GINÁSTICA ARTÍSTICA: AÇÕES E HABILIDADES MOTORAS -10 a 14 ANOSEdson de Jesus do Nascimento, Sebastião Álvaro Galdino. Autores Edson de Jesus do Nascimento e_mail:
[email protected] Graduação em Educação física pelo Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino - FAE . Sebastião Álvaro Galdino, Graduação em Educação Física pela Faculdade Náutico Mogiano de Mogi das Cruzes – SP. Mestre em Ciência da Educação pela Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes. Especialista em Ciência do Esporte, Natação e Ginástica Olímpica. Professor do curso de Educação Física do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE. e_mail:
[email protected] RESUMO A Ginástica Artística é uma atividade esportiva com grande variação de trabalho motor, permite grande controle corporal. Sabe-se que se trata de uma atividade que pode ser iniciada muito cedo, envolvendo a criança em uma grande variedade de exercícios que por sua vez tem sido investigado quanto sua contribuição para as habilidades motoras básicas de crianças. Para o ensino da Ginástica Artística utilizamos da familiarização e iniciação. A familiarização constitui todo o trabalho de aproximação, contato, ambientação e experimentação dos aparelhos O objetivo deste trabalho foi compreender identificar e verificar se a influência da Ginástica Artística nas variáveis motoras das alunas que vivenciam a Ginástica Artística. Foram observadas 7 alunas com idade entre 12 a 14 anos. Os indivíduos foram divididos em dois grupos sendo 4 alunas do nível competitivo e 3 alunas iniciantes. As sessões de treinamento consistiram em 30 sessões de 150 minutos cada. Foram utilizados na coleta de dados o Teste de 50 metros para mensurar a velocidade, orgoniômetro para a flexibilidade, teste de pista sinuosa para mensurar a agilidade, teste de equilíbrio (posição de avião) e teste barra, para mensurar a força de membros superiores. Conclui-se que os resultados encontrados nos pré e póstestes, permitiram observar que a Ginástica Artística possui influência nas habilidades motoras em alunas com idade entre 10 a 14 anos. Palavras Chaves: Ginástica Artística, Ações Motoras, Habilidades Motoras. ABSTRACT Artistic Gymnastics is a sport with great variation of engine work, allows great body control. It is known that this is an activity that can be started early, involving the child in a wide variety of exercises which in turn has been investigated for its contribution to the basic motor skills of children. For the teaching of gymnastics and basic use of familiarization. Familiarity is all the work of approaching, setting and testing of equipment. The objective of this study was to understand, identify and verify the influence of Artistic Gymnastics in motor skills of the students who experience the artistic gymnastics. We observed seven students aged 12 to 14 years. The subjects were divided into two groups with four students from the competitive level 3 students and beginners. The training sessions consisted of 30 sessions of 150 minutes each. Were used to collect data for the 50-meter test to measure the speed, flexibility orgoniômetro for the test, winding track to measure agility, balance test (aircraft) and test bar to measure the force of arms. We conclude that the results found in pre-and post-test, noted that allowed the Artistic Gymnastics has an effect on motor skills in students aged 10 to 14 years. Key-words: Gymnastics, Stock Motor, Motor Skills. tornando-os progressivamente significativos. melhor será sua eficiência”. . que sofre perdas visíveis com a idade. 382). alturas. aterrissagens de diferentes alturas através de saltos. 2001). suspensão. onde as crianças aumentam sua força mediante o aperfeiçoamento de sua capacidade funcional do sistema nervoso. em vez do crescimento dramático do tamanho do músculo.INTRODUÇÃO A ginástica artística pode ser considerada um aspecto da educação total da criança. longitudinal e combinado. na verdade que nosso modo de ser e de se movimentar. como equilibrar-se em um pé só. posições invertidas. (WEINECK. p. 15). O equilíbrio freqüentemente é definido como estático ou dinâmico. graças ao acúmulo de gestos e vivências motoras. a partir de uma prática elaborada cuidadosamente. 2000. portanto quanto mais cedo ela for trabalhada. p. realizar movimentos na trave de equilíbrio são exemplos de habilidades de equilíbrio estático. Segundo Hostal (1982. O equilíbrio estático refere-se à habilidade de manter-se em certa posição estacionária. O trabalho da ginástica artística aprimora o desenvolvimento das percepções. é através dele que aprendemos a se encontrar e vivenciar a vida”. rotações nos eixos transversal. 2003. Kreamer (2001) assinala o importante papel desempenhado pelo seu próprio sistema nervoso central na geração de ganhos de força. quando em movimento de um ponto para o outro (GALLAHUE E OZMUN. Já o equilíbrio dinâmico define-se como a habilidade do equilíbrio manter-se na mesma posição. permitindo uma progressão a cada aula. 1987). fazendo parte desse aprimoramento à experiência em espaços físicos e situações que promovam o contato com aparelhos de diferente forma. Agilidade é a “capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direção” (BARBANTI. favorecendo situações de apoio. A flexibilidade é a habilidade que várias articulações do corpo têm para se movimentar ao longo de sua escala total de movimento (GALLAHUE E OZMUN. (LEGUET.12): “nosso corpo nada mais é. P. “A velocidade é um fator de desempenho físico. larguras e densidades. 2001). levando-a á aquisição de um conhecimento e domínio do mundo que acerca e de si mesma. através de uma proposta que apresenta evoluções num espaço. Internacionalmente. distância e com vara. arremesso de pedras. que favorece uma diversidade de experiências motoras. com o restabelecimento dos jogos olímpicos em Atenas. A ginástica é praticada. A realização dos primeiros campeonatos e jogos olímpicos. Por meio de pesquisa de campo realizada acerca das ações e habilidades motoras da criança. identificar e verificar se a mudanças nas ações motoras no aparelho solo em alunas de faixa etária de 10 a 14 anos. Os discípulos. o que acabou contribuindo para propagar a atividade e o método de Jahn. 2005. Em 1972. lançamento de dardo e natação para o sexo feminino. emigraram para outros países. subida na corda. Ginástica Artística Segundo Teixeira (1997). força.A ginástica artística é uma atividade física de base formativa e educativa. flexibilidade e equilíbrio e procurou aplicar em um grupo de alunas de nível competitivo e iniciantes de Ginástica Artística. A moderna ginástica desenvolveu-se na Alemanha impulsionada por Friedrich Ludwig Jahn. perto de Berlim. além das provas de aparelhos. flexibilidade. salto em altura. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO. Grécia. salto em distância. provas de atletismo: corrida. 2005). fazia parte do programa de ginástica. Entretanto. . a ginástica foi incluída no programa oficial competitivo o que foi vital para o seu crescimento em nível mundial. este trabalho buscou verificar se a Ginástica Artística atua sobre mudanças importantes nas ações e habilidades motoras de agilidade. que fundou em 1811. com aparelhos diversificados específicos e adaptados. de Jahn. velocidade. Em 1896. ora consciente por meio de movimentos ginásticos e ora inconsciente por intermédio do trabalho do dia-a-dia. procurou compreender. 1. principalmente no Sul do país. o primeiro ginásio ao ar livre para treinamento físico da juventude prussiana. em Santa Catarina. velocidade equilíbrio e força em alunas de 10 á 14 anos. com programações de séries obrigatórias e séries livres. fundada em 16 de novembro de 1858. A metodologia utilizada para este estudo foi teste de agilidade. bem como corrida de 60 metros.) Ainda segundo o mesmo autor fica evidente que a mais antiga sociedade de ginástica no Brasil é a sociedade de Ginástica de Joinville. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO. o programa da Ginástica Artística foi uniformizado para os jogos olímpicos e campeonatos mundiais. transversal e ântero-posterior necessários nos encadeamentos. Quanto às particularidades da prática da ginástica de solo. o ginasta pode nos exercícios de solo. p. 1. quase todos os exercícios básicos na formação da ginástica. 1981). 1980. local que até hoje é bem trabalhada. (DIECKERT. em sua totalidade.1 Solo “Os elementos no solo constituem a base para a prática nos aparelhos. O exercício de solo é a forma mais simples da formação. movimentar-se em espaços amplos e em todas as direções. 1980). e em 1980 nos Jogos Olímpicos de Moscou. a Ginástica Artística teve inicio com a colonização alemã no Rio Grande do Sul em 1824. Argentina.o Brasil iniciou sua participação em 1951. ocorre o perigo de que. A partir de março de 1979. a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) assumiu definitivamente a direção da Ginástica Artística no Brasil. (BORRMANN. principalmente pela característica e disciplina do povo Europeu”. 1977. logicamente. KOCH. Por este motivo. do contrário. o sucesso seja notado em poucos alunos. desenvolve a dominância lateral e a lateralidade. popular em países do primeiro mundo. realizados em Bueno Aires. A Ginástica Artística. Os exercícios de solo abrangem. 118). é atualmente uma das modalidades esportivas mais apreciadas pelo público. p. e isto. cita que ao contrário do que acontece com todos os aparelhos. é importante para que os exercícios ginásticos . “a ginástica praticada hoje. exigem em sua preparação geral um treinamento com auxilio de formas ginásticas apropriadas a fim de educar o sentido de equilíbrio. p. ele é particularmente utilizado em aulas e nos treinamentos específicos. Os giros ao redor dos eixos longitudinal. eles desenvolvem todas as capacidades motoras e tem um efeito revigorante orgânico quando executados com uma intensidade suficiente”. em Roma. principalmente pelos movimentos acrobáticos e pela beleza geral das apresentações.183). Bormann (1980). Em virtude da resistência firme que o solo representa o desvio de determinadas partes do corpo é impedido ou fortemente limitado. apesar da cuidadosa seqüência metódica da aprendizagem. Em 1954 participou do Campeonato Mundial. Para Arnold e Zinke (1983. Força de impulsão e força de apoio deve ser suficientemente trabalhada antes de iniciar o processo de ações motora. nos I Jogos Desportivos Pan-Americanos. “No Brasil.45). (BORRMANN. (PUBLIO. até mesmo um elemento ginástico simples dentro de um conjunto complexo está estreitamente ligado ao elemento que o procede. se a aula não for motivadora.(rolamentos. pois a criança sabe que se ela superar suas dificuldades recebera uma recompensa. 1.2 Motivação A motivação é muito importante na Ginástica Artística. a recompensa é a chave para a motivação. e logicamente. os elementos acrobáticos no solo são precedidos de um impulso e este determina a qualidade técnica dos mesmos. A motivação pode ser analisada de maneira intrínseca e extrínseca. È importante ressaltar que o aluno motivado. seguimentos bem como sentir e realizar melhor os vários movimentos e por esta razão. pois quando se trabalha com crianças iniciando a modalidade. Segundo Buriti (1997). necessidades. motivos.. (DAVIDOFF. mas aulas organizadas por intermédio da liberdade dos corpos.) e com elementos da ginástica. e com aquisição de responsabilidade no que se refere à inserção social e de educação atlética. flic-flac. pois a motivação deve facilitar a pratica esportiva. não existirá a inclusão pelo gosto. 1983). Pois. Ao se ministrar não só aulas convencionais. a motivação é um estado interno que tem como resultado a necessidade de ativar ou despertar comportamentos dirigidos à necessidade ativa do cumprimento. saltos e impulsos”. o que poderá culminar com a desistência do iniciante. descubra os diversos. mesmo que o aluno tenha facilidade para executar os movimentos da Ginástica Artística. assume papel preponderante (expectativa. parada em dois apoios e outros) estejam coordenados com o sentido dos elementos acrobáticos (saltos mortais. trabalha-se dentro do esquema corporal (HOSTAL. 1982). esta teoria de avaliação cognitiva fornece uma moldura conceitual útil para classificar as relações entre recompensa externa e motivação interna. Na ginástica o corpo encontra-se geralmente em posições incomuns. Segundo Carrasco (1987). interesses) e ações do meio ambiente como . deve-se motivar o máximo para que no futuro se consiga revelar talentos. fará da aula um momento de alegria e felicidade.. permitindo que a criança. Segundo Davidoff (1983). pois a música estimula suas funções sensoriais e afetivas. Ela não precisa ficar escutando só a voz do professor dando as instruções dos exercícios. Pode-se notar que um bebê. por intermédio da música a criança se movimenta. É uma maneira de incentivo para o aluno ter um fundo musical durante as aulas. pois para se alcançar os objetivos propostos a motivação é essencial. a motivação é o desejo consciente de se obter algo. Para Verderi (1998). bem como durante as aulas e treinamentos. É por esse motivo que a música faz parte da nossa proposta educacional de toda criança. (VERDERI. p. Ações Motoras e Habilidades Motoras As ações motoras abordam o conjunto de especialidade e cada uma delas representa a totalidade significativa para o praticante. a música exerce uma influência muito grande na criança. musicas infantis para que a criança deixe a euforia da aula para trás. (SAMULSKI. recordação. 