam um incêndio à floresta densa para poder penetrar, mas este ganhou tais proporções que os atemorizou. Foram sete anos de chama acesa, diz a tradição. Todavia, hoje ninguém acredita nesta versão divulgada por Francisco Alcoforado e repetida em Cadamosto e outros autores da época. Hoje ninguém acredita nesta História, que a ser verdade teria reduzido a ilha a carvão… Esta situação expressa uma realidade que pautará a expansão europeia e que só nos últimos anos tem cativado a atenção do historiador. Tudo isto tem origem num produto devorador que conquista a economia de mercado e que pautou a evolução da economia atlântica a partir do século XV. O carrasco é o açúcar. A sua disponibilidade só é possível com esse processo de degradação do meio que viu nascer os canaviais. A Europa parte no século XV à procura do Eden bíblico ou descrito na literatura clássica greco-romana. Foi este um dos motivos do empenho de Colombo, mas também dos navegadores portugueses. O seu reencontro era encarado como uma conciliação com Deus o apagar do pecado original de Adão e Eva. Esta imagem persegue quase todos os navegadores quinhentistas e deverá estar por detrás do empenho daquelas que aportaram à Madeira . Tenha-se em conta que as duas primeiras crianças nascidas na ilha, filhas de Gonçalo Aires Ferreira tiveram nomes bíblicos de Adão e Eva 35. Era o retorno ao Eden, que aos poucos foi sendo perdido, tal como sucedera aos primogénitos Adão e Eva. A recuperação desta imagem acontecerá mais tarde no século XVIII em que a ilha é de novo o paraíso redescoberto para o viajante ou tísico ingleses, recuperado e revelado ao cientista, seja ele inglês, alemão ou francês, através das recolhas ou da recriação através dos jardins botânicos. A cana de açúcar poderá ser considerada como a cultura agrícola mais importante da História da Humanidade, pois provocou o maior fenómeno em termos de mobilidade humana, económica, comercial e ecológica. A sua afirmação como cultura agrícola é milenar e abrange vários quadrantes do planeta. É de todas as plantas domesticadas pelo Homem aquela que acarreta maiores exigências. Ela quase que escraviza o homem, esgota o solo, devora a floresta e dessedenta os cursos de água. A sua exploração intensiva desde o século XV gerou grandes exigências em termos de mão-de-obra, sendo responsável pelo maior fenómeno migratório à escala mundial que teve por palco o Atlântico: a escravatura de milhões de africanos. Ligado a tudo isso está também um conjunto variado de manifestações culturais que vão desde a literatura à música e à dança. Foi o Oriente quem descobriu a sua doçura, tendo a Papua Nova Guiné como Berço. Os árabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram os arautos principais da sua expansão. Genoveses e venezianos encarregaram-se do seu comércio e Europa. Mas é nas ilhas que ela encontrou um dos principais viveiros da sua afirmação e divulgação no Ocidente: Creta e 35 Ernesto Gonçalves, "Adão e Eva", in Portugal e a ilha, Funchal, 1992, pp.13-18. Sicília no Mediterrâneo, Madeira, Açores, Canárias, Cabo Verde e S. Tomé no Atlântico Oriental Puerto Rico, Cuba, Jamaica, Demerara(…) nas Antilhas. A realidade sócio-económica que serve de suporte ao açúcar diferencia-se no seu percurso do Pacífico/Índico para o Mediterrâneo/Atlântico. Assim, no primeiro caso não assume a posição dominante na economia, primando pelo carácter secundário, enquanto no segundo é patente o seu efeito dominador na economia e sociedade/associação ao escravo, que começa no Mediterrâneo e se reforça no Atlântico. As ilhas, pela limitação do seu espaço, são as primeiras a ressentir-se desta realidade. A consciência ecológica do homem hodierno serve de apelo a esta viragem regressiva à História da Humanidade. O presente actua assim com expressão mediática para a descoberta desse passado que pode ter algum efeito pragmático nas actuais políticas de defesa do meioambiente, para que se alcance o limiar do século XIX com mais e melhor ambiente, preservando aquilo que os nossos antepassados nos legaram. O TURISMO E A DESCOBERTA DA NATUREZA.A partir da segunda metade do século dezoito foi a revelação da Madeira como estância para o turismo terapêutico, mercê das então consideradas qualidades profiláticas do seu clima na cura da tuberculose, o que cativou a atenção de novos forasteiros. A tísica propiciou-nos, ao longo do século dezanove, o convívio com poetas, escritores, políticos e aristocratas. Não obstante a polémica causada em torno das possibilidades deste sistema de cura a ilha permaneceu por muito tempo como local de acolhimento destes doentes, sendo considerada a primeira e principal estância de cura e convalescença do velho continente. Foi a presença, cada vez mais assídua, deste doentes que provocou a necessidade de criação de infra-estruturas de apoio: sanatórios, hospedagens e agentes, que serviam de intermediários entre estes forasteiros e os proprietários de tais espaços de acolhimento. Este último é o prelúdio do actual agente de viagens. Então o turismo, tal como hoje o entendemos, dava os seus primeiros passos. E foi como corolário disso que se estabeleceram as primeiras infra-estruturas hoteleiras e que o turismo passou a ser uma actividade organizada e com uma função relevante na economia da ilha. E mais uma vez o inglês é o principal protagonista. Tenha-se em conta que este momento de forte afluência de estrangeiros coincide com a época de euforia da Ciência nas Academias e Universidades europeias. Desde finais do século XVII as expedições científicas tornaram-se comuns e o Funchal foi um porto fundamental de escala, para ingleses, franceses e alemãs. Esta função do Funchal como porto de escala das navegações oceânicas e estância de turismo terapêutico contribuiu para este valorizar do papel da ilha e justifica os inúmeros estudos científicos ou de viagem que se dedicam ou fazem referência à Madeira. O Turismo caminhou lado a lado com o vinho e o aparecimento de novas actividades. A vinha persistiu nas latadas e fez-se companheiros dos vimeiros e bordadeiras. Esta harmonia marchava a favor da ilha e tornava possível a existência de várias formas de actividade que garantiam a sobrevivência. A variedade foi a receita certa para manter de pé por algum tempo a frágil economia insular. Na década de quarenta define-se o "comércio, a navegação o turismo, os grandes propulsores do desenvolvimento insular". As actividades em torno da obra de vimes e bordados tiveram nos estrangeiros, principalmente ingleses os seus principais promotores. A primeira metade da presente centúria foi marcada por profundas mudanças na economia madeirense. É para aqueles que a viveram um momento para esquecer. Primeiro as guerras mundiais(1914-19 e 1939-45) e depois os problemas políticos e económicos marcaram este como um momento negro da vida madeirense. A guerra evidenciou a fragilidade da economia da ilha e evidenciou a sua extrema dependência do mercado externo. Os problemas económicos arrastam convulsões sociais que se misturam com as políticas. Assim tivemos em Fevereiro de 1931 a Revolta das Farinhas, a que se seguiu em 1936 a Revolta do Leite. Para muitos madeirenses a solução foi a emigração para o Brasil, Venezuela, USA, Curaçau. O Brasil continua a ser o nosso El Dourado. Assim só em 1939 dos 1259 emigrantes temos 2235 para o Brasil. A emigração funciona em todos os tempos com válvula de escape para a miséria da sociedade. As medidas do governo, com a Comissão de Aproveitamentos Hidraulicos e as suas iniciativas atenuaram para algumas famílias os efeitos da crise. Começava aqui um plano de fomento de infra estruturas consideradas primordiais para o progresso da ilha. A reorganização do sistema de regadio, que através de novas levadas iria permitir um maior aproveitamento agrícola, o delinear de um plano viário, que permitiu a aproximação das diversas localidades da ilha e a possibilidade de um progresso harmonioso No passado foram as condições do meio que fizeram da ilha um dos principais motivos de atracção turística. Hoje o turista é outro e por isso também as exigências são diferentes. Assim aos motivos ambientais aliam-se os culturais, passando os dois a andar de braço dado. No fundo é a simbiose do "grand tour" europeu com o turismo terapêutico insular. A ilha continua a fascinar cientistas e visitantes. O clima, o endemismo, as particularidades do processo histórico, a evidência na História do Atlântico fazem dela, ontem como hoje, um pólo chave para o conhecimento científico. Hoje a ilha é tema de debate nos diversos areópagos científicos e cada vez mais se sentem o apelo da comunidade cientifica para o seu conhecimento e divulgação. Em certa medida esta próxima realidade vai ao encontro daquilo que foi a História do arquipélago. Na verdade, o passado histórico da ilha, relevado quase sempre pelos aspectos económicos e sociais, esquece uma componente fundamental da nossa aportação: a inovação e divulgação tecnológica que transformou a rotina das tarefas económicas e revolucionou o quotidiano dos nossos avoengos. Mais do que isso, o madeirense, além de exímio inventor na inevitável tarefa de encontrar solução para as questões e dificuldades do dia a dia -, foi também um eficaz divulgador da sua tecnologia. A Madeira foi a primeira terra revelada do novo mundo, escala para a navegação e expansão dos produtos europeus no mundo atlântico. Com o século XVIII a ilha transformase em escala obrigatória das expedições cientificas que fizeram saciar a curiosidade inata do Homem das Luzes. Este evidente protagonismo da Madeira condicionou a evolução do quadro natural e a relação do madeirense com ele. No primeiro momento a ganância do lucro atirou os colonos para uma exploração intensiva do solo, procurando exaurir o máximo das suas riquezas. O desequilíbrio entre a permanente solicitação de um cada vez mais vasto mercado externo e as limitadas capacidades dos recursos naturais da ilha eram evidentes e arrastaram-na rapidamente para uma situação de rotura. Primeiro foi a crise da produção ceralifera a que se seguiu a da cana sacarina, todas elas em ultima estância resultado do esgotamento dos solos. Perante isto, num ápice a floresta deu lugar aos poios e as culturas que depois fizeram surgir o espectáculo desolador dos terrenos inférteis abandonados. A viragem ocorre a partir do século XVIII, servindo-se mais uma vez da íntima aliança da ilha aos ingleses. As embarcações deste reino trouxeram-nos as plantas exóticas para recobrir o solo e os visitantes ávidos de conhece-las. Assim se avançou rapidamente para uma política de reflorestação que embelezou a cidade e arredores de espécies exóticas e povoou as escarpas escalvadas de pinheiros, eucaliptos e castanheiros. Também a curiosidade e espírito científico que marcou o mundo britânico desde o século XVIII teve os seus reflexos na ilha, provocando uma procura, descoberta e estudo do mundo vegetal e animal da ilha. Este espírito científico cativou também os madeirenses e levou-os a considerarem o quadro natural de forma diferente, fazendo frutificar o actual espírito ecológico, que rapidamente se transformou numa moda do mundo actual. CIENTISTAS ESTRANGEIROS NA MADEIRA SÉCS. XVI-XX 36 1601: Jean Mocquet[1575-?], viajante francês, que deixou impressões da sua viagem em Voyages en Afrique, Asie, Indes Orientales et Occidentales(1617) 1687: Dr. Hans Sloane[1660 1753], médico e naturalista britânico 1696: Rev. John Ovington, capelão Real e escritor britânico 1720: John Atkins, médico naval e escritor britânico 1740: George Anson[1697-1762], corsário, navegador britânico. Autor do livro: Voyage Round the World (1748) 1751: Dr. Thom. Heberden, cientista britânico 1755: J. de Bory, cientista, explorador e escritor 1764: Comodoro John Byron, navegador e explorador britânico 1766: Samuel Wallis[1728 95], oficial de marinha, cientista. Entre 1766 e 1768 fez viagem de circunnavegação no HMS Dolphin Capitain Philip Carteret[?--1796], célebre navegador e cientista britânico que acompanhou a viagem de John Byron em (1764--6) 1768: Ch. Green, astrónomo britânico . Setembro.13. Ancorou ao Funchal James Cook[1728 79], em viagem de circum-navegação a bordo do navio Endeavour Joseph Banks, botânico inglês Dr. Daniel Solander, naturalista sueco 1772: Segunda passagem de James Cook[1728 79] pela Madeira, sendo a descrição da Viagem da Autoria de George Forster em Voyage rounde the World(1797) Johann Reinhold Forster e George Adam Forster, cientistas alemães. São pai e filho e iniciaram as explorações botânicas na ilha. John George, naturalista britânico 1776: Francis Mason, botânico inglês Prof. Downe, botânico inglês 1785: J. F. Galaup de la Perouse, navegador e cientista francês Eng. Maneron, cientista francês Lepante Dagete, astrónomo francês Prof. Lamanon, físico francês Prof. Collignon, botânico francês 36 Lista elaborada com base nos seguintes estudos: "Algumas Figuras Ilustres Estrangeiras que Visitaram a Madeira", in Revista Portuguesa, nº.72, 1953; A Lopes de Oliveira, "Cientistas e Tecnicistas Nacionais e Estrangeiros", in Arquipélago da Madeira Epopeia Humana, Braga, 1969; Fernando Augusto da Silva, Elucidário Madeirense, 3 vols, Funchal, 1984; Eberhard Axel Wilhelm, Visitantes e Escritos Germânicos da Madeira.1815-1915, Funchal, 1997. Prof. Monge, cientista francês 1789: Dr. J. J. de Orquigny, médico e naturalista francês 1792: John Barrow[1764 1848], administrador naval e aventureiro britânico Dr. Willian Gourlay, médico, meteorologista, escritor britânico 1799: Pascoal de Avezac Macaya, geógrafo francês Gabriel de Gorat, cientista Oscar Marc Carthy, cientista 1800: Turnbull, navegador britânico 1802: Robert Brow, botânico britânico Lieut. Colonel Roberts, oficial, escritor britânico J. Adams, médico, escritor britânico 1805: Dr. F. Spilsbury, médico naval, escritor britânico 1809: Robert Brown[1773 1858], botânico britânico 1815: Cristiano Leopoldo de Buch[1774-1853], geólogo, botânico, escritor alemão Chetien Smith, botânico norueguês 1816: Cap. J. K. Tuckey, cientista britânico 1817: Karl Friederich Philip von Martius[1794-1868], botânico germânico. Na sua obra Reise in Brasilien(1823) refere algumas espécies botânicas. João Baptista Emanuel Pohl[1782-1834], botânico e explorador austríaco publicou livro com referências à Madeira: Reise im Innern von Brasilien(1832) 1820: João Conrado de Hasselt[1797-1823], alemão, fez estudos de Ciencias naturais no arquipélago, deixando desenhos das Desertas, P. Santo e costa da Madeira. Henrique Kuhl[1797-1821], ornitólogo alemão, recolheu plantas na ilha como se vê do seu trabalho: Flora oder Botanische Zeitung(1821) 1821: Giuseppe Raddi, botânico italiano 1822: Dr. Tiarks, cientista britânico 1823: Prof. Karl Mayer, geólogo germanico T. E. Bodwich, naturalista britânico 1824: Dr. Ch. Heineken, especialista pulmonar britânico 1825: Kirvan, naturalista, meteorologista H. Nelson Coleridge, escritor britânico 1826: Dr. Renton, Médico, escritor britânico Rev. Thomas Lowe, sábio naturalista britânico 1827: Christian Frederic Holl[1794-1821], botânico germânico. Com vários estudos osbre a botânica da Madeira Rev. James Bulwer, desenhista britânico 1828: Philip Baker Webb[1793-1853], botânico britânico W. P. Canning, oficial marinha britânica 1834: M. Raymond Brucker, escritor francês Dr. J. Manson, médico e escritor britânico 1835: Conte de Bedmar, geólogo dinamarquês 1836: Sir W. Jardin, aristocrata e ormtologista britânico 1837:Dr. Charles Lemann, botânico britânico 1838: J. D. Dane, geólogo britânico John Driver, escritor britânico Dr. Júlio F. Lippold[1788-1852], botânico alemão, fez recolha de plantas para herbário Tenente Charles Wilkes [1798--1877], oficial de Marinha norte americana e cientista 1839: Sir James Clarck Ross[1800 62], cientista e oficial da Marinha britânica Dr. James Macaulay, cientista e escritor britânico 1840: James Smith, geólogo britânico W. White Cooper, escritor britânico Zwinko Joksimowilsch, paleontologista polaco 1841: Dr. Carlos Guilherme Emílio Kampfer[1803-1848], cientista e escritor alemão Dr. George Carl Friederioch Tams[1813-1863], médico e escritor alemão Júlio Rodolfo Teodoro Vogel[1812-1841], botânico alemão, recolheu plantas para herbário em expedição ao Rio Níger. 1842:Cap. Vidal, oficial da Marinha e escritor britânico Andrew Picken, artista britânico 1844: Duncan Maclaren, escritor britânico Charles de Tryon Montalemberte, político e escritor 1845: Jeane Wallas Penfold, botânica britânica Dr. Schmeller, escritor alemão Rev. John Mason Neale[1818-1866], imunologista e pastor britânico Guilherme Frederico Jorge BEHN, médico e naturalista alemão 1846: Tito Omboni, escritor italiano John Osborne, escritor britânico 1847: T. Vermon Wallaston, naturalista britânico Rev. W. Harcourt, meteorologista britânico Eduardo Hildebrandt[1817-1868], pintor alemão. Registou alguns motivos da Madeira. 1848: Charles Mac Euen, meteorologista americano Frank Dillon, escritor e artista britânico A. Few, escritor britânico F. Kenworthy Brown, escritor britânico Dr George Peacock[1791-1858], teólogo e astrónomo germânico, publicou em 1850 o livro: On the Agriculture and Tenure of land in Madeira 1849: Duc de Leuchtenberg, Princípe e oficial da Marinha alemã Sebastião Fischer[1806-1871], medico naturalista alemão. Fez alguns estudos sobre os crustáceos da Madeira. 1850:Prof. Joam Crist. Albers, naturalista alemão Robert White, escritor britânico Eduard Vernon d'Harcourt, ornitologista e escritor britânico Dr. Oswald Heer[1809-1883], botânico e paleontologo suiço, fez vários estudos sobre a fauna e geologia da ilha James Yate Johnson, naturalista britânico Eugene E. G. Jones, escritor britânico John Dix, escritor americano Dr. P. Garnier,médico e escritor francês D. Ramon Masferrer y Arquinbau, médico espanhol Joam Christoph Albers[1795-1857], médico e naturalista alemão. Publicou Malacographia Maderensis(1854). Carlos Jorge Frederico Hartung, geólogo alemão. Fez várias investigações geológicas de que resultou a publicação de três livros. 1851: João António Schmidt[1823-1905], botânico alemão 1852: Dr. Karl Mittermaier, médico e meteorologista alemão 1853: Dr. Friedrich Martin Joseph. Welwitsch[1806-1872], médico e botânico austríaco. Pertence-lhe a proposta de criação de uma jardim de aclimatação de plantas para o Funchal Charles Lyell, geólogo britânico Dr. George Hartung, geólogo alemão James Mackenzie Bloxam, escritor britânico Charles Bunbury, botânico e paleontologista britânico 1854: Robert Mac Andrew, cientista e escritor britânico T. S. Dyster, escritor britânico William Hadfield, escritor britânico Charles Perreymond, escritor francês Jacob Melchior Ziegler[1801-1883], cartógrafo suíço. Publicou em 1856 dois mapas sobre a Madeira. 1855: Dr. S. Fiocher, médico alemão Dr. S. Lund, médico meteorologista britânico Hermann Schacht [1814-1864], botânico alemão, publicou em 1859 um estudo botânico: Madeira under Tenerife mit ihrer vegetation João Guilherme Reisz [1838-1908], geólogo alemão, procedeu à recolha de fósseis marinhos de que publicou em estudos. Augusto David Krohn[1803-1891], zoólogo alemão 1856. J. M. Ziegler,geólogo britânico D. Archibald Colquham Ross, médico britânico 1857: N. Haslop Manson, botânico britânico Comod. Welleratorf Urbair,cientista austríaco Dr. Ferdinand Ritter von Hochstetter, geólogo austríaco, publicou em 1861 o livro Madeira Vortrag. Richard C. Smith, botânico britânico 1858: George Busk , professor e naturalista britânico João Jacob Noeggerath[1788-1877], engenheiro de minas alemão 1859: Hermann Schacht, escritor alemão Eduardo de Martens[1831-1904] zoólogo alemão 1860: Max Ernesto Wichura[1817-1866], botânico alemão 1861: Sigor van Siver, cientista Dr. O. Hagem, escritor alemão 1862. Dr. Liebetruth, botânico austríaco, recolha algas marinhas Ludwig Storch, escritor alemão Carlos Guilherme Jorge de Fritsch[1838-1906], geólogo e paleontólogo alemão Maurício Afonso Stubel[1835-1904], geólogo e explorador alemão 1864: Dr. Robert Boog Watson, cientista britânico Josephine de Neuville, escritora francesa Hermano Cochius[1837-1905], geólogo alemão 1865: E. Cosson, naturalista francês Dr. Carlos Inácio Leopold Kny[1841-1916], botânico alemão 1866: J. Juratzka, cientista polaco Ernest Haeckel[1834-1919], zoólogo e filósofo alemão J. N. Quintus, escritor britânico Cap. F. Norman, botânico britânico Carlos Augusto Júlio Milde[1824-1871], botânico alemão especialista em fetos Ricardo Greeff[1829-1892], médico e zoólogo alemão Jorge Matias de Martens [1788-1872], botânico alemão 1868: Richard H. Major, geólogo e escritor britânico Dr. Richard Greeff, Doutor em Medicina e Filosofia, alemão E. Cosson, cientista C. Ph. Kerhallet, cientista francês Augusto Krempelhuber[1813-1882], botânico alemão 1870:Fred. du Cane Godmann, botânico britânico Conte de Goimpy,escritor e cientista francês Dr. Michael Grabham, médico, escritor britânico, fixou-se 1871:Júlio Fernando de Hann[1839-1921],físico e metereólogo alemão 1872.. Jacob Ricardo Senfter[1841-1887], físico alemão Aloísio Pokorny[1826-1886], botânico alemão 1873: Filipe Guilherme Adolfo Bastian[1826-1905], expedicionista alemão Hermano Henrique Augusto Luís Soyaux[1852-], botânico alemão 1874: Sir William Tompson-Lord Kelvin, cientista britânico Pe. Ernest João Schmitz[ 1845 - 1922], ornitólogo alemão. Fundou em 1882 o museu de História Natural no Seminário Diocesano do Funchal Carlos António Werner Huesker[1849-1928], medico e ornitólogo alemão 1875: Paulo Langerhans[1847-1888], médico e zoólogo alemão. Publicou Handbuch fur Madeira(1885) 1877: Green, astrónomo britânico 1878: D. Ventura Callejon, escritor e diplomata espanhol 1879: H. Grey, escritor britânico Ricardo Fritze[1841-1900], botânico alemão, recolha plantas para herbário Gaston Lemay, escritor francês Dr. Paul Lagerhans, cientista Príncipe. Alberto do Monaco, escritor e cientista oceanógrafo 1880: Julius Goldschmidt,médico e escritor alemão Dennis Embleton, escritor britânico Dr. Spencer Wells, médico e escritor britânico Gilherme Jorge Ritter[1850-1926], paisagista e litógrafo alemão. Visitou a Madeira em 1880-82, 1908 e 1909 1881: Dr. Jacoud, médico francês especialista pulmonar J. M. Rendell, escritor britânico 1882: Cap. Enrico Albertis, naturalista italiano E. Gardner, zoólogo e escritor C. Piazzi Smyth, meteorologista Alice Baker, artista britânica Helene Taulor, escritora e pintora britânica Bertoldo Stein[1847-1899], botânico alemão Frederico Carlos João Scmitz[1850-1895], botânico alemão 1883:Alphonse Milne Edwards, cientista britânico 1884: José Schroter[1837-1894], botânico alemão 1885: Dr. Karl Lindmann, botânico sueco Henrique Óscar Lenz[1848-1925], geógrafo e explorador austríaco 1886: Prof. Robert Collet, cientista francês Valdemar Hartwig[1851-1901], ornitólogo alemão com vários estudos sobre a Madeira Adalberto Geheeb[1842-1909], briólogo alemão 1887: José Ernesto Stizenberger[1827-1895], botânico alemão especializado em líquenes I. Tompson, escritor britânico L. Manchon, escritor francês 1888: A. Samler Erown, escritor britânico Dr. Charles Omnes, médico especialista francês Dr. Eugénio Fernando Christmann[1863-1894], médico alemão. Publicou em 1889: Funchal auf Madeira und sein Clima Alexandre Fernando Koenig[1858-1940], ornitólogo alemão 1890:Robert Collet, ictiologo Director do Museu de Cristiania Baron van Beneden, escritor belga 1891. Marquis degli Albizi, diplomata, escritor italiano 1892: Albert Girard, naturalista, oceanografo, francês 1893: Lothar Roediger, estudioso dos miriápodes da Madeira 1894: C. A. Gordon, escritor britânico Lorde Walsinghem, cientista ingês P. Murray, botânico inglês Emilio Kraepelin[1856-1926], botânico e zoólogo alemão 1895: Friedrich Wilhelm Bosenberg[1841-1902], zoólogo alemão Dr. Roberto Latzel[1845-1919], zoólogo austríaco Augusto Henrique Forel[1848-1931] entomólogo suíço 1896: W. Hartwing, ornitologista austríaco Heclor Leveillé, botânico francês Ernesto João Otão Hartert[1859-1933], ornitólogo alemão Paulo Gerhard Teodoro Grosser[1864- ?], mineralogista alemão 1897: Dr. Alfred Merle Normon, zoólogo britânico L. Cardol, escritor britânico Albert Fauvel, entomologista francês Edmond Fulgairolle, escritor francês W. Grant, ornitologista britânico Cap. Adrien Gerlache, comandante da expedição belga à reg. Artica Tenente Danco, cientista belga Dr. Artoski, meteorologista oceanógrafo Dr. Racsvitze, zoólogo e botânico 1898: Dr. Joannes August Bohm[1857-2938], paleontólogo alemão 1899: Dr. Reland Krohn, médico britânico V. Kulezynski, cientista polaco A. W. Waters, cientista britânico 18..: Rev. Thomas Hinks, naturalista britânico Dr. Douglas, médico e escritor britânico William Hooker, cientista britânico Dr. Forel, cientista francês R. Fowler, cientista e escrita britânico M. Greshoff, cientista e escritor Profes. Guillin,geólogo francês Albert Gunther, ictiólogo britânico 1900: Friedrich. Nicolaus Joseph Bornmuller [1862-1948], botânico alemão. Procedeu a recolha de plantas para herbário A. Lorenzen[1862-1942], naturalista Anthony Drexel Biddle, escritor americano Vitor de Tschusi de Scmidhoffen[1847-1924], ornitólogo austríaco 1901: Robert Scott, navegador e cientista britânico Viktor Ferdinand. Schiffner, botânico alemão, que se dedicou ao estudo dos musgos Samuel Brow, escritor britânico Dr. Erich v. Drygalski, cientista alemão explorador do Antártico Dr. Martim Vahl, botânico dinamarquês 1902: Cap. Calbeck, comandante do barco britânico "Morning" ao Antártico Dr. Wilson, cientista britânico, explorador do Antártico Ewal Ricardo Henrique Alberto Rubsamen[1857-1919], entomólogo alemão 1903: Jean Charcot, navegador e cientista francês Frederico Augusto Guilherme Curt GAGEL[1865-1927], geólogo e paleontólogo prussiano 1904: Dr. Júlio José. Steiner[1844-1918], botânico austríaco James Britten, escritor britânico João Guilherme Teodoro Becker[1840-1928], dipterólogo alemão 1905: Paul Mantegazza, escritor italiano 1906: William Mitten, biologista britânico Johs Sfenzel, escritor alemão Gustav Monz, escritor alemão 1907: Prof. Pe. Alphonse Luisir S. J., botânico suíço João Jacob Geyr de Schweppenburg[1884-1963], ornitólogo alemão 1908: Th. Becher, naturalista alemão Ponsan By, cientista britânico Eugene Simon, cientista francês Maurício Leo Daniel de Komorowicz[1881-?], geólogo alemão 1909. W. H. Koebel, escritor britânico H. N. Dixon, botânico britânico Florençe do Cane, artista, aguarelista Anatale France, escritor francês Pe. Camil Forrend S. J., cientista francês Carlos Zimmermann[1871--], botânico alemão 1910: Robert Scott, explorador das regiões antárticas Cap. Amundsen, explorador das regiões antárticas Pe. Longinos Navas S. J.; Liquenólogo espanhol Eugene Ackermann, desenhador britânico Adolfo Gustavo Henrique Engler[1844-1930], botânico alemão Walter Adolfo Bergt[1864-1941], geólogo alemão 1911: R. Kirkpatrik, naturalista do Museu de Londres Dr. Louis Gain, Naturalista francês Paulo Luis Finckh[1871-1930], geólogo alemão 1912: Dr. Hermam Winter, cientista germânico, recolha plantas para herbário Dr. Leonhard Lindinger, cientista germânico Martinho Alberto Rikli[1868-1951], botânico alemão 1914: F. Nansen, cientista norueguês Cap. Worsley, oficial da Marinha britânica, explorador pelo sul Cap. Somerville, cientista britânico Carlos Hermano Leonardo Lindinger[1879-1965], zoólogo alemão 1915: Eugene Ackermann, cientista 1920: Dr. Johannes Schmidt; ictiólogo e biologista dinamarquês 1921: Dr. C. Gagel, geólogo germânico 1922: Dr. Guida Paoli, fitopologista Director Observatório da Liguria 1937: Ernesto Walther Boesser [-1986], pintor e botânico. Nos anos de 1949 e 1950 trabalhou na Direcção Geral de Serviços Florestais, apoiando projectos reflorestação. O MADEIRENSE E A DEFESA DO MEIO NATURAL Quereis água de rega para fertilizardes vossos campos, para cultivardes terrenos áridos, até hoje incultos? Quereis conservar e aumentar as fontes que existem e fazer aparecer outras novas? Quereis chuvas mais frequentes , mais igualmente distribuídas? Quereis melhor o clima ? Quereis mais igualdade nas estações? Conservai como objectos sagrados os arvoredos que existem; plantai, semeai, criai novos arvoredos." [CORREIO DA MADEIRA, Nº. 32 , sabbado 8 de Setembro de 1849, p.1] No início era o denso arvoredo, que assim deu nome à ilha. Mas a acção do homem contribuiu para a sua total transformação. Foi um esforço hercúleo por parte do colono tal como nos descreve de forma poética Vieira Natividade(1947). Esta mudança é assim interpretada por Ferreira de Castro: "A ilha deixara de ser apenas bosque, para ser bosque, horta e jardim" 37 No século XIX o manto florestal da vertente sul da Madeira havia atingido o limite. As encostas estavam totalmente escalvadas. A política de protecção das florestas que se havia incrementado desde o século XV não surtiu efeito ou incapaz de corresponder à cada vez mais incessante procura de lenhas e madeiras. Foram os efeitos devastadores das aluviões de 1803 e 1815 no Funchal que fizeram com que as autoridades despertassem para um conjunto de medidas mais eficazes de reposição florestal. De acordo com o relator da aluvião de 1815 a "natureza [estava] cansada de ser liberal" 38 Este quadro é percebido e testemunhado desde muito cedo pelos estrangeiros. Estes sem dúvida que não se cansam em considerar a ilha, fundamentalmente a área da cidade e norte da ilha, como um jardim, um paraíso39. Mas esta opinião, habitualmente consignada aos guias de turismo, contraste com o testemunho atento dos botânicos que no decurso dos séculos XVIII e XIX frequentaram a ilha. A primeira e abalizada opinião é de John Barrow em finais do século XVIII. É ele o primeiro a dar conta do desaparecimento de algumas espécies como é o caso do cedro 40. Um dos factos que chama à sua atenção prende-se com a permanente azáfama de mulheres, jovens e idosas na colheita de lenhas para a venda na cidade 41. Estes lenhadores sem escrúpulos, segundo Isabella de França, cortam o seu e alheio sem qualquer critério: "encontram-se com frequência, naquelas imediações, homens e mulheres com carregamentos de troncos de pinho à cabeça; vêm vendê-los ao Funchal…"42. Já em finais do século XIX John A. Dix 43 descreve o processo de aquisição das lenhas e dificuldade da colheita: "Vivem nas montanhas, onde cortam a sua lenha, começando o seu trabalho logo ao amanhecer. Preparam a lenha, e trazem-nas à cabeça para a cidade, às vezes duma distância de 3, 5, 7 e 8 milhas e vendem-nos a 14 e 18 cents(7 e 9 vinténs) quando 37 Cf. Colectânea de Textos: prosa 38 Cf. Colectânea de textos 39 Cf. H. Coleridge(1826), D. Embleton(1880), C. Thomas(1910), J. Hutcheon(1928), M. Graham(1942). . A Voyage to Cochinchina in the years 1792 and 1793, London, 1806, p.18. Ibidem, pp.11-12 Journal of a Visit to Madeira…, Funchal, 1970, p.139 . Um Inverno na Madeira, California, 1896, 40 41 42 43 acham quem lhos comprem" 44. A visita à feira semanal da cidade leva-o a concluir que "a qualidade mostra a pouca abundância de lenha na Madeira " 45. O Visconde do Porto da Cruz num estudo florestal de 1950 dá conta do consumo de carvão como combustível no Funchal, apontando a necessidade anual de 720 toneladas, se tivermos em conta que para cem toneladas deste são precisas 1000 toneladas de lenha é fácil de adivinhar o volume do desbaste necessário para abastecer a cidade. Ainda de acordo com o mesmo a destruição das matas madeirenses foi resultado:"1º o fabrico clandestino de carvão; 2º. Os abastecimentos for a da lei, de material para as construções; 3º. A escassez de pastagens para gado." 46 A par do usufruto da floresta como fonte de combustível é de assinalar o aproveitamento das madeiras, consideradas a primeira riqueza dos povoadores, a fazer fé naquilo que referem Zurara, Valentim Fernandes e Gaspar Frutuoso. As madeiras de til, vinhático, aderno, barbuzano, cativaram a atenção do colonos e forasteiros. As serras de água proliferaram por toda a ilha, com maior incidência da encosta norte e podem ser consideradas o símbolo da busca desenfreada de árvores para abate. É certo que a necessidade de lenhas como combustível para o dia à dia caseiro, para a indústria de panificação, forjas e engenhos de açúcar levaram paulatinamente à diminuição das reservas florestais. Mas foi sem dúvida o desbaste para a agricultura que conduziu inevitavelmente a este processo destrutivo. A sentença estava dada: " In all new countries covered with forests the setlers are apt to consider trees as their enemy. They wage an implacable warfare agians them, until the whole face the land becomes naked, the streams driedun, the summers made hotter, and the winters colder, by opening the earth to the sun and winds. The succeedin generation labors as as industriously to produce shade as its predecessors did to destroyed it" 47 Perante esta contingência do processo de aproveitamento económico da ilha, o espaço florestal desaparece a olhos vistos perante olhar atónito das autoridades e dos cientistas de passagem pela ilha. Daqui resultou uma situação particular da ilha que é insistentemente evidenciada por todos os visitantes. O Sul escalvado contrasta com o Norte, onde ainda persiste a floresta indígena48. Com isto é evidente o perigo de desaparecimento de algumas espécies da flora indígena. Em 1792 J. Barrow refere nesta situação o cedro, enquanto em meados do século J. Mason junta também o dragoeiro, folhado e vinhático. O processo de desflorestação é evidente a todos os observadores, sejam locais ou visitantes, e mereceu alguns reparos. Em 1817 Paulo Dias de Almeida aponta o dedo acusador aos carvoeiros ao ser confrontado com "as montanhas que não há muitos anos vi cobertos de arvoredos, hoje os vejo reduzidas a um esqueleto. O Centro da ilha se acha, todo descoberto de arvoredo, com apenas algumas árvores dispersas, e isto em lugares onde os carvoeiros não tem chegado" 49. 44 45 . Ibidem, p.191. . Ibidem, p.60 46 O Problema Florestal no Arquipélago da Madeira, 1950, pp.4-6 47 . A Winter in Madeira…, N. York, 1850, p.125 48 Rambles in Madeira…, 1827, p.147; R. White, Madeira, 1859, p.69; W. Cooper, The Invalid's Guide to Madeira, 1840, p.13 49 .Confronte-se texto na selecção de prosa A par deste grito, face à ameaça de extinção de algumas espécies, é evidente o regozijo dos cientistas com o espectáculo que se deparam nas quintas do Funchal e arredores, e na exuberante floresta da encosta norte. Em 1812 o madeirense N. C. Pitta chamava a atenção para a abundância de espécies indígenas ou oriundas das Índias Orientais e Ocidentais em tão grande variedade que o levam a afirmar que a Madeira é o Jardim do Mundo 50. Os jardins do Funchal são os locais de adoração para forasteiros e cientistas. Alguns não se cansam em exaltar esta riqueza e variedade. Em 1888 o Marquis degli Albizzi considera-os verdadeiros dicionários de Botânica, enquanto C. Stanford não hesita em comparar o Funchal ao Éden Bíblico, pois alguns dos seus jardins "are remarkable especially for thea collections of trees and shrubs from many countries and many climes…" 51. Esta situação atinge também as áreas de floresta, onde segundo Bulhão Pato "os ramos de flora europeia abraçam e beijam as árvores dos trópicos…" 52. Vários são os factores que contribuíram para esta situação. E isto também foi alvo da atenção dos cientistas visitantes. W. Combe(1821) diz-nos que o clima e solo permitem o cultivo de qualquer cultura. Já j. Johson(1885) releva o papel do clima, responsável pela rápida naturalização das plantas o que conduz os menos atentos a confundi-las com as indígenas:"…and there can be no doubt that many of the plants which seem to be indigenous in the lower region have seen introduced since the advent of man." 53 Foi esta situação que levou Frederico Welwitsch a propor em 1853 a criação de um jardim de aclimação de plantas tropicais no Funchal. A ideia não era nova e foi alvo de sugestão de vários especialistas, sendo repetida em 1855 pelo Barão de Castelo de Paiva no relatório que fez sobre a situação da agricultura da ilha. Aqui é proposta a criação de um horto de aclimatação na cerca do extinto convento de S. Francisco. Tudo isto leva M. d'Avezac a considerar a ilha como o "jardim botânico experimental de todo o mundo"54 Este conjunto de condições terá propiciado a afirmação da Madeira como uma estância de aclimatação de plantas que se pretendia fazer chegar à Europa55. Opinião discordante tem C. Azevedo Menezes: "Dizem alguns auctores que na Madeira podem viver e frutificar ao ar livre na mais familiar companhia e illuminadas pelo mesmo sol, as pantas de todas as regiões do globo, mas isto não é rigorosamente exacto" 56. Esta riqueza e particularidades da flora madeirense fizeram com que a ilha se transforma-se num local de permanente investigação para os cientistas europeus. A ilha era um local ideal para herborizar e um verdadeiro laboratório: "La botanique l'entomologie la météorologie sont les occupations favorites des savants pendant leur séjour dans l'île; mais cette étude atant d'attrait et de charme qu'elle entraine souvent au de là du but." 57 Esta ideia é corroborada por E. Taylor(1882) e A. Drexel Biddle(1900). Este último considera a ilha "um paraíso para os naturalistas". E, na verdade foi isso que aconteceu, uma vez que desde muito 50 51 52 . Account of the Island of Madeira, 1812, p.59. . Leaves from a Madeira Garden, 1909, pp.27, 270 Cf. Colectânea de textos 53 . Madeira…, 1885, p.225 54 . W. Wilde, Narrative of a Voyage to Madeira, 1840, p.104 . Îles de l'Afrique, 1848, p.107 . A propaga e o ananaz na Madeira, Sep. Brotéria, XXIII, fasc. II, 1927, pp.78-80 57 . P. Jaunier, Itinéraire de Paris à Madère, 1859 55 56 cedo a atenção dos naturalistas fizeram da Madeira um dos recintos predilectos para herborizar 58. Os Jardins Botânicos da Europa encheram-se de plantas e herbários da ilha. Tudo isto começou em 1687 com Hans Sloane e manteve-se até a actualidade. Se a atenção e preocupação do cientistas estava na descoberta e classificação das novas espécies, o empenho das autoridades estava na preservação do parco manto florestal, tão necessário à sobrevivência humana e ao equilíbrio da sua economia. Deste modo, logo desde o século XV até ao presente, é interminável o conjunto de regulamentos, ordenações e posturas sobre o assunto. A legislação florestal madeirense é prolixa, sendo de destacar o regimento das Madeiras de 1562, o mais antigo que se conhece pois faltam notícias sobre o de 1515, o regimento das matas e arvoredos de 1839, o plano de organização dos Serviços Florestais de 1886 e o Regimento do Serviço de Polícia Rural e Florestal de 1913 Estas regulamentações genéricas tiveram réplica nas posturas Municipais 59 e nas recomendações dos corregedores lavradas nas correições 60 completam o quadro das medidas protectoras do nosso manto florestal. Daqui se conclui que não houve esquecimento e falta de regulamentação. As contingências de cada época ditaram, sem dúvida, a ineficácia destas medidas. Estas medidas poderão resumir-se a duas situações: preservação daquilo que existe através de medidas limitativas do abate de árvores e recuperação do coberto florestal através de uma política de reflorestação das zonas ermas ou em abate. A salvaguarda da floresta passava não só pelo estabelecimento de medidas rigorosas que controlassem o seu abate, que deveria estar sujeito a licenças camarárias, mas também ao ataque em todas as frentes aos agentes devastadores, onde se incluíam o fogo e o gado solto. As queimadas, tão comuns desde o povoamento, são um dos principais agentes devastadores e por isso foram insistentemente proibidas. O gado é obrigatoriamente acantonado a espaços circundados por um bardo. Todavia a floresta não era para os nossos avoengos um espaço de diversão pois que adquiria um papel fundamental na economia da ilha. Vedar-lhe o seu acesso era impossível. Daí as medidas disciplinadoras do seu uso de acordo com um processo económico harmonioso. Foi com um violento incêndio que os povoadores, segundo Cadamosto, "varreram grande parte da dita madeira, fazendo terra de lavoura". As queimadas sucederam-se infinitamente e levaram a coroa a obstar esta situação. Outros violentos incêndios se sucederam. Os que ficaram para a História, fruto da acção humana, são de 180761 e depois em 1910 e 1919 62. Em 1593 documenta-se o fogo do céu que causam elevados danos na cidade e manto florestal. Note-se que muitos dos incêndios na floresta eram resultado da incúria ou malévola iniciativa dos carvoeiros. Estes são considerados em finais do século passado como os 58 . M Graham, Madeira…, 1942, pp.4-6. 59 , ARM, C. M. Santa Cruz, nº291, novo caderno de posturas; Posturas do Concelho de Santa Anna, Funchal, 1837; ARM, Governo Civil, nº.155, Posturas(1840); Posturas da Câmara Municipal da Cidade do Funchal, 1849 e 1895; Posturas da Câmara Municipal da Villa de Machico, 1856; ARM, C. M. Funchal, nº.239, Registo de posturas(1869-1885); Código de Posturas da Câmara Municipal do Concelho do Porto Moniz, 1890. 60 . ARM, C. M. Machico, nº.5-6, livro de correições 1768-1808; ARM, C. M. Funchal, nº168(1768); ARM, C. M. Porto Santo, nº.54(1780-1829); ARM, C. M. Santa Cruz, nº.171(1808-1832). 61 Paulo Dias Almeida, ob.cit. 62 M. B. Sequeira(1910); Visconde do Porto da Cruz(1960).Cf. testemunho de Assis Esperança, in Ilustração, 1929, publ. Cabral do Nascimento, Lugares Selectos dos autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1949, p.185. principais inimigos da floresta 63.Sobre eles recaiam todas as culpas dos diversos incêndios que se ateavam com insistência nas serras da ilha. Paulo Perestrelo da Câmara é incisivo nas suas acusações: "os bárbaros carvoeiros cortão e queimão desapiedadamente, as árvores mais robustas e úteis e quazi todos os annos deixão atear fogos, que por dias e mezes consomem às vezes legoas de mato" 64. A luta não permitia tréguas. Dum lado as medidas que procuravam assegurar a preservação da floresta, do outro a reposição do coberto vegetal. A política de reflorestamento da ilha só assumiu uma dimensão adequada na segunda metade do século XIX. A primeira indicação é de 1677, altura em que se recomendava o plantio de amoreiras em Machico, Santa Cruz e Porto Santo 65. Mas o grande promotor desta política deverá ter sido o corregedor Francisco Moreira de Matos. Em 1769 o corregedor dava conta dos infractores de Santa Cruz quanto à fiscalização das medidas que determinavam a obrigatoriedade de plantar árvores nas terras baldias, o que prova estar já em execução 66. Na Ponta de Sol em 1789 explicita-se que esse plantio deveria ser de árvores silvestres e de fruto 67. Esta solução tornou-se extensiva a toda a ilha através da carta circular de 25 de Dezembro de 1770 68. Ainda em Santa Cruz sabemos que esta medida era fiscalizada pelos próprios moradores, nomeando a vereação dois homens por cada localidade. Aos baldios juntam-se as escarpas montanhosas e as áreas de cultivo. Assim em 1791 recomendava-se aos lavradores das meias terras acima são obrigados a plantar meio alqueire ou uma quarta, dependendo da extensão das terras, de castanheiros, enquanto os outros deveriam plantar pelo menos duas laranjeiras e um limoeiro. Por outro lado as terras escalvadas e do interior seriam semeadas no decurso do mês de Setembro de pinheiros. Outra das propostas era a amoreira, pois que "alimenta bicho da seda e distraem lagartixas não comam uvas" 69. Note-se que só nos dois anos que antecederam a visita do corregedor em 1795 a Ponta de Sol plantaram-se 35000 árvores 70. Esta salutar medida teve diversas formas de concretização. Assim em 1800 aquele que cortava uma árvore era obrigado a plantar outra no seu lugar 71. Esta é aliás testemunhada por W. Combe em 1821 72. Estas medidas passaram no imediato para o articulado das posturas 73. Assim em Machico(1840) e Funchal(1849) reclamava-se que aqueles que viviam da serra com a lenha e carvão deveriam plantar em Janeiro seis árvores na terra. José Silvestre Ribeiro, como governador(1846-1851) teve uma actuação exemplar na defesa das florestas e de reposição do seu coberto 74. Em 1849 apostou na distribuição de sementes de pinhão e no ano imediato propor à Junta Geral a criação de um viveiro geral para toda a ilha. Nesta sua proposta 63 .J. Freitas Branco, Camponeses da Madeira, Liboa, 1987, pp.133-137; A. Marques da Silva, " Preocupações Ecológicas do Estrela do Norte", in Atlântico, 19(1989), 203-206. 64 . Breve Noticia sobre a Ilha da Madeira, Lisboa, 1841, 34-35. 65 . Excursão na Madeira, 1891, p.83. . ARM, C: M. Machico, nº.6, fl. 5vº, 7 de Abril de 1769. .ARM, C. M. Ponta Sol, nº.220, fl. 68vº-69, 19 Novembro 1789. . ARM, C: M. Machico, nº.5, fl. 16vº, 11 de Maio de 1771. 69 . ARM, C. M. Machico, nº.5, fl.72, 22 de Novembro de 1791. . ARM. C. M. Ponta Sol, nº.220, fl.80vº, 29 de Agosto 1795. . ARM, C. M. Machico, nº.5, fl.83vº, 11 de Dezembro 1792. .A History of Madeira, p.23 73 Veja-se a compilação da documentação e textos mais importantes de Fernando Augusto da Silva, Manuel Braz Sequeira, João Henriques Camacho e Visconde do Porto da Cruz. . Uma Época Administrativa da Madeira e Porto Santo, 3 vols, Funchal, 1850-1856. 66 67 68 70 71 72 74 recomendava-se o plantio de árvores indígenas: vinhático, loureiro, aderno e perado. Uma das formas de incentivo desta política de reflorestamento estava na atribuição de prémios aos que mais se distinguiam nesta tarefa. A esta luta aderiu a Sociedade Agrícola Madeirense(18491880), promotora de sementeiras e legislação adequada. O Porto Santo é um caso extremo desta necessidade de rearborização, dependendo disso a reanimação agrícola da ilha, pelo menos assim se entendeu em 1771 com o Regimento de Agricultura, onde se insistia no plantio, nas montanhas, de pinheiros, zimbreiros, castanheiros e junto das áreas de cultura, de amoreiras e espinheiros. A razão disso estava em que elas faziam "sombra à terra e attrahião a umidade da gião de que a mesma terra hé sumamente estéril" 75. Os resultados desta política são visíveis e testemunhados pelos estrangeiros. Em 1851 Robert White 76 destaca a expansão do pinheiro face à floresta indígena. Dois anos após Isabella de França 77 depara-se com uma floresta de castanheiros, loureiros e pinheiros: "no cimo dos montes plantaram uma infinidade de pinheiros, a mais parte nas duas últimas décadas.". Já em 1854 E. Wateley destaca esse trabalho e a presença de espécies da China, Austrália e Japão, nomeadamente no Jardim da Serra 78. Já no nosso século o Marques de Jácome Correia destaca o esforço de plantio de árvores, de iniciativa pública e privada. Neste último caso temos o Visconde Cacongo e Luiz de Ornelas e Vasconcelos. De acordo com o mesmo em 1823 foram distribuídas por toda a ilha vinte mil árvores de eucaliptos, acácias, carvalhos e pinheiros 79. Na verdade as décadas de quarenta e cinquenta foram tempos de reflorestação 80. Tal como referia a Junta Geral no seu relatório de 1864 " a necessidade da arborização nas serras da Madeira, não se demonstra- sente-se"81. Daqui resulta a necessidade desta aposta seguindo-se o exemplo dos franceses(1860) e espanhóis(1863). Várias medidas sucederam-se para fazer desta política uma realidade na Madeira como foi o caso do alvará de 31 de Agosto de 1863 e o decreto de 21 de Setembro de 1867 82. A aposta continuou no nosso século, tornando-se mais evidente a sua aposta com o avanço das encostas escalvadas fruto de desbastes ou dos incêndios que ocorreram. Face isto a aposta estava na arborização com o testemunho os estudos de Manuel Braz Sequeira(1913) e João Henriques Camacho(1920). A própria câmara do Funchal apostou forte nesta acção com o montado do Barreiro 83. Cronologia • 1419-1420. Reconhecimento do arquipélago e início da ocupação 75 . cf. Textos em anexo 76 77 78 79 . Madeira…, p.69. . Journal of a Visit to Madeira…, pp.48-49, 63, 76, 138-139. . A Visit to Portugal and Madeira, 1864, p.30. A ilha da Madeira…, Coimbra, 1927, pp.155, 173 80 . Manuel Braz Sequeira, 1913, p.15 . Relatório…, Funchal, 1864, p.30. . A. c. Heredia, Observações sobre a situação económica da ilha da Madeira, Lisboa, 1888, p.26. Abílio Barros e Sousa, Plano de Arborização do Montado do Barreiro, Funchal, 1946. 81 82 83 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1461. O infante D. Fernando em respostas as reclamações dos madeirenses revela preocupação pelo despovoamento florestal, não obstante concede liberdade para o seu corte . 1485. Primeira referência à falta de lenhas no Funchal, proibindo-se a doação de novas terras a Norte 1489. Medidas no sentido de proibir as queimadas para abrir frentes de arroteamento 1514. D. Manuel autoriza o transporte de tabuado e madeira da jurisdição de Machico para o Funchal. 1515. Primeiro regimento das madeiras 1562.Agosto.27. Regimento das madeiras, considerado por Álvaro Rodrigues de Azevedo com o primeiro código florestal da Madeira . 1593. Outubro.28. alvará Régio sobre o aproveitamento das madeiras 1596. Janeiro.26. alvará Régio sobre o aproveitamento das madeiras 1737. Junho.1. Postura da câmara de Ponta de Sol em que proíbe o corte de madeiras sem licença. 1770.Dezembro.25. Carta circular determinando o plantio de árvores nas terras baldias. 1771. Maio.4. Portaria do Governador e Capitão General autoriza o comércio de madeiras e lenhas da capitania de Machico com o Porto Santo 1760.Dezembro.13. Ordem do Corregedor Pedro António Faria, em observância ao alvará de 29 de Maio de 1633, para se plantarem amoreiras. 1783.Agosto.8. Carta ao juiz e oficiais da câmara de S. Vicente para se proceder ao lançamento de bardos nas serras. 1789.Novembro.16. Correição em Ponta de Sol: ordem para plantio de árvores silvestres e de fruto nos terrenos baldios 1791. Maio 31. O Desembargador D. António Rodrigues de Oliveira em Correição no Porto Santo, recomenda o plantio de pinhões. 1791.Novembro.22. Correição em Santa Cruz. Determina-se que os lavradores das meias terras acima devem plantar meio alqueire ou uma quarta de castanheiros. 1792.Outubro.18. Instruções respeitantes ao bem geral da Agricultura do Desembargador D. António Rodrigues de Oliveira à Câmara da Calheta. 1804.Outubro.15. Circular do Governador Ascenso de Oliveira Freire recomendando às câmara de Ponta de Sol, Calheta e S. Vicente a arborização e limpeza das ribeiras. 1834. Introdução da cultura da tamargueira no Porto Santo 1835.Janeiro.2. Edital da Câmara do Funchal ordenando a retirado dos porcos da serra, devido aos danos que causavam às raízes da feiteira 1836.Julho.12. Postura da Câmara do Funchal proibindo a venda de lenha verde colhida junto às fontes e nascentes. 1839. Projecto de Regimento das Matas e Arvoredos da ilha da Madeira. 1841.Novembro 12. Lei que torna extensível às ilhas o alvará de 11 de Abril de 1815 1845.Agosto.25. Postura da câmara do Funchal: proibição da entrada na cidade de lenha verde ou seca de vinhático e loureiro 1849.Setembro.5. Carta do Governador civil, José Silvestre Ribeiro, para o Ministério do Reino para que fosse criado no Funchal um jardim botânico. 1850.Junho.14. Carta do Governador civil, José Silvestre Ribeiro, à Junta Geral recomendando a criação de um viveiro geral de plantas para toda a ilha • • • • • • • • • • • 1850.Agosto.20. Proposta do Governador civil, José Silvestre Ribeiro, às câmaras Municipais, para atribuição de prémios aos proprietários que mais se distingam na arborização. 1851.Março.15. Postura da câmara de Machico: proibição de uso de lenha no fabrico de aguardente e fornos de cal. 1855. Doença dos Castanheiros 1886.Novembro.25. Decreto que aprova o Plano de Organização dos Serviços Florestais 1891.Outubro.29. Decreto de organização dos Serviços Agrícolas 1911. Março.11. Criação da Junta Agrícola da Madeira, que tinha como objectivo promover ao povoamento florestal das serras 1913. Março.8. Decreto que aprova o regulamento do serviço de policia rural e florestal da Madeira. 1913. Julho.23. Lei que regulamenta o serviço de concessão de licenças para a pastagem de gado suíno e caprino na serra 1919. Junho.12. Extinção da Junta Agrícola da Madeira 1958. A Câmara Municipal do Funchal compra o montado do Barreiro. 1982. Criação do Parque Natural da Madeira A DOCUMENTAÇÃO Para o estudo da temática em questão é difícil assinalar núcleos específicos de documentação que possa merecer a atenção do investigador, uma vez que de todos eles é possível extrair as informações desejadas. A documentação madeirense encontra-se dispersa entre o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Arquivo Histórico Ultramarino e Arquivo Regional da Madeira 84. Aqui apenas assinalamos os núcleos documentais que abordam directamente temas relacionados com o meio ntural. Em primeiro lugar temos as vereações camarárias, associadas às posturas e correições como fontes inesgotáveis de informação. 1. ARQUIVO REGIONAL DA MADEIRA 1.1. Camaras Municipais 1.1.1.FUNCHAL. Registo de sinal de gado(1762-1815), n.456-457 Alvarás para Cortes de Madeiras(1739-1861), nº.558-560 Despesas com os consertos dasw Ribeiras(1587-1596), n.1236 Posturas(1598-1634, 1805-1839), nº.684-685 Actas da Direcção da Sociedade Agrícola(1860-1862), nº.1247 Vereações(1470-1909), nº.1296-1389 1.1.2. MACHICO Livro do Registo dos Capitulos de Correição(1769-1821), nº.5-6 Livro do Registo dos Sinais de Gado(1727-1788), nº.73-75 Livro do Registo de Licenças de Corte das Madeiras(1737-1827), nº.147 e 77 Vereações(1606-1895), nº.98-144 1.1.3 PORTO SANTO Actas das Sessões da Câmara(1771-1926), nº.1-8 Capitulos da Correição e Posturas Reformadas(1780-1829), nº.54 Livro Primeiro das Posturas(1780-1781), nº.130 Livro 3 e 4 das Posturas(1791-1827), nº.131 Livro de Vereações(1706-1836), nº.65-76 1.1.4. PONTA DE SOL Actas das Sessões(1825-1913), nº.162-177 Correição(1737-1892), nº.219-222 Livro de Registo de Sinais de Gado(1808-1911), nº.288-294 Livro das Vereações(1595-1825), nº.489-510 1.1.5. CALHETA Livro primeiro de licenças de Caça(1924-1930), nº.124 84 . Confronte-se Guia do Arquivo Regional da Madeira, in Arquivo Histórico da Madeira, vol. XX, 1997. Livro quarto do Registo de Sinais de Gado(1900-1944), nº175 Livro de Vereações(1794-1922), nº.419-450 1.1.6.SANTA CRUZ Livro de Registo dos Capitulos das Correições(1808-1852), nº.171 Livro da Receita e Despesa de Venatória(1913-1926), nº342 Livro de Vereações(1515-1900), nº.343-358 1.2.GOVERNO CIVIL Alvarás, provisões e regulamentos sobre a Agricultura na ilha da Madeira (1779), nº.70 Actas da Comissão de Auxílio à Lavoura(1888-1890), nº.149 Posturas da Câmara Municipal de Machico(1840), nº.155 Actas da Junta Geral(1837-1882), nº.567-578 Actas da Sociedade Agricola Madeirense(1849-1876), nº.1016-1017 2. OUTROS ARQUIVOS Dos arquivos nacionais que se apresentam com documentação sobre a Madeira 85 temos a assinalar os núcleos documentais madeirenses do Arquivo Histórico Ultramarino, já devidamente organizado por Eduardo Castro e Almeida 86. No caso dos Arquivos Nacionais//Torre do Tombo os núcleos da Alfândega e Provedoria e Junta da Real Fazenda do Funchal não se revelam de grande interesse. JORNAIS A imprensa é um testemunho fiel da intervenção do homem no quadro natural. As suas páginas enchem-se de manifestos em sua defesa em contraste com a noticia ou referência aos constantes atentados perpetrados pelos madeirenses. Carvoeiros, lenhadores e pastores são o alvo principal desta campanha, como se poderá verificar com a leitura do Patriota Funchalense(1821-1823) ou do Correio da Madeira(1849-1851). Desde a primeira publicação em 1821 é valioso o espólio da imprensa madeirens dispondo, quer o Arquivo Regional da Madeira, quer a Biblioteca Municipal do Funchal, de colecções que se completam 87. 85 86 . Isabel Branquinho, Alguns Núcleos Documentais Relacionados com os Arquipélagos dos Açores e da Madeira existentes em Arquivos e Bibliotecas de Lisboa", in Arquivos Insulares, Funchal, 1997, pp.227-274. . Archivo da Marinha e Ultramar. Inventário, 2 vols, Coimbra, 1907-909. 87 . Consulte-se as resenhas de jornais publicados: Resenha Chronologica do Jornalismo Madeirense, sd., A. R. Azevedo(ed.), Saudades da Terra, Funchal, 1873, 800-821; F. A. Silva, Elucidário Madeirense, Funchal, 1978, vol. II, 183-184; A. Lopes de Oliveira, Arquipélago da Madeira. Epopeia Humana, Braga, 1969, 192-211. BIBLIOGRAFIA ACKERMANN, Eugène. L'ile de Madère. Considéree au Point de Vue Scientifique et Economique. Rixheim, 1910. ALEXANDER, James Edward. 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Aguarelas, estampas e desenhos da Madeira sécs. XVIII-XIX As gravuras madeirenses são maioritariamente do século do século XIX e de mão inglesa. Note-se que de centúrias anteriores são apenas registadas seis. A maioria situa-se no período curto de pouco mais de trinta anos (1821-1858). As gravuras fazem parte de registos de viagem ou de tratados científicos. Tudo isto porque a Madeira apresenta-se neste momento como um eixo fundamental para a navegação e contactos entre a Inglaterra e as suas colónias na América e no Índico. Também a ilha se transformou rapidamente numa estância de turismo terapêutico que acolhe doentes de tísica de diversas proveniências. Aristocratas, cientistas e aventureiros acodem à ilha à procura do seu clima ameno para alívio e cura das doenças. Neste intervalo procuram descobri-la nas suas paisagens, na riqueza e variedade da sua flora. A posição da Madeira justifica esta desmesurada valorização inglesa que excede muitas vezes a das suas colónias das Caraíbas. Perante estas evidências a Madeira entrou rapidamente no universo da ciência europeia dos séculos XVIII e XIX. Ambas as centúrias são momentos assinaláveis de descoberta do mundo através de um estudo sistemático da fauna e flora 88. Daqui resultará dois tipos de literatura com públicos e incidências temáticas distintas. Os textos turísticos, guias e memórias de viagem, apelam ao leitor para esta viagem de sonho à redescoberta deste recanto do paraíso que se demarca dos demais pela beleza incomparável da paisagem, variedade de flores e plantas. Tenha-se em conta que algumas colecções são feitas para deleite de alguns dos seus apreciadores, que figuram em lista que as antecede. Assim sucede com os desenhos de James Bulwer (1827), Andrew Picken (1842), W. S. Pitt Springett (1843), Frank Dillon (1850), J. Eckersberg (1853-1855) 89. Já os tratados científicos aportam na divulgação deste recanto através daquilo que o identifica. As técnicas de classificação das espécies da fauna e flora têm aqui um espaço ideal de trabalho. Hoje a riqueza pictórica da ilha é devedora desta situação, existindo valiosas colecções separadas ou em livro. No primeiro grupo enquadra-se a maioria e riqueza da colecção de gravuras inglesas. De entre estas podemos destacar as de Andrew Picken (1840), Rev. James Bulwer (1927), P. H. Springett(1843), J. Selleny, Susan V. Harcourt (1851), Frank Dillon (1856), R. Innes, Joahn F. Eckersberg. Os temas são comuns a todos os intervenientes. O Funchal apresenta-se através da sua baía e o deslumbramento do casario da encosta tudo em várias perspectivas ou nos pormenores mais característicos de sua arquitectura - A Sé, Os Conventos de Sta. Clara e S. Francisco O interior da ilha mantém a mesma insistência em algumas localidades que mais chamam à atenção do visitante e se encontram no traçado nas rotas de visita: Cabo Girão, Curral das Freiras, Encumeada, Boaventura, Rabaçal. O quadro natural tem em Rev. W. V. Harcourt (1851), John F. Eckersberg e Rev. James Bulwer (1827) os seus mais fieis e atentos observadores. 88 . Mary L. Pratt (19--), Stafford (1984), pp. 565-634. 89 . Estampas, Aguarelas e desenhos da Madeira Romântica, Funchal, 1988. A visão é atente e em alguns casos parece-se com um registo fotográfico. As perspectivas aproximam-se da realidade e o quadro enche-se com dados de observação directa. A vegetação é rainha logo seguida das quedas de água. Em quase todos o homem é uma presença obrigatória a sua pose é de contemplação, de êxtase face as belezas que o rodeiam, e raramente de total integração no conjunto. Mesmo assim esta presença, a pé ou cavalo, é secundária e anicha-se quase sempre no canto esquecido 90 Através de algumas estampas e gravuras é possível descortinar a presença de algumas espécies arbóreas. Aquelas que assumem valor alimentar- como a vinha e a bananeiraassumem algum destaque, seguindo-se o dragoeiro. Todavia toda a tenção está desviada para a natureza selvagem que se afirma como o cumulo da beleza 91. Os retratos do quadro natural madeirense não são tão variados nos temas, mas sim nos motivos e pormenores que enquadram e dão harmonia ao conjunto. A grande atenção está nas encostas onde o casario se entrelaça ou não com o arvoredo. O céu, a luz92, não pertencem ao universo destes artistas, pois aquilo que mais clama pela sua atenção são as encostas e o litoral abruptos, onde se anicham as quedas de água, o homem, o casario e o variado arvoredo. este último quase que parece ausente das encostas e vistas próximas à cidade do Funchal. Aqui as encostas apresentam-se escalvadas. Os efeitos da acção do homem são notórios. Só quando se penetra no interior, em Encumeada, Curral das Freiras, Boaventura e S. Vicente se redescobre a exuberância da floresta. Aliás, é este o motivo fundamental que domina o pincel do artista. O sul está cheio de motivos e dominado sempre pela presença do homem e dos registos da sua acção como o casario, pontes, etc. No grupo de textos científicos a atenção reparte-se entre a flora, destacando-se a variedade de flores, e as formações geológicas. Estas últimas surgem com grande evidencia em Edward Bowdich (1825). BIBLIOGRAFIA Estampas, Aguarelas e Desenhos da Madeira Romântica. Julho-Dezembro de 1988, Casa Museu Frederico de Freitas (Organização e textos Dr. Paulo de Freitas e Francisco Clode), Funchal, 1988. NASCIMENTO, João Cabral do, Estampas Antigas da Madeira: Paisagem-costumes-traje-edifícios-marinhas, Funchal, 1935. -- Estampas Antigas com Assuntos Madeirenses, in Arquivo Histórico da Madeira[AHM], Vol. II 1933, IV, 1934-1935. MACEDO, Diogo de, Notas sobre Pintores Portugueses que Estiveram na Madeira, in AHM, VII, 1949. PEREIRA, João Camacho, Colecção de Gravuras Portuguesas, V Série: Ilha da Madeira, Lisboa, 1948. 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Colecção de 26 estampas Litografias a preto: The Loo Rock; Funchal from the Chapel of Santa Catharina; The Peak Fort; View among the Moinhos; The District of Funchal, from the Mountains-path above the Alegria; The Waterfall; Ribeiro dos Socorridos; Jardin de Serra; Descent into the Curral; The Church of Nossa Senhora do Livramento in the Curral; Ribeira Brava; Calheta; Pico Ruivo, the Torrinhas from the Paul da Serra; Encommiade of St. Vicente; The Church of Ponta Delgada; Pico Ruivo from the high grounds of St. Jorge; Ribeiro de St. Jorge; Ribeiro Meyo-Metade; Santa Cruz; Machico, Cliffs on the North East Side of Point Lorenzo; The Valley of Porto-Cruz, from the Portella; The town of Porto Santo; Interior of Porto Santo, Fayal. COMBE, William (?). A History of Madeira, London, 1821. Gravuras - 26 a cores: Inside of a Cottage; Rural Toil; Peasants going to the Marcket; Manner of Cultivating the Ground; A Farmer and his Daughter going to Town; Rural Occupations; Peasants in usual Costume, Costume peculiar to some of the Western Inhabitants of the Island; Fishermen; Country Musicians; Manner of bringing Wine to Town when clear; Manner of drawing Pipes &c. by means of the Sledge; An accident upon the Road; A Prior of the Order of St. Francis, & a Lay Brother; A Franciscan Friar Collecting Donations for his Convent; A Franciscan Father on a Journey; Priest in different Attire; Lay Sisters of the Order of the Lady of Mount Carmel; A Nun and her Attendant; A Lady & her Servant going to Church; Usual Manner of Travelling in Hammocks; Manner of Visiting among the Ladies at Funchal; Members of the Senate; Official Dress of the Members of the Camera or Senate on the Death of the King and Accession of his Successor; An Officer & Private of the Garnison of Funchal; Drilling; West View of Loo Fort. DILLON, Frank, Scketches in the Island of Madeira, London, 1850-1856. Colecção de 14 estampas a cores e p/b: Robert Machim's Cahpel, Machico-portuguese Cemetery, Funchal; View looking up the Santa Luzia River; Town of Funchal (from the East); The Pontinha from the West; View Near the Grand Curral; Convent da Encarnação from the Ponte Novo - View near the Praça da Constituição; Cama de Lobos; The Governor's House; Fort St. Yago; Funchal Cathedral from the Beach; Franciscane Convento, Funchal; Convento de Santa Clara. DIX, John A. (?), A Winter in Madeira and a Summer in Spain and Florence, New York, 1850 Litografias de H. Vanostrand: Ravine east of Funchal; Funchal from St. John's; House of Colombus. ECKERSBERG, Johan E. Assichten von derIinsel Madeira, Dusseldorf, 1840 Litografias - partir de pinturas: Penha d'Águia (Adlerfels), Funchal von Ostern, Funchal von Western, Rabaçal, Wasserfall bei S. Vicente, Curral, das Thal von S. Jorge, thal von S. Vicente, thal von Boa Ventura, Kabo Girão. FRANÇA, Isabella de, Jornal de uma Visita à Madeira e a Portugal 1853-1854, Funchal, 1970 (edição também em inglês). Colecção de 24 gravuras. GRABHAM, Michael C., the Climate and Resources of Madeira, London, 1870. Ilustrações de T.A.K.: Funchal from the Palheiro Road, the Hammock, the bullock-car, from the fountain. HARCOURT, Lady Susan Vermon, Scketches in Madeira Drawn from Nature & ou Stone, London, 1851. 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S. do faial, "The Signal"; Stranger's Grave; Mill at the Serra; English Chapel, Funchal; Interior of a "Venda" in the Serra of St. Antonio; The Lagar or Wine Press; Girl grinding corn; The Palanquin-The Hammock; The Xerola; A Portrait-Shepherds recolling cattle by the Buzio; Roman Catholic Priest- A Nun of the Convent of Santa Clara; Madeira Peasant Girl; Madeira Peasant Boy., the xerola. VALDEZ, Francisco Travassos, Six years of a travellers life in Western Africa, 2 volumes, London, 1861. Gravura: Pontal da Cruz. Isle of Madeira. -Africa Ocidental. Notícias e considerações, Lisboa, 1864. Estampas de Madeira: Vista da Cidade do Funchal, Palheiro (vista da casa tirada da Horta) na ilha de Madeira. VIZETELLY, Henry, Facts About Port and Madeira. With Notices of the Wines Vintaged Around Lisbon and the wines of Tenerife, London, 1880. 22 estampas sobre a Madeira. Tema dominante a vinha e o vinho. WHITE, Robert, Madeira, its Climate and Scenery Containing Medical and General Information forIinvalids and Visitors; a Tour of theIisland, etc.; and an Appendix, London, 1851. Gravuras a partir de desenhos de John Botcherby: Penha d'Aguia (eagles rock) from the Lamaceiros, Pontinha and Bay of Funchal from the west, village of Cama de Lobos and Cape Giram, Coast view, From Heights above the fossil-bed, Rocks and Cliffs near the fossil-bed, Funchal from above São Gonçalves. WOLLASTON, T, Vernon, Insecta Madeirensia, Being an Account of the Insects of the Islands of Madeira Group, London, 1894. Litografia. COLECÇÕES DISPONÍVEIS NO MUSEU FREDERICO DE FREITAS (FUNCHAL) 93 BIGGE, F. E., 1855 Aguarelas: Loo rock, Desertas of Madeira, little loural GELLATLY, J. Cinco litografias: Costumes of Madeira - Melada Boy, Villão or Peasant, Villoa or Country-girl, Burroqueiro or Male teer, Woman spinning. INNES, J. R. Cinco litografias: Madeira sledge, Madeira hammock, Palácio de S. Lourenço, Palanquim e vista do Funchal. Machico, Cliffs on the north east side of point Lourenzo, the valley of Porto da Cruz from Portella, interior of Porto Santo. MAY ,W., séc. XIX Aguarelas: sunshine on the rock (form below the new road), salto do Cavalo, Curral dos Romeiros, A Country men-bananas ROBLEY, Cap. J. H., 1845 Desenho: Cheias de uma ribeira SELLENY, séc. XIX Litografia: Bucke riber den Ribeiro Secco, Curral dos frades. Editadas em Viena por L. T. Neuman. Litografias: Catedrale in Funchal, Buckliber den Ribeiro Secco (Ponte do Torreão na Ribeira de Santa Luzia) Curral dos Fraies, Funchal. THORMAN, C., séc. XIX Litografia: Prospect mellen Rio Frio of St. Anna, Rio Frio, Portrait of en Flores, WESTALL, R. Gravuras a cores e preto e branco - the Paúl da Serra, mountains above the river St. Vicente, view in the mountains between Funchal and Fayal. 93 Consideram-se apenas as estampas soltas INTRODUÇÃO É evidente o interesse pelo meio-ambiente nos textos narrativos históricos e na documentação que faz fé a esse princípio. O primeiro texto conhecido sobre os primórdios da História da Madeira é a Relação de Francisco Alcoforado. Nele faz-se o relato da chegada dos navegadores à ilha através das primeiras impressões face ao que se lhes depara diante dos olhos. Ao desembarque em Machico e sagração do espaço sucedeu a busca dos vestígios da realidade. Assim, logo após a missa João Gonçalves Zarco "mandou ver se aparecem animais ou bichos e só viam aves" e estas eram "tam mansas por não terem visto omes que as tomavão da mão". Depois foram "descobrir a terra" e deparam-se com água límpida e cristalina, um vale cheio de funcho, uma colónia de lobos marinhos e uma densa e intransponível floresta que tiveram de atear fogo para abrir clareiras. Esta visão completa-se com o texto de Gaspar Frutuoso (1522-1591) que nos dá conta da primeira viagem de ocupação da ilha que deu início ao transplante de animais e plantas. Diz o cronista que "levaram estes capitães, gado e aves, animais domésticos e coelhos para lançar na terra". Aquilo que mais tarde continuará a impressionar os europeus era a densidade de floresta existente na ilha. Aliàs, foi este o motivo que esteve na origem do seu nome. Pois como comenta o historiador das ilhas foi assim designada "por causa do muito, espesso e grande arvoredo que era coberta...". Mas também poderia ter sido nomeada de ilha das pedras: " é alta, com montes e rochedos mui fragosos, que por ser muito fragosa, dizem que seu nome próprio era, ou deverá ser, ilha das Pedras." Na descrição da ilha o cronista açoriano interessa-se pela acção humanizadora do homem, dando principal destaque às serranias que considera "muito ásperas", sendo o interior muito fragoso mas que mesmo assim dão muito proveito das suas madeiras de til, vinhático, aderno, folhado, barbuzano. A esta flora indígena junta-se a transplantada do continente europeu e que apresenta interesse económico. É o caso das árvores de fruta, dos castanheiros e nogueiras. Desta visão inicial dá-se o salto para a constatação da realidade no século XIX. Haviam passado quatro séculos e a fruição por parte dos homem dos recursos deste rincão levaram a uma total transformação do espectro da ilha. A verdadeira consciência desta mudança só sucedeu quando se atingiu a situação limite e sucederam-se as catástrofes. Neste caso é de salientar a aluvião de 1803, que pelos seus efeitos devastadores nas culturas e espaços urbanos gerou ou tornou premente essa consciência pré-ecológica. Nesta época, para além da prolixa documentação oficial, podemos assinalar o texto de Paulo Dias de Almeida, um engenheiro militar que veio em comissão de serviço com o objectivo de atacar os males da aluvião. Na memória descritiva que fez em 1817 traça-nos de forma clarividente o panorama desolador da ilha. O seu dedo acusador é apontado à acção devastadora dos carvoeiros, principais responsáveis pela destruição geral dos arvoredos. A sua visão é a vários níveis desoladora. Primeiro constata que "as montanhas que não há muitos anos vi cobertas de arvoredos, hoje as vejo reduzidas a um esqueleto". Até mesmo o "Centro da ilha se acha todo descoberto de arvoredo, com apenas algumas árvores dispersas e isto em lugares onde os carvoeiros não têm chegado". Outro testemunho atento do meio natural surge em meados do século XIX pela pena de Isabella de França, uma jovem donzela inglesa casada com um madeirense em viagem pela ilha. O seu olhar atento debruça-se sobre as diversas espécies botânicas como ao variado mundo animal terrestre e marinho. Oferece-lhe particular interesse a flora do Palheiro Ferreiro e Camacha, locais onde a mão do homem contribuiu para recuperar a paisagem através do plantio de pinheiros e espécies exóticas. Aqui o principal depredador não é o carvoeiro, mas o vendedor de lenha na cidade. estes "saqueiam-nas sem remorsos" de modo que todas as árvores crescem apenas para que as roubem, quando lhes chega a vez". O ataque aos carvoeiros não ficou impune pois em opúsculo de Manuel Braz Sequeira (1913) resultante do panorama vivido no Verão de 1910 com um incêndio de grandes proporções nas serras, volta de novo o dedo acusador. Os principais responsáveis pelo espectáculo desolador das florestas da ilha são os pastores de gado, os lenhadores e os carvoeiros. Confrontado perante este selvático "vandalismo que se está cometendo nas serras desta ilha" o autor clama por medidas e uma campanha em prol da sua arborização. Na verdade, a grande preocupação nos inícios do nosso século prendiam-se com a necessidade de preservar o pouco manto florestal existente e pugnar pela a recuperação dos espaços ermos. A necessidade de regulamentação do pastoreio conduziu à lei das pastagens de 23 de Julho de 1913. depois são as vozes que clamam por um reordenamento dos pastos é o caso de José Maria Carvalho em 1942 ou de arborização defendida por J. Henriques Camacho (1919) e posta em prática por Eduardo Campos Andrade na década de cinquenta. O texto de Fernando Augusto da Silva (1946) é revelador da forma como evoluiu o panorama florestal ao longo dos séculos e das insistentes medidas ordenadas pelas autoridades. Daqui se prova que uma valiosa riqueza natural se não for devidamente acautelada prontamente desaparece deixando efeitos nefastos sobre o meio. A lenda do incêndio de Alfredo Vieira de Freitas remete-nos às origens da ilha e coloca-nos perante o seu efeito regenerador ou distribuidor do quadro natural. Mas ontem como hoje, a imagem do fogo está sempre associada a destruição. Do conjunto de medidas reclamadas e postas em prática relevam-se os regimentos que vão no sentido de estabelecer um equilíbrio do quadro natural e penar o impulso devastador do homem. Em 1562 o chamado "regimento novo das madeiras" procurou estabelecer um travão ao uso desmesurado da floresta. Todavia a pior situação ocorreu no Porto Santo, onde para travar a marcha irreversível da sua desertificação se tomou medidas com o regimento de Agricultura de 1771 que recomenda o plantio nos montados de pinheiros, zimbreiros e tis e nas terras de cultura as amoreiras e espinheiros. Na Madeira a maior preocupação das autoridades ocorreu em 1804 aquando da aluvião. Na carta régia de 14 de Maio de 1804 estão bem expressas as razões do sucedido e a pouca atenção dada à carta de 17 de Junho de 1800 que recomendava o lançamento de sementes nos cumes da ilha. Neste contexto é de realçar a actividade da Junta de Melhoramentos de Agricultura, criada em 18 de Setembro de 1821. Tal como se expressava em 1815 a natureza estava " cansada de ser liberal" e clamaria por outra atitude por parte do ilhéu. COLECTÂNEA DE TEXTOS E DOCUMENTOS FRANCISCO ALCOFORADO [séc. XV] A Relação de Francisco Alcoforado, embora seja considerada por muitos apócrifa, é o mais antigo texto que relata a primeira intervenção dos povoadores europeus no arquipélago. ... ao outro dia pla menham mamdou o capitão hum batel de que deu o carreguo a Ruy paez que fosem a terra a vela e lhe trouxese loguo Recado do que vyem por não av[er] outro lluguar forão desembarcar na Rocha omde desembarcarão os jmgreses e forão entre o arvoredo e o mar acharão lenha cortada e outro Rasto de jete forão asy ter ao toco do paso gramde omde acharão a mesa e crusyfixo que os jmgreses deixarão e as sepulturas cõ as cruzes. ha cabeçeyra de que Ficarão espamtados aimda que tudo tinhão ouuydo hao pilloto tornarão se lloguo aos naujos com este Recado ao capitão Sabydo jsto detremynou sair é terra e levar com sygo dous padres que trazia. saimdo em terra deu graças a deos. mamdou bemzer aguoa e espargella pello ar. foi ao toco omde estavão as sepullturas mamdou dizer mysa na mesa com Respomso sobre suas sepullturas e esta Foy a prymeyra mysa que se dise que foy em dia da vysytação de samta Ysabel acabada a mysa mamdou v[er] amtre o mar e o arvoredo se paresyão allgums anymaes ou bichos e não vyrão cousa vyua senão muytas aves de muytas maneyras e tam mamsas por não terem vysto omes que as tomauão ha mão tomou lenha e aguoa e tornou se aos naujos no mesmo dia ouue cõselho p[er]a descobryr a terra p[er]a baixo se hyrya nos naujos se nos bateys dise lhe o pilloto que vya terra de muyta penedia que asy a poderya aver no maar e av[er] baixos e corremtes que lhe pareçya mylhor hirem v[er] a costa nos bateys e deixar os nauyos aly pareseo este cõselho bem ao capitão ao outro dia pla menham mamdou cõcertar os bateys de mamtymento e jete que lhe pareçeo ele meteo se no batel do naujo e do outro deu carreguo ha allvaro afomso/ e fomos corremdo pasada huma pomta p[er]a ha bamda do poente vymos que ao pe de huma Rocha se fazia huma pedra que emtra no maar e ao pe daquella Rocha sahiao della quoatro canos daguoa muyto fermosa ouue o capitão de seio de saber o tal hera aguoa tam fermosa mamdou por ella e vyo que hera estremada de boã Frya e leue Emcomemdou lhe ho jfamte que lhe leuase certas vasylhas daguoa tomou daquy huma p[er]a lhe leuar corremos maes abaixo sempre peguados com arvoredo achamos num vale hum Ribeyro que vem dar no mar aly mamdou sajr em terra os que la forão acharão outra fomte a par do mar estremada tomou aly outra vasylha p[er]a levar ao Jfamte e chamou a esta a fomte do seyxo fomos mais abaixo demos num vale de fermoso arvoredo achamos ally hums cedros velhos derrybados do tempo mamdou fazer deles huma cruz e chamou ally samta cruz pasamos mais abaixo a huma pomta grosa em que achamos tamtos guarajaaos que nos cobryão os bateys e punham se sobre nosas cabeças e nos Remos porque numca vyrão jemte ouuemos com jsto muyto prazer e chamamos aly a pomta dos guarajaaos dally descobrymos outra pomta abaixo que seryão dally duas leguoas . e faziase amtre estas pomtas . huma fermosa eseada de terra mais bramda e toda vynha beber na aguoa toda cuberta de muyto fermoso arvoredo e todo por cyma tam yguoall que parecya feyto a mão sem av[er] arvores mais alltas humas que as outras senão os cedros que ja tinhamos exprememtado que omde estão sempre são mais alltos que as outras arvores derredor fomos corremdo a costa p[er]a este vale demos é huam Rybeyra que botaua pedra ao mar é que podem desembarcar como é caez aly mamdou seu cryado g° ayres que sayse é terra e com çertos companheyros que emtrasem hum espaso pla terra a v[er] se auja allgumas alymaryas . ou bichos e não se afastasem na corremte da aguoa p[er]a sab[er] tornar ao mar e aos bateys forão e tardarão la tres oras . tornarão erramados folyamdo cõ muyto prazer que não acharão cousa vyua senão aves/ Fomos mais avamte achamos hum vale muyto fermoso todo de seyxos não avya nele arvoredo nenhum e hera todo cuberto de fumcho muyto fermoso a que chamamos o fumchal sahião deste vale ao mar tres Rybeyras muyto fermosas . no cabo deste vale estão dous jlheos fomo nos abryguar a eles por s[er] ja tarde tomamos em terra aguoa e lenha fizemos de cear em hum dos jlheos de muytas aves que tomamos e tornamos a dormyr aos bateys ao outro dia pasamos mais abaixo e cheguamdo ha pomta que vyramos o dia damtes pos nella huma cruz e chamou ally a pôta da cruz . dobramdo esta põta demos é huma praya a quoall chamou a praya fermosa pasamdo abaixo amtre duas pomtas vymos emtrar no mar huma Rybeyra muyto poderosa pedirão lhe allgums licemca p[er]a sajr em terra v[er] aquella Rybeyra e ele estaua no mar nos bateys forão hums dous mamçebos de llaguos p[er]a pasar a Rybeyra a vaao e a aguoa corrya tam poderosa que os leuou ambos . bradou o capytão do mar que acorresem aqueles moços que ele trazia nos olhos . acodirão lhe os de terra e tyrarão nos ambos vyuos . e chamou aquella Rybeyra dos acorridos pasamos maes abaixo demos e huma Rocha dellguada que emtra muyto no maar e emtre aquella Rocha e outra fica hum braço de mar é Remamço metemonos aly cos bateys achamos tamtos lobos marynhos que hera espamto com que tyuemos muyto prazer chamou haquele Remamço camara de lobos da terra não podemos v[er] pera baixo bem a costa cõ o muyto arvoredo da pomta do mar vymos humas Rochas muyto alltas e arrebemtar o mar em huma pomta abayxo dally nos tornamos aquele dia dormir aos Jlheos da noyte damtes e aos outro dia fomos dormir aos naujos com detremynacão e nos tornar p[er]a o Reyno e o capitão tomou çertas vazilhas de terra e aguoa a paaos nao conhecydos no Reyno p[er]a levar ao Ifamte que lhe mamdou que leuase partymos p[er]a o Reyno cheguamos a lixboa no fim dagosto leuou ellRey muyto præer do que tynha joão gllz feyto Recebeo com muyto prazer e fez procysões em lixboa e muytas festas e damças com detremynação de no v[er]ão syguymte mamdar joão gllz pouoar aquella jlha a que joão gllz chamou da madeyra por o fermoso arvoredo que tem.- no verão syguimte na emtrada de mayo mamdou elRey fazer prestes tres naujos e joão gllz que com sua molher costamça Rojz dallmeyda molher samta e cõ seus fylhos q herão joão gllz e jlena e bryatriz mynynas e com a gemte [que] quysesem fosem pouar a jlha da madeyra e as que ouuese derredor mamdou lhe ellRey dar os omeziados e comdenados que ouuese polas cadeas e Reyno João gllz não quis levar nenhuns dos omyziados por cullpas de fee ou de treyçao ou ladrão dos outros cullpados leuou todos os que ouue e forão dele bem tratados da outra jete forão muytos e os mais do allguarve cheguamos a jlha da madeyra ao porto dos jmgreses a que ele pos nome machim por amor do jmgres que aly estaua Emterrado Saymos em terra a prymeyra cousa que fez foy traçar huma jgreja de Emvocação de xpo como o jmgres pedia e mamdou cortar ha aruore que estaua sobre a sepulltura e traçou a igreyja de manta que ficou a capella sobre a sepulltura dahi fomos ao fumchal abryguamos os naujos aos jlheos determynou de fazer morada em terra de madeyra e fella omde despois a capitoa costamça Rojz fez a jgreyja de samta cateryna e dally fumdou a igreyja de nosa sõra do calhaao que foi a prymeyra casa de jgreyja que se fez na jlha daquy acordou o capitão que não se podia cõ trabalho domems desfazer tamto arvoredo que estaua desde começo do mundo e pera a comsumjr que hera forçado por lhe o foguo e pollo e cõo muyto arvoredo cõ a muyta amtyguidade estaua dela derrubado pollo chão e outro seco em pee apeguou o foguo de maneira por todo e hera tam brauo que quoamdo vemtaua de sobre terra não se podia sofrer a chama e quetura e muytas vezes nos acolhiamos aos jlheos e aos naujos ate o tempo mudar durou o foguo por a terra sete anos em que destrohio muyta madeyra./ EllRey cada verão mamdaua naujos e ferro e aço e se memtes e guados que tudo forteficaua muito de cada allqueyre que semeauão pello menos colhião seseta e as Reses ajmda mamavão e ja paryão e tudo se daua asy avya gramde camtydade de madeyra e fermosa e a levauão p[er]a muytas partes. e começauão co ela a fazer naujos de guaves e castello davamte por que damtes não nos avya no Reyno nem tynhão pera omde naueguar não avya mais que caravellas no alguarue e baryneis é lixboa e no porto/ despois que o foguo despejou de arvoredo costa do maar determynou o capitão mudar sua morada em hum allto que esta sobre o fumchal e loguo defromte fez huma jgreyja da comçeyção p[er]a seu jaziguo e a capitoa fez a casa de samta cateryna e a par della fez muytas casas. p[er]a guasalhado de molheres de boa vyda e pobres a que deixou esmollas p[er]a sempre terem cuydado de alimparem e s[er]vyrem aquella casa determynou o capitão correr toda a costa da jlha por que o foguo tynha ja despejado luguar pera jso e a Repartyr a terra com quem ha aproveytase mamdou fazer prestes certos bateys. que avyão de jr por maar e ele com allgums de cauallo e gemte de pe por terra hirem sempre ha vysta hums dos outros e por nao av[er] caminhos e fazer detemça em partyr as terras amdavão pouco cada dia e cada dia hiamos dormir a cabo do mar e dos bateys. cheguamdo em hum allto sobre camara de llobos traçou ally omde se fizese huma jgreja do espryto samto pasamos abaixo a humas serras muyto alltas. ally traçou outra jgreyja da vera cruz e estes alltos tomou pera seus Erdeyros. pasou abaixo ate cheguar a huma Rybeira muyto furiosa a que chamou a Rybeira brauua aquy se meteo nos bateys p[er]a v[er] ha terra do maar e cheguou ate huma pomta que se faaz abaixo que emtra no maar e na Rocha que esta sobre a pomta esta huma vea Redomda na Rocha com huns Rayos. poslhe nome pomta do sol. dahi tornou a desebarcar omde attas deixara os bateys./ pasamdo huma Rybeyra que esta alem desta pomta traçou huma Jgreyja em huma ladram/ do apostollo samtyaguo e alem achamos ho aruoredo ajmda muyto cerrado porque o Foguo amdaua aimda em parte dele decemos a huma Rybeira sempre ao som daguoa viemos dar no mar omde achamos os bateys deyxamos ally as bestas. e quem as leuase como pudese. e metemonos nos bateys e fomos desembarcar a hum bom desembarcadouro amtre huns penedos a que ele chamou a calheta . sobre esta calheta tomou huma lomba da gramde que lloguo nomeou pera seu filho joão gllz e ao llomguo da Rybeira p[er]a o poemte. tomou outra p[er]a sua filha bryatiz glls E nesta outra llombada da mesma filha é hum luguar allto de boã vysta do mar e da terra traçou por sua mão huma Jgreyja de nosa senhora da estrella e dise que esta jgreyja avya de deyxar muyto emcomemdada a todos seus fylhos porque avya muyto tempo que desejava fumdar huma jgreyja desta auocação dahi pasamos abaixo ate a derradeira pomta sobre o mar de onde pareçe que não ha mais terrra estamdo aquy lhe trouxerão os dous bateys hum peyxe que pareçya parguo de maravylhosa gramdeza e por amor deste peyxe ficou nome aquella pomta do parguo desta pomta vyra a terra p[er]a o norte ate outra pomta que ele dally pera tras traçou ha capitanya de machico e pos nome a esta pomta de trystão asi chamaua ele sempre trystão e hera lhe muyto afeyçoado daquy nos tornamos p[er]a o fumchal o mais do caminho por maar por a terra ajmda s[er] muyto trabalhosa e começou a por e obra a Edeficação das jgreyjas e llavramça da terra/ [Jean Fontvieille, "A lenda de Machim- une découverte bibliographique à la Bibliothèque-Musée du Palais de Bragance à Vila Viçosa(Portugal)...", in Actas do Congresso Internacional de História dos Descobrimentos, III, Lisboa, 1961, pp.197-238] REGIMENTO NOVO DAS MADEIRAS PARA A ILHA DA MADEIRA[1562] Eu El-rei faço saber a Vós Ouvidores Juizes Vereadores Procuradores e homens bons das Câmaras da Cidade do Funchal e Villa de Machico e das outras Villas das ditas Jurisdições na ilha da Madeira, que el-rei D. Manuel meu Bisavô, que Santa Gloria haja, sendo informado do grande damno e prejuízo, que aos povos da dita ilha se poderá seguir por falta das lenhas, e madeiras, e que não olhando os moradores d'ella antes por seus particulares proveitos contra o bem commum e seu serviço, cortavam as ditas madeiras e lenhas em muito mais quantidade, da que lhe era necessária, e muitos levavam para fora da dita ilha, e outras se perdiam sem se aproveitarem pelas pessoas, que as cortavam; pelo que vinham em muita diminuição, proveu sobre as ditas cousas por seu Regimento e Provisões para que as ditas madeiras se não cortassem, senão em esta maneira, que para isso ordenou, e porque Eu sou ora Informado, que no cortar das ditas madeiras ha grande devassidão, não temendo as pessoas, que as cortam as penas do dito Regimento por serem de dinheiro s6mente, e por não haver quem as accuse e que por esse respeito, se cortam devassamente, muito em prejuízo do bem commum, e proveito dos moradores da dita ilha, e contra Meu Serviço, querendo n'isso prover, conformando-me com o Regimento antigo, e com o. que mais pareceu necessário pela variedade dos tempos: ordenei que d'aqui em deante se tenha a maneira seguinte no cortar das ditas madeiras, e na defeza e guarda d'ellas: Primeiramente Mando e Defendo, a todas as pessoas de qualquer estado, e condição que sejam, que em toda a dita ilha não cortem madeira alguma, nem lenha para seus assucaraes, e fazendas, nem para outra cousa alguma, sem pedirem licença aos Juizes, Vereadores, Procuradores da Cidade, ou Villas, em cujo termo a quizerem cortar, aos quaes Officiaes Mundo, que olhem muito bem, com muito cuidado, e diligencia as pessoas, que lhe as ditas licenças pedem, e vejam as necessidades que dellas teem, e segundo virem, que lhe é necessário para seus assucares, e bemfeitorias e despesas de suas casas, lhes darão as taes licenças, uma só vez no anno, sem lhes mais dentro d'um anno depois da tal licença ser dada outra, e quando lh'a assim derem lhe darão juramento dos Santos Evangelhos, que não cortem lenha, nem madeira alguma mais da que lhe for necessária para seus assucares, e bemfeitorias, e despesa de sua casa conforme a licença, que lhes for dada. E logo no Alvará da dita licença se declarará o tempo porque lhe foi dada, que hade ser o dito anno, e de como houve o dito juramento, e sejam as taes licenças assignadas, por todos os ditos Officiaes que lh'as derem, (e se na dita ilha estiverem os Capitães ou seus Logares Tenentes de Capitão as taes licenças serão também assignadas pelos ditos Capitães ou logares-Tenentes, cada um em sua Capitania), os quaes serão com os ditos Officiaes no dar das taes licenças. 2º E qualquer pessoa, que for achada cortando ou trazendo a dita madeira, ou lenha, se se provar que a cortou ou trouxe sem a dita licença, ou que cortou ou trouxe mais da que lhe era necessária conforme as ditas licenças, se for peão será publicamente açoitado e condemnado em dois annos de degredo para a África, e vinte cruzados, e sendo de qualidade em que não caiba pena de açoites, será degradado quatro annos para a África e condemnado em cincoenta cruzados, e nas mesmas penas incorrerão as pessoas que as mandarem cortar, ou trazer por seus creados, ou outras pessoas, ou seus escravos, alem das ditas pessoas, creados e escravos, haverem as ditas penas de açoites, e degredo como dito é. 3º E sob as mesmas penas Defendo e Mando que nenhuma pessoa corte os paus-brancos, porquanto sou informado, que estes paus podem servir para os engenhos dos assucares, e Defendo os ditos Officiaes, que não dêem licença alguma para se cortarem os taes paus, antes logo nas licenças, que derem declarem porque os não hão-de cortar; sendo porem os taes paus necessários a algumas pessoas para seus engenhos, os poderão cortar com licença dos ditos Officiaes, que para tal necessidade lhes darão a tal licença informando-se primeiro se lhe são necessários e dando-lhes sobre isso juramento, e de outra maneira não. 4.º Outrosim Mando aos ditos Officiaes, que não dêem as ditas licenças para se cortarem as ditas madeiras em parte que faça prejuízo ás aguas da dita ilha, nem as poderão dar para se cortarem a menos de cento e cincoenta passos em redor das Ribeiras e aguas, pelo muito prejuízo que d'isso lhes vem, e as pessoas que cortarem as ditas madeiras dentro dos ditos cento e cincoenta passos incorrerão nas mesmas penas, dos que as cortam sem licença, e para melhor guarda do sobredito: Mando aos ditos Officiaes, que logo nas licenças que derem, declarem Como não hão-de cortar as taes madeiras, se não arredados cento e cincoenta passos das ditas aguas. 5ª Outrosim Defendo e Mando, que pessoa alguma não ponha fogo na serra onde as ditas madeiras e lenhas estão, nem em parte d'onde se lhe possa atear, nem descasque as arvores que estiverem na dita ilha; porquanto pelas ditas maneiras se secca e destroe muita parte das ditas madeiras, e sendo pessoa alguma achada, ou sendo lhe provado que põz alguém fogo, que fez damno, e prejuízo nas ditas madeiras, ou que descascou algumas arvores, incorrem em pena de vinte cruzados, e um anno de degredo fora da dita ilha, e os que pozerem fogo, alem da dita pena haverão a que por minhas Ordenações é determinado, aos que põem fogos. 6 º E querendo alguma pessoa cortar rama para mantimento de gados, ou para outra alguma coisa, cortará da rama de cima das arvores, e não cortará arvore alguma pelo pé, sob pena de incorrer nas mesmas penas, em que incorrem os que cortam as madeiras e lenhas, sem licença da Câmara, e querendo esmoutar alguma terra na dita ilha, será avisado que não a esmoute senão com machado, e não com outra alguma ferramenta, ou outro ferro, e será obrigado a aproveitar toda a lenha que tirar sem lhe p6r todo, e sendo-lhe provado, que não esmoutou com machado, ou que não aproveitou toda a lenha que tirou, pagará vinte cruzados da cadea 7 º E porque Eu sou informado, que na dita ilha ha muitas pessoas, que tratam em tabuados e madeiras, e por não serem arreigados cortam mais da que devem e deixam perder muita d'ella, sem a aproveitarem: Hei por bem e Mando que as pessoas que assim cortarem, no fazer dos ditos tabuados, e madeiras, sejam casados e moradores na dita ilha, e abonados n'ella, e nenhuma outra pessoa que não for das ditas qualidades poderá tratar em tal negociação, e aos que forem taes, darão os ditos Officiaes licença para cortarem as madeiras que virem que lhes são necessárias, segundo o trato, e maneio que tem, os quaes fiança darão segura aos ditos Officiaes ;porque se obriguem a aproveitar toda a madeira, que costarem, pelas licenças que lhes forem dadas que aproveitarão o pau todo até ao cabo, sem deixarem cousa alguma d'elle, posto que o tabuado fique curto, sob pena de cincoenta cruzados de cadea; a qual fiança outrosim darão e que os tabuados e madeiras que assim fizerem, se gastarão todos na dita ilha, sem se levarem, nem mandarem fora d'ella, sob pena de cincoenta cruzados, as quaes penas se haverão pelas ditas fianças que se registarão nos Livros das Câmaras, quando as taes pessoas as derem. E alem da dita pena de cincoenta cruzados, em que assim incorrerão, levando-as, ou mandando-as levar f6radallha, incorrerão nas mais penas em que por este meu Regimento incorrem as pessoas, que levam ou mandam levar madeiras, ou lenhas fora da ilha, como adeante será declarado. 8º- E assim os ditos tratantes, como qualquer outra pessoa, que por licença dos ditos Oficiaes, cortar arvore, ou seja para fazer serra d'agua, ou para madeira, ou para qualquer outra cousa, será obrigado a aproveitar todo o dito pau, como dito é, e pol-o em carregadouro nos portos onde os navios vão carregar as madeiras e lenhas, e aproveitar assim o toco do pau, como as ramas, sob a pena atraz declarada 9ª - E porque muitas Vezes acontece irem à serra os fragoeiros, e outras pessoas a cortar arvores para fazerem madeiras e tabuados, e depois de as terem cortadas, ou começadas a cortar pelas acharem ocas e não servirem para o que as haviam mister, as deixam perder, e não aproveitam Hei por bem e mando, que estes taes sejam obrigados a aproveitar as ditas arvores, que assim cortam, ou começam a cortar, assim o toco como a rama dentro do anno em que assim cortarem, ou começarem a cortar, e as levarão a carregadouro, aos portos do mar, onde os navios e barcos as vão carregar, para se não perderem e apodrecerem na serra, e as pessoas que as ditas arvores cortarem, ou comesarem a cortar, e as não aproveitarem, como acima 6 declarado, incorrerão na pena de vinte cruzados da cadêa 10º E alem dos sobreditos haverem a dita pena de vinte cruzados, Hei por bem, que passado o anno em que assim cortaram, ou começaram a cortar os paus, e lenhas sobreditas, Aquém os ditos paus e lenhas, e madeiras devolutas para as despezas, e obras das Câmaras, onde forem cortadas; e os oficiaes dos ditos logares terão cuidado de saber, emandar ver, nos tempos que mais conveniente lhes parecer se ha na serra e outras terras, das ditas madeiras e as mandarão aproveitar, e além d'isso se informarão das pessoas, que as cortaram para procederem contra ellas, pelas penas em que por este Regimento incorreram, pelas assim cortarem, ou começarem a cortar, sem as aproveitarem como eram Obrigados e especialmente Mando aos ditos Officiaes das Jurisdições, que uma vez cada anno se Juntem nos tempos que lhes parecer mais conveniente e vissem a serra, sendo mui diligentemente e com muito cuidado se acham algumas das madeiras cortadas, sem serem aproveitadas, ou algum damno feito na serra para procederem contra as pessoas, que assim as cortaram ou começaram a cortar, ou fazeram os taes damnos conforme este meu Regimento, e será presente com elles o Escrivão da Câmara & sua jurisdição, ao qual Mando que tenha um Livro encadernado, e assignado, e contado conforme a ordenação, em que escreverei todas as achadas das madeiras, e damnos, que forem feitos, e sendo achados plos ditos Officiaes, ou meirinho, ou por outra qualquer pessoa do povo, que faca saber á Câmara das Cidades e Vilas, e querendo cada um dos ditos Capitaes, ou seus Logar-Tenentes ir á serra com os ditos Officiaes, o poderão fazer e se os ditos Officiaes não fizerem a tal visitação cada anno, incorrerão na pena de dez cruzados e um anno de degredo para a África, em Devassa geral de cada anno serão obrigados os ditos Ouvidores a perguntar, por este Capitulo . 11º- E porque também sou informado, que se se guardarem os trondas arvores que se cortam se cortam delles outras, e a pouco tempo se tornam a reformar ao menos para lenhas Hei por bem e Mando, que nenhuma pessoa ponha fogo nos ditos troncos, nem os acabe de cortar pelo pé sem ter licença para o poder fazer sob pena de incorrer nas penas e; que incorrem os que põem fogo, ou cortam madeiras e lenhas, sem licença dos Officiaes como atraz declarado 12º- E porquanto sou informado que muitas das madeiras, se cortam e levam para fora da dita ilha, Hei por bem e Mando que nenhuma pessoa de qualquer estado e condição que seja, leve, nem mande levar as ditas madeiras, e lenhas fora da dita ilha para parte alguma, nem os Mestres dos Navios as carreguem n'elles para levar para fora, como dito é, sob pena de qualquer pessoa, que as levar, ou mandar levar para fora da dita ilha, incorrer nas penas sobreditas, em que incorrem por esta minha Pro9;s§o, os que as cortam sem licença dos Officiaes das Câmaras, como dito é; e alem das penas incorrerão os Mestres dos taes Navios, em que assim forem levadas para fora, ou se embarcarem para isso, em perdimento dos ditos Navios, a metade para quem os accusar, e a outra metade para a Câmara das Capitanias em que carregarem 13º- E para melhor guarda do sobredito, Mando, que nenhum Navio parta dos Portos da dita ilha, sem primeiro o Mestre d'elle o fazer Saber aos Officiaes das Câmaras dos logares d'onde partirem, e haverem delles licença para fazerem sua viagem; e Mando aos ditos Officiaes, que quando lh'o assim fazerem saber; antes de lhe darem a tal licença, os mandes ser por um Official da Câmara, que para isso terem juramento, para ser se levam algumas das ditas madeiras, e lenhas para fora da ilha, e achando que as não. levam lhe passarão Alvará de licença para partirem, e partindo os ditos Navios sem as das licenças incorrerão nas sobreditas penas em que incorreriam se levassem as das madeiras, e lenhas para fora da dita ilha, e isto se não entenderá em alguma lenha que os taes Navios levassem para gasto, e despeza dos mesmos Navios, e terso além d'isto os ditos Officiaes muito bom cuidado de vigiarem, e proverem de maneira que nos ditos Navios não se alguma das madeiras e lenhas. 14º--Outro sim, He; por bem e Mando que nenhuma pessoa faça Náos, ou Navios alguns na dita ilha, nem nella se renovem nem concertem na maneira seguinte Não se poderão as ditas Náos, e Navios renovar na dita ilha tirandolhes a liação velha, e pondo lhes outra peca e peca nem tirando-lhe o tabuado tirando tabua e pondo outra nem se lhes farão as cobertas, ou castellos, posto que o mais seja feito em outra parte, sómente vindo ter á dita ilha alguns Navios desbaratados da viagem de maneira que não possam seguir a viagem para onde forem sem algum concerto, que seja necessário fazer-se-lhe, pedirão licença aos Officiaes das ditas Câmaras, os quaes com o Loco-Tenente de Capitão das ditas Capitanlas verão por si a necessidade que os ditos Navios teem de se repararem para a dita viagem, e lhes darão licença para se poderem reparar das cousas necessárias, os quaes terão n'isso muita consideração em como dão as taes licenças, não sendo porem para refazer os ditos Navios como dito é, nem para fazer as cabertas, ou castellos dos taes Navios; porque para as ditas cousas, não lhes poderão dar taes licenças, posto que lhes pedidas sejam, nem as pessoas a quem forem dadas poderão usar d'ellas, antes incorrerão nas mesmas penas d'este Capitulo como se sem licença o fizessem, o que assim Defendo e Mando sob pena do perdimento dos ditos Navios, que se na dita ilha fizerem ou reformarem ou a que fizerem cobertas, ou castellos. e de duzentos cruzados, e quatro annos de degredo para África, e sendo peão será açoutado e degradado dois annos para África, alem de perder os taes Navios, e nas mesmas penas incorrerão as Officiaes das obras dos ditos Navios e Calafates, e todas as outras pessoas, que nelles trabalharem, e os Officiaes que derem as taes licenças, contra fórma d'este meu Regimento. 15.°- E somente poderão na dita ilha fazer bateis de pescar, e de carreto para serventia da dita ilha, os quaes não poderão seus donos vender para fóra d'ella, sob pena de qualquer pessoa que os assim vender para f6ra da ilha, pagar cincoenta cruzados, e ser degradado dois annos para Africa. 16.°-Outro sim Defendo e Mando, que nenhuma pessoa compre lenha na dita ilha para tornar a revender, sob pena de paçar da cada vinte cruzados, e um anno de degredo para f6ra da ilha. 17º - E porque sou informado, que na dita ilha ha muita terra em que se bem podem plantar castanheiros, e pinheiros, e que até ora se não cumprir o que era mandado acêrca da creação das ditas arvores, havendo respeite á muita necessidade que d'ellas ha na dita ilha, e á falta que pode haver de madeiras ao diante. Hei por bem e Mando aos Officiaes das Camaras da dita ilha, que mandem vir á Camara os Hereos das ditas terras, que teem testadas nas Ribeiras d'Agua da dita ilha, e lhes mandem que cada um anno ponham certo número das ditas arvores, taxando-lhes o numero conforme a terra que cada um tiver e possibilidade e qualidade de cada uma pessoa, que cada um anno plantem o numero das ditas árvores. que lhes assim for taxado, até as ditas terras serem de todo aproveitadas, e povoadas das ditas arvores, e de como lhes assim fôr mandado, e do numero das ditas arvores, que cada anno hão-de pôr se fará assento no Livro das Camaras, assignado pelos ditos Officias e pelas ditas pessoas. E Mamdo aos Ouvidores e Officiaes dos ditas Jurisdições que cada anno tomem conta pelos ditos assentos as pessoas a quem foi mandado prantar as ditas arvores se as plantaram as que eram obrigadas, o tal anno a põr. E não cumprindo em tudo o que lhes sssim fôr mandado pagarão de cadea vinte cruzados, pela primeira vêz, e pela segunda vez trinta cruzados e pela terceira vêz que em tudo não cumprirem, alem dos trinta cruzados de pena serão degradados dois annos fora da dita ilha, e não cumprindo em parte o que lhes assim fôr mandado pagarão por cada arvore que menos plantarem das que lhes foi mandado, um cruzado até quantia dos ditos trinta cruzados sómente e os Officiaes das ditas Camaras, terão cuidado e muita diligencia em mandar guardar as ditas arvores que assim forem plantadas, e para a dita guarda lhes porão as penas que lhes parecerem convenientes para que os gados dos moradores da dita ilha, as não comam, nem se percam por outra alguma maneira, antes se criem, e aproveitem para ao deante. 18º. E para melhor guarda das couzas contidas n'este Regimento, Hei por bem e Mando que os Ouvidores das ditas Jurisdições devassem em cada um anno no mez de Janeiro de todos os casos acima declarados fazendo toda a diligencia que lhes fôr possivel para se saber quem commetteu as couzas que por este Regimento são defezas e prenderão os culpados, e procederão contra elles, como for justiça, dando appellação, e agravo nos casos em que couber para Minha Fazenda, perante o juiz dos Meus Peitos d'ella, e nos casos em que alem da pena de dinheiro ha pena de degredo por este meu Regimento, appellarão por parte da Justiça, posto que as partes sejam absolutas, e nos casos em que não houver mais que pena de dinheiro, se as partes condemnadas quizerem appellar receber-1hes hão sua appellação para a dita Fazenda, e sendo absolutas não appellarão por parte da Justiça, antes darão livramento as partes para escusar longas prisões, e gastos das partes, e os Officiaes das Camaras terão muito cuidado de requerer aos ditos Ouvidores, que tirem as ditas devassas, como dito e, e não as tirando os ditos Ouvidores posto que lhes não seja requerido no tempo atraz declarado, incorrerrão na pena de cincoenta cruzados, a metade para as obras e despesas dos Concelhos, e a outra metade para os Captivos, e dois annos de degredo para Africa. 19.° E alem das ditas devassas geraes que assim Mando tirar cada anno, poderão os Meirinhos da serra, ou quaesquer outras pessoas do povo denunciar os casos d'este Regimento às Justiças da dita ilha, as quaes lhes receberão as taes denunciações dando-lhes juramento dos Santos Evangelhos se denunciam bem e verdadeiramente, e nomearão testemunhas, e as ditas Justiças tirar devassa pelos Autos das ditas denunciações e procederão contra os culpados conforme a este Regimento, e nos taes casos serão os ditos Meirinhos e denunciadores obrigados, a accusar as pessoas de que assim denunciaram e haverão a metade das penas em que forem condemnadas, que Hei por applicados para os ditos accusadores, e não accusando os taes denunciadores, como dito é, pagarão vinte cruzados para os Captivos, tanto que da accusação desistirem, e proceder-se-ha no caso por parte da Justiça, e sendo as taes accusações e denunciações feitas perante os Juizes das ditas Cidade e Villas, darão os ditos Juizes sentenças no caso como lhes parecer justiça e appellarão para os Ouvidores das ditas Jurisdições, e os Ouvidores para a minha Fszenda, no modo acima declarado; e Mando aos Meirinhos da serra, que sejam muito diligentes, na guarda das ditas madeiras e lenhas, porquanto o Hei assim por muito Meu Serviço, e proveito da dita ilha, os quaes Meirinhos correrão a dita serra, e achando pessoa alguma que corte as ditas madeiras, e lenhas contra forma d'este Regiimento ou que commetta alguma das ditas cousas defezas, acérca de cortar, esmoutar, ou cortar a rama d'ellas; acoimala-ha, e alem das ditas penas atraz declaradas, pagarão as taes pessoas quinhentos réis de coima pela primeira vez, e mil réis pela segunda e mais vezes, pela qual pena de coima serão os ditos Meirinhos cridos por seu Juramento sómente, e por elle se fará execução da dita coima nas pessoas que elle jurar que achou, e serão obrigados a vir assentar as ditas coimas dentro de dois dias depois de tal achado, e d'ahi por deante as não poderão mais assentar, nem se fará obra por ellas, pela condemnação da dita coima não serão escusas as taes pessoas das mais penas d'este Regimento sendo culpados em alguns dos casos n'elle contidos, sendo legitimamente provado que foram contra elles. 