ISSN 1517-7076Revista Matéria, v. 12, n. 2, pp. 322 – 338, 2007 http://www.materia.coppe.ufrj.br/sarra/artigos/artigo10888 Lama vermelha da indústria de beneficiamento de alumina: produção, características, disposição e aplicações alternativas Silva Filho1, E. B.; Alves2, M. C. M.; Da Motta3, M. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil Universidade Federal de Pernambuco. Cidade Universitária, Recife, PE. CEP: 50740- 521 email:
[email protected] 2 Grupo de Resíduos Sólidos, Departamento de Engenharia Civil Universidade Federal de Pernambuco. Cidade Universitária, Recife, PE. CEP: 50740- 521 email:
[email protected] 3 Grupo de Engenharia Ambiental e da Qualidade, Departamento de Engenharia Química Universidade Federal de Pernambuco. Cidade Universitária, Recife, PE. CEP: 50740- 521 email:
[email protected] RESUMO A lama vermelha, resíduo da indústria de beneficiamento do alumino, é gerada a partir do refino da bauxita para produção de alumina (Al2O3) através do processo Bayer. Este trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre a produção da lama vermelha, suas características, métodos de disposição final, problemas ambientais provenientes de uma disposição inadequada e aplicações alternativas para o seu aproveitamento econômico. Palavras chaves: Lama vermelha, processo Bayer, tailing, bauxita. 1 Red mud: An environmental problem in alumina industry ABSTRACT The red mud is a residue of the industry of aluminum mining. It is generated from the refining of bauxite for alumina production (Al 2O3) by the Bayer process. This work presents a literature review on the production of the red mud, its characteristics, methods of final disposal, environmental problems from an inadequate disposal and alternative applications for its economic utilization. Keywords: Red mud, Bayer process, tailing, bauxite. 1 INTRODUÇÃO Em 1888, Karl Josef Bayer desenvolveu e patenteou o processo hoje internacionalmente conhecido como “Processo Bayer” (Hind et al., 1999). O processo Bayer representa um marco na história da metalurgia, sendo considerado, ao lado do processo de cianetação para tratamento de ouro e prata, o marco do nascimento da hidrometalurgia moderna (Habashi, 2005). O processo Bayer é utilizado para o refino da bauxita (denominada assim devido à primeira mineração comercial ter corrido no distrito de Les Baux, França) na produção de alumina (Al 2O3). Anteriormente ao surgimento do processo Bayer, o beneficiamento da bauxita era realizado através do processo Le Chatelier, desenvolvido cerca de 30 anos antes por Louis Le Chatelier. Esse método consiste no aquecimento da bauxita com Na2CO3 a 1200°C, remoção dos aluminatos formados com água, precipitação do Al(OH)3 através da ação do CO2 e, finalmente, o Al(OH)3 formado é filtrado, seco e limpo. O processo Le Chatelier foi substituído pelo processo Bayer, devido à drástica redução no custo de produção da Al2O3 que este proporcionou. O processo Bayer é utilizado até hoje praticamente sem mudanças significativas, somente com a substituição do Na2CO3 pelo NaOH e pela utilização de pressão durante a digestão (Hind et al., 1999). A literatura não é clara em relação às datas, mas uma evolução cronológica dos métodos de produção de alumina é apresentada na Figura 1. Autor Responsável: DA MOTTA, M. Data de envio: 18/08/06 Data de aceite: 23/11/06 ganhou importância na metalurgia. O estágio inicial. 322 – 338. Porém somente com a sua associação ao processo eletrolítico de obtenção do alumínio metálico.. M. seguida pela digestão propriamente dita com uma solução cáustica de hidróxido de sódio (NaOH) sob 323 . 2003). que utiliza o Al2O3 como fixador para o tingimento do algodão.. A literatura diverge quanto aos estágios que compõem o processo Bayer. M. pp..C. processo Hall-Heroult (1886). 2. 2005). O processo Bayer foi originalmente desenvolvido para atender uma demanda da indústria têxtil. ALVES. envolve num primeiro momento a moagem da bauxita.. denominado digestão. 1999. Revista Matéria. desconsiderando as peculiaridades de cada planta. 2007. 2003). M. Tan & Khoo. v. WAO. outros acrescentam uma etapa de classificação (Hind et al.SILVA FILHO. 2005. Entretanto. a produção de alumina através do processo Bayer pode ser esquematicamente apresentada conforme a Figura 2. DA MOTTA.B. 12. n. Figura 1: Evolução cronológica e esquemas dos métodos de produção de alumina (Habashi. Alguns autores preferem colocar a digestão e a clarificação em um único estágio. E. cujos estágios são detalhados a seguir: Figura 2: Fluxograma e Esquema do Processo Bayer (Adaptado de WAO. em que o resíduo proveniente da digestão é encaminhado para unidades denominadas de espessadores/lavadores. Hind et al. O objetivo destas unidades é adensar o resíduo. (1a) e (1b). M. de aspecto arenoso e branco. ABAL. DA MOTTA. 322 – 338. aumentando seu teor de sólidos. M. 2003). IOM3. 2005. 2005. 2 Al (OH )3( S ) Al2O3( S ) 3H 2O( g ) (3) O resíduo insolúvel formado durante a clarificação. Revista Matéria. 2 LAMA VERMELHA: PRODUÇÃO. (3) (Hind et al. IOM3. conforme ilustrado na Figura 3. carbonatos e aluminatos de cálcio e dióxido de titânio (geralmente presente em traços). formando um licor verde. e pressão em torno de 30 atm (WAO. devido ao fato de serem geradas em momentos diferentes durante a clarificação. v. suas características. em uma operação reversa à digestão. Após este esfriamento é feita adição de uma pequena quantidade de cristais de alumina (semeadura) para estimular a precipitação. a disposição final dos dois materiais em conjunto (codisposição) ou em separado é uma questão meramente operacional. 324 . 2003. Eq. fazem distinção entre as partículas grosseiras (areias) e as partículas finas (lamas). As condições em que se processa a digestão (concentração.SILVA FILHO. M. métodos de disposição final. nela ocorre a separação entre as fases sólida (resíduo insolúvel) e líquida (licor). O espessamento é um processo de decantação. Nesta fase é comum a adição de polímeros (como hidroxamatos e poliacrilamida) para induzir a floculação das partículas nos espessadores ou até mesmo a utilização de processos de separação com membranas poliméricas (Góis et al. formando cristais de alumina puros. 1999. Em seguida. temperatura e pressão. A calcinação é a etapa final do processo. DISPOSIÇÃO E APLICAÇÕES ALTERNATIVAS A lama vermelha (red mud) é a denominação genérica para o resíduo insolúvel gerado durante a etapa de clarificação do processo Bayer. Em seguida a alumina é calcinada a aproximadamente 1000 °C para desidratar os cristais. em que a alumina é lavada para remover qualquer resíduo do licor e posteriormente seca. WAO. quartzo.. Nestas condições a maioria das espécies contendo alumínio é dissolvida. quando se dá o esfriamento do licor verde.B. As principais técnicas adotadas para o deságüe da lama vermelha serão descritas mais adiante. NaAl (OH )4(aq) Al (OH )3( S ) NaOH(aq) (2) A alumina cristalizada é encaminhada para a calcinação e o licor residual contendo NaOH e alguma alumina é recirculada para a etapa de digestão (Hind et al. Eq. IOM3. Entretanto. chamado genericamente de lama vermelha pela indústria de refino da alumina.. 1999. observando o processo.. Alguns autores. aluminossilicatos de sódio. problemas ambientais provenientes de uma disposição inadequada e alguns resultados de aplicações alternativas deste resíduo para a sua valoração econômica... Plantas modernas comumente operam em temperaturas entre 200 e 240 °C. ocorre a etapa de precipitação. E. n. Al (OH )3( S ) NaOH ( aq ) NaAl (OH )4( aq ) (1a) AlO(OH )( S ) NaOH( aq ) H 2O NaAl (OH )4( aq ) (1b) A clarificação é uma das etapas mais importantes do processo. (2). sendo normalmente disposta em lagoas projetadas especialmente para este fim. para recuperar a maior quantidade de NaOH possível e fornecer um “overflow” para a filtragem. é composto por óxidos insolúveis de ferro. Normalmente as técnicas empregadas envolvem espessamento seguido de filtração. 