Estrias e Suas Abordagens

March 23, 2018 | Author: Kamila Santiago | Category: Skin, Inflammation, Electric Current, Pregnancy, Chemistry


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ESTRIAS E SUAS ABORDAGENS TERAPÊUTICAS: REVISÃO DE LITERATURA “Patrícia Kranz Sabbag1, Silvia Patrícia de Oliveira2, Neiva Cristina Lubi3”. 1 Tecnóloga em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Fisioterapeuta Dermato-funcional, Professora adjunta do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná. 3 Farmacêutica Bioquímica e Industrial pela UFPR, Mestre em Ciências Farmacêuticas - área de concentração: tecnologia farmacêutica - UFPR. Endereço para correspondência: Patrícia Kranz Sabbag, [email protected] RESUMO: As estrias são consideradas um distúrbio estético, no qual ocorre um rompimento das fibras elásticas e colágenas na derme. No entanto, existem poucas pesquisas sobre a fisiopatologia das estrias cutâneas, sendo a maior parte dos trabalhos priorizados nas abordagens terapêuticas. Dentre os tratamentos mais realizados na estética, destacam-se a galvanopuntura e os peelings, cuja finalidade é a reorganização das fibras colágenas e a reparação tecidual. O objetivo deste trabalho é através de uma revisão de literatura, verificar os tratamentos estéticos, que possam ser realizados pelo Tecnólogo em Estética, com resultados positivos. Porém, leva-se em conta que não haverá regressão total do quadro. Palavras-chave: Cosmecêuticos. Estrias atróficas. Tratamentos. Eletroterapia. Peelings. ABSTRACT: The stretch marks are considered an esthetic disorder in which a disruption occurs in the elastic and collagen fibers in the dermis. However, there is little research on the pathophysiology of striae and most of the work prioritizes in therapeutic approaches. Among the most frequently performed in aesthetic treatments, eletrolifting and peeling stand out. Their aim is the reorganization of collagen and tissue repair. The objective of this work is through a literature review check aesthetic treatments that may be performed by an aesthetic technologist with positive results, but takes into account that there will be no regression of the frame. Keywords: Stretch marks. Treatments. Electrotherapy. Peels. Cosmeceuticals. 2 1 INTRODUÇÃO As estrias apresentam-se como lesões atróficas lineares paralelas, sendo uma alteração que acomete tanto homens, quanto mulheres e geralmente obedecem às linhas de clivagem da pele. No início são violáceas e evoluem para nacaradas, quando se tornam esbranquiçadas 1. Por tratar-se de um processo de natureza estética, uma vez que não gera incapacitação física ou alteração da função cutânea, causa um profundo desagrado em alguns indivíduos, chegando a tornar-se motivo de depressão psíquica e sentimentos de baixa autoestima 2. Dentre os recursos com efeitos mais expressivos encontram-se diversos tratamentos como: corrente galvânica3, microdermoabrasão e peelings químicos 4. Na galvanização utiliza-se a corrente galvânica com o intuito de gerar um processo inflamatório intenso na trama acometida pela estria, busca-se uma regeneração da mesma proporcionando por sua vez um retorno da sensibilidade fina5. A microdermoabrasão é um método não invasivo, não cirúrgico, não requer a utilização de anestesia e, não possui efeitos colaterais e nem contraindicações 6. Trata-se de um procedimento de leve desgaste da pele, com finalidade de causar uma remodelação da derme7. Já os tratamentos com peelings químicos, propiciam uma descamação controlada da epiderme e derme com a finalidade de revitalização4. Este trabalho tem como objetivo analisar, através de uma revisão de literatura, quais os procedimentos estéticos mais utilizados para o tratamento de estrias. 2 ESTRIAS O termo estria foi dito pela primeira vez em 18898. As estriações atróficas, striae distensae ou popularmente conhecidas como estrias, podem ser definidas A coloração depende da associação do componente microvascular e do tamanho e atividade dos melanócitos. As fibras elásticas estão entrelaçadas e algumas se apresentam rompidas. uma vez que é causada pela distensão intensa das fibras elásticas. Quando comparadas com uma pele normal possuem redução significativa de fibrilina. São classificadas como: iniciais. Desta forma. A estrutura do colágeno está desordenada e os anexos da pele encontram-se conservados.3 como um processo degenerativo cutâneo. por