Estudando a Mediunidade (Martins Peralva)

1 ESTUDANDO A MEDIUNIDADE MARTINS PERALVA1 ESTUDANDO A MEDIUNIDADE MARTINS PERALVA 2 ÍNDICE Palavras ao Autor Introdução CAPÍTULO 1 = Mediunidade com Jesus CAPÍTULO 2 = Espiritismo e Mediunidade CAPÍTULO 3 = Problemas mentais CAPÍTULO 4 = Vibrações compensadas CAPÍTULO 5 = O Psicoscópio CAPÍTULO 6 = Irmão Raul Silva CAPÍTULO 7 = Médiuns CAPÍTULO 8 = Tomadas mentais CAPÍTULO 9 = Incorporação CAPÍTULO 10 = Mecanismo das comunicações CAPÍTULO 11 = Obsessões CAPÍTULO 12 = Pontualidade CAPÍTULO 13 = Vampirismo CAPÍTULO 14 = Desenvolvimento mediúnico CAPÍTULO 15 = Desdobramento mediúnico CAPÍTULO 16 = Clarividência e clariaudiência CAPÍTULO 17 = Sonhos CAPÍTULO 18 = Espiritismo e Lar CAPÍTULO 19 = Estranha obsessão CAPÍTULO 20 = Reajustamento CAPÍTULO 21 = Servindo ao Mal CAPÍTULO 22 = Servindo ao Bem CAPÍTULO 23 = Lei do Progresso CAPÍTULO 24 = Mandato mediúnico CAPÍTULO 25 = Proteção aos médiuns CAPÍTULO 26 = Passes CAPÍTULO 27 = Na hora do passe... CAPÍTULO 28 = Receituário mediúnico CAPÍTULO 29 = Objetivos do mediunismo CAPÍTULO 30 = Suicídios CAPÍTULO 31 = Comunhão mental CAPÍTULO 32 = Almas em prece CAPÍTULO 33 = Definindo a prece CAPÍTULO 34 = Desencarnação CAPÍTULO 35 = Licantropia CAPÍTULO 36 = Animismo CAPÍTULO 37 = Fixação mental CAPÍTULO 38 = Mediunidade poliglota CAPÍTULO 39 = Psicometria CAPÍTULO 40 = Mediunidade sem Jesus CAPÍTULO 41 = Distúrbios psíquicos CAPÍTULO 42 = Materialização (1º) CAPÍTULO 43 = Materialização (2º) CAPÍTULO 44 = Materialização (3º) CAPÍTULO 45 = Cristo Redivivo .. .3 CAPÍTULO 46 = Assim seja. Só então se erige em fonte contínua de ensinamento e socorro. É um espetáculo de beleza. disciplinando-lhe a força. para que se converta em manancial de auxílio perene. guardando consigo revelações convincentes e possibilidades assombrosas. é indispensável que a engenharia compareça. realmente. a fim de que mediunidade e médiuns se coloquem. através da revivescência do Evangelho simples e puro. sob as diretrizes kardequianas que mos traçam seguro caminho para o Cristo de Deus. pois. Estudemo-la. na noite de 21/10/56. em Pedro Leopoldo. pode nascer em qualquer parte.4 Palavras ao Autor Sim. nem privilégio de alguém. guardando imensos potenciais de energia. sustentando a indústria. meu amigo. Não é patrimônio exclusivo de um grupo. consolação e bênção. inspirando a cultura e garantindo o progresso. observa a cachoeira que surge aos teus olhos. É então que aparece a usina generosa. Contudo. Como a queda-dágua. para que se faça alicerce de benefícios mais simples. estendendo o trabalho. Desponta aqui e ali.) . adiante e acolá. Destaca-se pela imponência e impressiona pelo ruído. Entretanto. a serviço da sublimação espiritual. é imprescindível que a Doutrina Espírita lhe clareie as manifestações e lhe governe os impulsos. EMMANUEL (Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier. Assim também é a mediunidade. Revela a glória da Natureza. Nosso principal desejo. aparecem no livro em forma de exposições escritas. cabendo-nos explicar que tais «chaves”. Iniciamos então. realizando esta tarefa. realmente. consideravelmente. considerando a progressividade da Revelação — para aplicação nos milhares de núcleos que funcionam pelo Brasil inteiro. Quanto a idéia da sua publicação. a fim de que “mediunidades e médiuns se coloquem. contudo. forçosamente. na medida do possível. ditado por Ándré Luis ao médium Francisco Cãndido Xavier. nas observações desse Espírito quando. ao fazermos a transformação dos gráficos em capítulos para o livro. é de que possa o estudo ora feito ser útil a núcleos que se dedicam a atividades mediúnicas. foram. Os gráficos elucidativos de alguns capítulos são de autoria do desenhista Radicchi. forneceram-nos. todas as quintas-feiras. dos informes espirituais. giram em torno do magnífico livro «Nos Domínios da Mediunidade”. nosso companheiro de Doutrina. ali se achava contido. a serviço da sublimação espiritual”. uma explicação Inicial. mediúnicos e de autores encarnados. respeito e desinteresse. substituidas por expressões alfabéticas. visitou diversos núcleos espíritas consagrados ao serviço mediúnico. Dessa maneira. decorreu do seguinte: ao ser editado «Nos Domínios da Mediunidade». em nosso movimento. Cada assunto era representado. que foram colhidos em outras fontes. em sua grande maioria. Baseia-se. capítulo a capítulo. o intercâmbio com os desencarnados expresse. . acima de tudo. sem dúvida. como se verá. através do relato de André Luis e das primorosas elucidações de Áulus. portanto. sinceridade. Os trechos colocados entre aspas e onde não houver referência aos autores. com a esperança de que. o estudo sistemático do livro. utilizando gráficos no quadro negro. amor. As considerações nele expostas. Outros livros. em nome da Fraternidade Cristã. o trabalho da linotipo. e na companhia de Hilário. no Centro Espírita «Célia Xavier”. com prevalência. Assim procedemos levando em conta que as “chaves» dificultam. compreender-se-á.5 Introdução A natureza deste livro pede. por diagramas com as respectivas «chaves”. devotamento. A nossa alegria consistirá nisso. elementos para a sua organização. sob a esclarecida orientação do Assistente Áulus. de Belo Horizonte. as exposições feitas oralmente no “Célia Xavier”. com a possível simplicidade. sentimos que o que se precisava saber sobre mediunismo — na atualidade. bem alto. com o Senhor da Vida na implantação da Justiça e na sustentação da ordem jurídica. no coração. é natural cultivemos. a condição ainda deficitária de sua individualidade espiritual. à maneira de um corpo que se esvai. pelo amor e pela meditação. nas reentrâncias do coração. em cujo Templo. O engenheiro que. das lutas e experiências que continuarão além da Morte. no trato incessante com as leis. plena e espontânea manifestação. Se esta ânsia evolutiva se compreende nos labores da vida contingente. na qual predominam os sentimentos inferiorizados. convertendo-se em construtor do progresso e do bem-estar geral. à prepotência e ao amor próprio. a sua marcha redentora. seja ela qual for. enfim. identificando-se com a hermenêutica do Direito. convertendo-se. assim. com vistas à experiência no tempo. após intenso labor. pela aplicação dos corretivos legais. seja ele mecânico ou carpinteiro. obtém o seu diploma. a fim de. com redução do tempo. a inclinação ao personalismo e à vaidade. se honesto e bom. virtualmente desaparecem com a cessação da vida orgânica. sapateiro ou alfaiate. compulsando clássicos e modernos. E. que o médium guarde. ressente-Se. aspirando a melhorar-se e atingir a vanguarda ascensional. da felicidade ou da desventura do ser humano? O quadro evolutivo contemporâneo assemelha-se a um cortejo que se dirige. que dizermos das realizações do Espírito Eterno.6 1 Mediunidade com Jesus Em quaisquer setores de atividade humana. no contacto com o sofrimento e a enfermidade. nesta altura dos tempos. sobrepor-se ao meio ambiente e escalar. na cirurgia ou na clínica. adquirirá os recursos da técnica especializada. para decidirem. como criatura que realiza. jubilosos. no humilde labor diuturno. lentamente. simultaneamente. aprimorar-seá. em sua maioria. em espiritualizado instrumento das vozes do . de modo penoso. cujas necessidades. também. igualmente. cooperará. que o tornarão elemento valioso e indispensável no ambiente onde a Divina Bondade o situou. a fim de dignificar a profissão escolhida. no mundo espiritual. a uma necrópole e a um berçário. eficientemente. dar vida a outro ser mais perfeito e formoso. Vamos sepultar uma civilização poluida e assistir. estudando e aprendendo. afinal. procurando destruir os grilhões que ainda a vinculam à Era da Matéria. no exercício de sua faculdade. Os problemas materiais. com firmeza e decisão. à alvorada de luz de um novo Dia. Justo e mesmo necessário será. naturalmente. conquistará o respeito do meio onde vive. o anseio de melhoria e aperfeiçoamento. o desejo de. O médico. ampliará sempre os seus conhecimentos. concorrem para que o Mais Alto encontre. abrirá ao próprio Espírito perspectivas sublimes “para o ingresso à Magistratura respeitável. revelador da ausência do Evangelho no coração humano. os degraus da evolução consciente e definitiva. pelo estudo e pelo trabalho. A Humanidade. os instintos ainda falando. portanto. no estudo e no trabalho. forte obstáculo à livre. O médium. apresenta dolorosos sintomas de decomposição. na intimidade do próprio coração. pelo mistério do renascimento. O artífice. deste estado de coisas. O advogado. desejar uma comunidade realmente cristã. o mais forte sobre o mais fraco e. desde o suave episódio da Manjedoura. {Opressão = {espiritual. Temos que deixar os milenários hábitos que nos cristalizaram os corações. portanto. Comecemos. amemos e sirvamos. sem dúvida. a luz da humana redenção. nas práticas mediúnicas. determinarão. Modifiquemos os hábitos. {Fraternidade = {material. especialmente. pode começar a ser efetivada. altruísmo. pela lei das afinidades. nas palhas do estábulo de Belém. serão compelidos a sintonizarem conosco nas tarefas cotidianas e. pelo que é positivo. em condições. se é impossível. ERA DO ESPÍRITO = {Conhecimento = {sabedoria humana.” Todavia. pelo bem vivam e pelo bem realizem. Jesus continua falando ao nosso coração. . {Instintos = {animalidade. finalmente. pela absoluta predominância dos instintos. exerçamos a fraternidade. questões espirituais. total e expressamente. Renovação = {moralidade. purifiquemos os olhos. onde todos se entendam. pelo que é bom. humildemente. quando tivermos a presença do Cristo de Deus no próprio coração. que não mais satisfazem os imperativos da decência e da higiene. convertido em Templo Divino. Seria. o processo de auto-transformação. mas Cristo que vive em mim. exemplifiquemos: ERA DA MATÉRIA = {Ignorância = {questões materiais. Numa figura mais simples: a substituição do que é ruim. A fim de melhor entendermos a base de tais substituições. de repetirmos. indubitávelmente. melhoremos o vocabulário. do que é negativo. silenciosamente. no mundo interior de cada criatura. em nome do Divino Poder. a se expressarem através de atos e palavras. o irmão. aprimoremos os sentimentos. pelo que diviniza. Não podemos por enquanto. leal e sinceramente. em silêncio. ambição. é verdade. quando acendeu. a qualidade dos Espíritos que. o tipo das nossas aspirações e o nosso sistema de vida. extemporaneamente. a natureza dos nossos pensamentos. na base da troca ou substituição de sentimentos. a renovação dos sentimentos. pela ignorância de assuntos espirituais e materiais. Vamos sair de uma para outra fase da evolução planetária. Antigamente. Esta transição inevitável. perseverantemente. em época mais recuada. por agora. Oprimia-se moral. material. estudemos e aprendamos incessantemente. pensem no bem. do que degrada. Cada um de nós terá de construir a própria edificação. como abandonamos a roupa velha ou o calçado imprestável. impondo-se.7 Senhor. inclusive. com o grande bandeirante do Evangelho: “Já não sou eu quem vive. Este processo renovativo se verificará. econômica e espiritualmente. Assimilando. realização que pertencerá aos milênios futuros. da Era da Matéria para a Era do Espírito. desde já. Esclarecem os instrutores espirituais que é “a mente a base de todos os fenômenos mediúnicos”. por conseguinte. sabedoria espiritual. homens e grupos se caracterizavam. a cristianização coletiva da Humanidade do nosso pequenino orbe. pensamentos e atitudes. pela opressão — material e espiritual — uns sobre os outros. Sacrificava-se. a Era do Espírito. espiritual. preparando o seu caminho de elevação para o Céu. convocando-nos à preguiça e à estagnação. os talentos que por empréstimo lhe foram confiados. no silêncio de suas dores e de seus sacrifícios. cuja ferramenta se enferrujará. cultiva as virtudes cristãs e oferece ao Senhor. substituir a Opressão. nos converteremos em pontes luminosas. apenas.. pelas elevadas noções de fraternidade do Cristianismo. será destruída pelas traças ou roubada pelos ladrões. temos que nos educar. A Era do Espírito pede-nos a conquista de nós mesmos. Os instintos inferiorizados cederão lugar. luta incessante. Será. O homem será irmão de seu irmão. os médiuns serão. superando a animalidade primitivista e a ambição desmedida. legítimos transformadores de luz espiritual. é operário negligente. acenando-nos com as suas mãos de luz para a realização de nossos alevantados destinos.. tornar-se uma realidade em nosso coração. consoante a advertência do Evangelho. ao abismo e ao sofrimento. sem dúvida. . multiplicados. que sufoca e constrange. prazeres e futilidades. transformando o coração em Altar de Fraternidade. porque Espíritos Sublimados sintonizarão com os medianeiros. onde se abriguem todos os necessitados do caminho. A Era da Matéria exige-nos conquistas exteriores. Se desejamos sublimar as nossas faculdades mediúnicas. simples produtor de fenômeno. Quando a Fraternidade que ajuda e socorre. exercendo a “mediunidade com Jesus”. vencidos e humilhados. estará. É o futuro. que perdoa e consola. exaltando a Paz e a Luz. Elevar-se-ão as práticas mediúnicas. em seu duplo aspecto — material e espiritual. da opressão política ou religiosa.8 O primado da Matéria abrangia todas as formas de vida. tendemos. Na fase de transição em que vivemos. sem dúvida. sua vida será sublime apostolado de ternura e cooperação e o seu verbo a mais encantadora e harmoniosa sinfonia. vive os fatores negativos da Era da Matéria. sublimar-se-à. a fenomenologia mediúnica se enriquecerá de novas e incomparáveis expressões de nobreza. aos eternos valores do Espírito Imortal! Como decorrência natural de tais substituições. considerações e honrarias. O médium. Quando nos moralizarmos e nos tornarmos realmente altruístas. para a espiritualização. disciplina as emoções. trabalho e responsabilidades. em definitivo e maravilhoso Pentecostes de Amor e Sabedoria. que vigia a própria vida. É o imediatismo. igualmente. Estará. ganhos fáceis. Substituiremos as velhas fórmulas da ignorância. intrinsecamente. O médium que. moral ou econômica. entretanto. através das quais o Céu se ligará à Terra. a mediunidade. na paisagem terrestre. Quando o conhecimento dos problemas humanos. cogita o Espiritismo de fixar o roteiro do nosso reajustamento para a Vida Superior. Em que pese ao extraordinário progresso do Espiritismo. no trabalho em favor de si mesmo e dos outros. subir. inevitavelmente. Nem os Espíritos mais esclarecidos. na posição de santos ou iluminados. por muitos séculos. guardam um conceito errôneo e perigoso. teria de ser. qualquer observador notará que os seus variegados ângulos ainda não foram integralmente apreendidos. Não quer mais ser violento ou grosseiro. a iniciar o processo de sua própria transformação moral. os penosos degraus do aperfeiçoamento espiritual. situando-os.Moral b)— Espiritual c) — Intelectual E na definição de André Luiz. aclarando o entendimento de quantos lhe busquem por manancial de esclarecimento e consolação. em vista das solicitações inferiores que decorrem. Em resumo. Muitas criaturas. numerosas instituições especializadas. buscar nos serviços de intercâmbio entre os dois planos a satisfação de seus interesses imediatistas. naturalmente. inclusive por companheiros a ele já filiados. maledicente ou ingrato. do nosso aprisionamento às formas primitivistas evolucionais. irrefletidamente. com relação aos médiuns. Ele permanecerá como imponente marco de luz. Allan Kardec foi. para cuja solução existem. no dizer de Flammarion. portador das mesmas responsabilidades e fraquezas que igualmente . O Espiritismo. Deseja. ameaçamlhes a estabilidade espiritual. “o bom senso encarnado”. neste seu primeiro século de existência codificada. indevidamente. embora tateante. Outras. devagarinho. o que o Espiritismo e a prática mediúnica nos podem oferecer. evidentemente. ainda não sabem o que devem e podem buscar na mediunidade. almas generosas e simples. Há quem deseje. a Doutrina do bom-senso e da lógica. Ao invés de cogitar apenas dos problemas materiais. cuja codificação no plano físico coube ao sábio francês. O Espiritismo não responde por isso. O Espírita esclarecido considerará o médium como1 um companheiro comum. leviano ou infiel. ainda não sabemos. para isso. com sérios riscos para o Homem e para a Causa. integrando-se. Nem os Espíritos Superiores.9 2 Espiritismo e Mediunidade Que devemos buscar na Mediunidade? Como devemos considerar os Médiuns? Que nos podem oferecer o Espiritismo e o Mediunismo? Essas três singelas perguntas constituem o esboço do presente capítulo. do equilíbrio e da sensatez. endeusando os médiuns. também. como existem os que. Quem se alista nas fileiras do Espiritismo é compelido. no mundo. relacionados com a vida terrena. Reajustamento assim especificado: a) . “revelação divina para renovação fundamental dos homens”. oráculo ou revelador de notícias inadequadas. ajudá-lo-á no desempenho dos seus deveres. do Espírito de Humberto de Campos. evitando o elogio que inutiliza as mais belas florações mediúnicas. através dessa compreensão. auxiliando-nos a compreensão para mais amplo discernimento da verdade”. o capítulo História de um Médium. que o Espiritismo e o Mediunismo lhe podem oferecer ensejo para o sublime “reencontro com o pensamento puro do Cristo.10 nos afligem. Assim sendo. por fim. as três perguntas com que abrimos o presente capítulo: Que devemos buscar na mediunidade? Como devemos considerar os médiuns? Que nos podem oferecer o Espiritismo e o Mediunismo? . que a glória reservada ao espírito humano é sublime e infinita. assim. a esfera das cogitações propriamente terrestres. de mais alto. Não o tomará por adivinho. E. no Reino Divino do Universo”. pouco a pouco. Com esta superior noção das finalidades da Doutrina Espírita. livres e desimpedidos para a realização de suas nobres tarefas? O Espiritista sincero irá compreendendo. proferidas por companheiros nossos. Alma humana. através dos quais contemplaremos. meditando. não mais se farão ouvir. deixando-os. do livro “Novas Mensagens”. Como descansariam os médiuns do assédio impiedoso que lhes movem alguns companheiros. Todo Espírita ganharia muito se lesse. falível e pecadora. necessitada de compreensão. para estimulá-lo e ampará-lo com a palavra amiga e sincera. saberá reverenciar “o Espiritismo e a Mediunidade como dois altares vivos no templo da fé. compreendendo. Assim como a ingestão de certos alimentos ou de bebidas alcoólicas ocasiona. ainda. * As idéias são criações do nosso Espírito. quando dotados de vidência ou forem sensitivos. Uma mente invigilante atrairá entidades infelizes. das idéias criadas. adquirindo forma. do mesmo modo os nossos pensamentos criam o fenômeno psíquico do «hálito mentalx. em virtude das vibrações compensadas. Assim sendo.11 3 Problemas mentais Iniciaremos o presente capítulo. o problema mental. porque certos Espíritos profundamente materializados. evidencia-se e se avulta. recordando a assertiva do instrutor Albério de que «a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos». a seu turno. as sérias responsabilidades que decorrem do conhecimento que já temos de tais verdades. movimento. inexoràvelmente determinado pelas forças mentais que projetamos através do pensamento. sentido pelos Espíritos e pelos encarnados. Isso porque tais criações determinarão. aflitivas preocupações. a modificação do nosso hálito. alcançando o olfato das pessoas que próximas estiverem. Estudemos. ser visto pelos médiuns videntes ou percebido pelos médiuns sensitivos. de maus hábitos ou de hábitos salutares. notaremos o seu hálito mental». determinado pelo tipo dos nossos pensamentos. Poderá. da palavra. O ambiente psíquico de uma pessoa. ininterruptas. ou que conduza no coração. somos compelidos a medir e pensar. veiculado poderosamente por nosso Espírito. O nosso campo mental é. por oportuna. às paíxões inferiores. nutrem-se. será notado. Ao nos aproximarmos de pessoa encolerizada. inclusive. que se projetam no Espaço e no Tempo. sobremodo. vampirizadoras. Considerando. nos labores evolutivos de cada dia. poderá até ser fotografado. equivalente à natureza das forças que emitimos ou assimilamos. que expresse desejos ou objetivos. especialmente dos médiuns. da atitude. O nosso ambiente psíquico será. Teremos. do ideal que esposamos. a observação de Paulo de Tarso de que «estamos cercados por uma nuvem de testemunhas». um «hálito mental» desagradável e nocivo ou agradável e benéfico. O hálito bucal será determinado pelo tipo de alimentação ou de bebida que ingerirmos. inevitavelmente. direção e tonalidades equivalentes à natureza. na balança consciencial. O “hálito mental” será. com simplicidade e clareza. assim. então. pois. fatalmente. a responsabilidade de todos nós. superior ou inferior. inteiramente devassável pelos Espíritos e até pelos encarnados. mesmo em silêncio. arraigados. alimentam-se dessas substâncias produzidas pela mente . do mesmo modo que notaremos o «hálito bucal» de quem tomou um copo de vinho ou mastigou uma cebola. Um pensamento. Criações incessantes. o tipo e o caráter de nossas companhias espirituais. ” Poderão os Bons Espíritos. reconheçamos. poderão permanecer durante longos anos no cenário da luta. inteiramente alheios ao imperativo da própria renovação para o Bem. Ser médium é algo de sublime. Os chamados “clichês astrais”. assim. espetaculoso meio de produzir fenômenos. medianeiro entre o Céu e a Terra. benéfica ou maléficamente. na sua faculdade. A este respeito. inclinados à exploração inferior. cumpre-nos admitir. exaltando. portanto. uma vez que é ser intérprete do pensamento das esferas espirituais. {Idéia = {“Ser” organizado pelo nosso Espírito. sem finalidade educativa para si e para os outros. o Amor e a Sabedoria do Senhor da Vida. pela projeção mental.12 irresponsável ou deseducada. A discriminação e importância do problema mental poderão. talvez. impontuais. abonam esta informação. os tais clichês astrais. = {Sublimação do pensamento incorporando tesouros morais e culturais. negligentes no cumprimento dos deveres morais. {Criação. extrair notas harmoniosas de mal cuidado instrumento. comunicar-se algumas vezes. ainda. ser melhor entendidas mediante o gráfico organizado para o estudo e análise do tema “criações mentais”: MENTE — Base de todos os fenômenos mediúnicos = Hálito Mental {Emissão de forças determinadoras do nosso ambiente psíquico. Cenas violentas. Situações. o Poder e a Glória. por medianeiro definitivo para as grandes realizações do Cristo o médium que vê. sendo-nos facultado. Convenhamos que será muito difícil aos Mensageiros Celestes utilizaremse. adaptado de acordo com os conceitos e esclarecimentos do instrutor Albério. ainda. para estender benefícios aos estropiados do caminho. porque cessaram as energias que lhes davam vida. . de companheiros encarnados sem a mais leve noção de responsabilidade. Poderão transpor barreiras vibratórias e superar obstáculos da mente irresponsável. tais como assassínios etc. serão destruidos. Coisas. Quando a luz do esclarecimento felicitar o coração dos protagonistas. Ser médium é investir-se a criatura de sagrada responsabilidade perante Deus e a própria consciência. desaparecerão. Alimento e Destruição = {de Formas. dificilmente tornarão eles. a necessidade de o indivíduo conquistar a si mesmo pela superação das qualidades negativas. Paisagens. situações. coisas e paisagens. Todavia. de modo permanente. determinando tàcitamente o imperativo da realização interior. quando transportado num vaso guarnecido de lodo. influenciar. O ruído dessas lutas pode ser ouvido pelos médiuns audientes. até enquanto as suas personagens lhes derem vida. ou. os Grandes Instrutores. Tem-na também para dar-lhes vida ou destruí-las. = {Pensamento (forma) Vontade (movimento e direção). ouçamos a palavra de Emmanuel: “O perfume conservado no frasco de cristal puro não será o mesmo.. referidos pelos estudiosos da Ciência Espírita. a nós e aos outros. Deixarão de existir. Poderão. o nosso Espírito tem a propriedade de criar formas. Tem o nosso Espírito não apenas a faculdade de realizar tais criações. Segundo depreendemos do diagrama acima. apenas. uma série de vantagens. enriquecendo a mente de tesouros morais e culturais. em torno de si. envolvendo. via de regra. sem coadjuvantes físicos de qualquer espécie. mesmo que tenha pouca instrução. segundo a afirmativa do Divino Amigo. d) — Crédito de confiança dos Espíritos Superiores. Sim. com Francisco de Assis. a constituírem verdadeira (ponte magnética). * Um Espírito inclinado à perversidade ou à turbulência. à necessidade de o médium estudar e devotar-se ao bem. O episódio do lobo de Gúbio. por fim. e) — Iluminação própria. detenha consigo tesouros de pureza e simplicidade que o sábio desconhece. aliada à colaboração amiga do dirigente dos trabalhos e ao socorro dos protetores. Demonstra como a violência e a agressividade se estiolam. o médium sincero e de boa vontade. A prática do Evangelho e o conhecimento da Doutrina Espírita.” Referindo-se. diante . inermes. os que dele se acham próximos. f) — Outorga de tarefas de maior valia no serviço do Senhor. O seu hálito mental se exterioriza mediante expressões edificantes e com tonalidades maravilhosas. o pensamento de Emmanuel: «O sábio não poderá tomar uma criança para confidente. salutarmente. a consagração sistemática ao progresso de todos. É. mas só a noção de responsabilidade. ao coração endurecido ou sofredor.13 O médium não-evangelizado. não resistirá ao suave. mais uma vez. ainda. pela qual terão acesso as entidades perturbadoras. instruindo o médium e estendendo-lhe ao coração as noções de fraternidade. o seu ambiente psíquico se consolida. amoroso e fraterno envolvimento fluídico resultante do próprio estado psíquico do medianeiro. em caráter definitivo. sem exorcismos ou aparatos. como. é expressivo. será. conseguirá. iluminado pela fé e pelo amor. sublimar os pensamentos. “àquele que mais tem. invariàvelmente. assegura também o respeitável Espírito: «A ignorância poderá produzir indiscutíveis e belos fenômenos. incorporando-se num médium espiritualizado. circunstância que. irresponsável. mais lhe será dado”. serão recursos salutares que.) Quando o médium se despoja de tudo quanto representa irresponsabilidade. transformar-lhe-ão o ambiente psíquico. embora a criança. sem dúvida. a bondade e o conhecimento conseguem materializar na Terra os monumentos definitivos da felicidade humana. Ouçamos. irradia forças benéficas e irresistíveis. o orvalho da bondade e da compreensão. Quem ama. c) — Defesa contra a incursão de entidades da sombra. b) — Valiosas amizades espirituais. sem qualquer formalidade. um permanente criador de imagens deprimentes. convertendo-se. facilitará a execução das reais finalidades do serviço mediúnico: levar. pura e simples. assegurando-lhe. outorga de novos encargos no campo do mediunismo edificante. tais como: a) — Paz interior. num medianeiro cristão para o serviço de intercâmbio com o Plano Superior. criarmos idéias e de. A faculdade de. sem dúvida. pela vontade. correspondendo. . físico e psíquico. pelo pensamento. assim. aguardam a migalha da nossa boa vontade. abre prodigioso campo de fraternas realizações para a alma humana. à confiança daqueles que. encarnada ou desencarnada. se tornarem objeto das nossas criações mentais.14 do incoercível e ilimitado poder do Amor. E o que será não menos importante e fundamental: consolidaremos o próprio equilíbrio interior. de quantos. na Espiritualidade Mais Alta. Com o Evangelho no coração e a Doutrina Espírita no entendimento poderemos. imprimirmos movimento e direção a tais idéias. realmente interessados na própria renovação. promover o bem-estar. {Árvores = {Maior vitalidade. no índio ou no homem inculto. procuramos. facões e ornamentos que as expedições civilizadoras possam levar-lhe aos domínios. nada familiarizado com questões científicas ou artísticas. à base de vibrações. Sintonia significa. ressonância ou equivalência. o referido instrutor. apenas. Serão dotadas de maior vitalidade e produzirão mais. compreensão. Neste capítulo. assuntos triviais. Exemplo: Plantando-se laranjas entre . entre elas. A seu turno. Estudemos o assunto à luz do seguinte diagrama: SINTONIA. harmonia. extraindo. o silvícola das margens de Kuluene preferirá. {Índios = {Objetivos vulgares. presentes. ou das «vibrações compensadas». por fim. Exemplifiquemos: o sábio. considerando a finalidade sobretudo evangélica do presente trabalho. funcionando. torná-lo ainda mais compreensível ao entendimento geral. o físico. etc. Esclarece. possibilitou-nos a organização de três gráficos. RESSONÂNCIA. imantando-as profundamente. filosofia. que as próprias árvores não prescindem do fator sintonia. lutas. evidentemente. Os seus companheiros de palestras serão. Estarão respirando na mesma faixa. religião. pesca. dois deles já expostos e analisados. por conseguinte dentro do nosso orbe. mediante o qual tentaremos apreciar o problema da «sintonia». da “ressonância”. da mútua compreensão. Seria rematada tolice afirmar-se que o astrônomo. = {Permuta dos princípios germinativos quando colocadas entre companheiras da mesma espécie. portanto. o matemático. com as mentes perfeitamente entrosadas. uma ponte magnética a vinculálas. em definição mais ampla. das próximas incursões ao acampamento inimigo ou de espelhos. não se detém. elemento ideal para as suas tertúlias. o terceiro. no capítulo Estudando a Mediunidade. notaremos que tudo dentro do Universo. VIBRAÇÕES COMPENSADAS = {Sábios = {ideais superiores. sem dúvida. Sintonia é. com a possível simplicidade. havendo. o biologista ou o cientista consagrado a problemas atômicos possam encontrar. as conclusões de ordem moral cabíveis. O assunto foi aclarado pelo instrutor Albério. naturalmente. Duas pessoas sintonizadas estarão. etc. para trocar idéias sobre assuntos transcendentes com o homem rude do campo. entender-se e confabular com os companheiros de taba que lhe falam da pesca ou da caça. outros sábios. = {caça. funciona e movimenta-se na base da sintonia. do livro que estamos estudando. melhor produção. indefinidamente. Quando dizemos que «Fulano sintoniza com Beltrano». Apresentamos. referimo-nos. pois. Pelo exame desse gráfico. de modo geral.15 4 Vibrações compensadas O capítulo nº 1. intimamente associadas. ao perfeito entendimento entre ambos existente. ou seja. nos capítulos precedentes. que demandam longos estudos. assuntos transcendentes = {ciência. entendimento. o jurisconsulto. sem dúvida. se colocadas ao lado de companheiras da mesma espécie. um fenômeno de harmonia psíquica. sem dúvida. quando há muito amor no coração dos que progrediram mais ràpidamente. juntos. Acentuando tal fato. o irmão Albério. dignifica a pessoa humana. o fator «Sintonia e o elemento (ressonância). reciprocamente alimentadas. Nutrem-se mutuamente. as próprias energias. o aspecto de maior relevância. às almas queridas que. encarnadas ou desencarnadas. As vezes. sem ultrapassar as linhas de gravitação que lhe dizem respeito. sob a égide santa e abençoada do Senhor da Vida.” Demonstrado. temporariamente ou em definitivo. as laranjeiras produzirão menos do que se a plantação fosse só de sementes de laranja. sem dúvida não apenas na órbita planetária terrestre. deseja e procura movimentar. à maneira de alunos pouco aplicados. em verdadeira «compensação vibratória». seria reprovável conduta. recorre. Há grupos de Espíritos. esclarecendo-se. muitos instrutores espirituais se vêem compelidos a abandonar. dentro da função que lhes é própria. É bem verdade que. frutificação mais abundante. a mesma marcha. Não podem acompanhar aqueles que. Em virtude de impositivos superiores. tais Espíritos se vêem privados da indescritível felicidade de prosseguirem. de forma irretorquível. são naturalmente transferidos para cursos mais adiantados. evoluindo simultaneamente. a fim de estenderem as mãos. todavia. invigilantes. consubstanciado na interdependência entre as almas. garantindo-lhes. Converte-a num ser responsável e consciente que. mas noutros planos. Bem sabemos que a Terra é o Grande Educandário. cômodamente. com sabedoria. os seus tutelados. A permuta dos princípios germinativos assegura-lhes robustez e verdor. prelecionando magistralmente. da mesma espécie. Uma árvore precisa de outra ao lado. se perderam nos escuros labirintos da indolência. por culpa própria. para que ambas. que perdem de vista. É que os preguiçosos vão ficando para trás. Como notamos. A Doutrina Espírita. o problema da sintonia não está ausente das próprias relações no reino vegetal. Fortalecem-se uns aos outros. o espírito de abnegação e renúncia fá-los retroceder. por desídia de alguns. Esperar. à mecânica celeste. invariàvelmente. Alimentam-se reciprocamente. ou consciências. mais ou menos evolvidos. plenas de luz. enriqueçam e nutram o homem. ao preço de tremendos sacrifícios dos mensageiros do bem. a que não conseguem fugir. Vamos dar a palavra ao esclarecido mentor: “Cada planeta revoluciona na órbita que lhe éassinalada pelas leis do equilíbrio. os próprios recursos evolutivos latentes no Íntimo de todo ser humano. ainda com o instrutor Albério. embora recebessem as mesmas aulas e estivessem submetidos à mesma disciplina. assim. exaltando o esforço próprio. especialmente os que imprimiram à própria . em tarefas sacrificiais. os estudiosos. para demonstrar que idênticos princípios magnéticos regem também as relações do mundo cósmico.16 abacaxis ou jaboticabas. embelezem a Natureza. tal amparo. formando um laranjal. em virtude de notas distintas e merecidas. nos exames finais. no tocante ao problema evolutivo. que em tudo funcionam e operam. recordemos. consequentemente. se cubram de folhas viçosas e flores mais belas e. Estabelecida. tornando-se humildes e bons. com reais benefícios para o médium e o agrupamento onde serve. enriquecer o coração com os tesouros da fé. Não podem. a prática mediúnica se constituirá. . assim. legítima sementeira de fraternidade e socorro. que desejam. Não devem perder de vista os estudos doutrinários. base do seu esclarecimento. de modo permanente. a fixa de que os modestos encargos mediúnicos de hoje sejam. nos labores renovativos. o selo da irresponsabilidade e da má vontade. permutando.17 vida. esta comunhão do medianeiro com os prepostos do Senhor. sinceramente. com os Espíritos Superiores. transformados em sublimes e redentoras tarefas. no trabalho mediúnico. que nos afirmou ser o pão da vida» e a «luz do mundo». deixar de nutrir-se com o alimento evangélico. Abnegação e perseverança. com as forças do Bem as divinas vibrações do amor e da sabedoria. amanhã. sob o augusto patrocínio do Divino Mestre. a fim de ampliarem os recursos de servir ao Mestre na Seara do Bem. não podem nem devem perder de vista o fator «autoaperfeiçoamento». em lastimável desapreço aos talentos que Jesus lhes confiara. de forma alguma. portanto. devotados e convictos. mantêm o servidor em condições de sintonizar. Os médiuns. pois. tiveram o seu período áureo. na sua obra «O Psiquismo Experimental». sem esta complementação magnificente. para júbilo de todos nós. O Espiritismo. para a frente e para o alto. exatamente. tais como: a) — Moralidade b) — Bondade c) — Perversidade d) — Falta de confiança e) — Curiosidade f) — Irresponsabilidade . o seu destino seria. esse caráter progressivo. tendo em vista a imaturação do espírito humano para tais problemas. dando expansibilidade à Codificação. as mais positivas. pelo seu conteúdo evolutivo e universal. ricas e sublimes perspectivas de engrandecimento. o que dá sentido de eternidade à Doutrina Espírita é. em fins do século passado. afirmou. de desenvolvimento e de expansibilidade ilimitada. nas resplandecentes esferas. Allan Kardec. Segundo verificamos. e após o notável estudo do instrutor Albério. aprendendo com ele muita coisa que os clássicos não podiam mencionar no século 19. ficaram sepultadas no sarcófago do esquecimento. mas que. foi dita a primeira palavra e jamais se dirá a última. deixando-lhe. Tivesse a Doutrina parado com os livros básicos. com o poder de definir-lhe as vibrações e com capacidade para efetuar diversas observações da matéria. todavia. o destino de tantas doutrinas que floresceram. inevitàvelmente. » O cientista a que Áulus se refere foi Alfred Erny. perlustraremos os maravilhosos e complexos caminhos do mediunismo. ressaltar a faculdade de esse aparelho espiritual. por se cristalizarem. o Assistente Áulus informa que «é um aparelho a que intuitivamente se referiu ilustre estudioso da fenomenologia espirítica. É um sol que busca o zênite de seus gloriosos objetivos de Consolador anunciado e prometido pelo Divino Amigo. no Tempo e no Espaço. tem o psicoscópio a propriedade de definir as vibrações de encarnados e desencarnados. Abençoado seja. Através do verbo bondoso e sábio desse Espírito. é um movimento em marcha. cumprindo-nos. caracterizar os mais íntimos sentimentos dos presentes. assumirá o Assistente Áulus o comando dos nossos comentários sobre a mediunidade. Aliás. * Definindo o psicoscópio. o valoroso missionário que estruturou o Espiritismo. devidamente armado num grupo mediúnico. atentos aos objetivos deste livro. assegurando a continuidade das notícias do Espaço. incisivamente. enriquecendo-a com novos e magníficos conhecimentos da vida no Além-Túmulo. deu-lhe bases inamovíveis. desdobrando-a em nuances cada vez mais belas e empolgantes e. Destina-se à auscultação da alma. Dele.18 5 O Psicoscópio A partir do presente capítulo. a mesma função que têm.19 g) — Interesses inferiorizados O psicoscópio tem. pelos amigos espirituais. na medicina terrestre. planejamos a obra que podem realizar no Tempo. a palavra do Assistente Áulus: «Em nosso esforço de supervisão. Segundo as radiações que projetam. cuja utilidade apreciaremos nas linhas seguintes.. é revelado por esses e outros aparelhos. aos benfeitores espirituais. a este respeito. podemos classificar sem dificuldade. o estetoscópio. trabalhar «sob planejamento do Alto». possivelmente dirigidos por infelizes entidades. Ouçamos. analisado «psicoscopicamente pelos Mentores. Muita vez. aquilo que o doente não desejava saber. programarão tarefas a serem executadas junto aos necessitados. se os pulmões passam bem. (com o psicoscópio) as persperctivas desse ou daquele agrupamento de serviços psíquicos que aparecem no mundo. aparelho inventado pelo abade Fortin para medir a intensidade do fluido magnético. não só com relação aos encarnados. efetivamente. Os instrutores operam com absoluta ausência de qualquer pensamento descaridoso ou humilhante. Longe disto. inevitavelmente. ou