Literaturas africanasde língua portuguesa GLOSSÁRIO A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T|U| V|W|X|Z Siglas dos países: (A) Angola (C) Cabo Verde (G) Guiné-Bissau (M) Moçambique (S) São Tomé e Príncipe (Ge) Geral A A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Abuamar (A) — espantar. Africaander (= afrikaander) (Ge) — língua dos boers. Aiuê! (Ge) — ai!, credo! Aka! (= haka!) (A) — chiça! Alakavuma (M) — lagarto a que se associam poderes mágicos, pressagiando malefícios para uma comunidade, após as chuvas. Alembamento (A) — dote de noivado. Alma-biafada (G) — ave. Ambanine (M) — significa aproximadamente adeus a todos. Ambaquista (A) — da região de Ambaca; diz-se da ironia e do humor corrosivos dos dessa região, próprios também de certa literatura. Ambul’o Kuku (A) — deixa o avô! Angolar (A) — moeda angolana no tempo colonial. Angú (S) — banana cozida, esmagada, para comer com calúlú, blá-blá ou muzengué. Anhara (A) — planície de capim rasteiro, prado. Arimo (A) — terrenos cultivados junto à habitação. Aringa (M) — aldeia fortificada. Arreganhar (A) — ameaçar. Assa (A) — o negro albino. Assimilado (Ge) — o Estatuto dos povos coloniais estabeleceu, em 1954, que qualquer cidadão das colónias, mediante certas condições (de falar correctamente o português e outras), adquiriam a cidadania igual à dos portugueses. Atabaque (M) — tambor. Attica (Ge) — local nos EUA. Auá! (A) — interjeição de espanto. Avil (A) — amigo íntimo (gíria). B A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Baçula (A) — rasteira. Badio (C) — natural da ilha do Fogo. Baga-baga (G) — salalé, formiga branca. Bailundo (A) — povo do planalto central. Bala (A) — dinheiro. Balafon (G) — instrumento musical. Balaio (A) — cesto. Bambara (G) — povo da África Ocidental, a norte do Equador. Banana-pão (S) — banana, que chega a atingir 30 cm., que se come cozida, assada ou frita. Bança (S) — nervura principal da folha da palmeira. Bandola (S) — saco de serapilheira para as colheitas. Banga (A) — prestígio, categoria, vaidade. Banja (M) — assembleia de povoação. Bassula (A) — golpe de luta; pancada. Batanga (G) — pão cozido sobre chapa de ferro ou de barro. Bate-pa (= Batepá) (S) — situa-se em São Tomé e Príncipe; ali houve um massacre cometido pelas autoridades coloniais, em 1953. Batuta (A) — conhecedor, competente. Bazar (Ge) — fugir. Beleca (M) — costume tradicional de transportar os bebés às costas. Bentabá (= bentém) (G) — estrado de troncos para reuniões. Berrida (A) — corrida; expulsão. Bessá! (A) — a sua benção! Bessa-ngana (A) — rapariga. Besugo (A) — branco saloio. Bilo-bilana (M) — passarinho. Bimba (A) — espécie de vime. Bissapa (A) — arbusto. Bumbar (A) — trabalhar. Bocar (A) falar. Bombolon (G) — instrumento musical de percussão. Blá-blá (S) — prato são-tomense com peixe. Boi (A) — liamba. Bungular (A) — remexer o corpo como um feiticeiro. Bolanha (G) — arrozal. couve e folhas de agrião ou maquêquê. Buli (C e G) — cabaça. transmissor de mensagens a grande distância.Bitacaia (A) — pulga que se anicha nos dedos dos pés. Bongolo (M) — burro. Bumbo (A) — negro (pejorativo). Boavista (A) — musseque de Luanda. descendente de holandeses. Bué (A) — muito. Bugio (A) — tipo de macaco. Bombó (A) — farinha de mandioca. Boas-horas (C) — cumprimento antes do almoço. Bufado (S) — salteador embuçado. Boer (Ge) — sul-africano branco. óleo de palma. Bongolon (C) — variedade de feijão. . Bofeta (A) — pano preto. quiabo. marijuana (gíria). Bulauê (S) — dança muito agitada. tornando-se incómoda. Bubu (G) — vestido. Bula-bula (M) — conversa. Buxila (A) — filha de escrava ou de mulher livre. Cachupa (C) — o mais conhecido prato típico. Cadavez (A) — talvez. Cabrito (A) — filho de pessoa branca e mulata. Cagarra (C) — ave palmípede marinha. As cagarras são aves migratórias de longa distância. nascida na casa em que serve. quando se reúnem em ilhas e áreas costeiras para nidificar em zonas rochosas. Para além da carne ou do peixe. no socópé. que passam a maior parte da vida voando sobre os oceanos de águas temperadas a frias. a cachupa é elaborada com feijão e milho estufados. Cafoto (A) — erva para os pescadores do rio Zaire atordoarem os peixes. cisterna. escondido na areia solta. dá o mote. Cafofo (A) — cego. Caçambula (A) —jogo infantil. Cabobo (A) — sem dentes. A sua plumagem é escura (cinzenta ou acastanhada) no dorso e branca na zona da barriga. Cafuca (A) — insecto que. orvalho. Cafeco (A) — virgem. Cafucambolar (A) — cambalhotar. Cacimbado (A) — cheio de cacimbo. Cacimba (A) — lagoa de chuva. perturbado. estação fria. poço. O ninho é . Cacimbo (A) — relento. O seu único contacto com terra é na época de reprodução. diminutivo de quifofo. ceguinho.Butadô vungo (S) — o cantor principal que. C A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Cabiri (ver kabíri). devora outros. As cagarras são aves marinhas de corpo fusiforme e asas longas. pequeno. Calema (A) — borrasca no mar alto.construído como uma espécie de toca e visitado pelos progenitores apenas durante a noite. Canganhiça (M) — enganar com esperteza. . oceano. Calunga (= kalunga) (A) — mar. Cangundo (A) — branco de baixa condição e grosseiro. Campuna (A) — camponês. Camundongo (A) — ratinho. Cangonha (A) — estupefaciente. cebola. Calúlú (S) — prato de óleo de palma. etc. Caneco (M) — o hindu cristão (pejorativo). ossami. Cambuta (A) — baixo. soleira da porta ou estreiteza). Camuelo (A) — invejoso. apanhar uma coisa em movimento). adular. peixe fumado. galinha. feitiçaria. Cambular (A) — atrair. Cana’ngana (A) — não. Cajamanga (S) — fruta da cajamangueira. quiabo. Caluanda (A) — indivíduo natural de Luanda. Cangar (A) — prender (gíria). senhor! Candingolo (A) — bebida fermentada de milho. designação vulgar (e pejorativa) do luandense. Cangarra (M) — cesta. Camoca (C) — farinha de milho torrado. Cambaco (M) — velho elefante solitário. Cada postura é composta por um único ovo. camarão. avarento (de muelu. beringela. Cajinjeiro (A) — avarento. arregimentar (de kukambula. deus do mar. Capanga (A) — golpe de luta. Capoeira (S) — mato. Canoa (S) — espécie de banheira (lagar) de tronco de árvore ou de cimento para se pisar o andim. Capianguista (A) — gatuno. a cumprirem pena de degredo. planta. Canvi (S) — palha resultante do andim. profeta fula. antigamente. em jogo infantil. Caniço (M) — bairro de lata. Capopa (A) — fonte. Cassuneira (A) — arbusto. curso de água. com que as mulheres se vestem. Cassumbular (A) — tirar a cassumbula. de prestígio. delinquência. Cassanda (A) — nome dado às prostitutas portuguesas. Capulana (M) — pano típico. óbà. Cápsula (S) — cacau. Canhoto (C) — cachimbo rudimentar. branca de má educação. Carambola (S) — fruto da caramboleira. Cassacambe (A) — ave fabulosa do imaginário quimbun— do. driblar. Capita (A) cipaio. braço à volta do pescoço. para atear o lume.Canhé (A) — jogo infantil do toca e foge. Caramô (G) — sacerdote. de aluguer (do quimbundo kadiengue). nuca. Capiango (A) — roubo. pescoço. Capiar (A) — fazer fintas. sendo estes auxiliares locais da Administração Colonial em Angola. Canhota (C) — ave branca da família do abutre. Cariengue (A) — assalariado. . até aos tornozelos. estampado. as brancas e mestiças antigas que usavam panos. Cipaio (= sipaio) (A) — polícia auxiliar africano. Chirico (M) — pássaro. Chaluto mu muzumbo (A) — de charuto ou cigarro nos lábios. para atear o lume. Catituí (A) — pássaro. Chicudo (M) — forma de escudo. Caxexe (A) — ocultamente. Chigubo (ver Xigubo). Chimba (A) — cipaio. Chango (M) — espécie de gazela. Cayatte (A) — musseque de Luanda. feitiçaria. espírito. errante. Chovar (M) — empurrar. da administração. Clêclê (S) — parte espinhosa da nervura principal da palmeira dendém. Chingufo (= xingufo) (A) — grande tambor. . Cê-Efe-Bê (A) — Caminhos de Ferro de Benguela. Chipala (A) — cara. Chibalo (= xibalo) (M) — trabalho compelido.Casuarina (A) — árvore que se dá na areia da praia. Charoco (S) — peixe de rio que o povo consome. Chicuembo (= xicuembo) (M) — feitiço. planície. seca. Chana (= xana) (A) — savana. Chifunfununo (M) — carocha que faz rolar uma bola de excremento. Cê-Efe-Éle (A) — Caminhos de Ferro de Luanda. Cazumbi (A) — alma de antepassado. mulher que integra o coro nas festas de S. residência africana modesta. Pedro e S. choupana. Do ronga ku-ri. Filipe. Coladeira (C) — música e dança típica. João. Cubar (A) — dormir (gíria). Cuacar (A) — voz de pato. Cocho (M) — almadia. Crueira (A) — mandioca seca. S. Crã (C) — escalvado. Cotá-béga (S) — último filho de uma pessoa. . Componde (M) — os acantonamentos ou «reservas» de trabalhadores na África do Sul (do inglês compound). onde morreram centenas de mineiros negros num grave desastre. Cocaiar (A) — espreitar (do quimbundo kukaia). camarata. Tratamento respeitoso.Coalbrook (M) — Mina de carvão no Transval. Culimada (M) — cavar para semear. Cuca (M) — cozinheiro. Côcô d’água (S) — tipo de matabala aquática de quase todos os rios. um pedaço (gíria). Cubata (A) — palhota. Congolon (C) — casca da cabaça seca. Cuche-cuche (M) — feitiço. Coche (A) — um pouco. Codê (C) — o filho caçula. Cora (= corá) (G) — harpa dupla com cabaça. avô. Cocuana (M) — velho. Corricar (A) — pescar com cana num barco em movimento lento. barracão. Coconote (G) — amêndoa de palma.na. Dimba (A) — sarilho. Diloa (A) — lodo. Dicanza (A) — instrumento de percussão (reco-reco). semelhante à chana (de transição). trouxa. Damba (A) — duna. futuro. Dibunda (A) — embrulho. Dibanza (A) — dança. extraída do cânhamo. liamba. Dikangalakata (A) — planície arenosa e agreste. ouve. obi dé. marijuana. Dias-há (C) — há muito tempo. . Dikoso (A) — remédio de quimbanda. Daxa (G) — imposto pago por comerciantes às autoridades africanas. recusa mesmo). Dilombe (A) — casa ou lugar no campo para determinados ritos. Dikamba dietu (A) — nosso amigo. Dé (G) – partícula de realce: jubi dé.D A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Dalonga-longa (A) — esperança. Desamparinho (C) — crepúsculo. Danço (= danço-congo) (S) — dança folclórica. ka seta dé (olha. Dikuua (A) — capim das margens de lagoas e rios. Dilemba (A) — casa para ritos de jovens pré-nupciais ou mulheres casadas que apresentam problemas de fecundidade. Desconseguir (A e M) — não conseguir. espécie de chocalho com vara. Diamba (A) — erva de fumo. Dizanga (A) — lagoa. misquito. Djongô (C) — sonolência. Djógó (S) — prato com ossami. local de águas paradas ou mesmo pantanosas. E A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Eme (A) — eu. Djidiu (G) — aedo. Dogon (G) — povo de região do Mali. peixe seco ou fumado.Dingo (A) — qualidade de capim. etc. Empacaceiros (A) — antigo corpo de soldados municipais. Dúia (A) — moça (gíria). tipo piroga. Johne) (M) — minas do Rand. F A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z . que actua sobretudo para os nobres. griot. Dja (C) — ilha. escavado em tronco de árvore. Dingola (A) — dança. quiabo. Dizamba (A) — chapéu de palha. Epalanga (A) — nome próprio de homem. típico dos pescadores de Luanda. Disakela (A) — sessão de xinguilamento para invocar os espíritos. Dril (C) — tecido de linho. Dongo (A) — pequeno barco. Djoni (= John. óleo de palma. geralmente portugueses. Ferrera (A) — peixe de Angola. . Fanguista (A) — ladrão. gancho para tirar as cápsulas dos cacaueiros. G A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Gã-galhã-galhã (M) — onomatopeia do rodar do carro-eléctrico nos carris. coberta de palha. Falucho (C) — veleiro de um só mastro.Fachola (M) — pá (do inglês fire-shovel). principal sítio de festas na vila da Trindade. Funco (C) — habitação pobre. Funji (A) — alimento de mandioca. Fuba (A) — farinha de mandioca. Funda (A) — localidade nos arredores de Luanda. Fundão (S) — terraço onde se dançava ao ritmo de instrumentos de corda. geralmente dos negros. Fedegosa (C) — planta quenopodiácea. Funante (A) — antigos comerciantes. cujas sementes substituem o café. Fembar ou ku-femba (M) — exorcismo contra doenças e demónios procedentes de alguém. Fubeiro (A) — comerciante do mato. Farme (M) — quinta (do inglês). Fimba (A) — mergulho. Forro (S) — natural e um dos dialectos de São Tomé e Príncipe. que percorriam o interior. Fula (A) — de cor parda e brilhante (filha de pessoa mulata e negra). Gumbatete (A) — abelha obreira. Gravanita (S) — estação seca que vai de Dezembro até final de Janeiro ou Fevereiro. Ginga (M) — bicicleta. Grossar (M) — embriagar-se. Grogue (C) — aguardente. Guisa (C) — choro pelos mortos. Godido (M) — personagem revoltoso. que faz ninho de barro. arrastar a asa. Grota (S) — terreno inclinado na intercepção de montanhas. Gunga (A) — grande antílope. histórico. Ganguissela (M) — namorar. Gravana (S) — estação seca (de Junho a meados de Setembro). Gamboas (M) — pesca na praia por meio de estacas (o peixe fica preso na maré baixa). Guala (M) — alavanca. Géssu (S) — cachimbo. requestar. Gri-gri (G) — amuleto. bicho-papão. Guambú (S) — morcego. Güeta (Ngüeta) (A) — branco de baixa condição. Gandu (S) — tubarão.Gala-gala (M) — lagarto de cabeça azul que vive nas árvores de médio e grande porte. Gongom (C) — fantasma. Ginguba (A) — amendoim. Ganguissa (M) — namorar. . grosseiro. a que se atribuem capacidades mágicas. Haku (A) — a primeira comida que se dá a uma criança. região próxima de Luanda. Inguavana (M) — prostituta. seguido ou não de planície. . Impis (M) — hostes. Idjogó (S) — prato típico. I A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Icolibengo (A) — natural de Icolo e Bengo. lestada. onde nasceu Agostinho Neto. suão. Imbondeiro (Ge) — árvore africana de grande porte. pacote. Usa-se do mesmo modo como resposta a um chamamento: Iin? . Homba (A) — bolsa de pano e cinta.H A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Haka! (A) — interjeição de espanto. árvore frondosa. em umbundo). de tronco muito largo e copa esparsa (baobá). Honga (A) — vale. Ingombotas (A) — bairro de Luanda. Harmatão (C) — vento ardente proveniente do Sahara. Iin (G) – expressão de assentimento equivalente ao «sim». Ímpis (M) — hostes. Hebu (A) — indivíduo de longa gestação. embrulho (bicuata.Sim? O quê? Imbamba (A) — carga. Hula (A) — creme ou pomada medicamentosa ou cosmética. malagueta pequena. Jinongonongo (A) — enigma. para cozinhar. Mistura (em sentido figurado). Izê-blancú (S) — camarão branco e mole. que serve para ripas. J A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Jagacida (C) — prato de farinha de milho e feijão. Inhé (S) — parte superior do bancá. Javite (A) — machado de folha curta. alimentícia. tuberosa. adivinha. que aparece após as chuvas. Jindembu (A) — drogas mágicas. Jinguba (A) — amendoim. Izê-fundú (S) — camarão esverdeado e mole. Jikula mesu (A) — abre os olhos! (expressão quimbunda para chamar a atenção dos distraídos). remos. etc. Jimboa (A) — ervas comestíveis. Jinguna (A) — formiga de asas. .Inhame (S e G) — planta monocotiledónea. Inhé-pléto (S) — árvore delgada e muito alta. Inhame-gudú (S) — inhame tipicamente são-tomense. Jamba (A) — zona mineira (ferro) no sul de Angola. Isaquente (S) — espécie de pinhão da isanqueira. etc. Jinjilu (A) — frutos comestíveis. Jamanta (A) — raia gigante. para cestos. cordas. Jindungo (A) — fruto do jindungueiro. alimenta-se principalmente de restos e matérias orgânicas em decomposição. gente de má índole. Kamavua (A) — azarento (alcunha). Jugudé (G) – djugudé ou djagudi (Necroscyrtes monachus). Junco (= rabo-de-junco) (A) — passarinho de rabo comprido. no significado de “convívio”). Jobar (M) — conseguir emprego. Kamba (A) — amigo. Kalundu (A) — divindade ou espfrito justiceiro. em que membros de uma família ou de uma comunidade alargada se reúnem para “contar coisas”. fundamentalmente para trocar histórias. Cabeça e pescoço nus e coloridos. Jone (M) — abreviatura de Joanesburgo. convívio. Género de abutre muito frequente na Guiné. Ave de rapina diurna.Jitterbug (Ge) — o swing dos anos 20-40.aliás típicos nas sociedades de convivência -. . Kabokomeu (A) — grupo carnavalesco de Luanda. João «Mulato» (M) — famoso sipaio (polícia africano) que aterrorizava os subúrbios. presente na natureza. nas árvores ou grandes arbustos. localidade no rio Bengo. de envergadura. Carnívoro de bico adunco e unhas fortes. serões nocturnos . Junbai (G) — (palavra formada de “junto” e “vai”. galinha. Kabulu (A) — lebre. K A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Kabíri (A) — raça de cão. atinge normalmente mais de 1 m. Kam’tuta (A) — coxo. Kambala (A) — pequena