ENSINO A DISTÂNCIAEducação Física LicenciatUra eM FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Marcus William Hauser (org) Ana Célida da Silva Antônio Sérgio Borato Barbara Parreira Diedrichs Caroline Dal Col Daniele Dias Gelson dos Santos Pinheiro Janaina Capri Vaz Janaina de Oliveira dos Santos Juliene Gonçalves de Andrade Rosa Karoline Louise Taborda Keila Bianca Santos Kely Cristina Paintner Hauser Maria Marta Rocha Rafael Araújo Rocha Rogério de Jesus da Rosa Thaiane Moleta PONTA GROSSA / Pr 2012 CRÉDITOS Universidade Estadual de Ponta Grossa João Carlos Gomes Reitor Carlos Luciano Sant’ana Vargas Vice-Reitor NUTEAD - UEPG Coordenação Geral Leide Mara Schmidt Coordenação Pedagógica Cleide Aparecida Faria Rodrigues Conselho Consultivo Pró-Reitor de Graduação - Graciette Tozetto Goes Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação - Benjamin de Melo Carvalho Pró-Reitor Extensão e Assuntos Culturais - Miguel Sanches Neto Colaboradores Financeiros Ariângelo Hauer Dias Luiz Antonio Martins Wosiack Colaboradores de Planejamento Carlos Roberto Ferreira Silviane Buss Tupich Colaboradores em Informática Carlos Alberto Volpi Carmen Silvia Simão Carneiro Colaboradores em EAD Dênia Falcão de Bittencourt Jucimara Roesler Colaboradores de Publicação Álvaro Franco da Fonseca - Ilustrador Anselmo Rodrigues de Andrade Júnior - Designer Gráfico/Ilustrador Ceslau Tomczyk Neto – Ilustrador Dyego Marçal – Diagramador Márcia Zan Vieira – Revisora Rosecler Pistum Pasqualini - Revisora Vera Marilha Florenzano – Revisora Colaboradores Operacionais Edson Luis Marchinski Maria Clareth Siqueira Todos os direitos reservados ao NUTEAD - Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PR Tel.: (42) 3220 3163 www.nutead.uepg.br 2009 APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local, a qualidade científica e tecnológica com a qualidade social e cumprindo, assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento, com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade. No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão Seus cursos de graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país. A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que a UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente, vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional. Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNED na execução do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do Brasil e atua em 38 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do Paraná, Santa Cantarina e São Paulo. Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda, assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e disseminação das tecnologias da informação e da comunicação. Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação. Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso que está realizando. A Coordenação Dedicatória do autor Marcus William Hauser Dedico este livro aos amigos José Carlos Baptista Stachowiak, Fabiano Varassin e William Abib Scheidt, que tão cedo se foram para a morada eterna e deixaram uma grande lacuna de amizade e companheirismo em nossas vidas. SUMÁRIO ■■ PALAVRAs Dos PROFESSORes ■■ OBJETIVOS & ementa 9 11 EVolUção HistÓrica da HidroGinástica ■■ seÇÃo 1- suRgImenTo da HIdRogInÁsTIca ■■ seÇÃo 2- a HIdRogInÁsTIca na aTualIdade 13 14 15 ProPriedades FÍsicas da áGUa ■■ seÇÃo 1- densIdade ■■ seÇÃo 2- pRessÃo HIdRosTÁTIca ■■ seÇÃo 3- empuXo 19 20 21 22 AsPectos FisiolÓGicos no Meio aQUático Por QUe HidroGinástica? ■■ seÇÃo 1- HIdRogInÁsTIca, poR QuÊ? ■■ seÇÃo 2- benefÍcIos da HIdRogInÁsTIca ■■ seÇÃo 3- fInalIdades dos eXeRcÍcIos de HIdRogInÁsTIca ■■ seÇÃo 1- fReQuÊncIa caRdÍaca ■■ seÇÃo 2- ÍndIce de peRcepÇÃo subjeTIva de esfoRÇo ■■ seÇÃo 3- alTeRaÇÕes fIsIolÓgIcas em pIscIna fRIa ou aQuecIda 25 26 29 30 35 36 39 43 A sPectos estrUtUrais das aUlas de HidroGinástica ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ seÇÃo 1- eXeRcÍcIos de aQuecImenTo seÇÃo 2- eXeRcÍcIos aeRÓbIos seÇÃo 3- eXeRcÍcIos de ResIsTÊncIa musculaR localIZados seÇÃo 4- eXeRcÍcIos de alongamenTo seÇÃo 5- eXeRcÍcIos de RelaXamenTo e desconTRaÇÃo 49 51 57 65 73 82 HidroGinástica Para GrUPos esPeciais ■■ ■■ ■■ ■■ seÇÃo 1- EXeRcÍcIos de HIdRogInÁsTIca e TeRceIRa Idade seÇÃo 2- EXeRcÍcIos de HIdRogInÁsTIca e gesTanTes seÇÃo 3- EXeRcÍcIos de HIdRogInÁsTIca e dIabeTes seÇÃo 4- EXeRcÍcIos de HIdRogInÁsTIca e HIpeRTensos 91 92 98 105 110 S alVaMento e noçÕes de PriMeiros socorros ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ seÇÃo 1- avalIaÇÃo pRImÁRIa seÇÃo 2- RespIRaÇÃo seÇÃo 3- cIRculaÇÃo seÇÃo 4- avalIaÇÃo neuRolÓgIca seÇÃo 5- afogamenTo 119 120 121 124 126 127 ■■ REFERÊNCIAS ■■ NOTAS SOBRE OS AUTORES 133 137 PALAVRAs Dos ProFessores Prezada Acadêmica e Prezado Acadêmico: O meio líquido é fascinante para a vida e para a prática de atividades físicas. Nele nos desenvolvemos durante a gestação de nossas mães e certamente tivemos toda a proteção e conforto naqueles nove meses. A hidroginástica é uma atividade física prazerosa e que, além de nos proporcionar momentos agradáveis, também contribui efetivamente para nossa melhora cardiorrespiratória, potencializando o desenvolvimento muscular com proteção articular devido à ação do empuxo da água sobre nossa massa corporal. Em um país de clima tropical como o Brasil, a prática de esportes e atividades aquáticas é bastante grande e a hidroginástica, além dos benefícios físicos voltados para a melhora da saúde, pode se constituir em um amplo espaço de convívio social, pois é natural o estado de satisfação e relaxamento que pessoas adquirem no meio líquido. Outra vantagem da prática da hidroginástica é sua multiplicidade de formas de trabalho, as quais, mediante pequenas, porém necessárias adaptações podem ser aplicadas para todas as faixas etárias e para ambos os sexos. Como você pode ver nesse breve relato, os benefícios da prática da hidroginástica são muitos, inclusive, constituindo-se em uma ferramenta poderosa para combate ao estresse do cotidiano, visto as inúmeras possibilidades do trabalho que muitos professores desenvolvem com a recreação aquática. Nosso livro busca abordar o lado pedagógico das atividades relacionadas à hidroginástica, propondo atividades para todos os grupos de indivíduos, com enfoque na busca pela otimização da qualidade de vida. Então, seja bem-vindo para muitos e bons momentos dentro da água. Seus professores. OBJETIVOS & eMenta OBJETIVoS ■■ Conhecer as bases da hidroginástica. ■■ Identificar as principais formas de trabalho da hidroginástica. ■■ Aplicar exercícios físicos e atividades aquáticas para grupos diversos. ■■ Relacionar as finalidades com os exercícios físicos propostos. ■■ Desenvolver as qualidades físicas do corpo humano através da hidroginástica. EMENTA ■■ Disciplina teórico prática que estudará a história e a evolução da hidroginástica. Fundamentos e metodologias aplicadas ao ensino-aprendizagem da hidroginástica. Vivências e experiências dos movimentos no meio líquido, a hidroginástica aplicada a grupos especiais. Hidroginástica MarcUs WIllIam HaUsEr (org) ANa CÉlIda da SIlva ANtÔNIo SÉrgIo Borato Barbara ParrEIra DIEdrIchs CarolINE Dal Col DaNIElE DIas GElsoN dos SaNtos PINhEIro JaNaINa CaprI VaZ JaNaINa dE OlIvEIra dos SaNtos JUlIENE GoNÇalvEs dE ANdradE Rosa KarolINE LoUIsE Taborda KEIla BIaNca SaNtos KElY CrIstINa PaINtNEr HaUsEr MarIa Marta Rocha RaFaEl AraÚjo Rocha RogÉrIo dE JEsUs da Rosa ThaIaNE MolEta OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■■ Conhecer a história da hidroginástica. ■■ Relacionar fatos históricos com acontecimentos atuais. ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ SeÇÃo 1: Surgimento da hidroginástica ■■ SeÇÃo 2: A Hidroginástica na atualidade UNIDADE I unidade 1 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Evolução Histórica da 13 Universidade Aberta do Brasil Para inÍcio de conVersa O viver na água é fascinante, até porque lá estivemos nos primeiros nove meses de nossas vidas, protegidos pelo ventre de nossa mãe. Talvez seja um dos principais motivos pelo qual o meio aquático nos atraia tanto. Os simples movimentos de caminhar na água ou mesmo movimentar braços e pernas já se constituem em um momento de prazer e relaxamento. Os povos antigos já desenvolviam atividades diversas na água, como banhos de imersão em ervas aromáticas ou mesmo execução de movimentos que visavam a descontração. Na cidade de Pompeia, na Itália, existem ruínas que demonstram grandes locais para banhos públicos, onde os frequentadores, além da imersão na água, também executavam alguns exercícios físicos com finalidade terapêutica, além de realizarem sauna e sessões de massoterapia. Portanto, os exercícios na água, além dos benefícios naturais da prática de atividades físicas, podem incrementar o gasto calórico com um reduzido impacto sobre as estruturas articulares. Seção 1 SUrGiMento da HidroGinástica A prática de atividades aquáticas é bastante antiga, onde relatos demonstram que civilizações históricas já tinham o hábito de banhar-se em água morna e executar movimentos de amplitude articular, visando a melhoria dos movimentos e o alívio de processos dolorosos. Na cidade de Pompeia, na Itália, destruída pela erupção do vulcão Vesúvio em 80 d.C. existem ruínas de locais onde os moradores tomavam banhos quentes e de contrastes em piscinas públicas. A prática de banhos, muitas vezes públicos, também era comum nas civilizações gregas, chinesas e japonesas. Muitas vezes usavam-se esses banhos para prática de hidroterapia, com utilização de massagens relaxantes e ervas aromáticas. 14 unidade 1 De forma contemporânea, o surgimento dos exercícios físicos em meio aquático ocorreu na Alemanha, onde um grupo de idosos necessitava praticar exercícios físicos em água quente para melhorar suas amplitudes articulares, aliviar contrações musculares e poder movimentar-se com segurança. No Brasil, o surgimento da ginástica aquática ocorreu no início da década de 80, onde professores de educação física buscavam uma alternativa para a prática da ginástica aeróbica de solo e o grande número de lesões articulares que a mesma provocava. Cidade de Pompeia - Itália Seção 2 A HidroGinástica na atUalidade No mundo atual, as atividades que utilizam a água sofrem uma evolução bastante rápida, pois as piscinas possuem uma série de adaptações e finalidades diversas. Também existe uma série de equipamentos possíveis de serem utilizados, tais como: pranchas, boias nos mais variados formatos, barras fixas, bicicletas, halteres e outros. unidade 1 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 15 Universidade Aberta do Brasil Também um grande número de pessoas está praticando a hidroginástica pelos seus inúmeros benefícios. Dessa forma, mulheres em período gestacional ou pós-parto, hipertensos, indivíduos com sobrepeso ou obesidade, asmáticos, pessoas em processo de recuperação de fraturas e lesões musculares e articulares diversas e outros diversos. Os fatos históricos demonstram a utilização do ambiente aquático como local de prática de exercícios físicos de relaxamento e descontração. Atualmente uma série de atividades físicas são realizadas visando a melhora da capacidade cárdio pulmonar e o auxílio no tratamento de doenças crônico degenerativas. A Hidroginástica também acha-se presente na recuperação de lesões de diversas origens e também no atendimento de indivíduos com necessidades especiais, principalmente pela sua capacidade de reduzir o impacto da massa corporal sobre as estruturas articulares. www.aquabrasil.info/Pdfs/Tratamento_fisioterapico.pdf www.ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_07/N1/Vol_vii_N1_171-186.pdf www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288 www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=3368&fase=imprime 01)Pesquise na INTERNET sobre os banhos de imersão realizados nas civilizações antigas. 02)Pesquise na INTERNET sobre as finalidades terapêuticas da água. 16 unidade 1 unidade 1 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 17 da Água MarcUs WIllIam HaUsEr (org) ANa CÉlIda da SIlva ANtÔNIo SÉrgIo Borato Barbara ParrEIra DIEdrIchs CarolINE Dal Col DaNIElE DIas GElsoN dos SaNtos PINhEIro JaNaINa CaprI VaZ JaNaINa dE OlIvEIra dos SaNtos JUlIENE GoNÇalvEs dE ANdradE Rosa KarolINE LoUIsE Taborda KEIla BIaNca SaNtos KElY CrIstINa PaINtNEr HaUsEr MarIa Marta Rocha RaFaEl AraÚjo Rocha RogÉrIo dE JEsUs da Rosa ThaIaNE MolEta OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■■ Compreender as principais propriedades físicas da água. ■■ Identificar as propriedades em uma aula de hidroginástica. ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ SeÇÃo 1: Densidade ■■ SeÇÃo 2: Pressão hidrostática ■■ SEÇÃO 3: Empuxo UNIDADE II unidade 2 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Propriedades Físicas 19 Universidade Aberta do Brasil Para inÍcio de conVersa A água é sinônimo de vida, pois basta lembrar que nosso organismo é constituído por 60% de água e sem o líquido vital, nossa espécie provavelmente deixaria de existir sobre o planeta terra. Nessa unidade buscamos demonstrar aos acadêmicos, noções básicas das propriedades físicas da água e relacionar as mesmas com as atividades físicas e recreativas que são possíveis de se realizar no meio aquático. Dessa forma, a densidade, a pressão hidrostática e empuxo são abordados de forma simples e com possibilidades de aplicação nas aulas de hidroginástica. No caso da densidade, ela tem influência no fato do corpo humano poder flutuar na água, sendo que a mesma afeta também a força empuxo. A pressão hidrostática pode afetar nosso equilíbrio dentro da água e dessa forma comprometer nossos movimentos dentro do líquido. Nessa unidade, abordaremos as características físicas de três variáveis da água que podem influenciar a prática da hidroginástica, que são: a Densidade, a Pressão Hidrostática e o Empuxo. Seção 1 Densidade A densidade absoluta ou massa específica é a relação entre a massa de uma substância dividida pelo seu volume, sendo dada pela relação: d = massa / volume No caso da água, o valor da densidade absoluta é igual a 1000 kg/ m , ou seja, se colocarmos 1000 kg de água em uma caixa ela terá 1 m3 de 3 volume, ou ainda 1 litro de água ocuparia um volume de 1 dm3, ou ainda, 1 litro de água tem uma massa igual a 1 kg. 20 unidade 2 Para a água salgada (água do mar), a densidade absoluta é igual a 1300 kg/m3, isso devido ao fato da presença do sal dissolvido na água. No caso de uma aula de hidroginástica realizada na praia, o corpo humano tem uma dificuldade maior de afundar devido ao fato da densidade da água salgada ser maior que a densidade da água doce. Essa dificuldade maior do corpo humano afundar é devido à força empuxo que estudaremos mais à frente. Seção 2 Pressão Hidrostática A pressão da água é resultado da altura (h) do líquido que está sobre (acima) do ponto considerado e pode ser calculado pela relação: p=d.g.h onde: p = pressão hidrostática do líquido d = densidade absoluta do líquido g = aceleração da gravidade (g = 10 m/s2) h = altura da coluna de líquido Dessa forma, uma pessoa que se encontra a 2 metros de profundidade em uma piscina sofre o dobro da pressão hidrostática do que se estivesse a uma profundidade de 1 metro. Como já afirmamos anteriormente, a densidade da água salgada é igual a 1300 kg/m3, ou seja, 30 % maior que a densidade da água doce que é igual a 1000 kg/m3, portanto, uma pessoa a uma profundidade de 1 metro na água salgada sofre uma pressão hidrostática 30% maior que estando a uma profundidade de 1 metro na água doce. unidade 2 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 21 Universidade Aberta do Brasil Seção 3 EMPUXo O empuxo foi proposto por Arquimedes e se caracteriza por uma força vertical, de baixo para cima e que atua em todo corpo que está mergulhado em um fluido (líquidos ou gases), sendo o mesmo dado por: E = dl . g . Vs onde: E = força empuxo dl = densidade do líquido g = aceleração da gravidade (g = 10 m/s2) Vs = volume submerso No caso da hidroginástica, a força empuxo é responsável pela sensação de redução no peso corporal quando estamos dentro da água. Essa força é benéfica para se reduzir as cargas sobre as articulações, possibilitando que indivíduos com sobrepeso ou obesidade possam praticar a hidroginástica com redução de cargas sobre as articulações. Como o empuxo é diretamente proporcional ao volume submerso, quanto maior a massa do corpo que estiver dentro da água, tanto maior será o empuxo atuando sobre o corpo. Finalizando, se uma pessoa estiver praticando hidroginástica na praia o empuxo atuando sobre ela será 30% maior que se a pessoa estiver praticando hidroginástica na água da piscina. EFeITOS BeNÉFICOS DO EMPUXO - Redução da carga ou pressão nas articulações, principalmente na coxo femural, joelhos e tornozelos, possibilitando uma melhor movimentação. - Redução da atividade muscular nos grupamentos musculares que atuam na sustentação do corpo humano e atuam contra a força da gravidade. - Possibilidade de trabalho com sobrecarga visando o fortalecimento muscular e o trabalho de resistência muscular localizada. 