Geologia Do Ne Paraense

March 20, 2018 | Author: gallobaia | Category: Granite, Mining, Clay, Rock (Geology), Geology


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13 de janeiroPESQUISA GEOLÓGICA DE CAMPO GEOLOGIA NE-PA UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS FORMAIS Geologia Regional (Descrição resumida das Unidades Litológicas da Região Nordeste do Pará – Cráton São Luís, Domínio Gurupi e coberturas fanerozóicas) 1 Cráton São Luís 1.1 Grupo Aurizona Pastana (1995) foi quem primeiro denominou esta unidade. A mesma consiste em uma seqüência metavulcano-sedimentar metamorfisadas em fácies xisto verde, localmente fácies anfibolito, compostas por xistos de naturezas diversas, filitos, quartzitos, rochas metapiroclásticas, metachert e algumas rochas metaultramáficas, havendo larga predominância de termos paraderivados em relação aos ortoderivados. Suas rochas apresentam xistosidade e ocorre somente no domínio São Luís (Klein & Moura, 2003). Pastana (1995) posicionou a unidade no amplo intervalo ArqueanoPaleoproterozóico. Klein & Moura (2003), com dados geocronológicos mais precisos, definiram sua idade no Arqueano. 1.2 Suíte Intrusiva Tromaí A unidade foi primeiramente definida por Costa et al. (1997), que a denominou Associação Anorogênica Tromaí. Mais tarde Pastana (1995) a redefiniu como suíte Tromaí e a descreveu como constituída por intrusões granitóides polifásicas e de dimensões batolíticas, restrita ao domínio São Luís. Para Klein & Moura (2003), é um conjunto vulcano-plutônico constituído por tonalitos, trondhjemitos e granodioritos equigranulares e porfiríticos apresentando texturas e mineralogias ígneas bem preservadas. Os granitóides Tromaí são calcico-alcalinos e metaluminosos. A subunidade Granito Areal (fase mais evoluída do magmatismo Tromaí) é constituída por sienogranitos e monzogranitos. Os mesmos autores datama Suíte no Arqueano. 1.3 Suíte Intrusiva Tracuateua Segundo Lowell (1985).1 Complexo Maracaçumé Klein & Moura (2003) afirmam que este complexo foi inicialmente definido por Costa et al. Datações Rb-Sr em rocha total e K-Ar em muscovita e anfibólio situam a suíte no intervalo 1906 e 2056 milhões de anos (Ma) (Harley et al. Pastana (1995) diz que essa formação representa porções mais basais da crosta. Entretanto. Uma pequena parte desse complexo aflora no nordeste do Pará. Sua . 2 Domínio Gurupi 2. a unidade Kinzigito Marajupema ocorre próximo ao contato entre o complexo Maracaçumé e o Grupo Gurupi. Jaritequara e Vila Cristal. granada. foi designada por Costa (2000). ao longo do rio Piriá.. 1967. Abreu et al. sem a necessidade de representar uma unidade autônoma (Klein & Moura. 2003). Mirasselvas e Tauari. O seu posicionamento no contato entre rochas metassedimentares do Grupo Gurupi e gnaisses do Complexo Itapeva (nova designação do Complexo Maracaçumé) sugere que esta unidade consiste em lentes de quartzito de fácies anfibolito associadas a uma dessas unidades. Foi Pastana (1995) quem restringiu sua ocorrência ao domínio Gurupi.2 Kinzigito Marajupema Para Pastana (1995). Pastana reuniu nesta unidade Quartzitos feldspáticos portadores de cordierita. 2. de nordeste para sudeste.Segundo Klein & Moura (2003).3 Grupo Gurupi Este grupo foi primeiramente denominado por Francisco et al. Wanderley Fº. muscovita. Já Palheta (2001) determinou em Zr as idades no Arqueano. (1997) como Associação Metamórfica Maracaçumé. aflorando em contato tectônico com as demais unidades de domínio. com biotita e muscovita e portam enclaves de xistos e migmatitos. O Mesmo reuniu nessa suíte os corpos granitóides intrusivos de Tracuateua. 1980). que afloram próximo à cidade de Bragança (PA). (1980) renomearam a unidade para complexo Maracaçumé e a posicionaram no Arqueano. biotita e plagioclásio. sendo constituída por gnaisses e migmatitos de composição granítica e tonalítica portadores de enclaves anfibólicos. 