Escala de avaliação da fadiga

March 25, 2018 | Author: Luis Augusto Mendes | Category: Self-Improvement, Stress (Biology), Sexual Intercourse, Aluminium, Perception


Comments



Description

Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 15(3), jul-set 2015, pp.246-256 ISSN 1984-6657 • doi: 10.17652/rpot/2015.3.594 Escala de avaliação da fadiga: Adaptação para profissionais da saúde Fatigue assessment scale: Adaptation for health professionals Escala de evaluación de la fatiga: Adaptación para profesionales de la salud Valdiney Veloso GOUVEIA1, a Gislene Farias de OLIVEIRAb Luís Augusto de Carvalho MENDESc Luana Elayne Cunha de SOUZAd Thiago Medeiros CAVALCANTIa Rômulo Lustosa Pimenteira de MELOa Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasila, Universidade Regional do Cariri, Crato, CE, Brasilb, Faculdade Maurício de Nassau, João Pessoa, PB, Brasilc, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasild Resumo Este estudo objetivou adaptar a Escala de Avaliação da Fadiga (EAF) para profissionais da saúde reunindo evidências de validade fatorial e consistência interna em dois estudos. No Estudo 1 participaram 200 estudantes de três cursos: enfermagem (n=56), medicina (n=69) e psicologia (n=75), com idades variando entre 18 e 39 anos (M = 22,0, DP = 3,44), a maioria do sexo feminino (64,5%) e solteira (90%). Todos os estudantes responderam à EAF e a perguntas demográficas. A análise de componentes principais (CP) revelou que a escala possui um componente, explicando 38,7% da variância total; alfa de Cronbach (α) foi 0,80 e índices de escalabilidade de 0,33 (H) e 0,82 (Rho). Do Estudo 2 participaram 246 profissionais da saúde. A análise CP confirmou estrutura unidimensional, explicando 43,8% da variância total (α = 0,85, H = 0,40 e Rho = 0,87), sendo 0,99 o coeficiente de congruência das soluções fatoriais (Estudos 1 e 2). Conclui-se que a medida apresenta evidências psicométricas adequadas de validade e precisão. Palavras-chave: Fadiga; saúde; avaliação. Abstract This study aimed to adapt the Fatigue Assessment Scale (FAS) to health professionals, combining evidence of factorial validity and reliability from two studies. In Study 1, the participants were 200 undergraduate students from three disciplines [Nursing (n = 56), Medicine (n = 69), and Psychology (n = 75)], with ages ranging from 18 to 39 years (M = 22.0, SD = 3.44), mostly female (64.5%), and single (90%), who answered the FAS and demographic questions. Principal Component (PC) analysis revealed one component, explaining 38.7% of the total variance; Cronbach’s alpha (α) was 0.80 and scalability indexes were 0.33 (H) and 0.82 (Rho). In Study 2, the participants were 246 health professionals. The PC analysis confirmed the one-dimensional structure, explaining 43.8% of the total variance (α = 0.85, H = 0.40, and Rho = 0.87). The congruence coefficient was of 0.99 for the one-factor solution. In conclusion, the FAS showed adequate psychometric evidence of validity and reliability. Keywords: Fatigue; health; assessment. Resumen Este estudio tuvo como objetivo adaptar la Escala de Evaluación de la Fatiga (EEF) para profesionales de la salud, reuniendo evidencias de su validez factorial y consistencia interna en dos estudios. En el Estudio 1 participaron 200 estudiantes, de enfermería (n = 56), medicina (n = 69) y psicología (n = 75), con edades entre 18 y 39 años (M = 22.0, DS = 3.44), la mayoría mujeres (64.5%) y solteras (90%). Todos los estudiantes contestaron a la EEF y a preguntas demográficas. El análisis de componentes principales (ACP) reveló un componente general, explicando el 38.7% de la varianza total; su alfa de Cronbach (α) fue de 0.80 e índices de 1 246 Endereço para correspondência: Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Humanas Letras e Artes - Campus I, Departamento de Psicologia, Cidade Universitária, s/n, João Pessoa, PB, Brasil 58051-900. E-mail: [email protected] Recebido em: 11/03/2015 • Primeira decisão editorial em: 19/04/2015 • Versão final em: 20/05/2015 • Aceito em: 27/05/2015 estando correlacionada a diversas variáveis laborais. 2003. que pode ser vista como um mecanismo de enfrentamento. Com efeito. Devido a sua relevância. Pimenta. 2005. & Van Heck. Peros-Golubicic. & Moreno. do que entre os que atuam em turnos regulares. sendo uma sintomatologia de várias doenças. jul-set 2015. 2012) e traços de personalidade. 2012).. a fadiga foi mencionada neste estudo como a maior causa de intolerância à variação dos turnos de trabalho. 2013). De Vries e Van Heck (2004a) constataram que a carga de trabalho e a percepção de estresse são tidas como fortes preditoras de fadiga geral e exaustão emocional. & Van Schayck. & De Vries. Kant. Barker. esclerose múltipla ou doença de Parkinson (Mota. Alguns autores têm observado que. 2010. Sanches & Cardoso. criou-se um programa de pesquisa (Fatigue at Work) a fim de conhecer a etiologia. Vasconcelos. Na perspectiva do trabalho. 2006). um sintoma de estresse e de doença ou. emocionais e cognitivos.8% de la varianza total (α = 0.99. Swaen. Kant. Palabras-clave: Fatiga. se ha concluido que esta medida presenta evidencias psicométricas adecuadas de validez y confiabilidad. como consequência. mas pode ser entendida como uma experiência diária de desgaste. & Schröer. Beurskens. Trab. Van Dijk & Sawen. 2010). explicando el 43. Moore. Drent. Psicol. Willemsen. ela pode ser definida como uma experiência de cansaço. Assim. Desse modo. A fadiga é uma queixa comum entre pessoas da população geral e pacientes clínicos (Cella & Chalder. Oliveira. pode levar a doenças leves e deficiência no trabalho.85. ela pode ser compreendida não como um efeito adverso. evaluación. De Vries. Gupta.82 (Rho). Lunardelli. quando a fadiga tem um tempo relativamente longo de duração. uma reação à percepção desses sintomas. Van der Steeg. 2003). de uma perspectiva geral. 