20º - E porque a guarda e conservação das ditas madeiras cumpre muito ao bem commum e Meu Serviço, e pode acontecer que Eu algumas vezes a instancia de algumas pessoas conceda provisões para na dita ilha se fazerem algumas Náos, ou Navios, e para se tirarem as ditas madeiras, e lenhas para fora d'ella, sem embargo d'este Regimento, Hei por bem e Mando, que sendo-vos apresentadas algumas Provisões minhas, para na dita ilha se fazerem Náos, ou Navios, ou para se d'ella tirarem algumas madeiras, ou lenhas, as não cumpraes. nem façaes por ellas obra alguma sem embargo de derogarem expressa e particularmente este Regimento ou de quaesquer outras clausulas que tenham; e posto que n'ellas se de clare, que as concedi de meu moto proprio, porque assim o Hei por Meu Serviço não se cumprirem, e suspendereis, a execução d'ellas, até M'o fazerdes saber, e Me enviardes as ditas Provisões, com o vosso parecer acerca do bem commum da dita ilha e Meu Serviço, e do prejuizo que fazem as taes Provisões, e tornardes sobre isso a haver resposta Minha, do que Eu houver por bem, que se n'isso faça. 21.° E por este vos Mando a todos em geral, e a cada um especial, que vejaes muito bem este Alvará e Regimento, e o mandeis notificar a cada um em vossa Jurisdição, e trasladar nos Livros das Camaras de ellas para ser a todos notorio, e se saber o que ácêrca d'isso tenho mandado, a qual notificação se fará publicando este Meu Alvará e Regimento nas Camaras da dita ilha, e em uma das audiencias dos Ouvidores, e de como assim foi publicado nas ditas Camaras, e audiencias, se fará assento ao pé do registo que se ha de põr nos Livros das ditas Camaras, assignados pelos Juizes, e mais Officiais d'ellas, e pelos Ouvidores das ditas Jurisdições, para d'ahi por diante se cumprir inteiramente como por Mim é Mandado. E por este Mando a todos os Ouvidores, e Justiças da dita ilha, e de Meus Reinos e Senhorios, que cumpram e guardem este Meu Alvará e Regimento como se n'elle contem, e o façam inteiramente cumprir e guardar, e deem execução ás penas n'elle contidas: e Mando aos Capitães, e quaesquer outros meus Officiaes, e pessoas outras, que não dêem licenças algumas para cortarem, nem levarem as ditas madeiras e lenhas, posto que algumas tenham poder para darem as taes licenças, porque por este Hei os taes poderes por revogados, sem embargo de quaesquer clausulas, derogatorias que tiverem, posto que d'ellas se haja de fazer expressa menção, porqué para esta revogação as Hei aqui por expressas e declaradas, e Commetto a dada das ditas licenças em todo e por todo ás ditas Camaras na maneira acima declarada: e Mando aos Officiaes d'ellas que em todo o sobredito tenham especial cuidado, como d'elles Confio, e aos ditos Ouvidores e Juizes que deem a execução as ditas penas, e de todas as pecuniarias declaradas n'este Regimento, que especialmente nos Capitulos d'elle não são applicadas a pessoa alguma: Hei por bem que a metade seja para quem accusar os culpados, e a outra metade para as despezas das Camaras e Concelhos onde as ditas madeiras e lenhas forem cortadas, e sendo culpados por devassa, por serem accusados por parte da Justiça, será a metade das ditas penas para as ditas Camaras, e a outra metade para os Captivos. Antonio d'Abreu o fez em Lisboa, aos vinte e sete dias do mez d'agosto de mil quinhentos e sessenta e dois.-Eu Duarte Dias o fiz escrever.-Rainha .-O Conde. [João Henriques Camacho, Notas para o estudo da rearborização da ilha da Madeira- Dissertação inaugural apresentada ao concelho Escolar para complemento do curso de engenheiro- silvicultor, Lisboa, 1920; Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento Florestal no arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp.85-89] GASPAR FRUTUOSO[1522-1591] As Saudades da Terra podem ser consideradas o testemunho da situação da Madeira em finais do século XVI, altura em que o padre açoriano as escreveu. CAPÍTULO SÉTIM0 COMO O CAPITÃO JOÃO GONÇALVES ZARCO DEIXANDO OS NAVIOS NO DESEMBARCADOURO FOI DESCOBRIR A COSTA DA ILHA ATÉ CÂMARA E LOBOS DONDE TOMOU SUAS ARMAS E VENDO A SAIDA O CABO DO GIRAO SE TORNOU A DORMIR AOS NAVIOS Recolhidos aos navios, teve conselho o capitão para descobrir a terra dali para baixo; e assentou-se per parecer do piloto, que deviam de deixar ali os navios e com os barcos descobrir a ilha, por lhe ver muita penedia, dizendo que assim podia ser ao longo da costa; o que parecendo bem ao capitão, logo ao outro dia se meteu nos batéis com os principais da frota, levando mantimentos e todo o necessário. O capitão ia no batel do navio com o piloto, e do outro deu cargo a Alvaro Afonso; e foram, assim, correndo a costa com brando mar, galherno (sic) tempo e manso vento, em calma a costa toda à beira da terra, e, passada uma ponta que fazia a terra para baixo, ao Ponente, viram ao pé de uma rocha que entrava no mar, sair dela quatro canos de água que a natureza ali fizera tão formosa, como se fora chafariz feito à mão, onde, tendo o capitão desejo de saber que tal era aquela água, que tão clara parecia, mandou buscar dela e achou-a que era estremada, boa e fria e leve, e daqui levou uma vasilha para o Infante, antre outras coisas que lhe encomendou. Correndo mais abaixo, sempre apegados com terra, acharam em um fresco vale e ameno prado um ribeiro de agua, que vinha sair ao mar com muita frescura; ali fez sair alguns em terra, onde os que saíram acharam outra fonte, que saia debaixo de um grande e antigo e liso seixo, e era tão preciosa e fria, que mandou dela encher outra vasilha para levar ao Infante; e põs este porto nome (por causa do que nele achou), o porto do Seixo, como hoje se chama. Indo assim costeando a ilha ao longo do arvoredo, que, em partes, chegava ao mar, passando uma volta que faz a terra,. entraram em uma formosa angra, na praia da qual acharam um formoso e deleitoso vale, coberto de arvoredo por sua ordem composto, onde acharam em terra uns cepos velhos derribados do tempo, dos quais mandou o capitão fazer uma cruz, que logo fez arvorar em um alto de uma arvore, dando nome ao lugar Santa Cruz, onde se depois fundou uma nobre vila, a maior, mais rica e melhor povoação de toda a parte de Machico- e é tão nobre em seus moradores, que, a não ser Machico cabeça daquela jurdição, por ser primeiro achada, ela fora cabeceira e a principal de toda aquela capitania, que tão bem assentada esta, onde tinha alfândega e oficiais dela. Passados mais abaixo, em uma parte da terra saíram, por estar tudo cercado de altas rochas e arvoredo, é não viam mais que correntes, ribeiras, fontes e regatos, que, por antre ele, vinham com grande frescura deferir ao mar. Chegados a uma alta e grande ponta que a terra fazia grossa e alcantilada no mar, acharam nela tantos garajaus, aves do mar, que sem nenhum medo se punham sobre suas cabeças e sobre os remos, que eles tomavam com a mão com que houveram muito prazer e fizeram grande festa e, por esta causa, ficou o nome à ponta do Garajau, que está quatro léguas de Machico para o Ocidente, ou três (como outros dizem); desta ponta descobriram outra abaixo, que seria dali duas léguas, e fazia-se antre estas duas pontas uma formosa e grande enseada de terra mais branda e ares frescos, toda coberta de formoso arvoredo, tão igual, por cima, que parecia feita à mão, sem haver arvore mais alta que outra, e, além de ser muito alegre à vista, vinha beber toda na água, que parecia a Natureza meter todo seu cabedal em perfeiçoar obra tão acabada. Antre este arvoredo igual e espaçoso iam entremetidos alguns cedros, tão altos que se divisavam por cima das outras árvores, que eles mui bem conheciam pela experiência que deles atrás tinham, onde acharam muitos. Antes que chegassem a este deleitoso vale, foram correndo a costa, que de altas rochas era, sem acharem lugar onde sair, senão em uma ribeira que bota uma pedra ao mar, em que podem desembarcar como em cais; ali mandou o capitão o seu amigo Gonçalo Aires que saísse em terra nesta ribeira, com certos companheiros, e andassem pela terra algum espaço ver se havia nela alguns animais, ou bichos, ou serpentes e cobras venenosas, e não se afastassem da corrente da água para se saber tornar aos batéis, que no mar deixava. Foi Gonçalo Aires com os companheiros correndo a terra por espaço de três horas, no fim das quais se agastava já o capitão com a tardança deles, senão quando eis que assomavam pela ribeira abaixo, com capelas na cabeça e, enramados, vinham falando com muito prazer que não achavam coisa viva, senão aves; e daqui ficou nome à ribeira de Gonçalo Aires. Chegados ao formoso vale, que de lisos e alegres seixos era coberto, sem haver outro género de arvoredo, senão muito funcho que cobria o vale até o mar por bom espaço, saíam deste deleitoso vale ao mar três grandes e frescas ribeiras, ainda que não tão soberbas, na aparência como a de Machico; eram, porém, muito formosas por todas virem acabar no mar, saídas deste vale. E, pelo muito funcho que nele achou, lhe pôs nome o Funchal (onde depois fundou uma vila de seu nome, que já, neste tempo, é uma nobre e sumptuosa cidade), no cabo do qual estão dois ilhéus, onde se foram abrigar por ser já tarde, e tomou em terra água e lenha, com que fizeram de cear, em um deles, de muitas aves que tomaram; depois disto foram dormir aos barcos e, como foi manhã, passaram mais abaixo. E, chegados a uma ponta, que no dia dantes tinham visto, mandou o capitão pôr nela uma cruz, donde lhe ficou o nome Ponta da Cruz. Dobrando esta ponta, foram dar em uma formosa praia que, pela formosura e assento dela, lhe pôs nome a Praia Formosa. Prosseguindo João Gonçalves seu descobrimento pelo modo acima declarado, com seus batéis e companhia, antre duas pontas viram entrar no mar uma poderosa e grande ribeira, na qual pediram uns mancebos de Lagos licença para saírem em terra e ver a ribeira, que espaçosa e alegre parecia. E, ficando o capitão com os outros no batel, os mandou lançar fora pelo barco de Alvaro Afonso, os quais, em terra, cometeram passar a ribeira a vau e, como ela era soberba em suas Aguas, corria com tanto ímpeto e fúria ao mar, que na veia da agua caíram e a ribeira os levava, onde correram sem falta perigo, se o capitão do mar não bradara ao batel de Alvaro Afonso, que em terra estava com a gente, onde eles foram, que corressem depressa aqueles mancebos, que a corrente da ribeira levava, às vozes do qual foram os mancebos acorridos e livres do perigo da agua, com que o capitão ficou contente, porque os trazia nos olhos; e daqui ficou o nome ã ribeira, que hoje, este dia, se chama Ribeira dos Acorridos, que peor pareceu àqueles mancebos de perto, do que lhe pareceu primeiro de longe. Daqui passaram mais abaixo até dar em uma rocha delgada, a maneira de ponta baixa, que entra muito no mar, e, entre esta rocha e outra, fica um braço de mar em remanso, onde a Natureza fez uma grande lapa, a modo de câmara de pedra e rocha viva; aqui se meteram com os bateis, onde acharam tantos lobos marinhos, que era espanto, e não foi pequeno refresco e passatempo para a gente, porque mataram muitos deles e tiveram na matança muito prazer e festa, pelo que deu nome a este remanso Câmara de Lobos, donde este capitão João Gonçalves tomou o apelido, por ser a derradeira parte que descobriu deste giro e caminho, que fez; e deste lugar tomou suas-armas, que el-rei lhe deu, tornando ao Regno, como adiante contarei. Deste lugar de Câmara de Lobos não passaram mais para baixo, assim porque lhe ficavam os navios longe, como porque daqui não puderam ver bem para baixo a costa com o muito arvoredo. Contudo, quando se saiam desta câmara e remanso, da ponta do mar viram uma rocha muito alta, logo ai apegado e arrebentar no mar em uma ponta que ela abaixo fazia, a qual lhe ficou por meta e fim do seu descobrimento, e lhe deram nome o Cabo de Girão por ser daquela vez a derradeira parte e cabo do giro de seu caminho. Daqui tornaram outra vez dormir aquele dia ao ilhéu da noite passada, onde dormiram nos batéis a ele abrigados, e, ao outro dia seguinte, foram dormir aos navios e, chegando com muito prazer, acharam com muito maior os que neles ficaram, pelos verem tão contentes e satisfeitos da fertilidade, frescura e bondade, que lhe contavam do sitio da ilha e portos que deixavam descobertos, fazendo todos, juntamente, muita festa e dando muitas graças ao Senhor, pela grande mercê que lhes tinha feita. Partidos, pois, estes capitães de Lisboa, trouxe João Gonçalves sua mulher, Constância Rodrigues de Almeida (pessoa tão católica, como virtuosa), e três filhos que dela tinha, João Gonçalves, Helena e Breatiz, meninos de pouca idade. E deu licença el-rei a toda a pessoa que quisesse vir com ele para povoação das ditas ilhas, assim a do Porto Santo como da Madeira; mandou dar os homiziados e condenados, que houvesse pelas cadeias e Regno, dos quais João Gonçalves não quis levar nenhum dos culpados por causa da fé, ou treição, ou por ladrão; das outras culpas e homizios levou todos os que houve e foram dele bem tratados; e, da outra gente, que por sua vontade queriam buscar vida e ventura, foram muitos, os mais deles do Algarve. Levaram estes capitães gado e aves, animais domésticos e coelhos para lançar na terra. Chegados ao Porto Santo, foram dar em um porto da banda de Leste, onde acharam uns frades da ordem de São Francisco, que escaparam de um naufrágio, de que todos pereceram, senão eles, que acharam quase mortos, por não terem que comer; donde deram nome a este porto, que se ora chama o porto dos Frades. Saídos todos em terra, pareceu bem a Bartolomeu Palestrelo a disposição dela, por ser fresca, de bons ares e sadia, e começou a povoa-la, tirando em terra a gente que quis ficar, e animais, galinhas e coelhos, os quais multiplicaram depois nesta ilha do Porto Santo de tal maneira, e em tanta quantidade, que foi a maior praga que houve na terra, porque não deixavam criar erva verde na ilha que a não comessem, e com paus e às mãos os matavam sem os poderem desinçar; e ainda hoje em dia ha tantos, principalmente em um grande ilhéu, que apegado com a ilha está, que, dos muitos que se nele criam, tem nome dos Coelhos, e é o melhor refresco da terra, onde vai muita gente folgar, e dia se faz que se matam duzentos, sem os acabarem de destruir. (…) CAPITULO NONO DA DESCRIÇÃO DA ILHA DO PORTO SANTO E DA ABUNDANCIA E MORADORES DELA A ilha do Porto Santo é pequena, mas fresca, de bons ares e sadia, ainda que não tem boas águas, por ser seca e de pouco arvoredo, e o principal (tirando os dragoeiros) é zimbro e urze. Esta no caminho, quando vão de Lisboa para a ilha da Madeira, da qual esta vinte léguas de porto a porto, quero dizer, do porto da Vila ao porto do Funchal, e de terra a terra são doze léguas Está em trinta e três graus de altura, da parte do Norte. É pequena e quase redonda, de três léguas de comprido e uma e meia de largo, ou pouco mais. Está Nordeste Sudoeste sua compridão, que começa do porto das Cagarras, que está da parte do Oriente, ao Nordeste, até o ilhéu do Boqueirão, que está da parte do Ocidente, ao Sudoeste. E a largura pelo meio é da Vila, que está da banda do Sul, até a Fonte da Areia, que cai da banda do Norte; e quase toda é da mesma largura. E demora esta ilha Nordeste Sudoeste com os Cachopos e está de Lisboa cento e quarenta léguas. No porto das Cagarras, assim chamado por haver ali na rocha muita criação delas, que está da banda do Oriente, ao Nordeste da ilha, vem ter ao mar de longe uma ribeira salgada; dele vindo, pela banda do Sul, para o Ocidente, perto de uma légua está uma enseada pequena, onde aboca uma ribeira de agua salgada, ainda que vem de longe, dantre umas serras, e aqui chamam o porto dos Frades, pela razão já dita, e é bom porto. Do porto dos Frades, pouco mais de meia légua, indo para o Ocidente pela mesma parte do Sul, está um ilhéu grande e redondo, meia légua afastado da terra, Norte e Sul dela, e alto das rochas todo à roda, que tem em cima grande campo, como de dois moios de terra, onde ha muitos paus de dragoeiros, e por isso lhe chamam o ilhéu dos Dragoeiros; tem também zambujos, e criam-se nele muitas cabras, cagarras e coelhos de diversas cores. Deste ilhéu dos Dragoeiros, a meia légua a Loeste, pela mesma banda do Sul, está um penedo grande e redondo como ilhéu pequeno, que (parece), por ali alguém se deitar a dormir, se chamou antigamente o Penedo do Sono, o qual está quase pegado na terra, porque de maré vazia fica em seco, e do porto das Cagarras até este penedo são tudo rochas altas e penedia ao longo do mar Do Penedo do Sono até ao ilhéu do Boqueirão, que será espaço pouco mais de légua e meia, que é a ponta derradeira do Poente da ilha, é tudo areia branca, sem ter nenhuma pedra, e é baia não muito curva, nem com grandes pontas ao mar, porque com qualquer tempo podem sair os navios do porto da Vila, que esta no meio desta baia e praia, que, pela razão do porto já dita, se chama a Vila do Porto Santo, a qual tem a freguesia do Salvador, sem haver outra em toda a ilha, e a ela vêm ouvir missa todos os moradores, ainda que tenham sua habitação em diversas partes dela. E, antes de chegar à Vila, todas aquelas terras até a mesma Vila eram povoadas de dragoeiros quando se achou a ilha; chama-se ali o Vale do Touro, por se criarem nela touros e muito gado desde o principio, quando o deitaram na terra: Nesta Vila do Porto Santo, que esta, da parte do Sul, no meio da praia já dita, não estão as casas perto do mar por causa da areia, que as atupira logo, mas haverá do mar às primeiras um tiro de besta. Terá a vila, pouco mais ou menos, quatrocentos fogos, afora outras pessoas que moram pelos montes. e, além da igreja, que é freguesia da invocação do Salvador, que é boa, tem uma ermida de São Sebastião e outra de Santa Caterina. Esta situada em terra chã e, pelo meio da Vila, corre ao Norte ao Sul uma ribeira, todo ano, de agua salgada, quase como a do mar, e, ainda que tal, regam com ela muitas hortas de couves e da mais hortaliça, que é estremada no gosto, posto que seja regada com água que o não tem. E ao longo desta costa, ainda que seja de areia, ha muitas vinhas, que dão boas uvas; criam-se nelas muitos caracóis brancos, em tanta maneira, que, em partes. cobrem tanto o cacho das uvas, que lhe não aparece bago. Têm estas vinhas, da banda do mar, por tapumes muito bastos e altos espinheiros alvares, que se criam na areia, e, ainda que com o vento se atupam dela, crescem muito, por onde é bom tapume, e neles se embarram muitos coelhos, de que toda a terra é muito povoada, e com fisgotes e dardos os fisgam e matam nos espinheiros, onde também se criam muitas mélroas que fazem muito dano nas uvas e nas amoras, porque há ali muitas amoreiras e figueiras, de diversas castas, cujo fruto, por a qualidade da terra e por o deixarem bem madurecer, tem bom gosto. Finalmente esta ilha do Porto Santo é mui sadia, de bons e frescos ares, ainda que é pequena, de três léguas e meia de comprido e uma e meia de largo, pouco mais ou menos (como já disse); e não tem águas, por ser seca e de pouco arvoredo, e o principal (tirando os dragoeiros) é zimbro e urze. E em muitas partes desta ilha produziu a Natureza muitos dragoeiros, do tronco dos quais se faz muita louça, e muitos são tão grossos, que se fabricam de um só pau barcos que hoje em dia há, que são capazes de seis, sete homens, que vão pescar neles, e gamelas que levam um moio de trigo. Tira-se desta louça bom proveito, de que se paga dízima a el-rei, e se aproveitam muito do sangue do dragão, muito prezado nas boticas; criam estes dragoeiros uma fruta redonda que, madura, se faz muito amarela, e é mui doce, e no tempo que havia muitos dragoeiros engordavam os porcos com este fruto (que são como avelãs e, assim, se chamavam maçainhas); já agora há poucos e vão faltando, pelo muito proveito que se fazia nas gamelas deles, que são muito leves, como são secas, e também nas rodelas. E, como já disse, pela maior parte da ilha, especialmente para a banda das serras e terras de massapez, há muitos cardos para comer, e soia a valer um saco deles um vintém, alporcados e muito doces, em alguns postos da terra. Tem também esta ilha, além das aves domésticas, muitas perdizes, e pombas, e coelhos, e rolas, poupas, e francelhos, lagartixas, e ratos pequenos, dos que cá chamamos morganhos, sem haver nela dos grandes, que quase em todas as terras vemos. […] CAPITULO DECIMO QUINTO EM QUE SE COMEÇA A DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA, COMEÇANDO PELA BANDA DO SUL, DA PONTA DE SÃO LOURENÇO, ATÉ À ENTRADA DA CIDADE DO FUNCHAL A ilha da Madeira que, como tenho dito, lhe pôs nome assim o felicíssimo capitão primeiro dela, João Gonçalves Zargo, por causa do muito, espesso e grande arvoredo de que era coberta e toda cheia de infinidade de madeira, é alta, com montes e rochedos mui fragosos, que, por ser muito fragosa, dizem que seu nome próprio era, ou devera ser, ilha das Pedras; tão afamada e guerreira com seus ilustres e cavaleirosos capitães, e tão magnânimos, e com generosos e grandiosos moradores; rica com seus frutos; celebrada com seu comércio, que Deus pôs no mar oceano ocidental para escala, refúgio, colheita e remédio dos navegantes, que de Portugal e de outros regos vão, e de outros portos e navegações vêm para diversas partes, além dos que para ela somente navegam, levando-lhe mercadorias estrangeiras e muito dinheiro para se aproveitar do retorno que dela levam para suas terras; saudosa com altíssimos montes e fundos vales, povoados de alto e frondoso arvoredo de diversas Arvores: regada com grandes e frescas ribeiras de doces e claras águas; enobrecida com muitas e grandes povoações de soberbos e sumptuosos edifícios; esmaltada com ricas e formosas quintais; ornada de ricos e custosos pomares de esquisitas e diversas frutas; enfeitada com artificiosos e deleitosos jardins de varias e curiosas ervas e flores; um rubi, finalmente, que, com seu resplendor, cor e formosura, da graça a toda a redondeza do anel do Universo em circuito, pois com seu licor e doçura, como com néctar e ambrosia, provê as Índias ambas, a Oriental aromática e a Ocidental dourada, chegando e adoçando seus frutos, de extremo a extremo, quase o mundo todo. A ainda que os da ilha de Ormuz, que esta na boca do mar Perseu, lhe chamam pedra do anel do Mundo, esta com muita mais razão, pois tem mais preeminência na boca de todalas nações, não somente pedra desse anel grande, mas, pois o homem é um mundo pequeno, se pode com verdade chamar jóia de seu peito; que, por ser tal e parecer nele um único horto terreal tão deleitoso, em tão bom clima situada ou criada, disse um estrangeiro que parecia que, quando Deus descendera do Céu, a primeira terra em que pusera seus santos pés fora ela. Está esta tão célebre ilha em altura de trinta e dois graus e dois terços desta nossa parte do Polo Setentrional. Tem da parte de Leste o cabo de Quantim em África (perto do cabo de Gué), que esta com o cabo de São Vicente, Norte e Sul, em distância de oitenta léguas, e com esta ilha da Madeira, Leste Oeste, cento e dez léguas, e com o Porto Santo cem léguas. Tem figura de uma rica pirâmide, cujo bases está da parte do Ocidente, ainda que algum tanto rombo, com que também fica toda feita como uma folha de plátano, e o cume da parte do Oriente é a ponta de São Lourenço, a qual ilha com o Porto Santo está Nordeste Sudoeste, da mesma maneira que está o Porto Santo com a Barra de Lisboa, ou com os Cachopos, e são doze léguas de terra a terra; e tem três ilhas, de que adiante direi, que se chamam as Desertas e estão Norte e Sul com a mesma ponta de São Lourenço três léguas de uma terra a outra. A Gran Canaria está com esta ilha da Madeira ao Sul e à quarta do Sueste e, ordinariamente, quase todas as ilhas de Canaria (como já disse acima) demoram desta ilha do Sul até o Sueste, pouco mais ou menos, e quem for por vinte e oito graus atravessará as ilhas Canárias todas; a Palma, que é uma delas e dista da cidade do Funchal setenta léguas, demora da mesma cidade ao Sul e quarta do Sudoeste, e, resguardando-se de irem ao Sudoeste, porque é derrota falsa, e errando a ilha, não a poderão tornar a tomar por causa dos ventos e aguagens que ventam naquelas partes. Tenerife esta Norte e Sul com o porto da ilha da Madeira outras setenta léguas. Da parte do Norte não tem a ilha da Madeira carregações, para que navios possam carregar, senão no verão, porque a terra não é para isso, nem tem portos, mas tem bons abrigos para navios, quando há tempo contrário da parte do Sul, por ser alta. Terá de comprido dezasseis léguas e meia e de largo quatro, pouco mais ou menos, ou, como outros querem, dezoito de comprido e perto de seis de largo; e principalmente dizem que tem esta largura, tomando a ilha pelo meio dela, para a parte de Loeste, que é a do Ponente, onde tem o basis rombo, mas para a parte de Leste vai aguçando até a ponta de São Lourenço e é mais estreita e delgada. Sua compridão é de Leste a Oeste, da parte de São Lourenço, que esta a Leste, até à ponta do largo, que está a Oeste, onde se acaba sua compridão. Tem uma grande baia da parte do Sul, que começa da Ponta de São Lourenço até à ponta do Pargo, que está uma légua antes de chegar à cidade, e terá de ponta a ponta cinco léguas; em toda esta costa se pode surgir, porque e bom surgidouro, de até vinte braças, a que se podem chegar os navios bem, sem temor dela. Alguns dizem que a ponta de São Lourenço está a Lés-nordeste, e que demora o Porto Santo dela doze léguas ao Nordeste. Partindo da ponta de São Lourenço (que se chamou assim por ali o primeiro capitão, João Gonçalves Zargo, chamar por ele, acalmando-lhe o vento) pela banda do Sul para o Ocidente, uma légua da ponta está uma povoação de perto de quinze moradores, que se chama o Caniçal; são terras rasas e de pão. Do Caniçal até a vila de Machico há duas léguas, que são da terra muito alta, de rochas e picos e mato, e onde se emparelham com a vila, que é à boca de uma formosa e mui crescida ribeira, ao longo da qual a mesma vila esta situada; faz a terra uma grande enseada com huas pontas, cuja boca terá um quarto de légua de largo, e da barra para dentro estão uns baixos no meio da enseada, sobre um dos quais (que de maré vazia descobre parte dele) está arvorada uma cruz por marca, com que se desviam os navios, para que, entrando no porto, não vão dar neles. Este porto de Machico, além da grande majestade que tem (como já tenho dito), é muito bom com todos os ventos por ser a terra de uma e outra parte muito alta, e, como começam os navios a entrar da barra para dentro, ficam como em um manso rio, salvo quando aboca por ela o Lés-sueste que, então, se é muito rijo, não podem sair para fora e convém amarrar-se bem, porque, se se desamarram, não têm remédio senão enxorar pela ribeira acima e enfiar-se com ela, como já aconteceu muitas vezes. Desta soberba entrada e nobreza desta vila já tenho dito acima. Terá de quinhentos até seiscentos fogos e uma formosa igreja, muito bem ornada com ricos ornamentos, antre os quais há uma rica charola, mais fresca e de mais obra que a da cidade do Funchal, ainda que mais pequena, em que levam o Santíssimo Sacramento, na procissão que se faz dia de Corpo de Deus. Ainda que tem esta capitania de Machico outra vila. de Santa Cruz, que é maior que ela, esta foi a primeira cabeça de toda a capitania, pois ainda agora tem o nome dela, e também parece ser a primeira povoação. porque, como primeiro tronco e principio, ha nela muito fidalgos de geração e muita gente nobre, e ainda têm eles antre si que Machico é a gema da fidalguia de toda a ilha. Tem esta vila pela ribeira acima engenhos de açúcar, e vinhas e pomares de toda fruta, e boa, e bom açúcar; mas o vinho dizem ser o pior de toda a ilha, que, por ser tal, para poucas partes se carrega. Há também nesta vila muitas mulatas, e muito bem tratadas e de ricas vozes, que é sinal da antiga nobreza de seus moradores, porque em todas as casas grandes e ricas ha esta multiplicação dos que as servem. Para se regarem canas de açúcar nesta vila. e para o Caniçal, se tirou uma levada de agua de tão longe, que do lugar, onde nasce, até ã vila serão quatro léguas e meia, ou perto de cinco, na qual se gastaram mais de cem mil cruzados, por vir de grandes serras e funduras, e dizem que na obra dela se furaram dois picos de pedra rija, por não haver outro remédio. Rafael Catanho, genoês, com o grande espirito que têm quase todos os estrangeiros, e principalmente os desta nação, foi o primeiro que começou a tirar esta agua, e depois el-rei a mandou levar ao cabo; e, pelo muito custo que fazia, já não se usa. Saindo desta vila de Machico (de cujos capitães direi adiante) meia légua para a parte do Ponente, está uma ribeira que se chama o Porto de Seixo, com que moinho de açúcar dos herdeiros de George de Leomellim, ou de Mellim, como outros dizem, genoes de nação, que é muito boa fazenda, junto do caminho que vai ao longo da costa desta banda do Sul, de que vou falando. Também há neste Porto do Seixo, pela ribeira acima, muitos vinhos de malvasias e vidonhos melhores que os de Machico, e muita outra fruta. Do Porto do Seixo a meia légua está outro engenho de açúcar, que é dos Freitas, acima do caminho, e abaixo dele um moesteiro de frades franciscos, onde estão até oito religiosos de missa, que tem boa igreja, com boas oficinas e aposentos, de que António de Leomellim, do Porto do Seixo, homem fidalgo, rico e mui generoso é padroeiro, com quem ele reparte grandes esmolas de sua fazenda, além das que deixaram seus antepassados para aquela casa, que fizeram. Do mosteiro um tiro de besta está a nobre e grande vila de Santa Cruz, a melhor de toda a ilha, situada em uma terra chã ao longo do mar, em que tem bom porto, a sua baía de um tiro de besta de largo e calhau miúdo, onde varam os batéis. Tem esta vila como oitocentos fogos, e rica igreja, e uma ribeira de agua por meio dela, ao redor da qual ha muitas vinhas de malvasias e de vinhos melhores que os de Machico, e muitas canas de açúcar, e uvas ferrais, e das mais frutas de peras e pêros, e amexeas, para a terra em muita abundância. Desta vila para o Ocidente um quarto de légua esta uma grande ribeira, de muita água, chamada de Boaventura (pela razão já dita), em que está um engenho de açúcar, e há por ela acima muitos canaviais dele e também muitos vinhos. Andando mais adiante desta ribeira quase uma légua, está uma povoação de trinta vizinhos do mesmo termo de Santa Cruz, que se chama Gaula, que tem muitas vinhas de malvasias e muitos outros vidonhos. De Gaula um tiro de besta, indo para a cidade, está uma grande ribeira, muito funda, que se chama do Porto Novo, por o ter muito bom para carregar os vinhos, que há nela, de boas malvasias, que são as melhores da ilha, e de outros vidonhos, que em aquela ribeira se colhem cada ano mais de trezentas pipas de vinho; e tem casais por ela acima, e muita fruta e muita agua boa. Meia légua mais adiante está a fazenda de João Dornelas, do Caniço, homem fidalgo, casado com Dona Mécia, irmã de Dom Luís de Moura, estribeiro-mor do Infante Dom Duarte e pai de Dom Cristóvão de Moura, muito privado do grande Rei Filipe e casado com uma filha de Vasqueanes Corte-Real, com a qual lhe fez el-rei mercê da capitania da ilha Terceira, por falecimento do capitão Manuel Corte-Real, de que não ficou herdeiro; a fazenda de João Dornelas é uma quintã com seu engenho de açúcar e vinhas, e foi casa muito abastada . Desta casa para o Ocidente um quinto de légua, pegado com o caminho, está a fazenda das Moças, filhas de um João de Teives (que assim se chamaram estas nobres fêmeas, ainda que velhas morreram, por permanecerem sempre, sem casar, na primeira limpeza, com muita honra e virtude e santo exemplo de vida), que é um engenho de açúcar, e boas e chãs terras de canas, e tem dentro, apegado com umas grandes casarias, uma rica igreja . Daqui, adiante, quase meia légua está uma aldeia de duzentos fogos com uma igreja da invocação do Espirito Santo, que se chama o Caniço, em uma ribeira que corre do Norte para o Sul, acompanhada de muitas vinhas de muitos vidonhos e de boas malvasias; ao mar deste lugar esta a ponta da Oliveira, onde se prantou uma, por balisa da repartição das duas capitanias, que por esta ribeira se partem, ficando a de Machico ao Nascente e a do Funchal ao Ponente, e por ela dizem que vai a demarcação da borda do mar do Sul até ã outra banda do Norte; porque deste Caniço até o longo do mar haverá um quarto de légua, onde está o porto onde se carrega tudo o que há nesta parte, e chama-se Caniço de Baixo, a respeito do outro, que Caniço de Cima é chamado. Do Caniço a um tiro de besta esta uma azenha, a par do caminho, que mói com pouca agua, que traz para os moradores do mesmo Caniço. E mais adiante uma légua. Uma egreja de Nossa Senhora das Neves, à vista do Funchal, sore uma ponta que se chama o Garajau, uma légua antes chegar ã cidade, na qual, ao longo do mar, estão alguns dragoeiros, que a fazem mais formosa. Primeiro que cheguem a esta igreja um tiro de besta, estão no caminho umas árvores altas, chamadas barbuzanos, em cuja sombra costumam descansar os caminhantes, onde se conta que, vindo, de noite, um clérigo de missa do Caniço sara o Funchal, debaixo das árvores achou um companheiro que lhe falou e, começando a caminhar ambos, emparelham com uma igreja que está à borda do caminho e tem uma cerca de muro derredor, cometeu o clérigo ao companheiro que fossem fazer oração, o qual lhe respondeu que já lá fora. Foi, contudo, o clérigo a fazer a sua e, saindo da cerca, achou companheiro, que lhe pediu a loba e lha levou às costas, e, começando a caminhar por uma ladeira abaixo por antre as vinhas até uma ribeira seca, que está no fim da ladeira, onde faz um remanso como terreiro, ali o cometeu que lutasse com ele, sendo alta noite. Vendo o clérigo tal cometimento em tal lugar e tais horas, respondeu que vinha caindo do caminho e que não fazia a caso lutar, tendo ruim suspeita da companhia, e tornaram a andar indo ainda ladeira abaixo até chegar à rocha do mar, que é muito alta, ao longo da qual está o caminho; chegados à rocha, o tornou a meter que lutassem, e o clérigo lhe pediu a loba e se começou a benzer e arrenegar do diabo, e ali lhe desapareceu se deitou pela rocha abaixo com grande ruído, vindo o clérigo ao Funchal, que é dali uma légua. Dizem alguns que, por ser grande lutador este clérigo, o queria levar o demónio pelo erro que tinha, porque este é seu costume, e que se deixou cair, lutando ambos à primeira queda e, quando veio , segunda, por o clérigo o achar muito rijo, vendo-se levar a a rocha, disse «Jesus me valha», e que a esta palavra ira o demónio. Mas o que primeiro se disse se tem por mais verdadeiro. Meia légua de Nossa Senhora das Neves esta uma grande ribeira seca, que não corre senão no Inverno, que se chama a Ribeira do Gonçalo Aires, onde dizem que aparece uma fantasma em figura de um sapateiro, algumas vezes com formas as costas. Ha por esta ribeira acima muitas vinhas. E um terço de légua adiante dela está uma igreja de Santiago, um tiro de besta de outra, do Corpo Santo, que esta pegada com as primeiras casas da cidade do Funchal; chama-se ali o cabo do Calhau. […] CAPITULO DECIMO SÉTIMO EM QUE SE VAI CONTINUANDO A DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA PELA BANDA DA COSTA DO SUL, DESDE A PRAIA FORMOSA, UMA LÉGUA ALÉM DA CIDADE DO FUNCHAL, ATÉ A PONTA DO PARGO, QUE É O FIM DA ILHA DA PARTE NORTE Indo da Praia Formosa para o Ocidente um quarto de légua, está uma grande ribeira, que se chama dos Acorridos, pela razão já dita, que vem de montes muito altos e bravas serranias e é muito larga e chã, que, sem falta, terá de largo um tiro de arcabuz, e toda esta largura ocupa tanto a agua quando vem cheia, que parece um bom rio. Tem ao longo do mar uma praia de areia e, perto dele, dois engenhos de canas de açúcar, um de Manuel da My e outro de António Mendes, muito nobre fidalgo, ambos portugueses; por esta ribeira acima ha muitas vinhas de malvasias e bons vidonhos, e canas de açúcar. É tão estranha ribeira, de grande e de muita água quando chove, que toda a lenha que se gasta nos dois engenhos que estão nela e em outros dois, que tem Câmara de Lobos, que está perto, trazem por ela abaixo, que podem ser oitenta mil carregas de azémola cada ano, antes mais que menos. E tem esta ordem para trazer esta lenha: tendo-a cortada nos montes, a põem em lanços perto das rochas da ribeira, e cada senhorio da lenha, que a mandou cortar, tem posto sua marca em cada rolo, que, pela maior parte, é toda lenha grossa, pondo uma mossa, outros duas, outros três ou quatro, e tanto que chove se ajuntam como cem homens das fazendas, indo-se aos montes e serranias, onde têm suas rumas de lenha posta, e lançam-na à ribeira pelas rochas abaixo, que são muito altas; a agua, como é muita, traz aquela multidão de lenha e muitos daqueles homens trazem uns ganchos de ferro metidos em umas hastes de pau compridas, com os quais desembarcam e desembaraçam a lenha, que vem toda pela ribeira abaixo, e, se (como acontece muitas vezes) acerta de cair algum deles na ribeira, com aqueles ganchos apegam dele por onde se acerta, ainda que o firam, com que, ou morto ou vivo, o tiram fora da agua, e acontece algumas vezes morrerem alguns homens neste grande trabalho. Vindo com esta lenha pela ribeira abaixo com grande arruído e pressa, e comidas e bebidas, que para este efeito ajuntam e o trabalho requer, quando chegam junto dos engenhos, onde a ribeira espraia e faz maior largura, espalha-se a água, por ser a ribeira muito chã, e, ficando quase em seco, dali a tiram com os mesmos ganchos, e cada um dos senhorios, por sua marca, aparta a sua, pondo-a em rumas muito grandes para o tempo da açafra do açúcar. Mas acontece algumas vezes, chovendo em demasia na serra, que enche a ribeira muito e leva muita cópia desta lenha ao mar, em que se perde grande parte do custo que têm feito. Perto da fonte, onde nasce a agua desta ribeira dos Acorridos, se tirou a levada dela para moer o engenho de Luís de Noronha, e dizem que do lugar donde ã começaram de tirar até onde vai ao engenho e regar os canaviais, ha bem quatro léguas, por se tirar de tão grande fundura da ribeira em voltas, que, para chegar arriba, ã superfície da terra, para começar a caminhar, atravessando lombas, fazendo grandes rodeios per cima, pela serra, por onde vai esta levada, tem de alto mais de seiscentas braças, da qual altura, que é muito íngreme, se tira a agua em cales de pau, em voltas, até se pôr na terra feita; e sem falta custou chegar. O mesmo que calhas. pô-la em tal lugar passante de vinte mil cruzados, afora o muito mais que fez de custo levada dali quatro léguas, alem, de muitas mortes de homens, que trabalhavam nela em cestos amarrados com cordas, dependurados pela rocha, como quem apanha urzela, porque é tão alcantilada e íngreme a rocha em muitas partes, que não se faziam, nem se podiam fazer de outra maneira estâncias para assentar as cales sem passar por este perigo. Tem duzentos e oitenta lanços delas, por onde vai esta agua, que, postos enfiados um diante do outro, terão um quarto de légua de comprido. São de tavoado de madeira de til, que, pela maior parte, tem cada tavoa vinte palmos de comprido e dois e meio de largo; e, depois de assentadas estas cales na rocha, fazem o caminho por dentro delas os levadeiros, que continuamente têm cuidado de as remendar e consertar, alimpando-as também da sujidade e pedras que acontece cair nelas, e fazer outras coisas necessárias à levada, pelo que têm grossos soldos, por terem oficio de tão grande trabalho e tanto perigo. Nesta rocha está uma furna muito grande, que serve de casa para os levadeiros e para guardar nela munições necessárias de enxadas, alviões, barras, picões e marrões e outras ferramentas; e nela se metem cada ano dez, doze pipas de vinho para os que trabalham na levada e outras pessoas que a vão ajudar a reformar, quando quebram alguns lanços de cales. E é coisa monstruosa a quem vê isto com seus olhos a estranha e aventureira invenção, que se teve para se tirar dali esta água. Tem o senhor desta levada alvará de el-rei para que os seus levadeiros e homens, que trabalham nela, possam tomar para comer cabras e porcos, que há muitos naquelas serras, ainda que seus não sejam, sem por isso serem crimemente acusados, mas que os donos dos tais gados serão pagos do seu, sem crime da justiça. Da mesma ribeira, mais abaixo para o Sul, tirou António Correia outra levada para regar as terras da Torrinha, que estão sobre Câmara de Lobos, também de muito custo. Indo da ribeira dos Acorridos para o Ocidente um quarto de légua, esta uma aldeia, que chamam Câmara de Lobos, perto do mar, que tem uma calheta pequena e uma furna, onde dormiram, ou dormem ainda lobos, de que tomou nome o lugar e os capitães da ilha, os Câmaras, pelos achar nela o primeiro capitão, João Gonçalves Zargo, quando aí desembarcou a primeira vez, como já tenho contado. Tem esta aldeia como duzentos fogos e uma só rua principal e muito comprida, e no cabo dela a igreja, muito boa e bem consertada. Tem mais dois engenhos de açúcar, um, que foi Antonio Correia, e outro Duarte Mendes, e muitas nas e vinhas de boas malvasias, e muitas frutas de toda sorte, e muita água. Dois tiros de besta de Câmara de Lobos para o Norte, pela terra dentro, está um moesteiro da invocação de São Bernardino, de frades franciscos, em que estão continuamente ou oito frades, bons religiosos, muito abastado de ia a fruta e vinhos. Acima dele estão os pomares do Estreito, que têm muita castanha e noz, e pêros de toda sorte muito doces, e vinhas e criações, e uma freguesia, que se ama o Estreito, de até trinta fogos, cuja igreja é de Nossa Senhora do Rosairo. De Câmara de Lobos para o Ocidente ladeira acima tá uma lombada (que assim se chamam as lombas de terra naquela ilha), que parte com a rocha do mar e é a mais alta toda a terra, chamada Cagagirão e, por outro nome, a Caldeira (por uma cova, que tem ali a terra, que é agora dos herdeiros de António Correia, homens mui principais e generosos), que dá muitas e boas canas de açúcar. E parece que daqui tomaram o nome os Caldeiras da ilha, se o não trouxeram do Regno, que nela há muitos, e gente muito honrada. De maneira que de Câmara de Lobos a uma légua está a quinta de Luís de Noronha, senhor da levada da ribeira dos Acorridos, que já disse, em que tem um engenho e grandes casarias de seus aposentos, e sua ermida, perto da fazenda, com seu capelão, para que ouçam missa os que trabalham lá, para que cumpram com o precepto da Igreja os domingos e festas, e o mesmo se ha-de entender de todas ou as mais das fazendas da ilha, que estão fora da cidade e vilas, ou aldeias, porque todas tem suas igrejas para este efeito. Tem esta quintã boas terras de canas e de trigo e centeio, mas vinhas poucas, por ser a terra alta, ainda que ao longo do mar tem o mesmo Luís de Noronha uma fajã de grande pomar e vinhas de muito preço, e passatempo, que dá cada ano quarenta, cinquenta pipas de malvasias. E esta ribeira dos Melões, que parece que os há naquela parte muito e, sobretudo, estremados, que dá também muitas canas e, em parte, algumas vinhas. Indo da quintã do Noronha para o mesmo Ocidente meia légua, está um lugar de cem fogos espalhados, a que chamam o Campanário; tem a igreja junto do caminho, da invocação do Espírito Santo. São terras de criações e lavoura de trigo e centeio, por ser gente montanhesa, dados mais a criar gado que a cultivar vinhas, nem outras fruteiras, mas, contudo, isto se há-de entender que neste e em todos os lugares da ilha houve sempre, e há hoje em dia, gente honrada e fidalga e de altos pensamentos. Ao Ocidente, uma légua do Campanário, está a Ribeira Brava que por extremo tem este nome; é uma aldeia que terá como trezentos fogos, com uma igreja de São Bento e bom porto de calhau miúdo, que, pela chã da ribeira acima, tem as casas, e muitas canas de açúcar, e dois engenhos, e pomares muito ricos de muitos pêros e peras, nozes e muita castanha, com que é a mais fresca aldeia que há na ilha, pelo que, e pelo merecer, por ter bom porto e ser muito viçosa, já muitas vezes tentaram os moradores de a fazerem vila Tem também muitas vinhas, ainda que o vinho não é tão bom como é o do Funchal. A ribeira é tão furiosa, quando enche, que algumas vezes leva muitas casas e faz muito dano, por vir de grandes montes e altas serras, e por ser desta maneira lhe vieram a chamar Brava. Neste lugar nasceram os Coelhos, cónegos da Sé do Funchal, estremados homens de ricas vozes; um deles, chamado Gaspar Coelho, foi mestre da capela da Sé muitos anos sendo cónego, e Francisco Coelho, seu irmão mais moço, sendo cónego, foi também mestre da capela de el-rei na corte. Da Ribeira Brava meia légua está a ribeira da Tabua, com uma freguesia de quase trinta fogos; teve já dois engenhos e tem muitas vinhas e canas e frutas, mas o vinho é semelhante ao da Ribeira Brava, sua vizinha Desta ribeira da Tabua são os Medeiros, gente nobre e honrada. Da Tabua pouco mais de meia légua esta a Lombada de João Esmeraldo, de nação genoês, que chega do mar à serra, de muitas canas de açúcar e tão grossa fazenda, que já se aconteceu fazer João Esmeraldo vinte mil arrobas de sua lavra cada ano, e tinha como oitenta almas suas cativas antre mouros, mulatos e mulatas, negros, negras e canários. Foi esta a maior casa da ilha e tem grandes casarias de aposento, e engenho, e casas de purgar, e igreja. E depois do falecimento de João Esmeraldo, ficou tudo a seu filho Cristóvão Esmeraldo, que o mais do tempo andava na cidade do Funchal sobre uma mula muito formosa, com oito homens detrás de si, quatro de capa e quatro mancebos em corpo, filhos de homens honrados, muito bem tratados, e trazia grande contenda com o Capitão do Funchal sobre quem seria provedor da Alfândega de el-rei, que é uma rica coisa de renda de Sua Alteza e ricas casarias. Casou João Esmeraldo na ilha com Ágada de Abreu, filha de João Fernandes, senhor da Lombada do Arco. Da Lombada de João Esmeraldo um quarto de légua está a vila da Ponta do Sol, que se chama assim por ter uma ponta ao Ocidente da vila, que tem o parecer que já disse, aonde dá também o Sol primeiro que na vila, quando nasce. Tem esta vila como quinhentos fogos e boa igreja; é povoada de gente nobre, por ser das mais antigas da ilha, mas os vinhos não são tão bons como são os do Funchal . Acima da Ponta do Sol para o Norte da vila esta um 1ugar, que se chama os Calcanhos, que tem um engenho, e muitas frutas, e ricas aguas, e vinhas, e terra de lavoura de trigo e centeio, onde há uma honrada geração de homens nobres, que se chamam os Escovares. Meia légua da vila da Ponta do Sol, ao longo do mar, está a freguesia da Madalena, de até trinta fogos; tem um engenho, que foi de um Manuel Dias, e boa fazenda de boas terras de canas e muita água e fresca. Ha nesta freguesia uma ermida de Nossa Senhora dos Anjos que, tirando ser pequena, é uma rica casa com um retábulo pequeno e fresco e bem ornado, junto da qual está uma fresca fonte, debaixo de uns seixos, antre uns canaviais de açúcar de mui formosas canas. Da Madalena um quarto de légua está a Lombada que foi de Gonçalo Fernandes, marido de Dona Joana de Sa, camareira-mor da Rainha. É muito grossa fazenda; tem engenho de açúcar e muitas terras de canas, e grandes aposentos de casas e igreja com seu capelão. Um quarto de légua desta Lombada de Gonçalo Fernandes está outra, que se chama o Arco, ou Lombada do Arco, que foi de João Fernandes, irmão de Gonçalo Fernandes, fazenda também muito grossa, que tem engenho e muitas terras de canas, e grandes aposentos de casas e igreja e capelão. E adiante direi o que em estas duas Lombas aconteceu a um Antonio Gonçalves da Câmara, filho de Gonçalo Fernandes e de sua mulher, a camareira-mor da Rainha. Da Lombada do Arco, indo para o Ocidente até vila da Calheta, de que foi conde o ilustre Capitão Simão Gonçalves da Câmara, haverá uma légua. Está esta vila por ma ribeira acima, que tem as rochas tão altas, que acontece s vezes cairem pedras da rocha e derrubar as casas dela. era quatrocentos fogos e a igreja, da invocação do Espírito Santo, e o porto, vindo da vila para o Nascente um quarto e légua, que é uma estrita calheta, onde varam os arcos. Acima da vila, pela terra dentro um quarto de légua, está o engenho dos Cabrais e, perto dele, está outro do doutor da Calheta, físico, chamado mestre Gabriel. E logo perto de uma légua da Calheta está a fazenda e João Rodrigues Castelhano, que se chamou assim por falar castelhano, sendo ele genoês de nação, que é grossa fazenda de canas com seu engenho e capelão; este João Rodrigues casou duas filhas no Funchal muito ricas, e são gora as melhores fazendas da ilha. Teve muitos escravos, cinco dos quais lhe mataram um feitor, mas ele os entregou justiça e foram enforcados na vila da Calheta. Da fazenda deste João Rodrigues Castelhano obra de leia légua está outro engenho, de Diogo de França, que teve onze filhos, nobres e ricos, boa fazenda de canas e vinhas, e águas, e frutas. Daqui a meia légua está uma freguesia, que se chama Jardim, de quarenta fogos, com uma igreja da invocação e Nossa Senhora da Graça; também tem engenho, terras de pão e vinhas, e, abaixo do Jardim para o mar, está uma grande fajã, que se chama o Paul, com um engenho, que é e Pero do Couto, homem muito rico e possante, e boa fazenda de açúcar, mas tem perigoso caminho por terra, por ser a rocha muito alta para descer abaixo. Do Jardim para o Ocidente até chegar à Ponta do Pargo, que é o fim da ilha da banda do Sul e também é freguesia de duzentos fogos, haverá duas léguas; a igreja é da invocação de São Pedro. São terras lavradias de trigo e centeio e criações de gado e porcos; tem muitas frutas e águas. E por aqui acabo de dar conta da parte do Sul desta ilha o melhor que pude saber na verdade. CAPITULO DÉCIMO OITAVO DA DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA PELA COSTA DA BANDA DO NORTE, TORNANDO A COMEÇAR DA PONTA DE SÃO LOURENÇO E ACABAR NA PONTA DO PARGO Tornando à ponta de São Lourenço, que está da parte do Oriente, e começando andar dela para o Ocidente da ilha pela costa da banda do Norte (que, como tenho dito, toda tem bom e seguro surgidouro e bom abrigo para os navios, quando os ventos ventam da outra parte, por ser a terra muito alta), da mesma ponta de São Lourenço para o Ocidente perto de duas léguas está. uma aldeia, que se chama o Porto da Cruz (pela razão que já tenho dito), que tem junto do mar um engenho que foi de Gaspar Dias; é grossa fazenda, com boas terras de canas e muitas águas. Haverá neste lugar trinta fogos espalhados, afora a gente da fazenda, e são os moradores todos criadores, porque os matos são em toda a ilha gerais a todos para criarem neles. Do Porto da Cruz a Nossa Senhora do Faial (por ali o haver grande) haverá uma légua. Terá esta freguesia como cem fogos; a igreja está. antre duas ribeiras muito altas das rochas; tem muita fruta de espinho, de cidras e limões, peras e pêros e maçãs, e castanha e noz. Sendo a igreja de bom grandor, dizem que toda se armou de um grandíssimo pau de cedro, que se achou perto dela; pelo seu dia, que vem a oito de Setembro, se ajuntam de romagem de toda a ilha passante de oito mil almas, onde se vê uma rica feira de mantimentos de muita carne de porco e vaca, e chibarro, a qual é uma extremada carne de gostosa naquela ilha, ainda que em outras muitas terras e ilhas seja a pior de todas. Ali se ajuntam muitos cabritos e frutas, e outras Coisas de comer, para, comprarem os romeiros, que muitas vezes se deixam estar dois, três e mais dias em Nossa Senhora, descansando do trabalho do caminho, porque vêm de dez e doze léguas por terra mui fragosa; e juntos fazem muitas festas de comédias, danças e músicas de muitos instrumentos de violas, guitarras, frautas, rabis e gaitas de fole; e pelas faldras das ribeiras, que têm grandes campos, no dia de Nossa Senhora e em seu oitavairo, se alojam os romeiros em diversos magotes, fazendo grandes fogueiras antre aquelas serranias. Dizem que ali apareceu Nossa Senhora, onde tem a igreja. Tem esta freguesia dois engenhos de açúcar, um de António Fernandes das Covas, que esta perto de Nossa Senhora, e outro de Luis Doria. No fim das ribeiras (que ambas se vão ajuntar em uma), perto do mar, tem bom porto. Está nesta freguesia uma serra de água, que foi um grande e proveitoso engenho, em que dois ou três homens chegam por engenho um pau de vinte palmos de comprido e dois e três de largo ã serra, e, por arte, um só homem, que é o serrador, com um só pé (como faz o oleiro, quando faz a louça) leva o pau avante e a serra sempre vai cortando e, como chega ao cabo com o fio, com o mesmo pé dá para trás, fazendo tornar o pau todo, e torna a serra a tomar outro fio; de maneira que quem vir esta obra julgará por mui grande e necessária invenção a serra de água naquela ilha, onde não era possível serrarem-se tão grandes paus, como nela á, com serra de braços, nem tanta soma de tavoado, como se faz para caixas de açúcar, que se fazem muitas, e para outras do mais serviço, que vem ser cada ano muito grande soma. Tem esta freguesia grandes montados de criações à muitos proveitosas. De Nossa Senhora para o Ocidente a uma légua está uma freguesia da invocação de Santa Ana, que terá ate quarenta fogos. São terras de lavrança de muito pão e criações; tem muita castanha e noz, e muitas águas e frutas de toda sorte. De Santa Ana a meia légua esta a freguesia de São Jorge, de cento e cinquenta fogos. a par do mar, com muito bom porto; tem muitas vinhas de bom vinho de carregação, e muitas terras de lavrança de pão e criações, e muita fruta de toda sorte, com muitas aguas. Adiante de São Jorge uma légua e meia está a freguesia da Ponta Delgada (assim chamada por ser ali um passo muito perigoso, que se passa por riba de dois paus, que se atravessam de uma rocha a outra, e em tanta altura fica o mar por baixo, que se perde a vista dos olhos, onde esta um porto, cm que desembarcam e embarcam com vaivém, a modo de guindaste), com uma igreja da invocação de Jesu, de até sessenta fogos e bom porto, e vinhas, e criações, e lavrança de pão e frutas de toda sorte, e muitas aguas, onde tem duas serras de agua. Neste lugar reside António de Carvalhal, homem tão cavaleiro como esforçado por sua pessoa, nobre e magnifico por sua condição e grande virtude, com a qual, por sua magnificência, tem acquirido tanta fama e ganhado tanto nome com as vontades dos homens, que por isso lhe obedecem, e, se for necessário dar um brado, ajuntará quinhentos homens da banda do Norte a seu serviço para qualquer feito de guerra, como já lhe aconteceu, ou para qualquer outro feito; e não sem razão, porque sua casa é hospital e acolheita de todo pobre, hospedagem de caminhantes e refúgio, finalmente, de necessitados. Assim despende sua fazenda toda (que muita possui desta banda) nestas obras, que em sua casa se gastam cada ano trinta moios de trigo, afora outros muitos que empresta, e com ele socorre a quem tem necessidade, que todos recolhe de sua lavoura. É filho de Duarte Ribeiro e casado com Dona Ana Esmeralda, filha de Cristóvão Esmeraldo, provedor que foi da Fazenda de Sua Alteza nesta ilha da Madeira e na do Porto Santo. É tão forçoso, que anda pelas serras da ilha da Madeira, que são mui ásperas, a cavalo, sem ter corta com cilha porque as pernas lhe servem disso; é homem grande, seco, largo das espáduas e bem proporcionado em todos os membros, pelo que tem tanta força que, indo um dia por antre um mato a cavalo, passando por baixo de uma arvore, lançou as mãos a um ramo grosso e, cingindo o cavalo com as pernas pela barriga, o alevantou do chão mais de um palmo. [...] Uma légua além da Ponta Delgada está a freguesia de S. Vicente, de duzentos e cinquenta fogos, com grandes terras de lavranças de pão, e criações e muitas frutas de castanha, noz e de outra sorte, muitas vinhas, e muitas aguas, e duas serras de agua. De S. Vicente a três léguas está o Seixal, que é freguesia de ate vinte fogos, com uma igreja da invocação de São Braz. Tem muitas terras de grandes criações, e lavrança de pão, e vinho, e fruta de toda sorte. Do Seixal a meia légua está a Madalena, que é freguesia de trinta fogos, que tem muitas criações e lavoura de pão, e muitas águas. Está esta freguesia, pela terra dentro, perto de meia légua na ponta de Tristão, que se chama assim por ele a descobrir primeiro, onde se partem as capitanias pela banda do Norte, porque por esta parte se estende mais a capitania de Machico que pela banda do Sul, onde começa na ponta da Oliveira, pela que ali mandou prantar o capitão João Gonçalves, como tenho dito, que está ao mar do lugar do Caniço ao Sueste, vindo dela a demarcação pelo meio da terra, que são grandes serranias do Nascente para o Poente, pela banda do Norte, até chegar a esta ponta de Tristão, que está ao Noroeste; sendo estas duas pontas, a da Oliveira, da banda do Sul, e a de Tristão, da parte do Norte, as balisas e extremos da repartição destas duas capitanias do Funchal e Machico, ficando a ilha partida de Noroeste a Sueste, como estão estas pontas, e, tirando catorze léguas, da banda do Sul, que é o melhor de toda a ilha, e três da banda do Norte, da jurdição da capitania do Funchal, todo o mais da ilha fica da jurdição da capitania de Machico. Desta ponta de Tristão, que está ao Noroeste, da parte do Norte, vira a costa para o Sul, fazendo a terra, ou a figura de pirâmide dela, sua basis, ou pé, e assento por espaço de três léguas, que, segundo alguns, ha dela e desta freguesia da Madalena, pela banda do Ocidente, até a ponta do Pargo, onde acabei a banda do Sul e acabo agora a descrição de toda a ilha pela costa dela, com que fica com a figura de pir3mide, que já disse, um lado da qual é da ponta de S. Lourenço, que está ao Oriente, até à ponta do Pargo, que está ao Ocidente, pela banda do Sul, e o outro lado é da mesma ponta de S. Lourenço, do Nascente, até à ponta de Tristão, que está ao Ocidente, pela banda do Norte; e a basis é desta ponta de Tristão até a ponta do Pargo, que outros dizem ser duas léguas, com que fica com figura de pirâmide, mas, por nesta basis não ir a terra cortando direita, senão com algum rodeio curva e no meio larga e na ponta aguda, fica toda esta ilha da Madeira parecendo mais folha de plátano que pirâmide. E, ainda que, como pirâmide se acha pintada em algumas cartas de marear, em outras tem figura de folha de álamo, porque, como esta árvore, está prantada e alevantada no meio das aguas do grande mar Oceano Ocidental, em bom clima, e regada com muitas e frescas ribeiras e, abundantemente, dá seus frutos mui perfeitos a seu tempo. CAPITULO DÉCIMO NONO DA DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA PELO MEIO DA TERRA (…) Tomando a terra desta ilha pelo meio, da ponta de S. Lourenço, que esta ao Nascente, à, ponta do Pargo, que jaz ao Ocidente, toda é terra de grandes serranias e altos montes, alta em tanta maneira, que faz abrigo aos navios, que se chegam a ela da banda do Norte, ventando muito do Sul, até dez léguas da terra. Toda esta ilha é fragosissima e povoada de alto e fresco arvoredo, que, por ser tal, se perdem alguns caminhantes nos caminhos, e aconteceu já alguns, perdidos, neles morrerem. E não, tão somente, há pelo meio e lombo da terra grandes e alevantadas serranias, mas também grotas e altas funduras, cobertas de matos e grossos paus e arvoredo de til, que, quando o serram, dentro, no cerne, é muito preto e cheira mal; deste pau se faz muito taboado para caixas de açúcar e solhado de casas e madres, e dele é a maior parte da lenha que se queima nos engenhos. Também há outro pau vermelho, que se chama vinhático, de que se fazem as caixas para o serviço de casa, que são muito boas, mas as feitas dele para o mar são muito mais prezadas. Outros paus há de aderno, de que se faz muita madeira para pipas para vinho e mel, mas para o mel são melhores que para o vinho, não porque a qualidade da madeira o faça ruim, mas porque é muito rijo e seco e não revê tanto o mel nele, como o vinho, que o faz humedecer, e algumas vezes o deita pelo meio do pau, o qual pau aderno é tão rijo, que se fende ã cunha. Ha também muitos folhados, que crescem muito direitos e grossos, de que se faz a armação para as casas, e muitas vezes de um pau fazem três e quatro pernas de asnas, mas não é tão rijo como o desta ilha de São Miguel; é brando de cortar, quase como o cedro, e dele se fazem os temões para servirem na lavoura. Há outro pau, azevinho, muito rijo, de que se fazem os cabos de machado, mas não é branco como é o desta ilha. Também há paus de louro, e nas faldras da serra, da banda do Sul, muita giesta, que é mato baixo, como urzes, que dá flor amarela, de que gastam nos fornos e dele se colhe a verga, que esburgam como vimes, de que se fazem os cestos brancos, mui galantes e frescos, para serviço de mesa e oferta de baptismos e outras coisas, por serem muito alvos e limpos, e se vendem para muitas partes fora da ilha e do reino de Portugal, porque se fazem muitas invenções de cestos, mui polidos e custosos, armando-se, às vezes, sobre um dez e doze diversos, ficando todos juntos em uma peça só; e para se fazerem mais alvos do que a verga é de sua natureza, ainda que é muito branca, os defumam com enxofre. Há também muita madeira de barbuzano, de que, pela maior parte, fazem os tanchões para as latadas, por ser pau muito rijo e durar muito no chão. E não faltam muitas urzes, de que se faz o carvão para os ferreiros e fogareiro. Tem finalmente esta ilha tantos matos e rochas, tantos montes e grotas, que afirmam todos que, das dez partes da ilha, não aproveitam as duas, porque a maior dela são serranias, terras dependuradas, rochas e grotas e ladeiras, e não ha terra chã, senão a bocados, mas esses são tais, que valem mais que outro tamanho ouro; e, geralmente, não tem preço a substância, que tem todas as coisas, que esta ilha de si esta produzindo, quer por natureza, quer com arte. É terra massapez pela maior parte, mais que terra preta, e outra, como ruiva, se chama salões; toda se rega com a grande abundância das águas que tem, que, como veias em corpo humano, a estão humedecendo e engrossando e mantendo, com que se faz rica, fresca, formosa e lustrosa; e com ser tão alta, não se vai com elas ao mar (como esta de S. Miguel faz em grande quantidade, quando chove), e depois de estar a terra farta de agua, levarão um rego dela sem se sumir duas, três e mais léguas. Tem muita hortaliça de muitas couves murcianas, mas não espigam, pelo que sempre vem a semente delas de Castela; cria muitas alfaces e boas, e outras muitas maneiras de hortaliça, toda regada com água, como as canas, afora os muitos pomares que tem de fruta de espinho e ricos jardins de ervas cheirosas, em tanto que dizem os mareantes que, mais de dez léguas ao mar, deita esta ilha de si uma fragrância e um confortativo e suave cheiro, que parece cheirar a flor de laranja. Em muitas partes desta ilha há muitas nogueiras e castanheiros, que dão muita noz e castanha, em tanta maneira, que vale o alqueire a três e quatro vinténs e se afirma que se colhe em toda ela de ambas estas frutas de noz e castanha, juntamente cada ano, passante de cem moios; também dá amêndoas, e de tudo carregam bem as árvores. Há nesta ilha da Madeira muito sumagre, que serve para curtir couro, principalmente o cordavão, porque o faz muito brando e alvo; este sumagre se pranta em covas pequenas, como quem pranta rosas e vinha; tem a haste, como feito, e a rama semelhante ao mesmo feito; dá-se em terras altas e fracas; colhe-se cada ano, cortando-se rente com a terra para não secar a soca dele e poder tornar a arrebentar, por ser planta que dura muitos anos na terra. É novidade de muito proveito, porque multiplica tanto, que se enchem os campos dele como enchem as roseiras, e lavra a raiz por baixo da terra, e o que se dá na ilha é muito fino e, apanhada a rama, que é o dito sumagre. se deita ao Sol, seca, se mói em engenho de água, assim como se mói o pastel nesta ilha, e se faz em pó, e, moído, o carregam para diversas partes em sacas e pipas. Criam-se também na ilha da Madeira alguns gaviães e açores, que parece que vêm ali com tormentas de alguma terra perto, que está por descobrir, bilhafres, francelhos, corujas, e há nela muitas perdizes, pavões, galipavos, galinhas de Guiné, e as outras domésticas, pombos trocazes, pretos e brancos, patas e adens, pombas bravas e mansas, muitos melros, canarios, pintassilgos (sic), toutinegras, lavandeiras, tentilhões, codornizes, rolas, poupas e coelhos, cagarras, afora gaivotas, estapagados e outras aves do mar. (…) [Gaspar Frutuoso, Livro segundo das Saudades da Terra, Ponta Delgada, 1979, pp.45-49, 54-55. 56-58, 632-63, 99-107, 119-140.] ALVARÁ PELO QUAL SUA MAGESTADE MANDA DAR OS MEIOS E MODOS DE ESTABELECER O POVO E CONSERVAR O DOMINIO DA ILHA DO PORTO SANTO[1770] Eu ElRey faço saber aos que este Alvará virem, que em Representações da Camara da ilha do Porto Santo, justificadas por exactas informações do Governador e Capitão General da ilha da Madeira, João António de Sá Pereira; e qualificadas por Consulta, que em treze de Julho proximo precedente subio do Conselho da Minha Real Fazenda, se verificou na Minha Presença que sendo a mesma ilha, e ilheos a ela adjacentes, administrados por hum Donatario, sem meio para conservar em paz, justiça e ahundancia E havendo-se os povos della precipitado na maior ociosidade, e inercia, por falta de quem nelles fomentasse e progredisse o trabalho, e a industria para se sustentarem, virem por consequencia de tudo a serem expellidos pelos poderosos, e usurarios; seguindo-se de tudo o referido precipitar-se a mesma ilha em tal decadencia, e tão extrema necessidade, que para o povo della não padecer o flagélo da fome, tem sido necessário em repetidas ocasiões, que pela Provedoria da ilha da Madeira ocorresse a providencia dos Reis Meus Predecessores e a Minha ao sustento daquelles afflictos Vassallos. E porque este remedio, que soccorre as extremas necessidades presentes, não só não he bastante para precaver as futuras, mas antes as accrescenta, animando os vadios e preguiçosos com a esperança de serem socorridos, como até o presente o foram nas urgencias a que se tem visto reduzidos: Querendo obviar em commum beneficio daquelles moradores a hum mal, que se tem feito tão digno objecto da Minha Real Clemencia, depois de haver mandado compensar por um effeito della, ao sobredito Donatario o Dominio, que havia perdido pelas referidas causas: Hei por bem e mando que aos ditos respeitos se observe o seguinte: Attendendo aos estragos, que tem feito nas terras a cubiça dos Proprietarios dellas, que sam na maior parte moradores na Cidade do Funchal, se deverão logo encabeçar as mesmas Terras, com a qualidade de Censuárias, ficando perferidas nas mesmas Familias com o encargo de pagarem as melhores os quintos da sua produção; e as de segunda qualidade, os oitavos; sem que estas pensões se possam alterar; e ficando só os Dominios uteis, e alhiaveis entre os moradores da sobredita ilha, sem que se possam vender, ou voluntaria ou necessariamente, a pessoa de fóra. Os moradores que sahirem da referida ilha, não poderão possuir nella os referidos bens; mas serão obrigados a vendellos ou nomeallos, em naturaes da Terra, que nella tenham o seu permanente domicílio. E por hum effeito da Minha Real Piedade: Hei por bem perdoar todos os Dizimos e Direitos aos referidos moradores por tempo de dez annos: Concedendo-lhe outro sim, o Privilegio, para que ninguem lhes possa tomar os seus gados, e bestas contra suas vontades, nem possuillos mais, que tão sómente os moradores da sobredita ilha, tendo estes os Ilheos para pastos communs, e sen. que pelo tempo dos ditos dez annos possam ser obrigados a solução alguma. II E porque me foi presente, que rla mesma ilha do Porto Santo tem grassado a mal entendida vaidade, de sorte que todos os sobreditos moradores della cuidam em allegar genealogias para fugirem do trabalho; e obviando os estragos, que tem causado estes vadios: Sou servido declarallos por inhabeis para preferirem ao Cargo de Juizes, Vereadores, Procuradores do Conselho e mais lugares publicos, e honorificos os lavradores, inhabilitando os que não fizerem lavouras para os ditos cargos, e quaisquer outros de Justiça da Fazenda. III Hei, outro sim por bem, que o Governador e Capitão General da ilha da Madeira, mandando escolher entre os filhos dos referidos vadios, que não fizeram lavoura, aqueles que parecerem mais aptos: a saber, no numero de seis para o Oficio de Çapateiro; outros tantos para o de Alfaiate; dous para o de Oleiro; quatro para o de Carpinteiro; outros quatro para o de Pedreiro; dous para o de Ferreiro; os fará entregar a Mestres dos respectivos Officios para que os ensinem, remettendo-os, depois aos parrentes nos mesmos officios á dita ilha para nella exercitarem as suas Artes. IV Prohibo que Mercador, Vendilhão, ou outro algum traficante possam fazer penhora em gados vacuns, cavallares ou miudos, e em quaisquer instrumentos de lavouras, e serventia della por quaesquer dividas de fazendas fiadas ou dinheiros adeantados em interesse; nem tão pouco nos frutos da mesma lavoura, que necessários forem para as sementes das Terras e comedorias proporcionados aos que nellas trabalharem. V E attendendo á necessidade de madeiras que ha naquella ilha: Sou servido conceder aos moradores della o Privilegio de que possam extrair da ilha da Madeira todas as que necessarias Ihes forem para as suas abeguarias, e concertos das suas casas pelos preços ordinarios, estabelecendo-se para elles huma justa tarifa que fique sempre enalteravel. VI Ordeno, que todos os sobreditos Lavradores, sejam obrigados a plantar arvores nos testados das suas Terras fronteiras ao Mar, e ribeiros; com tal declaração, que aquelles, que assim o não houverem executado no termo de trez annos, não poderão gozar dos referidos Privilegios. VII E ultimamente hei outro sim por bem ordenar, que o Capitão General da referida ilha da Madeira mande logo separar e dividir pelo Corregedor da Comarca, com assistencia & Sargento Mór de Infantaria com exercicio de Engenheiro Francisco de Alencour, as Terras, que hão de pagar quinto, e oitavo, para ficarem sempre conhecidas por taes, indo elle Governador e Capitão General authorizar com a sua presença a execução de tudo o referido até deixar os moradores na pacifica posse de todas as sobreditas propriedades, e Privilegios; deixando-os na certeza de que os restituirá contra qualquer violencia, ou infracção, que contra elles seja intentada por quaesquer pessoas de qualquer estado, e condição que sejam. E este se cumprirá tão inteiramente como nelle se contém, sem duvida ou embargo algum. Pelo que: Mando á Meza do Desembargo do Paço; ao Inspector do Meu Erário; ao Cardeal Regedor da Casa da Supplicação; Conselho de Minha Fazenda; Governador e Capitão General da ilha da Madeira; Ministros, Officiais de Justiça e mais pessoas della, a quem o conhecimento deste Alvará pertencer, o cumpram, e guardem e façam cumprir, e guardar tão inteiramente como nelle se contém; e não obstante quaesquer Regimentos, Leis, Foraes, Ordens, ou estillos contrarios, que todas, e todos hei por derrogados para este effeito sómente, ficando aliás sempre em seu vigor; e valerá como Carta passada pela Chancelaria, posto que por ella não ha de passar, e o seu effeito haja de durar mais de hum e muitos annos, sem embargo das Ordenações em contrario; e se registará nos Livros a que pertencer, mandando-se o original para a Torre do Tombo. Dado no Paço de Nossa Senhora da Ajuda, aos treze de Agosto de mil setecentos e setenta. Rey Martinho de Mello e Castro [Publicado por Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento florestal no arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp.109-111] REGIMENTO DA AGRICULTURA [1771] TITULO I DA REPARTIÇÃO DAS TERRAS Todo o lavrador que tiver hum arado será encabeçado em hum moio de terra de quinto e em quarenta alqueires de terra d'oitavo, e a esta proporção o que tiver dois ou mais arados, será pela mesma formalidade encabeçado como o primeiro. TITULO VI QUE HAVERÁ PASTORES E EM QUE TEMPO. OUE TRAGAM AGUILHADAS Todos os Lavradores tenhão seus pastores, os quaes apresentarão em cada hum anno ao Inspector quando Ihes houver de passar revista, e não Ihes apresentando, os porá o dito Inspector á custa do mesmos Lavradores; e os Pastores que não cumprirem com as suas obrigações, perderão os seus sale rios e pagarão o damno que tiverem causado, outro sim deverão trazer aguilhadas para divisa sua, çuarda do Gado. Titulo XIV DAS TERRAS QUE SE DEVERÃO SEMEAR HIJM ANNO POR OUTRO As terras de inferior qualidade, ficarão hum anno por outro em pouzio, para que no seguinte se semeie de semente que Ihe fôr mais adequada e melhor deverão pastar os gados nos taes annos de pouzio ou descanço e em semelhante cazo não poderão ser communs os taes Pastos, mas sim pertencerão aps Lavradores e senhorios das mesmas terras. TITULO XIX DA PLANTAÇÃO DAS ARVORES O sobreditto Inspector ao mesmo tempo das visitas, examinará se todos os Lavradores têm plantado, assim nas testadas fronteiras ao mar, como nas Ribeiras ou nos Ribeiros, as arvores a que são obrigados no tempo de três annos, e quando assim o não tenhão feito, incorrerão na pena do § 6.° do Alvará Régio. TITULO XX DAS PLANTADAS NOS MONTADOS Nos montados das serras se deverão plantar Pinheiros, Zimbreiros, Castanheiros, Tis e toda mais arvores que se poderem produzir, para que façam sombra á terra e attrahião a umidade da gião de que a mesma terra he sumamente esteril, como tambem para dellas tirarem madeiras e le de que os moradores tanto carecem e se imbaginarão de jiestas dos Nortes da llha da Madeira, a para a sua propria utilidade, como de seus gados, e todos os Lavradores á proporção das suas po serão obrigados no referido tempo de três annos, a povoar os dittos montados, das mencionadas vores conduzidas da ditta Ilha da Madeira e todo o que se eximir de tão providente utilidade, á c delle. o Inspector Gerah as fará conduzir e transplantar. TITULO XXI DO MODO DE VEDAREM AS ARÉAS PARA QUE ESTAS NÃO PREJUDIQUEM AS TERRAS CIRCUMVISINHAS E sendo huma grande parte e a melhor das terras que desde muitos annos até o presente se coberto d'areias com tão notavel damno que annualmente se experimenta e vai crescendo, cada mais a sobredita ruina e estrago: todos os lavradores da circunferencia das faldas do areal da terra sejam desde logo, e sem perda de tempo obrigados, para obstar hum mal tão publico e tão notorio plantar em cêrca do monte donde nascem as dittas arêas, trez, quatro, e mais ordens de espinhe o mais condensado que se possa, conforme o Inspector julgar bastante para vedarem a ocorrencia mesmas arêas; Outro sim, são obrigados a plantar nas ditas faldas outra ordem dos ditos espinheiros para que não acabem de sobrecahir as mesmas areias nas terras que lhe confrontão, no entanto que todos os Lavradores geralmente em beneficio do publico não podem cobrir como devem todo o areal de espinheiros; Todo aquelle que se eximir de concorrer para o seu proprio beneficio incorrerá na pena do $ 8º do Alvará Régio; como tambem incorrerão nas mesmas penas todos os Lavradores que geralmente devem plantar os Espinheiros, se se eximirem do que neste Titulo ordeno; E aquelle que cortar ou arruinar qualquer dos dittos Espinheiros ou Pinheiros, como também semprenoivas, troviscos, ou outras ervas que nascem nas arêas e impedem a dar correnteza; se fõr Lavrador não entrará mais em lavoura dalgum Senhorio, e quando o não seja, pagará mil reis por cada vez de cadêa, e conforme o prejuizo que do ditto danno resultar. E igualmente quero que se entenda a mesma ordem e disposição a respeito de areal da Praia por ser tambem muita e quasi egual a qualidade de terras que se tem perdido; tudo debaixo das referidas penas e da eleição que o Inspector fizer do sitio da parte da Praia, em que se devem fazer as plantações das ditas arvores. TITULO XXIV QUE OS GADOS NOS PLANTADOS DAS ARÊAS ASSIM COMO NOS MONTADOS DAS ARÊAS, ENQUANTO NÃO ESTIVEREM DEFENSAVEIS, DE NENHUM MÓDO SE CONSINTÃO Defendo a todos os Lavradores o poderem trazer seus gados, assim pelos montados, como pelos arêaes da terra e Praia em quanto as arvores e Espinheiros estiverem na sua procreação, ou em quanto não estiverem em termos de que os gados as não prejudiquem, pois de outro modo ficará sendo inutil, o trabalho que nos dittos montados e arêaes empregarem. E todo aquele que nestes lançar gado incorrerá na pena estabelecida no T.° 6.° deste Regulamento; e defendo outro sim que nas terras embaginadas, nem agora, nem em tempo algum andem gados, por ser maior a utilidade que os moradores perceberão da sua conservação e todo o que de qualquer modo infrigir o exposto neste T.° incorrerá nas dittas penas, sem que lhe seja admittida a escuza ou ignorancia. TITULO XXV DAS PLANTADAS DAS AMOREIRAS E ESPINHEIROS EM CERCA DAS FAZENDAS Nos testados fronteiros ao mar, ribeiras ou ribeiros e do ditto sitio das Fontes se deverão plantar amoreiras por serem assim as terras aptas para similhantes arvores, como por que déllas hade resultar grandissima utilidade aos moradores desta Ilha, e o estabelecimento por meio da sua produção o proficuo commercio das sêdas, mas em cerca das suas respectivas Fazendas os Lavradores serão obrigados a pôr Espinheiros, tudo debaixo das indicações do T.° 19.°. Ultimamente ordeno que todas as penas e coimas conteùdas neste Regimento serão aplicadas metade para as despezas do Concelho e metade para o acusador. Este regimento se cumprirá tão inteiramente como nelle se contém; e o Inspector Geral d'Agricultura me deverá apresentar todos os annos hum Mappa, tanto da quantidade e qualidade dos gados, como dos Lavradores que fabricarem as terras de toda esta Ilha e das Arvores que houverem plantado e do numero dos que produzirem em maior ou menor quantidade, respectiva á especie de cada huma dellas: Pelo que, ordeno ao Juiz e mais officiais da Comarca, ao Commandante das Ordenanças desta mesma Ilha, José Freire de Noronha, e mais officiais dellas e da Justiça, cumprão e obedeção ás determinações que em meu nome, e a bem da agricultura elle ditto Inspector Geral, pode e deve dar, sem duvida e embaraço algum se registará na Comarca desta Villa e mais partes d'onde convier, para que em todo o tempo conste. Dado no Porto Santo, sobre o meu signal e sello das minhas armas, aos 13 dias do mês de Junho de mil settencentos e settenta e huma. a) João Antonio de Sá Pereira (lugar do selo) José Anastacio da Costa [in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento Florestal no Arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp.120] INSTRUÇÕES DE AGRICULTURA DO CORREGEDOR ANTONIO ROIZ VELOZO DE OLIVEIRA, 1792 Copia das instrucçoens de Agricultura, que o corregedor Antonio Roiz Velozo de Oliveira deo a Camara da Villa da Calheta para fazerem parte dos provimentos da Correição que fez naquella villa no anno de 1792 Como seja da minha particular obrigação o promover a industria pública e procurar aos povos desta comarca todas as comodidades que elles com direito devem esperar de hum magistrado zeloso da observância das leys e amigo da humanidade; determinei fazer estas instrucçoens relativamente a agricultura para fazerem parte dos provimentos da minha prezente correição nesta villa da Calheta; e para que os officiaes da camara (a cujo officio ordinario incumbe os mesmo deveres pelo que respeita aos povos sogeitos a sua particular jurisdicção) observem, e fação observar as dittas instrucções tão enteiramente como nellas se contem. E porque seria inutil estabelecer regras e formar planos, não havendo ao mesmo tempo quem faça guardar e por em pratica huma e outra couza; já desde o anno passado fiz eleição do capitão António João Homem del Rey, que com tanto acerto occupa neste concelho o cargo de juiz de orfaons, e o habilitei para que de commum acordo com os officiaes da camara chegassem os competentes jurados e inspectores particulares da Agricultura em todos os bairos, citios e lombos de cada huma das freguezias de que se compoem a mesma jurisdição e concelho; para que estes, cada hum na sua repartição observassem, e fizessem executar as ordens que lhe forem cometidas; dando // [44v ] de tudo parte ao referido juiz dos orfaons; o qual, na qualidade de directos geral, teria sobre elles a necessaria inspecção, sendo ao mesmo tempo obrigado a participar aos mencionados officiaes da camara tudo o que fosse digno de reflexão e de providencia a respeito das operaçoens agrarias, da criação dos gados, dos damnos e formigueiros; para que interpondo a mesma camara toda a sua authoridade, zelo, e jurisdição, a acautelassem os males, punissem os crimes, e promovessem a industria e fortuna publica. Mostrou com efeito a experiencia que os meus dezejos se realisarão em grande parte; porque na prezente correição foi cabalmente informado que no inverno passado se plantarão mais arvores que em vinte annos atras; sendo proporcional a plantação das vinhas, assim como a cultura das searas e das semilhas; e por fim achei quasi acabada a guerra que os gados (por andarem a montão, e sem pastor) fazião de continuo aos lavradores; e a estes conhecendo as grandes utilidades que para o futuro lhes ha de rezultar do seu proprio trabalho, e dos cuidados que tomei. Animado pois por tantas lizongeiras esperanças, passo a estabelecer as regras seguintes, que servirão de regimento ao director geral e seus subalternos debaixo da imediata inspecção da camara, aviso cuidado e vegilancia fica pertencendo vigiar muito particularmente sobre a concervação da paz publica, sobre os abuzos que se podem introduzir nesta importante materia; assim como sobre a condenação dos lavradores omissos e negligentes, e finalmente sobre a arrecadação das penas em que forem multados. Primeiramente Das beiras dos caminhos, assim publicos como particulares deve pouco a pouco desterrar-se todo o silvado//[45]; porque não tendo o seru fruto uzo algum, serve de perpetua morada aos ratos lagartixas, quando mesmo silvado saem a infestar e devorar as novidades; e em lugar dos bardos de silvado, devem-se formar outros de arvores proprias; sendo as melhores, e mais úteis os pereiros, ou macieiras de toda a qualidade, assim como as mexieiras, romeiras e marmeleiros; e nas partes umidas as cidreiras. Estas arvores, não occupando mais terra do que a já utilizada pelas silvas, defendem as fazendas dos ventos; produzem abundante fruto, sendo limpas em tempo oportuno; e annoalmente sustentão os homens e os animaes, com especialidade os porcos; e ultimamente fazem que os vadios, contentando-se com os fructos que encontrão pelas estradas, não entrem nas fazendas a furtar o que nellas faz produzir a industria do lavrador honrado. E todo aquelle que o contrario practicar, sendo as terras das suas respectivas testadas aptas e proprias para a produção das sobredittas arvores, será multado na pena de dois mil reis para as obras do concelho, e para a pessoa que o accuzar, na forma decretada pela ordenação do reino II tit. 66 26 Em 2 lugar De meias terras acima se devem plantar castanheiros em todos os lugares baldios ou descubertos, os quaes ao depois oportunamente se devem enxertar: estas arvores porem não serão plantadas muito juntas; pelo contrario he bom que estejão de tal modo dispostas, que o sol tenha livre entrada entre huma e outra; afim de que as terras fiquem sempre aptas para produzirem o linho, a cevada, e ainda o trigo sendo possivel.//[45v ] Estas sementeiras sem duvida hão de frutificar melhor do que aquellas que se fazem debaixo de arvoredos densos e bastos, que não servirião de couza alguma se o excelente clima desta ilha não admittisse huma couza tão admiravel e tão rara. Ainda que não em todos os lugares, nos estios que forem proprios para a produção das vinhas; e são todos aquelles aonde o ar hé menos carregado de nevoeiros, devem-se plantar parreiras junto aos castanheiros; as quaes hão de para o futuro produzir uvas que pelo menos servião para agoardente; e sera este hum novo ramo de comercio muito util aos lavradores. O melhor modo de se plantarem castanheiros, principalmente em partes secas, hé fazendo covas largas e fundas logo nos mezes de oitubro e Novembro das quaes se deve tirar a terra de sorte que não seja fácil entulharem-se: Em cada huma dellas se deve lançar huma porção de mato de qualquer espécie: Estas covas ficando abertas ate o mez de Janeiro recebem muita agoa; e esta não se penetra o interior da terra para alimentar a árvore no tempo do estio; mas tambem faz apodrecer o mato, o qual estrumando a mesma terra, faz que as arvores cressão de pressa e com maior força, e principiem logo a recompençar o trabalho do agricultor: comtudo hé de muita importância que no 1 e 2 anno de propozito se deitem abaixo os fructos produzidos pelos novos enxertos, pera que estes não enfraqueção, e ao depois tenhão o necessario vigor para produzirem melhor e com mais abundância. Se os lavradores pençassem com a devida refexão nas muitas utilidades que lhes pode rezultar destas arvores, elles sem duvida tratarião da plantação e cultura dellas com maior cuidado. São pois as ditas utilidades e de que os //[46] mas lavradores devem ser informados, as seguintes: 1º os castanheiros produzem frutos que servem para a sustentação dos homens, ou da forma que vulgarmente se uza das castanhas, ou reduzidas a pão da maneira qque se pratica a respeito das semilhas. 2 com as castanhas se engordão os porcos, e são estes os que tem a carne mais saboroza e melhor e da mesma se crião aves de toda a qualidade. 3 os cavallos e os bois, tendo castanhas escuzão a ração de milho e cevada que ordinariamente se lhes costuma dar. 4 Depois dos contemplados benefícios que rezultão dos frutos destas arvores, sempre dignas de estimação, seguem-se as conveniências que dellas mesmas procedem. As folhas emquanto verdes, servem de excellente pasto aos gados de toda a qualidade, e depois de seccas estrumão as terras e estas se fazem todos os anos mais fecundas: além disto no tempo da primavera e do estio, modificão o calor do sol, e exaurindo os vapores da terra e do ar, fazem as chuvas mais frequentes; augmentando por esta forma as agoas nas fontes e as orvagem aos gados; concorrem para que as vinhas e todas as outras plantas que lhes ficão inferiores, não tenhão precizão de repetidas e continuadas regas. 5 Finalmente as ditas arvores concervão as plantas e as searas, defendendo-as dos ventos e das tempestades; seguirão as terras empinadas, e com as suas raizes as concervão e sustentão de forma que estas jamais se precipitão e fazem quebradas, o que se deve nesta ilha evitar por todas as formas para a concervação do paiz. A estes benefícios tão importantes ainda acressem os outros que rezultão das lenhas para o uzo diário das cozinhas das estacas para as vinhas, e finalmente das madeiras da construção para as igrejas, para as cazas e quaesquer outros edifícios. E para que os lavradores que cultivão terras alheias se animem com maior facilidade a fazerem a plantação dos ditos castanheiros; serão estes aqui em diante avaluados, e pagos //[46v ] aos mesmos lavradores a razão de cem reis cada hum, sendo bravio; e de duzentos reis sendo enxertados. Pelo contrario; todo aquelle lavrador que tendo terras próprias para a cultura de que se trata; ou sejão do seu particular dominio; ou de senhorios, e não plantar ao menos cincoenta castanheiros em cada hum anno, será multado na sobreditta penna de dois mil reis, com a applicação da já citada ordem do L 1 título 66 26. Em 3 lugar Nos cítios e lugares em que os ventos não fazem grande impressão, e não forem muito secos, hé importante que se plantem laranjeiras e limoeiros de toda a qualidade; e da mesma forma limeiras e cidreiras. Nesses mesmos lugares abrigados importa muito que estas árvores sejão plantadas e dispostas entre arvoredo que concerve a folha de inverno como o loureiro e vinhatigo: também as canas vieiras são muito úteis. Forma-se pois hum quadrado com as árvores rústicas, e com as competentes divizoens de canas, e pelo meio se plantão em boa ordem aquellas árvores que por mais delicadas não registem tanto aos ventos, e a marezia ou salitre levantados pelos tempos do mar, ate quem recebem muita perda; sendo para advertir que as árvores de espinho, com especialidade as laranjeiras, produzem a sua flor no tempo do inverno; e por isso não pode esta concervarse bem não mediando as cautellas que ficão ponderadas. Com as laranjas e limoens podia facilmente na Madeira fazer se hum comércio muito conciderável sendo exportadas, assim como do reino e das ilhas dos Açores, para a Gram Bretanha e outras partes do norte e da //[47]mesma forma para a América septentrional. O methodo mais fácil e mais proveitozo de se multiplicarem as laranjeiras, hé plantando-se estacas de cidreira,, nos quaes anos depois se enchertão, ou de garfo como hé prática a respeito dos castanheiros, ou de inoculação a que os rusticos chamão de porta; o que facilmente se fará tirando da estaca da cidreira hum olho sem molestar o pão nem a casca, e pondo em lugar delle outro de laranjeira: desta forma hé muito fácil acressentar se em pouco tempo o número das dittas laranjeiras ao infinito. Outra forma há também admirável, que hé; cortar em largura de huma polegada a casca da pola nova das laranjeiras e por lhe terra à roda, ou em cestos, ou pano velhos, ou qualquer outra couza que a não deixe cahir; porque feita esta operação no principio do inverno, as dittas polas produzem no mesmo inverno muitas raízes no lugar em que lhes falta a casca e formão excellentes árvores os mesmos ramos. Hé da mesma forma, entre árvores rústicas e canas, quando os lugares não são abrigados, que se formão os melhores e mais proveitozos pomares de outras árvores de fruto como pereiras, maceeiras e ginjeiras. Todas as árvores de fruto devem ser tratadas com muito cuidado para que não se tornem bravias; todas pois se devem limpar antes que na Primavera principiem a produzir flor; e aquellas que não são enchatadas nunca produzem bom fruto; o lavrador ainda augmentará - muito a qualidade, sabor e grandeza dos ditos putos; se industriozamente tirar das árvores alguma parte dos méritos que ellas costumão annoalmente produzir; e além disto as mesmas árvores se concervarão por largos annos. [ARM, Governo Civil, n .70, fls. 44-47] BERNARDINO JOZE PERª DA CAMARA [1816] A ALUVIÃO DE 1815 Senhor. Afflicta, e consternada vai aos Pés do Throno de V.A.R. a Camara da Cidade do Funchal da ilha da Madeira, como Magnanimo Pai dos seus Vassalos, a supplicar ancioza hum prompto, e efficaz remedio aos malles, q' tanto oprimem os disgraçados habitantes desta Colonia: persuadida de que V.A.R. applicará benigna hum indulgente Ouvido á triste narração dos mais disgraçados sucessos, ella se esforça em os relatar a V.A.R. com aquella verdade, zelo dos interesses da sua Real Coroa, e dezejos de felicidade publica, que em todo o tempo tem caracterizado esta corporação Municipal. Ninguem, Senhor, se pode recordar de huma epoca mais disgraçada para este Paiz do que a do prezente tempo. Parece que a natureza cançada de ser liberal para com os seus habitantes naquelle tempo em que os nossos ascendentes gozavão deste dom preciozo com que ella os felicitava, prodigalizando-lhes abundantes, e preciozas colheitas, quer agora reparar os excessos que fez em benefício delles à custa das lagrimas que tem feito verter aos dezamparados Lavradores, e a todos em geral, pelas escaças novidades que constantemente tem alcançado em paga de seus peniveis trabalhos. A memoravel catastrofe de 9 de Outubro de mil oito centos e tres foi hum infausto presagio de tudo quanto estava para nos acontecer. Foi então que a Liberal Mão de V.A.R. acodio promptamente ás ruinas desta Cidade, fazendo que dos seus Reaes Cofres sahisse todo aquelle cabedal que fosse precizo para as reparar; e por outro qualquer motivo, q' V.A.R. julgasse acertado exhaurir os mesmos Reaes Cofres, seria o seu maior prazer socorrer a disgraça, e a mizeria daquelles Vassallos, que V.A.R. visse marcados com o Sêlo da mais cruel infelicidade. Desde aquelle terrivel anno tem sempre corrido assás calamitozo para hum Povo que a maior parte delle he por extremo pobre, e que só o excessivo trabalho a que se sujeita, he que o faz ainda poder subsistir em huma Terra onde elle não pode cultivar se não pequenas porções della, por ser incompativel com a aspereza do local cultivar grandes terrenos. Cada lavrador apenas pode aqui cultivar n'um anno aquele espaço de terra, que noutro qualquer lavrador em differente paiz cultivaria em menos de hu anno; e ainda assim mesmo arrisca demaziadamente a sua vida luctando em huma parte com enormes rochedos, para delles sacar aquella pedra q' em outras partes vai suster as pequenas porções de terra que ainda nelle existem. Desde aquelle mesmo tempo até o prezente as immensas agoas o tem sempre delapidado, reduzindo-o a tão exteril situação, que só os braços de homens costumados a hu penozo digo a hum tão penozo fabrico tem sido capazes de lhe dar algum remedio. Por outra parte as immoderadas estações, que irregulamente tem agitado huma atmosphera costumada ate então a influir suavemente sobre as melindrozas produções deste mesmo Paiz, tem tirado ao pobre, e ao rico todas as esperanças de poderem viver sem aquellas afflições que nascem da indigencia. tolhendo a todos o meio de poderem reparar com novas plantações o estrago que tem havido em todas as vinhas, já occazionado pelas mesmas agoas, e já expessas, e estragadoras nevoas, e arrebatados ventos, que em tempo não esperado sempre tem queimado, e destruido as suas tenras varas quando todos geralmente se congratulavão de tirar dellas com abundancia aquelle préciozo vinho que faz a baze fundamental de todo o Commercio desta ilha, e da subsistencia dos seus infelices habitantes. A carestia dos viveres ocazionada pelas tristes revoluções do Mundo, e muito principalmente pela guerra da America, tem sido nesta ilha tão excessivas. que muitas pessoas da ultima classe perecerao victimas de huma pura necessidade, e as outras de todas as classes tem arrostado hum montâo de incommodos para se salvarem do naufragio que lhes preparava tâo horroroza tempestade, e da insaciavel cubiça da corporação do Commercio desta ilha que a cada passo se está valendo dos meios que lhe offerece a falta de generos nacionaes para as immolar a os seus sordidos interesses. As doenças epidemicas desde que as Tropas Bretanicas dezembarcarão neste terreno tem mortiferamente graçado por toda a ilha acumulando a os seus habitantes malles sobre malles que talvez se não possão extinguir se não para as gerações futuras. Tudo isto, e a inda muito mais que deixamos em si]encio para não parecer-nos importunos tem appresentado aos olhos do Publico hum ]astimozo quadro de que V.A.R. talvez não tenha a menor idea, por termos sempre querido afastar das prespicazes vistas de tão clemente Soberano aquellas mizerias de hum Povo inteiro, que necessanamente havião de consternar a V.A.R.; mas como o ma] se tem aggravado a ponto de já não lhe podermos dar remedio se não debaixo das sabias Determinações, e Benevolo influxo de V.A.R. O maior perigo he da Ponte do Torrião para sima onde, para a parte de Leste, apenas este anno se tinha começado huma pequena porção de muralha que inteiramente dezapareceu, e por isso se perderão varias porções de terra cultivada, huma caza que de novo se tinha construido, e felizmente escapou a Ponte que pela sua incrivel fortaleza rezistio a hum impulso d'agoa, que todos julgavao capaz d'arrazar toda a Cidade: e por não se terem concluido as muralhas que se principiarão pela parte opposta, ficarão quaze todas arrazadas, sendo precizo para as dezaterrar outro tanto cabedal quanto se gastou na sua construção. Duas Pontes de páo, que estavão nesta Ribeira, huma chamada a Ponte de Páo do Torrião, e outra chamada a Ponte da Rua dos Ferreiros igualmente dezaparecerão no mesmo momento em que as agoas correrão com mais abundancia: ficou porem hum pouco arruinada, mas em soffrivel estado de se tranzitar por ella, outra Ponte de páo, que nesta mesma Ribeira existe chamada a Ponte da Praça; e devemos atribuir este sucesso a hum especial indulto da Providencia que não quiz flagellar mais hum Commercio tão atropelado, qual he o desta Cidade, difficultando-lhe os meios de se conduzir todos os generos, que se importão e, exportarão nella, por serem esta Ponte, e a da Rua dos Ferreiros justamente construidas no meio desta mesma Cidade, e em pouca distancia da Marinha. A ultima Ribeira, que he a de Nossa Senhora do Calháo, por estarem inteiramente concluidas as suas muralhas não padeceu ruina alguma. Resta-nos, Senhor, os dois pequenos Ribeiros de que já fizemos menção, hum dos quaes corta pelo centro da Cidade, e o outro quaze nos confins della pelo sitio da Nora, na Feguezia de Nossa Senhora do Calháo: tanto hum como outro, por falta de muralhas que contivessem suas agoas, fizerão inexplicaveis estragos. O primeiro rompeo na Rua da Larangeira alem da Igreja do Carmo para a parte de Leste, innundou toda aquella Rua, e levou após de sí immenso rochedo com que foi aterrada toda a Rua do Ribeirinho ate ao Beco da malta, e d'alli, por aquelle mesmo Beco se comonicou ao largo do Pelourinho, e por isso apezar de hum grande cano por onde dezembocarão as agoas para o calháo chegárão neste lugar, que he hum largo consideravel a sete pés de altura, tendo estas ruinas de extenção desde a referida Rua da laranjeira até aquelle lugar para sima de cento e oitenta braças. Esta inesperada corrente por meio de huma Cidade q' em todas as lages de suas Cazas tem generos de muito valor, pode por si mesma suscitar huma idéa do prejuizo que soffrerão os seus habitantes. Não foi menos consideravel a perda occazionada pelas agoas do pequeno Ribeiro chamado da Nora, pois ainda que a Cidade neste pontto he por extremo estreita, por comprehender só trez ruas, e quatro ordens de cazas, elle as innundou de tal forma, que arrombando as portas das loges, e entrando pelas que estavão abertas, nada deixou em bom estado do que ellas continhão. A grande Rua de Santa Maria, que he lemitada a Leste por huma elevada mas pequena Ponte de Pedra, por onde costumão passar as agoas deste mesmo Ribeiro, perdendo estas a direcção da dita Ponte, e entranhando-se pela parte da mesma rua ficou inundada de tal forma, que tão bem subio o depósito das agoas a mais de cinco pés de altura, fazendo a todos hum prejuizo incalculavel, e muito principalmente aos Tendeiros que disgraçadamente perderão todos os generos, que tinhão nas suas Tendas. Tal foi o rezultado da Alluvião de vinte e seis de Outubro proximo, relativamente a esta Cidade. Os Lavradores, Senhor, ainda se lamentão mais da sua sorte do que os próprios Cidadãos: elles virão copiozas, e disconhecidas agoas arrancarlhes pelas raizes os idozos troncos, e precipitar das altas montanhas as eximias penedias, que envolvidas com as mesmas agoas arrazavão os valles, e fazião perder a maior parte da sua cultura: os gados que se achavão dispersos em lugares mais eminentees, forão arrojados debaixo destas ruinas, e apezar da cautella q' todos tomárão na salvação de suas vidas, ficarão algumas pessoas perigozamente feridas, alem de dois rapazes que perecerão em hum cazal da Freguezia do Estreito de Câmara de Lobos, por ser incompativel com a violencia das quebradas poder-se-lhes dar o menor socorro. Cada hum destes Lavradores julgando-se absolutamente disgraçado parece querer proferir imprecações contra a sua propria existencia, e abandonar hum Paiz que tão ingrato se tem mostrado ao industriozo, e penivel meio com que elles tem procurado beneficiallo, consagrandolhe tantas fadigas, e exgotando com elle os ultimos restos das suas forças. E será possível, Senhor, que a malles tão estrodozos que este Povo tem soffrido, se Ihe ajunte tantos impostos, quaes são a Decima Urbana, a Decima Funeraria e Ciza, o Finto, e outroa mais impostos desta natureza, quando os Augustos Predecessores de V.A.R. em ocaziões de menor estrago por calamidades publicas, e circunstancias menos urgentes, perdorão aquelles mesmos impostos que então havião como se mostra dos Documentos numero primeiro, e segundo? Ah! que se V.A.R. prezenciasse a mizeria em que todos gemem neste Paiz; se visse o dezamparo em que se acha um Povo, q' tanto tem concorrido para prosperar as suas Finanças; se V.A.R. tivesse prezente os clamores do Publico que não cessa de lastimar a sua disgraça; então commovendo-se dlle V.A.R. pela sua Inacta e Paternal Beneficencia, não só o alliviaria deste pezado jugo, mas inda mesmo mandaria repartir avultadas somas dos seus Reaes Cofres em favor e soccorro de tantos infelices. Senhor: se V.A.R. não quer ver inteiramente perdida, e abandonada huma cultura, que tanto intreressa os seus Reaes Cofres, e que perdida ella está perdida a rameficação do Bem Publico, decahido inteiramente hum Commercio, que ainda a muito custo se conserva, e por consequencia quaze exticntas as Rendas da Admenistração, e Arrecadação da Real Fazenda deste Estado; se V.A.R. Quer ter toda a gloria de conservar huma Colonia, que tem fama em toda a parte do Mundo pela singularidade das suas produções; se não Quer ver finalmente esta tão importante porção dos seus fieis Vassalos luctar entre os horrores de uma horroroza fome, pela falta de meios de comprar os viveres, sirva-se V.A.R. derrogar aquellas Leis que Ihe impoem tão pezadas contribuições, para ao menos nesta parte suavizar tão enormes desgraças, e os grandes trabalhos que tem em dezentulhar taes ruinas, para reparo das quaes não tem feito prezentemente o menor dezembolço os abundantes Cofres de V.A.R., pois tendo disso chamado todas as Ordenanças a este diario trablaho, os mais pobres ajudão com seus braços a salvar a Cidade de tão grande perigo, e os outros pagão o donativo de quinhentos reis todas as vezes que por seu turno são obrigados a esta defeza, digo obrigados á defeza della. Este Povo, Senhor, que a pezar de todos os sacrificios sempre tem feito exforços para prosperar o Estado, promovendto com incansável trabalho huma tão dificil, e pezada Agricultura, auxiliando por meio della o Commercio nacional, e que só para conservar sem mancha a gloria do Nome Portuguez he que tem succumbido inteiramente aos penetrantes golpes da Disgraça, este Povo atenuado por molestias, e exterilidades; opprimido por fomes, mizerias, e alluviões; este Povo, Senhor, que se apprezenta a V.A.R. em triste, e lastimozo quadro despenhado da elevada carreira de sua brilhante Fortuna em hum cahos de infelicidades; acolhe-se todo elle á incomparavel sombra de seu Augusto Soberano, e cheio da mais consoladora esperança humildemente implora hum promptò, e efficaz remedio, que atalhando o progresso de sua grande disgraça o anime a prosseguir em novos, e tão indispensaveis trabalhos; devendo igualmente ser da Alta Concideração, e Indefectível Justiça de V.A.R. que os Officios, e Empregos Publicos desta ilha, tanto seculares como Eccleziasticos sejão todos conferidos a os filhos della, e não áquelles que nunca a beneficiárão, nem tem concorrido para a salvar de suas ruinas. Deos Goarde a V.A.R. muitos anos. Funchal em Camara seis de Dezembro de mil oitocentos e quize. = Joaquim Jozé Nabucho d'Araujo = Joze Joaquim Esmeraldo = Antonio Jozé Spinola de Carvalho = Pedro Agostinho Teixeira de Vasconcellos = Gregorio Francisco Perestrello e Camara = Antonio João da Silva Costa = Francisco Xavier Amorim = Francisco da Conceição. He quanto se contém na referida reprezentação que aqui fiz registar, e á propria me reporto. Funchal 5 de Julho de 1816. Bernardino Joze Perª da Camara, Escrivão da Camara, o fiz registar. Bernardino Joze Perª da Camara [publ. in Atlântico, nº.3, 1985, pp.234-238] PAULO DIAS DE ALMEIDA 1817 Descrição da ilha da Madeira Toda a ilha da Madeira é cortada de imensas ribeiras e ribeiros, a maior parte delas só muito caudalosas no Inverno, formada de altas montanhas precipitadas e enormes rochedos descobertos. Todas as praias são de calhau miúdo, algumas de calhau muito grosso e só quando se acabam as grandes levadias, aparecem pequenas praias de areia preta, que com as enchentes e vazantes das marés, se desfazem, tomando a primeira forma de calhau. (...) A quantidade de água que achei no ano de 1815, reunindo todas as fontes do Rabaçal, enche uma levada de dois palmos quadrados. Talvez hoje tenham diminuído por lhes terem queimado a maior parte das árvores e matas por cima do Paúl. A destruição dos arvoredos é geral e nenhumas providências se têm dado a este respeito; os cortes das lenhas continuam sem ordem; os carvoeiros reduzem a carvão esses restos das árvores, que se conservam ainda nesses lugares mais escabrosos (sic), sem haver quem atalhe este mal remediável. As grandes cheias que sucessivamente tem havido, têm a sua origem na destruição dos arvoredos e as montanhas que não há muitos anos vi cobertas de arvoredos, hoje as vejo reduzidas a um esqueleto. O Paúl da Serra, único terreno reservado para os prados do público, se acha hoje sem matas. Tem chegado a tal ponto a negligência das Câmaras que, consentem não só que se cortem as giestas em flor, mas até que se lhes larguem fogo. O Paúl é o receptáculo da maior parte das fontes, e das mais abundantes, bastante motivo para merecer a atenção das câmaras . Nos meses de Maio a Julho todos os anos os nevoeiros consomem uma grande parte das novidades, principalmente as uvas quando estão em flor, formando um cordão em torno da ilha e ficando o centro descoberto. O centro da ilha se acha todo descoberto de arvoredo, com apenas algumas árvores dispersas, e isto em lugares onde os carvoeiros não têm chegado. Se tivessem posto em execução as Ordens e Cartas Régias relativas à conservação dos arvoredos, não teriam a cidade e as vilas sofrido os estragos do memorável aluvião de 1803. A experiência tem mostrado que a falta de arvoredos pelas margens das ribeiras e declives dos montes que sobre elas desaguam, é a causa da imensidade de rocha e terra que com as chuvas vem atulhando as mesmas ribeiras, cujo alveo, hoje está superior às ruas da cidade. A praia do Funchal, se tem alongado ao mar, desde 1803 até 1817, 150 palmos e em partes 250 e mais, com os entulhos que as ribeiras depositam. Em 30 de Outubro de 1815 pelas 5 horas da tarde, houve uma aluvião que levou quarenta casas e arruinou outras, inundando ruas, e se fosse à noite muita gente morreria afogada. A ribeira de S. Paulo chegou a trazer uma coluna de água e rochedos, que ocuparam a largura de 60 palmos e 30 de alto. Entre as pedras que ficaram no leito da ribeira, junto ao mar, havia uma de 20 palmos quadrados, e de 10 palmos muitas. Esta enchente durou uma hora. A maior parte dos caminhos são pelos altos dos lombos, atravessando ribeiras e ribeiros, muito mal delineados, e muitos em rochas precipitadas, outros em salões, onde as chuvas têm feito escavações de mais de 30 palmos de alto. (...) Povoação da Ribeira da Janela (...) No Inverno com a ribeira cheia ficam sem comunicação com o Porto do Moniz, por não terem ponte. A serra desta povoação é linda e ainda conserva muito arvoredo antigo, apesar da destruição que todos os dias fazem os habitantes. É nesta serra onde há muitas e abundantes fontes, que se perdem, podendo ser aproveitadas em benefício da cultura. Na origem desta ribeira é onde estão as copiosas fontes do Rabaçal, que igualmente se podem aproveitar. Da paróquia do Porto do Moniz à igreja da Ribeira da Janela, são três quartos de légua e gasta-se uma hora. Povoação e vila de Machico É fundada em um pequeno plano, cortado ao centro pela grande ribeira de Machico e dominada por altos montes. Pelo aluvião de 1803 foi a maior parte da vila alagada, a paróquia inundada por maneira que os altares ficaram cobertos de água, algumas casas se abateram, a grande ponte de três arcos demolida e arrebentou, e deitou por terra a muralha que guardava a vila, As casas que se não abateram ficaram arruinadas, e aquelas que estão ao Poente da ribeira, são muito húmidas por causa dos inhames que conservam nos quintais, planta esta que só se produz com muita água. Tem uma boa baía, onde por vezes têm fundeado alguns corsários. O Forte do Desembarcadouro ou de São João Baptista, a artilharia que tem está toda no chão, e a do Forte do Amparo, que está no centro da praia, acha-se no mesmo estado. As peças são reprovadas, as balas que têm são de calibre de outras peças, e as palamentas em muito má arrecadação. As serras desta vila estão descobertas, só se conservando os arvoredos das Funduras. Porém isto deve-se a Manuel Telo Cabral, cujo grande entusiasmo pela cultura o obrigou a comprar aquele sítio, para assim escapar aos carvoeiros que destroiem as matas com os fogos. É nesta freguesia que o Corregedor Veloso fez introduzir a batata inglesa e que hoje se tem propagado muito em toda a ilha, assim como introduziu a plantação dos pinheiros, que se não tem continuado por falta de energia da Câmara da mesma vila, o que deu causa a perderem-se, em bem pouco tempo, até as próprias sementes. Os terrenos que naquele tempo foram cobertos de pinheiros, hoje estão reduzidos a barreiras, a escavações profundas, indo a terra sucessivamente para o mar e em poucos anos nem pinheiros produzirá. (...) Quarto distrito da Ribeira Brava (...) As comunicações destas freguesias entre si são muito perigosas e por entre a ribeira. A comunicação com a Serra de Agua é péssima e só se passa bem no Verão quando a ribeira trás pouca água. Os caminhos em geral são muito mal delineados, estreitos e com precipícios. Em muitas partes os cavaleiros só passam a pé (237) e a povoação da Serra de Agua fica no Inverno incomunicável por muitos dias por causa da grande ribeira. É aqui onde se conservam algumas matas de soberbos arvoredos e estas se tem destruído muito pela nova estrada, que se anda fazendo do alto da serra do Estreito de Câmara de Lobos para São Vicente. Se não derem boas previdências a respeito dos cortes de madeiras e carvoeiros, em pouco tempo consumirão estes restos de arvoredos e secar-se-ão as muitas fontes que nascem naqueles rochedos e estas se podem aproveitar a benefício da cultura das freguesias vizinhas. Sétimo distrito da Calheta (...) A cultura das vinhas na Calheta é toda em precipícios formando sucalcos de pedra pelas encostas das lombadas e têm muitas partes abandonadas, por que a terra tem ido com as cheias para o mar. O alto da serra se acha inculto, com os caminhos péssimos e perigosos. Os terrenos dos Prazeres, Maloeira e Raposeira são lindos, com muito pouco vinho, pois a grande parte da cultura ali é de verduras, legumes e batatas. É nestas freguesias que as mulheres trabalham mais que os homens. São elas que levam os gados ao pasto, que conduzem o gado à serra, que fazem o corte das lenhas, e por isso são mais robustas e os homens muito acanhados (...) A freguesia da Ponta do Pargo tem magníficos terrenos incultos pela falta de água que nem para os moinhos têm e são obrigados a levar o grão a moer ao Porto do Moniz. Têm planos extensos entre as povoações sem cultura. Abaixo da igreja paroquial de S. Pedro há uma grande porção de terra que podiam semear de pinheiros, para sustentar as terras que continuadamente vão para o mar, pois há partes em que já não. (...) As Câmaras nesta parte têm sido muito descuidadas e não obrigam a cultivar às pessoas que o podem fazer, concedem licenças a troco de 400 reis que esta custa, para cortarem o arvoredo que quizerem, com a condição a que seja distante da água, e isto não se observa porque os meirinhos da serra são sempre campónios pobres e dependentes dos cortadores. O mais que sucede é proceder-se à devassa, e nela geralmente ninguém é compreendido. Assim também fecham os olhos à proibição dos carvoeiros que continuadamente deitam fogo debandado na serra. Isto tem sucedido muitas vezes e são estes que tem destruído a maior parte dos arvoredos das serras. Fazem o carvão em covas feitas na terra, e como não há água nos sítios onde o fabricam, com muita facilidade se comunica o fogo pelas raízes das árvores, e com muita dificuldade se apaga, por serem enormes os rochedos, onde se não podem fazer as alertas. Tem sucedido arderem lombadas inteiras e chegado o fogo às casas, como sucedeu no Curral das Freiras no ano 1807, fogo que durou quinze dias. E a não ser os altos rochedos que dividiam as outras freguesias seria um continuado fogo e sem remédio. Também tal tem sucedido em consequência das roçadas que fazem na giesta para queimar e depois semear o trigo. É uma mania introduzida na ilha, que semeada a giesta e ocupada a terra por 5 ou 6 anos, largando-lhe fogo produz melhor pão. Em primeiro lugar não posso conceber que se ocupe certa porção de terra 6 anos, tirando a pouca substancia dela; em segundo lugar largando-lhe fogo e ressecando-a para semearem, de cuja sementeira apenas recolhem a semente. Enfraquecem a terra com o fogo e depois a abandonam. Eis aqui de onde procedem as quebradas, porque a ilha é toda cortada de ribeiras e ribeiros, muito próximos uns dos outros, formando altos lombos, e nas encostas deles é onde fazem as roçadas, que depois despresam tirada a primeira colheita. As lombadas quase todas são formadas de uma mistura de pedra solta e salão, e na superfície uma tona que apenas tem 1 e 1/2 palmos de terra, que estas chuvas levam à ribeira, ficando a pedra solta e alguma agarrada ao salão, que o sol resseca e por consequência cai. Esta freguesia é a que menos sofre o dano dos carvoeiros, por ter já poucos arvoredos . [Paulo Dias de Almeida, "Descrição da Ilha da Madeira", in Rui Carita, Paulo Dias de Almeida e a Descrição da Ilha da Madeira, Funchal, 1982, pp.51, 53-54, 68, 75, 80, 82-83] PROJECTO SOBRE O RESTABELECIMENTO DOS ARVOREDOS E SUA COMPETENTE ECONOMIA NA MADEIRA 1.