2005). A lama vermelha sofre uma lavagem. 12..C. temperatura e pressão). 1999. 2. 2005). pp. Eq.. variam de acordo com as propriedades da bauxita. ALVES. através de um processo de sedimentação com fluxo de água em contracorrente e posterior deságüe para a recuperação do NaOH. Este trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre a produção da lama vermelha. 2005). 2007. Adicionalmente. A composição química da lama vermelha varia extensamente e depende da natureza da bauxita e da técnica empregada no processo Bayer em cada planta industrial. v. 1996.80 37.. (2005) Komnitsas et al.Maranhão)..00 5. 1996). (2005) Park & Jun (2005) Peng et al. M. a goetita (-FeOOH).3 – 1 CaO 6.70 0.42 Grécia 40. M.95 12.00 19. além do alumínio que não foi extraído durante o refino. (2004) Díaz et al. 2002). Pradhan et al. Th.70 4.60 6. titânio e sílica presentes na bauxita.80 20.B. 1999).72 16 – 18 SiO2 5 22. Referência Wang et al. em diferentes países.81 9 – 15 Na2O 16 11.. 2007.60 2. Cr. E.. 2..C.90 5. pp.. em termos percentuais.80 - 2. UWINONA.. 322 – 338. McConchie et al. Revista Matéria.17 33 – 48 Al2O3 15 23. 2005.65 6.07 6.00 6. da lama vermelha apresentada por vários autores..19 14..5 K2O LOI(1) País Austrália Coréia China Hungria 45. (2005) Halász et al. Mg. Mn. Nota-se que há uma grande variação na composição da lama vermelha..00 0.2H2O?).SILVA FILHO. mesmo para as geradas em um mesmo país.. Yalçin et al. As fases minerais mais comuns são a hematita (Fe2O3).26 7. a magnetita (Fe3O4). a boemita (-AlOOH). i. a lama vermelha retém todo o ferro. A Tabela 1 fornece a composição. 1996.54 - Grécia Espanha 325 .70 5. Nb podem estar presentes como elementos-traço (Pradhan et al. a sodalita (Na4Al3Si3O12Cl) e a gipsita (CaSO4.. ALVES. Zn. 1955.20 - 12. DA MOTTA. apresenta uma área superficial de 13-22 m2 g-1 e tem como principal característica uma elevada alcalinidade (pH 10-13) (Pradhan et al..60 14. Figura 3: Lagoa de disposição de lama vermelha da Alumar (Ilha de São Luís .09 4–6 MgO 0. M. com menor presença de calcita (CaCO3) e gibisita (Al(OH)3) (Brunori et al.e. Tabela 1: Composição química da lama vermelha (%) gerada em diferentes países. Normalmente.84 0. (2004) Tsarkiridis et al. 12... 2005. o quartzo (SiO2).70 28.70 8 – 12 TiO2 5 6.07 0. combinado com o sódio sob a forma de um silicato hidratado de alumínio e sódio de natureza zeolítica (Reese & Cundiff. (2004) Fe2O3 60 16. 325 mesh). P. A lama vermelha é constituída por partículas muito finas (cerca de 95 % < 44 m.00 0.58 15..14 - 10. Hind et al.5 – 3.96 3. n. 2000). Ga. óxidos de V. 00 3.48 3.19 8.52 0.17 8.00 4.50 11.40 - Índia 10. n.00 8.10 5. E.81 5.90 – 8.00 1.10 2.70 2.00 1.60 9.37 17.00 8.05 9.39 6.60 33.00 6.36 7.80 – 1.00 9. (2000)a Gong & Yang (2000) Atun & Hisarli (2000) Agrawal et al.54 0. 322 – 338.90 16.10 1.B.80 TiO2 Traço – 10 8.. v.51 1.00 0.40 4.00 10...70 20.6 7 37.60 – 14.20 6.70 4.60 10.71 0.50 4. Referência WAO (2003) Ciccu et al.00 – 3.38 5.90 7.60 57..90 15. (2001) Yanik et al.17 25.45 23.30 51.C.86 0.00 – 8.0 14.00 – 4.61 4.40 0.69 6. (2004) Kumar (1998) apud Agrawal et al.52 Na2O 2–8 12.96 7.41 4.74 14.00 18.00 – 7.80 9..77 2.20 20..00 5.00 7.00 4..1 2.60 36.10 11.73 35.00 - 62.00 – 26.34 2.90 7.10 7.00 15.80 8. M.26 25.50 2.38 16.00 18.. 2. ALVES.00 – 12. M. (2002) Çengeloglu et al.43 3.5 2.50 19.00 – 11.55 6.40 1.58 16.30 15.23 4.05 16.78 50..80 13.69 3. (2002) Altundogan et al. (2004) Van der Laan & Van Vliet (1998) Apak et al.54 4. pp.00 16.20 - India Turquia Turquia 326 .00 – 4.0 7.40 35.00 – 20. 12.10 23.29 20. DA MOTTA.13 0.00 40.96 17.40 5.50 – 12.00 – 9.31 3.00 54.00 1.08 4.00 – 50..91 14.00 – 2.50 LOI(1) 12. (2004) Kumar (1998) apud Agrawal et al. (2004) Kumar (1998) apud Agrawal et al.30 3..46 34.30 17.00 – 20.30 5.00 1.00 15.00 12.2 5.00 – 38.60 - 0.60 India - 10.81 3.00 18.00 – 6.29 0.57 37.90 0.23 2.50 9.90 6.30 6.00 5.94 39.10 8. (1999) apud Agrawal (2004) Kasliwal & Sai (1999) Seth (1998) apud Agrawal et al.33 0.6 21.00 0..10 0.04 35.00 – 29.00 – 18.00 36.00 16.20 – 0.00 – 56. 26.30 38. Tabela 1: Composição química da lama vermelha (%) gerada em diferentes países (continuação).05 - 0.47 0.70 38.40 1.08 13.62 38..27 43.45 46.72 26.51 6.39 18.57 17.06 22.00 16.38 11.40 7.40.30 0.77 2..60 País Brasil China Austrália Coréia Turquia 0.00 India 0.58 17 – 22.80 13.SILVA FILHO.00 - 12..90 – 5.40 SiO2 3– 50 9. (2004) Senapati (1998) apud Agrawal et al..70 0.30 52.00 0...00 3. 2007.00 – 20.30 4.76 0.00 21. M.74 11.80 37.00 – 3.60 – 16.00 18. (1998) Marabini et al.20 Al2O3 10 – 20 17.56 4.20 23.90 2.00 27.08 1.82 0. (2003) Freitas (2003) Pan et al.75 17. (1998) Fe2O3 30 – 60 30.94 6. (1998)b Akay et al.15 0.00 8.50 MgO 0.60 14.32 8.80 8.50 India - - - 0.60 0.30 17.60 K2O 0.40 9.91 4.00 24.. (2003) Park et al.50 4..88 1.40 2.00 – 6.99 - - India - 12. (2001) Li (2001) Li (2001) Li (2001) Li (2001) Yalçin & Sevinç (2000) Kara (2000) Sglavo et al.00 42.40 4.42 7.41 - Turquia Turquia Jamaica Jamaica Jamaica Jamaica Turquia Itália China - 30.59 17..06 2.98 4.84 4.86 CaO 7.23 - 9. Revista Matéria.55 15.00 4. (2003) Genç et al. (1996) Pradhan et al. Entretanto. No entanto. Wang et al.00 7.90 0. 327 .24 10.90 38. Mas... 2.28 1.80 3.65 16. Nunn (1998) afirma que uma típica refinaria gera entre 0.45 36.91 33.. Tabela 1: Composição química da lama vermelha (%) gerada em diferentes países (continuação).0 TiO2 22.20 11..90 6. afirmam que o volume de lama vermelha gerado dobra a cada década.14 13. M.70 9. M..4 10 – 11 4–5 Traço - 19.32 3. Hind et al.70 0..30 3.29 10. para bauxitas de alta qualidade (alto teor de alumínio). (2004). (1997) Sujana et al.30 17. na literatura são mais comuns as referências a valores entre 1 a 2 ton de lama vermelha por ton de alumina produzida (Brunori et al.5 – 6 2.45 53.00 12.C.64 12. McConchie et al. são geradas em torno de 30 milhões de ton por ano. bem como o teor de sólidos com que esta é lançada...10 26.29 10. para as de baixa qualidade. segundo Cooling et al..10 56..60 49. 1998.93 9. Singh et al.50 7. M. Métodos conhecidos como disposição seca produzem uma menor quantidade de lama vermelha que os de disposição úmida.45 26..80 19. Agrawal et al. Genç et al.70 3.30 49. 2000. 2005. (1996) OchsenkiihnPetropulu et al.00 4.10 4. (1996) Pradhan et al.07 9.55 56.09 11. Levando-se em consideração estes parâmetros.5 – 5 5..00 62. (1996) Pradhan et al..5 e 2. (1996) Pradhan et al.. (2004). pp.90 16.. (1996)..95 Al2O3 21. 2004.20 2.. Tan & Khoo. Revista Matéria. 2005. 2006.0 CaO 4.80 4. 2005. v.. pode-se afirmar que não existe uma proporção exata entre a quantidade de alumina produzida e a quantidade de lama vermelha gerada.92 15..B.60 País Espanha Guiné Índia Índia EUA Índia Índia Índia Índia Índia Índia Índia Índia Índia 42.70 5.1 milhões de ton de lama vermelha.50 8.00 1. (1996) Pradhan et al.50 30 – 40 55 – 60 50 – 54 15. (1996) Pradhan et al.00 8.85 11. e 2.50 4. Segundo Sujana et al. DA MOTTA.40 4.18 Na2O 4. O fato é que a quantidade de lama vermelha gerada anualmente é gigantesca e que um resíduo gerado na ordem de milhões de ton representa um sério problema ambiental...50 42.70 2.50 31.40 33.07 MgO 0. correspondente a 50 % da produção mundial. E. (1996).10 5.87 2. 2002). (1996) Pradhan et al. de 50 milhões ton/ano.60 2. 322 – 338. De acordo com Díaz et al.41 16.93 47.. (1999) e Oeberg & Steinlechner (1996).90 43.04 SiO2 6.29 8.70 3.. 