HEGEL

March 18, 2018 | Author: pgartes | Category: Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Dialectic, Immanuel Kant, Contradiction, Reason


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Espírito: Aqui Hegel segue o desenvolvimento do espírito humano através do subconsciente, consciente e vontade racional.Depois, através das instituições humanas e da história da humanidade como a incorporação e objetivação da vontade; e finalmente para a arte, a religião e filosofia, na qual finalmente o homem conhece a si mesmo como espírito, como Um com Deus e possuído da verdade absoluta. Assim, está então aberto para ele pensar sua própria essência, isto é, os pensamentos expostos na Lógica. Ele finalmente voltou ao ponto de partida do sistema, mas no roteiro fez explícito tudo que estava implícito nele e descobriu que "nada senão o espírito é, e espírito é pura atividade". Nos trabalhos políticos e históricos de Hegel, o espírito humano objetiva a si próprio no seu esforço para encontrar um objeto idêntico a si mesmo. A Filosofia do Direito cai em três divisões principais. A primeira trata da lei e dos direitos como tais: pessoas (isto é, o homem como homem, muito independentemente de seu caráter individual) são o sujeito dos direitos, e o que é requerido delas é meramente obediência, não importa que motivos de obediência possam ser. O Direito assim é um abstrato universal e portando faz justiça somente ao elemento universal na vontade humana. O indivíduo, no entanto, não pode ser satisfeito a menos que o ato que ele faz concorde não meramente com a lei mas também com suas próprias convicções conscientes. Assim, o problema no mundo moderno é construir uma ordem política e social que satisfaça os anseios de ambos. E assim também, nenhuma ordem política pode satisfazer os anseios da razão a menos que seja organizada de modo a evitar, por uma parte, a centralização que faria os homens escravos ou ignorar a consciência e, por outra parte, um antinomianismo (argumentação que se desenvolve por meio de antinomias: as proposições mutuamente excludentes) que iria permitir a liberdade de convicção para qualquer indivíduo (liberalismo) e assim produzir uma licenciosidade que faria impossível a ordem política e social. O Estado que alcançasse essa síntese, haveria de apoiar-se na família e na culpa. Seria talvez uma forma de monarquia limitada, com governo parlamentarista, julgamento por um júri, e tolerância para judeus e dissidentes, e seria diferente de qualquer estado existente nos dias de Hegel. Na Filosofia da História Hegel pressupôs que a historia da humanidade é um processo através do qual a humanidade tem feito progresso espiritual e moral e avançado seu auto-conhecimento. A história tem um propósito e cabe ao filósofo descobrir qual é. Alguns historiadores encontraram sua chave na operação das leis naturais de vários tipos. A atitude de Hegel, no entanto, apoiou-se na fé de que a história é a representação do propósito de Deus e que o homem tinha agora avançado longe bastante para descobrir o que esse propósito era: ele é a gradual realização da liberdade humana. O primeiro passo era fazer uma transição da vida selvagem para um estado de ordem e lei é a revolução. Em muitos pontos o pensamento de Hegel serviu aos fundamentos do marxismo, e um deles é sua concepção de que os Estados têm que ser encontrados por força e violência pois não há outro caminho para fazer o homem curvar-se à Lei antes dele ter avançado mentalmente tão longe suficiente para aceitar a racionalidade da vida ordenada. Alguns homens aceitarão as leis e se tornarão livres, enquanto outros permanecerão escravos. No mundo moderno o homem passou a crer que todos os homens, como espíritos, são livres em essência, e sua tarefa é, assim, criar instituições sob as quais eles serão livres de fato. devido precisamente à sua maior universalidade e amplitude. autoconsciência e razão. O estado transcende estas sociedades. na