Ensino de Língua Estrangeira vai além da gramática.doc

March 25, 2018 | Author: Sílvia Maria Vieira | Category: Natural Language, Grammar, Learning, Schools, Pedagogy


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Ensino de Língua Estrangeira vaialém da gramática Para aprimorar o ensino de Inglês e Espanhol, o ideal é usar textos diversos, valorizando a interação e as situações reais de comunicação Amanda Polato ([email protected]) Bruna Menegueço Envie por email Imprima GÊNEROS DIVERSOS Só no contato comdiferentes materiais os alunos passam a dominar o idioma Os jovens - sejam japoneses, franceses, angolanos, brasileiros ou mexicanos - vêem os mesmos filmes, curtem as músicas de sucesso internacional, lêem os best-sellers e acessam ao mesmo tempo as páginas da internet. E fazem tudo isso usando, além da língua materna, o inglês e também o espanhol, que amplia cada vez mais seu alcance. Por isso, o ensino de Língua Estrangeira vem se modificando (confira a linha do tempo no quadro abaixo) e hoje busca, como principal objetivo, fazer com que os estudantes participem ativa e criticamente de um mundo com fronteiras diluídas no que diz respeito ao acesso à informação. "Os alunos têm, sim, interesse em aprender outro idioma a fim de entender as letras das canções e poder cantá-las e se comunicar via internet", explica Deise Prina Dutra, formadora de professores de Língua Estrangeira na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As pesquisas mais recentes no ensino das disciplinas estão vinculadas à perspectiva sociointeracionista (leia mais sobre outras formas de ensinar no quadro "Metodologias mais comuns"), defendida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Essa visão leva em conta as necessidades dos alunos. "Sempre se deve perguntar por que o brasileiro precisa aprender outra língua e para quê", diz Maria Antonieta Alba Celani, pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e uma das autoras dos PCNs. Mitos pedagógicos Confira alguns modismos passageiros e outras idéias sem fundamento sobre o ensino de Línguas: É impossível ensinar em escola pública "Eis um grande equívoco", diz Deise Prina Dutra, da UFMG. "Há limitações, como a baixa carga horária, mas um trabalho bem-feito leva a turma a avançar." Gostoso é aprender sem perceber Ninguém adquire conhecimento dormindo ou brincando. "Quanto maior o controle da criança sobre o que faz, mais facilidade ela terá para assimilar os conteúdos", diz Luiz Paulo da Moita Lopes, da UFRJ. É preciso falar como os nativos O professor que nasceu ou viveu no exterior serve de exemplo de falante nas escolas de idiomas. "Mas alguns sem essa vivência se sentem incapacitados para ensinar", diz Maria Antonieta Celani, da PUC-SP, que refuta a idéia. Línguas como o inglês e o espanhol são cada vez mais usadas por quem não nasceu onde esses idiomas são os oficiais. Existe um método infalível No fim do século 20, modelos vindos de editoras internacionais invadiram as escolas de todo o mundo. Pesquisadores como o indiano N.S. Prabhu lançaram a era pós-método, demonstrando que modelos que não levam em consideração o contexto local não são eficientes. O sociointeracionismo critica a concepção de aprendizagem de abordagens e métodos que valorizam apenas as questões relativas à cognição e a comportamentos (aquisição de hábitos lingüísticos), sem considerar o contexto social, a interação e a mediação. De acordo com essa perspectiva, cuja origem é o pensamento do psicólogo Lev Vygotsky (1896-1934), a interação mediada pela linguagem sempre ocorre num determinado lugar social e num momento da história, e os professores têm de saber disso. Críticas a outras teorias aparecem também pela falta de preocupação com aspectos políticos, culturais e ideológicos que sempre estão associados à linguagem. O importante é não cair em engodos da moda (leia o quadro ao lado), mas usar diferentes recursos para entender as práticas sociais de leitura e escrita e participar delas, como interpretar o rótulo de um produto importado ou entender as instruções de um videogame. Para pesquisadores e formadores de professores, as atividades mais significativas são aquelas que criam em sala situações reais de comunicação. Também é interessante que os jovens produzam textos em outra língua. "Se antes havia o modelo do download, de baixar conteúdo na internet, hoje existe o upload, com as pessoas produzindo informação", explica Lynn Mario Menezes, da Universidade de São Paulo (USP). Isso tem ref lexos no processo educacional: "Os alunos não são passivos diante do conhecimento". O ensino de Língua Estrangeira no Brasil 1500 Com a chegada dos colonizadores, a Língua Portuguesa começou a ser ensinada aos índios, informalmente, pelos jesuítas. Posteriormente, foi considerada a primeira língua estrangeira falada em território brasileiro 1750 Com a expulsão dos jesuítas e a proibição do ensino e do uso do tupi, o português virou língua oficial. Os objetivos eram enfraquecer o poder da Igreja Católica e organizar a escola para servir aos interesses do Estado 1759 O alvará de 28 de julho determinou a instituição de aulas de Gramática Latina e Grego, que continuaram como disciplinas dominantes na formação dos alunos e eram ministradas nos moldes jesuíticos 1808 Durante o período colonial, a língua francesa era ministrada somente nas escolas militares. Com a chegada da família real, esse idioma e o Inglês foram introduzidos oficialmente no currículo 1889 Depois da Proclamação da República, as línguas inglesa e alemã passaram a ser opcionais nos currículos escolares. Somente no fim do século 19 elas se tornaram obrigatórias em algumas séries 1942 Na Reforma Capanema, durante o governo de Getúlio Vargas (1882-1954), Latim, Francês e Inglês eram matérias presentes no antigo Ginásio. Já no Colegial, as duas primeiras continuavam, mas o Espanhol substituiu o Latim 1945 Lançamento do Manual de Espanhol, de Idel Becker (1910-1994), que por muito tempo foi a única referência didática do ensino do idioma. Idel, argentino naturalizado brasileiro, tornou-se um dos pioneiros das pesquisas na área 1961 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) retira a obrigatoriedade do ensino de Língua Estrangeira no Colegial e deixa a cargo dos estados a opção pela inclusão nos currículos das últimas quatro séries do Ginásio 1970 Na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é criado o primeiro programa de pós-graduação em Língüística Aplicada ao Ensino de Línguas no país, tendo como um dos idealizadores Maria Antonieta Alba Celani 1976 Com a Resolução 58/76 do Ministério da Educação, há um resgate parcial do ensino de Língua Estrangeira Moderna nas escolas. É decretada a obrigatoriedade para o Colegial, e não para o Ginásio 1977 O professor José Carlos Paes de Almeida Filho, hoje professor da Universidade de Brasília, é o primeiro brasileiro a defender uma dissertação de mestrado com foco na a própria língua e sua estrutura passam a ser entendidas como objeto de ensino. com sugestões de procedimentos pedagógicos adequados às transformações sociais e culturais do mundo contemporâneo FONTE: HISTÓRIA DO ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL . escolhida pela comunidade. pedir informação) e questões ligadas ao conhecimento sistêmico. No Ensino Médio seriam incluídas uma língua estrangeira moderna. funcionando como semente do movimento comunicativista 1996 Publicação da Lei de Diretrizes e Bases que tornou o ensino de Línguas obrigatório a partir da 5ª série. de acordo com a peculiaridade de cada região 2007 Foram desenvolvidas novas orientações ao Ensino Médio na publicação PCN+. e uma segunda opcional 1998 A publicação dos PCNs de 5ª a 8ª séries listou os objetivos da disciplina. Conselhos Estaduais devem elaborar normas para que a medida seja implantada em cinco anos. Com base no princípio da transversalidade.PROJETO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGÜÍSTICA APLICADA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA A própria natureza da linguagem exige que se considere seu uso social.abordagem comunicativa para o ensino de um idioma 1978 Evento realizado na Universidade Federal de Santa Catarina foi pioneiro no Brasil em combater as idéias estruturalistas do método audiolingual. O importante é incorporar o contexto de produção dos discursos.161 institui a obrigatoriedade do ensino de Espanhol. funções (cumprimentar. a Língua Estrangeira assumiu a função de veículo de acesso ao conhecimento para levar o aluno a comunicar-se de maneira adequada em diferentes situações 2005 A Lei nº 11. e não apenas sua organização. o documento sugere uma abordagem sociointeracionista para o ensino de Língua Estrangeira 2000 Na edição dos PCNs voltados ao nsino Médio. permitindo a compreensão do uso que as pessoas fazem do idioma ao agir na sociedade (conheça as expectativas de aprendizagem até o 9º ano no quadro "Expectativas de aprendizagem"). Quando o ensino se resume a vocabulário. gramática. . ATIVIDADES SOCIAIS Rótulos e imagensajudam a aprender a língua em contextos em que ela é de fato utilizada É essa mudança conceitual que vem ocorrendo nos últimos 20 anos. Ao estudar um segundo idioma. selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. diversos conteúdos relacionados à pesquisa em si e ao assunto investigado. por exemplo. que pode ser usado em Língua Estrangeira: o desenvolvimento de comportamentos leitores e escritores por meio das práticas sociais. as crianças vão aprender os conteúdos lingüísticos e também outros ligados à própria ação. existe um conceito abrangente. e memorização de regras gramaticais e vocabulário. Delas derivam as seguintes perspectivas e maneiras de ensinar presentes na sala de aula. o aluno usa conhecimentos prévios de leitura e escrita e faz analogias com a língua materna. com o uso de ditados. "Em vez de trabalharmos só com exercícios de gramática deslocados da realidade. Ao simularmos uma conversa por telefone. vindo da área de Alfabetização. ao buscarem informação num site em espanhol. Por exemplo. Foco Dominar a gramática normativa e a tradução literal. Direta . Metodologias mais comuns A disciplina tem duas abordagens teóricas: a estruturalista (voltada ao ensino da forma. ao participarem de uma atividade real. Tradicional Usada no século 16 no ensino do Grego e do Latim. Estratégias de ensino Trabalho com textos. explica Andrea Vieira Miranda Zinni. além do vocabulário e da organização da frase. Isso significa que. precisamos pensar na língua como instrumento e resultado do ensino". da gramática) e a enunciativa. em exercícios de tradução. perceberão. Embora a maior parte dessas comparações não tenha correspondência. é importante analisar para quem ligamos e com que objetivos. Não se usa a língua materna. publicou em 1935 o livro O Ensino de Línguas Vivas. Foco Aprender a língua nos contextos em que ela é realmente utilizada. da USP. inserindo nele outras unidades lingüísticas. Isso requer novas habilidades de leitura que permitam interrelacionar textos. Foco O estudante deve começar a pensar na outra língua. ilustrações. influenciada pelo behaviorismo de Burrhus Frederic Skinner (19041990) e pelo estruturalismo de Ferdinand Saussure (1857-1913). da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos autores dos PCNs. como fotografias. diz Luiz Paulo da Moita Lopes. imagens e sons. Seu principal defensor. Estratégias de ensino Exercícios de conversação com base em modelo de perguntas e respostas. repetição. Não defende nenhum método específico. e a compreensão é feita por gestos. sem traduzi-la. O processo de aprendizagem obedece à seqüência de ouvir e falar. Ela explica que há discussões sobre os letramentos e os multiletramentos . Antônio Carneiro Leão (1887-1966). memorização e exercícios orais de palavras e frases feitas para que o aprendizado se dê por meio de reflexos condicionados.escritos no plural por se tratar de gêneros escolarizados (narração. As atividades são de compreensão de texto e gramática.Foi instituída como oficial no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. diz Walkyria Monte Mór. Foco Fazer o aluno adquirir o domínio do idioma de forma natural. "Uma atividade com hip hop com uma turma que aprecia o estilo permite uma ref lexão sobre diferentes realidades e modos de viver". por meio do contato direto com o idioma. O trabalho com gêneros também possibilita o estudo de questões relacionadas à diversidade cultural e social. Audiolingual Surge nos anos 1950. com base no pensamento do psicólogo russo Lev Vygotsky (1896-1934). Giuliano Cezar Polivelli . dissertação) e outros de uso social. "Os pesquisadores estão ampliando o conceito de texto. como a página de um site ou o manual de um aparelho eletrônico. design. imagens. simulações. com atividades que envolvam comunicação entre as pessoas e a utilização de diversos gêneros textuais e orais e a reflexão sobre eles. Sociointeracionista Começou a ser desenvolvida na década de 1970. vídeos e obras de arte". cores. movimentos. Estratégias de ensino Criação de situações reais de uso do idioma. Os principais instrumentos para trabalhar nessa perspectiva são os diversos gêneros textuais ou discursivos. Estratégias de ensino Audição. É também chamada de sociocultural. ler e escrever. Por que resolveu mudar? Sentia que meus alunos não aprendiam direito e resolvi procurar capacitação. principalmente no de Língua Estrangeira. Ao pensar na organização da classe. Como eram as suas aulas? Eu usava o método tradicional. Os alunos preparam seminários e peças