Eletromagnetismo Para Engenheiros

March 27, 2018 | Author: Gilberto Bogaroch | Category: Electric Current, Electric Charge, Potential Energy, Electricity, Heat


Comments



Description

Universidade Federal de Santa MariaELETROMAGNETISMO para Engenharia El´etrica Prof. Luiz Antˆonio Righi www.ufsm.br/righi ELETROMAGNETISMO 2 Eletromagnetismo Eng. El´etrica UFSM / Prof. Luiz Antˆonio Righi ´Indice I Campos em meios condutores I-A Resistˆencia e lei de Ohm . . . . . . . . . . I-A.1 A descoberta da carga el´etrica . . I-A.2 Densidades de carga . . . . . . . . I-A.3 Corrente e tens˜ ao el´etrica . . . . . I-A.4 Conserva¸c˜ ao da energia . . . . . . I-A.5 Lei de Ohm . . . . . . . . . . . . . I-A.6 Exerc´ıcios - 1a semana . . . . . . . I-B Corrente = fluxo de carga nos condutores I-B.1 A nota¸c˜ ao vetorial . . . . . . . . . I-B.2 Fun¸c˜ oes ‘densidade de fluxo’ . . . . I-B.3 Densidade de corrente el´etrica . . . I-B.4 Continuidade do fluxo . . . . . . . I-B.5 Exerc´ıcios - 2a semana . . . . . . . I-C Campo el´etrico e diferen¸ca de potencial . I-C.1 Potencial e seu ‘co-vetor gradiente’ I-C.2 Circula¸c˜ ao de um vetor . . . . . . I-C.3 Forma local da Lei de Ohm . . . . I-C.4 Refra¸c˜ ao da corrente el´etrica . . . I-C.5 Exerc´ıcios - 3a semana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3 3 6 7 7 10 10 11 11 15 16 16 17 18 18 19 20 20 21 II Eletrost´ atica II-A Campo e potencial eletrost´ atico . . . . . . . II-A.1 Importˆ ancia da eletrost´ atica . . . . . II-A.2 Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . ~ . . . . . . . . II-A.3 Campo eletrost´ atico E II-A.4 Potencial el´etrico V . . . . . . . . . II-A.5 Campo conservativo . . . . . . . . . II-A.6 Exerc´ıcios - 4a semana . . . . . . . . II-B Lei de Gauss da eletrost´ atica . . . . . . . . II-B.1 Polariza¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . ~ . . . . . . . . . . II-B.2 Indu¸c˜ ao el´etrica D ~ II-B.3 Divergˆencia de D . . . . . . . . . . . II-B.4 Exerc´ıcios - 5a semana . . . . . . . . II-C Capacitˆancia e diel´etricos . . . . . . . . . . II-C.1 Capacitˆ ancias simples . . . . . . . . II-C.2 Diel´etricos . . . . . . . . . . . . . . . II-C.3 Permissividade el´etrica  . . . . . . . II-C.4 Energia no capacitor . . . . . . . . . II-C.5 Refra¸c˜ ao dos campos da eletrost´ atica II-C.6 Energia eletrost´ atica . . . . . . . . . II-C.7 Exerc´ıcios - 6a semana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 22 22 25 25 27 27 28 29 29 32 32 34 35 35 36 38 38 39 39 41 III Magnetost´ atica ~ . . . . . . . . . . . . . III-ACampo magn´etico H III-A.1 Hist´ oria do magnetismo . . . . . . . III-A.2 Lei de Biot-Savart . . . . . . . . . . III-A.3 Lei de Amp´ere . . . . . . . . . . . . ~ . . . . . . . . . . . III-A.4 Rotacional de H III-A.5 Exerc´ıcios - 7a semana . . . . . . . . III-B Indu¸c˜ao e for¸ca magn´etica . . . . . . . . . . III-B.1 Magnetiza¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . III-B.2 Indu¸c˜ ao e permeabilidade magn´etica III-B.3 For¸ca magn´etica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 42 42 45 47 48 49 50 50 52 53 Dispon´ıvel em: www.ufsm.br/righi L. A. Righi, DESP-CT-UFSM, Santa Maria, RS, 97105-900, Brasil III-B.4 Lei de Gauss do magnetismo III-B.5 Refra¸c˜ao magn´etica . . . . . III-B.6 ´Im˜as . . . . . . . . . . . . . . III-B.7 Efeito Hall . . . . . . . . . . III-B.8 Potencial escalar magn´etico . III-B.9 Exerc´ıcios - 8a semana . . . . III-C Circuitos magn´eticos . . . . . . . . . III-C.1 Relutˆancia magn´etica . . . . III-C.2 Indutˆancia . . . . . . . . . . III-C.3 Exerc´ıcios - 9a semana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 55 55 56 57 59 60 60 60 61 IV Quase-est´ atica IV-A Lei de Faraday . . . . . . . . . . . . . . IV-A.1 Michael Faraday . . . . . . . . . IV-A.2 Campo el´etrico induzido . . . . . IV-A.3 Princ´ıpio dos geradores . . . . . IV-A.4 Indutˆancia m´ utua . . . . . . . . IV-A.5 Transformador ideal . . . . . . . IV-A.6 Exerc´ıcios - 10a semana . . . . . IV-B Correntes alternadas . . . . . . . . . . . IV-B.1 Circuito RLC s´erie . . . . . . . . IV-B.2 Fasores . . . . . . . . . . . . . . IV-B.3 Exerc´ıcios - 11a semana . . . . . IV-C Correntes induzidas . . . . . . . . . . . IV-C.1 Campos vari´aveis em condutores IV-C.2 Efeito pelicular ou efeito Skin . . IV-C.3 R, L e C reais . . . . . . . . . . IV-C.4 Correntes de Foucault em chapas IV-C.5 Transformador com perdas . . . IV-C.6 Exerc´ıcios - 12a semana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 62 62 64 65 66 67 69 70 71 71 74 75 75 76 76 79 79 80 V Campos eletromagn´ eticos em alta freq¨ uˆ encia V-A Equa¸c˜oes de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . V-A.1 Cavidades ressonantes . . . . . . . . . V-A.2 Vetor de Poynting . . . . . . . . . . . V-A.3 Equa¸c˜oes de Maxwell com corrente de deslocamento . . . . . . . . . . . . . . V-A.4 Constante absoluta 0 . . . . . . . . . V-A.5 Exerc´ıcios - 13a semana . . . . . . . . V-B Forma¸c˜ao das ondas eletromagn´eticas . . . . V-B.1 Ondas planas . . . . . . . . . . . . . . V-B.2 Reflex˜ao de ondas entre dois meios . . V-B.3 Irradia¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas . V-B.4 Exerc´ıcios - 14a semana . . . . . . . . V-C Propaga¸c˜ao das ondas eletromagn´eticas . . . V-C.1 Os meios de propaga¸c˜ao . . . . . . . . V-C.2 Reflex˜ao . . . polariza¸c˜ao de EM . . . . V-C.3 Sistemas de transmiss˜ao . . . . . . . . V-C.4 Propaga¸c˜ao guiada por L.T. . . . . . . V-C.5 Casamento de impedˆancias . . . . . . V-C.6 Exerc´ıcios - 15a semana . . . . . . . . 81 81 84 85 86 88 88 89 89 92 93 95 96 96 97 98 100 104 106 VI Resumo de f´ ormulas, gr´ aficos e tabelas 107 ELETROMAGNETISMO I. Campos em meios condutores “N˜ ao conhe¸co fato mais encorajador do que a inquestion´ avel capacidade do homem para elevar a sua existˆencia atrav´es de um esfor¸co consciente.” (Henry David Thoreau) Neste cap´ıtulo preliminar ´e dada uma breve descri¸c˜ao e uma vis˜ao pr´atica do eletromagnetismo. Ao final do cap´ıtulo, deveremos: 1. Ter condi¸c˜oes de entender os problemas de eletromagnetismo, como os que se encontram em livros t´ecnicos de Engenharia e/ou de f´ısica do ensino fundamental; e, 2. Ter condi¸c˜oes de realizar experiˆencias de laborat´orio, usando instrumentos el´etricos, e as ferramentas dos c´alculos diferencial, integral e num´erico. A. Resistˆencia e lei de Ohm N´os podemos ter uma no¸c˜ ao do que ´e resistˆencia el´etrica e lei de Ohm, mas esta no¸c˜ ao n˜ ao nos basta. Precisamos compreender muito bem este fenˆ omeno, aproveitando para definir nossa nomenclatura. Vamos iniciar nosso estudo dessa brilhante mat´eria do magnetismo e da eletricidade, que teve o pico de desenvolvimento nos meados do s´eculo XVII. A.1 A descoberta da carga el´etrica A humanidade j´a conhecia a for¸ca gravitacional e a for¸ca magn´etica, quando Coulomb apresentou seus trabalhos sobre for¸ca entre cargas el´etricas. Charles Augustus Coulomb (+1806), apresentou ` a Academia Francesa de Ciˆencias, em 1785, uma balan¸ca de tor¸c˜ ao, que consistia de uma barra isolante, terminada em duas esferas met´ alicas, suspensas por um delgado fio de prata. Outra barra isolante, provida, no seu extremo, de uma pequena esfera met´ alica carregada ´e introduzida pelo orif´ıcio superior. As esferas se repelem, o que provoca a tor¸c˜ao do fio de suspens˜ ao. Medindo a for¸ca de tor¸c˜ao, Coulomb estabeleceu a lei do inverso do quadrado da distˆancia, e proporcional ao produto das cargas. No S´eculo XVIII, surgem as primeiras intui¸c˜ oes dos fenˆomenos el´etricos e magn´eticos. Franklin especifica a no¸c˜ao de carga el´etrica. Cavendish define a capacidade de um condutor e seu grau de eletrifica¸c˜ ao, que mais tarde ser´ a chamado potencial. Toda essa s´erie de pesquisas ´e o in´ıcio de um dos per´ıodos mais fecundos da hist´ oria da ciˆencia, per´ıodo esse que culminar´a com a inven¸c˜ ao da pilha por Alessandro Volta. E ´e rejeitando a teoria simplista de Galvani - defensor da “eletricidade animal” - que Volta estabelece a rela¸c˜ao entre fenˆomenos el´etricos e qu´ımicos. Nascido em Bolonha, a 9 de setembro de 1737, Luigi Galvani (1737 - 1798) permaneceu nessa cidade durante toda sua vida, afastando-se de l´ a uma u ´nica vez. Orientado pelo pai, o m´edico Domenico Galvani, Luigi ingressou na Universidade de Bolonha, onde, com apenas 22 anos de idade, completou o curso de medicina. Trˆes anos mais tarde, em 1762, ele ocupou a c´atedra de anatomia nessa universidade. H´abil cirurgi˜ao, Galvani realizou importantes estudos de anatomia comparada sobre os aparelhos urin´ ario e genital, e os ´org˜aos do olfato e da audi¸c˜ao. Datam desse per´ıodo, que se estendeu de 1762 a 1783, algumas publica¸c˜ oes sobre o assunto: De Ossibus These (1762), De Renibus atque Uretribus Volatilium (1767) e De Volatilium Aure (1783). De 1783 em diante, a orienta¸c˜ao das pesquisas de Galvani mudou completamente: os fenˆomenos el´etricos come¸caram ent˜ ao a absorvˆe-lo. 3 Em 1786, Galvani observou acidentalmente o que mais tarde chamaria de “eletricidade animal”. As primeiras anota¸c˜oes sˆobre essa descoberta foram publicadas somente em 1791. Em sua mem´oria De Viribus Electricitatis in Motu Musculari, ele descreve sua observa¸c˜ao casual nos seguintes termos: “Tendo dissecado e preparado uma r˜a, coloquei-a sobre uma mesa onde se achava, a alguma distˆancia, uma m´aquina eletrost´atica. Aconteceu, por acaso, que um de meus assistentes tocou a ponta de seu escalpelo no nervo interno da coxa da r˜a; imediatamente os m´ usculos dos membros foram agitados por violentas convuls˜oes”. Galvani acreditou ter realizado importante descoberta. Pensava, erroneamente, ter encontrado um detector extremamente sens´ıvel para as correntes ou descargas el´etricas, cujo estudo ainda engatinhava; em seguida, admitiu a hip´otese de que esse “detector” poderia revelar-se uma nova fonte de eletricidade. Na ´epoca eram conhecidos somente o atrito e a “influˆencia” (indu¸c˜ao) eletrost´atica. Desde logo, Galvani come¸cou a variar as condi¸c˜oes de suas experiˆencias. Em um dia tempestuoso, foi levado a acreditar que a eletricidade atmosf´erica era capaz de produzir os mesmos efeitos que sua m´aquina eletrost´atica. Em condi¸c˜oes atmosf´ericas normais, por´em, Galvani nada observou. Esse fato mostra o car´ater simplista e puramente casual das dedu¸c˜oes de Galvani, pois nem a m´aquina eletrost´atica nem as condi¸c˜oes atmosf´ericas influ´ıam no resultado de suas experiˆencias. Para Galvani, todavia, isso significava certamente um refor¸co para suas convic¸c˜oes. Certo dia, tendo fixado um fio de cobre na medula espinhal de uma r˜a, Galvani fechou o circuito suspendendo o fio em uma rede de ferro; imediatamente as convuls˜oes se manifestaram. Desta vez, a experiˆencia poderia ter levado a conclus˜oes certas: havia um circuito formado por trˆes condutores - um, eletrol´ıtico, e dois met´alicos. Mas Galvani, perseguido pela id´eia de que a r˜a poderia ser um detector de eletricidade, atribuiu as convuls˜oes observadas `as varia¸c˜oes do estado el´etrico da atmosfera. E, mais uma vez, Galvani alterou as condi¸c˜oes de sua experiˆencia. Desta vez, ele descreve: “Levei o animal para um quarto fechado e coloquei-o sobre uma placa de ferro; quando toquei a placa com o fio de cobre, fixado na medula da r˜a, vi as mesmas contra¸c˜oes espasm´odicas de antes. Tentei outros metais, com resultado mais ou menos violentos. Com os n˜ao condutores, todavia, nada se produziu. Isso era bastante surpreendente e conduziu-me a suspeitar de que a eletricidade era inerente ao pr´oprio animal, suspeita que foi confirmada pela observa¸c˜ao de que uma esp´ecie de circuito nervoso sutil (semelhante ao circuito el´etrico da garrafa de Lieden) fecha-se dos nervos aos m´ usculos quando as contra¸c˜oes se produzem”. Embora possu´ısse todos os dados necess´arios para elaborar a teoria eletrol´ıtica, Galvani defendeu durante toda a vida a falsa teoria da eletricidade animal. Sustentou tamb´em a compara¸c˜ao de seu “aparelho” (a r˜a) com a garrafa de Leyden; o nervo era a armadura interna e o m´ usculo a armadura externa. A descoberta de Galvani entusiasmou os cientistas da ´epoca, principalmente Alessandro Volta. Este repetiu, em 1792, as experiˆencias de Galvani, tendo aceito inicialmente a hip´otese da eletricidade animal. Em 1793, todavia, ele rejeitou radicalmente tal teoria, provando que os m´ usculos da r˜a n˜ao se contraem se a placa e o fio forem constitu´ıdos de um mesmo metal. Iniciou-se ent˜ao uma polˆemica calorosa entre Galvani e Volta. Galvani chegou a demonstrar que ELETROMAGNETISMO as convuls˜oes podiam ser obtidas mesmo sem a interven¸c˜ao de qualquer arco met´ alico. Volta, no entanto, considerou esse fenˆomeno como uma simples decorrˆencia de um est´ımulo mecˆanico e rebateu a hip´ otese do m´edico de Bolonha, expondo o princ´ıpio dos trˆes condutores - um eletrol´ıtico e dois met´alicos. Eram esses os u ´nicos elementos necess´arios para originar o fluido el´etrico (como era chamada na ´epoca a corrente el´etrica). Em 1800, Volta construiu a primeira pilha el´etrica, hoje chamada pilha galvˆ anica ou voltaica. Ao mesmo tempo que realizava seus estudos sobre a qu´ımica dos gases, Henry Cavendish (1731-1810) dedicava-se a muitos outros assuntos: magnetismo terrestre, Eletricidade, Dinˆ amica, Astronomia, Meteorologia, Matem´atica. Cavendish ´e um exemplo do que se chamava “Fil´osofo Natural” no s´eculo XVIII homens que se ocupavam com os assuntos que mais lhes interessavam, nos v´arios dom´ınios do conhecimento. Em seu primeiro artigo sobre Eletricidade, publicado em 1771, Cavendish estabeleceu claramente, e pela primeira vez, a diferen¸ca entre carga (ou quantidade de eletricidade armazenada em um corpo) e tens˜ ao (ou for¸ca com que esta eletricidade tende a deslocarse). Se uma mesma quantidade de eletricidade ´e colocada em dois corpos semelhantes, mas de volumes diferentes, no menor deles a tens˜ao el´etrica ser´ a maior do que no outro. Da mesma forma, se em dois corpos semelhantes a tens˜ao el´etrica for igual, o maior deles conter´ a mais eletricidade. Quando dois corpos eletrizados s˜ ao unidos por um condutor, eles acabam ficando com a mesma tens˜ ao el´etrica, qualquer que seja o ponto ou a forma pela qual se faz a uni˜ ao: as cargas se distribuir˜ao neles conforme suas respectivas capacidades el´etricas. Al´em de estabelecer essas ocorrˆencias e desenvolver um tratamento matem´atico adequado aos fenˆ omenos el´etricos, Cavendish tamb´em foi o primeiro a medir experimentalmente as capacidades el´etricas de corpos de diversos materiais, formas e tamanhos. Mostrou que, para corpos de formas iguais, a capacidade ´e proporcional ao comprimento do objeto: se dois corpos semelhantes s˜ ao unidos por um fio, a carga que cada um armazenar´ a ser´ a proporcional ao seu tamanho. Mediu igualmente a diferen¸ca de capacidade entre condutores de formas diferentes e observou que, nesse caso, o material que os constitui n˜ ao influi em nada. Tamb´em provou que a carga el´etrica se distribui apenas na superf´ıcie externa dos corpos met´ alicos, n˜ ao havendo eletricidade alguma na superf´ıcie interna de uma esfera oca - por mais finas que sejam suas paredes e por maior que seja seu grau de eletriza¸c˜ao. A partir dessa observa¸c˜ ao, constatou que a for¸ca com que as part´ıculas de eletricidade se repelem deve diminuir em propor¸c˜ ao ao quadrado da distˆ ancia que as separa. Essa foi a primeira determina¸c˜ ao precisa da lei das for¸cas entre cargas el´etricas. No entanto, como o francˆes Charles Coulomb publicou antes de Cavendish o resultado de experiˆencias em que chegava ` as mesmas conclus˜ oes, a ele atribui-se a determina¸c˜ ao dessa lei. Outro importante trabalho do cientista inglˆes nesse campo foi a realiza¸c˜ao da primeira compara¸c˜ ao experimental da facilidade de v´arias substˆ ancias em conduzir eletricidade. Nessa investiga¸c˜ao, ele fez v´ arias descargas el´etricas, de mesma intensidade e for¸ca, atravessarem tubos contendo substˆancias diferentes. Recebendo os choques causados por essas descargas, foi modificando o comprimento ocupado por cada substˆancia dentro do tubo, at´e receber choques iguais de todas elas. Concluiu-se, ent˜ ao, que suas resistˆencias de- 4 veriam ser iguais mas que, naquele momento, o material que conseguisse proporcionar um mesmo choque atrav´es de uma maior quantidade de mat´eria seria, proporcionalmente, o melhor condutor. Os resultados obtidos por Cavendish nessas experiˆencias s˜ao incrivelmente precisos. Ele se adiantava alguns decˆenios em rela¸c˜ao a Ohm, a quem se atribui comumente a descoberta de que a rapidez com que a eletricidade atravessa um condutor ´e proporcional `a tens˜ao el´etrica que a impulsiona. Al´em disso, em seu estudo sobre o torpedo, Cavendish provou que quando v´arios condutores s˜ao ligados, ao mesmo tempo, a um corpo eletrizado, a descarga n˜ao passa apenas pelo que apresenta menor resistˆencia, mas se distribui entre os v´arios condutores; entretanto, a fra¸c˜ao que passa em cada um deles ´e tanto maior quanto menor for sua resistˆencia. De todas as experiˆencias realizadas por Cavendish, no entanto, a que lhe trouxe maior fama foi a determina¸c˜ao da densidade da Terra. **A estrutura da mat´eria Durante muitos s´eculos, a humanidade interrogou-se sobre a estrutura da mat´eria. A possibilidade que a eletricidade n˜ao consista de um uniforme e cont´ınuo fluido provavelmente ocorreu a muitos cientistas. Mesmo Franklin, uma vez, escreveu que o “fluido” consiste de “part´ıculas extremamente sutis”. Todavia, uma grande quantidade de evidˆencias tinham se acumulado antes da eletricidade ser aceita como formada por min´ usculas part´ıculas, quantidades discretas, e n˜ao mais como um fluido, quando vista microscopicamente. James Clerk Maxwell se opˆos `a teoria corpuscular. Por volta do fim do s´eculo XIX, entretanto, o trabalho de Sir Joseph John Thompson (1856-1940) e outros provaram a existˆencia do el´etron. Thompson tinha medido a propor¸c˜ao da carga do el´etron para a sua massa. Ent˜ao em 1899 ele deduziu um valor para a carga eletrˆonica pela observa¸c˜ao do comportamento de uma nuvem de min´ usculas part´ıculas de ´agua carregadas em um campo el´etrico. Essa observa¸c˜ao conduziu ao Experimento ´ da Gota de Oleo de Millikan. Robert Millikan, um fisicista da Universidade de Chicago, com a assistˆencia de um estudante Harvey Fletcher, procuraram medir a carga de um u ´nico el´etron, um objetivo ambicioso em 1906. Uma min´ uscula gotinha com um pequeno excesso de el´etrons foi formada for¸cando o l´ıquido atrav´es de um dispositivo especial. A gota foi ent˜ao, em verdade, suspendida, com um campo el´etrico atraindo para cima e a for¸ca gravitacional puxando para baixo. Para a determina¸c˜ao da massa da gota de ´oleo e do valor do campo el´etrico, a carga na gota foi calculada. O resultado: a carga do el´etron e ´e negativa e tem como m´odulo o valor e = 1, 6021917 × 10−19 Coulomb. Millikan tamb´em determinou que as cargas sempre aparecem com um valor de mais ou menos e, em outras palavras, a carga ´e quantizada. Outras part´ıculas elementares descobertas depois tiveram tamb´em suas cargas determinadas e foi poss´ıvel notar que seguiam esta mesma caracter´ıstica. Por exemplo, o Positron, descoberto em 1932 por Carl David Anderson do Instituto de Tecnologia da Calif´ornia, ´e exatamente a mesma do el´etron, exceto que esta ´e positiva. **Os ´ atomos A maior parte da mat´eria, em geral, ´e neutra. A tendˆencia ´e que para cada pr´oton (carga positiva) no ´atomo, para este ELETROMAGNETISMO 5 ser eletricamente neutro, deve existir um el´etron (carga negativa), e a soma das cargas deve ser nula. Em 1911, Ernest Rutherford propˆos um modelo para o ´ atomo. Ele sugeriu que os el´etrons orbitavam um n´ ucleo carregado, com um diˆametro de 10−14 metros, da mesma forma que os planetas orbitavam o Sol. Rutherford tamb´em sugeriu que o n´ ucleo era formado por pr´otons, sendo que cada um teria uma carga de +e. Essa vis˜ao da mat´eria, ainda considerada correta em muitos casos, estabilizou a for¸ca el´etrica que mant´em um ´atomo unido. Depois que Rutherford apresentou seu modelo atˆomico, o fisicista dinamarquˆes Niels Bohr propˆos que os el´etrons ocupam apenas certas ´ orbitas em torno do n´ ucleo, e que outras ´orbitas s˜ ao imposs´ıveis. Hoje sabemos que a mat´eria ´e constitu´ıda por ´atomos. Existem mais de cem tipos de ´ atomos diferentes na natureza ou produzidos em laborat´ orio pelos cientistas. Cada tipo de ´atomo constitui o que se chama de Elemento Qu´ımico. O oxigˆenio ´e um elemento, o cloro tamb´em, assim como o hidrogˆenio. Se pud´essemos ver um ´ atomo, constatar´ıamos que ele ´e formado por um n´ ucleo e v´ arias part´ıculas girando ao redor dele: os el´etrons. De certa maneira, lembra o nosso sistema solar, com o sol no centro e os planetas girando em sua volta. Se bem que essa semelhan¸ca seja apenas formal, permite compreendermos como se forma a eletricidade. Os cientistas observaram que as for¸cas atˆ omicas de atra¸c˜ao entre o n´ ucleo e os el´etrons s˜ ao distintas das for¸cas gravitacionais, presentes no sistema solar. Elas foram denominadas de for¸cas el´etricas, e associadas a cargas el´etricas. Por conven¸c˜ao, os el´etrons foram denominados de carga negativa e o n´ ucleo de carga positiva. Assim, os el´etrons s˜ ao pequenas part´ıculas, dotadas de carga negativa, que giram em torno do n´ ucleo, que ´e formado por pr´ otons, com carga el´etrica positiva, e nˆeutrons, com carga el´etrica neutra. Podemos concluir, de imediato, uma coisa muito importante: para que o ´atomo esteja em equil´ıbrio, isto ´e, seja neutro, a carga positiva deve ser igual ` a carga negativa. Resulta que o n´ umero de pr´ otons que est˜ ao no n´ ucleo ´e igual ao n´ umero de el´etrons que giram ao redor. Existem a´tomos que tˆem 1 pr´oton e 1 el´etron (hidrogˆenio), ´ atomos que possuem 13 pr´otons e 13 el´etrons (alum´ınio), e assim por diante. Os cientistas j´a comprovaram que o nˆeutron ´e muito mais pesado que o el´etron (pesa 1836 vezes mais). A t´ıtulo de compara¸c˜ao, podemos imaginar o ´ atomo de ferro com 26 el´etrons. Se cada el´etron fosse do tamanho de uma bola de gude, o n´ ucleo do ´atomo de ferro pesaria tanto quanto uma locomotiva de 10 toneladas. Pode-se perceber que, praticamente toda a massa do ´ atomo est´ a no seu n´ ucleo. Entretanto, a compara¸c˜ ao que acabamos de fazer n˜ao pode ser feita em termos de carga el´etrica. Os cientistas denominaram for¸ca eletrost´atica a atra¸c˜ ao entre el´etrons (carga negativa) e pr´otons (carga positiva). Como o pr´ oton ´e muito mais pesado, ele quase n˜ ao sai do lugar; e o el´etron ‘caminha’ ao seu encontro. TABELA I ´tomos Principais elementos constituintes dos a Part´ıcula El´ etron Pr´ oton Nˆ eutron S´ımbolo e p n Carga e -1,0 +1,0 0,0 Massa me 1 1836,15 1838,68 Momento 1/2 1/2 1/2 Quando se estuda eletricidade, s˜ao os el´etrons que mais interessam. O n´ ucleo n˜ao tem muita importˆancia. Mesmo assim, n˜ao s˜ao todos os el´etrons que interessam. H´a alguns el´etrons que est˜ao fortemente presos ao n´ ucleo: s˜ao os el´etrons que est˜ao pr´oximos a ele. Por´em, outros el´etrons, que giram mais afastados de um ´atomo e pulam de um para outro ´atomo vizinho. S˜ao chamados, por isso, de el´ etrons livres. Estes el´etrons ´e que interessam para os circuitos el´etricos. Quando os el´etrons livres passam de um ´atomo ´ a pr´opria para o outro, temos uma corrente de el´ etrons. E corrente el´ etrica dos circuitos e dos condutores. **Eletr´ olise da ´ agua Vamos resumir uma rea¸c˜ao qu´ımica muito conhecida: a eletr´olise. A Eletr´olise acontece quando se p˜oem dois eletrodos (um positivo e um negativo) dentro do recipiente com ´agua e faz-se passar uma corrente el´etrica entre eles. A´ı, como eles se polarizam, eles acabam atraindo O2 para um dos eletrodos (o positivo - dado que o ´ıon oxigˆenio ´e negativo: O) e H2 (porque o ´ıon hidrogˆenio ´e positivo: H+) para o outro (o eletrodo negativo). Pela passagem da corrente el´etrica numa solu¸c˜ao aquosa de Na2 SO4 h´a decomposi¸c˜ao da ´agua, dando hidrogˆenio no c´atodo (p´olo negativo) e oxigˆenio no ˆanodo (p´olo positivo). O volume do hidrogˆenio produzido ´e o dobro do volume de oxigˆenio. Dessa forma, pode-se separar o hidrogˆenio do oxigˆenio. A eletr´olise ´e o processo pelo qual uma corrente el´etrica cont´ınua (como aquela que prov´em de pilhas e baterias), passa entre dois eletrodos fixados em um recipiente, que cont´em o material a dissociar. Em seu percurso a eletricidade provoca a quebra das liga¸c˜oes qu´ımicas das mol´eculas, liberando assim seus ´atomos constituintes. Atualmente a eletr´olise da ´agua ´e o principal processo industrial para a obten¸c˜ao de oxigˆenio! Michael Faraday (1791-1867) foi o respons´avel pela introdu¸c˜ao no Conselho de Whewell (1833) de uma nova terminologia na qu´ımica, que ´e empregada at´e hoje, como eletr´ olise, ´ıons, ˆ anion, anodo, c´ ation, catodo, etc. Formulou as leis da eletr´olise (1834) e, por isso, denominou-se faraday a quantidade de eletricidade necess´aria para libertar um equivalente-grama de qualquer substˆancia. Definiu corrente el´etrica como resultado da vibra¸c˜ao provocada pelas r´apidas alternˆancias de tens˜ao nas mol´eculas dos bons condutores (1838). A primeira evidˆencia experimental sobre a estrutura do a´tomo foi verificada pelo f´ısico e qu´ımico inglˆes Michel Faraday (1791-1867) ao descobrir o fenˆomeno da eletr´olise, isto ´e, a a¸c˜ao qu´ımica da eletricidade. Em sua experiˆencia, Faraday observou que a passagem da corrente el´etrica atrav´es de solu¸c˜oes qu´ımicas, por exemplo nitrato de prata, fazia com que os metais de tais solu¸c˜oes se depositassem nas barras met´alicas (eletrodos: catodo e anodo) introduzidas nessas solu¸c˜oes. Essa evidˆencia sobre a estrutura atˆomica foi corroborada com a teoria iˆonica desenvolvida pelo qu´ımico sueco Svante August Arrhenius (1859-1903), segundo a qual os ´ıons que constitu´ıam a corrente el´etrica atrav´es da solu¸c˜ao, no fenˆomeno da eletr´olise, nada mais eram que ´atomos carregados de eletricidade. Exemplo I.1: Considerando que num peda¸co de ferro Fe, cada ´atomo possua um el´etron livre. Se desejarmos ter a carga acumulada de -1C neste peda¸co de ferro, qual a sua massa? ELETROMAGNETISMO 6 Solu¸c˜ ao: O n´ umero de ´ atomos ser´ a natom = −1 C = 0, 625 × 1019 −1, 60 × 10−19 C Sabemos que a massa atˆ omica do Ferro de ´e 55,84 (ver tabela peri´odica). Assim, em 55,84g temos o n´ umero de Avogadro 6, 023 × 1023 atomos. Assim, fazemos a regra de trˆes: ** Densidade de carga ρV Considere uma carga Q igualmente distribu´ıda num volume V . A densidade volum´etrica no interior deste volume vale Q ρV = V Quando a distribui¸c˜ao n˜ao ´e uniforme, podemos dividir o volume infinitesimalmente, aplicando o limite, e calcular a densidade de carga por meio de fun¸c˜oes puntuais. 