GÊNEROS TEXTUAIS

March 27, 2018 | Author: João Gabriel Freire | Category: Discourse, Journalism, Editorial, Email, Communication


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Texto Prescritivo e Texto InjuntivoEmbora dotados de aspectos distintos, o texto prescritivo e o texto injuntivo apresentam natureza instrucional Retomemos, pois, à noção relacionada aos tipos textuais, cujas modalidades se expressam pelo narrativo, dissertativo e descritivo. Todos dotados de características distintas que, possivelmente juntas, manifestam-se nos chamados gêneros textuais. Aparecem “juntas” quando consideramos um editorial, por exemplo. Nele podemos encontrar aspectos narrativos e dissertativos ao mesmo tempo, assim como também poderá ocorrer nos demais gêneros. Uma vez retomadas tais noções, partamos para uma modalidade de gênero muito comum a todos nós, cuja finalidade discursiva cumpre o papel de nos instruir acerca de um determinado assunto. Dessa forma, há dois tipos de texto que serão retratados aqui, com o intuito de explicar as características que os demarcam. São eles: o texto prescritivo e oinjuntivo. O chamado texto prescritivo, que nos remete à noção de prescrever, trata-se de algo que deve ser cumprido à risca, cujas instruções são inquestionáveis, ou seja, devemos segui-las ao “pé da letra”, digamos assim. Trata-se, pois, de uma imposição de natureza coercitiva, cujos exemplos se manifestam por: * As cláusulas regidas mediante um dado contrato; * As regras proferidas mediante os pressupostos gramaticais; * As instruções manifestadas na maioria dos editais de concursos públicos; * Os discursos revelados nos artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal. Já o chamado texto injuntivo, de semelhante finalidade (instrução), já não apresenta esse caráter coercitivo, haja vista que apenas induz o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. Assim, torna-se possível substituir um determinado procedimento em função de outro, como é o caso do que ocorre com os ingredientes de uma receita culinária, por exemplo. São exemplos dessa modalidade: * A mensagem revelada pela maioria dos livros de autoajuda; * O discurso manifestado mediante um manual de instruções; * As instruções materializadas por meio de uma receita culinária. Seminário O seminário representa um gênero oral que requer posicionamentos definidos por parte dos apresentadores São muitas as circunstâncias em que você tem de expor seus argumentos, revelar suas ideias, opiniões, enfim, posicionar-se acerca de um determinado assunto. Contudo, não estamos falando da escrita, mas sim de um procedimento essencialmente realizado por meio da oralidade. Dentre as várias circunstâncias comunicativas com as quais temos contato diariamente, surge mais um gênero textual: o seminário. Amplamente difundido no meio escolar, acadêmico, científico e técnico, o seminário confere às pessoas que dele participa a oportunidade de apresentar os conhecimentos adquiridos mediante o estudo de um determinado tema. Nesse sentido, torna-se essencial que os apresentadores adotem posturas condizentes com o contexto no qual se encontram inseridos, levando em conta todos os aspectos requeridos pela situação comunicativa em questão. Dessa forma, o objetivo a que se presta o artigo em pauta é exatamente fazer algumas abordagens acerca desse fato, no sentido de fazer com que você, caro (a) usuário (a), mantenha-se a par de todos esses pressupostos. A palavra de ordem, num primeiro momento, é “planejamento”. Assim, todo apresentador deve se conscientizar de que o público-alvo espera, “no mínimo”, domínio do conteúdo abordado. Para tanto, cercar-se de todas as informações é imprescindível, sendo essas obtidas por meio de uma pesquisa muito bem preparada, através de livros, meio eletrônico, jornais, revistas, vídeos, etc. Uma vez elencadas, torna-se necessário elaborar um esquema, no sentido de pontuar aquelas informações importantes, essenciais. O esquema funciona como uma espécie de roteiro que guiará o apresentador. Assim, trabalhando a hipótese de que algumas das principais ideias podem ser esquecidas, entra em ação o roteiro previamente elaborado. Mas isso não dá ao apresentador o direito de “ler” aquilo que anotou, salvo em se tratando de uma citação, proferida por outrem, haja vista que aí não há como proceder de forma diferente. Outro aspecto reside no fato de que os demais participantes precisam estar em sintonia com tudo aquilo que está sendo apresentado. Principalmente no ambiente escolar, o que mais se constata é a “distribuição de partes”, isto é, cada um fica com uma fala determinada – fato que corrobora tão somente para que o discurso se manifeste como truncado, denotando não haver nenhum entrosamento entre o grupo. Nesse sentido, é essencial que todos estejam bem preparados e dispostos a responder aos questionamentos da plateia. Mas e em relação à postura, como essa deve ser concebida? Saiba que se trata de algo notadamente importante, pois a imagem que devemos passar às pessoas que nos assistem tem de ser positiva, a começar pelas vestimentas, gestos, entonações, expressões faciais. Nesse sentido, antes de tudo, você deve passar uma ideia de respeito para com o público, utilizando-se de um tom de voz que consiga atingir a todos, ou seja, nem estridente ao extremo, nem monótono demais. Posicionar-se de frente é também sinal de postura firme. Mesmo quando há a necessidade de escrever no quadro-negro ou realizar algum procedimento nos recursos audiovisuais, é sempre bom ficar de lado para a plateia, nunca de costas. O uso da linguagem, não menos importante, deve estar de acordo com a situação, sendo essa materializada por uma linguagem formal, totalmente isenta de chavões, gírias, cacoetes ou quaisquer sinais que porventura possam contradizer o “protocolo”. envolvendo. sobretudo. seguida da coerência e culminando na clareza e na precisão dos enunciados. e. em específico. tudo aquilo que lemos não passa para nós de um simples emaranhado de palavras desconexas. como é o caso de alguns capítulos. a elaboração da resenha seria o esquema materializado em forma de prosa. torna-se de fundamental importância a percepção das palavras-chaves. que normalmente fica a cargo do professor ou de uma pessoa designada a tal. de apreensão. sobretudo tendo em vista que ele cumpre uma finalidade discursiva específica. de tudo aquilo que se apresenta como essencial e pertinente. Respeito e cordialidade nunca são demais! Resenha A resenha. ou seja. dá-se início ao desenvolvimento do assunto em pauta e. Trata-se do registro daqueles aspectos mais relevantes abordados dentro de um texto. ainda. tais como a abertura. Aspectos esses que somente serão materializados por meio da coesão. Quando manifestadas essas habilidades. sempre lembrando que o fator “tempo” também impera nessas questões. sobretudo quando quem a cria não dispõe ainda das habilidades necessárias à materialização de um discurso voltado para um senso mais crítico. Partindo desse pressuposto. por um motivo ou outro. uma das formas de expressar seu entendimento acerca das ideias ressaltadas por outrem é através da resenha. . coerente e coeso. Em outras palavras. precisamos entender de forma efetiva a mensagem transmitida. Pode também se integrar àqueles moldes cultuados no meio acadêmico. manifestada por uma introdução. manifestados no dia a dia. sobretudo mais bem desenvolvido no que tange à construção do discurso. Feito isso. assim. A forma prosaica (em prosa) é adotada para constituir uma estrutura definida. Quando. isso não é possível. Dessa maneira. demarcada pelo discurso do (a) resenhista. das ideias-sínteses. é chegado o momento de passar a palavra ao apresentador (a). cuja finalidade se expressa pela análise da compreensão do (a) resenhista acerca das ideias ressaltadas em obras inteiras ou partes delas. faz-se uma retomada daquilo que foi falado. que a apresentação deve seguir alguns critérios básicos. determinados juízos de valor segundo concepção própria. Postas em prática tais ações. enfim. que explanará acerca do que será abordado durante a apresentação. um desenvolvimento e uma conclusão. tornar-se-á nitidamente expressa a capacidade de síntese. Na sequência. mediante a produção da resenha. registra impressões acerca de um objeto de estudo Quando estabelecemos familiaridade com um determinado texto. bem como se apresentam as conclusões a que o grupo chegou mediante o trabalho realizado. principalmente quando outros grupos também deverão realizar um seminário. Dessa forma. A resenha pode fazer referência a assuntos distintos. materializando-se por meio de um discurso claro.Cabe ressaltar. ao final. precisamos compreender a essência impressa no discurso. A resenha também pode se manifestar como uma simples descrição acerca de um determinado objeto ou de um determinado texto. destituídas do sentido que a elas deveria ser atribuído. a conquista de bons resultados é fato certeiro. O relatório compõe aquela que ora se denomina de Redação Técnica. * Destinatário – Refere-se à pessoa para a qual é destinado. o manifesto. * Assunto – É o desenvolvimento em si do discurso proferido. desde já o contextualizamos à nossa “bagagem” cultural e. é incomensurável e. ainda se constitui de determinadas técnicas essenciais à sua produção. dentre tantos outros casos representativos. Parece que se assim procedermos. desta feita. * Remetente – Refere-se à autoria do documento. uma