de teatro. Que problemas surgiram durante a adaptação da metodologia? Alguma resistência sempre há. .Professor Giuliano Cezar Polivelli Professor de Língua Estrangeira de 5a a 8a séries na EE Professor Antônio Sproesser. Interagir com outra pessoa. em Monte Mor. ele mudou radicalmente a maneira de ensinar. E o que aprendeu? Agora uso músicas e textos literários clássicos e modernos. escrevendo no quadro a gramática e o vocabulário. mas com o tempo os estudantes percebem uma forma mais gostosa e dinâmica de aprender Inglês. com o apoio da diretoria. Fazia comparações com a língua materna e preparava uma lista de palavras com a tradução. é a melhor maneira de a criança avançar no aprendizado. não se pode esquecer o conceito de mediação. embora seja trabalhada de outra forma. a 121 quilômetros de São Paulo. analiso a fala e a escrita nas atividades individuais e em grupo. A gramática deixou de ser o foco. centro do pensamento vygotskyano. que requer habilidades comunicativas. adulto ou colega. Hoje. O que mudou na avaliação? Aboli a prova tradicional. privada ou especializada em idiomas". em especial o trabalho com gêneros. oestudante constrói novos saberes Diferentemente das abordagens em que o professor aparece como modelo a ser seguido. mas de pessoas trabalhando juntas. livros. com base em conceitos como o sociointeracionista. Mudar a maneira de ensinar não é nada fácil e requer determinação e formação (leia depoimento de professor que resolveu apostar na mudança no quadro ao lado). apesar da resistência de alguns docentes. O psicólogo israelense Reuven Feuerstein defende o papel da mediação docente para auxiliar as crianças a adquirir conhecimentos e estratégias que as levarão a ser autônomas para aprender e para resolver problemas. De acordo com os especialistas. É o caso da Universidade Federal do Paraná. a escrita e a audição. e ao fazer pesquisas. conta Eva Dalmolim. explica Andrea Zinni. fazendo com que os alunos aprendam a utilizar .já que existem professores que não dominam habilidades essenciais para o ensino de Língua Estrangeira. Alguns cursos optam por tratar de todas as metodologias conhecidas. No geral. há uma tentativa de adaptação das metodologias à tecnologia. uma deficiência comum às faculdades de Letras é a pouca atenção que se dá à proficiência no idioma . o gatilho de grandes transformações deveria ocorrer nos cursos de graduação. "Ensinamos as diferentes abordagens. revistas. Outra é a falta de novas práticas no currículo. como a fala. Existem programas de formação continuada que introduzem diferentes maneiras de ensinar.MEDIAÇÃO No trabalho com colegas eprofessores. modificando o que sabem e chegando a um saber novo para todas". as grades disciplinares apresentam poucos momentos dedicados à didática. coordenadora do curso de Letras. Já na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). pública. Porém. Ela lembra que a mediação pode ser feita também com internet. leitura. fala e escuta) esteja em jogo. a sociointeracionista valoriza a participação do aluno. pois nosso objetivo é garantir que os futuros professores possam lecionar em qualquer escola. "Não se trata de simples troca de informações. DVDs e CDs em atividades em que mais de uma situação (escrita. "Facilitamos o acesso às novas maneiras de ensinar. ). músicas e videoconferências". . receitas. diálogos e canções. rótulos de embalagens. . jogos etc.Compreender regras e instruções (manuais. mas sem invalidar nenhuma estratégia. obrigação e solicitação. professora da Faculdade de Educação. completa Luiz Paulo da Moita Lopes. notícias.Selecionar palavras-chave para reconhecer significados e inferir o sentido de expressões com base no contexto.Compreender características culturais. "Existem atividades dos métodos tradicional e audiolingual. contudo.Analisar criticamente a importância e a finalidade de diversos gêneros. observando pronúncia e entonação.Entender. avaliar e responder a instruções ligadas a situações de sala de aula (fechar o livro. . . .Reconhecer o uso de voz passiva. . pontuação e vocabulário inseridos nos diferentes gêneros. . pronomes. deveria incluir a abordagem sociointeracionista. .Compreender o contexto de produção e identificar os elementos da estrutura que compõe os gêneros.Avaliar ações de combinados.Produzir textos informativos. .Localizar informações e idéias principais em textos. os alunos devem ser capazes de: . rótulos. .Apreciar texto literário escrito em Língua Estrangeira. mesmo que sejam as específicas de outras abordagens. .Cantar ouvindo a canção. .Explorar experiências vividas em situações de aprendizagem. .Aprender a utilizar dicionários e enciclopédias. percebendo o uso de verbos para regra. A formação completa. .Expressar-se usando pronúncia e entonação apropriadas. diz Inês Barbosa de Oliveira.filmes. laboratórios.Entender e dar informações em situações informais. Expectativas de aprendizagem Ao fim do 9º ano. como textos literários. prestar atenção). pedido. artigos.Usar verbos e suas diversas conjugações.Relacionar imagem e texto. finalidade e estrutura de diferentes tipos de músicas e gêneros literários.Diferenciar fato e informação de opinião. . . identificando ações. . que podem ser usadas em algumas situações desde que sejam significativas para a turma e estejam dentro dos objetivos de aprendizagem". conectivos. por exemplo. respeitando a seqüência temporal e causal. . . Para isso. a negociar um PNE medíocre em termos de padrões de qualidade e surreal em termos de gastos. A desenhar tão mal o FIES a ponto de quebrar o sistema depois de enriquecer um grupo seleto de investidores. deixavam tudo como já estava: as crianças sendo mal e tardiamente alfabetizadas. Brigamos com a palavra qualidade e nos casamos com a demagogia e o populismo. É obrigação de todos os brasileiros acompanhar esse processo. que vale para os próximos 9 anos. o que significa aceitar que nossos protocidadãos de 15 anos mal compreendem o que lêem. na institucionalização profunda das relações dos ambientes escolares e em padrões de desempenho profissional docente bem detalhados e muito exigentes. É da nossa vigilância informada que depende seu formato final.por exemplo. . más escolhas nos levaram . na verdade. manter a média brasileira no nível 2 do Pisa. precisaremos abandonar a lógica do populismo. estudar seus conteúdos para compreender as consequências de cada escolha. da desonestidade intelectual e da preguiça mental para nos jogarmos de cabeça no rigor acadêmico universalizado. da mediocridade. Abriu-se o portal da BNC para que todos possam compreender e participar do processo de sua construção. o que mudou foi a forma de organizar a amostra. por Ilona Becskeházy em 3 de agosto de 2015 Nas últimas décadas. Escolhemos fazer um programa de alfabetização “na idade certa” com parâmetros pouco exigentes que. É uma oportunidade de sermos ambiciosos com nosso futuro: com uma população que domine mais conhecimenetos e mais habilidades cognitivas poderemos todos fazer mais pelo País. Particularmente na área da educação. sem que a qualidade da nossa força de trabalho fosse substancialmente aprimorada. embora tendo aprimorado algumas instituições e práticas. Escolhemos para o novo Plano Nacional de Educação. Isso tudo pode ser consequência do desenho da nossa Base Nacional Comum (BNC). Com uma análise mais aprofundada dos dados do Pisa podemos ver que a educação quase não melhora desde 2000.A criação de uma Base Nacional Comum pode ser uma escolha entre a habitual mediocridade ou um futuro ambicioso. Agora temos a oportunidade de corrigir esses erros e desenhar um currículo de alta qualidade para nosso País. o Brasil perdeu inúmeras oportunidades de aumentar a capacidade do Estado em servir seus contribuintes e de se modernizar como sociedade. Só depende da nossa vigilância. De uma maneira geral. mas alí temos apenas uma pista de como eles estão classificados. Não sabemos. que conta com 116 especialistas. estejam se achando alheias e acima desse processo. nossa zona de conforto é a lei do menor esforço. com muito blá. mal organizados. Inglaterra e Portugal. as escolas privadas vão ser afetadas sim. JÁ TEREMOS QUEIMADO A LARGADA. MESMO EM ESCOLAS PRIVADAS. o nível de internacionalização dos consultores. Se começarmos sem incluir gente altamente qualificada em padrão internacional.RIGOR e PROGRESSÃO em padrão internacional têm que ser inventados no Brasil. progredir e avaliar os tópicos fica muito prejudicada. Hoje faço um pequeno resumo das minhas primeiras impressões sobre o portal da BNC: 1) Foram organizados todos os documentos que os Estados da Federação brasileira julgaram ser os mais atuais ou válidos. que. blá pseudo-acadêmico e pouca explicações sobre os itens curriculares em si. Nós aqui do Exequi e do Missão Aluno da Rádio CBN vamos ajudar a destrinchar os assuntos para nossos leitores e ouvintes. 3) Na biblioteca do portal há não só toda a legislação pertinente ao tema. United Kigdom National curriculum The Australian Curriculum . Se ele for bom e exigente mesmo. Não tenho notícia de comitês curriculares tão abrangentes como o nosso. logo a seguir. Apresento. 2) No portal informa-se que a BCN conta com “protagonistas“. COMO FIZERAM PAÍSES DESENVOLVIDOS. como França. por exemplo. neste momento. blá. esses documentos são muito frágeis. duas exceções QUE DEVEM SER LIDAM COM ATENÇÃO E COMPREENDIDAS para quem está envolvido em atividades escolares. mas pode ser que a prática de não desagradar ninguém e incluir o desenho do currículo nas barganhas políticas com as bases de apoio ao governo federal ainda esteja funcionando plenamente. mas em seu rodapé temos os links para as documentações curriculares dos seguintes países: The New Zealand Curriculum Online. de forma que a função de orientar escolas e professores sobre como introduzir. dominam a LÍNGUA INGLESA. A primeira porque é uma proposta. Não incluir a leitura do currículo de Portugal em um processo como este no Brasil é uma tremenda bobeada do MEC. porque é quase tão bem feita e exigente quanto as outras e está em português. NÃO DEIXEM DE LÊ-LOS!!! Dos limões. dia 4/12/2015 o Governo do Estado de São Paulo anunciou a suspensão do projeto de reorganização das escolas da rede pública estadual que previa o remanejamento de alunos entre unidades escolares e o fechamento de algumas delas. não dominam o jargão. Também não acompanharam as reformas curriculares mundo afora e. A segunda. progressão e rigor. Os educadores brasileiros. progressão e ferramentas para professores. Não é comum (e há até muito preconceito) em se estabelecer parâmetros curriculares para esta fase de ensino. O projeto. mas que é apresentada de forma muito simples e bem organizada. uma deliciosa limonada por Ilona Becskeházy em 7 de dezembro de 2015 Na sexta feira. anunciado em setembro para ter efeito já no ano letivo de 2016. com detalhamento. O conjunto da documentação do Acre é muito bem feito. como as outras. foi justificado pela Secretaria de Educação e pelo Governo do Estado com base em duas alegações: a) a diminuição do tamanho da população em idade escolar no Estado e . portanto. Há dois documentos brasileiros cuja leitura indicamos fortemente: a) As orientações curriculares para educação infantil do Governo do Estado do Ceará b) Toda a documentação curricular do Acre O documento da educação infantil do Ceará é uma publicação rara. um dos que apresenta maior rigor.Acho muito importante que essas referências estejam aí e acredito que ficaram faltando duas: a de Ontario e a de Portugal. apenas como exceção. a solução que será dada no Estado interessa aos demais. Nem mesmo para apresentar qual o impacto da diminuição do tamanho da clientela no número de alunos por turma nas escolas do estado. Conselhos Municipais de Educação. notadamente proceder o “estorno” das matrículas transferidas compulsoriamente. providências e estratégias são as mais indicadas para melhorar a qualidade da educação em São Paulo. de maneira que todas as mudanças que o projeto já tenha feito até a data fosse desfeitas. inclusive. Como a diminuição da população em idade escolar (assim como o aumento de pessoas em idade mais avançada) é um dado de realidade não só em São Paulo. partiu do Ministério Público com a apresentação de uma Ação Civil Pública suspendendo. Além disso. além de organizar audiências públicas amplas. Conselhos de Escola. além de: “estabelecer. mas. todo o processo de reorganização da rede estadual. mas no País como um todo. que tramita na Assembleia Legislativa o projeto de Lei do Plano Estadual de Educação e que. ou a indicação de alguma forma de encaminhá-la. é preciso saber . tendo em conta.b) a vantagem pedagógica em se separar os alunos de diferentes etapas escolares. principalmente (a separação dos anos iniciais já tinha sido feita em 1995/96) O item a) é um fato sobre o qual não cabe discussão.005/2014 (PNE). agenda oficial de discussão e deliberações a respeito de política pública para a melhoria da qualidade da educação em São Paulo com as comunidades escolares. de acordo com o artigo 9º da Lei nº13. E a solução. anos finais do ensino fundamental e ensino médio. nas ruas. O item b) não foi satisfatoriamente justificado pelo Estado. mais uma vez. os Estados deverão aprovar leis disciplinando a gestão democrática até junho de 2016″ (pg. do Conselho Estadual de Educação. Agora fica o desafio para o Governo do Estado: a) fazer estudos técnicos que visem elencar que políticas. assegurando-se a participação de grêmios estudantis. a forma como as escolas que seriam fechadas ou de ciclos separados não foi apresentada de maneira clara e justificada em nenhum momento pelas autoridades educacionais de São Paulo.80) É isso que os alunos pedem hoje. a partir e ao longo do ano de 2016. antes. sob pena de multa. assim como seus desdobramentos subnacionais. os acadêmicos que estudam o tema educação. igualdade de gêneros. O Plano Nacional de Educação. Para tal. este Plano é infinitamente mais técnico e justo com a população (brasileira e paulista – pois o plano vale para o mundo todo) que o jaboticabão coporativista empurrado por quem teve disponibilidade de participar do processo de elaboração do PNE. é uma lista de aspirações baseadas em pressões políticas do corporativismo docente. expõe a opinião do jornal sobre o processo de elaboração da Base . recomendo que o Estado. Agora é hora de falar em qualidade da educação de maneira séria. o Ministério da Educação comecem estudando com muita atenção oPlano de Ação de Educação 2030. leiam e informem-se. É fundamental que pesquisas acadêmicas sérias comecem a embasar as decisões de política pública para que o que vimos acontecer em São Paulo nas últimas semanas não se repita nem aqui. aprendizagem etc. resultante da Declaração de Icheon (onde ocorreu o Fórum Mundial de Eduação de Maio de 2015). domingo. quanto do superior. nem nas demais unidades da federação. O Plano de Icheon será uma arma muito mais poderosa para seus interesses que apenas fechar a circulação de vias públicas. permanência. Pais e alunos.b) como a qualidade será aferida O Plano Nacional de Educação NÃO TROUXE essas respostas. tanto do ensino básico. Melhorando as políticas públicas com boas perguntas que levantem o nível do debate por Ilona Becskeházy em 30 de novembro de 2015 O editorial da Folha de São Paulo de ontem. no qual seus elaboradores elencaram 43 indicadores para medir o progresso de aspectos de educação como acesso. 