6, 023 × 1023 atomos → 55, 84 g ∆Q ∆V →0 ∆V ρ = lim 0, 625 × 1019 atomos → x g que resulta x= 0, 625 × 1019 × 55, 84 = 5, 794 × 10−4 gramas 6, 023 × 1023 ** Densidade superficial ρS Considere um elemento de superf´ıcie de ´area ∆A de um condutor, no qual se localiza a carga ∆Q. A densidade el´etrica superficial m´edia ´e Esta pequena massa ter´ a a ‘incr´ıvel’ carga de 1 Coulomb. Verificaremos, que as cargas se distribuem numa pel´ıcula. ♦ Exemplo I.2: Quando um acumulador chumbo-´acido, comum em baterias de autom´ oveis, fornece uma corrente el´etrica, ocorre uma rea¸c˜ ao qu´ımica representada por: Pb(s) + PbO2 (s) + 4H− (aq) + 2SO2− 4 (aq) ρS,med = ∆Q ∆A A densidade el´etrica superficial num ponto P : ρS = lim ∆A→0 ∆Q ∆A Num condutor esf´erico de raio R, isolado e eletrizado com carga Q, esta, por quest˜oes de simetria, distribui-se uniformemente pela superf´ıcie. Neste caso, −→ 2PbSO4 (s) + 2H2 O(l) Sabendo-se que a massa molar do chumbo ´e 207 g/mol, e a constante de Faraday ´e 96500 C/mol (igual ao n´ umero de avogadro vezes a carga do el´etron), determinar: (a) Quais as varia¸c˜ oes do n´ umero de oxida¸c˜ ao do chumbo nesta rea¸c˜ao? (b) Quantas gramas de chumbo met´ alico seriam consumidos numa carga de 50 Ah? Solu¸c˜ ao: (a) O n´ umero de oxida¸c˜ ao do chumbo Pb varia de zero, no Pb(s), at´e +2, no PbSO4 (s), e portanto a varia¸c˜ao ´e igual a 2. O n´ umero de oxida¸c˜ ao do Pb varia de +4, no PbO2 (s), at´e +2, no PbSO4 (s), e portanto a varia¸c˜ao do NOX ´e igual a 2. (b) Como 1Ah = 3600C, temos que 50Ah = 1,8E+5 C. E como 96500 C equivalem a 1 mol de el´etrons, em 1Ah temos ρS = Q 4πR2 onde 4πR2 ´e a ´area da superf´ıcie esf´erica. Exemplo I.3: Carga total de um fio - Um fio retil´ıneo, com 3 m de comprimento, est´a situado sobre a reta x = 2 e y = 3, desde z1 = 0 at´e z2 = 3m. A densidade de carga linear ρz = 4zµC/m. Qual R z a carga do fio? Solu¸c˜ ao: Q = z12 ρz dz Z 3 4, 0E − 6 z dz = 18 µC. ♦ Q= 0 Exemplo I.4: Carga total de um disco - Um disco de raio R, centrado na origem, est´a situado sobre no plano x − y, e 2 possui densidade de carga superficial ρs = r2 µC/m . Qual a carga total do Rdisco? R Solu¸c˜ ao: Q = ρs ds √ 2 2 Z Z 1, 8 × 105 C × 1 mol = 1, 87 mol de e− x= 96500 C A oxida¸c˜ao do Pb pode ser representada por Pb → Pb2+ + 2e− y2 =0 − ent˜ao, para 1 mol de Pb oxidado s˜ ao necess´ arios 2e . Para 1,87 mol de el´etrons s˜ ao necess´ arios 0,93 mol de Pb. Assim a massa de chumbo ser´ a: Z As cargas podem ser puntiformes (discretas), ou cont´ınuas, que s˜ao distribui¸c˜ oes reais de carga, visto que as cargas puntiformes s˜ao apenas um artif´ıcio did´ atico. Como essas distribui¸c˜oes possuem um n´ umero ‘infinito’ de cargas puntiformes, fazemos uso do c´ alculo integral para calcular as for¸cas e campos. Quando trabalhamos com distribui¸c˜ oes de cargas, ´e conveniente representar as cargas em termos de densidades de carga. Para uma superf´ıcie de uma esfera, geralmente, usa-se a densidade de carga superficial. R −y (x2 + y 2 ) dx dy y1 =R y2 =0 Q=4 y1 =R m = 0, 93 mol × 207, 2 g/mol = 193 g. ♦ A.2 Densidades de carga x2 = Q=4  x1 =0 (R2 − y 2 )3/2 + y 2 (R2 − y 2 )1/2 3  dy πR4 µC. 2 Lembrete: Sempre que vocˆe encontrar uma express˜ao envolvendo x2 +y 2 no integrando, precisa considerar a possibilidade de converter para coordenadas polares. Vejamos como ficaria a solu¸c˜ao deste exemplo: Q= dS = r dφ dr Z r2 =R Z φ2 =2π Q= r1 =0 φ1 =0 r2 r dφ dr = πR4 µC. ♦ 2 indicado por uma pequena seta ao lado do condutor.000001 A=10−6 A 1 kiloampere (1kA)=1000 A=103 A Fig. algumas condi¸c˜oes podem ser impostas nas fronteiras.001 A=10−3 A 1 microampere (1µ A)=0. ou os el´etrons.a partir da Revolu¸c˜ao Agr´ıcola . A intensidade de corrente de 1 Amp´ere. podemos calcular a carga total.000 amperes. e uma bomba nuclear chega a 10.5: Carga de uma figura bidimensional . um relˆampago atinge uma corrente de 20. Impulsionam el´etrons num terminal e retiram no outro. Um sistema isolado ´e aquele que n˜ao ´e influenciado. que ´e apenas 63 el´etrons por segundo. Assim: 1 Amp´ere ´e igual a 1 Coulomb/s. Como veremos posteriormente. Al´em do sentido. O amper´ımetro ´e ligado em s´ erie com o circuito. Muito comum s˜ao algumas subunidades de Ampere. No entanto.ELETROMAGNETISMO Exemplo I. A corrente el´etrica. Solu¸c˜ ao: Vamos encontrar inicialmente a densidade de carga linear para cada valor de x.e a intensifica¸c˜ao da utiliza¸c˜ao da energia . Logo nos surgem quest˜oes como: O que ´e energia? Qual a primeira lei da natureza? A energia se conserva? Considerando a energia solar incidente. sobre a qual nossa aten¸c˜ao ´e dirigida para o estudo. Em conseq¨ uˆencia disso.Calcular a carga compreendida na superf´ıcie delimitada pelas √ curvas y = x/2 e y = x. mas apenas trocadores de el´etrons com o circuito. Os geradores n˜ao s˜ao m´aquinas de el´etrons. Atualmente. nada se cria. Antes de mais nada.3 Corrente e tens˜ao el´etrica Diz-se existir uma corrente el´etrica sempre que houver o deslocamento ordenado de cargas el´etricas dentro de um condutor. 1 ´lculo da integral dupla. diz-se que o m´odulo da corrente ´e de 1 Ampere (s´ımbolo A). A corrente el´etrica ´e medida com um amper´ımetro. existem situa¸c˜oes em que a condu¸c˜ ao se d´ a atrav´es de ´ıons positivos. temos possibilidade de obter um n´ umero muito grande de el´etrons ‘caminhando’. deslocamento este que se d´ a em determinado sentido. vamos tratar um pouco sobre esta for¸ca. convencionou-se (por raz˜oes hist´oricas) que as cargas positivas s˜ao as portadoras de corrente. A corrente em um impulso nervoso ´e aproximadamente de 1/100. passam pelo instrumento entram no terminal comum e saem no terminal correspondente ao m´aximo valor que poder´ a passar pelo instrumento (final de escala). Os el´etrons que est˜ao fracamente presos ao n´ ucleo ou ao ´atomo podem escapar e saltar para um ´atomo vizinho (da direita. tais como os potenciais ou o fluxo de energia. a energia acumulada no planeta terra aumenta ou diminui ao longo dos anos? Vamos retornar `a lei de Lavoisier: Na natureza nada se perde. J´a vimos como ocorre a corrente el´etrica nos circuitos condutores. capazes de se deslocarem ordenadamente de um ´ atomo para o seguinte. Os el´etrons n˜ao saem e n˜ao retornam ao nada. a corrente ´e caracterizada por sua intensidade ou m´ odulo. dado pela raz˜ao entre a varia¸c˜ao da quantidade de carga ∆q que passa por uma se¸c˜ao reta do condutor durante o intervalo de tempo ∆t. Z x2 Z 4 2 x x3 11 Q= q(x) dx = ( − ) dx = µC.000 de amp´eres com 115V. Esta ´e a lei b´ asica de todo e Eletromagnetismo. E assim tamb´em acontece com os el´etrons. lembremo-nos da lei de Lavoisier: Na natureza nada se perde. desde x = 2 a x = 4. ♦ 2 8 6 x1 2 7 A fim de evitar confus˜oes sobre qual tipo de carga se movimenta em determinado condutor. fazendo a integral em x. de forma . um moderno amper´ımetro pode detectar correntes muitos baixas da ordem de 10−17 amperes. como no caso de solu¸c˜ oes eletrol´ıticas. Tudo o que ´e externo ao sistema ´e chamado de fronteiras do sistema. formando a corrente el´etrica. Os el´etrons livres saltam de um ´atomo para outro ´atomo e podem continuar o seu movimento para mais outro ´atomo. tudo se transforma. Na maioria dos casos pr´ aticos. surgem duas perguntas: O que faz os el´etrons andarem? E de onde vˆem e para onde v˜ao os el´etrons nas extremidades dos condutores ou dos circuitos? Na se¸c˜ao seguinte.a partir da Revolu¸c˜ao Industrial. Eles tˆem uma origem e um destino: o gerador. A tens˜ao el´etrica ´e universalmente medida em Volts e representada pelo s´ımbolo ‘V’. Exemplo de ca A. nada se cria. ´e a quantidade de carga de 1 Coulomb que passa na se¸c˜ ao de um fio durante o intervalo de tempo de 1 segundo. A unidade de corrente ´e o Amp´ere. em dispositivos semicondutores os portadores de corrente tanto podem ser cargas negativas quanto positivas. A.4 Conserva¸c˜ao da energia Olhando de realce a maneira como o homem e a mulher tˆem aprendido a melhorar suas rela¸c˜oes com o mundo. ressaltam duas facetas relevantes: a diversifica¸c˜ao das fontes de energia . Assim: Z √x x2 x3 xy dy = q(x) = − µC/m 2 8 x/2 Agora. Os ´atomos da mat´eria contˆem el´etrons livres. cujo funcionamento se baseia nos efeitos desta corrente (anal´ogicos) ou por queda de tens˜ ao num resistor deriva¸c˜ ao (digitais). quando a 2 carga superficial ρs = xy µC/m . formando uma corrente el´etrica. tudo se transforma. Por´em. os el´etrons s˜ao os respons´aveis pela existˆencia da corrente el´etrica.000. isto ´e i= ∆q ∆t Se a varia¸c˜ao de carga que passa pela se¸c˜ao durante 1 segundo for igual a 1 Coulomb. que denominaremos q(x). como 1 miliampere (1mA)=0. ou ‘A’. liberando espa¸co para um outro el´etron que vem de outro ´atomo vizinho (da esquerda). cargas e materiais. por exemplo).000 amp´eres. Um sistema eletromagn´etico ´e definido como uma quantidade de potenciais. b) usando componentes discretos e as t´ecnicas de circuitos el´etricos .ELETROMAGNETISMO 8 alguma pelo meio.7 W A potˆencia pode assumir valores positivos e negativos. em VA ou kVA . A potˆencia ´e uma grandeza que mede a velocidade com que um esfor¸co ´e realizado. ´e o Joule. 6 × 106 J Vamos ilustrar a defini¸c˜ao de trabalho com alguns exemplos. esticar um fio. ♦ Em sistemas de corrente alternada. S˜ ao tamb´em usadas as seguintes unidades de potˆencia: Cavalo-vapor (cv) = 736 W Horse-power (hp) = 745. medimos na realidade a quantidade total de el´etrons que passam por um condutor. que mede a rapidez com que a energia ´e transferida entre sistemas. A unidade de trabalho. (b) As perdas no motor s˜ao: PP ERDA = PE − PS = 1140W. Por exemplo. atrav´es de uma polia. Uma lˆampada incandescente. em VAr ou kVAr . que calor e trabalho n˜ao cruzam a fronteira do sistema.a capacidade de realizar. Atrav´es da equa¸c˜ao (1).corresponde ao produto da tens˜ao V pela corrente A. O rendimento ´e η = 83. E sendo a forma de energia transferida. 64%. Nos sistemas el´etricos. Quando se trata da potˆencia em um circuito el´etrico. b) Potˆencia ativa. v a velocidade em m/s. O trabalho W ´e definido como uma for¸ca F~ agindo atrav´es de um deslocamento infinitesimal d~x. ele realiza um trabalho conta a a¸c˜ ao da gravidade. . simbolizado pela letra grega η. Z 2 W = F~ · d~x (1) 1 Esta ´e uma rela¸c˜ao muito u ´til. Ent˜ao. ou mover uma part´ıcula carregada atrav´es de um campo eletromagn´etico. pode ser vista do aspecto eletromagn´etico de duas formas: a) do ponto de vista local ou ‘microsc´ opico’ .consiste em conhecer os campos e as for¸cas (ou potenciais) em todo o sistema de estudo. O rendimento. o que ´e energia? Um outro conceito a que importa fazer referˆencia ´e a potˆ encia. (b) qual a potˆencia perdida.6: Um motor de corrente cont´ınua de 10 CV solicita uma corrente de 40 A quando operado `a plena carga ligado a uma rede de 220 V em corrente cont´ınua (CC). Neste aspecto. atrav´es da fronteira . ent˜ao PS η(%) = 100 PE Exemplo I. porque permite-nos determinar o trabalho necess´ ario para levantar um peso. As equa¸c˜ oes da potˆencia s˜ ao: P = W =F v=Cω t onde W ´e o trabalho realizado em Joules. ligada a uma rede el´etrica absorve potˆencia e converte em luz (efeito desejado) e calor (perda).potˆencia que realiza trabalho ou ´e transformada em calor. maior ser´ a a potˆencia desprendida pelo motor. quando medimos a intensidade de corrente de um condutor. quando h´a um fluxo de eletricidade atrav´es de um sistema (fios que ligam a bateria ao motor) h´a um fluxo de trabalho. falamos do trabalho como uma forma de energia. O rendimento percentual ´e dado pela rela¸c˜ao entre a potˆencia de sa´ıda (luz da lˆampada) pela potˆencia de entrada (potˆencia el´etrica absorvida da rede). e melhor dizendo. ´e uma grandeza adimensional que mede a eficiˆencia de um elemento ou sistema. Isso significa. podemos dizer que. a potˆencia de uma resistˆencia (ver resistˆencia el´etrica) for negativa. nos preocupamos com os efeitos totais ou m´edios de muitas part´ıculas. t ´e o intervalo de tempo em segundos. onde 1 Joule = 1 N m ´ definido como Outra defini¸c˜ao importante ´e a de calor.o trabalho exercido ou recebido. A potˆencia na entrada (fornecida pela rede) ´e PE = 220×40 = 8800W. A potˆencia absorvida ´e positiva enquanto que a potˆencia fornecida ´e negativa. verifica-se que h´a um fluxo de trabalho do motor para a polia. Consideremos como um sistema a bateria e um motor. Solu¸c˜ao: (a) Com o motor operando a plena carga (potˆencia nominal). e ω a velocidade angular em rad/s. Em muitos casos. Al´em disso. sendo 1kWh = 1000W × 3600s = 3 600 000 Ws = 3. eletromagn´eticos. que movimenta um peso.potˆencia do capacitor ou indutor. C o conjugado em Nm. por exemplo. quando um motor ´e usado para elevar uma carga. nesse caso. Para que se saiba o sinal da potˆencia associada a um elemento. c) Potˆencia reativa. . esses efeitos podem ser percebidos por nossos sentidos e medidos por instrumentos. definimos trabalho como: o trabalho ´e positivo quando um sistema movimenta um peso ou cede energia. no Sistema Internacional. costuma-se exprimir a energia em quilowatt-hora (kWh). sendo tamb´em usados m´ ultiplos e subm´ ultiplos. ou a necessidade de receber um trabalho. a equa¸c˜ao da potˆencia mecˆ anica pode ser escrita como p=vi A unidade de potˆencia ´e o Watt (s´ımbolo W). F a for¸ca em Newton. por exemplo.a energia liberada ou absorvida durante um intervalo de tempo. Em geral. Determinar: (a) o rendimento deste motor. a potˆencia na sa´ıda (no eixo do motor) ´e PS = 10 × 736 = 7360W. A energia de um sistema pode ser vista de v´arias formas: . e quanto mais r´apido subir esta carga. Se. basta observar a corrente e a tens˜ao no mesmo. Mas afinal. Uma investiga¸c˜ao sobre o comportamento de um sistema. em W ou kW . tendo em vista o fato de lidarmos com sistemas.reduz o n´ umero de vari´ aveis e permite uma compreens˜ao das entradas e sa´ıdas de cada elemento. existem elementos que fornecem potˆencia e outros que absorvem potˆencia. a energia associada ao mesmo intervalo de tempo ∆ t = t2 − t1 ´e dada por Z t2 W = p dt t1 A unidade de energia no sistema MKS ´e o Joule (s´ımbolo J). que ´e armazenada e devolvida ao circuito el´etrico durante um mesmo per´ıodo de tempo. Por exemplo. existem trˆes tipos de potˆencia: a) Potˆencia aparente. onde o deslocamento ´e aplicado na dire¸c˜ ao da for¸ca. utilizando geralmente m´etodos num´ericos e computadores. Entretanto. Se a potˆencia associada a um elemento ´e p. a solu¸c˜ao do sistema est´a errada. Mas estamos particularmente interessados na energia presente num capacitor carregado. o calor pode ser identificado somente quando atravessa a fronteira. o calor ´e transferido. Portanto onde W dU = −30 − 575 = 605 W. ~ e H ~ para Definiu-se. . A u ´nica coisa de que temos certeza e que a Natureza nos permite observar ´e uma realidade. Qual a diferen¸ca entre energia potencial e cin´etica? O teorema do trabalho-energia diz que a varia¸c˜ao da energia cin´etica ´e igual ao trabalho da for¸ca resultante. pode-se escrever: Energia interna . E incr´ıvel que algo assim aconte¸ca. . a equa¸c˜ ao do equil´ıbrio energ´etico da bateria ´e: ¯ ¯ = dU + W Q dt ¯ = 50 × 11.convec¸c˜ao -. Portanto. Da´ı deriva o termo potencial. Conclui-se esta se¸c˜ ao lembrando que h´ a dois modos pelos quais a energia pode cruzar a fronteira de um sistema: trabalho ou calor. n˜ao sabemos por ser a eletricidade e o magnetismo uma coisa estranha. Normalmente.ELETROMAGNETISMO de um sistema numa dada temperatura. para todo efeito pr´atico. mas uma resultante. possui energia potencial. assumindo qualquer uma destas formas. Ainda n˜ao sabemos o que ´e energia eletromagn´etica. . composi¸c˜ao ou estado.5 V. em termos da “capacidade que um sistema tem de originar efeitos externos”. sem transporte de mat´eria . a energia cin´ etica ´ eu ´ nica. no Sol. Trabalho: energia em transi¸c˜ao devido `a existˆencia de outras diferen¸cas de potencial entre os sistemas em causa. enquanto que as energias potenciais podem ser de v´ arias formas e origens: gravitacional. el´astica. a unidade de calor tamb´em ´e o Joule. Ou melhor. Mas. os vetores E representar as energias potenciais das for¸cas eletrost´atica e magn´etica num ponto qualquer. e num ´ım˜a. eletrost´atica ou magn´etica. No Sistema Internacional. que tentar responder a uma quest˜ ao destas ´e no m´ınimo corajosa. Pode estar associada com a energia qu´ımica de uma bateria ou de uma c´elula de combust´ıvel. qu´ımica. A energia total de um sistema pode estar presente numa multiplicidade de formas. configura¸c˜ao. Desde que um corpo se encontre num campo de for¸cas. O conceito de energia ´e dif´ıcil de definir. N˜ao tem uma acelera¸c˜ao para cada for¸ca. Quando dizemos que existe energia armazenada no campo el´etrico. 3. de rota¸c˜ ao ou de vibra¸c˜ao): capacidade que um sistema tem de produzir “efeitos 9 externos” por estar em movimento. que se modifica em forma. A energia pode estar associada com o movimento das mol´eculas. eletromagn´etica. Exemplo I. n˜ao existe mudan¸cas energ´eticas no sistema. E parecimento de massa. el´etrica. Sabendo que a taxa de transferˆencia de calor ´e de 30 W. podendo ser apresentado. como fez Max Planck.condu¸c˜ao . O conceito de energia e a lei de conserva¸c˜ ao da energia ´e o ponto de partida do eletromagnetismo. Se eles n˜ao mudarem. A energia pode encontrar-se armazenada num sistema ou estar em transi¸c˜ao entre dois sistemas ou entre um sistema e a sua vizinhan¸ca. nuclear. Isto ´e. Tanto o calor como o trabalho s˜ ao formas de transferˆencia de energia ‘para’ ou ‘de’ um sistema. ao longo dos s´eculos. ~ Eles somente tˆem tistas definiram tamb´em os vetores D sentido quando se trata de suas varia¸c˜oes. A transi¸c˜ao pode fazer-se com transporte de mat´eria . numa temperatura inferior. Esta lei diz que existe ‘algo’. respectivamente. em n´ os mesmos. ou com a estrutura do ´ atomo. Einstein relacionou a conserva¸c˜ao de mat´eria e energia com sua famosa equa¸c˜ao: E = m c2 onde E ´e a energia (em joules). Assim. As energias potencial est˜ao associadas aos seus campos. ): capacidade que um sistema tem de produzir “efeitos externos” em virtude da sua posi¸c˜ao. qual ´e a taxa de diminui¸c˜ ao da energia interna da bateria? Solu¸c˜ ao: Como as varia¸c˜ oes de energia potencial e cin´etica n˜ao s˜ao significativas. A energia est´ a em tantas coisas presente. ou se prefere. m a massa (em quilogramas) e c a velocidade da luz (300 000 000 m/s). Mas. e n˜ao mais do que isso. Mas como os sistemas elestrost´atico e magn´etico podem absorver e devolver energia (ver primeira lei da termodinˆamica) os cien~ e B. a um outro sistema ou meio.radia¸c˜ao2.7: Durante a opera¸c˜ ao de descarga de uma bateria. podendo a transferˆencia ocorrer mediante dois processos: 1. ♦ dt A energia do sistema pode variar por qualquer uma das maneiras anteriores.ou no vazio.o s´ımbolo U designa a energia interna de uma dada massa de uma substˆ ancia. a corrente el´etrica foi de 50 A e a tens˜ ao 11. e ´e um fenˆomeno transit´ orio. Energia interna: energia cin´etica das mol´eculas e dos ´atomos que constituem o sistema mais a energia potencial correspondente `as for¸cas de intera¸c˜ao entre esses constituintes. magn´etica. o que ´e energia? Esta ´e uma pergunta que fascina qualquer um.8: A energia contida em um combust´ıvel est´a armazenada sob a forma de massa. 5 = 575W. Por exemplo. Sabe-se que a combust˜ao . Por´em. contrariando / equilibrando o seu peso. por meio de ondas eletromagn´eticas . Tradicionalmente se pensava que a mat´eria e a energia se conservavam independentemente e. ou para a sua vizinhan¸ca. como sabemos. Exemplo I. 2. tais como a energia cin´etica ou a energia potencial em rela¸c˜ ao a um sistema de coordenadas. diz-se que a for¸ca aplicada ao objeto realiza trabalho e que a energia potencial gravitacional do conjunto objeto . ainda seguimos pensamos isso mesmo. quando se ergue um objeto. a energia interna est´a associada com a temperatura e a press˜ao. nas m´ aquinas em geral. A energia em transi¸c˜ao refere-se `a energia transferida de um sistema para outro. de qualquer idade. Observese a semelhan¸ca com a equa¸c˜ao da energia cin´etica [E = ´ imposs´ıvel que apare¸ca energia sem um desa(1/2)mv 2 ]. uma quantidade que chamamos energia. O conceito de trabalho est´a associado ao deslocamento do ponto de aplica¸c˜ao de uma for¸ca que atua sobre um sistema material. 2. Energia potencial (gravitacional. Energia cin´etica (de transla¸c˜ ao. uma Lei chamada Conserva¸c˜ ao da Energia. num livro na estante. dizemos que ele tem uma determinada energia potencial. mas que a cada momento que a medi´ mos ela sempre apresenta o mesmo resultado num´erico. Calor: energia em transi¸c˜ao devido `a diferen¸ca de temperatura existente entre os sistemas em causa.Terra aumenta. atrav´es da fronteira que os separa. pois somente com estas corresponde a uma transforma¸c˜ao energ´etica. como nos alimentos . A energia armazenada num sistema pode apresentar-se sob diferentes formas: 1. Na verdade ´e muito abstrato e matem´atico. e um corpo nunca cont´em calor. ´ importante notar que a energia n˜ E ao pode ser produzida ou consumida.3: Quais s˜ao as unidades de resistˆencia. Por´em. induzida numa espira circular com 20cm de raio.ELETROMAGNETISMO de 1 grama de gasolina resulta 48000 joules de energia. G= 1 R A unidade de condutˆancia ´e o Siemen (s´ımbolo S). em qualposs´ıveis de energia livre.5 V/m. indutˆancia ou capacitˆancia). nesse caso. 2. costuma-se trabalhar com o rec´ıproco da resistˆencia. Hermann von Helmholtz lan¸cou a id´eia de que a energia pode mudar v´arias vezes de forma. estabelecida em meados do s´eculo 19. Em algumas situa¸c˜oes.1016 = 5. liberta¸c˜ao de energia armazenada ou. armazenagem de energia livre. deve ter havido uma diminui¸c˜ ao (desaparecimento) de massa dada por: m = E/c2 = 4. e n˜ao existe corrente el´etrica sem um condutor. e. 2 ˜o das transformac ˜ es poss´ıveis de energia livre. quando se explode uma bomba de hidrogˆenio a massa que se converte em energia ´e da ordem dos v´ arios gramas. nada se cria ou se destr´ oi. passagem de uma forma de energia livre para outra. No in´ıcio do s´eculo XIX. Em virtude da Segunda Lei ´e inevit´ avel que se perca algo de calor A. Exemplo I. a qual tamb´em regula as transforma¸c˜ oes energ´eticas. como ´e o caso de dispositivos eletrˆonicos criados justamente para apresentar determinada caracter´ıstica tens˜ao-corrente. de maneira a tirar partido das fontes de energia para efeitos da sua distribui¸c˜ ao e utiliza¸c˜ao. consideraremos um fio percorrido por corrente I. onde cada ponto do fio est´a submetido ~ M de 4. do contr´ ario.e. diferen¸ca de potencial e intensidade de corrente? Como elas se relacionam com as grandezas da mecˆanica? . 3. Em 1847. nos processos de convers˜ao da energia. de um modo coloquial. A. por pequena que seja. b. 256 = 5. Representac ¸a ¸o A Lei da conserva¸c˜ ao da massa e da energia tamb´em recebe a denomina¸c˜ao de Primeira Lei da Termodinˆ amica e guarda estreita rela¸c˜ao com a Segunda Lei da Termodinˆamica. a quantidade de energia mant´em-se constante. considerados ideais. A rela¸c˜ao matem´atica de proporcionalidade entre a tens˜ao e a corrente nos terminais de um elemento de um circuito ´e denominada resistˆ encia el´ etrica R: R= V I (2) No sistema MKS. que ´e o inverso da resistˆencia. Agora. As duas primeiras leis da Termodinˆamica podem ser enunciadas. 