UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS – DACS SOCIOLOGIA PROF. DR.THADEU DE SOUSA BRANDÃO Estudos de Caso - Sociologia Unidade I 1. Campanha contra a mutilação genital ganha força no Egito. Os homens de uma humilde comunidade de agricultores estavam furiosos. Uma menina de 13 anos foi levada a uma clínica para ser submetida à remoção do clitóris, cirurgia considerada necessária aqui para a preservação da castidade e da honra. A menina morreu, mas não foi isso que deixou aqueles homens tão nervosos. Depois da morte da garota, o governo interditou a clínica e foi isso que enfureceu a todos. “Eles não podem nos deter”, vociferava Saad Yehia, dono de uma loja de chás na rua principal. “Somos a favor da circuncisão!”, repetia gritando. “Mesmo que o Estado não goste, vamos circuncidar as meninas”, desafiava Fahmy Ezzeddin Shaweesh, um idoso morador do vilarejo. A circuncisão, como seus defensores a chamam, ou mutilação genital feminina, como seus opositores a definem, tornou-se de repente o foco de um debate no Egito nos últimos meses. Uma campanha de âmbito nacional em prol da interrupção da prática se transformou em um dos mais poderosos movimentos sociais do Egito em décadas, unificando alianças até então pouco prováveis de pólos do governo, líderes religiosos oficiais e manifestantes nas ruas. Embora o Ministério da Saúde do Egito tenha decretado o fim da prática em 1996, ele permitiu exceções em casos de emergência, uma brecha considerada, pelos opositores, como tão ampla que, na verdade, acabou anulando a proibição. No entanto, o governo agora tenta obrigar uma proibição total. Durante séculos, as meninas egípcias entre 7 e 13 anos são submetidas ao procedimento, às vezes realizado por médicos, às vezes por barbeiros ou alguém do vilarejo disposto a fazê-lo. Em 2005, uma pesquisa promovida pelo governo na área de saúde revelou que 96% das milhares de mulheres casadas, divorciadas ou viúvas entrevistadas afirmaram ter sofrido o procedimento, número considerado alarmante por muitos dos próprios egípcios. A conclusão da pesquisa dizia: “A prática de circuncisão feminina é praticamente universal entre as mulheres em idade reprodutiva no Egito”. Embora a prática seja comum e cada vez mais polêmica em toda a África sub-saariana, de todos os países árabes, o único outro lugar onde essa prática é disseminada é o Lêmen, segundo especialistas. Na Arábia Saudita, onde as mulheres não têm permissão para dirigir nem para votar, e só podem trabalhar em poucos tipos de serviço, a prática é considerada repugnante e um reflexo de tradições pré-islâmicas. Entretanto, surge agora um movimento repentino de forças opostas à mutilação genital no Egito que está fazendo uma pressão sem precedentes pelo fim da prática. Mais de um século com/Noticias/>. Disponível em: <http://g1. Observe as fotos a seguir: . patológico ou normal? Justifique. Há alguns meses. a) O fato tratado no texto é anômico. aceitação do debate sobre sexualidade na televisão e no rádio. o movimento derrubou uma das principais barreiras à mudança: não é mais considerado tabu discutir o assunto em público. b) Explique o conceito de consciência coletiva na concepção teórica de Durkheim e como ela pode ser observada no caso apresentado. porém crescente. segundo os opositores da mutilação genital. Acesso em: 22/09/2007. 2. jornal independente e popular. Pela primeira vez.após as primeiras tentativas de acabar com esse costume. noticiários de televisão e jornais reportaram sem censuras os detalhes de operações negligentes e realizadas sem nenhuma higiene. Fonte: texto traduzido por Claudia Freire. duas meninas morreram e o fato foi noticiado em matéria de capa do Al Masry al Yom. Essa mudança coincidiu com uma pequena.globo. responda: a) Quais tipos de consciência Durkheim reconhece como partes constitutivas do indivíduo? Por quê? b) Somente quem torce por um time de futebol teria esta consciência? Como ela influencia o comportamento social? 3. diz ela. responda: na visão durkheimiana. expressos por meio de uma forma de consciência que contrapõe indivíduo/sociedade. Infância na hora da morte. apenas quatro sobreviveram. Gérson Leão de Mello. como o de Marinalva Maria de Jesus. 38 anos. não é um índice. As mulheres. não resistem às doenças respiratórias e às complicações intestinais. diz ele. num lugar que praticamente nada produz. clínico geral formado pela Universidade Federal de Alagoas. Não é por acaso que o Japão é a única nação do mundo em que existe um termo para definir a morte por . que perdeu seis dos 16 filhos que teve: “Deus resolveu levá-los. 16 filhos.800 habitantes é a causa principal da infinidade de enterros: crianças mal nutridas. com cerca de 14 anos. com exceção de pequenas culturas de mandioca e feijão. em média. de 51 anos. por dia. isto quer dizer. atende em média 80 pessoas. Como diz Maria Milton dos Santos. A m orte das crianças é encarada como uma graça divina em Carneiros. e têm. maio de 2005. A dedicação que os japoneses dispensam a suas tarefas é conhecida. Há casos drásticos.Estas fotos retratam o estádio do Maracanã. entre adultos e crianças. “poderiam ser evitadas caso a população fosse mais informada e menos afeita a crendices populares e tradicionais da região”. me fazendo um favor”. Metade das crianças nascidas morrem antes do primeiro ano de vida. a) Considerando o texto apresentado. por exemplo. 31 anos. A mortalidade infantil na pequena cidade alagoana de Carneiros. O único médico da cidade. qual seria o modelo de sociedade que caracterizaria a cidade de Carneiros? Por quê? b) Que tipo de solidariedade e vínculos constitui a base da sociedade de Carneiros? E a que tipo de direito corresponde esta forma de solidariedade? Retire do texto um trecho que evidencie a concepção de justiça da população de Carneiros? 4. Do karoshi ao karojsatsu. “esperamos somente o dia em que Deus nos chame para nos tirar desta terra”. “Vivemos em um mundo diferente”.3 em cada mil crianças. no Rio de Janeiro. a 253 quilômetros de Maceió. “Muitas doenças”. casam-se muito jovens. em sua maioria. lotado por torcidas organizadas. Fonte: texto adaptado da revista Isto é. A miséria absoluta em que vive o pequeno município de 5. Neste contexto. é um massacre: 633. Na visão durkheimiana. Dos seus 26 filhos. pode-se dizer que são fenômenos coletivos típicos. quase crianças ainda. dadas as extenuantes condições de trabalho a que se submetem todos os dias. o que é conhecido como karojsatsu.esgotamento em razão do trabalho em demasia: karoshi. soma-se a impressionante quantidade de álcool ingerida diariamente. somado à pesada hierarquia social do país e à falta de relacionamento entre o empresário e o trabalhador. psicológicos e sociais. Boa Atividade! . Fonte: JB Ecológico. A estes fatores trabalhistas. a) Considerando o texto. Tudo isso pode despertar o desejo da própria morte. Baixa auto-estima e distúrbios de personalidade costumam ser os sintomas mais freqüentes entre os japoneses. responda: na visão durkheimiana qual seria o modelo de sociedade que caracterizaria o Japão? Por quê? b) Que tipo de solidariedade e vínculos constitui a base da sociedade japonesa? E a que tipo de direito corresponde esta solidariedade? Justifique. 8/4/2007. provoca momentos insuportáveis para qualquer pessoa. que obriga os funcionários a manterem a cabeça baixa frente a seus superiores. O número de horas extras.