2.. Dados preliminares em zircão obtidos pelos mesmos autores indicam que a unidade seja provavelmente Paleoproterozóica. Dados Rb-Sr em rocha total (Hurley et al. 1968) acusaram idades entre 580 e 800 Ma. o posicionamento da unidade foi mantido no Arqueano (Pastana. 1995). associados a muscovita-quartzitos. tendo suas rochas atingido condições metamórficas de fácies anfibolito médio e alto. Costa (2000) descreveu o grupo e o dividiu em três formações: Rio Piritoró. que dizia pertencer às rochas tanto ao Domínio São Luís quanto ao domínio Gurupi. além de paragnaisses. mostrando efeitos variados de migmatização. (1991). a suíte caracteriza-se pela presença de rochas isotrópicase foliadas. A constituição litológica do domínio é determinada por ortognaisses de composição tonalítica. trondhjemítica e granodiorítica. Jonasa. anfibolitos. biotita e muscovita. e era considerado representante da Suíte Brasiliana (Klein& Moura. 2000). intermadiárias e máficas ocorrem intercaladas com rochas sedimentares. Suas relações de contato são com as rochas do Complexo Maracaçumé e datam a formação do Paleoproterozóico. aos quais era relacionado. às vezes. epidoto. é um granitóide estratóide sincolisional (peraluminoso. feldspato. sendo o corpo Ourém formado por granitos. com granada (Costa. rochas félsicas. como único corpo alongado de leucogranito. Apresenta pouca deformação e possui enclaves similares àquelas do Grupo Gurupi. sendo milonitizado. Jonasa e Japiim Uma série de granitóides (Ney Peixoto. Os demais são Paleoproterozóicos. granada. anfibólios. Sua estrutura mostra-se geralmente bandada. A composição é variada. Os mesmos atribuem a este grupo a idade do Arqueano ao Paleoproterozóico.5 Granitóides Peraluminosos Ourém. demonstrou que apenas o granito Ney Peixoto é Neoproterozóico. Observa-se que essas características. Apresentam-se foliados segundo NNW-SE. Os granitos Ourém. etc. 2003). Para Klein & Moura (2003). Apresenta estrutura gnáissica à xistosa. Japiim e Cantão) de forma sub-arredondada a irregular que ocorrem no domínio Gurupi ou como janelas erosivas em meio à cobertura sedimentar fanerozóica. com mergulhos altos para WSW. são sugestivamente similares às descritas para o granito Areal. ocorrendo de forma intercalada com as rochas do complexo maracaçumé. indicando a influência de transcorrência oblíqua.4 Granito Maria Suprema O Granito Maria Suprema foi definido por Pastana (1995). composicional. Jonasa por Monzogranitos e granodioritos e japiim por leucosienogranitos a granodioritos. portadores de enclaves microgranulares bandados com duas micas e. composto por minerais como quartzo. etc. 2. A mineralogia é representada por feldspato. cloritóide. tipo S). Ourém. estaulorita.litologia é representada por rochas metavulcano-sedimentares metamorfisadas (como xixtos.7 Nefelina Sienito-Gnaisse Boca Nova . 2003). É um biotita-monzogranito desprovido de mica branca primária. usando datações em zircão e Sm-Nd em rocha total. Palheta (2001). apatita e também andaluzita. 2. No que diz respeito ao contato. 2. Outras relações de contato importantes são com o granitóide Japiim e Cantão e por falhamento com a formação Piriá (Klein & Moura.6 Granitóide Cantão O granitóide Cantão ocorre circunscrito entre rochas do grupo Gurupi .). 