Sociedade Ecumênica do Triângulo e da Rosa Dourada:. Sociedade Parosófica de Estudos Espirituais:. Templo Espiritualista do Cruzeiro do Sul:.“Fundamentos da Umbanda O Axé Não obstante a imensa riqueza de detalhes e informações contidas em cada Fundamento, em sua essência esses quase sempre permanecem distantes dos olhares e da manipulação por parte dos adeptos da Corrente da Umbanda, vista a necessidade de serem movimentados por indivíduos que de fato queiram “compartilhar” de sua essência mística e não apenas tratá-los como elementos de estudo e investigação. No campo de sua ação, todos os Fundamentos podem ser considerados “elementos de Magia”, podendo essa ser definida como o “ pleno conhecimento da Lei das Correspondências Complexas”. O conceito, por sua vez, traduz-se como a arte de ordenar cada coisa segundo seu próprio equilíbrio por intermédio das forças ocultas da Natureza, o que confere ao indivíduo manipulador a capacidade de neutralizar ou dirigir o curso de cada coisa ou ação por meio do emprego correto e direcionado de sua “Vontade dirigida”. Essa “Vontade” de que tanto falam a Magia e suas Leis, encerra-se no “Verbo” por meio da aglomeração correta e precisa entre as palavras e frases constituidoras dos encantamentos, bem como no pleno desejo do operador em executar e realizar com “ciência” a operação magística, sem deixar que fatores externos influam em sua movimentação. Somente o exercício e a prática constantes podem gerar o “espírito de Vontade” que doa ao indivíduo a prática, o aperfeiçoamento e o resultado final de sua obra. Embora um indivíduo conhecendo os processos e fórmulas sagradas possa de fato manipular as energias ocultas em diversos graus de intensidade, a completa exaltação dos processos de Magia somente será alcançada por aqueles que despenderam muitos anos na busca pelo seu conhecimento e que souberem renunciar a seus próprios desejos e vontades com uma grande firmeza interior. “Sendo Filha da Noite, onde permanece oculta, a Magia quer que seus filhos se vistam apenas com o clarão da Lua e não com o brilho do Sol ”, diz Pai Cipriano da Senzala. Assim, em sua esfera mística, a Magia lida com uma energia especial, denominada “Força Motriz”, que concentra em sua essência as energias equilibradas de cada fórmula empregada em suas diversas manipulações, associadas ao poder da 1 a química astromolecular. todas as coisas possuem sua energia individual. os avanços de sua medicina ortoastromolecular. as técnicas e os processos científicos do Plano Astral. ou seja. do que um doutor fazer Magia ”. não possui de imediato uma polaridade vibratória específica. seus processos e sistemas não fazem parte do “Universo Espiritual” da forma como o concebem as Potências Astrais. os Guias não somente de fato conhecem os sistemas e processos das ciências humanas como também já os ultrapassaram em relação ao conhecimento existente nas Esferas Superiores. sua física astroquântica.C. sua biogenética avançada. mas não o são. No campo da Magia. utilizavam os recursos da energia radiônica para anular os efeitos da gravidade sobre blocos de pedra. Embora as ciências humanas tenham alcançado um alto nível de desenvolvimento. Essa combinação de energias harmônicas é “neutra” em sua essência. Acredita que seus eventos tecnológicos são maravilhosos. De fato. sendo próprio à vontade em nos auxiliar que age de maneira a permitir a incursão das Forças Espirituais ao plano da matéria. sendo possível aumentar ou diminuir a intensidade dessa mesma carga. sabem muito claramente que a tecnologia astral supera em muitos anos aquela verificada no plano físico. os resultados de sua ciência radiônica 1 e muitas outras nos fazem verificar o nível evolutivo em que nos encontramos em relação ao plano do espírito. Aqueles que possuem larga vivência ao interno das Filosofias Espiritualistas. Ao dizer de Pai Cipriano: “ A ciência é falha e passageira. Não explica e Ramo do conhecimento espiritual que vem ganhando campo no plano físico e que utiliza a emissão de grandes cargas de energia a distância por meio das formas geométricas ou aparelhos de polarização que captam grandes correntes vibratórias. convertendo-se em positiva e negativa segundo a vontade colocada em movimento pelo operador que então lhe confere tanto a “carga” necessária. Isso porque qualquer ato magístico requer um coração desinteressado e uma mente direcionada segundo as “harmonias da natureza” e não segundo os fundamentos da ciência humana e seus postulados. envolve-se por uma sacralidade particular deixando de pertencer à esfera do profano. 1 2 .“Vontade” colocada em movimento por meio do constante e ardente “Querer” de seu operador. “Sem sacralidade não existe Magia”. bem como inverter completamente sua polaridade ou estrutura. os Guias espirituais dizem metaforicamente que “é muito mais fácil um iletrado tornar-se um mago. Não é mistério que nossa espécie é considerada particularmente “atrasada” do ponto de vista das Potências Espirituais. Como Forças Espirituais. Crê-se exata mas não o é. Desde o momento que um utensílio ou elemento passa a ser envolvido em um processo de manipulação magística. passando a integrar com aquela do sagrado onde se converte em “Fundamento”. Os egípcios já em 2500 a. modeladora de novas estruturas e espécies. quanto o “direcionamento” a ser percorrido pela energia liberada e colocada em movimento. É por isso que em sua sabedoria. É a perfeita “visualização sacra” de um magista que constitui o elemento indispensável na “sacralização” de um rito. o místico e o enigmático na consciência de quem somente observa ”. todas