canoa. Kapakassa (= pakassa ou pacaça) (A) — boi do mato. mulato ordinário.Ka-mpfumo (M) — no Reino. Kassule (A) — nome próprio. no norte de Angola. Hoji ia Henda (leão caridoso). Karkamano (A) — nome pejorativo do sul-africano. filho mais novo (caçula). árvore. Kamuxi (A) — ka. onde houve um massacre no final dos anos 50. tumulto.. Katul’o maku. Kamueka (A) — bebedeira (gíria). Kassumunar (A) — roubar. numa emboscada. daí se legitimando a luta armada de libertação nacional. . com invocação à Lua Cheia. (A) — tira as mãos. Kassule. Kandengue (A) — criança. Kazukuta (A) — nome de dança. sungadibengu.. Karingana-ua-Karingana! (M) — modo tradicional de começar uma história. Kanvuanza (A) — confusão. Kanzumbi (A) — espírito.. muxi. foi morto o chefe da guerrilha do MPLA. Kazumbi (A) — espírito. Kanimambo (M) — obrigado. Karibandi (A) — local onde.. Kaveia (A) — conhecida família da guerrilha do MPLA. usurpar. chiça! Kandando (A) — abraço de fraternidade. Kenguelequezê (M) — ritual como que de baptismo de um recém-nascido. Kasanji (= Cassange) (A) — região do algodão. Kana kassule sukuama (A) — não. pequeno. agora também com o sentido de confusão. Tem o significado de era uma vez. que tinha três irmãos na mata e cujas anedotas eram conhecidas. Kikata muene (A) — aquela mão. gíria). Kimbanda (= quimbanda) (A) — curandeiro. Kibixila kutululuka (A) — momento de proceder à chamada. Kifuko (= kifutu) (A) — suadouro. Kikorta (A) — volta (dar uma volta. Os atributos são criação de um apertado código mulato (Inf. Há uma terra. S. Kinaxixi (= Kinaxixe ou Quinaxixe) (A) — bairro e largo de Luanda. Kiene-muene (A) — é assim mesmo. banho de vapores. Kikuanga (A) — espécie de pequeno queijo amassado com farinha de mandioca. Kimbo (A) — aldeia. Kilombo (A) — lugar de reunião dos trabalhadores. Kianda (= quianda) (S) — sereia.Kepe-chacal (M) — mulato que passa por branco. de José Craveirinha). Chacal o menino branco nascido em Moçambique. Pedro da Kilemba. Kingombu (A) — quiabo. Kilundu (A) — espírito. divindade. Indivíduo rico (gíria). pelos mortos. de chamar pelos desaparecidos. o mestiço do Cabo é aloirado e de olhos claros. como em Kape Town. Kilamba (A) — intérprete de sereias. . com ervas. Kibaka (A) — banco de tronco. a leste do Dondo. a 45 km. Kidiba-kidiba (A) — a corrida do antílope. Kilemba (A) — transformação de kileba ou kialepa (alto?). Pelo cruzamento com colono holandês. Kíbua (A) — mentira. raízes e essências. Kicôla (A) — não pode ser. Kepe é corruptela de Cape. com caixa de ressonância (cabaça) e palhetas de metal. Kituta (A) — sereia de água doce. Kiombo (A) — javali. Kissanje (A) — instrumento musical. Kolokota (A) — coragem. Tradicionalmente. Kitadi malé (A) — expressão quimbunda para a falta de dinheiro. com comida. Kissoko (A) — confiança. poço. praticavam-se actos graves que o kissoko protegia. Kota (A) — mais velho. entre famílias ou pessoas. Kuakié (A) — amanheceu! . final do óbito. erva.Kinzônji (A) — capim. ancião. Kitota (A) — mina de manganês da Kitota. porco do mato. bebida e dança. Kitoto (A) — cerveja de milho. Kixukululu (A) — olhar lançado com rancor. Kizomba (A) — folguedo. Kixima (A) — cacimba. Kitangana ia kuzunga (A) — tempo de velar. Kitumba (A) — mata bravia (alcunha). Kizaka (A) — esparregado de folha de mandioqueira. de vigiar. força. Kiuza (A) — calor. varrer as cinzas. Kissonde (A) — formiga. Kitata (A) —ver quitata. intimidade. Kituiu (A) — coro de choros. Kissângua (A) — bebida fermentada de cereais. Kombaritokué (= komba-o-Ditokua) (A) — velório. Lazarina (A) — espingarda antiga de carregar pela boca. cujo significado complexo se destina a preservar e desenvolver os laços unitários da família no seu conceito alargado entre os bantos. ser supremo. L A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Lagaia (S) — raposa. Lixeira (A) — musseque de Luanda. que não pertence ao próprio. Languana (M) — alto.Kukunar (A) — semear. Lângua (M) — paul. Logo-logo (A) — imediatamente. Kulucumba (M) — entidade divina. Larar (A) — defecar. Leio (A) — alheio. Liceu (A) — Liceu Vieira Dias. que esteve preso no Tarrafal. membro do MPLA. Lingala (A) — palavra que designa os regressados angolanos refugiados no Zaire e que falam lingala. . Lemba-lemba (S) — planta trepadeira. Libata (A) — casal. fundador do grupo musical Ngola Ritmos (histórico. Lobolo (M) — contrato ou vínculo nupcial e marital através de um valor material e simbólico (dote). Lagoas (M) — bairro onde havia lagoas. conhecido pela prostituição. nome por que era conhecido Carlos Aniceto Vieira Dias. muito popular). Kumbu (A) — dinheiro (gíria). Logo-é (A) — até logo. caso. disputa. para moer milho. M’bora (A) — ainda. com prefixo ronga. de casca dura. Machamba (M) — plantação. sinónimo de pastor de rebanhos no mato. alguidar. M’bití (M) — prefixo aplicado a nome de moça acoplado ao nome do pai. quinta ou horta. questão. Maçala (M) — fruto típico da savana. confusão. mundele uê (A) — o escravo de um branco também é branco. para onde podia ir a mão-deobra forçada. para o rosto das mulheres. comido simples ou com açúcar. esteios. Maca (= maka) (A) — discussão.Luando (A) — esteira de papiro que se enrola no sentido da largura. M’Siro (M) — creme pastoso. conversa. Mabeco (A) — cão selvagem que vive em matilha. verde. . Macambúzios (M) — termo originário do português. mapira e amendoim. Mabadjia (M) — pastéis de feijão africano. M A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z M’benga (M) — recipiente. atribuído aos grupos de marginais dos subúrbios de Lourenço Marques. de polpa muito rica. Maboque (A) — fruto do arbusto do mesmo nome. assunto. etc. Macambrará (S) — árvore do interior. Mabandido (M) — neologismo do português. Mabanga (A) — espécie de marisco. para estacas. tipo almofariz. M’boa (M) — folhas de abóbora. M’bika a mundele. de raiz de árvore. redondo e de casca grossa dura. Machete (A) — catana. . Maguerre (M) — saloio branco colonial. Madala (M) — velho. Machimbombo (= maximbombo) (M) — autocarro. ainda hoje. Madía (A) — pronúncia luandense de «Maria». lata ou tambor de cozinha. avô. ancião. de que se extrai o óleo chamado mafurra. Macucús (S) — três pedras para colocar a panela. Machimba (M) — excremento. Machim (S) — catana agrícola. Maguiguana (M) — chefe tribal. diz-se cutlho. Maehu (M) — bebida muito nutritiva. pessoa de respeito pela idade e/ou posição. de fruto comestível. Serve para fazer embarcações. Mafalala (M) — parte do bairro suburbano pobre da Munhuana. Macungá (S) — comida de farinha de milho e açúcar. Magerman (M) — alemão (do inglês german). Madimbombo (A) — vespa. o poeta José Craveirinha. Madoda (M) — ver madala. confeccionada com arroz ou milho e farinha de trigo com açúcar. muito conhecido também por lá viver. Mafurreira ou mafumeira (A e M) — árvore meliácea (trichilia emetica). muito comum no sul de Moçambique e em Angola. Em ronga. que a comunidade inglesa introduziu. Magaíça (= magaíza) (M) — emigrante mineiro. Maianga (A) — bairro muito antigo de Luanda. Mainato (M) — empregado doméstico que lava e passa a roupa. Do malaio mannatan. Macuta (A) — antiga moeda de prata que circulou em Angola. até aos anos 40. Mamparra (M) — contratado para as minas da África do Sul. Makala (M) — carvão. objectos. Mampsincha (M) — fruto comestível de planta rasteira. Termo carinhoso para a mulher de meiaidade. Makèzú (= maquezo) (A) — cola e gengibre. Makôfu (M) — couve. Malanga (M) — bairro de Lourenço Marques. Mala-mala (M) — tarefa. ignorante. para desjejum tradicional. Malembelembe (A) — muito devagar. . Senhora. Majumbo (M) — tripas para cozinhar. Enorme (em sentido figurado). Máli (M) — dinheiro. Makongo (A) — dívida. coisas. cautelosamente. Mamana (M) — mãe. Makutu! (A) — mentira! Malagueta tuá-tuá (S) — malagueta pequena muito picante. Manduco (C) — varapau. mortífera. Mamba (M) — cobra venenosa. Mancarra (G) — amendoim. patriarca. Mákua (= múcua) (A) — fruto do imbondeiro. Maku (A) — mão. muito respeitado e venerado nas sociedades mais antigas. Majengo (M) — rato palmeira. Malamba (A) — aflição.Mais-velho (A) — ancião. sofrimento. Mandioqueira (A) — tubérculo usado na cozinha ao natural ou como farinha. Marufo (= maruvo) (A) — bebida fermentada extraída da palmeira. morte). Maria Candimba (A) — conhecida canção do folclore angolano. comestível. Marimbondo (A) — mosquito de forte ferroada. grupos de convivência de pessoas da mesma geração. Maquezo (A) – Cola mais gengibre. expressa na participação colectiva em cerimónias que respeitem a qualquer um dos seus membros (festas. espécie de vespa. Manglôglô (S) — camarão negro e duro. bastante. cerimónias em que ocorrem naturalmente manifestações de oratura. Manhingue ou maningue (M) — muito. que se mastigava pela manhã. Mano (A) — tratamento afectuoso entre os do povo. geradores de grande solidariedade. recomendação.Mané-lobo (C) — abutre. Manjuandades (G) — (palavra formada de “manjua”. casamento. Maquêquê (S) — hortaliça própria para o calúlú. lembrança. Marrungano (M) — alfaiate. Marimba (A) — instrumento musical. Massala (M) — fruto silvestre. Mangondo (M) — nome. Massambala (A) — milho miúdo. lentidão. Maplamina (S) — camarão azul escuro. Mantenha (C e G) — saudação. Mangal (M) — massa de arbustos na foz do rio. de casca dura. menos duro que o manglôglô. muito considerada e de elevada condição social. com prefixo ronga). vadiagem. usado na fuba. Mangonha (A e S) — preguiça. no significado de colectividade). Marrabenta (M) — dança e canção popular (do português rebenta. Mapsele (M) — mulher de meia-idade. . blcí-blá e djogó. observar). Massinga (A) — rei Massinga. . acompanhada por instrumentos africanos (dicanza. à base de folhas de abóbora. Matxubé (O) — cativo negro. Matona (A) — peixe miúdo. onde cria um saco com ovos. presenciar. quissange e marimba) e outros.Massemba (A) — dança. etc. Matias (A) — pássaro da região de Luanda. vassouras. Matacanha (A) — pulga dos pés. rala. Mauindo (A) — pulga nos dedos dos pés. ver (arc. Mateba (A) — planta de cujas folhas se fazem cordas. Matope (M) — lama. Massinguita (M) — azar. Mati (G) – assistir. puíta. mimo. Matubas (A) — testículos. inconsistente. Matumbola (A) — indivíduo ressuscitado por artes mágicas e que cumpre ordens do feiticeiro que o trouxe à vida. massa de farinha cozida da gente pobre. Matapa (M) — espécie de esparregado. Matété (S) — resto resultante de retirar o azeite. massa de farinha cozinhada. barro. Massuíca (A) — pedras de fogo usadas como trempe (arco ou triângulo constituído por três pedras sobre as quais se colocam tachos e panelas). Matangadana (M) — morcego. Matwasana (M) — pessoa encarnada pelos espíritos. Massindsa (M) — pulseira. lendário. Mataco (A) — nádegas. na fase de purificação. cu. artista que toca vários instrumentos. Matete (A) — papas. matar . tomando uma expressão específica. Migoudine (M) — minas. árvore espinhosa (acacia nigrescens). litígio. Milando (Ge) — questão. areal. Micondó (S) — imbondeiro. Maximbombo (A) — autocarro. Melói (A) — Portugal. .Mavique (M) — carregador da estiva (do inglês a week. Mbunda (A) — nádega. Missava (M) — terra. Mbalale (A) — cemitério. Mbundo kène Muxima (A) — negro não tem coração. Miá-miá (S) — relâmpago. cinta. no século XIX. Mbuetete (A) — instrumento musical muito pequeno. com cerca de 12 metros de porte e de madeira resistente Micate (A) — frito. Mindele-iamala (A) — homens importantes. Miondona (A) — espírito tutelar de uma pessoa. Mbaxi (A) — tartaruga. Mbeji ni jitetêmbua (A) — a lua e as estrelas. desavença. Mbinda (A) — cabaça. Merengue (A) — dança originária da América latina que passou para Angola. Micaia (M) — espinheiro silvestre. Mezongué (S e A ) — prato típico. Messire (M) — indivíduo com posição social de destaque. Milongo (A) — feitiço ou medicamento tradicional. espécie de sonho. por ser pago à semana). a-mubana dibinga: provérbio quimbundo que significa «à criança que muito pede dá-se-lhe um cagalhão». contratado. Morna (C) — música típica. O que se deixa amar. mu tunda uakusuka. encontro de timbileiros. mu tunda uaxikelela.Missosso (A) — conto tradicional. Monangamba (A) — carregador.. Mocrata (C) — prostituta. Monandengue u binga kiavulu. Mu muhatu mu ‘mbia! Mu tunda uazele. Mondrongo (C) — nome pejorativo dado ao português. o verso de composição musical próprio dos timbileiros chopes. (A) — a mulher é como a panela! Dela sai o que é branco. Morabeza (C) — amorabilidade. o oposto do quimbanda.. o que é negro. maometano ou hindu. filho. Moringa (= moringue) (A) — bilha para água. Monhé (M) — o asiático do Hindustão. jovem. romântica. dedicado à magia branca. serviçal. Morrumbala (M) — morro. dolente. Mizoudini (M) — minas. indivíduo muito pobre ou mal vestido. o que é vermelho! . Mologe (A) — especialista de magia negra. Mona-kaxito (A) — lança-obuses com o nome da terra onde foi muito usado (Kaxito). Msaho (M) — canção chope acompanhada de marimba. Molwêni (M) — menino vadio. Mona (A) — criança. Mon’angola (A) — filho de Angola. Monandengue (A) – Criança. Moamba (= muhamba) (A) — comida típica com galinha ou peixe e óleo de dendém. género batateira. Muen’exi (A) — o senhor da terra.. hino. Muene uabixila (A) — ele. Mujimbeiro (A) — o que propaga boatos. Mukuarimi (A) — linguareiro. (A) — na nossa terra de Luanda passam coisas que envergonham. Muari-ngana (A) — senhor. maldizente. Mubanga (A) — planta rasteira. Mufana (M) — rapaz. alfobre. Mulala (M) — raiz para limpeza de dentes. aquele que se acerca. bebé. para barrotes e carvão. Mudlhiwa (M) — aplacação de espírito. Mufete (A) — prato tradicional de feijão. . Muadié (A) — senhor (gíria). Mukwomwuana (M) — genro. acercando-se. concubina.. Mucurro (M) — riacho que seca com o calor. Mukanda (= mucanda) (A) — carta. Mujimbo (A) — boato. Muenho (A) — vida. jovem. bilhete. Muchém (M) — térmita.Mu’xi ietu ia Luuanda inubita ima ikueta sonii. Mucama (A) — criada. Muimbo (A) — cantiga. Muandim (S) — árvore de madeira muito dura. Muhípiti (M) — nome local da Ilha de Moçambique. patrão. canteiro. óleo de palma e peixe grelhado. para alimento e enfermagem. chefe. o que nasceu de pés (figurado). Musseque (A) — bairro de lata periférico de Luanda. geralmente em terrenos arenosos (mu. perto de Luanda. Muloy (M) — feiticeiro. Mutopa (A) — cachimbo típico. Mutete (A) — espécie de mochila antigamente utilizada pelos carregadores bailundos.Mulamba ua-xa-ngola (A) — local. . Mussulo (A) — peixe de água doce. nome de um alfaiate. onde a rainha Jinga (Nzinga). local perto de Luanda (praia). Mulandi (M) — negro. célebre militante nacionalista. Mutata (A) — arbusto de cujas folhas é possível extrair um narcótico eficaz. Mulemba (A) — designação da morácea (ficus psilopoga). Mulunda (A) — corcova. Mundele (A) — branco. onde. Munhuana (M) — grande bairro suburbano do Maputo (de inunho. seke. Mulola (A) — zona cultivável e de criação de gado nas franjas do deserto (do Namibe. Muringue (A) — bilha de barro para água. marreca. mandou plantar a árvore que testemunhou a sua passagem. areia). ligadas por fibras de imbondeiro. no sul). Mussunda (A) — nome comum em quimbundo. uma das mais típicas árvores angolanas. lugar de Luanda. sal). Mulungo (Ge) — branco. com quatro varas de madeira. Musungo (M) — homem branco. em viagem de embaixada ao governador João Correia. Mussuá (S) — armadilha para apanhar camarões nos rios. Mutamba (A) — tambarindeiro. Mulende iá Késsua uádibalé (A) — a ponte do Késsua caiu. Muxoxar (A) — ruído de desprezo feito com a boca. Muzondo (A) — variedade de árvore encorpada. para seguir o seu próprio curso. falar ao coração. natural da Ilha de Luanda. . farmácia e consultório do quimbanda. N’Zambi (A) — o Grande Deus. N’sope (M) — dança graciosa de mulheres. planta. Mutúri (A) — viúva. Muxiluanda (ou axiluanda) (A) — pescador. Nembo (M) — visco silvestre. dependência onde se guardam objectos relacionados com as dividandes. N’durre (M) — bebida alcoólica de caju. Ndongo (A) — templo. Ndomba (M) — santuário onde se evocam os espíritos dos ancestrais. que serve para apanhar pássaros. Muxima (A) — coração. predominante em locais lacustres e pantanosos. N A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z N’dala (A) — tóxico extraído de cabeça de serpente torrada e moída. bosque. podendo atingir mais de 10 metros. Muxito (A) — mato. Muxixi (A) — arbusto. adolescente. My Lai (Ge) — lugar de massacre de civis pelos norte-americanos na guerra do Vietname. Muximar (A) — lisonjear. sobretudo da zona dos Dembos. Muzangala (A) — rapaz. com