Feitura de Santo No CANDOMBLÉ

March 27, 2018 | Author: antoniocpereira | Category: Rituals, Religion And Belief, Psychology & Cognitive Science, Philosophical Science, Science


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Feitura de santo no CANDOMBLÉFeitura de santo no CANDOMBLÉ Feitura de Santo - Candomblé O ritual de iniciação no Candomblé, a feitura no santo, representa um renascimento, tudo ser no!o na !ida do "#$%, ele receber inclusi!e um nome pelo &ual passar a ser c'amado dentro da comunidade do Candomblé( A feitura tem por in)cio no recol'imento( *ão +, -!inte e um. dias de reclusão, e neste pra/o são reali/ados ban'os, boris, oferendas, eb%s, todo o aprendi/ado começa, as re/as, as dança, as canti0as1 É feita a raspa0em dos cabelos -or2. e o abiã recebe o o3u -representa o canal de comunicação entre o iniciado e seu ori3. o 4el5, os delo0un, o mo4an, o 3aor2, os i4an, o i4odidé( O fil'o de santo ter &ue passar a0ora por um ritual, onde ter seu corpo pintado com 0i/, denominado efun( 6le de!er passar por este ritual de pintura por 7 -sete. dias se0uidos( O abiã ter a0ora &ue assentar seu Ori3 e ofertar8l'e sacrif)cios de animais de acordo com as caracter)sticas de cada um( Feito isso ele passa a se c'amar "#$%( A festa ritualística que marca o término deste eríodo é denominada Saída de !"#$% neste momento ele ser& aresentado " comunidade' (le ser& acoman)ado or uma autoridade " frente de todos ara que l)e se*am rendidas )omena+ens' Deitado sobre uma esteira, ele saudar com adob e pa%, &ue são palmas compassadas &ue serão dadas a cada re!er5ncia feita pelo "#$% e acompan'adas por todos presentes, como demonstração de &ue a partir da&uele momento ele nunca mais estar so/in'o na sua camin'ada( 9rimeiramente saudar o mundo, neste momento a locali/ação da esteira é na porta principal da casa( No seu interior, ele saudar a comunidade e por :ltimo, frente aos ataba&ues &ue representam as autoridades presentes( Neste primeiro momento o Ori3 somente poder dar o ;ic( *% ap%s a &ueda do 4el5 o Ori3 poder dar seu il( O momento mais a0uardado do cerimonial é o oru4%( Neste momento o Ori3 dir o nome de iniciação de seu fil'o perante todos e também é neste momento &ue se abre a sua idade cronol%0ica dentro de sua !ida no santo( Ap%s a sa)da e depois dos +, -!inte e um. dias de recol'imento o "#$% permanecer de res0uardo até a &ueda de 4el5 fora do barracão por um per)odo de < -tr5s. meses, neste per)odo ele não poder utili/ar tal'eres para comer, de!e continuar a sentar8se no c'ão sobre a esteira durante as refeiç=es, est proibido de utili/ar outra cor de roupa &ue não o branco da cabeça aos pés, não poder fa/er uso de bebidas alco%licas, ci0arro( (( 6 nem tão pouco sair # noite( 6 até &ue se complete , -um. ano, os seus preceitos continuarão( Até &ue o "#$% complete a maior idade de santo, ter &ue continuar dia a dia o seu aprendi/ado e reforçar os seus !otos por meio das obri0aç=es( >rec'o Li!ro A 9anela do *e0redo ?@ale di/er &ue o transe não é imprescind)!el para &ue uma pessoa se;a iniciada como ado3u, pois, independentemente de se manifestar o Ori3 est em cada um de seus fil'os( Asso é muito importante, por&ue s% os ado3u podem assumir determinadas funç=es sacerdotais, como os car0os de ialori3 ou babalori3( *endo assim, uma pessoa &ue tem em seu odu a missão sacerdotal, incorporando ou não o Ori3, de!e ser iniciada como ado3u e nunca como o0ãn ou e&uedi, &ue ; são i;o"é natos e ;amais poderão entrar em transe de ori3B ?Al0umas pessoas não precisam ser raspadas ao se iniciarem( 6sse é o caso principalmente das crianças &ue nasceram fadas # morte, mas &ue !enceram o tr0ico destino -abi4u.