2003). Croon. Wilson. que afeta diversas pessoas da população (Yang & Wu. mas. estima-se que ela influencie na etiologia dos acidentes de trabalho por dois motivos: (a) pode diminuir a habilidade para processar informações sobre situações perigosas e (b) pode diminuir a habilidade para responder adequadamente a tais situações (Van Dijk & Sawen. ainda. como o comprometimento das habilidades do indivíduo e de seu desempenho na função assumida (Oliveira et al. diversos estudos têm abordado a fadiga. tendo sido igualmente observado em estudo Rev. Michielsen. mas como uma adaptação psicológica ou um mecanismo de defesa empreendido pelas pessoas para fazer frente ao risco de esforço exagerado ou exaustão (Van Dijk & Swaen.87).. Metsemakers. Nessa direção. & Goulart. o curso e as consequências para as pessoas em estados agudos e prolongados de fadiga (Andrea.33 (H) y 0. 2003). A fadiga também pode ser vista como um fator de risco para acidentes no trabalho. 2005). En el Estudio 2 los participantes han sido 246 profesionales de la salud. El ACP confirmó la estructura unidimensional. Essas são razões suficientes para a procura de um psicólogo ou médico por aqueles que enfrentam indícios de fadiga. 2010. Fritschi & Quinn. o que foi comprovado em estudos prévios (Janssen et al. a exemplo de extroversão (De Vries et al. & Roukema. cujos autores observaram maior presença de fadiga entre trabalhadores com turnos diferentes. 2009). 2012. Fischer. 2003).. Partindo dessa perspectiva. refletindo-se em baixa atividade física e sonolência (Oliveira et al. 2011.40 y Rho = 0. Canêo. 2009). Janssen. Michielsen. entre trabalhadores de diversas ocupações (Linsey. Por fin.Adaptação da Escala de Avaliação da Fadiga escalabilidad de 0. 2003). Reis. sobretudo. Michielsen. H = 0. 2003). a fadiga compreende uma sensação subjetiva de cansaço com componentes comportamentais.. Janssen et al. como câncer. vol. salud. desgosto pela atividade atual e falta de vontade para continuar (Kant et al. e é possível defini-la a partir de diferentes abordagens. Drent. 2013. Vale salientar que a fadiga não é necessariamente um sintoma de uma determinada doença. carecendo de atenção especial. De modo concreto.. baixa qualidade de vida (Sanches & Cardoso. relacionando-a com variáveis como depressão (De Vries. que trabalham em horários quebrados. siendo el coeficiente de congruencia de las soluciones factoriales (Estudios 1 y 2) de 0. & Caponero. 2003.. O turno de trabalho é outro fator estreitamente relacionado à presença de fadiga. 15 num. Viganó.. & Duval Neto. há comprometimento da competência e menor disposição para desenvolver ou manter objetivos (De Vries. Janssen. 2011. De fato. Fadiga no Contexto do Trabalho Diversas pesquisas têm demonstrado que a fadiga no trabalho pode causar diversos problemas no ambiente laboral. 3 247 . Michielsen. & Nussbaum. 2010). (2003) abordaram a fadiga como um importante preditor de ausência no trabalho. Por exemplo. Organ. 2010. é precisamente no âmbito do trabalho que essa sintomatologia se faz mais preponderante. & Peros-Golubicic. Psicol.. e considera a fadiga como um construto unidimensional. Gouveia. ex. constatou-se que tais trabalhadores não somente apresentaram níveis elevados de fadiga. posteriormente. Partindo de medidas prévias sobre fadiga. 1995). Muir-Nash. Kant et al. Diante desse contexto. Os fatores listados anteriormente parecem exercer forte influência no recebimento de futuros benefícios por conta de doença ou deficiência no trabalho.83 (Krupp et al. Além disso. Tais autores examinaram a associação entre atribuições de fadiga. sobrecarga e burnout. objetiva-se com este estudo conhecer evidências de sua validade fatorial entre profissionais da saúde no Brasil que têm sido expostos a elevados níveis de estresse que causam distúrbios do sono e fadiga (Owens. 1993). instrumento que tem sido utilizado em estudos com população de pacientes com sarcoidose. 2003. requerendo-se. No entanto... Van Dijk & Sawen. em que a variação de seu número de itens era de 9 (Fatigue Severity Scale. É importante ressaltar que esse instrumento é parcimonioso. LaRocca. pp. 1989) a 50 (Shapiro et al. (c) a fadiga ser uma condição incapacitante de trabalhadores e (d) uma proporção substancial de trabalhadores receber benefícios por deficiência ou doença pautada no diagnóstico de “reação exógena ou adaptativa”. mas também há aqueles com pessoas da população geral. ex.98 (Schwartz et al. problemas de saúde física e de saúde mental e características psicossociais do trabalho.. Nesse sentido. reúne 10 itens. outros propuseram estruturas com dois (Lee. Shena e Shapiro (2010) realizaram uma revisão da literatura que relacionava 12 instrumentos. e que atribuem sua fadiga a problemas somáticos e psicológicos. Coerentemente. Hicks. & Ninomurcia. 2003): (a) a alta prevalência de casos de fadiga na população de trabalhadores. corroborando a fadiga como uma queixa experimentada pela maioria deles. sendo tal diagnóstico composto por características como estresse no trabalho. Do mesmo modo. contando com instrumentos curtos e que apresentem qualidades psicométricas aceitáveis. 2010). Destes. Bonk. Janford. demanda-se detalhar essa medida. & de Haes. & Krupp. alguns têm relação direta com o recebimento de benefícios. Garssen. 2003. 1993) ou cinco fatores (Smets.. Van Heck e Drent (2004) criaram a Escala de Avaliação da Fadiga (EAF). & Soares. Em resumo. Enquanto alguns autores definiram a fadiga como unifatorial (p. (2006).... Krupp. esclerose múltipla. conta com adaptação ao contexto brasileiro. 248 Rev. todos apresentaram consistência interna (alfa de Cronbach) satisfatória. 1989) a 0. reunindo evidências preliminares de seus parâmetros psicométricos. De Vries.Gouveia. Assim. Esse é precisamente o foco deste artigo. Considerando as informações anteriores e levando em conta as práticas médicas e psicológicas em contexto laboral. especificamente na área da saúde. é pertinente considerar seu uso no contexto laboral. 1991). Organ.. Krupp et al. 8 tinham como grupo de interesse pacientes com diversos problemas de saúde (p. Desse modo. que apresentam estruturas fatoriais e coeficientes de consistência interna variados. Os autores também observaram que a fadiga configura-se como uma importante preditora (peso negativo) de indicadores de qualidade de vida. existem ao menos quatro razões que endossam o fato de a fadiga ser identificada como uma preditora de problemas de saúde dos trabalhadores (Janssen et al. nível da doença. 