—A ruína das matas, que nestes últimos tempos tem degradado nossas montanhas, he facto notorio. Eu não me demorarei em indagar causas: todos altamente as apregoão. Forão as indiscretas rotêas de fogo e o incrivel desleixo de não remediar por novo plantio ao crescente consumo de combustiveis, annexo sempre aos progressos da povoação. As rotêas, inda que infructuosamente, intentou-se dar corte; foi defezo proceder a queimadas, sem licença. Quanto ás subsidiarias plantações, nada se tem feito; eis o que me lembra e he de meu dever propôr. 2.—Ha pelas eminencias de S. Antonio, S. Roque, Monte e Camacha, vastas planicies, assim como lombadas, ingrimes encostas sohre as margens das ribeiras, outr'ora ricamente arborisadas, hoje nua rocha ou pobrissima relva. Devem daqui principiar novos ensaios, visto serem estas fresuezias as mais proximas á cidade e por isso mais urgente acudir-lhes. 3.—Será o primeiro passo designar nas ditas eminencias, todo o terreno disponivel em seis espaçozas áreas, circumvalada logo, ou embardada uma dellas: se cuidará em povoala muito á larga de boas arvores agrestes: nenhuma como os inexpugnaveis larices. Nos intervallos e em todo o resto, hade-se entreter giesta bastante a supprir por hum anno o Funchal e suburbios. O mesmo regimen he applicavel, nos seguintes 5 annos, ás outras areas e depois periodicamente repetido em todas. Quando se não possão effectuar as cercas no 1.° anno, não se faltará a sementeira e plantacões. 4.—As encostas das ribeiras e adjacentes lombadas devem ficar para arvores ou balsume, ao arbitrio do proprietario. Nos cumes mais desabridos, são preferiveis os pinheiros, em terrenos aprumados, as especies de meudo tronco, ou vergonteas flexiveis ao embate dos ventos. Estas devezas devem ser demarcadas pela competente authoridade. Eis em summa todo meu plano: nada mais simples; e póde bem accommodar-se a todos os concelhos, segundo as circumstancias. Eu vou apresentar seus principaes resultados, afim de justamente se apreciarem. 5.—As altas devezas da Serra vão offerecer ao quotidiano consumo, a lenha, a queima, artigos de dia em dia mais raros e dispendiosos. Suas arvores destramente postadas, nos preparão, não só madeiras de todo porte, mas abrigo, avultadas balisas e fiel guia ao viandante, quando o graniso e caliginosa neblina lhe escondem todos os vestigios. Quantos miseraveis terião escapado á morte, se encontrassem semelhante auxilio. 6.—As devezas das ribeiras, com suas dependencias, além de bellas arvores fructiferas, vão fornecer, quasi á porta do paisano rustico, os aprestos indispensaveis que elle hoje procura a grandes distancias, sobre seus hombros, entre precipicios. O entrelaçamento de tantas raizes, serve igualmente a sustentar terrenos declives, prevenindo quebradas, repreza de aguas, horriveis explosões. Por falta deste regimen, os dispendiosissimos encanamentos das ribeiras, como logo protestou seu habil Director o Brigadeiro Oudinot, serão por fim malogrados, e até nocivos. Que poyos ahi se encontrão para viveiros vegetaes de maior economia e desempenho ! 7.—Tantos arvoredos, tantas florestas de toda a parte verdejando, se prestão amplamente aos adubos d'agricultura. Poderião então arranjar-se, em grande, as estrumeiras vegetaes, pratica da mais preciosa economia; mesquinha ate agora ou desusada por falta de materia. A facilidade de ajuntar herva e rama para os gados domesticos, poupar os braços da vinha, que hoje desatinadamente despimos; huma das evidentes causas de seu conhecido atrazamento. 8.—Os gados errantes e a mesma caça não lucrão menos: acharão a cada passo asilo e sustento. Mais os não veremos acoçados do inverno e da fome, descer aos cazaes, invadir nossas bemfeitorias. Só então será dado dispôr de huma boa legoa quadrada, em maninhos no termo da cidade; cessando de si mesmo a rapina geral, que nas presentes apertadas circunstancias he forçoso disfarçar para haver pão e vivermos. 9.—O annual reziduo matas accumula as annuaes camadas de terra vegetal, que se irá progressivamente dilatando. Sem aggregado esponjoso é maiss hum embaraço á perigosa confluencia das aguas fluviaes. Terao estas tempo de saturar as terras e calar por seus intersticios. Hão de mais abundar as levadas, hão de pullular fontes e regalias ao industrioso cultivador. 10—Que direi de nossos gados merinos, já tão felizmcnte naturalisados em Palheiro de Ferreiro ? De suas lans, tão notaveis nas fabricas de Inglaterra ? Quantas vantagens nos não promette esta abencoada raça oriunda de nossas visinhancas, tão accomodada á nossa topografia, e graduada variedade de climas ! Para largamente a multiplicannos e com ella os cazaes pela maior parte das serras, só resta converter mirradas charnecas, em agazalhadas hortas e viçosos prados espontaneos, effeito necessario do novo systema. 11. Outro resultado inda mais ponderoso he que em nossa hypothese as marcesciveis massas vegetaes bastecendo as encostas das ribeiras, picos e lombadas, até aos altos da ilha, aprezentão mais força actractiva á humiilade athmospherica ou a seus elementos. Os pesados nevoeiros occidentaes, que ha treze annos nos perseguem; ahi batidos, condensados, desfeitos em copiosos orvalhos, tem de perder sua qualidade corrosiva, antes de darem nas vinhas e pouco a pouco mais leves, vel-os-hemos ou dissipar-se ou correr á serra. Verdade he hoje de triste experiencia; rorfião as barras maritimas ? eil-as sobre as vinhas, por todas as fronteiras colinas; ahi se estacionão e tudo consomem. Quando a Caldeira, o Corão, o Lombo da Geira, D. Isabel Barreiro erão vestidos de arvores e matagal, aquelle flagello nunca foi nem tão duro, nem tão constante. Pejadas nuvens tem de seguir o mesmo rumo, por entre innumeraveis conductores que irão provocando bem distribuidas chuvas, em vez de espantosos golpes exterminadores e tudo em proveito das aguas nativas. 12 O calor vegetal dos arvoredos adoça os climas. Viremos talvez a fazer habitaveis todos os altos da ilha como ja forão n'outros tempos os Ferreiros do Juncal. Ainda ali nol-o attestão bem claros vestigios: taes são os basaltos partidos em cunhaes e differentes peças de construcção; no polido de seu córte apparece a mão dos seculos. Huma familia existe na Curgeira do Monte (Carneiros negros por alcunha), que dizem oriunda d'aquelles sitios, hoje perfeitamente desertos. O celebre naturalista dinamarquez Rafke, quando os visitou em—de 17—, affirmava não serem mais desabridas as montanhas da Noruega. Qual a causa de taes variedades no mesmo espaço e de tanta analogia em tão differentes latitudes ? Sem duvida a falta dos arvoredos; nenhuma outra se assignará. 13.—He pois sabido: os maiores tropeços e desavenças de nossa rural economia vão desapparecer, logo que se reproduzão, como fica indicado, nos respectivos postos, pomares, matagaes, perpetuo balsume e nossas antigas venerandas florestas. Assim tornada á primitiva louçania, he a serra o grande regulador meteorologico, reservatorio commum e manancial de riquezas. Hum bom Governo as saherá poupar, as saberá destramente accommodar a todos os districtos, a todos os terrenos, a todos os ramos de industria; e o mais he que o desembolso para tantas maravilhas, nem por isso nos assusta. Só as devezas da serra demandarião em suas cercas algum trabalho, que ainda muito se encurtaria, attendendo aos naturaes paredoens e profundos abismos que mais ou menos cingem aquelas planicies; que melhor tapume poderiamos desejar . 14. Approximemo-nos com tudo a verdade quanto possível, em tão essencial quesito. A esse fim cuidei em orçar com a maior cautella as sobreditas cercas, assim como suas sementeiras, suas plantadas e indistinctamente todos os trabalhos respectivos, que terao de ser pagos pela Fazenda publica. Importou tudo em seis mil cruzados, gastos espaçadamente em seis anos, quatrocentos mil reis por anno. Passados os primeiros seis annos cada área emoitada renderá de sobejo para seu novo amanho. Ainda menos precisariamos despender, mudando-se, como ha muito está resolvido, o Viveiro vegetal do Monte para algum dos mencionados povos incultos de propriedade publica. Poupão e desde logo os 50 mil reis ahi pagos annualmente ao dono da terra. Vendidas suas bemfeitorias valor de não menos de hum conto, vem a apurar-se em tudo hum conto e quinhentos mil reis. Abatidas do orçamento, andará o dispendio total por qoo ou parcelas de 15o mil reis em cada hum dos dois annos. 15.—Á vista do expendido (está demonstrado} não ha difficuldade alguma em metter mãos á obra. Encontrar-se-ia, e quasi insuperavel, em cohibir o bando alfario dos dinheiros de dia em dia, mais impunes e emprehendedores, que não deixarião pedra sobre pedra. A imperiosa necessidade os chama, os acoita, os protege e premeia seus furtos. Lá irião nossas tapagens, nossos tenros giestaes, nosso bello plantio e esperançosas mattas. Cumpre por tanto, em vez de requintar penas na forma costumata, congraçar preliminarmente com os direitos da natureza, nossa ordinaria policia. Tudo está em soltar-nos da cruel alternativa de ou perecer á mingoa de combustiveis ou invadir os dominios alheios. Acabem para sempre tão barbaras collisões: he quanto pretendemos e quanto basta. 16- Hum dos meios efficazes de tal conseguirmos seria vulgarisar o carvão mineral desde já, coisa facilima, se o soubermos conservar a baixo preço. Quanto a mim o grande passo decisivo, seria alivial-o dos 15 por cento que paga de entrada, direito hoje insignificante ao Erario, que huns annos por outros monta a... Eis o que eu proporia tão sómente por 6 annos. Entretanto ganhão-se milhares de braços: crescem nossas devezas de ordinario serviço e restaurão-se os arvoredos. O carvão de pedra vindo-nos a troco de vinho traria mais essa vantagem ao nosso commercio e industria. 17.—Huma providencia chama outra; diminuida assim a necessidade da lenha, he indispensavel acudir a tantos infelizes que vivem daquelle tracto. Cumpre dar-lhes outros meios honestos de subsistencia; estão tambem achados, em se facilitando a cultura da batata inglesa (semilha) inda mal propagada apezar de se dar bem em toda a ilha, porque nos vem mui barata de fóra e não faz grande conta cultival-a. He hum dever de primeira ordem representar quanto merece ser protegido tão importante e tão desattendido ramo. Ao mesmo tempo que liberalmente se nos franqueasse a entrada ao carvão, deveria fechar-se de todo ás semilhas. Este alimentos grato aos ricos e pão quotidiano do pobre, reclama os mesmos auxilios em Portugal, tão sabiamente acordados aos cereaes. Os argumentos são obvios e identicos; he escuzado repetil-os. Os nossos carretoens passarião de boa vontade a cultura da semilha em tal caso mui lucrativa. A visinhança das estradas centraes sobre tudo, lhe deve ser indefectivelmente franqueada. 18—Tenho em fim concluido, e só me resta desejar que não percamos tempo. Se todavia agrada a presente indicação, he bem desde já principiarmos. Reduz-se a empreza toda a cinco pontos capitaes. 1º. Delinear, fechar, povoar cada anno huma das áreas designadas, conforme o artigo 3. 2º Reservar para arvores, arbustos e perpetuo balsume, as encostas das ribeiras e lombadas, nos termos do art. 4. 3.º Requerer se tirem os 15 por cento ao carvão mineral. 4º Fechar o porto a todas as semilhas de fóra. Approvado que seja: energica e effectivamente apoiado o nosso projecto, entendo que deve logo passar e quanto antes, a Camara ou a quem direito fôr, para seu devido cumprimento, dada todos os annos conta ao publico da respectiva despeza e progressos. Funchal, 22 de abril de 1822. (a.) José Maria da Fonseca, Inspector Geral d'Agricultura. [Arquivo Histórico Ultramarino, Madeira e Porto Santo, nº.6963, publ. Eduardo Castro e Almeida, Archivo da Marinha e Ultramar. Inventario. Madeira e Porto Santo II. 1820-1833, Coimbra, 1909, pp. 61-63] CORREIO DA MADEIRA[1849] Quanto mais se pensa no importante assumpto da arborização das serras, mais nos convencemos da sua gravidade; e para explicarmos o nosso pensamentoa este respeito, estamos persuadidos que a arborisação é negócio de vida ou morte para esta ilha. Quereis agua de rega para fertelizardes vossos campos, para cultivardes terrenos aridos, até hoje incultos? Quereis conservar e augmentar as fontes que existem, e fazer apparecer outras novas? Quereis chuvas mais frequentes, mais igualmente distribuidas ? Quereis defender dos estragod do vento e dos nevoeiros as vossas vinhas, cearas, hortas, e pomares ? Quereis melhorar o clima ? Quereis mais igualdade nas estações ? Conservai como objectos sagrados os arvoredos que existem; plantai, semeai, creai novos arvoredos. Pproscrevei o sacrilego machado e a impia foice. Recompensai os lavradores, glorificai os proprietários, que teem dedicado o seu tempo, trbalho, e fortuna à cultura florestal. Animai-os, excitai os outros, com vantagens, com distincções. Primeiro que tudo é preciso estabelecer o systema d'arborisação, commum a toda a ilha, fundado no conhecimento e profundo exame das condiçoes phisicas da ilha. É necesario estudar a direcção das nossas montanhas, conhecer os valles e planos aprovataveis para culturae pastos, saber a direcção dos ventos, a natureza dos,terrenos, as especies d'arvores que melhor pódem prosperar n'um e n'outro; e com estes dados e outros muitos que a sciencia offerece, fixar um plano methodico e regular, que se vá pondo sucessiva e incessantemente em execução. Com a questão da arborisação prende outra muito secundaria, mas também interessante, qual é a da creação dos gados. Convirá proscrever o gado das serras ? Parece-nos que não. A arborisação não é um trabalho que se faça d'uma vez, nem n'um só anno. É preciso fazer viveiros, esperar que as arvores semeadas cheguem ao estado de ser transplantadas; é preciso abrir as terras, e na maior parte dellas, não entra o arado , mas a enchada, e por isso a cultura se torna despendiosa e demorada; é preciso fazer grande despesa para a qual não ha meios de prompto, e ainda que os houvesse ha falta de braços. Por tanto que a arborização vá da circumferencia para o centro, como parece que deve ser, ou venha caminhando do centro para as extremidades, ou siga outra qualquer direcção, é innegável que hade ir marchando a pouoco e pouco. No entretanto ahi ficão extensões immensas de terreno, que somente pdem continuar a servir para pasto; e se pódem prestar este serviço, sem prejuiso das novas mattas, e das existente, é certo prohibir o uso que se póde fazer com proveito de muitos. É sempre bom conciliar interesses. Se um interesse publico póde subsistir sem que seja necessario sacrificio de interesses particulares; é tyrania sacrificar estes inutilmente. Dando-se a este negocio da arborisação a importancia e attenção que elle requer, parece que deve haver uma administração especial das mattas dailha, concentrando-sen'umsó pontoas attribuições que se achão espalhadas entre as diversas authoridades. Só assim póde haver uniformidade de plano, permanencia de execução, e coherencia de sistema. Os administradores devem ter ordenado e responsabilidade. As Camaras Municipaes já muito sobrecarregadas de trabalhos e despezas, compostas geralmente de pessoas occupadas com os seus negocios, e que pouca attenção pódem prestar ás cousas publicas, servindo além disso gratuitamente, não podem fazer proveitosamente parte d'umabem montada administração florestal. Mas por se não poder executar este systema em grande escala, como nós o concebemos, nem por isso se deve deixar de fazer tudo quanto é possível executar cm os alimentos de que se póde fazer uso. A cultura florestal a que se tem prestado mais alguma attenção é a de pinheiros, porque é pouco despendiosa, e dentro em breves annos, começa a dar lucro ao cultivador. Com dous mil reis compra-se a semente, lavra-se, e semeia-se um alqueire de terra. Parece que sendo pequena a despeza, certos os lucros, e não muito demorada a expectativa de rendimento, devia estar aproveitada nesta cultura uma muito maior extensão de terra inutil, do que a que se tem cultivado. A regra d'alguns economistas -laissez faire, laissez passer- é muitas vezes falsa. Muitas vezes é preciso constranger e obrigar a fazer cousas uteis. Quem tem terras aptas para cultura florestal, e que estão desaproveitadas e perdidas, deve cultival-as por si ou por colonos, arrendal-as, afloral-as, ou vendel-as para esse fim. As terras devem ser cultivadas em proveito dos vivos, e não permanecer incultas para esteril ostentação. O corregedor Velloso para animar a cultura dos castanheiros fixou os preços pelos quaes elles devião ser pagos aos colonos, no caso de despejo; preços que ainda hoje regulão. Para animart mais esta cultura e a dos carvalhos, e outras arvores uteis seria conveniente estabelecer-se um preço vantajoso, que estimulasse os lavradores a plantal-as. Os carvalhos, como se observa, prosperão perfeitamente nesta ilha, ainda a grandes alturas. No Palheiro Ferreiro, no Monte, ha arvores lindissimas. O carvalhoé uma arvore muito util. É abundante de folha, de que o gado come com avidez, ainda que se lhe deve dar com parcimonia. A casca serve para curtir coiros; a bolota é o melhor alimento para engordar porcos, e torna a carne muito saborosa. Mas ao mesmo tempoque se estabelecesse um preço vantajoso para animar o lavrador diligente, devia tomar-se uma precaução necessaria para evitar que os maliciosos tirassem dahi injusto proveito. Uma cousa é um pomar e outra cousa é um viveiro. Ha colonos que para augmentar o preço de suas bemfeitorias plantão os castanheiros a tão curta distancia uns dos outros, que nunca chegão a formar boas arvores, e ficão sempre acanhadissimos. Não se deveria pois pagar ao colono senão tantos pés quantos rasoavelmente podessem prosperar, considerando-se aos outros como inuteis, porque se devem arrancar. Ha muitas variedades de carvalhos desconhecidas nesta ilha, cuja introdução muito convinha promover. Admira que n'um paiz, em que ha centos d'annos se está construindo vasilhame, ainda se não tenha tractado de cultivar as arvores que dão a madeira propria par o officio de tanoaria, havendo tanto terreno inutil que se podia occupar com esta cultura ! Temos sido e somos desleixados e imprevidentes. É perciso accordar deste lethargo, aproveitando nossas terras, promovendo, e melhorando todas as culturas uteis , fazendo por todos os meios ao nosso alcance que as nossas calvas serras se revistão outra vez da sua verde e vicijante cama. Véde essas ribeiras que atravessão a cidade;- não tazem durante o verão uma gota d'água. Arborisai as serras, fareis correr agua com abundancia nas levadas, e ainda sobrará sufficiente para limpeza desta cidade, infectada na força do verãode miasmas putridas, que se não forão as brisas refrigerenates e salutiferas do mar, que os disssipão, prejudicariãomuito mais a saude dos habitantes. Contra os grandes projectos d'utilidade publica, cuja realisaçãoleva annos, ha um grande inconveniente, resultante da nossa fraqueza e curta duração. D'ordinario o homem tem pressa de gozar; e se a esperança do gozo se não póde realisar cedo; se apparece n'um futuro remoto ou não começa a empreza, ou affrouxa na execução. Fraqueza e egoismo ! Se nós mesmos não podemos gozar, gozarão nossos filhos e descendentes; morreremos com a consolação de ter deixado um bem sobre a terra, em virtude do qual será abençoada a nossa memória. A authoridade publica tem rigorosa obrigação de providenciar não só para o presente como para o futuro; tractar da geração actual e preparar trabalhos para a geração que hade vir. Se D. Diniz, o Rei lavrador, cuja memoria será sempre abençoada, não tivesse pensado no futuro, não existiria em Portugal o extenso pinhal de Leiria, donde tem sahido productos incalculaveis, e que dá lenha gratuita para o consummo de todos os moradores dos arredores. Desejamos sinceramente que se assente n'um plano e systema regular de trabalhos, de cuja incessante e pertinaz execução resulte repovoarem-se as nossas serras. Oxalá que o negocio não fique simplesmente em projecto, como por mau fado portuguez acontece a todas as emprezas uteis. Se alguma cousa se fizer, faz-s um serviço eminente ao Paiz, o maior talvez, que se lhe pode fazer. [CORREIO DA MADEIRA, Nº. 32 , sabbado 8 de Setembro de 1849, p.1-2] ISABELLA DE FRANÇA [1853-1854] O Sol subia entre nuvens de ouro chamejante, que tornavam as ondas num mar de fogo e por graduações tingiam todos os cômoros e promontórios de uma claridade ténue e amarelada, enquanto as partes ainda na sombra tomavam a pouco e pouco matizes de púrpura, lilás, cinzento, amarelo, cor-de-rosa e branco. Esta gama variada parecia reflectir-se nas pedras como a luz através de um prisma, dotando-as de suavidade e brilho indiscritíveis; lentamente, enquanto o Sol avançava, os picos mais eminentes faziam-se doirados, e a luz amarela dispersava-se devagar sobre as serras. Surgiam agora os pinhais verde-negros, os soutos, os canaviais verdeclaros. Ao mesmo tempo a claridade crescente revelava as fendas profundas dos barrancos espalhados por toda a ilha. Uma a uma as quintas, brancas vivendas de campo, emergiam dos seus esconderijos vegetais, tal se quisessem saudar o astro nascente. As vezes a névoa pardacenta ocultava parte dos milhares de montículos de que a ilha se compõe, mas depois dissipava-se, deixando-os exibirem-se na beleza da serrania, precipício atrás de precipício, espinhaço após espinhaço, ora coberta de florestas de castanheiros, loureiros, pinheiros e muitas outras árvores, ora com ermos e áridos cumes que ultrapassam as nuvens. Dentro da baía jaz a cidade do Funchal, de aspecto límpido vista do mar, com o seu casario alvo, jardins verdes repletos de loendros, heliotrópios, novelos azuis, cafeeiros de flor branca, e milhares de outras espécies, novas para um espectador inglês e de colorido tão brilhante que nem se pode descrever. Eis-nos aqui, finalmente! Nunca esquecerei as sensações desse dia. Voltei à cama por umas horas e depois levantei-me a fim de me vestir para o importante momento do desembarque no Funchal. Ia enfrentar estranhos, gente que eu jamais vira na minha vida; ia entrar noutra família, representar novo papel. Nada conhecia da língua, usos e preconceitos das pessoas a quem só desejava agradar. Estava ansiosa de ser bem recebida, mas inteiramente ignorante de como devia apresentar-me numa terra em que tudo era novidade para mim, tal como se casasse novamente. Devo dizer, no entanto, que o mesmo bondoso sorriso que me tornara feliz desde 3 de Agosto de 1852 me fez arrostar com tudo isto, me dissuadiu dos receios e me colocou a salvo no meu país de adopção, tão contente como quando deixara a pátria. (...) Também me admirei de que algumas flores, que me habituara a ver criadas em estufa, com mil cuidados, aparecessem aqui; em estado selvagem, à beira da estrada ou pendentes dos muros de pedra. Havia gerânios, murtas, mimos, bálsamos, acácias, e roseiras bravas, dobradas, mais intensas na cor do que as rosas silvestres de Inglaterra. A maior altura, surgiram madressilvas, e, depois de passarmos por enormes piteiras, vimos grande número de açucenas cor-de-rosa e raiadas de branco. Também os jarros crescem livremente e com abundância. Os tabaíbos crescem como erva. Por toda a parte, abaixo de certa altitude, espalham-se pelas rochas e terrenos não ocupados; a planta é feia, mas dá uma flor de belo tom alaranjado, e o fruto apreciam-no bastante: não deixa de lembrar a groselha. Até há pouco consentiam que se desenvolvessem onde a terra não prestava para mais nada, porém agora começam a cultivá-los para a criação da cochinilha. No Monte, e na mesma altitude ou próximo, em toda a ilha, há extensas plantações de castanheiros, cujo fruto, sendo abundante, constitui importante artigo de subsistência dos aldeãos, além de que a madeira é valioso elemento da construção. No Norte da Ilha enrolam a vinha nos castanheiros, o que dá bonito aspecto, porque trepa de ramo em ramo. Infelizmente a doença atacou estas árvores e muitas delas morreram. No cimo dos montes plantaram uma infinidade de pinheiros, a maior parte nas duas últimas décadas, mas as espécies indígenas, que cobriam a ilha toda quando foi descoberta, são hoje escassas e limitam-se quase ao norte. Há variedades peculiares à Madeira, desconhecidas na Europa, excepto nas colecções botânicas. (...) Atravessámos a parte oriental da cidade e começámos a subir por um caminho quase todo bem pavimentado, embora áspero nalguns pontos, e aberto entre quintas e vinhedos. Se bem que muito íngreme, não o é tanto como o do Monte, porque tem bocados menos declivosos do que o outro e alguns, até, chegam a ser planos. Sempre que pudemos lobrigar entre os muros, depararam-se-nos vistas soberbas. Nalguns lugares descobrem-se fundos de barrancos, em direcção ao mar, noutros abrange-se todo o vale do Funchal com a sua preciosa moldura marítima e as montanhas e a cidade a meio. Conforme subíamos, os castanheiros principiavam a substituir-se às vinhas. Passámos pelo Palheiro do Ferreiro, domínio esplêndido, construído e plantado pelo defunto Conde de Carvalhal onde outrora existia uma encosta nua, excepto quanto a alguns castanheiros antigos. Talvez em tempos idos tivesse aqui a sua forja algum ferreiro; agora é um extenso parque, cortado em todas as direcções por estradas, entre alamedas viçosas e muitas espécies de árvores, em que se salientam os carvalhos, desconhecidos nesta ilha até à sua introdução pelo falecido conde. A casa é pequena em comparação com o parque, mas tem à frente jardins com muitas plantas curiosas e grandes tanques com cascatas artificiais, cuja água vem dos montes mais altos em resultado de obras que custaram muito dinheiro. Tive pena de não poder apreciar aquelas maravilhas, mas como está ausente o moço conde e andam a fazer ali reparações, não há ordem de consentir visitas. Acima do Palheiro, o aspecto do campo muda inteiramente: a vinha desaparece por completo e é substituída por pinhais e soutos; a terra é vermelha, com rochas cinzentas a surgir aqui e ali. Cobrem as encostas-onde não medram árvores-ervas e musgo muito unido; e a giesta, numa profusão de flores douradas, fere-nos a vista quando brilha o Sol. Agora a estrada desce; depois é chã por um pequeno percurso, e, ao cabo de mais dois montes, curtos mas precipicosos, torna-se plana numa distância considerável. As encostas são calcetadas, mas não os caminhos rasos, e poucos cavaleiros resistem à tentação de galopar sobre aquele solo avermelhado. A aproximação da Camacha encontrámos grande quantidade de urze; nas bermas há silvados e madressilvas, o que dá ao cenário um aspecto inglês: se não fossem esses troços pavimentados, a ilusão seria completa. Depois de passarmos por algumas vivendas e duas belas quintas pertencentes a negociantes ingleses, surgimos na Achada da Camacha. Achada significava um pedaço de terreno chão no sopé de um monte, e isto, se não fosse a situação, teria toda a aparência de um baldio de Inglaterra. Umas jardas adiante desce uma azinhaga estreita, que nos levou ao nosso destino. Todo o arranjo da casa e jardim do nosso amigo é da sua autoria, e do gosto mais acabado; há vinte anos atrás, este sítio apresentava apenas as paredes de uma vivenda abandonada(que alguém começara, sem nunca terminar) e sòmente três árvores. Agora há esplêndidos carvalhos, pinheiros, castanheiros e todas as espécies arbóreas, que ele mandou plantar. Custa a crer como uma coisa tão perfeita se fez em tão pouco tempo: mas assim é a riqueza deste clima privilegiado. A chuva, frequente na Camacha, impediu que passeássemos a meio do dia; no entanto houve intervalo suficiente entre os aguaceiros para dar uma volta pelo terreno elegantemente tratado, de roda da habitação, e também para visitar uma quinta vizinha, cujo proprietário conseguiu obter água para fins decorativos, fazendo represas da que corre da serra. Aí colocou uns barquinhos de meia jarda de comprimento, e até me constou que ocupa um antigo marinheiro na sua conservação. Numa parte da propriedade há uma azenha, e noutra uma cascata pequena; nesta há uns bonecos, com pesos nos pés, que se mantêm verticais na água, e é engraçado vê-los, uns pretos outros brancos, a subir e a descer no tanque, debaixo da cascata. Esta quinta foi construída muitos anos antes daquela a que viemos de visita e por isso as árvores são maiores. A abundância de água e de sombra torna-a numa deliciosa residência estival. Passámos um dia agradabilíssimo na casa do nosso tão hospitaleiro amigo, e voltámos à noite. bastante satisfeitos com a excursão. (...) Prosseguimos. Os gerânios, mimos, balsaminas e murtas continuavam floridos à nossa volta. Por fim deixámos essas veredas sombreadas e emergimos numa extensão de terra erma, com meia dúzia de pinheiros. Parte dela pertence ao meu marido, mas nada produz, embora outros proprietários tenham vastos pinhais nos terrenos contíguos. O caminho degenerava agora num simples trilho através da serra, e nós fomo-lo galgando até chegar à Encumeada, donde se avista o mar de um lado e outro da Ilha. Saímos da rede e seguimos a pé ao longo da crista, entre ervas, fetos e urze, admirando a braveza e majestade do panorama. Em volta de nós erguiam-se montes sobre montes, sem nos tirar no entanto a vista do mar, que era, como disse, dos dois lados. Para o sul a parte habitada do país terminava no baldio a que viéramos ter, ao passo que para o norte se descobria o vale da ribeira da Janela, de imensa profundidade, com as encostas cobertas de árvores que formavam uma contínua massa de folhagem, excepto nos pontos em que afloravam enormes rochas nuas. Na nascente desta ribeira ficam as famosas quedas de água que nós íamos ver. Aqui há cabras montesas, vacas e cavalos, que vivem em liberdade na serra, longe dos homens, em lugares que pareciam inatingíveis por qualquer animal desprovido de asas; contudo, andavam cabriolando ou pastando sossegadamente, como se o terreno fosse perfeitamente plano. Estes animais são propriedade de diversos donos, de quem ostentam a marca; quando é necessário, caçam-nos com cães ou abatem-nos a tiro. Como não possuímos o dom de nos equilibrarmos no ar, vimo-nos forçados a reocupar as redes e ir por outros desfiladeiros e sobre o tunel pelo qual deveríamos voltar. Ao alcançarmos as proximidades do Paul da Serra, larga extensão de terra ondulada entre os picos das montanhas, desfrutámos o panorama do vale do Rabaçal e vimos a grande distância a casa que nos serviria de hotel para repousarmos e almoçarmos. Começámos a descer para o Rabaçal, numa sucessão de ziguezagues a formar o que chamam caminho, cortado entre uma floresta de loureiros e murtas e outras espécies sempre verdes, as quais crescem tão unidas que tudo aquilo parece um emaranhado de folhas. A descida é o mais assustadora possível: a rocha em que foi talhado o caminho é tão íngreme, tanto em cima como em baixo, e esse caminho tão estreito, que ao passar a rede nas muitas voltas se diria que pende sobre o precipício, sem se ver uma nesga do chão: fica literalmente suspensa no abismo! Surpreende notar com que domínio e firmeza os homens a conduzem por estas alturas vertiginosas. O mais pequeno movimento em falso implicaria sem remédio a queda dos homens, da rede e do viajante pelas rochas até à ribeira que fica lá em baixo a umas centenas de jardas. Chegámos por fim ao termo destas «voltas» terríveis e atingimos a Levada; aí respirámos de alívio. O caminho tornou-se plano por cerca de milha, com a rocha perpendicular sobre a nossa cabeça e outra quase perpendicular a nossos pés: esta última descia abrupta para a ribeira, e aquela enfeitava-se de grande variedade de fetos, musgo e flores semiaquáticas, que nasciam das fendas abertas pelas águas velozes e espumantes. De vez em quando aparecia musgo cor de laranja no meio de outros de vários e belos matizes: escarlate, verde-claro, branco, e todos os tons de púrpura e cinzento. Os fetos tinham também uma infinidade de feitios e coloridos; alguns enormes, outros tão pequenos que mal se lhes distinguia a forma; uns de folhas sólidas, espessas, outros leves como plumas. E o verde brilhante de todas estas plantas contrastava com os fios prateados da água que faiscava na superfície da rocha. Em baixo, à beira do caminho, fluía a levada, que ora abandonávamos ora seguíamos. Da outra banda da ribeira levantavam-se também penhascos majestosos cobertos de todo o género de árvores, fetos e musgos. Quando nos aproximávamos da queda de água, vimos altearem-se flores por toda a parte, em volta das quais pendiam festões de verdura exuberante. Várias fontes, que aumentavam de tamanho e de esplendor com a queda, manavam entre as pedras, em pequeninas cataratas; aqui, estando o rochedo na sombra, estes lindos caudais de prata reflectiam as cores do prisma e formavam grupos de arcos-íris minúsculos, que cintilavam por um instante e se desvaneciam para dar lugar a outros, e sempre assim nas contínuas variações de luz. Julguei que havia atingido a verdadeira queda de água, e perdia-me de admiração, mas prosseguimos ainda e fomos dar a um sítio em que o caminho se alarga e compõe uma espécie de plataforma, resguardada por um peitoril de pedra. Lá nos detivemos. Ergui a vista e tive uma sensação jamais igualada. Ali estava a maravilhosa cascata em toda a sua grandeza, em todo o seu encanto! Uma rocha altíssima, côncava, semicircular, profusamente envolta de folhagem delicada, de um verde mais verde do que todo o resto; fetos e musgos e grinaldas suspensas; taças de musgo vermelho forte; plantas de floração branca; fungos (ao que supus) de tom alaranjado; e sobre isto a primorosa tapeçaria das folhas, e mais de uma centena de jactos de prata líquida, precipitando-se do cimo do rochedo e caindo sobre o leito da ribeira. A rocha é tão alta que, vista de baixo, o seu extremo se recorta no azul do céu como se fizesse parte dele; a água jorra sobre ela e sobre as plantas que aí crescem, espumando e gorgolhando na queda, enquanto a frescura do lugar, o seu isolamento, o silêncio só quebrado pela cascata se combinam para dar a sensação de intenso espantoeu quase diria de pavor! Entre o ponto em que estávamos e as fontes, passa a levada através de uma arcaria cortada na rocha e por onde pode ir quem quiser, com a certeza de ficar molhado, pois da abóbada pinga constantemente. Para além desses arcos a levada continua da outra banda do barranco, resguardada por um gradeamento de madeira. Um dos paus desse anteparo já cedeu ao peso de um rapaz que se aventurou a aproximar-se muito; ele escapou de ser devorado pelo abismo, agarrando-se ao resto da balaustrada, e morreu poucos anos depois, de febre amarela, nas Indias Ocidentais. É claro que não desejei repetir essa perigosa experiência e senti-me satisfeita por ficar seca deste lado da arcaria; meu marido é que foi por lá com um guarda-chuva, embora não achasse muito necessário arriscar aquele avanço. Tomámos água dessas fontes que, já se sabe, era fresquíssima. (...) Pelos animais que vi na serra, posso dizer alguma coisa sobre a fauna da ilha. De quadrúpedes, não existem mais nenhuns realmente selvagens além de coelhos e ratos; fala-se de gatos bravos, mas suponho que descendem dos domésticos que foram abandonados no mato. Os cavalos, vacas, ovelhas, cabras e porcos, que andam por lá livremente, têm todos dono, como já observei. Os cavalos criados na ilha, quer nas montanhas quer em estrebarias, são na sua maioria pequenos e, em geral, fracos especímenes, embora alguns sejam bonitos e úteis; não maiores do que os Shetlands, mas com toda a simetria de um puro-sangue, muito fortes, de pernas rijas, e mansos. Muitos dos cavalos do Funchal vieram do estrangeiro. Há poucas mulas e burros: quase sempre insignificantes e utilizados sòmente para transporte de carga; não existem mais do que dois ou três exemplares de cada espécie capazes de serem montados. As vacas e bois são bonitos, pouco maiores do que os burros, todos da mesma cor, amarelo claro arruivado, variando, mas de leve, no tom. Meigos, inteligentes, quase todos criados em telheiros e alimentados à mão, e pacíficos como parecem; mas os que andam à solta pelos montes são bastante ariscos; únicos animais de tiro na ilha, porque os cavalos se usam para sela, excepto quando algum cavalheiro estouvado -estrangeiro, em regra decide exibir um cabriolé ou faetonte, na Estrada Nova, ou cá e lá nas poucas ruas planas, com todos os garotos da cidade a gritarem atrás. Já mencionei os trenós do Funchal, e as carroças, ambos puxados por bois ou vacas, que trazem feiteira das serras. Também puxam o arado, onde o terreno for suficientemente chão para o consentir. Para leite, têm aqui algumas vacas exóticas. As ovelhas parecem-me pequeníssimas, de cauda comprida e muitas delas malhadas. A lã é grosseira e a carne escura e rija. As que se guardam em barracões apresentam melhor aspecto, sendo às vezes cruzadas com raças estrangeiras. É hábito no Funchal pôr uma ovelha num estábulo, onde pode engordar com os desperdícios da comida dos cavalos. São sempre bons amigos e podem ver-se comendo ao mesmo tempo, um e outro com o focinho na manjedoira, a ovelha de pé nas patas traseiras. Se a deixarem, seguirá o cavalo para toda a parte. As cabras não são grandes, mas existem em larga escala; embora o povo prefira o leite de vaca, o daquelas não deixa de ser bastante utilizado. Os vilões têm o mau sestro de as ordenhar à beira do caminho, onde se embaraçam nas pernas dos cavalos, com risco de serem precipitadas. A pele de cabra usava-se no tempo do vinho para o transportar até às pipas, frequentemente a algumas milhas de distância, quando a estas não era fácil trazê-las ao local da vindima. A pele é voltada do avesso, cortam-lhe a cabeça e os pés, e as aberturas assim formadas ligamnas com cordel. Ao distender-se, dá a impressão de estranho animal acéfalo. E que espectáculo singular o de uma fila de homens a descer pelos montes, com essas peles cheias aos ombros ! Nem todos os cavalos serão capazes de conduzir um borracho, ou pele de cabra. Não é raro os camponeses venderem aos ignorantes carne de cabra por carneiro, mostrando um tufo de lã para o provar, o que conseguem com o exame da amostra. Os cabritinhos são bom acepipe e não se distinguem dos borregos do mesmo tamanho. Os porcos são feios, pernaltas, quase sempre pretos. Parece que fazem muito dano nos montes, escavando as raízes das feteiras e às vezes destruindo as levadas; por isso a Câmara proibiu que os soltassem, mas como a postura não tem sido cumprida-senão pouco tempo após a sua publicação-ei-los que continuam a infestar a serra. Deles se faz excelente carne salgada. Já me referi algures aos horríveis cães dos camponeses. São atravessados, mas de nenhuma raça boa, pequenos e quase todos amarelos ou malhados. Constituem um flagelo nas estradas, correndo da porta das vivendas para ladrar e morder as pernas dos cavalos e os transeuntes decentemente vestidos, ou ao longo dos muros para ladrar também aos ouvidos dos que passam. Há ainda cães temíveis no Funchal, de raça egípcia, segundo se diz: não têm pêlo e a pele é de uma feia cor avermelhada, muito franzida, com a aparência de terem sido escaldados. Existem também cães bonitos, estrangeiros, em especial uns animais grandes, amarelos, a que chamam Sabujos Cubanos. Um destes, pertencente ao cônsul, afeiçoou-se a mim e costumava vir ter comigo aos pulos, estendendo-me a cabeça enorme para que a afagasse, sempre que me encontrava. Os gatos são iguais aos de toda a parte, excepto em terem muitos deles as orelhas e o rabo cortado; mas o costume não está tão generalizado como parece. Há uma raça de gatos de Lisboa, todos de cor de ardósia, sem quaisquer malhas. De aves existem muitas espécies, variando levemente das congéneres da Europa. Temos a águia pequena chamada manta, ave poderosíssima, capaz de arrebatar um cordeiro ou um cabrito. Quando adulta mede cerca de três pés de envergadura; a cor é castanho-escura, mas nunca vi nenhuma de perto, para a descrever melhor. Vive em geral entre os picos altos e raras vezes aparece nos lugares habitados. Abunda em toda a Ilha um género de falcões pequenos, a que chamam francelhos, muito bonitos mas daninhos para as aves domésticas. Embora pouco numerosos, encontram-se mochos nas montanhas. Há perdizes em pequena quantidade, e, em abundância, codornizes. Em número razoável existem pombos e pombos torcazes. As vezes caçam-se galinholas e narcejas, que são migradoras e só arribam quando o tempo está muito mau na Europa. Da costa de África chegam por vezes aves bastante curiosas, que todavia não fazem criação. Em grandes bandos tem-se visto pombos bravos e, de tempos a tempos, um grou, com outras aves menos conhecidas. O melro prolifera, porém o tordo rareia. Abundam os tentilhões e muitos pássaros mais bonitos do que na Inglaterra; são maiores, e a plumagem da fêmea tem as mesmas cores da do macho, só com a diferença de serem menos vistosas. Os pardais são belos, quase do tamanho de tentilhões, e voam em grandes bandos. Os pintassilgos também andam em bandos. Os piscos frequentam as árvores, onde se empoleiram, e há canários bravos, que lembram verdelhões. A toutinegra é vulgar, mas não em excesso. Tenho visto o seu canto descrito como algo de sublime, nos relatos da ilha feitos por londrinos que não perceberam tratar-se de um pássaro frequente na Inglaterra. Como noutra parte qualquer, vimos aqui andorinhas e gaivões, durante o Verão. As alvéloas, a que chamam cá lavadeiras, são abundantes e de mais de uma espécie. Há duas ou três espécies de gaivotas. A plumagem é mais escura do que as do canal da Mancha. Quanto às aves domésticas, temos as mesmas que em Inglaterra. Os perus, que existem em profusão, são grandes, e a freguesia da Camacha é afamada na sua criação. No Palheiro do Ferreiro, em tempo do defunto Conde de Carvalhal, enxameavam pavões e pintadas; agora quase não se vêem em parte alguma. As pombas não são muito abundantes. Escasseiam os gansos, ao contrário dos patos. Existem imensas galinhas, toda a gente as tem, o que explica a porção de ovos em todas as mesas, a cada refeição, e de qualquer maneira por que possam ser comidos. A casta corrente das galinhas é de pequeno porte, de cor preta e paladar não muito agradável; porém as de Xangai estão a substituí-las ràpidamente. Uma vez tivemos ao jantar uma galinha assada com sabor tão pronunciado a peixe que a recambiámos logo. Investigando o caso, apurámos que ela viera de Câmara de Lobos, onde as alimentam com os sobejos da praça. O povo tem um modo singular de impedir que as aves se extraviem: atam-lhes a perna a um sapato velho, que elas arrastam atrás de si. Não é este o único uso que dão aos sapatos velhos, porque com eles também batem nas crianças. Também vi uma galinha amarrada a um ferro de engomar e muitas vezes a um taco metido no chão. Nalguns lugares põem às galinhas uma espécie de calçado, para evitar que esgaravatem. De insectos não há muita variedade. Vêem-se borboletas, sem nada de notável; contudo as traças são mais numerosas, e aparecem sempre que se põe de parte um vestido de lã, durante um mês ou dois. Escaravelhos poucos há, e muito pequenos, no campo; mas infestam as casas os de uma espécie preta, assim como os que os rapazes designam por Cavalos do Carro do Diabo, e baratas enormes, de três e quatro polegadas de comprimento. Há também centopeias, de cerca de polegada e meia: feias, mas inofensivas. Criam abelhas no campo. As colmeias fazem-nas de um tronco de árvore escavado em forma cilíndrica, com um bocado de tábua ao alto. O mel é muito forte e desagradável. São numerosas e incómodas as vespas. Quanto a formigas, um verdadeiro flagelo. Nada lhes escapa, a não ser rodeando de água. Outra praga constitui-a as moscas; temos de ornamentar -ou desfigurar - todos os quartos com estranhas engenhocas de papel cortado de vários feitios e pendurado, para as atrair, afastando-as das pessoas; mas mesmo assim continuam a importunar. Com frequência me incomodam passeando sobre as lentes dos óculos, quando estou a escrever ou a ler. Os cavalos e bois ficam muitas vezes cobertos delas e sofrem bastante com o seu ferrão. Na serra há uma espécie de mosca parecida com a dos bosques ingleses, a qual pica os cavalos e quase os enlouquece. Os mosquitos são poucos, mas consta-me que estão a tornar-se mais numerosos no Funchal desde que se cultivam os quintais das casas. Há muitas aranhas e de várias formas; algumas enormes e lindamente marcadas. Considera-se venenosa só certa espécie, mas como isto não está provado, o povo receia todas elas. Dizem que a tarantula existe cá e que os vilões afirmam que ela escreve o seu nome na teia! Talvez o acreditem, porque nenhum deles sabe ler. Acrescentam ainda que as aranhas cantam de noite, embora o ruído em questão me pareça provir dos grilos. Também têm uma crença curiosa acerca de certa pedra, que julgam extrair o veneno da mordedura de aranha; não existem mais do que duas ou três dessas pedras, pelo que são cotadas como tesouros inestimáveis. Em todos os campos abundam gafanhotos e grilos. A noite o chilro é incessante, e combinado com o coaxar das rãs produz um género de música mais barulhento do que agradável. Quando sopra o leste (de que já falei), aparecem os gafanhotos (de África); são, na forma, mais ou menos semelhantes aos outros, porém maiores, de uma polegada e meia a duas de comprimento e da espessura de um dedo meiminho de tamanho médio. Têm pernas muito compridas, contudo não aparentam tanta desproporção como os primeiros. Variam na cor-rosados, azuis, verdes amarelos ou castanhos. O corpo é quase transparente. Há poucos caracóis, e sem nada de especial. Répteis não existiam na ilha, exceptuando lagartixas, até que o defunto Conde de Carvalhal, quando ainda novo, mandou buscar algumas rãs e as soltou; multiplicaram-se tanto que são aos milhares onde quer que se encontre uma gota de água. As lagartixas são muito bonitas; destroem grande quantidade de fruta, mas por outro lado permanecem inofensivas. O ninho fazem-no entre as pedras dos muros, em cuja parte mais soalheira as podemos ver aquecendo-se ao sol ou correndo em volta com grande actividade; quase sempre se lhes descobre a cabeça e os olhos brilhantes, a espreitar dos buracos. Variam em tamanho, de três a seis polegadas de comprimento. A cor é azeitonada e cobrem-na muitas escamas minúsculas; olhos verdes e dourados, como os das rãs, e patinhas que semelham mãos. A cauda é extremamente frágil: parte-se ao mais leve toque, porém torna a crescer, e muitas vezes, quando foi ferida, renasce dupla, se não tripla. Dos peixes não posso dizer muito, porque não sei os nomes de várias espécies inteiramente novas para mim. Há poucos iguais aos que temos em Inglaterra: só vi tainhas e salmonetes; um gádidas, aqui bastante apreciado sob o nome português de pescada, que muita gente teria em Inglaterra vergonha de comer; a cavala, pequena, considerada nociva; a raia, único peixe chato pescado aqui; e o congro. Dos não conhecidos nos nossos mares, há diversas espécies e algumas excelentes. O atum é feio e escuro, de cerca de seis pés de comprido, carne avermelhada e grossa. É um espectáculo dos mais ridículos ver o campónio regressar a casa com a cabeça do atum na extremidade do bordão. A pesca do atum não corre sem perigo, pois já se tem visto puxar um homem pela borda fora. O cherne é um belo peixe do tamanho de um bacalhau grande e de sabor delicado. A abrótea lembra, no gosto, a faneca, e é mais volumosa do que o bacalhau pequeno. O pargo é outro peixe muito estimado, de perto de dezoito a vinte polegadas de comprimento. Há um peixe muito bonito chamado garoupa, em cima vermelho púrpura, por baixo branco, aos lados amarelo, com círculos pretos laterais, como as vigias de um navio. Outro, cujo nome não averiguei, é de um cor-de-rosa forte no lombo, desmaiando depois para branco. Esqueci-me de muitos dos que vi e outros haverá que não cheguei a ver. Certo peixinho designado por chicharro, parecidíssimo com o nosso arenque, pesca-se em grande quantidade, assim como um asqueroso a que chamam gaiado, semelhante ao atum, mas não maior do que uma cavala grande. Estas duas espécies são raramente comidas por pessoas que não sejam pobres. Há um ser de aspecto extraordinário, o peixe-espada, mais ou menos como um congro achatado ou uma serpente de lata feita para um catavento. Dizem que é bom de comer. Existem algumas enguias de água doce, mas em lugares tão imundos que ninguém as aproveita. Quanto a mariscos encontram-se vários. As lagostas são pequenas, e do género chamado da rocha, sem garras. São copiosos os caranguejos, mas pequeninos. Há uma espécie, denominada cracas: lembram um molho de avelãs; apreciam-nas deveras. Vemos também lapas e caramujos. Dos que não são comestíveis, poucos há, se alguns, não falando do ouriço, que abunda nas rochas de oeste. (...) Em poucos minutos alcançámos o ponto em que nos devíamos desviar para ir, por uma vereda estreita, ao pinhal do nosso destino. Essa vereda segue pelo cimo de um espinhaço, com precipicios de cada lado; a chuva tem-na corroído em muitos lugares e do solo saem grandes pedregulhos, com giestas infezadas aqui e ali, a crescer entre eles. Pois sobre essas pedras é que era necessário passar! O feitor não o da Calheta, mas o que mora no Monte havia ido connosco, à frente, de bordão ferrado, e esperava que o seguisse. O José vinha atrás, para me segurar se eu escorregasse. Nessa altura vertiginosa, com o calor do sol abrasante, e um despenhadeiro perpendicular a cada banda, perdi toda a faculdade de me conservar erecta e, vendo que não podia avançar nem recuar, pus as mãos e os joelhos no chão e rastejei pelas rochas, às vezes agarrando-me a um ramo de giesta salvadora, outras guiada pela mão do feitor, quando tinha a sorte de lhe tocar; de vez em quando olhava para trás -quando me atrevia - para ver onde estava o José e como é que ele se comportava. Por fim transpusemos esta perigosa passagem e chegámos ao pinhal, plantado num precipício que desce para a ribeira de João Gomes. Era difícil manter-me de pé, porque as árvores estão em terreno inclinadíssimo, e só agarrando-me ora a uma ora a outra consegui atravessar entre elas. Meu marido arranjou-me uma pinha, para trazer como troféu, e eu apanhei também rama espalhada dos pinheiros, que em português se chama «França». O chão está tão coberto desta folhagem que se tornava escorregadio, concorrendo para a escabrosidade do local. Não era possível evitar-se uma queda. Esta plantação de pinheiros ocupa grande extensão. Mas de que serve possui-la, a três mil pés acima do nível do mar, sem melhor caminho do que esse que descrevi? As árvores são abatidas e cortadas sem dó pelos vilões que residem perto e que podem manter-se e andar onde outros pés humanos o não conseguem. Saqueiamnas sem remorsos. Belas árvores em meio crescimento são escandalosamente cortadas para lenha, enquanto as enfezadas ou inferiores, que seria vantajoso remover, se conservam intactas; e embora haja milhares delas, todas crescem apenas para que as roubem, quando lhes chegar a vez. Encontram-se com frequência, naquelas imediações, homens e mulheres com carregamentos de troncos de pinho à cabeça; vêm vendê-los ao Funchal, e nós sabemos muito bem que há toda a probabilidade de serem as nossas árvores que eles conduzem ao mercado. (...) [Isabella de França, Jornal de uma Visita à Madeira e a Portugal 1853-1854, Funchal, 1970, pp: 48-49, 63, 7677, 104-107, 111-118, 138-139] MANUEL BRÁS SEQUEIRA, 1913 RAZÃO DO MEU ARGUMENTO Ahi por dias do mez de Julho, ou principios de Agosto do corrente anno, rebentou um grande incendio nas serras d'esta ilha, e isto pelos lados do Norte Oeste e parte do Sul. Tàl incendio, como é natural, horrorisou a todos quantos d'elle tiveram conhecimento, e, em todos os periodicos d'esta nossa terra, sahiram importantes artigos nos quaes se apresentavam razões e alvitres acceitaveis, pedindo ao mesmo tempo providencias as auctoridades constituidas contra os auctores da destruição. Com o titulo Vandalismo e pela uncção com que vinha escripto, saboreei um artigo que vinha no Brado d'Oeste» folha bisemanal que se publica na Ponta do Sol, da qual é proprietario e director, o snr. Clemente de Freitas da Silva, secretario d'administraçao d'aquelle concelho. Com a devida venia, ouso transcrevel-o aqui, asim de que se possa avaliar o estimulo que em mim produziu tal doutrina. E, considerando que, em todos os mezes do Estio, mais ou menos, ha sempre incendios nas serras d'esta ilha , e isto ha já muitos annos, sem que se possa castigar seueramente os auctores de tão condemnaveis proesas, - resolvi me escrever n'aquele periodico uma série d'artigos, que ao deante transcreverei, após o que o digno Director do «Brado d'Oeste», inseriu no seu jornal e que abre este meu modesto mas patriotico opusculo. Funchal, 26 de Dezembro de 1910. . VANDALISMO .. «E' na realidade selvatico o vandalismo que se está commettendo nas Serras d'esta ilha! Quem outr'ora conheceu os arvoredos da nossa formosissima perola do oceano e agora a percorre vendo-a quasi nua, a não ser com um ou outro rernendo para lhe occultar a medonha e negra ossada, levado por um impulso de indignação, não podera deixar de exclamar: Pobre e triste ilha ! ! tu que com tanto orgulho e altivez causavas a admiração a todos quántos visitavam as tuas mattas virgens e seculares, e, com tanta affabilidade, convidavas os forasteiros, maravilhados, a permanecerem durante dias sob os copados arvoredos que te serviam de guarda-sol, tu que no meio de tanto assombro mereceste um chefe e varios guardas para te deffenderem de inimigos figadaes-os carvoeiros-o que fizeste para tão vil e traiçoeiramente te despojarern, lançando fogo as tuas queridas e ricas vestes? Acaso mereces o rancor da vibora lendaria que acalentada no seio humano devorou as entranhas d'aquelle que lhe restituiu a vida?! Assim parece, mas não deve ser. Onde estão pois os teus admiradores, amigos e estremos deffensores'? Estarão entregues ã vida airada e andarão a cantar o fado?! Não! Estão, na verdade, no seu posto, mas inertes e impotentes. Ora isto não póde nem deve continuar. Ha semanas que anda fogo, posto propositadamente, segundo dizem, para devastar as unicas reliquias de arvoredo, nas Serras dos Concelhos da Calheta, Porto do Moniz e S. Vicente, sem haver uma alma caridosa que concorra para a sua extincção. Este fogo foi lançado pela mão damninha do pastor. E' elle que querendo apoderar-se das Serras para pastorear livremente o seu gado, devasta tudo quanto é util e aproveitavel, e tudo sacrifica a beneficio do seu rebanho, tornando-se, por isso, um incendiario temivel e perigoso. Um homem d'estes não deve de existir no meio da sociedade. Fóra, portanto. com os algozes das nossas florestas ! Já que sobre o pastor recahe toda a suspeita e sobre elle pesam as mais graves accusações, pedimos ao digno Regente Silvicola que volvendo, para esta repugnante e mesquinha selvageria, os seus olhos e attenção, se digne dar ordens rigorosas a todos os seus subordinados, afim de que estes, vigiando cautelosamente os incendiarios das florestas, lhes possam applicar com todo o rigor, dôa a quem doer e chegue a quem chegar, as penas da lei. Providencias !» Tal foi o assumpto que me fez sugerir ao espírito os artigos que seguem, dirigidos e publicados no citado jornal sob o titulo As nossas serras. Eil-os, pois: Presando-me de ser um dos seus numerosos assignantes, permitta-me a honra de que, com a minha obscura penna e fraca intelligencia, possa incorporar me no numero dos seus collaboradores, confessandome desde já o mais humilde de todos. Li com attenção o artigo que V … fez publicar no seu periodico sob o número 134, de sabbado 10 do corrente, com o titulo «Vandalismo». Tal artigo deve, a meu vêr, merecer a attenção do digno chefe d'este Districto, o Exmo Sr. Conselheiro José Ribeiro da Cunha e não menos a do sr. Regente Silvicola. A doutrina que V.. expandiu é tão acceitavel, que a importante folha d'esta cidade Diário de Noticias, já se manifestou no mesmo sentido. Eu, como filho amante d'esta nossa querida ilha da Madeira, dentro das fracas forças que posso dispôr, e baseado na pratica de muitos annos, ouso levantar a minha voz publicamente a favor do torrão que nos viu nascer, apresentando urnas considerações relativas aos terrenos incultos, isto é, das nossas serras. No seu artigo a que me refiro, queixa-se V... dos pastores e carvoeiros, e, realmente, creio sem preambulo algum. que a maior parte dos incendios que desde muitissimos annos teem destruido as grandes e pequenas mattas, partern de taes negociantes. E' porque? Porque os primeiros não encontram herva debaixo dos arvoredos para os seus animaes e os segundos, quanto maior numero de tocos ou madeira acharem fácil de arrancar, melhor arranjam o carvão e, este feito, cuidarão mais d'elle do que de extinguirem toda e qualquer faisca que facilmente possa ficar escondida, sem que o carvoeiro dê por isso; - podendo acontecer, que antes d'este chegar a sua casa, haja incendio no local onde foi feito o carvão, multiplicando-se com o vento pelas já definhadas mattas das nossas serras. Como acabar com estes males? Facilmente, se as entidades a que me referi, e as diversas camaras municipaes do Districto, se unirem para acabarem com o tão rude abuso, isto é, de crearse gado à solta e fabricar-se o carvão nas serras d'esta ilha. Um decreto que baixasse dos Poderes Constituidos, prohibindo aquelles abusos, traria não pequena felicidade aos povos d'esta ilha, algum tanto aos presentes, mas muitissimo mais aos futuros. Eu o provarei d'um modo claro e positivo desde o momento que o Governo Central se amercie de nós, protegendo a pobre ilha a que tenho a felicidade de pertencer. Felicidade! sim, mas unicamente pelo abençoado clima! Sr. Redactor: Ha uma sentença tão antiga como popular que diz assim: «tudo o que não ha, escusa-se». E' certo, porém, que cousas ha que não se podem escusar-mas desde o momento que não hajam, indiscutivelmente, temos de prescindir d'ellas, o que equivale a dizer, não podemos ir contra os impossiveis. Acabe-se com o gado á solta na serra, prohiba-se fazer carvão e a venda d'elle; o povo em geral não viverá ? Provarei que viverá com maior abundancia em toda a extensão da palavra. Funchal, 14 de setembro de 1910. E' sem contestação um grande negocio, por isso que os primeiros não adeantam capital nem trabalho para sustentarem o seu gado, e os segundos apenas pelo seu trabalho teem certo o dinheiro a que aspiram. Sr. Redactor: Não desconhece V... que todos os periodicos d'esta cidade se rnanifestam indignados contra o vandalismo de devastação nas nossas serras, chegando alguns a dizerem que as nossas montanhas se acham semilhantes aos escalvados da Guine! E' um facto. E, se as entidades a que me referi no supra citado numero, isto é, Sua Ex.a o sr. Conselheiro José.Ribeiro da Cunha, actual e digno Governador Civil d'este Districto, o sr. Regente Florestal e as diversas Camaras Municipaes do Districto não representarem quanto antes ao Governo de S. Magestade para que seja votada uma lei prohibindo a liberdade de crear-se gado ã solta e fabricar-se o carvão nas nossas serras,- não serão precisos muitos annos para que desapareçam os restos das mattas que ainda existem, e então teremos todas as nossas serras não só como os escalvados da Guiné, mas como as rochas da Ponta de S. Lourenço. E' fora de duvida que a imprensa local reclama providencias, assim como todos os habitantes d'esta ilha,--excepto os pastores e carvoeiros. Estes e aquelles, sem duvida alguma, vão gritar agarrando-se a alguns politicos para que não seja votada uma tal medida para o bem geral d'esta ilha. Creio que haverá politicos e mesmo auctoridades sem escrupulo que se unirão áquelles, e isto porque desgraçadamente a politica na nossa terra, pende mais para o mal do que para o bem d'ella. Creio ser um facto. Não tenho a vaidade de que os meus alvitres sejam respeitados por ninguem,--sendo certo que muito estimaria que qualquer assignando o seu nome, em fórma de critica ou discussão, os refutasse no todo ou em parte, -mas por uma forma leal e cavalheirosa a bem da nossa ilha. Passo portanto a demonstrar o que digo: Ninguem desconhece que os arvoredos concorrem para proteger as fontes e as aguas que correm no leito das ribeiras, ribeiros e levadas,-combatem os vendavaes, purificam o ar, trazendo-nos além d'essas vantagens as ilhas madeiras de til, vinhatico e outras, a lenha, a qual cortada no devido tempo e com regra, abundará em todas as freguezias d'esta ilha. Ninguem desconhece que em diversos e adequados logares das nossas serras se pódem fazer culturas de trigo e centeio e muitissimo mais de arvores de fructo de todas as qualidades, as quaes produziriam fructa em abundancia que chegaria para o consumo local e ainda para exportar. Ninguem desconhece que no centro da serra ou montanha, existe uma parochia, a qual é a do Curral das Freiras, onde abunda a vinha e todas as plantas talvez não a canna dôce) de que se cultiva. toda a ilha. Ninguem desconhece que na freguezia do Seixal, um montado chamado «Montado dos Pecegueiros», existem as mais saborosas fructas. Ninguém desconhece que se fosse prohibido andar o gado á solta e fazer-se o carvão, as nossas serras produziam herva em grandissima abundancia para todos aquelles que tratam de gado, a irem buscar para o sustento d'elle. Ninguem desconhece que tudo o que apontado fica, posto em pratica, redundará em abundancia para a agricultura, commercio e industria, principaes fontes da riqueza publica, e ainda para ir reparando as grandes devastações do fogo, até aqui. Alguem dirá: Mas, se effectivamente fosse prohibido crear-se gado na serra, não haveria abundancia de carne e pelles para o consumo publico,--assim como, em que iam empregar-se os homens habituados a fabricarem o carvão ? ! E' o que pretendo esclarecer.. Prohibido que seja andar o gado á solta e fabricarse o carvão nas nossas Serras, não faltarão a carne e as pelles para o consumo publico, nem os homens que fabricam o carvão ficarão sem trabalho. Na primeira hypothese, é fóra de duvida que se creará muilo mais gado nos curraes e em pastos, sendo n'este caso vigia :lo por pastores, os quaes irão de manhã com elle, voltando á tarde para os numerosissimos curraes que serão feitos, para o guardar em adequados pontos das respectivas freguezias. Como já disse no alludido artigo sob o numero 141, havera herva em abundancia para, tanto verde como sêcca, irem buscar afim de cada um sustentar o seu gado. Por esta fórrma creio que não haverá dificuldade em crear-se em toda a ilha aproximadamente o dobro do gado que actualmente se esta creando nos curraes, parecendo-me evidente, que nunca faltará a carne para o consumo publico. E com respeito as pelles para o calçado,-se se achar que ha falta d'ellas, sem perda de tempo, pelo governo civil e camaras municipaes será representado ao governo central para que seja reduzido o imposto sobre as pelles importadas, afigurando-se-me que o Governo attenderá imediatamente a tão justa representação em vista de escassear aquelle artigo para o calçado. Parece-me que isto não admittirá contestação, e, até este ponto. poderá ser previsto na lei que fosse votada. Aos carvoeiros não faltará trabalho para ganharem dinheiro, porque, ja ern plantações de arvores de fructo, taes como castanheiros, ameixieiras etc. etc., e ainda para o cultivo do trigo, centeio, e outros cereaes e pinhaes,--serão applicados pelos proprietarios das nossas Serras, que serão obrigados por lei, a arborisar os seus terrenos, devendo ainda notar-se que aquelles homen tambem terão trabalho em propriedades ou bemfeitorias suas. Sobre este ponto não ha questão porque desde o momento em que dos poderes constituidos baixasse tal lei, o trabalho augmentaria consideravelmente em toda a ilha. Sr. Redactor: Desde já confesso publica e solemnemente, que nutro fundadas esperanças pelo Governo da Republica Portugueza, por isso que, sendo o seu principal ideal o engrandecimento da Patria, a nossa ilha que faz parte da Republica é, portanto, bem digna de ser em tudo attendida pelo seu Governo, e não ha-de a este passar despercebida sobre todos os pontos de vista do seu engrandecimento. Tambem com a maxima franqueza, peço licenca ao illustre cidadão o sr. dr. Manuel Augusto Martins, actual e digno Governador Civil d'este Districto, para publicamente declarar que, tanto eu, como muitissimos ou melhor talvez, todos os seus conterraneos, teem plena confiança em S. Ex.ª de que, não se poupará em impetrar do Governo Central tudo quanto fôr justo e bom não só para a arborisacão das nossas serras, mas ainda para o engrandecimento da agricultura, commercio e industria d'este archipelago. No momento actual em que todas as forcas da Republica Portugueza se concentram para a boa administração e engrandecimento da nossa querida e muito amada Patria, e isto em todos os pontos do paiz, é necessario, justo e urgente, que nós madeirenses, nos unâmos com a maxima fraternidade para, pelas vias competentes, levarmos ao governo Provisorio da Republica urna representação afim de que seja votada uma lei para arborisação, prohibição de andar o gado á solta e fabricar-se o carvão nas nossas Serras. Unir-nos todos!? E' sem duvida exagerada esta phrase ! Não são precisos todos os madeirenses assignarem uma tal representação. O que porém é preciso, é que a imprensa d'esta terra, assim como, quando no verão os incendiarios pretenderam por meio do fogo destruir o resto das mattas da nossa ilha, se levantou em coro unisono a pedir providencias e castigo para os vandalos, comece desde já uma intensa propaganda a favor da arborisação obrigatoria clas nossas serras. O que é preciso e indispensavel, é que as camaras municipaes dos concelhos se reunam, afirn de estudarem qualquer cousa sobre este importante assumpto e dos seus estudos, fazerem um relatorio afim de que seja apresentado ao digno chefe d'este districto. As diversas opiniões das camaras uma vez no governo civil, e sob a presidencia do seu illustre e digno chefe, o sr. dr. Manuel Augusto Martins, deverão ser discutidas por um conselho de homens imparciaes e de reconhecido zelo material a bem da nossa ilha. Discutido tão importante assumpto, aproveitar-se-ha o que fôr melhor e então se deverá fazer a representação ao governo central, sendo assignado pelas camaras é referendada pelo chefe superior do districto, afim d'esta auctoridade a enviar ao seu destino para os devidos efeitos. Nos numeros 136, 141 e 144 deste periodico, tenho apresentado algumas razões demonstrando que será uma medida de grande alcance para a agricultura, commercio e industria d'este archipelago, se for votada a lei a que eu, como todo, ou a maior parte do povo madeirense, tanto aspiram Concidadãos: As nossas Serras não são as regiões incultas da nossa provincia de Moçambique onde se possa crear gado á solta ! As nossas Serras, são proprias para tudo quanto tenho demonstrado nos numeros d'este periodico a que acima me refiro. Inergica e patrioticamente unidas as entidades que menciono, não prescindindo do cidadão regente florestal, e se os guardas campestres cumprirem rigorosamente o seu dever, não será preciso duas dezenas d'annos para que floresçam as nossas Serras não só com as actuaes arvores e arbustos que rapidamente cresceriam mas ainda com os nossos arvoredos. Haveriamos de presenciar e gosar esse panorama tão lindo para encanto e proveito de nacionaes e estrangeiros, o qual será o de arvores de toda a qualidade com os seus luxuriantes ramos com fructos. A feiteira, a giesta cresceriam e, tudo bem organisado, constituiria um grande augmento de riquesa já em aguas como em tudo quanto tenho mencionado. Serras, sendo certo que sobre este ponto se tem trilhado uma vida sedentaria. Como porém, as cousas recentemente mudaram, eu e muitissimos dos meus conterraneos, contamos que o governo da Republica Portugueza fará repôr as cousas no seu antigo logar, para o que as auctoridades constituidas n'este Districto não se descuidarão, se briosa e patrioticamente attender ao que fica exposto e ainda exporei. Os incendiarios das nossas serras, creio que não serão sómente o pastor e o carvoeiro. Terão havido ainda outros dos quaes vou occupar me e, para o poder dizer, citarei factos a meu vêr irrefutaveis. Toda a gente sabe que ha o estilo em todas ou em quasi todas as freguezias d'esta ilha, de os proprietarios fazerem queimadas nas Serras ou em montados, e n'estes, a distancia de poucos kilometros da povoação. Tal uso é permittido, por isso que, as queimadas são sempre dentro das propriedades de cada individuo, e com o fim manifesto de n'ellas se fazerem sementeiras de trigo, centeio, cevada e legumes, o que realmente produz em grande abundancia, vindo abastecer, não só os promotores de taes trabalhos, mas ainda o mercado. Até aqui está muito bem, porque junto com as sementes de pínheiros e de giesta, que nascendo, fica o terreno em` poucos annos arborisado para dar novo proveito; sendo certo que se se faz a queimada n'um anno num terreno, passam os proprietarios para outros Sitíos a fazer novas culturas e isto, é claro, para os que possuem diversas porções de terra proprias para tal fim. E' fóra de toda a duvida que todo o proprietario tem o direito de fazer no que lhe pertence tudo quanto quizer comtanto que não prejudique os visinhos, nem offenda as leis constituidas. Eis aqui o ponto da questão de que me estou occupando. A meu vêr, a todo o proprietario ou áquelle que quizesse fazer queimadas, devia-se-lhe exigir um termo de responsabilidade perante a auctoridade administrativa do seu concelho para, quanda houvesse desleixo ou fosse mal acautelado o terreno a queimar, se por ventura o fogo passase para outros terrenos, ser responsavel por todas as perdas e dannos a que désse causa. Por esta fórma haveria todo o cuidado para serem feitas as queimadas, por isso que, não só feririam a terra nas extreimas dos seus terrenos, deixariam tambem arbustos por cortar, teriam pessoal competente, e ainda escolheriam os dias algum tanto sombrios e sem signal algum de vento. Parece-me isto uma medida optima para o fim alludido. Mas, por ventura, ter-se-ha procedido até aqui d'esta forma? Creio absolutamente que não e como assim tem sido, tenho como certo que as queimadas terão concorrido tambem para os grandes incendios nas nossas serras, ficando taes ou quaes proprietarios indemnes de responsabilidade ! Affigura-se-rne que tambem haverá fumadores menos escrupulosos que, já em caçadas, como em viagem de recreio ou de necessidade pelas nossas serras, e isto no estio e outomno, não terão o cuidado preciso para fumarem-o que deveria ser nas occasiões de repouso, devendo apagar muito bem toda e qualquer faisca, não Só proveniete do cigarro ou phosphoro, mas ainda de quaesquer generos que íossem cosinhados nas serras. E quem sabe se uns e outros, terão tambem concorrido pelo fogo, para a devastação das mattas d'esta ilha? Tudo isto poderia ser estudado por homens entendidos e de reconhecida pratica para o engrandecimento e bem geral d'esta ilha, e regulado por um Decreto do Governo da nossa querida e muito amada Republica.. Pretendo n'este rnomento occupar-me do pessoal encarregado da vigilancia e conservação das nossas florestas, ao qual não pretendo tecer elogios nem tão pouco desprestigiar; mas tão sómente, com a franqueza de que me ufano, dizer coisas que me parecem justas e rasoavelmente acceitaveis. Affigura-se-me que a intenção do Governo que creou um tal cargo florestal, era proteger as florestas d'esta ilha; mas quem sabe se devido a influencias politicas é que foram creados taes logares para anicharem afilhados? Sobre este ponto, pouco me importa sabor. O que é certo e sabido é que os guardas campestres são mal pagos. crendo não ser assim o seu regente. Não ha duvida que taes serviços vieram sobrecarregar as diversas camaras municipaes com novas despezas,-e embora sejam ordenados pequenos, os serviços a meu vêr tambem não serão grandes, por isso que as auctoridades superintendentes e nomeadamente as do regimen monarchico, ha pouco sepultado, pouco se importavam com esses trabalhos-devendo ainda notar-se que os guardas mal pagos pouco ou nenhum amor teriam pelo cumprimento de suas obrigacões ! Mas na hypothese de serem bem pagos, isto é, o duplo ou o triplo do que actualmente ganham das camaras, não hesito em affirmar que o resultado seria sempre o mesmo, ou pouca diferença haveria do que presentemente se ve, isto é, as nossas mattas todos os annos a desapparecerem por meio do logo, machado, carvoeiro, etc. E porque? Porque desde o mornento que haja liberdade de crear-se o gado à solta, fabricar-se o carvão e fazeremse queimadas, sem responsabilidade, nas serras d'esta ilha,-serão sempre os guardas campestres impotentes para conter a vontade dos nossos escrupulhosos agentes ou proprietarios do que acima menciono. Jà me dirigi as diversas camaras municipaes e ao digno chefe d'este Districto o Ex.m° cidadão Dr. Manuel Augusto Martins para que, depois de prévio e prudente estudo representassem ao Governo da nossa nascente republica para que seja votado um decreto sobre a importante arborisação das serras d'esta ilha, sem o qual, em vez do actual número de guardas, poderá haver o duplo e triplo,--sendo o resultado sempre o mesmo, isto é, a continuação da devastação, de anno para anno das nossas florestas. E' um facto. Concidadãos: Não são só os elementos de que me tenho occupado que devastam as nossas mattas, é tambem o gado que constantemente comem os pequenos arbustos que vem nascendo e até a altura de 2 rnetros a roem para se alimentar, por isso que epochas ha no anno em que as serras não criam herva para o mesmo se sustentar. E por esta forma, os guardas são impotentes para o desempenho das suas obrigaçoes quer o dizer, as arvores pouco ou nada auguentam d'anno para anno, já por este inconveniente, como por outras razões apresentadas A minha propaganda sobre a arborisacão obrigratoria das nossas serras, não obedece a encommenda de alguem e muito menos é feita com vistas de qualquer interesse particular, mas tão somente porque, no meu espirito alimento a chamma viva do amor pela terra que nos foi berço, isto é, o patriotismo. É fóra de duvida que pouco mais de meiado do seculo XIX até a liquidacão da monarchia em cinco de outubro ultimo, foram uns tempos d'uma politica rotativa em que os partidos monarchicos se batiam constantemente, protegendo cada um os seus serventuarios e ainda perseguindo os adversarios politicos. Ora como a fragilidade da nossa especie, é inseparavel do homem, este fica cego quando as paixôes politicas partidarias n.'elle predominam, de modo que o seu ideal já não é o engrandecimento da sùa Patria ou terra natal, mas sim satisfazer a sua ambição no mando e mesquinhas vinganças,-embora alguma cousa de util para o bem geral se presenceie. Foi justamente o itenerario dos nossos homens publicos. A minha propaganda sobre este assumpto, começou em 17 de setembro ultimo, isto e, nos ultimos dias da monarchia, e, com franqueza, eu já teria desistido dos meus arrasoados se não visse muita gente nova, isto é, os homens publicos serventiuarios da Republica, os quaes, creio firmemente que hão de, embora com sacrificio, mostrar ao estranjeiro que Portugal retomará o seu antigo logar de nação livre e independente,-n'uma palavra, o engrandecimento da nossa querida e muito amada Patria ! Ora sendo assim, como não poderá deixar de ser, é claro que não hei-de perder o meu tempo escrevendo(aos domingos) a presente propaganda. Bem sei que na presente occasião a nossa ilha vendo-se a braços com o cholera morbus, para o qual o digno chefe do Districto tem presas as suas attenções e não só as d'aquelle magistrado, mas de todas as auctoridades suas subalternas,-não ouso esperar que sejam lidos os meus humildes artigos, ou melhor, que lhe liguern qualquer importancia. Como porém, elles ficam archivados, póde ser que em começando a declinar esta tenebrosa tormenta, appareçam, e então, a bem do engrandecimento da nossa ilha, tenho fé que alguma cousa será posto em pratica, attendendo ao patriotismo dos homens investidos da auctoridade da nossa Republica. Concidadãos e meus conterraneos: Entre os diversos melhoramentos para o engrandecimento da nossa ilha, avultam inquestionavelmente tres, os quaes são: O saneamento da nossa cidade,-uma estrada em torno da ilha e erm condições de n'ella passar um vehiculo com passageiros ou carga,-e a arborisação obrigatoria das nossas serras: sendo evidente que este melhoramento é o que menos pensão causará aos cofres Publicos e o que indubitavelmente ha de trazer mais proventos aos habitantes d'esta ilha e provavelmente ao Estado. Confirmando tudo quanto tenho dito. cumpre-me ainda dizer que se o Estado ainda possue alguns baldios nas serras d'esta ilha não sei; o que sei é que algumas camaras municipaes os possuem achando conveniente que as mesmas os façam arborisar para o que deverao ser obrigadas como qualquer particular. Toda a gente sabe que as nossas serras são cortadas em diversas direcções com veredas para n'ellas passarem peoes com ou sem cargas sendo certo que taes veredas são tortuosas acanhadas e muito mal feitas. Parece de toda a justiça que as camaras municipaes dentro da area do seu concelho, ligando-as, a expensas suas, ou pelas chamadas «rodas de caminho», mandem fazer em boas condicções, estradas. mesmo que sejam de 2 metros de largura, para mais facilmente serem transportadas as lenhas, cereaes ou fructas etc. que no futuro as serras venham a produzir. Devemos observar que as posturas das camaras municipaes não se harmonisam sobre o importante assumpto da arbolisação geral e isto é mais um argumento a favor d'um Decreto que tudo regule. Ouso chamar a poderosa intervenção da imprensa d'esta terra afim de auxiliar a minha humilde mas a meu ver justa propaganda a favor da arborisação obigatoria das serras d'esta ilha. Desnecessario seria chamar neste logar a attencão do digno chefe do Districto e cámaras municipaes sõbre este assumpo por isso que já aquellas entidades me tenho dirigido. Affigura-se-me que se não tenho razão em tudo quanto tenho escripto a terei pelo menos em parte e se os meus contemporaneos mais em evidencia se dignarem, em quaesquer horas vagas, apreciar o fim que tive e tenho em vista, estou certo de que pugnarão pelo ideal que defendo. Por minha parte confesso que nada posso, já por influencia como por talento, devendo quem me lêr avaliar unicamente a minha intenção a favor do bem geral d'esta ilha. Se, com effeito, as auctoridades dirigentes do Districto e Concelhos accordarem em trabalhar para estudarem a fórma de ser, pelo Governo da nossa Republica, votado um Decreto para o fim que tenho demonstrado, tenho como certo que hão de ser abençoadas não só pelos nossos contemporaneos, mas muito mais pelos da geração futura. RESUMINDO 1 º Os guardas florestaes, nas nossas serras, são impotentes perante os lenheiros, carvoeiros e pastores. 2ºEstes vandalos das florestas não teem e nunca terão medo ou respeito aos guardas por isso que, considerando-se os senhores das serras, com as armas do seu officio poderiam matar ou ferir quem se lhe oposesse aos seus damnos. 3º Taes guardas poderão ser aparentados, ou amigos com alguns dos ditos destruidores, sendo certo que aquelles fazem vista grossa sobre estes, afim de não criarem inimisades, traiçoes etc. 4º Todos os guardas não terão amor ás suas obrigações, porque, além de serem mal remunerados, e ainda que o fossem é massador e perigoso o seu officio como se vem demonstrado. 5º Além dos damnadores apontados existen outros os quaes são os irracionaes que andam á solta nas serras comendo os arbustos já ao nascer como depois de grandes. 6 °A pratica demonstra cabalmente que de nada absolutamente teem servido os guardas florestaes por isso que os arvoredos em vez de aumentar tem diminuido. 7º Com quanto não se reconheça a utilidade dos supra ditos zeladores como se aponta no numero antecedente(6º) poderá conservar-se os actuaes guardas mas não augmentar o quadro com outros. 8º.E clara e positivamente comprovada a carestia da lenha em toda a ilha e em especial na parte Sul da mesma não hesitando em dizer que é semilhante aos artigos de luxo. 9.° Mesmo dentro da cidade do Funchal e em todas as villas do Districto encontra-se pessoas das freguezias ruraes a vender carvão vassouras e queima de urze e principalmente estas são de arbustos novos que a ferramenta de gume afiado destroe por meio de taes vendedores. 10º Deverá acabar-se com o gado grosso e miudo das serras desta ilha e prohibir fazer carvão e a sua venda assim como prohibir a venda da queima e vassouras de urze; com tudo poderà permittir-se a venda da queima e vassouras a quem provar ter cumprido o que se aponta no n.° 13.o. 11.° Bom seria que o governo fornecesse, as Camaras municipaes do Districto, arvores fructiferas afim de serem distribuidas pelos municipes e estes as plantarem nas serras, em logares adequados. 12.o Os proprietarios serão obrigados á plantação de arvores de fructa ou outras, á excepção de pinheiros e eucalyptos, em todas as margens d'aguas e denorninadamente nas serras, até a distancia de 100 metros lineares de longitude das mesmas aguas, se ahi poucas ou nenhumas existirem. 13.o Ninguem poderá cortar arbustos ou arvore, seja de que qualidade fôr, na sua propriedade ou mesmo sem ser, e denominadamente nas serras d'esta ilha, sem que deixe pelo menos um terço das que existirem; mas nas terras onde ouver feiteira, se necessario fòr para o augmento da mesma, poderá ir até um quarto respeitando sempre as melhores e maiores arvores; e n'este caso. se se reconhecer que o matagal é espesso, devendo o corte ser alternativamente e n'um praso nunca inferior a cinco annos 14.o Duas vezes por anno o regente florestal, acompanhado dos guardas de cada Concelho, visitará minuciosamente as respectivas serras, fazendo um relatorio em duplicado do estado em que encontrou as florestas, qualidades de todas as arvores. seu crescimento e se as faias tem pelle 94 e, publicando-o na imprensa local, sera enviado um duplicado ao Governo Central. 15.° - Para o cabal cumprimento do numero antecedente (14.°), o regente requisitara da respectiva auctoridade administrativa cabos de policia ou outras pessoas, afim de o informar do dono dos predios. 16.° As queimadas para cereaes serão permittidas em terras que produzam giesta e outros arbustos, que poderão ser cortados, respeitando sempre estes e outras arvores sobranceiras ás fontes e correntes d'agua, e ainda qualquer arvore superior aquellas, na mesma queimada, que seja possivel escapar as chammas; e tudo mediante termo de responsabilidade de quem as quizer fazer, afim de que, pelo fogo, não haja prejuizo para outrem. 17.° Tal termo sera lançado em livro especial pela respectiva auctoridade local; sem onus algum para o requerente. 18.° Deveriam estabelecer-se premios pecuniarios aos proprietarios que apresentarem melhores arvores fructiferos ou outras, nas suas propriedades, nas serras d'esta ilha. 19.o As multas aos intractores do que fòr aproveitavel d'estes numeros, ou melhor, do regulamento florestal, deverão ser desde 20$000 até 50$000 réis, além da policia correccional e prisão, ficando esta ao arbitrio do respectivo juiz; devendo metade das multas serem para o denunciante e a outra metade para o cofre do municipio ou para a entidade que o Governo determinar. 20º Deverá o regulamento florestal ser publicado pela imprensa local e impresso em folhas soltas e estas distribuidas por todos os chefes de familia do Districto, afim de que sejam scientes do mesmo, recomendandolhes a auctoridade local a sua guarda e conservação. [ Opusculo de Propaganda. Argumento a favor da Arborização obrigatória das serras da ilha da Madeira, por Manuel Braz Sequeira, Funchal, 1913] J. HENRIQUES CAMACHO, 1919 94 Individuos ha que nas serras esfolam as faias para, com a casca das mesmas, curtirem pelles d'animaes. E' provavel que o sr. regente florestal e os seus subalternos não ignorem tal vandalismo. (…) Ahi por 1420, dividida a ilha pelos sesmeiros, começaram estes a derrubar o arvoredo para cultivarem as plantas que tinham levado do continente. A principio residiam os sesmeiros com suas famílias nas terras que lhes tinham sido distribuídas, agricultando-as os colonos livres e depois os escravos negros e moiros. A fertilidade do terreno e a riqueza das culturas, proporcionaram-lhes uma vida luxuosa e descuidada na cidade ou nas villas; fazendo-os abandonar as suas terras, cuja cultura entregaram aos colonos livres, dando-lhes estes metade dos productos d'ellas. No tempo de D. Manuel principiaram a ser Vinculadas as terras, que constituíam as sesmarias. O empobrecimento dos colonos e dos morgados, fez com que estes, recorrendo aos negociantes estrangeiros para empréstimos sobre as futuras colheitas, proporcionassem aos mesmos o fazerem rápidas fortunas. Havendo na Madeira um denso arvorado que impedia a agricultura, um dos primeiros trabalhos dos seus habitantes foi naturalmente a derruba: Zargo mandou lançar fogo ao arvoredo e ao funcho que havia em grande quantidade no sitio onde depois foi o Funchal, para que desnudado assim o terreno, o podesse mandar cultivar. Destruiu este fogo muita madeira, que veio mais tarde a fazer falta para os engenhos d'assucar. Dizem alguns chronistas, como Manuel Thomaz na Insulana, que o incêndio durou sete annos, tendo sido attingida toda a ilha; porem outros sustentam, que só o foi a parte Sul d'esta: este incêndio é-nos relatado, primeiro por João de Barros e depois por Fructuoso, como sendo parcial, o que parece mais verosímil: o Papa Paulo II no seu breve apostólico de 1459, em que confirma a redizima a João Gonçalves Zargo, refere-se também á existência do incêndio. D. Francisco Manuel de Mello foi o primeiro que contestou a existência d'elle, fazendo notar que se tivesse existido não haveria madeira para sustentar os 150 engenhos d'assucar que havia na ilha, poucos annos depois; e o próprio Fructuoso diz ser grande o commercio de madeiras e matas as serras d'agua ali existentes. Tudo isto nos leva a crer que o incêndio se limitou a parte Sul da ilha que foi a primeira cultivada, e teria provavelmente este o processo porque os cultivadores se libertaram das florestas virgens, para poderem depois arrotear a terra. Durante os sete primeiros annos depois da descoberta seguiram este processo de arroteamento, e d'ahi veio provavelmente o dizer Manuel Thomaz que o Incêndio durou sete annos. Os immediatos trabalhos de lavoura fizeram desapparecer completamente os vestígios d'este incêndio, que nunca foram encontrados. O Regimento das Madeiras de 27 d'agosto de 1562, não é como muitos pensam uma confirmação do incêndio, mas apenas uma lei benéfica para a silvicultura da ilha, que nada tem com aquelle, segundo parece; pois só alude aos desbastes feitos nas serras para alimentar os engenhos d'assucar e para outros fins. A exploração das madeiras foi uma das primeiras industrias madeirenses: serravam-se as arvores em toros, e estes em taboas e outras pecas que se destinavam á construcção de casas, lagares, barcos, vasilhas, etc.; exportavam-se também para o Reino com destino a construcções navaes, para o que eram muito apreciadas; e especialmente em caixas com assucar que então se produzia na Madeira em grande quantidade. CAPITULO II LEGISLAÇÃO FLORESTAL A primeira disposição legal sobre silvicultura na Madeira, foi o Regimento de 14 de janeiro de 1515 dado por D. Manuel; mas porque fossem simples multas as penas d'este regimento e nem ao menos lhe dessem cumprimento, appareceu o novo Regimento das madeiras publicado por D. Sebastião em 27 de agosto de 1562, que transcreverei na integra em appendice, por ter sido a base de toda a legislação florestal que tem tido a Madeira e a origem das posturas municipaes em toda a ilha. Da longa e fastidiosa leitura d'este regimento, se deprehende, que as penas n'elle contidas eram pesadas, para que se amedrontassem os estúpidos destruidores d'arvores. Foi porem baldada toda a boa vontade dos legisladores, porque nunca houve quem fizesse cumprir as severas disposições do regimento ! Bem poucas teem sido as pessoas que até hoje se teem interessado pelo desenvolvimento da silvicultura na Madeira, mas algumas felizmente tem havido; e entre estas apparecenos primeiro o sábio desembargador Dr. António Rodrigues de Oliveira, que, nas suas «Instrucções respeitantes ao bem geral da agricultura», que em correição deixou na Câmara da villa da Calheta em 18 de outubro de 1792, preconisa a plantação de pinhaes nas montanhas e terrenos fracos que não sejam capazes d'outra cultura; mandou vir do Continente e da América Septentrional mais de quatro moios de semente, que distribuiu por todos os concelhos, aos senhorios, lembrandolhes o § 26.° tit.° 66.° do L.° I das Ordenações do Reino-pelo qual os que não plantassem e não cuidassem das suas plantações, eram condemnados na pena mínima de 2$00 réis de multa, e eram mandados semear as terras realengas pelas pessoas do povo, ficando para todos os productos dos pinhaes menos a madeira, pelo que lhes era prohibido cortar arvore alguma sem a respectiva licença por escripto dos Officiaes da Câmara. A grande inundação que se deu em 9 de outubro de 1803, resultante da obstrucção das ribeiras que atravessam a cidade do Funchal pelos troncos d'arvores e pedras por aquelas arrastados no seu precursoinundação que causou sérios prejuízos aos habitantes da cidade-deu origem ao acertado «Plano de obras e providencias necessárias para o reparo das ruínas causadas na ilha pela alluvião de 9 de outubro de 1803»; obras e providencias sabiamente expostas, pelo esclarecido Brigadeiro Oudinot, author do dito plano, que, attribuindo as torrentes produzidas pelo desnudamento das serras a origem d'aquelle grande desastre, aconselhou que sem perda de tempo se corrigissem as ribeiras e se cobrissem de arvoredo todos os pontos altos e vertentes da ilha, sem o que, dizia, todo e qualquer trabalho seria absolutamente estéril. Sem embargo da clareza com que este illustre engenheiro demonstrou a necessidade imperiosa que havia de fazer-se a arborisação das serras, nada se fez, não obstante terem as medidas que propoz sido approvadas e ordenadas por Carta Regia de 14 de maio de 18W; continuando a devastação nos arvoredos, sem que a auctoridade ligasse ao caso a mais pequena importância. Em 24 de outubro de 1824 nova enchente se deu e foi então que se fizeram os muros que hoje marginam as ribeiras dentro do Funchal. Depois não tornou a cidade a ser inundada, porque as aguas vão, assim canalisadas, desembocar directamente no mar; mas as enxurradas continuam a fazer sentir os seus effeitos nos campos, onde, de vez em quando, ha casaes que desapparecem levados pela torrente, e quebradas que desabando sepultam nos seus escombros, fazendas e gados. Desgraças estas que, além de outras, bem facilmente se poderiam evitar, se se fizesse a arborisacão das serras; a qual tão benéfica seria além d'isso para a agricultura, diminuindo os nevoeiros, a que chamam«barras», e que em certos pontos da ilha são bastante prejudiciaes ás Vinhas, aos cereaes e aos pomares; augmentando as chuvas e portanto a abundância d'agua cuja posse tão cubiçada é sempre! Mas nada se fez; e tudo continuou na costumada inércia, que tanto caracterisa a administração publica na Madeira desde sempre. Appareceram em 1820 as primeiras determinações municipaes, iniciadas sob o nome «prevenções» pelo Dr. Corregedor de S. Vicente, que em correição mandou plantar arvores na serra de S. Jorge cuja arborisação estava muito decadente; recommendando se fizessem as visitas á serra como estava determinado. Em 1822 determinou mais que se não creassem porcos na serra, e fosse a Câmara com as pessoas boas da terra demarcar o bardo do Concelho, acima do qual ninguém podia esmoitar nem cortar arvoredo. Em 1825, afim de se determinarem os terrenos destinados a pasto, insistiu na demarcação do bardo, determinando que ninguém cortasse arvores ou plantas arbustivas a menos de cento e cincoenta passos das levadas e miradouros, e que ninguém deitasse fogo na serra sob pena de incorrer nas penas do regimento. Em 1838 uma postura, já impressa, confirmava as determinações das anteriores, multando as pessoas que sendo avisadas para demarcarem o bardo não comparecessem: prohibia que se utilisassem as arvores que apparecessem na serra cortadas sem licença da Câmara; que os cães passassem para além do bardo, excepto os das pessoas com licença para caçar; que alguém apanhasse piteira para cima d'esta linha antes de 15 de setembro; a destruição do bardo; a creação de porcos na serra, podendo a Câmara dispor dos que ahi fossem encontrados; a colheita de baga de louro antes do dia 30 de setembro; e determinava que fosse marcado todo o gado que estivesse na serra, registando-se os differentes signaes e sendo a verba proveniente d'estes registos destinada ao pagamento dos guardas campestres. Em 1839 fez-se o Projecto do Regimento de Mattas e Arvoredos da ilha da Madeira, baseado no Regimento de 1562 e na Carta Regia de 1804; nas suas disposições, prohibe que se faça na serra a queima das lenhas para carvão, determinando que esta se pratique no povoado. Seguem-se-lhe as posturas da Câmara Municipal de Ponta do Sol de 1839, em que se prohibe o corte das ramas de vinhatico; a de 1840, multando os que cortassem lenhas verdes da borda do Paul da Serra para baixo; e a da do Funchal, em que se dá protecção aos arvoredos e prohibe a pastoreação de cabras e porcos na serra. Devem ser d'esta época (1840) as posturas das Câmaras de Machico e Santa Cruz; que não teem data, mandadas compilar em 1853 pelo Governador Civil do Funchal João Silverio de Amorim da Guerra Quaresma; referem-se à construcção do bardo do Concelho e consideram livres as mattas onde o povo costumava abastecerse de lenha e matto, prohibindo o corte das arvores silvestres e arbustos existentes nas cristas dos montes ou sobranceiras ás estradas; das que estejam a menos de 150 passos de qualquer nascente; dos adernos, barbusanos,' cedros, loureiros, teixos, tis, paus brancos e vinhaticos. Apparece-nos n'esta altura a lei de 12 de novembro de 1841, que torna extensão às ilhas, no que lhe for applicavel, o alvará de 11 de abril de 1815. Pela postura da Câmara de Câmara de Lobos de 1841, multava-se e apprehendia-se a carga aos lenheiros e carvoeiros que se não inscrevessem na sua regedoria; ficando obrigados a entregar uma certa quantidade de baga ou bolota de quaesquer arbustos, cujo producto era destinado ã manutenção da arborisacão das serras. Temos, a seguir (ainda em 1841), as posturas camarárias: de Sant'Anna, determinando a construcção d'um segundo bardo no interior da serra para preservar dos gados as terras cultivadas de semilha (batata); a de Machico, determinando a inscripção na Câmara Municipal dos gados que andam a monte; e a de Santa Cruz, mandando arborisar as margens das levadas e prohibindo a cultura nos leitos das ribeiras sem previa auctorisacão da Câmara. Depois, em 1842, a da Ponta do Sol em que se determina que se não corte matto no Paul da Serra até ao fim de 1845, para que se não destrua a rebentação do arvoredo devorado por um incêndio em 1838; e a da Calheta, protegendo as arvores dos logares públicos. Em 1846, a da Câmara de S. Vicente prohibindo apanhar a rama de vinhatico para o granjeio dos inhames antes do primeiro d'abril; em 1844, uma da de Sant'Anna relativa ao gado caprino e lanígero e outra da do Funchal em que se mandava pôr em praça o gado encontrado nos caminhos ou em propriedade particular e que não fosse reclamado no praso de 3 dias. No anno seguinte, outra postura da Câmara do Funchal, prohibia a introducção no Concelho de toda e qualquer quantidade de lenha ou ramas de vinhatico ou de loureiro; na Ponta do Sol prohibia-se o esgalhamento dos vinhaticos e dos loureiros, excepto quando fosse para o cultivo da vinha; em 1846, uma postura da Câmara da Calheta gratificava os lavradores que plantassem arvores com 500 réis por cada alqueire de terra plantada, e nomeava uns indivíduos com o nome de inspectores de agricultura, para vigiarem os guardas campestres a cargo de quem estava a policia nas serras; n'uma da do Funchal, prohibia-se a entrada de madeiras no Concelho sem que o corte tivesse sido approvado pelo Conselho de Districto, embora auctorisado pela Câmara do Concelho onde se effectuasse o corte, isto para que a madeira não podesse ser exportada; em 1847 a mesma Câmara reformava o bardo do Concelho, dando-lhe uma nova direcção. Em 1848 prohibia-se no Concelho de Câmara de Lobos, a entrada nos pinhaes particulares sem licença do dono e a conducção de productos florestaes sem o documento comprovativo da sua legitima acquisição, e no de Sant'Anna, que os alambiques consumissem madeira no seu aquecimento; em 1849 a Câmara d'este concelho determina que não se corte madeira de qualidade alguma no sitio do Ribeiro Frio e em toda a sua encosta até ao Furado e Lamaceiros, e prohibe a conducção de ferramenta para estes sítios sem uma guia do regedor da freguesia d'onde sahiu. N'este mesmo anno, a Câmara do Funchal, providenciava acerca da existência do gado na serra e determinava as condições em que os cercados deviam ser feitos; em Câmara de Lobos, uma postura intitulada para os damnos nas serras e arvoredos} considerava caca commum o gado que se encontrasse solto depois de 1 de setembro, dava as suas instrucções acerca das condições a que deviam satisfazer os cercados na serra, e prohibia expressamente o corte, venda ou uso de madeiras denominadas de contas, (vinhatico, loureiro, til, pau-branco, aderno, teixo, cedro, folhado, barbusano, faia, urze). Na Ponta do Sol, em 1832 obrigam-se os donos ou colonos das terras não amuradas e não cultivadas de vinha, que confinem com os caminhos do Concelho, a plantarem arvores ao longo d'estes de 30 em 30 palmos. Estas posturas que se fizeram em todos os Concelhos da ilha e das quaes apenas mencionei um ou outro artigo que me pareceu mais interessante, visavam a impedir que continuasse a devastação dos arvoredos nas serras que estavam dentro dos limites dos mesmos Concelhos. Pena é que o seu cumprimento tenha sido tão ephemero como o das leis anteriores. Vem confirmar esta triste verdade a acta da sessão do Conselho Districtal de 26 de junho de 1849, que julgo interessante transcrever, para que se avalie a pouca comprehensão que tinham, não só o poso mas até as pessoas mais importantes da ilha, do beneficio enorme que lhes adviria da arborização das serras, que elles contrariavam como se vê pelo seguinte: «Estando quasi extinctas as mattas d'esta ilha e não sendo possível pôr termo a esta calamidade, nem por meio das leis, nem pelos esforços empregados pelas auctoridades superiores, porque pessoas das principaes dos Concelhos são os infractores de todas as providencias protectoras das matas ensinando e generalisando os meios de se commetterem essas infracções; e sendo necessário pôr termo a tão grande mal, que tem já devastado quasi todas as serras d'esta ilha, seccando fontes, despindo as montanhas, com prejuízo da cultura, das vias de communicação e das povoações apenas por utilidade dos infractores que pouco lucram em comparação dos prejuízos que acarretam; acordaram e deliberaram os do Concelho o seguinte (fundados no Regimento de 1562): 1.