( 63iste uma 0raduação delas &ue considera as especificaç=es de seu nascimento( 9or e3emploC as crianças &ue nasceram pelos pés, com o cordão umbilical em !olta do pescoço, depois de !rios abortos, &ue foram abandonadas ao nascer ou cu;as mães morreram ao dar # lu/ DDDD neste :ltimo caso, se o abi4u for inde!idamente raspado poder le!ar o seu pai8de8santo -ou se;a, a&uele &ue l'e deu a !ida na reli0ião. # morte( 6!idente &ue todo nado morto é abi4uB 9or&u5 ?fa/er santoBE Con)ecer a si mesmo, ressuosto b&sico ara a reali-a./o essoal em todos os ní0eis' Desde sua ori+em% o ser )umano anseia elo encontro com o 1nfinito' (ssa busca incans&0el frequentemente ro0oca 0erdadeiras batal)as que s/o tra0adas no interior do indi0íduo% acoman)adas or sentimentos de an+2stia% ansiedade% inconformismo ou até mesmo de desesero face ao descon)ecido ou ao irremedi&0el, as fatalidades e incerte-as do aman)/% o ciclo da 0ida% a morte' 3odo o rocesso de 1nicia./o se destina " cria./o de ambiente roício ao t/o son)ado encontro' A )ist$ria da )umanidade esel)a essa incans&0el busca de resostas aos eni+mas da 0ida, 4uem sou eu5 De onde 0en)o5 6ara onde 0ou5 A felicidade é erse+uida or todos% sendo muitas 0e-es um dese*o alimentado ela incerte-a' ( o ser )umano continua a colocar a r$ria felicidade lon+e de si mesmo% em circunst7ncias e8teriores, din)eiro% osi./o% oder% fama% ou na deend9ncia de outras essoas, :Se ele ; ou ela ; me amar% serei feli-<' =& mil)ares de anos% o nati0o do continente africano *& tin)a os mesmos anseios, con)ecer o seu Deus% os mistérios do >ni0erso% a ori+em da ?ida' Olodumar9 @o CriadorA% em sua Bra.a e 6oder infinitos% ermitiu-l)es con)ecer a sabedoria do 1FA @a re0ela./oA, a Cria./o do >ni0erso e dos seres )umanos% os rincíios que re+ulam as rela.Ces entre 1l2 AiDé @a 3erraA o Or2n @mundo esiritualA e o con)ecimento dos Ori8&s% di0indades intermedi&rias entre Deus @Olodumar9A e os )omens' Desen0ol0eram-se rituais inici&ticos ara os mistérios dos Ori8&s% como forma de reali-ar o sa+rado em si mesmo% ou se*a% ermitir que o Deus 1nterior% na fi+ura de um ancestral di0ino% deserte em cada indi0íduo e estabele.a a onte com o Cosmos% t/o necess&ria " reali-a./o essoal% tornando-o assim caa- de fa-er escol)as mais acertadas e consequentes em rela./o " 0ida e aos semel)antes% na constru./o da r$ria felicidade' A comreens/o clara de que o destino é uma ossibilidade e n/o uma fatalidade é a base dessa reali-a./o' O con)ecimento das for.as que re+em o >ni0erso e a ?ida nas suas mais 0ariadas formas e meios de manifesta./o% bem como dos rincíios que re+ulam essa interac./o é o camin)o da 1nicia./o' Deois da rimeira arte deste tema% continuo a+ora com um ouco mais de informa./o sobre a 1nicia./o no Candomblé' Bre0emente% ainda 0oltando a este tema irei e8or al+uns detal)es imortantes que comletar/o esta informa./o% e que certamente roiciar/o um con)ecimento mais rofundo deste momento t/o imortante na 0ida de cada um que decide abra.ar o Candomblé