29 de novembro de 2015. Na minha opinião. Em torno dele é que as futuras ações do Estado devem ser desenhadas. o Ministério Público. seja contra ou a favor. É infinitamente chato falar de coisas específicas e técnicas. mas bate uma preguiça danada quando temos que conhecer detalhes técnicos de uma política pública para poder contribuir com seu desenho ou apenas nos manifestar. não tem outro jeito. É preciso se informar. por exemplo.Nacional Comum de maneira detalhada. Acontece que o Brasil mudou e está claro que se o setor público não for vigiado tanto pelas instituições incumbidas de fazê-lo. porque exige processos cognitivos exaustivos e atrapalha nossas horas de lazer. quando chamamos atenção aqui neste blog para uma substancial mudança no rumo do debate: menos amenidades e mais conteúdo para que o que se expõe institucionalmente sobre o tema possa realmente contribuir para o desenho de uma política pública que tem potencial tanto para melhorar a qualidade da educação no Brasil. Controlamos até a cor da roupa de baixo dos participantes de programas de “realidade” televisiva. a forma de ensinar fração. vai continuar nos brindando com serviços públicos pífios e transformando nossos impostos em carros. quanto para piorá-la. implementação e monitoramento das políticas públicas de seu interesse. para que os conceitos fiquem tão internalizados que os alunos consigam enfrentar essas questões básicas de Matemática do dia a dia com tanta facilidade quanto jogam futebol. quanto pelos eleitores e contribuintes. como ainda não tínhamos visto em um espaço similar (de opinião editorial) no debate sobre o tema na imprensa. Tem que participar. Para ajudar nossos leitores e ouvintes a começar ou a aprofundar sua participação no desenho. vamos dar um curso relâmpago sobre o tema. mas não nos dispomos a verificar se. casas e viagens de luxo. Ainda mais na imprensa e pior ainda se o tema for educação. proporção e percentagem nas escolas brasileiras é a melhor possível. sem que elas sequer se dêem conta de nossa existência. . Assim. Seguimos celebridades vazias como se fizéssemos parte da vida delas. O programa Globo News Especial do mesmo dia também tratou do tema de com maior profundidade do que vinha sendo feito até a semana passada. Quais são as opções que existem ou que já foram aplicadas em outros contextos similares para resolver problemas similares? 5. incluindo a imprensa. deve fazer aos gestores públicos quando eles apresentam um novo plano de trabalho ou política pública. normalmente modinhas importadas de outros países. diminuindo de tamanho. Apenas apresentá-las. Qual a relação de causa e efeito entre a solução que se propõe e o problema identificado? 4. Não vou comentar minha opinião sobre as respostas. Qual é exatamente o problema que se está querendo resolver? Qual é exatamente a solução que está sendo proposta? 3. Qual é exatamente a solução que está sendo proposta?  Reordenar as escolas separando o secundário (anos finais do ensino fundamental) do ensino médio  Qual a relação de causa e efeito entre a solução que se propõe e o problema identificado? . A Veja costuma dar espaço para soluções simples e baratinhas. Vamos usar o encarte para responder às perguntas. o Governo comprou espaço para se explicar. Qual o custo para se implementar a solução proposta? 6.    Qual é exatamente o problema que se está querendo resolver? Diz o Estado de São Paulo que o ajuste “visa melhorar o atendimento a uma população que também está em constante mudança” – neste caso. fazendo a primeira lição do nosso curso relâmpago. a reestruturação das escolas da rede estadual de São Paulo.Ele começa com perguntas básicas que cada interessado. tentaremos aplicá-las a um caso recente de alta visibilidade. Depois. Neste caso. pois essa foi a única que li). Quem perde e quem ganha com o que foi proposto? Uma evidênca da magnitude do sinal dos novos tempos: o Governo do Estado de São Paulo publicou um encarte de 8 páginas na revista Veja deste final de semana com explicações sobre a política de reestruturação da rede escolar no Estado (não sei se publicou em outras. 2. 1. Detalhes sobre uma política pública de educação ocupando um espaço como esse não era comum até aqui. ”  “Com a reorganização. os diretores poderão planejar […] atividades adequadas ao perfil dos alunos e garantir maior eficiência no uso dos recursos. na Folha de São Paulo deste domingo. Quem perde e quem ganha com o que foi proposto? Ainda não foi perguntado/avaliado de forma direta.”  Quais são as opções que existem ou que já foram aplicadas em outros contextos similares para resolver problemas similares?  No encarte o Governo afirma que este é o mesmo modelo da Coreia do Sul.     Qual o custo para se implementar a solução proposta? Ainda não foi divulgado. O que vemos é que alguns alunos devem achar que não é bom. O ministro critica o desempenho das universidades que preparam os docentes —”principalmente no setor privado”— e diz que o MEC vai exigir contrapartidas para repassar as verbas dos programas federais. Continuando nosso curso. Aloízio Mercadante. . diz: “Se formássemos nossos médicos como formamos nossos professores. No resumo da entrevista são apresentados alguns dos temas nela abordados: “A formação dos professores tem que se voltar para a prática. leiam essa entrevista do Ministro da Educação. o Estado vai oferecer 30% a mais de vagas [de período integral] – serão 60 mil “  “A reorganização vai ampliar a jornada dos professores em uma única escola e diminuir o deslocamento desses profissionais. porque estão ocupando aproximadamente 200 escolas no Estado. […] “Assim. Inglaterra e Alemanha. O Governo do Estado diz que os dados mostram que “estudantes de escolas de ciclo único têm rendimento até 28. Cingapura. O sindicato estadual de profesores e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto também se manifestaram contra (a política ou o partido do Governador?) e estão ajudando a fechar escolas.4% superior quando comparados àqueles que estudam em unidades” com os dois ciclos. os pacientes morreriam”. como aspectos da história da Europa e das Américas. com comentários na impressa um pouco mais detalhados do que as aspas genéricas que a imprensa vinha coletando desde o lançamento da sua primeira versão em setembro. Não apoia. a política de “charter schools”. de formação técnica. ou a Base Nacional Curricular Comum (BNCC). em que escolas privadas recebem do Estado para prestar o serviço da educação gratuita. ao EJA. no entanto. No de História os observadores externos ao MEC perceberam que a equipe que fez a primeira versão esqueceu de colocar conteúdos fundamentais para se entender a evolução de fatos históricos e questões sociais. antigo supletivo. .Mercadante afirma que há simpatia à ideia de incluir o ensino profissionalizante no currículo do ensino médio e propõe vincular o Pronatec. políticas e econômicas no Brasil e no mundo de hoje. Defende a política de dar prêmios em dinheiro a escolas e professores que atingirem metas e acha que entregar a administração escolar a Organizações Sociais (entidades privadas sem fins lucrativos) pode dar bom resultado. Boa sorte! BNCC: o debate precisa ser mais detalhado para que tenha sucesso em contribuir para seu aprimoramento por Ilona Becskeházy em 23 de novembro de 2015 Na semana passada esquentou um pouco o debate sobre o novo currículo nacional. As críticas mais objetivas à primeira versão apresentada pelo Ministério da Educação estão direcionadas ao conteúdo de História e de Língua Portuguesa.” A segunda lição do curso é: leia a entrevista completa e tente responder às perguntas acima. Em Língua Portuguesa faltou não só a Gramática (ou os apectos gerais da estrutura da língua. Machado de Assis pode ser de interesse nacional. Por exemplo. Saber como funciona uma língua permite parte de sua compreensão. enquanto que autores e obras mais . aquisição sistemática de vocabulário. Em relação à que lógica usar para separar o que é nacional do que é local em um currículo desenhado em âmbito nacional para um país grande e diverso como o Brasil. Entretanto. interessa a todos os brasileiros. pontuação e sintaxe). que ficou de fora da primeira versão do currículo. que também ficou de fora da primeira versão. profissional e cidadã dos alunos. Fala-se de uma tal divisão 60/40 de alguma coisa que ainda não ficou clara. Conhecer os mecanismos da Língua oficial do País onde se vive é tanto uma questão de cidadania. Assim. Ambos (Gramática e aquisição sistemática de vocabulário amplo) devem ser parte da base comum a todos os alunos e escolas do Brasil. é preciso lembrar que em relação à Língua Portuguesa temos o seguinte: 1. há um ponto ainda mais básico da discussão que ainda não vi esclarecido em lugar nenhum: a tal divisão 60/40 dos conteúdos. ler e escrever textos úteis para a vida pessoal. profissional e até cultural. Gramática. quanto é escolar. mas também vocabulário e a evolução curricular na definição das habilidades de ouvir. Na documentação e normativas já publicadas sobre o tema do currículo menciona-se a base nacional comum e da parte diversificada*. A outra parte é a 2. que esteve presente em 9/10 comentários sobre a BNCC. além de aspectos históricos e culturais diversos. O que muda de um lugar para o outro são as obras com que se trabalha textos variados para aprender Gramática e vocabulário. como ortografia. Mas não se diz o quanto haverá de cada um de forma clara. entre outras utilidades menos óbvias. apresento o meu entedimento sobre a questão da divisão do currículo com base na sua estrutura lógica e nas referências internacionais que venho estudando há anos. totalizando 14 horas. De acordo com o Decreto-Lei n. Diário Oficial da União. 14 de julho de 2010. CAPÍTULO IIFORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA . RESOLUÇÃO No 4. na qual se pode fazer a divisão de interesses.mec. Essa é a divisão que precisamos compreender melhor em relação ao currículo novo. DE 13 DE JULHO DE 2010. ou 56% do tempo letivo das escolas. Para o caso brasileiro. Resolução CNE/CEB 4/2010. Essa questão é facilmente resolvida com uma lista mínima de obras obrigatórias. novamente uma referência para nós.º 139/2012.pt/matriz-curricular-do-1o-ciclo-historico * MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. http://www. As escolas brasileiras contam em média com 4 horas letivas por dia.localizados podem dar enorme contribuições para a motivação e interesse dos alunos na leitura. Em Portugal as escolas têm. que entupir os alunos de conteúdo. 824. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Seção 1. aí incluídos recreios e transições. Quando as autoridades educacionais brasileiras resolverem inserir Gramática e vocabulário vão ter que pensar nesse tipo de divisão. ou 20 horas semanais. Mas há uma divisão ligada ao currículo que é ainda mais estratégica: a divisão das horas de ensino dedicada a cada disciplina. a que mais interessa é a de Portugal.dge. Brasília. NO MÍNIMO 7 horas de Língua Portuguesa + 7 horas de Matemática devem ser dadas por semana. p. Essa lista faz parte de a maior parte dos currículos que venho estudando. Os países desenvolvidos perceberam que é muito mais importante desenvolver capacidades relacionadas à linguagem e matemática. E aí o exemplo de Portugal. em média 25 horas letivas por semana. Sugiro a consulta. Resolução CNE/CEB 4/2010. simplificando. mas devem ser organicamente planejadas e geridas de tal modo que as tecnologias de informação e comunicação perpassem transversalmente a proposta curricular. Art. da economia e da comunidade escolar. na produção artística. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. perpassando todos os tempos e espaços curriculares constituintes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.  3o A base nacional comum e a parte diversificada não podem se constituir em dois blocos distintos. com disciplinas específicas para cada uma dessas partes.Art. A parte diversificada enriquece e complementa a base nacional comum. e nos movimentos sociais. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. no mundo do trabalho. 15. p. com exemplos nacionais e internacionais. da cultura. nas atividades desportivas e corporais. expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico. um currículo nacional para todas as escolas brasileiras é uma boa ideia? por Ilona Becskeházy em 18 de novembro de 2015 O objetivo deste post é mostrar. prevendo o estudo das características regionais e locais da sociedade. 14. RESOLUÇÃO No 4. 824. Diário Oficial da União. A base nacional comum na Educação Básica constitui-se de conhecimentos. imprimindo direção aos projetos político-pedagógicos. no desenvolvimento das linguagens. Ou. desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. que a primeira proposta de BNCC apresentada à sociedade brasileira pelo . Seção 1. 14 de julho de 2010. Algumas questões sobre a existência de uma Base Nacional Comum. saberes e valores produzidos culturalmente. nas formas diversas de exercício da cidadania. DE 13 DE JULHO DE 2010. Brasília. independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso à escola. só uma parcela . A população não anseia por um currículo porque nem sabe o que seja um. sendo ou não uma boa ideia. Depende. Portanto. não atende aos princípios legais que facultaram sua existência. Uma lei só “pega” quando atende aos anseios da população. no caso brasileiro. como se sabe. em primeiro lugar. Muito menos. tendo o aprendizado dos alunos obsessivamente como meta. implementando e comunicando políticas que realmente melhorem o padrão de vida da maioria.Governo Federal. acima de tudo. o novo currículo deverá ser mais detalhado e ambicioso que os existentes na maior parte dos estados e em muitos municípios Brasil afora. Tratando-se de um tema tão complexo quanto desconhecido no contexto brasileiro. apresenta um risco concreto para algumas das parcas conquistas que o País obteve na área da educação nas últimas décadas. Entretanto. precisamos urgentemente saber: é uma boa ideia ter um currículo nacional? A população anseia por isso? A resposta à primeira pergunta é: depende. mas não unicamente. A da segunda é: não. Um dos diferenciais de competência de um gestor público é identificar estratégias efetivas para materializar esse desenvolvimento de forma a atender as necessidades da população. não é porque uma normativa está prevista em lei que torna-se vantajosa para a população ou para o desenvolvimento social e econômico do País. Em primeiro lugar. o que seja um currículo poderoso para fomentar o aprendizado efetivo dos alunos. Para que esse objetivo complexo seja alcançado é essencial que as informações e parâmetros que comporão o novo currículo sejam redigidos com competência e intenção. Nem as famílias mais abastadas do Brasil sabem. Mesmo com muito dinheiro na mão. Assim. Principal. mas. desenhando. precisamos elaborar algum documento porque está previsto na no artigo 210 da Constituição Federal[1] e nos artigos 26 a 28 da LDB[2]. há que se investir algum tempo e palavras em sua exposição. mesmo que esses estejam em fase latente. equipes escolares e dirigentes de redes de ensino no sentido de fazer com que os alunos aprendam mais. porque contar com um currículo nacional só ajudará a população brasileira a ter melhor padrão de vida se o documento trouxer informações e parâmetros úteis para os professores. a dominar de forma plena o uso da língua oficial e do raciocínio matemático. dito de outro modo. mostram que essa é uma aposta arriscada. conteúdos e atividades didáticas porque o conteúdo. Dessa perspectiva. Nos quadros que se seguem. aqui não estão relacionados todos os conteúdos e todas as atividades a serem propostas aos alunos. Essa documentação é uma das mais bem feitas do Brasil e obedece a uma estrutura lógica que apresenta os conteúdos curriculares e habilidades/objetivos pedagógicos da seguinte forma. à medida que ela é uma forma de abordá-lo. é por meio das atividades que se trabalham os conteúdos para que sejam desenvolvidas as capacidades indicadas como objetivos. O propósito dessa forma de sistematização é contribuir com as escolas e com os professores para a organização do trabalho pedagógico. Para a esmagadora maioria da população.minimíssima da população entende que faz muita diferença no futuro de seus filhos ter parâmetros claros sobre o que o aluno vai aprender a cada período letivo e que eles estejam necessariamente alinhados com o que se pratica nos países desenvolvidos. Portanto. a maior parte dos estados brasileiros já conta com alguma documentação curricular. o conteúdo ‘está’ potencialmente no objetivo. Mas as autoridades educacionais subnacionais minimamente antenadas pela responsabilidade de atender seus constituintes já tinham começado a se movimentar antes do Governo Federal. selecionado em função do tipo de capacidade que se espera dos alunos. estão transcritos os objetivos apresentados anteriormente e indicados os conteúdos que permitem alcançá-los e alguns tipos de atividade. As notas de redação do ENEM[3]. mas sim os ‘tipos’.” . como referências. porque é este que define o que é preciso ensinar e ‘está’ potencialmente na atividade. Ou. é ‘trabalhado’ a partir das propostas de atividade. O Estado do Acre é um deles e em 2009 publicou um conjunto de documentos curriculares[4] para sua rede. por exemplo. para todas as disciplinas e todas as séries da educação básica[5]: “Há uma relação muito estreita entre objetivos. confia-se cegamente nas escolas e professores a respeito do que se vai aprender durante os 14 anos ou mais de vida escolar. Evidentemente. antes e ao longo da leitura.  Valorização da diversidade cultural refletida em textos produzidos em diferentes regiões e épocas. Os acreanos contam com as seguintes informações.Para ilustrar o esforço do Estado do Acre em fazer do currículo um documento útil e eficaz. . informação. posicionando-se reflexiva e criticamente quanto aos sentidos construídos na leitura. transcrevo um extrato do que são. textos correspondentes a diferentes gêneros selecionados para o ano[6]. atividades didáticas e formas de avaliação para auxiliar as escolas do Estado organizar o ensino da leitura. debate.  Uso de múltiplas estratégias para resolver dúvidas quanto ao sentido do que foi lido: dedução do contexto. conteúdos.  Adequação de estratégias de abordagem do texto em função de diferentes objetivos e das características dos gêneros.  Uso de dados textuais para confirmar ou retificar hipóteses levantadas. divertimento e sensibilização. Conteúdos [O que é preciso ensinar explicitamente ou criar condições para que os alunos aprendam e desenvolvam as capacidades que são objetivos][7] […]   Interesse pela leitura como fonte de aprendizagem. entre uma enormidade de outras: “Objetivos [Capacidades] Ler. consulta a diferentes fontes. Escuta atenta de textos lidos em voz alta. para o 5º ano do EF. os objetivos. quanto ao conteúdo do texto. de modo autônomo e voluntário. tanto em atividades semelhantes às relacionadas na coluna anterior como em situações de avaliação processual relativas aos objetivos estabelecidos para leitura. Formas de avaliação [Situações mais adequadas para avaliar] Pelo professor […] Observação e registro sistemático de como cada criança procede como leitor voluntário e autônomo. – domínio de regras ou de instruções para fazer algo. sem considerar dados irrelevantes para o momento. – entretenimento. item a item ou extensiva).[…] Propostas de atividade [Situações de ensino e aprendizagem] […] Situações que exijam uso de diferentes estratégias de abordagem do texto (leitura pontual. – ampliação do repertório de textos literários. . de acordo com a finalidade do leitor: – obtenção de informações precisas. – pesquisa sobre um tema. – resolução de dúvidas. – conhecimento da obra de autores escolhidos. que também publica sua documentação curricular desde 2008[8]. Selecionar textos para a leitura de acordo com diferentes objetivos ou interesses (estudo. trago o exemplo do Estado mais industrializado da Federação. crônicas e outros gêneros de tipologia predominantemente narrativa.). os estudantes desenvolvam as seguintes habilidades:     Saber procurar informações complementares em dicionários. internet etc. realização de tarefas etc. formação pessoal. – interesse em dedicar-se à leitura. em situações de aprendizagem orientadas por projetos de leitura e escrita e centradas em histórias. tendo como referência principal a tipologia narrativa. Analisar a norma-padrão em funcionamento no texto. – utilização de estratégias adequadas para a compreensão dos diversos textos. – interesse em ler oralmente.” Apenas a título de comparação. Para o 1º bimestre do 5º ano. São Paulo. gramáticas. – participação nas atividades coletivas de comentário e apreciação de texto.Comparação contínua dos registros de acompanhamento da evolução da criança quanto a – interesse em ouvir a leitura. romances. a rede de professores do Estado conta com a seguinte orientação para o ensino da leitura: “Espera-se que. Reconhecer o processo de composição textual como um conjunto de ações interligadas. enciclopédias. . – seleção de textos que atendam a seus objetivos. contos. entretenimento. percebe-se a distância de concepções sobre o que seja um documento curricular e seus conteúdos. COMPETÊNCIA III – Coesão/Coerência – Organizar o texto de forma lógica. COMPETÊNCIA II – Tipologia – Mobilizar. no texto produzido.   Analisar narrativas ficcionais: enredo.Inferir e reconhecer elementos da narrativa. Produzir texto com organização narrativa. espaço. as minhas expectativas em relação ao que poderia vir aumentaram. tempo e foco narrativo. É um conjunto tão desconexo de coisas vagas. Mas foram absolutamente frustradas quando. Com exemplos como esses como referência e com o lançamento do site da BNCC trazendo uma bela organização das documentações curriculares dos estados. em 16 de setembro. que a minha interpretação foi a . demonstrando conhecimento dos mecanismos coesivos linguísticos e textuais necessários para a construção coerente do texto. o Governo Federal apresentou a primeira versão do documento. Mas é possível perceber em ambos a intenção de orientar o trabalho docente em cada território sob a responsabilidade de cada autoridade educacional. toda a legislação pertinente e até “ousando” incluir links para algumas referências estrangeiras.”  […] Competências de produção de textos (Saresp) COMPETÊNCIA I – Tema – Desenvolver o texto de acordo com as determinações temáticas e situacionais da proposta de produção de texto. COMPETÊNCIA IV – Registro – Adequar as convenções e normas do sistema da escrita à situação comunicativa.” Comparando os dois extratos. os conhecimentos relativos aos elementos organizacionais da tipologia textual em questão. personagem. divididos em eixos esdrúxulos. Explicando. até para minar iniciativas mais audaciosas como a do Acre. LILP5FOA020 Registrar resultados de estudos e pesquisas por meio de diários de campo. Sim. se em nível federal poderosos sindicalistas tomaram o poder e desqualificaram o que seja uma documentação curricular séria? Selecionei. como os livros didáticos e a formação docente. É só conferir. que se “parecem” com atividades de escrita. mesmo que muito ruim. Entrega-se qualquer coisa para que ninguém tenha que sair da sua medíocre zona de conforto. gráficos. fichas informativas. Para o 5º ano são 23 deles e apenas 5 trazem alguma pista de que são atividades de escrita. que é difícil entender o que cada item propõe para escolas. vai ser uma normativa de ensino. A questão é que o texto. Inclusive. . sem par no Planeta Terra[9]. para o mesmo 5º ano. com seus devidos códigos: “LILP5FOA011 Produzir narrativa literária. parecem. A BNCC apresenta para Língua Portuguesa as habilidades ou objetivos pedagógicos. mapas. tabelas. em função do efeito pretendido. porque de tal forma a intenção ao escrever o documento era não permitir que um currículo de verdade fosse apresentado à sociedade brasileira. o que a BNCC apresenta como habilidades ou objetivos pedagógicos a serem desenvolvidos ao longo dessa série. quadros. relatos. que autoridade podem ter os governos locais que estabeleceram seus currículos de forma mais responsável e meticulosa. pois seus sindicatos docentes podem não querer ensinar aquilo que foi estabelecido pela autoridade local e sim o NÃO CURRÍCULO proposto pela BNCC. relatórios de experiência. docentes e gestores. Eles estão listados a seguir.de que havia se feito um movimento meio tosco de “mudar para não mudar”. usando adequadamente diferentes modos de introduzir a fala de personagens. com potencial para puxar ainda mais para baixo alguns componentes relevantes do sistema educacional brasileiro. redação. gramática e ortografia. twitter. leitura. registros fotográficos e audiovisuais para postagem em espaços como chats. O documento de Língua Portuguesa tem que ser refeito. escrita (transcrição). sem erros. literatura.” .” Basta lê-los para perceber que não há o que corrigir ou adaptar. os eixos da língua oficial do País para a mesma 5ª série (alunos de 11 anos) são apresentados por meio dos seguintes eixos: linguagem oral. As habilidades de de escrita (transcrição) do 