Eric Hobsbawn: A Era do CapitalPrefácio • Exposição do método: período de tempo relativamente curto (cerca de vinte sete anos), porém geograficamente extenso sendo o foco do estudo a expansão da economia capitalista iniciada em 1848. A partir deste foco, o livro está dividido em 3 partes: 1) as Revoluções de 1848 – são analisada em uma perspectiva global e continental onde procura-se sintetizar um padrão geral; 2) os capítulos estão divididos em temas e não cronologicamente porém há identificação de subperíodos (1850 e 1860); 3) consiste em uma série de cortes diacrônicos sobre economia, sociedade e cultura da época. • O estudo foi elaborado com materiais de segunda e terceira mão, ou seja, trata-se de sistematização de estudos já elaborados sobre o período e sobre temas já explorados. O estudo traz muitas sínteses e, por esse motivo, fenômenos de grande complexidade são tratados de forma superficiais caso contrário não seria possível desenvolver este estudo. Não é objetivo desta obra fazer um sumário de fatos conhecidos, mas tão somente interpretar (ou fazer um síntese histórica geral) de um período considerado importante que nos permite compreender o mundo contemporâneo. bem estar e riquezas materiais suficientes para possibilitar condições de vida dignas. sem interferência e com apenas o suficiente regulamentos para proteger os direitos de propriedade. felicidade e oportunidades para todos em geral (trabalhadores e burgueses). na versão mais pura de capitalismo de que o mercado deve funcionar livremente. estradas de ferro. laissez aller. • O desenvolvimento inicial dessa nova sociedade dominada pelo capital fora impulsionada pela Revolução Industrial que ocorreu na Inglaterra a partir de 1850 (invenções e aperfeiçoamento de máquinas que pouparam trabalho humano e possibilitaram mecanizar a produção fabril) e a Revolução Francesa de 1789 que trouxe novas ideias de organização política varrendo os resquícios do antigo regime na Europa. fazendo com que surgissem grandes cidades. É parte da expressão em língua francesa "laissez faire. laissez passer". O dogma do progresso estava fortemente baseado na doutrina do Laissez-faire expressão-símbolo do liberalismo econômico. Este triunfo estava fortemente alicerçado na ideologia ou doutrinas desenvolvidas na época que se baseavam na crença de que a indústria e o livre comércio trariam desenvolvimento sem precedentes. que significa literalmente "deixai fazer. produzindo fluxos migratórios do campo para as áreas urbanas e a proletarização das massas. .Introdução • Triunfo global do modo de produção capitalista ou capitalismo é o assunto mais importante da história das décadas que sucederam 1848. deixai ir. deixai passar". Pensadores e ideólogos da época raramente criticavam essas ideias. • Esse desenvolvimento sem precedentes da expansão da economia capitalista transformou o cenário dos países europeus e do norte da américa de maneira jamais imaginada. fábricas. ao menos filósofos e cientistas sociais como Marx e Engels chegaram a predizer que tal avanço produziria um mundo bem diferente do esperado pela burguesia. o triunfo momentâneo da burguesia foi breve. Na análise de Hobasbawn. O resultado desse processo global de revoltas foi a reação das classes burguesas e dos conservadores reacionários que bloquearam os movimentos potencialmente revolucionários. embora tenham sido derrotados. . houve ganhos significativos no sentido da democratização política dos sistemas governamentais com a adoção de mecanismos de representação eleitorais considerdados instrumentos burgueses de controle das massas (direito do voto e reivindicações dentro dos limites da ordem estabelecida). embora momentânea. a crise da economia global dos anos de 1830 e 1840 gerou o impulso para a eclosão simultânea. na base da sociedade. tendo em vista as fissuras (contradições e limites) que o sistema capitalista (crises e depressão do comércio) começou a apresentar no final da década de 1870. Mesmo assim. a política estaria fora dos planos das classes trabalhadoras. Nos vinte e sete anos seguintes após 1848. de vários e massiços movimentos populares de insurgência de trabalhadores (proletários urbanos e rurais) contra a ordem burguesa estabelecida.Continuação • Porém. . e que ocorreu em escala mundial e continental sacudindo o mundo atingindo tanto as partes desenvolvidas com aquelas atrasadas. a questão nacional (princípio da autodeterminação dos povos e independência) interferiu significativamente