preferiria que os demais ignorassem. entretanto. mediante a aplicação do instrumento apropriado. anotandolhes as possibilidades. no plano espiritual. Um grupo mediúnico que funciona na base da irresponsabilidade e da desconfiança. frisar que tal providência. esta mesma função. conhecerá o médico a «intimidade física do cliente”. o eletrocardiógrafo. um grupo desse tipo. na Terra. por analogia. indiscretos. » Esta declaração do Mentor Espiritual é de suma importância para os agrupamentos mediúnicos que desejam. à guisa de simples curiosidade ou diletantismo. «vivos» ou «mortos». o magnetômetro. este fato sublima o serviço mediúnico. Utilizando os aparelhos acima. sob o ponto de vista espiritual. como para com os desencarnados. Saberá se o coração vai normal. O estado orgânico do enfermo é perscrutado pelo clínico ou pelo radiologista. Analisando a psicoscopia de uma personalidade ou de uma equipe de trabalhadores é possível anotar-lhes as possibilidades e categorizar-lhes a situação. em síntese. o eletrencefalógrafo. analisadora dos sentimentos individuais. os desvendadores dos segredos internos do corpo humano. O psicoscópio desempenha. a sintonização vibratória de que foram objeto as . da negligência ou da má vontade. Cumpre-nos. à mercê dos interesses que norteiam a sua existência e o seu funcionamento. não se efetiva. descobre e revela. o que os médiuns ocultam ao dirigente dos trabalhos e o que o dirigente oculta aos médiuns. etc. O mais fervoroso sentimento de compreensão e bondade preside a tais verificações. Sem dúvida. acentuando o senso de responsabilidade que deve orientar esse abençoado campo de atividade. por medo da verdade. Tais aparelhos. assistidos e orientados por instrutores que. Entre companheiros invigilantes e entidades menos esclarecidas se estabelecerá. ficará. os Raios 10º. sem dúvida. são. sem que os seus componentes estejam efetivamente entrelaçados pela mais santa fraternidade e pelos mais elevados propósitos. se o aparelho cerebral vai sem alterações. neste sentido. Acreditamos que o livro «Nos Domínios da Mediunidade» tenha sido compreendido e que. Mediunismo é. Pelos condutos mediúnicos. abundantes jorros de luz e consolação. Não é demasiado tarde para darmos e fazermos o melhor. em todos os tempos e lugares. de operosidade e devotamento. sem cogitar do fundamental problema da elevação moral de todos. é que o Céu tem enviado à Terra. possam as agremiações espíritas traçar elevadas diretrizes para os seus misteres mediúnicos. assim fazendo. também. O oposto sucede quando. para tal indagação? O bom senso nos diz que muitos grupos funcionam sem programa edificante. em nossas atividades no setor mediúnico. cerrá-las-ia.20 páginas precedentes. melhor seria que cerrasse as suas portas. atividade sagrada. militantes espíritas. simplesmente por fazer. às forças da sombra. Fazem-se sessões. Qualquer um de nós. sinceros e estudiosos. Grupo mediúnico que funciona sem orientação cristã. que naquele agrupamento não adiantará o concurso elevado. Será este o meio de a Espiritualidade. se os interesses menos dignos predominam. porque. pomposamente. lógica e racional. examinando os sentimentos e as intenções dos trabalhadores desse campo. via de regra. Por ele é que vem a Revelação. As advertências de Léon Denis permanecem. Neste caso — afirmemos em alto e bom som — os instrutores espirituais organizarão a ficha psicoscópica do grupo.. aqui ou alhures. Porque será? Não se encontrará. à maneira do sino que tine?. compadecidos. que é a palavra de Deus para os homens. em resultado de sua leitura e análise. através da inconfundível linguagem dos sentimentos. sem dúvida.. de amparo aos sofredores. também. com absoluto descaso pelo bem do próximo. evangélica. sobretudo. porventura. a resposta. foram esquecidas. as radiações dos seus integrantes falam. expressos em forma de vibrações. Parece que as recomendações do Codificador. lastimavelmente olvidadas. traçando-lhes programas que atendam. embora. a palavra «caridade» seja pronunciada. Os instrutores espirituais compreenderão. ao elevado espírito de fraternidade que presidiu a todos os atos e palavras. de confiança e união espiritual. que certos grupos mediúnicos não progridem. a fim de que as tarefas mediúnicas cumpram sua legítima finalidade. confiança e sinceridade de propósitos! Que poderão os Benfeitores Espirituais «planejar» para semelhante núcleo. porque se acham ausentes os requisitos fundamentais que justificam a colaboração do Mais Alto: boa vontade. nas considerações em torno do psicoscópio. Os centros espíritas bem orientados não devem ensarilhar armas no esforço de recomendar sessões reservadas. dispensar-lhes amparo e orientação. pensamentos e . para comporem seus núcleos de amparo aos sofredores. congregando senhoras e senhores de boa vontade. a fim de que um programa de santificantes realizações lhe seja cometido. pondo o psicoscópio a funcionar num grupo humilde e sincero. através da inspiração ou da escrita. terá observado. .21 atitudes de Nosso Senhor Jesus-Cristo — o Médium de Deus. que Espíritos menos esclarecidos costumam acabar com centros espíritas ou agrupamentos mediúnicos. primacialmente. de início. o sentido e a feição superiores por que se bate o Espiritismo Cristão. de centros e de grupos espíritas! São os dirigentes intratáveis e grosseiros. todos eles. encarnado. em sã consciência. os «desmanchadores». negará a evidência desse assédio. Efetivamente. como advertência fraterna e em nome do imenso amor que consagramos àDoutrina Espírita. «que dirige o núcleo com sincera devoção à fraternidade». o Assistente Áulus forneceu a André Luiz e Hilário. em torno da personalidade do diretor. Ninguém. consegue equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa vontade. os informes que.22 6 Irmão Raul Silva “Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas. que lhe identificam na mente um espelho cristalino. em toda a sua plenitude. ou espalhando a cizânia entre outros. Enquanto a boa vontade e a correção. é instrumento fiel dos benfeitores desencarnados. neste livro. por muito tempo ainda. a mola real de todos os grupos mediúnicos. Pelo amor com que se desincumbe da tarefa. uma outra verdade se patenteia. elevada noção de responsabilidade quanto à nobreza da tarefa que. os Espíritos têm desmanchado muitos centros e continuarão sem dúvida. dirigente do grupo visitado. Reproduzamos. provocando confusões. que lhe é característica. à guisa de apresentação. Os estudos de André Luiz e do seu companheiro Hilário. no Íntimo. completamente. em número de dez — quatro irmãs e seis irmãos — realizam aquilo que poderemos classificar de “mediunismo cristão». aqui. eis que a prática mediúnica. guardando. num grupo que denominaremos.” EVANGELHO. os Espíritos menos esclarecidos encontrarão sempre fácil acesso. Há. levam a efeito. sem Evangelho sentido e vivido. de modo geral. apresentou: «Correto no desempenho dos seus deveres e ardoroso na fé. E essa verdade precisa de ser focalizada. sob a supervisão do Assistente Áulus. ensejam significativas apreciações no tocante a determinados requisitos que não podem estar ausentes daqueles que se dispõem a presidir trabalhos mediúnicos. e sem Doutrina estudada e compreendida. destituídos. Afirma-se. Todavia. . até que se dê a tais atividades. encarnados. constitui porta aberta à infiltração dos desencarnados ainda não felicitados pela luz do esclarecimento. através das bem orientadas instituições. dos trabalhos. na última encarnação. obtendo êxito em sua obra desagregadora. o estudo e o amor não forem. em conjunto. Os elementos que lhe compõem a «equipagem mediúnica». retratando-lhes as instruções. de «grupo-básico». desanimando uns. Detendo-se junto ao irmão Raul Silva. antigos médicos na Terra. » As palavras de apresentação do companheiro Raul. efetivando-se as instrutivas e fundamentais observações. também. verificam-se em vários grupos de atividade mediúnica. a fim de retratar». as instruções necessárias ao serviço de amparo aos companheiros desencarnados trazidos à incorporação. pelo mundo. de reconforto e estímulo para os médiuns. hiperbólicos e insofreáveis no seu entusiasmo. por falta de compreensão dos deveres de fraternidade. Simboliza. pontualidade. bebe e veste-se normalmente. Representa. É sincero e ama o seu trabalho. quanto ganhava no último emprego que ocupou na Terra e qual o número da Carteira Profissional. nos labores de cada dia. todos. a estacionarem pelo tempo a fora. o trabalhador sincero e bem intencionado. pelo devotamento dos guias. fé ardorosa. o nome do comunicante. lhes compartilham as tarefas. Meditemos. Tomemo-lo. preceituados no Evangelho. Na Terra. paulatina-mente. compreensão. onde nasceu e em qual cartório será encontrado o seu registro de nascimento. São esses os “desmanchadores”.. Devoção à fraternidade. afeiçoando. Come. na admirável apresentação do dirigente Raul Silva. segundo o caso. a todo o custo e sem qualquer objetivo edificante. ou. o nome da esposa do chefe da secção. pessoa comum. pelo elogio indiscriminado e inconseqüente. pois. na posição de médiuns. trazidos. poderosamente organizados no Espaço. que ajudam os Espíritos inferiores a encerrar-lhes as atividades. singularmente. e veremos. em qual igreja poderá ser examinado o batistério. qual a penúltima cidade onde viveu. o progresso cada vez maior dos núcleos que o Senhor Jesus nos confiou ao coração necessitado de luz e ascensão. ao serviço de consolação ou esclarecimento. então. que colaboram. quem era o vizinho da direita e se o filho mais velho do vizinho da esquerda era aplicado nos estudos e se tinha boa caligrafia.23 daquele senso psicológico indispensável a quem dirige e. como acentua o Assistente Áulus. ele. nenhuma diferenciação apresenta das demais criaturas. prudência e muito amor no coração — eis as apreciáveis qualidades que exornam a sua personalidade. dos benfeitores espirituais. assediam os núcleos espíritas de esclarecimento. nem um herói extraordinário. transitando. então. equilíbrio. para melhorar-se. contudo. boa vontade. São aqueles que mais se parecem com «funcionários de cadastro» das organizações do mundo. São aqueles que não possuem elementares recursos de paciência para com os sofredores ou endurecidos. com os desencarnados que. ou mesmo simples cooperadores. acima de tudo. São aqueles que. estiolando. não sabem dosar a palavra incentivadora ao medianeiro iniciante. Há muitos dirigentes de centros. nome da rua e a respectiva numeração. Indagam. as referências em torno da sua pessoa. ele. fora de qualquer dúvida. por modelo. Esforça-se. numa improdutividade que faz dó. Raul Silva é. Cultiva a bondade com todos. o tipo ideal do dirigente de reuniões mediúnicas ou do presidente de instituições espíritas. uma a uma. não se enerva e nem se impacienta com . a nossa à sua conduta evangélica. correção no cumprimento dos deveres. sem possuir aquela abnegação pelo trabalho e aquela bondade sincera para com os companheiros que.. Analisemos. Não é um santo. encarnados. São aqueles que nunca têm uma palavra amiga. preciosas faculdades medianímicas. ” Um grupo mediúnico é. jubiloso. em miniatura. recomenda-lhe. à mercê dos temporais e das surpresas do mundo das sombras. ante a resposta afirmativa do venerando pescador. pobres e ricos. nem conduzi-las ao aprisco da paz e do trabalho. Pedro. inclusive com o sacrifício próprio. apascenta as minhas ovelhas. a fim de «equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa vontade». . Procura amar a todos. pretos e brancos. pequenos e grandes. com a alma inundada de esperança: “Se me amas. Se o dirigente não amar bastante.24 aqueles que ainda não podem compreender os alevantados objetivos do Espiritismo Cristão. conforme depreendemos das três famosas perguntas de Jesus ao velho apóstolo galileu: Pedro. pela convicção de que não poderá dirigir ou orientar quaisquer agrupamentos quem não tiver muito amor para ofertar. desinteressadamente. tu me amas ? E. um rebanho de ovelhas. Deixá-las-á desamparadas. nunca poderá apascentá-las. almas necessitadas e ainda empenhadas em 7 . naturalmente. Eugênia: «médium de grande docilidade. conclui: «Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho. da boa vontade e da compreensão. Celina: é clarividente e audiente. em linguagem simplíssima. eficiente. Antônio Castro: é médium sonâmbulo. que promete brilhante futuro na expansão do bem». tecemos considerações de ordem moral. integram o núcleo de serviços cristãos. encarnado. Pelas observações do Assistente Áulus. especialmente da irmã Celina. Raul Silva é o modelo do eficiente condutor. especialmente àqueles que foram convocados ao trabalho no setor da mediunidade. respondendo Áulus que sim. Anélio: vem conquistando gradativo progresso na clarividência. tem a vantagem de conservar-se consciente» enquanto empresta a organização mediúnica aos Espíritos. A fim de que os estudos se processem numa sequência que facilite a consecução de nossos objetivos. de tarefas mediúnicas. nos encargos de aprendiz. extraindo de tais pormenores conclusões que favoreçam a melhor compreensão do elevado sentido do mediunismo. será aquele trabalhador que melhor se harmonizar com a Vontade do Pai Celestial. Assim como há companheiros que se julgam intangíveis ou invulneráveis. invadido por Espíritos menos esclarecidos. sob o ponto de vista espiritual. Diante de companheiros tão respeitáveis.» Esta observação é oportuna e constitui valiosa advertência aos obreiros da Seara Cristã.25 Médiuns Focalizando a pessoa de Raul Silva. na clariaudiência e na psicografia». com Raul Silva. uma vez que a referida médium está numa prova de longo curso e que. pela abnegação e pelo espírito de sacrifício. e pelo que apreciaremos nos capítulos subsequentes. Hilário não resistiu ao desejo de indagar se seria lícito aceitar a possibilidade de ser o campo mental de tais servidores. é justo e oportuno recordemos a apresentação feita pelo Assistente Áulus dos companheiros que. ainda se encontra muito longe de terminar a lição. que o vocábulo «eficiente» terá em nossos estudos significado diverso do habitualmente conhecido. Eficiente. conduzindo valiosos títulos de benemerência espiritual. Fazer-lhes sentir que tais influenciações são ocorrência natural e corriqueira na vida de todos nós. do devotamento e da confiança. os pormenores do livro Nos Domínios da Mediunidade. de fato. compreendendo-se.” E depois de meditar um instante. perceber-se-á que Celina é uma colaboradora devotadíssima. além de ser médium de incorporação e de desdobramento. também há médiuns que se julgam isentos de qualquer influenciação menos elevada. relativamente às qualidades que reputamos indispensáveis ao dirigente de sessões mediúnicas que deseja tornar-se. Será aquele que se destacar pelo cultivo sincero da humildade e da fé. qual seja o de elucidar. muitas vezes. por isso. para o triunfo nas lides do Espírito Eterno. para uso próprio. com segurança. por excelente que seja a sua assistência espiritual. sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades. é. se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos. pelo trabalho e pelo estudo. não deve descurar-se da própria vigilância. em verdade. a oscilações vibratórias. nenhum de nós venceu. Devemos ter sempre na lembrança a palavra de Emmanuel: «Os médiuns. um privilegiado dos Céus e que os próprios Espíritos Superiores se sentem honrados e distinguidos por assisti-lo. um companheiro em perigo. o curso das leis divinas e que resgatam. A vaidade é o primeiro passo que o médium dá no caminho da desventura. . pela convicção de que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento. larga e sedutoramente. sobremaneira. » O médium. em benefício da nossa paz.26 dolorosos resgates. Esforcemo-nos. Entretanto. está-se preparando. a imponente figura de Sua Majestade — O EGOISMO. a pensamentos e desejos inadequados. A senda do desequilíbrio se abre. É um forte candidato à obsessão e ao fracasso. a filosófica tirada do benevolente Instrutor: «Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho. O seu pretérito. são almas que fracassaram desastradamente. no sentido de realizar a humildade e o espírito de serviço. a si mesmo. sujeita. às vezes. contrair antipatias. ferir suscetibilidades e. quase sempre. o passado obscuro e delituoso.» Quando o médium guarda a noção de fragilidade e pequenez. não são missionários na acepção comum do termo. Guardemos. ainda. no altar do coração invigilante. porém. que contrariaram. sem dúvida. em sua generalidade. significa. ao medianeiro encarnado que entroniza. lembrando sempre de que é uma criatura humana. quando começa a pensar que é um missionário. porque. portanto. Existem inúmeros casos em que o Espírito luta. coisas. A eletricidade. Vinculamo-nos aos Espíritos pela fusão magnética. a qualquer tempo. estudemos o assunto à luz do diagrama seguinte: PRISÕES MENTAIS = {Pessoas. O fio condutor. palavras e ações determinam um padrão vibratório inferiorizado. A reciprocidade vibratória ergue uma ponte entre a nossa e a mente dos desencarnados. mas sim o encarnado. em virtude do esclarecimento nosso ou do desencarnado. FRUTOS DA DOUTRINAÇÃO = {Desligamento de “tomadas mentais”. em vários casos. de passar roupa.27 8 Tomadas mentais O Capítulo nº 4 do livro ora em estudo apresenta problemas de suma importância para todos os que nos achamos empenhados no esforço de autorenovação com o Mestre. estará. titânicamente. a mercê das entidades perturbadas e perturbadoras. conservando-o cativo e subjugado a pensamentos dolorosos e enfermiços. Quando desejamos que o ferro se aqueça. justapostas. à maneira do senhorio que manda embora o inquilino que lhe não pagou os aluguéis combinados. fusão magnética. vinculadas. invariavelmente. Em síntese: o efeito das obsessões se faz sentir. a quem muitas vezes impropriamente denominamos de «perseguidor». para desvencilhar-se da prisão mental que o encarnado estabelece em torno dele. Figuremos um ferro elétrico. menos esclarecidos. Pessoa cujos pensamentos. haverá. . Como sabemos. se exerce pela sintonia. a influenciação dos Espíritos. Entre a mente encarnada e a desencarnada. concluida a tarefa. em virtude de o encarnado modificar os centros mentais. o Espírito irá em busca de outra casa mental». Quando deixar de existir esta compensação vibratória». situações. se as bênçãos do esclarecimento não repercutirem no seu mundo interior. CONSOLIDAÇÃO DO EQUILÍBRIO = {Estudo + meditação = renovação + trabalho = libertação. O ferro de engomar. são as duas mentes irmanadas. por permitirmos que a nossa casa mental» seja ocupada por hóspedes. somos nós. haverá. Despejado. desligamos o fio e o ferro vai perdendo o calor e volta à temperatura normal. ligamos o fio condutor de eletricidade à respectiva tomada. que a temperatura se eleve. o que implica em reconhecermos o acentuado coeficiente de responsabilidade que nos cabe. DESPEJO = {Ausência de afinidade. sobre os encarnados. através de um traço de união entre nós e os Espíritos. é a projeção mental do desencarnado. Existindo afinidade. nem sempre o obsessor é o desencarnado. melhor se consolidou velha impressão de que. através dos princípios libertadores que doutrinadores distribuem da esfera do pensamento. o despejo» do «hóspede» inoportuno. logicamente. Para maior facilidade. Analisando aquele magistral capítulo. então. situações que nos agradam e coisas que nos deliciam os sentidos. c) — Pela melhoria de ambos. também. o encetamento de atividades edificantes ser-nos-á penhor de integral e definitiva libertação do incômodo jugo das entidades menos esclarecidas. Em tais reuniões não somente se beneficiam os encarnados. acreditamos. construir. O estudo. As obsessões podem cessar. a prisão mental se prolongará por muito tempo. os seus acompanhantes compartilham. por um dos seguintes motivos: a) — Pelo esclarecimento do encarnado. com os instrutores espirituais. Substituidos os pensamentos enfermiços ou malévolos por ideais enobrecedores.28 Raciocinando desta forma. esta varanda tão gostosa. . que sobrevindo inevitàvelmente a desencarnação. Catalogamos. em nome de um amor falsamente concebido. que projetará para as nossas mentes necessitadas os princípios libertadores a que alude o Assistente Áulus. do abençoado ensejo de reeducação. b) — Pelo esclarecimento do desencarnado. que despejará de sua casa mental» o hóspede invisível. para nós mesmos. calmamente sentada numa cadeira de balanço. que diàriamente desencarnam milhares de pessoas.. nossa alma pode agir com mais desenvoltura. Ninguém contestará esta verdade. assim. afirmou estar absolutamente certa de que tinha morrido. quê pedem assistência direta e específica. os motivos que apresentam conexão com as considerações ora formuladas. como está sendo difícil deixar a casinha. Para isso. costumamos. entre outros. Observada por um médium vidente que transitava diàriamente pela porta de sua antiga residência. por conseguinte. ainda. os meios de destruirmos esses grilhões. os que se apegam de tal maneira a situações transitórias. perigosOs cárceres mentais.. Há. a meditação e o trabalho no Bem serão. acrescentando. porém só algumas se libertam. que se libertará da prisão mental que o encarnado lhe vinha impondo. então: — “Oh! meu amigo. Modificado o centro mental. em que o comando da nossa própria mente ainda é problema dos mais árduos e difíceis. para um ou para ambos. exuberantemente. por exemplo. tal morte — diziam os antigos. E nós repetimos. o nosso companheiro a viu na varanda. O Espiritismo Cristão oferece-nos. Inúmeras curas de obsessões têm-se verificado com o simples comparecimento dos interessados a reuniões de estudo. os objetos”! E por muito tempo. pela invigilância. somos compelidos a crer que o estudo e a meditação serão forças valiosas no processo de nossa renovação espiritual. Tal vida. Conhecemos o caso de uma senhora que permaneceu em sua residência durante mais de um ano. os nobres instrumentos com que desligaremos as «tomadas mentais». os familiares. apenas. representados por pessoas que prezamos. após a desencarnação. o «despejo» dos desencarnados. No atual estágio evolutivo do homem. poderá exercer decisiva e salutar influência a palavra esclarecida dos doutrinadores encarnados. efetuando. Naturalmente que há obsessões cujas raízes se aprofundam na noite escura e tormentosa dos séculos e milênios. Esta notícia explica o motivo por que muita gente dorme. continuam inacessíveis à mudança necessária. isto porque muito dependerá do nosso coração e da nossa boa vontade afeiçoar-nos ou não aos princípios libertadores da Boa Nova. exclamações semelhantes a esta: (Não sei o que tinha hoje! os olhos estavam pesados e as pálpebras pareciam de chumbo. Sem que o verbo dos instrutores espirituais e a palavra dos pregadores e doutrinadores esclarecidos encontrem ressonância em nosso mundo íntimo. em virtude de noites perdidas ou de excesso de trabalho. que trabalharem a nosso favor. e pelo Espiritismo restaurada na plenitude de sua pureza e sublimidade. respondendo a uma indagação de Hilário. nas sessões espíritas. mesmo os bem orientados.29 Será pelo estudo doutrinário e pelo trabalho evangélico. nas reuniões. Sem a renovação moral e espiritual. Um pormenor que não pode deixar de ser referido neste livro. pesadamente. muito reduzidas ficarão as probabilidades dos grupos mediúnicos. Temos ouvido. para o Tabor de nossa redenção. Impermeáveis ao bom aviso. frequentes vezes. O assistente Áulus. é o que se reporta à ação das entidades interessadas em que os encarnados não ouçam os ensinamentos veiculados pelos doutrinadores.. podemos guardar a certeza de que os acompanhantes desencarnados estão operando. Envolvem os ouvintes em fluidos entorpecedores.. Excetuando-se os poucos casos de esgotamento físico. conduzindo-os ao sono provocado “para que se lhes adie a renovação. “A palavra desempenha significativo papel nas construções do espírito. no sentido de que tais pessoas. nem ouçam. adormecendo. magneticamente. o problema da nossa libertação será muito difícil. que superaremos esse e outros obstáculos. Será pelo cultivo da fraternidade e dos sentimentos superiores que marcharemos. nada vejam. longo tempo. o simpático companheiro de André Luiz. explica que os encarnados que não prestam atenção aos ensinamentos ouvidos. com segurança. trazida ao Mundo pelo Divino Amigo. nos círculos espíritas. católicos ou protestantes. ficarão. E nada ouvindo. nos variados setores da fé. “passam pelos santuários da fé na condição de urnas cerradas. onde o Senhor da Galileia nos aguarda. . nem vendo. àmercê de sua incômoda e vampirizante influenciação. Se os postulados da Doutrina nos ensinam semelhante verdade. é oportuno lembrarmos o que afirmam mentores abalizados. a palavra do esclarecimento e da consolação. pertencia exclusivamente aos obreiros desencarnados. os seus fluidos. e transmitir-lhes o verbo do reconforto. embora vazadas em termos diferentes. acentua que. certamente. Se não houvesse essas reuniões. É a faculdade mais frequente em nosso movimento de intercâmbio com o mundo extracorpóreo.. a mediunidade de Incorporação foi magnificamente estudada em Nos Domínios da Mediunidade. a fim de se tornarem visíveis ou de se fazerem ouvidas aos irmãos Infortunados. isto é. através da oportunidade do serviço mediúnico. No gráfico que ilustra o presente capítulo. Que é a incorporação ou psicofonia? É a faculdade que permite aos Espíritos. salienta a necessidade do serviço de esclarecimento aos desencarnados. Evidentemente. focalizando o assunto. utilizando os órgãos vocais do encarnado. esclarece que eles «trazem ainda a mente em teor vibratório idêntico ao da existência na carne. Emmanuel. nas regiões de sofrimento.. assim. respirando na mesma faixa de impressões». sem a bênção da incorporação. tomamos por base uma comunicação grosseira. recebendo dos doutrinadores. É através dela que os desencarnados narram. uma vez que se conservam. Os grupos mediúnicos têm. Referindo-se aos benefícios recebidos pelos Espíritos nas sessões mediúnicas. que possibilitam a incorporação ou comunicação psicofônica. «não lhes permitem entrar em relação com Espíritos mais adiantados. com a sua palavra sempre acatada. os obreiros da Espiritualidade teriam as suas tarefas aumentadas com o serviço de socorro às entidades que. transmitirem a palavra audível a todos que presentes se encontrem. carpem as aflições do remorso e do rancor. O Assistente Áulus. ouvir pelos ouvidos do médium. no Espaço. há perfeita concordância nas três opiniões. valioso ensejo de colaboração na obra de esclarecimento dos Espíritos endurecidos. inclusive através de «Nos Domínios da . quando desejam. tornando-se legatários da majestosa tarefa que. em nome da fraternidade cristã. sublime campo para a exercitação do amor. incapazes de apreender as vibrações do plano espiritual superiOr». Léon Denis. falar pela boca do médium. ainda grosseiros. que trouxe aos homens de boa vontade. o que vem confirmar o que para nós não constitui nenhuma novidade: a universalidade do ensino dos Espíritos Superiores. antes. os novos conhecimentos trazidos por André Luiz. os seus aflitivos problemas. ocorria antes do advento do Espiritismo. incapaz de perceber vibrações mais sutis. de entidade não esclarecida que. por exemplo.30 9 Incorporação Com o sugestivo nome de psicofonia. necessita da incorporação a fim de ver pelos olhos do médium. por algum tempo. como. Entidades superiores teriam que reduzir as próprias vibrações. ao completar-se a incorporação: Vejo! Vejo!.» A verdade doutrinária não se altera. os pesares. está na revolta demonstrada pelo Espírito. suprimido a abstenção da alínea «a». temos de convir que o médium terá sempre meios de cultivar a sua faculdade. de acordo com os seus próprios recursos. pois inamovíveis são os fundamentos do Espiritismo: quanto mais materialidade. Queixa-se das cadeias que o prendem. Se o médium tivesse sempre a certeza de que a sua faculdade seria utilizada. disciplinando os gestos e controlando o vocabulário do Espírito. que o médium desenvolvido exerce. amparado pelos amigos que o assistiam. ao contacto das forças nervosas da médium. Vejamos como esse Amigo Espiritual descreve a incorporação de entidade de baixo padrão vibratório: «Notamos que Eugênia-alma afastou-se do corpo. à maneira de alguém a DEBRUÇAR-SE NUMA JANELA. deve ser limitado. preservar o reencarnante das vibrações pesadas do comunicante. porque. mais distância. estando a mente do filhinho intimamente associada à da futura mãe. cadeias essas que em cinqüenta por cem de- . rancores. mas. b) — Pelo menos uma vez. com dolorosa repercussão no organismo físico. teríamos. Reconhecemos — é bom que se diga — haver casos em que o médium não consegue exercer esse controle. porém. Esse capricho. nas comunicações dessa natureza. mantendo-se junto dele. convicto —. naturalmente se associará. ao mês. inclinando-se sobre o equipamento mediúnico ao qual se justapunha. consciente de todas as intenções do companheiro infortunado a quem empresta o seu carro físico». quanto mais espiritualidade. todavia. aflições. o visitante sentava-se rente. agir qual se fosse enfermeiro «concordando com os caprichos de um doente. a distância de alguns centímetros. Na incorporação o médium cede o corpo ao comunicante. A abstenção referida na alínea «a» objetiva. antes de chegar ao cérebro físico do médium. na própria expressão de Áulus. por ser a vontade do comunicante mais firme do que a sua. também.31 Mediunidade». ódios e demais sentimentos do comunicante. atendendo a que.. levam-nos a aceitá-la pacificamente. Mas por que encantamento ME PRENDEM AQUI? que ALGEMAS ME AFIVELAM a este móvel pesado?» A explicação encontra-se na palavra do Assistente: “O sofredor — disse o Assistente. aliada ao fato de o medianeiro refletir. revive os próprios sentidos e deslumbra-se. O pensamento do Espírito. fiscalizando os pensamentos. menos distância. evidentemente. à do Espírito.. pode comandar a comunicação. enquanto que. exclusivamente. EM TESE. inclusive. por Espíritos Superiores. de fazer ou não fazer o que a entidade pretende. induz-nos a opinar pelas seguintes abstenções de senhoras-médiuns nas tarefas de desobsessões: a) — A partir do 3º mês de gestação. resultando disso a propriedade que tem o medianeiro. o médium deve reservar-se ao direito de corrigi-lo em qualquer inconveniência». passa pelo cérebro perispirítico. já ligada a do médium consoante demonstração gráfica. educando-a no sentido de. no objetivo de ajudá-lo. A prova desse controle. A circunstância de verificar-se tão acentuada ímantação entre Espírito e médium. em virtude da íntima e profunda associação das duas mentes. em dia por ela julgado inoportuno à realização de serviços mediúnicos mais pesados. favorece a turbulência nas comunicações de Espíritos violentos. ainda não suficientemente educado. em sã consciência. manietando-me os braços? «Fixando-o com simpatia fraterna... com todos e o desejo de servir conduzem o medianeiro ao maior controle da própria vontade. expandir-se. possibilita. outra exclamação do Espírito: «Quem poderá suportar esta situação? Alguém me hipnotiza? Quem me fiscaliza o pensamento? Valerá restituir-me a visão. indiscutivelmente. O médium negligente. aliada à melhoria interior. Sem exigir-se o impossível dos médiuns. o Assistente informou-nos: — «Queixa-se ele do controle a que é submetido pela vontade cuidadosa de Eugênia.32 correm da contenção cautelosa de Eugênia. gritar. . A educação mediúnica. a bondade. é justo lhes seja lembrado que o aprimoramento espiritual. assegurando. a vontade firme da médium a impede de realizar o seu objetivo. a semelhante exigência. realmente alucinada. entretanto. o devotamento. sob o ponto de vista moral. o êxito da tarefa. desejaria bater à mesa. a disciplina do comunicado. » Mais adiante. assim. etc. » A conclusão que o fato nos deixa é a de que a entidade. porque ninguém se julgará com direito. surge a necessidade de reportarmo-nos ao problema da sintonia. valores espirituais. que o teor das circunvoluções seja idêntico. que o pensamento e a vontade de ambos se graduem na mesma faixa. Mais uma vez. sob a inspiração de Mais Alto. Mais uma vez. pois. etc. Assim sendo. o pensamento do primeiro se exterioriza através do campo físico do segundo. em nuances infinitas. escreveram os clássicos do Espiritismo. não percebe. enfim. o imperativo da redução ou do aumento das vibrações para que eles se dêem com maior fidelidade. Essa realidade é pacífica. a respeito do mecanismo das comunicações. de novo. de acordo com o tipo de mediunidade. da mesma . sente. mecanismo básico que se desdobra.33 10 Mecanismo das comunicações O capítulo 5º do livro ora comentado representa integral confirmação do que. em todos os comunicados. O ouvido humano é incapaz de perceber o som produzido por menos de 40 vibrações por segundo. em forma de mensagem grafada ou audível.. Sintonizado o comunicante com o medianeiro. é mister se estabeleça a sintonia da mente encarnada com a desencarnada. somos compelidos a nos referirmos ao fenômeno magnético das vibrações compensadas. Trinta vibrações produzem um som que o ouvido humano não ouve. comentada. Cinqüenta vibrações. estado psíquico dos agentes — ativo e passivo —. Trinta e seis mil e duzentas vibrações produzem um som que ultrapassa os limites de nossa acústica. todavia. Assim sendo. O mínimo. o fenômeno é semelhante. não sente. mais acelerado o estado vibratório. Recorramos. A luz e o som são resultado de modificações vibratórias. porém. Esse o mecanismo das comunicações espíritas. Com a luz. a questão da afinidade tem que ser. de vibrações percebíveis é de quarenta por segundo. pois. a outros campos. verificar-seá sempre. E se assim procedemos é porque não devemos esquecer que «a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos». O mínimo de vibrações percebíveis é de quatrocentos e cinqüenta e oito milhões e o máximo de setecentos e vinte e sete trilhões por segundo. É necessário que ambos passem a emitir vibrações equivalentes. Trinta e cinco mil e quinhentas vibrações produzem um som que o nosso ouvido percebe. que facultam a sua percepção por nós e por outros seres. e o máximo de trinta e seis mil. Para que um Espírito se comunique.. particularmente Léon Denis. Quanto mais evoluído o ser. em que a mesma lei de sintonia funciona para que os fenômenos se expressem. produzem um som que o ouvido humano percebe. em face das constantes modificações vibratórias. Mais uma vez. por conseguinte. a nossa capacidade visual não percebe a luz produzida por vibrações menores de quatrocentos e cinqüenta e oito milhões. ouve. de equivalência. analisemos. Referindo-se à densificação do perispírito do irmão Clementino. » Ainda com a palavra o Assistente. tanto quanto lhe é possível. Com a palavra. o irmão Clementino pousou a destra na fronte do amigo que comandava a assembléia. que surpreendia André Luiz e Hilário: «O benfeitor espiritual. Nota do Autor — Esses números extraímo-los do livro Narrações do Infinito”.34 forma que nos escapará. transcrevemos a observação de André Luiz: Nesse instante. à visão. para fazer uma comparação que atende à compreensão geral: «Influencia agora a vida cerebral do condutor da casa. o Assistente Áulus explicou o fenômeno. devido à sua evolução. descendo à posição de Raul. para benefício do trabalho começante. como não podia deixar de ser. para que as suas palavras obedecessem à inspiração superior. atento ao imperativo de cooperar com o dirigente dos trabalhos. os fatores morais que. respeitoso. não há dificuldade em compreendermos porque as entidades luminosas ou iluminadas são compelidas a reduzir o seu tom vibratório a fim de. Deixando à margem tais considerações. Clementino graduou o pensamento e a expressão de acordo com a capacidade do nosso Raul e do ambiente que o cerca. Cada vaso recebe de conformidade com a estrutura que lhe é própria. funciona e opera em todas as manifestações vibracionais da Natureza. agora. edição da FEB. além de serem os de nosso maior interesse. ajustando-se-lhe às possibilidades. à maneira dum musicista emérito manobrando. que recebe a benéfica influenciação do instrutor Clementino. tornando mais densos os seus perispíritos. pág. serem observadas pelos Espíritos menos evolvidos. » Os grifos são nossos e objetivam levar a atenção do leitor para o fato da redução do tom vibratório. afigura-se-nos mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que respira habitualmente. mostrando-se-nos mais humanizado. (1) Essa mesma lei. inspirar os dirigentes de trabalhos mediúnicos ou os pregadores e expositores do Evangelho e da Doutrina. um violino de alto valor. quase obscuro. nos fenômenos psíquicos ou mediúnicos. Se essa mesma lei de afinidade comanda inteiramente os fenômenos psíquicos. como no caso de Raul Silva. a fim de ajustar-se ao calibre mediúnico» de Raul Silva. a luz produzida por mais de setecentos e vinte e sete trilhões de vibrações. » Esse quadro é de extraordinária beleza espiritual e de profundo conteúdo moral. do qual conhece a firmeza e a harmonia. a fim de melhor conduzir a doutrinação de desventurado Espírito. . que ora nos dirige. graduam o pensamento e densificam o perispírito quando desejam transmitir as comunicações. cujas vibrações se processam aceleradamente. Os Espíritos. motivam a publicação deste livro. inclusive. de Camilo Flammarion. 