Estudo Cortiça

March 16, 2018 | Author: Charneca de Caparica | Category: Portugal, Trees, Economics, Mediterranean Sea, Industries


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O SECTOR CORTICEIROA ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL. Evolução das actividades de produção e de transformação ao longo dos séculos XIX e XX (Documento de Trabalho) Américo M. S. Carvalho Mendes Universidade Católica Portuguesa Faculdade de Economia e Gestão Rua Diogo Botelho, 1327 - 4169-005 Porto [email protected] ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 2 Outubro de 2002 APRESENTAÇÃO Este texto é uma versão revista e aumentada de um outro intitulado "O sector da cortiça em Portugal do século XVIII ao século XIX. Elementos de caracterização económica e políticas públicas" que foi apresentado na reunião de trabalho da Acção Integrada Luso-Espanhola sobre "O sector da cortiça na Península Ibérica. Evolução recente e expectativas a média prazo" realizada nos dias 3 e 4 de Dezembro de 2001, no Porto, na Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa. Por isso, este texto deve muito ao estímulo que esta acção integrada constitui, bem como ao que o autor tem podido aprender com os outros participantes neste processo. O presente texto é ainda um documento de trabalho que, na sua versão actual, tem como propósito essencial reunir informação publicada, mas dispersa, útil para o conhecimento da evolução económica e das políticas públicas com mais incidência no sector da cortiça em Portugal. Assim sendo, ele integra anexos extensos de três tipos: - um anexo estatístico com séries o mais longas que nos foi possível construir até este momento sobre diversos aspectos da economia deste conjunto de actividades; - uma crónica suberícola; - uma lista de referências bibliográficas. No que se refere às séries longas, faz-se aqui um ensaio de construção de uma série de produção de cortiça para os anos até 1942 que difere de tentativas anteriores nesta matéria. A partir daqui foi também possível produzir novas estimativas sobre a evolução da área dos montados de sobre durante a segunda metade do século XIX. No texto propriamente dito, procede-se a uma periodização da evolução das actividades corticeiras em Portugal com uma identificação das transformações mais relevantes nelas ocorridas em cada período, juntamente com o enunciado de algumas hipóteses explicativas dessas transformações, sugeridas pela bibliografia consultada, mas que carecem de mais investigação. É, pois, como documento intermédio de um trabalho em progresso que este texto deve ser entendido. Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 3 ÍNDICE 1 POSIÇÃO ACTUAL DO SECTOR CORTICEIRO PORTUGUÊS: AINDA UMA "JÓIA DA COROA" DA ECONOMIA PORTUGUESA.............................................................................................................................................................6 1.1 POSIÇÃO DA CORTIÇA NO CONTEXTO DOS MERCADOS MUNDIAIS DE PRODUTOS FLORESTAIS .....6 1.2 POSIÇÃO DO SECTOR CORTICEIRO PORTUGUÊS NO CONTEXTO MUNDIAL................................................6 1.2.1 Condições naturais de Portugal para a cultura do sobreiro ...........................................................................6 1.2.2 Posição de Portugal no contexto da economia mundial da cortiça ...............................................................7 1.3 POSIÇÃO NO CONTEXTO DO SECTOR FLORESTAL PORTUGUÊS......................................................................7 1.3.1 Posição relativa na área florestal..........................................................................................................................7 1.3.2 Formas de propriedade florestal............................................................................................................................7 1.3.3 Posição relativa no valor total da produção da floresta portuguesa ............................................................7 1.3.4 Posição relativa no P.I.B. florestal ........................................................................................................................8 1.3.5 Posição relativa no emprego florestal ..................................................................................................................8 1.3.6 Posição relativa no comércio externo florestal...................................................................................................8 1.4 POSIÇÃO NO CONTEXTO REGIONAL........................................................................................................................11 1.4.1 Distribuição regional do sobreiro e sua evolução histórica......................................................................... 11 1.4.2 Posição no contexto da economia do Alentejo ................................................................................................. 11 2 PRODUTOS DO MONTADOS DE SOBRO: MULTIFUNCIONALIDADE E FLEXIBILIDADE.............................. 13 2.1 ORIGEM E DINÂMICA ANTRÓPICA DOS MONTADOS DE SOBRO ................................................................................13 2.1.1 Conceitos de montado ........................................................................................................................................... 13 2.1.2 Tipos de montado ................................................................................................................................................... 14 2.2 M ULTIFUNCIONALIDADE DOS MONTADOS DE SOBRO ...............................................................................................15 2.2.1 Valor de uso directo dos montados de sobro .................................................................................................... 15 2.2.2 Outras componentes do valor económico total dos montados de sobro ..................................................... 19 2.3 FLEXIBILIDADE DOS MONTADOS ...................................................................................................................................19 2.4 VULNERABILIDADE DOS MONTADOS.........................................................................................................................20 3 ATÉ À RECONQUISTA: O TEMPO DO MAQUIS EM PROPRIEDADE COMUM.................................................... 21 3.1 3.2 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................................................21 A LTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................22 4 DA RECONQUISTA ATÉ AO SÉCULO XV: O TEMPO DOS CONFLITOS ENTRE A PROCURA "ARISTOCRÁTICA", A PROCURA "POPULAR" E A PROCURA "COMERCIAL" ...................................................... 22 4.1 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................................................22 4.2 A LTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................23 4.2.1 Tipos de procura dos produtos dos povoamentos de sobro ........................................................................... 23 4.2.2 Políticas públicas dominadas pela procura "aristocrática" para fins cinegéticos.................................. 24 4.2.3 Extracção de cortiça para exportação .............................................................................................................. 25 4.2.4 Conflitos entre os lavradores e os pastores....................................................................................................... 26 5 DO SÉCULO XV ATÉ AO SÉCULO XVII: O TEMPO DOS "MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS" E DA INTENSIFICAÇÃO DA REGRESSÃO DOS SOBREIRAIS ..................................................................................................... 26 5.1 5.2 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................................................26 A LTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................27 6 DO SÉCULO XVIII ATÉ MEADOS DO SÉCULO XIX: A TRANSIÇÃO DEFINITIVA DO MAQUIS PARA OS MONTADOS...................................................................................................................................................................................... 29 6.1 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................................................29 6.1.1 Uma inovação "radical": a rolha de cortiça natural ..................................................................................... 29 6.1.2 Invenção das garrafas cilíndricas....................................................................................................................... 29 6.1.3 A descolagem da indústria rolheira catalã....................................................................................................... 29 6.1.4 O crescimento das exportações vinícolas.......................................................................................................... 30 Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 4 6.1.5 O crescimento da procura dos produtos não suberícolas dos montados.................................................... 31 6.1.6 As alterações nos direitos de propriedade da terra ........................................................................................ 32 6.1.7 As melhorias nos transportes e comunicações.................................................................................................. 32 6.1.8 As guerras com Espanha e com outros países europeus................................................................................. 32 6.1.9 As alterações na economia agrária do Alentejo .............................................................................................. 33 6.2 A LTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO......................................................33 6.2.1 Surgimento dos montados modernos.................................................................................................................. 33 6.2.2 Efeitos da febre vitícola......................................................................................................................................... 35 6.2.3 Por que é que as indústrias da cortiça arrancaram mais tarde em Portugal do que na Catalunha?... 35 6.2.4 Descolagem das exportações e das indústrias da cortiça em Portugal no século XIX............................. 37 7 DE MEADOS DO SÉCULO XIX ATÉ À CAMPANHA DO TRIGO E À GUERRA CIVIL ESPANHOLA.............. 38 7.1 CONTEXTO DA ECONOMIA CORTICEIRA PORTUGUESA.............................................................................................38 7.1.1 Crescimento, crise e estagnação económica..................................................................................................... 38 7.1.2 A "Revolução Verde à portuguesa"..................................................................................................................... 40 7.1.3 Uma hipótese explicativa: as políticas suberícolas como derivadas das políticas cerealíferas............ 41 7.1.4 Sector cerealífero ................................................................................................................................................... 42 7.1.5 Transformações estruturais na indústria corticeira espanhola e não ibérica........................................... 42 7.2 TRANSFORMAÇÕES NO SECTOR DA CORTIÇA.........................................................................................................43 7.2.1 Principais factos ocorridos no sector................................................................................................................. 43 7.2.2 Expansão da área de sobreiro ............................................................................................................................. 44 7.2.3 Descolagem das indústrias da cortiça em Portugal ........................................................................................ 49 8 DA CAMPANHA DO TRIGO ATÉ AO 25 DE ABRIL DE 74 ......................................................................................... 61 8.1 CONTEXTO DA ECONOMIA CORTICEIRA PORTUGUESA.............................................................................................61 8.1.1 A Guerra Civil de Espanha e a crise da sua indústria corticeira ................................................................. 61 8.1.2 Política cerealífera ................................................................................................................................................ 62 8.1.3 Política florestal..................................................................................................................................................... 62 8.1.4 Peste suína africana............................................................................................................................................... 62 8.1.5 Política industrial .................................................................................................................................................. 62 8.1.6 Êxodo rural.............................................................................................................................................................. 64 8.1.7 Surgimento do plástico ......................................................................................................................................... 64 8.2 TRANSFORMAÇÕES NO SECTOR DA CORTIÇA.........................................................................................................64 8.2.1 Incorporação do sector da cortiça na organização corporativa ................................................................. 64 8.2.2 Produção de cortiça .............................................................................................................................................. 64 8.2.3 Indústrias da cortiça.............................................................................................................................................. 66 9 DO 25 DE ABRIL DE 74 ATÉ À ADESÃO À C.E.E. ......................................................................................................... 70 9.1 CONTEXTO DA ECONOMIA CORTICEIRA PORTUGUESA .............................................................................................70 9.1.1 Reforma Agrária ..................................................................................................................................................... 70 9.1.2 Política industrial .................................................................................................................................................. 70 9.2 TRANSFORMAÇÕES NO SECTOR DA CORTIÇA.........................................................................................................71 9.2.1 Evolução da produção de cortiça....................................................................................................................... 71 9.2.2 Evolução da estrutura industrial: a organização em "distrito industrial" na zona da Feira ................ 72 10 DA ADESÃO À C.E.E. ATÉ AOS NOSSOS DIAS E PERSPECTIVAS FUTURAS: AS "JÓIAS DA COROA" PODEM NÃO SER ETERNAS ........................................................................................................................................................ 77 10.1 EVOLUÇÃO DA ÁREA DE SOBREIRO E DA PRODUÇÃO DE CORTIÇA ..................................................................77 10.1.1 De novo um olhar sobre a evolução da área de sobreiro desde 1867 ......................................................... 77 10.1.2 Efeitos das políticas públicas de incentivos à florestação ............................................................................. 78 10.1.3 Será ou não sustentável a retoma do crescimento da área de sobreiro e da produção de cortiça registada desde meados da década de 80?......................................................................................................................... 80 10.2 EVOLUÇÃO DAS ACTIVIDADES DE EXTRACÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE CORTIÇA EM BRUTO.......................86 10.2.1 Importância económica......................................................................................................................................... 86 10.2.2 Técnicas de extracção da cortiça........................................................................................................................ 87 10.2.3 Organização económica da extracção e da comercialização da cortiça em bruto .................................. 87 10.3 EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA ..............................................................................................................................................90 Américo M. S. Carvalho Mendes ..... 91 10................... S...........................................................................................3.................. Carvalho Mendes .2 Indústria preparadora.................................... 90 10.. 93 Américo M.......ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 5 10......................3 Indústria transformadora...........1 Evolução comparada da produtividade e dos custos do trabalho das indústrias da cortiça e das outras indústrias florestais ....................................................................................................................................3......................................................3............................................. como é o caso nas Beiras e Trás-os-Montes (600700 m) e na Serra da Estrela (800-900 m). em condições desfavoráveis a quase todas as outras espécies arbóreas do País" (Alves. porfíricos. "o sobreiro é árvore valiosa por muitos aspectos: árvore indígena. muito ingratos.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 6 1 POSIÇÃO ACTUAL DO SECTOR CORTICEIRO PORTUGUÊS: AINDA UMA "JÓIA DA COROA" DA ECONOMIA PORTUGUESA 1. Na bacia do Mediterrâneo. em França. a cortiça e os produtos de cortiça ocupavam a sexta posição entre os grupos de produtos florestais não lenhosos transacionados nos mercados internacionais. como se verifica no Sul da França e na Catalunha. o sobreiro ocupa uma estreita faixa do litoral. Segundo Vieira da Natividade. p. feldspáticos e xistosos. ou seja." (Natividade. Segundo Mariano Feio. conseguindo "tirar partido de solos arenosos e descalcificados. na Argélia e na Tunísia. com as modificações que imprime ao clima." (Natividade. a seguir à borracha. o mapa da distribuição do sobreiro no nosso país é perfeitamente explícito. O sobreiro adapta-se a variados tipos de solo embora prefira os graníticos. especialmente as primaveris e resistindo relativamente bem ao vento. A Sicília e a Calábria são consideradas a fronteira oriental da espécie. o sobreiro "está circunscrito à chamada região mediterrânea ocidental onde. Quanto à altitude. sobretudo os arenosos. S. ao vime e produtos similares. prefere as regiões onde o rigor do Verão é atenuado pela influência atlântica. 1982). o sobreiro é uma espécie do chamado Lauretum. mas em Marrocos. "Na sua área mediterrânea. às plantas com uso farmacêutico. 1991). 1950). na Argélia e na Tunísia. ao bambu. desenvolve-se bem nas regiões com Verões quentes e secos. 1950. O relevo do solo. Carvalho Mendes . 1950. 1950. 1982. 34).2. que corrige a grande amplitude das oscilações térmicas e a elevada aridez estival do clima mediterrâneo típico. verdadeiros solos esqueléticos. 1.. opõem-se à penetração continental do sobreiro. o óptimo desta espécie situa-se abaixo dos 200m (Natividade. 1950. . Apesar do isolamento do envólucro de cortiça. como no interior da Península Ibérica. que corta as pequenas zonas suberícolas do Var e das Landes. como acontece na Itália. Alves. 1982. pouco ultrapassa o paralelo 44. aos frutos secos e à raíz de ginseng. vai além do paralelo 33. 34).1 POSIÇÃO DO SECTOR CORTICEIRO PORTUGUÊS NO CONTEXTO MUNDIAL Condições naturais de Portugal para a cultura do sobreiro Em termos de clima. 1993). excelentemente adaptada ao clima da metade ocidental do Sul do nosso país. mais exposto à influência oceânica. ou as baixas temperaturas no inverno e a elevada pluviosidade. por influxo do Atlântico. Goes. mal drenados e bastante húmidos (Natividade. tem a inestimável vantagem de preferir os solos ácidos e pobres para outras culturas. não alcança o paralelo 36. Ao Sul. mas pode sobreviver até aos 950 m. sendo sensível às geadas..2 1. com pouca chuva e com Invernos suaves. A Norte.1 POSIÇÃO DA CORTIÇA NO CONTEXTO DOS MERCADOS MUNDIAIS DE PRODUTOS FLORESTAIS Segundo dados de comércio externo recolhidos e publicados pela FAO em 1995. Alves. o sobreiro não ultrapassa o mar Jónio. Loureiro. para Leste do Estreito de Gibraltar. temos muito melhores Américo M. se reunem as condições climáticas necessárias à vegetação do sobreiro. ou a ridez do clima. O sobreiro só não se adapta aos solos excessivamente argilosos. p. Por esta razão. sem neve (Natividade. 3. S. Américo M. mas as rochas e os solos são de dominante calcária. sem os trabalhos sob contrato (cf. 68% para os produtos aglomerados). Entre as regiões de clima mediterrânico onde a árvore falta." (Feio. note-se que. o que corresponde a 21. mas também os valores de uso indirectos e o valor de conservação.3 Posição relativa no valor total da produção da floresta portuguesa Segundo as nossas estimativas para 1998. 1.3% para os produtos transformados de cortiça natural. a cortiça representava 4. a cortiça representava 26. com mais de metade (57%) da produção mundial de cortiça em bruto.na produção industrial. . Quadro N. 1. No que se refere produção de cortiça em bruto. mesmo do que a restante área de sobreiro.6% do valor total da produção da floresta portuguesa. destaca-se a zona litoral da Califórnia. 82. em Espanha.2 Posição de Portugal no contexto da economia mundial da cortiça O sector da cortiça é um caso especial na economia portuguesa pois é o único onde Portugal tem a primeira posição a nível mundial em vários domínios: .2% valor da produção florestal final.º ).3. . p.28% da área florestal de Portugal Continental e faz desta espécie a segunda mais importante em termos de uso do solo. pelo menos entre aquelas onde a árvore existe. tendo-se acentuado durante esse período para atingir no início do século XX um patamar à roda dos 50%. onde a influência marítima é menor d que na frente atlântica. a liderança de Portugal já era um facto no último quartel do século XIX.na produção da matéria prima.3 1. que se situa nas margens do Mediterrêneo ocidental. No caso da produção industrial e das exportações o ponto de viragem irreversível no sentido da liderança portuguesa foi a Guerra Civil Espanhola que afectou seriamente a indústria catalã. 62). com 60% do valor da produção mundial de produtos de cortiça transformados.2.3% para o conjunto das espécies florestais do Continente.2 Formas de propriedade florestal Os povoamentos de sobro são a componente da floresta portuguesa onde a propriedade privada individual e não industrial tem mais peso: 100% contra 84. 1989. onde se tem mantido desde então. em 1997. Embora os dados não sejam rigorosamente comparáveis.4% para os produtos semi-transformados. a região do Mundo com melhores condições naturais. pela extensão e por ter o Verão mais fesco do que o nosso. com mais de dois terços das exportações mundiais em volume de produtos transformados de cortica (77.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 7 condições para esta árvore do que a vizinha Espanha. 1.º 6). 1. a área de sobreiro era de 712813 ha. predominante até essa altura. o Estamos no solar do sobreiro. incluindo este não só o valor de uso directo.3.1 POSIÇÃO NO CONTEXTO DO SECTOR FLORESTAL PORTUGUÊS Posição relativa na área florestal Segundo o último Inventário Florestal que data de 1995 (Quadro N. Carvalho Mendes .nas exportações. Em 1984 a pasta celulósica ultrapassou os artigos de cortiça no primeiro lugar das nossas exportações florestais.000 contos o que representa 16.000 contos à sua transformação. Destes 18.9 % no período 1981/90). situando-se em 2. em 1993.3.0 % do total do sector florestal. 1.6 % do PIB a preços de mercado.B. da entrada em funcionamento dos grandes projectos da indústria automóvel.9 % do valor das exportações portuguesas.º lugar logo após os têxteis e o vestuário (26. a 2. das indústrias silvícolas.A. representando 27. Carvalho Mendes . por ano. As nossas importações correspondem essencialmente a madeiras exóticas e a papel.º 5. em 1994.A.600 pessoas o que representa 10.A.3 % do valor total exportado detses produtos.3. de Abril de 1992. em grande parte.774. Em 1999 e 2000 essa percentagem foi respectivamente de 10 e 11%. Israel) para onde tradicionalmente exportamos madeira para embalagens de frutos e legumes.6 1.4 Posição relativa no P. da silvicultura e 15. da silvicultura foi de 105.1 Posição relativa no comércio externo florestal Posição relativa em 1994 Em 1994 a fileira florestal foi responsável por 11.400 pessoas (5. corresponde a 2. da DGPA do Ministério da Agricultura. O sub-sector da cortiça gerou um V. o que representa respectivamente 17.068.6. S.6 %.3. As variações positivas no superavit florestal durante a década de 80 ficaram a dever-se aos termos de troca (variação média anual de 1.I.A.000 contos corespondem à extracção da cortiça e 38. 1.ª componente mais importante das exportações florestais portuguesas.3. em 1993. de 57.1 %. florestal Segundo as nossas estimativas.1 % do valor das exportações nacionais) e antes dos curtumes e do calçado (9. exportação essa que foi afectada quando se agravaram os conflitos no Médio Oriente.6.608.2 % do V.8 %). enquanto o das exportações foi de 3.B. O sub-sector da cortiça por sua vez empregava cerca de 22.3.1% do total do emprego no sector florestal. tendo baixada a posição relativa para quarto lugar em virtude da ascensão das exportações e dematerial de transporte resultante.2 Comportamento comparado das exportações de cortiça e dos outros produtos florestais durante os anos 801 O saldo da balança comercial dos produtos da fileira florestal manteve-se superavitário ao longo de toda a década de 80. 1.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 8 1. o sector florestal português ocupava mais de 223.294.5 Posição relativa no emprego florestal Segundo as nossas estimativas.8 % do V. tendo contribuído para reduzir o deficit da nossa Balança Comercial 19.6% em média. o V.226. em conjunto. 1 Américo M. representando no final da década (1990) cada um destes produtos respectivamente Este ponto e o seguinte baseiam-se no trabalho de Amaral (1991) e no Boletim de Informação Económica N.000 contos e o das indústrias silvícolas foi de 252. As exportações portuguesas de produtos florestais concentram-se num número reduzido de países: UE e alguns países mediterrânicos (Marrocos. já que as variações em volume das importações e das exportações deram uma contribuição média negativa: o crescimento médio anual das importações em volume foi de 11.000 contos o que.3 % da população activa empregada do país).B.B.B. A cortiça natural e as obras de cortiça foram. . . o nosso país reforçou a sua posição exportadora neste tipo de produto. A partir de meados da década as importações de mobiliário começaram a ganhar peso (0.3.os EUA que aproveitam a desvalorização do dólar e os seus abundantes recursos florestais. Também evoluiu positivamente o peso das exportações de madeiras que passou de 18. O peso das exportações de papel manteve-se em torno dos 10 % (11. na década de 80. ultrapassando nesse ano os resinosos cujo peso foi decaindo ao longo da década. exportam a baixíssimo preço para angariar divisas de que carecem urgentemente. ou seja. o Chile dispõe também de uma vasta floresta natural.5 % em 1980 para 3. a taxa de cobertura. com grandes plantações de origem estatal.na pasta celulósica houve um “acréscimo dedutivo” do nosso grau de especialização até 1987. Destas quatro categorias de produtos o papel é o único no qual a nossa balança comercial é deficitária.3 Comportamento comparado das exportações de cortiça e dos outros produtos florestais durante os anos 90 Desde 1990 tem-se verificado uma quebra na procura externa e nos preços internacionais dos produtos derivados da madeira.os países bálticos da ex-URSS onde a fileira florestal se desenvolve sob a forte influência da Suécia e da Finlândia. S.2 % e 26. . embora superior a 100 %. Para além da floresta cultivada. Carvalho Mendes . Brasil) que concorrem com a nossa pasta de papel fornecendo matéria prima a metade do preço da nacional2. a taxa de cobertura manteve-se sempre superior a 100 % aumentando até 1985 e diminuindo a partir de então.6. voltando a ser menor que 100%. diminuiu de ano para ano. . ou seja. p.no papel houve “acréscimo indutivo” até 1983.os países do Leste Europeu. A forma como esta tem vindo a ser explorada leva alguns estudiosos do assunto a prever o esgotamento destes recursos dentro de 25 a 30 anos (Economist.9 % em 1981 para 22. ou seja.nos produtos resinosos e no mobiliário.3 % em 1981.3 % em 1990.nas madeiras e nos artigos de cortiça houve um “acréscimo dedutivo” (até 1987 no caso das madeiras e até 1985 no caso da cortiça) seguido de “decréscimo dedutivo”. para 3. seguido de um “decréscimo “dedutivo”.3 % em 1990.8 % em 1981 para 28.7 % em 1990. . sendo uma parte da produção um produto sem nós. Ao mesmo tempo diminui o peso relativo das importações de madeira (46.os países da América do Sul (Chile. ou seja.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 9 32. 2 Américo M.dentre estes países o Chile que aliado à Nova Zelândia tem vindo a impôr o seu pinus radiata como madeira de qualidade para a carpintaria e o mobiliário.2 % em 1990). Analisando a evolução da taxa de cobertura para cada um destes grupos de produtos e recorrendo aos conceitos propostos por Lafay (1979) verificamos o seguinte: . reduziu-se “indutivamente” o nosso grau de especialização. representando desde 1982 o produto com mais peso nas importações florestais (36. 1. Exportando essencialmente produtos de baixo valor acrescentado a indústria portuguesa tem dificuldade em responder a esta situação com diferenciações de qualidade e de preço relativamente à concorrência. .9 % em 1990.7 % das exportações. Esta concorrência tem vindo principalmente das seguintes origens: . tendo diminuído a partir de 84. 3/2/96.8 % em 1980 contra 52. 39). explorando-o de forma intensiva. Uruguay. . a taxa de cobertura inferior a 100% no início foi crescendo até ultrapassar os 100%.2 % em 1981 e 6.1 % em 1990) e o do mobiliário subiu de 1.5 % em 1990). passando de 11. ou seja. uma taxa de cobertura superior a 100 %. S. como é o caso do Reino Unido.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 10 . Papel e cartão “Decréscimo dedutivo” entre 1984 e 1992.os próprios países da UE tradicionalmente nossos principais clientes. entre 1985 e 1992 a taxa de cobertura. entre 1985 e 1991 a taxa de cobertura diminuiu mas manteve-se superior a 100 % tendo aumentado a partir de 1992.ª Guerra Mundial chegam agora à idade de corte estimulando o desenvolvimento das indústrias silvícolas locais. Cortiça “Decréscimo indutivo” entre 1985 e 1991 seguido de um “acréscimo dedutivo”. embora superior a 100 %. Nos produtos de cortiça. com uma taxa de cobertura ainda superior a 100 %. ou seja. tem vindo a diminuir desde 1987. mas com tendência para diminuir. tendo passado abaixo de 100 % em 1995. especialmente a partir de 1989. Resinosos “Decréscimo indutivo” do nosso grau de especialização. A estes factores acrescentou-se a partir de 1989 uma política monetária restritiva e uma política cambial de “escudo forte” que. tendo-nos aproximado dos 100 % em 1995. as madeiras (onde Portugal passou a ser deficitário em 1995) e a pasta celulósica. A consequência deste conjunto de factores tem sido uma diminuição da taxa de cobertura das importações pelas exportações para os vários produtos do sector florestal. ou seja. têm vindo a minar a competitividade das indústrias produtoras de “bens transaccionáveis” como é o caso das indústrias silvícolas. Mobiliário de madeira e vime “Decréscimo indutivo” entre 1981 e 1992. Carvalho Mendes . estando já próxima dos 100 % no caso do papel e cartão. onde grandes plantações florestais feitas a seguir à 2. entre 1984 a taxa de cobertura que era inferior a 100 % foi-se deteriorando de ano para ano. Em resumo. no mobiliário e no papel e cartão a taxa de cobertura tem melhorado a partir de 1993. Américo M. tendo aumentado a partir de 1993. embora superior a 100 %. a taxa de cobertura. situação que se inverteu a partir de 1993. seguido de “acréscimo indutivo” partir de 1993. a dinâmica das formas de especialização das componentes do nosso sector florestal na última década tem sido a seguinte: Madeiras “Decréscimo indutivo” do nosso grau de espcialização. seguido de “acréscimo dedutivo” a partir de 1993. mas a decrescer rapidamente. como já mostrámos no ponto anterior. Esta diminuição prolongou-se até 1995 para os resinosos. diminuiu. ou seja. Pasta celulósica “Decréscimo indutivo” desde 1987. ou seja. Baseado na frequência de toponómios referentes ao sobreir. ou reduto de feras temidas pelo próprio homem.4 1. De todas as árvores é a que se encontra mais largamente disseminada no País. mercê da menor densidade da população. entre os paralelos de Ovar e Peniche.. entre o Douro e o Minho. e mais particularmente no Alentejo. mas antes às múltiplas circunstâncias que. e graças também à protecção dispensada aos arvoredos pelas nossas leis agrárias. o incessante parcelamento da propriedade. um longo perído de sete séculos. minguando-se.. e especialmente no Noroeste do País. 1950. e onde aliás ela não pôde competir com as outras quercíneas de mais rápido crescimento e tidas então em maior apreço. Só a partir do começo do século XVIII a valorização da cortiça revelou que imprevista riqueza ocnstituíam os montados de sobro. pela acção selectiva do clima. No centro do País. vegeta com inteiro à vontade nos territórios das outras espécies lenhosas. Os terrenos baldios. no decurso dos tempos. favoreceram ou contrariaram a sobrevivência da floresta de sobro. Nessa região a cortiça é o produto que. . o Alentejo é a grande região de produção suberícola do país. MORAES (1940) admite um mais extenso domínio outrora do sobreiro na faixa litoral. Nos territórios entre o Douro e o Minho. de longe. Nas regiões montanhosas e mais agrestes do Minho." (Natividade. se bem que lutas frequentes numa época anterior à constituição da nacionalidade hajam reduzido a área suberícola. no solar do castanheiro. a tão marcada distribuição actual não se pode atribuir a uma decidida preferência do sobreiro por determinadas condições edafo-climáticas. delineou AMORIM GIRÃO (1942) uma carta da distribuição antiga desta espécie em Portugal que nos deixa entrever também que ao Norte do Tejo. e que dizimam os rebanhos e constituem impedimento ao pastoreio. Carvalho Mendes . os núcleos florestais fragmentaram-se corroídos pela cultura agrícola. expulsam o sobreiro das regiões mais férteis como espécie de pouca valia. estendem-se hoje ainda por centenas de milhar de hectares.4. da Beira Alta e da Beira Baixa. . abrigo de animais daninhos que ameaçam as culturas.. e se há que admitir que no Sul. a floresta natural. Tudo indica que em remotos tempos o sobreiro ocupou na arborização de Portugal lugar de grande relevo. do roble e do carvalho negral. do homem e dos gados. Encontramo-lo no Norte. luta sem proveito nem glória com o pinheiro bravo. 37-39). à azinheira e ao pinheiro manso no Alentejo e vegeta a par da alfarrobeira nas quentes serras algarvias. 1. pôde atravessar. do Tejo ao Minho. a floresta natural. mais férteis e já densamente povoados antes de se constituir a nacionalidade. teve sempre maior desenvolvimento a floresta de carvalhos de folha persistente (sobreiro e azinheira). fragmentando-se e degradando-se. não sem graves danos. junto ao litoral. S. nasceu. da forma por que se realizou o povoamento. na área compreendida entre as serranias jurássicas e as dunas marítimas. cobertos por uma vegetação pobre que substitui a floresta clímace.4. O mais intensivo aproveitamento da terra. tem mais importância Américo M.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 11 1. Por sua vez. desaparece a pouco e pouco pela acção destruidora do fogo. sem obediência às fronteiras traçadas pela fitogeografia. do clima mais árido.1 POSIÇÃO NO CONTEXTO REGIONAL Distribuição regional do sobreiro e sua evolução histórica Sobre a distribuição regional do sobreiro em Portugal e a sua evolução histórica vale a pena citar Vieira Natividade: "O sobreiro. e só então a subericultura portuguesa. pp.. associase ao carvalho português na Estremadura. o sobreiro teria na arborização papel de muito maior relevo do que aquele que tem hoje. verdadeiramente. estatuto que já tinha no ínício deste século e que reforçou deste então.2 Posição no contexto da economia do Alentejo Com um pouco mais de dois terços da área de sobreiro de Portugal Continental em 1995. em Portugal. 1% em 1995) do que no resto do país. S. Como a cortiça é o produto florestal português com maior produto bruto por hectare.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 12 económica representando no início dos anos 90 cerca de um quarto do VAB da agricultura e da silvicultura. No que se refere ao cerca de 87% do Produto Florestal Bruto do Alentejo a preços de 2000. os factos atrás referidos juntamente com uma taxa de arborização bem superior à média do Continente certamente que explicam por que é que a silvicultura tem nessa região um peso relativo mais importante no PIB (4. Carvalho Mendes .7% em 1995) e no emprego (1. a cortiça representa 87% desse valor. com a grande subida dos preços da cortiça e a descida no spreços dos cereais nos últimos anos essa percentagem deve ser bem superior. Actualmente. Américo M. Contudo. posto em prática por explorações de grande dimensão. p. Américo M.sobreiro. que associa uma presença arbórea .1 ORIGEM E DINÂMICA ANTRÓPICA DOS MONTADOS DE SOBRO Conceitos de montado Os principais tipos de sistemas agro-silvo-pastoris existentes em Portugal são os montados de sobro e de azinho. Segundo o Inventário Florestal de 1995 (cf.1 2. em meados do séc.. em certos montados de sobro das areias miocénicas ou da Serra de Grândola. os montados “correspondem a uma utilização agro-florestal típica da Península Ibérica. dominado artificialmente. Estas transformações tiveram origem. Carvalho Mendes ./ha.com a exploração extensiva de gado aproveitando os recursos pascícolas do sob-coberto. especificamente pura ou mista. Moreira et al. A densidade do arvoredo é variável. o sobreiro e a azinheira (e em menor grau o carvalho negral. e. apresentando uma dominante arbórea. deliberadamente. enquanto nestes a exploração da cortiça obriga a fustes mais altos e direitos. é pouco evoluído e frequentemente monoespecífico em termos de dominância. S. Para Palma et al. Quadro N. g. cultura cerealífera. quando se incrementou a procura de cortiça e de cascas tanantes e a valorização das lenhas. azinheira ou pinheiro em aproveitamento estreme ou misto de baixa densidade por hectare . se combinam culturas lenhosas perenes (árvores ou arbustos) com herbáceas e/ou animais. devido à sua utilização cerealífera mais intensa. Aplicando o seu conceito de montado aos dados do Recenseamento Agrícola de 1898. 1).º Brito de Carvalho “os sistemas agrários tradicionais do sequeiro mediterrâneo são sistemas agro-florestais ou seja. p. O estrato arbustivo. forrageira). 1995. podendo ainda contar com aproveitamentos de área de terra limpa" (Moreira et al. Os montados são formações semi-florestais intervencionadas com uma estrutura artificial de tipo “parque”. sendo baixa quando comparada com verdadeiras florestas.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 13 2 PRODUTOS DO MONTADOS DE SOBRO: MULTIFUNCIONALIDADE E FLEXIBILIDADE 2. por forma a beneficiar-se de interacções ecológicas e económicas entre as componentes. no caso dos montados de azinho. mediante a selecção e o fomento de espécies arbóreas indígenas com interesse económico.92 1. resultante da transformação de formações arbustivas naturais." Para o Eng. as azinheiras têm copa mais baixa e mais larga que os sobreiros pois. Quercus pyrenaica). no sentido do seu aproveitamento. e uma dominante herbácea que em regra não lhe está fitossociologicamente associada (e.º 6). "por montado entende-se um sistema de produção agro-silvo-pastoril em clima mediterrâneo. Segundo Moreira et al. nomeadamente das charnecas ribatejanas e alentejanas. o seu objectivo fundamental é a produção de fruto. é de 43. (1985). O seu desenvolvimento e eliminação seguem o ciclo de rotatividade de exploração dos estratos arbóreo e herbáceo. os montados de azinho possuem em geral menor densidade média que os de sobro.. estimam em 1350000 ha a área total de montados de sobro e de azinho no Alentejo. e nos de sobro no último quartel do século passado. De um modo geral. XVIII. e.1.23 árv. em simultâneo com a utilização do solo para fins agro-pecuários. onde a ausência de chuvas no Verão faz da água o factor crítico. a área total de povoamentos dominantes de sobro e de azinho era de 1174390 ha. A densidade média de sobro p. são formas de uso agrário da terra onde. Trata-se de um dos principais exemplos de sistemas agrários tradicionais do sequeiro mediterrâneo./ha atingindo-se nalguns povoamentos densidades superiores a 120 árv. 2). um movimento de abandono do cereal grão. no montado de azinho os sistemas produtivos são . A componente herbácea destes sistemas “era preenchida por culturas para grão. em alguns casos integradas em rotação leguminosa-cereal-pousio.. 1992). de renovação “quase casual a partir de nascidos espontâneos. A componente pecuária destes sistemas é constituída pelo gado que se alimenta das landes e bolotas em pastoreio directo. um depauperamento dos povoamentos arbóreos.. (1995) distinguem três tipos de montados em Portugal: a) o montado de azinho "que teve o seu apogeu até ao fim dos anos 50". Carvalho Mendes . Américo M. o sobreiro (Quercus suber) e a azinheira (Quercus rotundofila). através de um engenhoso processo que consistia em retirar as sementes das árvores onde. p. No montado de azinho. carvão e madeira. ramas. a breve prazo. A componente silvícola é constituída pelas duas espécies de quercíneas. As componentes integram-se de forma muito variável. 1994 ).” (Carvalho. mais ou menos longos. dos frutos” (Carvalho. cultivadas em povoamentos geralmente irregulares e ajardinados. Para Seita Coelho.1. 2)." (Coelho. 1 992). Na Europa as culturas lenhosas utilizadas nestes sistemas são quase sempre árvores produtoras de fruto e as herbáceas culturas anuais para produção de grão e pastagem. porque secam no início do estio. a orientação produtiva principal nestes sistemas “tem variado ao longo deste século. lã. nomeadamente nos montados de azinho. Mudou então para a cerealicultura mecanizada e para a ovinicultura e a bovinicultura de raças predominantemente autóctones. vincadamente de tipo cereal/gado.” Os montados de sobro e azinho são um exemplo de sistemas agro-silvo-pastoris deste tipo. na fase presente. dando formas agrosilvícolas. silvo-pastoris ou agro-silvo-pastoris.2 Tipos de montado Moreira et al. p. 1995. a economia assentava fortemente no porco alentejano de montanheira e no carvão. notando-se noutras fases. sob o coberto. 1995. forneciam pastagens a partir do restolho de cereal (. associadas a pastagens melhoradas e maior densidade pecuária" (Moreira et al. 2. b) o montado de sobro em povoamentos estremes. A componente animal está representada pela fauna bravia e pelo gado.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 14 A lógica agroflorestal mediterrânea consiste na combinação de culturas de diferentes estratégicas hídricas: plantas lenhosas que exploram horizontes profundos do solo com plantas herbáceas que ocupam a superfície e deixam de necessitar de água. fossem. e queijo. observadas maiores quantidades de “cascabulhos”.. Quando se semeavam azinheiras ou sobreiros utilizavam-se landes ou bolotas de árvores “seleccionadas pelos animais”. quantitativamente. até ao fim dos anos cinquenta.. S. De qualquer forma. Tal facto indiciaria maior apetência e melhor qualidade. que vai sendo substituído pela criação de gado associada ao estabelecimento de pastagens melhoradas e por outras culturas forrageiras. portanto. tendo como consequência. Actualmente assiste-se a ténues tentativas de recuperação do azinhal associado ao porco de montanheira. outras só cereal-pousio. como no momento actual. tendo dependido fortemente até essa altura "do aproveitamento do porco Alentejano de montanheira e do carvão" (Moreira et al. Para além dos frutos estas árvores produzem também casca (sobreiro). "com árvores objecto de grangeios muito cuidados. dominando numas fases a consociação com a cerealicultura e a criação de gado. lenhas. desperdícios de bolotas ou landes deixados pelos animais. Os pousios.) [utilizadas ] pelo gado ovino cujos produtos principais eram a carne. "de povoamentos mistos de sobreiro.1. distinguindo-se daqueles pelo desaparecimento da utilização agro-florestal. S. . 1995. O produto extraído é a chamada cortiça “virgem”.os matagais arborizados.1 2. pp. O aproveitamento dos matagais arborizados.extracção a partir de ramos de poda no sentido longitudinal apresentando fragmentos de tecido lenhoso. 2-3).2. derivando geralmente do abandono agrícola ou de pousios longos sobre anteriores áreas de montado pouco denso. como o dos bosques. com quase ausência de tratamentos silvícolas para o sobreiro e menores cargas pecuárias mantidas com recurso às magras pastagens espontâneas. Os outros dois são os seguintes: .2.os bosques (sobreiras e azinhais).extracção a partir de sobreiros que foram abatidos." (Moreira et al. A primeira tirada denominada “desboia” acontece quando a árvore tem 25-30 anos.1.” Actualmente estão “reduzidos a pequenas manchas localizadas em áreas serranas. apícola. fez aumentar o interesse comercial da cortiça que constitui actualmente o principal valor económico dos montados de sobro. Para Palma et al.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 15 c) o montado de sobro mais extensivo. Segundo aqueles autores os sobreirais e azinhais são povoamentos de sobro e azinho com verdadeira estrutura de floresta.1 Cortiça Desde o século XVIII e com maior intensidade a partir do final do século XIX. é essencialmente silvopastoril. . 10 a 12 tiradas.2 2. Segundo estimativas de Seita Coelho referidas no trabalho atrás citado. Correspondem normalmente ao abandono de áreas de montado. o que permitiu a sua evolução. zonas rochosas e/ou declivosas. os montados são um dos três tipos estruturais que tomam os povoamentos de sobro e azinho no nosso país. pinheiro manso ou pinheiro bravo.1 MULTIFUNCIONALIDADE DOS MONTADOS DE SOBRO Valor de uso directo dos montados de sobro Componente florestal 2. o desenvolvimento do sector vitivinícola e o consequente aumento da procura a cortiça para o fabrico de rolhas.2. (1985). o montado de sobro em povoamentos estremes deverá representar cerca de 35% da área total dos montados de sobro e os montados extensivos os restantes 65%. a cortiça “virgem” também pode ter as seguintes origens: . sendo constituídos por “um estrato arbóreo denso e estratos arbustivos e herbáceos relativamente esparsos. sendo conhecida neste caso pela designação de “falca”. produzindo cada sobreiro. suberícola e cinegético. vales encaixados.1. em média. A extracção de cortiça deve realizar-se de 9 em 9 anos.. Além desta. Carvalho Mendes .” 2. Américo M.” Os matagais arborizados são “formações predominantemente arbustivas mas que contêm arvoredo de baixa densidade. A extracção da cortiça é feita por meio de golpes a machado segundo dois métodos alternativos: . A mecanização das operações de falquejamento (separação da falca e do lenho) é difícil dado a forma tortuosa dos ramos do sobreiro. . estando proibida a extracção em "pau batido" a partir do ano 2030.1. com acções pedagógicas (formação de podadores) e fiscalizadoras do respeito pela lei que limita a época de poda ao período de repouso vegetativo (Dezembro-Março)(Goes. ao reduzirem a copa. 1991). 2.056 ton. Junho e Agosto e. .16 200 ton.0244 ton.“a pau batido” quando toda a cortiça do sobreiro é extraída de uma só vez. 1986) este tipo de podas daria origem a cerca de 0. A cortiça “amadia” é a mais procurada por ser de melhor qualidade e destina-se principalmente à preparação de pranchas para o fabrico de rolhas. sendo conhecida neste caso pela designação de “enxó”. sendo a sua qualidade pior do que as das tiradas seguintes cujo produto é a chamada cortiça “amadia”./ha/ano de cortiça (“falca”).ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 16 . por vezes./ha/ano de entrecasco. 1991).2 Despojos de podas Podas moderadas do sobreiro e realizadas de forma devidamente espaçada no tempo (de 5 em 5 ou de 6 em 6 anos) são benéficas pois.5 ton. O lenho é um combustível com grande poder calorífico que foi muito apreciado no passado./ano de entrecasco. . A maioria da cortiça virgem é constituída por “falca”. Um sobreiro de tamanho médio produz entre 4 e 10 arrobas de cortiça e um de grandes dimensões entre 20 e 30 arrobas (Goes. sendo extraída manualmente. diminuem o consumo de água e de fertilizantes do solo. Carvalho Mendes .0./ha/ano de despojos verdes que devidamente aproveitados dariam os seguintes produtos: .“ a meças” quando a cortiça é extraída em várias partes. .37 184 ton. a parte do mês de Maio./ha/ano de lenho.extracção a partir de ramos de poda no sentido transversal isenta de fragmentos de tecido lenhoso. Américo M.112 880 ton/ano de lenho. S. A época de descortiçamento limita-se aos meses de Junho. . se considerarmos apenas os 664 000 ha de sobreiro em povoamentos puros ou mistos dominantes o quantitativo total destes produtos seria o seguinte: ./ano de falca.1.0. Na segunda tirada o produto extraído é a chamada cortiça “secundeira”. Este valor da lenha levou mesmo a que se fizessem podas exageradas nos sobreiros (“arreias”) causadoras da sua decrepitude precoce. Assim. Segundo Carvalho (Carvalho. com o auxílio de uma enxó.0.17 ton.2. Como este segundo método tem tendência a provocar um número relativamente maior de lesões no entrecasco e um maior descortiçamento a sua utilização está restringida por lei. Este estado de coisas levou à intervenção dos Serviços Florestais a partir de 1950. 2. . Segundo Menezes & Morais (Menezes & Morais. no passado. 1994A): . Actualmente. não há condições para uma actividade agrícola com altos níveis de produtividade da terra. O entrecasco é rico em taninos.2 Componente agrícola Estando os montados de sobro localizados principalmente em zonas de solos ácidos e arenosos e por causa da sombra que as árvores causam. assim. no máximo. quando a construção naval em madeira era uma actividade muito importante em Portugal a madeira de sobreiro foi muito procurada pois tinha muito boas propriedades para a estrutura do cavername dos navios: é muito dura e não apodrece na água. 2. 1980). nomeadamente dos géneros Lavandula.1. Rosmarinus. tendo sido utilizado em actividades artesanais de curtimenta de peles e couros.Tortulhos (Psalliota campestris). de longe. Datura.fende facilmente. só é possível haver. a vitalidade da árvore e a produção de cortiça. Mais precisamente estas actividades permitem reduzir a vegetação sub-arbustiva.1. medicinais e melíferas.Míscaros (Tricholoma equestre).1. melhorando.Boletos (Boletus edulis Bull).os fustes têm pouca altura. etc. 2. Entre as espécies mais frequentes contam-se as seguintes (Coelho.3 Madeira e carvão A madeira de sobreiro tem problemas que a desvalorizam para utilizações como madeira maciça em carpintaria e mobiliário: .os defeitos são frequentes. S.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 17 A falca é comprada pela indústria da cortiça para o fabrico de aglomerados.1. alguns deles comestíveis e de grande valor comercial. sendo a cortiça. o principal valor económico dos montados de sobro. Mentha. mas não o suficiente para justificar uma utilização industrial. .4 Produtos silvestres O sobcoberto dos montados de sobro é rico em plantas aromáticas. o interesse em manter neles uma actividade agrícola e pecuária está subordinado à valorização daquele produto. Assim. dois anos de colheitas agrícolas em cada 10 a 12 anos (Balabanian. 2.2.2. Os montados também são ricos em cogumelos silvestres.como é dura é difícil de ser trabalhada em marcenaria. Digitalus. . . O seu interesse económico é.Silarcas (Amanita lepiotóides). . Carvalho Mendes . Origanum. nem para a instalação de boas pastagens. Américo M. pois. Solanum. No entanto. para a produção de carvão dado o seu grande poder calorífico ou para trituração. 1992) existem cerca de 140 plantas destes tipos nos nossos montados. .1. Perdiz (Alectoris rufa). um valor forrageiro equivalente ao do trevo subterrâneo. Os frutos surgem a partir dos 15 a 20 anos de idade. dispostos a pagar para se deslocar a essas zonas e nelas consumir bens e serviços. S.4 Componente cinegética Os montados. Outra saída economicamente viável para este produto do sobreiro poderia ser o fabrico de rações em substituição do milho que o Portugal tem que importar (Ferrão & Ferrão.5 Valor recreativo Os montados de sobro constituem uma paisagem de grande beleza cada vez mais procurada pelos turistas que estão.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 18 2. 1050000 ovinos. Em 1989. Américo M. desde que devidamente geridos para o efeito. em parte. assim. são propícios à produção de fauna cinegética de grande valor económico (1994a): .4 a 5 ha por cabeça de ovinos. pelos bovinos e pequenos ruminantes. 1986). Depois desta actividade ter entrado em crise a lande dos sobreiros ficou sub-aproveitada. 2. Os montados de sobro têm uma produção de fruto menor.2. existiam na zona dos montados de sobro e de azinho do Alentejo 40000 bovinos não leiteiros. considerando apenas os efectivos reprodutores das raças autóctones. alternando-se anos de safra e de contra-safra (2 a 3 anos de safra em cada 10 anos.1. Assim para engordar um porco de montanheira são necessários entre 5 a 10 ha de montados de sobro (Goes. . 2. . As folhas do sobreiro também têm interesse para a alimentação animal. para uma superfície pascícola de 1356600 ha. . De referir que também tem interesse para a produção precuária a sombra que as árvores proporcionam aos animais nos meses de maior calor. .3 Componente pecuária Os frutos e folhas do sobreiro têm interesse para a alimentação animal.Lebre (Lepus granatensis).2.Javali (Sus scrofa).1. sendo utilizada. Carvalho Mendes .1.10 a 15 ha por cabeça de bovinos. nomeadamente os serviços das unidades de turismo rural e outras que aí existem. mais irregular e de menor qualidade nutritiva do que os de azinho. tendo segundo alguns autores (Oliveira. 149000 caprinos e 6000 suínos.2.3 ha por cabeça de caprinos. 1987). Segundo Balabanian (1980). . segundo Vieira Natividade). os encabeçamentos possíveis nos montados de sobro são os seguintes: . 1991).Pombo torcaz (Columba palumbus). .Coelho (Oryctogalus cuniculus). os montados incluem não só uma componente florestal. Os montados também podem ter um valor económico que se acrescenta aos anteriores e que corresponde ao valor que a sociedade está disposta a pagar para os conservar independentemente dos usos humanos actuais ou potenciais desse sistema agro-florestal (Pearce & Turner.protecção do solo que é especialmente importante em zonas secas e.1 Outras componentes do valor económico total dos montados de sobro Valor de uso indirecto Para além do seu valor de uso directo que. . mas também uma componente agrícola e pecuária. produtos agrícola e pecuários. mas.2.embora o actualmente o produto florestal de eleição dos montados de sobro seja a cortiça. os montados de sobro têm também um valor de uso indirecto que.2. Isso tem que ver com os seguintes factos atrás referidos de forma detalhada: .regulação do microclima. em quase todas as suas componentes já é ou pode traduzir-se em bens e serviços privados transaccionáveis no mercado com benefícios directos para os produtores. 1990).ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 19 2. É assim que ao longo da história dos montados se observaram fases diferentes na sua estrutura e forma de exploração conforme os produtos que na altura eram mais procurados: madeira e lenha. Carvalho Mendes . não se traduzem num benefício sob a forma monetária e que reverte integralmente para os produtores.2. aquilo que a sociedade está disposta a pagar para os conservar de maneira a ter no futuro a possibilidade de utilizar os produtos dos montados. valor recreativo e procura turística. Américo M. assim. .contrariamente aos sistemas florestais estremes das zonas temperadas e boreais.2 2. 2. na sua maior parte. os montados têm também um valor de opção que corresponde aos seus usos futuros potenciais.fixação de carbono. Este elevado grau de multifuncionalidade dos montados tem uma consequência económica importante que é a de lhes conceder uma flexibilidade que permite que se adaptem mais facilmente do que outros sistemas florestais menos multifuncionais a alterações estruturais na procura dos seus produtos. . Este valor é. 1990). por isso. em geral.2 Valor de opção e valor de existência Para além do valor de uso que corresponde às utilizações actuais. mesmo que actualmente possa não os utilizar (Pearce & Turner. Valores de uso deste tipo gerados pelos montados são os seguintes: .3 FLEXIBILIDADE DOS MONTADOS O grau de multifuncionalidade dos montados de sobro é maior do que na maior parte dos outros sistemas florestais existentes nas zonas temperadas e boreais. que por serem externalidades. mais vulneráveis à erosão.2.protecção dos recursos hídricos em qantidade e qualidade. S. . corresponde a externalidades positivas de que aproveita a sociedade.as outras componentes do valor de uso directo nomeadamente a componente cinegética e recreativa têm ou podem ter um peso absoluto e relativo mais importante do que noutros sistemas florestais temperados e boreais. recursos cinegéticos. . há outros possíveis e que já tiveram a sua importância no passado (madeira e lenha). cortiça.2. 2. turistas. afectando-se. realização de Américo M. a intensificação de uma componente prejudica as restantes sem que os responsáveis por esses prejuízos paguem por eles. os agentes económicos mais empenhados na exploração de uma das componentes dos montados ganham com a actividade dos qu estão mais empenhados na exploração das outras componentes desde que seja assegurado um certo equilíbrio entre as várias componentes. sem considerar os restantes. .se se intensifica a componente agrícola ou pecuária isso afectará a componente florestal se essas actividades forem realizadas de modo a destruírem as árvores (por exemplo. Essas relações contribuem para que. dentro de certos limites. para além dos aspectos económicos positivos referidos no ponto anterior. por exemplo.além disso. O grande problema é que existe sempre um grande risco de ultrapassagem dos limites de intensificação de cada componente a partir dos quais as externalidades positivas se transformam em negativas. os intervalos entre os descortiçamentos então poderá estar a debilitar-se a árvore.se se intensifica a exploração para o aproveitamento de madeira então todas as outras são postas em causa porque se abate uma árvore que precisa de muitos anos para crescer. dentro desses limites. . dadas as rotações muito longas dos sobreiros quaisquer danos que lhes sejam causados por uma gestão inadequada precisarão de um tempo também muito longo para poderem ser corrigidos. S. caçadores.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 20 Assim sendo. etc. Estes factos certamente contribuem para explicar por que é que desde muito cedo na história dos montados eles foram objecto de intervenções públicas "protectoras" dos usos que em cada época estavam ameaçados pela intensificação de outros usos. a viabilidade futura desta própria compenente. Esse risco é grande pelas seguintes razões: . uma componente seja geradora de externalidades positivas para as outras. portanto. . Os limites atrás referidos a partir dos quais as interdependências técnicas existentes entre as várias componentes dos montados se transformam em externalidades negativas mais ou menos apertados conforme a componente do sistema cuja exploração é intensificada: . observando a evolução a muito longo prazo destes sistemas como faremos mais adiante foi isso que se verificou. mas sim por gerações num futuro relativamente distante. bem como das restantes. Carvalho Mendes . as várias componentes dos montados de sobro são mutuamente benéficas. há ainda as externalidades negativas de natureza intergeracional. tem um outro: se forem geradas com uma certa harmonia entre si.para além das externalidades negativas atrás referidas que podem ocorrer entre os agentes económicos utilizadores dos montados no mesmo momento do tempo. . ou seja. em cada momento. ou seja. 2. procuram os vários produtos possíveis dos montados são geralmente diferentes (comerciantes e industriais de cortiça. preocupam-se com os benefícios privados que podem retirar da utilização do produto que lhes interesse.) e. dentro desses limites.4 VULNERABILIDADE DOS MONTADOS A elevada multifuncionalidade e flexibilidade dos montados. ou seja. De facto.os agentes económicos que. comerciantes e industrais de produtos alimentares. ou seja. assim. a crise na procura de um dos produtos dos montados não tem que implicar necessariamente o declínio irremediável na sua exploração económica. existem relações de complementaridade técnica entre elas.se se intensifica a exploração da cortiça reduzindo. uma gestão dos montados no presente que rompe os equilíbrios atrás referidos tem efeitos negativos que já não serão suportados pelas gerações que os causaram. . ou pode criar limitações às actividades agrícola e pecuária. não deixam de ser cada vez mais importantes nos dias de hoje: .embora fossem conhecidas as boas propriedades da madeira de sobreiro para a construção naval.se se valoriza a componente cinegética então isso pode ser incompatível. S. 3 ATÉ À RECONQUISTA: O TEMPO DO MAQUIS EM PROPRIEDADE COMUM 3. ou pelos trabalhos agrícolas) e vitalidade (corte das raízes. portanto. danos irreparáveis. sendo.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 21 queimadas para arroteamento de terras ou para a regeneração de pastagens). .embora fossem conhecidas já desde a Antiguidade as propriedades vedantes da cortiça. eram a madeira para as suas próprias construções e a lenha. etc.sendo um sistema de produção extensivo em espaço e onde. ainda não existia a garrafa com rolha de cortiça pelo que as utilizações da cortiça eram relativamente limitadas. ele precisa de disponibilidades de mão de obra em quantidade e a custos tais que o tornem competitivo face a outras actividades o que se torna cada vez mais difícil quer nas zonas interiores muito afectadas pelo êxodo rural. . .as densidades demográficas eram ainda relativamente baixas. compatíveis com usos extensivos do solo. por isso. embora não sendo específicas deste sistema de produção. . Como veremos em detalhe mais adiante. Carvalho Mendes . actualmente uma das maiores vulnerabilidades dos montados de sobro decorre do facto da sua viabilidade económica estar muito dependente de um só produto que é a rolha de cortiça natural. Para terminar esta referências às vulnerabilidades dos montados não esqueçamos duas que. esta actividade não tinha atingido o desenvolvimento que veio a ter na época dos Descobrimentos e depois disso.embora os problemas causados pelas actividades agrícola e pecuária sobre as outras componentes dos montados lhes possam causar. quer nas zonas mais para o litoral onde há mais oportunidades de emprego fora do sector agrário.sendo um sistema de produção profundamente antropogénico. relativamente mais fácil prevenir ou controloar essas danos neste caso do que no caso da intensificação da exploração dos montados para o aproveitamento de madeira.). a terra é um factor de produção muito importante. produto esse que está ameaçado por um concorrente cada vez mais forte que é a rolha sintética. é.mais do que a madeira para a construção naval o que era procurado pelas populações nos montados em termos de material lenhoso. situação que é cada vez mais frequente nas zonas de maior pressão urbana onde o proprietário pode alimentar perspectivas realistas de poder ver os seus terrenos de montados convertidos em usos urbanos. . quanto maior o custo de oportunidade deste factor menor será a competitividade económica dos montados. ou prejudicarem a sua regeneração (destruição das árvores jovens pelos anmais em pastoreio. ferimentos nas árvores.segundo Silbert (1978) no ordenamento do território do sul do país perduraram até ao século XIX um sistema de produção agrícola extensivo com pousio e uma organização do espaço em três Américo M. nalguns casos.1 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO No período em análise o contexto da economia dos povoamentos de sobro teve as seguintes características relevantes: . . no entanto. até ao século XIX a forma de exploração dominante dos montados não era de os tratar como sistemas de produção autónomos. mas ainda longe das proporções que veio a atingir mais tarde. "imposto sobre o pastoreio do gado" e as alusões de cronistas gregos e romanos à criação extensiva de porcos nas Península Ibérica.a proibição de comer carne de porco típica da cultura árabe e que ainda no século era mesmo extensiva à população do Al Andaluz (Dufourcq. Apesar de não ter atingido ainda as proporções dos períodos seguintes.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 22 componentes. Outros produtos do montado como a lenha e a cortiça também eram objecto de alguma exploração regular pelas populações locais em regime de propriedade comum. as grandes explorações agrícolas (villae rustici) e o maquis circundante explorado de forma muito extensiva e geralmente em regime de propriedade comum. o processo de desarborização já estava em curso. 3. 1935). 4 DA RECONQUISTA ATÉ AO SÉCULO XV: O TEMPO DOS CONFLITOS ENTRE A PROCURA "ARISTOCRÁTICA". a saber. .o desenvolvimento desta actividade pecuária no Alentejo durante o período visigótico. na Idade Média. nomeadamente a produção suína. de acordo com os trabalhos de Silbert (1978). acessível às populações locais segundo os seus usos e costumes. ou seja.a origem romana do termo montado (Caldas. .a outra tese de Silbert (1978) já atrás referida segundo a qual. É possível que este tipo de actividade realizada pelas populações locais em regime de propriedade comum fosse objecto de algum imposto por parte dos senhores locais. mas sim como uma componente dos sistemas de produção extensivos com pousio e do modo de ordenamento do território agrário deixados pelos Romanos no sul do país com a suas três componentes (centurias. villae rustici e maquis). 1991) que significava. O que já não é pacífica é a tese sobre a origem dos montados. . Para Devy Vareta (1993) essa origem data do tempo da ocupação árabe. Carvalho Mendes . Durante este período as áreas de maquis predecessoras dos montados iam sendo gradualmente alteradas pelo homem principalmente através da sua utilização para a produção pecuária extensiva. A PROCURA "POPULAR" E A PROCURA "COMERCIAL" 4. Silva (1996) opõe a esta tese os seguintes argumentos: . 2001). A exploração de madeira nomeadamente para a construção naval também pode ter acontecido. S. como se pode depreender de factos como o último Código Visigótico promulgado no século VII onde se incluíma medidas de protecção dos sobreiros e dos pinheiros (Almeida.2 ALTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO Parece pacífica a tese de que o montado resultou da alteração progressiva do maquis mediterrâneo que é uma formação mista de árvores e de denso matagal (Fonseca & Pinto Correia. as cinturas agrícolas das cidades (centurias). 1979).1 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO Com a Reconquista e construção de Portugal como Nação independente o regime de propriedade no sul do país alterou-se: Américo M. esta alteração nas formas de propriedade da terra não alterou substancialmente a natureza extensiva dos sistemas de produção agrícola que já vinham do tempo dos romanos. centenas ou mesmo alguns milhares de aforamentos realizados entre entidades senhoriais e cultivadores dos séculos XII a XIV e a generalidade dos forais. veado." (Castro.) para passar os seus tempos livres com uma actividade que podia ser ao mesmo tempo de lazer e de preparação para a guerra (Rego. procura essa que estava em expansão em resultado do crescimento demográfico. A cortiça só começou a surgir como produto dos povoamentos de sobro com interesse comercial no século XIV com o desenvolvimento de um fluxo de exportação para os países do Norte da Europa.grande parte do seu território foi atribuído pelos quatro primeiros reis às ordens religiosas militares e a nobres que o ajudaram nas suas lutas sob a forma de grandes doações latifundiárias. lenha.2 4. . .os terrenos assim obtidos pelas ordens militares. este facto mostra a pequena importância da extracção corticeira nos primeiros século da Nacionalidade. pois fortes condicionantes edafo-climáticas dessas sistemas mantinham-se sem inovações tecnológicas que as contrariassem.a relativa estabilidade política e a existência de contratos de exploração da terra de longo prazo como a enfiteuse contribuíram para a fixação da população e para o seu crescimento. "se compulsarmos.1 ALTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO Tipos de procura dos produtos dos povoamentos de sobro Segundo Armando de Castro.nesta altura o país ainda não tinha iniciado o grande empreendimento das Descobertas. Dinis e D.2.a procura "aristocrática" por parte dos nobres e da realeza que via os montados e os outros tipos de floresta essencialmente como terrenos de caça grossa (urso. nas rendas fixadas em géneros. Fernando que estimularam esta actividade económica. nomeadamente a partir dos reinados de D. aliás predominantemente aplicada à cultura da vinha. a escassez de água e a adversidade do clima que provoca falta de água para a vegetação de Maio a Novembro e falta de calor de Novemvbro a Maio. embora houvesse já algum comércio marítimo que estimulou a construção naval. aparecem imposições de entregas pelo agricultor que abrangem praticamente toda a gama da produção agrícola desse tempo. a saber a natureza pobre dos terrenos.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 23 . terrenos para arrotear para a produção agrícola e zona de pastoreio extensivo em regime de propriedade comum e com transumância. . 4. 2001).a procura "popular" que via nos montados uma fonte de madeira. Carvalho Mendes . sendo da ordem dos 1250000 habitantes nas vésperas desta tragédia que a reduziu depois em 25% (Mata & Valério. javali. S. tanto mais que não existem razões para crer que essa exploração se confinasse ao domínio senhorial directo. 1979b. . 