1998). pois a música sempre esteve presente. percepção. momento ou atividade. Segundo Gouvêa (1997). Segundo Verderi (1998. considerando-se a relação que o iniciante mantém com o equipamento e o contexto. a unidade comportamental que pode . 2. com relação ao ensino e aprendizagem. pensamento. usa-se.51): A Ginástica necessita da música no solo feminino. isso determina a forma de comportamento do individuo.facilidades de execução tarefas atraentes e interações sociais. Ela esta envolvida em diferentes comportamentos como: desempenho. conscientes e antagônicos gerando constantes conflitos. pois é muito bom dançar com música. que ao mínimo som. 1992). sem levar em conta seu fator estimulante. esquecimento. Também possuem elementos complexos. em qualquer lugar.3 A Música nas Aulas de Ginástica Artística Por intermédio da música o aluno desenvolve sua percepção corporal expressada em movimentos belos e sutis no aparelho solo. Mas certamente é a motivação que move o homem. tem que haver motivação. é uma forma também de estimular a criança a participar das aulas mais descontraídas. se movimenta. criatividade e sentimento. 1. aprendizagem. atenção. Para uma volta á calma depois de uma aula. A precisão do movimento é dividida em duas categorias. ou outras habilidades.ser ampliada pela transformação e diferenciação por níveis de prática. habilidade motora em série. por possuir bem estabelecido um início e um fim da habilidade. são: deslocar-se em bipedia. (MARÇAL. controlar o corpo ou partes do corpo no espaço. de habilidades. o movimento é ponto principal do domínio motor e com o objetivo de determinar o envolvimento dos componentes mentais ou cognitivos que ocorrem na maioria das habilidades motoras. . também é chamado de domínio psicomotor. As habilidades motoras básicas. equilibrar-se. Em Ginástica Artística será utilizado basicamente às habilidades motoras grossas que são caracterizadas pelo envolvimento da musculatura como base para o movimento. estabilidade do meio ambiente. para a prática da Ginástica Artística. distinção do começo e ponto final. existe uma inter-relação entre os domínios do comportamento cognitivo e do comportamento afetivo. ficando assim dividida: precisão do movimento. Para Prestidge (1969). mover um objeto. As habilidades motoras são aquelas que envolvem movimento. habilidade motora fina. 1969). (1987). a base motora e a gênese particular (PRESTIDGE. contato. não há distinção entre o início e o fim da habilidade. com controle de tempo numa curta ou longa ação e seqüência de situações previsíveis ou imprevisíveis. 1987). controle de feedback (MARÇAL. Cada sistema de classificação de habilidade motora é baseado em sua natureza geral. porém não se pode esquecer que estas habilidades ou comportamentos do domínio motor não são realizados sozinhos. de acordo com Leguet. as habilidades poderão ser abertas (estímulos previsíveis) ou fechadas (estímulos não previsíveis). a distinção do começo e ponto final pode ser dividida em: habilidades motoras discretas. manipular. passagem pelo solo (ou trave). A classificação de habilidade motora é baseada na determinação de quais componentes ou elementos de uma habilidade são semelhantes a outros componentes. e relacionada com aspectos específicos. O controle de feedback é utilizado para ajustar por meio de informações sensoriais a ação durante o movimento. controlar ou equilibrar objetos. mover. habilidade motora grossa ou global e. Marçal (1987) sugeriu que no domínio motor podem ser considerados como comportamentos aqueles que envolvem algumas ou todas essas ações. Na estabilidade do meio ambiente. 1987). encadeamento de habilidades motoras discretas e habilidade motora contínua. aterrissar. nos Estados Unidos.abertura e fechamento. saltar. etc. Os elementos da Ginástica Artística ocorrem a partir do encadeamento de ações motoras. e isto com certeza. mas sim pela busca de variados estímulos que condicionem seu aparelho locomotor. passar próximo ao solo. saltar. Estas ações integradas produzirão uma série simples. a inserção das ações mais características são: rolar. saltar. substituindo a noção do desempenho motor geral pelo conceito de que cada indivíduo apresenta um desempenho motor específico dentro de cada uma das capacidades motoras. naturais. a experiência motora de cada criança se caracteriza principalmente aos estímulos extrínsecos vindos do meio ambiente. Através dos movimentos busca-se interagir com a prática em si e Leguet (1987. balancear em apoio. É possível reconhecer as principais ações musculares em cada habilidade. girar e amortecer. . amortecer. seqüência ordenada destas ações motoras. porém completa. passar pelo apoio invertido. passar pela suspensão invertida. mas da coordenação de todas as ações. por exemplo: o mortal para frente é o encadeamento de 3 ações motoras como. ações executadas coordenadas entre si. inversões de apoio. 81): Defende suas colocações acerca da contribuição da Ginástica Artística no desenvolvimento demonstrando que a Ginástica Artística realiza movimentos básicos. Segundo Leguet (1987). tal como os elos de uma corrente. passar pelo apoio invertido. ainda que haja uma que sobressaia sobre as outras. Segundo Guedes (2000. A abordagem do conteúdo motor em Ginástica Artística. p. equilibrar-se. Gallahue e Ozmun (2001) afirmam que. realização de determinadas habilidades não depende somente da ação muscular em si. surgiu um novo modelo partindo da suposição que o desempenho motor se caracteriza pela elevada especificidade de cada uma das capacidades motoras isoladamente. e movimentos inabituais como a passagem pelo apoio invertido. p. o ambiente de prática pode ser alterado e manipulado para que o aprendizado ocorra de forma eficiente e interagindo as ações que possam ser adquiridas neste mesmo ambiente por um praticante de ginástica artística.56): A partir da década de 