98. todo trabalho ressentir-se-á de deficiência. graças ao seu elevado tom vibratório. sentimos e vemos. Aplicando. e com muito boa vontade para ajudar em nome do Senhor Jesus. que sejam de 1. recorramos a alguns algarismos elucidativos. a companhia de entidades elevadas. entretanto. circunscreve. Quanto mais evangelizado o dirigente. Evangelho no coração e doutrina no entendimento. limita as nossas percepções. alargando o raciocínio. é sempre um instrumento que dificulta o intercâmbio. o sentimento cristão lhes tenha lançado à alma o perfume da caridade.35 Mostra-nos que um dirigente de trabalhos mediúnicos deve ser pessoa de responsabilidade. uma sequência de palavras vazias de bondade. entenderemos porque os nossos ouvidos não registram. O nosso tom vibratório. algumas vezes. eis o tipo ideal do cooperador de Jesus no cenário terrestre. dedicada. estará sempre apto a merecer a valiosa cooperação dos amigos espirituais superiores. estão formados em torno de nós. Retornando o assunto relativo à equivalência vibracional.000 por segundo as vibrações do cérebro humano. O conhecimento doutrinário ilumina a inteligência. maior receptividade oferecerá aos instrutores. de acordo com os sentidos físicos do homem. Quanto mais esclarecido e bondoso o médium. Para tanto. Além disso. aos problemas mediúnicos as considerações relativas à percepção do som e da luz. Imaginemos quantos obstáculos encontram os Espíritos Superiores. deles exigindo menor sacrifício. A prática evangélica aprimora o coração. amável. Já o médium descuidado. ante o problema da própria renovação interior. Saberemos porque não sentimos. . o invólucro fluídico do médium vibra com maior intensidade. os magníficos odores da vida extraterrena. acentuaremos esse detalhe de suma importância: o médium de boa moral e caridoso assegura a si próprio. quando buscam inspirar um dirigente pretensioso e auto-suficiente e que desliga as (antenas psíquicas». enfim. apenas. sincera. e suas radiações atingem a cifra de 1.500 por segundo. através de uma consciência reta e de um coração puro. uma vez que estes não encontram dificuldade no estabelecimento da sintonia. Mesmo que dirigente e médiuns «conheçam» a Doutrina. o que se manifesta dentro da incipiente órbita das nossas possibilidades. harmonizada consigo mesma. Sem Evangelho no coração. Saberemos. a exemplo de alguns sábios. Ouvimos. A exemplo do que fizemos com o som e a luz. igualmente. maior a sintonia com os Espíritos elevados. demos a palavra a Léon Denis: «Admitamos. ainda. inferior e lento. as maravilhosas sinfonias que enchem de beleza a vida universal. No estado de transe. reduzindo. a quota de sacrifício dos abnegados instrutores. ainda. porque os nossos olhos corporais não vêem os quadros de luz que. sem que. guardando o único objetivo de atirar sobre o Espírito sofredor ou endurecido. a pretexto de doutrinamento. os frutos serão bem precários. ou de desprendimento. portanto. se não viram. Se estudassem a Doutrina e cultivassem sinceramente os preceitos do Evangelho. cenários deslumbrantes ou vozes cheias de sabedoria. variáveis. Vem de fora para dentro. Os dois organismos vibram então simpàticamente. uma vez que diversas são as Inteligências que se comunicam. das palavras do filósofo francês. daquele. O êxtase dos grandes santos é oriundo. da seguinte forma: a) — Para reduzir o seu próprio padrão vibratório. Os pensamentos dos Espíritos são. b) — Para elevar o tom vibratório do médium. dificultaria. Os médiuns. Há médiuns que discordam de que estejam no recinto determinados Espíritos. . é porque. b) — O pensamento do Espírito é extrínseco. no médium. a fim de entrar em uníssono com o médium. de modo geral.. via de regra. podem estabelecer-se relações.. no momento. não formulariam esses temerários juízos. comprometendo. muito se beneficiarão com a palavra orientadora do bondoso instrutor. É realização nossa. que os Espíritos dispõem de recursos para reduzir ou elevar o tom vibratório. o Espírito encontrará na própria concentração ou transe. os meios de ativar as vibrações. que são miríades de antenas».500. os pensamentos do Espírito.. alcançando-nos O campo interior. não respiravam psiquicamente na mesma faixa vibratória. » Conclui-se. primeiramente pelos poros. dos seus. ser-lhe-á possível. o assunto: a) — O pensamento que nos é próprio flui incessantemente de nosso campo cerebral. o Espírito superior impregna-se de matéria sutil colhida no próprio ambiente. pois saberiam que. O esclarecimento do Assistente Áulus é notável. celestes harmonias. libertado pela morte. vibra à razão de 2. a faculdade de distinguir. durante a comunicação. Tais observações levaram Hilário a formular interessantes indagações. somente porque não os viram». baixar esse número a 1. livre no Espaço. o nome e a reputação de abnegados companheiros. Os nossos pensamentos são. traduzem as inclinações que nos são peculiares. especialmente aqueles que se deixam dominar pelo fantasma da dúvida. por uma materialização parcial. quanto à forma e à substância. aquilo que outros ouviram e viram. sem dúvida. nem ouviram. da profunda alteração vibracional a possibilitar-lhes meios de relação com as altas esferas e com o que nelas se desenrola: visões maravilhosas.36 Se o Espírito. Divergem sempre. A ignorância de tais fatos leva muitas vezes o médium não evangelizado a cometer lastimáveis enganos. Refletem o nosso estado evolutivo. » Ainda Léon Denis: «.000 no mesmo lapso de tempo. e o ditado do Espírito será percebido e transmitido pelo médium em transe sonambúlico. assim. Estudemos. É intrínseco.. o Espírito. por outrem observados. com ele. se impregna de matéria sutil e atenua suas radiações próprias. semelhantes no conteúdo moral e intelectual. inclusive se o fenômeno de absoluta sintonia. dar-nos-á. a propósito. Saberemos comparar o nosso próprio estilo. O mundo conheceu um médium que sempre refletiu a Luz Divina: JesusCristo — O MÉDIUM DE DEUS.37 Se estamos sendo acionados por um Espírito Superior. quando pregamos ou expomos a Doutrina. os conceitos serão inconfessáveis. sublimes. Lembremo-nos. em alternativas de luz e sombra. . A aplicação aos estudos espíritas. Se agimos sob o comando de um Espírito menos esclarecido ou maldoso. O Evangelho no-lo mostra a refletir. Após tais considerações. com os revelados durante o transe ou a simples inspiração. formulemos a pergunta final: — «Como saberá o médium se o pensamento é seu ou do Espírito?» Com o estudo edificante. a meditação e o discernimento. adquiriremos a capacidade de conhecer a nossa frequência vibratória. idéias de Espíritos superiores ou inferiores. a chave de muitos enigmas. o venerando apóstolo. serão luminosos. sem dúvida. de Pedro. Não será problema tão difícil separar o nosso do pensamento dos Espíritos. pontos de vista. com sinceridade. misericordiosos. os conceitos expendidos. em várias circunstâncias de sua vida. verbal ou psicogràficamente. hábitos e modos. defrontando-se na presente . o que faremos mais adiante. Para os espíritas será. no Capítulo próprio. perturbando-lhe o raciocínio. nos ambulatórios especializados. apenas. cujas almas extravasam rancor e vingança. {Espíritos Sem Real. a fim de submetê-lo ao internamento e ao eletrochoque indiscriminado. {Subjugação = {Domínio moral do Espírito sobre o encarnado. Não nos deteremos. Repetiremos. como ponto de partida da maioria das obsessões. uma vez que as observações do livro ora em estudo nos despertam para a amplitude do tema. sérios compromissos que permaneceram no Tempo e no Espaço. simplesmente. traiçoeira e quase imperceptível. sem dúvida na sua generalidade. que Espíritos vingativos exercem sobre o indivíduo objeto de suas vinditas. exigindo que os centros espirituais se desdobrem no esforço assistencial. Um dia. no problema da Fascinação. contraindo. maleficamente. Depois a ação magnética se estenderá até os centros nervosos. grande número de criaturas. as atitudes excêntricas. os encarnados. realizando um trabalho subterrâneo de hipnotização mental. Desenvolvamos o estudo das obsessões através do seguinte gráfico. e o domínio. controlando-lhe a vontade. desejo do mal. a penetração já se fêz tão profunda que o afastamento se tornará difícil. e que. sutil e pertinaz. abrindo brechas na mente e no coração. uma criatura que menosprezou a Lei do Amor no pretérito. a ficha de mais um doente mental. etc. CAUSAS HABITUAIS = {Vingança. por enquanto. dominando-a física e moralmente. No princípio são. prevenções religiosas. situado. Tem-se mesmo a impressão de que as forças da sombra. o fanatismo e a singularidade. orgulho de falso saber. pelas quais se infiltram os desencarnados menos esclarecidos. {Posseção = Imantação do Espírito a determinada pessoa. tendo em vista a avalancha de casos dolorosos que se verificam em toda a parte. em consequência disto. não terão dificuldade em preencher. para comandar a própria vida. OBSESSÃO = (Sua definição) {Ação pela qual Espíritos Inferiores influenciam. Desde a obsessão simples até a possessão avançada. deve ser considerado como expressão genérica do fenômeno: FASES DA OBSESSÃO = Fascinação = {Ilusão produzida pela açãn direta do Espírito sobre o pensamento do médium. o qual. psíquico e corporal. ele se irá infiltrando lentamente. se vêem a braços com o perigoso e cruel assédio de Espíritos com que se acumpliciaram no pretérito. paixões. convém esclarecer. Se o encarnado facilita O acesso do Espírito ao seu psiquismo. OBSESSÃO SIMPLES = {Ação eventual dos Espíritos sobre os encarnados.38 11 Obsessões Na atualidade os grupos mediúnicos estão sendo convocados a intensa atividade no setor das desobsessões. se acentua de tal modo que a pessoa não dispõe mais da vontade. Expressão de maldade. Os psiquiatras. logicamente. aproveitando-se da invigilância dos encarnados. a indicação gráfica: Fascinação é a influência. quando quisermos abrir os olhos. desfecham verdadeiro assalto à cidadela terrestre. leviandade. apenas. o conhecimento doutrinário. insinuou-se de formas diversas. O carinho dos médiuns centraliza-se. Se pudéssemos vislumbrar o nosso e o passado de quantos buscam. nos estendessem. que. Na derradeira metade do século findo. o faminto e o trôpego. que hoje transitamos pelo mundo guardando relativo equilíbrio. aos desencarnados. nos centros espíritas. é como se expulsássemos dos umbrais de nossa casa. no capítulo 9º. aí. De maneira geral. dos encarnados. a polarizarmos as melhores vibrações para aqueles que. os nossos cuidados e atenção para os habitantes do mundo espiritual. . Reportemo-nos ao caso do enfermo que aparece. Os componentes do grupo. tem o dom de despertar. penalizamo-nos sômente do encarnado. com o nome de Pedro.39 reencarnação com os comparsas de terríveis dramas. à espera da morte. Para isso. com honrosas exceções. palmilhando. as ruas da incompreensão. deixamos no ontem desconhecido uma vertente de lágrimas e aflições. súplices. quase sempre. Pedro era um médico que abusava da missão de curar. uns e outros. fruto de estudo e meditação. Entretanto. por muitos anos. situamos como vítima. a incursão incômoda e muitas vezes cruel. diàriamente. até incliná-lo à internação num hospício. onde estacionou. Uma análise mental particularizada identificálo-ia em numerosas aventuras menos dignas. a quem. também se compadecem. com um número incalculável de casos semelhantes. assim. por não se terem ajustado ainda à Lei do Amor. a paz e a felicidade! Não é justo. olhemos carinhosamente para os desencarnados que reencontram os verdugos. o doente e o nu. impiedosamente. Entreguemos. em noite tempestuosa. cegos e desorientados. pela indiferença ou pela hostilidade. sofrendo. no companheiro que bateu à porta do Centro. sem a menor sombra de dúvida. além de prejudicar o irmão em todos os seus interesses econômicos e sociais. certamente. de imediato. Não dispomos de tempo para incursões no passado. pois. hoje. envolvidos pelas nossas vibrações de fraternidade. podemos reconhecer o verdugo de hoje como vítima de ontem. mas. um drama doloroso que. possam ser amparados em nome da Divina Compaixão? Fechar a porta do nosso coração. O perseguidor que presentemente lhe domina as energias era-lhe irmão consanguíneo. até àúltima gota. igualmente. derruindo-lhes. a solução de seus problemas físicos e psicológicos. a palavra ao Assistente Áulus a fim de que suspenda uma ponta do véu que encobre o passado do doente: «A luta vem de muito longe. impensadamente. identificar-nos-íamos. um oceano de amargura. Quantos de nós. como antigas personagens de crimes inomináveis. a fim de que. não teve a força precisa para fechar-lhes as portas da «casa mental». se repete aos milhares em todas as camadas sociais. A observação de casos iguais ao de Pedro compele-nos. cuja esposa nosso amigo doente de agora procurou seduzir. » Eis. quase que exclusivamente. em nome da fé ou do amor menos digno. insistem em fazer justiça com as próprias mãos. nos quais fizemos companheiros do caminho sorverem. a taça de fel de indescritíveis sofrimentos. aparvalhado e inútil. as núpcias da reconciliação. aflito. Não será pelo desapreço à sua desventura. parecia incomodado. a fim de conhecermos mais um pouquinho da vida pregressa do cavalheiro doente que. É um livro que chegou. dirigentes de sessões e médiuns. purificando o amor de sua alma. consagrando. onde os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. mas são sempre fatais. Nunca e nunca. » E. a palavra ao Assistente Áulus. E o livro foi psicografado. decorrente de transitória influenciação de Espíritos desocupados. Verificou os rumos que os trabalhos tomavam.. como se tivéssemos olvidado os conselhos e as diretrizes inseridos nos luminosos trabalhos do Codificador. O irmão atraiçoado de outro tempo. Restituamos. menosprezando-o ou ridicularizando-o. os abusos e a exploração inferior. entre vítimas e verdugos. que o ajudaremos. Martelou-lhes. todavia. continuou: «Ninguém ilude a justiça. quem poderá garantir a eficácia . particularmente em face do complexo e delicadíssimo problema do mediunismo e da sua prática. As reparações podem ser transferidas no tempo. nesse setor. exaltando o serviço mediúnico por abençoada sementeira de luz e fraternidade. especialmente Léon Denis. não será desse modo que lhe converteremos a alma enferma numa ânfora onde coloquemos o licor da Esperança. » e que. sem real expressão de maldade. uma vez que o desequilíbrio do encarnado poderá acomodar» o hóspede na sua casa mental». onde mais tarde recebeu o médico delinqüente nos braços maternais. que lhe conquistaremos a confiança. sob a influência do verdugo. foi a primeira a retornar ao mundo. felizes. então. completados pelos seus eminentes continuadores. que se repetem aos milhares. ser mais comedidos em nossas afirmativas de solução para os intrincados problemas com que se defrontam os grupos mediúnicos. menos culpada. Em face de problemas tão sérios. Nunca e nunca. a existência e aguardouos. ante a surpresa de André Luiz. como seu próprio filho.» Não podemos reprimir o entusiasmo ante as luzes que o livro “Nos Domínios da Mediunidade” trouxe aos espiritistas.. na hora oportuna. a prudência e o bom-senso aconselham moderação nos prognósticos de cura imediata. desvairou-se no ódio de que passou a nutrir-se. A Espiritualidade viu as nossas necessidades. além-túmulo.40 as mãos esquálidas. «na pequena fila de quatro pessoas que haviam comparecido à cata de socorro. A companheira. Não será pela ironia ou pelo acinte. Anotou-nos as deficiências e precariedades. instantes depois. mais uma vez. ainda não encontrou forças para modificar-se e continua vampirizando-o. por dilatado período. como não podia deixar de ser. saberemos todos nós. Acompanhemos o sofrimento do irmão ultrajado: «Desencarnando e encontrando-o na posse da mulher. E quando o encarnado age dessa maneira. Mesmo que se trate de obsessão simples». obstinado no ódio a que se rendeu impensadamente. «desfecha um grito agudo e cai desamparado». Nunca ajudaremos um Espírito endurecido no ódio. ainda uma vez.. confiemos em Jesus e busquemos. De posse dessa certeza. fá-lo gemer e gritar. com a prudência. cada vez maior. ainda. vieram a subjugação e a possessão. Tornou-o um epiléptico aos olhos do mundo. Domina-lhe o corpo. tocados pela carinhosa advertência de Jesus. esquecimento e perdão. Sabem que as perseguições.. as dobras do coração. sob a assistência dos protetores e com o concurso dos encarnados. O irmão ultrajado de ontem imantou-se à sua organização psíquica e somática. compreensão e amor. destruirão. Servidores esclarecidos contribuem. Repitamos. assim: — Meu irmão. cujas raízes se acham imersas no pretérito. Se ambos abrirem. de que devemos reconciliar-nos com o adversário. de par em par. concitando-os ao perdão recíproco. simplesmente. Trabalhadores precipitados comprometem a Doutrina através de promessas insensatas. a bênção do esclarecimento renovador. pedem tempo e paciência. como também para redimi-lo. de forma tão lastimável.41 do esforço assistencial? Não podemos. a esposa invigilante de ontem abre. com Ele. nem devemos jamais prometer o “desenovelamento” de um drama complexo. . não só para «purificação do seu amor. as palavras confortadoras e as vibrações amorosas repercutir-lhes-ão no íntimo.. para o engrandecimento.. os tenebrosos laços que. inexorável. ao infeliz sedutor. Exigem. vincularam os seus destinos num turbilhão de rancor. Comanda-lhe a mente desarvorada. Dirigentes e médiuns esclarecidos sabem que existe uma Lei de justiça funcionando. hoje. com Léon Denis: “o Espiritismo será o que dele os homens fizerem. o seio transbordante de ternura. à maneira de suave reconforto. enquanto estamos a meio do caminho. As leituras edificantes. à medida que ele se foi entregando. na estrutura das obsessões. do ideal que nos irmana. cujo prólogo se perde na noite dos séculos ou dos milênios. Depois. Derruba-o. Enquanto isso. não digamos ao enfermo: — Você vai ser curado em dois meses. Falemos. Ambos receberão. a solução do seu caso. se contribuírem para isso.” O caso do irmão Pedro teve o início do seu processo evolutivo com a Fascinação. comparece. a programas de aprendizado. não sômente a benefício dos outros. após concluir. núcleos de trabalhos práticos de Espiritismo. como às vezes acontece.. não podemos crer. Será que os Bons Espíritos. outros mais tarde. igualmente. a censurar uns e outros. noutros setores.42 12 Pontualidade Transcrevamos. Será que entidades tão venerandas. acreditamos. numa verdadeira «pregação no deserto». com tamanhos afazeres a realizar. porém. É-nos impossível crer que Espíritos realmente superiores compartilhem da indisciplina que é própria a nós outros. os acontecimentos do dia. que aquele elevado instrutor se defrontasse. de encarnados barulhentos e irresponsáveis. da pág. de modo geral. Há grupos que têm o início dos seus trabalhos marcado para as vinte horas. e encontra companheiros negligentes e descuidados. Imaginemos. para os serviços preparados. a ausência de responsabilidade que ainda se verifica em muitos núcleos. mas. mas de si mesmos. Pontualidade! Hora certa para início das tarefas. mais ainda. a comentarem assuntos de natureza exclusivamente material. nobre e digno. as palavras iniciais do capítulo “Assimilação de correntes mentais”. uns médiuns chegando agora. cooperadores encarnados. será que Espíritos desse quilate suportarão. tais serviços vão começar lá para as vinte e trinta horas e. recebendo instruções em setores especializados. cujos instantes. às vezes. o dirigente descontrolado. literalmente. para a desarmonia psíquica do ambiente. indefinidamente. sem esquecimento da preparação que nos compete. ruidosos e inconvenientes. 41 de «Nos Domínios da Mediunidade»: «Faltavam apenas dois minutos para as vinte horas. muita vez maliciosamente. contribuindo. de nenhum interesse para os trabalhos da noite. por este ou aquele motivo. são contados e aplicados na execução de programas enobrecedores. agora. na Espiritualidade. continuarão. até mais tarde. onde a compreensão mais elevada do serviço de intercâmbio construtivo entre os dois planos ainda não se fêz de todo? Que eles suportem algum tempo. » Eis aí uma observação de capital importância para os que dirigem ou compõem. O fato de o irmão Clementino ter chegado às vinte horas menos dois . assistindo núcleos que funcionam na base da negligência e da irresponsabilidade? Temos nossas dúvidas a este respeito. encargos respeitáveis. cada um a comentar a seu modo e a ressaltar. com um agrupamento heterogêneo. quando o dirigente espiritual mais responsável deu entrada no pequeno recinto.. uma vez que estão sujeitos. Imaginemos a posição do devotado benfeitor que. na qualidade de médiuns ou colaboradores. indefinidamente. enquanto aguardamos o momento dos santos labores do mediunismo com Jesus! Notemos que somente dois minutos antes o dirigente espiritual deu entrada no recinto. investidas de tão santas responsabilidades e compreensão dos deveres. criemos para os trabalhadores do Espaço o clima de harmonia que eles esperam. alimentando as nossas mentes de forças superiores. na próxima semana às vinte e trinta e. através do silêncio e da meditação superior. esperar a assistência de Espíritos superiores. onde se realizam serviços mediúnicos. . O recinto. sim. Se desejamos valorizar o nosso trabalho. é muito lógico e racional.. iniciemos logo a preparação que nos compete. é o altar desse santuário. porque existem programas de todo o tipo. a fim de que. Se. o que. aliás. atraindo.43 minutos. não pode. de Espíritos dotados de idéias e programas» equivalentes aos dos próprios componentes de tais núcleos. inclusive para destruir. sem caridade e sem elevação de propósitos. sem o mais elementar senso de pontualidade.. Um núcleo espírita. certos de uma coisa: as entidades da sombra comandarão tais serviços. mas. claramente. desejamos conduzir os serviços mediúnicos com aquele espírito de frivolidade que caracterizou a observação dos fenômenos nos aristocráticos salões da França do século 19. mostra-nos. assim. continuemos a realizá-los sem método e sem espírito de misericórdia. como o problema da pontualidade é levado a sério no Espaço. desejam e precisam. evidentemente. sucessivamente. uma vez que entre os encarnados responsáveis existem o gosto e o cultivo da pontualidade. Um templo espírita é um santuário de prece e de trabalho. devemos honrá-lo pelo respeito e pela sinceridade de propósitos. entretanto. ficando. Colocamos a palavra programa entre aspas. Quando penetrarmos num centro espírita. de trabalhos mediúnicos ou doutrinários. entretanto. as atenções e o amparo de entidades respeitáveis. assim. deixemos do lado de fora a desídia e a irresponsabilidade. da prece sincera e da concentração. que inicia os serviços hoje às vinte horas. Ao ocuparmos o lugar que nos é reservado. ocorrerá. Apenas cumpre considerar que. entre nós. vampiro é toda entidade ociosa que se vale. à guisa de alicerce para a exposição que desejamos realizar. possivelmente. para isso. fixemos o gráfico que orientou a exposição do assunto em tela: LOCALIZAÇÃO HABITUAL = {Estômago. visando a facilitar o desdobramento das considerações. clara e simples. não está errada. desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens. cólera. O assunto é importante para todos nós. em sua estrutura pelos golpes das vibrações inferiores. levando-nos.» A elucidação. encarnados. o vampiro. o que vale dizer: desequilibrados os centros perispirituais. O Instrutor Alexandre acentua que «quase sempre o corpo doente assinala a mente enfermiça». «Atingido o molde (perispírito). Fixado o diagrama. façamos a definição de duas palavras que serão mencionadas com frequência no curso do presente estudo. levando-nos a recorrer. fígado. conforme acentuamos. preliminarmente. tristeza. alta noite. em face do desajuste mental do homem hodierno. Antes de fixarmos o gráfico elucidativo. tem o vampirismo. se imantam à organização psicofísica dos encarnados (e desencarnados). É do Instrutor Alexandre: “Sem nos referirmos aos morcegos sugadores. o vaso refletirá imediatamente. é o fantasma dos mortos que se retira do sepulcro. extensão inconcebível. » Pelos excessos. encontramos a observação que nos apressamos a transcrever. é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora. indebimente. de hábitos opostos aos acima caracterizados. o reflexo se fará. incessante. lógica e simplesmente: Pela conduta reta e pelo cultivo. eivado de vícios e paixões. marca. mas. Não sei quem é o autor de semelhante definição. para alimentar-se do sangue dos vivos. entre os homens. ódio. etc. das possibilidades alheias e. formado pelas nossas criações inferiores. entre nós. Vampirismo: Ação pela qual Espíritos involuídos. zona do sexo. etc. a concluir que. arraigados às paixões interiores. ao magistral livro «Os Missionários da Luz». CAUSAS EFETIVAS = {Desregramentos emocionais. de ordem fisiológica ou psicológica. A seguir. excessos alcoólicos. de imediato. No livro em referência. por antecipação. no corpo físico. o ponto de partida ao nosso despretensioso e humilde estudo. glutonaria. de André Luiz. Só e só.44 13 Vampirismo O capítulo «Sonambulismo torturado» sugeriu-nos modesto estudo das manifestações vampirizantes. que nos achamos sinceramente interessados no esforço ascensional com o Cristo. a pergunta: — Como evitaremos a vampirização? E a resposta será. em se tratando de vampiros que visitam os encarnados. sugando-lhes a substância vital. no fundo. Larvas: Alimento mental das entidades infelizes. aparelho digestivo. na alimentação ou noutras manifestações mais . com os amigos espirituais. . criaremos tais larvas. Aqueles que julgam que a vida se resume. de cujo interior escapavam certos vapores muito leves. fornecemos alimento para as entidades não esclarecidas. para o nosso campo mental e fisiológico. com o que atrairemos. O estômago. tais entidades buscarão e encontrarão sempre. Isto porque «as ações produzem efeitos. em análise. entidades ociosas. de ordem inferior. referindo-se aos desencarnados que se não despojaram dos hábitos cultivados enquanto no mundo. não o trabalho de um aparelho digestivo usual.” As criaturas que se entregam à embriaguez e aos desvarios do sexo.. penalizados. observemos. o registro das «singularidades orgânicas». em nós. aquilo de que se nutrem. «A cólera.45 caracteristicamente espirituais. o aparelho digestivo. a desesperação.. também. mas «desviada nos excessos de alimentação»: «Guardava a idéia de presenciar. Os excessos físicos ou mentais são a fonte geradora dessa fauna estranha. sem dúvida cheia de boas intenções. etc. Com o mesmo automatismo com que. vorazes. de conformidade com a natureza de nossa vida mental. Os amigos espirituais observam. são grandes produtoras dessas larvas que se localizam. bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância. apenas. passarão a constituir delicioso pasto (e repasto. os que lhes asseguram a economia organopsíquica. aquilo de que necessitam. naturalmente. como Ândré Luiz. conduzido pelo Instrutor Alexandre. ainda. o ódio e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma.» Notemos. as larvas criadas pelos nossos pensamentos e ações.) para tais Espíritos. ao longo da veia horta. sugando-lhes a substância vital. o fígado. » Vejamos como os benfeitores espirituais descrevem o organismo de um homem amante dos alcoólicos: “Semelhava-se o corpo a um tonel de configuração caprichosa.» «Espantava-me o fígado enorme. não fogem ao imperativo da lei. mais adiante. pessoa dedicada. em comer e beber. os pensamentos dão origem a formas e consequências de infinitas expressões». buscamos. e. que «aos infelizes que caíram em semelhante condição de parasitismo as larvas servem de alimento habitual». cheirando a vinagre de condimentação ativa. sim... ainda encarnados. não será servida em pratos. cheio de pastas de carne e caldos gordurosos. num restaurante ou em nossa própria casa.» Essas «pequeninas figuras horripilantes» são as larvas. Assim sendo. E o instrutor Alexandre esclarece: «Naturalmente que a fauna microbiana. ainda não felicitados pela luz da renovação interior. » E. Somos os seus sustentadores. qual erva daninha aos galhos das árvores. o alimento indispensável ao corpo. Pequeninas figuras horripilantes postavam-se. dormir e procriar. os sentimentos geram criações. mas incessantes. o organismo de uma irmã «candidata ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação». na parte do corpo onde mais diretamente se refletem os desajustes. de VASTO ALAMBIQUE.. Agora. ao meio-dia. «O aparelho gastrintestinal parecia totalmente ensopado em aguardente. lutando desesperadamente com os elementos sanguíneos mais novos. bondosa e insistentemente. que parecia abafada por aluviões de corpúsculos negros.. do mundo espiritual. mergulhado em profundo silêncio». real e definitivamente.» «Pareciam imantados uns aos outros. compete-nos o esforço para equilibrarmos a própria vida. segundo São Paulo. nos observam. Aguardam que nos capacitemos. estaremos àmercê das entidades vampirizantes. Não desanimam no esforço de nos ajudar. para nós mesmos. como encarnados. dificultando-nos o acesso aos planos elevados. evangelicamente esclarecidos. espera por nós. longos anos.46 verificou a zona do sexo de um companheiro que. em definitivo. com o que se concretizará. São pacientes e generosos. lembremo-nos de que os animais comem e dormem. Não nos compenetrando. operosa e cristãmente. lhe penetrem os domínios. do sublime ideal de cristianização de nossas almas. é equilíbrio da vida». para que tenhamos uma perfeita noção de nossa responsabilidade. que a nossa mente desequilibrada gera. aos milhões. especialmente quando nos propomos a desenvolver faculdades medianímicas. Não nos deixam ignorantes de tais notícias. poderosos recursos para a realização. desde a Manjedoura. Reconhecendo. com efetivos e reais benefícios para os outros e. em matéria de sexo. na mesma faina de destruição. a se caracterizarem por espantosa velocidade. indubitàvelmente. embora transitório na configuração que lhe é peculiar. . mais adiante. é o maravilhoso Templo do Espírito. à maneira do Senhor Jesus que. embora.... em definitivo. também. A nossa experiência. particularmente. de que devemos ser comedidos na alimentação. não nos podemos mais acomodar a semelhante clima. » Bastam essas transcrições básicas. bebem e procriam. «de lápis em punho. à luz do Evangelho. Com o mais sincero respeito aos nossos irmãos irracionais. A prece e o estudo... a rebeldia e a desobediência aos princípios de temperança e moderação que nos compete exercitar. Os amigos espirituais têm-nos trazido. invigilantes. enriquecendo a sublime orquestração que exalta as glórias do Ilimitado. aguardava o momento de exercitar a psicografia: «As glândulas geradoras emitiam fraquíssima luminosidade. Confiam que. a boa vontade e o trabalho. em beber e procriar. farão de nossas almas harmoniosa nota de celestial beleza. suportando-nos. ainda. Em face de tamanha tolerância. uma vez que já estamos informados de que a perseverança no Bem dar-nos-á. de que o corpo físico. compreensivos e fraternos. o cultivo dos pensamentos enobrecedores e a bondade desinteressada. possamos servir. tais advertências. em comer e dormir. o campo do mediunismo. criações e formas inferiores. oferecerá sérios perigos aos que. que. A vida é a mais bela sinfonia de Amor e Luz que o Divino Poder organizou. a promessa do Senhor Jesus: «Aquele que perseverar até ao fim será salvo». exclusivamente. não se resume. Enquanto não reconhecermos que «a prudência. O atual esposo. onde o cúmplice de ontem recebe hoje. respirando no mesmo teto. somos os «milionários da felicidade». da calma. Vejamos como o Assistente Áulus descreve o reencontro. Certa vez ouvimos um confrade afirmar que nós. através da psicografia ostensiva e da pena inspirada dos escritores-sensitivos. a noiva do passado. na atual . de novos conhecimentos que a Espiritualidade bondosamente nos revela. inspirador do extermínio. sem dúvida. vibracionaIs (prece e concentração). como devedor indireto. E o desencarnado. como devedora direta. A moça. de complexo drama. da paciência e da cooperação. Verbais. é rico em observações relativas aos variados processos de resgates. reajustando-se. por ele convertida em criminosa vulgar. interpretando defeituosamente as legítimas noções do Amor. para. no passado foi por ela envenenado a mando do atual marido. Fixemos o gráfico-base da análise do assunto: PROTAGONISTAS = {Devedores diretos. e o desencarnado. O devedor indireto sentirá a necessidade da meditação. ainda desajustado. Trata-se. que nos forneceu ensejo ao estudo do vampirismo. na direção da Luz. PROCESSOS DE AUXÍLIO = {Magnéticos.47 14 Desenvolvimento mediúnico O capítulo «Sonambulismo torturado». BENEFÍCIOS DISPENSADOS PELO AMPARO DOS CENTROS = {O perseguidor sentirá a necessidade de perdoar. porque autora do envenenamento do próprio benfeitor. ter paz e felicidade. Antigos desafetos que se reúnem. pai adotivo da moça. a fim de ajudá-la a reajustar-se. A Lei — esta Lei cujo mecanismo ainda ignoramos quase que totalmente — incumbiu-se de promover o reencontro das três almas necessitadas de carinho. os quais se expressam no mundo à maneira de complexos distúrbios mediúnicos. a fim de apossar-se da fortuna material. incessantemente. além de abrir-lhe a rota para o crescimento espiritual. Três corações entrelaçados por vínculos sombrios. incapaz de compreender os benefícios que o perdão sincero lhe proporcionaria. para a dissipação do rancor. Diminuto o número de casais reunidos por superiores afinidades. para melhorar-se. O Espiritismo nos ensina que a maioria dos lares terrestres se constitui de casamentos provacionais. (doutrinação fraterna). Devedores Indiretos (cúmplices). curando a desarmonia que a sua ambição lhe gerou na mente invigilante. As personagens são dois encarnados: uma jovem senhora e o seu esposo. se acumpliciaram no pretérito. Quanta verdade nesta afirmativa! Efetivamente somos «milionários da felicIdade» porque o nosso Espírito se enriquece. Três almas comprometidas com a Lei. Almas que. os espíritas. amor e tolerância. O devedor direto será compelido a fortalecer-se e perdoando. em redentora provação. recuperar-se. na condição de esposa. pedindo compreensão. Um grupo consciente. na atualidade. aquela paz e aquele anseio de auxiliar o próximo. O caso em tela é um desses. à mesa do desenvolvimento. o próprio pai adotivo assassinado. de curá-la e ao perseguidor. o seu prematuro desenvolvimento mediúnico. A misericórdia divina. Jamais alguém conceituou os Espíritas com tamanha exatidão. não deve ser levada de imediato. «milionários da felicidade». Tivesse ela assumido a responsabilidade maternal ao primeiro tentame. alto e bom som: somos. como o visitado pelos irmãos André Luiz e Hilário. Conhecesse aquela irmã o Espiritismo e tê-lo-ia evitado. cuidaria. Depois. . simplesmente. procurando instintivamente a sócia de aventura passional do pretérito. assim. É por isso que proclamamos. com prejuízos para a irmã doente. assinalada por complicados distúrbios mediúnicos. mas encontrou a irmã doente que o obriga a meditar e a sofrer. tão condenável quanto o em que se elimina a existência de um adulto. Um pormenor que não pode deixar de ser mencionado é o das consequências advindas do aborto provocado por aquela irmã. fugindo-lhe. entretanto. a necessidade do estudo metódico e sério. E por viverem repletos de tais dramas é que se impõe a todos. como sublime tesouro.48 reencarnação. E. assim.” E. «Milionários da felicidade»! Nenhuma mulher espírita terá coragem de promover um aborto. com o esforço pelo reajustamento. casos que reclamam. pobrezinha dela! A Doutrina Espírita preceitua que o aborto é um crime horripilante. Uma casa espírita menos avisada iniciaria logo. quando a vítima do passado. Recapitulando a antiga fome de sensações. É provável se demore ainda alguns anos na condição de doente necessitada de carinho e de amor. se o fizer. mas sem qualquer perspectiva de produção imediata. às desastrosas consequências. abeirou-se da mulher que desposou. antes de tudo. Antes de tudo a ajuda fraterna. a fim de que. “É uma médium em aflitivo processo de reajustamento. efetivamente. com a mente harmonizada e o coração guardando. das personagens daquele drama selado com o sangue do pai adotivo da irmã que. se compadece infinitamente de todos nós. amorosa ajuda a vítimas e verdugos. completando o informe. sim. de vez que se revela extremamente necessitada de concurso fraterno. se encontra a braços com a mediunidade torturada: “Decerto nosso companheiro na atualidade não se sente feliz. no campo do auxílio.” Têm razão os benfeitores espirituais quando asseguram que «os templos espíritas vivem repletos de dramas comoventes. sistemàticamente. com valiosa advertência aos dirigentes: «Desse modo. que toda pessoa que procura os centros espíritas. que se prendem ao passado remoto e próximo». não sejam lastimàvelmente confundidos com «mediunidade a desenvolver». » Deduz-se. servir ao Bem. por enquanto é um instrumento para a criação de paciência e boa vontade no grupo de trabalhadores que visitamos. e não teria passado por tão cruéis sofrimentos. tentou o renascimento. imprescindivelmente. redimindo-se. de reunião em reunião.» O perseguidor sentirá a necessidade de perdoar. da doutrinação verbal amorosa e das vibrações dos componentes do grupo. . único caminho para alcançar a indispensável melhoria. à calma e à paciência. inicialmente. receberão os três as claridades prenunciadoras da reconciliação. o verdugo. E o esposo. esperançoso. quando. em um núcleo cristão. a fim de que. destruindo sinais de ódio e de sangue. o Assistente Áulus: «Noite a noite. o verdugo reingressará “nas correntes da vida física». tenha paz e felicidade. o trio de almas renovar-se-á pouco a pouco. sentirá a necessidade de fortalecer-se e... com Jesus. inicia. Através de passes magnéticos. oferecer mais adiante a sua mediunidade aos serviços assistenciais. ontem. enceguecidos pela avareza. devedor indireto.. reparando os erros. A vítima. é através de acerbas provações que o Espírito humano. a sublime caminhada para o Monte da Sublimação.. na intimidade da prece e dos apontamentos edificantes.49 Via de regra. a vítima e o cúmplice serão beneficiados. Acolhidos.. lhe cortaram impiedosamente o fio da existência. então. reencarnando na condição de filhinho querido daqueles que. devedora direta. recuperar-se a fim de. perdoando. acertando as suas contas.. mais uma vez.. será compelido à meditação. Com a palavra. autor intelectual do crime. Há condições. podemos denominar de “transporte”. refazia as próprias forças favorecem a compreensão. nosso conhecido de «Nos Domínios da Mediunidade». é tarefa do dirigente encarnado dos trabalhos. é médium de desdobramento e está sendo preparado para maiores cometimentos na seara da fraternidade. Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a propriedade ou faculdade de desprender-se do corpo. flores. uma vez que lhes compete auxiliar o desprendimento. Assim sendo.. mesmo em círculos espiritistas. corretamente. Castro. geralmente em reuniões. que reputamos indispensáveis ao médium. E quando são pedidos detalhes..50 15 Desdobramento mediúnico O capítulo “Desdobramento em Serviço” esclarece essa singular mediunidade. consolando ou curando. isto no plano físico. como sejam: a) — Vida pura b) — Aspirações elevadas c) — Potência mental d) — Cultivo da prece e) — Exercício constante Além dessas condições. ouve-se a informação: «Fulano é médium de transporte. através da prece b) — Concentração c) — Exortação A exortação. Vez por outra. já foi atendida com o diagrama organizado para o estudo dessa faculdade e já incorporado a este livro. mais técnica que moral. no presente capítulo. . inclusive de craturas pouco afeitas a raciocínios mais profundos. recém-desencarnado. verifica-se que o Fulano mencionado é simplesmente um médium de desdobramento. a saber: a) — Auxílio. como não podia deixar de ser. também pelo pensamento. realmente pouco comum entre nós. etc.. Dispensamo-nos de comentários mais amplos. onde Oliveira. Esse é o médium de desdobramento. Desprende-se e excursiona por vários lugares. na Terra ou no Espaço. lembramos que três fatores essenciais são requisitados dos encarnados. jóias. desse maravilhoso fenômeno. nos serviços de desdobramento. quem faça uma certa confusão entre «médium de transporte» e «médium de desdobramento». das quais não pode o médium de desdobramento prescindir. a fim de colaborar nos serviços. os componentes do grupo têm também deveres e responsabilidades. se deseja aprimorar a sua faculdade e aumentar os seus recursos. acompanhar mentalmente a trajetória do Espírito do médium e encorajá-lo. em sua viagem. de ordem moral especialmente. porque essa exigência. do exterior para o interior e vice-versa. Médium de transporte é o de efeitos físicos e que serve de instrumento para que os Espíritos transportem objetos. Esse é o médium que. As ocorrências relacionadas com o desprendimento do Espírito do médium Castro — a começar no recinto dos trabalhos e terminando em esfera espiritual de reajuste. Ainda existe. alçar-se no espaço. mas sinto receio! Tenho a idéia de que nos achamos em pleno nevoeiro. apenas com o concurso magnético dos Protetores Espirituais. Rodrigo e Sérgio amparam-me na excursão. em sua excursão astral. enquanto outros.. caprichos... «Incipiente ainda nesse gênero de tarefa». acompanhando-o na excursão e transmitida a ele. Raul Silva.. estimulado pela prece de Raul Silva. qual se o corpo físico lhe fosse um aparelho radiofônico para comunicações a distância —.. onde se entrega às alegrias do reencontro com Oliveira.. o dirigente dos trabalhos. Ah! sim. o médium. enquanto outros se desprendem fàcilmente. «elevou o padrão vibratório do conjunto. crimes. numa prece fervorosa em que rogava do Alto forças multiplicadas para o irmão em serviço..” A situação é perfeitamente compreensível: o Espírito de Castro atravessa zonas próximas à Terra.. espaço a fora. de mãos dadas com ambos os vigilantes» — informa André Luiz. etc. chega Castro ao ponto terminal da excursão. os quais «lhe aplicaram à cabeça um capacete em forma de antolhos». por Intermédio de Castro. onde se enxugam lágrimas e se abraçam almas revoltadas. Avançarei!. dois companheiros da Espiritualidade. com a cooperação de Rodrigo e Sérgio. voltam ao corpo como se tivessem saido de prolongado sono. para conseguirem o desdobramento.. plenamente desdobrado. com a maior espontaneidade.. dedicado companheiro do núcleo mediúnico.... Agradeçolhes o benefício!.. embora façam o relato durante o desdobramento. Oh! tenho medo. evitando-se a dispersão dos seus próprios recursos. Castro contou. recentemente desencarnado. de imediato constitui-lhe abençoado tônico espiritual. nos trabalhos do Espiritismo Cristão.. A nosso ver.. ambições. impregnadas da substância mental (piche aerificado. a prece de vocês atua sobre mim como se fosse um chuveiro de luz. vigilante.. Desejos inferiores.. para as peculiaridades do caminho. Estou bem. Alguns necessitam de auxílio magnético dos encarnados. sob nossa confiante expectação. muito medo. etc. é mais aconselhável aproveitar-se a cooperação daqueles que se desdobram com naturalidade. que o Senhor lhes pague. Estou reconfortado. a fim de que a sua atenção não se desviasse. » «A oração do grupo — informou Áulus —. Essa visita possibilita-nos a observação de interessante fenômeno: Oliveira transmite ao grupo. E mais adiante: «O trio volitou em sentido oblíquo. uma mensagem de reconhecimento e júbilo: «Meus amigos. no Espiritismo Cristão. descreve a viagem: «Seguimos por um trilho estreito e escuro!.51 Há médiuns de desdobramento que recordam as ocorrências da excursão. Sutilezas do mediunismo. ódios. » E à medida que avançavam noite a dentro. «Vimos o rapaz.» . como costumam definir os Amigos Espirituais) expelida pelas Inteligências encarnadas e a traduzirem os habituais desequilíbrios humanos... onde toda atividade deve caracterizar-se pela espontaneidade. » E assim. inclusive para não dificultar o esforço volitivo. no trajeto. «adormecido». meus amigos — prosseguia Castro. pela concentração dos encarnados e pelo concurso de Rodrigo e Sérgio. junto aos companheiros encarnados: «Meus amigos. Estou bem. É a confirmação do princípio doutrinário de que. Suas palavras. até chegarem ao cenário terrestre.. Castro esfrega os olhos. como quem desperta de grande sono». etc. efetivamente. que o Senhor lhes pague. maior também a distância do comunicante. .. em escala descendente. nos grupos mediúnicos. à maneira das recomendações de um general que. etc.» Esse fato leva-nos a recordar oportunas conclusões doutrinárias.. E elas ressoam. quanto maior a elevação..52 Castro (Espírito) recebe e retransmite ao próprio corpo as palavras do amigo desencarnado. Retornando ao corpo. A tarefa da noite estava concluída. no tocante ao mecanismo de certas comunicações de entidades superiores. chegam até ao simples soldado.. sofrem uma série de não sabemos quantas retransmissões. passando pelos oficiais imediatos. durante a qual vê.” E. Cada um vê-la-á a seu modo. O gráfico ilustrativo deste capítulo objetiva comprovar a tese exposta: assim como a claridade da lâmpada. tentando sustar uma visão desagradável. comprimindoos fortemente. idéias e sentimentos iguais na sua origem. também. pode ser vista e ouvida diferentemente por dois. o Assistente Áulus esclarece: “O círculo de percepção varia em cada um de nós. se essa claridade for filtrada por focos múltiplos. três ou quatro médiuns. que. diversamente. mas. Entretanto. acrescenta. O médium vê e ouve através da mente. para a comprovação plena da tese de que não se vê nem se ouve com os olhos e os ouvidos corporais. Clariaudiência é a faculdade pela qual a pessoa ouve os Espíritos com nitidez. quanto mais os aperta. acrescentemos outro exemplo: durante o sono a nossa alma. sob o comando do Assistente Áulus. a realidade já bastante conhecida dos espíritas: a visão e a audiência independem dos órgãos visuais e auditivos. da mesma forma três médiuns (três mentes diferentes) obviamente registram a seu modo o mesmo fenômeno. Quantas vezes. sem necessidade do concurso dos olhos e dos ouvidos corporais. Uma ocorrência supranormal produzida pelos Espíritos. funciona à maneira de um prisma. de acordo com o seu próprio estado mental e. o médium fecha os olhos e.. decerto estará submetida à cor e ao potencial de cada um desses filtros. As variações auditivas e visuais são demonstráveis através da observação seguinte: três são os médiuns presentes ao grupo visitado por André Luiz e Hilário..53 16 Clarividência e clariaudiência Clarividência é a faculdade pela qual a pessoa vê os Espíritos com grande clareza. segundo a filtragem mental de cada medianeiro. pacificamente. em recinto fechado ou em qualquer parte. O fenômeno psíquico é como a claridade da lâmpada: sendo o mesmo. ouve e sente sem a cooperação dos órgãos físicos. mais adiante. Respondendo a uma indagação de Hilário sobre este assunto. faz que a luz tenha alterada a coloração original. com os seus próprios recursos psíquicos. sem. ao atravessar focos de cores diferentes. É. contudo. à guisa de exemplo: «Uma lâmpada exibirá claridade lirial. a audição clara. quadros e impressões. produzida por um Espírito menos esclarecido. em jacto contínuo. nesse caso. por conseguinte. a visão se torna mais nítida e melhor se definem os contornos da entidade? Quantas vezes. pensamos nós. o que confirma. A própria palavra indica: é a vidência clara. Qualquer pessoa estudiosa dos assuntos espíritas saberá que o médium clarividente ou clariaudiente vê e ouve pela mente. . pode ser observado e interpretado de vários modos. de um filtro que reflete. em última análise. inicia nova atividade. deixar de ouvir (a voz dos Espíritos»? Bastaria isso. embora continue sendo sempre a mesma lâmpada a fulgurar em seu campo central de ação. libertando-se algumas horas do corpo. fecha os ouvidos para não ouvi-la. atravessando filtros de várias cores. assim. ser percebidos por outro companheiro. acompanhemos as variações: a) — Dona Celina o vê perfeitamente. No tocante à audição. ante a certeza de que os fenômenos por ele não observados podem. o conhecimento da Doutrina e do Evangelho significa caminhar para a compreensão e o entendimento. b) — Dona Eugênia o vê como se estivesse envolvido num lençol. a resposta àquelas indagações é simples e lógica. Porque tal divergência no registro da presença do Espírito amigo? Clementino não estava sintonizado com os três médiuns? Não deveria. Cada mente tem uma capacidade peculiar de percepção dos fenômenos. a mesma diversidade: d) — Dona Celina ouve-o perfeitamente. no tocante à vidência e à audiência. pois. Quanto à vidência. ser visto e ouvido em igualdade de condições? Isso é o que nos parece. E recordará.54 André Luiz pondera que. por transcendentes. estão ainda muito longe de ser por nós integralmente compreendidos. O médium esclarecido saberá que os fenômenos espíritas. sereis também medidos. que a palavra do Senhor permanece: «Com a mesma medida com que medirdes o vosso irmão. c) — Castro o vê com nitidez. de modo variado.. lhe acusavam a presença».» .” f) — Castro nada ouve. O médium que estuda e começa a entender esses delicados matizes do mediunismo. e) — Dona Eugênia ouve-o “em forma de intuição. além disso. «sutilmente ligados à faixa fluídica de Clementino (supervisor espiritual da reunião). indubitavelmente. os três médiuns. dificilmente fará juízos temerários quanto à vidência de outrem. considerando que o círculo de percepção varia em cada um de nós» e que a luz. Conjugar. cada qual a seu modo. projeta focos de coloração diferente. entretanto. por conseguinte.. registrando-os. desconexos. variadas impressões e sensações de ordem fisiológica e psicológica. = {Atividade real e efetiva do Espírito durante o sono. Outras denominações poderão. ser-lhes dadas. {Espíritas. quando então se lhe associam. Os sonhos. desta e de outras vidas. sem dúvida. Geralmente temos sonhos imprecisos. à consciência livre. a sua interpretação. A Doutrina Espírita não pode estar ausente de qualquer movimento superior. enquanto há o repouso do corpo físico. faz o Espírito entrar em relação com fatos. tendo cada palavra o seu lugar e a sua propriedade. bem assim dos outros. das nossas próprias disposições. a fim de que. dando também. a devida especificação: Comuns: O Espírito é envolvido na onda de pensamentos que lhe são próprios. que se reveste de singular encanto. = {Repercussão de nossas disposições. fora do corpo. uma fantasia das nossas almas. como muitos pensam. Espíritas: Por «sonhos espíritas». Feita a classificação no seu tríplice aspecto. à luz do seguinte gráfico: CLASSIFICAÇÃO DOS SONHOS = {Comuns. sendo o Cristo de Deus. supomos. {Reflexivos. sobre eles. a emancipação da alma. Estudemos o assunto. se fêz Homem para que os homens se tornassem Cristos. cabia-nos o imperativo da nomenclatura. Reflexivos: A modificação vibratória. não alterará a essência do fenômeno em si mesmo. façamos. agora. que vise a amparar o Espírito humano na sua rota evolutiva. como fundamento principal. Estamos ainda no plano muito relativo das coisas. corresponda ao imenso sacrifício daquele que. Não podia o Espiritismo fugir a esse imperativo. em sua generalidade. o que. exercidas e cultivadas no estado de vigília. via de regra. uma vez que os chamados «sonhos espíritas» resultam. imagens. Assim sendo. Todos eles revelam. frequentemente interrompidos por cenas e paisagens inteiramente estranhas. de fundo espiritual. elevando-se. circunscrito a gabinetes. não representam. resultante do desprendimento pelo sono. em sua estrutura. Não é a Doutrina um movimento literário. Físicas ou psicológicas. situamos aqueles em que o Espírito se encontra. etc. com: a) — parentes b) — amigos c) — instrutores d) — inimigos. paisagens e acontecimentos remotos. assinalando a sua atividade extracorpórea. = {Exteriorização de impulsos e imagens arquivadas no cérebro. sem o mais elementar sentido de ordem e sequência. É um programa para ajudar o homem a crescer para Deus. Serão esses os sonhos comuns.55 17 Sonhos O Espiritismo não podia deixar de interessar-se pelo problema dos sonhos. eis que as manifestações oníricas têm acentuada importância em nossa vida de relação. . por serem eles os mais frequentes. fá-lo entrar em relação com acontecimentos e cenas de eras distantes. vindos à tona em forma de sonho. desprendida do corpo. A esses sonhos chamaríamos sonhos comuns. Deixando o corpo em repouso. desta e de outras vidas. para os locais de sua preferência. como por encanto. em nome da fraternidade cristã. seus e do mundo exterior. A modificação vibratória. guardaremos imprecisa recordação de tudo. O religioso buscará um templo. Ocorrências de séculos e milênios gravam-se indelevelmente em nossa memória. povoaram a nossa vida mental. o nosso Espírito parte em disparada. evidentemente. superiores ou . as nossas reais e efetivas inclinações. na execução dos deveres que nos são peculiares. no sono. abandonando o corpo físico. Nos sonhos espíritas a alma. daremos a denominação de «reflexivos». Ao despertarmos. fazer com que todos os capítulos nos sejam um convite à reforma interior. A atividade extracorpórea passará a refletir. facultando meios de encontrarmo-nos com parentes. melhor servirmos ao próximo. Por reflexivos. qual seja a de. O mundo psíquico que nos cerca reflete as vibrações de bilhões de pessoas encarnadas e desencarnadas. com os nossos inimigos. amigos. as conveniências. como base para a nossa felicidade e meio para. a coisa muda de figura. com a visitação do sono. por atenderem com mais exatidão e justeza à finalidade deste livro. registra as impressões e imagens arquivadas no subconsciente e plasmadas na organização perispiritual. categorizamos os sonhos em que a alma. por influxo magnético. na esquematização de nosso singelo estudo. os imperativos da vida contingente nos conservam no trabalho. os sonhos espíritas. Cataloguemos. desligando-se parcialmente do corpo.56 Aqueles em que o nosso Espírito. exerce atividade real e afetiva. facultando ao campo sensório o recolhimento. por refletirem eles. instrutores e. Esses se revestem de maior interesse para nós. A esses sonhos. embarafustado. sem fugir à feição evangélica. que põe o Espírito em relação com fatos e paisagens remotos. em face das limitações impostas pelo cérebro físico. sem dissimulações ou constrangimentos. Quando os olhos se fecham. para assisti-los fraternalmente. Enquanto despertos. Desaparecem. especialmente da ausência de conexão nos acontecimentos que. O sacerdote do Bem irá ao encontro do sofrimento e da lágrima. uma vez que vivemos num misterioso turbilhão das mais desencontradas idéias. situações anteriormente vividas. se vê envolvido e dominado pela onda de imagens e pensamentos. de desencontradas imagens antes não percebidas. desta e de outras existências. Adormecendo. determinada pela liberdade de que passa a gozar o Espírito. estratificando-se em camadas superpostas. Tal registro é possível de ser feito em virtude da modificação vibratória. em forma de incompreensível sonho. o Espírito ingressa no plano espiritual com apurada sensibilidade. O viciado procurará os outros. também. por último. 57 inferiores. Buscamos sempre, durante o sono, companheiros que se afinam conosco e com os ideais que nos são peculiares. Para quem cultive a irresponsabilidade e a invigilância, quase sempre os sonhos revelarão convívio pouco lisonjeiro, cabendo, todavia, aqui a ressalva doutrinária, exposta na caracterização dos sonhos reflexivos, de que, embora tendo no presente uma vida mais ou menos equilibrada, poderemos, logicamente, reviver cenas desagradáveis, que permanecem virtualmente gravadas em nosso molde perispiritual. Quem exercite, abnegadamente, o gosto pelos problemas superiores, buscará durante o sono a companhia dos que lhe podem ajudar, proporcionando-lhe esclarecimento e instrução. O tipo de vida que levarmos, durante o dia, determinará invariàvelmente o tipo de sonhos que a noite nos ofertará, em resposta às nossas tendências. As companhias diurnas serão, quase sempre, as companhias noturnas, fora do vaso físico. O esforço de evangelização das nossas vidas e a luta incessante pela modificação dos nossos costumes, objetivando a purificação dos nossos sentimentos, dar-nos-ão, sem dúvida, o prêmio de sonhos edificantes e maravilhosos, expressando trabalho e realização. Com instrutores devotados nos encontraremos e deles ouviremos conselhos e reconforto. Dessas sombras amigas, que acompanham a migalha da nosssa boa vontade, receberemos estímulo para as nossas sublimes esperanças. 58 18 Espiritismo e Lar O capítulo «Em serviço espiritual, apresentando-nos as figuras de Celina e Abelardo, sugeriu-nos, inicialmente, o estudo do problema do lar. O fato de o esposo desencarnado continuar ao lado da médium, confirmando, assim, alguns casos em que o matrimônio constitui alguma coisa além da união dos corpos, levou-nos à tentativa de classificá-lo em cinco tipos principais, assim compreendidos: CLASSIFICAÇÃO DOS CASAMENTOS = {Acidentais, provacionais, sacrificiais, afins, (afinidade superior) transcendentes. Acidentais: Encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem qualquer ascendente espiritual. Provacionais: Reencontro de almas, para reajustes necessários à evolução de ambos. Sacrificiais: Reencontro de alma Iluminada com alma Inferiorizada, com o objetivo de redimi-la. Afins: Reencontro de corações amigos, para consolidação de afetos. Transcendentes: Almas engrandecidas no Bem e que se buscam para realizações imortais. Evidentemente, o instituto do matrimônio, sagrado em suas origens, tem reunido no mesmo teto os mais variados tipos evolutivos, o que vem demonstrar que a união, na Terra, funciona, às vezes como meio de consolidação de laços de pura afinidade espiritual, e, noutros casos, em sua maioria, como instrumento de reajuste. Algumas vezes o lar é um santuário, um templo, onde as almas engrandecidas pela legítima compreensão exaltam a glória suprema do amor sublimado. Em sua maioria, porém, os lares são cadinhos purificadores, onde, sob o calor de rudes provas e dolorosos testemunhos, Espíritos frágeis caminham, vagarosamente, na direção do Mais Alto. Nos casamentos acidentais teremos aquelas pessoas que, defrontando-se um dia, se vêem, se conhecem, se aproximam, surgindo, daí, o enlace acidental, sem qualquer ascendente espiritual. Funcionou, apenas, o livre arbítrio, uma vez que por ele construímos cotidianamente o nosso destino. Num mundo como o nosso, tais casamentos são comuns. Nem laços de simpatia, nem de desagrado. Simplesmente almas que se encontraram, na confluência do caminho, e que, perante as leis humanas, uniram apenas os corpos. Esses casamentos podem determinar o início de futuros encontros, noutras reencarnações. Quanto aos provacionais, em que duas almas se reencontram em processo de reajustamento, necessário ao crescimento espiritual, esses são os mais frequentes. A maioria dos casamentos obedece, sem nenhuma dúvida, a esse desiderato. Por isso existem tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas vezes, em 59 dolorosas tragédias. Deus uniu-os, através das leis do Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a Lei Maior, da fraternidade, fosse por eles exercida nas lutas comuns. A compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves amortecedores. O Espiritismo, pela soma de conhecimentos que espalha, tem sido meio eficiente para que muitos lares, construídos na base da provação, se reajustem e se consolidem, dando, assim, os primeiros passos na direção do Infinito Bem. O Espírita esclarecido sabe que somente ele pagará as suas próprias dívidas. Nenhum amigo espiritual modificará o curso das leis divinas, embora lhe seja possível estender os braços generosos aos que se curvam ante o peso de duras provas, entre as quatro silenciosas paredes de um lar. O espírita esclarecido, homem ou mulher, aprende a renunciar, a benefício de sua paz e do seu reajuste. E o faz, ainda, porque tem a inabalável certeza de que, se fugir hoje ao resgate, voltará, amanhã, na companhia daquele ou daquela de quem procura, agora, afastar-se. A humildade, especialmente, tem um poder extraordinário de harmonização dos lares, convertendo-os, dentro da relatividade que assinala todas as manifestações da vida humana, em legítimos santuários onde o destino dos filhos possa plasmar-se nas exemplificações edificantes. Agora, os casamentos sacrificiais. Esses reúnem almas possuidoras de virtude e sentimentos opostos. É uma alma esclarecida, ou iluminada, que se propõe ajudar a que se atrasou na jornada ascensional. Como a própria palavra indica, é casamento de sacrifício, para um dos cônjuges. E o sacrificado tanto pode ser a mulher como o homem. Não há regra para isso. Temos visto senhoras delicadíssimas, ternas e virtuosas, que se casam com homens ásperos e grosseirões, de sentimentos abjetos, do mesmo modo que existem homens, que são verdadeiras jóias de bondade e compreensão, consorciados com mulheres de sentimentos inferiorizados. A isso se dá, com inteira propriedade, a denominação de casamentos sacrificiais. Quem ama não pode ser feliz se deixou na retaguarda, torturado e sofrendo, o objeto de sua afeição. Volta, então, e, na qualidade de esposo ou esposa, recebe o viajor retardado, a fim de, com o seu carinho e com a sua luz, estimular-lhe a caminhada. É o vanguardeiro, compassivo, que renuncia aos júbilos cabíveis ao vencedor, e retorna à retaguarda de sofrimento para ajudar e servir. O casamento sacrificial é, pois, em resumo, aquele em que um dos cônjuges se caracteriza pela elevação espiritual, e o outro pela condição evolutiva deficitária. O mais elevado concorda sempre em amparar o desajustado. Assim sendo, a mulher ou o homem que escolhe companhia menos elevada deve “levar a cruz ao calvário”, como se diz geralmente, porque, sem dúvida, se comprometeu na Espiritualidade a ser o cireneu de todas as horas. Enquanto não atingirmos tal situação. Mais uma vez se evidencia o valor do Evangelho nos lares.. o amor puro e santo. temos os casamentos que denominamos de transcendentes. Por fim. acima de quaisquer vulgaridades terrestres. pelo seu Evangelho. pelo matrimônio. Os casamentos denominados afins. pairando. ou passaremos ainda. até alcançarmos no futuro. irá enchendo de paz a nossa vida. para as grandes realizações de interesse geral. sob o sol de um novo dia. E o Espiritismo. o Senhor. no sentido superior. O anseio do Belo repleta-lhes as almas de doce ventura. seria deserção a compromisso assumido.. consolidam velhos laços de afeição. no caso. abençoada Doutrina. . provacionais e sacrificiais. Todos nós passamos. A vida desses casais encerra uma finalidade superior. como em toda a parte.60 O recuo. São Espíritos que. São constituídos por almas engrandecidas no amor fraterno e que se reencontram. no plano físico. são os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam. segundo for o caso. repletará os nossos dias das mais sacrossantas esperanças. acima do campo das emoções inferiores. por toda essa sequência de casamentos: acidentais. O ideal do Bem enche-lhes as horas e os minutos. a condição de construirmos um lar terreno na base do idealismo transcendental ou da afinidade superior. funcionando à maneira de estimulante da harmonia e construtor do entendimento. no doce reduto do lar. horas antes. como erroneamente pensamos. um instante sequer. Tal entretanto não se dá. perseguindo-o. de que Fulano ou Beltrano (encarnado) não lhe dá trégua. ninguém admite o lado inverso da realidade. criatura ainda encarnada e a quem se ligou. se mostrava distante de qualquer interesse pela nossa presença. faria logo o seguinte raciocínio: Libório é o encarnado amparado pelo grupo mediúnico. Quem se familiariza com trabalhos práticos. tenazmente. Qualquer um de nós. quando se fala em obsessão. sob a assistência de enfermeiros atenciosos. Um dos guardas veio até nós e comunicou a Abelardo que o doente trazido . por descontrolada paixão. Sintonizados na mesma faixa vibracional deprimente. Tem a palavra Abelardo. ante esse apelo. cooperador de boa vontade do plano espiritual. isto é. Libório é o Espírito perseguido por Sara. continua a descrição de André Luiz: Alcançáramos o leito simples em que Libório. O socorro do grupo mediúnico melhorou-lhe as disposições. em que os “vivos” do mundo envolvem os “mortos” na teia dos seus pensamentos desequilibrados e enfermiços. acusando dolorosa e complexa simbiose obsessional. em que vários enfermos se demoravam. inquieto —. ocorre-nos logo o seguinte conceito: Espírito ou Espíritos menos esclarecidos influenciando. Há muitos Espíritos sofrendo a influenciação dos encarnados e lutando. para se livrarem dessa influenciação. prejudicialmente. Áulus e os demais excursionistas do Além demandaram ao local onde Libório fôra recolhido. Pois esse tipo de obsessão não é tão insólito. e a mulher que piorou» é a entidade que o persegue. identificamolo no capítulo “Em serviço espiritual”. atingimos uma construção mal iluminada. que se dirige ao Assistente Áulus: — Meu caro Assistente — continuou. inicialmente. exercendo sobre os que já partiram para o Além terrível e complexa obsessão. no mundo. a vida dos encarnados. Quase ninguém.» Mais adiante. depois de ter sido amparado. prejudicialmente. ou melhor. de olhar esgazeado. pelo grupo terrestre. dos muitos que se estendem nas regiões purgatoriais. Um caso típico em que o encarnado obsidia o desencarnado. Atendendo ao apelo de Abelardo. estão ligados um ao outro. Transcrevamos.61 19 Estranha obsessão Via de regra. Entramos. mas agora é a mulher que piorou. de atraí-lo para junto de si. sem dúvida já presenciou desesperadas reclamações de Espíritos. a convocação dos trabalhadores para o Serviço assistencial ao caso em apreço. para melhor acompanharmos o seu desenvolvimento. venho rogar-lhe auxílio em favor de Libório. o desencarnado. o encarnado influenciando. «Findos alguns minutos de marcha. Áulus explicou que estávamos ali diante de um hospital de emergência. não deixa... Ninguém se lembra desse estranho e aparentemente paradoxal tipo de obsessão. O caso em estudo é um dos muitos interessantes que o livro «Nos Domínios da Mediunidade» nos trouxe. por um lado. e. A moça enferma — Sara — apesar de socorrida fraternalmente no grupo mediúnico. feroz: — Libório. a qualquer preço. da conduta dos encarnados. inquietação e angústia. coopere. muita tolerância e amor. cuidar de um obsidiado. apareceu à nossa frente. das emanações e desejos que lhes são próprios. a reclamar dos companheiros do grupo terrestre muita paciência e dedicação. Casos dessa ordem fortalecem a nossa convicção de que. possibilitar ao enfermo meios de esclarecimento. em seguida. a irmã encarnada dificulta a tarefa e fortalece os laços que a prendem ao ex-companheiro da Terra. insiste em não destruir a corrente mental que a vincula ao Espírito em viciosa imantação. É um caso de perseguição recíproca. a fim de que. educando-a. também. através do pensamento. . Caso difícil.. apesar de recolhido ao hospital de emergência. no esclarecimento do irmão necessitado. apenas. objetivando o desligamento.. de nossa parte. Acham-se ambos sintonizados na mesma onda.. atormentando-o. Áulus auscultou-o. a fim de que. Mal acabara o orientador de formular o seu prognóstico e a pobre mulher. provocando no pobre irmão. dirigiu-se Sara para a sua casa. desligada do corpo físico pela ação do sono. reclamando. Diante dessa ocorrência. «isso acontece na maioria dos fenômenos de obsessão. Os amigos trabalham. Consoante o parecer de Áulus. Vencida pelo cansaço. sobretudo. iniciadas com a justa observação de Áulus quanto ao estado de angústia de Libório: “Tudo indica a vizinhança da irmã que se lhe apoderou da mente. informou: — O pensamento da irmã encarnada que o nosso irmão vampiriza está presente nele. de onde passou a irradiar pensamentos descontrolados na direção do antigo companheiro. e. Retirando-se da sessão. Que sucederá? Aproveitará a bênção do repouso físico ou continuará a sequência de pensamentos enfermiços e deprimentes? Temos a resposta nas transcrições que a seguir fazemos. nutrindo-se. a libertação ante o jugo incômodo do Espírito. possam levá-la à modificação dos centros de vida mental. vai ela confiar-se ao sono.. Dependendo a cura das obsessões. em grande parte. reciprocamente. paternalmente. não dá a moça a menor colaboração ao esforço dos componentes e dos supervisores espirituais do grupo. Nosso companheiro se revela mais dominado. horas antes. todavia. não significa. quando «encarnados e desencarnados se prendem uns aos outros. sob vigorosa fascinação». quanto à obsessão produzida pelos encarnados? Evidentemente não cabe nenhuma dúvida. reajustado mentalmente. atormentando-o com as suas reiteradas solicitações.62 à internação denotava crescente angústia. mas. o esforço de afastamento do perseguidor. mais aflito. poderá sobreexistir qualquer dúvida. esse. Libório! Porque te ausentaste? Não me abandones! Regressemos para nossa casa! Atende! atende!. por fim. como se o serviço assistencial da mediunidade com Jesus se resumisse a simples operação de «saca-rolhas» comum. simplesmente. num trabalho simultâneo. de convencê-los de que são eles. levam a criatura a renovar os centros de vida mental. Conjugados à meditação.. além do mandamento primitivo. bem orientados. a sua libertação espiritual. no serviço desobsessivo. as principais peças no serviço de cura. com o objetivo não só de evidenciar a parcela de cooperação que lhes é atribuida. com êxito e de forma definitiva.. conduzem a resultados satisfatórios nos serviços de desobsessão.63 Os centros espíritas não devem. A leitura e o estudo. para livrá-los da companhia das entidades desajustadas. É por isso que no «Evangelho segundo o Espiritismo» encontramos sábia e generosa advertência de categorizado Espírito. especialmente. «amai-vos uns aos outros». no sentido de que. Devem. conduzir aos gabinetes mediúnicos os enfermos. . também de fundamental importância: «instrui-vos». conduzi-los às salas de leitura e estudo do Evangelho e da Doutrina. possibilitando-lhes recursos para realizar. como. os obsidiados. um outro existe. incisivo: «Absolutamente não entres na aldeia. ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam. de ter mais apurada sensibilidade. Devemos considerar que é o médium. nisso encontrando alegria e alimento. fonte de toda a sabedoria. lembramos a importância ambiencial para o obreiro da seara mediúnica. contribuem para que muita gente permaneça longos anos sob o guante de entidades vampirizantes. se demoravam expectantes. aliados a indébitos prazeres e a condenáveis excessos. A circunstância.» O médium que deseja preservar o seu equilíbrio. por oportuna. Por elas podemos concluir quanto à influência. pelo álcool e pelo fumo. neutralizar as influenciações perniciosas. pela moral e pela compreensão. sem que disso se apercebam. A “casa mental” do medianeiro deve estar sempre custodiada pelo amor e pela sabedoria. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar. Recorrendo ao Evangelho. Somente o obreiro que já se realizou a si mesmo. dominadas. homens e mulheres. criaturas desencarnadas. dos ambientes que frequentamos. estando em Betsaida. deve ser cuidadoso na escolha dos ambientes que lhe convêm. ficam. torna-o mais acessível às influenciações psíquicas. O médium que preza a faculdade que Deus lhe concedeu e que deseja converter-se em servidor operoso. encarnados e desencarnados. Somente o medianeiro portador de apreciáveis valores morais poderá. Mesmo aqueles medianeiros que se caracterizam por relativa segurança. de triste feição. Junto de fumantes e bebedores inveterados. em tese. saberá resguardar-se com êxito. à mercê de tais entidades. mencionaremos. não deve habituar-se aos ambientes viciosos. bastam as transcrições acima. sem prejuízos. onde o fumo e o álcool. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes. seria de toda a conveniência que o trabalhador da seara mediúnica preferisse os seguintes ambientes: . aquela passagem em que Jesus. Milhares de criaturas encarnadas. onde os frequentadores. mesma.64 20 Reajustamento O capítulo «Forças viciadas» registra interessantíssimas observações de André Luiz numa casa de pasto igual a tantas outras que se espalham por todas as cidades. muita gente. uma criatura falível. pela expressão inferiorizada dos seus sentimentos.. igual a todos nós. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal-estar. constituam ameaça ao seu equilíbrio interior. Como o objetivo essencial deste livro é o de focalizar assuntos relacionados com o mediunismo.» Como preâmbulo aos nossos comentários. Muita alegria. através da faculdade bem desenvolvida e cristamente educada. «A casa de pasto regurgitava. sofrem os reflexos vibratórios de semelhantes ambientes. como vivem. benéfica ou maléfica. Sempre que possível.. cura um cego e depois lhe recomenda. «canecos de Espíritos». Os que bebem passam a ser. na oportuna definição de um nosso confrade. devem comparecer à retaguarda. em sorver-lhes «as baforadas de fumo arremessadas ao ar. São os fumantes e bebedores impenitentes que se entregam. desordenadamente. onde Jesus e Kardec sejam permanente bússola. foram terrivelmente envolvidos pelas forças viciadas. despertam para um tipo de vida mais consentânea com a dignidade da pessoa humana. desde o princípio. das quais. dominados pela exaustão e vencidos pela monotonia de uma existência tristemente vegetativa. O médium. deve escolher ambientes onde as suas forças morais se consolidem e os propósitos superiores lhe sejam estímulo ao estudo e ao trabalho com Jesus. b) — Os grupos espíritas bem orientados. segundo a diretiva que traçamos para este trabalho. Em segundo. Consoante acentuamos no início deste capítulo. em cujos domínios quiseram penetrar. ao necessário reajuste: . onde as paixões e os sentimentos inferiores constituam o dolce lar niente dos seus frequentadores. A Misericórdia Divina funciona. no qual apresentamos modestos apontamentos relativos ao modo pelo qual a criatura será compelida. Conhecemos companheiros com apreciáveis qualidades de abnegação e boa vontade que. d) — Reuniões com pessoas bem intencionadas e de sentimentos elevados. naturalmente. «Chegará o dia em que a própria Natureza lhes esvaziará o cálice. alimentadores de entidades infelizes que se comprazem. E assim permanecem até que um dia. para se desvencilharem.» «Há mil processos de reajuste. Guardando no coração a fragilidade que constitui.65 a) — O próprio lar. ainda. fustigados pela Dor. passaram a ser vítimas de entidades cruéis. há milhares de criaturas prisioneiras dessas entidades. São os que se entregam a condenáveis excessos em qualquer setor da atividade humana. junto a todas as criaturas. que já se fizeram portadores de valiosas aquisições espirituais. a autopreparação pelo trabalho comum e pela renovação. Somente o imperativo da fraternidade deve justificar a presença do obreiro do mediunismo cristão em ambientes duvidosos. Somente o imperativo do serviço assistencial deve levar o médium a ambientes mal assistidos. organizamos o gráfico seguinte. jubilosas. Os que fumam passam a ser. o nosso apanágio. Em primeiro lugar. Somente os vanguardeiros valorosos. c) — O convívio com companheiros sinceros e cheios de boas intenções. tentando ajudar em determinados ambientes. onde hostes tenebrosas implantam o seu reinado de sombra. ainda aquecidas pelo calor dos pulmões». muito esforço e muita oração foram necessários. a benefício de si mesmo e da obra. onde as conversações edificantes contribuam para a manutenção do seu equilíbrio íntimo. que ele deve converter num santuário de compreensão.» Para melhor compreensão do estudo. mais cedo ou mais tarde. os grandes encargos que pedem experiência e fortaleza. ao vício. Referindo-nos aos processos coercitivos. catalogamos. Essa destinação falar-lhe-á. o esgotamento e o cansaço. = {mongolismo. esforço. com a atual experiência reencarnatória. no livro «Pontos e Contos». O homem despertará. O mongolismo. depois. fatalmente. idiotismo. dentro da Eternidade. Em certos casos. do livro «Pontos e Contos». a aflição e o cárcere. a fim de que. sofrimento. aprendam a valorizar o tesouro da vida. em situações realmente dolorosas. hidrocefalia. ainda. sobrevirão. libertando milhares de criaturas da nefasta influenciação de Espíritos menos esclarecidos. do capítulo «Grande cabeça». mencionamos as reencarnações dolorosas.. a hidrocefalia. voltam. pela reencarnação. a paralisia. sob o amparo de abnegados servidores do Cristo. da monotonia de uma vida superficial. as aflições e sofrimentos são sempre os grandes amigos da criatura fútil ou desviada. no altar da própria consciência. entretanto. as lutas acerbas. Entre os espontâneos. de onde foram banidas. querendo perturbar a marcha ascensional do Espírito eterno. o trabalho de auto-renovação. Sugerimos. almas empedernidas se reajustam devidamente. = {cansaço. Criaturas que abusaram da relativa liberdade que o Senhor da Vida lhes concedeu. um dia. lembramos a boa vontade. Quantas vezes. a leitura. compelindo-o à compostura e ao reajuste. ao vaso físico. nos processos que denominamos de «coercitivos». para não dizer de uma vida futilizada. em síntese. {Espontâneos. testemunhando a harmonia da Lei Divina. paralisia. entretanto. a vergonha e o esforço do próprio individuo. cárcere. funcionam. do imperativo de valorização do tempo que o Senhor da Vida lhe concedeu. Algumas vezes o sentimento de dignidade dirige-se à consciência do homem transviado. iniciará. {Expiatórios. à maneira de abençoadas trombetas concitando-nos à grande batalha contra nós mesmos. diversos e variegados são os fatores psicológicos que cooperam nos serviços de reajuste espiritual. esperançoso.. À guisa de exemplificação. como exemplo. a fim de vencermos os inimigos que pelejam contra o nosso coração. então. agora. Como decorrência do reconhecimento da inutilidade do sistema de vida. ante a realidade de sua destinação superior. de Irmão X. cegueira.66 PROCESSOS DE REAJUSTE = {Coercitivos. Entre os processos expiatórios. na condição de elementos regenerados e úteis! Como vemos. aflições. sugerimos a leitura do capítulo «Proteção educativa». retornando depois à sociedade. profundamente elucidativo. ... = {Boa Vontade. a própria criatura se cansará. em que colhemos aquilo que semeamos. todas elas inibitórias da plena manifestação da inteligência. De modo geral. Então. acanhamento. expressando-se por vários tipos de enfermidades. As grandes provas. também. no capítulo do sofrimento. entre as grades de uma prisão. a cegueira e o idiotismo são formas compulsórias de reajustes expiatórios. em silêncio. o cansaço e o sofrimento. Tem ele um «programa» traçado. O rapaz observado. Imanta-selhe à imaginação e lhe assimila as idéias. De acordo com o plano elaborado na sombra. com o fim de martelar-lhe a mente apreensiva e arrojá-la aos abusos da mocidade». escrevia. Tendo sido solicitado a colaborar com o seu amigo. após o que completará a sua vingança. ocultamente. Com base nessa ocorrência.. alicia companheiros desencarnados afins que lhe correspondem aos propósitos escabrosos. encontrou «o concurso de ferrenho e viciado perseguidor da menina em foco. escrevia. convertê-la-á num instrumento apassivado. Utiliza-se de um jornalista invigilante e malicioso. Essa transcrição é feita do capítulo «Forças Viciadas» e nos põe em relação com um jornalista amante do escândalo e das reportagens degradantes. — Estudemos — recomendou o orientador. fumando com volúpia e sob o domínio de uma entidade digna de compaixão pelo aspecto repelente em que se mostrava. a fim de. A sutileza do perseguidor justifica um comentário à parte. inicialmente. Tem as células do pensamento integralmente controladas pelo infeliz cultivador de crueldade sob a nossa vista. para que uma reportagem a ser levada ao jornal exponha o nome da jovem ao escárnio público.67 21 Servindo ao Mal «Em mesa lautamente provida com fino conhaque.. encontrou quem lhe fortaleça a mente e o ajude nesse mister. Conseguido o objetivo. escrevia. na autoria dos caracteres escritos. O cérebro do moço embebia-se em substância escura e pastosa que escorria das mãos do triste companheiro que o enlaçava. Neste instante — anunciou Áulus. A moça tem um perseguidor desencarnado desejoso de arrastá-la à vergonha. Eis-nos ante um caso de obsessão que se reveste de impressionante sutileza. assim. «a cuja margem aparece (a moça) aliada às múltiplas causas em que se formou o deplorável acontecimento». é instrumento de um escândalo que envolverá a pessoa de uma jovem num crime. aproveitando-lhe as lastimáveis qualidades do caráter. Tal jornalista não passa de um médium sem consciência da sua faculdade. visando. «amigo de operoso lidador da imprensa. revelando. No caso em tela. desejando produzir páginas escabrosas. de vez que o rapaz. através dos princípios da indução magnética. Inclinado para os assuntos sensacionalistas. atendendo-lhe aos propósitos escusos.. nosso irmão desconhecido é hábil médium psicógrafo. um rapaz.. Via-se-lhes a absoluta associação. é de si mesmo dado à malícia». interessado em exagerar-lhe a participação na ocorrência. de modo indireto. O assédio se faz. a desmoralizá-la. vampirizando-a impiedosamente. dividiremos em quatro fases o pernicioso . portanto. A dupla em trabalho não nos registrou a presença. espera ele conseguir pleno êxito em sua triste tarefa. atencioso —. contribuir. novas e perigosas facetas do problema obsessional. sem dúvida. há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. O jornalista é um médium. de cujas vantagens ainda não partilha. “O cérebro do moço embebia-se em substância escura e pastosa que escorria das mãos do triste companheiro que o enlaçava. É um médium porque transpõe para o papel. «Daí concluirmos quanto à necessidade de vida nobre. “Onde há pensamento. caso não delibere (a moça) guerrear a influência destrutiva. impositivo relacionado com o problema da nossa felicidade. em forma de reportagem. Almas endívidadas que somos. desde muito tempo. b) — deprimir-lhe o moral. assim. reajustar o Espírito faltoso. do assédio das entidades ignorantes. 