5º ano no currículo francês são as seguintes: “Escrita – Copiar um texto de pelo menos quinze linhas. tais como justificativa de motivos e explicitação de reivindicações. LILP5FOA023 Produzir e-mails. de forma cumulativa com o que foi apresentado para os períodos letivoa anteriores. utilizados para atividades escolares. na França. blogs. vocabulário.LILP5FOA021 Produzir roteiros de pesquisa para diferentes componentes curriculares. dando-lhe uma apresentação adequada. mensagens. e em cada ano apresentando apenas o que deve ser aprendido de novo. Enquanto isso. usando recursos argumentativos. LILP5FOA016 Produzir abaixo-assinados ou cartas reclamatórias. Cada um detalhado ano a ano. considerando a especificidade das tarefas. de um adjetivo para o outro. com apresentação caprichada.” No mesmo 3º ano. escrever diálogos curtos (formulação de perguntas. especificamente. A seguir o exemplo de UM ITEM do eixo de escrita da Base Comum americana para escrita no 5º ano: . só observando a progressão da habilidade. ampliar uma frase. acrescentando e coordenando as palavras. Essa intenção pode-se materializar de diferentes formas no currículo. assegurando sua coerência temporal (tempo verbal) e sua precisão (na nomeação dos personagens e uso de adjetivos). o aluno francês deverá: “Nas várias atividades escolares. enquanto nossos alunos estão rabiscando as primeiras letras segundo o PNAIC[11].Para entender como funciona o currículo francês. aprimorar a escrita (corrigí-la e enriquecê-la) por meio da ajuda e observações feitas pelo professor.” Especificar o que deve ser aprendido (e não apenas ensinado) é uma tendência dos países desenvolvidos cujas autoridades educacionais decidiram se comprometer tanto com a excelência. um poema ou prosa ou aprendido [nas atividades de] recitação [10]. mas há muitas estruturas em comum. apresentar respostas explícitas e enunciadas de forma correta. redigir uma narrativa curta. de solicitações). o mesmo aluno deveria ter aprendido: “Copiar sem erro (formação de letra. ortografia. evitando repetições por meio do uso de sinônimos. respeitando as regras de sintaxe. No terceiro 3º ano (dois anos antes). quanto com a equidade. de um nome para o outro. ortografia e pontuação. pontuação) um texto de cinco a dez linhas. transcrever com capricho. 1) Apresentar o tema ou texto de forma clara. explicações e evidências. 2) Apresentar razões logicamente ordenadas e fundamentadas em fatos e detalhes. etc. . frases e períodos (por exemplo.” E no 8º ano deverão redigir um argumento da seguinte forma: “Redigir argumentos para embasar proposições apresentando um racional claro e provas pertinentes: 1) Apresentar proposição(ões). organizando explicações e evidências de forma lógica. 3) Utilizar palavras.) 4) Apresentar um parágrafo ou declaração a título de conclusão que esteja relacionado com a opinião apresentada. frases e períodos para dar coesão às ideias e informações e esclarecer as relações entre as proposições e contra-proposições. claramente identificadas. 3) Dar coesão entre as opiniões e explicações por meio de palavras. distinguindo-a(s) de outras proposições alternativas ou opostas. utilizando fontes com credibilidade que ajudem a demonstrar a compreensão a respeito do tópico ou texto. fundamentando um ponto de vista com explicações e informações. especificamente. 2) Embasar proposição(ões) por meio do raciocínio lógico e do uso de evidências relevantes.“Redigir textos de opinião sobre tópicos ou textos. consequentemente. declarar uma opinião e criar uma estrutura de organização na qual as ideias são agrupadas logicamente de maneira a fundamentar o propósito do autor. da mediocridade e da injustiça social. de matrícula facultativa.   1º – O ensino religioso. do que pessoas dispostas a estudar teoria e prática de currículo para ajudar os brasileiros a se libertarem da opressão. Os currículos da educação infantil. nacionais e regionais. de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos. mas com três anos de vantagem em relação aos seus colegas brasileiros. 26. não acho que o documento é incompetente por acaso. Sinceramente. Há muito mais gente com algum poder junto às autoridades educacionais federais brasileiras cujo interesse é que as escolas no Brasil continuem a não ensinar muito aos alunos e a não incomodar os docentes. que os alunos americanos vão aprender a fazer um texto argumentativo não só de maneira mais clara e fundamentada. com discurso tão raso quanto simpático. por uma parte . São lobos em pele de cordeiro. a ser complementada. assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. Sair da zona de conforto é incômodo. constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. [1] Art. então. 2º – O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa.” Percebe-se. [2] Art. 5) Apresentar um parágrafo ou declaração a título de conclusão que seja resultado e que tenha como base os argumentos apresentados.4) Estabelecer e manter um estilo formal. do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental. 210. Assim como seria ter uma população capaz de fazer redações argumentativas aos milhões ao final do 8º ano. em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar. 2o O ensino da arte. (Incluído pela Lei nº 10. da economia e dos educandos.793. exigida pelas características regionais e locais da sociedade.2003) II – maior de trinta anos de idade. é componente curricular obrigatório da educação básica.793. de 1º.12. de 1º. o estudo da língua portuguesa e da matemática. de 2010) 3oA educação física. de 2013)    1º Os currículos a que se refere ocaputdevem abranger.12. de 1º. integrada à proposta pedagógica da escola. o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política. sendo sua prática facultativa ao aluno:(Redação dada pela Lei nº 10.diversificada.796.287.12. (Incluído pela Lei nº 10.2003) VI – que tenha prole.(Redação dada pela Lei nº 12. de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. de 1º. de 1º. de 1º.2003) III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que.2003) IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1. (Incluído pela Lei nº 10.12.793. obrigatoriamente.793.12. especialmente do Brasil.12. da cultura. (Incluído pela Lei nº 10. especialmente em suas expressões regionais.044. constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica.12.793. de 1º.793. (Incluído pela Lei nº 10.793.2003) I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas. em situação similar.2003) V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.2003)  4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a . (Redação dada pela Lei nº 12. de 21 de outubro de 1969. estiver obrigado à prática da educação física. a partir desses dois grupos étnicos. formação do povo brasileiro. obrigatoriamente. as seguintes diretrizes: . a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional. econômica e política. a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. dentro das possibilidades da instituição. (Redação dada pela Lei nº 11.   1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira. de 2012) Art. especialmente das matrizes indígena. 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afrobrasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar. torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afrobrasileira e indígena. mas não exclusivo. (Incluído pela Lei nº 12. resgatando as suas contribuições nas áreas social.769. 27. públicos e privados. tais como o estudo da história da África e dos africanos. do componente curricular de que trata o § 2odeste artigo. de 2008). ainda. africana e européia. o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna. (Incluído pela Lei nº 11.  6o A música deverá ser conteúdo obrigatório. a partir da quinta série. em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras. cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar.645. 26-A.645. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio.645. de 2008)  7o Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios. pertinentes à história do Brasil. de 2008).608. (Redação dada pela Lei nº 11. de 2008). Art. 5º Na parte diversificada do currículo será incluído.(Redação dada pela Lei nº 11. II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento. II – organização escolar própria. cometendo apenas poucos erros de Gramática e Ortografia. incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas. 2008 [6] A documentação curricular do Acre conta com tabelas de seleção de gêneros textuais por série . Art.php/documentos-2/category/2orientacoes-curriculares [5] CADERNO 1 – Orientações Para o Ensino de Língua Portuguesa e Matemática no Ciclo Inicial.ac. 28. Esse escore significa que uma pessoa que concluiu o ensino médio consegue escrever um texto simples de argumentação.see. Na oferta de educação básica para a população rural. Acre. de respeito ao bem comum e à ordem democrática. apenas 1. III – orientação para o trabalho.br/portal/index.I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social. III – adequação à natureza do trabalho na zona rural. especialmente: I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural. por exemplo. [3] Em 2012.1% das pessoas que fizeram a redação do ENEM tiram nota cima de 900. os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região. Rio Branco.gov. IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas nãoformais. [4] http://www. aos direitos e deveres dos cidadãos. à pesquisa e à divulgação científica. favorecendo a aprendizagem dentro e fora da escola. publicitária.sp.br/a2sitebox/arquivos/documentos/782. profissional que crianças. política. práticas culturais das tecnologias de informação e comunicação – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta.pdf [9] práticas da vida cotidiana – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. produção oral/escrita. jurídica e reivindicatória. especialmente de textos das esferas jornalística. experimentar e criar novas linguagens e formas de interação social. representativas da diversidade cultural e linguística. a linguagem e as práticas relacionadas ao . produção oral/escrita de textos que possibilitem conhecer os gêneros expositivos e argumentativos. na criação e fruição de produções literárias. contemplando temas que impactam a cidadania e o exercício de direitos. no espaço doméstico/familiar. práticas artístico-literárias – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. divulgar e conservar informação. produção oral/escrita. produção oral/escrita de textos que possibilitem conhecer os gêneros. práticas político-cidadãs – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. práticas do mundo do trabalho – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. produção oral/escrita de textos que possibilitem a comunicação a distância e a compreensão de características e modos de produzir. que favoreçam experiências estéticas. práticas investigativas – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta.[7] abaixo segue apenas uma pequena seleção para facilitar o entendimento do nível de detalhe a que se pode chegar [8] http://www.educacao. jovens e adultos vivenciam. cultural. escolar. produção oral/escrita.gov. próprias de atividades do dia a dia. a linguagem e as práticas relacionadas ao estudo. mec. com potencial para puxar ainda mais para baixo alguns componentes relevantes do sistema educacional brasileiro. Mas é possível perceber em ambos a intenção de orientar o trabalho docente em cada território sob a responsabilidade de cada autoridade educacional. se em nível federal poderosos sindicalistas tomaram o poder e desqualificaram o que seja uma documentação curricular séria? . vai ser uma normativa de ensino. faz parte do currículo francês aprender a recitar em público [11] http://pacto. o Governo Federal apresentou a primeira versão do documento. percebe-se a distância de concepções sobre o que seja um documento curricular e seus conteúdos. as minhas expectativas em relação ao que poderia vir aumentaram.br/2012-09-19-19-09-11 COMPETÊNCIA IV – Registro – Adequar as convenções e normas do sistema da escrita à situação comunicativa” Comparando os dois extratos. até para minar iniciativas mais audaciosas como a do Acre. Com exemplos como esses como referência e com o lançamento do site da BNCC trazendo uma bela organização das documentações curriculares dos estados. bem como discutir temáticas relativas ao trabalho na contemporaneidade. É um conjunto tão desconexo de coisas vagas.gov. A questão é que o texto. Entrega-se qualquer coisa para que ninguém tenha que sair da sua medíocre zona de conforto. Mas foram absolutamente frustradas quando.mundo do trabalho. toda a legislação pertinente e até “ousando” incluir links para algumas referências estrangeiras. como os livros didáticos e a formação docente. mesmo que muito ruim. [10] Sim. Inclusive. Explicando: que autoridade podem ter os governos locais que estabeleceram seus currículos de forma mais responsável e meticulosa. que a minha interpretação foi a de que havia se feito um movimento meio tosco de “mudar para não mudar”. em 16 de setembro. pois seus sindicatos docentes podem não querer ensinar aquilo que foi estabelecido pela autoridade local e sim o NÃO CURRÍCULO proposto pela BNCC. relatos. É só conferir. registros fotográficos e audiovisuais para postagem em espaços como chats. docentes e gestores. que é difícil entender o que cada item propõe para escolas. o que a BNCC apresenta como habilidades ou objetivos pedagógicos a serem desenvolvidos ao longo dessa