2. zircão. Dados de Costa (2000) e Palheta (2001) demonstram que o granitóide Cantão é petrográfica. incluindo idade. estrutural e cronologicamente distinto daqueles granitóides pelaluminosos. Jonasa e Japiim são portadores de biotita e muscovita. no Proterozóico. Trabalho realizado por Klein & Moura (2003) afirma que sua designação atual é devida à Costa (2000) e antes era reconhecido como Litchfieldito Boca Nova por Jorge-João (1980). Jorge-João (1980) reportou idade K-Ar (biotita) de 580 ± 10 Ma enquanto Villas (1982) 0bteve idade isocrônica Rb-Sr em rocha total de 723 ± 30 Ma que interpretou como idade de rejuvenescimentos de intrusão anorogênica. além de acessórios (Villas. Até o momento. de granulação dominantemente média. com muitos grãos esféricos e aproximadamente esferoidais. Villas (2001) admite misturas de fontes sedimentares e ígneas para o magma gerador do granito Ney Peixoto e sugere ambiente de colisão continental para sua colocação. Sua estratificação é totalmente maciça e seus grãos mal selecionados (polimodal).8 Granito Ney Peixoto É considerado por Klein & Moura (2003) como integrante da suíte Brasiliana. Palheta (2001) e Villas (2001) mostram que se constitui de granitos com duas micas. com grãos de quartzo. esta unidade tem sido posicionada tanto no Neoproterozóico como no Mesoproterozóico (Abreu et al. Mineralogicamente é constituído por albita. Costa. porém bem arredondados. Características químicas apresentadas por Villas (2001) mostram assinaturas peraluminosas. Constitui-se em um corpo de forma irregular. 1980. Por sua posição geográfica e idade é provável que seja intrusivo nas rochas do Grupo Gurupi. recoberto por sedimentação fanerozóica que impede a visualização das relações de canto com as rochas encaixantes.1 Arenito do Guamá Segundo Torres (1985). baseado em idade isocrônica Rb-Sr em rocha total determinada por Villas (1982). com padrões de terras raras moderadamente fracionadas e com forte anomalia negativa de Eu. na região de São Miguel do Guamá foi Kraatz Koschlau (1900) no seu Zwischen Oceanus Guamá. feldspato alcalino. Apresenta uma mineralogia orto-quartzítica. Sua litologia é formada por arenitos de coloração branca a amarelada e de granulação fina a média. quartzito milonítico e ultramilonítico. 2001). 1982. apresentando estrutura gnáissica e migmatização restrita. é a única unidade formada no Neoproterozóico. 2. podendo apresentar porções pegmatóides e são foliados segundo NNW-SE. Descrições de Costa (2000). descrevendo como Quartzischer Sandstein. o que foi comprovado pela idade em zircão de 549 ± 4 Ma (Palheta. 2000). Logo. A rocha maciça e pouco friável é facilmente identificada pela presença de bioturbações de equinofósseis e . sem relações de contato visíveis com suas rochas encaixantes. Consiste em um único corpo recoberto por sedimentos fanerozóicos. 3 Coberturas Fanerozóicas 3. Esse mesmo autor determinou idades modelo Sm-nd. Contendo zircão e turmalina como acessórios. nefelina e biotita.. quem primeiro obteve informações sobre o arenito. É uma intrusão alcalina sienítica metamorfisada e deformada. Costa. Utilizando-se de várias características e contextos. 2000). Os afloramentos da Formação Piriá estão localizados entre as cidades de Santa Luzia do Pará e o limite Leste da Folha Castanhal. Suas relações de contato são discordantes com os sedimentos do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras. com faixas conglomeráticas muito argilosas. A seqüência Itapecuru é constituída por arenitos avermelhados. O ambiente de sedimentação é de leques aluviais e fluviais entrelaçados (1996. 