nos movimentos de revolta. É considerado como primavera por ser uma figura de linguagem que denota sua breve e momentânea existência (final de 1849). o autor arguemta que é estuda-los de forma geral na tentativa de identificar característcas distintivas e comuns desses movimentos revolucionários. A composição básica desses movimentos revolucionários era de trabalhadores pobres que pegaram em armas por conta da situação de miséria e fome.Capítulo Primeiro • A Primavera dos Povos – foi a eclosão momentânea e simultânea de movimentos de revolta onde prevaleceram os trabalhadores e populações pobres (revoluções sociais dos trabalhadores pobres). No que tange à política. • Com relação à estrutura econômica e social é possível afirmar que as zonas de tensão tinham o seu epicentro na zona central da Prússia e da Itália ao Norte e envolviam tanto as áreas rurais como as áreas urbanas. povo e regiões singulares. o autor primeiramente faz a seguinte oobservação: A zona revolucionária pode ser dividida a partir do critério de estrutura econômica e social de um lado e política de outro. Neste sentido. nas áreas rurais.). intelectuais etc. Porém. sobretudo naqueles países em que as questões de unificação e o sistema político monárquico estavam no centro das divergências. • Embora a análise desses movimentos exigem estudos com foco nos Estados. os movimentos de revolta eram formados por camponeses e nas áreas urbanas havia segmentos mais heterogêneos (proletários e estratos médios – profissionais liberais. suas motivações e potenciais de concretização. burocrátas. mas à medida que começaram a perceber que a revolução social era o objetivo dos revolucionários. As classes burguesas só apoiaram esses movimentos quando o foco dos protestos envolvia os velhos regimes. Não obstante. pois à medida que ameaçava a ordem burguesa estes movimentos foram completamente isolados. os regimes conservadores estavam dispostos a fazer concessões à burguesia mediante políticas de liberalização econômica fazendo com que essas classes se acomodassem ao pacto de dominação. mensagens de ordem). . a se entrincheirarem no antigo regime ou nas classes burguesas. Uma vez restarurados. a gradual radicalização dos movimentos revolucionários converteu-se em motivações para que os liberais moderados ou mesmo de esquerda (que inicialmente se envolveram com os movimentos) e muito mais os conservadores.Continuação • Comum a todos esses movimentos: a crença e esperança quase utópicas na capacidade de transformação da realidade mediante a ação (simbologia desses movimentos: barricadas. os movimentos foram conforntados com as forças da repressão. a ameaça à ordem antiga e burguesa engendrou processos de alianças reacionárias entre a burguesia e a nobreza (como no caso da Alemanha) conduzindo a nação unificada ao processo de modernização conservadora. • Foi justamente a radicalização dos movimentos revolucionários que determinou seu fracasso. Em alguns países. bandeiras tricolores. . No entanto. Posteriormente. Durante o processo revolucionário. organizado principalmente em Paris. os démocsocs. perdendo seu espaço sobre as diretrizes da nova República. foi derrotado nas barricadas de Junho de 1848. também era anticlerical e extremamente antibonapartista. construir um movimento de resistência. eleito presidente em dezembro de 1848. Luis Bonaparte. durante a década de 1850. estes partidários da república ficaram conhecidos como quarante-huitards (homens de 1848). socialistas e republicanos do partido da Montanha. expressão que indicava a idéia de uma tradição republicana. Com o apoio do partido da ordem. desferiu um Golpe de Estado em 2 de dezembro de 1851 e provocou a prisão e a proscrição de milhares de indivíduos da oposição republicana. foi marcante a atuação do movimento operário associativista. Muitos destes se encontraram no exílio e tentaram.Continuação • Explicação complementar: em fevereiro de 1848 eclodiu em Paris a revolução que instaurou a Segunda República Francesa. com o objetivo de se instaurar uma República Universal de todos os Povos da Europa. que além de democrática e socialista. mas continuou atuando minimamente com os militantes de classe média. as revoluções de 1848 trouxe consequências significativas para a sociedade e a política européias na segunda metade do século 19. os sindicatos eram organizações novas que ainda não tinham experiências de ação bem estruturadas. como elementos de controle e ordem social. da sociedade