série. escrita (transcrição). LILP5FOA020 Registrar resultados de estudos e pesquisas por meio de diários de campo. vocabulário. twitter. mapas. Enquanto isso. Eles estão listados a seguir. tais como justificativa de motivos e explicitação de reivindicações. mensagens. A BNCC apresenta para Língua Portuguesa as habilidades ou objetivos pedagógicos. LILP5FOA023 Produzir e-mails. LILP5FOA016 Produzir abaixo-assinados ou cartas reclamatórias. relatórios de experiência. Cada um detalhado ano a ano. parecem. porque de tal forma a intenção ao escrever o documento era não permitir que um currículo de verdade fosse apresentado à sociedade brasileira. para o mesmo 5º ano. leitura. e em cada ano apresentando apenas o que deve ser aprendido de novo.Selecionei. usando adequadamente diferentes modos de introduzir a fala de personagens. quadros. O documento de Língua Portuguesa tem que ser refeito. utilizados para atividades escolares. divididos em eixos esdrúxulos. literatura. LILP5FOA021 Produzir roteiros de pesquisa para diferentes componentes curriculares. usando recursos argumentativos. em função do efeito pretendido. sem par no Planeta Terra[9]. Para o 5º ano são 23 deles e apenas 5 trazem alguma pista de que são atividades de escrita. com seus devidos códigos: “LILP5FOA011 Produzir narrativa literária. redação. considerando a especificidade das tarefas. gráficos. na França. fichas informativas. os eixos da língua oficial do País para a mesma 5ºsérie (alunos de 11 anos) são apresentados por meio dos seguintes eixos: linguagem oral. tabelas. gramática e ortografia. de forma cumulativa .” Basta lê-los para perceber que não há o que corrigir ou adaptar. Sim. que se “parecem” com atividades de escrita. blogs. pontuação) um texto de cinco a dez linhas. escrever diálogos curtos (formulação de perguntas. respeitando as regras de sintaxe. transcrever com capricho. enquanto nossos alunos estão rabiscando as primeiras letras segundo o PNAIC[11]. fundamentando um ponto de vista com exlicações e informações. de um nome para o outro. só observando a progressão da habilidade. Essa intenção pode-se materializar de diferentes formas no currículo. dando-lhe uma apresentação adequada. quanto com a equidade. com apresentação caprichada. ortografia. . amplar uma frase. mas há muitas estruturas em comum.” No mesmo 3º ano. redigir uma narrativa curta. sem erros. ortografia e pontuação.” Para entender como funciona o currículo francês. de um adjetivo para o outro. de solicitações). A seguir o exemplo de UM ITEM do eixo de escrita da Base Comum americana para escrita no 5º ano: “Redigir textos de opinião sobre tópicos ou textos. um poema ou prosa ou aprendido [nas atividades de] recitação [10]. aprimorar a escrita (corrigí-la e enriquecê-la) por meio da ajuda e observações feitas pelo professor” Especificar o que deve ser aprendido (e não apenas ensinado) é uma tendência dos países desenvolvidos cujas autoridades educacionais decidiram se comprometer tanto com a excelência. o aluno francês deverá: “Nas várias atividades escolares. assegurando sua coerência temporal (tempo verbal) e sua precisão (na nomeação dos personagens e uso de adjetivos). evitando repetições por meio do uso de sinônimos. especificamente.com o que foi apresentado para os períodos letivos anteriores. As habilidades de de escrita (trancrição) do 5º ano no currículo francês são as seguintes: “Escrita – Copiar um texto de pelo menos quinze linhas. acrescentando e coordenando as palavras. o mesmo aluno deveria ter aprendido a: “Copiar sem erro (formação de letra. apresentar respostas explícitas e enunciadas de forma correta. No terceiro ano (dois anos antes). 4) Estabelecer e manter um estilo formal 5) Apresentar um parágrafo ou declaração a título de conclusão que seja resultado e que tenha como base os argumentos apresentados” Percebe-se. que os alunos americanos vão aprender a fazer um texto argumentativo não só de maneira mais clara e fundamentada. então. consequentemente. explicações e evidências. claramente identificadas. 2) Apresentar razões logicamente ordenadas e fundamentadas em fatos e detalhes. distinguindo-a (s) de outras proposições alternativas ou opostas. et c. mas com três anos de vantagem em relação aos seus colegas brasileiros. 3) Dar coesão entre as opiniões e explicações por meio de palavras. declarar uma opinião e criar uma estrutura de organização na qual as idéias são agrupadas logicamente de maneira a fundamentar o propósito do autor. frases e períodos (por exemplo. frases e períodos para dar coesão às ideias e informações e esclarecer as relações entre as proposições e contra-proposições.1) Apresentar o tema ou texto de forma clara. organizando explicações e evidências de forma lógica 2) Embasar proposição (ões) por meio do raciocínio lógico e do uso de evidências relevantes. utilizando fontes com credibilidade que ajudem a demonstrar a compreensão a respeito do tópico ou texto 3) Utilizar palavras. . especificamente.) 4) Apresentar um parágrafo ou declaração a título de conclusão que esteja relacionado com a opinião apresentada” E no 8º ano deverão redigir um argumento da seguinte forma: “Redigir argumentos para embasar proposições apresentando um racional claro e provas pertinentes: 1) Apresentar proposição (ões). o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política. Há muito mais gente com algum poder junto às autoridades educacionais federais brasileiras cujo interesse é que as escolas no Brasil continuem a não ensinar muito aos alunos e a não incomodar os docentes. de forma a promover o . da cultura. 2º – O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa.Sinceramente. 210. 26. de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos. especialmente em suas expressões regionais. da economia e dos educandos. Assim como seria ter uma população capaz de fazer redações argumentativas aos milhões ao final do 8º ano. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental. [2] Art. com discurso tão raso quanto simpático. 2o O ensino da arte. São lobos em pele de cordeiro. da mediocridade e da injustiça social. Os currículos da educação infantil. assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. do que pessoas dispostas a estudar teoria e prática de currículo para ajudar os brasileiros a se libertarem da opressão. em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar. constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica. por uma parte diversificada. não acho que o documento é incompetente por acaso. a ser complementada. [1] Art. de 2013)   1º Os currículos a que se refere ocaputdevem abranger. de matrícula facultativa. (Redação dada pela Lei nº 12.796. do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum.   1º – O ensino religioso. nacionais e regionais. o estudo da língua portuguesa e da matemática. especialmente do Brasil. obrigatoriamente. Sair da zona de conforto é incômodo. exigida pelas características regionais e locais da sociedade. em situação similar. de 1º. do componente curricular de que trata o § 2odeste artigo.12. especialmente das matrizes indígena. obrigatoriamente.12.793. africana e européia.  6o A música deverá ser conteúdo obrigatório. de 1º.2003) VI – que tenha prole. o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna. de 2010)  3oA educação física. (Incluído pela Lei nº 10.2003)   4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.2003) V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.12. dentro das possibilidades da instituição. é componente curricular obrigatório da educação básica.769.044. de 1º. mas não exclusivo. de 21 de outubro de 1969. de 1º.287.12. sendo sua prática facultativa ao aluno:(Redação dada pela Lei nº 10.12. de 1º. cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar. (Incluído pela Lei nº 10.793. a partir da quinta série. 5º Na parte diversificada do currículo será incluído. (Incluído pela Lei nº 10.793.793.2003) II – maior de trinta anos de idade. de 1º.12.(Redação dada pela Lei nº 12.2003) I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas. estiver obrigado à prática da educação física. integrada à proposta pedagógica da escola.12. (Incluído pela Lei nº 10.793.793.793. de 2008)  7o Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a . de 1º.2003) IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.desenvolvimento cultural dos alunos.2003) III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que. (Incluído pela Lei nº 11. (Incluído pela Lei nº 10. públicos e privados. de 2008). Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio. 27. de 2008).608. 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afrobrasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar. resgatando as suas contribuições nas áreas social. tais como o estudo da história da África e dos africanos. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão.645. (Redação dada pela Lei nº 11. II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento.645.educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios. ainda.645. IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas nãoformais. as seguintes diretrizes: I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social. de 2012) Art. aos direitos e deveres dos cidadãos. 26-A. em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras. pertinentes à história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11. III – orientação para o trabalho.   1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira.(Redação dada pela Lei nº 11. a partir desses dois grupos étnicos. Art. . de 2008). de respeito ao bem comum e à ordem democrática. econômica e política. a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional. a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12. torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afrobrasileira e indígena. see.sp. apenas 1.1% das pessoas que fizeram a redação do ENEM tiram nota cima de 900.pdf [9] práticas da vida cotidiana – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. cultural. escolar.ac.br/a2sitebox/arquivos/documentos/782. próprias de atividades do dia a dia. jovens e adultos vivenciam. profissional que crianças.gov. .br/portal/index. 28. cometendo apenas poucos erros de Gramática e Ortografia. III – adequação à natureza do trabalho na zona rural. 2008 [6] A documentação curricular do Acre conta com tabelas de seleção de gêneros textuais por série [7] abaixo segue apenas uma pequena seleção para facilitar o entendimento do nível de detalhe a que se pode chegar [8] http://www. incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas. Rio Branco. especialmente: I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural. II – organização escolar própria. Esse escore significa que uma pessoa que concluiu o ensino médio consegue escrever um texto simples de argumentação.Art. no espaço doméstico/familiar. por exemplo. [4] http://www. [3] Em 2012. os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região.php/documentos-2/category/2orientacoes-curriculares [5] CADERNO 1 – Orientações Para o Ensino de Língua Portuguesa e Matemática no Ciclo Inicial.educacao. Acre. Na oferta de educação básica para a população rural.gov. produção oral/escrita. divulgar e conservar informação. práticas culturais das tecnologias de informação e comunicação – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. política. produção oral/escrita.br/2012-09-19-19-09-11 Puxão de orelha da UNESCO: vamos vestir a carapuça? por Ilona Becskeházy em 9 de novembro de 2015 . produção oral/escrita de textos que possibilitem a comunicação a distância e a compreensão de características e modos de produzir. representativas da diversidade cultural e linguística. à pesquisa e à divulgação científica. contemplando temas que impactam a cidadania e o exercício de direitos. práticas do mundo do trabalho – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. produção oral/escrita de textos que possibilitem conhecer os gêneros expositivos e argumentativos. [10] Sim. experimentar e criar novas linguagens e formas de interação social.mec. produção oral/escrita. especialmente de textos das esferas jornalística.gov. produção oral/escrita de textos que possibilitem conhecer os gêneros. que favoreçam experiências estéticas. bem como discutir temáticas relativas ao trabalho na contemporaneidade. a linguagem e as práticas relacionadas ao estudo. práticas investigativas – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. jurídica e reivindicatória. a linguagem e as práticas relacionadas ao mundo do trabalho.práticas artístico-literárias – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. faz parte do currículo francês aprender a recitar em público [11] http://pacto. na criação e fruição de produções literárias. publicitária. práticas político-cidadãs – campo de atuação que diz respeito à participação em situações de leitura/escuta. favorecendo a aprendizagem dentro e fora da escola. dando a entender que a grande questão tinha sido o Brasil se comprometer com um patamar de gastos. o que já vinha sendo detalhado e cobrado dos chefes de estado e das autoridades educacionais agora fica ainda mais claro como base para os próximos 15 anos. Na declaração. A imprensa brasileira repercutiu apenas o que foi resumido pela EBC – Agência Brasil. foi elaborada aDeclaração de Incheon (em português) que representa o compromisso dos países signatários com uma agenda global de educação chamada de Educação 2030. garantindo a aprendizagem. novamente as entidades participantes* se reuniram para elaborar