EXE a a Forma Justa Sophia de Mello B A

March 17, 2018 | Author: Vitor Assunção | Category: Language Interpretation, Poetry, Word, Liberty, Universe


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PROVA 139/5 Págs.EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO 12.º Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 286/89, de 29 de Agosto) Cursos Gerais e Cursos Tecnológicos Duração da prova: 120 minutos prova modelo INVISUAIS 2001 PROVA ESCRITA DE PORTUGUÊS B Esta prova é constituída por três grupos de resposta obrigatória. Não é permitido o uso de dicionário. 139/1 v.s.f.f. ª ed. Caminho. 1996 139/2 .. 2. Lisboa. Obra Poética III.GRUPO I Leia atentamente o seguinte texto: A FORMA JUSTA 1 5 10 Sei que seria possível construir o mundo justo As cidades poderiam ser claras e lavadas Pelo canto dos espaços e das fontes O céu o mar e a terra estão prontos A saciar a nossa fome do terrestre A terra onde estamos – se ninguém atraiçoasse – proporia Cada dia a cada um a liberdade e o reino – Na concha na flor no homem e no fruto Se nada adoecer a própria forma é justa E no todo se integra como palavra em verso Sei que seria possível construir a forma justa De uma cidade humana que fosse Fiel à perfeição do universo Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo 15 Sophia de Mello Breyner Andresen. aquele que para si se revelou mais significativo nesta obra de Luís de Sttau Monteiro. 2. Transcreva os elementos do texto em que se prefigura o «mundo justo». 6). Explique em que se fundamenta a convicção do sujeito poético de que «seria possível construir o mundo justo». 2. independentemente dos algarismos que o constituem (ex. Caracterize o papel que o «eu» atribui a si próprio «para a reconstrução do mundo». 6).Apresente. as suas respostas ao questionário. «poderiam ser» (v. Explicite os sentidos produzidos pelas formas verbais «seria» (vv. 139/3 v. GRUPO II Na peça Felizmente Há Luar!. Para efeitos de contagem. Observações: 1. 4. 5. considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco. . 2) e «proporia» (v. de entre os dois aspectos referidos. de cem a duzentas palavras.f. 1 e 11). Qualquer número conta como uma única palavra. mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex. Fazendo apelo à sua experiência de leitura. Desenvolva a sua opinião num texto expositivo-argumentativo bem estruturado.: /dir-se-ia/). Indique uma interpretação possível para a frase: «se ninguém atraiçoasse» (v. 3.f. assumem particular relevância o tema da opressão e o efeito cénico da luz.s. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido. apresente. 1.: /2000/). de forma bem estruturada. expressa na anáfora «Sei que seria possível» (vv.. 2. produzem no poema um duplo efeito de sentido: por um lado. 12-13).] proporia / Cada dia a cada um a liberdade e o reino» (vv.s. por outro. talvez inelutável. pois a sua construção depende de uma condição radical («se ninguém atraiçoasse»). As formas verbais – «seria». Ao classificar as respostas do examinando. – «A terra onde estamos [. – . em correlação com a oração condicional «se ninguém atraiçoasse».. .. 4.. A frase «se ninguém atraiçoasse» pode ser interpretada dos seguintes modos: – se ninguém pervertesse a harmonia primordial da natureza. EXPLICITAÇÃO DE CENÁRIOS DE RESPOSTA Os cenários de resposta que a seguir se apresentam consideram-se orientações gerais. morfológico. – adequação da resposta aos objectivos da pergunta. «poderiam ser». no seu contexto. 