1959).grânulos disseminados. epidoto. de coloração cinza arroxeadas e são freqüentes lentes ou cunhas conglomeráticas com presença de pequenas frações silticas e argilosas. (1995) também datou a formação como sendo de idade neopaleozóica. apud PASTANA et al. Costa et al. atribuindo-lhe idade cretácea e posicionando-a discordantemente sobre a Formação Codó e sobreposta à Formação Piranhas. A Formação Itapecuru está sotoposta à formação Barreiras e sobreposta concordantemente à Formação Codó. com estratificação plano-paralela incipiente e cruzada. zircão. em concordância com Francisco et al. Sua litologia apresenta gruvacas. As Ocorrências do Arenito do Guamá afloram no município de São Miguel do Guamá (PA).3 Formação Itapecuru Campebell (1949) foi quem primeiro descreveu esta unidade. pois faltam elementos paleogeológicos que possam servir de base para uma datação mais precisa. A unidade foi datada por Torres (1985) no Eopaleozóico. que empresta seu nome à unidade. muscovita. Ocorrem ainda fragmentos angulosos e arredondados de argilas avermelhadas dispersas. por vezes encontram-se afloramentos nas margens do rio Guamá. Segundo Andrade (1996).2 Formação Piriá Esta formação foi denominada por Costa et al. ortoclásio e biotita. Sua mineralogia apresenta quartzo. rio Irituia e igarapés afluentes do rio Capim. Suas maiores exposições são verificadas ao longo do rio Piriá (último rio antes da fronteira Pará-Maranão). os arenitos depositados na porção Sul da Formação possuem raras intercalações pelíticas. com granulação média a grossa. (1975). clorita. 3. arenitos arcoseanos. sendo novamente considerados de idade Cretácea com base em fósseis estudados por Price (in luz. plagioclásio e microclina. minerais opacos. 1993).. (1971). com leitos conglomeráticos e pelitos associados à marga. pintalgadas de caulim. O contato superior desta formação é com o Grupo Gurupi. arcoseanos. 3. sendo esta idade duvidosa. 3.4 Formação Ipixuna . estando também sotoposta a formações sedimentares fanerozóicas. A formação ocorre nas proximidades do município de São João de Pirabas.5 Formação Pirabas O termo Pirabas foi usado por Maury (1924). calcários maciços e biocalcirruditos. (1971) criaram a denominação “Formação Ipixuna” para designar o conjunto litológico essencialmente arenoso. zona fisiográfica do salgado no nordeste do Pará e também nas rodovias Pa-124.Francisco et al. a formação é constituída litológicamente por calcários fossilíferos. principalmente ns arredores da vila de Ipixuna onde se encontram arenitos caulínicos estratificados. a natureza caulínica dos depósitos da formação Ipixuna a torna diferente das demais unidades adjacentes. piritoso e apresentando camadas de calcário como estrutura. calcarenitos estratificados. Segundo Pena (1976). A formação Ipixuna possui depósitos de caulim e Bauxita. Segundo Nascimento (2002). com alternâncias de leitos de folhelhos esverdeados a negro. Os calcários têm espessuras centimétricas a métricas. após estudo de grande quantidade de fósseis na tentativa de identificar os calcários marinhos que afloram na zona litorânea entre Bragança (PA) e Salinas (PA) na foz do rio Pirabas e teve sua denominação relacionada a este rio. aflorante desde 60 Km ao sul de São Miguel do Guamá (PA) até 31 Km ao norte de Imperatriz (MA). folhelhos a marga associados. com argilito vermelho subordinado. onde seus sedimentos podem ser facilmente distinguidos pelo seu aspecto esbranquiçado ou bege. segundo Koutshouby et al. que liga a BR-010 a São Domingos do Capim e nos arredores da cidade de Capanema (PA). 2008) colocam a formação no período Cretáceo Médio. O mesmo. sob a forma de lentes de até 40 cm de espessura em meio a calcários estratificados. Segundo Costa et al. As melhores exposições encontram-se ao longo da rodovia BelémBrasília. rico em caulim e estratificação cruzada. e não possui grande continuidade lateral. Estudos mais recentes encontrados no Mapa Geológico do Pará (CPRM-SGB.. dado à presença de caulim. (1996) foi formado por laterização paleogênica dos sedimentos que originalmente constituiriam a formação. Os mesmos autores ainda consideram que a unidade está sotoposta discordantemente aos sedimentos Barreiras e sobreposta aos sedimentos Itapecuru e supõem para sua origem um ambiente de sedimentação fluviolacustre de idade presumível terciária inferior com base em dados fossilíferos. As argilas laminadas restringem-se à base das falésias. característica marcante dessa formação. CPRM (1978). 