8.5 Lei de Ohm Os elementos b´asicos dos circuitos el´etricos s˜ao os fios condutores. A equa¸c˜ao de Einstein nos informa que. a grandeza denominada condutˆ ancia. tem a finalidade de concentrar os fenˆomenos eletromagn´eticos na forma de um circuito. pois. Nenhuma restri¸c˜ao existe para o valor de R. As transforma¸c˜oes de energia s˜ ao de dois tipos: 1. ou dissipa¸c˜ao de calor.m. com integral de linha do campo el´etrico chamada tens˜ao V . num sistema isolado.e. Consideraremos que toda a perda de energia seja concentrada num elemento de um circuito el´ etrico.2: O que s˜ao campos el´etricos conservativos e n˜ao conservativos? P I-A. uma parte manifesta-se atrav´es do aquecimento da pr´ opria lˆ ampada. a unidade de resistˆencia ´e o Ohm (s´ımbolo Ω). 2. e uma condutividade. Entretanto. Por exemplo.104 /9. A lei da conserva¸c˜ao da energia ficou. isto ´e. Todo o fluxo de carga ou corrente acontece nos fios. (2) N˜ao h´a outro rem´edio assim: (1) E sen˜ao perder algo. 2 = 1. numa lˆampada de incandescˆencia. inversamente. No esquema da Fig. indicam-se as transforma¸c˜oes ´ importante referir que. tendo-se tornado num “ponto de apoio” fundamental para o progresso cient´ıfico. Um elemento de circuito (resistˆencia. e. e inclusive do quilograma.6 Exerc´ıcios . pois intuitivamente supomos duas coisas: a. Esta constata¸c˜ao foi chamada Lei de Ohm. 655 volts. Julius Mayer j´ a havia proposto uma lei geral da conserva¸c˜ao da energia. h´ a perdas sob a forma de calor. por´em devemos assegurar a todo momento de onde vem a energia produzida. nem toda a eletricidade ´e transformada em radia¸c˜ ao luminosa. Num fio n˜ao existe queda de tens˜ao. campo el´etrico dissipativo. mas que.=4. ♦ Em 1842. e simbolizada por G. Este cientista n˜ ao tinha feito experiˆencias quantitativas. E quer transforma¸c˜ao. ♦ Fig. Chamaremos de resistˆencia el´etrica R. a um elemento de circuito que tem uma densidade de corrente el´etrica. a temperatura do ve´ıculo espacial aumentaria continuamente at´e sua completa fus˜ao.m. no espa¸co ultraterrestre toda a energia liberada pelos combust´ıveis (inclusive pelos alimentos) deve ser irradiada para o espa¸co porque. 256m. que o levaram a intuir a conclus˜ao importante a que chegou. ´ imposs´ıvel ganhar. O que ´e poss´ıvel ´e converter formas de energia umas nas outras. envolvendo calor e respira¸c˜ ao.10−13 kg. mas havia observado processos fisiol´ogicos. Na pr´atica s˜ao comuns os m´ ultiplos do Ohm. 5 × 1. Por exemplo.1a semana P I-A. 10 em toda convers˜ao energ´etica.9: Qual ´e a f. Nos processos de convers˜ao direta n˜ao temos que nos preocupar com todas essas convers˜oes de massas. existem elementos n˜ao-lineares ou n˜ao-ˆohmicos. e a f. a um campo el´etrico induzido E Solu¸c˜ ao: O per´ımetro vale 2π 0. que permitem melhor entendimento dos fenˆomenos e facilitam a sua resolu¸c˜ao. o f´ısico alem˜ao Georg Ohm realizou cuidadosas experiˆencias com diversos materiais e concluiu que a rela¸c˜ao entre a tens˜ao aplicada a um corpo e a corrente que por ele circula ´e praticamente constante.1: O que ´e Efeito Joule? Qual a equa¸c˜ao para a potˆencia e a energia? P I-A. o choque entre os el´etrons provoca calor. Jordanus Nemorarius. mas deixou a inova¸c˜ao por a´ı. A vit´oria do sistema indoar´abico foi t˜ao gradativa. o chuveiro trabalha com 5600 W. cujo comprimento ´e 1. abastecida com tens˜ ao de 110 V. O processo de universaliza¸c˜ao dos s´ımbolos das opera¸c˜oes matem´aticas. No ver˜ ao. morno e desligado. para fazer isto precisamos primeiro consolidar a nota¸c˜ao vetorial. Leonardo Fibonacci. opera com 3000 W.8: Um chuveiro el´etrico possui trˆes op¸c˜ oes de configura¸c˜ao: quente. Na op¸c˜ ao A. P I-A. E ~ E ~ D e D. Antes de iniciar nosso estudo. mas n˜ao dispunha de nenhum sinal de opera¸c˜ao para o mais. ainda est´a incompleto. Como corrigir isto? P I-A. sabendo-se que a corrente total ´e 2 A e que cada espira possui 1 cm de diˆ ametro? P I-A. Os algarismos indo-ar´abicos e os s´ımbolos de opera¸c˜oes (+. que substitu´ıram os algarismos romanos. Veremos que n˜ao deveria ter acontecido assim. P I-A. Qual ´e a diferen¸ca de resistˆencia entre as duas faixas de temperatura? (R: 1. -. de quanto deve-se alterar a sua resistˆencia? P I-A.8 mm.12: Um chuveiro el´etrico submetido ` a tens˜ao constante.1 0. quais s˜ao as principais leis que representam os seus fenˆomenos. . Quando a chave est´ a acionada.6: O elemento de aquecimento de uma certa torradeira el´etrica consiste de uma tira de certa qualidade de Nicromo. conhecer as t´ecnicas b´asicas para projeto e an´alise.873 Ω) P I-A. e. A resistˆencia el´etrica do chuveiro ´e maior quando se deseja ´agua mais aquecida (inverno)? Por que? P I-A. ou mesmo na mais longa das vidas.cm. Corrente = fluxo de carga nos condutores Caro leitor. De vez em quando ouve-se algu´em dizer: “. tal disciplina ´e um monte de f´ormulas que n˜ao entendo nada”. . B. O processo ´e t˜ao lento. por´em com 1 m de comprimento.16: Ao realizar um experimento em laborat´orio. . num dado momento. iniciado na Idade M´edia. mas que este problema tem causas bem definidas.5: Utilizando os dados dispon´ıveis em tabelas.1E-4Ω. pode ser regulado para fornecer ´ agua a maior ou menor temperatura (inverno e ver˜ ao respectivamente).15: Suponhamos que se necessita construir uma resistˆencia el´etrica de 500 ohm com um condutor de comprimento 100 m. Com esses dados tra¸cou um gr´afico de V em fun¸c˜ao de i.05 m por 0. tipos: campos escalares (com seu vetor gradiente) ou vetores densidade de fluxo (e seu fluxo). como por exemplo a nota¸c˜ao alg´ebrica. se o diˆametro do n´ ucleo de ferro ´e 0. Precisamos distinguir V e I. Determine tamb´em a potˆencia dissipada. Esse fenˆomeno ´e chamado de .6 P I-A. e os conceitos de gradiente e circula¸c˜ao.4 0. Para oper´ a-lo a uma tens˜ ao de 220 V .9: Um chuveiro el´etrico aquece insuficientemente a ´agua. o .17: A quando por uma resistˆencia passa uma cor´ o rente el´etrica.2 0.25 pol e o diˆametro externo ´e 0. Na op¸c˜ ao B utiliza-se a mesma se¸c˜ao. determine a potˆencia dissipada por polegada quadrada de superf´ıcie do condutor externo. Um contemporˆaneo dele. enquanto o sinal anglo-americano ´e um ponto. P I-A.14: Um chuveiro el´etrico foi constru´ıdo para operar sob a tens˜ao de 110 V. e para cada caso mediu a corrente el´etrica i.7: Em uma casa. que ainda hoje temos nossos n´ umeros decimais expressos com v´ırgula. quando a densidade de carga superficial vale 5µC/m2 ? B. um 11 estudante submeteu um resistor a diversas diferen¸cas de potencial V .4: Fazer a analogia entre circuitos el´etricos e hidr´aulicos. Mas. chegou o momento de entender melhor como funcionam os equipamentos e os sistemas eletromagn´eticos.1 A nota¸c˜ao vetorial Veremos agora como representa-se um potencial na forma matem´ atica. Se o condutor transporta uma corrente cont´ınua de 50 A.50 pol. P I-A. vamos questionar: ´e poss´ıvel estudar eletromagnetismo sem usar vetores? Na esteira dos grandes descobrimentos cient´ıficos est˜ao os algarismos indo-ar´abicos. usou com mais freq¨ uˆencia as letras como s´ımbolos de valores conhecidos e inc´ognitas. ~ eH ~ e B. Os “limites” ou “leis” do Eletromagnetismo est˜ao relacionados com a linguagem ou vari´aveis adotadas ao longo dos u ´ltimos s´eculos. sem modificar a potˆencia de aquecimento. ap´os vermos as fronteiras do eletromagnetismo. Considerando a resistividade de 1 Ω mm2 /m. x e /) equiparam os europeus para a manipula¸c˜ao eficiente dos n´ umeros. . pergunta-se: a) Qual a resistˆencia el´etrica do chuveiro nas trˆes configura¸c˜ oes? (R: 1 Ω e 2 Ω e infinito (circuito aberto).11: Por que as linhas de transmiss˜ ao de energia a longas distˆancias operam sob altas tens˜ oes? P I-A. ~ Eles podem ser basicamente de dois J. E que faz a resistˆencia esquentar. uma fonte de 120 Vcc. seus moradores utilizam um chuveiro com duas temperaturas: inverno e ver˜ ao. por volta do s´eculo XVI.13: Eletricidade est´ atica pode ser transformada em corrente direta? P I-A. com uma resistividade de 1. e abriram as portas para outros avan¸cos. que descobriremos durante este curso. o aquecimento d’´agua se d´a por meio de uma resistˆencia de se¸c˜ao 1 mm2 e comprimento de 2 m.110 V? P I-A. Dir´ıamos que ´e uma pena termos chegado a tal situa¸c˜ao. Encontre a corrente que circula no elemento quando ligamos entre os seus terminais. b) Qual a potˆencia de cada op¸c˜ao.ELETROMAGNETISMO P I-A. citando as grandezas fundamentais de potencial e fluxo.10: Qual ´e a resistˆencia de uma lˆ ampada em cujo bulbo se lˆe 60 W . O ponto chave de todo o eletromagnetismo ´ e ter capacidade de distinguir os campos ~C e escalares e vetoriais. que n˜ao se pode cita-la como ocorrida numa d´ecada qualquer. sabendo que o chuveiro est´ a ligado em 110 V? (R:12100 W e 6050 W). P I-A.5 m e a se¸c˜ ao reta mede 0. onde os pontos lidos foram: Qual a resistˆencia el´etrica desse resistor? V(Volt) 5 10 20 30 i(Ampere) 0.18: Quantos el´etrons livres tˆem numa superf´ıcie de 1m2 . Qual o valor da queda de tens˜ ao em cada espira. calcule a resistˆencia de 1 m de um fio de ferro envolto com alum´ınio. usou uma letra em vez de um n´ umero em sua ´algebra. No in´ıcio do s´eculo XIII. Trait´e de M´ecanique C´eleste. ** Sistemas de coordenadas As grandezas f´ısicas e matem´aticas precisam ser expressas em um sistema de coordenadas. A e B e seus vizinhos s˜ao valores conhecidos. 55o~j N ♦ Exemplo I. A mensura¸c˜ ao da realidade . y.1827). ´e referido `as vezes. Bidimensional (2D) . como muitos pensaram ou ainda pensam. J´a um problema magnetodinˆamico tridimensional tem 04 (quatro) vari´aveis: x. z) = ∂f ∂f ∂f ∆x + ∆y + ∆z ∂x ∂y ∂z ∂2f ∂2f = ∂x∂y ∂y∂x Lembramos que estas equa¸c˜oes s˜ao claramente verdadeiras somente no limite em que ∆x. 1 A nota¸c˜ao alg´ebrica continuou a ser uma misturada de palavras. derivadas e equa¸c˜oes diferenciais. A mecˆanica newtoniana sustentou-se nas equa¸c˜ oes diferenciais e integrais. enquanto X.resolve a maioria dos problemas eletromagn´eticos. Ningu´em.ELETROMAGNETISMO 12 menos. e assim por diante. As derivadas parciais. que se representam pelo s´ımbolo ∂. A tabela II apresenta as equa¸c˜oes para transforma¸c˜ao de coordenadas.s˜ao utilizados para problemas mais complexos. Fermat. O mais usual ´e o sistema cartesiano. pode mudar o significado de um n´ umero. mas n˜ ao leva necessariamente ao determinismo. . ensinados e difundios nas ciˆencias dizem respeito a rela¸c˜oes entre grandezas que est˜ao variando no tempo e/ou no espa¸co. Como o algebrista podia concentrar-se nos s´ımbolos. e deixar de lado momentaneamente o que eles representavam. e a usaram para conquistar para o s´eculo XVII o t´ıtulo de s´eculo da genialidade. Para formula¸c˜ao dos problemas. Laplace tinha pouco interesse na matem´atica pura . foram tomadas como linguagem cient´ıfica mundial.a quantifica¸c˜ ao e a sociedade occidental 1250-1600. da maior parte do tipo de civiliza¸c˜ ao que temos -. . que n˜ao apresentam simetria. Galileu. considerando o n´ umero de dimens˜oes do problema. possui duas vari´aveis independentes. a vis˜ ao determin´ıstica de muitos cientistas e fil´osofos foi sendo estabelecida conforme mais e mais fenˆomenos do mundo f´ısico foram sendo descobertos e compreendidos atrav´es de rela¸c˜ oes de causa e efeito. 44sen 20. Assim. Newton. de Isaac Newton. 55o~i + 85. As ciˆencias exatas (f´ısica. As taxas de varia¸c˜ao s˜ao representadas matematicamente por fun¸c˜oes. como expressou: “Podemos considerar o atual estado do universo como efeito de seu passado e causa de seu futuro”. Y e seus vizinhos s˜ao mist´erios por solucionar. Os outros mais comuns s˜ao os sistemas de coordenadas cil´ındricas e esf´ericas. Historicamente. . podemos ter sistemas: 1. Em 1687 foi publicado o c´elebre livro Principia (1867). 2. a humanidade teve a id´eia de ter alcan¸cado “os c´eus” e explicado os fenˆomenos astronˆ omicos que desde a antig¨ uidade perturbavam a humanidade. que a ciˆencia come¸cou a ganhar conota¸c˜oes m´ısticas. composto dos eixos x. abreviaturas delas e n´ umeros. nenhum l´ıder mundial. que dirige a mente para um objetivo de maneira t˜ ao veloz e certeira quanto uma matriz guia uma ferramenta de corte numa m´ aquina. Tridimensional (3D) . Acelera¸c˜ao: a conseq¨ uˆencia Uma das principais fontes de equa¸c˜ oes diferenciais na Mecˆanica ´e a segunda lei de Newton d F~ = (m ~v ) dt onde F~ ´e a resultante das for¸cas que atuam sobre um corpo de massa m e ~v ´e a sua velocidade. y e z. matem´atico e f´ısico francˆes. que se desloca com uma acelera¸c˜ao ~a = 2 8~i + 3~j m/s ? Solu¸c˜ ao: F~ = 10 (8~i + 3~j) F~ = 80~i + 30~j N F~ = 85. ∆y e ∆zv˜ao para zero. “que as letras se tornaram um empecilho t˜ao grande para o progresso r´apido numa linha de racioc´ınio quanto seriam as pernas de uma centop´eia numa maratona”. Essa confian¸ca ´e pr´e-requisito da ciˆencia . das pessoas. astronomia) tˆem justificado empiricamente em que a realidade ´e matem´ atica. Elas s˜ao usadas para sistemas com mais de uma vari´avel independente. especialmente Francis Vieta. Com esta simples equa¸c˜ao. muitos dos princ´ıpios pensados. Assim. tomaram a providˆencia de usar sistematicamente certas letras isoladas para denotar quantidades. Causou tal impress˜ ao na cabe¸ca 1 Alfred W. Um problema eletrost´atico bidimensional. Pascal.na verdade. at´e que os algebristas franceses. como ´e o caso dos sistemas eletromagn´eticos. e n˜ao precisam ser considerados. por exemplo.10: Qual ´e a for¸ca exercida sobre um corpo de massa m = 10kg. y. vendo o universo como um gigantesco mecanismo de rel´ogio. a multiplica¸c˜ ao. houve uma mudan¸ca igualmente importante na percep¸c˜ao do significado da matem´ atica. usaremos as igualdades do c´alculo: ∆f (x. como o Newton francˆes por causa de seu trabalho em mecˆanica celeste.ele considerava a matem´atica meramente como uma ferramenta para resolver problemas aplicados. Paralelamente aos avan¸cos da simbologia matem´atica. Unidimensional (1D) . Exemplo I. Crosby. por´em usando as letras com tamanha liberdade. ` medida que a ´algebra tornou-se mais abstrata e mais A generalizada. ela foi ficando cada vez mais clara. Laplace acreditava no determinismo das leis f´ısicas. Leibnitz e outros herdaram de Vieta uma refinada matriz alg´ebrica. 3. Seguindo a l´ogica da nota¸c˜ao alg´ebrica. 1997. No s´eculo seguinte. 44 cos 20. Laplace ´e classificado um dos matem´aticos mais influentes da hist´oria. z e t. nenhum artista. Pierre Simon de Laplace (1749 . Atrav´es do simbolismo alg´ebrico se fornece uma esp´ecie de ‘padr˜ao’ ou ‘m´aquina operatriz’ matem´ atica. Descartes aperfei¸coou o sistema de Vieta. qu´ımica.11: Transforme o campo vetorial ~ = x~j A . For¸ca: ´e a causa 2. solucionou problemas extremamente dif´ıceis envolvendo intera¸c˜oes gravitacionais entre os planetas. que explicou o funcionamento do sistema solar atrav´es da lei da gravita¸c˜ao universal e das trˆes leis do movimento.onde as vari´aveis s˜ao constantes ao longo de dois eixos. usando as primeiras letras do alfabeto para os valores conhecidos e as u ´ltimas para as inc´ ognitas. Podemos resumir a dinˆ amica newtoniana na seguinte afirma¸c˜ao: 1. Editora da UNESP. Ele inventou seu pr´oprio sistema. ele era capaz de realizar fa¸canhas intelectuais sem precedentes. no fim do s´eculo XVII. Em seu tratado de cinco volumes. Vieta usou vogais para indicar as inc´ ognitas e consoantes para os valores conhecidos. a velocidade. y. ex: campo de temperaturas . 3 ´ricas Sistemas de coordenadas cil´ındricas e esfe ~i ~j ~k ~urs ~uθ ~uφ sen θ cos φ sen θsen φ cos θ cos θ cos φ cos θsen φ −sen θ −sen φ cos φ 0 Em coordenadas esf´ericas: TABELA II ˜o de coordenadas Transformac ¸a Cartesiana x=x y=y z=z x = rc cos φ y = rc sen φ z=z x = rs sen θ cos φ y = rs sen θsen φ z = rs cos θ Cil´ ındria p rc = x2 + y 2 φ = tan−1 xy z=z r c = rc φ=φ z=z rc = rs sen θ φ=φ z = rs cos θ Esf´ erica p rs = x2 + y 2 + z 2 θ = cos−1 rzs φ =p tan−1 xy rs = rc2 + z 2 θ = tan−1 rzc φ=φ r s = rs θ=θ φ=φ ~ = (A ~ · ~urs )~urs + (A ~ · ~uθ )~uθ + (A ~ · ~uφ )~uφ A ~ = rs sen 2 θsen φ cos φ~urs A +rs sen θ cos θsen φ cos φ~uθ +rs sen θ cos2 φ~uφ Agora. para realizar a mudan¸ca dos vetores unit´arios de dois sistemas de coordenadas. realizamos os produtos escalares dos vetores unit´ arios. ♦ ** Opera¸c˜ oes com vetores V´arias quantidades f´ısicas. −5. a d~` ~ dS dv Cartesiana dx~i+ dy~j+ dz~k dxdy~k+ dydz~i+ dzdx~j dxdydz Cil´ ındria Esf´ erica drc ~urc + rc dφ~uφ +dz~k rc drc dφ~k rc dφdz~urc +dzdrc ~uφ rc drc dφdz drs ~urs + rs dθ~uθ + rs sen θdφ~uφ rs dθdrs ~uφ + rs2 sen θdθdφ~urs +rs sen θdrs dφ~uθ rs2 sen θdθdφdrs φ1 =0 r2 =R r2 sen θ dφ dr dθ r1 =0 4 3 πR 3 Observa¸c˜ao: se tivermos d´ uvidas sobre os limites de integra¸c˜ao. ent˜ao V = ~ = Ax~i + Ay~j + Az~k A . Solu¸c˜ ao: Em coordenadas esf´ericas.Campo vetorial: para cada ponto (x. representado por um n´ umero. a ´area ou o comprimento da figura cuja resposta j´a seja conhecida.12: Prova da integra¸c˜ao . o volume infinitesimal ´e dv = dr r dθ r sen θ dφ e a integral em dv vale Z θ2 =π Z φ2 =2π Z V = θ1 =0 para: (a) Coordenadas cil´ındricas e determine-o no ponto P (2.Grandeza vetorial ou simplesmente: vetor . Ex: Deslocamento. de press˜oes.Campo escalar: cada ponto da regi˜ao corresponde a um escalar. Solu¸c˜ ao: Como o produto escalar entre dois vetores unit´arios de qualquer sistema de coordenadas ´e a proje¸c˜ao de um sobre o outro.ELETROMAGNETISMO 13 TABELA IV ´rios. d~ = 40~i + 30~j.Vari´avel escalar: expressa uma quantidade f´ısica (intensidade. y.V (r. for¸ca. Tais quantidades s˜ao chamadas de escalares. tempo. resta substituir as coordenadas do ponto P . podemos calcular o volume. e acelera¸c˜ao podem ser especificados por um n´ umero real.expressa uma quantidade f´ısica (intensidade e dire¸c˜ao . Tais quantidades s˜ao chamadas de vetores. Outras quantidades. e o momento. tais como temperatura. (b) Coordenadas esf´ericas e determine-o no ponto P . Deslocamentos. z) = x2 + y 2 + z 2 . massa. . velocidade e acelera¸c˜ao. ♦ Exemplo I. Em coordenadas cil´ındricas: ~ = (A ~ · ~urc )~urc + (A ~ · ~uφ )~uφ A ~ = xsen φ~urc + x cos φ~uφ A ~ = rc sen φ cos φ~urc + rc cos2 φ~uφ A TABELA III ´reas e volumes infinitesimais. Se ~i.cada dire¸c˜ao tem dois sentidos). que est˜ ao resumidos na tabela IV. de potenciais . tais como a for¸ca. n´ umero real). temperatura . volume. . . 3). .T (x. Exemplo: Tens˜ao.Demonstrar a equa¸c˜ao do volume de uma esfera de raio R. z) corresponde a ~ = xy~i + x2~j Um vetor A ~ pode ser representado um vetor. V matematicamente em fun¸c˜ao dos vetores unit´arios de seu sistema de coordenadas. e ~k s˜ao vetores unit´arios na dire¸c˜ao dos eixos positivos x. y e z. Vamos representar um vetor por uma seta sobre uma letra. requerem para suas especifica¸c˜oes tanto uma dire¸c˜ao e sentido como uma grandeza. Produto escalar de vetores unita z 6 rs θ H H ~i ~j ~k  AU ~urc ~uφ ~uz cos φ sen φ 0 −sen φ cos φ 0 0 0 1 @ 1   @ @  1  @ φ φ @ @ @ R @ rc Fig. φ) = 30r cos φ . ~j. . isto ´e.ELETROMAGNETISMO 14 ~ onde Ax . ~ = A1~i + A2~j + A3~k e B ~ = B1~i + Sejam dois vetores A B2~j + B3~k. O resultado ´e um vetor ortogonal ao plano formado pelos dois vetores que est˜ao sendo multiplicados. Ay e Az s˜ao chamados componentes do vetor A. isto ´e. O produto vetorial ´e usado para calcular um momento angular. defasados de um ˆ angulo θ. . O resultado ´e um escalar. O produto escalar ´e utilizado para calcular o fluxo de um vetor. ou o trabalho realizado por uma for¸ca ao longo de um percurso. que vale zero quando os vetores s˜ ao ortogonais. Quando os dois vetores s˜ ao paralelos. Produtos escalar e vetorial entre dois vetores Estas duas opera¸c˜ oes com vetores s˜ ao muito usadas no eletromagnetismo. quanto um vetor contribui com o outro para modificar o seu m´ odulo. o resultado ´e o vetor nulo. transforma-se no problema de encontrar o vetor unit´ario naquela dire¸c˜ ao. ~·B ~ = A1 B1 + A2 B2 + A3 B3 = |A| ~ |B| ~ cos θ A (3) Produto vetorial . ~ . pois est˜ ao presentes em todas as equa¸c˜oes de Maxwell.est´ a associado ao movimento de transla¸c˜ao. tem-se: Produto escalar .escreve-se |A| ~ ou simplesmente M´ odulo de um vetor A A.est´ a associado ao movimento de rota¸c˜ao. quanto um vetor contribui com o outro para modificar o seu ˆangulo. A equa¸c˜ao do m´odulo ´e q ~ = A2x + A2y + A2z |A| ~ M MB B B ~Vetor unit´ ario de A ~uA = ~ A ~ |A| O problema de encontrar a componente de um vetor em uma dire¸c˜ao desejada. . . ~i ~k . ~j . . ~×B ~ = . A1 A2 A3 . = |A| ~ |B|sen ~ A θ~u (4) . . . B1 B2 B3 . . momento ou torque de giro de uma for¸ca em rela¸c˜ao a um determinado ponto ´e o produto vetorial do bra¸co potente pela for¸ca. em segundo lugar.. que movimenta um corpo por 0.. 4 Momento como um produto vetorial..for¸ca aplicada. ou W = F~ · δ ~` = 20(cos 45~i + sen 45~j) · ~(0. e os produtos escalares e vetoriais entre os vetores unit´arios.. ~ s˜ao Solu¸c˜ ao: As componentes de E ~ = ~i · Ex = ~i · E 7 cos φ 7 ~ur = rc c rc 7 7sen φ ~ur = rc c rc ~ = ~k · 7 ~ur = 0 Ez = ~k · E rc c ~ = ~j · Ey = ~j · E Substituindo os termos em φ e rc Ex = 7x x2 + y 2 Ey = 7y x2 + y 2 ~ ~ ~ = 7xi + 7y j V/m.16: Demonstrar que A ~ ~ A × C.15: Usando coordenadas cartesianas. determinar E sianas. Assim ~ = ~r × F~ M onde: ~ ... 24) J. 24J. em coExemplo I. ♦ ~ F  B   B   B  B   B B B B  : ~ r  B  B Fig.. 3~i) W = 20 × 0.. demonstrando a igualdade. toma-se um vetor qualquer E. efetuar os produtos escalar e vetorial entre os dois vetores ~ = 3~i + 4~j − 1~k e B ~ = 5~i − 2~j + 1~k.3 metros na dire¸c˜ ao Oeste para Leste? Solu¸c˜ ao: W = 20 × 0.13: Qual o trabalho realizado por uma for¸ca de 20 Newton na dire¸c˜ ao 45o Nordeste. O bra¸co potente ~r ´e dirigido do ponto onde o torque ´e obtido ao ponto de aplica¸c˜ ao da for¸ca (ver Fig..17: Dado o vetor E c ~ em coordenadas carteordenadas cil´ındricas.vetor do bra¸co de alavanca. e. de ~ e B. ~ ao vetor: Solu¸c˜ ao: Em primeiro lugar. ~ o produto escalar com D: ~ ·D ~ =E ~ · [A ~ × (B ~ + C) ~ −A ~×B ~ −A ~ × C] ~ E ~ ·D ~ =E ~ ·A ~ × (B ~ + C) ~ −E ~ ·A ~×B ~ −E ~ ·A ~×C ~ E ~ ·D ~ = (B ~ + C) ~ ·E ~ ×A ~−B ~ ·E ~ ×A ~−C ~ ·E ~ ×A ~ E ~ ·D ~ =B ~ ·E ~ ×A ~+C ~ ·E ~ ×A ~−B ~ ·E ~ ×A ~−C ~ ·E ~ ×A ~=0 E ~ o resultado Este resultado mostra que para qualquer vetor E ´e zero.♦ ~ × (B ~ + C) ~ =A ~×B ~ + Exemplo I. ~ e B.♦ E 2 2 x +y . ~ A O conjugado. 3 × cos 45o = 4. ♦ ~ = (7/rc )~ur V/m. ~ e onde ~u ´e um vetor ortogonal ao plano formado por A sentido dado pela regra da m˜ ao direita (ou do parafuso). E ´ conveniente M lembrar que o momento possui a unidade Nm. conjugado ou torque.. 4). A ~ ~ ~ ×B ~ = 6~i − 8~j − 26~k unidades. ~r .14: Usando a propriedade distributiva. denomina-se D ~ =A ~ × (B ~ + C) ~ −A ~×B ~ −A ~×C ~ D ~ e faz-se e. F~ . 3(cos 45~i · ~i + sen 45~j · ~i = 4. demonstrar que ~·B ~ ×C ~ =C ~ ·A ~×B ~ A . Exemplo I. Exemplo I. ♦ Respostas: A · B = 6 e A Exemplo I.vetor momento. na sua grande maioria. era preciso ‘criar’ um ‘fluido’. uma grandeza vetorial denominada ~h. No exemplo da Fig. dava ˆenfase aos campos. ent˜ ao ~h = ∆W ~ef ∆a onde ~ef ´e um vetor unit´ ario na dire¸c˜ ao do fluxo. pela a Fig. N´ os nos perguntamos quanto Fig. dividido ´rea do elemento de superf´ıcie. Entretanto. ´e dado por ~h · ~n. Em s´ımbolos: Se ∆W ´e a energia t´ermica que passa por unidade de tempo atrav´es do elemento de superf´ıcie ∆a. houve muita controv´ersia cient´ıfica sobre se os campos el´etricos e magn´eticos eram quantidades f´ısicas reais da ciˆencia ou se tratavam de meras conveniˆencias matem´ aticas para expressar as for¸cas que cargas el´etricas exerciam umas sobre as outras. v e w. Sua magnitude ´e uma medida de quanto calor est´ a fluindo. Maxwell). aceitavam a id´eia de a¸c˜ao a distˆancia. Esta frase define o vetor densidade de fluxo ~h: a componente do fluxo de calor perpendicular ao elemento de superf´ıcie ´e ~h·~n. Vamos elaborar uma defini¸c˜ ao mais precisa de ~h: A magnitude do vetor fluxo de calor ´e a quantidade de energia t´ermica que passa. O fluxo de calor pode ser representado por linhas de fluxo. ‘leis’ ou f´ormulas emp´ıricas s˜ao necess´ arios. o gradiente da temperatura n˜ao ´e exatamente o fluxo de calor. considere o fluxo de calor. Normal- . 8. Assim. diminuindo a intensidade a grandes distˆancias. calor flui atrav´es de uma pequena superf´ıcie que forma um ˆangulo qualquer com a dire¸c˜ao do fluxo. O vetor ~h pode ser definido de uma outra maneira: em termos de suas componentes. ele n˜ ao deu uma explica¸c˜ao l´ogica de como ocorre a intera¸c˜ ao entre as cargas. Ele chamou de a¸c˜ ao ` a distˆ ancia.Seja uma superf´ıcie tridimensional param´etrica suave S1 definida por trˆes vari´aveis u. Desde 1900 esta quest˜ ao foi considerada como resolvida a favor dos campos. por uma s´erie de experiˆencias. Para explicar a intera¸c˜ ao entre duas cargas el´etricas sem um contato direto entre elas. variando de ponto a ponto. Foi denominado fluxo. O conceito de fluxo est´ a relacionado ao n´ umero de linhas de for¸ca que atravessa uma determinada superf´ıcie de ´area. O princ´ıpio da continuidade diz que todo fluxo que se espalha por todo espa¸co. o fluxo φ de um vetor F~ atrav´es de S1 ´e: ! Z Z Z Z ~ ~ ∂ S ∂ S ~= × du dv (5) φ= F~ · dS F~ · ∂u ∂v S1 S2 onde S2 ´e a proje¸c˜ao de S1 sobre o plano de u e v. o eletromagnetismo consiste essencialmente na aplica¸c˜ao das leis da mecˆ anica para potenciais e seus respectivos fluxos. Nenhum outro postulado. e o fluxo ´e maior onde as linhas est˜ ao mais pr´ oximas. que existe for¸ca de atra¸c˜ao ou repuls˜ ao entre duas cargas el´etricas. servindo apenas para fins de verifica¸c˜ao. fluxos desses vetores s˜ ao denominados respectivamente corrente el´etrica I. 5. ao magn´etica B. Aplicaremos estas mesmas id´eias para outros campos vetoriais. A id´eia das linhas de fluxo ´e muito simples. 