nitidez. colágeno e elastina podendo apresentar-se rubras ou esbranquiçadas11. atrófica e superficial e. aspecto da pele macroscopicamente analisados9. franzida discretamente. Trata-se de uma atrofia tegumentar adquirida que possui diversas nomenclaturas. pois os tipos de pele mais secos possuem maior predisposição para o surgimento das estrias8. em geral linear. Outro importante motivo pelo qual surgem está relacionado com a desidratação cutânea. na secreção sudorípara e sebácea. variam conforme idiomas. que possuem aspecto cicatricial. Em pacientes de fototipo mais alto. com aspecto inflamatório e tonalidade rosada da epiderme. caracterizam-se pela morfologia. com mínimas rugas transversas ao seu maior eixo que somem quando tracionadas10. Clinicamente. . As estrias nada mais são do que um tipo de sintoma apresentado pela pele em estado de atrofia. que pode ser causado pela redução da atividade dos fibroblastos na produção de matriz extracelular de boa qualidade e na ruptura de fibras já existentes. possíveis etiologias e. sendo de início avermelhadas e após um período que varia entre 4 a 18 meses. As fibras elásticas estão na maioria rompidas e as lesões evoluem para fibrose10. Já as nacaradas apresentam flacidez central e são revestidas por epitélio pregueado no qual ocorrem falhas dos pêlos. linha flácida no centro e hipocrômica. pode-se assim visualizar. eventualmente. uma excessiva circulação capilar da derme subpapilar. Há também as atróficas. tornam-se nacaradas12. sendo este benigno e que variam a cor conforme a fase evolutiva2. as estrias recentes costumam ser hipercrômicas13. porque nelas os fibroblastos se apresentam de forma estrelada e nas atróficas a forma dos fibroblastos predominante é a globular. são alterações histológicas completamente diferentes. . então denominadas striae distensae16. chegando ao rompimento ou perda dessas fibras no momento em que houve o estiramento da pele. Por isso. intertrigo inguinal. mas são histologicamente diferenciadas de lesões senis ou cicatrizes. que seriam as alterações das forças de tensão que agem sobre a pele. nos tumores da suprarrenal. sejam estes isolados ou não. ou durante o crescimento na adolescência. tuberculose. 2. especialmente no momento em que surgem repentinamente.4 Sendo frequentemente encontradas em indivíduos obesos. nas quais se encontram bastante controvérsia.1. infecções agudas e debilitantes (febre tifóide. Seja em decorrência de um excessivo depósito de gordura nas células adiposas. como na gravidez.1 ETIOLOGIA Há o conhecimento de três teorias. com atividades enérgicas (musculação). com uso sistêmico ou tópico de esteróides (cortisona ou ACTH). através de ativos cosméticos. febre reumática. possa prevenir o surgimento das estrias14. não há evidências de que a hidratação cutânea. bem como na obesidade17. estresse e em outras situações14.1 Teoria mecânica Provam-se através de fatos. durante a gestação (com ênfase no último trimestre). tais como16: 2. No entanto. quando ocorrem danos às fibras elásticas. não podendo ser comparada com nenhuma outra lesão dérmica15. nas síndromes de Marfan e de Cushing. AIDS e lúpus). As lesões apresentam perda da elasticidade e da compactação. Além disso. Ocorrem naturalmente em breves períodos de estimulação cortical. Pode-se explicar assim que o surgimento. febre reumática. seria o motivo de surgimento das estrias14. Apesar de surgirem em ambos os sexos. ocasionando assim as estrias14. não decorre da afecção em si. nota-se que a epiderme é delgada e há um declínio na espessura da derme. predominam no sexo feminino (60%). como os notados em adolescentes após o surgimento de estrias púrpuras. quando comparados ao sexo masculino (40%)18.3 Teoria infecciosa Sugere-se que processos infecciosos.2 HISTOLOGIA E INCIDÊNCIA Observa-se uma redução tanto no volume.5 2. simulando uma aplicação exógena de cortisona. Um dos principais . e no centro da lesão não existem muitas fibras elásticas. quanto na quantidade dos elementos da pele e o rompimento das fibras elásticas. em diferentes patologias.1.2 Teoria endocrinológica Esta teoria demonstra que a teoria mecânica é muito simplificada quando afirma que o estiramento da pele. Diversos autores postulam uma semelhança de causas entre esteróides tópicos ou sistêmicos e as estrias. tifo. mas das drogas usadas em seu tratamento14. sejam ocasionados por febre tifóide. ao contrário do contorno onde surgem reunidas e ondeadas14. quer por crescimento ou deposição de gordura. As fibras colágenas estão afastadas entre si.1. 