uma corda de saltar.Mutovana (M) — amuleto. que criou o mundo. e Ngongo.cacarejar. Ngombo (A) — deus da verdade.. nos séculos XVI e XVII (propriedade do Rei do Congo).kakela..cacarejar.ká.Nga (A) – senhora Ngaieta (A) — gaita de beiços... Nambuangongo.kakela. kuata. kuata. Nkakana (M) — folhas de trepadeira alimentar. .. colhido na Ilha de Luanda.. Ngexile kua ngana Zefa/Ngala ngó ku kakela/Ka. Ngejile kua ngana Bina/Ala kiá ku kuata/kua.. era usado como moeda de troca. Ngueta (= gueta) (A) — branco (ordinário).. ... é uma palavra formada por Nâmbua./ca.. Nguzu (A) — força. Ngana-iomuhetu (A) — senhora respeitável (também com uso irónico). Nhanga (M) — feiticeiro (adivinho e curandeiro).. .ca. com pele tensa de veado ou corça. sofrimento...ká. Njimbu (A) — pequeno búzio que. ka. kakela (A) — fui a casa da senhora Zefa/Estou só a cacarejar.. kua. (A) — fui a casa da senhora Bina/ /Começam logo agarra... kakela. Ngola Kiluanji (A) — rei do Ndongo (séculos XVI-XVII). que chefiou revoltas contra os portugueses. . na verdade..ka.. Ngala ngó ku kakela/ká..agarra. senhor.. Nhanisse (M) — deveras..ca.. Ngana (A) — senhora......... deusa da caça./agarra. a norte de Luanda. Ngongo (A) — sofrimento. Nhimba (M) — gravidez.. (A) — estou só a cacarejar/ca. Ngoma (A e M) — tambor comprido. de mafumeira.. Nhangana (M) — folhas de feijão africano. puxa o pé! Obó (S) — mato. usada em cerimónias nocturnas. Nyamussoro (M) — curandeiro espírita. que lutou contra os portugueses durante cerca de 30 anos. Nyau (M) — máscara para dança ritual na região de Tete. Onjiri (A) — antílope muito belo. Nozado (S) — velório. produz forte bebida alcoólica. O’canhe (M) — fruto que. Nzandala (A) — menina virgem. Ossami (S) — fruto de planta. Nuno (A) – Anão. no sul de Angola. . acessíveis só aos homens. para tempero do calúlú. Nyatsandsala (M) — abandonado (pode ser nome próprio).Nkata (M) — querida/o. Nzinga (A) — Nzinga Mbandi Ngola. rainha do Reino da Matamba. sung’o pé! (A) — Ó Kam’tuta. o nome português era Ana de Sousa. O A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z O ió kalunga ua mu bangele! (A) — esta foi a desgraça que aconteceu! O Kam’tuta. Nyanga (M) — curandeiro (médico). ODP (A) — Organização de Defesa Popular (milícia no tempo colonial). do mesmo nome. capoeira. mata. Ntsilana (M) — chicote. Ochinganji (A) — ritual de circuncisão e outras práticas. Nonga (M) — cajado que serve também como arma. por fermentação. Pica (A) — colibri. para cobrir casas. Píri-píri (Ge) — espécie de malagueta. Passanoute (M) — espírito noturno maléfico que habita a floresta. Panguila (A) — lagoa situada entre Caxito e Kifangondo. Panos (A) — vestimenta tradicional das mulheres. Pardo (A) — mestiço. Pancar (A) — comer (gíria). Padogó (C) — candeia artesanal. onde lança novas raízes. P A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Pacaça (A) — espécie de búfalo. inclina-se até ao chão. Oxi (A) — terra. Do português: aquele que passa à noite. chão. Pirão (A) — papas de mandioca. vivendo no cerne as árvores. mais pequena e mais picante. ou mais. Palanca (Ge) — antílope grande e elegante. assim designado antigamente. Piadô zaua (S) — curandeiro que baseia o diagnóstico na análise da urina. Pavo (S) — peça de andala de palmeira. . mais pequeno que este. Piápia (A) — andorinha. Oxalá (C) — ou maior ainda. crescendo. Pávu (S) — cobertura de folhas de palmeira. Pau-gunú (S) — árvore que.Ouri (C) —jogo com tabuleiro e sementes da árvore ouri. Pemba-de-Ngola-Kiluanji-kia-samba (A) — cinza do ritual de umbanda. Puíta (A) — instrumento de percussão. Purgueira (C) — planta oleaginosa. Polanulantes (M) — neologismo a partir da aglutinação de Polana (bairro rico de Maputo) e de ululante. Pumbo (A) — feira. .Pírula(s) (A) — pássaro azul claro. Puto (Ge) — Portugal (no tempo colonial). de que se extrai óleo para a iluminação. que significa riqueza gritante ou burguesismo acintoso. Pula (A) — português (no tempo colonial. Pombeiro (= pumbeiro) (A) — negociante de feira. Puíta (S) — dança muito mexida. Pópilas! (A) — chiça! Pouco-pouco (A) — aos poucos (modo quimbundo de formar repetitivos). Plim-plau (A) — pássaro de cauda grande. arrogância. Pomode (C) — por mor de. serve também para acender o fogo. Pozolana (C) — espécie de cimento feito antigamente com materiais tirados da terra. Poilão (C e G) – ver polon Polana (M) — o mais antigo e importante bairro burguês da capital moçambicana. de aparência majestosa. Polon ou poilão (C e G) – Ceiba pentandra ou Eriodendron anfractuosum – espécie de árvore sempre verde e corpulenta. vaidade. com penugem branca nas asas e cauda e bico comprido. própria das galerias florestais das margens dos rios e linhas de água. Pomporra (M) — petulância. gíria). Pumbeiro (A) — ver Pombeiro. que lhe era dedicada. colocado alto. nas décadas de viragem do século. tornou-se conhecida. Uma canção em quimbundo. Quede (A) — sapato. bailado de origem são-tomense. Quilumba (A) — rapariga nova. . Quifufutila (A) — doce de farinha com jinguba. Quilapanga (A) — traquinice. Quimbombo (A) — bebida fermentada de milho. XIX para a fixação das fronteiras da sua terra. Quibuca (A) — caravana que percorria a pé o interior. sendo o modelo mais conhecido o redondo. Quifumbe (A) — salteador de estrada. Quinda (A) cesto. Ascendente do poeta Geraldo Bessa Victor. Quindumba (A) — cabeleira. Quicombo (A) — madeira aromática que se usava na construção de camas. celebrizado nas campanhas coloniais do séc. Quimone (S) — espécie de blusa usada pelas mulheres. mais forte que o quitoto. Quimbanda (A) — feiticeiro. Quimbo (A) — casa. deslumbramento. Quinhenta (M) — moeda de cinquenta centavos. Cimitarra. palhota africana. Quinjango (A) — nome angolano dado pelo povo ao general angolano Geraldo António Victor.Q A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Quebrada (C) — desmoronamento de terra ou pedreira. ténis. sonho. açúcar e milho torrado. Quileba (A) — alto. Quicuanga (A) — espécie de queijo de mandioca. tabuleiro. Quito (A) — pote para transporte de líquidos.Quinjongo (A) — gafanhoto. Quitanda (G) — loja. Quispá (S) — barraca de andalas. mercado. designação pejorativa. negativa. Quissossó (S) — armadilha para camarões nos rios. com azeite de palma. prendas. açúcar e jinguba. Quinté (S) — quintal. mais pequena que o mussuá. Quissimusse (M) — Natal. guloseima. O mesmo que Boas-Festas. banças. Quitoto (A) — bebida. no direito consuetudinário. Quitande (A) — guisado de puré de feijão. coice. de forte mordida. tecido de má qualidade. . génio que vive por toda a parte. Quitute (A) — doce. o culpado pode ser escravizado. insulto. bambus e inhé na época festiva. Quissama (A) — mulher de perto de Luanda. Quissende (A) — recusa. pecado. Quissonde (A) — formiga vermelha. Quiquerra (A) — mistura de farinha de mandioca. Quizumba (M) — hiena. venda. Quituxi (A) — crime. Quissemo (A) — dito crítico ou jocoso. feira. Quitandeira (G) — vendedeira. Quixibá (S) — recinto para dançar. Quitaba (A) — pasta de jinguba. mas tem direito a dar um sobrinho ou sobrinha em seu lugar. arranjado com folhas de palmeira. Quitata (A) — prostituta. Quituta (A) — espírito. para comer cozido ou assado. residência oficial dos governadores quando a ilha foi capital. Saguate (M) — imposto pago por comerciantes às autoridades africanas. Régulo (Ge) — chefe tradicional africano (soba). Rua Araújo (M) — rua próxima do cais onde se concentravam os bares e cabarés frequentados por marinheiros e prostitutas. em Luanda. santo protector. S A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z S.R A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Rabo-de-junco (A) — pássaro de cauda comprida e penas acastanhadas. Sanzala (A) — povoado. na viragem do século. gostoso. na Ilha de Moçambique. Savelha (A) — peixe. Satanhoco (M) — injúria correspondente a sacana. Salalé (A) — térmita. Sapalalo (A) — casa em madeira de estilo colonial. azedo. formiga branca. sobretudo na valsa. Paulo (M) — Palácio de S. Sanji (A) — galinha. Sabe (C) — aprazível. masturbador (gíria). Safú (S) — fruto do safuzeiro. Em voga. Rosqueiro (A) — sodomita. Rebita (A) — dança tradicional inspirada nas danças europeias de salão. bairro tradicional. Sá (A) — abreviatura popular de senhora. azul-escuro. Sanga (A) — grande vasilha de barro para a água. . Paulo. Sape-sape (A) — fruto e árvore da família das anonas. Sandu (A) — santo. saboroso. autoridade. Sharpeville (M) — lugar da África do Sul onde. admiração ou raiva. pejorativa. respeitado. Semba (A) — dança carnavalesca. em 20 de Março de 1960. Soba (A) — chefe negro. Shipalapala (ver Xipalapala). Sualalé (= salalé) (A) — térmita (formiga branca) responsável pelos pequenos morros que se encontram em Angola. correspondente a Amén! Sipaio (Ge) — polícia auxiliar africano. peixe e azeite. Sóia (S) — história popular. Sôô (= soó) (S) — espécie de guisado com tomate. o mesmo que passanoute. contada e cantada nos nozados. Suca (M) — interjeição hostil. Suingue (A) — suinguista. ouve! Seripipi (A) — pássaro. Seruma (M) — haxixe. Shiguêvengo (M) — em ronga. sangrenta. escuta!. ao som dos tambores. canábis. mandioca. . Suinguista (A) — o dandy popular da época do swing. Sukua! (A) — exclamação de espanto. marijuana. Sukuama! (A) — exclamação de espanto. ocorreu uma grande repressão. Sente (A) — olha!. inhame ou matabala.Sekulu (A) — homem velho. Suí-suí (S) — pássaro. Sia-Vuma! (M) — resposta às invocatórias. Sucrinha (C) — doce de açúcar ou mel. Socopé (S) — dança muito agitada. coco e limão. sobre trabalhadores negros das minas. adstringente. existente em quase todas as ilhas. do tipo da térmita ou da marabunta sul-americana. Tatula (A) — erva com propriedades narcotizantes. fazer soar. quase negra. Tincarôsse (M) — castanha de caju (do português caroço. doces. semelhante ao xilofone ou marimba (de m’bila. refrigerante e laxativa. Tarrafo (= tarrafe) (G) — tamargueira. Tamarindo (A) — fruto do tamarindeiro cuja polpa escura. Sungar (A) — puxar. refrescos e molhos picantes. Tacula (A) — árvore de madeira vermelha. Timbila (M) — instrumento do sul. Tchaia (M) — bater. usado em farmácia e na confecção de sorvetes. T A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Tabanca (C e G) — aldeamento tradicional. . Tata ietu uala ku diulu/Fukamenu !/Lengenu !/O ituxi! O ituxi! (A) — Pai Nosso que estais nos céus/Ajoelhem-se!/Fujam!/Oh! Os pecados. Tando (M) — planície de savana. de que se extrai o tanino de uso industrial. Tapada (G) — aldeamento tradicional (tabanca).Sungadibengo (= sungaribengo) (A) — nome depreciativo do mestiço de Luanda. usada na construção e em tinturaria. Tchiloli (S) — representação teatral popular baseada no auto «A tragédia do Marquês de Mântua e do Príncipe Carloto Magno». é ácida. com prefixo ronga tin). Tarafe (C) — arbusto dos terrenos incultos do litoral. Timaca (M) — conflito. Talácua (M) — formiga moçambicana muito voraz. mangal. madeira). banana e palmeira-dendém). conchinhas e pedrinhas que o feiticeiro usa para dissertar sobre o passado e o futuro. Tufo (M) — dança e coral das mulheres da Ilha de Moçambique. Tunda! (A) — fora! Rua! Tyikuwani (A) — vestimenta de peles. saboroso. Tortolho (C) — arbusto silvestre cuja seiva pode cegar.Tingo (A) — gratificação que o comerciante dava ao vendedor ou comprador nativo. farináceo. Tlhatlhuvem (M) — o agitar os objectos sagrados na adivinhação. onde se cultivam os três produtos mais correntes no norte de Angola (café. Tintlholo (M) — ossículos. U A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Ual’o banda o calaçala (A) — ei-lo subindo a calçada. Tyilanda (A) — colar de missangas. tropel. que sofreu ataques da RENAMO. Tluki Sum Dêçu (S) — pássaro de Deus. Tuji (A) — merda. raízes. Tropida (C) — estrondo. Tambores. ritmo de tambores. Tipóia (A) — palanque de rede. Tuji ni masu (A) — merda e mijo. Tonga (A) — plantação. Tsalala (M) — bairro suburbano de Maputo. Tuna (S) — festa. Tingoma (M) — plural de n’goma. Tombasana (M) — rapariga solteira. normalmente de branco europeu. . Tingolé ou tindzolé (M) — pequeno fruto vermelho. achincalhar. Uanôco (G) — deus(a) do lar. madeira muito resistente. Umbanda (A) — medicina. no transe possessivo. feita com ramos de palmeira. magia. pelas tropas coloniais. V A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T |U|V|W|X|Z Vá plegá (S) — habitação pequena. Untué (S) — fruto da untueira. Viúva (A) — pássaro. Uatobar (A) — caçoar. Ululu (S) — placenta. ritual. em Moçambique. Uatunga-mubanga-uanga (A) — palavras de feiticeiro. de suco leitoso e viscoso. Ucué (S) — gigante. . Ússuá (S) — vinho de palma muito azedo. de quimbanda. Empresa recrutadora de trabalhadores para as minas sul-africanas. W A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Wenela (M) — Native Labour Association. Uazekele kié – uazeka kiambote (A) — como dormiu – dormiu bem. Vuzar (A) — bater. que as crianças apreciam.Uançate (M) — mulher casadoira. superstição. Uxila (A) — unguento. Uanga (A) — feitiço. Umbila (M) — árvore. Wiriyamu (M) — lugar de massacre de civis. X A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Xarrôco (S) — peixe abundante nos rios são-tomenses. sinónimo de escravo (de kubala. Xigubo (M) — termo de origem onomatopaica que designa a dança de exaltação guerreira antes ou depois da batalha. Xibuto (M) — região do sul de Moçambique. Xibalo (M) — trabalhador braçal. Quando um indivíduo está possesso. implorar. Xiguevengo (M) — bandido que actua de noite. no sul de Moçambique. geralmente nos casamentos (palavra originária de jingle bell). ofender. Ximba (A) — nome depreciativo dado aos cipaios. Xibubutela (M) — espécie de bolachas com açúcar. porque o capataz anotava o nome do pretendente ao trabalho). Xicuembo (M) — deus. Xicombelo (M) — pedir. Xigugo (M) — casebre. Xaxualhar (A) — sussurrar do vento nas folhas. Pejorativo. Xicatauana (M) — blusa muito justa. espírito sobrenatural. Xiguinha (M) — alimento de nkakana e mandioca. escrever. Xiganda-bongolo (M) — cobertor barato com que se sela o burro. Ximbicar (A) — impelir um barco com uma vara tocando no fundo das águas. Xicadju (M) — sumo de caju. . Xingombela (M) — dança em que intervêm homens e mulheres. Xicomo (M) — enxada. Xingar (Ge) — insultar. Xingufo (ver Chingufo). Xiphakatana (M) — palmatória. Xuxualhar (ou. Onomatopeia do seu trabalhar. alma de outro mundo. Uma espécie de rouxinol para os poetas moçambicanos. Xipefo (M) — candeeiro doméstico muito rudimentar. Xipene (M) espécie de gazela. Xitotonguana (M) — passarinho saltitante. fantasma ou indivíduo feio. Xitimela (M) — comboio. navio ou qualquer máquina a vapor (do inglês steam). cada um receba parte ou todo o vencimento do grupo. revirando os olhos. Xitututo (M) — motocicleta. . Xuculular (A) — demonstrar desprezo. passanoute. monstro. Xipamanine (M) — bairro ou mercado pobre suburbano (diminutivo de M’phama. Xipoco (= xipocué ou xipókwè) (M) — v. feito de lata vazia. ser atingido pelos espíritos. Xitrique (M) — associação de trabalhadores para que. figueira). entrar em transe. que provoca muita fumaça. pequeno antílope. Z A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S| T|U|V|W|X|Z Zambeze (M) — o grande rio moçambicano. Xitucumulucumba (M) — ser espiritual com poder sobre-natural. Xirico (M) — passarinho amarelo e muito alegre. Provavelmente do inglês spooky. rodando. para convocar o povo. Xipalapala (M) — trompa ou trombeta de chifre de antílope pala-pala. xuaxalhar) (A) — onomaopeia para o farfalhar das folhas. Xipendanas (M) — instrumento musical unicórdio tocado com uma vareta e modulado com a boca. Xinguilar (A e Ge) — farfalhar das folhas. Ministério da Educação. 1991. Teixeira de Sousa. Livraria Portugal. Universidade Aberta. Lisboa. Zunir (A) — atirar. “ Na base da organização social está a mianangana conceito de família alargada ou clã. São Tomé. Lisboa. 1985. 70. pp.sapo. Europa-América. d. 64). rei ou rainha. João de Vasconcelos (Luanda): manuscrito. in Jornal de Letras. Dom Quixote. também a condição ou estado de (mw ou m y) anangana. 3ª ed. Mário de Andrade. José Craveirinha. 1991. Teixeira de Sousa. Lisboa. reino. «O português de Moçambique». Dr. Ed. Barbosa. Lisboa.. Vega. Vega. 70. Uanhenga Xitu. Xaguate. Euclides de Menezes. Zuna (A) — depressa. Os flagelados do vento leste. Karingana ua karingana. Sá da Costa. Lisboa. 1975. Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. vol. durante a noite. Lisboa. JOSÉ CARREIRO.. 1992.org. Europa-América.wikipedia. 1985. Zichacha (M) — Zilhalha. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa (vol. 3ª série. TFM/Domus. 70. andar com velocidade. Linda-a-Velha. Fernando Couto. Luanda. Geraldo Bessa Victor. a u t o r i d a d e p r óp r i a do soba dinástico ou a esfera da sua influência. 1997. Glossário adaptado de: Pires Laranjeira. Zavala (M) — região afamada pelos timbileiros chopes. 1984. na LundaSul (Angola) em 2004).Zampungana (M) — homem que retira os recipientes de fezes humanas nos subúrbios. Lisboa. Luuanda. Os decretos que usam um estatuto para os “indígenas” (1914 e principalmente 1926) falam de civilização ou de adopção de usos e costumes. Lisboa. 1992. in Suplementos de Lusorana ( «Studien zur Lusographie in Afrika»). Sagrada esperança. Lisboa.PLATAFORMA DE APOIO AO ESTUDO A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO. ALAC. http://pt. Lisboa. Artes & Ideias (31-10-1988). Glossário de O Monhé das Cobras. Frankfurt. régulo rebelde dos tempos da ocupação militar e colonial portuguesa. Sá da Costa. Monandengue. 2. realeza. Vinte e tal novas formulações e uma elegia carnívora. Na Ribeira de Deus. Rui.pt/glossario_africano. «A literatura na Guiné-Bissau>. Dicionário. 2ª ed.com. Agostinho Neto. Antologia temática de poesia africana. José Eduardo Agualusa. tomo V (1993). Assimilado – Todos aqueles que a lei reconhecia como “civilizados” ou simplesmente os que tinham assimilado a cultura europeia. A Literatura na Guiné-Bissau. Rosa do Riboque e outros contos. Luís Carlos Patraquim. http://lusofonia. Contudo há sinais que eles começam a perder alguma força relativamente aos líderes religiosos” (Estudo de caso efectuado pela ADRA. Luciano Caetano da Rosa. Manana. 1978. Anangana (mw-. Cadernos Gravana Nova. O cão e os caluandas. A feira dos assombrados. Antes da publicação do Estatuto Indígena 1926 são as leis sobre o trabalho e os impostos que primeiro fazem a definição de “indígenas” e das suas obrigações relativas à prestação de serviços. ∆ LUSOFONIA . Toti Cadabra e outras estórias. 1988. Ed. Lisboa. Textos africanos de expressão portuguesa. Aldónio Gomes e Fernanda Cavacas. 1973. 1995. p. Na legislação o que surge a partir de . 12. 1997. 1989. 59-267. Ed. 11ª ed. my-) Soba dinástico chefe. Lisboa. 1987.. 1982. José Luandino Vieira. Lisboa. Pepetela.. Lisboa. Lisboa. Manuel Lopes.. 9ª ed. Editorial Caminho. Ália. Nas aldeias existe um número variável de mianangana e isto determina a organização espacial das residências e facilita a gestão da vida comunitária numa base descentralizada. Lisboa. p. 13. s. Albertino Bragança. Kingdoms) e ou o encontro entre uma chefia katanguesa e invasores de grupos políticos mais organizados (Luc de Heusch. do comum dos europeus nas sociedades que lhes são próprias. designado movimentações de antepassados (Nkongolo. p. Bapende (Pendes. Sobre os Basolongo. tem a seguinte composição: O chefe do grupo. chefe.474 de 6 de Fevereiro de 1929. V. Várias narrativas contam o encontro de Nkongolo com Ilunga Mbidi Kiluwe como forma de actualizar e contar o contacto entre dois grupos diferentes (Vansina. Bulopwe.A u t o r i d a d e política. 45. . pp. 3º Adoptar a monogamia. V. profissão. Mudimbe. ou dela descendente. 70. o mesmo que mufumu. Luanda. V. Ilunga). 2º Falar. The Seduction. «§2º Por se distinguir do comum da raça negra é considerado assimilado aos europeus o indivíduo daquela raça ou dela descendente que reunir as seguintes condições: 1º Ter abandonado inteiramente os usos e costumes da raça negra. por todos estes atributos ou por maioria deles. Censo da População de Angola. A origem divina do poder. Ex.V.. João Vicente Martins. instrução. Fumo com o mesmo significado. os Pende faziam parte da nação Mbundu. 550 e 553. David Birmingham. pp. ou Peindes na documentação).. 42. para leste da actual vila do Lucala até à escarpa de Kasanje. O texto memória é ao mesmo tempo uma lenda e um sonho para o poder político.” Cf. Ocasionalmente a expressão “assimilado aos europeus pode surgir mas não assimilados com categoria estatutária. ler e escrever correntemente a língua portuguesa. p. Mbidi. Mulopwe. grafa Banfumo ou Banfumo e faz corresponder ao vocábulo ucokwe Muanangana (pl. 91. originário do proto-bantu.. Miller. O censo da população de Angola de 1940 adopta o mesmo critério: população civilizada e não civilizada criando nas instruções “doutrina e interpretação sobre os conceitos “ à ideia de civilização associamos a noção não só de moralidade cristã. arte ou ofício compatível com a civilização europeia.44. “ Por todos estes factos havemos de considerar aqui como civilizados todos aqueles indivíduos que pelos seus costumes moralidade. sangue sagrado da realeza. coisas e espaços. Para os Solongo (língua kikongo): “O grupo doméstico. p. mas ainda o de cultura intelectual e progresso científico. de acordo com processos de apropriação de poder e governo sobre novas terras. Le Roi Ivre. Os Tucokwe. Parables & Fables. segundo Guthrie.1926 são as noções de “indígenas” e “não indígenas” (Exemplo: Diploma orgânico das Relações de direito Privado entre indígenas e não indígenas Decreto 16. Mfumu a Lumbu ou Mukulunto (o mais velho) o mais velho do grupo de filiação. p. 26. Bufumu. Povo que abandonou Angola no século XVII para se estabelecer para lá do Kasai.549. 89. atingindo os instrumentos de trabalho e o nível de vida económica e social”. 4º Exercer profissão. de costumes cristãos. ou ter rendimentos obtidos por meios lícitos que sejam suficientes para prover aos seus alimentos compreendendo sustento.: 1931 diploma legislativo nº 237. pp. Estados Mbundu baseados no Lunga que habitaram o planalto de Luanda. se aproximam. propõe que a narrativa seja lida como um texto memória. ou seja o Lumbu. Todos os estudos linguísticos indicam a introdução deste termo na Lunda a partir da língua luba. Alguns dos Pende originais devem ter abandonado a área do Kwango e deslocaram-se para as suas zonas actuais de fixação na província zairense [R e p u b l i c a Democrática do Congo] de Bandundu. pp.102. habitação e vestuário. Com efeito ele liga palavras. nível de vida. Hoover. Henrique Abranches. Alianças e Conflitos. cujo território se estendia entre os rios Dande e Kwanza. De Heush. Poder Político. Antes da emigração. 88 e p. no qual a genealogia Luba se actualiza como realidade e projecto. Mianangana) e noutra página da mesma obra Fumu. para si e sua família.73.534. de 26 de Maio de 1931: «§1º Para efeitos legais é considerado indígena o indivíduo de raça negra. que pela sua instrução e costumes se não distinga do comum daquela raça. Le Roi Ivre). 1940. Imprensa Nacional. o seu descendente é o Kakengue.. que repousa na sacralidade do poder do Chefe e o governo do seu Estado por intermédio de uma hirarquia de funcionários.113. contornou a nascente. viajou através de muitos países e lugares. O Kanduke. Chinyama (Cinyama. p. Prichett. o seu irmão Tshiniama decidiu emigrar com os seus partidários. “Statuettes Tschokwe du Herós Civilisateur ‘Tshibinda Ilunga’. atravessou o Dialonga. país dos Amboela.120 e nota27. o Lujila. mulopwe. depois dirigiu-se às nascentes do Zambeze onde instalou a sua aldeia Mazeze Tshiniama. dirigiu-se à Lulua. a quem todos os sobas devem obediência” 2º Francisco Chiwende. o Lujila. “ O chefe de sangue sagrado. No tempo presente (2003) esta como outras insígnias são encomendadas pelos portadores de posições titulares (lunda e cokwe) na Mussumb actual Republica Democrática do Congo. Poder Político.26. deixou katende e as suas gentes. o mangonga.. É uma espécie de resplendor feito a partir de moldes de baeta azul ou encarnada. Histoire. nota 18. e de sua Libata grande do Lobalo”.xi. p. «O termo Yiibangul é empregue em várias ocasiões como termo genérico para designar todo o tipo de coroa».. Considerado uma coroa provavelmente de origem Luba por Hoover. p. Nakatole. Capita. usado por Lundas e quiocos” Carvalho. “o irmão de Luéji organizou uma formação política a centenas de milhas do centro do poder Lunda. atravessou-a..25. 24. o Sangeji. Duysters. Nayembe.. que submeteu. Chibangula (Čibğula) “os quiocos chamam-lhe quibangula.Reparte-se em histórias de génesis mais pequenas. “veio de um povo no Zaire que nós Luvale chamamos Luunda.. Alguns desses lugares eram perto do Rio Lwena em Angola e o povo Chinyama nesses lugares designa-se Lwena. Interdições (comer em público) e insígnias (o duplo sino) estão ligadas a este poder. “ Pouco depois da partida de Tshinguli. atravessou o Ndembo. atravessou o Luanga. Comunicação ao III Simpósio sobre Cultura Nacional. p. como se incorporaram no reino luba e ficaram ligados à corte real. Zambeze e Kasai: Tshilemo. Kapundu. no Alto Zambeze. reconhecível em formações sociais luba. Miller.”Chikanga cha Kwota/Kasongo wa kulala/Chinyama cha Mukwamai/Kasongo wa Kuamanyima – versão Luvale sobre a grande travessia de Cinyama. O seu povo passou a ser conhecido por Lwena ou Luvale”. Fez uma gerra aos Amboela. 2006. Tshiniama atravessou o Luena e chegou ao Kasai. Of Allien. Palmeirim. Kasweka. p... pp. contornou o Futswiji. p. uma das três posições titulares subordinadas ao Yala Mwaku que sobreviveram. nota 17. Um dos actuais portadores do título foi por nós entrevistado em 2003. Redinha. de cipaio. Mose Kaputungu Sangambo. Salukishe. o Musoneji. The Lunda-Ndembu. Cada grupo tem a sua própria história que conta como é que o bulopwe chegou à sua terra. p. p. impôs-se e colocou chefes tributários em toda a região situada entre as nascentes do Lualaba. cobertos de pano ou de couro e depois revestidas com missangas.529. Subiu a margem direita do rio Kalagne. Tshibinda Ilunga Introduziu no país dos Lunda a concepção da organização política dos Luba do Shaba.16. “Botelho de Vasconcelos que viajou no Lobalo (Luvar) em 1846.Ver Nyama.84. lunda e bemba. Sakahe. Ethnografia. sendo estes auxiliares locais da Administração Colonial em Angola. mantendo-se no entanto ligado pagando regularmente tributo em sal. Luanda. Cinyama cha Nkondy foi o primeiro chefe Luvale e hoje. contornou a nascente de kaongeshi. 344. Etnossociologia. depois o Luísa. seguido por Kasongo filho de Mwako”. O Luao. . um dos irmãos de Lwéji. The History. The Seduction. 27. Bastin. perto de Fumu Kampeo. Bundu. deixou notíca de um chefe de nome Quinhama (Tchinhama). onde saluseke e as suas gentes se separaram do grupo. Perto da aldeia de Luakana. o Mutotshi. o Mangoa. As suas gentes formaram a tribo ou grupo étnico dos Aluena”. Noutros Lugares havia muitas plantas mavale e o povo Chinyama que aí se fixou chamou-se Luvale”. Kinyama) cha Mukuawaji. Mufinde. The Sedution. A barba e a coroa são representações das usadas por alguns chefes Cokwe. Ethnographia. José Redinha. Cinguri (Cinguli. afirma que os antepassados dos Ovimbundu deixaram as terras dos ‘Morupu conduzidos por Kaounguri e Schakambundi’. A máscara Cihongo representa um espírito masculino de riqueza e poder. Esta ligação de Kinguri ao Bié e às tradições ovimbundu é retomada por Silva Porto. 266. uma figura evocadora do passado e dos seus formalismos rigorosos». 7. homem que foi digno do seu nome. concretamente na Baixa de Kasanje. Chinguli c h a Nkondy). Miller. O elemento distintivo é uma barba em forma de disco. a p r i m e i r a v e r s ã o d o e x ô d o d e K i n g u r i l i g a n d o . hoje Nkula Nxingo é o seu descendente”. 25 a 28 de Setembro de 2007. Cisengue. aparece na Descrição Histórica dos três reinos C o n g o . 282. Considerado por muitos investigadores como um título relativamente recente na tradição Cokwe: «O conjunto . Ver Hoover. Cilol (pl. 1843 e em A. que situa «Quingurequiabanguella” na origem da tradição de Kasanje e o liga ao “Mathianvo” e a uma migração: expulso das terras do Mwant Yaav teria ido para o ‘país Cokwe e posteriormente para as regiões do Kwanza onde foi assassinado’. A literatura (Vansina. Chibinda Ilunga) O caçador Luba descendente de Ilunga Mbidi Kiluhe e ‘filho’ de Ilunga Muene Munza. «a máscara Tchirongo evoca uma tradição tribal de certa austeridade e as suas características aristocratas. Tchirhongo é sem dúvida. Luanda. em cerimónias de entronização ou noutras de carácter muito especial.o à L u n d a d o K a l a n y i e à s transformações nas estruturas do poder aí existentes. às aldeias que lhes são tributárias. Of Allien. Os bailarinos Tchirhongo são algumas vezes chefes indígenas. Chefes de aldeia. p. Viagens e Apontamentos. nos textos ocidentais. Cihongo.e Giovani António de Monteccuculo. Por estes motivos.269. potentado da Luba”. Máscara antropomórfica feita de madeira ou de matérias efémeros. p .. 15 e passim. filho de Mutombo. Matamba e Angola. gravada ou modelada debaixo do queixo.. O mascarado pode aparecer em rituais de iniciação dos filhos de alguns chefes Cokwe. um dos seus símbolos mais sagrados. Os chefes Cokwe enviam as suas máscaras Cihongo. (Tshibinda Ilunga. “Chinguli cha Konde tornou-se grande rei em Angola e. pp. “Cokwe Expansion”.. Ladislau Magyar. A c t u a l m e n t e o mais importante título nas chefias Cokwe. São uma série de símbolos que contêm essa natureza e o poder dos chefes baseia-se na posse desses símbolos. 83. do P.p.90. 190: «A Culembe sucedeu um tal Quinguri. Foi um salteador desapiedado». Está encimada por uma coroa à qual por vezes se acrescentam penas. do qual. Ver Palmeirim.R. p. Zambian Makishi Masquerades”. L i v r o Segundo.Cibinda Iunga. pp. e é recebida nas povoações a rufos de tambor como um grande da colectividade. o irmão da linhagem. 65. 91 Entre os Cokwe não são os vivos que personificam a natureza sobrenatural dos seus antepassados. A face apresenta escarificações gravadas sobre a madeira. Carvalho. As outras referências a Kinguri aparecem em Rodrigues Graça. A sua principal tarefa era a colecta e o controlo dos tributos. Assim recebem presentes e tributos em troca da presença benéfica de tais símbolos. o viajante alemão que visita a Mussumba em 1875. administradores enviados pelo Mwant Yav para o controlo de vastas áreas sob domínio Lunda. Neves. “It Never Happened: Kingur’s Exodus and it’s Consequences”) atribui a Paul Pogge. Reisen in Süd-Afrika den Yahren 1849 bis 1857. Memória da Expedição a Kassanje. rezam as actuais tradições em Angola.37. não pela magnanimidade. K i n g u r i . Vol I. Ayilol). Comunicações ao III Encontro nacional de história de Angola. 14. máscara. 538. mas pela ferocidade: Nguri de facto quer dizer «leão». p. p. Manuel Jordán. ligados ao Mwant Yav pelo pagamento de tributos. Histoire. (1846). A primeira referência ao nome Kinguri. p. “Ilunga. Duysters. “Máscaras de madeira da Lunda e do Alto – Zambeze. É uma máscara de estirpe. p. convencional dos principais reis Cokwe (Ndumba. Integrava as populações linguística e culturalmente distintas dessas regiões através de uma rede de autoridades e emissários políticos e militares que se identificavam como «Lundas» adoptando a organização e os símbolos políticos da corte do Muata Yan vo (Mwant Yaav). É melhor a designação Commonwelth porque muitos dos quasi autónomos centros foram fundados por colonizadores Lunda. para as pedras preciosas essa área era de 2500 hectares. que se misturaram com as populações locais”. History in Africa (1998). A lei de 1906 (decreto de 20 de Setembro de 1906) define Claim – “entende-se por claim mineiro a área de terreno que com as dimensões fixadas na lei. Claims. correlativo do (mu) ngonge e como este desaparecido. Contrato Desde 29 de Abril de 1875 que a produção legislativa. mais a sul. “O Império Africano”. os Lovar (Luvale) do Alto Zambeze. 411-27. assume-se como Academia de aprendizagem das Práticas de Feitiçaria”. 