sociedade civil. a qual é estudada em seus desenvolvimentos pela Filosofia do Espírito. O espírito desenvolve-se através dos momentos dialéticos de subjetivo (indivíduo). não porque seja um instrumento mais perfeito para a realização dos fins materiais e espirituais da pessoa humana (a qual unicamente tem realidade metafísica). segundo o sólito esquema triádico (tese. a idéia. plena do absoluto). o espírito. É. razão encarnada. No espírito objetivo. A primeira grande fase no absoluto devir do espírito é representada pela idéia. O Espírito Os três grandes momentos hegelianos no devir dialético da realidade são a idéia. mas apenas logicamente. assim concretizada. Não estando. fenomenologia do espírito. isto é. A Natureza. o espírito individual em condição de alcançar. a sociedade. no seu complexo. Segundo a dialética hegeliana. que. deveria desenvolver-se mais ou menos. A idéia. de realizar a plena consciência e liberdade do espírito. tem ele mesmo uma realidade metafísica. amoralidade (que subordina interiormente o espírito humano à lei do dever). a natureza. por sua vez. pois. A sociedade do estado transcende a sociedade familiar bem como a sociedade civil. daí derivando uma concepção ético-humanista do estado. é uma superior objetivação do espírito. por sua vez. Chegada ao fim de seu desenvolvimento abstrato. se desenvolve interiormente em um processo dialético. os fins do espírito. Hegel distingue ainda três graus dialéticos: odireito (que reconhece a personalidade em cada homem. que se divide em antropologia. nas concretizações da sociedade. pela Filosofia da natureza. Esta hierarquia dinâmica é estudada. o espírito é o retorno da idéia para si mesma. que representam os esquemas do mundo natural e do espiritual. passa da fase em si à fase fora de si.A Idéia. e necessária. no seu isolamento. e se determina hierarquicamente na família. nasce a consciência do mundo. denominada por Hegel espírito vivente. isto é. que é precisamente a idéia por si: a grande síntese dos opostos (idéia e natureza). toma consciência se si noespírito. mas porque. segundo Hegel. mas pode regular apenas a conduta externa dos homens). todavia. a idéia torna-se natureza. em sentido vasto. deus terreno. este último se desenvolve. racional e . A idéia constitui o princípio inteligível da realidade. tendo a natureza esgotado a sua fecundidade. Com o espírito subjetivo. objetivo (sociedade). segundo a metafísica monista-imanentista de Hegel. a individualidade empírica. das formas ínfimas do mundo físico até às formas mais perfeitas da vida orgânica. volt a para si. esta fase representa a grande antítese à grande tese. com esta última é atingida a consciência da unidade do eu e do não-eu. psicologia propriamente dita. O espírito subjetivo compreende três graus dialéticos: consciência. antítese. a idéia é o sistema dos conceitos puros. surge e se afirma a fase do espírito objetivo. no estado). um valor ético superior ao valor particular e privado das sociedades precedentes. pela psicologia. O espírito subjetivo é estudado. anterior a estes. mas em compensação adquire uma concretidade que antes não tinha. a saber. absoluto (Deus). a eticidade ou moralidade social (que atribui uma finalidade concreta à ação moral. cujo complexo é obejto da Lógica. naturalmente a sucessão e o predomínio dos vários estados na história da humanidade são necessários. que é precisamente a idéia. segundo o processo dialético. portanto. que é um conjunto de interesses econômicos e se diferencia em classes e corporações. lógica. em arte (expressão do absoluto na intuição estética). Em a natureza a idéia perde como que a sua pureza lógica. síntese). filosofia (expressão conceptual. também na ordem da natureza. a natureza é a exteriorização da idéia no espaço e no tempo. religião (expressão do absoluto na representação mítica). racionais e progressivos. Finalmente. o belo é a idéia concretizada sensivelmente. bem como a reflexão (percepção) dos