2. hanseníase e outras infecções que provocam danos às fibras elásticas. ou pode se alastrar por diversos anos ao longo de toda adolescência16. 2. depois esbranquiçadas com aspecto lustro. pelo fato de apresentarem uma diminuição na espessura da pele. pregueamento e secura9. uma vez que se apresentam edemaciadas devido ao processo inflamatório. em condições normais. podem estar discretamente elevadas. quando são denominadas como nacaradas16. ou seja. 3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS 3. por isso.1 CORRENTE GALVÂNICA Trata-se de uma corrente contínua. em pessoas acima de 45 anos e nem em pré-púberes20. Podem ser definidas atróficas. porém estes podem variar17. Não costumam ocorrer. Também se mostram com carácter bilateral. sendo bastante comum em cerca de 90% das mulheres18 durante o período gestacional20. que são ocasionadas pela redução do volume e número de seus elementos e. Raras ou numerosas surgem paralelamente às outras e perpendiculares às linhas de fenda da pele. ou seja.3 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS No início são avermelhadas ou violáceas e. Sua onda é unipolarizada ou unidirecional. pode causar queimaduras. o que explicaria uma ocasional queixa de prurido10 e. indicando um desequilíbrio na elasticidade do local. menor elasticidade. a corrente flui em um único sentido. Neste tipo de onda não existe tempo de repouso. representada por adelgaçamento. Os íons são . o que caracteriza uma lesão tecidual16.6 períodos é a adolescência19. há uma tendência de serem distribuídos simetricamente em ambos os lados4. pois a fonte de energia mantém entre seus pólos uma diferença de potencial constante. rarefação de pêlos. 2. induzido pela puntura da agulha. sendo o principal meio. . não havendo assim. menor a intensidade aplicada. sendo este conectado ao pólo negativo da corrente a qual foi agregada1. como a estimulação sensorial. Deve-se utilizar a intensidade quando em locais pequenos. É uma técnica que associa os benefícios da corrente galvânica. confeccionada em material inoxidável. pois quanto menor o eletrodo. O eletrodo ativo é em forma de agulha. pelo fato de ser uma microcorrente polarizada.7 polarizados no sentido da corrente. e vice-versa21.1. não há empecilho em utilizar uma corrente contínua pulsada com frequência elevada1. acoplada a um porta-agulha no formato de caneta. A agulha utilizada deve ser fina. o qual a corrente penetrará pela pele na estria9.1mA = 100µA). Porém. o aparelho utiliza uma corrente contínua e intensidade diminuída ao nível de microampères. aumento da circulação. nutrição da área e aceleração do processo de cicatrização. o comprimento não deve ultrapassar 4 mm1. que pode ser descartável ou esterilizável. juntamente com os efeitos do processo inflamatório. tal como nas estrias. resistente e pontiaguda. para penetrar com facilidade a pele e. para que se observe e se compare o progresso no aspecto da pele15. A intensidade da corrente elétrica e também a capacidade racional do paciente são fatores determinantes quanto à intensidade e duração da reação inflamatória15. reduzida a décima parte (0. hiperemia capilar.1 Galvanopuntura Também chamada popularmente de “microgalvânica”. Recomenda-se que o tratamento seja unilateral. o efeito da repolarização2. 3. 2 Contraindicações Devem-se observar alguns fatos que impossibilitam o tratamento. As amostras bioquímicas das amostras de sangue mostraram que a galvanopuntura não induz nenhum processo inflamatório sistêmico. ou seja. 30 anos. de vitiligo. sem históricos de problemas cardíacos e fazendo uso de anticoncepcional oral. epiléticos ou qualquer outra . sedentária. Em um estudo realizado com 32 pacientes do sexo feminino.1. pele morena clara. uma vez por semana ao longo de um período de dez semanas. idades entre 20 e 30 anos com estrias albas em glúteos. com regresso da sensibilidade fina. sejam exógenos ou endógenos. comprovou-se ao longo de 10 sessões aplicadas na região lombossacra a eficácia da galvanopuntura. não passando nenhum tipo de corrente. em portadores de doenças cardíacas. e no hemicorpo esquerdo apenas punturas do eletrodo com o aparelho desligado. diminui consideravelmente o estresse oxidativo e melhora o perfil lipídico23. No hemicorpo direito utilizou-se a técnica de punturação