4º — Concretização da vingança (vampirização). Da atitude mental da jovem dependerá. à desordem emotiva. efetivamente. pois. Reencontrando-a na experiência física.. os quais. de novo. demorar-se-á por muito tempo nas perturbações a que já se encontra ligada em princípio.68 esforço da entidade nesse estranho e cruel processo de obsessão: 1º — Assédio indireto. 2º — O aproveitamento do escândalo para: a) — perturbar-lhe a mente. Tais observações levam-nos ao encontro da assertiva de Kardec. O aperfeiçoamento espiritual constitui. utilizando uma terceira pessoa dotada de maus sentimentos. exuberantemente. portanto. 3º — Domínio psicofísico. afigurase-nos. sobre o cérebro do jornalista portador de lastimável indigência moral.. vinculam a nossa alma àqueles com quem partilhamos experiências menos dignas. por isso. lúcida e conscientemente. a nossa paz está sempre ameaçada ante os compromissos do pretérito. É como explica o Assistente Áulus: «Faculdades medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda a parte. . “E toda associação é interdependência e influenciação recíproca. o êxito ou o fracasso do perseguidor que age. pelo cultivo dos sentimentos enobrecedores. o desventurado tenta incliná-la. Dispomos. A posição da jovem é de perigo. Terão estado juntos nas regiões inferiores da vida espiritual. Assim. c) — amolecer-lhe o caráter. os planos de vingança do obsessor. realização das mais urgentes se desejamos. a jovem e o infeliz que a persegue estão unidos um ao outro. A elevação da mente. de que todas as criaturas são médiuns. livrando-nos. simultaneamente com as suas próprias idéias. “— Tudo isso porquê?” A indagação de Hilário foi atendida por Áulus: “Indiscutivelmente. com o objetivo de explorá-la em atuação vampirizante. de meios para associar a nossa mente com as forças superiores. invariàvelmente. a fim de atrairmos pensamentos que nos enobreçam. antes da reencarnação com que a menina presentemente vem sendo beneficiada. e) — Oração sincera e serviço aos semelhantes.69 Esses meios são. Jesus oferece-nos. b) — Consciência reta. d) — Compreensão e tolerância. entre outros. .. na pauta de nossos compromissos. Ante a tempestade de provações que a nossa alma invigilante promoveu no passado.. o abrigo seguro do dever bem cumprido. os seguintes: a) — Bondade com todos. c) — Estudo e trabalho. hoje. a seguir-nos os passos.. no qual um jornalista se identifica com entidade interessada na expansão do mal. Examinemos agora..» O contraste é. sob o domínio de uma entidade digna de compaixão pelo aspecto repelente em que se mostrava. talvez como modesto servidor de uma instituição pública. que está em nossa exclusiva dependência a escolha das companhias espirituais. curioso — quem será aquele homem tão bem acompanhado? Áulus sorriu e esclareceu: . na vida social. Somos nós. honestas ou não. sirenando forte para abrir caminho... Acompanhamos. concluiremos. a fim de que nos compenetremos de que nós mesmos é que determinamos o tipo de nossas companhias espirituais. às atividades do Bem. porém. Mal recomeçávamos a avançar. uma entidade em roupagem lirial lhe envolvia a cabeça em suaves e calmantes irradiações de prateada luz. embora ligeiramente. de início. se consagra. em marcha vagarosa. O paralelo se impõe a fim de que consolidemos o conceito de autoresponsabilidade.70 22 Servindo ao Bem No capítulo anterior tivemos oportunidade de examinar um doloroso caso de associação mental inferior. adiante. que escolhemos os companheiros desencarnados para o convívio diuturno. exclusivamente.. Á frente. « — Oh! — inquiriu Hilário. um jornalista num ambiente sórdido. Passemos. elegemos para nossos companheiros pessoas dignas ou indignas. contudo. necessita de ser feito. Vejamos agora o lado oposto. quando passou por nós uma ambulância. essa mesma lei de livre escolha e de afinidade eletiva comanda as nossas relações com os amigos espirituais. a maneira pela qual André Luiz descreve o Espírito que acompanha e assessora o jornalista: “. Do exame deste e do outro episódio. assistido por Espírito elevado.. uma entidade em roupagem lirial lhe envolvia a cabeça em suaves e calmantes irradiações de prateada luz. a controlar-nos os movimentos e a identificar-se com a nossa vida cotidiana. como não podia deixar de ser. Junto dele. É imprescindível seja ressaltado. A nova personagem é um médico que. entretanto. anonimamente.» Vejamos agora a descrição do acompanhante da nova personagem: “. um caso de associação mental superior. infelizmente. chocante e doloroso. Assim como no plano físico. identificado e associado a perigosa entidade que lhe dirige a mente desequilibrada. sentava-se um homem de cabelos grisalhos a lhe emoldurarem a fisionomia simpática e preocupada. «Retomamos a via pública. ao lado do condutor. intencionalmente. abraçando-o com naturalidade e doçura.» Recapitulemos. a de médico se evidencia pelo elevado sentido de humanidade que lhe caracteriza a ação benfazeja. para o magistério. no cumprimento de sua missão de curar. para as núpcias da Ciência e da Fé. Nesse dia. É como dizem os amigos espirituais: contra os nossos pálidos anseios de elevação. envolvidas em «lirial roupagem». Jesus-Cristo. mas.. Entre as mais belas «profissões». desde o princípio. preto ou branco. de paciência e amor. . Os nossos enganos multimilenários dificultam-nos a ascensão à Espiritualidade Maior. ainda. a medicina estenderá o seu abençoado campo de ação até os limites do espírito. A Humanidade. o companheiro carecente de bom ânimo e coragem. ateu. O médico caridoso. realizando os primeiros ensaios no sentido de fazer jus ao título de «médico cristão». onde estiver um coração inclinado ao Bem. especialmente.» Temos aí o testemunho por demais eloquente de que. homem ou mulher.71 . as suas fronteiras de luz se abrirão. Deve ser um médico em alguma tarefa salvacionista. de par em par.. sem dúvida. então. feio ou bonito. no jornadear terrestre. todavia. pobre ou rico. um irmão credor do seu amparo desinteressado. acomodar-se-ão na «casa mental» dos médicos cristãos. seja. que busca antibióticos ou reagentes orgânicos. de compreensão e esclarecimento. Pertença a este ou àquele credo religioso.. que o termo “profissão” não se lhe ajusta perfeitamente. à cura do corpo. Quando o preconceito e o formalismo se forem diluindo ao sol de novas revelações. Curar e ensinar são atividades que se não podem conter nas pobres limitações do nosso conceito de «profissão». de maneira quase que exclusiva. estará.Nem tudo é energia viciada no caminho comum. inspirando-os nos diagnósticos e no receituário e conduzindo-lhes as mãos fraternas nos grandes e arrojados lances da cirurgia. em nossos tempos. inclusive. no atual estágio evolutivo. a proteção divina.. também. o Mais Sábio dos Professores que o Mundo já conheceu e o Mais Compassivo dos Médicos que a Humanidade já viu. Os médicos verão no enfermo não somente o cliente mais ou menos aquinhoado de recursos. do Sentimento e da Razão.. As forças espirituais sublimadas. e outro.. Devia existir um outro vocábulo que designasse o exercício da medicina. encontra-se. ainda. é tão sublime em seus objetivos. Cada médico que começar a sentir no enfermo. penetrando-lhe o maravilhoso mundo. ainda se limita. Sentimos-lhes a grandeza e a excelsitude e divisamos-lhes as perspectivas sublimes e consoladoras. ocupam a cátedra ou consagram a vida ao santo labor dos hospitais. em fase a que chamaríamos «noivado» ou simples “namoro” com os problemas fundamentais do Espírito. entretanto. se for caridoso fará sempre jus à assistência de almas sublimadas. permanece como divina sugestão àqueles que. A Medicina que. que exerce a Medicina como legítimo sacerdócio. fará sempre jus ao amparo dos mensageiros do Senhor. há milênios de sombra. mantemo-nos irredutíveis no velho consórcio com as conveniências e concepções predominantes do mundo materialista e materializante em que vivemos. estará presente. mormente no socorro aos enfermos. no qual incorpora as correntes mentais dos gênios do bem.72 Curando e esclarecendo será.. então. .. consagrados ao amor fraterno pelos sofredores da Terra». um «médium de abençoados valores humanos. Serão. exemplificador de sua Doutrina. em todos os lances de sua vida apostolar está aquele sentido cristão da fraternidade que poucas criaturas possuem. Espíritos sublimados serão aqueles que se revelam possuidores de notável superioridade moral e intelectual. De outra vez dissera: «Minha alma não terá paz enquanto for testemunha impotente duma só injustiça ou duma só miséria. de tão irrisório patrimônio deixou o Mahatma Gandhi o mais rico e extraordinário exemplo de como se deve conduzir o cristão. senti-las.73 23 Lei do Progresso Sem a preocupação de descermos a pormenores. = {Fraternidade. harmonia com a Lei. denotando plenitude espiritual. evidentemente. Soltá-las ao vento é muito fácil. . podem proferir com real e efetiva sinceridade tais palavras. pedra angular da civilização do porvir. com espontaneidade. revelando-se capazes dos maiores sacrifícios a benefício da felicidade alheia. no mundo inteiro. Se Gandhi assim falou. um relógio de pulso e a paciente cabra que lhe fornecia o leite indispensável à alimentação. assim viveu e assim morreu. São muito raros e irradiam bondade e compreensão. {Elevados. boa vontade. sabedoria e amor. os poucos missionários cuja vida apostolar se destaca da vulgaridade terrestre. faremos neste capítulo uma síntese da escala evolucional dos Espíritos. reveladoras do seu elevado altruísmo: «Detesto os privilégios e monopólios. São de Gandhi as seguintes palavras. a indicar à Humanidade os iluminados rumos da fraternidade. entretanto.» O extraordinário chefe espiritual da Índia porfiou. Biografado por escritores e jornalistas. Haja vista o misérrimo patrimônio material que legou aos familiares ao cair morto ante as balas de Nathuran Vignayt Godse: uma caneta-tinteiro. cujo extremado amor à Humanidade foi algo de extraordinário e sublime. incessantemente. para que milhões de compatriotas seus tivessem um pouco de felicidade. Recentemente o mundo conheceu um desses sublimados Espíritos na pessoa do Mahatma Gandhi. entretanto. = {Egoísmo. O que não pode ser de todos. Encarnados ou não. não o quero para mim. é assaz difícil. organizamos o seguinte gráfico: CATEGORIA DOS ESPÍRITOS = {Sublimados. maldade. = {Notável superioridade moral e intelectual. preguiça. orgulho. Era simples e bom. Ao lado. no sentido mais amplo que essa palavra possa ter. {Inferiores.» Muito poucas pessoas. humildade. teve em Gandhi um grande discípulo. transitam pelos caminhos do mundo à maneira dos sóis que refulgem nos planos siderais. A nossa geração deve sentir-se honrada em ter respirado o mesmo oxigênio que o excepcional líder espiritual respirou. Cristo. conhecimento. Com este objetivo. «em cujo seio se corporificarão. Trabalham e servem. somente para efeito de estudo. e que me seja dado libertar-me a mim e a eles de tão miserável condição.pelo mundo. harmonizando-se com a Lei. Gandhi pode. Os Espíritos são. de novo. mas. as estradas da Terra. ESPíRITOS INFERIORES Temos. através do instituto universal da reencarnação. conforme acentua Áulus. . outro sublimado Espírito que vem de retornar. Lutou sempre para que todos os desgraçados tivessem direito a um lugar ao Sol. Não podemos exigir deles qualidades que somente transparecem dos Espíritos que já atingiram a sublimação absoluta». Se dotados de senso de responsabilidade. também. adquirir a plenitude espiritual. falarão apenas sobre aquilo que se encontra na órbita dos seus próprios conhecimentos. simplesmente. conhecimento. Não peçamos. figurar entre os raros Espíritos que têm palmilhado. foram classificados como Inferiores.» De Gandhi disse Einstein. afirmou: «Não desejo voltar a esta vida. à Pátria Sideral: «Dificilmente as gerações do futuro acreditarão que passou . Referindo-se às suas futuras reencarnações (Gandhi acreditava nas vidas sucessivas). no apostolado cristão. para o desempenho de preciosas tarefas». aos instrutores aquilo que eles não nos podem dar. Em fase de aprendizado edificante. guardam ainda consigo probabilidades naturais de desacerto». por fim. em todas as circunstâncias. O Espírito sublimado irradiará sempre. leva-nos a meditar sobre o erro em que incidem muitos companheiros do nosso movimento ao pretenderem. infantilmente. se tiver de renascer.74 Dava de si. os Espíritos que. um homem como Gandhi. no futuro. encarnados ou desencarnados. sem dúvida. humildade e boa vontade. São os Espíritos cujos bons sentimentos predominam sobre os maus sentimentos. revelam noções de fraternidade. sofrer-lhe-ão as limitações e podem ser vítimas de equívocos». Reingressando no vaso físico. sabedoria e misericórdia.» Espírito sublimado será todo aquele que superar as limitações humanas. peço a Deus que me faça um pária. criaturas humanas desencarnadas. atribuir aos Instrutores Espirituais pleno conhecimento de todos os assuntos. considerando o objetivo deste livro. Que possa compartilhar de seus sofrimentos e humilhações. pois. antes de pensar em si mesmo. em carne e osso. sublimadamente. todavia ainda são passíveis de queda. pois. Aquele que. retornarão à Terra. São Espíritos ou pessoas nos quais são mais frequentes ações elevadas do que as inferiores. ESPÍRITOS ELEVADOS Classificamos como elevados os que. Tal observação. almas redimidas e sublimadas. na recuada noite dos milênios. de inferioridade. Excepcionalmente praticam uma boa atitude. os altiplanos da perfeição. Não será o tempo mitológico. Os Espíritos inferiores se revelam pelo egoísmo. vinculados ainda às paixões do mundo. o termo mais próprio será “Espíritos menos esclarecidos”. para se erguerem. sementeira de esclarecimento. em toda a sua plenitude. através de incorporação turbulenta ou dolorosa. O criminoso de ontem é o santo de hoje. Os atormentados de todos os matizes devem encontrar. amanhã. A ironia e o menosprezo não podem nem devem fazer parte do programa assistencial mediúnico. centelha divina. pela ignorância. Se em nossos trabalhos mediúnicos recebemos com alegria a visitação dos Espíritos elevados. afinal. «Vinde a mim. eu vos aliviarei. São companheiros que necessitam do amparo dos mais esclarecidos. amanhã. em nossa porta. em toda a linha. O serviço mediúnico é. O celerado de hoje será. também. do braço amigo dos vanguardeiros do Bem. nas tarefas mediúnicas. em qualquer dos seus aspectos. Francisco de Assis e Sócrates foram. mas o Tempo que proporciona ensejo a que o Espírito humano se edifique e alcance. Sob o impulso inelutável do progresso.75 Considerando a nossa posição espiritual também deficitária. como que a significar que. Maltratar ou ironizar um Espírito sofredor ou endurecido é tão condenável e antifraterno quanto recusarmos. o pedaço de pão ao faminto ou o copo de água ao sedento. ó vós que vos achais aflitos e sobrecarregados.» . irmãos que ainda perambulam nas regiões de sombra e aflição. a nosso ver. pelo orgulho. acumularam expressivas energias no misterioso mundo de suas individualidades eternas. os princípios superiores imanentes aguardam o concurso do Tempo. criaturas ignorantes. abençoado anjo. Não devemos esquecer que os atuais Espíritos elevados ou sublimados já passaram igualmente por esse mesmo estágio evolutivo. Gandhi e Einstein. como verdadeiras estátuas de luz. Neles a predominância. a fim de que sejam. é dos sentimentos inconfessáveis. a consoladora promessa de Jesus. Os Espíritos inferiores de hoje precisam. vitorioso. pela preguiça e pela intemperança. pois. não deve ser menor o nosso júbilo quando baterem à porta dos agrupamentos mediúnicos. lei que abrange todos os seres. que destrói e arruina. 76 24 Mandato mediúnico O exercício comum da mediunidade, mesmo nos serviços assistenciais, é coisa diferente do «mandato de serviços mediúnicos». Médiuns existem aos milhares colaborando, ativamente, nos centros espíritas; todavia, raríssimos estão investidos de mandato. Somente depois de longas experiências, cultivando a renúncia e o sacrifício, sofrendo a ingratidão e conhecendo a dor, pode o Espírito reencarnar e exercer, entre os companheiros da Terra, tão extraordinário encargo. Assim como no plano terrestre a outorga de procurações atende, em princípio e substancialmente, aos fatores «mérito», «confiança» e «competência», é plenamente compreensível que, em se tratando de assuntos divinos, idêntico seja o critério de merecimento. Quem deseja defender, com êxito, uma causa na Justiça comum, inegàvelmente concede poderes de representação a respeitável cultor do Direito, capacitado a desincumbir-se da missão com brilhantismo e galhardia. Naturalmente, os interesses humanos podem ser confiados, eventualmente, a procuradores menos brilhantes, nas causas de somenos importância. Todavia, nos grandes empreendimentos a outorga, plena e irrestrita, é concedida àqueles que, por uma vida exemplar e um longo tirocínio, não decepcionem o outorgante. Analisando o problema do mediunismo, identificaremos Jesus-Cristo como o Divino Outorgante, e os médiuns como os outorgados de Seu Poder, capazes de o representarem com fidelidade até ao fim. Entretanto, para que o médium se torne digno de um mandato, nas especialíssimas condições do capítulo assim denominado no livro que serve de base a este —capítulo «Mandato mediúnico» —, tem de ser portador de virtudes excepcionais, a fim de que não fracasse no tentame extraordinário. O médium pode ser equilibrado, ter boa conduta e boa moral; contudo, será apenas «um médiun», na acepção comum, se não incorpora à sua individualidade valores conquistáveis ao preço de perseverantes sacrifícios, através dos séculos ou dos milênios sem conta. Mandato mediúnico — porto de chegada de todos os obreiros da seara mediúnica — exige condições especialíssimas, tais como: a) — Bondade b) — Discrição c) — Discernimento d) — Perseverança e) — Sacrifício. Eis, em síntese, as qualidades que asseguram ao médium o sublime direito de receber um mandato mediúnico! Bondade, para quê? Para atender, com o mesmo carinho e a mesma boa vontade, todos os tipos de necessitados, sem qualquer expressão de particularismo. O médium comum atenderá segundo as próprias conveniências, inclusive afetivas, distinguindo Fulano de Beltrano. Sem dúvida é um trabalhador que faz o que pode, todavia serve, ainda, dentro de um estreitismo e de certas restrições que colidem, frontalmente, com 77 a beleza e a expansibilidade, a excelsitude e o universalismo do pensamento e da obra de Nosso Senhor Jesus-Cristo. O médium investido de mandato é bondoso com todos. Para ele são iguais o rico e o pobre, o feio e o bonito, o preto e o branco, o mendigo e o aristocrata, o moço e o velho, o homem e a mulher. A discrição é um dos belos atributos do mandato mediúnico. Discrição para conhecer e sentir, guardando-os para si, dramas inconfessáveis e lacunas morais lastimáveis. O médium, de acordo com as suas possibilidades psíquicas, pode, com a simples aproximação do irmão que o procura, identificar-se com problemas íntimos, desde as deficiências morais à responsabilidade por delitos ocultos. A discrição do médium resguarda o visitante da humilhante posição de quem vê descobertas as mazelas que olhos comuns não percebem. Médium palrador seria igual a padre indiscreto, se um e outro existissem. Ao invés do sacerdócio da compreensão, a tirania da maledicência. No lugar do silêncio, o comentário leviano. Outra qualidade que caracteriza o mandatário da Espiritualidade Superior é o discernimento. Discernimento, porque e para quê? Para examinar sensatamente as coisas, os problemas e as situações e darlhes a melhor, mais oportuna e mais sábia solução. O médium tem de lutar, portanto, mediante o estudo, o trabalho e o esforço constante de auto-evangelização, para adquirir a faculdade do discernimento, a fim de «ajudar os outros para que os outros se ajudem», corrigindo, assim, a preguiça e a revolta, a vaidade e o comodismo, a leviandade e a má fé. Quando, da assistência do médium ao doente não resulta o seu despertar para a senda da luz, o esforço foi incompleto. Curar e educar devem coexistir no serviço assistencial. Tendo discernimento capaz de opinar com segurança, segundo as necessidades do consulente, o médium indu-lo a reajustar-se e a caminhar com os próprios pés, isso depois de colocar-lhe na ferida do coração o bálsamo do reconforto. Eis a função do discernimento entre as outras elevadas qualidades exigíveis para o mandato de serviço mediúnico. «Saber ajudar os outros para que os outros se ajudem. » A perseverança é o quarto atributo indispensável ao mandato, para que o trabalhador não abandone a tarefa ante os primeiros obstáculos. Inúmeros médiuns, portadores de apreciáveis faculdades, têm-se afastado do serviço em virtude de incompreensão, inclusive dos próprios companheiros de ideal. Quando os pés começam a sentir a agudez dos espinhos espalhados na estrada, desertam da luta. A esses companheiros seria lícito perguntar se é possível colaborar, sem obstáculos nem problemas, na Causa dAquele cuja glória, no Mundo, foi a coroa de aflição que os homens colocaram em sua fronte augusta... A perseverança é fruto da fé e do despersonalismo. Aquele que coopera nos serviços mediúnicos, com a preocupação de agradar aos outros e de ver satisfeitos os seus caprichos, pode vir a abandonar a tarefa. Servir com Jesus e em nome dEle, é dilatar os próprios recursos e 78 perpetuar, no Espaço e no Tempo, o ideal de ajudar a todos. Examinemos, finalmente, o problema do sacrifício. O médium que não é capaz de esquecer o próprio bem-estar, a benefício dos outros, está distanciado do mandato superior. É, indubitàvelmente, um companheiro de boa vontade, a quem devemos todo o respeito e incentivo, mas que pensa muito no próprio «eu», velho fantasma do qual ainda não nos conseguimos libertar inteiramente. O médium que possui espírito de sacrifício é como o médico que faz da Medicina um sacerdócio: nunca exige a «carteira de identidade» de quem lhe bate à porta. O seu ideal é servir, socorrer e curar. Pelo exposto, conclui-se que poucas criaturas existem investidas do mandato de serviço mediúnico, embora milhares estejam colaborando, corajosamente, na obra do Bem. Bondade, discrição, discernimento, perseverança e sacrifício são, pois, virtudes que o médium deve esforçar-se por adquirir, pouco a pouco, sem violências nem precipitações. O exercício de tais qualidades abreviará o dia em que os Instrutores espirituais lhe identificarão a reforma. Falamos, até esta altura, dos deveres daqueles que recebem mandato mediúnico. E os direitos? E as compensações, segundo o princípio de que é dando que se recebe»? E as garantias que acompanham o médium assim categorizado? Vamos dar a palavra a André Luiz: “Ambrosina trazia o semblante quebrantado e rugado, refletindo, contudo, a paz que lhe vibrava no ser. Na cabeça, dentre os cabelos grisalhos, salientava-se pequeno funil de luz, à maneira de delicado adorno. Intrigados, consultamos a experiência de nosso orientador e o esclarecimento não se fêz esperar: — É um aparelho magnético ultra-sensível com que a médium vive em constante contacto com o responsável pela obra espiritual que por ela se realiza. Pelo tempo de atividade na Causa do Bem e pelos sacrifícios a que se consagrou, Ambrosina recebeu do Plano Superior um mandato de serviço mediúnico, merecendo, por isso, a responsabilidade de mais íntima associação com o instrutor que lhe preside as tarefas. E, mais adiante, na palavra do Assistente Áulus: “Um mandato mediúnico reclama ordem, segurança, eficiência. Uma delegação de autoridade humana envolve concessão de recursos da parte de quem a outorga. Não se pedirá cooperação sistemática do médium, sem oferecer-lhe as necessárias garantias. Conforme observamos, a criatura investida do mandato mediúnico tem sólidas garantias para o triunfo completo de sua missão, a começar pela assistência, direta e permanente, do responsável pela obra de cuja realização na Terra foi incumbido. Nos momentos difíceis — eis o Instrutor que se apresenta para esclarecêlo, defendê-lo, inspirá-lo! Nas horas amargas — eis o Instrutor, com a palavra sábia e amiga, a levantar-lhe o ânimo, a reconfortar-lhe o coração setado pela incompreensão e Com Jesus no coração. Receberá o mandato de serviço mediúnico. o médium ajuda aos outros e se ajuda no grande e fundamental problema da renovação íntima. a discrição. amanhã. o discernimento. no trabalho.79 pela calúnia.. um servidor idealista e desinteressado. portador de mandato mediúnico. pela injúria e pela má fé! Para que o médium de hoje. a perseverança e o espírito de sacrifício. será. seja.. necessário se faz que o Evangelho seja o seu roteiro e Jesus-Cristo a sua meta. Enriquecendo a própria alma com a bondade. . nela entravam e. «Dezenas e dezenas de pessoas aglomeravam-se. Nenhuma interferência no receituário. ante um quadro dessa natureza. levando-o a equívocos. a proteção se faz de modo eficiente e suma-mente confortador. entre agressivos propósitos de vingança. um a um. perseverança e sacrifício somam. Bondade. prestos na solidariedade. enquanto outros receavam o inferno. «Ao que tem. exibindo atribulações e dificuldades. impontual.» Essa faixa de luz — partindo do irmão Gabriel e envolvendo. como ponto de convergência de todos os desequilíbrios e de todas as solicitações!. e amigos espirituais. Aqui. graças a essa barreira magnética que a sua condição de médium no exercício do mandato e a magnitude da tarefa justificam plenamente. segundo verificamos nas palavras a seguir transcritas. bem assim os de curiosidade. obsessores enquistados no desânimo ou no desespero. mais lhe será dado» — afirmou o Mestre Divino. se edificou em definitivo. desajustados pela falsa educação religiosa recolhida no plano terrestre. onde os pensamentos inadequados poderiam influenciá-lo. a bombardear-lhe .. aos problemas ali expostos. na contabilidade do Céu. proteção e ajuda. equilíbrio e elevação.» Trabalhar. discernimento.. descuidado e sem fé. tanto quanto possível. no espírito de sacrifício e no devotamento ao Bem.. trabalha o médium dentro de uma faixa magnética que o liga ao responsável pela obra de que está incumbido.. os quais. não conseguem perturbar a tarefa do médium que. agravados pelo temor do desconhecido. a médium — tem a finalidade de defendê-la contra a avalancha de formaspensamentoS dos encarnados e dos desencarnados menos esclarecidos.80 25 Proteção aos médiuns O capítulo “Mandato mediúnico” dá-nos margem para verificarmos a extensão do auxílio dispensado ao médium investido em tal encargo. mediünicamente. Acolá. requer segurança e ordem. em sua generalidade. Além do seu próprio equilíbrio — autodefesa — decorrente das virtudes que exornam a sua pessoa. denunciando-lhes a posição mental. Mesmo nos ambientes heterogêneos. e no desenho organizado à guisa de ilustração: «Entre Dona Ambrosina e Gabriel destacava-se agora extensa faixa elástica de luz azulínea. carreiam aflitivos problemas e dolorosas inquietudes. Estranhas formas-pensamentos surgiam de grupo a grupo. em derredor da mesa. tomavam o braço da medianeira. estiletes de amargura.. nevoeiros de lágrimas. dardos de preocupação. Desencarnados em grande número suspiravam pelo Céu. num ambiente espiritual desse tipo. discrição. inteiramente. Imaginemos o médium negligente na execução de suas tarefas. atendendo. Os pensamentos de má vontade. depois de lhe influenciarem os centros corticais. de vingança e revolta. tais como as referidas anteriormente e consideradas essenciais ao mandato mediúnico. Quanta interferência a influenciar-lhe os centros de força. não estudam a Doutrina!. efetiva e sinceramente. contristadora simbiose de vibrações desordenadas a confundir alguns. no receituário ou na psicografia. determinando. Estudar o Espiritismo.81 a “casa mental”. a abalar a fé de outros e a perturbar aqueles que. galgar com segurança os degraus da escada evolutiva. apesar de espíritas.. ajudando. incessantemente. sentir o Evangelho na própria vida. . na obra do Bem — eis os recursos de que dispõe o médium que deseja.. representa elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça comunhão direta com as forças do Bem. tal a vigorosa corrente mental que . referir-nos-emos ao trabalho do médium passista. atribuir a si mesmo qualquer mérito no trabalho. através de virtuosos sacerdotes. a que denominou «Serviço de passes». preparar interessante capítulo. ou seja. «A oração é prodigioso banho de forças. do Plano Divino. A prece. Qualquer expressão de vaidade. na sua feição de Consolador Prometido. conservar e difundir largamente essa modalidade de socorro espiritual. mais lhe será dado». é instituição de alcance fraternal que remonta aos mais recuados tempos. a canalização. inclusive aos que viriam depois. favorecendo.) — Passe ministrado com os recursos magnéticos do próprio médium. o passe procede sempre de Deus. no qual se nos deparam oportunos e sábios esclarecimentos quanto à conduta do passista e daquele que procura beneficiar-se com o socorro magnético. Esta certeza deve contribuir para que o médium seja uma criatura humilde. André Luiz não esqueceu de. portanto. a se expressarem pela multiplicação dos recursos de ajudar e servir em seu nome. b) — Prece e mente pura. significará começo de queda. assim discriminados: a. Existem dois tipos de passes. O Novo Testamento. recursos magnéticos curadores.82 26 Passes O socorro. para referir-nos apenas ao movimento evangélico. assim. As qualidades ora enumeradas constituem fatores positivos para o médium passista. em qualquer dessas modalidades. Convém lembrarmos que. através de passes. cultivando sempre a idéia de que é um simples intermediário do Supremo Poder. b) — Passe ministrado com recursos magnéticos hauridos. «Àquele que mais tem. dos recursos magnéticos das esferas elevadas. deve o passista cultivar as seguintes qualidades: a) — Boa vontade e fé. aos requisitos indispensáveis aos que neste setor colaboram. Os centros espíritas convertem-se. pela imposição das mãos ou pelo influxo da palavra. especialmente. c) — Elevação de sentimentos e amor. Além da humildade. Neste capítulo. assim. Nos tempos atuais tem cabido ao Espiritismo. Nas palavras do Senhor encontramos valioso estímulo a todos os continuadores de sua obra. além de constituir insensatez. à conquista dos bens divinos. no seu livro. é valioso repositório de fatos nos quais Jesus e os apóstolos aparecem dispensando. afirmou Jesus. no momento. não lhe sendo lícito. através da mente. embora as crônicas registrem semelhante atividade no seio da própria Igreja. aos que sofrem do corpo e da alma. numa espécie de refúgio para aqueles que não encontram na terapêutica da Terra o almejado lenitivo para os seus males físicos e mentais. «Doentes afinam-se com doentes. Adverte. melhor servir. afiguram-se-nos impositivos a que nos não devemos subtrair. Mente purificada é canal desobstruido. Ei-las. A nossa mente é um canal. Não podemos esquecer que o passe é “transfusão de energias psicofísicas”. espiritualizando-se. educar-nos mentalmente e curar-nos fisicamente. a temperança. Alimentação excessiva favorece a vampirização da criatura por entidades infelizes. agora. ser bem cuidado. consegue o passista duas coisas importantes e que asseguram o êxito de sua tarefa: a) — “Expulsar do próprio mundo interior os sombrios pensamentos remanescentes da atividade comum. b) — Alimentos inadequados e alcoólicos. o) — Desequilíbrio nervoso e inquietude.83 atrai. maiores possibilidades de servir adquire o companheiro que serve ao Espiritismo Cristão no setor de passes. que «tudo na vida é afinidade e comunhão sob as leis magnéticas que lhe presidem os fenômenos. fluam incessantemente as águas. ajudar e ser ajudado. A renovação mental é como se fosse um processo de desobstrução de um canal comum. O equilíbrio do sistema nervoso e a ausência de paixões obsidentes propiciam um estado receptivo favorável à trãnsmissão do passe. O médium precisa «afeiçoar-se à instrução. aqueles que reduzem as possibilidades do seareiro invigilante. Especifiquemos as qualidades que lhe não permitem dar quanto e como devia. b) — Sorver do plano espiritual as substâncias renovadoras» de que se repleta. » Naturalmente nenhum de nós. ao preparo e . simultaneamente. um medianeiro da Espiritualidade Superior. para. em todos os lances do seu apostolado de luz. (a fim de conseguir operar com eficiência. por ele. quanto mais se moraliza e se engrandece. a fim de melhor podermos servir ao próximo. Mencionados os fatores positivos. terá a pretensão de obter. nem passista algum. os sublimes resultados alcançados por Jesus. e pelos apóstolos em numerosas ocasiões.» Por ela. os negativos. Relacionemos. Receber e dar ao mesmo tempo. é mister enumeremos. E o veículo dessa transfusão deve. sem dúvida. Através dessa preparação em que (se limpa». em síntese: a) — Mágoas excessivas e paixões. durante o dia de lutas materiais. o mesmo ocorrendo com os alcoólicos em demasia. ainda. a medicina preventiva e a disciplina jamais deverão ser esquecidas». «O médium receberá sempre de acordo com as atitudes que adotar perante a vida. nos serviços a que se consagra. naturalmente. assim. a fim de que. a favor do próximo». consegue o médium. Quanto mais se renova para o Bem. limpo. Sendo o passista. deve cuidar da sua saúde física e mental. entretanto. Aconselha Emmanuel que «a higiene. ao conhecimento. Não devemos concluir o presente capítulo. para início dos trabalhos. O passista que não confia no Alto limita. resolvamos iniciar as tarefas. Nem um minuto a mais. . a fim de filtrar para a vida e para os homens o que signifique luz e paz».84 à melhoria de si mesmo. E. se apresenta também imprescindível a um excelente processo de filtragem dos fluidos salutares. aos instrutores espirituais e àqueles que lhe buscam o concurso. Pontualidade. evidentemente. com a nossa clássica displicência. obstando o acesso dos recursos magnéticos. virtudes ou qualidades de que não pode prescindir o médium passista. sem que lembremos outros requisitos não menos importantes para os que operam no setor de passes em instituições. indefinidamente. Se insistimos na indisciplina. que. São os seguintes: a) — Horário b) — Confiança c) — Harmonia interior d) — Respeito. confiança. Recordemos que os supervisores de centros e de grupos mediúnicos não esperam. também. Respeito ao Pai Celestial. dedicado de coração aos passistas do nosso abençoado movimento espiritista. Secundando a confiança. por fim.. a sua capacidade receptiva.. o respeito ante a tarefa assistencial que se realiza através do passe. O problema da pontualidade é fundamental em qualquer atividade humana. Fecha as portas da «casa mental». mormente se essa atividade se relaciona e se desenvolve em função e na dependência da Esfera Espiritual. nem a menos. harmonia interior e respeito são. o fator harmonia interior. eles passarão adiante à procura de núcleos e companheiros