80. balancear em suspensão. deslocar-se em bipedia. manter equilíbrio. saltar. como correr. proporcionado pela atividade que a criança está envolvida. caminha em direção a boa formação do aluno. volteio. girar sobre si mesmo. Para Malmberg (2003). no aparelho Solo. não podendo ser dada como uma busca de desempenho. chamado de cadeia motora. e eis que a genética oferecerá perspectivas que ultrapassem o próprio processo. as crianças em sua grande maioria não encontram grandes dificuldades para executar esta habilidade. ao se executar um rolamento (PEROTTI e PELEGRINI 2001). em diferentes posturas. por sua vez. Utiliza ou não de impulsos e estimula naturalmente a força e está inserido nos quatro aparelhos femininos da ginástica. trata-se de uma atividade bastante diversa dentre as habilidades que compõe o repertório motor da criança. com apoio ou em suspensão. uma vez que exige certa confiança para que o movimento possa ser progressivamente evoluído. Uma condição essencial para a execução de uma ação é a garantia de que o indivíduo possa em seguida retornar a uma posição conhecida. dentre as ligações. afastada.Os movimentos que classificam as ações motoras da ginástica são importantes para a complementação de exercícios que venham a ser realizados em série. A criança consegue adquirir maior controle sobre alguns aspectos do rolamento. 2001). grupada. O trabalho sempre se inicia de forma global. pois o produto final do rolamento é a conseqüência da execução harmoniosa dos membros cabeça e tronco. As ações motoras fazem a ligação entre a habilidade e a constância de movimentos. vela. ou para a evolução de um movimento básico. uma abordagem analítica oferecerá parâmetros para um aspecto otimizado do gesto (LEGUET. contudo isto infere no ganho de coordenação motora. O exercício como o rolamento. como manutenção do alinhamento do corpo. reversões. 1987). em direção a ponte para frente. parada de mãos. . como no caso dos mortais ou ligados a outros elementos (PEROTTI e PELEGRINI. no entanto a evolução e a performance mudam no decorrer dos anos (PEROTTI e PELEGRINI. E isto fica evidente por intermédio de Leguet (1987): As diferentes possibilidades de inversão podem fortalecer-se mutuamente e suas variantes são bem conhecidas: roda. flics. aperfeiçoando de forma progressiva esta habilidade. 2001). velocidade e economia do movimento. Os exercícios mostram-se em um processo de abordagem. procurando comprometer a criança com uma familiarização com o aparelho. O movimento de girar sobre si mesmo. para frente e para trás. estendida e carpada. três apoios. que é identificado como rolamento. rodante. pode ser executado em diferentes direções. 1987). assegurar a aterrizagem e recuperar o equilíbrio (LEGUET. em que sinergias neuromusculares complexas são ativadas com mínimo envolvimento da atenção. p. Isso é feito imaginando-se as possíveis formas de atender a essa exigência. como em uma parada de dois apoios. o indivíduo precisa analisar os erros cometidos e tentar corrigi-los nas tentativas seguintes (NUNOMURA. a fim de que vários músculos sejam ativados de forma organizada. pode-se colocar a tarefa de ficar na posição invertida. e não onde se deseja que esteja. como em uma estrela ou reversão. em que deverá gerar uma hipótese de como seria possível realizar tal objetivo. 2005). ou fazer a inversão de posição em situação dinâmica. 2005). Para tanto. que freqüentemente são quantificadas de forma qualitativa. Guedes e Guedes (2000) asseguram que o bom desenvolvimento motor durante a infância e a adolescência (pois constituem nos períodos críticos mais importantes) poderá contribuir na tentativa elevar os índices de promoção de saúde coletiva entre crianças e jovens. a transformação de planos de ação em movimento é perfeita nas tentativas iniciais. . “Quando o ciclo acima descrito é repetido suficientemente. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO.Um dos princípios fundamentais da motricidade humana é que o comportamento motor é adaptável. (NISTAPICCOLO. via-de-regra está-se fazendo referência a alterações observáveis no desempenho motor. 2005. Quando se fala em aprendizagem. o que poderia ser feito por meio de ações tais como elevar os pés e tentar permanecer em posição estática. Em seguida. 28). pois o organismo se encontra especialmente sensível á influência de fatores ambientais seja quanto a fatores biológicos ou culturais. com as mãos apoiadas no chão e os pés para cima. a título de exemplo. O passo seguinte consiste em colocar em prática um desses planos de ação. ocorre a transição de ações mal-coordenadas de grande demanda cognitiva para movimentos altamente precisos. inicialmente o indivíduo precisa identificar o problema motor que. como se faz em torneios de ginástica artística. a esse processo dá-se o nome de aprendizagem”. 2005). transformando uma imagem mental em movimentos efetivos. Nessa fase tem-se que coordenar um complexo sistema muscular. o aluno precisa formular um plano de ação. e segundo Meiriol (1999) o aluno deve ser analisado onde se encontra. por seu turno. as sinergias que se revelam mais efetivas e econômicas em termos de consumo de energia e atenção é selecionadas e estabilizadas com a prática. buscando-se aquelas que se mostrem mais bem-adaptadas para concretizar a meta desejada. táteis.67): No decorrer desse processo. equilíbrio é básico para todo o movimento e é influenciado por estímulos visuais. 32). mesmo quando este é colocado em várias posições. p. 2. pois se busca enfatizar as melhores formas de se executar um sistema motor e isto é analisado por meio Nunomura e Nista-Piccolo (2005. 2003). e então o avaliador faz uma comparação entre um padrão de correção que já foi internalizado por ele e a ação que acabou de ser executada”. . O comportamento observável. pode-se inferir o quanto o aprendiz desenvolveu sua habilidade. á medida em que as crianças crescem dependem mais da informação sinestésica e menos da informação visual.1 Equilíbrio As crianças respondem à melhora no desempenho do equilíbrio através e em diferentes maneiras. p. A partir da comparação entre a última avaliação e as avaliações feitas em momentos anteriores.“Nessas situações. (GALLAHUE e OZMUN. 2001. cinéticos e vestibulares”. Como conseqüência disso. várias formas de interligar os diferentes sistemas sensoriais e motores são testadas. observa-se a execução de uma habilidade isolada ou de uma série de habilidades encadeadas. reflete uma série de modificações no sistema sensório-motor que são provocadas pela busca sistemática de se atingir um objetivo. 