e divulgar o Plano de Ação. Mesmo que seja um esforço compartilhado pela sociedade. embora cada país seja responsável por implementá-la e custeá-la. das ações necessárias para fazer avançar a educação no mundo de forma que ela seja universalizada segundo os seguintes princípios: A educação é um direito humano fundamental e um direito que habilita a fruição dos demais direitos humanos – portanto. em Paris (sede da Unesco). é dependente da formulação de políticas públicas. em maio de 2015 no Fórum Mundial de Educação. ela deve ser inclusiva universal e equitativa e de qualidade. mais detalhada e ambiciosa. Como apenas 1/3 dos países signatários do documento inicial cumpriu as metas até 2015. Recapitulando. Na semana passada. não deixando ninguém para trás. A educação é um bem público e dever do Estado. no dia 4/11.Na semana passada em Paris foi lançado o documento “Plano de Ação para Educação 2030” (em inglês) que detalha as ações e metas para a continuidade e aprofundamento da Campanha Global conhecida como Educação para Todos ou Education For All em inglês. mas a notícia é muito mais importante que isso. que é a continuação. Igualdade de gêneros é fundamental para garantir a educação realmente para todos . ser gratuita e obrigatória. a UNESCO ficou encarregada de conduzir e coordenar sua materialização. o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). os parâmetros que medem linguagem e matemática terão de convergir para conceitos similares do que seja proficiência mínima nessas áreas Da mesma forma. O mais urgente agora é que o Governo Brasileiro não só traduza o documento. e o Banco Mundial Compartilhe . .São 43 metas com indicadores muito claros sobre o que cada país deve fazer para alcançar a educação para todos sob esses princípios. o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). o progresso dos alunos deve ser medido durante e no final do ensino primário e no final do secundário em avaliações de cada país A conclusão e a progressão devem ser monitoradas nessas etapas e as idades de conclusão e de cada etapa também devem convergir Monitoramento das crianças e jovens que sofrem qualquer tipo de abuso ou negligência nas escolas – existe uma pesquisa mundial para medir essas questões nas escolas (ONU) e (Centers for Disease Control and Prevention) mas o Brasil ainda não participa delas. a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres). o Fundo das Nações Unidas para Populações (UNFPA). . * Organizado conjuntamente com o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD). como dê visibilidade ampla a ele e até crie comissões permanentes de monitoramento de sua evolução com a ajuda da Unesco no Brasil para que nos próximos relatórios possa começar a rever as mazelas educacionais que ainda nos assombram. Como por exemplo: Para garantir que meninos e meninas tenham acesso e concluam a educação primária e secundária.  Imprimir  Email  Facebook9  . Relacionado O que podemos esperar da educação na gestão da Presidente Dilma? Edição de julho de 2013 - Parcerias público-privadas na educação: Quem ganha o que e a que custo? Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria Educadora?Com 7 comentários Publicado em: Uncategorized Navegação de Posts ← Mais antigo Mais novos → Uma resposta 1. Paulo Pereira 9 de novembro de 2015 às 13:45 | Responder Boa tarde, mestra Ilona. Recebi e agradeço a nova postagem do “Exequi” e acabo de escutar o Missão Aluno, tratando de mais um notório descaso dos governos republicanos brasileiros com a educação, que parece ser estratégico, como meta perseguida com afinco, mais uma vez exemplificado pela sua informação sobre a “pesquisa mundial (ONU) para o monitoramento das crianças e jovens que sofrem qualquer tipo de abuso ou negligência nas escolas”, da qual o Brasil ainda não participa delas”. BNCC: o debate precisa ser mais detalhado para que tenha sucesso em contribuir para seu aprimoramento por Ilona Becskeházy em 23 de novembro de 2015 Na semana passada esquentou um pouco o debate sobre o novo currículo nacional, ou a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), com comentários na impressa um pouco mais detalhados do que as aspas genéricas que a imprensa vinha coletando desde o lançamento da sua primeira versão em setembro. As críticas mais objetivas à primeira versão apresentada pelo Ministério da Educação estão direcionadas ao conteúdo de História e de Língua Portuguesa. No de História os observadores externos ao MEC perceberam que a equipe que fez a primeira versão esqueceu de colocar conteúdos fundamentais para se entender a evolução de fatos históricos e questões sociais, políticas e econômicas no Brasil e no mundo de hoje, como aspectos da história da Europa e das Américas. Em Língua Portuguesa faltou não só a Gramática (ou os apectos gerais da estrutura da língua, como ortografia, pontuação e sintaxe), mas também vocabulário e a evolução curricular na definição das habilidades de ouvir, ler e escrever textos úteis para a vida pessoal, profissional e cidadã dos alunos. Entretanto, há um ponto ainda mais básico da discussão que ainda não vi esclarecido em lugar nenhum: a tal divisão 60/40 dos conteúdos, que esteve presente em 9/10 comentários sobre a BNCC. Fala-se de uma tal divisão 60/40 de alguma coisa que ainda não ficou clara. Na documentação e normativas já publicadas sobre o tema do currículo menciona-se a base nacional comum e da parte diversificada*. Mas não se diz o quanto haverá de cada um de forma clara. Assim, apresento o meu entedimento sobre a questão da divisão do currículo com base na sua estrutura lógica e nas referências internacionais que venho estudando há anos. Em relação à que lógica usar para separar o que é nacional do que é local em um currículo desenhado em âmbito nacional para um país grande e diverso como o Brasil, é preciso lembrar que em relação à Língua Portuguesa temos o seguinte: 1. Gramática, que ficou de fora da primeira versão do currículo, interessa a todos os brasileiros. Conhecer os mecanismos da Língua oficial do País onde se vive é tanto uma questão de cidadania, quanto é escolar, profissional e até cultural. Saber como funciona uma língua permite parte de sua compreensão. A outra parte é a 2. aquisição sistemática de vocabulário, que também ficou de fora da primeira versão. Ambos (Gramática e aquisição sistemática de vocabulário amplo) devem ser parte da base comum a todos os alunos e escolas do Brasil. O que muda de um lugar para o outro são as obras com que se trabalha textos variados para aprender Gramática e vocabulário, além de aspectos históricos e culturais diversos, entre outras utilidades menos óbvias. Por exemplo, Machado de Assis pode ser de interesse nacional, enquanto que autores e obras mais localizados podem dar enorme contribuições para a motivação e interesse dos alunos na leitura. Essa questão é facilmente resolvida com uma lista mínima de obras obrigatórias, na qual se pode fazer a divisão de interesses. Essa lista faz parte de a maior parte dos currículos que venho estudando. Para o caso brasileiro, a que mais interessa é a de Portugal. Sugiro a consulta. Mas há uma divisão ligada ao currículo que é ainda mais estratégica: a divisão das horas de ensino dedicada a cada disciplina. Os países desenvolvidos perceberam que é muito mais importante desenvolver capacidades relacionadas à linguagem e matemática, que entupir os alunos de conteúdo. E aí o exemplo de Portugal, novamente uma referência para nós. Em Portugal as escolas têm, em média 25 horas letivas por semana. De acordo com o Decreto-Lei n.º 139/2012, NO MÍNIMO 7 horas de Língua Portuguesa + 7 horas de Matemática devem ser dadas por semana, totalizando 14 horas, ou 56% do tempo letivo das escolas. Essa é a divisão que precisamos compreender melhor em relação ao currículo novo. As escolas brasileiras contam em média com 4 horas letivas por dia, ou 20 horas semanais, aí incluídos recreios e transições. Quando as autoridades educacionais brasileiras resolverem inserir Gramática e vocabulário vão ter que pensar nesse tipo de divisão. no mundo do trabalho. perpassando todos os tempos e espaços curriculares constituintes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. nas atividades desportivas e corporais. desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. RESOLUÇÃO No . 14. com disciplinas específicas para cada uma dessas partes. DE 13 DE JULHO DE 2010. Seção 1.dge. Art. Diário Oficial da União. na produção artística. nas formas diversas de exercício da cidadania. p. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. RESOLUÇÃO No 4. mas devem ser organicamente planejadas e geridas de tal modo que as tecnologias de informação e comunicação perpassem transversalmente a proposta curricular. da cultura. A base nacional comum na Educação Básica constitui-se de conhecimentos. imprimindo direção aos projetos político-pedagógicos. no desenvolvimento das linguagens.http://www. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. saberes e valores produzidos culturalmente. 824. CAPÍTULO IIFORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA Art.  3o A base nacional comum e a parte diversificada não podem se constituir em dois blocos distintos.pt/matriz-curricular-do-1o-ciclo-historico * MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Brasília. 15. da economia e da comunidade escolar. expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico. A parte diversificada enriquece e complementa a base nacional comum. prevendo o estudo das características regionais e locais da sociedade. 14 de julho de 2010.mec. Resolução CNE/CEB 4/2010. e nos movimentos sociais. independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso à escola. Considero estratégica a questão do BNCC tratada na . Brasília. . através do Missão Aluno. Continuo fazendo o curso sobre educação à distância. 824. p. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.4.  Imprimir  Email  Facebook6  Relacionado Os Paralamas no MEC: uma breve análise da disciplina Língua Portuguesa na nova Base Nacional ComumEm "Currículo" Edição de julho de 2013 .documentação existenteEm "Gestão Educacional" Publicado em: Uncategorized Navegação de Posts ← Mais antigo Mais novos → Uma resposta 1. Seção 1. . paulopereirasantos 23 de novembro de 2015 às 14:23 | Responder Boa tarde.Parcerias público-privadas na educação: Quem ganha o que e a que custo? Ponto de partida para discussão do currículo do ensino médio . Mestra Ilona. Diário Oficial da União. Resolução CNE/CEB 4/2010. Compartilhe . 14 de julho de 2010. DE 13 DE JULHO DE 2010. com BNCC: o debate precisa ser mais detalhado para que tenha sucesso em contribuir para seu aprimoramento por Ilona Becskeházy em 23 de novembro de 2015 Na semana passada esquentou um pouco o debate sobre o novo currículo nacional. Abç. como aspectos da história da Europa e das Américas. que esteve presente em 9/10 comentários sobre a BNCC. mas também vocabulário e a evolução curricular na definição das habilidades de ouvir.edição de hoje do “Almoço com Ilona” Penso que afetará em longo prazo o aprendizado da nossa combalida Educação. há um ponto ainda mais básico da discussão que ainda não vi esclarecido em lugar nenhum: a tal divisão 60/40 dos conteúdos. Entretanto. 23 Nov 2015 14:28:42 +0000 To:paulo. Paulo Pereira Date: Mon. ler e escrever textos úteis para a vida pessoal. Trocarei mensagens sobre o currículo de Portugal com parentes na Cidade do Porto. Em Língua Portuguesa faltou não só a Gramática (ou os apectos gerais da estrutura da língua. com comentários na impressa um pouco mais detalhados do que as aspas genéricas que a imprensa vinha coletando desde o lançamento da sua primeira versão em setembro. como ortografia. ou a Base Nacional Curricular Comum (BNCC). pontuação e sintaxe).pereirasantos@hotmail. No de História os observadores externos ao MEC perceberam que a equipe que fez a primeira versão esqueceu de colocar conteúdos fundamentais para se entender a evolução de fatos históricos e questões sociais. Fala-se de uma tal divisão 60/40 de alguma coisa que ainda não ficou clara. As críticas mais objetivas à primeira versão apresentada pelo Ministério da Educação estão direcionadas ao conteúdo de História e de Língua Portuguesa. políticas e econômicas no Brasil e no mundo de hoje. profissional e cidadã dos alunos. Na documentação e normativas já publicadas sobre o tema do currículo menciona-se a base . profissional e até cultural. Em relação à que lógica usar para separar o que é nacional do que é local em um currículo desenhado em âmbito nacional para um país grande e diverso como o Brasil. que ficou de fora da primeira versão do currículo. além de aspectos históricos e culturais diversos. é preciso lembrar que em relação à Língua Portuguesa temos o seguinte: 1. Gramática. Saber como funciona uma língua permite parte de sua compreensão.nacional comum e da parte diversificada*. entre outras utilidades menos óbvias. a que mais interessa é a de Portugal. Mas há uma divisão ligada ao currículo que é ainda mais estratégica: a divisão das horas de ensino dedicada a cada disciplina. A outra parte é a 2. que também ficou de fora da primeira versão. Para o caso brasileiro. Mas não se diz o quanto haverá de cada um de forma clara. Conhecer os mecanismos da Língua oficial do País onde se vive é tanto uma questão de cidadania. Ambos (Gramática e aquisição sistemática de vocabulário amplo) devem ser parte da base comum a todos os alunos e escolas do Brasil. Os países desenvolvidos perceberam que é muito mais importante desenvolver capacidades . enquanto que autores e obras mais localizados podem dar enorme contribuições para a motivação e interesse dos alunos na leitura. interessa a todos os brasileiros. aquisição sistemática de vocabulário. quanto é escolar. Assim. Essa lista faz parte de a maior parte dos currículos que venho estudando. na qual se pode fazer a divisão de interesses. Sugiro a consulta. Por exemplo. apresento o meu entedimento sobre a questão da divisão do currículo com base na sua estrutura lógica e nas referências internacionais que venho estudando há anos. Essa questão é facilmente resolvida com uma lista mínima de obras obrigatórias. O que muda de um lugar para o outro são as obras com que se trabalha textos variados para aprender Gramática e vocabulário. Machado de Assis pode ser de interesse nacional. 