336. mais a leste. Outros especialistas consideram a Lunda “ uma espécie de federação comercial e tributária. podendo escolher o meio de cumprirem esta obrigação. e o Cazembe. Adriano Barbosa.Designação proposta por Jan Vansina para designar o “Império Lunda”: “Os Reinos Lunda não formaram um império no sentido de reconhecerem uma única chefia do estado. Para Angola as dimensões dos claims foram determinadas pelo decreto 720 de 3 de Agosto de 1914 e ainda pelo decreto nº 3338 de 6 de Setembro de 1917. prevê o mecanismo do contrato. tendo o regulamento de 1899 (Decreto de 9 de Novembro de 1899) consagrado a obrigatoriedade do trabalho no seu artigo 1º: “Todos os nativos das províncias ultramarinas estão sujeitos à obrigação legal e moral de trabalhar. reservada. mantendo a área de cada “claim”. “It Never happened: Kinguri’s Exodus and it’s Consequences”. e portanto reservada para trabalhos de pesquisa. na beira do Congo. relativamente coerente e estruturada. Commonwealth Lunda. Jill Dias. Ver Decreto de 27 de Maio de 1911 e o Regulamento Geral do Trabalho dos indígenas nas Colónias Portuguesas de 14 de Outubro de 1914. abundante a partir dessa época. pode ser concedida para trabalhos de lavra mineira propriamente dita”. Um corpus legislativo produzido na província e contendo várias disposições referentes à mão. u s a d a p e l o s h a b i t a n t e s d a s L u n d a s a n g o l a n a s c o m o s i n ó n i m o que da DIAMANG. Este decreto distingue os diferentes tipos de claim. p. Mbumba. Nem mesmo as leis e regulamentos publicados depois da Implantação da Republica alteram estas disposições.obra ‘indígena’ regula e permite os procedimentos no que se refere ao angariamento e recrutamento de trabalhadores.de. Companhia.” “ se não cumprirem de modo algum a autoridade pública poderá impor-lhes o seu cumprimento”. Dicionário. Quiocos. cuja inflência se estendia sobre uma vasta área entre o rio Cuango e as entidades étnicas e políticas Pende e Iaca. quer da ENDIAMA e muitas vezes para substituir as respectiva siglas. Kanyika e Kandala) aparece em companhia de um recém-chegado do século XIX Ciwila (Wila. A Informante Maria Domingas em 2006 afirmava que a Ciwila é a “iniciação feminina de nível superior. As informações recolhidas no terreno desmentem tal afirmação. ci-.área padrão limitada de cada demarcação mineira. Em 1902 o Regulamento Provisório do Trabalho Indígena e Fomento agrícola de Angola não altera estes princípios.335. yi) Rito próprio das mulheres. . v. pp. Jan Vansina.. 681. no rio Luapula. não foram governados a partir de um centro único e não formaram um simples e coeso território.. mas alterando a relação largura/comprimento. Cokwe. e compreendida na que foi objecto de manifesto. Jita ya ulamba. o título mais baixo que qualquer cidadão livre pode aspirar. o mesmo que Kwata Kwata..Ikulu (Ikulo). . amarrar e também ajudar». chefes de diligências”. Ver ainda Heintze. Pioneiros.. Lwimbi. Chronology. 104. pintura. (informação escrita em Setembro de 2006). «Os kakwata. um posto que implica o desempenho das mais variadas funções. segundo a tadição luvale “a guerra contra os vambwela. Palmeirim. p. Vansina. Luanda. chefe dono de terra. Tubungu). p.. Of Allien. príncipe. fundeji (ka-..527. Em Poder Político. muhu). Na véspera do casamento a Kafundeji é levada para um local de trânsito (Kasango) fora da aldeia onde é ornamentada (banho. p. p. 112. sendo ambos acompanhados por Ylombolas (orientadores) e dois amigos para cada um dos noivos. Como insígnia do ofício eles têm por cima dos seus Mpoks rolos de corda que usam sempre que têm que amarrar os prisioneiros». Seduction.Rapariga púbere desde a 1ª menstruação à primeira concepção. Hoover. Heintze. Os senhores da terra com um papel ritual na investidura do chefe administrativo da área. cujo título significa literalmente ‘aquele que segura e escolta’ não têm a mesma importância dos Chilolo. Gamitto.. com o sentido geral de chefe. How Societies. capaz de fazer cumprir uma decisão dos chefes.. Poder Político... Polícia dos grandes senhores. 9 cita Carvalho e faz coincidir a criação destes cargos com os primórdios da expansão Lunda.. Mais a sul a máscara de cabaça é a mais valiosa na hierarquia”. p. 246. 102.. Nas grandes cortes os Kabung continuam estritamente como representantes sagrados. p. 527. ou polícia e ocupa a mesma posição que entre nós. King Kazemb... Vansina. 538. Dicionário. em especial dos Miata. “Kabung é a palavra para cabaça em alguns povos (Lwimbi. p . Kalamba. How Societies. Itengo ( T e n g o . segundo Francisco Chiwende. Kabungu (pl. nota 7. Kafundeji. p. chefe de aldeia.. Para a informante Maria Domingas a Kafundeji é a noiva e “ também é isolada na casa da tia ou avó..530 e nota 1. e alguém que é detestado. um-. etimologicamente «aquele a quem é feita uma oferta». derivado de – damb─ pagar tributo. 442. 67.apanhar. Kimbandi. “Para ocidente Kalamba tornou-se Kilamba (línguas da região do Kwanza. É o chefe dos Kwatas. Comunicação ao III Simpósio Sobre Cultura Nacional. 256 e nota 150.p. A.Tukuata.. lugar de habitação antigo. p. 117. (Kákwà:t) da raiz – Kwat. De manhã há troca de bandeiras entre famílias e logo de seguida procede-se ao movimento da Kafundeji para a casa do noivo onde permanece até à noite de núpcias. pl.. corte de unhas. afirmando que a palavra se compõe do «prefixo tu e do verbo cuata. pp. 104. Seduction. Ethnographia.. “Em geral o termo kabung refere-se aos Kabung do mwant yav no Kalanyi. o termo atubung é empregue para referir especificamente os que investem o rei ruwund e habitam as terras do rio Nkalany. p. mas nas cortes locais mais pequenas podem desempenhar funções políticas”. Hoover.. Kakuata. 2006.. segurar. f o r n o o fornalha de fundição de metais. Barbosa... Dicionário. tu. conjunto de posições titulares perpétuas que forneciam unidade às linhagens Lunda no Kalanyi. Carvalho. Pende e Holo”. citando Buchner e Carvalho. 590.p. agarrar prender. O mesmo acontece com o jovem noivo. fig 152. 78. Miller. Lucazi). tranças.) . unção) e volta para a casa de resguardo. p. é ao mesmo tempo uma autoridade respeitada. Hoover. lu-. Adriano Barbosa. Carvalho atribui ao Mwant Yav Noéji I a criação dos “tucuatas. Thorton. Sedution. ... ( K a p e n d a K a M u l e m b a ).p. e de muita largura. Vigílio Coelho. Cadornega.93. é o nome que os tucokwe atribuem à parte inicial do curso do rio. pp 140... 43.724. Os Tutchokwe… p. (Reisen In Süd-Afrika den Jahren 1849 bis 1857) in Isabel Castro Henriques. História Geral. Carvalho faz derivar o título de Mai Munene. Percursos. Vansina. Kasai. os entrevistados dão-lhe a significação mais geral de nobre.Kilamba kya Ndungu. Para os povos estudados e referidos neste trabalho é como chefe e dono da terra. p. Kasai equivalerá a feto. domesticar. origem. pp. 92. No trabalho de campo de 2003. embrião. 6. mestre da terra e da fertilidade. Ver Vicente Martins. o rio. 141. 45. identifica como raíz a forma verbal Kùlambá que significa cozinhar a terra e por extensão dominar. p. Vol I. O nome adoptado na cartografia Cassai e na moderna grafia Kásàyí. Título Lunda da região do Kwango. 247. José Redinha. pp. Cameron designa-o Cassabé. Carvalho. «o nome parece porvir da palavra Kasai.. ligadas pela ideologia do parentesco ou por clientelismo (shiloolo. É designado por Cassai na documentação portuguesa e ainda por Cassaby nos documentos mais antigos. Miller identifica Kilamba com um título político dos Pende. Virgílio Coelho considera Kilàmbá «comcomitantemente um título de chefia e a designação geral de povo». Campanha Etnográfica ao Tchiboco. Kingdoms. Kasendo. “cliente”) em relação ao chefe ou líder.219. irmandade de sangue entre os Cokwe destinada a controlar as exigências da linhagem. O rio recebe nomes diversos conforme as regiões que atravessa e também na documentação que a ele se refere. entrevista com Muazambi Kafunda. pela qual designam o ser em origem no ventre materno. 142. Cadornega. o chefe da terra e religioso. gérmen. Para Vicente Martins a palavra urund inicial para Kasai era “Karum” ou mar e está ligada aos mitos de criação ou fundação. A partir do Kasai Jan Vansina considera «um primeiro sistema do Kasai». Livingstone refere-se ao rio escrevendo Kasai e Leke.. Ethnographia. Kapenda K a m u l e m b a . Dicionário. . p126. Government. em 26. ‘um notável importante’.Diamante em ucokwe. Etnhografia.p.. Beatrix Heintze. associado a Mumbanda a Mbulu. p. pp. identifica o Kilamba.. Vansina. Nestes termos. p. “Yengue and his sister Mahango founded the line of Kapenda Ka Mulemba in Shinge Land”. senhor a quem se pagam tributos que Kalamba deve ser visto. Lunda Norte. o qual com as suas fantásticas ondas e grandiosas curvas.93. ext. título p o l í t i c o .. a que chamam Casabi». Óscar Ribas. Kamanga. Venda ilícita de pedras preciosas.. entregue a Iengue e sua irmã Mahango e assim denominado por causa da abundância das árvores Mulemba (Ficus elasticus) na região. Dundo. P. sistema esse que teria florescido na região antes do século XVI. Ka:nkurub. 200. daí as designações orientadas para os dois princípios fundamentais que caracterizam o Lilàmbá na sociedade Kímbùndú: político. conjunto de pessoas a viver numa bula (povoação.07-03. «O imenso kaszabi ou Kasavi. Kankurub. Ladislau Magyar. a casa própria). s e g u n d o C a r v a l h o resultante da divisão do primeiro estado dos Capenda. 248. atribui-lhes as funções de capitães de Guerra preta nos exércitos portugueses. em Fontes I. Tomo III. Bairro Brazzaville. Usualmente utilizado para designar negócio ilícito de diamantes mesmo entre os falantes de língua ucokwe (recolha de campo 2001-2003). a lendária figura fundadora do povo Pende. notável sem especificação da origem etimológica do lexema... Mufumu. “Imagens e Símbolos. nascente».p.110. linhagem nobre. Miller. corre para leste através da parte norte da província de Moluva». 136. nas fontes escritas por Portugueses a partir de 1626. provocadas por vários cursos de água que nele desaguam. 91. Poder Político.. «Os Jagas que saiem à conquista deste dilatado sertão dão notícia em como do seu quilombo a um mês de caminho está um rio muito caudaloso. . Poder Político. 172. Kázé: kíl. Os descendentes têm mantido essa divisão. uma mulher cujo marido era Chikanga cha Kapenga. 220. ao Oeste o Jombo.O pacto Kasendo estreitava a família nuclear permitindo ao casal ficar junto independentemente dos direitos das respectivas linhagens. p. considerado o Iº chefe na tradição Luvale. Čiota. quantas o permite a grandeza do fio. C i b o k o ) “ N’dumba-Tembo tomou para si o T’chiboco. Miller. situa-se entre 10 e 13 graus de latitude sul e 20 e 24 graus de longitude oeste. poder-se-ia dar a Kibokoe um nome tronituante: a mãe das águas sul africanas”… Comparando a densidade populacional dessa província com a sua área. nas conquistas de povos. Kĭota. Songo e holo. Kaungul. a leste. a Sul a província Bunda ou Lucsazi e por fim a oeste a floresta virgem Olovilenda que separa aquele povo do Kimbandi… Dada a enorme quantidade de água que em qualquer altura do ano inunda essa província. Outras fontes apontam a palavra grafada “Tchiboco” como a “capital do novo estado chefiado por Ndumba. situada a tal altitude. Carvalho. ornada e delgada nos seus extremos. Breve informação acerca dos Moluva ou ou Morupu e dos Estados Lobal.V. in Isabel Castro Henriques. Kiboko ( Tch i b o k o .”The Cokwe Expansion”. O mesmo que Django. Tuzekele. 555. Os habitantes de Kibokoe obedecem ao poder popular de alguns chefes independentes chamados Muánángana. Jango. embora não sejam parentes hoje. e designado-se o que representa o mais novo. As fronteiras são a norte as terras Szingyze e Manzaza Moluva.. tendo por limites ao Sul o Cassai. Muzungo. p. “O país dos Kiokos”. Zango-“Uma coisa curiosa nos costumes destes . Capello e Ivens.Tembo.Tembo tomouo Songo. como é conhecido pelos nativos. os graus de parentesco de então. dividiu o seu estado por um irmão e um sobrinho atendendo aos seus bons serviços. Vol I. situado no Alto Cipaka. 357. entre os chamados irmãos. pode ser um lukano ou um naabw. por Caúngula da Mataba. Njango. Etimologia difícil de estabelecer. a terra que fica entre o Cuando e tala Mugongo até ao Cuije. distinguindo-se o título de Caúngula. De Benguela…. “ É uma pulseira de fio de cobre. por autorização do Muatiânvua. isto é. segundo Henrique de Carvalho em Methodo Pratico para Fallar a Língua da Lunda. 363. Tb Carvalho. posto que num estado muito turbulento. (Pl. proximamente. do Luembe ao Cuilo. Lobal. O primeiro potentado. conservando os potentados. p . que significavam a u t o r i d a d e l i n h a g e i r a n o s Lunda mas autoridade po l í ti c a em Kasanje. Cassanje. “ Senhor do maior poderio de terras. pequenas argolas demetal. Kenda N a w e j i . 134. “como é chamado pelos Kimbundus ou Gyioke. ao poente o Cuanza e o Luce por leste. Kaungula. Kazekele. passando a chamar-se jaga delas”. p. 11. “Muata Caungula-Cárula”. Hoover.Tembo escolheu para si as terras que no norte se estendem entre o Cuango e Tala-Mugongo. Bacelete real. poder-se-á dizer sem risco de erro que Kibokoe é mais densamente povoada do que qualquer outra província da África interior. onde segundo a tradição ainda vivem os descendentes desse chefe. pelo correspondente Ladislau Magyar. sob a denominação de Quembo. os antigos. antepassado. Miller. Kaxaculo. que dá tantas voltas em roda do pulso. Ethnographia. Cota “casa à entrada da čipağa para locutório. O seu uso em regiões muito diferentes faz crer que pode simbolicamente ser uma variante do Lukano (Rukan). p. uns em relação aos outros. Vi uma de folha de cobre. p. Percursos… p.. bracelete dos primeiros chefes lunda. bracelete de chefe. os graus de parentesco de então. ao Norte o Mieji. 722. Ethnographia.wa. Título político Lunda. p. Utilizada também a grafia tchota. Quando reuniram troncos suficientes decide-se o dia da construção. 328. Areia. No meio arde a fogueira. p. The Lunda. Ao redor dela encontra-se o “ndzango”. Kipanga (čipaga) a parte que ocupa qualquer dignitário na Mussumba (Musumb). hoje em dia a designação do umbumdu Ondjango ou Django é frequentemente usada nas regiões estudadas. etc”. etimologicamente originária do proto-lunda. Government. 22-09-03).. O chefe da aldeia procura um pau seco (lusumba) que fixa no lugar considerado mais conveniente para edificar a cota. um espaço bastante largo onde se praticam diversos actos sociais: danças.Baumann in Heintze. fala-se também de amor e muito menos de vidas alheias que na Europa”.) O Mundo Cultural dos Ganguelas. o chefe fornece cabritos e bebidas e as aldeias vizinhas são convidadas”. Adivinhação e Medicina Tradicional. p. José Redinha considera a árvore como a “Tchota” inicial. as visitas. p. todos colaboram para os amarrar ao Kangalo (pau atravessado para estabilizar os outros). aquecer-se.392. Começa então a terceira fase. Saurimo. o mesmo que Tcisambo para os Lwena. sobretudo quando chove. A queimada é decidida e resolvida em Cota. casa ou residência parental. por sua vez derivado de *-jot. O Cota é um Centro da resolução de problemas. mas os prumos que sustentam o teto de colmo são bastante separados. The Seduction. ali narram-se episódios da guerra ou de caça. A Tchota é representada no Ngombo [cesto de adivinhação]. p 83.. JQA. por um pedaço de concha de Achatina sp. Campanha Etnográfica ao Tchiboco (Alto Chicapa). v. quando reunem um número suficiente. Na actualidade a palavra “jango” (de Ondjango) substitui muitas vezes a designação Cota. Crenças. Mesmo da queimada. 62. É o sítio da palestra.” Entre os Lukazi (do rio Lukazi. Notas de Viagem.98. p. ou com a função de construir a casa do Conselho. Vol I. Como Eu Atravessei a África.176. a mais longa. da vida de uma aldeia Cokwe. . segundo Prichett. A palavra Chóòt. 22. Vansina.531. A inauguração da cota é uma festa importante que mobiliza toda a aldeia. jogos. apresenta a raiz Shoóto. sócia constante do gentio africano. etc. Ethnographishe Aneignungen. depois preparam-se os troncos para o tecto cónico. (depoimento de Jaime Efinde Finde. A construção da cota numa nova aldeia é uma das primeiras actividades que mobiliza toda as pessoas. Indica que todas as questões se devem resolver na Tchota. João Vicente Martins. (coord. a casa dos homens. p. Kubik. o irmão do chefe. São como uma cubata... 16.Ndembu. V. Ideogramas. Les Symboles. do ponto de vista político e social. Redinha. É um centro. “ Ocupando o centro da aldeia encontra-se a residência do rei ou soba (corte). No Cota é que se resolvem os problemas. e em torno tomam assento os habitantes da povoação em toros de pau.194. para lareira.povos é haver em todas as povoações uma espécie de quiosques para conversação. Cota. um pequeno fragmento do caracol vulgar simboliza no cesto a casa grande e circular da aldeia – cota – uma espécie de clube dos homens. p. lugar de uma assembleia comunal. O significado ‘casa’ deriva do sentido primitivo “lareira comunal” no Kasai centro e sul e era comum antes da chegada da patrilinhagem Luba Kasai (depois de 1600)... a preparação da cobertura da Cota. p. Baumann considera que é também o sítio onde se contam e discutem os sonhos. cabana para discussão. o fogo novo preparado segundo os preceitos tradicionais (citewa) é aceso. para as diferentes classes de idade. Carvalho. p. Da preparação de tudo. “Men’s talking house” entre os Lunda. Se morre alguém as causas são adivinhadas e as soluções decididas em Cota. Os troncos são fixados em círculo no chão de maneira a deixar oito a dez aberturas (portas): para o chefe.363. Também com o sentido de chefe (no Relato do Pombeiro Pedro João Batista é essa a acepção) encarregue das reuniões públicas dos grandes chefes. em urund significa centro de reuniões públicas. lugar de reunião ou sítio do fogo. afluente do Lwena) um desenho Muti wa mundzango ─ a árvore no lugar da assembleia─ parece ir no mesmo sentido. Serpa Pinto. É como se fosse a casa dos Congressos. um verdadeiro centro. Então os jovens começam a preparar os troncos de árvores necessários para a casa. Chot segundo Hoover. do proto-bantu *-joto “terra e fogo”. Lunda-Sul. p. p. Methodo Practico.Ndembu. pecado.. Carvalho. “ Apalavra Kituxi não aparece no Kimbundu padrão. De contrário ficará estéril). 