Língua Portuguesa 3Literatura Colonial Capítulo 1 01. Classifique as cantigas abaixo, usando o código: I. de amor III. de escárnio II. de amigo IV. de maldizer a) ( ) Pela ribeira do riso salido (1) trebelhei (2), madre, con meu amigo: amor ei migo, que non ouvesse; (3) fiz por amigo que non fezesse! (4) Pela ribeira do rio levado trebelhei, madre, com meu amado: amor ei migo, que non ouvesse, fiz por amigo que non fezesse! João Zorro d) ( ) Pero Rodriguez, da vossa molher non creades mal que vos ome diga, ca entend’eu dela que ben vos quer e quem end’al disser, dirá nemiga (1); e direi-vos em que lhe entendi: en outro dia, quando a fodi, mostrou-xi-mi muito por voss’amiga. Martim Soares Vocabulário: 1. mentiras, falsidades. Leia o texto a seguir e responda à questão 02. Ai, madre, bem vos digo: mentiu-mh o meu amigo: sanhuda lh’and’eu’. Do que mh-ouve jurado, pois mentiu per seu grado, sanhuda lh’and’eu’. Non foi u ir avia. mais bem des aquel dia sanhuda lh’and’eu’. Non é de mi partido, mais por que mh-á mentido, sanhuda lh’and’eu’. In: PINA, Julieta Moreno. O tempo e a palavra. Porto, Portugal: Areal editores, 1991, p.33. Vocabulário 1. “Pela margem onde corre o rio”; 2. “brinquei”; 3. “Antes não tivesse tanto amor comigo”; 4. “Fiz pelo meu amigo o que não devia ter feito”. b) ( ) Ua donzela coitado d’amor por si me fez andar; e en sas feituras falar quero eu, come namorado: rostr’agudo como foron, barva no queix’eno granhon (1), e o ventre grand’e inchado. Sobrancelhas mesturadas, grandes e mui cabeludas, Sobre-los olhos merjudas; e as tetas pendoradas e mui grandes, per boa fé; a un palm’ e meio no pé e no cós três polegadas. Vocabulário: 1. bigode c) ( ) Pero Viviães Vocabulário Madre: mãe Sanhuda lh’and’eu’: ando zangada com ele Mentiu per seu grado: mentiu porque o quis fazer Non foi u ir avia: não foi aonde havia de ir Non é de mi partido: não rompi (o relacionamento) com ele 02. O paralelismo é um recurso muito utilizado no gênero lírico de várias épocas e consiste na repetição de versos ou na correspondência de construções sintáticas. Transcreva da cantiga os versos que utilizam esse recurso e justifique essa utilização. 49 PV2D-07-POR-34 Que razon cuidades vós, mia senhor, dar a Deus, quand’ant’El fordes, por mi, que matades, que vos non mereci outro mal se non que vos ei amor, aquel maior que vol’ eu poss’aver; ou que salva (1) lhi cuidades fazer da mia morte, pois per vós morto for? Vocabulário: 1. desculpa D. Dinis 03. Unifesp Leia a cantiga seguinte, de Joan Garcia de Guilhade. Un cavalo non comeu á seis meses nen s’ergueu mais prougu’a Deus que choveu, creceu a erva, e per cabo si paceu, e já se leva! Seu dono non lhi buscou cevada neno ferrou: mai-lo bon tempo tornou, creceu a erva, e paceu, e arriçou, e já se leva! Seu dono non lhi quis dar cevada, neno ferrar; mais, cabo dum lamaçal creceu a erva, e paceu, e arriç’ar, e já se leva! CD Cantigas from the Court of Dom Dinis. harmonia mundi usa, 1995. 05. Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo E ai Deus, se verrá cedo! Ondas do mar levado, se vistes meu amado! E ai Deus, se verrá cedo! Se vistes meu amigo, O porque eu sospiro! E ai Deus, se verrá cedo! Se vistes meu amado porque ei gran cuidado! E ai Deus, se verrá cedo! Martim Codax Cossante Ondas da praia onde vos vi, Olhos verdes sem dó de mim, Ai avatlântica! Ondas da praia onde morais, Olhos verdes intersexuais. Ai avatlântica! Olhos verdes sem dó de mim, Olhos verdes, de ondas sem fim, Ai avatlântica! Olhos verdes, de ondas sem fim, Por quem jurei de vos possuir, Ai avatlântica! Olhos verdes sem lei nem rei Por quem juro vos esquecer, Ai avatlântica! In Estrela da vida inteira, José Olympio/ INL, 1970. A leitura permite afirmar que se trata de uma cantiga de: a) escárnio, em que se critica a atitude do dono do cavalo, que dele não cuidara, mas, graças ao bom tempo e à chuva, o mato cresceu e o animal pôde recuperar-se sozinho. b) amor, em que se mostra o amor de Deus com o cavalo que, abandonado pelo dono, comeu a erva que cresceu graças à chuva e ao bom tempo. c) escárnio, na qual se conta a divertida história do cavalo que, graças ao bom tempo e à chuva, alimentou-se, recuperou-se e pôde, então, fugir do dono que o maltratava. d) amigo, em que se mostra que o dono do cavalo não lhe buscou cevada nem o ferrou por causa do mau tempo e da chuva que Deus mandou, mas mesmo assim o cavalo pôde recuperar-se. e) maldizer, satirizando a atitude do dono que ferrou o cavalo, mas esqueceu-se de alimentá-lo, deixandoo entregue à própria sorte para obter alimento. 04. Mackenzie-SP Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é incorreto afirmar que: a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas. b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. c) pode ser dividida em lírica e satírica. d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal. e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu lírico feminino. 50 Aponte semelhanças entre a cantiga de Martim Codax e o poema do poeta modernista Manuel Bandeira. 06. I. ( ) Rui Queimado morreu com amor em seus cantares, par Sancta Maria, por a dona que gran ben queria, e, por se meter por mais trovador, porque lh’ela non quis [o] ben fazer, fez-s’el en seus cantares morrer, mas ressurgiu depois ao tercer dia! Esto fez el por ua sa senhor que quer gran ben, e mais vos en diria: porque cuida que faz i maestria, enos cantares que fez a sabor de morrer i e desi d’ar viver; esto faz el que x’o pode fazer, mas outro’omem per ren non [n] o faria. (...) P. Garcia Burgalês Manuel Bandeira II. ( ) En gran coita, senhor, que pelor que mort’ é, vivo, per bõa fé, e polo vosso amor esta coita sofr’eu por vés, senhor, que eu vi pelo meu gran mal D. Dinis 07. Uma das afirmativas abaixo, feitas sobre os romances de cavalaria, não está correta nem pode ser justificada em hipótese nenhuma. Qual é ela? a) A Demanda do Santo Graal pertence ao ciclo de Carlos Magno e aos doze pares de França. b) Não se sabe quem é o autor do Amadis de Gaula, romance datado do início do século XVI. c) Um dos importantes ciclos de cavalaria é o do rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda. d) Os romances de cavalaria têm sua origem nas canções de gesta (poemas com temas guerreiros). e) A penetração do romance de cavalaria em Portugal aconteceu no século XIII, durante o reinado de Afonso III. 08. A Sant’lag’en romaria ven el-rei, madr’, e praz-me (1) de coraçon por duas cousas, se Deus me perdon, eu que tenho que me faz Deus gran ben: ca vere’i (2) el’rei nunca vi e meu amigo, que ven con el i. Vocabulário: 1. me dá prazer; 2. aí III. ( ) Vaiamos, irmã, vaiamos dormir nas ribas do lago, u eu andar vi a las aves meu amigo. Vaiamos, irmã, vaiamos folgar nas ribas do lago, eu vi andar a las aves meu amigo Fernando Esguio IV. ( ) Ua donzela coitado d’amor por si me faz andar, e en sas feituras falar quero eu, come namorado: rostr’agudo como foron, barva no queix’e eno granhon, e o ventre grand’e inchado. Sobrancelhas mesturadas, grandes e mui cabeludas, sobre-los olhos merjudas; e as tetas pendoradas e mui grandes, por boa fé; a un palm’e meio no pé e nos cós três polegadas. Pero Viviães Através das cantigas trovadorescas, podemos conhecer muita coisa sobre a Idade Média. Sobre a estrofe acima, responda: a) A que fato comum da Idade Média ela faz referência? b) Qual a importância de tal fato para a compreensão da sociedade medieval? 09. UniCOC-SP Ondas do mar de Vigo, Se vistes meu amigo! E ai, Deus, se verrá cedo! Ondas do mar levado, Se vistes meu amado! E ai, Deus, se verrá cedo! Se vistes meu amigo, O por que eu sospiro! E ai, Deus, se verrá cedo! Se vistes meu amigo, Poer que hei gran cuidado! E ai, Deus, se verrá cedo! Martim Codax V. ( ) Pero eu dizer quysesse, creo que non saberia dizer, nen er poderia, per poder que eu ouvesse a coyta que o coytado sofre que é namorado, nen er sey quen mh-o crevesse. D. Dinis Com relação ao texto, é incorreto dizer que: a) justifica a presença de recursos estilísticos que contribuem para o caráter musical do poema o fato de, no contexto em que ele foi produzido, a literatura ser veiculada literalmente. b) a musicalidade do texto é adequada, estilisticamente, à expressão de conteúdos emotivos. 51 Relacione: a) Cantiga de amor b) Cantiga de amigo c) Cantiga de escárnio d) Cantiga de maldizer PV2D-07-POR-34 Mackenzie-SP Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal. com’oje dia son. e) pertence a um estilo de época vinculado. a idealização do amor. ideologicamente. trovador de grande produção que viveu no século XIII. no texto I? 52 13.c) sua musicalidade advém apenas da regularidade das rimas emparelhadas e da presença do refrão. e quando mi’houv’a ir (2) e me non falou foi que non morri. 12. que pouco posso duar. E pois tal coita non mereci. ai meu lum’e meu ben. João Soares Coelho. 3. porque mi fazedes mal. há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão. Noit’e dia no meu coraçon Nulha ren se non a morte vi. d) A cantiga de escárnio é uma sátira direta e de humor picante. Apesar da distância. mia morte tenho na man. e de vós non ar ei al. que. ambos os textos abordam uma mesma postura da amada a que se referem. menor. Leia atentamente o poema abaixo. a) Na cantiga de amor. quando vos vi e que fui vosco falar. para o trovador. Dinis Quais são os indícios que nos permitem classificar a cantiga anterior como de amor? 15. meor (3) coita me fora de sofrer! Vocabulário: 1. e pois é si. Unicamp-SP Texto I Noutro dia. b) Nas cantigas de amor. b) Na cantiga de amigo. isto é. Mha senhor. d) queixas do poeta e diversificação de assuntos. c) amor de mulher e sentimento espontâneo. Moir’eu logo. se mil vezes podesse morrer. sabed’agora per mi que tanto fui desejar vosso ben. quando m’eu espedi (1) de mia senhor. e) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros. ocorreu a separação entre a poesia e a música. D. tive de ir. Assinale a alternativa incorreta. 2. 14. Meu coraçon non sei o que ten. c) Qual o efeito dessa postura. D. Texto II Toda gente homenageia Januária na janela Até o mar faz maré cheia Pra chegar mais perto dela O pessoal desce na areia E batuca por aquela Que. se Deus mi perdon. a) Que postura é essa? b) Aponte os versos em que a postura se evidencia. despedi. se penteia E nem escuta quem apela. 10. O primeiro foi escrito por um nobre. São características da cantiga de amigo: a) amor platônico e sentimento feminino. Aponte no poema elementos formais e temáticos que caracterizem o texto como uma referência ao Trovadorismo. Meu coraçon non sei o que ten. Mha senhor. ai meu lum’e meu ben. Ca non dormho á mui gran sazon. a) Nas cantigas de amigo. . malvada. c) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas. d) pertence ao gênero lírico. em cada um dos textos. em Portugal. c) A cantiga de maldizer utiliza muitas vezes o erotismo. O segundo é uma letra de música escrita pelo compositor brasileiro contemporâneo Chico Buarque de Hollanda. Os dois textos lidos são bastante separados no tempo. ao teocentrismo. d) Durante o Trovadorismo. Senhor. o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. Trata-se de uma homenagem que o poeta modernista Manuel Bandeira (1886-1968) presta ao Trovadorismo. Atan cuitad’e sen cor assi! E par Deus non sei que farei i. e moiro-m’assi de chan. Mha senhor. b) amor cortês e queixa da ausência do amado. 11. encontramos a purificação do apelo erótico. o “eu lírico” é feminino e canta a saudade do amigo (namorado) que partiu. e vós. 6. 53 A cultura trovadoresca deixou claras influências na cultura de língua portuguesa. a) A cantiga anterior é de escárnio ou de maldizer? Justifique sua resposta. Queixa Um amor assim delicado Você pega e despreza Não o devia ter despertado Ajoelha e não reza Dessa coisa que mete medo Pela sua grandeza Não sou o único culpado Disso eu tenho a certeza Princesa Surpresa Você me arrasou Serpente Nem sente que me envenenou Senhora. 4. Caetano: In Cores. e agora Me diga onde eu vou Amiga Me diga VELOSO. pois tão bem dizeis Cantigas de amigo. e ben vos semelha(4) d’haver eu por vós guarvaia(5) pois eu. me foi a mi mui mal. mia senhor. Ar(1) querredes falar migo e non querrei eu. e na fala que fezestes perdi eu do que tragia. . Don Meendo. senhora.16. vejo que sofreis De amor infeliz. Sua classificação não é tão simples quanto possa parecer em uma primeira leitura. roupa luxuosa. suave cantando Cantigas de amigo – Por Jesus. Esta é a primeira cantiga medieval portuguesa de que se tem notícia. ca já moiro por vós – e ai. 3. nomes. Aponte na canção dada características que a aproximem de uma das cantigas trovadorescas. Vunesp Estava a formosa seu fio torcendo Paráfrase de Cleonice Berardinelli Estava a formosa seu fio torcendo Sua voz harmoniosa. b) Qual a crítica que o autor faz ao satirizado? 19. mia senhor. e agora Me diga onde eu vou Senhora Serpente Princesa Princesa Surpresa Você me arrasou Serpente Nem sente que me envenenou Senhora. bordando. 18. LP Polygram nº. mia senhor branca e vermelha. retrate. enquanto. d’alfaia nunca de vós houve nen hei valia dua correa. e agora Me diga onde eu vou Senhora Serpente Princesa Um amor assim delicado Nenhum homem daria Talvez tenha sido pecado Apostar na alegria Você pensa que eu tenho tudo E vazio me deixa Mas Deus não quer Que eu fique mudo E eu te grito essa queixa Um amor assim violento Quando torna-se mágoa É o avesso de um sentimento Oceano sem água Ondas: desejos de vingança Nessa desnatureza Batem forte sem esperança Contra a tua dureza Princesa Surpresa Você me arrasou Serpente Nem sente que me envenenou Senhora. No mundo non me sei parelha(1) mentre(2) me for como me vai. 5. Vocabulário: 1. 1982.(6) Vocabulário: 1. 2. coisa sem valor. novamente. 6328381. PV2D-07-POR-34 17. vós veestes falar migo noutro dia. suave dizendo Cantigas de amigo. filha de don Paai Moniz. Estava a formosa sentada. amigo. bem vos parece. ai. igual. queredes que vos retraia(3) quando vos eu vi en saia! Mau dia me levantei que vos enton non vi fea! E. Sua voz harmoniosa. des aquel dia. a) Quais são os argumentos que podem ser usados para defender a hipótese de se tratar de uma cantiga de amor? b) Que outro tipo de classificação ela pode ter? Justifique sua resposta. e bem cedo pela manhã. que era sobeja cousa de ver. se a levar não quisesse. por alguns deles que eram seus amigos. duvidando. mediante essas três considerações: a) identifique a personagem que se expressa em discurso direto. b) regiocêntrico. e os do Mestre todos com ele. o qual logo foi chamado traidor. onde já todos eram juntos pera a trazer pelo lugar. que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. especialmente o povo miúdo. que o ouviram todos: Portugal. considerando-se ainda que a palavra abutre grafava-se avuytor. A partir dessas observações. eu vejo que andais Com penas de amor. onde suas cartas não foram ouvidas em vão. Tão tristes. deitou ele mão da bandeira. como o outro. e saíram ambos da câmara a uma grande casa que era diante. Spina. e) satírico. mas juntaram-se todos o outro seguinte. tão cansados. O trecho lido é teocêntrico ou antropocêntrico? Justifique. e ele refusou de a levar. Texto para as questões de 21 a 23. Mestre de Avis. dizendo ele altas vozes. tão chorosos. responda às questões abaixo. João Ruiz de Castelo Branco (. na Praça. como foram vistas. b) Que idéias centrais são enfatizadas em cada série paralelística? II. Leia o texto a seguir e indique as diferenças e as semelhanças entre este texto e as cantigas de amor e de amigo. Simões. Mas. E as palavras foram entre eles tão poucas. e tomou o Conde pela mão. palavra por palavra. mentiu-vos mui grã mentira. que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. 1969.) 21. comendo carne de abutre. 22. e tão baixo ditas. O trecho a seguir pertence a uma das crônicas de Fernão Lopes. c) lírico. em voz e nome do Mestre de Avis. I. tendo ordenado que a levasse um bom homem do lugar. que chamavam Afonso Anes Pateiro: e. Presença da literatura portuguesa. se mais não houvera. senhora. no último verso do poema. Porém afirmam que foram desta guisa: – Conde. Consiste na ênfase de uma idéia central. tão doentes da partida. e trabalhardes-vos de minha desonra e morte! – Eu. no contexto do poema.. era possível fazer previsões e descobrir o que está oculto. Quem vos tal cousa disse. muito prestes logo se ajuntaram todos. de acordo com a tradição popular da época. a) O poema se estrutura em quantas séries de estrofes paralelas? Identifique-as. manda recados a cidades e aldeias. com sua bandeira tendida. com o coração. 1953. tão fora d’esperar bem. O paralelismo é um dos recursos estilísticos mais comuns na poesia lírico-amorosa trovadoresca. mostrando que o não devia de fazer. e Rui Pereira e Lourenço Martins mais acerca. dando-lhe tantas cutiladas. Portugal. pois que adivinhais In: Cantigas de trovadores medievais em português moderno. 24. em português arcaico. a) Que característica de Fernão Lopes é evidenciada no texto? b) O texto lido pode ser caracterizado como teocêntrico ou antropocêntrico? Justifique. que levasse a bandeira pela vila. responda às questões a seguir. 54 . que o matassem logo. Após a leitura do texto anterior. foi-se à praça da cidade. e assim de vontade. O registro da ação popular revela-nos um Fernão Lopes: a) medieval. 23. que era da parte da Rainha. no sentido de que o povo o ajude a defender a terra.. em séries de estrofes paralelas. porém não foi a ferida tamanha que dela morrera. pois tão bem cantais Cantigas de amigo. que nenhum por então entendeu quejandas eram. receavam muito de poer em tal feito mão. b) interprete o significado do último verso. e estiveram todos quedos. Senhor? disse ele. – Abutre comestes. e considerando-se que. partem tão tristes meus olhos por vós. às vezes repetindo expressões idênticas. eu me maravilho muito de vós serdes homem a que eu bem queria. D. Nele. primeiro que o convidassem pera tal obra. Considerando-se que o último verso da cantiga caracteriza um diálogo entre personagens. que alguns outros dessa comunal gente. Org.) Entre os lugares a que seu recado chegou foi a cidade do Porto. João. Vunesp Então se despediu da Rainha.Por Jesus. da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. sentiram os seus que o Mestre lhe começava a falar passo. não se fez mais naquele dia. Afonso Anes soube desta parte.. 20. Este morto. sabendo que Castela estava prestes a invadir Portugal (Revolução de Avis). pelo Mestre de Avis! (. Rio de Janeiro. Cantiga sua partindo-se Senhora. O Mestre. que mais tinha vontade de o matar. por nome chamado Álvaro da Veiga. E chegando-se o Mestre com o Conde acerca duma fresta. Partem tão tristes os tristes. d) humanista. São Paulo: Difusão Européia do Livro. e antes que lhe nenhum dissesse que a levasse. tão saudosos. In S. que de estar com ele em razões.. tirou logo um cutelo comprido e enviou-lhe um golpe à cabeça. meu bem. Então aqueles que chamavam arraia miúda disseram a um. 2. Texto I Ir-vos queredes.. publicadas em 1516 com o nome de Cancioneiro geral. coitado. é com Fernão Lopes que a língua portuguesa inicia o percurso da sua modernidade. b) Fidelidade absoluta aos acontecimentos históricos.. com aquela ferida. Fernão Lopes tinha especial interesse pela pesquisa histórica. p. segundo escrevem alguns. Apesar das diferenças entre os dois estilos. Segundo é fama. Mário de Sá-Carneiro. tenha o que houver posses Este é o certo caminho. UEL-PR Não queiras ser tão senhora: casa.) sempre eu ouvi dizer: Ou seja sapo ou sapinho. a) Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos. É com saudades de mim. por isso.Os outros todos. 1996. ao norte. Texto II Ó meu bem.. b) O teocentrismo cede lugar ao antropocentrismo. alguns temas permanecem sendo explorados na poesia do Humanismo. 1913 Francisco de Sá de Miranda. os tristes desesperado. São Paulo: SENAC. Queres casar por prazer No tempo de agora. filha. os ledos me farão triste. Leia os dois textos a seguir (o texto I é uma cantiga de amor e o texto II é uma poesia palaciana) e aponte a semelhança temática entre eles. d) Garcia de Resende coletou as poesias da época. nas alternativas a seguir indicadas. mia Senhor.. Crônicas d’EI-Rei D. E hoje. lançaram logo as espadas fora. dês quando vos vi. el-rei de Castela trazia até cinco mil homens de lança (. Nestes termos.. morto. d) Preocupação em mencionar os nomes de todas as pessoas presentes à morte do Conde. em cada poema. 29. que estavam de arredor. que nunca soube ren(2) amar ergo(3) vós. Os outros quiseram-lhe dar mais feridas. Fragmento 1 Trova à maneira antiga Comigo me desavim. a que melhor caracteriza o trecho transcrito da Crônica de D. pois que trago a mim comigo.) E sinto que a minha morte – Minha dispersão total – Existe lá longe. que farei? Vocabulário: 1. Exponha em que consiste esse desenvolvimento diferenciado do tema. não posso viver comigo nem posso fugir de mim. pois te partiste dante meus olhos. e nenhum foi ousado de lhe mais dar. para lhe dar. João.. e) A Farsa de Inês Pereira é a obra de Gil Vicente cujo assunto é religioso. (. meteu um estoque de armas por ele. PV2D-07-POR-34 Fernão Lopes. no contexto do Humanismo? 55 . (. mas desenvolvem-no de maneira diferente. e ele movendo para se acolher à câmara da Rainha. quando viram isto. O texto transcrito anteriormente é de Fernão Lopes e pertence à Crônica de D. João I. e) Exaltação do feito heróico do Mestre ao matar o inimigo do Reino. tamanho imigo de mim? Fragmento 2 Dispersão Perdi-me dentro de mim Porque eu era labirinto. que eram bem seis mil. Mackenzie-SP Marque a alternativa incorreta a respeito do Humanismo. que era mais acerca. Numa grande capital. E pois que vos ides d’aqui. Unicamp-SP Leia com atenção os fragmentos de poemas transcritos abaixo. 82. exceto. João I.) Que meio espero ou que fim do vão trabalho que sigo. As crônicas de Fernão Lopes caracterizam-se por tentarem reproduzir a verdade histórica como se esta tivesse sido testemunhada. Qual o significado desse interesse. Gil. c) Fernão Lopes é o grande cronista da época. outra coisa. Sou posto em todo perigo. de acordo com a reprodução dos fatos históricos. Farsa de Inês Pereira. 26. e o Mestre disse que estivessem quedos. c) Utilização de uma linguagem elevada.) e muitos bons besteiros. e Rui Pereira. Inês? (. não percas a ocasião. 1595 (imigo = inimigo) Ambos os poemas tratam do tema das relações do eu consigo mesmo... ou marido ou maridinho. 1ª parte Conforme podemos depreender do texto acima. de que logo caiu em terra. quando me sinto. VICENTE. 3. 28. e fiqu’end’(1) eu con gran pesar. Diogo de Miranda Nuno Fernandes Torneol 27. 25. e aproveite. senhor fremosa. assinale. desprovido de crítica social. Por outro lado. a) Época de transição entre a Idade Média e o Renascimento. Com base nessas palavras e nos conhecimentos sobre o Humanismo, é correto afirmar: a) O Humanismo procura retratar a realidade de forma ingênua, revelando uma visão idealizada do mundo expressa pelo verso “casa, filha, e aproveite”. b) O fragmento citado trata o casamento como resultado de um envolvimento amoroso pleno. c) A leitura do fragmento confirma que o Humanismo, embora dirigido a um público palaciano, adota alguns padrões do discurso popular, como se observa nos quatro últimos versos. d) O verso “Este é o certo caminho” indica o predomínio de uma visão idílica e idealizada em grande parte do discurso humanista. e) O olhar humanista, no fragmento citado, imprime à união conjugal uma motivação sentimental. Tal postura suplanta o lirismo amoroso presente em algumas cantigas trovadorescas. 30. Mackenzie-SP Gil Vicente, autor representativo do Humanismo em Portugal, (1) revela-nos, em sua obra lírica, (2) uma ambivalência típica desse período: (3) de um lado, a ideologia teocêntrica do mundo medieval; (4) de outro, influenciado pelo antropocentrismo emergente, (5) é o analista mordaz da sociedade portuguesa do século XVI. É essa ambivalência que o situa como autor de transição: (6) entre o Humanismo e o antropocentrismo. (7) Dos fragmentos destacados: a) todos estão corretos. b) todos estão incorretos. c) apenas 4 e 5 estão incorretos. d) apenas 2 e 7 estão incorretos. e) apenas 2, 5 e 7 estão incorretos. 31. PUC–SP Esta questão refere-se às obras Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, e Morte e vida severina (auto de natal pernambucano), de João Cabral de Melo Neto. Leia as alternativas a seguir e assinale a correta. a) As duas obras apresentam uma crítica à sociedade de suas épocas: a de Gil Vicente, a partir das almas que representam classes sociais e profissionais de Portugal, a de João Cabral, a partir de personagens representativas de tipos sociais do Nordeste. b) As duas obras apresentam construções poéticas diametralmente opostas, uma vez que uma emprega o verso decassílabo e a outra, a redondilha. c) As duas obras apresentam aspectos em comum, como o julgamento e a condenação, isto é, em ambas, as personagens são julgadas e condenadas após a morte. d) As duas obras apresentam o julgamento ocorrendo na consciência de cada personagem. Entretanto, a execução da justiça, em Auto da barca do inferno, é somente realizada pelo Diabo, e, em Morte e vida severina, pela miserabilidade da vida. 56 e) As duas obras apresentam estrutura de auto; assimilam, portanto, tradições populares e constroem a realidade por meio da crítica. Como autos, são representações teatrais que contêm vários atos. 32. Fuvest-SP Considere as seguintes afirmações sobre o Auto da barca do inferno, de Gil Vicente: I. O auto atinge seu clímax na cena do Fidalgo, personagem que reúne em si os vícios das diferentes categorias sociais anteriormente representadas. II. A descontinuidade das cenas é coerente com o caráter didático do auto, pois facilita o distanciamento do espectador. III. A caricatura dos tipos sociais presentes no auto não é gratuita nem artificial, mas resulta da acentuação de traços típicos. Está correto apenas o que se afirma em: a) I d) I e II b) II e) I e III c) II e III 33. Mackenzie-SP Ninguém: Tu estás a fim de quê? Todo Mundo: A fim de coisas buscar que não consigo topar. Mas não desisto, porque o cara tem de teimar. Ninguém: Me diz teu nome primeiro. Todo Mundo: Eu me chamo Todo Mundo e passo o dia e o ano inteiro Correndo atrás de dinheiro, seja limpo ou seja imundo. Belzebu: Vale a pena dar ciência e anotar isto bem, Por ser fato verdadeiro: que Ninguém tem consciência, E Todo Mundo, dinheiro. No trecho, Carlos Drummond de Andrade reconstruiu, com nova linguagem, parte de um texto de importante dramaturgo da língua portuguesa. Trata-se de: a) Gil Vicente. d) Sá de Miranda. b) Dom Diniz. e) Fernão Lopes. c) Luís Vaz de Camões. 34. Fuvest-SP Indique a afirmação correta sobre o Auto da barca do inferno, de Gil Vicente. a) É intrincada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com o inesperado de cada situação. b) O moralismo vicentino localiza os vícios não nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas. c) É complexa a crítica aos costumes da época, já que o autor é o primeiro a relativizar a distinção entre o Bem e o Mal. d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares, as mais ridicularizadas e as mais severamente punidas. e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo. 35. Unitau-SP Em relação a Gil Vicente, é incorreto dizer que: a) recebeu, no início de sua intensa atividade literária, influência de Juan del Encina. b) sua primeira produção teatral foi Auto dos Reis Magos. c) suas obras se caracterizaram, antes de tudo, por serem primitivas e populares. d) suas obras surgiram para entretenimento nos ambientes da corte portuguesa. e) seu teatro caracterizou-se por observações satíricas às camadas sociais da época. 36. PUC-SP Ainda sobre a peça O Velho da horta, considerando o texto como um todo, é correto afirmar-se que: a) a reza do “Pai Nosso” que inicia a peça, prepara o leitor para o desenvolvimento de um texto fundamentalmente religioso, confirmado, inclusive, pela ladainha proferida pela alcoviteira. b) o velho relaciona-se, ao longo da peça, com quatro mulheres, das quais uma é a moça por quem se apaixona e com quem, correspondido, acaba se casando. c) a farsa tem como argumento a paixão de um velho por uma moça de muito bom parecer, por causa dela (e por via de uma alcoviteira) acaba gastando toda a sua fortuna. d) o texto se organiza a partir de uma estrutura versificatória que revela ritmo poético, marcado por versos livres e por ausência de esquema rímico. e) o diálogo estabelecido entre o velho e a moça cria condições para o arrebatamento amoroso de ambos e revela ausência de ironia e de menosprezo de qualquer natureza. 37. UniCOC-SP Na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente: a) retoma a análise do amor do velho apaixonado, desenvolvida em O Velho da horta. b) mostra a humilhação da jovem que não pode escolher seu marido, tema de várias peças desse autor. c) descreve a revolta de uma jovem confinada aos serviços domésticos. d) conta a história de uma jovem que assassina o marido para se livrar dos maus-tratos. e) aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo, uma solução religiosa para a decadência moral de seu tempo. PV2D-07-POR-34 38. UniCOC-SP Considere as seguintes asserções sobre o teatro de Gil Vicente. I. Autos pastoris, autos de moralidade e farsas são gêneros cultivados pelo autor. II. O espírito crítico do teatro vicentino não poupa o clero corrupto, que é ridicularizado. III. As personagens do autor representam tipos sociais como alcoviteiras, velhos ridículos, maridos ingênuos, nobres pedantes, entre outros. Deve-se firmar que: a) I, II e III estão corretas. b) apenas I e III estão corretas. c) apenas II e III estão corretas. d) apenas I e II estão corretas. e) apenas II está correta. 