202-203). verificamos serem muito escassas as referências à cortiça. incluindo forais dados a concelhos do Sul de Portugal onde predomina esta espécie. pp. . No contexto social em que se encontravam nesta época eles eram objecto de três tipos de procura potencialmente conflituosas entre si: . No entanto. quando a verdade é que. ficando quase todo o restante para a Igreja e para o Rei. etc. 1993). por exemplo. pelo menos até a Grande Peste de 1348. Américo M. a cortiça não é o único produto desses povoamentos. pela nobreza e pelo clero eram depois cedidos para exploração ao povo agricultor mediante contratos enfitêuticos. o direito de propriedade privada da realeza sobre a caça das coutadas reais era defendido por um corpo de polícia próprio (os monteiros dirigidos pelo monteiro-mor do Reino. 2001). Assim sendo. degredo. Essas intervenções régias. À medida que a população ia crescendo ia-se também intensificando o aproveitamento dos terrenos sob coberto como pastagem. . a que se seguiram. numerosas intervenções do poder real em favor da "protecção" dos sobreiros e das azinheiras o que.a procura "comercial" por parte dos que estavam interessados no corte dos sobreiros para a construção naval. João V. tal como foi determinado por D. ou seja. 4. D. S. o princípio do res nulis. .2 Políticas públicas dominadas pela procura "aristocrática" para fins cinegéticos Do lado das políticas públicas. deixavam muitas vezes algum espaço para acomodar as pretensões da procura "popular" e "comercial" pelo que não conseguiram evitar uma regressão significativa da área do sobreiro (Natividade. a portecção dos povoamentos de sobro e doutras formas de floresta nas zonas que a realeza e o nobreza queriam preservar como seus territórios de caça. 1997). queria dizer essencialmente proibir os cortes destas árvores pelo povo de maneira a preservá-las como fonte de alimentação dos animais de caça. embora sem as proporções que veio a atingir no período seguinte. ou mesmo a pena de morte. durante este período.do direito romano conservou-se. com recurso à lavoura para a limpeza dos matos. Uma lei de D. o princípio de que a caça era uma "coisa comum". na amdeira e na lenha para carvão e na extracção da cortiça para exportação em direcção ao Norte da Europa. 1905-07) estipulando multas para quem danificasse sobreiros cujo valor residia na lande que servia de alimento aos animais. nos Costumes e Foros de Castelo Rodrigo de 1209 (Ramalho. Face aos protestos do povo dos concelhos nas Cortes de Elvas de 1361. a realeza tinha direitos de caça exclusivos nas suas coutadas de caça e partilhava os direitos de livre acesso à caça que se encontrasse nos outros terrenos. nessa altura.para as coutadas. Carvalho Mendes . não era pertença do proprietário do terreno onde se encontrasse. Fernando neste sentido foi uma disposição contida na Lei das Sesmarias de 1375 que autorizava o abate gratuito de árvores em matas reais a todos aqueles que utilizassem a sua madeira para construir naus com mais de 100 toneis (Azevedo. Pedro I estendeu o direito de propriedade privada também à caça das coutadas reais que transpusesse os limites destas. Essa protecção fez-se do seguinte modo (Rego. em 1414) e por penas que podiam se muito duras (cadeia.2. Deve datar já deste período uma procura de madeira de sobro que se acentuou muito no período seguinte para a construção da estrutura das naus devido à sua dureza e resistência à humidade. Uma das medidas tomadas no reinado de D. 2001): . recorreu-se ao direito visigótico que contrariava o princípio da res nulis ao determinar que a caça pertencia ao proprietário do terreno onde ela se encontrava. ou seja. para a legislação cinegética geral. cargo criado por D. por se deslocar livremente. em 1733). no entanto. a orientação dominante foi a atrás referida. dando lugar a uma forma de exploração "em mosaico" onde zonas de mato se intercalam com zonas de aproveitamento do subcoberto (Fonseca & Pinto Correia. mas sim da primeira pessoa que a capturasse. Américo M. no resto deste período. 1950).ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 24 . que. João I. Pedro I revogou esta lei. Há documentos que indiciam a existência de conflitos entre estes tipos de procura pelo menos desde o início do século XIII. pelo que quem capturasse esses animais sem autoirzação real ficava sujeito a penas. 1945-54. 1980). em 8 de Abril de 1469. o Temerário. a um mercador de Bruges nome Martim Lem. por um espaço de dez anos. desde 1 de Julho de 1456 a 1 de Julho de 1466. a seguir aos frutos secos e ao vinho. e por Filipe II de Espanha. Este comércio deve ter atingido importância económica suficiente para suscitar da parte do poder real medidas no sentido da sua regulação sob a forma de monopólio atribuído por concessão régia a mercadores privados. Rau.segundo o estudo de Oliveira Marques sobre a Feitoria Portuguesa na Flandres no século XV (Marques. o território coutado pela realeza aumentou. a cortiça era um dos produtos portugueses exportados para Bruges nos fins do século XIII. mas esta liberdade só aconteceu em 1483 e 1484. pp. O aproveitamento do sobreiro para este fim já devia ter alguma importância no início do século XIV. Na carta de quitação passada a Marco Lomellini em 1466 especifica-se o volume de produção de cortiça autorizada para exportação que era de 28378 dúzias de bóias de cortiça por dez anos. havendo outros documentos que referem o mesmo tipo de comércio a partir do porto de Lisboa ao longo do século XIV (Gama Barros. sendo indícios disso os seguintes: .2. XV e XVI. IX. 61 e 115. Vol. pp. Tal concessão suscitou protestos dos mercadores portugueses nas Cortes de Lisboa de 1459 que o rei não atendeu justificando-se com a necessidades financeiras que tinha pelo que o monopólio foi renovado sucessivas vezes até 1481. 58-59). 1950). 1956). em 14 de Setembro de 1560 o que indicia a continuação deste fluxo de exportação de cortiça durante. S.figurava entre os produtos exportados para Inglaterra em 1307 (Gama Barros. 2001). 4. 1945-54. Vol. 1957. No seu estudo sobre a economia do sal. 1945-54. geralmente em conjunto com azeite. X. sendo a terceira exportação mais importante à época dos Descobrimentos. isto pelo menos durante o século XV. repetindo-se os protestos dos mercadores portugueses nas Cortes de Évora de 1481-82 (Gama Barros. Desta vez o rei liberalizou a exportação de cortiça. IX. princípios do século XIV. Carvalho Mendes . Documentos do Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Lisboa. pelo menos os séculos XIV. 1984. especialmente a partir da segunda metade do século XIV. Virgínia Rau (1984) refere a existência deste comércio de cortiça com o Norte de Europa durante o século XVI. Esta grande extensão das coutadas reais perdurou até à Revolução Liberal de 1821 (Rego. Afonso V. Nestas últimas D. pp. p. 115119). I. João II regressado ao regime de monopólio do seu pai renovado até ao fim do século em troca de cobre para munições e artilharia. pp. pp. a troco de duas mil dobras. 210-221). defrontando-se de novo com os protestos dos mercadores portugueses nas Cortes de Évora de 1490 e nas de Lisboa 1498 (Gama Barros. Vol. 1945-54. Manuel I acabou por atender a estes protestos autorizando a liberdade do comércio Américo M. depois ao mercador genovês Marco Lomellini que o conservou até ao fim (Sousa Viterbo. Conhece-se uma carta de privilégios do duque de Borgonha passada em 1438 confirma o costume "imemorial" dos negociantes portugueses residentes no porto de L'Écluse de venderem a cortiça sem terem de a desembarcar dos seus navios. 229-230). açúcar e especiarias (Rau.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 25 Contra a oposição do povo prejudicado pelos estragos que os animais de caça grossa faziam nos seus campos agrícolas. IV. tendo D. Vol. Este privilégio foi reconfirmado mais tarde por Carlos. . 1904.3 Extracção de cortiça para exportação Neste período deve ter-se desenvolvido uma procura de cortiça por parte dos países do Norte da Europa que a utilizavam em flutuadores dos aparelhos de pesca (Natividade. Vol. Em 1456 esse monopólio foi concedido por D. 55). Um dos apêndices do seu livro é uma estatística da carga e dos barcos portugueses entrados com avarias no porto de Antuérpia de 1535 a 1551 que mostra que a cortiça era parte da carga de uma boa parte dessas embarcações. pp. muitas vezes o poder real foi chamado a intervir para derimir estes conflitos. Também estava condicionada fora dos coutos. Nessa altura a concessão estava em mãos portuguesas.durante todo o século XV a demografia portuguesa esteve a recuperar da quebra que sofreu com a peste Negra. Finalmente. Rau.do Continente para os territórios das Descobertas. 1903. Por isso. Américo M. D. Nas Cortes de Évora de 1490 D. estabilizando em torno dos 2 milhões a partir de 1620 e até ao final do século XVII (Mata & Valério. D. 1993). Nestas zonas que eram vastas nessa altura e que eram difícies de ser lavradas os frutos do sobro e do azinho e a vegetação do subcoberto eram alimentação farta e gratuita para o gado. Carvalho Mendes . liberaliza a extracção de cortiça fora dos coutos.1 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO No período em análise o contexto da economia dos povoamentos de sobro teve as seguintes características relevantes: . Pedro I para conciliar os interesses dos pastores e promover a cultura agrícola no concelho de Évora. ou reservar só para si as zonas de pastoreio impediam as rotas de transumância dos pastores. Esta liberalização não deve ter durado muito pois há notícia da vigência do regime de concessão de monopólio privado numa carta de quitação de 1518. Ora quano os seus proprietários decidiam vedá-los para proteger a suas cultutas agrícolas. 1993). tendo regressado ao nível anterior a essa epidemia por volta de 1500. muitos havia que eram propriedade particular. Por isso. No seu trabalho sobre as Sesmarias Virgínia Rau cita o caso das medidas tomadas por D. mas só na área que fosse necessária para o pastoreio dos animais precisos para a lavoura das suas terras agrícolas 5 DO SÉCULO XV ATÉ AO SÉCULO XVII: O TEMPO DOS "MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS" E DA INTENSIFICAÇÃO DA REGRESSÃO DOS SOBREIRAIS 5. em 1482. ou seja. 4. isto mais no sul do país (Mata & Valério.durante o século XV os movimentos migratórios da população portuguesa tornam-se muito significativos em dois sentidos: . abre ao povo as coutadas reais e particulares e liberaliza a extracção de cortiça e o corte de lenha nos maninhos e charnecas. Quanto à extracção de cortiça. continuando a crescer depois durante o século XVI. 1945-54. em vez de se dedicaram à agricultura. muitas pessoas dedicavam-se ao pastoreio.2. I.das zonas rurais para as zonas urbanas.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 26 de exportação de cortiça. S. isto essencialmente graças ao seu movimento natural. com o Regimento de 6 de Agosto de 1498. Vol. Manuel I. 1982) referem a existência de conflitos no Portugal mediterrâneo entre os lavradores e os pastores no que se refere à utilização dos espaços cobertos por povoamentos de sobro e de azinho. nas Cortes de Évora. 363-365). . ao excesso dos nascimentos sobre os óbitos. João II. mais precisamente pertencia a Catarina Dias de Aguiar (Braamcamp Freire. quando realizada dentro dos coutos reais e particulares estava sujeita à autorização do proprietário e ao pagamento de tributos. Essas medidas consistiram em permitir aos proprietários coutarem uma parte dos seus terrenos. . Se uma desses terrenos eram baldios nessa altura. Manuel I confirma e alarga esta medida.4 Conflitos entre os lavradores e os pastores Vários investigadores medievalistas (Gama Barros. e) acentua-se muito a procura dos montados como fonte de material para a construção naval e para o fabrico de carvão também utilizado nas viagens de navegação e nas zonas urbanas. 5. O final deste período é marcado por uma inovação "radical" (Vegara. se fez muito à custa da regressão dos montados. 1950). no sul do país.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 27 . Pierre Perignon.era necessário facilitar o aproveitamento das terras para a produção agrícola e pecuária para responder ao aumento da procura alimentar decorrente do crescimento demográfico e.nas formas de exploração da terra.desenvolve-se a urbanização do país primeiro com a afirmação de Lisboa como a maior cidade de Portugal e até da Europa. 1997b). c) D. Manuel I confirmou e alargou esta concessão nas Cortes de Évora de 1490 (Veríssimo Serrão. O Vegara (1989) distingue entre as inovações "radicais" que são aquelas que implicam uma transformação dos processos de produção existentes e as inovações "incrementais" que são as que se podem acomodar dentro dos processos de produção existentes. 1989)3 que haveria de influenciar profundamente e até aos dias de hoje a economia dos povoamentos de sobro. surgem. . João II nas Cortes de Évora de 1482 no sentido de tornar livre a extracção da cortiça excepto no que respeita aos sobreiros existentes nos coutos. ao lado do contrato enfitêutico. os contratos de parceria e de renda fixa o que posivelmente se explica pelo acréscimo de mobilidade geográfica da população atrás referido e pelo facto do êxodo rural aumentar o poder negocial dos trabalhadores agrícolas face aos proprietários das terras (Mendes. abrindo depois ao povo as coutadas e as tapadas através do Regimento de 6 de Agosto de 1498. das propriedades superiores da rolha de cortiça natural como vedante das garrafas de vinho. 1991). 1993). . S. d) há uma expansão da área agrícola o que.2 ALTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO Do que se disse no ponto anterior decorre o seguinte quanto à forma de exploração dos montados: a) relativamente ao período anterior há algum declínio da procura "aristocrática" dos montados como terrenos de caça pelas seguintes razões: . para isso. 3 Américo M. Esta procura de madeira de sobro para a construção naval deve ter sido um dos principais contributos para a regressão dos povoamentos de sobro durante este período se tomarmos em consideração o facto de que para fabricar uma nau eram necessárias entre 2000 e 4000 árvores (Vieira. 1980a). durante algum tempo e depois do Porto. era preciso libertar os agricultores dos impedimentos a essas actividades que decorriam das prácticas cinegéticas da nobreza e da realeza. Nos vários tratados portugueses sobre construção naval desta época a madeira sobro é referida como a melhor para a estrutura do cavername das naus dada a sua dureza e resistência à humidade.uma parte da nobreza tem agora como ocupação os empreendimentos ligados às Descobertas que a levam para fora do país (Natividade. . b) um passo no sentido da facilitação do acesso do povo aos recursos florestais que interesse mais directamente ao nosso tema foi a medida tomada por D. Carvalho Mendes . nas Ordenações Afonsinas de 1454. por D.durante todo este período a construção naval foi a principal actividade industrial ligada à operação das Descobertas (Mata & Valério. a saber a descoberta. Esta medida suscitou protestos dos mareantes de Portimão pelo "trabalho" acrescido que passavam a ter com as diligências legais necessárias à construção e reparação das embarcações com que trabalhavam. quer de embarcações mais pequenas para a pesca e a navegação marítima local. os mareantes locais escreveram o Rei a pedirem que fosse proibida a exploração do entrecasco dos sobreiros na serra de Monchique que estava a causar destruições nesta espécie atentatórias das disponibilidades de madeira de sobro que julgavam serem precisas para satisfazer as necessidades da sua construção e reparação naval. azinho e carvalho da serra algarvia para a construção naval quer de naus de longo curso.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 28 tratado de construção naval mais antigo que se conhece e onde estas propriedades do sobreiro são referidas é o "Livro da Fábrica das Naus" escrito em 1565 pelo Padre Fernando de Oliveira (Oliveira. Romero Magalhães (1970. . respondendo aos pedidos dos construtores de naus de longo curso que se queixavam da regressão das disponibilidades de madeira de sobro. no reinado de D. Exemplos de medidas importantes neste sentido tomadas durante este período foram as seguintes: . Américo M. João III proíbe o corte de sobreiros e a sua utilização para o fabrico de carvão desde a vila de Abrantes até à foz do Tejo e numa área até 10 léguas do mesmo rio. Lavanha (Lavanha. azinho e carvalho provocada pelos cortes feitos para usos locais. Com estas transformações estruturais na procura dos produtos dos montados o resultado só poderia ser o da regressão muito significativa da sua área. pp. o corregedor de Tavira pede ao rei a proibição destes cortes para proteger essa construção naval o que foi autorizado em 1562.alvará régio de 3 de Outubro de 1546 mandando plantar árvores pelas margens dos rios e ribeiras não só para a produção de madeira para a construção naval. p.carta régia de 7 de Agosto de 1546 através da qual D. Ainda. 33-34). . S. o corte destas árvores dependia de licença camarária.a Lei das Árvores de 1565 que determinou a plantação de árvores em todos os locais adequados. em 1546. 1790. 1960). a caça e o pastoreio abusivo. de acordo com o mesmo estudo de Romero Magalhães. . 1960).o Regimento do Monteiro-Mor promulgado por Filipe II em 1605 que pretendia defender as matas reais contra os cortes. Segundo este autor. O rei responde a estes protestos delegando o seu poder neste domínio no corregedor da comarca de Tavira. . II. Maria I. No ano seguinte. pp. Assim. 178-179) também refere documentos que atestam a importância que ganharam nessa altura as madeiras de sobro. apesar das medidas que foram sendo tomadas pelos vários reis procurando contrariar esta tendência. até 1560. Outro tratado da mesma época que vai no mesmo sentido é o "Livro Primeiro de Arquitectura Naval" de J. azinheiras e carvalhos passou a depender de uma licença régia. B. 400). contra o abate indiscriminado de árvores e o fogo posto. o corte de sobreiros.medidas tomadas em 1783. t. No seu trabalho sobre a economia do Algarve no século XVI. bem como os conflitos e as alterações que o crescimento dessas diferentes formas de procura dessas madeiras provocaram ao nível da regulação pública da exploração dessas espécies. regimento esse que foi mantido por D. outro conflito entre diferentes procura de produtos do sobreiro no século XVI no Algarve que suscitou pedidos e respostas de intervenção pública foi na zona de Lagos quando. a partir desse ano. contadas da borda do rio para dentro (Figueiredo. Carvalho Mendes . mas também para a protecção dos terrenos (Memorias de Litteratura Portugueza. João IV. As rolhas eram talhadas à mão e só operários com experiência conseguiam produzir cerca de três rolhas por minuto (Peres.2 Invenção das garrafas cilíndricas Em 1770 são inventadas as garrafas cilíndricas. nessa época houve unidades de produção de rolhas deste tipo na França e em Espanha.3 A descolagem da indústria rolheira catalã Depois da invenção da rolha de cortiça natural e durante o século XVIII até à invenção da garlopa a produção de rolhas foi um processo quase inteiramente manual. mais precisamente em Lisboa e no Porto. A descoberta da boa qualidade do processo de envelhecimento dos vinhos em garrafa com rolha de cortiça experimentado para os Vinhos do Porto estende-se a outros vinhos durante o século XIX.1 CONTEXTO DA ECONOMIA DOS POVOAMENTOS DE SOBRO Uma inovação "radical": a rolha de cortiça natural Como já atrás se referiu. por uma série de inovações "radiciais" que haveriam de dar os seus frutos no período seguinte. como resposta à escassez de cortiça. S. Mais tarde apareceram as máquinas de cortar e calibrar. na Catalunha. Moet et Chandon (1743) e outras.1. Primeiro foi a descoberta. Essas inovações são as que têm que ver com a utilização das rolhas de cortiça natural como vedantes das garrafas de vinho. desde os 4 anos de idade passa a ser feito em garrafa. estas novas garrafas podiam ser armazenadas horizontalmente ficando o vinho em contacto com a rolha. este período é marcado desde o seu início por uma inovação "radical". 6. pelo monge beneditino de Reims. Inicialmente o processo de fabrico das rolhas era inteiamente manual. desenvolvendo-se até à década de 40. Pierre Perignon. Carvalho Mendes . de que as cavilhas de madeira e cânhamo embebido em azeite que eram usadas até então para tapar as garrafas de Champanhe saltavam com frequência o que não acontecia com as rolhas de cortiça natural. alterando definitivamente a economia e as formas de exploração dos povoamentos de sobro até aos dias de hoje. Com efeito.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 29 6 DO SÉCULO XVIII ATÉ MEADOS DO SÉCULO XIX: A TRANSIÇÃO DEFINITIVA DO MAQUIS PARA OS MONTADOS 6. A grande inovação tecnológica que permitou mecanizar este processo produtivo. A série de inovações tecnológicas que haveriam de conduzir à rolha de Champagne à base de peças coladas e de aglomerados de cortiça como hoje existe só se iniciaram no final do século XIX. A partir de 1820 o envelhecimento dos Vintage. nos finais do século XVII (1680). ou melhor. ou revestidas com cera.1 6. no tempo do Marquês de Pombal. eram presas ao gargalo com um cordão ou arame e eram vedadas com massa. Contrariamente às garrafas largas e de gargalo alto que se usavam até então. com o fabrico de rolhas cilíndricas e de um só golpe foi a invenção da garlopa em 1820.1. é logo a partir de 1775 que os Vintage passam a ser vendidos em garrafas com rolha de cortiça. No início. Também as houve. começando pelo Champagne que precisa de estagiar em garrafa.1. as rolhas de Champagne eram maciças e de uma só peça. Assim. dando lugar a um comércio de Américo M. D. A invenção da rolha de cortiça contribuiu para o desenvolvimento de grandes empresas de produção de Champagne a partir da primeira parte do século XVIII: Ruinart de Reims (1729). 1988). tinham um formato cónico. 6. em Portugal. Deste modo tornava-se possível o envelhecimento do vinho em garrafa o que veio a favorecer o vinho do Porto. Portugal não se adequava às inovações tecnológicas no sector agrícola que fizeram parte integrante dessa revolução económica. No país vizinho a indústria das rolhas de cortiça iniciou-se com a instalação de uma fábrica em Agullana (Girona). Também a irregularidade dos caudais de muitos dos seus cursos de água não facilitava a introdução em larga escala de máquinas movidas a energia hidráulica (Mata & Valério.era também uma região com muitas disponibilidades de mão de obra dotada de um saber fazer artesanal. de produção vitivinícola e com bons acessos aos mercados de fora da região. o Brasil e a África (Mata & Valério. mas com ligações com a actividade agrícola que complementam os seus rendimentos nas actividades industriais. surgiu uma actividade de fabrico de rolhas no sul de França (Marselha) aproveitando a cortiça das zonas do Var e dos Pirinéus.4 O crescimento das exportações vinícolas Com condições edafo-climáticas muito diferentes do país líder da 1. Carvalho Mendes . Ainda antes do arranque da indústria rolheira em Espanha.da África para o Brasil exportavam-se escravos.ª Revolução Industrial que era a Grã-Bretanha. S. As vantagens comparadas de Portugal eram mais nos produtos mediterrâneos. Porque vamos regressar a esta questão mais adiante notem-se desde já algumas características importantes deste processo de industrialização corticeiro na Catalunha: .da África e do Brasil para a Europa exprtavam-se o ouro. Este primeiro surto de produção manual de rolhas em Portugal. no entanto. desenvolvendo-se depois na zona de Girona. aproveitando os povoamentos de sobro aí existentes e estendendo posteriormente as suas zonas de abastecimento à Andaluzia. o açúcar. inserida num ambiente industrial.1. não evoluiu tão depressa e tão intensamente para a produção "industrial" como aconteceu na Catalunha. em 1750. o algodão. Assim sendo. tratase de uma forma de industrialização com algumas semelhanças com a que se veio a desenvolver na segunda metade do século XX no concelho de Santa Maria da Feira (Portugal). . os escravos (até à abolição da escravatura). azeite e frutas e reexportavam têxteis e outros produtos industriais oriundos da Grã-Bretanha e doutros países europeus.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 30 exportação de rolhas que teve alguma expressão na segunda metade do século XVIII (Barros Bernardo. Perignon. 1948. 1993): . a Portugal. a indústria catalã era constituída essencialmente por pequenas empresas familiares onde eram frequentes situações de pluriactividade com a actividade agrícola. nomeadamente o vinho. em caso de necessidade. 1978). 1993). Silbert. Foi assim que o que se repercutiu mais rapidamente em Portugal e que acabou depois por ter efeitos sobre a economia dos povoamentos de sobro foi o desenvolvimento de dois importantes mercados para os vinhos portugueses: o Brasil e a Grã-Bretanha. o tabaco e outros produtos tropiciais. Américo M. e depois da descoberta de D.a indústria surgiu nas proximidades de uma zona de produção de cortiça. . durante o século XIX. Esta actividade não perdurou por muito tempo e foi quando entrou em crise que descolou na Catalunha uma indústria de produção de rolhas de Champagne. . à Extremadura espanhola e .da Europa para o Brasil os comerciantes portugueses exportavam vinho. Neste período que vai do século XVIII até ao final do século XIX. 1945. Quanto ao Brasil os vinhos portugueses entravam nos fluxos de comércio triangular entre a Europa. 6. 13-14). . 5 Américo M. S.as reduções nos custos dos transportes internacionais com o aparecimento dos barcos a vapor e o aumento da produção de cereais nos países "novos" que afectaram muito a competitividade da produção cerealífera portuguesa. 461-462) cita documentos que indiciam a existência de uma exploração e de um comércio activo de entrecasco de sobreiro proveninente dos baldios das zonas fronteiriças da Beira Baixa e do Alentejo durante o século envolvendo "gente pobre" local e comerciantes espanhóis. em 1622 e de um grande proprietário de Castelo de Vide em 1652. quem aproveitou primeiro esta expansão dos mercados vinícolas em termos de produção de rolhas foi a Espanha. pp. Vol. 1892a). É certamente isso que explica a reivindicação desses industriais junto no Governo no sentido de proibir as exportações de entrecasco de sobro e carvalho o que foi atendido por uma portaria de 13 de Outubro de 1819 (Ministerio do Fomento. pp. p. utilizando-se para isso rolhas de cortiça natural. Ora muito do vinho que se exportava para este país era vinho de qualidade (Porto e Madeira) que depois era engarrafado. O resultado combinado do desenvolvimento deste dois mercados foi uma grande expansão das exportações vinícolas durante a primeira metade do século XVIII.1. . os vinhos franceses na GrãBretanha. II. Vol.o desenvolvimento de actividades artesanais e industriais utilizadoras de carvão e do entrecasco do sobreiro (nomeadamente os curtumes). Um regulamento de Ourique de 1739 citado por Silbert (1978. esse crescimento implica uma maior pressão popular para o aproveitamento produtivo dos terrenos baldios (incluindo os que têm sobreiros) nomeadamente para a agricultura. contra a destruição dos sobreiros de que essa actividade ra causadora. implicando um aumento da procura de produtos alimentares nomeadamente cereais e carnes.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 31 Quanto ao mercado britânico. e de 4000000 por volta de 1870. II. a exploração do entrecasco de sobreiro 5 e outras actividades. . o Tratado de Metheun ao reduzir. Essa procura externa devia ser de tal modo nas primeiras décadas do século XIX que punha em causa a situação económica da indústria dos curtumes. o pastoreio. 461) autoriza o povo pobre a extrair cortiça dos sobreiros dos montados e dos matos baldios para fazer colmeias.o crescimento demográfico que elevou a população portuguesa de cerca de 2000000 de habitantes por volta de 1700 para cerca de 3000000 por volta de 1800. 4 Silbert (1978. 6. .entre outras coisas. Relativamente a este último tipo de procura é de referir que ela provinha não só do mercado interno. Como já atrás se referiu.o terramoto de 1755 que obrigou a um enorme consumo de madeira. Essa actividade gerou protestos dos proprietários das "malhadas" em Serpa.5 O crescimento da procura dos produtos não suberícolas dos montados No que se refere à economia dos povoamentos de sobro os factos ocorridos neste período que tiveram aí uma repercussão mais directa foram os seguintes: . 1911b.as destruições provocadas pelas invasões francesas e por vários conflitos com Espanha que reforçaram o consumo de madeira para a reconstrução das habitações e doutras infra-estruturas destruídas e geraram alguma instabilidade nas zonas fronteiriças. a apicultura4. mas sem suprimir. em parte. mas também de mercados de externos dando lugar a um fluxo de exportações que ainda não se tinha interrompido no último quartel do século XIX como atestam as estatísticas de comércio externo compiladas por Gerardo Pery para o período de 1870 a 1890 (Ministerio das Obras Publicas. Carvalho Mendes . as barreiras tarifárias às importações portuguesas de têxteis britânicos e às importações britânicas de vinhos portugueses facilitou as exportações deste produto que substituiu. . Commercio e Industria. a saber: da Sucessão de Espanha iniciada em 1703.as últimas campanhas da Guerra dos Sete Anos (1756-1763).1.1.o processo das desamortizações iniciado com a Revolução Liberal de 1820 e consagrado na legislação de Mouzinho da Silveira de 1832 transferiu as terras das ordens religiosas para a mão de privados com dinheiro para as comprar ao Estado.7 As melhorias nos transportes e comunicações Já na parte final deste período há um outro facto que haveria de ter consequências muito importantes para a economia dos povoamentos de sobro. Carvalho Mendes .construção das redes de comunicações (reforma dos correios e introdução do selo postal em 1850. 6. onde Portugal se alia à Inglaterra e à Holanda contra a França e a Espanha. .Guerra Américo M.6 As alterações nos direitos de propriedade da terra Outros factos muito importantes ocorridos nesta época e com repercussões directas na exploração dos povoamentos de sobro tiveram que ver com as alterações nos direitos de propriedade: . pp.1. 6. 1888a.construção de uma rede ferroviária que incluía um projecto de ligação entre o Barreiro e a fronteira espanhola através do Alentejo e com ligação ao Algarve. Maria I retomada depois pelos liberais intensificou-se o processo de apropriação privada dos baldios iniciado nos finais do século XVII. S. em 1779. 6. 1991. . a saber. 570-571).construção de uma rede de estradas. 1888b). .a aliança da Espanha à França na guerra deste país contra a Inglaterra.8 As guerras com Espanha e com outros países europeus Finalmente é de referir que ao longo deste período Portugal envolveu-se em várias guerras onde esteve do lado oposto a Espanha ou a forças políticas espanholas. A procura e o preço crescentes da cortiça desde a década de 1840-50 foram craindo dificuldades de cada vez maiores a indústria dos curtumes que via o preço do entrecasco aumentar e a sua espessura a diminuir. . embora com menor intensidade. tendo o envolvimento de Portugal terminando em 1713 com o Tratado de Utreque.com a legislação do tempo do Marquês de Pombal e de D. . a política de construção de infraestruturas de transporte e comunicações: . pondo assim termo ao regime de propriedade comum em que tinham sido explorados até então. no distrito de Évora (Matos. . pelo menos. se entre os expositores da secção agrícola que apresentaram produtos dos montados de sobro a cortiça foi o que apareceu em grande maioria. início da rede de telégrafo em 1850 com ligações internacionais a partir de 1870). da procura de produtos não suberícolas dos montados ainda durante a parte final do século XIX refira-se que na Exposição Industrial Portugueza de 1888 (Exposição Industrial Portugueza. . o que favoreceu Portugal. com os vinhos portugueses a substituírem os espanhóis no mercado inglês. isto. projecto esse que atingiu Setúbal e Vendas NOvas em 1861 e Beja em 1864.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 32 Um indício da continuação. ainda houve alguns que apresentaram entrecasco e madeira de sobro.a Campanha do Rossilhão (1793-1795). a produção pecuária extensiva e a extracção de cortiça surgiram como os seus substitutos. pp. uma parte dos "incultos" registados nesta região na altura dos primeiros inventários e estimativas sobre a utilização do solo na segunda metade do século XIX (Pery. os preços do trigo e da cevada no Alentejo sobem até 1710. para estagnar ou conseguir apenas recuperações insuficientes até ao final do século XVIII. . 6. Mais precisamente o que aconteceu foi o seguinte (Justino. mas sim um facto estrutural da economia agrária desta região aí presente desde há muito. na altura. Vol.1. princípios da década de 1690-1700. aliando-se à Espanha. S. para voltar a cair abruptamente na década seguinte. nomeadamente a conhecida memória de Vandelli (1789). sobre o que. Mesmo que se trate de um facto de estrutura. 6.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 33 .2 6. a partir do final do século XVIII.as Invasões Francesas e a Guerra Peninsular (1807-1814). É esta presença da criação extensiva de gado no Alentejo utilizando os terrenos "incultos" que Silbert não considera ser uma alteração de conjuntura.1 ALTERAÇÕES NAS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DOS POVOAMENTOS DE SOBRO Surgimento dos montados modernos Durante este período. . São vários os testemunhos da época sobre essa substituição. não restam muitas dúvidas de que a importância económica absoluta e relativa da criação de gado deve ter aumentado no Alentejo neste período. Carvalho Mendes .9 As alterações na economia agrária do Alentejo O século XVIII foi um período de alterações consideráveis na estrutura da economia agrária do Alenetjeo. . contribuiu para reduzir o poder negocial dos Américo M.depois de terem batido num nível muito baixo por finais da década de 1680-90. combinado com o crescimento demográfico e com o processo de privatização dos baldios.a Guerra das Laranjas (1801) onde a França. levaram muitos agricultores a substituir a produção cerealífera pela criação de porcos e de ovinos.o recuo atrás referido da cultura cerealífera durante o século XVIII com prolongamentos para o século XIX e a sua substituição por "incultos" dedicados à produção pecuária extensiva. Quando a crise da cerealicultura se agravou por causa da maior concorrência externa. há dois factos importantes no que se refere à economia dos povoamentos de sobro: . 1981): . mesmo que alguns autores como Silbert (1978. 718-719) não sejma bem dessa opinião. Assim sendo. Esta substituição provocou alguma redução nas necessidades de mão de obra agrícola o que.2. a conversão de terras agrícolas em terras de pasto para gado. declara guerra a Portugal.a emergência definitiva da cortiça como produto de exportação regular. ou seja. II. se chamava a multiplicação das "herdades de cavalaria".esta queda nos preços dos cereais durante grande parte do século XVIII combinada com carências ee mão de obra agrícola muito provocadas pelas guerras em que o país andou envolvido nessa época e com uma procura crescente de carne de porco pela vizinha Espanha e de lã por parte da Inglaterra. resultando daí a perda para os espanhóis de Juromenha e Olivença. face à evolução dos preços dos cereais e da procura dos produtos animais e face aos testemunhos da época. 1875) podem ter resultado destes acontecimentos ocorridos no século anterior com prolongamentos para o século seguinte. nessa altura que se instalam de maneira generalizada os montados modernos em substituição da forma de exploração "em mosaico" típica da época anterior onde zonas de mato se intercalavam com zonas de aproveitamento do sub-coberto (Fonseca & Pinto Correia. Assim. Note-se que os sobreiros sempre fizeram parte da vegetação do Portugal Mediterrâneo e mesmo do Portugal Atlântico já que se estendiam até ao Minho (Girão. O resultado desta prática era uma deterioração da capacidade de produção suberícola dos montados. É o caso quando o pastoreio prejudica a regeneração natural dos povoamentos por causa dos animais destruírem as jovens árvores nascentes. a disponibilidade de mão de obra. 1844) e não do proprietário ou arrendatário dos terrenos. assim. Estava. pastagens para porcos e pequenos ruminantes. pp. S. mel. cortiça para usos domésticos. É. em certas condições. mas ainda extensivos orientados para a exploração de cortiça. Assim. 444-445). Com o incremento no interesse comercial da cortiça a sua exploração para a extracção deste material começou a intensificar-se. sendo as árvores preservadas para a extracção da cortiça. Quando a cortiça começou a ganhar valor comercial durante a primeira metado do século XIX a sua extracção ficava geralmente a cargo do respectivo comprador (Cabral. nas zonas de maior densidade demográfica (Minho e outras zonas muito povoadas ao longo da fachada atlântica) eles não resistiram à pressão da população sobre os terrenos florestais. com o aumento da procura de carne. O que aconteceu foi que. 2001). passa a ser investido por formas de exploração menos extensivas do que no passado. Essas novas formas de exploração estavam cada vez menos sujeitas aos direitos dos povos que antes aí tinham os seus baldios onde obtinham um conjunto variado de produtos necessários à sua subsistência (cereais de sequeira. etc. foi preciso esperar até que o valor económico da cortiça impusesse definitivamente a sua importência para que os proprietários começassem a gerir os povomentos com mais cuidados de protecção e expansão da sua capacidade de produção de cortiça. 1942). A memória de Fragoso de Sequeira (1790) é frequentemente citada como fonte para datar a emergência desta forma de exploração em meados do século XVIII. 1978. Recorde-se também que ao longo deste período menteve-se alguma pressão negativa sobre os povoamentos de sobro decorrente da procura da sua madeira para a produção de carvão e para construção naval e civil (terramoto de Lisboa. a produção de cereais e a criação extensiva de gado bovino. generaliza-se a prática da limpeza dos matos no subcoberto dos povomentos de sobro com o seu aproveitamento para pastagens e para consociações de cultura cerealífera e de pastagens. podem ser interferir negativamente uma com a outra. num ordenamento do território que ainda guardava muitas das traças que os Romanos deixaram.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 34 rendeiros e parceiros.) e às utilizações aristocráticas como terrenos de caça. constituído o que actualmente se designa por "montado". ou à migração para outras terras. Com efeito. Carvalho Mendes . carvão. pois. madeira. a qualidade da cortiça. Em vez disso eram formas de exploração cada vez mais sujeitas às motivações económicas dos empresários que neles investiam em sistemas de produção menos extensivos do que os anteriores. lenha. entre outros (Silbert. O incremento do interesse comercial da cortiça pode entrar em conflito com outras utilizações dos montados de sobro. Nesta situação o maquis que envolvia as cinturas agrícolas das zonas urbanas e a parte agricultada das grandes herdades. levando à passagem de muitos à situação de assalariados temporários. Nas zonas de menor densidade demográfica foram vegetando em regime extensivo nas charnecas. a exploração pecuária e a produção de cortiça são actividades que. com graus diversos conforme o regime de propriedade. embora tenha sido necessário esperar até ao último quartel do século XIX para que este sistema se generalize definitivamente estimulado pelo crescimento na procura de cortiça. etc. Américo M.). mas im "simples pedaços de cortiça chamuscada". mas não referem a fonte documental que atesta a existência destas unidades.2. A este propósito refere o seguinte: . . Como os melhores terrenos para a viticultura mais estimulada pela procura externa.uma utilização vitícola de terrenos anteriormente ocupados por povoamentos de sobro. Uma excepção ao que se acaba de dizer é a da algumas vinhas novas do Ribatejo e do distrito de Setúbal onde se destacou como caso mais importante a vinha de 17000 ha que José Maria dos Santos instalou no Pinhal Novo. com estabelecimentos em Lisboa e no Porto. em grande parte. .a existência de uma indústria preparadora espalhada pelo país a sua presença nas exportações desde uma data muito mais antiga do que esta em que despontou a indústria rolheira. não coincidiam com os dos povoamentos de sobro.2 Efeitos da febre vitícola Das alterações atrás referidas no contexto da economia dos povamentos de sobro vamos começar pelas que têm que ver com o vinho. numa zona onde antes havia montados (Cabral. O segundo efeito também não foi de grande monta pois o consumo de vinho no mercado doméstico e o vinho que era exportado diziam respeito essencialmente a vinho a granel. A expansão desta cultura poderia ter os seguintes efeitos sobre a economia do sobro: . possivelmente devido às "muitas lutas internas e externas". principalmente o terceiro que se começou a fazer sentir. na herdade da Palma. No entanto. sem especificar as suas fontes.um aumento da procura doméstica de cortiça para rolhas. Dos três impactos atrás mencionados foi.3 Por que é que as indústrias da cortiça arrancaram mais tarde em Portugal do que na Catalunha? Descamps (1935) e Barros Bernardo (1942. o primeiro destes efeitos não foi dos mais relevantes. Descamps (1935) afirma. 1981). S. Campos Américo M. Carvalho Mendes . 6. . Naturalmente a indústria espanhola virou-se principalemente para o seu próprio país nomeadamente para a Extremadura como fonte principal de abastecimento em cortiça em bruto. 6. 1945c) datam o início da indústria transformadora da cortiça (rolhas) em Portugal do tempo do Marquês de Pombal.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 35 Isto deve explicar por que é que ainda em 1888 Sousa Pimentel (1888) lamentava a frequência das prácticas predatórias dos povoamentos de sobro. Finalmente ainda sobre as relações entre a produção pecuária extensiva e os montados de sobro convém notar que estes são menos aptos para esta produção do que os montados de azinho devido ao menor valor nutritivo da lande do sobreiro relativamente à bolota da azinheira. Barros Bernardo (1948) sustenta a sua tese sobre o início da indústria rolheira portuguesa neste período com os dados que compilou sobre as exportações de produtos de cortiça.um aumento da procura externa de rolhas de cortiça.a má qualidade das rolhas exportadas neste período que não eram cozidas.os poucos progressos registados na exportação durante os finais do século XVIII e começos do século XIX. .2. nem aparadas. aqui foram os industriais espanhóis e dos países não suberícolas consumidores de vinho que primeiro se apoderaram do mercado da produção de rolhas. portanto. desenvolvendo-se consideravelmente no princípio do século XIX. que esta indústria se estendeu a Portugal ainda durante o século XVIII. quando a indústria rolheira finalmente arrancou em Portugal fê-lo em locais com bons acessos às principais zonas de produção de cortiça. É interessante tentar perceber porque é que em Portugal a produção de rolhas iniciada no tempo do Marquês de Pombal com base nos processos de fabrico inteiramente manuais da época não evolui tão depressa e tão intensamente para a produção mecanizada como aconteceu na Catalunha durante o século XIX. Recorde-se que foi com a descoberta da rolha de cortiça para Champagne em França que surgiu esta actividade económica e que foi às boas relações económicas que tinha com este mercado francês que a indústria corticeira catalã deve muito do seu processo de descolagem. Os dados sobre exportações portuguesas de cortiça em prancha e em rolha recolhidos e publicados por Barros Bernardo (1944. com as Invasões Francesas. S. o ambiente industrial. 1948) para o final do século XVIII mostram que a razão deve estar mais do lado de Descamps e de Barros Bernardo do que do lado de Campos Pereira quando à data de arranque da indústria corticeira em Portugal. f) outra diferença muito grande entre Portugal e a Catalunha tem que ver com o facto das zonas de produção de cortiça em Portugal nessa época e mesmo até aos dias de hoje não terem a densidade demográfica. Terá sido simplesmente em consequência das mesmas causas gerras que explicam o "atraso económico" português (Reis. b) na Catalunha a indústria rolheira surgiu nas proximidades de uma zona de produção de cortiça o que era importante numa actividade onde os custos de transporte da matéria prima são importantes especialmente numa altura onde a rede de transportes ainda era deficiente. Carvalho Mendes . d) em Portugal Lisboa e o Porto podiam reunir nesta época a segunda das características atrás referidas para a Catalunha. mas também não apresenta fundamento documental para esta sua afirmação. neste caso. o que deve datar dos anos 1822-26 não é o início da indústria rolheira portuguesa. 1987). No entanto. mas sim o início da sua "fase manual moderna" que quase se sobrepõe à transição para a "fase mecânica". e) como veremos mais adiante. redes informais de aprendizagem e difusão de um saber fazer artesanal e situações de pluriactividade agrícola como as da Catalunha dessa época o que era fatal para impedir o arranque de uma índústria intensiva em mão de obra como era a indústria rolheira. c) na Catalunha a indústria rolheira também estava nas proximidades de zonas de produção vitivinícola e de portos de exportação. mas o arranque da indústria rolheira portuguesa em condições competitivas face à catalã estava seriamente comprometido pela não verificação da primeira característica. as Invasões Francesas tiveram no arranque da indústria em Portugal. Américo M.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 36 Pereira (1915) situa o arranque desta indústria no início do século XIX. Segundo Barros Bernardo (1945c). 1984. ou terá sido também em consequência de causas específicas ao sector da cortiça e às "vantagens comparadas" que a Catalunha tinha em relação ao Portugal daquela época para estas actividades? Referimos atrás algumas características do processo de industrialização corticeiro catalão e percorrendo cada uma delas é fácil concluir que elas não se verificavam no Portugal dessa época: a) o grande mercado para os produtos de cortiça nessa época era o do Champagne e aqui a Catalunha estava melhor posicionada do que Portugal dadas as relações de proximidade com França. especialmente com os mercados do sul daquele país que eram praças importantes para o comércio de rolhas tendo-se tornado ainda mais importantes para a Catalunha depois da crise inexorável em que entrou a indústria rolheira de Marselha face ao esgotamento da produção de cortiça no sul da França. Barros Bernardo é da mesma opinião de Campos Pereira quanto ao papel positivo que. mas já numa altura onde as facilidades de transporte da matéria prima preparada não eram obstáculo de maior à competitividade da indústria. em 1823. a criação extensiva de porcos para o fabrico de banha e toucinho. 1991. nomeadamente a Grã-Bretanha e para Espanha. nalguns casos se traduzia na criação de empresas por conta própria. deslocando depois a sua base para Estremoz a partir de 1844.a família Robinson originária de Halifax onde tinha a sede das suas operações de importação de produtos de cortiça que instalou uma fábrica em Portalegre em 1848 dedicada essencialmente à produção de rolhas para o mercado inglês. Em 1870. com condições menos competitivas que a Catalunha para o arranque da indústria rolheira no século XVIII e princípio do século XIX. esta última sob a direcção técnica do catalão André Camps que trouxe consigo operários rolheiros também catalães.4 Descolagem das exportações e das indústrias da cortiça em Portugal no século XIX Assim. a saber a madeira para a reconstrução de Lisboa depois do terramoto e para a construção naval. Sendo neste período a extracção de cortiça nos povoamentos de sobro portuguesas essencialmente para exportação em bruto para a Grã-Bretanha e para Espanha.a família Reynolds que começou por se estabelecer em Chatham na importação de vinhos. .0% do valor total das exportações de cortiça correspondem a cortiça em bruto. etc. Portugal iniciou-se neste negócio essencialmente como exportador de cortiça em bruto para os países importadores de vinho. fruta e cortiça de Portugal e que. na Extemadura espanhola e em Portugal). S. i) na Catalunha imperava o sistema do morgadio o que fazia que os irmãos excluídos da herança das propriedades da família tivessem que procurar outro modo de vida. se instalou no Porto. Sendo a Grã-Bretanha o principal cliente da cortiça portuguesa. o fabrico de carvão. Assim. foi aí que a indústria rolheira acabou por se desenvolver mais. os montados de sobro em Portugal estavam a ser objecto de uma procura onde eram mais importantes outros produtos que não a cortiça. Guimarães. Exemplos disso são os seguintes (Matos. 98.2. h) no final do século XVIII e ainda durante parte do século XIX. pois a indústria catalã tinha o mesmo problema (esgotamento dos povoamento de sobro catalães e necessidade de abastecimento na Andaluzia. abastecendo a índústria do país vizinho em caso de necessidade de complemento da produção espanhola. comprando e arrendando montados de sobro no Alentejo e na Andaluzia e na Extremadura espanhola e instalando fábricas de rolhas e sobretudo de pranchas para exportação em Estremoz (em 1844) e na Azaruja (em 1845). também foram comerciantes ingleses que se instalaram em Portugal os pioneiros e os motores da comércio e da indústria neste país. os vários conflitos armados que envolveram Portugal e estes países opondo-os por vezes entre si tiveram provavelmente alguns efeitos negativos sobre o desenvolvimento de um fluxo mais intenso de exportações destes produtos. 6. . o que. à semelhança do que aconteceu no Vinho do Porto.94%. essa percentagem era de 90. o crescimento registado no valor das exportações de cortiça Américo M. em 1851.a família Buknall estabelecida em Londres como negociante de cortiça desde o século XVIII.. por isso. fazendo então de Lisboa o centro das suas actividades.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 37 g) em Portugal é mais no Norte Litoral que as condições atrás referidas existiam e ainda hoje existem e. intalando-se em Barcelona a partir de 1840 e em Portugal a partir de 1870. 2001): . Carvalho Mendes . comprando e arrendando montados tal como os empresários atrás referidos. Apesar dessas dificuldades. Villardebó & C. crise e estagnação económica Entre as décadas de 1860 e 1880 a economia portuguesa viveu um período de crescimento económico com progressos consideráveis em termos de infra-estruturas e serviços públicos. 573). resultavam das remessas de emigrantes do Brasil.1. Américo M. Noutros países que eram importantes consumidores de cortiça. o país vivia no regime do padrão-ouro. Nesta altura.1 CONTEXTO DA ECONOMIA CORTICEIRA PORTUGUESA Crescimento. p. 1991. Muitos dos títulos da dívida pública eram comprados com capitais que. Neste contexto. Segundo Inquérito Industrial de 1881. os principais comerciantes e industriais ligados à cortiça viam nas exportações de prancha a sua tábua de salvação nessa altura. 7 DE MEADOS DO SÉCULO XIX ATÉ À CAMPANHA DO TRIGO E À GUERRA CIVIL ESPANHOLA 7. o que subsistiu de actividade rolheira no distrito de Évora foram pequenas oficinas de origem já antiga (Matos.ia e a de Freire & Camps. grande parte dos quais concedidos pela Casa Baring Brothers de Londres. 1996. as que se mantinham na localidade eram todas de pequenas dimensões e vendiam a totalidade da sua produção à firma Sória. 573) direccionadas muito provavelmente para a procura local. um país onde a importação de rolhas estava livre de direitos aduaneiros. à excepção da fábrica dos herdeiros de Reynolds6. Segundo a mesma autora a razão da sobrevivência desta última forma era o facto de ser uma importante casa comercial. situada em Évora. p. direitos aduaneiros proteccionistas da indústria da cortiça local contra os quais Portugal não foi capaz de negociar fizeram com que as exportações portuguesas de cortiça em obra entrassem em crise.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 38 durante o terceiro quartel do século XVIII foi muito assinalável: de 250. sendo Fontes Pereira de Melo o Ministro da Fazenda e das Obras Públicas. 67). 1991.1 7. 1991.ia. p. Durante a década de 1880-90 estas empresas tranaformadoras de cortiça do Alentejo estavam em dificuldades e algumas tinham já encerrado. as quais se encontravam já encerradas em 1880. com direitos de amoedação desse metal pelos particulares e com liberalização do trânsito de metais preciosos com o exterior. Carvalho Mendes . em grande parte. Fernando II. como a de Francisco Joaquim da Fonseca & C. Segundo Ana Maria Cardoso Matos." (Matos. A oferta monetária estava assim fora do 6 Esta empresa acabou por se transferir para o Barreiro no final do século XIX (Fonseca. S. funcionaram na Azaruja outras fábricas. e que exportava essencialmente para Inglaterra. Daí que o que se tenha desnvolvido então tenham sido as exportações de cortiça em prancha exactamente para abastecer as empresas de transformação de cortiça que se tinham constituído nesses países com a ajuda dessas políticas proteccionistas. pelo que pediam ao Governo a abolição dos direitos sobre estas exportações que antes tinham sido instituídos para favorecer o desenvolvimento da indústria transformadora nacional. referido no trabalho de Matos (1991). sediada em Londres. "além da fábrica de Tomás Reynolds.16 contos de réis em 1851 esse valor subiu para 1264 contos em 1874. p. Quanto às outras unidades industriais de maiores dimensões (a maior era a dos herdeiros de Robert Hunter Reynolds) reorientaram-se para o fabrico de prancha para exportação e deslocaram-se da zona de Estremoz para a zona de Évora e Montemor devido à maior facilidade de acesso ao caminho de ferro que fazia a ligação com Lisboa (Matos. Estes progressos exigiram aumentos consideráveis das despesas públicas que foram financiados essencialmente através da emissão de títulos da dívida pública e por empréstimos externos. Desde a carta de lei de 29 de Julho de 1854 decretada pelas Cortes Gerais e promulgada pelo Regente D. 571). o Banco de Portugal acabou por ficar com o monopólio da emissão monetária tendo esta situação sido consagrada legalmente por legislação de 1887. . a negociação do monopólio dos tabacos com um concessionário privado e outros.a casa Baring Brothers passa por um momento de crise grave impedindo-a de continuar a ser o principal banqueiro do Estado português.as exportações vinícolas que eram uma das principais exportações portuguesas na época caem a partir de 1886. O crescimento económico das décadas de 1860 a 1880 não se traduziu num crescimento das receitas públicas suficiente para acompanhar o crescimento das despesas pelo que o resultado foi um avolumar do deficit e da dívida pública. No plano monetário.para negociar com outros países era necessário comprar a respectiva moeda por troca com a moeda portuguesa. Américo M.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 39 controlo directo do Estado. . como era o caso da Grã-Bretanha.ao adquirir moeda fraca (a portuguesa) por troca por moeda forte (a libra ou outra moeda de um país com padrão-ouro) o cambista cobrava-se do valor (o ágio) que estivesse disposto a atribuir ao risco dessa operação. Na maior parte do soutros países europeus esse regime monetário so foi adoptado depois de 1871. ou de afluxo de capitais para comprar títulos da dívida pública.as convulsões políticas no Brasil resultantes da abolição da escravatura em Março de 1888. . S. Foi isso que aconteceu nos finais da década de 80 e princípios da década de 90: . a revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891.também entram em crise as exportações de gado bovino que eram outro produto de exportação importante nessa época. . complicando-se a cries neste sector com o aparecimento da filoxera. . A situação atrás referida era tanto pior quanto maior fosse o recurso do Estado ao financiamento por criação monetária com a consequente inflação. as principais respostas à situação de crise grave nas finanças públicas foram as seguintes: .foi posto ao fim do regime do padrão-ouro com a passagem ao regime da inconvertibilidade em ouro das notas do Portugal através de um decreto de 7 de Maio de 1890 seguido de outro do dia 10 do mesmo mês que também estabelecia a inconvertibilidade em prata. Uma consequência desta situação foi o chamado "ágio do ouro" que consistiu no seguinte: . Assim qualquer acontecimento que perturbasse as entradas de capitais colocaria as finanças públicas em situação de ruptura por falta de quem concedesse mais crédito externo ao Estado. do derrube da Monarquia em Novembro de 1889 e da instabilidade política que durou até 1891 perturbaram seriamente as remessas dos emigrantes provenientes desse país e as exportações poruguesas com esse destino.face à falência de muitos bancos. acontecia num contexto onde alguns dos principais parceiros económicos do país mantinham o padrão-ouro. no entanto.o poder político em Portugal era frágil em termos internos e externos como provam o episódio do Ultimatum em Janeiro de 1890. Carvalho Mendes . . Isto. Deste modo o Estado passou a deter o controlo da massa monetária e passou a poder utilizá-la para financiar as suas despesas. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 40 Esta situação dificultava as importações e favorecia quem exportasse e fosse pago em moeda forte. Face à situação de crise grave nas finanças públicas foi impossível ao Estado prosseguir o ritmo de investimentos em infra-estruturas que aconteceu durante as décadas de 1860 a 1880. Relativamente às condições económicas favoráveis criadas às actividades exportadoras pelo "ágio do ouro" à que descontar o seguinte: - no mesmo período em que ocorre a crise financeira em Portugal há grandes desenvolvimentos nos sistemas de transportes que resultam em abaixamentos no custos de transporte internacionais o que, se por um lado, pode favorecer quem exporta, por outro lado também expõe quem exporta a uma maior concorrência; - em parte por causa do facto atrás referido há uma proliferação de reacções proteccionistas por parte dos países com actividades económicas ameçadas pela concorrência externa, ou que querem proteger actividades nascentes. Neste contexto as exportações de um país ficam dependentes da sua capacidade negocial para eliminar essas barreiras proteccionistas quando se trata de produtos concorrentes dos dos seus parceiros económicos, ou fica dependente da existência de complementaridades com actividades que um país parceiro queira desenvolver. 7.1.2 A "Revolução Verde à portuguesa" Parafraseando Oliveira Martins, António José Telo (1994) também chama ao período do Fontismo a "Revolução Verde à portuguesa". Segundo ele, em Portugal esta "revolução" conduziu a menores acréscimos de produtividade do que noutros países fundamentalmente pelo tipo de vantagens comparativas que o país desenvolveu nessa altura fruto das suas características geo-climáticas. Assim, segundo esse autor, "a agricultura que sai do Fontismo baseia-se numa série de produtos muito especiais (vinho, cortiça, seda, gado e frutos) nos quais Portugal tem vantagens relativas no mercado internacional - ou teve, para ser mais exacto no caso da seda e do gado. São produtos que exigem sobretudo uma mão de obra sazonal, principalmente na época das colheitas.Muitos deles são também produtos típicos de uma economia colectora, que segue técnicas básicas milenárias, onde as inovações tecnológicas e, logo, a necessidade de capitais, é pequena. A excepção mais significativa a esta regra é o gado, mas o crescimento da pecuária entra em forte crise no fim do Fontismo devido à alteração das condições da concorrência externa, da qual não consegue recuperar. Isto significa que a procura de uma mão de obra permanente é muito reduzida ... com um imenso crescimento da procura sazonal durante as colheitas. ... Assim, a realidade de grande parte do mundo rutal criado pelo Fontismo é a subistência do camponês no seu pequeno talhão de terra pouco fértil, com grandes dificuldades, durante dez meses e o trabalho intenso durante dois, depois de uma deslocação de centenas de quilómetros. ... É um verdadeiro reservatório de mão de obra barata, que concentra a maior parte da população portuguesa. Neste mundo, a produtividade é mínima, as terras pobres e as técnicas tradicionais e rudimentares. No entanto, ele é vital para a rentabilidade do sector mais moderno, baseado em meia dúzia de produtos, os poucos que usufruem de rlativas vantagens internacionais. A actividade pouco desenvolvida da grande maioria da população rural é o segredo da vantagem internacional dos grandes produtos do sistema agrícola (vinho, cereais e cortiça). O próprio ciclo produtivo dos produtos básicos, as suas condições naturais de desenvolvimento, apontam para uma revolução verde Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 41 incompleta e para uma agricultura que é mais colectora do que produtora. Com a agravante de que é muito difícil aplicar máquinas às tarefas que mais mão de obra exigem nos campos portugueses -a colheita da uva, da cortiça, dos frutos, da azeitona, etc.; no caso dos cereais, a sua competitividade interna está totalmente dependente da legislação do Estado e não de um aumento de produtividade." (Telo, 1994, pp. 48-49). 7.1.3 Uma hipótese explicativa: as políticas suberícolas como derivadas das políticas cerealíferas No Alentejo que se especializou como a maior região de produção de cortiça de Portugal e do mundo, para além das zonas de montados de sobro e de azinho que se autonomizaram do modo atrás indicado principalmente a partir do último quartel do século XIX, existiam no princípio do período agora em análise mais dois grupos importantes de usos do solo: - os incultos cultiváveis ou para floresta, ou para agricultura que representavam mais de metade do Alentejo em 1875 (Pery, 1875); - terras aráveis, limpas, com uma escassa cobertura florestal, onde a cultura de cereais de sequeiro, em rotação com outras culturas ou em combinação com a pecuária extensiva eram as actividades dominantes. Mesmo com a concorrência das importações de cereais, esta terceira componente esteve sempre presente com maior ou menor extensão nos sistemas agrários do Alentejo e há quem defenda que assim deve continuar a ser (MODAA, 1998). Uma hipótese que propusemos (Mendes, 2000) como parte da explicação da evolução da área e da produção de cortiça desde o último quartel do século XIX até ao final do século XX passa por não se ignorar as relações entre a produção de cereais no Alentejo e a produção de cortiça como formas alternativas de uso do solo o que tem as seguintes implicações: - boas condições económicas para uma contribuem para a regressão da outra; - políticas públicas que visam um daquelas produções têm repercussões sobre a outra. Essa hipótese contém mais um elemento que é o de que existe uma relação de ordem entre as políticas públicas suberícolas e cerealíferas: ao longo do século XX as primeiras acabaram por ser derivadas das segundas, ou seja, as políticas públicas com mais incidência no sobreiro foram um subproduto de outras políticas (nomeadamente as cerealíferas), e não o resultado coordenado de esforços dos principais actores da actividade – produtores, industriais e o Estado. No caso da cortiça em Portugal há dois factores que podem explicar esta falta de coordenação: - factores técnicos ligados as características físicas da cortiça; - factores sociais; Os factores de ordem técnica mais relevantes são os seguintes: - a temporalidade muito longa do processo produtivo da cortiça; - a heterogeneidade da cortiça como produto. Até há bem pouco tempo o trigo era um elemento fundamental no orçamento alimentar das famílias portuguesas. O preço do trigo detinha assim uma importância crucial em termos de definição dos níveis salariais da população. Se juntarmos a este facto a característica da produção do trigo ser anual enquanto a cortiça tem um processo produtivo bem mais demorado, compreendemos o porquê dos proprietários, dos agricultores e dos políticos se mostrarem mais sensíveis às questões respeitantes à produção de trigo que às questões respeitantes à cortiça. A heterogeneidade da cortiça é uma outra característica que torna difícil a concertação de estratégias entre produtores, pois estes encontram-se em diferentes situações económicas dependendo da qualidade da sua produção. Por outro lado, esta heterogeneidade, vista do lado dos compradores de cortiça, dá vantagem àqueles que conhecem bem o terreno e o meio e que não possuem qualquer interesse em partilhar esse conhecimento com os outros. O resultado disto é que o mercado de cortiça é pouco Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 42 transparente, sendo difícil coordenar estratégias entre os vendedores, entre os compradores e entre uns e outros. Considerando agora os aspectos sociais, é possível vermos que também estes trazem problemas de coordenação no seio da cadeia produtiva da cortiça. De facto, produtores e industriais do ramo da cortiça pertencem a mundos distintos, separados tanto em termos geográficos, como em termos sociológicos. Os produtores de cortiça são tipicamente grandes proprietários do sul do pais que vivem nas cidades, nomeadamente na zona de Lisboa. Os industriais da cortiça, e em particular, os produtores de rolhas, são de um outro mundo. Provêem maioritariamente do norte do pais e são oriundos de famílias de trabalhadores ou de pequenos empresários que criaram as suas próprias empresas. Por estas razões nos pontos seguintes, na descrição do contexto do sector da cortiça, iremos prestar alguma atenção ao que se foi passando no sector do trigo. 7.1.4 Sector cerealífero No que respeita ao mercado do trigo, o que caracteriza o período em questão são os seguintes factos: - concorrência cada vez mais forte do trigo importado dos novos países produtores; - políticas protectoras da produção doméstica, as chamadas "Leis da Fome", a partir de 1889 (imposição de tarifas aduaneiras sobre o trigo importado em 1889 e garantia de preço ao produtor instituída em 1899) que no seu essencial se mantiveram até à adesão de Portugal à Comunidade Europeia. Esta política proteccionista reduziu mas não eliminou a concorrência exterior à produção de trigo nacional. Por isso, o que dominou a agenda política dos proprietários e dos agricultores alentejanos durante este período foi mais o como proteger-se contra essa concorrência do que o fomentar alternativas à cultura do trigo. No final deste período houve uma outra política cerealífera que teve grandes repercussões indirectas sobre os povoamentos de sobro. Trata-se da “Campanha do Trigo “ que teve lugar entre 1928 e 1938, no início da ditadura de Salazar. Esta campanha era composta por um conjunto de intervenções públicas (subsídios aos arroteamentos de terras para a cultura do trigo, escoamento da produção a preços de garantia, subsídios aos adubos, etc.) que sustentavam economicamente produção de trigo com vista a atingir da auto-suficiência do país neste produto. Isto levou à expansão desta cultura para terrenos que antes não lhes estavam afectos, nomedamente terrenos de incultos cultiváveis. Estes terrenos, uma vez terminada a campanha foram alvo da instalação de povoamentos de sobreiro ou de azinheira. O caso mais importante desta situação é o das areias dos rios Tejo e Sado onde hoje se encontram algumas das melhores zonas de montado de sobro de Portugal. 7.1.5 Transformações estruturais na indústria corticeira espanhola e não ibérica A segunda metade do século XIX foi a "edad de oro del taponero" (Medir, 1953) na Catalunha que desenvolveu a indústria rolheira com base numa estrutura predominantemente artesanal, como atrás referimos. Portugal dedicava-se essencialmente à exportação de cortiça em bruto e evoluindo depois para a exportação de cortiça em prancha. Ao mesmo tempo que as exportações portuguesas e espanholas de cortiça em bruto ou preparada aumentavam, desenvolvia-se nos países importadores uma indústria rolheira mais moderna, com grandes empresas e mais organizada no plano comercial do que a catalã (Zapata Blanco, 2000). Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 43 No final do século surge uma inovação "radical" que iria ter efeitos estruturais muito grandes na indústria espanhola e não só. Trata-se da invenção dos produtos aglomerados de cortiça: rolhas, revestimentos e outros. Esta inovação tinha as seguintes implicações: - permitia u aproveitamento quase integral da matéria prima transformando os desperdícios da m indústria rolheira e a cortiça de pior qualidade imprópria para o fabrico de rolhas; - a produção de aglomerados era uma actividade muito mais intensiva em capital do que a indústria das rolhas o que constituía uma grande barreira à entrada para a pequena iniciativa empresarial que tinha feito o sucesso da indústria catalã até então. Face à concorrência da nova indústria dos países não ibéricos e ao surgimento da grande indústria de aglomerados, a indústria catalã foi capaz de se reconverter ao longo do primeiro terço do século XX, substituindo trabalho por capital, mesmo que isso tenha causado sérios problemas sociais (Zapata Blanco, 2000). 7.2 7.2.1 TRANSFORMAÇÕES NO SECTOR DA CORTIÇA Principais factos ocorridos no sector No período em análise houve uma tendência de longo prazo crescente no que respeito à procura de cortiça a nível mundial pois foi ao período onde ainda não se tinha expandido o que veio a ser o principal concorrente da cortiça, ou seja, o plástico. Por isso, as exportações de cortiça portuguesas cresceram em volume ao longo do período em análise, crescimento esse interrompido naturalmente durante o período da 1.ª Guerra Mundial e da Grande Depressão de 1929. Este crescimento em volume traduziu-se obviamente num crescimento da produção extraída e da área de sobreiro. Vimos atrás que durante as década de 1860 a 1880 houve um crescimento económico em Portugal o que foi favorável ao crescimento do sector da cortiça, mas esse crescimento foi interrompido pela crise financeira de 1891. No entanto, também referimos que essa crise ocorreu em termos que não eram desfavoráveis às actividades exportadoras. A principal questão no que se refere ao sector da cortiça era saber se o prosseguimento do crescimento das exportações se iria fazer com um aumento relativa e absoluto das exportações de cortiça transformada, ou só de cortiça em bruto ou semi-transformada. O que se veio a verificar é que houve algum crescimento das indústrias da cortiça em Portugal, mas o que predominou largamente ao longo deste período foi a exportação de cortiça em bruto ou semitransformada. Isto significa evidentemente o seguinte: - havia mais interesse por parte dos produtores de cortiça em bruto e em prancha de vender a compradores estrangeiros do que a industriais nacionais; - a indústria transformadora da cortiça portuguesa não teve capacidade negocial e competitividade suficientes para conquistar quotas de mercado externo em detrimento das indústrias da cortiça de Espanha e de países importadores; - a partir da década de 1880-90 a indústria portuguesa também não pode contar com a ajuda de um Estado politicamente forte em termos internos e externos e financeiramente capaz de prosseguir uma política de investimentos públicos em infra-estruturas e serviços necessários ao crescimento económico. Se a crise financeira do final da década de 1880 princípios da década de 1890 não interrompeu a tendência de crescimento das exportações de cortiça em volume, interrompeu o crescimento real dos preços de exportação da cortiça. Isso significa que os preços nominais (em moeda portuguesa) que os exportadores de cortiça conseguiam obter pelos seus produtos cresceram menos do que o nível geral Américo M. S. Carvalho Mendes Ao mesmo tempo que isto acontecia a área de azinheira passou de de 200000 ha em 1875 para 455137 ha em 1921. depois de um longo período de degradação do património florestal português em geral. 