22 unidade 2 - Variabilidade de movimentos que seriam impossíveis de serem realizados no solo, possibilitando também o aumento das amplitudes articulares. As propriedades físicas da água atuam diretamente no praticante da hidroginástica. A densidade da água, por exemplo, quanto maior for o seu valor, maior será a redução da carga articular, visto a mesma alterar consideravelmente o empuxo. Os valores pressão hidrostática são tanto maiores, quanto maior for a profundidade da piscina, ou seja, no caso de exercícios que venham a exigir o mergulho da cabeça dentro da água, esta ficará sujeita a acréscimos de pressão. O empuxo é a variável mais importante no caso da hidroginástica, pois ele é o responsável direto pela redução da carga articular, sendo esse um dos maiores benefícios da prática dessa forma de exercício. http://setqui.blogspot.com/2009/04/propriedades-da-agua.html http://www.aquabrasil.info/hidrocinesioterapia.html http://www.profala.com/arthidro2.htm http://www.sld.cu/galerias/pdf/sitios/rehabilitacion-bal/carromanofa_ candeloriomj.pdf 01) A densidade é maior na água do mar ou na água da piscina ? Explique sua resposta. 02) A ação do empuxo é maior em uma pessoa de 45 kg ou em alguém de 80 kg ? Explique a sua resposta. 03) A pressão hidrostática é maior há 1 metro de profundidade em uma piscina pequena ou em uma piscina grande ? Explique a sua resposta. unidade 2 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 23 24 Universidade Aberta do Brasil unidade 2 no Meio Aquático MarcUs WIllIam HaUsEr (org) ANa CÉlIda da SIlva ANtÔNIo SÉrgIo Borato Barbara ParrEIra DIEdrIchs CarolINE Dal Col DaNIElE DIas GElsoN dos SaNtos PINhEIro JaNaINa CaprI VaZ JaNaINa dE OlIvEIra dos SaNtos JUlIENE GoNÇalvEs dE ANdradE Rosa KarolINE LoUIsE Taborda KEIla BIaNca SaNtos KElY CrIstINa PaINtNEr HaUsEr MarIa Marta Rocha RaFaEl AraÚjo Rocha RogÉrIo dE JEsUs da Rosa ThaIaNE MolEta OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■■ Compreender a diferença entre exercícios na terra e exercícios na água; ■■ Identificar as diferenças fisiológicas que ocorrem no organismo com a diferença de temperaturas. ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ SeÇÃo 1: Frequência cardíaca ■■ SeÇÃo 2: Índice de percepção subjetiva de esforço ■■ SEÇÃO 3: Alterações fisiológicas em piscina fria ou aquecida UNIDADE III unidade 3 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Aspectos Fisiológicos 25 Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA Devido ao alto grau de especificidade das atividades conduzidas no meio aquático, o controle da intensidade do esforço pode ser realizada através de parâmetros obtidos na realização do esforço físico em terra, sem no entanto considerar este como único indicador. Dentre os indicadores de intensidade do esforço, a frequência cardíaca e a percepção subjetiva do esforço são os mais práticos e de baixo custo. Talvez, por esse motivo, eles sejam mais utilizados pelos profissionais que prescrevem exercícios no meio aquático. No entanto, a imersão, a temperatura da água e as diferentes posições corporais adotadas podem afetar o comportamento desses indicadores de intensidade do esforço durante a execução dos exercícios, ou mesmo em sua recuperação. Seção 1 FreQUÊncia cardÍaca Em uma mesma intensidade do exercício com o mesmo consumo de oxigênio, a frequência cardíaca tende a apresentar uma bradicardíaca. A bradicardíaca é definida como uma frequência de batimento cardíaco menor do que 60 por minuto, embora, raramente, seja sintomática até cair para menos de 60 batimentos por minuto (bpm), em média de 8 a 13 batimentos por minuto. Isso ocorre por causa da pressão hidrostática. A pressão hidrostática faz com que haja um aumento no retorno venoso do sangue ao coração, resultando assim em um maior volume de ejeção, consequentemente, a frequência cardíaca (FC) diminui. Uma proposta para se usar a FC em exercício aquático seria a utilização da seguinte equação: 26 unidade 3 FC máxima na água = FC máxima em terra – ΔFC, sendo: ΔFC = bradicardia decorrente da imersão (na profundidade, temperatura e posição corporal utilizadas no exercício). Exemplo: Aluno com 25 anos de idade. FC máxima de terra = 220 - idade FC máxima de terra = 195 bpm Max em terra. Se, há uma bradicardíaca de 8 à 13 bpm, o ΔFC significa o maior valor subtraído do menor valor. Então: FC máxima na água = 195 – (13 - 8) FC máxima na água = 190 bpm. SINAIS e SINTOMAS PROVOCADOS PeLO eSFORÇO FÍSICO INTeNSO É importante evitar o sobre-esforço causado por um trabalho físico em alta intensidade. Os sinais de sobre-esforço são: falta de ar, tontura, cansaço, fadiga extrema, náusea, rosto vermelho e frequência cardíaca muito alta (acima FC máxima de terra), incapacidade motora e queda ou aumento repentino da pressão arterial. Os sintomas mais verificados são: tontura, dispneia, fadiga, dor precordial, mal estar geral, desmaio e hipoglicemia. ESTÍMULOS e ADAPTAÇÕeS FISIOLÓGICAS As respostas fisiológicas em meio líquido diferem principalmente por dois fatores, a pressão hidrostática e a intensificação da perda do calor na água. unidade 3 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 27 Universidade Aberta do Brasil Os profissionais que trabalham com atividades aquáticas devem observar estas diferenças fisiológicas tanto em atividades que visam à recreação como para o treinamento, pois estas variáveis influenciam no desempenho das atividades e bem estar dos alunos e clientes. Sendo assim, exercícios realizados em meio líquido devem ser programados e executados levando em consideração a profundidade da imersão, temperatura da água, posição adotada para obter um resultado satisfatório. A integração do homem com o meio líquido como decorrência de um processo de adaptação e, ao mesmo tempo de transformação da natureza, tem-nos levados a criar constantemente novas formas de locomoção na água. Para a concretização de manifestações aquáticas, a experiência de uma “aprendizagem midiatizada” na água, por um profissional da área da Educação Física, teve e ainda tem considerável relevância, pois ela é capaz de nos livrar dos desconfortos do meio líquido, muitas vezes tão instável e inseguro. Em situação de envolvimento com a água, o homem precisa nadar ou nela se locomover de forma “a manusear ou gerir de forma segura e intencional” o ambiente que o recebe. Ressalta-se, todavia, que há diferenças entre permanecer ou estar em terra e situar-se ou posicionarse na água. A integração do homem com o meio líquido tem-nos levado a criar constantemente novas formas de locomoção na água. Há necessidade de que ocorra uma reaprendizagem postural e motora antes de iniciarmos a locomoção na água. OBSeRVAÇÕeS IMPORTANTeS - Para se perceber os grandes benefícios da hidroginástica o ideal é praticá-la, pelo menos, 3 vezes por semana com 45 minutos por sessão. Após 12 sessões, os resultados são aparentes. - Para um melhor desempenho cardiovascular, a frequência desejada é entre 70% e 85%. Para “queimar” gordura e perder massa 28 unidade 3 corporal, a frequência cardíaca ideal deve ficar na faixa entre 55% e 70% da frequência cardíaca máxima. - Sempre encaixar o quadril e manter a postura ereta. Enquanto estiver se exercitando, manter todo o pé apoiado no chão e deve-se contrair o abdômen, mantendo respiração contínua, sem bloqueá-la. Aumente a intensidade de acordo com o seu ritmo e evite comer uma hora antes de iniciar o exercício. - A hidroginástica é uma das únicas atividades indicadas para quem tem pouco ou nenhum condicionamento físico. Apesar disso, pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento podem praticá-la. - Atletas lesionados fazem hidroginástica porque ela fortalece a musculatura, protegendo as articulações. Pela mesma razão, muitos idosos procuram essa atividade para aumentar a força muscular. - Indicado também para quem tem problemas de coluna e para gestantes, já que previne dores lombares e cervicais, aumenta a circulação nas pernas, facilitando o parto e sua posterior recuperação. Seção 2 Índice de PercePção sUbjetiVa de esForço Os indicadores fisiológicos mais utilizados em academias e clubes são as Tabelas de Percepção Subjetiva do Esforço e intensidades da frequência cardíaca. A tabela de percepção subjetiva do esforço pode ser utilizada na hidroginástica, pois em seu estudo experimental com alunos, foi constatado que a frequência cardíaca, o consumo de oxigênio máximo e níveis de lactato estão altamente correlacionados. Um bom indicador de intensidade dos exercícios para a hidroginástica é a escala de Borg, conforme tabela seguinte: unidade 3 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 29 Universidade Aberta do Brasil Tabela para classificação do esforço para exercícios de hidroginástica Classificação 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Descritor Repouso Muito, Muito Fácil Fácil Moderado Um Pouco Difícil Difícil Muito Difícil Máximo Fonte: Escala CR-10 de Borg (1982) e adaptada por Foster et al. (2001) Sendo a intensidade do esforço ditada pelo nível de cada um, o aluno deve utilizar a tabela como parâmetro para determinar seu grau de esforço nos exercícios durante a aula. Existem estudos que comprovam a relação da percepção de esforço com a frequência cardíaca (ex: 20 quer dizer aproximadamente 200 bpm). O professor terá que treinar os alunos na captação do que representa um movimento forte ou fraco para eles, ao invés de pedir que sigam os batimentos da música. Leva tempo e intuição dos mesmos. Ex: Se o professor desejar que seus alunos trabalhem no início da aula em moderado, deve pedir que os alunos se concentrem nesta qualidade de esforço13. E se no auge da aula desejar que a frequência suba ou desça, deve pedir que trabalhem em 17 ou 13, desenvolvendo o objetivo desejado. Seção 3 AlteraçÕes FisiolÓGicas eM Piscina Fria oU aQUecida Devido ao natural processo de adaptação, o corpo humano pode sofrer várias reações fisiológicas ao entrar em contato com o meio líquido, 30 unidade 3 dentre os quais pode-se destacar o fluxo sanguíneo e a frequência cardíaca. A regulação da temperatura corporal durante o exercício na água é diferente da do ar, porque a evaporação de suor, o principal meio de dissipação de calor durante o exercício no ar, não ocorre na água, e a perda ou ganho de calor por convecção e condução é muito maior na água. Durante exercício no ar, a temperatura central do corpo aumenta na proporção direta da intensidade do exercício (porcentagem da captação de oxigênio), sendo dependente da temperatura ambiente. Durante exercícios na água, o efeito da intensidade do exercício sobre a temperatura central é o mesmo, mas há uma faixa maior de temperaturas ambientes para as quais a temperatura central não é afetada pela temperatura ambiente. Dependendo da temperatura da água, a temperatura central do corpo pode alterar-se. Durante o exercício, a temperatura da água necessária para evitar uma elevação na temperatura central durante atividades prolongadas varia de 17º C a 34º C, dependendo da quantidade de exercício e da composição corporal da pessoa, principalmente da porcentagem de gordura corporal, portanto informa-se: - em temperaturas elevadas, a sobrecarga do volume do coração e os estímulos para adaptações hipervolêmicas, em comparação ao treinamento realizado em água fria, poderiam afetar as alterações metabólicas e cardiovasculares do treinamento. - na água fresca, a elevação amenizada da temperatura corporal central e redução no fluxo sanguíneo da pele poderiam alterar as adaptações metabólicas, termorreguladoras e cardiovasculares que poderiam estar respondendo, em parte, às alterações térmicas. EFeITOS DOS eXeRCÍCIOS eM PISCINA Na hidroginástica, o principal objetivo é o condicionamento cardiovascular e muscular, por meio do treinamento em flexibilidade, coordenação motora e relaxamento. Segundo especialistas, a hidroginástica é extremamente eficaz no combate ao estresse, além de contribuir para uma melhor qualidade de vida dos indivíduos. unidade 3 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 31 Universidade Aberta do Brasil Ao contrário dos exercícios realizados no solo, a prática da Hidroginástica, geralmente não é acompanhada por dores, transpiração e sensação de exaustão. Dentro da água, o indivíduo tem uma sensação de redução no peso, o que reduz de maneira importante a tensão nas articulações. Com isso, os exercícios realizados dentro da água são desenvolvidos com maior facilidade, aumentando o rendimento do aluno e possibilitando a prática de atividade por um período de tempo maior. Como o impacto é reduzido, as dores e os espasmos musculares pós-atividades praticamente não ocorrem. O gasto calórico em uma aula de Hidroginástica com 50 minutos de duração pode chegar a até 400 Kcal/hora. Um benefício bastante agradável da hidroginástica é o efeito massoterapêutico proporcionado pela água, por meio da pressão e da resistência. Isso garante um efeito suavizante sobre a musculatura, ajuda a aumentar a circulação periférica de sangue e alivia as tensões. A hidroginástica, quando praticada de maneira adequada e regularmente, permite uma melhora em todos os componentes do condicionamento físico, que são: • Componente Aeróbico: melhorando a capacidade cardiovascular e pulmonar; • Componente de Força Muscular; • Componente de Resistência Muscular; • Componente de Flexibilidade; • Componente de Composição Corporal: relaciona-se à relação entre a massa magra e a quantidade de gordura. Outra vantagem importante da hidroginástica é que ela é uma das poucas atividades que podem ser realizadas por indivíduos com pouco ou nenhum condicionamento físico. Com isso, pessoas de qualquer idade, inclusive gestantes, podem praticá-la. Nas gestantes, a hidroginástica ajuda na prevenção das dores lombares e cervicais e aumenta a circulação nas pernas, facilitando o parto e o período de recuperação. 32 unidade 3 - Quando comparada ao exercício em terra, verificou-se que correr 400 metros dentro da água equivale em termos de gasto calórico, estando o nível da água na altura do diafragma, a 1500 metros de corrida em terra firme. - A diminuição da PA durante imersão em repouso, em gestantes, pode ser explicada pelo aumento do tônus vagal e pela ação da pressão hidrostática que age no edema de mulheres grávidas. Devido ao alto grau de especialização das atividades conduzidas no meio aquático, controlar a intensidade do esforço por meio de simples extrapolações dos indicadores fisiológicos pode levar a erros grosseiros de prescrição. Sendo assim, os exercícios realizados em meio líquido devem ser programados e executados levando em consideração a profundidade da imersão, temperatura da água, posição adotada para obter um resultado satisfatório, pois o corpo humano sofre várias reações fisiológicas ao entrar em contato com o meio líquido. 01) Qual a sua frequência cardíaca máxima na água? 02) Cite 5 exemplos de como se locomover seguramente dentro da água. 03) Utilizando a Escala de Borg, levando em conta o descritor, monte sua aula com aquecimento da musculatura, elevação do batimento cardíaco, aumento da capacidade cardiorrespiratória, fortalecimento muscular localizado, atividade de relaxamento, alongamento (volta à calma), empregando apenas a classificação. 04) Cite 2 exemplos de como podemos melhorar cada um dos componentes do condicionamento físico. unidade 3 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 33 34 Universidade Aberta do Brasil unidade 3 MarcUs WIllIam HaUsEr (org) ANa CÉlIda da SIlva ANtÔNIo SÉrgIo Borato Barbara ParrEIra DIEdrIchs CarolINE Dal Col DaNIElE DIas GElsoN dos SaNtos PINhEIro JaNaINa CaprI VaZ JaNaINa dE OlIvEIra dos SaNtos JUlIENE GoNÇalvEs dE ANdradE Rosa KarolINE LoUIsE Taborda KEIla BIaNca SaNtos KElY CrIstINa PaINtNEr HaUsEr MarIa Marta Rocha RaFaEl AraÚjo Rocha RogÉrIo dE JEsUs da Rosa ThaIaNE MolEta OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■■ Apresentar o conceito de hidroginástica e as possíveis maneiras de se trabalhar. ■■ Destinar o benefício adequado aos objetivos individuais dos alunos. ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ SeÇÃo 1: Hidroginástica, por quê? ■■ SeÇÃo 2: Benefícios da Hidroginástica ■■ SEÇÃO 3: Finalidades dos exercícios de Hidroginástica UNIDADE IV unidade 4 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Por que Hidroginástica? 