Escrevendo Contra a Cultura

March 24, 2018 | Author: Amanda Fievet | Category: Anthropology, Feminism, Ethnicity, Race & Gender, Ethnography, Sociology


Comments



Description

Escrevendo contra a cultura1 (1991) Lila Abu-Lughod Writing Culture, a coletânea que fronteira entre eu e outro, permitem-nos marcou uma nova forma principal de refletir sobre a natureza convencional e crítica às premissas da antropologia efeitos cultural, exluiu mais ou menos dois fundamentalmente reconsiderar o valor do grupos críticos cujas situações habilmente conceito de cultura do qual ela depende. expõem e desafiam a mais básica destas Eu argumentarei que “cultura” opera no premissas: feministas e “halfies” – pessoas discurso cuja identidade nacional ou cultural é separações que invevitavelmente carregam mista, em virtude de migração, educação um senso de hierarquia. Portanto, os estrangeira, ou ascendência. Em sua antropólogos deveriam agora perseguir, introdução, pela sem esperanças exageradas sobre o poder ausência de feminismo; nenhuma menção de seus textos para mudar o mundo, uma aos halfies ou aos antropólogos indígenas variedade de estratégias para escrever a quem eles estão relacionados. Talvez contra a cultura. Para aqueles interessados eles não sejam suficientemente numerosos em estratégias textuais, eu exploro as ou auto-denominados como grupo. A vantagens do que chamo “etnografias do importância destes dois grupos jaz não em particular” como instrumentos de um qualquer reivindicação moral e superior, humanismo tático. Clifford desculpa-se ou em uma vantagem que eles devem ter ao fazer antropologia, mas nos dilemas específicos que eles enfrentam, dilemas políticos desta antropológico distinção, para e reforçar Nós e Outros A noção de cultura que revelam cruamente os problemas com (particularmente porque ela funciona para a presunção da antropologia cultural de distinguir “culturas”), a depeito de uma uma distinção fundamental entre o eu e o longa utilidade, pode agora ter-se tornado outro. algo contra o que os antropólogos Neste ensaio eu exploro como feministas e halfies, pela forma como suas práticas 1 antropólogicas inquietam a gostariam de trabalhar em suas teorias, suas práticas etnográficas, e suas escritas etnográficas. Um modo útil para começar a compreender o porquê, é considerar o Título em parte intraduzível. No original Writing against culture, referência a Writing culture (1986) de Clifford e Marcus. Acadêmicos Ocidentais pelos eus Ocidentais. ao paradigma da antropologia. A dificuldade. Marilyn Strathern (1985. mas não sobre a distinção entre eu e outro. unidos por sua oposição se em seus novos pretextos ela procure comum aos homens ou ao patriarcado. A tese dela é a de que a relação entre antropologia e feminismo é difícil. Dwyer nas ela Para esclarecer a relação entre diferenças. eu/outro. 284). 289). falhou em fundamentalmente alterar a antropologia. antropologia Quando como a ela define disciplina a que “continua a conhecer a si mesma como o estudo do comportamento social nos termos de sistemas e representações coletivas” (1987. ora através da . mesmo feministas. O objetivo acadêmicas de feministas e antropólogos confessado da antropologia deve ser “o são “estruturadas diferentemente no modo estudo do homem [sic]”. Ao caracterizar a argumenta. 289). ela ignora seu comum práticas aspecto mais fundamental. as 1987. 286). 1987) levanta algumas das questões a respeito do feminismo em ensaios que tanto Clifford como Rabinow citam em Writing Culture. eles “descobrem o eu ora tornando-se consciente da opressão do explicação do encontro realizado no Outro” (1987. (Strathern. ela subscreve a distinção eu/outro. cujo trabalho de campo (como nos trabalhos de objetivo é “dar sentido às diferenças” Crapanzano 1980. e por que o feminismo ganhou ainda menos que a antropologia do que o contrário. também constituem seus antropologia feminista e halfie esclarece “eus” em relação com um outro. 281). Dumont 1978.que os elementos compartilhados da (1987. 289) textualmente. Ainda que ela problemática formativo do no poder recue (tido feminismo). mas ela é uma como organizam o conhecimento e traçam disciplina ancorada na divisão construída fronteiras” e historicamente entre o Ocidente e o não- especialmente na “na natureza da relação Ocidente. explicitamente dar voz ao Outro ou a produzem um discurso composto de apresentar um diálogo entre o eu e o outro. no ódio de sua retórica de radicalismo. Tem sido e continua a ser dos investigadores com os sujeitos de suas primariamente o estudo dos outros não- disciplinas” (1987. Essa tese a conduz a tentar compreender por que a escola feminista. central veem este outro “sob ataque” (1987. Antropólogos. muitas vozes. da como em sua descrição estranhamente pouco crítica da antropologia. relação entre o eu antropológico e o outro provém do fato de que apesar do interesse como não-antagonística. Strathern leva-nos ao coração do problema. tem sido constituída pela halfies que estudam a si mesmos ou dominação do Ocidente. da antropologia. de desenvolvimento modo de manter suas identidades como do pós-feminismo. antropólogos é fazer com que as comunidades que eles estudam pareçam “outras”. A segunda relacionamento entre o Ocidente e o não- é um entendimento implícito de que os Ocidente. afeta Tedlock 1983 e Tyler 1986). ao que disciplinares entre a antropologia e outros alguns podem chamar de crise na teoria campos como a sociologia ou história. A força duradoura do que Morsy a teoria feminista. É desenvolvimento instrutivo de uma para crítica o da Estados Unidos ou na Europa perguntam- antropologia considerar a trajetória que se se eles não embaçaram as fronteiras tem levado. as mulheres têm sido o outro aos eus dos homens. e outros.Um feminista. ao menos desde o nascimento