2005). O ambiente e a atividade que cada criança estiver envolvida é que determinará os números quanto ao desenvolvimento do equilíbrio “O equilíbrio é uma habilidade em que o indivíduo mantém a postura do seu corpo inalterada. ou seja. o processo de aprendizagem motora pode ser descrito como uma busca de solução para uma tarefa que surge de uma interação do indivíduo com a tarefa e o meio ambiente (BARBANTI. (NUNOMURA e NISTA-PICCOLO. Haywood e Getchell (2004) também colocam que o equilíbrio. Ainda Fernandes (1998). mesmo um indivíduo. força rápida e resistência de força. a resultante é igual à zero”. p. 1998. afirma que o equilíbrio dinâmico é o tipo de equilíbrio que o aluno pode executar em qualquer exercício em movimento. ou seja. (FERNANDES. quando parados (equilíbrio estático) e quando em movimento (equilíbrio dinâmico) e por outro lado deve-se equilibrar sobre uma variedade de partes corporais. não somente sobre os pés. bem como a postura deve ser mantido em infinitas situações. Ghorayeb e Barros (1999) mostraram que a força. 38). as ginastas e todas as partes corporais sobre as quais trabalharão que contam do calendário. atribui-se um papel significativo ao desenvolvimento de acordo com a modalidade esportiva. Portanto. como a capacidade de produzir tensão nos músculos esqueléticos. pois é ele que nos dá a instabilidade para que possamos executar exercícios de equilíbrio no aparelho solo. sendo assim. imediatamente recupera seu equilíbrio”. “O equilíbrio recuperado é muito usado junto com o equilíbrio dinâmico. (GALDINO. 2. O equilíbrio dinâmico pode ser utilizado como exercícios técnicos e educativos. pag. quer seja criança ou adulto eventualmente deverá equilibrar-se sobre superfícies que não sejam o chão. representam em quase todas as modalidades esportivas um dos fatores determinantes do desempenho. 2001.2 Força Segundo Weineck (1999) a força nas suas diversas manifestações. Segundo Fernandes (1998). o equilíbrio estático tem como principal responsável o sistema nervoso. força máxima. e que depende também dos processos nervosos. mas não serve para a preparação física. e da capacidade de ajuntar . o aluno procura buscar a instabilidade para obter maior sucesso em sua execução. é diretamente proporcional á capacidade contrátil nas fibras musculares. quanto à qualidade de aptidão física. “Equilíbrio é tido como a capacidade do corpo em assumir e sustentar qualquer posição contra a lei da gravidade. com a ajuda de sua musculatura e sua estrutura óssea. tais como uma escada. 22). pois o aluno depois de executar qualquer exercício de vôo que requer qualquer tipo de aterrissagem. quando as forças que atuam sobre ele se anulam. Qualquer corpo se encontra em equilíbrio. Os mesmos autores no parágrafo acima citam como exemplo. ou sem até mesmo todas as informações que gostariam como seria o caso de caminhar no escuro. e dada pela massa multiplicada pela aceleração da gravidade. (BARBANTI. sendo a força peso e medida em newtons (N). melhorando seu desempenho e condicionamento físico.suas unidades motoras. 2002. 1996). a força é o produto de uma massa por sua aceleração. pois a criança não pode obter da mesma forma que o adulto o aumento da massa muscular e também não pode ser aumentada mais do que seu crescimento normal. o treinamento pliométrico. por exemplo. A força exigida na ginástica artística engloba e exige o fortalecimento de diferentes regiões musculares. a gravidade. seja ele o seu próprio corpo ou um implemento esportivo. força e resistência. 109). A interna é produzida pelos músculos. p. E ainda. enquanto que a Externa age externamente no corpo humano como. Barbanti (1996) ainda explica de uma maneira geral que força é a característica humana que pode mover uma massa. tem também em outras áreas. que resulta na capacidade de desempenhar resistência muscular. o atrito. a força é uma hipótese para o rendimento que permite superar ou se opor a uma resistência. (BOMPA. 231): É o fato do treinamento de força não buscar hipertrofia. como no remo. que resulta na capacidade de desempenhar várias repetições contra uma resistência. na natação e no ciclismo”. é essencial em várias modalidades . Mas. se o conceito de força estiver se referindo ao movimento esportivo. Do ponto de vista físico. Portanto um fator importante apontado por Kreamer (2001) é o fato do treinamento de força não buscar hipertrofia. pois a criança não pode obter da mesma forma que o adulto o aumento da massa muscular. o treinamento de força tem. Paralelamente ao seu significado para a capacidade imediata de desempenho específico em um esporte. como na rebatida ou no salto. a segunda combinação. como pré-requisito para maior tolerância á carga. como base para a execução de métodos de treinamento. a oposição exercida por um adversário. rápido com explosão. em geral. e também. Esse processo é. a resistência do ar. será dividido em Força Interna e Força Externa. p. importantes funções. na teoria do treinamento. não pode ser aumentada mais do que seu crescimento normal. sendo o aperfeiçoamento das capacidades técnicas e de condicionamento. Seus músculos devem beneficiar se do treinamento através do aperfeiçoamento e aumento de sua função muscular. ligamentos e tendões. são denominadas resistência muscular. como por exemplo. e isto fica evidente segundo Kreamer (2001. ou um peso que se queira levantar. por exemplo. treinamento desmodrônico. estático isométrico. 2002). p. melhorando seu desempenho e condicionamento físico. Weineck (1999) refere-se a uma composição de diversos métodos de treinamento em que parece ser significativos quanto aos tipos de contração. podendo diferenciar-se em treinamento de força auxotônico divido em treinamento de força dinâmico positivo e negativo. acelerá-lo quando houver necessidade. facilitando sua evolução. Não sendo utilizado. treinamento por estações. método concêntrico puro. para as pessoas que procuram melhorar o desempenho de um atleta. 2001). método da pré e pós – fadiga. Os músculos devem receber benefícios do treinamento por intermédio do aperfeiçoamento e aumento de sua função muscular. 1993). combinação concêntrica e excêntrica. entre outras ações. métodos das cargas decrescentes. 