2002). jul-set 2015. parece evidente ter em conta a fadiga como forma de entender suas implicações e. demanda-se avaliá-la previamente de maneira adequada no contexto laboral. apresentando consistência interna satisfatória. fadiga crônica). Souza. câncer.. primar pela qualidade de vida e de trabalho dos indivíduos. 2012). variando de 0. 2004a). Mendes. das quais a fadiga é um sintoma integrante. Shahida. considerando o fato de a EAF ser uma medida curta e que reúne parâmetros psicométricos satisfatórios. E.. assim como uma percepção negativa de seu ambiente de trabalho. conforme a CID-10. dentre os quais o de Michielsen et al. mas considerando apenas uma amostra de estudantes universitários (Oliveira. 15 num 3. como a diminuição do desempenho e da habilidade no cargo exercido e o surgimento de doenças leves (Kant et al. Oliveira. nesta oportunidade. de fato. existem diferentes medidas de fadiga. & Steinberg. Trab. Peixoto. com média superior a 20 itens. 1989). Medindo a Fadiga Procurando conhecer o panorama sobre as medidas disponíveis a respeito da fadiga. Michielsen et al. 246-256 . observaram que a fadiga é uma queixa comum entre trabalhadores que procuram um clínico geral. 2003. a maioria delas dirigidas a grupos específicos de pessoas portadoras de alguma enfermidade. permitindo rápida aplicação sem comprometer a qualidade na avaliação. quatro (Schwartz. (2003). De forma específica.. tomar conhecimento das avaliações existentes dessa sintomatologia. vol. (b) o estado de fadiga ser particularmente persistente nesse grupo. Michielsen.. Cavalcanti & Melo desenvolvido por Andrea et al. a EAF mede fadiga física e fadiga psicológica. Na interpretação da Análise de Mokken. (2) sentir-se fisicamente cansado. Eles responderam a cinco instrumentos: o Checklist Individual Strength (CIS-20)..76 (FS-Mental Fatigue) a 0. o maior debate tem sido quanto a sua dimensionalidade. 1991. no que se refere à medida em si. Empregaram-se dois critérios para selecionar os itens: (a) excluir aqueles respondidos apenas por grupos específicos (p. (8) problemas para começar a fazer algo.. por último.87. individualmente. seus determinantes. De Vries. os resultados que dão conta de estruturas bi e multifatoriais partem de análises pouco robustas. trabalhadores) e (b) agrupar os semanticamente equivalentes. Chalder et al. em cada grupo semântico. com idade média de 42 anos (amplitude de 16 a 87). identificaram três fatores para uma medida específica de fadiga em pacientes com câncer. Schwartz et al. Entretanto. Participaram 452 homens com média de 41 anos (amplitude de 20 a 63) e 412 mulheres com média de 39 anos (amplitude de 18 a 65). Duas amostras compuseram este estudo. com idade média de 46 anos (amplitude de 16 a 87). conhecendo sua validade de conteúdo e precisão. e que concordaram em completar os questionários que compunham um estudo longitudinal. Organ. pois reúne apenas 10 itens e possui propriedades psicométricas adequadas. Portanto. 2013). Examinou-se a dimensionalidade de medidas de fadiga em uma amostra de trabalhadores cuja carga mínima de trabalho era de 20 horas semanais. o item com maior saturação na solução fatorial dos 40 itens foi escolhido. sugerem a presença de dois fatores (fadiga física e fadiga psicológica). (2000). este artigo tem como objetivo adaptá-la para o uso no contexto de profissionais de saúde.128 homens. Consoante com esse entendimento. fazendo a solução fatorial ser inflada (Tabachnick & Fidell. Nesse sentido. 3 249 . 15 num.. um item sobre fadiga mental foi incluído. Portanto. por exemplo. Okuyama et al. Michielsen et Rev. (7) quantidade de atividade diária. o que tem levado a um intenso debate sobre sua conceituação. Procurou-se construir o novo instrumento de autorrelato de fadiga. 1989). Portanto. Foram feitas análises fatoriais exploratórias e uma Análise de Mokken para as escalas. discute-se a possibilidade de uma medida unidimensional. e 765 mulheres. o critério de Kaiser. (9) não sentir vontade de fazer qualquer coisa. ex. que reúna evidências de validade fatorial e consistência interna. por sua vez. nove grupos de itens foram formados: (1) sentir-se incomodado devido à fadiga. em razão da variância total explicada. considerando a necessidade de contar com uma medida breve de fadiga. 37 formaram uma escala consistente (H = 0. 2000). suas manifestações e suas consequências (Michielsen. & Van Heck. Partindo desses critérios. Essas análises revelaram soluções unifatoriais de tais medidas. (5) concentração. por exemplo. a Emotional Exhaustion (EE).. Molenaar & Sijtsma. Trab. apresentando alfa de Cronbach de 0. Shapiro et al. enquanto Dagnelie et al. e os alfas de Cronbach das escalas individuais foram satisfatórios. variando de 0.Adaptação da Escala de Avaliação da Fadiga Escala de Avaliação da Fadiga Devido ao rápido crescimento do número de pessoas que sofrem de fadiga. vol. que foram corroboradas pelos respectivos scree plots (Critério de Catell) e. resultando em um total de 9 itens e.. variou de 40 (FS) a 69% (EF-WHOQOL)..94 (CIS-20). do World Health Organization Quality of Life (EF-WHOQOL). (4) nível de energia. o interesse por esse construto tem aumentado consideravelmente. Destaca-se que. jul-set 2015. descrevê-la de maneira mais detalhada. explicando 48% da variância total. valor próprio igual ou superior a 1. e a Fatigue Scale (FS). e foi elaborada a partir de dois estudos realizados na Holanda: Estudo 1. Em resumo. Estudo 2. dos 40 itens. Proposta por Michielsen. tais estudos indicaram que as escalas avaliadas corroboraram a ideia de que a fadiga se configura adequadamente como um construto unidimensional. com 1. 1993. Posteriormente. e o conjunto total de itens destas medidas. a versão experimental da EAF consistiu de 10 itens cuja análise fatorial indicou um único fator.. com frequência. facilitando seu emprego em estudos epidemiológicos. 