° Enquanto se não restabelecerem as mattas da ilha não se concederão licenças para corte nas serras. 2.° É prohibido passar madeira d'um Concelho para outro. Exceptua-se a que estiver já cortada com licença, mas que deve passar só dentro d'um mez, depois da publicação d'este acordam pela imprensa». A devastação continuou, dando este facto origem a uma circular de 12 de setembro de 1862 em que o Secretario Geral António Lopes Barbosa d'Albuquerque fez saber ás Câmaras Municipaes da ilha, que o Conselho Districtal resolvera pôr novamente em vigor as disposições tomadas em 26 de junho de 1849. N'uma circular de 27 de março de 1865, o Governador Civil Jacintho A. Perdigão, determina que antes de se effectuarem as vistorias que precedem a concessão de licenças para corte d'arvores, as Câmaras Municipaes tornem publicas por editaes com antecedência de 20 dias estas pretenções e o dia em que se effectuara a vistoria; convidando os interessados a reclamarem no prazo de 8 dias. Estas reclamações seriam julgadas pelo Concelho do Districto. Pelo Decreto de 25 de novembro de 1886, foi approvado o Plano da Organização dos Serviços Florestaes, pelo qual as mattas e os terrenos arborisaveis que deviam ser reduzidos à cultura florestal no Districto do Funchal, ficaram comprehendidos na circunscripção florestal do Sul; não tendo, não obstante, a Direcção das Mattas effectuado ali quaesquer trabalhos, nem tido interferência alguma. A Organização dos Serviços Agrícolas, approvada por Decreto de 29 de outubro de 1891, divide os Serviços Florestaes em dois grupos: 1.° Ordenamento e exploração das mattas do Estado. 2.° Revestimento das montanhas, terrenos incultos e fixação das dunas pela arborisação. A ilha da Madeira como terreno montanhoso ficou comprehendida n'este ultimo grupo. Por Portaria de 3 de julho de 1897 foi, a pedido da Junta Geral do Districto, para o Funchal um regente florestal auxiliado por alguns guardas, para tomar a direcção do serviço e conservação das mattas da ilha; limitou-se este a fiscalisar o cumprimento das Posturas Municipaes existentes e procedeu a demarcação das propriedades particulares na parte onde confinam com a serra, a fim de organizar os tombos das Câmaras Municipaes. Em cumprimento da Portaria de 23 de marco de 1&98, esteve na Madeira em missão de estudo o Ex.mo Sr. Engenheiro-silvicultor Júlio Mário Viana, que estabeleceu o que de organisado ainda lá existe: foram estabelecidos dois viveiros, um no Poiso e outro nos Prazeres, destinados a abastecer os differentes Concelhos da ilha, e mandadas semear e plantar de estaca arvores e arbustos expontâneos nos logares mais propícios à sua multiplicação; mas pela falta de recursos das Câmaras e ainda por outras causas, não se deu integral cumprimento a estas benéficas disposições. Pela Organização dos Serviços Florestaes e Aquicolas estabelecida pelos Decretos de 24 de dezembro de 1901 e de 24 de dezembro de 1903, o serviço de arborisação das serras do Continente e ilhas adjacentes foi dividido em trez regências: a da Serra da Estrella, a do Gerez e a das ilhas, onde ficou comprehendida a Madeira. O Decreto de 15 de maio de 1912 organisou a Junta Agrícola da Madeira e entre outras obrigações impoz á mesma, no seu artigo 3.° n.° 5, a de proceder ao povoamento florestal das serras e o estabelecimento d'uma efficaz policia rural. Pelo Decreto de 8 de março de 1913 foi approvado o Regulamento do serviço da policia rural e florestal no archipelago da Madeira, que dividiu a ilha em dois cantões e creou um corpo de guardas de policia, pago pela Junta Agrícola da Madeira. Pela Organização dos Serviços da Direcção Geral da Agricultura de 9 de julho de 1913 foi a Madeira comprehendida na 4 a secção florestal, constituindo a l6ª regência com sede no Funchal e tendo sob a sua alçada todas as mattas existentes no Districto. A lei de 23 de julho de 1913, regulando o serviço de concessão de licenças para pastagens de gado suíno e caprino na ilha da Madeira, considera caça commum todo o gado encontrado na serra sem licença. Por Decreto de 28 de maio de 1914 foi approvado o novo Regulamento do serviço de policia rural e florestal do archipelago da Madeira, modificando o anterior com o fim de o harmonisar com a nova organisação dos Serviços da Direcção Geral da Agricultura. Finalmente, o Decreto de I de março de 1918 dissolveu a Junta Agrícola da Madeira, substituindo-a por uma commissão administrativa, e passando os serviços a cargo d'aquella para a Junta Geral do Districto do Funchal. Em vista do estado em que se encontra o arvoredo na Madeira, reconhece-se que só os Serviços Florestaes dispõem dos meios necessários para levar a effeito o revestimento florestal da ilha, que é tanto para desejar. (...) CAPITULO III REVESTIMENTO FLORESTAL A região montanhosa está comprehendida nas 3.' e 4.' zonas culturaes; sendo aquella a-que mais nos interessa sob o ponto de vista florestal, visto n'ella se encontrarem as especies indigenas que podem ser exploradas como productoras de madeira; assim como em grande parte as aclimadas, apezar de Richard Lowe as incluir exclusivamente nas 1.ª e 2 ª zonas da sua classificação. D'aquellas zonas, apenas uma pequena parte esta povoada de especies florestaes, predominando o pinheiro bravo. As essencias indigenas productoras de preciosas madeiras: o vinhatico, o til, e ainda o aderno, o folhado, o loureiro e outras, que outr'ora cobriam a ilha quasi por completo, como relerem os velhos chronistas, e cuja conservação foi cuidadosamente attendida por uma extensa legislação que nunca foi devidamente cumprida, estão hoje reduzidas a proporções minimas. D'ellas existem apenas actualmente alguns pequenos povoamentos dispersos, dos quaes os mais importantes são os da Serra de Boa Ventura, da Ponta Delgada, do Alto da Ribeira de S. Vicente, da Serra do Pôrto do Moniz, da parte norte da Ribeira de Machico, e o existente na margem direita da Ribeira da Janella nas proximidades do caminho do Fanal. A devastacão a que teem estado ha muitos annos expostas as mattas da Madeira tem reduzido a este deploravel estado s soberbas florestas primitivas. Quem atravessou alguma vez os pessimos caminhos do interior da ilha, teve occasião de ver estos de arvores seculares reduzidas a carvão e outras cortadas para d'ellas se fazerem grosseiros utensilios domésticos e madeira, como alguidares, etc. ! Houve em tempo grande consumo d'estas madeiras, não para obras de marcenaria, mas tambem em construcções; assim: o til era empregado em tabuado. em caixas para assucar, soalhos, madres e combustive! para engenhos; do vinhatico faziam-se caixas para roupa e mais mobilia; o aderno usava-se no fabrico de pipas para o melaço e para o vinho; o folhado faziam-se armações para casas; do azevinho, cabos para machados; do barbusano, tanchões para as latadas; das urzes fabricava-se carvão para os ferreiros e para os usos domesticos. Hoje, apezar de quasi nulla a exploracão 'estas essencias, ainda se fazem d'ellas algumas obras de marcenaria no Funchal. O vinhatico e o til são as especies indigenas verdadeiraente importantes; comquanto haja outras pequenas arvores, como o mocano, o azevinho, etc., que tambem são empregadas na mercenaria, para a manufactura dos embutidos tão caracteristicos da industria madeirense. Das especies aclimadas que se encontram nas 2ª e 3ª zonas, é o prinheiro bravo (Pinus pinaster, Sol), a essencia que constitue principalmente os povoamentos que cobrem a região florestal da ilha; havendo ainda a considerar o carvalho (Quercus Robur, L.), o castanheiro (Castanea sativa, Mill.), a robinia (Robinia pseudo- acacia, L.), as acacias (Acaia Melanoxylon, R. Br., A. retinoides, Schlecht, A lophan'a, Mill, A. dealbata, Lk.), o eucalypto (Eucalyptus globulus, abill) e o pinheiro das Canarias (Pinus canariensls, Ch. Smith). O pinheiro, que vive na facha comprehendida entre 550 e 1:000 metros d'altitude, é cultivado na Madeira da forma seguinte: depois de queimado o matto, semeia-se o penisco e o centeio, tendo a terra sido ou não cavada anteriormente; no anno seguinte cultiva-se ainda o centeio; depois seguem-se os desbastes e as limpezas e finalmente o corte final, que é razo, aos 15 ou 20 annos. O comprador é que ordinariamente semeia o novo pinhal, sendo o penisco fornecido pelo dono e ficando aquelle com o direito de cultivar centeio durante um ou dois annos no terreno do pinhal abatido. Os desbastes e limpezas do pinhal são pagos pela importância da venda dos productos da propria limpeza: varas para tutores e latadas, e a caruma, que é muito empregada na Madeira como combustivel nas padarias. Dos desbastes, resulta uma grande quantidade de lenha; que é transportada em zorras, ali chamados «côrças», para a cidade e para as villas, onde tem grande consumo. Estas zorras são feitas de troncos de pinheiro, e aproveitam a fôrça da gravidade como motor nos caminhos em declive, sendo puxadas por bois nos planos. Os cortes finaes dão madeira para construcções, a que chamam na ilha «pinho da terra» para o distinguir do Pitch-pine (Pinus rigida, Miller), importado em grandes quantidades da America para o mesmo fim; aquella, sendo de qualidade bastante inferior, satisfaz todavia em muitos casos attendendo á vantagem de ser muito mais barata. O castanheiro segue-se em importancia ao pinheiro, tendo existido explendidos soutos em toda a ilha, mas especialmente no Estreito de Camara de Lobos, Curral das Freiras, Serra d'Agua, Santo da Serra e Camacha; em 1855 soffreram grande devastação devida a uma doença analoga, senão identica, á da otinta de escrever», segundo a auctorisada opinião do douto professor Verissimo d'Almeida e do distincto engenheiro silvicultor, o Sr. Mendes d'Almeida. D'aqui resultou desapparecerem os castanheiros de muitas partes, sendo para notar que nos ultimos annos teem rebentado as touças e alguns troncos considerados sêccos que tinham ficado de pé. Esta madeira é muito empregada para estacas de «corredores de vinha» (como ali chamam as latadas), para moveis, construccões, etc.; e ainda mais o era antes da importação em grande escala das madeiras americanas, que a teem substituido em muitos usos. O fructo d'esta arvore tem umá grande importancia por isso que constitue o alimento quasi exclusivo dos habitantes de varios pontos do interior da Madeira, durante muitos mezes. O carvalho existe espalhado por toda a ilha de mistura com as outras essencias, predominando comtudo em Sant'Ana, onde tem soffrido nos ultimos annos grande devastacão produzida pelo Oidium quercini, Thusen. Empregam-no em obras de marcenaria, construcção de barcos, etc. Das especies ultimamente introduzidas, teem-se feito ensaios com bom resultado: da Robinia pseudoacacia, daAcacia Melanxylon, da A. retinoides, da A. Iophanta, da A. dealbata, do Pinus canariensis e do Eucaliptus globulus. Este ultimo tem-se desenvolvido muito bem, havendo alguns povoamentos que attingem altitudes consideraveis Tendo descripto o actual revestimento florestal da ilha, é indispensavel dizer tambem o pouco que ha sobre as pastagens na mesma, que como é sabido, tem u1tima ligação com aquelle Na Madeira não existem propriamente pastagens naturaes, mas apenas hervagens, as plantas forraginosas estão espalhadas por todas as zonas acima mencionadas, misturadas com outras, e assim são aproveitadas pelos gados. Encontram-se em maior quantidade na Ponta de S. Lourenço, nas beiras do Paúl da Serra, em algumas escarpas maritimas e nas alturas da Camacha. Os creadores vêem-se em difficuldades para sustentar os seus gados em consequencia d'esta dispersão das plantas forraginosas, vendo-se obrigados a lançar mão de outras plantas menos alimenticias, em prejuizo manifesto da nutrição e desenvolvimento do gado. CAPITULO II MEDIDAS A ADOPTAR PARA O PROGRESSO FLORESTAL DA ILHA Pelo exposto se vê o estado a que se acham reduzidas as mattas da Madeira e quanto se torna indispensavel cuidar d'ellas; visto que o seu desenvolvimento constituirá certamente uma grande riqueza nacional. Para isso ha primeiro que tudo a desenvolver a policia florestal, que é sempre a base de todo e qualquer trabalho util de arborisacão, porque é o obstaculo mais efficaz a oppôr á devastação das plantações novas e dos povoamentos, praticada, muitas vezes até por mero espirito de destruição filho da sua immensa ignorancia e maldade, pelos habitantes das nossas povoações serranas. A policia rural e florestal n'aquela ilha, regulamentada por Decreto de 8 de marco de 1913, é constituida, sob a direccão do regente florestal da l6.ª zona, por 3 chefes de guardas, 5 guardas a cavallo e 25 a pé; alêm d'estes, fazem parte do mesmo corpo de policia os guardas florestaes e campestres ao serviço da Junta Geral do Districto e das Camaras Municipais. Para os effeitos de policia, está a ilha dividida em 2 cantões, cujos limites terrestres são: as ribeiras dos Soccorridos e do Porco; o primeiro é constituido pelos terrenos de Leste e o segundo pelos de Oeste. Existem 20 casas de guarda, assim distribuidas pela ilha: no Concelho do Funchal, a da Ribeira das Calles e a da Barreira; no de Camara de Lobos, a da Eira do Serrado e a do Jardim da Serra; no da Ribeira Brava, a da Rocha Negra (Serra d'Agua); no da Ponta do Sol, a do Arrebentão, no da Calheta, a do Pinheiro de Fóra e a da Fonte do Bispo; no do Porto do Moniz, a do Cabeço da Pedra, a do Pico da Furna e a do Pico da Pedreira; no de S. Vicente, a do Curral dos Burros, a do Lombo do Cinzeiro e a do Pico do Meio Dia; no de Sant'Anna, a do Ribeiro Frio, a do Assumadouro e a das Queimadas; no de Machico, a do Ribeiro da Ponte e a dos Lamaceiros; e 110 de Santa Cruz, a da Meia Serra. Cada um dos guardas tem em media uns 30 Kilómetros quadrados de terreno sujeitos à sua vigilancia: area evidentemente demasiado grande para poder ser devidamente fiscalizada; tanto mais que, sendo o terreno muito accidentado e coberto, torna-se mais difficil essa fiscalização. Pelo regulamento devem estar distribuidos cavallos aos chefes e a cinco guardas; estas montadas concorrem para melhorar o serviço de fiscalização, mas haveria toda a conveniencia na sua substituição por garranos oriundos da Madeira, eminentemente proprios para percorrerem os invios caminhos da ilha. Está actualmente a cargo do mesmo pessoal, além da policia florestal, a rural; o que ainda augmenta mais a difficuldade de desempenhar bem o serviço e está em desharmonia com a maneira como se procede no continente. Convem pois que o serviço de policia rural seja desempenhado pela Guarda Nacional Republicana, que já existe na Madeira. A policia florestal deve passar a estar unicamente subordinada á Direcção Geral dos Serviços Florestaes; porque a Junta Geral do Districto do Funchal, de que actualmente depende, sendo formada por elementos eleitos e por conseguinte politicos, não tem as qualidades indispensaveis para exercer uma acção administrativa conveniente. Estabelecida que seja a policia, devem começar os trabalhos de rearborisação, com o fim de se assegurar a estabilidade dos terrenos das serras e das encostas da Madeira; e a arborisação das bacias de recepção bem como as obras necessarias para que se regularisem as ribeiras da ilha, todas torrenciaes, modificando-se as condições climatericas e augmentando-se assim o volume d'agua, tanto superficial como subterraneo. Esta rearborisação deve fazer-se conservando as arvores existentes, e fazendo plantações e sementeiras nas partes despovoadas, comprehendidas na área circumscripta pelos bardos do Concelho. N'èsta área devem ser submettidas ao regimen florestal nos termos dos Decretos de 24 de dezembro de 1901 e de 24 de dezembro de 1903, todas as mattas de essencias indigenas, que pertençam ao Estado, bs Camaras Municipaes, a quaesquer outras entidades, e mesmo as dos particulares. Devem ficar sujeitas ao mesmo regimen todas as mattas situadas em declives escarpados e regiões de nascentes, bem como aquellas cuja arborisação deva ser conservada com o fim de evitar quebradas e outros prejuizos, ou que sirvam de protecção e abrigo a fontes e nascentes. Em seguida deverá proceder-se ao arrolamento dos terrenos a que acima me refiro e ao levantamento das respectivas cartas florestaes. Ultimados estes serviços, deverão os mesmos terrenos imediatamente ser submettidos ao regimen florestal total, parcial ou de simples policia, sendo devidamente verificados na occasião os titulos e outros diplomas de posse das propriedades. Os trabalhos propostos terão um grande alcance economico; porque, em parte, o arvoredo desempenhará a importantissima funcção de proteccão as escarpas, evitando as quebradas actualmente tão frequentes na Madeira; regularizara os cursos d'agua; e diminuirá, e mais tarde dispensará, a sahida do ouro destinado ao pagamento da grande quantidade de madeiras de construccão, importadas actualmente da America do Norte. Para effectuar os trabalhos de arborisação, convirá empregarem-se de preferencia as essencias indigenas abaixo descriptas: o Vinhatico e o til. A estas essencias conveem os terrenos frescos e humidos dos fundos valles da ilha, onde encontram o abrigo dos ventos dominantes. (...) Das essencias descriptas e que me parecem as preferiveis para o revestimento da ilha, distribuir-se-hão pelos terrenos que lhes forem mais apropriados: primeiro as essencias indigenas pelo grande valor das suas madeiras, depois as aclimadas pelo ainda muito consideravel valor dos seus productos e pela sua perfeita adaptacão ao meio, e finalmente as mais recentemente introduzidas; d'estas a mais importante é o pinheiro das Canarias, que é por certo um dos elementos mais recommendaveis na repovoacão florestal da Madeira, visto o clima d'esta ilha ser muito semelhante ao das Canarias, paiz de origem d'este pinheiro e onde elle apresenta, assim como em toda a zona mediterranea onde tem sido empregado, tantas e tão grandes vantagens. Arborisadas as encostas e as bacias de recepção; deffendido do gado o desenvolvimento das plantas expontaneas, e fomentado este para que se forme uma espessa manta viva que retenha as aguas das chuvas; construidas sebes vivas e pequenas barragens para a regularisacão dos cursos d'agua, impedindo-se assim que se formem as enchurradas, cuja acção devastadora se tem feito já bem duramente sentir na Madeira; restar-nos-ha empregar os meios necessarios para se evitarem os estragos produzidos nas plantações novas, especialmente pelo gado caprino, promovendo a substituição d'este pelo vaccum. Para sustentar este gado é necessario crear pastagens para as quaes são muito convenientes as partes altas da ilha, como o extenso planalto do Paul da Serra, locaes eminentemente proprios para esse Fim pela altitude elevada e exposição aos ventos humidos do Oceano. Como é sabido, pastagem não é como se diz vulgarmente toda a superficie que se cobre de hervas que o gado approveita; é preciso que este revestimento se conserve durante todo o anno para que constitua uma pastagem natural. As que seccam de verão por não terem condições proprias para se manterem n'essa quadra do anno, chamam-se hervagens; embora o alimento que estas fornecem seja de inferior qualidades teem ellas importancia pelas suas grandes extensões e portanto pela grande quantidade de forragens que produzem. Toda a região da ilha comprehendida entre as altitudes de 700 a 1.500 metros deve possuir agua em quantidade sufficiente para permittir a existencia de boas pastagens; visto que, segundo a opinião do Ex.m° Sr. engenheiro-silvicultor A. Mendes d'Almeida, são para isso bastantes pouco mais de 1.000 millimetros no continente de Portugal, e a Madeira, se é certo estar mais a Sul, tambem ha todas as razões para suppôr que pode contar com 1.200 a 2.000 millimetros de chuva, senão com mais. Pena é que não haja observatorio meteorologico n'aquella zona para que sobre observações rigorosas se podessem assentar estas conclusões. O Planalto do Paul da Serra está em excellentes condições para n'elle se fazerem explendidas pastagens capazes de sustentar milhares de cabeças de gado; visto que tem uma superfície de 3.000 a 4.000 hectares, hoje quasi completamente escalvada onde apenas existem grandes moitas de feiteira aproveitada para fazer camas aos animaes; esta n'uma altitude elevada, com nevoeiros constantes; e é cortada em todas as direcções por numerosos pequenos cursos d'agua. A seguir vem o Santo da Serra, o segundo planalto da ilha, onde existem além das partes que estão cultivadas e arborisadas, extensas planicies nas melhores condições parauma próspera producção pascigosa. Existem ainda muitos tractos de terreno dispersos pelas encostas que poderiam ser vantajosamente aproveitados para a cultura das plantas forraginosas, expontaneas ou aclimadas. Entre estas ha um grande numero que tendo muito valor pascigoso como: o Anthoxanthum odoratum, a Festuca ovina, a Poa pratensis, etc., que crescem em abundancia n'um ou n'outro ponto da ilha. Pelas excellentes condições climatericas da Madeira torna-se extremamente facil a propagação e disseminação das especies forraginosas que hoje ali vivem limitadamente; desde que a sua cultura seja methodicamente feita e bem dirigida. Para que se melhorem as pastagens naturaes é necessario o estabelecimento do regimen pastoril, pois só o Estado pode, analogamente ao que faz no florestal, levar a effeito essa grande obra de protecção ás pastagens; pela arborisação dos declives rapidos e do solo que não se presta ao enrelvamento; pelos indispensaveis trabalhos de construcção e pelo alargamento das relvagens empregando a cultura pastoril; são precisas tambem a instrucção das populações serranas, para que melhorem e augmentem as mesmas pastagens; e a creação de jardins e campos de ensaio, onde aprendam a cultivar e a diffundir a hoje circumscripta flora alpestre. Pelos jardins de ensaio se conseguirá aclimatar as plantas das zonas inferiores, transferindo-as successivamente para jardins d'altitude superior Estes jardins servirão tambem para a producção e melhoramento das sementes alpestres, que se modificam de região para região e que não existem no commercio. E assim se poderão extinguir os porcos e as cabras na serra sem que o seu desapparecimento, gradualmente feito, prejudique o lavrador. A conservação dos porcos é mais um habito do que uma necessidade; pois estes animaes, cujo numero é jà muito reduzido, pouco interesse dão pela sua pequena corpolencia e difficil engorda. Com a cabra não succede o mesmo, pelos lucros que, com uma despeza minima, d'ella se obtem, resultantes da venda da carne, das crias e das pelles respectivas. A sua substituição porem pela vacca que causa muito menos prejuizo e é de muito maior utilidade, sobretudo pela producção do leite, não pode deixar de ser um beneficio para o lavrador. A industria da madeira e outras derivadas do leite, como a dos queijos, estão já bastante desenvolvidas na Madeira, não sendo por isso difficil hoje convencer os serranos das enormes vantagens que d'ellas lhes provirão e que de certo compensarão bem a falta d'aquelles animaes. As cabras podem aliás ser conservadas, com todas as vantagens para as populaçõos dos Campos que lhes são inherentes, comtanto que passem ao regimen de estabulação. CONCLUSÕES 1ª Convém que passem todos os serviços relativos á conservação das mattas e arborisacão da Madeira a ficar. para todos os effeitos, sob a acção directa da Direcção Geral dos Serviços Florestaes. 2.ª É necessário o estabelecimento de observatórios meteorológicos em numero sufficiente e convenientemente distribuídos em differentes pontos da ilha. 3.ª É de urgente necessidade o promover-se o revestimento florestal das partes altas e das encostas da Madeira, dentro da 3ª e 4ª zonas, aproveitando as essências indígenas e as acclimadas de maior utilidade. 4ª É muito preciso dar-se desde já exacto cumprimento ao regulamento de policia florestal, tendente á protecção dos arvoredos e á extincção dos porcos e cabras na serra. 5ª É da maior conveniência o aproveitamento dos planaltos da ilha para pastagens naturaes. Lisboa, 29 de Dezembro de 1919. João Henriques Camacho. [João Henriques Camacho, Notas para o estudo da rearborização da ilha da Madeira- Dissertação inaugural apresentada ao concelho Escolar para complemento do curso de engenheiro- silvicultor, Lisboa, 1920, pp.37-43, 54-57. ] REGIME PASTORIL - ILHA DA MADEIRA[1942] Na ilha da Madeira, tirando as espécies pecuárias consideradas sedentárias da zona agrícola e umas centenas de cabeças da espécie bovina apascentadas nos planaltos durante os meses mais quente, o gado restante ou seja o que vive permanentemente à solta nas serras não tem nenhuma ligação aceitável com a agricultura. E as excepções que existem não são de monta, pois são pouco numerosos os casos de recriação. Este gado solto vai vivendo numa situação de facto, perseguido por todos os que têm terrenos cultivados e os seus proprietários, designados na ilha como pastores, são os primeiros a declarar que a importância do rendimento das suas rezes é diminuta, incerta, nula ou mesmo em muitos casos negativa, reinando nessa exploração uma verdadeira desordem, cuja expressão psicológica e causa primária é o facto de o pastor não acompanhar constantemente o gado, como sucede no milenário regime pastoril do Continente. Os «vigias» ou «espias» que ali o guardam, e só durante o dia a tal se dedicam, são nomeados entre todos os componentes de cada comunidade de pastores. Todos os dias se revezam e o encargo vai assim correndo do primeiro ao último dos interessados no compascuo. Acontece porém que nenhum desses pastores pode encarar a tarefa da vigilância como ofício, resultando daí esquecerem ou não cumprirem à risca a missão de que a comunidade os encarrega temporariamente. De resto esse trabalho limita-se quase só à contagem do gado e suas crias, bem difícil de ser feita com rigor uma vez que o aumento se encontra disperso e só é «arrumado» pela altura da tosquia, isto é, uma ou duas vezes no ano. E se o vigia tem quatro ou cinco miseráveis ovelhas, que essa deve ser a média por proprietário, que estímulo poderá ter na execução de um trabalho, na manhã seguinte transmitido a outrém, e pelo qual não recebe directamente paga alguma. Para muitos dos pastores a posse do gado da serra não passa mesmo de um capricho ou regalo, revestindo muitas vezes o aspecto desportivo. E esse gosto tão natural como antigo no homem ilude a todos por completo a noção da economia da pequena empresa, à qual se não dedicam nem podem dedicar individualmente por falta de capital e sobretudo por falta de recursos pascigosos suficientes. Na verdade, o valor das pastagens da Madeira diminui a olhos vistos e o gado chega a atingir por vezes um estado de magreza e desalinho que o torna repelente. E quantos desmandos e prejuízos se podem apontar neste sistema de exploração! Desleixo, viciação de sinais, massacres feitos pelos cães, enfim, o roubo é também frequente e as muitas questões que vão surgindo são resolvidas pela violência, ou na «venda»-designação local da pequena loja de comércio misto ou no «arrume» anual por ocasião da tosquia. As desordens entre pastores são muito frequentes nessas reuniões. Segundo o arrolamento feito em Março de 1940 pela Junta Nacional dos Lactícinios, o número de cabeças de gado bovino em pasto livre nas serras era de 485. Mas esta contagem foi feita na primavera e por consequência a quantidade de gado bovino apascentado durante o verão continua a ser desconhecida. O que se passa no Paúl da Serra é exemplo frizante da falta de ordenamento neste ramo de riqueza do Arquipélago: as perdas anuais ali registadas numa população ovina que andará por 6500 cabeças, ultrapassam 10%. Os ataques feitos pelo porco bravo também concorrem para estes grandes prejuízos mesmo nos plannaltos, onde é mais eficaz a vigilância pelos «vigias». O porco da serra aparece por toda a parte, dentro ou fora do terreno arborizado. Assim, apesar de ser há muito tempo considerado caça livre, é frequente nos baldios de Santa Cruz, na Serra das Funduras, nas vizinhanças do Poiso e também no Homem em pé, Achada do Teixeira, Fanal, Rabaçal e Paúl da Serra. As ervagens são por ele destruidas e muitas das crias de ovelha são por ele devoradas sem defesa possível. Outro tanto não sucede com a cabra, pois que dele se defende com grande vigor. O porco da serra tudo o que apanha destrói: novidade de cultivo, as crias de gado e também a feiteiraPteridium aquilinum-que não deixa viver porque a arranca e lhe come o rizoma e a raiz. Em conclusão: entre o gado manadio, a espécie que mais sofre é precisamente a que mais valor tem e mais assistência merece Reduzir o gado suíno a um mínimo de reserva genética a determinar, para o que serão destinadas algumas parcelas vedadas de terreno, estabulado em seguida o gado caprino, será feita a reorganização geral do aumento ovino. Este trabalho será acompanhado do estudo da recriação do gado bovino. A estabulação do gado caprino ficará a cargo de cada um dos proprietários e deverá estar concluída no prazo de 1 ano a contar do começo da execução deste plano. De futuro o apascentamento de gado caprino nas serras será proibido. O gado suíno capturado, será entregue à autoridade administrativa; o núcleo restante ficará sendo propriedade do Estado, destinando-se, como foi dito a trabalhos de melhoramento. A organização do regime pastoril do gado ovino e bovino nas serras da Madeira, ficará a cargo dos Serviços Florestais com a assistência sanitária da Intendência de Pecuária do distrito e de acordo com a Junta Nacional dos Lacticínios da Madeira. De um modo geral, usar-se-à o sistema de rebanhos, permanentemente vigiados por pastores, auxiliados por cães ensinados da raça da Serra da Estrela. O apascentamento será feito no futuro em pastagens arborizadas. Os proprietários do gado reunir-se-ão em Sindicatos. Os Sindicatos serão organizados tendo como base os principios de assistência mútua. Os seus estatutos só poderão ser aprovados mediante parecer favorável dos Serviços Florestais. Como o regime de rebanhos a aplicar de futuro constituirá uma novidade na ilha e para que o trabalho seja bem orientado logo de início, os primeiros pastores serão enviados do continente e nomeados pelos Serviços Florestais. Os pastores serão pagos pelos Sindicatos de proprietários de gados. As suas nomeações futuras serão feitas mediante o parecer favorável dos Serviços Florestais. Todo o gado manadio será inventariado e numerado com brincos ou com marca a fogo. As crias serão numeradas e registadas à nascença. Os extravios tornar-se-ão assim impossíveis. Com o auxílio dos cães dos rebanhos, os célebres massacres de ovelhas registados até agora e feitos por animais daquela espécie, deixarão de ser possíveis. Os locais de apascentamento serão indicados pelos Serviços Florestais. Só mediante autorização expressa dos proprietários dos terrenos, poderão neles ser apascentados os rebanhos. Construir-se-ão os abrigos suficientes para que o gado ovino aí passe o tempo invernoso. Anexa ao abrigo ficará a habitação do pastor. Os abrigos situados em terrenos particulares serão propriedade do dono do terreno, que terá faculdade de os arrendar ao sindicato de pastores interessado. Os que se construirem nos terrenos das Corporações administrativas pertencerão ao Estado. Quando ao proprietário do terreno fôr impossível construir o abrigo necessário, o Estado construi-lo-à no terreno público mais próximo ou no que fôr para esse fim expropriado. Ilha do Porto Santo A reorganização do regime pastoril no Porto Santo tem como base a resolução do difícil problema da produção de forragens num clima quente e seco. Prevê-se neste plano a criação de pastagens arborizadas e a construção de abrigos, bebedouros e silos. Os trabalhos de reorganização do regime pastoril serão feitos de acôrdo com a Intendência de Pecuária e Junta Nacional dos Lacticínios. Nos terrenos florestais só será permitido o apascentamento do gado bovino e ovino. O apascentamento de gado caprino nesta ilha e ilhéus será proibido. Todo o gado que for apascentado nos terrenos florestais será guardado permanentemente pelos pastores nomeados mediante parecer favorável dos Serviços Florestais. Tal como na Madeira, os locais de apascentamento serão indicados pelos Serviços Florestais . [José Maria Carvalho, Plano Complementar do Plano de Povoamento Florestal 1942, pp.66-69, 73-76, in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento Florestal no Arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp.125-129] FERNANDO AUGUSTO DA SILVA, 1946 I-ARVOREDOS E ÁGUAS PLUVIAIS A notável feracidade do solo, a excelente benignidade do clima, a sua riqueza florestal, a abundância dos mananciais e ainda outras vantajosas condições do meio, tornaram a Madeira desde o inicio do primitivo povoamento urna região de feição essencialmente agrícola, que se mantém e perdura ha cinco dilatados séculos, com os requisitos de uma apreciada prosperidade, em todos os sectores da actividade humana. Bastará recordar que cerca de setenta e cinco por cento dos seus habitantes vivem entregues aos labores do incessante cultivo das glebas, que é por vezes muito árduo e eriçado de grandes dificuldades, devido especialmente ao inverosímil acidentado dos terrenos, como todos sabem. Era natural, e a força imperiosa das necessidades ocorrentes assim o exigia, que largamente se aproveitassem e merecessem o mais desvelado cuidado todos os elementos que contribuíssem para o desenvolvimento dessa primacial industria e entre os quais se destacavam em primeira .plana-a imediata construção das levadas e a cuidadosa conservação dos densos arvoredos Embora talvez hiperbolicamente, mas com um certo pitoresco, se diz algures que «as arvores são as mães das mados «caminhos vizinhais» ou de simples comunicação entre os diversos sítios encontram neles apreciáveis elementos de conservação e de defezas impedindo que as águas caudalosos danifiquem os leitos e os muros marginais dessas vias públicas. De um pequeno mas interessante estudo, realizado por um distinto regente florestal, reproduzimos estes trechos, que representam uma perfeita síntese das medidas a adoptar para o completo revestimento florestal da Madeira: «O estabelecimento de um plano cuidadosamente organizado, tendo como base o conhecimento fisiográfico de toda a ilha, a escolha de essências próprias do meio e a sua distribuição cuidadosa por todos os vales, a criação de viveiros e de zonas de protecção das essências indígenas, a execução de projectos de hidráulica florestal e torrencial, o repovoamento florestal com espécies adequadas, são elementos que os técnicos deverão ter em vista ao elaborar o plano de arborização da ilha da Madeira» No decurso deste rápido estudo, procuraremos referir-nos, embora sumariamente, a todos estes pontos, que ficam apontados. II-UMA REGIÃO FLORESTAL Uma constante tradição local e as seguras informações que a história nos oferece, conjugadas com os dados hipsométricos da sua tão acidentada orografia e com vários elementos privativos do clima, mostram que a Madeira, alem de ser uma região de feição essencialmente agrícola, como fica dito no capitulo anterior, conserva também as particularidades próprias de um território de caracter profundamente florestal, embora sem prejuízo da vantajosa cultura de outras espécies vegetais ou plantações agrícolas que as particulares condições climatéricas notavelmente favorecem. Não será descabido recordar que também nas zonas confinantes do litoral se encontrava uma basta vegetação arbórea, o que ao presente não seria permitido fazer se, em virtude da indispensável aplicação desses terrenos ao cultivo de outros géneros agrícolas, mais proveitosos e mais necessários aos interesses dos habitantes. Na limitada área de 500 quilómetros quadrados tem esta ilha grandes elevações montanhosas, atingindo algumas delas altitudes de 1750 a 1860 metros, que a par de outras condições mesologicas consentem a formação de densos arvoredos, como já existiram e de que ainda restam alguns raros mas autênticos vestígios. Os terrenos aráveis não excedem a altitude de 700 a 800 metros e não ocupam uma superfície muito superior a 300 quilómetros quadrados, havendo uma extensão relativamente grande para a conservação das espécies florestais. Em altitudes superiores ás que ficam indicadas não é compensadora a cultura das terras, o que aconselha o seu aproveitamento para o plantio dessas espécies arbóreas e para o exercício da industria pecuária. Essas e outras valiosas características abonam justificadamente o juízo que fica exposto e que, alias, se acha de todo confirmado pelas observações realizadas por alguns técnicos da mais autorizada competência. Dessas tão favoráveis e apreciadas condições, da posição geográfica da ilha e ainda de outros requisitos naturais privativos deste meio resultam a justificada fama de clima privilegiado de que universalmente gosa, não somente para a quadra fria e chuvosa do Inverno, mas também para as estações quentes e temperadas do estio e da primavera, segundo a situação e a altitude dos lugares escolhidos para esse fim. Os capítulos subsequentes justificam também o conceito que deixamos esboçado acerca dos particulares aspectos, que a superfície madeirense apresenta como região própria para a formação e conservação de uma larga e intensa vegetação florestal. III ORIGEM DO NOME «MADEIRA» O nome de Madeira, que os descobridores ou os mais antigos povoadores deram a esta ilha, anda indissoluvelmente ligado á existência do opulento arvoredo, que em toda a extensão a cobria desde a orla do Oceano até os píncaros das mais elevadas eminências . Foi uma bem apropriada e característica designação, que sempre perdurou através do tempo e que natural e espontaneamente teria acudido aos que pela primeira vez defrontaram com essa tão vasta, intensa e rica vegetação florestal. Factos subsequentes e ponderosas circunstancias de feição local, vieram robustecer e confirmar a escolha desse nome. como abaixo se verá, havendo os velhos cronistas e escritores, os navegadores e viajantes e ainda os documentos oficiais conferido um cunho de verdadeira autenticidade a essa feliz qualificação, por meio dos seus numerosos escritos e narrativas, alguns dos quais são contemporâneas da primitiva época da colonização madeirense. Entre todos, vem de molde recordar o assaz conhecido verso de Camões-Que do muito arvoredo assi se chame-(V-5), que, seguindo a esteira dos outros escritores, permitiu dar uma mais larga e brilhante divulgação a este tão expressivo nome. No entretanto, a já consagrada frase do nosso maior poeta começa a ter um formal desmentido. Estamos a transitar rapidamente da mais concreta realidade para os domínios duma pura lenda... O nome glorioso de Madeira, que os séculos perpetuaram e que a fama tornou universal, vai perdendo a força do seu legitimo uso, estabelecendo-se um flagrante contraste entre o seu exacto significado e aquilo que ele na verdade deveria rigorosamente exprimir. Não se tomem à conta duma descabida e exagerada hipérbole as palavras que ai ficam. As nossas florestas estão sendo vítimas do mais desenfreado vandalismo. Parece que o génio do mal armado de todos Os elementos de destruição se propôs transformar as verdejantes encostas das nossas montanhas na aridez calcinante do deserto. E' certo que a exuberante fertilidade do solo e as mais favoráveis condições climatéricas teem parcialmente obstado a uma completa devastação. mas essa iminente calamidade vai tomando proporções tão assustadoras que, dentro dum futuro muito próximo, o mal causado se tornará absolutamente irremediável E' por isso que um clamor uníssono se levanta e se faz intensamente ouvir, soprando de todos os quadrantes um vento já impetuoso de mal contida indignação. O doutor Gaspar Frutuoso com os valiosos elementos que lhe forneceram as antigas crónicas e os documentos coevos do descobrimento, informa-nos: «... a qual chamaram da Madeira por causa do grande e espesso arvoredo de que era coberta...». Infere-se desta narrativa que foram os próprios descobridores, que à ilha desconhecida a que aportaram, deram o nome de Madeira. Em outro lugar diz o mesmo Frutuoso: "O infante vendo as mostras e ouvindo a relação que da ilha eles lhe deram, lhe poz o nome, que agora tem, de ilha da Madeira...». Deve, por certo, entender-se que o infante D. Henrique se limitou a confirmar o nome com que os primitivos navegadores denominaram a terra que tinham descoberto. E ainda em outra passagem das Saudades se afirma expressamente que foi o descobridor João Gonçalves Zargo que a esta ilha chamou Madeira: «a que o dito capitam poz nome da Madeira». E ainda mais terminantemente o diz em outro logar da obra citada: «.. lhe poz o nome assi o felicíssimo capitam primeiro dela João Gonçalves Zargo, por causa do muito espesso e grande arvoredo de que era coberta, e ser toda cheia de infinidade de madeira». Em um antigo livro manuscrito da Câmara Eclesiástica do Funchal, deparamos com a seguinte informação, que não resistimos ao desejo de a transcrever «ipsis verbis», como ali se encontra. «Havia muita madeira na ilha que se serrava com engenhos de agua, grandes traves, mastros, travetas, chaprões, cossueiras, que se levavam para muitas partes. Da banda do Sul não era tanta, porque se queimou muita e a outra se gastava nos engenhos de assucar, que todos estavam desta banda: mas havia da parte do Norte grande numero de engenhos de agua sempre a serrar, e erão as arvores tão grossas e tão crescidas. Como se pode inferir do "til' que se achou no Funchal o qual era tão grosso, que dez homens juntos com os braços lhe não chegavam a abraçar o tronco: e fazia tanta copa que cobria onde hoje é a Cadea Velha de uma ribeira á outra ás quaes ambas se ião ajuntar, e entrar por uma só boca no mar. Desta qualidade havia muitos, e mui altos cedros, que depois se gastarão e extinguiram». Ao contrario do que sucedeu com outras ilhas e terras descobertas, nunca foram esta ilha e arquipélago conhecidos por outro nome além daquele que primitivamente tiveram. E' certo que o Dr. Gaspar Frutuoso afirma a que por ser assim mui fragosa dizem que seu nome era a devia ser ilha das Pedra», mas desta maneira enfática de dizer do historiador das ilhas se concluiu que ele não quisera asseverar ter tido esta ilha aquele nome. E além desta passageira referencia de Frutuoso, que não chega a ser uma afirmação, não se conhece em quaisquer outros escritos antigos ou modernos aquela denominação para designar a ilha ou arquipélago da Madeira. O ilustre escritor Pinheiro Chagas, em uma das suas frequentes digressões á «margem da histórias escreveu estas curiosas palavras: «Era esse nome que mais naturalmente lhe ocorreria? Quando o termo madeira designa especialmente os troncos de arvores já derrubados e preparados para usos próprios, não era estranho que fosse esse nome que servisse imediatamente a Gonçalves Zarco para designar a ilha, em vez de ilha do Arvoredo, ilha das Flores, ilha das Matas?» Como acima ficou dito,o testemunho até agora irrecusável dos cronistas, dos documentos da época e da tradição corroboram plenamente o uso do antigo nome, sempre mantido no decorrer dos séculos e sempre adoptado por todos, embora possa, por uma caprichosa excepção, ser posto em duvida pela fantasia de um distinto literato Em corroboração do que fica exposto. não deixam de despertar especial interesse os depoimentos de alguns navegadores e escritores do século XV, que vamos rapidamente citar, embora já o tenhamos feito com maior largueza em outro lugar dos nossos trabalhos de historia madeirense. O celebre navegador veneziano Luís Cadamosto visitou duas vezes a Madeira por meados do século XV, sendo a narração das suas viagens impressa no ano de 1507, a qual oferece a notável particularidade de ter sido a obra mais antiga publicada em língua estrangeira acerca desta ilha de que ha conhecimento. Diz esse ilustre navegante que por ocasião da «descoberta não tinha palmo de terra que não fosse cheia de arvores grandíssimas, sendo necessário aos primeiros que a quiseram habitar por-lhe fogo, o qual lavrou grande espaço de tempo... e assim desapareceu em grande parte o dito bosque. . .». O conhecido navegador português Diogo Gomes, nas «Relações do Descobrimento da Guiné e das ilhas dos Açores, Madeira e Cabo Verde», por ele transmitidas a Martinho da Bohemia e traduzida em língua portuguesa por Gabriel Pereira («Bolet. da Soc. Geogr. de Lisboa» n.° 5, ano de 1898) faz idênticas afirmações, que aproximadamente se referem ao terceiro quartel do século XV. Uma informação sobremaneira curiosa é a de outro navegador italiano Romeu Aditti de` Peraso, que deixou na narrativa escrita em 1567 estas palavras: « .. a ilha não é habitada senão à beira-mar, pois que na montanha por causa da espessura das arvores que ali ha em mui grande abundância e altíssimas de maneira que, dizem, por causa delas se anda duas ou três léguas sem jamais ver o sol . » Os nossos ilustres cronistas Gomes Eanes de Azurara, contemporâneo da descoberta, na sua obra «Descobrimento e Conquista da Guiné», João de Barros e Damião de Gois, pouco posteriores á época desse sucesso, na «Asia» (Decada I) e na «Crónica do Príncipe Dom João», ratificam esses depoimentos com a autoridade dos seus nomes e muitos outros escritores teem adoptado sem contestação as informações das antigas crónicas. Se a natureza foi de uma notável prodigalidade na abundância de tão vastos e densos arvoredos, não se tornou também avara na variedade das espécies florestais com que opulentamente cobria todo o solo madeirense. Pode com verdade afirmar-se que á chamada riqueza da «quantidade» se juntou profusamente a riqueza da «qualidade». Bastará recordar que é um facto averiguado a existência de bastas e extensas matas de cedros, tis, vinhaticos, freixos, urzes, barbusanos e ainda outras apreciadas espécies arbóreas de que só resta... uma saudosa memória, como ao diante mais largamente diremos. Em vista do que tantas vezes se tem dito e que de novo deixamos sumariamente repetido, não causara admiração ou surpresa que a estia ilha se houvesse dado o nome de Madeira, que os séculos vão repetindo e que a fama tornou universal. Com o inaudito vandalismo dos homens vai-se tornando menos rigoroso e menos apropriado o uso desse nome, estabelecendo-se um flagrante contraste entre o seu verdadeiro significado e aquilo que ele deveria na realidade exprimir... São conhecidas as rápidas considerações que aí ficam, mas não é importuna a sua repetição, para proveitoso ensinamento de muitos e bem assim para as indispensáveis informações, que estamos apresentando acerca deste importante assunto. IV. O INCÊNDIO DOS ARVOREDOS O antigo incêndio dos bastos arvoredos, que onimodamente cobriam a superfície desta ilha, é um conhecido e velho tema, que inúmeras vezes tem sido versado por diversos escritores nacionais e estrangeiros. Desde os que pura e simplesmente negam a veracidade do sucesso até aqueles que lhe fixam uma duração de nove anos, não faltam descrições, narrativas e comentários de sabor vário, despertados pela estranheza de um facto tão anormal, pelas circunstâncias imprevistas que o acompanharam e ainda pelas consequências que dele derivaram Até a poesia épica dele se serviu para dar larga expansão aos voos audaciosos dos cultores desse género de literatura, como foram Manuel Tomás na Insulana, Paula de Medina e Vasconcelos na Zargueida e ainda outros de menor envergadura, que deixaram inúmeras composições poéticas dispersas em muitos livros e Jornais. Quando os primeiros colonizadores tentaram o inicio do povoamento, logo reconheceram ar. excelente benignidade do clima e a exuberante fertilidade do solo, mas também sem esforço se aperceberam das penosas dificuldades que, importaria vencer para atingir-se o fim do seu audacioso empreendimento. Com dois grandes obstáculos, talvez então julgados insuperáveis. se defrontaram em vacilante expectativa: o inverosímil acidentado dos terrenos e a vastíssima e luxuriante vegetação florestal. A devastação parcial dos arvoredos e a condução das aguas de regadio (as futuras levadas), a par do antanho directo das glebas, constituíram os primeiros trabalhos agrícolas, dando-se assim começo a uma activa colonização, a que sempre andava adstrito o correlativo povoamento ou formação de diversos núcleos de habitantes. Nas páginas do Elucidário Madeirense, (II-140 e ss.), seguindo as antigas crónicas, deixamos uma noticia acerca deste notável acontecimento da primitiva colonização, da qual vamos transcrever alguns trechos, que teem a mais próxima afinidade com o assunto de que nos vimos ocupando e que importa arquivar nestas paginas. O incêndio das matas no tempo de Zargo, o primeiro donatário do Funchal, é um acontecimento a que particularmente se referem João de Barros, Frutuoso, António Cordeiro. Manuel Tomás e outros autores, e que também foi perpetuado pela tradição. Refere Ferdinand Denis que um antigo viajante francês conheceu um velho marinheiro a quem uma testemunha ocular contara o incêndio da ilha da Madeira, e segundo o erudito anotador das Saudades da Terra, no Arquivo da Torre do Tombo, Livro das Ilhas. folhas 84, está a publica forma de um breve apostólico do Pontífice Paulo II, com data de 1469, em que manifestamente se alude ao mesmo incêndio. Gaspar Frutuoso, o historiador das ilhas; dá conta, nos termos seguintes, do incêndio no sertão da Madeira: «Daqui acordou o capitam (João Gonçalves Zarco), vendo que se não podia com o trabalho dos homens desfazer tanto, arvoredo que estava nesta ilha desde o principio do mundo ou da feitura della, e para o consumir, e se lavrarem as terras, e aproveitar-se dellas era necessário pôr-lhe o fogo; e como quer que, com o muito arvoredo e pela muita antiguidade, estava delle derribado pelo chão, e delle seco em pee, apegou o fogo de maneira neste valle do Funchal, que era tão bravo que, quando ventava de sobre a terra, não se podia sofrer a chama e quentura delle, e muitas vezes se acolhia a gente aos ilhéus e aos navios até o tempo se mudar; e, por ser o valle muito espesso assi de muito funcho, como de arvoredo, atiou-se de maneira o fogo, que andou sete annos apegado pelas arvores, e troncos, e raízes debaixo do chão, que se não podia apagar, e fez grande destruição na madeira assí no Funchal, como em o mais da ilha ao longo do mar na costa da banda do sul, onde se determinou roçar e aproveitar.» D. Francisco Manuel de Melo, referindo-se ao incêndio da Madeira, diz na Epanaphora III o seguinte: «He força que duvide do incêndio que (Barros) afirma durou sete anos por toda a ilha. Ao que, parece, implicão os bosques, que sempre nella permanecerão, dos quaes ha tantos annos, se cortão madeiras, para fabrica de assucares: de que dizem chegou a haver na lha, cento 8~ cinquenta ingenhos; que mal poderião continuamente sustentarse, depois de hum incêndio tão universal, & menos produzirse depois delle: mas fique sempre salvo o credito de tal Autor.» Os argumentos de Melo teem um certo valor para mostrar que o incêndio da Madeira nem durou sete anos. nem se estendeu a todos os pontos da ilha, havendo ainda a acrescentar que se ele tivesse sido geral, como pretendem alguns escritores, não poderia Cadamosto, que também se refere ao sinistro, dizer em 1450 que o nosso país produzia madeiras muito apreciadas, entre as quais sobressaíam o cedro e o teixo. E' ainda de advertir que para o fogo durar sete anos consecutivos em matas constituídas especialmente por essências folhosas, seria preciso que durante esse longo espaço de tempo não caíssem na ilha nenhuns desses violentos aguaceiros que, ainda hoje, apesar das chuvas serem muitos menos abundantes do que outrora, inundam os vales do interior e dão origem a torrentes que se despenham em catadupas do alto das serranias». Não padece duvida que muitas matas do vale do Funchal e de outros pontos da costa sul da ilha foram destruídas pelo fogo, mandado lançar imprudentemente por João Gonçalves Zarco para o fim de arrotear as terras, mas admitir que esse fogo, ateando-se rapidamente e saltando de arvore em arvore, chegou a atingir toda a ilha, parece-nos fantasia própria da imaginação opulenta de Manuel Tomás e de outros antigos escritores. Do trecho das Saudades da Terra que deixámos transcrito, não se depreende que o incêndio fosse geral, e João de Barros, o primeiro historiador que noticiou o sinistro, circunscreve-o á parte da ilha da Madeira onde se ora chama Funchal», acrescentando, porém, «que o fogo tomou posse da roça & do mais arvoredo, que sete anos andou vivo no bravio daquellas grandes matas que a natureza tinha criado avia tantas centenas de anos.» Diz o Dr. Alvaro Rodrigues de Azevedo que tendo sido a parte sul da ilha «precisamente a cultivada e habitada logo depois do descobrimento, é possível, não só que ahi fossem pouco a pouco roteados os terrenos por meio de incêndio das matas virgens, sistema que ainda hoje, por falta de braços, por outras rasões agrícolas e económicas, e por necessidade de momento, se emprega nas sertões americanos, mas também que a estes roteamentos pelo fogo se fosse recorrendo nos septe primeiros anos, sem que disso poucos tempos depois se achassem resquícios. O sul da ilha da Madeira foi o primeiro explorado e habitado, e é a zona mais productiva. Curto período fora preciso para que o trabalho do homem ahi extinguisse os signais da devastação. E limitado o incêndio a uma parte da ilha somente, os argumentos em contrario perdem a força. Mello mesmo duvida não tanto do incêndio, quanto de que este fosse tão universal». Reduzido o sinistro ás proporções que lhe atribui o Dr. Azevedo, não ha motivo para que deixemos de aceitá-lo como verdade histórica, tanto mais que, como diz o mesmo escritor, ele se acha autenticado pela clara alusão do Breve Apostólico, que é quasi contemporâneo. foi um erro, não resta duvida, mandar largar fogo aos arvoredos, em vez de os decepar a machado, mas desse erro não resultou felizmente o completo aniquilamento das matas. como já atrás se viu. Não pode duvidar-se que algumas narrativas da descrição do primitivo incêndio revestem uma feição de acentuada hipérbole, que a estranheza e a anormalidade do facto explicam e até certo ponto inteiramente se justifica. E', porém, indubitável e constitui uma verdade histórica a existência desse acontecimento, que, embora talvez imprudentemente provocado, não deixou de impor-se como uma imperiosa necessidade que as circunstancias ocorrentes aconselhavam. O incêndio aumentou a feracidade do solo, abriu clareiras para o amanho das glebas. permitiu a melhor escolha dos terrenos, favoreceu a formação dos pequenos povoados é despertou a mais esperançosa confiança os trabalhos da colonização, que iam ser iniciados. No decorrer do tempo e todos sabem, muitos incêndios teem ocorrido nas nossas florestas, mas alem do celebre e primitivo incêndio nenhum causou uma tão larga devastação e produziu tão avultados prejuízos, com grande pânico das populações circunvizinhas, como o que se deu no mês de Agosto de 1919, do qual o Elucidário Madeirense (II- 142) nos fornece uma desenvolvida noticia. V . EXPLORAÇÃO DE MADEIRAS Não tendo o célebre e primitivo incêndio revestido a intensidade e atingido a extensão que alguns escritores lhe pretenceram assinalar, sabe-se que uma parte considerável da ilha ficou ainda coberta com uma densa vegetação florestal. cuja conservação se deveria. ter cuidadosamente mantido através do tempo ou cujo imperioso desbaste se procuraria fazer de modo a evitar a sua grande devastação. A construção das primeiras habitações e ainda a das mais antigas capelas era feita com a matéria prima fornecida pelas matas, o que perdurou por largo tempo sendo também estas que forneciam o indispensável combustível para os usos domésticos dos incipientes colonizadores. Não se fez esperar muito tempo que um largo e pouco criterioso emprego das madeiras supervenientes desse incêndio se iniciasse activamente e sem demora tomasse as proporções do mais condenável vandalismo. Da superabundância das madeiras, da sua quantidade, da sua procura no continente português e ainda no estrangeiro surgiu a ideia de uma larga exportação e do seu correlativo tráfego comercial, criando-se desde logo uma importante Fonte de receita, em um meio tão acanhado, como ainda era então a Madeira. Uma nova indústria, embora de feição bastante elementar, teve de criar-se: a da preparação das madeiras para o embarque. Era preciso abater as arvores, serralas e apropria-las ao fim a que particularmente se destinavam . Vieram então as chamadas «serras de agua», que se multiplicaram por diversos pontos da nossa ilha. A paroquia da Serra de Agua e os sítios que ainda hoje conservam esse nome nas freguesias de Machico, Calheta, Santana, Faia], Boaventura, Seixal e ainda, porventura, em outros lugares, lembram sem esforço esses rudimentares «engenhos» destinados á serração das madeiras pela acção da força hidráulica e que eram montados nas margens das caudalosas correntes. E sobremaneira curioso este trecho do doutor Gaspar Frutuoso: «...havia tanta - quantidade de madeira, tão formosa e rija, que levavam para muitas partes copia de tábuas, traves, mastros, que tudo se serrava com engenhos ou serras de agua que neste tempo... começara a fazer com ela navios de gávea e castelo de avante, porque dantes não os havia no reino». Para este assunto, oferecem particular interesse os seguintes períodos, que textualmente transcrevemos da 3a edição da Historia de Portugal de Pinheiro Chagas (11-252): «Azurara, tratando das vantagens que resultaram dos descobrimentos devidos á iniciativa do infante D. Henrique menciona «as grandes alturas das casas que se, vão ao céo e fazem com a madeira daquelas partes. Ao que, o visconde de Santarém acrescenta esta nota: Esta interessante particularidade indica a madeira transportada a Portugal das ilhas novamente descobertas pelo infante D. Henrique, principalmente da ilha da Madeira, fora em tanta quantidade, que a sua abundância fizera mudar o sistema de construção dos prédios urbanos, augmentando os andares, elevando assim as casas, substituindo-o por esta sorte ao romano e árabe, que até então provavelmente se usara». Várias referências temos encontrado à exportação de madeiras que desta ilha se fazia destinadas a construções navais, não sendo para estranhar, já alguém o lembrou, que na gloriosa. frota partida do Restelo no ano de 1497, em demanda das terras do Oriente, se entrasse qualquer embarcação construída com a matéria prima extraída das matas virgens da nossa formosa ilha E' sabido que a montagem e uso dos «engenhos das serras de agua e o seu correspondente comércio da exportação de madeiras são contemporâneos dos primeiros trabalhos do Povoamento, mas. o mais antigo documento que se conhece referente a esta matéria é a carta de doação do infante D. Henrique de 1 de Novembro de1450 (Saud, 453), em que se encontram estas palavras: «Item m apraz que aja de todas as serras de agoa que hy fezerem de cada huma hum marca de prata em cada hum. ano ou seu certo valor de duas taboas cada semana..» Não deixa de oferecer particular interesse ao nosso assunto a narrativa do navegador veneziano Luiz Cadamosto, acima citado, que visitou a Madeira no ano de 1450 ou pouco depois, dizendo que nesta ilha havia «...engenhos de serrar, onde continuamente se trabalham obras de carpintaria e bofetes de muitas invenções, de que se prove todo o Portugal e outros países. Desses bofetes os mais estimados são de duas castas: os primeiros de cedro muito cheiroso, de que se fazem compridas caixas e os segundos são de teixo que também são muito para ver e de uma cor rosada..» E' também interessante mencionar-se que então se fabricavam muitas embarcações de pequena lotação destinadas à pesca e ao transporte de mercadorias, que eram exportadas para fora da i1ha, sendo essa exportação proibida no ano de 1562 pelo abuso que para isso se fazia da respectiva matéria prima, dizendo textualmente o Regimento das Madeiras, promulgado a ~27 de agosto do referido ano: «.. somente poderão na dita ilha fazer bateis de pescar e de carreto para serventia da dita ilha, os quais não poderão seus donos vender para fora dela sob pena de pagarem cincoenta cruzados e serem degredados dois anos para a África.» Posteriormente ao período de que nos vimos ocupando, deparamos com algumas referências respeitantes a este assunto no interessante opúsculo «Serras de Agua nas ilhas da Madeira e Porto Santo», da autoria do distinto madeirense Dr. Jordão de Freitas, e entre elas se cita a carta régia de 30 de Ju1ho de 1492, em que se faz doação a Nuno de Sousa de uma «serra de agua» na ribeira de São Bartolomeu tinha de agua que delimita as freguesias da Calheta e Estreito da Calheta. Apesar da voracidade do primitivo incêndio, a Madeira rapidamente se repovoou de espécies florestais e não levou largos anos a cobrir-se de uma extensa. e abundante vegetação. O corte e negócio das madeiras de que largamente se usou e abusou, sem logo se olhar pela rearborisação dos montados, provocou protestos e obrigou a adopção de medidas repressivas. Embora não se conheçam todas as disposições dos Regimentos de 15 de Janeiro de 1515, sabe-se no entretanto que ele foi promulgado com o fim de acudir ao repovoamento florestal, em vista dos excessos e abusos que ao tempo já se cometiam. E foram então muito importantes e eficazes as regras e penalidades a tal respeito estabelecidas pelo já citado «Regimento das Madeiras», de 27 de agosto de 1562, que é um diploma verdadeiramente notável no seu género, transcrito a páginas 463-471 das anotações das «Saudades da Terra», e que apesar de contar quasi quatro séculos de existência contém disposições que ainda na actualidade poderiam ser observadas. VI-OS INIMIGOS DOS ARVOREDOS Como ficou acima sumariamente exposto, teria o primitivo incêndio obedecido aos mais imperiosos motivos que as circunstancias da ocasião aconselhavam. afim de iniciar-se um rápido e eficaz povoamento, que não permitia delongas e deveria amoldar-se ás ardentes aspirações dos primitivos colonizadores. Após esse incêndio, vieram a falta de previsão dos males futuros, as convenientes comodidades do momento, a ausência de uma acertada orientação e porventura o desejo imoderado do lucro, como teria sido o do comercio das madeiras, causas essas que foram sempre e sempre alargando a área da acção devastadora, que esse temeroso fogo havia iniciado. Emb ora de menor vulto e de efeitos menos prejudiciais, vieram subsequentes e não raros incêndios, sucederam outros audaciosos destruidores das matas virgens e surgiram ainda os novos assoladores dos maciços arbóreos em plena formação, que sob o pretexto do exercício das industrias pecuária, do fabrico do carvão, corte de madeiras para construção, colheita de material para adubos e forragens etc, teem sido inimigos ferozes e por vezes inconscientes das ricas e abundantes florestas, que emolduravam as nossas elevações montanhosas. Os pastores--E' um erro grave supor que a criação do gado bovino, caprino e porcino fomenta uma apreciável industria e de cuja supressão poderia de qualquer modo ressentir-se a economia do distrito, como adiante teremos ocasião de mostrar. Ninguém ignora que o gado causa uma grande destruição nas plantas ainda novas e em pleno desenvolvimento, embora a pujança luxuriante da nossa vegetação vença em boa parte o ataque das fortes mandíbulas desses ruminantes. O que, porém não pode vencer a opulência nativa dos nossos arvoredos é a acção daninha e criminosa do pastor. Os rebanhos não encontram meio favorável para as suas pastagens em terrenos cobertos de densa arborização, tendo necessidade dum solo em que predominem as forragens e plantas de pequeno porte, indispensáveis á alimentação que lhes é mais apropriada. 0 pastor prepara logo esse desejado pascilgo numa clareira mais ou menos vasta, que as chamas lhe oferecem sem dificuldade. Os grandes incêndios nas nossas matas teem ordinariamente essa origem. Os zagais não trepidam um momento em converter uma floresta de belas e corpulentas arvores, que levaram séculos a formar-se, numa superfície deserta e calcinada pelo fogo devorador, afim de que em breve se transforme em campo de farta pastagem, destinada a fornecer alimento a umas parcas dezenas de cabras e ovelhas. Como é sabido e vem a propósito dizer-se, os gados, na sua generalidade, pastam livremente sem guardas ou pastores e acham-se expostos a todas as intempéries, não existindo currais ou abrigos adequados que os resguardem das rigorosas invernias, sendo sempre muito considerável o numero de animais, que por esse motivo sucumbe todos os anos. Esta ponderosa circunstancia seria suficiente para justificar-se, em quaisquer país, uma absoluta proibição da livre pastagem do gado em serras desarborizadas. Os Carvoeiros- Tem surgido a ideia da conveniente preparação do carvão mineral como combustível destinado aos usos domésticos, mas ignoramos se é facilmente viável essa adaptação e a generalização do seu emprego, pelas classes menos favorecidos, em virtude do seu elevado custo. O que se sabe com inteira certeza é que o carvão vegetal fabricado na Madeira também não é de módico preço e constitui um factor altamente prejudicial á vegetação arbórea das nossas serras. São tão manifestos os prejuízos resultantes do fabrico do carvão, não somente pelas inúmeras e belas arvores que desaparecem para obter-se esse combustível, mas ainda pelo perigo sempre iminente de atiar-se um violento incêndio, como tantas vezes tem acontecido, que desnecessário se torna aduzir um largo cortejo de argumentos para condenar a permissão de semelhante prática, sejam quais forem as cláusulas de segurança, que porventura queiram invocar-se para esse fim. Nem mesmo empregando-se uma rigorosa vigilância ou aplicandose as mais severas penalidades se conseguirá evitar inteiramente os males incalculáveis, que podem resultar do seu perigoso fabrico. O decreto de 23 de Julho 19l3. que principalmente se ocupa da criação dos gados; estabelece uma valiosa disposição acerca do fabrico do carvão, que importa transcrever: Art ° 8-A partir da data da publicação da presente lei fica proibido o fabrico do carvão de lenha na ilha da Madeira. a não ser pelos proprietários dos arvoredos ou por indivíduos por eles devidamente autorizados e dentro das suas propriedades. A este artigo tem sido. dada uma latitudinária interpretação e à sombra dele não faltou a prática de muitas irregularidades Corte de madeiras- Os primitivos e imprevidentes colonizadores não se contentaram vem aproveitar, embora com largueza, os benefícios que a abundância florestal particularmente lhes proporcionava como combustível, como excelente matéria prima na construção das mais antigas habitações, do mobiliário e outros objectos de uso domestico, fazendo-se a excessiva exportação de madeiras para o continente português e pára o estrangeiro, como já ficou referido, o que impôs a necessidade da promulgação de algumas enérgicas medidas repressivas, em virtude dos graves abusos que então se cometiam. Tomando aspectos diferentes, iludindo-se habilmente a vigilância exercida e contando-se até com a brandura da fiscalização oficial, não se coibiram esses abusos e até se permitiu e favoreceu a prática de outras não menos prejudiciais transgressões ás leis que regulavam esse importante serviço. O mal continuou e ainda perdura. Não se exportam madeiras, não se constróem pequenas embarcações para fora desta ilha, já não existem as conhecidas «Serras de agua», mas o machado não deixa de trabalhar activamente e com grande proveito dos «negociantes» de madeiras, que nos últimos anos teem aparecido com mais assídua frequência. Por ocasião da ultima guerra, em vista da falta de carvão para a laboração de algumas fabricas, esses negociantes adquiriram grandes abastecimentos de lenhas e madeiras colhidas nas nossas serras, não sendo raro deparar-se entre esses fornecimentos com «traves» e »pranchas» de espécies florestais de apreciável valor e que já com grande dificuldade poderão ser encontradas. Havia então e ainda existem densas matas de pinheiros, que deveriam ser aplicados a esse fim. Foi talvez ainda maior a destruição, causada nas nossas reduzidas matas no período decorrido de 1914 a 1916, especialmente pelos «agentes» de vapores costeiros, que nos diversos portos e destinados a alimentar as caldeiras dessas embarcações, foram milhares de arvores arrancadas às serras e em que algumas espécies florestais, já muito raras, desapareceram inteiramente. De todos os inimigos das florestas madeirenses não é o «negociante de madeiras» o menos prejudicial ao bem comum, contando muitas vezes com a especial protecção de qualificadas entidades, que gravitam em torno das estações oficiais. Um jornal do Funchal, no seu número de 10 de Maio de 1945 fornece-nos esta curiosa informação: No Montado do Pereiro os guardas florestais teem surpreendido, nestes últimos tempos, centenas de indivíduos que se embrenham nas nossas serras. a rolar e a abater tudo quanto se encontra a vegetar, e o descasque de arvores para as oficinas de curtimentos de peles é o maior negócio a que se podem entregar os ladrões» das serras, deixando nuas as arvores de renome florestal, só com a mira no interesse». VIII-OS «REGIMENTOS» DAS MADEIRAS A opulenta riqueza florestal da Madeira não foi de todo destruída, mas apenas bastante atenuada pelo celebre e primitivo incêndio, sendo principalmente a acção imprevidente e vandálica dos seus habitantes, que através do tempo a vem reduzido a bem lamentáveis, e quasi mesquinhas proporções. Muitas razões persuadem que sem demora se tivessem adoptado medidas repressivas para impedir e castigar os abusos cometidos, mas não se conhecem a natureza dessas primeiras providencias, a época precisa da sua promulgação e as penalidades impostas aos delinquentes. O mais antigo diploma legislativo de que há seguro conhecimento é o alvará régio de 7 de Maio de 1493, que embora se ocupe particularmente de várias concessões acerca de fontes e nascentes, encerra estas curiosas palavras referentes ao nosso assunto, que importa transcrever:... os freixos e cedros, que para nós reservamos a não usarão nem cortarão... a não ser para algumas igreja ou casa de câmara ou a quem dermos... licença por carta nossa». E a propósito diremos que ha meio século ou pouco mais existiam ainda em vários pontos da ilha muitos maciços dos nosso cedro indígena, a tão apreciada e odorífera madeira bastante empregada na marcenaria madeirense, Não sabemos se hoje, ao menos como simples e saudosa amostra do passado, se encontram ainda alguns exemplares em qualquer afastado recanto das matas do interior. O ilustre comentador das Saudades da Terra faz menção de um antigo diploma, datado de 14 de Janeiro de 1515 e destinado a proteger as florestas da ilha, declarando que não conseguiu obter copia desse documento. Transcreve, porém, integralmente o conhecido «Regimento das Madeiras» de 27 de Agosto de 1562 que informa achar-se registado a fol. 128-133 do Tomo Segundo do Arquivo da Câmara Municipal do Funchal. (Vid. Saud, 463-471). Faz preceder essa transcrição das seguintes palavras: «E diploma importante á historia agrícola da ilha da Madeira; constitui a sua peculiar legislação florestal, ainda agora (1873) em grande parte vigente e é fonte de posturas municipais em todos os concelhos dela». Apesar de não se conhecerem todas as disposições do «Regimento» de 15 de Janeiro de 1515, a que acima se alude, sabe-se que nele se ordenava a plantação de pinheiros e castanheiros nas terras mais adequadas a estas espécies arbóreas e se proibia o corte de arvores sem licença das camaras, não podendo ser permitido em caso algum nos lugares em que houvesse fontes ou aguas correntes. Outras disposições de caracter proibitivo, acompanhadas das respectivas penalidades impostas aos infractores se continham ainda no mesmo «Regimento», segundo se depreende das referencias avulsas, que dispersamente se encontram em diversos lugares. A doutrina nele contida foi ampliada e completada com o citado «Regimento das madeiras» de 27 de Agosto de 1562, promulgado pela rainha-regente D. Catarina, que verdadeiramente se pode chamar o Código Florestal da Madeira. Embora com a natural evolução dos conhecimentos humanos e com as actuais circunstancias de feição estritamente local, não se possam aceitar em toda a sua plenitude as disposições legais contidas nesse diploma, somos no entretanto forçados a reconhecer a sua; alta importância, o seu incontestável valor jurídico e o mais atilado critério com que foi versada a matéria, reportando-nos deste modo ao conceito que dele formava o escritor e distinto jurisconsulto Dr. Alvaro Rodrigues de Azevedo, como acima, ficou dito. Não podemos referir-nos pormenorizadamente ás principais determinações desse diploma, mas não podemos deixar de aludir a um ou outro ponto, embora em rápida passagem. E assim indicaremos: a) não se podia fazer cortes de madeiras sem licença das camaras, devendo essas licenças ser referendadas pelos capitães-donatarios; b) quem excedesse os limites das concessões feitas seria açoutado, multado e degredado para a África, sendo também degredados os que pusessem fogo na serra; c) proibição de cortar ramos de arvores para alimentação do gado; d) não permitir a construção de navios e ainda de pequenas embarcações para serem exportadas; e) proibir que os cortes de madeiras se façam a menos de «cincoenta passos» de distancia das nascentes e ribeiras; f) obrigar os proprietária, em alguns sítios, á plantação de certas arvores e especialmente de castanheiros, Parece que eram ainda mais draconianos os preceitos legais estabelecidos por este «Regimento» do que as disposições promulgadas pelo regimento anterior de 1515, dando-nos assim a conhecer o crescimento dos abusos cometidos e o desejo de os coibir por parte das autoridades locais. Os ouvidores, representantes dos donatários nas povoações mais importantes deveriam exercer uma severa fiscalização na observância do que se dispunha no «regimento» e promover a aplicação das respectivas penalidades aos infractores, sendo de presumir que essa fiscalização deixasse bastante a desejar. Os «Regimentos» de que nos vimos ocupando são dois documentos notáveis sob diversos aspectos, nomeadamente o segundo, que pela sua extensão não podemos integralmente transcrever, neste lugar, mas do qual deveria fazer-se uma publicação especial, acompanhando cada uma das suas disposições legais dos indispensáveis comentários acomodados ás circunstancias actuais da vigente legislação florestal. Os alvarás régios de 28 de Outubro de 1593 e 26 de Janeiro de 1596 ratificam e em alguns pontos ampliam as disposições contidas nos «Regimentos das Madeiras», devendo supor-se, com bom fundamento, que a frequente promulgação destas leis coercitivas seria determinada pelos também frequentes abusos que então se cometiam. No «Índice Geral do Registo da Antiga Provedoria da Real Fazenda (a) encontram-se mencionadas outras determinações legais referentes a esta matéria, sendo a mais antiga a de 2 de Janeiro de 1610, que é o alvará régio de Filipe II, que estabelecendo acertadas providencias com o fim de coibir os actos de vandalismo praticados nos arvoredos e comina penas severa aos transgressores das respectivas leis vigentes. No citado «Índice» acha-se exarado esta interessante informação: «O Conselho da Fazenda (do Funchal) não só mand° remeter as devassas que se tiraram na força da Provisão do Senhor Rei Dom João IV de 12 de Janeiro de 1641 para se acautelarem os inconvenientes resultantes dos cortes das madeiras, mas também determina que se povoe a serra de arvores, guardando-se o Regulamento e a lei do Senhor Rei Dom Manuel e executando-se as penas decretadas contra os transgressores e finalmente que se pergunte nas residências do juiz de Fora e do Corregedor por este descuido. Este alvará régio de D. João V visava especialmente a uma mais, rigorosa observância de muitas determinações legais que tinham decaído em quase inteiro desuso. Em 1790 exerceu o Dr. António Rodrigues de Oliveira o cargo de corregedor, que acumulou com o lugar de inspector da agricultura, tendo deixado na secretaria da Câmara da Calheta umas instruções sobre diversos serviços agrícolas, considerados de grande proveito e redigida com o mais atinado critério, em que se estabeleceu algumas regras acerca do repovoamento florestal, merecendo ainda hoje serem lidas e consultadas. Entre os relevantes serviços prestados pelo engenheiro Reinaldo Oudinot, ao dirigir os trabalhos de reparação dos estragos causados pela grande aluvião de 1803, importa destacar a redacção de umas Instruções... dirigidas aos proprietários e agricultores, que aconselham a adopção de importantes medidas referentes á conservação dos arvoredos e que o alvará régio de 11 de Maio de 1804 e ainda outros tornaram obrigatório o seu cumprimento. No antigo arquivo da Câmara Municipal do Funchal acham-se registados muitos diplomas dos séculos XVII e XVIII, referentes a este importante assunto, acautelando eficazmente a conservação dos arvoredos, adoptando acertadas providencias para o seu desenvolvimento e impondo severos castigos aos transgressores. A estas determinações legais nos homens ainda de referir, quando particularmente nos ocuparmos de algumas das medidas de caracter pratico, que então se adoptaram para esse fim. Além dos documentos mencionados, é curioso verificar-se que em varias determinações legais, estranhas a esta matéria, se encontram algumas interessantes e proveitosas referencias aos assuntos florestais. Tem próxima afinidade com o assunto deste capítulo o que adiante diremos relativamente aos diversos serviços realizados em varias épocas e de modo par titular ás medidas adoptadas na prática do revestimento florestal IX-DIPLOMA LEGISLATIVO E POSTURAS MUNICIPAIS As diversas disposições legais, que ficam sumariamente mencionadas e ainda as que teremos de citar no decurso deste despretensioso estudo, não dispensam a promulgação dum novo diploma legislativo, que estabeleça e regularize todos os serviços respeitantes á conservação e desenvolvimento dos nossos arvoredos de uma maneira mais estável, mais eficaz e mais uniforme, pondo-se cobro ás grandes arbitrariedades e abusos, que tão frequentemente se praticam. Essas leis, decretadas em épocas muito distanciadas entre si, nunca tiveram um caracter de relativa estabilidade e antes se acomodavam às circunstancias de ocasião; nunca produziram os resultados práticos a que se destinavam, apesar das severas penalidades impostas aos delinquentes, pela falta de sanção por parte das respectivas autoridades; e nunca guardavam inteira uniformidade na aplicação das medidas a adoptar e na cominação dos castigos a infligir. Obedeceram certamente, na maioria dos casos, aos princípios salutares de uma digna e zelosa administração, mas talvez de errada orientação nos meios de acção, que ao tempo se empregavam. Temos um frisante exemplo na diversidade das resoluções camarárias dos diferentes concelhos do arquipélago, consignadas nas suas «Posturas Municipais»; de que ha vagas noticias dispersas, notando-se, por vezes, entre elas as mais flagrantes contradições, que não raro colidiam com as disposições legais que regulavam o assunto. Nos arquivos das Camaras não se acham registadas as "posturas" antigas, que a negligencia e o interesse fizeram desaparecer. Através do tempo, todas as Camaras Municipais, julgando-se com imprescritíveis direitos sobre a vegetação florestal das serras. organizaram e puseram em prática varias Posturas, cuja observância se tornava obrigatória. Eram disposições de caracter local, de maior ou menor latitude de administração e que não mantinham entre si uma perfeita harmonia de princípios, havendo uma grande arbitrariedade na sua execução. Ainda hoje surgem de longe em longe certas vereações rurais a invocar e a querer impor a observância de antigas e obsoletas posturas municipais. Deveria proceder-se a uma cuidada revisão de todas essas disposições legais-leis, ordenações, regimentos, decretos e posturas municipais submetendo-as ao autorizado juízo de um profissional competente, que estabeleceria as bases de um plano de organização, a servir de elemento primordial para a elaboração de uma lei, que resolvesse definitivamente este momentoso assunto. Nesse diploma, entre outras determinações julgadas indispensáveis, deveriam estabelecer-se estes princípios: 1.° assegurar-se a posse e a conservação dos terrenos "baldios»; 2.° a proibição da sua venda, alienação ou aforamento;- 3.° não permitir o seu uso ou aproveitamento para fins diferentes dos actuais; 4.° proceder á sua rigorosa demarcação, assinalando-se os limites dos que pertencem ao estado e aos municípios; 5.° impor ás camaras a obrigação de organizarem as suas «Posturas» em conformidade com as disposições do novo decreto; 6.° criar uma repartição central com largas atribuições para a direcção de todos os serviços, como já foi deliberado pela Junta Geral, na sua sessão de 29 de Setembro de 1930. X-TERRENOS «BALDIOS» Teem conservado esta designação os terrenos, não sujeitos a exploração agrícola e que em geral ficam situados em uma altitude superior a oitocentos ou novecentos metros. pertencem a particulares, ás Camaras Municipais e ao Estado, não se achando bem delimitadas as fronteiras dos diversos proprietários. Os «baldios» eram em outros tempos e ainda o são em boa parte, separados das terras cultivadas por meio de sebes ou tapumes, feitos de estacas e ramos de arvores, que teem o nome de bardos, principalmente destinados a impedir que os gados assaltem as culturas agrícolas. Não estando demarcados com precisão os limites desses terrenos, fácil é de conjecturar os abusos que se tenham dado, as audaciosas pretensões que de quando em quando apareçam e as fraudes empregadas para a sua ilícita e definitiva posse, por parte de indivíduos destituídos das mais escrupulosas e rectas intenções Uma grande parte desses «baldios» eram considerados como «logradouros comuns», em que os cultivadores das terras, mediante certas condições e sob a fiscalização da repartição competente, procediam á colheita de forragens, de matéria para adubos e para combustível, constituindo para eles uma apreciável regalia de que não podiam dispensar na labuta da sua activa e modesta existência. Se admitirmos o progressivo cerceamento destes antigos e tradicionais privilégios com a alienação a particulares desses terrenos «baldios», que eram pertença do estado ou dos municípios, veremos seriamente ameaçada a legítima prosperidade, a apreciada economia doméstica e o relativo bem-estar de milhares de indivíduos de uma simples mediania de haveres, em favor de um número restrito de pessoas abonadas mas pouco escrupulosas... Não ha muito que numa repartição do estado de um concelho rural foram vendidos em hasta pública, por uns módicos centos de escudos, com o fundamento em uns hipotéticos direitos de propriedade, uns terrenos «baldios», de que o público usufruía, por direito consuetudinario, tendo a Câmara Municipal informado de que esses terrenos não eram «logradouros comuns» e havendo a referida repartição realizado essa venda e arrecadado a respectiva contribuição pertencente á fazenda pública. Desnecessário se torna encarecer a imperiosa e inadiável necessidade de proceder-se, com a mais rigorosa exactidão que possível for, á delimitação desses terrenos, quer sejam do estado, quer das camaras ou de particulares, conforme estão exigindo a conservação dos restantes arvoredos, a rigorosa fiscalização a exercer pelo corpo de guardas florestais, a orientação a adoptar pela repartição central e ainda a manutenção tradicional de inúmeros cultivadores de terras, como acima fica referido. De longe em longe e em diversas épocas tem surgido a ideia do aproveitamento desse «baldios» com destino especial ao cultivo das produções agrícolas, que presentemente encontraria defensores na assustadora plétora populacional que se verifica na Madeira. A tornar-se imperiosa ou mesmo aconselhável uma semelhante medida. importaria que em caso algum se permitisse a inteira alienação das terras, que deveriam continuar na posse secular e tradicional do estado ou das camaras municipais, estabelecendo-se as cláusulas de concessão, que fossem mais convenientes ao bem comum e sem notável prejuízo dos actuais usufrutuários. No entretanto, bom é recordar a opinião dos que afirmam, como já notamos, que esses terrenos, em virtude da altitude em que se encontram, do inóspito clima que ali se faz sentir numa grande parte do ano e da excessiva frequência dos fenómenos atmosféricos das chuvas, humidades, nevoeiros, granizos e geadas não oferecem vantagens compensadoras ás tentativas de exploração agrícola e também á permanente moradia dos respectivos cultivadores. Em mais acentuadas proporções se observam os mesmos fenómenos no conhecido «Paul da Serra», do qual nos ocuparemos no capitulo imediato. E' certo que os alvarás régios de 3 de Julho de 1766 20 de Julho de 1810 e 18 de Setembro de l811 facultavam a alienação condicional ou temporárias de vários terrenos baldios, cumpridas certas formalidades. mas a falta de clareza na redacção desses diplomas, as manifestas contradições que muitas das suas disposições guardavam entre si, a oposição que lhe ofereceram muitos proprietários e a pouca diligencia em dar-lhes cumprimento por parte das autoridades locais, mostram que essas leis não atingiram o desejado fim que as fez promulgar e vieram tornar mais caóticos todos os assuntos que lhes diziam respeito. São mais expressas as determinações do alvará régio de 18 de Setembro de 1811, que fica citado, permitindo-se o aforamento ou a enfiteuse de terrenos baldios pertencentes á coroa, observadas as formalidades estabelecidas nesse diploma, mas não faculta a alienação da propriedade desses terrenos. que continuariam na posse do estado tem aqui o mais apropriado cabimento o que no ano de 1863 dizia um distinto agrónomo, que conhecia profundamente, sob muitos aspectos, as condições da vida madeirense: «Em um paiz onde a existência das floristas é especialmente requerida debaixo do ponto de vista das influencias que esta activa potência exerce na meteorologia, vê-se pois que a administração e granjeio do solo florestal devem ser uma atribuição do Estado. «E esta hoje uma opinião muito geralmente seguida entre os economistas, e aconselhada pelos que teem tratado mais profundamente este assunto. «Seja-nos licito transportar para aqui algumas palavras de uma interessante memória que tivemos logar de estudar. Seria para desejar que fosse o estado o possuidor (detenteur) de todas as florestas cuja conservação tivesse sido julgada necessária debaixo do ponto de vista do clima, da salubridade, do regimen das aguas, ou de abrigo para o terreno, porque os serviços que elas prestam nestas circunstâncias interessam á sociedade toda, e não unicamente aos proprietários,-e demais não é justo exigir de um indivíduo no interesse geral, a conservação de um terreno em estado de floresta, se ele entende de maior conveniência sujeita-lo a qualquer outra cultura. «A propriedade florestal não encontra além disso garantias de conservação nas mãos dos particulares cuja necessidade imediata de gozo não se concilia de forma alguma com o tempo que exigem os produtos lenhosos, para adquirirem qualidades vendáveis. «Na Madeira é urgente submeter a um regimen especial a zona arborisavel, e a ideia que apresentamos é tanto mais plausível, quando que, sendo certo ser esta faxa propriedade de municípios que não tiram dela rendimento algum, ou de particulares pouco firmes na sua posse, e colocados nas mesmas condições das Camaras, a sua execução se torna muito mais fácil.» O recente decreto de 27 de Maio de 1946 veio facultar a cessão, mediante certas clausulas, de terrenos «baldios», em favor de «casais» menos providos de haveres e também em favor de uma mais útil e apropriada expansão populacional Cumpre que se mantenha a doutrina exposta nos anteriores capítulos deste estudo com respeito à conservação, aplicação e propriedade desses terrenos harmonizando-a com as disposições agora decretadas A nova lei acerca de Baldios (26-Maio-46) na sua Base XXX estatui o seguinte: «Nos terrenos baldios, cuja divisão não seja de aconselhar, a Junta de Colonização interna estabelecerá o regime de logradouro comum, destinando-se à cultura ou apascentação de gado no interesse dos moradores mais necessitados » As duvidas que possam surgir na conciliação dos preceitos estabelecidos na citada lei com as particulares necessidades do arquipélago, seriam suficientemente esclarecidas na promulgação dos indispensáveis decretos a que varias vezes nos temos referido. Embora se deva dar inteiro cumprimento as leis gerais do país, é no entretanto sabido que em todos os tempos e para diversas localidades se tem atendido a imperiosas circunstancias de caracter regional, tendo os legisladores olhado com solicitude para a satisfação dessas impreteríveis necessidades. XI-«O PAUL DA SERRA» As suas condições orográficas, a natureza do solo, a sua relativa extensão, a altitude em que se acha situada e as tão apreciadas vantagens que oferece aos povos dos concelhos da Ponta do Sol, Calheta, Porto do Moniz e S. Vicente exigem uma particular referencia ao conhecido lugar do «Paul da Serra». embora nos limitemos a repetir o que está dito em outras publicações e que também já deixamos exposto com algum desenvolvimento nos trabalhos da nossa autoria Elucidário Madeirense e Dicionário Corografico do Arquipélago da Madeira. E a única área de território que na acidentadissima superfície da Madeira pode merecer o nome de «planalto», apesar do acentuado relevo que apresenta em quase toda a sua extensão. Demora a uma altura média de 1500 metros acima do nível do mar e tem aproximadamente seis quilómetros de comprimentos e três na sua maior largura, computando-se a sua superfície em cerca de 16 quilómetros quadrados. E' logradouro comum e muito aproveitado pelos habitantes das freguesias circunvizinhas para a apanha de lenhas destinadas a combustível e especialmente de ervas e matos, para a engorda dos gados e como matéria prima para os adubos de curral. Serve de pastagens a muitos rebanhos de gado lanígero. Todas as freguesias circunvizinhas estão em comunicação com este planalto, por meio de estradas, que, embora más, em algumas delas transitam carros de rodas, de tracção animal, destinados ao transporte das lenhas, ervas e matos. No planalto do Paul da Serra, a cerca de 10 quilómetros do Rabaçal e 4 da Casa de Abrigo do Lombo do Mouro Fica o sitio da Bica da Cana, onde a extinta Junta Agrícola da Madeira criou, por 1914, um Campo Experimental de Agricultura e procedeu ao ensaio de varias culturas, em que se despenderam avultadas sornas sem resultados apreciáveis. O posto que ali se estabeleceu esteve durante alguns anos abandonado, mas a Junta Geral do distrito, por intermédio da sua repartição agraria, tem dedicado as suas solicitas atenções a esse posto, procedendo-se a importantes trabalhos na conservação e reparação das casas, na vedação dos terrenos aráveis, nas diversas experiências agrícolas, etc. No entanto, é forçoso confessar que o êxito desses trabalhos não corresponde satisfatoriamente as despesas e aos esforços empregados. Como atrás ficou referido, «as desfavoráveis condições climatéricas, a altitude em que se acha situada essa região, os frequentes vendavais e ali se desencadeiam e o completo desabrigo a que ficam expostas as culturas agrícolas explicam suficientemente o insucesso das experiências ali realizadas. Somente com às indispensáveis sebes, formadas por maciços de espécies arbóreas, o que levaria muitos anos a conseguir-se, poderia talvez alcançar-se um resultado algo proveitoso, mas nunca largamente compensador, como já chegou a afirmar-se em um documento oficial. A antiga Junta Geral Agrícola projectou a construção duma estrada que atravessaria o planalto do Paul na sua maior extensão, tendo como pontos extremos a Encumeada de São Vicente e o porto da freguesia do Porto do Moniz e medindo cerca de 38 quilómetros de comprimento. Os lanços desta estrada seriam: o da Encumeada ao sítio do Lombo do Mouro, numa extensão de 4200 metros, outro, deste ponto ao Pico da Urze, num percurso de 8300 metros, um terceiro troço do Pico da Urze até aos Lamaceiros (Porto do Moniz) com o comprimento de 23 quilómetros, e o último dos Lamaceiros ao porto de mar, medindo 3000 metros. Esta estrada foi iniciada no ano de 1914, nos seus pontos extremos, mas poucos quilómetros dela ficaram construídos. Obedecia ao projecto, que então se discutiu no seio da Junta Agrícola, da construção de um porto artificial na pequena enseada do Porto do Moniz, realizando-se para esse fim 31guns estudos de caracter técnico. Dar-se-ia a ligação entre os portos do Funchal e do Porto Moniz, facilitando o desembarque dos passageiros, quando os ventos do quadrante sul não permitissem fazer na baia do Funchal. Esse projecto, como outros, não passou de uma pura fantasia dessa não saudosa nem desejada corporação administrativa. O que fica talvez desmesuradamente exposto destina-se de modo muito especial a demonstrar que o planalto do «Paul da Serra» e em geral todos os terrenos baldios» não podem ter um vantajoso aproveitamento para a compensadora exploração das culturas agrícolas e menos ainda para a formação de pequenos povoados, devendo ser única e exclusivamente destinados aos fins que ficam varias vezes indicados nestas paginas: a moderada colheita de materiais para forragens, adubos e combustíveis, a fiscalizada permissão para uma limitada industria pecuária; e sobretudo a activa plantação de espécies florestais e a cuidada conservação das existentes, tudo em conformidade com as instruções emanadas da repartição competente, que para isso deve formular os indispensáveis regulamentos e subordina-los à aprovação das estacões superiores. Tem particular afinidade com o nosso assunto algumas disposições do alvará régio de 18 de Setembro de 1811, que permitiu à concessão de terrenos baldios e onde se encontra o seguinte: «Exceptuo somente por agora o sitio chamado Paul da Serra que compreende 7 léguas de comprido e 3 de largo, porque posto seja insusceptível de fácil cultura não convém que se reparta enquanto houver baldios a dividir nas outras partes, por ser o dito Paul o logradouro comum da maior pare dos concelhos e de muitas freguesias da ilha...» O assunto deste capitulo obriga a uma referencia ao importante relatório do regente florestal da Madeira António Schiapa de Azevedo, que também encarece a reconhecida importância desse planalto e sustenta a opinião de que ele deve ser exclusivamente aplicado a unia larga arborização, a prados e forragens, e à industria pecuária, não se aludindo à exploração de culturas agrícolas e menos ainda à formação ou permanência de núcleos de população. Como «logradouro comum», a que acima aludimos, encontram-se nesse relatório os períodos que em seguida transcrevemos que exprimem a verdadeira doutrina acerca do assunto: Ao Paul da Serra apesar de algumas das camarás municipais dos concelhos citados (Ponta do Sol, Calheta, Porto do Moniz e S. Vicente) quererem considera-lo terreno concelhio ou municipal, é na verdade pertença da Nação, não só porque aquelas corporações não possuem nos seus tombos o mais insignificante documento sobre o assunto ou o mais leve indicio que lhes dê direito àquela vastíssima propriedade, más e principalmente porque já em 1803,1804 ou 1805 a Coroa formara bem os seus direitos na carta regia que El-rei D. João Vl, então Príncipe Regente do Reino, publicado no Boletim Oficial daquela época, e na qual o referido monarca concedia aos povos da ilha da Madeira que em logradouro comum ali pastassem seus gados mas sem abdicar seus direitos e bem ao contrario reservando a referida planície para o domínio da Coroa, Alem do Paul da Serra, é minha convicção que o Fanal pertence também a Fazenda Nacional e assim o afirma o ilustre sivicultor Júlio Maria Viana no seu relatório sobre serviços florestais desta ilha, publicado no ano de 1897, serviços que superiormente dirigiu até o ano de l902.» Ocupando-nos, embora sucintamente, deste planalto, é natural que se faça uma ligeira referencia a alguns dos seus principais sítios e de modo especial daqueles que são mais frequentados e onde se encontram casas de abrigo, as quais prestam relevantes serviços aos viandantes e aos que teem necessidade de percorrer àquela inóspita e desabrigada região. Na extremidade norte da elevada planície fica o sitio dos Estanquinhos, a uma altitude de 1500 metros, que tem uma casa de abrigo e nas suas imediações uma nascente de boa água potável. O lugar da Bica da Cana, situada nessa vasta planura e distanciado cerca de 10 quilómetros da estancia Rabaçal, tornou-se muito conhecido depois que a Junta Agrícola procedeu ali a varias melhoramentos com a criação de um campo experimental»~ de agricultura, a ampliação da «casa de abrigo», o inicio de Útil revestimento florestal e o plantio de varias culturas agrícolas. O Campo Grande, também conhecido pelo nome de Meio Paul é sitio muito inóspito e desabrigado, que em outro tempo teve uma pequena «casa de abrigo», ficando situado no «chão» central do planalto. No alto da serra da Ribeira Brava e a entestar com o Paul, depara-se com uma pequena «casa de abrigo», no lugar a que se chama o Lombo do Mouro e por ali deve passar a estrada destina a ligar Encumiada de S. Vicente com o Porto do Moniz, através de toda a extensão do Paul da Serra. O pitoresco e muito conhecido sitio do Rabaçal encontrase a pequena distancia do planalto, já no pendor das suas margens, e é bastante transitado pelos que frequentam aquele lugar. Destes e ainda doutros sítios proximamente ligados ao extenso planalto do Paul da Serra se ocupa com mais largueza o «Dicionário Corografico do Arquipélago da Madeira» da autoria do Padre Fernando Augusto da Silva. XII «O MONTADO DO BARREIRO» Fica situado nas serras da vizinha freguesia do Monte e estende a sua vasta área desde o ribeiro do Pisão até o lugar chamado Terreiro das Águas, que é muito abundante em águas e nele nascem alguns copiosos caudais que alimentam as levadas do Barreiro, Santa Luzia e Hortas. Teem ali sua origem as conhecidas nascentes dos Tornos destinadas ao abastecimento da cidade. Era em grande parte propriedade da Câmara Municipal do Funchal, tendo-se suscitado varias questões e polémicas na imprensa entre alguns dos seus proprietários, que foram dirimidas em pleitos judiciais e que terminaram no ano de 1931, ficando o município na posse das abundantes aguas dos Tornos. Sobre esta matéria publicaram-se os opúsculos: «A Expropriação do Montado do Barreiro» por Pedro de Gois Pita e «Acção da Expropriação do Montado do Barreiro requerida pela Câmara do Funchal...» por Juvenal Henriques de Araújo. No ano de 1917 começou a Câmara do Funchal a melhorar consideravelmente as condições desse «montado» com a aquisição de novos terrenos para o alargamento da sua área, eficaz protecção aos mananciais ali existentes, plantio de muitas arvores, aumento do pessoal e uma mais activa vigilância. O Dr. Fernando Tolentino da Costa e o capitão Silvestre Varela, na presidência das respectivas vereações, dispensaram a esse assunto o mais proveitoso e desvelado interesse. Pode de uma maneira genérica afirmar-se que os madeirenses e ainda os próprios funchalenses desconhecem a importância, o valor e os serviços que presta o chamado Montado dos Barreiros. E essa importância, esse valor e esses serviços fornecem a acção do excelente abastecimento dessa preciosa linfa de que se aproveitam alguns milhares de indivíduos, muitos dos quais desconhecem a origem e os trabalhos despendidos na sua aquisição e conservação. A actual Câmara Municipal (1946) empreendeu e está proficuamente realizando dois melhoramentos do maior alcance-a larga arborização do montado e a sua conveniente adaptação a um aprazível «parque» de utilidade publica. Destina-se o primeiro, além dos apreciáveis benefícios que sempre prestam os arvoredos, a aumentar o volume dos mananciais existentes, e o segundo a proporcionar ao público um sitio de distracção e de passatempo, longe dos infectos centros citadinos, em que a pureza do ambiente, a amenidade do lugar e o livre contacto com a natureza sejam apreciados por aqueles que de outra forma o não possam fazer, como em diversas terras se encontra e cuja falta se nota entre nós. E' de inteira justiça pôr em relevo que esses notáveis melhoramentos obedecem ao Plano elaborado pelo engenheiro-agronomo Abilio de Barros e Sousa, que tem sido considerado como um valioso estudo e que muito abona os créditos de profissional distinto, de que merecidamente gosa o seu autor. A ilustre vereação, que tão zelosa e deligentemente tem dado execução a esse grande empreendimento e prossegue na sua inteira conclusão, é merecedora do maior aplauso por parte de todos os munícipes e particularmente pelos moradores da cidade do Funchal. XIII-A ARBORIZAÇÃO DO PORTO SANTO Diz-nos o doutor Gaspar Frutuoso, referindo-se á época do encontro do Porto Santo, que esta ilha era «entam coberta de dragoeiros e de zimbros e outras arvores até ao mar». Essas duas especies arboreas desapareceram ha muito da superfície da ilha vizinha, apesar das armas do município conservaram no seu escudo um «dragoeiro», como autentico testemunho da superabundante existência dessa arvore. Da natureza das outras espécies florestais, que ali seriam encontradas e que o vandalismo dos habitantes teria feito desaparecer, não ha noticia segura, sabendo se no entretanto que não é exagerada a informação de Frutuoso, possuindo primitivamente uma apreciada vegetação, que com inteira certeza não logrou uma dilatada duração. Não temos conhecimento das medidas, que através do tempo se houvesse adoptado para uma tentativa de proveitosa rearborização, a não ser os apreciados trabalhos realizados pelo regente-silvicola António Schiapa de Azevedo pelos anos de 1900, encontrando-se no Pico do Castelo uma vegetação florestal relativamente importante que ainda do mar e a grande distancia causa a admiração do observador, em contraste com a aridez das outras eminências. Ao tratar-se da plantação do «vidoeiro» na ilha do Porto Santo, escreveu o ilustre botânico Carlos Azevedo de Menezes um notável artigo, que foi bastante apreciado e que encerra elementos muito interessantes acerca do revestimento florestal daquela ilha. Vamos transcrever os períodos que teem mais intima afinidade com o nosso assunto. «O Porto Santo, no entender dos técnicos, deve ser arborizado com essências da região mediterrânea e nunca Com espécies da Europa média ou boreal, as quais teem exigências climatéricas a que o pais não pode satisfazer, já pela SUA posição geográfica, á pela pequena altitude dos seus montes, «Mesmo no tocante ás essências madeirenses, parece-nos que ha selecções a fazer, pois não é crível que se adaptem aos terrenos extremamente secos e pouco elevados do Porto Santo certas espécies que só prospera entre nós nos vales e ravinas do interior, ou então nos pontos elevados e húmidos das encostas meridionais e setentrionais da nossa ilha. «O vinhático, por exemplo, é uma espécie imprópria para o revestimento do Porto Santo, e, se por enquanto, apresentam bom aspecto os exemplares que ali foram introduzidos, mercê das irrigações a que teem estado sujeitos, tempo virá em que hão de definhar, e morrer finalmente, por não encontrarem nos terrenos e na atmosfera as condições necessárias á sua existência. A falta de chuvas e o calor intenso com médias hibernais pouco baixas, dão o cunho climatérico da vizinha ilha, em cujos monte e só podem cultivar-se com vantagens certas essências, que se encontram na zona inferior da Madeira, como o loureiro, o til e o barbusano, e não o vinhatico, que só começa aparecer com uma certa frequência acima de 400 ou 500 metros e que carece de humidade para desenvolver-se. «Ora se o vinhatico, espécie madeirense, é impróprio para a arborização do Porto Santo, ainda o é mais o vidoeiro, arvore que, como é sabido, tem o seu limite meridional no alto Minho, no Gerez» no Marão e na Serra da Estrela, e que só constitui massiços importantes em regiões setentrionais e na Europa média, onde os frios são intensissimos durante o inverno, e a estação quente dura pouco tempo. «Quando o vidoeiro fosse espécie mediterrânea adequada a ser cultivada no Porto Santo, ainda assim excluila-hiamos do revestimento florestal da ilha, por isso que as arvores de folhagem caduca não são muito próprias para a arborização dos países de climas quentes. Do que se carece na vizinha ilha é de arvores sempre verdes, como são em regra as da Madeira, afim de proteger tanto quanto possível o solo contra a evaporação e favorecer assim o aparecimento das fontes. Com seu revestimento constituído por essências de folhagem caduca, pouco melhoraria a situação das terras, visto não poder deixar de ser muito restrita a influencia desse revestimento num pais de médias hibernais pouco baixas, como é aquele de que estamos falando». XIV-SERVIÇOS FLORESTAIS Como é sabido, gozavam os Capitães-donatários o direito de superintender em todos os serviços de administração pública, que nas localidades mais importantes era exercido por intermédio dos seus representantes legais chamados «ouvidores». A uns e outros se encontram referencias nas leis, que ficaram citadas nos capítulos anteriores. Com a criação dos municípios nos princípios do século XV foram-se gradualmente cerceando essas atribuições e não raro se suscitaram graves conflitos de jurisdição entre essas corporações ciosas dos seus privilégios e os tradicionais poderes de que se achavam discricionariamente investidos os chefes das donatárias, de que temos uma prova em algumas mas disposições das mais antigas «posturas municipais», das quais ainda restam umas vagas e dispersas noticias Temos a opinião de que os «Baldios» das Camaras Municipais foram uma concessão tácita favorecida pelas circunstancias de ocasião, não existindo um diploma legal que a tivesse autorizado. O decrescimento do poder dos capitães-donatarios e as faculdades e privilegies que os «forais» e outras leis outorgaram aos municípios conduziram estes á posse incontestada de vastos terrenos, cujas delimitações ainda hoje não são bem conhecidas. Ignora-se a época Precisa em que as vereações municipais entraram na posse desses terrenos e na activa e directa administração deles e bem assim se desconhecem os anos e os termos em que foram organizadas as primeiras disposições camarárias ou «posturas» municipais reguladoras deste assunto. E' sabido que os capitães-donatarios, as vereações municipais e os governadores e capitaes-generais, durante o predomínio do poder absoluto, e os governadores civis. administradores do concelho, camaras e juntas gerais no período do constitucionalismo tiveram todos uma acção administrativa mais ou menos latitudinaria nos diversos serviços respeitantes á conservação e desenvolvimento das florestas nas serras da Madeira, mas as diversas determinações legais não assinalavam os limites e as faculdades da interferência dessas entidades, resultando vários conflitos de jurisdição, como acima ficou dito, e uma irreal e por vezes caótica orientação na execução e na pratica de muitas prescrições contidas nessas mesmas leis. Não foram importantes ou não ha delas conhecimento, as medidas adoptadas para favorecer a conservação das matas no período a que nos vemos referindo, a não ser a promulgação de algumas leis de caracter mais especulativo do que pratico, sem se obterem os resultados desejados. Faremos agora rápida menção de alguns serviços florestais realizados desde o primeiro quartel do século XIX, que merecem registo especial neste lugar. Em circular de l5 de Outubro de 1804 recomendou o governador Ascenso de Oliveira Freire ás camaras da Ponta do Sol, Calheta e S. Vicente que cuidassem da arborização concelhia e da limpeza das ribeiras. Este governador cuidou também da arborização do concelho do Funchal e da maneira de se criarem os gados sem prejuízo das plantações. Em 3 de Maio de 1812, leu-se em sessão da Câmara Municipal do Funchal uma comunicação do inspector da agricultura na Ribeira Brava de haverem sido plantadas no seu distrito 9:233 arvores, incluindo 4:795 amoreiras. Em 9 de Novembro de 1814 mandou o governo interino da Madeira realizar sementeiras de pinheiros e o mesmo fez a Câmara Municipal do Funchal em 14 do mesmo mês e ano, utilizando para esse fim uns terrenos nas freguesias de Santo António e S. Martinho. Por 1821 criaram-se novos maciços de pinheiros, sendo o pinheiro manso a espécie que nessa época era mais procurada para as plantações, e em 1840 mandou o governo satisfazer uma requisição de vinte moios ele penisco, feita no ano anterior pela Câmara Municipal do Funchal. Foi durante o período em que o benemérito Conselheiro José Silvestre Ribeiro governou a Madeira (t8461852), que a cultura do pinheiro bravo tomou aqui grande incremento. A correspondência relativa á rearborização das serras, trocada entre José Silvestre e as Camaras Municipais e administradores do concelho de toda a ilha, merece ser lida por todos aqueles que quiserem formar uma ideia exacta e clara do zelo e superior competência com que esse funcionário soube tratar um assunto, que tanto se prendia com a prosperidade do país confiado á sua administração, corno largamente se pode ver nos três volumes da obra Uma Época Administrativa. De 1852 em diante só há a assinalar em matéria de arborização o plantio de grande numero de arvores mandado executar não há muitos anos pela Direcção das Obras Publicas do Distrito nas margens das levadas do Estado, a criação, depois de 1897, de algumas matas de pinheiros para dentro do antigo bardo do Concelho do Funchal, e a remessa que fez a repartição dos serviços florestais para a ilha do Porto Santo de varias essências exóticas e indígenas, algumas das quais estão vegetando ali muito bem, (1921). Pelos anos de 1900 e por iniciativa do governador civil e distinto madeirense Dr. José António de Almada, foi a Junta Geral do distrito autorizada a estabelecer um corpo de policia florestal, que não correspondeu inteiramente ao fim da sua criação, havendo também, por essa época, algumas camaras municipais nomeado guardas campestres. Pelo importante decreto de 8 de Agosto de 1901 que estabeleceu a «Autonomia do Diário» do Funchal, ficaram os serviços agronómicos a cargo da Junta Geral; compreendendo a policia, conservação e propagação das florestas. Pelos decretos de 11 de Março de l9ll, e 15 de Maio de 1912 foi criada a Junta Agrícola da Madeira e fixado o seu regular funcionamento, compreendendo entre outros encargos o de «proceder ao povoamento florestal das serras .. e ao estabelecimento de uma eficaz policia rural ..». Os decretos de 8 de Março de 1913 e - de Maio de 1914 vieram ampliar e reforçar a doutrina dos decretos de I911 e 1912, pondo em mais saliente relevo a imperiosa necessidade de acudir se ao revestimento arbóreo das serranias. A Junta Agrícola foi extinta pelo decreto de 12 de Junho de 1919, transitando algumas das suas funções para a «Nona Região Agrícola» criada pelo decreto de 3 de Abril de 1922, determinando no seu art. 33.