as coisas empregadas em um rito magístico por mais singelas que sejam. Em Magia não importa quantos títulos ou saberes foram acumulados. Para manter a força de um Fundamento. Para se ter o direito de receber o conhecimento da Magia é preciso querer pacientemente e por muito tempo. No entanto. necessitam estarem envolvidas em uma aura sacra de respeito e superioridade. sendo preciso um espírito “acima” das questões inúteis da ciência para penetrar em sua sacralidade”. somente o Espírito estará em condições de abrandar a angústia do homem e terá a “douta” ciência que se converter de joelhos perante a Deus suplicando o perdão por sua arrogância.jamais explicará a Deus. uma vez que essa ressalta o desconhecido. A Magia da Umbanda lida com uma Força cósmica e sagrada em sua essência que em sua composição torna-se “única” por excelência ao interno de sua mística esotérica. mas apenas que esta é “simples. Assim. Diverge da ciência espiritual visto que esta trabalha unicamente em prol da melhoria das espécies e seres que estão sob seu guante. Todo o seu conhecimento e tecnologia em nada resultarão diante do que se está para consumar. mas sim com que “espírito” interior e desinteressado o indivíduo se apresenta diante de seus mistérios. tanto aos profanos quanto aos seus adeptos. Aquele que tiver ouvidos que ouça”. Não possui espírito. “ Quanto menos conhecimento um profano tiver em relação aos processos de Magia. diz Pai Cipriano: “As Forças se dão aos que se apresentam com o coração e a vontade direcionados na realização de sua obra. que a Magia da Umbanda não se reveste de “espessos véus”. passando a serem vistas e projetadas como Fundamentos e não com meros objetos ritualísticos. até que as verdadeiras intenções de seu coração se apresentem em condições de compreender que em Magia todas as coisas vivem. afirmam os Mestres Espirituais. Dessa forma. Nesse dia. constitui o “ Axé” uma força 3 . é passageira e finita. posso lhe assegurar que luzirá o dia em que os doutos homens da ciência erguerão suas mãos em desespero ao alto e clamarão a Deus para saciar-lhes a fome. quando a aurora da noite chegar. fazendo crer. eficaz e por vezes perigosa”. Enquanto uma se aferra aos sórdidos interesses humanos. a outra existe pelo aperfeiçoamento das Esferas Astrais e a imensidão de seres que nelas habitam. maior será a força do rito. Como tudo em seu mundo. é necessário ocultar seu conteúdo ao interno da própria Doutrina. Hoje a ciência se desvencilha de Deus e nega o Espírito.“Energia Mágica Universal” vinculada profundamente ao campo energético ou egrégoras dos Deuses Orixás e neutra em sua estrutura. onde todas as coisas “invertem suas impressões comuns” e adquirem uma forte aura de misticismo. 4 . o qual se denomina “Firmeza” e que constitui a base visível de seu Fundamento. energias pertencentes aos Axés próximos ou mesmo extraindo-as dos seres que lhes estão em torno. palavra que em africano designa “força”. afirma-se por meio de um núcleo de força isolado. manipulação e exaltação. O Axé em si é um dos maiores Fundamentos da Umbanda. Para que sua energia possa fluir em Constância. Energia essencial de todo Templo de Umbanda. este deve ser “mantido e manipulado”. Segundo sua estrutura determinante. sendo acumulativo e expansivo. os núcleos ou potencialidades encerrados nos elementos da Natureza. “buscando” quando em carência energética. O Axé. quando então se utiliza o termo “Axé morto” ou “Infertilidade de Axé” para expressar a dissolução do núcleo ou firmeza energética. A “alimentação” de um Axé se dá unicamente por meio da agregação de elementos extraídos dos reinos naturais versados em sua matriz visível e não de outra forma. chegando mesmo a exaurir suas potencialidades. Axé se “forma”. é recolhido por intermédio das emanações presentes em cada elemento. ou fluído superior. É por essa razão que as Firmezas e os Pontos de Força devem ser constantemente mantidos. Entende-se então que o Axé é uma energia especial e individual. o Axé ao deixar de ser “alimentado” pode trazer uma série de complicações ao meio ao qual se encontra vinculado. sendo considerada “virginal” apenas após a sua concretização. mas apenas semelhantes ao conteúdo utilizado em sua manipulação. sendo sua união considerada “virginal” já que seu padrão energético fora modelado para vibrar em uma determinada freqüência que em seu campo de ação difere de todas as outras. Uma vez gerado. dando geração a uma nova estrutura ou núcleo de força que vibra em uma escala e freqüência única segundo a razão para que foi gerada e manipulada. sendo então agregado a outros por “afinização e harmonização”. uma vez que todo Axé pode aumentar ou diminuir sua carga energética. manipulada de maneira a conter em sua essência. Em sua totalidade é composto. o Axé é formado a partir das inúmeras energias e núcleos vibratórios existentes nos reinos naturais. É energia “gerada e manipulada”. usando-se o termo “alimentar o Axé” para expressar os princípios dessa movimentação que deve ser ininterrupta. e que afirma sua intensidade segundo os princípios de sua manipulação e os Fundamentos ocultos que constroem a sua estrutura. não existindo dois Axés iguais em energia. Isso porque sua energia permanece acoplada ao seu operador e aos processos para a qual fora desenvolvido. manifestados por intermédio das Potências espirituais.dirigida e manipulada de maneira a se equilibrar ou “ordenar” os inúmeros campos de energia em aglomerações de força vinculados a um propósito específico. o qual necessita de outros Fundamentos para a sua correta geração. O Axé regula a própria