63.2 7. Assim sendo. havia provavelmente nestas zonas uma quantidade de sobreiros não despicienda sob a forma de povoamentos dominados ou de árvores isoladas que não está contabilizada nos dados recolhidos no quadro atrás referido. descendo depois para 360000 ha em 1939. Carvalho Mendes .2 Análise crítica dos dados estatísticos Durante o período em análise a área de sobreiro registou um crescimento notável: de 170000 ha em 1875 passou para 560000 ha em 1929 e para 690000 ha 1939. S. pois. Durante o período em análise os factos mais relevantes no que se refere ao sector da cortiça em Portugal foram. Américo M. Os montados de azinho que na parte inicial deste período tinham uma área superior à do sobreiro provavelmente fruto da sua melhor aptidão para a pecuária extensiva perderam esse predomínio no tempo da Campanha do Trigo quando alguns foram ocupados por esta cultura e quando entrou em colapso o mercado da gordura de porco (Seita Coelho. nos vários anos considerados nesse quadro. Para o Continente essa percentagem era de 59. nomeadamente nas zonas de maior densidade demográfica e de maior intensificação da actividade agrícola como era o caso do litoral Norte e Centro. para o sobreiro como para as outras espécies. . é muito provável que quase dois terços da produção de cortiça amadia actualmente extraída na maior região suberícola do país seja proveniente de povoamentos criados até ao final da Campanha do Trigo (1928-38).ª Guerra Mundial e Grande Depressão).1 Expansão da área de sobreiro Um período muito importante para a produção actual de cortiça Segundo os dados da última revisão do Inventário Florestal (1995/98) reproduzidos no Quadro N. ou seja.2. excepto nos períodos de graves crises internacionais (1. 7. Assim sendo. mas uma boa parte da sua competitividade assentou em formas de organização da produção e em estratégias comerciais capazes de assegurar baixos preços nos produtos transformados exportados. 2000).ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 44 dos preços no mercado interno que passou a ficar muito dependente das pressões inflaccionistas decorrentes das necessidades de financiamento do sector público depois do fim do padrão-ouro. Na apreciação do crescimento da área de sobreiro indiciado pelos dados coligidos no quadro atrás referido há que ter em consideração que se trata de dados sobre a distribuição da superfície florestal por povoamentos puros ou dominantes. Também não incluem os casos onde cada espécie aparece sob a forma de árvores isoladas. Assim parece que os povoamentos de azinho foram substituídos pelo cereal durante a Campanha do Trigo e que alguns dos terrenos agricultados durante essa Campanha reverteram depois para povoamentos de sobro. até ao final do processo das arroteias no Alentejo.a produção de cortiça extraída e o volume de cortiça exportada cresceram muito.34 %.. .2.º . os seguintes: . 7.2.2.apesar dos factos atrás referidos constituiu-se em Portugal uma indústria de transformação de cortiça também orientada para a exportação.o país especializou-se na exportação de cortiça semi-transformada que servia de matéria das indústrias transformadoras de cortiça em desenvolvimento em Espanha e nalguns países importadores. no final do século passado.9 % da área dos povoamentos puros ou mistos dominantes de sobreiro no Alentejo em 1995 tinham mais de 60 anos. as áreas referidas não incluem a área de cada espécie nos povoamentos onde aparece como espécie dominada. Ora.2. e do sobreiro em particular. . com uma quebra muito acentuada durante a guerra.2.um crescimento dos preços reais da cortiça no mato e na exportação como matéria prima até meados da década de 1880/90. . Os dados já referidos sobre a idade dos povoamentos mostram que a maior parte dos povoamentos actualmente existentes foram constotuídos até ao final da década de 40.um crescimento do peso relativo dos custos de extracção no preço da cortiça no mato desde meados da década 1880/90 até à 1. Vão no mesmo sentido as séries de produção de cortiça extraída onde se pode ver claramente que a produção de cortiça virgem (a que é extraída ao fim dos primeiros 25 anos de vida do sobreiro) começa a crescer acentuadamente a partir de meados da década de 20 para atingir o seu máximo em meados dos anos 60. a conclusão de que se registou um grande crescimento desse potencial no período em apreço atestado por vários testemunhos credíveis da época. nomeadamente o de Paulo de Morais (1889). Segundo este agrónomo que escrevia em 1887.um crescimento da razão entre o preço da cortiça e o preço do trigo ao produtor até meados da década de 1880/90 seguido de uma tendência negativa durante o resto do período em análise.ª Guerra Mundial.2. Carvalho Mendes . seguido de um período de baixa até ao final da 1. S. 7.um crescimento das exportações em termos reais até à 1. no entanto. As grandes prioridades da política florestal durante este período foram as seguintes: Américo M.3% entre 1875 e 1939). A chamada de atenção sobre os cuidados a ter na utilização dos dados sobre a evolução da área florestal neste período também não deve invalidar a conclusão de que no início do período em análise a erosão do área de sobreiro e do potencial de produção de cortiça nos períodos anteriores já tinham sido de tal ordem no Norte e no Centro do país que era o Sul e especialmente o Alentejo que já tinha no início do século a posição que manteve até hoje de grande região produtora de cortiça em Portugal. com retoma durante o resto do período em análise. Alentejo e Algarve ao longo de todo o período em análise. seguido de uma tendência negativa durante o resto do período.3 Principais factos ocorridos durante este período Os principais factos ocorridos durante o período em análise no que se refere à produção suberícola foram os seguintes: . embora recomende alguma moderação na apreciação do crescimento do potencial de produção de cortiça. . mas sem atingir os níveis de meados da década de 1880/90. .2.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 45 Esta chamada de atenção.um grande crescimento na área de sobreiro até ao final da decada de 30 (crescimento de 283. . nessa altura havia nos distritos de Lisboa e Santarém milhares e milhares de hectares de povoamentos de sobro de criação recente que deviam representar creca de 1/4 da área total desta espécie nessa zona. .ª Guerra Mundial. não deve invalidar.2. mas retomado depois disso. seguido de uma retoma na parte restante do período em análise.ª Guerra Mundial. .4 Uma expansão feita sem políticas muito activas de fomento suberícola Esta expansão da área de sobreiro aconteceu sem políticas públicas muito activas de fomento suberícola. 7.uma tendência de grande expansão da cultura do trigo no Ribatejo.um aumento considerável na produtividade suberícola dos povoamentos de sobro.um grande crescimento na produção de cortiça extraída interrompido pela crise de 1929. º 15020. S. para a protecção dos sobreiros. principalmente no Alentejo. posteriormente modificados pelo Decreto-Lei N. ou ainda na árvore.º 19072.). de 24 de Junho de 1937. .uma das principais vias pelas quais os proprietários fundiários realizaram essa expansão da superfície cultivada foi por recurso à cedência da exploração de algumas das terras a arrotear aos “seareiros” em regime de parceria ou de arrendamento. o seu diâmetro não seja inferior a 0. c) proibição de extracção e comercialização de cortiça amadia ou secundeira com menos de 9 anos.º 13658. e) permissão de desbóia dos chaparros só até à altura em que a circunferência sob a cortiça não seja inferior a 60 cm. O principal efeito que as leis do Regime Florestal de 1901 e 1903 podem ter tido na floresta do sul do país deve ter sido a de consolidar os direitos de propriedade privada sobre a terra. no essencial.uma boa parte dessa expansão andou ligada à expansão da área agrícola. de 9 de Fevereiro de 1928. ou com problemas sanitários. Error! Reference source not found. de 20 de Maio de 1927 e o Decreto-Lei N. a conceder crédito a seis meses renovável. Decreto-Lei N. até ao montante de 400000$00.2. ainda hoje vigora. As medidas de política especificamente suberícola durante este período aconteceram já na sua parte final.2. . tendo como garantia real a cortiça extraída.47m. 7. d) manifesto estatístico obrigatório da produção de cortiça. de 21 de Abril de 1931 e Decreto-Lei N. Também não restam muitas dúvidas de que se ficou a dever essencialmente à iniciativa privada e não à incitação de políticas públicas. A hipótese que aqui adiantamos é a seguinte: . ou nos casos de manifesta vantagem de reconversão para a cultura agrícola. Carvalho Mendes .15 m. quando se instituiu o edifício jurídico que. entre 1927 e 1937. Decreto-Lei N. A criação das reservas de caça privadas apoia-se nessa legislação. no período de 1 de Outubro a 31 de Dezembro.terminar as operações de florestação das dunas do litoral. sob a camada geradora. de 12 de Abril de 1930. As principais medidas definidas nestes diplomas eram as seguintes: a) restrições ao corte de sobreiros que só eram autorizados para as árvores em manifesta decrepitude.preparar ao nível técnico e legislativo a florestação dos terrenos baldios do Norte e Centro do país que teve lugar entre os anos 30 e 70. de 9 de Junho de 1929.º 18195. protegendo os proprietários contra caçadores e outros intrusos. ambas feitas à custa da redução dos incultos. f) permissão de descortiçamento das pernadas dos sobreiros só até à altura em que.º 27776.º de 19636. Isso começou com o Decreto-Lei N. através do Decreto-Lei N. mas mais no sentido da protecção dos povoamentos existentes do que no fomento da expansão da área.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 46 . ou a sua circunferência a 0. É possível que estas medidas possam ter sido um dos factores que contribuiu para o aumento da área de sobreiro de 560000 ha em 1929 para 690000 ha em 1939 (cf. Américo M. b) proibição de mutilação dos sobreiros. O que é menos conhecido é o modo como a iniciativa privada realizou essa expansão. de 25 de Novembro de 1930.º 16953. Tratou-se essencialmente de autorizar a Caixa Nacional de Crédito. Neste período foram também tomadas algumas medidas no sentido de proporcionar incentivos financeiros aos produtores de cortiça. não devem restar muitas dúvidas de que esse crescimento foi muito significativo.5 Como se fez a expansão da área de sobreiro? Mesmo com as reservas atrás referidas relativamente à verdadeira dimensão do cresimento da área de sobreiro durante o período em análise. 1900. J. Ora foi aqui que o recurso aos seareiros desempenhou um papel importante na expansão da área de sobreiro. Mariano Feio (1983. Seita Coelho (2000). 1900). 142). deve referir-se que alguns proprietários mais empenhados na cultura do sobreiro utilizaram técnicas melhores para a expansão destes povoamentos. Cunha e Silva é bem claro quanto ao uso generalizado da regeneração natural no final do século XIX e princípio do século XX. . .a extracção da cortiça era geralmente feita por conta própria pelo proprietário. Vários autores como Silbert (1978) .a fixação de um contingente de mão de obra a que podem recorrer nas pontas de trabalho nas suas propriedades sob sua administração directa. Neves (1944) também confirma que esta expansão da área de sobreiro durante este período fez-se muito a partir dos povoamentos espontâneos de sobro que tinham subsistido das destruições das épocas anteriores. E. 649). no entanto. mesmo que as actividades agrícolas e pecuários dos montados fossem exercidas em regime de arrendamento ou parceria.a expansão da sua área cultivável ou para a actividade agrícola ou para a actividade florestal. p. . Commercio e Industria. S. nomeadamente a da sementeira com base em glande ecolhida em povoamentos referenciados como produtores de cortiça de boa qualidade. où bien à l'usage dernièrement adopté dans les défrichements de ne point arracher les souches de cet arbre et de l'ilex. no início do século XX. a coexistência e a complementaridade entre a cultura do sobreiro e a cultura cerealífera no Alentejo. Cunha e Silva (1900) referia. havendo. Castro Caldas (1988).ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 47 . Desta forma os proprietários conseguiam duas coisas: .este aproveitamento da regeneração natural em benefício da expansão dos povoamentos de sobro passou a fazer-se principalmente a partir do último quartel do século XIX. Muito mais raro e mais limitado a pequenas áreas foi o recurso à técnica da plantação (Cunha e Silva. ao longo dos cursos de água. Sem prejuízo do atrás exposto. Os Serviços da Carta Agrícola da Direcção Geral da Agricultura atestavam a utilização da regeneração em todo o concelho de Santiago do Cacém em 1894 (Ministerio das Obras Publicas. 1991) e outros estabelecem a relação positiva atrás proposta entre a expansão da área agrícola e a expansão dos montados na Alentejo e a complementaridade entee a grande exploração Américo M. 1900). dont les rejets de souche étaient jusqu'alors périodiquement detruits par les bestiaux et les incendies" (Cunha e Silva. ficando as melhores terras arroteadas ou as já arroteadas para a exploração directa do proprietário. Carvalho Mendes . Castro Caldas (1947). Como a principal técnica de criação dos novos povoamentos era a gestão da regeneração natural. ou mesmo a terras já limpas.a expansão da área de sobreiro fez-se principalmente por aproveitamento da regeneração natural. Orlando Ribeiro (1970.para a exploração directa pelos “seareiros” ficavam geralmente as piores terras que também são aquelas onde o sobreiro se adapta bem. (Alves & Radich (2000). le bûcheron ou l'incendie. casos em que essa extracção se fazia no quadro de arrendamentos de longa duração (20 a 40 anos) que previam quse sempre a obrigação de realização dos trabalhos de extracção e geralmente também algumas ou todas as operações culturais de gestão dos povoamentos de sobro (Cunha e Silva. . 1900). quando até então se fazia preferencialmente em benefício dos povoamentos de azinho na altura mais valorizados devido às propriedades da madeira dessa espécie e à procura de carne de porco (Cunha e Silva. os custos de investimento e manutenção correspondentes consistiam quase exclusivamente nos custos de mão de obra e de tracção necessários à limpeza dos matos e arroteamento dos terrenos. incluindo nos terrenos recentemente arroteados: "Presque tous nos peuplements actuels de chêne liège sont de régéneration naturelle et encore aujourd'hui ceux qui se constituent sont dûs généralement où à la mise en défens des terrains incultes contre le pacage. para os terrenos circundantes correspondentes a terrenos arroteados para esse efeito. 1895). assim.. Vol. . . 1991.face à tendência de aumento do preço da cortiça relativamente ao do trigo os proprietários fundiários reservam para si a exploração directa da cortiça e dão de arrendamento terras já arroteadas ou passíveis de serem arroteadas para trigo. são eles que fazem desaparecer os terrenos incultos da província. 1938. consequência da protecção aos cereais e teve lugar sobretudo na parte ocidental do Alentejo".para complementarem os seus magros rendimentos agrícolas e conseguirem uma ocupação mais regular ao longo do ano. interessados principalmente na produção pecuária. pp. Essa inversão de tendência incentivou muitos proprietários a interessar-se de novo pela cultura do trigo empenhando-se em fomentar novas arroteias para esse efeito quer em terrenos vocacionados para essa cultura. "o serareiro . Pereira. permitia aos grandes agricultores." (Silbert.ª classe ocupadas por montados. uma dupla associação entre a grande e a pequena empresa agrícola. Santarém e Beja. Sousa. Segundo os estudos de Morais e Pery atrás referidos. mas onde a cultura ainda era viável face aos preços em vigor. nesta época não era raro encontrar muitas terras de 1. Melhor ainda que as referências atrás apresentadas são os testemunhos de estudos da época onde se salientam as monografias de Paulo de Morais (1889) e de Gerardo Pery (1883. II. 1884. 1978. p. a tradução é nossa). estes seareiros trabalham em actividades ligadas à exploração da cortiça (limpeza dos montados. 1885.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 48 e a pequena exploração dos seareiros. João Castro Caldas (1988. Galvão. Segundo Mariano Feio. Para Alberto Silbert referindo-se ao período desde o final do "Antigo Regime" até ao fim do século XIX. (Feio. Estes estudos permitem concluir que antes da entrada em vigor do proteccionismo cerealífero houve uma forma de complementaridade entre a cultura do trigo e o desenvolvimento dos montados de sobro que Miriam Halpern Pereira (1983. 195). extracção e transporte da cortiça). 1951. Mais frequentemente. 40 e 50 pouco conhecidos. S.. quer noutros que o não eram tanto.. o crescimento da área de sobreiro ficou a dever-se "à valorização da cortiça e à arroteia geral. 77-82) designou por "arroteias populares" e que consistiu no seguinte: . 818-819. A limpeza do terreno para a cultura cerealífera feita com esses cuidados acabava assim por ser benéfica para a expansão do sobreiro e da produção de cortiça. reduzirem ao mínimo o seu envolvimento nas culturas agrícolas. Numa altura em que ainda não era intensa a mecanização da cultura cerealífera a presença dos sobreiros não era muito incomodativa para os trabalhos agrícolas. e eventualmente para as arrotearem.este arrendamento é feito a pequenos seareiros que fazem essas arroteias e procedem a essa cultura cerealífera para seu autoconsumo e para venda. Para as arroteias da primeira parte do século XX que vão até à Campanha do Trigo. A partir dessa altura inverteu-se a tendência de evolução da razão entre o preço da cortiça e o preço do trigo. a grande exploração era partilhada em courelas. p. Depois da instituição do proteccionismo cerealífero as relações entre a cultura do trigo e a exploração dos montados de sobor mudaram. 1946). poda das árvores. 1892) sobre zonas dos distritos de Lisboa. . os grandes lavradores cinfiavam uma parte das suas terras a seareiros para estes as limparem. 169) cita vários relatórios de estágio de engenheiros agrónomos dos anos 30. Carvalho Mendes . 1949. sem dúvida. 1886. pp. Gonçalves. Por vezes . mas importantes para a questão em análise por documentarem várias modalidades de parceria entre proprietários e rendeiros para a realização dessas operações (Beija. 1949. deixando os grandes proprietários para as "arroteias populares" as terras piores.deste modo os proprietários dos montados conseguem fixar localmente a mão de obra necessária à exploração da cortiça. Américo M. Nestas arroteias que continuaram a repousar muito no recurso ao trabalho dos seareiros houve cuidados em assegurar em muitas zonas uma preservação dos sobreiros existentes e um aproveitamento da sua regeneração natural. Quando o aproveitamento agrícola do solo viesse a regredir os sobreiros acabariam por lá continuar capazes de gerar um rendimento de que o cereal já não era capaz. No final do século XIX..Houve. junto ao Rio Douro e à Alfândega do Porto. As informações recolhidas por Guimarães (2001) sobre a actividade de alguns destes agentes económicos no Alentejo desse tempo apontam no mesmo sentido. directora do Eco-Museu do Seixal. 7. Também em zonas vocacionadas para a produção suberícola fora do Alentejo houve situações onde a expansão desta actividade se ficou a dever ao investimento de comerciantes e industriais exteriores ao grupo dos proprietários fiundiários locais que foram atraídos pela valorização económica da cortiça. Américo M.2 O papel ainda secundário da indústria portuguesa de transformação de cortiça Durante todo este período os principais mercados da cortiça em bruto ou semi-manufacturada portuguesa continuaram a ser os mercaods externos. 1892). teve sempre um papel secundário no valor total das exportações de cortiça. Radich & Alves (2000) referem o caso de Clemente Menéres que. Inglaterra. gestão e instalação de montados de sobro. S. serrim de cortiça. Foi premiada em concursos em Filadélfia (1876). Graça Filipe. pois. aconteceu com o sobreiro e as indústrias da cortiça neste período um fenómeno semelhante ao que viria a acontecer com o eucalipto e as celuloses. depois de ter visitado a zona do Romeu. deterioração da qualidade. contando com a futura construção da linha do Tua. Uruguai. utilizando uma força motriz de 10 cavalos. prancha.3. esse novo instrumento permitia aumentar consideravelmente a produtividade da mão de obra. Estamos a referir-nos a proximidade geográfica e mesmo ao investimento directo de industriais e exportadores de cortiça na compra. baseada nas observações que tem feito de algum do espólio da Mundet. Com efeito. embora a indústria transformadora de cortiça em Portugal tenha definitivamente descolado durante o último quartel do século XIX e tenha registado uma tendência de crescimento da produção em termos reais ao longo deste período. N. onde empregava 72 homens. garantias essas que eram mais difíceis de prestar com base nas pilhas de cortiça sempre sujeitas a riscos vários (roubo.º 17.2. Trata-se. Com a garlopa acaba o processo de fabrico de rolhas à mão com a faca de inferir. palmilhas e tapetes. adquiriu aí vastas propriedades onde instalou uma grande mancha de sobreiros. em termos reais: . Lisboa (1888) e Paris (1889). Carvalho Mendes . Alemanha. Nestas melhorias tecnológicas é importante o papel dos técnicos e operários vindos da Catalunha.ª Guerra Mundial. A garlopa chega por volta de 1860 ainda como instrumento mecânico accionado manualmente.2. etc. A ser verdadeira. Nessa fábrica transformava a cortiça das propriedades de Mirandela e outra comprada no Porto.3 7. A empresa Clemente Menéres e Filhos exportava para o Brasil. em 1874. de uma hipótese que vale a pena investigar com mais profundidade. África portuguesa e inglesa e outros. mas sim a obtenção de um capital fundiário capaz de lhes permitir prestar garantias reais em caso de ncessidade de recurso ao crédito. este empresário tinha uma fábrica no Porto. incêndio. Além disso.1 Descolagem das indústrias da cortiça em Portugal Melhorias tecnológicas na indústria corticeira portuguesa É só em meados do século XIX que é introduzido na indústria corticeira portuguesa o processo de cozedura a vapor. na Calçada de Monchique.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 49 Ao mecanismo atrás referido deve-se ter acrescentado um outro que nos foi sugerido verbalmente pela Dra. Argentina. Viena (1884). em Mirandela. quer de cortiça manufacturada tiveram três períodos de evolução distintos. As exportações quer de matérias primas e semi-manufacturadas.). Os produtos fabricados eram os seguintes: rolhas (54 milhões por ano).um período de crescimento até à 1.2. Segundo o catálogo da Exposição Industrial Portugueza de 1891 (Palacio de Crystal Portuense. 7.3. 24 mulheres e 9 crianças. Algumas destas compras de montados por comerciantes e fabricantes de prancha podem ter tido como motivação não tanto o auto-abastecimento em cortiça. ª Guerra Mundial. Cabral (1981) e Fonseca (1996) Hélder Fonseca também refere testemunhos da época sobre esta influência negativa na indústria rolheira portuguesa resultante dos direitos aduaneiros elevados sobre as obras de cortiça cobrados por países como a França. por exemplo. no seu estudo sobre a indústria no distrito de Évora no período de 1836 a 1890. mas talvez por falta de capacidade de negociação por parte de Portugal. Matos (1991) e Fonseca (1996) Para Ana Maria Cardoso Matos. O insucesso português neste campo poderá ser explicado. . No entanto. mas menos do que o que a procura permitiu. Eis alguns deles. p. que se traduziu na ausência de tratados de comércio. Neto & Mexia (1912) Para Soares. apesar dos políticas proteccionistas de importantes países importadores a indústria Américo M. 2. a Rússia e a América (Fonseca.uma de retoma até ao final do período aqui em análise.abundância de matéria prima. o que lhes permitita serem abrangidas por um direito que era cerca de metade do cobrado às rolhas portuguesas. em termos. A Espanha e a Itália. Soares.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 50 . não por questões de qualidade ou de preço. Pedro Lains (1986) é da mesma opinião. a Alemanha. registadas nas exportações em resultado da 1. com um aumento do peso relativo da cortiça em obra o que significa que. que impediria que agissem em bloco sobre os mercados internacionais (note-se que Portugal produzia e exportava cerca de metade da cortiça mundial).abundância de mão de obra. no entanto.. Pedro Lains considera que as "de cortiça em obra (rolhas) são um bom exemplo de exportações que cresceram consideravelmente. reais. tal como Villaverde Cabral (1981. 309-400). pois.custos dos fretes marítimos. . Analisando as exportações portuguesas durante o período de 1850 a 1913. 3. .. . gozavam da cláusula de nação mais favorecida nas pautas alfandegárias francesas.baixo nível de intensividade em capital. 1986. representantes da produção numa comissão encarregada de estudar este assunto em 1910. Esta incapacidade de negociação poderá ter resultado da grande desagregação que existia no seio dos produtores portugueses de cortiça. 313-314). Carvalho Mendes . Neto & Mexia (1912). pp. só após os grandes danos causados à indústria espanhola pela Guerra Civil que as indústrias de cortiça portuguesas entrarão numa fase de crescimento sem precedentes que se interromperá em meados dos anos 50 quando as indústrias da cortiça no país vizinho e em países não ibéricos voltarão a conhecer algum desenvolvimento. as causas da crise da indústria transformadora nesse distrito nos anos 1880 e a sua reorientação para a actividade de preparação têm essencialmente que ver com as políticas proteccionistas dos países importadores que pretendiam desenvolver a sua própria indústria transformadora." (Lains. 1. as "causas do nosso insucesso industrial" neste sector eram as seguintes: .um período de grande crise durante esse conflito. Lains (1986). . Pode dizer-se. 60). pp. Será. 1996. S. que o período que vai desde 1918 até à Guerra Civil de Espanha praticamente foi quase só para recuperar as perdas. não deixa de notar. um salto qualitativo e quantitativo nas estrutura das nossas exportações de cortiça depois de 1875. São vários os diagnósticos do insuficiente desenvolvimento da indústria transformadora durante este período. Carvalho Mendes .a partir da década de 1890 surgem propostas no sentido da criação de empresas de produtores de cortiça para o fabrico de pranchas. em 1890 ultrapassava os 1200 e gerava cerca de 20% do produto bruto da indústria corticeira portuguesa. 345-346) diz o seguinte sobre a questão da exportação da cortiça em bruto nessa altura: Américo M. também numa época de estagnação dos preços da cortiça ao produtor. Limitada. etc. alguns já desde 1878. com escritórios em Lisboa e em Londres (Castro. Tomando em conta os resultados do trabalho de Ana Maria Cardoso Matos para o distrito de Évora o que se pode dizer é que nessa década esse desenvolvimento não se fez nas empresas rolheiras mais antigas que existiam nesse distrito e que entraram em crise. mas de modo concentrado numa única empresa que impediu o aparecimento doutras na sua zona de influência foi em Portalegre. 1907). Arraiolos. em Coruche. Uma das zonas onde a indústria transformadora cresceu nos anos 80 e 90. . mas sim noutras regiões do país.1 Cabral (1979) Na sua tese sobre Portugal no princípio do século XX. Mais precisamente trata-se da criação da EQUIPAR. com sede em Santiago do Cacém (Uma empresa de lavradores para exportar cortiça. Villaverde Cabral (1979. Exemplos de esforços nesse sentido referidos por Fonseca são os seguintes: . pp. 69-70). 7. Montemor. Niza. destinada à venda de cortiça e outros produtos dos sócios (vinhos. 1905). Coruche. pp. 1996. Numa época de baixa do preço na exportação que se repercutia certamente sobre os preços ao produtor. esta empresa que tinha 47 operários em 1860.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 51 rolheira se desenvolvia em Portugal.2.). Estremoz. na fábrica de George W. Para além da reconversão de empresários rolheiros em empresários preparadores. pp. associando 25 grandes agricultores do Sul (Lisboa. uma empresa criada com capitais de produtores de cortiça que arrancou com a actividade de produção de prancha e que depois se alargou a outras actividades de valorização da cortiça sobre as quais se falará mais adiante. especializando-se as empresas do distrito de Évora na actividade preparadora para exportação e para abastecimento da indústria rolheira das outras regiões. Além dissos foi comprando montados de sobro que lhe asseguravam uma boa parte das suas necessidades de matéria prima. S. Portugal Agrícola. desenvolvem pelos seus próprios meios ou adquirem equipamentos móveis de preparação de cortiça que deslocam para os sobreirais em idade de descortiçamento. na primeira parte da década de 1990. associando também proprietários produtores de cortiça. rolhas e outras obras de cortiça e para a sua exportação (A Lavra e o Commercio da Cortiça.2. ou do investimento de comerciantes estrangeiros importadores de cortiça na indústria preparadora em Portugal.3. Portugal Agrícola. Robinson. há um outro tipo de agente económico que se orienta para esta actividade e que Hélder Fonseca identifica na sua tese (Fonseca. Évora.vários proprietários da zona de Évora e Beja. 68-69). são alguns proprietários fundiários produtores de cortiça que desenvolvem esforços de integração vertical para juzante e assim defenderem os seus rendimentos. por exemplo) no mercado inglês e a Sociedade Cortiças. Mora. propostas essas que se concretizaram na década seguinte com a criação da sociedade por quotas Cooperação dos Productores de Cortiças Portuguezas Limitada. 1893-94). Este inglês começou as suas actividades nesse distrito em 1848 quando comprou um estabelecimento de preparação de cortiça e de manipulação de rolhas. Segundo dados recolhidos por Fonseca (1996. Beja. Uma das coisas interessantes a notar a propósito destes comportamentos de grandes produtores de cortiça é que eles têm alguma semelhança com o que se passou cerca de 100 anos depois. a proibição das exportações de cortiça em bruto não era uma reivindicação de todo o sector. Vol. os produtos de cortiça espanhóis cresceram em quantidade e valor no mercado brasileiro acontecendo contrário aos portugueses. 1916). Pode ver-se claramente como. II. Duas notas finais ainda sobre a posição dos grandes produtores de cortiça: .Villaverde Cabral refere o caso de uma comissão constituída a pedido do Governo na sequência das greves de 1912 para estudar a questão das exportações da cortiça em bruto onde os grandes produtores manifestaram a sua indiferença relativamente a este problema (Costa.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 52 .embora Villaverde Cabral não refira essa situação. num período relativamente curto. com transbordo em Lisboa. S. A qualidade e o preço dos produtos exportados decorriam obviamente da forma como estava organizada em termos produtivos e comerciais a indústria portuguesa comparativamente às suas concorrentes que neste caso eram principalmente os indústriais catalães que exportavam as suas rolhas para o Brasil a partir de Barcelona. mas também a Inglaterra que. o fez por um valor igual às 190 toneladas exportadas por Portugal. Um testemunho sobre os problemas de competitividade da indústria portuguesa de transformação de cortiça no início do século XX Sem pôr em causa a provável validade das hipóteses atrás referidas sobre as insuficiências da política comercial na promoção da indústria portuguesa de transformação de cortiça.também não era uma reivindicação da indústria preparadora pelas mesmas razões que os produtores aqui acrescidas do facto da exportação de prancha com subfacturação interessar a muitos como forma de fuga de capitais. . há um testemunho importante constituído pelos resultados do "Inquérito para a Expansão do Comércio Português noo Brasil organisado pela Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro" (1916) que mostram as grandes insuficiências da indústria portuguesa naquelas domínios comparada com a espanhola. já mencionamos atrás o facto de haver grandes produtores organizados individual e associativamente na actividade preparadora. 52) sobre os dados relativs às exportações de cortiça onde havia subfacturação fraudulenta como forma de fuga de capitais para o exterior que podia ir até 60% dos valores declarados pelo que não é certo que o afastamento entre as exportações em bruto e em obra seja o que as estatísticas oficiais documentam. O inquérito atrás citado refere mesmo que. 4. nomeadamente a inglesa que pagava melhor que a portuguesa.foi sempre uma reivindicação dos operários rolheiros porque viam nisso uma forma de defenderem os seus postos de trabalho ameaçados pela mecanização. em 1912.é preciso tomar em consideração as chamadas de atenção de alguns autores como Araújo Correia (1937. era não só a Espanha que passava e predominar sobre Portugal em termos de valor de produtos de cortiça exportados para o Brasil. ao exportar apenas 20 toneladas de rolhas para aquele país destinadas a embalagens de produtos farmacêuticos. a cortiça. . predominantemente portuguesa que era exportada Américo M. Ora pelo menos no que se refere ao mercado brasileiro em 1915. Os dados em volume e em valor sobre a evolução das importações brasileiras de cortiça provenientes de Portugal e de Espanha no período de 1905 a 1914 constam de um dos quadros em anexo. bem pelo contrário.não era uma reivindicação dos proprietários fundiários produtores de cortiça pois estes preferiam que ela fosse exportada em prancha para a indústria estrangeira. ou seja. . . não se podem rejeitar também as questões de qualidade e preço como factores que afectavam negativamente as exportações de rolhas portuguesas nessa época. . Carvalho Mendes . p. Um dos principais é a má qualidade da cortiça. com o citado artigo. A nossa rôlha é inferior na matériaprima e superior no preço a qualquer outra que vem ao mercado. passando ainda por um banho que a torna mais clara. se a quantidade oferecida é sempre 10 vezes superior à procura?" (Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro. Actualmente a rôlha inferior. Américo M. a procura para o género bom. é inacessível. é 15 a 20% mais barata que a nossa.º Não acha V. deverão promover uma activa propaganda dos seus artefactos. mal preparada e desigual em calibres e em comprimentos. Consta-nos. não tem a aplicação de outros tempos.. Quási sempre a mercadoria difere das amostras. 1916. qual o processo a empregar para que termine de pronto tão nefasto meio de negociar? Aguardar os pedidos e aconselhar os pequenos fabricantes a estudarem também o mercado a que desejam concorrer. não seria mais prático adoptar a numeração? 2. 155-156). porêm. pp.º Qual o motivo porque tende a diminuir a exportação da rôlha portuguesa para o Brasil? Há diversos.º Qual a razão da preferência que tem no mercado a rôlha espanhola? Geralmente.. O sistema de consignações foi sempre muito prejudicial para o exportador. S. tendo ainda a enorme vantagem de manter a uniformidade dos calibres e comprimentos. muitas vezes. que um dos principais fabricantes enviou há pouco um representante que percorre actualmente todo o Brasil. para se livrarem dos produtos das classes inferiores.º Na afirmativa. raríssimas vezes aparece um viajante que conheça a fundo o artigo de que se trata. pp. o preço então. Vale a pena citar o texto algumas das questões constantes do inquérito atrás referido e das respostas dadas por um grupo de cinco importadores brasileiros porque aí são identificadas claramente as principais desvantagens comparativas dos produtos de cortiça portugueses: "1. Sómente os nossos exportadores empregam êsse meio. sem aplicação nos próprios países de origem. 1916. pelo menos a 60 d/ de vista.º Ainda se fazem para o Brasil.º Não lhe parece que se deveria aconselhar os exportadores portugueses a modificarem as suas exigências nas condições de pagamento? Concedendo prazos como o comércio de outros países. Quando por acaso é de superior qualidade. . a exemplo dos das outras nações caixeiros viajantes habilitados e bem remunerados? Sem dúvida alguma.. remessas à consignação? Algumas. A classificação por letras alfabéticas é também bastante complicada. Estas consignações não afectam de forma alguma o grande importador. Carvalho Mendes . 3. 155-157)." (Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro. assim como na qualidade. há de sempre persistir. e se os nossos industriais não quizerem perder todo o mercado. 13. 4.ª conveniente que os exportadores portugueses enviem ao Brasil. Como se pode alcançar bom preço para uma mercadoria.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 53 para fabricar rolhas em Inglaterra e que depois chegava sob essa forma a um mercado como o brasileiro era aí mais valorizada do que a que os portugueses conseguiam exportar directamente para o Brasil. os sucedâneos vão aparecendo pouco a pouco. Ex. como já tem sido demonstrado por mais de uma vez. 12. ª qualidades. Porto. Um marco fundamental neste processo de industrialização foi a instalação da L. fabricando e exportando rolhas logo a partir de 1907.1 Visão geral Este período marca a descolagem definitiva da indústria corticeira em Portugal. foi uma portaria do Ministro das Finanças. Essa portaria determinava o seguinte: . de 21 de Novembro de 1910. bem como pelo contributo os factores seguintes: . Com grandes disponibilidades de mão de obra assalariada e numa posição de fácil acesso às zonas de produção de cortiça e ao porto de Lisboa graças aos caminhos de ferro.3. Comércio e Indústria de 1889 autorizando a sua Direcção Geral da Agricultura a financiar campanhas de promoção dos produtos de cortiça portuguesa nos mercados externos). a Inglaterra.criação de um serviço de fiscalização das fábricas. número esse que ainda aumentou nos anos Américo M.ª a 4. Carvalho Mendes . José Relvas. se bem que menos importante que a espanhola. na Quinta dos Franceses. em quadros) e de aparas e isentando de direitos as exportações de rolhas. Gaia.um decreto das Cortes Gerais de 16 de Abril 1880 instituindo taxas sobre as exportações de cortiça em bruto (amadia e virgem). Tendo sido limitada por variados eventos até ao último quarto do século XIX. mas também da indústria de rolhas e da nova indústria de aglomerados. Só nas suas fábricas do Seixal e da Amora a Mundet tinha 3000 operários em 1940. mas nunca regressou aos baixos valores pré 1875. 7. No entanto. no Seixal. Arco de Baúlhe e Mirandela (Silva. os concelhos da outra banda.2. mas desenvolvendo e diversificando depois a sua actividade até se tornar a maior empresa corticeira do mundo com fábricas em Portugal e no estrangeiro. A partir de 1875 Portugal possuía assim uma indústria corticeira. .3 A greve dos operários corticeiros de 1910 e a Lei Relvas Em 29 de Setembro de 1910 os operários corticeiros desencadeam uma greve geral tendo como reivindicação principal a reclamação ao Governo da proibição da exportação da cortiça em bruto. . . o decreto do Ministério das Obras Públicas. . Uma portaria de 28 de Setembro desse ano já tinha suspendido essa exportação.a política proteccionista.a desvalorização da moeda. .4. semi-transformada (em pranchas.4 Desenvolvimentos na zona Centro e Sul 7.aprovação para o fabrico de rolhas da cortiça de calibre de 13 a 17 linhas. S. portanto. bem como dos bocados de cortiça de 1. entre 1870 e 1875. nomeadamente o Montijo e o Seixal foram zonas de atracção para a indústria corticeira emergente não só a preparadora de pranchas para exportação enquanto tal foi permitido.2.outras políticas públicas de apoio à promoção das exportações de cortiça (por exemplo.a crise económica no principal parceiro de Portugal. pouco tempo após a implantação da República que veio a confirmar essa proibição de um modo que acalmou a revolta dos trabalhadores.2. No Norte adeiram a esta greve trabalhadores da Feira. a industrialização vê-se facilitada no parte final do século XIX por uma política de infraestruturas públicas e pela destruição de estruturas económicas e sociais do Antigo Regime resultante da Revolução Liberal. Assim. Esta percentagem baixou depois de 1875.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 54 7. 1999a). em 1905. a percentagem de produtos de cortiça transformados no valor total de exportações de cortiça aumentou de 9% para 30%.3.3. Mundet & Sons. É o caso das zonas do Montijo. Portugal tinha. nem de muitos industriais transformadores da cortiça. durante o período em análise.repouso das pranchas durante um período de 10 a 15 dias.escolha das peças de cortiça empilhadas em função da sua qualidade para as utilizações industriais posteriores. Américo M. que a indústria preparadora se desenvolveu durante muito tempo sem integração vertical quer para montante.raspagem da parte exterior do líber. pois como vimos.). Este surgimento da grande indústria em Portugal (Seixal e Amora) a par da pequena e média indústria (Montijo) não foi suficiente.cozedura em água a ferver ou a vapor por um período de 30 a 45 minutos. embora tenham aumentado as exportações de produtos de cortiça transformados. . . essa indústria foi capaz de se restruturar.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 55 seguintes até à altura em que se iniciou o declínio da empresa que o desenvolvimento da indústria corticeira a Norte veio agravar. quer para juzante. Esta actividade exige a imobilização do capital investido na aquisição das pilhas de cortiça durante um ano. esta indústria tende a localizar-se nos pontos de concentração da cortiça em bruto que minimizam os custos de transporte desde os seus locais de produção e com acessos relativamente fáceis a transportes de expedição para as zonas da indústria transformadora. por isso. É. nomeadamente dos pequenos “broquistas” que fabricam as rolhas em bruto. Assim. a indústria portuguesa foi crescendo gradualmente ao longo deste período. é menor o peso da prancha do que o peso da cortiça em bruto que lhe deu origem).triagem das pranchas por qualidades e calibres de acordo com as normas em vigôr. Não tanto quanto a indústria espanhola. .o Decreto-Lei N.disponta e recorte das pranchas de modo a obter peças de qualidade e espessura uniformes. ou seja. .prensagem e enfardamento das pranchas. Apesar desta descolagem das indústrias da cortiça e das políticas públicas em seu favor. Desde a parte final do século essa exportação já era essencialmente exportação de prancha. para destronar a indústria espanhola da liderança mundial. mas enfrentando sempre uma forte concorrência da indústria espanhola e de alguns países não ibéricos com indústria corticeira como se pode inferir das seguintes medidas de política pública: . etc. Coruche. Carvalho Mendes . . Évora e S. Outra característica desta indústria com implicações principalmente ao nível da sua organização espacial é o basear-se num processo produtivo "perdedor de peso" (salvo por motivos desonestos. Esse empate de capital é qualquer coisa que não está ao alcance nem de muitos proprietários florestais agindo individualmente. houve um facto que contrariou esse desenvolvimento no período de 1880 a 1913 que foi a existência de tratados de comércio bilaterais que a Espanha tinha nessa altura com alguns dos principais importadores de cortiça. Assim sendo. Apesar de tudo. uma indústria preparadora. Portugal continuou a ser principalmente um exportador de matéria para a indústria transformadora espanhola e não ibérica.º 7/875 de 6 de Dezembro 1920 proibindo a exportação de cortiça em bruto. redução de tensões internas. pelo menos. . . A matéria prima desta indústria é constituída pelas pilhas de cortiça contendo materiais de características heterogéneas sobre os quais estas empresas procedem às operações seguintes: . Brás de Alportel. S.imobilização das pranchas durante cerca de um ano para estabilização (perda de seivas. Em território português alguns marcos importantes da expansão deste grupo industrial foram as aberturas de unidades industriais nas seguintes datas e localidades: . em Mora (unidade preparadora). .Inglaterra (Mundet Cork Products e Mundet Cork & Plastics).º 15/020 de 9 de Fevereiro de 1928 instituindo sanções sobre a extracção e o comércio de cortiça sem a idade legal. Nessa altura esta empresa já tinha também estabelecimentos nos EUA. no Montijo (unidade de aglomerados). em Ponte de Sor (unidade preparadora).4. Carvalho Mendes . As fabricas do Seixal e da Amora foram assim complementadas a montante e a juzante do seguinte modo: a) a montante. Américo M.o Decreto-Lei N.um sector de compras de cortiça no mato. . instalou-se na Quinta dos Franceses.º 16/953 de 8 de Junho de 1929 modificando o Decreto-Lei N. proveniente da Catalunha. 7.1949. .o Decreto-Lei N.2. tendo a empresa zonas de abastecimento suberícola definidas em função das características da matéria prima necessárias aos vários produtos que fabricava.EUA (Mundet Cork Corporation). em Vendas Novas (unidade preparadora). .Espanha (Corchos Mundet España).uma rede de unidades de preparação.1914.o Decreto-Lei N. com duas componentes: . aproveitando as sobras de cortiça das unidades transformadoras.º 8/779 de 23 de Abril de 1923 reforçando as medidas de fiscalização da proibição da exportação de cortiça em bruto. .Argélia.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 56 . S. 7 Neste ponto seguimos de perto o trabalho de Filipe & Ferreira (2002). a Mundet desenvolveu uma rede industrial e comercial espalhada pelos seguintes países: .3. . . a L. na Amora (unidade que esteve em actividade até 1964). com duas componentes: .1927. Fazendo da unidade do Seixal a sua fábrica-sede. Mundet & Sons. .Canadá (Mundet Cork & Insulation).a unidade de aglomerados do Montijo. onde afigura do escolhedor era importante. .1917. enfardamento e armazenamento de cortiça (Mora.1923.2 O caso da Mundet e do concelho do Seixal 7 Em 1905. . .México.º 15/020 no sentido de facilitar a sua execução. no Seixal. b) a juzante. . Ponte de Sor e Vendas Novas). a instalação da Mundet no Seixal marca a emergência de uma indústria corticeira caracterizada por unidades de grande dimensão que se veio sobrepor à pequena indústria corticeira que então existia em Almada e no Barreiro. começou a integrar a gerência. 1954) não consta qualquer referência a "fábricas" de cortiça no distrito de Aveiro.3. filho adoptivo de José Mundet. 257). Continuando a seguir o trabalho de Filipe & Ferreira (2002).a disponibilidade de terrenos ribeirinhos com posição estratégica para o acesso à matéria prima (através da navegação de cabotagem no rio Tejo e dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste). para a exportação dos produtos e para depósito dos efluentes das fábricas.ia L. o concelho de Santa Maria da Feira. No seu livro de 1822. Em 1922 a L. Mundet & Sons transformou-se numa sociedade por quotas com a designação de Mundet & C. Na Relação das Fábricas de 1788 (Dias.2. em 1913. que porjectou muitos dos equipamentos da fábrica do Seixal. Portanto. A partir de 1938 Joseph Mundet.3.1 A indústria da Feira na Relação de Fábricas de 1788 Aquela que é hoje a principal zona de localização das indústrias da cortiça em Portugal. descolou mais tarde e mais devagar para esta actividade do que as zonas Centro e Sul.2.2. 7. O que aí há nessa altura é uma ferraria "progressiva" da Companhia dos Vinhos do Alto Douro. Segundo estas autoras. sendo sócios José Mundet e Luis Gubert y Capela as quais se juntou Joaquim de Sousa. passando depois a sócio maioritário.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 57 . Para o termo da Feira o que consta nessa data é uma fábrica de papel no lugar de Nossa Senhora da Lapa. o trabalho do engenheiro também catalão. Balbi (1822) também refere para a comarca da Feira uma fábrica de papel à base de trapo com tecnologia antiga e produção escassa e uma chapelaria de qualidade inferior.cujos resultados são reportados por José Acúrsio das Neves em 1814 continua a não constar nenhum estabelecimento corticeiro na comarca da Feira.a rede comercial espalhada pelos vários países para onde a empresa mais exportava. 7. mas de actividade caseira.a disponibilidade de mão de obra que podia ser retirada das actividades agrícolas e piscatórias.da.2 A indústria da Feira no Mapa Geral Estatístico de 1814 No inquérito seguinte de natureza industrial .5 Desenvolvimentos na zona Norte 7.5. se a indústria da cortiça já existisse aí nessa altura deveria ser não sob a forma de "fábrica". ou seja.3. Telmo Trill. no meio de alguma controvérsia. os factores favoráveis à localização deste tipo de unidades no Seixal durante as duas décadas de 1901 a 1920 foram os seguintes: . A partir de 1938 esses efectivos declinaram quase continuamente até ao encerramento da fábrica em 1986. Carvalho Mendes . Este ano de 1938 corresponde ao ponto mais alto da evolução do número de trabalhadores da Mundet na fábrica do Seixal: cerca de 2500.o Mapa Geral Estatístico elaborado pela Rela Junta de Comércio . p. S. . s/d. contra cerca de 1000 em 1931 e um pouco menos de 500. Américo M. Na base desta rede industrial estava o conhecimento trazido da Catalunha por trabalhadores especializados que de lá vieram e sobretudo. duas fábricas de papel "em decadência" e uma fábrica de vidros também em decadência (Neves.5. na sequência da promulgação da legislação sobre a Contribuição Industrial em 1860 (Oliveira. ou seja. .2. 1989-90): . 1867. mas sendo unidades de maior dimensão.52 "fabricantes" de rolhas de cortiça. Tentando remontar até às origens desta indústria no concelho da Feira.3.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 58 7. .nas "oficinas" utilizava-se o trabalho familiar incluindo o do próprio proprietário.a produção das "fábricas" também era vendida a comerciantes do Porto que a exportavam para o Brasil.nenhuma das "fábricas" tinha a forma societária e todas eram propriedade de portugueses (Pedro da Silva Castro possuía as duas mais antigas e José de Sá Chedas possuía a terceira). O inquérito de 1865 contém informações precisas e preciosas sobre a estrutura da actividade rolheira organizada sob as formas de "fábrica" e "oficina" (Caetano. Carvalho Mendes . sendo a restante vendida na zona do Porto. Silva (1999a) descobriu livros de contabilidade de um empresário rolheiro natural de Santa Maria de Lamas de nome Joaquim Coelho da Rocha que provam que esta indústria existia nessa zona antes de Setembro de 1868 o que vai no sentido das informações atrás referidas contidas no inquérito de 1865. .o capital total das 3 "fábricas" (2590$000 réis) era igual a quase quase vezes o capital das 7 "oficinas" (773$200) para uma qunatidade de trabalhadores pouco superior. .a produção total de rolhas das oficinas era de 20160 grosas contra 35486 nas "fábricas" o que dá respectivamente 695 e 1075 grosas por trabalhador. . quer nas "oficinas". colónias e resto do país. Mais precisamente esse inquérito refere a existência nesse concelho de uma indústria rolheira constituída do seguinte modo: . Albergaria a Velha (180 carradas). princípios do século XIX ainda não tinham uma organização em "fábrica" e com actividade suficiente para serem perceptíveis pelos respectivos inquiridores pelo que só por meados do século XIX é que esta indústria começou a ganhar uma expressão mais vi´sivel nessa zona. 1989-90). A não referência à actividade rolheira na Relação de Fábricas de 1788. a mais antiga das quais criada em 1846. sendo produzida no próprio concelho da Feira (400 carradas) e nos concelhos vizinhos de Anadia (300 carradas). . estando todos estes estabelecimentos localizados na freguesia de Santa Maria de Lamas. realizado em 1865.a maior parte da produção das "oficinas" era realizada por subcontratação das "fábricas" de Santa Maria de Lamas. .a quantidade de prancha de cortiça consumida pelas "oficinas" era de 1741 "carradas" (um carro de bois cheio). Oliveira de Américo M. sendo a actividade dessas pessoas de natureza doméstica e não organizada regularmente em "oficinas" ou "fábricas". empresários que tinham pessoas por sua conta que produziam rolhas de cortiça para eles depois venderem.nas "fábricas" o proprietário e seus familiares também trabalhavam.7 "oficinas".5. no Mapa Geral Estatístico de 1814 e no livro de 1822 pode indiciar que os estabelecimentos do final do século XVIII. Oliveira do Bairro (185 carradas). Caetano. também. duas construídas em 1772 e outra em 1846. com um total de 29 trabalhadores.3 A indústria da Feira no Inquérito da Repartição de Pesos e Medidas de 1865 A fonte publicada que permite fazer a datação mais antiga sobre a existência de indústria corticeira no concelho da Feira é o Inquérito da Repartição de Pesos e Medidas do Conselho Geral das Alfândegas. S. . era maior o recurso a mão de obra assalariada. e 3 "fábricas" com um total de 33 trabalhadores. quer em 2 das 3 "fábricas" o mestre era o proprietário. Nesse desenvolvimento outros factores pesaram certamente mais. Pelo menos nesta fase inicial da sua existência a indústria da cortiça da zona da Feira abasteciase. 2002).a quantidade de prancha de cortiça consumida pelas "fábricas" era de 83143 kg. 1795). João da Pesqueira.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 59 Azeméis (96 carradas). Minho. Douro e Beira Alta. Talvez três desses estabelecimentos Américo M. sendo também produzida no próprio concelho da Feira. Na nossa opinião esses factores são so que têm que ver não com as disponibilidades locais de cortiça. Se mais importância não tivesse tido essas disponibilidades locais de cortiça contribuíram certamente para um efeito de "lock in" de uma parte desta indústria no Norte. Para além do testemunho deste livro de viagens de James Murphy. para a zona da Feira.4 A indústria da Feira no Inquérito Industrial de 1890 Partindo dos dados do Inquérito Industrial de 1890 Hélder Fonseca (1996) fez uma estimativa do produto da indústria corticeira "organizada" nessa época que mostra o predomínio claro do Sul sobre o Norte. quando as indústrias da cortiça do concelho da Feira estavam ainda longe de ter atingido o volume de actividade que vieram a conseguir mais tarde este abastecimento em cortiça proveniente da região envolvente e doutras regiões do Norte teve um papel importante. Para além das empresas rolheiras que existiam em Santa Maria de Lamas.2. Pedro do Sul e Mortágua. longe do que já era nessa altura a principal região produtora de cortiça. S. os dados deste inquérito de 1865 não assinalam qualquer saída de rolhas de cortiça pela barra de Aveiro. Durante o século XIX e ainda durante as primeiras décadas do século XX. Há testemunhos do final do século XVIII de que nessa altura ainda havia entre o Porto e Albergaria-a-Velha "agradáveis matas de sobreiros" (Murphy.3. O Inquérito Industrial de 1890 assinala apenas quatro estabelecimentos de fabrico de rolhas no concelho da Feira empregando um total de onze trabalhadores. sendo também de referir os de Mogadouro. Quando aos destinos geográficos da produção. mas sim com as disponibilidades locais de mão de obra e o seu custo mais baixo comparado com o da mão de obra nas zonas industrias corticeiras mais a sul. Carvalho Mendes . Cordeiro (2000) cita notícias do "Portugal Corticeiro" do 1934 que referem que ainda nessa altura os industrais da Feira recorriam a cortiças do Vale de Arouca. 7. Régua e S. Como é evidente essas disponibilidades locais de cortiça perderam a sua importância nas fase seguintes. noutras áreas do distrito de Aveiro e ainda em S. Sever do Vouga (40 carradas). Vale de Cambra (30 carradas) e Arouca (10 carradas). especialmente os concelhos de Tabuaço. donde eram oriundos muitos dos seus trabalhadores. Possivelmente parte destas saídas de rolhas eram provenientes das duas fábricas que então já existiam em Santa Maria de Lamas. quer em Vila Nova de Gaia. Por sua vez os dados coligidos por Barros Bernardo (1944) sobre as exportações de cortiça para o período de 1797 a 1831 saídas pela barra do Porto de 37458 grosas de rolhas no período de 1822-1826 (7492 grosas em média por ano) e de 59212 grosas no período de 1827 a 1831 (11842 grosas em média por ano). na região envolvente. à medida que se foram esgotando e tornando insuficientes face ao crescimento da indústria na Feira. na zona Norte havia outras quer no Porto. Alijó. Mirandela e Macedo de Cavaleiros (Cardoso. pois.5. esta indústria foi-se deslocando para sul. Destas varias regiões do Norte a do Douro era e ainda é hoje aquela que tem mais importância em termos de produção de cortiça. Talvez por causa das cheias do Douro que de vez em quando causavam prejuízos às empresas como estas instaladas nas suas margens. junto às margens do Douro. onde estavam implantadas as empresas de Vinho do Porto. . os Amorins. Uma das formas em que se traduziu esta ligação mais directa aos importadores ingleses combinada com os baixos custos da mão de obra na indústria da Feira e que está bem evidenciada na documentação citada no trabalho de Cordeiro é o chamado sistema de vendas “em consignação” cuja proibição por via legal se transformou num dos pirncipais cavalos de batalha da indústria do Centro e Sul. em sociedade com capitais da burguesia portuense. Segundo o Inquérito Industrial de 1890. a saber o custo da sua mão de obra e o seu modo de organização num tecido empresarial onde eram muito importantes as empresas de natureza familiar. Note-se que uma das primeiras empresas rolheiras que se deslocou para o concelho da Feira em 1890 adquirindo depois uma estrutura de “fábrica” e que veio a dar origem ao maior grupo empresarial do sector. usava no mercado brasileiro o método da venda por consignação. e o do Porto.5 As indústrias da cortiça no concelho da Feira nas primeiras três décadas do século XX Se observarmos os dados sobre as expedições de cortiça em bruto por caminho de ferro a partir das regiões do Norte e Centro comparados com os das regiões do Sul relativos ao princípio do século XX pode concluir-se que os volumes das primeiras ficam muito atrás das segundas. A esta vantagem da indústria do Sul. Carvalho Mendes . Com exclusão das poucas empresas como a dos Amorins e a de Paços de Brandão. em 1870.5. Numa altura em que as dificuldades e os custos de transporte da cortiça eram elevados a indústria corticeira do Sul tinha uma vantagem comparada relativamente à do Norte pela sua maior proximidade com a principal zona de montados de sobro do país.3. em 1870. As outras que foram surgindo ao longo deste período eram simples “barracos” onde a tecnologia era quase exclusivamente manual. Também não é de descurar o papel que podem ter tido neste desenvolvimento regionalmente diferenciado as ligações do empresariado do Norte. em especial. Na Feira a característica fundamental era a utilização intensiva de uma mão de obra com um baixo custo de oportunidade relativamente abundante numa zona de base rural e com elevada densidade demográfica. sem a oposição das duas maiores empresas da zona da Feira (Amorim & Irmãos e Empresa Industrial de Paços de Brandão).2. Essa proibição veio a ser consiguida já durante o processo de corporativização da indústria da cortiça. a dois dos principais mercados cortiça portuguesa que eram o do Vinho do Porto e o da Grã-Bretanha. Esta empresa que está na génese do actual grupo Amorim bem como a Empresa Industrial de Paços de Brandão foram durante as três primeiras décadas do século XX as únicas da zona da Feira com uma estrutura industrial de “fábrica”. nasceu em Gaia. em termos de equipamento. mas sem a participação e contra a opinião Américo M. depois de ter rompido com os seus sócios na empresa de rolhas que tinha criado em Gaia. os principais mercados externos das rolhas do concelho da Feira eram o Brasil e a Inglaterra. O empresário desta zona estudado por Silva (1999a) de nome Joaquim Coelho da Rocha. tratava-se. ao uso de garlopas. S. de um tecido produtivo com uma estrutura tecnológica e uma organização do trabalho substancialmente diferentes das empresas rolheiras das zonas Centro e Sul do país. limitando-se. A mão de obra utilizada nestes “barracos” era a familiar. pois. Isto é coincidente com a importância destacada que o Alentejo tinha nessa época como principal região produtora de cortiça. terra da sua mulher. o Norte contrapunha uma outra que veio a assumir o papel decisivo na sua afirmação futura como principal zona industrial corticeira do país. 7. conduzido pelas indústrias do Centro e Sul. com actividade durante os últimos anos do século XIX e o princípio do século XX.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 60 sejam o que resultou das três "fábricas" referenciadas pelo Inquérito de 1865 e o quarto seja a fábrica de António Alves Amorim que se mudou nesse ano para Santa Maria de Lamas. causando danos irreparáveis à sua indústria corticeira. para que à elevada concentração geográfica se junte uma divisão do trabalho entre as empresas com o desenvolvimento de empresas de aglomerados.entre as propostas produzidas por esta comissão conta-se a da proibição da exportação através da venda em consignação. . 2000).caracterizavam-se por um nível relativamente reduzido de divisão do trabalho entre elas. Note-se também que durante o período em análise já estava constituído o embrião do que viria a ser outra das características da organização industrial que se desenvolveu nos anos 70 e 80. . mas também do resto do país. A indústria portuguesa soube tomar partido das dificuldades do seu concorrente. no início. 2000). Carvalho Mendes . S. Mais concretamente e de acordo com os documentos citados por Cordeiro (2000). de prestação de serviços e outras ligadas ao sector. aumentando a sua quota no mercado mundial e contratando pessoal qualificado em Espanha.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 61 dos pequenos industrais rolheiros dessa zona. a saber um modelo com um grupo dominante e uma franja competitiva de pequenas e médias empresas. a Amorim & Irmãos. à qual se juntou depois. . Américo M. barreiras essas construídas de um modo favorável às maiores empresas. a pedido desta.1.1 CONTEXTO DA ECONOMIA CORTICEIRA PORTUGUESA A Guerra Civil de Espanha e a crise da sua indústria corticeira Um facto fundamental que marca o início deste período é a Guerra Civil Espanhola que abalou toda a economia espanhola e em particular a da Catalunha. as empresas da zona da Feira já constituíam aquilo que se pode designar por uma “bacia de emprego” importante: . a Empresa Industrial de Paços de Ferreira. Será preciso esperar pelos anos 70 e 80 para que este tipo de organização espacial da indústria evolua para uma configuração em “distrito industrial”. A partir dessa data e até aos nossos dias Portugal assumiu a liderança mundial deste sector. ou seja. 8 DA CAMPANHA DO TRIGO ATÉ AO 25 DE ABRIL DE 74 8. a fase final deste processo decorreu do seguinte modo: .eram uma conjunto numeroso de empresas com um elevado grau de concentração geográfica.º 27164 de 7 de Novembro criando a Junta Nacional da Cortiça os pequenos e médios industriais da cortiça não só da zona Norte.uma manifestação dessa oposição por parte dos pequenos e médios empresários do sector foi a tomada de posição dos industriais do distrito de Setúbal numa reunião realizada no Barreiro nesse ano decidindo enviar uma delegação ao Ministro do Comércio e Indústria para pedir a suspensão do decreto enquanto ele não fosse revisto no sentido de acautelar os interesses desse sector da indústria. mais precisamente eram empresas rolheiras. Não tendo ainda assumido um peso económico e político dominante no conjunto das indústrias da cortiça no final do período em análise.com a publicação do Decreto-Lei N.o avanço dessa proposta foi bloqueado pela Secção de Cortiças da Associação Industrial Portuguesa onde preponderavam as grandes empresas que decidiu criar uma Comissão Permanente de Estudos Corticeiros que. ficaram inquietos.1 8. . na sua esmagadora maioria (Cordeiro. tinha apenas uma empresa da zona da Feira. em detrimento da Espanha (Zapata Blanco. muito provavelmente porque viram nessa medida a introdução de uma série de barreiras à entrada e ao funcionamento numa actividade onde antes elas erra muito reduzidas. Estes diplomas legais foram apresentados como medidas temporárias para resolver a situação de crise em que se encontravam estes sectores. os esforços dos serviços florestais foram-se progressivamente virando para a arborização dos terrenos baldios Norte e Centro do país. Este declínio dos montados de azinho desacelerou-se a partir de meados da década de 80 com a erradicação da peste suína africana e com o aparecimento de programas de ajudas públicas favoráveis à arborização com esta espécie. de 3 de Fevereiro de 1927. o que era possível num regime de ditadura como o de Salazar. Depois destes começos nos três sectores atrás referidos. os seus objetivos são os mesmos. de 31 de Julho de 1926).3 Política florestal Uma vez atingida a meta da florestação das dunas do litoral. assim. de 27 de Agosto de 1932). As formas e a intensidade da intervenção estatal estabelecida por estes diplomas não é igual nos três sectores.º 13133. e N. ficou dela até à entrada de Portugal na Comunidade Europeia uma política de escoamento da produção a preços de garantia. É também neste período que arrancam a indústria da pasta de papel e a floresta de eucalipto. crise essa atribuída à "liberdade excessiva" no exercício dessas actividades. 8. 21621 e 21623. a saber: . Carvalho Mendes . Este projecto foi imposto de forma autoritária. de 4 de Março do mesmo ano. e a definição de uma legislação geral enquadradora rapidamente seguida da sua regulamentação alargando o regime a mais sectores que os três iniciais eram indícios daquilo que depois veio a acontecer. apesar dessas diferenças.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 62 8. de 9 de Junho de 1928.proteger as empresas já existentes contra o controlo por capitais estrangeiros.2 Política cerealífera Se a Campanha do Trigo (1928-38) não conseguiu atingir os seus objectivos. o regime do condicionamento industrial. 8.º 19354.1.4 Peste suína africana Em 1957 surgiu em Portugal a peste suína africana que constituiu um golpe mortal na criação extensiva de porcos nos montados alentejanos.º 15581. de 14 de Fevereiro de 1931. Embora se continuasse a apresentar este regime como uma intervenção pública de carácter temporário para responder a uma situação de crise económica depois do crash de 1929.1.º 14495.5 Política industrial Pouco tempo depois do golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 o Governo dá os primeiros passos no que viria a ser um dos principais pilares da política industrial do "Estado Novo". regulamentado depois pelo Decreto-lei N. Nas origens desse regime estiveram intervenções estatais em três sectores de actividade que foram as moagens (Decreto-lei N. entraram em declínio juntamente com essa forma de pecuária (cf.º ). o facto desta política ter começado antes deste acontecimento.fomentar a concentração das empresas já instaladas. . de 28 de Agosto do mesmo ano) e as conservas de peixe (Decretos-lei N. a saber. . os produtos resinosos (Decretos-lei N.º 19409.1. constituindo- Américo M.º 12051. Este projecto decorreu entre 1935 e 1972 e teve como resultado a florestação de 318 000 ha de terrenos baldios. Quadro N. o regime do condicionamento industrial foi formalmente instituído com esta designação e alargado a outras actividades industriais através do Decreto-lei N. principalmente os montados de azinho que. a transformação deste regime numa regulação pública com carácter permanente que durou até à queda do "Estado Novo". 8. S. ou seja. sem respeitar os usos tradicionais das populações.criar barreiras administrativas protectoras das empresas já instaladas contra a entrada de novas empresas. mas.1. Américo M. ou seja. 1989. Já é meno seguro que tenha contribuído positivamente para evitar a proliferação de pequenas empresas e para paromover a concentração empresarial. bem como as indústrias caseiras. para só falar no que às indústrias florestais diz respeito. entre as actividades isentas do regime constam as actividades industriais compatíveis com o trabalho ao domicílio e os estabelecimentos industriais complementares das actividades agrícolas. face aos estudos disponíveis (Brito. de 5 de Maio de 1954. Esta segunda isenção foi um dos pontos que gerou mais polémica na discusão da lei (Brito. No caso da cortiça esta isenção permitia deixar de fora do condicionamento industrial microempresas rolheiras.instalação de novos estabelecimentos industriais.º 19409 isenta do condicionamento industrial os estabelecimentos até cinco trabalhadores ou com uma força motriz até 5 CV. expansão e deslocação de empresas a mecanismos de controlo administrativo o que beneficia os empresários já instalados e os que têm mais facilidade de acesso e de influência sobre o poder politíco. Com a Lei N. . Na regulamentação da lei feita pelo Decreto-lei N. 1989. p. De acordo com o primeiro destes decretos ficam a carecer de autorização governamental as seguintes operações: . 1992) é que ela protegeu os empresários já instalados. pode ter tido por resultado um menor nível de concentração empresarial do que na ausência dessa política (Confraria. 1992). O Decreto-lei N. Carvalho Mendes . que introduziu reformas no regime do condicionamento industrial foi um momento onde se exprimiram algumas vozes críticas contra a sua manutenção que. o regime do condicionamento industrial passa a ser claramente considerado como instrumento "central" e "imprescindível" da política económica.º 20521. A apresentação e discussão da Lei N.reabertura dos estabelecimentos industriais que tiverem estado encerrados por mais de 2 anos.º 19409 especifica a lista de 11 sectores que passam a ficar agrangidos pelo condicionamento industrial entre os quais constava a cortiça e os seus derivados. Outra medida a realçar neste decreto é a suspensão da concessão de patentes para a introdução de novas indústrias ou de novos processos industriais. de 11 de Março de 1952. mantém-se o essencial das medidas iniciais. No entanto. Confraria. 1989). S. fusão.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 63 se "no seu mais importante mecanismo de intervenção: era em sua volta que se estabelecia o grosso das relações da Administração Central e do Governo com a iniciativa privada" (Brito.º 2052. os resinosos e as conservas de peixe e o Decreto-lei N. de 17 de Maio de 1937. as serrações e o papel. as operações de criação. mas.transferência de licenças de exploração a favor de estrangeiros. que o estende a todas as indústrias cujo licenciamento e fiscalização fosse da competência da Direcção Geral das Indústrias. ao condicionar às decisões casuísticas da Administração Pública e entrada de novas empresas mais dinâmicas e o crescimento de empresas já instaladas.montagem ou substituição de maquinaria que aumente a capacidade de produção instalada. nas suas características essenciais incluindo um grande grau de abrangência sectorial. O Decreto-lei N.º 39634. de 17 de Novembro de 1931. 