FARMACOLOGIA Medicamentos Antiinflamatórios Esteroidais

March 30, 2018 | Author: Guilherme Garcia | Category: Cortisol, Adrenal Gland, Receptor (Biochemistry), Glucocorticoid, Endocrine System


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Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009.1 MED RESUMOS 2011 NETTO, Arlindo Ugulino. FARMACOLOGIA MEDICAMENTOS ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (Professora Katy Lísias) Os medicamentos antiinflamatórios esteroidais (também conhecidos como corticóides, corticosteróides ou glicocorticóides) são drogas que agem semelhantemente ao cortisol endógeno (glicocorticóide), hormônio relacionado com o metabolismo da glicose e das proteínas, além de sua função antagonista das respostas imunológicas e inflamatórias. Estes medicamentos apresentam as mesmas funções que os medicamentos antiinflamatórios nãoesteroidais (MAINEs) exercem, sendo adicionada a eles a ação imunossupressora. Os glicocorticóides tornaram-se agentes importantes no tratamento de numerosos distúrbios inflamatórios, reumatológicos, alérgicos, hematológicos e outros distúrbios. Essa aplicação terapêutica estimulou o desenvolvimento de muitos esteróides sintéticos com atividade antiinflamatória e imunosupressora. Os esteróides farmacêuticos são habitualmente sintetizados a partir do ácido cólico (obtido do animal bovino) ou de sapogeninas esteróides, em particular, a diosgenina e hecopenina. GL•NDULA SUPRA- RENAL E A PRODU‚ƒO DO C ORTISOL No pólo superior de cada rim existe uma glândula endócrina que, devido a sua relação anatômica com o rim, coube-lhe a designação de supra-renal (ou adrenal). Cortes coronais desta glândula nos permitem observar que a mesma é dividida em duas regiões distintas: o córtex e a medula da supra-renal, de modo que as substâncias produzidas em cada região são diferentes. As células cromafins presentes na medula da supra-renal apresentam a mesma constituição embrionária de gânglios simpáticos, e são responsáveis por produzir catecolaminas como a adrenalina (80%) e noradrenalina (20%) e lançá-las na corrente sanguínea sob estímulo simpático. Portanto, a adrenalina é tida como um neuro-hormônio a partir do momento em que as células cromafins da medula da supra-renal apresentam a mesma natureza dos neurônios pós-ganglionares simpáticos. Para que a noradrenalina seja transformada em adrenalina, é necessária uma reação de metilação por meio da enzima metiltransferase, presente apenas nestas células da supra-renal. O principal sítio de ação da adrenalina produzida pela supra-renal é o pulmão (realizando broncodilatação). Já o córtex da supra-renal é dividido em três zonas distintas de acordo com o tipo de célula e substancia predominantemente produzida em cada região:  Zona glomerulosa, mais externa, rica em células glomerulosas produtoras de aldosterona, um mineralocorticóide envolvido com o controle da reabsorção de sódio: age sobre os túbulos coletores renais aumentando a excreção de potássio e a reabsorção de sódio e, consequentemente, aumentando o volume vascular e a pressão arterial do indivíduo.  Zona fasciculada, de localização intermediária, é rica em células fasciculadas produtoras de cortisol, hormônio hiperglicemiante, estando envolvido, portanto, no metabolismo dos carboidratos e proteínas.  Zona reticulada, mais interna, é rica em células reticuladas produtoras de hormônios androgênicos (como o estradiol e a testosterona). Vale salientar, porém, que as gônadas são as principais responsáveis por produzir estes hormônios. Este fato é tão real que, quando há uma deficiência destas em produzir o hormônio, a glândula supra-renal tenta suprir a produção, porém de maneira bem menos proporcional e eficaz. Os sintomas deste déficit são bem mais perceptíveis na mulher durante a menopausa, uma vez que o estradiol serve como um hormônio cardioprotetor e previne a osteoporose. 1 Além de apresentar a capacidade de aumentar a pressão arterial por si só. O próprio ACTH (seja ele endógeno ou exógeno). em nível do córtex da adrenal. sofra uma atrofia. dois tipos de hormônios:  Os mineralocorticóides. aumente o débito cardíaco. a Prednisolona) têm a capacidade de inibir a secreção de CRF pelo hipotálamo.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. OBS: Entende-se.  Os glicocorticóides. o hipotálamo não reinicia a secreção de CRF imediatamente. sendo responsável pela retenção de sódio e excreção de potássio pelos túbulos renais. além de apresentar propriedades antiinflamatórias e imunossupressoras. junto dele. quando chega na corrente sanguínea. 2 . a angiontensina II estimula (por meio de receptores no córtex da adrenal) a síntese da aldosterona. pois. fazendo com que o paciente sofra com a falta de cortisol durante este período. o córtex da glândula supra-renal passa a secretar. o desmame dos corticóides deve ser feito de maneira gradativa. H ORM„NIOS C ORTICAIS Os principais hormônios produzidos pelo córtex da supra-renal sob estímulo do ACTH adeno-hipofisário são: mineralocorticóides. Por meio deste estímulo. o porquê de pacientes que fizeram uso de corticóides exógenos (ou mesmo ACTH exógeno) durante um longo período não puderem ser privados destes medicamentos de forma abrupta. MINERALOCORTICÓIDES Os mineralocorticóides são corticóides que interferem no equilíbrio de minerais pelo corpo. o córtex da suprarenal a secretar os respectivos hormônios de cada zona do mesmo. A aldosterona é o principal mineralocorticóide produzido pela zona glomerulosa da adrenal. produzida pelos pulmões). como por exemplo. mas de maneira crescente e moderada. por meio do fator