que tenham em melhor apreço a noção de responsabilidade. a pergunta de Hilário não se fêz esperar: — Porquê? — Falta-lhes o estado de confiança — esclareceu o orientador. enquanto recebe o passe. os doentes são beneficiados a distância. depois de orar silenciosamente. relativos a estas considerações: «Alinhando apontamentos. As irradiações magnéticas não lhes penetravam o veículo orgânico.. no passe a distância. a sua mente e o seu coração funcionam à maneira de poderoso Imã. então. São aquelas que possuem fé robusta e sincera. indispensável a fé para que registrem o socorro de que necessitam? — Ah! sim. mais adiante: “Sem recolhimento e respeito na receptividade. a distância. Para mais completa elucidação do assunto. o médium. não conseguimos fixar os recursos imponderáveis que funcionam em nosso favor. com o enfermo a distância. Tal atitude criará. Nas chamadas «sessões de irradiação». para ele canaliza igualmente fluidos salutares e benéficos. o médium é inteiramente envolvido pelos fluidos curadores hauridos no Plano Superior e que se canalizam para o organismo do doente. Já com o descrente. as energias projetadas pelo passista. o irônico e o duro de coração o fenômeno é naturalmente oposto. em silêncio. não sômente em virtude dos fluidos dirigidos conscientemente pelos encarnados. se realiza. começamos a reparar que alguns enfermos não alcançavam a mais leve melhoria. indubitàvelmente. atraindo e aglutinando as forças curativas. recolhimento e respeito ante o trabalho que. vamos transcrever alguns trechos do capítulo «Serviço de passes». Na criatura de fé. que é uma modalidade de irradiação. como pelas energias extraidas dos presentes. . com o enfermo presente aos trabalhos. ore o indivíduo. franca receptividade ante o socorro magnético. Registrando o fenômeno. sintonizando-se com o necessitado. tanto quanto em eletricidade carecemos do fio sensível para a transmissão da luz. No terreno das vantagens espirituais.. a nosso ver. integralmente. porque o escárnio e a dureza de coração podem ser comparados a ESPESSAS CAMADAS DE GELO sobre o templo da alma. e conduzidas ao local onde se encontra o irmão enfermo. Podemos dizer que o tratamento mediante passes pode ser feito diretamente. ou através de irradiações magnéticas. é imprescindível que o candidato apresente uma certa tensão favorável». E. No passe direto. pelos cooperadores espirituais. Estudemos a questão dos passes. no momento em que recebe o passe. a fim de que a sua organização psicofísica incorpore e assimile. Repele ele os jorros de fluidos que o médium canaliza para o seu organismo. Há criaturas que oferecem extraordinária receptividade aos fluidos magnéticos. É aconselhável.85 27 Na hora do passe. a seu e a favor de outrem. Em fotografia precisamos da chapa impressionável para deter a imagem. — Será. » Sintetizando os nossos apontamentos. mais dureza de coração. e a prece silenciosa. comum nas sessões de irradiação».86 Referindo-nos ao passe a distância. acaso. ouçamos novos esclarecimentos: — E pode. mais descrença. mais recolhimento. então. b) — Ironia. diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio. E no tocante à receptividade ou refratariedade das pessoas. somam REFRATARIEDADE. somam RECEPTIVIDADE. desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que o recebe. temos. temos: a) Fé. no momento do passe. dois tipos de passes: a) — Passes diretos (enfermo presente). mais respeito. ser dispensado a distância? — Sim. Nesse caso. favorecendo a realização. b) — Passes a distância (enfermo ausente). . será o melhor veículo da força curadora. o doente e indicar. de receituário em massa. Muitas vezes. o serviço é alguma coisa de notável e sublime. dotado de ponderáveis recursos psíquicos. Sabe-se que. a distância.87 28 Receituário mediúnico Até que fosse publicado «Nos Domínios da Mediunidade». inclusive. á maneira dos modernos aparelhos de televisão. dar informes sobre as enfermidades. é imprescindível analisar certos casos que nos são apresentados. Determinado Espírito. a pergunta era feita quase que de modo geral: — Qual o mecanismo do receituário mediúnico? Noutras palavras: Como é possível atender. através do conhecimento direto ou da captação de imagens. tais Espíritos são incumbidos de. a qualquer instante. Pois bem. atendendo às notificações oriundas do grupo onde o receituário está sendo extraído. acontecimentos ali verificados. simples e rápida. que. o medicamento. Esse Espírito. com todas as minúcias. com a sua larga visão. Desde que surgiu a chamada «Coleção André Luiz». entretanto. Isso é muito lógico. bairros e ruas estão submetidos a um serviço de controle espiritual invejável. Pode informar. colocadas diante de uma médium e por ele vertiginosamente atendidas? Embora os conhecimentos doutrinários dessem aos mais estudiosos uma idéia de como se processa o atendimento dos enfermos. Enfim. trabalhadores das nossas linhas de atividade são dis- . Ser-nos-á lícito duvidar dessa «ordem divina». disciplina e trabalho. Há um entrosamento de atividades.. Uma como que comunicação teledinâmica entre os diversos colaboradores. um doente situado a milhares de léguas. controla um setor e por ele é responsável. todavia. se projete num espelho fluídico situado junto ao médium receitista. fazendo. uma harmonização de providências tão perfeita. o aparecimento do maravilhoso livro de André Luiz veio esclarecer. domina o setor que lhe está confiado. ràpidamente. a distância. alinham-se avisos e conclusões. o mecanismo do receituário. Essa imagem apresentará. o estado orgânico ou psíquico do consulente. muita ordem. no receituário. como se verifica em tantos estabelecimentos respeitáveis!. Nos casos. no mesmo instante e no meio de um monte de quatrocentas ou quinhentas consultas. no mesmo instante. quando as próprias instituições humanas primam pela organização e pela disciplina. recolhendo apelos em massa. para não dizer momentânea. positivou-se a certeza de que cidades. após identificar-lhe as anomalias físicas ou os problemas morais. pode o Espírito visitar. simples e intuitivo. que a imagem perispiritual do doente. em casos isolados. Exige a cooperação de várias entidades. Vejamos o esclarecimento do Assistente Áulus: «Pelo exame do perispírito. Para isso. o enfermo é atendido no mesmo instante. de modo meticuloso. e é através dela que a entidade receitista indica os medicamentos. mobilizamos meios de atender. de modo definitivo e com absoluta clareza. por ele captada. Como vemos. a sua vez. salientando-se que entre nós essas transmissões são muito mais simples. da situação da pessoa cujo nome. é comum. O fato de ser o receituário feito com o exame da imagem. O habitual é: “Buscaremos cooperar em seu favor. a não indicação de remédios. embora desencarnado. se o mal era todo anímico. Em alguns casos. posteriormente. atentos. através de passes. Se anda às voltas com uma eczematose exsudativa. Remédios. que começa a estender-se no mundo. no jogo ou no álcool. entre centenas de outras consultas. etc. Outras vezes. De que forma? hão de perguntar. desanimada ou mesmo atravessando uma fase de provações acerbas. Nos centros onde o receituário é volumoso.88 tribuídos por diversas regiões. psíquico? Em casos de pessoas viciadas. captam a sua imagem perispiritual e a retransmitem para o local dos trabalhos. pode oferecer uma idéia imediata de semelhante serviço. especialmente no quarto e na cama onde experimentou as .. um bom reconstituinte. que. sintonizando as emissões com o aparelho receptor à nossa vista. indubitavelmente. saber-se-á que está às voltas com problemas de ordem moral. mas que devem existir. onde. o mecanismo do receituário mediúnico. Se está esgotado. lá vem o conselho: «O uso do pó tal pode ser experimentado (aplicações externas).” Nos casos de doença orgânica. suscetíveis de ocorrer. em que uma pessoa possa ser medicada mesmo que o seu falecimento já se tenha verificado. igualmente. constituem. sem dúvida. explicará possíveis casos. receitando um de cada vez. Através de um sistema de comunicações que funciona. E para que. as entidades responsáveis pelos diversos setores recebem a notificação da consulta. de consolidação do bom ânimo: «Nosso amigo continua sob o amparo de benfeitores da Espiritualidade. na base do magnetismo. desconhecido do médium. É que. enquanto os demais aguardam. o médium consignar. com outros pormenores não especificados pelos Espíritos. presente. é numerosa a equipe de médicos desencarnados. lá vem um extrato hepático. exatas e instantâneas . fôra incluído no receituário. isto é. Informando-se. É muito freqüente colocar-se o nome de uma pessoa que não está afetada de qualquer doença orgânica e. vertiginosamente: «Buscaremos cooperar em seu favor com os nossos recursos espirituais. Jesus nos abençoe. abatida. é examinada pelos companheiros espirituais ali presentes. o Espírito permanece no ambiente familiar. O desenho que ilustra este capítulo dá uma idéia de como se processam as notificações e a projeção das imagens perispiríticas. no mesmo instante. as palavras finais são de encorajamento: «Confiemos em Jesus . em muitos casos. onde captam as imagens de acordo com os pedidos que nos são endereçados. por meio de vibrações.» E assim por diante. projetando-se ela no espelho fluídico. Se o consulente sofre do fígado. em tese. numa fração de minuto. nem uma gota. etc.. A televisão. do perispírito do consulente. o medicamento vem e perfeitamente aplicável à enfermidade. entram em relação como o consulente. Assim sendo. é e será sempre valioso manancial de paz e esclarecimento. em nome de Jesus-Cristo. Estando o seu perispírito ainda presente na casa. as palavras do presente capítulo e o gráfico com que as ilustramos. Encerramos esse capítulo. mesmo que já tenha desencarnado a pessoa objeto da consulta. ao lar ou às próprias sensações físicas. onde a mensagem consoladora e o medicamento oportuno exprimem o sublime devotamento desses Benfeitores que. os necessitados exigem auxílio intensivo em pequenina fração de minuto. das quais não consegue libertar-se de pronto. a longa distância. raramente.89 dores da enfermidade.” . qualquer equívoco desse jaez é perfeitamente admissível. de momento. meses e até anos inteiros. ajuizar se estão recebendo informes acerca de um encarnado ou de um desencarnado. amparam as fraquezas humanas e distribuem remédio para os corpos enfermos. lembrando-nos. pois. comovidos. semanas. em virtude do número habitualmente enorme dos aflitos.» Sobre o assunto. isso pode ocorrer algumas vezes. mil vezes abençoada seja a Doutrina Espírita que tem sido. dias. a criatura em sofrimento é mostrada aos que se propõem socorrê-la e os samaritanos da fraternidade. aclaram a maneira pela qual se verifica o receituário nos centros e nos grupos do Espiritismo Cristão. É por isso que o Discípulo Amado aconselha carinhoso: “Um novo mandamento vos dou: instrui-vos. mormente quando não se acham laureados por vastíssima experiência. com a obrigação de ajudar. dando de graça o que de graça recebem os seus adeptos. não podem. vejamos a explicação do Assistente Áulus: “Muita vez.” As elucidações do Assistente. Essa permanência — ponto absolutamente pacífico em Doutrina Espírita — pode ser de horas. Abençoada. aliás. segundo o maior ou menor apego do morto aos familiares. a indicação de medicamentos. Daí ser possível. Os leigos estranharão e os estudiosos acharão a coisa muito simples e absolutamente natural. No receituário feito em massa. das palavras de um grande médico brasileiro: “Ai dos pobres do Rio de Janeiro se não fossem os espíritas. a sua imagem poderá ser captada e projetada no espelho fluídico situado junto ao médium. Em certas situações. na ilusão de que ainda vive. a fim de que mais eficientemente possa ajudar a si mesmo e aos outros. uma síntese dos principais objetivos resultantes da prática mediúnica com Jesus. do “bom médium”. as bases da cooperação e da amizade superior. neste capítulo. consolidando. daquele que. a base da prática mediúnica. ou seja. dos trabalhos mediúnicos em que uma só seja a finalidade: ajudar ao próximo. por conclusões de ordem doutrinária. a um programa de auto-renovação. dotado de apreciáveis faculdades. a semente dadivosa do amor. = {Cooperação com encarnados e desencarnados. Daí a necessidade de o medianeiro afeiçoar-se. mais rico em possibilidades de engrandecimento da própria alma e de benefício aos desalentados do caminho evolutivo. pelas consequências advindas do seu devotamento e da sua perseverança. Traço de união entre a Terra e o Céu. Tais considerações. Por ela notaremos que não é o mediunismo simples acidente na vida humana. Não cogitaremos nessas considerações. Auto-educação. que. mas. pela reencarnação. no serviço de reconforto e esclarecimento. {Para os desencarnados. por ele cultivará o homem bem intencionado o sentimento do bem e da legítima solidariedade. possibilita a realização de fenômenos insólitos que deslumbram e empolgam. aqui ou em qualquer parte. mediante o auxílio aos atuais desencarnados. com aproveitamento das mensagens de elevado teor. daquele que. dos esclarecimentos edificantes dos grandes Instrutores que operam com Jesus na redenção da Humanidade. aos reencarnados. Podemos notar. Auxílio a reencarnados e desencarnados no esforço de libertação das teias da ignorância e do sofrimento. como também ao próprio médium. melhora-se cada dia e a cada dia se instrui. amanhã. agora e sempre. sem dúvida. Organizamos. possibilitaram-nos a formação do seguinte diagrama: SÍNTESE DOS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA PRÁTICA MEDIÚNICA COM JESUS = {Para os encarnados.90 29 Objetivos do mediunismo O mediunismo é um campo de trabalho onde podem florescer. que o médium que executa com fidelidade o seu programa de trabalho. Transmissão. lhe responderá em forma de flores e frutos. programação superior com vistas à redenção de todas as criaturas. sem finalidade construtiva com vistas à elevação da alma. por esse estudo. sob a inspiração de Jesus. decalcadas no capítulo (Apontamentos à margem. Através dessa síntese. = {Preparação de facilidades para os que tiverem de reiniciar o aprendizado. Quanto mais espiritualizado o médium e mais cônscio de sua responsabilidade ante a tarefa sagrada que o Pai Celestial lhe concede. pela renovação dos sentimentos. O Evangelho será. é feliz viajor que espalha com abundância. isto é. oferecendo-lhes oportunidades de trabalho. compreenderemos. Cogitaremos do «médium bom». que o serviço mediúnico beneficia não só a encarnados e desencarnados. assim. as mais sublimes expressões de fraternidade. nas estradas do próprio destino. Construção de afeições preciosas no plano espiritual. a fim de se tornar capaz de . ou seja. primordialmente. afeiçoando-se ao Bem. podem conduzir à presunção e à vaidade. valioso auxílio ao próprio reajuste. conselhos e exortações que favorecem a definitiva integração a programas emancipadores. comovidos. «Médium bom» é aquele que reconhece. no Espaço. a qualquer tempo e em qualquer lugar. a rigor. pela sua dedicação. o que menos importa são as posses materiais. onde o Bem se expresse na forma de consolação e auxílio. reconforto e esclarecimento para encarnados e desencarnados. atribuí-los a outrem. nos ensinamentos por ele recebidos. lhe serão admiráveis companheiros e instrutores. quando divorciados do sentimento ou mal governados. ensejo à sua própria renovação. geradora do sofrimento. o que evidencia a utilidade da boa prática mediúnica.91 filtrar. deslumbra. Onde se congreguem criaturas animadas pelo desejo de FAZER O BEM. Para o trabalho iluminativo. os quais. corações fraternos e almas bem formadas podem. empenhados no esforço comum de libertação das teias da ignorância. aí estarão. Através da prática mediúnica ajudamos o esclarecimento daqueles que se preparam. compassivos e generosos. para o retorno à vida física. «o que signifique luz e paz». O «médium bom». recebem igualmente. Não são imprescindíveis. ao invés. São freqüentes as comunicações em que os Espíritos. «Médium bom». for a bússola de todas as realizações. pela reencarnação. aliás. pretensiosamente. No intercâmbio espiritual. constrói no Plano Espiritual Superior preciosos amigos que. a moeda circulante é o Amor. Jesus estará sempre em qualquer lugar onde se exaltem o Bem e a Sabedoria. Encarnados e desencarnados. Entre as quatro paredes de um barracão ou de um tugúrio anônimo. eu estarei no meio delas. Tudo isso pode o mediunismo conseguir se o pensamento de Nosso Senhor. sem interesses inconfessáveis e sem idéia de recompensa. dos núcleos mediúnicos cristãos. realizar prodígios. de. despedem-se. incisiva e categoricamente: Onde estiverem reunidas duas ou três pessoas em meu nome. sob aviso de que «vão reencarnar». sob o impulso da boa vontade e do amor.» . «bom médium». E não podia deixar de ser assim. depois de agradecerem o amparo recebido. uma vez que o Suave Amigo nos afirmou. ajuda. os mensageiros do Senhor. do Céu. repleto de fraternidade e sabedoria. Os grandes Instrutores da Espiritualidade utilizam-se dos médiuns para a transmissão de mensagens edificantes. valores intelectuais avantajados. enriquecendo o Mundo com novas revelações. habitando no templo do corpo. tão doloroso assunto. em torno do suicídio. b) — Por influência de obsessores. do indivíduo. própria ou resultante da insinuação de terceiros. também. casos em que há coação. b) — Excessos (álcool. Sê-lo-á.). alimentos. que a infeliz criatura se sente dominada. lhe esgotar o «tônus vital» que lhe asseguraria uma existência normal. ato infeliz e de conseqüências desastrosas que a criatura humana pode praticar na Terra. a grande ilusão se desfaz. Na Espiritualidade. O insinuador não escapará. põe termo aos sofrimentos. De modo geral. a consciência culpada sofrerá por longo tempo os efeitos de sua conduta. o Código Penal prevê reclusão de 2 a 6 anos a quem induza outro ao suicídio. ensejo às presentes considerações. etc. encarnados ou desencarnados. De modo geral. será. aquele que cometer excessos que resultem na «antecipação da morte». Acreditamos mesmo que a maioria das deserções do mundo se dê por influência e sugestão de Espíritos vingativos. orgias. «Sai o Espírito do sofrimento e cai na tortura. exterminando o corpo físico. c) — Por indução de terceiros. assim compreendidos: a) — Destruição violenta do corpo. da maneira que nos for possível. Na Terra. uma vez que tem a criatura o seu próprio livre arbítrio. A ação dos perseguidores espirituais é indiscutível. Por indução de terceiros (item c) procuramos situar os casos em que uma pessoa convence a outra de que a única solução para o seu problema será o desaparecimento do mundo. estabelecemos. . embora caiba a responsabilidade maior a quem lhes atende as insinuações. após a morte. crê o candidato ao suicídio que. Vemos. inicialmente. Classificamos. os habituais tipos de suicídios. também. assim. que não é suicida apenas aquele que elimina a própria vida com uma arma ou que se atira à frente das rodas de uma viatura qualquer.92 30 Suicídios O capítulo “Apontamentos à margem» deu-nos. Numa pálida e modesta tentativa de comentar. é bem de ver. tão ostensiva e compulsória. a seguinte classificação para o suicídio: a) — Por livre deliberação da pessoa. entretanto. Realizado o gesto extremo. adrede preparada para que o seu Espírito. c) — Menosprezo ao vaso físico. às dolorosas consequências de sua atitude. como se fosse uma bolha de sabão impulsionada pelo vento. ressalvados. uma vez que a deliberação. de modo algum. realizasse o seu aprendizado e cumprisse as suas tarefas redentoras. » Sai do ruim e cai no pior. prevalece sempre o item a. Aquele que. em última análise. menosprezando o aparelhamento fisiológico. para melhor compreensão do tema. Não nos compete a análise das circunstâncias que possam agravar ou atenuar a falta. tem a vida eterna. portanto. que sofrerão flagelações íntimas equivalentes à responsabilidade de cada caso. deste ou daquele tipo. segundo as circunstâncias que o motivaram. dificilmente a criatura recorre ao extremo gesto. f) loucura. todavia. pela própria alma. b) — Flagelações nos planos inferiores. Uns sérios e dolorosos e outros destituídos de qualquer seriedade. vem a bonança. esperança e bom ânimo: «Aquele que perseverar até ao fim será salvo. arrepende-se de ter desertado da vida física. Vejamos alguns dos motivos: a) falta de fé. Acreditamos que. quando a alma se recupera. passada a tempestade. pela noção de que Deus lhe teria dado a necessária resistência. » «Eu sou o pão da vida. O desespero é inimigo do bom-senso. o que vem a mim jamais terá fome. Muitos motivos determinam os suicídios. venha a mim e beba. equivaleram a duas tentativas de reencarnações frustradas. Jesus permanece. em qualquer dos casos acima. quando as suas palavras entravam coração a dentro. problemas e aflições que o mundo oferece. d) — Reencarnações dolorosas. No livro «Entre a Terra e o Céu». b) esgotamento nervoso. » «Eu sou a luz do mundo. incutindo coragem. são as seguintes as conseqüências gerais dos suicídios: a) — Visão. ante as lutas. c c) orgulho ferido. temos o caso de Júlio: duas tentativas de suicídio. c) — Frustrações de tentativas para a reencarnação. em tese. Mais uma vez somos compelidos a lembrar o Evangelho como refúgio e defesa para a nossa alma. no plano espiritual.93 Todos os suicidas.» . responderão pelo seu gesto. do corpo em decomposição. » «Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou. g) espírito de sacrifício. de André Luiz.» «Se alguém tem sede. consoante se observa da leitura das reportagens especializadas. pelo contrário. d) desgostos íntimos. e) tédio. como se o mundo contemporâneo fosse o mesmo cenário poético da Galiléia. Depois que o sentimento evangélico penetra na alma humana. levando-lhe fé e humildade. com agravamento das provas. Segundo as descrições dos Espíritos e os ensinamentos doutrinários. discernimento e valor. acreditamos. terá a luz da vida. em vidas passadas. quem me segue não andará nas trevas. e muito mais. o que outras religiões não podem oferecer aos seus adeptos. sob o ponto de vista moral. A Doutrina Espírita. à obra de consolação e de esclarecimento. a função de livrar-nos das provações que se enquadram em nosso destino. para modesto estudo. uma vez que nos dá. e. faculta-nos os meios de atenuá-las ou modificá-las. Felicidade. À luz dos conhecimentos doutrinários. não se restringem à pregação nos Centros espalhados por esse Brasil imenso. Temos em pauta. É vivência dos preceitos cristãos. Saúde. em virtude da qual a segurança de um lar éameaçada pela interferência de uma mulher que. os horizontes do nosso Espírito se dilatam. em função do Tempo e do Espaço. = {Desequilíbrio interior. A análise do capítulo «Dominação telepática» põe-nos em relação com impressionante fenômeno de sintonia vibracional. tampouco. porqüanto a pobrezinha não tem sabido imunizarse com os benefícios do perdão incondicional. o Espiritismo. um problema seríssimo. não é. age maléficamente a distância. enlaçando o chefe da família na trama de “mentirosos encantos”. diretamente. como decorrência da vida em comum. um conjunto de observações e fatos que se destinam. a sua companheira de experiência matrimonial também se deixa envolver. fixemos o seguinte gráfico: CONTACTOS = {Meus Pensamentos. iluminada pelo Evangelho. Os seus objetivos não se limitam. permutando. MENTAIS = {Bons pensamentos = {Harmonia íntima. Todavia. considerando-se que MARIDO E MULHER RESPIRAM EM REGIME DE INFLUÊNCIA MÚTUA. pelas elevadas noções que consubstancia. em sã consciência. segundo o nosso programa renovativo e a benefício de nossa felicidade. Morte. Não tem ele. assim. o Assistente Áulus esclarece: ”Jovino permanece atualmente sob imperiosa dominação telepática. repletando-se de oportunos esclarecimentos relativos aos problemas mediúnicos. a que se rendeu facilmente. sobre o esposo invigilante. em face de estar a sua mente naturalmente associada à do marido. em face da lei de causalidade. apenas. As suas finalidades.94 31 Comunhão mental Não podemos. O Espiritismo é tudo isso . Todo ele é um repositório de valiosas lições. Explicando tal fenômeno. criações mentais . Embora a ação telepática incida.” Antes das considerações sugeridas pelo citado capítulo. ressaltar este ou aquele capítulo do livro «Nos Domínios da Mediunidade». Enfermidades. atingindo-a de modo lastimável. estruturando a felicidade e a paz de quantos lhe conhecem o roteiro de luz. a atuação que vem sofrendo envolve a esposa. ao exclusivo exercício da mediunidade. evidentemente. Vivemos em permanente sintonia com entidades desencarnadas e com pessoas de todos os tipos evolutivos. que têm para nós um sentido de eternidade. para cuja solução o conhecimento do Espiritismo e o afeiçoamento aos seus princípios fraternistas concorrem satisfatoriamente. maus pensamentos têm o poder de produzir desequilíbrios interiores. pela intercessão de uma irmã infeliz. passou da meditação pacífica a tempestuosos pensamentos. projetava seus pensamentos na direção do lar ameaçado. bateu a porta estrepitosamente sobre os próprios passos e retirou-se. Entregando-se. está ameaçado em seus alicerces. Vejamos como o Assistente elucida o fenômeno: O pensamento exterioriza-se e projeta-se.. decisivamente. negócios. no santuário doméstico em cuja entrada pequeno roseiral «dizia sem palavras dos belos sentimentos dos moradores”. desarvorada. «É a influenciação de almas encarnadas entre si que. De inesperado. enfermidades e. criando harmonia e felicidade. a própria morte. a solução do grave problema. Se as suas vibrações descerem ao mesmo nível da irmã que lhe ameaça a paz doméstica. Quando benigno e edificante. a distância. guardarão do atual incidente apenas tênue lembrança.95 elevadas ou inferiores. irradiando-se na sala estreita. da mesma forma que bons pensamentos estabelecem harmonia psíquica. como que a fustigar-lhe o coração com invisíveis estiletes de angústia. A harmonia e o entendimento reinarão. todavia. A fim de que tenhamos idéia de como se verifica a ação telepática.. aparecendo e reaparecendo ao redor da esposa triste. porque Anésia acusava agora indefinível mal-estar.» Além disso. grandemente. com uma certa idéia de que ficamos à . Não via com os olhos a estranha e indesejável visita. isso sim!» Enquanto as reflexões dela se faziam audíveis para nós. articulando frases sem palavras: «Negócios. às vezes. Temos. possibilitava Anésia a comunhão mental com a mulher que. dependerá. no entanto. esposa do irmão Jovino. perdoando sinceramente.» O descontrole modifica. A companheira humilhada caiu em pranto silencioso sobre velha poltrona e começou a pensar.. o teor vibratório. assumindo as mais diversas formas de angústia e repulsão. em sentido negativo. até. no capítulo em estudo. estabelece aflição e ruína. de novo. dentro de algum tempo Anésia e Jovino. formando imagens e sugestões que arremessa sobre os objetivos que se propõe atingir. já despertos para a execução de seus deveres. alcança o clima de perigosa obsessão. «Pensamentos guerreiam pensamentos. a tendência é para piorar. de longe.. para que as coisas voltem ao ponto de partida ou se agravem. saúde e felicidade. De Anésia. depois de apurar o nó da gravata vivamente colorida. ajusta-se às Leis que nos regem. Quanta mentira sobre mentira! Uma nova mulher. se souber compreender a infelicidade de quem envolveu o esposo em perigosa cilada. à aflição. todavia. vimos de novo a mesma figura de mulher que surgira à frente de Jovino. o caso de um lar que. quando desequilibrado e deprimente.» Naturalmente o leitor indagará. vejamos de que maneira André Luiz descreve o ambiente familiar assediado. assinalava-lhe a presença em forma de incoercível tribulação mental. A sua conduta vai influir. pela projeção mental da mulher: «O chefe da família. . no sentido de orarmos por aqueles que nos perseguem e caluniam. assim. invigilante. Se a nossa irmã pretende e deseja defender o seu lar e a sua paz.96 mercê de influências estranhas à nossa vontade: — E não existem meios de neutralizar as vibrações de ódio? E a resposta. clara e lógica. Apliquemos à própria vida o conselho de Jesus: “Não são os sadios que precisam de médico. ainda difíceis de serem exercidas com espontaneidade. Teríamos. filho do entendimento evangélico. se encontra nas próprias palavras de Áulus: “A melhor maneira de extinguir o fogo é recusar-lhe combustível. ainda. amando e perdoando. procure identificar na criatura. os seguintes meios para neutralizar a influência antifraterna dos nossos companheiros de caminhada: a) — Amor e perdão para os adversários. em todos os problemas e em todas as lutas. sem dúvida. c) — Oração pelos que nos caluniam. O seu antídoto é o amor.” O combustível que alimenta o ódio é o próprio ódio. os preceitos do Divino Amigo. medir as conseqüências do lastimável equívoco a que se entrega. compreenderemos melhor. àqueles que. outra coisa não seria senão a obediência às determinações do Mestre. na conformidade dos seus próprios recursos espirituais. A prática de tais virtudes. A paz e a vitória pertencerão. uma irmã necessitada que não pode. b) — Auxílio aos perseguidores. que investe contra o seu esposo. que se expressa no perdão incondicional. exemplificam. Ante tal elucidação. a advertência do Mestre de que não devemos revidar ao mal. Todavia. embora criaturas humanas e sujeitas às mesmas lutas com que se defrontam todas as almas em processo de regeneração. o devotamento e a veneração ao serviço asseguram o êxito das tarefas e garantem-lhes magnífica assistência espiritual. assim como o coração dentro do corpo. teve as seguintes palavras que. não comparecem aqui sem trazer ao campo que lhes é invisível as sementes do melhor que possuem. o núcleo que buscamos (sala das sessões mediúnicas) jaz em reduto íntimo. em ambiente purificado. Não se justifica. da parte de cada um e de todos. negócios e alusões a companheiros ausentes. às tarefas mediúnicas. em conjunto. a sinceridade de propósito e a fé. Os Amigos Espirituais consagram tanto respeito ao setor mediúnico que o Assistente Áulus. quando não sejam de palestra ou leitura com elevadas bases morais». que. Há grupos em que os encarnados se comprazem. Áulus esclarece: «Sabem que não devem abordar o mundo espiritual sem a atitude nobre e digna que nos outorgará a possibilidade de atrair companhias edificantes. observa os irmãos profundamente concentrados na prece: «Detive-me na contemplação dos companheiros encarnados que agora . política. numa prova indiscutível de que não colaboram para que os recintos reservados às tarefas espirituais adquiram a feição de templos iluminativos. ao se dirigir para a sala das reuniões. reporta-se a quinze minutos de prece. e. aquela nota de respeito e veneração que nos faz servir. por esse motivo. Todavia. traduzem a maneira como encaram o serviço: «Vemos aqui o salão consagrado aos ensinamentos públicos. usando o psicoscópio. antes do início dos trabalhos. referindo-se à preparação dos encarnados. em palestras desaconselháveis que estimulam paixões. Salientando o sentimento de responsabilidade dos dez companheiros do grupo visitado.97 32 Almas em prece Não podemos entender serviço mediúnico sem noção de responsabilidade individual. É inconcebível se promova o intercâmbio com a Espiritualidade sem que haja. São criaturas de boa vontade que transitam normalmente pelo mundo. sejam superiormente atendidos. Vejamos como André Luiz.» É oportuno ressaltar que os componentes do grupo. » E. através do trabalho e do estudo. demorem-se os encarnados em conversações inteiramente estranhas às suas finalidades. «espiritualmente ajoelhados». comem. cada uma ocupada com as obrigações que a vida lhe impõe: trabalham. de maneira expressiva e singular. Não são almas santificadas. tais como. realmente. numa ostensiva desatenção a respeitáveis entidades e num desapreço aos irmãos sofredores trazidos aos Centros a fim de que. Não se justificam a conversação inadequada e o ambiente impregnado de fumo. antes das reuniões. vestem-se e distraem-se na recreação edificante. inclusive. comparecem ao Centro e nele se conduzem como se estivessem num santuário celeste. pelos vastos círculos radiantes que lhes nimbavam as cabeças de opalino esplendor. se temos certeza de que a misericórdia do Senhor não se circunscreve a grupos ou pessoas. à maneira de dez pequeninos sóis. por amor à Causa. Tive a impressão de fixar. mas se estende. onde o trabalho se realizar sob a inspiração do seu Amor. do entendimento e da sinceridade obterá. Tendo Jesus-Cristo afirmado que estaria sempre «onde duas ou três pessoas se reunissem em seu nome». à nossa querida família espírita a dignificar o serviço mediúnico. em torno do apagado bloco de massa semiescura a que se reduzira a mesa. incondicionalmente. verifica André Luiz que. «se ostentava uma auréola de raios quase verticais. Fora disso. a Sua Divina Presença se fará por meio de iluminados mensageiros. salientando-se no centro de cada um deles o semblante espiritual dos amigos em oração. falemos e escrevamos sempre concitando. fulgentes e móveis. haverá sempre escolhos e incertezas. Com a atenção presa “ao círculo dos rostos fulgurantes. agora e sempre.. ao Bem! Quanto nos seja possível.98 pareciam mais estreitamente associados entre si. estamos convictos de que. visivelmente unidos entre si. num palacete ou num casebre. a todos quantos. essa mesma defesa maravilhosamente observada e descrita por André Luiz. de nossa inteligencia. servem.» O quadro observado por André Luiz é deveras tocante. o melhor de nosso coração. formada por dez pontos característicos. abundantemente. . de nossa alma. Como e porque duvidarmos disso. sobre cada um dos encarnados em prece. sem dúvida. imanados uns aos outros”. na execução de tarefas em seu Nome Augusto. uma coroa de luz solar.. oferecendo-lhe. Qualquer grupo mediúnico que funcionar na base da harmonia. moderada e fraternalmente. quais se fossem diminutas antenas de ouro fumegante”. Essa prece não terá impulso oblíquo ou vertical. horizontalmente. Se o pensamento cristão for a bússola de nossas realizações. portanto. receberemos a palavra e a colaboração dos Amigos que ainda se ocupam. ajudar a materialização dos nossos propósitos mal-sãos. de acordo com as instruções dos Benfeitores Espirituais. teremos a «prece horizontal». Em segundo lugar. segundo os princípios de afinidade que regem o intercâmbio mental. afigura-se-nos um apelo de nossa alma estabelecendo instantânea ligação com o Mundo Espiritual. considerando o imperativo da comunhão com o plano espiritual superior. etc. nossas preces encontrarão sempre a resposta dos nossos afins. submetida às mesmas leis universais que presidem. acima dos nossos desejos. vivendo. Assim sendo. Em primeiro lugar.99 33 Definindo a prece O capítulo «Mediunidade e oração» sugeriu-nos um estudo em torno da prece. porque encontrará ressonância entre aqueles Espíritos ainda ligados aos problemas terrestres. consoante aconselha o Ministro Clarêncio («Entre a Terra e o Céu» — André Luiz». Na «invocação» — apelo descendente —. nas regiões trevosas. quando pedimos a Deus que. Vivemos e respiramos dentro dessas faixas. expressando aspirações realmente elevadas. A prece. tais ou quais objetivos. Por fim. Sendo a prece «um apelo». A essa não daremos a denominação de «prece». Em nossos núcleos mediúnicos. prevaleça a sua Augusta Vontade. rancor. propósitos de vingança. como nós. Os bilhões de Espíritos desencarnados que constituem a população invisível. recolhida pelos Missionários das Esferas Superiores. Na prece vertical. não faltarão . seremos atendidos por tais ou quais Espíritos. expressando desespero. de acordo com os objetivos inspiradores de nossas tarefas. traduzindo anseios vulgares. São os petitórios inadequados. Na prece horizontal. sintonizaremos com os Elevados Mensageiros do Seu Amor. evidentemente somos levados a. Cada degrau simboliza uma faixa vibratória. superlotando-os. classificá-la de vários modos. aqui e em toda a parte. o apelo receberá a resposta de entidades de baixo tom vibratório. se projeta na direção do Mais Alto. substituindo-a por «invocação». entidades infelizes que permanecem em verdadeiras furnas. Os nossos sentimentos indicam o degrau que ocupamos. ocupam variados degraus da escada ascensional. isto é. ao intercâmbio entre Inteligências encarnadas e desencarnadas. dos que comungam conosco tais ou quais idéias. de problemas de relativa importância. ambições. com as entidades que se sublimaram pelo cultivo da fraternidade legítima. em face dos mencionados princípios de afinidade. embora respeitáveis. sendo. em nossas tarefas mediúnicas. teremos a «prece vertical».) Na «invocação». em qualquer circunstância. aquela que. virão a nós. teremos a descendente. ” . e obtereis. dos planos elevados. estaremos proferindo a prece vertical. que..100 abnegados instrutores que. à maneira de sublime foguete. e achareis. na volta. buscai. penetrará verticalmente os espaços. perdão das ofensas. e abrir-se-vos-á. Toda vez que orientarmos as nossas tarefas segundo o pensamento do Mestre. batei. numa confirmação da eternidade de suas palavras: “Pedi. oração pelos caluniadores. amparo aos doentes e ignorantes. E o pensamento cristão é aquele que o Divino Amigo exemplificou no poético cenário da Palestina: amor ao próximo. conduzirão o nosso esforço e estimularão o nosso idealismo. trazendo. a mensagem do Cristo. cujos destroços contemplará logo mais. a operação inicial é efetuada na região do ventre. = {Fossa romboidal. na desencarnação de determinadas criaturas. do retorno do viajor terrestre à Pátria Espiritual. onde fica situado o Centro Mental. seríamos mais respeitosos e dignos toda vez que presenciássemos um falecimento. etc. da reunião em nossos templos de fé. ou seja. como sede das manifestações fisiológicas. sede das manifestações fisiológicas. o esfriamento do corpo. Com essa providência. {Centro emocional – situado no tórax. companheiro de tantas experiências cuja partida tenta evitar. a região mais importante. O Espírito é o piloto da embarcação. pulso fraco. O esforço e a abnegação dos Mentores Espirituais. Se imaginássemos tudo quanto se passa «na hora da partida». emocional e mental. bem assim os sintomas peculiares ao andamento e conclusão de cada uma delas: REGIÕES FUNDAMENTAIS DO ORGANISMO HUMANO = {Centro Vegetativo — ligado ao ventre. novos sintomas se verificam: desregularidade do coração.101 34 Desencarnação Parecerá estranho o fato de incluirmos no presente livro. o moribundo começa a esticar os membros inferiores. sobrevindo. o mais importante. O organismo age. Estudando o capítulo Mediunidade no leito de morte». levamos ao quadro negro o seguinte gráfico.. {Centro mental – situado no cérebro. da oração. o ato desencarnatório deve inspirar-nos o máximo apreço. qual seja «o da morte». Desatamento do laço fluídico. com o objetivo de fixar as principais providências desencarnatórias. entretanto. aflição. sem incidentes. Coma. todo ele consagrado ao estudo da mediunidade. Esclarecemos que esta página decorreu do estudo do capítulo «Mediunidade no leito de morte». de natureza magnética.. aflição. dentro da vida. é realmente digno de menção. a seguir. se puder. isto é. sobre o Centro Emocional. nos centros vegetativo. a nosso ver. Sabemos. A operação final é no cérebro. esfriamento do corpo.. Entre os inúmeros momentos dignos de respeito. um capítulo especial sobre a desencarnação. Atuando os Espíritos Superiores. Esse ponto de interação — constituindo a causa das mútuas relações entre Espírito e Corpo — é que motiva. Afirma Neio Lúcio que entre Espírito e Matéria há um ponto de interação ainda inabordável. logo após. = {Desregularidade do coração. hóspede de tantos anos. e a sua inclusão tem a finalidade de focalizar um dos mais sagrados momentos da existência humana. como se tivesse inteligência para pensar. O trabalho magnético se realiza inicialmente sobre a fossa romboidal. tais como os do nascimento. à qual se acha ligado o Centro Vegetativo. então. Cooperadores especializados aglutinam esforços no afã de desligarem. É a reação do corpo tentando reter o Espírito. que a . {Esticamento dos membros Inferiores. essa tentativa de retenção. angústia. que o corpo não pensa. sediado no tórax e representando a zona dos sentimentos e desejos. angústia e pulso fraco. zona dos sentimentos e desejos. Conforme observamos. Verdadeiras operações magnéticas são efetuadas nas regiões orgânicas fundamentais. o Espírito eterno do aparelho físico terrestre. sobrevém o estado de coma. somos compelidos a exaltar o respeito devido aos ambientes onde alguém está desencarnando ou desencarnou. recolhemos abundante e valioso material do livro do próprio André Luiz — «Obreiros da Vida Eterna». portanto anteriormente ao cerebelo. Só aí. instantaneamente. «a vasta porção de substância leitosa já exteriorizada» do plexo solar e do tórax. embora o Espírito esteja ligado — e bem ligado ao veículo físico. O Mundo Espiritual recebe mais um habitante e a demografia terrestre registra. e 3) substância retirada do tórax resultou a constituição da nova forma perispiritual do desencarnado. ao despertar no Plano Espiritual defrontar-se-á o recém-chegado com as seguintes invariáveis realidades: a) — Visão panorâmica da última existência. pela atitude de oração silenciosa. Jerônimo quebrou alguma coisa que não pude perceber com minúcias. de cada um. Depois de conhecermos o trabalho afanoso dos Mentores espirituais. Esse assunto não foi estudado. estão situados os centros mais importantes da vida vegetativa. etc. b) — Reaquisição da forma antiga. c) — Encontro com Espíritos afins (elevados ou inferiores). instantâneamente. saída da fossa romboidal. Quis . é uma cavidade situada na face posterior do bulbo e protuberância. «O quarto ventrículo está normalmente cheio de líquido encéfalo-medular. através do qual lembramos a respeitabilidade da «hora da morte». no seu volume populacional. d) — Analogia do meio espiritual com a paisagem terrestre. Essa concordância. de cujo centro se desligou «brilhante chama violeta-dourada» que absorveu.102 Medicina define mais ou menos com as seguintes palavras: “Assoalho do quarto ventrículo. e sobre a qual ainda nos reportaremos no final deste capítulo. Após essa última operação magnética. por sua vez. foi-nos possível organizar as considerações acima. absorvendo. ajudemos o viajor e cooperemos com os Missionários da Cirurgia Divina. tais como o da respiração e o vasomotor. Digna de nota e comentário foi a operação sobre a fossa romboidal. sem que transcrevamos as palavras com que André Luiz narra a formação do perispírito do recém-desencarnado: «Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal. como é natural. «No fundo da fossa romboidal. o desatamento do laço fluídico. a fim de que. problemas mentais. sobre a fossa romboidal. que. e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana. abstração feita. 