2002). (1993). constatou-se que. naqueles de triagem ou quando há necessidade de incluir outras medidas para conhecer o perfil de determinado grupo ou população (Krupp et al. Sabe-se que esse critério superestima o número de fatores. De Vries. que fosse curta e de fácil administração.47). sugeriu-se a unidimensionalidade da fadiga com uma nova medida.47. demandando-se. mas também são comuns os modelos multifatoriais (Lee et al. (2006) indicaram uma solução com quatro fatores para a Escala de Fadiga de Piper. (6) incapacidade para pensar claramente. nesta oportunidade. Van Heck. considerando para a definição do número de fatores. Um instrumento que se apresenta como promissor é a EAF. isto é. Psicol. a do Estudo 1 e outra. A Análise de Mokken revelou que esses itens conformam uma escala consistente (H = 0. Van de Vijver e Sijtsma (2004b). (3) ficar cansado rapidamente. o Maslach Burnout Inventory e a subescala energy and fatigue. que conta com a vantagem de parcimônia. 2003). se a escala de resposta utilizada era adequada e se os itens eram inteligíveis. com idade entre 18 e 57 anos. com idades variando de 18 a 39 anos (M = 22. Na ocasião. & Roukema. devendo o participante indicar como tem se sentido. DP = 3. sem perda de conteúdo e de sentido dos itens ao traduzi-los.. cujos parâmetros psicométricos foram na direção dos aqui descritos anteriormente. respondidos em escala de cinco pontos. em ambiente coletivo de sala de aula. 2007) e mulheres em estado puerperal (Giallo. em razão desses achados. Tais versões foram comparadas a fim de verificar se havia equivalência entre elas. a maioria do sexo feminino (64.. Pretendeu-se checar. vol. Seu uso tem-se ampliado para pacientes com insuficiência cardíaca crônica (Smith et al. 2011) e estadunidense (De Kleijn. Informações acerca de seus parâmetros psicométricos foram apresentadas previamente. ex. Sinto-me incomodado devido à fadiga. Essa validação permitiu verificar se as instruções eram compreensíveis. jul-set 2015. Esses aspectos motivaram este artigo. em inglês. 250 Rev. cujos respectivos estudos serão descritos a seguir.. parece pertinente o empreendimento de adaptar a escala para o contexto brasileiro. Elfferich. a EAF é composta por 10 itens (p. Uma vez tendo concordado em participar. Conforme descrito anteriormente. chegou-se à versão brasileira dessa escala. existem versões adaptadas para os contextos alemão (Hinz. medicina (n = 69) e psicologia (n = 75)].. Do mesmo modo. como validade convergente com outras medidas de fadiga e validade divergente com depressão e estabilidade emocional. e que sofreram acidente vascular cerebral (Elbers et al. pp. De Vries et al. sexo. Wade. Por fim. sugerindo que essa é uma medida promissora da fadiga. Constatado que não foram necessárias modificações substanciais. que poderá ser obtida com os autores deste artigo. A todos foi enfatizado o caráter voluntário... Depois. MÉTODO Participantes Participaram deste estudo 200 estudantes universitários de três cursos da área da saúde [enfermagem (n = 56). estado civil e curso de graduação. Van der Steeg. sendo igualmente distribuídos quanto ao sexo. Fleischer.Gouveia. procedeu-se à sua validação semântica. Primeiramente. Brähler. com o fim de traduzi-la do original. mulheres com doenças de mama (De Vries. Oliveira. reunindo as primeiras evidências de sua validade fatorial e consistência interna em contexto universitário da saúde. Organ. 15 num 3. Portanto. & Rose. principalmente.. Estudo 1. 2010). 2011). nos últimos 30 dias. um fez a tradução do inglês para o português e o outro traduziu esta versão em português novamente para o inglês. (2003) checaram as propriedades psicométricas da EAF. 2012).44). a pertinência de assumir sua estrutura unifatorial. pacientes com esclerose múltipla. efetuou-se o procedimento de tradução reversa (back translation). Cavalcanti & Melo al.0%). conhecendo evidências de sua validade fatorial e precisão em amostras de pessoas que têm atividades no contexto da saúde. doença de Parkinson. & Bosse-Henck. Mendes. participaram dez estudantes universitários do primeiro semestre de psicologia. Cooklin. variando de 1 (Nunca) a 5 (Sempre). Fico cansado muito rapidamente). eles se apresentavam e solicitavam a colaboração dos presentes a responderem voluntariamente aos questionários. 246-256 . para o português. os estudantes preencheram um termo de consentimento livre e esclarecido. Três colaboradores treinados ficaram responsáveis por sua aplicação e. Wirtz. Instrumentos Os participantes responderam à EAF (Michielsen et al. & De Vries. após a autorização do professor da disciplina. 2004b) e a quatro perguntas demográficas: idade. Escala de Avaliação da Fadiga: Estudantes da área da saúde Este primeiro estudo objetivou adaptar a EAF para o cenário brasileiro. (2003) desenvolveram um estudo e checaram a validade convergente da EAF. Psicol.. Outros autores confirmaram evidências de sua validade fatorial e consistência interna em pacientes com sarcoidose (Michielsen et al. Souza. Procedimentos de coleta de dados e cuidados éticos Os participantes responderam aos instrumentos individualmente. 2005). anônimo e confidencial da participação.5%) e solteira (90. 2009).0. contou-se com dois colaboradores bilíngues. Trab. Nessa oportunidade. mostrando que tais construtos diferem da fadiga. de forma geral. quando se detalhou sua elaboração. 25.61 (entre os itens 5 [Sinto-me exausto fisicamente] e 1 [Sinto-me incomodado devido à fadiga]). vol.80.37. considerando 1. explicando 38. comprovou-se a adequação de fatorializar a matriz de correlações entre os itens da EAF. Rev. A MSA é uma análise não paramétrica.49.25 (Item 6) e 0..80 e homogeneidade (correlação média item-total) de 0. Trab. 1. 2000). percebe-se que os dois primeiros foram superiores aos valores próprios médios simulados (1. ressalta-se que o item 3 (Não faço muitas coisas durante o dia) apresentou índice abaixo do recomendado na literatura (Hs = 0. Psicol. baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI). 15 num.7% da variância total. 1. todas as saturações foram satisfatórias.33. considerando-se aceitáveis valores acima de 0. justificando realizar a análise fatorial. A consistência interna (alfa de Cronbach. fixando a extração apenas de um componente.89. e 0.45 (Item 5). 