liberador de corticotropina (CRF). para que o hipotálamo também seja desinibido de maneira gradativa e volte a secretar CRF. tem a capacidade de inibir a secreção de CRF pelo hipotálamo. em maioria. lobo anterior da glândula hipófise. Este hormônio. por sua vez. Os glicocorticóides (sejam eles endógenos ou exógenos. estimula grupos específicos de células produtoras de hormônios da adenohipófise. OBS²: O uso prolongado de corticóides exógenos pode fazer com que o córtex da supra-renal deixe de funcionar e. água. glicocorticóides e estradiol e testosterona. a adenohipófise passa a sintetizar e secretar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). como a aldosterona. cuja ação periférica está relacionada com a reabsorção de sódio em nível tubular renal. por fim. podendo causar sinais e sintomas específicos assim que o fármaco é retirado (quadro conhecido como Síndrome de Addison). é transformada. cuja ação está relacionada com o metabolismo dos carboidratos (é considerado um hormônio hiperglicemiante) e das proteínas. em angiotensina II. consequentemente. o rim tenta controlá-la liberando renina.1 EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL O hipotálamo é o principal responsável por iniciar a cadeia de sinais que estimulam. O hipotálamo. Esta é uma enzima que. converte angiotensinogênio (produzido pelo fígado) em angiotensina I que. por meio da alça curta de feedback negativo (ou retroalimentação negativa). Esta entrada de sódio e água nos vasos faz com que a volemia intravascular aumente e. Uma vez estimulado pelo ACTH. Quando um paciente apresenta uma baixa na pressão arterial. quando em excesso. agindo em nível da alça longa de feedback negativo. Caso a retirada do fármaco seja feito de maneira abrupta. fazendo com que a pressão tenda a subir. De uma forma geral. com isso. mimetizando ainda mais no aumento da pressão arterial: a aldosterona faz com que haja uma maior reabsorção de sódio pelos rins para o sangue e. por meio da enzima conversora de angiotensina (ECA. estimula todas as células produtoras de hormônios das três zonas desta região. são: inibição da atividade inflamatória. tirosina cinase ou receptores ionotrópicos. apresentando o ciclopentanoperidrofenantreno como um radical comum. ela dará origem a três vias metabólicas que resultarão na formação de um dos três principais hormônios corticais: aldosterona. as gônadas (ovários e testículos) são os principais sítios de produção dos mesmos. Ambos os tipos de cortisol (tanto endógeno. do tipo intracelular). ação antipirética e ação analgésica. É este grupo químico que confere às moléculas as suas características lipofílicas.1 GLICOCORTIC€IDE O glicocorticóide. glicocorticóides. fosforila e ativa ainda mais a enzima colesterol desmolase. estes hormônios apresentam funções adversas no organismo. MECANISMO DE A‚ƒO DOS GLICOCORTIC†IDES Os efeitos dos medicamentos antiinflamatórios. são drogas lipof‚licas (o que já nos indica que os receptores destes hormônios não são de superfícies celulares. Embora seja considerável a produção destes hormônios pela zona reticulada da adrenal. S…NTESE DOS H ORM„NIOS C ORTICAIS Os hormônios corticais (aldosterona. testosterona e alguns androgênios) são horm•nios esteroidais de alto coeficiente óleo/água (o que significa que estes hormônios se solubilizam melhor em meios oleosos). principal cortisol endógeno. O fato de todos os hormônios do córtex da adrenal serem classificados como esteróides. é responsável. Este produto serve como substrato para diferentes enzimas localizadas em diferentes zonas do córtex da adrenal. Os glicocorticóides. Além disso. pois favorece a gliconeogênese. é produzido pelas células da zona fasciculada do córtex da medula da adrenal. principalmente). nos remete ao fato de que eles são todos derivados do colesterol. mas sim. cortisol e testosterona. Pacientes que fazem uso prolongado de corticóides exógenos podem desenvolver diabetes por causa da ação hiperglicemiante deste hormônio. Esta enzima. De forma semelhante. sendo então transformado em pregnolona. pelo metabolismo da glicose e de proteínas. sinaliza e estimula o núcleo destas células a sintetizar a proteinaquinase A (PKA). Trata-se de um hormônio hiperglicemiante. como já foi relatado.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. são uma série de medicamentos antiinflamatórios que apresentam uma função somada: a imunossupressora. o cortisol endógeno (produzido pela zona fasciculada do córtex da glândula adrenal) se liga a uma outra proteína plasmática circulante. ou seja. Dependendo de qual enzima a pregnolona servirá como substrato. Daí a importância do ACTH para a síntese dos hormônios esteroidais: o ACTH se liga ao seu receptor intracelular em nível das células do córtex da adrenal. Desta maneira. principalmente. independentemente de ser esteroidal ou não. por sua vez. quanto exógeno) devem se desassociar das proteínas plasmáticas com as quais circulam para só assim. O colesterol que chega ao córtex da adrenal sofre a ação da enzima colesterol desmolase. adentrar na célula e ativar o seu receptor intracelular. Os corticóides atuam via receptores hormonais intracelulares que independem de proteína G. como é o caso da propriedade cardioprotetora do estradiol. respectivamente. 