35 Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA A busca incansável por um corpo saudável e bonito ocasionou o surgimento de diversas modalidades esportivas, assim como a diversificação da maneira de se exercitar até mesmo em ambientes consagrados, como as piscinas. Quando o objetivo é melhorar as capacidades aeróbica e respiratória, força e resistência muscular, flexibilidade e o bem-estar, pode-se utilizar de um conjunto de exercícios em meio aquático, a hidroginástica. Tal prática tem atuação significativa no ganho, em termos de qualidade de vida, para uma série de pessoas nos últimos anos. Alguns dos seus atrativos denotam a sua força como programa de treinamento alternativo para pessoas com vida agitada e pouco tempo. Além disso, a modalidade traz benefícios para alguns grupos que não podem realizar a prática de exercícios mais agressivos, como os esportes de impacto ou de levantamento de carga. Atletas em treinamentos especiais, gestantes, pessoas que estão sendo submetidas a processos fisioterápicos, idosos, pessoas em recuperação de lesões, entre outros, fazem parte desses grupos. De maneira geral, pode-se atribuir à hidroginástica uma característica lúdica, a qual torna os programas de exercícios desenvolvidos nessa modalidade menos enfadonhos e mais propensos a manter o praticante motivado à regularidade. A comodidade e segurança, já que praticamente não se observa a ocorrência de lesões, também representam atrativos para que o número de praticantes de hidroginástica só venha a manter um crescimento considerável. SEÇÃO 1 HidroGinástica, Por QUÊ ? Pelo fato de ser basicamente um programa de condicionamento que visa à melhora da saúde e o bem estar físico e mental, podendo ser 36 unidade 4 praticada por ambos os sexos, independente de saber nadar ou não. Além disso, o praticante pode estar acima do peso, ou ainda em recuperação de algum processo cirúrgico. Outro termo pelo qual a hidroginástica pode ser designada é hidroaeróbica. Uma explicação simplificada para o mesmo utiliza-se da etimologia, uma vez que o prefixo “hidro” do grego, significa água e o sufixo “aeróbica”, por sua vez, significa com oxigênio. Logo, hidroaeróbica e, consequentemente, hidroginástica são definidas simplesmente por exercitar-se na água promovendo gasto calórico. Geralmente as aulas de hidroginástica têm seus exercícios divididos em grupo, de acordo com as regiões e segmentos corporais. Deve-se considerar: O corpo humano apresenta cinco partes principais , sendo elas: - Dorsal (coluna cervical, torácica e lombar) - Abdômen (reto abdominal, oblíquos e transverso do abdômen) - Glúteos (grande, médio e mínimo) - Coxa (quadríceps, abdutores e adutores) - Panturrilha Anteriormente estão descritas as regiões de grandes grupos musculares, contudo existem outros músculos que auxiliam durante a execução de alguns movimentos. Em um exercício que o foco principal seja a coluna vertebral, faz-se necessário o auxílio da musculatura dos braços. Outro exemplo pode ser observado ao trabalharmos a coluna lombar, onde recrutaremos o auxílio da musculatura da cintura pélvica e, em alguns casos, a musculatura que envolve a articulação do joelho. unidade 4 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 37 Universidade Aberta do Brasil Em relação às articulações, existem alguns cuidados que não devem ser ignorados durante as aulas de hidroginástica. Ao realizar os exercícios de alongamento, ao aplicar uma forte tensão na articulação, o aluno corre o risco de sofrer uma luxação; logo que, devido à anatomia das articulações, os ossos estão interligados por músculos. Em contrapartida, realizar movimentos de alongamento dentro da água se torna mais fácil, devido à amplitude de movimento ser maior e a sensação de desconforto e dor serem reduzidas. A seguir algumas das principais articulações do corpo humano, bastante utilizadas na Hidroginástica: MeMBROS SUPeRIOReS - Gleno umeral (ombro) responsável pelos movimentos de flexão, extensão, adução, abdução e circundação do braço. - Articulação do cotovelo responsável pelos movimentos de flexão, extensão, pronação e supinação do antebraço. - Articulação radioulnar distal (punho) realiza os movimentos de flexão, extensão, desvio ulnar (adução) e desvio radial (abdução) da mão. MeMBROS INFeRIOReS - Articulação coxo- femoral (quadril) permite os movimentos de abdução, adução e ainda circundação da perna. - Articulação do joelho responsável pelos movimentos de flexão e extensão. - Articulação do tornozelo realiza os movimentos de inversão, eversão, flexão plantar e flexão dorsal. Cada uma das articulações apresenta uma amplitude de movimento diferenciada, sendo que durante a execução dos movimentos na aula, deve ser levado em conta este limite na amplitude do movimento. A água apresenta densidade maior que a do ar, fato que acaba obrigando os participantes da aula a realizarem os movimentos com menos velocidade e mais suavidade que se fossem realizados em terra. 38 unidade 4 O tônus muscular ao superar essa resistência apresentada pela água acaba sofrendo uma adaptação para que os movimentos possam ser realizados. Tal adaptação faz com que o participante supere a resistência da água durante as duas fases do exercício, tanto no início do movimento como no retorno à posição inicial. O meio aquático permite que os movimentos tenham uma maior amplitude e sejam mais seguros do que fora do meio líquido, onde algumas partes do corpo tornariam mais vulneráveis. Somado a todos esses benefícios, é fato comprovado que a hidroginástica permite a seus participantes superarem seus limites naturais sem riscos. SEÇÃO 2 BeneFÍcios da HidroGinástica Os benefícios da hidroginástica são muitos, os mesmos de toda atividade física em meio terrestre. O meio aquático proporciona às articulações uma diminuição do impacto sobre elas na realização dos movimentos se comparados ao meio terrestre. Durante a realização dos exercícios deve-se observar o limite da mobilidade e elasticidade articular, para que na amplitude máxima do movimento não acarrete dano algum ao participante. Algumas articulações são mais vulneráveis a lesões por apresentarem uma mobilidade maior que as demais. São elas: joelho, quadril, coluna e ombro. • Ombro: por ser a maior e mais complexa articulação do corpo humano, apresenta desgaste e luxações quando os movimentos não são executados de maneira correta. • Coluna: os desvios posturais acentuados tais como a lordose e a escoliose são responsáveis pelas dores neste segmento. Procedimentos cirúrgicos e hérnia de disco fazem parte também deste cenário. unidade 4 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 39 Universidade Aberta do Brasil • Quadril: pessoas mais velhas (a partir dos 50 anos) apresentam quadros degenerativos, como artrites, disparidade no comprimento das pernas e ainda inflamações repetidas. • Joelho: apresenta algumas peculiaridades pelo seu posicionamento, quando apresentam características do tipo joelho varo ou valgo, são suscetíveis a micro- fraturas e desgastes com o passar dos anos. Tem a função de sustentar o peso entre as articulações do quadril e do pé, o que contribui para o estresse articular. Realizando os movimentos no meio aquático, as chances de lesão nas articulações a serem trabalhadas diminuem. Em relação aos benefícios físicos, a hidroginástica apresenta uma melhora no sistema de resistência cardiorrespiratória, ganho de tônus e força muscular, aumento na flexibilidade e resistência muscular. Outros pontos a serem observados são os benefícios conferidos à coordenação motora e à qualidade de vida. No entanto, para que haja um aumento verdadeiro na qualidade de vida é necessário que os benefícios físicos estejam associados aos benefícios mentais. Fazer amigos, relaxar, retardar o envelhecimento, melhorar a autoimagem, aliviar o estresse, entre outras atitudes, constituem um conjunto de fatores que compreendem os benefícios secundários que a hidroginástica oferece. Sendo assim, conclui-se que a hidroginástica é, de maneira geral, um programa de exercícios lúdicos, relaxantes e fáceis de serem executados que proporcionam profilaxia da saúde. FORMAS De TRABALHO Quando se avalia as formas de trabalho, deve-se considerar o nível de aptidão dos alunos, levando em conta se ele é iniciante na modalidade ou não, como forma de planejar as aulas. Os tipos de aula são predominantemente aeróbicos ou apresentam uma combinação de exercícios localizados com aeróbicos. Aquecimento e alongamento são de suma importância nas aulas de hidroginástica. Para se aumentar o gasto calórico durante uma aula de 40 unidade 4 hidroginástica, a parte central da aula pode ser apenas aeróbica, aeróbica combinada com exercícios localizados e ainda as duas formas anteriores com exercícios em suspensão total na água (membros inferiores e superiores suspensos). A duração da aula para que maiores benefícios sejam alcançados deve ser de no mínimo 30 minutos, tendo no máximo 60 minutos. Cabe ressaltar que a duração de uma aula está diretamente relacionada com as condições cardio vasculares da turma. No caso de alunos com históricos de sedentarismo elevados, pode-se estipular as primeiras 12 aulas com tempo de 15 minutos, acrescentando-se progressivamente um ou dois minutos a cada aula. Durante a aula de hidroginástica, o ideal para o participante é alcançar uma intensidade de 60% a 80% da frequência Cardíaca Máxima de Reserva (FC.máx), segundo a fórmula a seguir: (220 - idade = FC.máx) Combinada com essa intensidade, a aula deve ser praticada de 3 a 5 vezes na semana para que haja um aumento na capacidade aeróbica. Para alcançar este objetivo, melhorar a condição cardiorrespiratória, a força e a resistência muscular, deve-se primeiro estabelecer objetivos a curto, médio e longo prazo, conforme segue: - Turma de nível básico: o principal objetivo é fazer com que os alunos compreendam os exercícios e executem os mesmo com segurança, cabe ao professor fazer a correção e o polimento dos mesmos. Nesta fase, a aula não deve ter mais de 40 minutos de duração. - Turma de nível médio: é possível combinar mais de um exercício compondo coreografias e executando-os em uma velocidade mais rápida. A duração da aula deve ser de 45 a 50 minutos. - Turma de nível avançado: nesta fase, a aula pode ter até 60 minutos. A criatividade do professor na criação dos exercícios é de suma importância para que os alunos sintam-se estimulados a fazer novas combinações, mais complexas e velozes. Intercalar exercícios aeróbicos com exercícios localizados é uma maneira de diversificar a aula e estimular os alunos, com um circuito criativo e desafiador é possível alcançar os resultados almejados e reduzir o tempo total de aula. unidade 4 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 41 Universidade Aberta do Brasil O professor deverá estabelecer o nível das aulas de acordo com seus objetivos, podendo ser alta, média e baixa intensidade. É imprescindível que o professor respeite a estrutura da aula e não descarte nenhuma etapa. A seguir, as quatro etapas principais que compõem a estrutura da aula: - Aquecimento: o próprio nome já diz, é a parte da aula responsável por preparar o corpo para atividade que será realizada. Há o aumento gradual da frequência cardíaca, articular e muscular. Deve ter a duração de 5% a 10% do tempo total da aula. - Parte Principal: o objetivo é aumentar a frequência cardíaca para que o participante atinja o limiar de 60% a 80% da FC.Máx. Deve ter a duração de 40% a 50% do tempo total da aula. - Localizada: desenvolver a força, a resistência e o tônus muscular. Deve ter a duração de 20% a 30% do tempo total da aula. - Volta Calma: etapa destinada a diminuir a frequência cardíaca, buscando com que os participantes retornem aos níveis basais da frequência, com relaxamento e alongamento. Deve ter a duração de 5% a 10% do tempo total da aula. Uma aula no sistema de circuitos é uma maneira de diversificar as sessões de Hidroginástica. Neste sistema, o professor deve estar atento a algumas particularidades. O número de alunos deve condizer com o número de estações programadas, as estações devem alternar seus objetivos (localizada e aeróbica) e ainda de deve cuidar para que todos os seguimentos corporais sejam atingidos. A duração de uma aula em forma de circuito bem como a permanência em cada estação, depende do objetivo do professor, respeitando o mínimo de 30 minutos e o máximo de 60 minutos. A metodologia utilizada pelo professor pode ser extremamente variada, envolvendo jogos recreativos, circuitos, atividades com auxílio de aparelhos (pranchas, espaguetes, palmares, etc.), dentre outros. 42 unidade 4 SEÇÃO 3 Finalidades dos EXercÍcios de HidroGinástica A hidroginástica apresenta inúmeras finalidades se analisarmos os aspectos fisiológicos e motores, mas existe um fator de suma importância que consiste em inserir indivíduos de grupos específicos que necessitam de uma atenção redobrada fora do ambiente aquático. Com relação às finalidades fisiológicas, aumenta a capacidade cardiorrespiratória, resistência, tonicidade e força muscular, apresentando ainda benefícios à flexibilidade e amplitude articular. ASPeCTOS FÍSICOS A hidroginástica é responsável por trazer benefícios aos indivíduos que praticam. Existem alguns aspectos físicos que devem ser destacados, como: - Amplitude do movimento: é durante o aquecimento que aumentamos a amplitude funcional do movimento. Esta relacionada às restrições da cápsula articular. - Aumento da resistência geral: desenvolver as capacidades como agilidade, flexibilidade, cardiorrespiratória, coordenação, equilíbrio, resistência muscular. - Aumento da força: consiste em realizar os exercícios de maneira rápida e em sua maior amplitude, aumentando assim a turbulência da água, gerando para os participantes uma maior dificuldade para realizar os movimentos. - Aumento da mobilidade geral: movimentos mais rápidos fazem com que pessoas mais idosas melhorem sua percepção de equilíbrio. unidade 4 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 43 Universidade Aberta do Brasil ASPeCTOS TeRAPÊUTICOS Na utilização terapêutica, a hidroginástica vem auxiliar no alívio e tratamento de algumas situações, tais como: • Reabilitação Ortopédica: em casos de imobilizações geradas por fraturas, luxações e similares, as atividades realizadas na água podem auxiliar no processo de reabilitação. • Redução de Massa Corporal: os indivíduos obesos em estado grave ou mórbido possuem dificuldades múltiplas de locomoção e se movimentam com mais facilidade no meio aquático, a intensidade do trabalho físico pode ser potencializado em relação ao meio terrestre e o risco de lesões nas articulações é reduzido. • Gestantes: as atividades dentro da água beneficiam as gestantes por aliviarem as dores causadas nesse período e propiciarem maior conforto. • Terceira Idade: proporciona ao idoso um momento de diversão, lazer e bem estar. Contribui para a melhora das capacidades físicas, além de estar relacionada ao conforto de realizar as atividades dentro da água. • Artropatias: facilita a mobilidade, diminui as dores e fortalece os grupos musculares. O meio líquido propicia a realização de exercícios com maior facilidade de movimento no aspecto de aumento da amplitude articular. São muitas as formas de trabalho em que se pode utilizar o meio líquido como meio para realização de exercícios físicos, conforme segue: - Hidro Local: é a forma mais comum de trabalho com a hidroginástica. A sua ação é em grandes grupos musculares, podendo ser utilizados halteres, luvas, bolas, palmares, tornozeleiras e outros equipamentos. 44 unidade 4 - Water Running (Corrida na água): forma de corrida com cerca de 60% do corpo abaixo da linha da água. Essa forma se caracteriza por atingir a musculatura de membros inferiores, além de utilizar a resistência horizontal da água como elemento de sobrecarga. - Deep Running: outra forma de corrida, que se caracteriza pela utilização de um colete que auxilia na flutuação, evitando o contato dos pés do praticante com o fundo da piscina. A principal característica dessa forma é a praticamente nulidade da carga de compressão articular e um aumento da ação do trabalho cardiovascular. - Hidro Core: forma de trabalho caracterizado por saltos e grandes flexões e extensões de tronco, atingindo grupos musculares do abdômen, quadris e costas, atuando diretamente na qualidade física do equilíbrio e melhora das condições posturais e de estabilidade do praticante. - Hidrobol: caracterizado pela utilização de bolas com tamanhos variados, buscando que as mesmas se tornem um atrativo para o desenvolvimento da aula. Essa prática atua nas qualidades físicas da coordenação motora, o equilíbrio e a agilidade. Uma das variações dessa prática é o biribol (voleibol dentro da água) que pode se constituir em uma parte competitiva ou recreativa da aula. - Hidro Sport: nessa forma de trabalho, os movimentos do praticante são referentes aos fundamentos dos esportes, tais como: o voleibol, o futebol, o tênis de campo, o boxe e outros. A resistência muscular localizada, a resistência aeróbica e a agilidade são as qualidades físicas mais atingidas nessa prática, além da possibilidade da realização de fundamentos inerentes aos esportes praticados. - Hidro Bike: aqui a utilização de uma bicicleta ergométrica adaptada e fixa no fundo da piscina possibilita ao praticante um trabalho aeróbico de boa qualidade, enquanto que a resistência da água nos seus membros inferiores funciona como um elemento de sobrecarga. Essa forma é bastante utilizada em trabalhos específicos de aumento de capacidade aeróbica e redução da massa corporal. Tendo em vista todos os benefícios que a prática da hidroginástica proporciona, cabe aos professores de educação física torná-la segura, eficiente e motivante. Diversificar as aulas e usar materiais para aumentar o grau de dificuldade são ótimas opções. Trabalhos especificados para grupos e pessoas são recomendados, visto a variabilidade de opções da Hidroginástica. unidade 4 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 45 Universidade Aberta do Brasil 1) Explore os diferentes materiais que podem ser utilizados durante uma aula, diversificando também a didática da aula, alternando exercícios aeróbicos com exercícios localizados. 2) Identifique três articulações que sofrem maior desgaste no cotidiano e prescreva os exercícios ou atividades de hidroginástica mais adequados para as mesmas. 3) Construa cinco exercícios em que sejam movimentados os membros superiores e inferiores ao mesmo tempo. Qual a vantagem de utilizar este tipo de exercícios ? 