6 ´s de ∆a2 e ´ o mesmo que atrave ´s de O fluxo de calor atrave ∆a1 . O vetor ~h aponta na O fluxo de calor e ˜o do fluxo de calor. Representa-se estas fun¸c˜ oes vetoriais com linhas de fluxo. os fluxos vetoriais do eletromagnetismo s˜ ao os vetores densidade de ~ indu¸c˜ao el´etrica D ~ e indu¸c˜ ~ Os corrente J. Um dos pontos a favor dos campos ´e o princ´ıpio da continuidade. Como exemplo. Exemplos do vetor fluxo de calor tamb´em est˜ ao mostrados na Fig. 5 ´ um campo vetorial. Fluxo em uma superf´ıcie 3D . Provou que a intensidade da for¸ca ´e proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distˆancia entre as duas cargas. A rela¸c˜ ao entre o gradiente de temperatura e o fluxo de calor ´e conhecido como condutividade de calor de um meio. Assim. Um vetor densidade de fluxo ´e dado para cada ponto no espa¸co. fluxo el´etrico ψ e fluxo magn´etico φ. Os alem˜aes. Neste grupo. O vetor aponta na dire¸c˜ao do fluxo (veja a Fig.ELETROMAGNETISMO 15 B. Calculase o fluxo pela integral de superf´ıcie.2 Fun¸c˜oes ‘densidade de fluxo’ Coulomb comprovou. Sua magnitude e ´ a energia direc ¸a ´s de um elemento de transportada por unidade de tempo atrave superf´ıcie orientado perpendicularmente ao fluxo. por unidade de tempo e por unidade de ´area. Na segunda metade do s´eculo XIX. O fluxo de calor ´e ∆W ∆W = cos θ = ~h · ~n ∆a2 ∆a1 Interpretando esta equa¸c˜ao: o fluxo de calor (por unidade de tempo por unidade de ´area) atrav´es de qualquer elemento de superf´ıcie cuja normal ´e ~n. e sua dire¸c˜ ao e sentido correspondem ao caminho do calor. atrav´es de um elemento de superf´ıcie infinitesimal perpendicular `a dire¸c˜ao do fluxo. 6). A ciˆencia inglesa (Faraday. 5~i−2~j + ~k) dx dy y x Z 15/4 Z (15−4y)/3 (1. podemos escrever: ∂ Dx dx D2 = D1 + ∂x assim ficamos com φ = D1 dy dz = D1 dy dz + ∂ Dx dx dy dz ∂x . . ♦ Exemplo I. v) e o vetor normal `a superf´ıcie ´e: ~ = u~uu + v~uv + g(u. 0 15/4 (−41.18: Determinar o fluxo de F~ = x~i − z~j + 3~k na superf´ıcie plana 3x + 4y − 2z = 15. Fazer o produto escalar φi = F~ · δ S P 6. Se um fluxo φ atravessa uma superf´ıcie S1 . o mais simples e mais importante princ´ıpio do Eletromagnetismo: a continuidade do fluxo. certamente. Exemplo de ca Para uma se¸c˜ao S1 infinitesimal dydz.ELETROMAGNETISMO 16 mente. Imaginemos uma tubula¸c˜ao com fluxo de determinado flu´ıdo. S1 pode ser escrita sob a forma: w = g(u. 4. . . motores el´etricos. . 4375 Exemplo I. v e w precisam ser escolhidas de forma que S1 nunca seja ortogonal a S2 . Veremos que a densidade de corrente ´e uma grandeza fundamental para o projeto el´etrico. . Z Z Z Z ~ 1 · dS ~1 = ~ 2 · dS ~2 φ= D D Fig. Separar S1 em diversos triˆ angulos. . 5x + 4y − 12)dx dy φ= 0 Z φ= Exemplo I. para uma superf´ıcie orientada da origem para o infinito:   Z Z ∂w ∂w ~ φ= F· − ~uu − ~uv + ~uu × ~uv du dv (6) ∂u ∂v S2 Observa¸c˜ao: As vari´ aveis u. ♦ Tamb´em podemos demonstrar que J~ vol = Q ~v onde Q ´e a carga deslocada com velocidade ~v num condutor. . .19: Qual ´e o fluxo do vetor F~ = x~i + y~j + z~k em uma esfera de raio R? Resposta: O vetor F~ pode ser escrito em coordenadas esf´ericas F~ = R~er ~ ´e e o vetor de ´area infinitesimal dS ~ = R2 sinθdθdφ~er dS A integral de ´area torna-se Z ~ = 4πR3 ♦ F~ · dS B. . 5x+2y −7. Solu¸c˜ ao: Observando a Fig.20: Calcular a corrente de um fio circular de 4 mm2 . . Somar o somat´orio de todos os fluxos φ = i φi . se a densidade de corrente ´e J = 10 A/mm2 ♦. ~ em todos triˆangulos. O que muda ~ ´e a densidade de fluxo D. Calcular os valores de F~ nos baricentros. a densidade de corrente J~ ´e: densidade de corrente = corrente ´area (7) Quando a corrente n˜ao se distribui uniformemente na sec¸c˜ao transversal do condutor. 5)~j +3~k]·(−1. . na seguinte seq¨ uˆencia: 1. com o programa . . B. tornandose:   Z Z ∂z ~ ∂z ~ ~ ~ j + k dx dy φ= F · − i− ∂x ∂y y x Substituindo F~ e as derivadas parciais tem-se: Z Z φ= [x~i−(1.21: Realizar um trabalho de pesquisa para verificar quais s˜ao as densidades de corrente usuais em transformadores. 7. 5. Calular o baricentro de cada triˆ angulo.3 Densidade de corrente el´etrica Quando a corrente se distribui uniformemente numa superf´ıcie. que est´a afastada de outra se¸c˜ao S2 infinitesimal de uma distˆancia dx. ´e . verificamos que podemos substituir as vari´aveis u = x. Exemplo I.vetor normal (ou ortogonal unit´ario) `a superf´ıcie onde: S S ~ = S~n S I . 3. 25 − 6y − 4y 2 )dy = −128. y e z. 0 Esta integral tamb´em pode ser feita numericamente. ent˜ao o mesmo fluxo φ atravessa uma superf´ıcie S2 . redes el´etricas.4 Continuidade do fluxo Este ´e. . consequentemente. instala¸c˜oes el´etricas. ~ de cada triˆ 2. . O resultado num´erico encontrado para este exemplo. delimitada no octante positivo para x. . . v)~uu × ~uv S e. . . . . .intensidade de corrente el´etrica que tem dire¸c˜ao ortogonal ao plano formado pela se¸c˜ao transversal S. . tem-se: Z ~ I = J~ · dS ~ . v = y e w = z em (6). . 7 ´lculo de a ´rea. Calular o vetor de ´ area δ S angulo. . . . linhas telefˆonicas. Respostas: 6. (b) a componente ~ na dire¸c˜ao de N ~ . P I-B. Resposta: 32π/3. 6. Calcule dy/dt.18: No ponto C(2.2a semana P I-B.21: Dados os pontos P (4. 1. sabendo que tal vetor une o ponto P ao ponto Q. no ponto P .0 1. em coordenadas cil´ındricas. (d) M ~ ×N ~ . ~ tal P I-B.16: Os trˆes pontos A(−1. pede-se. P I-B.4). (a) Especifique as coordenadas do ponto C coincidente com o quarto v´ertice. de x = 0 a x = h.22: O campo de velocidades em um g´as ´e dado por ~v = 5 x~i + y~j + z~k + y2 + z2 + 2 x2 Para o ponto P (−2.15: Sendo A ~ ~ ~ + 3B.22m/s. 7. P I-B. P I-B. Determine: (a) a distˆancia entre as suas extremidades. −5) definem um plano e um triˆangulo.0 2.ELETROMAGNETISMO 17 e.6: Uma part´ıcula se move ao longo da circunferˆencia x2 + y 2 = 1 com uma velocidade cuja componente-x ´e dx/dt = y. P I-B. . 3. ~ (b) O m´odulo de A ~ + 2B. ~ (c) Um vetor C ~ tal que A ~+B ~ +C ~ = 0. Resposta: -3/32.2: Quais s˜ao os vetores de ´ area e suas normais para cada face de um cubo centrado na origem com 20cm de lado? P I-B.20: Sejam os pontos P (8. (b) a distˆancia da origem ao Determine: (a) |A| ponto C. considerando as dire¸c˜oes x e y temos ∂ Dy ∂ Dx + =0 ∂x ∂y (9) Que significa o Divergente nulo do vetor densidade de fluxo. (c) a componente vetorial de escalar de M ~ na dire¸c˜ao de N ~ .13: Os vetores A possuem origens coincidentes com a origem do sistema de coordenadas cartesianas.5: Calcule d2 y/dx2 para y 3 + y = x no ponto (2. ~ na dire¸c˜ao do vetor B. B ~ = ~i + 3~j − 4~k e P I-B. (c) o ˆangulo entre A e a superf´ıcie rc = 2 no ponto C. ~ (b) um ~ ~ C = 4i − 2j + k.12: Dados os vetores A ~ ~ ~ 4i + 3j − 2k.0 3. −3. Sentido hor´ario. P I-B.11: Use a regra do trap´ezio para determinar a distˆancia percorrida entre t = 0 e t = 2 por um m´ovel cuja velocidade ´e dada pela tabela abaixo.8 1. P I-B.45m e 3.5 0. B. 1).1). 6. (c)o vetor R denadas cil´ındricas. −3) e C(4. 23/6). (b) as ~ P Q em coorcoordenadas esf´ericas do ponto P . 3) e Q(−3. Determine: (a) M · N . ache: (a) Um vetor unit´ ario na dire¸c˜ao de ~ + 2B. (b) um vetor unit´ario na dire¸c˜ao de ~ (c) um vetor C ~ que seja paralelo ao vetor A ~ e que possua A. v(m/s) t(s) 2. sendo n um escalar ~ = 8~i − 3~j + Cz~k. com que velocidade o raio luminoso passa na praia no ponto distante 1km do farol? Resposta: 480π km/h. determine: (a) o m´odulo da velocidade. 6). P I-B. (c) Ache os quatro ˆangulos internos. simplificando os termos em D1 : ∂D dx dy dz = 0 ∂x (8) Agora. Resposta: P =(17/18. Se a costa ´e uma reta. Sabendo-se que um triˆangulo ´e a metade de um paralelogramo. Determine o trabalho realizado. 2.0) e (-3. 300. em ~ = 5~ur − 8~uφ + 3~k e N ~ = coordenadas cil´ındricas. determine: (a) as coordenadas cil´ındricas do ponto P . Resposta: c = 4. ~ no ponto C. (c) idem para um vetor no ponto Q. 4. ~ ´e expresso P I-B. (c) determine a equa¸c˜ao do lugar geom´etrico dos pontos do espa¸co para os quais a velocidade tem m´odulo unit´ario. determinar: (a) a ´area do triˆangulo. por: M c ~ ~ ~ −4~urc + 2~uφ + 10k. −5) e B(2.4: Determine a constante c de modo que a reta que passa por (0. Determine: (a) as coordenadas cil´ındricas de cada ponto. ~ = −2~i + 3~j + 5~k. 7. como sendo 20~urc − 30~uφ + 10~k. Determine tamb´em a velocidade m´edia no intervalo de tempo de t = 0 a t = 2. ~ m´odulo igual ao do vetor B. Resposta: mah + (h2 /a) P I-B. A ~ = 4~i + 5~j − 2~k e B = 2~i + 8~j + 3~k P I-B.14: Determine as componentes de um vetor B ~ ~ ~ ~ que |B| = 2 e ~uB = 0. a.8: Gira-se em torno do eixo-x a ´ area delimitada pela curva y 2 = 4x e pela reta y = x. 4j + nk.9: Uma part´ıcula de massa m parte do repouso no instante t = 0. P I-B.3: Determine as coordenadas do ponto P da reta y = 3x + 1 eq¨ uidistante dos pontos (0. −5). (b) um vetor unit´ario especificando sua dire¸c˜ao.1: Quais s˜ao as principais formas para representac¸˜ao de um vetor? Citar algum(ns) motivo(s) para trabalhar com vetores no eletromagnetismo.3) e (5. movendo-se com acelera¸c˜ ao constante. 4) expressos em coordenadas cartesianas. A trajet´ oria da part´ıcula segue o sentido hor´ario ou anti-hor´ ario? Resposta: dy/dt = −x. P I-B. fazendo um racioc´ınio an´ alogo. sabendo que tal vetor une o ponto Q ao ponto P .10: Calcular a ´ area delimitada pela par´abola y = 2 − x2 e pela reta y = −x. (e) um vetor unit´ario normal M ~ ~ a M e a N.7: A luz girat´ oria de um farol distante 1/2km da praia faz duas revolu¸c˜ oes por minuto. contra uma for¸ca vari´ avel F (t) = t2 . P I-B. e. 7. Calcule o volume gerado.0 ~ = −6~i + 2~j − 4~k e B ~ = P I-B. (b) Determine a ´area do paralelogramo.5 3. 5) um vetor A em coordenadas cil´ındricas. P I-B.5 5. Por que utilizamos sistemas de coordenadas cil´ındricas e esf´ericas? P I-B. (b) um vetor unit´ ario normal ao plano. (b) Se C modo que |C − ~i − ~j − ~k| seja m´ınimo. Resposta: 4.5. Estes dois vetores determinam dois lados de um paralelogramo.-2) seja tangente ` a curva y = c/(x + 1). determine: (a) o m´odulo de A ~ ~ ~ vetor unit´ario na dire¸c˜ao de B − C. 1) e Q(−2. B(2. (c) A componente de C ~ (d) o ˆangulo entre A ~ e C.5 Exerc´ıcios . P I-B. 5i − 0.19: Em um certo ponto dois vetores s˜ao dados.17: Sejam os vetores que interligam a origem aos pontos A(4. 2). (b) a express˜ ao de um vetor no ponto P .2 0 2. determine Cz de tal positivo. 2. −2). (b) tangente ` a superf´ıcie r = 5. P I-B. paralelo a ~i e perpendicular a G ~ ´e expresso no ponto K(r = 2. a posi¸c˜ao no espa¸co medida num sistema de coordenadas retangulares. cilindro fechado 0 ≤ z ≤ 1. 3). Notar que n˜ao tem significado f´ısico pelo s´ımbolo ∇ . ~ ~ dire¸c˜ao de F . z = 0. 3). P I-B. na dire¸c˜ao radial. 5) por F~ = 25~urc + 12~uφ − 20~k.24: Um campo el´etrico ´e dado por E c ~ 4k. como sendo C ~ 20~ur − 30~uθ + 10~uφ . (d) Determine um vetor unit´ ario que seja perpendicular a F~ e tangente ao cilindro rc = 8. (d) o ˆ angulo entre F~ e G (2. Por um campo escalar queremos dizer uma quantidade que depende da posi¸c˜ao no espa¸co.28: Um campo de for¸ca ´e representado no ponto P (8. 3. (c) o ˆ angulo entre C o cone θ = 30 no ponto K. φ = 120o ). φ = 60o . considere um bloco de material s´olido que foi aquecido em algumas partes e esfriado em outras. θ = P I-B.26: Um vetor C ~ = 30o . −1. (b) ~uF (−1. 30o . E ~M eletromagnetismo s˜ao os vetores campo el´etrico E ~ e campo magn´etico H. θ = 30o . em coordenadas esf´ericas. (d) G ario perpendicular a F~ e a ~ G. Determine: (a) |C| no ponto K. z = 1. 120o . C.34: Uma certa densidade de corrente ´e expressa em coordenadas cil´ındricas por J~ = 100e−2z (rc ~urc + ~k) A/m2 . 1π e φ = 0. e. ∂f ) grad f = ∇f ∂x ∂y ∂z Uma nota¸c˜ao muito utilizada usa o operador nabla. φ = 0.23: Dados os campos vetoriais F~ = 2x2~i − 4yz 2~j + 3(x + y − z)~k ~ = (y~i + z~j + x~k)/(x2 + y 2 + z 2 ) G ~ determinar: (a) |F~ (2. O seu m´odulo ´e igual `a taxa da varia¸c˜ao da fun¸c˜ao ao longo dessa dire¸c˜ao. O vetor gradiente do potencial corresponde ao respectivo campo vetorial. no ponto P (10. Campo el´etrico e diferen¸ca de potencial Existe uma rela¸c˜ao entre campo e densidade de fluxo. (c) F~ · G ~ no ponto no ponto (2. (b) F~ (1. (b) para coordenadas esf´ericas e determine-o no ponto P . de modo que a temperatura do corpo varia de um ponto a outro de uma maneira complicada. apontando para fora. z = −4). que ´e uma constante de proporcionalidade. 1.1 Potencial e seu ‘co-vetor gradiente’ O potencial ´e uma fun¸c˜ao escalar como o potencial magn´etico. 4).33: Expresse o campo vetorial ~ = (x2 − y 2 )~j + xz~k W em: (a) coordenadas cil´ındricas no ponto P (rc = 6. −2. P I-B.ELETROMAGNETISMO P I-B. e. em coordenadas cartesianas. mas n˜ao vamos nos preocupar com isto no momento. 1. (c) tangente ao plano φ = 120o . por F~ = [(cos θ)/r]~ur + [(senθ)/r]~uθ Determine: (a) a express˜ ao desse campo em coordenadas cartesianas. 2. 2. na dire¸c˜ao ~k. Vamos falar com o que o campo se parece num dado instante. (b) a equa¸c˜ ao do lugar ~ = 10. a condutividade. na dire¸c˜ao ~k. ~ = x~j para: (a) P I-B. y e z. tais que G = GN + GT e GT ´e ~ N no ponto (2. (c) a componente vetorial de G na dire¸c˜ao de ~ × F~ . 0 ≤ rc ≤ 1. z = −1 e z = 3. (b) coordenadas esf´ericas no ponto Q(r = 4. Determine: (a) |G(2. ~ = (50/rc )~ur − P I-B. Ent˜ao a temperatura ser´a uma fun¸c˜ao de x. 5. ~ ~ ~ ~ em coordenadas cil´ındricas.27: Dois vetores s˜ ao definidos em um ponto P como ~ = 2~ur +5~uθ +3~uφ . 0 ≤ rc ≤ 1. Determine sendo F~ = 10~ur −3~uθ +5~uφ e G ~ (b) a componente escalar de G ~ na no ponto P : (a) F~ · G. perpendicular a A P I-B. (c) tangente ao cone θ = 120o . Para um campo de temperatura as superf´ıcies equipotenciais s˜ao chamadas “superf´ıcies isot´ermicas” ou “isotermas”.30: Um campo vetorial ´e definido no ponto B(r = ~ = −12~ur − 5~uθ + 15~uφ . 2). 0 ≤ rc ≤ 1.32: Transforme o campo vetorial A coordenadas cil´ındricas e determine-o no ponto P (2.25: Um campo vetorial ´e representado por ~ = 10 z cos φ~ur − 5rc senφ~uφ + 4z~k G c ~ 300. P I-B. Determine a corrente total que atravessa cada uma das seguintes superf´ıcies: 1. −2. φ = 75o ) como sendo A ~ que ´e: (a) normal `a Determine a componente vetorial de A superf´ıcie r = 5.E ~D. ∂f . 4π. 5). em coordenadas esf´ericas. geom´etrico dos pontos para os quais |E| P I-B. O gradiente de uma fun¸c˜ao escalar ´e o co-vetor com a dire¸c˜ao segundo qual ocorre a maior taxa de mudan¸ca da fun¸c˜ao. (b) os vetores G ~N e G ~T. press˜ao ou temperatura. E umero pode modificar com o tempo. 5)|. Como um exemplo de um campo escalar. 18 P I-B. θ = 120o . Determine: (a) O comprimento de um segmento linear que una dois v´ertices opostos do volume. (b) tangente ao cilindro rc = 8. 200. como linhas de contorno num mapa que conectam pontos com a mesma altura. A diferen¸ca de potencial entre dois pontos pode ser obtida por integral de linha do vetor gradiente. para um circuito dissipativo chama-se resistividade ou seu inverso. (b) o volume delimitado pelas superf´ıcies em quest˜ ao. P I-B. φ = 160o ).31: Um campo vetorial ´e definido. O campo f´ısico mais simples ´e um campo escalar. 3)|. denotado ~ (nabla).29: Um volume ´e definido pelas superf´ıcies: rc = 5 e rc = 12. Neste grupo. Um jeito simples de pensar sobre os campos escalares ´e imaginar “contornos” que s˜ao superf´ıcies imagin´arias desenhadas em todos os pontos do campo que possuem o mesmo valor. 4). Os potenciais s˜ao V para a eletricidade e V ∗ para o magnetismo. C. ou uma rela¸c˜ao de passagem. Por um campo escalar queremos dizer simplesmente um campo que ´e caracterizado em cada ponto ´ claro que o n´ por um simples n´ umero: um escalar. A temperatura ´e um exemplo de campo escalar. ~ = ( ∂f . −5. O potencial ´e representado por linhas equipotenciais. Determine a componente vetorial de F~ que ´e: (a) perpendicular ao cilindro rc = 8. (e) um vetor unit´ F~ . os campos vetoriais do ~ C . (d) Determine um vetor unit´ario ~ e tangente ao cone θ = 120o . Determine: (a) o vetor unit´ ario ~uE . (b) a ~ e o distˆancia da origem ao ponto K. eu acho que se ´e para ensinar alguma coisa ‘meiaboca’ ´e melhor que n˜ao se ensine at´e que se tenha a base necess´aria. Entretanto.” Alguns textos eletromagn´eticos apresentam o “desloca~ e a “campo magn´etico” H ~ que conmento el´etrico” D tam para materiais diel´etricos e magn´eticos respectivamente. para evitar poss´ıveis confus˜oes. As duas superf´ıcies representam lugares geom´etricos da fun¸c˜ao f constante. sobre cada um deles. conseguem mais fundir a cuca dos alunos e fazer com que estes sintam pavor do Eletromagnetismo. tomada ao longo da reta normal comum ` as duas superf´ıcies. artigos e textos t´ecnicos em geral. pois um entendimento matem´atico da lei requer conceitos de c´alculo integral e vetorial. E fun¸c˜ao para ter sentido. mas pelo menos ´e a u ´nica que relacionou a Lei de Amp`ere com o C´alculo Integral Vetorial. rela¸c˜ao entre os campos H fazer a confus˜ ao entre estes vetores ´e como trocar corrente e tens˜ ao num circuito. Com isso. Portanto. A cada elemento de comprimento ~ K . ou assim? “N˜ao ´e completa.” Nossa resposta poderia ser assim? “Ensinar a lei de Amp´ere no 2o grau tem importˆancia te´orica. b) veremos suas aplica¸c˜oes ao longo do curso. .verificamos o comportamento do campo magn´etico para v´arias distribui¸c˜oes de corrente. y.ELETROMAGNETISMO 19 Coordenadas cil´ındricas: ~ = ∂f ~ur + 1 ∂f ~uφ + ∂f ~k ∇f ∂r r ∂φ ∂z (11) Coordenadas esf´ericas: ~ = ∂f ~ur + 1 ∂f ~uθ ∇f ∂r r ∂θ ∂f 1 + rsen uφ θ ∂φ ~ (12) C. para compreender o que os autores est˜ao tratando: se ´e sobre campo ou densidade de fluxo. z) = C2 . geralmente quando h´a simetria nesta distribui¸c˜ao. O vetor gradiente indica a m´ axima varia¸c˜ ao da fun¸c˜ao e o sentido que essa varia¸c˜ ao tem. temos C2 − C1 = df . Ao mesmo tempo.. e ´e chamada integral de linha do campo ~ ao longo da linha C. Ent˜ao n´os os estudaremos tanto quanto for poss´ıvel. o campo vetorial possa ser considerado constante. Como: a) estas quest˜oes e este assunto n˜ao ´e exclusivo do eletromagnetismo. z). ou seja f (x. ~uN ´e um vetor unit´ario nesse ponto e normal ` as superf´ıcies. s´o para fugir dos conceitos do C´alculo Integral. para ensinar a Lei de Amp`ere. 9 procura dar uma no¸c˜ ao gr´ afica do gradiente. . As setas ~ . y. c) existem diversas formas de estudar e entender . e muito mais para a circula¸c˜ao. vetorial E Denomina-se circula¸ c˜ ao quando se aplica essa equa¸c˜ao a uma linha fechada. z) do espac ¸ o esta Todos os pontos sobre a superf´ıcie marcada (mostrada como uma curva em z = 0) possuem a mesma temperatura. observamos que a ~ e os fluxos B ~ ´e a permeabilidade. No segundo grau. 8 ´ um exemplo de um campo escalar. ponto (x.” . estes campos s˜ao fundamentais e necess´arios para a maioria dos t´opicos que iremos tratar. quando ensinam Eletromagnetismo no 2o grau.z) = C1 e f (x. y. y. pequenos o suficiente para que.N ).Baseando-se nesta lei. 2. A Fig.2 Circula¸c˜ao de um vetor Fig. ´ apenas um operador e precisa de alguma ou geom´etrico. que n˜ao existe. como dois campos “auxiliares” adicionais. A grandeza: ∆~`K associamos um vetor ∆E ~ K · ∆~`K ∆VK = ∆E ∆VK = ∆EK ∆`K cos θ ~ K . . Ali´as. enta mais quentes para os mais frios. na engenharia. Coordenadas cartesianas: ~ = ∂f ~i + ∂f ~j + ∂f ~k ∇f ∂x ∂y ∂z (10) Numa regi˜ao do espa¸co. Em cada Temperatura T e ´ associado um nu ´mero T (x. Vejamos um coment´ario sobre circula¸c˜ao: “Pois ´e. A distˆancia entre as duas superf´ıcies em determinado ponto dn. A importˆancia da lei de Amp´ere no 2o grau ´e unicamente te´orica. ˜o exemplos de vetores gradientes de temperatura q~ = −∇T sa ´ alta em um local e baixa em Se a temperatura no bloco e ˜o havera ´ um gradiente de temperatura dos locais outro. Se as diferen¸cas s˜ao pequenas.. O somat´orio sobre K se onde θ ´e o ˆangulo entre ~`K e E estende de 1 a N . dn Fig. inventam uma papagaiada de tal de circula¸c˜ao de um vetor. precisamos ter muito cuidado e aten¸c˜ao na leitura de livros. consideremos uma linha fechada C dividida em um grande n´ umero N de segmentos (elementos de comprimento) ∆`K (K = 1. Ent˜ao o gradiente de f pode ser dado tamb´em por: grad f = ~uN df . existe uma dificuldade enorme para entender o fluxo de um vetor. 9 Gradiente entre duas superf´ıcies equipotenciais. V nos seus terminais. basicamente dos livros Anton2 e Thomas3 . demonstrar a lei de Ohm sob a forma local. quando ele ´e percorrido pela corrente I. em (Ωm)−1 .d. Aqui n´os devemos parar e pensar um pouco! Temos em m˜aos uma ferramenta poderos´ıssima! Foram necess´arios milhares de pensadores. que pode ser uma baten˜ao conservativo tipo fonte E ria. e. A equa¸c˜ao diferencial que rege a distribui¸c˜ao da fun¸c˜ao V ao longo de x ´e d2 V = AV + B dx2 Dividir o intervalo 0 ≤ x ≤ L em n + 1 intervalos igualmente espa¸cados de ∆x = xj+1 − xj . e possui uma tens˜ ao ou d. it C´ alculo: um novo horizonte. n + 1. em (Ωm) campo el´etrico dissipativo. ent˜ao.23: Um problema unidimensional de valores de contorno . Assim. Bookman. Exemplo I. possuem valores conhecidos V (0) e V (L). A quantidade de energia deve ser originada por uma for¸ca el´etrica n˜ ao conservativa. respectivamente. Livro T´ ecnico. (15) Jt2 Jt1 = σ1 σ2 (16) Jt2 Jt1 = σ1 Jn1 σ2 Jn2 ou ~ C ´e o . f´ısicos . vol. comprimento `. deixamos a dica para o leitor estudar os exemplos e fazer os exerc´ıcios sobre vetores. trataremos apenas do campo el´etrico dissipativo no interior do condutor ou campo el´etrico n˜ao conservativo. ´e uma grande conquista da humanidade! Solu¸c˜ ao: Partindo da lei de Ohm R= e. Mas. e.22: Considerando um resistor de fio com resistividade ρ = 1/σ. que o campo el´etrico total seja a soma do campo eletrost´atico con~ D . Suponhamos a existˆencia de um la¸co fechado de corrente e a presen¸ca de um fio condutor de comprimento L e se¸c˜ao transversal S. Certamente. engenheiros. e de outro campo servativo E ~ M . matem´ aticos. . Na forma local escreve-se simplesmente: 2 ~C J~ = σ E onde σ ´e a condutividade el´etrica.ELETROMAGNETISMO 20 este assunto (que variam de uma pessoa para outra). encontra-se E` ` =ρ JA A que simplificando os termos ` e A resulta: C. Consideremos um fio condutor percorrido por uma corrente el´etrica. 1965. C´ alculo. j = 0. x = 0 e x = L. Z Z Z ~ C · J~ dvol E P = No contorno de dois materiais com condutividades diferentes σ1 e σ2 . Admitiremos. do campo dissipativo E ~ C . d) nosso tempo ´e limitado em sala de aula. o princ´ıpio da continuidade da corrente (a integral da densidade de corrente numa superf´ıcie fechada ´e igual a zero): I ~=0 J~ · dS garante a continuidade da componente normal da densidade de corrente Jn1 = Jn2 (14) e o princ´ıpio da circula¸c˜ao do campo el´etrico (a integral de linha fechada ´e igual a zero): I ~ · d~` = 0 E garante a continuidade da componente tangencial do campo ou ~ C ´e dado em V/m e J~ em A/m . e resistˆencia R. A lei de Ohm diz que ~ C = 1 J~ = R S J~ E σ L onde σ ´e a condutividade el´etrica.Dois pontos extremos de um intervalo. um gerador. o valor de P ´e Como E dado em Watts. precisamos de uma fonte de energia em cada ponto do fio condutor. at´e chegar ao eletromagnetismo atual.3 Forma local da Lei de Ohm ρ= A equa¸c˜ao mais simples dos circuitos el´etricos.4 Refra¸c˜ao da corrente el´etrica pois a potˆencia dissipada ´e: ~ C · J~ dvol = E ~ C · ~v Q = F~ · ~v E V ` =ρ I A tan α1 σ1 = tan α2 σ2 (17) ~ ou J~ com a normal nos meios 1 ou onde α ´e o ˆangulo de E 2. chegamos na segunda Lei de Ohm: 1L R= σS Exemplo I. 2 Howard 3 George Anton. Thomas.2. B. se¸c˜ ao A. V = R I somente existir´a ap´ os admitirmos a existˆencia do campo el´etrico n˜ao conservativo. Agora. . fil´ osofos. n˜ ao podemos nos deter unicamente neste ponto. Veremos tamb´em que a circula¸c˜ao ~ D ao longo de de um campo conservativo eletrost´ atico E um percurso fechado ´e nula. a equa¸c˜ao diferencial para o ponto j pode ser representada por Vj+1 − 2Vj + Vj−1 = AVj + B (∆x)2 . e resolver o problema usando diferen¸cas finitas. Solu¸c˜ao: Substituindo a derivada d2 V /dx2 por diferen¸cas finitas centrais. Ed. Para sustentar esta condi¸c˜ao.p. considerando que V = E ` e I = J A. E Et1 = Et2 Dividindo (16) por (14) temos (13) −1 E ~C ♦ ou J~ = σ E J C. que aquece-se e libera uma certa quantidade de calor e/ou eleve a sua temperatura. etc. Rio de Janeiro. onde tem-se duas superf´ıcies equipotenciais S1 e S2 . Enquanto que uma solu¸c˜ ao anal´ıtica ´e vi´avel apenas para problemas muito simples.. 3).. ♦ Fig. . . . 1 .. β β           (19) A matriz dos coeficientes ´e tridiagonal.. P I-C. (18) Se V (0) = V (L) = 0. o conjunto de equa¸c˜oes resulta no sistema de equa¸c˜oes:  α  1         1 α 1   1 α .. e pode ser resolvida por m´etodos num´ericos r´ apidos para ordem muito grande (na faixa de n = 1000).. ... Fazer um esbo¸co das linhas equipotenciais e das linhas de fluxo da corrente no semicondutor. C. ... ..6: Dois materiais condutores foram inseridos entre duas placas met´alicas.. este conjunto de equa¸c˜oes pode ser escrito como V2 − 2V1 + V (0) = (AV1 + B) (∆x)2 V3 − 2V2 + V (1) = (AV2 + B) (∆x)2 . (c) S. para os V1 . para o ponto P (1.4: Considere o desenho em 2D. P I-C.. P I-C. . e determine: (b) T . tais como as advindas das propriedades dos materiais. Vn−1 Vn           =         β β β .. . 