116. p. Descripção.63 e nota1. 411. sacrilégio. Recado. Lusango.223. Título da carta Lussango wa Manputo. Carvalho.. Miller. Cordeiro da Matta. mas interessava-nos a acepção que Miller oferece. Pe.cuidar da higiene pessoal (como mulher) . Cx. puberdade e do ritual que se realiza aquando do surgimento do primeiro fluxo menstrual.Poder Político e Parentesco. Carvalho considera que era também uma insígnia do ‘Jaga de Cassanje’. depoimento de Sam Lwachi Galange em 09-07-01. d o L u n d a . Kule (u-. 104. Carvalho. pecado. Dicionário. J. p. por ser esse nitidamente o sentido com que a palavra é tratada e usada na documentação portuguesa. Pioneiros. dos acontecimentos ocorridos na aldeia. Verificámos que o radical aparece em Kimbundu e noutras línguas bantu. p r o c l a ma ç ã o . havendo candidato. 163. novidades. Instrumento de ferro em forma de ferradura. Ensaio de Dicionário Kimbundu-Portuguez. a mwali (iniciante) é isolada da sociedade e entregue aos cuidados de uma tia ou avó para durante três meses aprender os rituais como: . a rapariga passa imediatamente ao outro ritual Kafundeji (noiva). D.Gestão de conflitos no lar -Normas de conduta feminina -Sedução (tatuagens sensoriais e dilatação dos lábios e clitóris) . 32. . findos os três meses volta ao convívio normal. p. Ver Heitze. h i s t ó r i a s e m u s á n : ngw. a qual lhe preparará um medicamento. pp.. Dicionário. nota 62. p. o que normalmente acontece. u-) “espécie de óvulo acizentado que acompanha a primeira menstruação (e é tido como prova de que a menstruação é normal e natural.. p. Foi de facto no período da governação da Lweji que o reino tomou definitivamente o nome de Rhunda. [Nsango] Relato circunstanciado duma viagem.488. notícias. António Miranda Magalhães. Daí nasceu o nome Lunda já simplificado pelos portugueses”. Carta.. Não tendo noivo a rapariga.Kituxi ( p l . Ethnografia. aliás e para recordar já na época do rei Yala Mwaku a forma harmoniosa das relações entre o chefe e os súbditos levou que o território (reino) se designasse Rhunda.Prática do Coito. Forma usada pelos Luvale para transmitir a sua história e conhecimento em forma de saudação aos chefes.nome a região de características morfológicas com pequenas elevações.. Processo Mutiânvua. informação escrita de Maria Domingas em 16 de Setembro de 2006. J. assinada por Capua Camo e entregue a Henrique de Carvalho para ser trazida para Portugal... Kulifukula. Lunda ou Runda nome da Terra que o tomou da amizade que reinava entre os chefes dos estados Bungos. Ethnographia. narrativa que introduz alguém que numa reunião importante toma a a palavra. vol IV. Adriano Barbosa. mas a raiz tusi em umbumdu (equivalente a tuxi em Kimbundu significa um insulto ou injúria no sentido muito específico de uma ofensa que permite à parte injuriada reclamar uma reparação através do tribunal do chefe”. A rapariga deve recolhê-lo e confiá. Lunda. Actualmente usado como sinónimo de Cikumbi. AHU. carinho a prestar ao marido e filhos) . p. crime. Rusánngw. a cerimónia é individual podendo ser colectiva em caso de haver coincidência de raparigas da mesma família ou clã. 1092 (numeração antiga).103.. Lubembe. n o v i d a d e s .Cuidados do lar (humildade. p. Ituxi) c r i m e . pena.lo à avó. Adriano Barbosa. “Rhunda. Luvale, “actual designação de uma das línguas e etnias dos povos bantu que habitam o Moxico e com raiz profunda no reino do Muatiânvua. Cinyama “irmão de Luéji”, depois da separação com o seu conselheiro Kalwena e mais gente rumou a Sul. Durante a migração todos falavam Lunda. Mas quando Cinyama e seu povo chegaram ao sul do Zambeze encontraram os Mbwela, oriundos de leste. Os contactos comerciais levaram a adoptarm a língua destes, dandolhes forma própria e específica: o Luvale”, Informação de Francisco Chiwende Kuxi (Doc. Policopiado, sem data, 22 pp). Lweji, Rwej, (Luéji-Luá-Conti) a fundadora, “filha de Iala Macu” e de Kondi, sua primeira mulher, “mãe” do primeiro Mwata Yanvo, Carvalho, Etnhographia, p . 62,63. Uma das posições titulares sobreviventes a todas as transformações operadas na Lunda. Reconhecida nas outras formações políticas e culturais (Cokwe, Ndembu, Mbangala) como título fundador. Nos depoimentos actuais, onde permanece como “ a fundadora”, por vezes, a formulação é Luéja por influência gramatical da língua portuguesa. Mahamba pl. de Hamba, espírito, ídolo Martins, Elementos de Gramática Utchokwe, génios protectores. “Espírito de um morto que se instala num parente (hamba wa usoko) ou em outra pessoa que não seja da família (hamba wa Cipwila); Objecto (amuleto, árvore, etc que se crê habitado pelo espírito de um antepassado, Adriano Barbosa, Dicionário..., p. 86. As figuras de culto mahamba são o núcleo fundamental da vida ritual na sociedade Cokwe. Múltiplos objectos podem ser considerados nesta categoria e designados Hamba: estados de possessão, instrumentos de adivinhação (aqui compreendidos todos os objectos que integram o cesto de adivinhação), figuras feitas em argila, algumas árvores secas ou partes de árvores, raízes, folhas, ramos e frutos, troncos de árvore grosseiramente esculpidos, figuras de argila de formas precisas, bonecas vestidas de rede, miniaturas de instrumentos de música, miniaturas de alguns instrumentos ligados à agricultura e à caça, pedaços de pele de alguns animais, carapaças de tartaruga, rochas sagradas, crucifixos, medalhas e imagens do culto cristão, Mesquitela Lima, Fonctions..., p. 29; Apreciação e crítica em Areia, Les Symboles..., p. 21, 22. As mahamba estão presentes no sistema de adivinhação dos Cokwe e a sua originalidade permite ver a capacidade destes povos para integrar sempre novos elementos no seus conceitos operatórios. Há Mahamba antigos que perdem capacidades ao mesmo tempo que mahamba estrangeiros podem ser integrados. Conceito fulcral na cultura Cokwe, mas também categoria importante nas culturas dos povos vizinhos (lunda, Lwena, lucazi, Ngangela, Ovimbundu, Mbunda, Lozi, Pende, Lulwa, Luba); Areia, Les Symboles..., pp.403, 417. Viegas Guerreiro, Bochimanes N’Kung..., pp.100, 101, refere a adopção do conceito e das prácticas pelos Nkj de Angola. “ É assim que os cokwe consideram hamba a pessoa depois da morte. Muthu nyi afã abwa hamba, a pessoa que morre torna-se hamba. Interpretando bem esta frase, justifica-se a veneração dos antepassados consubstanciada na existência do além mundo onde os antepassados se transformam no espírito poderoso depois da morte. Esses espíritos jogam um papel importante no contacto que se estabelece entre os vivos (comunidade) e o Nzambi, Deus, Mazambi Vuvu Fernando, Estudo, p.121. Mandam, etimologicamente relacionado com o verbo Kwandam-entrar, designa a Gruta onde vivia o casal fundador da Lunda, Hoover, The Seduction, pp.636,637, Palmeirim, Of Alien, p.34, 35. Mazwo, Zwo, Casa, habitação de construcção sólida entre os Cokwe, Baumann, Ethnographische Aneignungen, Trad. Portuguesa, ( n o pr elo ), S e g u n d o J o ã o Vicente Martins, Elementos de Gramática U t c h o K w e , p. 232, Nzuo, Pl. Mazuo é casa, em geral para os Cokwe. Nzo é ainda a grafia referida por MacGaffey para casa em certas regiões de língua kikongo. Mbaka, ( p l . Akua Mbaka),viciadamente Ambaca, a palavra provém do Kimbundu com o sinónimo de Fortaleza, paliçada, mas também multidão. Presídio português de Ambaca, fundado por Bento Banha Cardoso em 1614 nas margens do rio Lucala, na Ilamba, a umas oito léguas de Massangano, e depois transferido em 1614 para o lugar onde se encontra hoje, mais pelo sertão adentro, mas sempre na margem esquerda do Lucala.J. D. Cordeiro da Matta, Ensaio de Diccionario Kimbundu- Portuguez, pp-96, 97. Ver Ambaquistas. Mbidi Kiluwe, personagem fundadora da tradição Luba, “pai” de Kalala Ilunga Milonga ( m u l o n g ’ a ), e n t r e os Lunda-Ndembu, a resolução formal de todas as disputas, casos legais, ou outros desvios da norma. A raiz da palavra é long’a: as coisas em ordem. O radical longa entre os Cokwe está ligado a crime, delito, ofensa física, falta, culpa. Também processo, demanda, litígio, pleito, accção, questão ou caso judicial. Por extensão satisfação, encargo ou multa (derivada de um crime, delito, etc. Em sentido figurado: encargo, obrigação, incumbência ou imposição difícil de cumprir, Adriano Barbosa, Dicionário..., pp. 284, 285. Mulónga com o plural Milonga ocorre em Kimbundu para palavra, crime, mistério, ofensa, causa; palavra ou dito irónico. Ressentimento em sentido figurado, Cordeiro da Matta, Ensaio de Diccionário..., p. 108. Óscar Ribas, Dicionário de Regionalismos, p.177, regista Milongo, com o sentido de remédio, medicamento, tudo o que cura. Os modernos dicionários de Língua Portuguesa registam o sentido remédio a partir do étimo Kimbundu. Referem o radical Longa, palavra, exposição, queixa, demanda. V. p. exemplo, Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Tomo V, p. 2494. «É costume, quando o acusado é avisado de que há uma milonga (demanda) contra ele e que vai julgar- se, apresentar-se na audiência com o seu lemba (advogado); o potentado a seguir dá a palavra a um quilolo que escolhe entre os velhos parentes para este fazer uma espécie de relatório e dar o seu parecer. Os outros ou apoiam ou fazem as suas observações e todos mais ou menos se pronunciam a favor daquele a quem acham razão, e então o potentado retira, determinando aos seus conselheiros que resolvam de modo a fazer-se inteira justiça, e quando volta, depois de ouvir o que votaram, pronuncia a sentença. Dizendo ao que perdeu a questão o que tem que pagar, do que ele vem a receber proventos, assim como do que solicitou a resolução da pendência», Carvalho, Ethnographia..., p. 400. Miluína, “Distintivo de honra do Muatiânvua que consiste numas pontas que partem de sobre as orelhas, curvando-se um pouco para a cara”, Carvalho, Ethnografia, p.338. Mpat, (pl. ampat) Pequeno território ocupado por cada “segmento” da linhagem, a maior parte dos quais estavam distribuídos ao longo do Rio Kalanyi (Nkalanhi), V. Prichett, The LundaNdembu, p. 23. Miller define mpat como pequeno domínio junto ao Kalanyi, Miller, Poder Político, p.117. Muheuhe, Segundo a tradição o lugar onde Tchinhama (Cinyama) e Dumba ua Tembo (Ndumba ua Tembo), se separaram para construir estados distintos. Situa-se na margem sul do Curso Superior do Cassai (Kasai) nas altura em que este rio é cortado pelo meridiano 21º longitude E., Redinha, Etnossociologia, p. 15, nota 17. Muaka ua Kapunga ou M u a k a u a N z a l a , “época d a g r a n d e f o m e ”. Segundo a s informações recolhidas por José Redinha, deve ter acontecido na primeira década do século XX, V. José Redinha, Campanha Etnográ fica ao Tchiboco, pp.54 e 79. Nzal, fome em urund. Mutenji (Teja, um-; mi-) Lugar ou casa reservada onde se confeccionam e guardam as vestimentas dos “dançarinos- mascarados” e onde esles se vestem, esse lugar é vedado aos nãocircuncisos e às mulheres, Barbosa, Dicionário, p. 581. “ O museu do Dundo foi considerado pela comunidade cokwe como um lugar sagrado ao mesmo título que o Mutenji, Instituição onde se guardam as relíquias”, Manzambi Vuvu Fernando, Estudo das Colecções Etnográficas…, p. 57. Mwaaku (Iala Mácu), “mãe das pedras, o mais velho entre os chefes das povoações dos Bungos”, Carvalho, Ethnographia, p.60; ponte entre o passado mítico e o passado histórico, pode por isso representar um indivíduo ou a combinação de duas ou mais pessoas “archetypal examples of epoch personifications” segundo David Henige, The Chronology of oral Tradition, p.35. Um dos filhos do casal original Mbar e Musang, Palmeirim, Of Allien…, p. 21 Muata Kumbana-título político Muata Musenvu, título político Mubika, (pl.) Abika, o mesmo que musweku, mupika, empréstimos do Kimbundu generalizados com o comércio atlântico. “ Este termo substituiu binji, Kete, Vansina, “Governement...”, p. 8. Nos trabalhos de campo de 2001 e 2003 encontrámos o uso da palavra como sinónima de escravo, dependente, hierarquicamente inferior. Muata Muxico, Mwata Muxico Muamuchico, Título Político, segundo a tradição: “nobre com o qual Ndumba ua Tembo teria dividido a governação dos territórios sob a sua suprema autoridade”. V. Redinha, Campanha Etnográfica ao Tchiboco, p.17 Muene, senhor, chefe, grande personalidade. Nas regiões em estudo usado como sinónimo de Mwata. Muene Puto Kassongo, título Político lunda Muene Putu, Senhor de Portugal, rei de Portugal Mujimbu, Formas de contar os acontecimentos do passado entre os Luvale. Narrativas, relatos de viajantes entre os Cokwe. Notícia. Adriano Barbosa, Dicionário..., p . 142, considera Jimbu (mu; mi) uma palavra de origem Lwena, sinónima de Lusango. Também usado com o sentido de boato, rumor, zumzum. Especulação sobre um assunto, Óscar Ribas, Dicionário..., p.190. Mukanda,“abrigo (de kukada abrigar) é uma habitação, ainda muito simples mas que já demanda algum trabalho”, Carvalho, Ethographia..., p.214 Mukanda, de Kanda (mu-; mi-), unir, “Rito da iniciação masculina ou da circuncisão; Recinto onde decorre aquele rito; função ou actividade do nganga-mukànda ou o conjunto de utensílios que caracterizam aquela função”, Adriano Barbosa, Dicionário, p. 158; «Os rapazes dos sete para os oito anos, e as raparigas antes da puberdade são circuncidados, e depois dessa cerimónia os rapazes tomam um outro nome, que muitos substituem ao de leite... São os pais que entregam os rapazes naquela idade a um anganga da especialidade para a cerimónia da circuncisão que dura de uma determinada lua a outra. O anganga, tomando conta deles, leva-os para uma casa distante da povoação a que chamam mucanda, e onde eles se conservam em liberdade com os companheiros mas não tendo relações algumas com o exterior... A esta cerimónia chamam eles cata mugongue e faz-se sempre a um grupo de rapazes a que chamam “ a Mukanda é talvez a mais poderosa e inspiradora de respeito experiência de todo o homem Lunda...D. p. Tradição e Etiqueta. 12. Na consolidação do poder Cokwe. Kongo Political..Ndembu significa a iniciação ritual masculina.. Nyemba. depois da cerimónia de iniciação. Entre os Lunda. a mukanda representa um tempo de educação formal no sentido estrito de forma a testar e assegurar que todo o participante possui um corpus de conhecimento básico requerido a um homem lunda adulto. que eles chamam. Ethnographia. Prichett. o poder físico. uma espécie de escola final. Nas línguas Lweta significa associação. p. cit. de uma forma dramática. Luchazi). a própria máscara. p.. “grande faca. significa a iniciação masculina. A Mukanda é um tempo de enfatizar e iluminar o conceito básico de respeito pela hierarquia. Carvalho...”.Ndembu.”. Tal tradução capta o facto importante de que os Minkisi são habitação e personificações de personalidades da terra dos mortos através das quais os poderes de tais espíritos se tornam disponíveis para os vivos. 530. Sudoeste de Angola (Mbunda. 48. como a de qualquer papel. Etnossociologia do Nordeste de Angola. escrito ou não» (Dr. os mais velhos”. Cokwe Expansion. um estranho ou espírito (mukish) uma pessoa fora do normal”. Redinha. Associação. Vansina. Antepassado. e quando seja destinado para cartas dizem mucanda ua sanhica (papel de escrever). MacGaffey. bem como treino das habilidades para a caça. “Governement... s. p. Miller. Não são considerados membros da comunidade masculina. Ensaio de Diccionario Kimbundu-Portuguez. pp. È um tempo de demonstrar à jovem geração. p . termo comum aos Quiocos. doença que atinge as crianças. “A representação de seres sobrenaturais no mundo real.370. mucanda.. para não se enxovalhar.. Lundas.252. . Além de lições de História. Em teoria não podem comer comida cozinhada no mesmo fogo usado para preparar alimentos para um homem circuncidado.. Méthodo Practico. Mukissi. Minungos. “ritos de passagem masculinos. Chinjes. o fato deste dançarino ou travesti. Ethnographia. 