3 . Quando o indivíduo faz uso de corticóide por qualquer que seja o motivo ou via de administração (oral ou parenteral. a droga vai se ligar à albumina. ao chegar ao sangue. sendo esta fração ligada também a sua forma inativa. corticóide ligado à proteína plasmática. responsável por converter o colesterol em pregnolona. Como foi visto. o fármaco ainda apresenta-se na sua forma inativa (fração ligada do fármaco). ESTRADIOL E TESTOSTERONA O estradiol e a testosterona são hormônios responsáveis pelo desenvolvimento de caracteres sexuais femininos e masculinos. ou seja. a globulina ligante de cortisol (α-2-globulina). mas sim. sensibilizando e ativando. o dom†nio efetor do receptor de cortic€ide encontra-se encoberto por uma prote†na de choque t„rmico chamada HSP90. domínio de ligação do hormônio (s†tio respons…vel por receber o cortic€ide). 4 . sem a presen‚a dos cortic€ides. O receptor intracelular de um horm‡nio esteroidal apresenta tr‰s s†tios ou dom†nios: sítio de localização nuclear. entrar na c„lula e ir ao encontro do seu receptor intracelular. Quando o cortisol „ distribu†do aos tecidos e se tornam ativos (ou seja. como o TNF-α. eles interferem nƒo s€ na forma‚ƒo do …cido araquid‡nico. etc. portanto. O complexo cortic€ide-receptor ativo (livres da HSP90) se liga a outro complexo tamb„m ativo. A partir do momento que os cortic€ides ativam a transcri‚ƒo de anexina-1 e inibem a fosfolipase A2. subunidade prot„ica respons…vel por estabilizar e inativar o receptor. formando um d‚mero capaz de entrar no nˆcleo da c„lula e exercer a sua fun‚ƒo que ser… descrita adiante. sƒo induzidas por citocinas liberadas pelas c„lulas do sistema imune. Devido a este d„ficit de ativa‚ƒo do cortisol end€geno. o receptor de cortic€ides exerceria a sua fun‚ƒo sem ser necess…ria a sua liga‚ƒo com este horm‡nio. sofreria a‚ƒo das lipoxigenases e das cicloxigenases. IL-2. Os antiinflamat€rios esteroidais. existem dois tipos de receptores para os glicocortic€ides: os receptores α e os receptores β. forma com ele um complexo que induz a uma mudan‚a conformacional deste receptor. passa a ativar alguns fatores de transcri‚ƒo e inibir outros. A frequente presen‚a destes receptores em tantos tipos celulares justifica a grande variedade de efeitos colaterais destes f…rmacos. o organismo expressa uma grande quantidade de α-2-globulina. se desliga das prote†nas plasm…ticas). ou seja. mol„culas de adesƒo. ativam a anexina-1 (a qual inibe a fosfolipase A2) e inibem os fatores de transcri‚ƒo NFκB e AP-1 (que inibem outros mediadores da inflama‚ƒo e citocinas envolvidas nas respostas imunol€gicas). sítio de ligação do DNA (ou dom†nio efetor). ele se torna capaz de atravessar a membrana plasm…tica. A partir do momento que o cortic€ide se liga ao seu dom†nio de liga‚ƒo. justificando o seu efeito antiinflamat€rio e imunossupressor. Inativando estes fatores de transcri‚ƒo. Quando o cortic€ide se desliga de seu receptor.  Ativa‚ƒo do fator de transcri‚ƒo anexina-1 (chamada antigamente de lipocortina-1). Em condi‚Šes normais. respons…veis pela produ‚ƒo de citocinas capazes de ativar e de exercer papel quimiot…tico sobre c„lulas do sistema imune. Na maioria das c„lulas. fator respons…vel por inibir a enzima fosfolipase A2. fazse necess…rio a administra‚ƒo de cortisol ex€geno. 4 OBS : A HSP90 „ de fundamental importŒncia na regula‚ƒo da s†ntese prot„ica. As a‚Šes nucleares do d†mero cortic€ide-receptor sƒo:  Inativa‚ƒo dos fatores de transcri‚ƒo NF-κB e AP-1. que ser… capaz de adentrar no nˆcleo e realizar efeitos sobre o material gen„tico da c„lula. ao chegar ao nˆcleo da c„lula com seu dom†nio de liga‚ƒo do DNA livre. induzindo a inativa‚ƒo em larga escala do cortisol end€geno. Se esta prote†na nƒo existisse. a HSP90 volta a se ligar com o receptor e inibir o seu dom†nio efetor.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. mas de todos os produtos da quebra do …cido araquid‡nico por meio das enzimas cicloxigenase e lipoxigenase. Vale lembrar que a COX-2 e a COX-3 sƒo enzimas nƒo constitutivas (diferentemente da COX-1). que quebra fosfolip†deos de membrana para formar …cido araquid‡nico. imunoglobulinas. desprendendo-se do receptor e exibindo o dom†nio ligante de DNA. que por sua vez. O d†mero. o receptor dos cortic€ides. exercendo o seu efeito e debelando o processo inflamat€rio e justificar o seu efeito imunossupressor.1 3 OBS : Durante um processo inflamat€rio intenso. Quando o horm‡nio se liga ao seu receptor. ele promove uma mudan‚a conformacional no receptor de forma que a HSP90 perca sua afinidade por ele. desta maneira. o cortic€ide interfere diretamente na s†ntese de mediadores pr€-inflamat€rios. enzimas (como as cicloxigenases). 5 . os AINEs sƒo administrados por curtos per†odos (cerca de 15 dias). Sem a expressƒo do GLUT-4. • interessante. com a presen‚a de algumas lesŠes hipercr‡micas (estrias). Isto faz com que este a‚ˆcar se acumule cada vez mais no sangue. METABOLISMO DOS LIPÍDEOS Os glicocortic€ides intensificam a a‚ƒo de catecolaminas end€genas (principalmente. Isto ocorre porque a aldosterona (que „ um mineralocortic€ide) „ quimicamente semelhante ao cortisol. mas passam a produzir este a‚ˆcar em larga escala. pacientes hipertensos evitarem corticoides com a‚ƒo mineralocorticoide (como a Cortisona) e utilizarem outros que apresentam minimamente este car…ter (Prednisolona e Dexametasona). Se um processo inflamat€rio que acomete um paciente diab„tico s€ „ atenuado com o uso de glicocortic€ides. diabetes e osteoporose. A partir do momento que as c„lulas deixam de queimar glicose. hipertensƒo.1 5 OBS : O fato de os AINEs agirem apenas em n†vel citoplasm…tico e os cortic€ides agirem de forma mais sist‰mica (de forma generalizada no organismo). O uso de drogas hiperglicemiantes para este grupo de pacientes exige uma revisƒo posol€gica dos medicamentos hipoglicemiantes que estes faziam uso previamente. passa a caracterizar a chamada síndrome de Cushing: membros superiores e inferiores