15 minutos foram suficientes para concluir sua participação. além dos critérios de Kaiser (valor próprio igual ou superior a 1) e Cattell (distribuição gráfica dos valores próprios). principalmente. Então. O propósito foi comprovar a unidimensionalidade da EAF. e 1. realizou-se uma análise paralela por ser considerada uma estratégia mais robusta para definir o número de componentes a serem extraídos.Adaptação da Escala de Avaliação da Fadiga seguindo o que estabelecem os procedimentos éticos em vigor. que fornece as mesmas análises da versão comercial do MSP (Molenaar & Sijtsma. que apresentou índices de escalabilidade aceitáveis (H = 0. Procurando verificar a estrutura fatorial da escala. jul-set 2015. Em média. Contudo. a análise Mokken foi empregada para dirimir dúvidas e. p < 0.02).82). assim. coerente com o que tem sido encontrado na literatura. 0. e o Rho de Mokken. com valor médio de 0. e os demais itens tiveram coeficientes Hs entre 0.22. Conforme observado na tabela. Porém. Nesse caso.33 e Rho = 0. exceto para o item 3.30). O conjunto de itens apresentou um índice de consistência interna de 0. que apresentou saturação de 0.30. 1.73. Procedimentos de análise de dados A análise dos dados foi realizada com o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 18. 3 251 . 2012) foi realizada uma Análise Mokken. que foi confirmado quando se observou a distribuição gráfica dos valores próprios (critério de Cattell). levando em conta os 5 primeiros valores próprios observados (3. não pôde ser corroborado pela análise paralela. α) desse fator geral foi de 0. RESULTADOS Tomando como base o KMO (0.29. Depois de determinada a dimensionalidade da escala. decidiu-se admitir a estrutura unifatorial.83) e o Teste de Esfericidade de Bartlett [χ² (45) = 614. que busca verificar os pressupostos de homogeneidade monotônica e monotonicidade dupla. utilizando código aberto (open source). Organ. foi comprovada a pertinência de admitir a unifatorialidade da medida avaliada. os índices de escalabilidade H (para a escala total) e Hs (para cada item). com valores ideais acima de 0. com valores superiores ao recomendado (0. A partir do Programa R (Team. Por meio dela.06.12 (entre os itens 10 [Posso me concentrar bem quando estou fazendo algo] e 3 [Não faço muitas coisas durante o dia]) a 0. sugerindo dois componentes.000 simulações com 200 casos e 10 variáveis (parâmetros do banco de dados original) e.87. busca-se comprovar. sendo os resultados correspondentes apresentados na coluna estudantes da Tabela 1. calculouse o alfa de Cronbach (α) para o componente resultante.09.01]. Nesse sentido.80.62). os dados foram submetidos a uma análise de CP. decidiu-se efetuar uma análise de CP. Assim.16. 1. 1.. variando de -0.09). Esse componente geral de fadiga resultou em valor próprio de 3.87. 22 0.6%).68 0. 0.80 0. formado pela EAF e pela caracterização demográfica. Oliveira.36 06. Não faço muitas coisas durante o dia. Estudo 2. como Kaiser. Escala de Avaliação da Fadiga: Profissionais da área da saúde O segundo estudo é uma tentativa de replicar o descrito anteriormente. Entretanto.38 0. 81 médicos e 98 psicólogos) com idades variando de 19 a 76 anos (M = 42. Análise de Componentes Principais da FAS em estudantes e profissionais Conteúdo dos itens Estudantes Profissionais λ ri.41 01. demandando conhecer como essa medida funciona entre profissionais da saúde. a maioria do sexo feminino (81.85 Nota. 252 Rev. comprovaram-se a homogeneidade monotônica e a monotonicidade por meio da Análise Mokken.36 04. MÉTODO Participantes Participaram deste estudo 246 profissionais (67 enfermeiros. 15 num 3. Procura-se. procurando conhecer evidências de validade fatorial e consistência interna da EAF no contexto de profissionais da saúde.* 0.41 08. situação laboral e carga horária semanal. indicou uma estrutura bifatorial. mantiveram-se as variáveis idade. Tenho problemas em pensar claramente. Sinto-me exausto fisicamente. visando resolver qualquer dúvida.27 0. e a consistência interna (alfa de Cronbach.. Este último (análise paralela).2% trabalham na área hospitalar.65 0. ainda. No entanto.09 0. considerando múltiplos critérios. Souza. vol.28 03. Não sinto vontade de fazer nada. trabalhando em média 40 horas semanais.78 0. 86% indicaram estar empregados.52 0. 0.76 0. As porcentagens correspondentes foram maiores para médicos (67.53). 0.2%) e casada (59.35 0.74 0. Cavalcanti & Melo TABELA 1.t λ ri.58 0.8.64 0. α) e a homogeneidade (correlação média item-total) endossaram sua unidimensionalidade. pp.71 0.t = Correlação item-total.38 % de variância explicada 38. 246-256 . Quanto à situação laboral. * Item invertido. Psicol. principalmente.33 0. Sinto-me incomodado devido à fadiga. acrescentando setor ocupacional. apenas estudantes universitários colaboraram com o presente estudo.38 07. reforçou-se a estrutura unifatorial desta escala.25 0.2%) atividades. Mendes. apenas 30. Dos profissionais de psicologia.75 0.39 0. mudando o curso de graduação para a área de especialidade em que era formado. Posso me concentrar bem quando estou fazendo algo. Organ. 0. exercendo uma (43%) ou duas (84.48 0.* 0. Cattell e Horn.. Nesse caso.43 09.9%) e. Tenho suficiente energia para o meu dia a dia.78 0.78 0. Assim. DP = 11. avaliar a congruência entre a estrutura fatorial resultante comparada com a do Estudo 1. diferentemente dos anteriores. Instrumentos Os participantes responderam ao mesmo questionário descrito no Estudo 1. λ = Saturação (carga fatorial) e ri.87 4. Fico cansado muito rapidamente.38 0.22 0.76 alfa de Cronbach 0.44 02. 0.70 43. sexo e estado civil.21 Número de itens 10 10 Valor Próprio 3. que apresentou índice de escalabilidade H de Löevinger adequado. Tenho problemas para começar coisas.70 0.Gouveia.1%). 0.46 0.40 0.37 10. DISCUSSÃO PARCIAL Este estudo reuniu evidências da unifatorialidade da EAF. jul-set 2015. Sinto-me exausto mentalmente. 0.29 0.t 05. 