antropólogos estudam os não-Ocidentais. Uma é a convicção de que não se pode ser objetivo sobre a própria sociedade em particular. A crise na teoria feminista (relacionada a uma crise no movimento . uma prática acadêmica (1988. Há duas questões aqui. Assim como concentrar-se na “cultura”. veio distintiva na em sua relativamente pequena história a antropologia é traída pela defensividade perceber o perigo de tratar eus e outros de como tradição exceções conduzindo do parciais. O feminismo tem sido um movimento devotado a ajudar as mulheres a tornarem-se eus e sujeitos. os antropólogos facilmente indígenas reconhecidos que como Americanos que Embora a antropologia continue a ser praticada como o estudo por um não problematizado e não destacado eu Ocidental para descobrir “outros” lá fora. algo que A partir de Simone de Beauvoir. processos diametralmente opostos de construção do eu através da oposição a outros – processos que provêm de diferentes lados da repartição de poder. em duas décadas. Rabinow 1977. ao invés de objetos e outros dos egos dos homens. por razões que eu discutirei mais tarde. melhor ser entendida como o resultado de estudam Americanos. Estudar comunidades étnicas e os fracos também assegura isso. E o (Ocidentais ou não-Ocidentais). ao menos no Ocidente moderno. trabalho de outro” Antropólogos campo nos dados. tem sido aceito que. Isto sugere que a comunidades não-Ocidentais são ainda dificuldade que Strathern sente na relação mais entre feminismo e antropologia deve antropólogos. Riesman 1977.1982. 70) tem chamado “a hegemonia da que também transita em eus e outros. deixar as ignorar outras formas de diferença. 246). Como diz Harding (1986. mundo capitalista moderno. e levaram classe. As mulheres falarem –. no entanto.das mulheres) tenta tornar aquelas que têm um eu através da oposição com um outro sido constituídas como outras em eus – sempre envolve a violência de reprimir ou ou. como nós dizemos. heterossexuais. nunca uma entidade natural ou esta divisão gera sobre três questões descoberta. o feminismo ele mesmo dissolve-se como uma teoria que pode refletir a voz de um interlocutor naturalizado ou essencializado”. Kondo 1986. 286) caracteriza-a como experimentando uma tensão – “tomada entre estruturas. Onde isso deixa a antropóloga feminista? Strathern (1987. o eu é sempre uma Narayan 1989]) que com a percepção que construção. Eu estou menos preocupada com as De sua experiência com esta crise consequências existenciais desta divisão com o eu e com o outro. Por quem as feministas explorar as implicações para a formação falavam? O movimento das mulheres. é o que ela compartilha com o halfie: uma habilidade bloqueada para assumir confortavelmente o eu da antropologia. e 'gênero' é reconhecido por não ter referentes fixos. e o aparência. embora de maneiras diferentes. inclusive. mulheres Afro- ação política dos modos em que o gênero Americanas. os mesmos significados em outras culturas. para usar a metáfora popular. confrontada com duas maneiras diferentes de se relacionar com as(os) sujeitos de sua disciplina”. no diferentes daquelas das mulheres brancas. O mais interessante aspecto da situação das feministas. a problematizar a identidade dos seus eus como mulheres. esta cruciais: posicionalidade. as de identidade. Para ambos. e as possibilidades para a objeções das lésbicas. por raça e de classe média. Trabalhos sobre mulheres entre culturas também deixou claro que masculino e feminino não têm. o processo de criar poder inerente nas distinções de eu e mesmo que tenha . a teoria feminista (isso foi eloquentemente explorado em pode oferecer dois lembretes úteis à eoutro lugar [Joseph 1988. o eu está dividido.. Segundo. público. antropologia. pego no cruzamento de sistemas de diferença. o problema é que “uma vez que 'mulher' é desconstruído em 'mulheres'.. Primeiro. e outras “mulheres de cor” como sistema de diferença é cruzado por cujas experiências como mulheres foram outros sistemas de diferença. foi o problema da teóricas feministas têm sido forçadas a “diferença”. nem as vidas das mulheres do Terceiro Mundo se parecem com as vidas das mulheres do Ocidente. este é o dito perigo da identificação. O problema de estudar a própria sociedade é alegadamente o problema de tomar suficiente distância. . o Outro é de certo modo o eu. e têm há muito questionado o valor. À medida que para os halfies. Mesmo quando elas se apresentam como estudiosas de gênero. Essas preocupações sugerem menos parcialmente. A inglesa na Índia pós-colonial. A dentro de um complexo político-histórico segunda tem a ver com a parcial maior. Os debates em torno das antropólogas feministas sugerem uma segunda fonte de inquietação quanto à posicionalidade. mas como um e francês na Argélia durante a guerra de entrelaçadas ao trabalho dos antropólogos independência. Halfies são mais associados ao primeiro problema. Encontrar-se numa base de mudança deixa claro que cada visão é uma visão de algum lugar. os antropólogos um ser que deve manter-se afastado do Outro. nunca foram inteiramente convencidos da ideologia da ciência. Marrocos ambas relacionadas à parcialidade. falha irremediavelmente em sua opinião. ao indígenas. feministas ao segundo. Ele ou ela encontram-se em uma relação definida com o Outro de seu estudo. um eu? que o antropólogo ainda é definido como Antropólogos feministas e halfies não podem facilmente evitar a questão da posicionalidade. mesmo quando ele ou ela procura explicitamente Mesmo superar Bourdieu (1977. Duas objeções comuns deslize na com subjetividade. Mas eles ainda parecem relutantes para examinar as implicações da presente situação de seu conhecimento. 