estamental. e depois de 1848. havia uma concentração de massas famintas nestes movimentos. Além disso.práxis revolucionária – ideologia e estratégia de ação). as classes populares gradualmente conquistaram em vários países o direito de voto por meio da extensão do sufrágio e da representação política nos parlamentos e assembléias. • Consequências: embora tenham sido derrotadas. As classes dominantes tiveram que fazer concessões. da crença no direito divino.Continuação • Limites dos movimentos revolucionarios: no que diz respeito aos trabalhadores pobres. faltava-lhes organização e liderança suficientemente fortes para fazer o projeto de uma revolução social comunistas (consciência de classe . da religião. da tradiçao. . Primeira consequência foi a derrocada dos antigos regimes. Naquele período. Essa expansão foi baseada no crescimento da oferta do crédito e investimentos em empreendimentos produtivos que estimularam a oferta de empregos.Capítulo Segundo • A Grande Expansão: 1848-1870 período no qual o mundo tornou-se capitalista e uma minoria significativa de países “desenvolvidos” tranformou-se em economias industriais. A prolongada prosperidade econômica esvaziou os movimentos revolucionários em todos os países industriais. Há muitos dados estatísticos referente à produção industrial e volumes de comercialização de certos produtos paralelamete à comparação entre países. . O foco do Capítulo é os países da Europa Continental e os Estados Unidos. porém o clima parecia incerto para muitos. • A produção industrial recuperou-se do breve interregno de estagnação causado pelos movimentos revolucionários. Pode ser considerado uma parte do livro em que o autor vai se debruçar sobre o desenvolvimento do capitalismo industrial que trouxe como principal consequência a unificação do mundo em termos de comércio entre os países. essa incapacidade dos países industriais europeus criarem um mercado consumidor de massa não impediu que suas economias parassem de crescer. que possibilitaram aos industriais encontrarem mais mercados e escoar a produção de mercadorias. De acordo com a analise de Hobasbawn. uma substância tóxica altamante viciosa extraida da papoula. • Um dado importante do estudo. que cresceu graças a algumas invenções (tais como a estradas de ferro. .Continuação • Quais eram as razões da crença no progresso? Por que a expansão econômica foi tão acelerada neste período? Um dos pontos mais importantes assinalados pelo autor é a identificação do contraste entre o acelerado boom econômico e a incapacidade (ou inabilidade) da economia capitalista em alargar suas bases (por meio da inclusão dos trabalhadores em um mercado consumidor de massas. o autor argumenta que a expansão econômica foi sustentada pelo aumento do espaço geográfico das transações comerciais. Na explicação fornecida. Cita o episódio das guerras do ópio que envolveu a Inglaterra e a China. como ocorreu nos Estados Unidos). consta na página 54. Os ingleses entraram em guerra contra a China imperial para ter o direito de comercializar o ópio. foi mostrar que qualquer coisa era vendável. página 53. o vapor e o telégrafo). Havia também as novas fontes de materiasprimas e alimentos que contribuiam para baratear os produtos. Mas esse processo é mais explicado pela necessidade de se consolidar a compra e venda da força de trabalho por iniciativa do mercado do que pela benevolência dos capitalistas. • A usura é entendida como a cobrança de remuneração abusiva pelo uso do capital. por isso menciona o fato de que essa período foi marcado por deflações dos preços dos produtos. Mas como não havia um mercado de massa. são cobrados juros excessivamente altos. As leis contra a usura caíram por terra em vários países. algo surpreendente. Utopia liberal: o mercado e a livre inciativa trariam riquezas para as nações e os seres humanos. o que lesa o devedor. É prática repudiada socialmente. quando da cobrança de um empréstimo pecuniário (ou seja.Continuação • Outro dado importante envolve a capacidade de produção de mercadorias manufaturadas de modo tão mecanizado que fez com que os preços baixassem. as barreiras institucionais sobreviventes ao livre movimento dos fatores de produção. sendo considerada conduta criminosa por diversos ordenamentos jurídicos . em dinheiro). a expansão não trouxe prosperidade para os trabalhadores fabris que eram remunerados com baixíssimos salários e o custo de vida não sofreu queda. à livre iniciativa ou a qualquer coisa que