2004.. Collazo et al.32 10..10 5. que seria. Collazo et al.2 6–8 2.0 14.17 18.04 13..60 16.10 5. Esta questão acaba se refletindo na falta de consenso na literatura sobre a quantidade de lama vermelha gerada anualmente no mundo.SILVA FILHO. portanto.40 16. n. 1999.00 3.66 5..80 48.. ao considerarem a capacidade das fábricas de alumínio. (1996) Gordon et al.50 20.70 1. Nguyen & Boger. Genç-Fuhrman et al. (1996) Gordon et al. 1997.96 6. 2007..84 13.20 0. que está diretamente ligado ao tipo de disposição adorada..50 45.5. Kahane et al. (1996) Piga et al. Nguyen & Boger (1998) relatam que na Austrália a indústria de alumina produz 25 milhões ton/ano de lama vermelha. 2002.65 6..07 10.. Sglavo et al. (1969) Nakamura et al. Fe2O3 31.30 7. (1969) Nakamura et al.0 11 – 14 4–5 2.50 25.20 9. Bermann. (1969) (1) – Perdas por ignição. 2002.. (2002) somente a Aluminium Company of America (Alcoa) é responsável por mais de 20 milhões ton/ano deste resíduo. ALVES..52 K2O LOI(1) 14.0 4.60 18. 12.. Santona et al. 2003.60 2.00 13.60 4..0 - - 10.60 - Grécia Jamaica Jamaica Itália Brasil Japão Jamaica Jamaica Jamaica - - A qualidade da jazida de bauxita utilizada influencia diretamente na quantidade de lama vermelha gerada.20 8. dependendo da qualidade da bauxita esta faixa varia entre 0.2 16. Referência Lopez et al.91 26. 2004. (1997) Singh et al.0 10.60 4.3 ton. Kasliwal & Sai. (1995) Alves (1992) Shimano & Koga (1979) Nakamura et al..6 16 – 20 12 – 15 11 – 13 9. no ano de 2000 foram geradas 84. 2005. Para Komnitsas et al. (1996) Kirkpatrick (1996) Pradhan et al. (1996) Pradhan et al. Finalmente Pradhan et al. (1998) Koumanova et al.12 10.0 ton de lama vermelha seca por ton de alumina produzida. 2006. Estes resíduos são solos que continham o 328 . 2002. ALVES. cita entre as atividades industriais mais poluentes a indústria de metais não-ferrosos e dentre estes.800 9. sendo a maior produtora mundial de alumina.175 milhões ton/ano de alumina. Outros relatos encontrados na literatura apontam para os riscos ao meio ambiente associados a lama vermelha. com capacidade anual de produção de 500 mil ton. Alumina (10 ton) 3. Por outro lado.788 9. (e2) Estimado pelos autores a partir da capacidade atual instalada.200 1. Observa-se que pela estimativa mais favorável seriam geradas 1. pode-se considerar que a lama vermelha representa um passivo ambiental importante para a indústria de beneficiamento de alumínio. com capacidade anual de produção de 1.5 ton lama vermelha/ ton de alumina 8. inclusive a Environmental Protecy Agency (EPA) não classifica a lama vermelha como um rejeito perigoso (EPA.754 3. Tabela 2. a Companhia Brasileira do Alumínio (CBA). o que corresponde a uma geração de no mínimo 1. que alcançou no mínimo 1.056 1. A estimativa feita a partir da capacidade nominal atualmente instalada. localizada em São Luís (MA). Em 2004. n. 1998). resultantes do processamento de minérios pela indústria extrativista mineral.5 ton de lama vermelha/ton de alumina. com 140 mil ton e 300 mil ton de produção anual.B.8 milhões de ton/ano (ALUNORTE. algumas inferências podem ser obtidas. com unidades localizadas em Saramenha (MG) e Poços de Caldas (MG).000 16. Entretanto. 2005). na medida em que podem constituir um perigo para as populações vizinhas. Tabela 2: Estimativa da geração de lama vermelha a partir da produção de alumina no Brasil. (1999). considerando a estimativa mais desfavorável a quantidade de lama vermelha gerada alcançaria em 2003 a impressionante marca de 10 milhões de ton.385 8. É valido ressaltar que o período em questão é anterior à expansão da Alunorte. devido aos riscos de contaminação do meio ambiente e aos custos associados ao seu manejo e disposição. MINERIOS & MINERALES.(2006). um aumento de mais de 70% em relação a 2002. 2006). com capacidade anual de produção de 4. 2. se obtém uma estimativa da produção anual de lama vermelha no país. pp.515 3. A literatura apresenta controvérsia quanto à toxicidade da lama vermelha.189 1. a geração de lama vermelha pela Alunorte. M.4 milhões. alerta para a dimensão do problema ambiental que a lama vermelha representa para o Brasil. A recém inaugurada ampliação da fábrica aumentou a capacidade nominal para 4. M.. como: o Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar). M.000(e1) 6. Tomando-se a relação entre a geração de lama vermelha e a produção de alumina. Portanto.. dados publicados sobre a geração de lama vermelha são praticamente inexistentes.04 milhões ton/ano. A lama vermelha não é particularmente tóxica (Nunn.3 e 2.. E.520 3. devido à presença de elevados valores de cálcio e hidróxido de sódio. 2005.325 milhões de ton.SILVA FILHO. Como constatação.665(e2) (1) (2) 6 Ano 1999(1) 2000(2) 2001(2) 2002(1) 2003(1) 2006(e2) Lama vermelha (106 ton) 0.662 United States Geological Survey Mineral Resources Program (USGSMRP). 1995).999 Lama vermelha (106 ton) 2. na região de Sorocaba (SP).905 10. v. Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). em breve chegará a 2. consideram-na tóxica. 2005). elevando a capacidade de produção para 6. Minérios 2006). os quais representam uma grande parte dos custos de produção da alumina. apesar de ter um caráter meramente ilustrativo. somente a Alunorte produziu 2.3 ton lama vermelha/ ton de alumina 1.55 milhões ton de alumina (ALUNORTE. Baseado nestes dados e os da Tabela 2. 2007.25 milhões ton/ano. ou seja. 2003. a Alcoa. a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. a do alumínio (Donaire. 2005). respectivamente (Bermann.1 Métodos de Disposição Final da Lama Vermelha A lama vermelha faz parte de um grupo de rejeitos conhecidos como “tailings”.6 milhões para 4. Collazo et al.4 milhões de ton. 2.C. Apesar de o país ser o 3° terceiro maior produtor mundial e contar com grandes empresas atuando na produção de alumina. que elevou a sua capacidade nominal de produção de alumina de 1. em função de sua elevada alcalinidade e capacidade de troca iônica (Li. como sendo 0. porém até 2008 uma nova ampliação está prevista. DA MOTTA..055 1. 12. (e1) Estimado pela USGSMRP. 2001. Hind et al. Diante do exposto. no período entre 1999 e 2002. a Alumina do norte do Brasil S/A (Alunorte).962 4. No Brasil. Revista Matéria.126 1. 322 – 338. localizada em Barcarena (PA).27 milhões ton de lama vermelha.05 milhões de ton de lama vermelha. . A operação é simples e barata. DA MOTTA. consistindo na sedimentação natural da fase sólida e na recirculação do sobrenadante para a fábrica. 1983).B. 2002.. Estudos reológicos revelaram que a lama vermelha é fortemente tixotrópica e pseudoplástica (Sofra & Boger. Em várias plantas industriais é comum o bombeamento da lama vermelha por distâncias de 3 a 6 km até os locais de disposição (Oeberg & Steinlechner. Porém o potencial de impacto sobre o meio ambiente é alto. Nguyen & Boger. ou métodos úmidos. e através da adição de água do mar contendo altas concentrações de sais de Mg. feita normalmente através de membranas plásticas ou da aplicação de camada de material impermeável. persistindo em países como Japão e Itália (Vick. Os riscos com relação ao rompimento dos diques também estão presentes. Dentre os métodos de disposição a seco. Os custos associados são altos. entre outros componentes. 1998). Fahey et al... 2002. a soda cáustica empregada no refino da alumina. Vick. A neutralização da lama vermelha com a utilização de ácido sulfúrico (H2SO4) é o método mais comum para minimizar os riscos ambientais com relação à sua causticidade.. 