4): Coloca uma crescente participação de crianças em diversas práticas esportivas. o desenvolvimento desta deve estar em prioridade. a razão entre peso corporal e força tem uma conseqüência importante. treinamento de força isocinética. que não seja compatível aos interesses particulares da criança (MARQUES. Estas atividades requerem uma necessidade significativa em melhorar a preparação física para evitar o risco de lesões relacionadas a estas práticas. A necessidade de se utilizar a força de várias formas na criança estimula e aprimora os exercícios. de mudar a direção. pois o executante necessita movimentar seu corpo quando parado. Devendo-se ainda destacar que a criança naturalmente utiliza força ao brincar e em suas atividades diárias (GALLAHUE.esportivas. a principal preocupação é como aplicar o treinamento da força por crianças sem prejudicar seu desenvolvimento. Para Bompa (2002). métodos da pirâmide dentro de uma série. Pará-lo quando está em movimento. desde o futebol até a ginástica e o atletismo. treinamento de pirâmides. excêntrica isométrica. métodos dos contrastes. (BOMPA. Neste caso um treinamento de força adequado apresenta maior possibilidade de atender essa necessidade durante a prática de variadas atividades físicas. treinamento pliométrico. solicitações musculares de um só grupo muscular. saltar. permitindo comparações entre atletas individuais. . há vários tipos de força para qual o treinador tem de estar capacitado a fim de conduzir um treinamento mais efetivo. métodos americanos clássicos. indicando se cada um deles tem a capacidade de desempenhar certas tarefas. desenvolver a força. Para Kreamer (2001. velocidade. A flexibilidade como específica das articulações e pode ser melhorada com a prática. com maior fluência e de modo eficaz. mais rapidamente. ela também facilita a execução dos movimentos. Ressalta ainda que a otimização dos requisitos motores do condicionamento em força. os exercícios podem ser executados com maior amplitude de movimentos. resistência muscular em que a capacidade muscular tem de sustentar o trabalho por um tempo prolongado.Ainda por intermédio de Bompa (2002). mais facilmente. representando a capacidade de executar a força máxima no tempo mais curto. Também é colocada a situação de um adequado treinamento de flexibilidade .3. a força específica onde a força dos músculos que são particulares ao movimento do desporto (os principais movimentos). permite o máximo percurso das articulações em posições diversas. Flexibilidade A flexibilidade representa uma característica relativamente autônoma do desempenho esportivo e assume uma posição central dentre as principais capacidades condicionais e coordenativas. 2. graça e leveza e qualquer que seja a dificuldade do movimento. os tipos de força que devem ter importância para um professor seria a força generalizada em que se refere á força de um sistema muscular completo. resistência. Em termos científicos Araújo (1990).37). 2001). força relativa que representa a razão entre a força absoluta de um atleta e seu peso corporal. (BOMPA. define a flexibilidade como uma qualidade que com base na mobilidade articular extensibilidade e elasticidades musculares e sob o controle do sistema nervoso central. A força máxima em que se refere a mais alta força que o sistema neuromuscular pode executar durante uma contração voluntária máxima. é ela que da maior amplitude nos movimentos. pois. Com o aumento da flexibilidade. Força absoluta em que a capacidade do atleta para exercer a força máxima independentemente do peso corporal. possibilitando ao indivíduo a realização de ações motoras com grande amplitude. p. força e velocidade. Já a potência é o produto de duas capacidades. Weineck (1999) acrescenta que esta é uma capacidade que também pode atingir um alto grau desenvolvimento durante a transição da infância para a adolescência. maior força. Por outro lado é um processo de longa duração (GALLAHUE e OZMUN. “Flexibilidade se refere á amplitude de movimento de uma articulação”. A flexibilidade na Ginástica Artística é essencial. 2002. Há diferentes métodos e programas de treinamento para o aumento da flexibilidade. os indivíduos alcançam flexibilidade máxima dos 15 aos 16 anos (MITRA e MOGOS. e para a flexibilidade ativa. pode se afirmar que tanto o método ativo quanto o método passivo são complementos um do outro. aconselhando 15 repetições em 3 ou 5 séries. Garotas. Sabe-se que um atleta de Ginástica Artística. o auxílio de um parceiro para aumentar o alongamento. podendo ou não favorecer a flexibilidade. mas havendo um notável aumento de massa muscular (hipertrofia). em oposição aos garotos. Para Dantas (1995). se entende como a maior flexibilidade possível numa articulação que o desportista pode conseguir sozinho e sem ajuda. a flexibilidade é um elemento muito importante para o desenvolvimento dos movimentos exigidos nas competições. parecem ser mais flexíveis. que em movimentos de grande amplitude requer uma grande capacidade muscular. é possível que se atinja os melhores resultados de flexibilidade por meio do treinamento da flexibilidade estática e da flexibilidade controlada. através da atividade dos seus músculos. sendo necessário quer haja uma interação entre os dois tipos de treinamentos para obtenção dos melhores resultados na amplitude da mobilidade articular. Outro fator influente seria a temperatura ambiente. ou seja. Bormann (1980). enfatiza que o melhor método é o das repetições.em ginastas. não trazendo prejuízos a atleta. estas definidas com estática sendo um tipo de flexibilidade realizada através da relaxação de toda a musculatura ao redor da articulação onde o movimento e a mobilização seguem de forma lenta e gradual influenciada por agentes externos na busca do limite máximo. e o método passivo de alongamento que trabalha a participação de uma forma externa. idade e sexo afetam a flexibilidade em indivíduos mais jovens. 1980). afirma que a flexibilidade passiva se entende por ser a maior flexibilidade passiva e pode determinar-se o grau de alongamento dos músculos que limitam a amplitude do movimento. Weineck (1999). Envolvendo o método ativo de alongamento que trabalha exercícios oscilatórios elásticos para o aumento da flexibilidade nas articulações. sendo a força um fator determinante para a amplitude e o alcance do movimento. constituindo exercícios de alongamento e exercícios de relaxamento num programa específico para o desenvolvimento da flexibilidade. Dentre os métodos de escolha no treinamento da flexibilidade. . Diante dos métodos apresentados pelos diferentes autores. 