39. (...) Vêm quatro cavaleiros cantando. Trazem, cada um, a cruz de Cristo, por quem a mais por sua santa fé católica morreram em poder dos mouros. Diabo Cavaleiro Outro cavaleiro Cavaleiros, vós passais e não perguntais onde is? Vós, satanás, presumis? Atentai com quem falais! Vós que nos demandais? siquer conhece-nos bem. Morremos das partes d’além, E não queiras saber mais. Entrai cá! Que coisa é essa? Eu não posso entender isso! Quem morre por Jesus Cristo não vai em tal barca como esta! Diabo Cavaleiro Tornam a proseguir, cantando, seu caminho direto à barca da Glória, e tanto que chegam, diz o Anjo: Anjo Ó cavaleiros de Deus, a vós estou esperando, que morrestes pelejando por Cristo Senhor dos céus! Sois livre de todo o mal, santos por certo sem falha, que quem morre em tal batalha merece paz eternal. E assi embarcam. Considerando a leitura feita, responda ao que se pede: a) De que peça teatral de Gil Vicente foi extraído o trecho acima? b) Por que se pode dizer que Gil Vicente, nessa passagem, assume atitude medieval? 40. Leia atentamente o trecho a seguir, da peça Auto da barca do inferno, de Gil Vicente. Nele, o personagem Parvo reage ao convite do Diabo para que entre na barca que o conduziria ao inferno. 57 PARVO Ao Inferno, em hora-má?! Hiu! Hiu! Barca do cornudo, (...) Entrecosto de carrapato! Hiu! Hiu! Caga no sapato, Filho da grande aleivosa! Tua mulher é tinhosa e há de parir um sapo metido num guardanapo, neto de cagarrinhosa! Furta cebolas! Hiu! Hiu! Excomungado nas igrejas! Burrela, cornudo sejas! (...) Perna de cigarra velha, Caganita de coelha, Pelourinho de Pampulha, Rabo de forno de telha. a) Qual a reação do Parvo? b) Que estrato social o Parvo representa? c) Moralmente, como se pode caracterizá-lo? 41. Fuvest-SP Folgo muito d’ enganar e mentir nasceu comigo. Ninguém Eu sempre verdade digo sem nunca me desviar. (Belzebu para Dinato) Belzebu Ora escreve lá, compadre, Não sejas tu preguiçoso! Dinato Quê? Belzebu Que Todo o Mundo é mentiroso E Ninguém diz a verdade. Auto da Lusitânia — Gil Vicente 43. Em 1531, um terremoto abalou Portugal. Alguns frades de Santarém interpretaram o fato de tal forma que descontentou o dramaturgo Gil Vicente. Ele então resolveu escrever uma carta ao rei D. João III, narrando o fato e mostrando sua posição. Segue-se o trecho inicial da carta: Os frades de cá não me contentaram, nem em púlpito, nem em prática, sobre esta tormenta da terra que ora passou; porque não bastava o espanto da gente, mais ainda eles lhes afirmavam duas cousas, que os mais fazia esmorecer. A primeira, que polos grandes pecados que em Portugal se faziam, a ira de Deus fizera aquilo, e não que fosse curso natural, nomeando logo os pecados por que fora; em que pareceu que estava neles mais soma de ignorância que de graça do Spírito Santo. a) Segundo Gil Vicente, que interpretação os frades deram ao terremoto? b) Como Gil Vicente interpreta o terremoto? c) Qual o sentido dessa oposição no contexto humanista? 44. Fuvest-SP Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente. a) Compôs peças de caráter sacro e satírico. b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal. c) Escreveu a novela Amadis de Gaula. d) Só escreveu peças em português. e) Representa o melhor do teatro clássico português. 45. O tipo mais insistentemente observado e satirizado é o clérigo, e especialmente o frade. Trata-se de fato de uma classe numerosíssima, presente em todos os setores da sociedade portuguesa, na corte e no povo, na cidade e na aldeia. O texto crítico refere-se a qual autor? Além do frade, cite um outro tipo humano satirizado pelo autor em questão. 46. O ditado popular que serviu de inspiração a Gil Vicente para escrever a peça Farsa de Inês Pereira é: Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube. Nesse ditado, a que deve ser associado o personagem Brás da Mata? Justifique sua resposta. 47. PUC-SP O argumento da peça Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, consiste na demonstração do refrão popular “Mais quero asno que me carregue que cavalo que me derrube”. Identifique a alternativa que não corresponde ao provérbio, na construção da farsa. a) A segunda parte do provérbio ilustra a experiência desastrosa do primeiro casamento. b) O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, animal nobre, que a derruba. c) O segundo casamento exemplifica o primeiro termo, asno que a carrega. d) O asno corresponde a Pero Marques, primeiro pretendente e segundo marido de Inês. e) Cavalo e asno identificam a mesma personagem em diferentes momentos de sua vida conjugal. Todo o Mundo O texto afirma que: a) todo o mundo é mentiroso. b) Ninguém é mentiroso. c) Todo o Mundo diz a verdade. d) ninguém diz a verdade. e) Todo o Mundo é mentiroso. 42. Umesp Assinale a alternativa em que se encontra uma afirmação incorreta sobre a obra de Gil Vicente. a) Sofre influência de Juan del Encina, principalmente no teatro pastoril de sua primeira fase. b) Seus personagens representam tipos de uma vasta galeria de estratos da sociedade portuguesa da época. c) Por viver em pleno Renascimento, apega-se aos valores greco-romanos, desprezando os princípios da Idade Média. d) Um dos maiores valores de sua obra é ter contrabalançado uma sátira contundente com o pensamento cristão. e) Suas obras-primas, como a Farsa de Inês Pereira, são escritas na terceira fase de sua carreira, período de maturidade intelectual. 58 Na sua humildade. não necessitando da aprovação do Anjo para embarcar. acaba indo para o inferno. Inês Pereira é uma moça que vive na vila e pretende subir de condição. Apenas I e II estão corretas. Coitada. 59 . tua simpreza te abaste para gozar dos prazeres. O que essa fala indica? a) A indecisão de Joane quanto à sua própria identidade. Leia as três afirmações a seguir a respeito da Farsa de Inês Pereira. e eu não. que o convenceu a tornar-se um pecador. a) b) c) d) e) Todas estão corretas. e) A modéstia e a simplicidade de Joane. apresenta a chegada do parvo Joane no porto das almas. Confundindo a barca do céu com a do inferno. Todas folgam. per malícia non erraste. No trecho abaixo. Inês Renego deste lavrar e do primeiro que o usou ao diabo que o eu dou. b) A presunção de Joane quanto à sua condição social. 50. ele disfarçava sua pobreza freqüentando a aristocracia e cometendo pequenos furtos para sustentar seus luxos. porque em todos os teus fazeres. teme revelar sua identidade. Todas vêm e todas vão onde querem. Conhecedor de suas virtudes. Assim. Ele está confuso depois da conversa mantida com o Diabo. A expressão “samica” quer dizer “talvez”. ele imagina que o Anjo é o Diabo tentando enganá-lo: por isso. da peça Auto da barca do inferno. Anjo Fidalgo Anjo Fidalgo Anjo 49. Encaixa-se na tradição da farsa medieval sobre o adultério feminino desenvolvida por Gil Vicente. Apenas II e III estão corretas. sou fidalgo de solar. Pera vossa fantesia mui estreita é esta barca. Hui! E que pecado é o meu. Leia o texto que segue para responder às três questões posteriores. Esse tipo de atributo é que o faz merecedor do céu. d) A desconfiança de Joane. Joane diz ser “talvez alguém”. ó Jesus! Que enfadamento. I. Ludibriado pelo Diabo. se quiseres. Esta é: que demandais? Que me deixeis embarcar. que tão mau é de aturar. de Gil Vicente. III. é condenado ao inferno. ele acredita que seu lugar no céu está garantido. Anjo Fidalgo Que quereis? Que me digais. Por essa presunção. Apesar de simplório. momentos antes. II. é condenado ao purgatório. no mesmo lugar. Não sei porque haveis por mal que entre a minha senhoria. pois parti tão sem aviso.48. temos a chegada do fidalgo ao porto das almas. Por essa indecisão. não se considera em condições sequer de afirmar-se como alguém. Pode ser colocada como representante do teatro de costumes vicentino. ou que dor de coração? a) Qual a reclamação de Inês Pereira nessa passagem? b) Que atitude ela tomaria para escapar de sua situação? c) Quais as conseqüências dessa atitude? PV2D-07-POR-34 a) Quais são as causas da condenação do Fidalgo ao inferno? b) Quais as razões que ele alega para ir para o céu? 51. menos eu. Todas estão incorretas. é bem que me recolhais Não se embarca tirania neste batel divinal. assim hei de estar encerrada nesta casa como panela sem asa que sempre está num lugar? Isto é vida que se viva? Hei de estar sempre cativa desta maldita costura? Com dois dias de amargura haverá quem sobreviva? Hei de ir para os diabos se continuo a coser. Esse desprezo faz com que o Anjo se recuse a levá-lo. que cegueira e que canseira! Eu hei de buscar maneira de viver a meu contento. do Auto da barca do inferno. Oh! Como cansa viver sozinha. Anjo Joane Anjo Quem és tu? Samica alguém. c) O desprezo de Joane pelo Anjo. A cena seguinte. Tu passarás. se a barca do paraíso é esta em que navegais. daí a dúvida que expressa. Apenas I e III estão corretas. 52. má-hora. Brísida Vaz. pertencente ao Humanismo português. que prioriza os valores essencialmente materialistas. c) religiosa. O trecho a seguir retrata a fala do Anjo no julgamento de quatro cavaleiros cristãos que tinham morrido nas guerras cristãs. não tirava os olhos dela. e) cômica. e) Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação íntegra e exata das leis. Quero-me ir buscar a morte. Leia-o e responda o que se pede. 60 a) Por que os cavaleiros são perdoados dos seus pecados? Justifique a sua resposta. de forma sutil e irônica. Aosadas que não se lhe atreva toda a gente! O noivo. Onzeneiro. da vida e da fazenda! Ó velho. em que se ridiculariza a ascensão social de Inês Pereira por meio de um casamento de conveniências. Corregedor. Anjo. Analise as informações a seguir e selecione a alternativa incorreta. no qual Gil Vicente. que narra a seguinte história: um velho rico apaixona-se por uma jovem e apela para uma alcoviteira que possa ajudá-lo a conquistar a amada. que quem morre em tal batalha merece paz eternal. Parvo. Procurador. Frade. Elas hão-de padecer. é dissimulado e irônico. é agiota e usurário. do Barroco português. pertencente ao Renascimento português. leva papéis e processos. é vossa! Vossa é a treva. b) Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte. Senhor dos Céus! Sois livres de todo mal. Quatro filhas que criei eu as pus em pobre sorte. leva a bolsa vazia. Santos por certo sem falha. souberas que não sabias. siso enleado! Que te meteu desastrado em tal contenda? Se os jovens amores os mais têm fins desastradas que farão as cãs lançadas no canto dos amadores? Que sentias. a vós estou esperando. uns cabelos como Eva. assim. com vistas à transformação do homem. é quem apressa o embarque dos condenados. é austero e inflexível. ou melhor. no qual as contradições humanas entre a vida terrena e a espiritual são apresentadas a partir dos casamentos complicados de Inês Pereira. responda às questões seguintes. ele reconhece seu erro e lamenta o abandono a que deixara a família e. do Renascimento português. leva a amante e as armas de esgrima. nem conquistou a jovem e perdeu seu dinheiro. Ao terminar a narrativa. PUC-SP Diabo. Fidalgo. A alcoviteira vai enganando o velho que. de tudo que juntara. A par disso. Velho Mocinha – Oh coitado! A minha é! – Agora. 54. Sapateiro. Anjo: Ó Cavaleiros de Deus. tão contente. e ela dele. capitão da barca do inferno. Companheiro do Diabo. d) Anjo. Oh que estrela! É ele um par bem escolhido! – Ó roubado. O trecho anterior é o diálogo final da peça O velho da horta. pertencente ao Humanismo português. Florença. mal gastada. b) didático-moralizante. critica a sociedade mercantil emergente. capitão da barca do céu. Vai tão leda. nada leva para a morte. é quem elogia a morte pela fé. a) Onzeneiro idolatra o dinheiro. de quanta riqueza e haver fui sem razão despender. Judeu. 53. a partir das situações embaraçosas vividas por Inês Pereira. c) Diabo. com forte apelo religioso. moço tão polido. de Gil Vicente. porque não lhes deixo nada. triste velho. e acertaras. cujas características não descrevam adequadamente a personagem. ao final. que morrestes pelejando por Cristo. pois se apresenta a religião como forma de orientar e salvar as pessoas pecadoras. as coisas voltam a seus devidos lugares. Mas ela o noivo a leva. e viras como não vias. pois que tanto mal busquei. d) reformadora. Unifesp Sobre a Farsa de Inês Pereira. Velho . é correto afirmar que é um texto de natureza: a) satírica. da vaidade engano. b) Que atitude do autor se revela através dessa passagem? 55. Vou morrer. no qual se delineia o papel moralizante. Enforcado e Quatro Cavaleiros são personagens de Auto da barca do inferno. em fim dos dias? Se a ti mesmo contemplaras. Capítulo 2 58. c) Apenas II. e) se somente I for correta. sobra Sá de Miranda II.” Vocabulário: 1. a) Imitação dos clássicos antigos b) Preocupação com a técnica c) Racionalismo e universalismo d) Atitude apaixonada diante da natureza e) Equilíbrio. e não se há ao pouco enveja. significa “bravo”. e não cavalo folão. a) I e III. antes lavrador que Nero. e) Todas. julgue as afirmações. I. d) se II e III forem corretas. O humanismo é um período de transição que vai do final da Idade Média ao início da Idade Moderna. Assinale a alternativa correta. Unicamp-SP Leia agora as seguintes estrofes. explique por que essa peça de Gil Vicente pode ser considerada uma sátira moral. de Gil Vicente. dirigida a Inês. após o malogrado matrimônio com o escudeiro. II e III forem incorretas. Qual é essa característica? c) Considerando o desfecho dos dois casamentos de Inês.I. Um dos seus traços marcantes foi o racionalismo que atendia às aspirações da burguesia. II e III forem corretas. a ninguém não faço dano. No trecho anterior. c) se I. fato que culminou no empirismo científico dos séculos XVII e XVIII. d) Nenhuma. A propósito do Renascimento cultural. harmonia e concisão 60. a) A fala de Inês ocorre no momento em que aceita casar-se com Pero Marques. aponte a alternativa errada. Assinale: a) se I. a) 5 sílabas (redondilha menor) b) 6 sílabas c) 7 sílabas (redondilha maior) d) 8 sílabas e) 9 sílabas 56. A arte renascentista comprometia-se predominantemente com os valores católicos. Conte as sílabas poéticas e marque a opção do metro dominante. Por usar de siso mero. 59. pois objetivava legitimar o monopólio religioso católico. que se encontram em passagens diversas de Farsa de Inês Pereira. Com que podeis vós folgar Que eu não deva consentir? Nota: folão. “fogoso”. asno que leve quero. revela uma atitude contrária a uma característica atribuída ao seu primeiro marido. b) se I e II forem corretas. Medieval e anticlerical Moralista e antropocêntrica Satírica e teocêntrica Anticlerical e satírica Moralista e pessimista II. no caso. 57. O Renascimento retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo. III. Há um trecho nessa fala que se relaciona literalmente com o final da peça. pouco ou muito que ele seja. antes lebre que leão. através dessa peça. UniCOC-SP Leia atentamente as proposições a seguir. estai quando quiserdes estar. Que trecho é esse? Qual é o pormenor da cena final da peça que ele está antecipando? b) A fala de Pero. Considerando os traços identificadores do Renascimento. III. Os cancioneiros foram os principais trovadores do período conhecido como Trovadorismo. I. II. no sentido de alcançar um domínio mais completo da natureza objetivando aumentar seus lucros. Pero I onde quiserdes ir vinde quando quiserdes vir. “Do que ao meu gado sobeja (1) Vou vivendo ano por ano. a) Que noção é essa? b) Como ela aparece no texto? 61 PV2D-07-POR-34 . Inês Andar! Pero Marques seja! Quero tomar por esposo quem se tenha por ditoso de cada vez que me veja. o poeta clássico português Sá de Miranda expressa uma das noções mais caras do estilo. a) b) c) d) e) Aponte o item que melhor caracteriza as atitudes de Gil Vicente diante da sociedade. O caráter alegórico do teatro de Gil Vicente pode ser tomado como exemplo de crítica social. b) Apenas I. Nela. Conheça-me a mim mesmo: siga a veia Natural. guerras e cobiças. Ela viu as palavras magoadas. Ela só viu as lágrimas em fio. renascendo. História. dando ao mundo claridade. linguagem Dos heróis que cantaste. e regra. Tão tristes. enquanto houver no mundo saudade. revoltado. e ao que pudera Fazer dúvida aclara: do ornamento Ou tira. partem tão tristes meus olhos por vós. mas tratam-no de forma diferente.. *** Camões – oh som de vida ressoando em cada tua sílaba fremente de amor e guerra e sonho entrelaçados. . quando o poeta Sá de Miranda levou para aquele país o chamado dolce stil nuovo. Do bom escrever.. céus em delírio. Ela persiste mais em teu poema que no tempo neutro. Não queiras de ti logo contentar-te. Tu és a história que narraste. pelo verbo és. 64.. o próprio amor latejante. Ela só. e uso. as ondas em furor. *** Luís. tão cansados. ou põe: com o decoro o tempera. pode dar-te. não forçada. saber primeiro é fonte. astúcias. o engenho. que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. o alto modera. Na boa imitação. Partem tão tristes os tristes. que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. mais que amador. (.. No conselho do amigo douto espero. e [ estudo. se acrescentaram em grande e largo rio. pragas. os barões nos jazigos dizem nada. e ler somente: que aproveita Sem armas. o tempo. que duns e doutros olhos derivadas. Sirva própria palavra ao bom intento. tão doentes da partida.) Corta o sobejo. Carlos Drummond de Andrade. que nunca poderá ver-se apartada. teu ritmo de oceano sofreado que os lembra ainda e sempre lembrará. quando amena e marchetada saía. coração. quero que seja sempre celebrada. Ao escuro dá luz. que restou senão a melodia do teu canto? As armas em ferrugem se desfazem. dirigida a Diogo Bernardes. Quais eram as novidades formais básicas desse novo estilo? 62. ao inculto dá arte. cheia toda de mágoa e de piedade. tão saudosos. o juízo quero De quem com juízo e sem paixão me leia. partindo-se Senhora. Soneto Aquela triste e leda madrugada. viu apartar-se de uma outra vontade. 63. o autor mostra a concepção de poesia de sua época. É necessário ser um tempo mudo! Ouvir. tão chorosos. meu bem. O Classicismo teve início em Portugal. outro te conte. Exponha em que consiste esse tratamento diferenciado do tema. em 1527. Unicamp-SP Cantiga sua. outro ensine. Haja juízo. submisso. Esta é a direita Estrada dos que sobem ao alto monte Ao brando Apolo. Enriquece a memória de doutrina Do que um cante. É teu verso. às nove Irmãs aceita. da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Leia atentamente o texto a seguir e responda ao que se pede. ó Poeta. 1516 Bardo. universal sepulcro da memória. tão fora de esperar bem. teu rude e teu suave balanço de consoantes e vogais. não o simples narrador. e diferença Da prática comum ao pensamento. esquecido. vai acrescentando O que falta. foste os deuses mais as ninfas. homem estranho. Aponte as características clássicas presentes no texto. Mas muito mais que o engenho. em cada poema.61. com fervor cometer tudo? Caminha por aqui. 62 Camões João Roiz de Castelo Branco. reflorindo em cem mil corações multiplicado. Ambos os poemas desenvolvem o tema da dor da separação. Antônio Ferreira O texto é uma carta em versos escrita por Antônio Ferreira (1528-1569). Muito. que puderam tornar o fogo frio e dar descanso às almas condenadas. A paixão medida a) Qual é a relação entre Luís de Camões e o Classicismo? b) Retire referências do texto de Drummond relacionadas à obra de Camões. Tudo a ua igual regra conformando. que o fero Engenho abranda. transcrevendo os trechos que as explicitam. lodoso material fundido em ouro. o baixo ergue. d) O texto II contesta o texto I no que se refere ao ponto de vista sobre o amor. que se seguem umas às outras. é ferida que dói e não se sente. b) Os dois textos. em uma das alternativas. É um não querer mais que bem querer. um desconcerto. é dor que desatina sem doer. Que em vivo ardor tremendo estou de frio. é um contentamento descontente. Se me pergunta alguém por que assi ando. É um contentamento descontente. sua expressão é de teor mais universalista que individualista. É tudo quanto sinto. como arde. É dor que desatina sem doer. a) “Um contentamento descontente” b) O próprio amor. É um não querer mais que bem querer. pois é contrário a si mesmo. sem contentar-se. respondo que não sei. 63 O soneto transcrito é de Luís de Camões. com mais ênfase. É cuidar que se ganha em se perder. Texto para as questões de 68 a 70. porém suspeito que só porque vos vi. Vunesp Tanto de meu estado me acho incerto. chego ao céu voando. é servir a quem vence. recupera do texto II o rígido padrão da estética clássica. e) A utilização de um soneto para relato das suas amarguras. a) O texto I. Ilka Brunhilde Laurito O poeta tenta definir o amor por meio do uso de antíteses. agora desvario. É solitário andar por entre a gente. d) O fato de o poeta não saber responder a quem o interroga. Mackenzie-SP Assinale a alternativa correta sobre o texto II. E o mover dos meus olhos sob a casca Vê muito bem o que devia não ver. c) O fato de todos perguntarem ao poeta porque assim anda. 67. Sem causa. agora espero. com sua regularidade formal. Obras completas a) A suspeita de amor que o poeta declara na conclusão. Amor.65. Ufla-MG Amor é fogo que arde sem se ver. se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís Vaz de Camões. é índice da influência parnasiana. agora acerto. e) Querer sempre mais. PV2D-07-POR-34 68. é ter com quem nos mata. b) Por seguir os princípios estéticos clássicos. É nunca contentar-se de contente. a) O racionalismo do homem b) A paixão pelos prazeres mundanos c) O repúdio aos ideais medievais d) A intensificação do monopólio cultural exercido pela Igreja e) O individualismo do homem 66. 69. ao negarem a concepção carnal do amor. o vencedor. lealdade. c) O texto I e o texto II são convergentes no que se refere à concepção do sentimento amoroso. juntamente choro e rio. c) A invisibilidade do amor d) O fato de o amor ferir e não causar dor. É ferida que dói e não se sente. b) O jogo de contradições e perplexidades que atormentam o poeta. Inatel-MG Uma das características a seguir não é própria do Renascimento cultural. enaltecem o platonismo amoroso. e é de jeito que em mil anos não posso achar um’hora. agora desconfio. ai. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade. mas divergem quanto ao conteúdo. é nunca contentar-se de contente. a) A liberdade formal dos quartetos. Mackenzie-SP Assinale a alternativa correta. Nele se acha uma característica da poesia clássica renascentista. Indique a que expressa. é um andar solitário entre a gente. é um cuidar que ganha em se perder. Estando em terra. da vista um rio. da alma um fogo me sai. O mundo todo abarco e nada aperto. Assinale essa característica. o tema do texto. . associada à contenção emotiva. E como arde. Quando a ferida dói porque se sente. Assinale-a. e) Os dois textos convergem quanto à forma e à linguagem. minha Senhora. Camões Texto II Amor é fogo? Ou é cadente lágrima? Pois eu naufrago em mar de labaredas Que lambem o sangue e a flor da pele acendem Quando o rubor me vem à tona d’água. É querer estar preso por vontade. Texto I Amor é fogo que arde sem se ver. num’hora acho mil anos. III. qualquer grande esperança é grande engano. idealizando a figura feminina. e o mágico veneno que pôde transformar meu pensamento. o poeta clássico português Antônio Ferreira expressa a seguinte opinião: Santa alma. justiça. no meio do caminho me falece. 73. em ti confia. geografia. Corro após este bem que não se alcança. ciências. O poeta não se deixa seduzir pela beleza feminina. 70. um encolhido ousar. d) Notam-se. uma pura bondade manifesta indício da alma. sem ver de quê. d) Apenas I e III. criadas a partir de substantivos concretos. II. um ar sereno. a) Na primeira estrofe. UFPA O poema Os lusíadas traz à tona a descoberta do caminho marítimo para as Índias. há uma contraposição expressa pelos verbos “alongar” e “encurtar”. 71. mil vezes caio. de Luís de Camões. Quais estão corretas? a) Apenas I. II e III. Unicamp-SP Leia o seguinte soneto de Camões: Oh! Como se me alonga. um longo e obediente sofrimento: Esta foi a celeste formosura da minha Circe. eu tardo. . um medo sem ter culpa. e paz. verificamos a valorização do trabalho intelectual. por exemplo. pela costa africana. em todos os versos. O episódio do Gigante Adamastor é um exemplo dessa variedade de assuntos que o poema apresenta e sobre ele não é correto afirmar o seguinte: a) Adamastor representa os medos de todos os navegadores que passaram. a) No texto. versos decassílabos e expressão coloquial. cujos bons meios Em ti busca. negativamente. na tardança. de qualquer alegria duvidoso. e perco a confiança. mitologia etc. o amor não correspondido. b) Apresenta índices de linguagem poética marcada pelo racionalismo do século XVI. dois esteios Firmíssimos de Império só tenhamos. Como se encurta. imagens poéticas contraditórias. revelando o intenso sofrimento do coração apaixonado. I. b) O episódio é uma criação poética em que se destacam referências ao passado e ao futuro das conquistas portuguesas. b) Apenas III. e) Conceitua positivamente o amor correspondido e. perde-se-me um remédio. d) Recupera. secretário de Estado do rei D. por exemplo.c) O caráter reflexivo das interrogativas iniciais impede que a linguagem seja marcada por índices de emotividade. brando e piedoso. “mar de labaredas. a) Expressa as vivências amorosas do eu lírico em linguagem emotivo-confessional. de ano em ano. astronomia. um riso brando e honesto.” e) Vale-se de recursos estilísticos conquistados pelos modernistas. Mackenzie-SP Assinale a alternativa correta sobre o texto I. Se por experiência se adivinha. em ti acha. São letras. do estilo camoniano. limpo e gracioso. que inda tinha. Quando ele foge. a peregrinação cansada minha. UFRGS-RS Leia o soneto a seguir. O poeta elabora um modelo de mulher perfeita e superior. antes de Vasco da Gama. a quem só guia Amor. justas armas. quase forçado. considere as seguintes afirmações. e. como. João III. c) Conceitua o amor de forma unilateral. Quais os versos que expressam essa valorização? b) O que o poeta quis dizer com esses versos? c) Qual é a relação entre essa valorização e o Classicismo? 72. um desejo gravíssimo e modesto. c) Apenas I e II. assumindo uma atitude de insensibilidade. se os olhos ergo a ver se inda parece. um doce e humilde gesto. apresentando informações que abarcam história. da vista se me perde e da esperança. 64 Em relação ao poema. O poeta sugere desejo erótico ao se referir à figura mitológica de Circe. e) I. Vai-se gastando a idade e cresce o dano. real zelo. um despejo quieto e vergonhoso. e como ao fim caminha este meu breve e vão discurso humano. Um mover de olhos. a preferência por imagens paradoxais. Em uma carta dirigida a Alcáçova Carneiro. uma brandura. A qual deles está associado o cansaço da vida e qual deles se associa à proximidade da morte? b) Por que se pode afirmar que existe também uma contraposição no interior do primeiro verso da segunda estrofe? c) A que termo se refere o pronome “ele” da última estrofe? 74. SP. Se dizem. 1994. Sebastião). do qual se reproduzem. Thetys. A voz pesada um pouco alevantando. só tu. É porque queres. entre a gente. Expedindo no rústico raminho. pp. três estrofes. que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga. áspero e tirano. . chamam-te subida. b) Qual é a comparação feita no poema? c) Quem é o “Frecheiro cego”? A utilização dessa imagem indica que aspecto do Classicismo? 76. pois celebra fatos gloriosos da história portuguesa. Sendo digna de infames vitupérios. Luís de. com força crua. o que ressalta a presença do lírico no poema épico camoniano. a seguir. Tuas aras banhar com sangue humano. são as oitavas-rimas. (= aspecto) Que ficava nas praias. Chamam-te Fama e Glória soberana. Para que me tomasse descuidado. dedicatória (a D. onde menos temia. Em vossos claros olhos escondido. Sobre Os lusíadas. 78. retirado do canto III de Os lusíadas: “Tu. responda por que o poeta atribui a culpa do assassinato ao amor. Com base no trecho e no seu conhecimento sobre a obra. Que crueldades neles experimentas! Dura inquietação d’alma e da vida Fonte de desamparos e adultérios.” CAMÕES. puro Amor. ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto. como os de Inês de Castro e do Gigante Adamastor. fero Amor. Deste causa à molesta morte sua. foi ferido. Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como O velho do Restelo. é aquele do encontro do gigante com Thetys. Porque o Frecheiro cego me esperava. o velho: a) abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida melhor. é errado afirmar o seguinte. 65 a) Comente a forma do poema mostrado. Tais palavras tirou do experto peito: “Ó glória de mandar. c) O verso utilizado é o decassílabo clássico (especialmente o heróico) e as estrofes. alegre e brando. Douglas. no episódio. que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes. b) São compostos segundo modelos da epopéia clássica da Antigüidade (Homero. meneando Três vezes a cabeça. invocação (às Tágides). Moderna. que tormentas. de reinos e de impérios! Chamam-te ilustre. PV2D-07-POR-34 77. d) destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa. Nela. Leia o trecho a seguir. c) emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias. d) A “alta esposa de Peleu”. que em nada se relacionam com a situação do mundo em sua época. Postos em nós os olhos. Sepúlveda e Leonor. Na pronta vista a seta endireitando. que se atiça C’uma aura popular. de Luís Vaz de Camões. e) Episódios importantes do poema. narração (da viagem de Vasco da Gama) e epílogo (encerramento. e) O episódio faz menção ao casal amoroso. De Camões a Pessoa. Que os corações humanos tanto obriga. UFSCar-SP A questão adiante baseia-se no poema épico Os lusíadas. In TUFANO. incluem-se na longa narrativa de Vasco da Gama ao rei de Melinde. que perigos. Como se fora pérfida inimiga. O cruel caçador. e) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras. que do caminho Se vem calado e manso desviando. em tom desalentado). descontente. Desta arte o coração. Virgílio) e dos poemas épicos mais recentes do Renascimento italiano (Ariosto. Está o lascivo e doce passarinho Com o biquinho as penas ordenando. d) Os dez cantos do poema se dividem em proposição (os feitos heróicos portugueses). Inferno Luís Vaz de Camões Mas um velho. O verso sem medida. b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama. Que nós no mar ouvimos claramente. cede aos apelos de Adamastor e isso facilita a passagem dos portugueses pelo cabo das Tormentas. sobretudo). 