2-3). atribuem a esse «mundo justo» um carácter utópico. – interpretação do texto fundada no diálogo entre as referências textuais.] claras e lavadas/ Pelo canto dos espaços e das fontes» (vv. ser desvalorizada qualquer interpretação que. – se ninguém alienasse a verdadeira natureza. – interpretação do texto através da identificação e da relacionação dos elementos textuais produtores de sentido.f. 4-5). Os elementos do texto pelos quais se prefigura o «mundo justo» a «construir» são os seguintes: – «cidades [. – produção de um discurso correcto nos planos lexical. A convicção.. sabe que a forma primordial das coisas e dos seres é «justa» e 139/C/3 v.f. «proporia» – encontram-se no condicional e. seja julgada válida pelo professor. sintáctico e ortográfico. Não deve.. por isso. evidente na «forma justa» das coisas e dos seres. – «O céu o mar e a terra estão prontos/ A saciar a nossa fome do terrestre» (vv.. não coincidindo com as linhas de leitura apresentadas.GRUPO I A análise de um texto literário conduzida por um questionário visa avaliar as competências de compreensão e de expressão escritas. – se ninguém quebrasse a ligação com a natureza. na base de informação explícita e de inferências. exprimem a convicção do «eu» de que o «mundo justo» é uma possibilidade ao alcance do homem.. com a harmonia. – . fundamenta-se na percepção lúcida que o «eu» tem da natureza. 6-7). o sujeito poético sabe que a natureza está pronta «A saciar a nossa fome do terrestre» e a proporcionar diariamente «a cada um» a liberdade e a plena realização.] / Fiel à perfeição do universo» (vv. 3. 1 e 11). o professor deverá observar o domínio das seguintes capacidades: – compreensão do sentido global do texto. Assim. tendo em vista uma indispensável aferição de critérios. 1. 1 e 11).. bem como com a afirmação reiterada «sei» (vv. e o leitor. – «uma cidade humana [.. o professor deverá observar. Tratando-se de um item sem orientações precisas de resposta. sintáctico e ortográfico. 139/C/4 . * Valor equivalente a 10% da cotação total atribuída a este grupo. com a construção de uma «cidade humana» segundo a harmonia que rege a «perfeição do universo». GRUPO II A produção de um texto expositivo-argumentativo visa avaliar. manifestada na escolha de referências pertinentes. o professor deverá descontar quatro (4) pontos* à classificação obtida pela resposta do examinando. Factores específicos de desvalorização • O afastamento integral do tema implica a desvalorização total da resposta. da aplicação deste factor específico de desvalorização. Ao construí-lo incessantemente na «página em branco». mantendo viva a ideia do regresso deste à pureza das origens. Factores específicos de desvalorização • O afastamento integral dos «aspectos de conteúdo» relativos a cada uma das perguntas do questionário implica a desvalorização total da resposta. o «eu» recria a harmonia do universo. Nos casos em que.harmoniosamente se integra no «todo». «o mundo justo» seria possível com o regresso do homem à sua forma primordial de ser da natureza. depois de aplicados todos os outros critérios definidos para este grupo. • Nos casos em que o professor considerar que. 5. resultar uma cotação inferior a zero (0) pontos. v. é a imagem da ordem primordial (cf. – produção de um discurso correcto nos planos lexical. a partir da experiência pessoal. a resposta se apresenta formulada num texto de extensão tão reduzida que não permite uma avaliação fiável da correcção linguística. assim. O papel do sujeito poético «para a reconstrução do mundo» cumpre-se no seu «ofício de poeta». neste grupo. para além de incompleta. ao classificar o texto do examinando. 10). o domínio das seguintes capacidades: – formulação de juízos de leitura. à «perfeição do universo». morfológico. deverá a cotação deste parâmetro ter uma desvalorização proporcional aos aspectos de conteúdo não contemplados na resposta do examinando. Pelo seu «ofício de poeta». – estruturação de um texto com recurso a estratégias discursivas adequadas à defesa de um ponto de vista. Por isso. o sujeito lírico é. • Se o texto produzido apresentar um número de palavras inferior ou superior aos limites de extensão indicados na prova. o incessante mediador entre a natureza e o homem. deverá ser atribuída a este grupo a classificação de zero (0) pontos. O «verso» é parte do «universo». as competências de leitura crítica de textos literários e de expressão escrita. desde que a traição ou a doença não afectem essa comunhão e essa «forma justa».
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