vez passíveis de conferência. primeiramente. sobretudo. é o que veremos adiante: * Título – Esse costuma ser objetivo. não nos é muito familiar. a declaração. o que pôde ser obtido com o procedimento realizado como um todo. até então. partiremos para conhecer um pouco mais sobre as características inerentes a essa modalidade textual. Em virtude de pertencer ao âmbito linguístico escrito. que além de requisitar o emprego do padrão formal da linguagem. ao nosso conhecimento de mundo. pessoal e profissionalmente falando. O relatório A prática relacionada à busca pelo conhecimento deve ser uma constante em nosso cotidiano. Assim como o requerimento. O gênero em questão costuma se evidenciar tanto no universo escolar quanto no acadêmico. ao nos atermos à questão do título em pauta. reconhecemos que ele se encontra relacionado à ação de relatar acerca de um determinado procedimento. procuramos associá-lo. tudo torna-se ainda mais claro e evidente. fatos circunstanciais. contendo todas as informações relevantes ao que ora se pretende relatar. Tal afirmativa parece tornar-se ainda mais verídica à medida que nos conscientizamos de que “o saber”. tomado em seu sentido amplo. dada a infinidade de situações de aplicabilidade. ou seja. aquele conhecimento adquirido ao longo de nossa vivência. Sem contar que em meio ao ramo empresarial ele também se encontra inserido. a carta comercial.trata-se do que chamamos de resenha crítica. * Conclusão – Trata-se do fechamento das ideias apresentadas. claro e sintético. ou seja. dentre outras instâncias. leituras realizadas. Sempre que estabelecemos contato com um assunto que. De forma que. filmes assistidos. . compõe-se de algumas particularidades. Pressupostos esses demarcados por meio do texto “A resenha crítica – um gênero do âmbito jornalístico”. não é mesmo? Mas de modo específico. imprescindível ao nosso crescimento. cuja intenção do emissor é revelar aspectos apreciativos ou opinativos acerca do objeto em análise. dentre estes. enquanto seres eminentemente sociais. ele poderá ser gravado. entre outros. narrador. espaço enredo. o relato pode materializar-se pela oralidade. . Tudo dependerá do grau de intimidade existente entre narrador e seus respectivos interlocutores. tão logo nos remetemos à ideia de contar sobre algo. Portanto. por assim dizer. somos contagiados pelo desejo de compartilhar fatos decorrentes da nossa vivência com alguém em que podemos confiar. o caracterizamos como sendo um gênero no qual alguém conta fatos relacionados à sua vida. temos que o relato. nem sempre nos damos conta da referida atitude. tempo. seja um parente próximo ou “aquele velho amigo”. ser transcrito e publicado por inúmeros meios de comunicação. Comumente. cuja função é registrar as experiências pessoais no intento de que estas possam servir como fonte de consulta ou aprendizado para outras pessoas. semelhantes a algum tipo textual que já norteia nossos conhecimentos. não é verdade? Pois bem. Quando nos referimos ao ato de narrar. geralmente é narrado em 1ª pessoa. Entretanto. parecemos estar convictos de que se trata de uma narração. entre os quais podemos mencionar: personagens. no qual temos a oportunidade de assistirmos a palestras. todo e qualquer acontecimento se perfaz de determinados elementos. no qual os verbos se encontram no presente ou no pretérito. passando a se caracterizar com documentos históricos de notável importância. Tendo como foco o estudo do relato como gênero. tristes. Tais fatos tanto podem ser alegres. tendo como público expectador um ou mais ouvintes. horripilantes ou cômicos. levando-se em consideração suas características de ordem linguística. Por se tratar de um procedimento corriqueiro.. Tem-se assim uma ideia generalizada do assunto em questão. por se tratar de um discurso condizente a experiências pessoais. e a linguagem pode variar. ao participarmos de um evento. e como tal. embora às vezes passe despercebido. seja em áudio ou vídeo e. sites. percebemos que o palestrante em um determinado momento alia ao seu discurso fatos que envolvem sua trajetória cotidiana. seminários e conferências.O relato pessoal Parece interessante. jornais. trágicos. livros. partindo desta prerrogativa. No entanto. nosso objetivo é dar ênfase ao estudo do relato enquanto modalidade textual. os quais denotam verdadeiras lições de vida e ensinamento. Aspectos esses que nos parecem bastante familiares.. podendo adquirir um caráter tanto formal quanto informal. Sendo assim. atentamos para o fato de que este pertence à modalidade escrita da linguagem e. revistas. posteriormente. o fato é que a todo o momento estamos relatando sobre algo. para que o relato possa se tornar passível de constatação por várias pessoas. mas a verdade é que nós. A título de efetivarmos ainda mais os nossos conhecimentos acerca do gênero em estudo. autor de o Manifesto Antropófago. temos por objetivo enfatizar acerca de suas características de natureza linguística. cultural. convencer o interlocutor por meio de argumentos considerados plausíveis. Quanto aos aspectos estruturais.Um gênero que visa ao exercício da cidadania Comumente nos deparamos com fatos sociais relacionados a um grupo de pessoas que se unem em prol de uma reivindicação pautando-se por finalidades distintas. A referida modalidade há tempos já se fez recorrente. No que concerne à linguagem empregada. André Breton. psicológica. na minha família. devemos concebê-lo como sendo a forma pela qual um grupo. econômica e social. Karl Marx e Friedrich Engels. o rumo da história da humanidade. Normalmente. até mudar o sentido. apontando suas opiniões e. tido por excelência como um gênero textual. quando divulgado em jornais.O manifesto . de certa forma. O manifesto situa-se entre os chamados gêneros argumentativos. Didaticamente. educação e segurança por parte das autoridades políticas. sexual. sobretudo. em particular contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis . mas também exigindo aquilo que lhe é de direito. representando o Manifesto Comunista. no meu país e na minha região – a: Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa. eu me comprometo em minha vida diária.. Mediante o estudo do manifesto. etc. na minha comunidade. rejeitando a violência sob todas as suas formas: física. o pensamento apresentado. analisemos o exemplo a seguir: A paz e ano 2000 O Manifesto 2000 pela paz. política. Tal atitude revela que a democracia cada vez mais se torna atuante na vida em sociedade. compõe-se dos seguintes elementos: * Título – Revela de modo sintético a ideia. sua finalidade discursiva. data e assinatura dos manifestantes. Melhoria de salários. mais investimentos na saúde.. * Corpo do texto – Retrata de modo claro o posicionamento dos autores em questão. revistas e/ou até mesmo na Internet. o público-alvo e o instrumento de divulgação. dentre tantos outros. na qual os cidadãos demonstram estar conscientes de seu verdadeiro papel. tais como Oswald de Andrade. Todos envoltos pelo mesmo objetivo: revelar o verdadeiro posicionamento do ser humano diante de um determinado fato. cumprindo com seus deveres. atribui-se o padrão formal da língua. especialmente com as crianças de hoje e as das gerações futuras. * Local. sem discriminação ou preconceito. Reconhecendo a minha cota de responsabilidade com o futuro da humanidade. cujo propósito do emissor é persuadir. Praticar a não violência ativa. esta pode variar conforme o estilo dos manifestantes. como bem nos retratam renomados artistas. interferindo socialmente. de forma coletiva. podendo quem sabe. com seu Manifesto Surrealista. expressa seus pensamentos sobre um determinado assunto de ordem social. analisando. no meu trabalho. acompanhado dos argumentos convincentes que o justificam. dentre outras. com a ampla participação da mulher e o respeito pelos princípios democráticos. de modo a construir novas formas de solidariedade. atribuímos a conclusão a que podemos chegar. solidariedade. dentre outros propósitos. enfatizamos o esquema e o resumo – duas importantes ferramentas que nos auxiliam na compreensão de um texto.br/noticias/noticias2000/nu200/nu200e/mostra¬_documento) Até mesmo os gêneros. sobretudo. tendo em vista o único objetivo em si mesmo firmado pelo emissor – promover a verdadeira interação com o leitor. estamos realizando uma espécie de intertextualidade.org. a difamação e a rejeição do outro. Defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural. cada pessoa declarou em 1ª pessoa seu compromisso com uma vida melhor.unesco. (www. respeito ao meio ambiente. identificamos os argumentos favoráveis e contrários e. da injustiça e da opressão política e econômica. Promover um comportamento de consumo que seja responsável e práticas de desenvolvimento que respeitem todas as formas de vida e preservem o equilíbrio da natureza no planeta. . Compartilhar o meu tempo e meus recursos materiais em um espírito de generosidade visando o fim da exclusão. em que as palavras se manifestam por meio de frases. Assim acontece com a produção de um esquema. percebemos que ao invés de o discurso assumir um caráter coletivo. podemos fazer uso do esquema e do resumo. períodos subsequentes. nos subsidiarão para tal. por fim. aos poucos. bem como nos norteiam de modo a delimitarmos nossas ideias diante da arte de redigir. parágrafos bem dispostos e. Compreender o discurso retratado por todo e qualquer texto é estabelecer familiaridade com