46 unidade 4 unidade 4 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 47 Aulas de Hidroginástica MarcUs WIllIam HaUsEr (org) ANa CÉlIda da SIlva ANtÔNIo SÉrgIo Borato Barbara ParrEIra DIEdrIchs CarolINE Dal Col DaNIElE DIas GElsoN dos SaNtos PINhEIro JaNaINa CaprI VaZ JaNaINa dE OlIvEIra dos SaNtos JUlIENE GoNÇalvEs dE ANdradE Rosa KarolINE LoUIsE Taborda KEIla BIaNca SaNtos KElY CrIstINa PaINtNEr HaUsEr MarIa Marta Rocha RaFaEl AraÚjo Rocha RogÉrIo dE JEsUs da Rosa ThaIaNE MolEta OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■■ Identificar as principais formas, ações e benefícios que o aquecimento proporciona ao corpo humano. ■■ Conhecer a importância e os benefícios dos exercícios aeróbios e localizados em aulas de hidroginástica. ■■ Aplicar exercícios de alongamento, relaxamento e descontração em aulas de hidroginástica. ■■ Estabelecer programas e metas de ensino para compor as aulas de hidroginástica. ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ SeÇÃo 1: SeÇÃo 2: SEÇÃO 3: SEÇÃO 4: SEÇÃO 5: Exercícios de Aquecimento Exercícios Aeróbios Exercícios de Resistência Muscular Localizados Exercícios de Alongamento Exercícios de Relaxamento e Descontração UNIDADE V unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Aspectos Estruturais das 49 Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA Nesta unidade iniciaremos o estudo sobre os elementos possíveis de serem inseridos em uma aula de hidroginástica. Iniciaremos pelo aquecimento e os benefícios que ele acarreta no organismo. O aquecimento tanto na hidroginástica como em qualquer outra atividade física compreende a primeira etapa de qualquer sessão, pois se trata da fase essencial de preparação e adaptação do organismo para suportar a carga de treino que será solicitada no decorrer da seção, sem que haja prejuízo da saúde do praticante. Apresentaremos os exercícios aeróbios e localizados que se constituem nos elementos que ocupam a maior parte da aula e que podem ser aplicados conforme os objetivos específicos da mesma. Os exercícios aeróbios realizados através da hidroginástica possuem muitos adeptos, pois além de uma atividade prazerosa, divertida, agradável, estimulante e eficaz, proporciona uma melhora postural e respiratória, fortalecimento muscular, redução do percentual de gordura, melhora na flexibilidade articular; além de potencializar o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social e servir como coadjuvante no tratamento de patologias diversas, tais como as doenças coronarianas, as hipercolasterolemias e as diversas formas do diabetes. Os exercícios localizados realizados na hidroginástica surgiram pela necessidade de se realizar atividades físicas aquáticas, estando o corpo alinhado e na posição vertical, sendo que atualmente também se utilizam de tais exercícios como uma forma de tratamento para recuperação de lesões musculoesqueléticas. No término da unidade, os exercícios de relaxamento, descontração e alongamento são abordados, com uma especial referência para os alongamentos que podem ser utilizados tanto no início, quanto no final da aula. 50 unidade 5 SEÇÃO 1 EXercÍcios de AQUeciMento O aquecimento faz parte da aula de hidroginástica como marco inicial da realização de qualquer exercício físico. Tratam-se de exercícios gerais e com volume e intensidades reduzidos, visando preparar o indivíduo para a atividade principal, evitando, dessa forma, uma passagem brusca do estado de repouso para o estado ativo, pois o aquecimento permite ao organismo adaptar-se de forma orgânica e nas áreas fisiológica, muscular, articular e psicológica. O início dessas adaptações ocorre com o sistema cardiopulmonar, que começa a trabalhar mais intensamente, aumentando o fluxo sanguíneo para a região periférica enviando maior aporte de nutrientes e oxigênio para as células da musculatura que será utilizada. Para Machado, et. al. (2007) e Dantas (2003), também ocorre a maximização do desempenho motor, através do aumento da elasticidade de tendões e ligamentos, aumento da espessura das cartilagens, aumento na produção do líquido sinovial, melhora dos padrões motores e aumento da temperatura corporal. Com o aumento na temperatura muscular, a hemoglobina irá liberar mais rapidamente o oxigênio, suprindo o fornecimento e utilização por parte dos músculos e facilitando a transmissão sensorial e o metabolismo muscular (MCardle, Katch e Katch, 2003). Devemos classificar o aquecimento em dois tipos, o geral e o específico. O primeiro tem como objetivo aumentar a funcionalidade do organismo como um todo, devemos, portanto, dar preferência a exercícios que recrutem grandes grupos musculares. Já o segundo tipo, como próprio nome menciona, utiliza-se de exercícios específicos que serão trabalhados posteriormente durante a aula, utilizando a mesma musculatura que será exigida. AQUeCIMeNTO GeRAL e eSPeCÍFICO O aquecimento geral é utilizado nos primeiros momentos da aula e objetiva o preparo do organismo de uma forma mais ampla, globalizada, unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 51 Universidade Aberta do Brasil através de exercícios de saltitamentos e deslocamentos dentro da piscina e movimentos articulares diversos. Segundo Dantas (2003), o aquecimento geral é dividido em aquecimento orgânico e aquecimento neuromuscular, sendo que o orgânico tem enfoque no trabalho do sistema cardiopulmonar, enquanto que o neuromuscular concentra-se na preparação musculoarticular e no sistema nervoso de uma maneira geral. Considerando o aquecimento específico, o mesmo deve ser realizado após o aquecimento geral, sendo fundamental na aula de hidroginástica por se tratar de uma atividade coordenativa. Os exercícios serão constituídos de uma forma similar aos que serão executados durante a aula, porém em uma intensidade reduzida. Além de facilitador da capacidade de coordenação motora, os exercícios específicos visam ampliar a redistribuição do fluxo sanguíneo e irrigação muscular, acelerando o metabolismo e o recrutamento das unidades motoras que serão exigidas posteriormente durante a execução dos exercícios em sua intensidade máxima. Um bom programa de aquecimento específico deve conter, além de exercícios característicos com intensidade sendo aumentada gradualmente, exercícios de alongamento e relaxamento muscular como forma preventiva de lesões, além de propiciar uma melhor flexibilidade da musculatura que será trabalhada. EXeRCÍCIOS PRÁTICOS De AQUeCIMeNTO Os exercícios a seguir compreendem algumas sugestões ao professor, que se utilizando das informações contidas neste capítulo, desenvolva seus próprios exercícios de aquecimento, lembrando que na primeira parte da aula recomenda-se o aquecimento geral a ser composto de corrida, saltitamentos e deslocamentos, a segunda parte, com exercícios específicos preparatórios visando os conteúdos a serem trabalhados durante a aula. A seguir são demonstrados alguns exercícios de aquecimento que podem ser utilizados em aulas de hidroginástica. 52 unidade 5 A)Corrida estacionária ou saltitamentos por aproximadamente 3 minutos. B)Corrida com deslocamento e elevação alternada dos joelhos. C)Corrida estacionária, oscilando a velocidade ao comando do professor. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 53 Universidade Aberta do Brasil D)Corrida com elevação alternada dos joelhos, mãos abertas deslizando sobre a água. E)Corrida com deslocamento, afastando e aproximando a palma das mãos. F)Corrida, movimentando alternadamente os braços da água, levando-os para trás até a altura do peito, colocando a palma da mão para cima empurrando a água para frente. 54 unidade 5 G)Corrida com deslocamento da borda para a raia, indo e voltando, puxando a água para trás na altura do quadril, com braçadas curtas. H)Saltar deslocando-se para frente, com a água na altura dos ombros, impulsionando o corpo para cima e para frente com braçadas curtas, puxando água para trás. I)Saltar alternando as pernas, tocando a mão direita no pé esquerdo, mão esquerda no pé direito. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 55 Universidade Aberta do Brasil J)Saltar no lugar, flexionando as pernas e deixando que a água venha a cobrir os ombros, impulsionar novamente o corpo para cima, saltando na maior altura possível. Nesse exercício deve ocorrer a alternância do salto com as pernas posicionadas de forma paralela e entreabrindo as mesmas. FATOReS QUe INTeRFeReM AQUeCIMeNTO • Idade – A idade reduz a amplitude articular. Dessa forma, quanto maior a idade do aluno, maior a necessidade das atividades de aquecimento. • Período das aulas – O período matutino e noturno, onde o organismo está em período de adaptação, o aquecimento deve ocorrer em tempo maior que no período vespertino. • Temperatura ambiente – Em temperaturas mais elevadas, o tempo de aquecimento pode ser reduzido, ocorrendo ao contrário com as temperaturas mais baixas. 56 unidade 5 SEÇÃO 2 EXercÍcios AerÓbios Os exercícios aeróbios são aqueles em que o oxigênio tem participação direta na produção de energia para o corpo humano, pois eles se caracterizam por gerar aumento na frequência cardíaca e no gasto energético, através do envolvimento de vários grupos musculares em atividades físicas dinâmicas. Esses exercícios visam melhorar a função cardiovascular, devido ao aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2máximo), reduzindo a frequência cardíaca de repouso e proporcionando o aumento no volume sanguíneo. Quanto maior for a intensidade do treino, maior será a possibilidade de se aprimorar a resistência aeróbia, permitindo ao indivíduo exercitarse por tempo prolongado sem fadiga. Outra vantagem dos exercícios aeróbios é a resistência que a água proporciona aos movimentos segmentares, atuando em muitos casos como um elemento de sobrecarga. Barbosa (2009) comenta que atividades na água oferecem uma resistência que atua como se fosse um peso. Um diferencial positivo na prática dos exercícios aeróbios durante uma aula de hidroginástica está no fato da mesma ser geralmente uma prática sem dores, transpiração ou exaustão. Esse fato ocorre pelo fato da dissipação de calor ocorrer mais rapidamente, onde ocorre o movimento de energia térmica do corpo humano para a água. Em virtude dos exercícios aeróbios estarem diretamente ligados com a frequência cardíaca, os seus valores podem sofrer alteração no meio aquático. Para Shedahl (1987), a frequência cardíaca tende a permanecer inalterada em repouso e durante exercícios de baixa intensidade, mas diminui nos níveis de intensidade mais altos de exercício submáximo e máximo, em comparação com exercícios em terra. É importante considerar que a frequência cardíaca pode sofrer alteração e aumentar, dependendo da temperatura da água e de sua profundidade. Durante a imersão, o sistema respiratório sofre interferência das propriedades físicas da água. A prática de hidroginástica permite uma unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 57 Universidade Aberta do Brasil maior elasticidade dos pulmões nos tornando assim capazes de absorver oxigênio em maior quantidade, ocasionando, dessa forma, uma melhora significativa no sistema respiratório. ReCOMeNDAÇÕeS PARA UMA AULA De eXeRCÍCIOS AeRÓBIOS A temperatura da água recomenda-se que esteja entre 26oC e 30oC a fim de se evitar os calafrios, que são reações do organismo visando aumentar a sua temperatura no caso de temperatura baixas da água ou ainda uma excessiva perda de fluidos pelo suor, devido a uma temperatura muito alta da água, podendo causar a redução da pressão arterial ou até a desidratação. A atenção deve ser redobrada quando se trata de crianças até 10 anos. Devese evitar a exposição ao calor excessivo, pois o sistema termorregulador ainda não está completamente desenvolvido. Quanto à profundidade do corpo, recomenda-se que o nível da água fique ligeiramente abaixo da linha do peito, na altura do processo xifoide do esterno, visando, dessa forma, que a resistência da água aos movimentos incremente o trabalho aeróbio. As aulas precisam ter frequência semanal, entre 2 a 5 sessões, com duração mínima de 45 minutos, podendo chegar até 75 minutos, com 10 a 15% do tempo total destinados ao aquecimento, 50 a 75% destinados aos exercícios aeróbios e o restante do tempo para as atividades de relaxamento. A utilização de materiais diversos pode motivar a aula e auxiliar na descontração dos alunos. Tais materiais devem ser antitóxicos, com capacidade de flutuabilidade e resistentes a impactos mecânicos. Os mesmos podem ser: halteres, bolas, palmares, pranchas, tornozeleiras, 58 unidade 5 acqua-tubo (espaguete), boias de braço, acqua–jogger (colete), step e outros. EXeRCÍCIOS PROPOSTOS Os exercícios aeróbios em hidroginástica podem ser ministrados de três formas possíveis, conforme segue: A)Contínuos: com características de longa duração e com manutenção da frequência cardíaca entre 60% e 85% do valor máximo. B)Intervalados: formado por ciclos de picos de esforço (ritmo moderado ou forte), e pausas de recuperação na forma ativa (ritmo leve) ou na forma passiva (parado). C)Circuitos: os exercícios são divididos em estações alternadas entre atividades diversas. A seguir são apresentados alguns exercícios: A) Caminhada Simples: movimento alternado das pernas; uma vai à frente, depois a outra, com movimento contrário dos braços, visando à coordenação e o equilíbrio do corpo. Esse exercício pode ser variado com apoio sobre as pontas dos pés, calcanhares, com o pé em eversão ou inversão; passada estreita ou longa; caminhar para trás; movimentar os braços simulando socos (punho cerrado) ou com a mão espalmada (dedos unidos ou afastados). unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 59 Universidade Aberta do Brasil B) Pré-Corrida: movimento de flexão plantar alternada, onde os pés não perdem contato com o solo. C) Corrida Simples: movimento de elevação alternada de joelhos em 45 graus, com variação com ou sem deslocamento. D) Corrida Simples e Corrida Dupla: combinam-se duas corridas simples e uma corrida dupla. 60 unidade 5 E) Corrida Alta: movimento de corrida com os joelhos na altura do quadril, com variação com ou sem deslocamento; batendo palmas acima e à frente do corpo. F) Corrida em Sprint: movimento global e coordenado de corrida acelerada. G) Elevação de membros inferiores: elevar alternadamente os joelhos em 90o, à frente do corpo, com variação de abdução+flexão horizontal de ombro (crucifixo); simular socos ou com a mão espalmada (dedos unidos ou afastados); elevar os joelhos lateralmente. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 61 Universidade Aberta do Brasil H) Movimento em Tap: elevar alternadamente os joelhos direcionando o braço contrário à frente. I) Movimento em Step Touch: deslocamento lateral direita/esquerda. Consiste em abduzir a perna direita, depois de aduzir a perna esquerda, com variação batendo palmas; aduzir e abduzir os ombros; flexão e extensão de ombro ou ainda cruzando as pernas. J) Movimento Cowboy Baixo: pés em eversão, joelhos ligeiramente voltados para fora, projetar alternadamente as pernas para frente, estando às mãos na cintura, com variação para o movimento cowboy alto. 62 unidade 5 K) Polichinelo: movimento de abdução e adução simultânea de braços e pernas, com variação do polichinelo assimétrico. L) Polissapato: transferir simultaneamente a perna que está à frente para trás e vice-versa, braços ao lado do corpo, com variação estando com as mãos na cintura ou abduzindo e aduzindo os braços. M) Saltito: impulsionar uma perna de cada vez para a lateral contrária. Por exemplo, durante o saltito a perna direita é impulsionada para a lateral esquerda onde apenas a ponta do pé tocará o solo, volta à posição inicial e faz tudo para lado oposto, com variação com os braços acima da cabeça e abaixo do quadril; com palmas; movimento de enrolar com os braços. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 63 Universidade Aberta do Brasil N) Salto Básico: saltar no mesmo lugar com as pernas afastadas na linha dos ombros e as mãos na cintura, com variação da realização da extensão e flexão alternada de ombros; abduzir e aduzir os braços; saltar para frente e trás, de um lado para o outro. O) Movimento do Twist: movimento de saltar com os pés unidos, braços elevados na altura dos ombros. Um braço estendido, o outro flexionado, ambos com punhos fechados. Salta para a lateral direita, porém o tronco vira ligeiramente para a esquerda, ficando o braço direito flexionado e o braço esquerdo estendido. 64 unidade 5 Seção 3 EXercÍcios de ResistÊncia MUscUlar LocaliZados Uma aula de hidroginástica realizada a partir de exercícios localizados tem por finalidade principal o desenvolvimento da força e resistência muscular, podendo também aumentar a flexibilidade e amplitude articulares. Face à ação da força empuxo sobre o corpo é importante a correção da postura corporal dos alunos. A postura adotada na realização dos exercícios merece particular atenção, devendo o professor orientar os alunos sobre a importância do correto alinhamento corporal (ombro quadril - joelho - tornozelo). A utilização da música ou ritmos variados é bastante importante para tornar a aula mais prazerosa. As aulas podem ter duração de 45 a 60 minutos, sendo os movimentos referentes aos exercícios repetidos em cada série de 20 a 40 vezes. O número de séries, por aula, varia conforme o grau de dificuldade dos movimentos, o nível de aptidão física da turma e os objetivos da aula, sendo normalmente de 1 a 3 séries por aula. As séries podem ser intercaladas com períodos de recuperação (intervalos) de 1 a 2 minutos. EXeRCÍCIOS LOCALIZADOS PARA MeMBROS INFeRIOReS Nessa forma de exercícios serão atingidos grandes grupos musculares e articulares das coxas e pernas e articulações importantes como a coxo femural, joelhos e tornozelos. Os exercícios são demonstrados conforme segue: unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 65 Universidade Aberta do Brasil A)Pêndulo Corporal: estando o corpo posicionado lateralmente em relação à borda da piscina, apoiado sobre uma das pernas, abduzir a outra perna inclinando lateralmente o tronco. B)Chute à Frente: Efetuar o chute à frente do corpo terminando o movimento com a perna em total extensão, mantendo a mesma na posição por cerca de 5 segundos, procurando alternar o movimento. C)Elevação alternada dos joelhos: elevar um dos joelhos flexionado até a altura do quadril, mantendo a posição por cerca de 5 segundos. 