0. para enfermeiros (76.58 0. Trab.64 0.69 0.. reforça a adequação da EAF. (c) uma solicitação de preenchimento e procedimento para devolução dos questionários. porém incluiu-se o teste de congruência entre soluções fatoriais. Rev.07 (entre os itens 3 e 10.80. um envelope foi encaminhado ao endereço cadastrado de cada profissional selecionado aleatoriamente. levando em conta os 5 primeiros valores próprios observados (4. variando de 0. com os indicadores aceitáveis de escalabilidade da medida (H = 0. onde “a” e “b” correspondem às saturações dos componentes que estão sendo comparados. estes também foram selecionados aleatoriamente.14. p < 0. RESULTADOS Tomando em conta o KMO (0. Por fim.Não faço muitas coisas durante o dia) a 0. Organ.32. A análise Mokken ofereceu evidências na mesma direção. parece plausível admitir uma estrutura unifatorial comum para a medida de fadiga considerada. e a consistência interna e a homogeneidade dessa medida apoiaram considerá-la como medindo um fator. que mostra que todas as cargas fatoriais foram superiores a 0.90 são uma evidência da congruência das soluções fatoriais (Reynolds & Ramsey.92. 15 num. de acordo com o que determina a legislação vigente. 1. sem qualquer identificação. jul-set 2015. Essa fórmula permite avaliar se as soluções fatoriais encontradas nesse estudo são similares àquelas descritas no Estudo 1. 2003). isto é. 1.86) e o Teste de Esfericidade de Bartlett [χ² (45) = 865.000 simulações com 246 casos e 10 itens e. variando de 0. com média de 0. Por último. constatou-se que o primeiro foi superior aos simulados (1. bem como a maneira de respondê-lo.02).. podem ser observados na coluna profissionais da Tabela 1. então.86). Procedimentos de análise de dados Foram realizadas as mesmas análises descritas no Estudo 1. No caso dos profissionais que receberam os questionários pessoalmente. devendo os participantes lê-los e respondê-los individualmente. DISCUSSÃO PARCIAL Esse segundo estudo reuniu evidências adicionais de adequação psicométrica da EAF. Cattell e Horn) indicaram a extração de um fator geral cuja estrutura unidimensional foi corroborada em razão do índice de escalabilidade. pareceu pertinente proceder à análise fatorial. e (d) um envelope selado e sobrescrito para devolução. observou-se um coeficiente de congruência de 0. admitindo 1.40. que seriam colocados em um envelope lacrado.23).38 (Item 3 . Seguiram-se os procedimentos de pesquisa com seres humanos. Trab. Os instrumentos eram autoaplicáveis. e 1.30 (Item 10) a 0. Psicol.. sendo a constatação de uma estrutura unifatorial.36.96. fixando a extração de um componente geral. e depositado em uma urna. Os três critérios (Kaiser. a convergência dos achados descritos nos dois estudos.08. pareceu clara a existência de um componente geral de fadiga. vol. que continha: (a) o questionário.60 (entre os itens 1 [Sinto-me incomodado devido à fadiga] e 2 [Fico cansado muito rapidamente]). reforçando a pertinência de extrair apenas um componente.30. Os resultados da análise CP. tendo os demais itens variado de 0. 1.Adaptação da Escala de Avaliação da Fadiga Procedimentos de coleta de dados e cuidados éticos Os profissionais foram localizados a partir de seus respectivos conselhos profissionais.65).01]. sem identificação do remetente. fixando a extração de um componente e.85 e homogeneidade de 0. considerando o critério de Cattell. 1. Portanto.38. calculado com o programa Excel a partir da seguinte fórmula: rcongruência = (∑ab)/[(∑ a²). comparando as saturações deste estudo com aquelas do estudo prévio (Tabela 1). e a coleta de dados foi realizada de duas formas: por meio de correspondência e de entrega pessoal de questionários. (b) informações sobre a importância e a finalidade do estudo.15. como no Estudo 1) a 0.78 (Item 5 . sendo contatados no endereço de registro em seu conselho profissional. Em seguida. tendo apresentado α = 0.Sinto-me exausto fisicamente). 3 253 .45 (Item 8). refletido no índice de congruência da estrutura unifatorial. em situação de anonimato.8% da variância total. e as respostas foram dadas sem determinação de tempo. e 0. decidiu-se realizar uma análise CP.22. 0. Esse componente único explicou 43. valores de rcongruência iguais ou superiores a 0. verificou-se que apenas o item 3 apresentou índice abaixo do recomendado (Hs = 0.99.40 e Rho = 0. 0. Foi agendado com cada um destes o dia em que seria feita a devolução dos questionários preenchidos. Esse resultado foi corroborado com a análise paralela.(∑ b²)]1/2. G.. (2010). é necessário realizar pesquisas com outros profissionais.. Kant.2005. Pijls-Johannesma.. P. Metsemakers. Occupational and Environmental Medicine. Destacou-se a importância de conhecer a fadiga em razão de suas consequências na diminuição do comprometimento e na menor disposição para desenvolver ou manter objetivos diretos (Oliveira et al. C.. Mendes. doi:10. Associations between fatigue attributions and fatigue. & Wallace. Considerar essa estrutura bifatorial. Também é recomendado comprovar a invariância fatorial dessa medida de fadiga. que sugeriu a presença de dois fatores. este artigo oferece importante contribuição à temática. Journal of Psychosomatic Research.1016/j. I.1136/oem.. (1993). 642-649..1016/j. Assim.. como o fato de as amostras não terem sido aleatórias e contarem apenas com estudantes. & Chalder. M. REFERÊNCIAS Andrea. além de rejeitar achados que têm sido congruentes na literatura. por meio de todos os critérios. (2006). A. Lambin.015 254 Rev. P... por exemplo. admite-se limitações potenciais dos estudos. Cavalcanti & Melo DISCUSSÃO GERAL O objetivo principal deste estudo foi adaptar a EAF para o uso com profissionais da saúde. ressalta-se a natureza psicométrica dos estudos.. diminuindo o cansaço do respondente ou mesmo a desistência da participação da pesquisa. assim como conhecer a relação desse construto com outros referidos na literatura.. 