este. Diante de tal pressuposto. pois por meio dele separamos a ideia central. Ao resumirmos um texto. Tal qual acontece à matéria discursiva. dando sempre preferência ao diálogo e a escuta do que ao fanatismo. O esquema e o resumo . Como exemplos de tais benefícios. Contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade. haja vista tratar-se de um documento veiculado em meio eletrônico. em que cada peça parece desempenhar uma função específica. assim como tantos outros elementos do cotidiano. democracia. como dito anteriormente. Tal ato assemelha-se à desmontagem de um aparelho. Apoiados no propósito de realizar efetivamente esse procedimento.como as crianças e os adolescentes. como sendo o resultado final de nossa análise. procurando manter sua essência e focalizar apenas suas principais ideias. os quais. chegaríamos à conclusão de que a língua nos oferece uma infinidade de recursos para que possamos interagir com o dinamismo e com a riqueza de detalhes proporcionados por ela. justiça. aqui representada pela paráfrase.fortes aliados diante da compreensão textual Caso parássemos para analisar. estão se adaptando às necessidades de expressão e ao dinamismo que hoje norteiam a realidade circundante. com vistas a promover a paz. notamos uma divergência do exemplo exposto em relação ao modelo padrão. resultando numa materialidade linguística. se faz necessário. Pelo fato de se atribuir a uma opinião coletiva. Em termos estruturais. No que tange ao discurso apresentado. logo nos atemos à questão da linguagem que. Diante de tal ocorrência. o profissional atuante). Daí a imparcialidade. elencarmos o ponto de vista a ser defendido e. O editorial . principalmente. . isentando-se de quaisquer traços de pessoalidade por parte do emissor (no caso. tais como: escolas. os veículos de comunicação. analisemos a forma pela qual se compõe o gênero em questão. pois uma produção textual só pode ser concebida plausível quando o discurso se mostra claro. A título de complementaridade. ressaltamos uma característica que lhes é peculiar – a objetividade. o predomínio do padrão formal. E quando falamos em discurso. assim como qualquer outro ser. fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular. a autoria não é identificada. refere-se à exposição da ideia principal com base na ideia a ser defendida. provas aplicadas nos mais variados ambientes educacionais. mesmo em se tratando de impressões pessoais. e aquele tem por objetivo apenas informar ao leitor/expectador acerca dos fatos inerentes a um determinado acontecimento. estando diante do exercício de suas funções. Tais delimitações referem-se aos aspectos que se divergem em ambos os gêneros. em virtude da heterogeneidade de posicionamentos. primeiramente. As referidas elucidações nos fazem concluir que o editorial se caracteriza por representar um gênero textual que expressa a opinião de um jornal ou revista em relação a um determinado assunto – aspecto que revela sua finalidade persuasiva. ou em concursos públicos e vestibulares. Não podemos deixar de mencionar também que ambos os recursos tendem a nos auxiliar em algum processo avaliativo. prima-se por se manter o mais imparcial possível. optam por estabelecerem delimitações entre a notícia e o editorial. ora representados pelos jornais impressos e revistas. seja dotado de pensamentos e opiniões próprias. podemos dizer que ele se apresenta sob: * Uma síntese. ocupa lugar de destaque. Embora um repórter. Notadamente. é inegável que ele. ressaltando a opinião coletiva dos integrantes do jornal. uma vez que este retrata um discurso voltado para a argumentação. para que tal propósito seja alcançado. objetivo e preciso. nos apoiarmos em argumentos que o justificarão. faculdades e cursos profissionalizantes. constituída por uma apresentação – Constituída geralmente pelo 1º e 2º parágrafo.Quando imbuídos no propósito de redigir um texto.Uma modalidade que circunda no cotidiano jornalístico O editorial expressa a opinião de um jornal ou revista acerca de um assunto Situando-nos ao contexto que caracteriza os gêneros veiculados pelo universo jornalístico. * O corpo do editorial – Revela os argumentos que fundamentam a ideia principal em relação ao posicionamento atribuído pelo veículo de comunicação em referência. Sendo assim. os referidos benefícios também se mostram bastante eficazes. esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. em determinados casos. no qual o nome se refere ao usuário.com. Por incrível que pareça. O fato é que as inovações tecnológicas estão em plena ascendência e. de modo a efetivarmos plenamente os nossos conhecimentos: * Vocativo .. Brasil. Logo. Mas só que desta vez parece se tratar de uma modalidade que as pessoas utilizam mais frequentemente.refere-se à pessoa para a qual é destinada. representada pelas “inevitáveis” abreviações. ao enfatizar sobre as características linguísticas a que se refere o e-mail.caracterizado pela mensagem propriamente dita. memorando e. dentre outros. sem contar que tal adequação nos confere também um aperfeiçoamento no que diz respeito ao campo profissional. uma vez que precisamos acompanhar essa evolução. a carta. seguida da assinatura do remetente. Quanto à linguagem. De forma que. não é verdade? O termo e-mail (redução de eletronic mail) significa “correio eletrônico”. * Texto . o termo “com” significa comercial e “br”. sobretudo. esta varia de acordo com o grau de intimidade entre os interlocutores envolvidos. o contato é feito de maneira precisa e dinâmica. ele se assemelha a outros gêneros. Tem por função designar tanto a mensagem enviada por meio da Internet quanto o endereço para o qual enviamos a mensagem. tais como os sites de relacionamento. não importando o local em que se encontrem. Quando o contrário acontece. costuma obedecer ao seguinte padrão: nome@provedor. posto que é tamanha a exigência do mercado “lá fora”. Por meio dos inúmeros recursos. por sua vez. sentimo-nos excluídos. podendo haver até redução de termos. elas têm a oportunidade de trocar experiências com outras. Facebook. o surgimento da Internet possibilitou uma maior interação entre as pessoas.* A conclusão – Refere-se a uma possível solução para o problema levantado ou. representados pelo Orkut. O e-mail . atualmente.. visando a atender as reais necessidades entre os interlocutores. Assim sendo. * Despedida. Normalmente. o símbolo @ informa ao computador que o conjunto das informações é um endereço de e-mail. Analisemos cada um de seus elementos juntamente com as funções desempenhadas por estes. o provedor é a empresa que possibilita o acesso à Internet. tais como: o bilhete. temos que. é notória a necessidade que a própria sociedade nos impõe para acompanharmos seu dinamismo. em termos estruturais. mediante o pagamento de uma taxa. acabam exercendo influência no cotidiano de seus usuários. . incita o leitor a uma reflexão sobre o assunto em pauta.br.Um gênero textual do meio eletrônico Eis que nos deparamos com mais um gênero. Até então. ampliando os nossos conhecimentos e enriquecendo nossa visão de mundo. visto sob variados ângulos. haja vista a necessidade que temos em convencer o “outro” por meio de nossos argumentos. necessariamente. tal ato nos revela a capacidade que temos em retratar nossos desejos. mas também modificar a nós mesmos. é uma atitude altamente enriquecedora. de modo a nos posicionar diante de algo. retratando uma atitude extremamente corriqueira. visando a se manifestar publicamente junto aos seus eleitores. concluímos que em quaisquer que sejam as situações. aceitando ou refutando. posto que se trata de algo que. retrata o dinamismo que nutre a vida em sociedade. na maioria dos casos. Dado o caráter ímpar que norteia o ser humano. ao mesmo tempo. coordenando o grupo de debatedores. o privilégio de poder discutir sobre um determinado tema. o objetivo da enunciação se deve. tende a conferir uma certa credibilidade por parte do público espectador.Uma modalidade essencialmente argumentativa Tendo em vista que a linguagem cumpre um papel estritamente social. Há também o debate veiculado pelos meios de comunicação. ele tem por objetivo aguçar a oralidade dos discentes e. sua ocorrência está ligada ao universo escolar. visto que a imagem retrata muito sobre o perfil dos emissores. o que se propõe a discutir deve estar condicionado a um fato polêmico. uma vez que “debater” significa não somente mudar o outro. Diário de ficção No diário de ficção. única e exclusivamente. Em tal situação. A partir desta troca de experiências temos a oportunidade de crescermos coletivamente. Pode até parecer imperceptível. em se tratando das propostas sugeridas pelas universidades. como também ao acadêmico. Em geral. mantendo o bom senso em respeitar as opiniões alheias às nossas. em que os candidatos discutem suas propostas de campanha. a arte de debater foi observada de uma maneira ampla. no que se refere aos gêneros textuais cobrados na prova de Redação.O debate . passível de discussões e. obviamente. Notadamente. até de propostas visando à solução da problemática instaurada. avaliar o nível de conhecimento e o poder de argumentação acerca de um determinado assunto. A linguagem utilizada diante dessa ocorrência. pauta-se pelo emprego do padrão formal. demonstramos não ser alienados. dando a palavra a cada um dos participantes e atribuindo-lhes o direito de réplica. comumente manifestado em épocas eleitorais. Atendo-nos ao caráter didático