119). Em resumo. não tiveram força suficiente para que tal acontecesse pelo que o regime se manteve. Beneficiou grandes empresas já instaladas. Passado pouco tempo sobre a publicação destes diplomas. o âmbito sectorial do regime do condicionamento industrial é consideravelmente alargado através do Decreto-lei N. . Há modificações que são introduzidas no seus mecanismos processuais no sentido de reduzir custos de transacção que tinham sido identificados na experiência da aplicação da legislação de 1931 e há mais regulamentação durante os anos 30 e 40 que mexe com o âmbito sectorial do regime. .º 1956. sobre os principais efeitos desta forma de política industrial o que se pode dizer.º 19354 mantém a regulamentação já existente para as moagens. no entanto. a Joaquim Vieira da Natividade que até entã se tinha dedicado essencialmente à investigação na área da fruticultura. através dos quais as indústrias da cortiça. cortiça. da livro "Subericultura" (Natividade.1959: crição do Grémio dos Exportadores de Cortiça.2 8.7 de Agosto de 1956: criação do Grémio Regional dos Industriais de Cortiça do Norte. 8.2.2. .2. Deste trabalho resultou a publicação. 1996). As etapas dessa incorporação foram as seguintes: . etc. . com salários mínimos diferentes para cada zona. . 1950) e foi também muito por Américo M.1 TRANSFORMAÇÕES NO SECTOR DA CORTIÇA Incorporação do sector da cortiça na organização corporativa À semelhança das restantes actividades económicas. também o sector da cortiça ficou sujeito à regulação da organização corporativa. S. É aquilo que alguns autores designam pela "desmaterialização" das sociedades humanas (Wernick. . são incorporadas no regime do condicionamento industrial que. .7 Surgimento do plástico Os anos 40 marcam um ponto de viragem fundamental na economia mundial dos materiais com o arranque de uma tendência que ainda hoje se mantém de substituição dos materiais de origem florestal (madeira. . a indústria e a exportação de cortiça. centro e sul). de 4 de Março.1 Produção de cortiça O desenvolvimento da investigação e o Plano de Fomento Suberícola A atribuição da direcção da Estação Experimental do Sobreiro e do Eucalipto.1936: criação da Junta Nacional da Cortiça.º 19354. segundo Brandão de Brito (1989) foi a principal forma de intervenção de que o Estado Novo" se serviu para promover a "corporativização" da indústria. Carvalho Mendes .1. 8. em 1950. de 14 de Fevereiro e Decreto-Lei N:º 19409.2. permitiu que finalmente surgisse em Portugal um grupo de investigação subrícola.11 de Janeiro de 1957: criação do criação do Grémio Regional dos Industriais de Cortiça do Sul. . .2 de Agosto de 1941: despacho do Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social ordenando a organização da indústria da cortiça em três zonas (norte.6 Êxodo rural A década de 60 com a emigração e as guerras coloniais foi um período de forte êxodo rural que continuou no período seguinte. juntamente com outras.15 de Julho de 1958: criação do Grémio Regional dos Industriais de Cortiça do Centro.º 39 555 instaurando a representação dos produtores de cortiça no Conselho da Junta Nacional da Cortiça.) e metálica por materiais plásticos. em Alcobaça.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 64 8.1. 8.1940: Decreto-lei N.8 de Março de 1954: Decreto-Lei N.1931: Decreto-lei N.º 30304 de 6 de Março pelo qual o Instituto Nacional de Estatística considera a Junta Nacional da Cortiça um órgão com competência para a recolha e publicação de dados estatísticos sobre a produção suberícola.2 8. 1977. .depois disso. . 2000). 50 e 60.a expansão da área de regadio na zona dos montados. . . houve diminuição da área de sobreiro durante aos anos 40.º 15551. etc. Se este plano não foi suficientemente forte para promover um aumento da área de sobreiro.o aumento da procura de carvão durante a 2. continuou a ser mais favorável a esta actividade dos que às restantes actividades agrárias (garantia de preço e de escoamento. nomeadamente no Sudoeste Alentejano e no Algarve (Radich & Alves.a descolagem do processo de plantações de eucalipto (Sampaio. Feio.2 Evolução da área e da produção de sobreiro A acreditar nas estimativas de área de sobreiro disponíveis para este período. 1977) e por outras culturas como a oliveira que segundo Rosa (1958) foi a cultura de substituição para 54% dos sobreiros abatidos durante o período de 1944-53. dos Serviços de Protecção do Arvoredo dos Serviços Florestais e da Estação Experimental do Sobreiro e do Eucalipto para apoiar tecnicamente os propiretários de montados de sobro em três áreas principais: .uma política florestal onde o fomento suberícola não era uma grande prioridade.2.uma política agrícola que. . A seguir à criação desta Comissão o Governo aprovou o Plano de Fomento Suberícola que consistiu essencialmente em coordenar o trabalho das Brigadas de Fiscalização da Junta Nacional da Cortiça. bem como para o desenvolvimento de novos povoamentos de melhor qualidade. pelo menos para a protecção e melhoria de algun dos povoamentos existentes. 8.aproveitamento tecnicamente adequado da regeneração natural. .o ciclone de 15 de Fevereiro de 1941 que causou muita destruição de sobreiros. . A Comissão tinha os seguintes objectivos: .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 65 empenho deste investigador que foi criada a Comissão de Fomento da Subericultura pela Portaria N. .2.). Américo M. contribuiu.estudar as condições em que se realiza a regeneração natural do sobreiro.até meados da década de 50 a razão entre o preço da cortiça e o preço do trigo ao produtor teve a tendência moderadamente crescente que vinha do final do século XIX.ª Guerra Mundial. S.a tendência para a mecanização da actividade agrícola. Carvalho Mendes .identificar as áreas incultas vocacionadas para povoamentos de sobreiro. registou-se uma ligeira tendência decrescente. Explicações possíveis para esta diminuição são as seguintes: . . facilidades de crédito. Relativamente a este último ponto note-se o seguinte: . sendo preterido em favor da florestação dos terrenos baldios e do fomento da produção de material lenhoso para pasta de papel. .apoio à sementeira de novos povoamentos com base em lande distribuída gratuitamente e que tinha sido recolhida em povoamentos seleccionados.substituição de áreas de sobreiro por trigo durante a Campanha do Trigo (Sampaio. .estudar as condições de vegetação do sobreiro e propor medidas para combater a degradação dos solos onde estava implantada esta espécie.melhoria das técnicas culturais e protecção fitossanitária dos povoamentos existentes. . . 1989).estudar medidas de fortalecimento económico das explorações suberícolas. de 30 de Setembro de 1955. se bem que tenha reduzido os apoios à cultura do trigo relativamente ao nível que tiveram durante a Campanha do Trigo. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 66 Não houve. especialmente a das zonas centro e sul. ou seja. Américo M. .1 Indústrias da cortiça As indústrias da cortiça e o condicionamento industrial Já referimos atrás os principais momentos legislativos do regime do condicionamento industrial e o facto das indústrias da cortiça terem sido incorporadas nesse regime logo em 1931. 325). É ainda mal conhecida qual foi a incidência efectiva deste regime nestas indústrias. Outro factor que deve ter contribuído nesse sentido é o Decreto-Lei N. durante o período estudado por Brandão de Brito. A crise decorrente da Guerra da Coreira e a quebra do mercado brasileiro nos anos seguintes criaram uma situação de excesso de capacidade instalada e desemprego. especialmente no que se refere à produção de rolhas. a maior parte das oficinas de tratamento de cortiça.3 8. mas um indício imperfeito e insuficiente de que ela pode ter sido menor do que noutras actividades industriais importantes na época é o facto de.2.3. Também referimos os tipos de isenções permitidos pelo regime que essencialmente se circunscreviam às microempresas.1989. uma vez que um número não despiciendo de unidades de produção rolheiras tinham aquelas características. além dos já mencionados no ponto anterior: . Foi só mais tarde.2. S.o desenvolvimento de empresas de transformação de cortiça (produção de rolhas. Carvalho Mendes . no essencial.5% dos requerimentos entrados na Direcção Geral das Indústrias no âmbito desse regime corresponderrem aos sectores da madeira e da cortiça (Brito. p. 8. por isso. p.3.º 36443 de Julho de 1947 que liberalizou a montagem de novas fábricas e a instalação de máquinas nas indústrias da cortiça. 8. durante este período uma valorização relativa substancial da cortiça relativamente ao trigo. Mais de 60 por cento destes estabelecimentos entram na categoria de indústrias caseiras. Dulce Freire (1996. às indústrias caseiras e ao trabalho ao domícílio. se manteve até aos nossos dias. de reduzidas dimensões e laborando apenas parte do ano.2 Crise na indústria transformadora das zonas centro e sul nos anos 50 e 60 Segundo Filipe & Afonso (2001). nos períodos seguintes e até aos dias de hoje que se fizeram sentir os efeitos negativos desta quebra na área do sobreiro verificada neste período. os anos de 1948 a 1965. na conjuntura do pós-guerra onde houve retoma da procura. ficam isentas dos deveres do condicionamento.2. 230) refere que "durante os anos 30. A evolução atrás referida relativamente à área de sobreiro não perturbava demasiado a indústria e os proprietários florestais porque a produção estava a aumentar graças à entrada em produção do sobreiros instalados no final do século XIX e no princípio do século. apesar do préestabelecimento de um tratado de comércio entre os dois países. Assim quem mais se preocupou com a preservação do potencial produtivo dos povoamentos de sobro neste período foram alguns investigadores com Vieira da Natividade à cabeça e alguns poderes públicos que acolheram as suas propostas de legislação protectora desta espécie (proibição de cortar as árvores sem autorização dos serviços florestais e intervalos de descascamento de 9 anos) que. No caso das indústrias da cortiça estas isenções são relevantes.a decisão unilateral do corte de 30% do valor das exportações para França.". no Brasil e na Alemanha. a indústria transformadora portuguesa. só 2. na América Central. principalmente) tecnologicamente mais avançadas do que as portuguesas nalguns dos principais mercados importadores de produtos de cortiça portugueses nomeadamente nos EUA.. passou por uma crise nos anos 50 e 60 para a qual contribuíram os seguintes factores. a Mundet. nomeadamente nas especilidades farmacêuticas. o modo de fabrico das rolhas é variável conforme o tipo de rolhas fabricadas.primeiro as pranchas são submetidas a um cozimento rápido.3 Desenvolvimento da indústria da cortiça no concelho de Santa Maria da Feira Em 1937. em 1986.): .disparidades inter-regionais nos níveis de salários dos trabalhadores corticieiros protegidas pela regulamentação de 1941 que faziam ocm que na zona norte essas remunerações fossem 30% mais baixas do que na zona centro e 20% mais baixas do que na zona sul. mas o que prodomina é um processo de fabrico onde as operações essenciais são manuais.depois são cortadas em tiras. 2000). ocorriam mudanças na direcção do grupo. A indústria da cortiça voltava a ter que ser baseada na rolha de cortiça natural como produto motor. da Inglaterra e da Alemanha. Face à concorrência cada vez maior dos plásticos nas utilizações dos aglomerados de cortiça para revestimentos.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 67 . Américo M.3. máquinas de rebaixar.excesso de capacidade industrial instalada depois do crescimento nela verificado a seguir à 2. . Ora as características da indústria das rolhas de cortiça fazem dela uma a ctividade com uma organização espacial que não dependia decisivamente de factores de localização como os que se podiam encontrar nos concelhos da outra banda. . . a grande indústria corticieira do Seixal e do Montijo que tinha posto nos aglomerados boa parte das apostas para o seu desenvolvimento começou a sentir algumas dificuldades. de topejar. com equipamentos de baixa força motriz (até 10 CV). esterilizadas e secas. serras a motor. S.ª guerra mundial. a indústria transformadora ultrapassa a preparadora no valor das exportações o que indicia uma conquista pela indústria rolheira portuguesa da quota do mercado internacional perdida pela indústria espanhola em consequência da destruição causada pela guerra. Carvalho Mendes . face à evolução da procura e às disponbilidades de matéria prima. . 8. Paula Mundet. com a fábrica do Seixal em recessão e a da Amora a encerrar em 1964. Data deste período a crise de um dos maiores grupos empresariais do sector.redução do volume de exportações de rolhas e discos de cortiça natural pela gradual substituição desses produtos por vedantes plásticos. algumas das esperanças suscitadas por estes produtos corticeiros acabaram por se gorar (Zapata Blanco.2.concorrência das pequenas unidades de produção de rolhas localizadas principalmente na zona norte que laboravam em regime de trabalho doméstico. implicou a perda. .substituição do papel de cortiça para pontes de cigarro (uma das grandes especialidades da Mundet) por produtos de imitação da cortiça de menor custo. o que. Dois anos depois da morte de Paula Mundet a fábrica do Seixal encerrava definitivamente. . sem necessidade de recurso a energia eléctrica. Ao mesmo tempo que esta crise acontecia. etc. logo a seguir à eclosão da Guerra Civil Espanhola. dos importantes mercados do Canadá. Por isso. Com efeito. a partir dos finais da década de 50. brocas. com o falecimento de Joseph Mundet e a passagem das suas responsabilidades para a viúva. . depois de ter passado por uma fase muito conturbada de lutas dos trabalhadores pela recuperação da empresa nos anos a seguir ao 25 de Abril de 74.em seguida nas tiras são cortadas as rolhas por acção de brocas (de pedal ou automáticas). utilizando equipamentos relativamente simples (facas. A Mundet ficava assim reduzida às unidades do Seixal e do Montijo.uma vez cortadas as rolhas são seleccionadas e depois são lavadas. que permaneceu nesse cargo até ao seu assassinato. no caso da Mundet. Por arrastamento encerraram também em meados da década de 60 as unidades preparadoras de Mora e de Ponte de Sôr. Carvalho Mendes .também o aproveitamento da cortiça é pior em termos de qualidade das rolhas pois a intervenção humana directa permite ir escolhendo as melhores partes numa matéria prima que é heterogénea.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 68 A selecção era feita geralmente de forma manual e por mulheres.o aproveitamento das tiras de cortiça é menor em quantidade. a granulação dos desperdícios. A actividade da maior parte das empresas centra-se na produção de rolhas.” (Ruivo. é a saída de aprendiz. o fabrico de rolhas de champanhe. S. . As empresas geralmente internalizam todo o processo de fabrico das rolhas. Depois de lavadas e secas as rolhas podem seguir um dos dois destinos seguintes: . sendo. sendo aproveitadas pela indústria granuladora. havendo apenas algumas que associam a esta actividade principal a produção de pranchas. mas tem dois inconvenientes sérios: . . . etc. silicones. uma outra para o conjunto das mulheres adultas.a natureza “homem-produto” desta actividade e a ausência de economias de escala muito significativas fazem com que possa ser praticada em pequenas empresas familiares. Desde 1978 que estão definidas no contrato colectivo de trabalho apenas uma categoria salarial para o conjunto dos homens adultos. sendo só muito recentemente que nalgumas empresas foram introduzidos sistemas de leitura automática por análise de imagem.o equipamento é relativamente simples e acessível. longos horários semanais e condições de trabalho ainda deploráveis em muitas empresas (grandes níveis de ruído dos equipamentos. Da descrição feita por Margarida Ruivo e que vamos transcrever a seguir pode tirar-se como conclusão essencial que a indústria rolheira se caracteriza pela ausência de mercados de trabalho “internos”. Por estas razões o sistema de produção de rolhas tende a ser do tipo “homem-produto” (Ruivo. Poderá passar de um posto de trabalho indiferenciado para um posto profissional. na passagem dos dezoito anos. 1995). 1992. com respectivo reconhecimento salarial. As aparas são o sub-produto desta indústria. prescindindo apenas de operações de acabamento tais como os tratamentos de superfície e a marcação. mas nada a obriga. independentemente do nível de formação escolar ou profissional. 1995). 1995). A receita da venda das aparas é um complemento muito importante da receita proveniente da venda das rolhas. O grau de divisão social do trabalho é fraco nesta indústria (Ruivo. na prática não existem. “As carreiras profissionais são inexistentes: não estão definidas pela convenção colectiva. ou mudar deposto profissional se a empresa estiver interessada. a fabricação de palmilhas e blocos. riscos de acidentes com objectos de corte). por isso.) e aplicação da marca do cliente seguida de embalagem e exportação das rolhas já assim tratadas. As barreiras à entrada na actividade rolheira são relativamente baixas: .exportação a granel seguida de tratamento final de superfície e marcação feitas pelos importadores nos países de destino. Américo M. da antiguidade ou da categoria profissional.tratamento de superfície (parafina. Muitos são os factores que contribuem para que o estatuto de assalariado seja um estatuto desvalorizado: além da ausência de carreiras. A mecanização da actividade “broquista” é possível. esta indústria intensiva em mão de obra. não estão definidas pelas empresas. As remunerações salariais correspondem a esta lógica de homogeneização das categorias operárias. A única promoção que se impõe. etc. O trabalhador é recrutado para um posto de trabalho e aí poderá ficar toda a sua vida activa. inalação de poeiras e de produtos tóxicos usados nas lavagens e nas colagens. Esta indústria contou com alguma protecção das políticas públicas através da proibição da exportação de cortiça virgem e de falcas.ia L. Américo M.”(RUIVO. . mas há um outro factor que se combina com estes para incentivar o aparecimento de novos empresários. 1995) Este facto das barreiras à entrada serem baixas facilita a iniciativa empresarial nesta actividade. O número de estabelecimentos em actividade nesta indústria aumentou até meados da década de 80. 2001): . a organização espacial desta indústria teria sido a de simples "bacia de emprego". ou seja.Infal-Indústria de Fabricação de Aglomerados de Cortiça..Mundet & C..ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 69 .. uma forte integração territorial e alguma divisão do trabalho entre as empresas. 8.. em termos de valor das exportações de produtos de cortiça. em 1953. possível a esta indústria constituir-se numa organização de mercado de tipo oligopolístico que se reforçou com a constituição. L. o conjunto começou a ganhar características de "distrito industrial". no período seguinte ao 25 de Abril de 74. um factor impulsionador de passagens ao trabalho por conta própria.”(Ruivo. Foi.da. a cortiça virgem e as falcas provenientes das podas e limpezas dos montados.2.“a simbiose frequente entre local de habitação e de trabalho.3. Esse facto aliado à procura doméstica de rolhas para o mercado do Vinho do Porto contribuíram para o desenvolvimento de uma indústria rolheira de pequenas empresas familiares no Norte Litoral. da IsolaSociedade Comercial de Isolamentos de Cortiça. bem como a cortiça amadia e secundeira de menor qualidade. assim. . Com o desenvolvimento das indústrias granuladora e aglomeradora nas proximidades da indústria transformadora.. 1993). Sem o complemento de uma indústria granuladora e aglomeradora utilizadora e valorizadora das aparas da indústria transformadora. S. ou seja. Carvalho Mendes . mais precisamente no concelho de Santa Maria da Feira. a seguir às rolhas.da. “a desvalorização do estatuto do assalariado rolheiro é . Por causa das características atrás referidas. A lei do condicionamento industrial juntava-se à natureza capital intensiva desta indústria para aumentar as barreiras à entrada nesta actividade. Com o desenvolvimento desta indústria foi possível dar um grande salto em frente no que se refer a um melhor aproveitamento da matéria prima uma vez que pasosu a ser possível transformar os refugos e aparas da indústria rolheira. mas uma fraca divisão do trabalho entre as empresas (Figueiredo et al.4 Desenvolvimento da indústria dos aglomerados negros A partir do final dos anos 40 a indústria dos aglomerados negros de cortiça conheceu um grande desenvolvimento em Portugal. aqui entre as empresas transformadoras e as granuladoras e aglomeradoras. L.da. familiarizam os habitantes desta região com a integralidade do processo produtivo. a mobilização da família para participar na empresa familiar (as crianças e adolescentes também dão “uma ajuda”). L. 1995). Como fez notar Margarida Ruivo no seu trabalho sobre este sector.. subindo no princípio da década de 50 até ao segundo lugar. a indústria transformadora está muito dependente na sua localização da proximidade de reservas abundantes de mão de obra barata e onde seja fértil a oferta de pequena iniciativa empresarial. à iniciativa empresarial. tendo este aumento sido relativamente maior entre as unidades de muito pequena dimensão.Sociedade Corticeira Robinson Bros. uma forte integração territorial.da resultante da associação das seguintes empresas de aglomerados (Filipe & Afonso. º 393/70 que introduziu alguma liberalização no acesso à indústria preparadora. do lado industrial as políticas que surgiram no pós 25 de Abril de 1974 tiveram consequências importantes: . ele manteve-se depois do Decreto-Lei N. No entanto. Carvalho Mendes . O condicionamento indústrial neste segmento da indústria da cortiça sobreviveu mais tempo de que nos outros segmentos. S.Socorquex. 9 DO 25 DE ABRIL DE 74 ATÉ À ADESÃO À C.Sopac-Sociedade Portuguesa de Aglomerados de Cortiça. a grande responsabilidade pela diminuição na produção de cortiça foi a redução nas áreas de montado de sobro durante os anos 40.E.o regime democrático também eliminou as restrições à importação de cortiça.1 9. 9. . L. O resultado disto foi que esses projectos de reconversão falharam (Moreira. Também este tipo de práticas não favorecia a qualidade do produto. ocorreu um episódio que ilustra como a sorte dos montados e a sorte da cultura cerealífera no Alentejo andaram ligadas.1. Esta reforma e a contra-reforma que veio depois são os grandes factos da política agrícola no que se refere à cortiça até ao início dos anos 80. L. . não passava assim pelas estatísticas oficiais. Com efeito.1 CONTEXTO DA ECONOMIA CORTICEIRA PORTUGUESA Reforma Agrária A partir dos anos 70 a produção de cortiça começou a baixar. Uma linha de crédito do Banco Mundial destinada à reconversão da cultura cerealífera para actividades silvopastoris tinha mais de 400 explorações de grande dimensão aderentes quando o preço do trigo foi aumentado em 46%. 9. Muita desta produção.E. apesar destes factores conjunturais terem desempenhado o seu papel. .da. Tratou-se de uma tentativa da indústria de alglomerados portuguesa de ganhar poder negocial para impor os seus preços num mercado mundial onde os aglomerados de cortiça para isolamento estavam a sofrer uma concorrência cada vez maior de produtos plásticos de substituição. para além de afectar a capacidade produtiva das árvores. Américo M. 50 e 60.1. o que se justifica conjunturalmente pela seca e pela “Reforma Agrária” que se seguiram à Revolução de 25 de Abril de 1974. .2 Política industrial Se do lado da produção de cortiça a evolução da situação é essencialmente consequência do que se passou no período precedente. Durante o tempo em que as propriedades estiveram ocupadas pelos trabalhadores o descortiçamento excessivo e precoce era uma forma de obter rapidamente liquidez para pagar as remunerações dos trabalhadores das UCPs final do mês. 1993).o regime democrático liberalizou o acesso a propriedade industrial terminando a lei do “condicionamento industrial”. que era ilegal.o aumento dos salários e das despesas públicas e a expansão do mercado da construção levaram a um aumento do consumo interno de produtos de cortiça.da. levando a menores produções nos anos seguintes.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 70 .Corça-Fábrica de Aglomerados de Cortiça. L. Já no período da contra-reforma agrária.da. º Joaquim A. Trata-se de uma alteração na política de aprovisionamento das indústrias da cortiça motivada pelas dificuldades financeiras decorrentes das políticas monetária e cambial iniciadas em 1989 com vista à convergência nominal. tendo diminuído nos dois novénios seguintes (1970/78 e 1979/87). “a ver com eventuais reduções da capacidade de produção do montado português. pois. . O declínio da produção de cortiça “virgem” nada tem.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 71 .a desvalorização monetária beneficiou as indústrias exportadoras nas quais se inclui a indústria da cortiça 9. Américo M. Há um outro factor que também pode ter contribuído para a quebra da produção no período mais recente em análise. mas que já não tem que ver com o declínio na capacidade produtiva dos montados. Carvalho Mendes . A produção de cortiça “virgem” aumentou do novénio 1943/51 até ao novénio 1961/69. tornando-as mais vulneráveis às pragas. 1995) e a reorientações das actividades produtivas deste sistema atentadoras da vitalidade das árvores. Salazar Sampaio (1985) considera a quebra de produção de cortiça “amadia” que se registou no último novénio que analisou (75/83) como sendo um fenómeno conjuntural. no entanto. reduzindo assim os custos financeiros a isso inerentes.ausência de registos estatísticos sobre a comercialização de cortiça neste período. é possível também que eles possam ter tido alguns efeitos de carácter estrutural: . . encontrando-se essencialmente ligada ao declínio de uma prática cultural.a seca dos anos 80 pode ter tido um efeito estrutural no caso de ter agido como factor desencadeador do surto de mortalidade dos sobreiros que se observou desde então. Esta queda na extracção de cortiça virgem durante os anos 70 e 80 tem que ver com o progressivo abandono das práticas da poda dos sobreiros e do “falquejamento” em consequência do aumento do preço da mão de obra relativamente ao preço do produto destas operações. Destas alterações são de destacar as desmatações em larga escala com vista à ocupação do sobcoberto pela cultura cerealífera. Com efeito. Este aumento.1 TRANSFORMAÇÕES NO SECTOR DA CORTIÇA Evolução da produção de cortiça A produção de cortiça “amadia” e “secundeira” aumentou do novénio 1943/51 até ao novénio 1961/69. em 1995 registou-se um aumento. Escrevendo em 1985. S. Cabral Rolo o ter-nos chamado a atenção para esta hipótese explicativa. por causa desta instabilidade podem ter ocorrido as seguintes situações8: . p.2 9. voltando a crescer depois disso. Com efeito este preço relativo evolui mais desfavoravelmente neste tipo de cortiça do que nos outros dada a sua pior qualidade e a maior intensidade de trabalho manual na sua extracção.as alterações nos direitos de propriedade resultantes da ascensão e crise da “Reforma Agrária” podem ter conduzido a acções de “esquecimento” da componente florestal dos montados (Balabanian & Bouet. Depois de em 1994 a produção de cortiça ter atingido um dos seus valores mais baixos de sempre. Este autor deveria estar a referir-se provavelmente aos anos de seca e à instabilidade social que se viveu no Alentejo nesse período. É discutível se o decréscimo registado nos anos 70 e 80 deve ser interpretado como uma regressão no potencial produtivo dos nossos montados de sobro ou não.2. correspondeu também a um aumento dos volumes de cortiças de calibres delgados em resultado dos anos de seca que têm 8 Agradecemos ao Eng. tendo decrescido nos dois novénios seguintes (1970/78 e 1979/87). 1985. 49). com a qual se pretendia assegurar a manutenção do emprego dos trabalhadores agrícolas.não descortiçamentos ainda que nalguns casos tenha havido descortiçamento em excesso." (Sampaio. Esta alteração consistiu no desaparecimento da prática tradicional de constituição de existências para 1 ano. Sem prejuízo da natureza conjuntural dos factores em análise. 2000) iniciamos o enunciado de uma hipotética explicação da emergência deste distrito industrial e desta configuração organizativa que passamos a expor e a desenvolver. . Carvalho Mendes . resistiram melhor.dificuldades de vários industriais do Sul perturbados pelas consequências económicas e sociais do 25 de Abril e com um estilo de vida e de gestão mais virado para a ostentação social do que para o investimento no progresso das suas empresas. mas com insuficiências no capital financeiro e na capacidade de acesso aos mercados externos. Assim. mais protegidas da agitação social que se seguiu à Revolução de 1974. neste período combinou-se uma oferta de cortiça em declínio e um crescimento na procura de produtos de cortiça.2 Evolução da estrutura industrial: a organização em "distrito industrial" na zona da Feira A importância do concelho da Feira no contexto nacional e internacional das indústrias transformadora e aglomeradora emergiu a partir dos anos 50. Nesse território surgiram empresários (nomeadamente a família Amorim) que souberam tirar partido das seguintes circunstâncias: . sem que o aumento da produção total de cortiça afecte significativamente o preço da cortiça de maiores calibres destinada ao fabrico de rolhas.dinamismo da oferta de pequena e média iniciativa empresarial na zona onde a indústria rolheira se estava a concentrar. . Inflação salarial e inflação dos preços da matéria prima foram a causa de várias falências em empresas da indústria transformadora de cortiça da cintura industrial de Lisboa. O resultado desta combinação para a indústria corticeira foi o aumento dos preços da cortiça em termos reais para níveis nunca antes vistos. essas empresas proliferaram num pequeno território ondeo saber fazer rolheiro facilmente se aprendia e se transmitia. e mais dependentes de mão de obra familiar. . Num trabalho anterior (Mendes. actualmente está a assistir-se a uma conjuntura de excesso de oferta das cortiças “delgadas” e “delgadinhas”. este grupos económicos criaram e desenvolveram empresas de aglomerados e métodos de produção maximizadores do aproveitamento da matéria prima.custos de mão de obra relativamente mais baixos em Portugal .2. compradora da cortiça no mato. muito da estratégia dos grupos industriais que lideraram o desenvolvimento do distrito industrial da Feira como o Grupo Amorim assentou nas seguintes componentes: . permitindo assim criar um mercado para os Américo M. momento no qual as políticas macro-económicas passaram a ter como alvo a redução da inflação. Esta alta de preços verificou-se até 1985.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 72 acontecido ultimamente. iniciativa essa com o capital humano necessário para entrar facilmente na actividade rolheira.desenvolvimento de uma boa rede comercial para juzante procurando ganhar para si as quotas nos principais mercados de exportação que antes tinham sido da indústria catalã ou dos industriais instalados nesses mercados e que abandonaram a actividade face à concorrência dos plásticos. 9. .desenvolvimento de uma boa rede comercial para montante. no primeiro caso ainda devido ás sequelas da Guerra Civil e no segundo caso devido à substituição como matéria prima da cortiça por plásticos e outros sintéticos. Face à crise da indústria catalã e ao quase desaparecimento das indústrias transformadora e aglomeradora nos principais mercados de destino das exportações ibéricas de produtos de cortiça. Sem grandes barreiras à entrada na produção de rolhas e motivadas pelo crescimento da procura. mas só consolidou a configuração que hoje tem de empresas dominantes com franjas competitivas depois do 25 de Abril de 1974. Por razões atrás referidas. As pequenas e médias empresas do Norte do País. S.crise na indústria transformadora e aglomeradora catalã e não ibérica.convulsões sociais na área da Reforma Agrária. aos proprietários assustados com os movimentos sociais em curso e às cooperativas resultantes da “Reforma Agrária” que necessitavam de liquidez para pagar os vencimentos dos seus trabalhadores.graças a facilidades de financiamento conseguidas junto da banca e dos poderes políticos. . assim. o grupo Amorim chegou ao controlo dos abastecimentos em cortiça para a indústria das rolhas. O engrandecimento desse grupo empresarial só foi. ligando-se a empresas de maior dimensão de quem obtêm matéria prima e/ou através das quais escoam o seu produto. As unidades de pequena dimensão que ainda vão subsistindo specializam-se em determinadas fases do processo de fabrico. etc. laminadeiras. por vezes. subprodutos da indústria transformadora tais como as aparas. um grupo como o Amorim conseguiu ter na sua mão também o controlo de uma oferta abundante de pequena iniciativa empresarial rolheira necessitada de passar por outros para aceder aos mercados da sua matéria prima. ao controlo do mercado das aparas e outros subprodutos dessa indústria e ao controlo dos canais de comercialização nos principais mercados de destino. Segundo o anuário da APCOR e da AIEC de 2000 havia 36 empresas granuladoras e 61 empresas de aglomerados. A indústria do aglomerado negro tem como principal matéria prima as falcas. S. A indústria granuladora tem como matéria prima a cortiça de qualidade inferior (“bocados”. Com a estratégia atrás referida. materais não corticeiros que são depois misturados com cola. recorrendo também aos desperdícios da indústria transformadora. misturadoras. tem-se vindo a registar nesta indústria a instalação de unidades modernas de grande dimensão. A indústria dos aglomerados é a mais intensiva em capital de todas as indústrias da cortiça. Estes materiais são granulados e depois sujeitos à pressão de uma corrente de vapor de água a temperatura superiores a 300 º C de modo a libertar as resinas naturais da cortiça com as quais se faz a aglomeração do granulado que depois é cortado.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 73 subprodutos da indústria transformadora que tem um papel muito importante na sustentabilidade económica dos pequenos e médios empresários rolheiros. A indústria de aglomerados compostos que pode integrar ou não unidades de granulação utiliza como matérias primas o granulado de cortiça e. uma forte integração territorial e alguma divisão do trabalho entre as empresas. lixadeiras. fornos. cortiça virgem. possível porque foi capaz de conquistar e de saber gerir essa rede complexa de relações económicas de que está dependente a Américo M. etc. granuladora e aglomeradora. O equipamento que esta actividade requer (moinhos. Com o desenvolvimento das indústrias granuladora e aglomeradora nas proximidades da indústria transformadora o conjunto começa a ganhar características de "distrito industrial". ou seja. A indústria transformadora envolve actualmente cerca de 10000 trabalhadores distribuídos por 550 unidades das quais apenas 15 % têm mais de 20 trabalhadores.) que submete a operações de trituração de modo a fabricar matérias primas para a indústrai de aglomerados. secadores. Nestas localidades trata-se essencialmente de estabelecimentos das indústrias transformadora. uma indústria aglomeradora para valorizar os subprodutos dessa actividade. Mais de 85 % destas unidades estão concentradas no concelho de S. Com este controlo a montante e a juzante da actividade rolheira. Carvalho Mendes . Maria da Feira.) e o controllo de qualidade a que é preciso submeter os produtos não se compadecem com unidades de muito pequena dimensão. A forte integração territorial destas indústrias pode ser comprovada pelo facto da maior parte dos seus estabelecimentos estarem concentrados em dois concelhos: Santa Maria da Feira e Montijo. moldados e prensados para produzir folhas de espessuras variadas destinadas a parquetes e outras utilizações. prensas. Por isso. aqui entre as empresas transformadoras e as granuladoras e aglomeradoras. aos mercados dos seus produtos e à transformação dos seus subprodutos. .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 74 pequena iniciativa empresarial rolheira (acessos aos mercados de matéria prima e dos produtos. . Em resumo. .1946: a Amorim & Irmãos volta a laborar depois do incêndio de 1944.1963: Américo Ferreira Amorim começa a autonomizar-se relativamente aos seus primos com memos sensibilidade para projectos de valorização industrial da cortiça criando a Corticeira Amorim que se destinava a aproveitar 70% dos desperdícios gerados pela Amorim & Irmãos. Um outro facto importante que se junta aos anteriores na construção e no funcionamento dessa rede complexa que liga as grandes e as pequenas empresas é o facto de grande parte destes pequenos empresários serem ex-operários das grandes empresas que. escoamento dos subprodutos. financiamento do ciclo de exploração). sendo um deles o actual Américo Ferreira Amorim. .1870: António Alves Amorim. homónino do seu pai. S. . com um grupo dominante (Amorim). cria uma fábrica de cortiça em Gaia. . em sociedade com a família Belchior do Porto.1890: António Alves Amorim muda a sua fábrica para Santa Maria de Lamas.1968: a Corticeira Amorim produz os primeiros aglomerados compostos.1989: transformação da Corticeira Amorim em SGPS depois do lançamento de uma OPA sobre outras empresas do grupo e cotadas em bolsa (Ipocork e Champcork) Américo M. Carvalho Mendes . 1983).1922: constituição da empresa Amorim & Irmãos cujos sócios eram os nove filhos de António Alves Amorim que morre nesse mesmo ano. depois de ter ficado com os seus sócios.1982: inauguração da Champcork. . .1970: Américo Amorim e os seus irmãos compram os 40% que os seus primos detinham na Amorim % Irmãos que se juntam aos 20% que eram seus e às restantes acções que pertenciam aos tios e que estes lhes cederam.1967: a Corticeira Amorim produz os primeiros aglomerados expandidos puros. mesmo quando se estabelecem por conta própria continuam a ficar ligados ao patrão da sua empresa de origem por uma relação que inclui alguma dependência paternalística.1958: Américo Ferreira Amorim que já era nesta época o "Ministro dos Negócios Estrangeiros" da Amorim & Irmãoes viaja até à União Soviética. . um grupo como o Amorim é "grande" porque soube afirmar-se como capaz de gerir e de tirar partido das necessidades de muitos "pequenos" numa conjuntura macroeconómica (desvalorizações da moeda) que foi favorável às actividades de exportação. terra da sua mulher. Um indicador dessa evolução rápida é o duplicar da capacidade produtiva industrial de rolhas entre 1975 e 1981 (Costa et al. . Foi assim num curto espaço de tempo que se constituiu no concelho da Feira um denso tecido de pequenas e médias empresas industriais de transformação de cortiça (sobretudo rolhas).1944: um incêndio destrói a fábrica dos Amorins em Vila da Feira onde trabalhavam nessa altura 321 operários com um volume de produção de 700000 rolhas.1978: inauguração da Ipocork destinada ao fabrico de parquet. . . . . Momentos importantes na trajectória do grupo Amorim foram os seguintes: . inciando uma ligação que haveri da fazer mais tarde do grupo Amorim o maior grupo exportador português para os países de Leste.1939: a Amorim & Irmãos é reestruturada ficando cinco irmãos que compram as quotas dos restantes e destes cinco só dois (José e Américo Alves Amorim) tiveram filhos.1917: a empresa Amorim muda-se para novas instalações mais amplas onde tinha 17 máquinas de garlopa a funcionar. . crescimento da procura de produtos de cortiça no mercado interno.revestimentos de cortiça: 15 empresas subsidiárias. Em resumo. 2000): .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 75 .contexto macroeconómico. . .1999: compra da empresa de Vinho do Porto Burmester.35% do mercado mundial do conjunto de produtos de cortiça. . pelo grupo Amorim. nomeadamente a desvalorização cambial. . . .existência de ligações de natureza familiar no seio das pequenas empresas do Norte e de relações de dependência "paternalística" entre muitas destas empresas e algumas das grandes empresas dessa região.25% do mercado mundial das rolhas. . do maior centro mundial da indústria preparadora de cortiça.crise da indústria corticeira não ibérica. .diferenças de personalidade e de comportamento empresarial entre os dirigentes de algumas das grandes empresas do Norte e do Sul nomeadamente no que se refere ao investimento na modernização tecnológica. mas não explicativos das suas diferenças regionais de desenvolvimento: . S. Eis alguns indicadores relativos a 1999 para atestar do peso da Corticeira Amorim nos mercados mundiais da cortiça (Martins.1996: aquisição pela Corticeira Amorim de duas importantes empresas de distribuição na Alemanha numa das quais dispunha já metade do capital.crise da indústria catalã. .1989: compra pela Corticeira Amorim da empresa sueca Wicanders que era uma forte concorrente no Norte da Europa no que se refere à distribuição permitindo ao grupo controlar esta actividade e controlar melhor os preços de venda dos seus produtos. .outras diferenças na oferta de iniciativa empresarial (maiores entradas na indústria de pequenos e médios empresários no Norte do que no Sul). .cortiça com borracha: 9 empresas subsidiárias. Carvalho Mendes . captura das novas oportunidades de mercado que se abriam à indústria portuguesa nessa época e estratégias de internacionalização queincluem a construção de redes de distribuição directa nos principais mercados de destino dos produtos.produtos de cortiça natural: 32 empresas subsidiárias. . Nesse ano a Corticeira Amorim SGPS tinha negócios distribuídos pelos seguintes segmentos (Martins. 2000): . Américo M.isolamentos de cortiça: 5 empresas subsidiárias. .2000: inauguração.serviços: 1 empresas (Amorim & CEOSER). . em Ponte de Sor. b) factores explicativos do crescimento regionalmente diferenciado da indústria (crise em grandes empresas do distrito de Setúbal e emergência de grandes grupos económicos no concelho da Feira com uma franja numerosa de pequenas e médias empresas): . as nossas hipótese sobre alguns dos principais factores que podem ter contribuído para este desenvolvimento do distrito industrial corticieiro nos anos a seguir à Revolução do 25 de Abril são as seguintes: a) factores comuns a toda a indústria portuguesa favoráveis ao seu crescimento.granulados e aglomerados: 1 empresa (Corticeira Amorim Industrial). O resultado não é necessariamente a insolvência já que. pois. a empresa não repete as encomendas. Com efeito. Os pequenos industriais rolheiros. em 1978. reconvertendo-se para um desses segmentos.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 76 . na Região Norte. compensada por uma taxa de natalidade também elevada. caso as empresas em causa constatem a sua incapacidade em satisfazer todos os clientes habituais e as novas encomendas que receberam) num mercado em que já não existe procura para ela. . A taxa de mortalidade de empresas no sector rolheiro é. com abaixamento do respectivo preço de venda e grande dependência dos produtores relativamente a um comprador. Ou seja: perante uma redução da procura. a estrutura empresarial do tipo “empresa dominante com franja competitiva” tem-se mantido nesta indústria não por recurso a estratégias de “preçolimite” por parte da empresa dominante. segundo um estudo da Comissão de Planeamento da Região Norte (CPRN. Não obstante. era de 123400$00 na indústria corticeira do Norte.º. deixando as empresas visadas na incapacidade de escoar a sua produção (eventualmente acrescida por aumentos de capacidade. na melhor das hipóteses. No 3. a remuneração média por trabalhador e por ano. mas sim através de uma “estratégia de quantidades” que consiste em a empresa dominante “manipular a dimensão da oferta da “franja” através de encomendas que lhe dirige. as empresas assim visadas podem conseguir manter-se em actividade aproveitando a venda de matérias primas para os restantes segmentos rolheiros ou. No 2. a empresa dominante faz encomendas de um determinado volume a empresas da “franja”. 1979a).º período as encomendas são concretizadas. S. Segundo o mesmo estudo da CPRN. para além de se confrontarem com uma rede relativamente concentrada de compradores do seu produto final também se confrontam com um mercado de oligopsónio no que se refere ao escoamento do principal sub-produto da sua actividade que são a aparas. contra 148333$00 no resto do país.º período. assim. parte deste diferencial explicava-se por uma maior participação de mão de obra feminina ("escolhedeiras") no trabalho industrial corticieiro na Região Norte. Sendo as barreiras à entrada relativamente baixas. incluindo os encargos sociais.diferenças nos mercados de trabalho regionais (mais organização sindical e mais agitação social no Sul do que no Norte e menores custos do trabalho para os empresários no Norte do que no Sul).8% abaixo dos da indústria da cortiça do resto do país. este mercado é controlado por um grande grupo económico do sector corticeiro que prepondera ao nível da indústria dos aglomerados. contudo. Para precisarmos melhor a organização das relações inter-empresas no distrito rolheiro da Feira vamos aqui expor a descrição que Margarida Ruivo (1995) fez de uma componente importante dessa rede relações que é a chamada "praça".convergência destas redes de ligações e deste dinamismo empresarial no Norte para uma organização espacial da indústria segundo padrões que a aproximam de uma estrutura do tipo "distrito industrial" (grau elevado de integração territoral e de divisão do trabalho entre as empresas). consegue-se o objectivo pretendido de redução Américo M. em qualquer dos casos. no entanto. Carvalho Mendes . Os custos da mão de obra estavam. graças aos laços de dependência intrasectorial. Relativamente a este último aspecto. no 2. substituindo-se aos consumidores habituais desta nesse volume de produção. relativamente elevada. Só conseguem escapar a este ciclo de concorrência destrutiva entre produtores as empresas que ganharam dimensão crescendo no sentido da integração vertical ligando transformação/granulados/aglomerados e controlo dos canais de comercialização. 16. sendo. Num mercado de dimensão limitada com esta estrutura mais concentrada do lado da procura do que do lado da oferta é frequente gerar-se muita concorrência entre os produtores de rolhas. ii) encomendas via ajuda financeira Várias dezenas de pequenas empresas sobrevivem sob o controlo da empresa A. Margarida Ruivo (1995) identifica três modalidades através das quais opera este mercado local interempresas controlado pela empresa dominante.1 EVOLUÇÃO DA ÁREA DE SOBREIRO E DA PRODUÇÃO DE CORTIÇA 10. e) o crescimento da superfície florestal desde os anos 60 deve ter-se feito em parte através da ocupação florestal deliberada ou espontânea de antigos terrenos agrícolas e de alguns terrenos incultos cultiváveis. decrescendo desde então. a empresas de todas as dimensões Outros grandes compradores optam preferencialmente pela modalidade iii) de compra em sentido estrito. ATÉ AOS NOSSOS DIAS E PERSPECTIVAS FUTURAS: AS "JÓIAS DA COROA" PODEM NÃO SER ETERNAS 10. Para além da incompletude das séries. qualquer) que.1 De novo um olhar sobre a evolução da área de sobreiro desde 1867 No Error! Reference source not found. S. Esse movimento de expansão da utilização produtiva do Américo M. como forma de aumentar a procura derivada da empresa dominante. Esta vende matérias primas (cortiça) a um produtor (B.E. compilaram-se as informações estatísticas disponíveis sobre a evolução da utilização do solo em Portugal Continental desde o trabalho de Gabriel Pery de 1875 até ao último Inventário Florestal. Mesmo tendo presente estas dificuldades.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 77 da oferta concorrencial no mercado rolheiro.E. d) a partir dos anos 60 a área de incultos iniciou uma tendência de aumento contínuo. há o problema das diferenças de conceitos relativas às várias formas de utilização do solo.” (Ribeiro et al. a leitura dos dados apresentados permite tirar as seguintes conclusões.” 10 DA ADESÃO À C. mas fruto dos conhecimentos pessoais entre os dirigentes das empresas.1. Esta credita as matérias primas. iii) compras em sentido restrito. na base da confiança mútua.. a compra do produto manufacturado é geralmente acordada. Carvalho Mendes . dando A preferência a B. dá indicações precisas sobre o produto. perante outros fornecedores. Normalmente os produtores têm interesse em manter relações duradouras com A. embora utilizando-as ao seu critério. com alguma segurança.Teoricamente estes fabricantes podem vender a qualquer cliente desde que regularizem as suas dívidas para com A. a seguir designada por empresa A (sublinhado é nosso): “i) compras a partir do fornecimento de matérias primas É o tipo de “contrato” mais utilizado pela empresa A. paga os salários se necessário fôr. Não se estabelece um contrato formal. tem normalmente interesse em produzir o que interessa a A. compra a produção a um preço fixado por A que comporta um certo ganho para o produtor. c)o aumento da superfície florestal e da superfície agrícola até aos anos 60 fez-se à custa da redução dos incultos produtivos e dos incultos cultiváveis. 1996). face à instabilidade do mercado. realçando as vantagens de um acto instantâneo perante uma relação com uma certa duração. Assim. b) a superfície agrícola deve ter crescido até anos de 60. negoceia um prazo de fabrico. relativamente ao período 1867-1995: a) a superfície florestal registou um crescimento contínuo. o mesmo acontecendo com a área agrícola. depois de séculos de redução do coberto florestal o último século tem sido e continua a ser um tempo de recomposição desse coberto. Tratando-se de sistemas que não são florestais estremes. com uma retoma do crescimento da área dos montados de sobro e uma crise na actividade cerealífera. S. ou seja. A tendência actual é. Esta crise perspectiva-se como irreversível face à tendência para a redução dos preços reais do trigo e das ajudas ao rendimento dos seus produtores no quadro de uma Política Agrícola Comum que iniciou um processo de reforma nessa direcção que certamente se acentuará em reformas futuras. etc. Uma vez terminada a operação de florestação dos terrenos comunais do Centro e Norte do País e face ao crescimento na procura e na oferta de produtos florestais transformados (contraplacados. depois de um século de declínio.as acções de arborização e beneficiação levadas a cabo pelo Fundo de Fomento Florestal a partir de 1966. ou como incultos. 2000). Entre as duas últimas revisões do Inventário Florestal o sobreiro foi. deixando as outras ou para a florestação artificial ou espontânea. se os dados atrás apresentados estiverem correctos. Esta Américo M. No entanto.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 78 solo também foi acompanhado pela actividade agrícola enquanto a população activa agrícola cresceu. orientadas para as áreas privadas. este crescimento da área dos montados de sobro conduzirá a um aumento sustentável da produção de cortiça? 10. no entanto. pasta de papel. pois. Deixou-se atrás no ar a questão de saber se estes crescimentos serão ou não sustentáveis. pode indiciar dificuldades na florestação para substituir integralmente as áreas que vão sendo deixadas por certos usos agrícolas do solo. A partir de meados da década de 80 o sector corticeiro português retomou o crescimento quer em área. no decénio após a Revolução do 25 de Abril por causas que atrás referimos. face às pressões a que a União Europeia está sujeita nas negociações no âmbito da Organização Mundial de Comércio. Quanto ao crescimento da área de sobreiro ele resultou essencialmente de uma inflexão profunda nas políticas públicas de incentivo à florestação nas áreas privadas que se tinham iniciado em força com o Projecto Florestal Portugal financiado pelo Banco Mundial. . A retoma do crescimento da área de sobreiro que se tem verificado desde meados da década de 80 está a permitir repor a extensão que ela teve depois do insucesso da Campanha do Trigo. Carvalho Mendes . quer em produção de cortiça. Essa ligação parece estar a diluir-se a partir de meados da década de 80 para cá. A área total dos montados de sobro e de azinho seguiu uma tendência parecida à da área agrícola até aos anos 80. até à década de 60. de acentuação na especialização na utilização do solo. cresceu até aos anos 60 e decresceu a partir daí. 1996).). tendo sido orientado essencialmente para a arborização dos baldios serranos. em Portugal isso só foi verdade.2 Efeitos das políticas públicas de incentivos à florestação A quebra na produção de cortiça na Península Ibérica com o consequente aumento nos preços deste produto é uma questão que tem chamado a atenção de vários estudiosos do sector (Zapata Blanco. esta semelhança indicia provavelmente uma ligação entre a dinâmica da produção agrícola nas zonas dos montados e a dinâmica destas espécies florestais. ou seja. a seguir ao eucalipto. as prioridades da política florestal viraram-se gradualmente para a propriedade florestal privada individual que representa 85% de toda a floresta portuguesa (INE. Até ao início da década de 80 o fomento florestal em Portugal fez-se essencialmente no quadro de dois programas: . mas sim agro-florestais. Note-se. mas desde então esta forma de ocupação do solo tem vindo a recuar para as zonas com maiores possibilidades de intensificação da produção. a espécie que mais cresceu em área.o Plano de Povoamento Florestal (PPF) que decorreu entre 1939 e 1972. Será que depois do declínio dos anos de êxodo agrícola e de Reforma Agrária. mobiliário. a retoma no crescimento da área de incultos desde os anos 60. que. qualquer que fosse a sua situação jurídica e modo de aproveitamento pelos compartes. em termos quantitativos.1. Para além disso. Américo M.º Quadro Comunitário de Apoio (PDF – Plano de Desenvolvimento Florestal) e executado entre 1994 e 2000. sem a estabilidade de direitos de propriedade necessária para desenvolver projectos de apoio à floresta no Sul do país. A consequência desta situação que os dados sobre a distribuição regional das áreas financiadas por estes programas mostram claramente foi que. uns e outros estão mais concentrados no Norte e Centro do país. Nestas condições. mas sim os industriais da pasta de papel.um programa financiado pelo Banco Mundial ( FP – Projecto Florestal Português) executado P entre 1981 e 1988. . as principais forças motrizes desse programa não eram nem os produtores. S. . Com efeito. Ora. A outra grande novidade trazida pelo PAF é a substituição da intervenção directa dos Serviços Florestais na preparação e na execução dos projectos florestais em terrenos privados por um apelo à livre iniciativa dos proprietários florestais e das empresas privadas de prestação de serviços neste domínio.um programa incluído no 2. com um recuo da intervenção directa no terreno dos Serviços Florestais em termos de elaboração e execução de projectos florestais quem mais ficou a perder foram os agentes mais dependentes desses serviços públicos para a realização desse tipo de projectos. neste programa começa a dar-se mais atenção às espécies de crescimemro e lento e restringem-se os apoios ao eucalipto. nomeadamente o sobreiro e azinheira. como atrás se disse. no entanto. depois do projecto financiado pelo Banco Mundial. O PAF que se iniciou quando o programa apoiado pelo Banco Mundial estava a chegar ao seu termo marca a inflexão atrás referida nas políticas públicas de incentivos financeiros à floresta privada num sentido que começa a ser favorável ao sobreiro. Este processo foi no entanto interrompido com a introdução de restrições legais à plantação de eucaliptos ocorrida no final dos anos 80. Note-se que quer no Projecto Florestal Português financiado pelo Banco Mundial (Braten. os pequenos e médios proprietários e os baldios geridos pelos Serviços Florestais. . No programa financiado pelo Banco Mundial a expansão e o melhoramento da floresta de sobreiro não eram acções prioritárias. em detrimento das do Norte e Centroo (pinheiro bravo). ou seja. 1983).no Sul a dimensão da propriedade fundiária é muito maior que no Norte. Este recuo do intervencionismo público favoreceu as espécies típicas do Sul do País. o Norte e Centro deixaram de ser as regiões mais apoiadas por estes programas cedendo o seu lugar ao Sul do país. mas estas componentes dos dois programas ficaram quase inteiramente por cumprir.o Regulamento (CEE) 2080/92 de florestação dos terrenos agrícolas cuja aplicação em Portugal começou em 1994. quer no PAF havia verbas e planos de acção para o fomento do serviços de extensão florestal e de apoio ao associativismo dos proprietários florestais privados. Este programa financiado pelo Banco Mundial teve.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 79 alteração de orientação foi concretizada nos 4 programas seguintes de financiamento de projectos de florestação e de melhoramento da floresta privada individual e comunitária: . alguns impactos sobre os montados de sobro e de azinho porque incentivou a substituição daquelas espécies por eucalipto nalgumas zonas do Sul do país onde era mais fácil às empresas de celulose angariar grandes áreas para florestar do que no Norte e no Centro. nem os industriais de cortiça. Isto é devido às duas razões seguintes: . Este programa foi concebido e negociado numa altura em que Portugal era afectado pela Reforma e Contra-Reforma Agrária. .a propriedade florestal comunitária situa-se primordialmente no Norte e Centro do País. Carvalho Mendes .um programa financiado pelos fundos de pré adesão à Comunidade Económica Europeia (PAF – Programa de Acção Florestal) executado entre 1987 e1994. . S. destacando-se. mais precisamente na zona do Douro onde o principal concorrente é a vinha (Cardoso. 2080/92). acentuada pela Reforma da PAC de 1992.1. por razões diferentes há montados do litoral e do interior que têm a sua sustentabilidade ameaçada por razões económicas exteriores à própria evolução dos mercados dos seus produtos: .1 Ameaças à sustentabilidade económica dos novos montados do litoral e do interior Coloca-se então a questão de saber se este crescimento da área de sobreiro será sustentável e se dará os seus frutos em termos de acréscimo de produção de cortiça a partir do ano 2015. Isso acontece em várias zonas do Ribatejo e Alentejo e também no que resta de áreas de sobreiro com boa cortiça no Norte. 2080/92 a uma expansão da superfície de montados de sobro a partir de meados dos anos 80. a partir de 2025.a saída de uma década de fortes quebras na produção de cortiça com as consequentes pressões inflacionistas sobre o preço desta matéria prima.3 Será ou não sustentável a retoma do crescimento da área de sobreiro e da produção de cortiça registada desde meados da década de 80? 10. de disponibilidades de mão de obra suficientes para realizar adequadamente as operações produtivas de gestão dos montados e de técnicas de gestão desses sistemas adaptadas a essas disponibilidades.estabilização dos direitos de propriedade no Alentejo. ou seja.1. .a expansão da área de sobreiro que ocorreu desde meados da década de 80 aconteceu no Portugl Interior. A estas mudanças na política florestal temos de adicionar certos factos ocorridos após 1985 que tiveram influência na evolução da área e da produção de cortiça: . Centro e Sul. nessa altura.ª revisões do Inventário Florestal.3. 10. ou seja. se bem que os efeitos sobre a produção só se poderão começar a fazer sentir 40 anos. provavelmente continuarão a ter as menores densidades demográficas quando estes novos povoamentos atingirem a sua idade de produção. O que as áreas de sobreiro recentemente plantadas virem a gerar ou não acréscimos de produção de cortiça daqui a 40 anos irá depender muito da existência.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 80 Estas novas orientações da política florestal e estas suas consequências tiveram seguimento e acentuaram-se nos dois programas seguintes de incentivos à florestação (PDF e Reg.baixa do preço real do trigo.ª (1979/85) e a 3.nos montados das zonas mais próximas do litoral a forte pressão urbana já causou e poderá ainda vir a causar uma ocupação urbana irreversível de algumas áreas de montados e um custo de oprtunidade muito elevado para a subericultura inviabilizador da sua sustentabilidade económica. estimuladoras de um aumento do interesse económico desta actividade para os proprietários dos montados de sobro. Carvalho Mendes . Esta evolução regional mostra. Nestas condições assistimos. Para responderemos a esta pergunta comecemos pelas novas áreas de sobreiro já instaladas e observemos a distribuição regional da evolução da área de sobreiro entre a 2. Nas zonas do litoral onde esta espécie tem mais implantação como é o caso da região de Lisboa e Vale do Tejo houve diminuição da área. Assim. o PDF e sobretudo com o Reg. o seguinte: . . Recorde-se que a obtenção de um bom rendimento em cortiça e a manutenção da vitalidade dos montados de sobro exige um conjunto de tratamentos culturais a fazer com regularidade ao longo das diversas fases da vida da árvore: Américo M.pressão urbana nos montados do litoral. o Alentejo. com o PAF.escassez de mão de obra nos montados do interior. Pode observar-se que a área de sobreiro se expandiu nas regiões do Interior Norte. em termos de crescimento absoluto. . pois. A estes factores junta-se a concorrência de actividades agrícolas rentáveis em termos privados e com um período de investimento mais curto. nas zonas mais afectadas pelo êxodo rural e que. 2002). pelos menos.1. a saber. Ora é duvidoso que uma tal motivação "rentista" traga sempre associado um comportamento orientado para a gestão mais eficiente dos montados. o Reg. mas “observando a distribuição de 9 Neste ponto retoma-se textualmente uma contribuição do autor para o relatório do CESE (1996). .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 81 . Não se trata de um problema novo entre nós pois há referências ao facto. Américo M. é pouco provável que as instâncias da União da Europeia com competência na matéria permitam que este regulamento continue a ser utilizado durante muitos anos principalmente para fins muito diferentes daqueles para que foi originalmente concebido. . Note-se que um deles. não houve diminuição da área total do sobreiro. Assim sendo. (CEE) 2080/92 que tem sido muito utilizado pelos proprietários dos montados é essencialmente um instrumento de política agrícola que não foi pensado para o desenvolvimento da floresta mediterrânea. A juntar a estas dificuldades. Entre aquelas duas datas a mortalidade não se agravou em extensão (15 % da área em 84/85 e 13. têm sido referenciadas oclusões de mortalidade dos sobreiros. A obtenção deste tipo de incentivo deve ter tido uma grande importância nas motivações de alguns proprietários dos novos montados assim instalados. . 56% tinham danos ligeiros e 17% tinham danos acentuados.3 Ameaças à sustentabilidade físiológica dos montados9 Considerando os dados da 3. feita com os cuidados necessários para não destruir a regeneração natural. 10. após a primeira tirada de cortiça (“desboia”).2 Dificuldades económicas para a instalação de novos montados Os três factores atrás referidos (escassez de mão de obra no interior e pressão urbana no litoral. mas verificou-se uma diminuição da densidade dos povoamentos em virtude dessa mortalidade com a consequente diminuição da produção suberícola. desde os finais do século passado feitas por autores como Veríssimo de Almeida e Câmara Pestana e de então para cá. no futuro. a União Europeia vir reduzir o que têm sido os instrumentos de política decisivos para a expansão recente dos montados de sobro.1. Carvalho Mendes .ª Revisão do Inventário Florestal o sobreiro é a espécie florestal em pior estado de vitalidade: em 1995 só 27% dos povoamentos é que não tinham quaisquer danos. (CEE) 2080/92. mas sim para resolver os problemas de excedentes de produtos agrícolas.3. 1975-76. não se pode pôr de lado a possibilidade de. Esse factor tem que ver com o facto de muitos destes montados terem sido instalados com a ajuda de incentivos concedidos no âmbito do Reg. Segundo os inventários do sobreiro de 1984/85 e 1988/89. S. onde se destaca o prémio anual por perda de rendimento agrícola e receber durante 20 anos.3. mas também a disponibilidade dos proprietários para a regeneração e a expansão dos seus montados.desrame dos chaparros novos aos 5-7 anos de idade repetido 5-7 anos depois. 10. motivações "rentistas") afectarão negativamente não só a exploração dos montados já existentes. especialmente em períodos de seca (1943-45.2. .limpeza de matos de 5 em 5 anos.podas moderadas de 5 em 5 ou de 6 em anos para reduzir a copa.ª poda de formação após a extracção da cortiça “secundeira”.ª poda de formação aos 20-30 anos. A degradação do estado sanitário do montado de sobro é uma realidade que se tem vindo a acentuar nos últimos anos em quase toda a área de distribuição deste ecossistema com sintomatologia que se enquadra na observada a nível mundial para outras quercíneas.1. Aos dois factores atrás referidos deve juntar-se um terceiro factor de natureza económica que pode prejudicar a sustentabilidade dos novos montados. 1980-83). os programas de incentivos à florestação cofinanciados pelo orçamento da União Europeia.2 % em 88/89). foi levado a cabo desde 1988 pela Estação Florestal Nacional em colaboração com a Universidade de Évora e com o apoio da DGF. Moreira e os estudos de C. que a mortalidade parecia radicar num complexo de causas imbricadas inter-actuantes. . De um lado o proprietário legal da terra. por J.o projecto de investigação que. as citações do relatório de síntese provêm de Cabral & Sardinha (1992). 1993). possuindo o usufruto da mesma. França. Forest Commission. No nosso país. Grândola e Sines Na linha da investigação internacional em curso sobre o declínio das quercíneas na Europa que aponta para uma abordagem integrada das causas e da terapêutica do problema (Degreff & Malaisse. a pedido dos produtores suberícolas dos concelhos de Santiago do Cacém. Ferraz e A. Vamos aqui destacar as seguintes: . Brassier da U.” ii) Sistema físico 10 Excepto indicação em contrário. Carvalho Mendes .factores que aceleram o declínio do ecossistema. 1990. .” 10 Essas causas foram agrupadas em três tipos de factores: . a) Factores que predispõem o ecossistema para entrar em declínio i) Sistema social . Coincidem sobre o mesmo terreno interesses divergentes ou pelo menos diferentes. cuja análise não era susceptível de ser dilucidada de uma forma segmentada. o relatório de síntese deste estudo diz que “foi parecer dos especialistas reunidos. Varga. 1990) e da América do Norte (sobreiro e azinheira nos países mediterrâneos e carvalhos nos restantes países) e também aí desde os anos 70 e 80 se tem gerado um interesse crescente pelo problema. K. embora não tenha sido ainda possível consolidar uma coordenação de esforços entre organizações de produtores.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 82 frequências para o último inventário (88/89) verifica-se que ocorrem parcelas afectadas com valores superiores a 25 % o que parece apontar para um certo agravamento da intensidade da mortalidade. 1987. . envolvendo várias áreas científicas. Grândola e Sines. Estes estudos e encontros internacionais têm incidido principalmente sobre as quercíneas características da Europa Central e da América do Norte e menos sobre o sobreiro e a azinheira. Há também referências do século passado a fenómenos semelhantes de declínio das quercíneas noutros países da Europa (Schill & Fleischer. 1990. indústria. com interesse principal na produção económica de cortiça. Américo M. p. Hungria. 1992.“Dualidade de entidades que exploram o ecossistema. Administração Pública e instituições de investigação numa escala suficientemente ampla para diagnosticar cabalmente as causas do problema e combatê-las de forma integrada. S. 13). . mais tarde.” (DGF.factores que predispõem o ecossistema para entrar em declínio.Não hierarquização dos objectivos produtivos num sistema de uso múltiplo. Polónia. P.os trabalhos desenvolvidos na Estação Agronómica Nacional e. A) Estudo de determinação das causas de morte do Sobreiro nos concelhos de Santiago do Cacém. há algumas acções nesse sentido que devem ser referidas.factores que desencadeiam o declínio do ecossistema. 1990. Itália. e de outro o rendeiro. 1994). na Universidade do Algarve. 1989. M. Um resultado desse interesse foi a organização de alguns congressos internacionais para apresentação e discussão de estudos realizados sobre a matéria (Áustria. do Instituto de Conservação da Natureza e da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Santiago do Cacém. de sub-bosque de composição florística variada.a falta de continuidade de acções ou medidas correctivas em termos das intervenções técnicas (nos sistemas agrícolas. Tais casos reconhecem-se porque coincidem. mas onde apesar de tudo vai subsistindo.” Já a conjugação de condições degradadas devido a culturas agrícolas depauperantes. os sobreiros. Pelo contrário. prevalecem sistemas de arrendamento do solo para agricultura ou pastorícia que são orientados sem ter em conta o impacte dessas operações sobre a produção suberícola. S. Carvalho Mendes . .em solos medianos/finos ou finos de xistos. solos argiluviados e xistos. O modelo de exploração e as práticas agro-pecuárias e silvícolas têm níveis de impactes diferentes. com morfologias e solos que ocasionem escorrimentos. nas zonas onde está em melhores condições vegetativas suporta bem aquele acréscimo de “stress”11. com permeabilidade e o grau de arejamento do perfil a tornarem-se precários. “relacionam-se com situações em que a árvore se encontra em precário equilíbrio com o meio. com pronunciada irregularidade e sujeitas a surtos de seca severos. mantêm o sobreiro num equilíbrio frágil com o meio. em geral não agricultadas. 11 Declínio do Sobreiro. em formas onduladas fortes ou pronunciadas. em geral. Ora “a distribuição do sobreiro nem sempre coincide com as melhores áreas para ele: nas linhas de água. onde o sobreiro não resiste a qualquer tipo de intervenção ou perturbação que venha a provocar o agravamento das condições de humidade e arejamento do solo. podzolizados. com manchas de solos argiluviados para-hidromórficos. como se verificou na região. comportam-se satisfatoriamente. Outono de 1995. Basta para isso haver uns anos de “stress” hídrico para o sobreiro entrar em declínio. mormente quando. nos cumes decapitados. consoante a qualidade das estações em causa: -“em solos aligeirados. Américo M. bem drenados e de substrato de grés grosseiro bastante poroso e em qualquer situação morfológica. Condições como escorrências laterais e superficiais em vales de encosta. Outros casos mais severos. estações pobres.” iii) Sistema de produção “Num sistema de exploração [de uso múltiplo é] muito difícil e delicado compatibilizar as várias produções. nas baixas. N. de morte generalizada dos sobreiros.º 203. má drenagem e erosão e anos metereológicos adversos (existe um paralelismo aparente entre anos de secas ocorrentes neste século e as referências bibliográficas à anormal mortalidade dos sobreiros) levam a uma caducidade precoce das árvores. apesar de pequeno porte. Ao Serviço da Lavoura. ou seja. ainda segundo Cabral & Sardinha. o sobreiro vegeta em condições marginais.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 83 “O montado vegeta em áreas com características de solo e clima difíceis.”