objectivos (ver também: A teleologia ).são nivelados. Na religião. imanente no primeiro. que se encontram na história da filosofia. põe dialeticamente acima do espírito objetivo o espírito absoluto. e Espírito Absoluto é a meta.com todo o mal. conceptual. em que os valores . a consciência que o espírito (humano) adquire da sua natureza divina. através de uma última hierarquia ternária de graus (arte. conquista a sua absoluta liberdade. A relação entre o Espírito Objetivo e Espírito Absoluto é que há um ciclo contínuo entre elas: as metas que são estabelecidas. que seria o idealismo absoluto de Hegel. o infinito é visto como finito. se efetua a unidade do finito e do infinito.verdadeiro-falso. Portanto. Nessa classificação das religiões o cristianismo é colocado no vértice como religião absoluta. quando se faz coincidir o "ser" com o "deve ser". lógica. etc. em que. que não passa de uma história das mesmas. Hegel traça uma classificação das religiões. imaginativa. . ao predomínio de um estado se segue o predomínio de um outro. da sua essência absoluta. e aquele tem culpa unicamente porque é vencido. a guerra. mítica. mas em forma racional. Como as várias religiões representam um processo dialético para a religião absoluta. graças à dialética dos opostos. da humanação de Deus. os crimes de que está cheia . Este. segundo o seu sólito método dialético. como acontece de fato no sistema hegeliano. o espírito realizaria finalmente a consciência plena da sua infinidade. tem razão sobre o vencido unicamente porque é vencedor. representariam os momentos necessários para o advento da filosofia absoluta.progressiva é a luta. que tem o mesmo conteúdo da religião. autoconsciente. subjetivo Espírito é a força potencial. ele vê. religião. Na arte o espírito tem intuição.seria destarte o tribunal do mundo. a. Acima da religião e do cristianismo está a filosofia. bem-mal. assim. porquanto igualmente necessários para a realização da idéia). Se bem que no sistema hegeliano a vida do espírito culmine efetivamente no estado. as injustiças. quer dizer. Na filosofia o espírito se torna inteiramente autotransparente. em uma plena adequação consigo mesmo. objetivo ou meta da força. pelo contrário. b. em um objeto sensível. no momento estético. ao contrário. da sua natureza divina. no fundo. A história do mundo . mas em forma sentimental. filosofia). enquanto no ministério da encarnação do Verbo. infinidade. os diversos sistemas filosóficos. entendidas e representadas pelo Espírito Absoluto governar. enquanto objectivo Espírito é a força em ação. (O que se compreende. a um povo eleito sucede um outro. dirigir e motivar as ações ea dinâmica das pessoas no espírito . grças à qual. Liberdade está relacionada com a verdade do seu próprio julgamento.2 Religiões finitas e 3. e assim tem o potencial para julgar estes e para chegar a uma maior liberdade. A história do Espírito Objetivo e Espírito Absoluto é que uma política de Estado tem uma história. o Espírito não limitado por qualquer outra coisa que não ele próprio e seu próprio estágio de desenvolvimento).3. . c. aprender com ele e supera quaisquer limitações. a Ciência da Lógica. mesmo neles. Isto. A liberdade humana pode realmente olhar ou examiná-las. Contudo. Além disso. No Espírito Absoluto das pessoas refletir sobre sua própria prática.3. não apenas algo para ser reduzida à história do mundo. incluindo a sua fundação.2 Art Forms . 3. ligada à história do Estado como o tema central do Filosofia da História Mundial . inclui o sistema completo.1. obviamente. na sua liberdade de reflexão.3. A filosofia do Espírito Absoluto y y y De acordo com as primeiras etapas deste ensaio. a sua liberdade de superar limites. cada parte do Absoluto é também algo de diferente.3. Tais valores e conceitos básicos governam nossas vidas no nível mais básico.2.objetivo. 