com o aparelho STRIAT (IBRAMED) ligado. nulípara. tais como níveis elevados de glicorticóides. comprovou-se que o tratamento através da galvanopuntura é eficaz e benéfico para as pacientes que utilizam esta terapia. comprovando ser um método eficaz24. causando uma formação de tecido colágeno. Observou-se melhora do aspecto visual da estria através de registros fotográficos. Também em um estudo de caso realizado com uma voluntária do sexo feminino. gestantes. Nos dados apresentados indicou-se para a possibilidade da técnica ter um efeito antioxidante e antidislipidêmico. de neoplasias.8 O trauma causado pela inflamação eleva a atividade metabólica local. quando ocorrem grandes alterações hormonais. que ocorrem na síndrome de Cushing ou na puberdade. passando assim a microcorrente galvânica. devido ao preenchimento da área degenerada22. assim como após a gravidez. 3. Não estimular. condições estas que podem interferir no resultado do tratamento9. Possui inúmeras recomendações. esteroides e antiinflamatórios. elastina e colágeno1. Evitar a exposição solar para não haver risco de hiperpigmentação cutânea. diminuindo a barreira mecânica da pele. causada pelo aumento de proteínas de reticulina. há relatos de que sejam necessários de dez a vinte sessões com intervalos de 7 a 15 dias entre elas para obter-se resultados12. síndrome de Marfan. Pode ser utilizado antes do peeling químico. sendo considerada um método de desgaste superficial da pele. Entretanto.9 patologia que contra indique a aplicação de eletricidade15. preparando-o para tratamentos que consistam em revitalização e resultando em uma textura saudável e fina. É indicado para estrias antigas. a prevenção de estrias e o afinamento do tecido epitelial. o qual desencadeia um processo inflamatório. propensão a cicatrizes hipertróficas ou quelóides. baseado em uma lesão causada por agente físico14. O tratamento não é doloroso e exige de cinco a dez sessões. . em regiões em que há feridas recentes.1 Microdermoabrasão É uma técnica de esfoliação abrasiva. 3. e pacientes que fazem uso de corticoides. favorecendo a permeação do agente e otimizando os resultados4. de modo a evitar cronificação ou agravamento da lesão. Também em casos de diabetes. Apresenta carácter regenerativo. hemofilia. a qual se pode controlar e executar de forma não invasiva1. bem como processo inflamatório ativo. dentre elas.2. dependendo do caso25. não cirúrgica. com efeito sobre a remodelação dérmica7.2 PEELINGS 3. produzem uma destruição controlada da epiderme e derme e. superficial. que são classificados como muito superficial.1 Contraindicações A técnica não deve ser muito enérgica. 3.1. tanto antes. intrínsecos ou cicatrizes remanescentes4.2. evitando uma grande sensibilização epidérmica.2. Estas por sua vez. . que dependem tanto do percentual. Deve-se ter controle do uso de cosméticos ou cosmecêuticos que contêm ácidos. É capaz de estimular a produção de colágeno12. É desaconselhado o uso em lesões tegumentares seguidas de processo inflamatório. 3.2 Peelings Químicos São substâncias que possuem pH menor que o da pele e modificam-na para uma região ácida. Por isso.1 Peeling de Ácido Glicólico Foi um dos primeiros peelings químicos superficiais a torna-se popular26. quanto após o procedimento19. que favorece uma melhora na aparência da pele danificada. seja por fatores extrínsecos. deve ser mais cuidadosa no momento em que apresentar eritema ou vermelhidão. salvo com indicação e acompanhamento médico ou fisioterapêutico severo. sendo o mais indicado na estética para estrias e utilizado de forma segura.2. associação de peelings químicos ou produtos ceratolíticos às sessões de microdermoabrasão. deve-se evitar a exposição solar nas 48 horas. Assim como. para evitar um desconforto e. quanto do pH da formulação1. causando uma esfoliação ou peeling químico.2. induzem a uma reepitelização.10 3. quando verificado o fototipo cutâneo e aplicado com a porcentagem ideal6. médio e profundo. sem o prévio conhecimento do profissional responsável1. o espessamento da camada córnea e. pelo fato de ser confiável. uma vez que apresenta uma estrutura química pequena. de caráter natural e benéfico. quando utilizado em alta concentração e/ou baixo pH27. uma vez que os resultados no procedimento são positivos29. integridade da barreira epidérmica. estão mais predispostas a complicações. reduz a coesão dos corneócitos. A ocorrência