a que se insere o debate. o fato de estarmos a todo momento dialogando com as pessoas ligadas ou não ao nosso convívio diário. A postura ocupada pelos participantes também é de fundamental importância. opiniões. Mediante a proposta do educador em realizar um debate. expondo livremente nossa ideias e. há uma flexibilidade maior no sentido de . sempre há a presença de uma pessoa que intermedeia o momento das falas. mas a verdade é que cotidianamente estamos argumentando e contra-argumentando acerca do mais variados assuntos. à intenção de agradar ao leitor Sabe-se que nos dias atuais. pensamentos. Assim. haja vista o caráter argumentativo que os nutre (daí a razão da impessoalidade. todos nós já temos uma noção acerca das características linguísticas. por que não dizer. no que se refere a esse último dos exemplos. não é feito para ser trancado às sete chaves. uma vez comparada ao diário de ficção. pois parte do que antes era concebido como individual para social. ainda. a carta aberta. sobretudo no que diz respeito aos dois primeiros (editorial e carta argumentativa). Cartas de reclamação e de solicitação As cartas de reclamação e de solicitação definem-se pelo caráter argumentativo Permeados em meio às distintas situações comunicativas que compartilhamos cotidianamente se encontram aqueles gêneros que permitem expressarmos nosso posicionamento de forma ainda mais democrática acerca dos problemas sociais. Cabe afirmar. desde que esse esteja totalmente a favor do próprio projeto de texto. diferentemente do que ocorre quando a interlocução se destina ao próprio eu subjetivo. acerca dos casos representativos acima citados. destoa-se. para construir seu discurso. Assim. Híbrido no sentido de que recursos expressivos. são perfeitamente aceitáveis. em termos de recursos estilísticos. como antes enfatizado. mas sim para ser publicado. no ficcional. todas essas modalidade marcadas pelo teor argumentativo. uma vez demarcado pelo diário de ficção. Desse modo. visto que enquanto no diário comum a interlocução reside no próprio “eu”. cabe ressaltar que a ideia que se tem do diário “íntimo”. na qual o emissor acaba mobilizando o leitor a partir das próprias estratégias de comunicação. as cartas de reclamação e de solicitação. o abaixo-assinado. tais como o uso de figuras de linguagem. será o escolhido. Sintetizando. Dessa forma. atesta-se uma mobilidade no que diz respeito à enunciação. demarcado por “ficcional”. Outro aspecto que também pontua tais diferenças de uma forma significativa diz respeito ao próprio título. enquanto no diário convencional (íntimo) as anotações não possuem cunho retórico. mas ao efeito que se deseja produzir no público-leitor. uso de certo coloquialismo. digamos assim. o propósito enunciativo é agradar os leitores. Assim. suponhamos que as modalidades sugeridas resultem no editorial. carta do leitor e. . Agora. ela é destinada ao público. bem como da estrutura que os compõe. em que tudo tem a ver com a Literatura. haja vista fazer parte dos requisitos exigidos nas provas de seleção. motivos parecem não faltar para que você aprimore suas habilidades linguísticas no que se refere aos aspectos que norteiam o gênero enfatizado. Obviamente que aquele em que as habilidades se mostrarem um pouco mais familiares. acima de tudo). haja vista que a familiaridade que se tem por este e não por aquele gênero demarca tão somente as verdadeiras razões da escolha. entre eles. elas assumem totalmente esse aspecto. temos que no gênero em questão. isto é. Como se vê. o foco agora não se destina à percepção sensível de alguém que faz anotações para si mesmo(a). ou seja. na carta argumentativa ou no diário de ficção.o candidato se sentir mais à vontade para optar entre esta ou aquela modalidade a ser produzida– o que facilita de modo satisfatório a vida dele/dela. que. no ficcional. justamente por se tratar de um texto híbrido. não seria descabido afirmarmos se tratar de gêneros em que o emissor não dispõe de certa liberdade. assim como os demais gêneros. se uma diz respeito à reclamação e a outra à solicitação. mais as possibilidades de retorno poderão ser efetivadas. * Vocativo. a finalidade discursiva a que se propõe a comunicação não teria nenhuma aplicabilidade.Assim. obedecem a uma estrutura previamente definida. sobretudo. fatores imprescindíveis. para quem. ou seja. cabe ressaltá-los: * Local e data. objetividade e consistência nos argumentos elencados são. obviamente que tem de se tratar de alguém com plenos poderes para tal. sobremaneira. caso contrário. em função disso. eis que ambas as modalidades nos instigam a um questionamento relevante: se assim se concebem. a qual deve ser rigorosamente seguida. entre os elementos. o fato é que quanto mais os argumentos apresentados estiverem calcados em bases sólidas. ou mesmo já se dedicou a ler alguma? Caso sua resposta seja negativa. . * Identificação do destinatário – por se tratar de alguém cujo cargo ocupado requer um tratamento mais respeitoso. quem será o destinatário para o qual tais cartas serão enviadas? Nesse sentido. Carta do leitor Gênero textual que se reserva às opiniões dos leitores Deparamo-nos com uma modalidade relacionada aos diversos gêneros textuais que permeiam a nossa convivência em meio à sociedade. não se assuste! O dinamismo pelo qual perpassa as relações sociais é tamanho e. * Corpo do texto. em ideias que realmente farão a diferença no momento de fazer com que o interlocutor se convença de que realmente o problema carece de um olhar mais cuidadoso. ou seja. Dessa forma. E por assim dizer. No que se refere à linguagem nelas manifestadas. preponderantes. Não esquecendo. * Assinatura. o uso do pronome de tratamento adequado se torna indispensável. seja para apresentar reclamações acerca de um problema voltado para a comunidade de uma forma geral. Nesse sentido. a precisão. * Nome do remetente. * Expressão de despedida. cabe ressaltar que além de fazer uso do padrão formal. em se tratando do gênero em questão. seja para solicitar que algo seja resolvido. seguido de argumentos que justifiquem o discurso manifestado. nem sempre temos o privilégio de priorizarmos esta ou aquela tomada de atitude. de que tais modalidades. você já teve a oportunidade de enviar. como se trata de um espaço em que você terá a oportunidade de fazer reivindicações acerca de uma problemática instaurada. ou seja. e aquele em que se predomina a força da argumentação. a linguagem tende a ser mais formal. Ele. entreter. Quando publicadas. entre outros. informar. Carta aberta Várias são as situações comunicativas nas quais se efetiva a interação entre emissor/receptor. o instinto persuasivo é representado por uma reivindicação destinada a alguém com amplos poderes em manifestar-se acerca do caso. ou seja. a equipe de redação do jornal tem plenos poderes para condensá-las. ao travar conhecimento sobre uma matéria jornalística divulgada por um jornal ou revista. em se tratando de um público mais jovem. ampliaremos os nossos conhecimentos acerca das características concernentes a mais uma situação comunicativa da qual compartilhamos cotidianamente. vocativo (a quem a carta se dirige). há uma flexibilidade no que tange ao público-alvo. corpo (a mensagem propriamente dita). com vistas a concretizar os objetivos propostos pelo emissor. relacionadas às devidas matérias jornalísticas a que se referem. em se tratando de uma . ocasiões em que a intenção do remetente é persuadir o destinatário. as cartas costumam ser agrupadas por assunto. ou seja. primam-se por distintos objetivos – o de apenas estabelecer a comunicação de uma forma livre. tais como: data. Tais situações manifestam-se. Os gêneros textuais. estes se assemelham aos da carta pessoal. dentre muitas outras. Esse alguém pode ser uma autoridade política. e no caso de uma revista destinada à informação. mesmo porque o espaço a elas destinado não é muito amplo. informar. despedida e assinatura do remetente.Tendo em vista que o conhecimento deverá ser concebido sempre como algo não mensurável. Geralmente veiculada pelos meios de comunicação representados pelos jornais e revistas. com vistas a torná-las aptas à publicação. no meio eletrônico. a carta de leitor pauta-se pela exposição de determinados comentários por parte do emissor. isto é. no intento de convencê-lo por meio de argumentos plausíveis. ora representados pela carta. didaticamente. Não deixando de mencionar sobre os elementos que a constituem. Veja. tem a liberdade de expor sua crítica. Isto é. promover a solução para a problemática apontada. Quanto aos aspectos referentes à linguagem. expressar alguma dúvida e até mesmo sugerir algo acerca do assunto ora relatado. cuja ocorrência se exprime em todas as esferas da sociedade – no âmbito jornalístico (tanto oral quanto impresso). instruir. como por exemplo. diretor de um estabelecimento educacional. por meio dos chamados “gêneros textuais”. apresentar seu elogio. escolar. Superinteressante. ou outras finalidades discursivas. Em virtude de haver variação quanto à complexidade das cartas enviadas (tamanho). acadêmico. reitor de uma universidade e até mesmo uma pessoa com grau de hierarquia mais elevado. Na referida situação. poderá prevalecer uma certa informalidade. seja para persuadir. eis que não precisamos de motivos mais pontuais para entender o porquê de nos interagirmos cada vez mais com as particularidades. mas também por parte de um contingente significativo