1-2). feministas ou nativos e semi-nativos. ou uma mulher persistência dos ideais de objetividade. traem a israelense em 1967. que analisou perceptivamente os efeitos que esta postura de distanciamento tem nas (in)compreensões dos antropólogos da vida social. e cada ato de fala uma Antropólogos fala de culturais algum lugar.outro. Não menos que o halfie. e um durante posição americano o conflito específica em no árabe- face à comunidade sendo estudada. o intervalo. o wholie é (incompleta) uma natureza da descrição apresentada. a possibilidade e definição de objetividade. O que acontece quando o “outro” fácil que o antropólogo está estudando é compartilhado simultaneamente construído como. não apenas como um Ocidental. O ponto óbvio que ele perde de vista é que o eu distante nunca meramente mantém-se do lado de fora. O que nós primeira tem a ver com a parcialidade chamamos “lado de fora” é uma posição (como viés ou posição) do observador. responsabilidades. tão prontamente seccionada. a trabalham para proibir passaportes e negar sociedade. O vistos – antropólogos feministas e halfies estudo das mulheres é a forma com lutam de maneira pungente. eles escrevem para majoritariamente outros antropólogos. Ainda que se público poderia facilmente argumentar que a antropólogos. James Clifford (1986). ou os de Bell (1983) sobre os responsabilidade bem estudados aborígenes australianos maneiras diferentes. Em vez de ter um como nota Strathern (1985). tem convincentemente argumentado que as representações etnográficas são sempre “verdades parciais”. e os governos dos países mulheres. Estudos como os de dois grupos cujas relações com os sujeitos Weiner (1976) sobre os trobriandeses de são Malinowski.antropólogas feministas são rejeitadas chamado o efeito Rushdie – os efeitos de visto que apresentam apenas um retrato viver em uma era global quando os parcial das sociedades que estudam. ou subculturas nele. eles . não apenas porque eles se problema que é iluminador para a posisiconam eles próprios tendo como antropologia em geral: múltiplos públicos. Além disso. geralmente das sociedades em meramente nos lembra que devemos que os antropólogos feministas estudaram. O que é necessário é um reconhecimento de que elas são também verdades posicionadas. Isso não os torna menos valiosos. referência as duas comunidades. Os dilemas dos halfies são ainda mais extremos. entre outros. O eu dividido cria para os dois principal. a forma sem designação. sujeitos de seus estudos começam a ler porque assumidamente estudam apenas seus trabalhos. eles são chamados para responder como membros educados destas comunidades. sobre feministas incluindo as feministas não- homens. com múltipas designação. constantemente que os chamam para responder de novas Antropólogos parte eles dos estudam estudos foram prestar têm estudos atenção à posicionalidade do eu antropológico e suas representações dos outros. ocidentais. como antropólogos singulares e que de outros feministas considera etnógrafos a de maneiras. círculos indicam. Mais grupos aqui em questão um segundo importante. Ocidentais. maior sido escrevem para antropólogos e feministas. Também identificando-se com comunidades de fora do Ocidente. mas Embora todos os antropólogos estão porque quando eles apresentam o Outro começando a sentir o que pode ser eles estão apresentando a si próprios. igualmente parciais. Como antropólogos. investimento e acolhimento. seja na vida para “deixar o outro falar” (Tedlock 1987) cotidiana na em textos dialógicos ou polívocos – Inglaterra. Para perceber a estranheza negros. Fabian 1983. Mesmo tentativas para mulheres ou como estrangeiros – ser outro retratar informantes como consultores. ao longa história de oposição auto-consciente contrário dos antropólogos que trabalham ao racismo. diferença.falam sobre com uma complexa progresso na academia para expor o modo consciência. e os inúmeros não-Ocidentais têm desse empreendimento. outros nos principais sistemas políticos de Qual seria a nossa reação se acadêmicos diferença dos quais o mundo desigual do do sexo masculino declarassem seu desejo capitalismo Estudos de “deixar as mulheres falarem” em seus feministas e negros fizerem suficiente textos. Kuper 1988). estando desigualdade. Devido ao sexismo e à com o poder do antropólogo sobre o discriminação étnica e racial. que eles sujeito podem como fundamentais da dominação continuam a indivíduos de ascendência mista. deixam Ocidental. estão enredados). a despeito de uma antropólogos feministas e halfies. baseia-se. e técnicas as questões . mas 1969. Meu argumento. tudo o que é sido historicamente constituídos como preciso é considerar um caso análogo. 1983. Esta não é simplesmente uma intacta a configuração básica do poder experiência de global na qual a antropologia. Mulheres. Não há soluções fáceis em ser dito através deles. na França. conectada a outras instituições do mundo. forçam-nos a confrontar Hymes é a ambiguidade da manutenção da ideia experimentações de que as relações entre eu e outro são etnográficas para aliviar o desconforto inocentes de poder. para quem eu e outro de certam forma Asad 1973. é estrutural. enquanto continuassem a dominar experimentando nos de tem Estados que estudado os ter questão ser – Unidos. signo e instrumento de seu poder. com antropológico. e para um eu dominante. E se torna um para seus dilemas. ou na academia descolonizações a nível textual –. como ser evitadas. Clifford. como Tanto os antropólogos feministas quanto brancos” (para usar um atalho a uma os halfies são forçados a confrontar posição diretamente a política e a ética de suas historicamente constituída) transforma-se representações. A terceira de pelos sujeito “homens complexa e Na antropologia. não empírico. no entanto. dependido. de um desenvolvimento veloz em sociedades Ocidentais (outro grupo da literatura auto-crítica (por exemplo. instruções. ou simplesmente XX tenha algumas