Fundamentos de Cromatografia Carol H Collins.pdf



Comments



Description

miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 1Fundamentos de CROMATOGRAFIA miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Reitor JOSÉ TADEU JORGE Coordenador Geral da Universidade FERNANDO FERREIRA COSTA Conselho Editorial Presidente PAULO FRANCHETTI ALCIR PÉCORA – ANTÔNIO CARLOS BANNWART – FABIO MAGALHÃES GERALDO DI GIOVANNI – JOSÉ A. R. GONTIJO – LUIZ DAVIDOVICH LUIZ MARQUES – RICARDO ANIDO Collins Gilberto L. Braga Pierina S. Bonato Organização Fundamentos de CROMATOGRAFIA .miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 3 Carol H. reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer sem autorização prévia do editor.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 4 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNICAMP F962 Fundamentos de cromatografia / organizadores: Carol H.92 2. III. Cromatografia de gás 544. Cromatografia líquida 544. IV. Braga. Bonato.926 Copyright © by Organizadores Copyright © 2006 by Editora da UNICAMP Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada. 2. 1. Título. Análise cromatográfica 544. Collins. – Campinas. . II. Cromatografia líquida. Carol Hollingworth. 3. CDD 544. SP: Editora da UNICAMP. Collins. I.924 544. armazenada em sistema eletrônico. Gilberto Leite. Análise cromatográfica. fotocopiada. Gilberto L.924 3.92 544. Bonato. Braga e Pierina S. 2006.926 ISBN 85-268-0704-8 Índice para catálogo sistemático: 1. Pierina Sueli. Cromatografia de gás. 2 Fase móvel........................... 30 5 Referências bibliográficas .................................................................................................... 13 I – PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CROMATOGRAFIA (CAROL H........................................................................................................................................................................................................................................................................................ 53 3.... 51 3 Considerações sobre a cromatografia em papel.....................................................1 A amostra ............................................................ 57 4......................................... 58 5................. 60 6................................................................. 61 7 Análise qualitativa ....................... 52 3.................................................................................................... 17 2 Aspectos da história da cromatografia ............................................... 57 5 Técnica da cromatografia em papel .3 Efeitos da temperatura ............................ 58 6 Métodos para detectar as substâncias separadas ......................................................................................................................................................................................................2 Aplicação da amostra ........................................... 42 II – CROMATOGRAFIA EM PAPEL (GILBERTO LEITE BRAGA) 1 Introdução ......................................................miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 5 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO....................... 57 4.1 Cromatografia em papel com fase normal ............................... 59 6...................................................................................................................................................................... 56 4 Cromatografia em papel com fase normal e com fase reversa........................................................... 22 4 Alguns termos técnicos .. 18 3 As classificações da cromatografia................................................. 58 5....... 47 2 Definições e termos usados na cromatografia em papel ......................... 55 3........................................1 Papel ....................................................................................................................................................1 Métodos químicos ....... 62 ........... 60 6......................................................................................2 Métodos físicos....................................................................3 Métodos biológicos e enzimáticos. COLLINS) 1 Introdução ...................................2 Cromatografia em papel com fase reversa........................................................................................................................................................................ .............................................................................................3 Seleção da fase móvel......................................................................................................1 Diretamente sobre o papel ........................................................ 87 3 Adsorventes .................................................................................................... 65 III – CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (JOÃO LUÍS CALLEGARI LOPES) 1 Introdução ............... 68 2.... 92 7 Escolha de eluentes ..................5 Formas de desenvolvimento ....................................................................... 85 7 Referências bibliográficas....2 Extração da substância .....................................................................................4 Aplicação das amostras nas cromatoplacas ................................................................. 80 3.......................................................... 82 5 Cromatografia em camada delgada de alta eficiência .................................................................................................................. 82 4 Análise quantitativa ................................................ 72 3........................................................ 75 3......................................... 70 2.................................................................................3 Terra diatomácea .............miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 6 8 Análise quantitativa............................................... 