de demais usuários do sistema linguístico. ela é veiculada pelos órgãos de imprensa. Em face dessa necessidade é que elegemos mais um dos gêneros – aqui demarcado pela campanha comunitária. já que a finalidade é essa (persuadir). persuadi-la a colaborar. solicitando uma possível solução para o caso abordado Campanha comunitária A campanha comunitária pertence aos gêneros de cunho persuasivo Falar sobre gêneros textuais se concebe como uma recorrência linguística. normalmente. já temos uma noção. É claro que apenas de citar. Outro aspecto de total relevância é que. mas como convém. mobilizá-la. pois aparentemente “parece” que apenas pelo fato de assim classificá-las e identificá-las já seria o bastante. não só de sua parte (provavelmente). quando na verdade não é bem assim. Partindo desse pressuposto. Quanto aos aspectos estruturais. o texto deve se compor de verbos expressos no modo imperativo. não raras são as vezes em que você se pergunta acerca do porquê de conhecê-las melhor. • A conclusão: encerra todo o discurso. acabam por acreditar que essas manifestações apenas se dão ao nível da oralidade. como por exemplo. ao mesmo tempo. ainda que vaga. Aqui. que enfatiza o problema a ser resolvido. ou seja. cujo objetivo é manifestar-se publicamente. • A introdução: consta-se de um trecho. justamente. que norteiam essa gama de circunstâncias comunicativas. esse limitar de consciência (apenas se inteirando da existência) representa nada mais que os meros enganos que cometemos. o gênero em foco apresenta a seguinte estrutura: • Um título: sua finalidade é revelar o destinatário. Assim. acerca do que se trata. ater-nos-emos às particularidades inerentes à carta aberta – caracterizada como sendo um gênero textual de caráter argumentativo pertencente a uma pessoa ou até mesmo a um grupo. Assim. de maneira específica. ou seja. sendo que este pode ser amplo. o objetivo principal é esclarecer a população sobre determinado assunto e. a sociedade como um todo. sempre . assimilaremos acerca de alguns outros aspectos. pautado por argumentos concretos e passíveis de análise. da escrita. Assim. desde o início. Dessa forma. geralmente atrativo. a linguagem utilizada. • O desenvolvimento: trata-se da exposição do assunto em si. O primeiro deles é entender que a finalidade expressa por tal comunicação resulta tão somente na persuasão. visando a uma posterior solução. haja vista que recorrentes são as circunstâncias sociocomunicativas que compartilhamos cotidianamente. revelando sua opinião ou reivindicando algo. sobretudo linguísticas.empresa. haja vista que boa parte se efetiva por meio. e como tal. em específico. bem como se mostrando um tanto quanto atrativa. que não deixa de ser uma constatação plausível. das finalidades discursivas a que se propõe cada uma dessas situações de comunicação. ou seja. não menos importante. como em trabalhos escolares – representando uma das etapas a serem cumpridas durante a pesquisa. tendo em vista essa finalidade a cumprir (relatar acerca da vida de uma determinada pessoa). nessa. pois pode muito bem. contudo. a ordem cronológica dos acontecimentos. geralmente expressa em letras garrafais. Quanto à pessoa gramatical. dada a recorrência desse tipo de texto em algumas circunstâncias cotidianas. para sermos um pouco mais específicos e precisos. não é descabido afirmamos que se trata de uma ordem bem estruturada e que a intenção é mostrar. Biografia A biografia se caracteriza como um gênero textual. não há a menor possibilidade de abordarmos acerca dos feitos relacionados a uma determinada pessoa sem antes enfatizarmos quem foi ela. Acerca desse último aspecto não é de todo descartada a possibilidade de compreendermos que determinados recursos estilísticos podem ser perfeitamente aceitáveis. Gêneroporque caracteriza uma das muitas circunstâncias comunicativas que compartilhamos no dia a dia. ou seja. podem estar. Daí. perfaz-se de características linguísticas. não a concebemos com “olhos” de quem a caracteriza como gênero textual. da vida dessa pessoa. enfim. . equivale dizer que. haja vista que. equivale afirmar que tal modalidade. e por que não dizermos para instruir? Sim. principalmente porque se trata de algo para convencer. representa fator de extrema preponderância.variando com o público para o qual é destinada. desde o momento do nascimento. instruí-la também a como proceder diante de uma dada atitude. Nesse ínterim. sobretudo quando damos ênfase à questão dos gêneros. ao conclamar a população para algo. inclusive no que se refere ao modo composicional. diz respeito à colocação dos verbos. lembramos sempre. no presente do modo indicativo. tem de estar adequada ao contexto comunicativo. Desse modo. no que tange à estrutura propriamente dita. a finalidade a cumprir é justamente deixar o interlocutor informado acerca dos dados biográficos de alguém. por vezes. ou seja. cabe realmente à enunciação cuidar para que os propósitos estejam bem definidos. Sim. definições. não se encaixa aos nossos conhecimentos tal como deveria. Dessa forma. instruir. Outro aspecto. teoricamente. o que chamamos de presente histórico. também. cumprido toda completude de características. por isso. constituída de particularidades linguísticas próprias Falar sobre biografia certamente não representa para você algo tão inusitado. dada a natureza da situação em si. esses devem ser retratados no pretérito perfeito do modo indicativo. obviamente que essa se demarca pela terceira pessoa do singular. passo a passo. grandes. como já falado. os acontecimentos vividos pela pessoa biografada. Assim. dotados de pensamentos e opiniões acerca da realidade circundante. revistas e até pelos jornais divulgados no meio eletrônico. por vezes absurda e cruel. E por fim. um parágrafo introdutório o qual se caracteriza como sendo a introdução. a ideia de algo relacionado à escrita. na qual ocorrerá o fechamento das ideias anteriormente discutidas. O artigo de opinião é um gênero textual pertencente ao âmbito jornalístico e tem por finalidade a exposição do ponto de vista acerca de um determinado assunto. surgenos numa primeira instância. segue a conclusão do artigo. O gênero textual denominado “anúncio classificado” possui uma característica que lhe é intrínseca. Tal qual a dissertação. realmente. ao explanar de forma geral sobre o assunto do qual discutirá. tais como jornais impressos. Como a finalidade discursiva pauta-se por divulgar algo. o objetivo é. torna-se imprescindível incorporá-lo aos nossos conhecimentos e. Procurando compreendê-los de acordo com seu sentido semântico. Essa liberdade que nos é concedida faz com que nos tornemos seres ímpares. Enfatizaremos então sobre alguns pontos pertinentes à modalidade em referência. Munidos de tal percepção. novamente estamos diante de um gênero textual bastante propagado pelos veículos de comunicação em massa. atenhamo-nos ao título em questão quando o mesmo perfaz-se de dois termos básicos: Artigo e opinião. segue o desenvolvimento arraigado na desenvoltura dos argumentos apresentados. Tal particularidade. Sendo assim. colocá-lo em prática. caso contrário. . com vistas a conferir maior credibilidade por parte do leitor. visto que. ele também se compõe de um título. sempre que necessário. as relações humanas se tornariam frustrantes e monopolizadas. sabemos que a mesma constitui-se de certas particularidades específicas.Artigo de opinião Posicionar-se acerca de um determinado tema – Principal característica do gênero Em meio à nossa vivência do dia a dia. desencadeia uma série de posicionamentos divergentes. e mais! Trata-se de um gênero textual comumente requisitado em exames de vestibulares e concursos públicos de uma forma geral. De forma específica. os quais são debatidos e confrontados por meio de uma interação social – fato que confere uma característica dinâmica à sociedade. Posteriormente. a persuasão. estamos a todo instante nos posicionando a respeito de um determinado assunto. relacionada a este perfil singular. sempre tendo em mente que esses deverão ser pautados em bases sólidas. Anúncio classificado Você já percebeu quão grande é a diversidade de textos com os quais travamos familiaridade no nosso dia a dia? Em função disso. ao mencionar dados pessoais que possibilitem um contato maior. endereço físico ou eletrônico ou qualquer outro. de forma específica. claro e objetivo. Aqui. aluguel de imóveis. por exemplo. Até mesmo por uma questão de estética e organização. enfatizaremos sobre um dos gêneros textuais comumente utilizados no nosso dia a dia – o abaixo-assinado. objetos. Abaixo-assinado . nem sempre nos atemos às nossas atitudes. manifestar nosso senso crítico diante dos fatos pertinentes às relações sociais como um todo. Meio de contato – Imprescindível para que a comunicação se efetive. como também existem profissionais que se dispõem a oferecer sua mão de obra de acordo com a sua formação e experiência obtida ao longo do tempo. pois. dados completos acerca do produto anunciado. algumas delas tornam-se banais aos nossos olhos. Trata-se de um texto de cunho argumentativo. geralmente costumam ser separados por categoria. Analisemos. Outro aspecto de total relevância é que o emissor procura estabelecer um contato mais direto com o público-alvo. temos a oportunidade de nos deparar com anúncios de diversas naturezas: venda.persuadir o interlocutor com vistas a satisfazer tal pretensão. A presença de uma linguagem não verbal (imagens) atua como uma fonte atrativa. visando à solução da problemática ora requisitada. revelar nossos sentimentos e. mas a todo o momento estamos argumentando e contra-argumentando. Em função disso. como. dentre outros. Lembrando de que. sobretudo. mediante as mais variadas situações das quais compartilhamos. esse se apresenta conciso. no qual um determinado grupo de pessoas se mobiliza em prol de uma reivindicação destinada a alguém com poder de decisão. um pouco mais sobre a estrutura inerente ao gênero em questão: Título – Costuma ser atrativo. Exatamente pelo caráter corriqueiro é que não percebemos. troca. veículos. No que se refere ao discurso. tais como número de telefone. claro e direto. a mesma está condicionada ao privilégio que nos é atribuído enquanto seres humanos ímpares – o de podermos expressar nossas opiniões. Corpo do texto – Constitui-se das informações necessárias a alcançar o que se pretende. E quando se trata de tal argumentação. ao nos . Há também aquele anúncio no qual o emissor oferece vagas relacionadas à oferta de empregos. Comumente. Em relação à maneira como são dispostos. até porque uma característica inerente ao ser humano é priorizar àquilo que retrata novidade.Um gênero textual reivindicativo Em meio à dinâmica que norteia nosso cotidiano. como também para facilitar o contato por parte do interlocutor. Conjuntamente a esta. cujo objetivo do emissor é descrever sobre o objeto cultural. Vejamos. CD. como um exercício de compreensão e crítica. diga-se de passagem. de maneira objetiva e cortês. é elaborada por um cientista que. além do conhecimento sobre o assunto. síndicos. basicamente. data e assinaturas dos solicitantes – permite-se que sejam anexados dados pessoais junto às assinaturas. A resenha visa. A resenha crítica. Em se tratando de termos estruturais. # Corpo do texto – Constitui-se pela exposição da mensagem em si. filme. Como bem nos revelam Lakatos e Marconi (1996. sobre o assunto tratado no livro ou artigo. representantes de bairros. visando à credibilidade da mesma. A resenha crítica . basta folhearmos algumas páginas de um jornal de grande circulação que lá ela se encontra. Sendo estas. portanto. relacionando-o ao cargo/função desempenhado. A título de comprovação. se encontra aquela direcionada para a crítica. Trata-se de uma seção na qual existe toda uma programação relacionada a eventos cinematográficos. Entretanto. dentre outros. tem capacidade de juízo crítico. embora endereçada a um destinatário específico. em geral. endereço. teatrais. p. com vistas a estimular ou não o leitor a apreciá-lo. tais como número do documento de identidade. acompanhada do devido pronome de tratamento. podendo referir-se a um livro. passeios. shows artísticos. autoridades políticas de uma maneira geral. profissão. A finalidade de uma resenha é informar o leitor. dentre outros. a apresentar uma síntese das ideias fundamentais da obra. dentre outros.referirmos sobre este alguém. evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens. 90) ao ressaltarem: Resenha crítica é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos: é a apresentação do conteúdo de uma obra. nesse caso. resumo. Ilustríssimo Prefeito. torna-se importante mencionarmos acerca de suas finalidades. peça teatral. na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. voltadas para a informação e para a opinião em se tratando dos acontecimentos sociais como um todo. e que. há também uma outra. destacaremos alguns pontos que incidirão no momento da escrita. pois: # Vocativo – Relaciona-se à pessoa para a qual a solicitação é destinada. De modo . mostras culturais. Também pode ser realizada por estudantes. estamos relacionando-o a reitores de universidades. Consiste na leitura. a estrutura assemelha-se àquela presente nas cartas. novos conhecimentos. Tendo em vista a necessidade de formalizar a solicitação por meio de algo que esteja devidamente registrado. # Local. dentre outros. Como se trata de uma comunicação realizada de forma coletiva. precisam de nossa atenção. cuja intenção é informar aos seus leitores sobre as inúmeras opções voltadas para a cultura e lazer referentes a um determinado local. entre outros.Um gênero do âmbito jornalístico Ao nos referirmos sobre o âmbito jornalístico. pode-se dizer que o gênero possui uma estrutura livre. procurando reforçá-la por meio de argumentos sólidos que justifiquem o objetivo pretendido. Como por exemplo: Excelentíssimo Governador. novas teorias. Tal afirmativa não quer dizer que não seja prioritário o relatar de seus principais aspectos. sendo que. Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra.tão comum nas "aulas de português". e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório. intencionalmente. dessa propensão inata pela linguagem. Consciente desse poder intrínseco. o ensino útil. . automático. o esquecimento a que se relega a prática linguística. simples? Claro. dos linguistas. * Dados referentes ao autor – Quando? Por quê? Onde? * Dados referentes ao objeto analisado – De que se trata? O que diz? Possui alguma característica especial? * Resumo ou síntese das ideias principais. um processo espontâneo.contrário. inevitável. sempre na mesma tecla . observe a seguir um exemplo representativo: Um gramático contra a gramática Gilberto Scarton Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM. coerente. o essencial. do ensino inútil. imanente ao ser humano. como crescer. esta pode variar conforme o espaço para o qual ela é destinada. preciso? Linguagem adequada? * Forma – lógica. a obsessão gramaticalista. gramática tradicional e linguística. o saber dos falantes e o saber dos gramáticos. a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo.traduzida de forma simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral . subtítulo. assemelhando-se a um resumo. o aluno poderá ter a palavra. para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si. editora e data. 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna. as noções falsas de língua e gramática. por combater. geralmente se perfaz de um texto mais curto. tais como: * Referência bibliográfica – Autor (es). dos professores. título. local da edição. * Estilo atribuído pelo objeto de estudo – Conciso. Essa fundamentação linguística de que lança mão . 1995. purista e alienada . a postura prescritiva. sistematizada? Quanto à extensão do texto. do irrelevante. faz-se necessário o destaque de alguns elementos. É. o gramático bate. nomenclaturista e alienante. inutilidade do ensino da teoria gramatical. o ensino da gramática em sala de aula. natural. A título de constatação acerca de tais pressupostos.uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna. teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial. O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua. objetivo.sustenta a tese do Mestre. o relativismo e o absolutismo gramatical. veemente. antes de tudo. um fato natural. fato representado pela notícia. é comum identificarmos na reportagem os mesmos elementos constituintes da notícia: Título ou manchete – Geralmente escrito em letras garrafais (maiúsculas). A reportagem e seus aspectos relevantes O cotidiano jornalístico dispõe de vários gêneros. Corpo da reportagem – Caracteriza-se pelo desenvolvimento em si. Ela é resultante de inúmeras relações de causa e efeito.Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história). respondendo aos seguintes elementos constitutivos: Como? Onde? Quando? Por quê? Quem? . podendo este ser narrado de forma expositiva – na qual o repórter se atém à apresentação simples e objetiva dos fatos. Daí o perfil atrativo.vítimas do ensino tradicional .e os professores de português . A notícia e a reportagem apresentam aspectos convergentes e divergentes ao mesmo tempo.têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula. proporcionando um maior interesse por parte do interlocutor.teóricos. Título auxiliar – Como bem retrata a própria nomenclatura. Lide – Refere-se ao primeiro parágrafo e. composto por frases concisas. convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores . assim como a notícia. de forma sucinta. numa mesma obra. trata-se de um complemento do título principal. daremos ênfase não somente às características inerentes à reportagem. . questionamentos. Os pontos em que se convergem estão relacionados aos aspectos estruturais. tem por objetivo atrair a atenção do público-alvo para o que se deseja comunicar. gramatiqueiros. puristas . representa tal modalidade. no intuito de compreendermos efetivamente sobre suas peculiaridades. ou seja. apontando todos os pontos relevantes ao assunto abordado. ou até mesmo veiculados pelo meio eletrônico. e a opinativa – em que há um propósito de convencer o interlocutor acerca de uma determinada opinião. Partindo-se de tais premissas é importante ressaltarmos também sobre como se materializa o tema proferido pela reportagem. dos quais tomamos conhecimento diariamente. interpretativa – modalidade em que se estabelece conexão com acontecimentos já decorridos. Em virtude de tal semelhança. comparações entre pontos de vista diferentes. O aspecto divergente é em relação à forma como se apresenta. ora impressos. ora retratados oralmente. cujo objetivo é proporcionar ao público leitor/expectador a interação com os fatos decorrentes da sociedade. embora bastante objetivas. A reportagem. dentre outros pressupostos. mas também à notícia. tem o mérito de reunir. A reportagem precisa ir além de uma simples notificação. dados estatísticos. apresenta todos os aspectos relevantes da comunicação em pauta. procurando se ater aos traços básicos relacionados às seguintes indagações: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê? Corpo da notícia – Relaciona-se à informação propriamente dita. Diante do que foi exposto. predominando o caráter objetivo preconizado pelo discurso. ora constituído pela notícia. Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de comunicação de uma forma geral. de modo a torná-lo ainda mais atrativo. revela traços de intensa subjetividade. via de regra. Lide (do inglês lead) . acrescentando-lhe algumas informações. Em se tratando da notícia. dependendo do objetivo proposto pelo emissor mediante o ato comunicativo. qual seria a intenção por ela pretendida? Certamente. Tais finalidades se divergem. devemos associá-lo às inúmeras situações sociocomunicativas que circundam pelo nosso cotidiano. Ao nos referirmos a este. a de nos informar sobre uma determinada ocorrência. como a notícia pauta-se por relatar fatos condicionados ao interesse do público em geral. Todas possuem uma finalidade em comum. pois diferente da linguagem literária.Um gênero textual de cunho jornalístico A objetividade – característica pertinente a essa categoria Antes de adentrarmos de forma minuciosa no que se refere às características que norteiam o gênero em evidência. .A notícia . seja impressa em jornais ou revistas. isentando-se de quaisquer possibilidades que porventura tenderem a ocasionar múltiplas interpretações por parte do receptor. e normalmente sintetiza os traços peculiares condizentes ao fato. objetiva e precisa. torna-se de fundamental importância compreendermos o sentido retratado pelo termo – gênero textual. Em virtude de a notícia compor a categoria preconizada pelo ambiente jornalístico. caracteriza-se como uma narrativa técnica. enfatizaremos sobre seus elementos constituintes: Manchete ou título principal – Geralmente apresenta-se grafado de forma bem evidente. De modo a aprimorar ainda mais os nossos conhecimentos quanto aos aspectos inerentes ao gênero em foco. uma característica pertinente à linguagem jornalística é exatamente a veracidade em relação aos fatos divulgados. Tal atribuição está condicionada principalmente à natureza linguística. uma intencionalidade pretendida pelo discurso que as compõe. Assim sendo. divulgada pela Internet ou retratada pela televisão. Título auxiliar – Funciona como um complemento do principal.Corresponde ao primeiro parágrafo. com vistas a despertar a atenção do leitor. a linguagem necessariamente deverá ser clara. a imparcialidade neste âmbito é a palavra de ordem. ou seja. procedendo à exposição de uma forma mais detalhada no que se refere aos acontecimentos mencionados. que. Não podemos deixar de mencionar que aliado a esses requisitos também se encontra aquele a que nos é primordial . em que perguntas e respostas são proferidas consoante ao assunto abordado. a entrevista médica. como também os pontos principais relativos à entrevista. proferida de modo marcante por parte do entrevistador. como é o caso da ocorrência em jornais impressos ou revistas. alcançar seus objetivos propostos. Concluindo nossos conhecimentos com relação às particularidades da referida modalidade. é elementar que. visto que a linguagem corporal. dentre outras. Analisemos de fato sobre a importância desse ato de proceder como tal. Tal gênero possui uma finalidade em si mesmo – a informação. ele tenha domínio do assunto em referência de modo a elaborar um roteiro de perguntas consideradas plausíveis e. gestos. Trata-se da interação entre os interlocutores.Um gênero basicamente oral O enfoque aplicado ao termo “basicamente” se refere a uma noção genérica de que estamos acostumados a presenciar pessoas concedendo entrevistas aos veículos de comunicação. antes de tudo. aqui representados na pessoa do entrevistador e do entrevistado. Ora. ao vivo. . o emprego de um certo formalismo e a adoção de uma postura adequada são imprescindíveis. O aspecto que incide na diferença entre a modalidade oral/escrita é justamente as marcas da oralidade. por exemplo. Mesmo sendo algo relacionado à fala. A “imagem” que pretendemos passar fala muito a respeito de nós mesmos. interrupção e retomada de pensamentos. * Apresentação . também compõem o perfil do entrevistado. daí a importância de nos posicionarmos de maneira condizente com os fatos circunstanciais. este se faz necessário em função da credibilidade requisitada pelo gênero em foco. ora representados pelo rádio ou televisão. por exemplo.A entrevista . No entanto. a jornalística.a busca incessante pelo conhecimento com vistas à amplitude de nossa visão de mundo. essa costuma vir acompanhada de uma frase de efeito. como. No caso do entrevistador. analisemos alguns de seus elementos constitutivos. a entrevista costuma compor-se de: * Manchete ou título – Como o objetivo é despertar o interesse no público expectador. divulgando sua autoridade em relação ao posicionamento social ou relevância no assunto em questão. de forma presencial. há entrevistas que são transcritas para a linguagem escrita. Em meio a essa interação há um controle por parte do entrevistador para demarcar o momento da atuação dos participantes.Nesse momento faz-se referência ao entrevistado. assim. ou seja. * Perguntas e respostas – Trata-se do discurso propriamente dito. Referindo-nos à questão inerente ao preparo prévio. experiência profissional e conhecimentos relativos à situação em voga. como. entre elas: a entrevista de emprego. Geralmente. cujo objetivo desse é relatar suas experiências e conhecimentos acerca de um determinado assunto de acordo com os questionamentos previamente elaborados por aquele. sabemos que há diferentes tipos de entrevistas. sendo desenvolvido de acordo com a finalidade a qual o remetente se propõe. atentemo-nos para os seguintes elementos: * O local e a data – Geralmente compõem as partes iniciais. posto que os recursos tecnológicos proporcionaram mudanças significativas no modo de ser e agir de grande parte das pessoas. relatar sobre um passeio. interajam pelos inúmeros sites de relacionamento. mesmo residindo em lugares distintos. Tempos atrás. não atingiu toda a população.A carta pessoal A linguagem varia de acordo com o nível de intimidade entre remetente e destinatário Falar sobre o uso recorrente deste gênero textual. dialogando em tempo real. Há. parece um tanto quanto retrógrado. Quanto aos aspectos de natureza linguística. torna-se essencial mencionarmos que a “era digital”. poderá haver o emprego de alguns termos coloquiais. caríssimo companheiro. a tecnologia permite que as pessoas. a carta argumentativa. como se estivessem frente a frente. por motivos socioeconômicos. Assim sendo. * O texto – Trata-se do discurso propriamente dito. a carta. portanto. etc. está entre os conteúdos relacionados aos diversos processos avaliativos. trocar notícias entre os interlocutores envolvidos. De modo a efetivarmos nossos conhecimentos acerca das particularidades inerentes ao gênero em questão. até mesmo gírias ou que denotem uma intimidade maior entre os interlocutores. a carta e o telegrama eram os únicos meios de comunicação escrita. por se classificar dentre os inúmeros gêneros com os quais compartilhamos no nosso dia a dia. vírgula ou não conter nenhum sinal de pontuação. O vocativo pode ser seguido de dois pontos. * A despedida e a assinatura – Como dito anteriormente. Entretanto. quem ainda faça uso da carta para se corresponder com amigos e familiares que se encontram fora do convívio diário. tais como: Querida amiga. Tal divergência se refere ao predomínio de uma linguagem. a carta pessoal. dentre outros. podendo prevalecer tanto o padrão formal quanto o coloquialismo. se encontrando posicionados à esquerda da folha. aqui representado pela carta. se difere das demais correspondências em que prevalece um certo tecnicismo mediante regras pré-estabelecidas. como por exemplo. Sem contar que. ela se classifica como um gênero textual especificamente utilizado na comunicação entre pessoas que mantêm um vínculo de relacionamento. que varia de acordo com o grau de intimidade entre o remetente e o destinatário. cuja finalidade discursiva pode pautar-se por objetivos diversos – fazer um convite. dependendo do grau de intimidade . ora representados pelos exames de vestibulares e concursos públicos. assim como bem retrata a própria nomenclatura. a de apresentação e as demais correspondências oficiais. Atualmente. atribuir agradecimentos. * O vocativo – Como se trata de uma comunicação relacionada a um assunto livre. brother. ou seja. na frente do envelope deverá conter os dados do destinatário– nome. sem resquícios de formalidades. a evolução é algo essencial à nossa vivência e. A intencionalidade discursiva é retratada por uma reclamação e/ou solicitação por parte do emissor no sentido de convencer o destinatário de . Tamanha diversidade surgiu no intuito de dinamizar e ampliar o contato entre os seres e seus semelhantes. constará apenas o nome do remetente. a despedida tende a variar. Estes. Outro aspecto elementar da referida modalidade está no fato de que ela é enviada pelo correio. deverão constar os dados referentes ao remetente. No verso. a carta. como é o caso do E-Mail. ou seja. compor um dos conteúdos requisitados pela maioria dos