4. A estrutura ou o local onde esta é explorada dentro arquitetônico apresentação de Hegel do Espírito é therfore do Espírito Absoluto (que é. como tal.3 História da Filosofia ). temos de reflectir as razões para as nossas razões. cada parte do Absoluto tem sua própria história (ver Sistema de parte 3. os objetivos por trás de nossas metas. fato que começou com Fichte e Schelling. haviam porém permanecido com eles em uma espécie de repouso rígido. 3) a síntese. mas sim pela ³dialética³. e esta em espírito. para Hegel. Assim toda realidade primeiro ³se apresenta´. ³objetivo´ e ³absoluto³. Mas. Hegel se remete à dialética clássica. estabelecido por Kant. p. e na grecidade havia alcançado seus vértices com Platão. 2) a antítese. O espírito subjetivo é o de cada indivíduo. segundo o qual só era possível conhecer a aparência fenomenológica das coisas. que é o momento dialético (em sentido estrito) ou negativamente racional.106) Segundo esse esquema. a filosofia natural e a filosofia do espírito. e precisamente o movimento circular ou em espiral. que é o momento especulativo ou positivamente racional. quase solidificados. A dinâmica dessa necessidade não teria sua lógica determinada pelos princípios de identid ade e contradição. O principio básico do idealismo está no próprio homem (na subjetividade). para ele. respectivamente. para Hegel. a realidade estava no ³mundo das ideias´. Os três momentos do movimento dialético são: 1) a tese. onde a verdade pode receber a forma rigorosa do sistema de cientificidade. conforme nos lembra Reale que continua« A dialética nascera no ambiente da Escola de Eléia. na era moderna fora retomada por Kant. (2005. realizada em três fases: tese. como decorrência da filosofia kantiana e em . o princípio. a dialética é o único método de garantir o conhecimento científico do absoluto e de ³elevar´ a filosofia à ciência. nas formas inteligíveis. atingíveis apenas pela razão. converte-se em seu contrário. que se desenvolve numa linha de estrita necessidade. A parte mais complexa do sistema é essa última: o espírito se desdobra em ³subjetivo³.Hegel foi o maior expoente do ³idealismo alemão´. depois se nega a si própria e num terceiro momento supera e elimina essa contradição. A cada uma dessas etapas correspondem. principalmente com Zenão. com ritmo triádico. e o espírito objetivo é a manifestação da ideia na história: sua expressão máxima é constituída pelo estado. se encontra a realidade através do homem e é ele quem ³define a realidade´. a lógica. que realiza a razão universal humana. Grosso modo o oposto do idealismo é o materialismo. para superar o dualismo de sujeito e objeto. o fundamento supremo da realidade não era esse e também não podia ser o ³absoluto´ de Schelling nem o ³eu´ de Fichte e sim a ³ideia´. que. oposição a ela. ou seja. não sua essência. que é a ³síntese´ de ideia e natureza: a ideia ³para si´. já descobertos pelos antigos. a ideia lógica. síntese do . desenvolve muito de seu pensamento. Podemos considerar Platão como o primeiro idealista onde. O coração da dialética se torna assim o movimento. que é o momento abstrato ou intelectivo. a natureza. mas conferindo movimento e dinamicidade às essências e aos conceitos universais que. que porém a privara de verdadeiro valor cognoscitivo. Dessa maneira. Esses dois pensadores tinham procurado tratar a realidade como baseada num só princípio. antítese e síntese. já que existe ³unidade e identidade da natureza divina e da natureza humana´. em virtude do qual uma coisa não pode ser e. na religião e na filosofia. na arte. É fácil ver que essa contradição se resolve no vir-a-ser (posto que vir-a-ser é não mais ser o que se era). Os dois contrários que engendram o devir (síntese). à síntese. transforma-se em outra coisa? É em virtude da contradição que esse conceito envolve. equivale ao não-ser (eis a antítese). como num diálogo em que a verdade surge a partir da discussão e das contradições. Uma proposição (tese) não pode se pôr sem se opor a outra (antítese) em que a primeira é negada. uma ligação. A primeira