CURSO: CIÊNCIAS SOCIAISDISCIPLINA: ANTROPOLOGIA II PROFESSOR: RONALDO SANTIAGO SEMESTRE: 2014.2 ALUNO: MÁRIO CÉSAR FERREIRA DO NASCIMENTO FICHAMENTO Referência MAUSS, Marcel; HUBERT, Henri. 2003. Esboço de uma teoria geral bibliográf da magia. In: Marcel Mauss. Sociologia e Antropologia. (trad. Paulo ca: Neves) São Paulo. Resumo: Mauss desenvolve o seu próprio conceito de magia, para isso analisa o que é considerado por toda uma sociedade como tal. Magia e religião ora se confundem, ora distinguem-se dentro do campo do sagrado, Mauss se desligou de Frazer e empreendeu sua própria jornada rumo a esta difícil conceituação: " Em suma, ninguém nos forneceu até o presente momento a noção clara, completa e satisfatória da magia, da qual não poderíamos abrir mão." (Mauss e Hubert 2003:52) As qualidade atribuídas ao "agente" da magia (o mágico), ao "rito"(ação) e a representação das coisas", tem origem na noção de mana. Elas possuem poder e autoridade, dessa forma, mana se refere ao poder do feiticeiro, da qualidade de alguma coisa mágica ou o que age magicamente. Como lemos no texto e como abordado em aula mana trata-se de uma construção social que qualifica coisas (substancia/essência de um objeto qualquer) e ações de um agente (seres espirituais ou terrenos). A união destes elementos não foi levada em conta por Frazer, e este é um importante fator na qualificação que socialmente se atribui a magia. A magia tem seus ministros claramente e facilmente escolhidos, mesmo que alguém queira nem todos podem ser mágicos, para que isso ocorra é necessário possuir certas características físicas e comportamentais, possuindo o indivíduo tais características fica a cargo da comunidade considera-lo mágico. Os atos mágicos são ritos, e como um todo, são (...) fatos de tradição. Os atos rituais (...) são por essência, capazes de produzir algo mais do que convenções; são eminentes eficazes; são criadores (...). Os ritos mágicos são mesmos mais particularmente concebidos desta maneira”, (p. 55-56); Critérios de Frazer: “1º. Rito mágico é um rito simpático; 2º. O rito mágico age geralmente por si mesmo, e coage, enquanto o rito religioso adora e concilia; um tem ação mecânica imediata; o outro age indiretamente e por uma espécie respeitosa de persuasão; seu agente é um regulares. (... Estes se colocavam em pontos de vista subjetivos. (. as técnicas.. (. do mesmo modo que as técnicas. mesmo quando não é um profissional: chamamos de representações mágicas as ideias e as crenças que correspondem aos atos mágicos..) Enquanto a religião tende à atos públicos. quanto aos atos.. há alguns que são certamente religiosos: são os ritos solenes. obrigatórios.. são. o outro age diretamente e por uma espécie de respeitosa persuasão. é que o rito mágico age geralmente por si mesmo. por essência. seu agente é um intermediário espiritual. (pp. (p. Atos que não se repetem não são mágicos.) a ciência. (Mauss e Hubert 2003:58) Entre os ritos.” (Mauss e Hubert 2003:55) A magia compreende agentes.) Tem parentesco com a religião e (. (Mauss e Hubert 2003:58) . não são mágicos. e este é um dos seus principais recursos”. A magia e a religião se relacionam a tal ponto de uma possui características e práticas da outra. “A magia é.. Citações: Devemos fazer essa definição [de magia] por nossa conta.intermediário espiritual”. a vida mística. um fenômeno social. Atos em cuja eficácia todo um grupo não crê. eles fazem. Os atos rituais. e a magia como um todo. são criadores. (. No entanto.. os ritos religiosos.) Dá uma importância extrema ao conhecimento. onde vai buscar suas forças. proposto por Frazer.. que não são necessariamente os da ciência.. enquanto o rito religioso adora e concilia. são. ao contrário. atos e representações: chamamos mágico o indivíduo que efetua atos mágicos. em primeiro lugar. um tem uma ação mecânica imediata. há ritos desse caráter que Frazer não reconheceu como religioso. desenvolvimento de ideias e ideais a magia tende ao privado. portanto.) Liga-se a ciências. para misturar-se à comunidade e servi-la. como as festas e os sacramentos. (Mauss e Hubert 2003:56) O segundo critério. capazes de produzir algo mais do que convenções: são eminentemente eficazes. (Mauss e Hubert 2003:55-6) As práticas tradicionais com as quais os atos mágicos podem ser confundidos são: os atos jurídicos. 