3. Segundo dados do projeto Estudo Global dos Recursos Minerais da Bacia Sedimentar do Parnaíba. Datando a formação do Mioceno inferior. nas proximidades da confluência com a PA-253.(1993). diferenciam-se quatro litofácies na seleção tipo da Formação Pirabas: argilas laminadas. PA-112 e na BR-316. com níveis de argilas desferrificados. nota-se contato superior nítido . esta é a mais antiga unidade litoestratigráfica citada no Brasil. Bigarella & Andrade (1969) deram a denominação Barreiras e atribuíram à idade Holocênica esse conjunto litológico que no Pará aflora na região bragantina e do salgado. tenham sido encontrados no litoral do Pará. A formação Pós-Barreiras possui contato inferior com a Formação Barreiras e superior com os sedimentos recentes. arenito e conglomerado.8 Sedimentos Recentes . remontando à carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal. Formada litologicamente por sedimentos siliciclásticos. 3. inconsolidados. embora sedimentos de origem marinha. na PA-124. em 1500. constituído por argilito.6 Formação Barreiras Segundo Rodovalho et al.7 Formação Pós-Barreiras O termo foi designado por Silva & Weinstein (1968) para caracterizar esta formação que é composta de sedimentos amarelados a avermelhados. apresentando lentes. na ilha de Caratateua e Salinópolis. nas estradas Capitão Poço-Irituia e Irituia-BR-010. 3. na própria PA-25 e também na rodovia BR316. siltito. (2001) e atribuem sua formação a processos eólicos. desde o Estado do Rio de Janeiro até o Estado do Amapá. as melhores exposições foram observadas ao longo da estrada do Patrimônio. Contato inferior com a formação Pirabas e contato superior com sedimentos Pós-Barreiras.com o Grupo Barreiras e o contato inferior se dá com recobrimento sobre o embasamento pré-cambriano. A formação apresenta estruturas de acamamento planoparalelo que localmente delineiam suaves ondulações. em Belém. Suas exposições estão localizadas na margem direita do rio Grande. Já Delfino (2006). que liga a BR-316 à PA-25 (Bragança-Viseu). (2003). incluídos neste grupo. admite também uma idade Holocênica dado à concentração de resíduos de concha inserida neste pacote. 3. na estrada que liga a BR316 às cidades de Ourém. A formação é dada do Terciário Inferior. areno-argilosos a argilo-arenosos compostos principalmente por grãos de quartzo e frações de silte e argila com leitos finos de seixos de arenitos ferruginosos. sendo constituído por depósitos sedimentares de origem predominantemente continental. considerando-os de idade Pliocênica. Capitão Poço e Garrafão do Norte (PA). O Grupo Barreiras possui uma extensão praticamente contínua ao longo da costa brasileira. Moura (1938) ao estudar a geologia do baixo Amazonas a denominou de “Formação das Barreiras” aos sedimentos sobrejacentes à formação Pirabas. Verifica-se acamamento horizontal em argilas e estratificação cruzada horizontal em areias friáveis. Sua idade foi datada no Quaternário Pleistocênico por Rossetti & Góes et al. Caracterizando as baixas atuais de rios. visando a situação dos trabalhadores.LAVRA POR BANCADAS OU TIRAS? Em mineração superficial pode-se utilizar diversos métodos para extrair a jazida mineral. Depósitos Aluvionares. Depósitos de Terraços Fluviais. argila escura. É essencial apontar e discutir sobre as evidentes comparações. areias de granulação fina a média. COMPARAÇÕES ENTRE LAVRA POR BANCOS E LAVRA POR TIRAS . atualmente. e ter um alto lucro através de uma máxima produção com despesas ínfimas no custo unitário. Lavra de bancadas e lavra de tiras são usualmente empregados em explotação de depósitos minerais superficiais ou aqueles