força de um Templo “ Ojubo”. Extraído de tradições africanas muito antigas. uma vez que representa o “Barro Primordial”. Resume-se no ato sacro de preencher sua quartinha de barro com água. Seus Fundamentos prescrevem a união precisa desse com elementos portadores de vitalidade e desagregadores como o mel. a água ou o azeite de dendê. o Obí acalma. o azeite doce. devolve a tranqüilidade. Sintetiza a comunhão entre o ser e seu Orixá por intermédio de seu Orí. da mente e do corpo. restaura o vínculo entre o ser e sua “Matriz Interna”. É o Axé o detentor e potencializador das energias encerradas nas invocações aos Deuses Orixás “Ijubá”. O Axé permanece constantemente vinculado aos Iniciados por meio de seus Assentamentos cujo rito de alimentação denomina-se “ Osè”. representa manter a segurança e a Força interna do próprio Templar e seus mediadores. o qual se denomina “ Otùn” junto ao manter acesa ininterruptamente sua vela de sete dias ao seu “ Eledá” (Pai de Cabeça). nas pedras sagradas que encerram em si a potencialidade dos Orixás “ Otás” as quais permanecem ao interno do “Ilê Axé” (Casa da Força). esse rito reporta ao antigo costume dos Iniciados em visitarem o Ilê de seus Orixás obrigatoriamente uma vez por semana. Portador de Axé por excelência. Exalta a força contida na cabeça dos Iniciados e mediadores “Orí”. No Salão principal “ Agó”. o fluído da vida simbolizado pela água e que não pode perder essa condição. os elementos do rito constituem a própria manifestação visível do Axé que sustenta o Templo. por intermédio da Firmeza Central “ Ile” e da cumeeira “Atá”. afasta as energias de morte e dissipa os males do espírito. mantendo a “pureza do Fundamento” e por conseguinte. aquela do próprio Templo. na preparação e elaboração das Oferendas ” rubo”.purificados e manipulados de maneira a renovarem constantemente seu Axé. representando o próprio corpo. O “ Obí” (noz de cola) é considerado há milênios o alimento dos Deuses Orixás. donde deriva o nome do rito “Osè” que vem a expressar a semana. que representa a própria cabeça ou Orí do Templo. Ao interno da liturgia sagrada. os princípios encerrados no “Ilê Exu” (Tronqueira) e no “Ilê Balé” (a Casa das Almas). 5 . por onde transpira o “ Emí” o “Sopro Vital”. é onde se exalta a força principal do Axé. Alimentar o chão e a cumeeira. o regular das freqüências da firmeza central “ Ile Atá” e dos Fundamentos encerrados nos “Oròs” (práticas rituais). Assim o Axé dos Assentamentos é mantido por meio da água e potencializado com a permanência da vela que simboliza tanto o vínculo como a iluminação que paira por sobre a cabeça do Iniciado. os Assentamentos dos Deuses Orixás “Idí Orixá” e demais Pontos de Força. representando o pacto de lealdade da Divindade com os homens. A quartinha dos Assentamentos deve sempre ser de barro. podem se dar ao direito de declararem as obras da Magia como primitivas. nenhuma dessas práticas energéticas operadas muitas vezes por indivíduos instáveis. deve o axé ser constituído. Isso não é espiritual e sim humano! No entanto. toda essa procura pelo sagrado que nas mãos dos homens se converte em “terapia” exposta aos que podem pagar. Acompanhando o perigoso espírito de seu tempo. alguns dos quais companheiros de vícios que não podem existir na aplicação das práticas holísticas como o fumo. convertendo-os depois em moedas.Em relação aos elementos utilizados na manipulação do Axé. sendo em realidade encantamentos sagrados cuja tônica particular vibra em concordância com as Vibrações dos Deuses. em correspondência com o plano vibratório de cada Orixá. Por tratar-se de energia invisível. aproximando-as da ciência e desvinculando seu contexto dos campos da Magia na tentativa de serem “aceitos”. É típico de lagarto que pensa ser jacaré ”. os homens tentam encontrar um lugar para suas práticas espirituais. posso dizer que “esse discurso de primitivo dado à Magia da Umbanda é para aqueles que comem um pombo e arrotam um camelo. É por isso que toda saudação inicial utilizada no decurso de geração e manipulação das correntes de Força se inicia como o habitual “ Saravá” o qual pode ser traduzido por 6 . Os Ebés podem ser compreendidos como entonações de força ou “palavras chave”. cada elemento místico existente em sua estrutura possui seu próprio Axé. ou antes. As primeiras estão ao alcance de qualquer um que possa pagar pelos seus ensinamentos. É louvável de fato. A segunda está ao alcance dos que caminham com as Divindades e que em seu coração não soa o tilintar dos metais. Até mesmo simples práticas energéticas como a imposição de mãos e a reordenação dos centros de força se converteram em meios de lucro. Pai Cipriano diz: “ É tolice vincular as práticas rituais da Umbanda com elementos e ritos considerados primitivos. contida e mantida por meio de elementos naturais em plena concordância com a essência peculiar dos Deuses Orixás. sendo sua energia transmitida. tendo sido esse devidamente gerado e manipulado para um fim específico. a sexualidade desregulada ou mesmo a bebida. Cada um dos Pontos de Força. É próprio o desconhecimento existente em torno do Axé e de seus Fundamentos que exalta por meio dos mediadores a aura de observância e respeito que se deve ter em relação ao Templo e a tudo o que se vincula ao plano dos Guias e das Forças Espirituais ao seu interno. como um bom PretoVelho e na língua de “véio”. “assentado” de maneira visível e tangível para que possa haver um vínculo real e mental entre ser e força. No fim de todas as contas. O Axé se encontra encerrado em todos os elementos sendo extraído por “ativação” de suas correntes energéticas por intermédio das afirmações magísticas ou “Verbos Mágicos” “Ebès”. Quando nos deparamos com a esfera dos Fundamentos. a minha homenagem. De forma análoga. a minha homenagem. eu rendo a minha homenagem. a expressão “Axé” também é utilizada na finalização dos ritos e movimentações. a minha homenagem. É também denominada “ Oração da Manhã” e “Oração do Adormecer”. podendo ser recitada pelos mediadores logo pela manhã e também à noite no momento de dormir. 