. podendo expandir livremente o seu sistema radicular. no controlo da gestão do arvoredo). Nesta componente foram detectadas as seguintes práticas predisponentes: . Entrevista à Doutora Maria Teresa Cabral. solos avermelhados relacionados com depósitos de “raña” em correspondência com formas de relevo aplanado ou ondulado largo e mais ou menos suavizado. ou ainda planossolos. o sobreiro em geral não é afectado. iii) Factores de intervenção humana no sub-bosque “As fitocenoses do sobreiral do montado são em geral de origem antrópica. variando o grau de degradação em relação ao climax.” “Foi igualmente posto em evidência que há uma relação entre a falta de regeneração e a mortalidade o que evidencia uma gestão deficiente da utilização do solo sob-coberto. . não falando já na criação de porco de montanheira. para dar lugar à bovinicultura. fogo.. tem vindo a reduzir-se significativamente. neste caso assumindo frequente carácter ainda mais grave pela persistente continuidade da cultura. arroteamentos. aspectos que também se colocarão em relação à exploração trigueira. pastoreio. revela-se negativa à recuperação do ecossistema. segundo o uso do solo e a intensidade das perturbações no ecossistema (agricultura. o Platypus cylindrus. o estudo conclui. ii) Factores de intervenção humana nas árvores do povoamento Os descortiçamentos exagerados são um factor de agravamento da mortalidade do sobreiro. aquele equilíbrio mesológico que uma utilização silvo-pastoril na base de ovinos poderá representar. exploração da cortiça). desmatações. não se podem considerar práticas culturais construtivas.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 84 . sobretudo agravadas com a cultura cerealífera. S. face aos preços aliciantes atingidos. porque provocam o rápido desgaste do capital humífero a favorecerem (.concentração persistente e excessiva de gado bovino como sucede em locais de pernoita ou de abeberamento sujeitos a acentuado pisoteio e à consequente falta de arejamento.” Quanto à agricultura....” b) Factores que desencadeiam o declínio do ecossistema i) Factores abióticos Há sincronia entre períodos de seca e oclusões de mortalidade anormal do sobreiro.. . mediterraneum) na indução da sintomatologia observada..” Américo M. mesmo que nos casos em que esta não visa um uso agrícola posterior. com exigências técnico-culturais diferentes e longe de se articularem com uma boa conservação do montado. As “pelas” como prática instituída. que a “seara é parasita do sobreiral”. O seu comportamento tradicional é o de decompositor de madeira ou de árvores em adiantada fase de degradação. em grande parte de zonas de xistos em superfícies aplanadas ou de relevo pouco expressivo com recurso a operações culturais mecanizadas e programadas.” c) Factores que aceleram o declínio do ecossistema i) Acção dos insectos “Entre as pragas há muito conhecidas e que têm vindo a coevoluir com os montados assinalou-se o surto de uma nova praga.) a erosão superficial.” ii) Acção dos fungos “Entre os vários fungos detectados e identificados.a cultura trigueira que se tem mantido. Continuando a citar o mesmo autor “as lavouras periódicas. seis deles são considerados potencialmente patogénicos. A determinação da frequência da ocorrência de cada um destes fungos não permitiu contudo legitimar conclusões quanto à predominância de alguns destes agentes patogénicos (incluindo o H. citando o tratado de Subericultura de Vieira Natividade (1950). . Carvalho Mendes . Américo M. iii) Acção humana “. Carvalho Mendes . .Reduzir as podas privilegiando exclusivamente as de formação e sanitárias. .Adensamento do montado transformando-o progressivamente. Nas zonas mais afectadas principalmente em solos argiluviados de xistos. 1995) na sequência deste estudo permitiram identificar outros fungos que não tinham ainda sido referenciados na listagem de Franceschini et al. passamos a referir exaustivamente.Em zonas fortemente afectadas e consideradas de menor capacidade suberícola aconselhar-se-á a voltar à fase pioneira introduzindo resinosas. pela sua relevância prática. em povoamentos mais fechados e por isso com mais relevante papel condicionador do microclima sob coberto. profundos e com boa permeabilidade e em solos aligeirados de substracto de grés grosseiro) reinstalar o montado com tecnologias moderadas e com o recurso a plantas de maior potencialidade quanto à qualidade da cortiça.Coadunar o encabeçamento à capacidade de sustentação da estação.Nas zonas mais afectadas e nos mesmos tipos de solo a redução da intensidade da actividade da actividade agrícola. nomeadamente do pinheiro manso orientado para a produção de fruto. Práticas culturais .Promover desbastes sanitários. É aqui de chamar a atenção para os efeitos benéficos desta conversão em termos ecológicos e de rendimento de curto prazo.Correcções do nível de fertilidade do solo que tenham em conta os desequilíbrios assinalados em termos de potássio. (1993) das 285 espécies (nem todas patogénicas) associadas ao sobreiro. . Nos povoamentos . .Feridas de descortiçamento resultantes de más práticas e falta de formação profissional.Manutenção de arvoredo morto e de despojos de exploração. A compatibilização entre a minimização do risco de incêndio e o objectivo de espaçar a desmatação para recuperar o ecossistema aconselha o uso de desmatadoras de corte superficial sem enterramento. S. .” Partindo deste diagnóstico de causas de mortalidade do sobreiro os autores do estudo propõem um conjunto de medidas correctivas no âmbito da capacidade de intervenção dos agricultores que.Reconversão em talhadia em algumas das zonas de pior qualidade de cortiça com objectivo de obtenção de cortiça virgem facilmente incorporável no sistema industrial. deverá colocar-se a eventualidade de redução do encabeçamento e mesmo a sua substituição gradual por animais que originem menor compactação do solo. será mandatória. ou em solos avermelhados relacionados com depósitos de raña.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 85 Trabalhos posteriores realizados na mesma zona (Ramos. em correspondência com formas de relevo ondulado largo. nas áreas mais sensíveis. . “Sistema agro-silvopastoril .Elevada intensidade de descortiçamento com efeitos graves em anos secos. . nomeadamente da cerealífera.Em zonas de maior potencialidade (formas de relevo ondulado relacionando-se em geral com solos aligeirados. . cálcio e magnésio para o que se sugere o aconselhamento especializado dos serviços de apoio à fertilização do solo.Fazer o maneio de matos impedindo que se atinja o estado agressivo. . destruindo as mais finas e impedindo-as de absorver água e nutrientes. Em extremo e atentas as dificuldades económicas de remoção. Este fungo destruiu também milhares de abacateiros na América Central.” B) Estudos de Ferraz. .2.regeneração dos montados com base em plantas submetidas à micorrização controlada.GES. Partindo deste diagnóstico das causas de mortalidade do sobreiro. .abandono das práticas de mobilização frequente do solo que aceleram a degradação da matéria orgânica. o descortiçamento deverá ser fortemente desaconselhado (baixar em geral o coeficiente de descortiçamento).corte dos matos sem mobilização do solo de modo a fomentar a actividade microbiana antagonista destes fungos e a incrementar a flora ectomicorrízica protectora das raízes jovens. . Brasier & Kirk (1992) adoptam uma perspectiva diferente do trabalho anterior.2 EVOLUÇÃO DAS ACTIVIDADES DE EXTRACÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE CORTIÇA EM BRUTO 10. 1997). Este fungo é muito conhecido a nível mundial. perturbam as relações micorrízicas e destróem os sistemas radiculares. Américo M. este autores propõem como medidas correctivas acções que atenuem os riscos de infecção das árvores por este fungo. havendo estimativas que apontam para um volume total de emprego de mais de 5000 trabalhadores permanentes e de cerca de 10000 trabalhadores sazonais (AGRO. ainda. isolaram uma causa patogénica. S. 10.Remover árvores mortas ou com evidentes sinais de decrepitude. quando se verifiquem fortes ataques de pragas e doenças (desfolhas superiores a 30%). . .realização de obras de drenagem do solo. Protecção integrada .1 Importância económica As actividades de extracção e comercialização de cortiça no mato são mal conhecidas em termos da sua importância e formas de organização económica.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 86 Descortiçamento . a saber: . Enquanto no estudo da EFN se apontava para um conjunto de causas múltiplas da mortalidade do sobreiro. Moreira.Remover despojos de podas e abates em todas as zonas afectadas. Carvalho Mendes .Condicionar o descortiçamento ao estado vegetativo do sobreiro. sejam os mesmos queimados no local. sugere-se que salvaguardadas medidas de prevenção. milhares de hectares de eucalipto na Austrália e muitos carvalhos nos Pirinéus. Brasier e Kirk As investigações de Ferraz. sendo responsável pela morte dos castanheiros no Sudoeste dos Estados Unidos e na Europa incluindo Portugal onde é conhecido pela designação de “doença da tinta”. .Impor medidas de protecção sanitária com desinfecção dos equipamentos de descortiçamento. a fim de evitar a dispersão dos agentes patogénicos. estes quatro autores. na linha dos trabalhos iniciados nos anos 40 por Lopes Pimentel (1946). Moreira.Em anos de seca ou acidentes metereológicos ou. Mais precisamente isolaram o fungo Phytophthora cinnamomi Rands que ataca o sistema radicular das árvores. 1 Tipos de organização económica da extracção e da comercialização As modalidades mais frequentes de comercialização da cortiça em bruto são as seguintes: . . . Face a esta regulamentação. terá que esperar até que a totalidade da cortiça de reprodução que árvore está a formar atinja. considerando uma produção de cortiça amadia da ordem das 135000 toneladas como tendo sido o caso dos anos mais recentes.em pau batido dominante: 34%.3 Organização económica da extracção e da comercialização da cortiça em bruto 10.2. Américo M. para a meça de descortiçamente mais recente vai ter que esperar.2. para descortiçar.2 Técnicas de extracção da cortiça Os tipos de técnicas de extracção de cortiça e a respectiva importância relativa no volume de produção extraída são os seguintes (Costa & Pereira. Por estas razões.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 87 Quanto ao valor bruto da cortiça extraída. . Para além de ter custos de exploração mais elevados. pelo menos 9 anos de criação (ou.em meças: 13%.extracção por conta do comprador e comercialização “na árvore”. 1998. 10. pelo menos. podendo encurtar-lhe a longevidade. chega-se a um valor de 76275000 contos. 9 anos até voltar poder descortiçar e quando extrair a cortiça das outras meças essa cortiça já terá idades avançadas (13 ou mais anos) o que contribuirá para desvalorizar esse produto.a extracção por meças só é permitida nos sobreiros cujo descortiçamento já era efectuado por este processo antes de Maio de 1988. um produtor que daqui até 2030 não programe devidamente o processo de reconversão para a extracção em pau batido terá prejuízos.modos mistos: 4%. 10. o sistema das meças "prejudica a qualidade da cortiça nas zonas de transição e pode provocar progressivas deformações no tronco e sucessivos enfraquecimentos da árvore." (Gil. a legislação actualmente em vigor que regula a extracção de cortiça (Decreto-Lei N.a partir do ano 2030 nenhum sobreiro poderá ser explorado em meças. Com efeito. 2001): . de 14 de Janeiro).em pau batido extreme: 49%. Só ocasionalmente o tirador de cortiça poderá deixar ficar alguma cortiça por extrair se a extracção se revelar difícil e ele não a querer forçar para não prejudicar a vitalidade da árvore. o produtor. .comercialização "na árvore": 57%. excepcionalmente 8 anos. p.comercialização "na pilha": 43% . S. No conjunto de amostras de cortiça em bruto em que baseiam os dados do SICOP (Sistema de Informação de Cotações de Produtos Florestais na Pordução) da DGF para o período de Julho de 2000 a Julho de 2001 e que correspondem a cerca de 15% da produção total de cortiça aqueles dois tipos de comercialização deste produto no mato estavam assim distribuídos: . aos preços médios desta cortiça no mato de Julho de 2000 a Julho de 2001. Na exploração em meças o tronco e os ramos são divididos em duas ou mais partes chamadas "meças" que depois são descortiçadas em anos diferentes. Na exploração em pau batido a árvore é toda descortiçada no mesmo ano. 82). determina o seguinte: .2. . mediante autorização especial da Direcção Geral das Florestas). Assim.3.º 11/97. se em 2030 um sobreiro ainda se encontrar a ser explorado em meças.extracção por conta do proprietário e comercialização “na pilha”. Carvalho Mendes . 10. Havendo interesse por parte do comprador em retirar o maior volume possível de cortiça.2 Comercialização "na árvore" A comercialização da cortiça "na árvore" é feita obviamente por proprietários que externalizam a actividade de extracção para o comprador. não deixam a extracção da cortiça a cargo do comprador. a não ser em casos excepcionais.extracção a cargo do produtor: 46%. 42). sendo depois extraída pelo produtor. Sendo este escalão etário o principal suporte deste tipo de trabalho e sendo a sua sucessão cada vez mais difícil é de prever que no futuro esta actividade tenda a evoluir da organização informal que hoje tem para uma organização em empresas estruturadas para a prestação destes serviços.3.GES. Uma vantagem desta modalidade para o proprietário é poder ser ele a controlar a boa execução das operações de descortiçamento protegendo assim a capacidade produtiva dos seus montados contra os problemas de descortiçamento excessivo característicos da extracção a cargo do produtor.GES. p. 10. Os principais compradores de cortiça são preparadores localizados nas zonas de S.extracção a cargo do comprador: 54%.GES. a tiragem é «forçada» sem que as consequências negativas futuras sejam ponderadas. pois.têm ansiedade em receber o dinheiro da venda da cortiça por antecipação relativamente à época normal (AGRO. um significativo prejuízo para o estado das árvores. vimos atrás que ela representa 43% do volume total da produção e que uma percentagem ligeiramente superior a esta (46%) corresponde à cortiça cuja extracção está a cargo dos produtores.2.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 88 Esta distribuição anda naturalmente próxima da distribuição por entidade responsável pela extracção: . Ainda segundo o estudo da AGRO. mesmo alguns proprietários que vendem "na árvore".a quase totalidade da produção comercializada "na pilha" é extraída pelo produtor. Neste caso. Isto indicia duas coisas: . . 1997. proprietários que tender a ter uma ou várias das característocas seguintes: . Neste segundo caso os proprietários florestais contratam trabalhadores qualificados para as actividades de extracção da cortiça ("tiradores") que depois é empilhada por conta do proprietário para a sua venda posterior directamente a industriais ou a intermediários. É provavelmente para evitar estes problemas que.3 Comercialização "na pilha" No caso da comercialização "na pilha".deve haver uma pequena percentagem da produção que é comercializada logo "na árvore". o que explica a diferença atrás referida entre as Américo M. Brás de Alportel. S. . . Esta evolução poderia articular-se com um movimento de organização de associações de proprietários florestais que recorreriam a tais empresas para as operações de extracção de cortiça e outras intervenções produtivas necessárias à gestão do montado.2.dedicam pouco tempo à gestão directa dos seus montados. Évora e Coruche. as operações de extracção são em geral feitas por conta do comprador e. Os "tiradores" de cortiça na altura do descortiçamento que ocorre durante o Verão organizam-se em ranchos liderados por pessoas que actualmente andam na casa dos 50 a 60 anos. Carvalho Mendes ." (AGRO. "trata-se de uma operação geralmente «cega» em que o proprietário normalmente se socorre dos seus registos anteriores para avaliar os volumes a extrair e o comprador recorre a «coeficientes de segurança» que lhe asseguram uma margem suficiente para cobrir qualquer risco de avaliação. em princípio.3. São. 1997). daí resulta. A actividade desta empresa tem sido importante não só no sentido de Américo M.a pilha dever ser feita de forma a facilitar a circulação do ar e o escoamento da água. No segundo caso. "quando a cortiça é vendida a «olho».o comprador adquire um produto heterogéneo e sem garantias de qualidade. . através de uma avaliação visual do volume de cortiça presente na pilha. .deve evitar-se a construção de pilhas com largura superior a 6 metros e com o comprimento orientado perpendicualrmente aos ventos dominantes. Esta forma de comercialização levanta os seguintes problemas: .deve eliminar-se o contacto da pilha com a terra.GES. pp. As pilhas são depois vendidas pelo produtor de acordo com as seguintes formas de comercialização alternativas: .a cortiça de boa qualidade pode deteriorar-se devido a condições de repouso e armazenamento deficientes. Para o pordutor há mais dois problemas no caso do empilhamento da cortiça no campo: . Para efeitos de cálculo do peso da cortiça em bruto. é o valor global da pilha que é acordado directamente sem que um preço unitário seja sequer discutido A venda da cortiça virgem e dos bocados têm geralmente um estatuto de comercialização secundário sendo o seu preço normalmente fixado de forma complementar (para acertos) à operação de venda da cortiça amadia.Associação dos Produtores Florestais do Concelho de Coruche e Limítrofes) este trabalho desenvolveu-se mesmo até ao ponto de gerar o primeiro caso de integração vertical desde a produção de cortiça para juzante. é empilhada nas proximidades do local onde foi extraída. O Código Internacional das Práticas Rolheiras determina o seguinte quanto ao empilhamento da cortiça no campo: . isto é. Mais precisamente. da medida do volume da pilha e da avaliação do seu peso médio por m3).deve-se evitar a presença de animais domésticos na proximidade da pilha. No caso de uma associação de produtores (APFC . 42-43). deve converter-se o seu nível de humidade na altura da pesagem para a base de 14% que é o nível que a Norma Portuguesa 298-93 estabelece para a cortiça em prancha considerada comercialmente seca. ." (AGRO.há o risco considerável de roubo. . Segundo o estudo da AGRO.GES. depois de extraída e de separada da cortiça virgem e dos “bocados” (pequenos fragamentos de cortiça amadia).há um empate de capital. ficando misturadas nessas pilhas cortiças com características muito diversas. 1997. o preço unitário por arroba pode ou não ser estabelecido previamente. Um dos principais contributos que as associações de produtores que se têm vindo a desenvolver desde meados dos anos 80 têm dado para este sector tem sido a introdução e aperfeiçoamento de sistemas de classificação da cortiça por classes de qualidade com base em amostras recolhida no campo. A cortiça amadia. o acordo é estabelecido com base numa avaliação expedita do peso da pilha através da «cubicagem» (isto é. No primeiro caso.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 89 percentagens de cortiça comercializada "na árvore" e a percentagem de cortiça extraída pelos compradores. S. .o proprietário vende um produto sem conhecer devidamente a respectiva qualidade industrial e consequentemente o seu justo valor.venda "a olho". Carvalho Mendes . dando assim uma informação de base importante aos produtores quanto aos níveis de preços a negociar com os compradores. tratou-se da constituição de uma empresa preparadora (EQUIPAR) com base em capital dos próprios produtores florestais.venda "a peso". . . é o do pagamento a pronto.as indústrias que desde 1989 se têm comportado relativamente melhor do que o conjunto da indústria transformadora em termos do crescimento da produtividade do trabalho relativamente ao dos custos de pessoal têm sido a das serrações. a dos aglomerados.2. é o de ser pago um sinal mais ou menos substancial com pagamento do resto quando se inicia a extracção e. A evolução assinalada na fileira papeleira aconteceu apesar da redução do emprego e dos investimentos feitos por estas indústrias no sentido do aumento da produtividade. A partir de 1989. mas também no sentido de introduzir melhorias na indústria preparadora que também estava muito carecida nesse sentido. p. Carvalho Mendes . à semelhança do que aconteceu para a indústria transformadora no seu conjunto. o custo da mão de obra tem crescido relativamente mais depressa do que a produtividade. em quase todas as indústrias da fileira florestal a produtividade do trabalho cresceu mais rapidamente do que o respectivo custo. esta tendência inverteu-se para todas as indústrias da fileira florestal. A quebra de competitividade que se tem verificado a partir de 1989 mostra a importância que as políticas monetária e cambial têm sobre indústrias produtoras de bens transaccionáveis (bens objecto de comércio internacional) como são as nossas indústrias silvícolas.as que se têm comportado pior do que o conjunto da indústria transformadora têm sido as indústrias da fileira papeleira (pasta. no segundo caso.3. ou seja. . Com efeito 1989 é o ano em que se inicia em força a política de convergência nominal traduzida numa política monetária restritiva e numa política cambial de “escudo forte”.GES. Este crescimento foi relativamente mais rápido do que para o conjunto da indústria transformadora.4 Formas de pagamento da cortiça extraída Continuando a citar o estudo da AGRO.GES. Américo M. desde essa altura. 10. 10. de ano para ano. a da carpintaria. a da cortiça e a das artes gráficas. 43). um ponto a que voltaremos mais adiante. A sua explicação tem que ver essencialmente com as grandes flutuações do preço da pasta de papel que entrou em queda acentuada depois dos grandes investimentos de expansão da capacidade produtiva feitos em países concorrentes do nosso. "quanto ao pagamento da cortiça. num pequeno país de economia aberta como é o nosso. 1997.. as modalidades são muito variadas tendendo-se hoje a generalizar o pagamento por tranches diferidas no tempo ao longo de períodos que chegam a atingir vários meses. fabrico de papel e de embalagens) e a de edição de publicações.3 EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA 10. O resultado de tal política é fazer baixar os preços dos bens transaccionáveis relativamente aos dos bens não 12 Este ponto baseia-se nos dados apresentados no Error! Reference source not found." (AGRO.1 Evolução comparada da produtividade e dos custos do trabalho das indústrias da cortiça e das outras indústrias florestais12 Até 1989. ao Error! Reference source not found. S. No caso de venda na árvore ou a "olho" a modalidade mais frequente. no primeiro caso.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 90 introduzir transparência no mercado da cortiça em bruto através dos sistemas de classificação atrás referidos. a do mobiliário. Nesta tendência geral de perda de competitividade há diferenças assinaláveis entre as várias indústrias da fileira florestal: . o que contribui para reduzir cada vez mais a competitividade das indústrias da fileira florestal.3. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 91 transaccionáveis o que no caso em apreço implica acréscimos da produtividade do trabalho cada vez menores relativamente aos aumentos dos custos de pessoal. havendo diferenças de preço muito significativas entre as várias categorias: uma prancha de boa qualidade (1. nos anos 40. escolha da prancha) e das quais resultam muitos desperdícios cuja redução contribuiria para um melhor aproveitamento do recurso. Carvalho Mendes . mas não há auto-disciplina dos pranchistas. Um outro problema que precisa de ser resolvido nesta indústria e que tem que ver com as águas de cozedura é o da poluição. nem são aproveitadas para transformação industrial. Segundo o anuário da APCOR e da AIEC de 2000 havia 94 empresas preparadoras. estas águas habitualmente não são tratadas. É neste estádio da cadeia produtiva dos artigos de cortiça que existem mais “margens de progresso” a explorar com benefício para a redução do custo e a melhoria da qualidade da matéria prima que entra na indústria.porosidade. do seu custo e da sua qualidade como os industriais. nem capacidade legal para disciplinar a actividade neste domínio.quanto ao tempo de estabilização não é ainda possível estabelecer uma relação clara entre esta variável e a qualidade das pranchas.inclusões lenhosas. tem vindo a declinar no número de estabelecimentos.existência de cavidades provocadas por insectos. 10. . S.ª. parece estabilizado o número de estabelecimentos de maior dimensão (4 com mais de 20 trabalhadores). 2.ª categoria) pode ser oito vezes mais cara do que uma prancha de qualidade média. que são decisivas para a qualidade da matéria prima industrial (cozedura.2 Indústria preparadora A indústria preparadora que. As pranchas são classificadas segundo a sua qualidade em seis categorias. Há vários factores que dificultam o aproveitamento destas “margens de progresso” que passamos a referir. Américo M.3.conhece-se a influência da qualidade da água de cozedura na qualidade das pranchas. . muito baseadas em processos manuais. . As principais características que são consideradas nesta classificação são as seguintes: . Existe um “trade off” entre o aumento da produtividade da mão de obra na actividade pranchista com recurso a processos mecanizados e a quantidade de desperdícios gerados.fendas.ª ou 3. Nos últimos anos. nem encontrou ainda forma de impôr eficazmente tal controlo: . os pranchistas não estão naturalmente tão sensíveis aos problemas do aproveitamento da matéria prima. . Com efeito. chegou a ter mais estabelecimentos do que a indústria transformadora. Não havendo integração vertical desta actividade com as indústrias a montante. no entanto. continuando a diminuir o número dos de pequena dimensão. A investigação tecnológica realizada sobre o processo de cozedura e de estabilização da cortiça não permitiu ainda chegar à identificação clara de indicadores capazes de permitir um controlo de qualidade a este nível. mas mantendo sempre a forte predominância das unidades de pequena dimensão. Com efeito a actividade pranchista envolve operações. sendo a investigação tecnológica neste domínio praticamente inexistente. o fabrico de triturados e granulados.a preparção de pranchas de cortiça. Carvalho Mendes . . Em meados dos anos 90. Depois a expandiu-se para outras áreas cada uma com uma empresa juridicamente distinta: .EQUIPAR Viveiros Florestais. Todos os anos esta deve fazer-lhes propostas de compra que eles eram livres de negociar com a empresa para depois aceitar ou rejeitar. principalmente a dos novos países vitivinícolas (EUA. Actualmente estão em curso trabalhos de investigação (GONZALEZ ADRADOS et al. 1996) no sentido de introduzir nesta operação métodos automáticos de análise de imagem que permitirão uma classificação mais objectiva das pranchas. Orvalho S.EQUIPAR Rolha Natural dedicada ao fabrico de rolhas de cortiça natural. gestão financeira e controlo da qualidade. As áreas de actividade iniciais da empresa foram duas: . surgiram sinais do início de processos de integração vertical que chegam até ao nível da produção suberícola. 1996. a M. Em matéria de reestruturação técnica e económica da produção suberícola e das actividades de comercialização de cortiça em bruto e de produção de pranchas de cortiça são de destacar os seguintes contributos importantes da EQUIPAR: Américo M. Trata-se. numa oonjuntura de estagnação dos preços da cortiça no mato. a Subercentro. de contabilidade. S. A.. . Com este conjunto de empresas constituiu-se a EQUIPAR SGPS. . O grupo de produtores accionistas da empresa que actualmente subiu para 60 representa cerca de 6% da produção portuguesa de cortiça. J. mas EQUIPAR já transforma cerca do dobro desta produção. Os accionistas da empresa que são produtores de cortiça não são obrigados a vender a sua produção à EQUIPAR. PEREIRA et al. Trata-se de uma empresa criada por iniciativa de 50 proprietários suberícolas (actualmente são cerca de 60) que se organizaram numa Sociedade Anónima de Gestão de Participações Sociais constituída em sócia maioritária da empresa. A produção de cortiça dos accionistas produtores suberícolas é da ordem das 500000 arrobas.EQUIPAR Investigação e Desenvolvimento dedicada ao estudo e montagem de novos projectos.. assim. uma grande empresa importadora de cortiça em prancha e fabricante de rolhas de qualidade para a indústria vinícola.EQUIPAR Comércio e Serviços dedicada à prestação de serviços administrativos. a Robinson S. de uma operação de integração vertical que vai mais longe do que outras que têm acontecido no sector pois vai desde a gestão dos povoamentos de sobro até ao comprador final de rolhas de cortiça.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 92 Actualmente esta classificação é feita por observação visual realizada por trabalhadores especializados o que faz com que o resultado seja muitas vezes subjectivo. sendo os restantes parceiros quatro empresas do sector corticeiro: três portuguesas.EQUIPAR Indústria. Austrália. e uma espanhola a Aplicork. Inicialmente a única área de negócio da EQUIPAR era a preparação de pranchas. . Em Janeiro de 2001. 50% do capital da EQUIPAR foi adquirido pela Cork Supply USA. Um desses processos corresponde à criação da EQUIPAR que começou a laborar em Novembro de 1995. na zona industrial de Coruche. África do Sul e América Latina). A. . a inauguração. de duas novas fábricas no Alentejo. para efeitos de localização industrial. em 2000. O conjunto destas fábricas que incoporará tecnologia robotizada criará cerca de 300 postos de trabalho.custos da mão de obra cada vez mais elevados e disponibilidades de mão de obra cada vez menores face à concorrência de outras fontes de emprego. . ou custava. Há. . mil escudos.custos fundiários elevados e restrições de regulamentação urbanística e ambiental que dificultam cada vez mais os projectos de expansão industrial nas zonas de elevada densidade demográfica da Feira e do distrito de Setúbal onde a indústria se localiza13. 2000). 10.3. no entanto. Exemplos importantes desta tendência são os seguintes (Amorim.a inauguração. provavelmente uma boa parte da dinâmica das indústrias da cortiça em Portugal.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 93 . enquanto no Alentejo ou era gratuito. Assim sendo. É ainda cedo para se saber se nessas novas zonas de atracção da indústria no Alentejo há possibilidades de reconstituição da mesma forma de organização espacial próxima da de "distrito industrial" que tem estado na base da vitalidade da indústria da Feira. no máximo. . o movimeno de deslocalização desta indústria está a passar ao lado Segundo o Jornal Público (Amorim. em Ponte de Sor.o projecto de construção de uma nova unidade industrial do grupo Amorim na zona de Coruche. alguns factores que actualmente jogam negativamente contra esta forma de organização espacial na zona da Feira. em 2000.3. 13 Américo M.3. . em 2000. na zona de maior produção de cortiça (Coruche.melhoria da eficiência técnica e económica dos processos de produção de pranchas de cortiça. É isso que será descrito no ponto seguinte.mecanização dos processos produtivos reduzindo a intensidade em mão de obra. Carvalho Mendes . pelo grupo Amorim. A ela se deve. Para se perceber que não é de forma rápida que se institui essa forma de organização espacial é preciso tomar em atenção a estrutura dos mercados que existem no seio deste tipo de distrito onde as pequenas e médias empresas têm um papel importante. . . Esses factores são os seguintes: . Estas dificuldades devem provavelmente estar na base de algum movimento de deslocalização da indústria transformadora da zona da Feira para o Alentejo. S.introdução e desenvolvimento de um sistema de análise e classificação de amostras de cortiça por classes de qualidade com preços diferenciados por classes. Ponte de Sor). do maior centro mundial da indústria preparadora de cortiça. um metro quadrado de terreno custava ao empresário cerca de 7 contos na zona da Feira. dos grupos Álvaro Coelho & Irmãos e SUBERUS.3 Indústria transformadora 10. um "distrito industrial" em declínio e um outro em ascensão? São conhecidas as boas capacidades de crescimento proporcionadas pela organização espacial da actividade económica em "distrito industrial". Note-se que as empresas que se estão a deslocar para o sul pertencem aos maiores grupos económicos do sector e incorporam tecnologias intensivas em capital.gestão de um viveiro de plantas seleccionadas de sobreiro que representa cerca de 15% das plantações anuais desta espécie em Portugal. 2000): . pois.1 A Feira e Ponte de Sor. terrenos mais baratos e alguma disponibilidade de mão de obra. ou rolhas totalmente sintéticas como é o caso da Supreme Cork." Américo M. Um bom indício nesse sentido é o facto desta ser a questão principal que os responsáveis associativos desta indústria elegeram para incluir no capítulo sobre a cortiça do documento conjunto (AIMMP et al.3. a indústria nacional continuava a confiar nesta preferência e na superior qualidade da nossa matéria prima. Numa economia mundial cada vez mais aberta e mais competitiva. chamávamos a atenção para os problemas que poderiam surgir para a sustentabilidade futura da indústria corticeira em resultado do desenvolvimento de rolhas híbridas de cortiça natural e de cortiça sintética como. No entanto. por isso. S.construção. Ou seja.2 A rolha sintética: a inovação "radical" que irá induzir as maiores mudanças na organização espacial e empresarial da indústria nos próximos anos? Em 1996. está seriamente ameaçado nos mercados mundiais. Nessa altura a impressão com que ficamos nos contactos havidos com representantes da indústria foi de que os produtores de vinhos de qualidade continuariam a preferir as rolhas de cortiça natural e que.apenas se pode concluir que o tempo é cada vez mais curto para preparar e levar a cabo uma sólida estratégia de defesa da cortiça. de França e fabricadas com cortiça do sul de Espanha. primeiríssimo e destacado fabricante e exportador de rolhas e manufacturas de cortiça. em substituição de tudo o que levianamente foi sendo encerrado ou destruído no seio da nossa Administração Pública a partir de 1987. as da marca ALTEC desenvolvidas pela SABATÉ S. 2000). Carvalho Mendes .A. no que veio a ser o Livro Verde do CESE sobre o sector florestal publicado em 1998 (CESE. se toma consciência da agressividade e do poder de vedantes sintéticos que se propõem substituir a rolha num mercado vinícola mundial que cresce mais depressa do que a oferta de rolhas de cortiça natural de qualidade . em períodos bem recentes. na zona da Feira. com então escrevemos. por isso. Com efeito as rolhas sintéticas podem vir a fazer valer atributos relevantes para a preservação da qualidade do vinho como sejam a ausência de TCA e uma melhor vedação da garrafa. sem que o País tenha entendido ainda como necessária a reconstituição de qualquer entidade pública e semi-pública de apoio agressivo e inequívoco às qualidades da rolha de cortiça e de combate e teste sistemático dos sucedâneos. APCOR-Associação Portuguesa de Cortiça e CELPAAssociação da Indústria Papeleira com a identificação dos principais problemas e das principais medidas de política necessárias ao desenvolvimento do sector florestal português. Estes receios vieram-se a confirmar nos últimos anos e a ganhar o primeiro lugar nas preocupações da indústria. primeiro importador mundial de matérias primas corticeiras e. é um exemplo) . "nunca se sabe que surpresas desagradáveis o futuro nos pode reservar nesta matéria.e essa proposta de substituição baseia-se também no aspecto visula do sucedâneo e até na própria oralidade da palavra com que é apresentada em língua inglesa (a "Supreme Cork" recentemente publicitada na imprensa portuguesa. 2001) recentemente elaborado e entregue ao Governo pela AIMMP-Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal. Portugal primeiro produtor mundial de cortiça.. por exemplo.3. Talvez isso explique as seguintes reacções desta componente da indústria da cortiça ao movimento de deslocalização atrás referido (Amorim.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 94 das pequenas e médias empresas que são essencialmente rolheiras. 1998).pressão junto da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e do Governo no sentido de debloquear o projecto de construção de uma ETAR." (CESE. tendo combater a quebra de competitividade da localização a Norte: . . de uma central de corzedura de cortiça e de cogeração para renatbilização do pó de cortiça 10. 1998). a indústria corticeira nacional não poderá. pois. confiar eternamente na tradição de fidelidade da indústria e dos consumidores vinícolas à rolha de cortiça natural. Diz-se o seguinte na página 7 desse texto: "Quando. creada por un hombre que se ha forjado como fabricante de cascos de motociclista y gafas de sol. com repercuções para montante até à qualidade da matéria prima e com repercussões para fora do âmbito mais restrito da actividade dos empresários do sector (investigação e desenvolvimento experimental. promoção genérica. . Sainsbury. etc. Defensor a ultranza de su patente. Australia.a indústria rolheira está definitivamente confrontada com desafios muito grandes no domínio tecnológico e da integração vertical que decorrem de exigências de qualidade cada vez maiores dos seus produtos.000 milliones de botellas anuales que encorchar. por lo menos en ciertas gamas de sus prdutos. não está garantido que consiga dar um golpe fatal no seu novo concorrente que são as rolhas sintéticas. basta-nos aqui reter o seguinte: . es temido en Portugal y Catalunha. un produto norte americano compuesto de caucho sintético. Oddbins y otros están exigiendo a sus proveedores de viño más tampones sintéticos que de corcho. dejando a muchos sin otra opción que de emprender la vía del plástico. En Europa. que en su conjunto venden casi 1. esta empresa se está introduciendo en los supermercados britânicos y en los mayoristas vinícolas. Tampoco es la única. Supreme Corq.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 95 Referindo-se especificamente ao caso da Supreme Cork. Sin embargo. Asda. pero los italianos han comenzado a ceder y sólo la imposibilidad de acceder a los tampones de Supreme Corq ha hecho desistir a muchas bodegas. Mientras tanto." Sem entrar nos detalhes técnicos desta questão. um artigo intitulado "Tapones de la ira" e publicado no jornal El Mundo de 5/09/99 diz o seguinte: "En sólo cinco años. Francia se resiste.). Carvalho Mendes . Otros fabricantes se han dado cuenta de la importancia que tiene ese mercado y están haciendo lo propio. S. Américo M. ceras y ploiolifinas ha barrido la indústria vinicola mundial. sin embargo. Argentina y Sudáfrica para se pasen al tampón de plástico. certificação dos produtos. safeways. proporciona anualmente más de 200 milliones de corchos sintéticos a 300 de las principales bodegas del mundo y su actual estratégia contempla abrir fábricas en los principales países produtores y consumidores de vino.000 milliones de botellas al año. parece dispuesta a conquistar el mercado mundial. Supreme Corq.mesmo que a indústria consiga organizar-se colectivamente e dentro de cada empresa para responder a estas exigências. esta compañia ha logrado convencer a la mayoria de las vinícolas de Chile. Sus seguidores afirman que es algo revolucionario. Una empresa. con un mercado global de 15. Tesco. Carvalho Mendes . S.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 96 ANEXOS ESTATÍSTICOS Américo M. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 97 Américo M. S. Carvalho Mendes . 7 Marrocos 470 0.7 Marrocos e Tunísia 0. .º 2: Área de sobreiro e produção de cortiça por países (início do século XX) Países % Portugal 57.5 França c/ Córsega 9 400 8. TRANSFORMAÇÃO E EXPORTAÇÃO POR PAÍSES PRODUTORES Quadro N.3 Marrocos espanhol 40 000 1.área: quadro N. argelino.º 9 . ÁREA. % Portugal 49 400 45.0 Espanha 15.0 Fontes: a) Portugal: média da produção estimada para o novénio 1876/84 (cf. 17 e 19. b) Outros países: dados compilados do livro de Natividade (1951) que os recolheu de fontes diversas.5 Argélia 18. Área (ha) 325 000 275 000 95 000 100 000 Desconhecida 440 000 Produção ton.º 17) b) Argélia: . Quadro N.2 18 000 5.º 9. quadro N. % 160 640 50.0 Fontes: a) Todos os países excepto Portugal e a Argélia: estimativas de Constâncio Roque da Costa (1908) b) Portugal: .1 França 6.8 Argélia 440 000 20.5 França c/ Córsega 158 600 7.2 70 000 21.6 40 000 12.0 Itália c/ Sicília e Sardenha 7 050 6.º 3: Área de sobreiro e produção de cortiça por países (anos 40) Ha % Portugal 690 000 31.0 Fontes: a) Portugal: quadros N.4 13 500 4.área apurada pelo inventário florestal concluído nos anos 1870 que.5 5 000 1.0 Américo M.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 98 1.6 2 000 0.3 Tunísia 115 000 5. se manteve até aos anos 1930.4 Argélia 14 100 13.produção: média da produção estimada para o novénio 1900/08 (cf. 110 000 30 000 4 000 13 000 1 000 35 000 193 000 Quadro N. segundo Puyo (1999).0 TOTAL 108620 100.3 Marrocos francês 310 000 14.7 Itália 75 000 3. Carvalho Mendes . sendo os aqui apresentados coincidentes ou aproximados aos publicados por Palmgren (1947) Países Área Produção média Ton.3 TOTAL 2 168 600 100.º 1: Produção mundial de cortiça em 1880 Países Ton.º 17) b) Outros países: Sanchez (1994).6 320 140 100. com a área a referir-se ao ano de 1939 e a produção à média do novénio 1941/49.5 Espanha 28 200 26.5 Itália 2.produção: Constâncio Roque da Costa (1908). PRODUÇÃO.8 Espanha 340 000 15. S.1 TOTAL 100.9 11 000 3. Quadro N. Quadro N.3 Argélia 460 000 21.4 Itália 99 502 4.0 Portugal Espanha Itália França Marrocos Argélia Tunísia TOTAL Fontes: a) Portugal: .5 4.1 26 000 6. 1995).produção referente a 1998 (ISTAT.7 França 100 000 4.º c) Outros países: dados da CEDULI publicados por Schmidt (1983). Quadro N.área: IPROCOR (1991) . sendo a produção referente a 1970/78.produção referente a 1998 (REF.º 19) b) Espanha: . 1999) d) França: .produção média referente ao período 1970/78 (cf.3 99 000 26.º 5: Área de sobreiro e produção de cortiça por países (anos 90) Ha % Ton.produção média referente ao período 1988/96 (MAPA. excepto para a Tunísia cujos dados se referem a 1967/75. Quadro N.5 15 000 5.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 99 Quadro N.4 23 000 6.9 Marrocos 348 200 16.º 19) b) Espanha: .área referente a 1995 (DGF. f) Tunísia: . 2000) . no caso da produção. % 191 000 50.2 100.7 11 205 3.produção referente a 1994 e) Marrocos: dados relativos a 1998 obtidos junto do Ministério da Água e da Floresta (comunicação pessoal de Mohammed Ellatifi). .º 9) .7 7 000 2.0 20 000 5.1 380 000 100.4 4. .área onde o sobreiro é dominante ou codominante com outras espécies (Ministerio de Medio Ambiente.produção média referente ao período 1988/96 (cf. Carvalho Mendes .º 4: Área de sobreiro e produção de cortiça por países (anos 70) Países Área ha 657 000 500 000 100 000 100 000 400 000 480 000 99 000 2 336 000 % 28.3 13 500 4.1 21. 2000) c) Itália: . % Portugal 712 813 33. Quadro N.área referente a 1998 (ISTAT.1 20.0 Tunísia 45 690 2. Quadro N.4 73 514 24.área: dados da CEDULI publicados por Schmidt (1983).3 17.2 TOTAL 2 139 205 100 300 766 100 Fontes: a) Portugal: . os dados originais em esteres foram convertidos em toneladas usando o coeficiente de conversão de 6 arrobas por estere.3 171 000 56. Quadro N.8 13 000 3. 1999). Bulletino Mensile di Statistica.5 Espanha 373 000 17.produção: cf. 2000) . Statistiche forestali.0 Produção (média 1970/78) Ton.1 9 547 3.área referente ao período 1968/80 (cf. sendo que.º 9) . Países Área Produção Américo M. S.3 8 000 2.3 4.área referente ao período 1995/98 (cf. Produtos Quadro N.4 23 884 Aglomerados 40 133 68.E. Carvalho Mendes .º 6: Distribuição por países do valor da produção industrial de produtos de cortiça Países Portugal Espanha Outros países produtores de cortiça Países não produtores de cortiça Fonte: Costa & Pereira (2001) % 60 15 10 15 Quadro N.24 70.64 Américo M.43 50.1 18 996 46.95 72.68 76.º 7: Distribuição por países exportadores da quantidade exportada de cortiça (princípio da década de 90?) Portugal Espanha Total mundial ton. S.3 2 730 11.3 59 026 Fonte: dados da CEDULI publicados por López Quero (1995).99 66.3 63 241 Prancha 19 782 48.36 59. O livro de López Quero não indica o ano a que os dados se referem.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 100 Quadro N.0 13 134 22. vime e produtos similares Plantas com uso farmacêutico Frutos secos Raízes de ginseng Cortiça Óleos essenciais Mel natural Cogumelos Outros produtos TOTAL Fonte: Iqbal (1995) Total mundial 4 185 843 1 328 240 689 926 593 117 389 346 328 838 319 432 268 184 206 543 2 799 231 11 108 700 U.80 16.9 2 420 Produtos transformados de cortiça natural 19 656 82.16 47.º 8: Valor das importações de alguns dos principais produtos florestais não lenhosos (em milhares de dólares) Principais mercados Grupos de produtos em bruto e transformados Borracha Bambu. 783 050 341 168 171 234 173 948 11 907 36 024 98 709 143 399 61 829 782 332 2 603 600 EUA 854 347 300 311 88 595 119 236 11 109 97 334 109 746 53 925 3 921 487 876 2 126 400 Japão 800 584 293 965 91 964 103 043 39 893 24 311 23 160 35 126 92 078 391 276 1 895 400 Total 2 437 981 935 444 351 793 396 227 62 909 157 669 231 615 232 450 157 828 1 661 484 6 625 300 % do total mundial 58.51 86.4 142 5. % ton. % Cortiça em bruto e desperdícios de cortiça 41 307 65.3 9 019 14.41 59.2 41 150 Produtos semi-transformados 1 873 77. 3282000 2883162 1565000 1318162 382700 8772520 107342 8879862 26. 450000 8772520 107342 8879862 35.Azinheira c) Outras quercíneas e castanheiros .2% n. INCULTIVÁVEL 5. AGRÍCOLA 3. a. ou formações não arbóreas com presença dessas espécies atingindo um grau de coberto igual ou superior a 10% c) Outras áreas florestais: áreas ardidas. áreas de corte raso e outras áreas arborizadas d) Superfície cultivada: superfície agrícola + superfície florestal e) Incultos: terrenos com cobertura vegetal de porte arbustivo. 0 600000 n. 3111882 3270720 1926000 1344720 381700 8772520 107342 8879862 22. n.d. aeroportos.1% 374000 8772520 107342 8879862 19. portos. quer em resultado de limitações naturais. Nota A distribuição da superfície florestal por espécies nos vários anos considerados neste quadro é segundo o critério da espécie dominante. 4205882 1279860 n. c) Superfície agrícola: Gerardo Pery (1867) Américo M.6% 1939 2467000 1161000 1050000 690000 360000 188000 108000 80000 n. 98900 1215400 636800 578600 1293040 1192480 656580 535900 99840 70550 29290 213720 170040 n.8% n. INCULTOS A) Incultos produtivos B) Incultos cultiváveis 4. FLORESTAL A) Povoamentos a) Resinosas . 3380000 2648000 1484000 1164862 384000 8772520 107342 8879862 28. 1886000 5462862 2116000 3346862 291000 8772520 107342 8879862 14. ÁREA TOTAL Taxa de arborização (1. constituir uma pastagem espontânea ou terreno pura e simplesmente abandonado. a. de origem natural. culturas permanentes e pastagens permanentes (artificiais) b) Superfície florestal: terras ocupadas com formações arbóreas constituídas por essências florestais. a. lagoas.d. a. B) Para os anos anteriores: utilizaram-se as fontes abaixo referidas do modo o mais aproximado possível das definições atrás apresentadas para os anos 1995/98. a. SUP.8% 1252300 1128700 664000 464700 143200 112100 31100 385800 198200 n. a. quer em resultado de acções antropogénicas. f) Superfície improdutiva: terrenos praticamente estéreis do ponto de vista da produção vegetal. n. sapais e salinas. subdividindo-se em duas categorias: . 3229000 3118661 1639000 1479661 382700 8772520 107342 8879862 23. 68000 n.Sobreiro .Outras quercíneas . Carvalho Mendes .4% 976069 1174390 712813 461577 171478 130899 40579 672149 207045 148196 2972883 2054571 n. 425000 8772520 107342 8879862 33. a. DGF (2001). h) Águas interiores: estuários ou grandes cursos de água.2% Definições A) Para os anos de 1995/98 a) Superfície agrícola: terras aráveis. a. onde não se verifique uma actividade agrícola ou florestal. lenhosas ou herbáceas. a. 503081 8772520 107342 8879862 38.incultos cultiváveis. 8772520 107342 8879862 32.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 101 2. .3% n. a. n.3% 1920 2042159 913689 888518 433381 455137 173952 78165 95787 ----66000 n. a. 4762000 885594 395594 490000 400000 8772520 107342 8879862 32. a. SUP. Fontes e metodologia a) Superfície total. albufeiras. a. n. TERRESTRE 6. a. equipamentos sociais. 3902362 1419300 n.) 1867 1240000 210000 370000 192000 178000 60000 n.incultos produtivos que incluem essencialmente os terrenos em pousio e as pastagens naturais./4. a. 1910 2008218 430194 834371 417713 416658 130986 47006 83980 ----612667 n.1% 1950/56 2832268 1189524 1963/66 2825700 1968/78 2969120 1980/85 3108200 1995/98 3349327 3201131 1287600 1274490 651406 623084 170000 94000 75000 113288 84966 n. 1902 1736938 250000 712986 325493 387492 173952 78165 95787 ----600000 n. b) Superfície florestal total em 1867: Lains (1995). ÁREA DE SOBREIRO EM PORTUGAL Quadro N. a. podendo resultar de um pousio agrícola. n. grandes vias de comunicação. SUP. a.Castanheiro d) Eucalipto e) Outras B) Outras áreas florestais 2. g) Superfície social: áreas urbanas e pequenos agregados populacionais.d..º 9: Evolução da utilização do solo em Portugal Continental desde 1867 ESPÉCIES 1. S. a. ÁGUAS INTERIORES 7. n.Pinheiro bravo b) Montados .1% 1929 2332000 1132000 940000 560000 380000 193000 108000 85000 8000 59000 n. a. SUP. a. q) Superfície incultivável em 1950/56: estimativa nossa r) Superfície de incultos produtivos em 1950/56: calculada por diferença entre a superfície total e a dos restantes usos do solo r) Superfície florestal em 1963/66: dados do 1.html) realizada em 24/03/98 u) Superfície florestal e incultos em 1995/98: dados da 3:ª revisão do Inventário Florestal Nacional (DGF.pt/divinven. Estatística Agrícola. .Restante superfície florestal e superfície agrícola em 1910: Carta Agrícola e Florestal de Portugal na escala 1:500000 (Direcção Geral dos Serviços da Carta Agrícola. o) Superfície agrícola. Trata-se da produtividade considerada pela Direcção dos Serviços da Carta Agrícola na estatística agrícola do concelho de S. mas que devem corresponder a 1910.º Inventário Florestal Nacional (DGSFA. 93). (1945. p. 1894). . p) Superfície incultivável em 1910: dados publicados pelo Ministério da Agricultura (1927d) como referindo-se a 1902. h) Superfície dos outros povoamentos em 1867: calculado por diferença entre a superfície florestal total e a superfície das restantes espécies. 1910) . Setembro de 1928. l) Superfície agrícola em 1920: Gomes et al.Restante superfície florestal em 1920 (excepto a superfície das outras espécies): estimativas de Joaquim Ferreira Borges para 31/12/1921 publicadas no Boletim de Estatística e Informação Agrícola. Quadro N. (1945. r) Superfície de incultos produtivos em 1902: calculada por diferença entre a superfície total e a dos restantes usos do solo. g) Superfície de azinheira em 1867: diferença entre a superfície total dos montados e a nossa estimativa da superfície de sobreiro em 1867. de acordo com Radich & Alves (2000). p) Superfície incultivável em 1902: Lains (2001).Incultos produtivos em 1910: avaliação feita com base na Carta Agrícola e Florestal (INE. n) Superfície de soutos e carvalhais em 1902: Mendes de Almeida (1927) o) Superfície de outras espécies florestais em 1902: estimativa nossa. N. p. 1966b). (1945. 84-85) adoptam a produtividade de 180 kg/ha e para o ano de 1939 a de 220 kg/ha. 93). Gomes et al.html) realizada em 24/03/98 t) Superfície florestal e incultos em 1980/85: dados da 2:ª revisão do Inventário Florestal Nacional obtidos por consulta do site da DGF (http://www.º 9. 93). Cunha Monteiro (1920). Quadro N. s) Superfície florestal e incultos em 1968/78: dados da 1:ª revisão do Inventário Florestal Nacional obtidos por consulta do site da DGF (http://www. p) Superfície florestal em 1950/56: dados do levantamento do SROA (1970) publicados por Vieira (1991) e Castro Caldas (1978).º 17) e numa produção média de 165 kg de cortiça por hectare. Américo M. p. 1929 e 1939: valor calculado por diferença entre a superfície total e as superfícies dos restantes usos do solo j) Superfície de pinhal em 1902: Almeida (1902) l) Superfície de sobreiro em 1902: cf. Ferreira Borges (1926) . pp. ou seja.pt/divinven. 93) h) Superfície incultivável em 1920 e 1929: dados relativos a 1926 (Ministério da Agricultura. 1910. segundo este autor. x) Superfície agrícola em 1968/80 e 1980/85: calculada por diferença entre a superfície total e a dos restantes usos do solo. (1945. 1966a. Sousa Pimentel refere produções anuais por hectare da ordem dos 222 kg para montados novos e até 556 kg ou mais para montados em plena produtividade. Commercio e Industria. 1920. l) Superfície das outras espécies florestais em 1920: Gomes et al. numa zona e numa altura onde havia muitos povoamentos de sobro ainda jovens. 250000 ha de azinheira e 210000 ha de sobreiro. tendo sido as restantes distribuídas pelas superfícies que àquelas respeitam. v) Superfície incultivável em 1968/80 e 1980/85: estimativas nossas.Superfície de sobreiro em 1910: Superfície referente a 1913 estimada por J. Ano II. n) Superfície agrícola e florestal em 1939: dados estimados por Gomes et al.dg-florestas. Tiago do Cacém concluída em 1894 (Ministerio das Obras Publicas. S. 1927d) m) Superfície agrícola e florestal em 1929: Rasteiro (1929).dg-florestas.º 10 para a área de sobreiro e na mesma proporção entre a área desta espécie e a da azinheira considerada nas estimativas de Leitão (1902).º 10. 2001). superfície total dos montados e superfície dos soutos e carvalhais em 1867: Gerardo Pery (1875) f) Superfície de sobreiro em 1867: estimativa nossa com base numa produção média de cortiça extraída de 31705 t para o novénio 1864/71 (cf. inculta e social em 1950/56: SROA (1970). m) Superfície de azinheira em 1902: calculada por nós com base nas estimativas do Quadro N. (1945. m) Superfície de incultos produtivos em 1920: Gomes et al.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 102 d) Superfície de incultos produtivos e superfície incultivável em 1867: Lains (2001). 1946) . Para o ano de 1920. No seu livro publicado em 1888. A distribuição por espécies está feita em função da espécie dominante ou pura. Carvalho Mendes . i) Superfície de incultos cultiváveis em 1867. e) Superfície do pinhal.Superfície de sobreiro em 1920: J. p. .7 67. .1921: estimativas de Joaquim Ferreira Borges publicadas no Boletim de Estatística e Informação Agrícola.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 103 Quadro N.9 4.1968: dados da 1:ª revisão do Inventário Florestal Nacional com as correcções feitas por Sampaio (1977). Ano II.7 5. 1910). Dados publicados no Boletim de Estatística e Informação Agrícola. S. Setembro de 1928. . Commercio e Industria.0 27 923 3. 45 45 2 445 0 0 Outros 5 000 6190 14 348 28 032 3 100 1631 TOTAL DO CONTINENTE 325 493 366 219 413 713 675 965 659 800 712 813 Fontes: .1910: Carta Agrícola e Florestal de Portugal na escala 1:500000 (Direcção Geral dos Serviços da Carta Agrícola. . d.1 Bragança 3 592 3 592 6 287 20 549 15 500 19 614 INTERIOR Guarda 48 147 556 2 649 2 500 1 691 NORTE E Castelo Branco 19 400 19 444 21 906 16 749 14 100 26 233 CENTRO TOTAL 23 040 23 183 28 749 39 947 32 100 47 538 % do Continente 6.6 89.7 OUTROS Aveiro n. Lisboa e Setúbal.0 Américo M.1974/85: DGF (1991).6 100.º 10: Evolução da distribuição da área de sobreiro por distritos DISTRITOS 1900/02 1910 1921 1968 1974/85 1995/98 Beja 51 222 67 326 67 325 73 682 102 000 91 856 Évora 76 000 56 435 69 434 132 608 137 200 145 359 Faro 12 500 15 703 22 807 31 850 41 800 39 863 SUL Lisboa e Setúbal 66 731 66 731 66 731 127 029 140 400 129 253 Portalegre 36 000 71 102 71 602 104 110 102 500 139 502 Santarém 55 000 59 504 72 717 138 707 100 700 117 811 TOTAL 297 453 336 801 370 616 607 986 624 600 663 644 % do Continente 92.3 6. Setembro de 1928.0 89. 1905).4 4. Carvalho Mendes .9 6. N. Ano II. N. b) distritos de Beja.1900/02: a) distritos de Évora e Portalegre: Cunha e Silva (1900).9 5. c) distritos de Faro. .1995/98: dados da 3.6 18.7 93. Santarém e outros: estimativas nossas.6 483 918 67. REGIÕES Quadro N.0 Total dos povoamentos ha 28 216 38 097 155 196 560 504 46 326 828 339 % 3. Estas áreas incluem os povoamentos puros de sobro mais 50% da área dos povoamentos mistos de sobro e azinho.9 94.9 39 863 5.ª Revisão do Inventário Florestal Nacional apurados com a aplicação AreaStat da DGF.6 712 813 100.º 11: Distribuição da área de sobreiro em 1995/98 por NUT's II NUT's II Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve PORTUGAL CONTINENTAL Fonte: DGF (2001) Povoamentos puros e mistos dominantes ha % 21 313 3.º 9. Bragança.º 9.9 139 796 19. Guarda e Castelo Branco: Direcção dos Serviços da Carta Agrícola (Ministério das Obras Publicas. 0 ALGARVE 1972 1995 A) Superfície florestal 62 580 108 924 74.7 a) Povoamentos n. 15 695 B) Incultos 246 800 372 937 51. d.º 12: Evolução da utilização do solo e da área de sobreiro por regiões agrárias entre 1967/78 e 1995 Ano Área (ha) Ano Área (ha) Variação (%) ENTRE-DOURO-E-MINHO 1974 1995 A) Superfície florestal 341 380 352 263 3.dg-florestas. d. Carvalho Mendes . 1 135 998 Sobreiro 419 480 483 918 15. d. 11 395 B) Incultos 93 240 179 806 92. 323 910 Sobreiro 260 0 -100% b) Outras n. d.6 b) Outras n.0 b) Outras n.8 BEIRA LITORAL 1972/74 1995 A) Superfície florestal 542 730 565 573 4. d.9 ALENTEJO 1968/70 A) Superfície florestal 1 015 555 1 144 366 12. 30 358 B) Incultos 142 460 217 699 52. 97 529 Sobreiro 26 380 39 863 51.1 b) Outras n. d. d.html) realizada em 24/03/98 2) 1995: dados obtidos através da aplicação AreaStat da DGF Américo M.9 b) Outras n.8 TRÁS-OS-MONTES 1974/78 1995 A) Superfície florestal 221 810 315 154 42. 535 215 Sobreiro 230 136 -40.1 b) Outras n. S.1 a) Povoamentos n. d.1 RIBATEJO E OESTE 1967/72 1995 A) Superfície florestal 405 270 434 956 7.8 BEIRA INTERIOR 1974 1995 A) Superfície florestal 379 820 428 091 12. 412 396 Sobreiro 24 820 27 787 12.2 a) Povoamentos n. d. 35 560 B) Incultos 387 730 398 492 2.Outras n.5 Fonte: Direcção Geral das Florestas 1) 1968/78: dados obtidos por consulta do site da DGF (http://www.2 a Povoamentos n. 8 368 B) Incultos 150 410 521 986 247. d. d. 28 353 B) Incultos 184 500 193 321 4. d.3 a) Povoamentos n. d.1 a) Povoamentos n. 416 489 Sobreiro 167 520 139 796 -16.5 .pt/divinven.8 a) Povoamentos n.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 104 Quadro N.7 a) Povoamentos n. 279 594 Sobreiro 17 890 21 313 19.4 b) Outras n. 3 201 131 Sobreiro 656 580 712 813 8. d. d. 148 196 B) Incultos 1 279 860 2 054 571 60.8 PORTUGAL 1967/78 1995 CONTINENTAL A) Superfície florestal 2 969 120 3 349 327 12. 18 467 B) Incultos 74 730 170 330 127. d. 6 3 17.8 3 8.5 9 10.0 9 35-60 anos ha 67252 8044 % 16.5 6 3.9 0 2.9 8 2011 2.9 8 0 10-35 anos ha 15824 2011 % 3.8 2 22.6 4 mais de 60 anos ha % 263075 64.3 4 63014 54.0 7 14.2 9 5.6 9 3.2 6 15.5 2 64560 53.9 2 47866 62.9 7 63.3 5 9.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 105 Quadro N.5 6 1.7 5 14.5 6 16. Carvalho Mendes .3 6 1.6 0 18.5 6 15.2 3 0 0 7667 6456 1.7 3 2393 34503 10760 11967 105426 19368 14360 86257 19368 0 10502 15754 26256 Fonte: DGF (2001).5 5 irregular ha 55384 20109 % 13.1 2 5.9 3 6.º 14: Percentagem dos povoamentos florestais por estado de vitalidade (3. Quadro N.8 0 16.º 15: Áreas de expansão potencial do sobreiro com base em áreas de ocupação actual avaliadas para 1995 Regiões a) Beira Interior b) Ribatejo c) Alentejo Fontes (1) (1) (1) (2) (3) (a)+(b)+(c)+(d) (4) Área (ha) 2 100 2 600 200 000 170 000 178 000 2 500 177 200 / 207 200 204 000 d) Algarve Total do Continente Total do Continente Fontes: Américo M.5 0 358448 60. S.5 7 59.0 7 17.6 4 15. Quadro N.º 13: Área dos povoamentos de sobro por classes de idade em 1995 Classes de idade Região Composição do povoamento Puro ou misto dominante Alentejo Misto Puro ou misto dominante Continente Misto Puro Misto dominante Total dominado Puro Misto dominante Total dominado menos de 10 anos ha % 3956 0.6 9 25.ª revisão do Inventário Florestal) Espécie Sem danos Com danos ligeiros Com danos acentuado s 7 17 5 7 9 2 9 6 16 Pinheiro bravo Sobreiro Eucalipto Azinheira Carvalhos Pinheiro manso Castanheiro Outras folhosas Outras resinosas 47 27 53 43 47 55 59 54 68 46 56 42 50 44 43 32 40 16 Fonte: Direcção Geral das Florestas (2001).8 8 46251 58.5 1 13. GRES: In MODAA (1998) 3) área calculada por nós por diferença entre a área potencial estimada (661778.ª Revisão do IFN.são áreas actualmente agrícolas.7 ha) no estudo de Ferreira & Gonçalves (2001) para o Alentejo e a área de povoamentos puros e dominantes do sobreiro aprurada pela DGF na 3. 4) área calculada por nós por diferença entre a área potencial estimada (916676 ha) no estudo de Alves et al.são áreas onde a subericultura é competitiva face à agricultura nas futuras condições de preços e de ajudas florestais e agrícolas. Notas: O conceito de "área de expansão potencial" utilizado nos trabalhos (1) e (2) é o de área de "expnsão económica potencial" definida como sendo a que satisfaz simultaneamente os dois critérios seguintes: .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 106 1) AGRO. mas consideradas ecologicamente adequadas à expansão suberícola. (1986) para o Continente e a área de povoamentos puros e dominantes do sobreiro apurada pela DGF na 3. As fontes (3) e (4) consideram apenas critérios de aptidão ecológica. Carvalho Mendes . .GES (1997) 2) AGRO. S. Américo M.ª Revisão do IFN. 9 53.0 216 2120 10.0 26 713 3.7 20 0.2 13. Carvalho Mendes .0 0 735 0.0 0 0. Américo M.º 16: Distribuição da superfície florestal por tipos de proprietários e por espécies em 1995 (1000 ha) Total Área 72 430 2453 % 2.0 190 672 28.0 30 1081 2. S.7 687 96.6 100.4 700 95.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 107 Quadro N. completado por dados recolhidos por nós junto das empresas de pasta e papel e por estimativas nossas.6 Resinosas Área 60 410 581 % 5.0 15 2.7 100.7 Eucalipto Área % 0 0.0 100.3 100. 2001).8 100. DGF (1991.0 Fontes: INE (1997).4 76.0 20 2.0 0 0.2 100.2 Matas do Estado Baldios Floresta de proprietários privados não industriais Floresta das indústrias florestais TOTAL 246 3201 7.0 482 71.7 Folhosas Sobreiro Outras Área % Área % 0 0.9 1869 88.6 37.2 Total Àrea % 15 0. Carvalho Mendes . 1822 1823 1824 1825 1826 1827 1828 1829 1830 ... S. PRODUÇÃO DE CORTIÇA EM PORTUGAL Quadro N..º 17: Estimativa da produção total de cortiça em Portugal de 1776 a 1942 (t) Anos 1776 . 1796 .. 1798 1799 1800 1801 1802 1803 1804 1805 1806 ...ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 108 3.. 1808 1809 1810 1811 1812 1813 1814 1815 Anos 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1901 1902 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 Total 76707 72071 70199 72989 72307 74527 87986 90199 98152 92438 82932 92493 96992 94204 104377 111375 96110 122904 130562 116493 119636 136614 135107 147160 151581 132838 107090 Produção 1634 5220 3502 3222 2084 1439 2061 1198 2017 2252 3099 3960 3505 3215 1527 1228 1646 1638 763 Virgem 509 389 285 308 310 345 318 381 463 471 498 519 288 278 301 337 825 864 420 380 370 799 1126 1816 4924 7891 7208 Anos 1816 1817 1818 1819 1820 .. 1864 1865 Amadia 76198 71682 69914 72681 71997 74182 87668 89818 97689 91967 82434 91974 96704 93926 104076 111038 95285 122040 130142 116113 119266 135815 133981 145344 146657 124947 99882 Produção 1426 3642 2993 3758 3443 4712 4501 5255 3618 5266 4728 6495 4402 3959 8954 8921 23901 25738 Anos 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 Anos 1866 1867 1868 1869 1870 1871 1872 1873 1874 1875 1876 1877 1878 1879 1880 1881 1882 1883 1884 1885 1886 1887 Total 91585 80894 105404 131950 92443 189552 168010 162291 165711 188374 171353 142172 174451 120295 98619 109456 116156 118158 112201 128305 142620 137550 139577 120456 147623 187915 173859 Produção 28789 28999 31055 28483 34660 39299 44421 62454 50855 47071 41026 31111 32892 45382 49431 65318 55473 63330 60403 60425 64412 73181 Virgem 5152 2642 871 1484 1244 677 4306 4317 4116 4428 7149 11154 20187 27855 18621 18604 18091 15675 13631 21883 27197 37451 20191 29742 26199 28537 34300 Amadia 86433 78252 104533 130466 91199 188875 163704 157974 161595 183946 164204 131018 154264 92440 79998 90853 98064 102482 98570 106422 115423 100099 119387 90714 121424 159378 139559 Américo M..... 1842 ... 1847 . Lains & Sousa. como se pode comprovar por simples confronto com as quantidades de cortiça exportadas. S. que há estatísticas oficiais sobre a produção de cortiça. 1964) que contém uma estimativa da produção de cortiça para os anos de 1938.1 para a produção de cortiça amadia e 1. A mesma metodologia e os mesmos coeficientes técnicos aí usados foram adoptados por Batista et al. Jaime Reis considera que essas obras são constituídas exclusivamente por rolhas valorizadas ao preço médio das exportações.25. trata-se de produção manifestada cujas quantidades ficam muito abaixo da produção efectiva. que ele corresponde a uma percentagem fixa de 3% sobre o total das exportações líquidas como estimativa para o consumo interno.6 para a cortiça virgem. . d) estas estimativas foram depois confrontadas com os dados publicados nas Estatísticas Agrícolas do INE para deduzir factores de correcção a aplicar a estes dados que foram de 1. (1997) replicaram esta metodologia para o período de 1910 a 1958. Essa estimativa utilizou a seguinte metodologia: a) tomando como base o novénio de 1952/61. 1909. O objectivo dos trabalhos atrás referidos o objectivo não é estimação da quantidade de cortiça extraída.75 e 1. 2.um consumo interno igual a 25% do peso total de cortiça exportada em bruto e em obra. Para estimar essa produção de rolhas para o mercado interno em volume Jaime Reis utiliza a seguinte expressão: 0. e com falhas para os anos de 1927. 1895). c) com base no exame dos mapas de movimento industrial das fábricas utilizadoras de cortiça calculou-se a produção de cortiça virgem que.4 X peso total da cortiça exportada Isto significa o seguinte: . no caso do consumo interno.1995. tendo considerado.67. sendo que no caso dos granulados. Carvalho Mendes .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 109 1915 109974 4676 105298 Fontes e metodologia a) Metodologia utilizada por Jaime Reis (1986) e Pedro Lains (1995) É só a partir de 1916. e de 1947 a 1963. por diferença com a quantidade apurada depois do referido na alínea b) dá a produção de cortiça amadia. cortiça semi. Para os anos de 1938 e de 1947 a 1963 o INE (1964) publicou uma série alternativa construída a partir das quantidades de cortiça exportada. . aglomerados de isolamento e dos aglomerados de revestimento e compostos essas quantidades foram convertidas usando coeficientes respectivamente iguais a 1. b) Metodologia utilizada pelo INE e por Batista et al. depois seguido por Pedro Lains (Lains. . Trabalhos anteriores que incluem estimativas da produção suberícola são o de Jaime Reis (1986). mas sim a construção de um índice da evoluçao da produção em volume. A produção total de cortiça é considerado como sendo igual à soma das seguintes componentes: Américo M. 1938 e 1939. (1997) para construir um índice de produção da cortiça em bruto extensivo ao período 1910-1958. Monteiro. Batista et al. rendimento esse que Jaime Reis diz ter obtido de estudos do final do século XIX e princípios do século XX (Costa.1998).manufacturada e manufacturada.uma flutuação do consumo interno que acompanha as flutuações das exportações. calculou-se o equivalente em cortiça em bruto das exportações naquele período somando as quantidades médias exportadas de todas as matérias primas. .considera-se que toda a cortiça exportada é constituída por cortiça em bruto. b) a esse equivalente em cortiça em bruto das exportações foram somadas 5000 toneladas correspondentes à produção para consumo interno. A metodologia utilizada por Jaime Reis consiste em calcular o valor bruto da produção de cortiça como sendo a soma do valor total das exportações de cortiça mais a soma do valor da produção de obras de cortiça estimada para consumo interno. (1997) Em 1964 o INE publicou uma estimativa do Produto Bruto Florestal no Continente (INE.considera-se um rendimento de 40% para a transformação em rolhas da cortiça em bruto.25 X 0. No entanto. quer sob a forma da sua exportações directa.o consumo interno.30% de rendimento das pranchas na transformação em obras de cortiça natural. dividida por 0. Para isso considerou-se que a produção de cortiça em bruto extraída no ano t é igual à soma das seguintes componentes: a) quantidade de cortiça virgem exportada no ano t.baseando-se nos dados disponíveis no final do século XX sobre as áreas florestais inventariadas pelos Serviços da Carta Agrícola nalguns distritos e em estimativas suas para o resto do país. estimam que o consumo interno corresponde a 25 % da quantidade total exportada. dividida por 0. Ora as exportações podem ficar longe de englobar a totalidade dos desperdícios. O que deverá ser feito para se ser mais rigoroso é tomar em consideração a procura interna de rolhas que deriva essencialmente da indústria vinícola. igual ao referido por Gil (1998. Para efeitos de estimativa da produção de cortiça estas duas últimas variáveis jogam em sentido contrário. S. O que fazem Reis (1986) e o INE (1964) para tomar em consideração os desperdícios é somar as quantidades de todos os produtos que são exportados. em 1900. Como se pode ver. pp. p. Cunha & Silva estimou a área total de sobreiro em Portugal Continental.exportações de cortiça não manufacturada. Para chegar a esta quota do mercado interno Jaime Reis socorre-se de estimativas do início do século XX que apontam para percentagens que vão de 10 a 22 % (Cunha & Silva. 140-141). b) quantidade de prancha exportada no ano t+1.45. p. líquidas de importações e depois de convertida num equivalente em cortiça em bruto através de coeficientes técnicos "adequados" que não são especificados. c) quantidade de quadros exportada no ano t+1. Américo M. neste primeiro ensaio essa procura não foi estimada. quando aplicadas a um período onde não era significativa nem a exportação.33. não tem tanto que ver com a tomada ou não em consideração das importações e do consumo interno que são de pouca monta e que parcialmente se compensam.a percentagem fixa de 3% sobre o total das exportações líquidas como estimativa para o consumo interno. sem corrrecções. 653). O factor de correcção para tomar em consideração os desperdícios gerados pela indústria preparadora de prancha é o que é proposto por Saraiva & Soares (1980).as importações. Para o período em análise as importações foram de pouca monta. 110 .45% de desperdícios na preparação das pranchas. 131). mas sim com a tomada ou não em consideração dos desperdícios que são em grande voume. 1900.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL . dividida por 0. Neste primeiro ensaio não se fez nenhuma correcção para ter em conta as seguintes variáveis: . . Como a quota considerada por Jaime Reis está mais próxima da proposta por Cunha & Silva vejamos como é que este autor chegou a essa percentagem: . A duração considerada para esse desfasamento foi de ujm ano.as exportações de cortiça não registadas nas estatísticas do comércio externo. mas que se presumem ser os do trabalho do INE sobre o produto florestal.11. 