que apresentam baixo volume de decapeamento.Segundo Delfino (2006). entre os métodos mecânicos de lavra por bancadas e lavra por tiras. os sedimentos recentes incluem Depósitos Litorâneos. constituídos por areias. tais como: garantir uma segura operação. dunas e praias). constituídos por areias. são coberturas superficiais cenozóicas que vem sendo depositadas ao longo da Época Holoceno. de coloração cinza a amarronzada (ricas em húmus). pelitos e cascalhos de depósitos fluviais recentes. Estes métodos. formados por areias e pelitos de ambientes transacionais costeiros (mangues. 23 de maio MINERAÇÃO A CÉU ABERTO SURFACE MINING . pelitos e cascalhos de depósitos fluviais antigos. associadas à influência de maré e localizados na região litorânea do Pará. planícies e canais de maré. CPRM-SGB (2008). maquinais ou peculiares. principalmente as diferenças. apresentam os mesmos objetivos. De acordo com dados do Mapa Geológico do Pará. os sedimentos recentes estão relacionados a depósitos fluviais com grande acúmulo de seixos. estabilização do local e diminuição dos impactos ambientais. mangue e praias. amplamente empregadas na mineração a céu aberto no mundo todo. estando sobreposta à Formação Pós-Barreiras. Segundo o mesmo. verticais. influenciando no baixo custo unitário. sendo este material transportado e depositado para o lado externo da área de mina (bota-fora). Enquanto que a lavra por tiras é aplicada apenas para depósitos. inclinados (filões e camadas). onde também pode ser realizado um amplo decapeamento. horizontal e de grande extensão lateral) devem estar próximas à superfície. gerando grande investimento de capital. stocks. este método é bem restrito quanto às variedades de tipos de jazidas minerais. anticlinais. . com volume de capeamento considerável. assim. vantagens e desvantagens. ou seja. sinclinais. tabulares e de acamamentos. etc. restrições. tais como os dos tipos horizontalizados (tabulares). remoção de grande quantidade de estéril.Lavra por bancos ou bancadas e lavra por tiras podem se diferenciar pela sua aplicabilidade. estabelecendo. sub-horizontais. estas camadas (de variado mergulho. condições do emprego da técnica. sendo este removido e depositado diretamente nas áreas já lavradas (Figura 1) com o emprego de um mesmo equipamento. no entanto. equipamentos de transportes para minérios e equipamentos condutores de estéril. A lavra por bancadas é aplicável em corpos mineralizados de diversas morfologias e de grandes dimensões. stockwerks. preferivelmente. Além disso. para o eventual carregamento de caminhões. tem como principal vantagem o custo unitário baixo. Seria difícil adequá-los para minerações em cavas profundas (Fig.Guyana Mining Enterprise Ltd. . etc. portanto altamente produtivos. Em lavra por tiras. pois ocorre o emprego de equipamentos que realizam. através de correias. transportando-os. e não podem ser empregados em lavra por bancos devido a sua grande estrutura.3). 2) em que a topografia torna-se irregular. continuamente. recomendável para terrenos planos e áreas extensas. extração do carvão com o uso de shovels e a restauração das áreas lavradas (reflorestamento). ao mesmo tempo. 3: Lavra em tiras de bauxita com emprego de bucket weel . a remoção do minério e do estéril. Estes equipamentos são denominados mineradores contínuos (Fig. Fig.Figura 1: Esquema de lavra por tiras – camadas de carvão – decapeamento com o uso de motorscrapers e draglines. como mencionado anteriormente. 