448. Estes «ídolos» apareciam aos pares masculinos e femininos. Mukuale. Manuela Palmeirim. é envolvida em papéis. folha larga com dois gumes em curvas. Poder.. O objectivo da cerimónia é tornar rapazes em homens. e depois em pedaços de fazenda e ainda em folhas secas amarradas com fibras. intelectual e metafísico dos Akulumpi. derivada do proto-bantu gandá (mesmo radical de Nganda. Carvalho. The Lunda.. pl. associado a insígnias do poder. laços adicionais estabelecem-se entre indivíduos provenientes de diferentes aldeias através da mukanda. etc. papel. Saturnino) em J. Noutros sítios (Lunda.“facão assaz bem trabalhado”. 143-144.. Areia. 98. p. “ A carta que transita em mão de qualquer portador no interior. Carvalho. É ao conjunto d’esses resguardos. p. p. por analogia. Em toda a região da Lunda ninguém pode ser senhor de Estado sem ter passado por essa operação”. que conhecem servir para invólucros.. Mikanda “ carta. Cada mukanda inclui membros de diferentes linhagens. V Miller. Primeiro os rapazes são circuncidados.. Les Symboles. escrito. Of Alien. Cordeiro da Matta. também denominam mucanda. e tanto que o papel. São proibidos de participar em certas actividades e do contacto com certas pessoas. Ikissi . “O termo Nkish é definido pelos Aruwund como «alguém cujas origens são deswconhecidas». Três processos separados mas interrelacionados estão envolvidos neste ritual que dura um mês. estabelecem entre si uma espécie de irmandade. Noutras regiões da África Central a palavra Nkisi está etimologicamente relacionada com palavras geralmente traduzidas como espírito.mucanda de tal época. Os não circuncidados são considerados anabulakutooko (os impuros). Luenas.215. Mukanda. além de encerrada no seu invólucro fechado. pesca. «Os Mbundus servem-se do termo mukânda tanto para exprimir a ideia de carta. 13. baseada em laços de sangue e as ligações forjadas na Mukanda estendem a rede das relações entre as aldeias de onde são provenientes. 79. A Mukanda é um campo de educação. que assim. p. etc. fazendo-as chorar muito e ficar anémicas. dançarino mascarado. p.. p. O termo terras dos Moluas aparece na documentação portuguesa. o que não me parece bem porque entre famílias particulares também existe esta entidade.239. Mulopo. sublinha a importância da mulemba como árvore ancestral.fl 13. hipoteticamente do proto-bantu A da parte ocidental da savana. a qual palavra transitou para Luanda e ali se continuou a usar». embaixador. Phyllantus stuhlmannii Pax. No trabalho de campo o sentido é o mesmo. Múlàmbu. gentes a fazer conquistas de escravos que vendem comforme a parte mais vezinha onde os tomão. não é denominação de um povo.oração. p. Vancina em How Societies. O termo é sinónimo de uma corte central com embaixadas no Kwango. Outro dos informadores apontando as árvores alinhadas ao lado de sua casa afirma ali residirem os antepassados e daí a existência de duas árvores.. uma pessoa de outro tempo. Entre os Lunda adoptou-se depois da vinda de Ilunga e por isso se chama Suana Mulopo ao que se segue na sucessão. diz “Isto é o Lemba. ou ao senhor de uma família. p. Para as regiões do antigo reino do Ndongo «a permanência e a união dos grupos de parentesco e a sua ligação com os antepassados múndòngò passaram a ser asseguradas pela árvore mulèmbà. e nota 98. devendo por isso interpretar-se «herdeiro imediato».. Virgílio Coelho. Muluwe.cá-Mulemba..lémbà. Ficus thoningii Bleim. Seducion. Lemba. Cf. Tomo I. murúpue. e mesmo chegaram a confundir Muatiânvua . no mapa de 1790 de Pinheiro Furtado.«É a árvore chamada em Luanda e seu interior ensandeira. No Dicionário C o k w e – Português. classe de idade (ca de 40 a 60 anos) nas principais línguas do nordeste de Angola. para os Yaka. explicação em Hoover. Mulombo. segundo os dialectos. Milombo. hê mto poderozo. Nos Dicionários de Kimbundu – Português. pl. Mulua de Múrû: w. Mulêmba. Esta árvore é chamada no Congo nsanda.219..kasongo..Mukuluntu. e de seus senhorios e domínios sahem capitains despedidos pr. Ficus Sicomurus.570. pp. atribuição do título Capenda. 240. e x i s t e m várias entradas para o radical Lemba . desta palavra fizeram os portugueses no Congo a palavra ensandeira. uma dos homens e uma das mulheres.. Ethnographia. 540. súplica e ainda Lemba – antepassado. Vol . no texto de Manoel Correia Leitão de 1750: “este Mulua. maior. Alguns tomaram este termo assumindo que a Lunda controlava áreas próximas do Rio Kwango no século XVII. Muluwa membro do grupo de descendentes Lunda a leste da Lunda.143. História G e r a l . p. Aparece na documentação portuguesa com o mesmo sinónimo. muluva para Ndembu. Viagem. mensageiro.(múlà:mbow) Tributo. prece. Muluwi para os Kao. Com a grafia mulemba mas o sinónimo de Ensandeira ocorre em Cadornega. Hoover. “muropo. deveu-se à grande abundância de árvores Mulemba (Ficus elástica) na região. Milêmba. É d’aqui certamente que provém o uso dos nossos antigos exploradores e viajantes chamaram ao estado do Muatiânvua. ancião..«uma árvore frondosa de que se extrai o visco para apanhar pássaros (Ficus Welwitschii). Reconstituído por Malcom Guthrie a partir de dambù-tributo. que passou a ser plantada no centro de cada nova aglomeração». Em Busca de Kábàsá. sem relação.. Mulemba. os irmãos mais novos são mulopos dos mais velhos na devida ordem. Ficus psicolopoga Welw. Seduction. Carvalho.o mais velho de todos os residentes irmãos da mãe. Elle pª oeste. ex Warb. em António de Oliveira Cadornega. com o sinónimo de Incendeira. do ponto de vista das raízes linguísticas com lemba. emissário. III. p. como Benguela”. Mulúwa para os Lunda. Esta denominação trouxeram os filhos de Mutombo da Luba para os estados que constituíram. a mulemba é para lembrar o Kuku. mulúpue (mulupjè). Kuku do cesto de adivinhação. 93. mas um título do imediato a um potentado. avô. dos Murúpues ou Muropos. Alguns interpretam por príncipe herdeiro. 818 . Ethnographia. (Hoje desaparecido.. p. Atingir determinada categoria era em parte hereditário e para os descendentes de filição patrilinear. 363. p. mi-) Rito complementar da Mukanda (mu) Kànda. Mas a descendência não era suficiente. Ngonge (mu-. nota 2. 10.. caracterizado pela rudeza das provas a que eram submetidos os candidatos.66. (Ver Suana Mulopo – Nswan MulopNswan mulap) Mungongo. Associação masculina ligada ao poder e à organização social local.com Murópue”. Dicionário... Foi-me dito que no Léua o último ‘Mungonge’ se realizou em 1942)». Adriano Barbosa. A adesão a esta associação era voluntária mas limitada aos homens já iniciados. Vansina.p.... Os candidatos também tinham que ser aprovados pelos membros da hierarquia em questão e tinham que lhes pagar uma pesada taxa. Carvalho. Associação masculina que inclui vários níveis de hierarquia e um conjunto de máscaras apropriadas. Governement. .. “Conta . como intermediário do potentado o seu Suana Mulopo» Carvalho. Mussumba.“Um tronco antigo” (Depoimento de Tanda Sakaúma. entre as tradições pré dinásticas lunda. na margem de lá do Garanhi. “ reservada ao chefe e plantada por ele. p.Musang. “ A mussumba compreende um grande número de povoações dispostas numa certa ordem em torno da quipanga do Muatiânvua. Musub. Ethnographia. as carnes verdes e secas. O mesmo que Kûmbi (mu-. como baeta azul e encarnada. desenho na areia no 333.. A esposa primeva de Mbar Chinaweji Kantang (o Pai da Criação). ou da grande fome. encerram ao centro a residência do chefe. servindo o primeiro. último potentado Luba: «O estado da Luba teve sorte igual à dos do Norte. e o seu último potentado Mutombo Mukulo. 2003). o tabaco. tempo da fome. 184. o mesmo que Mutombo Muculo (mutobo mukulo) «árvore velha». pois dele e da terra já nada tinham a esperar.. esta árvore representa os espíritos dos seus antepassados que protegem a comunidade (ajímu) ”. Canhiuca. Desenhos.Sul. p. Mário Fontinha. Dicionário. a que fossem buscar novas terras e melhor fortuna mais para cima. Ilunga e Mai continuaram acompanhando o velho Mutombo.. de Cazangaralla de Quimana e de Quizumene.. Seduction. as massambalas. p. as mabelas e outros artigos se permutam por fazendas. Adriano Barbosa. «Todo o grande espaço occupado pelo Muatiânvua e a gente que o acompanha». Hoover. 633. Musang significa literalmente “ a que produziu as primeiras sementes”. e ahi constituíssem novos estados. p. o malavo (vinho de ráfia).. De Benguela às Terras de Iaca.. no momento da instalação da aldeia.areia branca e fina mas compacta (resultante das areias redistribuídas do Kalahari) onde se escrevem os Sona ou desenhos na areia. algodões. verdadeiros bazares com ruas alinhadas. o sal. 256. e variando de grandeza. 228. missanga grossa branca e pequena vermelha. que foi do Muata – Ianvo Moteba. foi retalhado por diferentes invasores. De ordinário compõem-se de uma paliçada rectangular. pertencente ao actual.A areia. reconhecendo a sua decadência aconselhou os filhos Cassongo. p... Mwandumba e outros) antes de seguirem para a batalha. onde estão as sepulturas dos Ianvos. lugar de recolhimento onde se reuniam os homens de armas e de confiança dos grandes potentados Quiocos (Mwatshisengue. Lunda.. Neste local de defesa mágica e militar. usado sempre no plural. Art Décoratif Tscokwe. que as fecha completamente. Capelo e Ivens. pólvora. protegendo-se mutuamente. Mwaka wa nzala. Sekeseke entre os tucokwe. acompanhando os rios..). p. Marie Louise Bastin. Henrique de Carvalho em Methodo Pratico. 315. mi-) (Lannea welwitschii Engl. a jinguba.59. eram os guerreiros ungidos para se tornarem invisíveis e exortados à luta até à vitória final». Ethnographia.. Árvores tutelares protectoras da aldeia que representam o espírito dos antepassados da etnia e do clã. o azeite de palma. V. Foi essa a causa que determinou pouco tempo depois a formação dos estados de Cassongo e Canhiuca. «Miyômbo wa mushima. Mutombo Mukulo. no lugar de irmão mais velho. e Mai. p. p. chitas. presente em inúmeras narrativas do imaginário cokwe e representado pelo desenho na areia “Lwozongo” (esqueleto) . Carvalho. armas e manilha». Musekeseke. «Aí se encontra a antiga mu-sumba de Cauenda. onde as farinhas. podem abranger 1500 metros de lado.Árvores de culto em recinto fechado. mais ou menos distantes dela e com ela constituem a capital do estado”. Myombo. com dois muros circulares e um corredor de permeio. atrás da sua casa. sobre os quais se eleva vasta cúpula… Pouco distante da mu-sumba acham-se os vastos mercados. 363. 16. A Nossa Terra. o Nganga não passa de uma criação da filosofia mágico religiosa tradicional.. uma recolha das tradições Lunda.456.. “Of Trees and Kings.. curandeiro. certo homem se meteu a caminho à procura de alimentos.. Mwanate. Fontinha. encarregue das mahamba dos chefes. Anganda. sempre atribuiu ao Nganga imaginário. que apresentava uma perna de “Ngungu” (ave) cabeça de pessoa e chifres de “mbau” (búfalo).201. Elementos de Gramática.”. Nganda (ğada). nota 2. foi encontrado o seu esqueleto. Filip de Boeck. p. Government. p. segundo o pensar tradicional. Ngaand que uns interpretam por país. Em 1956 Moses Samgambo escreveu o livro Ngand Yetu.maléfico (que ‘come a vida’ das suas vítimas. Vansina. p. Para Ngandá ainda o sentido de “ a totalidade dos habitantes da vizinhança ou seja a sociedade. Nganga. o depositário das insígnias reais. p . (pl. e que esta. como. O conselho dos miata exercia verdadeiras funções de vigilância junto dos grandes chefes. O historiador profissional e legista entre os Lunda segundo Leon Duysters. que no Mwaka wa nzala (temo da fome). Carvalho. p.cokwe. Passados tempos. curandeiro. dá-se a designação de Nganga à . Mas. P.. médico. ‘feiticeiro. nganga-nbuke ou mbuke.. João Vicente Martins.79... de facto. dados os poderes extraordinários que se lhe atribuem e a sua absoluta clandestinidade.Chizainga. Por extensão. “Histoire des Aluunda”. bruxo. 9. miata) título do conjunto de nobres pertencentes ao conselho dos grandes chefes – mwanangana . 170. 63. nº 178. Só o adivinho é capaz de o desmascarar. isso significa concretamente que um inocente arcará com a culpabilidade de todos os males que atingiram a sociedade. à falta de outra explicação mais racional. Desenhos…. enfermeiro. Individualmente cada um tinha uma função especializada: chefe do protocolo. Ethnographia. outros capital e mais ou menos todos por terra de. pp 169. sempre que um Nganga é desmascarado ou identificado pelo adivinho. Mwata... em toda esta região é o lugar onde habita o potentado”. Terrritório sobre o qual um chefe exerce a sua soberania. Personagem tenebrosa. Miller “ Cokwe Expansion”. feiticeiro. Nakabamb. berço da origem Lunda e da Lundanidade. fulano é nganga das mulheres. centros do exercício do poder Lunda foram sempre construídas no vale deste Rio. 87. Noutras entradas do dicionário o Nganga aparece revestido de outras funções. (Nama). Ngand Yetu. p. nomeada representante do Mwant Yav. Adriano Barbosa.. L. As tradições ruund dizem que ela deixou a corte um momento depois do tempo de Cibind Yrung e Rweji. “Anguina Cambamba. Lunda-Norte foi. Vansina. Ngombo. Mukanda. grande chefe mulher “tia” do Mwant Yav. O título nakabamb com a saudação associada Musopa Nnam (a que mastiga carne) é mencionado em muitas narrativas cokwe sobre a origem dos chefes.. Este nome ruund aparece tanto nos relatos que se ligam à história Rwej/Chibind Yrung como àqueles que só consideram uma genealogia cokwe desde a criação. L’Art Décoratif. mulherengo. pp. nota 444. Adriano Barbosa. Carvalho. porque para eles mãe é a senhora mais elevada que pode haver. afirmando que a irmã mais velha de Ruwej não tem representantes no sistema político Ruwund e que Nakabamb representa uma mwanamaaku (irmã/prima) mais nova de Ruwej. recusam considerar a Nakabamb como herdeira de Karumbu.30. As sucessivas capitais. p. aparece com frequência como título do lado materno. isto é. devasso. Bastin. Anguina «grande senhora». Manuela Palmeirim Of Allien Kings and ancestral Chiefs. conquistador. representa em algumas tradições Lunda e Cokwe a representante de Karumbu a irmã mais velha de Luéji (Rweji) que saiu da corte e viveu algum tempo no exílio. Dicionário. M.. Nakapamba Musopa Nama foi a mulher ancestral de todos os Cokwe. Em Nzaji. por nós. V. Heli Chatelain. A participação nesta Mukanda era obrigatória para todo o adolescente masculino antes do casamento. Dicionário. Ngongo munene. 358. entrevistada em 30-7-03. e o tempo da iniciação. Tem um número de subordinados ayiol (quilolos) entre os Cokwe e os Lunda – Ndembu. contudo. Contos Populares de Angola. p. 215 e 311 e segs.exemp. Empregam muito a sua abreviatura na”. p. A iniciação e a circuncisão eram reguladas pelo ngongo munene. P. uma das muitas associações ou mukanda existentes. 45. 1985 Les Symboles Divinatoires… Nkalaany (Calanhi).. 248. Assim Ngánji mwe nganga ya maphwô. É um título feminino da corte do Mwant Yav. Ethnographia. Nyama.. carne ou caça em muitas das línguas bantu. uma mulher portadora do título. recolha de testemunhos orais sobre a história da Lunda efectuada em 1956 por Mose Kaputungu Sangambo.Ngombo ya Cisuka. How Societies. nota 128. Sedution.Pessoa ou animal que faz muitas vítimas. tia de Luéji. Rodrigues de Areia. 42. cesto de adivinhação “Hamba da adivinhação. 363. Cesto do adivinho ou (ka) sanda com os respectivos (Tu) phele. 38 e nota 29 “ Alguns informantes. também tomam este vocábulo como «mãe». nota 1 e 88. o rio.. Hoover. outras femininas. p. ou das linhagens das antigas genealogias Lunda. p. algumas masculinas..’. 529. “ Nakapamba musopa Nama foi a mulher ancestral de todos os Cokwe”.. Por vezes confundida com região (O sítio onde Cinguli tinha vivido na Lunda segundo António . O ngongo munene decidia a periodicidade. literalmente “ a nossa terra” o Livro.. naquela região de Angola. É considerada a mãe de Ciseng que terá nascido durante o seu exílio. L. estudo detalhado das peças em M. e tem entre os cokwe e os lunda-ndembu um número considerável de subordinados ou acyilol (“os quilolos”). “Ngombo é o espírito que revela o desconhecido a t r a v é s do médium do seu servo. pp. ditava a sua extensão territorial e supervisionava todos os passos da sua execução. Em 12 de Novembro de 1903 a Nyakatolo Ngambo Nya Mimbungo (falecida em 1914) assinou um tratado com o governo português. 