2004). Essa técnica é particularmente aplicável para áreas onde a taxa de evaporação é elevada. Revista Matéria. M. passando-se a seguir para o leito de secagem livre e assim por diante. como a lama vermelha. Colling et al. Este método consiste na disposição progressiva da lama vermelha. são assim denominados devido à grande quantidade de água de processo que segue com o material sólido para disposição. 2002. 1999. Este método permite que a lama vermelha 329 . devido à necessidade de impermeabilização da área antes da disposição.. 1998). e representam um motivo de preocupação para a população vizinha (Hind et al. onde o material sólido sedimenta e surge um sobrenadante alcalino. A separação de fases ocorre no local de disposição. somente 7 ainda utilizam este tipo de disposição devido à escassez de área para disposição final. Quando todos os leitos de secagem estiverem ocupados repete-se o ciclo. rio ou oceano. maior segurança. Sofrá & Boger. 2004).. pp. 2002. formando um monte cônico. são geralmente fluidos não-newtonianos (Sofra & Boger.C. 2002. 1998). onde a lama vermelha é descarregada até atingir uma determinada altura. 12. M. são transportados através de bombeamento. Os métodos secos de disposição apresentam as seguintes vantagens sobre os métodos úmidos: melhor manuseio. Os métodos úmidos aplicáveis à lama vermelha consistem em grandes diques onde a lama vermelha é disposta com baixo teor de sólidos. Hind et al. No Brasil informações sobre o tipo de disposição empregado em cada refinaria são escassas. há um aumento na estabilidade do depósito. 2004). Os métodos convencionais de disposição de lamas. devido aos riscos de contaminação do solo e do lençol freático. trata-se de um processo de “drystacking” patenteado pela empresa alemã Giulini (Alunorte. Nguyen & Boger. n. 2002. Suspensões de material mineral com elevada concentração. como a lama vermelha. Neste método a lama vermelha é disposta no ponto central da área de disposição. Para “tailings” altamente espessados é preferível a utilização de tratores e vagões no transporte. Sofrá & Boger. v. 2002. através da injeção de CO2. 2006). resultando em uma textura pastosa.. Os “tailings” caracterizam-se por serem lamas formadas por partículas muito finas (Fahey et al. A Alunorte utiliza o método de disposição de lama por alta densidade. podem ser adicionadas substâncias químicas como. 2007. 322 – 338. Das 84 plantas de beneficiamento de alumina existentes no mundo. dois fatores que devem ser levados em consideração durante o deságüe da lama vermelha são a viscosidade da lama vermelha e a distância a ser vencida. Li. Estes métodos surgiram a partir dos avanços ocorridos nas técnicas de deságüe dos “tailings”. Jamaican Bauxite Case. 1996. E. O “dry-stacking” permite a diminuição da umidade através da evaporação e da drenagem (Sofrá & Boger. A área de disposição é dividida em leitos de secagem. que atuam como agentes neutralizadores (Fahey et al. 1996. Agrawal et al. 1998. Outro método utilizado é a disposicao de tailing espessado (Thickened tailing disposal). Portanto. Outros processos têm sido pesquisados pela Alcoa como a carbonatação. O método de disposição conhecido como “off-shore disposal” consiste no lançamento da lama vermelha em um corpo hídrico receptor. Purnell. 2002. 1999. A área de disposição final necessária é grande. Agrawal et al. por exemplo. Este tipo de disposição final foi praticamente abandonado... Nestes métodos a lama é disposta com um teor de sólidos mais elevado. 1983. ALVES. Normalmente “tailings”. 2002. 1998.. menor área ocupada e reabilitação mais fácil da área (Nguyen & Boger. facilitando a reintegração da área ao meio ambiente (Sofrá & Boger. depositando uma nova camada de lama vermelha no leito de secagem inicial. Fourie. 2004. 100 a 200 acres em média. Modernamente os métodos conhecidos como métodos secos ou semi-secos de disposição tendem a serem aplicados com mais freqüência. 2002). mineral de interesse ou resultam da moagem de rochas. Uma variante do “dry-stacking” é a secagem solar. A geometria cônica elimina a necessidade de barragens ou diques. A vida útil da área de disposição é curta. 2. Nguyen & Boger. 2002). 2002.. Nunn 1998). Hyun et al. McConchie et al. e a reabilitação da área é um processo lento (Kirkpatrick..SILVA FILHO. Dependendo do processo de extração. M. geração de um menor volume de lama. o mais comumente aplicado à lama vermelha é o “drystacking”. 2004). normalmente entre 4 a 7 anos. 2005). A secagem solar utiliza leitos de secagem com baixa profundidade (100 mm) para facilitar a evaporação (Nunn. C. Apesar das boas indicações.2 Deságüe da Lama Vermelha A principal função do deságüe é recuperar parte do NaOH presente na lama vermelha.000 litros de lama vermelha. M. de cerca de 900. gerando problemas especialmente para os fazendeiros vizinhos. alcançando valores entre 40 e 50% de teor de sólidos. possivelmente devido a dificuldades operacionais. É importante ressaltar que o custo da energia é um atributo da localidade onde se encontra instalada a indústria. por outro lado. como Podgorica. rio Varzão e Pirajibu. 2004). iv) Impacto visual sobre uma extensa área. inclusive com a contaminação do aqüífero que abastecia a população local. a literatura não registra aplicações de filtros hiperbáricos em escala real. a água residuária com a ajuda dos fortes ventos da região. Wills. Essa tecnologia envolve a adição de floculantes. E. 322 – 338. 1996. Houve ressecamento total da vegetação em uma área de 500 m em redor da lagoa e comprometimento parcial por vários quilômetros. bem como. Revista Matéria. Após o encerramento das atividades das instalações de Mostar houve ressecamento da lagoa de disposição o que causou o carreamento das partículas finas e formando nuvens de poeira. a utilização de espessadores foi o primeiro processo de deságüe aplicado à lama vermelha. iii) O vento pode carrear pó dos depósitos de lama vermelha seca. Foi também observado que os filtros hiperbáricos apresentam menor perda de NaOH e menor custo operacional e. como instalações vizinhas. M. Outra tecnologia que apresenta boas perspectivas de aplicação no deságüe da lama vermelha são os filtros hiperbáricos. Como conseqüência houve alteração da 330 . além de poluição sistemática das águas subterrâneas com variação de pH entre 11. pp. na bacia do Rio Sorocaba. e Mostar. Por fim.5 e 8 e condutividade elétrica entre 4.. envolvendo questões que vão além do custo da energia propriamente dita. A eficiência dos espessadores na concentração de sólidos é de 20 a 30%. evitando a segregação de líquidos e adquirindo a consistência de um solo natural em curto espaço de tempo.. A disposição não adequada da lama vermelha pode acarretar em problemas como: i) Contaminação da água de superfície e subterrânea por NaOH. em escala piloto. Segundo Nunn (1998). ii) Contato direto com animais. 1998). Alguns casos de acidentes ambientais provocados pela disposição inadequada da lama vermelha em vários países são relatados na literatura. forma gotículas que se espalham por quilômetros. 12. 2. em 2003. Ocorrências semelhantes foram observadas em outras localidades. Da nascente a foz do rio houve mudança na tonalidade das águas. foram registradas concentrações de 5 g/L Na2O e 3 g/L Al2O3 nas águas residuárias. formando nuvens de poeira alcalina. é válido salientar que. 1994. que os espessadores de alta performance utilizam menos mão-de-obra e têm menor custo de capital. v. Subsequentemente. Os espessadores foram amplamente aplicados durante as décadas de 1950 e 1960 e ainda hoje são utilizados. além dos fatores econômicos diretos. Mais recentemente foram desenvolvidos os espessadores de alta performance. o afastamento de riscos de multas pelos órgãos ambientais podem influenciar na escolha da tecnologia a ser adotada. No Brasil. que alcançaram em testes. com o aumento nos teores de alumínio e sódio e possível contaminação do aqüífero (De Jesus et al. taxas de 70 a 80 % de teor de sólidos (Nunn. Em São Paulo (SP) ocorreu um vazamento em 2004. Problemas relacionados com o encerramento das atividades sem a adequada proteção do meio ambiente também são reportados. 