deste fenômeno deve-se a ativação do ácido glicólico e. . levemente irritante para pele e mucosas.11 O ácido glicólico é o mais simples dos alfa-hidroxiácidos (AHAs). Também considerado como um verdadeiro queratolítico. com intervalo de 7 a 15 dias12. Facilita o desprendimento de células mortas. portanto. quando usados métodos mais agressivos4. devem ser observados diversos fatores antes de realizar o peeling. Por conter propriedade eficaz para reparação tecidual. são necessários de 4 a 6 peelings. as áreas corporais apresentam elementos pilossebáceos em menos quantidade e. Com o uso prolongado ocorre uma melhora da textura da pele. que é conhecido pelo fato de reter uma grande quantidade de água. é indicado para estrias. No tratamento para estrias leva-se em conta que. Em geral. a capacidade da pele é expandida27. do ácido hialurônico contido na pele. tais como: características pessoais do paciente. aumentando a captação de umidade e a capacidade de interação com a água27. produto e técnica empregada4. consequentemente. melhora a hidratação cutânea. têm grande poder de permeação cutânea28. responsável pela queratinização anormal. a qual é elevada quando em contato com o ácido glicólico. resultando uma melhora na hidratação e espessura desta camada13. Porém. o que pode ser parcialmente explicada por sua capacidade de induzir síntese dérmica de ácido hialurônico e de glicosaminoglicanos pelos fibroblastos. Este age na diluição do cimento celular interno. pois tem por objetivo além da profilaxia. São produtos intermediários entre cosméticos e medicamentos. com formulações compostas por bioativos não medicinais. também o tratamento de sintomas que causam aos pacientes o descontentamento com sua aparência. deve-se ressaltar que para um cosmecêutico ser eficaz a escolha do veículo torna-se tão importante quanto à interação entre os princípios ativos envolvidos em uma formulação8. pelo fato de interagirem de maneira mais ativa com o organismo6. e modifica de forma significativa a função-alvo28. O termo cosmeceutical criado pelo médico americano Dr. promovem algum tipo de modificação na pele. Albert M. proteção. embelezamento ou tonificação. Kligman tinha a intenção de conciliar a ciência moderna com alguns estatutos legais arcaicos. Um cosmecêutico apresenta uma ou mais funções cosméticas. Isso se deve pelo simples fato de que não existem agências reguladoras em uma categoria entre droga e cosmético33. . isto é. apressando assim o surgimento das pesquisas sobre o tema e contribuindo para a ampliação de nosso conhecimento sobre cosmetologia. No entanto. para facilitar a venda de produtos pelos fabricantes.12 3. possui funções de limpeza e/ou hidratação e/ou nutrição. ou seja. Os cosmecêuticos ou produtos cosméticos promovidos como contendo ingredientes “biologicamente ativos” estão sendo cada vez mais procurados em vez de. por sua vez. são importados ou manipulados com receita médica e apresentam a vantagem de unir os benefícios da cosmética com os da fundamentação de estudos clínicos31.3 COSMECÊUTICOS Trata-se de cosméticos verdadeiros com alto grau de tolerância para as peles mais sensíveis. ou como associado aos procedimentos médicos32. e que possuem alto nível de eficácia30. mais de 20% dos indivíduos. associadas a um ativo (medicamento). Mas. Estes. Geralmente. o termo passou a ser usado indiscriminadamente. Esta categoria vai além de simples produtos cosméticos. Podem ser considerados como substâncias medicinalmente ativas. além de exercer ação protetora sobre as células cutâneas. por sua vez. normalizando o teor hídrico destas células34. estimulando a biossíntese das fibras de sustentação da pele.2 Hydroxyprolisilane CN (Aspartato de Hidroxiprolina-Metilsilanol) O ativo hydroxyprolisilane CN é um silanol (metilsilanol) reagido com uma hidroxiprolina de origem biotecnológica. que formam as estruturas de sustentação da derme35. Uma de suas principais . dentre eles: hidratantes. tornando-a mais resistente a ataques de radicais livres. especificamente das cartilagens. O silício orgânico faz parte de diversos ativos utilizados em cosméticos.13 3. A hidroxiprolina é um aminoácido essencial na formação do colágeno8. 