2006). a agilidade é conceituada como a capacidade do indivíduo realizar movimentos rápidos com mudança de direção e deslocamento do centro de gravidade corporal (CARNAVAL. a agilidade é a movimentação do corpo no espaço. . 2002. 2003. Vivenciar a direção compõe vários fatores de decisão corporal sendo para SCHMID e ALEJO (2002). 140). enquanto se muda de direção rapidamente. Já Segundo Rigo (1977).24). durante uma série de movimentos (TWIST e BENICKY. De modo geral. p. diferenciando-se apenas quanto às mudanças de direção. PITANGA. 2005). 1998. Segundo OLIVEIRA (2000). 2003. DANTAS. força. 1987. HOLLMANN e HETTINGER.Para Alter (2000). Agilidade Segundo Barrow e McGee (citado por SHEPPARD e YOUNG. 15). a agilidade foi definida como a habilidade para manter ou controlar a posição do corpo. BARBANTI. equilíbrio. coordenação e resistência são componentes necessários da agilidade. p. Para Barros (2000. Agilidade é a “capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direção” (BARBANTI. arrancar e parar de forma brusca (GAMBETA. 1996).” (BOMPA. “È importante ressaltar que a agilidade se refere à capacidade do atleta de mudar de direção de forma rápida e eficaz. a agilidade é “uma variável neuro-motora caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção. a agilidade é a habilidade para mudar de direção rapidamente e de forma exata. p. um programa de treinamento de flexibilidade é definido com exercícios planejados e regulares que podem aumentar permanente e progressivamente a amplitude de movimento de uma articulação ou conjunto de articulações durante um período de tempo. 2003. “A agilidade desenvolve-se por meio de exercícios que exigem uma inversão rápida dos movimentos com participação de todo o corpo” (KUNZE. sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo corpo ou parte dela". 2002. 51). movimentos que incluam trocas de sentido e direção. p. ou seja. 1996).4. 2. Mais recentemente. muitas definições colocam a agilidade como inserida na velocidade. Ou a habilidade para mudar de direção. velocidade de força. na verdade. específica para cada desporto. pugilistas. Para Grosser (1991). portanto. músculos e capacidade de mobilização energética. a velocidade é demonstrada por meio da relação entre espaços e tempo.5. caratecas. do aprendizado. as quais se apresentam em vários tipos de esportes. Entende-se por velocidade uma gama variada. O corpo quando se desloca para frente tende-se a uma reação de movimento rápido conforme a ação exigida pelo corpo. 2002. os atletas desenvolvem uma velocidade especial. podem ser diferenciada através de diversas e específicas formas de . o termo velocidade incorpora três elementos: tempo de reação. A velocidade motora resulta. de diferentes maneiras. do desenvolvimento sensorial e neuronal. reagir ou mudar de direção rapidamente. Mecanicamente. Bompa (2002) ressalta que a velocidade é importante para a maioria dos esportes porque grande parte dos atletas precisa correr movimentar-se. coordenativa e de condicionamento. por meio de métodos específicos. velocidade de freqüência. velocidade de ação. 2000). através de uma alta velocidade. na força máxima de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular. Ozolin (1971). da capacidade psíquica. desportistas e atletas destacam-se. Velocidade no esporte é a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento. bem como tendões. p. Velocidade Uma importante capacidade biomotora requerida nos desportos é a velocidade ou a capacidade de se transportar ou mover se rapidamente. a velocidade é definida em diferentes formas e subcategorias da velocidade motora. Segundo Schiffer (1993). sujeitas ás influências genéticas. afirma que há dois tipos de velocidade sendo uma a geral e as outras específicas.75). tanto durante brincadeiras como durante circuitos” (BOMPA. resistência de força rápida. elas se divertem e gostam de praticar atividades físicas em que a velocidade é importante. “Crianças gostam de saber que são velozes. baseada no processo cognitivo. cognitiva. freqüência de movimento por unidade de tempo e velocidade de transposição de uma determinada distância (BOMPA. de acordo com o condicionamento específico. velocidade de reação. incomum e complexa de capacidades.2. DELIMITAÇÃO As questões propostas na pesquisa ficaram restritas à pesquisa dos grupos de Ginástica Artística do Departamento de Esportes da cidade de São João da Boa Vista – SP. movimentos acíclicos (saltos. (WEINECK.velocidade. velocidade é não só a capacidade de coordenar. seguidos de movimentos cíclicos (patinação no gelo. compreender e identificar mudanças nas ações motoras no aparelho solo em alunas de faixa etária de 10 a 14 anos. QUESTÕES NORTEADORAS Por que compreender e identificar as ações e habilidades motoras em alunas de 10 a 14? Qual a razão de se analisar as variáveis motoras no aparelho Solo? Método . patins). Verificar se as sessões de treinamento de Ginástica Artística produzem mudanças sobre as variáveis motoras básicas. Identificar as ações e habilidades motoras necessárias para um bom aprendizado no aparelho solo. 1999). o que é de grande importância. Objetivos Específicos Objetivos Específicos Analisar as ações motoras no aparelho solo em alunas de faixa etária de 10 a 14 anos. Objetivo Geral Este trabalho teve como objetivo principal. lançamentos). Teste de agilidade (Pista Sinuosa).Foram elaborados os protocolos para avaliações motoras. ficha de teste. O objetivo destes instrumentos de pesquisa é analisar as ações e habilidades motoras nos alunos no aparelho solo. SP. A pesquisa foi composta por 7 alunas. caneta. As atividades são elaboradas e adequadas conforme o repertório motor verificado nas crianças. trena. considerando os testes que melhor se aplicam à faixa etária e aos objetivos do trabalho que está sendo desenvolvido. Teste de Flexibilidade posição ântero-posterior (Espacate) Cronômetro. através das avaliações.66 anos para as iniciantes. Pesquisa que foi realizada durante as sessões de Ginástica Artística com o mesmo grupo de alunas do Departamento de Esportes da cidade de São João da Boa Vista. Os testes foram aplicados no início de junho de 2010 para as alunas de nível competitivo e para as iniciantes. cones e orgoniômetro. sendo 4 do nível competitivo e 3 iniciantes. Procedimento Antes da realização dos testes todos os responsáveis pelas alunas assinaram uma autorização. Voluntários: dados pessoais e idade. . com a faixa etária de 10 a 14 