proposição encontrar-se-á finalmente transformada e enriquecida numa nova fórmula que era. ³Ser´. O Processo dialético é um processo racional original. essa noção simultaneamente a mais abstrata e a mais real. no qual a contradição não mais é o que deve ser evitado a qualquer preço. se transforma no próprio motor do pensamento. por exemplo. nada mais podemos dizer). entre as duas precedentes. é. O conceito de ser é o mais geral. ³a marcha e o ritmo das próprias coisas´. o espírito só chega a se compreender como tal no homem. Este alcança o máximo do conhecimento de si mesmo. mas. ao mesmo tempo. Assim. ao mesmo tempo em que é o motor da história. O pensamento não é mais estático. já que esta última não é senão o Pensamento que se re aliza. A dialética para Hegel é o procedimento superior do pensamento é. reconciliados. daí. aí se reencontram fundidos. não ser absolutamente nada. Como é que o ser. Repudiando o princípio da contradição de Aristóteles. Hegel põe a contradição no próprio núcleo do pensamento e das coisas simultaneamente. uma ³mediação´ (síntese). sem qualquer qualidade ou determinação. como o conceito fundamental de ³ser´ se enriquece dialeticamente. mas também o mais pobre. é ³não ser´! O ser. Vejamos. ao mesmo tempo.espírito subjetivo e do objetivo no espírito absoluto. a mais vazia e a mais compreensiva (essa noção em que o velho Parmênides se fechava: o ser é. transformada em outra que não ela mesma (´alienada´). puro e simples. ele procede por meio de contradições superadas. da tese à antítese e. . em última análise. de maneira cada vez mais perfeita. ao contrário. não ser. só no final será o que ele é na realidade´. elevado a processo dialético como mencionamos acima. Este vir-a-ser.Com o idealismo absoluto de Hegel. Esse progresso do Espírito continua e se concluirá através da história dos homens. Deus é o que se realizará na História. da imanência absoluta. podem ser modificadas. como liberdade. Hegel fica fiel ao historicismo romântico. o fundo do Ser (longe de ser uma coisa em si inacessível) é. dissimulado e como que estranho a si mesmo. no final. Assim podemos questionar: isso não nos dá a impressão que seres cada vez mais complexos. para ele. a essência do próprio Ser. A razão aqui não é apenas. Deus não é o que é. como todos os seus contemporâneos. que dizia que a leitura dos jornais era ³sua prece matinal cotidiana´. de início adormecido. logo como consciência. ³alienado´ no universo. e sim um processo circular. ao mesmo tempo. como em Kant. concebendo a realidade como vir a-ser. desenvolvimento. Ideia. Ela é igualmente a realidade profunda das coisas. de certo modo. pois. depois vieram os vegetais. a ideia se manifesta como processo histórico: ³A história universal nada mais é do que a manifestação da razão´. é racionalizado por Hegel. para ele. um retorno à ontologia. e este processo dialético não é um movimento a quo adi quod. É por isso que podemos considerar Hegel como o filósofo idealista por excelência. Ela é não só um modo de pensar as coisas. Espírito. É o ser em sua totalidade que é significativo e cada acontecimento particular no mundo só tem sentido finalmente em função do Absoluto do qual não é mais do que um aspecto ou um momento. assim como os pensamentos dos homens. e em seguida os animais. o idealismo fenomênico kantiano alcança logicamente o seu vértice metafísico. O panteísmo hegeliano identifica Deus com a História. subvertidas no decurso da história. surge cada vez mais manifestamente como ordem. podemos considerar que provavelmente no inicio havia só minerais. a plena consciência de si mesmo. O vir-a-ser de muitas peripécias não é senão a história do Espírito universal que se desenvolve e se realiza por etapas sucessivas para atingir. O Espírito humano é de . ³O absoluto. Como a filosofia de Spinoza. Se pensarmos na história da Vida no Planeta Terra. Sua filosofia representa. ao menos só é parcial e muito provisoriamente o que atualmente