7 . Palavras. ao invés de dizerem simplesmente “oi”. eu rendo a minha homenagem. bem como na afirmação dos elementos doadores e geradores de Axé como parte primordial de um Templo de Umbanda e seus preceitos místicos. Ao Criador dos seres. Ao primeiro ser criado. Forças do Oeste. Exu Odara. Em sua mística representa uma verdadeira “ativação” e uma exaltação das energias centradas em cada elemento portador de Axé. Dotada de grande força mística. Analogamente. também se traduz como “ que as Divindades estejam com você ”.“A Força que movimenta a Natureza”. eu rendo minha homenagem. vinculada às Grandes Forças. Esse Fundamento apresenta-se como uma “ Adura” (prece) de grande potencialidade mística. todas as coisas se convertem em instrumentos místicos de movimentação e exaltação de Axé. a minha homenagem. dizem uma a outra “ Alafiá”. a minha homenagem. a finalização de todo rito de geração ou manipulação se faz por intermédio do termo Saravá em uma clara alusão às energias que não se dissipam. eu rendo minha homenagem. mas que permanecem inalteradas em sua constituição. quando se vai “entregar” ou executar uma “Firmeza”. já que. Terra. Forças do Leste. é recitada como elemento de meditação e mesmo de saudação entre duas pessoas que. Ao Tempo. Outra expressão sagrada utilizada como cumprimento ou afirmação é a palavra “Alafiá” traduzida como “Estou em Paz com Deus”. a minha homenagem. além de seu significado habitual. eu rendo a minha homenagem. apresenta-se constituída da seguinte forma: Senhor deste dia. a minha homenagem. Uma das invocações sagradas mantidas como Fundamento e que visa à ativação e à saudação das Forças. Boa parte do culto ligado aos Fundamentos possui sua significação na crença centralizada nas Forças Superiores. Aos meus Orixás. os Deuses Orixás. Forças do Norte. Aos Ancestrais. Forças do Sul. Entra então a conexão do Dirigente com o Axé do Templo. Assim é que. Exemplo claro dessa manifestação é a 8 . São palavras que definem a natureza oculta dos Ebós ou das firmezas. Esses são ocultos e sagrados em sua conformação mística. dependendo do acúmulo de conhecimento e da própria vontade do mediador para a sua movimentação plena. pertencendo ao campo da prática magística. o que somente pode ser alcançado pela prática. Consciente das limitações suas e daqueles que lhe estão em torno. dando-lhe o caráter de sagrado desde então. fórmulas e elementos modificam sua estrutura nominal para se aproximarem ainda mais do contexto divino desvinculando-se assim de sua carga externa e comum da qual participam todos os seres. Esse ato de “executar suas firmezas” promove o contato direto do mediador com as Forças. sem necessariamente empregar a vontade manifesta de uma Entidade Espiritual. Acompanham o Axé os “Ofós” (encantamentos). destinados a despertarem as potencialidades encerradas nos elementos que serão os portadores do Axé. compreende que existem recursos sagrados extraídos diretamente das Forças Naturais. É uma espécie de “comunhão” com as Forças. ao menos que seja algo muito complexo e que envolva a manipulação das freqüências em outros níveis de relação. dos Iniciados e de cada um de seus mediadores. gerando uma espécie de “malha” vibratória que “obriga” a união conjunta dos elementos a atuarem e exercerem as influências às quais foram destinadas sem que haja interrupção ou ruptura na seqüência vibratória. traduzida como “aplicação prática da Força”. É o Ofó quem de fato “batiza” o elemento com sua denominação e natureza mística. Os Ofós imprimem nos elementos reunidos para a geração de um Axé a força necessária e direcionadora que determinará a ação e o movimento das energias movimentadas. Um Dirigente atento evita colocar-se ao inteiro dispor de seus mediadores em relação ao campo das firmezas. É conhecido também como “ Verbo determinante” ou “força de exaltação”. ainda que estas se manifestem inicialmente em estado embrionário. mas não a executa para os mesmos. na conformação de novas estruturas e Forças manipuladas na obtenção de resultados positivos diante das mais diversas circunstâncias por intermédio dos “ Ebós”. Assim é que os mediadores “solicitam uma firmeza” e o Dirigente lhes “ensina”. unem-se os elementos da Magia “ Idàn”.objetos. mas antes. ao culto sagrado “Esin”. permite que os mesmos tenham contato direto com o Axé particular emanando de suas próprias ações quando as executam. os quais podem ser utilizados em benefício daqueles que perfazem a totalidade de seu Templo. palavra comumente designada para expressar qualquer firmeza. o qual deve ser trocado juntamente com a vela no sétimo dia. Os Ebós segundo seus Fundamentos são classificados como “ Ebó Opé” (Firmeza de agradecimento). Prescritos segundo as influências de seus elementos compositores. recebeu a denominação mística de “Senhora de Todas as Respostas”. incenso e outros. alimento. velas. Podem ser alterados em suas fórmulas ou apresentarem-se compostos segundo seu equilíbrio natural. A palavra Ebó ainda é traduzida como “Sacrifício” devendo o termo ser compreendido não como a execução sacrificial de alguma vítima. Os primeiros são aqueles destinados