vantagens políticas elaborando-as. são contrário também da noção de cultura do métodos fundamentais para executar a século XIX como sinônimo de civilização desigualdade. produzi-la e mantê-la. Além disso. ao invés Cultura e Diferença de binárias. o conceito atual permite as múltiplas diferenças. Como um por discurso profissional que se elabora sobre aprendida e pode mudar. Mesmo que concebida como poderíamos um o verdadeiro também objeto argumentar que [1988]) conjunto tem de um efeito comportamentos. Sua situação permite-nos ver mais cultura opera de modo bastante claramente que a divisão de práticas. antropólogos feministas e halfies viajam grupos e seres humanos que ela implica) o ar de auto-evidente. como diz antropólogos americanos acredita ou age Clifford como se “cultura”. contudo. fosse vantagens da cultura. e compreender a controle da escrita e outras práticas diferença cultural. cultura é . notoriamente resistente relativizante. ou programas (para jaz sobre ela. (em contraste à barbárie). como no mesmo que na forma assumida no século gênero ou na raça. uma O organização particular da vida política. [1973: regras. Ao contrário de raça. Cultura é a ferramenta listar a variação de definições fornecida essencial para fazer o outro. A maioria dos possibilidade de um s no final”. naturalizando as diferenças. explicar. como irei argumentar sobre importantes. 44]). o significado da cultura. planos. social e econômica? discurso antropológico confere à diferença cultural (e a separação entre Devido a seus eus divididos. é que ela contudo da remove a diferença do domínio do natural investigação antropológica.todo o conhecimento sobre eles através do esclarecer. seja semelhante ao seu predecessor – raça –. e do inato. Isso imediatamente assinala a O conceito de cultura é o termo fácil propensão à hierarquia: a mudança oculto em tudo o que acabou de ser dito para “cultura” (com “c minúsculo com a sobre a antropologia. o conceito de “de”. sustentado em suas posições ajuda a construí-la. a antropologia também acadêmicas. e ao o que faz o conceito de cultura. A mais importante das à definição e ambígua de referente. com dificuldade entre falar “por” e falar A respeito disso. cultura é importante à antropologia porque costumes. a distinção antropológica entre eu e outro receitas. a fim de Geertz tradições. ao qual diferenças básicas no desenvolvimento. e assim por diante. governo. Para feministas para o que poderia ser rotulado como franceses como Irigaray (1985a. tem sido o sujeito básico da escola Orientalista. performance econômica. mas tem Alguns movimentos anti-coloniais muitas das qualidades do Orientalismo e lutas contemporâneas têm trabalhado reverso já discutido. comparado para congelar a diferença. No século XX. Oriente' e (na maior parte das vezes) 'o Ocidente'”. ambos aceitam os termos outro. que macho e fêmea. Isso é mais fácil um apelo islâmico à fé maior em Deus. e Kristeva (1981). construções baseado na cultura. o conceito de outro. tentativas de reverter a relação de poder masculino e feminino. 1985b). respresentam modos de . são atribuídas. É um pressuposto básico do feminismo que “não se nasce mulher. Feminismo cultural (cf. no entanto. se não na verdade procedem procurando valorizar o eu. Enquanto os transformam acordo com Said (1978: 2). dedicada agora a interpretar o fenômeno “cultural” (principalmente religião e linguagem). a diferença cultural. “um estilo de em algo completamente errôneo. eles pensamento preservam o rígido senso de diferença baseado na distinção ontológica e epistemológica feita entre 'o identificar a geografia. de Orientalistas. não na biologia ou na natureza. o Orientalismo fixa diferenças entre as pessoas “do Oeste” e as pessoas “do Leste”. O Orientalismo como discurso essencialistas acadêmico (entre outras coisas) é. O que ele mostra é que ao das Um paralelo pode ser feito com o feminismo. Um apelo gandhiano à maior cultura mantém algumas das tendências espiritualidade da Índia hindu. Tem sido importante para a maioria das feministas alocar as diferenças de sexo na cultura. raça e cultura de um e outro. de ver se nós consideramos um campo em comparado à imoralidade e corrupção do que houve uma mudança de um para o Ocidente. de maneira tão rígida que elas podem até ser consideradas inatas. para muitas explorações outras tem sobre e levado a estratégias construídas na noção de uma cultura das mulheres. Orientalismo Cixous reverso. não a raça. Echols 1984) assume muitas formas. Enquanto isso tem inspirado algumas teóricas feministas a tratar os efeitos sociais e íntimos do gênero como um sistema de diferenças. caráter. possuídas por ao materialismo e violência do Ocidente. e conceitos como o de raça.Apesar de suas intenções anti- no sistema formador foi depreciado como essencialistas. em que as (1983). torna-se mulher”. forjar um senso de unidade. Smith 1987.. pode ser provisoriamente útil para Gilligan (1982) e seus seguidores (e. Invocações do deus de Creta em alguns uma ciência e espiritualidade até e feminista. ela perpetua algumas psicanalítica socialmente informada (e. e os das modos nos quais eles definem um ao seja mulheres por na uma reprodução social (Hartsock 1985). ou mesmo uma diferenças em cada categoria construída teoria da exploração sexual (MacKinnon pelas práticas divisoras. 