é. a plena posse. tem por missão realizar uma etapa desse progresso do Espírito. muito meditou sobre a Revolução Francesa. O panteísmo de Spinoza identificava Deus com a natureza: Deus sive natura. É preciso compreender também que a história é um progresso. O que há de original em seu idealismo é que. a de Hegel é uma filosofia da inteligibilidade total. mas o próprio modo de ser das coisas: ³O racional é real e o real é racional´. o entendimento humano. o mundo que manifesta a Ideia não é uma natureza semelhante a si mesma em todos os tempos. e esta lhe mostra que as estruturas sociais. uma vez que. porém. organizados e autônomos ³surgem´ no planeta? O Espírito. Hegel porém se distingue de Spinoza e surge para nós como um filósofo essencialmente moderno. emanentista. com relação à crítica kantiana do conhecimento. para Hegel. em definitivo. diz Hegel. o conjunto dos princípios e das regras segundo as quais pensamos o mundo. Cada povo cada civilização. A lógica vai do idêntico ao idêntico. Hegel verá no estado prussiano de seu tempo a expressão mais perfeita do Espírito Absoluto. ela parece estar ³voando´ suavemente no palco. O acontecimento de hoje é diferente do de ontem. eles observavam e refletiam« onde se encontra a liberdade? O que é a liberdade? Por exemplo. contrariando tudo isso. de instituições organizadas. Deus só se realiza na história. mas desde que esta técnica ³não apareça´. se pode educar a sensibilidade com as obras de arte e que é a técnica do objeto que expressa a liberdade. . um espírito puramente subjetivo. é o domínio do mutável. ao contrário. De fato. o racionalismo de Hegel coloca o devir. totaliza todas as obras da cultura (é só no crepúsculo. A grande obra de arte vai te coagir à liberdade. Ele o contradiz. ³exprime o curso do mundo´. objetivar-se sob a forma de civilizações. o Espírito se descobre mais claramente na consciência artística e na consciência religiosa para finalmente apreender-se na Filosofia (notadamente na filosofia de Hegel. nessa filosofia puramente imanentista. Como isso é possível? Bem. que o pássaro de Minerva levanta voo). Hegel é daqueles que acham que a força não ³oprime´ o direito. Aplicar a razão à história seria negar a história. a filosofia é o saber de todos os saberes: a sabedoria suprema que. identificada a uma proposição já admitida. A história. Schiller vai dizer que da mesma forma que se educa através da razão. mas que o exprime.início uma consciência confusa. essa identificação da Razão com o Devir histórico é absolutamente paradoxal. a forma de civilização que triunfa a cada etapa da história é aquela que. é aparência na forma. Compreendemos bem. recusar o tempo. Após ter saudado em Napoleão ³o espírito universal a cavalo´. no final. Em outras palavras. naquele momento. Por conseguinte. a história. é uma liberdade estética. é aparência no fenômeno. Ora. que aquele que é vitorioso na História é. o mais dotado de valor e que a virtude. como ele diz. ele consegue encarnar-se. é a sensação imediata. que no fundo tudo permanece idêntico. Segundo as normas da lógica clássica. seria mostrar que a mudança é aparente. que. que pretende totalizar sob sua alçada todas as outras filosofias) como Saber Absoluto. por conseguinte. Tal é o espírito objetivo que se realiza naquilo que Hegel chama de ³o mundo da cultura´. Lembramos que a questão da liberdade está em pauta no pensamento dos modernos. Depois. em primeiro plano. simultaneamente. Um exemplo seria a técnica da bailarina que ³não aparece´ e assim não demonstra estar fazendo esforço. diz Hegel. melhor exprime o Espírito. a lógica clássica considera que uma proposição fica demonstrada quando é reduzida. em todo caso. Desse modo. Aplicar a razão à história. isso é possível pelo processo dialético como vimos no tópico anterior. Enfim. é a substância da qual os cidadãos não são senão acidente. efectivamente. o absoluto regressa da sua existência exterior. e 3) o espírito absoluto. A ciência estuda este desenvolvimento e a lógica determina as suas leis. As lutas entre os povos são procedimentos para a realização da ideia. que existe por si mesmo: o espírito. 