131) e Salazar Sampaio (1977. Comose disse. líquidas de exportações.exportações de cortiça manufacturada. .60% de pranchas em condições adequadas para obras de cortiça natural. . O coeficiente para as obras de cortiça natural resulta da multiplicação das seguintes componentes: . considerá-lo como uma percentagem fixa das quantidades exportadas não é adequado. p. o que é um pouco inferior à percentagem de 65% referida por Gil (1998. Carvalho Mendes . . Quanto ao consumo interno. quer indirecta (como cortiça manufacturada). Jaime Reis (1986) seguido por Pedro Lains (1995). c) Metodologia aqui utilizada para o período anterior a 1941 Um dos principais problemas com as metodologias atrás referidas. d) quantidade de obras de cortiça natural exportada no ano t+1. mas superior aos 25% referidos por Saraiva & Soares (1980). O coeficiente para os quadros foi arbitrado por nós. nomeadamente o comércio de contrabando. . A metodologia que foi seguida para construir as estimativas apresentadas nos quadros anteriores faz um esforço no sentido de contabilizar melhor os desperdícios. tomou-se em consideração o desfasamento que tecnicamente se impõe entre as exportações de cortiça semi-manufacturada ou manufacturada e a extracção de cortiça em bruto. em 200000 ha. 165 kg num concelho como Santiago do Cacém (Ministério das Obras Públicas.3%.000 rolhas. Por isso. ou seja. Corrigiram-se depois esses volumes de produção manifestada para de cada tipo de cortiça com base no rácio das respectivas médias no novénio 1943/51 entre os seus volumes estimados por Salazar Sampaio (1977) e os seus volumes manifestados obtidos na fonte atrás referida. Estes volumes vinícolas seriam maiores se considerarmos a utilização de rolhas em vasilhame maior do que a garrafa de 0. As monografias feitas pelos Serviços da Carta Agrícola para alguns concelhos do Alentejo na parte final do século XIX apontam para produtividades inferiores: por exemplo. S. mesmo na hipótese mais favorável dos 3262500 hl de produção vinícola engarrafada. p. Commercio e Indústria.se considerarmos os coeficientes que adoptamos na nossa estimativa chegamos a uma produção para consumo interno de 1300 t.000. . numa zona menos tocada por essa expansão. 14 Américo M.se usarmos o coeficiente considerado por Jaime Reis e Pedro Lains.75 litros de vinho. 1997. considerou a média dos últimos cinco anos (do século XIX) da soma simples das quantidades exportadas de cortiça em bruto e em obra o que dava 39344 t. cerca de 1. excluída a produção dos sobreiros derrubados pelo ciclone de 15/2/41. 1894) situado na zona onde os montados estavam em expansão nessa altura e 180 kg num concelho do interior alentejano. como Moura (Ministério das Obras Públicas. Carvalho Mendes . Reis e os seus colaboradores (Batista et al.75 litros. c) Metodologia aqui utilizada para os anos de 1941 e 1942 Para os anos de 1941 e 1932 tomou-se como base a produção manifestada de cortiça virgem e de cortiça amadia e secundeira tal como consta da série publicada nas Estatísticas Agrícolas do INE de 1967.para esta área assumiu uma produtividade de 200 kg de cortiça por hectare14 o que dá uma produção total estimada de cortiça em bruto de 50000 t. Assim sendo. mesmo para os dias de hoje.000. num trabalho mais recente J. . Commercio e Indústria. Na hipótese de que cada uma destas rolhas corresponde a um vasilhame de 0.quanto às exportações procedeu como Jaime Reis e Pedro Lains.000 rolhas.. cerca de 435. chegamos a uma produção para consumo interno de 4000 t. .340.assumiu que a diferença simples entre 50000 e 39344 t é a produção de cortiça em bruto para consumo interno o que dá 21. ou seja. Por isso. a primeira das duas estimativas atrás referidas equivale a uma produçãode vinho engarrafado de 10050000 hl e a segunda a uma produção de 3262500 hl. tal corresponderia a quase 75 % da produção vinícola média nos últimos cinco anos do século XIX tal como a estimam Lains & Sousa (1998) o que é certamente uma percentagem exagerada. 1895). 22) optaram pela percentagem substancialmente mais baixa de 3% das quantidades exportadas. a produção de cortiça para consumo interno dificilmente poderia ser da ordem dos 25% como consideram Jaime Reis e Pedro Lains.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 111 . Mesmo que considerássemos como boa esta estimativa de cerca de 10000 t para a produção de cortiça em bruto destinada ao mercado interno e supondo que essa cortiça se destinava essencialmente ao fabrico de rolhas chegaríamos aos seguintes quantitativos de produção de rolhas para consumo nacional na viragem do século: . ou seja. º 18: Confronto entre várias estimativas da produção de cortiça em Portugal para o período anterior a 1943 (ton. Carvalho Mendes .) Ano s 1847 1848 1849 1850 1851 1852 1853 1854 1855 1856 1857 1858 1859 1860 1861 1862 1863 1864 1865 1866 1867 1868 1869 1870 1871 1872 1873 1874 1875 1876 1877 1878 1879 1880 1881 1882 1883 1884 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 Quantidad e total exportada 3977 Lains & Sousa (1998) 3968 Estatísticas Agrícolas Nossa estimativ a 8921 5012 5021 6623 8324 9914 10340 11858 11654 12524 11199 14111 16264 17396 20934 14865 17600 15414 11993 11957 16976 18850 22881 20855 23355 25008 25368 26452 27185 31670 28700 25704 28752 28542 29552 36404 40178 46930 42726 9902 10338 11858 11654 12523 20199 13111 16264 17395 20924 14791 17412 15414 11992 11900 18625 20136 24600 20856 23355 22818 23047 24344 23036 26174 25209 24464 25607 24971 25261 29868 31273 35019 31635 23901 25738 28789 28999 31055 28483 34660 39299 44421 62454 50855 47071 41026 31111 32892 45382 49431 65318 55473 63330 60403 60425 64412 73181 76707 72071 70199 72989 72307 74527 87986 90199 98152 92438 82932 Américo M. S.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 112 Quadro N. Carvalho Mendes . S.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 113 1899 1900 1901 1902 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 42454 44757 47259 43829 49877 55804 49913 60996 65162 60843 69242 75854 27503 30377 32675 31099 34506 38477 31068 42262 44783 39088 40264 47148 92493 96992 94204 104377 111375 96110 122904 130562 116493 119636 136614 135107 Américo M. b) Estatísticas Agrícolas: .º 18: Confronto entre várias estimativas da produção de cortiça em Portugal para o período anterior a 1943 (ton.1932-36: Boletim da Agricultura .cont.1937: Anuário do Instituto Nacional de Estatística Américo M.) . S. Ano s 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 Volumes exportado s 75864 86596 93389 83445 72197 75537 62932 44599 72970 76710 61851 126881 113673 114266 127820 142619 126944 127465 145613 106101 99781 97193 131872 132502 146009 164569 181096 124335 159563 152537 192213 128429 Lains & Sousa (1998) 46651 50017 52097 44381 Estatística s Agrícolas Nossa estimativ a 147160 151581 132838 107090 109974 91585 80894 105404 131950 92443 189552 168010 162291 165711 188374 171353 142172 174451 120295 98619 109456 116156 118158 112201 128305 142620 137550 139577 120456 147623 187915 173859 36518 16162 17462 17969 28834 26692 47719 54959 76184 56534 67734 100942 131045 84283 74288 74336 80964 90912 95040 131583 137638 169841 154061 Fontes: a) Volumes exportados: cf.1926-31: Boletim do Ministério da Agricultura . Quadros N.1916-25: Folhetos da Estatística Agrícola e Pecuária do Continente .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 114 Quadro N. Carvalho Mendes .º 47 e 48. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 115 Quadro N.º 19: Produção total de cortiça em Portugal de 1943 a 2001 (ton) Anos 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Total 113 000 143 000 174 000 203 000 165 000 152 000 134 000 215 000 237 000 160 000 162 000 214 000 205 000 198 000 168 000 158 000 215 000 215 000 165 000 204 000 283 000 275 000 240 000 213 000 180 000 237 000 215 000 182 000 191 000 230 000 240 000 205 000 153 000 130 000 209 000 181 000 163 000 160 000 126 800 152 500 137 900 140 600 131 000 198 400 174 300 138 000 141 000 198 000 205 000 184 000 173 000 131 000 187 000 177 000 137 000 193 000 175 340 176 208 157 593 Virgem 15 000 27 000 42 000 55 000 43 000 37 000 38 000 58 000 83 000 45 000 53 000 65 000 63 000 65 000 58 000 56 000 62 000 53 000 50 000 80 000 105 000 105 000 100 000 80 000 65 000 68 000 57 000 67 000 58 000 53 000 71 000 67 000 40 000 30 000 35 000 34 000 36 000 45 000 40 800 27 500 27 600 30 500 33 000 37 400 32 300 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 30 000 Amadia 98 000 116 000 132 000 148 000 122 000 115 000 96 000 157 000 154 000 115 000 109 000 149 000 142 000 133 000 110 000 102 000 153 000 162 000 115 000 124 000 178 000 170 000 140 000 133 000 115 000 169 000 158 000 115 000 133 000 177 000 169 000 138 000 113 000 100 000 174 000 147 000 127 000 115 000 86 000 125 000 110 300 110 100 98 000 161 000 142 000 108 000 111 000 168 000 175 000 154 000 143 000 101 000 157 000 147 000 107 000 163 000 145 340 146 208 127 593 Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 116 Fontes: - Produção de cortiça virgem, amadia e secundeira de 1943 a 1969: Sampaio (1977). - Produção de cortiça virgem, amadia e secundeira de 1970 a 1980: Boletim do Instituto dos Produtos Florestais-Cortiça, N.º 534, Abril de 1983, p. 81 - Produção de cortiça virgem, amadia e secundeira de 1981 a 1989: DGF (1991a). - Produção de cortiça amadia e secundeira de 1990 a 1998: INE, Estatísticas Agrícolas 1993, Estatísticas Agrícolas 1997 e Estatísticas Agrícolas 2000. - Produção de cortiça virgem em 1996-98: INE, Estatísticas Agrícolas 2000. - Produção de cortiça virgem de 1988 a 1995 e em 1999, 2000 e 2001: estimativas nossas - Produção de cortiça amadia e secundeira em 1999, 2000 e 2001: comunicação pessoal do Eng. Posser de Andrade. Quadro N.º 20: Quantidades de cortiça em bruto expedida em pequena velocidade das estações dos caminhos de ferro do Minho, Douro, Beiras, Sul e Sueste no princípio do século XX (em kg) Ano Minho e Douro Beiras 1905 1906 1907 1 174 819 1908 1 256 915 1909 1 558 017 4 160 1910 9 384 1911 33 Fonte: Ministério das Finanças (1912). Sul e Sueste 20 471 027 27 354 063 30 359 068 29 222 673 33 851 953 32 482 618 Quadro N.º 21: Distribuição de frequências dos tipos de extracção para o conjunto dos estratos de povoamento de sobreiro Tipos de extracção Pau batido estreme Pau batido dominante Pau batido misto Meças estreme ou dominante TOTAL Fontes: - 1980/89: DGF (1990) - 1995/98 (?): Costa & Pereira (2001) 1980/89 48,1 % 29,9 % 4,1 % 17,9 % 100 % 1995/98 (?) 49 % 34 % 4% 13 % 100 % Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 117 4. PREÇOS DA CORTIÇA AMADIA NO MATO E CUSTOS DE EXTRACÇÃO Quadro N.º 22: Preços correntes e preços reais da cortiça amadia no mato (esc./arroba) Anos 1867 1868 1869 1870 1871 1872 1873 1874 1875 1876 1877 1878 1879 1880 1881 1882 1883 1884 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1901 1902 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 Preços correntes da cortiça no mato Preços reais da cortiça no mato Índice de preços implícito do PIB (1914=100) 84,7 80,0 81,0 75,4 73,8 72,9 91,4 75,8 83,0 80,0 89,4 87,9 87,3 82,3 83,5 82,8 79,8 75,2 72,2 72,8 70,2 70,9 75,4 83,2 81,5 85,9 86,7 88,7 84,8 86,5 91,1 94,1 93,9 93,3 88,7 89,5 95,8 87,0 84,5 83,7 89,7 88,5 89,9 92,3 96,0 97,2 100,8 100,0 110,9 129,9 0,900 1,197 1,049 1,494 1,000 1,202 0,900 1,000 0,946 1,100 0,700 1,350 1,310 0,800-0,935 1,015 1,179 1,094 1,207 0,744 1,447 1,477 0,894-1,045 0,910 1,087 0,795 0,700 0,828 0,720 Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 118 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 7,95 0,824 9,285 10,38 10,80 0,430 0,460 0,453 151,3 257,7 286,8 517,8 747,7 964,5 1544,5 2058,1 2159,3 2256,6 2381,5 2259,4 2383,6 Américo M. S. Carvalho Mendes 8 1961.333 1.167 1.996 0.595 1.942 Américo M.597 0.297 1.093 1.º 22: Preços correntes e preços reais da cortiça amadia no mato (esc.0 61.9 1977.980 0.510 0.271 1.5 4103 3381 3920 3819 3872 3878 3913 3944 4077 4256 4257 4318 4375 4472 4461 4459 4575 4799 4955 5081 5293 5398 5543 5822 6253 6778 7299 10064 11929 14391 19136 24257 30103 35641 12.92 25.486 1.5 2024.5 22.0 90.3 2933.781 0. Carvalho Mendes .0 105.076 1.3 2022.917 2.338 1.152 1.0 65.505 1.282 2.046 0.5 21.151 1.149 1.768 0.784 0.62 23 24 28 30 24.603 1.0 48.7 2033.0 54.4 2613./arroba) .613 0.7 2064.254 1.0 58.0 75.46 16.0 30.6 1975.0 75.cont.2 3841.561 0.0 44.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 119 Quadro N.992 1.211 1. Anos 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 Preços correntes da cortiça no mato Preços reais da cortiça no mato Índice de preços implícito do PIB (1914=100) 2252.0 62.456 1.575 1.5 1968.813 0.779 1.9 2204.762 1.614 1.769 0.0 56 63 68 61 59 58 57 62 78 117 152 71 146 240 335 486 692 0.0 3119.015 1.5 14.7 3445.0 65.2 2039.5 69.711 0.381 1.786 1. S.1 2088.636 0. 46 1.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 120 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 604 560 712 1034 1274 1161 1499 2414 3650 3255 1.924 41372 50630 63553 82177 98042 109492 120560 132127 148905 169178 Américo M.258 1.060 1.299 1.827 2.120 1.451 1.106 1. S.243 1. Carvalho Mendes . Américo M. 1905). 1897./arroba) .1 105. Commercio e Industria.5 96. 1898. Ministério do Fomento. S.o preço mais baixo é o que foi considerado pelos Serviços da Carta Agrícola na estatística agrícola do concelho de Setúbal (Ministério do Fomento. concelho de Viana do Alentejo (Ministerio das Obras Publicas. pp. . p. 1964) n) 1940-42: Média simpes dos preços mínimos e máximos para as 13 regiões subericolas recolhidos pela Junta Nacional da Cortiça (in Barros Bernardo. 1898-99. p. 1896-97. Commercio e Industria.0 103. 1977. 1911a). 1927a) j) 1926: quociente entre o valor e o volume de produção manifestada no Continente em 1926 (Ministério da Agricultura. p. N.o preço mais alto é o que foi registado na exploração pelos Serviços Florestais da Mata da Machada no ano económico de 1902-03 (Ministerio das Obras Publicas. Commercio e Industria. p) 1947-63: Junta Nacional da Cortiça (In INE. 1927b) l) 1927: preço médio por grosso no Continente em 1927 (Ministério da Agricultura. i) 1925: quociente entre o valor e o volume de produção manifestada no Continente em 1925 (Ministério da Agricultura.GRES. p.º 524. Junho 1982. 1997.cont. de Castelo Branco. Anos 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Preços correntes da cortiça no mato 2887 2753 2464 2473 2326 3195 4230 5490 4335 8090 8412 Preços reais da cortiça no mato 4083 3498 2875 2703 2423 3195 4103 5214 4003 Índice de preços no consumidor (1995=100) 70. 54) r) 1981: Média ponderada dos preços nas várias zonas de produção suberícolas tal como são estimadas pelo Instituto dos Produtos Florestais (Boletim do IPF-Cortiça. t) 1985: Média ponderada dos preços nas várias zonas de produção suberícolas tal como são estimadas pelo Instituto dos Produtos Florestais (In Sampaio. em 1911 (Dias. 1982b. nos anos económicos de 1895-96.7 78. 145). b) 1887: preço médio ponderado da cortiça apresentada pelos produtores participantes Exposição Industrial Portuguesa de 1888 (cf. Quadro N. 1964) q) 1964-80: Médias ponderadas dos preços nas várias zonas de produção suberícolas tal como são estimadas pela Junta Nacional da Cortiça e depois pelo Instituto dos Produtos Florestais (In Sampaio. 1906). 1943. 1896. 105). e) 1895.7 85. 1901. Valverde (1896) e Cabeção (1898).º 23) c) 1890: preço considerado pelos Serviços da Carta Agrícola na estatística agrícola da freguezia das Alcáçovas. 1905.0 100.3 Fontes: A) Preços correntes da cortiça do mato a) 1884: preço considerado por Gerardo Pery na estatística agrícola do concelho do Alvito (Ministerio das Obras Publicas. 134) s) 1982-94. 1928a). 1885). Commercio e Indústria. 1946. 14) h) 1922: preço considerado no estudo de Figueiredo e Melo & Belo sobre a economia agrária do distrito de Faro publicado pelo Ministério da Agricultura (Figueiredo e Melo & Belo. Commercio e Industria.º 22: Preços correntes e preços reais da cortiça amadia no mato (esc. 1928a). 1897. 1896. 36-37). p.7 91. p. excepto 1985 e 1987: Instituto dos Produtos Florestais e Instituto Florestal (In AGR. f) 1902: . Carvalho Mendes . 187) o) 1943-46: Junta Nacional da Cortiça (In Sampaio.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 121 Quadro N. m) 1938: Junta Nacional da Cortiça (In INE. 1901 e 1906: preços registados na exploração pelos Serviços Florestais das Mata das Virtudes (1895. 1912). 1897-98. 1986. 1894). 1892). d) 1894: preço considerado pelos Serviços da Carta Agrícola na estatística agrícola do concelho de Santiago do Cacém (Ministério das Obras Públicas. 1901-02 e 1906-07 (Ministerio das Obras Publicas. g) 1911: preço médio das 2925 toneladas de cortiça compradas pela fábrica Burgos.3 108. 1600 kg 80000 kg Preço da cortiça amadia (por arroba) 6$000 (por carga?) equivalente a 1$125 por arroba 0$600-0$800 0$750 1$050 1$200 0$750 1$050 1$200 0$900 1$200 1$100 1$000 1$050 1$000 0$900 0$900 0$900 1$200 0$315-4$500 1$200 1$049 Abrantes Viúva Abreu & Filhos Alcácer do Sal Alcochete António Alexandre Vargas Comendador Estevão António de Oliveira Júnior 1887 1887 1887 1887 1887 1887 1887 1887 1884 José Maria dos Santos Almodôvar Alter do Chão João Revez Duarte Comendador Dr.º Posser de Andrade. José Felix Pereira 1887 n.º 592.de 1947 a 1990: Índice de preços implícito do PIB estimado por Mata & Valério (1994. e. n. 150 kg PREÇO MÉDIO PONDERADO EM 1887 (para os produtores com informação sobre preço e produção) Fontes: Exposição Industrial Portuguesa (1888a. Carvalho Mendes . n. n. e. 1888b). e. Vila Viçosa Manuel Soares Pinto n. B) ìndices de preços . Crato José Maria Casqueiro 1887 45000 kg Gavião António Marques de Matos 1887 2000 kg Rosa Mora Manuel Rodrigues 1887 6000 kg Luís Diogo Vieira Pinto 1886 6050 kg Penamacor Moura Borges. n.º 23: Cortiça apresentada com preços de venda pelos produtores participantes na Secção Agrícola da Exposição Industrial Portuguesa de 1888 Concelhos Nome do produtor Ano de referência da cortiça n. e. e. Irmãos 1887 1500 kg Silves Vilarinho & Sobrinho 1888 n. 50) v) 1995-2001: comunicação pessoal do Eng. S. pp. N. e.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 122 u) 1986: Média ponderada dos preços nas várias zonas de produção suberícolas tal como são estimadas pelo Instituto dos Produtos Florestais (Boletim do IPF-Cortiça.de 1990 a 1999: Fondo Monetario Internacional (2000).de 1867 a 1946: índice de preços implícito do PIB estimado por Marques & Esteves (1994). (1887?) Volume de produção 1000 cargas (equivalente a 80000 kg?) 7500 kg n. p. Fevereiro 1988. e. e. e. . Estadísticas Financieras Internacionales: Anuario. e. Quadro N. Borba Maria Joana da Silva Coelho 1888 6750 kg Chamusca Dr. . Américo M. n. Domingos Correia Cadeira Castel-Branco Arraiolos José Joaquim Franco 1887 n. 279-280). e. 053 0.027 0.71 7.095 0.032 0.95 4.092 0.310 0.700 1.050 0.795 0.900 Custo/preç o (%) 1.51 7.259 0.80 8./arroba) Ano s 1884 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1901 1902 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 Custo de extracção Preço da cortiça 0.027 0.027 0.047 0.042 1.049 0.000 4.033 0.44 0.935 4.780 0.00 3.36 0.88-5.900 1.285 10.946 1.350 0.560 0. Carvalho Mendes .000 0.03 0.026 0.40 9.047 3.20 0.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 123 Quadro N.100 0.080 0.138 0.768 0.350 1.11 Américo M.97 8.82 5.38 10.790 0.113 0.º 24: Custos de extracção e preços da cortiça amadia no mato (esc.800-0. S.910 10.700 0. 74 7.62 23 24 28 2. S.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 124 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 0.722 0. Carvalho Mendes .46 16.08 8.5 14.697 12.01 2.43 Américo M.92 25. 58 3.67 3.45 6.22 7.42 6.0 90.59 2.19 10.34 8.49 15.67 3.49 20.33 2.94 5.0 61.4-99.33 2.48 9.93 4.11 3.11 2.40 20.67 9.45 8.73 17.80 15.º 24: Custos de extracção e preços da cortiça amadia no mato (esc.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 125 Quadro N.35-14. Ano s 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 Custo de extracção 2.08 2.25 6. S.4 10.08 2.08 2.4 (nas propriedades privadas) 66.45 14.08 2.0 56 63 68 61 59 58 57 62 78 117 152 71 146 240 Custo/preç o (%) 6.12-14.0 62.02 4.90 27.0 48.85 4.61 Preço da cortiça 30 24.08 2.33 2.01 3.33 2.58 5.10 13.74 8.33 2.33 2.5 69.58 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 170 215 223 340 380 692 604 560 712 1034 1274 1161 1499 2414 3650 3255 2887 2753 2464 2473 5.82-29.0 30.87 6.08 2.33 2.00 4.09 1978 1979 66.08 12.cont.07-15.0 65.37 Américo M.77 110.08 2.0 58.58 4.0 75.67 335 486 19.5 21./arroba) .0 54.33 4.0 75.93 8.76 3.17 5.6 83 (em pau batido) 60-70 (em meças) 70-100 85-93 114.0 105.5 22.33 2.33 2.0 44.22 3.49 9.20 6. Carvalho Mendes .50 4.17 3.0 65. º 22. 1977. 1897.76 9. p. 1897-98.26 Fontes: a) Custo de extracção . Commercio e Industria. S.66 para ter em conta as operações complementares. 97) .66 para ter em conta as operações complementares. Ministério do Fomento. 1897. Os custos para 1977. .1990-96: AGRO. b) Preço da cortiça: cf. Esse estudo tem implícita uma produtividade de 40 arrobas por dia e por parelha de tiradores. 1901. 1901.1943: Pinto (1984) . 1912). Commercio e Industria. 1905.2000 e 2001: DGF-SICOP (consulta feita ao site da DGF em 26/12/1). 1902-03 e 1906-07 (Ministerio das Obras Publicas.1896.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 126 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 420 525 628 779 2326 3195 4230 5490 4335 8090 8412 18.06 16.43 7. Valverde (1896) e Machada (1902) pelos Serviços Florestais nos anos económicos de 1896-97. 1906). 1901-02. concelho de Viana do Alentejo (Ministerio das Obras Publicas. Carvalho Mendes .de 1977 a 1980: Instituto dos Produtos Florestais (In Schmidt. Quadro N.de 1945 a 1969: Junta Nacional da Cortiça (In Sampaio.GES (1997) . 1978 e 1979 (em pau batido) da fonte atrás referida foram corrigidos por um factor de 1.1890: valores obtidos a partir dos trabalhos dos Serviços da Carta Agrícola sobre a freguezia das Alcáçovas. . corrigida por um factor de 1. 1892). Américo M. . 1902 e 1906: custo de extracção correspondente à exploração das Mata das Virtudes (1896.1981-84: Pinto (1984) . 1983). 05325 0.1901/03: Anuário Estatístico de 1903 (In Pereira. Estes dados publicados por M.04156 0.05325 0.65544 1884 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1.03896 0. Pereira foram convertidos em toneladas considerando que um alqueire é igual a 16 litros e que um hectolitro equivale a 77 kg.900 1.900 Anos Preço do trigo 0.8 851700 Média de 1923/25 312597 176722 43574 148198 146796 92241 920130 94.05455 0.1882/84: Anuário Estatístico de 1885 (In Pereira.100 0. Pereira foram convertidos em toneladas considerando que um hectolitro equivale a 77 kg.50088 15. p.06623 0. Carvalho Mendes . Estes dados foram convertidos em toneladas considerando que um hectolitro equivale a 77 kg.05455 0.49863 17. 1983. Estes dados publicados por M. 1926c).06494 0.000 0. Quadro N.92505 1.º 26: Preços médios do trigo e da cortiça amadia ao produtor (esc.04416 0./kg) Preço da cortiça 0.06753 16.05584 18.77934 0.6 460694 Média de 1901/03 180193 201722 25234 116291 113443 51047 687930 80.99112 Américo M. S. 375). H.1862: Arquivos do MOPCI.350 0.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 127 5.7 121957 Média de 1882/84 76750 53320 14387 59814 74141 51413 329825 71. Maço 81 (In Pereira. Pereira foram convertidos em toneladas considerando que um hectolitro equivale a 77 kg. 1983.06234 0.000 0. p.04416 26. . p. .17485 16. 1983.1 977468 Beja Évora Faro SUL Lisboa e Setúbal Portalegre Santarém TOTAL % do Continente TOTAL DO CONTINENTE Fontes: .06234 0.60879 10. .05714 0. 375).) REGIÕES DISTRITOS 1862 21537 19552 4284 20801 8815 19784 94773 77. 374).946 1.04026 0.049 0.04286 Preço da cortiça / Preço do trigo 21. Estes dados publicados por M.77918 19. H.1923/25: Ministério da Agricultura (1926a. H.700 1.º 25: Evolução da produção de trigo nos distritos do Sul (em ton. OUTROS PRODUTOS DA ZONA DOS MONTADOS Quadro N. 25 1.23 1.5 14.38037 14 10.43 1.49214 10.836066 10.0324 11.06883 12.23 12.800-0.910 0.06364 0.80 1. Carvalho Mendes .741259 Américo M.039 7.700 0.99937 7.651588 9.76923 8.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 128 Quadro N.21 2.60 9.07143 0.44 2.07013 0.45098 10.46 16.38 10.53 1.05844 0.407-13.06753 0. Preço da cortiça 1.º 26: Preços médios do trigo e da cortiça amadia ao produtor (esc.92 25.cont.795 0.83 2./kg) .05584 0.332 1901 1902 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 0.07013 13.06883 0.310 0. S.47549 0.95 1.06364 0.43 1.46 1.935 Anos Preço do trigo 0.40724 9.06753 0.06883 0.06753 0.06494 Preço da cortiça / Preço do trigo 19.62 23 24 28 1.285 10.06494 0.63 1. 97 2.0 61.97 2.69 17.26 4.97 2.22 12.00 50.03323 20.51 30.0 75.60465 19.59 11.38636 31.94 6.0 48. Carvalho Mendes . S.05 7.30303 35.00 44.52862 16.26 3.59359 31.11641 31.99 39.5 22.81 2.94 41.18182 20.55 3.79 34.º 26: Preços médios do trigo e da cortiça amadia ao produtor (esc.88552 21.53846 8.0 44.97183 32.718861 7.09816 17.5 69.16162 18.86 14.60 2.00 47.10101 14.0 90.94 4.0 30.00 49.407407 10.00 50.25253 20.13702 43.89362 48.87542 21.23232 25.26 3.95775 35.0 65.01 3.0 105.91597 29.97 2.18824 71.0 62.5 21.31551 53.55466 39.00 11.68075 14.97 3.26 3.23257 29.26 3.8589 18.07317 26.97 2.31 3.80 34.97 2.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 129 Quadro N.79141 17.0 58./kg) .37247 29.66942 44.97 2.0 75.26578 18.6875 Américo M.35354 25.97 2.0 56 63 68 61 59 58 57 62 78 117 152 71 146 240 335 486 692 604 560 712 1034 1274 1161 1499 2414 3650 3255 2887 2753 2464 2473 2326 2.01 3.93 23.cont.87726 72.97 2.25253 30.97 2.97 2.97 2.28 73 65.55 4.46479 21.239057 7. 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 g1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 30 24.49296 65.39959 79.81026 41.70 43.88552 19.48466 17.96 32.71166 18.26 3.55 3.0 65.0 54.97 2.62855 69.97 2.98316 23. 1892). 1889). 1927c). Lisboa.1925: média do preço oficial por grosso do trigo mole e rijo (Ministério da Agricultura. 1928).1926: preço médio por grosso para o Continente em 1926 (Ministério da Agricultura.1884-1915: série 1 dos preços ao produtor publicados no quadro n.série 3 . . convertendo-se o preço em reis por litro no preço em escudos por kg usando o factor de equivalência de 77kg/hl.1934-1970: médias ponderadas dos preços ao produtor publicados nas Estatísticas Agrícolas do INE (vários anos).série 4 . O preço do trigo por litro foi convertido em preço por kg com base no factor 77 kg/hl. 1927a) .º 22. . 1996 1997 1998 1999 2000 2001 3195 4230 5490 4335 8090 8412 29. . Commercio e Industria.º 26: Preços médios do trigo e da cortiça amadia ao produtor (esc. c) Preço do trigo ao produtor . 1911). tal como foram compilados numa publicação deste instituto de 1972 (INE. -1889: preço médio do trigo por duplo decalitro no distrito de Évora no mês de Junho publicado no Boletim da Direcção Geral de Agricultura de Junho de 1889 (Ministério das Obras Publicas.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 130 Quadro N. completada pelos valores da série 2 do mesmo quadro nos anos em falta.00 25.00 108.50 26. 1889).º 1 do artigo de Jaime Reis de 1979 (Reis.série calculada a partir da série de preços nos mercados grossistas municipais construída por David Justino (1990) com base nos registos camarários de preços nos mercados de Estremoz. e) Preço do trigo . Commercio e Industria.Porto e Viseu.3051 159. 1928).1922: preço considerado no estudo de Figueiredo e Melo & Belo sobre a economia agrária do distrito de Faro publicado pelo Ministério da Agricultura (Figueiredo e Melo & Belo.1698 173. convertido em preço por kg com base na equivalência de 77kg/hl. .1931: preço médio por grosso no Continente (Ministério da Agricultura. 1932).1927: quociente entre o valor (provavelmente em preços por grosso) e o volume de produção para o Continente em 1927 (Ministério da Agricultura. 1979. d) Preço do trigo . tendo depois sido feita a conversão dos preços de réis por litro em escudos por kg usando o factor de conversão de 77kg/hl. Mirandela.1890: valores utilizados pelos Serviços da Carta Agrícola na Estatística Agrícola da freguezia das Alcáçovas. . O preço do trigo por litro foi convertido em preço por kg com base no factor 77 kg/hl. convertido em preço por kg com base na equivalência de 77kg/hl. S.1928: quociente entre o valor (provavelmente em em preços por grosso) e o volume de produção total para o Continente em 1928 (Ministério da Agricultura. p.50 25. . Américo M.1902: valores utilizados pelos Serviços da Carta Agrícola na Estatística Agrícola do concelho de Setúbal (Ministério do Fomento. Quadro N.1869-88: preço médio do trigo (provavelmente por grosso) no mês de Agosto publicado no Boletim da Direcção Geral de Agricultura de Junho de 1889 (Ministério das Obras Publicas. O preço do trigo por litro foi convertido em preço por kg com base no factor 77 kg/hl. Carvalho Mendes . concelho de Viana do Alentejo (Ministerio das Obras Publicas. . 752)./kg) . 1929). 1972).1894: valores utilizados pelos Serviços da Carta Agrícola na Estatística Agrícola do concelho de Santiago do Cacém (Ministério das Obras Públicas. . . .6226 207. Loulé. 1894).4 323. Commercio e Indústria.1971-2000: preços ao produtor publicados nas Estatísticas Agrícolas do INE (vários anos). Commercio e Industria.cont.6 Fontes: a) Preço da cortiça cf.50 26. 4) N. p.º 27: Superfície pascícola na zona dos montados de sobro e de azinho do Alentejo em 1989 Tipos de usos do solo Área (ha) Culturas temporárias em terra limpa 365383 Culturas temporárias sob coberto de matas e florestas 114347 Pousios em terra limpa 253078 Pousios sob coberto de matos e florestas 283027 Prados e pastagens permanentes 340769 TOTAL DE ÁREA FORRAGEIRA 1356604 Fonte: INE-RGA 89 (In Moreira et al..º de reprodutoras 80308 745897 63294 30713 2513 Moreira et al.º de explorações Bovinos não leiteiros 1463 Ovinos 2481 Caprinos 771 Suínos 984 Equídeos 567 Fonte: INE-RGA 89 (In Moreira et al. (1995) chamam a atenção para o facto de que no quadro atrás apresentado os suínos incluírem a totalidade do efectivo e não apenas as fêmeas reprodutoras. Quadro N.1 100.4 18.9 8. Além disso. 1995. 1995. p..0 Quadro N.9 25. Os dados referem-se às fêmeas reprodutoras Américo M. 1994) b) 1989: DGP (In Moreira et al. nesta espécie também estão incluídas os suínos criados em regime intensivo. Os efectivos da raça autóctone criados em regime extensivo são bem menores.º 28: Efectivo de reprodutoras na zona dos montados de sobro e de azinho do Alentejo em 1989 Espécies N.º de porcos 162345 144911 134340 79618 133785 113187 91816 134859 92257 Anos 1963-64 1964-65 1965-66 1966-67 1967-68 1968-69 1969-70 1970-71 1971-72 1989 N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 131 Quadro N.. Carvalho Mendes . p.º 29: Número de suínos manifestados em regime de montanheira Anos 1950-51 1952-53 1954-55 1956-57 1958-59 1959-60 1960-61 1961-62 1962-63 N. 4). S. 1995.º de porcos 38125 15665 24159 35687 22502 51436 47320 16883 18596 6000 Fontes: a) 1950-51/1971-72: Junta Nacional dos Produtos Pecuários (In Raposo. como mostra o quadro seguinte.7 20. 3) % 26. S..º 30: Efectivos de raças autóctones na zona dos montados de sobro e de azinho do Alentejo em 1989 Raças Bovina Alentejana Mertolenga Ovina Merino branco Merino preto Campaniça Caprina Charnequeira Serpentina Algarvia Suína Alentejana Fonte: DGP (In Moreira et al.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 132 Quadro N.º de reprodutores 20000 20000 1000000 20000 30000 35000 100000 14000 6000 Américo M. Carvalho Mendes . 1995. p. 4) Espécies N. referem-se a arborizações de áreas sob a administração dos Serviços Florestais. Os valores anteriores a 1939. Quadro N.3 985. Benefic. 1996): a) Plano de Povoamento Florestal (PPF). PDF** Benefic.4 5653.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 133 6.07 13804.62 13652.3 30087.3 4199.71 2040. Reg.3 6850.1 3965. Estatísticas Agrícolas (vários anos).85 PAF Arborização Benefic.8 1601. S.26 24776.º 32: Áreas arborizadas entre 1981 e 1999 com apoio dos Programas de Fomento Florestal TOTAL Anos 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 TOTAL Arborização 17920 19785 18742 20829 18278 24882 22936 21183 17410 20888 17575 21803 17193 34390 69546 23472 39588 34691 38294 499405 Beneficição 0 0 0 0 0 0 13435 30719 52156 41511 20254 24197 12306 72640 130118 37100 69357 65877 52819 622489 12117 71908 60000 113558 207994 13033 5170 FFF 8979 2837 301 Serviços Florestais 1441 9448 10941 13329 10778 17382 7390 1199 PFP PORTUCEL 7500* 7500* 7500* 7500* 7500* 7500* 7500* 7500* 8046 12484 17410 20888 15320 16906 11312 6054 5138 13435 30719 52156 41511 19644 21948 9995 11480 7106 2255 4897 5881 610 2249 2311 20171.57 12642.18 51186. Benefic.42 3351. Fonte: Mendes & Dias (2001) Américo M.37 5504. POLÍTICA DE FOMENTO FLORESTAL Quadro N. dunas e baldios serranos: INE. b) Fundo de Fomento Florestal (FFF): Carvalho & Morais (1996).68 33256.º 31: Áreas arborizadas até 1980 em Portugal Continental com apoio dos Programas de Fomento Florestal ANOS até 38 Total 39/65 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 Total Total (ha) 38318 249348 16365 16467 11708 11729 6565 15076 15754 15991 8351 7376 6825 13903 14812 12120 8230 468938 PPF DGF Dunas Baldios serranos FFF 17345 20973 --8255 241093 --0 9228 7137 0 12093 4374 0 9380 2328 0 8042 3687 0 6247 318 0 5572 9504 0 5266 10488 0 0 4506 11485 0 0 2626 5725 0 0 1448 5928 0 0 1274 5551 0 0 773 13130 0 0 14812 0 0 12120 0 0 8230 25600 317894 10627 114817 Fontes (cf.9 2279.3 40318.29 30892. CESE.17 6150.02 4324. Rearboriz. Arboriz.6 1993. ano de início do PPF.1 24861. Reg.5 162492.6 18981. 2080/92** Arboriz.52 29190.06 2889.1 577. Carvalho Mendes .7 30599. 797/85 Arboriz.11 10437.75 30513.8 293.6 165019.9 720. 2 309 0.1 18 649 8.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 134 Quadro N.1 22 307 19.a. 10 375 22 307 n.6 n.2 226 262 100. 2001) Quadro N.2 65 596 41.a.9 211 054 100.a.0 PDF ha % 97 970** 43.2 2 141 1. S.a.5 8 130 5.5 29 474 18.9 113 561 100.4 20.º 34: Distribuição por espécies da superfície arborizada e beneficiada com o apoio do Reg.1 19.9 157 589 100.º 33: Distribuição por espécies da superfície florestada com o apoio do PFP e do PAF Espécies Pinheiro bravo Eucalipto Sobreiro Outras TOTAL PFP ha 65 083 37 929 1 809 27 087 131 908 % 49.1 n.9 28.6 33 941 29.1 2 875 1. Carvalho Mendes .0 Arborização ha % 46 938 41.7 4 972 2.0 Fonte: Instituto Florestal (In Mendes & Dias. 2080/92 ha % 5 539 3.0 Reg.8 1.9 15 482 4.a.0 Total ha % 110 118 33.a.4 94 534 44. 4 625 n.5 100.8 48 233 22. 2080/92 e do PDF Espécies Pinheiro bravo Pinheiro manso Eucalipto Sobreiro Azinheira Castanheiro Alfarrobeira Outros TOTAL PAF ha 46 938 n.1 6 950 3.8 100.3 324 615 100.8 116 841 36.0 PAF Beneficiação ha % 63 180 29.3 12 855 5.3 20 366 12.0 82 174 25.6 26 061 16.7 282 0. 25. do Reg.3 n.0 Fonte: Mendes & Dias (2001) Américo M.9 5 107 2.2 81 682** 36. 29 316 113 561 % 41. 797/95. 9. 4.3 10 375 9. 8 96.7 81.8 106.6 40.1 1980 1981 1982 1983 1984 1985 Américo M.4 6114 21.º 35: Produto Bruto Florestal de 1950 a 1976 Produto a preços correntes Anos Total 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1736 2369 1973 1902 2569 2882 2581 2392 2376 2628 2709 2780 2543 2730 2857 2996 3149 3128 3428 3610 3721 4078 4297 6387 8343 7359 6739 Cortiça 1000 % do contos total 377 21.4 163.8 99.4 98.9 Índices em volume Total 100 73. Estatísticas Agrícolas.6 105.2 795 30.3 104.8 74.4 101.4 733 24.5 141.1 112. Estatísticas Agrícolas.2 664 33.5 66.3 70.1 754 26.2 105.6 128.0 94.1 66.6 61.2 225.3 103.9 445 6.1 523 14.8 547 21.0 163. Carvalho Mendes .0 121.0 53. VALOR ECONÓMICO DA PRODUÇÃO FLORESTAL PORTUGUESA Quadro N.5 743 23. 1964 .4 105.1953-69: INE.0 96.5 848 31.0 52.1 654 18.4 98.7 52. 1970 .0 171.2 117.1 Cortiça 100 42.1 587 14.6 80.8 Cortiça 100 140.0 87.5 145.º 36: Produção Final Florestal de 1980 a 1990 Produção a preços correntes Anos Total (1000 contos) 28508 25989 28989 33220 44283 59459 Cortiça 1000 % do contos total 8842 31.1 256.2 48.6 1081 42.3 81.1 66. Estatísticas Agrícolas.9 80.2 116.5 94.9 143.6 89.6 75.9 573 24.7 658 34.5 Índices em volume Total 86.3 143.6 Produto a preços constantes de 1963 Total Cortiça (1000 (1000 contos) contos) 2353 511 3199 902 2638 888 2067 547 2336 754 2379 745 2288 679 2247 565 2214 522 2535 757 2552 731 2518 607 2502 610 2730 848 2794 806 2670 708 2704 674 2625 564 2890 821 2807 690 2767 554 2879 599 2963 688 3719 789 3558 739 2840 560 2628 452 Índices de preços implícitos Total 73.2 118.7 106.1 88.8 92.1 83.2 Produção a preços constantes de 1980 Total Cortiça (1000 (1000 contos) contos) 28508 8842 20923 3765 21548 3598 22825 4602 25244 4616 25984 4257 Índices de preços implícitos Total 100 124.8 101.4 75.2 998 12.9 87.0 83.7 668 28.5 110.6 134.0 96.8 82.9 93.1 92.6 100 102.5 259.0 5301 20.5 79.4 105.0 116.5 88.4 121.1 74.2 71. Estatísticas Agrícolas.9 100 95.5 136.6 563 18.5 103.6 91.5 107.2 96.3 97.7 100 93. 1976 Quadro N.1973-76: INE.9 102.1950-52: INE.9 7766 17.6 81. S.5 92.3 86.7 234.8 74.4 228.8 94.2 134.7 64.5 89.3 106.0 148.4 1018 23.2 110.1 6608 19.3 692 25.7 1291 20.2 91.2 130.5 96.5 175.2 823 31.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 135 7.4 Cortiça 73.8 120. 1973 .0 792 23.4 65.5 495 17.6 100 102.2 99.6 71.3 Cortiça 60.6 135.5 9616 16.3 112.8 169.6 168.0 652 8.1 1217 42.6 145.5 119.1 93.0 551 23.6 87.7 85.2 101.3 Fontes: .5 108.4 104.8 81.1970-72: INE.0 110.1 74. 9 79.Mel .1 84.1 453.B.9 342. A.Externalidades negativas (incêndios) .4 4.Cortiça . Os dados relativos aos anos de 1987 a 1990 são provisórios.4 78.7 50.Espaços de lazer .valor de conservação para os proprietários florestais Benefícios brutos para os não proprietários florestais Bens em propriedade comum . B.Cogumelos .0 288. Quadro N.2 250.0 0 65 528 5.Toros .1 24.8 0 53 464 4.7 17.1 1. frutos.4 26420 27165 26351 32735 29027 4458 4394 4497 7022 6903 249.9 300 601 373 725 65 528 0 300 601 26. Carvalho Mendes .4 1.5 2.Caça (zonas de caça associativa) Bens de livre acesso .Outros VALOR TOTAL DA PRODUÇÃO % VALOR DE USO DIRECTO Outros Material produtos Cortiça lenhoso não lenhosos 429 759 429 759 429 759 300 601 300 601 300 601 301 979 301 979 301 979 VALOR DE USO INDIRECTO VALOR DE CONSERVAÇÃO TOTAL % 33 413 0 1 065 752 1 032 339 429 759 300 601 301 979 87.material lenhoso .4 35.6 24.Produtos florestais não lenhosos V.8 50.2 4.Caça (regime livre) Bens públicos .7 -90 961 no estimate 1 132 116 100 Fontes e metodologia: Mendes (2002) Quadro N.7 33 413 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 71 746 16 833 16 833 49 675 5 541 32 422 11 712 5 237 5 237 0 0 65 528 0 0 0 0 0 65 528 0 14 964 50 564 20 052 0 0 0 0 0 20 052 0 0 0 20 052 53 464 33 413 157 325 16 833 16 833 49 675 5 541 32 422 11 712 90 817 5 237 14 964 50 564 20 052 1 223 077 -90 961 2.1 326.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 136 1986 1987 1988 1989 1990 65773 78272 85986 106535 118495 11177 13838 15401 23320 31296 17.7 12.0 7.4 408.Fixação do carbono .3 92.4 92. da Silvicultura e Indústrias Silvícolas de Portugal Continental a preços de mercado de 1993 (em milhares de euros) ACTIVIDADES Silvicultura .4 49. S.0 17.Madeira para pasta .1 0.A.cortiça .Valor de conservação para os não proprietários VALOR TOTAL DOS BENEFÍCIOS Custos sociais .º 37: Valor bruto total da produção das florestas de Portugal Continental em 1998 (milhares de euros) Classificação dos produtos florestais segundo a sua natureza económica Benefícios brutos para os proprietários florestais Bens privados .3 325. plantas.1 Fonte: INE (1991). caça (zonas de caça turística).Protecção dos recursos hídricos . 460 730 150 353 147 275 93 644 69 458 Américo M.7 95.5 332.7 314.4 1.9 1.6 0 373 725 33.4 114.9 26. pastagens e bolota .9 21.resina.8 101.º 38: Estimativa do V.6 100 429 759 -90 961 -90 961 338 798 29.4 0.7 1. B. papel e cartão Produtos resinosos Outras indústrias florestais V.4 3 591 968 3.2 30.0 0.5 99 298 021 100.) 154 000 25 344 48 000 7 450 26 988 121 320 25 810 PFB total contos % 86 317 616 86.0 Américo M.0 60.0 23.6 Trigo 1000 contos 1 306 234 996 7 790 135 10 460 % VAB total 1.0 15. folheados e contraplacados e aglomerados Fabricação de mobiliário de madeira Fabricação de máquinas para trabalhar madeira Indústrias da cortiça Fabricação de pasta. 2) Indústrias de serração.7 3 356 218 3.0 25.8 Total 1000 contos 19 218 36 347 18 283 34 367 4 048 112 263 % VAB total 15. 3) Outras actividades .9 1 839 949 1. resinosos e artesanato de madeira. cortiça e vime. Carvalho Mendes .B.I.0 79. máquinas para trabalhar madeira.4 81.1 37.8 24.4 24. mobiliário de madeira.6 2.0 73. Quadro N.1 Silvicultura Cortiça 1000 contos 282 337 6 562 22 997 605 30 782 % VAB total 0. cortiça e vime . TOTAL DO SECTOR FLORESTAL P.2 17.4 0.0 37.3 Norte 126 698 Centro 121 267 Lisboa e Vale 121 987 do Tejo Alentejo 92 278 Algarve 23 761 TOTAL 485 990 Fonte: Rolo (1995) Quadro N.1 Produtos animais 1000 contos 47 054 46 094 29 243 23 139 4 005 149 535 % VAB total 37.VAB estimado por nós multiplicando o valor da produtividade do trabalho nestas actividades obtido nas Estatísticas das empresas . mobiliário de madeira.2 0.9 2.Estatísticas das empresas . resinosos e artesanato de madeira.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 137 Caça Serração. S.6 48 771 0.valor estimado por nós considerando o valor de uso directo (com excepção da produção pecuária e do valor recreativo) apresentado no ponto anterior como uma aproximação do Produto Final Silvícola e admitindo a mesma percentagem de Consumos Intermédios no Produto Final que a calculada pelo INE para 1991 e que consta das Contas Económicas da Agricultura e Silvicultura 1988/1993. pm 65 542 281 342 430 158 25 838 191 010 294 710 27 913 7 128 1 784 371 68 210 530 Fonte: versão ligeiramente revista das nossas estimativas produzidas para o relatório do CESE (1996) e publicadas em Mendes (1997a) Metodologia 1) Silvicultura e caça .0 485 899 0.5 68.A. máquinas para trabalhar madeira.º 39: Estrutura do VABpm Agrícola e Silvícola por NUTs II em 1990 Agricultura NUTs II VAB total Total 1000 contos 102 003 82 923 98 763 55 331 18 745 357 766 % VAB total 80.2 0. carpintaria.Indústria 1992/93 do INE pelo volume de emprego estimado por nós e apresentado mais adiante neste capítulo.9 3 657 600 3.3 5.º 40: Produto Bruto Florestal do Alentejo em 2000 Espécies Sobreiro Pinheiro bravo Pinheiro manso Azinheira Eucalipto Castanheiro Outras TOTAL Fontes: Área total dos povoamentos (puros e mistos) 560 504 72 599 76 200 450 499 133 095 402 18826 1 312 125 PBF/ha (esc.9 30.5 6.1 16.8 8.Indústria 1992/93 4) PIB: calculado por nós acrescentando ao valor do PIB de 1993 publicado no Anuário Estatístico de Portugal 1994 os ajustamentos para cima feitos nos VABs das indústrias da serração. Carvalho Mendes . S.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL a) áreas dos povoamentos: DGF (2001) b) PFB/ha: Ferreira e Gonçalves (2001) 138 Américo M. Américo M. grudes e produtos de polimento para a indústria da madeira e do mobiliário Comércio por grosso de móveis e artigos de mobiliário Comércio a retalho de móveis e artigos de mobiliário Produtos resinosos Indústria preparadora de cortiça Indústria transformadora de cortiça Indústria granuladora e aglomeradora de cortiça Fabricação de máquinas para a indústria da cortiça Fabricação de pasta de papel Fabricação de papel e cartão Fabricação de embalagens de papel e cartão Construção e reparação de embarcações de madeira Fabricação de fósforos Serviços de apoio Instituto Florestal (sem viveiros) Instituto de Conservação da Natureza CNEFF Estação Florestal Nacional Ensino e outras instituições de investigação florestal CTIMM CTCOR Ensino e Formação Profissional Sapadores florestais e GEI’s Organizações de proprietários florestais Associações das indústrias florestais TOTAL DO EMPREGO NO SECTOR FLORESTAL TOTAL DA POPULAÇÃO EMPREGADA EMPREGO FLORESTAL EM % DO TOTAL DO EMPREGO EMPREGO 10 000 4 700 4 200 2 000 3 750 2 300 1 000 5 000 3 000 n. 17 800 14 576 2 000 75 116 1 000 1 000 770 2 349 n. 3 692 31 834 2 000 1 000 14 000 3 400 158 5 224 4 897 5 440 300 513 2 775 918 10 100 150 24 31 600 580 50 50 228 307 4 255 000 5.º 41: N. Carvalho Mendes . da cortiça e do vime Importação e exportação de madeiras Fabrico de máquinas e ferramentas para trabalhar madeira Fabrico de tintas. EMPREGO NO SECTOR FLORESTAL PORTUGUÊS Quadro N. d. actividades pecuárias e outras actividades conexas): a) Empregos permanentes b) Empregos sazonais (equivalente em empregos permanentes) Resinagem Alugadores e empreiteiros florestais Transporte de produtos florestais (da floresta até à fábrica) Viveiristas florestais (privados e Instituto Florestal) Produção de caça Guardas de caça Fabricação e comércio de apetrechos de caça Serração. fabricação de paletes e preservação de madeiras Carpintaria. embalagens e outros produtos de madeira Painéis de madeira Fabricação de mobiliário de madeira e tornearia Restauro de mobiliário de madeira Artesanato da madeira. adesivos. colas.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 139 8. S. com algumas modificações posteriores. fabrico de carvão. d. vernizes. parqueteria.4 % Fonte: estimativas nossas publicadas no relatório do CESE (1996).º de empresas e emprego no sector florestal em Portugal Continental em 1993/95 SUBSECTORES Corte e comercialização de madeira Actividades directamente relacionadas com os montados (extracção de cortiça. podas. Fabricação de fósforos: número de estabelecimentos e emprego em 1989 segundo o INE. serviços públicos e associações de produtores). Fabricação de pasta de papel. Serração. N. Estatísticas das Empresas-Indústria. Victor Louro. Não estão aqui incluídas as seguintes actividades: transportes de produtos para as fábricas. 5. guardas florestais e de caça e serviços (viveiristas. Emprego no corte e comercialização de madeira: estimativa elaborada com a colaboração do Eng. 24. Empregos nas actividades directamente ligadas aos montados: a) Empregos permanentes: AGRO. da cortiça e do vime: estimativa elaborada com base nos levantamentos feitos pelo IEFP para o Norte e Centro (IEFP. de papel e de cartão: INE. 6.º de trabalhadores das empresas que trabalham para as zonas de caça associativa em 1996. eucalipto e resinosos e n.º de idas num raio de 200 km para a cortiça).º de madeireiros e de empreiteiros florestais: emprego calculado com base nas seguintes fontes: . 23. 1992/93. Editora Estar. A este quantitativo subtraíram-se 256 trabalhadores que correspondem à mão de obra actualmente empregue nos viveiros do IF. importação e exportação de madeiras: inclui o número de empresas e o emprego dos associados da AIMMP que constam do estudo do Departamento Técnico da AIMMP de Janeiro de 1996 intitulado A Floresta Portuguesa e a Indústria de Madeira. o pessoal eventual contratado para a execução das empreitadas. Guardas de caça: estimativa feita com base no número de zonas de caça especial na época venatória 93/94 (1675). Loureiro (1995). 15. 13. D. 11. 26 Outros serviços de apoio: estimativas nossas. 3. 9. 7. 1992) extrapolados depois para o Continente. mais o número de empresas e o emprego dos membros da Associação de Industriais da Madeiras do Centro que não são sócios da AIMMP. GEI’s: M. 19. 20. EFN. p. Pessoal do ICN: a fonte é o próprio ICN e os dados incluem 568 funcionários mais 350 pessoas “sem título jurídico adequado”. Viveiristas florestais: dados reais para os viveiros do IF fornecidos pelo Eng. Indústrias da cortiça: estimativas elaboradas por nós a partir de dados da Associação dos Industriais e Exportadores de Cortiça do Norte sobre a distribuição do número de estabelecimentos segundo o número de trabalhadores ao serviço em 1993. b) Empregos sazonais: equivalente a tempo inteiro de 10000 empregos sazonais (5 meses por ano) referidos no trabalho da AGRO. Artesanato da madeira. 22. Produtos resinosos: Ferreira (1995). Carvalho Mendes .º de trabalhadores por empresa: estimação feita com a colaboração do Eng. 2. segundo a FENCAÇA (in Público. Comércio de móveis e artigos de mobiliário: INE. Pessoal do Instituto Florestal.º de empresas: C. Rodrigo Corrêa de Sá. no pressuposto de que só trabalham três meses por ano. Estatísticas das Empresas-Comércio. carpintaria. Loureiro (1995). Fabricação de máquinas para a indústria da cortiça: Ministério da Indústria e Energia-Direcção Geral da Indústria (1993) 17. A. eucalipto. incluindo apenas o pessoal permanente destas empresas e excluindo.GES (1997). 8. Transporte de produtos florestais da floresta à fábrica (toros e rolaria de pinho. Fabricação de máquinas e ferramentas para trabalhar madeira: GAPE. Transformação do papel e cartão: número de empresas e emprego calculados a partir da listagem de empresas filiadas na Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel Segundo o respectivo Anuário 94/95. S. Máquinas e Equipamentos para Trabalhar Madeira Catálogo. Lisboa. João Soares para o número de fretes realizado por ano (n. portanto. 1991. em 1988) e no decréscimo verificado na produção de resina entre 1988 e 1992. Construção e reparação de embarcações de madeira: número de empresas e emprego directo (excluídos os sub-empreiteiros para os trabalhos de electricidade. mobiliário. Outubro 92. 12.GES (1997).n. A fonte para o número total de funcionários do quadro e além do quadro foi o Plano de Actividades do Instituto Florestal para 1996. Américo M. 1996. resinosos. 4. para uma produção anual de 14 300 000 m3 de madeira de pinho e de eucalipto (média 91/93). 10. assumindo uma extracção de 6 m3 por trabalhador e por dia e 240 dias de trabalho por ano. Pessoal da CNEFF. cortiça): emprego calculado com base nas estimativas do Eng. 16. considerando que um frete corresponde a um dia de trabalho e um ano a 240 dias de trabalho. Emprego na extracção de resina: estimativa feita com base no número de empregos sazonais referidos no trabalho já citado de Manuel Gil da Mata (8000 durante 9 meses. 15/8/96. 1993. mas também os clandestinos.4). O número de estabelecimentos inclui 240 pequenas unidades não oficializadas que admitimos serem todas na actividade de transformação da cortiça. painéis de madeira. Produção de caça: n. Victor Louro e estimados por ele para os viveiros privados onde se incluem não só os viveiros registados. 21. Lisboa. 18. tomando como base o número médio de quadros administrativos e de operadores de máquinas por empresa.n. 25.º de viagens de ida e volta num raio de 60 km para o pinho. Sapadores florestais: Baptista (1993). mecânica e outros) segundo a Associação das Indústrias Marítimas. 14. CTCOR: dados recolhidos por nós junto das instituições respectivas. Restauro de mobiliário de madeira: estimativa do emprego feita com base no número de empresas referidas no Anuário de Antiguidades e Restauro 1996.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 140 Metodologia 1. CTIMM. . Para chegar ao valor indicado no quadro admitiu-se um número de cinco bombeiros por GEI e dividiu-se o total de sapadores e de bombeiros dos GEI’s por quatro. GES (1997) Américo M. Carvalho Mendes . Inquérito Trimestral ao Emprego 141 Quadro N. serviços públicos e associações) TOTAL N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 27 Emprego total do país em 1993: INE.º 42: Emprego nas actividades directamente relacionadas com os montados ACTIVIDADES Extracção de cortiça e operações complementares Podas e operações conexas Transportes para as fábricas Carvão Actividades pecuárias Guardas florestais e de caça Serviços (viveiristas florestais. S.º DE EMPREGOS 2 600 500 277 100 1 500 150 200 5 327 10 000 EMPREGOS PERMANENTES EMPREGOS SAZONAIS Fonte: AGRO. Madeiras em bruto ou esquadriadas 3.2 0.0 2.1 0. E DAS IMPORT. COMÉRCIO EXTERNO FLORESTAL PORTUGUÊS Quadro N.6 5.0 94 25 743 10 701 6 047 16 748 1 225 8 200 9 425 7 441 81 175 91 711 18 820 5 559 2 322 7 881 67 1 364 127 17 24 8 143 167 4 479 491 0.6 0.0 0.0 0.8 2. Cortiça natural 14.0 0.0 Fontes: INE: Estatísticas do Comércio Internacional.2 0. Madeiras trabalhadas 4. 129 5 318 13 890 11 104 24 994 390 29 822 30 212 84 281 77 133 161 863 32 177 5 932 90 943 96 875 162 5 679 758 1 638 561 355 354 954 2 975 468 0.2 0.4 0.9 0.4 0.0 0.0 0.1 0. Essências de pinheiro e de resina 18. Pasta de papel 10.4 1.1 0. Lenha e carvão de madeira 2.º 44: Comércio externo da fileira florestal em 1994 (total do país) -valores declaradosPRODUTOS EXPORTAÇÕES 103 % total contos IMPORTAÇÕES 103 contos % total 1.1 0.4 0.0 0. Obras de madeira n. 1994. cartões e suas obras 11. Pinhões 19. 1994 e Estatísticas Agrícolas.8 2. Mobiliário de madeira 13.0 1. 5.2 0.0 1.0 11. Total (6+7) 9.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 142 9. contraplacados e painéis 8. TOTAL DAS EXPORT.0 3.2 0.2 3. TOTAL DA FILEIRA 24. Mel natural 17. Total (13+14) 16. Total (3+4) 6.1 3.Alfarroba 21.2 0. Madeira em estilhas ou desperdícios 7. Cogumelos silvestres 22.9 100. Total (9+10) 12.0 0.3 0. Carvalho Mendes . e.º 43: Estrutura das exportações portuguesas por grupos de produtos Grupos de produtos Máquinas Vestuário e calçado Material de transporte Produtos florestais Produtos químicos Peles. couros e têxteis Produtos agro-alimentares Produtos acabados diversos Minérios e metais Produtos energéticos TOTAL Fonte: INE 1999 103 contos 878 366 933 000 707 950 449 260 311 837 359 406 387 847 305 191 272 874 84 720 4 690 451 % 19 20 15 10 7 8 8 7 6 2 100 2000 103 contos 995 588 876 664 757 442 550 900 392 215 376 128 364 480 319 462 316 446 135 083 5 084 408 % 20 17 15 11 8 7 7 6 6 3 100 Quadro N.0 0.2 1. Castanha 20.5 0. Obras de cortiça 15. S.1 0.2 100.1 0. Américo M.0 0. Folheados.0 0. Papeis.0 0. ..1 0.0 0.3 7564.8 6373. 1842 1843 .865840 64.9 0.694500 27.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 143 Quadro N.5 157.094690 73.266400 27.16 329.641500 19..682900 83.827490 67.5 2.630400 26.641700 189.190900 47.023400 70.0 8416.3 Américo M.414780 53.654800 32.9 293.1 0.4 7726.1 0.581200 11.4 12315.203250 22..3 7986..º 45: Peso relativo das exportações florestais e das exportações de cortiça nas exportações de mercadorias (séries a preços correntes) Total das exportações de mercadorias contos 1 Total das exportações da silvicultura e das indústrias florestais contos 2 2/1 (%) 3 Exportações de cortiça em bruto e em obra contos 4 14.822600 46.0 3. 1848 1849 1850 1851 1852 1853 1854 1855 34205 38237 34205 34265 35966 34899 34569 31348 13769 0.878300 48. 1823 1824 1825 1826 1827 1828 1829 1830 1831 . 1809 1810 1811 1812 1813 1814 1815 1816 1817 1818 1819 1820 1821 .0 2.1 0.253000 42.1 0.440950 99.. 1797 .014000 67. S.799430 6004.285200 63.556580 37.011200 18.4 Anos 4/1 (%) 5 4/2 (%) 6 1777 .5 6855.1 0.1 0.185040 107....5 0. Carvalho Mendes .0 0.622405 259.9 12088.171000 24..304500 123.885400 20..1 0.6 2.864050 68.406200 29. 1799 1800 1801 1802 1803 1804 1805 1806 1807 .567030 47.941520 32.2 0.0 2.234400 61..715334 70.3 12825. 3 23443.7 13.2 10.0 30593..563 Exportações de cortiça em bruto e em obra contos 4 653.4 1161.379 3325.921 3448.6 11971.4 3.6 12.273 3909.6 2318..49 3137.7 12.0 26139.5 21173.3 6.9 12.230 3303.858 5063.0 2537.1 22489.2 21239.371 3970.8 13248.3 11.1 20644.4 6.60468 77.86894 84.0 3.0 Quadro N.945 2612.014 3740.36722 93.6 12.0 0.7 21538.214 4717.6 13807.955 638.9 5.852 3472.4 8.230 573.8 10.06 450.5 21681.744 3219.80942 78.3 746.925 612.0 1186.9 22789.968 3491.0 27311.1 4.0 23288.03962 95.7 968.0 23343.0 15968.0 0.7 19578.8 11.0 30712.5 15.4 1064. Carvalho Mendes .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 144 1856 1857 1858 1859 1860 1861 .628 3948.8 14.8 13.07249 94.8 6.2 1395.144 2992.6 13617.1 2633.1 961.81694 91.3 14875.68044 87.2 12.6 1483.8 5.4 4.2 12.9 12.1 7.071 2939.7 14.040 3114.6 11.5 13.6 0.5 1617.326 3979.8 2777.1 26108.8 15.016 2.604 2745.4 14.104 2609.645 2844.273 4217.9 1230.9 23923.826 3668.0 28281.3 17379.5 8.6 10.0 1350.1 2758.0 5.43949 91.6 1488.2 23407.61239 95.6 10.6 10.0 Anos Total das exportações da silvicultura e das indústrias florestais contos 2 864.0 31124.15552 82.54 542.2 3164.093 3664.2 19900.071 3710.9 13.0 13.276 3042.71828 91.19958 93.1 1239.cont.6 21379.217 2/1 (%) 3 4.19945 90.7 10.0 2532.5 2363.7 375.3 12.18005 89.6 13.34958 93.76 2737.7 6.º 45: Peso relativo das exportações florestais e das exportações de cortiça nas exportações de mercadorias (séries a preços correntes) .0 28969.9 1166.0 30931.873 3650.681 83.73 3597.7 26961.560 2621.64757 83.0 5.0 28804.9 2853.028 4822.455 4328.1 12.44704 81.772 3142.9 12.75567 95.1 6.4 3.92995 87.10706 91.7 16323.0634 83.85752 79.9 14709.168 4185.8 21896.928 657.66909 78. Total das exportações de mercadorias contos 1 19396.3 11.4 11.0 28435.1 15053.6 11.9 16941.2 14.50784 89.3 1413.95309 88.9 11.9 2068.671 3166.43745 87.5 14.6 14.8 1264.61278 82.3 13.0 4.5 11.952 3065.28556 1870 1871 1872 1873 1874 1875 1876 1877 1878 1879 1880 1881 1882 1883 1884 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1901 1902 1903 1904 1905 1906 Américo M.676 3327.6 21035.8 11.0 21569.82663 95.9 16.2 12.0 11.521 4212.30053 81.05173 78.5 15291.090 2951.8 15.4 11.8 12.5 3.8 7.0 14.8 12.572 3005.279 3820.0 24631.6 10.5 4.3 22647.05291 92.4 22555.4 15.4 2798.6 2656.9 14.4 7. 1865 1866 1867 1868 1869 14596.81281 92. S.42859 81.6 4/1 (%) 5 3.8 4/2 (%) 6 75.1 6.0 0.5 4.0 30603.94 3275.8 1369.29315 92.0 12.9 12.8 14.4 1128. 195 4050.909 34904.29 99513.992 5170.9 7.8 14.99 20343.0 9.0 16.20997 81.548 15699.6641 83.0 35287.72842 80.259 5107.16 17.0 10.8 18.74 86696.5 11.0 271148.9 13.139 6399.045 4688.5 90199.5 8.6 12.4 7.7 15.6 12.0 28377.6 6.979 4721.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 145 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 30410.1 13.2 11.09012 Américo M.0 35724. Carvalho Mendes .455 140341.665 4773.4 13.69485 79.5 13.764 73660.998 4518.148 5779.60875 66.9 7.80391 80.2 17.325 3675.625 3485.377 3370.1 1.8 9.9 14.19 104233.5 4378.17106 70.7 16.617 21673.24 5568.1 12.9 10.26976 67. S.673 5458.245 13199.579 3283.584 197558.9 6.1 16.5 83.53283 78.695 14.7 11.93 51684.96255 81.07 4865.438 82685.152 7077.816 4362.0 11.476 5138.0 34065.00288 75.806 5597.169 68323.69368 80.2 6.88377 67.0 34000 56000 55000 83000 107000 222000 225000 444000 684000 949000 862000 736000 723000 1029000 1073000 945000 5227.24473 72.7 13.0 8.941 5147.4 15.992 3881.5 1.80783 76.9 6.608 79920.0 34317.1 5.43357 64.77527 79.76248 78.82682 66.598 146868.6 18.5 9.6 9.444 4145.389 80220.913 4377.0 4.2 4.0 30880. 603 221607.3 18.87484 35.5 16.9 9.813 485502.9 11.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 146 Quadro N.2 11.00309 32.2 16.8 4/2 (%) 6 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 8738000 11668000 14931000 18648000 28712000 17.182 317972.9 15.8 7.63082 Américo M.684 92493.038 293308.238 149441.0 6. Carvalho Mendes .0 16.4 15.369 349765 502839 809129 801133 696426 651791 885626 1377507 1216700 1201266 1439885 1736640 1601889 1381399 1318568 1326936 1456266 1383596 1435829 1571442 1641066 1632160 1571442 1553828 1614406 1675323 1690108 1801443 2215074 3094234 2952813 2971190 3741300 5717320 7249380 10230320 4/1 (%) 5 11.0 18.8 5.2 17.285 175101.3 6.5 17.8 8.6 16.476 167216. Total das exportações de mercadorias contos 1 812000 791000 802000 909000 923000 1026000 1202000 1139000 1336000 1619000 2972000 3939000 4035000 3166000 3237000 4587000 4307000 4389000 4188000 5433000 7660000 6914000 6386000 7401000 8270000 8729000 8401000 8412000 8467000 9525000 9492000 10830000 12203000 15008000 16739000 18304000 20319000 22142000 24975000 27463000 30296000 35304000 45475000 58082000 49449000 55122000 77927000 106762000 176833000 Anos Total das exportações da silvicultura e das indústrias florestais contos 2 2/1 (%) 3 Exportações de cortiça em bruto e em obra contos 4 90944.0 17.4 16.0 15.8 7.2 19.7 15.3 12.131 503096.9 10.6 18.877 108302.1 16.3 12.3 14.1 6.6 15.6 7.7 21.152 145415.8 5.2 18.7 13.8 19.3 6.5 21.2 5.3 18.5 16.cont.º 45: Peso relativo das exportações florestais e das exportações de cortiça nas exportações de mercadorias (séries a preços correntes) .3 6.6 13.06462 38.7 6.4 16.2 34.7 15.6 7.9 6.891 216921.29161 38. S.6 18.4 15. pp. 2000).72035 31. S. Total das exportações de mercadorias contos 1 233141000 257550000 333878000 513988000 767932000 977746000 1085796000 1313719000 1585997000 2021592000 2340480000 2361525000 2482563000 2557314000 3083930000 3629407000 3897800000 4319264400 4608840600 4784863700 5379272800 Anos Total das exportações da silvicultura e das indústrias florestais contos 2 42544000 46079000 53677000 72627000 115447000 139708000 154795000 202180000 245821000 296459000 300208000 287120000 284792000 293171000 368021000 438897000 404295000 460561000 486506000 489247000 551009362 Exportações de cortiça em bruto e em obra contos 4 14235890 14155630 16670400 22336000 30582480 33827570 37799050 47111250 58510170 76604390 80433000 80293387 81651247 87082374 96501608 102247232 110542771 128689062 141285642 148339923 176334960 2/1 (%) 3 18.5 3.1842.3 14.80194 25.8 3. 1843.2 10.2000: INE.de 1851 a 1861: In Pereira (1983.7 12.de 1870 a 1926: Ministério da Agricultura (1928c.9 16.30164 23.8 2.94181 29.1 2.1997-2000: Banco de Portugal. 2) Exportações de produtos florestais. Estatísticas do Comércio Externo (In DGF.1915-46: Mata & Valério (1994. 231-232) .2 11.de 1885 a 1943: Barros Bernardo (1946) .4 3.41878 23.1 10.3 4.5 11.7 3.5 3. Estatísticas Agrícolas 2000. 1848-1861.49049 24. 20) .1991-96: INE.8 3.0 3.7 10.4 10.1996: . pp.de 1975 a 1989: DGF (1991a) . Notas Américo M. 256-257) .0 4. 3) Exportações de cortiça: .de 1944 a 1974: Boletins da JNC e do IPF . 1809: Pery (1979) . Estatísticas Agrícolas 2000.70361 26.1800-07. . excepto cortiça: .04088 30. Carvalho Mendes .79242 27.de 1870 a 1884: Ministério da Agricultura (1928c.29641 27.1998-99: INE.1 3.4 3.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 147 Quadro N.1 3.3 15.de 1865 a 1869: Ministério da Agricultura (1925) . Estatísticas do Comércio Externo (dados publicados nos anuários da AIEC e da APCOR).05688 30.7544 26.0 3.2000: INE.5 5.6 3.00217 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Fontes: 1) Total das exportações de mecadorias .3 4/2 (%) 6 33.22177 23.2 4/1 (%) 5 6. Pescas e Alimentação-GPPAA (2000).de 1990 a 1999: Ministério da Agricultura.34211 27. p.83979 26. . p.5 14.Séries longas para a economia portuguesa (série obtida por consulta no site do BP na Internet) . 20).1990: DGF (1992) .6 10.32005 32.de 1975 a 1989: DGF (1991a) .67048 29.21305 24.5 11.1 14.4 15.3 3.1947-95: Banco de Portugal . . .1 15.8 12.cont.9651 28.1 5.4 3. p. 1865-1914: série não corrigida dos valores oficiais das exportações publicada por Lains (1995.46157 30.º 45: Peso relativo das exportações florestais e das exportações de cortiça nas exportações de mercadorias (séries a preços correntes) . .2 17. 236).0 14. Relatório de 2000.9 12. S.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 148 Os valores das exportações florestais da série do GPPAA de 1990 a 1999 foram elaboradas a partir dos dados das Estatísticas do Comércio Externo do INE. Américo M. Carvalho Mendes . tratados segundo a nomenclatura das Contas Nacionais. 154 537.3 1549.4 1456.4 94.7 1649.214 1584.634 522..25 12523.9 0 3976.75 459.676 0 1.523 461.95 2594.4 Aparas Rolhas 46.6144 0 0 22.3 15804.354 48.7 824..5 41.793 166. 1797 .4 0 32.326 296.10 2319.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 149 Quadro N.1 1691.134 413.769 0 1579.134 131.374 1846.473 0 49.95 16556.7 3964.849 18.794 1307. 1848 .463 32.75 12271 16440.832 203.232 819.9 2101.1 10675.147 1861.95 451.5 2029.896 2302.1 1394.45 469.049 1569.2 11503.1 339.1 338.814 128.2 1550.9 0 9914.663 913.05 11202. S.1 13630.1 1788.05 16264.7 9642 9938.6 2264.8 12054.200 12.7 1101.55 11198..076 737.4 737.134 40.69 1186.7 14865.) Ano s 1777 .4 17395.0 552.. 1823 1824 1825 1826 1827 1828 1829 1830 1831 .0 754..706 1554.55 18613.723 60.65 20933..473 552.8 1295.369 248..0 373. 1809 1810 1811 1812 1813 1814 1815 1816 1817 1818 1819 1820 1821 .578 2290...2 880.6 Américo M.4 616.2 10340 11858 11654.45 523.4 1775.978 25.. 1865 1866 1867 1868 1869 1870 1871 1872 1873 1874 1875 1876 Em prancha 545.5 1481.5 391.3 1549.726 0 3113.65 480.5 0 2051.45 1159.795 0 1224.6 1188.7144 1691.º 46: Exportações portuguesas de cortiça de 1777 a 1884 (ton.80 354.747 85.10 Quadros Obra n/ especif.4 537.8 401..4 587..75 14111.7 1394.4 1331.868 779.4 2817.45 839.. 1799 1800 1801 1802 1803 1804 1805 1806 1807 . Carvalho Mendes .45 17599.3 641.188 0 198.7 1023.8 489. Total 591.200 272.488 641. 1843 .468 41.996 200.206 73.828 44.274 57.20 401.990 84.693 1849.0 1110.828 799.7 0 1682 1283..4 738.795 113.994 12.9 1682. Prancha: corresponde ao que na publicação do Ministério da Agricultura é designado como exportação "em bruto".4 20843.65 79. 25-26) b) Metodologia .25 18850.35 2. p.88 kg de cortiça por milheiro de rolhas cilíndricas que fabricava (Dias. em 1880-82 inclusive corresponde ao que na publicação do Ministério da Agricultura é designado como exportação "em rolhas". .75 11992. Carvalho Mendes .45 11036.15 15413. 1944. 15) 15 Américo M. Boletim da Direcção Geral de Agricultura. no início do século XX. Commercio e Industria.Rolhas: corresponde ao que na fonte atrás citada é designado como exportação de "cortiça em obra". 166) .15 19526.40 920. consumia 13.75 1403.5 986.Prancha: corresponde ao que na fonte atrás citada é designado como exportação "em bruto". Quarto Anno.4 23355.80 1328.35 17794.40 908. 1843.6 11343. pp. 1883-84 a) Fonte Ministerio das Obras Publicas.55 16976.90 1664.15 649.Rolhas: os dados originais em grosas foram convertidos em toneladas métricas usando o seguinte factor: (12x12)x0.1797-1831: Barros Bernardo (1948.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 150 1877 1878 1879 1880 1881 1882 1883 1884 14427.00 2037.50 21691. p. Fontes e metodologia: 1777-1831 a) Fontes .9 1201.05 5.15 16067.1777.25 111. 1848: Barros Bernardo (1946. . depois de investimentos de modenização.05 150.85 11956.00 133. S.Rolhas: até 1879 inclusive corresponde ao que na publicação do Ministério da Agricultura é designado como exportação "em obra não especificada".º 2 b) Metodologia .2 Notas: Durante este período não há registos especificando exportações de cortiça virgem e de refugo e serradura.20 18. A fábrica Burgos de Castelo Branco. N.90 1056.4 22880.015ton/100015 1865-1882 a) Fonte Ministério da Agricultura (1925) b) Metodologia . Por razões óbvias também não houve exportações de discos e de aglomerados.0 1718.95 20855. 724 71.456 55803.738 762.172 353.819 2237.505 75863.553 5733.464 28475.031 68898.661 175.514 379.502 3428.939 24925.911 824.239 2642.271 21276.155 3576.663 23052.021 247.318 124.573 518.471 247.677 25703.826 4268.009 7617.012 549.714 21783.352 127465.226 27465.815 56300.732 114.794 181095.096 309.323 300.519 3456.962 42808.000 4116.872 28749.680 426.996 403.046 17934.574 100.084 146.368 188.114 19554.776 10240.370 5152.000 9210.424 426.980 2905.361 17225.998 524.264 4100.481 0.580 16514.230 175.327 197.253 483.851 875.467 177.461 2517.088 127820.601 49063.021 410.023 5306.267 682.023 504.991 3442.321 3959.248 4059.537 28751.507 69241.219 28620.264 3924.632 285.943 383.549 466.185 13463.49 42453.360 1412.712 11081.062 243.752 26478.623 3234.379 1.323 47964.963 97192.602 238.698 86596.365 0.893 0.400 45778.391 15742.636 4986.760 35029.795 13775.511 28542.663 47192.260 22655.171 46050.802 7890.564 3163.879 520.544 259.55 44757.000 4428.642 369.290 279.935 4317.656 4880.715 288.923 25367.833 20571.297 296.856 3030.867 2797.052 7607.240 6714.603 126880.604 4107.702 3950.766 369.144 381.687 1.926 65162.349 278.303 4302.112 33799.642 36404.555 798.521 363.146 Refugo Aparas 2020.038 628.878 72196.755 9561.000 42920.337 4178.396 4301.456 30124.) Ano s 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1901 1902 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 Virgem Em prancha 21480.343 4122.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 151 Quadro N.744 27855.811 310.796 4448.675 2938. Total 25007.226 4748.502 42726.962 26919.764 1700.207 22124.448 1815.082 126944.948 19071.822 31670.977 579.149 177.974 685.876 19335.293 2162.095 265.797 191.851 525.153 148.026 50300.133 29551.408 40564.099 1570.068 146008.865 132502.391 3574.185 24596.290 49429.286 677.636 4.650 24659.015 114266.272 32215.274 697.759 1263.785 62932.222 217.655 38100.086 348.147 11315.293 13630.191 4735.567 593.998 365.996 771.862 15776.182 788.744 5356.909 57.298 164.406 28098.336 5969.496 4058.131 29208.816 54536.151 4579.842 196.088 40178.438 36.681 33.819 265.734 7208.876 21883.928 363.772 22301.330 5979.977 61850.049 27197.835 80.605 5437.785 64.403 250.733 4217.018 60995.067 2909.425 38434.143 18621.562 755.79 75853.749 3710.720 28654.691 0.270 27739.895 2515. S.364 302.490 219.195 3687.681 445.102 145613.362 2486.060 27008.964 5626.185 43131.198 285.787 39752.572 17339.220 2145.018 166.007 20823.418 23657.909 3745.126 13962.322 18603.924 688.649 13606.310 157.154 4015.188 28699.377 279.027 53980.249 47258.508 497.947 2484.187 493.640 63825.856 0.179 3756.589 2803.º 47: Exportações portuguesas de cortiça de 1885 a 1943 (ton.318 Aglomer .000 6096.998 318.625 20186.860 4279.284 22712.093 383.573 48136.733 165.844 470.940 507.794 32.432 11592.275 3711.306 18061.933 59422.644 7913.228 36258.702 999.048 4689.822 908.847 72970.427 322.049 33441.849 363.855 24754.555 18091.061 1244.601 34900.660 8.543 0.940 2025.467 4305.826 2041.921 1126.600 5676. Discos Obra n/ especif.871 239.429 27184.159 4187.602 509.693 75536.145 35991.154 46929.357 247.710 4923.609 33945.207 2182.091 28604.190 4006.876 91.836 29265.872 26928.791 Américo M.076 65777.000 10180.174 3827.226 3.528 26906.087 552.901 30101.170 389.800 Rolhas 1336.955 603.746 0.984 40938.285 870.490 419.523 5653.603 2846.511 2156.872 25972.349 2980.363 45838.078 3377.723 344.08 49877.779 5022.579 282.653 3659.781 4244.000 53710.036 75.945 24525.532 3769.863 17807.471 1715.449 481.324 0.115 1441.781 3136.556 562.302 29367.385 189.407 37450.780 297. Carvalho Mendes .000 7149.849 23424.882 164568.688 30783.762 612.698 66.393 5130.128 384.298 16797.129 60842.507 16797.938 652.809 5451.000 11153.269 106101.806 204.604 265.990 589.400 5043.436 26556.566 50.736 291.857 43829.780 10263.28 93388.777 218.846 1998.799 6545.006 142619.110 462.803 822.312 4676.820 1484.434 359.371 105.711 3843.762 4025.148 200.886 192.769 38462.917 213.198 76709.531 369.345 2976.100 54979.807 56427.815 49913.711 3409.580 30760.941 44929.613 21010.980 253.610 336.345 2876.488 2315.082 3463.341 Serradur a Quadros 170.509 3359.044 20726.097 1.607 181.558 3603.350 483.953 140.795 274.452 505.545 83444.888 7020.824 131871.36 44598.719 19.683 412.578 26452.972 2750.862 431.335 15675.757 130.601 332.959 48172.921 244.081 166.829 229.278 492.178 308.372 39445.348 99780.659 113673.867 3986.954 22930.444 173.722 31660.614 864.474 378. 587 5533.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 152 1938 1939 1940 1941 1942 1943 20190.120 1186.096 3072.070 6430.897 23606.226 5603.480 5216.837 3662.532 3307.177 77695.655 1161.275 128428.769 1292.569 76687.752 49495.919 2550.319 4725.357 52853.915 19552.894 5065.426 49011.421 7871.175 349.354 16986.562 192213.745 7818.499 514.344 9391.505 842.339 152536.068 18613.057 498.501 20744.821 13332.243 5310.743 4924.675 36081.95 159563.952 545.113 647.287 18441.242 19445. Carvalho Mendes .487 845.873 23653. 