174175). fatos de tradição. coage. públicos. em relação aos quais poderiam ser confundidos. (Mauss e Hubert 2003:55) Os ritos mágicos.57-58). pois não podemos nos contentar em chamar de mágicos os fatos que foram designados como tais por seus atores ou por seus espectadores. misterioso. (Mauss e Hubert 2003:66) Enquanto os poderes do sacerdote são imediatamente definidos pela religião. outras que ele possui efetivamente. Essas regiões. do arco-íris ou do seio das águas. que cria o mágico e as influências que ele libera. ocasionalmente. e que tende no limite ao rito proibido. no momento em que pratica se rito. os votos. mas pelas condições nas quais eles se produzem e que marcam o lugar que ocupam no conjunto dos hábitos sociais. As religiões sempre criam uma espécie de ideal em direção ao qual se alçam os hinos. sobretudo para os ritos divinatórios. a magia as evita. (Mauss e Hubert 2003:62) As qualidades do mágico – Não é mágico quem quer: há qualidades que distinguem o mágico do comum dos homens. (Mauss e Hubert 2003:70) É a opinião. Percebe-se que não definimos a magia pela forma de seus ritos. é um erro crer que o mágico de ocasião se sinta sempre. (Mauss e Hubert 2003:61) Chamamos de mágico o agente dos ritos mágicos. portanto. é a opinião pública que quer que ele assim se obtenha. os dois polos da magia e da religião: polo do sacrifício. e ao mágico não resta senão assemelhar-se a seu retrato. Se não há segredo para ele na natureza. secreto. Ademais. (Mauss e Hubert 2003:77) . É graças à opinião que ele sabe de tudo. se obtém diretamente suas forças das fontes mesmas da luz. Chamamos assim todo rito que não faz parte de um culto organizado. dos planetas. que ele pode tudo. os sacrifício. (Mauss e Hubert 2003:63) As crianças são com frequência. Ela se constitui por uma infinidade de “dizem”. em seu estado normal. (Mauss e Hubert 2003:59) Obtivemos com isso uma definição provisoriamente suficiente do rito mágico. quer ele seja ou não um profissional. do sol. rito privado. na magia. e que as interdições protegem. polo do malefício. a imagem do mágico se produz fora da magia. (Mauss e Hubert 2003:66) A situação excepcional dos indivíduos que têm na sociedade uma autoridade particular pode. outras congênitas. fazer deles mágicos. auxiliares especialmente requisitadas.Esses dois extremos formam. por assim dizer. há algumas que lhe são atribuídas. Umas são adquiridas. por consagração e por tradição. ela não é mais explorada senão por indivíduos”. separando umas. não é senão. (. A revelação. estabelecendo linhas de influência ou limites de isolamento”. os pântanos e as fossas de detritos. a magia procura conservar apenas seu caráter tradicional. (Mauss e Hubert 2003:77) Essas condições de transmissão. a iniciação e a tradição.. e que se espalha por si. imponderável. (p. sobre esse ponto de vista.. A magia tem geralmente verdadeiros santuários. onde tudo passa como se ali somente o mana estivesse em jogo”. que um novo membro agrega-se à corporação dos mágicos. ação espiritual à distância que se produz entre seres simpáticos. mas nos lugares qualificados. (. a espécie de categoria do pensamento coletivo que funda seus juízos.Vira-se mágico por revelação. (Mauss e Hubert 2003:173) . todo o seu trabalho teórico e prático é obra de indivíduos.)é uma espécie de mundo interno especial.) funciona num meio. “a noção de mana. todos os lugares ondem habitam as almas do outro mundo e os demônios. (Mauss e Hubert 2003:83) Os cemitérios. em última análise. (Mauss e Hubert 2003:83) O mana: “é uma ação de um certo gênero. embora transferido de pessoa a pessoa. como a noção de sagrado. mostram que. como a religião. as encruzilhadas e a floresta. elas maram formalmente. são para a magia lugares de predileção. isto é. unindo outras.) uma espécie de éter. são equivalentes. essa espécie de contrato.. que impõe uma classificação de coisas. o ensinamento não deixa de implicar a entrada a uma verdadeira sociedade. comunicável. (Mauss e Hubert 2003:155) Os estados coletivos e as forças coletivas: “De coletivo. (Mauss e Hubert 2003:80) A cerimônia mágica não se faz em qualquer lugar.. cada uma a seu modo... (.146).
Report "Fichamento (Corrigido)- Esboço de Uma Teoria Geral Da Magia. in. Marcel Mauss. Sociologia e Antropologia - Mário César"