° que «fica provisoriamente a cargo da Estação Agrícola da 9ª região o serviço de policia rural e florestal que pertencia á extinta Junta Agrícola da Madeira». Nas diversas repartições publicas subordinadas á direcção da Junta Geral do Funchal, está actualmente compreendida a da «Estação Agraria», que abrange todos os assuntos respeitantes aos serviços agrícolas e desta faz parte uma «Regência Florestal», a qual tem particularmente a seu cargo a conservação, a propagação e a fiscalização da vegetação arbórea do arquipélago. A «Regência Florestal»tem por chefe um Engenheiro-agricola, que o é também da «Região Agraria» e o seu quadro burocrático compõe-se de 1 regente agrícola, 1 chefe de guardas, 2 mestres florestais, 7 guardas de 18 classe, 7 de 2a classe e 15 de 3.a classe. Em 1931 iniciou a Junta Geral do Distrito um importante serviço de repovoamento florestal, adoptando uma mais severa repressão contra os abusos cometidos, que iam até ao mais feroz vandalismo, e promovendo em larga área a plantação de alguns milhares de espécies florestais, para o que foi aumentado o número de guardas e o pessoal empregado nos trabalhos da preparação dos terrenos. Pode afirmar-se que esta iniciativa da nossa primeira corporação administrativa, a manter-se o seu activo e eficaz prosseguimento nas bases em que foi iniciada, é um dos mais assinalados serviços prestados á nossa ilha através do repovoamento florestal das suas serranias. Em deliberações subsequentes e especialmente nos anos de l913 e 1944 voltou a Junta Geral a ocupar-se com o maior interesse do revestimento florestal de que resultaram apreciáveis benefícios para esse importante serviço. Merece especial referencia o valioso relatório elaborado pelo engenheiro silvicultor José Maria de Carvalho. No «Plano Quadrienal da Administração do Distrito» a realizar pela Junta Geral do Funchal, no período próximo futuro de 1946 a l949 vem indicados estes serviços: Fazer a regulamentação dos cortes de arvores, desbastes e fabrico de carvão» e «11-Fazer o povoamento florestal dos terrenos da Junta e de alguns terrenos baldios» Nos artigos «Região Agrícola (Nona) e «Regimen Florestais da 2.ª edição do Elucid Mad., encontram-se varias informações respeitantes a esta matéria. Nos capítulos precedentes, ficaram sumariamente indicadas as importes e frequentes medidas legislativas que se adoptaram através de quatro séculos, destinadas a proteger e a propagar as espécies florestais das nossas elevadas serranias: Vimos que as providencias promulgadas e os diligentes esforços empregados não corresponderam ás intenções dos legisladores e dos Governantes, em virtude da falta de uma rigorosa observância dos privilégios estabelecidos e da impunidade havida para com os audaciosos infractores. Em breve resenha deixamos também esboçados os motivos que justificam a promulgação de novas leis com as salutares prescrições que acerca do assunto as devem caracterizar, impondo-se para esse fim a absoluta e insofismável necessidade da criação de uma repartição central, que saiba, queira e possa dar o mais inteiro cumprimento e a mais, completa execução a todas essas determinações legais. sem excluir os necessários meios coercitivos e as severas penalidades que a eles andam sempre estreitamente ligados. Embora já esteja dito e repetido, de novo convém insistir na afirmativa de que não hasta a promulgação de novas leis, com o seu aparatoso cortejo de «instruções» e «regulamentos», tornando-se também imperiosa a necessidade de confiar a direcção dos serviços florestais a urna repartição especial, que, além dos indispensáveis requisitos de zelo e de probidade, que devem distinguir o exercício das funções públicas, possua o conjunto de todos os conhecimentos de caracter teórico e mais ainda de feição essencialmente pratica para o cabal desempenho desses importantes e especializados serviços. Não vá julgar-se que este alvitre, ha muito sustentado por nós nas colunas da imprensa diária, carece de autorizado e solido fundamento, pois que ele se acha defendido e preconizado por distintos engenheirossilvicultores em vários relatórios e documentos oficiais Como muitas vezes tem acontecido na execução de certos melhoramentos, é de conjecturar que se levantem entre outros, estes argumentos de fraca e apenas aparente persuasão, mas que para muitos serão alegações de cerrada e indestrutível dialéctica: 1.°-A avultada despesa que importa a criação de uma nova repartição publica, a sua instalação e os encargos resultantes do seu grande movimento burocrático; 2.o-Não se tornar a benéfica acção de efeitos muito imediatos, tendo de aguardar-se um futuro mais ou menos largo para se reconhecer todos os proveitosos resultados dos serviços prestados; 3.° A sistemática oposição dos que teem directa ou indirectamente interesses ligados á inteira manutenção dos serviços actuais, a começar pelos já chamados «inimigos dos arvoredos», e ainda outros especiosos argumentos, que importa não mencionar agora. Quem estas linhas escreve, tendo-se ocupado algumas dezenas de vezes dos assuntos, sempre momentosos para a Madeira. respeitantes ás aguas e florestas, adquiriu ha muito a crença inabalável de que a criação de uma Circunscrição Florestal é um dos mais assinalados serviços que se presta á agricultura da nossa terra e a todas as industrias e fontes de prosperidade dela derivadas, constituindo um grato e Imperioso dever prestar a mais rendida homenagem a todos os que tenham concorrido para a realização desse melhoramento . No ano de 1938, o ilustre deputado pela Madeira Dr. Alvaro Favila Vieira abriu uma campanha em defesa da conservação e do desenvolvimento das florestas da Madeira, iniciando essa acção com um brilhante discurso no seio da representação nacional e com as mais aturadas instancias, junto das estações superiores. Dela resultaram alguns estados ordenados pelo governo central e varias medidas adoptadas pela junta Geral do Distrito. Prosseguiram esses estados e foram postas em pratica algumas providencias salutares, dignas do mais encarecido louvor, O ilustre deputado continuou no fervoroso empenho de levar a seu termo essa benemérita campanha e novamente se ocupou com o costumado brilho e reconhecida proficiência desse momentoso assunto. em uma das sessões, da assembleia nacional no mês de Março do ano corrente, esperando ver em breve coroados os seus diligentes esforços com a promulgação de um problema legislativo e com a criação e instalação de um organismo especial, que assuma a superior direcção de todos os serviços referentes a esse importante melhoramento. XVI-VIVEIROS Nos «campos experimentais» de agricultura pertencentes à Junta Geral, ou em outros sítios mais apropriados deveriam estabelecer-se novos «postos» ou viveiros» de espécies arbóreas destinadas ao revestimento florestal das nossas serranias, dando-se preferencia ás essências de caracter indígena e já aclimadas, como mais largamente se dirá no seguinte capítulo deste estudo. Em tempo passado, varias tentativas se fizeram nesse sentido. mas nunca chegou a montar-se um serviço bem organizado e que houvesse produzido resultados bastante apreciáveis. Seria, no entretanto, uma medida de grande alcance para o fim tão proveitoso a que se destinava e o seu regular funcionamento constituiria um brado permanente em favor dos nossos depauperados arvoredos. Por l797, o ilustre governador e capitão-general do arquipélago Diogo Pereira Forjaz Coutinho estabeleceu no Funchal um pequeno «viveiro», que á sua morte. ocorrida em 1798, não permitiu dar um grande desenvolvimento. Em um documento oficial de 9 de agosto de 1799 diz-se que os terrenos destinados á «produção das espécies setentrionais estavam situadas na Lombada, freguesia do Monte e que as espécies meridionais seriam cultivadas nos sítios que parecessem mais adequados, enquanto não se lhes destinasse terreno próprio». No ano de 1823, a dar se credito a uma informação oficial, distribuiu esse viveiro «para cima de vinte mil arvores» para diversas pontos da Madeira e Porto Santo, o que julgamos destituído de fundamento, havendo esse campo experimental sido extinto em 1828. Deste «viveiro» se encontra uma desenvolvida noticia no terceiro volume do Elucidário Madeirense. Oferece particular interesse ao que fica tratado neste capitulo a informação colhida em um jornal do Funchal e que temos por fidedigna. Já no capitulo Montado do Barreiro, nos referimos ao importante serviço de rearborisação que a Câmara do Funchal está ali realizando mas não queremos deixar de aludir ao «Viveiro» que a mesma Câmara mantém no sitio dos Saltos freguesia de Santa Luzia, destinado a fornecer as espécies arbóreas para aquele revestimento florestal. São muitos milhares de plantas e de variadas espécies, cujas sementeiras, tratamento, conservação e transplantação obedecem ao mais atilado critério. Tem a mais próxima afinidade com este assunto os textos, que em seguida transcrevemos, publicados em o «Eco do Funchal» de 29 de Novembro de 1945 e a que já acima fizemos referencia. «A distribuição das essências florestais está feita segundo as necessidades emergentes. Há o pinheiro, a criptoméria, o eucalipto. o carvalho para aduela, o azevinho, a nogueira americana, e o castanheiro, plantados aos milhares em extensas áreas. Há os tis, os vinhaticos, o pau branco, o barbusano, a faia, o seiceiro, as acácias e estão a seguir para esses montados, mais de 70.000 plantas de várias espécies, devidamente acondicionadas no Viveiro do Reservatório da Câmara, ao caminho dos Saltos, onde se fazem as sementeiras. A industria de tanoaria com os massiços de carvalhos que se hão-de formar no Barreiro e no Pisão, lucrará com essas plantações; a indústria de marcenaria. com as madeiras de castanho e outras que já começam a faltar e a encarecer o seu valor, terá garantido o exercício do trabalho; os construtores encontrarão toda a espécie de madeira para uso na edificação das habitações, desde o pinho da terra, até às mais raras madeiras para soalhos, molduras, «parques», e a exportação vai descobrir nesses montados matéria prima para a confecção das caixas de embalagens. A indústria resineira terá nessas florestas urna fonte de produtos exploráveis, e com as cascas de certas arvores encontraremos solução para as faltas que já se vão notando no amanho das curtimentas, sem falarmos nas lenhas, cuja deficiência se vai tornando um pesadelo paras as donas de Casas» XVII SELECÇÃO DAS ESPÉCIES FLORESTAIS Tem sido objecto de estudo e de discussão a escolha das espécies florestais preferida na rearborisação das nossas elevações montanhosas. Escasseiam-nos os conhecimentos de caracter técnico para emitir um autorizado parecer acerca desta matéria, mas as varias leituras que fizemos e as consultas a que procedemos, levam-nos a aceitar, sem talvez cometer um erro da maior gravidade, a opinião do abalizado botânico madeirense Carlos Azevedo de Menezes, expressa em muitos dos seus escritos e corroborada por alguns distintos engenheiros silvicultores. Sem aprofundado estudo e apenas com uma atenta reflexão ocorre sem esforço o conceito de que as espécies preferidas deveriam ser aquelas que com grande opulência cobriram todo o solo madeirense, como eloquentemente o atestam a Historia, a tradição local, a experiência de largos anos e os restos de alguns den50S massiços de arvoredo, que ainda se encontram nos montados do interior. «...entendemos, diz o citado botânico, que é a flora indígena que deve fornecer as espécies precisas para o repovoamento das serras. Preferir para o referido povoamento as exóticas ás indígenas, como infelizmente tem sido aconselhado, é não só pôr de parte, sem motivo justiçado, as riquezas florestais com que a natureza dotou a ilha, como também dificultar a realização dum melhoramento cuja utilidade não carece de justificação. São poucos os vegetais lenhosos estranhos a esta região que podem competir com as espécies indígenas tanto no seu desenvolvimento como na qualidade das madeiras, algumas delas raras e de artístico aproveitamento. Há nada menos que trinta e tantas arvores e arbustos adequados ao revestimento dos mais variados terrenos e altitudes da ilha. Quando mesmo não fosse para nós um dever conservar religiosamente as essências espontâneas que nos restam, bastaria a circunstancia de todas elas ofereceram um maior grau de adaptação ao solo e clima desta ilha para lhes dar o preferencia nos revestimentos a executar». «Não pomos em duvida que haja espécies florestais de outras paragens susceptíveis de aclimar-se na região montanhosa da Madeira e em particular nos vales do interior; o que não vemos é a necessidade de recorrer tão somente a essas espécies para reconstituir as nossas florestas, quando superabundam razões de preferencia para a conservação e desenvolvimento da vegetação regional». «O pinheiro marítimo, embora estranho á ilha, é uma essência preciosa, que convém generalizar tanto quanto possível nas vertentes da região meridional e setentrional, mas, no nosso entender, por aqui devemos ficar ao menos por enquanto, no tocante ao aproveitamento de espécies lenhosas estrangeiras na arborização das montanhas, para não perderem tempo com ensaios, que podem não dar bom resultado. «O aproveitamento das essências indígenas nos trabalhos do revestimento florestal da ilha, quando convenientemente feito, não concorrerá somente para restituir ás nossas montanhas a verdura e o frescor doutras épocas; será também o meio eficaz de obstar ao desaparecimento de muitas espécies curiosas e interessantes, algumas das quais tem a sua área de habitação circunscrita a esta ilha ou aos arquipélagos do Atlântico». XVIII-AS PRINCIPAIS ESPÉCIES ARBÓREAS Achamos oportuno deixar neste lugar uma breve notícia acerca de algumas das mais ricas e abundantes espécies vegetais, que cobriram as nossas serras, e para isso aproveitaremos os estudos do já tantas vezes citado botânico Carlos de Menezes, insertos nas páginas do Elucidário Madeirense, no opúsculo Arvores e Arbustos da Madeira e ainda em outros trabalhos da sua autoria. O Cedro-afamado e odorífero cedro da ilha é o Juniperus Oxycedrus. arbusto ou pequena arvore de 4-7 metros com as flores dioicas, os ramúsculos pendentes, as folhas lineares ou linear-lanceoladas, terçadas, com 2 riscas brancas na pagina superior, e as gálbulas subglabosas e de ordinário amarelas. Este cedro cultivado nas quintas do Monte, Camacha e Santo da Serra, mas quasi extinto nas serras da Madeira, produz uma madeira aromática e leve muito apreciada pelos marceneiros. O tecto da Sé Catedral foi construído com essa madeira, e a ser certo o que diz Manuel Tomás na Insulana, serviu ela também para edificar a primeira casa sobradada que houve no Funchal. Esta espécie produz madeira clara, aromática e muito resistente, bastante apreciada na marcenaria, afirmando-se que tem qualidades insecticidas. Til-E' uma laureacea de seis a vinte metros com as folhas coriáceas. ovadas. lanceoladas ou oblongas, peludas nas axilas dos nertros, com as folhas coriáceas. ovadas, lanceoladas ou oblongas, peludas nas axilas das nervuras da pagina inferior; flores pequenas, de ordinário hermafroditas, reunidas em paniculas; baga cingida parcialmente por uma cúpula formada pela base acrescente do perianto. Encontra-se nas florestas do interior e do norte da Madeira, e produz madeira com cerne e borne bem delimitados, este branco, aquele negro. Recentemente cortada, esta madeira tem um cheiro forte e bastante desagradável, que só desaparece completamente passados anos. A Madeira do til é de excelente qualidade e muito usada para moveis e diferentes outras obras. O «til branco», dos marceneiros, provem das arvores novas ou do alburno das arvores antigas. Vinhatico-Apreciada arvore de 19 a 25 metros sempre verde; folhas coriáceas, oblongas, ou oblongolanceoladas, adelgaçadas em ambas as extremidades, quasi agudas na ponta, publescente-sedosas em quanto novas; glabras depois de adultas, dum verde claro ou avermelhadas; paniculas axilares mais curtas do que as folhas; pedúnculos comprimidos; flores dum branco esverdinhado; bagas ovóides, negras. Florestas e margens das ribeiras; frequente. Cultivado nas quintas. Agosto-novembro. Madeira duma linda cor avermelhada e uma das melhores da ilha. E' muito usada para moveis e diferentes outras obras, oferecendo semelhanças sensíveis com a do mogno (Sovictenia), se bem que lhe seja um pouco inferior, em qualidade. Como é muito procurada e a pagam por bom preço, é avultadissimo o número dos vinhaticos que todos os anos são abatidos nas serras, o que pode trazer a rápida extinção desta espécie, por tantos motivos preciosa e já hoje rara em pontos onde outrora era abundante. A casca do vinhatico é usada para curtumes. Urze molar-Esta espécie, embora quasi sempre arbustiva, pode atingir 8 a 10 metros de alto, e conhecemos outrora alguns indivíduos cujos troncos mediam 1 a 9 metros de circunferência. A madeira desta espécie é rija, compacta e dum castanho escuro mas fende com facilidade, sendo por isso pouco usada na marcenaria. Nos campos empregam-na às vezes para gamelas, colheres, etc. Os caules não muitos grossos, dão excelentes bordões e paus de rede. A urze durasia é quasi sempre arbustiva, e só nalguns casos chega a atingir 4 e 5 metros de alto, apresentando então um pequeno tronco com 20 a 30 centímetros de diametro. Os seus ramos, além dos usos indicados, servem para o preparo de vassouras. Loureiro-Vem assim descrita esta espécie no «Elucid. Mad.»: Arvores da família das Lauraceas, de 6 a 20 metros, com as folhas persistentes e aromáticas, as umbelas reunidas em fascículos axilares, de ordinário mais curtas que os pecíolos. e as bagas ovóides, negras. raras vezes amarelas. Produz madeira clara, inferior à das outras Lauraceas madeirenses, e as suas folhas são usadas como adubo nas cozinhas. Das bagas, extraía-se outrora um óleo que servia na iluminação das casas pobres dos campos e que se preparava cozendo as bagas e espremendo-as depois dentro dum saco de pano, em pequenos lagares de madeira. Como o óleo é mais leve de que o resto do liquido, sobrenadava, sendo tirado facilmente do recipiente em que se fazia a operação. O loureiro encontra-se na primeira, segunda e terceira zonas da Madeira, mas nesta ultima é uma arvore de pequenas dimensões. Existiu outrora expontâneo no Porto Santo, onde se extinguiu, sendo porem cultivado agora naquela ilha. Barbuzano-Está descrita no referido opúsculo Arvores e Arbustos Madeirenses nos seguintes termos:Pertence à família. «laureacea» e encontra-se principalmente no norte da Madeira, onde desce até às proximidades do mar. Pode atingir mais de vinte metros de alto e tem folhas coriáceas e glabras, às vezes quasi opostas, e flores pequenas, dispostas em paniculas mais curtas que as falhas. As protuberâncias que se observam a miolo na parte superior das folhas desta arvore, constituem uma cecidea do typo Ereneum. A madeira do barbuzano é muito pouco utilizado pelos marceneiros, em razão de ser extremamente rija. Na ilha do Porto Santo dão o nome de barbuzano ao Sideroxylon MarMulano espécie conhecida na Madeira pelo nome de marmulano. As suas folhas apresentam a miúdo uma cecidia por um eriophydeo, que foi descrito pelo distinto cecidologista. da Silva Tavares no vol. II da«Broteria». Pau Branco--É arvore de oito a dezoito metros e da família das Oleaceas, com folhas persistentes, coriáceas, glabras e inteiras, flores brancas, reunidas em racimos curtos, axilares ou extra-axilares, solitários ou geminados, e frutos elípticos, a principio vermelhos, depois violáceos. Encontra-se nas serras de S. Vicente, da Boaventura, do Porto do Moniz, etc., mas está quasi extinta na ilha. Produz madeira branca ou puxando um pouco a cor de rosa, muito dura, pesada e susceptível de bom polido, que ainda hoje é usado para parafusos de lagares e quilhas de embarcações. Folhado-E' peculiar a Madeira de 5 a 7 metros e pertence à família das Ericaceas, encontrando-se em diversos lugares da ilha. Tem folhas oblongas ou oblongo lanceolados, ferráginoso pubescentes nos pecíolos e nas nervuras da pagina inferior, e flores brancas aromáticas, dispostas em cachos formando penicula. Os troncos novos e os rebentões desta arvore dão excelentes «bordões» ou «hastes» muito usados e da madeira fazem-se colheres, fusos, etc. Dragoeiro-Pertence à família das Liliaceas, quasi extinto na Madeira e de que no Porto Santo não existe um exemplar, tendo sido ali muito comum. Tem caules a principio simples, depois ramosos no cimo, mas com os ramos partindo sempre da mesma altura; folhas terminais alongadas, lineares; flores esbranquiçadas, bagas globosas amarelas. A Câmara Municipal do Porto Santo conserva a figura dum dragoeiro no seu brazão de armas. Faia-A «Mirijica Faia», da família das «Miricaceas», que deu o nome á freguesia do Faial, é frequente em certos pontos da Madeira. Tem folhas glabras, obovado-lanceoladas ou oblongo-lanceoladas, de ordinário serradas, flores dioicas e frutos drupaceos, a principio vermelhos e depois negros, reunidos em pequenos grupos em virtude da aderência das flores femininas. A faia produz boa lenha, e os seus caules são utilizados para estacas em muitos pontos da costa norte. A sua casca é taninosa, a sua madeira é de cor baça, puxando ás vezes a rosado, e os seus frutos, aparentemente polispermicos e granulosos, teem sabor agradável quando bem maduros. Sanguínho-E uma arvore madeirense de quatro a oito metros de altura, pertencente á família das «Rhaminaceas», com folhas curvadas ou ovado-oblongas, serradas, providas ordinariamente de 2 a 4 pequenas glândulas ou saliências na parte inferior da pagina superior. Tem flores pequenas, dum amarelo esverdinhado, dispostas em cachos curtos, axilares, e encontra-se na serra do Seixal e entre os Lamaceiros e o Ribeiro Frio. Produz madeira clara e homogénea, empregada outrora em embutidos, mas hoje desconhecida da grande maioria dos marceneiros, por ser muito rara. Seixo-Abundou em outro tempo, mas acha-se hoje quasi extinta esta arvore das florestas da Madeira, sendo hoje quasi desconhecido. Atinge 2 a 12 metros, sendo de madeira amarelada e é susceptível de bom polido, com largo uso na marcenaria em outro tempo». XIX- PASTAGENS Em muitos lugares do «Elucidário Madeirense» e nomeadamente nos artigos «Arborisação», «Gados», «Industria Pecuária», «Pecuaria», «Prados» e «Pastagens» nos ocupámos com alguma larguesa das diversas espécies de gados existentes nas serras e baldios desta ilha, e de modo particular no capitulo VI («Inimigos dos Arvoredos») deste ligeiro estudo nos referimos aos consideraveis estragos que esses gados causam aos nossos arvoredos, tornando-se indispensável unia mais activa e eficaz vigilância por parte da guarda floresta1 e sobretudo uma severa aplicação das penalidades que a lei estabelece contra os transgressores. Em rápidas palavras, salientamos a inaudita devastação que os incêndios provocados para a «criação» de pascigos apropriados, originam em vários pontos com gravissimos prejuizos nas arvores e nos matos, nas forragens e nas nascentes e ainda em algumas culturas de propriedade particular. E conveniente reproduzir os seguintes trechos, publicados ha vinte anos, que conservam a mais flagrante e oportuna actualidade. 0 gado suino, não menos prejudicial que o caprino, somente se encontrava até à altitude de 1400 a 1500 metros, causando sempre os maiores estragos, mas hoje (1926) estende-se até aos cumes dos mais altos montes. A conhecida Lapa da Cadela, pitoresco abrigo dos turistas e dos pastores, acha-se transformada em um imundo curral, com grande repulsão dos que por ali tramitam, devendo ser apenas reservado para os visitantes que procuram aquelas paragens. Em frente deste abrigo existia um denso e majestoso maciço de urzes secula-res, muito admirado por nacionais e estrangeiros, que o machado fez ha muito desaparecer (1921) As leis promulgadas para a «repressão desses abusos, tanto as mais antigas como as da época relativamente recente, tem sido impotentes para uma completa exter-minação do mal, o que determinou a publicação do decreto de 23 de Julho de 1913, que ficou conhecido pelo nome de das pastagens. Nela se estabelecem, entre outras, as seguintes dis-posições: a) permissão da pastagem de gado, suino e caprino somente em terrenos pertencentes aos donos desses gados; c) completa vedação dos mesmos terre-nos, impedindo que o gado possa sair dessas áreas; d) os baldios do estado ou das câmaras municipais que forem destinados a pastagem serão também inteiramen-te vedados, e) a pastagem nesses baldios., sómente po-derá ser exercido por meio de licença e mediante de-terminadas condições. O decreto de 22 de Setembro de 1911 torna mais extensiva a disposição da alinea a, acima indica. da, tornando-a aplicavel a «gado de qualquer espécie» e permitindo a apreensão e a destruição do gado que for prejudicial á caça e á agricultura. Reconhece-se geralmente que esses decretos, embo-ra encerrando proveitosas disposições e satisfazendo as necessidades do momento em que foram promulgadas, não atingem inteiramente o fim desejado, impondo-se a necessidade de os modificar e ampliar. São bem expressivas e de flagrante actualidade os trechos que seguidamente transcrevemos e publicados ha poucos mêses em um jornal do Funchal: «É de considerar, porém, que ha lavradores nos campos que fogem de utilizar os seus terrenos em zo-nas altas com receio de verem totalmente destruídas as suas culturas. «Quanto gado tem sido morto e quanto está ainda para matar! As serras do Porto do Moniz, mormente o Fanal, estão sendo pasto desses animais destruidores, não obstante frequentemente se haverem dado batidas ao gado, desde ha anos, a pedido da autoridade administrativa local; da mesma forma as serras do Seixal, e de S. Vicente, enfim todas as serras da Madeira. «Brigadas de praças florestais, com um pesado dispêndio para a Junta Geral, foram incumbidas de realizarem cercos aos porcos e ás cabras, apreendendo e matando a tiro o gado nocivo à vegetação, que chegava a invadir as propriedades pejadas de culturas. E esse serviço ainda continua hoje, mais rigoroso do que em épocas transactas imposto pelo nosso primeiro corpo administrativo. Não ha muito que da acção conjunta da Policia de Segurança Pública e da Policia Florestal, nas serras do Poiso, resultou o extermínio de numerosos porcos e cabras. «Não basta, porém, o ataque isolado a uma zona, mas a perseguição continua em todas as zonas a esses inimigos da economia agrícola, que se multiplicam, de ano para ano, e que, sem utilidade, vagabundam pelos montes e assaltam, instigados pela fome, as áreas povoadas de vegetação». Oferece particular interesse esta noticia exarada ha pouco tempo em um periódico desta cidade: «O numero de ovelhas aumenta ou diminui, influindo muito nisto as intempéries, os cães danados e os ladrões. «Os rebanhos vivem ali abandonados, por falta de abrigos tanto para eles como para os homens. Se o verão decorrer seco, as ovelhas enfraquecem e muitas morrem no inverno se este for rigoroso. Os cães danados, (em gado) são autênticos lobos, pois ha cão, que em uma só noite consegue matar 50 lanígeros. Quando aparecem, os pastores organizam batidas até que os exterminam. Todos os anos aparecem cães com esta doença, e felizmente dão-lhes para matar só ovelhas. «Os amigos do alheio, exercem a sua actividade no Paul da Serra de duas formas: uma é subtraindo fraudulentamente o gado, principalmente durante a noite e a outra é abrindo as cancelas para que o gado saia, apanham-no logo, alegando que estava a fazer-lhe prejuízo nas culturas». «Não se torna nunca excessiva a insistência do que neste capitulo se diz acerca dos grandes e frequentes estragos causados pelos gados, em virtude da falta da indispensável vedação nos terrenos em que eles pasciam livremente. Apesar do que a tal respeito tão expressa e energicamente se dispõe nos decretos de 23 de Julho de 1913 e 22 de Outubro de 1916, apesar das «batidas», a tiro de espingarda, feitas em legitima perseguição desses gados errantes e sem a necessária vigilância, apesar das multas impostas aos donos desses animais e aos seus respectivos guias ou pastores e ainda apesar da criação de novos postos florestais e acrescentamento do seu pessoal, não é raro que as glebas laboriosamente agricultadas, que as incipientes culturas de vegetação arbórea, que alguns pequenos prados e lugares com proveitosas forragens sejam invadidos, por vezes em multidão pelos vorazes lanígeros, caprideos e suínos das nossas serras». Interessantes e valiosas seriam umas notas pormenorizadas acerca do número das diferentes espécies dos gados existentes, que abrangessem diversas épocas e que particularmente se referissem a cada um dos onze concelhos do nosso distrito. Está ainda por organizar uma estatística dessa natureza e por isso nos limitaremos à inserção de alguns dados avulsos, colhidos principalmente nos relatórios do antigo agrónomo Eduardo Dias Grande e veterinário João Tierno e cuja inteira veracidade já foi contestada. Foram dois distintos e zelosos funcionários, que talvez não possuíssem então os elementos indispensáveis para a execução de um trabalho baseado nos mais seguros meios de investigação. Eduardo Grande, como agrónomo do distrito e no seu importante relatório referente ao ano de 1863. dá-nos esta informação do gado então existente: bovino 25338 cabeças, ovino 44186, e caprino 81840, sem fazer menção da espécie porcina. No relatório do veterinário João Tierno publicado em 1897, encontram-se, com a designação de gado recenseado, estes dados estatísticos; No ano de 1852 existiam 90894 cabeças de gado ovino. 81739 de gado caprino e 18 de gado porcino; em 1864 respectivamente 44186, 81840 e 19535; em l873 esse número era de l8660, l8040 e 22430; e em 1893 foi computado em 183604, 16517 e 34530. Respeitante ao ano de 1803, segundo o relatório acima citado, fixa-se em 44186 o numero de lanígeros então existente em todo o arquipélago, entrando nesse quantitativo 32000 no concelho do Funchal, o que não julgamos proporcional aos dos outros concelhos. No notável Relatório do engenheiro-silvicultor José Augusto Fragoso, apresentado à 3unta Geral no ano de 1929, lê-se que «são cerca de 80000 cabeças de gado suíno, ovino e caprino em perfeito estado selvagem .» que se acham disseminadas nas diversas pastagens da ilha. «Os donos dos lanígeros que pastam no Paul da Serra, são hoje em número de 666, dessiminados pelos referidos concelhos, a grande maioria modestos lavradores, apegados aos costumes dos seus bisavôs, não querendo sair dali, cheios de superstições, receando mau ano, no facto de se aumentar a área do curral, e incorrendo em castigo infalível da divina providencia se esse aumento da área for para o lado do sol (Leste). Em 1942, as Camaras administradoras do Paul da Serra ao abrigo do disposto no n.° 1 do art.o 45 do Cod. Administ. fizeram um regulamento sobre as pastagens no logradouro comum, no qual obrigam os pastores a terem uma direcção para administrar todo o pasto, a qual tem um presidente e 4 directores, um de cada concelho e com quem se entendem os pastores das respectivas localidades, e 1 tesoureiro. «A direcção tem o pasto dividido em três zonas, a de Leste, Centro e Oeste, tendo cada uma, um grupo de 16 pastores, que destacando cada grupo 2 homens para vigias diários do pasto comum, havendo assim todos os dias, 6 homens a vigiarem os rebanhos do Paul da Serra. «As despesas, são as provenientes de pagamento e salário aos vigias e reconstrução de bardos, prejuízos, taxas camarárias e outras diversas que no fim do ano são rateadas pelo numero de cabeças de gado contadas na ocasião do arrumo para a tosquia, pagando os respectivos donos a sua quota parte, conforme o número de cabeças de gado era possive1. Com esta pequena Direcção, a qual tem encontrado escolhos por toda a parte, já se conseguiu alguma coisa, pois, em 1942 havia 5447 cabeças. Em 1943, passou para 4788 cabeças. Em 1944, subiu para 8178 cabeças. E em l945, para 9500 cabeças. Estes 9,500 lanígeros têm o valor de 1.140.000$00 e produziram 7125 kg. de lã em 1945 142.500$00.» Com a carestia dos tecidos, todos os pastores fabricaram no campo cobertores para as suas camas, com lã dos seus ovinos e todos eles e famílias usam camisolas também de lã, e de idêntico fabrico. «Enquanto grassou a peste porcina os cordeiros substituíram o porco da festa, em quási todas as casas nas localidades onde houve aquela epidemia.» As informações, que ficam textualmente transcritas e que muitas consideram baseadas em dados de caracter oficial dizem respeito ao Paul da Serra e referem-se somente ao gado lanígero. Passados poucos dias o «Eco do Funchal» (27-1-46) fornecia os seguintes dados, que abrangem as espécies ovina, caprina e porcina existentes em todas as serras da Madeira: «Nós sabemos, de fonte certa, que todo o gado, que pascia em todas as serras da Madeira, atinge o número de 95000 cabeças assim classificadas: 55000 ovelhas, 25000 cabras e 15000 porcos». Embora referentes a diversas épocas, oferecem entre si uma grande discrepância os dados que ficam exarados acerca do numero das espécies ovina, caprina e suína existentes no nosso arquipélago, estando indicada a iniciativa de uma larga e rigorosa investigação, que proporcione os elementos indispensáveis para a organização de um seguro, pormenorizado e proveitoso trabalho de estatística. Relaciona-se proximamente com as considerações expostas acerca das «Pastagens» o que deixamos dito no «Elucidário Madeirense» acerca dos gados que pastam nas serranias, quando motivos poderosos aconselharem o exercício de uma moderada industria pecuária. Somente ha poucos anos é que a industria pecuária e os cuidados a dispensar aos gados que pastam livremente nas serras começaram a estimular as atenções das estações oficiais e a despertar no publico um certo interesse por este assunto. Deve-se esse movimento inicial aos valiosos estudos realizados pela Intendência de Pecuária deste distrito, que acerca de tão momentoso assunto, elaborou um vasto e substancioso relatório, indicando os meios mais adequados a adoptar no nosso meio, afim de se alcançarem os resultados mais proveitosos para a indústria agrícola da nossa terra. A selecção e aperfeiçoamento das raças, a criação e tratamento dos gados, a sua instalação higiénica. e assistência veterinária, as forragens, a produção do leite, a protecção mutuária e ainda muitos outros interessantes aspectos desta utilíssima matéria são tratados nesse relatório com grande clareza, com o indispensável desenvolvimento e com a mais notável proficiência, que sobremaneira honra o distinto funcionário que o concebeu e redigiu. Muito seria para desejar que se fizesse uma edição popular desse valioso documento, destinada a ser espalhada pelos nossos campos e aldeias. Ao referir-nos, embora rapidamente a este assunto, seria cometer uma flagrante e imperdoável injustiça não fazer menção dos excelentes trabalhos insertos em alguns números do «Boletim de Informação e Publicidade», publicado pela junta Nacional dos Lacticínios da Madeira e dirigido pelo distinto engenheiro Luís Pedro Baptista, trabalhos que particularmente interessam ás relações da agricultura com a pecuária através da importante industria dos lacticínios. XX-PRADOS FORRAGENS Têm próxima afinidade com o serviço pecuário das Pastagens, versado no capítulo anterior, as considerações que acerca dos «Prados e Forragens» vamos resumida e parcialmente extratar dum estudo do ilustre botânico Carlos Azevedo de Menezes. Embora não Perfilemos a opinião dos que sustentam que a indústria pecuária dos gados lanígero, caprino e suíno constitui um apreciável elemento de prosperidade na vida económica da Madeira, não queremos deixar de referir-nos a este assunto, que poderão oferecer qualquer interesse ou simples curiosidade a alguns dos raros leitores deste opúsculo. Os terrenos ervosos da Madeira entram quasi totalmente na categoria de prados naturais, existindo apenas alguns de caracter artificial na Quinta do Palheiro e em mais duas ou três localidades. Nos prados naturais, relativamente ao nosso meio, ha a considerar os da região inferior, média e do interior da ilha. 0 grande aproveitamento dos terrenos para as culturas faz com que os prados da zona inferior ocupe somente certas encostas alcantiladas do litoral e vários outros pontos, que embora menos íngremes, pela sua natureza, distancia dos povoados, falta de agua outras circunstancias, apenas costumam ser utilizados na produção de ervas. Na parte sul da ilha, a espécie dominante em toda a orla marítima é a «trevina». Na região baixa são comuns as espécies conhecidas pelos nomes de cabreira, fedegosa, cardo, tanchagem, feno, balanco, grama, azevém, amor de burro, serralha e ainda outras. «Os prados da região inferior estendem-se até a altitude de 200 metros na costa do sul e de 150 metros na do norte, sem apresentarem alterações muito sensíveis na sua composição. Nesta ultima costa, ocupam eles principalmente certas escarpas do litoral visto os terrenos planos ou pouco inclinados acharem-se cultivados quasi todos de cana sacarina, vinha, plantas hortenses, etc. Muitas das plantas forraginosas que aparecem na região meridional, encontram-se igualmente na setentrional, havendo apenas a adicionar algumas à lista das que são mais comuns nos logares húmidos desta ultima região. Os prados da região média ocupam as margens das ravinas que pela sua inclinação não se prestam a amanhos, e varias colinas, picos e outros terrenos não invadidos ainda pelas culturas. Estendem-se até 750 ou 800 metros, e são muitas vezes limitados ou cortados pelas matas de pinheiros (Pinus marítima), os quais formam massiços consideráveis que sobem nalguns pontos até altitudes superiores a l.OO0 metros. O tojo (Ulex europaens), mais conhecido na Madeira pelo nome de carqueja, é muito frequente neta região, e os seus ramos novos dão uma boa forragem, depois de convenientemente esmagados, por causa dos espinhos que os revestem . «A partir de 7O0 ou 800 metros, começam os prados e pastagens do interior, os quais abrangem o alto das serras, as ravinas centrais não arl30rizadas e ainda uma parte das vertentes meridional e setentrional da ilha. Nos logares secos das montanhas, são muito frequentes a Thrincia nudicaulis, a Aira praecox, a Agrostis castellana, o Lotas hispidus e a Plata o lanceolata, plantas estas que nos terrenos menos altos das vertentes aparecem associadas a muitas outras já indicadas nos prados da região média, e nas ravinas do interior barba de bode, palha carga, e diferentes espécies mais peculiares ou quasi peculiares destes logares e que só vivem nos sítios húmidos ou assombreados. Nas ravinas da Ribeira da Metade e da Boa Ventura, existe uma graminea de folhas suculentas, infelizmente muito rara, que é considerada como das melhores plantas forraginosas da Madeira. Esta graminea, que é a Festuca albide e é peculiar da ilha, já foi cultivada com bom resultado n'um terreno dos suburbios do Funchal. Na citada Ribeira, da Metade, também se encontra uma leguminosa, a Anthyllis Lemanniana, que temos na conta d'uma excelente forragem digna de ser propagada. As ervas dos prados da região inferior da Madeira, nascem ou revivem com as chuvas de outubro, e desaparecem, requeimados pelos ardores do sol, desde abril até maio, excepto nos logares encharcados e naqueles onde chegam com frequência as aguas de irrigação. Na parte média e superior da ilha, e especialmente na zona constantemente visitada pelos nevoeiros, as ervas conservam-se verdes por mais tempo até meados ou fins de junho, o que é de grande vantagem ainda mesmo para os criadores de gado das vizinhanças do litoral que lá sobem a colhe-las, percorrendo às vezes distancias consideráveis. As plantas dos prados são quasi sempre consumidas verdes; somente na ponta de S. Lourenço e na Camacha se colhem algumas porções avultadas de feno, que são vendidas ao preço médio de 300 reis por arroba GU 15 kilogramas, para o sustento dos bois, cavalos e muares estabulados no Funchal e arredores. Quando os prados estão secos, a alimentação dos animais é fornecida geralmente pela rama da batateira (Convolvulus Batatas), pelas folhas da vinha, da cana de açúcar e da de roca, pelas plantas que nascem junto dos cursos de agua e pelas que aparecem por entre as culturas, nos logares irrigados a miúdo. «Nos terrenos das serras. situados acima dos bardos concelhio; são as ervas secas ou mirradas que ficaram no solo e a folhagem das arvores indígenas, que constituem o principal, senão o único alimento do gado manadio, que aí se cria, quando a vegetação dos prados desaparece na quadra mais quente do ano. Grandes são os prejuízos que os gados, especialmente o caprino, causam nos indivíduos novos das varias espécies arbóreas e arbustivas que crescem nas montanhas, e muito conveniente seria que se adoptassem quanto antes providencias acertadas, no sentido de evita-los tanto quanto possível. «O Paul da Serra é perfeitamente desabitado e inculto em razão da sua altitude e de se achar durante uma boa parte da ano coberto de nevoeiros densos. Mesmo no tocante 2 espécies forraginosas, muito pouco produz, salvo nas proximidades das freguesias de S. Vicente, Seixal e Ribeira da Janela, no norte, e da Ponta do Sol, Canhas, Arco da Calheta e Serra de Agua, na parte setentrional e ainda junto do Fanal e da levada do Pico da Urze, onde existem excelentes pascigos. A feiteira e uma labiada conhecida vulgarmente pelo nome de alecrim da serra, são as únicas espécies verdadeiramente abundantes em toda aquela planície. «Dos 30000 hectares de terrenos incultos que existem na Madeira (1921) pode admitir-se que 10000 só produzem ervas de boa ou má qualidade para sustento dos animais. Se esta vasta superfície fosse devidamente aproveitada, isto é se procurasse melhorar as suas produções, muito lucraria com isso a industria pecuária madeirense, que carece para desenvolver-se de mais amplos recursos dos que os que a ilha agora oferece. XXI-A INDUSTRIA PECUÁRIA Admitindo, sob condições especiais, a permissão do exercício da industria pecuária nas nossas serras, mas não reconhecendo a sua necessidade, já ligeiramente esboçamos os defeitos de que ela enferma e apontamos os alvitres que convinha adoptar, no caso de ser mantida, como o tem sido até à época presente. E' um erro supor-se que essa industria tenha qualquer reflexo favorável na economia do arquipélago, quer esta seja considerada de modo colectivo ou individual. O seu desaparecimento não afectaria a riqueza publica nem diminuiria os parcos interesses dos que a ela se entregam temporariamente. O «oficio» de pastor não constitui uma profissão e são poucos os que a ela se dedicam quotidianamente e fazem do seu uso um meio seguro de manter a existência. Em geral, o chamado pastor é um pequeno agricultor ou trabalhador rural. E é curioso notar-se que em algumas freguesias, ao termo «pastor» anda ligado o significado de mandrião e pouco amigo do trabalho Como já ficou exposto no Cap. VI, o pastor é um inimigo dos arvoredos na preparação dos pascigos apropriados para a alimentação do gado, recorrendo algumas vezes ao incêndio, que não raramente toma proporções assustadoras. Este motivo por si só bastaria para a completa eliminação da industria pecuária. Não deixaremos de notar a responsabilidade que a essa devastação se acham ligados alguns proprietários e até funcionários públicos que, por intermédio de uns pobres pastores, manteem também em livre pastagem as suas dezenas de porcos, cabras e ovelhas, em diversos montados da ilha. Uma das mais imperiosas razões que aconselham a extinção da industria pecuária, como tantas vezes se tem dito e vem consignado em relatórios oficiais, é a absoluta falta de abrigos ou currais adequados para a recolha dos animais especialmente na época das grandes invernias, que com frequência se desencadeiam nas serranias do interior. Disse um distinto engenheiro-silvicultor que os gados na Madeira pastam «em estado selvagem», devido á pouca assistência dos pastores e á ausência completa de redis convenientes, não sendo para estranhar que seja tão considerável o número de animais, que por essas causas morrem todos os anos. E sobrevindo, como de longe em longe acontece, uma dessas invernias com aspectos de aluvião, alguns milhares de animais terão de desaparecer das nossas terras de pastagem. No Plano Quadrienal dos trabalhos a empreender pela junta Geral do Distrito no período de 1946 a 1949 vem apontada a construção de redis, o que representa um beneficio prestado á indústria pecuária do arquipélago. Pelos motivos que ficam sumariamente expostos, compartilhamos da opinião de muitos proprietários de terras e especialmente de alguns distintos silvicultores que não acarretaria graves prejuízos e seria até vantajosa a extinção da industria pecuária da nossa ilha. Deveria para isso proceder-se a um conveniente estuda do assunto, restringindo-se gradualmente o exercício dessa industria e estabelecendo o prazo máximo de duas dezenas de anos para sua completa extinção. XXII A FLORA MADEIRENSE Abrimos este ligeiro estudo, mostrando que a Madeira era uma região de natureza essencialmente florestal, embora o vandalismo dos homens procure desmentir esse tão acertado juízo, que a história atesta e a experiência plenamente confirma. Queremos terminar, aduzindo alguns elementos de caracter cientifico, que a botânica oferece, para provar que, além dessa acentuada feição arborescente, guarda também todas as condições próprias de flora de aspecto universal, com uma rica e larga representação das mais variadas espécies do reino vegetal, espalhadas por muitas partes do nosso planeta. Vamos para isso recorrer aos homens de ciência, que se ocuparam deste assunto e de modo especial a Richard Lowe, Eduardo Dias Grande e Carlos Azevedo de Menezes. Aos forasteiros de uma mediana cultura intelectual que nos visitam, fere logo a sua atenção os belos trechos da antiga e opulenta vegetação florestal que ainda restam e de modo particular a variedade e abundância das espécies botânicas, sobretudo dispersas em varias quintas e jardins desta ilha. Encontram-se em familiar e agradável companhia, respirando o mesmo ar e iluminadas pelo mesmo sol, diznos um desses homens de ciência, plantas de quasi todos os países do mundo, sem serem precisos abrigadouros ou estufas para a grande maioria delas-circunstancias que dá logo a ideia da excelência do clima e da bondade do céo, que a cobre e protege. Representa um trecho, reunido da flora de latitudes muito diversas, deparando-se ao lado das espécies arbóreas de porte altivo e majestoso dos países intertropicais com as plantas humildes e rasteiras das regiões setentrionais. Nesta ilha, como nos países montanhosos e em que se observam variadas condições do clima, são bastante diferentes as zonas de vegetações, que Lowve profundamente estudou e que em geral teem sido adoptadas por todos. Apesar dessas características diferenças, mantém o cultivo de outras plantas em zonas, que se distanciam entre si, pelas desigualdade das altitudes em que se encontram. «A Flora florestal da Madeira, diz Dias Grande, é muito rica e variada. A situação privilegiada desta ilha e a conformação das suas montanhas permitem que se encontrem aqui todas as Traduções de temperatura, e sem gozar daqueles extremos de calor e humidade, que produzem as luxuosas ostentações dos trópicos, é todavia rápido o desenvolvimento da vegetação e grande a diversidade das arvores sempre verdes. Por vezes mandou o Senhor D. João VI para esta ilha sementes de varias arvores tanto da Índia como do Brasil. Em 30 de Dezembro de 1801 vieram com grande recomendação sementes de teca e de diversas plantas. Mais tarde, em 29 de Outubro de 1800, vieram sementes das plantas da América constantes da seguinte curiosa relação... (cerca de duas dezenas de espécies)... A solicitude com que se repetiam estas remessas introduzia rapidamente na ilha as riquezas florestais de quasi todos os pontos do globo, e a ter a sua propagação e cultura merecido mais cuidado, seria ela hoje (1865) uma das suas mais importantes produções e de muita singularidade o ver cm tão limitada superfície a numerosa colecção de quasi todos os vegetais arbóreos do globo». São de um distinto regente florestal e agrícola estas palavras: «...A primeira impressão ocorre-nos logo dominadora. A paisagem madeirense traduz-se nas massas vegetais que serpenteiam nas suas encostas e vales, que emolduram aqueles pontos brancos que são as casitas espalhadas nas faldas dos montes. A ilha dos Amores guarda ainda no seu seio as frondes arbóreas que serviram de cenário à apoteose do nosso Épico e esse aspecto é sobre todos os outros aquele que no nosso espirito mais se arreiga, mais vulto adquire e mais domina a nossa sensibilidade.» Em duas dezenas de páginas do «Dicionário Corográfico do Arquipélago da Madeira», da nossa autoria, deixamos textualmente transcritas as palavras com que muitos homens notáveis em vários sectores da actividade humana traduziram as suas impressões ao defrontar-se com o maravilhoso cenário da nossa paradisíaca paisagem e em que de modo especial se referem à rica e variada vegetação Madeirense, tendo expressões de especial apreço e de enternecida admiração pela diversidade, matiz, beleza e fragrância das flores dos nossos prados e jardins. São extraídas do «Dicionário Corográfico da Madeira» e da pena de Carlos Azevedo de Menezes as seguintes informações: «A flora actual conhecida do arquipélago da Madeira compreende 931 fanerogâmicas, 50 criptogâmicas vasculares, 265 muscineas e 916 talófitas, mas se pusermos de parte as plantas naturalizadas, fica o grupo ou divisão das fanerogâmicas apenas com 641 espécies e o das criptogâmicas vasculares com 45. No grupo das fanerogâmicas ha 104 espécies que consideramos endémicas e 55 que são comuns ao arquipélago da Madeira e a outros de ilhas do Atlântico, o que equivale a dizer que das referidas 641 espécies a que costumamos chamar indígenas, 159 se não encontram nas regiões continentais próximas, embora sejam provavelmente legítimos representantes duma flora ali existente outrora. Conhecem se nosso arquipélago 106 vegetais lenhosos indígenas, entre arvores, arbustos e subarbustos, estando os dois primeiros grupos, que são os mais importantes, representados por 34 espécies, 10 das quais são europeias, 1 da Madeira e Açores, 3 da Madeira, Açores e Canárias, 11 da Madeira e Canárias e 9 peculiares ou endémicas. Distribuem-se estas espécies por 22 famílias, 4 das quais se não encontram na Europa, estando, porém, uma delas representada no vizinho império de Marrocos » XXIII «SOBRE OS SERVIÇOS FLORESTAIS» Subordinada ao título Sobre os Serviços Florestais, foi recentemente publicada em opúsculo a notável conferência, proferida a 4 de Abril de 1945, na «Sociedade de Ciências Agronómicas de Portugal», pelo ilustre engenheiro-silvicultor José Mateus de Almeida de Mendia, Director Geral dos Serviços Florestais e Agrícolas, da qual vamos extratar os seguintes períodos, que muito interessam ao revestimento florestal do nosso arquipélago e que manteem próxima afinidade com o assunto tratado neste breve e despretensioso estudo: No que respeita às ilhas Adjacentes, foram elaborados os planos complementares referentes ao Arquipélago da Madeira e ao distrito de Ponta Delgada do Arquipélago dos Açores, tendo Sua Ex.a o Ministro da Economia, por seu despacho de 4 de Dezembro do ano findo, (4-Dezembro-1944) concordado com as directrizes fixadas pela Direcção Geral dos Serviços Florestais e Agrícolas, segundo as quais deve ser definitivamente redigido e orçamentado o primeiro dos indicados planos, ou seja, o do Arquipélago da Madeira. Considerando os múltiplos aspectos sociais que reveste o problema florestal deste Arquipélago, provenientes das características do meio físico, da importância protectora da floresta na manutenção dos principais factores económicos da ilha-água de rega e turismo,- das exigências em material lenhoso duma população densa e das relações a manter com os proprietários do solo, do gado e dos povoamentos florestais existentes, procura-se com a execução deste Plano atingir: a)-a floresta natural, por intermédio da - sucessão de povoamentos que mais rapidamente conduza a esse objectivo, sempre que os projectos de arborização complementares indiquem como fim dominante a obter, a função de protecção do solo ou do regime hidrológico: b)-a máxima produção lenhosa, por intermédio duma silvicultura intensiva, em toda a restante superfície a arborizar: c)-a reserva dos valores ameaçados de destruição, de natureza geológica, botânica, zoológica, ou antropológica que existem no Arquipélago, incluindo as Desertas e Selvagens; d)-a correcção de torrentes e a consolidação dos solos desagregáveis e ainda a criação de um serviço de socorros contra quebradas e desmoronamentos» Os trechos que ficam transcritos fornecem o plano dos trabalhos mais importantes a realizar acerca do revestimento florestal da Madeira. elaborado pela Direcção Geral dos Serviços Florestais, em virtude do despacho do Ministro da Economia de 4 de Dezembro de 1944, sendo de presumir que em breve se inicie a execução desse grande melhoramento, que é sem contestação um dos mais notáveis com que o arquipélago madeirense tem sido contemplado nos últimos anos. [Fernando Augusto da Silva, O Revestimento Florestal do Arquipélago da Madeira, Funchal, 1946, parcialmente publicado in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento florestal no arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp.133-152] EDUARDO DE CAMPOS ANDRADA [1954] INTRODUCÃO No prosseguimento da vasta obra de Povoamento Florestal que o Estado vem realizando no Continente foi publicado em 22 de Fevereiro de 1951 o Decreto-Lei n.° 38:178 mandando pôr em execução o Plano de arborização dos Baldios da ilha da Madeira, a par da protecção dos arvoredos existentes, autóctones ou exóticos, e criando para esse efeito a Circunscrição Florestal do Funchal. Não obstante o interesse posto pela Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas na execução desta nova e delicada tarefa que assim lhe era cometida, só em fins de Abril de 1952 foi possível destacar o pessoal técnico necessário à concretização da referida lei. Desde então por várias vezes temos sido solicitados a proferir quaisquer palavras que visem o esclarecimento da opinião pública sobre o plano de trabalhos que os Serviços Florestais projectam executar no Arquipélago da Madeira, suas directrizes, objectividade, meios de execução e dificuldades a vencer. A esse incitamento temo-nos furtado até agora por reconhecermos quanto é melindroso abordar-se assuntos desta natureza antes que o conhecimento do meio, estudos criteriosos e os resultados das primeiras experiências permitam estabelecer com pormenor a orientação a seguir. Tudo isso, porém, é tão complexo e moroso que temos de concordar não ser justo, numa terra onde a população vive tão apaixonadamente os problemas da silvicultura-como aliás outros mais-, fazê-la esperar largos anos antes de se lhe explicar a razão de ser das providências e trabalhos que vão, pouco a pouco, delineando-se. Este é o propósito das nossas palavras. Que nos seja relevado o que nelas, forçosamente, há-de haver de imperfeito ou impreciso. I-IMPORTÂNCIA ESPECIAL DO REVESTIMENTO FLORESTAL DA ILHA DA MADEIRA SOB O TRÍPLICE ASPECTO DO INTERESSE CIENTÍFICO, AGRO-CLIMATICO E ECONÓMICO É bem conhecida a utilidade da arborização em geral, como meio de defesa contra a erosão, como elemento de abrigo e regularizador do clima e como factor económico essencial à vida de qualquer povo. Desta mesma utilidade se têm apercebido de há muito os responsáveis pela Administração na Ilha da Madeira; como prova, transcrevem-se as seguintes passagens de uma petição, velha de um século, que a vereação do Funchal dirigia à então Rainha D. Maria II: «Senhora: Os grandes montes que formão a ilha da Madeira, em outro tempo cobertos de ricas matas e hoje despidos d'esse utilissimo ornamento, apresentam uma necessidade urgentíssima de serem novamente arborizados. As fontes desaparecem; a terra vegetal é arrastada pelas chuvas para o oceano; e os penedos escalvados, soltos da terra e das raízes que os sustentavao, precipitão-se também durante o inverno ameação ésta Cidade e todas as povoações de repetição dos extensos males produzidos pelas quebradas e pelas inundações que ellas ocasionão. Esta necessidade, que todos os annos cresce, constitue a Câmara Municipal do Funchal na obrigação de implorar sempre ao Ilustrado Governo de Vossa Magestade todas as providencias possiveis que tendão a suspender os perniciosos effeitos da despovoação dos elevados montes da Ilha da Madeira. O remédio mais efficaz e mais útil é o restabelecimento do arvoredo, começando pelas principais vertentes». «Nenhuma Terra Portuguesa carece mais d'este socorro do que a Ilha da Madeira. Em nenhuma outra será elle mais proveitoso ao Estado». «Deus guarde a Vossa Magestade. Funchal em Vereação aos 3 de Janeiro de 1852. Ass) Presidente: António Gonçalves d'Almeida; Vereadores: João José d'Ornellas Cabral, João de Freitas Corrêa da Silva, João Augusto da Silva Carvalho, João Licio de Lagos de Teixeira, António João da Silva Bettencourt Favilla.» De facto, na Madeira o património florestal assume importância que pode dizer-se primordial por variadas razões. Começa logo por o arvoredo natural desta ilha constituir um tipo de vegetação quase único no mundo, pois só nas Canárias existem uns arremedos desta imponente laurisilva madeirense em que o Til, o Pau Branco, o Vinhático, a Faia (das Ilhas), o Aderno, o Teixo e o Perado são as mais nobres componentes. Pois tendo como certo que um dos mais graves erros que o homem pode cometer é provocar a extinção de uma qualquer espécie dos seres vivos com que a Natureza o dotou, compreende-se imediatamente que se tomem todos os cuidados para evitar que isso aconteça com este raro tipo de vegetação de que a Providência nos fez fiéis depositários. Não temos, de facto, o direito de deixar desbaratar essa dádiva da Natureza que constitui, aliás, um dos principais valores e encantos desta Ilha de tão reconhecida e rara beleza. Se reflectirmos depois sobre as condições topográficas, agrológicas e climáticas que caracterizam a Ilha da Madeira, somos forçosamente levados a concluir que o revestimento florestal é também sob este aspecto elemento que muito importa considerar. Com efeito, o extraordinário relevo do terreno, profundamente retalhado por essas ribeiras colossais, de tão esmagadora imponência, como são principalmente a de Machico, a do Faial, a de S. Jorge, a do Porco, a de S. Vicente, a do Seixal, a da Janela, a da Madalena, a da Ponta do Sol, a Ribeira Brava, a dos Socorridos, a de St.a Luzia e a de João Gomes, logo nos indica a formidável erosão a que está sujeita esta Ilha. Para fazer-se uma ideia do que é esse fenómeno erosivo basta fixar a atenção no volume dos materiais carrejados por essas torrentes ou reparar na extensa orla acastanhada que o mar apresenta na sua foz, durante a época das chuvas: que milhares de toneladas de terras e calhaus não serão assim levados, ano a ano, para o mar!... É, pois, necessário, para defesa do solo, que se mantenha arborizada a parte cimeira das serras e que se estabeleçam nos terrenos das encostas susceptíveis de agricultar-se cuidados especiais contra a erosão, mormente armando o terreno em sucalcos-«poios» e «mantas», segundo a terminologia madeirense-, constituindo valas de captação das águas-as célebres levadas com que o vilão põe à prova uma rara intuição a que a necessidade o obrigou-e estabelecendo sebes vivas ou faixas de vegetação natural que, orientadas segundo as curvas de nível, se oponham ao arrastamento da terra pela água das chuvas. Do mesmo passo assim se promoverá a conveniente utilização dessas águas que, uma vez disciplinadas, serão a maior riqueza da terra, o seu próprio sangue! Sem elas, em muitos casos, o agricultor madeirense ver-seia a braços com a miséria e seria impossível o progresso que nesta ilha se vai acentuando desde que as grandiosas obras dos Aproveitamentos Hidráulicos começaram a produzir os seus magníficos efeitos. Impõe-se por conseguinte não deixar enfraquecer as nascentes de água, essas fontes de que resultam tantos benefícios, e toda a gente conhece a notável influência que a arborização exerce nesse sentido: não tanto como elemento de atracção das chuvas, mas sobretudo como meio de intercepção dos nevoeiros promove a condensação da humanidade atmosférica, ao mesmo tempo que reduz as perdas por evaporação superficial, aumenta o poder de embebição do terreno e regulariza os mananciais de água no subsolo. Também sob o ponto de vista económico, pròpriamente dito, a floresta desempenha ainda e desempenhará por largos séculos importantíssima função nesta terra abençoada. Com tão densa população, a maior parte dos seus habitantes vê-se obrigada a autênticos prodígios de vontade e sacrifício para conseguir uma pequena parcela de terreno que lhe dê o pão de cada dia: nessa árdua vida, o vilão achar-se-ia a maior parte das vezes em situação deveras crítica se não tivesse onde ir buscar lenha para o lume, esteios ou tutores para as vinhas e hortas, rama e «feiteira» para sustento e cama do gado, etc. Importa, portanto, não deixar diminuir a possibilidade de abastecimento de todos esses produtos essenciais à vida deste laborioso povo, embora ele tenha também de sujeitar-se a uma certa disciplina e moderacão na forma de resolver os seus problemas. E se se considerar, até, a circunstância particular de estarmos numa ilha onde de um momento para outro podemos ver-nos reduzidos exclusivamente aos recursos próprios, mais imperativa se torna a necessidade de evitar-se o empobrecimento do seu património florestal, para que numa tal emergência possa ela bastar-se a si própria em madeiras e combustível; haja em vista aquilo de que valeram e o que sofreram por ocasião das últimas conflagrações mundiais os arvoredos da Madeira! Por fim, note-se o papel que o arvoredo desempenha na composição e aformoseamento da paisagem e pense-se no que isto pode significar para a própria vida económica do Arquipélago da Madeira, tão ligada como está ao turismo pelas suas extraordinárias belezas panorâmicas e pelo seu clima privilegiado que esse mesmo arvoredo ainda mais virá enriquecer e suavizar. Ter-se-á assim uma ideia geral da importância que, sob os mais variados aspectos assume aqui o revestimento florestal e melhor se compreenderá a razão determinante da orientação que o Governo da Nação, por intermédio dos Serviços Florestais, vai estabelecendo e que a seguir deligenciaremos concretizar. II-DEFESA, AMPLIAÇÃO E MELHORAMENTO DO PATRIMÓNIO FLORESTAL DA ILHA DA MADEIRA Relacionada com a referência atrás feita sobre o interesse científico das formações florestais indígenas da Madeira, a primeira medida que se impõe é a criação de Reservas florestais que assegurem a conservação para a posteridade dos núcleos mais representativos deste tipo único da flora lenhosa. Todos os países civilizados se preocupam hoje em dia com estabelecer um conjunto de Reservas naturais integrais e de Reservas florestais que garantam a sobrevivência dos tipos de vegetação ou animais e plantas mais ameaçadas de extinguir-se. Assim se encontram espalhadas pelas cinco partes do globo numerosíssimas Reservas representativas dos mais raros e belos tipos de vegetação que existem à superfície da Terra. Precisamente o ano passado foi-nos pedida a indicação das Reservas florestais estabelecidas na ilha da Madeira com vista à sua figuração num mapa de todo o mundo. Infelizmente não temos esse estudo ainda concluído, nem de resto é fácil concluí-lo ràpidamente se nos preocuparmos com fazer um trabalho criterioso, baseado em reconhecimentos florísticos e outras observações que permitam aferir as características vegetacionais dominantes em cada Reserva, sua rigorosa delimitação e cuidados ou medidas especiais a tomar para cada caso. Pensamos contudo desde já em propor a constituição de cinco Reservas florestais: a primeira nas alturas do Fanal; a segunda abrangendo a área baldia entre o Ribeiro de João Delgado ou Cova do Chaprão e a Ribeira do Inverno, incluindo presumivelmente o Montado dos Pessegueiros se o Estado se interessar pela sua aquisição, como reduto interessantíssimo que é da vegetação autóctone da ilha; a terceira, na parte cimeira dos baldios do Concelho de São Vicente, desde a Bica da Cana à encumeada e Pico do Ferreiro; a quarta, nos baldios do concelho de Machico, englobando o Lombo Martinho e o Lombo Comprido, na parte que fica acima da Levada da Serra do Faial; a quinta, nos baldios do mesmo Concelho, na Serra das Funduras, incluindo parte do Larano, para reconstituição da sua vegetação primitiva pois ainda aí se encontram representadas algumas espécies que são já raras. Outras áreas poderão igualmente vir a ser consideradas para o mesmo efeito, à medida que vá podendo fazer-se um reconhecimento mais completo de toda a ilha. Estarão também nesse caso parte dos Montados da Junta Geral, designadamente os do Galhano, Rabaçal e da ilha, mas ai o caso tem menos acuidade pois esses estão de sua natureza acautelados e será então preferível aguardar a oportunidade de podermos, com a sua submissão ao regime florestal, estudar o plano de trabalhos a que deverão ficar sujeitos, de acordo com a Junta Geral do Distrito. Desta forma se constituirá um grupo de Reservas florestais e de Matas submetidas ao regime florestal que será garantia da conservação de alguns dos principais e mais representativos núcleos da vegetação lenhosa da ilha da Madeira. Mas, se do ponto de vista científico e até turístico ou paisagístico, isto seria já muito interessante, do ponto de vista de defesa do solo contra a erosão e do melhor aproveitamento dos recursos hídricos e até do ponto de vista económico, há que ir muito mais além, defendendo a arborização ainda existente, quer nos terrenos baldios ou nos particulares e promovendo a arborização das serras que se encontram desarborizadas sempre que isso seja tècnicamente possível e se imponha para bem da grei. Com esse objectivo, graças à feliz iniciativa de ilustres deputados pela Madeira, foi publicado o já referido Decreto-Lei n.° 38:178, de 22 de Fevereiro de 1951, que condiciona e regulamenta o corte das árvores nas propriedades privadas e manda pôr em execução o Plano complementar para repovoamento florestal dos baldios do Arquipélago da Madeira, trabalho este da autoria do Engenheiro Silvicultor José Maria de Carvalho e em que mais tarde interveio também o Engenheiro Silvicultor José Alves. Quanto ao povoamento dos baldios, há que proceder primeiramente à respectiva submissão ao regime florestal e fazer depois os projectos de arborização para serem submetidos à aprovação do Conselho Técnico Florestal e Aquícola e por fim à aprovação em Conselho de Ministros. Está-se já tratando da submissão ao regime florestal dos baldios de Santa Cruz e Machico que virão a constituir o Perímetro Florestal do Poiso. Seguir-se-ão a seu tempo outros baldios igualmente desarborizados e onde se impõe também constituírem-se arvoredos que defendam o terreno, beneficiem as nascentes e se transformem por fim em utilidade e riqueza. Não obstante a importância destes objectivos, serão também tomadas em consideração algumas das utilizações que os povos vêm fazendo desses baldios, como seja a colheita de lenhas secas e varas, a apanha de matos e feiteira e até, embora isso seja apenas do interesse de alguns, a própria pastagem de gado lanígero e vacum, reduzido às convenientes proporções. Assim, o referido Perímetro Florestal do Poiso, englobando os baldios de Santa Cruz e Machico, com uma superfície total de cerca de 2.500 ha., virá a incluir áreas importantes para pastagem, não obstante nelas mesmas se proceda também a trabalhos de arborização em bosquetes ou em faixas (cortinas de abrigo), para conveniente aproveitamento e defesa do terreno e para protecção do próprio gado. Do mesmo modo serão atendidas, na medida do possível, outras servidões dos povos, tais como lenhas secas, feiteira, etc. Esses trabalhos de arborização far-se-ão gradualmente tendo por base o que se conhece da adaptação das espécies, as conclusões a que o reconhecimento do terreno permita chegar e os fins que mais importa atingir. Deste modo há-de haver zonas em que se procurará refazer a floresta natural, outras em que se terá em vista a constituição de matas produtoras de boas madeiras de construção e marcenaria, outras ainda em que se atenderá apenas à protecção do terreno, função de abrigo ou embelezamento da paisagem. Entretanto os Serviços Florestais estão já construindo nos locais mais apropriados dos baldios, casas para a guarda florestal que poderá assim acompanhar melhor os trabalhos e exercer depois a necessária vigilância. Quanto à parte da regulamentação dos cortes nas propriedades particulares, embora a Lei apresente algumas falhas que a seu tempo terão de ser corrigidas, não interessará fazer muitas considerações. Basta dizer-se que, à face da Lei, para cortar-se qualquer árvore ou arbusto de interesse silvícola é preciso que o proprietário faça um pedido à Circunscrição Florestal do Funchal, o qual é necessàriamente objecto de uma vistoria ao local, feito pelo pessoal técnico ou auxiliar da mesma Circunscrição, conforme a importância com que o caso se apresente, e de cuja informação dependerá, normalmente, a decisão de ser ou não autorizado o corte. A Circunscrição Florestal do Funchal está subdividida em duas Administrações: a Administração Florestal do Funchal e a Administração Florestal da Ribeira Brava que abrangem respectivamente a metade leste da Madeira com a Ilha do Porto Santo, e a metade oeste da Madeira. Em cada uma destas Administrações Florestais superintende um engenheiro silvicultor coadjuvado por um regente florestal. Para tornar eficiente esse serviço de Protecção dos Arvoredos e a correspondente fiscalização, ambas as Administrações Florestais compreendem por sua vez zonas várias, cada uma das quais deve ficar a cargo de um mestre florestal que oriente e verifique a actuação dos guardas florestais colocados nos Postos que se incluem no seu âmbito. Além de seis mestres florestais, o quadro do pessoal auxiliar da Circunscrição comporta 28 guardas; diga-se a propósito que este-número é manifestamente insuficiente para manter com regularidade o aturado serviço de vigilância e de fiscalização, pelo que há que manter outros tantos «vigias florestais», espécie de praticantes a guardas e que com estes cooperem nesse e noutros serviços. Estes esclarecimentos não têm interesse de maior, nem sequer constituem inovação, pois toda esta organização é a mesma que estava judiciosamente estabelecida pela Regência da Junta Geral do Distrito, apenas agora reforçada com o aumento de pessoal técnico e de quatro mestres florestais de 2ª classe. Aliás, vem a propósito mencionar, como justo preito de homenagem qué só agora se torna oportuna, que também noutras particularidades da organização do Serviço a Circunscrição Florestal do Funchal se baseou na orientação que estava sendo seguida criteriosamente pela Estação Agrária da Madeira. Interessará referir agora, para dar uma ideia do volume da exploração florestal nas propriedades privadas, alguns dados extraídos do mapa estatístico do movimento de cortes de arvoredo em propriedades particulares, no ano transacto. Assim, quanto aos pedidos de corte expressos em números de árvores, deram entrada na Circunscrição, em 1953, nada menos que 1.115, correspondendo-lhe um total de 15.616 árvores, tendo sido autorizados, total ou parcialmente 919, afectando 13.686 árvores (87,6%), e recusados 196, abrangendo 1.930 árvores (12,4%). Mas os pedidos de corte podem ser também expressos em superfície, e assim foram apresentados no mesmo ano 512 pedidos de corte abrangendo 1.780 ha, dos quais foram atendidos 451, referentes a uma área total de 1.665 ha (93,5%), e recusados 61, correspondendo-lhe a área total de 115 ha (6,5%). Estes números provam de qualquer modo não ter justo fundamento alguns comentários por vezes feitos ao exagerado rigor com que os Serviços Florestais vêm obstando ao corte de arvoredos em propriedades particulares. Não se tem compreendido, ou não se tem querido compreender, por exemplo, porque razões contrariamos geralmente um corte de louros, faias e urzes, quando o proprietário se propõe cultivar, em substituição desse arvoredo que pouco interesse lhe dá, pinheiros, eucaliptos ou acácias. E a razão é clara: já atrás se focou o papel que o arvoredo exerce na captação da humidade atmosférica, pela intercepção dos nevoeiros, dando origem às chamadas precipitações ocultas ou horizontais; pois essa influência, aqui posta tanto à prova, é sobretudo importante quando o arvoredo exerce coberto permanente, com toda a exuberância das suas condições naturais. De facto reconhece-se, modernamente, ser muito mais vantajoso, sob o ponto de vista de defesa dos recursos hídricos, manter intactos, no seu lugar de eleição, esses maciços florestais expontâneos, do que deixá-los desbaratar e, como compensação, pretender levar a arborização, quase sempre com base em espécies exóticas, a zonas mais pobres e desprotegidas onde algum arvoredo que se vá constituindo, onerosamente, nunca poderá exercer influência que se compare à da floresta natural. O maior entrave tem sido feito, portanto, ao corte das espécies indígenas, sobretudo quando as árvores não apresentam ainda sinais de decrepitude sendo ainda de notar que as autorizações de corte correspondem muitas vezes a parte dos rebentos de touças cuja vitalidade fica assegurada pela conservação de outros rebentos. Assim, por exemplo, dos 45 pedidos feitos para corte de tis, englobando 332 árvores, foram atendidos 26, ou sejam mais de metade, mas abrangendo apenas 54 tis, isto é, 14,9% do total que fora solicitado para corte. E, quanto às outras espécies: de 16 pedidos englobando 50 vinháticos foram atendidos 11, abrangendo 24 (47,8%); um pedido para corte de 2 Paus brancos, foi autorizado (100%); de 15 pedidos englobando 60 louros, foram atendidos 8 abrangendo 28 (46,6%); de 11 pedidos englobando 51 faias (das Ilhas), foram atendidos 9, abrangendo 19 (37,3%); um pedido para corte de 50 folhadeiros foi autorizado (100%); de 7 pedidos englobando 15 seixos, foram atendidos 4, abrangendo 5 (33,3%); um pedido para corte de 300 estacas de urze foi autorizado (100%); de 511 pedidos englobando 2.846 castanheiros, foram atendidos 387, abrangendo 1.677 (59%); de 48 pedidos englobando 77 nogueiras, foram atendidos 30, abrangendo 44 (63,2%); de 95 pedidos englobando 519 carvaLhos foram atendidos 82, abrangendo 282 (54,3%); um pedido para corte de uma amoreira foi recusado (0%); de 25 pedidos englobando 133 cupressos, foram atendidos 24, abrangendo 99 (74,4%); um pedido para corte de 12 álamos foi autorizado (100%); de 13 pedidos englobando 14 árvores ornamentais diversas, foram atendidos 11, abrangendo 12 (85,7%); de 297 pedidos englobando 8.157 pinheiros adultos, foram atendidos 296 abrangendo 8.112 (99,7%); de 23 pedidos englobando 243 eucaliptos foram atendidos todos, mas abrangendo só 242 (99,6%); e finalmente foram autorizados 4 pedidos englobando 24 acácias (100%). Também foram feitos 10 pedidos para aproveitamento de lenhas secas num total de 151 toneladas, tendo sido autorizados 8, num total de 127 toneladas (81,6%). Foram além disso recebidos 808 participações de corte de pinheiros, eucaliptos e acácias com menos de 20 anos de idade, abrangendo uma área avaliada em 282 ha., e para cujo corte a Lei dispensa a licença obrigando apenas à rearborização do terreno no prazo de dois anos. E por último concederam-se 28 autorizações para fabrico de carvão de giesta, uveira e tojo («carqueja» em propriedades particulares e para o período de chuvas que decorre de 1-9-53 a 30-4-54, tendo sido recusados 3 pedidos. Maiores detalhes sobre este serviço constam de mapas arquivados na Circunscrição e que ficam à disposição dos interessados, bem como quaisquer esclarecimentos sobre a actividade dos Serviços Florestais nas suas relações com o público. Tem-se, assim, procurado atender às necessidades de cada um, sabido como é que muita gente não tem onde ir buscar a madeira ou lenha de que necessita para os seus gastos caseiros se lhe não for facultado utilizar-se das árvores que possui na sua propriedade; mas, o valor dessas árvores, o papel que podem desempenhar no terreno e o seu estado de conservação é que influem fundamentalmente para que o seu corte seja ou não autorizado. Desta forma se vai disciplinando e moderando a exploração florestal da propriedade privada, tendo em vista evitar que por ignorância, ambição ou desinteresse se promova o empobrecimento da riqueza florestal na posse dos particulares. III-ASSISTENCIA TÉCNICA AOS PARTICULARES A intervenção do Estado na propriedade privada não deve, porém, ser meramente coerciva ou regulamentadora. Uma das principais funções dos serviços técnicos consiste precisamente em estudar os problemas que interessam ao domínio privado, para depois poder orientar a actividade particular e prestar-lhe a assistência e o apoio que assegurem o êxito dos empreendimentos, ou seja, o melhor rendimento dos capitais investidos. Por infelicidade nossa, os trabalhos experimentais que sirvam de base a uma orientação segura da actividade particular, exercida esta em circunstâncias as mais complexas e incipientes, não se fazem do pé para a mão, pois no campo da silvicultura os elementos em experimentação têm quase sempre maior longevidade que o próprio homem. O trabalho basilar a fazer será o levantamento do cadastro florestal do Arquipélago da Madeira, isto é, o reconhecimento das condições em que se encontram as diversas essências florestais indígenas ou exóticas, seja quanto ao seu âmbito, estado de vegetação e desenvolvimento, ou quanto ao interesse e valor económico que produzem. Sabendo-se, por exemplo, que algumas espécies exóticas, como o castanheiro, o carvalho e a nogueira, devem ser os elementos com que melhor poderemos contar para garantir o abastecimento das madeiras necessárias ao consumo interno, é preciso tratar de reconhecer quais as regiões mais favoráveis à cultura dessas espécies florestais, para que se cuide de aí a intensificar, banindo a cultura de outras essências que, embora de mais rápido crescimento, estejam menos aconselhadas até por serem esgotantes da fertilidade dos solos, e passarem a ter um carácter de praga invasora, como principalmente acontece com eucaliptos e acácias. E de igual modo se impedirá o cultivo daquelas mesmas espécies produtoras de boas madeiras nas regiões que não ofereçam condições de meio favoráveis, de modo a evitar que por ignorância ou capricho se constituam arvoredos sem futuro, mais susceptíveis ao ataque de doenças e parasitas que aí encontrarão campo fértil para a sua expansão com grande prejuízo para a sanidade dos arvoredos em geral. Em última análise consistirá esse trabalho em elaborar uma carta florestal da ilha da Madeira, na qual se indicarão as manchas mais favoráveis à cultura das diversas essências, tendo em consideração o clima, a natureza do terreno, a altitude, a exposição e outros mais factores que sejam de atender. A seu tempo passarão a ser fornecidas aos proprietários, a preço módico, as sementes e plantas de que necessitarem para a arborização de terrenos, de acordo com as indicações da carta florestal, para o que já vem despontando no viveiro florestal do Santo da Serra apreciável quantidade de árvores, designadamente castanheiros. Depois há que orientar os particulares na melhor forma de conduzir a exploração florestal, quer no que respeita aos cortes finais, quer quanto às práticas culturais-desramas e desbastes. É flagrante o caso dos pinhais que na ilha da Madeira, com excepção da região do Porto Moniz e Ponta do Pargo, são geralmente explorados entre os dez e vinte anos de idade, para produção de lenhas de inferior qualidade. Se ao contrário, como a técnica aconselha, se fossem fazendo desbastes sucessivos nesses pinhais, acompanhados das convenientes limpezas das ramificações inferiores, poder-se-ia obter alguns anos mais tarde material lenhoso de muito maior valia, essencialmente madeira para embalagem de que há tão grande necessidade: basta dizer que S a 6 mil toneladas de madeira de pinho verde têm sido utilizadas nestes últimos anos para embalagem de frutas e produtos hortícolas, e já daqui se infere o grande interesse económico que o problema reveste. A questão estará em ver qual a maneira de conciliar o maior interesse económico do País com o interesse do particular, na maior parte dos casos pequenos proprietários que se vêem obrigados a explorar pinhais assim tão cedo para equilibrar as suas marcas economias. Há ainda a considerar que se fosse aumentado o termo da explorabilidade dos pinhais para os vinte e cinco ou trinta anos (como mínimo) seria já possível obter desses pinhais um rendimento acessório a partir da resinagem que, conduzida segundo os preceitos que a própria Lei impõe, não afecta a qualidade da madeira e consubstancia nova fonte de receita com larga projecção na economia nacional. Uma das razões que nos têm sido referidas por alguns proprietários como justificação de não procederem com regularidade e em tempo oportuno ao desbaste e limpeza dos pinhais é o facto dessas práticas culturais serem muito onerosas em relação ao valor dos produtos que deles provêm; mas estamos esperançados de que esta razão virá a desaparecer se forem coroados de êxito os esforços que vão sendo feitos para a exportação de varas para as ilhas Canárias, em condições de preço remuneradoras. Também a limpeza e poda dos castanheiros é prática pouco seguida na Madeira e no entanto com ela muito poderia beneficiar a produção de castanhas, com mercado garantido no estrangeiro. Por último referiremos que a acção dos Serviços Florestais neste capítulo de assistência técnica aos particulares, incidirá também no tratamento das árvores atacadas por insectos xilófagos ou quaisquer doenças, merecendo-nos especial atenção o caso da doença da tinta, essa terrível enfermidade que tem destroçado os mais importantes soutos da zona mediterrânica e que já de há tempos aqui vem também causando importantes prejuízos. Estão os Serviços Florestais desenvolvendo no Continente uma acção profiláctica bastante notória contra este e outros inimigos do arvoredo e também na Madeira foi organizada uma equipa para prestar essa assistência que esperamos possa ser desenvolvida com decisão e êxito logo que consigamos obter a indispensável aparelhagem. Quer dizer: procura-se orientar a actuação dos particulares segundo as boas regras da economia florestal, intensificando e melhorando a cultura de espécies exóticas que garantam as madeiras e lenhas precisas para o consumo deste Arquipélago, reservando-se ao mesmo tempo para o Estado a criação de arvoredos cuja exploração deva ficar sujeita a revoluções mais longas e que correspondam, portanto, a um empate de capital que em geral não é compatível com os pequenos recursos da economia privada. Desta forma se evitará o recurso exagerado ao corte das melhores essências da flora indígena e mais fácil será salvaguardá-la dos assédios a que tem estado sujeita. IV-OUTROS PROBLEMAS RELACIONADOS COM A QUESTÃO FLORESTAL Independentemente da forma de conduzir a cultura ou a exploração florestal, há que considerar uma série de factores de destruição dos arvoredos que é forçoso debelar. Queremo-nos referir em especial à acção do fogo, do gado e dos carvoeiros, colhereiros e vassoureiros. O fogo é a maior calamidade que pode atingir a vegetação: desde as árvores mais frondosas até à humilde erva que cresce à sua sombra, desde o humus à fauna microbiana que é a vida do solo, tudo se perde ou aniquila na voragem das chamas! E aquilo que a malvadez, a ignorância ou a imprevidência assim fez destruir em poucas horas, levará depois anos, muitos anos, a refazer-se. Grande calamidade é, de facto, esta dos incêndios! No entanto, todos os anos, em dias de lestada sobretudo, irrompem os fogos em vários pontos da ilha, destruindo as alterosas labaredas núcleos importantes de vegetação. Quer esses fogos sejam ateados no intuito de preparar novos pastos ou com mira em colher-se depois as lenhas queimadas, ou ainda para limpeza de terreno ou por simples descuido, é preciso acabar de vez com eles. Os Serviços Florestais hão-de naturalmente tomar para isso todas as possíveis providências, principalmente fazendo redobrar a vigilância nos períodos e locais de maior perigo, dotando os Postos florestais com rede telefónica privativa para imediato alarme e melhor conjugação de esforços, promovendo enfim a aplicação de severíssimas penas aos infractores. Todavia o problema só poderá ter cabal solução quando toda a gente, principalmente a que vive nos campos, se dispuser a tomar as indispensáveis precauções para evitar os incêndios nas serras. De contrário está-se sempre mais ou menos sujeito a que surja aqui ou além um fogo e então, com o espantoso acidentado da ilha, por muito que se esforcem os guardas florestais, por mais decidida que seja a colaboração do povo que eles consigam apenar ou a das próprias corporações de bombeiros e militares, é sempre difícil evitar que cheguem a haver avantajados prejuízos. Trabalho insano e inglório que esse é, impõe-se divulgar entre o povo um verdadeiro temor do fogo, elemento destruidor dos mais terríveis. A questão do gado posto a pastar livremente nas serras é outro problema gravíssimo para a arborização e o principal responsável pelo desnudamento progressivo das serras da ilha da Madeira. Felizmente este problema vai a caminho de resolver-se com a retirada do gado suíno e caprino, conforme disposições tomadas pelos Serviços Florestais de acordo com todas as entidades oficiais do Distrito, e em cumprimento da Lei da Pastagem, de 1913. De facto, se há gado ruim é a cabra: de uma voracidade extraordinária, alcançando os pontos mais inverosímeis das serranias, ela destroça toda e qualquer espécie de vegetação que encontra; o til ou o pinheiro, a urze ou a uveira, a giesta ou o tojo, a silva ou a feiteira... tudo lhe serve! No entanto, extramamente gulosa, tem especial predilecção pelas folhagens mais tenras e, mal descobre a pequena árvore que vem a despontar entre as urzes, logo a traça num ápice. O povo por sua vez completa a acção destruidora da cabra, pela grande quantidade de sementes que ingere e também pelo que lavra no terreno em procura de raízes, principalmente a da feiteira. Não vamos ao ponto de afirmar que uma vez retirado este gado das serras fique desde logo assegurado por processo natural o seu conveniente revestimento florestal. Muito haverá ainda a fazer-se para que possa concretizar-se de forma mais conveniente e em período de tempo satisfatório essa recomposição do coberto florestal; mas é fora de dúvida que, sem se acabar com a livre apascentação do gado nas serras, nunca se poderia pensar nisso. Quanto ao gado lanígero e vacum, como já foi dito, serão delimitadas as zonas dos baldios que ficarão reservadas para pastagem, condicionando-se apenas o número de cabeças que poderá ser admitido em cada área, de acordo com as suas próprias possibilidades de apascentação e o conveniente ordenamento das pastagens. Todavia diligenciar-se-á compensar quanto possível a redução do número com a melhoria da qualidade, para o que se pensa em introduzir gado mais produtivo, construir ovis e casas de abrigo para os pastores, fazer o melhoramento das pastagens, organizar enfim a pastorícia em bases racionais. Completa este triunvirato dos principais inimigos da floresta o vilão que se dedica, sem lei nem roque, ao fabrico de carvão, colheres e vassouras. Os prejuízos que essa gente causa na arborização das serras é também muito considerável, às vezes não tanto pela quantidade de produto explorado mas sobretudo pela falta de consciência com que o fazem, originando prejuízos de maior monta com os incêndios que provocam, ou pela destruição irreflectida da vegetação nos locais onde ela é mais acessível e onde por vezes mais necessária seria a sua conservação para defesa do terreno. Pensamos, contudo, que, uma vez submetidos os baldios ao regime florestal, estes usos poderão também ser disciplinados, por um lado com a concessão de licenças especiais que condicionem o fabrico de colheres e de vassouras sob a orientação dos guardas florestais e mediante o pagamento de uma taxa acessível; e, por outro lado, estimulando o revestimento de vastas propriedades particulares que hoje se encontram absolutamente desnudadas, com aspectos de erosão impressionantes, e que revestidas ao menos de giesta ou «carqueja» (tojo), poderiam assegurar o fabrico de carvão necessário ao consumo da população, poupando-se assim o arvoredo de maior valia que por vezes é sacrificado a esses fins secundários. Numa palavra: os Serviços Florestais procurarão sempre, com a melhor boa vontade, encontrar uma solução aceitável para atender, com a indispensável moderação e disciplina, às mais comuns necessidades dos povos. Já assim o fizemos concedendo deliberadamente ao povo das freguesias do Seixal e Ribeira da Janela áreas para esmoitadas onde lhes é agora possível obter a feiteira necessária para a sua agricultura e em locais muito mais acessíveis do que os píncaros da serra onde iam furtivamente cortar ou incendiar as urzes para tornar viável o desenvolvimento da feiteira. Claro está que o vilão em geral, e principalmente o pastor, estará ainda um tanto desconfiado e incrédulo das vantagens que lhe apregoamos com esta orientação. Mas à medida que possamos ir tendo mais contacto com o povo e que este vá sentindo que se lhe não nega a apanha da lenha, de mato ou de erva, desde que isso seja feito com o indispensável método e cuidado; quando ele observar que lhe dá mais vantagem ter umas poucas ovelhas nos pastos melhorados pelos Serviços do Estado do que trazer maior quantidade delas, à mistura com cabras e porcos, a pastar livremente pelas serras; quando ele puder notar que já brota mais água das nascentes e que há já árvores onde só havia pedras; quando vir, enfim, que a vida se lhe apresenta mais risonha e prometedora, então ele há-de reconhecer a razão e a justiça da intervenção dos Serviços do Estado nos seus usos e costumes. Noutra ordem de ideias focaremos agora rapidamente o interesse que, sob o ponto de vista turístico e recreativo, poderão desempenhar os trabalhos a realizar pelos Serviços Florestais. De facto basta supor, por exemplo, o que poderá vir a ser um dia o Perímetro Florestal da Serra do Posio, quando já revestido de arvoredo de folhagem variegada e far-se-á ideia de como poderão realçar-se os quadros de surpreendente beleza que disfruta o transeunte que, descendo do Poiso para o Santo da Serra, possa com comodidade seguir esse triângulo turístico de primeira plana, a dois passos do Funchal, apreciando as vistas soberbas que vão desde os estranhos recortes cimeiros da ilha até à Ponta de S. Lourenço. Ou imagine-se que, à semelhança do que têm feito no Continente, vão também aqui os Serviços Florestais e Aquícolas promover o povoamento piscícola das principais Ribeiras e logo se adivinha o interesse que despertará ao turista a ideia de dar um passeio até ao Ribeiro Frio e aí passar umas horas entretido na pesca desportiva da truta ou da carpa. Enfim, estes são aspectos sem dúvida secundários da actuação dos Serviços Florestais, mas que não deixarão no entanto de despertar algum interesse à população da Madeira. V-O CASO PARTICULAR DO PORTO SANTO Deixámos para o fim algumas referências à ilha do Porto Santo, mas isto não significa que lhe dediquemos menos interesse. Poder-se-á até dizer que a última será a primeira, pois é no Porto Santo que os Serviços Florestais vão iniciar os seus trabalhos de arborização. Com efeito, não podendo ficar indiferentes em face de tão impressionante escassês do revestimento do solo e da intensidade dos fenómenos erosivos que se constatam no Porto Santo, juntámos o nosso grito de alarme ao de tantos outros que se têm esforçado por minorar esses graves inconvenientes. E de facto, em nenhuma outra parte deste Arquipélago será tão urgentemente necessária a intervenção dos Serviços Florestais, no sentido de se constituírem arvoredos que defendam o solo da erosão e venham a melhorar as condições de vida dos habitantes da ilha. Disto mesmo logo se apercebeu a Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas que mandou executar o projecto de correcção torrencial e de defesa do solo nas encostas do Pico do Castelo. Este projecto, concluído em Junho de 1953, foi posteriormente aprovado pelo Conselho Técnico Florestal e Aquícola e depois ainda em Conselho de Ministros, devendo entrar em execução logo que seja ultimada a aquisição dos terrenos particulares em que se realizarão os trabalhos. Outra qualquer solução não se tornava exequível, pois era impraticável levar a um regime de comparticipação com o Estado os proprietários dessas pequenas parcelas de terreno, muitos deles ausentes da ilha e com as propriedades entregues nas mãos de caseiros. Além disso, na maior parte, não dispõem de meios ou não têm interesse em realizar essa obra assaz complicada que só ao cabo de muitos anos de porfiados esforços poderá representar algum valor material. É preciso ter presente que se torna indispensável proceder à armação do terreno em pequenos socalcos, com muros de suporte, para dar à terra maior poder de embebição das águas e defendê-la assim da erosão. E qual seria o particular que se disporia a compartilhar em trabalhos desta natureza se ainda por cima os Serviços Florestais lhe dissessem que do arvoredo que se fosse constituindo só ao fim de vários anos e com muita moderação lhe seria permitido colher alguma coisa? Só com a resolução tomada de adquirirem-se para o Estado, por preço evidentemente baixo, de harmonia com o seu fraco valor, os terrenos onde mais se impõem os trabalhos de defesa e revestimento do solo, poderão os Serviços Florestais dar conta dessa importante obra de regeneração do terreno e de constituição de arvoredos de que resultarão para os habitantes de Porto Santo benefícios tanto maiores quanto mais vasta for a sua extensão. Começa logo por no projecto ora aprovado estar prevista a verba de 1.650 contos para a execução pròpriamente dita dos trabalhos a realizar, o que repartindo-se embora por um período de 10 a 20 anos, não deixará de ter certo interesse de ordem económico-social. Mas não se trata apenas de uma maneira de dar trabalho: trata-se de modificar as condições agro-climáticas e as próprias condições de vida do Porto Santo. Queremos fazer alguma coisa para reduzir as dificuldades por que passa essa gente que muitas vezes tem de recorrer à «rasteira», aos cardos e à bosta de vaca para acender o lume: queremos impedir que se vão cavando cada vez mais fundo esses sulcos que as águas têm aberto no solo desprotegido, arrastando para o mar o melhor da terra; queremos ainda contribuir para o maior desenvolvimento e embelezamento desta ilha que só pela sua magnífica praia e sol resplandecente poderá um dia, organizado convenientemente o serviço de comunicações e com instalações hoteleiras capazes, constituir mais um importante motivo de atracção turística que muito beneficiaria a própria Madeira. Com este rumo traçado vão os Serviços Florestais procurando singrar caminho. A viagem é longa e não será para os nossos dias ver chegado o seu termo. Mas o principal é começar; depois, com persistência e a boa vontade de todos, alguma coisa há-de resultar a bem da Madeira. Eduardo de Campos Andrada Funchal 7 de Maio de 1954. [Separata nº .XII da Liga para a Protecção da Natureza. in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento florestal no arquipélago da Madeira (1952-1975), Lisboa, 1990, pp. 155-164] EDUARDO DE CAMPOS ANDRADA [1955] MEMORANDUM O arquipélago da Madeira constitui sem dúvida uma das regiões do País onde a execução do «Plano de Povoamento Florestal», aprovado pela Lei n.° 1971, de 15 de Junho de 1938, se torna mais transcendente. Na Ilha da Madeira, sobretudo, o revestimento florestal assume primordial importância visto que ele é a origem, é o fulcro em que, no futuro como no passado, hão-de alicerçar-se os principais factores da economia do Distrito. Com efeito, baseia-se na floresta o aproveitamento do solo e da água, tarefa sublime a que o madeirense se devotou até aos limites do incrível, com o esforço ingente de quem luta pela própria vida; socorre-se da floresta a densíssima população da ilha para obter não só as madeiras e o imprescindível combustível lenhoso, mas também os tutores ou varas para fins agrícolas e ramagens para alimentação do gado, para tapagens ou para vassouras; o fabrico de colheres de pau, a indústria de embutidos e o fabrico de carvão são outras tantas actividades que buscam na floresta a matéria prima que lhes é precisa; é ainda a floresta necessária para protecção das zonas de pastagem que, sem ela, rapidamente se vão exaurindo devido ao grande acidentado do terreno e ao deficiente regime pastoril; por último, constitui também a floresta um complemento magnífico sob o ponto de vista turístico, a amenizar com o suave recorte das ramarias, de sombras acolhedoras, a agressividade das culminâncias das serras, de tão fortes tonalidades e bruscos pendores. Por este rápido enunciado se avalia o papel importante que representa a arborização dos baldios da ilha da Madeira, a dentro do próprio espírito da Base XVI da Lei n.