66 unidade 5 D)Simulação do esqui: com ambos os pés apoiados no chão deslizar uma perna depois a outra à frente do corpo. Os braços devem movimentar-se de forma alternada, contrária ao lado da perna, ou seja, desliza-se a perna direita e projeta-se à frente o braço esquerdo e assim sucessivamente. E)Polichinelo: com os pés apoiados no chão com afastamento igual à linha dos ombros, os braços abaixados à frente das coxas. Afasta-se as pernas, semi flexionando os joelhos, eleva-se os braços simultaneamente com as palmas das mãos viradas para fora até um pouco abaixo da linha dos ombros. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 67 Universidade Aberta do Brasil F)Flexão da Perna: inclina-se um pouco o corpo à frente apoiando em uma só perna. Com a outra perna, faz-se a flexão do joelho, realizando esse exercício de forma unilateral. G)Chute Lateral: apoiando todo o corpo em uma perna, projeta-se os dois braços para o lado da perna de apoio, realizando-se uma pequena inclinação. A seguir, faz-se uma abdução da perna contrária até o limite articular. H)Twist: estando os dois pés apoiados e os joelhos semiflexionados, executa-se o movimento lateral dos joelhos em direção contrária ao dos dois membros superiores. 68 unidade 5 I)Cavalo Marinho: estando um dos pés apoiados, eleva-se o membro inferior contrário para trás do corpo, com o joelho flexionado, mantendo os braços abertos com as palmas das mãos voltadas para fora. O tronco deve inclinar à frente, efetuando-se uma extensão do quadril e projetando os membros superiores à frente do corpo. EXeRCÍCIOS LOCALIZADOS PARA MeMBROS SUPeRIOReS Nessa forma de exercícios serão atingidos grandes grupos musculares e articulares dos braços e antebraços e articulações importantes como o ombro e o cotovelo. Os exercícios são demonstrados conforme segue: A)Rosca Direta/Inversa: executa-se a flexão e extensão dos antebraços e das mãos em relação à articulação do cotovelo. Os grupos musculares do bíceps e tríceps são atingidos, alternando-se a posição das palmas das mãos, de forma que a resistência da água atue sobre a palma da mão na fase concêntrica e excêntrica do movimento. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 69 Universidade Aberta do Brasil B)Movimento de Tração e Compressão (Puxar e Empurrar): nesse movimento executa-se o movimento em posição lateral ao corpo. No movimento concêntrico a palma da mão deve ficar voltada para baixo e na fase excêntrica a palma ficará voltada para cima. C)Elevação Lateral: nesse movimento os membros superiores são elevados lateralmente a partir do quadril, estando a palma da mão voltada para cima na elevação e voltada para baixo no retorno para o nível do quadril. Nesse movimento a resistência da água atua como sobrecarga, sendo possível a utilização de um par de halteres para potencializar essa sobrecarga. D)Elevação Frontal: nesse movimento os membros superiores são elevados frontalmente a partir do quadril, estando a palma da mão voltada para cima na elevação e voltada para baixo no retorno para o nível do quadril. Nesse movimento a resistência da água atua como sobrecarga, 70 unidade 5 sendo possível a utilização de um par de halteres para potencializar essa sobrecarga. E)Braçada do nado Borboleta: Estando em pé, com os dois pés apoiados no fundo da piscina, efetuar a braçada do nado borboleta, executando a respiração frontal. F)Flexão de Braços: Estando em pé e apoiado com os dois pés no chão e com as mãos na borda piscina, executar a flexão de braços, aproximando o tórax da borda. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 71 Universidade Aberta do Brasil G)Extensão e Flexão: Estando em pé e apoiado com os dois pés no chão, segurando uma bola, estando a mesma parcialmente submersa, estender e flexionar os membros superiores à frente do corpo. H)Elevação: Estando em pé e apoiado com os dois pés no chão, pernas semi- flexionadas, segurando uma bola, elevar os membros superiores para fora da água e retornando até submergir totalmente a mesma. 72 unidade 5 Seção 4 EXercÍcios de AlonGaMento Os exercícios de alongamento podem fazer parte da divisão da aula dedicada ao aquecimento ou ao momento do relaxamento, atuando diretamente no sistema locomotor, fazendo com que suas estruturas se preparem para suportar a carga que será exigida durante a atividade ou ainda ajudando no relaxamento muscular. A execução de exercícios de alongamento produz uma série de efeitos benéficos sobre os músculos e articulações, ajudando a evitar lesões, reduzindo as dores musculares decorrentes da prática de exercícios físicos e aumentando o nível de eficiência muscular e articular na realização das atividades físicas. No caso da hidroginástica, os exercícios de alongamento podem ser realizados no início da aula dentro e/ou fora da piscina e após a aula propriamente dita, preferencialmente, dentro da piscina em virtude da climatização do organismo na água. Na realização dos exercícios de alongamento, a principal adaptação do sistema locomotor é dada pelo aumento da amplitude articular, consequência da melhora da flexibilidade das fibras musculares, tendões e ligamentos. São variadas as formas de flexibilidade do corpo humano, sendo que as principais são descritas no quadro 1, a seguir: Quadro 1: Formas de Flexibilidade Formas de Flexibilidade Passiva Principais Características Caracteriza-se como a amplitude do movimento máximo possível em uma articulação sob o efeito de forças exteriores, graças à capacidade de elasticidade ou de descontração dos músculos antagonistas. Caracteriza-se com a amplitude máxima possível de uma articulação que pode ser realizada graças à contração dos músculos agonistas e do alongamento paralelo dos antagonistas. Ativa unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 73 Universidade Aberta do Brasil Estática Dinâmica Geral Abrange a amplitude de movimentos que podem ser abrangidos estaticamente. Abrange a amplitude de movimentos alcançáveis dinamicamente, caracterizando-se pelo grau de resistência intrínseca oposta à realização do movimento. Ocorre quando a mobilidade dos principais sistemas articulares (escapular, coxofemoral e coluna) estão suficientementes desenvolvidos. Quando se refere a uma articulação determinada. Exemplo típico é o corredor de obstáculos, que só pode ter bom desempenho no movimento esportivo graças à amplitude na articulação coxofemoral. Adaptado de KALINOWSKI, HAUSER e ANFILO (Fundamentos da Ginástica Geral, 2009) Especial O método de alongamento comumente utilizado no aquecimento específico é o estático, que segundo Alter (2001) compreende um posicionamento musculoarticular sustentado por um período de tempo, regulado com um controle amplo do corpo com um pouco ou nenhum movimento, ou seja, realizar amplitude máxima de determinada articulação e permanecer nessa postura por um determinado tempo que normalmente varia em torno de trinta segundos a um minuto. O outro método está no alongamento dinâmico, que para Achour Júnior (2002) tem o objetivo de atingir a movimentação voluntária da estrutura muscular, utilizando a contração dos agonistas e o relaxamento dos antagonistas. Sintetizando, o alongamento dinâmico trabalha a amplitude de movimento e consiste em movimentos de partes do corpo que gradualmente aumentam sua amplitude e velocidade de execução, são exercícios normalmente pendulares e repetidos como elevação de joelho, flexão de quadril e pequenos saltos. A seguir, são apresentados uma série de exercícios de alongamento recomendados para praticantes da hidroginástica, conforme adiante: 74 unidade 5 A) Estando sentado em uma cadeira na borda da piscina, com a coluna vertebral ereta e as pernas separadas na linha dos ombros, incline o tronco para frente, posicionando a cabeça e o abdômen entre as pernas. B) Estando sentado em uma cadeira na borda da piscina, com a coluna vertebral ereta e as pernas separadas na linha dos ombros, entrelace as mãos atrás da cabeça, mantenha os cotovelos para trás e em linha reta, flexione lateralmente o tronco levando o cotovelo direito na direção do quadril direito. Alterne os lados do movimento e as mãos. C) Estando sentado na borda da piscina, com as pernas estendidas, coloque a palma das mãos no chão (com os dedos apontados para trás), cerca de 30 cm atrás dos quadris. Mantendo a extensão dos braços, incline o corpo para trás na direção do chão. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 75 Universidade Aberta do Brasil D) Estando sentado na borda da piscina, entrelace os dedos atrás da cabeça, na parte mais alta, incline-a levemente para frente e tente encostar o queixo no tórax. E) Estando sentado na borda da piscina, coloque a mão direita atrás da cabeça, na parte mais alta, empurre a cabeça para a direita e tente encostar o queixo o mais próximo possível do ombro direito. Alterne os lados do movimento e as mãos. F) Estando sentado na borda da piscina, entrelace os dedos e coloque as palmas sobre a testa, inclinando a cabeça para trás, de modo que o nariz fique voltado para cima. 76 unidade 5 G) Estando na borda da piscina, em decúbito frontal no chão, com as mãos espalmadas no chão e com os dedos apontados para frente na linha dos ombros, eleve o tronco para frente e para cima, com contração dos glúteos. H) Em pé, dentro da água, de lado para a borda da piscina, afaste os pés na largura dos ombros. Eleve o braço que está do lado da borda, estendido na altura do ombro, e coloque a palma da mão na parede da piscina, efetuando uma rotação de tronco para o lado oposto. Alterar o sentido da rotação. I) Em pé, dentro da água, com os pés afastados na largura dos ombros, mantendo a coluna ereta, movimente o braço esquerdo nas costas unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 77 Universidade Aberta do Brasil com o cotovelo fletido em cerca de 90°. Segure o cotovelo esquerdo com a mão direita tracionando-o para a direita e para cima, em direção ao ombro direito. Alternar o movimento para o outro lado. J) Em pé, dentro da água, afaste os pés na largura dos ombros, cruze o braço esquerdo na frente do corpo, até que a mão esquerda fique próxima do quadril direito. Segure o cotovelo esquerdo com a mão direita puxando-o para baixo e para o lado direito do corpo. Alternar o movimento para o outro lado. K) Em pé, dentro da água, posicionado lateralmente em relação à borda da piscina, com os pés juntos, apoiar a palma da mão esquerda na borda da piscina com o braço estendido na altura do ombro, e a palma da mão direita na articulação coxo femural. Mantendo as pernas estendidas, contraindo os glúteos, gire os quadris para dentro, na direção da borda 78 unidade 5 da piscina. A mão direita deverá empurrar o quadril na direção da borda. Alternar o movimento para o outro lado. L) Em pé, dentro da água, posicionado com as pernas afastadas um pouco além do alinhamento dos ombros e o pé esquerdo virado para fora. Abaixe o corpo (os quadris) até ficar semiagachado, flexionando o joelho direito e deslizando o pé esquerdo para fora, para a esquerda, para manter o joelho esquerdo estendido. Enquanto abaixa o corpo, coloque as mãos sobre o joelho direito para obter apoio e equilíbrio. Alternar o movimento para o outro lado. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 79 Universidade Aberta do Brasil M) Em pé, dentro da água, eleve o braço esquerdo até que o cotovelo fique próximo à orelha esquerda e a mão esquerda fique próxima da escápula direita. Segure o cotovelo esquerdo com a mão direita e movimente-o para trás, em direção vertical e para baixo. Alternar o movimento para o outro braço. N) Em pé, dentro da piscina, apoiado em um único pé, equilibrado com apoio da mão esquerda na borda da piscina, flexione o joelho direito; segure o pé ou tornozelo direito e puxe o calcanhar direito para trás e ligeiramente para cima. Alternar o movimento para a outra perna. O) Em pé, dentro da piscina, apoiar-se na borda da piscina. Vire o pé direito para trás, afastado do corpo, com o lado dorsal dos dedos contra o fundo da piscina. Mantendo o lado dorsal dos dedos do pé pressionados 80 unidade 5 no chão, transfira o peso do corpo para a perna direita e pressione o calcanhar para baixo. Alternar o movimento para a outra perna. P) Em pé dentro da piscina, de frente com uma parede, apoiando as mãos na borda, mantendo o pé esquerdo posicionado à frente e paralelamente o pé direito atrás, com o calcanhar direito no chão, incline o tórax na direção da parede, flexionando ligeiramente o joelho esquerdo. Os exercícios de alongamento também podem ser utilizados como exercícios de relaxamento muscular, pois os mesmos melhoram a irrigação sanguínea de grupos musculares, possibilitando, aos mesmos, uma melhor oxigenação e propiciando um melhor bem estar geral ao indivíduo. Na prática de exercícios de alongamento, a combinação de contração e alongamento muscular serve para relaxar os músculos usados na unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 81 Universidade Aberta do Brasil manutenção do tônus muscular, não possuindo contraindicações para sua prática. Na unidade 5, a seguir, serão vistos os exercícios de relaxamento e descontração, onde os exercícios de alongamento podem ser utilizados como parte integrante da aula. Seção 5 EXercÍcios de RelaXaMento e Descontração O estresse é considerado por muitos com um dos males do século e fruto de uma vida pessoal e profissional bastante competitiva nos tempos atuais. Apesar de sua fama somente de “vilão”, o estresse tem o seu lado positivo, pois é capaz de deixar o organismo em um estado de alerta, atuando como um mecanismo de defesa do corpo. A situação considerada como patológica do estresse é a intensidade do mesmo, pois além de certos limites, ele pode prejudicar o organismo e desencadear uma série de patologias. O estresse pode ter origem interna ou externa. Na origem interna, ele é desencadeado por reações orgânicas atreladas à sede, fome e demais situações fisiológicas. O estresse externo é ligado diretamente com os sentidos do corpo humano (tato, olfato, audição, visão e paladar), diretamente responsáveis pela comunicação com o meio em que vivemos. Lembre-se, o estresse é utilizado tanto na ação quanto na reação, portanto ele é extremamente importante na vida do homem e o que tem de ser entendido é que ele deve ser controlado e não extinto. Os fatores estressantes farão parte por toda a vida do homem, sem o estresse não há vida. Os exercícios físicos realizados na água podem servir de elementos redutores do estresse, pois na sua execução eles podem causar o relaxamento muscular, promovendo uma maior irrigação sanguínea em 82 unidade 5 grupos específicos, além de vários benefícios na saúde global, melhora na autoestima e na auto confiança. O relaxamento físico é mais fácil de ser alcançado e terá maior eficácia se estivermos em boas condições psicológicas. A piscina é um bom ambiente para a realização dos exercícios de relaxamento, pois a dinâmica da água atua como um natural massageador do corpo, principalmente se a mesma estiver confortavelmente aquecida. Fatores como a baixa luminosidade e uma música adequada são bons aliados no relaxamento. A respiração pausada e cadenciada na inspiração pelo nariz e a expiração pela boca se caracteriza como o primeiro passo para uma aula de relaxamento. A concentração nos movimentos propostos pelo professor também é um fator importante. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Para início do relaxamento, preocupe-se primeiramente com a posição em que se encontra, lembrando que o relaxamento na hidroginástica deve ser realizado em pé ou decúbito dorsal, pois o decúbito ventral na água irá dificultar a respiração, além do risco de se absorver água pelo nariz ou pela boca. Os exercícios são propostos conforme segue: unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 83 Universidade Aberta do Brasil A) Movimento de pés e pernas: sentado na borda da piscina, com os pés na água, executando movimentos de flexão de pernas e tocando repetidas vezes na água. B) Careta aquática: Em formação de círculos, os alunos deverão colocar as mãos à frente e todos fazerem caretas uns para os outros. C) Elevação do Diafragma: Em pé, pernas semiflexionadas, com as mãos entrelaçadas à frente do corpo e com as costas apoiadas na parede da piscina, inspirar profundamente com grande elevação do diafragma e posterior expiração. 84 unidade 5 D) Colchonete Aquático: Em duplas, um deverá permanecer em decúbito dorsal (boiando) e o outro fará a sustentação com os dois braços sob o pescoço e as pernas. E) Gargalhada Aquática: Individualmente, com um macarrão nas mãos, caminhando pela piscina e empurrando o macarrão, ao sinal do professor todos deverão executar uma gargalhada. unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 85 Universidade Aberta do Brasil F) Massagem aquática: Em pé, estando as mãos fechadas em forma de concha, executar a percussão no próprio corpo, repetidas vezes, iniciando nas pernas subindo para coxa, glúteos, abdômen, costas, peitoral, braços e ombros. G) Flutuação individual: De posse de um travesseiro flutuante, em decúbito dorsal, efetuar a flutuação, estando os braços estendidos lateralmente ao corpo. H)Flutuação individual com apoio: em decúbito dorsal e com um espaguete sob os pés, efetuar a flutuação com sustentação das mãos na borda. 