37(2). T. exceto pelo resultado da análise paralela no Estudo 1. P. é importante checar a variação dos achados a partir de diferentes matrizes de entrada e métodos de estimação.suppl_1. T. ficando evidente a necessidade de futuros estudos que contem com profissionais de outras especialidades e regiões do país. 15 num 3. o Estudo 2 teve o papel de testar novamente a estrutura da escala com profissionais da saúde. no Estudo 2. o coeficiente de congruência entre as soluções fatoriais dos Estudos 1 e 2 corrobora que a solução unifatorial é adequada à representação da fadiga. E. T. Oliveira. Pijpe. significa abrir mão de uma estrutura que oferece explicação mais parcimoniosa da fadiga. Beurskens. ambos os estudos indicam a presença de um fator. Outro aspecto que merece ser discutido é a baixa carga fatorial do item 3 no Estudo 1. Entretanto. G. M. A. 147-153. uma vez que. considerando a escala de resposta e o número reduzido de itens.. 2010). J. Berelowitz. B... and psychosocial work characteristics: A study among employees visiting a physician with fatigue. doi: 10.Gouveia.1016/0022-3999(93)90081-P Dagnelie. pp. doi: 10. principalmente quando a intenção for utilizá-los junto a outros instrumentos.i99 Cella.007 Chalder. Do mesmo modo. No entanto. Wessely... 59(6). Psychometric properties of the revised Piper Fatigue Scale in Dutch cancer patients were satisfactory. jul-set 2015.10. A. 99-104. Destacase também que os resultados encontrados nos dois estudos quanto ao percentual de variância explicada. J. reunindo evidências de sua validade fatorial e consistência interna.. A facilidade de manuseio dessa medida pode ser algo bem favorável. cujas amostras foram suficientes para as análises efetuadas.09. por exemplo. Por fim. J.. Watts. T. D. C. Nesse sentido.jclinepi. S. & Van Schayck.. P. o que permitirá conhecer a influência da fadiga em diferentes áreas laborais. Quanto à estrutura fatorial. De fato. Boumans.jpsychores.2009. Além de não ser adequado. F. Wright. Pawlikowska.. como a Síndrome de Burnout. I. Trab. health. vol. enfermeiros e psicólogos. 17-22. avaliando os parâmetros de saturação e erro de medida. Measuring fatigue in clinical and community settings. (2003). incentivando que se avalie objetivamente a fadiga de trabalhadores. Contudo. J. 246-256 .60. esse aspecto poderá facilitar o delineamento de ações interventivas que tenham em conta seus efeitos diversos. G. decidiu-se por não eliminar esse item na versão final da escala.. Souza. Skrabanja. L. analisando. e o valor do alfa de Cronbach não aumentaria caso ele fosse excluído. a solução unifatorial. corroborando. médicos. Development of a fatigue scale. H. Psicol. P.. doi: 10. 69(1). J. se existe alguma ocupação profissional que proporcione mais fadiga do que outra. 2004b). Journal of Clinical Epidemiology. Esse item também apresentou valor de escalabilidade (Hs) abaixo do ideal nos dois estudos. 60(Suppl 1). & Kempen. Organ. não se pode pretender generalização para além desse escopo. Por fim. do H de Löevinger e do Rho de Mokken foram próximos aos encontrados no estudo original da construção da escala (Michielsen et al. ele obteve carga fatorial satisfatória. Journal of Psychosomatic Research. em termos de futuros estudos. os valores do alfa de Cronbach. M. mas os resultados mostraram que os índices de escalabilidade geral (H e Rho) da escala ficaram acima do ideal em ambos os estudos. E. Ressalta-se que instrumentos breves são bem aceitos. Estima-se que este tenha sido alcançado. C. & Van Heck.x Michielsen. D. A. (2003). G.. Fadiga ocupacional: Impacto na saúde do anestesiologista e a segurança dos pacientes cirúrgicos: Nós. J. M. 21(6). M. 125-139.1080/08870440310001627135 Michielsen... L. 71-76. De Vries.. An epidemiological approach to study fatigue in the working population: The Maastricht cohort study. User’s manual MSP5 for Windows. Mota.. 29(1).39 Michielsen. Fatigue in patients with diabetes: A review. J. doi: 10. 10(1). G. L.01. (1989). Van Wegen. (2003). & Van Heck.. A. Psychometric qualities of the Fatigue Assessment Scale in Croatian sarcoidosis patients. Journal of Reproductive and Infant Psychology. F.1016/0165-1781(91)90027-M Linsey. P. doi: 10.suppl_1. (2003). (2012).. Beurskens. P. (2009). H. E.. Van Amelsvoort. Verhoef. 291298. Terwee.1365-2648.Adaptação da Escala de Avaliação da Fadiga De Kleijn. performance and the work environment: A survey of registered nurses. J. 60(Suppl 1).1348/1359107041557048 De Vries. A. doi: 10. J. J. Drent.. D. (2011). H. doi: 10. 1-5.2010. Occupational and Environmental Medicine. Wirtz. Revista Latino America de Enfermagem.. 9(3). P. A. Van Heck. Journal of Advanced Nursing. (2000). Elfferich. European Journal of Psychological Assessment. como anestesiologistas estamos frequentemente trabalhando em um ambiente estressante. 19(2). L. R. Rev. (2005).i71 Kant. B.org/10. E. Moore.. N.. F. J. Groningen: IEC ProGAMM. M. (2012).. M. Cooklin. Barker. L.021 Giallo. H. Fatigue in patients with sarcoidosis. M..2010. Peros-Golubicic. M. Janssen. Bültmann. S. (2003). H. M. G. Rietberg. Relationship between symptoms and quality of life in a sarcoidosis population. 66(6).. Journal of Psychosomatic Research. L. Gupta. Determinants of general fatigue and emotional exhaustion: A prospective study. 69(1). 20(3). (1991).. H.1136/oem.. (2010). J. 92-97. Van der Steeg. (2004b). & Ninomurcia G. Michielsen.. D. doi: 10. Assessment of maternal fatigue and depression in the postpartum period: Support for two separate constructs. A. Respiration. A. J. J. Michielsen. D. J. F.05597. 63(2).. (2004)..60. B. Selfreport fatigue questionnaires in multiple sclerosis. J. C.i10 De Vries. Quality of Life Research...1016/S0022-3999(02)00392-6 Michielsen.doi. G. Schröer. Psychometric properties of the Fatigue Assessment Scale (FAS) in women with breast problems. De Vries. Determinants of fatigue 6 and 12 months after surgery in women with early-stage breast cancer: A comparison with women with benign breast problems. & Kwakkel. G. R.. Psicol..1111/j. G. 26(2).. Fleischer.60. M. 46(10). Brähler. A. 54(4).60... C. J. Measuring fatigue in sarcoidosis: The Fatigue Assessment Scale (FAS). R. & Swaen. T. & Sijtsma.1007/s11136-011-0009-2 Fritschi. A. doi: http://dx. G. K.1136/oem..jpsychores. (2010). doi: 10. N..2010. G. Croon. G. 39-48. J.suppl_1. 67(6). J. P. & Sijtsma. J. I... Hicks.2011. 