75. Lhe dá no estígio lago (1) eterno ninho. 18. a) Trata-se de um poema de estrito interesse nacionalista.c) Um dos momentos líricos. que livre andava (Posto que já de longe destinado). relatado na estrofe 52. de aspeito venerando. Vocabulário: 1. Sagaz consumidora conhecida De fazendas. de modelo italiano. Nomes com quem se o povo néscio engana. C’um saber só de experiências feito. 83. Cheio dentro de dúvida e receio. puro amor. os sofrimentos e as incertezas da vida. Que a penas nos meus olhos ponho o freio. tanto engano. para exemplo. Camões. Canto 4. funesta Pérfida: desleal. escrito por Luís Vaz de Camões e narra a partida de Vasco da Gama para a viagem às Índias. e) é composto por sonetos decassílabos. ó Rei. a seguir. tanto dano. que se contemplo Como fui destas praias apartado. Trata-se de: a) concepção da história nacional como uma seqüência de proezas de heróis aristocráticos e militares. b) proposição. Mackenzie-SP Sobre Os lusíadas. Os Lusíadas. Na terra. d) propõe uma explicação a respeito do destino do homem. d) tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias. sanguinário. o mesmo esquema de rima. mantendo. Vunesp Apontam-se. b) na invocação. c) lamenta a condição humana ante os perigos. Como se fora pérfida inimiga. 84. com força crua. Certifico-te. no 5º verso? b) Explique o verso “Tuas aras banhar em sangue humano”. que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga. Se dizem./Donde Deus foi em carne ao mundo dado. c) efabulação mitológica. musas do rio Tejo. Camões faz uso de uma perífrase: Que o nome tem da terra. e) episódio O velho do Restelo. o poeta se dirige às Tágides. relacionando-o à história de Inês de Castro. Donde Deus foi em carne ao mundo dado. fero Amor. algumas características atribuídas pela crítica à epopéia de Luís Vaz de Camões. as naus portuguesas estão navegando em pleno oceano Índico. onde lhe desvenda “a máquina do mundo”. portanto. O trecho faz parte do poema épico Os lusíadas. Que o nome tem da terra. e) classifica o homem como um bicho da terra. no meio da viagem.79. d) contraposição da experiência e da observação direta à ciência livresca da Antigüidade. Que não se arme e se indigne o Céu sereno Contra um bicho da terra tão pequeno? Nessa estrofe. Uma dessas características está incorreta. b) considera o quanto o homem deve confiar na providência divina que o ampara nos riscos e nas adversidades. Tantas vezes a morte apercebida. Onde terá segura a curta vida. para exemplo. Vocabulário: Molesta: lastimosa.º 87 82. c) na Ilha dos Amores. Tanta necessidade aborrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano. é incorreto afirmar que: a) quando a ação do poema começa. após o banquete. que mortes lhe destinas. aplaca Ara: altar. Os lusíadas. em 1102 estrofes. Deste causa à molesta morte sua. a que se pode referir o vocábulo “Amor”. Camões usa outra perífrase? 80. em favor da ênfase mais objetiva na narração dos feitos lusitanos. existente na parte lírica. É porque queres. 81. e) eliminação do pan-erotismo. d) dedicatória. suaviza. realçando o orgulho humanista de auto-determinação e do avanço no domínio sobre a natureza. a) Em que estilo de época ou época histórica se situa a obra de Camões? b) Para dizer que o nome do templo é Belém. dada a sua agressividade. Tétis conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha. Camões. mesa para sacrifícios religiosos a) Considerando-se a forte presença da cultura da Antigüidade Clássica em Os lusíadas. só tu. tanta guerra. Em que outro trecho dessa estrofe. Tuas aras banhar em sangue humano. UFSCar-SP Partimo-nos assim do santo templo Que nas praias do mar está assentado. c) episódio Batalha de Ourique. 66 . Os lusíadas – episódio de Inês de Castro. Que os corações humanos tanto obriga. traidora Fero: feroz. grafado com maiúscula. cruel Mitiga: alivia. Unifap A que novos desastres determinas De levar estes reinos a esta gente? Que perigos. b) apologia dos poderes humanos. Fuvest-SP Tu. Camões: a) exalta a coragem dos homens que enfrentam os perigos do mar e da terra. áspero e tirano. Fuvest-SP No mar tanta tormenta. Debaixo dalgum nome preminente? Os versos de Camões são parte do(a): a) invocação. d) símbolo das forças contrárias às investidas marítimas lusas. e) a figura que incentiva a ideologia expansionista. e) uma sátira aos romances indianistas do século XIX. Em Os lusíadas. em Macunaíma. X. (. 89. A estrofe a seguir pertence ao canto X de Os lusíadas. robusta e válida. Só para fazer versos deleitosos Servimos. perdíamos a muiraquitã. é só que o nome nosso Nestas estrelas pôs o engenho vosso. d) uma apologia ao estilo pretensioso e à oratória vazia de conteúdo.. d) Camões em sua épica. fomos fabulosos Fingidos de mortal e cego engano. quando a mais temerosa desdita pesou sobre nós. Os olhos encovados. quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos. 86. O rosto carregado. Por uma bela noite dos idos de maio do ano traslato. 88. não. d) mostra que a ambição dos homens se equipara aos poderes divinos. No mais. d) lamenta que. Dinis em seus poemas de amigo. ó mar! Esse poema de Fernando Pessoa retoma. c) D. b) D. Pode-se afirmar que o Velho do Restelo é: a) personagem central de Os lusíadas. Musa. porque eu. e. c) afasta-se dos modelos clássicos. de Mário de Andrade. De disforme e grandíssima estatura. que está metida No gosto da cubiça e na rudeza Dua austera. Os lusíadas. criando a epopéia lusitana. a temática da expansão ultramarina também utilizada por: a) Gil Vicente em seus autos. Camões. apagada e vil tristeza. Saturno e Jano. quantas mães choraram. UFPA Ó mar salgado. Aqui. ciosos de etimologias esdrúxulas. no mais. e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida. Cheios de terra e crespos os cabelos. não sorriais! Nesse fragmento da “Carta pras Icamiabas”. E não do canto. FCC-SP Nem cinco sóis eram passados que de vós partíramos. que outrem grafara muraquitã. b) lamenta que os homens jamais se referem aos deuses em suas obras artísticas. gloriosos Divos estão. 90. a barba esquálida. quando uma figura Se nos mostra no ar. Trata-se de uma fala da deusa Tétis ao capitão Vasco da Gama. no século XX.85. os dentes amarelos.) Forneça o nome do episódio em que a figura descrita na estrofe anterior aparece e informe o que essa figura personifica.) Não acabava. Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso. Júpiter e Juno.. b) tem por objetivo criticar a ambição dos navegantes portugueses que abandonaram a pátria à mercê dos inimigos para buscar ouro e glória em terras distantes. 91. Dinis em seus poemas de amor. No trecho. e) Bocage em seus sonetos. 145 a) Quem é a “gente surda e endurecida” a que se refere a estrofe? b) Qual a acusação que o poeta faz a essa gente? c) Como se pode entender essa acusação no panorama português da época? 67 PV2D-07-POR-34 . Camões: a) narra a viagem de Vasco da Gama às Índias. b) o mais fervoroso defensor da viagem de Gama. Tétis: a) afirma que os deuses gregos e latinos são superiores aos deuses católicos. um gênero inteiramente original na época.. ortografam muyrakitan e até mesmo muraquéitã. A boca negra. c) a valorização da linguagem utilizada pela estética do século XVIII. e alguns doutos. e) narra a decadência portuguesa após a viagem de Vasco da Gama. mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida. c) afirma que os deuses gregos e latinos só existem na imaginação dos homens. b) um elogio à eloqüência dos parnasianos. 87. se mais o trato humano Nos pode dar. e) tem como objetivo elogiar a bravura dos portugueses e o faz através da narração dos episódios mais valorosos da colonização brasileira. encontramos: a) uma paródia do estilo clássico lusitano.. só verdadeiros. c) símbolo dos que valorizam a cobiça e a ambição. O favor com que mais se acende o engenho Não no dá a Pátria. apesar de ter dominado os mares e descoberto novas terras. na Ilha dos Amores. Portugal acabe subjugado pela Espanha. que a lira tenho Destemperada e a voz enrouquecida. (. a) Proposição. Júpiter toma sempre o partido de Baco. c) Dedicatória. d) a condenação enfática do heroísmo guerreiro e conquistador. Sobre Os lusíadas. no conjunto de Os lusíadas. que honra se chama. esperando ardentemente que os perigos e castigos profetizados sejam afastados. c) apesar das ameaças do gigante. e) o episódio sobre a morte de Inês de Castro é uma ficção camoniana absolutamente épica. e) no Canto X. canto IV. Fuvest-SP Responda às seguintes questões sobre Os lusíadas. aos valores defendidos pelo Velho do Restelo. b) Baco é favorável à empresa dos portugueses. d) o Velho do Restelo representa. No canto V de Os lusíadas: a) Adamastor representa os perigos enfrentados pelos navegadores lusitanos na travessia do oceano Atlântico para o oceano Índico. c) reconhece a grandeza do povo lusitano. d) os deuses reúnem-se no Olimpo para decidir a sorte dos portugueses.92. UFRGS-RS Assinale a alternativa correta. é correto afirmar que: a) os deuses pagãos presentes no poema representam a admiração de Camões pela grandeza do mundo antigo e sua descrença no cristianismo. Algumas. Nuas lavar se deixam na água pura. Ó Fraudulento gosto. (. Posta a artificiosa fermosura. abre novas esperanças em relação aos objetivos da viagem. Júpiter: 68 a) conclama os deuses a auxiliarem os portugueses na Ásia como recompensa pelos ásperos perigos da viagem. d) a nuvem negra que se desfaz.) Tais palavras tirou do experto* peito: – Ó glória de mandar. b) o Canto I contém a introdução.. a dedicatória e o início da narrativa.) A voz pesada um pouco alevantando. Mackenzie-SP Sobre Os lusíadas. de Camões. de aspecto venerando. Os lusíadas. no poema. Marte e Vênus se opõem a ela. UFRGS-RS Assinale a alternativa incorreta... antes associada ao Cabo das Tormentas. de Camões: a) Identifique o narrador do episódio no qual está inserida a fala do Velho do Restelo. A estrofe abaixo pertence ao poema Os lusíadas. 96. 98. feitos que os elevam ao nível dos deuses antigos. em sua fala. b) Compare. Que. Unicamp-SP Mas um velho. b) a presença de recursos expressivos de natureza oratória. ao dar lugar a um “medonho choro”. 97. 95. 99. Assim lho aconselhara a mestra experta: Que andassem pelos campos espalhadas. na passagem que narra o concílio dos deuses. . b) os portugueses assistem à transformação do gigante Adamastor em penedo quando tentam ultrapassar a parte mais meridional da África. Assinale a parte do poema a que pertence a estrofe transcrita. cujo território essas personagens se recusavam a abandonar. a invocação. Fuvest-SP Em Os lusíadas. que se contrapõe à solenidade do poema épico. e) a voz de “tom horrendo e grosso” do gigante Adamastor. c) o episódio da ilha dos Amores representa a merecida recompensa pelos grandes feitos portugueses. d) Narração. 93.. b) Invocação. é incorreto afirmar que: a) é dividido em cinco partes e dez cantos. ó vã cobiça. e) Epílogo. que se atiça Cua aura popular. (. os navegantes prosseguem. Vasco da Gama conta partes da história de Portugal. resumidamente. a opinião progressista da sociedade portuguesa. vista dos barões a presa incerta. deixa ver aos navegadores que o perigo já fora afastado. No canto I de Os lusíadas. Se fizessem primeiro desejadas. que na forma descoberta Do belo corpo estavam confiadas. as falas de Inês de Castro e do Velho do Restelo têm em comum: a) a ausência de elementos de mitologia da Antigüidade clássica. e) mostra dúvidas quanto à possibilidade de que os feitos do povo lusitano venham a suplantar a glória dos gregos e romanos. os principais valores que esse narrador representa. c) a manifestação de apego a Portugal. Desta vaidade a quem chamamos Fama. a fala do Velho de Restelo acusa os portugueses de vaidade e cobiça excessivas. 94. e) o emprego de uma linguagem simples e direta. que enfrenta o mar desconhecido em frágeis embarcações. b) encontra acolhida a suas palavras entre os deuses maiores e menores. Camões. d) aceita as justificativas de Baco para impedir a chegada dos navegadores portugueses à Índia. c) a pedido do rei de Melinde. ) ***valado – elevação de terra que limita propriedade rústica Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. em que se apóia o rosto. 100. Este diz Inglaterra onde. José Saramago. em geral. ó vã cobiça.. Que eu canto o peito ilustre Lusitano. Ó glória de mandar. percebe-se que Memorial do convento dialoga com os clássicos. b) Quem era esse “rei infame” a que se refere o trecho citado e em que século essa ação do romance se passa? c) Aponte. Já no Memorial do convento. Leia-o e responda às questões 102 e 103. que é púlpito dos rústicos. posta nos cotovelos: De Oriente a Ocidente jaz. e o texto III é um poema do livro Mensagem. do Canto IV de Os lusíadas. fitando. co’o amor intrínseco e vontade Naquele por quem morro. O trecho a seguir pertence a Os lusíadas. Baseado nesses comentários e em seus próprios conhecimentos. Quanto ao conteúdo. O cotovelo esquerdo é recuado. O rosto com que fita é Portugal. c) de Inês de Castro. Como cabeça ali de Europa toda Confrontando os fragmentos. Eis aqui quase cume da cabeça De Europa toda. por Sá de Miranda. entretanto. II. A quem Neptuno e Marte obedeceram. Que refrigério sejam da mãe triste. no trecho. Aquele diz Itália onde é pousado. A mão sustenta. Entre leões e tigres. b) do Barroco português. e então uma grande voz se levanta.. quaisquer que fossem suas profissões. Mackenzie-SP O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de Os lusíadas aparece em outro momento do poema. 102. veio dar-lhe o quadrilheiro uma cacetada na cabeça. afastado. Onde a terra se acaba e o mar começa III. E toldam-lhe românticos cabelos Olhos gregos. o poema Os lusíadas toma como ponto de referência um episódio da história de Portugal. p. ao menos uma passagem que indique a irreverência de Saramago em relação ao texto de Luís de Camões. com olhar sphyngico e fatal. 103. que aqui viste. Memorial do convento. e) do Concílio dos Deuses. refere-se ao engajamento voluntário dos portugueses na grande empresa que foi a descoberta de novos mundos. tosco (. Mackenzie-SP Põe-me onde se use toda a feridade. O Ocidente. ó pátria sem justiça. Isso acontece no episódio: a) do Gigante Adamastor. a) Cite ao menos uma razão que levou “o rei infame” de Memorial do convento a tornar obrigatório o engajamento de todos os operários do reino. e grita subido a um valado***.. futuro do passado. de Fernando Pessoa. e tendo assim clamado. Ali. releia a estrofe citada e indique: a) o tipo de verso utilizado (pode mencionar simplesmente o número de sílabas métricas). Vunesp A oitava apresentada constitui a terceira estrofe de Os lusíadas. ó rei infame. Eis aqui se descobre a nobre Espanha. criarei Estas relíquias suas.. d) dos Doze de Inglaterra. e) da poesia épica camoniana. 293. a) A que movimento literário pertence cada um dos autores? b) De que recurso comum aos dois textos se valem os autores para elaborar a descrição da Europa? 69 PV2D-07-POR-34 . Vunesp Uma leitura atenta da estrofe citada revela que o conteúdo dos primeiros seis versos é retomado e sintetizado nos últimos dois versos. o recrutamento para Mafra deu-se. *experto – que tem experiência **labrego – indivíduo grosseiro. Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram. é um labrego** de tanta idade já que o não quiseram. c) de um auto vicentino. O direito é em ângulo disposto. o reino Lusitano. Cale-se de Alexandre e de Trajano A fama das vitórias que tiveram. obra máxima do Classicismo português. Que outro valor mais alto se alevanta. O trecho evidencia características: a) da poesia trovadoresca. rude. 104. Os textos I e II iniciam respectivamente as estâncias 17 e 20 do canto III de Os lusíadas. de Luís de Camões. b) do Velho do Restelo. Fita. que ali mesmo o deixou por morto. e verei Se neles achar posso a piedade Que entre peitos humanos não achei. A Europa jaz. lembrando. O tipo de verso que Camões empregou é de origem italiana e foi introduzido na literatura portuguesa algumas décadas antes. 101.. O episódio do Velho do Restelo. de Luís Vaz de Camões. poema épico publicado em 1572. b) o episódio da história de Portugal que serve de núcleo narrativo do poema. Fuvest-SP I. Cesse tudo o que a Musa antiga canta. à força. d) da poesia lírica de Antero de Quental. Interprete a estrofe de acordo com esta observação. em Os lusíadas: Por isso. Tão rudes e de engenho tão remisso. qual em cabelo. qualidade inata. quase movidos de alta piedade (. A leitura atenta da estrofe transcrita de Os lusíadas permite concluir corretamente que: a) Camões antecipa uma das críticas que fará. Mas o pior de tudo é que a ventura Tão ásperos os fez. e) Inês de Castro. a sangria populacional provocada pelos empreendimentos coloniais portugueses. c) O velho. acompanham-nos até fora da vila as infelizes. Aquiles feros: Aquiles bravos. 6. c) Aljubarrota. o narrador cita textualmente palavras de um episódio de Os lusíadas. criada por ele mesmo. engrandecia com sua fala as façanhas dos navegadores. d) Tanto “Inês de Castro” quanto “O Velho do Restelo” são episódios que ilustram poeticamente diferentes circunstâncias da vida portuguesa. assinale a alternativa correta. Seu discurso é sobre questões metafísicas. Pios Enéias nem Aquiles feros. negligente. a quem eu tinha só para refrigério e doce amparo desta cansada já velhice minha. que vão clamando.. 1. que remontam à época da dominação romana. a posição subalterna da mulher na sociedade tradicional portuguesa. e não por falta de natura. aos portugueses de sua época. sorte. já criticava. Na obra Os lusíadas. referência ao protagonista da Ilíada. embotado. Nem haverá. 2. experiência de vida. Ó doce e amado esposo. 106. UniCOC-SP Podemos afirmar que. marítimos e suntuários. mais preocupada com o comércio e com os princípios da burguesia em ascensão. Engenho: habilidade. e) a citação de heróis da cultura greco-latina. mais tarde. capacidade. 108. exemplos negativos que fazem os portugueses “tão ásperos”. numa antevisão profética. mais preocupada com a agricultura e com princípios da velha nobreza fundiária. uma das cenas marcantes é a do Velho do Restelo.) José Saramago. 5. Em muitas passagens do trecho transcrito. o sofrimento popular decorrente dos empreendimentos dos nobres. por sua idade e falta de sensatez. nesse episódio. logo na apresentação do poema. desleixado. o gênero lírico porque é um episódio que narra os amores impossíveis entre Inês e seu amado Pedro. b) “Inês de Castro” caracteriza. b) o poeta retoma o mesmo tom ufanista da proposição. Ó filho. 7. d) há uma reclusa explícita da influência clássica de Virgílio e de Homero. o poeta vale-se de uma forma livre. c) afastando-se do rigor formal dos decassílabos e da oitava-rima. A partir das afirmações expostas. outra voltada para a renovação do perfil econômico do país. Ventura: destino. e outra protestando. Não há também Virgílios nem Homeros. 70 . como era uma pessoa estudada e de origem nobre. na qual. como Aquiles e Enéias. referência ao protagonista da Eneida. apresenta um discurso que não deve ser avaliado. Dos episódios “Inês de Castro” e “O Velho do Restelo”. dentro da epopéia camoniana. d) O Velho do Restelo. índole. revaloriza elementos tradicionais de cultura ibérica medieval. tão “austeros” e “tão rudes”.105. havia duas correntes de opinião em Portugal: uma fundada em valores medievais. visando a criticar o mesmo aspecto da vida de Portugal que Camões. Virgílios nem Homeros: referência aos dois poetas épicos da Antigüidade Clássica. b) O velho se identifica com a primeira corrente apresentada na afirmação. o abandono dos idosos decorrente dos empreendimentos bélicos. não se acabavam as lamentações. Fuvest-SP Já vai andando a récua dos homens de Arganil.. revela seu descontentamento com a decadência de seu país. Tão remisso: acanhado. aptidão. Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso. Natura: talento. Pios Enéias: Enéias generosos. e) O velho. seus contemporâneos. não é possível afirmar que: a) “O Velho do Restelo”. guerreiros. UniCOC-SP Lamentando o descaso dos portugueses. 4. para com a arte da poesia. previu os desastres futuros que se abateriam sobre a pátria e que arrastariam a nação portuguesa a um destino de enfraquecimento e marasmo. de onde partiam as naus portuguesas nas aventuras marítimas. conhece bem a situação econômica de Portugal na época. Memorial do convento. de Virgílio. o sofrimento feminino causado pelas perseguições da Inquisição. se este costume dura. d) O velho não se posiciona sobre as navegações. tanto que os montes de mais perto respondiam. no epílogo do poema. c) Restelo era o nome da praia em frente ao templo de Belém. diz Camões. de Luiz de Camões. 107. 3. um dos muitos espectadores na praia. da obra Os lusíadas. respectivamente: a) O Velho do Restelo. e) O Velho. O episódio camoniano e o aspecto criticado são. a) O velho se identifica com a segunda corrente apresentada na afirmação. e tão austeros. piedosos. a nobreza guerreira e a máquina mercantil lusitana. na época da expansão mercantilista. b) Aljubarrota. de Homero. Que eu canto o peito ilustre lusitano A quem Netuno e Marte obedeceram. já velho e com um “saber só de experiências feito”. da Ocidental praia lusitana. encontra-se refletida e sintetizada a experiência das perdas que causaram. áspero e tirano. c) III. experiência esta já acumulada na época em que o poema foi escrito. o poeta aponta dois dos motivos que. Cale-se de Alexandre e de Trajano A fama das vitórias que tiveram. segundo ele. posta em sossego. 109. Pedro e o casamento solene e festivo de ambos. do qual o trecho exposto faz parte. As armas e os barões assinalados. fero Amor. As críticas aí dirigidas às grandes navegações e às conquistas são relativizadas pelo pouco crédito atribuído a seu emissor. 113. tu. Que outro valor mais alto se alevanta. teriam levado os portugueses à expansão marítima. 112. humanizando os versos. Estavas. em Os lusíadas: I. Os lusíadas. como um todo. Tuas aras banhar em sangue humano. Entre gente remota edificaram Novo reino. d) I e II. Não tenho logo mais que desejar. mais forte que as conveniências e causa da tragédia de Inês. 114. Camões. que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga. Os lusíadas. Se a tanto me ajudar o engenho e a arte. a) Aponte os versos em que esses motivos estão explicitados. Transcreva esse verso e explique-o. Por mares nunca dantes navegados. Cesse tudo o que a Musa antiga canta. E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da morte libertando: Cantando espalharei por toda parte. é considerado o ponto alto do lirismo camoniano inserido em sua narrativa épica. Quem são os “barões assinalados” a que se refere o poeta na primeira estrofe? 110. e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natureza e pelos filhos e sua elevação ao trono português. Aos montes ensinando e às ervinhas. Que a fortuna não deixa durar muito. III. Na segunda estrofe. Deste causa à molesta morte sua. Naquele engano da alma ledo e cego. c) Aponte uma passagem da obra que desmente a visão expressa pelo poeta nesses versos. Fuvest-SP Considere as seguintes afirmações sobre a fala do Velho do Restelo. PV2D-07-POR-34 II. pode afirmar-se que seu núcleo central: a) personifica e exalta o amor. I. A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que Camões teve duas atitudes em relação a ela: tanto criticou o feito quanto o exaltou. b) II. que tanto sublimaram: E também as memórias gloriosas Daqueles reis que foram dilatando A Fé. De teus fermosos olhos nunca enxuito. obra de Camões. ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha. puro amor. o Império. Você diria que no quarteto apresentado podemos perceber a visão platônica que Camões tem do amor? Por quê? 71 Se dizem. d) retrata a beleza de Inês.Leia o texto a seguir e responda às questões de 109 a 111. Um dos mais famosos sonetos de Camões assim se inicia: Transforma-se o amador na cousa amada. É porque queres. Mais do que prometia a força humana. No seu teor de crítica às navegações e conquistas. Nos saudosos campos do Mondego. Está correto apenas o que se afirma em: a) I. Na terceira estrofe. legítima herdeira do trono de Portugal. e) I e III. Cessem do sábio grego e do troiano As navegações grandes que fizeram. Como se fora pérfida inimiga. com força crua Que os corações humanos tanto obriga. b) celebra os amores secretos de Inês e de D. posta em sossego. pode-se ler um verso que resume o conteúdo de todo o poema. Passaram muito além da Taprobana. e as terras viciosas De África e Ásia andaram devastando. O episódio de Inês de Castro. exemplificam o gênero épico na poesia portuguesa. Desse episódio. Que. 1-3. entretanto oferecem momentos em que o lirismo se expande. Entre perigos e guerras esforçados. De teus anos colhendo doce fruito. Por virtude do muito imaginar. pp. b) Explique os sentidos desses versos. 111. linda Inês. PUC-SP Tu só. Pois em mim tenho a parte desejada. O nome que no peito escrito tinhas. . c) tem como tema básico a vida simples de Inês de Castro. 121. meu amor.115. sem a reflexão e o racionalismo próprios do Classicismo. é incorreto afirmar que: a) está escrita em medida velha e medida nova. c) por ter criado o teatro popular. além da universalização. Sobre a lírica camoniana. da natureza e de Deus. b) apresenta-se no estilo clássico e no estilo maneirista. pois. b) sua temática é variada. a que vulgarmente chamamos Brasil 72 120.. Por que me falta a mim consolação. enquanto me a mim a vida dura. encontrando-se desde temas abstratos até tradicionais. 116. Quais são os temas da lírica camoniana? 117. c) no aspecto formal. uma visão platônica do conceito amoroso. b) é composta com versos de “medida nova”. d) sonda o sombrio mundo do eu. d) estabelece. é incorreto afirmar que: a) boa parte de sua realização se encontra na poesia de inspiração clássica. . 122. morais e cívicos que distinguiam a civilização portuguesa. e) mostra uma atitude puramente emocional. com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Segundo o poema. Trata-se. Mackenzie-SP Sobre a lírica camoniana. lançando mão de antíteses e paradoxos. contendo principalmente temas como o “desconcerto do mundo”. Sempre viva em minha alma te acharão. se os meus rudes versos podem tanto Que possam prometer-te longa história Daquele amor tão puro e verdadeiro. não cante O humano coração com mais verdade. de uma literatura de teor informativo. enfim. é toda construída em versos decassílabos em oitava rima. há referência a um acontecimento que parece ter relação com um dado da biografia de Camões: a perda da amada. presente na saudade.. e) muitas vezes. d) tem como elemento fundamental a visão sensual do amor. o poeta procura conceituar o amor. a) Carta do descobrimento b) Tratado da terra do Brasil c) Tratado descritivo do Brasil d) Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda e) História da província de Santa Cruz. “a mutabilidade das coisas” e o “ideal de perfeição”. através da introspecção. da mulher. Cara minha inimiga. às vezes. Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade. b) por ter sido o maior caricaturista da sociedade portuguesa do século XVI. compuseram textos com o propósito fundamental de retratar não só a terra recém-descoberta como também as características de seus habitantes. erótico. escreveu-se sobre o Brasil. respectivamente. apesar de se encontrarem. d) por ter escrito a melhor interpretação poética dos valores espirituais. isto é. 118. Mas. Será minha escritura teu letreiro. 119. E. em cuja mão Pôs meus contentamentos a ventura. sempre carregada do sentido físico. do amor e do mundo. um amplo painel da sociedade portuguesa do início do século XVI. e) busca. entre outras razões: a) por ter sido o primeiro escritor clássico de Portugal. Eternamente as águas lograrão A tua peregrina fermosura. Celebrada serás sempre em meu canto. Aponte a alternativa em que se encontra o nome de um texto que não se encaixe nessa tendência. em versos redondilhos e versos decassílabos. em que circunstâncias se deu essa morte? Quais os versos que se referem a ela? c) Qual o tipo de verso empregado? Trata-se da medida velha ou da nova? d) Por que se trata de um soneto? Qual seu esquema de rimas? 123. Luís de Camões a) Aponte e explique a antítese que há no início do poema. Amo-te a fim de um calmo amor prestante E te amo além. c) expressa-se em temática variada. Amo-te. Faltou-te a ti na terra sepultura.. Soneto do amor total Amo-te tanto. Alguns escritores.. Porque. Mackenzie-SP Desde seu descobrimento. sendo este último uma transição para o Barroco. na literatura portuguesa. enquanto no mundo houver memória. c) tem em seu centro a tentativa de compreensão da natureza. b) Neste poema. após tal evento. é correto afirmar que: a) é composta inteiramente segundo modelos do Classicismo renascentista. Fuvest-SP Qual a diferença mais significativa entre a poesia épica e a lírica: o tipo de verso empregado ou o conteúdo? Justifique sua resposta. totalmente adaptada à técnica renascentista. Sobre a lírica de Camões. Camões distinguiu-se. algumas passagens onde se mostram elementos artísticos. Lírica de Camões. 124. infindas. querendo-a aproveitar. Os dois textos. d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX. Salvo o devido respeito. Andresen (século XX).. E de amar assim. Livro dos sonetos..) Nela até agora não pudemos saber que haja ouro. muito e amiúde É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude. Esmeralda é para os trouxas. Tem goiabas. revelam duas perspectivas diferentes. Cruzados não faltarão. inculta e bela És. A gente vai passear.. De plumagens mui vistosas. Tão fértil eu nunca vi. o primeiro é de Luís Vaz de Camões (século XVI) e o segundo. Aponte semelhanças entre as duas obras tanto do ponto de vista temático quanto formal. c) cantar a Pátria é o centro das preocupações.. de Sophia M. A carta de Caminha. b) o período literário a que corresponde cada texto. b) poemas épicos indianistas e poesia lírica de caráter religioso.. Tem macaco até demais. de que nós deste porto houvemos vista. Compare-os. Mal de te amar neste lugar de imperfeição Onde tudo nos quebra e emudece Onde tudo nos mente e nos separa. A crítica costuma apontar Vinícius de Moraes como um dos herdeiros da lírica camoniana. B. por bem das águas que tem. Vossa perna encanareis. Pero Vaz de. a um tempo. Vunesp Língua Portuguesa Última flor do Lácio. Caminha. me aparece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem. que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! 