252-253).393 361.844 124334. Américo M.030 5063.901 439.464 11131. pp.356 12076.258 595.070 75232.792 5058.952 26720.143 6687.501 6283.970 882.636 Fonte: Barros Bernardo (1946.528 26198. S.157 7801.477 859.650 29741.691 249.014 962.190 68799.817 546. p/ revestimento Aglomer. Discos de cortiça aglomer. Produtos Virgem Refugo Aparas grossas Aparas finas Prancha Granulados Quadros Rolhas de cortiça natural Discos de cortiça natural Obra n/ espec. Aglomer.) Produtos Virgem Refugo Aparas grossas Aparas finas Prancha Granulados Quadros Rolhas de cortiça natural Discos de cortiça natural Obra n/ espec. p/ revestimento Aglomer.) . TOTAL 1944 24887 7506 28186 25147 9704 3318 147 3897 698 806 97 7381 1 189 243 112207 1945 26467 12328 38008 26530 13388 5847 179 4350 1023 481 436 12484 1 316 477 142316 1946 36164 14927 50383 31150 22161 9600 423 6243 1156 441 605 14796 3 466 513 189391 1947 24610 28293 39238 41572 19287 6763 446 6014 1280 396 843 9524 8 655 898 179827 1948 16658 18751 38813 39361 16304 8802 280 4434 1158 278 569 13633 0 536 534 160111 1949 12815 19998 36201 31439 17408 5626 772 4924 990 313 327 17435 0 824 383 149455 1950 25454 28191 51716 36647 26260 6566 490 5959 1397 349 381 23039 0 983 558 207990 1951 26925 27319 49855 46619 35763 8251 451 7565 1310 510 735 23266 0 963 814 230346 1952 12536 16468 26330 31893 31605 5309 442 6003 889 504 392 14004 0 769 1312 148455 1953 22394 16173 28792 26177 26061 6435 271 5481 535 406 421 21714 0 1029 1674 157563 1954 8883 19481 35644 26186 24873 8019 376 6359 669 476 834 17998 0 1527 2494 153518 Quadro N.º 48: Exportações portuguesas de cortiça de 1944 a 1987 (ton.cont. cortiça nat. Discos de cortiça aglomer. p/ isolamento Rolhas de cortiça aglomer. S. 1966 7104 7424 31330 19628 24950 25597 394 10790 398 1099 1274 19481 0 1967 8718 6214 20940 11766 24321 28281 260 10622 406 1073 1018 19692 0 1968 6581 6523 22426 10787 23159 24472 320 11617 398 1390 1427 19369 0 1969 4171 8687 27950 10190 26933 25473 350 11988 322 1693 2103 21869 0 1970 48421 10656 21761 10750 29281 20768 399 12385 346 2262 2221 21253 0 1971 3998 9712 24022 10936 27838 22021 457 13476 323 3789 2232 21113 0 1972 4150 9358 26963 10969 28257 27153 258 14560 275 3151 3303 24910 305 1973 986 5483 25509 11241 21465 33278 197 16180 341 2661 4335 24864 759 1974 237 2495 20242 7026 23171 30695 212 16286 304 2206 4282 16353 530 1975 156 2899 15268 5995 20048 24040 217 14745 146 3125 3669 8587 315 1976 83 2130 13935 4389 17553 21924 138 15604 279 2265 5156 8929 409 Américo M.cont.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 153 Quadro N. p/ isolamento Rolhas de cortiça aglomer. cortiça nat. Aglomer. Produtos Virgem Refugo Aparas grossas Aparas finas Prancha Granulados Quadros Rolhas de cortiça natural Discos de cortiça natural Obra n/ espec. Carvalho Mendes . cortiça nat.º 49: Exportações portuguesas de cortiça de 1944 a 1987 (ton. cortiça agl. Obra n/ espec. p/ isolamento Rolhas de cortiça aglomer.º 48: Exportações portuguesas de cortiça de 1944 a 1987 (ton. TOTAL 1955 7805 18635 34473 30870 30836 8600 395 6949 584 531 955 15420 0 1509 2827 159958 1956 5869 12643 28280 25645 32548 8257 313 6742 661 583 951 15706 0 1808 2976 142982 1957 5098 11240 26308 23618 26787 8459 383 6658 530 677 1068 16894 0 1860 3598 133178 1958 9102 17821 26652 28938 24792 8877 500 6775 548 654 1158 14246 0 2058 4339 146460 1959 7489 23924 39487 30572 24535 9766 284 6974 486 836 948 15819 0 2282 4714 159116 1960 9351 28477 32000 30829 24545 12462 273 8459 473 740 971 19531 0 2349 5508 175968 1961 12157 25351 26195 29897 18667 15687 289 8687 500 785 1002 21810 0 2064 5362 168453 1962 11884 24400 28903 24863 22995 17836 374 9191 593 873 976 2357 0 2395 3857 171497 1963 12195 26461 29948 26855 22137 25568 328 9821 579 896 1101 25304 0 2318 4912 188423 1964 10557 16237 37526 24870 29999 24505 339 10231 490 910 1389 27520 0 2831 5793 193197 1965 10020 12183 35337 22584 31516 27467 379 11020 370 1017 1116 20571 0 3215 5560 182355 Quadro N. Aglomer. Obra n/ espec. p/ revestimento Aglomer. cortiça agl.) . Obra n/ espec. TOTAL 3420 6777 159666 5526 6083 144920 7178 5785 141432 6313 5489 153491 4645 5290 146858 2961 5488 148366 2366 8365 164444 2084 9055 158438 2160 10720 136820 1249 8482 109151 1045 10039 103020 Américo M. S. Carvalho Mendes . cortiça agl.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 154 Discos de cortiça aglomer. cont.) . Carvalho Mendes .cont. aparas e granulados) . p/ isolamento Rolhas de cortiça aglomer. Produtos Virgem Refugo Aparas grossas Aparas finas Prancha Granulados Quadros Rolhas de cortiça natural Discos de cortiça natural Obra n/ espec.outras obras Aglomerados Rolhas de cortiça aglomerada Discos de cortiça aglomerada Outras obras de cortiça aglomerada TOTAL 1986 138 7151 1176 1220 24780 234 2355 18275 711 1706 39951 3559 685 8550 110489 1987 302 6293 21342 797 2388 22799 532 1622 20117 846 451 49061 4822 522 8804 119347 22386 1988 1989 1990 1991 1992 1993 3489 1994 2418 1706 19686 1709 1596 19502 2272 68742* 52316 12051 8404 120945 116674 *: total dos produtos aglomerados de cortiça Fonte: INE. Estatísticas do Comércio Externo Quadro N.) .) Produtos Cortiça em bruto ou preparada (virgem e prancha) . Aglomer.aparas grossas .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 155 Quadro N. S.prancha Desperdícios (refugo.outros (refugo) Outras semi-manufacturas Rolhas de cortiça natural Outras obras de cortiça natural .º 51: Exportações portuguesas de cortiça de 1988 a 2000 (ton. Obra n/ espec. TOTAL 1977 245 2269 13032 6604 17608 22352 76 15034 343 1770 6989 10518 465 1378 10039 108722 1978 206 1931 5982 4826 17658 23792 49 15826 392 2418 7866 11640 n.º 50: Exportações portuguesas de cortiça de 1988 a 2000 (ton. cortiça agl.discos de cortiça natural .virgem .d. Produtos Cortiça em bruto ou preparada (virgem e prancha) Desperdícios (refugo. Discos de cortiça aglomer. p/ revestimento Aglomer.granulados .º 49: Exportações portuguesas de cortiça de 1944 a 1987 (ton. 1207 12284 106079 1979 298 2436 6492 4675 19782 27405 60 18447 407 2616 10163 12841 1458 1823 13848 122751 1980 425 1756 7587 5683 22702 30529 61 20879 478 3623 11481 13188 1679 1740 13621 135432 1981 205 499 7151 3689 16436 30195 56 18909 377 2532 8106 12224 1365 1334 13637 116715 1982 174 795 3617 4084 11229 23755 19 18025 515 2023 9333 8509 1610 1160 16017 100865 1983 116 433 2414 3501 8987 30453 27 18764 705 816 9972 9911 2123 1546 20776 111312 1984 159 514 1769 2511 8687 30068 31 20209 825 1955 10439 10128 3333 1291 25531 116159 1985 95 424 676 2556 8396 23878 68 17554 966 2421 11222 12475 3614 924 25428 110697 Fontes: Boletins da Junta Nacional da Cortiça e do Instituto dos Produtos Florestais Quadro N. aparas e granulados) Outras semi-manufacturas Rolhas de cortiça natural Outras obras de cortiça natural Aglomerados 1995 4876 24461 1182 20919 1568 49193 1996 2727 25042 1438 22098 1614 48843 1997 4951 25155 2004 24879 1601 50098 1998 4839 29389 1629 25436 1631 52596 1999 5791 26182 1166 21651 1399 45732 2000 7550 25363 734 21282 1144 44728 Américo M.aparas finas . cortiça nat. 345 2363 2537.71 18.00 0.56 4.736 1830.91 22.178 65. S.29 18.22 Cortiça semimanufacturada contos % 0 0.90 73.732 2083.066 64.35 17.96 81.71 5.798 214.77 5.205 1042.88 83.16 20.16 25.00 0.06 8.08 2321.422 1081.007 673.137 2992.29 2.071 2939.06 29.866 1030.95 82.56 2621.00 2.0158 653.º 52: Valor das exportações de cortiça portuguesas por tipos de produtos de 1851 a 2000 Anos 1851 .14 22.87 81.7332 562.00 0.435 1166. Carvalho Mendes .166 124.041 62.84 76.66 24.76 73.94 79.00 0.163 0.705 222.873 3656.45 17..61 87.26 0.285 205.567 405 559.2118 53.28 0 68. 1861 .071 3710.726 649.013 234.326 374.14 22.68 24.00 2.494 53.337 2072.27 3.43 7.86 77.60 90.77 18.328 % 1.3 375.5782 39.04 68.572 148.6 2656.16 74.00 0.02 1.9 21.03 5.04 18.819 3668.00 0.40 18.00 0.451 746.3 20.88 25.581 199.26 5.572 3005.451 2252.954 171.628 2445.44 95.69 5.00 0.07 2862.68 2.944 88.16 17.05 17.519 1137.67 0.233 70.104 2609.74 84.6518 534.429 0 0 0 0.9 293.921 3448.519 1064.00 0. Estatísticas do Comércio Externo Quadro N.1917 50.9249 612.. 1854 1855 1856 .50 91.945 2612.33 78..00 2.38 Cortiça manufacturada contos 5.7955 621.54 542.447 2758.014 Cortiça Não manufacturada Contos % 254 98.913 861.3 2097.00 0.4 2096.1322 36.39 12.879 1265.037 799.3 487.917 984.273 681..73 4.379 3325.994 1230.89 2068 2560.114 94.863 810.355 757.32 345.31 2052.97 23.95 73.545 720.33 5.35 2.025 1010.96 2234.97 72.242 841.94 91.09 2951.46 4.05 72.6 395.81 91.952 3065.00 0.7431 584.9549 638.572 0.51 68.637 952.00 22.37 2.16 329.00 0.544 1161.63 4.31 93.10 93.458 122.77 963.88 184.64 22.354 0 0 71.897 1734.45 69.185 2299.804 200.40 9.60 81.913 49.367 2205.221 75.658 666.036 128.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 156 Rolhas de cortiça aglomerada Outras obras de cortiça aglomerada TOTAL 11656 8675 122530 11258 9346 122367 12653 10328 131668 13569 10869 139958 15738 17258 134846 16466 13442 130731 Fontes: INE.00 0.938 738.16 83.604 2495.58 16. 1865 1866 1867 1868 1869 1870 1871 1872 1873 1874 1875 1876 1877 1878 1879 1880 1881 1882 1883 1884 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1901 1902 Total 259.23 3303..46 3.74 94.40 Américo M.19 8.01 0.82 5.71 20.233 2693.968 3491.83 24.728 492.33 6.65 93.60606 59.3 1244.04 18.00 0.404 833.957 2713.06 71.57 92.131 2421.00 0.90 6.276 3041.76 24.03 0.23 81.88 82.11 16.563 67.966 2183.13 15.23 573.06 450..662 2263.771 755.4097 594.96 78.00 0.994 173.18 94.713 333.00 0.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.548 185.66 77.664 451.673 2066.32 75.839 734.23 94.45 70.141 665.83 68.01 312 272 355 421 515.9277 657.04 3114.774 198.66 69.54 26.648 685.77 792.26 13.932 202.71 3.783 797.50 8.424 1958 1978.35 6.20 7.99 5.44 26.52 30. 46 234.63 67.90 23.579 3283.832 7322.96 70.188 4050.692 499.37 8.32 5.815 1024.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 157 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 3740.548 991.91 893.93 988.82 23.618 257.897 906.44 55.50 27.26 964.77 24.58 18.687 298.57 10.58 2764.462 263.819 6.87 22.92 2864.94 7.04 70.625 3485.32 21.705 2067.572 2456.11 61.47 67.36 25.29 20.59 71.62 69.628 3948.06 68.776 511.723 2494.93 28.786 777.17 17.877 23.78 70.895 1634.551 2999.40 68.51 3136.508 3238.423 3036.956 4465.246 280.24 69.913 4377.01 25.772 512.86 24.45 Américo M.80 12.183 2788.760 3910.43 25.403 635.985 924.21 46.21 19.91 53.52 23. Carvalho Mendes .377 3370.03 6.245 2610.522 410.84 17.002 2046.51 7.848 897.42 22.273 4227.711 379.202 975.896 791.64 236.045 4688.558 394.339 3657.093 3664.39 21.507 1168.404 637.777 983.38 10.072 551.474 4145.23 6.70 9.93 22.217 4308.996 1816.548 15699.903 950.782 767. S.179 828.648 979.25 22.73 9.325 3692.33 55.962 3881.549 69.627 2602.259 5107.977 4721.33 68.24 30.189 2991.33 46.998 4518.944 1072.92 1010.37 15. 59 66.59 26.09 11.72 53.671 20.59 28.05 26.95 32.150 46.163 57.49 25600.60 Cortiça semimanufacturada contos % 2694.93 20. S.16 23.753 51074.684 92493.573 18.152 145415.63 26.93 22.83 95009.667 48.69 44.229 26.962 35023.560 29466.35 22.39 48.65 43.59 30.94 26.038 293308.02 42.56 15.76 20.23 70.67 97941.695 90944.cont.803 28.658 27.51 54.47 23.578 73.58 35.85 28.09 31.45 28.08 14.91 64.356 32.16 127372 224780 217595 164865 152826 252604 449283 486087 487081 511550 639355 549773 429184 398868 407780 428828 336701 378079 394058 364472 351866 298641 298147 290658 307433 322529 321371 362107 24.598 146868.46 118688.369 33.82 18.722 35731.45 24.95 17486.249 46310.41 19403.898 57.489 26688.891 216921.61 21.024 3868.909 34904.26 43.94 22.175 23.438 82685.37 40.24 15.º 52: Valor das exportações de cortiça portuguesas por tipos de produtos de 1851 a 2000 .45 38.25 64.49 171258.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 158 Quadro N.608 79920.56 16.59 20.95 40..131 503096.651 169768.214 59.238 149441.66 46488.62 39.30 68.79 48.82 66286.78 27.24 29.772 43878.970 12481.35 42128.27 164460.347 123539.64 53.36 13.89 43.571 49.40 18.813 485502.86 26.17 19.10 21250.080 27.49 17.23 65061.39 48.904 47.92 48.13 20.003 56.267 48.988 26002.676 25015.85 40.261 219947.85 48.36 95540.75 25.95 42320.68 19.42 27.36 69843. 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 Total 13199.25 41510.77 55.633 48.24 54165.123 20.578 11344.91 24670.121 45.017 246437 363964 343612 302166 317358 397221 557086 455701 463342 604124 691609 688213 667060 637011 647907 747562 749504 758116 832073 928283 910886 902629 939532 1026371 1069994 1106049 1229204 1535065 % 20.84 16.40 29.455 140341.603 221607.616 24.29 21.55 42000.64 34746.82 20.73 53.93 13.878 45.98 42.59 65024.38 44.369 509321 809129 801133 696426 651792 885626 1377507 1216700 1201266 1425776 1701202 1566812 1367295 1303927 1341533 1451163 1369430 1413336 1554570 1635050 1628718 1563489 1542459 1597464 1656494 1668150 1801443 2181296 Cortiça Não manufacturada Contos % 7853.80 79976.528 50.09 23.52 32.28 50264.41 5435.57 42.618 61.39 30.169 68323.15 21006.78 38740.133 23.031 15.21 25.69 83180.420 36885.872 28.088 21.33 18.56 21.711 32.028 47.85 14.24 23.61 27.747 57.204 22.01 69790.12 36.476 167216.52 56.30 51.079 40259.764 73660.45 135512 220385 239926 229395 181608 235801 371138 274912 250843 310102 370238 328826 271051 268048 285846 274773 283225 277141 328439 342295 365966 362219 304780 280435 279067 239572 250868 284124 26.584 197558.56 44984.560 9731..94 27.39 138187. Carvalho Mendes .99 19.19 18.288 26.285 175101.033 15024.60 19958.45 46654.877 108302.03 Cortiça manufacturada contos 2652.57 16462.33 17.10 19.403 28.744 52.732 25.94 108142.15 74759.31 18.570 30.933 52111.88 66868.93 57.801 24.728 25.873 14776.88 37.37 Américo M.82 62390.76 17.374 176055.85 27.67 23.56 19.60 19.55 24.42 45740.46 48318.15 48814.49 19995.37 26.73 60.712 35.107 49.182 317972. Anos 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 .389 80220.55 35.183 24.81 81827.131 26.88 21.75 21.998 35.99 74435.44 37.17 18. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 159 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 2985305 3814700 3090900 3613800 5495400 7492001 11005431 15844911 338329 470300 385100 384700 546300 745536 1119888 1696606 11.95 10.33 12.96 76.18 10.46 10.50 3.71 11.47 14. Carvalho Mendes .56 Américo M.55 85.71 461740 561200 344300 275100 323000 337194 434280 749821 15.94 9.18 85.88 84.14 7.33 12.88 4.65 9.40 81.95 4.74 84. S.61 5.20 72.73 2185236 2783200 2361500 2954000 4626100 6409271 9451263 13398484 73. p.14 398 39. .42 89. .94 4.45 871765 5. 1883.º 2 .º 95. 1987. p.74 1580611 4.93 94.70 152 76.23 89.30 36 61.cont. Boletim da Direcção Geral de Agricultura. Quarto Anno.1865-1869: Ministério da Agricultura (1925) . N.19 1340028 5. B. 1884: Ministerio das Obras Publicas. a fraude nos valores declarados das exportações corticeiras deveria ser da ordem dos 60%.1919-1943: Barros Bernardo (1946. 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Total 16273022 17406024 22978676 31301251 34584736 37799046 46728058 87082374 96501608 102247232 110542771 128689062 143684923 148339923 176334948 Cortiça Não manufacturada Contos % 1730127 10.44 1631589 4.54 19 52.13 283 50.02 4.32 1419859 3. para os meses de Junho e Outubro de 1945 tal como constam do editorial escrito por Hernâni de Barros Bernardo para o Boletim da JNC.1881.72 93.78 29 58. virgem e refugo.90 2..de 1946 a 1985: Boletins da JNC e do IPF . 24).21 4765098 4766019 5089777 5553758 6146564 7212466 7759700 11751637 5.61 278 51.76 287 42.91 1. 492. 52). Contos % do total 16 61.79 Notas: .1945: valores calculados por nós com base nos dados sobre quantidades exportados obtidos no Boletim da JNC e da média simples dos preços médios de exportação por produtos.27 282 48.98 5.89 306 29.78 Américo M.74 2435905 5. referindo-se à primeira década do século XX.09 0.36 1.07 93. II. aglomerados para revestimento ou isolamento e obras não especificadas de cortiça natural ou aglomerada Fontes: . Ano VIII.1986.cortiça manufacturada: rolhas e discos de cortiça natural ou aglomerada.º 52: Valor das exportações de cortiça portuguesas por tipos de produtos de 1851 a 2000 .82 1. . 249) .54 24 61. 1885-1918: Ministério da Agricultura (1928c.63 1426020 8.cortiça não manufacturada: cortiça em prancha.80 88.08 29 53. 236). B.50 1.57 2548548 6. contos % do total 307 59. Setembro de 1946.24 93.02 5.23 6.74 1797183 5. .96 318 51.37 452 46.29 254 42. p.78 5.75 93. Estatísticas do Comércio Externo Quadro N.77 182 77.º 53: Exportações de cortiça para a Grã-Bretanha de 1865 a 1879 (contos de réis) Ano 1865 1866 1867 1868 1869 1870 1871 1872 1873 1874 Total 515 535 622 563 584 594 681 1011 964 1030 Cortiça em bruto G.1870-1880.02 41 63.99 88.94 91.37 0.66 Cortiça manufacturada contos 13656309 15108239 20318802 27929181 31124193 33618909 42872294 81120121 90942686 96040404 103988214 120612918 134520062 137762862 160100139 % 83.71 Total 26 39 36 50 54 59 65 54 198 234 Cortiça trabalhada G. Carvalho Mendes . Commercio e Industria.92 86. Segundo Araújo Correia (1937. N.00 25 46. p. Vol.1851-1861: Pereira (1983. S.87 90. granulados e quadros .47 4..cortiça semi-manufacturada: aparas. 1993-2000: INE.03 1879932 5.83 1574887 5.01 1319846 5.04 1197155 792903 1117051 1000799 1929580 1952395 2817361 4483172 1. 1882. Anos 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 160 Quadro N.15 94. p.54 Cortiça semimanufacturada contos % 886586 5.62 92. 05 41.11 39.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 161 1875 1876 1877 1878 1879 791 784 952 1081 1037 316 338 379 541 431 39.81 50.58 79.95 43.64 78.38 65.56 338 185 215 149 202 303 145 141 118 148 89.27 Fonte: In Pereira (1983) Américo M. S. Carvalho Mendes .19 73. 3 62.7 64.1 100.5 7.9 3.7 3.6 4.2 57.0 % 20.2 5.0 % 18.8 4. S. Unido União Europeia Austrália EUA Japão Total 1000 contos 17 696 5 932 17 276 4 264 3 191 56 428 3 787 11 768 3 016 87 082 1995 Países Alemanha Espanha França Itália R.º 55: Exportações portuguesas de cortiça por países no período 1993-2000 1993 Países Alemanha Espanha França Itália R.4 5.8 19.º 54: Importações de rolhas de cortiça pelo Brasil no período 1905-14 Anos 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 Portugal kg 1000 réis 305028 383435 212640 360996 213295 380653 207647 359753 199838 347792 210362 383442 214183 378794 193636 341989 190719 312258 103652 193080 Espanha kg 1000 réis 42532 73085 56157 105446 92025 210344 106174 241643 91849 207240 118896 244281 152411 339307 155524 453270 182527 523432 100036 300040 Total das importações kg 1000 réis 418929 662817 341846 684099 377790 824349 375127 810662 382470 787481 398858 850420 457926 992685 445987 1155063 478183 1316551 264917 770720 Fonte: Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria (1916) Quadro N.4 13.5 19.6 3.5 3.6 100.7 17.7 3.5 3.0 Américo M. Carvalho Mendes .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 162 Quadro N.0 5.0 20.5 100.8 4.7 14.3 6.8 7.9 61.8 2.1 3.1 100.7 5. Unido União Europeia Austrália EUA Japão Total 1000 contos 17 185 7 725 20 864 5 895 3 003 62 955 4 765 14 998 3 137 102 247 % 16.1 13.3 6.6 20.0 1994 1000 contos 17 447 6 246 18 120 5 442 3 106 59 442 4 878 12 993 3 394 95 576 1996 1000 contos 16 039 7 694 22 667 6 046 3 515 63 776 6 259 18 914 3 491 110 543 % 14.5 5. 8 9311 93.º 55: Exportações portuguesas de cortiça por países no período 1993-2000 -cont.8 4.4 1905/09 5592 25.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 163 Quadro N. Países Alemanha Espanha França Itália R.8 17.8 20.9 1900/04 6046 25. Unido União Europeia Austrália EUA Japão Total 1997 1000 contos 17 154 8 325 27 168 7 448 5 512 73 165 7 739 20 958 3 853 128 689 % 13.3 6.2 EUA 23 309 15.0 100.0 Fonte: INE.0 100.3 1885/89 3608 22. Estatísticas do Comércio Externo Países % 11.6 Total 148 340 100. no caso de Espanha se serve dos dados publicados por Zapata Blanco (1986) e Carreras (1989) Anos Portugal Américo M. Carvalho Mendes .0 1999 1000 % contos Alemanha 18 835 12.1 4376 94.7 6964 94.3 5.4 Austrália 10 723 7.8 100.4 5.4 União Europeia 83 701 56.1 10.0 20.1 2399 90.7 Espanha 13 846 9.3 56. p.3 França 31 585 21.8 1875/79 1476 19.7 1890/94 4723 24.7 3.0 16.6 6332 86.2 5.9 6.2 1993 89.1 57.1 55.8 1910/13 7773 22.3 3315 93.5 21.7 2191 93.º 56: Valor das exportações de cortiça de Portugal e Espanha de 1855/64 a 1910/13 Espanha % em % em contos Contos obra obra 1855/64 432 6.0 1998 1000 contos 20 662 11 499 29 347 8 119 4 452 82 169 8 271 25 532 4 041 143 685 2000 1000 contos 19 501 19 037 35 865 9 315 3 756 96 915 12 090 29 177 5 370 176 335 % 14.4 1880/84 2683 17.8 2.3 Itália 7 339 4.3 3.3 1895/99 6409 22. 101) que.9 16.1 5.5 1870/74 1144 11.9 R.5 3.6 Fonte: Lains (1995. Unido 3 543 2.3 2.0 6.1 1119 89.1 1865/69 617 6.7 1540 94.7 Japão 3 889 2.0 Quadro N.7 7032 94.4 8. S. . Silva Tavares Pedro Carbo Tomás Reynolds R. 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 N. S....ia Data da fundação 1844 1858 -1845 1876 -------1845 60 a 70 -----------60 a 70 1852 71 --23 --------94 Número de operários 1858 1881 17 41 -52 -25 -41 -25 --------------17 184 1890 -23 ---9 9 10 9 10 8 20 98 Fonte: Matos (1991. 1913 1914 .. 1890 . 206) Américo M.. 1999/2000 N. Carvalho Mendes ...º de trabalhadores 15390 15485 15705 16385 14637 15240 15628 15766 15989 15744 15482 15316 15543 14332 13553 11280 10544 17747 18903 16867 18400 16000 15000 Fontes: . 1935 .. 1881 . Pedro Matos A. 1917 . 1899 .. José Vinagre C.. Villardebó J. 1852 . INDÚSTRIAS DA CORTIÇA PORTUGUESAS Quadro N.º 58: Evolução do número de operários na indústria corticeira Anos 1845 ....1852: Lains (1995. 572)... 1930 .º 57: Fábricas e operários da cortiça existentes no distrito de Évora até 1890 Concelho Estremoz Estremoz Estremoz Évora Monte Évora Évora Évora Évora Évora Montemor Montemor Montemor TOTAL Proprietário Tomás Reynolds J.º de trabalhadores 22059 21351 21035 19369 18998 20908 17428 17408 20585 20513 19391 18171 17677 18397 17316 16923 17910 18832 19000 17037 16050 17657 17703 16749 15228 14879 Anos 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 .º de trabalhadores Mais de 70 164 1612 3616 5000 7120 7000 6078 8840 9571 16146 20116 21799 20374 18704 18967 18953 Anos 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 164 10. p. Abreu e Campos J.. 1996/97 . p. Quadro N.. José Fialho João Marques António Pais J..º 57 . Garrelon & C....1845: quadro n. 2000: APCOR & AIEC (2000. N. Boletim do Trabalho Industrial.º 231.1990-92: INE.. 63) .1881: Inquérito de 1852 . p.1988-89: INE. Estatísticas das Empresas . Estatística dos Estabelecimentos Industriais e Pessoal Empregado. Estes dados referem-se ao conjunto do pessoal assalariado. 1944. N.º 41.º 74. Carvalho Mendes . p. 1935.º de fabricas transformadoras Transformação por simples talha Granulação Aglomeraçã o Outras Total 24 27 26 29 32 27 48 56 48 52 54 58 61 64 58 59 56 61 60 70 79 120 115 116 115 136 119 135 138 143 149 Total 46 52 47 45 46 48 72 86 73 83 89 96 94 98 99 90 92 98 95 105 115 159 159 162 178 207 210 226 226 249 258 Américo M. 125) . 196) . 1953. p.º de operários segundo Fonseca (1996.º 116. Quadro N..Problemas estruturais da indústria rolheira. 13) . permanente e temporário. Boletim da Junta Nacional da Cortiça. Perfil Florestal Portugal 1991 .1996/97: AGRO.1993: cf. 1938: Do estado actual da indústria corticeira. 1958.1955-69: Sampaio (1977. . 10.º 59: Evolução do número de estabelecimentos existentes nas indústrias da cortiça por ramos de actividade Anos 1877 1878 1879 1880 1881 1882 1883 1884 1885 1886 1887 1888 1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 . Quadro N. Estatísticas Industriais . . N. Estatística Industrial de 1939 a 1952 e Anuário Estatístico. 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 N.1970-80: IPF (In Sampaio. N.1899: Fradesso da Silveira (In Barros Bernardo. 1914. Boletim do Trabalho Industrial. p. .1981-87: DGF. 2001). .1917: Direcção Geral do Trabalho.1999.1930: Direcção Geral da Indústria.1890: n. S.1940-1953: INE. 1946. p.º 150 . 67 e Campos Pereira (1915) .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 165 . p. Boletim da Junta Nacional da Cortiça. 1982.1913.GES (1997) .º de fábricas preparadora s 22 25 21 16 14 21 24 30 25 31 35 38 33 34 41 31 36 37 35 35 36 39 44 46 63 71 91 91 90 106 109 N. 1936 1937 1938 1939 1940 116 132 222 301 336 359 373 159 163 323 262 287 288 298 275 295 545 563 623 647 671 Américo M.. S.. Carvalho Mendes .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 166 1917 1918 . .... 1997 . Américo M.º 59: Evolução do número de estabelecimentos existentes nas indústrias da cortiça por ramos de actividade . 1993 ..cont.. 2000 N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 167 Quadro N. Anos ..º de fábricas preparadora s 273 272 272 264 286 276 274 286 282 277 275 269 269 271 270 267 269 269 268 261 254 233 169 112 112 88 109 93 103 98 98 88 95 93 113 95 99 85 80 80 50 N. 142 e Boletins da Junta Nacional da Cortiça). Carvalho Mendes . 1942 1943 . 1977... 139 e 147) b) 1949-68: n.. 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 .º de fabricas transformadoras Transformação por simples talha Granulação Aglomeraçã o Outras Total Total 470 568 536 496 536 603 638 712 671 698 736 743 729 756 745 704 700 705 714 664 615 564 428 367 339 354 360 353 420 463 486 447 419 8 11 10 9 10 9 11 10 3 9 8 10 9 9 8 11 14 9 6 7 9 10 11 10 10 8 11 9 5 8 9 10 12 13 12 11 11 12 14 12 12 13 13 12 13 13 20 16 14 18 17 17 18 23 22 23 23 26 27 23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 476 538 489 582 520 550 550 1020 (*) (*) (*) (*) 28 30 30 30 0 0 240 0 743 840 808 777 843 901 934 1020 973 997 1033 1029 1019 1047 1038 993 990 995 1006 959 894 817 618 505 478 471 502 478 554 595 619 567 545 569 651 584 681 633 660 900 1100 (*): incluídas nos aglomerados Fontes: a) 1877 a 1940. 1942 e 1943: Barros Bernardo (1946. S. p. pp.º total de estabelecimentos existentes (activos e inactivos) segundo a Junta Nacional da Cortiça (In Sampaio. . Indústria Portuguesa. indústria paralela". Unidade até 3 operários.º 60: Distribuição do n.º 61: Distribuição do número de estabelecimentos da indústria de preparação de cortiça em actividade segundo o n. n.º de trabalhadores Anos 1952 1960 1969 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1993 . Fevereiro de 1939. 145) . As 240 "outras empresas" são aquilo que a AGRO. Transformadora n. d. 60. Américo M. trabalha anualmente até 25 t de matéria prima.. d.1993: Associação dos Industriais e Exportadores de Cortiça do Norte.. 3.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 168 c) 1969-1987: n. p. e) 2000: APCOR & AIEC. Quadro N. 69: INE (In Sampaio. 7 5 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total 212 213 169 101 109 98 98 88 95 93 113 95 99 85 80 50 Fontes: . 1977. N.2000: APCOR & AIEC (2001).1952. Cork 2000.GES designa por "empresas não oficializadas. S. trabalho manual. 4. Carvalho Mendes . 2000 Até 20 trab.GES (1997). Novembro de 1939 (In Rosas. 227). p. 166 167 145 90 94 89 88 78 82 86 109 91 95 81 76 48 21-100 trab.º de estabelecimentos das indústrias da cortiça segundo o n. TOTAL 597 Legenda: 1. 219 Pequena 2 129 193 322 Média 3 23 28 51 Grande 4 1 4 5 TOTAL Preparadora n.1977 1987: Instituto dos Produtos Florestais. 2. Quadro N.º de estabelecimentos existentes e em actividade em 31/12 segundo o Instituto dos Produtos Florestais d) 1993: AIEC e) 1997: AGRO. Unidade entre 130 e 400 operários que labora entre 500 e 1500 t de matéria prima por ano. d. Fontes: Boletim da Junta Nacional da Cortiça. Unidade com mais de 400 operários que labora mais de 1500 t de matéria prima por ano. o patrão também é operário. Unidade até 130 operários que labora até 500 t de matéria prima por ano. . 1986. d.º 4. 39 41 22 11 15 9 10 10 13 7 4 4 4 4 4 2 >100 trab.º de trabalhadores em 1939 Caseira e intermitente 1 n. .09 2.º 63: Distribuição do número de estabelecimentos da indústria granuladora em actividade segundo o n.71 0.22 13. Estab.00 21 29 16 18 18 16 17 15 13 16 17 17 11 n.07 0..10 3.º 62: Distribuição do número de estabelecimentos da indústria de transformação de cortiça em actividade segundo o n.18 0.. 4 6 5 7 4 5 5 7 6 3 5 4 6 6 7 5 Total 7 9 8 9 7 10 9 11 9 5 8 9 11 10 11 9 Fontes: a) 1950.36 Total 400 468 425 356 439 463 486 447 419 444 505 456 550 520 550 1020 (*): estabelecimentos com mais de 100 trabalhadores Fontes: . 1960 . 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 .89 3. 1997. % 5 1.. 20* 4.73 3.04 80.29 3. 1969 .95 0.06 12. 11 101-400 trab.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 169 Quadro N. 1969: INE (In Sampaio.69 n.00 73. 1960.91 15.. % 20 5.03 76.1952. 3 3 3 2 3 5 4 4 3 2 3 5 5 4 4 4 21-100 trab. Estab.58 2. S.36 84.98 16.63 18. p.80 3.98 76.31 79..49 6.12 n.81 85.49 4.d.51 14.2000: APCOR & AIEC (2001). 157) b) 1977-87: Instituto de Produtos Florestais Américo M.47 21.67 0.09 87 21-100 trab. . Estab.17 3.00 63 70 77 83 74 78 68 55 60 71 59 68 66 n. d.d.º de trabalhadores Anos 1950 1955 1960 1965 1969 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 Até 20 trab.13 13. p.48 80. 1993 .1993: Associação dos Industriais e Exportadores de Cortiça do Norte. . Carvalho Mendes .98 82. Estab.05 15.83 4. d.46 16.66 81. 60. 69: INE (In Sampaio.36 12.68 84.94 12..31 82.25 5 3 3 3 3 3 3 4 4 4 3 1 2 2 1.84 0.79 0.75 379 323 260 335 368 389 359 345 367 414 377 464 441 468 888 80.65 0. 2* >400 trab.93 3. Quadro N. 151) . 2000 Até 20 trab. % 48 12.38 0.68 0.1977-87: Instituto dos Produtos Florestais. 55.90 0. 1977. 112 13.º de trabalhadores Anos 1952 . % 327 81.62 0..34 82. 65..66 0.. N.6 25. 60.1993: Associação dos Industriais e Exportadores de Cortiça do Norte.5 25.4 23.º 141 69 18 19 21 268 1991 % 52.6 4.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 170 Quadro N.2000: APCOR & AIEC (2001) Quadro N.7 18. 55.1980: N. . Setembro 1981.0 N.7 19. p.0 7. Junho 1983.6 6.1982: N.7 7.0 N.º 329 127 28 36 25 545 1982 % 60.0 N. 143 . 1943: Barros Bernardo (1946. p. 0 0 1 0 2 2 4 4 2 4 3 3 3 2 0 2 21-100 trab. 157) b) 1977-87: Instituto de Produtos Florestais Quadro N.0 N.5 4.. > 100 trab. N.º 66: Distribuição geográfica dos estabelecimentos das indústrias da cortiça Distritos Aveiro Setúbal Évora Faro Outros Total N. 155-157) .º 143 69 18 19 21 270 1990 % 53.º de fábricas em actividade segundo o Boletim do Instituto dos Produtos Florestais-Cortiça.º 24 111 79 138 80 432 1930 % 5.0 N.7 6.º 515. Américo M. 1977.7 100.9 5.8 100.1930. 69: INE (In Sampaio.9 22.7 36.8 100. 2000 6 14 10 30 Fontes: .3 5.º 377 139 25 43 35 619 1980 % 60. 203 .7 100. S.9 18.º 65: Distribuição do Número de Estabelecimentos da Indústria Granuladora e Aglomeradora em Actividade em 1993 segundo o N.º Total 1993 6 14 10 30 . 1 1 2 2 7 7 4 4 9 9 10 10 9 12 10 8 101-400 trab.7 7. pp.3 31.º 64: Distribuição do número de estabelecimentos da indústria aglomeradora em actividade segundo o n.0 6. 1991: INE. 3 1 2 1 0 3 3 3 2 0 0 0 0 1 0 0 Total 8 10 12 12 18 23 23 23 26 27 23 23 22 23 21 19 Fontes: a) 1950.0 Fontes: .1 6.0 25. 21-100 trab.º 216 302 65 167 90 840 1943 % 25. N. 4 8 7 9 9 11 12 12 13 14 10 10 10 8 11 9 >400 trab.1990.1 7.6 100.9 10. Estatísticas da Produção Industrial 1990/1991.º de trabalhadores Anos 1950 1955 1960 1965 1969 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 Até 20 trab. p. Carvalho Mendes .º de fábricas em actividade segundo o Boletim do Instituto dos Produtos Florestais-Cortiça.5 100.º 536. 65..0 7.º de Trabalhadores Anos Até 20 trab. .5 5.5 8. 1939 1940 1941 1942 1943 .2 8.0 75. S.2 7.4 13.0 31.3 5. 1999/ 2000 Aveiro N.1980 (%) Distritos Aveiro Setúbal Évora Preparação 0.8 52.6 47.4 48..1943: número de trabalhadores em 31/12/43 segundo Barros Bernardo (1946.0 16.6 11.3 2677 3061 2709 2647 3105 3594 5805 6133 6506 6848 7319 7756 7704 8102 8515 8017 11000 11000 15.5 50.8 53.6 6.5 Transformação 75.0 Total 2539 17422 18644 20767 20397 18704 18681 19000 16977 15255 15485 15705 16385 14637 15240 15628 15193 16000 15000 Fontes: .8 Faro N.3 48.8 8.0 15.0 8.3 52.1973-80: Instituto dos Produtos Florestais .6 44.1890: Barros Bernardo (1942...GES (1997) .2 1.8 13.º % 137 5. p.1939-42: média simples dos números máximo e mínimo de trabalhadores em cada ano publicados por Barros Bernardo (1946.0 0.0 15.4 3.4 13.4 790 848 1073 1066 1330 790 506 477 368 375 358 366 223 253 224 220 275 275 4.º 68: Distribuição geográfica dos estabelecimentos dos vários ramos das indústrias da cortiça em actividade em 31. 11) .2 31.8 53.º % 525 20. p.2 14.0 Aglomerado negro 12.4 16.0 9.9 36..1 4.0 13.5 4.8 2..12. 1996 .1 13..1999/2000: APCOR & AIEC (2000. 2001) Quadro N.6 19.3 Setúbal N. pp.0 21.9 12. 135) ..6 6.7 14. 135) .3 54. 1955 .0 Américo M. .4 12.0 0.9 10.5 39.3 35.3 5.3 19.4 1..2 46.2 30.2 5.7 31.. p.5 1..0 Aglomerados compostos 5.4 8.8 9.6 4.2 41.6 13. 1977.º 67: Distribuição geográfica do número de operários das indústrias da cortiça Ano 1890 .3 2.0 Granulados 33.7 3.9 5..1996: AGRO.7 1. p.0 0.5 18.8 68.2 2. 203-204) .6 Outros N.º % 7 0..7 2.7 1.6 53.1955: INE (In Sampaio.0 11. 203).1969: Junta Nacional da Cortiça (In Sampaio.0 51.6 0.4 2.6 6.8 73.6 36..2 7.º 1128 2111 2427 3107 3143 2593 2271 1667 1531 1371 1368 1324 1391 1299 1254 1215 1305 746 546 % 44. 1969 .4 6.4 52.4 2.º % 742 29.8 8.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 171 Quadro N.9 8.1 Évora N. 1965 . Carvalho Mendes .2 2375 2456 2904 2398 2551 2047 1872 1794 1005 1025 1001 1018 773 870 823 889 857 457 13. 1977.3 66. 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 .4 1.5 52.7 5.7 9469 9852 10974 10873 9125 9979 9150 7042 6005 5869 5703 5854 4638 4761 4851 4762 3122 2722 54.0 9.1 42.7 31.2 5.4 37. Américo M.0 15.0 5. S.7 100.0 5.0 0.0 100.2 16.6 4.0 0.0 12.3 100.0 172 Fonte: estimativa de Schmidt (1983. p.0 100.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL Faro Outros Total 11.0 100. Carvalho Mendes . 54) feita com base em dados do IPF.5 25. 7 22.6 20.0 Fonte: IPF. N.2 17. p.5 2.0 11. Carvalho Mendes .6 0 6.º 70: Distribuição percentual dos estabelecimentos das indústrias da cortiça dos vários distritos por classes de volume de emprego em 1987 Distritos Aveiro Lisboa Setúbal Portalegre Évora Beja Faro País Menos de 5 operários 60.1938-55: Problemas estruturais da indústria das rolhas de cortiça natural.4 De 20 a 49 operários 9.3 16.º de brocas 822 1091 1401 1277 1429 1463 1243 1440 1462 1650 1849 2440 N. .º 71: Evolução do equipamento da indústria rolheira no período de 1938 a 1981 Anos 1938 1943 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1969 1975 1981 N.7 28.2 33.2 10. negro 16.0 0.1 100.1955.2 0. S.8 0.0 1. 169 184 228 208 205 225 261 308 337 236 Fontes: .8 0.0 33.2 0 4.12.7 0.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 173 Quadro N.7 50.7 0 0 0 4.0 Aglomerado.º 69: Distribuição geográfica dos estabelecimentos dos vários ramos das indústrias da cortiça em actividade em 31. 1969.5 2.8 8. Boletim da Junta Nacional da Cortiça.º 231.3 71.0 25. d.0 Aglomerados compostos 15.0 27.3 0 6.9 14.6 51.3 3. 1958. 1975 e 1981: Instituto dos Produtos Florestais .4 32.3 100.0 0 61.6 100 operários ou mais 2.º de máquinas de fabricar rolhas esmeriladas 32 n. 37) Américo M.Divisão de Estudos Económicos (1983.1 0 2.0 47.3 39.5 0 4.0 100. Quadro N. 72.0 Granulados 66.3 100.3 100.7 33.0 50.3 100.4 58. p.7 3.7 0 7.4 De 50 a 99 operários 3. Quadro N.7 16.0 Transformação 85.0 De 5 a 19 operários 24.0 1.0 30.º de garlopas 3064 3952 3026 2965 3265 3229 2863 3142 2603 882 320 178 N.6 Fonte: IPF.1987 (%) Distritos Aveiro Setúbal Évora Faro Outros Total Preparação 0.4 53. 0 7 742. 87 859 107 887 75 037 78 819 71 613 117 625 73 541 81 912 67 926 84 691 Anos 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Média 1988/96 1997 ton.5 29.8 266.3 10. Milhões de pesetas 67 422. Carvalho Mendes .0 Américo M. 71 035 88 795 73 802 72 146 72 090 89 938 62 797 57 509 90 025 73 514 71 930 Fontes: a) 1961-84: In Montero et al. (1994). 109 512 105 909 104 827 114 702 116 022 82 497 88 965 87 537 81 118 99 010 Anos 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 Média 79/87 ton.4 41 593. b)1985-97: MAPA (2000) Quadro N.5 0.2 4.9 142 033.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 174 11.º 72: Produção total de cortiça em Espanha Anos 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 Média 61/69 ton. S. 90 459 111 590 97 646 110 628 126 192 121 662 109 494 121 015 120 415 112 122 Anos 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 Média 70/78 ton.2 3. SECTOR DA CORTIÇA EM ESPANHA Quadro N.º 73: Conta de produção da silvicultura em Espanha em 1997 Produtos Madeira de resinosas Madeira de folhosas Lenha Resina Cortiça "Semillas" Repovoamento florestal (trabalhos sob contrato) PRODUÇÃO FINAL TOTAL Fonte: Anuario de Estadística Agraria 1999.8 4 726.4 % 47.1 5 913.3 5.1 100.4 14 368. Vieira (1988) e Santos (1997a. Carvalho Mendes . 1997b). Velez & Martins (1986).ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 175 CRÓNICA SUBERÍCOLA 16 Na elaboração desta crónica os trabalhos mais utilizados foram os de Lleonart & Clopés (1995). S. 16 Américo M. Sancho I. em Itália. na sua História Natural.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 176 Séc. Século II O médico grego Dioscorides menciona algumas aplicações medicinais da cortiça. batoques de cortiça eram utilizados na vedação de ânforas de vinho. redes de pesca. 1267 Carta de 6 de Março D. S. 1282 Segundo Baeta Neves (1980) é desta data o primeiro documento que em Portugal faz referência ao ofício de Monteiro dedicado à defesa da caça grossa. Neste código estão incluídas medidas de protecção dos sobreiros e dos pinheiros. nesta data. cabos das âncoras. sem pagarem montado. confirmada mais tarde por D. Dinis “Prohibindo o corte de Sovereiros no Reguengo de Alcaçovas”. o Velho. calçado de Inverno para senhoras. 23-79 Gaio Plínio. IV-III AC Na sua História Natural das Plantas o filósofo grego Teofrasto refere que depois da extracção da cortiça esta volta a desenvolver-se mais rapidamente e com melhor qualidade e menciona a utilização deste material no fabrico de rolhas. nem outro foro. vedantes de vasilhas. determinavam multas a quem danificasse sobreiros prejudicando a produção de lande utilizada na alimentação dos animais: “Todo ome que sacudir arcina ou alcornoque con vara peyte I morabitino”. 1209 Os Costumes e Foros de Castelo Rodrigo e Castelo Melhor. 1292 Carta de 11 de Janeiro do rei D. Manuel (em 1496) 1307 Américo M. Afonso III sobre uma doação feita ao Rei pela Cidade de Évora do montado que possuía pela sua carta de foro. contanto que os vizinhos do Castelo de Portel e termo trabalhassem madeira e apascentassem seu gado no termo da dita cidade e os desta no termo da dita Vila. em 1209. promulgados pelo rei D. Do conteúdo desse documento pode deduzir-se que ele já existia há muitos anos. 116-127 AC O erudito romano Marco Terêncio Varrão recomenda o uso do cortiço para os enxames de abelhas por ser um material mau condutor do calor. faz referência às seguintes aplicações da cortiça: cobertura de habitações. 79 As escavações em Pompeia revelam que. João II e por D. 506 O rei visigodo Alarico II (485-507) promulga uma compilação das leis romanas em vigor para governo dos vencidos na Península Ibérica chamada Lex Romana Wisigothorum ou Breviarum Alarci. Carvalho Mendes . que. autorizando a extracção de madeira e de cortiça nas charnecas aos moradores de Santa Maria da Glória (Salvaterra de Magos): “. Pedro I estabelecendo uma coutada de soveral em Vale de Grou. Pedro I proibindo tirar cortiça e colher lande sob certas penas no Alvito. S. a Vasco Martins. Fernando coutando as quintas de Sacarobotão e Pedra Alçada a Alvaro Vasques de Pedra Alçada pela qual é proibido colher lande.. Pedro I... Por esta altura a cortiça também se contava entre as exportações portuguesas para Bruges. Fernando) Carta de coutada de herdades no Azinhal.que sse nom faça dano nos soveraes nem nas outras arvores. Face a estes protestos. determinando que homens jurados passassem a guardar essas terras para que “.. que nos termos das ditas Villas e de cada huma d’ellas possam talhar sem cooyma nenhuma e levar pera esse logo da glória toda madeira que lhes comprir de sovereyros e de carvalho pera suas casas e pera saa lavoira e apeiro della. . 1361 . 1310 Carta de 13 de Julho.” e elevando de 500 soldos para 9 libras a multa a aplicar por cada sobreiro ou outra árvore que fosse cortada ilegalmente. por andarem a ser estragados "maliciosamente". do rei D. decreta medidas severas contra quem estragasse os sobreirais reais que. 1364 Carta de 17 de Fevereiro. Dinis. do rei D. o rei revogou a lei. .. do rei D. sob certas penas. outrossy mando que elles possam colher cortiça nas charnecas e matas dos ditos concelhos cada que lhes comprir pera cobrir suas casas e pucilgões e pera suas colmeas e cubertura dellas sem embargo nenhumm. Américo M.Carta de 11 de Abril (D. sob certas penas.. 1320 Carta de 3 de Setembro. respondendo a reclamações do Mestre da Ordem de Santiago e dos concelhos de Campo de Ourique e Santiago do Cacém.e outrossy mando. Carvalho Mendes . para por cobro à destruição das matas de Campo de Ourique. estavam "cernados e escacados".. termo de Elvas e no termo de Arronches a Pedro Anes Sotil pela qual é proibido pastar.Nas Cortes de Elvas os representantes dos concelhos queixam-se da lei de D.. fazer montado e meter gado.Carta de 3 de Dezembro do rei D.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 177 A cortiça figura entre as exportações de produtos portugueses para Inglaterra.Carta de 20 de Outubro do rei D. Esta carta é um dos documentos portugueses mais antigos que faz referência explícita à actividade de extracção de cortiça.. termo de Borba.. 1371 .” 1367 Carta de 29 de Março do rei D. Pedro I que proibia a captura dos animais de caça fugidos das coutadas reais pelos proprietários dos terrenos onde eles se encontrassem. tirar casca. sob certas penas. fazer montado e cortar. Dinis. pela qual é proibido cortar madeira e colher lande. João I) “permitindo aos moradores da Villa de Óbidos. João I confirmando o privilégio dos moradores de Santiago de Cacém. Fernando) Carta de coutada das herdades de Aldeia do Bispo e Pego do Lobo.. contando que os não metam naquellas mattas” 1392 Posturas Antigas da Câmara de Évora (D. Martinho. que nom talhem sovereiro grande nem azinheira per pee nem o escasquem de todo.... pela qual é probido pastar. colher ervas e fazer montado. pelo qual são isentos de pagar montado do seu gado. Fernando) Proibindo tirar cortiça e colher lande. Bispo de Évora. o acesso gratuito às matas reais para abate de árvores a todos os construtores navais que se dispusessem a produzir navios com mais de 100 toneis.. sob certas penas (Montemor-o-Novo). 1401 Carta de 1 de Setembro (D.Carta de 28 de Março do rei D.Carta de 15 de Abril (D. S.que nom talhem sovereira nem azinho nem carvalho nos matos de Engerenal e da Cegonha. a D. Carvalho Mendes ..” 1397 Carta de 22 de Janeiro (D. 1375 .Nas Posturas Antigas da Câmara de Évora faz-se referência à utilização do entecasco do sobreiro na curtimenta de peles. colher lande e bolota nas mattas daquele termo...Lei das Sesmarias aprovada nas Cortes de Santarém.Nomeação do primeiro Monteiro-Mor do Reino cuja missão principal era a defesa da caça grossa e de altanaria.. 1381 Carta de 14 de Março (D. sob certas penas. 1389 Carta de 1 de Abril (D. sem mandado. . entre outras coisas. João I) idem (fronteira) Américo M. João I) “. e se a algum derem casca pera cortir alguns coiros que escasque a sovereira fora dos lavradis e escasque ataa o terço e mais nom. Fernando...ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 178 . durante o reinado de D. 1385 . 1380 Por esta altura já estava criada e regulamentada a Companhia das Naus cujo objectivo era segurar os navios que faziam comércio de grande envergadura. termo de Évora. para seu mantimento e de seus porcos.. João I) Proibindo cortar cortiça e colher lande sob certas penas (Crato). determinando. que nom talhem pera queimar e fazer cinza. .que nom escasquem sovereiro verde. João I em 18/3/1422. a Fernão Vasques de Sequeira. 1416 . 1438 Uma carta de privilégios do Duque de Borgonha datada de 2 de Novembro confirma o costume "imemorial" dos negociantes portugueses residentes no porto de L'Écluse (Flandres) venderem a cortiça nos seus navios. 1439 . tirar cortiça de sobreiros. S. João I) idem (Évora) 1414 Criação do ofício de monteiro-mor do Reino por D.Carta de 30 de Maio (D. O cargo de Monteiro-mor criado por este regimento seria extinto por D. por D. João I) Proibindo cortar cortiça e colher lande sob certas penas (Campo de Ourique) . andar à caça e ao monte e pescar nos rios. João I. João I) Carta de Coutada da Quinta da Palma. e em 1560 por Filipe II de Espanha. Este privilégio foi reconfirmado mais tarde em 1469.Carta de 20 de Setembro (D. entre Monforte e Cabeça de Vide. pastar. 1435 O rei D.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 179 1405 Carta de 12 de Dezembro (D. Duarte promulga o Regimento do Monteiro-mor que estabelece um serviço de polícia das matas. por Carlos. Carvalho Mendes . João II em 30/1/1482 e 25/9/1483 e por D. tirar palha. João I) idem (Terena) 1431 Carta de 25 de Abril (D. meter gado e bestas. pela qual é proibido cortar lenha de carvalho e azinheira e outra lenha verde ou seca. sob certas penas. João I) idem (Monforte) 1410 Carta de 14 de Outubro (D. o Temerário. Manuel I. Nessa carta menciona-se a exportação corticeira como antiga e importante. sem necessitarem de a desembarcar. Américo M.Carta de 14 de Setembro (D. colher lande e erva. Afonso V) Sobre o descasque de sobreiros em Aljustrel * confirmado por D. Manuel em 16/4/1497. Afonso V. em condições muito vantajosas para este. pela qual é proibido tirar cortiça. Este contrato tem exactamente as mesmas cláusulas que o que tinha sido celebrado catorze dias antes com Martim Leme o que. Afonso V. 1459 . Afonso V) Carta de privilégio a Pedro Carreiro pela qual lhe é dada licença para se servir da madeira. Esta carat seria depois confirmada em 13/10/1493 e 15/5/1499. segundo Sousa Viterbo (1904). reconfirma. Afonso V. 1456 . o Temerário. colher bolota e lande e pastar gado e porcos. de nome Marco Lomelim que o conservou até ao fim. lenha e pastos do seu paul e terras das Beçoucas (Montargil e Ponte de Soure). de nome Martim Leme. 1469 Carlos. concedendo o monopólio da exportação da cortiça por dez anos a um mercador português estabelecido em Bruges. S. do Vimeiro e de Couteiro-mor da dita coutada a João de Oliveira. o privilégio dos negociantes portugueses residentes no porto de L'Écluse venderem a cortiça nos seus navios.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 180 . Afonso V) . pela qual é proibido caçar. Afonso V) Carta de coutada de herdade e soveral na ribeira da Murteira. em 8 de Abril deste ano. concedendo o monopólio da exportação da cortiça por dez anos a um mercador genovês. sob certas penas (Arraiolos). a Gonçalo Gonçalves. 1466 Na carta de quitação passada pelo rei a Marcos Lomelino em 1466 renovando-lhe a concessão do monopólio da exportação de cortiça especifica-se o volume de produção autorizado para exportação que era de 28378 dúzias de bóias de cortiça por dez anos. 1470 Carta de 24 de Novembro (D. cortiça. Carvalho Mendes . sem necessitarem de a desembarcar.Carta de 27 de Agosto (D. cortar lenha e madeira e tirar casca e cortiça etc.Carta de 20 de Janeiro (D. permitindo o corte de sobreiros e azinheiras no termo da Vila de Almodovar. Afonso V) Carta de confirmação de Coutada de Almafade. 1480 Américo M. se pode ter ficado a dever a uma desistência deste último em favor do genovês. termo de Évora.Protestos dos mercadores portugueses nas Cortes de Lisboa contra o monopólio da exportação de cortiça que o rei não atendeu renovando-o sucessivas vezes até 1481. 1450 Carta de 16 de Fevereiro. .Carta de privilégio confirmada em 21 de Junho pelo rei D.Carta de privilégio confirmada em 7 de Junho pelo rei D. . sob certas penas.Carta de 21 de Junho (D. de D. ” . termo da Marvão ao concelho de Castelo de Vide.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 181 Carta de 16 de Novembro (D. pela qual é proibido cortar soveral e lande. 1481-82 . Esses protestos não são atendidos.Nas mesmas cortes D. sob certas penas. Manuel I confirma e alarga a medida que tinha sido tomada por D.Nas Cortes de Évora os representantes dos mercadores portugueses protestam contra o regime de monopólio na exportação de cortiça atribuído por concessão régia a um mercador estrangeiro. Resposta – Responde el Rey que manda que huse cada huum della seguundo per direito pode e deve sallvo naquelles lugares que sam coutados e defesos em que per direito a nom poderem tirar nem cortar. Carvalho Mendes . S. Afonso V) Carta de privilégio a João Rodrigues pela qual lhe é dada licença para tirar cortiça na mata do Botão para cobrir as suas colmeias. . mas só temporariamente.Nas Cortes de Évora D. João II) Carta de confirmação de coutada de herdade e Quinta do Azinhal. João II autoriza liberaliza a extracção de cortiça fora dos coutos. os mercadores portugueses protestam contra o regime de monopólio na exportação de cortiça atribuído por concessão régia a um mercador privado.Cortes de Évora – Capitollo acerca da Cortiça “Senhor muitos annos que vossos povoos gemem de verem nascer a cortiça nos montes maninhos e desertos e a gram nos matos e nom ousam colhella nem se aproveitar della por casso dos tratos e graves penas que por ello sam postas e bem asi recebem vosos povos opresom pela seda que criam e lha tomam os fidalgos pera a resgatarem sem lha deiixarem vemder e aver proveito do que criam para seu proveito e outros a fazem criar per força contra vontade dos sobreditos e naturaes vosos pera a resgatarem e darem a rendeiros a que teem povoos de taees opresoes e miserias e mamdaree que livremente se possam lograr das sobreditas cousas sem pena alguma e façam da cortiça e graam que colherem seda que criarem seu proveito aa sua vontade para seu suportamento e farees muita merçee a vossos povos. vigorando a liberdade de comércio em 1483 e 1484.Carta de 9 de Fevereiro (D. João II restaura o regime de monopólio da exportação de cortiça em troca de cobre para munições e artilharia. João II) Sobre o direito dos agricultores e mercadores comercializarem livremente a cortiça. 1483 Durante este ano e o seguinte houve liberdade de comércio na exportação de cortiça. Esses protestos são atendidos. 1491 Carta de 18 de Novembro (D. João II no sentido de tornar livre a extracção da cortiça fora dos coutos. . 1485 D. Américo M. Nestas mesmas cortes. 1490 . pastar e caçar. excepto em algumas que menciona. tendo rei D. Manuel I determinado que os contratos de monopólio relativos à exportação de cortiça não seriam renovados uma vez chegados ao seu termo. carrasqueiras e colmeias.Regimento de 6 de Agosto. os soverais e os matos das terras que foram lavradas e aproveitadas antes da guerra com Castela. 1498 .Carta de 3 de Fevereiro (D.Carta de 4 de Setembro (D. do Rei D. . castanheiros e sobreiros. Manuel I) Carta de confirmação de privilégio a Sintra pela qual lhe é dada licença a seus moradores para tirarem lenha nas matas coutadas do termo. cortiça de que precisarem no termo do Alandroal.Carta de 15 de Março (D. . Manuel I) Carta de confirmação de privilégio ao concelho de Almodovar. 1499 .Carta de 25 de Abril (D.Carta de 2 de Agosto (D. Manuel I) Carta de privilégio a Arronches pela qual é proibido aos sesmeiros darem sesmarias de soverais e azinhais na dita vila e termo. Carvalho Mendes . Manuel I. casca. S. 1496 . . pela qual é dada licença aos seus moradores para cortarem a madeira que lhes fôr necessária.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 182 1492 Novos protestos nas Cortes contra o regime de monopólio na exportação de cortiça. madeira. Estes protestos são finalmente atendidos. sob certas penas. .Carta de 21 de Fevereiro (D. 1502 . Manuel I) permitindo cortar mato nos pinhais do Ribatejo. sobro. sob certas penas. abrindo ao povo as coutadas reais e particulares e liberalizando a extracção de cortiça e o corte de lenha nos maninhos e charnecas e abolindo o monopólio de exportação da cortiça. pela qual é dada licença aos seus moradores para cortarem os azinhais. mas proibindo tirar pinho. 1497 . Américo M. Manuel I) Carta de confirmação de privilégio ao concelho de Alcaçovas pela qual é proibido danificar o soveral de Reguengo. mas proibe cortar árvores de fruto. mas sem danificarem o soveral e o azinhal. Manuel I) Carta de confirmação de privilégio ao concelho de Mértola. Manuel I) Carta de confirmação de privilégio a Olivença pela qual os seus moradores são vizinhos dos de Juromenha no que se refere a pastagens e corte de madeiras e lhes é dada licença para tirarem lenha.Carta de 14 de Novembro (D.Nas Cortes de Lisboa os representantes do povo protestam contra o regime de monopólio na exportação de cortiça atribuído por concessão régia a um mercador privado. Publicação do "Livro da Fábrica das Naus" do Padre Fernando de Oliveira que recomenda a madeira de sobro e de azinho como as melhores para a construção da estrutura das naus. . faz referência a este monopólio que ainda existia nesta data. 1560 Filipe II de Espanha reconfirma. Esta medida suscitou protestos dos mareantes de Portimão pelo "trabalho" acrescido que passavam a ter com as diligências legais necessárias à construção e reparação das embarcações com que trabalhavam. sem necessitarem de a desembarcar. 1945). Américo M. o corte de sobreiros. 1565 . grandeza e abastança da cidade de Lisboa. O rei responde a estes protestos delegando o seu poder neste domínio no corregedor da comarca de Tavira. João III proíbe o corte de sobreiros e a sua utilização para o fabrico de carvão desde a vila de Abrantes até à foz do Tejo e numa área até 10 léguas do mesmo rio. Início do século XVII Segundo Rebelo da Silva (1868).Alvará régio de 3 de Outubro de 1546 mandando plantar árvores pelas margens dos rios e ribeiras não só para a produção de madeira para a construção naval. . na 2. Duarte Brandão. mas também para a protecção dos terrenos. Assim. filho do monopolista da cortiça. 1552 No "Tratado da magestade.ª metade do século XVI (Estatística de Lisboa de 1552)" o autor. a partir desse ano. João Brandão.Os mareantes de Lagos escrevem ao Rei a pedir que fosse proibida a exploração do entrecasco dos sobreiros na serra de Monchique que estava a causar destruições nesta espécie atentatórias das disponibilidades de madeira de sobro que julgavam serem precisas para satisfazer as necessidades da sua construção e reparação naval. 201) documentam um interesse pela cortiça na zona da Beira Baixa como material para a cobertura de habitações e outros edifícios.Carta régia de 7 de Agosto de 1546 através da qual D. azinheiras e carvalhos passou a depender de uma licença régia. p. 1546 . a superfície florestal em Portugal Continental nesta altura era cerca do dobro da extensão que tinha em meados do século XIX.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 183 1505 Testemunhos desta data e doutras ao longo do século XVI recolhidos por Silbert (1978.Lei das Árvores mandando plantar árvores em todos os locais adequados. S. Carvalho Mendes . . contadas da borda do rio para dentro. 1561 O corregedor de Tavira pede ao rei a proibição dos cortes de sobreiros. azinheiras e carvalhos para proteger a utilização da madeira destas espécies para a construção naval o que foi autorizado em 1562. em 14 de Setembro deste ano o privilégio dos negociantes portugueses residentes no porto de L'Écluse venderem a cortiça nos seus navios. mas não especifica a identidade do monopolista (Martins. pagara a estimação della a seu dono em tres dobro. os poderão cortar. sendo pião. e sendo escudeiro. pp. e dahi até à Foz do Rio de Lisboa.” Segundo Silbert (1978. mas noutro título “Aquele porem que puzer fogo a arvores de fruto. 202). não sendo para carvão ou cinza.” “O que cortar arvore de fructo em qualquer parte que estever. e paga o damno a seu dono. p. este e outros testemunhos da época permitem pensar ter existido ao longo do século XVII uma actividade significativa de extracção e de expedição de casca de sobreiro a partir da zona da Beira Baixa. S. 1944) e Silbert (1978. houve. como no passado. E se for valia de trinta cruzados e. soveraes. João IV. mas sobretudo defender a capacidade de produção de material lenhoso das matas reais contra os cortes. prejudicando assim a função das árvores como fornecedoras de agrigo para os animais da população da terra. Este regimento foi mantido por D. nem mande cortar sovereiro. E se o danno que assi fizer nas arvores. nem cernar algua das ditas arvores. dahi para cima. olivaes. Carvalho Mendes . a metade que o accusar e a outra para os captivos. estas disposições das Ordenações Filipinas devem ter tido por objectivo contribuir para a regularização do rio Tejo numa época onde a exploração dos sobreiros para a extracção de casca tanante era activa na zona da Beira Baixa. Porém. a caça e o pastoreio abusivo. serâ açoutado e degradado quatro annos para Africa. E se for pião seja além disso açoutado. 201-202). nem cinza. 1641 Os deputados de Penamacor às Cortes acusam duas pessoas a quem a vila tinha alugado uma "malhada" com 5000 sobreiros de terem procedido ao seu dexcortiçamento. 1624 Severim Faria deplora o despovoamento do Alentejo e refere-se à grande extensão de ermos e charnecas nessa região. pães. 1605 O Regimento do Monteiro-Mor promulgado por Filipe II em 20 de Março cujo objectivo já não era tanto defender a caça grossa. será degradado para sempre para o Brasil. colmêas coutadas de matos. um acontonamento daquela actividade a partir de Penamacor e mais para norte. Com estas medidas que nem sempre foram cumpridas. os que teverem sovereiros proprios. novidades. paga pelos seus bens o damno e he degradado dois annos para Africa. e cortandoos para isso. desde onde entra o Rio Elga no termo da Villa do Rosmaninhal até à Villa de Abrantes. alvoredos e pascigos.” Ainda nas Ordenações Filipinas. vá degradado quatro annos para Africa e pague cem cruzados. E mandamos.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 184 1603 Ordenações Filipinas (Filipe I): Título LXXV – “dos que cortão arvores de fructo ou sovereiros ao longo do Tejo. encorrerão nas ditas penas. nem mande escascar. he degradado por dois annos para Africa com pregão na audiência. E fazendo o contrário. nem mande fazer delle carvão. Nem escasque. for valia de quatro mil reis.. machieiro per o pé. com baraço e pregão pela Villa. e perca o carvão e a cinza. no entanto.. ensinho. Silbert não encontrou documentos que indiquem a sorte dessa actividade no Américo M. Segundo Dias (1943. carvalho. vinhas. que pessoa algua não corte. nem até dez lagoas do tejo contadas delle para ambas as bãdas do sertão. e adjudicão-se a uma só pessoa. Pedro II) Penas para os que cortam árvores e descascam sobreiros nos montados de Campo de Ourique. começam a exportar rolhas para a região do Champagne. D. 1729 A empresa Ruinart de Reims. de que as cavilhas de madeira e cânhamo embebido em azeite que eram usadas até então para tapar as garrafas de Champanhe saltavam com frequência o que não acontecia com as rolhas de cortiça natural. Portugal esteve envolvido nesta guerra até 1713. Carvalho Mendes . 1733 D. na Catalunha. não se podem dividir. 1713 Tratado de Utreque pondo fim à participação portuguesa na Guerra da Sucessão de Espanha. 1680 Descoberta. 1734 Portugal volta a estar em guerra com Espanha. 1703 Tratado de Methuen.As empresas corticeiras da zona de Sant Feliu.” * Suspensa pelo Decreto de 17 de Julho de 1778. 1702 Início da Guerra da Sucessão de Espanha onde Portugal se alia à Inglaterra e à Holanda contra a França e a Espanha. 1737 Américo M. 1733 Carta de 9 de Julho (D. 1730 . Documentos coligidos por Silbert para o início do século XIX indiciam que essa actividade tenha praticamente desaparecido dessa zona nessa época. João V) “Mattas de montados e madeiras no Além-Tejo pertencentes a uma só pessoa. produtora de champagne. perto de Epernay (Champagne).ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 185 século XVIII. 1699 Regimento de 19 de Janeiro (D. procurador da abadia de Hautvillers. adopta as rolhas de cortiça. quando são comuns.Reatamento das relações diplomáticas entre Portugal e França. . nem ainda por execuções. Pierre Perignon (1638-1715). ou contratos. João V decide a aplicação da pena de morte a quem fosse apanha a caçar sem autorização nas coutadas reais. pelo monge beneditino de Reims. S. . S. 1743 A empresa Moët et Chandon. 1770 Américo M. nomeadamente os sobreiros.Começo da guerra entre a Grã-Bretanha e a Espanha beneficiando com isso as exportações vinícolas portuguesas. Foi a chamada "Guerra Fantástica".para agricultar as charnecas as populações tinham por hábito fazer queimadas de 4 em 4 anos.Instalação de primeira fábrica de rolhas de cortiça na Catalunha. adopta as rolhas de cortiça. .A empresa Henry Bucknall & Sons Limited instala-se em Portugal onde se dedica à exportação da cortiça em prancha para o Reino Unido. distintos do montado "extensivo" que era a charneca: . Carvalho Mendes . voltaram a crescer nos terrenos clareados pelas queimadas. 1756 Início da Guerra dos 7 anos entre a Inglaterra e a França que durará até 1762. . 1750 . produtora de champagne. em França.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 186 Restabelecimento da paz entre Portugal e Espanha. . 1750-60 Na sua memoria de 1790. Neste guerra Portugal procurou-se manter neutral.com o abandono da actividade agrícola as árvores. perto da fronteira com a França. 1752 Fabricantes de rolhas da Catalunha participam na feira de Bellcaire. nas melhores terras e de 7 em 7 nas piores. 1739 .com as Guerras da Restauração a actividade agrícola foi seriamente afectada no Alentejo. . Fragoso de Sequeira explica como é que nesta época se estabeleceram a maior parte dos grandes montados "intensivos" alentejanos. na localidade de Angullane.por volta destes anos de 1750-60 os proprietários começaram a proteger os melhores sobreiros e a limpar a restante vegetação arbustiva. na província de Girona. mas mesmo assim as tropas francesas e espanholas invadiram regiões fronteiriças portuguesas em 1762. tendo o negócio atingido um desenvolvimento tal que justificou a aquisição pela empresa de navios próprios para o transporte deste material. 1763 Tratado de paz luso-espanhol.Um regulamento de Ourique autoriza o povo pobre a extrair cortiça dos sobreiros dos montados e dos matos baldios para fazer colmeias. 1755 Terramoto de Lisboa. 1805 Uma inglesa. a patente para a construção de uma máquina de fabricar rolhas. em Inglaterra. 1819 Portaria de 13 de Outubro (D. Cassà de la Selva e Nord del Maresme. com os vinhos portugueses a substituírem os espanhóis no mercado inglês. Foi com esta invenção que se começou a desenvolver uma procura significativa de rolhas de cortiça por parte dsta indústria vinícola. o que veio a favorecer o vinho do Porto. responsáveis pela quebra do surto industrial corticeiro que se tinha gerado desde 1790. o que favoreceu Portugal. não se manteve continuadamente ao longo do tempo. Américo M. aliando-se à Espanha. 1801 Guerra das Laranjas onde a França. 1819 . João VI) Proibindo a exportação de casca de sobro e carvalho enquanto for necessário para o consumo das fábricas nacionais. S. desenvolve-se a indústria rolheira nas zonas catalãs de Baix Empordà. Sarah Thompson. resultando daí a perda para os espanhóis de Juromenha e Olivença.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 187 São inventadas as garrafas cilíndricas que podem ser armazenadas horizontalmente ficando o vinho em contacto com a rolha. 1793 Campanha do Rossilhão (1793-1795). Deste modo tornava-se possível o envelhecimento do vinho em garrafa cilíndrica de pescoço alto. Esta procura.Portaria governamental de 13 de Outubro atendendo as pretensões dos industriais de curtumes no sentido de serem proibidas as exportações de entrecasco de sobro e de carvalho. requereu. no entanto. 1776-80 Graças à imigração de empresários e trabalhadores corticieiros especializados oriundos do sul de França. 1779 Aliança da Espanha à França na guerra deste país contra a Inglaterra. Carvalho Mendes . O arranque definitivo das indústrias corticeiras em Portugal só aconteceu cerca de um século mais tarde. 1775 Os Vinhos do Porto Vintage passam a ser vendidos em garrafas com rolha de cortiça. declara guerra a Portugal. fechada com rolha de cortiça. 1783 São tomadas medidas legais contra o abate indiscriminado de árvores e o fogo posto. 1807 Início das invasões francesas de Portugal. S. 1836 . 1822 Instalam-se em Portugal alguns emigrantes oriundos da indústria corticeira da Catalunha que ajudam à descolagem dessa actividade neste país. Américo M.Criação da Administração Geral das Matas e Pinhais do Reino. Este desinteresse pela cortiça parece também ter acontecido durante o século XVIII. 1824 . 6000 trabalhadores e 700 a 800 milhões de rolhas. proibição essa que se irá manter até 1869. a venda.Surge em França e na Grã-Bretanha a garlopa que permite duplicar a produtividade do trabalho na indústria rolheira.Carta de Lei de 16 de Março. isto é. propriedades essas que eram constituídas. o que faz com que este tipo de rolhas comece a substituir as rolhas em formato cónico. à Companhia das Lezírias. nasceu António Alves Amorim 1834 .Abolição do cargo de Monteiro-Mor do Reino. 1821 . medida que não se aplicava às coutadas muradas. . Carvalho Mendes . 1842 Por esta altura as estatísticas da indústria da cortiça na Catalunha eram as seguintes: 434 fábricas. à Casa da Rainha e à Casa do Infantado. em grande parte.Uma das primeiras medidas tomadas pelas Cortes Constituintes saídas da Revolução Liberal é a abolição das coutadas de caça reais abertas. 1830 Invenção de um aparelho que permite a introdução sob pressão nas garrafas de rolhas cilíndricas. ao Patriarcado. ou "tapadas". 1821-29 Segundo testemunhos desta época referidos por Silbert (1978.Decreto de 18 de Junho determinando a venda dos Bens Nacionais. 200) nos montados da zona da Beira Baixa a cortiça parece ainda não ser um produto com valor comercial significativo.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 188 .Alvará de 5 de Junho restabelecendo as coutadas de caça reais abertas. . por áreas de charneca e de sobreiros dispersos. 1825 Instituição da proibição de exportação de cortiça em bruto a partir da zona de Gerona. p. O principal produto destes montados com valor parece ser a bolota para alimentação do gado. 1832 Em 8 de Dezembro. . não muradas. reduzindo as necessidades de mão de obra especializada. autorizando. na Catalunha. com base no Decreto de Venda dos Bens Nacionais de 1834. de 48000 ha de propriedades nas lezírias do Tejo e Sado que pertenciam à Coroa.Abolição definitiva das coutadas de caça reais abertas. Thomas M.Em 17 de Março. 1867. 1867 António de Avelar Severino (Severino. Tratava-se ainda de um instrumento mecânico. pp. Carvalho Mendes . no Porto.Conclusão da linha férrea até Évora (Linha do Sul) e da ligação com a fronteira espanhola (Linha do Leste). empresa essa que por volta de 1890 tinha mais de 1200 trabalhadores. S. accionado manualmente. . nasceu Ana Pinto Alves. 1850 A garlopa é introduzida na indústria corticeira catalã da zona de Saint Feliu por Francesc Vidal i Moner. há comerciantes oriundos da França e da Alemanha que instalam unidades industriais corticeiras na Andaluzia e na Extremadura espanhola. 266-269) lamenta o mau estado e falta de tratamento dos montados na Beira Baixa. Não refere nem a cortiça. . 1860 . concelho de Sabrosa.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 189 1845 Com a crise na Europa. referindo como produtos com valor desses povoamentos a madeira. 1864 Conclusão da linha férrea do Norte até Gaia e da do Sul até Beja. um revestimento para sobrados com cortiça.Liberalização comercial da barra do Douro que irá permitir um desenvolvimento das exportações de cortiça a partir desse porto. nos EUA. Américo M. 1862 A presença da filoxera é assinalada pela primeira vez em Portugal.Extinção da Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro. .Por volta desta data é introduzida a garlopa na indústria corticeira portuguesa. a bolota para alimentação animal e as ramagens para fertilização do solo. . inventou-se o linóleo. 1861 Construção da linha férrea do Barreiro a Vendas Novas e do Pinhal Novo até Setúbal. mais precisamente na Quinta da Azinheira. 1865 . freguesia de Gouvinhas. Armstrong abre uma pequena unidade de acabamento de rolhas em Pittsburg.Exposição Universal Portuguesa e da Península. 1863 . nem a casca de sobreiro. . 1848 George Weedhouse Robinson compra em Portalegre um estabelecimento de preparação e manipulação de cortiça que depois transformou numa grande empresa que ainda hoje existe.No Reino Unido. 1870 . . ou nos outros. 1878 Nesta altura começam a surgir proprietários dos distritos de Évora e Beja que instalam unidades de preparação da cortiça das suas propriedades.Registam-se mais inovações tecnológicas na indústria corticeira catalã. cria uma fábrica de cortiça na Rua dos Marinheiros. . . Setúbal e Vendas Novas. pp.Entrada em funcionamento do cabo submarino entre Portugal e a Inglaterra.António Alves Amorim.Conclusão da linha férrea entre Évora e Estremoz. 453-454) cita outros testemunhos do último quartel do século XIX (Pery. em Lisboa. semi-transformada (em pranchas.Decreto das Cortes Gerais de 16 de Abril instituindo taxas sobre as exportações de cortiça em bruto (amadia e virgem). em Palafrugell.Polémica entre os catalães e os andaluzes quanto à imposição de taxas sobre a exportação de cortiça em prancha. Tinha sede na Rua do Mirante. 1873 . num total de organizações afiliadas que chegou a atingir as três dezenas. em Gaia.No seu trabalho sobre os montados no distrito de Beja publicado neste ano. contando com a futura construção da linha do Tua. de 4 em 4 anos ou com intervalos maiores. quando havia falta de mão de obra para os explorar adequadamente. S. 1978) e que era a da limpeza das charnecas para a cultura agrícola através de queimadas ou de corte dos matos ("roças"). Barreiro. o Poço do Bispo e finalmente Marvila. Américo M. tendo-se mudado depois para o Beato.Criação da fábrica de cortiça Vilarinho em Silves. . Carvalho Mendes . 1874 Clemente Menéres visita a zona do Romeu em Mirandela em 1874 onde adquire propriedades nas quais instala uma grande mancha de sobreiros.Primeiras notícias conhecidas sobre a utilização de ácido oxálico na indústria corticeira catalã. . com pólos em Almada. Silbert (1978. em sociedade com a família Belchior do Porto. 1871 É criada em Portugal a primeira organização operária exclusivamente formada por trabalhadores corticeiros. . Em 1890 esta fábrica terá cerca de 600 operários. Silva Picão) que vão no mesmo sentido no que se refere ao aproveitamento dos terrenos de pior qualidade. em quadros) e de aparas e isentando de direitos as exportações de rolhas.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 190 1869 Levantamento da proibição de exportação de cortiça em bruto a partir da zona de Gerona. 1880 . em 1928. Carvalho (1870) queixa-se dos malefícios para o aproveitamento dos montados que ainda eram provocados por uma prática agrícola do Portugal Mediterrâneo que vinha do Antigo Regime (Silbert. com 1155 e de Palafrugell. . Carvalho Mendes . mas sua eficácia prática é limitada pela ausência de fiscalização capaz o que gerou muitos protestos dos trabalhadores que defendiam a sua aplicação. descobre. com 1326 trabalhadores. com 1146. 1886 António Alves Amorim casa com Ana Pinto Alves. seguida de Cassà. . .A linha férrea do Sul chega até Faro. terra da sua mulher. 1884 Nesta no ano as estatísticas da indústria catalã eram as seguintes: 8000 trabalhadores e uma produção de 1800 milhões de rolhas. 1890 . por acaso. .O decreto do Ministério das Obras Públicas. 1882 Conclusão da linha férrea da Beira Alta. . a capacidade dos grãos de cortiça se aglomerarem grças às suas resinas naturais quando submetidos a Américo M.