Foucault e o Elitismo Dos Coitadistas Progressistas

March 24, 2018 | Author: VeritasLiberabit | Category: Progressivism, Michel Foucault, Crime & Justice, Justice, Crimes


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Foucault e o elitismo doscoitadistas progressistas 22/06/2015 por Flavio Morgenstern Buscando sempre a “injustiça original” subjacente a tudo, a esquerda progressista se divorcia completamente da realidade para “corrigi-la”. Visões de mundo distintas costumam se distanciar a partir de concepções distintas de justiça. Uma tendência moderna é a crença de que toda a sociedade está errada – portanto, apenas uma reforma integral desta sociedade pode ser considerada verdadeira justiça. Nenhuma medida interna de tal sociedade será considerada justa, porquanto é preciso reformar a inteireza do social, inclusive seus mecanismos de justiça. Nada pode ser corrigido enquanto tudo não for corrigido. Uma das correntes filosóficas ainda muito em voga para a análise da justiça é o estruturalismo, encabeçado por Michel Foucault em seu clássico Vigiar e Punir, talvez o livro mais influente para a mentalidade caso o estuprador seja negro. com grande destaque para jornalistas. em qualquer relação humana analisada (e Foucault escreveu sobre manicômios. sob a ótica de Foucault. palavras. psicanalistas e juristas penais. Assim. Diante de um fato como um crime cometido.progressista em relação ao sistema jurídico (e ainda com o brio de ser mais acessível e bem escrito do que seu pai ideológico. É uma atualização da “ideologia” e da “superestrutura” marxistas. Um intelectual foucaultiano. no entendimento de que todas as relações. Michel Foucault é uma das principais influências dos intelectuais brasileiros. Eros e a Civilização. Seu trabalho é calcado na “microfísica do poder”. prisões. o mais facilmente analisável. busca sempre encontrar uma estrutura de poder ocultada dos olhos não-treinados. psicologia. como um estuprador que agrida uma mulher indefesa na rua e depois a espanque. os intelectuais buscam sempre uma crítica que vá contra o senso óbvio e use o fato como desculpa para atingir uma estrutura social “por detrás” do fato. and so on). de Herbert Marcuse). um conjunto de valores culturais de determinada época e local que formam a superestrutura do social – e tal épistéme é variável e relativa. portanto. sexualidade. ou. o fato primordial a ser “julgado” por tal intelectual será uma crítica à punição de um negro por uma . tornando-se outra coisa distinta tão logo os poderosos em questão decidam atualizá-la conforme o passar do tempo. em um resumo grosseiro. biopolítica. literatura. e a estuprada seja branca. hermenêutica. Esta máscara é moldada conforme a épistème. contratos e o mero convívio possuem discrepâncias de poder que costumam ser ignorados por uma máscara social construída para obscurecer nosso entendimento da estrutura da realidade. um pensante destes considerará apenas variáveis para não aplicar a pena a alguém jovem. a mulher é imediatamente a vítima. julgando então não o crime. é um crime impossível de ser “justificado” (o estuprador é claramente quem detém um poder usurpador). Mesmo no caso de um crime não financeiro. como um estupro: após a tomada total do poder. No caso de um estuprador ser pobre. não importa quão justo seja o rico e quão injusto seja o pobre. a vítima ser rica. o negro estará naturalmente certo. As injustiças são auferidas tão somente pela posição que as pessoas ocupam na sociedade – sobretudo o tripé gênero-raçasexualidade. tudo se torna parte da “cultura de estupro”. que chama mais atenção do que análises de mortes que possam ser em legítima defesa. Não há maldade humana: basta apenas “incluir” (outra palavra em voga) os “excluídos” (terceira) para que todos os problemas sumam de uma vez.sociedade que partilha da mesma cor de pele da vítima. todos os problemas sociais cessarão quando houver igualdade de poder político (o famoso “empoderamento”. e com isto tudo passa a ser uma espécie de “variação” do estupro – de coação a cantadas indecorosas. A única injustiça no mundo é alguém ter algo que outro não tenha. Para os progressistas. . pois não há mal humano: apenas uma sociedade ruim. As injustiças passam a ser todas catalogadas não pelo grau de dor ou perda que provocam. ao invés de aplicar um princípio de justiça que considere que a lei deva valer erga omnes. este sempre será inocentado e