° 1971 que estabeleceu o Plano de Povoamento Florestal. Afigura-se-nos, porém, que entre todos os aspectos referidos havemos que nos preocupar, fundamentalmente, com o problema de ordem social. A população rural da Madeira habituou-se a práticas, adquiriu vícios, que têm de ser corrigidos, por vezes até severamente reprimidos, sobretudo quanto ao terrível costume de lançar fogo às serras; mas ela luta também com necessidades fundamentais que não podem ser ignoradas! Todo o trabalho dos Serviços Florestais deve, portanto, ter aqui principalmente em vista mais o aspecto educacional e coordenador das necessidades do povo, do que o aspecto puramente material: não interessa tanto, na Madeira, a questão económica da arborização de uns milhares de hectares de baldio, mas sim levar o povo a cuidar da sua subsistência sem arruinar os bens incalculáveis que a Natureza pôs à sua disposição de forma tão caprichosa. Quer dizer: o problema florestal a resolver nestas ilhas é, sobretudo, um problema de disciplinação e de assistência técnica. Se os Serviços do Estado, e principalmente os Serviços Florestais, não puderem ou não souberem resolvê-lo, nada se conseguirá de construtivo: arvoredos, terras e águas... tudo se irá perdendo com o tempo!... Por outro lado, não deve esquecer-se o alcance social que representa, só por si, a execução dos trabalhos a cargo destes Serviços, como agente fixador da própria população. Principalmente no Porto Santo, onde chegava a ser necessário o Governo conceder subsídios para alimentação em anos de maior crise, vai-se já notando no comércio o benefício resultante do emprego, quer pelos Serviços Florestais, quer pela Junta Geral do Distrito Autónomo, de toda a mão de obra disponível; mas também para a ilha da Madeira, caracterizada por uma elevadíssima densidade populacional, de mais de 300 habitantes por km2, são de grande interesse todas as realizações que concorram para a fixação das gentes que se veem forçadas a emigrar numa proporção de 5000 pessoas por anos segundo os dados obtidos dos últimos annos Daqui se infere que os referidos trabalhos, até pela sua complexidade, devem ser realizados com vagar e grande ponderação. Nada que se compare a «empinheirar» as serras de lés a lés, para a rápida produção de um material lenhoso que seria fácil de criar, mas cujo interesse económico-social seria duvidoso, de tão generalizada que já está na Madeira a cultura do pinheiro bravo. A isso se opõe, de resto, a própria natureza da flora expontânea. Não há na Madeira um palmo de terreno, por mais fragoso, que possa desperdiçar-se. Tudo terá que ser aproveitado da melhor forma, objectivamente. O problema estará em constituir, sob o ponto de vista técnico, económico e turístico, os arvoredos que melhor se individualizem com as condições ecológicas locais e de modo a assegurar, quanto possível, a coexistência da pastorícia, a colheita de matos e ervagens e a produção de madeiras de qualidade com que possam satisfazer-se as indústrias da marcenaria, dos embutidos, da tanoaria e da própria construção civil, defendendo-se assim ao mesmo tempo os mais raros e belos arvoredos naturais. Uma série de medidas havia previamente a tomar e esse tem sido o principal trabalho da Circunscrição Florestal do Funchal, desde há três anos: A regularização do aproveitamento de lenhas e matos, agora limitado a dois dias na semana; a proibição de cabras e porcos em livre apascentação nas serras; a delimitação das zonas de pastagem com bardos, para que o gado ovino e vacum não invada as áreas a arborizar inicialmente; a discussão dos próprios limites dos baldiostarefa esta que nos tolheu o passo por mais de um ano, de confusa que era a situação; a construção de casas de guarda e de ovis com casa anexa para abrigo de pastores por forma a permitir ordenar e fiscalizar a apascentação de gados e outras mais usufruições que o povo faz das serras; o melhoramento de caminhos, de modo a facilitar o acesso aos locais das construções e para benefício também das populações circunvizinhas; a instalação de viveiros florestais donde se espera poder retirar-se para os locais de plantação, na próxima época das chuvas, algumas centenas de milhar de árvores das mais variadas espécies; o estudo da rede divisional dos perímetros florestais, por forma a assegurar desde já as vias de comunicação consideradas mais necessárias aos trabalhos de arborização, como também à defesa contra fogos e à futura exploração dos arvoredos; a organização do sistema de vigilância e ataque aos fogos nos perímetros florestais e na propriedade particular; e alguns pequenos ensaios efectuados quanto à adaptação de diversas essências florestais e ao melhoramento das pastagens, tudo isto representa, a par dos trabalhos de hidráulica florestal e de arborização realizados na ilha do Porto Santo, alguma coisa já feita pelos Serviços Florestais no Arquipélago da Madeira, nos três anos decorridos após a instalação da Circunscrição Florestal do Funchal. Mas, para que os trabalhos possam prosseguir com o devido incremento e oportunidade, de forma a alcançar-se o ambicionado êxito, torna-se indispensável, por um lado, a aprovação do Governo às justificadas providências que lhe vão sendo solicitadas e, por outro lado, a continuidade do decidido apoio que nos tem sido dado pelo Governo do Distrito e demais autoridades locais. Assim como se impõe também, da parte de todos, a devida compreensão das medidas que se vão tomando para proveito futuro da população deste Arquipélago. Funchal, Maio de 1955 [Memorandum do engº Eduardo Campos Andrada, chefe da Circunscrição Florestal do Funchal., in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento Florestal no Arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp. 167-168] INTRODUÇÃO A literatura é um testemunho confidencial dessa relação do homem com o meio envolvente, que se revela no dia a dia ou numa primeira descoberta do visitante. Compilados alguns destes últimos testemunhos conclui-se que a visão que o visitante tem da Madeira obedece a estereótipos, dando a ideia de estar-se perante um produto que se vende aos visitantes. Os locais de referência e deslumbramento são quase sempre os mesmos, isto é, Pico Ruivo, Rabaçal, Caldeirão Verde (...) O êxtase e estupefacção perante a realidade que se depara assume expressões e descrições repetitivas, quase que decalcadas umas das outras. Para muitos a ilha é uma lenda que aqui se reforça com novos testemunhos. É a lenda com título de Flor do Oceano, que tem expressão tanto em Francisco Travassos Valdez como Júlio Dinis. Outros há, no entanto, que se detém com o deslumbramento daquilo que se revela diante dos olhos. É o quadro que se segue nos testemunhos de Julião Quintinha, Hugo Rocha e Henrique Galvão. Para quase todos a prolixa presença de flores nos espaços ajardinados da cidade e das quintas ou na harmonia de paisagem são testemunhos da beleza incomparável da ilha. Deste modo António da Costa Macedo definia com um Jardim da Flores. A presença das flores leva ao deslumbramento de João Ameal com os jardins, enquanto M. Teixeira Gomes se detém no da Quinta Vigia. É na verdade no espaço definido pelas quintas madeirenses que mais se expressa essa exaltação da ilha. Destas são de visita obrigatória as do Palheiro Ferreiro e Jardim da Serra. A quinta madeirense, segundo Luís Teixeira define-se pela exoticidade do seu espaço. A imagem bíblica do Éden está presente na maioria dos escritos de uma manifestação explícita ou implícita. Beltrão Pato define aquilo que vê como um espectáculo paradisíaco e compara os vales da ilha que o acolhe aos do paraíso. E, Edmundo Tavares atrever-se mesmo a definir a ilha como um "rincão de magia e sonho, verdadeiro Éden o paraíso Terrestre", destacando o contraste entre o quadro natural e os jardins da cidade, definidos por uma variedade de flores. Esta é a ideia dominante em todos ou quase todos os testemunhos que compilamos. Mas esta primeira visão poderá ser complementada com outras reveladoras de outras preocupações, nomeadamente a de entender como aqui se delineou a relação do homem com o meio. A forte presença do homem neste cenário é assim motivo de atenção para a maioria dos que escrevem sobre a ilha. Ao deslumbramento da paisagem, agreste, florida, segue-se a exaltação da presença humana. Quem melhor entendeu essa realidade foi J. Vieira Natividade. Para ele aquilo que conta na ilha que veio encontrar em pleno século XX foi a acção do homem. Aliás, a "A Madeira é obra de ciclopes", sendo o próprio vilão na sua fisionomia a "personificação da paisagem". Ele "não venceu a rocha apenas com a picareta e a força dos seus músculos, senão com a férrea têmpera e a sua indómita coragem". Para ele a ilha não é o Éden, mas sim "a epopeia do trabalho, a glorificação da sua labuta heróica", por isso, estamos perante um "campo de luta do homem contra as forças hostis da natureza". Esta opção foi definida desde o início da sua ocupação pois Zarco e Tristão lançaram um olhar cobiçoso "para os troncos dos arvoredos preciosos e para o solo fecundo em que a floresta vicijava". O trabalho secular expresso nos poios, nas produções agrícolas e no casario que emoldura as ravinas da ilha, é aquilo que se fica da primeira impressão da retina que se sobrepõe à visão do paraíso. Este labor do ilhéu para humanizar o meio adverso é também testemunhado por Raul Brandão, Edmundo Tavares e Maria Lamas. Para além desta repetitiva viagem da ilha pode-se constatar o interesse por outras realidades, por vezes reveladoras de preocupações ambientalistas. Bulhão Pato, após o deslumbramento da Quinta do Palheiro Ferreiro, detém-nos nos "bosques, em que os ramos de flora europeia abraçam e beijam as árvores dos trópicos..." Aqui a bondosa floresta não é uma realidade anónima. Ferreira de Castro vai mais longe nas suas observações. Primeiro tendo em conta a imagem do empenho que devastou a ilha nos inícios de ocupação conclui feliz que o mesmo não chegou ao recôndito Rabaçal. No Poiso fica preso da imagem do "seu despovoado, animal e vegetal" que contrasta com o vale de loureiros da encosta de S. Vicente. Mesmo assim a acção do homem não é condenada pois ela foi capaz de transformá-la: "A ilha deixara de ser bosque para ser bosque, horta e jardim". Já no volume que o Marquês de Jácome Correia dedicou à madeira as preocupações são distintas dos demais que acabamos de referir. Não é o espectáculo visual de natureza que o atrai mas a forma como tudo isto aconteceu. Primeiro é a forma de formação da ilha e a descrição do seu solo, a que se juntam as espécies autóctones da flora local. Em contraste com esta realidade evidência a acção do homem no repovoamento florestal da ilha com eucaliptos, pinheiros, acácias, carvalhos e pinheiros, que invadiram a ilha, nomeadamente a vertente sul desflorestada, a partir do século XIX. Do testemunho de escrita madeirense retivemos apenas Eduardo Nunes e Horácio Bento de Gouveia. Enquanto no primeiro o olhar da natureza se espelha através da imagem e escrita dos visitantes, para o segundo é a própria vivência rural que o leva à exaltação do ruralismo dessa ancestral ligação do homem ao meio que o envolve e domina. BIBLIOGRAFIA GERAL ARAGÃO, António, A Madeira Vista por Estrangeiros, Funchal, 1981. GOMES, Alberto F., "Autores Estrangeiros que Escreveram sobre a Madeira", in Ocidente, nº356, vol. LXXIII, 1967, 252-258 "Ferreira de Castro e a Madeira", in DAHM, vol. VII, nº.39, 37-41 GOMES, Álvaro Reis, "A ilha da Madeira Vista por Grandes Nomes das Letras Nacionais e Estrangeiros", in DAHM, vol. VII, nº.38, 1968, 27-29 MARINO, Luís, Musa Insular(Poetas da Madeira), Funchal, 1960 MENDONÇA, Maria, A Ilha da Madeira Vista por Intelectuais e Artistas Portugueses, Funchal, 1969 1985 NASCIMENTO, Cabral, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959 PORTO DA CRUZ, Visconde(Alfredo António de Castro Teles de Menezes de Vasconcelos de Bettencourt de Freitas Branco), Notas & Comentários para a História Literária da Madeira, 3 vols, Funchal, 1949-1953 SUMARES. Jorge, "Breve Digressão pelo Tempo e pelos Textos", in Transportes na Madeira, Funchal, 1983 VIEIRA, Gilda França, e FREITAS, António Aragão de, Madeira- Investigação Bibliográfica, 3 vols, Funchal, 19811984 COLECTÂNEA DE TEXTOS LITERÁRIOS FRANCISCO TRAVASSOS VALDEZ[1825-1892] SÃO tantas as maravilhas que encerra em si a Madeira que em verdade quem a vê acreditará por momentos que os jardins de Armida e os Campos Elisios da fábula deveriam ser como esta formosa ilha, chamada por excelência a Flor do Oceano. Julgar-se-ia mesmo que aquelas maravilhas não são uma realidade, mas sim um sonho ou ficção de poetas ! (…) - Do Jardim da Serra seguimos para diante e fomos admirar o maravilhoso quadro do Curral das Freiras, na proximidade da propriedade do referido cônsul. É um sítio tão interessante da ilha que quase sempre é o primeiro que os viajantes costumam visitar e aonde têm lugar repetidos e agradáveis piqueniques, um dos recreios muito em voga na Madeira, como quase tudo o que são usos e costumes ingleses, por causa do grande número de pessoas desta nação que frequentam a ilha e nela residem, principalmente os que procuram remédio contra a tísica naquele belo e saudável clima. - Não há pena ou pincel que descreva a impressão que o viajante experimenta quando ao chegar ao cimo dum caminho construído a 800 metros de altura, pouco mais ou menos, --se lhe apresenta de repente o vale do Curral das Freiras, desenrolando-se-lhe aos pés como um quadro fantástico. Suspende-lhe os passos um estremecimento involuntário, e, cheio de surpresa e terror, vê-se à borda de um medonho precipício de extraordinária profundidade; parece que as rochas basálticas se abriram, se fenderam por meio dalguma formidável explosão vulcânica, que provavelmente teve lugar em remotíssimas eras, e que despedaçando as camadas fundamentais originaram aquele vaso pasmoso, que a acção poderosa das torrentes, que desde séculos e séculos se despenham por aqueles serros abaixo, tem ido alargando cada vez mais ! [Francisco Travassos Valdez, África Ocidental, cap. I, (1864)in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp 25, 28-30] RAIMUNDO ANTÓNIO BULHÃO PATO [1829-1912] Eram duas da tarde. Não havia uma nuvem no céu. Espectáculo paradisíaco! País privilegiado, não tem no mundo torrão, que lhe dê de rosto! As grandes eminências - o cabo Girão, promontório mais alto da Europa; o Campanário, na montanha; a Senhora do Monte, sobre a cidade; e as frechas dos picos, cravando-se no azul denso de um céu, que é já africano! Levadas e saltos de água, precipitando-se em catadupa; brocados pelas aluviões e rotos, os montes! Bosques, em que os ramos da flora europeia abraçam e beijam as árvores dos trópicos, embaladas pelas brisas do mar! Rosas agrestes, festonando os valados; lírios nos impérvios; violetas bravas, mais aromáticas que as de Parma, nos brejos viçosos! Auras mansas e rescendentes, suspirando com a morbidez dos amantes... Terra para os idílios de Mosco, e para as trágicas fantasias de Ésquilo e Shakespeare. (...) Nos recessos daquelas serras, entre brenhas de verdura, as fontes frias fervem, e derivam por veias, a cujas margens floritas modestas abrem na força do dia e, noite cerrada, fecham, para esconder o aroma com que hão-de saudar a madrugada, entreabrindo os imaculados turíbulos! Ali não revoam as aves; mas das alturas, cantando, lá lhes anunciam, como em paga às primícias do seu perfume, os primeiros lampejos do Sol! Lábios de mulher, que nestes memorosos vales trocarem um beijo, devem sentir os primeiros eflúvios do Paraíso terreal! Com as flores rivalizam os frutos. O ananás, a anona, creme finíssimo, fabricado ao ar livre, por mãos ignotas; a bananeira reserva, rojando os cachos, e até o tabaibo, na sebe viva, eriçado de espinhos, abrindo o seio hostil e bravio, é fruto delicioso! Pâmpanos nas encostas, e sobre fraguedos alcantilados, dão o racimo, cujo sumo, nos sumptuosos banquetes, atila a inteligência e alegra o coração! [Bulhão Pato, Memórias, ed. 1986, vol. II. pp.126-127] ANTÓNIO DA COSTA DE SOUSA MACEDO[1824-1892] QUEM não conhece a ilha da Madeira, ainda que ali não aportasse nunca ! Cemitério de flores, onde tudo fala de amor e tudo é formoso. Já um talento definiu a ilha: «Uma porção do paraíso trazida pelas mãos dos anjos para o meio daquelas águas». É em verdade um paraíso, onde a alma se espraia em contemplação. Tudo ali respira imensidade. Os olhos descobrem horizontes sem termo; a verdura apresenta variações novas que enfeitiçam a vista; as flores aos milhões transformam a povoação num jardim, cuja atmosfera balsâmica se respira já do mar e que fez supor aos primeiros descobridores um encanto das negras matas, ao mesmo tempo medonhas e feiticeiras, para atrair os aventureiros; a temperatura dulcíssima converte as quatro estações num Abril permanente, que só não reanima os que são já quase cadáveres; as águas acordam esperanças nos que a brisa tépida já salvou, e gemem sobre a areia sons de saudade aos que vão à praia ver se avistam) pela última vez, o navio que lhes traga da terra, onde deixaram as suas afeições, a certeza duma recordação que o túmulo não apague. Moribundos, querem ainda levar consigo para além mundo um sentimento daqueles a quem amaram. Se aquelas águas repetissem o que têm ouvido ao serem contempladas! Se aquelas flores delatassem os segredos da esperança ou do desengano que lhes foram revelados ! Se de todas aquelas saudades, desalentos, pedidos, desejos e penas se fizessem páginas dum livro, que lágrimas seriam suficientes para ler um tal livro das tristezas humanas ! (…) [António da Costa de Sousa Macedo, “Na Ilha da Madeira”, in José de Castilho o herói do Mondego, 1874, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 19-20] ACÚRCIO GARCIA RAMOS [1834-?] Em volta desta baia é que está edificada tilda de montanhas e, em anfiteatro, a cidade do Funchal, afamada pela amenidade do seu clima, risonha pela sua casaria de brilhante alvura, entremeada das árvores sempre verdes das suas praças e jardins. Mas o que particularmente a recomenda, além da imerecida consideração em que é tida como estação invernal para doentes, são os encantos dos seus arredores. Do interior da cidade em pouco tempo se chega aos montes que demoram por detrás dela e de cujo cimo tão fascinador espectáculo se goza pela formosura dos panoramas que dali os olhos relanceiam para qualquer lado que se voltem. Um desses panoramas é seguramente o que se desfruta do adro da igreja da Senhora do Monte. A encosta dum monte que se eleva a 649 metros acima do nível do mar, encosta assombrada por árvores e plantas de diversas regiões e climas opostos e regada pelas águas dalguns riachos que correm em plácido curso, está povoada de pequenas casas a alvejar por entre os claros daquelas abóbadas e arcarias de vegetais" e em uma clareira, dominando a paisagem variadamente pitoresca, eleva-se a igreja da Senhora do Monte a mostrar de longe aos navegantes as brancas cúpulas das suas torres, depois, estendem-se diante do templo, em dilatado horizonte, vales amenos, bosques frondosos, serranias alcantiladas, vários acidentes naturais do terreno, e, como complemento do formosíssimo quadro que naturais e estrangeiros apreciam e contemplam, negras rochas de basalto defendendo a ilha das vagas do Atlântico. Espectáculo sublime ! O Palheiro do Ferreiro, rica quinta no gosto inglês, com bela casa, tanques, lagoa, montado de veados, e ferregiais, pertence ao Conde de Carvalhal; a Camacha, que é, como o Monte, um continuado jardim somente interrompido por elegantes casas de campo; e Santo António da Serra, com os seus deliciosos pontos de vista e com a sua lagoa no cimo da montanha, enchendo a cratera dum vulcão extinto, são bonitos arredores da cidade que os visitantes percorrem com entusiasmo. A quinze quilómetros para o noroeste do Funchal, à frente das duas mais importantes e produtivas freguesias rurais, Câmara de Lobos e Estreito, fica o Jardim da Serra, círculo quase completo de montes; arborizados, somente interrompido por uma abertura para o mar, limitada mas graciosa, onde está fundada, em assento eminente e em meio dos ondeados terrenos cultivados do vale, a abra para o lado do norte o famigerado sítio do Rabaçal, vasto semicírculo de montanhas vestidas de verdura, donde brotam claras e sussurrantes águas que constituem uma solitária e encantadora cascata, cuja descrição é superior à energia da palavra e ao vigor do pincel mais hábil. Essas águas, que iam perder-se no mar ao norte da serra que do oriente ao ocidente divide toda a ilha por uma alta encumeada, encanadas e reunidas em uma levada, foram aproveitadas, fazendo-as atravessar ao sul da mesma serra por meio duma galeria subterrânea de 430 metros de extensão, a fim de irem levar a fertilidade a longos tratos de terrenos incultos e improdutivos. Em meio, porém, destes bosques frondosos formados de árvores seculares que encobrem com as suas copas o sol e o horizonte, em meio deste ambiente risonho onde rebentam fontes que serpeiam por entre pedras e verduras e que nos dão em cada represa um espelho e em cada trago a saúde, como é consolador ver o trabalho inteligente do homem realizar uma obra que não só vivifica a agricultura mas que acredita o povo que a empreendeu e não menos o governo que a custeou ! O espectador fica absorto em meio deste concerto da natureza e da arte e, ao despedir-se desse quadro magnífico, lança sobre ele um volver de olhos como quem lamenta que. seja aquela a vez derradeira duma tão arrebatadora contemplação ! [Acúrcio Garcia Ramos, Ilha da Madeira[1879], in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp.43-49] JOAQUIM GUILHERME GOMES COELHO (JÚLIO DINIS)[1839-1871] Quero mostrar-lhe a Madeira através das individualíssimas impressões que o meu espanto recebe nela, e isto sem plano, sem método, sem coordenação didáctica e só conforme a corrente irregular e caprichosa das minhas ideias. (…) - Quando a formosa ilha da Madeira? Levantando-se da espuma do mar como a mitológica Citereia, crescia para nós a receber-nos, abrindo o seu seio benéfico e maternal aos desconfortados que nela só depositavam as suas derradeiras esperanças, sentíamos todos penetrar-nos o coração um desses suaves prazeres como o que nos produz, no meio duma turba de. estranhos, o encontro dum rosto e dum sorriso de amigo. - Formava um consolador contraste com a tremenda severidade do mar a amena perspectiva da ilha ! (…). Para que a Madeira nos sorria, para que nos apareça formosa como a descreve o poeta inglês e fragrante como uma verdadeira flor do Oceano, é necessário sair do recinto da cidade, procurar às freguesias rurais, subir as íngremes ladeiras que costeiam os picos e espraiar então a vista pelos formosíssimos vales que vão descobrindo o seio fecundíssimo aos nossos olhos maravilhados. Que vigor e variedade de vegetação ! O verde doirado da cana realça entre as diferentes cambiantes da mesma cor de plantas de todos os climas. A palmeira de África agita a sua fronte graciosa junto dos carvalhos da Europa; a bananeira, vergando ao peso dos seus cachos, cresce cheia de viço nos mesmos pomares onde se enfeitam de flores os pessegueiros e as laranjeiras odoríferas. As rosas, as malvas, as madressilvas florescem espontâneas à beira dos caminhos;debruçam-se dos muros as buganvílias entretecendo os seus cachos roxos com as flores alaranjadas das bignónias; tudo tem um ar de festa e alegria. A choça mais humilde tem um jardim à entrada; as flores sorriem à porta dos ricos e dos pobres. E quanto mais nos elevamos mais se pronuncia este magnífico aspecto do país. Dum lado vemos aos nossos pés o mar liso como um espelho, azul como safira, limitado ao longe pelo grupo das Desertas vagamente tingidas do azulado da distancia; do outro lado as altas serranias que rompem as nuvens e cujos cimos antas vezes tinge a ofuscante alvura das neves. E nos flancos, abertos em fundas quebradas, sulcados em ribeiras pelas torrentes do Inverno, uma vegetação exuberante, cheia de vida, encobrindo aqui uma; casa isolada, enfeitando além uma povoação risonha que se agrupa em torno dum campanário. Então sim, então a atmosfera embriaga, o peito aspira com voluptuosidade esse; balsâmico, o espírito liberta-se de todas as apreensões que nos gelavam os sorrisos nos lábios e goza-se despreocupado do mais surpreendente espectáculo que pode imaginar-se. Mas não é só a natureza que tão afável e acariciadora se mostra aos desesperados enfermos que se refugiam aqui; impressões igualmente gratas, igualmente consoladoras lhes vêm de origem diversa. É geral a simpatia que os doentes inspiram à gente da Madeira. Se os doces afectos de família, se os carinhos duma esposa, duma mãe ou duma filha se podem substituir no mundo, é aqui a terra para tentar a experiência. Sentis que vos rodeia uma atmosfera de simpatia. Pessoas que nunca vos falaram, que não conheceis, seguem passo a passo, com sincero interesse, os progressos das nossas melhoras ou as alternativas do vosso padecimento. Com o olhar que a experiência tem amestrado, estudam-vos no semblante as probabilidades de bom ou mau êxito na luta pertinaz da natureza contra o influxo fatal que vos subjuga. E esse prognóstico é quase sempre infalível. [Joaquim Guilherme Gomes Coelho(Júlio Dinis), Inéditos e Esparsos, 1910, t. II, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 55, 58-60] MANUEL TEIXEIRA GOMES [1860-1941] A primeira impressão da ilha da Madeira -tenebrosa e farta - é flagrante desacato a esses modelos respeitáveis e vem tributar-nos, a despeito de tudo, a estesia que honramos. Mas como chega depressa a reconciliação e como esmaece a aparente hostilidade suavizada em trechos surpreendentes, infinitamente diversos e de engenhoso arranjo ! Pois haverá no mundo paisagem mais aliciadora do que esta que eu desfruto, agora mesmo, do jardim embalsamado e silencioso- da Quinta Vigia ? Tudo é imobilidade e sossego no panorama em gris que a minha vista abrange: mar de calmaria, adamascado, com a sua orla bordada de barcos em relevo - cascos de seda frouxa e mastreações de retrós - à luz igual, branca, branda, que o alto céu leitoso coa do Sol que se não vê; as verduras maciças da serra aliviando-se da espessura em verduras mais tenras, ao contraste dos casais caiados, e ao longe, sombrejando o horizonte, uns arremedos de Capri, ilhas perdidas cujas corcovas montam por sobre a última linha do mar. Os jardins aéreos da Quinta Vigia são refúgio inviolável a quem busca isolamento durante o dia, e o predilecto lugar de reunião, durante a noite, para quem não prescinde de diversões mundanas - com paradas à roleta. Paraíso com sol e Inferno com lua, sentenciará talvez o moralista vivaz e importuno. Eu não moralizo, amigo bem sabe; eu venho aqui de dia, quando fico no Funchal a descansar dos meus continuados passeios pela serra. Dentro da cidade não há sítio mais adequado a retiros intelectuais e, decerto, merecem preferência a quaisquer outras as horas de calor, contanto que se aviste e oiça o mar, para, sossegado o corpo, abrir ensanchas à imaginação e senti-la então largar pano, pouco a pouco, buscando rumo e hesitar na derrota até que, ao leve sopro do mais fortuito indício, se faça de vela direito a remotas, desconhecidas, almejadas plagas. (…) Mas se as paisagens observadas até aqui, embora preciosas, não escapam à humilhação .das analogias deprimentes, urge notar-lhe que divisei aspectos de irrefutável originalidade na minha recente jornada ao Curral Grande ou Curral das Freiras. Esta pavorosa depressão geológica encerra no círculo das suas muralhas de granito negro, à profundidade de muitas centenas de metros, um vastíssimo e deslumbrante tapete de tintas fundidas a primor em culturas variadas e prósperas. Tal é a surpresa de encontrar assim entregue à monstruosa aglomeração de rochas bravias a guarda daquela maravilhosa alfaia, cujo desenho" e colorido somente se explicariam nas combinações duma arte reflectida e consumada, que não sopeamos a fantasia e, à incitação do conjunto fabuloso, para ali trasladamos instintivamente quadros mitológicos, imaginando que ali mesmo se congregaram os exércitos de titãs para ocultar o seu paládio, antes de acometer o céu. 0 Prestava-se a luz à visão perfeita, exaltada na transparência do ar que acendia as cores como cristal puríssimo, das alturas onde me assomei. Tudo ali era pintura; nenhum relevo perceptível destrinçava as árvores de outra vegetação mais chá; as casas denunciavam-se no rigor geométrico das suas manchas e movimento algum traduzia o gorgulhar do homem naquele fundo matizado onde - a impressão do isolamento absoluto, de alheamento expiatório, de natureza enclaustrada sobrepujava a qualquer outra. [Manuel Teixeira Gomes, Cartas Sem Moral Nenhuma, 1904, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp.66-67, 71-72] RAUL GERMANO BRANDÃO [1867- 1931] Ao fim da tarde começa a erguer-se diante de mim uma coisa azulada e indistinta com uma grande nuvem cinzenta acachapada em cima. O sol que bate nos altos ilumina o cone dum monte e esguicha de entre as névoas sobre a extremidade dum morro quase negro. Já se distinguem as nodosidades disformes da terra e paredões, envoltos em fumaça que entra em rolos pelas fendas abertas da pedra; destacam-se, com majestade, do horizonte plúmbeo. Acentua-se a dureza, as chapadas, as ravinas, os cortes perpendiculares e cor de ferro, adivinha-se o drama que deve ter sido este parto, cheio de convulsões e de desmoronamentos, quando o grande cataclismo dilacerou e desmembrou o continente submerso, deixando patentes, neste resto, feridas que ainda hoje sangram. E nos bocados de cisco, que por acaso caíram e alastraram à beira-mar, agarraram-se meia dúzia de casinhas que têm por pano de fundo a massa espessa erguida logo pelo lado de trás. Seis horas:—tudo avança e se impõe em roxo, com riscos verdes de culturas e cumes doirados de montanhas; para o norte fixou-se uma aglomeração de pastas solenes que escondem a terra. E a costa caminha, direito a mim, cada vez mais violenta e mais negra. Mete medo. Mal se distinguem as florestas nos altos enevoados, e os vales profundos por onde a água no Inverno deve cair em torrentes. O navio segue encostado à falésia, que deste lado da ilha não tem fundo, mostrando-nos a Madeira cortada por um machado que a abriu de lés a lés, atirando com a outra parte para o fundo do mar. 12 um bronze severo e trágico, que contrasta com a entrada do Funchal e a outra costa da ilha. Vou olhando para as povoações—Jardim do Mar, Paul do Mar, agarradas às muralhas, onde só distingo escorrências de zinavre. Só o homem! só o homem é que se atreve a cultivar socalcos abertos a fogo na perpendicularidade da falésia! (Vamos tão perto de terra que ouço os galos cantar.} Madalena do Mar, esmagada entre dois morros, que se reflectem em negro no veludo da água, Ponta do Sol e Cabo Girão, que a noite torna mais espesso e maior... Todo este panorama, na cinza do crepúsculo, recortado em negro num céu cor de chumbo, transformado pelas nuvens que baixam ainda mais, e desdobrando-se em sucessivos recortes sobre a tinta parada das águas, assume proporções extraordinárias. Já mal distingo a terra até à ponta desmedida da Cruz, por trás da qual nos espera o porto de abrigo. A cada momento que passa, mais alto e mais escuro se me afigura o paredão que nos intercepta o mundo. Só há uma vaga claridade para o lado do mar; o resto é negrume alcantilado e monstruoso colaborando com a espessura da névoa e o indistinto da noite. Uma luzinha se acende na imensa solidão e na mancha cada vez mais opaca. É o homem, subvertido, duas vezes isolado entre a montanha e o mar. É uma alma. E essa pequenina luz humilde chega a ser para mim extraordinária de grandeza: é uma estrela que me faz cismar. 14 de Agosto De manhã acordo em terra. Abro a janela e entra-me pela janela dentro o cheiro a trufa. Corro tudo no primeiro momento—as vielas animadas, as ruazinhas calçadas de seixos ensebados, onde deslizam carros de bois sem rodas, pintados de amarelo, com toldos frescos e cortinas de ramagem apartadas ao meio. Olho para as casas brancas e amarelas, de beirais caiados de vermelho e gelosias pintadas de verde, que dão ao Funchal um carácter familiar e íntimo. Tudo me surpreende: o calor, a luz forte, o jardim com fetos e um grande jacarandá de flores roxas, arbustos penetrados de satisfação, que na imobilidade e no silêncio vão desfolhando sobre a terra e deixando um charco rubro em roda. Uma gota de água cai ali para o fundo sobre outra água imobilizada. O ar é um perfume gordo. Sento-me sob os grandes plátanos que nos recebem ao desembarcar do porto —mancha impenetrável e deliciosa. Subo: um largo irregular e depois a igreja, grande cofre de sândalo com doirados e incrustações em madre-pérola. Lá dentro cheira a incenso e a madeira preciosa; cá fora, por cima dos telhados, descobre-se sempre a carcaça denegrida da serra. Vou ao mercado —o mercado atrai-me: pequenino, com duas ou três árvores e uma fonte, todo ele transborda de fruta como um cesto cheio—cachos de bananas amarelas, alcofas de vindima a deitar fora, com damascos, figos pretos sumarentos e entreabertos, a destilar sumo. Toda a fruta aqui é deliciosa e a banana deixa na boca um perfume persistente para o resto da vida. Ao som da fonte de mármore que reluz em fios com uma Leda no alto agarrada ao seu voluptuoso cisne, isto forma um quadrinho todo em manchas coloridas, com sol às mãos-cheias por cima. A primeira vista, confunde: tem a gente de colocar-se a distância, como nas pochadas, para distinguir as uvas doiradas, as papaias, o vermelho dos tomates, as araras e as aves exóticas penduradas nos troncos, e sob os toldos, entre guinchos de macacos de S. Tomé e o falatório cantado do povo da Madeira, as mulheres de lenço branco na cabeça e botas de cano alto e rebuço, que preparam farnéis para a festa do Monte, os homens tisnados e secos, as inglesas de cabelo curto, vestidas de branco, cortadas pelo mesmo padrão que a Inglaterra agora fabrica e exporta para todo o mundo. A vista falha e perturba-se, o cheiro entontece. É preciso meter o pincel para aqueles fundos para dar as sombras roxas com muito azul, o verde-negro das couves, o quadro estonteante orvalhado pela fonte. Reparem como a própria sombra é luminosa e palpita. Com ela palpita o doirado das bananas, o amarelo dos melões, o vermelhão intenso das malaguetas enfiadas em rosário. E se um cesto sai da sombra para a luz, então os frutos faíscam, ardem e adquirem transparências extraordinárias. E a água cai aos pingos, a refrescar o quadro, misturada com sol reluzindo, que pincela aqui, pincela ali, por entre as árvores. Mas para ver a cidade e os subúrbios em conjunto sobe-se ao Pico de Barcelos. À medida que me afasto do centro, vão aparecendo casinhas isoladas entre jardins, e as largas folhas das bananeiras, ainda em botão roxo ou onde pende já todo o regime amadurecido. Lá do alto descobre-se enfim o majestoso anfiteatro. É uma grande concha, que termina dum lado no Pico do Garajau e do outro na Ponta de Santa Cruz, com o fundo de serra ondulado. Os vales e as linhas dos talvegues vêm lá de cima rasgados pelos enxurros sobre um leito de pedras em estilhaços, escorregadias e azuladas. Isto escuro, plúmbeo? porque o céu forra-se de nuvens que envolvem os montes. Para o espectáculo completo é preciso escolher a manha, a tarde, ou os dias puros de Inverno, porque o céu da Madeira anda quase sempre nublado, correndo a fumaceira pela barreira imensa que toma todo o horizonte do lado da terra e desce até ao mar em rampa retalhada de culturas e povoada de casinhas que se vão aproximando e apinhando ao chegarem à cidade branca e sensual. Tudo que se avista. à excepção dos cumes denegridos. foi dividido em hortas, em poios de cana muito verdes, em quintalejos de rama, donde irrompem tufos de bananeira, numa amplidão que entontece e deslumbra. São léguas de fertilidade, de jardins, de campos e culturas, que nos impõem o recolhimento e o silêncio. À direita, a serra estende-se até Câmara dos Lobos. Só depois que me afaço— os olhos afogaram-se-me em azul- é que distingo os riscos violetas das encostas, as vivendas lá no alto entre vinhas e pomares, os prédios rústicos pendurados na rocha e agarrados à montanha, aberta ao meio por um rasgão violento e romântico. O carácter desta paisagem bem o procuro... Atrai-nos por todos os sentidos e só tem um desejo—amolecer-nos e decompor-nos... Espreito os jardins dos palácios, onde tudo se conserva alinhado e correcto, e as casinhas rústicas, que são o meu enlevo. Passo e entrevejo um banco. Às vezes basta um muro caiado com meia dúzia de vasos e flores—para ter uma sensação de encanto que não encontro aqui. Falta uma pontinha de melancolia, aquela alma de certos recantos portugueses que, com dois caminhos, uma igreja, um pinheiral e um sopro de erva, nos comunicam uma impressão deliciosa de repouso e saudade. Faltam-me as manhãs enevoadas e pálidas, os dias loiros e desconsolados com algumas sardas. Esta paisagem não se contenta com duas ou três árvores, o ar fino e pouco azul derretido: é exigente e pesada. t materialista e devassa. Ao mesmo tempo é bela. As palavras pouco exprimem nestes casos: o principal na Madeira é a luz que cria e tanto amadurece o panorama como os frutos, porque a única imagem que encontro para este conjunto é a dum fruto maduro que tomou pouco a pouco, com os vagares de quem não tem mais que fazer, as cores do Sol, as da manhã e do poente, e que chegou a um estado perfeito que delicia e perfuma ao mesmo tempo. A terra emerge da tinta azul com os tons quentes do ananás, que é o morango dos trópicos—paraíso sem frio nem calor, a que se ajunta ainda o sabor dos vinhos bebidos aos golos e cuja transparência se avalia através do vidro erguendo-o para a luz. A luz! dar a luz, seria tudo, mas só um pintor encontra este doirado—azul diluído que envolve toda a paisagem deitada a nossos pés como as mulheres que oferecem os seios duros com impudor e inocência ao mesmo tempo. As próprias árvores que irrompem de todos os lados—estranha vegetação tropical misturada com todas as outras: ciprestes, cactos, plantas envernizadas, entre grupos de pinheiros mansos e grandes seres imóveis e fortes, estendendo a ramaria sobre as ruas, são de carne. Aprendi na escola aquela santa história dos três reinos da Natureza—mas aqui as árvores, vigorosas e duma verdura gorda, pertencem sem dúvida nenhuma ao reino animal. 15 de Agosto Todas as noites não pude pregar olho. Duas, três horas sem dormir. Na rua passam guitarras e rodam automóveis com mulheres. A noite é uma volúpia e o ar deste clima tropical uma carícia logo que desaparece o Sol. De manhã bato para a serra. O Funchal para o Sul a costa é quase sempre cortada a prumo: Santa Cruz, e lá no alto o Senhor da Serra; uma fenda enorme por onde entra o mar—Machico, e logo o Caniçal à beira de água e o relevo caprichoso da Ponta de S. Lourenço. Para lá do cabo começa a costa norte, a parte mais selvática, mais verde e talvez a mais bela desta ilha tão variada e decorativa. Ao fim da tarde os morros formidáveis, vistos de bordo, sucedem-se num cenário espesso, que se desenrola em manchas escuras, com um resto de fuligem de sol pegada àquela imensidade, que nessa hora ainda parece mais vasta. A Madeira é um maciço de serras cortadas a pique na costa oeste, descendo até ao mar na costa norte e mais cultivado nos vales e gargantas inundados pelas águas. O interior da ilha é montanha em osso com excepção do Paul da Serra. A parte onde só fazem as culturas ricas, a mais agasalhada e onde não cai neve, a que eles chamam folheto, é o Sul, que produz a cana no litoral e a vinha nas encostas. No Curral das Freiras—- cordilheira central— curioso vale de erupção, ravina enorme apertada entre vertentes alcanti1adas, com profundidades que metem medo e que vão até oitocentos metros, deparam-se povoaçõezinhas perdidas, o Livramento. a Fajã Escura, o Curral, etc. Este sítio revolvido e dilacerado explica talvez a formação da ilha, onde se encontram mais vestígios de crateras, com indícios de erupções relativamente recentes, nos charcos do porto Moniz, na Caniça, no Caniçal, etc. Desfilam ainda diante de mim as gargantas apertadas, só sombra, e uma encosta iluminada a toda a luz—profundas vertentes alcantiladas, num rasgo a prumo—cerros pedregosos gerados pela erupção, a ribeira que escorre no sopé dos picos Ruivo e Canário—aldeiazinhas tão isoladas no alto de morros—o Pico da Figueira, o Curral, a Fajã Escura— barrancos formando o leito de torrentes—terrenos desolados e pedregosos, por onde deve andar o diabo em dias de vento. Depois, outra vez a paisagem se modifica: os montes figuram castelos arruinados e ferozes da Idade Média. É outra a vegetação—loureiros e o til nos fundos onde encharca a humidade. Desolação e surpresa, contrastes, amplos cenários de serra e mar, como no alto do Senhor da Serra, onde os pulmões são pequenos para se encherem daquela atmosfera perfumada. Agora o sítio triste entre penedia negra, e cheirando a peixe, da Câmara dos Lobos, logo algumas aldeias, à beira de pequenos retalhos cultivados, com molhos de lenha secando à porta das choupanas. Às vezes um açude para a rega, a greta donde escorre a água, e lá para o fundo o abismo, com um espigão tremendo ao lado que faz sombra e favor: há sítios destes no Curral onde o sol só entra durante cinco ou seis horas por dia." [Raul Brandão, As Ilhas Desconhecidas, Lisboa, s.d.; 1ª ed. 1926, pp.176-182] VIRGÍNIA DE CASTRO E ALMEIDA[1934] Os compêndios de geografia dizem, referindo-se às Desertas: «Um grupo de ilhoas sem importância». - Efectivamente sem importância. - Não existem habitantes nas Desertas, nem culturas, nem fontes, nem arvoredo. A vegetação é rara e magra, o solo é quase todo constituído pela rocha viva; não há, se pode dizer, terra arável. E as cabras selvagens e os coelhos bravos que lá crescem lutam com sérios embaraços para conseguirem viver.. Mas para mim as Desertas são um mundo. Têm uma alma; uma alma estranha, profunda, eloquente. . . e variável também, como as almas humanas. -Ao contemplá-las surgem-me na imagem as mais assombrosas evocações. Esqueço o tempo, encantada a ouvi-las, enquanto os meus olhos admiram os seus cambiantes divinos, os seus aspectos sempre novos e inesperados. Ora se afastam para distâncias infinitas (visões etéreas, longínquas, inacessíveis) ora se aproximam claras, nítidas, com um. ar de sonoridade e de graça, mostrando os ângulos afiados das suas ravinas, os recortes agudos dos seus campanários, as rectas das suas torres e das suas ameias de basalto, o estranho conjunto da sua arquitectura de sonho que a luz transforma e onde o homem não tocou. - As vezes são azuis, opacas; entristecem lá no meio do oceano como se tivessem nostalgias e se tornassem de repente misantropas. Outras vezes desatam a rir, fúteis, transparentes, radiosas de luz e de ligeireza. Passam do azul escuro e turvo para o rosado macio da carne, como um barómetro de cobalto. Falam de todas as tristezas e de todas as alegrias; são expressivas como gestos de tribunos, como rostos de actores; são impressionantes como vozes inspiradas de sibilas e de iluminados. (…) Ah, minhas lindas Desertas, que eu agora mesmo estou vendo, irisadas, poisadas sobre o mar com a ligeireza de nuvens transparentes e efémeras! Que belas histórias elas me contam e como povoam a minha solidão! - As vezes, à hora do poente, nos dias em que o Sol mergulha no mar deixando no horizonte um brasido e o céu em volta semeado de nuvens resplandecentes, afigura-se-me que a luz ao despedir-se abraça e beija as Desertas e lhes confia, até à madrugada seguinte, o depósito sagrado das cores. - E então, enquanto o horizonte se vai a pouco e pouco apagando e que as sombras da noite principiam já a surgir do lado do nascente, eu vejo as Desertas imóveis e concentradas como três relicários. Tornam-se côncavas, translúcidas; transformam em cristal as suas rochas opacas; irradiam uma claridade sobrenatural como a taça milagrosa do Santo Gral. Contem no seio, fundidos, os amarelos pálidos, opulentos ou alaranjados dos topázios, o vermelho luminoso e rico dos rubis, o carmesim das granadas, o intenso e divino azul das safiras, o verde das esmeraldas límpido e profundo. Assemelham-se a três virgens cristãs ajoelhadas defronte do altar onde tivessem comungado e onde se -conservassem extáticas, transfiguradas pela intensa ilusão de possuírem em si um Deus de infinita bondade e de suprema beleza. Mas o poente empalidece a mais e mais; a noite avança lá do nascente... E nas Desertas as cores amortecem lânguidas, descoradas, a morrer de saudades. Os rubis perdem o seu fulgor, as esmeraldas transformamse em opalas, as safiras em turquesas, os topázios em ametistas doloridas, magoa. Depois, na ilhota maior, as rochas altas e agudas desenham recortes vagos de catedrais goticas; e as cores prisioneiras, que momentos antes brilhavam como um tesouro pagão, cintilam agora amortecidos e misticos vitrais iluminados interiormente por círios lacrimosos e lâmpadas de azeite brujuleantes em volta de sacrários. E eu evoco as lendas cristãs glorificadas na Idade Média, lembro-me dos milagres, dos martírios, dos prodígios; revejo as multidões de Belini em volta de Santa Úrsula, a Santa Catarina de Luini levada ao Céu pelos três anjos, o S. Jorge de Carpaccio combatendo o dragão, todas essas coisas encantadoras e radiosas criadas pela fé e enobrecidas pela arte. Os últimos reflexos do Sol vão desaparecer no poente... Em torno das Desertas, de toda a orquestração das cores triunfantes fica apenas o verde puro que não se funde, que envolve as ilhas moribundas numa auréola suave antes de ser absorvido pela sombra. E a noite desce; e a lua surge no seu quarto crescente, como a lâmina duma foice, polida e fria, mostrandome as Desertas negras boiando lá ao longe no mar.;. Então o rumo das minhas ideias muda mais uma vez: penso nas focas de olhos de veludo que se abrigam nas misteriosas grutas daqueles blocos de basalto, gemendo e lamentando-se como almas penadas. As focas... E aí vai a minha imaginação... É que as Desertas tem a magia de Xerazade; e eu compreendo o Sultão que escutou as histórias maravilhosas, sem fastio e sem cansaço, durante mil e uma noites. [Virgínia de Castro e Almeida, No Mar Tenebroso, 1934, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 123-128] MARQUEZ DE JACOME CORREIA [1882/1937] O aproveitamento do solo e do clima Quanto mais se serpenteia em automóvel ou em carro pela costa sul da Madeira, mais se arreiga a convicção de que a ilha é um immenso rochedo fendido por todos os lados e que a terra aravel apparece alli aonde o antigo colono aguentou no socalco, industriosamente, em leito assente sobre armação de pedra, um quarteiro d'essas materias friaveis que são vestígios de decomposições de varias naturezas d'escoreas de mineraes arrefecidos apoz uma combustão produzida pelas forjas infernaes de vulcões espantosos, que reduziram os 760 killometros quadrados da superficie da ilha da Madeira a massas incandescentes. N'esse arrefecimento constituiram-se os basaltos, com o decorrer dos séculos, que se encontram em expessas camadas de rochas e que servem aos habitantes de material industrial constructor, como: diques d'escoreas mais ou menos desaggregadas e barreiras de conglomerados que se acamam stratificados aos veios. Tudo isso se vê n'uma quebrada de ravina ou n'um corte de barranco e olhando-se para os planos dos degraus da enorme installação amphitheatrica da Agricultura da Madeira julga-se immediatamente pelo colorido e pela qualidade do solo a que constituição pertencem. Assim, o terreno acascalhado é o formado pela decomposição do agglomerado basaltico; o de saibro, que é o mais conveniente á vinha, é fornecido pelo tufo vermelho e constituido por quasi metade de sillex, quasi um terço d'oxido de ferro, vindo depois na composição as materias organicas, em maior quantidade, alumina, agua e enfim soda: a pedra molle, que e o tufo amarello, mais desaggregado do que o vermelho, compoe-se mais ou menos das materias d'este; o massapez contém bastante argila e é mais duro e consolidado do que os outros terrenos; os barros de côr avermelhada, esses são de composição aluminosa. Todos esses terrenos, essencialmente seccos pela sua natureza areienta, desprovidos de materias organicas, portanto pouco humosos e humidos, constituem um solo muito especial, solto, oxigenado é certo, mas pouco provido d'elementos nutritivos proprios à alimentação das plantas e sobretudo de vegetaes que exigem, pelo caracter da sua cultura intensiva industrial, fortes e consubstanciosas massas de detritos animaes, humidade e mesmo dos proprios vegetaes decompostos, aonde possam prover- se de calvareos, phosphatos, azotes e hydratos. Assim, excluindo os elementos chimicos de que se compõe o solo e que são fracos, se attendermos á extracção que fazem n'elles as culturas continuadas e que não deixam germens para uma transmutação, como nos bannanaes ou nas florestas que vão guardando o producto da queda d'esses germens que assim engorduram o terreno sob a protecção das proprias plantas; nem que tão pouco concorram para a fixação do terreno solto como se dá egualmente com a arborisação que cobre e protege a terra: excluindo esses elementos naturaes do terreno, só os estrumes ou adubos organicos, misturados com as regas das aguas das levadas, trazem a fertilidade á agricultura da Madeira. E não será erro afirmar que os primeiros povoadores que assentaram na vastissima fajã do Funchal, estudaram n'ella os processos de fertilisar a terra e transformar a ilha n'um paiz habitavel e prospero ás commodidades da vida civilisada. A ilha, segundo os chronistas, foi encontrada coberta d'arvoredo, e esse arvoredo, que no litoral era constituido por arvores de madeiras tenras e improprias para obra, como as dracenas, foi incendiado. Essas cinzas do bosque queimado, que serviu de clareira para o levantamenlo das primeiras habitações, foram os primeiros fertilisantes de que se serviram os colonos para os primeiros ensaios agricolas que fizeram na ilha; e as aguas das ribeiras de Santa Luzia e de João Gomes forneceram os hydratos e a humidade ao solo secco e areiento. Ainda em vida de D. João I, isto é, antes de 1431, onze annos apenas apoz a descoberta, a agua das ribeiras, ás suas nascenças, era de tão reconhecida importancia para a agricultura, que foi pelas auctoridades regulada por diplomas especiaes, que tiveram por fim excluil-a da propriedade particular, tornada um bem commum, utilisavel pela collectividade com tanto mais direito quantos fossem os serviços por ella prestados á sociedade, submettida a principios juridicos discernidos pela magistratura, em caso de litígio. (…) A Encumeada e a Costa Sul. Nas cercanias da Encumeada a Madeira offerece o aspecto pouco mais ou menos do estado em que se achava quando os navegadores a surprehenderam na sua virgindade e no seu isolamento. Subindo a encosta que vae da Serra d'Agua á Encumeada na estrada da Ribeira Brava para S. Vicente, desfralda-se aos pés do viajante um d'esses macissos densos de verdura em que a flora é constituida por especies autocthonas, tão antigas como a descoberta em 1418. Por entre um tapete verde glauco de folhados, de loureiros, de paus brancos e de tis, d'urzes arboreas que estendem os seus troncos contorcidos por cima da estrada, de 7 e 8 metros d'altura, nascem as uveiras, cujos pedunculos e folhas tenras d'um ruivo avinhado coloram a extensa encosta que desce da serra ao mar, gretada ininterruptamente por grotas, desfiladeiros, gargantas, ravinas, lombos, riscando o solo que, aonde é escalvado no corte abrupto d'alguma rocha ou no cabeço de qualquer monte, mancha de preto dos basaltos ou do vermelho acobreado do oxido de ferro dos barros, o panorama triste e solitario d'aquellas regiões situadas a mil metros d'altitude, batidas pelas nevoas em farrapos que de quando em quando cobrem-nas por completo, juntando-se em massa corredia, açoitada pelo vento, esbranquiçando o ambiente frio e cortante. N'aquella magnificencia de linhas e profusão de contornos em que os caprichos da natureza accentuaram a sua phantasia inexgotavel d'inspiração e de gosto, não se repete mais o desenho; nada se avista de vida animal ou se regista de civilisação mais do que a nova estrada para onde vae descer o automóvel, e que é das poucas estradas que na Madeira não são onduladas a camalhão, calcetadas a seixos e usadas por carrinhos e corças a patins deslisantes para transporte de gente ou de cargas. Do desfiladeiro cortado no terreno para a passagem da estrada e que assenta no cimo preciso da Encumeada entre o pico dos Ferreiros a leste e o Redondo a oeste, avistam-se umas nesgas dos dois mares que banham a ilha a sul e a norte e por entre as garganta da cavadissima ravina em que a comarca de S. Vicente se apega pelas vertentes, lá muito pelo fundo e muito dispersa, invisivel do alto da serra, mesmo na foz da ribeira que atravessa a villa, para poetisar a extensa solidão esquecida da civilisação e apenas lembrada, e mal, pela estrada, avista-se poisada quasi n'agua no extremo da ravina, pelo fundo da qual serpenteia a agua da ribeira de S. Vicente, uma capellinha de pescadores que parece um rochedo e que de facto é, no cimo do qual foi collocada uma cruz da fé e aberta uma cavidade para o lado da terra em que foi armado o altar no fundo do corpo do recinto, fechado por uma portinha rasgada n'uma fachada de maçonaria caiada em branco, simulando os dois tectos de qualquer construcção vulgar. Já no caminho da Ribeira Brava por Figueiras e Serra d'Agua na vertente sul, durante a subida, se toma conhecimento com essas construcções d'estylo primitivo d'edades remotas e antediluvianas em que a rocha era aproveitada para camaras e fundos d'edificios, utilisada para lojas, tabernas e mesmo casas de moradia nas margens da estrada. Para este lado a casaria dispersa das aldeias é frequente á maneira que se vão offerecendo á vista os varios lanços da estrada galgando ribeirinhas, contornando grotas, marginando sempre o curso da Ribeira Brava, escavada na vertente oeste do mais profundo e estreito valle de toda esta encantadora ilha; e além da existencia humana que se manifesta nas casinholas cobertas de telha, construidas de pedra e cal, rebocadas d'argamassa e caiadas a côres vivas; não são raros os grupos de trabalhadores do campo que descem da serra com os seus molhos de folhado para os gados guardados nos palheiros, ou companhias de camponezes que desviadas roçam o matto para n'elle semearem cevada e trevo ou outras forragens e comidas. A Encumeada prolonga-se por quasi loda a extensão da ilha na direcção este-oeste e constitue o berço aonde descançam secularmente tantas d'essas bellezas naturaes d'esta terra e que extasiam d'admiração os touristes que a vizitam, no Rabaçal, no Paul da Serra, no Curral Grande, no Arieiro, nos Balcões, em Santo António da Serra, etc. É mesmo d'essa Encumeada, vertice da cordilheira estendida em espinha sobre o dorso da ilha, que descem como contrafortes, os lombos e os espigões em ondulações convexas e salientes que se intercalam com as reentrantes ou concavas, n'uma sinuosidade infinita e caprichosa, tão variada nas formas como constante e permanente no movimento. Quer pelo lado do norte das vertentes da cadeia montanhosa, quer pelo lado do sul, raras são as chãs, as planicies, as rectas; o terreno é sempre em declive e corta-o uma grota ou uma ravina, no fundo da qual corre ás vezes a ribeira; ou barra-o um combro, uma sebe, uma collina; Um lombo, um barranco. A terra é por tal forma accidentada que mal cabe n'ella um espaço para concentrar uma povoação, e as aldeias, com raras excepções, são edificadas ao longo de ruas, e joeiram-se, offerecendo então essa curiosidade da dissymetria caprichosa que dispoz as conveniências dos habitantes e dos proprietários da localidade, em collocação desataviada, ao redor de um cabeço, pelo fundo de um valle, no calço de um comoro, nos degraus d'um d'esses numerosos socalcos que amphitheatram, de vinhedos e pequenas culturas caseiras, essa monumental escadaria rochosa que é a Madeira do calhau á serra. (…) Duas habitações proprias á muda dos serviços de locomoção—duas bem providas tabernas com um outro edificio desoccupado que serviu a moinho d'agua —constituem essa posta da Choupana, dividida pelo caminho do Meio, marginado a nascente por mattas do Visconde de Cacongo e a poente pela Ravina que no inverno engrossa com as suas aguas as da Ribeira de João Gomes. Os retoques do pincel espontaneos da natureza que outr'ora matisaram este local, foram substituidos pelas decorações dos artistas da industria: a ravina reveste-se de densas copas d'acacias floridas, acima das quaes sobem as filigranas dos ramos de frondosos carvalhos, que mancham do luzimento doirado das suas folhas, ainda lá em baixo, o espesso guarnecimento da profunda cova. incensos guarnecem as partes altas das suas bordas, onde dois chalezinhos de verão se encarrapitam em comoros sobre o espigão que forma uma das grandes paredes do Curral. O sitio é isolado mas o solo offerece qualquer coisa de acommodador, de convidativo, sentindo-se a mão da Junta Agricola semeando e dispersando exemplares escolhidos dos seus jardins experimentaes, que agora mostram ridentes e decorados os outr'ora ermos e vetustos terrenos, entregues e abandonados ás transmutações da sua limitada flora. As mattas extensas e espessas d'eucalyptos e pinheiros do Visconde de Cacongo marginam a leste a estrada do Meio e a levada da Serra, cujas aguas veem do sopé do Pico da Serra na vertente norte, passam pelos Lamaceiros, ladeiam a encosta leste da cordilheira do Santo da Serra e veem a 3 quartos d'altura na aba sul da cordilheira, atravessando a Camacha, quasi juntarem-se ás levadas que banham o Funchal. São 40 killometros de calhas de boa alvenaria, das quaes se retira agua para extensas culturas de trigo, de vinha e de canna d'assucar nos terrenos cultivados pela encosta situados abaixo do aqueducto. A matta é extensa e percorre-se bem meia hora de caminho sob as sombras do arvoredo aromatisado a effluvios d'eucalypto e de pinho, pisando-se a terra humida, até á encosta do Pico do Infante dominando as ravinas. D'ahi ve-se o Funchal lá muito no fundo, como anichado n'uma enorme concavidade abobadada, aberta ao alto, aguardando os seus cimos a archivolta recortada na Serra. A nevoa cobre-o, pairando por cima, n'uma immobilidade protectora, propria da primavera, tão tenue e diaphana como gazes tafues dos paramentos festivos proprios da estação; atravez, a casaria em esmalte destaca-se em massa confusa, como mosaico bysantino, desenhando a cidade, e n'esse fundo de abside invertida, guarnecida de verde, uma mysteriosa estrella ao acaso scintila as reverberaçoes dos raios solares, que incidem sobre uma claraboia d'edificio ou galeria envidraçada d 'atelier, luminosos como chamas de magnesio queimando de fogo branco a cidade em todas as direcções. Atravessada a matta e contornado o Pico do Infante chega-se adeante a outro bosque plantado d'essencias varias em estylo de quinta d'acclimação, agrupando enumeras especies exoticas, n'um vasto predio que dá o nome ao cabeço e valle que reveste—Valle Paraizo; e para dentro, ao redor d'um jardim d'alegretes, por entre sébes d'arbustos, de pergolas floridas cobrindo alamedas, eleva-se a casa de campo dos viscondes d'esse título. (…) A região que vem da Choupana por Valle Paraizo á Camacha, entre o caminho do Meio e a estrada dos Pinheirinhos, que desce da Camacha para o Palheiro, e que se acha plantada de abundantes tractos de matta, esta região era comprehendida no antigo Bardo, em parte logradoiro commum, e n'elle pastavam os gados manadios, que os proprietarios lançavam para lá marcados e ferrados e que viviam sob os olhos dos pastores inteiramente no estado selvagem. No Poiso a Santo Antonio da Serra, dirigindo-me para o Charco, supposto ser uma extincta cratera de vulcão, vi uns exemplares d'esses animaes selvagens—uma porca rodeada de bacoros, que pastava e que apresentava as caracteristicas d'animal serrano, com a espinha dorsal acorcundada, os pellos hirsutos e cerdosos, um grunhir desvairado. Os Ornellas, proprietarios da região e de terras que se estendiam para Santa Anna na costa do Norte, começaram logo no primeiro quarteiro do seculo as culturas dos pinheiraes para lá, assim como na Camacha e para os lados de Valle Paraizo e Choupana, para onde se estendiam os terrenos que Luiz d'Ornellas e Vasconcellos acabou de cobrir de arvoredo n'uma extensão de cerca de 22 moios de superficie. (…) N'um relatorio por elle dirigido ao Ministerio da Marinha em 10 de Agosto de 1823 se diz que 20 mil arvores tinham sahido dos viveiros do Monte para varios pontos da ilha da Madeira e do Porto Santo, o que dá uma ideia da influencia que tiveram os viveiros na decoração florestal e florida d'esta encantadora ilha; e que hoje mesmo em plena serra se verificam não só nos eucalyptos, nas acacias, nos carvalhos e nos pinheiros que cobrem os mattos e revestem as ravinas, como nas fuchsias que crescem sobre os muros e sobre as sébes, nos pelargonios arroxados ou avermelhados que se vêem em macissos, nas violetas que se intermedeiam pelas grotas com os morangueiros, e nas margaridas, malmequeres e papoulas que nascem nos campos. As mattas estendidas n'essa facha da aba do sul da cordilheira e que do monte correm até á Camacha e sobem até ao Santo da Serra, são bem um documento do movimento florestal dos principios do seculo XIX, tão genuino como o Palheiro, situado na orla baixa d'essa zona d'arborisação, que acolheu uma variedade grande de plantas, entre as quaes aquellas que se desenvolvem mal nos jardins do Funchal, como as camellias, os rhododendros arboreos, os loiros-cerejos, as carochas ou magnolias, as groselheiras, as betulas, os lilazes. Os jardins da vivenda, que se estendem para os dois lados e para detraz do palacete e dos tanques aquarios construidos pelo fundador, estáo profusamente plantados no coração do predio e correm ao longo de veredas cobertas de rosas marginaes, de bucheiros tosquiados em bordadura baixa, formando nos angulos e nos extremos caprichosos modellos d'aves ou balaustres: para dentro os canteiros juncados d'arvores, arbustos e plantas herbaceas cobrern-se de flores que desabrocham exhalando subtis e delicados perfumes que aromatisam o ambiente; para traz dos ultimos alegretes floridos e da arborisação, que é rala, começa a matta, por entre a qual desce a grota do Inferno, onde os fetos arboreos e negros se ellevam a 12 e 15 metros d'altura sob a copada de carvalhos, castanheiros e outras arvores a porte elevado n'um ambiente humido e a ingreme declive; emfim, na parte mais alta da quinta crescem as gramineas, e os carneiros aos bandos pastam á solta. Sem ter entrado nos edificios nem nas dependencias, nem tampouco ter visto as cavallariças ou a grania, que constituem as outras curiosidades da Quinta do Palheiro, vi o sufficiente para avaliar da fecundidade da flora de jardim acima de 600 metros, que no Jardim da Serra, acima do Estreito de Camara de Lobos, hoje pouco se avalia da influencia que teve na horticultura da Madeira. Situado a 750 metros, a mais de 120 acima da altitude do Palheiro, o Jardim da Serra estende-se ao longo da vertente leste do espigão que avança pela ravina do Vigario e divide a Ribeira d'este nome da do Jardim, que é sua affluente e que lhe passa á cancella em corrente assaz nutrida para conter a frescura no valle. [Marquez de Jacome Correia, A Ilha da Madeira- Impressões e Notas Archeologicas, Ruraes, Artisticas e Sociaes, Escriptas de Janeiro a Maio de 1925, Coimbra, 1927, pp.77, 119-122, 165-167, 172, 175-176] JOSÉ MARIA FERREIRA DE CASTRO[1898-1974] Reunidos em grupo, indicou-lhes o mar, de um lado ate outro da ilha. Estavam no ponto mais elevado que a estrada atingia. Dali se escortinava o oceano, ao norte e ao sul, dali os olhos podiam medir a largura da Madeira. Para o sul, a vista baixava, entre a soberbia deslumbrante das montanhas, até as costas da Ribeira Brava; para o norte, ia, entre urzes e loureiros, salvando serras e abismos, alcançar o Atlântico, além da capelinha de San Vicente. E ali perto, mesmo no flanco da estrada, nascia, a querer prolongar a montanha, novo mamilo que as águias gostariam de ter para ninho. Seguia-se-lhe logo outra proeminência, grave, pesada, estranha e tão caprichosa na forma que, mais do que obra natural, saída de primária convulsão, dir-se-ia majestoso templo assírio. E a cordilheira continuava ainda, continuava sempre, a partir-se, ao longe, em ciclópica fantasia. Álvaro propôs: —Se querem, podemos almoçar aqui. Mr. Crawley consultou o relógio: —São dez e meia. Para mim é cedo... —Bem; então, almoçaremos lá em baixo, antes, de chegarmos a San Vicente. Na descida, as lombas e desfiladeiros já não ostentavam apenas árvores dispersas, cómoda outra banda. Agora, urzes e louros formavam mata cerrada, cobriam as encostas, vestiam as barreiras da estrada e murmuravam por toda a parte. Centenárias, as urzes haviam adquirido corpulência Ide árvores, de grossos e retorcidos troncos, cujos ramos vinham debruçar-se na via, quase roçando a face de quem passava. E, por entre elas, serra acima e serra abaixo, os loureiros entregavam ao sol as suas folhas dum verde vivo e mui lustroso. —Mais devagar!—pediu M.me Lacretelle ao «chaufreur». Os automóveis desciam, lentamente, na paisagem cortada de sombras e claridades. M.me Lacretelle desejava porem, que aquele que a conduzia descesse mais devagar ainda. Juvenal contemplou-a, um instante, rectificando Juízos apenas esboçados. «Também teria sido tocada, apesar da sua frivolidade, pelo encanto,daquela —Devagar. . . Assim. O carro que levava o casal Cranvley e Alvaro distanciara-se. A mata era cada vez mais bela: a cada nova curva, a cada clareira vislumbrada, os loureiros sugeriam horas pretéritas, gastas por outras civilizações—os cornos vestidos de túnicas, ondulando à brisa que passara há muitos séculos já. E, lá para cima, os píncaros voltavam a adquirir a imponência perdida quando vistos de perto. O que semelhava um templo assírio dir-se-ia que acendera, com o revérbero do sol nas suas penedias, centenas de janelas e de pórticos fantásticos. A uma volta do automóvel, o corpo de M.me Lacretelle deslizou novamente, até encontrar resistência no de Juvenal. E esteve assim, colada a ele, alguns segundos. Depois, inclinou o busto para a frente e ordenou: —Pare ai. Juvenal procurou-lhe os olhos. Mas já ela, ludibriando o sentido do momento, acrescentava: —Vamos um bocadinho a pé... Estou fatigada de tanto vir sentada... E para o «chauffeur», com o mesmo tom autoritário de pouco antes: —Vá andando e espere-nos aí em baixo. Desceram. Ele estava surpreendido com aquelas transições da voz ide M.me Lacretelle. Uma solidariedade com o «chauffeur» nascia de repente. Ela ficara parada, ao seu lado, e olhava em derredor. —Que lindo isto é! Não lhe parece? —Os gregos não teriam tantos louros...—disse ele, com um sorriso frio (…) A cordilheira ia de um a outro extremo da ilha. Nascia na vizinhança da Ponta de S. Lourenço e crescendo, ora em curvas de lombo de dromedário, ora em ondulações mais amplas, lá ia, lá ia, gigantesca e ciclópica, até a Ponta do Pargo. Floria em jardim e verdejava em sussurrantes bosques no Santo da Sem; e, tomba aqui, levanta acolá, entregava ao sol a calvície do Poiso. Somando serras e outeiros, costelas do espinhaço central, caminhava ainda, caminhava sempre, abrindo bocarra enorme no Curral das Freiras, dando passo à estrada na Encumiada de S. Vicente e formando, além, por súbito capricho, a terra lisa do Paul da Sem, larga e alta de mil e quinhentos metros. Mas essa lhanura, aberta de passagem, significava excepção, pois à cordilheira não agradava solo livre de obstáculos para os olhos. O seu deleite era criar anfractuosidades monstruosas, enfiando serra com serra, lombadas, montes, cocurutos, picos que parecia quererem traspassar o céu e precipícios e ravinas onde regougavam torrentes, nas noites de rijo temporal. Seguindo sempre, cada vez mais irregular e variada, perspectiva além de perspectiva, ia esparramar-se na Ponta do Pargo, na Madalena, no Porto Moniz, contornando do Sul para o Norte, sempre abrupta e sempre grandiosa. A Madeira era a cordilheira. Posta no centro da ilha e a todo o seu comprimento, dir-se-ia que se derretera pelas bandas, escorregando lentamente, para um lado e outro, a massa ainda informe. Hesitando no rolar de pesadelo, mais mole aqui do que acolá, quedara-se, umas vezes, em proeminências, abrira-se, outras, em sulcos profundos; e, na preguiça da descida, deixara por toda a parte encostas de arbitrária expressão e acidentes de singular fantasia. Logo, para cobrir mazelas que lhe ficaram do nascimento, se vestira de tão denso arvoredo que, mesmo com o sol a pino, não havia palmo de terra desprotegido de sombra. Fora assim que a viram, sugerindo todos os mistérios, 08 descobridores; e mais de um mareante que, tendo como roteiro bíblicas páginas, andava em busca do paraíso termal, julgara tê-lo encontrado ali. Tanta opulência vegetal, murmurando, na solidão atlântica, árias de estremecer e ocultando, nos seus abismos, quem sabia se bichos temíveis ou homens mais ferozes ainda do que os bichos, levantou nos primeiros trilhadores cautelas e perplexidades. Dizia mesmo a tradição oral, por vários cronistas dada como segura, que, por essas ou outras razões, fora um dia lançado fogo à ilha de verde fisionomia. Rabiando de ponta a ponta, as chamas teriam formado ígnea apoteose, bem digna, pela grandeza, da imensidade oceânica onde se reflectia. Mas tivesse tido o destruidor fácil propagação ou houvesse caminhado devagarinho, revelando a sua marcha apenas com um risco de fumo a elevar-se da mata, a ilha ficara em tições, esbranquiçados, uns, pela cinza, e outros enegrecidos. Adubaram, então, a terra, destruídos, para sempre, todos os répteis e demais alimárias que causam dano e susto nas outras partes do Mundo. E posta assim ao léu, sem regaços de mistério, sem recantos ensombrados, negra e nua, negra e nua, a Madeira mostrava toda a sua grande carcaça, tão árida e desolada como se fosse de novo um formidável vómito de lava, acabado de arrefecer. Mas, com o tempo, raízes mergulhadas mais fundo ou sementes perdidas onde as labaredas não chegaram, deram em pôr à superfície folhitas tenras, delicadas; e, se havia humidade, fora só crescer e multiplicar, vestindo a toda a pressa o que o fogo desnudara. Rocha de onde brotava água teve logo em derredor, e onde quer que a vivificadora passasse, bosques de encantamento e de frescura inigualável. Nunca mais, porém, a cordilheira, nem quanto dela descia até o mar, se cobrira de todo. Neste e naquele anfracto, nos cimos e na terra ribeirinha, ficaram largas cicatrizes; umas, estéreis, outras, propicias a ser amanhadas pelos colonos recém-chegados. E cômoros arriba ou nas achadas, longe ou perto do oceano, o homem fora disseminando a agricultura e elevando o seu abrigo. A ilha deixara de ser apenas bosque, para ser bosque, horta e jardim. Já não era A só mancha verde, ancorada no Atlântico e tendo a coroar-lhe os píncaros grande auréola de bruma. Era, agora, imenso painel de muitas e variadas cores. No Poiso, porém, a terra continuava sáfara, como se tivessem passado há pouco tempo ainda as labaredas já lendárias. Nem mata a substituir a que teria existido, nem couve, roseira ou vinha metida a dente de enxada. O seu despovoado, animal e vegetal, só podia ser aprazível a quem necessitasse dessa forte solidão em que o homem, nos seus solilóquios constantes ou se transforma a si próprio em centro do Mundo ou finda por criar o vício das interrogações sem resposta. (…) Fora uma cena muito rápida. Holdsworth não a notara sequer e, com um sentimento prático, perguntava: —Para onde vai esta água? —Para os campos—respondeu Juvenal. E explicou-lhes que toda a ilha estava cortada por essas cordas líquidas, que rabiavam ao longo das serras, por entre as matas sussurrantes, furando as rochas, atravessando as montanhas, salvando precipícios abissais, outrora entre duas tábuas de til, formando calha, hoje em aquedutos de boa pedra, que a humidade tornara limosa e escura. A linfa corria, assim, quilómetros e quilómetros, para ir irrigar canaviais e vinhas, hortejos e pomares da terra baixa, que nem por estar à beira do oceano tinha menos sede. Nas levadas, que se contavam por centenas, residia toda a economia da Madeira, pondo de fora os bordados. Algumas tinham origem remota: as suas águas cantavam há muitos séculos já, dia e noite, noite e dia, por entre a folhagem murmurosa e o silêncio dos grandes abismos. Pertença do Estado ou de «hereos», seus donos associados, cada uma das suas horas, disputadas e valiosas, representava a vida da agricultura—aqui, ali, acolá, em toda a parte onde verdejasse o que dava sumo ou se podia trincar. Tinham-se gasto fortunas na abertura dos líricos canaizitos, nessa obra hidráulica singular de que a Madeira legitimamente se orgulhava, pois não era só utilidade que ali se colhia, mas também beleza e da melhor, uma beleza ora discreta, íntima, ora duma espectaculosidade deslumbrante. Quem visse a ilha por fora, do Funchal, de Machico, de Santa Cruz ou de Câmara de Lobos, não poderia avaliar quanto encantamento paradisíaco ela brindava a quem trilhasse os mainéis das suas levadas. Metro que se andasse, ou sugeria um parque original ou abria janela festonada para vales e montanhas de inverosímil recorte, como se tudo houvesse sido feito para ultrapassar o mais imaginativo de todos os criadores. Só ao longo das levadas o, espírito conseguia apreender a magnificência e a sedução da ilha famosa. E não era das mais belas aquela que trilhavam. A do Rabaçal e das Queimadas superavam ainda toda a volúpia já sentida pelas pupilas curiosas. A água, o arvoredo, os despenhadeiros abruptos, as sinuosidades do terreno, os seus esporões e alcantilados imprevistos, criavam uma variedade panorâmica de fulgurante e inefável beleza. A água era uma ladainha, uma sinfonia da ilha. Ia múrmura ali, na estreita e intérmina prisão, mas antes de adquirir esse ritmo suavíssimo, que era quase silêncio, cantava nos desfiladeiros, nas gargantas, de fraga em fraga, por entre musgos e arbustos, ou caía de alto, num jacto, como se fosse despejada de cântaro colossal, que nunca mais se esgotasse. As vezes, era pingo sobre pingo, gota após gota, pranto manando de ignorados olhos verdes, que só o verão enxugaria; outras, um fio ténue, molhando chapéus e ombros de quem passava segurando-se à ribanceira, não fosse escorregar; outras, ainda, deslizava lentamente ao longo de altíssimas penedias—e tão certa, tão constante se mostrava na largura e na descida que, vista a distância, mais do que água luzindo ao sol, parecia lâmina de prata. Só o Rabaçal tinha, juntos uns dos outros, vinte e cinco jorros, mais belos do que todos os repuxos de jardim; e não havia levada que, no seu andamento de flanco para flanco, não fosse capturando e conduzindo para longe, pequenas cataratas de música vigorosa ou fontes de terno cicio. Ao mesmo tempo, a população vegetal ostentava uma vida opulenta e fantástica. Era como se o incêndio tradicional não houvesse chegado até ali ou as cinzas das árvores que morreram tivessem servido de húmus à vegetação futura. Exceptuando a de Santa Luzia e uma ou outra vizinheira de povoados, as levadas alimentavam, no seu trajecto, bosques de bíblicas sugestões. Ele pr6prio, na das Queimadas, sobre a pontezita do Arrochete, tivera, um dia, a sensação de que ia ali surgir, nu, peludo, amaçacado, o homem edénico. A serra recolhia-se, em aguda e alta vertente, oferecendo de cada lado um tumefacto quadril. De cima, ao longo duma rocha, a água escorregava, luzidia e cantante. Acompanhava-a na descida, a um lado e outro, densa multidão de arbustos, musgos, fetos, azevinhos, de frutos que lembravam contas vermelhas, urzes de todas as idades, loureiros esgrouviados, frondes por toda a parte. Emaranhavam-se em ramos de extraordinárias expressões, folhitas que eram rendas vegetais, conjunto que matava o indivíduo para dar uma visão de totalidade maravilhosa. E sempre, sempre, na frescura dominante, a catavina da água, musicando o silêncio de floresta virgem. Menos recatados e mais teatrais eram o Caldeirão Verde e o Rabaçal, onde se sentia, imperativamente, a necessidade de um ser inverosímil, de uma mulher enigmática e de eterna juventude, para quem a água executasse, nas imensas solidões, a sua intérmina melodia. As árvores, os recantos sombrios, as clareiras, discretas como uma alcova, o que se via e o que se imaginava e a água, sempre a água em melopeia, sugeriam um amor extra-humano, a vida feita só de amor—sem outra preocupação, sem outro objectivo, sem outra realidade ! [Ferreira de Castro, Eternidade, Lisboa, 1977, 13ª edição, pp. 65-66, 147-149, 196-197] ANTÓNIO ASSIS ESPERANÇA [1892-1975] PARA o atravessarmos, acendemos archotes de urze ressequida, porque tudo aqui é simples e primitivo. Iniciamos a marcha Como penduradas na abóbada, ou cabeleira verde das pedras, os fetos e avencas das humidades sombrias; aqui e além a cair :em gotas, pingue-que-pingue, como se toda aquela terra fosse espremida por mãos crispadas, as paredes ressumam água. Faço a primeira centena de passos, e o ponto luminoso, que é a outra entrada do túnel, permanece minúscula, marcando a grande distância a percorrer. O círculo vermelho do clarão do archote mal chega para nos indicar por onde corre a levada. Guardo silencio porque tudo me é conhecido Surge - o primeiro percalço. A meio caminho, extingue-se a -luz que nos guiava. O vento, que assobia neste corredor abobadado, fizera que a chama depressa consumisse a urze seca. O caminho torna-se doloroso, inquietante. Gracejamos uns com os outros, mas a escuridão é completa e separa-nos. Nós e o negrume da noite daquelas paragens; nós e a sensação de que vai abrir-se um abismo a nossos pés, pronto a tragar-nos. A terra encharcada que pisamos torna-se lama fétida; a imaginação põe ali répteis de cabeçorras disformes, repugnantes; as arestas das pedras que tocamos são escamas de monstros; tacteando o murozito da levada, arrepios friorentos percorrem-nos o corpo, como se os nossos dedos tocassem em cadáveres. Apetece-nos gritar, e imediatamente receamos a nossa própria voz; tentamos gracejar, e as palavras soam entarameladas, fúnebres. Como farol em noite de trevas, a nossa esperança é o orifício branco do fundo do túnel. Apressamos, o mais que podemos, os passos, mas ele nega-se a abrir-se mais, como em caminhada sem fim. Um minuto que passa é ali enternidades. É então que se apossa de nós o desejo de correr, de fugir, e para bem longe daquele pesadelo. Mas como nos sonhos de quando ansiamos voar e nos sentimos presos, a corrida é impossível naquele terreno escorregadiço, de molhado. As primeiras passadas perco o equilíbrio. É o desconhecido. Apaga-se a sensação de que atravesso um túnel, para me possuir a certeza de habitar um mundo diametralmente oposto àquele em que vivera. A meu lado, tanto podem viver monstros, ou espíritos enfeitiçados, como haver tesouros escondidos. É depois, quando estamos a poucos metros do fim do túnel, que começamos a encontrar o sabor inédito daquela travessia sem perigos, só a imaginação a torná-la arriscada. A luz, que vem chegando até nós, é júbilo de alma; apetece sorrir e cantar. Desembocamos num terreiro aberto na falda dum monte acima das nuvens, tão próximo do céu ! Píncaros altíssimos. E, como toalha muito alva de altar, o nevoeiro espesso, que ficara todo a meiaencosta, é o chão macio em que, na infância, sonhámos brincar. Mansão de fadas ou residência favorita de sereias, certamente às primeiras horas da manhã as veremos, ali, cabriolando e rindo, para depois se precipitarem no retalho de oceano que muito lá ao fundo, se divisa. Com aquele tapete de arminho a cobrir fundos de abismos, a paisagem é esplendorosamente bela. Sobre terras feitas com a luz branca do luar, construíram-se castelos de rochas que o oceano embala com a canção das suas ondas. A vereda que seguimos agora é tão estreita que não consente duas pessoas a par. A terra foi, aqui e além, soerguida por mãos dum gigante enlouquecido. São vales profundíssimos, cortados a pique. As próprias cabras da montanha, assustadas à nossa passagem, escolhem os carreiros por onde descer. Há encostas escalvadas, negras, e outras atapetadas com o verde das urzes centenárias. Inquiro do contraste. Meia dúzia de anos antes, os pastores da serra lançaram fogo às matas, e o fogo lavrara por todo o interior da ilha. (…) -O incêndio . . .; o incêndio . . . Esboça gestos, como aterrorizado, e tão infantis como infantis, entarameladas são as suas palavras. Ergue, um pouco, o braço, a mão esboça uma curva leve, e é sempre assim. Significa terror, como depois esse mesmo aceno lhe servirá para significar alegria . -Foi em 19l09, e eu estava só. Vi o homem e depois o fogo, que saltava de árvore em árvore que nem gato bravo. Três dias durou: três dias. Eu preparei tudo ! preparei tudo. Eu só ! Havia água, e foi só encher os baldes; | Um risinho seco, sarcástico, contra o fogo, como a castigar-lhe o omnipotencia, e os mesmos gestos: um erguer do braço, e a mão ossuda, enorme, a esboçar uma curva leve. .. -O fogo vinha daqui, e eu va de lhe deitar água; vinha dalém, e já eu lá estava de plantão. Nunca me apanhou de mãos a abanar. Olhe, meu senhor, que tudo isto eram chamas à roda, e eu vá de deitar-lhes água para cima. Que eu cá, sou rijo ! A voz tem sempre o mesmo tom plangente. Recordação única, por espectáculo único, sorri. Bebe para molhar os lábios. -Que eu salvei isto. Eu só ! Ao segundo dia, já dum lado estava tudo apagado, veio cá cima um cunhado meu para me dizer que a minha irmã morria com chorar. E queria - levar-me de gancho ! queria que eu abalasse pela levada fora e abandonasse esta casa! -E foi? --Qual?! Eu queria lá saber da minha irmã ! Quando isto... quando «a tasca» ardesse, ficava menos um homem no mundo, foi o que respondi ao meu cunhado. E cá fiquei ! eu só! Eu a brincar com o fogo, e o fogo a ralhar comigo. Mas venci eu ! Que eu cá sou rijo. Eu podia lá abalar ! E então isto ? Se eu abalasse, ardia tudo ! Não queriam mais nada, não ? Fito-o. A narração engrandece-o. Ganhou maior estatura; o dever emprestou-lhe ao rosto um luaceiro de heroicidade. Desaparecem o falar e a timidez dos gestos. Ante mim, está um Homem, e sem desmerecer daqueles que acreditam haver, para eles, uma missão na terra, e não vacilam em sacrifícios, antes os procuram, conscientes, em proceder por forma diferente das maiorias. [António Assis Esperança, “Um Homem”, in Ilustração, Lisboa 1929, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de autores portugueses que escreveram sobre o arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 177-180, 184-186] FERNANDO AUGUSTO DA SILVA[1934] Madeira (Paisagem). São inumeráveis as composições em prosa e verso, tanto em vernáculo como em línguas estrangeiras, que cantam e enaltecem as conhecidas e já proverbiais belezas da Madeira, em que admiravelmente se salientam o maravilhoso acidentado das suas altas montanhas, o aprumo inverosímil das suas ravinas e desfiladeiros, a profundidade dos seus vales, o relevo caprichoso do seu solo, as diferentes tonalidades e matizes das suas ricas culturas agrícolas, a variedade e fragrância das suas flores, a eterna primavera do seu clima, os famosos vinhos, frutos e bordados, os típicos e interessantes costumes regionais, a patriarcal hospitalidade dos habitantes, etc., etc. Nem palidamente tentaremos descrever, embora muito de relance, todo esse conjunto de maravilhas com que a omnipotência divina dotou este privilegiado torrão em que nascemos e vivemos, mas vamos transcrever alguns trechos de autorizados escritores, que ponham em saliente e brilhante relevo a descrição dessas maravilhas, suprindo deste modo a nossa manifesta insuficiência e a nossa suspeita opinião neste assunto. Sem obediência a qualquer espécie de selecção, no que respeita à época ou categoria literária dos autores, faremos essas transcrições à medida que nos foram passando à vista, numa ligeira pesquisa a que procedemos. O ilustre geógrafo M. d'Avezac, o seu livro Illes d'Afrique, uma larga descrição da Madeira, donde destacamos estas :—Nada conhecemos de belo e majestoso do que a ira, vista a distancia da coberta de um navio; de toda a se elevam rochedos marítimos gigantescos escarpas formidáveis de lava; nos quais o tempo e as aguas fazem enormes rasgões, que formam os portos e as baias abertas à navegação. Ora, as rochas basalticas revestem a forma e aparência de velhos castelos em ruínas, ora as camadas de lava descem livremente até o mar em pilares gigantes que marcam com toda a precisão a direcção das torrentes fogo que inundaram a ilha, e que parece haverem sido detidas em seu curso para atestar homens de hoje a violência dos phenomenos de que a ilha foi sede em épocas remotas. Uma eterna verdura cobre seus cumes, atingindo altitudes que os sábios só teem constatado em muito poucas regiões do globo. Esta vegetação vigorosa participa da riqueza de todas as latitudes, desde o morango até à banana, e desde a vinha, que cobre o sopé das montanhas, até ás murtas, os feos e os loureiros que lhe revestem os píncaros mais elevados. Assim como os navios de toda as nacionalidades e provenientes de todas as partes do mundo tocam na Madeira, primeiro porto de escala da navegação transatlântica, assim a vegetação d'esta ilha participa da de todos os paizes; e o seu clima favorece todas as culturas, como o seu horto acolhe todos os viajantes. Por entre o verde sombrio das plantas tropicaes, destaca-se a folhagem mais clara dos nossos climas temperados; e os líquenes, que rastejam nas fendas das rochas ou trepam ao longo das arvores, recahem tremulando ao sabor dos ventos como longas cabeleiras verdes. Uma cadeia de montanhas, que não é outra coisa mais que o núcleo da ilha, percorre-a em todo o seu cumprimento e lhe determina a direcção Ella apresenta-se em geral menos elevada nas duas extremidades que na parte media. Alli desdobra-se, se licito é usar esta expressão, para cingir um plateau cavado de profundos valles, que forma o centro do maciço. É na parte norte desta alta região que estão reunidos os pontos culminantes da Madeira: o pico Ruivo, o das Torrinhas, o do Cidrão e o do Areeiro». O capitão Marryatt, grande e ilustre viajante, numa das suas belas páginas descritivas, fala deste modo:— Não conhecemos sitio no globo que tanto assombre e deleite, logo á chegada como a ilha da Madeira. O viajante tem talvez deixado a Inglaterra no melancólico findar do outomno, ou mesmo na frigida concentração d'um inverno britanmico, e quando desembarca ilha, que mudança! O inverno fez-se verão; as arvores que elle deixou nuas, transformaram se numa folhagem luxuriante e variada; a neve e o gelo estão convertidos em calor e esplendor; as scenas da zona temperada na profusão e magnificente dos trópicos. O céu crystalo, o astro da luz scintilante, mar azul e sem limites, os outeiros entapisados de vinhas, os vestuários novos e pittorescos dos campinos, tudo alegra e deleita os olhos exactamente no preciso momento em que mesmo que houvéssemos desembarcado n'uma ilha escalvada, já isso teria sido julgado uma inapreciável delicia." O distinto comandante da gata austríaca Novara, Wuelstorf-Urbair, numa descrição de viagem, que o nosso grande escritor e estilista Latino Coelho se dignou traduzir em língua portuguesa, lêem-se estas palavras:—« É extraordinariamente deliciosa e magnifica a primeira impressão que a vista do Funchal causa ao viajante com a perspectiva dos seus jardins e das suas flores e com a opulenta vegetação, que engrinalda e coroa os montes, que se elevam desde a margem. Não ha ali, é verdade, a selvática majestade, nem as formas colossais da vegetação, que é própria dos paizes dos trópicos. Sentem-se ali antes as feições de uma ilha da Itália meridional do que as magnificência de uma paisagem do equador. Desenrola-se, porém, ao aspecto do observador, um tão grato painel, onde a vida da natureza aparece em tão rica variedade e formosura, que a mais creadora phantasia nada pode conceber de mais amorável e encantador. As mais formosas plantas das zonas temperadas e subtropicais deleitam aqui os olhos em seu pleno desenvolvimento, ao passo que aparecem também alguns dos mais bellos representantes da flora dos trópicos no esplendor luxuriante d'esta maravilhosa vegetação, que um naturalista da Allemanha comparou ha pouco tempo aos fabulados hortos pensis de Semiramis. » «Nenhum logar nos pareceu mais apropriado, diz o celebre naturalista Humboldt, para dissipar a melancholia, e para restaurar a paz ao espirito perturbado, do que Teneriffe ou Madeira. Se a bella descrição da ilha Pheacia feita por Homero, em que os frutos sucedem aos fructos. e as flores ás flores, numa variedade rica e sem fim, pode ser aplicável a alguma ilha moderna, é seguramente à Madeira.» O primeiro governador civil do Funchal Luiz Mousinho da Silva Albuquerque, literato e ilustre homem de ciência, deixou exaradas estas palavras, numa memória que escreveu acerca do arquipélago madeirense: -«...se a mão devastadora e imprevidente do homem não tivesse despojado a quasi totalidade dos montes e das encostas da sua antiga verdura sem a substituir por novas plantações, a ilha da Madeira fora sem dúvida um dos países mais formosos e mais agradáveis do Universo. Quando deixadas as sinuosidades dos vales e as bordas das torrentes, se sobe aos cumes e ás partes elevadas das montanhas, a ilha da Madeira apresenta a cada passo vistas extensas e variadas cuja descrição excede as forças da eloquência e da poesia, e das quais nem o lápis do paisagista nem o pincel do pintor podem da mais que uma mui imperfeita ideia. . . » Ilustre escritor D. António da costa, no seu livro “O Herói do brigue Mondego” escreveu:«...um talento feminino definiu ai ilha: uma porção do paraíso trazida pelas mãos dos anjos para o meio daquelas águas. É em verdade um paraíso... Tudo ali respira a imensidade. Os olhos descobrem horizontes sem termo; a verdura apresenta variações novas que enfeitiçam a vista...as flores... transformam a povoação num jardim, cuja atmosfera balsâmica se respira já do mar e que fez supor aos primeiros descobridores um encanto das negras matas, ao mesmo tempo medonhas e feiticeiras, para atrair os aventureiros, a temperatura dulcíssima converte as quatro estações - num Abril permanente. . . » O grande romancista Júlio Diniz, que passou alguns meses no Funchal, diz-nos o seguinte: Quando a formosa ilha da Madeira, levantando-se da espuma do mar como a mitologia Citerea, crescia para nós a recebemos, abrindo o seu seio benéfico e maternal aos desconfortados que nela só depositavam as suas derradeiras esperanças, sentíamos todos penetrar-nos o coração um desses suaves prazeres como o que nos produz, no meio duma turba de estranhos, o encontro de um rosto e de um sorriso de amigo. Formava um consolador contraste com a tremenda severidade do mar a amena perspectiva da ilha ! Horas depois de a avistar, a marcha rápida do vapor fez-nos dobrar o cabo de S. Lourenço transpondo o amplo pórtico que ele forma com o grupo das penhascosas Desertas, sentira-se uma súbita mudança de clima, como se de repente se tivessem vencido muitos graus de latitude. Afagou-nos a face a brisa tépida e perfumada da ilha, aspirámos com prazer o hálito acalentador e salutifero desta fada marítima; achavamos-nos sob o seu abençoado encantamento, reconhecíamos enfim a Madeira! A costa do sul ia passando em revista com as suas rochas escarpadas, as suas ribeiras profundas, a sua vegetação vigorosa, as suas formidáveis quebradas e os altos picos onde poisam as nuvens, os vales fertilíssimos e as povoações graciosas. Momentos depois, vencida a ponta do Garajão, as casas e as quintas do Funchal, iluminadas por um esplendido sol de outono, que doirava as extensas plantações de cana, saudaram-nos por sua. A magia do espectáculo emudecera-nos. De um lado o mar, do outro as serras, e entre estas duas grandezas majestosas, a cidade sorriu-me, como a criança adormecida entre os pais, que a defendem e acalentam. Para que a Madeira nos sorria, para que nos apareça formosa como a descreva o poeta inglês e fragrante como uma verdadeira flor do Oceano, é necessário sair do recinto da cidade, procurar as freguesias rurais, subir as íngremes ladeiras que costeiam os picos e espraiar então a vista pelos formosíssimos vales que vão descobrindo o seio fecundissimo aos nossos olhos maravilhados. Que vigor e variedade de vegetação ! O verde doirado da cana realça entre as diferentes cambiantes da mesma cor de plantas de todos os climas. A palmeira de África agita a sua fronte graciosa junto dos carvalhos da Europa; a bananeira, vergando sob o peso dos seus cachos, cresce cheia de viço nos mesmos pomares onde se enfeitam de flores os pecegueiros e as laranjeiras odoríferas. As rosas, as malvas, as madressilvas florescem espontâneas à beira dos caminhos; debruçamse dos muros as bouganvilias entretecendo os seus cachos roixos com as flores alaranjadas das bignonias; tudo tem um ar de festa e alegria. A choça mais humilde tem um jardim à entrada; as flores sorriem à porta dos ricos e dos pobres. E quanto mais nos elevamos mais se pronuncia este magnifico aspecto do país. De um lado vemos aos nossos pés, o mar liso como um espelho, azul como safira, limitado ao longe pelo grupo das Desertas vagamente tingidas do azulado da distancia; do outro as altas serranias que rompem as nuvens e cujos cimos tantas vezes tinge a ofuscante alvura das neves. E nos flancos, abertos em fundas quebradas, sulcados em ribeiras pelas torrentes do inverno, uma vegetação exuberante, cheia de vida encobrindo aqui uma casa isolada, enfeitando além uma povoação risonha, que se agrupa em torno de um campanário. Então sim; então a atmosfera embriaga, o peito aspira com voluptuosidade esse ar balsâmico, espirito liberta-se de todas as apreensões que nos gelavam os sorrisos nos lábios e goza-se despreocupado do mais surpreendente espectáculo que pode imaginar-se.» São do grande escritor e psicólogo italiano Mantegaza as linhas que vão ler-se:—«...0 primeiro aparecer do paraíso da Madeira melhor se diria ser uma cena do inferno dantesco. Massas gigantescas de basaltos negros, negros e rochas rugosas com os pés no mar, laceradas, contorcidas em um arbusto, sem uma única casa, e com as ondas espumantes a romperem-se fragorosas a seus pés. Aqui e ali, perto da costa, ilhotas, negras , também, sem arvores, sem flores, corroídas pelas ondas despedaçadas e tresgastadas, quási ruínas dum mundo minado pelo fogo. Chegamos á Ponta de São Lourenço; deixámos à esquerda as três ilhas que no próprio nome encerram a sua triste história: Desertas; poucos momentos depois alcançámos um promontório de basalto, maior que os outros o Cabo Garajão. Aquele cabo assinala os limites do Paraíso. Passado o Cabo Garajão um perfume de jardim florido veio ao nosso encontro com as brisas da terra, e aquela terra era um encanto, um sorriso de jardins e casas de campo, de campos verdejantes e de bosques encantadores; era uma grinalda composta de todas as flores, um desses quadros de todas as cores que alegram o coração do homem e lhe arrancam profundo mas sereno suspiro. Pouco momentos depois estávamos diante do Funchal capital da ilha, que parece estar branda e carinhosamente disposta entre campos de cana de açúcar e de inhames, e entre hortos cheios das nossas arvores da Europa, e bosquesinhos fantásticos de bananeiras de folhas gigantescas e aveludadas; em volta, abre-se um grande anfiteatro de montes altíssimos, verdadeiras rochas de gigantes; por último, a completar o quadro, dois oceanos, talvez demasiado grandes para aquele ninho de amores: o oceano do mar e o oceano do céu; e naquela ocasião não se saberia dizer qual dos dois se vizinhava mais ao azul ultramarino ou ao da safira. Passei três vezes diante da Madeira, e sempre a vi irromper do peito dos viajantes mais vulgares um grito da alma que dizia: porque não tenho eu uma casita neste paraíso ?» Nos «Portos Marítimos de Portugal e ilhas Adjacentes», diz-nos o ilustre engenheiro e literato Adolfo Loureiro:—«...