76 3..... 62 8........................................................... 62 8.................................................. 87 2 A coluna .................................................................................................. 64 10 Referências bibliográficas .................................................................................................................................................................................7 Documentação..... 88 4 Os processos de adsorção em coluna ............................................................................................................................. 68 2...........................................................................1 Preparação de placas ............................................................ 69 2.................... 70 2.............................2 Ativação das placas....................................................................................... 72 3.......................... 69 2................................. 71 3 Técnicas gerais ...................................................................................6 Outros...............6 Revelação dos cromatogramas.. 98 ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 83 6 Aplicações da cromatografia em camada delgada ............................................................................................................... 90 6 Reações na coluna ........ 85 IV – CROMATOGRAFIA POR ADSORÇÃO (WALTER VICHENEWSKI) 1 Introdução .........................................................................................................................................4 Celulose.............................5 Poliamida....................................................................................................2 Alumina (Al2O3) ... 74 3...................... 92 8 Enchimento da coluna e aplicação da amostra ...... 94 10 Cromatografia em coluna seca ..................................... 67 2 Os adsorventes ........................ 63 9 Aplicações da cromatografia em papel ................ 90 5 Preparação dos adsorventes ................................................................................................................................1 Sílica (SiO2)............................. 93 9 Eluição e localização dos compostos eluídos .......................................................................................................................... 77 3.............................................. ............................................................................. 142 2......................................................1 Características da fase estacionária .........................................4 Trocadores orgânicos sintéticos................. 139 2 Conceitos que caracterizam a cromatografia por exclusão ................................................................................................................................................................. 124 6................................................................................... SPADARO) 1 Introdução ...... 108 3................................................................................................................................................................................................................................................................................. 129 9 Referências bibliográficas .............................3 A amostra ......................................................................................................................... 121 6 Fatores que influenciam a cromatografia por troca iônica.......................................... 107 3....................................................................... 158 4........................................................................................................... 107 3............................................................................. 103 2 O mecanismo de cromatografia por troca iônica .. 126 7 Eluição em cromatografia por troca iônica ............... 141 2............. 120 5...........3 Espalhamento da zona e resolução......................................................................................................................................................................................... 148 3 Recheios usados em cromatografia por exclusão.....................5 Matrizes utilizadas em cromatografia líquida de alta eficiência..................................................................................................................................................................................... 100 V – CROMATOGRAFIA POR TROCA IÔNICA (AUGUSTO CÉSAR C.........................6 Trocadores iônicos líquidos........................ 111 3............................................. 126 8 Aplicações.. 150 3.................... 114 3..........................2 Natureza química do gel...... 100 12 Referências bibliográficas .....4 Tipos de gel.................. 136 VI – CROMATOGRAFIA POR EXCLUSÃO (ZULEIKA ROTHSCHILD) 1 Introdução .........................................................2 Trocadores inorgânicos sintéticos..................................................................................................................................................................................... 141 2..........1 A escolha do trocador iônico ..... 158 .................................................... 151 3.....3 Trocadores com matriz orgânica natural .................................................................................... 106 3................................2 Eluição ..........2 Seletividade........3 Natureza física do gel ..... 151 4 Equipamento para cromatografia por exclusão .............................................................................2 A seleção da fase móvel......... 104 3 A matriz .....1 Capacidade ................... 115 5 Propriedades de trocadores iônicos .................................. 