o rico culpado pela torpeza alheia. como a “desigualdade social”. supostamente para acabar com a desigualdade de poder (sic). Não à toa que o estupro se tornou a injustiça da vez para o progressismo: ao contrário de um assassinato. e por motivos fúteis ou torpes ou meios mais ou menos violentos. mas a sociedade em que o crime foi cometido – a culpa se materializa não em um humano cometendo uma ação. para não haver injustiças por parte do aplicador. e não a violência cometida. o intelectual tem a crença de que não haverá mais crimes. que está se tornando moda no Brasil). Caso o estuprador seja menor de idade. mas na “desigualdade” agindo. pois a violência cometida não deve furtar um jovem de seus prazeres por parte de uma “sociedade punitiva” tão adulta. Caso uma disputa de verdade em um tribunal seja entre um branco e um negro. o analista imbuído de Foucault irá até mesmo materializar uma abstração. Se for entre um homem e uma mulher. Se os dois contendores forem um pobre e um rico. É o lado curioso de tal algaravia. visto que não há liberdade humana de ação que permita ações ruins. apenas aparatos sociais iníquos que forçam humanos a agir de maneira ruim ou violenta. e é a única coisa a ser condenada e reformada. é mais injusto do que o criminoso. seja por ele pertencer a uma das categorias com menos poder (os oprimidos e/ou excluídos) – negros. Se há disparidade de poder. alguém embebido em Foucault julga não o criminoso. sempre apelando para o expediente de que um sistema jurídico. o professor de Direito Penal Túlio Vianna escreve: “Liana e Felipe. mas é perfeita para criticar… a sua própria filosofia. em sua sede de aventura. mas a própria estrutura jurídica que o julga. Sua filosofia permanece desbaratada para explicar a realidade. até mesmo o estupro acaba encontrando cabeças que o relativizem. seja por afinidade com o estuprador. tenha se resumido a basicamente duas ações: 1) relativizar totalitarismos. tão sugestionada por tal parlenga. são as únicas que de fato variam. para a curiosa épistème de Foucault. menores etc. quando um casal de namorados é assassinado.Sempre que um crime é cometido. exatamente por isso. Não espanta. É com este expediente que. gays. pobres. Por conseguinte. Tais categorias. que a visão progressista. e 2) defender criminosos. pela visão de Foucault. Sempre que um crime é cometido. desde que “acabem com a desigualdade” (ainda que tornando todos igualmente pobres – sem uma “microfísica do poder” para ser considerada injusta). esta é a razão fundamental da injustiça. por ter mais poder do que um criminoso sozinho. como vimos. mesmo entre um assassino e um juiz e um júri. uma pessoa normal escandaliza-se e busca uma punição para os criminosos e meios para se evitar repetição e espalhamento do mal. não importando o tamanho de seu crime e a justiça buscada pelo aparato julgador de poder dividido. foram vítimas da . portanto. o estuprador. ainda que numa mera brincadeira ou automatismo verbal. preta). esta que sai estuprando e dando facadas no meio do mato pela noite até decapitar adolescentes. seqüestrador. mesmo uma feminista (a versão foucaultiana da “disparidade de poder entre sexos”) se torna “machista” (logo ela) caso diga alguma coisa que não coloque a mulher como vítima. pois loirinhas ricas. e que seria mesmo engraçado. E. O lado mais curioso. então. e o verdadeiro algoz é a “desigualdade brutal” (sic). torturar. claro. seu suposto algoz e atual personificação do demônio segundo a mídiaurubu que a cada dia infesta nossos noticiários. torturador e assassino frio Champinha. é um “suposto” algoz. de fato. Assim. seriam o lado mais “poderoso” de tal relação. a própria busca por uma “microfísica do poder” (que julga estar descrevendo. estuprar.desigualdade brutal que tanto os distanciavam de Champinha. que matou Liana no meio de uma sessão de estupros no meio do mato com facadas lentas. mesmo debaixo da sevícia de sessões ininterruptas de estupro durante um seqüestro. Um ativista do movimento negro passa a ser considerado “racista” (logo ele) se usar alguma expressão idiomática (comum a praticamente todos os idiomas sobre a superfície terrestre) que denigra (!) a cor negra como sinônimo de negativo – mesmo não fazendo relação alguma com a cor de pele das pessoas (nenhuma tem a pele. o injusto não é seqüestrar. Ou o que faz Marilene Felinto. Traduzindo. o crime é mais hediondo do que se a vítima for um ‘Pernambuco’ qualquer”. de tal visão de mundo é que ela pretende defender sempre o lado mais fraco das relações de poder. quando está mesmo inventando uma tal microfísica) busca sempre encontrar disparidades de poder cada vez mais sutis por detrás até dos mais óbvios aspectos da realidade. ao comentar o mesmo crime: “O que torna um crime mais ‘hediondo’ que outro? Só se for a classe social da vítima: quando é rica e loirinha. O injusto é um “Pernambuco” não poder satisfazer desejos animalescos com uma loirinha rica.” Ou seja. não fosse. trágico. Todavia. os grandes e supostos defensores dos pobres e do povo são os primeiros a defenderem causas que só são ideologicamente . colunista da Caros Amigos. literalmente. matar a facadas. Os pobres. e as maiores vítimas do crime são. na cultura e na política são os primeiros a defender que não se reduza a maioridade penal. rico (para estes ricos. têm preocupações sempre mais urgentes. majoritariamente a favor da redução da maioridade penal e de quase tudo o que eles combatem “em nome dos pobres”. para um país em que o partido “neoliberal” é que vai à Venezuela cuidar de greve de fome de presos políticos. enquanto os membros do Partido Comunista e os blogueiros comunistas do UOL viajam para Nova York. os sedizentes porta-vozes dos pobres na grande imprensa. mas um determinismo de uma “elite de olhos azuis” protegendo seus privilégios dos petistas robinhoodianos. O mesmo “raciocínio” é o que faz crer que ser anti-PT não é uma conclusão a que se chega por estudos e leitura de notícias. Todavia. mantendo o Brasil numa excrecência internacional na qual crimes os mais violentos nunca são punidos. já que brancos não poderiam estar certos em questões sociais. na academia.boas para a elite progressista a qual eles pertencem. De quem não tem mais o que fazer. quando os presidentes das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez são presos. É o vezo em buscar “microestruturas de poder” cada vez mais apartadas da realidade. tal fato é comemorado apenas por quem defende indivíduos. oligárquica e nazista marca de gênero feminino nos substantivos – uma preocupação de quem não tem preocupação na vida. justamente. se criminosos pobres são supostamente os mais atingidos pela redução da maioridade penal. a maioria dos pobres não é criminosa(o que é ignorado por seu estruturalismo que nega a liberdade humana. e não supostos “pobres” ou supostas “minorias”. pois isso as tornaria mais “corretas”. afinal. quando até pessoas de descendência nórdica ou russa passam a querer se considerar “negras”. como não morrer assassinado num assalto na porta de casa por um maloqueiro que resolveu buscar . a esquerda caviar tão destrinchada por Rodrigo Constantino – mas causas estas que são radicalmente rejeitadas pelos pobres. De quem é. como a opressivíssima. Apenas “esquecem-se” eles de que. Desta forma. a esquerda progressista se divorcia completamente da realidade para “corrigi-la” e ultrapassa demais as raias do ridículo. os pobres (que também podem ser vítimas de ricos criminosos). uma injustiça). preferindo o determinismo social que exige a tomada do poder total para controlar a sociedade). Nada mal. Justamente os ricos que julgam defender os pobres dos ricos são os que se calam quando ricos exploradores de verdade são presos. Buscando sempre a “injustiça original” subjacente a tudo. enquanto Foucault pensa que tudo é político – e assim está “resolvida” a realidade para estes campeões do reducionismo. o mais oprimido que nunca tem proteção continua sendo o indivíduo trabalhador que está na mira de uma arma. intitulou um de seus trabalhos simplesmente como Oublier Foucault (“Esquecer Foucault”). cada vez mais a classe verbosa das pessoas julga falar em nome dos pobres – esquecendo que suas frescurites simplesmente são inexistentes para pobres que sofrerão com sua defesa do “lado mais fraco” da estrutura social. reclamou que Freud pensa que tudo é sexo.atalhos violentos na vida para ter sempre intelectuais de porta de cadeia para defendê-lo por ser pobre e criticar a “estrutura da sociedade” que lhe “obrigou” a assassinar alguém. Não sem razão. ao analisar o foucaultismo quando já dava mostras de estar cansado de repapagaiar Karl Marx e Adorno. Na vida real. Jean Baudrillard. . Ângela/Estrada do M’Boi Mirim. Cada vez mais apartados da realidade linha 637A Jd.
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