é uma das regiões da terra da mais extraordinária acidentação orografia, da mais rara e fascinante beleza, das mais benéficas e salutares condições climatéricas, e da maior fama e celebridade. Nela se reúne a mais agradável doçura das campinas da Itália, a mais agreste e rústica majestade dos despenhadeiros e das serras dos Alpes e Perineos e a mais luxuriante opulenta vegetação das regiões equatoriais. Sem rival na terra, jamais se apaga, da mente de quem uma vez pôde apreciar os seus encantos, a recordação daquele verdadeiro paraíso terreal.» O brilhante escritor Raul Brandão deixou um formoso livro intitulado As ilhas Desconhecidas e dele vamos destacar estes trechos:—«...Fundeamos a Madeira abre-nos os braços, com a ponta do Garajau num extremo e a ponta da Cruz no outro extremo. Adivinho as casas, que por ora são fantasmas e descem lá do alto até à praia. Agora o tom cinzento desapareceu, domina o azul e o oiro, e na minha frente o grande anfiteatro verde dos montes ergue-se como um altar até ao céu. É uma serra a pique, é uma serra voluptuosa e verde que se oferece lânguida e verde. Ao meio um grande monte entreaberto; por trás a montanha enorme e escalvada. Algumas colinas vão terminar no farol e no forte sobre um penedo destacado e corroído. Fico todo o dia a bordo, deslumbrado, contemplando a Madeira, a embeber-me no espectáculo da luz, que passa do cinzento ao azul, que ganha todos os tons e se modifica a todos os momentos, até ao fim da tarde, em 4ue o mar se torna diáfano e os montes transparentes, Com uma grande nuvem pousada em cima. Vejo perder a cor, desfalecer, sumir-se a terra, que no escuro cheira cada vez mais a fruta e me inebria. Já o primeiro plano está roxo, o segundo é uma mancha enorme e indecisa, e o mar no poente arfa como um seio, ainda iluminado. A medida que o vapor se afasta, a montanha que me atrai parece mais negra e maior:— sobe, ergue-se e chega ao céu.» M. Teixeira Gomes, antigo presidente da república, deixou algumas páginas fulgurantes, consagradas ã Madeira, no seu conhecido livro de viagens «Cartas sem moral nenhuma», donde transcrevemos algumas linhas: —!...Pois haverá no mundo paisagem mais aliciadora do que esta que eu desfruto do jardim embalsamado e silencioso da Quinta Vigia? Tudo é mobilidade e socego no panorama em gris que a minha vista abrange, mar de calmaria, adamascado, com a sua orla bordada de barcos em relevo—Cascos de seda, frouxa e mastreações de retrós- à luz igual, branca, branda, que o alto céu leitoso coa do sol que se não vê; as verduras massiças da serra aliviando-se da espessura em verduras mais tenras, ao contraste dos casais caiados, e longe, sombrejando o horizonte uns arremedos de Capri, ilhas perdidas cujas corcovas montam por sobre a última linha do mar. ..» Do distinto médico e escritor Sr. João Augusto Martins são as palavras que seguem, extraídas do excelente livro Madeira, Cabo Verde e Guiné:—« ... a sua paisagem é quente de vida e colorido; salpicada toda ela por centenas de casas pequenas, alegres e frescas, que parecem marinhar pelas encostas e pelas elevações mais ínvias, como pigmeus teimosos numa grande febre de touriste. Apresenta em alguns pontos tratos acidentados, ásperos e pitorescos, que fazem lembrar . os decantados panoramas da Suissa, mas no seu conjunto, como síntese de impressão, tem o que quer que seja de vago e confortável das graciosas telas de Wateau, parecendo exalar de si com o hálito das flores que a revestem, um aroma tão saudável e tão inebriante que sacode o torpor dos desanimos mais profundos, tendo vida e relevo aos relevos da vida...» Olavo Bilac, um dos mais ilustres escritores e poetas brasileiros, traçou estas apologéticas linhas:—«...a ilha encantada era toda uma fulguração de ouro e prata no banho luminoso da manhã... está cheia de rumores e de perfumes; mil instrumentos mágicos ressoam confusamente; parece-me que vejo abrirem-se as nuvens mostrandome tesouros que vão chover sobre mim... Ainda hoje quem pela primeira vez atravessa o Atlântico em busca da Europa, tem a impressão, ao chegar ã Madeira, de haver descoberto, não uma qualquer porção vulgar da crosta do planeta, separada do continente por uma convulsão telúrica ou levantada do fundo mar por uma erupção, mas um Paraíso, ou melhor Paraíso, o Éden autentico e legitimo, esse jardim de delicias que todos os fundadores de religiões idearam, berço encantado dos primeiros homens ainda na ingenuidade e na pureza do brotar da vida. A chegada à Madeira é a revelação do Fardés hebraico e caldaico, do Pamir dos indús, do Hara Berezaiti dos iranianos, do Beheschet dos persas, do Walhala dos escandinavos. Gonçalves Zarco e Trintão Teixeira, por menos poetas que fossem teriam, em 1419, o mesmo deslumbramento que fere os viajantes de hoje, poetas ou não, quando o mar lhes depara aquela verdura inesperada, aquele remanso de águas azuis, aquele casario branco, aqueles recortes caprichosos de angras, aqueles vultos de montes altos, tudo sorrindo e fulgindo à luz de um sol, que beija sem morder, dentro de um ar de veludo que entra pelos pulmões em caricias e afagos... A tantos lugares lembrados para sede do horto sagrado, teatro do primeiro drama amoroso, berço do primeiro beijo, é justo acrescentar a Madeira... Tudo concorre para dar à ilha um distintivo edénico. Nem calor nem frio... nunca ali se acendeu um fogareiro para aquecer corpo humano, nunca ali uma garganta escaldada de sede deixou de contentar-se com a frescura natural das aguas das levadas... Dizem os geólogos que a Madeira foi antigamente um foco de medonhas erupções... mas só existe uma recordação vulcânica: a excelência dos vinhos capitosos, filhos da terra adubada de lava... Não foi sem razão que os naturalistas deram ao arquipélago da Madeira e ao das Canárias o doce nome de Macaronesia, que quer dizer— arquipélago dos Bem-aventurados. São do distinto poeta Bulhão Pato, que passou alguns meses na Madeira em companhia do Conde do Carvalhal, os trechos que se seguem:—«...Que privilegiado pais. Tanta e tanta vez o tenho avistado e é sempre como imprevisto para mim o aspecto dos seus vales, picos, montanhas, córregos, vertentes. Os cedros já se não precipitam desde o viso dos montes como em outras eras, mas pelos atalhos, caminhos de pé—posto, de entre massiços de verdura recaiem as povoações rurais, as casalitas, as vivendas senhoris... No Funchal... abria-se o maravilhoso—o prodigioso— anfiteatro à luz do sol branda mente coada por nuvens ténues e dos algares fundos daquelas serranias erguia-se, de onde em onde, a neblina, desaparecendo aqui e surgindo além sobre os visos, o que parecia dar aos cimos das montanhas a ondulação das grandes vagas... Para descrever as escarpas em escalões, as penedias medonhas, que se nos afiguram a desabar por momentos nos abismos do oceano, ao fajãs verdejantes, a larguidês mórbida dos vales beijados pela flor da onda... seria preciso reunir de Moscho a Eschilo e Shakespeare... Espectáculo paradisíaco ! Pais privilegiado, não tem no mundo torrão, que lhe dê de costo. As grandes eminências—o Cabo Girão, promontório mais alto da Europa; o Campanário na montanha; a Senhora do Monte sobre a cidade, e as frechas dos picos cravando-se no azul denso dum céu, que já é africano. Levadas e saltos de água, precipitando-se em catadupa, brocados pelas aluviões e rotos os montes! Bosque, em que os ramos da flora europeia abraçam e beijam as arvores dos trópicos, embaladas pelas brisas do mar ! Rosas agrestes festivando os valados, láros nos impérvios, violetas bravas mais aromáticas que as de Parma nos brejos viçosos !... Tem muito de beleza e de verdade estas palavras transcritas do livro «Meio-Dia» da autoria de Manuel Carreiro:— «...Transcorridos dias, com lentidão de clepsidra, dois monótonos dias fechados entre mar e céu, duma só cor, ou então indigentes de cores, quando lobrigamos a Madeira alcandorada no Atlântico, senhora linda de ricas roupagens, com aquele sorriso que tem todo o mistério dum sorriso feminino, parece-nos que caminhamos para um sonho feito de aromas do Oriente, de oiro e azul, com a alma em festa e trazendo nos olhos gaias de deslumbramento. A característica da paisagem madeirense é a sua falta de calma —uma paisagem febril, que tem um pouco de criação dantesca. E por ser grandiosa, ela dá à minha sensibilidade forte emoção e faz dos meus olhos dois escravos para a servirem em silêncio, em adoração toda a vida. As paisagens calmas não são menos belas, mas nem todas as sensibilidades estão preparadas para as compreender. Correm o risco da monotonia para aqueles que não educaram sua sensibilidade, não a banharam de lirismo. A paisagem avassaladora da Madeira é toda ela voluntariosa. Tem precipícios que nos chamam, é um pouco cruel, tem braços invisíveis que se estendem e nos apertam contra si. Tudo aquilo nos obriga a pasmar de admiração e com um pouco de pavor.» Aparecem-nos muitos outros autorizados testemunhos acerca das belezas da paisagem madeirense, que somos forçados omitir, em virtude da demasiada extensão já consagrada aos trechos que ficam transcritos. E para encerrar este artigo lembraremos que Camões, referindo-se à Madeira, diz que ela se avantaja a quantas vezes ama; que Spencer, o grande escritor e filosofo inglês, lhe chamou a oitava maravilha do mundo; que Humboldt, o celebre sábio e naturalista alemão, afirma que se a ilha Phaecia, descrita por Homero podesse corresponder à realidade seria a Madeira; que Hughes lhe deu o nome, que universalmente se generalizou, de flor do Oceano no seu belo poema Ocean Flower; que Bacon escreveu uma pequena epopeia, intitulada Atlantis inspirada nas belezas desta ilha; e que finalmente muitos a denominam Ramalhete das Aguas, Paraíso terrea1, Primavera Imortal, Verdadeiro Éden, etc., etc. [ Fernando Augusto da Silva, Dicionário Corográfico do Arquipélago da Madeira, Funchal, 1934, pp.227-237] HUGO ROCHA[1936] ELOGIO DA MADEIRA Desta vez o itinerário não foi mais extenso que o da primeira. O Funchal, o Terreiro da Luta, o Funchal eis o roteiro singelo da minha segunda visita à ilha da Madeira. Então, os encantos panorâmicos do Monte, tão queridos, por exemplo, dos estrangeiros que o turismo atrai ali, não me comoveram menos do que os encantos do Pico dos Barcelos, marcados a vermelho logo no princípio do catálogo turístico da ilha de João Gonçalves Zarco... Poucos anos depois, rumo ao arquipélago açoriano, a Madeira deslumbrou-me pela terceira vez. Na volta dos Açores, o deslumbramento intensificou-se. E então, da quarta vez, a permanencia de duas serranas deu-me azo a fartar os olhos da paisagem da ilha. A fartá-los? Ah, não. Nunca os fartei, nunca os fartarei. Quanto mais vejo a Madeira, mais desejo sinto de a ver. Na verdade, quem uma vez olhou a ilha maravilhosa não pode resignar-se a não mais a olhar. Mágico filtro dá ela a beber, por certo, a quem por ela passa, seja para lá parar, seja para seguir viagem... Assim comigo. Quando pude ver a ilha da Madeira, para além do Funchal, do Pico dos Barcelos, do Terreiro da Luta, convenci-me de que ali e também nos Açores estavam as paisagens mais belas do mundo português. Pelo menos do mundo português, já vasto, que eu conhecia. Vista do mar, a ilha esplende e encanta. Ninguém, a não ser que seja cego, poderá alhear-se à contemplação embevecida. Desde a Ponta de S. Lourenço à Ponta do Pargo, passando pela Ponta do Garajau, pelo Cabo Girão, por todo esse admirável recorte da extensa costa meridional, abundam os motivos de beleza. A beira mar assentam as povoações principais; o Funchal, cuja paisagem só é comparável, talvez, à paisagem da Cidade do Cabo; Camara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol, Calheta, tantas outras,; mais pequenas- mais escondidas nas anfractuosidades do litoral, nas enseadas que ornamentam a costa, pontos mais claros entre o verde escuro das ribas e o azul escuro das águas. Pelas encostas, disseminados como reses tresmalhadas dum grande rebanho, povoados sem conta mosqueando de graciosa claridade o sombrio verdor da orografia madeirense, tão acidentada e tão impressionante. No hinterland, porém, o termómetro do deslumbramento atinge o supremo grau. Vá-se para a esquerda, vá-se para a direita, as maravilhas sucedem-se, amontoam-se, assombrando quem procura, em vão, estabelecer confrontos, medir grandiosidades, determinar a superioridade desta ou daquela. As estradas que saem do Funchal põem à prova, aos primeiros quilómetros, a resistencia da sensibilidade do contemplador. Ora o mar, ora a serra, ora a riba arroteada, ora a ribeira vulcânica, de expressão dantesca, - de tudo, com profusão, se patenteia aos olhos atónitos de quem vai. Santa Cruz, Machico, a Camacha, mais junto ao mar; o Santo da Serra, a Portela, S. Roque do Faial, Santana, mais junto da montanha. Não posso escolher, e não posso dizer que esta paisagem emociona mais do que aquela, nada me permite proclamar a soberania deste ou daquele aspecto. Evidentemente, posso sentir certa preferência por um conjunto ou por um pormenor que se projecta com mais intensidade na tela ampla das minhas recordações, sempre vivas e sempre saudosas. Evocarei, por exemplo, com particular emoção, o deslumbramento da visita ao Santo da Serra, ao belvedere dos Lamaceiros, com a Penha de Águia e o Porto da Cruz a ilustrarem grande parte do Norte da ilha, a destacarem-se no fundo maravilhosamente azul do oceano e da atmosfera. E lembrarei, convencido de que não poderei lembrar paisagens mais assombrosas - direi mesmo: mais formidaveis - esse imenso quadro mágico de S. Roque do Faial e de Santana, a povoação mais pitoresca e a vila mais extraordinária de aspecto que até hoje vi, para evocar, apenas de relance, parte do Leste e do Norte dessa ilha que perfuma e embeleza o Atlantico e torna mais suave a rota longínqua da Africa e da América do Sul. A ilha da Madeira! Sempre que a evoco, é como se Deus fizesse passar ante os meus olhos um filme maravilhoso que, para o ver bem, preciso de semicerrar as pálpebras Eis porque não tento, sequer, esboçar uma descrição do que já vi. Eis porque prefiro evocar, isto é: dar livre curso à emoção constante das recordações. [Hugo Rocha, Primavera nas Ilhas, 1936, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 243-246] LUÍS TEIXEIRA[1938] Não se imagina com certeza, perfeitamente, o que são as quintas da Madeira. Elas sofrem um conceito errado por motivo de idêntica designação aplicada no continente a grandes parcelas de terreno de cultura, às quais, com maior acerto, se deve antes chamar herdade ou fazenda. Pois as famosas quintas da Madeira são parques, grandes e lindissimos jardins, deslumbrantes de cor e maravilhosos de variedade. No centro um bangaló de tom claro com interiores confortáveis de luxo e de bom gosto e, por toda a parte, flores cobrindo canteiros largos e acolhedoras arcadas ou entrelaçando-se na solubra dos caramanchéis, ao canto dos extensos relvados. Canta melancolicamente entre os troncos das faias e os braços dos dragoeiros o melro triste e, dos cadeirões, no terraço, vê-se o mar mordido nas lonjuras pelas quilhas de barcos que partem para todos os destinos guardados no mistério azul dos horizontes em volta. Na Quinta da Boa Vista conheci Mrs. G. Nunca vi mais absoluto domínio de ternura de mulher do que quando Mrs. G. se entrega aos cuidados e zelos das suas flores. Ela não as afaga carinhosamente, apenas. Educa-as. Dir-se-ia que as domestica. Não se limita a mostrar-me o viço e a pureza das pétalas de cores tão vibrantes e estranhas. Vai mais longe. Apresenta-me, enlevada e enternecida, os seus exemplares de begonias manchadas de bronze e prata, como folhas de antigos escudos de combate, e as suas avencas miudinhas e delicadas como os bordados da British Embroidery, vivendo sem contacto com a terra, sensacionalmente alimentadas só com ar e com água. Depois da visita as estufas parei no relvado a ouvir a música dos vilões gemendo nas «braguinhas», violas de arame e ferrinhos as melodias desconhecidas e belas que são a doce expressáo sentimental deste povo, concentrado e ansioso de partir. Vi dançar o bailinho gentil das meninas vestidas com o traje gracioso e decorativo da Madeira. Um rapazola de branco, com a agulha clássica da bóina regional e as altas botas de coiro claro, agitava o «brinquinho» em estridências alegres à frente do grupo dos tocadores. Em volta era tudo um sorriso de Deus. Ouvia-se, na timidez dum eco, o sino da Sé e, de vez em quando, cortando a quietação, os vapores, no grito de arrepios das sirenas. Um ambiente romântico puro, quase inverosímil de tonalidade e de sedução espiritual, envolvia as coisas e as pessoas. As nuvens brincavam na crista das montanhas e espreguiçava-se em indolencia de meiguice pelos longes. Viam-se enormes jardins em sucessivos declives e, por todos os lados, vicejava um verde de cenário próprio para a representação ideal dos autos imaginosos e ingénuos em louvor da Natureza, a viver a hora triunfal do parto milagroso da Primavera. Pensei então que neste clima da Madeira, entre a terra quente e sensual e o céu azul e perfumado, podem, efectivamente, nascer- no ar- as flores mais lindas e inéditas para a nossa visão. Basta apenas que, de meses em meses, quando as cepas e as parreiras em toldo empalidecem, perdendo harmonia neste conjunto quase irreal de verdura fresca, o murmúrio embalador das levadas continue o prodígio de renovação fazendo crescer, por baixo das folhas inúteis, desenvolvendo-se e trepando, os arabescos dos feijoeiros, a rama baixinha das batatas doces, a cabeleira curta da relva para aproveitamento. E dos altos montes e dos vales profundos do interior escorre sempre. a seiva que é o humor nutritivo deste paraíso, canção maternal a modelar, em ternura, a beleza e o encanto da «minha» ilha autêntico país de namorados. [Luís Teixeira, “Minha Ilha da Madeira”, Diário de Notícias de Lisboa, 1938, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp.228-231] HENRIQUE CARLOS DA MATA GALVÃO[1941] -Que maravilha ! O navio cortava então as aguas limpas, por vezes quase acetinadas. A ilha, de todo esclarecida, mostravase já, desde a linha nítida das cumeadas, vigorosamente desenhada no céu, até às penumbras dos vales, como uma fotografia ainda húmida, acabada de revelar. Como se a terra estivesse coberta por um tapete fantástico, ressaltavam cores duma variedade infinita? abertas para um sol puríssimo que escorria doidamente por todas as quebradas, com alegria comunicativa. Dir-se-ia que toda a ilha estava em festa. Adivinhavam-se flores e as próprias casas muito brancas, com os seus telhados vermelhos, pareciam pétalas dispersas a esmo sobre o tapete verde. Não se define bem esta impressão instantânea de alegria que a Madeira nos dá. É uma alegria, por assim dizer, feita de todas as alegrias: a alegria interior do êxtase e a alegria movimentada da festa; a alegria do bulicio e certas alegrias que se gozam em contemplação. Assim, de longe, não se adivinha nela a terra dos trabalhos e canseiras, onde uma população excessiva suga o sangue do corpo para colher no solo o pão de cada dia. Antes parece uma estância prodigiosa de turismo, em que a natureza e o homem, de mãos dadas, não deixaram lomba de monte ou carreiro de vale sem beleza e sem conforto. Pela encosta, mal esta se liberta dos precipícios altaneiros que se erguem a prumo sobre o mar, trepam centenas, milhares de casitas alegres, num milagre de povoamento, de luz e de cor. No alto, em regiões do céu, copas de árvores muito juntas, frisadas, vão descer. Sente-se cá de longe, da amurada, o prodígio que deve ser esta paisagem vista de cada curva do terreno, do alto de cada outeiro, do mirante de cada monte. Depois, em águas mais transparentes, num ponto que todas as casas da ilha parecem demandar, surge o Funchal, doce presépio desta romagem dos Oceanos, uma grande cidade europeia em ar de jardim, um grande bordado multicor, garrido, movimentado e alegre. Tantas vezes tenho passado nestes caminhos e sempre me comovi como na vez primeira. - E ainda hoje não compreendo que havendo já em Portugal tanta gente que viaja por prazer, haja tantos ingleses que vão à Madeira e tão poucos portugueses que a conheçam. [Henrique Carlos da Mata Galvão, Outras Terras outras Gentes, vol. I, 1941, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 194-196] EDMUNDO TAVARES[1948] QUADROS, PRESÉPIOS E LAPINHAS A Ilha da Madeira, indiscutível maravilha da natureza pela sua incrível formosura, pelo pitoresco extraordinário da sua paisagem, pela graça dos seus costumes, e pelos primores das suas flores perfumadas e dos seus frutos saborosos, é um imenso rincão de magia e de sonho, verdadeiro Éden ou Paraíso Terrestre que encanta, embriaga e entontece o visitante. Ao admirar pormenorizadamente esta linda terra, fica-se tomado de emoção e assombro. A grandeza do espectáculo empolga-nos inteiramente. Os horizontes surpreendem-nos e dominam-nos a alma e os sentidos. Desde os vagos e distantes planos, até aos trechos próximos e motivos parciais, os traços de beleza multiplicam-se numa riqueza estupenda e indescriptível. As grandes linhas gerais sucedem-se num ritmo de grandiosidade e imponência. As manchas polícromas e de forma variada salpicam todo o vasto âmbito, e tornam-no numa grande e rica paleta de pintor. Os trechos imprevistos impõem-se por toda a parte. Os pormenores característicos e graciosos abundam e gritam em uníssono um coro triunfal de vida, de carácter e expressão. De relevo muito acidentado, de claro-escuro violento, e de cor forte e riquíssima, a ilha da Madeira desdobra-se em infinitos horizontes, em matizes empolgantes, em efeitos estranhos, e em panoramas parciais de número ilimitado. Contudo, não é propriamente a altura, a realidade da cota de nível em que nos encontramos, e as altitudes dos pontos que se vislumbram em volta, que nos causam aqui o sentimento admirativo, mas sim os grandiosos contrastes que caracterizam esta paisagem de gigantes na brusquidão, a rudeza verificada na escala de altitudes, a variação de cotas existentes entre os píncaros e os fundões, entre o cimo das agulhas e penhas e a linha plana das águas, que nos surpreendem. É o contraste teatral da cor entre a negridão das serranias requeimadas pelo sol, e a alvura azulada do mar, a diferença de cambiantes entre os verdes da vegetação e as chapadas amarelas dos pontos áridos, a gradação da luz entre a penumbra misteriosa dos vales e a auréola apoteótica da claridade do céu, que nos desconcertam, amesquinham e assombram. Em qualquer outra terra há harmonia, evolução gradual de região para região. Aqui há desordem, acaso, paisagem de cataclismo. Um trecho idílico, um recanto virgiliano desdobra-se ao lado de um colossal monstro de lava petrificada. O gérmen da criação está ao pé da morte, a fina penugem verde de uma vegetação exuberante cobre a carcassa das serras desventradas, as plantas revestem as encostas, a vida fez brotar a água, nascer as florinhas, criar as giestas e crescer os pinheiros. Mas o drama lá está bem patente num cenário expressivo de luta de elementos, em que sobressaem o belo, o gigantesco e horrível. Nesta privilegiada terra, todos os motivos interessam, todos os recantos são típicos, todos os aspectos são curiosos, todos os trechos são quadros, e todos os quadros são maravilhas. Feliz conjunto de terra e mar, a ilha da Madeira é uma terra de contrastes violentos, pois reune em pouco espaço os mais assombrosos, e encantadores motivos naturais que se podem imaginar. A serra e o mar acham-se juntos, metem-se um pelo outro, colaboram na mesma obra de beleza trágica, dando consequentemente lugar a uma variedade incrível de pontos de vista e de cenários naturais. A serra é forte, brava, angulosa, maciça, cheia de mamelões, de precipícios, de ravinas e de covões. As suas cores fundem-se em tonalidades e cambiantes irreais, e parecem a distância um embutido de esmaltes, de madrepérolas, e de pedrarias preciosas. O mar é ameno, tépido, transparente, ao pé; azul profundo, ao longe, e envolve graciosamente esta paisagem alpestre e grandiosa, com vários colares de espuma branca. As povoações parecem presépios atulhados de casinhas brancas e de cores, recortados de caminhos íngremes e ruas enladeiradas, ornados de ingénuas igrejas, de torres altivas, de pontes ousadas, e de graciosos e singelos terreiros e miradouros; as fazendas são frescas, fecundas e paradisíacas; os pomares, ricos e perfumados; os hortedos, fartos viveiros de mimos e especialidades. Em parte alguma há jardins tão interessantes como na Madeira. A fragrância das flores mais variadas e raras, os maciços espessos e emaranhados dos arbustos e arvoredos, as sombras frescas e arroxeadas, as chapadas de sol de oiro e alaranjado, as ruelas calcetadas de seixo à moda local, os larguitos e pracetas de terra vermelha, o colorido extraordinariamente intenso e variegado, e a exuberância pasmosa de tudo, estonteiam e levam ao sonho e ao lazer. Os parques e bosques frondosos ostentam as mais lindas e irreais tonalidades nas suas folhagens, possuem retiros ensombreados, encantadores mirantes de poesia sobre o mar, socalcos e esplanadas sobre os terrenos mais baixos, fresquidão, água, nascentes abundantes, fontes naturais, e aromas embriagantes. O clima, indiscutivelmente um dos melhores do mundo, completa o formidável conjunto de encantos deste paraíso. O ar leve, muito puro, doseado dos mais finos elementos para a saúde, enche amplamente os pulmões, espalha um bem estar indefinível no corpo, e uma paz perfeita na alma. Na serra há odores imponderáveis. Há malmequeres de várias cores, flores silvestres perfumadas, ar vivificante de campo sadio, e um vago cheiro a cera e a mel. No mar, o marulhar das ondas junto das rochas e dos calhaus, levanta a maresia, torna o ar afrodisíaco, um tudo-nada espevitante, tempera-o com o iodo, e torna-o ligeiramente salgado e apetitoso. A Madeira é uma ilha formosíssima, uma terra cheia de prendas e de bênçãos de toda a ordem, uma inestimável jóia de alto valor, o paraíso perdido no oceano. A Madeira é um verdadeiro retiro de encanto e poesia, onde a vida é um deleite c decorre como um sonho e uma canção. Quer seja vista a distância e do mar, quer seja observada de perto, em pormenor, e de qualquer ponto da própria ilha, a Madeira possui aspectos de imprevisto inexcedível, os quais se sucedem e multiplicam numa transmuta estonteante e única. A orografia da ilha é tal que, cada ponto domina sempre grande parte dos territórios que lhe ficam mais baixos, e é dominado por outros, que por seu turno lhe ficam mais altos. De qualquer lugar vêem-se sempre rochas, socalcos, fazendas, matas ou casario aconchegado ao fundo dos vales, ou junto dos ribeiros profundos, assim como se vêem também, ameaçadoras, como fortalezas prestes a caírem, outras rochas, outras casas, outros socalcos de fazendas, outras muralhas, outras matas e outras terras que lhes ficam em plano superior. Descortinam-se extensos panoramas seja qual for a direcção em que se olhe. Observam-se escarpas descarnadas de encostas que ficam acima de nós, e que ameaçam desabar sobre as nossas cabeças, ou sobre os telhados das casas que habitamos. De qualquer lado se vê o mar, de qualquer parte se vêem as serras. Assim, cada casa, cada jardim, cada penhasco, telhado, torre, rua, caminho ou estrada, é sempre um miradouro voltado para a terra e para o mar, é sempre um observatório debruçado sobre os domínios dos vizinhos, sobre os telhados das outras casas, sobre outros jardins, sobre outras ruas, outros caminhos e outras estradas. Assim, cada ponto é na Madeira, um mirante que tudo vê em redor, e que também é visto de toda a parte. Cada casa é uma vigia graciosa, ao mesmo tempo virada para os horizontes marítimos e para os horizontes serranos. Cada quintal é uma esplanada proeminente, donde se vê a passagem, a chegada e a largada dos barcos. Cada corredor, uma colunata que marca como adorno, nas vistas da paisagem. Cada fazenda, um jardim que nos chama de longe. Cada jardim, um tapete colorido que ornamenta os panoramas. Para qualquer lado que se olhe, vêem-se sempre casas mais baixas do que o nível em que nos encontramos. Vêem-se sempre casas mais altas, tão altas que parecem inacessíveis. Vêem-se sempre parques a nossos pés, jardins sobre as nossas cabeças, igrejas lá no fundo, capelas lá no alto, estradas planas à beira-mar, caminhos íngremes pelos montes, telhados sobre telhados, chaminés graciosas, janelas floridas, casas de prazer, tapassóis verdes, paredes coloridas, primeiros planos fortemente pormenorizados e polícromos, longes esbatidos, azuis e irreais, serras altas, chapadas íngremes, vertentes matizadas e verdejantes, renques de piteiras bravas, grupos de tabaibeiras marroquinas, campos de bananeiras e de cana de açúcar, jacarandás, tílias e dragoeiros, e por fim, um mar de cobalto, e um céu diáfano, cerúleo e vaporoso. Além das belezas naturais, a ilha da Madeira é também um dos recantos portugueses onde a densidade de população é maior, e consequentemente um dos pontos em que os terrenos são mais largamente aproveitados. Assim, mercê da superabundância de habitantes, e da sua configuração geográfica, graças aos recortes bizarros do seu litoral, aos inúmeros e férteis vales, e às infindáveis e criadoras encostas em que se desdobra o território vulcânico, rugoso e acidentado da Ilha, os sinais de vida vislumbram-se por toda a parte, numa extraordinária variedade de circunstâncias, impossível de imaginar. Existem vilas, aldeias, quintas e casais, em todos os lugares desta terra. Desde a beira-mar até aos cumes formados pela lombada das serranias que constituem a cordilheira principal, que se desenvolve no sentido EsteOeste, a qual define em duas grandes vertentes, a fisionomia orográfica e estrutural da Madeira, a vertente Sul e a vertente Norte, as povoações sucedem-se numa profusão admirável, ostentando-se maiores ou menores, mais ou menos belas e típicas, mais ou menos ricas e populosas, mais ou menos alpestres, camponesas ou marítimas, segundo as suas condições de vida e a sua situação. Algumas povoações anicham-se em recôncavos sombrios, e vales profundos e estreitos, não sendo visíveis senão de muito perto. Outras dispersam-se pelas chapadas soalheiras das encostas, vendo-se perfeitamente a distância, com as suas características igrejas a destacarem-se por entre os apinhados de casas e arvoredos. Outras, ainda, espreguiçam-se à beira-mar, em vales ou encostas que descem até junto dele, ou em fajãs recentes, situadas na base de ribas altíssimas. Nestas condições, o homem habita desde a orla marítima, extremamente populosa e cheia de recursos de vida, até aos pontos mais inacessíveis situados nas altas serranias interiores, e que, falsamente, à primeira vista e de longe, parecem lugares estéreis, inóspitos e adversos à vida. Como complemento desta abundância extraordinária de povoações e de gente que vive por toda a parte, vêem-se largas manchas de vegetação, riscas de estradas, curvas que aparecem, para em seguida se esconderem, fontes pitorescas, levadas abundantes, miradouros, caminhos bordados de opulentas flores, veredas tortuosas e íngremes, e escadozes perigosos lavrados nas rochas. E todas estas povoações, caminhos, fontes e matas, são verdadeiros quadros, encantados presépios ou ingénuas lapinhas. (…) PAISAGENS DE TITÃS OS BALCOES DO RIBEIRO FRIO Conheceis o Ribeiro Frio e os seus balcões de maravilha? Conheceis este lugar admirável situado a meio da Ilha? Vinde até ao Funchal. Vinde até às terras portuguesíssimas da Madeira, onde há mais sentido nacional e mais lusitanismo, do que em grande número de terras do Continente. Vinde até à sagrada terra onde há mil recordações da época gloriosa da expansão racial e civilizadora dos portugueses. Vinde até estas paragens admiráveis do Atlântico, onde as gentes descendem directamente dos mareantes e navegadores do tempo das descobertas promovidas pela Escola de Sagres. Vinde até à terra onde vereis caras, tipos e expressões, que vos lembrarão as figuras pintadas nas tábuas de Nuno Gonçalves, e os decididos e bravos homens do Infante. Vinde até esta privilegiada terra que se desentranha perante vós, em mil curiosidades, em mil quadros de uma grandeza esmagadora e impressionante. E, em êxtase e recolhimento, admirai a grandiosidade da natureza, a imensidade das serras, a vastidão do mar, e a força e eternidade da matéria e do espírito divino do mundo. Deitai pelas estradas fora em direcção às serranias interiores. Subi pelas ladeiras íngremes até ao Monte, ao Terreiro da Luta, ao Poiso, e descei em seguida à região ravinosa do Ribeiro Frio, onde uma vegetação exuberante, fartas sombras, e uma fresquidão de mistério vos esperam, para vos encantarem, seduzirem, e embalarem em sonhos vergilianos. Deixai depois a pousada local com os turistas abancados às mesas. Esquecei os olores dos manjares regionais, o tilintar dos copos e talheres, o vozear alegre, e as risadas femininas. E ide até aos Balcões. Trilhai o carreiro macio, fofo de relva, ladeado de água, e guarnecido de hortênsias, que vos conduz a esse lugar famoso, pois um espectáculo deslumbrante espera-vos,—um destes espectáculos que só a natureza pode proporcionar, e em que os protagonistas são as serras, os rios, o céu, o mar e as nuvens. O panorama é de grandeza e proporções excepcionais. Diante de vós, sob o piso do balcão proeminente em que tendes os pés, rasga-se uma ravina de profundidade inconcebível, em cujo leito contorcido, pejado de pedras e cavado de socalcos e cachoeiras, corre um ribeiro frio, bravo e caudaloso. Grandes linhas angulosas, rochedos nus, portelas e desfiladeiros, tudo parece instável, desaprumado, prestes a desabar no abismo e a perder-se no fundo vago e distante da ravina. Uns farrapos de nuvens ténues e soltas toldam parte das serras fronteiras, o que torna o espectáculo, ainda mais inesperado, estupendo e belo. No fundo, as formas são imprecisas. Mal se lobrigam as rugosidades do terreno, as largas superfícies negras dos rochedos de basalto, e as chapadas de tufa vermelha e vulcânica que formam a base desgastada das enormes penhas que nos assombram e esmagam. Caminhos perigosos descem em zigue-zagues, em degraus e rampas vertiginosas até ao plano inferior, para depois novamente se embrenharem em trajectos idênticos, esfalfantes, e escorregadios, e sumirem-se no labirinto serrano que se avista na frente. Divisam-se alguns pormenores isolados, tais como penedos fazendas, bosques dispersos, e fundos cinzentos do zimbros e loureiros . A alguns centenares de metros mais acima, estão as nuvens. movediças e lentas, tal como se fossem cortinas de fumo branco, impelidas por brisa suave. Neste nível tudo é nevoento, arrepiante de desconforto e frio. Mas mais alto ainda, em cota superior a esta facha de penumbra e humidade, a romper as nuvens, eis os píncaros acúleos da cordilheira, as agulhas intangíveis dos rochedos, e as fragas espantosas das cumiadas, a sobressaírem vitoriosamente, tal como torreões de castelos gigantes ou muralhas de fortalezas imaginarias que palrassem nas regiões etéreas. Então, perante um quadro de tais proporções, diante dos cumes das serranias a espreitarem a alturas prodigiosas e por sobre as nuvens, em face da nitidez dura dos contornos, da luminosidade extraordinária do céu límpido, e da irradiação do sol quente, belo e glorioso que enche todo o espaço de reflexos de oiro, o espectador esmagado, inquieto e confundido, sente-se frágil, tem a sensação de se achar deslocado em meio de uma paisagem de titãs, rende glória ao Criador, e confessa-se pequeno, mísero e efémero. [Edmundo Tavares, Terra Atlântica- Impressões da Madeira, Lisboa, 1948, pp.21-28, 79-83] J. VIEIRA NATIVIDADE[1954] Que génese laboriosa, a desta ilha de florestas e de bruma ! Nada que lembre o mitológico nascimento de Afrodite quando emergiu docemente do seio das águas, coberta por alvo manto de espuma que lhe oculta a virginal nudez. A Madeira é obra de ciclopes, do desencadear brutal de forças enraivecidas e insubmissas, produto de tremendas convulsões submarinas, do pavoroso conflito do fogo com a água. Remontam a longínquas idades geológicas as grandes convulsões geocinéticas que fazem erguer das profundidades abissais uma enorme montanha, sobre cujos planaltos uma outra montanha se levantou, erguendo seus altos picos cinco mil metros acima dos fundos submarinos. E durante milhares de milénios esta pobre ilha perdida no mar é joguete dessas forças brutais que a modelam e transformam. A custa de levantamentos e de erupções vulcânicas cresce e consolida-se o dorso montanhoso: é o primeiro e informe esboço do corpo da ilha, trabalho gigantesco depois do qual se acalma a fúria criadora. Mas o fogo não se extinguiu no ventre da montanha e irrompe mais tarde em focos vulcânicos periféricos. De novo estremece e se agita a montanha mártir, novas torrentes de lava incandescente se despenham no oceano que referve raivoso em cachões, sob colunas alterosas de vapor, como se o próprio Vulcano, na sua gigantesca fúria, temperasse o corpo candente da ilha na imensa celha do mar. Misteriosamente findaram um dia, como misteriosamente haviam começado, as convulsões submarinas e a actividade vulcânica; extingue-se, pouco a pouco, o fogo interno, e a ilha transforma-se num corpo frio e inerte, enorme e torturado esqueleto rochoso, manchado de escórias e de cinzas, contra o qual as ondas raivosamente embatem. Triunfara a obra ciclópica do fogo; porém, esse rochedo é um corpo estranho na imensa superfície líquida, uma mácula, um estorvo ao livre arfar das ondas. E chegou então a vez de a água tentar destruir o que o fogo construíra. Desabam com fragor as falésias corroídas na base pela abrasão; chuvas diluvianas formam torrentes de brutal violência e, como gigantesca garra, a erosão abre vales e desfiladeiros, provoca temerosos desabamentos, morde, dilacera, mutila a montanha e arrasta vitoriosamente para o mar os despojos da luta titânica. Piedosamente, a vida vegetal surgiu um dia a revestir aquela nudez, a opor uma barreira viva à catastrófica destruição. De sorédios vindos de longe brota o líquen que fabrica as primeiras partículas de solo vegetal; colaboram com a planta os agentes meteóricos na decomposição da rocha; trazem as aves e as correntes oceânicas, em piedosa romagem, as primeiras sementes. Pouco a pouco, um manto ténue de verdura esconde as chagas da ilha desnuda. E durante milhões de anos a evolução prosseguiu até que a floresta se pôde erguer, opulenta e magnífica; e durante milhares de milénios vicejou esplendorosa, envolvida pelo seu manto de bruma. Um dia chegou, porém, em que a barca da aventura acometeu aquele grande negrume que a ocultava, e logo a acha incendiária flamejou sinistramente para destruir em breve espaço de tempo a floresta prodigiosa que levara milénios sem fim a constituir-se. Em boa verdade, a ilha da Madeira deixou de ser a ilha das florestas no dia em que Zargo e Tristão lançaram o primeiro e cobiçoso olhar para os troncos dos arvoredos preciosos e para o solo fecundo em que a floresta vicejava. Para mim, na fisionomia da Madeira, ficou sempre gravada a sua origem dolorosa e trágica, e talvez por isso é a Madeira agreste e selvosa, a Madeira da bruma e dos alcantilados cerros, rude, austera e triste, a Madeira que eu melhor sinto e compreendo porque só aí podemos entrever quanto trabalho e quanto sofrimento, quanto esforço houve que despender, e quantas fadigas houve que suportar o homem, para domar os elementos insubmissos, para tornar a ilha lânguida, hospitaleira, amiga, e para conseguir que brotassem da rocha os frutos e as flores, a riqueza e a abundância. (…) Esta é a Madeira estática, cenográfica, sorridentemente hospitaleira; a ilha mundana que se esforça por atrair e cativar os viajantes. Não é para admirar, por isso, que as singularidades da flora, o exotismo dos frutos, a magnificência da paisagem, os milagres da água, o ambiente edénico apenas dêem ao turista uma impressão epidérmica da ilha. Ora a Madeira é melhor do que tudo isto: é a epopeia do trabalho, a glorificação do esforço humano. Tão presente está por toda a parte a influência do homem, o fruto magnífico da sua labuta heróica, o rude afago das suas mãos calosas e ásperas, que a paisagem, por assim dizer, se embebeu dessa presença e se humanizou. Por que não admitir que a Madeira tenha uma alma e tenha um coração ? Um coração em que se fundiram os corações de todos aqueles que durante cinco séculos por amor dela lutaram e sofreram; uma alma em que se fundiram as almas de justos e de pecadores, e nobres e de vilões, de escravos e de homens livres de todos aqueles que no decorrer de meio milénio, ou com o esforço rude dos seus braços, ou com a sua inteligência, a sua coragem, a sua fé, e irmanados por um amor sem fim a este palmo de terra, escreveram a mais bela epopeia agrícola de que se pode orgulhar um povo. A Madeira que nos comove e nos deslumbra é a Madeira heróica, campo de luta do homem contra as forças hostis da Natureza; e para a sentirmos, e para a compreendermos, não vejamos a Ilha do fim para o princípio, do sul para o norte, como é costume, mas do princípio para o fim. Antes do diamante lapidado, apreciemos a matéria bruta que consentiu tal prodígio e debrucemo-nos sobre o titã que realizou tal milagre. (…) Neste cenário apocalíptico tudo é negro, frio, brumoso e triste. Contra as grandes escarpas basálticas, como infatigável aríete, teimosamente e raivosamente arremetem as ondas, e a orla branca da sua espuma mais faz avultar o sinistro negrume da grande mole rochosa. Nas cumeadas das serranias, quando a bruma se descerra, entrevêem-se as manchas sombrias da floresta primitiva: arvoredos estranhos, verde-negros, cujas folhas jamais amarelecem ao desmaiar do Outono, ou tombam açoutadas pelas ventanias do Inverno. Dos apertados vales de erosão, abertos na escarpa, irrompe a água em torrentes tumultuosas, como que fugida ao contacto grosseiro e agressivo dos rochedos e ansiosa por regressar ao mar natal. Rochas e água, o eterno conflito do estático com o dinâmico que tragicamente se reflecte na orografia da ilha. A água paciente, ágil, perversa, desgasta e corrói o esqueleto rochoso, hirto, impassível, severo. Como há milhares de séculos atrás, a água móvel parece empenhada em aniquilar a montanha inerte. É a abrasão a corroer as falésias e a provocar os grandes desabamentos; é ainda a própria água do mar que, sob a forma de nuvem, vai condensar-se nas cumeadas das serranias para correr, depois, tumultuosa e devastadora pelas ribeiras. Na costa norte, dir-se-ia que se renovam a nossos olhos todos os atormentados passos da longa história da ilha. O milagre dos madeirenses foi harmonizar esses elementos hostis, tarefa ciclópica que data de há quinhentos anos, e que hoje prossegue com a mesma coragem e o mesmo ardor. A orografia insular, até na própria vertente sul a mais favorável aos cultivos agrícolas, claramente mostra que, depois de destruída a floresta natural, só era possível conservar ou recuperar o solo pela construção de muros de suporte que prendessem as terras, e de praticar o regadio dominando a água que corria torrencialmente pelas ribeiras, ou brotava, inútil, nas cumeadas das serranias. Para tanto, havia que lutar com a rocha e que vencer as torrentes. E o homem, o pigmeu, atacou a montanha. Durante séculos não cessou o trabalho rude da picareta e da alavanca, e à custa de vidas, de suor e de sangue talharam-se na rocha as gigantescas escadarias, sem que o alcantilado das escarpas, a fundura dos despenhadeiros ou a vertigem dos abismos detivessem os passos do titã. Monumento este único no mundo, porque jamais em parte alguma, com tão grande amplitude, tanto esforço humano foi empregado na conquista da terra. E o madeirense venceu a água o que era torrente perigosa e rebelde, força agressiva e destruidora, sujeitou-se à vontade do homem. E a água corre agora docemente pelas levadas; o estrépito das torrentes transformou-se em brando murmúrio, em terna melopeia de inofensivo e remansoso regato; e a água impulsiva que desgastava a rocha e sulcava a ilha de profundos vales fecundou a terra e permitiu o milagre da vegetação luxuriante e os prodígios da sua agricultura. Pouco a pouco, aqui e ali, as flores surgiram neste cenário grandioso, timidamente se entreabriram, e por fim triunfalmente desabrocharam a coroar, como uma bênção, a obra portentosa dos obscuros heróis. (…) E o vilão ataca e tritura a rocha para a transformar em solo agrícola; geme sob o peso de enormes pedras para construir um socalco; marinha pelas falésias para conquistar um palmo de terra, mesquinha gleba, pouco maior por vezes do que um ninho de águias alcandorado no pendor de uma fraga. Antes de ser agricu1tor, é cabouqueiro e arquitecto. Labuta de sol a sol e transforma o seu horto, a sua courela, num jardim. Onde a água corre, o agricultor heróico e operoso faz milagres; a levada empurra-o e ele empurra a levada. Novos poios se sobrepõem a outros poios, e assim esse trabalhador humilde, além de transportar sobre os ombros o peso da sua cruz, constrói nos degraus da montanha o seu próprio calvário. É a Madeira sobrepovoada que luta. Este vilão madeirense, de torso hercúleo, máscara rude e austera, personificação da paisagem, figura de painel quinhentista; o homem que cinzela montanhas, escala abismos e amansa torrentes, é uma figura estranha. Não se deixou vencer pelas seduções traiçoeiras do clima deita antessala dos trópicos que despertam em nós, lusíadas indolentes, sonhadores e sensuais, o horror ao esforço paciente e metódico. A meus olhos, o vilão é um português que teve a coragem de partir a guitarra, aquela guitarra que todos nós trazemos na alma e no coração a consolar-nos, com seus acordes de plangente fatalismo, dos desencantos e dos fracassos da vida. A luta com a Natureza rebelde fortaleceu-lhe o ânimo suportou durante séculos infortúnios e iniquidades, fomes e injustiças, sem que se alterasse a sua bondade ingénita. Não venceu a rocha apenas com a picareta e a força dos seus músculos, senão com a férrea tempera a sua indómita coragem. Dir-se-ia que uma força espiritual poderosa o guia e ampara o amor da sua ilha, que nele palpita sempre vivo, exaltado, ardente. Emigrante em longínquos países, luta, sofre, tem renúncias heróicas, arrosta provações e misérias para realizar o mais ardente sonho da sua vida: regressar à ilha, adquirir a peso de oiro uma parcela mesquinha daquele solo «ingrato e generoso» e fazê-lo frutificar amorosamente com os seus desvelos e o seu suor, os seus cuidados e as suas canseiras. É a conquista da Madeira pelo agricultor, que assim acrescenta a esta epopeia rústica um novo cântico Para compreender e para amar a Madeira não basta, pois, debruçarmo-nos maravilhados, como poetas, perante a inexprimível e aliciante beleza desta ilha mitológica: rochedo de Ciclopes perdido na glauca e ondeante campina de Anfitrite, e em cujas serranias tenebrosas Flora e Pomona fizeram brotar o horto mimoso e florido, que amorosamente granjeiam, com suas mãos peregrinas, sob o afago tépido de uma perpétua Primavera. Para compreender e para amar a Madeira, não basta vivermos, como artistas, o deslumbramento deste mundo de beleza; admirarmos a ilha acolhedora, florida, gentil, nos seus jardins magnificentes, na euforia das flores, na sedução e no milagre da paisagem. Não basta que nos detenhamos, comovidos e extasiados, perante a grandiosidade das agrestes serranias, ou a modelação torturada dos montes, e nos deixemos embeber da doce poesia da terra, do mistério da bruma, da melancolia das montanhas verde-negras que emergem das névoas para de novo nas névoas se diluírem, como que a arrastar a nossa fantasia para o irreal, o vago, o sonho. . . Para amar e para compreender a Madeira, temos que nos debruçar sobre a ilha mártir, sobre o que ela contém de dramaticamente humano, de tenso e de comovente; ver o homem humilde. rude e simples, nas suas mudas angústias, na sua persistência heróica e na sua imensa grandeza. É preciso que o pensamento se detenha um momento sobre esta epopeia rústica, tecida de tragédia, e que nos debrucemos, enfim, num gesto caloroso de solidariedade humana, de compreensão e de enternecida simpatia, sobre a Madeira que moureja porfiadamente para ter mais terra, e para que dessa terra venha a brotar mais pão. [J. Vieira Natividade, Madeira- a Epopeia Rural, Funchal, 1954, pp.14-17, 28-31, 39-42] EDUARDO NUNES [1956] ORGULHO-ME DE SER MADEIRENSE- até pelas nossas flores, pêlos nossos jardins, pelo colorido das nossas quintas. Não sei quem teria dito que as flores eram sinfonias completas da natureza. E eu tenho, sim! orgulho das flores da Madeira. Mais lindas? Mais raras? Outra variedade, outros perfumes, outros matizes, outros fulgores... Do clima? do sol? das brisas? do húmus. ? Diferentes-apenas. Abundam de tal modo e em tão ampla escala, e são tão variegadas, que completam a roda do ano, sempre com assombrosa profusão. Temos de tudo-penso- da mais humilde violeta à mais preciosa orquídea. E temos rosas que começam em Janeiro, fazem o percurso dos doze meses, assistem à passagem do ano - à famosíssima Noite de S. Silvestre- e na primeira manhã do Ano Bom lá estão para nova rota ao calendário. Se aquela irmã Susana de Júlio Dantas vivesse na minha ilha, não teria sido vítima do seu próprio juramento, porque, aqui, ao contrário do seu jardim, encontraria Rosas de todo o ano. Na minha ilha, as flores são um produto local: a orquídea oriunda do Brasil, sujeita ou não à estufa, tem outras tonalidades, outros aveludados, outro colorido -é menos impessoal e mais digna. Os processos técnicos-ou químicos de muitas regiões, são aqui resultante natural do meio, sem as exigências constantes, ou permanentes, dos mais afamados centros florícolas. Aqui, o meio faz o produto, sem adulterá-lo na sua identidade de conjunto. E se os perfumes são outros é porque é outro o ambiente da fecundidade e do desenvolvimento. A giesta (essa flor cor de mau gosto) de entre os pinheirais, agrega a si um pouco da seiva dos pinheiros. O junquilho nascido nos «camalhões » dos « regos » ou à beira das paredes, é de um odor muito mais intenso do que os que nascem nos canteiros, entre roseirais. Por outro lado, as flores transitórias, ou estacionais, possuem outro « aplomb», outro «chiquismo», outro «it» ... remotos vestígios da elegância fidalga da Descoberta, e a mesma inflexibilidade de pundonor... A nossa situação climática, este nivelamento de frio e de calor, uma quase permanente estabilidade de temperatura (um banho de mar em Dezembro ou Janeiro, mais delicioso do que de Julho a Setembro), tudo concorre para uma ambiência de afagos e de protecções, benéfica aos homens e às coisas. Malherbe, o grande lírico francês, não conheceu as rosas da Madeira, porque na segunda metade do século XV só eram conhecidos além fronteiras os nossos vinhos. Se assim não fora, elas não se desflorariam na manhã seguinte... As nossas flores são eternas, porque estão em permanente renovação. Aqui, na minha ilha, aquele embaixador britânico não teria necessidade de conservar o cravo na água, ao regressar do «Baile dos Diplomatas» .... porque teria muitos outros ao amanhecer. Tudo, na Madeira, floresce com singular exuberância. Há riquíssimos e vastos jardins, sujeitos a cuidados e trabalhos naturais, mas nada é infecundo, seja em que local for: nos terrenos agrícolas, num vaso, num vasilha, num alegrete, nos pontos mais áridos ou entre as «mestras» das levadas, não lá uma só flor, de soca ou semeadura, que não germine, que não cresça e que se não debruce na haste ou não se espreguice ao sol. A terra é fértil e os ares anulam os elementos perniciosos. Com as rosas da Madeira, poderá bem dar-se o que diz Vieira Natividade: alegram os momentos mais ditosos da nossa vida ou acompanham-nos, doloridas, nas horas mais pungentes de tristeza e de saudade. Elas são oriundas de todas as paragens e constituem a mais variegada colecção que jamais vimos, com a maior soma de aromas. Tanto, que eu ouso perguntar agora, numa retrospectiva e hiperbólica supervisão, se não teria sido aqui, na Madeira, nestes jardins edénicos- Olimpo milenariamente anterior a Zargo -que Vénus quebrou a ânfora onde trazia os seus excelsos e divinais perfumes. . . É ainda na Madeira, cujas estufas pouco possuem de artificial, que o autor da «Jornada a um mundo de beleza eterna» poderia ratificar a conclusão a que chegou: as orquídeas, com requintada psicologia feminina, detestam-se mutuamente. As nossas flores têm encantado o mundo- e hoje ficam já a quatro horas de Lisboa e a sete de Inglaterra. Caíram sobre D. Carlos e D. Amélia; sobre a figura veneranda e simpática do Presidente Carmona; sobre a excelsa e branca Imagem de Nossa Senhora da Fátima. Atapetaram molhes de desembarque e ruas, pátios e salões, igrejas e estradas; e debruçaram-se de prédios e paredes, de mirantes e janelas. De uma vez foram tão abundantes que levaram um ministro a esta pergunta: Mas haverá ainda mais flores na Madeira ? No momento em que escrevo, os nossos jardins e os nossos campos são de um encanto sem igual, duma soberba e opulenta floração. A poucos metros dos meus olhos, as ameixieiras têm qualquer coisa de irreal, sem o menor espaço de ramo nu, tal a arrumação das flores-flocos de neve que parecem imateriais. E lá para diante, galgando serras, cortando encostas e ravinas, ficam as cerejeiras, em esmeradas rendas alvinitentes, bagos compactos de sumaúma a que o sol empresta rutilâncias de inebriamento. Agora, sim, Coelho Neto trocaria o seu «Jardim das Oliveiras», por este jardim das cerejeiras. . . É Abril - intenso, pleno, com braçados de perfumes, de cores, de sons... com a orquestração pipilante da passarada desabrida. Fialho, por esta altura, compunha a sua «Sinfonia da Primavera»-Eu bem na sinto! Eu bem na sinto!. . . E como ele, reparo no que os melros dizem de alegre e as borboletas viuem de contente. Vou pedir a Axel Munthe o seu Livro de San Michele, para irmos ouvir nos jardins, nos prados, pelos bosques adiante, o que diz a melrada em desatino, e ver o que são estas brisas odoríferas, esta música coral das plantas e das flores, das aves e das borboletas-estas aleluias que os anjos cantam no bico dos passarinhos. Vasco da Gama teria hesitado entre flores e frutas de conserva quando, ao passar aqui, quis levar algo que mostrasse ao novo Império da Índia o que eram nas «riquezas de Portugal». Durante todo o ano se verificam espectáculos surpreendentes- porque as flores são a pintura gárrula da paisagem. O turista encanta-se com elas: ontem, o Duque de Kent enlevado com um cravo maculado de branco e roxo; hoje (ao abrir do Ano Santo), Winston Churchill que, ao sair da Madeira, teve de sobrepor a política aos seus devaneios artísticos, no melhor dos seus sorrisos, beijando um ramo de violetas-Oh, louely !-das mãos duma senhora. E, ontem ou hoje, se Camões pudesse ver as flores da Madeira, acreditaria terem sido elas que deram cor à aurora. . . Foi no meio delas, das flores da minha ilha, que Rinder ensinou Bernard Shaw a dançar; que Anna Neagle-a magistral intérprete de «Rainha Victória»-depois de reconhecer, contrariando-me, que «até no Paraíso havia jornalistas», me confidenciou: Um encanto, a maravilha mais linda que tenho visto! E foi nos jardins do Paço Episcopal que o Dr. Lopes de Melo-o grande orador sagrado companheiro do Padre Cruz - teve esta frase formal: Conheço um pouco do mundo, mas nada conheço que possa comparar-se a tudo isso; estou cheio de belezas e de perfumes ! E, agora mesmo, o Dr. António Florillo, meu camarada italiano no jornalismo, vem de escrever: Não me recordo de ter visto noutro lugar a abundância de flores que existe na Madeira. Depois de um hino aos nossos panoramas e aos nossos privilégios naturais, acrescenta: Na Madeira, tudo parece saído de um mundo de outros tempos. Há um sussurro brando, diáfano, cadenciado, a diluir-se, a extinguir-se... São as flores que conversam com as abelhas, com as borboletas, com as outras flores. São as vozes delas, enigmáticas, dolentes, na perturbação tangida dos sinos de Carlos Dickens Um borbulhar de sons imperceptíveis, que os últimos laivos do poente colorem e enfeitiçam. São as flores quese preparam para o repouso, para o silêncio biblico da noite-para a festa dos aromas, Há uma madressilva que já impregnou o ar com um cheiro que abala as narinas, de tão inebriante-e já atraíu uma borboleta nocturna, única confidente dos seus secretos anseios. Vão entrar na volupia do escuro, na fantasmagoria do negro, na ausência da cor-para, amanha logo ao romper da alva, acordarem, cheiinhas de sereno, com o chilreio orquestral da passarada novamente em alarido. Que será o seu sonho no vácuo da noite? Uma jarra de Sévres de senhor feudal? Um colo de Vénus? Um altar de Deus? Não! Antes a haste, a prisão à vida, à Natureza-quiçá o melhor sonho das flores e dos homens. Nos canteiros da Madeira, há, sim, daquelas figurinhas de Tanagra, de que nos fala Vieira Natividade. Aqui, não é preciso organizar -se um certame Internacional, porque todas estão em permanente certame durante todo o ano. Aliás, digam-no os passarinhos, que na Madeira abundam em volumosissímas vagas, sem que viessem dos trigais da Argentina ou da América. As flores da «Pérola do Atlântico» são do seu cartaz histórico, do seu nome no mundo. Raríssimo é o estrangeiro que as não leva para bordo, quando em trânsito; que as não tem no seu «appartement» do hotel; ou que as não pede para o navio ou para o avião, quando embarca. De resto, as flores da Madeira são outras cores da cidade e dos campos numa só Flor do Oceano. ORGULHO-ME DE SER MADEIRENSE- por tudo que disseram de nós, antigos e modernos. ..-São torrentes de aleluias, que põem o meu orgulho a pular, a saltar pelos páramos da nossa grandeza - esta árvore com cinco séculos e meio de existência, ridente ao sol e ao tempo, sempre verde e sempre tenra, que emerge do ventre do Atlântico para maior glória da Pátria e melhor enlevo dos homens. Caudais de encantamento de que são arautos os «estranhos» (os de fora); todos dirão o que eu - se o soubesse...-não diria por suspeição. Vou pôr, portanto, o meu orgulho naqueles que se orgulharam de vir até nós. Mas, de todas as peças que rebusquei para formar este coro de privilégios com que se dignifica e engrinalda a minha ilha, dispensarei largas referências, e só de passagem sem qualquer ordem cronológica, repita-se - citarei nomes doutros séculos, que se dispersam na vasta bibliografia do arquipélago. Darei relevo a afirmaç6es mais afastadas dos armários do Passado, mais próximas das nossas últimas gerações, mais contemporâneas e mais jovens. Estou envaidecido com Shelley, com Humbolt, com Spencer, com Ranken, com Bacon, com Garnier, com Cannipieter.. E gratíssimo ao Rei Fernando da Bulgária, ao Imperador de Áustria (que na Madeira se exilou e morreu e aqui tem seu túmulo na igreja do Monte); a Marryatt, a Bilac, a Avezac, ao doutor Assuero... Sei que Shelley, um dos maiores poetas da Europa, cujo cadáver Byron foi buscar ao Golfo de Spezzia, nos visitou no auge do seu lirismo; que Alexandre Humboldt, sábio e naturalista alemão, teria sido quem melhor se dedicou, então, as nossas espécies geológicas; que Spencer, o fundador da filosofia evolucionista, chamou à minha ilha a oitava maravilha do mundo; que Hugnes, um poeta, quere ser o primeiro a chamá-la Flor do Oceano; que Bacon, « pai da filosofia experimental. e o «enfant gaté de l'Empereur», escreveu uma deliciosa epopeia as nossas belezas naturais; que Pascal d'Avezac, geógrafo francês, disse nada conhecer de mais belo e majestoso; que Frederico Marryatt - um romancista inglês e «o homem mais viajado do mundo» não conheceu sítio no globo de tanto assombro e deleite; que Olavo Bilac, o «príncipe dos poetas brasileiros» nos seus ultimos anos, chamou à Madeira o arquipélago dos bemaventurados; disse que toda a ilha era uma fulguração no banho luminoso da manhã, e que, nela, tudo concorria para dar-lhe um distintivo edénico; que Roberto Garnier, tempestuoso e trágico como Byron-que também aqui esteve - transformou a sua lira em doces melodias a esta ilha de Deus; que Assuero, o grande medico espanhol, achou-a o paraiso do mundo, mais bonita que Nápoles e Capri.… Para mim, para o meu trabalho e para esta ilha de que me orgulho, para esta «ilha dos Amores», a que se lhe avantajam quantas Vénus ama; a terra portuguesa desse verdadeiro precursor dos que tem cantado e enaltecido as maravilhas da Pérola do Oceano; para mim, que não posso compilar tudo que se me depara, vão valer afirmações que não trazem a naftalina dos arquivos, nem as possíveis deturpações dos historiadores. E, agora-pondo na pedra cimeira deste livro o meu orgulho de ser madeirense, diga eu como os latinos: . «Sursum corda !» são cantar-se hosanas à minha ilha da Madeira! Começo... com um «santo da casa» -o grande jurisconsulto que foi João Augusto Martins, porque a sua frase lapidar serve de mote aos que lhe seguem:- . . . temos o que quere que seja de vago e confortáuel, das preciosas telas de Wateau... e dá vida e retevo aos relevos da vida.Bulhão Pato, que por aqui andou «a retoiçar» aos vinte e aos sessenta e cinco anos, chama a ilha uma Senhora linda, de ricas roupagens, e acrescenta: Especiáculo paradisíaco ! País privilegiado, não tem no mundo torrão que the dê de rosto. Júlio Diniz esteve aqui alguns meses- a gosar, despreocupado, o mais surpreendente espectáculo que pode imaginar-se; a espraiar a vista pelos formosissimos vales que vão descobrindo o seio fecundissimo aos olhos marauilhados. Emudecido com a magia que o cercava, inspirou-se a tal ponto que aqui escreveu «Os Fidalgos da Casa Mourisca». A um homem público como D. António da Costa, autor da «História do Marechal Saldanha» e nosso primeiro ministro da Instrucão-na Madeira tudo faltou de amor e tudo era formoso! Latino Coelho traduz de um navegante austríaco.: . . .a vida da Natureza aparece em tão rica variedade e formosura, que a mais creadora fantasia nada pode conceber de mais amorável e encantador. Teixeira Gomes, que foi nosso Presidente da República, e escritor de renome, teve esta interrogação Pois haverá no mundo paisagem mais aliciadora do que esta que eu disfruto? E Brito Camacho (escrevendo talvez, com a pena ao contrário ... ), tem esta frase: Sinto o deslumbramento dum panorama sem rival, o encanto duma bela que os mais delicados, os mais impressionantes e amoráveis paisagistas em todos os tempos houvessem feito em colaboração. António José de Almeida-outro Chefe de Estado, declarou: A Madeira é um retalho do Paraíso colocado neste ponto do globo; é obra da Natureza, obra de Deus! O Presidente Carmona escreveu: Saio da Madeira maravilhado. Nunca poderei esquecer a magnificencia da paisagem e as qualidades primorosas do seu povo. Logo à chegada, no cais, ao atravessar o tapete de pétalas garridas, teve esta exclamação: Isto não é uma terra; é um sonho! Com a vista a «falhar-lhe e a perturbar-se, o cheiro a entontecê-lo», Raul Brandão, enlevado, escreve: Tudo isto vai do cinzento ao doirado, do doirado ao azul indigo -e a montanha a escorrer azul e verde. . . Agora, o romancista de «Miss Século XX», Sousa Costa: Os meus olhos fixam-se, sem pestanejar, recolhidos na contemplação do inesperado espectáculo - tão formoso, louvado Deus! que folheando os mil canhenhos da memoria não encontro outro a que o compare. Percorre a ilha, magestosamente bela, e conclue: Enquanto os nossos «parvenus» diluem a sua insignificância nas terras estrangeiras, as pessoas estrangeiras de bom gosto vem alegrar os olhos e retemperar os nervos nesta maravilhosa estância de Portugal. Remonto um pouco a outras gerações e oiço o inegualável anotador da Guerra Peninsular, Adolfo Loureiro: Sem rival na terra, jamais se apagou da mente de quem uma vez poude apreciar os seus encantos, a recordaçdo daquele verdadeiro paraiso terreal. Travassos Valdez exige reivindicta para seu pai, o conde de Bonfim: foi quem primeiro denominou a Madeira de Flor do Oceano, estas marauilhas que não são uma realidade mas um sonho de ficção de poetas, arrebatador, como se contemplassemos uma região fabulosa. Paulo Mantegazza, que três vezes passou aqui, diz ter ouvido dos viajantes que todos desejariam ter uma casinha neste paraiso. O notável romancista italiano escreveu no Funchal. Uma pagina de Amor-Um dia na Madeira . Von Blomberg, que aqui esteve a bordo do iate do chanceler do Reich, disse aos jornalistas: Prefiro ver do que falar; quando os olhos se extasiam de beleza, a voz sufoca-se, e tartamudeia. . . E Italo Balbo, Marechal do Ar da Itália, confessa a sua surpresa: Nem sei bem onde caí... No Paraíso? No Olimpo? Seja como for, estou numa ilha que me perturba, por demasiada singularidade de encantos. Depois. . . as « estrelas . da Cinelândia: Bety Balfour, ali, na Quinta dos Cedros, zangada por haver-lhe desvendado o incógnito: Devo confessar que estou num lugar que a minha palavra não define. Lindo? Belo?... Um lugar unico! Dolores del Rio esquiva-se, sorri, aponta Cedric Gibson, seu marido, magnate da «Metro»-mas não resiste: Estou perdida de encantamentos. E olho que conheço muitas terras lindas!... Jean Murat, com Wina Winfried e uma equipa numerosa, desembarca de bordo do «Pádua», onde Pierre Chenal filmava «Les ammotinées de l'Elseneur».Vinham apenas «pôr pé em terra», mas «amotinaram-se» a tal ponto com os encantos que se lhe depararam, que ficaram para o dia seguinte. O grande galã francês dizia-me, nos varandins do !Reid's Hotel»: isto é de uma beleza enigmafica, elegiaca, acima do natural! Pouco depois, a caminho da Argentina, Marahon-sábio catedratico e fundador da República Espanhola olhava o Funchal da vigia do seu camarote e, sem responder às minhas perguntas de ordem polltica, comentava: Soberbo! É um postal, uma tela única. . . pintada por Deus ! de matas, engrinaldado de flores; ondina encerrada numa câmara de núvens- escreve Oliveira Martins. Henrique Galvão escalou a Madeira diversas vezes nas suas jornadas para o Continente Africano. Ao fim de uma delas, enraizadas as suas impressões, a natureza havia-o seduzido. Tudo conservava um ar festivo, alegre... alegria feita de todas as alegrias, a alegria interior do êxtase, e a alegria movimentada da festa. Também Júlio Diniz já o notara: Tudo tem um ar de festa e de alegria. De uma vez, disse-me Kostrukoff, maestro de «Os Cossacos do Don»:esta beleza magnificente, que deleita, e suavisa, e embriaga. ilha pequenina, onde a população é uma família, a família um aconchego, o aconchego um altar. E Nicolau Gnibeda, seu mais directo tradutor, acrescentou: A Madeira encantou-nos, para sempre, para regalo do espirito, para encanto dos olhos, posso dizer-lhe que nada há melhor no mundo. Sim ! Tudo que se diz deve corresponder a uma verdade insofismável. Quero concordar que tanto louvor e tanta mística de encantamento não são meras formas literárias, meros arroubos de poetas e de estilistas. Ouço agora Vieira Natividade: Na Madeira a Natureza abusou em demasia do sublime e o homem excede o próprio homem. Não há nada que não seja magnífico, imponente, deslumbrador. O autor de tantíssimos trabalhos científicos também se enamora da ilha, também se extasia por ela, a ponto de concluir que seria um contra-senso cantar-se o fado na Madeira, onde o ambiente só admite hinos triunfais e cânticos heroicos. Ferreira de Castro-o mais famoso romancista português da actualidade- embrenha-se de tal modo na minha ilha, onde passou uma temporada, que nela coloca toda a acção do romance «Eternidade» e a ela torna cheia de encantos em . Pequenos mundos, velhas civilizações . Camilo tem aqui o seu « Eusébio Macário», o entrecho de «O Santo da Montanha» e larga referência no «Regicida ». Arnaldo Gama desenvolve na Madeira «A Caldeira de Pero Botelho». Bocage sem para ca viver, aqui se consorcia e aqui deixa descendentes. E o Épico, segundo Teófilo Braga, teve também aqui alguns parentes. Da nossa hospitalidade escreve ainda. noutro lado, Julio Diniz. Se os doces afectos da familia, se os carinhos duma esposa, duma mãe ou duma filha se podem substituir no mundo, é aqui a terra para tentar a experiencia. E Henrique Galvão diz tambem. A hospitalidade dos madeirenses é a expressão dum sentimento e a força dum hábito. São duma amabilidade fidalga, que não precisa dobrar a coluna vertebral para se nos meter no coração. Simpaticos e dignos, na medida exacta em que se honram os que oferecem e os que recebem. Vou rematar todo este côro de hosanas a minha ilha com dois poetas-um que por ca andou em busca de saude; outro, que por aqui se perdeu doido de beleza. António Nobre, depois de procurar alívio por terras de Espanha, da Suissa, da França, da América ... e por recomendáveis regiões de Portugal, viveu dezoito meses na Madeira. Porque só podia cantar os seus sofrimentos, não poude cantar a ilha nas suas maravilhas. Mais fraterno, mais íntimo, mais aconchegado ao povo- a sua criada Catarina, ao velho da rede, Aquela Riquinha que era a «flor mais bela do jardim desta ilha» e que Fora outrora, talvez, filha dc Cristo, Se Cristo houvesse tido alguma filha, e aquelas outras raparigas de quem disse: Fica-se doido, vendo-se a primeira, Doido se fica se se vem as mais, o grande mártir do «Só» não meditou sobre a paisagem, porque a sua meditação era angustiosamente subjectiva. Sede de imensa luz como a dos pára-raios, segundo gravou no tronco duma nespereira hirta e antiga. Encantado com a nossa hospitalidade, no meio da «fina flor» que então com ele se reunia para ouvi-lo dizer versos de Antero, não esqueceu, depois, a sua gratidão, que sintetisou nestas palavras: As senhoras do Funchal tem sido amabilissimas para comigo: manda-me «beeftee », « custard», vinho velho, geleia, etc.. Nós, por nossa vez, não o esquecemos-e ali esta, no Largo que tem o seu nome, o seu busto de sorriso triste e sofredor. Mas. . . toda a medalha tem anverso e reverso. Veja-se agora este contraste. Outro poeta, que por aqui andou pulando de contente, doido de alegria, no desvario da beleza, como um fauno a incendiar o bosque com estrofes dantescas e mágicas -esse irrequieto, esse traquina poeta dos infinitos que é Miguel Trigueiros. Socorro! Que isto e belo demais! Calcurreando ruas e montes por esta ilha do outro mundo, por este corpo de paisagens impossíveis, tem este frenesi. Apre! Que ser feliz dói a valer! E esperneia, e barafusta, porque a beleza entrou-lhe na medula e anda a comichar-lhe o sangue, e vá de interrogar a própria ilha: De que estranhas miragens nasces tu? Inconformado, nesta alucinação de encantos sucessivos, tenta uma compreensão: Isto aqui não é a Natureza! É outro Espaço, é outro mundo, é outro Sonho! E a ideia tolda-se-lhe no espirito, toma ascensões siderais: Olá, bom Deus, não há que duvidar: Cristalizou aqui o Teu olhar! Por fim, exausto de sublimidades, cansado do Belo, conclue: Não se comparam formas com milagres! E ao pé deste milagre, é tudo pequenino! Na feitura deste capítulo fui o primeiro a não saber urdir as imagens e a não conseguir frases de concordancia que se ajustassem ao seu relevo com algum relevo, também. Piquei-me diante delas atónito, Fiquei-me diante delas atónito, sem discernir as de maior elevação, e acabei por pensar que esta minha ilha da Madeira deixara de ser minha, por se me mostrar na posse embevecida dos outros. Ao cabo, logrei encantarme com os encantos estranhos. Experimentei sensações diferentes, até a de julgar, perante as estrofes dos poetas, que não possuía já, na minha ilha, qualquer direito de propriedade... E vá de sentir saudades, essas mesmas que só se matam quando começam a nascer. Stefan Zweig diria: tem tal tamanho esta Beleza que eu, diante dela, prosto-me como um covarde! E eu, se fosse poeta, ou filósofo, pensaria: pouco importa morrer; o que é preciso é que isso não suceda antes de conhecer-se a Madeira. (...) [Eduardo Numes, Porque me Orgulho de Ser Madeirense, Funchal, 1956, pp.57-98] MARIA LAMAS[1956] HOUVE tempo em que a floresta revestia densamente as montanhas e descia, frondosa, até mergulhar as suas raízes no próprio calhau da beira-mar. Assim descreve Gaspar Frutuoso aquela ilha a que o dito capitão (Gonçalves Zarco) pôs o nome de MADEIRA, por causa do muito, espesso e grande arvoredo de que era coberta". Diz a tradição e confirmam-no os cronistas da época, entre os quais o autor das Saudades da Terra. que, não podendo domar as alterosas ondas de verdura que se lhe opunham à abertura de caminhos e ao cultivo do solo, depois de ter vencido as do temeroso Oceano, mandou Zarco atear um fogo que, durante sete anos, ardeu em diversos pontos da ilha, sem conseguir devastar completamente a sua pujante vegetação. Segundo Azurara, era tal a abundância de madeiras, formosas e rijas, na região de Machico, que, vinte anos depois da descoberta, o Infante as fazia transportar em grande quantidade para o Reino. mandando construir com elas os primeiros navios de gávea e castelo de avante e introduzindo importantes mudanças na arquitectura, assim como no sistema de edificações urbanas usado até então. Onde estão os vestígios dessas matas exuberantes que o fogo não chegaria a destruir? Que visões nos oferecem hoje as serranias madeirenses, para alem das montanhas que enfrentam o Atlântico Como será a ilha que se não avista do mar RABAÇAL A fama do lugar e o próprio caminho preparam-nos para qualquer coisa excepcional. Mas quem espera beleza vulgar de cartaz turístico. pitoresca e colorida, terá uma decepção. O Rabaçal foge ao comum dos panoramas afamados: nem vastidões incomensuráveis, nem sítios românticos onde apeteça ficar. Porém, quem lá for, nunca mais se esquecerá daquelas paragens. Há uma estrada que vem da Calheta e nos leva até à casa-abrigo da Junta Geral. Mas tenta-me o antigo trilho, que dizem ser longo, áspero, e vai subindo pelo lado de cá, noutro flanco da montanha, ate embocar no Furado. Por ali seguiam, antes de se abrir a estrada, tanto vilões como excursionistas—e não pode considerar-se aventura de somenos uma excursão ao Rabaçal, no tempo em que o meio de transporte em tais caminhos era a rede e se tornava inevitável pernoitar num tosco abrigo em plena serrania. Actualmente, esse primitivo itinerário é seguido apenas pelos camponeses, mas oferece maior interesse a quem quiser fazer ideia do que seja um furado" madeirense e, sobretudo, a quem desejar conhecer todos os caminhos dos homens. Lombo do Doutor, um pouco acima da Calheta Aqui vivem o Alhinho e a senhora Maria, que me acompanharão no velho percurso, espantados de que optasse por ele, tal como o conhecem, ermo e fatigante, mesmo para quem lhe está afeito, quanto mais para quem vem da cidade. A habitação deste casal de vilões remediados, já com filhos casados e emigrados na Venezuela, é das melhores do sítio: dois pisos, paredes caiadas e coberta de telha. Interiormente, um característico desconforto, apesar do gosto da mulher, generalizado em toda a ilha, em alindar com bordados e rendas o seu bragal, por modestíssimo que seja. Não se trata duma excepção: para o camponês madeirense a preocupação absorvente é que o milho não falte e a terra não descanse—tudo o mais será como for . Os utensílios da lavoura, mais o pote da graxa" (assim chamam, na região, à banha de porco com que temperam a sopa de verduras e o milho) mais um molho de cebolas, o lampião e o moinho caseiro, um banco desmantelado, cestos de feijão, pilhas de batata doce e de semilha, ainda muitos outros objectos, variadíssimos— tudo se amontoa, em desordem, na casa de entrada, atravancando a pequena divisão, térrea e escura. O reboco e a cal não passaram do lado de fora., . A comunicação com o primeiro andar faz-se por uma abertura no tecto, até onde se sobe por uma escada rudimentar, sem corrimão. Lá em cima, no quarto, a cama de ferro tem almofadões brancos, bordados, e no pequeno lavatório há uma toalha cuidadosamente dobrada—tudo assim hospitaleiramente preparado em minha honra. Também as janelas ostentam o luxo de cortinas de croché. Nas paredes, oleografias baratas, com assuntos religiosos. Sobre a cómoda, um Menino Jesus e uma jarra com flores de papel. Este é, mais ou menos, o interior típico duma moradia rural considerada média na escala de categorias que os próprios camponeses estabelecem entre Si. A família come na cozinha—uma construção à parte, acanhada, escurecida pelo fumo, mal provida e sem alinho. Mas não foi lá que almoçamos. Para a nossa refeição a mesa foi posta cá fora, sob a latada: toalha desencardida e manjares que a terra dá. Como sobremesa saboreei as bêberas' fresquinhas e apetitosas, colhidas de manhã numa figueira da fazenda e servidas em gamelinha airosa. É mais de meio dia. O tempo entrovisca-se... Mas isso é corrente e não assusta ninguém. Voltamos costas ao mar e partimos, finalmente, a caminho do Rabaçal. A ladeira é íngreme. No alto, a vereda que seguimos deixa de ser caminho entre pinhais, para flanquear penedias, sobranceiras a abismos, sem guarda nem qualquer ponto de apoio. Só contamos com o bordão, no caso de vertigem ou de um pé resvalar. Vou tentando regular o meu passo pelo dos meus companheiros, sem o conseguir. Têm eles que moderar o andamento, para que eu não fique, sòzinha, para trás. O homem fala... Discorre sobre o seu viver arrastado, num tom insatisfeito mas sem lamúria. Pelo contrário, tem na voz e no olhar uma expressão de argúcia e uma vivacidade comunicativa que não condizem com a máscara vincada e o seu todo de homem idoso e gasto. Compreendi então a diferença da impressão que em mim causaram estas duas maravilhas da Madeira: as Vinte e Cinco Fontes, espectáculo surpreendente, raro e belo, duma beleza um tanto romântica; o Risco, uma grandeza imponente e esmagadora. Se alguém teve a veleidade de macular o cenário magestoso do Risco, deixando o sinal da sua passagem, não dei por isso, tanta é a desproporção de um traço frívolo, em relação àquela mole de basalto, gigantesca e dramática. Ali, a rocha e a água confundem-se numa expressão de força invencível. No regresso, para encurtar distância, seguimos o itinerário dos carregadores de feiteiras, que nos fora indicado pelo guarda Manuel: subir um monte, à esquerda: descê-lo depois pela outra encosta. Lá viemos, conforme foi possível. Trepamos de gatas, que o terreno era movediço, e valeram-nos troncos e arbustos a que deitávamos a mão. O Alhinho, conquanto experimentado nestas subidas e descidas acrobáticas, não fez neste passo brilhante figura... Ganhamos meia hora, mas estivemos na iminência de descer. bom grado, mau grado, muito mais do que convinha... Manhã inesquecível, mais intensa na sua brevidade que dias, semanas e até anos de viver asfixiado, convencional, apático. Há uma espécie de avidez no meu desejo de fixar tudo: cor, relevo, configuração do conjunto, pormenores de luz e até o que só é possível pressentir. A natureza, exuberante de viço e força, tem nesta hora calma uma expressão estática de mundo vegetal inviolado. Mas toda a sua grandeza e esplendor não anulam o sinal do homem e da sua luta na caminhada penosa e lenta para o futuro. Perante as serras do Rabaçal, recobertas de arvoredo multicentenário e fertilizadas por mananciais assombrosos, envolvo os pioneiros que primeiro aqui chegaram e planearam o aproveitamento dos caudais que se precipitam de alturas perpendiculares, abismando-se em funduras insondáveis e correndo, até então, desaproveitados para o mar. Ali estão as levadas, os aquedutos e os túneis a testemunhar o titânico labor. O plano realizado ultrapassa a evolução do homem que o executou com o seu braço, dando-lhe, não raro, a própria vida, o homem que circula hoje, igual ao que era ontem, por estes lugares—lá vão na sua faina quotidiana os carregadores de «feiteira». Mas a obra prevalece nos seus benefícios gerais e como índice do combate instintivo, sem tréguas, da Humanidade, contra o que se opõe ao direito de viver e progredir. Penso isto, numa convicção e num apelo, ao contemplar a serrania imensa, de que me aparto com pena. E a montanha, e a floresta, e a água, respondem-me: descubro uma força maior nos meus passos, no meu olhar e na minha atenção, como se um sopro de vida renovada ateasse a minha chama interior e despertasse energias que, sem eu saber, estavam em mim, ainda intactas. Revigora-se a minha confiança. E a certeza de que o destino do Homem se cumprirá em conquistas maravilhosas, pelo esforço, pela firmeza, pela consciência da dignidade humana e pelo sentido fraterno da Vida, faz circular mais ardentemente o sangue nas minhas veias. CALDEIRAO VERDE O encantamento começa logo que chegamos a Santana. Primeiro, as veredas românticas, com altas sebes de buxo e «novelosa azuis, fazem-nos pensar que estamos num parque maravilhoso. Flores e mais flores por toda a parte ! Ouve-se a voz da água, ora em surdina, como um murmúrio, quanto ela vai serena por entre musgos e fetos, ora mais barulhenta, quando vem descendo íngreme ladeira ou cai de alto, fazendo rodar uma azenha. E tem-se uma sensação suave, repousante. As montanhas lá estão ao fundo, com o seu dorso caprichoso e dominador. São as mesmas que durante a travessia da ilha, do Sul para o Norte—duas horas de automóvel, pelo menos—me encheram de pasmo. Mas Santana espraia-se com desafogo até à costa e, daquele lado, nenhum gigante se ergue a esconder o mar. O mar... Quando, passada a Penha de Águia, a estrada recomeçou a subir e ele surgiu de novo, os meus olhos deslumbraram-se com a visão longínqua da ilha de Porto Santo—uma silhueta azulada, quase irreal, erguida na claridade do horizonte sem fim. Momento de euforia ! Como é bom viver! Na luz do dia glorioso, o mar refulgia, o recorte dos picos no céu puríssimo deixou de ser agressivo, os verdes que matizam a terra realçavam em tonalidades que nenhuma paleta pode reproduzir. Ao fazer o reconhecimento da terra, no litoral e no interior, o capitão Zarco «mandou entrar gente por entre o arvoredo e pela ribeira acima, o que eles fizeram sem acharem coisa viva, senão aves de diversas maneiras, que tomavam às mãos porque não eram acostumadas a ver gentea—assim diz a tradição oral e escreveu Gaspar Frutuoso em Saudades da Terra. O mesmo testemunham, entre outros, Diogo Gomes e Luís de Cadamosto, em crónicas e narrativas de viagens datadas do século XV. Cita Cadamosto em especial "pavões selváticos e, entre eles, alguns brancos", assim como grande quantidade de pombos. Tantas eram as aves de várias espécies que os primeiros povoadores da Madeira, à falta doutra carne, delas se alimentavam com abundância. Aqui findou a confiante liberdade dos alados habitantes das matas da ilha; aqui principiaram eles a saber que coisa era o homem e a temer toda a forma estranha que se lhes aproximava. Os pombos foram os mais perseguidos e sacrificados, pelo seu maior tamanho e pelo saborosíssimo manjar que constituíam. Era rudimentar o sistema de caçar os pombos, e foi infalível enquanto as vítimas se não aperceberam dos seus efeitos: com um laço habilidosamente preparado e suspenso da extremidade duma vara fininha ou duma cana, prendia-se o animal pelo pescoço, puxando-o depois ràpidamente para o chão; como ele se não assustava ao ver o traiçoeiro engenho, tornava-se facílimo levar a bom termo o ardil. A devastação foi enorme, quase total, enquanto não vieram do reino outras aves e animais domésticos, além de diversas espécies de gado, para se reproduzirem aqui e abastecerem o arquipélago. Entre as aves que o Infante enviou «para lançar na terra a vinha o faisão, que se adaptou perfeitamente às florestas virgens da ilha, onde viveu em liberdade e se reproduziu enquanto ali o deixaram tranquilo. Tão numerosos se tornaram que, no princípio do século XVII, ainda a caça aos faisões, bem como aos pavões, era livre na Madeira Depois, uns e outros foram escasseando, em consequência das frequentes montarias, que tanto apraziam à nobreza. Quanto aos faisões, eram também dizimados por uma terrível caçadora—a manta, a maior ave da fauna madeirense, que continua a ser inimiga mortal dos coelhos, perdizes, codornizes e de todos os pássaros que a sua voracidade cobice. Aves aristocratas, o pavão e o faisão evocam, nesta ilha, tempos antigos de esplendores e privilégios, coutadas e arte de montear, donatários e fidalgos. Hoje, apesar de várias tentativas para repovoar de pavões e faisões as serras madeirenses, não se conseguiu ainda qualquer resultado apreciável. Pelo que respeita aos pombos, além daqueles que têm os seus pombais em vivendas ricas e pobres, na cidade e no campo, como companheiros muito apreciados da vida familiar, em toda a ilha, outras espécies existem, em estado bravio, descendentes directas dos que os povoadores aqui encontraram. Deixaram, porém, de ser confiantes: defendem-se astuciosamente de quem invade os seus domínios, longe dos sítios habitados. O «pombo negro da serras vive na solidão das montanhas e faz ninho nos recôncavos naturais de penedias escarpadas, onde é tão difícil quanto arriscado chegar. Mas desce aos vales, quando chegam os frios mais rigorosos. Ali o persegue o homem, porque a sua carne continua a ser tão saborosa como outrora. . . Não contente em fugir-lhe, quando o apercebe, o pombo negro da serra,> denuncia o caçador agitando as asas de forma especial, para que os companheiros se afastem daquele lugar e não voltem lá naquele dia, pelo menos. A «pomba brava"—assim chama o povo ao «pombo da rocha— vive exclusivamente nos rochedos, quer do litoral, quer do interior. Por toda a ilha há pombas bravas". que deram o nome a numerosos sítios. Por exemplo: os Pombais de Porto do Moniz. O "pombo galego"—bastante raro— encontra-se nas regiões mais montanhosas do interior, mas nidifica nas árvores. O seu voo é sempre alto e tão desconfiado se mostra que se torna dificílimo caçá-lo. Os pombos têm direito a esta citação, por haverem sido, muito antes dos homens, os primeiros senhores da ilha—sem falar agora na chacina que ameaçou exterminar-lhes a espécie em benefício dos usurpadores. Mas tudo isto vem a propósito do bisbis que não chegou a saber se devia ou não confiar em mim... O ilhéu que me acompanha contesta a minha opinião, quanto à falta de pássaros nas matas madeirenses. Pelo contrario, ele afirma que há muitos e que, se os não tenho visto, é talvez por me absorver especialmente na contemplação da paisagem. Como caçador emérito, que é, conhece a palmos os campos e serranias da sua ilha, até aos menos acessíveis recessos. E não se cansa de louvar a variedade e encanto das aves que alegram este pequeno mundo insular. Não é apenas o bisbis—na realidade o único pássaro da ilha que lhe é peculiar: é o tentilhão, que chega a conviver sem reservas com o homem; é a toutinegra, com o seu canto vibrante e variado: é o papinho—o rouxinol da Madeira—a cantar ao desafio com outros irmãos que lhe respondem de longe, em trinados maviosos que enchem de alegria o alvorecer e põem suave nostalgia no entardecer campestre; é o pintassilgo, esperto e habilidoso, todo pintalgado de cores vivas; é o melro preto,—o grande madrugador !—que acorda o próprio dia com os seus assobios prolongados. É o canário da terra, que dá os seus concertos onde quer que uma árvore lhe ofereça poleiro aprazível, seja nas serras, seja na cidade, e continua ainda a cantar por detrás das grades da gaiola, à janela da casinha mais modesta, à porta duma barraca ou em balcão requintadamente florido—o canario madeirense que tem fama em terras estrangeiras e para lá vai exportado em grande quantidade; é a lavandeira, saltitante, airosa e utilíssima caçadora de insectos; é o correcaminho, com a sua lenda bíblica, amante de terras áridas e acompanhante fiel dos que por ali passam; é também o pardal, indesejável onde houver sementeiras e searas, sempre glutão, mau camarada e granizador —e mais e mais . . . Não são ùnicamente as espécies e sub-espécies indígenas, são também outras, trazidas pelos povoadores, e ainda as «visitantes regulares ou acidentais, pois que passam aqui muitas aves de arribação, na sua viagem para outros continentes. ENGENHOS E SERRAS D E ÁGUA—O aproveitamento da força motriz das ribeiras para serrar a madeira de que a ilha era riquíssima, em quantidade, qualidade e variedades, foi uma das primeiras iniciativas dos colonizadores. Só assim conseguiram desenvolver o aproveitamento e exportação de tão valiosa mercadoria que o solo fertilíssimo lhes oferecia. «Serras de água" se chamavam esses engenhos construidos nas margens das mais caudalosas ribeiras, em vários pontos da ilha Eram dum grande primitivismo, mas ainda assim utilíssimos e de grande rendimento. O Infante D. Henrique, na carta de doação da «minha ilha da Madeira» a João Gonçalves Zarco, datada de 1 de Novembro de 1450, claramente especifica o direito que lhe concede de reservar para si, não só «todos os moinhos de pão que houver na parte da dita ilha de que lhe dou o encargo», de maneira que mais ninguém ali pudesse fazer moinho senão ele ou quem lhe aprouvera, como acrescenta: Outrossim me apraz que haja (ele, João Gonçalves ) de todas as guerras de água que aí fizerem de cada uma um marco de prata em cada ano ou o seu certo valor ou duas tábuas cada semana das que costumarem serrar nas serras, segundo pagam todas as outras coisas o que serrar a dita serra e isto haja também o dito João de qualquer engenho que se aí fizer, tirando viveiros de serrarias e outros metais». Não tardaram a multiplicar-se as «serras de água», em todo o território da capitania doada a Gonçalves Zarco. O mesmo sucedeu na capitania que coube a Tristão Teixeira e que abrangia a parte oriental da ilha. Não se encontra na sua carta de doação qualquer referência a serras de água, mas Gaspar Frutuoso diz, em Saudades da Terra. que havia nas freguesias do Seixal, Boaventura, Santana, Faial e Machico, todas pertencentes a essa capitania, sítios com aquele nome. Grande vantagem traziam estes engenhos, pois o seu funcionamento era simples e requeria pouco pessoal: o serrador, que o punha em movimento com um pé, e os seus ajudantes, que lhe iam chegando os troncos para serrar. Dali saiam as tábuas para as caixas onde se exportava o açúcar, em quantidade sempre crescente, além de todas as outras, de diversas grossuras e tamanhos, destinadas ao fabrico de móveis e construção de casas e embarcações, na ilha e fora dela. A «serra de água" de maior fama e uma das mais antigas, pois já existia em 1440— antes da doação da capitania a Gonçalves Zarco ficava no interior da ilha, na freguesia da Ribeira Brava. Tal importância assumiu, que deu o nome a uma nova freguesia, criada em 1676. Outras são mencionadas em documentos antigos, sobretudo as do Norte, que era onde mais havia. Estes engenhos movidos a água não se destinavam exclusivamente a serração de madeiras. Muitos eram utilizados para fabricar açúcar. Uma carta de mercê, datada de 1492, menciona uma «serra de água», pertencente a «um cerrado de canaviais», na Ribeira de Santa Luzia, cerca do Funchal. O trabalho das «serras de água» era feito, na maior parte, por escravos. Ao falar da introdução destes engenhos em S. Miguel (Açores), Gaspar Frutuoso alude a um proprietário de Ponta Delgada que comprou umas «boas casas sobre a Ribeira, junto da ponte, onde mandou fazer um engenho de «serra de água», como os da ilha da Madeira com seus escravos e um João Lourenço, seu criado, que era o mestre do dito engenho e endereçava os escravos. AZENHAS—Outros engenhos foram montados nas margens das ribeiras, desde o tempo dos primeiros Donatários da ilha: as azenhas. Nelas se moía, pelo rudimentar processo de duas grandes pedras circulares—as mós do trigo e o milho que a terra ia produzindo. O sistema era o mesmo do Reino e ainda hoje usado pelas populações rurais mais atrasadas. Tal como as «serras de água" e os engenhos de açúcar, as azenhas davam grande proveito aos Donatários, que tinham o direito da sua exclusiva exploração, cobrando determinada maquia pela moenda. Muitos camponeses eximiam-se a esse encargo moendo os cereais num pequeno moinho manual. Esse trabalho estava e está a cargo das mulheres, pois ainda hoje persiste em várias freguesias da ilha. Engenhos, «serras de água" e azenhas deram às margens das ribeiras um ambiente de actividade humana que se ia intensificando à medida que o povoamento progredia e o aproveitamento das madeiras e da terra, pela agricultura, se ia desenvolvendo. Era sobretudo, e nalguns sítios exclusivamente, na Primavera, que essa actividade existia. Então a vida animava-se de novas expressões, nesses lugares que só conheciam a magestade das montanhas e, conforme as Estações, a alegria e os ímpetos da água. Muitas vezes os temporais e as enxurradas destruiam— como ainda hoje todo o trabalho do homem e o próprio homem. Mas tudo recomeçava, persistentemente, corajosamente, mal a tormenta passava e o renovo palpitava nas seivas vegetais e no coração humano. Foi das margens das ribeiras que partiu o primeiro impulso à economia da ilha: pelas regas, embora limitadas aos palmos de terreno que lhes ficavam perto, em plano acessível; pela serração das madeiras, pelo fabrico de açúcar e pela moenda de cereais. [Maria Lamas, Arquipélago da Madeira Maravilha Atlântica, Funchal, 1956, pp.25-26, 47-49, 56-59, 100-102] HORÁCIO BENTO DE GOUVEIA [1966 E 1970] Ruralismo O Mundo começou assim Na ausência do homem, o mundo não era mundo. Sem haver quem percepcionasse esta criação de mar e terra, nem o espaço nem o tempo teriam existência. A vida em plano inferior, sem atitude pensante, ignorava o mundo. E o vazio, o nada, seria uma realidade que, afinal, não era. Não a observavam os olhos conscientes. E um mundo inútil rodava no espaço, no silêncio da noite e do dia, à espera da aparição humana e ela surge. O mundo começa. Devia de ser assim. A imagem de tarde de Inverno nos confins da freguesia revelava o cenário físico do mundo quando principiou a ser E o tempo entra de marcar no contingente e no perecível o determinismo de tudo que está a ele sujeito. Mas o homem ergue, irresoluto, a face, em tomo. Devia de ser assim. Lutavam com ele os elementos. Assombrado, esgazeava os olhos em volta, mas não meditava porque a natureza era sobranceira à sua pequenez e o deprimia. Quando começou de pensar no destino da vida, tinham volvido anos sobre anos. Na riba penugenta de ervinhas maceradas do chicote do vento, amontoavam-se pedras. E, lá em baixo, ao fundo, o mar rebramia acometendo as rochas. E a urrada das ondas espedaçando-se era sensação pertinaz dentro do ouvido. O mato de bardo resguardava as cercas das vinhas, e os tufões, ululantes, vergavam o tapume de urze. Um cheiro adstringente a maresia penetrava em todo o corpo. Agora, vindo do largo, da superfície aborregada e movediça das águas, uma cortina de névoa desfaz-se em chuva e, outra, compacta sobe a montanha Nem vivalma Este carreiro que não chegou a ser aberto no alto da riba é Pouco batido pelo caminhante. Mas conhece-se. Fica entre a cabelugem da erva amarelida sinuoso, quase sumido, vestígio remanescente de passadas humanas, que de longe em longe houvessem trilhado a beiça escalavrada da penedia. O ambiente esporeia a reflexão. Começou o mundo, que teve um principio ao haver existência, tal o do homem ao estarrecer-se com o espectáculo que deparou, da montanha e da árvore, da chuva e do vento. Ali o vejo, naquela fazendola os pés descalços metidos na terra a enxada a levantar-se e a baixar-se, os regos a encherem-se de água. Arregaçadas as mangas da camisa, a chuva a escorrer pelo rosto encorreado, tisnado e curtido da intempérie das estações, retrata-se nele o tipo físico da raça mediterrânea, produto de uma educação de carácter espartano, primitivesca; é bem o homem que arremete com a natureza, sentindo-lhe o peso, com todo seu gravame. Cérebro com a centelha da razão, a ideia fixa do utilitário dorme com ele, mas de um utilitário avesso a pretensões que não sejam as concernentes ao seu mundo familiar. Regresso à vida que coça. Deixo-me imergir na simpleza rústica de um tempo que já foi. O espírito retrocede. O mundo está ali figurativo, na imagem do homem a cavar a terra absorvido na esperança da semente que há-de germinar e produzir colheita pingue. Que lhe importa outra ideia metafísica que não a de Deus! Nunca ouvia falar, com certeza, das obras de pensamento de Santo Agostinho. E para qué? As de que vivem seus sentidos e que constituem a realidade vegetativa, sem as quais a vida não teria o significado do múltiplo que se vai desdobrando em gerações sobre gerações, são do alvorecer do mundo porque sem elas o mundo nunca fora E no semblante se reflecte o estigma do pecado, depois que Jeová assim falou ao seu antepassado primeiro: - "Comerás o pão com o suor de teu rosto, até que tomes à ferra de que foste feito." Prevalecendo-se de uma experiência de hábitos ancestrais, o homem que ali revolve o solo participa de quadro bíblico. Agoniza a tarde. Esbracejam os galhos cadaverosos de uma figueira que há-de ressuscitar quando o vento norte for mais macio. Para trás ficaram os confins da freguesia, os confins do mundo. O mar não se calou. Sente-se uma zoada que vem de um tempo em que não havia tempo. Este caminho resvaladiço do lagedo, está metido entre muros de rocha arrumada a esmo, o qual a geração dos colonos de Afonso de Sanha teria dado a forma que permanece ainda nas curvas encolhidas; as paredes flaqueando as quais, de altura de metro numa parte e para além da medida, em outro, quase se tocam, de convizinhas. Enconchou-se a gente do sitio. Enferrolhou-se na ignorância feliz de que o tempo vai corroendo as vidas. Dentro de casa ouve-se, lá fora, o redemoinho da ventania açoitando tudo que tem caule e ramos. Não se surpreende o crepúsculo, agora, que a noite é o próprio céu a descer, a tornar igual o que era desigual na forma e na cor. Ensandeceu vulcano. Longe, na barra marinha, constantes clarões facheiam o cinzento-escuro que prenuncia a noite a envolver o mar. O deus romano é apenas lembrança da história antiga, dos homens de há dois mil anos. A gente da aldeola encafurnada no seu casulo, atenta ao eco do trovão diz, de si para si, que o poder de Deus é grande. Sempre considera a sua insignificância perante o Ser superior que existe estranho à imaginação, outrora criadora dos muitos Vulcanos, divindades necessárias porque elas manifestavam os fenómenos naturais, mas de causa misteriosa. Entreaberta, a porta despintada, a minúscula lojinha do sapateiros, na revolta do velho caminho. não tem prateleiras com sapatos. A qual indústria, limitada ao conserto, acha-se em vias de extinguir-se quanto ao fabrico de calçado novo. Sentado na banca de til de três pés, não sabe ele explicar que nada permanece, pois que a mudança é lei dos seres e da vida. forem, a razão do progresso que mata a pequena indústria manual, não a ignora: a máquina tudo suplanta. - Só a chuva é como a que caiu no tempo de meus bisavós. e o vento corre da mesma maneira. A gente é que envelhece. Há um principio da Razão que é impugnado pelo raciocínio que se vai expondo: O que é, Mas se vai envelhecendo, deixa-se de ser. logo o principio da contradição opõe-se ao que se percepciona com o decorrer do tempo.— Mas que é das vozes humanas? Parou de chover. Continua a azinhaga deserta. Cerrou-se a noite. A zoeira intermitente do mar no desespero inútil de tragar a terra, funde-se o zunido do vento forte desfrançando os pinheirais densos dos declives da montanha, a empinar-se em aba de chapéu. Assim começou o mundo com a imagem provinda da emoção geográfica e humana vivida nos confins da freguesia Funchal, Março de 1966 A árvore e o Homem. Os plátanos do açougue Sempre teve o homem familiaridade com a árvore. Ser que produz alimento e sombra; ser utilitário desde que foi simples percepção para defesa da própria vida, o homem despojou-a dos ramos e esquartejou o tronco para de ele fabricar tábuas e com aquelas construir seu tugúrio pobretana. Mas seria em primeiro lugar o interesse material que acorrentou o homem à árvore possível.. Porém, pode conjecturar-se outrossim, que não, se reflectirmos no factor religião. A qual nasceu quando os olhos se abriram para o exterior. O mistério desvendado do aparente criou o espanto no inexplicável que envolvia esse mesmo aparente. e a árvore, na pujança de seu todo, na fascinação do tronco, ramos, folhas, flores e frutos revelou-se o símbolo da força criadora, o princípio donde provém toda a existência. E o culto da árvore veio, como todo o conhecimento, de fora para dentro. A árvore é a vida, torna-se a árvore da vida. Prova da noite dos tempos o culto da árvore sagrada. Já entre os habitantes de Creta, as jovens e as mulheres idosas ofereciam à divindade flores e frutos. Essa deusa encontrava-se em santuário campestre; no meio das árvores, adornada de flores na cabeça e segurando flores nas mãos. Este primitivismo pagão, cingido de mistério, continha sua essência poética. Projectava o homem nos seres sem vida humana o seu psíquico, a sua vida interior. e tudo se humanizava. Não existe o ser incomunicável, isolado, mas uma unidade no contraste das formas e das substâncias. Das árvores que eram homenageadas, o plátano ocupava uma situação de privilégio. Prestava-se-lhe o tributo correspondente à sua espécie. Depois os fiéis consagravam à deusa Réa. E as plantas jamais deixaram de associar-se às divindades através do tempo. Isto no politeísmo e no monoteismo. e da arvore excedeu o pecado do homem. O plátano foi uma árvore sagrada. Anda a ela associado o nome de Platão. Foi quando o filósofo, no regresso da sua jornada à ilha da Sicí1ia, comprou uma casa com jardim nas cercanias de Atenas. A curta distância da residência havia um campo, que pertencera a Academos, herói da Ática. Ali se organizou um ginásio e se construiu um santuário. O discípulo de Sócrates dava então as suas lições à sombra dos plátanos que fechavam o recinto. E esta árvore de tradição religiosa e impregnada da voz do filósofo, que profusamente se esparrama por terras mediterrâneas. E até na ilha, que é nosso habitat, o plátano viceja por toda a parte: na cidade, nas vilas e nas freguesias. O dia da árvore comemorou-se neste Dezembro. Não foi embalde que no meu espírito se retrataram os velhos plátanos do Zargo do Açougue da Ponta Delgada. Na sua vetustez, revejo-os tais como aparece que uma cercadura deverá defender o tronco dos maus tratos da gente ingrata, ausente de sentimento estético e de afecto pela árvore que, enche de sombra o largo, nos dias candentes de Verão. Partilham do pitoresco da aldeia os velhos plátanos do açougue. Esta nota devia ficar exarada no livro que ainda não existe mas que um dia será realidade na biblioteca do Municipio: "o livro de memórias das belezas naturais do Concelho" O dia da árvore é dia em que o pensamento anti-arboricida será a própria consciência: plantar a árvore, proteger a árvore, ver nela criação divina, necessidade da vida física e de nosso espírito que vive de sensações afectivas do mundo vegetal, dentro e fora dos povoados - a planta sempre foi objecto de culto: do religioso e do belo. O culto da árvore faz parte do instinto. Há que o despertar, ao menos uma vez por ano, para que se recalque outro instinto que é o da destruição. Funchal, Setembro de 1970 [Horácio Bento de Gouveia, Crónicas do Norte, S. Vicente, 1994, pp.16-19, 28-30] INTRODUÇÃO A poesia é um dos momentos de exaltação da ilha como espaço paradisiaco. Isto acontece de diversas formas mas o poeta rende-se quase sempre a alguns estereótipos. De entre os mais comuns podemos referenciar as flores, silvestres ou dos jardins, as montanhas e os recantos paradisíacos da ilha que se transformam rapidamente em atracção turística: o Pico Ruivo, o Rabaçal. Em muitos dos poetas a identificação com a ilha acontece de forma espontânea ou forçada, como é o caso de Leandro de Sousa. Para muitos a verdadeira imagem da ilha é a da sua infância, onde a inocência da idade se confunde com a paisagem. Esta deverá ser uma impressão de Saudade dos que partiram e que regressam à ilha em sonho. É assim em Edmundo Bettencourt. Mas esta saudade, impregnada da total identificação com a ilha e exaltação extrema das belezas, domina os versos dos que partiram e que como emigrantes cantam e exaltam a sua ilha. Comungam deste ideal Fernando A. Gouveia, Armando Santos, João Vieira de Luz. A partida e a mágoa de perder este encanto, recanto do paraíso, é o mote de João da Câmara Leme. As memórias e as vivências retêm-se por vezes em pequenos quadros do meio natural: Um pinheiro envolto em lenda (Eduardo Pereira) a murteira do quintal (Pe. Jacinto da Conceição Nunes), o eucalipto que desafia o Céu (Baptista Santos), a flor agreste (Ana Bela Pita de Silva). A presença do homem é também notada. É o ilhéu que desafia a natureza, traçando as levadas (A. Figueira Gomes) ou humanizando-o (Manuel Thomas e Silvério Pereira). Note-se que este secular processo de humanização do quadro natural não é considerado uma intromissão, antes pelo contrário define-se como uma forma harmoniosa de inter- acção. A iniciativa humana parece enlevar este recanto do paraíso. Deste modo Manuel Thomas define o Funchal como uma criação do primeiro europeu, como uma obra singular da natureza. Para o forasteiro, como Bulhão Pato, é também esta aliança do ilhéu com o quadro natural que o faz exaltar a beleza da ilha. O Paraíso redescobre-se, não nas zonas recônditas de floresta mas adentro das quintas, onde o verde do denso arvoredo se confunde com o colorido das flores. É uma atitude dominadora do homem com pose a condizer na varanda frontal da casa que domina todo o conjunto. Aquilo que mais se evidencia nas trovas e rimas da poesia do nosso século é a vivência do quadro natural da ilha através de imagens de infância. O poeta raramente evoca aquilo que vê e o envolve no momento de escrita e, quando o faz, refugia-se em quadros particulares. Tão pouco a sua atenção presente e vivencial se enquadra naquilo que desafia a harmonia e a beleza deste quadro. A ilha continuará a ser a imagem do Éden, mesmo com as suas encostas despidas de arvoredo, ou face ao desafio da visão infernal do fogo devorador. A imagem, ainda que só imagem e sonho, é isso, o Paraíso. Todo o mais pertence ao real mas destas vivências não se constrói o discurso poético da ilha. COLECTÂNEA DE POEMAS MANUEL THOMAS [1635] A ribeira corrente, & espaçosa Illustrará de sorte este Terreno, Que fará ser a Villa, a mais famoza, E todo seu districto sempre ameno, De Tristão a vontade cobiçoza, Seu porto há de estimar por mais sereno, Julgando a vista alegre, & a grandeza Por obra singular da Natureza. Passando ao Funchal, darás abrigo Em os Ilheos, as Náos, onde amparadas, Nno temerám de Thetis o perigo. Nem as furias de Æolo indignadas, E vendo na enseada o Porto amigo, E esta, mayor que as outras enseadss, Morada erigirás num sitio forte Pera abrigar, cõ'os filhos a consorte . Onde despois, com gloria peregrina De seu Zelo Matholico a memoria, Fabricará hum Templo a Catherina, Que dará por primeiro, ao Funchal gloria Aquella Sancta, que preçiosa mina Foi da sçiençia que lhe deu victoria, A que deixou aos Sabios na estacada Vencidos, Sanctos. & ella Laureada. Despois consultarás sobre o intento Da terra, que ser deve cultivada, Que pera dar prinçipio a seu augmento, Hé bem que com trabalho tenha entrada, Mandarás Fogo pôr, ao ornamento, Com que primeiro foi por Deos Criada Cuja violençia a todos pôrá medo Ateada no humido àrvoredo. Logo do Gyraõ cabo onde chegaste, Irás à huma Ribeira caudaloza, Que na terra terá graminèo engaste, Inda que há na corrente furiosa, Ver sua Grám pureza a vista baste Pera ser ao desejo cubigosa, Posto que por correr apresurada Virá Brava Ribeira a ser chamada Brava será nas Rochas, cuja altura Chegar pretende aos Astros luminosos, Brava nas Plantas, de alta fermozura, Que varios prados formaõ deleitozos, Brava em agoa crystallina, & pura, Aganipe de engenhos curiosos, Pois por ser esta, em huma, & outra fonte Parnaso hé junto della, qualquer Monte (….) Alem destas grandezas na cultura Terà quanto à vida hé importante De carnes, cassa, & fructas, com que apurn Melhor Pomana riqua, a gloria ovante, Com livre Baccho, cobrarà ventura , Que por da flava Ceres abundante A sér çeleiro do Funchal se applica, Como Siçilia o hé de Italia Rica. Daquy em huma Ponta que se estende Cõ'os Mares de Neptuno mais inchados, Darás; em cuja rocha, & vista pende, Hum Sol com claros rayos retratados, O Porto que dous montes altos fende, E podem Olympo, & Ossa sér chamados, Pella Ponta em que Phæbo está cifrado Será Ponta. do Sol despois chamado. Onde huma nobre Villa edificada Se verá, tam segura em fortaleza, Que de Marte será Caza chamada E Torre forte que Bellóna prèza Que pello riquo sítio da Lombada, E, por sua abundancia na riqueza, Mais que por ser do Sol de quém se chama, Ambas terám no mundo nome, & fáma. Tam riqua esta lombada venturoza Será, nnvs abundantes novldacles, E em o Nectar do açuquar tam ditoza, Que fáma gozará largas idades; De tua Alta Progenie Generosa Será riqueza, & be te persuades Se escolheres seus sitios exçellentes Pera honrar teus Illustres Desçendentes. Tambem em esta, villa aquelle espanto De virtudes, altivas Perigrinas Liaõ Henriques, nasçera; que tanto Com ser humanas, as sara divinas; Confiado Liaõ, Ministro sancto Que ouro será do Céo nas riquas minas, E de Iesus na sancta Companhia Militará pera mayor valia . Mas jà cortando de Amphitrite os Máres O Porto deixarás, do que a Phaëtonte Déu por honras a sy particulares O carro, que abrazou Pyrois, & Æthonte, E pastando com glorias singulares, Hum Arco largo, de hum subido monte, Verás hum Porto, aonde por regalo A maõ farás calheta pera entralo. Este nome darás a huma fermoza Villa, fazendo ally que se edifique Que em gente nobre, rica, & generoza, Com grandezas farei que multiplique; De quém a esperança mais ditoza, Hé bem que a tuas glorias hoje applique, Pois hám de dár com Nome de Exçellençia Nome mais alto à tua Descendencia. Quando nos fructos tanto a Terra augmente, Serám novos lugares conhesçidos Effeitos da riqueza, que em a gente Altos Templos fará, sér erigidos; O daquella Ditoza Penitente, Que deixando de Christo os pés, ungidos, Teve na obra, Singular Iustiça Despertando de Iudas a cobiça Em o lugar da Magdalena digo Que este com gloria se vera illustrado, E pello nome da que tem consigo Com fáma em partes varias divulgado, Terà este Terreno por amigo O Céo benigno em séu favor, & agràdo, E mostrarà nos fructos com riqueza, Quanto seu sitio. por tais glorias prèza. (…) Mas na jurisdiçám entam famoza De Machico gloriosa por grandezas, Averà outra Villa Populoza, Que exçederá de muitas, as riquezas, Em ediffiçios altos gloriosa, E de valor tarn claro nas nobrezas, Que nella o Troculento, & grám Mavorte Terá contra os de Agar ditosa sorte Suas frescas Ribeiras, de agoas claras, Farám fertîs, séus Campos deleitosos, Verdes séus valles, suas vistas raras, Pellos montes, & prados espaçosos, Responderlhe hám as terras nada advaras, Com os fructos, oppimos, & fermozos, No Campo acrescentando Valle, & Serra Salubridade o Ar á fresca Terra. Mas porque della vejas a exçellençia Em que com meu favor irá cresçando, Mostrarte quero a tua desçendençia, Que lhe esta mil grandezas prometendo, De outros verás tambem a preminençia Que por Feitos a irám ennobresçendo E de todos aquella immortal gloria Que ás Musas pede fáma, & doçe historia. De séu trabalho a gloria meresçida Alegra a'o Zargo em ser lhe assi mostrada, Considerando a pena padesçida Sér com tam justo premio bem pagada, Que por Palma da luta conhesçida, E por Louro da guerra atrás passada, Bem hé que goze em séu descobrimento Gloria antevista, em tam feliçe augmento. Bem hé que goze novas alegrias Em o augmento da Terra descuberta, E que trás do trabalho em tantos dias, Veja a gloria que tinha por inçerta, Avantejado em estas propreçias A graça de seu premio terá certa, Que quém primeiro no trabalho há sido, No premio a'os mais hé bem, sér preferido. (Manuel Thomas, Insulana, Antuérpia, 1635) TROILO DE VASCONCELOS DA CUNHA (1654-1729) O Primeiro Homem Na estátua imóvel inspirando vida, A aura vital do soberano alento, Ao barro a forma humana transferida Teve o corpo insensível movimento; E o racional, por luz nalma infuída De quem lhe dera o ser conhecimento, Pois o eterno poder, que ao Mundo impera, Claramente entendeu que o ser lhe dera. Saíu Adão formado sem defeito, Da natureza assombro portentoso, Nas exteriores porpoções perfeito, Nas perfeições internas prodigioso. Influindo nos ânimos respeito Gesto severo, aspecto decoroso, Tanta era a majestade que exprimia, Que a fereza cios brutos o temia. Todos foram buscá-lo ao Paraíso, Jardim que céu na terra se interpreta; Como se o bruto instinto fora aviso, Lhe tributaram sujeição discreta. A cada espécie o nome pôs preciso, Que a brutal propensão nunca indiscreta Guiou aos pastos, às nativas fontes, Aos bosques, grutas, vales, selvas, montes. Adão, como entendido, de enlevado Na alta contemplação da eterna essência, Da terra e ceu no movimento e estado Se tranportou, por alta previdência. De suave Morfeu arrebatado, Infuso por divina inteligência, Se rendeu ao primeiro êxtasis forte Que a vida alenta, figurando a morte. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.32-33] FRANCISCO MANUEL ÁLVARES DE NÓBREGA[1804] Machico Na fralda de dois ingremes rochedos Que levantão aos ceus fronte orgulhosa, Existe de Maxim a Vila idosa Povoada de escassos arvoredos. Pelo meio, alisando alvos penedos, Desce extensa Ribeira preguiçosa; Porém tão crespa na estação chuvosa, Que aos Incolas infunde espanto e medos. As margens della, em hora atenuada Vi a primeira luz do sol sereno Em pobre sim, mas paternal morada. Aos trabalhos me affiz desde pequeno, O abrigo deixei da Patria amada, F: vim ser infeliz. noutros terrenos A llha da Madeira Do vasto Oceano flor, gentil Madeira, Que de murta viçosa o cimo enlaças, Sóbria a teu seio amamentando as Graças Co'o o vitreo suco da imortal Parreira Daquele, que em ti viu a luz primeira, Se acaso é crivel que ainda apreço fadas, Entre o prazer das brincadoras taças, Recolhe a minha produção rasteira. M: donativo escasso, eu bem conheço; Mas o desejo que acompanha a off'renda, Lhe avulta a estima, lhe engrandece o preço. Deixa que a roda o meu Destino prenda; Em cessando estes males, que padeço Talvez então mais altos dons te renda [Francisco Manuel Álvares de Nóbrega, Rimas…, Lisboa, 1804] MANUEL GOMES PAIS(GOMES PAIS)?-1890 Flor do Oceano (A. Joaquim Pestana) Pérola encantada! Ilha formosa! Raínha destes céus e destes mares! Ingrata para os teus!... mãe carinhosa Dos louros filhos das nações polares... Que, deixando um país nubloso... escuro Buscando veem paragens mais amenas, Até que em teu seio generoso e puro Encontrem lenitivo às suas penas! Hospitaleira mãe do viajante, O qual, dum a outro polo o mar sulcando, Aqui te encontra... qual bondosa amante, P'ra o desejado esposo caminhando! Estância venturosa! pátria amada De ilustrados varões, cuja memória Será eternamente respeitada Por quem ler, sem paixão a tua história. Tiveste outrora a glória que inebria... Eras pod'rosa e bela! eras contente! Hoje? uns longes, uns vivos dalegria Mostrando o teu sofrer interminente! Como todas as mães, filhos ingratos Abriga teu seio de mimosa fada! Que, sem pudor te olvidam, te dão tratos, Como se foras mãe desnaturada! Que em lutas pueris passando a vida Ou na orgia, no jogo e lupanares Dissipam a fortuna já esvaida Privando de calor os próprios lares! Mas vendo-se a final do abismo à beira E o horizonte da vida a escurecer, Da sua desventura a história inteira A estranhas regiões vão esconder! Lá, nessas tristes e crueis paragens, Ingrata e dura terra arroteando, Junto cotos escravos e selvagens, Vão os erros passados lamentando! Se má estrela persegue e acompanha O miserando e pobre aventureiro, Não há p'ra o desditoso terra estranha, É sua pátria adoptiva o mundo inteiro!... Mas trocar pela campa a estância pura, Deixar, dos seus, afectos e carinhos... E ir a uma plaga inóspita e dura Chorar saudades do paterno ninho... É excessa ambição! é desatino, Expor-se da fortuna, aos vis azares!... Mas o argonauta após o velocino Morrer não teme... vai sulcando os mares! Ícaro na prisão co'a vida incerta As asas exp'rimenta... e presunçoso Do negro labirinto se liberta, E. noutro vai cair.,. mais desastroso. Tal o desventurado a quem a sorte Por toda a parte perseguindo vai; Ancioso almeja a fortuna... ou a morte Até que descrido, no abismo cai! Nobre Flor do Oceano! essa beleza... Os teus atractivos... teus encantos Oferceu-tos a sábia natureza Digna doutros louvores, doutros cantos. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.75-76] JOÃO FORTUNATO DE OLIVEIRA [1828-1878] No pico ruivo (Excertos) Salvé! Salvé! penhasco alteroso, Salvé! monte de núvens c'roado, Que contemplas ufano, orgulhoso, Fundo abismo nas penhas cortado! Qual madeixa, que a fronte rugosa, Rara cinge d'altivo ancião, Fresca rama te cerca viçosa, De urze adusta que afronta o tufão. Deste cimo, que se ergue gigante, Como apraz longas vistas lançar! Ver os raios do sol deslumbrante, Ao surgirem, as águas doirar! Branca núvem, qual froco de prata, Ver libar-se na espalda do monte; E o Oceano, que um circlo retrata Vir a terra abraçar no horizonte Sobranceiro às selvas e prados, Sobranceiro às cristas erguidas, Aos penhascos p'ra os céus eriçados, As encostas de fetos vestidas. Como a alma se sente abrasada, Como se ergue o altivo pensar, Abraçando co' a vista enlevada, Céu, ribeiras, colinas, e mar! Madeira! ó terra de viçoso encanto! Que lindo manto, que verdor. que aromas! De frescas águas que saudosas fontes! Que altivos montes! que frondosas comas! Madeira! ó terra de suave clima, Que o céu anima com fulgor, com vida; Que o pobre enfermo com teu ar alentas, E Ihe acalentas uma esp'rança qu`rida! D'homens ignaros inda hoje os erros Contam os cerros d'escalvado pico; Mas teus jardins e teus vergeis donosos Dizem radiosos quanto o solo é rico! Por onde outrora se ostentavam matas, Hoje retratas inquieto o mar, De loiras messes na ondulante espiga, Próvida amiga de campónio lar! D`estranhos climas, regiões distantes, Contas bastantes no teu seio filhas, Que em ti vicejam e florecem belas: E tu com elas orgulhosa brilhas! Madeira! ó pátria! quando além dos mares, Longe dos ares do torrão que é meu, Tu me apar'cias na saudade, ó fada, Meiga, adornada de visões do céu; Então da lira me inspiraste os cantos, Por ti meus prantos eu senti correr; Que mágoa intensa que por ti gemia, E aos céus pedia de inda aqui volver ! . . . Volvi!-e agora neste altar erguido, Eis-me atrevido compulsando a lira: Aceita, ó pátria, as derradeiras flores,Quantos amores o teu solo inspira! [ Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.123-124] JOÃO DA CÂMARA LEME HOMEM DE VASCONCELOS(JOÃO DA CÂMARA LEME)[1829-1902] Adeus à Pátria ... adeus!... Terrível amargo adeus é este... Eu parto. Força é deixar-te, Pátria minha idolatrada. Eu vou por outra trocar-te, Terra doutras invejada; Mas, se partir resolvi, Tornar-me digno de ti Só quero, mãe adorada. Se deixo o clima saudoso Que possues tão criador; O teu ar delicioso, Perfumado, animador; O teu céu de azul escuro. Tão lindo sempre, o mais puro Que deu ao mundo o Senhor: O sol vivo e radiante Que te desperta e dá vida; A clara lua brilhante, Raro em núvens envolvida Bem como as brancas estrelas, Que lá fulguram tão belas Em distância desmedida: Os montes teus magestosos, Altivos, alevantados, Por frescos vales viçosos Uns dos outros separados, Par'cendo medonhos mares Que a tormenta ergueu aos ares E foram petrificados; As tuas belas campinas. Verdejantes, esmaltadas; As aguas tão cristalinas De tuas fontes nevadas: Tudo quanto a natureza Te ofertou com mais beleza Do que as terras mais prendadas: E, oh céus ! como dizê-lo! Um anjo arrebatador, Que é o meu pensar, meu anelo, Que me enlouquece de amor; Anjo que em tudo diviso, O sol deste paraíso Que é do atlântico a flor; Se tudo deixo e me ausento, Se estranhas terras procuro, Não só buscar eu intento Porvir mais certo e seguro; Nutro no peito outra esp'rança; E' maior a confiança Que ora tenho no futuro. _ A voz que pede riqueza Mal a ouve um coração, Onde alto brada a pureza De filial gratidão; Se à pátria ser proveitoso Eu poder, serei ditoso; É essa a minha ambição. Tão puro, ardente desejo, Possa-o eu cumprido ver; Possa sem corar de pejo Aos lares pátrios volver! Se for neles acolhido, Como é sempre um filho qu'rido, É completo o meu prazer. Terra onde nasci E que me geraste; Berço que na infância Meigo me embalaste: Formoso jardim, Aonde em folguedos Passei da poerícia Os dias tão ledos; Teatro aprazivel, Que ora à juventude Me mostraste encantos, Que fugir não pude, E assim me prendeste Em maga ilusão, Escravo tornando O meu coração: Adeus. Sei que longa Será minha ausência; Se, porém, eterna, Sabe a providência. Mas antes que eu deixe Teu doce regaço, Oh! não me recuses Um estreito abraço. E tu, que inspiraste, Ó virgem, meus cantos, Recebe um adeus, Meus ais e meus prantos Eu parto. Força é deixar-te, Pátria minha idolatrada. Eu vou por outra trocar-te, Terra de outras invejada; Mas se partir resolvi, Tornar-me digno de ti Só quero, mãe adorada. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.126-129] CARLOS OLAVO CORREIA AZEVEDO A Francisco Vieira Cantas a natureza toda inteira, Cantas o júbilo, também a dor, Cantas a aura que corre ligeira, Nela respiras perfumes de flor. Amas do mar, quando calmo e sereno, A onda mansinha de terno vagar, Amas da praia o murmúrio ameno, Nele ouves um canto de mago toar. Tu cantas da aurora o fausto raiar, Do sol o clarão, da selva o verdor E o canto das aves cedo a trinar É p'ra ti, poeta, concerto d'amor. Se a lua divaga em noite tranquila No manto do céu a luz a espargir, No teu intimo também ela brilha E lá a poesia se vai descobrir! Se o oceano ruge fulo, escumante E de refrega zumbe o orgão, Ao contemplar a cena crepitante Em ti nasce mais uma inspiração. Se a núvem densa o Sol escurece E a abóboda d'anil triste se torna, É novo estro que p'ra ti se tece E mais um verso tua arena adorna. Se a noite chorosa oculta as safiras E o astro de prata resta escondido, O pélago de ninbus que alto miras, Tu o retratas em canto dorido. Admira, poeta, a tua inspiração, A tu'aria sentida, a melodia, Do teu pensamento, essa elevação, É ideal de tamanha fantasia. Funchal, 11-3-86. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.197-198] BULHÃO PATO [1870] Que amphiteatro, ó Deus! que paraizo! Pomares entre as hortas regadias; Chapadas, que saudam, num sorriso, Os abismos dò mar! Mattas sombrias, Valles, outeiros, picos... Catadupas Rebentando das broncas penedias! Uma vivenda além meio escondida, Nas sebes festonadas de roseiras! Os dentes d'uma escarpa denegrida Cravando-se nas nuvens sobranceiras; O cercial a brotar dos vãos das rochas; A cana pelas margens das ribeiras! Angras, baías, cabos, promontórios, Fajãs virentes, furnas pavorozas, Agulhas nos phantásticos zimbórios, Penedos nus de formas monstruosas; No cimo da montanha a neve eterna, E sempre, aos pés, as vagas rumorosas! Saltos d'água, caindo em catarata; Rotos por dentro agigantados montes; Sobre os abysmos das caudais de prata Os arcos naturaes formando pontes; O sol rompendo a cupula das nuvens, E abrindo encantadores horisontes! Que mystérios, que paz, que liberdade, Nos hortos e vergéis, nas fontes frias Dos umbrosos subúrbios da cidade! Que saudosas e gratas melodias Se alternam entre os pássaros das selvas E as torrentes d'aquellas serranias! Atalaias de Deus, as ermidinhas, No viso dos outeiros! Nas quebradas Os casais, resaindo dentre as vinhas; Nos vales as ribeiras remansadas... Que vida a respirar-se no ar diaphano! Que pais para as almas namoradas! No pequeno cerrado, defendido, Pelos cactos e silva lanceolada, De tempo immemorial tem conseguido O colono, agarrado sempre à enxada, Tornar modelo o seu torrão nativo De fruta e de hortaliça aprimorada! O tomateiro e a ervilha trepadeira No coração do inverno! Sasonado O cacho na recurva bananeira; No alegrete o ananáz, e já corado, Sorrindo à branca irmã, à flor das nupcias, O pomo na viçosa laranjeira! Não se imagina o effeito produzido Pela névoa naquellas paizagens! Como através, ás vezes, d'um tecido Tenuissimo, apparecem-nos imagens Indisíveis, translucidas, phantasticas, E num momento apagam-se as miragens! Aqui suspensa uma árvore nos ares, O pico d'uma rocha! - Além um lago, Que, súbito, no meio dos pomares, Se formou por encanto! Ora, no vago, Um casal, transformado numa villa, E uns pinheiros em torres seculares! Ao camponez esbelto, alto e robustoCamponês, que 'inda agora, em nossos dias, Apelidam vilão - surge-lhe o busto Na eminência daquelas penedias, Por entre o raro véu, como se fora Inda mais colossal de que um Golías! Quando a névoa é mais densa, o alvo lençol Forma abaixo dos visos das montanhas Como um mar; e, batido pelo sol, Reproduz as figuras mais extranhasMonstros e arcanjos, templos e castellos, Vulcões e chama, e tintas do arrebol! Voam cisnes co'as pennas infunadas, Naquele oceano aéreo, e quando a vista Se vae firmar nas scenas encantadas, Um sopro as varre, e fogem pela crista Das serras giganteas - convertidas, Essas visões, em nuvens esmaltadas! São fogo os montes, onde a flor rebenta! Em tudo corre a vida exuberante! Tem lume a vaga ao estoirar violenta! Tem sangue a rosa; e espera, palpitante, Por um beijo do sol a violeta!... Que se dará num coração amante! (…) Ao parque Carvalhal, leitor, cheguemos, Como eu cheguei, no alvor da mocidade. Referve o sol d'Agosto. Repousemos Nas sombras e na grata amenidade Do fresco Balancal, alta montanha Que domina os subúrbios da cidade. Sigamos pelas ruas empedradas Onde as renques de hortenses primorosas Resaem em cambiantes azuladas, Das folhas verde-negras e viçosas. Que formosa magnólia, alta e frondifera, De flores rescendentes e nevadas! As camélias são bosques, que no inverno Se hão-de cobrir de rosas aos milhares! Inverno? Não - direi outono eterno. Das vertentes, dos montes, dos algares, Em borbotões, a força das levadas Regando sempre as hortas e os pomares. Tudo possui o parque sumptuoso - Traçado com fidalga bizarria A flor selecta, o fruto delicioso; Torrentes d'água cristalina e fria, Que em lagos se arredondam. O arvoredo, E o matagal na bronca penedia! O estrídulo pavão desvanecido, Ao sol abrindo a lúbrica plumagem; O veado saltão e pressentido O faisão multicor, que à leve aragem Sacode o manto d'oiro; o passaredo Em bando chilreador pela ramagem. Não podemos partir sem que aceitemos O convite do conde. O forasteiro É velho amigo, nessa casa. Entremos. Tudo quanto o mais fino cavalheiro Pode ter no primor do gesto afável Tem o conde no rosto prazenteiro! A condessa - Matilde - a graça viva; A distinção, a máxima elegância; O corpo airoso de gazela esquiva; Senhora, mas sem sombras de arrogancia: Raro exemplar de feminis encantos, Mimoso como a folha sensitiva! É um dia vulgar; porém figura, Na lauta mesa, a secular baixela. Graciosas flores da maior frescura Ornando a fruta, sazonada e bela, Da Europa e Novo-Mundo. Em crystais lúcidos, Cercial pálido e Tinta da mais pura. Ferve o "Champagne" frio, e nos convivas Palpita o coração, pulsa a alegria, Que não rebenta em clamorosos vivas; Entusiasmo que vem da simpatia, Que nasceu improvisa, e que se expande No faiscar de frases expressivas! Vamos deixar a estancia encantadora. Rompe a lua dos picos do nascente; Vem afogueada, como o sol na aurora. Mais alta já, diffunde brandamente A luz pelo declivio das chapadas, Onde a cidade vae surgindo agora. Prateia o mar, que jaz adormecido; Treme nas copas do pinhal fechado; Dá nitido o perfil do monte erguido; Bate sobre os casaes do descampado; Beija a cruz solitaria do convento, E o cemiterio, que lhe fica ao lado! Que mysterios na paz da natureza! Os homens, hoje, cegos de furor, Deixam no campo, cota maior vileza, Os que eram hontem seus irmãos no amor, E a lua, á noite, triste beija os tumulos, Como o sol n'alvorada beija a flor! [Bulhão Pato, Paquita - poema em XVI cantos, Lisboa, 1870, Canto VII; pp.245-250, canto VIII, 264-268] LUÍS ANTÓNIO GONÇALVES DE FREITAS [1858-1904] No Rabaçal (llha da Madeira) Deslumbras. como o brilho resplendente Dum fantástico céu; Da natureza altiva e imponente levantas-nos o véu. Jorra do coração dos teus rochedos, A água, em mil borbotões; Desenrolas uns mágicos segredos De ignotas regiões. Ao ver-te, colhe a alma, em mudo anseio, Deliciosos pomos; Tu vens, como um gigante, sem receio, Mostrar o que nós somos. Junto a ti, nós sentimos germinar Forças, que nos transportam Ao fundo, onde, entre júbilo sem par, Mágoas crueis abortam. A prata, que refulge em tuas águas. Puras como cristal, Irradia também nas nossas mágoas Uns brilhos sem igual. Ao ver tantas belezas, mergulhamos Num êxtase profundo; Num sublime cismar tudo olvidamos, Esquecemos o mundo. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.210-211] PE JACINTO DA CONCEIÇÃO NUNES. 1860-1954 A murteira do meu quintal Minha murteira verde, meu enlevo Nas tardes sonolentas do verão, As tuas flores brancas são um mimo Dos mais apreciáveis da Estação! Tão alvas como a neve da montanha, Tão puras como os anjos do Senhor. Essas florinhas simples, inocentes, Clamam p'ra vós enternecido amor! Minha murteira, encanto dos meus olhos, Que estás sempre a mirar a sevadilha Que perfuma o quintal de Cunha Rosa, De todos o mais belo e que mais brilha. Minha murteira e sevadilha linda, Deus vos conserve o viço e a frescura, P'ra darem aos meus olhos já cançados Uma réstea de cor e de ventura! Então eu bemdirei o Infinito Que em cada flor nos deu uma delícia E os males suavisa d'esta vida, Dando a cada amargura uma carícia ! [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.263] EUGÉNIO REGO PEREIRA 1875-1947 Enamorada (Funchal cidade de sonho) Qual princesa enamorada, Num varandim debruçada Ela olha o mar. E as ondas. uma por uma, Franjadas de branca espuma Os seus pés vêm beijar, Num murmúrio sussurrante. E ela, sempre anelante, Cheia de mimo, adormece À sombra do arvoredo, Que em segredo Quase murmura uma prece. Sonha, cidade bendita ! E que uma paz infinita Te possa sempre embalar, Qual princesa enamorada Num varandim debruçada Ouvindo o canto do mar ANTÓNIO PIMENTA DE FRANÇA A Cordilheira Central e Pico Ruivo (Excerto) Após surgir das ondas; -a Madeira Montes e serras lutaram p`la altura, Na ânsia de grandeza, de formosura P'ra de beleza-ser ela-a primeira. Pícaros, serras, cómoros, outeiros, Postados nas ribas, presos às fragas, Das lombas fizeram soberbas dragas Para elevar picos e cavar desfiladeiros ! Dentre os altos picos- o Pico RuivoConseguiu-na labuta a primazia, Elevando-se orgulhoso e altivo, Ancho da vitória e da valentia! Logo as serras formaram uma cordilheira P'ra sua defesa de Levante ao Poente. E, nessa luta de grandeza, tal, fremente, Constituiram o arcaboiço da Madeira ! Da crista, formaram a coluna vertebral ! De cada monte ou serrania:-uma costela, De cada espaçco costal:-um vale ou ribeira, Dos lombos:—planaltos—Paul da Serra e Faial! E, assim, erguera;n a formosa cordilheira, Desde o Pico Ruivo à Ribeira da Janela ! O Pico Ruivo forma-lhe a alta cabeça, Cravada nos largos ombros das serranias, Que seguram nos braços o Ribeiro Frio Acalentando-o . . .—dos vales—a melhor peça, Enquanto ele canta.... místicas melodias Ao Pico Ruivo, exaltando-lhto poderio! [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.299-300] AUGUSTO CORREIA DE GOUVEIA(A. CORREIA DE GOUVEIA)[1880] Aniversário (Na aldeia) Onde vais, oh rouxinol, Manhãsinha, pressuroso? Onde vais, oh triste rôla Com teu canto vagaroso ? Onde vais, oh mariposa Saltitando p'los rosais ? Onde vais, oh passarinho Com teus ternos madrizais ? Onde vais, oh pomba mansa, Com pressa cortando os ares ? Onde vais, melro saudoso, Que assim deixas os pomares ? Onde vais, pastor alegre, Que abandonas o rebanho? Onde vais, oh cachopinha, Depressa, com tanto empenho ? Onde vais, oh leiteirinha Prazenteira, jovial Onde vais, oh borboleta, Correndo pelo trigalf Onde vais oh noiva hoda, Bo chefioha de Sores Oode ides, todas alegres, Raparigas, meus amores . . .? -hinos todos jubilosos Saudar os anos da Estela: Dar-lhe os nossos parabens. E pedir ao Céu por ela. Fajã da Ovelha, 20 de Agosto de 1912. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp. 319-320] PE EDUARDO CLEMENTE NUNES PEREIRA- 1887 Lenda de um Pinheiro Eu bem me lembro. Vi-o... Já velho, esguio, A balançar-se na montanha! Caía a tarde. Desdobrava A noite num manto de estamanha ! E toda a gente que passava Nos torcícolos do caminho, Esse pinheiro-avô saudava, Alto e magrinho!., . . . Ali,—oh ! santa devoção !— Em outros tempos, que lá-vão... Diz o bom povo do lugar: Lá reza ainda a tradição— Ouvio cantar Esta canção: Guardai, pastores, a lousa, Guardai, pastores, a terra, Aonde o corpo repousa De uma pastora da serra ! . . . [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.373] JOÃO VIEIRA DA LUZ 1896 Madeira... «Jardim de Flores» Tantas saudades eu matei ao chegar Ao meu torrão natal por excelência, Que Deus quís tornasse a ver e a pisar Depois de longos trinta anos de ausência. Quando avistei o farol, puz-me a rezar Com devoção à Divina Providência, Por ter ocasião de contemplar O meu solo outra vez com reverência. Idólatra até me tornei, julgaúdo Ver um cantinho do Céu Divinal, Comovido com lágrimas... chorando, Saudei a bela cidade do Funchal Que o mar e a poesia vêm embalando Com amor terno, no seu litoral. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.439] JULIA GRAÇA DE FRANÇA E SOUSA(UMA MULHER)[1897] O Rouxinol Não canta, o nosso rouxinol? De pássaros um bando preguntava, Numa algazarra doida que encantava, Em hora em que dormia há muito o sol. A eira da lisura dum lençol, Do passal uns minutos afastada, Servia de palco à alegre revoada, Que, descansando, esperava o arebol. E o infeliz em tão muda aflição, Gotejando-lhe sangue o coração, Lesto. os golpes, oculta com um véu. Soluçando, levanta a meiga voz, Cantando brando a sua mágoa atroz, O sacrifício belo oferece ao céu. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.440] CARLOS MARIA DE OLIVEIRA 1898 Primavera A Primavera é chegada, Com seu manto de verdura, Anda alegre a passarada, A chilrear na espessura. Mas vive em noite fechada, Quem não gosa da ventura. Passa um regato cantando, Pela formosa deveza, Docemente murmurando Um louvor à Natureza. Mas pobre, de quem chorando, Vive imerso na tristeza ! O firmamento azulado, Cobre a terra em seu verdor, E o coração namorado, Fmhala RonhaR cI'amor Mas quem anda angustiado, Não tem no peito calor. Florescem lindas, viçosas, As rosas nos roseirais; E as andorinhas formosas, Voltam ledas p'ra os beirais. Mas muitas almas saudosas Choram quem não volta mais ! [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp. 454-455] EDMUNDO ALBERTO DE BETTENCOURT[ 1899-] Paisagem verdadeira O verde tenro e vivo, de folhagem, Presépio dos meus sonhos, em menino, Pôs-me de luto a par com meu (lestino, Cego-me a vê-lo imagem de miragem... Quando, iludido, o busco na ramagem, Já com seus tons mais brandos não atino; E nesta escuridão, só me ilumino Vendo-o compor-me interior paisagem: Paisagem de ouro verde, que de mim Sai alongada em foco para a terra A procurar vencer-lhe a cerração, E aonde num crepúsculo sem fim Tonta, a esperançã, esvoaçando, erra Sobre torres de encanto e de traição. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.464] ARMANDO SANTOS —Oh! Madeira dos meus sonhos— Madeira terra de encantos, Onde vegetam as flores Nascidas d'almas dos Santos. Oh ! flores da minha terra— Oh! flores belas da Madeira, Com o odor das nossas flores, Não as há na terra inteira. Aqui também há flores Que vegetam como lá, Mas com o belo das suas cores Nesta terra não as há. Rosas lindas, rubras rosas, Lírios brancos, açucenas, Vós curais as nossas dores, Aliviais nossas penas ! Violetas tão humildes, Cultivadas nos jardins, A esta terra trazidas Nas asas dos Serafins! Mas tais flores tão lindas Que eu hoje estou a cantar, Não se encontram nas campinas, A terra não pode dar. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.488] FERNANDO ACÁCIO DE GOUVEIA Oh Madeira, como és linda, Teu encanto é singular. Tuas serras são um mimo, O teu clima não tem par. Madeira, ilha de sonho, De beleza sem rival, E`s a terra mais bonita Que Deus deu a Portugal! São flores, urzes, verduras, Água pura, cristalina, Montanhas, encostas, vales, E's uma obra divina. Funchal, cidade-encanto, Teus encantos não têm fim. Na Madeira és um presépio E no mundo és um jardim. Os teus montes altaneiros São mãos erguidas aos céus, Agradecendo as belezas Que recebeste de Deus. Madeira, ilha de encantos, Orgulho dos filhos teus, Por aqui termos nascido Nós damos Graças a Deus. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.549] LEANDRO DE SOUSA « Pérola do Atlântico » À belissima llha que me foi berço. Baloiçando no Atlântico Que Ihe murmura aos pés, num cântico, A nossa humildade; Adorada pelo mundo, Como uma divindade; Amada pelo Sol que a disputa ao mar E tira ao resto do universo o calor para dar. A Ela, Tão bela, Sob um céu tão azul, nobre e altaneira, Ergue-se a linda Ilha da Madeira. Ao constituí-la ao Criador Fez dela um primor, Dando-lhe beleza sem igual, Que são orgulho de Portugal! E como o Criador Se desvanece com o seu amor, Sem rival, Eu, da minha maneira, Sinto orgulho igual —Porque nasci na Madeira! [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.550] GERTRUDES MARCELIANA RODRIGUES CÂMARA (GERMA)1910 Fio d'agua Goteja um fio d'água cristalina No soluçar suave de uma fonte... Correndo, sem descanso, o verde monte E refrescando os lábios da p'regrina. Na paísagem sombria há solidão: Ao fundo, a luz, o mar. as brancas velas... E num silêncio ermo de oração Passam vultos de tímidas donzelas. Passam vultos A água chora e há terna magia Percorrendo valados, noite e dia, No carpir triste de uma dor pungente! Quem sabe?... Talvez seja a voz de alguém Que chorando, baixinho, vem do Além, Perdida a vaguear por entre a gente ! [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.561] ALBERTO FIGUEIRA GOMES [1912] Balada das levadas (Nas Queimadas, em Santana—Verão de 1946) Aguas mansas das levadas não sois como as das ribeiras, que em vindo o inverno inundam casas vinhedos e leiras Na santa paz da montanha, só se sente o seu cantar, sempre igual e sempre novo, num eterno caminhar. Essa voz suave encerra inigma doce e profundo... —Cantais promessas do céu ou chorais males do mundo ? À vossa beira se espelham hortências, musgos e flores: —velhos loureiros murmuram loucas histórias de amores _ As urzes esvaneceram e os carvalhos ja dobraram ao peso de fartos liquenes ...e as águas nunca pararam. Levadas da minha aldeia galgando de monte em monte, enchei de seiva esses vales. cantai nas pedras da fonte. Solitário viandante que ides em longa canseira, esta levada cantante é uma fiel companheira. Tudo seria mais triste na quietude da serra, se a vossa voz não se ouvisse como a própria voz da terra. As aves já aprenderam o vosso lindo cantar; —andam ensinando às flores como se deve falar. A serra já se não lembra das gerações que passaram, a vida vai e renova-se . . . e as águas nunca pararam. [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.572-573] SECUNDINO TEIXEIRA (DINO)1926 Madeira Minha Terra, eu não te canto pelas tuas belezas, nem pelas tuas flores, nem por esse verde impossível dos teus montes, nem pelo canto cristalino das tuas fontes, nem pelo azul puríssimo do céu e do mar eu te respeito só. Venero sim. os meus antepassados que num sonho de há quinhentos anos, lograram criar-te sem esforço sobrehumano e desbravar o mato, quebrar a pedra, domar o mar, os ventos e a adversidade. Gastar o sangue, os anos e a vontade, a construir poios, a aproveitar a terra, até onde os pisos altaneiros as nuvens apunhalam e a desafiar as bocarras ciolópicas e as gargantas da montanha; dominar a torrente de frágua em frágua, para com as suas lágrimas, o seu suor e essa água, pudesse existir hoje este rincão florido, esta pérola verdadeira, MADEIRA ! [Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.630] MANUEL GONÇALVES Talvez fosse por Deus, o autor da Natureza, esta llha da Madeira ser da nação portuguesa. Por dois nobres portugueses foi descoberta a Madeira: um-João Goncalves Zarco outro-Tristão Vaz Teixeira. Tremendo os descobridores pela massa florestal não houvesse animais bravos que pudessem causar mal, largaram fogo na ilha por sete anos agitados, mas vestígios das tais feras não consta ser encontrado Mais tarde arrependeram-se, depois da terra abrazada, pois a madeira mais fina, até então encontrada, estava toda em carvão... uma imensa derrocadal Ficou-lhe o nome-Madeira do seu tempo florestal, e também Flor d'Oceano, a jóia de Portugal. [Manuel Gonçalves, Versos, Funchal, 1994, pp.96-97] BAPTISTA DOS SANTOS A Minha Casa da Azenha A minba casa da Azenha Rescende a resina c flores E sendo tâo pcquenina Nela cabem meus amores... Pobrinha, humilde, campestre, Não tem luxo nem brazão, Mas é rica de virtude E nobre de coração! Tem pinheiros em redor E lindas amendoeiras: Junto a garboso loureiro Vicejam frescas roseiras. Do jardim avisto o mar -Esteira das Descobertas!E vejo a torre da ermida E as nossas ilhas Desertas. Que loucura a minha, Ó meu fiel espelho, Ao arrojar-te, ha dias, à tardinha, Contra o chão, Só por revelares que eu estava velho, Em tua franca e limpida expressão! Estilhaçado, tu, que em tantos anos, Todos os dias, Reflectiste os meus desenganos E traduziste as minhas alegrias`! Despedaçado, tu inìquamente, Quando, com lealdade, Foste tu quem, ùnicamente, Me falou a verdade?! O' meu saudoso, meu fiel espelho, Vítima inocente Da minha altivez, Releva a diabrura deste velho Perdoa a minha insensatez! Musa rústica Neste balcão de acácias onde estou Sorvendo o ar agreste- o ar sadio Oico uma voz que diz «avô-avô» E duma ave o trilo «pio-pio». São maviosos gorgeios, Eco de brandos anseios Que a minha alma gozou E que ninguem mais ouviu: «Avô-avô-avô»… «Pio-pio», spio-pio»... Como feliz me sinto entre as acácias Da minha pobre «herdade», Nove mil metros longe dos «acácios» Da buliçosa cidade ! Elogio do Eucalipto Tem esta humilde canção Alevantado fito: Proclamar a virtude E a nobreza Do Eucalipto. Ornamental, oloroso, Que é orgulho da Natureza, Pelo seu porte altivo, majestoso. Balsâmico real, excelente, Antisséptico superior, Ele é a saúde da gente Que vive em seu redor E tem a sorte de respirar E absorver O perfumado ar Desta árvore gigantesca. Que se ergue os braços para o Céu, E não pára de crescer! Do abençoado Eucalipto Suas folhas medicinais Curam as afecções pulmonares Os estados catarrais E tanto mal impertinente De que sofre e morre muita gente… Árvore bendita, colossal, Corre em suasgrossas veias, No alto da encosta Abundantemente A seiva das terras de Portugal Que ela absorve, a toda a hora. Avidamente! Proclamando sua virtude A tua alegre e doce companhia. E nobreza - Eu saúdo e venero o Eucalipto, Benfazejo, sàdio, altaneiro, Que é sombra e saúde E riqueza Da minha casa campestre, Durante o ano inteiro. Vivenda da Azenha Caniço, Outubro de 95° [Baptista dos Santos, Murmúrios da Azenha, Funchal, 1961, pp. 1-7, 17-18] ANA BELA A. PITA DA SILVA ILHA DA MADEIRA Com mãos fortes desbravaste caminhos em rocha dura com mãos fortes semeaste flores, videiras e bravura. Quais ribeiras saltitantes que bailam até o mar vão os teus emigrantes longe teu nome levar. Tens paisagem imortal de beleza toda inteira das Terras de Portugal és a princesa, Madeira. Madeira sonho realidade. Madeira grande és na verdade. FLOR SILVESTRE Olha aquela Flor silvestre sozinha entre erva daninha naquele rochedo agreste Chega-te perto olha-a bem vê a cor linda que tem [Ana Bela A. Pita da Silva, Movimentos. Poemas, Lisboa, 1985, pp.63 e 70] GUIA BIBLIOGRÁFICO Biobibliografias AHERN, Katherine, Cultural Landscape Bibliography: an Annotated Bibliography on resources in the National Park System, Washington, 1992. AHRENTZEN, Sherry. Children and the Built Environment: an Annotated Bibliography of Representative Research of Children and Housing, School Design, and Environmental Stress / Sherry Ahrentzen. Monticello, Ill.: Vance Bibliographies, [1982] ALTSHELER, Brent, Natural History Index-Guide, N. York, 1940. Ambiente e Territorio: Bibliografia, Bologna: Centro internazionale di studio, ricerca e documentazione ell'abitare OIKOS, 1986. ANGLEMYER, Mary e Eleanor R. Seagraves, The Natural Environment: an Annotated Bibliography on Attitudes and Values; Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1984 A Search for Environmental Ethics: An Initial Bibliography, Washington DC, 1980. ANNUAL Bibliography of the History of Natural History, vol. I, London, British Museum, 1985. 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Carolus Linaeus[1707-1778] O século XVIII é na verdade o século da ciência. Tudo isto é fruto de um triunvirato de cientistas que estão na origem de academias em Paris, Gottingen e Uppsala: George Louis Leclerc, Comte de Buffon (1701-88), Albrecht von Haller (1708-77), Carl von Linné (Linnaeus) (1707-78) 95. A curiosidade do homem sobre a Natureza data do séc. III A.C. com o Museu de Ptolomeu em Alexandrina 96, mas os rumos da actual ciência, na sua busca incessante de descoberta da natureza delinearam-se a partir do século XVI. Os seus principais alicerces estão nos museus de História Natural e os jardins botânicos. Os jardins são primeiro hortus medicas, isto é, locais de cultivo de plantas com valor medicinal. O mais antigo surgiu em 1545 em Pisa, Florença e Heidelberg. A estes seguiram-se outros: Zurique (1560), Bolonha (1547), Leiden (1577), Leipzig (1579) Montpellier e Heidelberg (1594), Jardin des Plantes-Paris /1635) The Royal Botanical Garden of Edimburgh (1690), Capetown (1694), Mauritius /1735), Oxford (1621), Cambridge (1761), Chelsea Physic Garden (1673) 97. No século XVIII os museus de História Natural: Coimbra (1772), Charleston (1773), Madrid (1776), Filadelfia (1786), Rio de Janeiro (1818), Buenos Aires e Bogotá (1823), Santiago do Chile (1830), Boston e N. York(1860), Belem (1871), Milwaukee (1880) S. José da Costa Rica (1887), Chicago e S. Francisco (1890) e S. Paulo (1894), Praga (1894), Bruxelas (1903), Viena (1889) 98. No caso inglês o Royal Botanic Garden exerceu um papel fundamental na afirmação do sistema colonial. Segundo Lucille M. Brockway (1979) - the Royal Botanic Gardens at Kew... served as a control centre which regulated the flow of botanical information from of the metropolis to the colonial satellites, and disseminated information emanating from them.". Tal como afirma N. Reingold (1987, p. 354), ao referir-se ao Bristish Museum (1881), o edifício é um "templo de ciência". Jardins botânicos e museus de História Natural detêm um papel fundamental na afirmação da ciência e no apoio aos cientistas, mas são também as instituições que servem de suporte a toda uma rede de contactos que a revelação das descobertas tornava necessária a sua divulgação. Note-se que as sociedades científicas desde o século XVII quebraram o isolamento dos cientistas 99. A Royal Society em Londres (1662) foi o embrião deste 95 96 . J. L. Larson (1994). . Nathan Reingold (1987), p. 352. . P. Petitjean (1992), R. P. Stearns (1970), Lucille M. Bockway (1979). . P. Petitjean (1992), Ch. M. Porter (1986), N. Reingold (1987); W. J. Simon (1983), H. R. Fletcher (1970). . David Elliston Allen (1976). A primeira associação foi o Royal College of Physicians of London (1518). 97 98 99 suporte institucional. Os seus ideais alargaram-se às colónias e difundiram-se em toda a Europa: 1760 - American Philosophical Society 1768 - American Philosophical Society at Philadelphia 1805 - Charleston Botanical Society and Garden 1846 - Smithsonian Institution 1848 - American Association for the Advancement of Science 1854 - Société Zoologique d'Acclimatation (Paris) 1890) - Botanical Society of America 100 Este enquadramento institucional é reforçado no século XIX com o aparecimento de publicações periódicas especializadas. Estas iniciativas estão associadas a uma retaguarda institucional. Assim, a Royal Society edita desde 1665 "the Philosophical Transactions, enquanto do outro lado do Atlântico tivemos desde 1818 o "American Journal of Science" 101. 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Todavia, a partir da década de setenta muitos teólogos e pastores da igreja participam activamente no movimento ambientalista, dando-nos uma imagem distinta da relação do Cristianismo com a Ecologia. Aqui salientam-se os livros de Richard Austin(1987), Daniel Spring[1974, John Camody(1983), Ian Bradley(1992), Ian Barbour(1966 e 1977), P. W. Bakken(1955). Neste quadro justifica-se a valorização dada à vida e obra de S. Francisco de Assis, considerado o patrono da Ecologia. Ele é a resposta aos detractores do Cristianismo. Confira-se por exemplo os textos de Maio Marzi(1981), Roger Souell(1988), P. D. Allen(1996). O mais relevante desta polémica é o debate que se ateou em torno da Religião e da Ciência. A centúria oitocentista mercê dos avanços da Ciência foi o palco desses confrontos. Em face disto a Ciência foi considerada uma reacção aos dogmas da Bíblia. Os dois mais destacados expoentes deste debate são John W. Draper[1811-1882] e Andrew Dickson White[1832-1918] com textos publicados, respectivamente, em 1874 e 1896. A sua aportação é o corolário do debate que ocorreu desde 1859 com a publicação de Origin of Species de Charles Darwin. A bibliografia propicia-nos alguns textos orientadores da descoberta deste debate, a que merecem a nossa atenção os livros de Francis C. Haber(1959), T. Cosslett(1984), David C. Lindberg(1986). AGAR, William Macdonough, 1894-, Catholicism and the Progress of Science, New York, The Macmillan company, 1940. ALLEN, Paul Marshall e Joan de Ris Allen, Francis of Assisi's Canticle of the Creatures: a Modern Spiritual Path, New York : Continuum, 1996. ALON, Azariah, The Natural History of the Land of the Bible, Garden City, N.Y.: Doubleday, 1978 ANDERSON, Alexander Walter, Plants of the Bible, New York, Philosophical Library [1957] Creation in the Old Testament, Philadelphia: Fortress Press; London: SPCK, 1984. 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É o período de Hudson River School. Aqui há uma busca pelo espaço não produtivo, dominado pelos pântanos e selva. Situação que dá lugar após à guerra civil aos temas exóticos. A pintura é também um meio de expressão da actividade e exploração dos cientistas. Humbolt foi dos primeiros a ter a noção disso 104. Deste modo o período que decorre de 1840 a 1880 é o momento do livro ilustrado em toda a Europa 105. A fotografia é a memória estática do momento do "click", enquanto a gravura regista tudo isso pelo olhar do desenhador ou pintor. No primeiro caso tudo depende da qualidade da objectiva, da película e câmara fotográfica enquanto no segundo é o crivo do olhar do seu autor, os seus interesses, objectivos, formação e cultura que fazem saltar para a tela ou papel os pormenores do quadro, a sua disposição e tamanho. É comum questionar-se face uma imagem, quem, quando e o quê, mas poucos se perguntam sobre o porquê destes ou daqueles motivos e quais os objectivos que os regeram. Estas interrogações conduzem-nos a rumos muito seguros na investigação do nosso tema. As diversas leituras ecológicas da pintura e gravura valorizam a luz e a paisagem. Nesta última a atenção é votada à presença do arvoredo, dos lagos, montanhas e quedas de água. A prsença da figura do homem não é constante e varia da Europa para a América. Enquanto no velho continente a presença humana é assídua e de escala bastante notória, já do outro lado do Atlântico é evidente a ausência. Quando aparece é quase sempre em pose contemplativa 106. Na década de sessenta do século XIX foi evidente o gosto pelas árvores milenares, que fizeram a fama de algumas localidades, correndo mundo em descrição e ilustrações 107. Já no fim do século é evidente a atenção nos aspectos geológicos, as rochas são as protagonistas. Assim John Barrow [1792-1793] é atraído pela "Loo Rock of Funchal" 108. Esta última situação adequa-se às preocupações da ciência. Os jardins são outra forma de expressão do relacionamento do homem com o meio natural. Aliás, Paul Shepard (1991) confirma que através deles o homem comunica com a natureza do mundo. Duck Clifford (1963) precisa: "garden is man's idealized view of the world... Gardens cannot be considered in detachment from the people who made them" 109 102 103 . Barbara Novak (1980), Ann Bermingham (1986), David Miller (1989) e Angela Miller (1993) . A. Miller (1993), p.8. 104 . "Landscape painting in its influence on the study of nature",in Cosmos, 1850. 105 106 107 . B. Novak (1980), pp. 116-117. Barbara Novak, 1980, pp.35, 184-189 Hans Hunt, 1990, p.142 108 Barbara Stafford, 1984, 68-72 109 . Derek Clifford (1963), p. 15. O jardim no mundo cristão está inevitavelmente ligado à ideia de Paraíso. E aqui a ideia de Paraíso está associada às flores e fontes 110. Todavia esta comunhão do homem com a natureza não é apenas apanágio do mundo cristão. Assim a ideia de jardim com o espaço de retiro, reflexão e comunhão com a natureza está presente na civilização muçulmana oriental desde a China ao Japão. Daqui resulta a presença dos jardins muçulmanos 111, chinês 112, ou japonês que influenciaram de forma decisiva os do mundo cristão. Uma das visões mais completas disso é-nos dada por Cristopher Thacher (1979) e Marie Luise Gothein (1966). O Primeiro jardim terá surgido na China no tempo do imperador Wu Ti(140-86 A.C.). Na Europa os primeiros jardins surgiram em Itália - Pisa(1543), Padua (1545) mas foi o de Versailles (1662) aquele que mais fama adquiriu e foi alvo de cópias113. O século XVII anuncia já um novo tipo de jardim que tem como referência os de Oxford (1621), Chelsea (1673), Edimburgh (1680)e Kew (1759) 114. Estámos perante o início dos actuais jardins botânicos que se afirmam como repositórios de plantas exóticas de todo o mundo. Os séculos XVI/XVIII são ainda o momento da grande revolução na arte da jardinagem. Os jardins tornam-se populares, sucedendo-se inúmeras edições de livros sobre flores e jardins. Existem vários tipos de jardins que se popularizam no mundo ocidental. O jardim italiano do século XVII é dominado pela água estatuária e uma ponte central. Já o jardim francês é um espaço traçado a esquadria, situação que vai influenciar a jardinagem até ao século XX altura em que estes sob influência do Japão perde a sua geometria 115. Todavia, em Inglaterra temos desde fins do século XVII o chamado "Tudor Garden" em que a geometria cede lugar ao quadro natural 116. Os elementos fundamentais dos jardins são as flores, árvores, água e elementos arquitectónicos (pontes, estátuas) que se articulam de forma harmónica de acordo com a sensibilidade cultural da cada região e época 117. O jardim não é apenas "design" e estilo mas também é inspiração da pintura e literatura. O culto pelas árvores é já evidente no século XVII. São elas que orientam a afirmação das classes possidentes e lhe dão grandiosidade em avenidas em frente das suas casas 118. O próprio acto de plantar uma árvore, que hoje se celebra com grande pompa no dia dedicado à mesma, está já documentado no século XVIII 119. A Europa parte no século XV à procura do Éden, bíblico ou descrito na literatura clássica greco-romana 120. Foi este um dos motivos do empenho de Colombo, 110 . K. Thomas (1983), p. 243. . R. Stewart Johnston (1991). . J. G. Simmons (1996), p. 166. . J. G. Simmons (1996), p.166. . K. Thomas (1983), p. 227. . P. Shepard (1991), pp. 78-117. . Johan Dixom Hunt e P. Willis (1975). . Terry Comito (1971) . K. Thomas (1983), pp. 297-209) 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 . K. Thomas (1983), pp. 210-221. Cf. Jean DELUMEAU, Une Histoire du paradis- le jardin des délices, Paris, 1992; John PREST, The Garden od Eden: the botanic garden and the re-creation of paradise, New Haven, 1988, pp.30-33. mas também dos navegadores portugueses. O seu reencontro era encarado como uma conciliação com Deus, o apagar do pecado original de Adão e Eva. Esta imagem persegue quase todos os navegadores quinhentistas e deverá estar por detrás do empenho daqueles que aportaram à Madeira. Tenha-se em conta que as duas primeiras crianças nascidas na ilha, filhas de Gonçalo Aires Ferreira tiveram nomes bíblicos de Adão e Eva 121. O encontro da ilha era o retorno ao Éden, que aos poucos se perdeu tal como sucedera aos primogénitos Adão e Eva. A recuperação desta imagem acontecerá mais tarde no século XVIII em que a ilha é de novo o paraíso redescoberto para o viajante ou tísico ingleses, recuperado e revelado ao cientista, seja ele inglês, alemão ou francês, através das recolhas ou da recriação através dos jardins botânicos. BIBLIOGRAFIA ADAMS, William Howard, Nature Perfected Gardens Through History, NY, 1991. ADHÉMAR, Jean, Les Joies de la Nature au XVIIIe Siècle, [Paris, 26 mai-31 août] 1971. [Catalogue par Jean Adhémar. Avec la collaboration de Marie-Cécile Barthe. Préface par Étienne Dennery.] Paris, Bibliothèque nationale, 1971 Les lithographies de paysage en France à l'époque romantique, Paris, F. De Nobele, 1976. ANDERSON, Patricia, The Course of Empire: The Eric Canal and the New York Landscape, 18251875, Rochester, 1984 ANDREWS, Malcolm, The Search for the Picturesque: Landscape Aesthetics and Tourism in Britain, 1760-1800, Stanford, CA: Stanford University Press, 1989. 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LITERATURA A vaga romântica da literatura que cedo se expandiu desde França coloca o escritor e poeta próximos da Natureza. Esta corrente literária tem paralelo nos Estados Unidos com o pastorialismo que se desenvolve a partir do século XVII. Aqui a escrita surge na primeira pessoa numa descrição real, como se pode provar da leitura de J. White, Th. Cole e George Marsh 122. O pastorialismo é a revolta pacifica contra a Revolução Industrial. Dois livros demarcam o romantismo americano: Walde. Or Life in the Woods(1854) de Henry David Thoreau e Moby-Dick (1851) de H. Melville. O último é, segundo Annie Dillard, "the best book ever written about nature" 123. Thoreau é uma referência no panorama de "nature writing". A sua obra abriu uma nova era na valorização do mundo natural. Thoreau afirmava que "a writer is the scribe of all nature"" 124 e que tem como função fazer compreender a natureza. Ele foi, na verdade, o escritor mais popular da literatura romântica nos EUA e a sua obra influenciou os estudos de História Natural 125. É, por isso mesmo considerado o santo patrono dos escritores sobre o meio-ambiente americano 126. Se Thoreau merece o epíteto de patrono dos escritores da Natureza já John Muir (1813-1914) e John Burroughs (1837-1921) estão nas origens do movimento ecológico 127, movimento que tem a sua plena afirmação no post segunda guerra mundial. Os reflexos desta nova corrente estão também patentes no discurso literário 128. Nos últimos anos editaram-se diversas colectâneas destes textos agora recuperados numa perspectiva de História do meio-ambiente 129. A Natureza é um constante motivo de inspiração dos poetas. Mesmo Fernando Pessoa[1888-1935] num dos seus heterónimos não perde a oportunidade para afirmar: Além disso, fui o único poeta da natureza" 130. Na poesia americana a expressão mais evidente do romantismo é Wodsworth 131. Em Portugal o romantismo legou-nos algumas paginas de ouro da literatura do século XIX. A produção literária e de estudos teóricos 132 envolve alguns dos nomes sonantes: que vão desde Júlio Dinis a Almeida Garrett. É aliás o primeiro quem inaugura a escola naturalista com os Serões na Província(1870) 133. 122 123 . Don Scheese (1996), pp. 11-38. . Robert Fuch (1990), p. 26 . F. Setwart (1994), p. 233. . L. Buell (1995), Paul Brooks (1980), A. Kazin (1988), F. Stewart (1994). . L. Buell (1995), p. 115. 127 . Robert Funch (1990), p. 23. 124 125 126 128 129 . P. Schmitt (1969). . Donald Worster (1993), E. Heyne (1992), Joseph-Wood Kutch (1961), Lynn Merrill (1989), Harry Berger J. (1988), Leslie Real (1991), Scott Slovic (1992), Paul Brooks (1980. Poemas de Alberto Caeiro, Lisboa, 1979, p.87. . J. Bate (1991), G. Rotella (1991). 130 131 132 Eis alguns estudos: em 1884 temos Estética Naturalista de Eça de Queirós e Estética Naturalista. 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A primeira conferência a fazer apelo a esta aproximação da mulher aos problemas do ambiente teve lugar em 1974 na Universidade da Califórnia, a que se seguiram outras na década imediata 139. Os dois textos mais marcantes que historiam este movimento são os de Susan Griffin, Women and Nature (1978) e Carolyn Merchant, the Death of Nature (1980) É de salientar o papel assumido no passado pelas mulheres na defesa e valorização do meio ambiente. O facto mais evidente disto está na obra de Rachel Carson 140, a que poderá juntar-se a iniciativa de outras mulheres desde o século XVIII, como o prova o estudo de Marcia Myers Bonta Women in the Field (1991) 141. BIBLIOGRAFIA Agricultural and environmental policies and their impact on advancement of professional women and on rural women's effort in attaining sustainable food security in East Africa : a summary / by the Kenya National Action Committee (NAC) of the East African Women Leaders in Agriculture and Environment (AWLAE) Program. 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Não obstante o Cristianismo assumir uma atitude hostil ela esteve sempre presente nos grandes momentos da História da Cristandade. Ela é a nossa principal reserva de riqueza, fornece-nos lenha e madeiras que até meados do século XIX se tornaram indispensáveis à sobrevivência e comodidades humanas. Por todos os tempos a riqueza de uma região dependeu desta reserva que delimitava a fronteira do espaço agrícola e humanizado. No século XVIII com Rousseau o quadro natural assumiu um papel distinto, passando a estar envolvido no quotidiano. Já o homem do século XIX vê a floresta doutra forma. Ele perdeu o medo e o instinto dominador e agora procura nela a harmonia. É essa a lição de David Thoreau em "Waden" 142. É também neste momento que o homem toma consciência da sua acção devastadora sobre a floresta. O primeiro grito é de Marsh em "Man and nature" (1874). Perante isto sucederam-se reacções, com as medidas de protecção da floresta em 1669 a ordenança francesa das florestas de Colbert e depois como o free timber act (1873) e a criação dos parques e reservas: Yosemite National Park em 1890 - ou as associações privadas - Sierra Club (1892) - e publicas - Divisão de Florestas (1886)143. A devastação da floresta causou efeitos destrutivos considerados catastróficos. A situação mais evidente nas ilhas onde o hinterland é reduzido. A primeira imagem disto é a ilha de Chipre, onde a construção naval e a exportação levaram a que esta perdesse o epíteto de ilha verde, dado pelos antigos 144. A situação repete-se na Madeira, Canárias e a maioria das Antilhas. Um dos aspectos significativos do recurso à floresta foi a construção naval. A expansão europeia desde o século XV implicou uma revolução neste sector. Os séculos XVII e XVIII de forte competência das potências europeias no domínio do mar e do Novo Mundo conduziram ao forte incremento da construção naval. Até 1862, altura em que se atinge a idade do ferro, a madeira é a matéria prima de construção naval 145. O caso mais evidente disto está na Inglaterra que, perdida a sua floresta socorre-se das madeiras de América do Norte para assegurar o seu poderio naval. Aliás, este continente foi a principal reserva europeia: a Nova Inglaterra para os ingleses e o Canadá para os franceses 146. A Madeira assume aqui um lugar de destaque. A ilha ganhou o seu nome do denso arvoredo, mas a presença do homem desde o século XV rapidamente conduziu ao seu desaparecimento da vertente sul. Tal como afirma S. Pyne 147 a situação da Madeira não é uma caricatura do processo de deflorestação, mas a sua evidencia. Tendo em conta estas múltiplas funções da floresta os estudos realizados repartem-se em a História da Floresta em geral 148, os seus múltiplos usos que vão desde 142 . Robert Pogue Harrison, 1992. 143 . Michael Wiiliams (1992), p. 375-460. 144 . J. V. Thirgood (1981), p. 125; F. Perlin (1989). 145 . R. G. Albion (1926). 146 . F. Palin (1991), p. 175-176, 266; M. Williams (1992), p. 82-101. 147 . S. J. Pyne (1982), p. 124. 148 . M. Williams (1989), W. Dean (1995). o combustível 149 a construção naval 150. A sua incessante procura conduz o homem à busca de medidas da sua defesa que surgem em circunstâncias e conjunturas de crise deste inestimável recurso 151 Da leitura dos clássicos e da produção recente releva-se uma situação particular que toca de novo o arquipélago da Madeira. A Madeira não se posiciona apenas nos anais da História universal como a primeira área de ocupação atlântica, pioneira na cultura e divulgação do açúcar ao Novo Mundo. A expansão europeia não se resume apenas ao encontro e desencontro de Culturas, mas também marca o início de um processo de transformação ou degradação do meio-ambiente152. O europeu carrega consigo a fauna e flora do seu convívio e com valor económico, que irão provocar profundas mudanças nos novos eco-sistemas. Com isto acontece que o espaço vivido e natureza se universalizam. O processo de imposição da chamada biota portátil europeia, no dizer de Alfred Crosby 153, foi responsável por alguns dos primeiros e mais importantes problemas ecológicos . Quem não se lembra da praga dos coelhos do Porto Santo? Que dizer do incêndio que lavrou na ilha durante sete anos ? Estas situações são assiduamente referenciadas pela actual historiografia americana que se dedica ao estudo da História do meio ambiente, sendo o seu ponto de partida e alento para esta incursão temática inovadora. Outro facto também insistentemente referido é o da própria ilha da Madeira. O nome foi o atributo para referenciar a abundância e aspecto luxuriante do seu bosque. Tão pomposamente referida por Camões 154: Passamos a grande ilha da Madeira Que do muito arvoredo assim se chama Das que povoamos a primeira mais célebre por nome que por fama (…) Em pouco tempo, as queimadas para abrir clareiras de cultura e habitação, o debaste para fruição das lenhas e madeiras, fizeram-na desmerecer tal epíteto. Da Madeira quase só ficou o nome…! A tradição refere que os navegadores portugueses atearam um incêndio à densa floresta para poder penetrar, mas este ganhou tais proporções que os atemorizou. Foram sete anos de chama acesa, diz a tradição. Todavia, hoje ninguém acredita nesta versão divulgada por Francisco Alcoforado e repetida em Cadamosto e outros autores da época. A ser verdade teria reduzido a ilha a carvão… A situação expressa uma realidade que pautou a expansão europeia e que só nos últimos anos tem cativado a atenção do historiador. Tudo isto tem origem num produto devorador que conquista a economia de mercado e que pautou a evolução da economia atlântica a partir do século XV. O carrasco é o açúcar. A sua disponibilidade só é possível com esse processo de degradação do meio que viu nascer os canaviais. 149 150 151 . R. Reynolds (1942), Teresa Botelho(1986). . Robert Albion (1965), P. Bamford (1956), R. Fries (1951). . L. Wilson (1948), J. Malone (1964), W. Schofield (1968), L. Rakestraw (1979). 152 . Cf. Elionor G. K. MELVILLE, A Plague of sheep- Environmental consequences of the conquest of Mexico, N. York, 1994, p.88 153 Imperialismo ecológico- a expansão biológica da europa. 900-1900, S. Paulo, 1993, 87, 238 154 Lusíadas, est.5, canto V, 1613 BIBLIOGRAFIA ACKERMAN, Robert E., Archaeoethnology, ethnoarchaeology and the problems of past cultural patterning, In Ethnohistory of southwestern Alaska and the southern Yukon: method and content, (ed.) Margaret Lantis, pp. 11-47. Studies in Anthropology, 7. 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AGRICULTURA O desenvolvimento da agricultura é considerado um dos factores fundamentais de intervenção do Homem no quadro natural. O processo de sedentarização humana e a consequente domesticação de animais e plantas implicaram a mais evidente expressão desta mudança 155. Foi o coumt de Buffon quem primeiro se deu conta deste impacto, sendo secundado por George Perkins Marsh em 1864 com "Man and Nature". O impacto da agricultura no quadro natural é um tema de grande impacto na Historiografia do Meio Ambiente. Aqui, para além dos estudos que tratam de História de Agricultura, temos que evidenciar aqueles que estabelecem uma relação deste sector de actividade com a Ecologia 156 e da perspectiva de uma intervenção harmónica através de uma agricultura sustentada157. Neste contexto é evidente o papel assumido pela cana de açúcar, cujos efeitos devastadores são notórios nas áreas onde a cultura se fez 158 Josué de Castro 159 traça-nos o retrato violento da cana de açúcar: "Já afirmou alguém, com muita razão, que o cultivo da cana de açúcar se processa em regime de autofagia: a cana devorando tudo em torno de si, engolindo terras e mais terras, dissolvendo o húmus do solo, aniquilando as pequenas culturas indefesas e o próprio capital humano, do qual a sua cultura tira toda a vida. E é a pura verdade... Donde a caracterização inconfundível das diferentes áreas geográficas açucareiras, com seu ciclo económico, com as fases de rápida ascensão, de esplendor transitório e de irremediável decadência. ". Esta ideia é corroborada por Mário Lacerda de Melo 160: "Dificilmente se encontrarão formas de utilização dos recursos dos solos que se possam rivalizar com a agro industria canavieira quanto à capacidade de condicionar um tipo de sociedade e de economia, de modelar um tipo de paisagem e de estruturar um tipo de arranjo económico do espaço". A cana de açúcar poderá ser considerada como a cultura agrícola mais importante da História da Humanidade, pois provocou o maior fenómeno em termos de mobilidade humana, económica, comercial e ecológica. A sua afirmação como cultura agrícola é milenar e abrange vários quadrantes do planeta. É de todas as plantas domesticadas pelo Homem aquela que acarreta maiores exigências. Ela quase que escraviza o homem, esgota o solo, devora a floresta e dessedenta os cursos de água. A sua exploração intensiva desde o século XV gerou grandes exigências em termos de mão-de-obra, sendo responsável pela maior fenómeno migratório à escala mundial que teve por palco o Atlântico: a escravatura de milhões de africanos. Ligado a tudo isso está também um conjunto variado de manifestações culturais que vão desde a literatura à musica e à dança. Foi o Oriente descobriu a doçura, tendo a Papua Nova Guiné como Berço. Os árabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram os principais arautos da sua expansão. Genoveses e venezianos encarregaram-se do seu comércio e Europa. Mas é nas ilhas que ela encontrou um dos principais viveiros da sua afirmação e divulgação no Ocidente: Creta e Sicília no Mediterrâneo, Madeira, Açores, Canárias, Cabo Verde e S. Tomé no Atlântico Oriental Puerto Rico, Cuba, Jamaica, Demerara(…) nas Antilhas. 155 156 . Andrew Goudie, 1994, p. 20: "Both the domestication of animals and cultivation of plants have been among the most significant causes of human impact". Cf. P. Ucko, 1969. . A. Bergeret, 1997, N. Gligo, 1986, D. Vasey, 1992, W. Weischet, 1993, D. Helms, 1993, John Jones, 1993, B. Glaeser, 1995. 157 158 . G. Douglas, 1984, N. Jackson, 1984, M. Hatfield, 1994, Miguel Altieri, 1995, L. Burssarard, 1997.. . Cf. para Antilhas David Watts, 1987. 159 Geografia da Fome, R. Janeiro, 1952, p.73 160 O Açúcar e o homem, 1975 A realidade sócio-económica que serve de suporte ao açúcar diferencia-se no seu percurso do Pacífico/Índico para o Mediterrâneo/Atlântico. Assim, no primeiro caso não assume a posição dominante na economia, primando pelo carácter secundário, enquanto no segundo é patente o seu efeito dominador na economia e sociedade/associação ao escravo, que começa no Mediterrâneo e se reforça no Atlântico. A cana, tal como afirma Josué de Castro 161, é autofágica. A realidade histórica dos últimos cinco séculos, em que ela assumiu um estatuto de produção em larga escala, assim o confirma. Aquilo que aconteceu na Madeira dos séculos XV e XVI, repetiu-se nas Canárias, Caraíbas e só não atingiu idênticas proporções no Brasil, porque a mata atlântica era extensa. Mesmo assim aqui os problemas, embora mais tarde, também tiveram lugar. Gilberto Freire 162 afirma que "o canavial desvirginou todo esse mato grosso de modo mais cru pela queimada. A cultura da cana… valorizou o canavial e tornou desprezível a mata". O processo é simples. Para plantar a cana derruba-se ou queima-se a floresta. Depois para fabricar o açúcar essa floresta faz falta para manter acesa a chama dos engenhos, ou construir estas infra-estruturas. A cana tem na floresta o seu maior amigo e inimigo. Um exemplo apenas evidencia a dimensão que assumiu este processo. Para o Brasil no século XVIII cada quilo de açúcar equivale a 15 kg de lenha queimada, dando média anual de 210.000 toneladas. A cada hectare deverá corresponder 200 toneladas 163. A evolução recente da mata atlântica no Brasil, passados mais de cem anos sobre o incremento da máquina a vapor nos engenhos, continua a ser tragada por outros agentes. Assim entre 1985 a 1990 ela perdeu 5.330 km2, ficando em 83.500km2, isto cerca de 8% da floresta encontrada portugueses em 22 de Abril de 1500. Esta continuada acção devastadora é assim descrita: "Durante quinhentos anos, a Mata Atlântica propiciou lucros fáceis: papagaios, corantes, escravos, ouro, ipecacuanha, orquídeas e madeira para o proveito de seus senhores coloniais e, queimada e devastada, uma camada imensamente fértil de cinzas que possibilitavam uma agricultura passiva, imprudente e insustentável. A população crescia cada vez mais, o capital "se acumulava", enquanto as florestas desapareciam; mais capital então "se acumulava" - em barreiras à erosão de terras de lavoura, em aquedutos, controle de fluxos e enchentes de rios, equipamentos de dragagem, terras de mata plantada e a industrialização de sucedâneos para centenas de produtos outrora apanhados de graça na floresta. Nenhuma restrição se observou durante esse meio milénio de gula, muito embora, quase desde o início, fossem entoadas intermitentes interdições solenes que, nos dias atuais, são contínuas e frenéticas." 164 Em 1660 o município de Salvador da Baía definiu um conjunto de medidas, que não foram suficientes uma vez que em 1804 no Recôncavo era evidente a falta de lenhas e madeiras 165. O desaparecimento da floresta próxima dos engenhos fazia aumentar os custos de fabrico do açúcar, agora onerados com os da lenha. O processo é similar nas regiões que antecederam o boom do açúcar americano. Senão vejamos. Em Motril a primeira metade do século XVI é definida por uma quebra da produção açucareira, atribuída à falta de lenhas, o que levou a uma tomada de 161 162 Josué de CASTRO, Geografia da Fome, R. Janeiro, 1952, p.73 Nordeste- aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do nordeste do Brasil, R. Janeiro, 1985 163 Warren DEAN, A ferro e fogo. A História e a devastação da mata atlântica brasileira, S. Paulo, 1995, pp.191-196 164 Ibidem, 380 165 Shawn W. MILLER, "Fuelwood in colonial Brazil: The economic consequences of fuel depletion for the Bahian Recôncavo, 1549-1820", in Forest and Conservation History, XXXVIII, 1994, pp. 181-192 medidas desde 1540 166. A situação repete-se na Madeira e Canárias 167, o que provoca uma reacção dos proprietários de engenho, materializada em medidas exaradas em ordens régias e posturas Municipais 168. As ilhas, pela limitação do seu espaço, são as primeiras a ressentir-se desta realidade. Sucede assim em ambos os lados do Atlântico, apontando-se como única excepção as ilhas de S. Tomé e Príncipe. Nas Caraíbas a situação é igual. A ilha de Santo Domingo, hoje Haiti e Rep. Dominicana, a cultura da cana teve um apogeu curto de pouco mais de cinquenta anos, pois que em 1550 a notória escassez de lenha conduziu ao abandono de muitos engenhos desde 1570. Já em Jamaica, a promoção pelos ingleses da cultura, levou à busca de soluções. Primeiro o trem jamaicano que terá sido a solução mais eficaz. Com este sistema de fornalha o aproveitamento de lenha era evidente, pois apenas com uma só fogueira se conseguia manter as três fornalhas. Concomitantemente tivemos o recurso ao bagaço como combustível. Notese que ambas as situações difundem-se primeiro nas Antilhas inglesas a partir da década de oitenta do século XVII e só depois atingem as demais áreas açucareiras 169. A generalização deste sistema aconteceu primeiro nas ilhas, carentes de lenha, e só depois chegou ao Brasil. A sua entrada definitiva na industria açucareira do Brasil é de 1806, altura em que Manuel Ferreira da Câmara, na Baía, adaptou o seu engenho a esta nova situação. Todavia nesta época a grande inovação era já a maquina a vapor, que começou a ser usada no Brasil a partir de 1815. Entretanto a Caldeira de vacuum, inventada em 1830 por Norbert Rillius de New Orleans, foi a técnica que revolucionou o fabrico do açúcar e que mais contribuiu para a economia de combustível. Não ficam por aqui os efeitos negativos da actividade agrícola no quadro natural. Vários são os estudos que nos elucidam sobre os efeitos resultantes da domesticação de animais e plantas, processo que ocorre a partir de 800 A.C. Daniel E. Vasey[1992] traça-nos esse processo e evidencia as transformações ocorridas a partir da segunda metade do século XIX com o recurso a adubos quimicos, pesticidas e herbicidas. Foi, aliàs, de acordo com este quadro que no após II Grande Guerra surgiu o grito de Rachel Carson[1962] face a uma Primavera de silêncio e clama para que todos a entendam: The history of life on earth has been a history of interaction between living hings and their surroundings.(…) The most alarming of all man's assaults upon the environment is the contamination of air, earth, rivers, and sea with dangerous and even lethal materials" 170. Foi este grito ecologico sobre os efeitos dos produtos quimicos que fez despertar a consciência de políticos, cientistas, fazendo despoletar a afirmação do movimento e das publicações científicas e Historiográficas. BIBLIOGRAFIA Advances in Agroecology Proceedings of a Symposium held at the 15th International Congress of Soil Science, Acapulco, Mexico, July 10-16, 1994. 166 . 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Este último publicado por American Society for Environmental History tem mudado de título: Forest & Conservation History (1990-1995), Journal of Forest History (19751989), Forest History (1959-1974), Forest History Newsletter (1957-1958). 1.CRONOLOGIA DAS PUBLICAÇÕES PERIODICAS 1631. Teofrasto Renaudot(1586-1653) publica a Gazeta de França 1665. Denis de Sallo(1626-1699) publica Journal des Savants Em Londres publica-se: Philosophical Transactions 1804. Philadelphia Medical & Physical Journal 1810. American Mineralogical Journal 1817. American Monthly Magazine & Critical Review 1818. American Journal of Science 1822. New York Medical & Physical Journal Western Quarterly Reporter of the Medical, Surgical & Nature 1823. Boston Journal of Philosophy & the Arts. 1827. Western Journal of Medical & Physical Sciences. 1828. Publica-se em Londres: The Magazine of Natural History. 1835. Magazine of Horticulture & Botany 1845. American Journal of Agriculture & Science 1846. 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Annales Botanici Fennici, 1964- ISSN: 0003-3847 Notes:Articles in English and German.Vols. for 1964- issued by Suomalainen Elèainja Kasvitieteellinen Seura Vanamo; for <1975-> by Suomen Biologian Seura Vanamo.Supersedes: Suomalaisen Elèainja Kasvitieteellisen Seuran Vanamon Kasvitieteellisièa julkaisuja; and in part: Archivum Societatis Zoologae Botanicae Fennicae 'Vanamo.' Annual journal/ Forestry Association of Botswana. Gaborone, Botswana: The Association, 1984-: Obs.: continuação: Annales botanici Societatis Zoologic Botanic Fennic Vanamo Archivum Societatis Zoolog Botanic Fennic Vanamo. Helsinki: Societas Zoologica Annales Botanici Fennici, Helsinki, Societas Biologica Fennica Vanamo, 1964-, Articles in English and German. Vols. for 1964- issued by Suomalainen Elèainja Kasvitieteellinen Seura Vanamo; for <1975-> by Suomen Biologian Seura Vanamo. Supersedes: Suomalaisen Elèainja Kasvitieteellisen Seuran Vanamon Kasvitieteellisièa julkaisuja; and in part: Archivum Societatis Zoologae Botanicae Fennicae 'Vanamo.' Annual Journal (Forestry Association of Botswana), Annual journal/ Forestry Association of Botswana. Gaborone, Botswana: The Association, 1984Annual Review of Ecology and Systematics, v. 1- 1970- Editor: 1970- R. F. Johnston Palo Alto, Calif. Annual Reviews 23 v. 1- 1970- ISSN 0066-4162 Arboretum Amazonicum: iconographia dos mais importantes vegetães espontaneos e cultivados da região amazônica, decada l-4; 1900-1906. Belém, Museu Paraense de Historia Natural e Ethnografia, 1900-1906. O 5 vol. Apareceu com a série em 1988: Arboretum Amazonicum. 5a década: iconografia dos mais importantes vegetais espontaneos e cultivados da região amazônica, by Paulo B. Cavalcante. Editor: J. Huber. Asclepio: Archivo Iberoamericano de Historia de la Medicina y Antropologia Medica, 1964- Madrid: Instituto "Arnaldo de Vilanova" de Historia de la Medicina, Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, 1964- v. Annual ISSN:0210-4466 Obs.: continua em Archivo Iberoamericano de Historia de la Medicina y Antropologia Medica 1954-1963 Atlantic Forestry Journal, [Halifax, N.S.: Atlantic Forestry Journal Pub., 1987]-, ISSN: 0832-5502 "Serving all forestry sectors in Atlantic Canada". Audubon magazine July/Aug, 1961-July/Aug. 1966, [New York, N.Y.: National Audubon Society, Quinzenal, Começa com v. 63, no. 4, July/Aug. 1961. ISSN: 0097-7136, Volumes 99(1966-1997) Audubon Action, [New York, N.Y.: National Audubon Society, 1982-, Vol. 1, no. 1 (Oct. 1982)-, ISSN: 0738-2111 Audubon Field Notes, [New York]: National Audubon Society, [1947-1970], Periodicidade: quinzenal, Vol. 1, no. 1 (Jan. 1947)-v. 24, no. 6 (Dec. 1970). 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Proceedings of the Society of American Foresters to form: Journal of forestry, and continued the vol. numbering of the former. GeoJournal, v. 1- 1977-, Wiesbaden, Akademische Verlagsgesellschaft.8 issues a year, 1984-, Bimonthly, 1977-1983. "International journal for physical, biological and human geosciences and their application in environmental planning and ecology." Includes occasional consecutively numbered supplementary issues. Ghana Forestry Journal, Kumasi, Ghana: Ghana Forestry Association, 1968-, None published 1968June 1976. Ghana Journal of Forestry, Kumasi, Ghana: Forestry Research Institute of Ghana (CSIR), [1994Indian Forester(The), Dehra Dun, etc. Monthly. Began publication in 1875. Ceased publication with v. 96, no. 5, May, 1970? Indian Journal of Ecology, [Ludhiana] Indian Ecological Society. ISSN: 0304-5250 Obs.: Australian journal of ecology, Published: Oxford [Eng.] Published for the Ecological Society of Australia by Blackwell Scientific Publications. Indian Journal of Forestry, Dehra Dun, Bishen Singh Mahendra Pal Singh. ISSN: 0250-524X Subtitulo: "A quarterly journal of forestry, agriculture, horticulture, natural history, wild life, and field botany." International Forest Fire News, Continues: Forest fire newsletter. Geneva [Switzerland]: ECE/FAO Agriculture and Timber Division, [1989-. Semiannual Vol. numbering dropped with no. 2, Dec. 1989.Vol. 2, no. 1 (July 1989)International Journal of Ecology and Environmental Sciences, Published: Jaipur, International Scientific Publications. International Journal of Sustainable Development and World Ecology(The), London; New York: Parthenon Pub. Group, 1994Irish Forestry; journal of the Society of Irish forestors, Wexford. ISSN: 0021-1192. Subtitulo: vol. 1: The official publication of the Society of Irish Foresters. ISLE(Interdisciplinary Studies in Literature and Environment), Indiana, PA: Indiana University of Pennsylvania, Periodicidade: bienal, Primeiro nº1.1 (Primavera,1993), Numeros Publicados: 4(19931997). ISSN: 1076-0962 Journal of Animal ecology(The), Oxford [etc.] Blackwell Scientific Publ. [etc.]. ISSN: 0021-8790 Edited for the British Ecological Society. Journal of Applied Ecology(The), Oxford [Eng.] Blackwell Scientific Publications. ISSN: 0021-8901 Edited for the British Ecological Society. Journal of Beijing Forestry University, English ed. Beijing, People's Republic of China: Beijing Forestry University, [1992-. ISSN: 1004-7301 Obs.: em Chinese: Pei-ching lin yeh ta hsèueh hsèueh pao. Journal of Ecology(The),v. 1- Mar. 1913- Oxford [etc.] Blackwell Scientific Publ.Frequency 6 issues a year, <1996>-Four no. a year, <1960>Journal of Forestry, Washington, Society of American Foresters.ISSN: 0022-1201 Obs.: Subtítulo "Official organ of the Society of American Foresters." Formed by the union of: Forestry quarterly, and:Society of American Foresters. Proceedings of the Society of American Foresters, continua numeração. Início publ. 1947 . Journal of Ecology(The), v. 1- Mar. 1913-, Oxford [etc.] Blackwell Scientific Publ., 6 issues a year, <1996>- Four no. a year, <1960> Journal of Human Ecology, (Delhi, India) Journal of human ecology. Delhi: Kamla-Raj Enterprises, 1990- ISSN: 0970-9274 Journal of Human Ecology, Madrid, Spain: Universidad Autonoma de Madrid, 1990-, ISSN: 1130-071X In English with summaries in English and Spanish. Journal of Northeast Forestry University, (English edition). Harbin, China: Northeast Forestry University, 1990- ISSN: 1002-5618 Journal of Sustainable Forestry, Binghamton, NY: Food Products Press, c1993- ISSN: 1054-9811. Obs.: alguns numeros com títulos distintos. Journal of the Cincinnati Society of Natural History(The), Cincinnati: The Society, 1878/79 [i.e. 1878 or 1879]-1945. ISSN: 0885-3487 Vols. 3-4 include four reports on archaeological explorations near Madisonville, O., conducted under the direction of the Literary and Scientific Society of Madisonville. (Also issued separately). Journal of the Forestry Commission, London: Forestry Commission, 1922-1969. No. 1 (1922)-no. 36 (1968-69) Journal of the South African Forestry Association(The), Pretoria: The Association, [1938]-1962. None published 1945.Text mostly in English; some Afrikaans. No. 11-20, 1944-51, 1 v.; No. 21-30,1951-57, 1 v.; 31-40, 1958-62, 1 v. Journal of Tropical Ecology, Cambridge [Cambridgeshire]; New York, NY :Published for INTECOL and the ICSU Press by Cambridge University Press, 1985- ISSN: 0266-4674 Journal of Vegetation Science: official organ of the International Association for Vegetation Science, Knivsta, Sweden: Opulus Press, [1990-. ISSN: 1100-9233 Imprint varies: Uppsala, Sweden, <1993-> Klinki: the Jjournal of the Forestry Society of the Papua New Guinea, University of, Papua New Guinea University of Technology. Forestry Society. Landscape Ecology,The Hague: SPB Academic Pub., c1987-. Periodicidade: Quarterly, Vol. 1, no. 1 (July 1987)-. ISSN: 0921-2973 Many Smokes, -v. 18, no. 2 (summer 1984). Reno, Nev.: Sun Bear, 1966-1984. 3 no. a year, 1982summer 1984, Quarterly, 1966-1977, 3 no. a year, 1978, 2 no. a year, 1979-1981.Began publication in 1966. Issues for spring 1974-1975 published in Klamath Falls, Or.; for 1976-summer 1984 in Spokane, Wash. Publisher varies: Many Smokes Pub. Co., spring 1974-1975; Bear Tribe, winter 1976; Medicine Chief of the Bear Tribe Medicine Society, 1976-summer 1984. Suspended publication during 1971. Mesopotamia: the Journal of Agriculture and Forestry Research, Mosul, Iraq: College of Agriculture and Forestry, University of Baghdad, 1966-. Obs.: Textos em inglês; sumarios em Arabe. National Parks & Conservation Magazine "The Environmental Journal", [Washington] National Parks & Conservation Association], v. 44-54 (no. 271- ); Apr. 1970-Dec. 1980. Titulos antigos: National Parks Magazine 0730-9473; National Parks (Washington, D.C.) 0276-8186. ISSN: 0027-9870 Natural History, [New York, American Museum of Natural History], v. 1- Apr. 1900-Mensal desde 1980. Titulos antigos: Nature Magazine Jan. 1960. ISSN: 0028-0712 Natural History, [New York, N.Y.: American Museum of Natural History, [1919-. Mensal Dec. 1980-. Vol. 19, no. 1 (Jan. 1919)-. Titulos antigos: American Museum Journal (New York, N.Y.) 1049-1112; Nature Magazine Jan. 1960. ISSN: 0028-0712 Naturaliste Canadien(Le), Quebec: Universite Laval, 1868-, Monthly 1868-Jan. 1942; Bimonthly Feb./Mar. 1942- Nov./Dec. 1946; 1966-1979; Quarterly 1980-, Vols. 21-56 called also "2e serie". v. 136; v. 57-73 called also "3e serie", v. 1-17 Vol. 1 (Dec. 1868) -. Notes: Cover subtitle v. 101 no. 6(Nov.Dec. 1974): Nature Magazine "An illustrated monthly with popular articles about nature", [Baltimore, Md.: American Nature Association], 1923-1959. Vol. 1 (Jan. 1923)-v. 52, no. 10 (Dec. 1959). Titulos antigos: Nature-Study Review 0734-7006; Natural History Jan. 1960 0028-0712, Vol. 1 (1923)-v. 20 (1943) Nature of Woman (The).. "An encycopedia & guide to literature", Inverness, Calif., Edgepress. 1980, Warren, Mary Anne. ISSN: 0197-842X Nature Study, "A journal of environmental education and interpretation", [Morehead, KY, etc.] American Nature Study Society. Quarterly, v. 19- Mar. 1965-. Titulos antigos: American Nature Study Society. ANSS news. ISSN: 0028-0860 Nature, [London, etc., Macmillan Journals ltd., etc.]. Semanal 1981-.v. 1- Nov. 4, 1869- v.390:no.6656 (1997:Nov. 13). ISSN: 0028-0836 0302-2889 Nature/Science Annual, New York: Time-Life Books. 1970-1978 ed. ISSN: 0085-3860 New Ecologist(The),"Journal of the post industrial age." With: The Ecologist quarterly, supersedes: The Ecologist, [Wadebridge, Eng., Ecosystems Ltd.]. Bimensal, v. [8]-9, no. 2; Jan./Feb. 1978-Mar./Apr. 1979. Titulos antigos: The Ecologist, ISSN 0012-9631; e juntou-se a Ecologist Quarterly 0142-0399 para dar origem a Ecologist (Wadebridge, England: 1979) 0261-3131. ISSN: 0141-6952 New Zealand Forestry: journal of the N.Z., Institute of Foresters Inc. Wellington, N.Z.: New Zealand Journal of Forestry Science, [Rotorua, N.Z.: Forest Research Institute, ISSN: 0048-0134 Vols. for 1971-<76> issued jointly by the New Zealand Forest Service. New Zealand Journal of Forestry(The), [Tokoroa, etc.] New Zealand Institute of Foresters. Official journal of the New Zealand Institute of Foresters. ISSN: 0048-0134 Vol. 8, 1959-63, with v. 8, no. 5. Vols. 9-11, 1964-66, with v. 11, no. 2. Vols. 12-14, 1967-69, with v. 14, no. 2. Nigerian Journal of Forestry(The), Ibadan: Forestry Association of Nigeria, Northern Journal of Applied Forestry, Bethesda, MD: Society of American Foresters, c1984Oikos. Supplementum, "Acta Oecologica Scandinavica" 1951-73; "A journal of ecology" 1975 [Copenhagen, Munksgaard], No. 1-15, 1951-73 (inclui v. 1-25, 1949-74 de Oikos) in 16, 1975.ISSN: 0078-4265 Pakistan Journal of Forestry(The), Peshawar [etc.] Pakistan Forest Institute [etc.]. ISSN: 0030-9818 Editor: 1951- S. A. A. Anvery Papua New Guinea Journal of Agriculture, Forestry and Fisheries, Konedobu, Papua New Guinea: Dept. of Primary Industry, 1984- ISSN: 0256-954X. Philippine Journal of Forestry(The), Manila: Dept. of Agriculture and Commerce, 1938-, "Official organ of the Bureau of Forestry." Suspended between 3d quarter of 1941 and June/Sept. 1947. None published 1948. No more published? Vol. 1- issued by the Dept. of Agriculture and Commerce; -issued by the Dept. of Agriculture and Natural Resources. Continues: Makiling echo.Other authors: Philippines. Dept. of Agriculture and Commerce. Philippines. Dept. of Agriculture and NaturalResources. Philippines. Bureau of Forestry. Popular Science monthly(The) New York, D. Appleton v. 1-47; May 1872-Oct. 1895 Continuação: Appleton's popular science monthly Popular Science, monthly [New York: McClure, Phillips and Co., 1900- Vol. 57 (June 1900)-v. 156, no. 6 (June1950) Obs.: não publicou numero de Nov. 1919 Quarterly Journal of Forestry, London, Royal Forestry Society of England, Wales and Northern Ireland. Official publication of the Royal Forestry Society. ISSN: 0033-5568 Published by the society under earlier names: V.1-25, Royal English Arboricultural Society; v. 26-41, Royal English Forestry Society Revue d'Ecologie et de Biologie du Sol, Continued by: European Journal of Soil Biology. Paris : Gauthier-Villars, [1964] - 1991. Quarterly. Vol.1, no.1(Juin 1964) - v.28 (1991). Notas: Textos em inglês, francês, alemão, espanhol; sumarios em Francês, inglês . ISSN: 00351822 Science AAAS observer; Guide to scientific instruments, Cambridge, Mass.: Moses King, [1883-. Semanal, [Vol. 1], no. 1 (Feb. 9, 1883)-v. 23, no. 581 (Mar. 23, 1894); New ser., v. 1, no. 1 (Jan. 4, 1895)-. Titulos antigos: Science Scientific monthly 1958 0096-3771. ISSN: 0036-8075 Science, [Science (Weekly), Cambridge, Mass.: Moses King, [1883-, [Vol. 1], no. 1 (Feb. 9, 1883)-v. 23, no. 581 (Mar. 23, 1894); n.s., v. 1, no. 1 (Jan. 4, 1895). Titulos antigos: Science 0036-8075; Scientific Monthly 0096-3771 Jan. 1958. ISSN: 0036-8075 003-8076 Science, [Washington, D.C., American Association for the Advancement of Science], 10 edições ano, Nov. 1980-86, v. 1-7, no. 6; Nov./Dec. 1979-July/Aug. 1986. ISSN: 0193-4511 Scientific Monthly (The) [Washington, etc., American Association for the Advancement of Science, etc.] v. 1-85; Oct. 1915-Dec. 1957 Note: Official publication of the American Association for the Advancement of Science Edited for many years by J. M. Cattell Obs.: continua obsorvido por Science Scottish Forestry, Edinburgh, Royal Scottish Forestry Society. ISSN: 0036-9217 "The journal of the Royal Scottish Forestry Society." Sierra [San Francisco, Sierra Club], Monthly (except July/Aug. and Nov./Dec.), v. 62, no. 8- Oct. 1977-. Titulos antigos: Sierra Club bulletin 0037-4725 Society and Natural Resources, New York: Taylor & Francis, 1988-, Vol. 1, no. 1(1988)South African Forestry Journal: the official journal of the S.A. Forestry Association = Suid-Afrikaanse bosboutydskrif: die offisièelle tydskrif van die S.A. Bosbouvereniging. Pretoria: The Association, [19621996] Chiefly English, with some Afrikaans. Issued by: S.A. Forestry Association in collaboration with the S.A. Institute of Forestry, 1972-1989; by: Southern African Institute of Forestry, 1990-1996. No. 41 (Apr./June 1962)-60 (1967) 1 v.; No. 156 (1987)-177 (1996) 1 v. ISSN: 0038-2167 Soviet Journal of Ecology(The), New York, Consultants Bureau.Translation from the Russian. ISSN: 0096-7807 Notas: Bibliography of Agriculture 0006-1530 Vol. 18, Tradução de Russian. International Journal of Ecology and Environmental Sciences. Jaipur, International Scientific Publications. ISSN: 0377-015X Soviet Journal of Ecology(The), New York, Consultants Bureau. v. 2- Jan./Feb. 1971-.ISSN: 0096-7807 Terra Nova: Nature & Culture, Cambridge, MA: MIT Press, c1996-. Periodicidade: trimestral, Vol. 1, no. 1 (winter 1996)-. ISSN: 1081-0749. Volumes publicados: 2 (1996-1997) Trends in Ecology & Evolution, Amsterdam, The Netherlands: Elsevier Science Publishers, 1986-. Annual, Vol. 1 -12(1986-1997)-. ISSN: 0169-5347 Western Journal of Applied Forestry, Bethesda, MD: Society of American Foresters, c1986-,- ISSN: 0885-6095 Jan. 1986, "premier issue".Publication of the Society of American Foresters. Whole Earth Rev. Whole Earth Review, Sausalito, CA: Point, c1984Wildfire,Vol. 1, no. 1 (winter solstice issue 1984)-, [Spokane, Wash.: published by the Medicine Chief of the Bear Tribe Medicine Society], 1984-. Obs.: Continua com Many smokes World Animal Review, Rome: FAO, 1972-. Quarterly. Suspenso entre no. 65 (1988) e 66 (1991), No. 1 1972-. Ob.: Subtitulo: "A quarterly journal on animal health, production and products" desde nº.66 (1991). Outros títulos: Revue Mondiale de Zootechnie; Revista Mundial de Zootecnia, Yale Conservation Studies, New Haven, Yale Conservation Club. v. 1-6; 1952-57. PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO MADEIRA DE EDEN A ARCA DE NOÉ O madeirense e o quadro natural Para a História do Ambiente no Arquipélago da Madeira FUNCHAL, 1998 DEFINIÇÃO DO TEMA A Historiografia tem propiciado nos últimos anos uma grande abertura na temática e forma de abordagem dos diversos aspectos da História. A História do Meio Ambiente é um dos domínios que conquistou um lugar de destaque, tendo na Historiografia norteamericana um lugar de grande relevo. A Historiografia norte-americana foi pioneira neste tipo de abordagem e por isso mesmo foi a partir dos contactos com alguns dos seus mais destacados historiadores, como D. Worster e Alfred Crosby, que tivemos contacto com esta realidade. Deste modo não será por acaso que a compilação bibliográfica que reunimos seja baseada na sua quase totalidade na produção norte-americana. Na verdade é aí que este novo domínio da Historiografia encontra maior número de adeptos e especialistas. Também, por isso mesmo, é possível encontrar em qualquer das bibliotecas norteamericanas essa volumosa bibliografia de que a que tivemos oportunidade de ler e consultar nos últimos anos é apenas uma amostra. Note-se que na Europa depois de alguns pioneiros estudos de F. Braudel e Emanuel Le Roy Ladurie só nos últimos anos parece ter retornado o interesse pelo estudo da evolução do quadro natural e da sua inter-acção com o Homem. Para além da Inglaterra podemos assinalar a Finlândia, Itália e Espanha 171. A leitura de alguns dos títulos mais destacados desta bibliografia, como sejam os textos de A. Crosby 172, Donald Worster 173, R. Nash 174, J. Donald Hughes 175 e R. A. Grove 176, despertaram em nós o entusiasmo pelo estudo da temática, ao mesmo tempo que nos incutiram a curiosidade pela melhor elucidação das informações avulsas que encontramos em quase todos eles sobre o papel específico da Madeira. Foi, na verdade esta última situação que nos levou a definir o presente projecto de investigação em que se pretende aclarar e fundamentar essas referências com uma abordagem exaustiva da inter-acção do madeirense com o quadro natural. A ilha ficou como um marco da intervenção do homem no quadro natural. A densa florestal desapareceu num ápice por força da necessidade das culturas que alimentaram a dependência do mercado madeirense à Europa. A cana de açúcar tem na Madeira a sua primeira experiência em larga escala e rapidamente são visíveis os efeitos do seu impacto ecológico. Por outro lado a permanente vinculação da ilha ao mundo colonial britânico desde a segunda metade do século XVII fez com que a Madeira se tornasse numa das peças chaves da História da Ciência. Em pouco tempo a ilha transformou-se num laboratório vivo que atraiu cientistas ingleses, franceses e alemães. Estes são dos 171 . Manuel Gonzalez de Molina(ed.), Historia y Ecologia, Madrid, 1993. .Nomeadamente The Columbin Exchange, Nestport, 1973; Imperialismo Ecológico, S. Paulo, 1993 172 173 174 . The Ends of the Earth, Cambridge, 1988 . American Environmentalism, N. York, 1990. 175 . Pan’s Travail, Baltimore, 1994 176 . Green Imperialism, Cambridge, 1995. dois motivos suficientes que dão suporte a um considerável números de questões sobre o devir histórico madeirense e que permitem usar as diversas fontes documentais na construção de uma diferente visão da História da ilha. Em certa medida é a oportunidade de dar voz ao quadro natural e através das suas múltiplas manifestações com evidências e testemunhos históricos torná-lo inteligível. Perante isto podemos a afirmar que aquilo que nos propomos concretizar não se resume apenas a uma História do Meio Ambiente que se preocupa com a relação do Homem com o quadro natural que o envolve, mem tão pouco uma História da Ciência que se preocupe liminarmente com os nomes dos cientistas e as suas descobertas. A envolvência da ilha leva-nos a atender aos dois aspectos em simultâneo e a procurar entender, não apenas o papel da ilha, mas fundamentalmente o que derivou desse protagonismo para a realidade interna do próprio arquipélago. O desenvolvimento do tema privilegiará por uma lado esse papel da ilha na evolução da Ciência europeia dos séculos XVII a XIX, através dos inúmeros cientistas que fizeram escala aqui e nos deixaram as suas impressões de viagem, os seus estudos científicos, as suas compilações botânicas e herbários, as suas gravuras. Estamos assim perante um domínio de grande interesse e merecedor da nossa atenção. Aqui uma das tarefas fundamentais será a recolha de toda essa informação imprensa sobre a forma de livro e gravuras e ao mesmo tempo fazer apelo aos núcleos documentais de alguns jardins botânicos e sociedades científicas europeias. Neste contexto é necessário dedicar igual atenção À literatura científica e à de viagens, pois ambas apresentam informação de grande interesse para esta abordagem. A compilação aqui apresentada reúne apenas aquilo que foi possível reunir até ao pressente, baseado apenas nos fundos bibliográficos da Madeira e da Biblioteca Publica de Nova York 177. 177 . O acesso à British Library, uma das mais ricas neste conjunto de informação só será possível depois da mudança definitiva dos livros e da sua disponibilização ao público. ASPECTOS A DESENVOLVER NO PRESENTE PROJECTO 1. O EDEN 1.1 O mito do Eden: da antiguidade ao século XV 1.2. A descoberta do Eden: os portugueses, a revelação e transformação 1.3. A redescoberta do Eden: o turismo dos séculos XIX e XX 1.4. A reinvenção do Eden: a literatura, a gravura 2. A FERRO E FOGO 2.1. a conquista do espaço: socalcos e levadas 2.2 O açúcar e meio ambiente: uma história de autofagia 2.3. A madeira da Madeira: as serras de água, o comércio de lenha e tabuado 2.4. Em defesa da madeira: as posturas municipais 3. A VINGANÇA DA NATUREZA As aluviões, a erosão, a seca, o clima 4. A ARCA DE NOÉ 4.1. da Europa ao Novo mundo: o processo de mundialização da fauna e flora 4.2. do Novo Mundo à Europa: o exotismo, os novos sabores e a riqueza 4.3. O Homem à descoberta da Natureza: a Ciência dos séculos XVIII e XIX 4.4. A outra Arca de Noé: os jardins botânicos, 4.5. O império do verde: a defesa do quadro natural e os parques ecológicos BIBLIOGRAFIA E FONTES APRESENTAÇÃO DOS TEMAS 1. O EDEN A ideia de Eden perpassa o pensamento cristão e manteve-se como uma constante do processo de descoberta e conquista do espaço Atlântico 178. A Madeira enquadra-se dentro desse espirito sendo insistente a recorrência poética. É significativo que os dois gémeos, os primeiros nascidos na ilha, tenham sido baptizados de Adão e Eva 179. Esta ideia está presente no espírito dos descobridores mas também daqueles eruditos e aristocratas que frequentaram a ilha a partir da segunda metade do século XIX. O Turismo, que tem na ilha um dos primeiros destinos da aristocracia europeia é alicerçado nessa ideia e nas condições que a mesma oferece para a cura da tísica pulmonar. 2. A FERRO E FOGO Parafraseando o livro de Warren Dean 180 sobre o Brasil podemos afirmar que a humanização do Eden madeirense só foi possível pela força do fogo e do ferro. O Fogo, o célebre incêndio que segundo a tradição devastou a ilha por sete anos, deu lugar aos diversos instrumentos que auxiliaram o ilhéu na construção de poios e na transformação das encostas em verdadeiros jardins de searas, canaviais e vinhedos. Duas situações tiveram um impacto inevitável na paisagem madeirense: as levadas e a cana de açúcar. Os seus efeitos sobre o quadro natural são conhecidos noutras áreas e aqui a situação não foge à regra. Na verdade a agricultura é um processo de transformação do quadro natural que contribui de forma directa para inúmeras mudanças ecológicas 181. 3. A VINGANÇA DA NATUREZA As aluviões são a vingança da natureza no entender do homem do século XIX. A configuração quase piramidal da ilha, sulcada de inúmeras ribeiras, e o facto das melhores áreas agrícolas e os núcleos de povoamento se situaram junto a estas, evidenciaram os efeitos catastróficos das enxurradas. E estas acontecem porque as encostas se encontram escarpas, desprovidas de arvoredo, levando a que a água das chuvas corra torrencialmente para as ribeiras. Na primeira metade do século XIX atinge-se a situação limite de total abandono a falta de cautela perante este perigo, surgindo também as aluviões de maior efeito em toda a ilha. 178 179 . Cf. Jean Delumeau, Une Histoire du Paradis. Le Jardin des Délices, Paris, 1992; S. Buarque de Holanda, Visão do Paraíso. Os Motivos Edénicos no Descobrimento do Brasil, S. Paulo, 1992; C. L. Sanford, The Quest for Paradise, Urbana, 1961. . C.f Ernesto Gonçalves, Portugal e a Ilha, Funchal, 1992, pp.13-18 180 . A Ferro e Fogo. A História e Devastação da Mata Atlântica, S. Paulo, 1996. 181 . Confronte-se Guia Bibliografico o tema Agricultura. Este papel da agricultura tem sido um tema de grande interesse pelos especialistas. Confronte-se: I.G. Simmons, Changing the Face of the Earth, Cambridge, 1996; A. M. Mannion, Global Environmental Change, London, 1997; H. Wheatey(ed.), Agriculture resource Explotation nd Environmental Change, Hampshire, 1997. 4. A ARCA DE NOÉ A arca de Noé é mais um símbolo bíblico capaz de definir a atitude do homem com face ao quadro natural. A ilha funcionou em certa medida face à História botânica como a arca de Noé do Novo Mundo. Mas no fundamental aquele papel que mais evidenciou o protagonismo da Madeira foi o de espaço ou jardim de aclimatação de plantas com valor económico, ornamental e científico. A ilha mercê das suas condições climáticas e da sua função nas rotas oceânicas, nomeadamente no que concerne aos ingleses, rapidamente se transformou num espaço de aclimatação de plantas. A SITUAÇÃO DOS TEMAS A ABORDAR Olhando à historiografia madeirense é evidente uma insistente abordagem de temas que se relacionam com os problemas causados pela desflorestação da ilha e das medidas de protecção. Note-se o particular interesse dos políticos e estudiosos madeirenses por estas questões, nomeadamente no período que decorre entre finais do século XIX e inícios do presente. A situação a que havia chegado o coberto florestal da ilha, os incêndios que então se sucederam, tornaram pertinente esta desmesurada atenção. Todavia esta abordagem é feita de acordo com o interesse dos homens da época, da sua salvaguarda e protecção face à perigosidade eminente das encostas escalvadas que circundam a cidade. É pouco evidente na maioria destes estudos a necessidade de um relacionamento harmónico do homem com o quadro natural e a definição de formas de desenvolvimento económico de acordo com isso. Um dos raros estudos que abre perspectivas para essa abordagem é de Orlando Ribeiro 182. ANEXO A SITUAÇÃO DOS ESTUDOS SOBRE O TEMA O ponto da situação dos estudos sobre a História do Meio-Ambiente e o rumo que esta área temática tem tido nos últimos anos é feito nesta compilação em anexo, sempre antecedida de um comentário e do colocar de algumas questões consideradas pertinentes para a sua abordagem. 182 . Ilha da Madeira até meados do Século XX, Lisboa, 1985 1. História do Meio Ambiente: guia bibliográfico Guia bibliográfico comentado sobre a temática em questão. Este guia foi feito como forma de iniciação aos interessados no tema, sendo resultado das pesquisas feitas nos últimos anos nalgumas das mais importantes bibliotecas norte-americanas, completadas com o recurso à Internet. 1. A Madeira e a História do Meio Ambiente Introdução ao tema e compilação da informação imprescindível para a investigação da temática no arquipélago da Madeira. As orientações incidem sobre os diversos instrumentos de trabalho onde surgem as compilações de gravuras, aos textos poéticos e literários, a documentação mais significativa e alguns dos mais interessantes estudos monográficos sobre a temática ou domínios conexos. HISTORIA DO MEIO AMBIENTE Guia bibliográfico Funchal, 1998 Com este guia e compilação pretende-se orientar o leitor interessado no conhecimento da produção bibliográfica. Para isso, a cada tema juntaram-se breves textos introdutórios, ou uma indicação para uma pesquisa mais aprofundada com a procura nas diversas bibliotecas especializadas neste tipo de fundos bibliográficos. A actualidade da edição disponível muitas vezes via Internet permite um acesso rápido e imediato. Deste modo deu-se atenção, quando possível, a este novo suporte que está a revolucionar as formas de acesso à informação. A maior parte da pesquisa foi feita nas Bibliotecas do Congresso em Washigton e Publica de Nova York, da biblioteca da Univ. de Columbia(NY), na Biblioteca do Museu de História Natural(NY), completando-se a informação por pesquisas on-line através da Internet. A cronologia das edições permite fazer o enquadramento histórico da abordagem da temática, situação imprescindível na compreensão dos conteúdos que são um reflexo de conjunturas que marcaram a evolução da História da Ciência e da relação do Homem com o meio natural. A bibliografia arruma-se em Biobibliografias, um inventário geral, publicações periódicas e uma ordenação por temas fundamentais: História da Ciência, Religião, A Arte, Ecofeminismo, Agricultura, a Floresta e Literatura. No conjunto desta produção bibliográfica aqui reunida merecem destaque isolado os autores e textos considerados clássicos, por aquilo que deram de forma directa ou indirecta para a afirmação da História da Ciência e do Meio Ambiente, do conhecimento do quadro natural que nos rodeia e no germinar de uma diferente visão da relação do homem com o meio natural. A História do Meio Ambiente é uma criação da geração de sessenta do presente século, mas lança as suas raízes em épocas recuadas. Este conjunto de autores, que se repartem entre a observante extasiado e o cientista atento, são os pilares fundamentais da História da Ciência nos séculos XVIII e XIX, ou então a expressão plena do romantismo literário. Aqui estão reunidos alguns dos protagonistas mais marcantes desta geração. No domínio da História da Ciência temos: Comte de Buffon, Carl von Linné, Joseph Banks, Charles Darwin, Ernst Haeckel, John James Adubon. A Literatura da descoberta e defesa da natureza tem nos EUA uma conjuntra influente de autores que influenciaram o mundo europeu. São eles: Gilbert White, David Henry Thoreau, Thomas H. Huxley, John Muir e William H. Hudson. Neste domínio é rica a oferta digital, como se poderá verificar através da listagem das páginas web, onde é possível encontrar os textos fundamentais. Num domínio à parte reunimos a informação referente ao arquipélago da Madeira . Aqui estão reunidos os testemunhos de autores nacionais e estrangeiros. Os Livros ilustrados e as gravuras apresentam-se também como uma fonte fundamental para a descoberta da evolução do quadro natural. Eles são um dado imprescindível na descoberta da relação dos madeirenses e visitantes com o quadro natural. HISTORIA DO AMBIENTE- TEORIA Man and nature is the basic fundamental fact of History. The relationship is mutual and necessary". Arthur A. Ekirch, Man and Nature in America, Colombia, 1963 A História do Meio ambiente é sem dúvida uma criação do mundo científico e universitário americano e por isso teve aqui desde a sua origem até a actualidade uma valorização inexcedível. A década de sessenta foi o momento ideal para o seu nascimento, contribuindo para isso alguns trabalhos que hoje são um marco do alerta para a situação em que o Homem estava intervindo e destruindo o meio natural. São dois os livros que se assumem como o despertar das consciências dos cidadãos e dos políticos para esta cruzada. Em 1962 Rachel Carson publica "Silent Spring", considerado o verdadeiro alerta para os efeitos do "DDT" sobre a Natureza e ficou como o grito de alerta às autoridades e motivo de reflexo de jovens de gerações de académicos. Seis anos depois juntou-se o texto de Paul Ehrlich: The Population Bomb 183. A década de sessenta é na verdade o momento de afirmação simultânea do movimento ambientalista na historiografia com a "Environmental History". Daqui deverá resultar, certamente, a tendência para identificação de "Environmental History" com a História do ambientalismo 184, o que é insistentemente negado pelos teóricos e historiadores desta nova disciplina. O ambiente não foi apenas motivo de denuncia pública, mas também de reflexão filosófica e historiográfica. E é precisamente neste domínio que ganha forma o novo domínio historiográfico. Na década de setenta para além de se assistir as reedições de clássicos do século XIX, como Henry David Thoreau e Ralph Aldo Emerson 185, é de salientar a publicação destas novas reflexões. O ciclo inicia-se em 1935 com Paul Sears em Deserts on the March e prossegue na década de cinquenta. Primeiro em 1957 com "Nature and the American” de Hans Hunt, que é secundado com "Conservation and the Gospel of Efficiency" de Samuel P. Hays(1959). O movimento prossegue nos anos imediatos com uma maior precisão temática: 1963: Man and Nature in America de Arthur A. Ekirch Jr. 1967: Wilderness and the American Mind de R. Nash In the House of Stone ou Light: A Human History oh the Grand Canyon de J. Donald Hughes. 1970: The Greening of America de Charles A. Reich 1972. Columbian Exchange de A. Crosby 1973: American Environmentalism de Donal Worster 186 Este movimento, tal como o referimos, ganhou fortes raízes nos meios académicos 187. Deste modo por iniciativa de R. Nash, na Universidade de Califórnia, Carl G. Hernsl, Green Culture, 1996, pp.21-45. . D. Worster "World without borders: the internationalizing of environmentel History: critical issues", K. E. Bailes (ed.) Environmental History: critical issues in comparative perspective, Lanham, 1985, 664. 184 185 186 183 . Sand County Almanac foi reeditado em 1968. . Char Miller e Hall Rothman, Out of the Woods. Essays in Environmental History, Pittsburgh, 1997, XXII-XXIII. Donald Worster na de Yale e Brandeis no Hawaii a disciplina entrou nos currículos de ensino. Estava lançada a semente que cedo iria justificar. Enquanto na América crescia esta consciência ambientalista, fruto dos alertas para a destruição da Natureza, na Europa a História Social, que a Escola dos Annales era a principal promotora, desembocava no mesmo rumo e na clara definição a valorização desta nova disciplina. Note-se que um número dos Annales de 1974 dedica especial atenção ao tema. Por outro lado F. Braudel, um dos expoentes máximos desta escola, pode ser considerado o pai desta disciplina no continente europeu. Este novo movimento historiográfico vai ao encontro das solicitações da sociedade. Em 1970 temos a primeira comemoração do dia da terra e a criação da EPA Environmental Protection Agency. Era também a época de pujança dos movimentos ecológicos 188. E foi também a duvida levantada sobre a historicidade do movimento ecológico que levou a esse novo olhar sobre o passado humano e a sua interacção com o meio natural 189. Os estudos acabaram por provar que a ideia de preservação do meio ambiente não surgiu apenas após a segunda Guerra Mundial 190. Daqui resultou a revelação do fulgurante movimento ambientalista de finais do século passado e princípios do nosso, bem como a revelação do primeiro ambientalista radical na figura de John Evelyn (1620-1706) 191. Todavia os trinta anos que se sucedem à década de setenta são cruciais para a sua afirmação. É o período de mudança do ambientalismo entendido como religião para uma actividade profissional orientada de acordo com os ditames da ciência 192 . Neste contexto a afirmação da História do meio ambiente lança as suas raízes institucionais e académicas, sendo de realçar a criação em 1976 da "American Society for Environmental History" e a revista "Environmental Review" 193 a uma interpretação ecológica da História 194. O reconhecimento definitivo de "Environmental History" está patente na mesa redonda organizada em 1990 por "The Journal of American History". De acordo com J. Donald Hughes "Environmental history, as a subject, is the study of how humans have related, to the natural world through time. As a method, it is the application of ecological principles to history" 195. Para Donald Worster "its principal peal became of deepening our understanding of how humans have been affected by their natural environemtal through time and, conversely, how they have affected that enviroment and with that results" 196. E W. Beinart precisa que a "Environmental history deals with the various dialogues over time between people and the rest of nature, focusing on recipocal impacts" 197. Neste contexto poderá referenciar. O primeiro curso "American Environmental History" surgiu em 1970 na Universidade de California (Santa Barbara), Vide Carolyn Merchant, “Major Problems in American Environmental History" surgiu em 1970 na Universidade de Califórnia (Santa Barbara), vide Carolyn Merchant, Major Problems in American Environmental History, Lexington, 1983. E o significativo estudo de R. Nash, "American Emvironmental History. A new teaching frontier", Pacific Historical Review, 363 (1974), 362-372. . K. Wallace, No turning back..., N. York, 1994, 28-55; Derek Wall, Green History, N. York, 1994. . D. Wall, ibidem, p. 1-3. 190 . Tenha-se em conta os estudos de C. Glacken, Traces on the Rhodian Shore, Berkeley, 1967; Richard Grove, Green imperialism, Cambridge, 1994; Donald Worster, Nature's Economy, Cambridge, 1977. 191 . P. Brimblecombe, The big smoke. A history of air pollution in London since medieval time, London, 1987 (48-52). 192 . R. Nash American Environmentalism, N. York, 1990. 189 188 187 . A Revista sofreu várias transformações no seu título. Veja-se Capitulo Revistas. A primeira fase da publicação até 1983 foi coordenada por John Opie, altura em que lhe sucedeu J. Hughes. 194 195 193 . C. Merchant, Major problems in American Enviromental History, 1993, 2. . Pan's Travail, London, 1994, p. 3. 196 . The ends of the earth, 1988, p. 290-291. 197 . Environmental and History, 1995, p. 1. se a página na Internet da Forest History Society (Durham-North Carolina) onde encontramos a mais intuitiva definição e objecto que nos ocupa: "Understanding the past for its impact on the future" 198. Já Joachim RadKau, à pergunta sobre o que é a História do Meio Ambiente responde que esta nova disciplina "investiga cómo el ser humano mismo ha influido en estas condiciones y cómo reaccionó ante las alteraciones." 199 Tal como nos refere Donald Worster 200 a ideia de ecologia é anterior ao aparecimento da palavra oecologia. Esta surge pela primeira vez em estudo de Ernst Haeckel e em 1893 era já usual no Congresso Internacional de Botânica A partir deste enquadramento global desenvolveram-se vários ramos da História do Ambiente, que têm evidenciado nos últimos anos uma tendência para a especialização. O clima é uma das evidências do impacto negativo das questões ecológicas. Deste modo a História do clima é o meio para averiguar da forma de intervenção do homem no quadro natural e dos seus efeitos secundários. Depois do celebrado estudo de E. le Roy Ladurie 201 sucederam-se estudos de grande impacto: Raymond Bradley e Philip D. Jones (1992), F. M. Chambers (1993), Richard H. Grove (1997), H. Lamb (1982, 1995) e T. M. L. Wigley (1981) 202 Um ramo da Arqueologia, do meio ambiente começou após a II Guerra Mundial e ganhou notoriedade na década de setenta. De acordo com Johan Evans "Environmental Archaelogy is the study of the past environment of man" 203. Por outro lado E. J. Reitz 204 destaca que "Environmental Archaeology is an ecletic field that encompasses the earth sciences, zoology and botany". Na verdade, são vários os factores determinantes do quadro natural que perdura nas várias camadas de sedimentação. É através da recolha de informações sobre animais, plantas, solo é possível reconstruir o ambiente do passado. E é essa a função primordial da Arqueologia do Meio-Ambiente e que faz com que à mesma se liguem as Ciências da Terra, Arqueo-botanica, Zoo-arqueologia e a Geo-arqueologia 205. Os estudos sobre Zooarqueologia tiveram em Elizabeth Wing a sua líder nos EUA e América Latina206. BIBLIOGRAFIA BERNART, W. e P. Coates " The Nature of Environmental History. The United States and South Africa Compared", in Environmental History, London, 1995, pp. 1-161. BERTRAND, Georges, “pour Une Histoire Écologique de la France Rurale” in Histoire de la France Rurale, dir. G. Duby, t.I, Paris, Seuil, 1975, 34-111. 198 199 Forest History Societey, 1997-98[on-line], disponível em http://www.lib.duke.edu/forest/index.html[06-07-98]. . Gonzalez Molina, Historia y Ecologia, 1993, p. 121. 200 . Generelle Morphologie der organis men, Berlim, 1866. Histoire du Climat depuis L'An Mil, Paris, 1972. . Vide Bibliografia Geral 203 . J. Evans, 1978. 204 . Case Studies in Environmental Archeology, 1996, p. 1. 205 . E. J. Reitz et alia "Issues in Environmental Archaelogy", in E. J. Reitz (eds), Case Studies in Environmental Archaelogy, N. York, 1996, pp. 3-16. 202 206 201 . Cf. Elizabeth J. Reitz, Case Studies in Envrionmental Archaelogy, 1996, pp.359-371 “Paysage et Géographie Physique Global”, in Revue Géographique et du Sud-Ouest, Toulouse, nº.3, 1968 BRAUDEL, Fernand, L’Identité de la France. Espace et Histoire, Paris, 1986. CASTRO, Therezina de, Estudos de Geo-História, S. Paulo, 1971. CRONON, William, "A Place for Stories: Nature, History, and Narrative." Journal of American History, 78 (March 1992): 1347-1376.. "The Uses of Environmental History."Environmental History Review 17 (Fall 1993): 1-22. CROSBY, Alfred W. "The Past and Present of Environmental History." American Historical Review 100, no. 4 (October 1995): 1177-1190. FEBVRE. Lucien, La Terre et l’Évolution Humaine. Introducton Géografique à l’Histoire, Paris, La Renaissance du Livre, 1922. A Terra e a Evolução Humana. 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"Appendix: doing enviromental history" in The Ends of the Earth, Cambridge, 1988, pp. 289307. OS CLÁSSICOS Sob o epígrafe reunimos aqueles autores que mais influenciaram os rumos da Ciência e História Natural a partir do século XVII. Note-se que a primeira resenha dos diversos aspectos do quadro natural surge com Theophrastus (380-287 A.C.) com Historia Plantorum, só editada em 1483. Depois temos a volumosa obra, História Natural, de Plínio o Velho (23-79 D.C.). Os descobrimentos europeus do século XV provocaram novas orientações para o conhecimento e estudo do mundo natural. O Novo Mundo, pelos seus aspectos exóticos, exerce um certo fascínio: Garcia da Orta (1501-1563) com o Colóquio dos Simples (1563) é pioneiro disso. Todavia é na segunda metade do século XIX que estes ganham toda a sua pujança. São três os pioneiros neste movimento: Carl von Linné (1707-1778) foi pai da classificação das plantas, seguido de perto pelo Comte de Bufon (1707-1786). Gilbert White (1720-1793) surge nos EUA com a sua proclamada obra "The Natural History of Selborne" (1789) como o iniciador dos ensaios de História Natural. Teve seguidores em G. Perkins Marsh e John Muir (1838-1914), David H. Thoreau (18171862) e Leopold Aldo (1886-1948). Este último tornou-se famoso com a sua obra "A Sand County Almanac" (1949), que cedo se transformou na Bíblia dos activistas ecológicos dos anos sessenta e setenta. A actividade científica teve continuadores em Alexander Von Humbolt e Charles Darwin (1809-1882). Este último ficou célebre com a sua obra "On the Origin of Species" (1859). Nos Estados Unidos da América aquele que se tornou mais popular foi John James AUDUBON[1785-1851]. O seu amor e dedicação pela Natureza ficou concentrado nos pássaros. A Ornitologia foi a sua paixão, legando-nos uma valiosa colecção de gravuras destes: The Birds of America (4 vols., 1827-1838, e 1840-1844) e (5 vols., 1831-1939) Ornithological. Biography (5 vols., 1831-1839). Em 1886 surgiu Audubon Society, que passou a publicar no ano seguinte uma revista: Adubon Magazine. Este movimento é fruto da iniciativa de George Bird Grinnell, quem melhor entendeu a obra de John James Audubon. CRONOLOGIA DA BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL 380-287 A.c.: Theophrastus: De Historia Plantorum, publicado em Latim em 1483 384-322 Ac.: Aristóteles: Historia Natural 234-149 A.c.: Cato De Re Rustica 116-26 A.c.: Varro De Re Rustica c.100-55 Ac.- Poeta Lucrecius que publicou De Natura Rerum 106-43 Ac.- Cícero que publica De Natura Deorum 70-19 A.c.: Vergilio Georgicas Séc. I .:Columella: De re rustica e De Arboribus 23-79. : Plinio o velho que publica Historia Naturalis em 37 livros c.50: Lucius Columella: De Re Rustica em 12 livros e De Arboribus c.250.: Palladius: De Re Rustica, 12 livros 1470. Publicação do primeiro herbário: Encyclopaedia of Bartholomaeus 1526. Gonzal Ferandez de Oviedo y Valdés(1478-1557): De la Natural Hystoria de las Indias 1530. Otto Brunfeld publica Herbarium Vivae Icones 1542. Leonhard Fuchs(1501-1566) publica De Historia Stirpium 1551-58. Konrad von Gesner(1516-1565) publica Historia Animalium em 5 vols 1563. Garcia Da Orta(1501-1568): Coloquios dos Simples e Drogas e Cousas Medicinas da India 1573. Cristovão da Costa(1540-1599): Tractado de las Drogas y Medicinas de las Indias Orientales. 1583. Andrea Cesalpino(1519-1603) publica De Plantis Libri XVI. Contem os rudimentos do sistema de Lineo de classificação das plantas. 1589. José d'Acosta(1539?-1600): Historia Natural y Moral de las Indias. 1590: Jose de Anchieta: Historia Natural y Moral de las Indias(reedição em 2 vols em 1894) 1592. John Manwood: A Treatise of the Laws of Forest. Adam Zaluziansky von Zaluzian(1558-1613): Methodi Herbariae 1597. John Gerard: The Herballor Generall Histoire of plantes. Com edição revista em 1633 por Thomas Jonhson(c.1600-1644). 1607.:Edward Topsell: Historie of Four- Footed Beastes 1616: Godfrey Godman: The Fall of Man, or the Corruption of Nature, Proved by the Light of Our Natural Reason. 1627. Kaspar Bauhin: Chart of the Botanical Theater. 1629.John Parkinson: Paradisi in Sole, Paradisus Terrestris, or a Garden of all sorts of Pleasant Flowers which our English Aure Will Permit.(com ed. de 1971 com introdução de Harold J. Abrahams) 1651. Jean Bauhin(1541-1613): Histoire Universelle des Plantes. 1662/1664. John Evelyn(1620-1706): Silva. A discourse of Forest Trees and the Propaganda of Timber in His Majesty´s Dominions 1665. Jean Baptiste Colbert: Memoire on Forests 1666. Robert Boyle: Origin of forms and Qualities 1669. Robert Morison: Praeludia Botanica. Principio do sistema de classificação das plantas. 1675.: Marcello Malpighi(1628-): Anatome Plantarum 1676. Francis Willoughby: Ornithologia 1677. John Ray: Catalogus Plantorum Angliae. 1678. Martin Lister: Historiae Animalium Angliae. 1686 John Ray(1628-1705) um dos fundadores da História Natural sistematizada: Historia Plantarum Generalis. A segunda parte foi publicada em 1704 1687 . Isaac Newton publica: Mathematical Principles of Natural Philosophy 1691. John Ray publica o seu tratado de Teologia Natural: the Wisdon of Good Manifested in the Works of the Creation 1695. John Woodward[1665-1728]: Essay Towards a Natural History of the Earth 1731.: Philip Miller(-1771), considerado o principe dos jardins: The Gardeners Dictionary John Arbuthnot: An Essay Concerning the Effects of Air on human Bodies. 1737. Carl von Linné(Linnaeus)[1707-1778], publica: Genera Plantorum 1748. Montesquieu publica L'Esprit des Lois. 1749. Carl von Linné(Linnaeus)[1707-1778], publica The Oeconomy of Nature(atribuída ao seu discípulo Isaac Bilberg) e Histoire Naturelle Génerale Comte de Buffon[1707-1788]: Histoire Naturelle, générale et Particulière. Em 44 vols, publicada entre 1749 e 1804. 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