2: Lavra por bancos em cava a céu aberto da mina de calcário Santa Helena da Indústria Votorantin (Sorocaba) Fig. vagões. taludes de ângulos maiores) e a altura destes pode variar de 15 m a 35 m. o ângulo dos taludes pode variar de acordo com as condições geomecânicas do maciço rochoso (no estéril.A desvantagem no uso destes mineradores contínuos é referente a sua manutenção. acarretando maior segurança. dada a sua aplicação em diferentes tipos de jazidas: lavra por bancadas em flanco (Fig. elementos de alta importância constituintes das bancadas. que influência na segurança dos serviços. Ainda em lavra por bancos. A lavra por bancadas pode ser classificada em dois tipos. . em terrenos planos (corpos tabulares). pois em lavra por bancos há uma grande preocupação com o equilíbrio dos taludes. caso este seja constituído de rochas incompetentes. ou lavra por bancadas em cava. economicidade das operações e na profundidade economicamente atingível. delimitação superficial da cava. Outra desvantagem é a restrição quanto ao tipo de material desmontado. em altura (de 30 a 60 m) e extensão (até 1 km). caso este seja resistente. Todavia em lavra por tiras os taludes são maiores. taludes de ângulos menores e no minério. sendo aconselhável somente para jazidas detríticas em que o minério é inconsistente (Fig. visto que não permanecem expostos por muito tempo. nas encostas de montanhas. Outro ponto importante de diferenciação está na estabilidade da mina quanto ao método empregado. pois em casos extremos haverá necessidade de interromper as operações de extração para o reparo da máquina. 4). e de ângulos fortes (60° a 75°). 3). muitas vezes pela profundidade da cava (Fig. Quanto ao teor do mineral extraído as lavras por bancos e por tiras se caracterizam por serem seletivas. No entanto. como por exemplo camadas mais espessas ao longo da formação. no caso de uma jazida com distribuição irregular de teores. lavra por bancos afeta mais a paisagística. acarretando uma elevada recuperação da jazida (cerca de 90%). 5) e através . ambos os métodos têm conflitos com a questão sócio-ambiental (são declarados como antagônicos pela sociedade). E indicando que o método de lavra por bancos é limitado pela relação estéril/minério. poluição sonora. podendo avançar para as zonas mais ricas em minério. etc. Com relação aos impactos ambientais.Fig. Porém lavra por tiras pode explotar grande quantidade de material com baixo teor (com o uso de mineradores contínuos). 4: Diagrama de seqüência de lavra por bancadas em flanco – jazida atingida em encosta. pois geram poeira. correspondendo a certos critérios em comum tais como: a segurança dos trabalhos. 1). além da vida útil da mina. a .da construção de enormes depósitos de rejeito com duração prolongada. o cumprimento do planejamento da extração. Enquanto que lavra por tiras a extração é paralela à recuperação das áreas degradadas (ver novamente Fig. as perdas e diluição ínfimas do mineral. por vezes. o elevado rendimento do trabalho. a criação de condições favoráveis para o trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS As diferenças nestes métodos de lavra servem para demonstrar de forma teórica os aspectos referentes à lavra a céu aberto. o custo mínimo na explotação do mineral e obtenção do produto final. Fig. 5: Método de lavra por bancos – Mina de carvão – cava de grande extensão que futuramente exigirá grandes investimentos por parte da recuperação ambiental. No que diz a respeito de uso. . as duas são amplamente empregadas no mundo todo com complicações de questão ambiental.mecanização efetiva dos trabalhos mineiros. e a criação de possibilidades para uma extensa automatização da tecnologia de produção. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO  TECNOLOGIA MINEIRA.Prof. Jair Carlos Koppe. Universidade Federal do Rio Grande do Sul . LAVRA DE MINAS . Departamento de Engenharia de Minas.  COAL MINING. WORLD COAL INSTITUTE  A INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL: ALGUMAS QUESTÕES SOCIOECONÔMICAS .
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