como sua Eeli+i/o' Fa/er santoC Fuem, Fuando e ComoE O momento do :c)amado< é diferente ara cada essoa' 6ara al+uns% uma doen.a difícil de ser curada% ara outros% as dificuldades do r$rio camin)oF outros ainda% buscam fu+ir "s reli+iCes tradicionais or concluírem que muitas delas est/o t/o 0oltadas ara o dia a dia dos )omens e ara os seus interesses imediatos que acabam or fu+ir " sua real finalidade, romo0er o encontro do ser com a Di0indade% amar&-lo em suas dificuldades esirituais e consequentemente% também as materiais' Al+uns ainda s/o ro0enientes de outras reli+iCes ou filosofias esiritualistasF finalmente% e8istem aqueles que simlesmente s/o tocados elo Ori8&% fundo na r$ria alma' A inicia./o @feituraA roriamente dita acontece num eríodo de reclus/o que 0aria entre sete a de-assete dias @embora al+uns lu+ares adotem GHA' (ssa reclus/o @recol)imentoA ocorre nos 3emlos Eeli+iosos con)ecidos como Casas de Candomblé% em aosentos r$rios ara tal finalidade' (sse eríodo é comar&0el " +esta./o na barri+a da m/eF nesse asecto% o aosento sa+rado reresenta o 0entre da r$ria m/e nature-a' O ne$fito arende os mistérios b&sicos das di0indades e da Cria./oF os costumes da comunidade e os rincíios que re+ulam as rela.Ces da família reli+iosa @)ierarquia sacerdotalAF as formas adequadas de comortamento nas cerim$nias 2blicas e restritas' Con)ecimentos acerca de seu r$rio Ori8& s/o-l)e ministrados, a maneira adequada de cultu&-lo% as suas roibi.Ces @e#IA% as 0irtudes que de0er/o ser culti0adas e os 0ícios que de0er/o ser e0itados ara atrair influ9ncias benéficas e uma rela./o )armoniosa com a di0indade essoal' O &ue pode mudar na !ida do AniciadoE O Destino é dado a cada ser na forma de ossibilidade% nunca como fatalidade' Desse modo% quem antes de 0oltar ao mundo escol)eu or e8emlo ser médico% ao renascer na 3erra encontrar& no seu camin)o situa.Ces que o direccionem ara essa rofiss/o' (ntretanto% isto n/o quer di-er que necessariamente 0en)a a e8ercer a medicina' (le ode a qualquer temo mudar os rumos da r$ria 0ida atra0és do e8ercício do li0re-arbítrio @o que% ali&s% é um conceito uni0ersalA'Cada qual constr$i a r$ria )ist$ria' Ocorre muitas 0e-es a essoa acabar or fa-er escol)as erradas e sofrer consequ9ncias desastrosas' 6ode ser fruto de um destino :ne+ati0o<% que e8i+ir& temo e determina./o ara ser suerado' A dor transforma-se em coman)eira constante' Li+am-se a tudo isso os roblemas do dia a dia @ara n/o mencionar a situa./o difícil da sociedade contemor7neaAF o con*unto destes factores acaba or ro0ocar sentimentos de imot9ncia frente aos obst&culos e encru-il)adas da 0ida% ou simlesmente solid/o% car9ncia de carin)o% de orienta./o% de cora+em' Car9ncia de fé' O Ori8& essoal% nesse articular% ode influenciar em muito% re0enindo ou mesmo remediando estas situa.Ces% conferindo for.a e equilíbrio ao seu tutelado% restaurando-l)e as ener+ias% estendendo-l)e rotec./o e orientando-o quanto ao mel)or camin)o a se+uir' Mas o indi0íduo de0e ermitir que o Ori8& actue de modo construti0o na sua r$ria 0ida' O Ori8& n/o reresenta roblemas no camin)o de nin+uém ; ode si+nificar a solu./o' Atra0és do seu aoio di0ino o ser )umano ode criar condi.Ces ara 0encer as barreiras internas e e8ternas ara a constru./o de um futuro mel)or'
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