ao culto sagrado e manutenção do Axé vinculado aos Orixás. “Ebó Etutù” (Firmezas de apaziguamento). destinadas a fins diversos segundo sua própria natureza espiritual. acompanhada de um copo com água. existem os “ Ebó Orun” (que alimentam o Céu) e os “Ebó Ayè” (que alimentam a Terra). A inteira seqüência dos Ebós será tratada na unidade referente aos seus Fundamentos. o “Ebó Onje” (Oferendas). fica clara a observação que existe um complexo sistema ritualístico e litúrgico por detrás do comumente vivenciado pelos mediadores ao interno de um Templo. O Axé é também o elemento base para a realização e manipulação correta dos Ebós. são inalteráveis.Cadeira do Dirigente que após ter sido “batizada” ou imantada em um rito específico. sendo considerado um “ato mágico” por excelência. Seus elementos são agrupados segundo a afinidade e compatibilidade energética existente entre as Forças operantes por sobre a manipulação. entrando em sintonia com suas Potências de Regência por intermédio de uma vela de sete dias constantemente acesa ao interno da Capela dos Pretos-Velhos. 9 . comumente denominados “Firmezas”. Também um mediador que não seja Iniciado pode manipular seu Axé individual. São superiores e pré-definidos segundo uma série de Fundamentos e preceitos ritualísticos que lhes doam o caráter magístico. o “Ebó Ojukò” (Firmeza de prevenção) e o “Bamidyà” (Substituição). Já os segundos são aqueles executados junto aos seres ao interno dos Templos. “Ebó Ejé” (Firmezas Votivas). o “Ebó Ipelè” (Firmeza de Fundação). Estes podem ser definidos como a atitude sagrada em se “ofertar” algo para as Potências Espirituais ou mesmo o colocar em movimento determinadas forças em equilíbrio. ou seja. Em seu campo místico. constituindo os mesmos o inteiro conjunto de Fundamentos da Umbanda. palavra também utilizada para o termo “Alimentar”. executado em casos raríssimos ao interno da liturgia da Umbanda somente em casos extremos que envolvam situações comprovadas de morte. É o comumente denominado “Trabalho”. flor. pedra. sua forma de manipulação não pode ser alterada ou modificada. mas sim como o ato de adoração e oferecimento de algo às Potências Espirituais. A essa altura. seja planta. é o que determina a eficácia de um “ato Mágico” em sua totalidade. o Osún No Reino Mineral O cobre. Em sua classificação ritualística. Ogum. É também denominado “fogo líquido”. A correta compreensão e utilização desses elementos portadores de axé. São os elementos primordiais na exaltação e geração dos Assentamentos dos Orixás que permanecem encerrados no Ilê Axé. Regula a intensidade de energia por sobre uma determinada firmeza. “sangue negro” e “sangue branco”. Ossaím e Logunedé ou mesmo que englobem a totalidade das energias das “Grandes Mães” das águas como Nana. os quais devem ser perfeitamente observados na execução de ritos ou na geração de Axé. Elemento vital na manutenção ou “Alimentação” de qualquer Axé é a água e os denominados “Ejés” ou “sangues da Natureza”. Em sua conformação mística apresentam-se da seguinte forma: O Sangue vermelho No Reino Animal O sangue (não utilizado na No Reino Vegetal O azeite de dendê. sendo sua utilização proibida em rituais ou firmezas que envolvam o plano vibracional dos Orixás das matas como Oxóssi. aliada à força primordial detentora da “Vontade” do executor. Os Ejés comparecem na grande maioria das Firmezas executados ao interno de um Templo. Seus Fundamentos de manipulação encerram uma totalidade de preceitos. É elemento particularmente vinculado a Exu e completamente proibido a Oxalá bem como a todos os Orixás “Funfun” ou “Senhores do Branco”. Entre os principais Ejés utilizados no culto como vinculador de Axé está o “Epo Pupa” (azeite de dendê). Yansã. os “Ejés” se apresentam como “sangue vermelho”. se apresentam completamente desequilibradas. em muitos casos. o bronze. Obá e Obaluaiê. Afirma-se como ritual de “manutenção” sendo sua execução importante para aqueles que desejam manter um elo contínuo com sua energia individual. Moderador e suavizador de forças perigosas que. agregada à sábia manipulação nos ritos. devendo suas composições serem realizadas com cautela. não havendo uma ruptura ou dissipação constante das energias. Yemanjá e Oxum.Esse rito tende a gerar a “continuidade” da energia ou Axé do mediador. as 10 . Sua presença verifica-se ainda nos banhos de ervas e defumações. nas Firmezas de renovação e nos Pontos de Força existentes no Templo. pertencendo sua manipulação energética à esfera dos Orixás possuidores de natureza ígnea ou telúrica como Exu. Não participa de nenhuma operação que envolva as energias aquáticas ou eólicas. Xangô. nas lavagens de cabeça. exaltação (Lua Cheia) e diminuição (Lua 11 . a avermelhada. sementes e raízes esbranquiçado. a Tabatinga (barro branco utilizado para Assentar prata. vegetal (banha-da-costa). o Exu Orixá). O sêmen. O Sangue Negro No Reino Animal As cinzas de animais ou pó. ofertado a Oxalá). o Efún (pó branco utilizado na Iniciação). o vinho de palma. apresenta favas. Orí água de canjica (esperma de Oxalá). e a as estanho as sumo cinzas muito das No Reino Mineral O ou carvão de mineral e as partes desses reduzidas a (pó por pedras consideradas negras coloração muito escura. a pedras de coloração branca. plantas. expansão (Lua Crescente). Umbanda). “Inan” (velas). utilizado cujo sumo Iniciação). sementes de coloração vermelha como o urucum.Umbanda) (pó vermelho substituto do sangue raízes nas da e Iniciações cascas e processos produzem pedras de o coloração barro. o plasma (contido O no Igbin – o caracol. própria terra que sumo avermelhado. o carvão vegetal. Como ocorre em relação a todas as coisas vinculadas ao plano da Magia. raízes e cascas que produzem escuro. No Reino Vegetal O sumo das ervas. a argila branca. o Wají azul composto silicato de alumínio utilizado nas Iniciações). O Sangue Branco No Reino Animal No Reino Vegetal Yerossun na se (pó branco No Reino Mineral A Pemba. também o Axé se encontra influenciado pelas fases lunares que lhe doam o caráter de renovação (Lua Nova). Em seguida é enterrada ao interno da mata por mais sete dias para depois ser lavada em água de cachoeira. uma vez que lidamos com o axé na formação e no desenvolvimento de qualquer manipulação magística. sua profunda natureza magística. É também o Axé manipulado que converte o dente de javali em um poderoso instrumento de proteção. o símbolo do primeiro elemento procriado. 