emagrecidos devido Ž perda de massa muscular. OBS7: A prescri‚ƒo de cortic€ides (como a Dexametasona) para pacientes diab„ticos „ uma conduta de extremo risco. as c„lulas musculares e adiposas (que compŠem tecidos de alto metabolismo e sƒo dependentes de GLUT-4 para queima de glicose) tornam-se incapazes de captar glicose do sangue. em n†vel nuclear. podendo levar Ž diabetes em pacientes que fazem uso deste tipo de droga por um tempo prolongado. Este efeito estimula Ž ativa‚ƒo de uma prote†na cinase A (PKA) que passa a fosforilar lípases respons…veis por degradar lip†deos e aumentar as concentra‚Šes de …cidos graxos livres que passam a se depositar em regiŠes nƒo tƒo comuns. Isto ocorre porque os glicocortic€ides estimulam a expressƒo de proteases que passam a degradar prote†nas deste tecido. ao se fazer uso de cortic€ides por tempos prolongados. desencadeiam uma via de transdu‚ƒo de sinal que envolve o aumento dos n†veis de AMPc nas c„lulas. METABOLISMO DAS PROTEÍNAS O uso de cortic€ides pode levar a uma degenera‚ƒo da musculatura esquel„tica. Da† a importŒncia de realizar o acompanhamento adequado dos pacientes que fazem uso de cortic€ides. aumentando as doses destes medicamentos. nas costas e na face (f…cies em “luacheia”). A aldosterona age no rim. pele fina e fr…gil. levando o indiv†duo a quadros de astenia (fraqueza muscular generalizada). enquanto que os cortic€ides sƒo utilizados por per†odos mais longos (de meses a anos). A‚‡ES FARMACOL†GICAS DOS G LICOCORTIC†IDES METABOLISMO DA GLICOSE Os glicocortic€ides recebem esta denomina‚ƒo por serem capazes de aumentar os n†veis de glicose no sangue (sƒo hiperglicemiantes) por meio de dois mecanismos:  Diminuem a capta‚ƒo e utiliza‚ƒo da glicose pelas c„lulas por inibirem a expressƒo do GLUT (glucose transporter). nervosismo. portanto. a glicemia tende a aumentar. no pesco‚o. a adrenalina e a noradrenalina). O tecido adiposo apresenta receptores adren„rgicos do tipo β3 que. pŠe esta s„rie de f…rmacos sob uma prescri‚ƒo de obrigat€rio controle. 6 OBS : Todos os glicocortic€ides t‰m alguma atividade mineralocortic€ide. quando ativados pelas catecolaminas end€genas. e eles t‰m atividade parcial nos receptores do outro. embora seja necess…ria.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. este paciente deve fazer uso deste tipo de medicamento avaliando-se o fator risco/benef†cio. dep€sito de gordura no tronco. promovendo a reten‚ƒo de …gua e s€dio e excre‚ƒo de pot…ssio. Isto caracteriza uma redistribui‚ƒo anormal de gordura que. principalmente devido ao efeito imunossupressor da droga. Realiza ainda vasoconstri‚ƒo. ruboriza‚ƒo da face. A administra‚ƒo de insulina ainda pode ser uma op‚ƒo interessante.  Aumento da gliconeog‰nese devido a uma maior expressƒo de enzimas que promovem este evento. Al„m disso. retina. ouvidos e nariz: os cortic€ides sƒo drogas muito utilizadas na dermatologia e na oftalmologia uma vez que inflama‚Šes nestes locais geralmente s€ sƒo debeladas por meio do uso de cortic€ides. a migra‚ƒo e a ativa‚ƒo das mesmas.  Rea‚Šes al„rgicas graves  Tratamento de doen‚as auto-imunes graves  Evitar a rejei‚ƒo ap€s transplantes de €rgƒos. interferindo na transcri‚ƒo g‰nica. pois este ainda tem que atuar no nˆcleo para s€ entƒo alterar a maquinaria enzim…tica da c„lula. ao se fazer uso de anti-histam†nicos associados a glicocortic€ides. os asm…ticos apresentam uma broncoconstric‚ƒo basal continua. pele. evitase a degranula‚ƒo destas c„lulas bem como o recrutamento. o que permite Ž crian‚a usar dissacar†deos presentes no leite materno. sƒo medicamentos imunossupressores (agindo sempre em n†vel nuclear). Isso acontece porque os glicocortic€ides:  Inibem a absor‚ƒo de c…lcio no TGI 2+  Estimulam a excre‚ƒo do Ca pelos rins  Inibem os osteoblastos (que recolhem o c…lcio do sangue para depositar nos ossos)  Ativam os osteoclastos (que recolhem o c…lcio da matriz €ssea para lan‚ar na corrente sangu†nea) Do mesmo modo de um paciente diab„tico. 8 OBS : Mulheres gestantes com risco de aborto ou de parto pr„-termo geralmente fazem uso de glicocortic€ides que estimulam a s†ntese de surfactante (substŒncia que diminui a tensƒo superficial dos alv„olos) pelas c„lulas pulmonares do concepto. o uso de glicocortic€ides para mulheres vivem o climat„rio (menopausa).  Tratamento prolongado da asma: acontece de maneira semelhante ao choque anafil…tico. No pulmƒo passa-se algo semelhante. Da† a importŒncia do uso de cortic€ides: para degranular histamina.  Terapia antiinflamatória e imunossupressora: a resposta antiinflamat€ria de um MAINE „ muito mais r…pida que de um cortic€ide. mesmo por microorganismos normalmente in€cuos ou pouco agressivos (Ex: leveduras. por„m. INDICA‚‡ES CL…NICAS  Administração: via oral.  Terapia de substitui‚ƒo do cortisol no Doen‚a de Addison. estes tem apenas um efeito preventivo cr‡nico. o cortic€ide „ muito mais potente pois al„m de realizar sua a‚ƒo antiinflamat€ria. O cortisol auxilia a diferen‚ia‚ƒo da mucosa intestinal do fen€tipo fetal para o fen€tipo adulto. O uso de adrenalina neste tipo de choque est… indicado para promover vasoconstric‚ƒo imediata e inibir a hipotensƒo arterial. induzindo a inibi‚ƒo da resposta imune e estimulando um processo de tolerŒncia imunol€gica.