145 2...............................................miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 7 11 Aplicações da cromatografia por adsorção ...................................................................................................................................................................................................................... 115 4 Os grupos trocadores............... 120 5..1 Coluna cromatográfica...............................4 Outros conceitos muito usados em cromatografia por exclusão .............................1 Fases.. 149 3................................................ 149 3............................................................................................................................................................. 123 6...........1 Trocadores inorgânicos naturais .................................................................. 123 6........................................ .........................2 Purificação de pequenas moléculas ...... 167 2 Princípio do método.........................................................................................5 Tratamento da coluna .....................3 Acoplamento do ligante à matriz ativada.......... 160 5.................................................... 176 4....................................................................... 165 7 Referências bibliográficas ................................................................4 Vazão da fase móvel......................2 Ativação de matrizes não-hidroxílicas ...................................................................................................................................................................5 O efeito de vazão e temperatura .. 180 4..............................................2 Controle da vazão da fase móvel ............ 164 6 Aplicações da cromatografia por exclusão............................................. 170 3................................................................................................ 184 5............. 185 5......... 172 3.......................... 173 3............6 Métodos de eluição...............................................................................................2 Dimensões da coluna ..............3 Interações biomoleculares . 170 3...................................................................................................................................3 Registro das curvas de eluição...................... 174 4 Preparação de fases estacionárias seletivas ....... 168 3 Seleção do suporte insolúvel ou matriz ................................................. 159 5 Parâmetros experimentais em cromatografia por exclusão ......................................................................2 Tamanho da coluna ......................................................... 172 3......................................................................................3 Determinação da capacidade .................. 200 7 Referências bibliográficas ............................................... 200 ......miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 8 4.......................................... 199 6...................3 Matriz de dextrana......1 Tipo de gel . 172 3....................................................................................................................................................................................................... 195 6........................ 158 4..................................................................................................................................................................................................1 Matriz de agarose ....................5 Matriz de trisacril........................................................ SPADARO E MARIA JOSÉ VIEIRA FONSECA) 1 Introdução ........................................................2 Matriz de celulose.................. 185 5........................ 162 5.............6 Outras matrizes orgânicas ............................................................................ 195 6.................... 184 5. 191 6 Aplicações da cromatografia por bioafinidade.........................................7 Exemplos de resinas por bioafinidade disponíveis comercialmente ........................................ 159 5........................................................................................................................... 175 4.............................................................................................. 181 5 Metodologia operacional ..1 Purificação de macromoléculas por cromatografia por bioafinidade.......... 183 5.....3 Tamanho da amostra ..............................................................................................................1 Métodos de ativação de matrizes hidroxílicas ...................................................................................................................................4 A preparação da amostra .......... 183 5............................................................ 171 3.............................................................................................................................................................................................................4 Matriz de poliacrilamida .......................... 163 5...................................... 186 5.. 163 5................................1 Preparação da coluna ............................ 166 VII – CROMATOGRAFIA POR BIOAFINIDADE (AUGUSTO CÉSAR C.7 Matrizes inorgânicas ........................... ....2 Diâmetro interno.......... 262 11 Referências bibliográficas ........................................................ 232 5............................................................................ 214 4...........................................................3 Comprimento ....................................................... 244 7 Seleção das condições cromatográficas e otimização da análise ....................................2 Cromatografia líquido-líquido ou por partição.........1 Fase estacionária sólida........4 Coluna cromatográfica...........................................1 Cromatografia líquido-sólido ou por adsorção ............. 280 2.................................................................... 