2. α = −2 − A(∆x)2 e β = B(∆x)2 . .. .. Vn − 2Vn−1 + Vn−2 = (AVn−1 + B) (∆x)2 V (L) − 2Vn + Vn−1 = (AVn + B) (∆x)2 P I-C.5: Um bloco de material semi-condutor foi inserido entre duas placas met´alicas. as t´ecnicas num´ericas s˜ao fundamentais para considerar n˜ ao linearidades nas equa¸c˜oes. Fig. Fazer um esbo¸co das linhas equipotenciais e das linhas de fluxo da corrente no semicondutor. como mostra-se na figura. n. 11 Superf´ıcies de contorno para a corrente e o potencial..5 Exerc´ıcios . Desenhar a forma das linhas equipotenciais e das linhas de fluxo.. como mostra-se na figura. ... V2 .3: Um campo escalar ´e representado por T = 2xy − 5z..2: O que significa potencial gravitacional? Qual ´e a equa¸c˜ao e sua respectiva unidade? Desenhar algumas linhas de potencial gravitacional. 10 Superf´ıcies de contorno. e um fluxo que vai de S1 para S2 .1: Existe rela¸c˜ ao entre gradiente e integral de linha? R Gradiente do potencial = campo e campo = potencial ? P I-C. Ap´os multiplicar cada equa¸c˜ ao por (∆x)2 . Vn valores da fun¸c˜ ao V em cada ponto j = 1. (a) Determine o campo vetorial ~ = (∂T /∂x)~i + (∂T /∂y)~j + (∂T /∂z)~k S ~ e (d) ~uS .. 12 Superf´ıcies de contorno com dois materiais condutores.ELETROMAGNETISMO 21 Ent˜ao n´os temos n equa¸c˜ oes lineares simultˆ aneas.. Fig. 1 α 1 1 α                   V1 V2 V3 ..3a semana P I-C. **Descargas atmosf´ericas O Brasil ´e o campe˜ ao mundial em descargas atmosf´ericas.ELETROMAGNETISMO 22 ´tica II. A regi˜ao protegida por este simples dispositivo tem o formato de um cone cujo diˆametro corresponde a duas vezes a altura do solo at´e o topo do p´ara-raios. no n´ıvel de sujeira. que j´a foi atingido sete vezes! Por sorte sobreviveu a todos os acidentes. observando que um objeto condutor isolado exposto ao ar gradualmente perdia sua carga. Coulomb descobriu que o ar ´e condutor. campos de futebol e ´arvores isoladas. Ele acreditava que elas poderiam ser explicadas assumindo que o ar continha uma carga positiva. no material do condutor. por´em com seq¨ uelas. Mas. consequentemente. incidˆencia de fotoioniza¸c˜ao. Sua descoberta. Assim. a cren¸ca de que raios nunca atingem duas vezes o mesmo lugar ´e falsa. queimaduras e mortes nos acidentes com raios. Em julho de 1750. que os relˆampagos tamb´em s˜ao um fenˆomeno el´etrico. por sua vez. geralmente. Saussure descobriu uma varia¸c˜ao anual da eletrifica¸c˜ao na condi¸c˜ao de tempo bom. provocam a separa¸c˜ ao de cargas el´etricas devido ao atrito entre as part´ıculas de gelo existentes no topo. vibra¸c˜ao do condutor. C. de modo a explicar as observa¸c˜oes de Saussure. um precursor do eletrˆometro. portanto. eram um fenˆomeno el´etrico. Thomas-Fran¸cois D’Alibard demonstrou que a sugest˜ao de Franklin estava certa e que os relˆampagos. este geralmente provoca luz. uma fa´ısca saltaria do mastro para o fio quando uma nuvem eletrificada estivesse perto. que deve ser suprida pela fonte. A. essas devem ser observadas na press˜ao do ar. portanto. Em junho de 1752. Eletrosta “Com for¸ca e com vontade a felicidade. P. ou mesmo entre duas placas ou condutores paralelos. enquanto a parte superior. praias. Ao final do cap´ıtulo. Campo e potencial eletrost´ atico A. positivas.” (Ivan Lins) O objetivo principal deste cap´ıtulo ´e compreendermos que. Devido ao fato de a corrente el´etrica sempre procurar escoar pelo caminho mais curto. como problemas card´ıacos. Uma vez vencida a capacidade isolante do ar entre o solo e as nuvens.000 a 200. Na maioria das vezes. ap´os a descoberta das primeiras propriedades el´etricas da mat´eria. Se o mastro fosse isolado do solo. com ondas de compress˜ ao que podem ser aud´ıveis a alguns quilˆometros de distˆancia (trov˜ oes). Saussure mediu pela primeira vez a carga induzida em um condutor imerso na atmosfera. visto que os gases eram ent˜ao considerados como isolantes. Centenas de pessoas sobrevivem todos os anos.01 segundos que constituem um u ´nico raio. e um observador aproximasse do mesmo um fio aterrado. sofre morte instantˆanea por carboniza¸c˜ ao. Novamente. mas. e ficou completamente esquecida. e ainda causa a perda de energia. Um caso curioso ´e o de Ray Sullivan. uma em cada quatro pessoas mortas por raios estava jogando futebol. H. Em maio de 1752. Al´em de confirmar os resultados de Beccaria. entre outras.000 amp`eres. piscinas. Quando uma pessoa ´e atingida diretamente por um raio. Em 1785. que consiste de uma haste met´alica fixada num ponto elevado e aterrada por meio de um fio condutor espesso. seu famoso experimento com uma pipa. os raios normalmente atingem os pontos mais altos de uma regi˜ao.B. entretanto. foi somente ap´os a descoberta da eletricidade no in´ıcio do s´eculo 18. ap´os serem atingidas indiretamente por relˆampagos.. deveremos ter condi¸c˜ oes de resolver problemas eletrost´aticos simples. evitar. estaria provado que as nuvens s˜ao eletricamente carregadas e. ao ver uma fa´ısca sair de um peda¸co de ˆambar carregado eletricamente. podendo atingir milh˜ oes de volts. tra¸car linhas equipotenciais e linhas de fluxo anal´ıtica e numericamente. a parte inferior das nuvens cont´em excesso de cargas negativas. Benjamin Franklin foi o primeiro a projetar um experimento para tentar provar a natureza el´etrica do relˆampago. tornou-se evidenteque os relˆampagos deveriam ser uma forma de eletricidade. estes casos s˜ao raros. apresentando temperaturas internas muito diferentes. Por indu¸c˜ao. Todavia. que a natureza el´etrica da atmosfera da Terra come¸cou a ser desvendada. Em 1804. As altas correntes e temperaturas s˜ao as respons´ aveis por incˆendios. aumentando a temperatura do ar para at´e 30. durante uma tempestade.1 Importˆancia da eletrost´ atica **Efeito corona O efeito Corona ´e notado na superf´ıcie de linhas de transmiss˜ao de alta tens˜ ao quando o campo el´etrico no condutor excede o limite de quebra do diel´etrico do ar ao redor do mesmo. associada de alguma maneira com as tempestades.5 e 15 km. Este enorme gradiente de temperatura gera ventos muito intensos no interior das nuvens que.A. muitas ficam com seq¨ uelas graves (60% dos sobreviventes). desde que ela poderia alcan¸car maiores altitudes e poderia ser usada em qualquer lugar. para definir o estado de um sistema na eletrost´ atica. b. William Wall. um guarda de parques nacional dos EUA.T. Franklin realizou outro experimento com o mesmo prop´osito.000 graus cent´ıgrados. podendo sofrer parada cardio respirat´ oria (35% dos casos). Se isto ocorresse. Distribui¸c˜ao de cargas ou da densidade de fluxo el´etrico ~ D. Em 1708. o tipo de tens˜ao. provocando violenta expans˜ao. bem como uma varia¸c˜ao com a altitude. Na parte inferior. Assim. As nuvens de tempestade tˆem altura entre 1. precisamos definir somente e sempre duas distribui¸c˜oes: ~ e. a pessoa ´e atingida indiretamente por estar a uma distˆancia inferior a 100 metros. Ao inv´es de utilizar um mastro met´alico. ru´ıdos aud´ıvel e de r´ adio. observou que ela era parecida com um relˆampago. Distribui¸c˜ao de potencial ou do campo el´etrico E. Deve-se. O efeito propriamente dito ´e a quebra do diel´etrico do ar que fica ao redor da L. a temperatura ´e pr´ oxima ` a do ambiente (em m´edia 20 graus cent´ıgrados). sugeriu pela primeira vez que a Terra devia ser . Em 1779. a. na presen¸ca de vapor d’´agua ou n˜ao. Na metade do s´eculo. Uma s´erie de condi¸c˜ oes se fazem necess´ arias para que isso realmente ocorra. ozˆonio e outros produtos. Seu instrumento. h´ a de se espalhar com toda a intensidade. locais altos e descampados. enquanto na parte mais alta pode atingir -50 graus. Erman. As correntes el´etricas envolvidas neste processo variam de 10. No Brasil. A melhor forma de prote¸c˜ao ´e o p´ara-raios. altera¸c˜oes mentais e paralisias musculares. no solo h´a surgimento de excesso de cargas positivas e se estabelece uma enorme diferen¸ca de potenciar entre nuvem e solo. infelizmente. ocorrem de 30 a 40 descargas el´etricas sucessivas de aproximadamente 0. n˜ao foi compreendida na ´epoca. fa´ıscas saltaram de uma chave colocada na extremidade do fio preso a pipa em dire¸c˜ao a sua m˜ao. ele usou umapipa. Franklin propˆos que a eletricidade poderia ser drenada de uma nuvem por uma mastro met´alico. consistia em observar a separa¸c˜ao entre duas pequenas esferas suspensas lado a lado por fios finos. e calcular sua capacitˆancia. usado atualmente. Integrando a densidade de carga na atmosfera da superf´ıcie at´e a ionosfera (ou. especificamente a de equipamentos para as usinas hidrel´etricas e linhas de transmiss˜ao. Em 1842. indicando que existem mais tempestades nestas esta¸c˜ oes no hemisf´erio norte do que nestas mesmas esta¸c˜oes no hemisf´erio sul. por ser ele considerado ˆ o agente principal. a densidade de corrente ´e basicamente uma densidade de corrente de condu¸c˜ao. A essa manifesta¸c˜ao de energia foi associada o nome grego do ˆambar. Uma das mais importantes . disjuntores. flutua¸c˜ oes nas densidades de cargas associadas com estes processos dentro da camada planet´aria tem um efeito sobre o campo el´etrico compar´avel `aquele da curva de Carnegie. Se as varia¸c˜oes locais em esta¸c˜oes continentais s˜ ao removidas atrav´es de m´edias. capacitores. a densidade de corrente apresenta varia¸c˜ oes em associa¸c˜ao com as condi¸c˜oes meteorol´ogicas.s. O campo el´etrico detempo bom tamb´em mostra uma varia¸c˜ ao sazonal. ´e el´ektron. as quais produzem transporte de cargas que podem ser representados por uma densidade corrente de convec¸c˜ao. entretanto. esta varia¸c˜ ao ´e um efeito direto da varia¸c˜ao da condutividade com a altura. p´ara-raios. com tempos de crescimento de 1 µs a 10 µs. indicando mudan¸cas na longitude de m´ axima atividade de tempestades. A famosa curva de Carnegie ´e um resultado de valores m´edios hor´arios do campo el´etrico tomados ao longo de muitos dias. sendo as descargas atmosf´ericas (raios) o exemplo mais contundente. J. etc. por Tales de Mileto. **Ensaios de alta tens˜ ao Os ensaios de alta tens˜ao vˆem colaborando de forma decisiva no desenvolvimento da ind´ ustria el´etrica brasileira. Em resposta `a existˆencia de um campo el´etrico vertical orientado para baixo e ` a presen¸ca de ´ıons negativos e positivos. lan¸cas. desde que o homem come¸cou a lidar com materiais e esses estiveram envolvidos em movimentos. Da´ı o nome eletricidade. cabos. principalmente em sistemas el´etricos cuja tens˜ao de opera¸c˜ao ´e superior a 230 kV. por sua vez. ** Descargas eletrost´ aticas S˜ao conhecidas desde muito antes do in´ıcio de nossa civiliza¸c˜ao. A curva de Carnegie ´e muito dif´ıcil de ser reproduzida em esta¸c˜ oes continentais devido a processos locais tais como correntes de convec¸c˜ ao e varia¸c˜oes nas concentra¸c˜oes de aeross´ ois. cargas n˜ao se acumulariam na atmosfera e o campo el´etrico seria uniforme. As correntes resultantes das descargas atmosf´ericas podem atingir at´e 200 kA. Em 1860. tais como as linhas de transmiss˜ao e os equipamentos instalados em subesta¸c˜oes (transformadores. secionadores. denominada de densidade decorrente de Maxwell. Medidas de densidade de corrente na atmosfera tamb´em incluem a contribui¸c˜ ao da densidade de corrente de deslocamento. A t´ıpica varia¸c˜ ao diurna do campo em fun¸c˜ao da hora universal foi pela primeira vez identificada pelas medidas realizadas pelo navio Carnegie na d´ecada de 20.ELETROMAGNETISMO carregada negativamente. Muito embora a varia¸c˜ao siga o padr˜ ao da varia¸c˜ ao com a hora universal. J´a na ´epoca da Revolu¸c˜ao Industrial. a qual por sua vez teria tornado-se carregada durante sua forma¸c˜ao. Desde o in´ıcio da transmiss˜ao de potˆencias em alta tens˜ao. existem pequenas varia¸c˜ oes no hor´ ario onde o campo ´e m´aximo. em termos pr´aticos 30 km). cada vez mais manifestamse as descargas eletrost´aticas. Atualmente podemos destacar os ensaios de impulsos de tens˜ao at´e 2. como em minas de carv˜ao ou como em estoques de p´olvoras em fortes. Isto.. est´a constantemente fluindo na atmosfera nas regi˜ oes de tempo bom. uma carga total de cerca de 600 kC ´e obtida. Se a condutividade fosse uniforme. conectores etc. Se n˜ ao existem fontes de carga na atmosfera. os problemas relacionados com as descargas eletrost´aticas estiveram quase que limitados `as ´areas tˆexteis.s. ´e resultado do fato de existir mais terra no hemisf´erio norte. percebeu-se da existˆencia de eletricidade nessas ocasi˜oes. tais como em polias ou rolos de tecidos. em cerca de 600 a. Corona Visual. em grego. Descargas Parciais. ap´os o atrito entre o ˆambar e esses. Ela ´e aproximadamente constante com a altitude e da ordem de 2x10−12 A/m2 . da propriedade de atra¸c˜ao entre o ˆambar e diversos corpos. realizados em diversos equipamentos como: transformadores. O exemplo cl´assico desses contactos foi a constata¸c˜ao. Tais surtos de tens˜ao submetem a esfor¸cos diel´etricos significativos principalmente a isola¸c˜ao externa de equipamentos de alta tens˜ao. Ele foi tamb´em o primeiro a reconhecer a eletrifica¸c˜ao da atmosfera como uma manifesta¸c˜ ao de um campo el´etrico. A densidade de corrente de condu¸c˜ao em condi¸c˜oes de tempo bom apresenta tamb´em a mesma varia¸c˜ao diurna que o campo el´etrico. W. Acima da camada planet´ aria. ditados pela sua tens˜ao nominal de opera¸c˜ao e denominados: NBI (N´ıvel B´asico de Isolamento) para determinar a suportabilidade do equipamento em rela¸c˜ao `as sobretens˜oes de origem externa e NIM (N´ıvel de Impulso de Manobra) para as sobretens˜oes de origem interna. tais como incˆendios ao de lidar com ambientes com p´olvora suspensa ou contendo vapores de l´ıquidos inflam´aveis. de acordo com estudos de coordena¸c˜ao de isolamento. Thomson (tamb´em conhecido por Lord Kelvin) defendeu a id´eia de que cargas positivas deveriam existir na atmosfera para explicar sua eletrifica¸c˜ ao em tempo bom. possuindo em geral energia superior ao dos surtos atmosf´ericos. J´a em civiliza¸c˜ao. e aos casos decorrentes de conjunturas ocasionais. uma densidade de corrente orientada para baixo. Os equipamentos el´etricos.).C. o campo el´etrico mostra uma dependˆencia com a hora universal similar `aquela da curva de Carnegie.P. de tens˜ao de freq¨ uˆencia industrial at´e 800 kV. RIV. por exemplo. foi necess´ario demonstrar a capacidade dos equipamentos el´etricos em suportar sobretens˜oes decorrentes de descargas atmosf´ericas (sobretens˜oes externas) e de surtos de manobra (sobretens˜oes internas).C. disjuntores. O fato ´e que com o crescimento das sociedades industrializadas. Ambar. T. As sobretens˜oes de origem externa s˜ao devidas `as descargas atmosf´ericas diretas ou pr´oximas aos elementos componentes do sistema el´etrico. Os surtos de manobra caracterizam-se por possuir tempo de crescimento de algumas centenas de s e dura¸c˜ao de v´arios milhares de µs. associada com varia¸c˜ oes temporais do campo el´etrico.000 kV. O campo el´etrico de tempo bom apresenta varia¸c˜oes diurnas e sazonais. O campo el´etrico m´edio tamb´em apresenta varia¸c˜oes sazonais com valores m´ aximos na primavera e no ver˜ao no hemisf´erio norte. secionadores. religadores. caracterizam-se por possuir n´ıveis de isolamento padronizados. Na camada planet´ aria. etc. sendo cr´ıtico para o dimensionamento dos espa¸camentos m´ınimos em linhas de transmiss˜ao e equipamentos el´etricos empregados em sistemas de EAT e UAT. A diminui¸c˜ao do campo el´etrico de tempo bom com a altura deve ser necessariamente acompanhada pela presen¸ca de cargas na atmosfera. A carga na superf´ıcie da Terra ´e tamb´em de 600 kC de modo a com- 23 pensar esta carga na atmosfera. Quase toda carga na atmosfera est´a abaixo de 30 km. Em geral. Peltier confirmou esta id´eia e sugeriu que a carga no ar deveria ser origin´aria da Terra. T. Da´ı. em qualquer n´ıvel de explana¸c˜ao da importˆancia de ESD. talvez pela sua associa¸c˜ao `as formas primitivas de se obter eletricidade. sem d´ uvida. Assim sendo esses seguimentos trataram seus problemas de Eletricidade Est´atica de formas espec´ıficas. a umidade do meio ´e fator decisivo para a manifesta¸c˜ao da eletricidade est´ atica. Essencialmente. os efeitos mais graves. Concomitantemente. normalmente. estiveram mantendo o tema confinado. um dos mais perniciosos da Eletricidade Est´atica sobre humanos. Curiosamente. esse evento pode ser entendido como um raio que cai sobre um chip ou uma placa. ao lidar com Equipamentos Eletrˆonicos Sens´ıveis (EES). um evento de gera¸c˜ao de ESD. pl´asticos e demais materiais (ou elementos) envolvidos com a manifesta¸c˜ao de ESD. cada vez mais. que vieram(ou vˆeem) a p´ ublico em publica¸c˜oes especializadas. ou seja. essencialmente. no sentido de controlar a intensidade das descargas em ambientes em que estejam presentes chips. devidas a ESD. pap´eis. pode-se dividir o tema Efeitos de Descargas Eletrost´aticas da seguinte forma : 1. acidentes secund´arios. sugere-se que exemplos sejam mostrados. Outros : De forma n˜ao menos importante. esse tipo de manifesta¸c˜ ao de eletricidade ´e pouco estudada em cursos de Engenharia El´etrica. Esse ´e. mas que pode apresentar discrepˆ ancia. em alto potencial. do mais positivo para o negativo. Ressalte-se que essa ´e uma tabela sugestiva. o Engenheiro Eletricista ´e sempre convocado a responsabilizar-se por esse tema. jamais poderia ser interpretado como sendo um evento de ESD. nos dias de hoje. torna-se estrat´egico. justamente pela dificuldade de movimento das cargas criadas em cada superf´ıcie devido ao atrito. sem d´ uvidas. exceto o da Inform´atica. Desde os prim´ordios da verifica¸c˜ ao de sua manifesta¸c˜ao. o propagam constantemente. Esse ´e um fato corriqueiro. solventes. tais como f´abrica de explosivos. ´e coerente dizer que a Inform´atica revitalizou e popularizou o tema da Eletricidade Est´atica. que pode ser representada pela ´ vultuASD . seguindo-se de uma separa¸c˜ ao. ´ evidente que se as superf´ıcies envolvidas movimento). autom´oveis. a manifesta¸c˜ao da Eletricidade Est´atica ´e subjetiva. E forem diel´etricas maior ser´ a a possibilidade de detec¸c˜ao da eletricidade est´atica. Se Acetato Vidro Nylon L˜ a Chumbo Alum´ınio Papel Algod˜ ao Madeira A¸co N´ıquel Cobre Borracha Polyester PVC Silicone Teflon Nesta s´erie. Afinal. conv´em assinalar a distin¸c˜ ao entre eletricidade est´atica e descarga eletrost´ atica. Na verdade. todos. Essencialmente. ´ vasto o cabedal de eventos que acer2. Entretanto. Ser Humano : Sensa¸c˜ao de Choque El´etrico . tintas. segundo os exemplos citados/mostrados. tal como a umidade.latim atrito. consagrada pela experiˆencia internacional. Assim sendo. a eletricidade est´ atica est´a relacionada ao movimento de atrito entre duas superf´ıcies. seja para seres vivos. foram os incˆendios e/ou explos˜ oes. condutoras ou n˜ao. a ocorrˆencia de um incˆendio . Apesar do nome. mesmo entre diel´etricos.Esse efeito ´e . explos˜oes em f´abricas qu´ımicas. para com o tema. onde. fazendo valer a redundˆancia de preocupa¸c˜ao quanto a ESD. esse tema ganhou vida pr´opria. Eletrˆonica : E cam esse tema na ´area de Inform´atica. criando uma exigˆencia . tal com manipulando chips sem consciˆencia. Esse u ´ltimo ´e decorrˆencia do primeiro e seus efeitos s˜ ao os mais nocivos para a sociedade. Decorre-se.ELETROMAGNETISMO 24 ind´ ustrias de hoje. apresentado a importˆancia desse evento seja por cat´astrofes como incˆendios. o tema assumiu propor¸c˜oes consider´aveis. tˆexteis. que envolve e cada vez mais milhares e milhares de d´olares e. Por exemplo. Esse tipo de acidente desencadeou uma crescente preocupa¸c˜ao da comunidade comercial e industrial internacional. est´ a vitalmente interessada em controlar as manifesta¸c˜ oes de eletricidade est´atica pelo fato desse evento ser altamente destrutivo de extrema dificuldade de se evitar. a da inform´ atica. mormente pela incidˆencia de fatores externos. um sem-n´ umero de relatos de choques e acidentes secund´ arios tˆem sido constantemente reportado por usu´ arios de tˆexteis. mormente devido ao desconhecimento da causa. vem a ser a importˆancia desse evento no setor de inform´atica. O principal inimigo de toda e qualquer metodologia de controle da Eletricidade Est´atica ´e a descren¸ca. O fato principal. tal a constˆancia da incidˆencia dessas sobre elementos de Inform´atica. j´a citada. depreende-se que a eletricidade est´ atica aparecer´a no atrito entre os elementos mais extremos. entre condutor e diel´etrico ou mesmo entre condutores. em minas ou em refinarias. Isso n˜ ao que dizer que demais ambientes. refinarias. n˜ao-fatal. por exemplo. Quem lida com as caixas ? Obviamente n˜ao s˜ao Engenheiros Eletricistas.American Society of Electrostatic Discharge. Entretanto. Inicialmente. e ´e. devido ao susto do choque. seja por efeitos ben´eficos como a fotoc´opia. tais como toques em m´aquinas rotativas. requerendo urgentemente seu controle. por parte de Engenheiros Eletricistas. Esse evento ´e jamais desconsiderado. Isso implica num sem-n´ umero de pessoas que simplesmente desprezam o evento e. tal como o incˆendio. diversos outros setores da produ¸c˜ao encararam o problema da Eletricidade Est´atica. casos reais de incˆendios em galp˜oes de armazenamento advˆem do arrastar de caixas de papel˜ao (diel´etrico) pelo solo(pode ser diel´etrico ou condutor). Com o advento massivo do uso da inform´atica. com conseq¨ uˆencias danosas. n˜ao alcan¸caram a sociedade tal como essa. Entretanto. advindo dessas condi¸c˜oes. normalmente. a ponto de estar inclu´ıda sua importˆancia mesmo nas ind´ ustria citadas. sen˜ao sob pesados custos. nada impede que eletricidade apare¸ca decorrente de situa¸c˜oes semelhantes . Essencialmente. 3. decorrentes das descargas eletrost´aticas. a verdade ´e que a Eletricidade Est´atica ´e uma realidade constante de nossa sociedade. Seja para equipamentos . N˜ ao obstante sua extrema importˆancia. sen˜ao sob condi¸c˜oes extremas (tal como resgate por helic´optero). n˜ ao estejam inclu´ıdos nessa preocupa¸c˜ao. E oso o montante de preju´ızos que est˜ao associados aos setor. uns sentem e outros n˜ao. Seus efeitos s˜ao cada vez mais nefastos. efetivamente. entretanto. A esta propriedade chama-se triboeletricidade (tribo . muitos outros eventos de ESD continuam por es- . explos˜oes e/ou corros˜oes. n˜ ao obstante a temperatura tamb´em exer¸ca influˆencia. A tabela I apresenta a s´erie triboel´etrica. Inevit´avel. resolvendo-os com solu¸c˜oes localizadas. Entretanto. Seja em qualquer tipo de ind´ ustria. Portanto. a ind´ ustria de inform´atica tem assumido propor¸c˜oes gigantescas. denotando a maior possibilidade de aparecimento de eletricidade no caso de atrito entre os elementos mais extremos poss´ıveis: TABELA V ´rie triboele ´trica t´ıpica. Somente aparelhos antigos ainda tˆem Askarel. tem sido utilizado como isolante ou refrigerante nos transformadores e equipamentos el´etricos devido a sua resistˆencia a temperaturas extremas. A for¸ca gravitacional ´e muitas vezes mais fraca do que a for¸ca eletrost´atica.1: Lei de da atra¸c˜ ao das massas . etc. 67 × 10−27 ) (5. a for¸ca gravitacional ´e sempre atrativa.2 Lei de Coulomb Consideremos duas cargas Q1 e Q2 . cujo vetor tem as seguintes particularidades: 1. foram produzidos en 1929 pela empresa Swann Chemical Company. 6 × 10−47 N.´e diretamente proporcional ao produto das cargas. compare as for¸cas el´etrica e gravitacional. Podemos agora definir o vetor deslocamento entre P1 e P2 . No sistema internacional de unidades (MKS). 3 × 10−11 )2 O m´odulo da for¸ca gravitacional vale Fg = 6. 1 Q1 Q2 F = 4π0 d2 2. Devido ao seu grande potencial t´oxico e contaminante que possui. Fica evidente que a for¸ca sobre q ´e proporcional ao seu valor. Se a carga estiver contida num volume V com uma densidade ρV . M´odulo . Fran¸ca e Finlˆ andia. ´e altamente perigoso e carcin´ ogeno. Entretanto.Considere duas massas m1 e m2 . Os primeiros PCB’s que se comercializaram para ser usados em transformadores e capacitores. 3. que est˜ ao separadas pela distˆancia d. a for¸ca F~q exercida por esta distribui¸c˜ao sobre uma carga puntual q. Despois de una s´erie de experimentos descubriu-se que. A conhecida “Lei de Coulomb” (ver lei de Gauss) diz que existe uma for¸ca F~ atuando nas duas cargas. localizada em r. e inversamente proporcional ao quadrado da distˆancia que as separa. que a for¸ca F~ ´e o produto da massa m pela acelera¸c˜ao. Atualmente. como ser´a visto a seguir. na quantidade de trabalho por unidade de carga q0 . tendo-se em mente que muito j´a se tem catalogado acerca de ESD’s. O askarel pode aparecer com os nomes cient´ıficos de Policloro Bifenilo. como: d~12 = (x2 − x1 )~i + (y2 − y1 )~j + (z2 − z1 )~k Assim F~ = 1 Q1 Q2 ~ud 4π0 d212 (20) onde ~ud ´e um vetor unit´ario na dire¸c˜ao e sentido de d~12 . Os PCB’s foram sintetizados por primera vez na d´ecada de 1880. 854 × 10−12 Farad/metro. se introduzindo cloro nas part´ıculas de benzeno. Este l´ıquido tinha a vantagem de ser menos denso que a ´ agua. Segundo mencionam os pr´ oprios fabricantes. Exemplo II. ´ ** Oleos isolantes O askarel ´e um ´oleo escuro.ELETROMAGNETISMO 25 perar uma interpreta¸c˜ ao mais coerente. bom conductor de calor. y2 . seja em tˆexteis. 0 × 109 (1.de atra¸c˜ ao (sinais opostos) ou repuls˜ ao (mesmo sinal). a u ´nica forma que se conhece de descarte dos PCB’s ´e a incinera¸c˜ ao a a temperaturas de 1500 a 1600 graus e os u ´nicos pa´ıses que tˆem incineradores para estes compostos s˜ao Inglaterra. 