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 191 1881 .Conclusão da linha férrea Santa Comba Dão-Viseu. depois de ter rompido com os seus sócios na empresa de Gaia.Entra em vigor um diploma legal proibindo o trabalho infantil (abaixo dos 16 anos para os rapazes e 21 anos para as raparigas). .António Alves Amorim muda a sua fábrica para Santa Maria de Lamas.Início das demandas judiciais postas por António Alves Amorim contra a família Belchior em torno dos resultados da fábrica da Rua dos Marinheiros (Gaia). fabricante de coletes salva-vidas em Nova Iorque. 1889 .No Inquério Industrial de 1890 é referida a existência de quatro empresas de fabrico de rolhas na zona da Feira. 1891 O americano John Smith. 1887 Conclusão da linha férrea entre a foz do Tua e Mirandela.Nesta altura Saint Feliu era a localidade catalã mais importante em termos de indústria corticeira. Comérico e Indústria autorizando a sua Direcção Geral da Agricultura a financiar campanhas de promoção dos produtos de cortiça portuguesa nos mercados externos. 1885 Os operários corticieiros reivindicam do Governo medidas contra a exportação da cortiça em bruto.Francesc Vidal inventa uma máquina de talhar rolhas de cortiça.Começam a ser fabricadas garlopas em Portugal. S. . .Greve dos operários corticieiros. criando. . 1896 Greve dos operários corticeiros do Barreiro. A publicação nessa localidade será interrompida em 10 de Junho de 1900 quando Manuel Fevereiro se vê obrigado a abandonar a direcção do jornal por razões de saúde. Palafrugell. o primeiro órgão dos operários corticeiros em Portugal que se designava como "semanário operário. instala a primeira fábrica de preparação e transformação de cortiça na zona da Beira Baixa. rolhas e outras obras de cortiça e para a sua exportação (A Lavra e o Commercio da Cortiça.Este é o período de maior desenvolvimento da indústria corticeira catalã com 15000 trabalhadores. S. começa a publicar-se. Cork & Seal Co. de origem espanhola. Portugal Agrícola. 1899 Em 22 de Outubro. 1900 Américo M. As principias localidades onde se concentrava esta indústria eram as povoações costeiras. a pedal.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 192 sobreaquecimento. Carvalho Mendes . órgão da indústria corticeira. . sob a direcção do operário de tendências anarco-sindicalistas. um método para fabricar aglomerados de cortiça o que irá permitir um aproveitamento integral da matéria prima. aproveitando a inauguração do caminho de ferro em direcção a essa localidade que ocorreu nesse ano. 1900-13 . mais precisamente em Castelo Branco.Início de actividade da empresa corticeira catalã Oller de Cassá de la Selva.O engenheiro americano William Painter inventa a crown cork que é uma cápsula de metal com um disco de cortiça. Manuel Fevereiro. bem servidas por comunicações de marítimas. . propostas essas que se concretizaram na década seguinte. e do proletariado em geral". 1892 . 1893-94). incluindo as aparas e a cortiça que até então não tinha valor comercial. bem como os métodos de fabrico. assim. Este periódico ressurgirá numa segunda série publicada em Lisboa entre 1909 e 1914 interrompida de novo para voltar e mais duas séries editadas a partir de Lisboa e de Almada. 1894 Em Reims começam a ser fabricadas rolhas de duas peças de cortiça natural unidas com cola á base de éter. 507 fábricas e uma produção de 3000 milhões de rolhas. selagem e exploração industrial deste produto postos em prática na sua empresa Crown. 1893 Surgem propostas no sentido da criação de uma empresa de produtores de cortiça para o fabrico de pranchas. com 1376 trabalhadores. A fábrica que no início tinha cerca 68 operários expandiu-se até aos 251. Sant Feliu e Palamós. "O Corticeiro".Neste período generaliza-se na indústria corticeira catalã o uso de uma máquina de perfuração. passando Palafrugell a ocupar a primeira posição. em 1911.José Lopes Burgos. uma entre 1918 e 1924 e a última entre 1929 e 1930. em Almada. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 193 O parquet de cortiça é inventado nos EUA, passando a ter grande aplicação nos revestimentos interiores a partir de 1920. 1901 Fundação da empresa Miquel Wincke i Meyer, em Palafrugell, que imprta a técnica de produção de discos de cortiça. 1902 Conclusão da linha férrea de Beja a Pias e Moura. 1903 A indústria corticeira catalã começa a fabricar rolhas de champagne com um custo de produção mais baixo já que eram feitas com as duas peças seguintes: a inferior em cortiça natural e a outra em discos de aglomerados de cortiça. 1904 Conclusão da linha férrea da Beira Baixa e do ramal Setil-Vendas Novas. 1905 - Proveniente da Catalunha, instala-se na Quinta dos Franceses, no Seixal, a L. Mundet & Sons. Nessa altura esta empresa já tinha também estabelecimentos nos EUA. Fazendo da unidade do Seixal a sua fábrica-sede, a Mundet desenvolveu uma rede industrial e comercial espalhada pelos seguintes países: - EUA (Mundet Cork Corporation); - Canadá (Mundet Cork & Insulation); - Espanha (Corchos Mundet España); - Inglaterra (Mundet Cork Products e Mundet Cork & Plastics); - México; - Argélia. - Criação da sociedade por quotas Cooperação dos Produtores de Cortiças Portuguezas Limitada, associando 25 grandes agricultores do Sul, com escritórios em Lisboa e em Londres. - Conclusão da linha férrea de Estremoz a Vila Viçosa. 1906 - Conclusão da linha férrea até Vila Real de Santo António. - Por volta desta data aparece na zona da Beira Baixa o industrial corticeiro espanhol D. Francisco Sogrera a conprar prancha a preços mais elevados do que a indústria nacional, exportando-a depois para Palafurgel (Dias, 1943). - Vincke i Meyer obtém a patente de fabrico de papel de cortiça de forma mecânica, em Espanha. Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 194 - A Alemanha isenta de direitos aduaneiros a importação de cortiça em bruto e sobrecarrega de direitos a importação de cortiça transfromada. 1907 Criação da Sociedade Cortiças, Limitada, associando proprietários produtores de cortiça, com sede em Santiago do Cacém para a preparação, transformação e exportação de cortiça. 1908 - Derrotado no Supremo Tribunal, António Alves Amorim foi para Lamas, onde sua esposa, Ana Pinto Alves, reiniciou, com os filhos e seis operários, a produção de rolhas no palheiro da própria casa. - Conclusão da linha férrea de Évora a Arraiolos e a Moura. 1909 - Greve dos operários corticeiros de Silves motivada pelas diferenças de salários entre as várias fábricas e o recurso ao trabalho feminino e infantil em condições ilegais. A greve termina com prisões de trabalhadores em massa. - No mesmo ano há mais greves corticeiras em Alcácer do Sal, no Braço de Prata e noutras localidades. - O americano Charles McManus descobre um processo de aglomerar os granulados finos de cortiça com uma mistura de colas ou resinas. 1910 - Em Setembro inicia-se uma greve geral dos operários corticeiros pela defesa dos seus postos de trabalho ameçados pela mecanização e pela exportação da cortiça em bruto. A principal reivindicação dos operários era, pois, a proibição desse tipo de exportação para proteger os seus postos de trabalho. Os grevistas sentiam-se suficientemente fortes para derrubar o Governo se este não cedesse. - Portaria de 28 de Setembro de 1910: manda suspender a exportação de cortiça em bruto até resolução das Côrtes (D. do G. N.º 319,de 1-10-1910). - Em 1 de Outubro há greve geral no Barreiro em solidariedade com a greve dos operários corticeiros. - Em 5 de Outubro é implantada a República. - Despacho de 7 de Novembro de 1910: determina que, para os efeitos do disposto no despacho ministerial de 28 de Setembro último, seja considerada cortiça em bruto a que não fôr cozida, raspada e recortada, e devidamente enfeixada (D. do G. N.º 29, de 8-11-1910). - Portaria de 21 de Novembro 1910: determina algumas providências de carácter provisório com relação à indústria das cortiças (D. do G. N.º 41, de 22-11-1910). - Decreto de 21 de Novembro: tem por objectivo incrementar a parte da cortiça transformada nas exportações portuguesas de cortiça proibindo-se as exportações de cortiça em bruto; aprova também o regulamento para fiscalização da indústria das cortiças e recenseamento do respectivo pessoal operário (D. do G. N.º 41, de 22-11-1910). - Regulamento de fiscalização da indústria corticeira, a que se refere o decreto de 21 de Novembro de 1910 (D. do G. N.º 41, de 22-11-1910). - Começa a utilizar-se o processo de parafinação de rolhas de cortiça, na indústria catalã. 1911 Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 195 - Termina um movimento de greves dos trabalhadores rurais alentejanos com a aprovação de salários mínimos que representavam um aumento de mais de 10% em relação aos salários praticados até então. Esse acordo também punha fim à possibilidade de reduções salariais de uma semana para outra. - Portaria de 12 de Julho de 1911: regula o abôno dos salários aos indivíduos encarregados da fiscalização da indústria corticeira (D. do G. N.º 162, de 14-7-1911. Foi de novo publicada com rectificações, no D. do G. N.º 174, de 28-7-1911). - Portaria de 13 de Julho de 1911: nomeia uma comissão para proceder ao estudo da questão corticeira (D. do G. N.º 163, de 15-7-1911. Foi novamente publicada, com recificações, no D. do G. N.º 165, de 18-7-1911, e mais uma vez rectificada no D. do G. N.º 181, de 5-8-1911). - Portaria de 9 de Agosto de 1911: nomeia presidente da comissão incumbida de proceder ao estudo da questão corticeira, um vogal da mesma comissão (D. do G. N.º 185, de 10-8-1911). - Rectificação, datada 25-9-1911, ao nome do vogal da comissão encarregada de proceder ao estudo da questão corticeira (D. do G. N.º 225, de 26-9-1911). 1912 - 1.º Congresso dos Operários Corticeiros. - Greves de operários corticeiros em Silves, na Aldeia Galega (Montijo), em Évora e em Portalegre com a prisão de centenas de trabalhadores. - Portaria de 9 de Janeiro de 1912: substitui dois vogais da comissão incumbida de estudar a questão corticeira (D. do G. N.º 10, de 12-1-1912). - Decreto de 29 de Junho de 1912: confirma a distribuição que teem tido os serviços da fiscalização relativos aos concelhos de Alcácer-do-Sal e Odemira, constituindo os dêste concelho uma circunscrição especial (D. do G. N.º153, de 2-7-1912). - A empresa catalã Planella i Caseros, de Sant Feliu, instala a primeira fábrica de granulados de cortiça, usando uma técnica desenvolvida na Alemanha, no final do século XIX. 1913 Novas instalações industriais dos Amorim, na Cortinha. 1914 - I Congresso Operário Nacional, em Tomar, que resulta na criação da União Operária Nacional e que marca uma separação dos movimentos operários adeptos da acção directa relativamente aos movimentos políticos de orientação socialista adeptos de uma acção parlamentar. A UON era uma frente de praticamente todas as organizações sindicais então existentes, incluindo as dos operários corticeiros. - Portaria N.º 86, de 15 de Janeiro de 1914: manda adoptar várias providências em relação às propriedades particulares que hajam de ser submetidas ao regime florestal parcial, e principalmente os montados de sôbro e azinho (D. do G., I série, de 15-1-1914. Foi novamente publicada, rectificada, no D. do G., I série, de 16-1-1914). - Decreto-lei N.º 5637, de 10 de Maio, sobre acidentes de trabalho e indemnizações a conceder aos trabalhadores nesse caso. - Decreto N.º 810, de 29 de Agosto de 1914: cria três áreas de armazéns gerais para indústria corticeira, divididas em secções com sedes nas cidades de Lisboa, Évora e Faro, e regula as formalidades do depósito e da avaliação dos artefactos daquela indústria (D. do G. N.º155, I série, de 298). Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 196 - Decreto N.º 855, de 11 de Setembro de 1914: esclarece algumas disposições do Regulamento dos armazéns gerais industriais, e principalmente as do exame das cortiças a warrantar (D. do G. N.º165, I série, de 11-9). - Decreto N.º 865, de 16 de Setembro de 1914: autoriza os industriais corticeiros a constituir, nas suas oficinas ou fábricas, armazéns dos seus produtos, e regula a sua instalação e funcionamento (D. do G. N.º168, I série, de 16-9). - Portaria N.º 237, de 26 de Setembro de 1914: determina que possam ser feitos na Caixa Económica Postal os depósitos a que se refere o § 2º do artigo 10º do decreto N.º 865, sôbre a criação de armazéns industriais para os produtos da indústria corticeira (D. do G. N.º175, I série, de 26-9). - Portaria N.º 243, de 3 de Outubro de 1914 -- esclarece algumas disposições do decreto N.º 865, relativo à criação de armazéns gerais para os produtos da indústria corticeira (D. do G. N.º180, I série, de 310). - Decreto N.º 974, de 26 de Outubro de 1914 -- esclarece e modifica algumas disposições dos diplomas promulgados sôbre armazéns gerais industriais, entre as quais as que se referem às cortiças a warrantar (D. do G. N.º197, I série, de 26-10). Em território português alguns marcos importantes da expansão deste grupo industrial foram as aberturas de unidades industriais nas seguintes datas e localidades: - A Mundet instala uma empresa preparadora de cortiça em Mora. - Com o início da 1.ª Guerra Mundial, diminuem as exportações de rolhas, o que leva a indústria corticeira catalã a procurar diversificar a sua produção. 1915 - António Alves d’Amorim (filho) embarcou para o Brasil. - Portaria N.º 302, de 9 de Fevereiro de 1915: isenta de cobrança de taxas de armazenagem os armazéns gerais criados pelos industriais corticeiros ao abrigo do decreto N.º 865 (D. do G. N.º27, I série, de 9-2). 1916 A empresa catalã Vincke i Meyer transforma-se em Manufacturas del Corcho, S.A. 1917 - A empresa Amorim muda-se para novas instalações mais amplas onde tinha 17 máquinas de garlopa a funcionar. - A Mundet instala uma unidade industrial na Amora que estará em actividade até 1964. - Fundação, no Rio de Janeiro, por António Alves d’Amorim (filho) da empresa corticeira Amorim & Pinto. - Decreto N.º 3.272-I, de 30 Junho de 1917: transfere uma verba dentro do orçamento do Ministério das Finanças, para «despesas com a fiscalização da indústria de cortiças», referente ao ano económico de 1916-1917 (D. do G. N.º125, I série, de 30-6). - Decreto N.º 3.387, de 26 de Setembro de 1917: adopta várias providências relativas ao corte ou arranque de oliveiras, sobreiros e azinheiras (D. do G. N.º 166, I série, de 26-9). - Mapa designando a sede oficial dos delegados agrícolas ou florestais encarregados da execução do decreto supra, bem como as áreas em que êstes superintendem (D. do G. N.º 166, I série, de 26-9). Américo M. S. Carvalho Mendes I série. de 13 de Julho de 1918: aprova o regulamento dos serviços de estatística agrícola. 1919 . que se proponham desenvolver as indústrias de aplicação de cortiça (D. . do G. o decreto instituindo as 8 horas de trabalho no comércio e na indústria. N.Em 6 de Maio é publicado no Diário do Governo. de 22 de Abril de 1919: anexa à tabela geral das indústrias a verba N. S.º157. Os trabalhadores lutavam pelas 8 horas de trabalho. de 13 de Julho de 1918: autoriza o Govêrno a alterar as sobretaxas de exportação vigentes e a estabelecer tôdas as demais que julgue necessárias (D. N.º 4. I série. de 23-8). de 6-7).634.635.º 195-A «Cortiça (mercador de) quando não possa ser considerado negociante» (D. extensivos à indústria das cortiças (D. fazendo deste movimento uma verdadeira greve geral da indústria.º157. do G. N.º 5962. N.º83.º141. do G.550. do G.740. em 13 de Setembro. de 14-7).º184. do G. . mas os empresários recusam-se a cumpri-lo e o Governo mostra-se incapaz ou sem vontade de fazer aplicar a lei.II Congresso Operário em Coimbra resultando na criação da Confederação Geral de Trabalhadores.º 4. . N. . Belém. incluindo no direito a indemnizações os trabalhadores menores) e por melhores condições de higiene nos locais de trabalho (questão das poeiras).626.745. Carvalho Mendes . de 26-8). de 14-7. N.Decreto N. por convocatória da União Operária Nacional.Greve organizada pela Associação dos Corticeiros do Barreiro pelas 8 horas de trabalho e por aumentos salariais de 40% e mais. do G. A greve termina em Outubro depois de conversações com o Ministro do Trabalho e da Indústria. de 6 de Julho de 1918: aprova a nova organização dos Armazéns Gerais Industriais.º186. de 22-4). de 19-7).I série. de 20 de Agosto de 1918: concede vantagens e garantias especiais a tôdas as fábricas existentes. de 19 de Julho de 1919: ordena uma transferência de verba para despesas com a fiscalização da indústria das cortiças (D. pelo menos.Decreto 5. . I série. de 19 de Agosto de 1918: amplia o perímetro de protecção do arvoredo da serra de Sintra estabelecido pelo decreto N. Poço do Bispo e depois no resto do país. do G. por aumentos salariais de 40%.º157. presidida pelo anarquista Manuel Joaquim de Sousa.º159. N. do G.Em 26 de Março. Seixal.º 4. . de 16-7). N. N. ou que venham a fundar-se. do G.Decreto N.º 4. Rectificado no D.Decreto N. . pela aplicação da legislação sobre acidentes do trabalho publicada em 1914 (indemnização de 2/3 da média dos salários por cada dia de imobilização por acidente. doentes ou vencidas (D.Decreto N.423.550 (D. . para aplicação imediata. Américo M.Os operários corticeiros conseguem formalmente a aplicação do decreto das 8 horas ao seu sector. . de 14-7). .Decreto N.º 4.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 197 1918 . . obrigando ao manifesto da produção corticeira (D.º150. mas muitos empresários vão desrespeitar este acordo. I série.º 4. os operários corticeiros entram em greve no Barreiro. Almada. I série. I série.Decreto N. I série. de 27 de Junho de 1918: proíbe os cortes rasos de árvores em determinado perímetro da serra de Sintra sendo apenas permitida a continuação dos cortes para tratamento cultural e a derruba das árvores caducas. sem que as reivindicações dos operários tenham sido atendidas.º 4.Decreto N. I série.º 188.º 7011.Troca de correspondência entre a direcção da Federação Corticeira Nacional e a direcção da Secção de Cortiças da Associação Industrial Portuguesa a propósito da modificação do regime de trabalho predominante na indústria que era de "empreitada" e que a Federação pretendia que passasse a ser só de "jornal" com um salário minimo por jorna e por tipo de tarefa e pagamento acrescido das horas extra (acima das 8 horas por dia). do G. I série.º 6746.º 7875. .Desenvolvimento.Decreto N.º 145. N. do G. conhecido desde 1900. N. . . N. É a chamada "greve dos 16 dias" pelo cumprimento das reivindicações da greve anterior.º 7875 de 6 de Dezembro proibindo a exportação de cortiça em bruto.º 7817.Portaria N. em São Paulo. I série. de 13 de Julho de 1920: determina uma transferência orçamental com o fim de reforçar a dotação para despesas com a fiscalização da indústria das cortiças (D. .Lei N. de 17 de Setembro de 1919: concede uma subvenção aos fiscais representantes do Govêrno junto da indústria corticeira. azinho e lenhas (D. do G.º169. de 13-7).O filho Joaquim Alves de Amorim foi também para o Brasil. 1920 . do G. onde fundará.º 246. N. . do G. S. do G. N. de 17-9).Edital do Comissariado Geral dos Abastecimentos. do G. . de 6 de Dezembro de 1921 -. I série.º 6846. de 11-10).º 162.º 28.º 1961. de 11 de Outubro de 1920: fixa o preço do carvão vegetal de sôbro e de azinho na cidade de Lisboa (D.Decreto N.Decreto N. I série.Decreto N. a empresa corticeira Amorim & Coelho. aos membros da comissão técnica de estudos corticeiros e aos fiscais operários da referida indústria (D. mas a Américo M. Esta reivindicação foi recusada liminarmente pelos industriais. N.Constituição da empresa Amorim & Irmãos cujos sócios eram os nove filhos de António Alves Amorim que morre nesse mesmo ano (em 31 de Outubro).º 883. 18 de Julho de 1921: determina a liberdade de comércio para o carvão de sôbro. de 22 de Agôsto de 1920: estabelece os preços para a venda do carvão vegetal de sôbro e de azinho nas cidades de Lisboa e Pôrto (D.º 203. do G. N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 198 . 1921 . da Câmara dos Deputados.Projecto de lei de 10 de Fevereiro de 1920. estabelecendo um quadro dos funcionários do Estado com a denominação de «Chefes de Circunscrição Industrial Corticeira». Contém também as Bases para o regulamento da fiscalização da indústria corticeira estabelecida pela portaria de 21-11-1910. . . e fixa em $20 por quilograma a sobretaxa de exportação da cortiça em bruto (D. de 6-12).Decreto N.Decreto N. de 18-2). de 18 de Novembro de 1921: isenta de sobretaxa a exportação de várias mercadorias.proíbe a exportação de cortiça em bruto (D. de 25-8).Em meados de Janeiro é declarada uma greve geral dos operários corticeiros dado que a do ano anterior não tinha sido completamente consequente. N. nos Estados Unidos. . I série. de 18-11). de 25 de Agosto de 1919: permite o uso e porte de arma aos representantes do Govêrno junto da fiscalização das cortiças nas diversas circunscrições do país (D. . I série. de 22-8). de 19-7).º 145. Carvalho Mendes . (D. N. do G. do parquet de cortiça. Inauguração de novas instalações. II série.º 232. I série. 1922 . . entre os quais a cortiça em prancha. I série.º 9149. I série.º 8441. Rectificado no D.º 3294. de 24-10). do G. . I série. compensando depois nas empreitadas.Portaria N.Decreto N. . de 21-10). de 15-5). de 26-9). de 21-9). de 25-9). enguiada e em quadros (D. na exportação ou reexportação. de 14 de Abril de 1923: restabelece.º 8766. I série. entre aquelas figura a cortiça em bocados. .Decreto N. Américo M. I série.º 8280.º 154. do G. . as duas circunscrições de Alcácer-do-Sal e Setúbal (D.ia L.Decreto N. de 15 de Setembro de 1922. do G. N. de 15 de Maio de 1923: melhora os vencimentos dos fiscais do Govêrno e fiscais operários das circunscrições corticeiras do país e dos vogais operários junto da Comissão de Estudos Corticeiros (D.A empresa americana Bond Crown and Cork Co. de 31-7). N. de 21 de Outubro de 1922: põe ao abrigo das disposições da lei N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 199 Federação também não contou com o apoio necessário de muitos dos operários que representava e que preferiam o regima da empreitada pois este permitia-lhes não trabalhar durantr alguns dias. quadros. ou simplesmente preparada (D.º 9188.º 9137 até que o Parlamento se pronuncie sôbre o assunto (D.Decreto N. de 25 de Setembro de 1923: determina que a exportação de certos produtos fique sujeita a sobretaxas de exportação. da Direcção Geral do Comércio Agrícola (D.º 8823. . do G. do G. do G. I série. N.º 8779 de 23 de Abril: reforça as medidas de fiscalização da proibição da exportação de cortiça em bruto (D. raspada e recortada (D. N.º 59.º 205.º 9137. I série. . . sendo sócios José Mundet e Luis Gubert y Capela as quais se junta Joaquim de Sousa. N.º 165. do G. .º 8280. de 14 de Julho de 1923: determina que a fiscalização das cortiças exportadas fique competindo à Divisão dos Serviços de Fiscalização dos Produtos Agrícolas. I série. e determina que de ora em diante. S.Decreto-Lei N. I série.Portaria N. I série. devem ficar sujeitas a taxas especiais.º 224.º 3128. inventa um processo de fabrico de rolhas de aglomerado de cortiça por extrusão.A Mundet instala uma fábrica de aglomerados no Montijo. 1923 . só seja permitido o uso de amparadeiras de cortiça de refugo cozida. . de 14-4).Decreto N. .º 8387. assim como o pessoal operário (vogais operários) junto da Comissão de Estudos Corticeiros (D.º 147.º 77.Nesta altura a indústria corticeira catalã estava reduzida a 6000 trabalhadores dos quais cerca de 25% se localizavam em Palafrugell. do G. de 22-7. N. . . .A L.º 201. I série. N. de 15-8).da. o pessoal encarregado da fiscalização da indústria das cortiças nas diversas circunscrições do país. de 22 de Julho de 1922 (D. nos fardos de aparas de cortiça a exportar. para a fiscalização da indústria corticeira. de 4 de Outubro de 1923: suspende a execução do decreto N. de 23-4).Decreto N. . de 26 de Setembro de 1922: modifica algumas disposições do decreto N. de 15 de Agosto de 1922: esclarece as dúvidas suscitadas sôbre quais as autoridades competentes para assinar as fôlhas de despesas com a fiscalização da indústria das cortiças (D. do G. N. de 24 de Março de 1922: autoriza a exportação dos fardos de cortiça actualmente existentes com amparadeiras de cortiça de refugo.º 84.º 1355.Decreto N. de 22 de Julho de 1922: determina que certas mercadorias. rôlhas ou outros.º 101. N. Mundet & Sons transforma-se numa sociedade por quotas com a designação de Mundet & C. do G. do G. N. Carvalho Mendes . de 24-3). do G. N. I série. N.Decreto N.º 220.º 202. para as cortiças (D.º 12. do G. I série.Decreto N. .Decreto N.Golpe de Estado de 28 de Maio instituindo a ditadura. . de 10-12). N. .º 4. perigosas ou tóxicas de 1922. a que se refere o artigo 2º do decreto N.º 285. de 9-1).Decreto N. .º 264. . 1926 . I série. I série. I série.º 251. de 7 de Dezembro de 1926: promulga a tarifa geral comum a tôdas as emprêsas ferroviárias do continente. Américo M.Decreto N.º 12.º 10. de 23 de Abril de 1924: cria em Vendas-Novas uma secção do Armazém Geral Industrial de Lisboa. de 26 de Junho de 1926: determina que. de 7 de Janeiro de 1924: extingue o armazém geral industrial de Évora que tinha sido criado pelo decreto N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 200 1924 . incluindo-se aí operários da indústria da cortiça.º 138. de 24 de Abril de 1926: reduz a 6 o mínimo de 8 toneladas de carregamento por vagão completo de «cortiça virgem prensada» (D. I série.º 4784. do G. aos industriais cujas mercadorias depositadas em regime de armazém geral industrial.º 88.Decreto N. centenas de feridos e deportados.º 285. do G. N.344. 1927 .º 11. de 21-12). A revolta foi controlada pelo Governo depois de violentos combates onde houve mortos. I série. fiquem a descoberto no risco contra incêndio por falta de renovação do seguro no tempo devido.º 7.Instituição da censura à imprensa.Faleceu Ana Pinto Alves.Decreto N. de 25-4).Portaria N. do G. de 6 de Novembro de 1926: reorganiza o serviço de polícia florestal (D. do domínio florestal do país e das indústrias correlativas (D. .Portaria N.º 4649. N. N. incómodas. de 29-6).001. o aglomerado negro de cortiça. . de 4-8). I série.Começa a produzir-se em Portugal. N. do G. destinada a depósitos de cortiças manufacturadas (D. em 23 de Junho. . de 9 de Janeiro de 1925: altera várias rubricas nas tabelas anexas ao regulamento das indústrias insalubres. do G. de 9-11). N. I série. I série. N. de 19 de Outubro de 1925: promulga diversas providências destinadas a evitar o desenvolvimento de várias fitonoses (D. . .º 4626.º 11.161. de 23-4).º 4614. .Entre 3 e 9 de Fevereiro ocorre no Porto e em Lisboa uma revolta contra a ditadura chefiada militarmente pelo General Sousa Dias que conta com a colaboração activa dos meios operários anarquistas. Carvalho Mendes .Portaria N. I série.Decreto N. de 7-1). N.683. de 21-12).Portaria N. N.º 171. numa fábrica da Mundet. de 21 de Novembro de 1925: determina que se faça um inquérito para se averiguar do aumento ou diminuição desde o ano de 1900. S. nas circunscrições onde não existam associações de classe de pessoal corticeiro. do G. do G. N.º 9351.º 11. de 16 de Dezembro de 1926: determina a forma de eleição. do G. seja vedado efectuarem novos depósitos de mercadorias para warrantar (D. no quadro em anexo figuram as percentagens de quebra da cortiça em bruto e da cortiça em obra (D. I série. 1925 .º 3992.625. do fiscal operário a que se refere o artigo 2º do regulamento de 21-11-1910 (D.º 4624. do G. de 19-10). de 30 de Julho de 1925: transfere. .º 224. dentro da proposta orçamental do Ministério das Finanças para 1924-1925 uma verba a fim de reforçar outra destinada às despesas da fiscalização da indústria das cortiças (D. entre as quias a de «depósitos de cortiça» (D.º 89. N. do G.443. N. . do G.obrigação de requerimento de licença para o corte e arranque de cepos de sobreiros atacados por doenças parasitárias devidamente comprovadas.Decreto N. do G.º 61.º 28.A Mundet instala uma unidade preparadora de cortiça em Ponte de Sor.sujeição a multa dos proprietários que realizarem queimadas sem terem prevenido os seus vizinhos. N.º 15.G.133. de 23/5. . (D.proibição da cultura agrícola intercalar nos montados que se encontrem nas encostas de montes. N.imposição de que os cortes de sobreiros sejam reduzidos aos indispensáveis desbastes e às árvores em manifesta decrepitude. de 17-2-28) . terreno ou arvoredo sem prévia autorização do Govêrno. Américo M. I série. I série. rectificado no D. de 10 de Março de 1928: suprime a tabela de valores médios para a cobrança dos direitos ad valorem nos produtos de exportação (D.Decreto N.374. I série. dos Serviços Florestais e Aquícolas as compras que dela fizerem. no D.020. do G.165. I série. de 10-3). do G. N. pelo menos. (D. de 20 de Maio (D.Decreto N.proibição da extracção de cortiça com menos de nove anos de criação.º 15.º 13. de 15 de Março de 1928: regula o serviço de inspecção nos armazéns gerais industriais. .º 105. ficando os depósitos existentes a cargo do de Olhão (D. . . . de 11-2.Decreto N.184.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 201 . criado pelo decreto N. I série. N.º 15. de 16-4). N. do G. 1928 .º 86. . .Decreto N. de 4-2) . I série. G. com uma semana de antecedência a fim de que eles possam tomar medidas de prevenção da propagação do fogo. Rectificado o modelo anexo. sobranceiros a cursos de água. . I série. de 16 de Abril de 1928: extingue o armazém geral industrial de Faro (cortiças e conservas alimentícias). N.º 15.Decreto-Lei N.obrigação dos compradores de cortiça participarem à D. . de 15-3). S.º 109.obrigação dos proprietários de sobreiros de proceder a trabalhos de prevenção e combate a prgas e doenças quando intimados a isso pelos Serviços Florestais. Carvalho Mendes . ou onde a mobilização do terreno contribua para a degradação do solo. de 9 de Fevereiro de 1928 .G.medidas de protecção contra os danos causados pelo gado caprino cuja exploração só é autorizada aos proprietários ou arrendatários que possuam terrneo suficiente para o efeito e apenas depois de obtenção de licença emitida pela Câmara Municipal e sujeita a renovação anual. de 27/5). . com providências protectoras dos sobreiros: .º 35. do G. estabelecendo as atribuições do inspector (D.º 57.º 40.º 5616. N.Dissolução da CGT e de vários órgãos da imprensa operária como "A Batalha" ligado à CGT e "O Corticeiro".promulga várias disposições atinentes a reprimir as contravenções que possam dar-se no comércio e extracção da cortiça sem a idade legal.definição de requisitos a cumprir quando se pretende substituir a cultura florestal pela cultura agrícola. de 3 de Fevereiro de 1927: nomeia uma comissão para estudar as indústrias florestais e proíbe a venda de qualquer mata. .º 13658. tais como a obrigação de requerimento de licença para o efeito e a sujeição a vistoria dos terrenos em questão. 020.º 223. N.º 8. S. de 16-7). I série.º 85. de 12 de Abril: autoriza a Caixa Nacional de Crédito. do G. de 23 de Fevereiro de 1929: esclarece poderem os proprietários ou usurários de propriedades sujeitas ao regime florestal. N.º 16. entre as quais as de importação de cortiça em bruto. de 23 de Feveiro de 1929. I série.º 277 de 27/11): altera a legislação existente de protecção dos sobreiros.953.O cartão da Amorim & Irmãos ostentava a seguinte designação: “A maior fábrica de rolhas do Norte de Portugal”. N. de 21-3).Decreto-Lei N.Decreto N. constituir-se parte acusadora nos respectivos processos.543. batata de sequeiro e cortiça (D. virgem e rôlhas. I série.658 e 15.544.Decreto-Lei N. I série. I série. . ou ainda na árvore (D. entre os diplomas especialmente revogados conta-se o decreto N. N. . de 27-2).Portaria N. aveia.º 47. . de 25 de Novembro (D. I série. tendo como garantia real a cortiça extraída.728. cevada.º 16.º 16. nomeadamente visando combater o abuso de podas intensivas. no sentido de facilitar a sua execução.599. N. limpa ou preparada. de 20-8-1918 (por sinal a data vem errada no texto.638. a luta contra a remuneração por empreitada e pela remuneração por dia de trabalho.741. na qualidade de pessoas directamente ofendidas e em especial prejudicadas pelas transgressões da legislação sôbre polícia florestal ocorridas dentro das suas propriedades.Decreto N. do G. do G. de 16 de Julho de 1928.º 15. de 27-2).º 65.A. a uniformização dos salários dos operários corticeiros em todo o país. grão de bico. do G. o cumprimento das tabelas e dos aumentos salariais já acordados.Decreto N. mas por um período que acabou por ser relativamente curto (até 1930) e sujeito ao visto da Comissão de Censura. de 27-3-1923.º 16. o prazo para o manifesto da produção de trigo. em aparas. do G. Mantêm-se reivindicações anteriores dos operários corticeiros como o horário da 8 horas de trabalho. no que se refere às cortiças estabelece os direitos de importação da cortiça em bruto.Decreto N. fava.º 18195. I série. . de 23 de Fevereiro de 1929: estabelece alterações aos direitos de importação na pauta aprovada pelo decreto N. de 21 de Março: substitui o decreto N. nos têrmos das leis processuais vigentes (D.544. limpa ou preparada (D. de 13-6). do G. a conceder empréstimos a seis meses renováveis. do G. N. .º 8. S.º 4745. sobre manifestos de compra de cortiça.º 19702. e enguiada e serrada (D. . 1930 . Américo M. de 18 de Setembro de 1928: prorroga até 15 de Outubro de 1928. substituindo o modelo de compra de cortiças e adicionando um novo modelo para a compra a intermediários (D.O Corticeiro retoma a sua publicação. centeio. Carvalho Mendes . N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 202 . N. como sendo 1913) que se referia à importação de maquinismos e material para a indústria das cortiças (D.º 16. e introduz alterações nas pautas aduaneiras aprovadas pelo decreto N.A empresa Amstrong compra as fábricas da Palamós e Palafrugell às manufacturas del Corcho. fabricada em quadros.º 132.º 161.741.Decreto N. .º 47. até ao montante de 400000$00. de 27-9). de 8 de Junho de 1929: faz várias alterações aos decretos nos 13.G. . e os de exportação da cortiça em bruto e em prancha. de 12-4). aos produtores de cortiça. revoga as isenções de direitos de importação concedidas por vários diplomas. 1929 .º 5. º 19. N. . de 13-1-31). Neste diploma figuram os direitos pautais de entrada e saída de tôdas as cortiças (D.185. de 4 de Março. S. de 14 de Fevereiro.passa a considerar delito o corte de sobreiros que não se limite ao indispensável desbaste e que contribua para a desvitalização das árvores.º 87. I série. que modificou o regime tributário (D.º 19.º 10.596. de 27-11).º 90. N.º 76. de 19-4). N.º 13. N. de 23-4).Decreto N. I série.º 19. com as alterações introduzidas posteriormente e aprova o índice remissivo da pauta de importação.Decreto N. de 4-3). do G. aprovadas pelo decreto N. 1931 .658 que promulga disposições atinentes a impedir a redução da área florestal (D. do G. I série. Rectificado nos D. incluindo os sobreiros: .Decreto N. de 15 de Abril de 1931: cria um novo artigo na pauta de importação destinado a «cortiça triturada» (D. extensivas às cortiças (D. só podendo fazer-se nos meses de Dezembro a Março. do G. do G. com a antecedência mínima de quinze dias. I série. de 15-4). organizada em cumprimento do disposto no decreto N. I série.º 304. . de 21-12. de 4 de Março de 1931: aprova o regulamento do condicionamento das indústrias. nos 84 e 88 da I série).º 220. do G. definindo o Regulamento do Condicionamento Industrial onde se especifica a cortiça e os seus derivados como um dos sectores sujeito às restrições desse condicionamento. . do G.Decreto N.Decreto N. . de 21 de Abril de 1931: esclarece várias disposições das leis de protecção à riqueza florestal. de 19-9).º 94. N.º 19409. I série.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 203 . do G. de 17 de Setembro de 1932: obriga todos os possuidores de cortiça a fazerem o respectivo manifesto (D.731. . de 27 de Março de 1931: promulga várias disposições sôbre estatística agrícola. em Lisboa. de 27-3.Decreto-lei N.Conferência Internacional dos Produtos de Cortiça. A limpeza e a poda dos sobreiros podem continuar a fazer-se livremente desde que não afectem a capacidade produtiva das árvores e cumpram a legislação em vigor nesta matéria. de 31 de Dezembro de 1930: reúne num só diploma as pautas de importação e exportação e respectivas instruções preliminares. de 19 de Abril de 1930: aprova a relação geral das indústrias e dos comércios. colocando a das cortiças sob a alçada daquele regulamento (D.º 52.409. . 1933 Américo M.Decreto-lei N.º 19. N.º 19354.636.Decreto N. de 25 de Novembro de 1930: introduz várias alterações no decreto N.º 19072.553. instituindo o regime do Condicionamento Industrial.º 16. Rectificado no D.º 18222.Decreto N. modificando algumas medidas de protecção dos sobreiros: a poda não deverá causar a mutilação das árvores. do G. do G.671. . onde se vota em favor do fim da comercialização da cortiça virgem de maneira a não concorrer com a cortiça de refugo e a cortiça amadia das classes baixas.823.dá garantias de melhor informação à fiscalização técnica e salvaguarda dos interêsses dos proprietários florestais (D. sujeita a informação da Direcção Geral dos Serviços Florestaie Aquícolas. I série. N. N.º 21. o esladroamento e desgrelamento podem fazer-se em qualquer altura do ano.Decreto N. I série. . Carvalho Mendes . 1932 .º 277. . N. do G.º 17.º 19. º 22. I série. com as garantias e pela forma do decreto N. S. de 15-10). de 27 de Maio de 1933: eleva de seis meses a um ano o prazo de importação temporária.promover as utilizações da cortiça. . de 9-3).408. N.295. .º 18. .947. que regula a cultura do trigo (D.Começa a produção em série as cabeças de rolhas feitas de aglomerado de cortiça. de 29-11).minorar as variações excessivas de preços. .Aquisição da que viria a ser a fábrica Amorim & Irmãos. do G.Decreto N. nos têrmos. I série.934.º 8295 de 29 de Novembro (D. .º 25.Decreto N.Conferência Internacional dos Produtos de Cortiça.º 25947 de 15 de Outubro.Conferência Internacional dos Produtos de Cortiça em Madrid onde se discute a necessida de acordos internacionais entre os países produtores com os seguintes objectivos: . 1935 .584. de 15 de Novembro de 1935: aprova a lista das mercadorias para as quais é obrigatória a declaração nos despachos de importação (D.º 239. em Paris.º 117.º 8.defender os interesses dos países produtores na área da transformação da cortiça. N. do G.Portaria N. 1934 . consignado no artigo 98º dos preliminares da Pauta.º 265. I série. N. I série.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 204 . .195 (D. de 31 de Maio de 1934: autoriza a Caixa Nacional de Crédito a continuar a efectuar empréstimos aos produtores de cortiça. .º 278 de 29/11): aprova e manda pôr em vigor as instruções acerca da classificação dos montados a que faz referência o Dec.º 26. N. onde se vota em favor do fim da comercialização da cortiça virgem de maneira a não concorrer com a cortiça de refugo e a cortiça amadia das classes baixas.º 23. a partir de bastões cilíndricos de cortiça granulada.050. N. de 31-5). do G.947.Decreto-lei N.Decreto N. de 29 de Novembro de 1935: aprova e manda pôr em vigor as instruções acêrca da classificação dos montados a que faz referência o decreto N. de 27-5).Congresso da União Nacional onde se discutem as teses atrás referidas da Conferência Internacional dos Produtos da Cortiça. proíbe a sementeira daquele cereal nos montados de sôbro que produzam cortiça amadia (D. de 9 de Março de 1936: reúne num só diploma tôdas as disposições acêrca dos serviços de estatística agrícola. I série. em Abrantes.Portaria N.estabelecer cotações públicas de preço da cortiça em bruto de maneira a tornar este mecado mais transparente em benefício dos produtores.º 278.º 26. . . 1936 . N. onde se trata do manifesto obrigatório da produção suberícola (D. . do G. Carvalho Mendes . . das caixas de cartão destinadas a acondicionar na exportação aglomerados de cortiça (D. N.º 126. do G.Criação da Junta Nacional da Cortiça. de 15-11).º 25. N.º 56. do G. I série.Decreto N. Américo M. de 15 de Outubro de 1935: regula a cultura do trigo no corrente ano cerealífero.G. . º 27. bem como o desbaste.º 262.Decreto N. sobre a camada geradora ou felogénio.proibe-se a extracção de cortiça secundeira e amadia com menos de nove anos.no que se refere ao descortiçamento.164. . a partir de 1 de Janeiro de 1937. o seu diâmetro não seja inferior a 15 cm. do G.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 205 . filho adoptivo de José Mundet.Decreto N. . de 31-7).no que se refere ao desbaste de sobreiros em produção e dos chaparros. N. .Lei N. de 24 de Junho de 1937: altera a legislação que regula a extracção da cortiça. de 18-2).º 27.º 145. I série. para efeitos de aplicação de multas. .º 151.Decreto-lei N. de 16 de Novembro de 1936: abre um crédito destinado ao pagamento de transportes do pessoal de fiscalização da indústria corticeira (D. de 1-7). de 18 de Fevereiro de 1937: substitui as taxas a que se refere o artigo 14º do decreto N. . I série.416. N. ou a sua circunferência meça menos de 47 cm. do G.º 27.Despacho da Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas de 26 de Junho de 1937: estabelece. do G. de 7 de Novembro de 1936: cria a Junta Nacional da Cortiça como organismo de coordenação económica pré-corporativo (D. de 1 de Julho de 1937: altera o prazo fixado para o manifesto estatístico da produção de cortiça e regula a forma como se deve efectuar (D.Decreto N. . . começa a integrar a gerência da Mundet. de 24-6): . do G.º 27. de 25-11). ou que o pode autorizar mediante o cumprimento das normas que entender dever estipular para o efeito.º 177. N.º 27. só podem ser feitos se não prejudicarem a densidade normal dos povoamentos e se tiverem sido participados com quinze dias de antecedência. .º 277. II série.º 8623. I série. pelo menos. N. I série. a desbóia só pode fazer-se até à altura em que a circunferência sobre a cortiça não seja inferior a 60 cm. Américo M. de 30 de Dezembro de 1936: extingue.A Direcção Geral dos serviços Florestais e Aquícolas fica com a obrigação de prestar a assistência técnica que lhe for requerida pelos produtores de cortiça. com vista à protecção da espécie. 1938 .Na sua fábrica de Lamas. à Direcção dos Serviços Florestais e Aquícolas que o pode probir. N.201. os srviços de fiscalização das cortiças.º 1956.Joseph Mundet. de 16-11). N. I série.164 que criou a Junta Nacional da Cortiça (D. N.º 305. nas pernadas dos sobreiros a despela só poderá ter lugar até à altura em que.809. de 7-11). . corte ou arrancamento das respectivas árvores (D.º 269. S.Portaria N. Carvalho Mendes . 1937 . a importância correspondente a seis meses dos seus actuais vencimentos (D. passando depois a sócio maioritário. no meio de alguma controvérsia. por uma só vez e como remissão de todos os seus direitos. I série.º 40. I série.Decreto N.Despacho do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social de 20 de Novembro de 1936: restringe o emprêgo de mão-de-obra feminina na indústria das cortiças (D. . . a tabela dos valores das cortiças a adoptar no corrente ano (D. de 30-12). os Amorim inauguraram um refeitório para o pessoal e criaram um serviço de assistência médica. do G. abonando-se aos fiscais representantes do Govêrno. do G. do G. nomeadamente em matéria de boa condução dos desbastes e de boas práticas culturais. do G. N.º 27776. de 17 de Maio: consagra o condicionamento industrial como política pública permanente e estrutural de regulação da actividade industrial. .Este ano corresponde ao ponto mais alto da evolução do número de trabalhadores da Mundet na fábrica do Seixal: cerca de 2500.º 92. de 18-5). .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 206 . N. de 18 de Maio de 1938: publica as alterações introduzidas nas pautas alfandegárias até 30-12-1937 (D. sendo um deles o actual Américo Ferreira Amorim. de 23-11).º 35. de 17-6). . de 10 de Fevereiro de 1938: estabelece os salários mínimos para o distrito de Aveiro (D.º 242.Decreto N. . . .Decreto N. de 21 de Abril de 1939: introduz várias alterações nas pautas aduaneiras. do G. . N. do G. I série. A partir de 1938 esses efectivos declinaram quase continuamente até ao encerramento da fábrica em 1986.Greve dos operários corticeiros de Silves.Despacho do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social de 10 de Outubro de 1939: determina que fiquem sujeitos ao pagamento das cotas a que. em 1913. Carvalho Mendes . de 12-2).º 113.6000 trabalhadores.Despacho do Director Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas de 14 de Junho de 1938 -estabelece a tabela dos valores de cortiça para efeitos da aplicação de multas (D.falta de matéria prima e de energia eléctrica que dificultam a retoma das actividades produtivas. N. do G. de 21-5).º 8. 1940 Américo M. dá nova redacção ao artigo 29º da pauta de exportação (cortiça em pranchas e refugo) (D. I série.A Amorim & Irmãos é reestruturada ficando cinco irmãos que compram as quotas dos restantes e destes cinco só dois (José e Américo Alves Amorim) tiveram filhos.º 274. I série. de 16-10). do G. Setúbal e Faro todos os operários corticeiros que trabalhem ou venham a trabalhar nos referidos distritos (D.378.670. . I série. do G. por disposição estatutária estejam sujeitos os sócios dos Sindicatos dos Operários Corticeiros dos Distritos de Aveiro.º 29. do G. N.Despacho do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social. . N. S. Lisboa. de 27-6).70% das fábricas em condições de laboração.º 148.Portaria N. 1939 .º 9. N. do G.350 empresas.Despacho do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social. de 21-4). de 5 de Maio de 1938: manda observar diversas disposições sôbre salários e trabalho de aprendizes (D. contra cerca de 1000 em 1931 e um pouco menos de 500. N.Despacho do Director Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas de 21 de Junho de 1939: estabelece a tabela dos valores de cortiças para efeitos da aplicação de multas (D.164 que criou a Junta Nacional da Cortiça (D.545.º 27. I série. do G. de 23 de Novembro de 1939: substitui as taxas a que se referem a portaria N.º 138. N. . homónino do seu pai. .623 e o artigo 14º do decreto N. I série.º 28. I série.º 116. .No final da Guerra Civil de Espanha a indústria corticeira catalã estava na seguinte situação: . I série. . ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 207 - Decreto N.º 30.304, de 6 de Março de 1940: considera órgão de notação e elaboração estatística, nos têrmos da base IX da lei N.º 1.911, a Junta Nacional da Cortiça, para, de harmonia com o § único da base II da mesma lei e de acôrdo com o Instituto Nacional de Estatística, procederá à notação e elaboração dos elementos estatísticos relativos à produção suberícola, indústria e exportação de cortiça (D. do G. N.º 54, I série, de 6-3). - Decreto N.º 30.402, de 27 de Abril de 1940: elimina e introduz várias rúbricas e respectivas remissões no índice remissivo da pauta de exportação (D. do G. N.º 98, I série, de 27-4). - Despacho da Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, de 23 de Agôsto de 1940: estabelece a tabela dos valores de cortiças para efeitos de aplicação de multas (D. do G. N.º 200, I série, de 28-8). - Começa a desenvolver-se a indústria da cortiça no sul de Itália. - Na Alemanha decreta-se que uma garrafa rolhada só podia ser vendida mediante a entrega de uma rolha. 1941 - Decreto N.º 31.204, de 1 de Abril de 1941: promulga várias medidas atinentes a atenuar os prejuízos do vendaval de Fevereiro de 1941, entre as quais algumas disposições sôbre a compra e venda da cortiça das árvores derrubadas (D. do G. N.º 75, I série, de 1-4). - Portaria N.º 9807, de 4 de Junho de 1941: substitui as taxas a que se refere o artigo 14º do decreto N.º 27.164, de 7-12-36, que criou a Junta Nacional da Cortiça (D. do G. N.º 128, I série, de 4-6). - Decreto N.º 31.403, de 18 de Julho de 1941: considera isentas das obrigações do condicionamento industrial, a que se refere a base II da lei N.º 1956, várias modalidades de indústrias, entre as quais figura a da cortiça (D. do G. N.º 165, I série, de 18-7). - Portaria N.º 9865, de 20 de Agosto de 1941: manda que fique dependente de autorização do Ministro da Economia e exportação de cortiça e do peixe conservado pelo sal (D. do G. N.º 193, I série, de 20-8). - Despacho do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social, de 2 de Agosto de 1941: ordena a organização da indústria da cortiça em três zonas (norte, centro e sul), com salários mínimos diferentes para cada zona (D. do G. N.º 194, I série, de 21-8. Rectificado, com adição de um parágrafo, no D. do G. N.º 202, I série, de 30-8). - Despacho da Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, de 26 de Setembro de 1941: estabelece a tabela dos valores de cortiças para efeitos da aplicação de multas (D. do G. N.º 204, I série, de 2-9). - Despacho de 30 de Setembro de 1941, do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social: determina que fiquem sujeitos ao pagamento das cotas a que, por disposição estatutária, estão sujeitos os sócios do Sindicato Nacional dos Operários Corticeiros do Distrito de Évora, todos os operários da indústria corticeira que exerçam a sua actividade na área abrangida pelo mesmo Sindicato (D. do G. N.º 234, I série, de 7-10). 1942 - Portaria N.º 10.096, de 15 de Maio de 1942: substitui as taxas a que se refere o artigo 14º do decreto 27.164, a fim de habilitar a Junta Nacional da Cortiça a ocorrer a encargos resultantes da presente situação Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 208 (D. do G. N.º 112, I série, de 15-5). - Despacho do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social, de 21 de Maio de 1942: homologa a acta N.º2 da comissão arbitral emergente do despacho de salários mínimos para a indústria corticeira, inserto no Diário do Govêrno N.º 201, I série, de 29 de Agôsto de 1941 (D. do G. N.º 123, II série, de 28-5). - Despacho do Director Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas de 25 de Julho de 1942: estabelece nova tabela dos valores de cortiças para efeitos de aplicação de multas (D. do G. N.º 176, II série, de 30-7). - Portaria N.º 10.264, de 20 de Novembro de 1942: considera requisitados os carvões de sôbro e de azinho constantes da relação anexa (D. do G. N.º 269, I série, de 20-11). - Portaria N.º 10.265, de Novembro de 1942: torna obrigatório o manifesto de carvão de sôbro e de azinho existente nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Setúbal, Castelo-Branco e Santarém (D. do G. N.º 269, I série, de 20-11). - Portaria N.º 10.292, de 17 de Dezembro de 1942: sujeita à disciplina dos vários organismos de coordenação económica a saída de mercadorias em regime de encomendas postais, incluindo a expedição de amostras de cortiça e suas obras (D. do G. N.º 291, I série, de 17-12). 1944 Um incêndio destrói a fábrica dos Amorins em Lamas (Feira) onde trabalhavam nessa altura 321 operários com um volume de produção de 700000 rolhas. Em Dezembro estavam concluídas as obras de reconstrução do corpo principal da fábrica. 1946 A Amorim & Irmãos volta a laborar depois do incêndio de 1944. 1949 - Acordo comercial luso-francês que contribuiu para a retoma e o desenvolvimento das exportações de cortiça para aquele país. - A Mundet instala uma unidade preparadora de cortiça em Vendas Novas. 1950 Publicação do livro "Subericultura" de Vieira da Natividade. 1951 - Decreto N.º 38271 de 26 de Maio (D. G. N.º 105 de 26/5): fixa os meses em que se pode efectuar a poda de sobreiros, actualiza multas, altera artigos da legislação anterior. - Portaria N.º 13733 de 7 de Novembro (D.G. N.º 231 de 7/11): estabelece as regras a que deve obedecer a poda de sobreiros. 1952 - Lei N.º 2052, de 11 de Março, que reforma o regime do condicionamento industrial, mantendo, no entanto, o essencial das características do regime anterior. - Em Abril, Henrique Alves de Amorim recebeu a comenda de oficial da Ordem de Instrução Pública. Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 209 1953 Em 21 de Março, morreu Américo Alves de Amorim, deixando oito filhos. 1954 - Decreto-Lei N.º 39555 de 8 de Março instaurando a representação dos produtores de cortiça no Conselho da Junta Nacional da Cortiça. - Decreto-lei N.º 39634, de 5 de Maio, regulamentando a Lei N.º 2052 nomeadamente no que se refere aos mecanismos processuais de aplicação do regime do condicionamento industrial e à lista das actividades industriais por ele abrangidas. - Américo Ferreira de Amorim, com o tio Henrique Alves de Amorim, fez uma longa viagem pela Europa, contactando clientes, conhecendo países e mercados. 1955 - Portaria N.º 15551, de 30 de Setembro, criando a Comissão de Fomento da Subericultura. - Dos 20000 trabalhadores da indústria corticeira portuguesa, cerca de 4500 são de origem catalã. 1956 - Plano de Fomento Suberícola. - Criação do Grémio Regional dos Industriais de Cortiça do Norte em 7 de Agosto. 1957 - Criação do criação do Grémio Regional dos Industriais de Cortiça do Sul em 11 de Janeiro. - Aparecimento da peste suína africana em Portugal. 1958 - Américo Ferreira Amorim que já era nesta época o "Ministro dos Negócios Estrangeiros" da Amorim & Irmãos viaja até à União Soviética, inciando uma ligação que haveria de fazer mais tarde do grupo Amorim o maior grupo exportador português para os países de Leste. - Criação do Grémio Regional dos Industriais de Cortiça do Centro em 15 de Julho. - Os irmãos Amorim (filhos de Américo Alves Amorim) compraram a Quinta de Meladas, em Mozelos. - A indústria cortiça da zona de Gerona tinha nesta altura 117 empresas e 4200 trabalhadores. 1959 Criação do Grémio dos Exportadores de Cortiça. 1960 A indústria corticeira catalã produzia nesta altura 6000 toneladas de cortiça transformada, das quais 40% correspondia a rolhas. 1962 - Reunião em Lisboa de industriais e exportadores de cortiça de Portugal e Espanha onde se decidiu a criação de uma Confederação Europeia da Cortiça. Américo M. S. Carvalho Mendes ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 210 - Com a criação da C.E.E. a indústria corticeira catalã perde o mercado alemão para a indústria italiana. 1963 Américo Ferreira Amorim começa a autonomizar-se relativamente aos seus primos com memos sensibilidade para projectos de valorização industrial da cortiça criando a Corticeira Amorim (na Quinta de Meladas, em Mozelos) que se destinava a aproveitar 70% dos desperdícios gerados pela Amorim & Irmãos. 1964 Encerramento da fábrica da Mundet, na Amora. 1965 Acções de formação de quadros do Grupo Amorim, coordenadas pela empresa Norma. 1966 - Criação da Corticeira Amorim Algarve. - A indústria corticeira catalã fornece cerca de 70% das rolhas utilizadas pela indústria francesa do champagne. 1967 - Criação, em Viena, da Gerhard Schiesser GmbH, como entreposto para o mercado do Leste europeu, que levaria o Grupo Amorim à posição de primeiro exportador português para aquela área. - A Corticeira Amorim produz os primeiros aglomerados expandidos puros. 1968 - Descobre-se um aglutinante ideal para o frabrico de aglomerados de cortiça constituído por resinas de elastómeros. - A Corticeira Amorim produz os primeiros aglomerados compostos. - Inicia-se um processo de longo prazo de subida dos preços da cortiça em bruto, em Espanha, que irá afectar negativamente a indústria corticeira desse país. 1969 Os filhos de Américo Alves Amorim compraram a totalidade da Amorim & Irmãos. 1970 Américo Amorim e os seus irmãos compram os 40% que os seus primos detinham na Amorim % Irmãos que se juntam aos 20% que eram seus e às restantes acções que pertenciam aos tios e que estes lhes cederam. 1972 - Criação, em Skhirat, Marrocos, da empresa Comatral, do Grupo Amorim. - Portugal assina um acordo com a CEE que estabelece uma redução progressiva das taxas aduaneiras cobradas sobre as exportações de rolhas para os países da CEE. Como um acordo Américo M. S. Carvalho Mendes Decreto-Lei N.O Grupo Amorim comprou a Samec. N.Criação da Confederação Internacional da Cortiça com a sigla CEDULI. N.R. entre as quais a Amorim & Irmãos e a Corticeira Amorim.L.Portaria N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 211 semelhante não foi estabelecido com a Espanha a indústria corticeira portuguesa ficou numa situação melhor que a espanhola. às 100 maiores empresas exportadoras portuguesas. 21/6): redefine as regras envolvendo as operações de extracção. fomento.º 407-B/75 de 30 de Julho estabelece os regimes de indisponibilidade e contrôle estadual sobre a produção de cortiça amadia extraída ou a extrair na campanha de 1975 de que fossem proprietários pessoas singulares. . com multas para os infractores. empresa corticeira sedeada em Sevilha.º 260/77 de 21 de Junho (D. de 3/1): regulamenta aspectos do D.Decreto-Lei N. 1973 Homenagem. ordenamento e exploração do montado.º 260/77 1980 Américo M. . comercialização e transporte de cortiças dos prédios nacionalizados e expropriados ao abrigo da lei da Reforma Agrária assim como os deveres dos orgãos ou entidades. . 1975 Decreto-Lei N. singulares ou colectivas.º 14/77.º 521/76 de 5 de Julho: alarga o estipulado no D. 1978 . S.Decreto-Lei N.º 221/78 de 3 de Agosto (D.Inauguração da Ipocork destinada ao fabrico de parquet com cortiça. .º 260/77 de 21 de Junho. nesta matéria.Decreto-Lei N. de 6 de Janeiro. na FIL. 1977 .º 177 de 3/8): importante diploma que visa contemplar e concentrar num só articulado legislação dispersa nos domínios da protecção. .Criação da AECORK. . 1976 . Carvalho Mendes .L. de 5/5): redefine as regras contidas no âmbito doDL N. sociedades ou pessoas colectivas ainda que de utilidade pública. N.R.º 407-B/75 a 1976 e anos seguintes.Decreto-Lei N.º 3/79 de 3 de Janeiro (D. sujeitas ou abrangidas por medidas de nacionalização (expropriação) no âmbito da Reforma Agrária. estabelecendo disposições relativas ao arranque e podas de azinheiras.R.º 119/79 de 5 de Maio (D. gestores em nome ou por conta própria ou alheia de estabelecimentos agrícolas que contenham montado de sobro em prédios rústicos nacionalizados ou expropriados.R. 1979 . Decreto-Lei N. 1983 Criação do laboratório Labcork. S. 1982 .º 189-C/81 de 3 de Julho (D. transporte e comercialização de cortiças provenientes de prédios rústicos nacionalizadosou expropriados.Em 11 de Fevereiro. de 3/7): redefine as regras e as responsabilidades a que ficam sujeitos os diversos organismos públicos e privados envolvidos em operações de extracção. de 5/5): define novas regras e responsabilidades a que ficam sujeitos os diversos intervenientes públicos e privados envolvidos em operações de extracção. e um grupo de empresários.A Corticeira Amorim ganhou o Troféu Internacional de Qualidade . no Hotel do Buçaco.R. Carvalho Mendes . transporte e comercialização de cortiças provenientes de prédios rústicos nacionalizados ou expropriados.Lei N.º 189-C/81 . . Sociedade Portuguesa de Investimentos.º 26/82 de 23 de Setembro (D. Américo M. de 5/5): criada a comissão de Comercialização da Cortiça a funcionar Junta do Instituto de Produtos Florestais sob a tutela do Ministério da Agricultura e Pescas do Ministério do Comércio e Turismo. 1985 .L. 31/7): redefine as regras e responsabilidades a que ficam sujeitos os diversos intervenientes públicos e privados envolvidos em operações de extracção. reunião. .L. e por mais dez empresas e personalidades.º 99/80 de 5 de Maio (D.º 701/81 de 14 de Agosto: regulamenta aspectos do D.Decreto-Lei N. em Budapeste. Ernâni Lopes. entre os quais Américo Ferreira de Amorim. 1984 . com a participação do Grupo Amorim.º 98/80 de 5 de Maio (D. embrião do futuro BCP.R. . .º 312/85 de 31 de Julho (D. por parte deste. entre o ministro das Finanças. pelas empresas Amorim & Irmãos e Corticeira Amorim.R. para o segmento das rolhas de champanhe. .Inauguração da Champcork. que motivou. a ideia de criação de um banco comercial privado.R.º 189-C/81 .º 496/82 de 12 de Maio: revoga e substitui a Portaria N.Criação da Hungarokork-Amorim GmbH.Decreto-Lei N.Portaria N. 23/9): altera por ratificação o D. N. 1981 . em Madrid.Decreto-Lei N.Criação da Amorim Trading.Convenção Mundial da Cortiça.Américo Ferreira de Amorim recebeu o grau de comendador da Ordem do Mérito Agrícola e Industrial. . entrega ao ministro das Finanças do pedido de formação de um novo banco comercial. N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 212 . assinado por Américo Ferreira de Amorim.R.Portaria N.Constituição da SPI.Em 13 de Setembro.º 701/81 . . º 221/78 de 3 de Agosto e grande parte doutra legislação anterior. Criação da Portis. 1988 . . estabelecendo vários tipos de regime de caça: o regime livre e o regime cinegético especial (zonas de caça nacionais. o referido pedido de criação de um banco comercial.R. . 17/5): define a obrigatoriedade de declaração de corte ou arranque de árvores florestais que se destinem a venda ou autoconsumo para transporte industrial. S. pelo Governo. o primeiro banco comercial privado português após 25 de Abril de 1974.º 30/86.Decreto-Lei N.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 213 comercialização e transporte de cortiças amadia.G. zonas de caça associativa. ou para culturas agrícolas de "comprovada vantagem para a economia nacional.as coimas por cortes ilegais são modestas: entre 3000 e 3000000 escudos. 1987 Criação da Portotel. 1986 .A empresa catalã Corchera Bertrán muda-se para Mérida onde se estabelece com a denominação de Corchera Extremeña Bertrán.º 174/88 de 17 de Maio (D. .Decreto-Lei N. procedeu-se à escritura pública do Banco Comercial Português. . para a cadeia Ibis.º 172/88 de 16 de Maio (D. virgem e de bocados como nas demais operações inerentes à cultura suberícola em prédios rústicos nacionalizados ou expropriados. 16/5): revoga o D. N. . foi autorizado. 17/5): define condicionalismos às arborizações e rearborizações com espécies de rápido crescimento exploradas em revoluções curtas.Em 2 de Maio.R.". das Florestas um sistema de apoio à subericultura (SAS). no caso da cortiça. Carvalho Mendes .L. secundeira.as áreas de montados atingidas por incêndios não podem ser utilizadas para outros fins durante 10 anos.estabelece que os cortes rasos de montados só podem ser autorizados pela Direcção Geral das Florestas em casos de "obras imprescindíveis de utilidade pública". . responsável pela instalação da cadeia hoteleira Novotel.Decreto-Lei N.Assassinato de Paula Mundet.cria no âmbito da D. . zonas de caça sociais. Américo M.Em 25 de Junho. contribuirá para aumentar as exportações de produtos de cortiça portugueses para o país vizinho.Lei N.R. passando constituindo a legislação essencial de protecção do sobreiro: .A indústria da cortiça portuguesa começa a abastecer-se cada vez mais de pranchas de cortiça importadas do sul de Espanha. de 27 de Agosto. . .Adesão de Portugal e da Espanha à CEE o que. . não permite a substituição parcial ou total dos montados de sobro e azinho por povoamentos de espécies de rápido crescimento com excepção dos casos previstos na respectiva legislação proteccionista.º 175/88 de 17 de Maio (D. zonas de caça turística). . Criação da Academia Amorim.º 30/86). 1991 . participada pelo Grupo Amorim. - 1990 .º 274-A/88. de 3 de Agosto.º 251/92. regulamentando a Lei da Caça de 1986 (Lei N. de forma ininterrupta. bem como o adensamento e o rejuvenescimento de povoamentos degradados.Falência da Corchera Extremeña Bertrán que será sucedida. pela Aplicot de Mérida. no Seixal. sub-holding do Grupo Amorim para empresas de sectores diversos não integrados nas suas outras estruturas. Américo M. 20/8): regulamenta o Programa de Acção Florestal (PAF). .A Compagnie Financière do Suez compra 20 por cento da Amorim Investimentos e Participações.Portaria N. 1989 . .Transformação da Corticeira Amorim em SGPS depois do lançamento de uma OPA sobre outras empresas do grupo e cotadas em bolsa (Ipocork e Champcork). as empresas Amorim & Irmãos.Encerramento da fábrica da Mundet. . .Em 2 de Julho. cuja publicação tinha acontecido até então.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 214 .Em 27 de Junho. . . . ganhou o concurso público para operador privado de telecomunicações. Corticeira Amorim.A Telecel.Criação da holding do Grupo Amorim. SGPS. concede aos beneficiários das ajudas previstas neste regulamento um subsídio adicional de 10% para instalação de novos montados de sobro e azinho em áreas incultas ou votadas a outros usos. . de 12 de Novembro. Compra pela Corticeira Amorim da empresa sueca Wicanders que era uma forte concorrente no Norte da Europa no que se refere à distribuição permitindo ao grupo controlar esta actividade e controlar melhor os preços de venda dos seus produtos.Decreto-Lei N. reformulando a legislação sobre caça.Campanha mundial de lançamento da nova rolha Spark.R. entre outras consequências.O Grupo Amorim adquiriu uma posição no Bank of Lisbon International. criação do Banco Nacional de Crédito Imobiliário. A Corticeira Amorim. Ipocork e Champcork lançaram uma OPV na Bolsa de Valores. uma operadora imobiliária resultante duma joint-venture entre o Grupo Amorim e a ISM. Criação da empresa Inogi.Extinção do Instituto dos Produtos Florestais que tinha sido herdeiro de muitas das atribuições da antiga Junta Nacional da Cortiça o que. a holding do Grupo Amorim.A Generalitat da Catalunha e as associações da indústria corticeira dessa região criam o Institut Català del Suro com o objectivo de promover uma política de qualidade dos produtos de cortiça. resultou na interrupção da publicação do Boletim "Cortiça" no seu número 600. . Investimentos e Participações. 1992 .º 570/88 de 20 de Agosto (D. BNC. . SGPS constituiu-se em holding para o sector corticeiro. S. do Grupo Suez. a Amorim Investimentos e Participações.Criação da Prisma. Carvalho Mendes . . em 1991.Decreto-Lei N. º 172/88. .o termo "imprescindível utilidade pública" é substituído pela expressão mais branda "relevante interesse público". 1995 . A Champcork apresentou o novo método ABC 1. . a maior empresa do país.O Grupo Amorim adquiriu uma posição dominante no mercado americano de rubbercork com a aquisição da Concorco e da GTS.Nesta data a produção de rolhas da indústria catalã é de 1120 milhões. a seguir à Asrmstrong. Carvalho Mendes . num mercado mundial calculado em 15000 milhões. . 1997 Américo M. . pelo Grupo Amorim. No segmento das rolhas de champagne o pseo relativo da indústria catalã é de 52%. . a Amorim Empreendimentos Imobiliários. .Compra. na zona industrial de Coruche.A EQUIPAR começa a laborar em Novembro de 1995. . do IAPMEI. foi criada a Amorim Hotéis e Serviços. 1996 .A Amorim & Irmãos apresentou os sistemas exclusivos de lavagem de rolhas Clean 2000 e BWC.a competência para a autorização ou o indeferimento dos cortes passou directamente para as mãos do Ministro do Agricultura. . .ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 215 . para esterilização de rolhas. o consórcio de investidores portugueses que entrou na Petrogal. . de 16/05/88: . .deixou de ser preciso aos interessados no corte de sobreiros justificar que não tinham alternativas para os seus empreendimentos.Aquisição pela Corticeira Amorim de duas importantes empresas de distribuição na Alemanha numa das quais dispunha já metade do capital.O Grupo Amorim participa na Finpetro. Meyer.Celebração do centenário da empresa corticeira catalã Oller de Cassà de la Selva que é a segunda maior do sector na Catalunha.A Corticeira Amorim foi distinguida pela Câmara de Comércio Luso-Americana e pela Câmara de Comércio Luso-Africana.Américo Ferreira de Amorim foi eleito presidente da Confédération Européenne du Liége. de 18 de Outubro. . 1993 .O Grupo Amorim adquiriu uma nova corporate image. alterando o disposto no Decreto-lei N. do grupo Alemão Carl Ed.º 266/95.Decreto-lei N. S. com uma unidade dedicada à preparação de pranchas de cortiça e ao fabrico de triturados e granulados. .Criação da Amorim Isolamentos.Falência da Aplicot de Mérida.A Corticeira Amorim Algarve recebeu o prémio PME Prestígio 1995. apenas um ano após o seu início de actividade.Formação duma sub-holding do Grupo Amorim. . Para a sub-holding do sector hoteleiro. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 216 Decreto-Lei N. 1999 Compra da empresa de Vinho do Porto Burmester pelo grupo Amorim. . . . .Inauguração de duas novas fábricas no Alentejo. clarificando-se a sua aplicação para a extracção da cortiça "nos ares". mas também se passa a permitir como excepção o caso dos "empreendimentos agrícolas com relevante e sustentável interesse para a economia local". alterando. num sentido mais restritivo. com sanções complementares como a privação temporária de apoios financeiros públicos à agricultura e floresta e a perda da lenha e da cortiça extraída em favor do Estado.Decreto-Lei n.altera-se o período em que não é permitido efectuar a poda dos sobreiros explorados em pau batido.º 11/97. pelo grupo Amorim.define-se o conceito de "altura de descortiçamento". Américo M. as medidas de protecção aos montados de sobro e azinho: . 2001 . ou para empreedimentos agrícolas de "relevante interesse para a economia nacional". . .Inauguração.é considerada pela primeira vez a possibilidade de exploração de sobreiros e azinheiras em regime de talhadia.é criada a orbrigatoriedade de preenchimento de um manifesto de participação de compra e venda de cortiça que a deverá acompanhar desde o produtor até ao utilizador final. as áreas convertidas não poderão ultrapassar o menor valor entre 10% da superfície da exploração ocupada por sobreiros ou azinheiras ou 20 ha.mantém-se a excepção à proibição de conversão de povoamentos de sobro e azinho quando se trata de empreendimentos de "imprescindível utilidade pública". . de 14 de Janeiro.proibem-se todas as mobilizações do solo que afectem o arvoredo e a regeneração natural. do maior centro mundial da indústria preparadora de cortiça. bem como as que contribuam para a delapidação do solo. Carvalho Mendes .º 169/2001. S. . de 25 de Maio. . em Ponte de Sor. 2000 . dos grupos Álvaro Coelho & Irmãos e SUBERUS.neste segundo caso.Comemoração dos 75 anos da Amorim & Irmãos.conferem-se à Direcção Geral das Florestas todas as competências para as autorizações previstas neste diploma. de 14 de Janeiro: . estabelecendo medidas de protecção ao sobreiro e à azinheira que revogam parte das do Decreto-Lei n.º 11/97. .as coimas sobem para valores entre 10 e 30 mil contos. excepto para as autorizações de poda onde a competência é das Direcções Regionais de Agricultura.passam a só ser permitidos cortes de sobreiros para "empreendimentos de imprescindível utilidade pública". . África do Sul e América Latina). uma grande empresa importadora de cortiça em prancha e fabricante de rolhas de qualidade para a indústria vinícola. Austrália. 50% do capital da EQUIPAR é adquirido pela Cork Supply USA.é inibida por 25 anos qualquer alteração no suo do solo em povoamentos de sobro ou azinho que tenha. sofrido conversões devido a incêndios. ou a cortes não autorizados. S.Em Janeiro de 2001. Américo M.ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 217 . principalmente a dos novos países vitivinícolas (EUA. . Carvalho Mendes .ainda naquele segundo caso. as áreas sujeitas a corte não podem ser desafectadas do uso agrícola durante 25 anos. ECONOMIA DO SECTOR DA CORTIÇA EM PORTUGAL 218 BIBLIOGRAFIA Américo M. S. Carvalho Mendes . º Congresso Florestal Português. Ano XIII. 1918. ALMEIDA. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica. Lisboa: Academia da Marinha. S. 1918. O Sobreiro Português. F. AMORIM. AZEVEDO. Lisboa: Instituto Superior de Agronomia. António Mendes de. Comunicações. 2000. 1935. In 1. Monteiro. 1983. pp. O. Jornal Público. 1997. 2001. Teorias e Factos. p. Pereira NUNES. L. 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