256 10 Aplicações........... 213 4..................................................................3 Sistema de injeção da amostra ............. 207 4 Equipamento para cromatografia gasosa ............................................. 251 9 Análise quantitativa..................................................................................................................................................................................2 Fase estacionária líquida ..........................................................1 Cromatografia líquida clássica e cromatografia líquida de alta eficiência.................... 275 1............................................................ 219 4.............................................. COLLINS E LUIZ FERNANDO LOPES GUIMARÃES) 1 Princípios de cromatografia líquida de alta eficiência ................................................... 248 7.................................... 242 6 Derivação .........................3 Fase estacionária imobilizada................................................................ 277 2 As técnicas da cromatografia líquida de alta eficiência ................................................................................................................................................................................. 232 5 Fases estacionárias para cromatografia gasosa ...................................... 247 7........... injetor e detector ............................................................ 273 1.7 Controle de temperatura da coluna................................................................................... 270 IX – CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (ISABEL CRISTINA SALES FONTES JARDIM........ 280 2.................... 231 4.......................... 205 3 Eficiência ........................................................... 247 7......................................... 247 7......................................6 Sistema de registro e tratamento de dados ...................................... 235 5...........1 Fonte do gás de arraste ................................................................................................................................................................................. 283 ........................................................... 213 4........................................... 250 8 Análise qualitativa .......................1 Fase estacionária .................2 Controladores de vazão e de pressão........................................................................................................................... 242 5............................................................................................................miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 9 VIII – CROMATOGRAFIA GASOSA (PIERINA SUELI BONATO) 1 Introdução ........5 Sistemas de detecção....................................... 214 4............ 246 7.................................... 232 5........................4 Fase estacionária quiral.......................................6 Temperatura da coluna .......................................3 Cromatografia líquida com fase ligada................... 223 4.............................................. 250 7................ 282 2...............................2 Cromatografia líquida de alta eficiência e cromatografia gasosa .............................................................4 Espessura do filme da fase estacionária ...................5 Tipo e vazão do gás de arraste ........................ 203 2 Técnicas usadas em cromatografia gasosa .......................................................................... CAROL H................................................................................... .................................................4 Solução-tampão .............................................................................5 Fases estacionárias para cromatografia por bioafinidade ........7 Detectores .................3 Preparação da fase móvel ...................................................4 Cromatografia líquida quiral ...................................................................................1 Conceitos gerais. 308 6.........miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 10 2.................3 Fases estacionárias para cromatografia líquida de fase quimicamente ligada............. 303 6 Características das fases estacionárias usadas em cromatografia líquida de alta eficiência......................................................................................................... 298 4 Eluição em cromatografia líquida de alta eficiência..... 329 6.....3 Programadores de fase móvel.....4 Medidores e controladores de pressão..................... 399 1.................................. 357 7....................................................................................................... 287 2......7 Fases estacionárias para cromatografia por exclusão ...................................................................6 Cromatografia por bioafinidade .......................................................4 Fases estacionárias quirais.............1 Fases estacionárias para cromatografia líquido-sólido........................................... 347 7............ 325 6...............................................................................................................................................................................................1 Separação de ânions .............................. 399 1.............................................................................. 402 2...................... troca iônica ........................................................... 354 7...................................................................2 Critérios a serem considerados na seleção da fase móvel ................................................................................................................................................................ 401 2 Cromatografia em camada delgada ....................... par iônico................. 