2004). atingindo o córrego do Bugre.SILVA FILHO. 1997). Na antiga Iugoslávia. Salopek & Strazisar (1992) relatam que durante o funcionamento das instalações em Kidricevo. plantas e seres humanos.B.. Nas instalações de Obrovac. facilitando a recuperação da área para outros fins (Alunorte. a utilização de filtros rotatórios a vácuo prevaleceu como etapa final do deságüe antes da disposição final. n. no passado a lama vermelha era simplesmente descartada em algum corpo hídrico receptor. O deságüe também possibilita a redução da quantidade de material encaminhado para descarte. formando uma chuva caustica. 2. outros fatores como manutenção da boa imagem da empresa. onde se utilizava barragens como meio de disposição. ALVES. A eficiência destes filtros é função da filtrabilidade da lama vermelha produzida na refinaria. principalmente no inverno e primavera. que atinge não somente partes da fabrica.. Nunn (1998) analisou os fatores econômicos mais importantes relacionados às tecnologias de deságüe descritas e observou que a eficiência na recuperação de NaOH é diretamente proporcional ao consumo de energia. houve no município de Barcarena (PA) um vazamento de lama vermelha.982 e 924 S/cm a distâncias de até 2 km das lagoas. atingindo as nascentes do rio Murucupi. como mares e rios (Kirkpatrick. Alunorte. ferro. seja lançada nas lagoas de disposição na forma de uma pasta contendo cerca de 60% em peso na fase sólida. 2007. formando lagoas de lama vermelha.3 Problemas Decorrentes da Disposição da Lama Vermelha Como a maioria dos rejeitos. M. 2. DA MOTTA. alumínio ou outro agente químico. alcançando taxas de concentração de sólidos mais elevadas e apresentando eficiência ente 28 e 55%. 1962). Apak et al. 2005).. Entretanto. 2000b). 2005... nenhum processo apresentado na literatura se mostrou economicamente viável (Pradhan et al. sendo neste caso. Piga et al. 2002). 1999).. v. Genç-Fuhrman et al. no aumento da retenção de fósforo pelo solo (Summers et al. A Kaiser Aluminium & Chemical Company utilizou a lama vermelha como material para recobrimento de aterros e pavimentação (Kirkpatrick. Altundogan et al.. Singh et al. Namasivayam & Arasi. Akay et al.. Sua ativação pode ser feita através de tratamento térmico por calcinação em temperaturas próximas a 400 °C. 2003). 2003.... os custos econômicos e os riscos ambientais associados à disposição da lama vermelha têm motivado companhias e pesquisadores na busca por alternativas ambientalmente mais seguras.. 1999.B. 1998b. Este tipo de impacto afeta o turismo.SILVA FILHO. 2005). 2004. a disposição de lama vermelha em lagoas na localidade de Mont Diablo acarretou na contaminação das águas do lago Moneague. tanto para a remoção de fósforo e formas de nitrogênio (NH4. a não utilização de técnicas adequadas de disposição da lama vermelha resultou na contaminação de aproximadamente 200 milhões de m 3 de águas subterrâneas (Fernandez. Singh & Garg. outra atividade econômica muito importante da ilha (Jamaican Tourism Impacts. 1998. as quais se tornaram impróprias. Genç-Fuhrman et al. 2004).e NO3-) como para a remoção de vírus e bactérias (Lopez et al. 2004. Outros pesquisadores propõem a utilização da lama vermelha na confecção de tijolos. assim como na remediação de solos contaminados por metais pesados. Hind et al.4 Aplicações Alternativas para a Lama Vermelha Durante muito tempo a lama vermelha foi considerada um resíduo inaproveitável para a indústria do alumínio (Chaves. E. Na Jamaica. fósforo e nitrogênio (Santora et al. Porém. 1998a. Marabini et al. A lama vermelha também pode ser ativada através de tratamento químico com ácidos (Alvarez et al. Phillips. 1993). 1999. 1998). 2. 1998). degradação de organoclorados (Ordóñez et al. Slavo et al. também foi pesquisada. 12. 1969.. 2002. telhas. o que resulta em um aumento de 3 a 4 vezes em sua área superficial (Sujana et al.. Outras aplicações para a lama vermelha estão no tratamento de superfícies: proteção do aço contra corrosão (Collazo et al. Apak et al. DA MOTTA.. 322 – 338. a qual pode ser agravada pelos altos níveis de sódio devido à contaminação da água subterrânea (Jamaican Bauxite Case. enriquecimento de solos pobres em ferro (Hind et al.. 2005). 2002) e na imobilização de metais pesados em solos contaminados (Ciccu et al. degradação de cloreto de polivinila (PVC) em óleos combustíveis (Yanik et al. Brunori et al. 1996). Pb(II). 1998b) ou com águas ricas em íons de Mg2+. 2004) e na melhoria das características termoplásticas de polímeros (Park & Jun. Díaz et al. mas esta aplicação encontra problemas devido à alcalinidade da lama vermelha (Shimano & Koga. Revista Matéria. 2003. 2005.. 2003). As aplicações para a construção civil são variadas. 2005. 2006). Komnitas et al. 2006). Sua ativação pode ser feita. Também ocorreu a contaminação de águas superficiais. 2005. 2005. (Nakamura et al. A utilização da lama vermelha como insumo para produção de cimentos especiais. 1994).. as utilizações da lama vermelha tem se baseado em sua ação como catalisador em várias aplicações como a remoção de enxofre em querosene (Singh et al. 2.. 1997) No tratamento de esgotos domésticos. 1997. 2005).. como metais pesados Cu(II)... n. tendo sido utilizada com sucesso no tratamento de águas ácidas de minas (Fahey et al. 2006.. necessário ativa-la. até o momento. Slavo et al. Yalçin & Sevinç (2000) propuseram a produção de revestimentos cerâmicos (porcelanas. hidrogenação do antraceno (Alvarez et al. etc. Kara. 1997.. De Souza (2000) e De Souza et al. que possibilitem a redução do volume de resíduo encaminhado para a disposição final. Rondon. Koumanova et al. Gupta et al.. Lombi et al. A população da Jamaica apresenta uma pré-disposição genética para a hipertensão. 2002).. No campo do meio ambiente a lama vermelha é bastante utilizada principalmente na remediacão de áreas contaminadas e no tratamento de efluentes líquidos.. isolantes. vítricos e eletroporcelanas) usando a lama vermelha. pp. 1991). 1995. Na indústria química. Wang et al.. 1979.. Ho et al. a vermiculita. degradação de compostos orgânicos voláteis (COV) (Halász et al. qualidade das águas tornando-as impróprias (ofensivas à saúde). 2004.. que sofre expansão somente na faixa de 800 a 1000 °C (França et al. 2005). 2000a. 2002)..C.. em efluentes sintéticos e reais.. 2002. Pan et al. Doye & Duchesne. ALVES.. Pesquisas têm sido desenvolvidas visando à recuperação de ferro. Tsakiridis et al.. A lama vermelha tem sido aplicada em processos de adsorção para vários tipos de adsorbatos.. 2001. Cd (II). Essa temperatura é relativamente baixa quando comparada à necessária para a ativação (esfoliação) de outros materiais como. Llano et al. por exemplo.. 2004. M. Çengeloglu et al. 2005. 2007.. M. titânio e outros metais.. M... 1997.. além de provocar danos à fauna (mortandade de peixes) e à vegetação (CETESB.. 2002.... Na agricultura é utilizada como corretivo para solos ácidos. As propriedades de adsorção da lama vermelha são aproveitadas no tratamento de efluentes.. Apak et al. A lama vermelha também encontra aplicações na indústria cerâmica (Slavo et al. 1996. devido o elevado pH. Cr(V) e ânions como fósforo (PO4-3) e arsênico (As) e pigmentos têxteis (Genç et al.. 2001). 1999. Silva Filho et al. 1996). (2001) utilizaram a lama vermelha 331 . 