concursos públicos e vestibulares. seguidos também de todos os elementos citados.estabelecido pela convivência. estão gradativamente se entremeando no cotidiano das pessoas e. podendo ser formal ou mais cortês. será que devemos abolir a existência e. alternativa da qual as pessoas dispunham para manterem contato entre si. ela se faz presente a cada dia que passa. Mas como sabemos. pois torna-se notório que a mesma cedeu lugar às inúmeras formas de comunicação que atualmente norteiam a convivência humana. Não somente por este motivo. de certa forma. e principalmente por nos referirmos sobre algo pertencente à linguagem escrita – uma vez que esta constitui-se de elementos específicos. como a própria nomenclatura revela. tal recurso comunicativo ainda prevalece. ressaltamos o caso dos recursos tecnológicos. precisa-se de todos os dados necessários a fazer com que a comunicação seja realmente efetivada. sem atribuição ao sobrenome. é que devemos nos conscientizar da importância de estarmos aptos a compô-la de maneira correta. Diante disso. na qualidade de gênero textual. endereço completo e CEP. Para tanto. E para sermos um tanto quanto precisos. Orkut. mas também em virtude de a carta. Em decorrência disso. A Carta Argumentativa Situando-nos diante do contexto que hoje rege de modo contundente as relações sociais. A carta argumentativa é um texto que. entre tantos outros. determinados meios de comunicação parecem não se adequar mais aos ditames vigentes. Mediante essa ocorrência. com vista a retratar uma certa afetividade. sobretudo. remetemo-nos ao assunto ora em discussão. permeando os mais diversos setores da esfera social. mesmo em meio a tanta tecnologia. por excelência. senão a única. MSN. algo bem simples. Durante muito tempo esse instrumento vigorou como sendo a principal. pauta-se por persuadir o interlocutor por meio dos argumentos por ela atribuídos. influenciando-as no que diz respeito ao comportamento adotado. Quanto à assinatura. retomamos sobre a recorrência da carta. Mediante tal afirmativa. a utilidade inerente à carta? De forma alguma. até porque nem todas as pessoas tiveram a oportunidade de compartilhar deste crescente desenvolvimento. como tal. os quais se primam por um vocabulário voltado para o formalismo. dependendo do grau de ocupação/função desempenhada. esta costuma diferenciar-se de outros veículos de comunicação. todos denotando um caráter positivo. ao criarmos um blog estamos criando uma mensagem instantânea para toda a web. Quanto à estrutura. esta poderá ou não ser totalmente objetiva. No que se refere à linguagem. É nessa interação que reside a finalidade do gênero. contando com a participação de um número variado de pessoas. até piadas. ela compõe-se dos seguintes elementos: # Local e data. No que se refere ao conteúdo. e todos aqueles que visitá-lo. escrevemos sempre que tivermos necessidade. Neste caso. # Expressão de despedida – Tal procedimento pode variar em se tratado do grau de intimidade entre os interlocutores. funcionam como importantes ferramentas que visam à informação e ao entretenimento. o pronome de tratamento ocupa lugar de destaque. terão a oportunidade de compartilhar com nossas ideias. mas certamente deverá ser clara e coesa. de forma a abordar todos os aspectos pertinentes de maneira clara. proporcionando assim uma recíproca . Antes eram tidos apenas como um diário online. certamente. atualmente. portanto. que o leitor interaja com o autor do texto. este abrange uma infinidade de assuntos. podendo ser mais formal ou denotando certa informalidade. fotografias. # Assinatura do remetente. dependendo de sua própria política. links e notícias. pois a intenção é deixar o blogueiro completamente familiarizado com o assunto e à vontade para deixar suas impressões mediante o contato com o discurso. ou seja. O blog . sucinta e precisa. O blog caracteriza-se como uma página da web que permite a postagem de artigos organizados de forma cronológica. Muitos constam-se de comentários ou notícias acerca de um assunto em particular.comunicando e interagindo Caso fôssemos discorrer acerca dos benefícios proporcionados pelos recursos tecnológicos.forma específica (geralmente na pessoa de uma autoridade ou alguém com poder de decisão) a fim de que o mesmo possa atender à solicitação ora realizada. apoiaríamos em uma infinidade de argumentos e. indo desde um simples diário. # Vocativo – o nome da pessoa para a qual a carta é endereçada. # Identificação do destinatário. aliando linguagem verbal e não verbal ao tema em discussão. # Corpo do texto – É a exposição do assunto em si. permitindo. Portanto. Quanto à linguagem. expressar sentimentos de uma maneira geral. coloquial. O uso da primeira pessoa do singular torna-se preponderante e a estrutura costuma não ser rígida. o diário muitas vezes não se dirige a alguém. torna-se imprescindível que você se mantenha familiarizado (a) com as marcas linguísticas que norteiam a variedade de gêneros que permeiam as diversas situações sociocomunicativas. Partindo do pressuposto de que alguns aspectos são determinantes na materialização dos gêneros (tais como “o quê?”. pode ser que a intenção se manifeste por um interlocutor determinado. de Carolina de Jesus. . são apresentadas ao candidato (a) algumas opões. normalmente. Dada a realidade de que o interlocutor se revela pela própria pessoa que escreveu o diário. uma catadora de papel que viveu na favela de Canindé. retratada pelas pessoas que “clamam” por melhores condições de sobrevivência. por exemplo: querido diário). o que se verifica é o uso do vocativo (como. o diário se caracteriza como umtexto no qual temos a oportunidade de registrar ideias. o diário também se demarca por características linguísticas específicas Não falaremos sobre as estruturas linguísticas que demarcam o gênero em questão sem antes enfatizarmos um aspecto que se atribui não somente a esse gênero. haja vista que pode retratar uma determinada época ou mesmo registrar fatos do dia a dia de uma pessoa que faz ou fez parte da sociedade. podendo pender para um tom mais espontâneo. Contudo. Como já exposto. como é caso do livro Quarto de despejo – Diário de uma favelada. no entanto. depois de uma diversificada coletânea. nas quais ele terá a oportunidade de optar por este ou aquele gênero discursivo. seja na escrita. a linguagem nele empregada não segue os padrões formais. Apoiados tão somente nesse intento é que iremos conhecer mais um gênero: o diário. Nele podemos atestar a árdua luta pela sobrevivência. mas aos demais de uma forma geral – o fato de eles se fazerem presente nas redações requisitadas mediante processos seletivos de concursos e vestibulares. seja na modalidade oral. O diário pode se tornar um importante e valoroso documento histórico. sendo esse real ou fictício. bem como registrar fatos ocorridos no cotidiano. em específico. “por quê?” e “para quem?”). ora retratando um determinado tema. opiniões acerca da realidade que nos cerca. Assim. Diário: Um gênero discursivo Como todo gênero discursivo.interatividade. demarcado logo após a data. em face dessa realidade. O que geralmente se atesta é que. São Paulo. anunciando um produto que acabara de ser lançado no mercado. comparações. é essencial que saibamos sobre um aspecto bastante peculiar – a presença de alguns recursos estilísticos voltados para a conotação. passíveis de múltiplas interpretações. anúncios. falando sobre linguagem. porém atrativas. uma vez que imagens tendem a ser mais chamativas e. Enfim. vários são os objetivos traçados por parte do emissor. destacamos: Título – Compõe-se de frases concisas. enfadonho. necessariamente. são indispensáveis. tentando persuadi-lo de alguma forma. podendo também haver um slogan – uma frase curta que defina o produto anunciado. Identificação do produto ou marca – Constitui-se de uma assinatura do próprio anunciante. E. pois. O discurso apresenta-se de forma variada – divulgando um determinado evento. metáforas. Todos envoltos por um único objetivo: o de atrair a atenção do leitor mediante o ato comunicativo. hipérboles. mas também. proporcionando uma interação entre os interlocutores por meio de um vocabulário sugestivo e adequado ao público-alvo. Analisemos. como por exemplo. Imagem – Representa um elemento de fundamental importância para o discurso. dentre outras. a linguagem. . contribuem para a concretização dos objetivos propostos. um caso representativo: Defrontamo-nos com uma linguagem ambígua – o fato de o sorriso ser amarelo em seu sentido literal. torna-se indispensável o predomínio de uma linguagem não verbal. uma feira cultural.Uma análise linguística Basta sairmos pelas ruas que tão logo nos deparamos com uma infinidade de faixas. Percebemos que o próprio produto (marca) intertextualiza um procedimento inerente às atitudes humanas – o sorriso. anunciando uma promoção referente ao comércio lojístico. Assim.O anúncio publicitário . dado o seu caráter persuasivo. como também representar aquele sorriso sem entusiasmo. um show. Diante de tal finalidade discursiva.. outdoors. Corpo do texto – Trata-se do desenvolvimento da ideia em si.. abnegado de qualquer traço atrativo. de moda. bastante atrativa. cartazes. Quanto aos elementos que constituem o gênero em pauta. ou seja. precisa não somente ser clara e objetiva. Para tanto. No exemplo acima podemos perfeitamente constatar este fato. consequentemente.
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