86 unidade 5 I) Flutuação coletiva: em grupos e formando círculos, executar a flutuação estando de braços entrelaçados. Todos os exercícios de relaxamento e descontração podem se utilizar de música, desde que a mesma esteja adaptada ao tipo de exercício aplicado e ao seu respectivo objetivo. A recomendação é que a música ou ritmo escolhido se adapte a freqüência dos movimentos executados. A utilização da música potencializa a realização do exercício, possibilitando ao executante uma melhora da concentração no momento de execução do mesmo. www.hidroesporte.com.br www.youtube.com/watch?v=KSgWEJfl-hc www.confef.org.br/revistasWeb/n20/05_HIDRO.pdf www.boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4704&ReturnCatID=1774 www.sitemedico.com.br/site/especiais/yoga/6492-yoga-aquatico www.sohamsoham.blogspot.com/2009/10/aqua-yoga.htm www.youtube.com/watch?v=LZ_35bj-IX8 www.youtube.com/watch?gl=SG&hl=en-GB&v=SpV6BTk-3Cg www.youtube.com/watch?v=MDLRs7YwcuU&feature=related www.youtube.com/watch?v=QOo12unWy-Q&feature=fvsr www.youtube.com/watch?v=_zkMUAorBG8&feature=fvsr unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 87 Universidade Aberta do Brasil Nesta unidade foram estudadas diversas formas de exercícios físicos que podem ser realizados em aulas de hidroginástica. Foram os exercícios de aquecimento, os exercícios aeróbios, os exercícios de resistência muscular localizados, os exercícios de alongamento e os exercícios de relaxamento e descontração. Nos exercícios de aquecimento os alunos desenvolvem uma série de atividades e movimentos para o preparo do organismo para as atividades da aula propriamente dita. Os exercícios aeróbios são utilizados para aumento da capacidade cardiopulmonar, melhorando a oxigenação do sangue e funcionando como um aliado poderoso na redução da massa corporal. Também esse grupo de exercícios melhora o nível de força muscular e a flexibilidade das articulações, melhorando sua amplitude e condições de movimento. Os exercícios de resistência muscular localizados visam atingir, na sua bprática, grupos musculares específicos, visando o fortalecimento de estruturas do corpo humano. Os exercícios de alongamento podem ser utilizados no início ou no final de uma aula, podendo, no primeiro caso, servir de elemento preparatório para a aula e no final da aula servindo de elemento de relaxamento. Os exercícios de descontração podem ser utilizados na aula propriamente dita e no final da aula. Nos dois momentos, os exercícios de descontração servem como um elemento de “quebra de rotina”, podendo, no caso da aula propriamente dita, logo em seguida do exercício de descontração ser retomado o foco principal da aula e no caso de ser aplicado no final da aula servir de elemento de descontração. 01) Monte uma série com 10 exercícios de aquecimento de uma seção de hidroginástica, sendo 5 para o aquecimento geral e 5 para o aquecimento específico de membros superiores. 02) Pesquise sobre: a) Método ativo ou flexionamento dinâmico. b) Método passivo ou flexionamento estático. 03)Desenvolver 5 exercícios de resistência muscular localizados para o tórax e costas. 04)Desenvolver 5 exercícios de descontração que também sejam exercícios aeróbios. 05)Desenvolver 5 exercícios aeróbios que também sejam exercícios de resistência muscular localizados. 88 unidade 5 unidade 5 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 89 Grupos Especiais OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM indivíduos pertencentes a grupos especiais. na autonomia funcional de alunos especiais. MarcUs WIllIam HaUsEr (org) ANa CÉlIda da SIlva ANtÔNIo SÉrgIo Borato Barbara ParrEIra DIEdrIchs CarolINE Dal Col DaNIElE DIas GElsoN dos SaNtos PINhEIro JaNaINa CaprI VaZ JaNaINa dE OlIvEIra dos SaNtos JUlIENE GoNÇalvEs dE ANdradE Rosa KarolINE LoUIsE Taborda KEIla BIaNca SaNtos KElY CrIstINa PaINtNEr HaUsEr MarIa Marta Rocha RaFaEl AraÚjo Rocha RogÉrIo dE JEsUs da Rosa ThaIaNE MolEta ■■ Compreender e estruturar as aulas de hidroginástica a ■■ Estabelecer metas para alcançar melhora na saúde e ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ SeÇÃo 1: Exercícios de Hidroginástica e Terceira Idade ■■ SeÇÃo 2: Exercícios de Hidroginástica e Gestantes ■■ SEÇÃO 3: Exercícios de Hidroginástica e Diabetes ■■ SEÇÃO 4: Exercícios de Hidroginástica e Hipertensos UNIDADE VI unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Hidroginástica para 91 Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA A atividade física orientada através da hidroginástica é uma poderosa ferramenta na prevenção e no tratamento de diversas patologias, além de ser uma atividade prazerosa e sociabilizante. No caso de grupos especiais (terceira idade, hipertensos, diabéticos, gestantes e obesos) a prática de atividade física tem uma colaboração de grande destaque, pois atua em grande parte dos grupos musculares e também nos sistemas cardiorrespiratório, propiciando uma atividade completa de todo o organismo. Nos grupos da terceira idade, propicia a chance, ao praticante de hidroginástica do indivíduo reduzir a carga sobre as articulações, devido à força empuxo da água que atua no corpo humano de forma constante, situação similar à vivida pelo grupos dos obesos ou indivíduos com sobrepeso. Nas gestantes, a hidroginástica é bastante recomendada como atividade física, dada ao conforto que a água causa no corpo humano. O risco de quedas em atividades realizadas dentro da água é mínimo e isso funciona como um incentivo para a futura mamãe. Os indivíduos portadores do diabetes necessitam de um programa de exercícios físicos para reduzir seus níveis glicêmicos. Os exercícios realizados durante uma aula de hidroginástica voltada para os diabéticos deve constar de exercícios resistidos, onde os mesmos podem utilizar a própria água como elemento de resistência ou ainda materiais alternativos. Os grupos de alunos hipertensos merecem uma atenção especial com relação à frequência cardíaca e seu respectivo monitoramento durante uma aula de hidroginástica. Dessa forma, os exercícios propostos não devem ultrapassar a 70% da frequência cardíaca máxima. SEÇÃO 1 EXercÍcios de HidroGinástica e Terceira Idade A situação do envelhecimento dos seres humanos se caracteriza por um processo natural e contínuo, onde ocorrem inúmeras alterações fisiológicas no âmbito das qualidades físicas inerentes ao corpo humano. 92 unidade 6 Nesse processo são perceptíveis a redução à amplitude articular, da força, do equilíbrio, da coordenação motora e da resistência cardiorrespiratória. Esse processo é possível de ser reduzido em questões temporais através da prática de atividade física orientada, individualizada e controlada de forma permanente. Segundo Meirelles (1997), a atividade física para a terceira idade é de extrema importância, pois cria um clima descontraído, desmobiliza as articulações e aumenta o tônus muscular, proporcionando para o idoso uma maior qualidade de vida para suas atividades do cotidiano. No caso de grupos de pessoas com idade superior a 60 anos, a hidroginástica e suas possibilidades de realização de exercícios se prestam como uma poderosa ferramenta para redução dos efeitos comprometedores do envelhecimento, melhorando, além das questões físicas e estéticas, também situações como a sociabilização, combate a quadros depressivos e aumento da autoestima. Outro fator observado na hidroginástica praticada por indivíduos da terceira idade está a possibilidade da redução das cargas articulares, devido ao efeito do empuxo sobre o corpo, estando o mesmo dentro da água. A estrutura da aula de hidroginástica para os grupos da terceira idade, obedece à mesma estrutura da aula determinada a outros indivíduos, sendo importante a realização de uma anamnese com o aluno, visando o conhecimento de suas limitações por parte do professor. Em turmas iniciantes, as aulas de hidroginástica devem preconizar a adaptação ao meio líquido e a familiarização aos primeiros exercícios. O controle da frequência cardíaca é fundamental para esse grupo, devendo o mesmo ficar na faixa de 60 a 70% da frequência cardíaca máxima. É importante a realização de exercícios em duplas ou trios, visando que cada aluno se transforme em um “agente de cuidado” para com o colega de turma. Ainda com relação aos cuidados, é importante que a profundidade da piscina não exceda em 70% (valor máximo) a estatura dos alunos da turma, visando a maior segurança dos mesmos. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 93 Universidade Aberta do Brasil EXERCÍCIOS PROPOSTOS A) Estando o indivíduo dentro da água, em posição de preparação para a corrida, sem deslocamento, executar o movimento de flexão plantar alternadamente. B) Estando o indivíduo dentro da água, efetuar deslocamentos em ritmos diversos, com alternância de direção (para frente, para trás e lateralmente), efetuando movimento em velocidade de caminhada e corrida, com e sem elevação dos joelhos. C) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, entrelaçar os dedos atrás da cabeça, executar pequenos saltitos verticais e horizontais, alternando o saltito para cima, para frente e para trás. 94 unidade 6 D) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, com um macarrão debaixo dos braços, efetuar a caminhada em formato de um trem, estando um aluno segurando nas pontas do macarrão de outro aluno. Alternar a velocidade da caminhada e as direções. E) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, serão efetuadas formações diversas para que, de mãos dadas sejam efetuadas as Cantigas de Roda, com deslocamento alternado para frente e para trás. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 95 Universidade Aberta do Brasil F) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, segurando um macarrão acima da cabeça, executar pequenos saltitos verticais e horizontais, alternando o saltito para cima, para frente e para trás. G) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, executar pequenos saltitos verticais e elevar os membros superiores de forma lateral e simultânea. H)Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, estando os mesmos posicionados um em frente do outro, com uma bola de borracha segura entre as mãos, efetuar o movimento de apertar a bola, estando a mesma parcialmente submersa. 96 unidade 6 I)Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, estando os mesmos abertos na largura dos ombros, executar a rosca direta com halteres, através do movimento de flexão de cotovelo com os halteres utilizados na hidroginástica feitos de EVA. Esse exercício pode ser realizado com movimento simultâneo ou alternado. J)Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, estando os mesmos abertos na largura dos ombros, executar a elevação frontal de braços com halteres feitos de EVA ou espaguete. K)Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, estando os mesmos abertos na largura dos ombros, efetuar a elevação lateral de braços com halteres feitos de EVA. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 97 Universidade Aberta do Brasil A hidroginástica tem se mostrado uma das atividades mais procuradas pelos indivíduos da terceira idade. Essa atividade proporciona o bem estar geral do aluno praticante e requer um planejamento prévio nas questões de segurança e acessibilidade. Normalmente as turmas de hidroginástica mostram-se assíduas nessa forma de aula, propiciando ao professor que as aulas possam ser planejadas e estruturadas para longos prazos. SEÇÃO 2 A GeSTAÇÃO EXercÍcios de HidroGinástica e Gestantes A gestação é um período importante e único para uma mulher, visto as mudanças estéticas, corporais, fisiológicas e psicológicas poderem afetar as futuras mamães. Esse período inicia-se com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, sendo que após esse momento, o óvulo fecundado é inicialmente chamado de zigoto, fixando-se na parede intrauterina para desenvolver-se, constituir embrião e, por fim, o feto. Em termos gerais, a gestação pode ser dividida em 3 trimestres. O primeiro trimestre compreende da 1ª até a 12ª semana, o segundo da 13ª até a 28ª semana e o terceiro da 29ª semana até a última semana gestacional. O tempo para total formação do feto é de aproximadamente 9 meses (38 a 42 semanas). O corpo da futura mamãe modifica-se para proteção e desenvolvimento do feto que está em desenvolvimento. Para que isso ocorra, o volume do útero aumenta juntamente com as fibras musculares que o recobrem, o tamanho e a massa dos seios aumentam com relativa rapidez e a musculatura abdominal sofre um relaxamento, podendo evoluir para uma constipação intestinal. Em termos cinesiológicos e biomecânicos, o crescimento do feto altera o centro de gravidade do corpo da mulher, posicionando-o um pouco mais à frente que a posição normal (um pouco abaixo da cicatriz umbilical) e podendo causar o desequilíbrio da gestante em direção frontal. Para 98 unidade 6 impedir essa possível queda, a gestante provoca uma posição antagônica, acentuando a curvatura da coluna lombar e torácica, podendo face a essa situação ocasionar dores nas costas. Também as costelas inferiores são empurradas e os órgãos da cavidade pélvico-abdominal são deslocados, influenciando de forma desconfortante na respiração devido à pressão sobre o diafragma. Os ligamentos da pelve e quadris distendem e podem dificultar o deslocamento de uma forma geral. Outra modificação é o aumento do volume sanguíneo que sobrecarrega o trabalho do coração, podendo criar dificuldades na grande circulação, podendo causar inchaços nas extremidades, principalmente em mãos e pés. Portanto, é fundamental a gestante procurar o seu médico para exames prévios e orientações pertinentes antes de iniciar em qualquer tipo de atividade física. Em alguns casos, as gestações de risco necessitam de períodos de repouso maiores e cuidados com deslocamentos e impactos mecânicos nas articulações. A hidroginástica é bastante procurada como atividade física por gestantes e o principal motivo é a água que funciona como um elemento de conforto para a mulher em período gestacional. PRATICANDO HIDROGINÁSTICA NA GeSTAÇÃO A hidroginástica é muito indicada às gestantes como uma forma de condicionamento físico seguro. Traz benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê sem gerar impacto, dando conforto e segurança ao corpo em modificação, inclusive para mulheres que não possuem uma atividade física inserida no seu cotidiano ou sem um passado de prática de exercícios ou atividades físicas. Entre os diversos benefícios que a hidroginástica proporciona, no caso específico das gestantes destacam-se o fortalecimento da musculatura de todo o tórax e do assoalho pélvico, pois são os músculos mais exigidos na gravidez. Mesmo com todos os benefícios propiciados pela hidroginástica, alguns cuidados devem ser levados em consideração durante a prática, como por exemplo: unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 99 Universidade Aberta do Brasil - Deve-se evitar temperaturas da água superiores a 30°C, pois se pode alterar a pressão arterial da gestante; - Evitar a realização de saltos verticais elevados, pois a queda provocaria uma agressão mecânica a estrutura corporal da gestante e do feto; - Não realizar mergulhos ou colocações bruscas da cabeça dentro da água, pois a pressão hidrostática atuante sobre esse segmento corporal não deve sofrer alterações repentinas, pois pode causar tonturas e até desmaios. - O acesso à piscina deve ser exclusivamente pela escada e em ritmo lento, com, preferencialmente, apoio de outra pessoa. - Não efetuar bloqueios de respiração prolongados, pois as necessidades de oxigênio de gestante e fetos são diferenciadas. - O início da prática de hidroginástica é recomendado a partir do final do 3° mês da gestação, pois o período anterior a esse é de risco maior para ocorrência de aborto, principalmente para mulheres com passado de vida sedentário. Recomenda-se que a prática de hidroginástica se prolongue até 10 dias anteriores a data provável do parto. EXERCÍCIOS PROPOSTOS A) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, iniciar o movimento com uma perna estendida e outra em flexão. As mãos deverão permanecer à frente do corpo ou postadas na borda da piscina para manutenção do equilíbrio. O movimento deve ser alternado para as pernas. 100 unidade 6 B) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, joelhos semiflexionados, As mãos deverão permanecer sobre as coxas, o movimento deverá ser de realização da contração do quadril. C) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, executar a caminhada e com movimentos suaves e com o balanceio dos membros superiores posicionados ao lado do corpo. D) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, executar a caminhada e com o balanceio dos membros superiores posicionados ao lado do corpo. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 101 Universidade Aberta do Brasil E) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, com os cotovelos flexionados e os membros superiores à frente do corpo, realizar a abdução e adução no plano horizontal. F) Em pé, pernas afastadas além do alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, estando os membro superiores estendidos horizontalmente na lateral do corpo, realizar o movimento de encontro das palmas da mão à frente do corpo e retornar à posição inicial. G) Em pé, pernas afastadas além do alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, executar flexão e extensão do cotovelo até 45°, puxando o corpo à frente. 