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. o cortisol favorece a matura‚ƒo do SNC. olhos. „ necess…rio o uso de cortic€ides. substŒncia de extrema importŒncia na cicatriza‚ƒo.1 METABOLISMO ÓSSEO Um dos fatores mais limitantes para o uso dos cortic€ides „ o seu papel no metabolismo €sseo que podem gerar osteoporose. PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS  Susceptibilidade a infec‚Šes. e. 6 . candid†ase). Esta ter… a sua s†ntese inibida por meio do uso de cortic€ides. al„m da s†ntese de outras substŒncias que favorecem a passagem do ar pelos br‡nquios do mesmo. nas ˆltimas semanas de gesta‚ƒo os glicocortic€ides aumentam a s†ntese de surfactante (sendo usados para induzir a maturidade pulmonar em rec„m-nascidos prematuros). 10 OBS : Pacientes que fazem uso cr‡nico de cortic€ides possuem uma grande dificuldade na cicatriza‚ƒo de lesŠes pois estas drogas promovem a transcri‚ƒo g‰nica da colagenase. tracto gastrointestinal e pulmŠes. enzima respons…vel por degradar o col…geno. deve ser extremamente pr„-avaliado quanto ao risco/benef†cio. apresentando uma gama de efeitos indesejados. aerossol e parenteral. Portanto. os mast€citos devem ser ativados pela IgE. que j… possui baixos n†veis de estrog‰nio (horm‡nio osteoprotetor).  Tratamento do choque anafil…tico: esta acontece quando os mast€citos degranulam histamina ao entrarem em contato com um al„rgeno.  Maior probabilidade de surgirem ferimentos por diminui‚ƒo da actividade dos fibr€citos.  Tratamento de inflama‚Šes da pele. t€pica. Em contrapartida. As substŒncia usadas para o al†vio imediato da asma sƒo substŒncias simpatomim„ticas como os agonistas-β2. 9 OBS : No feto.  Perda de massa €ssea devido Ž inibi‚ƒo da fun‚ƒo dos osteoblastos. uma vez que o choque anafil…tico „ resultado de uma grande degranula‚ƒo de histamina por c„lulas do sistema imune (como os mast€citos).  Repara‚ƒo de ferimentos mais lenta. Neste caso. mais importante. Por„m. a velocidade de desenvovimento alveolar e do epit„lio respirat€rio „ acentuada pelo cortisol. neoplásicas (manejo paliativo de leucemias e linfomas em adultos. a dose é determinada mais em função da gravidade do estado e da resposta do paciente do que pela idade ou peso corporal. Hipertensão intracraniana benigna Glaucoma. doenças reumáticas. juntamente à adrenalina. Corticosteróide. Tratamento dermatológico em crianças e lesões de face. anemia hipoplástica congênita. Forma parenteral IM em adultos: 15 a 240mg/dia. doenças do colágeno. Redistribuição do tecido adiposo (gordura) da periferia (nádegas e membros) para o centro (abdominal e peritoneal).  Betametasona: pouco efeito mineralocorticóide. etc. 0. tratamento do choque. triquinose com compromisso do miocárdio. Doses pediátricas insuficiência adrenocortical: 0. Obesidade Euforia alternada com depressão. Cataratas. doenças gastrintestinais (para ajudar o paciente a superar períodos críticos em colite ulcerativa e enterite regional). doenças alérgicas.56mg/kg/dia ou 15 a 20mg/m 2/dia. Hipernatrémia com aumento da tensão arterial Hipocaliémia Perda de cálcio. PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO G RUPO DOS GLICOCORTIC†IDES  Hidrocortisona (Acetato de Hidrocortisona®. Antiinflamatório esteróide e Imunossupressor. Osteoporose Perda da massa muscular.  Corticosterona  Dexametasona (Maxtrol®. Adultos comprimidos/suspensão oral: 20 a 240mg/dia em dose única ou dividida em várias ingestões. convertendo-se em prednisolona. fraqueza.1                  Hipercoagulabilidade do sangue.  Metilprednisolona  Budesonide: usado na pele (creme) e como aerosol na asma e rinite alérgica. 5 a 75mg a cada 2 ou 3 semanas. é inativada. Aumento do catabolismo protéico com perda de massa muscular. O Diprospan® (dipropionato de betametasona + fosfato dissódico de betametasona) é um corticóide de absorção rápida utilizado para casos emergenciais de reações alérgicas do tipo anafilactóide. Doses pediátricas: insuficiência adrenocortical IM. anemia hemolítica adquirida. Face em lua: alteração da conformação devido à perda de musculo e modificação da depoisição da gordura. …NDICE FARMACOL†GICO DESENVOLVIDO HIDROCORTISONA  Propriedades. estados edematosos. Cortisonal®. quando há déficites na sua produção normal.  Posologia.  Beclometasona: usado na pele e como aerosol na asma e rinite alérgica. Diminuição do uso da glicose. 0. Supressão da capacidade do doente de fabricar o seu próprio cortisol devido à atrofia do córtex da adrenal por feedback negativo. Aumento do uso dos lípidos como fonte de energia.  Cortisona: tem efeitos mineralocorticóides acentuados. hiperglicémia. Adultos: injeção intra-articular. Insuficiência adrenocortical aguda ou primária crônica.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. Outras indicações: IM. trombocitopenia secundária em adultos. O Decadron® é bastante utilizado. Síndrome de Cushing iatrogénico (causado pelo medicamento).66 a 4mg/kg a cada 12 ou 24 horas.56 mg/kg/dia. doenças oftálmicas. para tratar edema de glote secundário à reação anafilática. e de leucemia aguda na infância). Quando biotransformada.  Prednisolona (Predsim®): primeira escolha na inflamação sistêmica. estimulo da gliconeogénese. Em crianças. Decadron®): pouco efeito mineralocorticóide.  Prednisona: para se tornar ativa.  Indicações. Otosporin®.): fármaco usado para substituição de cortisol. Androcortil®. Doenças respiratórias. Consiste no metabólito ativo biotransformado da prednisona. Desordens menstruais. 7 . deve ser biotransformado pelo citocromo P450. portanto aumenta o risco de hepatotoxicidade. erupção cutânea.  Reações adversas. são mais propensos a apresentar osteoporose induzida por corticóides. Em crianças e adolecentes o tratamento crônico com dexametasona. síndrome de Cushing. fratura intra-ocular.Os glicosídeos digitálicos aumentam o risco de arritmias. miastenia gravis. principalmente mulheres. dor ou formigamento perto do local da injeção. Diminui os efeitos dos anticoagulantes derivados da cumarina.  