12 . Da mesma forma. preenchendoo com energia renovável. demarca o período pleno de reestruturação. Elemento de ligação entre as Divindades e os homens. define e expande o magnetismo de potencialização que doa aos elementos preenchidos com Axé. Já a Lua. os Assentamentos de Xangô são preenchidos com água de chuva ou que escorreu por um pedreira. faz-se necessário compreender a atuação oculta e mística da Força Cósmica de “Exu Orixá” como ordenador dinâmico e movimentador de todas as forças. “Legbará” (Exu Orixá) é o “Primogênito da Existência” e como tal. o de Oxalá com água de nascente. de lago. da mesma forma que outros. exercendo a função de “símbolo de posse”. Permanece seguramente guardada ao interno do Templo. necessitam ser carregados com luz solar.Minguante). como aqueles pertencentes ao Exus. quando então é utilizada por aquele que ocupará a sua posição. de chuva e de orvalho. o de Yemanjá com água do mar. Mensageiro dos Orixás (Ojixé). quando em exaltação em seu domicílio astral (Leão). é sempre a primeira Divindade a ser saudada em qualquer ato ritualístico ou magístico. sendo utilizada somente em momentos de grande perigo e por ocasião da morte do Dirigente. aquele de Oxum com água de rio. a qual se encontra vinculada com o plano de renovação da própria estrutura cósmica da Umbanda ao final de Setembro logo após o Equinócio da Primavera. captando por sete noites consecutivas os raios da Lua Cheia. essencialmente lunares. Dessa forma. próximo do mundo terreno e também o mais próximo do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Orumilá. equilíbrio e harmonização do Axé. os Axés costumam ser revitalizados com o que se denomina em Magia “água das sete procedências” extraídas de rio. a presa é preparada ritualisticamente com uma mistura de vinte e uma ervas. o de Oxumaré e Yewá com água de orvalho e assim com a totalidade dos Orixás e o plano de suas energias harmônicas. quando em seu domicílio astral (Câncer). Seu nome significa “Aquele que possui poder ilimitado”. Axés existem que não podem ser manipulados à luz do Sol. Pertencente a Exu Orixá. de cachoeira. de nascente. como aqueles dos Orixás. Mas. o que lhe confere a titulatura especial de “ Aquele que detém o Axé”. do mar. também potencializa o Axé. o de Nana com água de lago. O surgimento da estrela Sírius no firmamento. O Sol. encontra-se presente em tudo e de todas as coisas participa como “Agente Universal da Força Magística”. Representante maior do “Axé” por Ele transportado e representado. sintetiza em si a própria força da vida em constante geração e movimento. Portador e condensador mítico do Sêmen e do Útero Ancestral. aquele que coloca em movimento em nosso plano de manifestação. sendo ao mesmo tempo masculino e feminino. jamais compreendido como “serviçal”. Em outros termos: é a Força que. uma vez que encerra o raio de acionamento das energias positivas e negativas a serem manipuladas e que devem ser devidamente “ajustadas” em suas respectivas vibrações de maneira a não gerar o “caos” ritualístico ao interno do círculo das movimentações. cada Orixá também possui seu próprio Exu. fora o primeiro ser a portar a pena vermelha do pássaro Odidé na cabeça. sua energia é aquela que desperta o Axé necessário e harmônico para a execução dos rituais e operações de Magia. a energia sagrada dos Deuses em seu estado virginal. É em virtude desse mistério sagrado que todo aquele que porta uma pena de Odidé na cabeça sem tê-la recebido ritualisticamente evoca a cólera mística de “Exu Sigidí” (O aspecto punitivo de Exu) Senhor da multiplicidade. Somente por intermédio da Força de Exu Orixá são as movimentações magísticas possíveis de serem realizadas em sua plenitude. com os Exus Virginais afirmados nas Entidades compositoras da Legião Maior dos Exus.Senhor da Força Dinâmica. determina e libera o axé compatível com a manipulação magística que se está procedendo. mas sim como “Par Equilibrador”. 