102 unidade 6 H) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, de frente para a borda da piscina, segurando em uma barra, realizar a abdução e adução das pernas. I) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, de frente para a borda da piscina, segurando em uma barra, realizar a flexão de pernas. Alternar o movimento. J) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, de frente para a borda da piscina, segurando em uma barra, realizar a extensão de pernas. Alternar o movimento. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 103 Universidade Aberta do Brasil K) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, parada sob a água e com a mesma na linha do peito, de frente para a borda da piscina, segurando em uma barra, realizar a flexão seguida a abdução do quadril. Alternar o movimento. L) Posicionada de costas para a borda da piscina, segurando na barra com empunhadura confortável, realizar adução e abdução do quadril no plano horizontal. M) Posicionada de costas para a borda da piscina, segurando na barra com empunhadura confortável, realizar o movimento de pedalar em uma bicicleta. 104 unidade 6 SEÇÃO 3 O DIABeTeS EXercÍcios de HidroGinástica e Diabetes O diabetes mellitus tem se mostrado uma epidemia mundial, atingindo grande número de pessoas. O diabetes é classificado em diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) e diabetes mellitus do 2 (DM2). De uma forma geral, o diabetes mellitus é um desequilíbrio do metabolismo relacionado com a falta de insulina ou à sua inadequada utilização por parte do organismo, o que acaba acarretando a elevação dos valores da glicose na corrente sanguínea (taxa glicêmica). O diabetes mellitus I afeta normalmente crianças e adolescentes e os faz dependentes de insulina durante toda a vida, sendo responsável por cerca de 5% do total dos casos de diabetes. O diabetes mellitus II, incide em cerca de 95% dos casos de diabetes e, nesse caso, o indivíduo pode ou não depender de administração da insulina. O tratamento das formas do diabetes mellitus é baseado em um tripé de atitudes, constituído por dieta alimentar, medicação adequada e realização de exercício físico orientado. Na abordagem do exercício físico, os exercícios resistidos aparecem como um potencial aliado ao tratamento dessa moléstia, pela exigência muscular que os mesmos possuem em sua prática. No caso da hidroginástica, a natural resistência que a água proporciona aos movimentos do nosso corpo, pode fazer com que exercícios físicos realizados na água sejam de natureza resistiva. A prática dessa forma de exercício, aumenta nos grupos musculares, a captação da glicose pelas células musculares e um provável incremento na sensibilidade à insulina, potencializando a ação da insulina e o metabolismo da glicose. Os exercícios físicos realizados na água e recomendados para os portadores de diabetes devem ser de origem resistiva e utilizar a água, halteres de EVA, macarrão e outros como elementos para proporcionar em conjunto com a água o processo resistivo. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 105 Universidade Aberta do Brasil EXERCÍCIOS PROPOSTOS A)Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com os membros superiores posicionados na lateral do corpo, visando a manutenção do equilíbrio, elevar alternadamente os joelhos até a altura da cicatriz umbilical. B)Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com os membros superiores posicionados na lateral do corpo, visando a manutenção do equilíbrio, efetuar um salto para cima e para frente, vencendo a resistência imposta pela água. C)Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com os membros superiores posicionados na lateral do corpo, efetuar a rotação alternada dos membros superiores, elevando-os até o alto da cabeça e no 106 unidade 6 retorno passando a linha dos quadris. O aspecto resistivo desse exercício pode ser aumentado através dos halteres de EVA. D)Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com o macarrão por detrás do tronco, promover a extensão total dos membros superiores em posição descendente, retornando à posição inicial. E)Em pé, estando o pé direito em frente ao pé esquerdo, posicionar o macarrão em frente ao corpo, realizar o transpasse das pontas do macarrão debaixo da água. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 107 Universidade Aberta do Brasil F) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, estando os mesmos abertos na largura dos ombros, executar a rosca direta com halteres, através do movimento de flexão de cotovelo com os halteres utilizados na hidroginástica feitos de EVA. Esse exercício pode ser realizado com movimento simultâneo ou alternado. G) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, estando os mesmos abertos na largura dos ombros, executar a elevação frontal de braços com halteres feitos de EVA ou espaguete. H) Estando o indivíduo dentro da água, em pé e com os pés apoiados no fundo da piscina, estando os mesmos abertos na largura dos ombros, efetuar a elevação lateral de braços com halteres feitos de EVA. 108 unidade 6 I) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com os membros superiores posicionados na lateral do corpo, efetuar o movimento alternado da “pedalada”, efetuando um de rotação, elevando o joelho, fazendo sua flexão e, em seguida, fazendo sua extensão, descendo até tocar o fundo da piscina. J) Em pé, com um dos pés sobre um macarrão. Efetuar o movimento do macarrão para baixo, tentando tocar no fundo da piscina e retornando à posição inicial. Manter os membros superiores abertos lateralmente e sobre a água para auxiliar no equilíbrio. K)Em pé, com os dois pés sobre um macarrão. Efetuar o movimento do macarrão para baixo, tentando tocar no fundo da piscina e retornando à posição inicial. Manter os membros superiores abertos lateralmente e sobre a água para auxiliar no equilíbrio. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 109 Universidade Aberta do Brasil L) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, tendo em cada mão um palmar, efetuar movimentos circulares para os dois sentidos com o palmar, estando o mesmo embaixo da linha da água. M) Em decúbito dorsal na água, segurando em uma barra posicionada na borda da piscina, executar o trabalho de pernas do nado costas, utilizando a água como elemento para aumento do efeito resistivo do exercício. SEÇÃO 4 EXercÍcios de HidroGinástica e HiPertensos A Hipertensão Arterial Sistêmica ou HAS, popularmente denominada por “pressão alta”, é uma patologia que se caracteriza pelo aumento da pressão exercida pelo sangue durante a circulação nos vasos sanguíneos. Essa patologia pode também, ao longo do tempo, causar danos ao aparelho renal, a visão e ao coração. A HAS é detectada quando a medida da pressão arterial está acima 12/8 cm de HG (centímetros de mercúrio). Esse valor é referência para 110 unidade 6 indivíduos de ambos os sexos e maiores de 18 anos. Esse valor precisa ser confirmado após um estado de repouso de no mínimo 15 a 20 minutos e a medida deve ser realizada por três vezes consecutivas e em dias alternados. O quadro a seguir demonstra os valores da pressão arterial e suas respectivas classificações, conforme segue: Quadro 2: Valores da Pressão Arterial Formas de Flexibilidade PRESSÃO SISTÓLICA 120-129 130-139 140 -159 160-179 Acima de 179 Acima de 140 PRESSÃO DIASTÓLICA 80-84 85- 89 90 - 99 100-109 Acima de 109 Acima de 90 CLASSIFICAÇÃO Normal Normal limítrofe Hipertensão leve Hipertensão moderada Hipertensão grave Hipertensão sistólica ou máxima Adaptado de http://www.abcdasaude.com.br Os exercícios realizados em uma aula de hidroginástica para um grupo de hipertensos devem primordialmente evitar o aumento da frequência cardíaca em valores superiores a 70% da frequência cardíaca máxima (Fcmáx) dada por: Fcmáx = 220 – idade em anos Também os exercícios em que se tenha necessidade de bloquear a respiração não devem ser utilizados, pois o débito de oxigênio pode unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 111 Universidade Aberta do Brasil provocar o aumento da frequência cardíaca e, consequentemente, da pressão arterial. Para finalizar, é bom lembrar que imersões em água fazem com que normalmente ocorra uma queda na pressão arterial, fazendo do meio aquático um ambiente potencialmente terapêutico para os hipertensos. EXERCÍCIOS PROPOSTOS A)Pré-Corrida: movimento de flexão plantar alternada, onde os pés não perdem contato com o solo. B) Em pé, executar a corrida estacionária, monitorando a frequência cardíaca antes do inicio e a cada minuto de execução da corrida. 112 unidade 6 C) Corrida, movimentando alternadamente os braços na água, levando-os para trás até a altura do peito, colocando a palma da mão para cima empurrando a água para frente. D) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, flexionar os joelhos até que o indivíduo fique encoberto na altura dos ombros, impulsionar o corpo, dando um pequeno salto para cima. E) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, elevar todo o membro inferior direito, tocando com a ponta das mãos. Alternar para o membro inferior esquerdo. unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 113 Universidade Aberta do Brasil F) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com os membros superiores estendidos à frente do corpo, trazê-los simultaneamente para a lateral do corpo e retornar à posição original. G) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, alternando os membros inferiores, executar o movimento de flexão da pernas, elevando o calcanhar na direção dos glúteos. H) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, membros superiores acima da cabeça e estendidos com os dedos entrelaçados. Realizar a inclinação lateral do tronco. Alternar os lados da inclinação. 114 unidade 6 I) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com um halteres de EVA na mão direita posicionada na lateral do corpo, trazer sob a água todo membro superior até a frente do tronco, passando ligeiramente a linha mediana. J) Em pé, pernas afastadas no alinhamento dos ombros, com um halteres de EVA em cada uma das mãos, realizar movimentos alternados à frente do corpo, com o membro superior parcialmente submerso. www.amigasdoparto.com.br/partonagua.html www.portaldocoracao.uol.com.br www.eusou12por8.com.br www.portaldiabetes.com.br www.efdeportes.com/efd43/efeito1.htm www.medicinageriatrica.com.br www.institutodocoracao.com.br/exerciciofisico/exercehipertensao.asp www.sbafs.org.br/_artigos/281.pdf unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 115 Universidade Aberta do Brasil Os grupos de indivíduos abordados nesta unidade (Terceira Idade, Gestantes, Diabéticos e Hipertensos) possuem necessidades semelhantes a qualquer grupo de alunos. Portanto, ao planejar as aulas para tais grupos é importante observar o princípio da individualidade e da progressividade. Monitoramentos de frequência cardíaca durante a aula são de fundamental importância, assim como interrupções da aula com queixa por parte dos alunos de sensações dolorosas em articulações ou segmentos corporais. 01)Pesquise e destaque os cuidados e benefícios necessários para a prática de hidroginástica com grupos de terceira idade e gestantes. Monte uma aula de 40 minutos de duração para cada um desses grupos. 02)Pesquise e destaque os cuidados e benefícios necessários para a prática de hidroginástica com grupos de diabéticos. Monte uma aula de 40 minutos de duração para esse grupo. 03)Quais as vantagens da prática de hidroginástica para os grupos de hipertensos ? Monte uma aula de 40 minutos de duração para esse grupo. 116 unidade 6 unidade 6 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 117 de Primeiros Socorros OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM os primeiros socorros MarcUs WIllIam HaUsEr (org) ANa CÉlIda da SIlva ANtÔNIo SÉrgIo Borato Barbara ParrEIra DIEdrIchs CarolINE Dal Col DaNIElE DIas GElsoN dos SaNtos PINhEIro JaNaINa CaprI VaZ JaNaINa dE OlIvEIra dos SaNtos JUlIENE GoNÇalvEs dE ANdradE Rosa KarolINE LoUIsE Taborda KEIla BIaNca SaNtos KElY CrIstINa PaINtNEr HaUsEr MarIa Marta Rocha RaFaEl AraÚjo Rocha RogÉrIo dE JEsUs da Rosa ThaIaNE MolEta ■■ Conhecer as atitudes a serem tomadas em caso de salvamento. ■■ Reconhecer os métodos mais adequados para prestar ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ SeÇÃo 1: Avaliação Primária ■■ SeÇÃo 2: Respiração ■■ SEÇÃO 3: Circulação ■■ SEÇÃO 4: Avaliação Neurológica ■■ SEÇÃO 5: Afogamento UNIDADE VII unidade 7 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA Salvamento e Noções 119 Universidade Aberta do Brasil Para InÍcio de ConVersa A denominação de Primeiros Socorros se refere ao breve atendimento a uma pessoa que está ferida ou que adoece repentinamente. Esse procedimento deve ser imediato e permanecer atuando e atento até a chegada do socorro médico. O profissional socorrista é o indivíduo habilitado para essa situação, visto possuir a qualificação necessária, além das características pessoais de ser líder, compreensivo, tolerante, saber improvisar e possuir iniciativas e atitudes adequadas perante situações de risco. Após iniciar o processo de atendimento, o profissional socorrista não deverá deixá-lo até a chegada de outro profissional com maior habilitação. Os procedimentos básicos de atendimento passam pelo reconhecimento de situações de risco local, observação de sinais vitais, reanimação cardiopulmonar (RCP), controle de hemorragia, redução de fraturas, dentre outros. O atendimento em casos de urgência e salvamento devem-se caracterizar por atitudes rápidas, porém de caráter sereno e com criterioso seguimento de protocolos. Seção 1 AValiação PriMária Pela própria denominação do termo, os Primeiros Socorros se caracterizam por uma série de procedimentos que são prestados de forma preliminar ao indivíduo que tenha essa necessidade. No caso específico das atividades desenvolvidas pela hidroginástica, as situações podem ser de natureza variada, podendo ser divididas em: 120 unidade 7 A)Extrema Urgência: quando há hemorragia interna, queimaduras graves, feridas no tórax e asfixiados. B)Primeira Urgência: ocorrem feridas abdominais ou torácicas, esmagamento de membros ou garroteamentos. C)Segunda Urgência: quando existem fraturas de crânio, coluna vertebral, pelve, fraturas expostas ou profundas. D)Sem Urgência ou Pequena Urgência: fraturas fechadas nos membros superiores (MMSS) ou membros inferiores (MMII) ou feridas sem gravidade. Na avaliação primária, os procedimentos se iniciam ao chegar no local do acidente. Devem-se observar possíveis situações de risco ou que possam prejudicar o atendimento, não arriscando sua integridade, mantendo contato permanente com a vítima, procedendo com calma e clareza. Na sequência, devem-se avaliar as funções vitais, tais como: as vias aéreas, a respiração e a circulação. Em tempo sequente, devem ser avaliadas a coluna cervical e as alterações de reação ou do sistema nervoso. Os cuidados devem perpassar pela estabilização do indivíduo para se evitar lesões medulares. Seção 2 ResPiração Estando a vítima consciente, ela estará com suas funções de respiração em caráter normal ou próximo disso. Nos casos de inconsciência, o socorrista deve verificar se a vítima respira, observando o movimento do tórax, ouvir os ruídos causados pela respiração, e sentir se o ar está saindo pela cavidade bucal e/ou pela cavidade nasal. A partir de que seja identificada a não respiração por parte da vítima, tem de se iniciar a respiração artificial o mais rápido possível. unidade 7 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 121 Universidade Aberta do Brasil A respiração artificial ou ressuscitação se caracteriza por uma técnica que busca com que a respiração normal seja reiniciada por movimentos realizados pelas mãos ou através de aparelhos. Após ter início a respiração artificial, esta não poderá ser suspensa até que a vítima volte a respirar normalmente ou apareçam os sinais evidentes de morte como a cianose. MÉTODO BOCA A BOCA Provavelmente, o método mais utilizado para a respiração, o mesmo consiste em se colocar a vítima em decúbito dorsal, estando com uma das mãos sob a nuca, eleve a cabeça, voltando o rosto para trás. A outra mão será colocada sobre a testa da vítima e com esta mão será feita a compressão das narinas. Na sequência, abre-se a boca da vítima e verifica-se a situação da língua, para que ela e nem outro elemento impeçam a passagem do ar, e com a mão que estava sob a nuca, realize um funil e assopre. Certifiquese que o abdômen se eleva, retirando a boca, permitindo a saída do ar. As ilustrações a seguir representam, em sequência, os procedimentos para aplicação do método boca a boca. Procedimento 1 122 unidade 7 Procedimento 2 Procedimento 3 Procedimento 4 unidade 7 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 123 Universidade Aberta do Brasil A operação necessita ser repetida com intervalos de 5 segundos, até que a respiração retorne ao normal. A frequência cardíaca deve ser observada durante todo o procedimento, até que a mesma também venha a ser restabelecida. Em caso de não retorno da