2000a... como a água do mar ou águas de salinas (Brunori et al. M. DA MOTTA. ALVES. e. pelo menos amenizar o problema é fundamental para o Brasil. (4) Fe2+ + H2O2 Fe3+ + OH. pp. Os custos ambientais associados à disposição da lama vermelha também são altos. 1996). A Virotec International LTd.. Apesar dos avanços tecnológicos obtidos nos últimos anos. para uso agrícola (Summers et al. em média 97%. 2002). v. 2. M. como fonte de íons de ferro e de TiO2. (Austrália) desenvolveu um processo em que se obtém um adsorvente a partir da lama vermelha neutralizada com água do mar. que visem o aproveitamento da lama vermelha representando alternativas capazes de senão solucionar. McConchie et al. portanto um dos maiores geradores de lama vermelha no mundo.SILVA FILHO. Estudos realizados até o momento apresentaram uma remoção de 70 % em média do corante remazol black B (Silva Filho et al. O TiO 2 age como um semicondutor de elétrons propiciando a formação de radicais hidroxilas. tais como águas de produção e efluentes de laminação. a fotocatálise heterogênea utilizando o semicondutor TiO2 tem sido amplamente estudada para a descontaminação ambiental e o tratamento de efluentes líquidos e ou gasosos.. Esses processos de tratamento são considerados como métodos promissores para a remediação de solos e águas residuárias contendo poluentes orgânicos não-biodegradáveis (Rodriguez.5 Propostas de Aplicações para a Lama Vermelha no Brasil As linhas de pesquisa desenvolvidas na UFPE envolvem principalmente o Departamento de Engenharia Química e o Departamento de Engenharia Civil. 2003). metais pesados e outros elementos indesejáveis. 2005). 2005. A Alcoa conjuntamente com o Departamento de Agricultura do Oeste da Austrália desenvolveram o Alkaloam. 332 . E. alternativas técnica e economicamente viáveis para a indústria brasileira e em especial para o setor produtivo pernambucano. M. demonstram ser promissora a utilização da lama vermelha como fonte de íons de ferro para o reagente Fenton (Silva Filho et al. 12. • Processos de oxidação avançada. 2007. obtendo uma redução na carga orgânica de 56. A Kaiser Aluminium & Chemical Company desenvolveu um adsorvente denominado de Cajunite (Kirkpatrick.67 % e 60 % de remoção de cor. em um leito de lama vermelha. tais como o enxofre. destacam-se: • Tratamento de efluentes oleosos: Tem por objetivo desenvolver um processo de tratamento.. Resultados iniciais obtidos na remoção do corante Remazol Black B. através de adsorção em lama vermelha. n. sexto maior produtor mundial de alumina. 2002). 3 COMENTÁRIOS FINAIS Os custos com a disposição e o gerenciamento da lama vermelha representam grande parte dos custos de produção da alumina. O poder oxidante do reagente Fenton (H2O2/Fe2+) é atribuído aos radicais hidroxilas (OH-) provenientes da decomposição catalítica do peróxido de hidrogênio em meio ácido.. + OH- (4) Por outro lado.. reagente Fenton e catalise heterogênea: Pretende investigar as possibilidades de utilização da lama vermelha em processos oxidativos avançados (POAs).. a busca por novas tecnologias.. em nível de polimento de efluentes oleosos. estão centradas em uma visão holística da problemática ambiental.B. Objetivo final desta linha de pesquisa é desenvolver um reator para a adsorção de hidrocarbonetos. para a adsorção e clarificação de chorume. Dentre os POAs de interesse para a pesquisa estão o reagente Fenton e processos heterogêneos envolvendo TiO2. 2.C. que patenteou como Basecon e o produto obtido como Bauxsol (Brunori et al.. 2006). Portanto. cuja reação geral é representada pela Eq. Revista Matéria. • Tratamento de efluentes têxteis: Estuda o desenvolvimento de um reator para a remoção de corantes presentes em efluentes de industriais têxteis. buscando através da valoração ambiental da lama vermelha. a disposição da lama vermelha ainda é um grande problema para a indústria de beneficiamento do alumínio. 322 – 338. Dentre os projetos. Alguns produtos desenvolvidos a partir da lama vermelha para o tratamento de matrizes ambientais receberam denominação comercial e alguns foram patenteados. J.C. R. “Arsenic adsorption from aqueous solutions by activated red mud”. DÍEZ.. v. 2. n. n. 2002.net. P. M. 5 BIBLIOGRAFIA [1] ABAL – Associação Brasileira do Alumínio.. Tese de doutorado. 2000. M. S.. V.. M. 180.cetesb. [9] ALUNORTE.. http://www.. pp.org. 2007. A.abal. “Heavy metal cation retention by unconventional sorbents: red mud and fly ashes”. “Solid waste management in non-ferrous industries in Índia”. 244. E. Y. DANIS. H. MASSANISSO. CBA multada por poluir rios da região de Sorocaba.. ERSÖZ. Acessado em julho de 2003. Acessado em julho de 2005. [14] ATUN. [7] ALUNORTE – Alumina do norte do Brasil S/A. M. F.. 2001. G. [11] ALVES. PA. Tese de D. 228. Water Resarch. SAHU. 333 . [4] AGRAWAL. pp. Waste Management n.. 32. TURGUT. RJ. http://www. 2005.H. 117. Belém. PANDEY. Water Research v. Acessado em junho de 2004. “Modeling of Cooper (II). Comportamento de sedimentação e adensamento de uma lama vermelha.alunorte. Acessado em novembro de 2005. M.. C. Fe(III)..B. KESKINLER.org. F. Journal of Colloid and Interface Science.br.br/noticia.. M. n. Revista Matéria.SILVA FILHO. U. pp. n. S. E. pp.. [15] BERMANN.br/conheca/html/#link1. KIR. ÇAKICI. TORRICELLI. Journal of Colloid and Interface Science. pp. [13] APAK. 322 – 338. n.Sc. [12] APAK. H. http://www. E.. 39. Ti(IV). pp. Resources. Cadmium (II) and Lead (II) adsorption on red mud”. n. PINTO. “Phosphate Removal from Water by Red Mud using Crossflow Microfiltration”. Conservation & Recycling n. M. BILDIK. pp.. HISARLI. http://www. CREMISINI.. G. 1994. [18] CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. [6] ALTUNDOGAN. TUTEM. GLUÇU. 430-440. 342–346.net.. “A study of surface properties of red mud by potentiometric method”. K. pp.. 357–363. A. E. ORDÓÑEZ. 2002. Rio de Janeiro.abal. pp.. 42. Journal of Hazardous Materials. SASTRE. n. 1992.. 1999. “A new method for enhancing the performance of red mud as a hydrogenation catalyst”. COPPE/UFRJ. 40–45... Brasil. K. [5] AKAY.. Fórum Brasileiro de ONG’s e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. DA MOTTA. 122-130.. 399-409.. [8] ALUNORTE – Alumina do norte do Brasil S/A. ROSAL. [16] BRUNORI. TÜMEN. B. 2004.. ALTUNDOGAN. Relatório da administração no ano de 2004. Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP). Acessado em julho de 2004. B. 717-726. HIVAL. [17] ÇENGELOGLU.. v. 203. “Exportação brasileira de produtos intensivos em energia: implicações sociais e ambientais”.1. 4 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Alunorte S/A pelo fornecimento da lama vermelha utilizada nos experimentos realizados. D. S. pp. 55-63. 3. 99-120. and Na(I) from Red Mud”. v.gov. “Recovery and Concentration of Al(III). “Reuse of a treated red mud bauxite waste: studies on environmental compatibility”. M... G. R. n. C.. C..... 22. HUGUL. Journal of Colloid and Interface Science..alunorte.. V. [10] ÀLVAREZ.. 1998a. 2. Applied Catalysis A: General. http://www. C. M. R. L. K. ALVES. 1998. [2] ABAL – Associação Brasileira do Alumínio. 12. “Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA)”. 1998b. Rio de Janeiro. NÓVOA.. Brasil. In: Environmental Geotechnics. A...R. KEDDAM.. 52. SERCI..1197-1213.C. S. [34] GENÇ. Title 40. pp. 334 . Part 261. 185-190.. 