67 × 10−11 (9. tintas. Solu¸c˜ ao: O m´odulo da for¸ca el´etrica vale Fe = 9. Antes disto. A difus˜ ao da informa¸c˜ ao. F~ ~ V = · dl q0 Sabemos. A. cujas siglas s˜ ao PCB o DPC. 2 × 10−8 N (5. isolante e biodegrad´ avel. 0 = 8. Os PCB’s s˜ao hoje uma barreira persistente e perigosa.3 Campo eletrost´atico E Conhecendo a no¸c˜ao de for¸ca. respectivamente. ´e importante recorrerse ao hist´orico do evento. podemos calcular o trabalho dW exercido por uma for¸ca F~ atrav´es do trecho infinitesimal d~l atrav´es da express˜ao dW = F~ · d~l Nos interessamos. 67 × 10−11 m1 m2 Newton ♦ d2 Exemplo II. e pode agregar grandes massas. como: ~g = F~ m . 3 × 10−11 )2 Fg = 3. tinha riscos de combust˜ao e explosi˜ ao. Dire¸c˜ao . ´e um caminho para a uniformiza¸c˜ao de procedimentos acerca do controle de ESD’s. ♦ A lei de Coulomb sob a forma vetorial Vamos estabelecer dois pontos no sistema de coordenadas cartesianas: P1 (x1 . Esta observa¸c˜ao leva-nos a pensar em termos de um campo el´etrico de for¸cas. z1 ) e P2 (x2 . ser´a Z q ~r − ~r0 F~q = ρV (~r0 ) dV 0 4π0 V |~r − ~r0 |3 A vari´avel ~r0 ´e usada para localizar um ponto no interior da distribui¸c˜ao de carga. combust´ıveis. a refrigera¸c˜ ao e a isola¸c˜ ao dos transformadores se fazia com ´ oleo mineral. onde est˜ao situadas as cargas Q1 (carga fonte) e Q2 (carga de prova). Qualquer que seja o seguimento. dW F~ ~ = · dl q0 q0 Definimos como potencial el´etrico V o trabalho por unidade de carga. causando um n´ umero consider´avel de danos. Sentido .2: Sabendo que a distˆancia m´edia entre o pr´oton e o el´etron no ´atomo de hidrogˆenio ´e de 5. pela lei de Newton. desaparecia a combustibilidade do ´ oleo e ent˜ao podia ser usado como fluido diel´etrico resistente ao fogo. novos aparelhos n˜ao tˆem PCB’s. Policloro Difenilo o Bifenilos Policlorados. ~ A. Conhecemos tamb´em o conceito de campo gravitacional ~g . y1 . similar ao ´ oleo queimado de carro. o m´odulo da for¸ca gravitacional vale Fg = 6.linha reta formada pelas duas cargas. 3×10−11 m. Foi assim como surgiram os PCB’s. enquanto a eletrost´atica pode ser repulsiva. em particular. e se caracteriza por n˜ ao ser inflam´ avel e possuir at´e 70 por cento de PCB. 61 × 10−19 )2 = 8. 11 × 10−31 ) (1. tanto altas como baixas sem mudar suas propriedades f´ısicas. Por´em. afastadas de uma distˆ ancia d. (veja esquema da apresenta¸c˜ao). tal como nesse trabalho. z2 ). usando os ˆangulos +π/2 e −π/2 como limites de integra¸c˜ao. yp . 0.Considere duas cargas puntiforme +Q. usando a lei de Gauss. Z +π/2 Er = −π/2 1 qL dL qL cos θ = V/m 4π r2 2πR Na semana seguinte. Cada carga dQ produzir´ a um vetor campo el´etrico dE no ponto P . cuja unidade ´e Newton/Coulomb ou Volt/metro. Denomina-se Campo El´etrico a habilidade de uma distribui¸c˜ao de cargas (e diel´etricos) produzir uma for¸ca sobre uma carga de teste q0 : ~ Por outro lado. e pode-se reescrever dEr como: ~ ~ = F E q0 dEr = Dividindo (20) pela carga de prova Q2 . ♦ Exemplo II. ♦ Exemplo II. Observa-se que +π/2 e −π/2 s˜ao os ˆangulos que definem a dimens˜ao infinita do condutor. r e θ s˜ao interdependentes. como veremos a seguir. bem como a posi¸c˜ao do ponto P em rela¸c˜ao ao segmento de condutor em quest˜ao. . Obter a equa¸c˜ao do campo el´etrico num ponto P (xp . Caso o fio fosse finito. Quando existe n cargas gerando o campo el´etrico num meio uniforme (como ´e o caso do ar). ´e dEr = As vari´aveis L. seriam outros os ˆangulos limites que determinariam o in´ıcio e o fim do condutor.3: Fio infinito carregado . q0 . e −Q. F~ . a componente do campo ´e radial.for¸ca el´etrica. ~ =E ~1 + E ~2 + . tem-se o campo el´etrico Tendo em vista que a distribui¸c˜ao de cargas ´e uniforme. calcularemos este campo de um modo bem mais simples. em Newton / Coulomb ou Volt / E metro. conforme a Fig. que nos interessa. pode-se fazer o somat´orio dos campos dEr causados pelas cargas dQ. O fio ´e constitu´ıdo de uma infinidade de cargas puntuais ~ dQ. 13. E . o campo el´etrico resultante num ponto qualquer desse meio. Como Q ´e uma carga puntual. A componente horizontal. 0). situada em (+d/2. + E ~n E Tem-se uma soma vetorial dos campos gerados individualmente por cada carga i. 0). Resposta: A componente radial vale E= 4π0 Qz + R2 )3/2 (z 2 Exerc´ıcio: dividir o anel em N cargas puntiformes. Campo ele ~ =E ~+ + Solu¸c˜ ao: O campo resultante das duas cargas ´e E ~ −. 0). usada para ‘medir’ o campo el´etrico.carga de prova.4: Campo de um anel carregado de raio R. 14 ´trico de um dipolo. escreve-se dQ = qL dL ~ ~ = lim F E q0 →0 q0 onde: ~ . r Q Q Q Q Q L Q Q R ~r dE QP Q Q O Q Q Q s ~ dE qL Fig. encontramos o ~ campo elestrost´atico E: ~ = E 1 Q ~ur 4π0 r2 (21) onde ~r ´e o vetor deslocamento da carga fonte Q at´e o ponto onde se calcula o campo eletrost´ atico. e as superf´ıcies de mesmo m´ odulo s˜ ao esf´ericas.ELETROMAGNETISMO 26 Da mesma forma. situada em (−d/2. em Newton. 13 Fio infinito carregado. 0.N Exemplo II.campo el´etrico.5: Dipolo el´etrico . pode ser calculado pela soma dos campos el´etricos originados pelas diversas cargas. Determinar o campo num ponto situado no eixo do anel a uma distˆancia z do seu centro. e fazer uma rotina para calcular as componentes e a resultante do campo num ponto qualquer do espa¸co. . dQ dL Q Q Q Q 1 qL dL cos θ 4π r2 1 qL dL cos θ 4π r2 Agora. que tem m´ odulo dE = 1 dQ 4π r2 Fig. observa-se que a componente vertical de dE ser´a anulada pela componente correspondente quando considerarmos um outro dQ situado simetricamente em rela¸c˜ao ao ponto O. em Coulomb.Imaginemos um fio infinito carregado com uma carga definida por sua densidade linear de carga qL . X 1 Qi ~ = E ~ur (22) 4π0 r2 i i=1. 6: Admitindo que o campo el´etrico seja uni~ entre duas forme na dire¸c˜ao ox. e assim por diante. que ´e um vetor de m´odulo igual ao produto da intensidade das cargas pela distˆancia entre elas.(negativo). Exemplo II. podemos dizer que o campo el´etrico E deriva de um potencial escalar V . certa terminologia matem´atica. o m´odulo do campo el´etrico do dipolo vale ~ = E impulsionando as cargas portadoras. consolidada ao longo da hist´oria. com sinal negativo. Ex = − ∂V ∂V ∂V Ey = − Ez = − ♦ ∂x ∂y ∂z Exemplo II. inserindo o ˆ angulo α formado entre ~r com a linha do dipolo. A quantidade de trabalho por unidade de carga ´e denominada potencial el´ etrico. Conforme sugere a Fig. estabelecendo V em todo o dom´ınio. segundo os eixos x e y. O trabalho realizado sobre a carga q0 . a energia por unidade de carga para levarmos uma carga unit´aria de l1 at´e l2 pode ser expressa como: Z l2 ~ · d~l V2 − V1 = − E l1 onde d~l . e desenvolvendo a componente radial tem-se a componente radial do campo tem-se Er = Q Q cos α+ − 2 2 cos α− 4π0 r+ 4π0 r− Er ∼ = Exemplo II. A unidade de tens˜ao ´e o Volt (s´ımbolo V). Se tomarmos o sistema de coordenadas cartesianas. onde ~ur · ~ur+ = cos α+ e ~ur · ~ur− = cos α− . segundo a express˜ao ~ = −∇V ~ E que se lˆe: O campo el´etrico ´e igual ao gradiente do potencial. H´a. sendo comuns tamb´em os seus m´ ultiplos e subm´ ultiplos. y) representa um condutor el´etrico situado no plano xy. podemos calcular o trabalho exercido por esta for¸ca. Para que haja circula¸c˜ ao de corrente em um condutor. isto significa que a polaridade indicada est´a invertida. Como o campo el´etrico somente possui a componente horizontal. pode-se imaginar um trap´ezio com largura |d~`|. Se um sinal negativo antecede o valor da tens˜ao.vetor deslocamento do ponto no qual temos a carga de prova q0 submetida ` a for¸ca F~ . calcular o campo el´etrico E placas met´alicas planas. possuem momento de dipolo el´etrico (n˜ao ´e momento mecˆ anico) p~. resulta ~ = Ex~i = 2 × 106~iV/m E Conclu´ımos que. 0002m = 2 × 106 V/m. a integral de linha tamb´em pode ser usada para calcular o trabalho para o deslocamento de uma carga de prova. es~ tamos estabelecendo tamb´em o campo el´etrico E. que ´e a conhecida tens˜ao do circuito el´etrico. O vetor d~` possui duas componentes. para estes campos que vamos abordar agora. ´e necess´ario que exista uma for¸ca que crie uma “for¸ca el´etrica”. As componentes do campo el´etrico em um ponto gen´erico P situado a uma distˆancia r do centro do dipolo s˜ ao dados por: EN = 2p cos α 4π0 r3 ET = psen α 4π0 r3 p (2 cos α~ur + 2sen α~uα ) 4π0 r3 Observa-se que o campo ´e inversamente proporcional ao cubo da distˆancia. ~ em qualquer dire¸c˜ao ´e o negativo O componente de E da taxa de varia¸c˜ao do potencial el´etrico com a distˆancia naquela dire¸c˜ao. diferen¸ca de potencial ou for¸ca eletromotriz. A linha (x. Duas cargas de mesma intensidade e opostas mantidas a certa distˆancia d uma da outra. ~ Por outro lado. y) ´e o potencial em cada ponto do condutor em (x. A tens˜ao entre dois pontos A e B ´e representada por um par de sinais + (positivo) e . usando alguns exemplos. o campo seria inversamente proporcional a r4 . p~ = Qd~ onde d~ aponta da carga negativa para a positiva. . A fun¸c˜ao f (x.7: A Fig. espa¸cadas de uma distˆancia l. num deslocamento infinitesimal d~` ´e ~ · d~` ♦ dW = F~ · d~` = q0 E . colocados juntos a estes pontos.ELETROMAGNETISMO ~ = E 27 Q Q u r+ − u r− 2 ~ 2 ~ 4π0 r+ 4π0 r− Denominando ~ur o vetor unit´ ario radial.4 Potencial el´etrico V O campo el´etrico est´ a associado ao potencial el´etrico. temos o campo na dire¸c˜ ao do eixo E= 2p ♦ 4π0 x3 y l=0. d~` = lim ∆x. o campo el´etrico em qualquer ponto ´e E assim. ♦ A. na presen¸ca do campo eletrost´atico produzido por outra carga q. V =1000V V =600V Q 2 d cos α 4π0 r3 O produto Q d ´e conhecido como momento de dipolo p. Fazendo r = x. Se tivessemos 3 cargas.2 mm 6 -x Solu¸c˜ao: O m´odulo do campo el´etrico ´e 400V/0. Essa for¸ca ´e chamada tens˜ao. por´em. (23) A.8: A Fig. Esse ´e um problema important´ıssimo em diversas aplica¸c˜oes e iremos estud´a-lo com mais detalhes nos cap´ıtulos seguintes.5 Campo conservativo ~ for um campo vetorial arbitr´ario. 16 ilustra o movimento de uma carga q0 . 15 poder´a ajudar-nos a entender o significado f´ısico da integral de linha. Assumindo que o campo el´etrico possa ser vari´ avel ao longo de um trajeto.∆y→0 ∆x~i + ∆y~j Como o trabalho ´e o produto do potencial pela carga. Conhecendo a no¸c˜ ao de for¸ca. y). podemos nos perSe E guntar se ele ´e um campo conservativo ou n˜ao conservativo. ter´ıamos uma forma de produzir energia do nada! Sabemos que isto n˜ao ´e poss´ıvel.ELETROMAGNETISMO 28 da carga q0 ). Nos trechos onde o trabalho n˜ao ´e nulo temos   Z 2 dr 1 1 = −k q0 q W12 = k q0 q − 2 r1 r2 1 r Z 4 dr = −k q0 q r2  1 1 − r4 r3  6 dr = −k q0 q r2  1 1 − r6 r5  8 dr = −k q0 q r2  1 1 − r8 r7  W34 = k q0 q 3 Z W56 = k q0 q 5 Z Fig.2: Qual ´e o campo el´etrico no interior de um condutor ideal? Por que? Consideremos inicialmente o trecho 1 → 2. (a) Determine a for¸ca resultante que age sobre uma carga de 1C situada em P (1. A varia¸c˜ao da energia cin´etica da carga q0 neste trecho ´e P II-A. −6. retornando ao ponto 1 de partida. 15 ´rea de um lenc Integral de linha como sendo a a ¸ ol. sobre o eixo x em x = −1.1: Uma carga de 3µC est´a sofrendo a a¸c˜ao de uma for¸ca el´etrica de 57 N. 16 Trabalho realizado num campo conservativo. (6. P II-A. no v´acuo. no v´acuo. nos pontos. Qual a intensidade do campo el´etrico que atua sobre a carga? O sentido do campo el´etrico ´e igual ou contr´ario ao da for¸ca? (R: 19 × 106 N/C ou volt/metro) Fig. ~ ~ trechos (dW = E · d` = 0). no ~ no ponto v´acuo. 10. 4). 4).6: Um longo fio cil´ındrico. 8. (c) Por que as respostas dos itens (a) e (b) s˜ao quase iguais? Z 2 T2 − T1 = ~ · d~` = k q0 q q0 E 1 Z 1 Z T 2 − T 1 = k q0 q 1 2 dr = −k q0 q r2  2 ~r · d~` r2 1 1 − r2 r1  Suponhamos agora que a carga q0 percorra todo o trajeto mostrado na figura. maior que a inicial. Conclu´ımos este item dizendo que o trabalho realizado por uma for¸ca conservativa s´ o depende da posi¸c˜ ao dos pontos inicial e final. r4 = r5 . respectivamente.   1 1 1 1 1 1 1 1 W = −k q0 q − + − + − + − r2 r1 r4 r3 r6 r5 r8 r7 1 s q0 8 7 5 2 q v notando que r2 = r3 . chamamos este campo de campo conservativo. Deixamos como trabalho. Portanto. e possui uma carga Q . x = 0 e x = 1. o trabalho ´e nulo nestes dire¸c˜ao do campo radial E. ´e colocado no espa¸co livre. pois n˜ ao existe um moto perp´etuo. Determine E (−5. devemos ser capazes de demonstrar que o trabalho realizado ao longo de qualquer trajet´ oria fechada ´ e nulo. e determine a for¸ca na carga de 1C. verificar o que acontece em uma situa¸c˜ao mais geral. (b)coordenadas cil´ındricas. Caso sua energia cin´etica fosse. no ponto (−10. 3) em: (a) coordenadas cartesianas.3: Trˆes cargas puntuais iguais a 20pC localizamse. Caso uma determinada trajet´oria resultasse em um trabalho negativo (diminuindo a energia cin´etica P II-A. conclu´ımos facilmente que W = 0. W78 = k q0 q 7 O trabalho total ´e a soma dos trabalhos em cada trecho. Note que. P II-A. reto. (a) Qual ´e o m´odulo da for¸ca que age em ~ no ponto cada carga? (b) Determine o campo el´etrico E (4.4: Duas cargas puntuais iguais a 12nC e -5nC localizam-se. nos trechos 2 → 3. r6 = r7 e r1 = r8 . (b) Substitua as trˆes cargas por uma u ´nica carga igual a 60pC localizada na origem. Vamos primeiro mostrar que o trabalho ´e de fato nulo para a trajet´oria simples vista na figura. 2). Se o trabalho total para deslocar uma carga ao longo de uma superf´ıcie fechada for nulo. 7. 2. 3 6 4 A. 1) e (2. A curva utilizada no exemplo anterior pode parecer muito especial. por exemplo. P II-A. 6 → 7 e 8 → 1.6 Exerc´ıcios . de diˆametro muito pequeno. 8).5: Uma carga puntual de 50nC localiza-se. 4. a carga q0 desloca-se perpendicularmente `a ~ Portanto. 4 → 5.4a semana P II-A. poder´ıamos inverter o sentido da trajet´oria obtendo assim um ganho de energia cin´etica. no campo el´etrico E V/mm? (R: 25. Nesse caso. situado no v´acuo. 3) (R: 511 nJ) e em b) PB (2. B. −2) (R:-6. qual ´e a diferen¸ca de potencial entre os dois pontos? P II-A. 24. V2 = 10V e V3 = 19V. por influˆ encia de outras cargas pr´oximas a ele. para deslocar uma carga de 7µC ao longo de um caminho retil´ıneo desde A(1. de comprimento A + B. z) = 24rsen (φ + π/9) V. ~ = z~i − 3y 2~j + x~k P II-A. definir qual ´e a forma das superf´ıcies equipotenciais. Indu¸c˜ao eletrost´atica ´e o nome dado ao estabelecimento de uma distribui¸c˜ao de cargas el´etricas num corpo eletricamente neutro.9: Para o campo el´etrico E determinar o trabalho realizado por um agente externo. −2).13 mJ) P II-A. P II-A. atinge valores importantes em substˆancias cujas mol´eculas j´a possuam um ligeiro desequil´ıbrio na distribui¸c˜ao das cargas. no plano x = 0. mas somente o fluxo gerado por outras cargas distantes. 1) e PC (3. na dire¸c˜ ao do vetor 2~i − 6~j − 3~k m. 1m centrada na origem. dividindo o trecho de reta em 05(cinco) segmentos. QB = −2nC e QC = 1nC se localizam no v´acuo. respectivamente. y = 1 e z = 0? P II-A. chamado polariza¸c˜ao el´etrica.10: Qual ´e o trabalho necess´ ario para movimentar uma carga q = 100µC ao longo da circunferˆencia de raio r = ~ = (40/r)~uφ 0.10E − 9 coulomb por metro. ao serem submetidas a um campo el´etrico. Usando a lei do inverso do quadrado das distˆancias.19: Suponha que o potencial el´etrico aumente 100 kV/m na dire¸c˜ao Norte-Sul e diminua 50 kV/m na dire¸c˜ao Leste-Oeste. 5. determine o potencial no ponto (6.11: Trˆes cargas puntuais de 4µC. e. 1) se V = 0 volt em A(2.15 V). 2) se: (a) V = 0 em A(2.7: Deduzir a equa¸c˜ ao do campo el´etrico produzido por um segmento de fio retil´ıneio. −2. (c) V = 0 em P (0. A por unidade de comprimento. ´e V = Q p~ · ~r 4π r2 e que o campo el´etrico tamb´em pode ser obtido pelo gradiente de V : ~ = −∇V ~ E B. PB (−2. 8) os potenciais s˜ao respectivamente V1 = 5V. obter a equa¸c˜ao para o campo el´etrico. P II-A.1 Polariza¸c˜ao As substˆancias diel´etricas (que isolam eletricidade) se distinguem das condutoras por n˜ao possu´ırem cargas livres que possam mover-se atrav´es do material. se produz ainda uma orienta¸c˜ao dessas mol´eculas . 4. entre um ponto distante x do centro do fio. 4. 6). 5) metros vale 10 volt. que ´e muito maior que o diˆ ametro do fio.40 cm e x2 = 15. e qual ´e a diferen¸ca de potencial entre dois pontos distantes x1 e x2 do fio condutor? Se Q = −0. em um ponto P . Que trabalho deve ser realizado para deslocar uma das cargas at´e o ponto m´edio do segmento determinado pelas outras duas cargas? Sugest˜ ao: calcular a diferen¸ca de potencial entre o ponto final e inicial (R: 575 J) P II-A. para mover uma carga de 7µC ao longo de um caminho incremental de 1mm de comprimento. (R:7. 4) se: (a) V = 0 no infinito (R: 4. localiza-se no v´ acuo.15: Trˆes cargas puntuais QA = 5nC. 6 nC/m. isoladamente.16: Considerando que o potencial el´etrico de um ponto qualquer seja dado pela equa¸c˜ao V (x. Determine o potencial em P (−3. Esse deslocamento.17: Se o potencial el´etrico ´e dado por V (r. 2). 2. situado longitudinalmente a uma distˆ ancia R do fio. 0. 0. 3) (R: 6. 2. Lei de Gauss da eletrost´ atica A id´eia de fluxo ´e necess´aria para explicar a transferˆencia da influˆencia el´etrica de um ponto do espa¸co para outro. 5mm.13: Uma distribui¸c˜ ao superficial plana e uniforme de carga ρS = 400 C/m2 . Neste sentido. obter os coeficientes a. 4. P II-A.70 cm. localizado em: a) PA (1. fazendo o c´ alculo anal´ıtico e num´erico.15 V). qual ´e o valor do m´odulo e a dire¸c˜ao do campo el´etrico em x = 2. 2) at´e B(3. nos pontos PA (1. 1).12: Dado o campo el´etrico ~ = E 10y~j 10x~i + 2 − 2~k V/m 2 +y x + y2 x2 e sabendo-se que o potencial no ponto (3. P2 (7. −8. φ. 7). −4) (R:-98 nJ) ~ = z~i − 3y 2~j + x~k V/m. est´a situada ao longo do eixo z no v´acuo.07 V) P II-A.20: Potencial de um dipolo . 2). Determine o potencial em P (3. −3. localizam-se nos v´ertices de um triˆangulo eq¨ uil´ atero de 0. (b) V = 5 V no infinito (R: 9. Um objeto localizado num ponto qualquer do espa¸co n˜ao pode perceber o seu pr´oprio fluxo gerado.8 V).8: Dado o campo el´etrico E V/m. a densidade do fluxo no ponto de interesse deve ser um fator determinante.6 V). (R: 28 µJ) P II-A. uniformemente carregado com carga total Q.18: Sabendo-se que nos pontos P1 (2. −9. (b) V = 24 V em B(10. geralmente pequeno em compara¸c˜ao com as distˆancias atˆomicas. calcular o trabalho realizado por um agente externo. de 0.ELETROMAGNETISMO 29 B R P P II-A. b e c para o potencial V = a + bx + cy. 1) (R:41.Demonstrar que o potencial num ponto P devido `a duas cargas −Q e +Q ´e a soma dos potenciais devidos `as duas cargas. 4. x1 = 0.52 V). 0. Qual ´e o campo el´etrico correspondente a este potencial? P II-A. Qual ´e o potencial em B(7. y) = 3xy 2 . todos os el´etrons est˜ao ligados e por isso o u ´nico movimento poss´ıvel ´e um leve deslocamento das cargas positivas e negativas em dire¸c˜oes opostas. (R: -100 V) P II-A.14: Uma distribui¸c˜ao linear e uniforme de carga. 4) e P3 (3. Qual ´e o m´odulo e a dire¸c˜ao do campo el´etrico? P II-A. Nos diel´etricos. 2. permanece eletricamente neutra e . Coloquemos um diel´etrico de mol´eculas polares entre as armaduras de um capacitor plano. Em um diel´etrico de mol´eculas n˜ ao polares. O campo el´etrico no interior das substˆ ancias diel´etricas cont´em uma parte. As mol´eculas polares tˆem uma extremidade eletrizada positivamente e a outra. O efeito total ´e uma acumula¸c˜ao de carga positiva sobre a armadura carregada negativamente. o campo el´etrico entre as armaduras alinha as mol´eculas polares. Seu efeito ´e separar ligeiramente os centros das distribui¸c˜oes de carga positiva e carga negativa. O que acontece. separando ligeiramente os centros de carga positiva e de carga negativa. O corpo eletrizado A ´e o indutor. A lˆamina diel´etrica. A regi˜ao de B mais afastada fica com falta de el´etrons e. Eletrizando-se o capacitor. Aproxime. portanto. este ´ uma influe ˆncia a ` dista ˆncia sobre o outro. n˜ ao tivesse as cargas superficiais induzidas. No processo de eletriza¸c˜ao por indu¸c˜ao o condutor eletricamente induzido adquire carga el´etrica de sinal oposto ao da carga do corpo indutor. como um todo. Se um corpo condutor inicialmente Induc ¸a ˜o encostar. Denomina-se diel´etrico a este material. de modo que o efeito l´ıquido ´e uma atra¸c˜ao. Cria-se um campo el´etrico entre as placas. de modo que n˜ao haveria nenhuma atra¸c˜ ao l´ıquida. 18 ˜o eletrosta ´tica. A indu¸c˜ao eletrost´atica consiste na separa¸c˜ao de cargas que ocorre em um condutor neutro. 17 ˜o do diele ´trico. neutro. de um condutor B. fornecida pelo pr´ oprio diel´etrico em forma de polariza¸c˜ao induzida e de reorienta¸c˜ ao de suas mol´eculas. que modifica o campo exterior a que est´ a submetido. A influˆencia do corpo indutor (eletrizado positivamente) far´a com que a carga el´etrica positiva induzida escoe para a Terra. Para eletrizar o condutor ´e necess´ario liga-lo a terra (ou outro corpo de grande capacidade) enquanto o corpo indutor ainda est´a presente. O campo ´e dito fechado quando suas linhas partem do p´olo positivo e chegam ao negativo. como o papel: as cargas superficiais s˜ ao induzidas sobre um peda¸co de papel colocado pr´ oximo a uma barra carregada. os dipolos el´etricos tendem a se alinhar com um campo el´etrico externo. inicialmente neutro.ELETROMAGNETISMO no sentido do campo el´etrico externo e se constituem pequenos dipolos el´etricos que criam um campo caracter´ıstico. e de carga negativa sobre a armadura positiva. j´a que as cargas induzidas na regi˜ao mais pr´oxima e na regi˜ao mais afastada. e o condutor B.Quer as mol´eculas tenham ou n˜ao momentos de dipolo el´etrico permanentes. um corpo A. elas os adquirem por indu¸c˜ao quando colocadas num campo el´etrico externo. ´e o induzido. El´etrons livre deste 30 Fig. eletrizado positivamente. O fenˆomeno ´e denominado polariza¸ c˜ ao do diel´ etrico. a distribui¸c˜ao sim´etrica de cargas ´e modificada pelo campo el´etrico. o condutor ficar´a com sobra de el´etrons. excesso de cargas positiva. Se o pedacinho de papel que fosse colocado num campo el´etrico uniforme. Pelo fato de as mol´eculas estarem em constante agita¸c˜ao t´ermica. A simples indu¸c˜ao eletrost´atica n˜ao eletriza o condutor. for desfeita a liga¸c˜ao com a Terra. tornando-se ent˜ao eletrizado negativamente. Polarizac ¸a condutor s˜ao atra´ıdos por A e se acumulam na regi˜ao de B mais pr´oxima de A. quando colocamos um diel´etrico num campo el´etrico? Existem duas possibilidades. Diel´etricos n˜ ao-polares .dentro da lˆ amina . mas aumenta quando a intensidade do campo aplicado ´e aumentada ou quando a temperatura ´e diminu´ıda. tˆem momentos de dipolo el´etrico permanentes. Se ainda na presen¸ca do indutor. s˜ao iguais e opostas. um corpo eletrizado. Fig. A atra¸c˜ao das cargas induzidas negativas pela barra excede a repuls˜ ao das cargas induzidas positivas que est˜ao mais distantes. ** Vis˜ ao microsc´ opica do diel´etrico Pode-se aumentar a capacitˆ ancia inserindo um material polarizado entre as placas. incrementado pela polariza¸c˜ao do diel´etrico que armazena energia. exercera ˆ meno da induc ˜o eletrosta ´tica. quando dele ´e aproximado. que continua neutro. de modo que ocorre uma efetiva separa¸c˜ ao de cargas. Este fenˆomeno ´e denominado indu¸c˜ao eletrost´atica. caracterizando o feno ¸a . negativamente. estando orientadas ao acaso. Novamente. em termos atˆ omicos e moleculares. Veremos que o efeito do diel´etrico ´e enfraquecer o campo el´etrico que de outro modo estaria presente. as for¸cas sobre elas seriam iguais e opostas. o alinhamento n˜ ao ´e completo. ** Eletriza¸c˜ ao por indu¸c˜ ao Esta ´e a explica¸c˜ao do fato de que uma barra com carga atrair´a pequenos peda¸cos de materiais n˜ ao-condutores sem carga. Em tais materiais (chamados diel´etricos polares). Este campo externo tende a “esticar” a mol´ecula.n˜ ao h´ a excesso de carga em qualquer elemento de volume. sem toc´a-lo. Diel´etricos polares . as mol´eculas tˆem suas extremidades eletrizadas e alinhadas sob a¸c˜ao do campo el´etrico. mas ficar relativamente pro ´ ximo de neutro na outro (condutor ou isolante) previamente eletrizado.As mol´eculas de alguns diel´etricos como a ´agua. sem tocar. que . se tiver um material ‘altamente polariz´ avel’. Logo. se op˜ oe ao campo el´etrico aplicado E0 .as cargas induzidas internas se anulam. E1 cargas superficiais = E interior = Q q = 0 E + S S ? ? ? − − − − − − − − − − − − − −Q A polariza¸c˜ao das mol´eculas. o mesmo deve ser verdade para a polariza¸c˜ao. **O vetor polariza¸c˜ ao diel´etrica P~ Apresenta-se na figura seguinte duas placas paralelas de ´area S separadas de uma distˆ ancia d. Somente esta vis˜ao com os trˆes vetores permite uma vis˜ao mais profunda do problema. orientado da carga induzida negativa para a positiva. Substituindo P em (25). Vamos ver agora o u ´ltimo termo da equa¸c˜ao (25) com a densidade superficial das cargas induzidas. criado por elas. como o momento de dipolo ´e um vetor. Como o denominador S d ´e o volume total do diel´etrico. o c´alculo de E submetido `a a¸c˜ao de um campo externo (que n˜ao precisa ser uniforme). a for¸ca de atra¸c˜ao do corpo neutro ser´ a nula. como por ~ no centro de um elips´oide diel´etrico. desloca os n´ ucleos e os el´etrons. ou deslocamento el´etrico D. exemplo. ou seja. . tem-se as cargas induzidas +q e −q. Assim D = 0 E + P O vetor P~ . Na Fig. de m´odulo P . + + + + + + + + + + + + + +Q − −q − 6 + + − + − + − 6 + − + − + − + 6~ E1 − − − − − − − − − − − − − +q −Q Inserindo-se uma pel´ıcula diel´etrica ou isolante. P = ~0 E Q−q 0 S que permite reescrever (24) como: +Q + + + + + + + + + + + + + q 0 S q S Este nome vem do fato da carga superficial induzida q (tamb´em chamada de carga de polariza¸c˜ao) aparecer somente quando o diel´etrico est´a polarizado. E interior = E0 aplicado − E1 cargas superficiais ou E0 aplicado = E interior + E1 cargas superficiais onde E0 aplicado = Q 0 S (25) onde E ´e simplesmente a intensidade do campo el´etrico no interior do diel´etrico. Entretanto. Assim sendo. Esta defini¸c˜ao mostra que.a carga total do corpo permanece nula. como qualquer momento de dipolo. em um campo uniforme. a for¸ ca de atra¸ c˜ ao de um corpo neutro depende do tipo de diel´ etrico. chamado polariza¸c˜ao diel´etrica P . P~ aponta de cima para baixo. vis˜ao permite solucionar problemas mais dif´ıceis. Como E escreve-se ~ = 0 E ~ + P~ D (26) ´ importante distinguir carga livre Q e carga de polariza¸c˜ao E ~ ´e o campo relativo `a carga total Q−q. . existir´ a uma for¸ca de atra¸c˜ao do corpo cuja carga total ´e nula.alteram o campo el´etrico no interior. portanto. Vamos escrever a equa¸c˜ao da carga el´etrica livre nas placas Q e cargas induzidas +q e −q entre as placas paralelas de ´area S. fazendo o seguinte: . Esta considera (26) e os trˆes vetores el´etricos: D. As cargas superficiais induzidas aparecem de tal maneira que o campo el´etrico E1 . Trata-se. aponta na mesma dire¸c˜ao e no mesmo sentido de E0 mas tem m´ odulo menor. anterior. ´e. iniciando pelo campo el´etrico. conforme o campo el´etrico aplicado. podemos rescrever a equa¸c˜ao da carga por ´area Q = 0 E + P S A grandeza Q/S ´e chamada indu¸c˜ao eletrost´atica. P = qd Sd O numerador q d ´e o produto do m´odulo das cargas de polariza¸c˜ao (de mesmo m´odulo e sinais opostos) pela separa¸c˜ao das mesmas. densidade de fluxo el´etrico. A diferen¸ca de potencial entre as placas ´e V = Qd/0 S pois considera-se que n˜ ao existe efeito de borda. o efeito do diel´etrico ´e enfraquecer o campo aplicado no interior do diel´etrico. . ~ ´e um vetor referente `a enquanto o vetor indu¸c˜ao el´etrica D carga livre Q.surgem cargas superficiais. Q Q−q q = + (24) 0 S 0 S 0 S Vamos ver cada um dos termos de (24). q. Uma forma equivalente de definir a polariza¸c˜ao diel´etrica P ´e obtida multiplicando-se o numerador e o denominador da equa¸c˜ao anterior pela espessura d da placa diel´etrica. onde tem-se um capacitor com metade do espa¸co entre as placas preenchido por um diel´etrico. que ´e a soma vetorial de E0 e E1 . O campo resultante E no interior do diel´etrico.ELETROMAGNETISMO 31 Se n˜ao houver polariza¸c˜ ao do diel´etrico. A an´alise sobre o comportamento dos campos el´etricos somente ser´a completa para todas as situa¸c˜oes quando se ~ E ~ e P~ . do momento de dipolo induzido na placa diel´etrica. O campo el´etrico E o vetor polariza¸c˜ao el´etrica P~ ´e referente `a carga induzida q. o vetor ~ e P~ s˜ao vetores. vˆe-se claramente que a polariza¸c˜ao tamb´em pode ser definida como sendo o momento de dipolo el´etrico por unidade de volume do diel´etrico. a verdadeiro afirmar que ~ · dS ~ = dψ D Vamos elaborar o conceito de divergˆencia com o aux´ılio da Fig. Ent˜ ao. Para n´os. o fluxo total ´e Z ~ · dS ~ ψ= D (28) ~ = O fluxo na face superior. representada pelo s´ımbolo de integral com um c´ırculo. ~ · Ddv ~ dψ = ∇ que. ou seja D I Z Z Z ~ · dS ~= ~ · Ddv ~ ψ= D ∇ S(V ) V S Se a superf´ıcie S(V ) for a superf´ıcie de um volume V . e carga e fluxo s˜ao proporcionais. ´e importante compreendermos as diferen¸cas entre densidade de fluxo el´etrico e campo el´etrico. 