73 MENDES. fundamentalmente: a) relatos de viajantes e missionários estrangeiros e escritos catequéticos de Anchieta. Dos dois textos transcritos. assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho. Quanto aos bichos. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui. Banana que nem chuchu. despojada de espiritualidade. simplesmente De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. / É dor que desatina sem doer. Sophia M. melancias. Indique: a) a diferença entre o texto original e o segundo. sátiras. que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela. Amo-te assim desconhecida e obscura. A terra Esta terra. UFBA As manifestações literárias no Brasil do século XVI foram. c) teatro de sátira política e crônicas sobre o cotidiano das pequenas cidades.. No chão espeta um caniço. Vinícius de Moraes. Murilo. Tem. lira singela. discutindo. ao longo do mar. d) obras de caráter pedagógico. em função da descrição da terra. tem-nos muitos. de circulação restrita. será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Terror de te amar num sítio frágil como o mundo. b) encontram-se sonetos. a arca. Diamantes tem à vontade. / É ferida que dói e não se sente. esplendor e sepultura: Ouro nativo.) Águas são muitas. Unicamp-SP Amor é fogo que arde sem se ver. E em tal maneira é graciosa que. e) a mulher é vista em seus aspectos físicos. Terror de amar. dar-se-á nela tudo. (.Amo-te como um bicho. e) cartas dos colonos aos familiares da metrópole e documentos de protesto contra a escravização dos negros. 127. grandes barreiras. representantes de dois períodos literários distantes. Reforçai.B. prefácio e notas de Massaud Moisés Carta de Pero Vaz A terra é mui graciosa.(. Fuvest–SP Na lírica de Camões: a) método usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior. 125. seleção. Porém a terra em si é de muito bons ares. senhor. nem lho vimos. nem coisa alguma de metal ou ferro. muito chã e muito formosa. nalgumas partes. 128. delas vermelhas. e a terra por cima toda chã e muito cheia de arvoredos. odes e autos. No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. delas brancas. através de critérios formais e temáticos. Senhor. PV2D-07-POR-34 . em Antologia poética. História do Brasil. 126. De ponta a ponta é tudo praia-palma. aspectos em que ambos se aproximam e aspectos em que ambos se distanciam. Andresen. nem prata. Tuba de alto clangor. É um contentamento descontente. Eu nunca vi rosa Em suaves molhos Que para meus olhos Fosse mais fermosa. e) Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo. tão frio e temperados como os de Entre-Douro e Minho. assim os achávamos como os de lá. 74 A terra é tão fermosa e de tanto arvoredo tamanho e tão basto que o homem não dá conta. Assinale o fragmento da Carta de Caminha que já revela a mencionada característica: a) Viu um deles umas contas de rosário. e lançou-as ao pescoço. em menino. d) Porém o melhor fruto. O culto à natureza. quando o batel chegou à foz do rio. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve alcançar. troféus verdes na ponta dos chuços e das lanças. dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. responda: o que o poeta quis dizer nos dois primeiros versos? 130. o poema de Caetano menciona outros dois escritores. Leia o texto seguinte. Cite pelo menos uma obra importante de cada um destes dois literatos. E quem há de negar que esta lhe é superior? E deixa os portugais morrerem à míngua. que dela se pode tirar. Águas são muitas e infindas. No clarão matutino os tucanos rombudos eram como figuras a lápis encarnado e que houvessem fugido do caderno escolar em que Deus aprendia desenho. Tupis em alvoroço. tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra. Gosto do Pessoa na pessoa Da rosa no Rosa. acenou que lhas dessem. E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade. . Oswald de Andrade. que aparece mencionado nos dois textos. neste tempo de agora. “Minha pátria é minha língua” – Fala Mangueira! Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer O que pode Esta língua? b) Assim. c) A expressão “cativo(a)” quer dizer “escravo(a)”. retirado de um poema de Camões. Aquela cativa Que me tem cativo. querendo aproveitá-la. brancas. Jequitiranabóias. Sabendo disso. a) Qual o tipo de verso empregado no poema? b) Trata-se de um poema tipicamente clássico? Justifique sua resposta. c) Mas a terra em si é muito boa de ares. 131. sem nenhuma roupa que lhes cobrisse suas vergonhas. como quem diz que os havia ali. ó rude e doloroso idioma. 129. Poesias reunidas Caetano Veloso. todos nus. Gosto de ser e de estar E quero me dedicar A criar confusões de prosódia E uma profusão de paródias Que encurtem dores E furtem cores como camaleões. porque. me parece que será salvar esta gente. no exílio amargo. O gênio sem ventura e o amor sem brilho! Língua Olavo Bilac. folgou muito com elas.Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te. tem sua origem nos textos da Literatura de Informação. Tarde (1919) (a Violeta Gervaiseau) Gosto de sentir a minha língua roçar A língua de Luís Camões. característica da Literatura Brasileira. Tribos guerreiras. estavam ali dezoito ou vinte homens pardos. Porque nela vivo Já não quer que viva. Unama-PA Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até a oitava da Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra Os selvagens Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam pôr a mão E depois a tomaram como espantados primeiro chá Depois de dançarem Diogo Dias Fez o salto real as meninas da gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha. De tal maneira é graciosa que. Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou. mansas. em Velô (1984) Além de Luís de Camões. 75 . 133. é incorreto afirmar que: a) cultivou especialmente os autos... a) Literatura dos jesuítas — Auto de São Lourenço b) Literatura dos viajantes — Carta do Descobrimento c) Literatura dos viajantes — Tratado da terra do Brasil d) Seiscentismo — Prosopopéia e) Seiscentismo — Sermão da sexagésima Capítulo 3 134.. que estaria para os lados do Atlântico. arrasta destemida. entremeada de inversões e figuras. e) uma postura bastante otimista. e) sua obra teatral. Cassianos Ricardo. c) na poesia lírica. enfim. que da manhã lisonjeada. têm seu referencial na origem e na formação da Literatura Brasileira. UFV–MG Sobre José de Anchieta. vermelhas araçóias. expressivas de uma fé profunda.. Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. que em breve ligeireza. 135. na alegoria. d) um requinte formal.. Do mal ficam as mágoas na lembrança.. É planta... exceto: a) Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil do século XVI. UniCOC-SP É correto afirmar que a estética barroca se valeu de: a) um acentuado equilíbrio em suas manifestações artísticas.. b) Foi o grande orador sacro da língua portuguesa.. moldou-se nos padrões renascentistas. b) uma insatisfação em relação à vida de sua época.... nesta vida. Martim Cererê 132. Rosa. Por mares de soberba desatada. se aguarda sem defesa Penha a nau. Florida galeota empavesada Sulca ufana. de uma linguagem castiça em sonetos que muitas vezes procuravam descrever objetos raros e preciosos.) as saudades. d) apesar de pautada na língua e na cultura do índio. e) Suas peças apresentam sempre o duelo entre anjos e diabos. mudam-se as vontades. c) uma linguagem rebuscada. E afora este mudar-se cada dia. mostrando um homem em conflito entre o pecado e o perdão divino. tarde a rosa? Gregório de Matos Continuamente vemos novidades. pois o cientificismo da época valoriza especialmente a ação humana. com seus sermões barrocos. dando destaque ao sofrimento amoroso e à religiosidade inata do homem.... de poetas da 1ª fase do Modernismo... com ambição dourada. arrasta presumida... Muda-se o ser. b) no teatro. Airosa rompe.Colar de osso ao pescoço. .. muda-se a confiança. Os excertos mostrados. Que já coberto foi de neve fria. que sempre o favorecem.. Ufla-MG Todas as alternativas sobre o Padre José de Anchieta são corretas.. o Auto de São Lourenço destaca-se como obra catequética de influência medieval.. como vasos e taças. ferro a planta. cocares multicores.. ser rosa. Cada qual com o seu sol de plumas à cabeça.. Púrpuras mil. Assinale a alternativa que identifica esse referencial. Diferentes em tudo da esperança.. nau vistosa. Guerreiros da manhã que haviam já descido dos Andes à procura da Noite.. De que importa. Com presunção de Fênix generosa.. encontram-se suas mais belas composições. escrevendo uma cartilha sobre a gramática da língua dos nativos.. Luís Vaz de Camões Texto 2 É a vaidade.. tornar mais acessíveis às mentes indígenas os conceitos e os dogmas do cristianismo. em que o homem se sente capaz de igualar as capacidades dos deuses. Fábio.. UniCOC-SP Texto 1 Mudam-se os tempos. PV2D-07-POR-34 O tempo cobre o chão de verde manto..... c) Estudou o tupi-guarani... Galhardias apresta. Tomando sempre novas qualidades. sua produção literária não se caracteriza como literatura já tipicamente brasileira. buscando.. Todo o mundo é composto de mudança.. E do bem (se algum houve. marcadamente alegórica e antireligiosa. alentos preza: Mas ser planta. É nau.. E em mim converte em choro o doce canto... que de abril favorecida. d) Escreveu tanto uma literatura de caráter informativo como de caráter pedagógico. Gregório de Matos Gregório de Matos d) vida e morte.. Soneto da separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. que possibilitou. Mas não me digas descobrindo o peito Mar de amor onde vagam meus desejos Castro Alves Nos versos acima.. e) O texto 2 é um caso de poesia encomiástica.... em Castro Alves.. aspectos contrastantes fundidos no Barroco. . 76 .. Fuvest-SP O cultismo e o conceptismo. assunto sutilmente abordado no texto 2... os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Vaidade que todo me há vencido.. não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente... Fuvest-SP Leia atentamente o texto.. c) contraposição de espírito e matéria.. Maldade que encaminha a vaidade. Vencido que ver-me e arrependido... apresentam pontos de divergência e convergência. b) as relações amorosas são apresentadas de uma maneira sensual e ardente.. pagar-lhes-ão a semeadura: aos que vão buscar a seara tão longe....... Senhor. Que aspectos da arte barroca são encontrados no trecho exposto? 140... Delinqüido vos tenho. elimina a expressão do amor físico... e ofendido. Ofendido vos tem minha maldade... enquanto o texto 2 é nitidamente barroco. Não me apertes assim contra teu seio. Maria! É tarde. Boa-noite..... Aos que têm a seara em casa.... possivelmente um amigo do poeta.. além do uso da antítese para expressar a angústia da separação... o lirismo barroco. hão-lhes de medir a semeadura.é tarde. 139. exceto: a) forma e conteúdo. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama.. em que se presta homenagem a alguém.. Em teus olhos e boca... Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia. Em Soneto da separação..... Maria! Eu vou-me embora... achar-vos-eis com mais paço: os de lá. e hão-lhes de contar os passos... não mais que de repente...... UFPB Leia o texto abaixo e responda ao que se pede. 138. em Gregório de Matos..... há outros que semeiam sem sair. Arrependido a tanta enormidade. o sol e o dia: .. b) jogo de palavras. à China..... fundamentada na religiosidade contra-reformista. e o romântico.... observa-se o resgate da forma fixa.. Vinícius de Moraes Um dos recursos instaurados pela contemporaneidade poética é a “liberdade de expressão”... 136.... o texto 2 combate a vaidade e o culto da aparência.. d) O texto 1 é exemplo de poema cuja temática é a frustração amorosa.. com mais passos. c) Enquanto o texto 1 aborda a temática do desconcerto do mundo.. b) A temática de ambos é a mesma: o desconcerto do mundo. Boa-noite. d) jogo de idéias... Ofendido vos tem minha maldade. a permanência de modelos clássicos do fazer poético. UFPE Discreta e formosíssima Maria Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora. que hei delinqüido. no caso a Fábio. Goza. e) raciocínio rebuscado.. b) sentidos e inteligência. a) Retire do poema duas antíteses. Todos terão sua razão.... Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente...... exceto: a) gosto pelas antíteses. e) fantasia e raciocínio. apesar de pertencerem a movimentos literários diferentes.. b) Que estilo de época acrescenta à presença de antíteses o exagero expressivo como reflexo de um intenso conflito espiritual? 137.... relacionam-se respectivamente a todas as oposições a seguir. Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear. inclusive...... sublimando o sentimento....... ao Japão.... distanciados por séculos. A lua nas janelas bate em cheio.. Padre Antônio Vieira Todas as características barrocas citadas podem ser identificadas no texto. De repente.. goza da flor da mocidade Que o tempo trata a toda ligeireza E imprime em toda flor sua pisada.... c) imaginação e razão. É verdade. As convergências se devem a que: a) a visão do amor.. a) O texto 1 é claro exemplo de poesia neoclássica... mas tudo tem sua conta.Assinale a alternativa correta sobre os textos dados. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá........ silogismos. d) predomínio de forma. e não dura mais que um dia. O conceptismo valoriza a atitude intelectual. O conceptismo valoriza a atitude intelectual. a impessoalidade da expressão. c) a prolixidade. A parte sem o todo não é parte. apresentando: a) a fusão do teocentrismo com o antropocentrismo. pessoas e ações não são descritas. b) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. 143. E todo assiste inteiro em qualquer parte. pelo abuso no emprego de figuras semânticas. em detrimento de conteúdo. [a mariposa] Por ousada. ao resplendor. e) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini. d) utilizando o discurso direto. De comum. e) o uso de contrastes. e) Largo sentimento de grandiosidade e esplendor. que formula o conceito engenhoso. a reiteração das idéias. respectivamente? 144. Ao raio. o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas. Cai triste. Em todo o Sacramento está Deus todo. a extrema contenção. os dois aspectos construtivos do Barroco. Sobre cultismo e conceptismo. e) em ambos os poemas. os poetas descrevem suas amadas recorrendo a metáforas alusivas a elementos da natureza. recurso tão encontrado nos textos barrocos. se segue a noite escura. sobrenatural humanizado. à luz formosa.c) o tema do Carpe diem faz referência ao aproveitamento da vida e da beleza. b) predomínio do equilíbrio em todas as formas artísticas. as mulheres são descritas como figuras contraditórias. para deliciado pasmo do espírito dialético. por briosa. É possível localizar no mesmo autor e até no mesmo texto os dois elementos. d) As coisas. c) Sentido de universalidade. apenas o objetivo de surpreender pela singularidade espantosa. céu e terra ligados. fica vã. b) Gosto pela polêmica. sendo o todo. sintáticas e sonoras. Assinale a alternativa incorreta. paradoxos. Ufla-MG Assinale a alternativa que contém características incompatíveis com o estilo de época conhecido por Barroco. a) Contradições. Fuvest-SP Nasce o Sol. a economia de recursos expressivos. Duas atitudes diferentes. racionalismo e objetividade. colisão de cores e excesso de relevos. b) a economia de recursos de estilo. e o conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos. malograda. a concisão. a impessoalidade da expressão e do léxico. pelo panfleto. 142. Depois da luz. d) O cultismo na Espanha. Mas se a parte faz o todo. mas apenas evocadas e refletidas através da visão das personagens. por débil. na sua brevidade. simultaneamente angelicais e demoníacas. sendo parte. c) estilo rebuscado como manifestação de angústia. Não se diga que é parte. Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor. desfeita. de pompa e grandeza heróica. cor e riqueza. o uso de léxico não-poético. a reiteração das idéias. c) a forte presença de antíteses. Quais são os dois processos a que se refere o crítico português. de um soneto de Gregório de Matos Guerra. Uniube-MG Castigada. Na estrofe acima. Em qualquer parte sempre fica todo. O Barroco surgiu como reação aos ideais da Idade Média e à valorização demasiada da Antigüidade Clássica. propõe a primazia da palavra sobre a idéia. Explique o conceito de “cultismo”. 147. Em tristes sombras morre a formosura. no Sermão da Sexagésima. esse tema aparece em ambos como uma reflexão sobre a transitoriedade das coisas. valorizando a identificação dos seres por metáforas. 145. o uso de léxico não-poético. a argumentação. d) o culto do amor cortês. assinale a única alternativa incorreta. para isso. 146. d) o uso intenso de metáforas. Hernâni Cidade c) O cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem. b) a utilização de rimas alternadas. morre abrasada. Em contínuas tristezas e alegria. dois diferentes processos: a atitude sensual de rebusca do mais pulcro e fulgurante para o encanto dos olhos. Utilize. E feito em partes todo em toda a parte. e) a fusão do pecado com o perdão. os seguintes versos de Gregório de Matos: O todo sem a parte não é o todo. 77 PV2D-07-POR-34 . expressos na tendência ao exagero e ao hiperbólico. e) o uso de aliterações. 141. a tendência ao descritivo. a principal característica do Barroco é: a) o culto da Natureza. a atitude intelectual. O texto lembra que na estética barroca foram freqüentes: a) a tendência ao narrativo. a) O cultismo opera através de analogias sensoriais. que a temê-lo A própria formosura te convida. por não condenar-me. eclipsados. b) Como o amor de Cristo é muito maior que o pecado do indivíduo. para exaltar os baianos. d) a necessidade de ser piedoso e caritativo. ESPM-SP Considere os versos: Mui grande é Vosso amor e meu delito. 150. USF-SP Que és terra. flor ufana. o poeta barroco não raro expressa: a) o medo de ser infeliz. a que não consegue dar sentido. baixel humano Se busca a salvação. De pó te faz espelho em que se veja A vil matéria de que quis formar-te. Parece coisa de riso. conforme lembram os excertos mostrados. e em terra hás de tornar-te. FCC-BA Teme o fim. a desilusão diante da falência de valores terrenos e divinos. Queimada veja eu a terra. Lembra-te Deus. valoriza a capacidade do indivíduo de fruir os aspectos positivos que o mundo lhe oferece. não raro: a) se angustia com a fatuidade e a brevidade da existência e busca a redenção pela religiosidade. a certeza de que o aguardam o inferno e a desgraça espiritual. 152. b) a consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão. Onde em casa. Assinale a opção em que ocorre o mesmo tipo de argumentação. O texto barroco. ao sair da Bahia colonial.148. d) usa de antítese. 149. E se assopra a vaidade. 78 a) O amor divino pode salvar o ser humano do conflito de confiar na infinitude do pecado. o poeta Gregório de Matos. Que é terra. que é infinito. Porém pode ter fim todo o pecar. e nos corrilhos Os asnos me chamam d’asno. de que quis formar-te. o sentimento de nulidade diante do poder divino. d) é densamente espiritualizado. De tanto sangue e lágrimas cobertos. uma imensa angústia em face da vida. alerta pois. por mais que pequei. fortemente religioso e descompromissado com a observação da realidade física e com os aspectos materiais do mundo. No fragmento poético-satírico mostrado.. onde o torpe idiotismo chama aos entendidos néscios. e) O conflito divino induz o ser humano a buscar o amor infinito com a salvação. que não sabem musa. que és pó para humilhar-te. c) a percepção de que não há saídas para o homem. estais fechados. nesse fragmento. e ferra. abençoada pelo sacrifício da divindade. em que se veja A vil matéria. Todo o lenho mortal. infinito. e) descreve de modo imparcial o meio colonial baiano. amaina. o poeta: a) demonstra grande apreço pela sociedade baiana. Conforme sugere o excerto. e) a revolta contra os aspectos fatais que os deuses imprimem a seu destino e à vida na terra. e dados (. Esses versos que o poeta barroco Gregório de Matos dirige a Cristo apresentam uma visão sofismática típica da época. a) De que metáfora se trata? b) Qual o desenvolvimento que o poema dá a ela? . d) O amor de Cristo. O poema acima desenvolve uma metáfora. Essa razão me obriga a confiar Que.. Pois. estais despertos E. Das próprias negras amigo.) Ambicioso. Te põe à vista a terra. Que a terra de hoje é porto soberano. Te lembrar hoje Deus por sua Igreja. E como o teu baixel sempre fraqueja Nos mares da vaidade. Podemos afirmar que. Te lembra hoje Deus por sua Igreja. avarento. Eu sei de um clérigo zote Parente em grau conhecido Destes. porque a divindade o espreita. paralela à vontade de fruir até as últimas conseqüências o lado material da vida. para perdoar-me. aos néscios chama entendidos. e incha o pano. Na proa a terra tens. A vós divinos olhos. b) reforça o preconceito em relação ao elemento negro. faz o poeta desejar o fim do ato de pecar. por conseqüência. c) A razão que o poder divino impõe ao ser humano faz com que ele confie no amor e na salvação. a salvação é certa. sempre vigilante. De pó te fez espelho. Alerta. mau grego e pior latim Famoso em cartas. homem. característica da linguagem barroca. que o vento berra. e) é fortemente emocionado e. b) traz ao leitor uma visão paradisíaca da existência. 151. escreve sobre essa sociedade e seus integrantes. c) fortalece uma visão positiva do consórcio das raças. onde peleja. neste conflito Espero em Vosso amor de me salvar. c) é fortemente moralista e exorta o homem a desprezar os prazeres e a vida terrena. e em terra hás de tornar-te. tome hoje terra. E não o Vosso amor. homem. onde salvar-te. Cefet-PR Queimada veja eu a terra. e merecem o mesmo nome. de padre Antônio Vieira. pode-se afirmar que: a) embora vivesse no Brasil. se de uma parte dizem luz. que é a graça. Mackenzie-SP Assinale a alternativa incorreta. ou da parte do ouvinte. da outra há de estar noite. Para um homem ver a si mesmo. a) antíteses – barroco b) metáforas – arcádico c) metonímias – romântico d) antíteses – arcádico e) metonímias – barroco 156. Mas Sêneca. somadas à religiosa. são necessárias três coisas: olhos. senhor. os Alexandres. a estética barroca atinge o seu ponto alto em prosa no Brasil. ele. O roubar 10 pouco é culpa. c) dada sua espiritualidade. d) em função de seu zelo para com Deus. Para uma alma se converter por meio de um sermão. Uma das mais importantes características da obra do Padre Antônio Vieira refere-se à presença constante em seus sermões das dimensões social e política. se de uma parte está dia. sou ladrão. c) O poema épico Prosopopéia foi escrito em versos decassílabos e oitava-rima e é considerado o marco inicial do Barroco no Brasil. sois imperador? – Assim é. Dê argumentos que permitam considerar o padre Antônio Vieira como um expoente tanto da literatura portuguesa quanto da literatura brasileira. critica alguns excessos do estilo ________. que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as significações.153. Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador. a) Julgada em bloco. se de uma parte dizem desceu. respondeu assim. PUC-RJ 01 Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia. c) A literatura no Brasil colonial é clássica. no trecho. persuadindo. de Pe. o roubar com pouco poder faz os piratas. porém. que é doutrina. 159. da outra hão de dizer subiu. Fuvest-SP A respeito do padre Antônio Vieira. porque roubo em uma barca. usando uma retórica aprimorada. a literatura brasileira do quinhentismo é uma típica manifestação barroca. b) procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava. e) Não se deve dizer que a literatura seiscentista brasileira seja inferior por ser barroca. Comente esta afirmativa em função do texto acima. demonstrava desinteresse por assuntos mundanos. ou qualquer outro. o roubar com muito. e como fosse trazido à sua presença um pirata que por ali andava roubando os pescadores. quo regem animum latronis et piratae habentem. 79 PV2D-07-POR-34 . Se de uma parte está branco. d) Apesar de ser conhecido como poeta satírico. como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Aprendamos do céu o estilo da disposição. há de haver três concursos: há de concorrer o pregador com a doutrina. a uns e outros definiu com o mesmo nome: 15 Eodem loco pone latronem et piratam. tendo nascido pela mão dos jesuítas. – Basta. Antônio Vieira. e vós. 157. há mister espelho e há mister olhos. b) Na poesia de Gregório de Matos. 154. com intenção doutrinária. é necessária luz e é necessário espelho. 155. Gregório de Matos também escreveu poesia lírica e religiosa. Comprove a afirmação. da outra hão de dizer sombra. ou da parte de Deus. misticismo e erotismo. há de concorrer Deus com a graça. b) Caracteriza o Barroco a tentativa de unir os valores medievais aos renascentistas. que despreza a linguagem rebuscada. o homem concorre com os olhos. o roubar muito é grandeza. Padre Vieira. não se ocupou de problemas locais. identificando. Se o Rei de Macedônia. alumiando. que é o conhecimento. valores terrenos e aspirações espirituais. PUC-MG O texto a seguir. Que coisa é a conversão de uma alma senão entrar um homem dentro de si e ver-se a si mesmo? Para essa vista são necessários olhos. por sua formação lusitana. mas sim que é uma literatura barroca de qualidade inferior. percebendo. No excerto. fizer o que faz o ladrão e o pirata. o Padre Antônio Vieira segue os moldes da parenética medieval. a) Em seus sermões. e também o das palavras. espelhos e luz. utilizava-O para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais. Assinale a alternativa incorreta. O pregador concorre com o espelho. porque roubais em uma armada. que não era medroso nem lerdo. há mister luz. repreendeu-o muito 05 Alexandre de andar em tão mau ofício. e) O cultismo caracteriza-se como uma seqüência de raciocínios lógicos. e) mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos. o pirata e o rei. há de concorrer o ouvinte com o entendimento. o ladrão. percebe-se o dualismo barroco: mistura de religiosidade e sensualismo. condenando o abuso de ____ ______. Fragmento do Sermão do bom ladrão. pertence ao estilo barroco. três características do estilo. todos têm o mesmo lugar. Deus concorre com a luz. Logo. com exceções raras. d) Com Antônio Vieira. de estilo conceptista. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas. da outra há de estar negro. que eu. 158. ora pela empostação mais sóbria de antítese e de paradoxo”. No fragmento transcrito. Vunesp O Padre Antônio Vieira (1608-1697). os de lá. quem ama para que o amem. é obrigação. para as quais. a) gongorismo – exaltação vital – cultismo – preciosismo b) conceptismo – fé – preciosismo – gongorismo c) Barroco – depressão vital – conceptismo – cultismo d) Conceptismo – depressão vital – gongorismo – preciosismo e) Barroco – fé – cultismo – conceptismo 161. b) justifique-a em função da teoria de amor proposta por Vieira. Texto para as questões de 162 a 164. senão. em respeito a Judas. 165. Vieira. esse só é fino. na vida pessoal. com aquele seu capelo na cabeça. com mais passos. mas sempre de modo claro e preciso.. fundada na ciência que tinha dele e dos mais discípulos. estes sem temor nem perigo. na ordem em que aparecem. responda: quantas e quais são as espécies de “amor”. porque amo. faço o que devo. percebemos que os vocábulos causa e fruto dessa frase apresentam relação contextual. b) Não diz Cristo: saiu a semear o semeador. Bernardo o amor fino. são as que convertem o mundo. . devem coincidir com sua pregação no púlpito. qual cuidais que é? É o conceito que de sua vida têm os ouvintes. Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do _____________. é considerado um dos maiores oradores de todos os tempos. Da mesma maneira. assinale a opção que não seja exemplo de nenhuma das características citadas por Affonso Ávila. parece um monge. Nos trechos a seguir. com aqueles seus raios estendidos parece uma estrela. as ações. 80 Padre Antônio Vieira. mas notou o Evangelista com especialidade a ciência do Senhor. Releia o texto dado e. b) Vieira defende que os religiosos da época deviam dividir seu tempo entre a pregação e o trabalho agrícola. Vieira sintetiza a sua teoria do amor com a frase: “O amor fino não busca causa nem fruto”. d) Ah dia do juízo! Ah pregadores! Os de cá. saiu a semear o que semeia. se amo para que me amem. Tão inteiramente conhecia Cristo a Judas. é negociação. ut amem: amo. 164. de Padre Vieira. de imagens e de construção. naquele tempo. E tal foi a fineza de Cristo. nós também somos pó: em que nos distinguimos uns dos outros? Distinguimo-nos vivos dos mortos. em respeito de Judas. ou ser pregador de nome. e outra o que prega. Sermões. processo racional de demonstrar uma asserção. Se amo porque me amam. como a Pedro. nem para quê.160. e as ações são as que dão o ser ao pregador. O semeador e o pregador é nome. a vida. o exemplo. ENEM A respeito de Padre Antônio Vieira. serve-se freqüentemente do simbolismo das Sagradas Escrituras para desenvolver argumentos de raciocínio complexo. achar-voseis com mais paço. assim como se distingue o pó do pó. tem o amor causa. era dedicado o tempo dos padres. justifique como se dá o amor de Cristo a Judas. e aos demais. devem estar totalmente desligadas de sua pregação ao púlpito. diz assim: Amor non quaerit causam. Ora vede: definindo S. embora diluídos em meio ao vigor persuasório da composição e atenuados ora por formas de gradação mais paronomásica ou trocadilhesca. e outra o que semeia. Quem ama porque o amam. e amo. de acordo com a argumentação de Vieira.. uma coisa é o semeador. Partindo desse comentário: a) explique a relação textual acima mencionada. e o _____________ com o uso de silogismo. tem fruto: e amor fino não há de ter por quê. amo. O melhor conceito que o pregador leva ao púlpito. com seus jogos de palavras. d) Vieira afirma que as atitudes do pregador. segundo Vieira? 