397 X – PRÁTICAS DE LABORATÓRIO 1 Cromatografia em papel .................................. 330 6......................2 Separação de nitrofenóis ........................ 284 2......................2 Fases estacionárias para cromatografia líquido-líquido ................................................................................................................................................................................ 338 7 Equipamento para cromatografia líquida de alta eficiência .................... 356 7.......7 Cromatografia por exclusão ............................................ 403 ..... 360 7.................................................................................................................................1 Separação de derivados cumarínicos ........... 287 3 Fases móveis usadas em cromatografia líquida de alta eficiência................................... 289 3............................................................. 345 7..... 289 3...............................................1 Reservatórios da fase móvel . 287 2... 387 8 Desenvolvendo uma separação .......................................8 Registro dos dados ............................................................... 402 2.. 301 5 Características das partículas usadas em cromatografia líquida de alta eficiência .................................. 312 6..... 296 3....................6 Colunas ..... 308 6.............................................................................2 Bombas de alta pressão ........5 Cromatografia por troca iônica .................................................2 Separação de cátions ....... 289 3............................ 392 10 Referências bibliográficas ............................................................. 367 7......................................... 388 9 Aplicações da cromatografia líquida de alta eficiência ........ 343 7..........................5 Sistemas de injeção da amostra.................. 314 6..............................6 Fases estacionárias para amostras iônicas: supressão iônica........................................ ......................... 433 3 Símbolos para cromatografia por exclusão............................................................................................................................ 434 4 Propriedades de fases móveis usadas em cromatografia líquida ............................................................................................ 422 8 Cromatografia líquida de alta eficiência.................................................... 413 5..................... 435 5 Comparação das malhas dos sólidos usados em cromatografia.................................................................................................................................................. 416 6......2 Análise de diazepam em formulações farmacêuticas.......1 Otimização da análise e quantificação de uma mistura de hidrocarbonetos ....... 415 6 Cromatografia por bioafinidade ..... 408 4 Cromatografia por troca iônica ..................................................................................................................4 Separação de nitroanilinas ........5 Separação de aminoácidos ............................................................... 405 3........................................... 413 5............................................................................................. 424 8......................................................................................................... 426 8................1 Separação de albumina e azul de bromofenol ...............3 Separação de dicromato e permanganato......................2 Separação de extrato de espinafre.. 424 8............................................................................................................................ 405 3 Cromatografia por adsorção..................................... 404 2.........................................3 Separação de corantes ...................................... 407 3.........................................1 Separação de fluoreno e fluorenona .................. 409 4...............................................................................3 Análise de alguns barbitúricos ............... 431 2 Símbolos para cromatografia planar ............1 Separação de hemoglobinas glicosiladas .............................................................................................. 416 7 Cromatografia gasosa.................................................................................................... 419 7....................................................... 409 4..................... 439 ÍNDICE REMISSIVO ........... 420 7.2 Verificação da redução de meta-hemoglobinas usando cromatografia por exclusão ........................................................1 Análise de analgésicos ...1 Separação de cátions em resina de troca catiônica.....2 Determinação de cafeína em várias bebidas ............................ 419 7...................................................................................2 Separação de cátions com resina de troca aniônica...........................................................3 Análise de cafeína em refrigerantes ......... 411 5 Cromatografia por exclusão ..............miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 11 2..................... 404 2........................................... 428 APÊNDICE 1 Símbolos para cromatografia em coluna ................... 437 SOBRE OS AUTORES ............................................................................................................................... 445 ......................................... 405 3................................ miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 12 . a primeira edição deste livro básico sobre técnicas cromatográficas. a cromatogra- fia por bioafinidade. revista e ampliada. O sucesso obtido motivou-nos a lançar uma nova edição. Entre esses dois extremos. da bioquímica. das ciências ambientais. que apresentou informações sobre as várias modalidades de cromatografia. em 1990. até os de alta sofisticação. Esses métodos cromatográficos variam desde os de extrema simplicidade. Ao longo de mais de dez anos desde essa revisão. usados só por especialistas.. publicados em inglês ou outra língua estrangeira. a li- teratura especializada aumentou. em 1987. Para cada modalidade de cromatografia. tan- to no nível acadêmico e em pesquisa como nas aplicações in- dustriais. com o títu- lo de Introdução a métodos cromatográficos. tanto no que se refere ao conteú- do dos capítulos já existentes como a um novo capítulo. Porém. existem muitas variações de maior ou menor complexidade. são raros os livros em língua portuguesa que contenham as informações básicas. . que podem ser facilmente manipulados por aqueles que não são peritos. sendo muito rica nesse tema. que descreve outra modalidade de cromatografia. estão dispo- níveis vários livros especializados. da toxicologia etc. teóricas e práticas sobre essas técnicas de tão largo uso. Na tentativa de evitar a dependência de livros em língua estrangeira.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 13 APRESENTAÇÃO Os diversos métodos de separação cromatográfica têm sido aplicados em milhares de laboratórios no mundo para decifrar os inúmeros e complexos problemas da química. publicamos. além de outras informações relevantes. p. oito capítulos que descrevem as diferentes técnicas cromatográficas. os leitores que procurarem as referên- cias citadas deverão estar alertas para o fato de que os símbo- los e termos usados neste livro podem. Conseqüentemente. As unidades das quantidades físicas e símbolos adotados seguiram as indicações do Sistema Internacional de Unidades. Apesar de os capítulos terem sido escritos por autores diferentes. ou como livro introdutório às técnicas de separação cromatográfica para pós-graduandos.819). a obra não se destina a especialistas. porém ainda mantendo o ob- jetivo inicial de contar com uma obra que apresente informa- ções básicas sobre as diversas modalidades de cromatografia. 65. com um novo título. Este livro continua sendo destinado ao uso. Sen- do assim. visto que ainda não existe uniformi- dade nos símbolos e termos usados nas diferentes modalida- des de cromatografia. em demais obras. Entretanto. nem entre autores oriundos das diver- sas partes do mundo. os re- comendados pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). Ettre. Chem. em cursos de graduação. consideramos bastante oportuno realizar uma nova revisão. Fundamentos de cromatografia. sem necessitar de uma base teórica profun- da. cada um descrevendo a sua especialidade. Pure Appl.. Pode também servir como base para o pesquisador que pre- tende usar a cromatografia apenas como uma ferramenta em suas experiências. nem é um compêndio que abrange referências a todos os no- vos desenvolvimentos nesse campo. S. procurando uma atualização mediante os constantes desenvol- vimentos relatados na literatura. . O livro consiste de um capítulo sobre alguns princí- pios básicos de cromatografia. e apêndices com os símbolos recomendados para uso em cromatografia na língua portu- guesa. em 1993 (L. ser substituídos por outros.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 14 14 F U N D A M E N T O S D E C R O M AT O G R A F I A tanto no que se refere à divulgação de novas técnicas. procedi- mentos e materiais como à divulgação de novas aplicações. houve um esforço coletivo de uniformização do texto no que se re- fere aos termos e símbolos usados — em sua maioria. como texto. um capítulo que reú- ne sugestões para experimentos na programação experimen- tal das disciplinas de graduação. em es- pecial. colaboraram. agra- deceriam não só sugestões como indicações de erros e/ou conceitos mal formulados. . para que esta publicação se tornasse viável. com seu trabalho e en- tusiasmo. No entanto. direta ou indiretamente. Além disso. à doutora Carla Beatriz Grespan Bottoli.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 15 A P R E S E N TA Ç Ã O 15 Os organizadores e autores desta obra consideram que nela aplicaram o melhor de seus esforços. agradecem aos que. pela dedica- ção no manuseio das novas figuras encontradas nesta edição. miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 16 . o que resulta em migrações diferenciais desses componentes. por si mesma ou em conjunto com outras téc- nicas instrumentais de análise. Existem várias formas de realizar o processo cromato- gráfico. . a cromato- grafia ocupa um lugar de destaque devido à facilidade com que efetua separação. en- quanto a outra se move através dela. Durante a passagem da fase móvel sobre a fase estacionária. A cromatografia é um método físico-químico de sepa- ração dos componentes de uma mistura. realizada através da distribuição desses componentes em duas fases.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 17 I PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CROMATOGRAFIA Carol H. Collins 1 INTRODUÇÃO Entre os métodos modernos de análise. Antes disso. Detalhes sobre algumas dessas formas serão assuntos dos capítulos a seguir. os componentes da mis- tura são distribuídos pelas duas fases de tal forma que cada um deles é seletivamente retido pela fase estacionária. como a espectrofotometria ou a espectrometria de massas. identificação e quantificação das espé- cies químicas. enquanto neste serão apresentados al- guns dos conceitos mais gerais. será relatada uma breve revisão histórica do desenvolvimento das técnicas cro- matográficas mais importantes. Uma das fases permanece estacionária. que estão em contato íntimo. e arrastou os diferentes componentes com éter de petróleo. O nome deriva das palavras gregas chrom (cor) e graphe (escrever). nos Estados Unidos.