concebivelmente pudesse vir a tolher sua operacionalidade lucrativa cairam diante de uma ofensiva mundial (comparar com o período do absolutismo e do protecionismo inerente ao sistema mercantilista e impedimentos de livre mobilidade da mão de obra camponesa). ou seja. Esse processo de liberalização também se estendeu às organizações trabalhistas (sindicatos) e contratos de trabalho bem como ao direito de greve. • Liberalismo econômico: movimento geral de movimento em direção à total liberdade de comércio. . o autor salienta que de modo geral. Por esse motivo. pois havia vantagens (como a existência de tecnologia e knowhow – “saber como. a confiança na liberalização econômica não era generalizada em todos os países. apresenta uma série de estatísticas para descrever e comparar a produção de ferro e a criação de estradas de ferro em vários países como indicadores do progresso econômico e industrial. era interessante a defesa do livre comércio internacional sobretudo quando se tratava de comercializar com países agroexportadores ou exportadores de matérias primas que pudessem vender em quantidade e a preços baixos esses produtos para serem utilizados nas manufaturas inglesas. A competição entre nações industriais e as que eram subdesenvolvidas não era um jogo de soma zero. a liberalização não trouxe prosperidade alguma. em outros ocorreu o oposto. embora de maneira desigual. Na verdade. que se refere a explicação de causalidade entre a liberalização econômica e a expansão econômica. conhecimento prático” – disponíveis).Continuação • Questionamento: apresentado pelo autor na página 57. os resultados na prática são muito contraditórios pois em alguns países. o arranjo liberal do livre comércio beneficiava a todos. • Mecanização da indústria e produtividade: na página 59. Porém. Para alguns países como a Inglaterra. Essas necessidades farão com que os países industriais desenvolvidos estabeleçam uma relação entre educação universitária e indústria. porém. • Importância dos Estados Unidos: na análise do período. Outra ponto importante: criação da linha de produção para produzir mercadorias com tecnologia que pudessem se consumidas mesmo pelos trabalhadores das fábricas. Em termos de criação de um mercado de massa. novas tecnologias alargavam as bases industriais como a química e a eletricidade só podiam ser obtidos mediante uma base de conhecimento científico. As inovações técnicas que deram impulso inicial à expansão do período analisado tinham raízes no período demarcado entre 1760 e 1840 e não exigiam conhecimento científico muito avançado . O sistema educacional tanto de nível básico. . chegando a destruir suas fundações. técnico e universitário passa a ser estratégico para o desenvolvimento industrial. algo inédito e sem precedentes. Outro importante dado apontado é a capacidade dos americanos em criar rapidamente instituições universitárias que se tranaformaram em centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico que foram absorvidos pelas indústrias. o autor dá atenção especial aos Estados Unidos que despontou como nação industrial de primeira grandeza em razão do potencial empreendor do capitalismo industrial. • Depressão da década de 1870: culminou com a crise que levantaria críticas ao liberalismo econômico. os Estados Unidos souberam dar sustentação à produção industrial sem depender de oscilações do mercado mundial para venda de produtos manufaturados.Continuação • Industrialização e conhecimento científico: no final da página 60 vai mencionar o potencial industrial (indústria pesada) e tecnológico como necessário para consolidação de um poder político estatal competitivo em termos de relações internacionais. porém. • A interdependência econômica: aproximou as nações como nunca antes na história da humanidade. muitos locais ainda eram desconhecidos (o interior dos vastos territórios continentais como África. o crescimento do mercado mundial não era o único fator a explicar a exploração dessas regiões que ainda estavam por ser desbravadas e exploradas. Ademais. curiosidade científica e parte de iniciativa jornalística e editorial. No início do Capítulo o autor expõe algumas frases que refletem o espírito de uma época ao apontar o caráter civilizatório do avanço do capitalismo industrial. entusiamo missionário. Neste sentido. Ásia central e América do Sul).problematizará a transformação do mundo em uma aldeia global a partir da interdependência econômica que uniu nações de todos os continentes