2) substância extraída do plexo solar. capítulo 13º. Por fim. apenas. de minúcias relacionadas com o estado evolutivo. A observação é sobretudo interessante: da reunião desses três elementos — 1) chama violeta-dourada. Da fusão desses elementos. com elementos do capítulo «Mediunidade no leito de dor». parece repetir-se em todos os falecimentos. Depois da desencarnação — cujo processo NUNCA É IGUAL PARA TODOS —. pelo que temos lido. conclui-se a desencarnação. decréscimo equivalente. Em resumo: encontrar-se-á consigo mesmo. em vista do maravilhoso trabalho dos Instrutores espirituais. a vasta porção de substância leitosa já exteriorizada. Não queremos encerrar este capítulo. carma.. . Ante tão magnificente narrativa. emocionando-nos o coração agradecido. um só pensamento nos domina. traço a traço. em tudo idêntica à do nosso amigo em desencarnação. constituindo-se.. porém. com rigor. todo o corpo perispiritual de Dimas.. » Segundo o parecer de André Luiz. qual seja o de profundo amor pelo nosso Pai Celestial — Criador da Vida. Em breves instantes.103 fixar a brilhante luz. mas confesso que era difícil fixá-la. A chama mencionada transformou-se em maravilhosa cabeça. aquela chama violeta-dourada representava «o conjunto dos princípios superiores da personalidade». membro a membro. após ela. notei que as forças em exame eram dotadas de movimento plasticizante. bem assim de licantropia agressiva. anomalias patológicas. no quadro negro. à semelhança. Há casos extremos de licantropia deformante. organizamos. exteriorizando-se na própria organização somática. pervertidos no crime. sob o olhar consternado de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio. quase que uivando. chegarmos à Licantropia. objeto de menção pelo Assistente Áulus. o seguinte gráfico: FASCINAÇÃO = {Subjetiva ou psicológica. Reveste-se de aspecto mais objetivo. sob intensiva ação hipnótica. com as quais estamos sintonizados no Tempo e no Espaço. licantropia agressiva. imitam costumes. abusam dos poderes da inteligência.» Sublinhamos. encarnados ou desencarnados. não obstante sob a guarda generosa de sentinelas da casa. intencionalmente. as expressões «à semelhança de loba ferida» e «coleando pelo chão». posições e atitudes de animais diversos». adquiria animalesco aspecto. o ponto de partida para o escorço que tencionamos fazer em torno da Licantropia. » A simples fascinação de hoje — caracterizada por fenômenos alucinatórios. Comecemos por defini-la: é o fenômeno pelo qual Espíritos «pervertidos no crime» atuam sobre antigos comparsas. Esse mesmo gráfico será. A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental dos manicômios. em que a pessoa imita «costumes. atitudes ridículas ou absurdas e. Atitudes realmente animalescas. Enquanto a fascinação tem sentido mais psicológico. se a vÍtima for encarnada ou desencarnada. aceitando a tese da sua progressividade. em que numerosos pacientes. iniciemos esta página com um trecho da narrativa de André Luiz: «A infortunada senhora. da alucinação e. = {Fenômenos alucinatórios. mesmo. a licantropia vai mais além. fanatismo religioso. fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. A fim de favorecer o desenvolvimento de nossas considerações. poderemos ter a nossa vontade submetida ao império hipnotizante dessas entidades.104 35 Licantropia Servir-nos-emos de algumas referências do capítulo «Fascinação» para. Mais adiante. fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos animais. até. pelo fanatismo religioso — pode agravar-se e progredir de tal maneira que se converta na Licantropia de amanhã. Ao estudarmos o capítulo 23º de «Nos Domínios da Mediunidade». ou perispirítica. Comprometidos com o passado. com entidades inferiorizadas. atitudes excêntricas. de loba ferida. Coleando pelo chão. temos a palavra esclarecedora do Assistente: «Muitos Espíritos. fenômeno a que se referiu Bozzano e que foi. igualmente. através de débitos e do nosso acumpliciamento no mal. que se expressa através da violência. gritava a debater-se no piso da sala. neste livro. {Objetiva ou orgânica = {Licantropia deformante. do . explicando o fenômeno. posições e atitudes de animais diversos. integralmente. os seus mais graves problemas serão melhormente eqüacionados. Todavia. menos entranhados no passado. via de regra expressam a influência terrível de entidades vingativas junto a antigos desafetos. No Grande Porvir. verdugos e vítimas de hoje estarão. com poderosa e cruel atuação do elemento invisível. observadas especialmente em hospitais de indigentes. através dos seus milhares de grupos mediúnicos e das dezenas de suas Casas de Saúde. redimidos e irmanados. florescimento e frutificação oportunos. agora e por toda a Eternidade. modificadoras da configuração anatômica dos pacientes.” . Quando a Medicina e o Direito estenderem as mãos ao Espiritismo. A imprensa sensacionalista relacioná-los-á como fruto de «taras». para germinação. Solucionará o Espiritismo. a fim de que. os estudiosos do Espiritismo verão nesses casos apenas manifestações de licantropia agressiva. b) — Trabalho (atividade incessante no Bem).105 crime. se confirmem. Anomalias patológicas. ajuda as vítimas das grandes obsessões a se recuperarem. levará ao coração de perseguidos e perseguidores a semente de luz do perdão. E não podia deixar de ser assim. Três condições principais podem ser indicadas como favorecedoras da cura de pessoas que sofrem a atuação dessas pobres entidades. analisando a causa de tais sofrimentos. cultivando nos Planos Superiores o Sublime Ideal da Fraternidade Legitima. crescimento. c) — Amor no coração (converter a própria vida em expressão de fraternidade). as palavras de Nosso Senhor JesusCristo: “Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá. todos os casos de Licantropia? Responder afirmativamente seria rematada leviandade. a saber: a) — Estudo (Evangelho e Doutrina). O Espiritismo — anjo tutelar dos infortunados —. além de lhe ser possível eqüacionar alguns casos. sem maiores explicações. comuns nos agrupamentos mediúnicos. Reajustado. fenômeno esse motivado pelo contacto magnético. No fenômeno anímico o médium se expressa como se ali estivesse. somadas. como ponto de partida para as nossas singelas considerações. por conseguinte. posteriormente. em determinadas situações. naturalmente o médium desajustado. do mesmo modo que tal cristalização ou fixação. acreditamos que pouco ou nenhum benefício receberá o médium no agrupamento. poderiam. Se o dirigente de sessões mediúnicas não é portador de sincera bondade. pela aproximação de entidades que lhe partilharam as remotas experiências. que «pode ser consertado e restituído ao serviços. Nos fenômenos psíquicos. buscando os centros espíritas nessas condições. há. no presente capítulo. de se fazer a seguinte distinção: a) — Fatos anímicos. nada mais é do que o médium.106 36 Animismo Revestem-se de profunda sabedoria e oportunidade as palavras do Assistente Áulus. portanto. a direção de trabalhos mediúnicos pede. b) — Fatos espiríticos. contribuir em favor dos necessitados. sem nenhuma dúvida. com os recursos da caridade evangélica. a manifestação de fenômenos anímicos. como já acentuamos. Fatos anímicos são. destruindo. muito amor. pela compreensão do dirigente. pode transformar-se em valioso companheiro. se realizada no passado. A cristalização da nossa mente. Efetivamente essa é a verdade. Incompreendido. «de onde recolhe as impressões de que se vê possuída». ou destruido. pode motivar. magnífica oportunidade de ajudarem elementos que. pacientemente. assim. realmente. pode ser vitimado pela obsessão. Muitos companheiros se mostram incapazes de remover os obstáculos criados pelo animismo. Muitas vezes. Que é Animismo? Essa pergunta deve ser colocada em primeiro plano. revivendo cenas e acontecimentos recolhidos do seu próprio mundo subconsciencial. com todas as aparências de que há a interferência de um Espírito. no capítulo «Emersão do passado». quando afirma que muitos espíritas “vem convertendo a teoria animista num travão injustificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do bem”. no futuro. um Espírito a se comunicar. aquilo que se assemelha a um transe mediúnico. a fim de que não sejam prejudicados os que em tais condições se encontram. Por isso. A lei é sempre a mesma. O médium nessas condições deve ser tratado «com a mesma atenção que ministramos aos sofredores que se comunicam». agora e em qualquer tempo ou lugar. se exterioriza no presente. sem . aqueles em que o médium. O médium inclinado ao animismo é um vaso defeituoso. compreensão e paciência — virtudes que. hoje. pela sua incompreensão. dão como resultado aquilo que os instrutores classificam como «TATO FRATERNO». Animismo é o fenômeno pelo qual a pessoa arroja ao passado os próprios sentimentos. para depois fortificar a vítima na sua própria defesa. Recorramos ao livro «Nos Domínios da Mediunidade». agora. segundo os nossos sentimentos. ou mediúnicos. Ouçamos o Assistente Áulus: “Por isso. sem dúvida. ao invés de socorro providencial. apenas. encarnados. tal criatura encontrará. ou melhor. Fatos espiríticos. levem o melhor que a sua alma possa oferecer. enquanto dormimos. pessoas adormecidas igualmente podem provocar comunicações mediúnicas. Em face da lei de sintonia.. sem o menor sentido de fraternidade! Ao invés de compreensão. propriamente ditos.” O doutrinador usará sempre do carinho fraterno. ver-se-ádefrontada. seguidas do esclarecimento edificante. Imaginemos. nosso Espírito se afasta do corpo e age sobre terceiros. reproduzindo-lhe . a fim de que possamos auxiliar e compreender. recolhe impressões do pretérito e as transmite. ante as ponderações de Áulus e o exame do caso da senhora objeto da assistência do grupo do irmão Raul Silva: «Mediünicamente falando. a ironia e a má vontade. um veículo a receber e transmitir as idéias dos Espíritos desencarnados ou. Uma pessoa encarnada também pode determinar uma comunicação mediúnica. talvez lhe impusesse corretivo inoportuno. desejos e preferências. Nossa amiga supõe encarnar uma personalidade diferente. são aqueles em que o médium é. é preciso armar o coração de amor.» A fixação mental — assunto abordado no capítulo próprio. Vejamos a conclusão de André Luiz. O estudo e a observação ajudam-nos a fazer tal distinção. seguido da doutrinação periférica. impiedosamente. do comentário maledicente. vemos aqui um processo de autêntico animismo. via de regra. por companheiros. neste livro — provoca o animismo. são os recursos aplicáveis ao caso. não lhe compreenderão o aflitivo problema. Ao invés de companheiros interessados no seu reajustamento. às considerações em torno da necessidade de os dirigentes e colaboradores do setor mediúnico se munirem de recursos evangélicos. porém. Ao invés do socorro que se faz indispensável. Um doutrinador sem TATO FRATERNO apenas lhe agravaria o problema. fazendo que as suas palavras. a fim de que as tarefas assistenciais. isto é. nessas circunstâncias. acompanhadas.107 nenhuma idéia preconcebida de mistificação. que. o que pode ocorrer se uma criatura em tais condições busca um núcleo mediúnico onde apenas funciona o intelectualismo pretensioso. Primeiro é preciso remover o mal. Voltemos. a seu cargo. das «suas verdades». encontrará verdugos fantasiados de doutrinadores. porque.. uma vez que. A consolação e a prece. como se por ele um Espírito estivesse comunicando. às vezes até bem intencionados. quando apenas exterioriza o mundo de si mesma. dirigidas ao Espírito do próprio médium. a pretexto de servir à verdade. fazer que o sensitivo lhe assimile as ondas mentais e as reproduza pela escrita ou pela palavra. em nome da «verdade». apresentem aquele sentido edificante e construtivo que é de se almejar nas atividades espiritistas cristãs. » Esse amparo moral. à primeira vista. E. entretanto. . que ainda a persegue de nosso plano. é oportuno perguntemos: Podem os serviços mediúnicos prescindir do Evangelho e da Doutrina? A resposta cada um a encontrará na própria consciência. ao influxo das recordações penosas de que se vê assaltada. identifica-se com cenas desagradáveis.. as características de uma comunicação mediúnica. e que a cena acima descrita aparece no capítulo «Emersão do passado.. em cidade do Velho Mundo. às quais está diretamente ligada.. Para o psiquiatra comum éapenas uma candidata à insulinoterapia ou ao eletrochoque. assim.. exclamando: — Quem me socorre? quem me socorre?. além do esclarecimento. Notemos que todos os indícios revelam. «Ante a aproximação de antigo desafeto. em companhia do Assistente Áulus. concluindo. eis que uma das senhoras enfermas cai em pranto convulsivo. para nós. uma indefesa mulher? serei totalmente culpada? meu sangue condenará o seu nome infeliz. no século passado. centraliza todos os seus recursos mnemônicos tão somente no ponto nevrálgico em que viciou o pensamento. única base sólida que lhe assegurará o reajustamento definitivo. estamos apenas diante de um autêntico fenômeno de animismo. com a mente cristalizada no pretérito. visitam o grupo dirigido pelo irmão Raul Silva. exigindo AMPARO MORAL E CULTURAL para a renovação íntima. acrescentava em tom comovedor: — Covarde! porque apunhalar.» Lembremos que André Luiz e Hilário. é alguém que volta do pretérito a comunicar-se com o presente. reajustando-lhe a mente. em tais momentos. O cultural ser-lhe-á ministrado pelo estudo evangélico e doutrinário que. operar-lhe-á a modificação dos centros mentais. podemos defini-lo como paciência. carinho e consolo.. » É ainda Áulus quem explica: «Sem dúvida.. contudo.108 alguns tópicos relativos ao assunto: «Solucionados diversos problemas alusivos ao programa da noite. revive a experiência dolorosa que lhe ocorreu. porque. a que alude o Assistente. é uma enferma espiritual. uma consciência torturada. E comprimindo o peito com as mãos. A senhora enferma. Na retaguarda. a bondade com todos. passando a vibrar. Glória. a granada e a metralhadora. para o soldado ou para a mente. {Vanguarda = {Alegria. fatos e acontecimentos. não é coisa fácil. impressões e sentimentos do passado. Um Espírito nessas condições pede tempo e paciência dos componentes de um núcleo mediúnico. com aquele em que ela «nada vê. únicamente. na vanguarda. todavia. VIDA DO ESPÍRITO = {Retaguarda = {Estacionamento nas zonas inferiores. CAMPO DE BATALHA = {Retaguarda = {Amargura. A fixação mental pode perdurar durante séculos e até milênios. Como pode a mente deter-se em determinadas impressões. Estudemos o assunto à luz de um simples diagrama. como se o tempo para ela não caminhasse?» Faremos. nada sente além de si mesma”. Felicidade. na pobreza de nossa linguagem e na indigência de nossas noções doutrinárias. O próprio Hilário assim o diz. grande é a minha dificuldade para penetrar os enigmas da cristalização do Espírito em torno de certas situações e sentimentos. o levem ao esforço renovativo. A mente humana está simbolizada no soldado que luta pela conquista de posições. cristalizando-se no Tempo. a elegância moral. A mente luta por vencer os inimigos internos. indefinidamente. crueldade. a perseverança. vingança. que nos achamos em 1957. Humilhação. o cenário é dantesco: amargura. É como se fosse. as elucidações do venerável Áulus. sofrimento. As armas da mente são a humildade. Explicar o mecanismo da fixação mental. O soldado empunhará a espada e o rifle. Lágrimas.109 37 Fixação mental Podemos definir o estado de fixação mental de uma criatura. Conforme o esforço. o adestramento. ou surgirá. uma vez que a sua mente. entre mutilados e vencidos. ficará ele na retaguarda. ou a má vontade. reflete. O seu esclarecimento exige carinho e compreensão. O Espírito isola-se do mundo externo. encarnada ou desencarnada. por mais me esforce. tão só. ao redor do próprio desequilíbrio. Reencarnações dolorosas. ciúme. demorando-se nelas. uma agulha que faz o disco repetir. a mesma cantilena. Progresso. {Vanguarda = {Renovação. ambição. O soldado luta por vencer e destruir os inimigos externos. além de muita vibração fraterna que. representados pelo egoísmo. tal qual se verifica. vitorioso. dificilmente compreenderá ele as nossas explicações. o desânimo e a inexperiência. o que nos for possível para retransmitir. . humilhação. na consulta que faz ao esclarecido Assistente Áulus: «Sinceramente. Se dissermos a um Espírito que se comunica com a mente fixa no pretérito. a disciplina. os quais lhe causaram profunda e indelével desarmonia interior. a nobreza. cristalizada no Tempo. aflição. prepotência. envolvendo-o. o espírito de serviço. nada ouve. em tosca comparação. » A reencarnação. o Ontem. nada ouve. ser-nos-ão concedidas oportunidades de cooperação com Jesus-Cristo na sublime Causa da redenção dos outros e de . a quem falamos do Hoje. felicidade. para a mente ociosa. Na vanguarda. no enriquecimento moral e intelectual. o Espiritismo pelos conhecimentos que revela e difunde. pois. ouçamos a palavra do Assistente Áulus: «Qualquer grande perturbação interior. pois. quando nos rebelamos contra o imperativo da marcha incessante com o Sumo Bem.110 É a resposta da Lei à preguiça e à negligência. Muita bondade. a alma é a feliz prisioneira do equipamento físico. »Os dramas conscienciais que viveu. com a necessidade alheia. Assemelha-se. glória. se expressam. ciúme ou desespero. não fosse a bênção da reencarnação? Como reajustar-se no Além-Túmulo. Santificada seja a Doutrina dos Espíritos que duariza de esperanças» as nossas vidas. os conflitos amargos em que se debate. fazendo-nos compreender que o Grande Porvir nos proporcionará recursos evolutivos que nos compelirão a deixar o sarcófago de nossas paixões inferiores e ascendermos a regiões onde. nada sente além de si mesmo. que os responsáveis pelos núcleos mediúnicos aprimorem os sentimentos e abrandem o coração. Ainda sobre o mecanismo da fixação mental. no qual influencia o mundo atômico e é por ele influenciada. de fato. se sabemos que. como médiuns ou dirigentes. A retaguarda. nas reuniões mediúnicas. após a desencarnação. A vanguarda podemos simbolizá-la no trabalho renovativo. pode imobilizar-nos por tempo indefinível em suas malhas de sombra. depois do decesso. a um louco. a paisagem é expressiva: alegria. Que seria da alma que fixou a mente no passado. a assimilação do Evangelho à própria economia espiritual. identificando-se. na condição de servidores de boa vontade. pede o serviço assistencial ao Espírito cuja mente se cristalizou no Tempo. e ele vê. são fatores indispensáveis àqueles que se consagram ao esforço mediúnico. leva o Espírito todas as impressões cultivadas durante a existência física? Abençoado seja. significará estacionamento nas zonas inferiores. especialmente. na atualidade. É a resposta da lei ao trabalho e à boa vontade. exclusivamente. «Intimamente justaposta ao campo celular. para o soldado ou para a mente. no progresso. ou reencarnações dolorosas no futuro. os distúrbios psíquicos originados do abuso do livre arbítrio. «Nada vê. repetimos. chame-se paixão ou desânimo. no setor das desobsessões. em tais circunstâncias. O conhecimento doutrinário e. sem o menor sentido de fraternidade. ajudar um Espírito nessas condições? Imprescindível se torna. em forma de alucinação e fixação mental. crueldade ou vingança. na iluminação. sofrendo os atritos que lhe objetivam a recuperação». possam amparar com eficiência. Como poderá um dirigente de sessão que apenas saiba usar o verbo culto e eloquente. a fim de que. funciona àmaneira de compulsório estimulante ao reajuste. obsessor e obsidiado. levam-nos a grafar. Obsessão sui generis — reconhecemos. sobre o problema da fixação mental. mas que existe. As elucidações que.111 nós mesmos. determina uma auto-obsessão. As formas consignadas nas alíneas “a” e “b” são as mais conhecidas. A da alínea “c”. provocando uma autoobsessão. É muito difícil de ser removida. menos frequente... b) — Influência do encarnado sobre o desencarnado. quer entre desencarnados. uma nova sub-divisão das formas obsessionais ou obsessivas: a) — Influência do desencarnado sobre o encarnado. ao mesmo tempo. Não haverá um perseguidor: ele é. . c) — Influência do Espírito sobre si mesmo. fatos ou pessoas. sem dúvida alguma. O indivíduo passa a ser o “obsessor de si mesmo”. é uma decorrência da fixação do Espírito. encarnado ou não. em situações. nas linhas seguintes. Pensar demais em si mesmo e nos próprios problemas. quer entre encarnados. nos traz o livro «Nos Domínios da Mediunidade). por não ser este o escopo fundamental deste livro. a arte . em sua obra «Xenoglossia». de outras encarnações. não pode. como fruto natural de sucessivas experiências evolutivas. latim ou hebraico. expressar-se por ele. O presente capítulo deve. ser considerado como o resultado das observações que extraímos do livro «Nos Domínios da Mediunidade» e das valiosíssimas anotaçõeS de Bozzano. verificados em cada uma dessas modalidades. b) — Audiente. fala em qualquer idioma. noutros tempos. noutras encarnações. e) — Escrita direta (mãos visíveis ou invisíveis). de expressões variegadas e multiformes que ali jazem adormecidas. Ela decorre. psicografar mensagens e. também. mediunizada. para os nossos apontamentos. Há uma interessante monografia de Ernesto Bozzano. primordialmente. ouvir os Espíritos em outros idiomas. A subconsciência é o «porão da individualidade». os quais repousam na subconsciência do sensitivo ou médium. d) — Voz direta. Pode. por sinal o mais completo estudo que conhecemos sobre o assunto. O Velho e o Novo Testamento são ricos em comunicações xenoglóssicas. das profundezas subconscienciais. por sinal com muita lógica. incorporado. não conheceu o latim. de um simples fenômeno de sintonia no tempo. seja inglês ou francês. A criatura que. Mostra simplesmente que o psicógrafo traz consigo. podemos afirmar que não são apenas os tratados e monografias que registram tais fenômenos. o idioma pelo qual se expresse durante o transe. isso não quer dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Que é «sintonia no Tempo»? É o processo pelo qual a mente humana. Só pode ser médium poliglota aquele que já conheceu. da explicação do Assistente Áulus: «Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano. A mediunidade poliglota tem a sua causa no recolhimento de valores intelectuais do passado. provoca a emersão. Lá se encontram «guardados» todos os valores intelectuais e conquistas morais acumulados em várias reencarnações. Todavia. ligando-se ao pretérito distante. Prescindimos de mencionar inúmeros casos. por meio de idioma que não conhece na atual encarnação. É o que se depreende. a qual serviu. possibilitar sejam grafados caracteres estranhos. em lousas e paredes. subsidiariamente. Xenoglossia falante é a em que o médium. ainda. A mediunidade poliglota pode ser classificada da seguinte maneira: a) — Falante (pela incorporação ou na materialização). c) — Escrevente (psicografia ou tiptologia).112 38 Mediunidade poliglota Xenoglossia — ou mediunidade poliglota — é a faculdade pela qual o médium se expressa. pois. oral ou gràficamente. sem conhecer essas línguas. ser médium para receber comunicações em outras línguas. É preciso tê-las conhecido no passado ou conhecê-las no presente. por conseguinte.113 da escrita já conquistada e retida no arquivo da memória. elucida exuberantemente o assunto. e confirma. essa conclusão. A leitura da excelente monografia de Bozzano e do livro ora apreciado.» Não basta. sem dúvida. cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar. . etc. o volume de energias fluídicas que sobre o mesmo projetamos é de tal maneira acentuado que a nossa própria mente ali ficará Impressa. etc. extraordinários fenômenos de psicometria por meio do contacto com a pena de um pombo. entrar em relação com os fatos remotos ou próximos. na obra citada. metais. O filósofo italiano menciona. O psicômetra recolherá do seu subconsciente.. apenas. através de cuja leitura nos defrontamos com impressionantes narrativas. E a nossa atual condição espiritual. além do simples toque ou uso. ampliando. b) — Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor mediante relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium. Faculdade pela qual o sensitivo. b) — Os vegetais. a palavra «psicometria» designa a faculdade que têm algumas pessoas de lerem «impressões e recordações ao contacto de objetos comuns». esteja ele onde estiver. dos seus defeitos. Não tem importância que o possuidor esteja encarnado ou desencarnado. ao penetrar num recinto. com méritos e deméritos. também. faculdade comum em nossos círculos de atividade. ainda deficitária. das suas virtudes. algumas delas abrangendo fases remotas da organização planetária terrestre. Toda pessoa. a saber: a) — Uma parte dos fatos e impressões é retirada da própria aura do objeto. pode ser explicado de duas maneiras principais. em ponto maior. Quando tocamos num objeto. um pedaço de carvão ou de barro. entra em relação com pessoas e fatos aos mesmos ligados. temos: a) — Os animais. Essa percepção se verifica em vista de tais objetos se acharem impregnados da influência pessoal do seu possuidor. Bozzano demonstra que não são. o galho de uma árvore. as pessoas os únicos seres psicometráveis. deixa aí um pouco de si mesma. uma vez que só a possuem pessoas dotadas de «aguçada sensibilidade psíquica». uma caneta. c) — Objetos inanimados. Além do elemento humano. tocando em determinados objetos. convertermos inadvertidamente esse objeto. as impressões e sentimentos com que gravou. a nossa vida. da sua personalidade. uma jóia ou.114 39 Psicometria Segundo a definição do Assistente Áulus. as noções de posse ou propriedade. excessivamente. a própria vida. Em qualquer tempo e lugar. . E se. faculdade mediúnica. seja um livro. uma casa ou um automóvel em motivo de obsessiva adoração. entretanto. não permite esses admiráveis recursos perceptivos. A psicometria não é. dos seus sentimentos. no objeto. desfilará em todas as suas minúcias ante o «radar» do psicômetra. O processo pelo qual é possível. Há um belo estudo de Ernesto Bozzano intitulado «Enigmas da Psicometria». Psicometria é. imantamo-lo com o fluido que nos é peculiar. ao psicômetra. Tudo muito simples. aos bens materiais. a certas explicações de natureza por assim dizer «técnica». consequentemente. prevê-las. para novas experiências. que o médium entrará em relação com os fatos ligados àquele (possuidor) cujo fluido se evidenciar mais ativo em relação com o sensitivo. Aos que a formularem. na mente do possuidor do objeto. palavra com que designamos a lei de Causa e Efeito. Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor. diversos possuidores? Com a vida de qual deles o médium entrará em relação? Explica Bozzano. de esperança para os que sofrem. Ei-lo: Toda criatura humana tem o seu Carma. Desejamos dar aos assuntos mediúnicos feição e finalidade evangélicas. compete-nos extrair. desvenda o futuro. Assim sendo. conserva-a durante longo tempo e possibilita o recolhimento das impressões. recomendamos a leitura da alínea «b». A nossa intenção é de que este trabalho chegue aos núcleos assistenciais do Espiritismo Cristão por mensagem de cooperação fraterna. Como vemos. Em capítulo precedente tivemos ensejo de relacionar o fato daquela . anunciá-las e. algumas vezes. das considerações expedidas em torno de tão belo quão admirável tema — Psicometria —. no curso dos anos. É como se o sensitivo lesse. mediante a relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium. em demasia. todavia. ao reingressarmos «nas correntes da vida física». de bom ânimo para os desiludidos. impregnado da influência pessoal do seu dono. trazemos impresso no perispírito — molde do corpo somático — um quadro de inelutáveis provações. Bozzano denominou de «afinidade eletiva». todavia. inclusive. A nossa mente espiritual conhece tais provações e permite que o psicômetra estabeleça relação com essas vicissitudes. E quanto ao futuro? Devemos esperar essa pergunta. b) — Combatermos o egoísmo que assinala a nossa vida. fixar a época em que se verificarão. conclusões de ordem moral que fortaleçam o nosso coração para as decisivas e sublimes realizações na direção do Mais Alto. com irresistível lógica. Pela psicometria o médium revela o passado. com a consequente diminuição das exigências impostas a familiares. móvel ou imóvel. o objeto fundamental do livro que procuramos escrever. elucidativas do mecanismo dos fenômenos. No tocante à relação com o passado e o presente. uma vez que a alínea «a» nos dá satisfatória resposta: o objeto. nos seguintes imperativos: a) — Não nos apegarmos. em face do qual. qualquer explicação é desnecessária. não é este. o que lá já está escrito com vistas ao futuro. O conhecimento da psicometria faz-nos pensar. claro e lógico. um complemento explicativo. amigos e conhecidos. mais com o coração do que com o cérebro. de reabilitação para os que rangem os dentes «nas trevas exteriores». A esse aspecto do fenômeno psicométrico.115 Poder-se-á indagar: E se o objeto psicometrado teve. Apesar de os diversos temas mediúnicos nos terem levado. não há nisso nenhum mistério. Nenhum atentado ao bom-senso. Essa resposta pede. conhece o presente. desencarnada havia muito. com toda a sinceridade. junto do qual se mantinha uma jovem desencarnada com expressão de grande tristeza. egoística e desvairadamente. o fenômeno é o mesmo. Amar sem idéia de recompensa. considerando a oportuna advertência de Emmanuel: «Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos. constituirá penhor de alegria e paz. Com a mente cristalizada naquele objeto. aceita-lhe as claridades sem vacilar. o nosso caminho será pontilhado das mais desagradáveis surpresas. forte demais para a nossa fraqueza. a fim de colocarmos o leitor em relação com a ocorrência. servir e passar — eis o elevado programa que.. » Ainda Emmanuel recorda que «as afeições familiares. E enquanto pensar no espelho.116 senhora que. que da França regressasse o jovém que se foi. Apegando-nos. quando a criatura se eleva no altar do sentimento superior. no estudo da psicometria. temos o episódio de uma jovem que. Enquanto os nossos sentimentos afetivos não assinalarem o altruísmo. Relativamente a pessoas. pensar nos próprios deveres com esquecimento de pretensos direitos. como síntese de suas esperanças. esforçar-nos no sentido do gradativo afeiçoamento a ele. contudo. estejamos na libré da carne ou no Mundo dos Espíritos. há cerca de 300 anos. . sob estranha fascinação». Acrescenta André Luis que. aproximou-se tateando-lhe os ombros. «não tinha força» para afastar-se do próprio domicílio. Vamos trazer para as nossas páginas parte do relato de André Luiz. Uma das senhoras teve palavras elogiosas para a beleza da moldura. ajudar sem esperar retribuição. a moça. e a moça. Exemplo típico de fixação mental. contudo. Gravou no espelho a própria vida. tristemente. felicidade e progresso. junto a ele permanecerá. dois cavalheiros e três damas admiravam singular espelho. nele polarizou todos os seus sonhos de moça. A narrativa é de André Luiz. executar tal programa. mostrou-se «contente com a solidão e passou a contemplar o espelho. consoante vimos no capítulo «Estranha obsessão». a pureza e o espírito de renúncia peculiares ao discípulo sincero do Evangelho. Em «Nos Domínios da Mediunidade».. realizado na medida das possibilidades de cada um. quando em visita a um museu: «Avançamos mais além. a elevação. Reconhecendo. à medida que os visitantes encarnados se retiravam para outra dependência do museu. os laços consanguíneos e as simpatias naturais podem ser manifestações muito santas da alma. Ao lado de extensa galeria. por agora. é razoável que o Espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias». a nossa incapacidade de. podemos. ao qual se sentia presa pelas recordações dos familiares e dos objetos caseiros. corremos o risco de a eles nos imantarmos e sobre eles exercermos cruel escravização. esperando. na feição de sentinela irritada. que não percebia a presença dos três desencarnados. neste e no plano espiritual. acompanha um espelho a ela ofertado por um rapaz em 1700. aos que nos são caros ao coração. aprenderemos. a ninguém escravizaremos. » Colocando Jesus-Cristo no vértice das nossas aspirações.» «A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas. a conservar a liberdade da nossa mente e a paz do nosso coração.. Aceitando-o. E a única escravização a que nos submeteremos será à do dever bem cumprido. a servir com alegria.117 «O equilíbrio é a posição ideal. a amar sem exigências. como Sol Espiritual que aquece. efetivamente. com o Bem-aventurado Aflito da Crucificação. desde o Princípio. . a Terra inteira. com o seu Amor.. um confucionista ou islamita podem ser médiuns. a renovação do espírito humano. errôneamente. um xintoísta. aceita e pratica com fidelidade os salutares princípios doutrinários. Espiritismo é um corpo de Doutrina.118 40 Mediunidade sem Jesus Um dos capítulos a cujo estudo procedemos com tristeza foi o que aparece em «Nos Domínios da Mediunidade» com o título «Mediunidade transviada». tomam a si o encargo de orientar. os fracos vestígios de incerteza que ainda podiam subsistir na consciência dos que pensam. mesmo. nas suas admiráveis linhas doutrinárias. de modo geral. pois. o Protestante. à elevação do ser humano. Essa é a verdade que todos proclamamos e que o Assistente Áulus ratifica em termos expressivos. consubstanciando normas e diretivas superiores que visam. o desenvolvimento mediúnico. manobrados por mente ociosas. com o tempo. Doutrina Espírita. . de elevado teor espiritual. constam apontamentos específicos sobre a mediunidade e sua prática. únicamente. E não ignoramos que fenômenos mediúnicos são peculiares a todos os santuários e a todas as criaturas. por isso mesmo. dignas. A conexão entre Espiritismo e Mediunidade e que leva a maioria do povo a considerá-los a mesma coisa. Os centros espíritas. que. as elucidações do Assistente Áulus dissiparam.Hilário.” Espírita é. tendo em vista o progresso geral. ante a surpresa de Hilário: “. da nossa piedade. Espiritismo é uma coisa e Mediunidade é outra. um taoísta. bem assim de compêndios subsidiários. A Doutrina Espírita encara o mediunismo como um meio de que se serve Deus para auxiliar a Humanidade em seu esforço evolutivo. Médium tanto pode ser o Espírita. de qualquer religião. afeiçoadas à exploração inferior por onde passam. onde houver