977-986. Fortaleza. pp. FAIAL.. C. 2003. R. F. FERNÁNDEZ. NEWSON. SCHUILING. M. F. X. SILVA.. Brisbane. B. “Utilização de lama vermelha como adsorventes da matéria orgânica presente no chorume (Aterro Sanitário do Aura. In: XIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química. Journal of Colloid and Interface Science.. D. ZUCCA. “Neutralization of acid mine drainage with alkaline industrial residues: laboratory investigation using bath-leaching test”. A. 1995. S. I. BARBOSA. SANTOS. [26] DIAZ. 322 – 338. pp.. http://ecfr. “Gestão ambiental na empresa”. e FUJIYASU. [25] DE SOUZA. Balkema. “Avaliação do Sistema de Tratamento do Chorume Utilizado no Aterro Sanitário do Aurá: Proposta de Utilização da Lama Vermelha como Adsorvente da Matéria Orgânica Presente no Chrorume”.. S. n. M. B. E.. “Comportamento de geotêxteis como filtros em resíduos – Fosfogesso e lama vermelha”.. L. pp. Brasil. Y. 12. A. P.. A. K. M. B.. “Thickened tailings: is it a revolution in the making?”. P. v. Minerals Engineering. In: Environmental Geotechnics. 3039-3048. 187–192. “Carbonation of bauxite residue”. RJ. G. 2004.. 327-334. M. Austrália. Electronic code of federal regulations. M. O.. BATISTA. v. 2002.gpoaccess. v. CARNEIRO. X. 2002. Revista Matéria.Sc. Rio de Janeiro. São Paulo.. TJELL. R. pp.. Process in Organic Coating.C. CARNEIRO.htm. “A lama vermelha e sua eliminação da fábrica de alumina”. PEREZ. PÉREZ. A. PERETTI.. In: 2° semana de estudos. Brasil. In: Proceedings of the 6th international alumina quality workshop. 2003.gov.B. [23] DE JESUS. “Heavy metal immobilization in the mining-contaminated soils using various industrial wastes”.. [20] CICCU. “Avaliação dos impactos ambientais no rio Murucupi em decorrência do transbordo de efluentes de uma bacia de resíduos sólidos no município de Barcarena-Pará”. Ouro Preto.. M. 2003. R. 2001.. G. 2005. pp. D. 1962. 2. J. COPPE/UFRJ... F.. R. 2000.aguabolivia. M. M. [29] EPA – Environmental Protecy Agency. 2.. E. E. S. S. GUILFOYLE. DE SOUZA.. Minas Gerais. Rio de Janeiro.. R. B. Belém. H. [30] FAHEY. McCONCHIE. Atlas. Ceará.. T. [32] FOURIE. Brasil. n. In: Congresso da Associação Brasileira de Química. 16. n. pp. RODRIGUES.. MENDES. S. “Passivity of iron in red mud’s water solutions”. C. 947-973. MASCARENHAS. D.. Belém – Pará)”..O. DA MOTTA. Brasil. 49. setembro de 2002. LIMA. F. FAIAL. K. F.. D.. L. R. ALVES... A. O. JOIRET.org/situacionaguaX/IIIEncAguas/contenido/trabajos_verde/R-111. Alumínio e Zinco. n. P. NÓVOA. 2.SILVA FILHO. MENEZES.. “Engineering with tailings”. C. 2.. “Evaluation of red mud as surface treatment for carbon steel painting”. IZQUIRDO.. I.Sc. E.. TAKENOUTI. J. [31] FERNANDEZ. A. Applied Geochemistry. 2.. F.. 18.. 2007. “Adsorption of arsenate from water using neutralized red mud”. HAY. 2003. NEVES.. Sect 4 (b) (7) (ii) (c). [19] CHAVES.. BRABO. DUCHESNE. “Contamination of water resources by the bauxite/alumina operations in Jamaica”. Acessado em outubro de 2005... [22] COOLING. [27] DONAIRE. PA. J. B. GHIANI. C. Acessado em setembro de 2005. R. M. F.351-358. FADDA. [21] COLLAZO. [33] FREITAS.. Balkema. M. A. G. Dissertação de M. pp. [24] DE SOUSA. G. H.. PPEQ/UFPA. A.. Sociedade de Intercâmbio Cultural e Estudos Geológicos dos Alunos da Escola de Minas de Ouro Preto. n. pp. Dissertação de M. Eletrochimica Acta.. n. S.. A. M. J. R. 2004. v. [28] DOYE. 264. A. C. V. S.. http://www. M. J.. S.. K. n. 2000. Acessado em setembro de 2005. GROCOTT. pp. [52] KIRKPATRICK. 2944-2954. SCHWARZ. S. H.american. “Reduction of chlorine in bauxite residue by fine particle separation”. M.. [36] GENÇ-FUHRMAN. pp. pp. Water Research. M. [47] JAMAICAN BAUXITE CASE. v.. 119-122. 322 – 338.. [38] GONG. A short history of hydrometallurgy. 371379. MCCONCHIE. [51] KASLIWAL.. 1999. [44] HO. MELO. V. C. Aspects. H... YANG. 2002. 1996.T.. n. Hydrometallurgy.com/CDA/ArticleInformation/features/BNP__Features__Item/0. n. R.htm. “The surface chemistry of Bayer process solids: a review”. M. [35] GENÇ-FUHRMAN. K. [50] KARA.8 119. J. M.. MOORE. 2003. 146.. n.C. n./TED/JAMTOUR. pp. Hydrometallurgy. P.From Byproduct To Brick: Using Red Mud Waste as a Construction Material”. HANNUS. 53. ALVES. A. [39] GORDON. 2005. 2001.Institute of Materials.00. 2. J. n.359-374. P. http://www. 35. N..ceramicindustry.SILVA FILHO. N.. 13-20. [46] IOM3 .. DA MOTTA. Applied Matehmatical Modelling. G.. J.S. “Sedimentação de resíduo Bayer utilizando floculantes hidroxamatos e poliacrilamida”. “CFD modeling of thickeners at Worsley Alumina Pty Ltd”. C. E. F. BHARGAVA. 335 .. LIMA. D. Acessado em maio de 2006. K. v. “Bacteria and virus removal from secondary effluent in sand and red mud columns”. [41] HABASHI. pp. pp. Colloids and surfaces A: Physicochemical and engineering aspects. N. GUPTA. R. “Catalytic detoxification of C2chlorohydrocarbons over iron-containing oxide and zeolite catalysts”. 2005. 2004. pp. n. Acessado em setembro de 2005. SHAMA. n. “BCR .B. S. 15-22.. pp. n. The Minerals.slag cementitious material”. H.79. 171-177. 18. pp. SHIN.. 261-270. I.american. 76. C. 2005. BREGNHOJ. http://www.html. 5. K. “Effect of phosphate on the hydration of alkali-activated red mud . D. http://www.htm. [42] HALÁSZ. ENDOH. [40] GUPTA.. NGUYEN. J. Water Resource. OHYA. http://www. C. 1013-1016.. 271. G. “A Preliminary investigation of strength development in Jamaican red mud composites”. pp. “Increasing the arsenate adsorption capacity of neutralized red mud (Baouxsol)”. Journal of Colloid and Interface Science. Revista Matéria. Cement and Concrete Research. 313-320.. D.. [43] HIND. M. A. TASI. n. M. HODOS. M.. 56. “Process developed for removal of lead and chromium from aqueous using red mud: an aluminium industry waste”.2. n.. [49] KAHANE. H.B. W.. K.. Minas Gerais. METHEW. Cement and Concrete Composites.. 26. “Red mud product development”. 30. n.iom3. A.... S. International Journal of Mineral Processing. R. 265.R. [45] HYUN. MASUDA. 2007. n. “Enrichment of titanium dioxide in red mud: a kinetic study”. TJELL. v.. Abril/Junho. pp. Ouro Preto. M. 1125-1134. pp.. [37] GÓIS. n. Water Research. pp. 281-296.. Minerals and Mining. I. S. H. C. 39. T. KIRICSI.2710. n. P. Metals & Materials Society.. SAI. pp.. 26. Revista Escola de Minas. 73–87.edu. F.. E.org. 1999.. PINNOCK. GIBBS. [48] JAMAICA TOURISM IMPACTS (JAMTOUR).edu.. MCCONCHIE. R. “Arsenate removal from water using sand-red mud columns”. Acessado em maio de 2006. 2005. C. Colloids and Surfaces A: Physicochemistry Eng. 1991../TED/Jamaica.. 1996... M. 12. F. BURRAGATO. CLARK. A E SCHWARTZ. 1997. V. Cement and Concrete Research. v. 322 – 338. Revista Matéria. n. T. M. D. 33. D. MACCARI. [58] LOPEZ. 1997. W. ALVES. C... S... 34.. Washington. pp. International journal of Mineral Processing. “Application of rheology to solving tailings disposal problems”. In: Proceedings of the 6th international alumina quality workshop. DA MOTTA.. 2004. LYBEROPULU. 67-73. M. M. pp. n. J. 11-20.. “Properties and microstructure of the hardened alkali-activated red mud–slag cementitious material”. 2003. 2. “Adsorbent properties of red mud and its use for wastewater treatment”. “In situ fixation of metals in soils using bauxite residue: chemical assessment”. 2001. n. 2002. H.19. STEINLECHNER. 121-134. Brisbane. n. D. v. 12. DÍEZ. Catalysis Today. BARRAL.. [55] LI. M. pp.. In: 71st Annual Meeting of the American Ceramic Society. PARISSAKIS. 32. D. B. B. [59] MARABINI.SILVA FILHO... H. M. F. em cinco anos”. R. G... A.. H. RUBINOS. Acessado em julho de 2006. n. 1996.. N.. M. BORTZ S.com.. Março/Abril. YU. pp. Estados Unidos. BARTZAS. v. P. Z. pp. M. pp. 327-332. Water Research. Chemosphere. “A study of iron mineral transformation to reduce red mud tailings”. N. 73.. DRAME. “Advances in red mud dewatering and disposal technologies”. P.. n. 2002. International journal of Mineral Processing. ZHANG.. [63] NAMASIVAYAM.. 287.. V. Environmental Pollution. Analytica Chimica Acta. E. 1996. 248-250. 2002. S. “Phosphate removal from aqueous solutions using red mud wasted in bauxite Bayer's process”. Minérios & Minerales. [69] PAN. v. E. n. “Catalytic hydrogenation of anthracene oil with red mud”. n 4. 