por conta dos laços do comércio internacional.Capítulo Terceiro • O Mundo Unificado . . parte desse avanço foi determinado por questões de política externa. o capitalismo expandia-se sob um véu imaginário e utópico da inclusão de todos os indivíduos no processo produtivo e consumo de produtos manufaturados. impulsionado pelo dinamismo da interdependência economica. Da página 72 até a página 79 encontram-se informações detalhadas sobre a expansão das linhas férreas em todos os continentes e países do globo. . Busca compreender também o processo paralelo de consolidação da cultura burguesa mediante o cultivo de hábitos que expressaram a diferenciação entre o civilizado e o bárbaro a partir de uma perspectiva eurocentrica. observa o avanço da organização de missões exploratórias para locais longíncuos em alguns continentes. Compara a situação da construção das linhas férreas nos países industrializados da Europa e o restante do mundo subdesenvolvido. • Mobilidade terrestre: ao autor dá bastante atenção a expansão das linhas férreas como meio de transporte mais rápido do que as embarcações navais. Neste sentido. Chama a atenção as informações detalhadas da ampliação da malha ferroviária e da quantidade de locomotivas nos países europeus e Estados Unidos.Continuação • Produção industrial: detalha a rede e o volume das trocas comerciais entre as nações em termos de exportações de produtos primários e manufaturados e a produção e processamento de minerais que deram sustentação para a expansão da indústria. sobretudo a África. Neste contexto. • Cartografia: o mundo de 1875 era mais conhecido do que nunca antes. a cartografia registrou um avanço considerável a partir da produção e comercialização de mapas detalhados de vários países e regiões. as ferrovias transportavam tanto produtos como pessoas. que passou de pacata cidade sem importância em 1849 para se transformar em uma metrópole e centro comercial décadas depois. as estradas de ferro permaneceram limitadas era considerada apenas do ponto de vista econômico era um meio de ligar áreas produtoras de bens primários para regiões portuárias e escoamento da produção para países industrializados (Citar o caso do Brasil e a estrutura da malha ferroviária que serviu a esses propósitos). há informações sobre o impacto do telégrafo como instrumento de notícias que eram capazes de gerar grandes ondas de migrações e imigrações. O exemplo mais notável foram aquelas notícias que informavam da descobertas de minerais preciosos (ouro). na Califórnia. O uso militar e estratégico desse invento também foi percebido por aqueles países que dispunham de vastos territórios e precisavam de um meio rápido para troca de mensagens. A expansão das estradas de ferro nesta nação foi extraordinária. Em contraste. Austrália. sobretudo em regiões do Oeste americano. despontando como nação industrial de primeira grandeza que viria a desempenhar um papel de importância no mundo do século seguinte. o autor dedica especial atenção aos inventos que envolviam conhecimento científico e que possibilitaram a invenção do telégrafo elétrico que permitiu a troca de mensagens quase instantâneas entre países e continentes. África e Ásia. Os navios a vapor e o trágefo marítimo expandiram-se impulsionados pela interdependência econômica e intercâmbio comercial mundial.Continuação • Malha ferroviária e o contraste entre as nações desenvolvidas e subdesenvolvidas: É muito interessante perceber a evolução dos Estados Unidos nesta área. . • Meios de comunicação: neste Capítulo. Nos Estados Unidos. ultrapassando muitos páises desenvolvidos da Europa. abrindo caminho para que as noticiais alcançassem escala mundial. Na páginas 80 e 81. O telégrfao também impactou nos meios de comunicação de massa. o autor compara a baixa expansão das linhas férreas em continentes atrasados como a América Latina. mas a expansão mais significativa foi das estradas de ferro. tanto nas linhas férreas como por meio de cabos submarinos transcontinentais. Essa nova invenção estava sendo aplicada por volta de 1840 por alguns países. O outro aspecto. o autor encaminhará o leitor ao tema das guerras e conflitos do período. . o sistema ecnomico do capitalismo era uma estrutura de economias nacionais rivais. códigos e etc. A conversão de todos os povos ao liberalismo político e econômico rumo à unificação global era uma ideia frágil. ligado à padronização que tem a ver com a necessidade de criação de normas e regras internacionais que