548. Assessment of fatigue among working people: A comparison of six questionnaires. J.. H. 223-235. De Vries.. L. F.1027/1015-5759. & Roukema. Psychiatry Research. L. Elbers.. Kramer... J. doi: 10. Michielsen. Validity and reliability of a scale to assess fatigue. L.1. Sarcoidosis Vasculitis and Diffuse Lung Diseases. De Vries.. & Roukema. 10-15. Kant. 345-352. (2011). J. 15 num. 925-944. M. British Journal of Health Psychology. Organ. 33-41. & Quinn. L. Application to patients with multiple sclerosis and systemic lupus erythematosus. Journal of Psychosomatic Research. C. Van Heck. C. 1121-1123.009 Janssen..1136/oem. Examination of the dimensionality of fatigue: The construction of the Fatigue Assessment Scale (FAS).. T. The fatigue severity scale.. vol. M. 1-9.008 De Vries...11. doi: 10. Psychology and Health. doi: 10. 60(Suppl 1). J. K..suppl_1. M. A. J. Swaen. 133-138. Muir-Nash. & Peros-Golubicic. T.. E. Drent. & De Vries. J. & De Vries. & Schröer. 462-468. & Duval Neto. Fadiga em pacientes com câncer colorretal: Prevalência e fatores associados. J. G. A. Sarcoidosis Vasculitis and Diffuse Lung Disease. G. 167-169. & Nussbaum. A. P. Van de Vijver. & Drent. 69-80.. W.1989. 20(1).i32 Krupp. (2004a). & Steinberg.1016/j. F. A. (2009).. 495-502.. H. E.. (2011).... 22(2). 60(Suppl 1). Fatigue. M.00520460115022 Lee. R. Willemsen. Fatigue as a predictor of sickness absence: Results from the Maastricht cohort study on fatigue at work. A. Fatigue in sarcoidosis: American versus Dutch patients... M. Pimenta.1016/j. & Van Heck. 33(5). Parkinson’s disease and stroke: A systematic review of measurement properties. jul-set 2015.1159/000092670 Molenaar.genhosppsych. P. H.1016/j. Trab.. A. De Vries.. doi: 10.. (2013).1001/ archneur. N. C. doi: 10. H. 1370-1382.. P. K. I.. I. LaRocca. U. Você discorda disso? Revista Brasileira de Anestesiologia. M. compared with the general population.513050 Hinz. & Rose. J.. J.2008. Wade. 3 255 .. P. International Journal of Clinical and Health Psychology. Journal of Psychosomatic Research.20. doi: 10. & Bosse-Henck. M.jpsychores. H. doi: 10.. Psychometric qualities of a brief self-rated fatigue measure: The Fatigue Assessment Scale. H. General Hospital Psychiatry.1080/02646838. G.. C.. Occupational and Environmental Medicine. A. 32-39. R. B. Archives of Neurology.. M. Occupational and Environmental Medicine. doi: 10.05. F. doi: 10. 279-291. Van der Steeg. (2006). & Caponero. M. G. 36(3). K.W. .. 14(5). Hosaka. (2013). 15(3). A.04.. Cavalcanti & Melo Oliveira. Bonk. J. ID on line Revista de Psicologia. B. & Wu..2010. C.. R. Garssen. & Denollet.. doi: 10. 81-89.. doi: 10. J. O. A. M. 69(1). doi: 10. The Situational Fatigue Scale: A different approach to measuring fatigue.1590/S1415-790X2011000400015 Yang. J. B. R. C. (2002). Peixoto.. (2011). M. L.Gouveia. G. H. H. C.. Schiffer. T. E.64584. C. L. self-rating Scale for Assessment of Fatigue in cancer patients. Handbook of psychology: Assessment psychology (Vol. R. (1995).780751 256 Rev. Graham & J. Psicol. F. T. & Goulart.. A. L. Janford.. M. 30(4).. & Krupp.i1 Vasconcelos. J. A. 391-394. Journal of Psychosomatic Research. Winter.. J. Naglieri (Eds. doi: 10.). Oliveira. (2010). 633-638.. Journal of Psychosomatic Research. (2005).. Souza. Gouveia.1016/j. O. & Fidell.). M. doi: 10..doi. F. 37(7). (2007).. & Uchitomi. S. M. A. A. G. Fatigue at work. Reis. 15 num 3. G. & Swaen. S. V. doi:10. jul-set 2015.. & de Haes. 145-146. Morehouse. & Soares.. vol.. P. J. 14(4). Moscovitch. & Cardoso. 67-93). J. H. Michielsen.. Occupational and Environmental Medicine. G.1007/s11136-004-5680-0 Wilson. M. Van Dijk. A. & Moreno. The Multidimensional Fatigue Inventory (MFI): Psychometric qualities of an instrument to assess fatigue.1097/01. K. Social work under pressure: How to overcome stress. Quality of Life Research. A.. Pelle. S. K. C. V.1016/0022-3999(94)00125-O Smith.1080/09503153. A. Oliveira. R.. 21(2).. Análise fatorial da escala de avaliação da fadiga em uma amostra de universitários de instituição pública.. & Shapiro. Practice: Social Work in Action. & Ramsey. 467-473. Mendes. Fadiga no trabalho: Como o psicólogo pode atuar? Psicologia em Estudo (Maringá).. The Journal of Perinatal & Neonatal Nursing. Data from a national survey of insomniacs. 9(9)..org/ Reynolds.. org/10. M. pp. M. Symptoms of fatigue in chronic heart failure patients: Clinical and psychological predictors. Development and validation of the Cancer Fatigue Scale: A brief. (2010). B. Schwartz. G. F. M.. 4(11).org/10. Kugaya.1016/S0022-3999(02)00407-5 Smets.JPN.1016/S0885-3924(99)00138-4 Owens. 753-762.. L. R. Bias in psychological assessment: An empirical review and recommendations. .. (1993). Using Multivariate Statistics (6a ed. Okamura. 315-325.016 Tabachnick.suppl_1. Development of an adjective checklist to measure five FACES of fatigue and sleepiness. Trab. Maruguchi. E.. C. C. M. doi: 10.doi. C. Flanigan. three-dimensional.05. 39(3).. 92100. Viganó.2007.. ejheart. 51-60. doi: http://dx. Canêo. (2003). Recuperado de http://www.1016/0022-3999(93)90104-N Shahida. Shima. 60(Suppl 1). fatigue and burnout in the workplace.jpsychores. (2003). C. A. Okuyama. R: A language and environment for statistical computing.2013.. Journal of Psychosomatic Researches. Journal of the Health Sciences Institute. B. (2013). Y.R-project. A. 1357-1362. P. Factors associated with work ability and perception of fatigue among nursing personnel from Amazonia. R. R. F.. Fischer. European Journal of Heart Failure. C. MA: Allyn and Bacon.. Boston.. Shena. J.1136/ oem. doi: http://dx. 10. Journal of Pain and Symptom Management.. pp. 25(2). M.60. Organ. 5-14. Estudo da fadiga e qualidade de vida nos pacientes com doença de Parkinson.1016/j. M.. J. (2000). B. K. New York: John Wiley. J. 922-927. Measurements of sleepiness and fatigue. The assessment of fatigue: A new measurement. J. Devins. L.. doi: 10. A. A. Sleep loss and fatigue in healthcare professionals. T. J.. Lunardelli.001 Shapiro. C. M. Sanches. Journal of Psychosomatic Research. 688-697.9d Team. 246-256 . 1-3. (2012). Y. C. 52(6). J. C.0000270624. G.. (2010). (2012).. 19(1). E.. Plamondon. doi: 10. M. (2012). Fleming. Akechi. In J. Revista Brasileira de Epidemiologia. G.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.