3. É classificado como um agente condicionante para a pele e que pode atuar em diversas funções diferentes na formulação27. glicoproteínas e dos proteoglicanos8. em torno de 500 mg de Si por 1000 gramas de tecido seco8. pois é um importante oligoelemento que regula o metabolismo de diversos tecidos. reforça a membrana celular. A diminuição deste causa uma desestruturação no tecido conjuntivo34. Possui um papel essencial na saúde humana. sendo realizada a reposição em tecido dérmico sobre a forma de silício orgânico. sendo de teor abundante.1 Silício Orgânico ou Silanóis O silício orgânico atua sobre o metabolismo celular. antirradicais livres e também os regeneradores do tecido conjuntivo35. Sua atividade mais importante está na capacidade de regularizar o metabolismo celular35.3. dos ossos e do tecido conjuntivo8. elastina. Este.3. já que testes comprovam que nessa forma ele é biologicamente ativo e biodisponível8. Faz parte da estrutura do colágeno. No ser humano encontra-se na forma de alquilsilanol e metilsilanol na proporção de 80:20. Hydroxyprolisilane CN é uma excelente opção no desenvolvimento das formulações para uso domiciliar que melhoram a cicatrização das estrias. Pode ser associada a hidratantes fisiológicos. onde autores afirmam ser a fase mais efetiva para obtenção de uma resposta terapêutica14. seja com a utilização de peelings e/ou com a galvanopuntura. artigos científicos já publicados e. As estrias quando tratadas no início do seu aparecimento apresentam-se com coloração avermelhada. e normaliza a permeabilidade dos capilares34. 4 METODOLOGIA Este estudo teve embasamento teórico. As formulações acrescentadas ao ativo devem ser predominantemente neutras8. Simultaneamente a estes tratamentos. pois são comprovadas ações na regeneração do tecido e melhora na cicatrização cutânea. Também recupera a espessura e a densidade da pele devido ao fato de estimular os fenômenos regenerativos8. e a outras substâncias coadjuvantes no tratamento. pelo aumento da vascularização local. esqualeno etc. . uma vez que é uma excelente opção para uso domiciliar8. 5 DISCUSSÃO Os tratamentos estéticos realizados para estrias são classificados de acordo com a lesão e o grau apresentado1.50 a 6. trabalhos acadêmicos relacionados ao tema. além de hidratar toda a região para evitar o surgimento de novas estrias. em livros. baseado em referências bibliográficas publicadas no período de 1999 a 2013. tais como: ureia. É hidrossolúvel e deve ser utilizado na concentração de 2.14 indicações é na prevenção e tratamento das estrias.. que também estimulará a produção de matriz extracelular. o paciente pode utilizar os cosmecêuticos (Hydroxyprolisilane CN). ceramidas.0%34. a prevenção inclui tanto a manutenção do peso ideal quanto uma boa hidratação cutânea. quanto isoladas. porém. pois são comprovadas ações de regeneração do tecido e melhora na cicatrização cutânea8. Onde a aparência pode variar em diversas situações. microdermoabrasão e peelings associados ao uso de cosmecêuticos. seguido de microdermoabrasão1 com a finalidade de promover uma renovação celular4. o tratamento deve ser intensificado. cabendo ao profissional Tecnólogo em Estética avaliar corretamente e indicar o tratamento mais adequado.15 Porém. não há estudos que comprovem sua eficácia para o desaparecimento total das estrias e. é válido nas estrias a utilização da galvanopuntura. como toda cicatriz. para que ocorra o processo inflamatório. . ou galvanopuntura combinada com peeling para não gerar lesão. Com o avanço atual das técnicas. A melhora da aparência com diminuição da espessura/largura e coloração são alcançadas através de procedimentos de galvanopuntura. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS As estrias são lesões tegumentares adquiridas e. acompanhado do uso de cosmecêuticos (Hydroxyprolisilane CN). considerando somente os procedimentos estéticos seguros a serem realizados e permitidos9. aumento do número de fibroblastos e elastina na região. principalmente quando referidas à peelings químicos ou a determinadas classificações de estrias. a lesão pode apresentar-se em depressão ou elevada em relação ao nível da pele e/ou com coloração diferenciada. possuem difícil tratamento. é importante salientar que não se deve realizar na mesma sessão microdermoabrasão associado ao peeling químico. No entanto. por tratar-se de predisposição genética. vários tratamentos estéticos são realizados. nas estrias tardias. Sendo assim. que tendem a evitar a aparição de novas estrias. Estas técnicas podem ser utilizadas tanto em conjunto. . R. 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