13 . Consciente de seu privilegiado aspecto místico e mítico. Por esse motivo é que. o que o tornou Decano dos Orixás. É representado por um grande “Kaurí” (búzio) ao centro de um prato de louça branca contendo “Ebò” (água de canjica). detentor do “Equilíbrio das Polaridades”. exaltam a multiplicidade reacionária de uma mesma Força. mas antes. sendo importante não confundir os “Exus Cósmicos” vinculados aos Orixás Sagrados. razão pela qual nunca deve ser “contido” ou aprisionado energeticamente sob nenhuma circunstância. pertencendo e permeando todas as outras Vibrações. ambos símbolos da vagina e do sêmen a denunciarem a “Geração Sagrada do Axé”. uma vez evocada. afirmando-o em sua polaridade positiva ou negativa de maneira a não permitir uma “inversão” ou “despolarização” do ritmo ou da energia movimentada. afirma-se segundo inúmeras diferenciações místicas ou “Qualidades” dentre as quais aquelas de principal relevância determinam seus aspectos peculiares mais profundos. miticamente. representa em Magia o “Princípio de toda Existência ou Força Individualizada”. As qualidades de um Orixá não afirmam Divindades diferentes. sendo esse um “conhecimento particular” por poucos compreendido e colocado em execução. Segundo os mitos arcaicos. Senhor do “Agbárá”. na transformação de todas as coisas. que em nenhum instante deve ser confundido com os próprios Exus. O princípio do Axé está presente em todos os elementos naturais animados e inanimados e é oferecido ao homem através do seu “Orí” (cabeça) e pelo seu Bará ou Exu pessoal.Como aspectos são individuais. sendo representado misticamente por um pênis ereto claramente visível em seu instrumento sagrado. afirma-se o Bará ou “energia motriz” de todo Iniciado. essas manifestações da energia de Exu Orixá. Está presente na fusão dos contrários. Por intermédio do Exu Guardião. ainda que correlacionada ao Exu Guardião. embora existam aspectos particulares de relação. na separação das polaridades. é o “Senhor dos Encantamentos”. “Tudo é Exu” personificado como “princípio e síntese de toda transformação”. o portador das oferendas denominado “Ojisé-Ebó” (O Carregador de Ebós). possuindo cada qual sua própria polaridade e aspectos místicos de relação. vincula-se à própria atividade sexual do qual também é regente e que encerra em sua mística instrumental os poderes de absorção. Exu Legbará mantém a Ordem e o Equilíbrio das energias em constante movimento. o poder que permite aos seres movimentarem-se e prescreverem seu próprio destino é denominado Exu Elegbárá (O Senhor do Poder). aquela que será responsável pela subsistência de seu axé pessoal ou energia virginal. expulsão. Segundo o elevado conceito Cosmogônico da Umbanda. Esses aspectos superiores de uma mesma energia jamais assumem forma. as qualidades ou “corporificações” não podem ser traduzidas jamais como Entidades manifestantes. tocando uma flauta. constituindo o “Fogo Místico” cuja chama se acende com o despertar das energias interiores vinculadas à Exu por intermédio dos ritos de Iniciação. exaltado por sobre os Assentamentos e firmezas que lhe são peculiares. apresentase de maneira completamente diversa. o “Ogó” (bastão em forma peniana) e por inúmeras cabaças que pendem por todo o seu corpo. Gera o conflito de modo a promover a síntese mística. Impressas no tempo e no espaço espiritual. ingestão e restituição. São “Matrizes Cósmicas” compreendidas como núcleos de energia polarizada. Reza o ensinamento: “Exu evoca seus descendentes com uma flauta”. afirmam e exaltam sua sustância espiritual. Exu em seu caráter Divino é o Mensageiro e interlocutor entre os dois planos. estando o Corpo magístico regido segundo a sua 14 . remete às leis sagradas de silêncio que devem ser preservadas pelos Iniciados e Magistas. portando um cachimbo. simbolizando os “Testículos do Mundo”. Segundo rezam os Ensinamentos sagrados: “Orunmilá colocou o Axé na boca de Exu”. manipuladas e empregadas segundo a necessidade magística de quem as evoca. Da mesma forma. na multiplicidade das formas. Esta energia do Bará. Quando representado com um dedo à boca. convertendo-se em Axé. Representam em sua totalidade manifestações sagradas de uma Divindade Absoluta. que em sua prerrogativa. do processo de multiplicação dos seres. segundo seus Fundamentos místicos. É o dono do poder dinâmico. Todas essas manifestações se encontram relacionadas entre si com os elementos e reinos naturais. sendo evocado na grande maioria das movimentações magísticas bem como no decurso das cerimônias de Iniciação. 15 . Veste-se inteiramente de branco. cabaça da existência que contém a força da propagação universal encerrada no Axé. vincula-se à Ogum.influência. sintetiza o poder ou virtude misteriosa presente em cada folha e planta. a primeira forma a surgir no mundo. sendo sua matriz energética vinculada à grande maioria dos Deuses Orixás. o mental e o espiritual. Senhor dos caminhos também associado ao destino dos seres. Yangui – o Senhor de Toda Força. Lalu: Exu dos caminhos profundamente vinculado à Oxalá. Ygelú: associado ao wàjí (pó mineral azul) que representa o fruto da terra e por extensão o mistério oculto da vida e da multiplicação. Ynã: O “Senhor do fogo transmutador”. animal e vegetal. Em seu campo sagrado de manifestação. a Potência de Exu pode ser definida em suas inúmeras qualidades ou “Formas de manifestação e atuação” da seguinte maneira: Exu Elegbará: é o mesmo que Exu Yangui. afiniza-se profundamente com as práticas ritualísticas sendo considerado o portador da “Força” centrada na Magia. É o mais velho. Porta como símbolo a pena vermelha do pássaro Odidé. onde representa o “Fogo Virginal” ou a energia do princípio. vinculando-se ao plano mineral. em cujos ritos ou movimentações não entram nem a marafo nem o dendê. Carrega o “ adoiyran”. Influenciam por intermédio de suas correntes ou freqüências vibratórias os planos sutis como o etérico. definidas segundo seus aspectos de relação com o plano das manifestações físicas. sendo a manifestação cósmica ou Matriz Virginal do Orixá Exu. Esotericamente é considerado o “Pai e rei de todos os Exus”. A Ele pertence o caracol africano. Representa a própria força ou impulso que anima cada coisa. seguida por aquela do Orixá Ossaím. Está ligado tanto ao ancestral masculino como ao feminino. Sua egrégora energética atua em concordância tal com aquela de Ogum que chegam a serem confundidos como um só. Sigidi: Aspecto