comunicação mediúnica. erigidos por edificante monumento tendente a operar. Um padre. classificando-a convenientemente. primordialmente. Presenciamos fenômenos mediúnicos. a leitura e a meditação de tal capítulo não deixam de causar dolorosa impressão aos que abraçam o Espiritismo e nele identificam. estabelecido normas seguras para o exercício da Mediunidade. veicular o pensamento e as idéias dos Espíritos. a orientação para que os médiuns desenvolvam e cultivem as suas faculdades. confundindo-os erroneamente. um budista. sem dúvida. há de haver. é imprescindível recordar que não nos achamos diante da Doutrina do Espiritismo. Mediunidade é um dom que possibilita à criatura humana. aquele que estuda. o Ateu ou o Materialista. em todos esses apontamentos. uma freira. um pastor. evidenciando-se. e. resulta da circunstância de ter o Espiritismo. Para os que ainda duvidam de que «mediunidade não é Espiritismo». como o Católico. forçosamente. Da nossa literatura clássica. um meio de servir à Humanidade sem a preocupação de recompensas. em bases cristãs. Embora não tenha o Espiritismo nenhuma responsabilidade pela prática mediúnica que se realiza com ausência de Jesus. Há Espíritos e médiuns em toda a parte: nos centros. realizações de casamentos. não é «reunião espírita». Consultar e explorar os Espíritos sobre assuntos materiais é prática que a Doutrina Espírita não perfilha. após a desencarnação. uma vez que. Que se dêem. nas igrejas e nos templos protestantes. os menos avisados a considerar o Espiritismo como responsável por toda expressão fenomênica. substancialmente. então. seja no Espaço ou no porvir. Agrupamentos que explorem os Espíritos. por ela. os aflitos serão consolados. escravizandoos aos seus caprichos. como vítimas de terríveis obsessões. portanto. como Doutrina codificada. no porvir. Podemos e devemos mesmo distinguir a mediunidade da seguinte forma: a) — Aquela que se exerce em função de objetivos superiores (Mediunidade com Jesus). na saúde e na vida do próximo. A mediunidade. menos a de «práticas espíritas». não são «agrupamentos espíritas». transformando-se em criaturas obsidiadas. além de constituir atividade degradante e anti-fraterna. à realidade dos fatos. Tais ocorrências levam. o que foge. serão compelidos a defrontarem-se com tais Espíritos. como filhos. tais como. sofrer-lhes-ão o assédio.. o bem e a elevação espiritual dos homens. a tais práticas. Assim como existem espíritas que não cultivam a mediunidade. mas abrem as suas portas a todos que lhes buscam o amparo na hora precisa. ou a recebê-los. portanto. solução de negócios materiais. seja na presente encarnação. que mais agrade aos seus apreciadores. etc. Reunião de pessoas com o objetivo de influirem. Ou. Toda prática mediúnica que foge a tais normas não pode nem deve receber a denominação de «prática espírita». há médiuns que até odeiam o Espiritismo. os enfermos curados e os ignorantes esclarecidos. sem ritual de qualquer espécie.119 Não convidam ninguém. em futuras reencarnações. b) — Aquela que se exerce em função de interesses inferiores (Mediunidade sem Jesus). a denominação. Espiritismo. exclusivamente. exercida em nome e sob a responsabilidade do Espiritismo Cristão. os que agem levianamente com os Espíritos. obtenção de empregos. A mediunidade que se orienta pelo Espiritismo é simples. sua finalidade é. em futuras reencarnações. será sempre um instrumento de edificação para o seu possuidor. aquilo que agora lhes negam: orientação. amor e . somente a má fé ou a leviandade podem identificar a presença e a responsabilidade do Espiritismo. maleficamente. estabeleceu normas para o exercício da mediunidade. a fim de lhes darem. Onde a mediunidade se exercite em função de objetivos subalternos. De modo geral. não é Mediunidade. tratando de tais assuntos. representa lastimável abuso pelo qual os responsáveis responderão oportunamente. O Espiritismo. A exploração dos Espíritos não suficientemente esclarecidos. nem Mediunidade quer dizer Espiritismo. claramente. amanhã seremos compelidos a recebê-los como filhos. na condição de pais e filhos. das seguintes palavras do Assistente Áulus. em zonas inferiores. deve efetivar-se através de uma . porque materiais. sincero e despretensioso. que se imprimem no papel como símbolo e representação do nosso imenso amor à Doutrina Espírita. Esse auxílio. determinando consequências dolorosas. e. E se hoje lhes recusamos esse carinho e essa ajuda. pois. Atividade mediúnica onde os interesses inferiores. Quem se dedicar a esse gênero de atividade mediúnica não ficará impune. a fim de lhes darmos. inexoràvelmente. dirigente e Espíritos).120 respeito. etc.). a lhes reclamarem orientação e socorro. b) — Encontro. referindo-se às consequências da «mediunidade transviada»: « — Na hipótese de não se reajustarem ao bem (os Espíritos que atendem consultas inferiores). das seguintes características: a) — Consultas e exploração de Espíritos ainda ignorantes sobre assuntos materiais (casamentos. à revelia. quando responsáveis e vítimas estiverem reunidos no instituto da consangüinidade terrestre. para facilidade de nosso estudo e comentários. tão logo desencarnem o dirigente deste grupo e os instrumentos medianímicos que lhes copiam as atitudes. de todo o coração. serão eles surpreendidos pelas entidades que escravizaram. c) — Reencontro. acertando contas e recompondo atitudes. alcançarão pleno equilíbrio nos débitos em que se emaranharam. após a desencarnação. b) — Consultas e exploração de Espíritos ainda ignorantes sobre assuntos espirituais inferiores (ação maléfica sobre a saúde e a vida do próximo). portanto. como pais e filhos. preferindo explorá-los e mantê-los na ignorância. Expostas essas considerações. no grande porvir.» Conclui o Assistente Áulus esclarecendo que «cada serviço nobre recebe o salário que lhe diz respeito e cada aventura menos digna tem o preço que lhe corresponde». em futuras reencarnações. das salutares normas que o Espiritismo estabelece para o intercâmbio com os Espíritos. Há muitos recursos de auxílio a grupos que funcionem na base da invigilância e do desapreço aos valores espirituais. com tais entidades. mui provàvelmente. a lei do reajuste funcionará. É o que se depreende. no círculo familiar. A “mediunidade transviada” se reveste. Os Espíritos que se submetem a tais caprichos são dignos de nossa ajuda e do nosso carinho. prejudicam o serviço de amparo aos necessitados. Apesar da piedade dos Elevados Instrutores. empregos. tais como: a) — Perigo de obsessão resultante da estreita afinidade magnética que se estabelecerá entre os comparsas dessa atividade (médiuns. mais tarde. constitui processo de vampirização dos desencarnados pelos encarnados. somos levados a situar em termos gráficos. o esclarecimento e o amor de que os privamos. o doloroso problema da “mediunidade transviada”: Definição: Mediunidade transviada é aquela que se exerce em função de interesses inferiores. negócios. que os Espíritos menos esclarecidos não são nossos escravos. funcionando com orientação segura e dentro das normas cristãs da Codificação. sim. amàvelmente. lidador espírita dos primeiros tempos. em conclusão.121 colaboração amiga. os que nos antecederam na “grande viagem”. Estimulemos. Acreditamos que a intensificação do estudo das obras básicas ou clássicas. irmãos empenhados na mesma luta redentora. com a nossa amizade e o nosso desinteresse. ao estudo evangélico e doutrinário. c) — Realizando palestras evangélicas e doutrinárias impregnadas de sincera fraternidade. A família espírita brasileira. sensivelmente. o trabalho e o estudo. na qual se evidencie o propósito sadio de levar-lhes o pensamento e a ação edificantes. a fim de que se preservem a pureza. Época virá. Eis. através da conversação amiga. estamos certos. vanguardeiros da “Mediunidade com Jesus”. fora do veículo físico. pois. Evidenciemos o imperativo de renovação moral decorrente do nosso convívio com as sombras amigas. a cristalinidade e o sentido superior da prática mediúnica. b) — Distribuindo livros. Ressaltemos o elevado sentido espiritual que deve nortear o intercâmbio com os desencarnados. ao trabalho com Jesus. Falemos. jornais. fraternalmente. os meios pelos quais podemos ser úteis a tais agrupamentos: a) — Exortando-os.. Destaquemos o respeito que devemos aos emissários do plano espiritual que nos partilham. era que os responsáveis por esses grupos sentirão a necessidade de convertê-los em legítimos «grupos-mediúnicosespíritas».. sob as bênçãos do Espiritismo. com vistas à redenção deles mesmos e de todos nós. mas. afinal. muito numerosa na atualidade. fraternalmente. para que agrupamentos mediúnicos desorganizados se ajustassem ao serviço superior. à luz dos postulados doutrinários. da simplicidade de que se devem revestir os trabalhos mediúnicos. revistas e mensagens de teor educativo. pouco lê. na opinião dos Amigos Espirituais. transmitindo mensagem psicofônica em Pedro Leopoldo. cujo sentido de plena atualidade mais e mais se consolida na consciência dos espíritas de boa vontade. da chamada «literatura de Pedro Leopoldo» e de tantos livros publicados por esclarecidos companheiros. contribuiria. Colaboremos. as experiências evolutivas. amanhã. adverte quanto à necessidade de remontarmos às fontes da Codificação. «não estuda» como seria desejável em face do notável desenvolvimento do Espiritismo. Deixemos claro. Leopoldo Cirne. ou melhor. Salientemos o imperativo de ajudarmos. . para que os que se afeiçoam à “mediunidade transviada” sejam. estimulando-os. 122 41 Distúrbios psíquicos O serviço mediúnico é de tal modo sagrado que não pode dispensar, de forma alguma, a preparação moral e cultural, especialmente aquela, de quantos colaboram nesse importante e complexo setor da Doutrina Espírita. Há necessidade do estudo edificante que esclarece e ajuda o discernimento, tanto para o médium, quanto para o dirigente de sessões. Os templos espíritas são como os hospitais: precisam de clínicos, competentes e estudiosos, hábeis e humanitários, capacitados a ajudarem eficientemente aos enfermos que ali buscam medicamento e socorro. Imaginemos a situação de um acidentado que procura o hospital e lá encontra, apenas, criaturas de boa vontade, mas reconhecidamente incapazes de lance operatório difícil e de urgência, ou de medicação preventiva que o resguarde da gangrena e da morte! O hospital bem aparelhado, material e humanamente, granjeia a confiança e o apreço de uma população inteira. O Centro Espírita pode, por analogia, ser comparado a um Hospital de Pronto Socorro. Enfermos de todos os matizes para ali se dirigem, diàriamente, confiantes e esperançosos. São «almas acidentadas» que, nas difíceis jornadas evolutivas, fracassaram amiudadas vezes, caindo e ferindo-se na repetição de dolorosas experiências. São consciências atribuladas, ansiosas pelo esclarecimento que renova a mente e abre ao Espírito perspectivas de esperança e de fé. São corações angustiosos que, por muito sofrerem, caminham desalentados, quase vencidos, assemelhando-se, conjuntamente, a uma triste “procissão de aflitos”, famintos do pão espiritual. E o Centro Espírita é, para todos esses desencantados, o refúgio e a consolação. É o oásis de paz e esperança onde esperam encontrar Jesus de braços abertos, para a doce e suave comunhão da fraternidade e da alegria. Imaginemos, agora, que os espíritas percam o gosto pelo estudo superior, esqueçam a ternura e a compreensão, e, quais médicos ociosos, alheios aos surtos evolutivos da Ciência de Curar, insistam na vã tentativa de amparar os que estão entregues ao desânimo e à enfermidade! É o caso de lembrar a pergunta do Mestre Galileu: “Pode um cego guiar outro cego? não cairão ambos no barranco? Quem procura um Centro Espírita, por mais humilde que seja esse Centro, espera, sem dúvida, encontrar companheiros em condições de, em nome do Cristo, ajudar e socorrer segundo as limitações que nos são peculiares. Nota-se, em nosso abençoado movimento, uma tendência generalizada no sentido de se aconselhar a todo o mundo, indistintamente, o desenvolvimento da mediunidade. Será isto aconselhável? É o que desejamos comentar. Muitas vezes aquele que procura o Centro Espírita, apresentando certos desequilíbrios, é apenas um companheiro necessitado de reajuste psíquico. É um irmão que conduz uma mente desarmoniosa, destrambelhada, 123 necessitado, antes de tudo, de se renovar para o bem e para a luz. Dever-se-á, nesse caso, levar tal criatura à mesa mediúnica para o desenvolvimento, talvez prematuro, ou ajudá-la, antes, no processo de renovação da mente, a fim de que possa, futuramente, servir com reais possibilidades na luminosa sementeira mediúnica? A nosso ver, tal orientação não corresponde ao que temos lido na Doutrina e nela aprendido. Os distúrbios psíquicos podem, francamente, ter causas diferentes, assim especificadas: a) — Origem mediúnica; b) — Resultantes de simples desarmonia mental. Muitas vezes, reajustada a mente, a faculdade que parecia despontar desaparece em definitivo. Noutras, após o reajuste mental, as possibilidades medianímicas se ampliam e se enriquecem, abrindo ao novo companheiro valiosas oportunidades de servir ao próximo. Antes de aconselharmos o desenvolvimento mediúnico, examinemos se se trata mesmo de mediunidade a desenvolver ou de mente a reajustar. Seja qual for o caso, a prudência e o bom-senso aconselham que o processo de cura se realize em duas fases: a) — Renovação da mente; b) — Integração no trabalho: Quando dizemos «integração no trabalho, queremos referir-nos à atividade cristã, neste ou naquele setor. Queremos referir-nos à integração da criatura em qualquer gênero de serviço construtivo e fraterno, nobre e edificante. O trabalho foi, é e será sempre excelente e incomparável recurso para que, dando ocupação à própria mente, defenda e ilumine o homem a sua casa mental, preservando-a da incursão, perigosa e sorrateira, de entidades ou pensamentos parasitários. A renovação da mente, como primeiro passo, implica, em síntese, no culto a aplicação de valiosos princípios cristãos, tais como: a) — Disciplina b) — Estudo c) — Meditação d) — Prece São requisitos indispensáveis àqueles que, despertando ao calor do Cristianismo Redivivo, desejam, de fato, modificar a própria vida, caminhar com os próprios pés e lutar, sob a inspiração de Jesus, a prol de superiores objetivos espirituais. A integração no trabalho se expressa, por exemplo, no exercício da atividade mediúnica, se for o caso; no cultivo da fraternidade para com todos; enfim, na adesão sincera e firme aos princípios evangélicos, únicos capazes de acenderem dentro de nossa alma a candeia que nos iluminará os roteiros evolutivos. Estudemos, pois, todos os que abraçamos o Espiritismo, ante a convicção de que é ele, evidentemente, o libertador de consciências e o consolador de aflitos, a fim de que Jesus, o Chefe desse maravilhoso movimento, das Esferas esplendentes de onde dirige os destinos da Humanidade planetária, possa alegrar-se com a boa vontade e o esforço de quantos, nas fileiras de nossa 124 Doutrina ou de outros santuários religiosos, lutam pela implantação do seu Reinado de Luz e Sabedoria. Estudemos, médiuns e dirigentes, a fim de que o nosso trabalho se realize na base do Amor e da Sabedoria, asas com as quais ascenderemos, um dia, aos cumes da Espiritualidade Vitoriosa. Estudemos a fim de que, identificando-nos com o Divino Amigo, possamos, um dia, transformar as nossas mãos e as nossas palavras em abençoados instrumentos de auxílio a quantos buscam os núcleos espíritas na certeza de que NEM TUDO ESTÁ PERDIDO... entremos no assunto. sentir-lhe o calor da temperatura. lampejos. Os focos de luz. a que chamaríamos primeira fase. ectoplasma. são devidos . Não é preciso ser médium para ver o Espírito materializado. sem o devido senso de responsabilidade ante fenômeno tão complexo. O isolamento do local se faz por meio de extenso cordão de obreiros esclarecidos. APARIÇÃO é o fenômeno pelo qual o Espírito é visto APENAS por quem tiver vidência. etc. ouvir-lhe as pulsações do coração e com ele conversar naturalmente. sentido e tocado. iniciemos o presente estudo definindo. portanto. especialmente dos últimos. Estabelecida a distinção. ou supervisionados. b) — Ionização da atmosfera. Tais são as primeiras providências tomadas por entidades especializadas. a fim de evitar o acesso de entidades inferiores que podem. por entidades elevadas. difíceis e perigosos trabalhos. inicialmente. convenientemente. fluidos. MATERIALIZAÇÃO é o fenômeno pelo qual os Espíritos se corporificam. As reuniões exigem um trabalho preparatório. etc. não sômente perturbar os trabalhos. Nenhum Espírito Superior — podemos dizer isto sem pestanejar — concorda em materializar-se simplesmente para atender à curiosidade de “A” ou “B. Materializando-se. Assim sendo. um processo de eletrificação do ambiente. A materialização é um fenômeno objetivo e a aparição é um fenômeno subjetivo. Os supervisores espirituais tomam..125 42 Materialização (1º) O fator moral nunca está ausente de qualquer realização espírita. por assim dizer. pode o Espírito ser visto. Podemos abraçá-lo. c) — Destruição das larvas. assim discriminadas: a) — Isolamento do local das sessões num círculo de mais ou menos 20 metros. também nas manifestações de efeitos físicos as motivações superiores constituem a razão de ser da concordância dos Espíritos em se materializarem. tais como. dedicar-se ao trabalho de «fazer sessões de materialização»! Uma vez que as pessoas não familiarizadas com o Espiritismo costumam confundir «materialização) com «aparição». fundamental diferença entre uma e outra. que se observam nas sessões. A sua finalidade é possibilitar a combinação de recursos para efeitos elétricos e magnéticos. mas também afetar a pureza do material utilizado nas materializações. corporificando-se. capazes de conduzir com segurança tão importantes. três principais providências. Todos os fenômenos de materialização são regidos. A ionização é. de encarnados e desencarnados. muito intenso. uma e outra coisa. Há.” Esta convicção nos leva a pensar como é possível um grupo de pessoas. tornando-se visíveis a quantos estiverem no local das sessões. ectoplasma do seu próprio corpo. d) — Pensamentos inadequados. de um modo geral. se ofereceu ao serviço: o médium! Os componentes de um grupo de materialização que funciona na base da seriedade e do respeito. Se o ambiente se acha impregnado de formas-pensamentos» inferiores e de substâncias venenosas. tomadas ou ingeridas. é natural que os encarnados também se preparem e colaborem convenientemente. daí os perigos que as reuniões de materialização apresentam. Dessa obra. previamente planejadas no Plano Superior. alegando impositivos científicos. b) — Facilitar investigações científicas respeitáveis. invariàvelmente. “Todo o perigo desses trabalhos está na ausência de preparo dos nossos amigos da Crosta. Esse ectoplasma.126 à combinação de recursos. A destruição das larvas por aparelhos elétricos invisíveis (aparelhos espirituais) se executa a fim de evitar que o ectoplasma (força nervosa do médium) sofra a intromissão de certos elementos microbianos”. de tomar as seguintes precauções. no capítulo sobre materializações. Assim sendo. Assim sendo. sendo aconselhável a sua consulta pelo leitor.. “A força nervosa do médium é matéria plástica e profundamente sensível às nossas criações mentais. visando a resguardar a organização mediúnica e assegurar o bom êxito das materializações. Este assunto foi objeto de completa elucidação no livro “Missionários da Luz”. Poucos se submetem a essa disciplina. Como nos é dado observar.. tais como: a) — Atendimento aos sofredores encarnados. destinado à materialização dos Espíritos. com abundância. têm. se furtam a comezinhos princípios de elevação moral. na maioria das vezes. prejudicialmente. não tomam conhecimento desses perigos. estas resultantes da ingestão de alimentos grosseiros e bebidas excitantes. a organização do médium. com tanta boa vontade. b) — Fumo. os quais. Os assistentes. abstendo-se de: a) — Alcoólicos. Como? Porquê? Vejamos: o médium fornece. após a desmaterialização dos Espíritos. graças à ionização da atmosfera momentos antes dos trabalhos. o ectoplasma é restituído cheio de impurezas. nos serviços de cura. insano é o esforço dos Espíritos na organização de trabalhos de materialização. Há necessidade da disciplina espiritual e da abstinência de certos alimentos e bebidas que. extraimos estes apontamentos. afetando o aparelhamento fisiológico de quem. é justo entendamos que sômente por motivos superiores os Espíritos se materializam.. c) — Bebidas. Se na parte dos Espíritos há semelhante esforço. cumpre preservar a pureza do ectoplasma. lhe é restituído ao organismo. determinam emanações venenosas que podem atingir. Querem apenas ver os Espíritos e deslumbrarem-se ante a maravilha do . de nossa parte. sem atentar no sacrifício das entidades e do médium.127 fenômeno. exaltando a Vida Imortal e nos lembrando da Transfiguração do Senhor. devem constituir motivo para que. E. antes de nos empolgarem pelo sentido fenomênico. muito menos. As materializações. . façamos. o possível para acendermos no coração a lanterna do aperfeiçoamento espiritual. nas consequências morais que decorrem do fenômeno. absurdas. “B” e “C”. nas águas. etc. os encarnados. e cada companheiro. nós. acicatado por múltiplos aguilhões. As plantas e as águas. Na maioria dos casos é profundamente trabalhoso o serviço de composição dos três elementos (A. pela triste descrição de André Luiz. ou seja. C — Recursos ou energias tomadas à Natureza terrestre. B e C). Em razão disso. com enormes obstáculos. sem dúvida. O próprio Assistente acentua que os supervisores não encontram dificuldades na manipulação dos Fluidos “A” e “C. esmeramos. Acompanhemos. sempre. simbolizando os caprichos e incongruências que nos são peculiares. Focalizemos. B — Recursos ou energias do médium (ectoplasma) e dos seus companheiros. bem assim de petições inadequadas. através de «formas-pensamentos. a fim de que o trabalho alcance êxito. lastimavelmente. Nos fenômenos de materialização. de emanações viciosas resultantes do uso do fumo e da bebida e do abuso de carnes. pelos supervisores desencarnados. primamos em oferecer o que de mais ínfimo detemos. o imediatismo e a presunção de nós outros. que representam a contribuição dos encarnados. a narrativa de André Luiz: . A esses elementos.» Como se vê. visando. o esforço dos obreiros espirituais esbarra. quando chega o momento de selecionar e apurar os Fluidos “B”. nas plantas. em harmonia com os recursos do Plano Superior. o Assistente Áulus. classificando-os da seguinte maneira: A — Representando as forças superiores e sutis das Esferas elevadas. a melhor compreensão dos estudiosos. ao invés de ajudar o instrumento mediúnico. Vejamos como André Luiz descreve o conjunto dos encarnados: «As catorze pessoas assembleadas no recinto eram catorze caprichos diferentes. enquanto o Plano Superior e a Natureza oferecem o que de melhor possuem. Figurava-se-nos um animal raro. dá a denominação de Fluidos “A”. o médium não contava com suficiente tranquilidade. aquela que se inicia logo depois da preparação do ambiente e a sua defesa no exterior. os Espíritos têm que contar com três elementos essenciais. porque. esbarram contra a indisciplina e a invigilância. os fluidos “C” são dóceis e representam energias extremamente propícias à execução dos trabalhos. os encarnados.128 43 Materialização (2º) No capítulo precedente colocamos em evidência o esforço preparatório dos Espíritos Superiores nos cometimentos de efeitos físicos. Todavia. a segunda fase dos preparativos. um pouco mais. em nos constituirmos as mais dissonantes notas da sublime orquestração da Vida. tais os pensamentos descabidos de que se via objeto. agora.” Os fluidos “A” são puros e contribuem para a sublimação do fenômeno. Não havia ali ninguém com bastante compreensão do esforço que se reclamava do mundo espiritual. pesava sobre ele com inauditas exigências. responsáveis pela contribuição “B”. criticavam essa ou aquela particularidade do fenômeno ou prendiam a imaginação a problemas aviltantes da experiência vulgar. decisivamente. expressando petições absurdas. espantado. em forma de coroa. transcrevamos as observações de André Luiz: “Prosseguindo o exame dos trabalhos em curso. ainda na carne. ainda. Moral que determine o elevado compOrtamento dos encarnadOS. novo ritmo de vibrações. Quanto ao item «c». irrequietos. bem assim acelerada atividade do pâncreas lançando grandes porções de tripsina na parte inicial dos intestinos”. notou André Luiz «maior produção de bile e de enzimas digestivos. também com três fundamentais objetivos. armazenando recursos da nutrição ao longo das veias interlobulares. Exigiam a presença de afeições desencarnadas. ante a magnitude do fenômeno. agora. » Sob a ação magnética dos supervisores. sobre a fronte da jovem e vi que as suas energias reunidas formavam vigoroso fluxo magnético que foi projetado sobre o estômago e o fígado da médium. transcrevamos de André Luiz no livro «Missionários da Luz»: «Ele (Alexandre). demorando-a no centro de sensibilldade. Tais providências se caracterizam pelo socorro magnético.» As considerações. apressadas. novas providências tomadas pelos supervisores. b) Limpeza do sistema nervoso. fisiológica e psicologicamente. órgãos esses que acusaram. c) — Auxílio para o desdobramento do médium. no aparente silêncio a que se acomodavam. reparei que VerôniCa alçava. para as saídas de forças. a salvo de qualquer surpresa desagradável ao organismo. para a sublimação dos trabalhos e assegure a pureza das manifestações e o perfeito equilíbrio fisiológico do . a saber: a) — Incentivo aos processos digestivos do médium. Verônica e mais três assistentes diretos de Alencar colocaram as mãos. mais se nos figuravam crianças inconscientes. porqüanto via. a destra sobre a cabeça da jovem. até o momento expendidas.» Retomando o fio de nossas considerações. em condições de.129 «Os amigos.observou André Luiz (ainda em «Missionários da Luz») que (as forças projetadas sobre a organização mediúnica efetuavam limpeza eficiente e enérgica. Pensavam em termos Indesejáveis. Moral que contribua. — Nossa irmã Verônica — explicou o meu generoso orientador — está aplicando passes magnéticos como serviço de introdução ao desdobramento necessário. possibilitar a integralização do fenômeno. mas para colocar o médium.» Ao iniciarem os Amigos EspiritUaiS o trabalho de assistência aos centros nervosos da médium — ítem «b» . Com relação ao item «a». agora não mais para defender o local das sessões. sem cogitarem da oportunidade e do merecimento imprescindíveis. salientemos. os resíduos escuros que lhes eram arrancados dos centros vitais». imediatamente. levam-nos a repetir o que dissemos no início do precedente capítulo: o fator moral tem que estar presente em todas as realizações do Espiritismo Cristão. que se assemelhavam a pequeninos canais de luz. «As células hepáticas esforçavam-se. ” . sobretudo. antes da satisfação de nossos caprichos e entusiasmos. na extensão dos benefícios aos enfermos que ali se congregam. paira. altaneiro e sublime. porque revestido de eternidade. Moral que faça. o cumprimento da advertência de JesusCristo: “O mandamento que vos dou é que vos ameia uns aos outros como eu vos amei.130 médium. Moral que grave na consciência de todos a certeza de que. de cada um dos componentes do grupo. um irmão interessado. . é utilizado pelo Espírito que. dividir as materializações em dois grupos diferentes: a) — O Espírito incorpora o perispírito do médium colocado em transe. considerando os obstáculos que se deparam aos Espíritos por força da Condição deficitária dos companheiros encarnados. agora. desprendendo-se. o fenômeno adquire foros de sublimação. de forma sutil e que transcende a nossa capacidade de percepção. Essas materializações que denominamos «Sublimadas». materializado. passeia. Embora o ectoplasma não apareça aos olhos daqueles que as testemunham. podem dispensar o concurso ostensivo do médium. distribui gentilezas e faz curativos na sala ante o pasmo geral.131 44 Materialização (3º) Depois de termos. conversa. por si mesmo e com o concurso de supervisores espirituais. E elas são. sob as vistas . etc. Nas materializações do grupo «a». o perispírito. assistido por terceiros. enquanto o corpo físico do médium descansa. Verificam-se nos lares. Como se processam as materializações? De uma só maneira ou sujeitas a variações? Há sempre necessidade de médiuns em transe. Já tivemos oportunidade de presenciar fenômenos dessa ordem. corporificado aparece na sala. nos capítulos anteriores sobre o assunto. assim. ele existe e se associa aos dois outros restantes elementos: (a) energias dos planos superiores e (c) recursos tomados à própria Natureza. nos campos. tendo em vista a ocorrência. Nos Estados Unidos presentemente se realizam. b) — O Espírito organiza o seu corpo exclusivamente com os elementos essenciais às materializações. a fim de que as entidades se possam corporificar? As elucidações do Assistente Áulus respondem a tais perguntas. As materializações são variáveis. entidades especializadas leva a efeito a Sublime composição dos três referidos elementos. daremos a essas materializações a denominação de «normais». A todos empolga e apresenta características realmente comprovadoras da sua beleza e magnitude. então. embora invariáveis sejam os seus fundamentos. focalizado as providências preparatórias dos supervisores e as medidas acauteladoras atribuídas aos que compõem grupos de efeitos físicos. permanece na cabine. indiscutíveis por motivo muito simples: enquanto o médium. as mais comuns. sem o concurso do perispírito do médium. em cabines. O próprio Espírito. Nas materializações do grupo «b». Essas materializações são. efetivamente. do mecanismo das materializações. Por necessidade de classificação. sob as vistas de terceiros. em todas elas.. também. vamos tratar. nas ruas. o Espírito. nas igrejas. Alguém o está fornecendo. «comuns» ou «vulgares”. Podemos. mencionados no capítulo anterior. que atestam a sua presença corpórea na cabine. dos três elementos essenciais que possibilitam a realização do fenômeno. não podíamos suportar há vinte séculos as maravilhas que o Divino Amigo tinha para nos dizer e mostrar. como se viesse do céu. Em outras palavras: sem necessidade de médium em transe. sem concurso ostensivo de médiuns. temos o maravilhoso Pentecostes na presença corpórea dos amigos que nos precederam na longa viagem. «um som. como de um vento impetuoso» encher toda a casa onde estavam os discípulos. ante a surpresa de inúmeros forasteiros. deixando-lhes. materializações dessa natureza. ao se despedirem. tais como retratos e frases consoladoras.. mensagens de esperança na Eterna Vida. «ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas». a multidão observa. se verifica na atualidade. No deslumbrante cenário da Natureza. efetivamente.. . numa afirmação inconteste de que. os quais. mais sublime e impressionante. extasiada.. com os presentes. em pleno campo. amistosamente.. os «mortos» se tornam visíveis. Em Jerusalém. Um novo Pentecostes. Corporificam-se inteiramente. Nos dias presentes com reais possibilidades de intensificação no futuro —. apresentam a mesma forma da encarnação anterior e confabulam.132 maravilhadas de dezenas e centenas de pessoas. tudo bem . Verifiquemos qual o tipo de serviço que nos ajudará a identificarmo-nos com os ideais de fraternidade do Evangelho. monges alados.. em tese. a distância dos necessitados.. com todas as características observadas no item «a» do nosso gráfico. os serviços mediúnicos obedecem a quatro principais motivações. São esses. para melhor facilidade do estudo. conclui-se que. Da análise desse magnífico diálogo. Foi esse o seu mundo. no qual o intercâmbio espiritual se verifica a portas fechadas. indiscutivelmente. materializações e desmaterializações e comunicados eruditos. repetindo o que fêz o Mestre e Senhor Jesus durante o seu divino ministério na Terra. Como MÉDIUM DE DEUS. os aspectos fundamentais que assinalam. também. portanto. O trabalho de Jesus realizou-se. c) — Investigações científicas. ou seja. tão rico de lições atinentes à mediunidade. homens rústicos. Tais almas. assim especificadas: a) — Socorro aos sofredores e ignorantes. penúltimo de «Nos Domínios da Mediunidade» e. a encarnados e desencarnados. o exercício da mediunidade. a fim de verificarmos qual deles apresenta real interesse para os obreiros do Espiritismo Cristão. de modo geral. penúltimo deste livro. Os seus companheiros do colégio apostólico foram. prostitutas e publicanos. d) — Exploração dos Espíritos. Vejamos o item «b». A sua obra de redenção efetivou-se. a nosso ver. todos eles indispensáveis ao estudo da mediunidade. no cume dos montes. humildes. O cenário era também variado: as margens poéticas do Tiberíades. nos templos de iniciação. Nele encontramos valiosos e edificantes apontamentos. no meio de cegos e paralíticos. por ordem alfabética. tarefa a que nos propusemos impulsionados pelo desejo de colocar a nossa insignificante pedrinha na construção do templo que o Espiritismo Cristão está erguendo. a distância dos necessitados de todos os matizes. formavam o seu imenso auditório — auditório de aflitos e sobrecarregados. de que participam o Assistente Áulus e o querido André Luiz. Sem dúvida belos fenômenos ali se verificam. viveu sempre entre os enfermos e ignorantes. simples. Analisemos os diversos grupos. A maioria era constituída de pescadores. curando e ensinando. os montes e vales ou as pequenas aldeias. justamente.133 45 Cristo Redivivo Estamos ante o capítulo «Anotações em serviço» —. pouco a pouco. a sua faculdade esteve a serviço do Pai. desalentadas e sofredoras. O capítulo em estudo se desenvolve em forma de brilhante e substancioso diálogo. de que é o Oriente tão pródigo. na consciência de cada um de nós. em sua grande maioria. b) — Atividade limitada aos templos de iniciação. Jesus. encarnados e desencarnados. No item «a» encontramos devotados seareiros consagrados ao serviço de cura e de esclarecimento. leprosos e estropiados. estaremos. várias indagações: Qual o aspecto do mediunismo que deve ser adotado pelos trabalhadores do Espiritismo Cristão? “a”. deve. Se lhe chamamos Senhor e Mestre. Examinando o trabalho de Jesus. com a ignorância e o pecado. dentro e fora do Espiritismo. como MÉDIUM DE DEUS. os fins objetivados pela prática do mediunismo. curando enfermos. ocorrem. egoístico. o Espiritismo cultivar aquela mesma seara a que o Divino Redentor. nos templos de iniciação? A atividade nos laboratórios. nada temos a acrescentar. pesando e medindo Espíritos.. o do campo das investigações científicas. Esse aspecto do mediunismo é bem o símbolo do comodismo e do orgulho rotulados ou fantasiados de cultura. o comentário é do respeitável Áulus: «O laborioso esforço da Ciência é tão sagrado quanto o heroísmo da fé. colaborando para a restauração da Boa Nova primitiva e entronizando. realizar o programa de fraternidade do Evangelho. por um dever de consciência devemos afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso esforço no devotamento à vinha que por Ele nos foi confiada. . em linhas gerais. onde o Filho de Maria aparece identificado com a alegria e a aflição. o do exercício mediúnico com objetivos inferiores. a fim de comprovar-lhes a sobrevivência? * Se desejamos seja Jesus-Cristo o inspirador do nosso movimento. no serviço de libertação das consciências.134 longe dos enfermos e dos ignorantes. consagrou toda a sua existência. Perguntamos: Teria Jesus-Cristo permanecido em templos cujo acesso fosse vedado aos necessitados de todos os matizes? A resposta encontra-se nos relatos de Mateus e Marcos. Esmerilhando os fenômenos mediúnicos e catalogando-os. do corpo e do espírito. garantindo a dignidade da Religião na Era Nova. exaltando o esforço da Ciência. reportamo-nos ao capítulo próprio — «Mediunidade sem Jesus».” Diante da palavra autorizada do Assistente. encontraremos no exemplo do Divino Mestre a resposta às nossas mais profundas indagações. Divino Amigo e Redentor da Humanidade. Sol de nossas vidas e Advogado de nossos destinos. segundo as narrativas do Evangelho. como fêz Jesus? O intercâmbio. no altar do nosso coração. sem dúvida. Lucas e João. também vive para servir ao Senhor. na medida de nossas forças. «c» ou “d”? O socorro aos necessitados.. a luminosa figura do Cristo Redivivo. Relativamente ao item «d». distribuindo pão e peixe aos famintos e discursando construtivamente. com a balança e a retorta. naturalmente. evidentemente. A resposta é a própria vida de Jesus. E se procurarmos.. A inteligência. Sobre o item «c».. chegará ao registro das vibrações psíquicas. “b”. Expostos... o nosso respeito e o nosso afeto. Não nos deixes confiados à própria cegueira e guia-nos o passo.. diante de ti. e que por serem nobres e grandes. no rumo daqueles companheiros que se elevam. humilhando-se... Ajuda aos que se despreocupam de si mesmos. na qual esperamos vejam todos os companheiros simplesmente o testemunho de nosso devotamento ao Espiritismo Cristão — Sublime Edifício devido.. em se fazendo pequeninos.” Assim seja. Concluindo a nossa tarefa. a fim de auxiliar-nos. tributando-lhes a nossa carinhosa homenagem. Ensina-nos a honrar-te os discípulos fiéis com o respeito e o carinho que lhes devemos. Glorifica-os.135 46 Assim seja. Assim sendo. no silêncio das horas mortas. sejam portadores ao Divino Senhor da comovida mensagem de gratidão de nossa alma: “Senhor Jesus! Faze-nos dignos daqueles que espalham a verdade e o amor. não se sentem diminuídos. ao Excelso Espírito de Allan Kardec.. para que a simplicidade nos favoreça a renovação.. A todos os Espíritos que comparecem nas páginas de «Nos Domínios da Mediunidade» e a outros que nos ajudaram. coroando-lhes a fronte com os teus lauréis de luz!.. Acrescenta os tesouros da sabedoria nas almas que se engrandecem no amparo aos semelhantes. na Terra. distribuindo em teu Nome a esperança e a paz. encerramos as páginas deste livro com a prece proferida pelo querido André Luiz.. Fim . Extirpa do campo de nossas almas a erva daninha da indisciplina e do orgulho. com toda a veneração. ao término da maravilhosa excursão realizada na venerável companhia do Assistente Áulus e de Hilário. Senhor. não podemos esquecer os Amigos Espirituais que nos ajudaram. ocultamente. A eles pedimos. A esses Benfeitores creditamos o júbilo de termos levado até o final esta humilde empresa doutrinária... 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