Indicações. osteoporose.  Posologia.5mg a cada 6 horas durante 48 horas. O risco de se produzirem reações adversas. estreptoquinase ou uroquinase. É recomendável a administração de dose mínima eficaz durante o tratamento mais curto possível. por isso. Tratamento da síndrome de angústia respiratória em adultos por insuficiência pulmonar pós-traumática.5mg) a 9mg/dia em 1 só dose ou fracionada em várias doses. A administração local reduz. TBC ativa. vômitos. Os anticoncepcionais orais ou estrogênios aumentam a meia-vida dos corticóides e. aumenta o risco de infecção e.  Interações. polidipsia.1  Reações adversas. deverá ser feito repouso. Síndrome de Cushing. disfunção renal severa. debilidade muscular. tanto sistêmicas quanto locais. Podem aumentar a concentração de glicose no sangue. diabetes mellitus. cãibras. perturbações psíquicas (obnubilações. É indicada no tratamento de várias patologias devido a seus efeitos antiinflamatórios e imunossupressores. Não foram descritos problemas na lactação com doses fisiológicas baixas.via oral: 500mg (0. em pacientes geriátricos e pediátricos aumenta o risco de reações adversas. porém doses maiores excretam-se no leite materno e podem causar diminuição do crescimento de crianças e inibição da produção de esteróides andrógenos. delírio). Não é recomendável a administração de vacinas de vírus vivos a pacientes que recebem doses farmacológicas de corticóides. melena. As perturbações psíquicas também podem estar relacionadas com a dose. acne ou problemas cutâneos. debilidade muscular. Tratamento do choque por insuficiência adrenocortical e como coadjuvante no tratamento do choque associado com reações anafiláticas.  Precauções. Parenteral: adultos: injeção intra-articular ou em tecidos moles: 4 a 16mg repetidas a cada 1 a 3 semanas.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. Diagnóstico da síndrome de Cushing. Adultos .  Contra-indicações. e em menor grau com a dose. Considerar que aumenta o risco de infecção durante o tratamento. Não é recomendável a injeção na articulação onde tenha havido ou esteja em andamento uma infecção. hematomas não habituais. diminuição do crescimento em crianças e adolecentes. alterações do ciclo menstrual. Hipersensibilidade aos componentes. o de efeitos adversos. hematomas não-habituais. Infecção fúngica sistêmica. DEXAMETASONA  Propriedades. insuficiência cardíaca congestiva. hipertensão. aumenta com a duração do tratamento ou com a frequência de administração. em pacientes pediátricos ou geriátricos. disfunção hepática. sensação de falta de ar. estrias avermelhadas. Prevenção da Síndrome de membrana hialina (aceleração da maturação pulmonar fetal). Aumenta o risco de úlcera ou hemorragia gastrintestinal com os antiinflamatórios não esteróides 8 . O uso de outros imunossupressores com doses imunopressoras de corticóides pode aumentar o risco de infecção e a possibilidade de desenvolvimento de linfomas e outros distúrbios linfoproliferativos. hipotensão. articulação instável. Para todas as indicações deve-se avaliar a relação risco-benefício em presença de AIDS. Antiinflamatório esteróide e imunossupressor. Para injeção intra-articular: anterior à artroplastina articular. glaucoma de ângulo aberto. Durante o tratamento. O uso simultâneo com paracetamol aumenta a formação de um metabólito hepatotóxico deste. intramuscular: 8 a 16mg com intervalos de 1 a 3 semanas. Terapêutica substitutiva no tratamento de insuficiência supra-renal. transtornos da coagulação sangüínea. Isquemia cerebral. queimação. os idosos.  Interações.O risco de edema pode aumentar com o uso simultâneo de andrógenos ou esteróides anabólitos. mas não elimina. proporciona um alívio sintomático. São de incidência menos freqüente: visão turva ou diminuída. adormecimento.67mg/m 2 ao dia fracionada em 3 doses. As injeções intraarticulares serão repetidas com uma freqüência não superior a 3 semanas. É muito provável que os pacientes de idade avançada em tratamento com corticóides desenvolvam hipertensão. Não foi estabelecida a dose para crianças.0233mg/kg ou 0. psicose. náuseas ou vômitos. porém não tem efeito sobre o desenvolvimento da doença subjacente. Após cada uma. hipertireoidismo. diminuição do crescimento em crianças e adolescentes. ilusões. Durante o uso a longo prazo podem ocorrer: ardor abdominal.  Precauções. arritmias. Os antidepressivos tricíclicos não aliviam e podem exacerbar as perturbações mentais induzidas pelos corticóides. Aumenta o risco de hepatoxicidade quando empregada simultaneamente com doses elevadas de paracetamol ou em tratamentos crônicos. pancreatite. tanto em doses fisiológicas como farmacológicas pode produzir inibição do crescimento. depressões ou outras mudanças do estado anímico. rubor no rosto ou bochechas. dor e formigamento na região da injeção. Além disso. Requerem atenção médica se forem provocados durante o uso prolongado: úlcera péptica. o risco de efeitos sistêmicos. Teste diagnóstico da Síndrome de Cushing: oral: 1mg em 1 só dose à noite ou 0. hipertensão. náuseas. feridas que não cicatrizam. heparina. ardor. razão pela qual será necessário adequar a dose de insulina ou de hipoglicemiantes orais. incômodo. O risco de que sejam provocadas reações adversas com doses farmacológicas aumenta com a duração do tratamento ou com a freqüência da administração. Com a injeção local podem aparecer lesões em tecidos articulares ou reações alérgicas locais. aumento da sede. O uso com analgésicos não-esteróides (AINE) pode aumentar o risco de úlcera ou hemorragia gastrintestinal. paranóia. cardiopatia. dado que a reprodução dos vírus da vacina pode