punitivo da própria força de Exu. atua ainda como força justiceira ou kármica. Ogum e Xangô. É aquele que “ajusta” utilizando-se do lado negativo da Lei. Odara: Invocado sempre no decurso das grandes movimentações. sobretudo no decurso das cerimônias de Iniciação. Vinculado a Oxalá. Guardião da “Justiça” dos Templos Sagrados. Alaketu: Força vinculada ao plano das aquisições materiais. cuja Legião procura os “profanadores de oferendas”.Elebó: O “Senhor das Oferendas”. possuindo relações místicas com Oxum. sendo ainda o guardião sagrado da Sociedade das Yamis ou “Feiticeiras Ancestrais”. é o regulador da força contida no Verbo. sendo considerado o “ Senhor dos Espinhos da Noite ”. não deve sua força ser colocada em ação. o portador e mensageiro. representa a substância virginal ou o poder de separação e multiplicação das energias na formação de novos compostos ou egrégoras. seus preceitos são de grande mistério e complexidade. é aquele que “Cobra a palavra dada”. Lonan: O “Senhor das Porteiras” e guardião maior de todos os caminhos. denominado misticamente de “Aquele que ajusta o compromisso”. Vincula-se à força de movimentação e agregação presente no decurso de rituais e movimentações magísticas. é considerado o provedor dos alimentos e da fartura. devendo inclusive seu próprio nome ser evitado. Denominado o “Senhor da Madrugada”. Profundamente vinculado às grandes movimentações magísticas. É o “mensageiro” sagrado dos Deuses. Olobé: O “Senhor de todas as facas”. É sempre o primeiro a ser invocado misticamente no decurso das movimentações de grau superior. sobretudo aquelas que possuem relações kármicas. misticamente. Força profundamente mística e temida. é considerado o “Senhor das Moedas”. Fundamentado em rituais e movimentações complexas. 16 . seus ritos também não incluem a marafo. a qual passa a ser substituída por mel e vinho. atua magisticamente na quebra de profundas correntes negras. Senhor do Preto e do vermelho. Aquele que envia e traz as respostas. é o dono do dendê. Enúgbanijo: O “Senhor da Boca”. encontra-se vinculado a proteção das famílias e dos lares. é conhecido como o “Apaziguador”. Igidé: “Senhor dos caminhos das matas”. caminha ao lado de Ogum pelos campos e cemitérios recolhendo às Almas dos mortos. Força associada a aspectos místicos de transição. Seu Fundamento não leva marafo nem qualquer outra bebida alcoólica. É o irmão inseparável de Ogum. Denominado o “Senhor das possibilidades”. Seu Fundamento leva mel e azeite de palma ao invés de marafo. Senhor da alegria e do contentamento. atira constantemente flechas contra as ondas do mar. detêm consigo o Axé dos raios e tempestades violentas. desagregação e reestruturação. é aquele que “destrói para construir”. calcula o tempo de vida dos homens sobre a Terra. sendo evocado sempre como o “Senhor de todos os Carregos”. aquele que permite aos seres atravessarem às portas do Destino segundo suas recompensas. Akarajeú: “Aquele que recolhe os raios com a boca”. Dagê: O “Senhor das Serpentes”. é considerada uma manifestação jovem do Orixá que vive à beira mar. é o “Abridor” de caminhos. Lodé: o “Senhor do Tempo” vinculado com todo aspecto “exterior”. indo adormecer ao interno das matas. Segundo a tradição mítica. caminha pelas encruzilhadas vestido com farrapos. é considerado o “Senhor dos Desgostos”. Companheiro de Ogum. Segundo a tradição mítica. Alalubansê: O Senhor das situações que estão sendo executadas. Dikí: Mensageiro sagrado de Oxum. sendo um aspecto do Orixá que atua segundo o aspecto negativo da Lei. Aselú: Mensageiro sagrado dos Orixás Funfun (Os Senhores do Branco). tendo aprendido com esse as relações e segredos mágicos das ervas e suas qualidades. É o “Guardião Impiedoso” dos Espíritos dos Suicidas e Mensageiro de Obaluayê.Elerú: o “Senhor das Cinzas e do carvão”. Kaminaloá: Encontra-se encarregado de abrir o caminho para as Almas dos recém desencarnados. vive encerrado com Ossaym ao interno da floresta. É o 17 . Guerreiro e possuidor de natureza violenta. Aniki: O “Senhor do Inesperado”. Considerado um perigoso feiticeiro. É considerado o “Olhador” das faltas cometidas pelos adeptos do culto sagrado. Mensageiro de Yansã. funções sagradas e relacionadas energias e freqüências precisas de relação sobretudo com as Potências Kármicas. conduz às Almas dos mortos ao plano espiritual. Todas essas manifestações. Abalonkê: O Companheiro de Ikú (a Morte). Quarenta e seis manifestações da energia de Exu ainda podem ser citadas. ouvindo às súplicas daqueles que lhe depositam oferendas nos caminhos. cujas diversas qualidades ou “manifestações” apresentam-se como potencialidades de equilíbrio e afinização com o plano das mais variadas energias e seus campos de movimentação. Senhor dos minerais. caminhando pela Noite ao interno das casas e lugares desertos. O mesmo ocorre em relação aos Deuses Orixás. embora apenas “Uma” em sua essência primordial. Vive solitário. sendo esse manipulado segundo seu plano de concordância e energias afins. Birí: Aquele que nasceu para vivenciar os problemas e encontrar as soluções.perseguidor daqueles que se deixam arrastar pelo alcoolismo e pelas práticas sexuais desregradas. Caminha dia e noite pelas encruzilhadas. Fim dessa sessão Irm. é Guardião das Almas dos Mortos. Ashikuelú: Aspecto muito velho do Orixá que vive embaixo da terra. Afra: O Mensageiro sagrado de Obaluaiê. Senhor das brasas. detendo o poder de causar e curar malefícios ao corpo. constituem forças vinculadoras e portadoras de Axé. Juliano Dirigente 18 . todas possuidoras de seus atributos. É conhecido como “O Senhor dos Hospitais”.