pulsação, a reanimação cardíaca ou ressuscitação cardiopulmonar (RCP), que será descrita posteriormente, deverá ser realizada. Esse procedimento se caracteriza pela junção do método boca a boca com a massagem cardíaca, seguindo o padrão de uma ventilação pelo método para cinco compressões torácicas. Em termos esquemáticos, temos o seguinte: Seção 3 CircUlação A circulação no corpo humano, para ser verificada em caso de eficiência no indivíduo que está sendo atendido, tem como primeiro referencial a frequência cardíaca que deve estar, no caso de adultos, na faixa entre 60 a 100 bpm e para crianças varia entre 80 a 190 bpm. 124 unidade 7 Em caso de presença de hemorragia, a mesma deve ser estancada e controlada com pressão direta sobre o ferimento, com utilização de luvas para se evitar o contato do socorrista com o sangue. Caso a frequência cardíaca se mostre inexistente (sem pulso), deve-se proceder a RCP , que objetiva o funcionamento do coração e, por consequência, a circulação sanguínea, manutenção dos órgãos vitais e irrigação do cérebro. Os procedimentos sequenciais da RCP são a seguir descritos: A)Deitar a vítima em decúbito dorsal, observando se existe algum objeto obstruindo a boca e vias aéreas. B)Com as mãos entrepostas e dedos entrelaçados, a caixa torácica deve ser comprimida vigorosa e ritmadamente sobre o osso esterno. Os braços não podem dobrar e o peso do socorrista deve ser usado para facilitar a compressão. Em caso de criança ou pessoas com debilidade física, deve-se utilizar somente a ponta de dois dedos, diminuindo o risco de fraturas. A ilustração a seguir demonstra a técnica necessária. unidade 7 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 125 Universidade Aberta do Brasil Seção 4 AValiação NeUrolÓGica Nas aulas de hidroginástica existe um risco de ocorrer o traumatismo craniano, seja nas bordas da piscina ou mesmo no fundo dela, durante a execução de mergulhos ou movimentos similares. Nesse caso, o procedimento da avaliação neurológica faz-se necessário para avaliação pelo socorrista do aluno. Um método bastante utilizado é a chamada de Escala de Coma de Glasgow. A Escala de Glasgow é um método para registro do nível de consciência de uma pessoa, sendo compreendido por três respostas relacionadas com abertura ocular, fala e capacidade de resposta. Para cada resposta dada pelo socorrido é atribuído um valor numérico, sendo que o somatório final varia no intervalo entre 3 a 15, sendo a classificação dada por: - Somatório compreendido entre 3 a 8.....................GRAVE. - Somatório compreendido entre 9 a 12...................MODERADO. - Somatório compreendido entre 13 a 15.................LEVE. Na subclassificação dos valores encontrados, temos o que segue: - Somatório igual a 3: coma profundo (grande probabilidade de morte) - Somatório igual a 4: Coma profundo - Somatório igual a 7: Coma intermediário - Somatório igual a 11: Coma superficial - Somatório igual a 15: Normalidade Para se atingir o somatório, os resultados parciais são conseguidos mediante utilização da tabela a seguir: 126 unidade 7 Quadro 3: Escala de Glasgow TESTES Abertura Ocular RESPOSTAS Espontânea Ao comando verbal À dor Ausente Obedece comandos Localização à dor Flexão inespecífica Flexão hipertônica Extensão hipertônica Sem resposta Orientado e conversando Desorientado e conversando Palavras inapropriadas Sons incompreensíveis Sem resposta PONTUAÇÕES 4 3 2 1 6 5 4 3 2 1 5 4 3 2 1 Resposta Motora Resposta Verbal Fonte: adaptado de www.meiga.info/Escalas/Glasgow.pdf Seção 5 AFoGaMento Um dos riscos possíveis para o praticante de hidroginástica é o afogamento, onde ocorre uma alteração redutiva na captação do oxigênio por parte do praticante, dada a obstrução das vias aéreas pela água, dificultando o metabolismo celular pela inundação da árvore respiratória. O afogamento pode ocorrer pelo fato dos praticantes de hidroginástica não saberem nadar, por quedas ou ainda mal súbitos sofridos no meio aquático, podendo ser classificados quanto à gravidade em: - Grau I: nesse grau, na maioria das vezes, a vítima não ingere água, encontrando-se nervoso, trêmulo, pálido, com náuseas, porém, sem perder unidade 7 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 127 Universidade Aberta do Brasil a consciência. O procedimento é retirar o aluno da água, acalmando-o e procurando um local de repouso e aquecimento do mesmo. - Grau II: as características nesse grau passam por sinais de agressão respiratória, gerando pouca secreção nasal e bucal, náuseas, tremores e vômitos. Permanece consciente. Recomenda-se repouso e aquecimento, mas com máscara de oxigênio. - Grau III (grave): as características de cianose e presença de secreções nasal e bucal são evidentes. Há dificuldade para respirar e o sistema nervoso central é afetado, com perda de orientação. O afogado deve ficar em decúbito dorsal e declive para eliminação da água ingerida. - Grau IV (gravíssimo): ocorre a parada cardiorrespiratória, necessitando de ressuscitação cardiopulmonar. Deve-se colocar a vítima de forma que a cabeça fique mais baixa que os pulmões e estômago, para facilitar a saída da água durante não mais que 1 minuto. Em seguida, aplica-se o método de Holger-Nielsen, mais indicado em casos de afogamentos. MÉTODO HOLGeR-NIeLSeN A vítima de afogamento de ser colocada de bruços com a cabeça sobre as mãos virada para um lado, estando a boca livre. Apoiado sobre um joelho e um pé próximo à cabeça da vítima, coloque as mãos espalmadas sobre as escápulas. Estando o corpo do socorrista inclinado sobre a vítima, braços esticados, exerça uma forte pressão de forma a comprimi-la contra o solo. 128 unidade 7 Deslize suas mãos até os cotovelos do afogado e, segurando firme, puxe-os em direção à cabeça dele. Volte os braços à posição inicial e repita por 12 a 15 vezes no minuto. SALVAMeNTO NA ÁGUA O salvamento deve ser efetuado por um ou mais salva-vidas ou pessoas habilitadas para o procedimento. O procedimento de salvamento é dividido em 5 estágios, a saber: A)Aviso: é a fase caracterizada pela percepção da ocorrência do afogamento. B)Aproximação e Abordagem: a aproximação normalmente ocorre pelo nado crawl, por ser mais rápido e mais eficiente, com a utilização de palavras de conforto e segurança. C)Resgate: é a retirada da vítima da água. O reboque pode ser feito pelo grande peitoral, axilas, queixo, pulso, cabelos, roupa ou colarinho. A técnica deverá ser escolhida pelo socorrista de acordo com cada situação. A seguir representa-se o salvamento pelo grande peitoral. D)Transporte: é o deslocamento da vítima após o resgate até o local de atendimento médico ou reanimação. E)Reanimação: é a aplicação dos primeiros socorros, visando o restabelecimento dos sinais vitais. unidade 7 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 129 Universidade Aberta do Brasil Os primeiros socorros se caracterizam pelo imediato e breve atendimento a uma pessoa. Os casos em que os primeiros socorros são aplicados realiza-se, inicialmente, a avaliação primária e, em seguida, a avaliação neurológica. Nos casos onde a vítima não respira, a respiração artificial tem de ser iniciada o mais rápido possível para tentar normalizá-la. Também é necessário conferir se há circulação eficiente. Caso a vítima não possua pulso e não esteja respirando, a reanimação cardíaca deve ser imediatamente iniciada. O método boca a boca, com certeza, é o meio mais eficiente de reanimar alguém que se encontra em parada cardiorrespiratória. Nos afogamentos, ocorre uma alteração na captação de oxigênio e um aumento do nível de gás carbônico no organismo que atrapalha o metabolismo celular por líquidos. Para tanto, o salvamento na água pode ser dividido em 5 fases: aviso, aproximação e abordagem, resgate, transporte e reanimação. www.youtube.com/watch?v=u7-_cUb66XE&feature=related www.youtube.com/watch?v=mO8mCG0h9JA www.youtube.com/watch?v=jonJvai6nNI&feature=related www.desvendar.com/especiais/primeirossocorros/paradarespiratoria.asp 01)Pesquise sobre os métodos de respiração artificial. 02)Pesquise 3 variações de transporte da vítima de afogamento na água. 130 unidade 7 unidade 7 FUNDAMENTOS DA HIDROGINÁSTICA 131 REFERÊNCIAS ACHOUR JÚNIOR, A. Exercício de alongamento: anatomia e fisiologia. Barueri: Manole, 2002. ALSSEN, P . E.; HARRISON, J. M.; VANCE, B. Exercício e qualidade de vida: uma abordagem personalizada. São Paulo: Manole, 2001. ALTER, M. J. Ciência da flexibilidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. ARRUDA, F. L. B. et al. Influência do alongamento no rendimento do treinamento de força. Revista Treinamento Desportivo. Paraná, v. 7, n. 1, p. 01-05, 2006. BARBANTI, V. J. 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Barueri: Manole, 1998. 136 referências NOTAS SOBRE OS AUTORES MArCuS WILLIAM HAuSEr (org) Graduado em Engenharia Civil e Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Teorias e Métodos de Pesquisa aplicados à Educação Física – Área de Treinamento Desportivo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Mestre em Engenharia de Produção, com ênfase em Qualidade de Vida no Trabalho, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Atualmente é Professor Assistente da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Pré-universitário Sagrada Família e Faculdade Sagrada Família. Possui experiência profissional nas áreas de Engenharia Civil e Educação Física e atua como docente nas áreas da Medicina e Educação Física nas disciplinas de Bioestatística, Cinesiologia e Biomecânica. Coordenador dos Cursos de Especialização em Atividade Física e Esporte Escolar. Coordenador do Curso de Graduação de Licenciatura em Educação Física/EaD da UEPG. Conselheiro Titular do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) no quadriênio 2006 até 2010 e Conselheiro Titular do Conselho de Administração (CA) no biênio 2011 até 2013. Autor de material didático para cursos pré-vestibulares e dos livros de Ginástica, Cinesiologia, Fundamentos da Hidroginástica, Fundamentos do Handebol e Estatística Educacional e de um capítulo no livro Engenharia de Produção: discussões contemporâneas. Autor de 80 artigos científicos . ANA CÉLIdA dA SILVA Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Curso de Especialização em Atividade Física Personal/ Populacional Training pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente exerce atividades como personal trainer. FUNDAMENTOS autorES DA HIDROGINÁSTICA 137 Universidade Aberta do Brasil ANToNIo SÉrgIo BorATo Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Personal Training pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Possui experiência profissional na área de atividade física em academia e natação. BArBArA PArrEIrA DIEdrIChS Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Pós-graduanda em Especialização em Atividade Física - Personal/Populacional Trainning na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente é avaliadora física, instrutora e Personal Trainning na Academia Oriental Art’s em Ponta Grossa – PR. Árbitra de basquetebol pela Federação Paranaense de Basquetebol (FPrB). Atuação como avaliadora, no processo de Classificação Física de Árbitros de Futsal do Quadro Nacional - CBFS. CAroLINE DAL CoL Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Atividade Física Personal/Populacional Trainning pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente é Professora do Colégio Sagrada Família na área de dança e balé. DANIELE DIAS Graduada em Bacharelado em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Atividade Física Personal/Populacional Trainning pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente é Professora do Método Pilates Solo e Aparelhos, Instrutora de Treinamento Resistido Tradicional e Funcional em Academia, Instrutora de Musculação Terapêutica (lesões articulares). GELSoN PINhEIro Graduado em Licenciatura plena pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/2006), extensão em Avaliação e Prescrição de exercícios para Atletas e Populações Especiais – Centro Universitário Positivo (UNICENP 2005), Pós-Graduando em Atividade Física – Personal Populacional Trainning pela UEPG. Participação na elaboração 138 autorES do curso Atividades Físicas para Portadores de Deficiência Física – Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-MG/2007-2008), membro do grupo de estudos Futebol e Sociedade da Universidade Federal do Paraná (UFPR/2008 - 2010), técnico das categorias de base e auxiliar do Departamento de Esportes do clube Princesas dos Campos (Verde/20082009), avaliador físico de quatro academias da cidade de Ponta Grossa (2009-2012), atualmente Personal Trainnig do estúdio in Trainning e Coordenador de esportes da Associação Recreativa dos Homens do Trabalho (ARHT). JANAINA CAprI VAz Graduada em Educação Física Bacharelado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/2009), extensão em Qualidade de Vida no Trabalho (UEPG/2007) e Atividades Aquáticas para a Comunidade Universitária da UEPG (UEPG/2007), Pós-Graduada em Atividade Física – Personal Populacional Trainning pela UEPG, Formada pela Federação Paranaense de Basketball como árbitra em 2007. Atuou como instrutora de academia na Arena Fitness (2008/2012), sendo atualmente Personal Trainnig na academia Arena Fitness, Academia Feeling, Academia Swimming Center, no clube Guarani de Ponta Grossa, e em residências. JANAINA dE OLIVEIrA doS SANToS Graduada em Educação Física Bacharelado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Pós-Graduanda em Atividade Física/ Personal/ Populacional Trainning pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente é Professora do método Pilates no Estúdio In Training Espaço Fitness e no Studio Fisio Pilates Giselle Miranda - Academia Feeling. Possui experiência profissional na área de Educação Física. JuLIENE GoNÇALVES dE ANdrAdE RoSA Graduada em Bacharelado em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Personal Populacional Trainning pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente atua como Personal Trainner, ministra aulas de ginástica localizada e condicionamento aeróbico em Academias de Ginástica e Musculação e FUNDAMENTOS autorES DA HIDROGINÁSTICA 139 Universidade Aberta do Brasil também participa ministrando aulas de dança e condicionamento físico no Projeto Dança Sem Limites da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa/ Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, o qual oferece aulas de dança para pessoas com deficiência (PcD). Atua também como professora de ritmos e alongamento na Casa da Dança, Unidade Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (PMPG). KAroLINE LouISE TABordA Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Pós-graduanda em Especialização em Atividade Física - Personal/Populacional Trainning na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). KEILA BIANCA doS SANToS Graduada em Educação Física Bacharelado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Personal Populacional Training - pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente é Professora de Jump Fit e preparadora física na academia Fitway. Possui experiência profissional com dança de salão e dança aeróbia. Autora de dois artigos científicos. KELY CrISTINA PAINTNEr HAuSEr Possui graduação em Educação Física - Licenciatura Plena, pela Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG (1995), Bacharel em Direito pela Faculdade União de Ponta Grossa (2010), Especialização em Pedagogia do Esporte pela Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG (1996) e Mestrado em Educação (Área de Políticas Públicas) pela Universidade Tuiuti do Paraná - UTP (2001). Na área profissional é docente da Graduação (Licenciatura) em Educação Física (EAD) e da pós graduação em Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Tem experiência nos cursos de graduação em Educação Física, Administração de Empresas, Turismo e Marketing nas disciplinas de Metodologia da Pesquisa Científica, Sociologia e Políticas Públicas da Educação e Psicologia Desportiva. 140 autorES MArIA MArTA RoChA Graduada em Bacharel em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em atividade física populaciona/personal training pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente é professora da academia Corpo em Movimento. Possui experiência na área de natação, hidroginástica, dança, musculação e ginástica. RAFAEL ArAÚJo RoChA Graduado em Educação Física - Bacharelado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Atividade Física – Personal Populacional training. Área de atuação em treinamento individualizado, prescrição e orientação em programas de fitness. Desde 2007 é instrutor de musculação. Atualmente é instrutor da Academia Motiva Ação e Personal Trainer com atuação em academias, condomínios residenciais e parques. RogÉrIo dE JESuS dA RoSA Graduado em Educação Física pelo Instituto de Ensino Superior Sant’Ana (IESSA), Pós-Graduado em Personal Treinning pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Guia de Turismo Regional Paraná. Atualmente é Instrutor de Pilates no Espaço Corpo e Mente, Personal Trainer e Guia de Turismo. ThAIANE MoLETA Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Atividade Física (Personal/Populacional Training) pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente é Professora do SESI (Serviço Social da Indústria) e da disciplina de Fundamentos dos Esportes Aquáticos do Curso de Licenciatura em Educação Física/EaD. FUNDAMENTOS autorES DA HIDROGINÁSTICA 141