potencializar-se. lúpus eritematoso. seus efeitos tóxicos. São de incidência menos freqüente: visão turva. Doses pediátricas: 0. mialgias. miopatia por esteróides. É selecionável quando se requer um corticóide de ação prolongada. urticária. alucinações. Recomenda-se a dose mínima eficaz durante o tratamento mais curto possível. aumenta o risco de infecções em pacientes pediátricos ou geriátricos ou imunocomprometidos. adormecimento. Em esclerose múltipla: na exacerbação aguda da esclerose múltipla a administração de 200mg diários de prednisona durante uma semana. doenças reumáticas. Aumenta o metabolismo da mexiletina. São de incidência menos freqüente: visão turva ou diminuída. hipotensão. arritmias. acne ou problemas cutâneos. O uso com analgésicos não-esteróides (AINE) pode aumentar o risco de úlcera ou hemorragia gastrintestinal. Não se recomenda a administração de vacinas de vírus vivos. mas não tem efeito sobre o desenvolvimento da doença subjacente. doenças reumáticas. Os antidepressivos tricíclicos não aliviam e podem exacerbar as perturbações mentais induzidas pelos corticóides.  Interações. doenças oftálmicas. miastenia gravis. necrose hepática subaguda. doenças neoplásicas (manejo paliativo de leucemias e linfomas em adultos e de leucemia aguda na infância). A anfotericina-B parenteral pode provocar hipocalemia grave em associação com glicocorticóides. feridas que não cicatrizam. heparina. seguidos por 80mg/dia durante um mês. lúpus eritematoso. do dobro da dose diária prescrita. doenças do colágeno. síndrome adrenogenital. Diminui os efeitos dos anticoagulantes derivados da cumarina. depressões ou outras mudanças do estado anímico. Em mulheres de idade avançada pode ocorrer osteoporose induzida por corticóides. hepatite crônica ativa.1 (AINE). TBC ativa e disfunção renal severa. pênfigo. alterações do ciclo menstrual. É um potente glicocorticóide sintético com pouca ação mineralocorticóide. hipertensão. Insuficiênca adrenocortical aguda ou primária crônica. urticária. infecção sistêmica por fungos. cardiopatia. infecção periarticular.Os glicosídeos digitálicos aumentam o risco de arritmias. O uso simultâneo com paracetamol aumenta a formação de um metabólito hepatotóxico deste. tuberculose ativa. disfunção renal ou hepática grave. o uso prolongado de corticóides pode elevar a pressão arterial.  Contra-indicações. portanto aumenta o risco de hepatotoxicidade. estrias avermelhadas. Aumentam com a duração do tratamento ou com a freqüência de administração e. Para uma equivalência oral em mg (5) possui uma potência antiinflamatória de 4 e uma retenção sódica de 0. trombocitopenia secundária em adultos. durante a manhã. Para todas as indicações. Em pacientes de idade avançada. doenças dermatológicas (dermatite. anemia hipoplásica congênita. diabetes mellitus.  Indicações. insuficiência cardíaca congestiva. tratamento do choque. articulação instável. em menor grau. Durante o tratamento. PREDNISOLONA  Propriedades. Podem aumentar a concentração de glicose no sangue. doenças alérgicas ou inflamatórias. pancreatite. A relação risco-benefício deverá ser avaliada para todas as indicações a seguir: AIDS.8. estreptoquinase ou uroquinase. O uso de antiácidos diminui a absorção da dexametasona. PREDNISONA  Propriedades. Tratamento de choque por insuficiência adrecortical e como coadjuvante no tratamento de choque associado com reações anafiláticas. alucinações. com a posologia. imunossupressor. Comprimido/suspensão oral: dose inicial de 5mg a 60mg/dia em uma dose única ou fracionada em várias tomadas. síndrome de Cushing. O uso de outros imunossupressores com doses imunopressoras de corticóides pode aumentar o risco de infecção e a possibilidade de desenvolvimento de linfomas e outros distúrbios linfoproliferativos. hematomas não-habituais. Os anticoncepcionais orais ou estrogênios aumentam a meia-vida dos corticóides e. diminuindo sua concentração plasmática. Terapêutica substituta no tratamento de insuficiência supra-renal. psoríase) e doença do colágeno. redução do crescimento em crianças e adolescentes. dado que pode ser potencializada a replicação dos vírus da vacina. Pode ser necessário aumentar a ingestão de proteínas durante o tratamento a longo prazo. Não é recomendável a administração de vacinas de vírus vivos durante a corticoterapia pois a replicação dos vírus da vacina pode ser potencializada. anemia hemolítica adquirida. aumento da sede. infecções virais ou bacterianas nãocontroladas.  Contra-indicações. Corticosteróide. a pode ser necessário ajustar a dose de insulina ou de hipoglicemiantes orais. doenças alérgicas. A administração com o esquema ADT (tratamento em dias alternados) utiliza-se para diminuir a aparição de efeitos indesejáveis dos glicocorticóides nos tratamentos prolongados.  Posologia. insuficiência cardíaca congestiva. náuseas ou vômitos. fratura intra-articular. osteoporose. hepatite alcoólica por encefalopatia. hipertireoidismo. Essas doses podem ser mantidas ou ajustadas em função da resposta terapêutica. sufocação em rosto ou faces.  Indicações. É indicada no tratamento de várias patologias por seus efeitos antiinflamatórios e imunossupressores. razão pela qual será necessário adequar a dose de insulina ou de hipoglicemiantes orais. Infecção fúngica sistêmica. Devido à sua atividade hiperglicemiante intrínseca. 9 . glaucoma de ângulo aberto. Para injeção intrarticular: distúrbios de coagulação sangüínea. antiinflamatório esteróide.