pudessem facilitar a econômia (serviços postais.). a dependência econõmica em escala global podia não ser uma vantagem tendo em vista que as crises econômicas internacionais ameaçavam todos os países envolvidos. envolve o volume de transações comerciais sustentadas pelo sistema capitalista que exerceu certa influência e uma tentativa de padronização dos valores e estilos de vida burguês (cultura). metereológicos. ou seja. mas foi dificultada pela emergência dos nacionalismos.Continuação • Interdependência econômica e padronização: Há aspecto interessante citado no texto. Neste ponto da análise. Outro aspecto notado pelo autor é que do ponto de vista das relações internacionais. em alguns países. os únicos conflitos armados envolvendo Estados foram breves e ocorreram naquelas regiões que estavam atravessando processos de unificação e cuja consequência ou desfecho envolviam interesses de outros páises: caso da Itália e da Alemanha que se unificariam tardiamente por intermédio de um longo processo e também do Império Otomano e dos Habsburgos que eram constituídos por diferentes nacionalidades. Outro fator de igual importância envolve basicamente o receio dos governantes europeus de que conflitos armados internacionais pudessem ter efeito sobre a ordem social doméstica e contribuir com a eclosão de movimentos revolucionários radicais.Capítulo Quarto • Conflitos e Guerra – trata-se de um dos capítulos mais complexos. questões de política doméstica se ligavam inextricavelmente com questões internacionais. tendo em vista que a análise do autor dá margens à interpretações duais. é preciso ler e reler com bastante atenção para poder compreender a linha de raciocínio historiográfico. • Europa: um dos principais fatores apresentados como de maior força explicativa envolve a expansão da economia capitalista e o avanço da industrialização pelo mundo que teria criado condições para assegurar a paz entre os Estados-nações europeus porque não havia grandes atritos ou rivalidades entre eles. américas (do sul e do norte) e asiático (Japão). Portanto. Serão analisadas os contextos dos continentes europeu (leste e oeste). Neste sentido. • A era do triunfo liberal. que compreende os anos de 1848 até 1875 foi pacífica em comparação com os grandes conflitos militares envolvendo Estados absolutistas nos séculos e períodos precedentes. ademais foi uma fase que exigia adpatação. Neste sentido. . O único Estado fora da Europa que era considerado nos cálculos estratégicos era os Estados Unidos. Mudança no sistema de relações internacionais – no período tratado. Nenhuma dessas nações havia usado armas entre si. o Japão também seria levado em consideração por conta de sua industrialização vigorosa. limitando suas operações militares à supressão da subversão doméstica ou internacional. Savóia e os italianos contra a Áustria (1858-59). França.Continuação • • • Alemanha e Itália: o autor dedicará espaço no presente capítulo para detalhar o processo de unificação de ambas os países com ênfase no conflito decorrente das divergências de interesses entre regiões. O único episódio que tenha dado margem para um conflito geral europeu foi a Guerra da Criméia (1854-56) no transcurso do período que vai de 1815 a 1914. pelo menos por enquanto (Era dos Impérios)*. as relações de poder influentes no campo internacional de âmbito eurocêntrico incluia unicamente os interesses das cinco grandes potências européias: Inglaterra. Conflitos de menor intensidade: França. nem mesmo para se expandirem no resto atrasado do mundo. Áustria. Prússia e Áustria contra a Dinamarca (1864). a vários conflitos locais. Prússia e . Rússia. construção de consensos e concessões. elites e forças políticas constitutivas dessas nações. subordinação. Os processos de unificação foram consolidados mediante uso da força. Prússia. Continuação • Desconfiança e sentimento geral de guerra entre os países europeus começa a ser percebido a partir de 1871: como explicação encontram-se fatores ligados ao gradual desequilíbrio de forças entre os Estados-nações europeus por conta da riqueza e capacidade industrial. . lastreadas pelo objetivo e interesse em expansão territorial para fora do continente (colônias). A tecnologia moderna gerada a partir da industrializaão e dos fatores que proporcionavam maior mobilidade terrestre (linhas férreas) colocava qualquer governo que não a dispusesse a mercê de qualquer outro que a possuísse.
Report "Fichamento: A era do Capital de Eric Hobsbawn"