19. integrando num volume qualquer V ´e igual ao fluxo de ~ na superf´ıcie de contorno S(V ). Da primeira equa¸c˜ao de Maxwell temos a . 19 ´lculo do fluxo. medida em coulombs por metro quadrado. ~ ·D ~ = div D ~ =ρ ∇ (31) A carga interna pode ser calculada conhecendo-se a densidade de cargas ρ. No Sistema Internacional (metroquilograma-segundo-coulomb). em coulombs. enquanto n´ os estamos fazendo o uso da indu¸c˜ ao el´etrica.A maioria dos livros de eletromagnetismo b´asico apresenta somente o campo el´etrico. a constante K0 ´e igual `a unidade. Volume infinitesimal para ca Aplicando o limite com ∆v tendendo zero teremos a densidade de carga volum´etrica ρ. ψ D= S Esta defini¸c˜ao aplica-se para uma ´ area infinitesimal (muito pequena): dψ D= dS ~ tamb´em ´e conComo a ´area ´e uma quantidade vetorial dS. a igualdade de (27) e (28) resulta: I ~ · dS ~ Q= D (29) S(V ) Observa¸c˜ oes: . Se no volume envolvido pela superf´ıcie encontra-se contida a carga q. quando o meio diel´etrico n˜ ao for o ar n˜ ao se pode usar estas f´ormulas. vale dS   ∂Dz ψinf = Dz + dz dxdy ∂z ~ representa um elemento de superf´ıcie orientada em onde dS qualquer dire¸c˜ao e sentido. pois o produto escalar elimina automaticamente a componente do vetor de superf´ıcie n˜ao colinear com as linhas de fluxo. veniente definir a densidade de fluxo como uma grandeza ~ Ent˜ao sempre ser´ vetorial D. e Q=ψ (27) A densidade de fluxo para qualquer ponto do espa¸co ´e matematicamente definido como a intensidade que passa por uma unidade de ´area ortogonal ` a dire¸c˜ ao das linhas de fluxo. diz-se que S ´e uma superf´ıcie fechada. dade absoluta 0 (inexistente para calcular D).A indu¸c˜ao el´etrica ou a densidade de fluxo el´etrico D fluxo el´etrico por metro quadrado. fazendo racioc´ınio an´alogo para as outras duas faces do cubo infinitesimal. a integral de superf´ıcie ´e uma integral de superf´ıcie fechada. Fig.3 Divergˆencia de D Como n˜ao existe fluxo el´etrico sem uma carga. com a dire¸c˜ ao radial. porque a distribui¸c˜ ao de fluxo e de potencial depende do meio (ver associa¸c˜ ao de capacitores em s´erie e paralelo). ~ . a id´eia de fluxo el´etrico ´e expressa pela equa¸c˜ao: Q = K0 ψ onde K0 ´e uma constante de proporcionalidade e depende das unidades de medida. tem-se o fluxo total l´ıquido   ∂Dx ∂Dy ∂Dz dψ = + + dx dy dz (30) ∂x ∂y ∂z O termo entre parˆenteses de (30) ´e chamado divergente de ~ Assim.O fluxo el´etrico total ´e numericamente igual ` a carga livre Q de um condutor. a diferen¸ca entre as duas f´ ormulas est´ a apenas na permissivi~ Entretanto. ~ ´e o .2 Indu¸c˜ao el´etrica D ~ B. com vetor normal de ´area ~ = −dx dy ~k. o fluxo infinitesimal vale D. vale ψsup = (Dz ) dxdy O saldo nas duas faces ψsup − ψinf = ∂Dz dx dy dz ∂z Agora. Quando o meio for o ar. O fluxo na face inferior. o sentido definido pela carga e o m´odulo dado pela equa¸c˜ ao: 1 Q D= 4π r2 . com vetor normal de ´area dS dx dy ~k. H ~ · dS ~ D Qinterior lim = lim =ρ ∆v→0 ∆v→0 ∆v ∆v Este resultado constitui uma das equa¸ c˜ oes de Maxwell para campos est´aticos. Para uma superf´ıcie grande.Uma carga puntual Q produz uma densidade de fluxo D a uma distˆancia r. engenheiros.ELETROMAGNETISMO 32 ~ B. entre as quais se intercala a substˆancia diel´etrica. inseriu-se um diel´etrico com constante diel´etrica r = 2. Quando a quantidade de fluxo que sai de uma determinada regi˜ ao ´e maior do que a que entra dizemos que temos nessa regi˜ ao uma fonte de fluxo e portanto a divergˆencia ser´ a positiva.conhecido como capacitˆancia . A seguir.51 m2 e separa¸c˜ ao de 10 mm (com ar r = 1). Por simetria. e. Essa grandeza tem dimens˜oes de carga por potencial el´etrico e se mede comumente em farads (coulombs por volts). de raio r. 04 nC e a carga polarizada. Assim. o fluxo ser´a radial.9: Considere-se que um cilindro longo e oco esteja cheio de ar sob press˜ ao.Este problema pode ser resolvido de duas maneiras distintas: imaginando uma superf´ıcie sim´etrica ou fazendo a integral dos fluxos. 375 × 1. 625 nC/m 2 e a polariza¸c˜ao P P = D − 0 E = 110. pois a tens˜ao aplicada se manteve constante. q = P S = 63. mas a diferen¸ca Q − q permaneceu constante. Considerando a carga qL Coulombs por metro de condutor. 51 = 95. tamb´em conhecidos como condensadores ou capacitores. 51 = 167.p. ♦ Exemplo II. D e P ? Solu¸c˜ ao: O campo eletrost´ atico vale E = 50/10/0. A capacidade de armazenamento de um condensador se avalia mediante um coeficiente . 69 nC Observamos que houve um aumento da carga livre nas placas. Em coordenadas cil´ındricas a divergˆencia ´e dada como abaixo ~ ·A ~ = 1 ∂ (rAr ) + 1 ∂Aφ + ∂Az (33) ∇ r ∂r r ∂φ ∂z Em coordenadas esf´ ericas a divergˆencia ´e dada como abaixo ∂ 1 ∂Aφ ~ ·A ~ = 1 ∂ (r2 Ar ) + 1 ∇ (Aθ sen θ) + 2 r ∂r rsen θ ∂θ rsen θ ∂φ (34) Uma das formas de se caracterizar como um campo vetorial varia de ponto a ponto no espa¸co ´e atrav´es da sua divergˆencia. de 50 V. Substituindo ρ na lei de Gauss obtemos rela¸c˜ao ∇ o chamado teorema da divergˆencia de Gauss ou teorema da divergˆencia aplicado ` a eletrost´ atica I Z ~ · dS ~= ~ · D)dv ~ D (∇ A indu¸c˜ao eletrost´atica D ´e D = 0 r E = 8. A ´area da superf´ıcie lateral do cilindro com 1m de altura ´e 2πr m2 . 375 nC/m 2 A carga livre nas placas ´e Q = D S = 110. 5.♦ Exemplo II. 25 nC/m A polariza¸c˜ao P vale P = D − 0 E = 0 V ol Este teorema ´e aplic´ avel a qualquer campo vetorial. os quais constam basicamente de duas placas condutoras com potencial el´etrico distinto. vemos que a quantidade de ar que entra n˜ ao ´e igual `a que sai pelo lado oposto. A divergˆencia ´e ent˜ ao nula.que depende de suas caracter´ısticas f´ısicas e geom´etricas. 25 = 63. (c) A polariza¸c˜ ao P . 85 × 10−12 × 2. o m´odulo da densidade de fluxo el´etrico ´e qL coulombs/metro quadrado D= 2πr Finalmente. para o exemplo anterior.11: Entretanto. 5. 625 − 44.10: Duas placas planas paralelas tˆem uma a´rea de 1. n˜ ao h´ a na regi˜ao nem fonte nem sorvedouro. Quando a quantidade de fluxo que entra numa determinada regi˜ ao ´e maior do que a que entra dizemos que temos nessa regi˜ ao um sorvedouro e portanto a divergˆencia ser´ a negativa Quando toda a quantidade de fluxo que entra ´e igual a que sai. (b) A indu¸c˜ao eletrost´atica D. Essa divergˆencia pode ser nula ou diferente de zero dependendo das quantidades de fluxo que entrem ou saem de uma certa regi˜ ao. reto e cil´ındrico tem uma carga el´etrica uniforme ao longo de seu comprimento e est´a isolado de outras cargas de modo que sua carga esteja uniformemente distribu´ıda em sua periferia. todos os pontos eq¨ uidistantes desse condutor tˆem a mesma densidade de fluxo el´etrico. ♦ Exemplo II. e ver se o balan¸co l´ıquido ´e diferente de zero. calcular: (a) O campo eletrost´ atico E. que tende a zero no ponto P . Desprezando o efeito de borda. Em coordenadas cartesianas a divergˆencia ´e calculada por ~ ·A ~ = ∂Ax + ∂Ay + ∂Az ∇ ∂x ∂y ∂z (32) que nos d´a o significado da divergˆencia como sendo um fluxo por unidade de volume ou uma densidade de fluxo. 51 = 66. temos ainda E = 5000 V/m. a densidade de fluxo el´etrico a r metros do condutor pode ser calculada imaginando uma superf´ıcie gaussiana cil´ındrica concˆentrica ao condutor. E= qL V/m 2π0 r . 625 × 1. 81 nC e n˜ao existe carga polarizada. 001 = 5000 V/m 2 A carga livre nas placas ´e Q = D S = 44. Quais ser˜ ao os novos valores de E.ELETROMAGNETISMO 33 ~ ·D ~ = ρ. Se um condutor longo. com um diel´etrico de constante diel´etrica r = 2. ~ em um A divergˆencia de um campo vetorial qualquer A ponto P ´e definida por H ~ · dS ~ A ~ ~ ∇ · A = lim ∆v→0 ∆v onde a integra¸c˜ao ´e feita sobre a superf´ıcie de um volume infinitesimal ∆v. Exemplo II. 85 × 10−12 × 1 × 5000 = 44. e a tampa de uma extremidade seja retirada rapidamente. 5 × 5000 = 110. A velocidade v do ar tem divergente. pois se colocarmos um pequeno volume num ponto. encontramos o campo el´etrico no ponto P . (d) A carga livre Q e polarizada q. 25 × 1.d. dividindo D pela permissividade do meio . onde o volume V ol ´e limitado pela superf´ıcie S. e est˜ao submetidas a uma d. Esta ´e a forma de ver se um campo tem divergente: colocar um pequeno volume. Este resultado era esperado. A nova indu¸c˜ao eletrost´atica D ser´a D = 0 r E = 8. O estudo dos diel´etricos adquire grande relevˆancia na constru¸c˜ao de dispositivos armazenadores de energia el´etrica.12: Fio infinito carregado . pois o diel´etrico inicial ´e o ar. para fora do condutor. Se |E| ~ D. 2π. Qual a densidade de fluxo el´etrico na superf´ıcie externa da esfera? Qual ´e a densidade de fluxo a 0. 0. 2.1: Qual a diferen¸ca entre fluxo el´etrico e campo el´etrico? A densidade de fluxo el´etrico ´e o mesmo que a carga? Sabendo que o ponto P (2.4: Uma esfera met´alica tem 0. ♦ 0 0 P II-B. a maioria dos problemas pr´aticos podem ser reduzidos a problemas simples. o fluxo total do cilindro ´e igual a duas vezes o fluxo de cada base. incluindo ambas as cargas superficiais? 0 B.13: Seja ρ = (10−6 /r) C/m3 em coordenadas esf´ericas. sendo necess´ ario fazer uso da intui¸c˜ao e da pr´atica. Observa-se que a aplica¸c˜ ao do teorema de Gauss ´e bem mais simples. 1 × 10−10 C/m2 ) P II-B. x = 1. ent˜ ao ´e igual ` a quantidade de carga est´atica de um corpo carregado? P II-B. 0 ≤ θ0. 0).2: Qual ´e o significado do fluxo eletrost´ atico ψ? Se fluxo el´etrico ψ ´e igual ` a carga Q. 0 ≤ θ ≤ π. num ~ = 2~i + 3~j − 5~k V/m. Determine a carga contida: (a) na esfera r ≤ a. 1.disco ou outra superf´ıcie plana carregada. ρV = ρ0 r/a (ρ0 e a constantes). (c) na regi˜ao r ≤ a. 2. 9π ≤ φ ≤ 0. Quando ´e que precisamos calcular a distribui¸c˜ ao de fluxo e campo el´etrico usando m´etodos experimentais? Novamente. 1) est´a na superf´ıcie do condutor e que ele est´a situado no v´acuo. (b) no cone r ≤ a. Esboce as superf´ıcies equipotenciais V = 0 e V = 100 V. 3). z = 0 e z = 3. 1π. Estas s˜ao duas superf´ıcies condutoras. com o plano das cargas. (b) a carga contida em uma esfera de 1mm de raio centrada na origem. 0) e (2. a densidade superficial de carga ´e 75 nC/mm2 .1Q/h2 .5: V = 1000rc 2 V em coordenadas cil´ındricas.13: Superf´ıcie plana infinita. A superf´ıcie x = 0 ´e um plano condutor.5 m distante da esfera? (R: 6. P II-B. determine E. ♦ Observa¸c˜ oes: 1.5a semana P II-B. Mas. P II-B. situado no v´acuo.0) em um dos condutores. ♦ Exemplo II. determinar o vetor unit´ario normal `a superf´ıcie bem como a densidade superficial de carga no condutor. 1.12: Seja um sistema de coordenadas esf´ericas e uma densidade volum´etrica de carga variando linearmente com o raio. . ~ e ρS neste ponto.ELETROMAGNETISMO 34 que ´e igual ao valor obtido pela lei de Coulomb. 0 ≤ φ ≤ 0. encontre ~ fora e dentro do condutor nas vizinhan¸cas do ponto P .9: Um campo potencial ´e dado por V = 100 ln (x + 1)2 + y 2 V. y = 0. .14: Comprovar o teorema da divergˆencia para ~ = 2xy~i + x2~j e o paralelep´ıpedo formado pelos planos D x = 0. Qual ´e a carga total ao longo de 1 m de comprimento. obter este resultado pela lei de Coulomb.10: Uma carga puntual Q localiza-se a uma distˆancia h de um plano condutor.3 m ´e v´acuo e as superf´ıcies 0. −5. P II-B. n˜ao h´a uma regra geral.3: O campo el´etrico criado por uma carga Q. (x − 1)2 + y 2 1 2 Z = P II-B. P II-B.3 s˜ao condutoras. Se a regi˜ao 0. 5 × 10−10 F/m. −1. P II-B. Deixamos como exerc´ıcio. Encontre a densidade superficial de carga no ponto C(1. Mas quando podemos aplic´ a-lo? N˜ ao h´a uma regra geral para esta quest˜ ao.6: Um campo potencial el´etrico ´e dado por V = x4 + y 4 − 1 V. Determine a densidade superficial de carga na origem.7: Em um ponto P (−2. 28o ≤ θ ≤ 31o . 5. Determine a densidade volum´etrica de carga no ponto P (2. E 2 Z 0 P II-B.1 < rc < 0. 2) em ~ = 50 V/m e o campo est´a orientado sua superf´ıcie. como por exemplo: . h. Se o condutor est´a isolado no v´acuo.meia casca e outras superf´ıcies esf´ericas carregadas. 2 × D × S = ρS × S isolando D e dividindo pela permissividade ρS e E= O resultado indica que o campo n˜ ao varia com a distˆancia. 3.59 µC/m2 ) Exemplo II. Qual ´e a carga ao longo de 1 m de comprimento da regi˜ao onde h´a v´acuo? 3.5 m de raio com 20 µC distribu´ıdo em sua superf´ıcie. P II-B.11: Duas cargas puntuais de −100πµC est˜ao localizadas em (2.36 µC/m2 e 1. entre as superf´ıcies. Esta equa¸c˜ao pode ser usada para calcular o campo de duas placas paralelas.0. 96π. . A origem est´a situada no interior do condutor e o ponto A(18. Com integral de superf´ıcie: I ~ · dS ~= D 3 Z 3 Z Z + 0 (2y~i + ~j) · (dydz~i) 0 1 Z (x2~j) · (dxdz~j) + 0 0 3 Z 3 Z (4x~i + x2~j) · (dxdz~j) 0 2y dydz = 12 0 0 Com integral de volume: ~ ·D ~ = ∂ (2xy) + ∂ (x2 ) = 2y ∇ ∂x ∂y Z ~ · Ddv ~ ∇ = Z 3 Z 2 Z 1 2y dx dy dz = 12. Se cortarmos um cilindro (superf´ıcie gaussiana) exatamente no seu centro. Sabendo que a ponto qualquer ´e E permissividade do meio ´e 0. 1. especifique a densidade superficial de carga de cada condutor. −4) em uma superf´ıcie condutora esf´erica.4 Exerc´ıcios . ou. Determine ρS no ponto P (0. qual ´e a intensidade do deslocamento el´etrico neste ponto? (R: 3. felizmente. 0). 2. 1.1 e 0.condutores retos semi-infinitos carregados. Determinar o lugar geom´etrico dos pontos do condutor para os quais a densidade superficial de carga ´e 0. y = 2. 1. 2. 1.8: A superf´ıcie x + 2y 2 + 4z 3 = 100 ´e o contorno de um objeto condutor situado no v´acuo. Determine: (a) a densidade volum´etrica de carga na origem. (c) a carga contida na regi˜ao 10 ≤ r ≤ 20mm. P II-B. +q e −q. tem-se CL = 2π0   Farad ln rrab .16: Uma esfera condutora met´ alica de raio R = 0. + 1/Cn Estas capacitˆancias equivalentes podem ser combinadas para calcular a capacitˆ ancia de combina¸c˜ oes s´erie . ´e necess´ario conhecer a distribui¸c˜ao do campo el´etrico e o potencial associado. inicialmente neutro. determinamos a capacitˆancia de um particular capacitor da seguinte maneira: (1) supomos que uma carga q tenha sido colocada sobre as placas. poder˜ao ocorrer centelhas. O m´odulo do campo el´etrico ´e Q=CV onde C ´e uma grandeza de proporcionalidade caracter´ıstica das dimens˜oes e forma do condutor e do meio no qual se encontra. Pergunta-se: a) Qual a carga total da casca carregada? b) Qual a intensidade. φ) = 2 × 10−10 /r2 C/m3 . Conhecendo-se a distribui¸c˜ao do campo.15: Calcular para o ponto P (0.1 Capacitˆancias simples Em muitos problemas de engenharia el´etrica.14: A densidade de carga el´etrica de uma casca de raio interno 10 cm e raio externo 11 cm ´e dada por ρ(r. **O capacitor de placas paralelas Como primeiro exemplo. . Um capacitor consiste em dois condutores isolados (placas).6~j + 0. e assim sucessivamente. ele adquire potencial el´etrico V .0~j + 3. e seu a densidade de fluxo D m´odulo vale D = Q/A. ou diferen¸ca de potencial entre as placas vale: V = Qd 0 r A como C = Q/V . pode-se determinar tamb´em a densidade superficial de carga sobre os condutores que limitam o campo e a capacitˆancia entre eles. significa que a carga Q e o seu potencial el´etrico V s˜ao grandezas diretamente proporcionais: Q ´e proporcional a V . ~ criado por esta (2) determinamos o campo el´etrico E carga. Eletrizando-o com carga Q. (R: ρ = −320 r ) C. Com carga 2Q o potencial passa a ser 2V . (4) calculamos C usando a equa¸c˜ao C = Vq . A capacitˆancia C ´e definida por C= F~4 = xy 2 z 3 (~i + 2. Capacitˆ ancia e diel´etricos Considere um condutor isolado.6). Apresenta-se nesta se¸c˜ao distribui¸c˜oes de potencial.ELETROMAGNETISMO 35 P II-B. −4. a divergˆencia de cada um dos seguintes campos: F~1 = xze2y (z~i + xz~j + x~k) p F~2 = (x~i + y~j + z~k)/ x2 + y 2 + z 2 F~3 = 0. θ. 5 m foi carregada com uma carga de 1 µC. Q A ~ ´e uniforme entre as placas. e. vamos calcular a capacitˆancia das placas paralelas. expressa em Farad (s´ımbolo F).35~k C. (3) calculamos a diferen¸ca de potencial V . respectivamente.paralelo mais complicadas. + Cn (n capacitores em s´erie) 1/Cs = 1/C1 + 1/C2 + . A densidade linear de cargas do cilindro interno ´e ρL . Por exemplo. e se poss´ıvel. dire¸c˜ ao e sentido do campo el´etrico na superf´ıcie interna. Denomina-se capacitˆ ancia C. que possuem cargas iguais. . este fenˆomeno ´e chamado efeito corona. c) na superf´ıcie externa? P II-B.2~i − 0. Se isso acontece. com raios rg (interno) e ra (externo). 0. S˜ao subm´ ultiplos convenientes do Farad: 1 µF = 1 micro Farad = 10−6 F 1 nF = 1 nano Farad = 10−9 F 1 pF = 1 pico Farad = 10−12 F O valor da capacitˆ ancia C entre duas placas planas paralelas ´e: A C= d q V E= Q 0 r A A tens˜ao.3. se o m´odulo do campo exceder o valor de ruptura do meio diel´etrico. resulta C= Q Qd 0 r A A d **O capacitor cil´ındrico Sejam dois cil´ındricos met´alicos coaxiais. a capacitˆancia para diversas formas geom´etricas simples. . Como se distribuem as cargas nesta esfera? Qual a densidade superficial de carga nessa esfera? (R: 1/πµC/m2 ) P II-B. mas de sinais opostos. como C = Q/V .0~k) P II-B.17: Calcular a fun¸c˜ ao para a densidade volum´etrica de cargas ρ quando o potencial el´etrico seja V = 8(x2 + y 2 ). O campo E em um ponto P a uma distˆancia r do eixo dos cilindro ´e C = 0 r E= ρL 2π0 r A diferen¸ca de potencial entre os dois cilindros ser´a:   ρL ra V =− ln 2π0 rb e. . A densidade superficial de carga ´e: ρS = onde A e d ´e a ´area e o espa¸camento entre as placas. Associa¸c˜ ao de capacitˆ ancias As capacitˆancias equivalentes Ceq das combina¸c˜oes de capacitores individuais dispostos em paralelo e em s´erie s˜ao: (n capacitores em paralelo) Cp = C1 + C2 + . Portanto Geralmente.1. Uma outra parte do mesmo estar´a em alta tens˜ao V = Va .2 Diel´etricos Os materiais isolantes ou diel´etricos. s˜ao caracterizados pela “rigidez diel´etrica” K (kV/cm). observemos o quanto ´e necess´ario que conhe¸camos os campos el´etricos em um equipamento e.metade da distˆ ancia entre os centros dos fios r . E tamb´em afetada pela forma e dimens˜oes dos eletrodos e da forma de onda e tempo de varia¸c˜ao da tens˜ao aplicada. Notamos. Em muitos equipamentos sujeitos a altas varia¸c˜oes de tens˜oes. o campo ´ e maior. Procuremos evidenci´a-la atrav´es do exemplo relativo a um barramento de subesta¸c˜oes. Ao aplicarmos uma tens˜ao V haver´a um ac´ umulo de cargas positivas e negativas nas placas. adimensional h . e mesmo valor. Aumentando esta tens˜ao V . Alguns desses valores est˜ao listados na Tabela XI. Todo material diel´etrico possui uma rigidez diel´etrica caracter´ıstica. resulta  C = 4π0 ra rb ra − r b  **Linha de transmiss˜ ao paralela e infinita Suponhamos que duas linhas carregadas infinitas e paralelas estejam separadas por uma distˆ ancia 2s. al´em da “constante diel´etrica r ”. umidade absorvida e. Se este valor for substancialmente excedido. Suponhamos que uma parte do equipamento esteja aterrado (V = 0). 1953): 12. o material diel´etrico se romper´a originando um caminho condutor entre as placas. A discuss˜ao das linhas carregadas infinitas ´e facilmente estendida ao caso de uma linha infinita consistindo de dois condutores cil´ındricos paralelos ou fios. por´em descresce com o aumento da temperatura e da umidade absorvida. A capacitˆ ancia por unidade de comprimento ´e (KRAUS&CARVER. Neste sentido. que ´e limitar a diferen¸ca de potencial que pode ser aplicada entre as placas a um certo valor Vmax . os efeitos poder˜ao ser nocivos para o equipamento. ´e necess´ario que o campo mais intenso do equipamento n˜ao exceda a rigidez diel´etrica do meio onde este campo se encontra. temperatura. pelo “ˆangulo de perdas tan δ”. 