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 18 18 F U N D A M E N T O S D E C R O M AT O G R A F I A 2 ASPECTOS DA HISTÓRIA DA CROMATOGRAFIA Os termos e expressões “cromatografia”. de altura equivalente a um prato. nas quais usou colunas de vidro recheadas com vários sólidos. Todavia. para o desenvolvi- mento circular de misturas de sais inorgânicos. em 1906. usan- do uma coluna recheada com carbonato de cálcio pulverizado como fase estacionária e éter de petróleo como fase móvel. e anteciparam o . repetindo as experiências de Tswett. os utilizou em dois trabalhos que descrevem suas experiências na separação dos componentes de extratos de folhas. finamente divididos. respectivamente. Martin e Synge publicaram um trabalho im- portantíssimo no qual descreveram a cromatografia por par- tição (cromatografia líquido-líquido). “cromato- grama” e “método cromatográfico” são atribuídos ao botâ- nico russo Mikhael Semenovich Tswett. Apesar dessas experiências. Bem antes de- les. considerou-se que a épo- ca moderna da cromatografia começou na década de 1930. Reed. separando e identificando as xantofilas da gema de ovo. Em 1941. que. foi experi- mentado por Beyerinck em 1889. enquanto Schoenbein fez experiências similares com tiras de papel mergulhadas em solventes. Runge descrevera os “desenhos” feitos por misturas de sais e por tintas que foram colocadas no centro de um papel de filtro e depois espalhadas pela passagem de um solvente. Paralelamente aos desenvolvimentos de Tswett. aplicaram à cromato- grafia o conceito já bem conhecido em outros processos de separação. já nessa época os processos que utilizavam a migração diferencial eram bem conhecidos. aplicaram colunas contendo sólidos e misturas de solventes orgânicos para a separação de sais orgâ- nicos e amostras de petróleo. na Inglaterra. quando Kuhn e Lederer “redescobriram” e aperfeiçoaram a cromatografia em coluna. exceto para facilitar a identificação dos componentes separados. O uso de sólidos em cama- da delgada sobre vidro. e Day. embora ele tenha explicitado que o processo não depende da cor. no lugar de papel. enquanto Cremer e Prior foram os primei- ros a descrever um cromatógrafo a gás completo. O desenvolvimento. o Prêmio Nobel. A cromatografia gás-sólido foi descrita em 1941. para a análise de pro- dutos farmacêuticos. desenvolveu a cromatografia líquida. enquanto a in- trodução de colunas capilares por Golay. os primei- ros equipamentos foram colocados no mercado dos Estados Unidos e da Inglaterra. com Howard. em 1958. no vapor a 100 ºC. também em 1958.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 19 P R I N C Í P I O S B Á S I C O S D E C R O M AT O G R A F I A 19 surgimento de duas técnicas cromatográficas pressurizadas. feita por Adams e Holmes. Um ano depois. Martin também participou em outros desenvolvi- mentos importantes na história da cromatografia: com Cons- den e Gordon. Posteriormente. A cromatografia gás-líquido foi relatada por Martin e James em 1952. com James. em 1954. que permitem a troca de cátions. atualizou a croma- tografia gás-líquido. por Hesse e colaboradores. sílica como fase estacionária e um catarômetro como detector. receberam. reintroduziu a cromatografia em papel. em 1952. com a síntese. arrastando-os sobre sílica com um gás. nos anos 30. a cromatografia gasosa e a cromatografia líquida de alta eficiência. e o uso de um detector por condutivida- de térmica. dió- xido de carbono. aplicando as chamadas “fases reversas”. efetuado por Kirchner e colaboradores. resinas de poliacrilato ou poliestireno entre- . basea- das em fenol e formaldeído. do método de pre- parar as placas com reprodutibilidade. Por esse trabalho. que separaram dois ácidos graxos. quase simultâ- neo. ampliou seus poderes analíticos a ponto de tornar a cromato- grafia gasosa o método analítico de separação e determinação mais usado no mundo. por Izmailov e Schraiber. por Pretorius e colaboradores e por McWilliams e Dewar. e. A cromatografia em camada delgada foi reintroduzi- da em 1938. ampliou a detectibilidade do método cromatográfico. do método de aderir o sólido ao suporte. mas não foi muito usada até o desenvol- vimento. e por Stahl. das primeiras resinas de troca iônica. na época moderna. do detector por ionização em chama. por Ray. utilizando hidrogênio como gás de arraste. A cromatografia por troca iônica também teve seu iní- cio. Kirkland e outros. as partículas com- pletamente porosas de diâmetro pequeno (10 µm.miolo cromatografia-I 1/31/06 1:06 PM Page 20 20 F U N D A M E N T O S D E C R O M AT O G R A F I A cruzado com divinilbenzeno. As resinas de poliestireno-divinilbenzeno com substi- tuintes iônicos são muito aplicadas em bioquímica. por Nickless e colaboradores. aperfeiçoaram os sistemas de bombeamen- to e detecção de cromatografia líquida de alta eficiência. Jentoft e Gouw. após uma reação pós-coluna para produzir os derivados com ninhidrina. Snyder. Huber e Hulsman. com resultados altamente satisfatórios. que poste- riormente a mecanizaram. de sepa- ração de aminoácidos originados de proteína. de fases estacionárias contendo grupos al- quilas quimicamente ligados ao suporte permitiu a aplicação da chamada “fase reversa” (fase estacionária apolar). . Em 1959. com a intro- dução de uma bomba semelhante a um pistão. os enchimentos para a cromatografia líquida de alta eficiência foram sendo desenvolvidos. comprovando que o uso desses equipamentos. O desenvolvimento. possibilita análises de rapidez comparável àquela obtida em cromatografia gasosa. por Scott. amplian- do as aplicações dessa técnica. Outros desenvolvimentos na década de 1960. similar às usa- das ainda hoje em cromatografia líquida de alta eficiência. com substituintes sulfônicos e carboxílicos (para a troca de cátions) ou alquilaminos (para a troca de ânions). viabilizou o uso de cromatografia 1íqui- da de alta eficiência para qualquer tipo de análise. e seu uso teve início com as experiências. 5 µm e 3 µm). operado com fase móvel líquida sob pressão e com métodos de detecção sensíveis. por Kirkland e outros. em microescala. por Halasz e Horvath. Paralelamente. por Ishii e por Novotny e seus colaboradores. inicial- mente os peliculares (partículas superficialmente porosas). A separação de aminoácidos foi aperfeiçoada por Moore e Stein. posteriormente. por Karr e colaboradores. enquanto a introdução de co- lunas de diâmetro interno menores (as “microbores” e as “capilares recheadas”). e. esse sistema para a análise de aminoá- cidos foi modificado por Hamilton e Andrews. usando uma bomba peristáltica para empurrar a fase móvel e um fotômetro para a detecção. substituíram as resinas originais. quer orgâ- nica quer inorgânica. efetuadas por Cohn.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.