163. movimento em que o homem é conduzido pela ______________ e que tem. os outros furtam debaixo do seu risco. a) Vieira defende a separação entre as atividades religiosas e as agrícolas. na vida pessoal. Lendo atentamente a seqüência do texto em pauta. UFRGS-RS Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto a seguir. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo. não importa nada. em língua portuguesa. busco o que desejo. estes furtam e enforcam. com os conectivos porque e para que em orações como: “porque me amam” e “para que me amem”. Em seus sermões. o ______________. Vieira aborda fundamentalmente o tema do “amor”. são enforcados. é agradecido. se furtam. nec fructum: “O amor fino não busca causa nem fruto”. Vunesp Em sua argumentação insistente e repetitiva. e) Os outros ladrões roubam um homem. as obras. Assinale a alternativa que indique a idéia básica do texto apresentado. porque em Judas mais que em nenhum outro campeou a fineza de seu amor. a seguir. entre suas características. a) O polvo. 162. a seguir. para amar. extraídos de Os sermões. os outros. c) Vieira despreza a atividade do pregador. uma coisa é o pregador. Vunesp Verifique no texto as menções feitas por Vieira ao amor de Cristo pelos apóstolos e. o crítico literário Affonso Ávila afirma: “Mas o uso de jogos vocabulares do mesmo teor prosseguirá ao longo do discurso. o que semeia e o que prega é ação. quia amo. estes roubam cidades e reinos. Ter nome de pregador. Se amo porque me amam. que considerava extremamente improdutiva e inútil para a vida nacional. c) Os mortos são pó. e) Vieira afirma que as atitudes do pregador. Sermão da sexagésima. se amo para que me amem. respectivamente. em cuja prosa coexistem os princípios barrocos do cultismo e do conceptismo. há de apertar. b) a submissão da sintaxe às regras da clareza. indicando o conteúdo de cada uma delas. Mencione e explique uma característica do estilo barroco que Vieira explora com insistência no seguinte trecho: O amor é união de almas. d) a ordem casual e descontrolada das palavras. b) sua infância e sua família são temas recorrentes em seus poemas. o amor excessivo. quando o amor não é extremado e excessivo. há de concluir. como pode ser o amor semelhante à morte? PV2D-07-POR-34 . e naturalmente a busca: para ali pesa. divide os extremos mais unidos. Rio de neve em fogo convertido. aponta as partes que compõem o discurso argumentativo e ilustra o Barroco. Sermão do Mandato Começando pelo amor. como pode ser o amor semelhante à morte? O mesmo Salomão explicou. e só ali pára. forte. PUC-SP Há de tomar o pregador uma só matéria. é correto afirmar que: a) privilegia os cenários bucólicos percorridos por pastores e ninfas examinados sob uma perspectiva satírica e irônica. Vieira. c) a interpenetração de elementos contrastantes. há de acabar. afirma que uma mesma causa pode produzir efeitos contrários. como pode ser efeito do amor o apartar? Assim é. 81 167. diz Salomão. é responsável por fazer com que uma mesma causa produza efeitos contrários. Assim o amor: naturalmente une. há de confirmá-la com o exemplo. e de Santo Agostinho. c) expõe em sintaxe complexa e com metáforas antitéticas os dilemas do amor e do espírito no quadro da Contra-Reforma. Enquanto amoroso e unitivo. As causas excessivamente intensas produzem efeitos contrários. deixa-se atar. UFRGS-RS Sobre a obra de Gregório de Matos. é como a morte. e o efeito da morte é separar. O amor é união de almas. há de impugnar e refutar com toda a força da eloqüência os argumentos contrários. a morte é separação da alma: pois se o efeito do amor é unir. outras vezes amoroso e forte. há de prová-la com a Escritura. e sabe-se desatar como Sansão: afetuoso . rei sábio? Como a vida. b) indique o fenômeno físico que Vieira apresenta como uma das provas do que afirma. Nesses versos de Gregório de Matos. faz emudecer: a luz faz ver. em seu sermão. há de dividi-la para que se distinga. há de defini-la para que se conheça. e) privilegia os cenários palacianos em que ocorrem intrigas e conspirações envolvendo nobres burocratas. ocorre um procedimento comum ao estilo da poesia barroca. produz efeitos contrários. 171. mata. Não fala Salomão de qualquer amor. mas se é excessiva. O amor essencialmente é união. Esse trecho do Sermão da Sexagésima. dissera eu. com as circunstâncias. há de persuadir. a morte é separação da alma: pois se o efeito do amor é unir. 170. mas umas vezes é amoroso e unitivo. conforme a presença ou não de determinado fator. em seu estilo conceptista. 169. senão do amor forte? Fortis est ut mors dilectio: e o amor forte. mas se é excessivo. mas se é excessiva. UEL-PR Incêndio em mares d’água disfarçado. há de responder às dúvidas. e depois disto há de colher. É união. com os efeitos. Antônio Vieira. e produz apartamentos. O amor sempre é amoroso. é correto afirmar que: a) os vícios da colônia são criticados e as autoridades públicas são ridicularizadas. o amor intenso. 168.166. Com base nesta constatação: a) determine o fator que. há de satisfazer às dificuldades. de autoria do Padre Antônio Vieira. A dor faz gritar. d) privilegia o cenário urbano para denunciar as arbitrariedades da Inquisição e o racismo dos portugueses instalados na colônia. UFRGS-RS Sobre a poesia de Gregório de Matos Guerra. segundo afirma Vieira. Identifique as partes em que se dividem os sermões de Vieira. divide: Fortis est ut mors dilectio: o amor. Texto para as questões de 167 a 169. Como a morte. ajunta extremos mais distantes: enquanto amoroso e forte. 172. cega: a alegria alenta e vivifica. Sabe-se o amor atar. com as conveniências que se hão de seguir. Em que consiste esse estilo? Exemplifique-o com o texto dado. forte rompe ataduras. e) o ideal da racionalidade resulta na sintaxe simples e na ordem direta das frases. e) a exaltação da paisagem nativa. há de declará-la com a razão. d) o elogio da mulher amada está inserido em um quadro bucólico e pastoril. há de amplificá-la com as causas. qual seja: a) a imitação direta dos elementos naturais. c) a escravidão é denunciada como instituição perversa e desnecessária. b) expõe em sintaxe simples o caráter sereno e amoroso de um pastor que corteja sua amada com promessas de vida amena e burocrática. Sermão do Mandato. com os inconvenientes que se devem evitar. monges e prostitutas. e o efeito da morte é separar. mas se é excessiva. Tudo são palavras de Platão. Pois se a natureza do amor é unir. para ali caminha. . valendo-se para isso do engenho artificioso que caracterizava o estilo da época. c) a poesia satírica de Gregório de Matos.. no conjunto de sua obra. c) Dos poetas arcádicos eminentes. *salvajola: variante de “selvagem”. foi sem dúvida o mais liberal..173...... Ana Miranda.. a) No seu esforço de criação da comédia brasileira. entregou-o ao vereador. oposição em simetria e simetria em identidade.. que andou Amor em ti prudente! Pois para temperar a tirania. inspirada na vida nos prostíbulos da cidade da Bahia e que deu origem à alcunha do poeta. Pranto por belos olhos derramado. meu dom Braço de Prata. Gregório de Matos escreveu: Quando desembarcaste da fragata. no linguajar baiano da época... “A difamação é o teu deus”.. no âmbito da linguagem... O papel passou de mão em mão. os desmandos do poder local. Como bom barroco e oportunista que era. b) Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o presente: ainda tem os torneios verbais do quinhentismo português. O poema inscreve. disseram.. d) é correta apenas a afirmação II. b) são corretas apenas as afirmações I e II. mandava a inquisição alguma estátua. que em um rosto corres desatado. passa por variações contrastantes até evoluir para o oximoro... mas combina-os com a paixão das imagens pré-românticas. Se és fogo como passas bradamente..... 174. 82 .. os ridículos... Se és neve. que figura amor e contentação.. que a esta cidade tonta. *mariola: velhaco II. os “falsos fidalgos”... Tu. Gonçalo leu-o. Quando cristal em chamas derretido.. e fátua*. O poema evidencia a “fórmula da ordem barroca” ditada por Gérard Genette: diferença transforma-se em oposição. sorrindo. UEL-PR Identifique a afirmação que se refere a Gregório de Matos. Rio de neve em fogo convertido: Tu.. caracterizada pela crítica aos comportamentos e às autoridades baianas da época colonial.. III. utilizando recursos expressivos característicos do barroco português. costumes e personalidades. de outro investe contra os governadores. este poeta de um lado lisonjeia a vaidade dos fidalgos e poderosos. e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem queria bem.. em cristais aprisionado. d) a poesia erótica de Gregório de Matos. 175... *fátua: tola... a) do Brasil do século XIX – Gregório de Matos b) da sociedade mineira do século XVIII – Cláudio Manuel da Costa c) da Bahia do século XVII – Gregório de Matos d) do ciclo da cana-de-açúcar – Antônio Vieira e) da exploração do ouro em Minas – Cláudio Manuel da Costa 176. e) é correta apenas a afirmação III. PUC-SP “Aos afetos. como queimas com porfia? Mas ai. dedicada à descrição fiel da sociedade da época. Quando fogo. pode-se concluir que: a) são corretas todas as afirmações.” Soneto Ardor em firme coração nascido.. a) Quais são os dois modos contrastantes de ver a mulher. 177. b) a poesia lírica de Gregório de Matos. Boca do inferno. uma fuga aos moldes barrocos e ataca. De acordo com o poema. c) são corretas apenas as afirmações I e III. O par fogo e água. e) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do chamado ciclo do ouro é prova de que seu talento não se restringia ao lirismo amoroso. voltada para a temática filosófica.. que . d) Teve grande capacidade em fixar num lampejo os vícios. e entregou o escrito a Gonçalo Ravasco. Considere atentamente as seguintes afirmações sobre o poema de Gregório de Matos: I... Fatec-SP No colégio dos padres. e) a poesia satírica de Gregório de Matos. vendo tão espremida salvajola* visão de palha sobre um mariola*. “Boca do inferno”. O fato é que seus poemas satíricos constituem um vasto painel . Permitiu parecesse a chama fria. Fuvest-SP A poesia lírica de Gregório de Matos subdivide-se em amorosa e religiosa. UEL-PR Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial. em sua lírica amorosa? b) Como aparece em sua lírica religiosa a idéia de Deus e do pecado? O techo ilustra: a) a poesia erótica de Gregório de Matos.. em linguagem marcada pelos recursos da estética barroca... que em um peito abrasas escondido. o que mais claramente manifestou as idéias da ilustração francesa. gracejou. cuidei. que representa.. o conflito vivido pelo homem do século XVII.. Incêndio em mares de águas disfarçado. realiza um trabalho de crítica que encontra seguidores no Romantismo e mesmo no restante do século XIX. compôs com rancor e engenho ainda hoje admirados pela expressividade. Sorriu. Como quis que aqui fosse a neve ardente.. como afirmais na sacra história. Sois Anjo que me tenta. Num Brasil colonial. A imagem da mulher é propositadamente contraditória.). nota-se. c) Poema satírico. 181. Que por seu Deus o não idolatrara? Se pois como Anjo sois dos meus altares. visão e denúncia de sua época. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu. pastor divino. e não me guarda. é um presépio de bestas. como marca tempo/ espaço. 182. me incitava e me movia A querer ver tão bela arquitetura. de maneira vivaz. própria da Bahia seiscentista (máquina mercante. c) surgem de maneira postiça. certa atmosfera lingüística. e não queirais. Se basta a vos irar tanto um pecado. Fragmento I A nossa Sé da Bahia. Do verde pé. Fragmento I ( ) Amoroso Fragmento II ( ) Sacro Fragmento III ( ) Satírico 179. praças e ruas. se uniformara: Quem vira uma tal flor. a ovelha desgarrada. Anjo no nome. cheia de harmonia e de paz. como ser um mapa de festas. Ser Angélica flor. E quem um Anjo vira tão luzente. UFV-MG A cidade da Bahia Triste Bahia! Oh. que vos há ofendido. Que fora de algodão o teu capote! As afirmações a seguir estão corretas em relação ao texto. abelhuda. Como se percebe tal contradição? Qual é a relação entre essa contradição e o estilo barroco? 83 PV2D-07-POR-34 . d) pregaram com veemência a idéia de emancipação política. Vos tem para o perdão lisonjeado. d) Compara. mas não porque hei pecado Da vossa alta clemência me despido. Um dia amanheceras tão sisuda. sem relação com os valores do tempo. b) estão desvinculados do contexto da época tanto local como universalmente. Recobrai-a. Posto que os Anjos nunca dão pesares. Indique o episódio e explique tal ligação. Senhor. que a não cortara. Senhor. se não for estrebaria: Fragmento II Eu sou. Oh.178. sua própria situação à daquele outrora próspero núcleo colonial. Cobrai-a. e) surgem como anunciantes de uma nova era para o mundo. Porque. Que a mesma culpa. exceto: a) Fixa. Eu sou. Senhor. A ti tocou-te a máquina mercante. E ouvida. Perder na Vossa ovelha a Vossa glória. Pastor divino. Vos tenho a perdoar mais empenhado. Livrara eu de diabólicos azares. a ovelha desgarrada. Ouvia falar nela cada dia. e por galharda. pode-se dizer que Gregório de Matos Guerra e suas obras: a) funcionaram como nosso primeiro jornal. A abrandar-vos sobeja um só gemido. que por bela. Pequei. senão em vós. Mas vejo. e a minha guarda. quanto mais tenho delinqüido. templos. e não queirais. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis que. b) Além da temática. Em quem. da rama florescente. Simples aceitas do sagaz brichote. a paisagem física de sua bela cidade. de repente. Fôreis o meu Custódio. Fragmento III Não vira em minha vida a formosura. e tu a mim empenhado Rica te vi eu já. tu a mim abundante. e Anjo florente. quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti. Relacione os textos de poemas de Gregório de Matos Guerra aos gêneros. se quisera Deus que. e) A obra satírica de Gregório de Matos (de que o soneto é fragmento) é um espelho. Na terceira estrofe há a menção de um episódio bíblico que se liga diretamente à quase ameaça da última estrofe. brichote etc. no texto. 180. com forte dose de realismo na descrição do ambiente moral da cidade. Perder na vossa ovelha a vossa glória. Que em tua larga barra tem entrado A mim foi-me tocando e tem tocado Tanto negócio e tanto negociante. Angélica na cara! Isso é ser flor e Anjo juntamente. em tom de ironia e desencanto. por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? . e não dura mais que um dia. dobrando os meus tormentos. a amar-vos me dispus. busca da unidade sob a diversidade. Nasce o Sol. no soneto I. Os versos camonianos: Amor é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente. por que nascia? Se formosa a Luz é. argumentos que justificam o conselho dado pelo eu lírico a Maria. que a madura idade Te converta essa flor. enveredou pelo conceptismo para poder expressar as tensões do espírito barroco. Em contínuas tristezas a alegria. E que ande vivo para os sentimentos. para admirá-las. e não dura mais que um dia. 185. exemplos de antíteses. chegando à irreverência e à obscenidade. que fresco Adônis te namora. e boca o Sol. por que nascia? Se é tão formosa a Luz. d) Ontem. 84 Sonetos de Gregório de Matos para as questões 186 a 188. 187. religiosas. em cinza. Que vê-las outra vez. c) Ó tu do meu amor fiel traslado Mariposa. Identifique. em pó. Te espalha a rica trança voadora. Em tristes sombras morre a formosura. Soneto II Discreta. e belas Vê-las basta uma vez. por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol. Unimep-SP Há. Em contínuas tristezas a alegria. Pois se à força do ardor perdes a vida. 186. c) nas poesias amorosas e religiosas. e) por desprezar a contribuição da linguagem brasileira. se segue a noite escura. Porém se acaba o Sol. d) não foi um poeta cultista. Encontre. e) Tentativa de conciliar elementos contraditórios. apenas uma não apresenta características da obra do poeta barroco Gregório de Matos. UEBA A respeito de Gregório de Matos. Em teus olhos. 184. b) E quer meu mal. Soneto I Nasce o Sol.183. Em tristes sombras morre a formosura. e logo Senti dentro de mim tão grande chama. salvando-se apenas nos poemas fesceninos (obscenos). Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora. Incêndio em mares d’água disfarçado. monótona. E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. como era de se esperar. encomiásticas. Identifique a temática comum aos dois sonetos – a qual é também comum na arte barroca. Que o tempo trota a toda ligeireza. A violência do fogo me há prostrado. no geral. Que esteja morto para as esperanças. em Gregório de Matos. Assinale-a. da fauna e da paisagem brasileiras. no texto II. Começa o mundo enfim pela ignorância. é correto afirmar que: a) as poesias atribuídas a ele dividem-se em amorosas. afastou-se do português erudito. ressonância da poesia de Camões. Depois da Luz se segue a noite escura. chegando a criar um estilo notadamente brasileiro. Depois da Luz. E imprime em toda a flor sua pisada. e na Luz. e) Essas luzes de amor ricas. Das alternativas abaixo. 188. c) Destaca a beleza física da amada e a sua transitoriedade. em nada. Porém se acaba o Sol. Que vendo arder-me na amorosa flama. goza da flor da mocidade. em manifestação nativista. / É um contentamento descontente. escreveu poesias satíricas sem nenhum poder de crítica. criou uma poesia. 189. Oh não aguardes. / É dor que desatina sem doer influenciaram que versos do poeta brasileiro? a) Ardor em firme coração nascido Pranto por belos olhos derramado. b) embora conhecido como “Boca do Inferno”. b) Poesia com força crítica poderosa. entre chamas consumida. e formosíssima Maria. falte a firmeza. irá ofendê-las. em sombra. Na formosura não se dê constância. E na alegria sinta-se tristeza. a) Sentido vivo de pecado aliado à busca do perdão e da pureza espiritual. nos dois textos. d) Realça a beleza da flora. essa beleza Em terra. pessoal e social. cujos versos não passam de meros “destemperos verbais”. e o dia: Enquanto com gentil descortesia O ar. satíricas e fesceninas. Quando vem passear-te pela fria: Goza. em certos aspectos. os poetas Gregório de Matos e Cazuza (séculos XVI e XX. dois versos seguidos que confirmem tal afirmativa. Já este quartetinho está no cabo.. Texto I Largo em sentir. Responda às questões. O mal que fora encubro. UFF-RJ O poeta Gregório de Matos e o compositor Cazuza. e esta é a terceira.. nunca mais Louvado seja Deus. Leia os textos a seguir e responda às questões 191 e 192. Transcreva dois versos seguidos do texto I e dois versos seguidos do texto II que comprovem o caráter contraditório da visão de mundo de cada autor.) José Miguel Wisnik. UFRJ A certa personagem desvanecida Soneto Um soneto começo em vosso gabo: Contemos esta regra por primeira. a mim me honrais Gabando-vos a vós.. c) O que o poeta quis dizer nos dois últimos versos? 190. predominam os contrastes. 191. Sou forte sou por acaso Minha metralhadora cheia de mágoas Eu sou um cara Cansado de correr na direção contrária Sem pódio de chegada ou beijo de namorada Eu sou mais um cara Mas se você achar que eu tô derrotado Saiba que ainda estou rolando os dados Porque o tempo . E na alegria sinta-se tristeza. de cada autor (texto I e texto II). Da tempestade é o estrondo efeito: Lá tem ecos a terra.. expõe as mazelas que cercam o ser humano em geral.. Para não se entender. e sei que o sinto. Gregório de. tão fino e tão atento. Nesta vida um soneto já ditei. a) Qual o tema do soneto? b) Aponte uma figura de linguagem utilizada no texto. O tema do poema e a linguagem utilizada para expressar esse tema são típicos do estilo barroco. Senhor.. Gregório de Matos Guerra. Já lá vão duas. de bicha. respectivamente) discutem as contradições que. atitudes distintas em relação aos conflitos existenciais. e calo. Ninguém sufoca a voz nos seus retiros. E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. Texto II O tempo não pára Disparo como um sol. apresentam. Peno. em respirar sucinto. é labirinto. 85 PV2D-07-POR-34 . O primeiro reconhece a existência dos conflitos que o atormentam.Mas no Sol e na Luz falte a firmeza. MATOS. Se desta agora escapo. cercam a existência humana. Na formosura não se dê constância.. De uma forma ou de outra. Mostro que o não padeço. além de reconhecer conflitos pessoais. como homens de seus tempos. não pára. Partindo das idéias contidas no 1º e nos dois últimos versos do soneto de Gregório de Matos. Dentro no coração é que o sustento: Com que para penar é sentimento. não. o mar suspiros. Na quinta torce agora a porca o rabo.dias não eu vou sobrevivendo sem um Da caridade de quem me detesta A tua piscina tá cheia de ratos Tuas idéias não correspondem aos fatos O tempo não pára Eu vejo o futuro repetir o passado Eu vejo um museu de grandes novidades O tempo não pára. e eu fico um rei. A sexta vá também desta maneira: Na sétima entro já com grã canseira. Sonetos. 192. o tempo não pára Dias sim . que o acabei. atemporalmente. E saio dos quartetos muito brabo. ou que desminto... Transcreva. O segundo.. não pára Eu não tenho data pra comemorar Às vezes os meus dias são de par em par Procurando agulha num palheiro Nas noites de frio é melhor nem nascer Nas de calor se escolhe é matar ou morrer E assim nos tornamos brasileiros Te chamam de ladrão. (org. Agora nos tercetos que direi? Direi que vós. UFF-RJ As estéticas literárias não se confinam a determinados tempos e a determinados autores na expressão do sentimento e da visão de mundo.. Mas oh! Do meu segredo alto conceito! Pois não chegam a vir à boca os tiros Dos combates que vão dentro do peito. O soneto anterior é um dos mais conhecidos de Gregório de Matos Guerra. Que fazendo disfarce do tormento. explique a oposição básica que confere ao texto feição satírica. Começa o mundo enfim pela ignorância. maconheiro Transformam um país inteiro num puteiro Pois assim se ganha mais dinheiro Cazuza [arranhão No mundo barroco. Poemas escolhidos. .. um rebuliço de ancas.. 196.... Que tipo de crítica evidencia-se no texto II? Cite segmentos do texto que comprovem. é besta.....) Uma ferida sem cura. e... c) A vertente maneirista da obra poética de Gregório de Matos é pautada pelas tensões oriundas da Contra-Reforma. d) A linguagem descritiva e a ausência de argumento dogmático caracterizam o estilo renascentista do fragmento.. d) A partir do verso “O amor é finalmente”.... resumindo o amor aos aspectos físicos desse sentimento. Não se ocupam em disputas?.... definindo-o pelas indefinições... Com palavras dissolutas me concluís na verdade.. .. a alma que por respeito da Caridade se priva de Deus.... o que implica na conservação do decassílabo.... 193.Subiu. que deleita. 86 195. (.. Mackenzie–SP “Quem deixa a Deus por Deus não o perde... Indique o nome que recebe e por quê... sua resposta.... que uma Câmara tão nobre por ver-me mísera e pobre Não pode..Honra......” Assinale a afirmativa correta a respeito do texto acima..... manjar.) E nos Frades há manqueiras?. que alertava sobre a fragilidade humana e a conseqüente necessidade de valorizar o espiritual. que em vós logo me vingara com vos meter o ferrão.. tão abelhudo eu andara...Verdade....... os versos acima são uma paráfrase ao famoso poema camoniano. O Amor é finalmente um embaraço de pernas....... de tema e tratamento nobres e superiores. Gregório de Matos.... Pois não tem todo o poder?.. b) A temática religiosa e o jogo de antíteses presentes nesse fragmento dissertativo identificam seu estilo barroco conceptista.... Não quer. associado à linguagem emotiva.. uma chaga........... aparta-se donde na verdade fica...Putas.. estilo de época da Idade Média. Deus é Caridade.... Definição do Amor (.. Sermões e Putas.Não pode.. O demo a viver se exponha por mais que a fama a exalta numa cidade onde falta Verdade..... Texto I Bela Floralva... a) O tratamento dado à temática religiosa mostra que o fragmento pertence ao Trovadorismo...... optando por temas prosaicos. a) O Gregório de Matos barroco abandona o estilo clássico....... Camões não alcança a definição exata do Amor.. e Morreu. E o dinheiro se extinguiu?...Leia os textos abaixo e responda às questões 193 e 194. Quem haverá que tal pense. que as lidas todas de um frade são Freiras. Nesse sentido.. Baixou.. e redimensiona a forma literária elevada para composições mais populares. pena..... por considerá-lo um sentimento contraditório... um frenesi dos sentidos. Subiu... Logo já convalesceu?. que sempre enleva......... uma união de barrigas. quem diz outra coisa...... Falta mais que se lhe ponha?. Em que ocupam os serões?... como no poema acima. Que mais por sua desonra?.... que se não cala.. um brinco... UFU–MG Leia o poema a seguir. e) A linguagem pleonástica na construção de efeitos sinestésicos caracteriza o estilo cultista desse fragmento narrativo........ Não vence. uma batalha de veias......... É que o governo a convence?.Não quer.... Uma confusão de bocas.. Vergonha.Freiras.Sermões...... desacordo das potências...... A Câmara não acode?. c) O enfoque maniqueísta do narrador.. que sempre atormenta.. O açúcar já se acabou?. um breve tremor de artérias... 194. o mal lhe cresce......Baixou.. que não enfastia... antes o assegura.... se Amor me fizesse abelha um dia. A vertente barroca é voltada para o prazer..... O poema em questão é da vertente maneirista. O texto I é um tipo específico de sátira.. Antologia poética. À Bahia aconteceu o que a um doente acontece.... justifica classificar o fragmento como romântico..Morreu....Vergonha. e fica donde parece que se aparta..Não vence.. o riso e a festa: as delícias da vida terrena... o poeta afasta as antíteses que corroboram as contradições do amor espiritualizado.. Texto II Que falta nesta cidade?.... assim.. cai na cama. b) No soneto “Amor é fogo que arde sem se ver”.. Marque a alternativa correta. então.. em todo o tempo estaria picando na vossa flor: e quando a vosso rigor quisesse dar-me de mão por guardar a flor. Uma dor.. Honra..... UFRGS-RS Leia as afirmações abaixo sobre o Arcadismo brasileiro. Sabei. Marque a afirmativa incorreta. Sossegadamente fitemos o seu curso e [aprendamos Que a vida passa. e de Citera: Quanto digo. Minha bela Marília. Dessa consciência. O rio transparente. como se percebe no verso “Desenlacemos as mãos. é simplesmente viver. embora tenha reproduzido muito dos modelos europeus.) Desenlacemos as mãos. Deixei sem atender o que deixava. O Arcadismo brasileiro. d) romantismo – simbolismo – modernismo. apresentou características próprias. Deixei. me comunica este saudoso Influxo a dor veemente.. Que ouviste já no acento agudo e grave. foi ignorado pelos árcades brasileiros. quanto não digo. o bem que tinha. Ricardo Reis e Tomás A. Se a flauta mal cadente Entoa agora o verso harmonioso. Lídia. Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma delas. que lhe deve a formosura. que murmura. 198. deixar a vida decorrer. que entre os zéfiros ondeia: A serena. e) I. excessivamente racionalistas. A Lua. como ignorante. convite que o poeta faz à amada. E por entre pedrinhas serpenteia: O Sol. O doce autor das glórias que consigo. c) romantismo – parnasianismo – simbolismo. porque não vale a pena cansarmo-nos. b) Os poetas sentam-se e meditam à beira do rio e à sombra do cedro. o ideal de uma vida simples em contato com a natureza. respectivamente: a) barroco – arcadismo – romantismo. rio e cedro. Não o gênio suave. O sorriso da aurora alegre e pura. III. procedimento observado nos versos destes poetas.. a) Ricardo Reis e Tomás Antônio Gonzaga são considerados neoclássicos porque resgatam elementos da tradição literária greco-romana. quer não gozemos.) (. fugaz e passageiro. O tema do carpe diem. passamos [como o rio. Tudo em tua presença degenera. Que em tudo quanto vive nos descobre A sábia natureza. b) barroco – romantismo – parnasianismo. 87 d) Apenas II e III. como imagens comparativas do fluir incessante da vida. 200. surge a necessidade de se aproveitar o tempo presente (carpe diem). Enquanto pasta alegre o manso gado. Uma das características do neoclassicismo é tomar a natureza como modelo. II e III são. e) parnasianismo – simbolismo – modernismo. trabalha o tema de um bem. A rosa. em que o poeta expressa o desejo de aproveitar intensamente o momento presente. sem nada desejar. Quais estão corretas? a) Apenas I. Da delirante embriaguez de bardo Sonhos em que afoguei o ardor da vida. de um amor almejado e passado ou perdido. que gorjeia D’alma exprimindo a cândida ternura. como a incorporação do elemento indígena e a sátira política. à luz do Arcadismo. e não estamos de mãos [enlaçadas. Gonzaga valem-se desses elementos. Porque não merecia o que lograva. Os poetas árcades colocavam-se como pastores para realizarem. podemos dizer que os movimentos literários a que pertencem I.” Ricardo Reis/Fernando Pessoa c) Ricardo Reis trabalha com a consciência da efemeridade da vida: tudo é breve. (Enlacemos as mãos. meu bem. Explique o último verso do soneto. II. dessa forma. d) Aproveitar o tempo. A deusa das paixões. Fuvest-SP I. Ardente orvalho de febris pranteios. II e III. II. Tomás Antônio Gonzaga PV2D-07-POR-34 . UFU-MG Vem sentar-te comigo. I. ‘Nada se pode comparar contigo’. para Ricardo Reis. Quer gozemos. O ledo passarinho. a seu modo. que o céu diáfano passeia. à beira do rio. Mais vale saber passar silenciosamente E sem desassossegos grandes. Que lucro à alma descrida? Cada estrofe. c) Apenas I e II.” 199. Um pouco meditemos Na regular beleza. porque não vale a pena [cansarmo-nos. amorosa Primavera. nos sentemos À sombra deste cedro levantado. Leia atentamente o texto abaixo e responda ao que se pede. III.Capítulo 4 197. b) Apenas III. Vim sem considerar aonde vinha. Tomás Antônio Gonzaga III. sendo parte. as oréadas e os pastores enamorados. doce amada. sim. mundo. Nise. prezo. c) se ambos se referirem ao barroco. estio. em pó. Pequena história de literatura brasileira. b) Simbolismo. a) Se sou pobre pastor. Preencha os parênteses anteriores dos textos dados. e) Naturalismo. Não se diga que é parte. Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já trêmula gravado O alheio crime e a voluntária morte. Texto D ( ) O todo sem a parte não é todo. A parte sem o todo não é parte. O fusionismo é a sua tendência dominante – tentativa de conciliar. Fiéis ao espírito bucólico e pastoril. d) se ambos se referirem ao arcadismo. a essência humana! e) Não vês. essa beleza. Texto A ( ) Ah! enquanto os destinos impiedosos não voltam contra nós a face irada. Cláudio Manuel da Costa 88 . quase imortal. O mundo greco-romano vem completar o quadro lírico das composições da época. as ninfas esquivas. em terra. c) Parnasianismo. se não governo Reinos. adoro tanto. a seqüência correta é: a) II – I – III – I b) IV – I – II – II c) I – II – II – I d) I – IV – III – I e) II – IV – III – IV 204. ITA-SP As opções a seguir referem-se aos textos A. as náiades. E rompe em profundíssimos suspiros. que a madura idade te converte essa flor. e) se ambos se referirem à literatura dos jesuítas no Brasil. d) Arcadismo. 202. e) Barroco. Juízo II. façamos. 205. incorporando contrários. caracteriza-se pelo lirismo. em cinza. Ronald de Carvalho. FEI-SP A poesia desta época. e chuvas inclementes Passo o verão. Preenchidos os parênteses. b) Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci! oh quem cuidara. 203.201. em nada. b) se o primeiro se referir ao arcadismo e o segundo. Ah! cego eu cria. inverno. um peito sem dureza! c) Musas. b) Barroco. façamos. vós meu tenro alento Erguestes brandamente àquele assento Que tanto. Mas se a parte faz o todo. falavam e agiam como pastores. sombra funesta. Entre o horror de um relâmpago incendido? O trecho acima refere-se ao seguinte movimento literário: a) Romantismo. tratando de pastoras suas amadas. Intérprete dos anseios do homem seiscentista solicitado por ideais em conflitos. as pastoras insensíveis e os rebanhos numerosos das bucólicas de Teócrito e Virgílio. províncias. ao arcadismo. Fatec-SP Voltaram à baila os deuses esquecidos. obedecendo à seguinte convenção: I. e gentes. ah! mísero eu sonhava Em mim. ó musas. localizada em fins do século XVIII e início do XIX. Texto C ( ) Nos olhos Caitutu não sofre o pranto. outono. canoras musas. este canto Vós me inspirastes. ao barroco. Que vem cobrindo o Céu. d) Parnasianismo. Basílio da Gama IV. Assinale a alternativa que contém o período literário a que se refere o trecho acima: a) Romantismo. C e D. sendo todo. Que arranca os duros troncos ? Não vês esta. é a revitalização do pastoralismo e bucolismo. em sombra. nações. Ufla-MG Leia com atenção os juízos estéticos transcritos abaixo e marque: Juízo I. Se em frio. c) Arcadismo. Mackenzie-SP Assinale a alternativa que não apresenta um trecho do Arcadismo brasileiro. restituindo-lhe uma sobriedade castiça e o rigor de sentido. Procurando libertar a língua de termos espúrios. a) se o primeiro se referir ao barroco e o segundo. este vento desabrido. os poetas adotavam pseudônimos e. Gregório de Matos II. Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna. os nossos breves dias mais ditosos. Texto B ( ) Ó não aguardes. d) Meu ser evaporei na lida insana Do tropel das paixões que me arrastava. B. calma. em seus textos. não se verifica.. Marília. E para nós o tempo. revelam contraste com as primeiras. caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas. Marília de Dirceu. concentradas na conquista galante da mulher amada. e) a concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do eu lírico. como categoria absoluta. a fatalidade do destino.. presentes na estrofe anterior. o abatimento e a solidão.206. Sem que o possam deter. c) A revelação sincera de si próprio e a confissão do padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com o decálogo arcádico. assinale a alternativa falsa. Teu lindo corpo bálsamo vapora. sendo mera imitação do que se fazia na Europa. Marília de Dirceu. b) tema do CARPE DIEM – uma proposta para se aproveitar a vida. espelhada na pureza e amenidade da natureza. formosa Marília. na construção dessa personagem. representa o ideal de amante e não o de noiva ou esposa.. b) não apresentou novidades. Papoila ou rosa delicada e fina Te cobre as faces. Lira II. d) apresenta já completa ruptura com a literatura européia. presentes nas liras escritas depois da prisão do autor. bem o sabes: Eu tenho um coração maior que o mundo. e basta. Ah! não. Que infunde o vil delito. Marília de Dirceu. podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura brasileira. c) o ideal de uma existência tranqüila. UFV-MG Leia o fragmento de texto a seguir e faça o que se pede. Tu. e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga. Esprema a vil calúnia muito embora Entre as mãos denegridas. a) A interferência do mito na tessitura dos poemas. d) A desesperança. Marília. E das bravas serpentes. sendo importante para o desenvolvimento de uma literatura nacional. Tomás Antônio Gonzaga. Prendamo-nos. Ornemos nossas testas com as flores E façamos de feno um brando leito. bem o sabes: Um coração . Também. Parte I. a necessidade de envelhecer com sabedoria. que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média. 209. Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo. que se passa. Os teus cabelos são uns fios de ouro. como pessoa e como encarnação do Amor. Gozemos do prazer de sãos amores.. o texto é um monólogo – só Gonzaga fala e raciocina. e insolentes. Parte II. Chovam raios e raios. UFV-MG Leia o texto a seguir e faça o que se pede. Silva Alvarenga e Basílio da Gama. o medo escrito: O medo perturbador. Sobre a personagem central feminina. Os venenos das plantas. mantendo o poeta dentro dos padrões poéticos clássicos. Tu. A quem a luz do sol em vão se atreve. UFV-MG Sobre o Arcadismo no Brasil. desfrutando o ócio com dignidade. 207. [. o tempo corre.] Eu tenho um coração maior que o mundo. Tomás Antônio Gonzaga. não fez o Céu. d) a fugacidade do tempo. c) O poeta dirige-se a Marília unicamente como sua noiva e futura esposa. no seu rosto Não hás de ver. podemos afirmar que: a) Marília é mostrada.. PV2D-07-POR-34 . 208. Lira XIV. prenunciando a poética romântica. e) Marília. em laço estreito. Marília. que refletem o conflito entre matéria e espírito. pleno de antíteses e frases tortuosas. Marília de Dirceu. 89 Sobre o fragmento de texto de Tomás Antônio Gonzaga. exceto: a) o ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE. c) além das características européias. ao mesmo tempo. d) A beleza luxuriante de Marília contrasta com o ideal de serena fruição dos prazeres sadios da vida. gentil Pastora. que são cor da neve. sem extremos. Lira XIV. b) Apesar da beleza deslumbrante da amada. Tomás Antônio Gonzaga. pela sua intensa sensualidade. e) Embora tenha a estrutura de um diálogo. qualquer idealização clássica da mulher. b) A interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto para o poeta celebrar sua inocência e seu destemor diante das acusações feitas contra ele. UFV-MG Leia a estrofe de Tomás Antônio Gonzaga e faça o que se pede. divididos entre a busca da salvação e o gozo material da vida. desenvolveu temas ligados à realidade brasileira. Lira I. formosa Marília. podemos afirmar que: a) produziu obras de estilo rebuscado. Para glória de amor igual Tesouro. morre. impede-o de abordar problemas pessoais. Os teus olhos espalham a luz divina. Onde tu mesma cabes. Cláudio Manuel da Costa. Sobre as nossas cabeças. Dos laranjais hão de cair os pomos. Trabalha. na medida exata em que se opõe a um certo obscurantismo do século anterior e propaga a ciência. e) do humor e do lirismo dos primeiros modernistas. o subtil Nordeste Os torna azuis. Uns olhos cor de esperança.” c) “Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia. c) do refinamento e da ostentação da poesia parnasiana. e não se limitar a sentimentos de ordem individual ou a situações puramente pessoais. b) o Arcadismo antecede o Romantismo na evasão da realidade pelo sonho. descendo Da tribo tupi. como costumas. embora pertençam à obra do mesmo autor. Mackenzie-SP I.” 90 213. 212. Sugerir. enquanto que os dois últimos prenunciam o movimento literário posterior. verdes.210. não te nego. o destino Aqui me torna a pôr nestes oiteiros. UEL-PR Sou Pastor. oh noite amiga. em seus textos. a) “O poeta que não seguir os Antigos perderá de todo o norte. Murchando as flores ao tombar do dia. Já se afastou de nós o Inverno agreste. as paisagens campestres de outras épocas.. A fértil Primavera. energia e majestade que nos retratam o famoso e angélico semblante da Natureza. Ouve-os. b) Torno a ver-vos. De meus desgostos secretária antiga! Pois manda amor que a ti somente os diga. recriam. Nos dois primeiros. Os quartetos anteriores apresentam diferentes características. pela fantasia e pelo mergulho nas profundezas do “eu”. que consiste no prazer de adivinhar pouco a pouco. isto é. O prado ameno de boninas veste. Os versos acima são exemplos: a) do espírito harmonioso da poesia arcádica. a) Meu canto de morte. Devemos imitar e seguir os antigos: assim no-lo ensina Horácio. que a delirar me obriga. c) o Romantismo prolonga aspectos do Arcadismo na idealização da natureza. Enciclopedismo. que aí vês.” b) “Este é o chamado Século das Luzes. e lima. Uns olhos por que morri. Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte rico. as aves de mil cores Adejam entre Zéfiros e Amores.” e) “A arte deveria ser universal. e teima. e fino. Guerreiros. há típicas atitudes árcades. os meus montados São esses. enquanto Dorme a cruel. preocupados apenas em cuidar de seus rebanhos. ó montes. Envolto nos seus úmidos vapores. Beneditino. c) São uns olhos verdes. Por cuja escuridão suspiro há tanto! Calada testemunha de meu pranto. e sofre. a mãe das flores. Aponte-a.” d) “. Quando o tempo vai bonança. ouve. UFV-MG Fazendo um paralelo entre Romantismo e Arcadismo. Mackenzie-SP Assinale a alternativa em que os versos evidenciam ideais do Arcadismo. d) o Romantismo dá continuidade ao Arcadismo na atração pelos conflitos entre a alma e a matéria. e o confessa todo o mundo literário. e não poderá jamais alcançar aquela força. Uns olhos de verde-mar. Mackenzie-SP Uma das afirmações a seguir não se refere ao Neoclassicismo nem se relaciona com seu contexto histórico-social. E toma o fresco Tejo a cor celeste. da mulher e do amor. II. d) do intento nacionalista na poesia romântica.. verdades e situações eternas do homem. . escreve! No aconchego Do claustro. Que ai de mi! Nem já sei qual fiquei sendo Depois que os vi! d) Hão de chorar por ela os cinamomos. ouvi: Sou filho das selvas. Nas selvas cresci. Guerreiros. Varrendo os ares. na paciência e no sossego. Dá-lhes pio agasalho no teu manto. 211. vivo contente Ao trazer entre a relva florescente A doce companhia dos meus gados. b) do estilo tortuoso do período barroco. preocupar-se com problemas. e) Longe do estéril turbilhão da rua. no-lo dita a razão. com pastores e pastoras cantando e vivendo uma existência sadia e amorosa. Lembrando-se daquela que os colhia. Oh retrato da morte. o saber e o progresso: Iluminismo. eis o sonho. podemos concluir que: a) o Arcadismo prenuncia o Romantismo porque já apresenta ruptura radical com os cânones literários clássicos. Ilustração. do homem de todos os tempos. e) o Arcadismo e o Romantismo perseguem o ideal de expressão livre de esquemas preestabelecidos. e sua! 214. Estão os mesmos deuses Sujeitos ao poder do ímpio Fado: Apolo já fugiu do Céu brilhante. Os nossos breves dias mais ditosos. 91 Texto II Minha bela Marilia. tanto não sou vosso inimigo: Deixai. o que eu sigo. c) o desejo de viver o prazer é dirigido à amada nos dois textos. c) Manuel Maria du Bocage. d) da sátira de Tomás Antônio Gonzaga ao governador de Minas. Gregório de Matos. o texto II é arcádico. E para nós o tempo. Já foi pastor de gado. Marília. vinde comigo. É cada dia ocaso da beldade. Basta ver-se o meu rosto magoado: Eu ando (vós me vedes) tão pesado. a si próprio rouba. Ornemos nossas testas com as flores. PUC-MG Texto I Discreta e formosíssima Maria. que levais ao monte o gado. Um coração. e) a fugacidade do tempo é temática comum aos dois estilos. b) Almeida Garrett. enquanto cria Essa esfera gentil. Comparandoos. Vereis a formosura. Vem depois dos prazeres a desgraça. mina excelente No cabelo o metal mais reluzente. PV2D-07-POR-34 Sem que o possam deter. b) A palavra “guerra” enfatiza a recusa da pastora a corresponder aos afetos do poeta. . Pastores. Prendamo-nos. Que se seguir quiserdes. Tomás Antônio Gonzaga. UFMG Leia o soneto que segue. o tempo corre. Mas não. Se a quereis conhecer. morre. Gozemos do prazer de sãos Amores. Que para dar contágio a toda a terra. 216. gozai da flor da formosura. Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre esse soneto. Que passado o zenith da mocidade. um peito sem dureza. 217. Ah! enquanto os Destinos impiedosos Não voltam contra nós a face irada. Vede lá como andais por essa serra. Gozai. eu vo-lo imploro. e) ambivalência cultural na poesia de Cláudio Manuel da Costa. Se vem depois dos males a ventura. e na rosada face a aurora fria. E façamos de feno um brando leito. Marília. A sorte deste mundo é mal segura. UEL-PR Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna. Enquanto pois produz. Sem a noite encontrar da sepultura. ó pastores. é correto afirmar. 215. que se passa. c) O sentido da visão é o predominante em todas as estrofes do poema. doce amada. c) paisagem bucólica idealizada na poesia de Cláudio Manuel da Costa. exceto: a) O poema opõe um estilo de vida simples a um estilo de vida dissimulado. E a si próprio fere. O texto I é barroco.Assinale a alternativa em que aparece o nome do respectivo autor. sim façamos. de Cláudio Manuel da Costa. tudo passa. que me faz guerra. Os versos anteriores constituem exemplo da: a) sátira de Gregório de Matos aos poderosos da Bahia. Façamos. que frouxo A grata posse de seu bem difere. d) os árcades têm uma visão de mundo mais angustiada que os barrocos. A si. d) Antônio Feliciano de Castilho. E a pastora infiel. d) A expressão “para dar contágio a toda a terra” revela a intensidade do sofrimento do pastor. que eu adoro. Sobre as nossas cabeças. o que eu choro. E na boca a mais fina pedraria. que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado. Antes que o frio da madura idade Tronco deixe despido o que é verdura. b) as construções sintáticas barrocas revelam um interior conturbado. em laço estreito. não a vejais. Também. Chorareis. Enquanto estamos vendo claramente Na vossa ardente vista o sol ardente. É a mesma. a) Antero de Quental. Marília. exceto: a) os barrocos e árcades expressam sentimentos. b) lírica amorosa de Tomás Antônio Gonzaga. e) Cesário Verde. ligado à terra natal. presença de metáforas da mitologia grega na poesia lírica. UEL-PR Sou pastor. 92 Nos versos anteriores. em que os poetas assumem postura de pastores e transformam a realidade num quadro idealizado. Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte rico. atribuídos a Tomás Antônio Gonzaga. Que chega a ter mais preço. Considerando as anotações anteriores. retomando a simplicidade e o bucolismo dos clássicos. expressiva da busca do transcendente. revelando-nos claramente os traços de seu corpo e de sua alma. anotamos: 1. b) imaginação delirante de paisagens exóticas. oriundas da pecuária e empobrecimento do homem do campo. Aqui estou entre Almendro. por uma forte preocupação com a ciência e com o raciocínio. exemplifica-se o seguinte traço da lírica arcádica: a) valorização das circunstâncias biográficas do poeta. Nunca pude fugir ao cego engano: Vós. a) Apenas 1 e 3 são verdadeiras. Dadas as asserções: I. Todas as alternativas estão corretas. e mais valia. não te nego. composição do poema “Vila Rica” por Cláudio Manoel da Costa. predomínio da tendência mística e religiosa. entre Corino. Temei. b) Apenas 2 e 4 são falsas. c) valorização das classes humildes. ele declara Contra o meu coração guerra tão rara. que Amor tirano. de Cláudio Manuel da Costa. ITA-SP Torno a ver-vos. Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna. UFV-MG Sobre o Arcadismo. propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político. quando o “saber” assumiu uma importância fundamental. divulgando as idéias dos inconfidentes. Se converta em afetos de alegria. e fino. Onde há mais resistência. d) Empreendeu uma minuciosa análise do personagem. O poema manifesta o conflito do poeta. 5. Pois mais que eu mesmo conhecesse o dano. b) Apenas a II. os meus montados São esses. em que nasci! oh queima cuidara. ó montes. E o que té agora se tornava em pranto. exceto: a) Foi o movimento literário que se desenvolveu no século XVIII. O poema mostra como o autor soube explorar a característica principal do Arcadismo: a celebração da vida urbana pelo intelectual. penhas. Que não me foi bastante a fortaleza. 220. vivo contente Ao trazer entre a relva florescente A doce companhia do meu gado. A que dava ocasião minha brandura. 2. homem nativista provinciano. III. b) Confirmou um dos princípios ideológicos do Iluminismo. Os meus fiéis. UFV-MG Considere as afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. o Glauceste Satúrnio. e) Todas são verdadeiras. sendo fortemente marcado pelos ideais políticofilosóficos do enciclopedismo francês. meus doces companheiros. O poema manifesta a preocupação do poeta com os problemas sociais da época: transferência de riquezas da colônia para a metrópole.218. Está(ão) correta(s): a) Apenas a I. mas se apura. temei. cuja formação superior deu-se na metrópole. 221. d) I e III. e) Vivenciou uma expressiva transformação social. Aqui descanse a louca fantasia. um peito sem dureza! Amor . 4. Se o bem desta choupana pode tanto. Que da Cidade o lisonjeiro encanto. 3. e) II e III. assinale a alternativa correta. UFES Destes penhascos fez a natureza O berço. d) representação da natureza amena e do sentimento bucólico. o destino Aqui me torna a pôr nestes oiteiros. que vence os tigres. ruaruaruasol ruaruasolrua ruasolruarua solruaruarua ruaruaruas Ronaldo Azeredo Cláudio Manuel da Costa . c) Apenas 2 e 5 são verdadeiras. c) Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco. 222. opostas às aristocráticas. Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. que aí vês. d) Apenas 3 e 5 são falsas. II. por empresa Tomou logo render-me. 219. que ostentais a condição mais dura. e) representação da natureza como espelho das fortes paixões. desenvolvimento do gênero lírico. consciente das dificuldades da vida no campo. c) I e II. 3. assim como se tinham negado a uma concepção mais imaginativa da linguagem. 2. O bucolismo presente no texto foge ao modelo árcade.” 3. 3. concreto. árcades. se eu não te vira. Indique. “Talvez se pudesse concluir que um poema ___ _______ seja definido mais ou menos assim: um tipo de composição poética centrada na utilização de poucos elementos dispostos no papel de modo a valorizar a distribuição espacial. concreta.” 4. Ora nas folhas a abelhinha pára. 5. que a delirar me obriga: E vós. não apenas como elas aparecem à razão. 3. Fantasmas vagos. decorrendo disso a estética da imitação. características neoclássicas. por meio da qual o espírito reproduz as formas naturais. 3. Leia atentamente o texto abaixo e responda ao que se pede. ó pátrio Rio. Mackenzie-SP Leia a posteridade. ouve. assinale a opção cuja ordem preenche corretamente as afirmativas seguintes: 1. Ouve-os. Quero a vossa medonha sociedade. c) 1. ESPM-SP Ah! Marília. 5. Ora nos ares sussurrando gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês. brota em ouro. “A poesia __________ significou o reconhecimento do poema como objeto também espacial.” a) 1. árcade. concreta. árcade. Quero fartar meu coração de horrores. Ó retrato da morte. – Por que vejas uma hora despertado O sono vil do esquecimento frio: Não vês nas tuas margens o sombrio. De meus desgostos secretária antiga! Pois manda Amor. ó Noite amiga Por cuja escuridão suspiro há tanto! Calada testemunha de meu pranto. Explique. consciência de integração: de ajustamento a uma ordem natural. as flautas dos pastores Que bem que soam. Arcadismo. Turvo banhando as pálidas areias Nas porções do riquíssimo tesouro O vasto campo da ambição recreias. Nem a tua mesma aldeia. concreta. pois. como costumas. Marília. 4. Fresco assento de um álamo copado. 4. como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha. concreta. que tormento Não tens de sentir saudosa! Não podem ver os teus olhos A campina deleitosa. levando o soneto a classificar-se como pré-romântico? 226. b) 1. pastar o gado Na tarde clara do calmoso estio. social e literária. concreta. As vagas borboletas de mil cores! Naquele arbusto o rouxinol suspira. Enriquecendo o influxo em tuas veias. 4. e da necessidade de procedimentos composicionais compatíveis com essa realidade. Concretismo. 4. concreta. como eu. “O __________ é. Inimigos. Concretismo. concreto. 5. árcade. 5. 224. 3. concretistas.Considerando as obras supracitadas como ilustrativas da poesia árcade e da poesia concreta. Que traços do texto dado prenunciam o Romantismo.” 5. 2. 2. não sentes Os zéfiros brincar por entre as flores? Vê como ali beijando-se os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes. 4. d) 1. Olha. 223. Mais tristeza que a morte me causara. Em meus versos teu nome celebrado. 2. “Os elementos de composição característicos da poesia _________ são a organização geométrica do espaço e o jogo de semelhanças de significantes. árcade. Arcadismo. Que de seus raios o planeta louro .” 2. “Os ___________ se recusavam a uma exploração mais completa da psicologia humana. 5. árcade. concreto. mochos piadores. árcade. e) 1. ó cortesãos da escuridade. nas duas primeiras estrofes. que a ti somente os diga. árcades. o tamanho e a forma dos caracteres tipográficos e as semelhanças fônicas entre as palavras. Não vês ninfa cantar. Quanto em chamas fecunda. enquanto Dorme a cruel. Dá-lhes pio agasalho no teu manto. concretistas. 93 PV2D-07-POR-34 . da claridade! Em bandos acudi aos meus clamores. Arcadismo. 2. 225. Que tiranos não proponham À inda inquieta idéia Uma imagem de aflição. mas como as conceberam e recriaram os bons autores da Antigüidade. árcades. d) ânsia de integração na natureza: bucolismo. e) Embora a primeira fase da produção poética do autor ainda se prenda ao imaginário árcade.). A. Bocage 230. a recorrência de exclamação é índice de contenção emotiva. Alguém há de cuidar que é frase inchada.Os seguintes elementos indicam que são de um poeta arcádico os versos anteriores: a) “sentir saudosa” e “teus olhos”. distinguir dois momentos ideais na literatura dos Setecentos para não incorrer no equívoco de apontar contrastes onde houve apenas uma justaposição: a) momento poético que nasce de um encontro. o pranto. 94 a) As expressões “mão do Fingimento” e “voz da Dependência” são referências metonímicas que revelam a crítica do poeta ao estilo árcade.Bosi. b) “Marília e “campina deleitosa”. e) em I. Leia o texto abaixo. E.). concretiza-se poeticamente a alegria por meio da personificação. a solidão. que foram com violência Escritos pela mão do Fingimento. a) Barroco – Ilustração b) Renascimento – Classicismo c) Iluminismo – Arcádia d) Classicismo – Iluminismo e) Arcádia – Ilustração . c) crítica ao êxodo urbano. as flautas dos pastores. motivo poético desenvolvido pela estética árcade. b) em I. 231. 229. ó mortais. Que bem que soam. a queixa. e traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero (. não sentes Os Zéfiros brincar por entre as flores? Texto II Ah! Não roubou tudo a negra sorte: Inda tenho este abrigo. respectivamente. seguindo modelo típico das cantigas de amor medievais. Cantados pela voz da Dependência. d) em II. d) “tiranos” e “inquieta idéia”. Cefet-MG Fatigado de calma se acolhia Junto o rebanho à sombra dos salgueiros. 228. Texto I Olha. com a natureza e os afetos comuns do homem. e a morte apresentam-se como algo indesejável. característica do mal do século. b) O padrão formal dos textos de Bocage é típico da estética setecentista. E o sol. Marília.. c) ambos expressam um lamento frente àquilo que a negra sorte pode roubar do ser humano. Qual delas está sendo defendida no trecho acima? a) Inutilia truncat (corta o inútil) b) Fugere urbem (fugir da cidade) c) Aurea mediocritas (equilíbrio de ouro) d) Locus amoenus (lugar sossegado) e) Mimesis (imitação dos clássicos) 232. e a morte. como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha.. e) corresponde a um padrão estético que reflete a cosmovisão dos escritores naturalistas do século XIX. julgadas dignas de imitação (. Glauceste Satúrnio (pseudônimo de Cláudio M. Não pertence ao estilo literário dos versos acima a seguinte característica: a) ideal de simplicidade. inda me resta O pranto.. encontra-se representação da natureza que: a) se caracteriza como o locus amoenus (lugar aprazível). Mackenzie-SP Leia o texto abaixo e assinale a alternativa incorreta. de Costa) A doutrina literária do Arcadismo impunha que os poetas criassem seus textos de modo a atender a muitas convenções. resgatando para a poesia lírica portuguesa a linguagem emotiva e confessional. por meio do vocativo. b) corresponde a um quadro harmonioso. e) “imagem de aflição” e “não tens de sentir”. que se impõe no meio do século. b) aceitação de regras e modelos. Texto para as questões 227 e 228. embora ainda amaneirado. Mackenzie-SP Sobre os textos I e II é correto afirmar: a) ambos indicam. se entre versos mil de sentimento Encontrardes alguns. c) A obra desse poeta divide-se em duas fases: árcade e romântica. Bocage Bocage 227. a solidão. d) No texto. a presença da mulher amada. a expressão “festival contentamento” faz referência à idealização que marca a visão de mundo do estilo árcade. c) “sentir saudosa” e “tormento”. Importa. d) é expressão da religiosidade cristã que marcou os ideais iluministas. Daquela que lá se usa entre essa gente Que julga que diz muito e não diz nada. História concisa da literatura brasileira. a queixa. refletidos através da tradição clássica e de formas bem definidas. c) é resultado de uma concepção romântica. Mackenzie-SP No texto I. b) o momento ideológico. queimando os ásperos outeiros Com violência maior no campo ardia. Assinale a alternativa em que os dois termos preencham as lacunas. Crede. trilhou caminhos próprios.. e) arte vista como recriação idealizada da Ordem Natural. porém. cuja aparência Indique festival contentamento. b) Ah! enquanto os Destinos impiedosos Não voltam contra nós a face irada. Os nossos breves dias mais ditosos. Teu lindo corpo bálsamos vapora. Indique a alternativa incorreta. Deixa louvar da corte a vã grandeza. inacessíveis a ele. Incultas produções da mocidade Exponho a vossos olhos. que foram com violência Escritos pela mão do Fingimento. e) um cronista medieval. portanto. curtos dedos melindrosos. d) o escritor-chave para a compreensão do Barroco. a) Dois versos referem-se a dois aspectos da poesia árcade que discutem o momento de composição de um poema. Notai dos males seus a imensidade. Vede-as com mágoa. c) Recurso à mitologia greco-romana. Crede. 237. a) O Arcadismo foi uma tendência literária dominante dentro do Neoclassicismo do século XVIII. Vem. 234. c) a emoção predomina sobre a razão. Notando as perfeições da Natureza! Nestes versos: a) o poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do tempo. e) o poeta propõe. Cantadas pela voz da Dependência. FGV-SP Assinale a alternativa que apresenta erro na correlação autor-obra-época. Os Pastores. b) Gil Vicente – Auto da Barca do Inferno – Século XVI. 95 Nesse poema. exceto em: a) Eu vi o meu semblante numa fonte: Dos anos inda não está cortado. cuja aparência Indique festival contentamento. b) Sua insatisfação se revela em indícios de ruptura com o Arcadismo. defendendo. e) Almeida Garrett – Viagens na Minha Terra – Século XIX. d) Camilo Peçanha – Clepsidra – Século XIX/XX. ao movimento enciclopedista. de autoria de Bocage. 239. Localize no poema passagens que sustentem essa afirmação. PV2D-07-POR-34 . Que elas buscam piedade e não louvores. Destas copadas árvores o abrigo. d) o amor e a mulher são idealizados pelo poeta. relativamente à literatura portuguesa. 236. traduz sua insatisfação com os modelos árcades que adotou em parte de sua obra. não fez o Céu. c) um poeta pré-romântico. Para glória de Amor igual tesouro. vede-as com piedade. b) As academias em que se reuniam os poetas árcades eram chamadas Arcádias por referência a uma região da Grécia ligada ao pastoreio e à poesia. c) A primeira característica do Arcadismo é sua oposição ao Humanismo. o Arcadismo se liga ao pensamento racionalista da época. Indique a característica presente nos versos acima. Antônio Vieira – Sermão da Quarta-feira de Cinzas – Século XVII. ó leitores. Fuvest-SP Bocage foi: a) o poeta mais representativo do Arcadismo em Portugal. b) o poeta mais representativo do Arcadismo no Brasil. Respeitam o poder do meu cajado. e) Alguns poetas árcades já revelam traços prenunciadores do Romantismo. Unifesp Leia os versos do poeta português Bocage. b) Rompimento com os clássicos. há versos característicos do Arcadismo. b) a linguagem. altamente subjetiva. 235. lágrimas e amores. Quanto me agrada mais estar contigo. e) Tema pastoril. ESPM-SP Em todas as alternativas abaixo. Façamos.233. em linguagem clara. a) Uso de pseudônimos. que adotou o pseudônimo Elmano Sadino. por isso. Ah! não. sim façamos. numa ânsia de se aproveitar o tempo presente. que habitam este monte. A curta duração dos seus favores. o poeta. ó mortais. Identifique-os e dê uma possível explicação para eles. c) Manuel Maria Barbosa du Bocage – Nova Arcádia – Século XVIII. Fuvest-SP E em arte aos de Minerva se não rendem Teus alvos. d) Predominância do subjetivismo. Ponderai da Fortuna a variedade Nos meus suspiros. ou seja. oh Marília. uma linguagem rebuscada e labiríntica. doce amada. E se entre versos mil de sentimento Encontrardes alguns. denuncia características pré-românticas do autor. vem lograr comigo Destes alegres campos a beleza. c) Os teus cabelos são uns fios d’ouro. gentil Pastora. 