96. Situado junto ao rio Nkalanyi. The Lunda-Ndembu. embora com valores de referência diferentes para alguns países europeus. 59-60. Outras chefias locais já o tinham feito bem como inúmeros angolanos que se refugiaram na então Rodésia do Norte. a ameaçar abandonar o território da colónia de Angola. p. “A mãe das Terras Lwenas”. “Good Lawyers. Quilate. Memória… “Quingure. árvore de grande porte comum à bacia do Mediterrâneo e posteriormente espalhada por todo o oriente. onde viveu o casal inicial. O informador referido acima refere a nova Nyakatole Nya Kaumba Tcilombo.. Ver sobre a origem e desenvolvimento da posição titular Mose Sangambo. apresentarem poucas variações de peso. Chiôco. Quioco ( p l . o povo e a língua. p.. A partir de Karation lexema grego para alfarrobeira-Ceratonia Siliqua.243.. . o facto de.. irmã de Cinyama Ca Ngambo. Nya katolo) . Sobre a assinatura de tratados e as questões de dupla subordinação à dominação colonial. segundo José Samwila Kakweji. literalmente a “rocha do duplo sino”.186. o recrutamento e outras actividades ligadas ao trabalho forçado. viria a falecer em 1992. mesmo secas. este homem habitava no Nhâma. Quiôco». Nyakatole Cisengo cuja investidura foi a 17 de Janeiro de 1957 em Kavungu.. p. 415 e nota 89.. Considerada uma das mais importantes chefias Luvale (Lwena) O seu poder consolida-se no século XIX.posição titular considerada pela tradição Luvale na descendência de Kutemba Mulombwe. ainda hoje é muito perto deste sítio que se efectuam as entronizações dos diferentes Mwant Yav. Quiocos). A partir daquela data o Comité Internacional de pesos e medidas propôs que fosse adoptado o quilate métrico.. em território das actuais Republicas de Angola e da Zâmbia.. p. Assim o carat (quilate em português) foi adoptado como unidade de peso. Piyal a Rubemb. com o peso de 1/5 do grama e a partir de 1923 (a Republica da África do Sul foi o último país a aderir à convenção) é esta a unidade de referência para o comércio dos diamantes e restantes pedras preciosas.Quiabanguella. The History. neta da anterior e falecida em Maio de 1956. Cerca de 1918. próximo ao Mathyanvo…”. Congo e Zâmbia serem as actuais.. depois das guerras com outras chefias vizinhas. Luanda. Sobre as questões do trabalho forçado ver Charles Perrings. Ver Pyal a Mandam. 2006. e Prichet. p e l o controlo de Nana Kandundo o mais importante mercado de alimentos e borracha da África Central. pp. o mesmo especialista e escritor angolano atribui à hábil negociação desta posição titular o faço das fronteiras de Angola.Rodrigues Neves.. o lugar da fundação da Lunda. Cachiôco e para os da tribo. Dessa forma e até 1907 o peso em miligramas para o quilate variava entre 188 e 213 miligramas. Também aparece em algumas tradições como Diayali da Lupemb ou Lilolwa lya Lupemb. Comunicação ao III Simpósio sobre Cultura Nacional. Maria Emília Madeira Santos. levaram Nyakatole Kutemba.. levaram a que os antigos comerciantes de pérolas a adoptassem como unidade de peso referência para as transacções com pedras preciosas.. As características das suas sementes. n a documentação portuguesa para designar Cokwe. Nyakatolo (Nha Katolo. Nos Caminhos. Statistica d a s Possessões Portuguesas. Dicionário. João Evangelista de Lima Vidal. A variante Kicokwe para língua aparece em Miller. Américo Correia de Oliveira. “ Sova é um senhor de terras inferior na hierarquia ao Dembo. Heli Chatelain afirma que o título de Chefe em Quimbundo é geralmente soba. usual na época colonial”. Nas recolhas de terreno foi possível encontrar variantes como Katcoco para designar o indivíduo. 151 e também Maia. e é nesta travessa que ele se suspende”. já referido nos documentos antigos sobre Angola. 249. 464 grafa vaxivokue ou kiôkos.1923. Redinha. p. «raça inteligente. em Os Ogros na Tradição o r a l Angolana. aparece a grafia Ovatjyokwe. e este sova Quiloange Quiassama parece ser um ascendente daquele a quem em 1838 tomámos os distrito Duque de Bragança… Os senhores do Congo adoptaram os títulos portugueses. Soba. os sovas são marqueses e os condes os Quilambas”. Tratar-se de um título político dos mbundu. citando Estermann grafa Tyokwe. destinada com certeza a um futuro de supremacia e de predomínio nas tribos negras d’ Angola». Ensaio. Rubemb. e superior ao Quilamba. poder. a partir do kimbundu usóba. tu-txóku. Óscar Ribas... Cf. vol III. p. em francês sobre o distrito religioso de Nova Lisboa no período 1927-1953. p. 488. lá os Dembos intitularam-se Duques. AG. 272 Averba para soba «autoridade suprema de uma tribo .32. p.96. Dicionário. p. IX Beatrix Heintze refere em Fontes. Num relatório dactilografado. 38. p. progressiva e forte. p. Óscar Ribas.. pl. nota 31. Ver Hoover. 81. p. 138. p . Em Eduardo dos Santos. pp. no seu Por Terras D’Angola. Cordeiro da Matta.. Dicionário. p. autoridade. 370. p. descreve-o e situa-o entre as insígnias do estado do Mwant Yav: “ entre as insígnias do estado do Muatiânvua encontra-se o rubembe de grandes dimensões.p. The Sedution. Ethnografia e História. 560. Henrique de Carvalho. José Redinha grafa lubembe e considera uma insígnia dos povos do leste de Angola. e na ambula (grande largo) onde fazem as audiências tem o seu lugar reservado que é uma travessa posta sobre duas forquilhas de propósito plantadas para o aguentarem. A Questão da Lunda. pasta 3L1. regista-se a grafia Ka-txóku. Lopes de Lima. averba para Quioco “forma deturpada de Txócue. duplo sino em ferro ligado às chefias lunda e à maioria dos povos com uma origem ligada à formação do império Lunda. Poder Político.chefe. Cf. Ver.20b5 (Informação de Conceição Neto). D. 69. 369. “Insígnias e Simbologias”…. Contos. p. CSSp. entre 1973.195..e 1979. Gerhard Kubik. Actualmente por vezes confundida com a . p. p. 2002 E 2003). p. de 40 até 60 anos). mucuruntos. p. 42. Desenhos. ver sobre este assunto Rodrigues de Areia. A literatura e a administração coloniais rasuram muitas vezes as complexas hierarquias entre os diferentes chefes africanos e consequentemente a diferente terminologia que os designa. desenvolvimento e análise em Nuno Porto.. senhores da terra. averba «soma. Régulo». figuras e desenhos). Bângalas.. 392.. Poder Político. desenhos na areia.. Sukus e outros que habitam a Lunda. pontos ou montículos que fazem no chão dão respectivamente os nomes de Mena (plural de wina). A ideia de soba foi a que prevaleceu mesmo quando a legislação acorda que «autoridades gentílicas são os sobas.soba. “ a estes desenhos dão os quiocos o nome de sona. nota 1) a palavra soba generalizou-se.É curioso notar que os povos vizinhos (Balubas. de lusona). lengas e similares». p.. Muitos dos ideogramas referem-se à Instituição Mukanda e às leis que a regem e ao facto dos não iniciados nunca poderem entrar num campo de iniciados.”. Kubik. como o detentor dos símbolos do poder confeccionados em ferro em contraponto com os Ílàmbá. Às covinhas. séculos. As fontes portuguesas registam alguns dos desenhos para áreas muito afastadas das actuais Lunda. termo que serve para designar a escrita em geral (letras. “Representações Visuais como Fontes Históricas e Etnográficas”. 215. em meados do século XVII. aparecendo por vezes também a designação regedor. cesto de adivinhação. (Diários de campo de 2001. naturalmente porque não viveram a fase intensa da Mukanda e do Mugonge”. 197. soba é sinónimo de título político e usado para designar titulares autóctones. Define “Jísòbá. Sona (pl. “Ideogramas Tusona no Leste de Angola e Zonas Limítrofes”. P. Cf.Africana. uma espécie de ponto de partida do qual muitos outros podem ser derivados.194.. Luluas. tendo Gerhard Kubik. p. afluente do Lwena é prática corrente. Kubik encontrou entre os Lukazi algumas mulheres autoras de Kasona. que ultrapassa largamente as fronteiras linguísticas e históricas dos tucokwe. em “A Questão do Controlo da Terra. curiosas combinações de pontos e traços. 380. c on s i d e r a nd o a s s i m so b a como a autoridade máxima reconhecida. pp. p. Ver a título de exemplo “soba Xá Tchisengue” na documentação da Companhia de Diamantes. no Dicionário Cokwe – Português. 365 E Ethnografia. Modos. geralmente homens na classe de idade designada mukulunto (ca.145-147 e figura 5. Salvaguarda-se assim a sua antiguidade e a sua dispersão por um território. pp. régulo ou chefe de uma aldeia (vocábulo umbundu usado por vezes no quioco (sic) para designar o régulo ou soba subalterno do (Mw) anangana».. sobetas. macotas. p.396. pp. Ideogramas. recolhido centenas de desenhos elaborados por Mukuakusona (os peritos da escrita). Nº7. desconhecem completamente estes desenhos. Mário Fontinha. Adriano Barbosa. 231. designado as linhas em zig-zag ou traços envolventes.. Alguns objectos que funcionam como ideogramas encontram-se no Ngombo. Mesmo para regiões com outras formas de designar os portadores de títulos políticos “Mwata” de Mwâ:nt-chefe. Entre os Lukazi (as gentes do Rio Lucasi.2 No trabalho de campo os entrevistados referem-se a si próprios por essa designação. Kubik.”. Cacongos.. e claramente associados ao poder.. 659. na corte da rainha Njinga na Matamba.. P o p u l a ç õ e s Indígenas d e Angola. Em Miller.. Methodo.. Virgílio Coelho. tobe (plural de lutobe) e matumbo (plural de tumbo) marcas ou sinais. p..74. ocorrendo por vezes a repetição de títulos.. Ferreira Diniz. Beatrix Heintze. 389-410.. aponta para a importância de alguns desses desenhos aparecerem nas aguarelas pintadas pelo padre capuchinho António de Cavazzi. in Leba. 526. que formam o desenho por mifunda (plural de mufunda). 197. sublinha que «sobado é um termo híbrido que na língua portuguesa tem sido utilizado para nomear a terra ou lugar e localidade que geralmente é dirigido por um chefe político cuja designação é sóbà». “A Etnização da África. “Grande do Estado” (Carvalho. Kubik descobriu um Kasona básico. nota 120. Ideogramas. devendo por isso interpretar-se como «herdeiro imediato». “ entre os Lundas adoptou-se depois da vinda de Ilunga e por isso se chama Suana Mulopo ao que se segue na sucessão. p. tem o seu estado na margem esquerda do Calânhi. O terceiro é Muata Mussenvo. “primeiro príncipe herdeiro do Muatiânvua. Nswuan Mulap. com o título de xanama.actividade de cartografar. Alguns interpretam . Nswanamulope. que tem honras de Muatiânvua. “sobrinho do Mwata. Suana Mulopo.. é referido “ e de Cazembe para o Muatianvo que eles nomeiam Murope”...20. ńswâ: n Múlàpw. King Kazembe. desenhar mapas (entrevistas de campo de 2001). No relato da viagem dos Pombeiros Pedro João Batista e Anastácio Francisco. O segundo é governador do Tenga. p. 51. também com honras de Muatiânvua e tem seu estado na margem esquerda do Luachimo em terras do Bungulo. que tem o seu estado na margem esquerda do Cassai em terras de Xacambunje. Gamito. a sul. senhor! A que . Muata José. “Ianvo é nome de pessoa e Muata “senhor”. representando Luéji. O mais importante núcleo da sociedade Cokwe. Tahi. Ethnographia. Se nós somos grandes. e da sua descendência matrilinear. As evidências mostram que os Lunda (Ruund) adoptaram um título Luba «Mpyana Mùlópwe» ‘sucessor ou segundo do rei’. 537. ver Hoover. Dicionário. conterrâneo. Ethnographia. Ethnographia. tu és maior que nós. o senhor das riquezas árvores. todas as terras. 27. das nossas vidas. Consiste num pequeno grupo de parentes (irmãos e irmãs) adultos. 544. Usoko. Etnhografia. p. de tudo o que vês diante de ti. tu possues. Título de nomeação do Muatiânvua representando a pessoa de Luéji-luá. Buchner em Heintze. pp. p. 60 Yanvo (Yav). p. Vusoko. todas as vidas. Prichett. Nswan Mulund.luba e Bemba e podem ser usadas individualmente..s. Adriano Barbosa. historicamente lembrado como o primeiro entre os iguais. gengivas e foi apresentado ao Conselho dos mais velhos que afirmaram: “nós não somos mais que humildes escravos. A raiz das duas palavras são de origem proto. E mesmo se tem dado caso de haver um Muatiânvua Ianvo. consultar o Ngòmbo. adivinhador. Im Hochland von Angola”in Beatrix Heintze. As formas começadas por /sw/ são empréstimos do ruund. Anvua (avua plural de uua) riquezas. The Lunda. João Vicente Martins.. tudo. p.. Yala Mwaku. pp.. das nossas riquezas. isto é consultar o ngombo ou cesto de adivinhação. Swana Murund. Ainda segundo Carvalho quando nasceu o filho de Luéji (Rwej) e Cibinda Ilunga deram-lhe o nome de Noéji e o cognome de Nama Mazeu (carne dos dentes. Carvalho. Carvalho. Histoire. Diz-se Muata Ianvo como Muata Muteba. Suana Murunda. João Vicente Martins. “Iala Mácu” (ĭala maku «mãe das pedras») o mais velho dos chefes das povoações dos Bungos. 254. Grupo de adultos ligados por laços de sangue. 74. 253. p. ou consultar o adivinho (outra pessoa qualquer). o primeiro Mwata Yanvo. Duysters. p. O Título significa “Senhor Yav” O nome yav deriva de um termo Ruund arcaico que significa víbora (a víbora do Gabão). p. 76... p. a mãe perpétua dos Lunda. 66. o que não me parece bem porque entre famílias particulares também existe esta entidade. Seduction. Ethnographische Aneignungen….339. Acima de ti só há o construtor que faz braços e pernas. Soanamulund. Ethnographishe Aneignungen. O fundador do império Lunda. rios e pedras. Esta estrutura mais ou menos rígida e a sua implicação na sociedade cokwe pode ser acompanhada e percebida através do estudo do ciclo de vida de uma criança cokwe.165.6. “chanceler do selo do reino” em Buchner.por príncipe herdeiro. a matrilinhagem mínima de quatro gerações. e pessoalmente um. à sua mãe. adivinhar. 559.. mas não os seus maridos.. pertencem ao usoko.”V. etc. Crenças. Cokwe Expansion. 63: Suana Mulunda. irmãos e irmãs. V..Ndembu. 222. e nota 1. ou Mbuki. (o adivinho).. cesto de adinhação. p. e destes pela tradição conheço dois. (Em algumas tradições Mutombo Mukulo-) posição sénior de todas as linhagens. Carvalho. pois. p. os irmãos mais novos são mulopos dos mais velhos na devida ordem. agregados em torno de uma mãe (no caso de ainda ser viva). 262. tu és senhor dos nossos corpos. adivinhar. Taha. Muata Machado. Miller. Elementos de Gramática de Utchokwe. Vê todos e ninguém o vê… Tu. 543. p. mãe simbólica de todos os Lunda. parente. Swana Murunda. Os filhos das irmãs. amigo. em fim. Carvalho. A partir de Táha. composto e destaca-se bem de Muata Ianvo.Conti. grupo familiar alargado em Alfred Sachchtzabel. O vocábulo Muatiânvua é. mas com significado político para lugares tão distintos como Angola e Zambia por exemplo. pequeno bosque. Mazwo e Nzwo. p. Adriano Barbosa. isto significava que o mwata yanvo era originalmente uma posição Luba subordinada a outra. mi) Pequeno Bosque ou pequena mata de vegetação cerrada.363. de que era detentora uma linhagem conhecida como Luhasa Kamonga. 700 Xitu (mu. 74. O título foi adoptado por muitos grupos da região sendo o título real Yaka. Adriano Barbosa.Cibinda terá respondido “ Meu filho Ianvo. De acordo com as regras das genealogias perpétuas. Ensaio. Recinto reservado para conversações de grande importância. Kiamfu. O tempo antigo. mbanvua. Xaculu ( K a . As formas luba com /b/ sugerem que o termo é muito antigo na região com o significado de serpente venenosa. Com a grafia Muchito designa no português falado em Angola o mesmo que mata. “ As genealogias Lunda mosstram a posição do mwata yamvo como o descendente de um “casamento” entre uma uma mulher chamada Luhasa kamonga e Cibinda Ilunga. na antiguidade. 541. Carvalho. The Sedution. que fazia aceitar”. V. p. és o conselheiro. selva em Kimbundu. Hoover. floresta. n o d i s t r i t o d o L u a l a b a . frequente ao longo do curso dos rios. pessoa muito velha ou antiga (ainda viva ou já falecida). Dicionário…. isolada. antigamente. “usado apenas na locução (há ou ku xahulu) outrora.. A n t i g u i d a d e . p. Com o significado de bosque. Dicionário. Miller. Zavo “uma casa grande com uma cobertura cónica de grande altura a que os ambaquistas chamam torre. . o possuidor de tudo que vemos. p. tu que falas. Cordeiro da Matta. Méthodo Practico. V. 128. mata. Etnhographia. é também uma forma diminutiva do conceito lunda Mwant Yav. Em ciluba mbá:mvu. o senhor das riquezas. p. Poder Político. p. Por razões históricas desconhecidas este título tornou-se o mais poderoso entre as linhagens centrais Lunda e os tubungo foram reduzidos ao seu estatuto actual de conselheiros do título real central”. espécie de serpente. 703. tu) Pessoa ou indivíduo de outros tempos. O título permanece até aos nossos dias confinado geograficamente à r e g i ã o d e S a n d o a e D i l o l o . Carvalho. 116. R é p u b l i c a Democrática do Congo. Xaculu.