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. por isso. doenças respiratórias. sensação de falta de ar. O uso conjunto de glicosídeos digitálicos aumenta a possibilidade de arritmias. disfunção hepática. líquen. o esquema ADT inclui a administração por meio dia. Pode produzir: úlcera péptica. deve avaliarse a relação risco-benefício em presença de Aids.O risco de edema pode aumentar com o uso simultâneo de andrógenos ou esteróides anabólitos.  Precauções. estados edematosos. seus efeitos tóxicos. doenças gastrintestinais (para ajudar o paciente a superar períodos críticos em colite ulcerosa e enterite regional).  Reações adversas. tem resultado efetivo. ardência. glaucoma de ângulo aberto. proporciona um alívio sintomático. lúpus eritematoso. triquinose com compromisso miocárdico. debilidade muscular. hipersensibilidade aos componentes. O risco de edema pode aumentar com o uso simultâneo de andrógenos ou esteróides anabólitos. com a dose. A administração local reduz. dado que a reprodução dos vírus da vacina pode potencializar-se. Durante o tratamento. Podem aumentar a concentração de glicose no sangue. síndrome de Cushing. osteoporose. alterações do ciclo menstrual. os idosos. náuseas ou vômitos. redução do crescimento em crianças e adolescentes. Doses pediátricas: oral. por isso. Para todas as indicações. Antiinflamatório esteróide e imunossupressor. insuficiência cardíaca congestiva. O uso com analgésicos não-esteróides (AINE) pode aumentar o risco de úlcera ou hemorragia gastrintestinal. alucinações. diabetes mellitus.  Precauções. seus efeitos tóxicos. acne ou problemas cutâneos. Não é recomendável a administração de vacinas de vírus vivos a pacientes que recebem doses farmacológicas de corticóides. pancreatite. Acetato de prednisolona injeção intrarticular. lúpus eritematoso. Em outras indicações: 0. dor ou formigamento perto do lugar da injeção. são mais propensos a apresentar osteoporose induzida por corticóides.  Reações adversas. mas não elimina.  Precauções.  Indicações.  Posologia. hipertensão.  Reações adversas. estreptoquinase ou uroquinase. o de efeitos adversos.  Interações. Não foi estabelecida dose para crianças. hematomas não-habituais e feridas que não cicatrizam. hipotensão. Injetável: intrarticular.417 a 1. São de incidência menos freqüente: visão turva ou diminuída. divididas em três ingestões.1  Posologia. Requerem atenção médica se forem produzidos durante o uso a longo prazo: úlcera péptica.16 a 1mg/kg a cada 12 ou 24 horas. Mesmas da Prednisona.117mg por kg de peso corporal ou 3.  Interações. dose limite para adultos: até 250mg/dia. em pacientes pediátricos ou geriátricos. hipertireoidismo. repetidos com intervalos de 3 dias a 4 semanas. intralesional ou intrasinovial: 20 a 80mg. doses pediátricas insuficiência adrenocortical: 0.Os glicosídeos digitálicos aumentam o risco de arritmias. Além disso. heparina. distúrbios da coagulação sangüínea. depressões ou outras mudanças do estado anímico. miastenia grave. cardiopatia. É recomendável a administração de dose mínima eficaz durante o tratamento mais curto possível. aumento da sede. Os anticoncepcionais orais ou estrogênios aumentam a meia-vida dos corticóides e. o risco de efeitos sistêmicos. O uso simultâneo com paracetamol aumenta a formação de um metabólito hepatotóxico deste. intralesional ou em tecidos moles: 4 a 100mg. Em insuficiência adrenocortical: de 0.33mg por metro quadrado de superfície corporal fracionados em três ou quatro tomadas. estrias avermelhadas. Não é recomendável a injeção na articulação onde tenha havido ou esteja em andamento uma infecção. disfunção hepática. Os antidepressivos tricíclicos não aliviam e podem exacerbar as perturbações mentais induzidas pelos corticóides. O risco de que sejam produzidas aumenta com a duração do tratamento ou com a freqüência da administração e. Via oral adultos: 5 a 60mg/dia. mesmo que a dose para crianças seja determinada mais pela necessidade do estado e a resposta do paciente. seguidos de 80mg em dias alternados durante um mês. ardor. Mesmas da Prednisolona. aumenta o risco de infecção e.Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P4 – 2009. Dose para o adulto: oral. Infecção fúngica sistêmica e hipersensibilidade aos componentes. em 1 única dose ou divididos em várias ingestões. a relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de Aids. METILPREDNISOLONA  Propriedades. TBC ativa e disfunção renal grave. adormecimento. Mesmas da Prednisolona.14mg/kg ou 4mg/m 2 a cada 3 dias. Para injeção intrarticular anterior à artroplastia articular. portanto aumenta o risco de hepatotoxicidade. urticária.5 a 50mg por metro quadrado de superfície corporal ao dia fracionados em três ou quatro tomadas. sensação de falta de ar e ardor no rosto.  Contra-indicações. de 4 a 48mg ao dia em uma dose única ou fracionada em várias tomadas. O uso de outros imunossupressores com doses imunopressoras de corticóides pode aumentar o risco de infecção e a possibilidade de desenvolvimento de linfomas e outros distúrbios linfoproliferativos. de 0. arritmias. glaucoma de ângulo aberto. se for necessário.67mg por kg de peso corporal ou de 12. Doses pediátricas insuficiência adrenocortical: IM 0. É muito provável que os pacientes de idade avançada em tratamento com corticóides desenvolvam hipertensão. articulação instável. fratura intrarticular. em menor grau. Em esclerose múltipla: 200mg diários durante uma semana. 10 .14mg/kg ou 4mg/m 2/dia. IM: 4 a 60mg/dia. debilidade muscular. principalmente mulheres. Diminui os efeitos dos anticoagulantes derivados da cumarina. razão pela qual será necessário adequar a dose de insulina ou de hipoglicemiantes orais. Mesmas da Prednisolona.  Contra-indicações.
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