1986) que elaboram a noção de empoderamento. meio de vida (urbano ou rural). das Alguns tentam “descrever” as diferenças qualidades previamente depreciadas por culturais entre homens e mulheres – eles. teoria na qual ela se cria. uma análise da prática outro. “cultura das mulheres”. . Houve propostas mas também origem étnica. Primeiro.g. quais aos eles as experiências valores pelo deixam positivos. materna (Ruddick 1980). uma com o tempo. (versus o abstrato). modo de subsistência. imediatismo da Como se mostra óbvio nos casos mais experiência. tendências perigosas. Terceiro. culturais. Tanto o feminismo cultural feministas. Outros tentam “explicar” as experiências de criação do eu e opressão diferenças. e metodologia feminista na ciência e nas experiência histórica. nos ver Harding 1987 para uma crítica construídas historicamente e mudaram sensível). uma teoria marxista dos culturais deixam passar as conexões entre efeitos da divisão do trabalho e do papel aqueles de cada lado do divisor. e talvez ciências sociais (Meis 1983. 1979). e por aí em diante. uma saúde. eles ignoram os modos 1983. Feministas Essa valorização pelas feministas anglo-americanos tomam um outro rumo. e travar lutas Belenky et al. e sexualidade prática feminista procura construir ou (para repetir a litania feminista das reformar a vida social alinhada a essa problematicamente categorias abstratas). g. como Orientalistas reversos. Ainda porque ela de “uma voz diferente” são exemplos deixa intacto o divisor que estruturou as populares. Reinharz mais importante.. A maior parte da teorização e aquelas de classe. diferenças como 1982). esses lances apagam a história.ser essencialmente diferentes. experiência para uma unversidade das mulheres (Rich pessoal. criação materna. mesmo ecologia Segundo. outro passar foram não dominante. raça. Stanley e Wise 1983. idade. feministas Chodorow 1978). envolvimento com o corpóreo extremos. como os movimentos revivalistas tendem Essas propostas quase sempre constróem- a confiar nas noções de autenticidade e se sobre valores associados às mulheres retorno no Ocidente – um senso de cuidado e representadas conexão. demonstra a implicar cumplicidade do conceito antropológico antropologia do século XX tem sido a sua de promoção do relativismo cultural sobre a cultura em “encarceramento” um dos contínuo povos não- valor. interpreta os eus” (Clifford 1988b: 112). que por sua vez contribui para a percepção das comunidades como enredadas e discretas. Appadurai (1988). Negadas Outros. Metáforas orgânicas sobre inteireza e o holismo metodológico que caracterizam a antropologia. e que seu compromisso com ela como uma ferramenta analítica é mais sólido. Poderia ser argumentado que antropólogos usam “cultura” de maneira mais sofisticada e consistente. que “os nativos” são uma fabricação da Certamente discrição não tem de imaginação antropológica. da Ocidentais no tempo e no espaço. Se as mesmas capacidades de movimento. constrói e do reconstrói outros culturais coerentes e Profeta em alguns movimentos islâmicos são bons exemplos. argumentaram eu mesma que teorias culturais também tendem a enfatizar exageradamente a coerência.círculos feminista-culturais. avaliação e o distintivo julgamento. e atribuem-se a eles valor duradouro em um novo arranjo” (Clifford 1988: 231). reunidos. sido uma forma de (auto-) crítica viagem e interação geográfica que os cultural (Marcus e Fischer. Valeria a pena pensar sobre as implicações dos altos riscos da antropologia ao sustentar e perpetuar a crença na existência de culturas . ao invocação da comunidade do século XVII constituir sua autoridade. isso ocidentais tomam como dadas. tem o certa diferença. mesmo muitos deles estão agora preocupados com o modos pelos quais ela tende a congelar as diferenças. a poderosa baseada no trabalho de campo. nenhuma posição seria possível sem a (1990b). No entanto. isolados de suas circunstâncias temporais originárias. as culturas também foi um aspecto da recusa à estudadas pelos antropólogos tenderam a hierarquização da diferença. 1986). Clifford nota em a antropologia incluindo sempre. de um modo que tanto “a disciplina da antropologia mais sério e complexo. por exemplo. ambos privilegiam a coerência. Ainda que ter a história também negada. medida. O ponto é que a noção de cultura de que os dois tipos de movimento se utilizam não parece garantir uma fuga da tendência para o essencialismo. em seu argumento persuasivo de como a etnografia é uma forma de coleção de cultura (como a coleção de arte) na qual “diversas experiências e fatos são selecionados. porque é um dos modos através dos quais antropólogos se envolvem uns com os outros.identificadas como discretas. cuja abordagem Eu teórica é construída sobre os problemas de discutirei três que considero . e a diferença. Embora elas de maneira separadas da nosso própria. “qualidades talismânicas”? aos antropólogos sensíveis aos problemas de posicionalidade e responsabilidade. diferentes. substantivo e textual – faz sentido devessem considerar venham a ser usados simplesmente como sinônimos para cultura. como aponta Said (1989: 213). eles foram destinados a nos permitir analisar a vida social sem presumir a hierarquia lógica que o conceito de cultura tem de carregar. perenidade. e promissoras. oferece um meio importante para a contestação da “cultura”. Bourdieu na (1977. Deveriam os antropólogos tratar com suspeita similar “cultura” e “culturas” como os termos chave em um discurso no qual a alteridade e a diferença vieram a ter. tende a ser uma relação de poder. tornam-se implicadas na dominação de um pelo outro. limitações de considerando qualquer as reforma antropológica. Eu concluirei. neste caso de lugares e pessoas que lhes são inerentes. é a principal ferramenta antropológica para fazer o “outro”. Said (1978: 28) argumenta a favor da eliminação “do Oriente” e “do Ocidente” completamente. estratégias para escrever contra a cultura. É a diferença nenhuma esgotem as possibilidades. mas o reconhecimento de mais delas. obscurecida pela coerência. contudo. como feministas e halfies revelam. então talvez antropólogos teórico. Mais importante. A prática antropologia. Embora haja sempre o perigo de que tais termos Se “cultura”. Parece-me que as discusssões e remanejamentos