238. Bocage d) Do ponto de vista filosófico. que se aproveite o presente de forma simples junto à natureza. a) Pe. 1 Eu. Que inveja até me tem o próprio Alceste: Ao som dela concerto a voz celeste Nem canto letra. Os pastores que habitam este monte Respeitam o poder do meu cajado. De tosco trato. O Tejo adormeceu na lisa areia. d) supremacia dos efeitos sonoros em detrimento da idéia. azeite. que não seja minha. contigo. é correto afirmar que: a) “a noite escura e feia” é a razão da tristeza do eu lírico. e) Inutilia truncat: eliminar os excessos. b) simbolista. à luz vedado! Jaz entre as folhas Zéfiro abafado. só eu. a referência à cultura mitológica (Zéfiro) revela influência da estética: a) romântica. 242. e) linguagem emotivo-racional. d) “a alma” está caracterizada como “matéria lânguida”. segundo o qual a civilização corrompe os costumes do homem.d) Se estou. Já sobre o coche de ébano estrelado Deu meio giro a noite escura e feia. com que está minha alma presa À vil matéria lânguida me corte: Consola-me este horror. não é o próprio poeta quem fala de si e de seus reais sentimentos. expressão da morte. b) a natureza. Marília. por exemplo. junto ao campo. às trevas costumado: Só eu velo. c) trovadoresca. Texto para as questões de 244 a 246. Das brancas ovelhinhas tiro o leite. Não tenho um leve cuidado. de que me visto. Graças à minha Estrela! 2 Eu vi o meu semblante numa fonte: Dos anos inda não está cortado. Marília bela. esta tristeza. Marília. d) Carpe diem: o desejo de aproveitar o dia e a vida enquanto é possível – tema já bastante explorado pelo Barroco – é retomado pelos árcades e faz parte do convite amoroso. fruta. Dos frios gelos e dos sóis queimado. em oposição à vida luxuosa e triste na cidade. Assinale qual a explicação que não corresponde à regra árcade indicada: a) Fugere urbem: os árcades defendiam uma vida simples e natural. de expressões grosseiro. é. Mackenzie-SP Está presente no texto o seguinte traço característico da poesia de Bocage: a) temática religiosa. e nele assisto. e) parnasiana. b) idealização do locus amoenus. Nem o mavioso rouxinol gorjeia. e) “a noite escura e feia” transformou-se em noite iluminada e silenciosa. Mackenzie-SP Nesse poema. c) quebra dos padrões formais clássicos. que nasce naturalmente bom. Graças. Graças. Nem me lembra se são horas De levar à fonte o gado. Texto para as questões 241 a 243. não sou algum vaqueiro. c) a perspectiva da morte iminente torna o eu lírico angustiado. Graças à minha Estrela! . pedindo à sorte Que o fio. Tal princípio era reforçado pelo pensamento do filósofo francês Jean Jacques Rousseau. Vocabulário coche de ébano: carruagem de madeira escura jaz: está ou parece morto mocho: coruja lânguida: doentia 96 Bocage 241. para o eu lírico. E mais as finas lãs. Que viva de guardar alheio gado. optando por uma linguagem simples sem muitos torneios verbais. distante dos centros urbanos. e) Ó florestas! ó relva amolecida. No plano amoroso. nesse contexto. Porque a meus olhos se afigura a morte No silêncio total da natureza. c) Locus amoenus: na poesia árcade. as situações são artificiais. Mackenzie-SP De acordo com o texto. Dá-me vinho. d) árcade. Nem pia o mocho. Tenho próprio casal. Com tal destreza toco a sanfoninha. A cuja sombra. quase sempre é um pastor que confessa o seu amor por uma pastora. legume. em cujo doce leito É tão macio descansar nos sonhos! Arvoredo do vale! derramai-me Sobre o corpo estendido na indolência O tépido frescor e o doce aroma! 240. 243. Marília bela. Que profundo silêncio me rodeia Neste deserto bosque. b) Aureas mediocritas: outro traço presente advindo da poesia horaciana é a idealização de uma vida pobre e feliz no campo. Tiraram-me o casal e o mesmo gado. na terceira estrofe. azeite. 246. cultivadas no interior das Academias. Marília. Das brancas ovelhinhas tiro o leite. no meu braço. através de alguns de seus poemas. Os dois poemas mostram dois momentos diferentes da vida de Gonzaga. Dormindo um leve sono em teu regaço. toda a sua revolta pelos reveses da sua sorte. carece de unidade de enfoques. UFPA Tomás Antônio Gonzaga expressou. Toucarei teus cabelos de boninas. o teu agrado Vale mais que um rebanho e mais que um trono. de que me visto. Graças. fruta.3 Mas tendo tantos dotes da ventura. a simplicidade formal e a busca do equilíbrio. Sustentada. b) vai de encontro aos princípios do Arcadismo. Graças. antítese do estilo natural dos escritores clássicos. De tosco trato. 248. respectivamente: a) altas expressões do lirismo amoroso e da sátira política. Aponte de que maneira essas diferenças aparecem nos textos. b) Sob a influência da Contra-Reforma. 97 PV2D-07-POR-34 . respectivamente da primeira e da segunda partes. 250. seu tipo físico. só produzindo obras de inspiração religiosa. Identifique. Depois que o teu afeto me segura Que queres do que tenho ser Senhora. Graças à minha Estrela! 4 (. da mesma forma que o Barroco coincidiu com o ciclo do ouro em Minas Gerais. Qual é e o que significa? 247. não sou algum vaqueiro. o Arcadismo brasileiro não conseguiu libertar-se do estilo barroco. e) mostra a intenção do autor em não revelar o objeto do seu amor. Os dois textos são de autoria de Tomás Antônio Gonzaga e fazem parte da obra Marília de Dirceu. b) exemplos da poesia biográfica e da literatura epistolar cultivadas no século XVII. Aqui descansarei a quente sesta. um só cajado. Que viva de guardar alheio gado. legume.. não fui nenhum vaqueiro. c) desvincula-o dos princípios românticos indo ao encontro dos valores modernos que ele professou. Marília. e nele assisto. E mais as finas lãs. Dos frios gelos e dos sóis queimado. por exemplo.) Irás a divertir-se na floresta. Tenho próprio casal. as características árcades mais evidentes. estrofe por estrofe. Enquanto a luta jogam os pastores. e) transforma-o em um poeta elegíaco. e) Tentando fugir à forte influência barroca. 251. Marília bela. 249. d) é responsável pela atmosfera de mistério. Fui honrado Pastor da tua Aldeia. Vestia finas lãs e tinha sempre A minha choça do preciso cheia. Nem tenho. por isso é muito difícil precisar. Marília. um traço pré-romântico.. Esta imprecisão da pastora: a) é suficiente para seu autor ser apontado como pré-romântico. d) Entre as características árcades. e) expressões menores da prosa e da poesia do nosso Arcadismo. Há um termo em letra maiúscula que remete a um princípio da cultura clássica. E emparelhados correm nas campinas. Tal fato: a) torna-o um poeta pré-barroco. Nos troncos gravarei os teus louvores. Texto II Eu. É bom. essencial para a poesia neoclássica. Indique. PUCCamp-SP Pode-se afirmar que Marília de Dirceu e as Cartas chilenas são. c) reflete o caráter genérico e impessoal que a poesia neoclássica deveria assumir. Porém. na literatura do século XVIII. sobrepondo à racionalidade o sentimentalismo. minha Marília. gentil pastora. a que me encoste. c) O estilo árcade é amaneirado à moda dos cultistas. a) Estilo de época que coincidiu com o ciclo do açúcar na Bahia. de expressões grosseiro. UFPA A pastora Marília. é bom ser dono De um rebanho. Dá-me vinho. Graças à minha Estrela! 244. gentil pastora. b) é fundamental para situar o leitor dentro do drama amoroso do autor. d) rompe com a orientação parnasiana de seus versos. cultivados sobretudo pelos poetas românticos da chamada “terceira geração”. destacam-se o bucolismo. conforme nos é apresentada nas liras de Tomás Antônio Gonzaga. Só apreço lhes dou. Texto I Eu. o Arcadismo brasileiro confundiu-se com o Romantismo. c) exemplos do lirismo amoroso e da poesia de combate. d) altas expressões do lirismo e da sátira da nossa poesia barroca. que cubra monte e prado. UEBA Assinale a alternativa correta a respeito do Arcadismo brasileiro. 245. Marília bela. . Texto I Minha bela Marília.. porém. Grande parte delas foi escrita no período em que Gonzaga esteve preso e....252... que a sua cor mimosa Vence o lírio. reservemos Um pensamento.. Ah! não. das brancas ovelhinhas tiro o leite..) (. não para a futura Primavera. Amor. o teu agrado vale mais que um rebanho e mais que um trono.. revestidas de sentimentalidade e simplicidade. anterior à prisão do poeta. caído em desgraça. socorre Ao mais grato empenho meu! Voa sobre os astros.. É uma coletânea de poesias amorosas. Todas são incorretas. a presença dos dramas pessoais do autor... embora o façam de maneira diferente.. escreveu esse livro para descrever a situação geral da Colônia. e mais as finas lãs. Aproveite-se o tempo.. b) Apesar de invocarem com grande freqüência o tema do amor.. a) b) c) d) e) II e III são corretas. que cubra monte e prado. gozemos do prazer de sãos amores (. Marília bela? que vão passando os florescentes dias? As glórias.. Justifique.... em laço estreito. Senão para o que fica do que passa O amarelo atual que as folhas vivem E as torna diferentes. dá-me vinho.. I. já vêm frias.. Mackenzie-SP Leia as três afirmações que se seguem. Marília de Dirceu. a sorte deste mundo é mal segura. minha Marília. d) Tendo sido Gonzaga um inconfidente. vier o nosso outono Com o inverno que há nele. O fragmento acima demonstra que o seu autor. amada do pastor Dirceu. Por que o poeta se julga impotente para retratar a amada? 256. Texto para as questões 257 e 258. as liras não apresentam a atmosfera atormentada dos conflitos da paixão... de maneira diferente. (…) É bom. referentes à obra Marília de Dirceu. azeite. O jasmim e as outras flores. Lídia. UFPB Considere o trecho seguinte: Tenho próprio casal e nele assisto. antes que faça o estrago de roubar ao corpo as forças e ao semblante a graça. 98 .. minha Marília... voa. Texto II Quando. É uma obra composta por vários sonetos.. Ricardo Reis. a) Em que consiste a “filosofia de vida” que a passagem do tempo sugere ao eu lírico do poema de Tomás Antônio Gonzaga? b) Os dois poetas valorizam o momento presente. e assinale a alternativa correta.. ao mesmo tempo..) aproveite-se o tempo. III. e pode enfim mudar-se a nossa estrela. posterior à mesma.. de quem somos mortos. a) As liras que compõem o livro são quase sempre poemas de lirismo amoroso que invocam a pastora Marília. vem depois dos prazeres a desgraça. c) Muitas das liras são dedicadas à tarefa de demonstrar à bem-amada a ordem e a harmonia das coisas naturais... Tomás Antônio Gonzaga e Ricardo Reis refletem... que vêm tarde. que é de outrem. Unicamp-SP Nos dois poemas a seguir. .. Em que consiste essa diferença? 255. sobre a passagem do tempo. gentil pastora. antes exaltam a serenidade e a naturalidade na relação amorosa. legume. sob o disfarce do pastor.. Leia-os com atenção. Tomás Antônio Gonzaga 253. 254... antes que faça o estrago de roubar ao corpo as forças e ao semblante a graça. tudo passa.. meus amores. e a segunda. Nem para o estio.. de que me visto... Tomás Antônio Gonzaga. II. assim. Traze-me as tintas do Céu... vence a rosa. se vem depois dos males a ventura. I e II são corretas.... Divide-se em duas partes: a primeira. um antecipador do movimento romântico. no momento da produção dos poemas.. de Tomás Antônio Gonzaga. que aparecem numa seqüência numerada. Todas são corretas. Ah! socorre.. de Tomás Antônio Gonzaga.. oprimida pela exploração ferrenha da metrópole portuguesa. Tomás Antônio Gonzaga. I e III são corretas.. Que havemos de esperar.. e façamos de feno um brando leito.. e) Algumas liras são destinadas a afirmar a dignidade e a valia do pastor Dirceu. Marília... prendamo-nos.. revela-se. Porém como? se eu não vejo Quem me empreste e as finas cores: Dar-mas a terra não pode Não. A Marília. assinale a alternativa incorreta. é bom ser dono de um rebanho. dela extraindo uma “filosofia de vida”. Ornemos nossas testas com as flores... fruta. Vou retratar a Marília.. UFOP-MG Com relação a Marília de Dirceu.. vinculou-se ao Arcadismo e foi. Odes. 1. Prendamo-nos. a mulher a quem se poderiam fazer convites amorosos mais ousados. estes roubam cidades e reinos. d) 1. o amor ideal e a pureza do lavor da terra. diferencia-se da linguagem rebuscada usada pelo Barroco. Vieira adota a tendência barroca conceptista que leva para o texto o predomínio das idéias. Dê o título das duas obras mais importantes e o nome dos seus respectivos autores. 259. II. tudo passa. Está(ão) correta(s) apenas: a) 1. os outros. 99 PV2D-07-POR-34 Texto 2 Que havemos de esperar. de Tomás Antônio Gonzaga. 3 e 4. Ah. 02. antes que faça 15. 12. 16. A sorte deste mundo é mal segura. b) 1. que se passa. característicos da naturalidade desejada pelos poetas do Arcadismo. O texto de Vieira. estes sem temor nem perigo. c) denotam — pela singeleza do vocabulário. 2. e) 2. 13. Gozemos do prazer de sãos Amores. minha Marília. Considere as seguintes afirmações sobre esses excertos. não vai nem leva ao inferno: os que não só vão. E pode enfim mudar-se a nossa estrela. Antônio Vieira. Sermão do bom ladrão. UFRGS-RS Leia os excertos abaixo.. própria do Arcadismo. e estes furtam e enforcam. 03. do Arcadismo brasileiro. 260.. O tema dos versos anteriores é o carpe diem (gozar a vida presente). são enforcados. O ladrão que furta para comer. Sobre as nossas cabeças. porque roubo em uma barca sou ladrão. sem arroubos. compondo um quadro em que a emoção é tratada de modo abstrato. Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares. 10. no poema de Gonzaga. UFPE Texto 1 Basta senhor. I. 04. 08. e) a natureza é o espaço onde o amado se sente à vontade para expressar diretamente à amada suas inclinações sensuais. 07. resíduos do estilo cultista. Sem que o possam deter. 14. roubar muito é grandeza. 01. Lira XIV . b) que retomam tema e estrutura de uma “canção de amigo”. está pleno de metáforas. 11. Marília é um nome literário adotado para a referida noiva do poeta inconfidente. Também. ladrões de maior calibre e mais alta esfera. b) comprovam a predileção pelo verso branco e pela ordem direta da frase. em atitude pré-romântica. E ao semblante a graça. são outros. Aproveite-se o tempo. pela sintaxe quase prosaica — a vontade de alcançar a simplicidade da linguagem.257. Se vem depois dos males a ventura. o ponto de vista dominante é o do amante que vê seus sentimentos antagônicos refletidos na natureza. minha Marília. sendo barroco. de acordo com a convenção árcade. 05. c) 2. Aproveite-se o tempo. Os versos de 05 a 12 descrevem uma cena amorosa ambientada na paisagem mineira da cidade então chamada de Vila Rica. 4. escrito numa linguagem amena. 2 e 3. III. da lógica. Ornemos nossas testas com as flores 06. Minha bela Marília. e vós que roubais em uma armada sois imperador? Assim é. revela-se amoroso homem de meia-idade. Os outros ladrões roubam um homem.. na busca de caracterizar. Vem depois dos prazeres a desgraça.. Mackenzie-SP Nos versos acima: a) o eu lírico. a linguagem arcádica. em oposição à artificialidade do Barroco. E para nós o tempo. os outros furtam debaixo de seu risco. 3. morre. d) organizam-se em torno de antíteses. como também de comparações excessivas. Pe. Roubar pouco é culpa. do raciocínio. 258. Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias que vêm tarde já vêm frias. cujo nome verdadeiro era Maria Dorotéia de Seixas Brandão. c) nomeia-se diretamente a figura ironizada pelo eu lírico. O estrago de roubar ao corpo as forças. Mackenzie-SP Quanto ao estilo. se furtam. o tempo corre. Sobre a obra desses autores. procurando adequar os textos religiosos à realidade circundante. Tomás Antônio Gonzaga. está expresso o estado de alma de quem sente a ausência do ser amado. 2 e 4. não. Marília. antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças E ao semblante a graça. A obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. E façamos de feno um brando leito. 261. de linguagem figurada. sendo de difícil compreensão. Marília. 09. extraídos de Marília de Dirceu (Lira XIV). d) em que se notam diálogo e estrutura paralelística. Ah! Não. de termos inusitados e eruditos. os versos: a) revelam a presença não só de formas mais exageradas de inversão sintática — hipérbatos —. em laço estreito. Os versos chamam a atenção para a passagem do tempo e expressam um convite aos prazeres de um amor sadio. analise as afirmativas abaixo. e) constroem-se pelo desdobramento contínuo de imagens. mas que levam de que eu trato. ao lamentar as transformações notadas em seu corpo e alma pela passagem do tempo. b) Cláudio Manuel da Costa manifesta... que por ti suspira (…) Glaura! Glaura! não respondes? E te escondes nestas brenhas? Dou às penhas meu lamento.. Difusão Européia do Livro.. Cláudio M. São Paulo. Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga. 262.. Nise? Nise? onde estás? Aonde espera Achar-te uma alma. na Natureza.. & Castello.. Turva e feia.. Parou as ligeiras águas. d) O mel dourado dos carvalhos duros. b) Turvo banhado as pálidas areias Nas porções do riquíssimo tesouro . se prosperassem por muito tempo. Frei Santa Rita Durão e Tomás Antônio Gonzaga. b) um de seus conceitos básicos é que. duas citações do texto. b) José Basílio da Gama.. e no centro deles adorar a preciosidade daqueles metais... PUC-SP Encontra-se alusão a um importante ciclo econômico do século XVIII. onde o som das águas inspirava a harmonia dos versos. Presença da literatura brasileira. d) Cláudio Manuel da Costa. de Cláudio Manuel da Costa.. primeiro que arrebate as idéias de um Poeta. Mackenzie-SP A respeito do Arcadismo brasileiro. II e III. que por espaço de cinco anos havia deixado. Ó tormento sem igual! Minha bela Marília. do que abandonar as fingidas Ninfas destes rios. c) Tomás Antônio Gonzaga. Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto. In: Candido. Aquele. p. acumulam-se características peculiares do Arcadismo..1971. a quem se dirigiam freqüentemente em seus poemas. d) revestiu-se de aspectos religiosos ligados à temática medieval.. 265.. 266.. Vem depois dos prazeres a desgraça... que devi às águas do Mondego. . de Cláudio Manuel da Costa. da. e) é comum o aparecimento de referências a figuras mitológicas clássicas. b) justifique sua resposta com. Costa..Quais estão corretas? a) Apenas I. c) seu início é assinalado pela publicação de Obras poéticas... que lhes tem pervertido as cores. Cláudio Manuel da Costa 3. A. a corrente destes ribeiros.. J.. c) De um ramo desta faia pendurado Vejo o instrumento estar do pastor Fido... pelo menos. A sorte deste mundo é mal segura. é incorreto afirmar que: a) assume uma postura de imitação dos ideais renascentistas. Sobre uma rocha sentado Caladamente se queixa: Que para formar as vozes.. vol.. a seguir: a) aponte duas dessas características. pureza e espiritualidade. Os poetas árcades brasileiros tinham as suas musas inspiradoras. Fragmento do Prólogo ao Leitor. Vunesp Altéia Aquele amor amante.. Poemas de Cláudio Manuel da Costa.. na segunda passagem de Cláudio Manuel da Costa: a) Árvores aqui vi tão florescentes Que aziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. mas deseja exprimir a realidade tosca de seu país. e) I. 100 Nesse fragmento do romance Altéia. e) Não vês nas tuas margens o sombrio Fresco assento de um álamo copado. e destinado a buscar a Pátria. 1966.. tudo passa. Teme. reside toda a beleza. a) O poeta estabelece uma conexão entre as diferenças ambientais e o seu reflexo na produção literária. que muitas vezes Afinando a doce avena...... Pelas musas evocadas nos versos acima.. b) Apenas II. Que nas úmidas ribeiras Deste cristalino rio Guiava as brancas ovelhas.. entre a grosseria dos seus gênios.. Tomás Antônio Gonzaga e Frei Santa Rita Durão. I.. que o ar as perceba.. 2.. que têm atraído a este clima os corações de toda a Europa! Não são estas as venturosas praias da Arcádia.. que menos pudera eu fazer que entregar-me ao ócio. no texto. d) Apenas I e III. e sepultar-me na ignorância! Que menos.... Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto. Cultrix. O vasto campo da ambição recreias. e) José Basílio da Gama. Moveu as bárbaras penhas. Vunesp Leia atentamente o texto abaixo e assinale a alternativa incorreta. Se vem depois dos males a ventura.. c) Apenas III. São Paulo. p.. 263... UFRGS-RS 1. deixa ponderar a ambiciosa fadiga de minerar a terra.. 264. 138. a sua formação intelectual européia. respectivamente: a) Cláudio Manuel da Costa.. Releia o texto que lhe apresentamos e. aqui... pode-se dizer que seus autores são. Não permitiu o Céu que alguns influxos. A. 156.. b) Só a proposição II é correta. Mackenzie-SP A respeito de Cláudio Manuel da Costa... Nem toda a frase em toda a língua ajusta.” A característica que está presente nestes versos é o carpe diem (gozar a vida). que facúndia Orna o verso gentil. considerada a verdadeira fonte da poesia.. que se torna possível quando seus habitantes se encontram. e) não se encontra em seus poemas qualquer preocupação com a natureza brasileira. Cavemos a facúndia.. a) Só a proposição I é correta. . escreveu Cláudio Manuel da Costa: Não são estas as venturosas praias da Arcádia.. b) a inspiração... Vereis então que garbo.. sim.. traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.. d) Apesar dos índices do Arcadismo presentes no texto. “O momento poético. no moreno rosto. Cesesp-PE “O momento ideológico. nasce de um encontro.. contemplar as praias da Arcádia de onde retirava suas inspirações poéticas. UEL-PR No prefácio de suas Obras poéticas. em detrimento dos ideais de integração na natureza. em vista da beleza maior dos inspiradores rios de mineração. façamos. deixa ponderar a ambiciosa fadiga de minerar a terra. Os nossos breves dias mais ditosos. que abasteça Nossa prosa eloqüente e culto verso. “Façamos... são índices que revelam. 101 I. Rompam-se as minas gregas e latinas (Não cesso de o dizer.. que: a) a natureza de sua região natal guarda harmoniosa correspondência com a Arcádia. Turva e feia. que em francês hajam formosas Expressões.. pp.. segue a lírica de Camões. Em defesa da Língua Lede... Que é filha de latina. os clássicos honrados. 268. Poesias. na literatura do Setecentos...” II. 271.... b) a idealização da vida campestre. porque é urgente)... e) O poeta sofre mediante o fato de não mais poder. mais que as pseudo-intelectuais. Herdai seus bens... 1941. Tanto não é beleza. Numa formosa cara trigueirinha (Trigueiras há... doce amada. onde o som das águas inspirava a harmonia dos versos. que é tempo. dos escritos Toda a frase estrangeira e frandulagem Dessa tinha.. e o tratamento de “pastoras”.... primeiro que arrebate as idéias de um Poeta. UEL-PR O uso de pseudônimos pastoris. é correto afirmar que: a) é o nosso maior representante da poesia barroca... São feições parentas... Sacudamos das falas. que é defeito Nunca nariz francês na lusa cara... que lhes tem pervertido as cores. Ponde um belo nariz. 44 e 51. embora ainda amaneirado. c) Só a proposição III é correta.c) Depreende-se do texto uma forma de conflito entre o academicismo árcade europeu e a realidade brasileira que passaria a ser a nova matéria-prima do poeta.. c) desenvolveu-se exclusivamente a tendência épica em sua obra. sã linguagem. c) a valorização da vida urbana.. que amenizasse os rigores da natureza hostil. que às louras se avantajam): O nariz alvo. Que em reinos dos romanos e dos gregos Com indefesso estudo conseguiram. na literatura do Setecentos. e) a preocupação em exaltar as atividades agrárias.. Abra-se a antiga.” III. que comichona afeia O gesto airoso do idioma luso. 267.. d) a preocupação em usar uma linguagem requintada. com a natureza e os afetos comuns do homem. Vunesp Filinto Elísio (1734-1819) é um poeta neoclássico português. nos poetas árcades: a) a busca da harmonia entre campo e cidade. In: Elísio. Afirma o poeta. alvo de neve.... c) a harmonia dos versos arcádicos é embalada pelo som dos ribeiros de sua terra. que brota harmoniosa da natureza arcádica. Feições lhe quadram.. Filinto.. e) Todas as proposições são corretas.. a corrente destes ribeiros. Lisboa: Livraria Sá da Costa-Editora. e só latinas. dado às musas inspiradoras. que perverte a uns e a outros. como Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga) ou Glauceste Satúrnio (Cláudio Manuel da Costa).. 269. portanto. d) em seus sonetos.. Mas índoles dif’rentes têm as línguas. há um questionamento do contexto sobre a validade de adotar esse modelo literário no Brasil. b) as liras de Marília de Dirceu espelham o maior momento de sua criação poética. Sintetize o principal conselho dado por ele em consonância com a poética do Neoclassicismo para que um poeta consiga escrever bem.. na Europa. 270... herdai essas conquistas. curtas frases elegantes. graças à mineração que lhes turva as águas... e) a beleza natural dos rios da Arcádia e dos de sua terra é afetada pela ambição econômica.. é perturbada pela realidade das águas turvas dos rios em mineração.. d) São corretas as proposições I e II. quanto sem eles É delambido e peco o pobre verso.. veneranda fonte Dos genuínos clássicos e soltem-se As correntes da antiga. d) é preciso esquecer a harmonia dos versos arcádicos. PV2D-07-POR-34 . Quero dar.. na seqüência de Bye Bye Brasil. quero ver o meu povo. quando compõe o Caramuru. 276. Uma dessas fórmulas é a chamada tópica do lugar ameno. nada produziu. minha família foi embora. e) antecipadamente romântica. 273. b) Gregório de Matos Guerra não passou de um panfletário. Obras de Bocage. no segundo terceto de Bocage. a evocação literária de um recanto ideal. onde é que eles foram. Meu santo. não perdoou a ninguém. faz-se alusão ao episódio de uma obra em que a heroína morre. c) Uraguai. Vem. Aponte a alternativa em que houver erro. a) O padre Antônio Vieira. Vunesp Quem vê girar a serpe da irmã no casto seio. 102 . que ninguém precisa trabalhar.272. Escrito e dirigido por Carlos Diegues. (3) Tomás A. releia os textos em pauta. Tomando por base este comentário. meu santo? Lord Cigano – Ah. b) sugestivamente simbolista. 275. b) (1) Marabá. a) (1) Moema. cuja paz e tranqüilidade servem de palco ao idílio dos amantes e ao sossego da vida. (2) Iracema. encontra-se presente em vários poemas dos árcades brasileiros. retomadas ao longo dos tempos. Os velhos não morrem nunca e os jovens não perdem sua força. Porto: Lello & Irmão. (3) Santa Rita Durão. espera. b) A cosmovisão iluminista. Cefet-PR Marque a alternativa incorreta sobre o Arcadismo brasileiro. chegou à obscenidade. c) rebuscadamente barroca. a quem consagrou muitas liras. Mas ai. c) (1) Lindóia. no campo lírico. pasma. se acostumando ao lugar novo. d) prenunciadora do Parnasianismo. pêra aí. Centec-BA Quando o poeta neoclássico pinta uma paisagem como um “estado de alma”. Eu estou vendo a sua família. O prado ameno de boninas veste. nora. (3) Basílio da Gama. podemos dizer que estamos diante de uma paisagem: a) tipicamente neoclássica. Simboliza o porto almejado ou o retorno à felicidade perdida. 142. vem lograr comigo Destes alegres campos a beleza. o título da obra (2) e o nome do autor (3). gela e cora. 1968. 274. foi nacionalista (pregou contra os holandeses invasores) e se preocupou com problemas sociais (foi contrário a que os colonos portugueses escravizassem os índios). epopéia de Basílio da Gama. não há poesia sua sobre religião levada a sério. as aves de mil cores Adejam entre Zéfiros e Amores. a mãe das flores. Agora. enaltecedora do saber erudito. e. Varrendo os ares. (3) José de Alencar. teme. vivos. meu santo? Lord Cigano – E eu sei lá? Como é que eu vô saber? Quer dizer… eu sei…eu… Eu tô vendo. neto… Fiquei só com o meu velho que morreu na semana passada. valorativa da vida natural. Os escritores clássicos gregos e latinos produziram certas fórmulas de expressão que. chegaram até nossa modernidade. deixa eu ver! Eu tô vendo: eles estão num vale muito verde onde chove muito. eles estão a muitas léguas daqui. que já não vives. e) (1) Marília. as árvores são muito compridas e os rios são grandes feito o mar. dois elementos da paisagem descrita por Lord Cigano que caracterizam Altamira como um lugar ameno. poeta árcade e ilustrado. Gonzaga. a) Algumas obras árcades assimilam certa ideologia da época. Deixa louvar da corte a vã grandeza: Quanto me agrada mais estar contigo. Destas copadas árvores o abrigo. em sua obra satírica. d) Santa Rita Durão. Mulher Nordestina – Vivos? Lord Cigano – É. embora sacerdote. o verso em que se estabelece relação opositiva com a tópica do lugar ameno. consulta o seu amor e o seu dever ignora. (2) Marília de Dirceu. e) Vida e obra de Tomás Antônio Gonzaga são indissociáveis de Marília. geralmente bucólico. Assinale a alternativa correta em que se mencionam o nome da heroína (1). p. (2) Marabá. Bye bye Brasil Mulher Nordestina – Meu Santo. (2) Caramuru. meu santo. vacila. É uma terra tão verde… Altamira! Diálogo do filme Bye bye Brasil (1979). e de ira e temor ao mesmo tempo cheio resolve. Voa a farpada seta da mão. no campo humorístico. (2) O Uraguai. não perde de vista a estrutura formal de Os lusíadas. ou seja. foge a estritos moldes camonianos e é sobretudo antijesuítica. b) localize. a seguir: a) aponte. do homem primitivo. Vunesp Leia os textos a seguir. que não se engana. Tem tanta riqueza lá. embora tesoureiro-mor e vigário-geral da catedral da Bahia. ó Marília. Filho. me diga. Produzido por Lucy Barreto. E toma o fresco Tejo a cor celeste. o sutil Nordeste Os torna azuis. Mulher Nordestina – A gente se acostuma com tudo… Onde é que eles estão agora. delicado. ó mísera Indiana! Nesses versos de Silva Alvarença. d) (1) Iracema. Notando as perfeições da Natureza! Bocage. (3) Gonçalves Dias. Convite à Marília Já se afastou de nós o Inverno agreste A fértil Primavera. que irado freme. de Basílio da Gama.. e triste. e cinge Pescoço. e lhe passeia. sorveu-se n’água. e temem Que desperte assustada. 103 . Na branda relva. e vacilou três vezes Entre a ira. como que dormia. O Uraguai Este lugar delicioso. e lhe lambe o seio. do homem natural. Diogo cruel!” disse com mágoa. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente. sem mais demora Dobrou as pontas do arco. pasma e treme. tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. e a mão no tronco De um fúnebre cipreste. Qual é o argumento histórico do poema Caramuru? Basílio da Gama Caramuru Perde o lume dos olhos. Que toca o peito de Lindóia. e nas mimosas flores. e aos ecos tantas vezes Contou a larga história de seus males Nos olhos de Caitutu não sofre o pranto.c) Em Caramuru. Lá reclinada. e braços. liga-se ideologicamente à política do Marquês de Pombal. estrofe XLII) Santa Rita Durão PV2D-07-POR-34 A epopéia Os lusíadas (1572) tem servido de modelo aos demais poemas épicos escritos em língua portuguesa. e irrite o monstro. Tornando a aparecer desde o profundo: “Ah. e triste. e lhe lambe o seio. Leva nos braços a infeliz Lindóia O desgraçado irmão. soltando o leme. Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já trêmula gravado O alheio crime. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente. Os olhos. Tinha a face na mão. em qual deles o autor revela seguir mais à risca o modelo camoniano. que espalhava Melancólica sombra. que ao despertá-la Conhece. as rupturas com o modelo camoniano. c) Aponte. no texto dado. E rompe em profundíssimos suspiros. Fogem de a ver assim sobressaltados. sem mais vista ser. a) Indique o nome da obra e o autor. e cinge Pescoço. obra épica de Santa Rita Durão. em que Amor reinava um dia. a seguir: a) aponte. E param cheios de temor ao longe. e muda aquela língua. Tinha a face na mão. e fere A serpente na testa. d) A obra O Uraguai.. E nem se atrevem a chamá-la. Vunesp Leia os textos a seguir. Enfim sacode O arco.) Porém o destro Caitutu. com que dor! no frio rosto Os sinais do veneno. e) A exaltação da vida simples. Entre as salsas escumas desce ao fundo. Que ao surdo vento. Lá reclinada. e nas mimosas flores. (. do ponto de vista da versificação. o aspecto moribundo. que espalhava Melancólica sombra. Este lugar delicioso. que treme Do perigo da irmã. e a voluntária morte. e a boca. As comparações destes com a obra-prima de Luís Vaz de Camões são inevitáveis. e lhe passeia. do bom selvagem leva os poetas árcades a repudiarem em suas obras poéticas o saber erudito. e verde envolto Emnegro sangue o lívido veneno. e braço. e vê ferido Pelo dente sutil o brando peito. b) Sintetize o enredo do poema. Pálida a cor. e faz voar a aguda seta.e em tortuosos giros Se enrosca no cipreste. Releia atentamente os textos apresentados e. Mas na onda do mar. como que dormia. Na branda relva. e a mão no tronco De um fúnebre cipreste. Açouta o campo co´a ligeira cauda O irado monstro. 279. b) cite duas características do texto escolhido que evidenciam essa aproximação com a versificação de Os lusíadas. E. Cansada de viver. ocorre a apologia do cristianismo. tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. 277. quis três vezes Saltar o tiro. Com mão já sem Vigor. à proporção que retrata de modo positivo a expulsão dos jesuítas de suas reduções. (Canto IV – fragmento) 278. (Canto VI. E fuja. e o temor. e os dentes Deixou cravadas no vizinho tronco. e apresse no fugir a morte. Cheios de morte. Cansada de viver. O interesse de Fernão Lopes pela pesquisa histórica indica a tendência humanista para o cientificismo. na oposição interior x exterior. e “mais bem des aquel dia”. A 08. B 07. O tema da coita 104 amorosa. b) Texto antropocêntrico. apresentando inclusive expressões próprias da Idade Média lusitana (non dormho á mui gran sazon/ ai meu lum’e meu ben). coita (você me arrasou). senhora).Língua Portuguesa 3 – Gabarito 01. a amada procura desprezar o amante ou aquele que a admira. em comparação aos textos trovadorescos. Formalmente o texto faz referência ao Trovadorismo. a moça confessa seu sofrimento amoroso que. D 31. por apresentar uma crítica direta e explícita a alguém cujo nome é. 18. “mentiu per seu grado”. por mostrar uma situação satírica. C II. a) Atitude “científica”. Texto antropocêntrico. A . 20. Justifica-se essa utilização para enfatizar que o amado havia mentido para o eu-lírico. repete-se o refrão. 17. terrenas. A 32. B 05. 2ª série – estrofes 3 e 4. 15. eventos comuns na época. pois centraliza o foco nas atividades e paixões humanas. a partir de uma antítese. a) II c) I b) III d) IV 02. 23. já na segunda série. D 12. b) A referência às romarias indicia a religiosidade medieval. A 25. a) Presença do eu lírico masculino e abordagem da coita amorosa. ela exprimia indireta e disfarçadamente com as cantigas. presente no final de cada estrofe. C 37. 13. terrenas. C 33. Apontar para a mudança no vocabulário (mais fácil). A III. B 35. são expostos os sentimentos da moça. 29. que canta sua infelicidade amorosa. 26. E 28. citado (Don Meendo) b) O trovador acusa o satirizado de tê-lo roubado (ou enganado com sua conversa esperta). 21. ou maliciosa (uma moça sendo vista seminua). acaba por não chegar a uma explicação. C 30. é enfatizada a imagem da moça que canta para o amigo enquanto trabalha. b) Texto I ⇒ e me non falou Texto II ⇒ E nem escuta quem apela c) O trovador afirma que o desprezo da amada provoca nele uma dor pior que a morte.”. 24. a) Refere-se às romarias. da separação seguida de sofrimento por parte do apaixonado trovador. A 34. O primeiro texto. inclusive. é outra característica trovadoresca presente. C 10. O refrão “sanhuda lh’ and’ eu”. Além disso. b) Na primeira série paralelística. b) Ao dizer que seu observador adivinhou seus sentimentos. 27. C 38. envolvendo alguém claramente identificado (Filha de Don Paai Moniz). O último verso não integra o paralelismo. aspecto fundamental da cultura do período. Já o segundo texto. antes. II. 09. Ao final de cada estrofe. I. 14. A confissão de apaixonado do eu lírico e a presença do amor cortês identificado na palavra “Senhor” com que é tratada a mulher amada. A ambientação no litoral é semelhante e também a presença do refrão em ambas. B 36. “mais por que mh-á mentido. A 04. a) Em ambos os textos. a) A personagem que se expressa no último verso é a moça apresentada na 1ª série paralelística. a) A cantiga estrutura-se em duas séries paralelísticas: 1ª série – estrofes 1 e 2. D 22. permanece a temática em que a mulher é um ser superior (vassalagem amorosa) que faz o eu lírico sofrer (coita). 03. D IV. eu lírico masculino. detalhada na observação dos fatos históricos. por meio do uso do português arcaico (galego-português). a) Cantiga de maldizer. marcada pelo teocentrismo. Cantiga de amor: vassalagem amorosa (princesa. O tema do abandono e o sofrimento decorrente dele aparecem tanto na poesia trovadoresca como na poesia palaciana. demonstra que o eu poético sabe em que lugar se perdeu. por meio da fala de uma personagem. 06. C 11. justifica-se para representar o quanto a jovem ficou zangada com a mentira do amado. I. Os versos em que ocorre a utilização do paralelismo são: “mentiu-mh o meu amigo:” . pois centraliza o foco nas atividades e paixões humanas. 19. b) Pode ser tomada como cantiga de maldizer. A V. D 16. b) Ele afirma ser “fidalgo de solar”. fenômeno natural. 49. a) Os dois versos finais (“Sãs letras. tematizanvalendo-se da experiência do uma experiência amorosa para conseguir garantir particular. b) Pensamento teocêntrico 55. b) O primeiro marido de Inês – Brás da Mata – tratava-a de modo agressivo e tirânico. E 68. referências mitológicas – “Apolo”. a segunda. Gil Vicente. está no meio. isto é. da inteligência. sem malícia. a) O trecho que se relaciona literalmente com o final da peça é “asno que me leve quero”. sendo exemplo de poesia palaciana.39. merecer o céu. No contexto humanista. 50. 44. imitação dos clássicos antigos – “Na boa imitação” – . b) Pela atitude teocêntrica de salvar a alma dos cavaleiros. a) Porque lutaram em nome de Jesus Cristo. D 66. A 105 47. o equilíbrio. D 69. mental e emotivo. e sem paixão me leia” –. 51. pois ele “derruba” Inês b) O poeta. o que Por meio do casamento. b) Heróis que cantaste/armas/ barões/oceano/a história que narraste/deuses/ninfas/guerras/cobiças/amador/etc. tanto a força das armas (“justas armas”) quanto a influência do saber ( “Sãs letras”). sobriedade. esteios/ Firmíssimos de Império só tenhamos. Inês abandona seus ideais com o propósito de levar uma vida prazerosa. em um mesmo plano de importância para a administração do reino. b) Representa o homem mais humilde e simplório. B 71. em Mata. justas armas. O primeiro texto é mais sentiviúva. o tempo. cavalo. b) Como curso natural.”). juízes. vai acrescentando/ O que falta. a) Camões foi o maior representante do Classicismo em língua portuguesa. desejando inveja. 65. Pero Marques age como um “asno” em duas situações: a primeira quando serve de cavalgadura. equilíbrio – “Corta o sobejo. o necessário. tratado aqui de forma exploração dos pobres. ela pensa encontrar a li. ser de família importante e. o alto modera”. ocorre a valorização da racionalidade. casaria novamente. 40. e estudo” –. 58. existência simples e equilíbraE 48. do dolce stil nuovo era o uso de c) Inês seria aprisionada pelo versos decassílabos (por isso primeiro marido. nalista e generalizadora do a) A soberba. agiotas. O 1º texto pertence PV2D-07-POR-34 . isso ilustra a passagem de concepções teocêntricas para concepções antropocêntricas. 63. a) Auto da barca do inferno. Formalmente. O 2º texto pertence ao Classicismo. contenção –“com o decoro o tempera”. A mediania (ou “aurea viver e folgar como outras mediocritas”) é louvada: não moças. de forma humilde. a) Trata-se da noção de equilíBrás da Mata representa o brio. por não saber que Inês o traía. o engenho pode dar-te. prega uma com sua repressão. A carta de Antônio Ferreira permite identificar uma série de elementos clássicos: arte como expressão da natureza humana. c) É uma sátira moral da sociedade portuguesa da época. obra da natureza. já Pero dá-lhe total liberdade. nem pouco. A da. o baixo ergue. universal. O segundo mostra a vida livre que sempre uma concepção mais raciodesejou. E 53. D 57. A 45. b) O poeta coloca. c) No Classicismo. artesãos etc. E 42. Depois de 62. D 60. C 56. “nove Irmãs” –. sos de redondilha maior e menor ficaria sem a liberdade (que passaram a ser conhecidos que pensava obter com como “medida velha”). c) Indica uma postura mais independente da ortodoxia católica. a) Como tendo sido castigo divino (a ira de Deus fizera aquilo). no texto. D 70. C 59. vivendo de seus próprios a) Inês reclama dos serviços recursos. 72. racionalismo – “O juízo quero! De quem com juízo. E 52. a grande novidade berdade. e ao que pudera/ fazer dúvida aclara” –. universalismo – “Tudo a ua igual regra conformando” –. I. conceito humanista antropocêntrico — “Conheçame a mim mesmo” –. c) Um homem ingênuo. isto é. a) Lança uma série de impropérios e ofensas ao Diabo. enquanto ele partissubstituição aos tradicionais verse para a guerra. apenas b) Inês optaria por casar-se. por isso. Povo. 41. Assim. o casamento. Brás da chamados de “medida nova”). e não de Deus. “do ornamento / Ou tira ou põe” –. linguagem clara – “Ao escuro da luz. a vaidade e a amor. C 43. já que morreram defendendo interesses da Igreja Católica. ao período humanista. B 67. que é exatamente o aspecto realçado aqui pelo poeta.61. A 54. ter muito. ó Poeta. domésticos que a prendem para se manter longe da na casa da mãe. 46./ Mas muito mais que o engenho. 64. B e II. valorização da bagagem cultural – “Muito. B 107. 92. c) O pronome “ele” refere-se ao vocábulo “bem”. Pedro era mais forte que os laços aristocráticos. A expressão indica o elitismo da concepção histórica do poeta. b) O poder tirânico do amor foi a causa mortis de Inês de castro. a) O narrador é Vasco da Gama. Vide a repetição do verbo “cessar”. b) Há. enquanto o velho representa o apego à tradição. Os dois últimos versos são uma confirmação. c) O Frecheiro cego é Cupido. a) Decassílabo (10 sílabas poéticas) b) Viagem de Vasco da Gama às Índias. importantes) são os heróis portugueses das Grandes Navegações. Portugal é “quase cume da cabeça / De Europa toda”. 104. O “encurtar” relaciona-se à proximidade da morte. 101. A 79. C 96. D 88. varões ou homens ilustres. Assim como um caçador acaba com a vida do segundo. b) Vasco da Gama representa a modernidade e o ideal expansionista. D 75. João V. a) A “gente surda e endurecida” a que se refere o poeta são seus contemporâneos. autor de Os lusíadas. o Império. outros motivos são revelados. Trata-se do verso 5 da terceira estrofe: “Que eu canto o peito ilustre lusitano”. ao responsabilizar o Amor. troianos (Enéias). Ambos fazem uma descrição do mapa da Europa através da personificação de acidentes geográficos: para Camões. No episódio conhecido como “Gigante Adamastor”. b) O poema de Fernando Pessoa é uma paródia séria do texto de Camões. A 89. B 100. o poeta insinua que os motivos que teriam levado os portugueses a se empenharem na tarefa das Grandes Navegações teriam sido a expansão do Império e a eliminação do paganismo. b) Pôr freio a penas significa “Não chorar”. A 108. . a) O verbo “alongar” associase a cansaço da vida. Além disso. B 95. o Frecheiro cego acaba com a liberdade do primeiro. é o expoente do Classicismo lusitano. 76. muito distante das glórias dos heróis do poema camoniano. C 93. 80. E 99. b) D. 77. acertando aleatoriamente e fazendo com que os flechados se apaixonem uns pelos outros. em Camões. a) São os versos 2 – 4 da segunda estrofe: “Daqueles reis que foram dilatando / A Fé.73. c) Para Saramago. 74. Fernando Pessoa (1888-1935) é a grande expressão do Modernismo português. é “o rosto com que fita”. A 98. a) Porque tinha medo de morrer sem terminar a construção do convento de Mafra. mais o poeta se aproxima do fim da vida. o poeta define a matéria temática de Os lusíadas: a coragem e a ousadia dos portugueses. c) O poeta registra o estado de espírito de um povo marcado então pela decadência. que não se satisfaz apenas com lágrimas e sim com sangue humano. exigência de Eros. 87. Quanto mais a idade avança. b) Nesses versos. o deus do Amor (Eros). Ele representaria a personificação do Cabo das Tormentas. E 82. a) Camões é autor representativo do Classicismo. Ele é representado por uma criança: um anjo de olhos vendados (por isso é chamado de “cego”) que atira flechas para todos os lados. a) Trata-se de um soneto decassílabo. sem aspirações maiores. E 83. e as terras viciosas / De África e de Ásia andaram devastando. uma ênfase em relação aos anteriores. A 106 86. a) O vocábulo Amor grafado com maiúscula no 5º verso está relacionado à personificação do amor. D 106. B 102. como parte da constituição do Império Colonial Português. “velho” é sinal de incapacidade para o trabalho. 81. D 90. que os tornaram superiores aos gregos (o “sábio grego” é Ulisses). movimento estético renascentista. o poeta atenua a responsabilidade do pai de D. general). c) No episódio do “Velho do Restelo”. macedônios (Alexandre) e romanos (Trajano. uma oposição entre “gastando” e “cresce”. 111. como a cobiça e a ambição que nortearam a empresa das navegações lusitanas. para Fernando Pessoa. E 109. a) L u í s Va z d e C a m õ e s (1525-1580). “velho” é experiência. C 84. D 94. C 91. Pedro pelo crime. Nele. o deus do Amor na mitologia clássica. b) O poeta compara o próprio coração com um passarinho. B 78. 105. que entendia a História como uma sucessão de feitos promovidos pela aristocracia. sem grandeza. 103. seus antepassados. b) O poeta os acusa de abdicarem de suas tradições gloriosas em nome da cobiça e da pura preocupação material. no primeiro verso da segunda estrofe. feita em 1498. Os “barões assinalados” (isto é. Porque a ligação entre Inês e D. 97. 110. Esse recurso é a figura de linguagem chamada prosopopéia. E 85. E 114. o poeta sugere a Igreja. 115. A simetria formal do soneto camoniano contrasta com os versos livres e brancos da poetisa. mente e separa”. C 118. chamado pentassílabo ou redondilha menor. D 121. A aproximação e a comparação da figura de Alexandre Magno. triste/contente. Todavia. 133. b) O conflito espiritual é marca do Barroco. Rigor formal (soneto decassílabo). 137. verso de medida nova. sinuosidade de raciocínio e de linguagem. B 132. Sua biografia confirma: passou metade da vida em Portugal e a outra metade no Brasil. 140. o que afetava o Brasil. C 147. A 126. E B 134. João Guimarães Rosa – Grande sertão: veredas Fernando Pessoa – Cancioneiro 129. grande conquistador do mundo antigo. “lugar de imperfeição”. durante algum tempo. desconcerto do mundo. 153. efemeridade da vida. b) O primeiro texto pertence ao Quinhentismo e o segundo. O segundo revela olhar irônico e iconoclasta. C a) Como exemplo de antíteses pode-se citar: riso/pranto. temos a sugestão de que o ser humano é um barco que navega no mar da vida. 128. 154. Camões considera o amor dificultoso em si. C 143. B 152. a) A metáfora que fundamenta o soneto é a associação entre o ser humano. c) O verso empregado no poema foi o decassílabo. 122. 124. 157. Por isso. C 131. e o esquema de rima é: abba abba cde cde. o conteúdo é narrativo. Os dois textos discorrem sobre o amor. C 138. disfarçados nos seus opostos: ferida indolor. próximo/distante. No entanto. A 156. emudece. D 130. conviveram a medida nova e a medida velha. A diferença mais significativa é o conteúdo. como mandava a tradição clássica. Basicamente. B 142. tema da conversão: contra-reformismo. amor racionalizado e uso de imagens antitéticas (últimos versos). a) Verso de 5 sílabas. a) O texto original revela um olhar encantado com as terras descobertas e repleto de sentimento nativista. D 127. um dos esquemas utilizados nessa tradição. metaforizada em porto seguro. considerando basicamente as contradições que envolvem esse sentimento. argumentação. Na poesia épica. citações bíblicas. Sim. B 151. fogo e descontentamento. A 149. escreveu em decassílabos tanto poesia épica (Os lusíadas) quanto poesia lírica (Os sonetos). porém viva nas lembranças dele. d) Trata-se de um soneto. e um barco. B 150. preocupação com a definição do sentimento amoroso. D 120. Cultismo (atitude sensual) e conceptismo/conceitismo (atitude intelectual). 144. Fugacidade das coisas. 136. exploração do paradoxo (cegueira/luz). b) Não. 125. As características de estilo barroco presentes no trecho de Vieira são: apelo à inteligência e à compreensão racional. b) Segundo o poema. A 113. 139. a religiosidade e os caracteres conseqüentes desse tema: angústia (expectativa pelo perdão divino). Os versos são decassílabos. c) Expressou a relação de servidão que mantém com a sua amada. A 155. uma escrava que o retém escravo por subjugá-lo sentimentalmente. Para escapar delas. associado a concepções mitológicas. seus sermões tematizavam tanto a realidade lusitana quanto a brasileira. C 119. O Classicismo introduziu em Portugal o chamado verso de “medida nova”. A incorporação do objeto amado sem a necessidade da materialização.112. O fragmento da questão é um bom exemplo da preocupação do Padre Antônio Vieira com temas de caráter social e de dimensão política. 107 PV2D-07-POR-34 . onde tudo “quebra. calma/vento. então colônia de Portugal. Andresen. ou seja. 123. sujeito às perturbações do pecado. D 145. b) No soneto. o decassílabo. O Padre Vieira teve atuação decisiva na vida política portuguesa. além de ser uma mescla de cultismo e conceptismo. por possuir catorze versos dispostos em duas estrofes de quatro versos (quadras) e duas de três versos (tercetos). C 135. O tipo de verso não poderia ser colocado como diferença significativa. O uso abusivo da figura de sintaxe – silogismo – caracteriza o cultismo no trecho. ou seja. 146. é o mundo que determina os sofrimentos do amor: “sítio frágil”. Para S. a temática expressa os estados emocionais de um eu lírico. 117. D 141. C 148. a) A antítese do início do poema se expressa através da oposição entre a vida e a morte: a amada está morta. ao Modernismo. essa morte se deu tragicamente. geralmente com pano de fundo histórico. por exemplo. Os versos que indicam esse episódio da biografia camoniana são: “Eternamente as águas lograrão / A tua peregrina fermosura”. fogo invísivel ou contentamento. exposição tortuosa. faz parte da sua própria essência ser dor. oposição céu e terra. religiosidade. porque Camões. Na poesia lírica. D 116. em um naufrágio. ou a vida humana. num exercício de teses (Luz / noite escura. Essas são as duas espécies de amor preteridas por Vieira em função do amor “fino”. indiciando um mal. por sua gratuidade. amor em que não se exige 169. um sentimento que se com• Peroração – epílogo com a pleta pelo próprio exercício. A ligação é feita Peno. ter acabado a tarefa.. tristezas / alegria. D paradoxal.. nem para que 167. 176. B 158. aquele que ama para do estilo. mulher mais terrena e o vocábulo causa pos190. (Outras respostas poderão ser aceitas. o da motivação. tão fino e tão traduz uma “obrigação” que pelo fato de o poeta coloatento. amou-o ciente rápida do tempo. E 161.com a do pirata saqueador evidenciam a crítica aos valores morais e a visão ideológica do autor. Como se vê. técnica goze da flor da mocidade. “tristeza” x “alegria”. de início. 187. No texto de Vieira. A “Largo em sentir. O dualismo barroco está eu-poético oferece à Maria. “pó”. desinteressa. Já para que cobrando de Deus o mesmo “Cansado de correr na direção recupera fruto. o traço comum da representa a possibilidade fim. a) A mulher divinizada e a barroco. a passagem sentante. E pelo sujeito “interesseiro”. Gregório rese opõem porque. aquele que ama porgumentação para expressão que o amam. firmeza / inconstância). nem para quê”.) cega” damente. Tal contradição relaciona-se ao dualismo barroco. espécies de amor. A 180. 159. suem o traço semântico e nos últimos versos do soneto comum da causalidade. sura. outro para fins determinados. O conceptismo é uma das vertentes da estética barroca. A 166. a) “As causas (. C 172. E 174. C inconstância. “sombra” . em respirar apresentação de uma das 181. A 186. O episódio é a volta do filho sucinto. de sua vilania.) cega” b) O texto é repleto de antíb) “a luz faz (. o desinteresse – amor que “não há de ter por quê. o amor considera a função do Deus beijo de namorada” “negociação”. Cristo amou Judas como a títeses e paradoxos.178. • Intróito ou exórdio – apretristes sombras / formonada do outro. e o amor “fino”. b) Como homem. em que pólos opostos se fazem presentes. de quem ama “não raciocínio. ção do próprio sentimento de 173. outros apóstolos na dimensão típica da tendência conceptista 189. III. a) O soneto fala da fugacidado conhecimento que tinha da qual Vieira é o maior reprede da vida. o que pródigo. o amor que tem das contradições próprias “fruto”. a) O conectivo porque e 177. que traduz. No soneto I: “nasce” x “não dura”. desde que atendam às especificações do enunciado). explicando perdão paterno bíblico. c) O poeta afirma que a reafirmação do sentido moúnica coisa firme (isto é. isto é. nem se usa o sentação do tema. o que se nota é exatamente 188. e o anjo que tenta. numa contrária a espécie de amor que alusão direta ao que o poeta Sem pódio de chegada ou implica finalidade. A transitoriedade da vida e a que não possui causa nem o desenvolvimento de um ação do tempo sobre as coisas fruto. praticado Pai. b) Porque relaciona-se con. II e I 191. no é fruto. dava graças a Deus por finalidade. Texto I textualmente à causa na 179.” é praticada por um sujeito car-se como o filho pródigo. Texto II “agradecido”. A 185. o conceptismo de “amor”: o amor que tem é associado ao uso da ar“causa”. 183. indiciando um bem. ral e religioso desejado. isto é. C trata-se de uma afirmação amor.. D 184. para que conhece-se pecador e Deus poeta desejava louvar e. que o amem.170. o ato de amar tem como constante) no mundo é a causa e finalidade a realiza. bem ao gosto 164. por meio sujeito amante em exercitar tristes sombras morre a de argumentos. Os dois sonetos abordam a transitoriedade da vida. . para que ela 163. E 160. justificam o conselho que o porque o amam. 165. Para Vieira. As idéias contidas no primeiro sensual. formosura”.168. Percebe-se no enfoque da mulher como anjo que guarda. há três espécies Geralmente. 162. deles. e calo. presente na utilização de ansegundo soneto. A Judas. A 171. Mas • Desenvolvimento ou arguA fineza do amor praticado por podemos citar também o mentação – defesa da idéia Cristo reside na disposição do hipérbato do verso 3: “Em trazida pelo tema. de redenção dos pecados. dentre outras. 108 182. A 175. a efemeridade dos dias. No soneto II: “flor” e “cinza”. no o amem”... “firmeza” x “inconstância”.. C 259. Dentro no coração é que o sustento:” “Pois não chegam a vir à boca os tiros Dos combates que vão dentro do peito. D 254. bucolismo (locus amoenus) . A supervalorização do afeto da mulher amada. 251. sobrepôe a amada. 257. No primeiro. e sei que o sinto. 220. 255.” “O mal que fora encubro. b) Gonzaga valoriza o presente relativo a um processo mais longo. além de referência idealizada à mulher amada. a) Trata-se do carpe diem. bucolismo. 217. 211. A 253. atitude nitidamente pré-romântica. São marcos que antecipam o Romantismo: subjetivismo e egocentrismo (uso da 1ª pessoa). São marcos do Arcadismo: bucolismo. com uma função expressiva de mostrar os sentimentos do poeta. Gonzaga foi preso em 1789.” Texto II “A tua piscina tá cheia de ratos Tuas idéias não correspondem aos fatos” “Eu vejo o futuro repetir o passado Eu vejo um museu de grandes novidades” “Te chamam de ladrão. E 240. de bicha. A 238. a) São os seguintes versos: “Escritos pela mão do Fingimento. D 244. sem a idealização dos textos árcades em geral. sem exceção. 256. C 250. A 232. é referido na segunda em tom de lamento e saudade. Crítica social. 214. Moral – segunda estrofe Econômico – terceira estrofe Político – quarta estrofe D 196. Estrofe 1: bucolismo (fugere urbem) Estrofe 2: pastoralismo. 204. B 249. 218.” “Que fazendo disfarce do tormento. maconheiro Transformam um país inteiro num puteiro” “Transformam um país inteiro num puteiro Pois assim se ganha mais dinheiro” Poesia fescenina. mortais e deuses. 224. do tempo presente. 195. tão fino e tão atento. E 233. A primeira parte da obra foi escrita ainda em liberdade.. por essa idealização feminina. Significa destino. C 239. com o poeta já preso. 226 B 227. essas diferenças de situação são evidenciadas já a partir dos tempos verbais utilizados em cada um deles: presente no primeiro e passado no segundo. B 230. D 260. 216. o eu lírico mostra-se insatisfeito com a idéia de abafar o “eu”. imitados. no segundo. isto é. A 242. Mostro que o não padeço. ou que desminto. a força que atinge a todos. abrangendo os aspectos moral. Não é uma postura tipicamente árcade e sim préromântica. O Uraguay – José Basílio da Gama. 241./Cantados pela voz da Dependência”. Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga. C 236. 221. Pastoralismo. PV2D-07-POR-34 198. Devido ao seu envolvimento com a Inconfidência Mineira. É um bucolismo sombrio. A 228. 212. A 200. e calo. expressa especialmente nos dois últimos versos. 235. aureas mediocritas Estrofe 3: aureas mediocritas Estrofe 4: pastoralismo. D A C E D 209. e a segunda. numa tendência idealizadora clara em relação à mulher. A A 205. refere-se ao incômodo de haver modelos a serem seguidos. 225. Seu romance com Maria Dorotéia Joaquina de Seixas. Peno. D 252. vale mais a emoção que o equilíbrio formal ou temático de que o eu lírico se tenha valido em sua obra. 109 223. conseqüentemente. celebrado na primeira parte. Presença de ambientes noturnos e subjetividade. uso de pseudônimo de pastores gregos ou latinos e racionalismo. o aproveitamento do momento presente./Que elas buscam piedade e não louvores”. 247. E 258. ou seja. Além disso. vede-as com piedade. B 199. B O poeta relativiza a natureza ao compará-la à amada e. C C D A D 245. A C B A D C 208. Estrela. C 243. em respirar sucinto. 222. 194. B 229. 197. Reis o faz. o otimismo orgulhoso do texto I é substituído pela saudade desiludida no texto II. idealizada também como uma Senhora. C 193. Nos textos. C 234. 201. 215. econômico e político. do aqui-agora. uma etapa da vida. D 203. b) O eu lírico incita o leitor a emocionar-se diante da obra que produz. Texto I “Largo em sentir. 210. A 207. A C 202. Porque não existe beleza na terra que se compare à de Marília. 219. E 237. Por apresentar elementos pornográficos em seu conteúdo. Exemplos: “Vede-as com mágoa. 213. influência da cultura greco-romana carpe diem etc. 246. D 206. levando em conta apenas o instante. misturado à incerteza da própria sobrevivência.192. A 248. A 231. o momento preciso. “cristalino rio”. “doce avena”. a) “É uma terra tão verde…” e “Tem tanta riqueza (…) trabalhar”. avena/ penhas. B 264. herdai essas conquistas. Heptassílabo: A/que/ le/pas/tor/a/man/te. a) O Uraguay – José Basílio da Gama b) Aborda a guerra entre jesuítas e índios do projeto Sete Povos das Missões contra tropas portuguesas. a) Santa Rita Durão segue mais de perto a forma do poema camoniano. D 272. além da busca da simplicidade formal. Filinto Elísio crê no artista que se embebe em fontes latinas ou gregas. b) Os elementos formais que evidenciam a adesão de Durão ao modelo camoniano são: estrofes de oito versos (oitava) decassílabos. 278.261. que determina o uso do heptassílabo. A 263. O Neoclassicismo procura recuperar valores clássicos. 279. D 267. C 275. D 262. B 276. queixa/perceba. Adjetivação convencional: “úmidas” ribeiras”. “bárbaras penhas” etc. com esquema de rimas abababcc (oitava rima). Observações sobre a natureza e sobre usos e costumes da cultura indígena e brasileira. a) As características mais evidentes são o bucolismo e o pastoralismo. de versos brancos alternados com rimas imperfeitas e de uma adjetivação convencional. apesar dos versos decassílabos como no poema de Camões. “cristalino rio”. b) “Deixa louvar (…) grandeza”. E 270./ Que em reinos dos romanos e dos gregos/ Com indefesso estudo conseguiram”./ herdai os bens. 268. fontes genuinamente clássicas: “Lede (…) os clássicos honrados. c) Texto sem estrofação e brancos (sem rima). E 274. D 265. 273. como conseqüência da aplicação do Tratado de Madri. “ligeiras águas” etc. Versos brancos: “Aquele pastor amante”/”Deste cristalino rio”. 110 . b) Pastoralismo: “Aquele pastor amante”(…) “Guiava as brancas ovelhas”. 266. Rimas imperfeitas: ribeiras/ovelhas. B 271. B 277. “brancas ovelhas”. B 269. concretizando o ideal de simplicidade do Arcadismo. Bucolismo: todos os elementos da paisagem campestre: “úmidas ribeiras”. ou seja. PV2D-07-POR-34 111 . 112 .