2) o espírito objectivo. fenomenologia e psicologia. O absoluto é primeiramente pensamento puro e imaterial. neste regresso converte -se no pensamento que se conhece a si mesmo. . sobretudo no que se refere às consequências práticas para a história e o direito que extrai da sua doutrina. subdividido em antropologia. A força parece triunfar e. religião e filosofia propriamente dita. opõe-se a si mesma (a antítese). A dialéctica tem uma extensa tradição que vai até Platão. limitado aos fenómenos. Mas no caso de Hegel a dialéctica é tão importante que dá nome à sua filosofia: a filosofia dialéctica.» O Estado representa a ideia. depois existência exterior ao puro pensamento.A lógica estuda o desenvolvimento das noções universais das determinações do pensamento. Hegel identifica o real e o racional. negação e unidade de ambas. A filosofia do espírito tem. moral e costumes. por sua vez. Do desenvolvimento da ideia resultam todas as det erminações do ser. finalmente. mas é apenas o símbolo. Toda a ideia tem três momentos: primeiro apresenta-se (a tese). Estas três grandes partes do sistema representam ao mesmo tempo os três momentos do método absoluto: afirmação. triunfa. dissolução do pensamento no tempo e no espaço (é a natureza). o sinal visível do direito. regressa a si mesma conciliando tese e antítese (a síntese). mas não para eles. o ser e o pensamento. mas para chegar com mais segurança à realização da sua ideia. O conceito de dialéctica é básico para o conhecimento e a compreensão do pensamento de Hegel. O influxo exercido por Hegel foi muito cons iderável. que se apoiam num princípio único e universal: a ideia. Kant estabelece uma separação infranqueável entre o espí rito e a realidade: o noumeno permanece inacessível ao pensamento. à di vinização do êxito. e. A ideia de que tudo o que é real é racional condu -lo à seguinte definição: A história é o desenvolvimento do espírito universal no tempo. Esta concepção da história do direito conduz à negação da liberdade individual. subdividido em arte. da sua alienação de si para si. à glorificação do facto consumado. é quem confere os direitos aos indivíduos. O objecto da filosofia da natureza é continuar este desenvolvimento do mundo real exterior à ideia. três divisões: 1) o espírito subjectivo. subdividido em direito. que são a contradição e a conciliação dos contrários. Em terceiro lugar. que são o fundamento de toda a existência natural e espiritual e que constituem a evolução lógica do absoluto. por outra. é outra frase de Hegel. a necessidade de superar os limites presentes com o propósito de uma realização total e efectiva da liberdade e da infinidade. . a contradição do mundo existente e. cada realidade particular remete para a totalidade. converte-se num idealismo absoluto. está submetida a um processo. é regida e movida pela contradição. para o todo. No fim de contas não se trata tanto da redução do ser ao pensar como da interpretação do real. do ser. Por isso. Todo o real é racional». Assim. Devido a esta redução do ser ao pensar. o conceito mais sublime de todos. que pertence aos tempos modernos. que o verdadeiro seja efectivamente real unicamente como sistema ou que a substância seja essencialmente sujeito expressa -se na representação que enuncia o absoluto como espírito. já idealista. como ideia ou razão. enquanto dialéctica. A realidade.A dialéctica expressa. Hegel expressa isto de modo breve e preciso na seguinte frase: O verdadeiro é o todo». Segundo o p róprio Hegel. Só o espiritual é real». encontra-se internamente relacionada (é inter-relacional) e é constituída como oposição de contrários. a filosofia de Hegel. e só pode ser compreendida e explicada em relação ao todo. pela sua parte.
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