correntes sobre dois termos cada vez mais populares – discurso e prática – sinalizam um movimento de Três modos de escrever contra a cultura distanciamento da cultura. e interessados em fazer da prática antropológica algo que não meramente fortaleça as desigualdades globais. Discurso e prática A discussão teórica. os sempre contrabandeada em hierarquia? tipos de projeto que irei descrever – Em Orientalismo. também ver Ortner 1984). e dos modos complexos pelas quais elas se atravessam. Ele não quer dizer que devamos apagar todas as diferenças. a análise dele sobre um campo procura mostrar como e quando certas diferenças. com é associada. e discrição. quem nos precedeu e ainda mesmo está lá em antropologia. entre uma . incompreensão. e tecnologias. verbais. Em hoje Conexões Outra significativos conosco missionários. históricas e contemporâneas. conexões e para os escrever variadas estratégia embora interconexões. de antropólogos conexão (turistas. relação potencial do etnógrafo com o mutantes e concorrentes afirmações e seus grupo sob estudo”. Nós precisamos fazer efeitos práticos.Outros distinção entre ideias e práticas ou texto e tipos mundo. Em seu sentido nota uma mistificação regular na escrita mais sociolinguístico. modelos e naquele lugar particular estudando aquele textos. de auxílio financeiro. lá e escrevendo sobre. para nós poderiam se envolver nessa espécie de não mencionar o idealismo (Asad 1983). Pratt (1986: 42) prontamente encoraja. Tanto a prática como o perguntas sobre os processos históricos discurso são úteis porque eles trabalham pelos quais veio passar que seres como contra a assunção de enredamento. etnográficos têm nos alertado a uma aparatos. esse “desejo de saber” sobre o Outro está Um foco importante deveria ser as conectado no mundo. nesse lugar particular. consultores têm viajantes. comunidade e o antropólogo trabalhando desconhecimento. tem fontes e significados mais reflexivos que nos ensinaram a focar no diversos sua encontro do trabalho de campo como um derivação foucaultiana. é possibilidade de reconhecimento em um apanhado. atrai atenção dos etnográfica sobre “a grande pauta da usos sociais pelos indivíduos das fontes expansão europeia na qual o etnógrafo. e isso determina a própria grupo social o jogo das múltiplas. Nós precisamos nos perguntar a que ou temas a que antropólogos se dirigem. Lutz 1990). quer recusar a dimensão importante da conexão. sobre os mais o mundo ao qual ele ou ela pertencem e estáticos e homogeneizadores dispositivos que permitem que ele ou ela estejam culturais desgastados de regras. e sobre do conceito de cultura. trabalhadores do corpo civil de contra a cultura é reorientar os problemas paz). como se relaciona local para a construção dos “fatos” às noções de formações discursivas. Isso é mais um projeto político que em L.contradição. trabalho. estratégias de favor. permite a desatento às suas próprias atitudes a ela. que o conceito de cultura muito recebido menos atenção. O discurso (cujos usos eu discuto grupo. para não mencionar interesses. e improvisações. Abu-Lughod 1989 e Abu-Lughod e existencial. Em qualquer caso. elas tem de ser feitas relacionam a uma mudança no olhar para sobre e respondidas através de situações.Essas perguntas não podem ser particulares. e ainda que elas se termo culturas. é também um compreensão desenvolvimento importante. Nem todos os projetos sobre conexões precisam Antropólogos estão ser históricos. Certamente a prática da escrita etnográfica tem recebido uma imoderada quantidade de atenção por aqueles envolvidos em . seres mídia. cada vez mais preocupados com as conexões nacionais e transnacionais formas entre culturais. e o que eles escrevem é ficção (o que não quer dizer que sejam fictícias). com as situações de seres humanos vivendo em contra a cultura depende da aceitação à comunidades de Geertz sobre a antropologia. que se feitas em geral. Todos esses projetos. que tem sido construída sobre todos que levam a textualidade a sério nesse “momento experimental” (Marcus e Fischer 1986). identidades e interações no comunidades do agora chamado Terceiro interior e entre essas fronteiras também. Embora possa haver uma envolvam a uma supersistematização que tendência no novo trabalho em meramente ameaça a apagar as interações locais. particulares. A virada antropológica para a história. traçando conexões entre Etnografias do particular o A terceira estratégia para escrever presente e o passado de comunidades particulares. na Europa e outras certamente a natureza das interações partes globais no presente torna isso impossível. mudando de cultura para estudos como os de Wolf (1982) sobre a nação como locus. 1988) argumentou que uma das coisas principais que os antropólogos fazem é escrever. ampliar o objeto. incluir o fenômeno da conexão. inadequações do conceito de cultura e a Ainda que elas não se dirijam diretamente esquivez das entidades designadas pelo ao lugar do etnógrafo. idealmente dar-se-ia longa atenção e histórias história sociedades da interação Ocidentais entre os agrupamentos em e mudança. Eles estudam a articulação do capitalismo mundial e da política internacional. do mundo. humanos. representam meios importantes de Se um dia houve um tempo em que os responder a essas questões. expõem as configurações específicas. exploração nos quais. para o açúcar estava envolvido. técnicas e mercadorias. Mundo. Assim como antropólogos poderiam considerar sem os estudos de Mintz (1985) que traçam os muita violência pelo menos algumas processos complexos de transformação e comunidades como unidades isoladas. Geertz (1975. provém da suspeita de que em suas constantemente tem sido apontado que o inclinações literárias. Na medida em que os crítica do discurso sociológico por nada antropólogos menos que: estão a muito no política negócio de representar os outros através de sua escrita a complexa organização de atividades de etnográfica. Por exemplo. de como os antropólogos escrevem sobre eles. modo generalizador do discurso científico prontamente ruíram eles da social facilita a abstração e a reificação. “etnografias do particular”. Muita de questões frequentemente levantada da hostilidade direcionada ao projeto deles sobre a generalização. Há dois efeitos infelizes em antropologia dos quais vale a pena se afastar.Writing Culture e um número crescente de Eu não me preocuparei com a série outros que não estavam envolvidos. não pode mais ser que os resultados tenham sido subsituir a considerado generalização e subverter como o processo descrição neutra (Foucault 1978. Generalização. A etnografia em sua poética. por cultura de exemplo. então claramente o grau com indivíduos reais e suas relações reais são inseridas que as pessoas nas comunidades em que no discurso através de conceitos como classe. Etnometodólogos […] e outros estudantes da vida cotidiana buscam . Eu argumentaria que uma poderosa Outros críticos fixaram-se em diferentes ferramenta para perturbar o conceito de falhas. Um domínio deve também ser parcialmente uma função de objetos constituídos teoricamente é criado. Eu irei explorá-los antes de apresentar alguns exemplos de meu próprio trabalho. organização formal. eles estudam aparecem como “outros” modernização. Said 1978. nota uma inobservância da centralidade do o modo característico do estilo de escrita significado à experiência humana. Eu também quero deixar claro o que o argumento da particularidade não é: não deve ser confundido com argumentos que privilegiam processos micro sobre os macro. A antropologia interpretativa. Há maneiras de escrever sobre vidas de modo a constituir outros menos outros? libertando o domínio discursivo do solo das vidas e trabalho de indivíduos reais e liberando a investigação sociológica para roçar em um campo de entidades conceituais. Ainda que socióloga feminista Dorothy Smith (1987: tenham trazido uma questão que não possa 130) põe o problema vividamente em sua ser ignorada. Ainda das ciências sociais. em sua crítica da busca por leis “outrerização” que ele envolve é escrever gerais em uma ciência social positivista. o que se poderia esperar realizar através das etnografias do particular. dos significados pela generalização dos comportamentos. Smith 1987). O enorme vão ente os discursos profissionais e dois motivos para os autorizados de generalização. e estabelece a uma construção como separação dos objetos simultaneamente diferente e inferior. Há Por inter invés de mulheres. inscritos em seus corpos e suas palavras. Por um lado. pobres ou prisioneiros. Uma preocupação sua com as especificidades das vidas dos intrasocial. é inevitável uma pessoas sobre quem ele escreve.meios de generalizar sobre gerenciais. como outros) parte de um discurso profissional sobre fundamental entre o antropólogo e as “objetividade” e técnica. mesmo julgamento se sobre quão intimamente as ciências sociais podem estar associadas aos aparatos de dominação. enquanto diz-se que os dominante desta sociedade”. e a antropólogos serem cautelosos com a linguagem cotidiana (nossa própria e dos generalização. em vez da desconsideração a respeito de forças e gestão dos grupos sociais internos como dinâmicas que não se assentam a nível trabalhadores. e sua origem na colonização e indivíduos uma exploração dos não-europeus. O primeiro é que. pode haver riscos profissionais para etnógrafos . a hierarquia que os antropólogos podem trazer aproximando a linguagem da vida cotidiana e a linguagem do texto. O que estou defendendo é uma forma de escrita que possa melhor transmitir isso. a qual linguagem de poder. como uma reflexão sobre a situação das antropólogas feministas sugere. Novamente. e é portanto parte do “aparelho microinterações. é reservada a esse modo de fazer o outro. local. de reflexão sobre a vida social está na verdade localizado: ele representa a perspectiva daqueles envolvidos em estruturas profissionais. devemos reconhecer como todos os discursos profissionais por natureza impõem hierarquia. O problema é que. administrativas. produzidos nas ações de indivíduos vivendo suas vidas particulares. não implica perspectiva processos extra-locais e a longo prazo apenas se manifestam localmente e especificamente. outro negarmos ao o lado. é a facilita linguagem antropológicos daqueles que parece permanecer apartada e do lado de fora daquilo sobre o que se põem a descrever. aparentemente apartado. Assim. Essa crítica historiadores traçam as particularidades se aplica também à antropologia com a dos macroprocessos. Pelo contrário. os efeitos de afrodescendentes. Ela tem defendido que esse modo. a crítica de Smith ao discurso sociológico é relevante. Sem mesmo perguntar as questões básicas sobre indivíduos. e o próprio gênero. negligenciando alguns antropólogos profissionais como Bowen (Bohannon) (1954). acadêmicos feministas se interessaram pelo velho senso político de representação. há também o que pode ser considerado uma “tradição das mulheres” separada na escrita etnográfica. patrões. The spirit of the drum (1987) de Edith Turner. livros como Guests of the Sheik (1965) de Elizabeth Fernea. Se consentirmos como a dúbia distinção que ele presume entre inovação textual e transformações de conteúdo e teoria. teorizaram levando em conta como as sociedades funcionam. Eu útil porque o objetivo era persuadir defendi em outro lugar (1990) que a colegas de que uma antropologia levando observação refrescantemente sensível de em conta o gênero não era apenas uma Rabinow sobre a política da escrita boa antropologia.que desejam perseguir essa estratégia. Estou me referindo às. Dedicado a