anos. com a média de idade 12 anos do nível competitivo e de 13. e foram informados de todos os procedimentos dos testes. As aulas são aplicadas três vezes por semana em sessões de duas horas e meia. Teste de equilíbrio estático (Posição de Avião). Como instrumento central de pesquisa foi utilizado: Teste de barra para medição da força de membros superior. Teste de velocidade (Teste de 50 metros). Nota-se por intermédio de Schmid e Alejo (2002 apud Passos e Alonso 2009).já para a v3 houve uma melhora de 4. em trinta dias diferentes.teste para o pós-teste possivelmente tenha se dado por intermédio do treinamento realizado durante 30 sessões. a velocidade é mais complexa do que simplesmente correr o mais rápido possível. È importante ressaltar que a melhora do pré . Os dados da corrida pré-teste em alunas iniciantes mostram que a média foi de 10”93. Já em relação ao pós teste a média foi de 10”63 com mediana de 11”a5. tiros curtos. No resultado total. mostram que a média foi 8’’95. Ficou evidente que a v2 teve uma melhora significante do préteste para o pós-teste de 10. A melhora do pré para o pós-teste foi de 0”91.92%.95% do pré-teste para o pós-teste. já a mediana foi de 7”36. corrida pré-teste em alunas de nível competitivo. também.Resultados e Discussões 10 9 9"53 9"44 8"53 8"26 8"51 9"08 8"33 8"26 8 7 6 5 4 3 2 1 0 V1 V2 PRÉ . força muscular. A média do pós-teste foi de 7”34 com mediana . já a mediana foi de8’’98. inclui. habilidade de reagir e tempo de reação.84%. já a mediana foi de 11”15. e capacidade de parar rapidamente.TESTE V3 V4 PÓS . préteste e pós teste a média ficou em 10”78 e a mediana em 11”15. Já em relação à pista sinuosa o pré-teste em alunas do nível competitivo ficou com a média de 7”67.26%. Já em relação ao pós-teste à média foi de 8”52 com mediana de 8”38. Os dados do gráfico-1.e para a v4 mostra um resultado não expressivo do pré-teste para o pós–teste de*0.TESTE Gráfico 1 – TESTE DE CORRIDA 50 METROS: ALUNAS DE NÍVEL COMPETITIVO. movimentos rápidos em todas as direções. já a v1 teve uma melhora do pré-teste para o pós–teste de 3. O pós-teste mostrou a média de 9”06 e a mediana de 9”43.67%. barra em suspensão pré-teste em alunas iniciantes mostra que a média foi 9”79.já a v3 obteve uma melhora de 11. . O teste de pista sinuosa para alunas iniciantes mostrou que no pré-teste a média foi de 9”13 e a mediana ficou em 9”46. Já em relação ao pós-teste a média foi de10”80 com mediana de 10”23. 2001). A melhora do pré para o pósteste foi de 2”10. Ficou evidenciado que a melhora do pré para o pós-teste foi de 0”80. Ficou evidente que a v1 teve uma melhora do pré-teste para o pós-teste de 12. Em relação ao pós-teste observou-se a média de 22”23 e mediana de 23”86. já para a v2 mostra um resultado não significativo de*0. Ou seja.53%.de 7”30. Ressalta-se que em relação ao Teste de barra em suspensão para alunas de nível competitivo mostrou no pré-teste a média de 15”45 e a mediana de 15”83. Gráfico 6 – TESTE DE BARRA EM SUSPENSÃO: ALUNAS INICIANTES Os dados do gráfico-6. no aumento de sua capacidade de resistência muscular. já a mediana foi de 9”10. No resultado geral. pré e pós-teste a média foi de 7”57 e a mediana de 7”34.04% do pré-teste para o pós-teste. A participação de crianças em programas de treinamento de força está relacionada a questões de apenas beneficiar o aumento da força muscular. A melhora do pré para o pós-teste foi de 0”21 e na soma do pré e pós-teste a média foi de 9”10 e a mediana ficou em 9”44. na diminuição do risco da ocorrência de lesões durante a prática de atividades esportivas e aumento da capacidade de desempenho nas mesmas (KREAMER. na capacidade do músculo realizar movimentos contra uma dada resistência. já a mediana foi de 8’’98. Já em relação ao pós-teste à média foi de 8”52 com mediana de 8”38. bem como a facilitação para a chegada até as habilidades específicas e complexas. como correr.CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante ressaltar o valor regulador das ações motoras em prol da descoberta e da vivência do movimento. Em relação aos dados do gráfico-1 mostram na corrida pré-teste em alunas de nível competitivo.92%. é importante a contribuição da Ginástica Artística no desenvolvimento motor da criança por intermédio de movimentos básicos e naturais. que a média foi 8’’95. Nada vem isolado na Ginástica Artística. Portanto conclui-se que a Ginástica Artística. já para a V2 mostra um resultado não significativo de*0. Ficou evidente que a V1 teve uma melhora do pré-teste para o pós-teste de 12.95% do pré para o pós-teste. já a V1 teve uma melhora do pré para o pós–teste de 3. saltar. pois tudo deve ser analisado por intermédio da sensibilidade e concretizado por meio das ações e habilidades motoras. inversões de apoio e rotações. Ficou evidente que a V2 teve uma melhora significante do pré para o pós-teste de 10. é uma modalidade de base para as demais áreas da Educação Física.53%.26%. já a mediana foi de 9”10. bem como movimentos inabituais como a passagem pelo apoio invertido.04% do pré-teste para o pós-teste.67%. barra em suspensão pré-teste em alunas iniciantes mostra que a média foi 9”79. Já em relação ao pós-teste a média foi de10”80 com mediana de 10”23. Os movimentos que classificam as ações motoras da ginástica dão excelência na complementação de exercícios que venham a ser realizados em séries. ou mesmo para a evolução de um movimento específico de base. Os dados do gráfico-6.já a V3 obteve uma melhora de 11.já para a V3 houve uma melhora de 4. REFERÊNCIAS . Segundo Leguet (1987). 1999. V. Rio de Janeiro: Shape. BURITI. GUEDES. CARNAVAL. Campinas. Ginástica de Aparelhos. M. (1998). E. D. H. ed. Lisboa. e GUEDES. SP: Alínea. Ginástica em Aparelhos para Meninos. E. D. P.ALTER. Phorte. Editorial Estampa. Rio de Janeiro: Shape. 2001. J. Rio de Janeiro. São Paulo: Pedagogia e Universitária.O 2002 Periodização: teoria e metodologia do treinamento. Flexibilidade: alongamento e flexionamento. & ZINKE. E. São Paulo: Phorte Editora. C. S. DANTAS. São Paulo: Manole 2003. ed. 2003. E. & OZMUN. Mc Graw-Hill: São Paulo. T. E. São Paulo: CRL Balieiro. DAVIDOFF. ARNOLD. J. GALDINO. (1980). Composição Corporal e Desempenho Motor. 1995. (1997) Psicologia do Esporte. Ao Livro Técnico S. 2002. BOMPA. Ginástica Olímpica Exercícios Progressivos e Metódicos. 1998. L (1983) Introdução a Psicologia. 2000. H. Porto Alegre: Artmed Editora. 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