824. nas atividades desportivas e corporais. RESOLUÇÃO No 4. nas formas diversas de exercício da cidadania. DE 13 DE JULHO DE 2010. em média 25 horas letivas por semana. que entupir os alunos de conteúdo. E aí o exemplo de Portugal.dge. ou 20 horas semanais. Em Portugal as escolas têm. aí incluídos recreios e transições. no desenvolvimento das linguagens. na produção artística. 14 de julho de 2010. CAPÍTULO IIFORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA Art. http://www.pt/matriz-curricular-do-1o-ciclo-historico * MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Brasília. no mundo do trabalho. expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico. mas devem ser organicamente planejadas e geridas de tal modo que as tecnologias de informação e comunicação perpassem . totalizando 14 horas.º 139/2012.relacionadas à linguagem e matemática.mec. Essa é a divisão que precisamos compreender melhor em relação ao currículo novo. saberes e valores produzidos culturalmente. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. 14. com disciplinas específicas para cada uma dessas partes. Resolução CNE/CEB 4/2010. Quando as autoridades educacionais brasileiras resolverem inserir Gramática e vocabulário vão ter que pensar nesse tipo de divisão. As escolas brasileiras contam em média com 4 horas letivas por dia. Seção 1. De acordo com o Decreto-Lei n. e nos movimentos sociais. ou 56% do tempo letivo das escolas. novamente uma referência para nós. p.  3o A base nacional comum e a parte diversificada não podem se constituir em dois blocos distintos. NO MÍNIMO 7 horas de Língua Portuguesa + 7 horas de Matemática devem ser dadas por semana. A base nacional comum na Educação Básica constitui-se de conhecimentos. Diário Oficial da União. p. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Compartilhe . DE 13 DE JULHO DE 2010. Resolução CNE/CEB 4/2010. Brasília. . perpassando todos os tempos e espaços curriculares constituintes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. da economia e da comunidade escolar. da cultura. independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso à escola. 14 de julho de 2010. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. .Parcerias público-privadas na educação: Quem ganha o que e a que custo? Ponto de partida para discussão do currículo do ensino médio . imprimindo direção aos projetos político-pedagógicos. Diário Oficial da União. RESOLUÇÃO No 4. 824. Art. prevendo o estudo das características regionais e locais da sociedade.documentação existenteEm "Gestão Educacional" Publicado em: Uncategorized Navegação de Posts ← Mais antigo . A parte diversificada enriquece e complementa a base nacional comum.transversalmente a proposta curricular. Seção 1. 15.  Imprimir  Email  Facebook6  Relacionado Os Paralamas no MEC: uma breve análise da disciplina Língua Portuguesa na nova Base Nacional ComumEm "Currículo" Edição de julho de 2013 . com LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA O componente curricular Língua Estrangeira Moderna deve garantir aos/às estudantes o direito à aprendizagem de conhecimentos para o uso. 23 Nov 2015 14:28:42 +0000 To:paulo. Assim. para aplicação posterior. pelo uso e para o uso.Mais novos → Uma resposta 1. Continuo fazendo o curso sobre educação à distância. Mestra Ilona. através do Missão Aluno. Paulo Pereira Date: Mon. Trocarei mensagens sobre o currículo de Portugal com parentes na Cidade do Porto.Considero estratégica a questão do BNCC tratada na edição de hoje do “Almoço com Ilona” Penso que afetará em longo prazo o aprendizado da nossa combalida Educação. de aprender. sim. não se trata de compreender um conjunto de conceitos teóricos e categorias linguísticas. paulopereirasantos 23 de novembro de 2015 às 14:23 | Responder Boa tarde.pereirasantos@hotmail. Abç. mas. práticas linguísticas que se adicionem a outras que o/a estudante já possua em seu repertório . que delineiam possíveis horizontes para a realização das práticas de linguagem. Com a finalidade de indicar prioridades na abordagem de temas. OBJETIVOS GERAIS DO COMPONENTE CURRICULAR LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA NA EDUCAÇÃO BÁSICA De acordo com uma visão de língua e de conhecimento como constituídos no uso e na interação entre os sujeitos. São priorizadas situações de  . partindo de seis campos de atuação humana. línguas de herança. o componente Língua Estrangeira Moderna organiza os objetivos de aprendizagem. pautar a escolha de textos e atividades e direcionar o desenvolvimento de projetos interdisciplinares.(em Língua Portuguesa. línguas indígenas. É importante ter em vista que esses campos estão inter-relacionados e que não excluem outros possíveis. que se referem à participação dos/as estudantes em atividades do dia a dia nos variados espaços em que atuam. línguas de sinais e outras). os campos de atuação são os seguintes: ·práticas da vida cotidiana. sua relação com o outro e com o entorno. que se referem à participação dos/as estudantes na construção e no exercício da cidadania. modos de vida e vivências sociais e estéticas e. a partir da possibilidade de conhecer e compreender outras visões de mundo.  práticas político-cidadãs.  práticas interculturais. mudanças e desafios pessoais. contribuindo para a construção do diálogo e da resolução de conflitos na perspectiva dos participantes. produção oral/escrita em língua estrangeira que dizem respeito à reflexão sobre si. com a finalidade de. estimular que esses sujeitos se constituam como mediadores interculturais. que se referem à participação dos/as estudantes em atividades relacionadas à valoração.leitura/escuta. São priorizadas situações de leitura/escuta. São priorizadas situações de leitura/escuta. à construção e à divulgação de saberes e conhecimentos. São . social e cultural. que se referem à participação dos/as estudantes em espaços de diversidade linguística. a direitos e deveres do cidadão e a questões sociais e políticas que tenham impacto na vida dos sujeitos nas comunidades em que atuam.  práticas investigativas. produção oral/escrita em língua estrangeira que dizem respeito à reflexão sobre valores. produção oral/escrita em língua estrangeira que dizem respeito a regras de convivência em espaços de diversidade. divulgar e conservar conhecimentos e participar de comunidades de interesse de modo ético e responsável. formação e atuação profissional. definir.priorizadas situações de leitura/escuta. que se referem à participação dos/as estudantes em atividades relacionadas a diferentes dimensões e formas de trabalho. compreender e resolver problemas em diferentes áreas do conhecimento. produção oral/escrita em língua estrangeira que tratam de relações que os sujeitos estabelecem com o uso de recursos tecnológicos na sua vida para buscar. São priorizadas situações de leitura/escuta.  práticas do trabalho. produzir. produção oral/escrita em língua estrangeira que tratam de características e modos de organização do trabalho. São priorizadas situações de leitura/escuta. compartilhar. direitos. que se referem à participação dos/as estudantes em atividades que demandam experimentar e criar novas linguagens e modos de interação social com o uso das tecnologias contemporâneas. deveres e .  práticas mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. produção oral/escrita em língua estrangeira que tratam de relações que os sujeitos estabelecem com o uso e a aprendizagem de línguas e com modos de usar a linguagem para identificar. 8 DE NOVEMBRO DE 2015  BNCC/ BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR        na . trabalho   DOMINGO.possibilidades de contemporaneidade. até 2016. Ciências. a sexualidade. com as áreas de conhecimentos (Língua Portuguesa. de 1996. estratégia 2). apoiamos a Base Nacional Comum da Educação. JOÃO CÂNDIDO FERREIRA E ÁGUIDA AMÂNCIO SE REUNIRAM PARA DEBATEREM SOBRE O BNCC. determinam que o governo federal estabeleça. quanto o Plano Nacional de Educação. valorizando a interdisciplinaridade. CONSELHO ESCOLAR. a ciência e a tecnologia. meio ambiente. Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica. que tem sinergia com princípios que compartilhamos que deve ter um currículo escolar unificado que determine o que e em que momento os conteúdos devem ser ensinados aos estudantes do ensino básico é um passo fundamental para garantir que o país ofereça a mesma oportunidade a todos os seus estudantes. entre outras. REPRESENTANTES DE PAIS. onde cada conteúdo deverá atender a necessidade dos estudantes. de 2014. dentro de uma contextualização dos conteúdos e temática trabalhada em cada disciplina. Em nosso país ainda não possui um currículo escolar unificado. Religião as linguagens.     BNCC/ BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR      GRÊMIO ESTUDANTIL. cobrar mudanças e saber se o ensino está progredindo. Meta 3. que determine o que e em que momento os conteúdos devem ser ensinados a estudantes do ensino básico. medir resultados. Matemática. . a cultura. a vida familiar e social. Com ela.  A Base Nacional Comum deve ter uma articulação entre os vários aspectos da vida cidadã como: A saúde. os conteúdos a serem ensinados na Educação Básica (apoio ao PNE. o diálogo e a relação da matéria com os demais campos de conhecimento e as provas nacionais como: Prova Brasil – ANA-OBMEP-SAEB-SAEPE. nós educadores da escola municipal Águida Amâncio. Sob esse aspecto. E EDUCADORES DAS ESCOLAS PETRÚCIO SIQUEIRA. o trabalho.  Currículo unificado precisará considerar as diferenças culturais e regionais de nosso país. é possível saber o que os estudantes devem aprender criar metas.Sistema de Avaliação da Educação Básica de Pernambuco também devem sofrer adaptações. (Sugestões: que se deve voltar a ter na grade curricular o Ensino Religioso. Pela nossa experiência como alunos que fomos no passado. Esta concepção de currículo e de escola busca auxiliar nossas crianças e jovens a se tornarem adultos autônomos e capazes de enfrentar as lutas sociais. Língua Estrangeira. Isso não significa que perdemos a noção do papel da escola na sociedade de classes. a forma de ensino e os conteúdos trabalhados por estas disciplinas não buscam desenvolver o raciocínio e. Educação e Trabalho. e que Geometria deve ser separada da matéria de Matemática. assim o processo de construção do conhecimento tornase o objetivo central e não a fixação de cálculos e fórmulas. não buscam desenvolver a autonomia nas crianças e jovens. Orientação Sexual. pois inculca nas crianças e jovens uma dependência aos “sábios”. estes passam a ser produtos de algo construído por todos. o papel do professor será muito mais o de alguém que auxilia o aluno em seu processo de conhecimento do que aquele que diz o que se deve e o que não se deve saber. Na disciplina de História.      Geografia. formas de organização da vida. na imensa maioria de nossas escolas. apresentando aos alunos as várias visões de mundo ao longo do tempo. que são os cálculos e as fórmulas. Desta forma. também deve-se adicionar na grade curricular as disciplinas de Informática. por exemplo. devemos abandonar os textos e histórias prontas. ao fazer isso. pois nesta estão aqueles que são capazes de pensar e buscar o sentido das coisas e. EDH . Na Matemática. inclusive. utilizando textos. História. o objetivo do processo de ensinoaprendizagem deveria ser o entendimento dos cálculos e das fórmulas. um ensino que busque a compreensão do princípio. Por mais que haja um discurso progressista. podemos dizer que. Ora. aqueles que devem. portanto. e Trabalho.Educação em Direito Humanos entre outras. reforça na classe trabalhadora sua dependência e submissão à classe dominante. Educ. àqueles que sabem elaborar e resolver os problemas da sociedade e. dirigir a sociedade. fórmulas e cálculos. sendo estes o resultado de um longo percurso de pesquisa. narrativas. portanto. por sua vez. o conhecimento do porquê das coisas. Tecnologia. Artes. Nesta nova metodologia. em que professor e alunos trilham um caminho que os leva ao resultado final. na maioria das vezes. História de Pernambuco.) . A forma principal para o ensino da Matemática tem sido fazer com que os alunos decorem regras. materiais das diferentes classes sociais. esse processo de ensino-aprendizagem reforça a ideologia dominante. ajudando os alunos a produzirem sua própria visão de mundo. e como professores que somos no presente. porém acreditamos que devemos aproveitar a escola e o currículo como espaços privilegiados da disputa ideológica. e que Literatura passe a ser uma matéria separada da matéria de Português. Educação Física. ainda não encontramos. objetivando a construção de uma sociedade justa e fraterna.
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