54. F. 1998. 688-694. SASTRE. pp. [62] NAKAMURA. pp.. Australia. ZHAO. LI.. G.and rock-wool fibre”. n. D. [57] LOMBI. PELINO. C. NUNEZ. pp. SASTRE. K.... R.br. M.. H. 1437–1441. McGRATH. ZHANG. 118.. www. I. Q. Light Metals. 319. DÍEZ. pp.435–443. 17.. SOTO. F. 13141322.B. Resources.. Issue 5. E. pp. Conservation and Recycling. 2007. J. [54] KOUMANOVA. PLESCIA... [60] McCONCHIE. “Red mud and sands handling new thoughts on an old problem”. Waste management. [66] OCHSENKIIHN-PETROPULU. pp. [56] LLANO.. 73. B. “Removal of congo red from wastewater by adsorption onto waste red mud”. S. PASPALIARIS. 336 .. 217-233.. n. D. G. M.minerios. H. K. M. F. C. ROSAL. n. H. 53. M.. “Alunorte: de 1.. n. R.... OCHSENKIIHN. The Minerals. E. T.. 183-194. 525-534. M.C. ARASI. E. J. SUN. Minerals engineering. V. pp.. [61] MINERIOS & MINERALES. Fuel. 21. “Efficiency of limestone and red mud barriers: laboratory column studies”. J. A. “Recovery of lanthanides and yttrium from red mud leaching by selective”.. [68] ORDÓÑEZ. D. “Use of Bauxite wastes for lighweigth nuilding products”. [53] KOMNITSAS. 1994.... YANG. BOGER.. “New strategies for the management of bauxite refinery residues (red mud)”. D. 401417... pp. Y. 325-331. 1998. “Hydrodechlorination of tetrachloroethylene over sulfided catalysts: kinetic study”. L. 2006. Metals & Materials Society. 1998. POPANGELOVA. pp. pp. 249-254. “New materials from industrial and mining wastes: glass-ceramics and glass.. [65] NUNN. n.16-19.. 1969.. A.. 1998. pp. FITZ. J. DAVIES-McCONCHIE. 2. [64] NGUYEN. M. ARIAS. [67] OEBERG.6 a 4. F.4 milhões t/ano de alumina... 254. 1999. L. JUN. pp. S.G. 2006. “Application of thermal analysis techniques to a sample of red mud . M. [87] SINGH. GARG. Chemosfere. 204-209.. “Study on anhydrite plaster from waste phosphogypsum for use in polymerized flooring composition”. NAH. Part 2: production of clay-based ceramics”. v. 1979. G.. B. 2005. Light Metals. M. Mato Grosso.. COCCO. pp.com. A. 2000a. V. M. [86] SILVA FILHO. 322 – 338.. “Utilization of red mud as raw material for the cement industry”. H.. R. S. “Effect of Acidic Surface Treatment of Red Mud on Mechanical Interfacial Properties of Epoxy/Red Mud Nanocomposites”. 245-252. SHAO. L. [79] RONDON. pp. M. E.. v. 2005. v. 2007. C. M. SILVA. M.. I. Journal of Soil Contamination. P. M. G. ainda não publicado.. “Bautite “red mud” in the ceramic industry. [71] PARK. [82] SGLAVO.. 7... 59. K. [77] REESE. POCHETTI F. Journal of the European Ceramic Society. MOTTA SOBRINHO. n.a by-product of the Bayer process . C. pp. n. 9.... S. [72] PENG. In: 23° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Barcelona... T. MAURINA. 2005. DA MOTTA. Light Metals. E. STOPPA..... G. pp. pp. “Nano-crystal glass-ceramics obtained by crystallization by vitrified red mud”. Thermochimica Acta. R.. Part 1: thermal behavior”. 284. Construction and Building Materials. 2.. “Tratamento de efluentes têxteis por adsorção em lama vermelha”. [85] SILVA FILHO. RAO. [84] SHIMANO. E.. M. Facultat de Química.. S. SILVA.. L. n.. W. DAS. M. J. P. pp. R. A. 2..... [75] PRADHAN. n. Campo Grande.for magnetic separation”. Journal of Colloid and Interface. 19. M. “Degradação do corante remoção black B por reagente Fenton – utilização da lama vermelha como fonte de ferro”. W. H. SALVIATI. “Characterization of Indian red muds and recovery of their metal values”. BUDRONI.. 20. V. Agência Folha 28/07/2004 – 03h 13. “Use of Soil Amendments to Reduce Nitrogen. [78] RODRIGUEZ. [80] SALOPEK. STRAZISAR. 2003.. Industrial and Engineering Chemistry. 20. M.C. C. R. MONAGHEDDU.. Journal of the European Ceramic Society. “Fenton and UV-vis based advanced oxidation processes in wastewater treatment: Degradation. 325-244. OLIVEIRA. B. http://www.. [83] SGLAVO.. M. 41-44... L. “Soda cáustica vaza e atinge rio em SP. L. J.SILVA FILHO. MOTTA SOBRINHO. “Improvement of red mud polymer-matrix nanocomposites by red mud surface treatment”.. B.. S.. n. Acessado em julho de 2004. MAURINA. Universitat de Barcelona. Phosphorus and Heavy Metal Availability”.53-68. 25-29. 1672-1680. E. SEO.B. mineralization and biodegradability enhancement”.folha. J.. A. 2000b. G. KOGA. “Evaluation of the interaction mechanisms between red muds and heavy metals”. [73] PHILLIPS. (2004). 337 . A. 1955. C. A. HU. ALVES. 251. ALVES. CARTURAN. [74] PIGA. J. 2002. Journal of Colloid and Interface Science. Brasil. pp.. 2005. M. 2006. Tese Dr.. pp. n. M. S. “Bautite “red mud” in the ceramic industry. CAMPOSTRINI. pp.. In: XVI Congresso Brasileiro de Engenharia Química. N... M. 47. M. 1996. S. M.. F. 225–229. Journal of Hazardous Materials.. 12. DAS. J. V. B. G. 1993.br/noticia”. D.. “Mud disposal at the burntisland alumina plant”. CASTALDI. H. n..191-112. LIANG. I. [76] PURNELL. THAKUR. COCCO. 337-345.. 87-92. pp. [81] SANTORA.. Revista Matéria. “The Influence of red mud impoundments on the environment”. M. 899-903.. BRANDER JUNIOR. ALVES. Light Metals. CARTURAN. pp. n. V.. 1995. CUNDIFF. MELIS. [70] PARK. S. CONCI. B. n.. pp.. K.S. “In Aluminum production the first stage is Alumina”. html.B.1037-1046.. CLARKE. Light Metals. 105–127. 262-269. M.com/en/commodities/minerals/bauxite_and_alumina/bauxite_and_alumina_ table12. R.org. 2007.C. KHOO.. M.C. v. 103110. http://www. M.world-aluminium. Chemical Engineering Journal. DA MOTTA. RAO. pp. G.. 319-330. RIVERS. Journal of Geochemical Exploration. E. [95] UWINONA. S. J.. 2002.. pp.. P. M. n. Acessado em abril de 2003. ZHU. Water Research. Z. VAN VLIET. 1998.. R.html. “Preparation of iron rich cements using red mud”. S. 1983. “The use of bauxite residue to control diffuse phosphorus pollution in Western Australia: a win-win-win outcome”. [89] SOFRÁ. pp... H.. P. pp. “Removal of dyes from aqueous solution using fly ash and red mud”... S. “Red mud addition in the raw meal for the production of cement portland clinker”. 2004.. Planning. “A concise analytical strategy applied to waste treatment technology”. M. M. “Environmental rheology for waste minimization in the minerals industry”. pp. In: 6th International Alumina Quality Workshop. 12. [99] WILLS. Design and Analysis of Tailings Dams. pp. Journal of Cleaner Production. UDDINB. v. A. n. pp. E. [97] VICK. DAS. B. 6 ed. n.jm:1104/lectures/bauxite.B.. Butterworth Heinemann. Polymer Degradation and Stability. n 26. [94] USGSMRP United States Geological Survey Mineral Resources Program. http://wwwchem. 2005.. R. F. IKEUCHIB.edu. pp. United States of America.. S. [100] WAO – World Aluminium Organization. V. F.. http://www. S. V. A.. ALVES. 2002. [93] TSAKIRIDIS. [90] SUJANA. Revista Matéria. Mineral Processing Technology: An Introduction to the Practical Aspects of ore Treatment and Mineral Recovery. M. 73. A. ACHARYA. 2.. SAKATAB Y. M... 335–346.. R.indexmundi. 62..uwimona. H. Australia.. 322 – 338. 338 . S. N.. 485-493. n. 2000. N. UPADHAYAY. BOYJOO. 2005. BOGER. pp. Acessado em outubro de 2005. “Utilization of bauxite waste in ceramic glazes”. Acessado em julho de 2006. pp. 2001. M. Brisbane. D.. 1996. “The Catalytic Effect of Red Mud on the Degradation of poly(vinyl chloride) Containing Polymer Mixture into Fuel Oil”. 27. G. 1997.N. Ceramics International. “An LCA study of a primary aluminum supply chain”. Journal of Hazardous Materials B116. [102] YANIK. K. [91] SUMMERS. “Effect of calcination and physico-chemical properties of red mud”..13. 8. B. THAKUR. N. [92] TAN. n 7. H.. n 39. OUSTAKADIS. Y.. [98] WANG. 617-618. 1997. CHOUEIB. n. P. S. Cement and Concrete Research. A. S. PRASAD. [101] YALÇIN... [88] SINGH.SILVA FILHO. [96] VAN DER LAAN. SEVINÇ.... AGATZINI-LEONARDOU.. R. 129-138.