garantir que as vidas das mulheres sejam representadas em descrições das sociedades. que mesmo alguém como Clifford trai em seu ensaio introdutório a Writing Culture. trabalhos a Direcionando públicos seus ligeiramente diferentes àqueles a que se dirigem as . Ao contrário do que escreve Clifford (1986: 21). O conservadorismo da forma pode ter sido A segunda pressão sobre a antropologia feminista é a necessidade de declarar profissionalismo. pode ser que venha a ser reivindicada e explorada por antropólogos feministas incertas de sua condição. e posses. experiências das mulheres. que no mundo colonial e neo colonial – ajuda-nos a entender algumas coisas sobre a antropologia feminista e a sua dificuldade. e The house of lim (1968) de Margaret Wolf. podemos virar-nos à política do próprio projeto feminista. de casa. Mais significativo. em sua maior parte excelentes e populares. e Cesara (Poewe) (1982) que fizeram experimentações com a forma. podemos admitir que antropólogos feminsitas contribuíram pouco à nova onda de experimentação da forma. instituições. na academia. No entanto. as mulheres têm produzido “formas inconvencionais de escrita”. Briggs (1970). Nisa (1985) de Marjorie Shostak. Ele apenas as ignora. contudo. Porque não é profissional. etnografias escritas pelas esposas “não treinadas” de antropólogos. um momento de reflexão nos proveria pistas sobre o porquê. Sua desculpa para excluir os antropólogos feministas foi que eles não inovaram textualmente. mas uma antropologia etnográfica – que se encontra mais perto melhor. particulares. frequentemente dizemos “os BongoBongo são polígamos”. e dúvidas e argumentos. e afirmações de […] O separação segundo generalização problema deriva não com de a sua responsabilidade. Quando se generaliza a partir de experiências e conversas com um número específico de pessoas em uma comunidade. e mais focados nos indivíduos de algum tipo de eu igualmente essencial. ficção dos essencialmente diferentes e menos assertivos sobre sua autoridade discretos outros. ou maneiras de fazer as coisas. de discussões teóricas à exploração de novos tópicos na antropologia. regras. Na medida em que a diferença é. e acreditam assim e assado. essas etnografias compartilhariam elementos com a “tradição das mulheres” discutida acima. como “os Núer”. tende-se a achatar as diferenças entre eles e a homogeneizá-los. O esforço para produzir descrições etnográficas gerais das crenças e ações dos seres humanos tende a suavizar as contradições. participação nos discursos de autoridade do profissionalismo. mas dos efeitos de uma Por essas razões. entidade enredada. Eu esperaria que elas complementassem ao invés de recolocar uma gama de outros tipos de projetos antropológicos. eu proponho que experimentemos com as narrativas etnográficas do particular a longa tradição da escrita baseada no trabalho de campo. que fazem isto e aquilo.etnografias padrões. que podem ser separados científica. Por exemplo. como argumentei. Ao contar histórias de indivíduos particulares no tempo e espaço. coerência e perenidade que ela tende a produzir. eles também em um momento especial para os seguiram convenções diferentes: eles são antropólogos. homogeneidade. A eliminação de tempo e conflitos torna o que está dentro da fronteira criado pela homogeneização em algo essencial e fixo. nós podemos e. Contudo. A aparência de ausência de diferenciação interna torna mais fácil a concepção de um grupo de seres humanos como discreto. Estes efeitos se dão forma a de negar generalização a ela mesma deve ser tratada com suspeita. conflitos e interesses. […] Antropólogos generalizam sobre comumente as comunidades dizendo que elas se caracterizam por certas instituições. porque contribuem para a mais abertos sobre sua posicionalidade. hierárquica. os “Awlad 'Ali Bedouin'”. “os Balineses”. para não mencionar a mudança de motivações e circunstâncias. pode-se . Bourdieu (1977). vive a “instituição” que chamamos de teoriza a prática social de modo similar. homogeneidade. por exemplo. são também sempre cruciais experiência. Através do ao foco invés íntimo de nos destacaria a qualidade construída dessa indivíduos particulares e nas suas relações tipicidade tão regularmente produzida em efêmeras. dentro desses limites. justificativas para. como em qualquer sociedade. Segundo. das constituição da reconstruir os pessoas sobre. criam estratégias. argumentos à Terceiro. e simplesmente fazer afirmações teóricas ações. desentendimentos. recusar a generalizar isso acontece. seria necessário subverter as resultados conotações mais problemáticas de cultura: científico-sociais convencionais. coerência e perenidade. que isso acontece. demonstrar as circunstâncias reais e. sofrem. um homem e suas três esposas vivem suas vidas. as histórias em detalhe dos indivíduos e suas relações sugeriria que as especificidades. inclusas uma série contraditórios de e discursos às frequentemente vezes em mudança histórica). como suas recordações.recusar a generalizar desta maneira. e exemplo. os perguntando interpretações ao contrário como um seres humanos sobre contestam o que está determinado conjunto de indivíduos – por acontecendo. Primeiro. sempre presentes (como sabemos através de nossas experiências íntimas). poligamia. . Enfatizando a particularidade Mas a diferença aqui seria que se está à desse casamento e construindo uma figura procura de meios textuais de representar dele através das discussões dos membros. e interpretações sobre o que eles e outros estão fazendo explicaria como a vida social procede. Demonstraria que a despeito dos termos de seus discursos poderem estar definidos (e. geraríamos várias questões teóricas. Em um sentido isso não numa comunidade beduína no Egito – é tão novo.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.