1   pF/m CL = q   h h 2 log r + −1 r onde: r . e muito se pode aprender a respeito de suas propriedades por meio do estudo de seu comportamento sob condi¸c˜oes est´aticas. pois ao mesmo tempo que . O campo E em um ponto P a uma distˆ ancia r ´e dado por: E = 4πQ0 r2 . forma de ´ um faonda da tens˜ao aplicada. Se estes campos excederem um certo limite.permissividade relativa do meio que circunda os condutores. em ´ certa faixa. se a terra for removida e um condutor idˆentico for colocado abaixo do plano de terra. De um modo geral a rigidez diel´etrica de um material varia inversamente com a espessura (nos materiais s´olidos) e o tempo (tempo menor igual 1 minuto). Notamos que a unidade de K ´e a mesma que a de campo el´etrico. que ´e a intensidade m´ axima do campo el´etrico que ele pode suportar sem sofrer ruptura. ent˜ao. O quadro XI fornece as principais caracter´ısticas de alguns materiais isolantes de uso normal em equipamentos e instala¸c˜ oes el´etricas. onde o espa¸camento ´e maior. Definiremos a rigidez diel´etrica K como sendo: K= Vc V/m l onde K representa a tens˜ao m´axima que um isolante pode suportar por unidade de comprimento sem que haja ruptura no mesmo. e pela “temperatura limite de opera¸c˜ao o C”. Consideremos que exista um isolante colocado entre duas placas met´alicas separadas pela distˆancia l e submetidas a uma tens˜ao V entre elas. Este ´e o tipo de linha de transmiss˜ ao comumente usado na pr´atica. C. e que as densidades de carga das duas linhas tenham sinais contr´arios. perfura¸c˜ao ou destrui¸c˜ao do material sob determinadas condi¸c˜oes normalizadas de temperatura. de um isolante. Assim. porquanto a espessura de material isolante necess´aria ´e determinada pela m´axima tens˜ao de trabalho e de ensaio e do gradiente de potencial permitido considerando um conveniente fator de seguran¸ca. distante r1 da linha positiva e r2 da linha negativa. em particular. A rigidez diel´etrica de um material depende de sua composi¸c˜ao. equipamentos de alta tens˜ao.ELETROMAGNETISMO 36 **O capacitor esf´erico Sejam duas esferas met´ alicas concˆentricas. a situa¸c˜ao ser´a a mesma que numa linha paralela. o campo el´etrico ´e menor. mas com o dobro da capacitˆancia. e a diferen¸ca de potencial entre as duas esferas ´e Vba = − Q 4π0 Z a b 1 Q dr = r2 4π0  1 1 − rb ra  como C = Q/V . os campos mais intensos.raio do condutor (nas mesmas unidades que h) **Linha de transmiss˜ ao unifilar e infinita Uma linha de transmiss˜ao unifilar com retorno pela terra ´e uma forma ocasionalmente usada. **A rigidez diel´etrica Precisamos tomar um cuidado b´ asico ao usar um diel´etrico. A rigidez diel´etrica na pr´atica ´e normalmente interpretada como sendo o gradiente de potencial de ruptura do material o qual ´e definido como o menor gradiente de potencial (normalmente dado em kV/cm) que ir´a causar a ruptura. espessura. tempo. e em particular. ou gradiente de tens˜ao. que em certas partes do equipamento podem existir campos (ou gradientes de potencial) de fortes intensidades. frequˆencia e eletrodos. do tempo de aplica¸c˜ao do potencial el´etrico. Definamos ent˜ao a rigidez diel´etrica K. E tor muito importante no projeto de equipamentos (transformadores e m´aquinas el´etricas) que devem operar com elevadas tens˜oes. Portanto. O perfeito conhecimento da distribui¸c˜ao de campos permite um dimensionamento racional do dispositivo. a ex~ assume press˜ao relativa ao campo eletrost´atico E = −∇V um papel de grande importˆancia. Em boa aproxima¸c˜ao. a interna de raio rb e positiva e externa de raio ra e negativo. N˜ao existe rela¸c˜ao definida entre estas vari´aveis tendo cada material suas caracter´ısticas pr´oprias. Onde as distˆ ancias forem pequenas. atingiremos uma tens˜ao cr´ıtica Vc na qual haver´a um ac´ umulo tal de cargas entre as duas placas que criar-se-´a uma corrente (ou arco el´etrico) entre elas “perfurando” o isolante e portanto fazendo com que ele perca suas propriedades de isola¸c˜ao. ´e ent˜ao a soma vetorial do campo de cada linha considerada separadamente. A distribui¸c˜ ao de campo deste tipo ´e determinada prontamente pela teoria das imagens (m´etodo antigo de c´alculo de campo). O campo el´etrico E num ponto P. todo o material. sen˜ ao a maior.foi o primeiro a investigar o assunto . Muitos autores pesquisaram e demonstraram que os materiais isolantes s´olidos tem o tempo de vida reduzido `a metade para cada 8 a 10 o C de acr´escimo da temperatura. Isolamento das liga¸c˜ oes. que ´e um material isolante tal como ´oleo mineral ou pl´astico. por um capacitor ´e: PC = tan δ V 2 ωC onde ω .4 kV. como evidenciado acima. 78 kV/cm e. nesta configura¸c˜ao.0 respectivamente. Preenchendo-se o espa¸co entre as placas de um capacitor com um diel´etrico. de caracter´ısticas dos materiais isolantes. 7. calcular a tens˜ao de prova suportada para duas camadas de ´oleo com 2cm de espessura. em Watts. tem-se a perda de 0. Isolamento entre bobinas de uma mesma fase. Solu¸c˜ ao: Se aplicarmos uma tens˜ ao de prova de 100 kV. ele poder´ a ser otimizado em suas formas geom´etricas. Qual ´e o seu fator de dissipa¸c˜ao tan δ? Solu¸c˜ ao: tan δ = 0. por isso. Se por uma quest˜ao de gradiente de potencial elevado. Isolamento dos terminais e buchas passantes. carboniza e se rompe ou perfura. como ´e o caso de um transformador. o material aquece. Salientamos finalmente que um campo el´etrico excessivo pode ser nocivo n˜ao somente para o equipamento. Fazendo a associa¸c˜ ao de capacitores em s´erie.valor do capacitor em Farad. Considere o problema do isolamento entre as bobinas de AT e BT com um cilindro isolante dividindo o canal de dispers˜ao de fluxo el´etrico em dois canais de ´ oleo e uma camada de papel˜ao.2 e 6. a potˆencia dissipada PC . O isolamento de um transformador compreende: 1. Estas perdas s˜ao representadas pela componente resistiva da corrente. Em princ´ıpio o transformador opera em tens˜oes elevadas.2 2. Isolamento entre a bobina interna e o n´ ucleo. Exemplo II. 4. e conseq¨ uentemente de opera¸c˜ao. Isolamento entre a bobina externa e a caixa (tanque). Isolamento das cabeceiras das bobinas. 8. possui um “tempo de vida”. tan δ ´e muito pequena e dada em “partes por mil”. 5 PC = 2 = 0. A opera¸c˜ ao em tens˜ oes sempre maiores tem feito do isolamento o principal t´ opico de pesquisas e de desenvolvimento de novos materiais isolantes. compacto e de custos menos elevados. para atingir um limite m´aximo de resistˆencia mecˆanica.5 W no mesmo. s˜ao especificadas no quadro VI. umidade ou materiais danosos no isolante as perdas forem maiores do que a capacidade de dissipa¸c˜ao do calor no meio circundante. 2.2  Eoleo = 219. 0053 2 V ωC 50 2π1000 6E − 6 δ = 0. Isolamento entre fases. Assim. e uma camada de papel˜ ao com 1. que segundo a EB-91 da ABNT. O envelhecimento do material devido `a temperatura pouco afeta a rigidez diel´etrica do mesmo at´e o instante em que ele quebra ou se destr´oi.velocidade angular 2πf . teremos os campos el´etricos 100 000 Eoleo = 2. 6. que ser´a 36.15: O isolamento de um dispositivo eletromagn´etico. pode-se demonstrar que: Vp Eoleo = oleo  a1 oleo + a2 p +  a3 oleo Vp Ep = p  a1 oleo + a2 p + a3  oleo Estas express˜oes determinam os gradientes de potencial no ´oleo e no papel˜ao. pois ´e esta a caracter´ıstica que o torna u ´til nos sistemas el´etricos. Estas perdas diel´etricas devem ser dissipadas do material isolante. e a rigidez diel´etrica do ´oleo ´e 80 kV/cm e do papel˜ ao 200 kV/cm. 3.ELETROMAGNETISMO 37 ele ser´a seguro. Sabemos que as permissividades relativa do ´ oleo e do papel˜ao valem 2. se constitui numa das principais. ♦ **Perdas nos diel´etricos Em todos os diel´etricos s´olidos e l´ıquidos tˆem-se perdas diel´ etricas que s˜ao de duas origens: a) correntes de condu¸c˜ao. e. formando um ‘sandu´ıche’. Como se observa na tabela XI. Exemplo II. Isolamento entre espiras entre camadas e entre discos.17: Submetendo um capacitor de 6 micro Farad a uma tens˜ao de 50 V e uma freq¨ uˆencia de 1000 Hz. corresponde `a temperatura em que pode trabalhar o material sem se danificar. Utiliza-se um coeficiente de seguran¸ca que depende do projeto. preocupa¸c˜ao para o projetista. Assim. o ´oleo romperia primeiro.16: Considerando o problema do isolamento entre as bobinas de AT e BT de um transformador.2 2. com rela¸c˜ao `a temperatura limite de opera¸c˜ao.a quem se deve todo o conceito de capacitˆancia e. Na ordem de grandeza usual. admitindo-se que o campo. chamada tan δ. comutadores e pain´eis de liga¸c˜ao. fazemos uma regra de trˆes para calcular a tens˜ao de prova. 5. Assim. o que acontece com a capacitˆancia? Michael Faraday . de forma semelhante Epapel = 80.15 6 + 0. 303o ♦ **Temperatura limite A temperatura limite (em o C).5cm. entre AT e BT seja uniforme. assim teremos um equipamento seguro. Estes gradientes n˜ ao podem ser superiores aos gradientes de ruptura do ´ oleo e/ou do papel˜ao nas condi¸c˜oes de sobretens˜ oes de ensaio. a uma dada temperatura constante. os materiais isolantes s˜ao classificados em “classes de isolamento”. ♦ Exemplo II. As caracter´ısticas mecˆanicas de um material isolante s´olido se deterioram com o aumento da temperatura. e b) histerese. mas tamb´em no aspecto que tange a seguran¸ca de seres vivos que se encontrem na zona onde este campo se localiza. 2  0. Esta deterioriza¸c˜ao das caracter´ısticas depende da temperatura e do tempo e se denomina de “envelhecimento do material”. teve seu nome escolhido como unidade SI de capacitˆancia . 586 kV/cm Observa-se que. respectivamente. C . para que seja atingido o tempo de vida econˆomico do equipamento.2 + 0. do ´oleo e do papel˜ao (cilindro) e Vp a tens˜ ao de prova (ensaio). Sendo oleo e p as constantes diel´etricas. podese calcular os gradientes de potencial Eoleo e Ep no ´oleo e papel˜ao. Tamb´em observa-se pelas express˜oes que o gradiente ser´a maior no material com menor constante diel´etrica. a constante diel´etrica diferente para os diversos materiais que comp˜oem um determinado isolamento. O Desfibrilador Cl´ınico . para a outra placa. 854 × 10−12 Farad/metro ´e a permissividade el´etrica do ar ou do v´ acuo. imaginemos que . enquanto a carga se acumula sobre as placas do capacitor. Quando uma chave de controle ´e fechada. uma carga q j´a tenha sido transferida de uma placa para outra. pela libera¸c˜ao da corda do arco. a diferen¸ca ´e geralmente insignificante. como por exemplo. tratados com verniz ou imersos em ´ oleo Mica. com se ver´ a adiante. A seguir. Tal trabalho ´e armazenado sob a forma de energia potencial W no capacitor. de modo que esta equa¸c˜ao ´e v´alida qualquer que seja a geometria do capacitor. al´em de outras propriedades que veremos a seguir. fibra de vidro aglutinados com silicone e outras Mica. Suponhamos que. C. A rela¸c˜ ao entre os vetores ~ eE ~ ´e denominada permissividade el´etrica . um circuito eletrˆonico usa-a repetidamente para aumentar intensamente a diferen¸ca de potencial do capacitor. a medida de sua constante diel´etrica d´ a um valor ligeiramente maior que um. em Farad / D metro. A constante diel´etrica do v´ acuo. asbesto. cada vez mais. num dado instante.A efic´acia de um capacitor para armazenar energia potencial ´e a base do Desfibrilador. bem como de um instante de tempo para outro (num mesmo ponto).usando “pin¸cas m´agicas” o agente externo retire el´etrons de uma placa e os transfira. sˆ eda e papel “n˜ ao tratados” e n˜ ao impregnados em ´ oleo Algod˜ ao. quartzo e materiais orgˆ anicos semelhantes em 1837.permissividade relativa ou constante diel´ etrica de um material. do mesmo modo que podemos recuperar a energia potencial armazenada num arco. a seguir. armazenando uma grande quantidade de energia em menos de um minuto. Na pr´atica. A potˆencia. permitindo a descarga do capacitor num circuito. o capacitor envia uma parcela de sua energia armazenada de um terminal a outro atrav´es do corpo da v´ıtima. Se transferirmos. asbesto. e a indu¸c˜ ao el´etrica D a associada `a carga el´etrica Q de um circuito. r .ELETROMAGNETISMO 38 TABELA VI Classe de isolamento dos materiais isolantes. No projeto de transformadores. D de um ponto do espa¸co para outro. Terminais condutores (paddles ou condutos) s˜ao colocados sobre o peito da v´ıtima.4 Energia no capacitor Um agente externo deve realizar trabalho para carregar um capacitor.´e a susceptibilidade el´etrica. a permissividade el´etrica n˜ao ´e necessariamente constante. Podemos recuperar tal energia quando quisermos. na constru¸c˜ao de capacitores em que a capacitˆ ancia aumenta diretamente com a constante diel´etrica do material entre as placas.permissividade total de um material. fibra de vidro e materiais inorgˆ anicos similares Mica. percebeu que a capacitˆancia aumentava por um fator num´erico r . A Tabela XI apresenta alguns materiais diel´etricos e suas constantes diel´etricas. por defini¸c˜ao. O campo el´etrico que se estabelece no espa¸co entre as placas tem dire¸c˜ao que tende a se opor a uma transferˆencia adicional. A constante diel´etrica ´e uma propriedade importante dos materiais isolantes. o agente externo ter´a que. C. Usando aparatos simples.3 Permissividade el´etrica  Vimos anteriormente. porcelana. traz algumas dificuldades de dimensionamento. Da mesma forma que a lei de Ohm. vidro. a freq¨ uˆencia ou o campo el´etrico. aparelho usado por uma equipe m´edica de emergˆencia para conter a fibrila¸c˜ao de um cora¸c˜ao vitimado por um ataque. mas pode variar com a temperatura. b) Na presen¸ca de diel´etrico sem perdas: ~ = 0 r E ~ D onde |||| ´e um tensor (ou matriz) de permissividade. Neste ~ eE ~ podem variar tanto em m´odulo como em dire¸c˜ao caso. Visualizamos o trabalho necess´ario para carregar um capacitor. uma carga extra dq. `a custa de sua reserva de energia qu´ımica. ou taxa de transferˆencia de energia. Porque o ar ´e na maior parte um espa¸co vazio. durante esse processo de carga ´e tamb´em modesta. Na vers˜ao port´atil. b) Na presen¸ca de diel´etrico com perdas: ~ = ||||E ~ D Classe 90o C Nome O 105o C A 130o C B 155o C F 180o C H > 180o C C Materiais representativos Algod˜ ao. Come¸cando com um capacitor descarregado. que o campo el´etrico est´a associado ~ est´ a` tens˜ao el´etrica V . ´e igual a um. mas sim por uma bateria. a) No v´acuo: ~ = 0 E ~ D onde 0 = 8. A diferen¸ca de potencial V entre as placas. ser´a V = q/C. esse trabalho n˜ao ´e realizado por “pin¸cas m´agicas”. A bateria mant´em somente uma diferen¸ca de potencial modesta. . um de cada vez. uma bateria carrega um capacitor a uma diferen¸ca de potencial elevada. naquele instante. asbesto. ou r = 1 + q = 1 + χe Q−q onde χe . que denominou de constante diel´etrica do material introduzido. como armazenado sob a forma de energia potencial el´etrica U no campo el´etrico entre as placas. a quantidade adicional de trabalho necess´ario ser´a dW = V dq = (q/C) dq O trabalho necess´ario para carregar plenamente o capacitor at´e um valor final Q ´e Z W = onde dW = 1 C Z Q q dq = 0 1 Q2 2 C  = r 0 onde  . veremos que a energia potencial de um capacitor carregado pode ser considerada armazenada nas cargas e no campo el´etrico entre suas placas. aumentar a quantidade de trabalho para transferir el´etrons adicionais. sˆ eda e papel impregnados. fibra de vidro com substˆ ancias aglutinantes adequadas Mica. Desse modo. ~ · dL ~ = (E ~ 1t + E ~ 1n ) · dL ~ = E1t dL E e analogamente. Citemos como exemplo que entre o ar.como est´a situada na superf´ıcie-fronteira. E1n 2 E1 E1t dL  1  ? 1 1 2 dL  E2t 2 E1t E1n  θ1   E1   ?   E2  θ 2  E2n  E2t /   ? 1 2 Examinemos o caso particular. ♦ Caso particular sem carga na fronteira C. maior ser´a a varia¸c˜ao angular entre os campos E1 e E2 . sem fonte de corrente I ~ · dL ~ =0 E L(S) Considerando desprez´ıveis as circula¸c˜ oes nos lados menores de L(S). podemos um campo el´etrico E . qualquer que seja a fonte do campo el´etrico. a rela¸c˜ao m´axima entre permissividades n˜ao ultrapassa o valor 4. Suponhamos a existˆencia de dois meios de permissividade el´etrica diferentes: 1 e 2 nos meios 1 e 2. consideraremos E1 e E2 constantes em S (retˆ angulo de comprimento infinitesimal dl).18: Um capacitor de 70 µF num desfibrilador est´a com carga de 5.pode-se demonstrar que a varia¸c˜ao de indu¸c˜ao el´etrica na passagem de um meio para outro ´e igual `a densidade superficial de cargas existentes na fronteira entre estes dois meios. desprezando-se a distor¸c˜ao. chegamos ` a E1t = E2t Embora tenhamos deduzido este resultado para o caso especial de um capacitor de placas paralelas. Podemos determinar w dividindo a energia potencial total W pelo volume Ad do espa¸co entre as placas. Este efeito.000 V. e a energia armazenada no capacitor ´e U = 1/2CV 2 = (1/2)(70 × 10−6 )(5. o campo el´etrico tem o mesmo valor em todos os pontos entre as placas. ρS = 0. Conserva¸c˜ ao da componente normal da indu¸c˜ ao el´etrica Fazendo a suposi¸c˜ao que na fronteira entre estes dois meios exista uma carga est´atica uniformemente distribu´ıda . Aproximadamente 200J dessa energia s˜ ao enviados atrav´es da v´ıtima durante um pulso de cerca de 2. ´oleo mineral isolante.000)2 = 875J.ELETROMAGNETISMO 39 Exemplo II. na passagem de um meio para outro. = t 2 × 10−3 significando que as componentes tangenciais de campo el´etrico se conservam. Neste caso. tra¸cado obtido atrav´es do sistema de c´alculo de campos EFCAD. isto ´e. chamado “refra¸c˜ao” ´e semelhante ao que ocorre em raios luminosos na passagem por meios de ´ındice de refra¸c˜ao diferentes. C. onde n˜ao h´a cargas est´aticas acumuladas na fronteira. Assim sendo. temos: E1t = E2t e 1 E1n = 2 E2n Observando a figura abaixo. ele ´e v´alido. tan θ1 1 = tan θ2 2 Notamos que quanto maior a varia¸c˜ao de permissividade. da UFSC. observa-se a varia¸c˜ao angular que sofre o campo el´etrico em uma estrutura onde com dois meios com diferentes permissividades. respectivamente. do prof. No livro Eletromagnetismo e C´ alculo de Campos. ~ 2 · dL ~ = −E2t dL E obtemos. a energia potencial por unidade de volume entre as placas.5 Refra¸c˜ao dos campos da eletrost´ atica O campo eletrost´ atico. resultando w= Z Z −E2t E1t L1 1 0 E 2 2 =0 L2 como L1 e L2 s˜ao iguais. por´em freq¨ uente. Existindo ~ em qualquer ponto do espa¸co. a densidade de energia w. Utilizando a equa¸c˜ ao de Maxwell. papel˜ao. tamb´em ´e constante. No entanto. pode sofrer uma varia¸c˜ ao de dire¸c˜ ao. Notando que.0 ms. ou seja. Jo˜ao Pedro Assump¸c˜ao Bastos. D1n = D2n + ρS muito maior que a potˆencia da pr´ opria bateria. A potˆencia do pulso ´e P = W 200 = 100kW. chega-se na seguinte express˜ao: E2 E ?2n Conserva¸c˜ ao da componente tangencial do campo eletrost´ atico N˜ao havendo varia¸c˜ ao temporal de grandezas. cabe salientar que entre os meios diel´etricos mais usuais esta varia¸c˜ao de  n˜ao ´e muito importante.6 Energia eletrost´atica Num capacitor de placas paralelas. obtemos: I Z Z ~ ~ ~ 2 · dL ~ = E1 · d L + E L(S) L1 L2 sendo L1 e L2 as parcelas de L(S) que se encontram nos meios 1 e 2 respectivamente. ela ser´a definida por sua densidade superficial de carga ρS . em geral. De acordo com a defini¸c˜ ao de potencial: uma intensidade de trabalho igual a Q3 vezes o potencial de Q1 . Ent˜ ao a energia potencial do sistema ´e aumentada da quantia onde Vi ´e o potencial criado por todas as outras cargas j 6= i. calculamos a energia eletrost´atica de uma distribui¸c˜ao de carga puntiforme. y. Suponhamos que se re´ una uma distribui¸c˜ao de carga. . situadas a uma distˆ ancia infinita. ent˜ao o trabalho necess´ario para colocar δq neste ponto ser´a δWV = V 0 (x. tal que n˜ao exista for¸ca em nenhuma carga. Para obter a densidade de energia total armazenada em um conjunto ‘infinito de pontos’. . Nesta se¸c˜ao consideraremos uma densidade volum´etrica ρ.ELETROMAGNETISMO 40 consider´a-lo como a primeira condi¸c˜ ao para termos energia potencial. z)δρ W = δW = ρ=0 2We = Q1 (V12 + V13 + V14 + . e elas estejam em equil´ıbrio. y. ou seja. . . . **Sistema com duas cargas puntiformes Consideremos um sistema com duas cargas puntiformes Q1 e Q2 . z)δq Q1 We = W2 + W3 + . y. A energia liberada pelo agente externo ser´a convertida? Podemos pensar que a energia ser´a armazenada no diel´etrico. . Ent˜ ao a energia potencial do sistema ´e aumentada da quantia W3 = Q3 V31 + Q3 V32 Ent˜ao o trabalho total necess´ ario para aproximar Q2 e Q3 de Q1 ´e We = W2 + W3 = Q2 V21 + (Q3 V31 + Q3 V32 ) **Sistema com n cargas puntiformes Assim. este aumento de energia deve ser suprido por um agente externo. Vamos ver no exemplo seguinte que este agente pode ser uma bateria. Exemplo II. Para entendermos o significado da equa¸c˜ ao. **Sistema com trˆes cargas puntiformes Consideremos. demonstraremos a equa¸c˜ ao da densidade de energia armazenada em meios diel´etricos. um sistema com trˆes cargas puntiformes Q1 . . ou We = n X i−1 X Qj Vji (36) i=2 j=1 Somando-se 35 e 36. agora. z) devida `a contribui¸c˜ao δρ.) + . Que resulta na energia potencial armazenada num sistema de n cargas puntiformes: We = n 1X 2 i=1 Qi Vi e lembrando que ~ · δD ~ = δρ ∇ e substituindo este valor em W : Z ρ=ρF ~ · δD ~ W = V 0 (x. ou We = i−1 n X X O incremento de carga δq pode ser somado a um elemento de volume localizado em (x. z). mais Q3 vezes o potencial de Q2 deve ser aplicado sobre a carga Q3 e para aproxim´ a-la de Q1 e Q2 . precisa-se fazer o somat´orio. . z)∇ ρ=0 . situadas a uma distˆ ancia infinita. z). Calcular o trabalho realizado para deslocar estas cargas para um triˆangulo eq¨ uil´atero com 1/2 m de lado. . y. ♦ **Energia armazenada em distribui¸c˜ oes quaisquer de carga Na se¸c˜ao anterior. encontra-se a densidade de energia num campo eletrost´atico Tamb´em pode-se escrever a energia como: δW = We = W1 + W2 + . Solu¸c˜ao: A energia potencial armazenada no sistema de trˆes cargas no triˆangulo eq¨ uil´atero maior ´e 3 W2 = Q2 V21 We = onde V21 ´e o potencial de Q1 no local que o agente externo fixou Q2 . o trabalho para aproximar n − 1 cargas da carga 1 5+8+9 11 1X Qi Vi = [ ]= J 2 i=1 2 4π0 4π0 A energia potencial armazenada no triˆangulo menor ´e o dobro deste valor. pois todos potenciais s˜ao a metade. y. De acordo com a defini¸c˜ ao de potencial: uma intensidade de trabalho igual a Q2 vezes o potencial de Q1 deve ser aplicado sobre a carga Q2 e para aproxim´ a-la de Q1 . tem-se δWV = V 0 (x. e elas est˜ ao em equil´ıbrio. Obviamente. . z)δρδV onde Qi Vij = Qi Qi Qj = Qj = Qj Vji 4π0 Rji 4π0 Rij e dividindo pelo volume. + Wn We = Q2 V21 +(Q3 V31 +Q3 V32 )+(Q4 V41 +Q4 V42 +Q4 V43 +)+. y. . constitu´ıda de incrementos de carga δq trazidos desde um potencial de referˆencia VA = 0.) + Q2 (V21 + V23 + V24 + . Q2 e Q3 . z)δρ δV Esta ´e a densidade de energia no ponto (x. um agente externo precisa realizar um trabalho. y. tal que n˜ao exista for¸ca em nenhuma carga. + Wn−1 We = Q1 V12 +(Q1 V13 +Q2 V23 )+(Q1 V14 +Q2 V24 +Q3 V34 +)+. . y.19: Trˆes cargas puntiformes de valor 1. 2 e 3 C est˜ao situadas nos n´os de um triˆangulo eq¨ uil´atero com 1 m de lado. O aumento da energia potencial ´e igual a 11/(4π0 )J. iniciaremos estudando sistemas de cargas puntiformes. Se a distribui¸c˜ao de carga for parcialmente reunida e o potencial em um ponto particular do sistema for V 0 (x. Observamos que quando se transfere uma carga positiva de um ponto de menor potencial para outro ponto do espa¸co com maior potencial. . a integral Z Z ρ=ρF V 0 (x. Nesta se¸c˜ao. assim que δq = δρδV Qi Vij (35) i=2 j=1 Substituindo δq em δWV : δWV = V 0 (x. . z)δ D ~ − ∇V ~ 0 (x. Determinar: a.7 Exerc´ıcios . Qual a carga contida neste capacitor? O que significa este valor . z) · δ D ~ V 0 (x. sabendo que r1 = 3 e r2 = 1. Determinar a capacitˆancia unit´aria entre o fio e o solo. est´a ligado a uma fonte de tens˜ao cont´ınua de 12 V.3: Um capacitor tem capacitˆancia de 0. y. para a interface diel´etrica sem cargas ~ 2 . y. ´area de placas A. z)δ D ~ − ∇ Z ρ=ρF ~ 0 (x.6a semana ~ · δD ~ =∇ ~ · V 0 (x. que ´e arbitr´ aria.005 microfarad ´e conectado a uma linha de corrente cont´ınua de 500 . Vruptura = 200 kV/cm). e capacitˆ ancia C.12: Um capacitor a ar com capacitˆancia 0. 93 × x10−12 F/m) resulta Z ρ=ρF W = ~ · V 0 (x. nes~ est´ tas equa¸c˜oes. com: 2 mm de ´oleo (r = 2. o valor da integral sobre S 0 . demonstrar que ~ = E ~ ´e a forma local da equa¸c˜ D ao Q = CV . paralelo e separado por uma distˆancia d/2 entre seu centro e o solo (V = 0 como uma superf´ıcie infinita). 2. isto ´e. sem perdas e sem satura¸c˜ao. de raio interno a e externo b? (R: C = 2πL/ ln(b/a)) P II-C. a indu¸c˜ ao el´etrica D a subentendida atrav´es da permissividade diel´etrica . com raio r0 e separados por uma distˆancia d entre seus centros.. Por conseguinte. Admitindo que o isolante entre as placas seja pl´astico. de espessura d. dispostas como um sandu´ıche. poder´ıamos pensar que a energia est´a armazenada no campo el´etrico. e. A ´ area de uma superf´ıcie fechada que passa atrav´es de um ponto a uma distˆ ancia r ´e proporcional a r2 .9: Considere dois fios infinitos paralelos. y. sua contribui¸c˜ao se anular´a. Assim. chegando no P II-C. c. com r−1 .1µF.8: Qual ´e a capacitˆancia entre duas esferas concˆentricas. b. ~ 1 = 2~i − 3~j + 5~k V/m. Solu¸c˜ ao: Partindo da equa¸c˜ ao da capacitˆ ancia C= Q A = V d e. c) a carga de polariza¸c˜ao. Mas. o potencial diminuir´ a inversamente com a distˆancia. E cargas para ter energia eletrost´ atica. tem uma ´area de 1. e quando S 0 se deslocar ao infinito. Qual ´e a permissividade do ´oleo? Por que a capacitˆancia aumentou? (R: 15.1: Um capacitor a ar possui capacitˆancia de 10 pF. encontre D P II-C. z) · δ D ~ ∇V ρ=0 ρ=0 Pode-se usar o teorema da divergˆencia para a primeira integral Z ρ=ρF Z ~ · V 0 (x. Quando ele ´e submerso em ´oleo seu valor de capacitˆancia passa a 18 pF. P II-C. y. podemos nos perguntar: onde est´ a localizada a energia do sistema eletrost´ atico? A energia n˜ ao est´a armazenada unicamente no campo el´etrico. 2 mm de ´oleo novamente.2: Um capacitor.0. y. ~ = −∇V ~ 0 (x.5 mm de papel (r = 6.20: Considerando um capacitor de placas paralelas contendo um diel´etrico de permissividade . Para diel´etricos lineares.4: Um capacitor a ar de placas planas paralelas (considere campo uniforme entre as placas). Qual a tens˜ao de isola¸c˜ao desta configura¸c˜ao? O que acontece com a tens˜ao admiss´ıvel se variarmos a espessura relativa entre os dois isolantes? P II-C. A energia armazenada no capacitor aumenta ou diminui? Por que? P II-C. com raio interno a e raio externo b? (R: C = 4π[ab/(b − a)]) P II-C. y. A equa¸c˜ao do potencial el´etrico. e carregados uniformemente com densidade +ρL e −ρL . Vruptura = 80 kV/cm). carregados uniformemente com densidade +ρL .7: Qual ´e a equa¸c˜ao da capacitˆancia de um cabo coaxial. encontra-se DA A = Ed d que simplificando os termos d e A resulta: = D ~ = E ~ ♦ ou D E P II-C. z).6: Um capacitor a ar (tipo vari´avel) ´e carregado e depois desligado da fonte. Uma ´ preciso. Determinar o que acontece com: a) a carga do capacitor. tiver uma carga l´ıquida. ´e ligado a uma fonte de tens˜ao cont´ınua de 240 Volts. y. 5). distantes 0.ELETROMAGNETISMO 41 Agora. e cujas ´areas s˜ao 200 cm2 . A capacitˆancia unit´aria (F/m) entre os dois condutores. ´e a carga total das duas placas? (R: 22µC) P II-C. por´em limitada. z)δ D S0 ρ=0 Se nossa distribui¸c˜ao de carga. e a densidade de Pode-se substituir E energia de um campo eletrost´ atico resulta Z D=DF ~ · δD ~ W = E D=0 cuja unidade no SI ´e J/m3 . a densidade de energia torna-se: Wlinear = 1 1 E D = E 2 2 2 e para o v´acuo ou aproximadamente para o ar War = 1 0 E 2 2 Aten¸c˜ ao: por causa destas duas equa¸c˜ oes. livres. no m´ınimo ter duas u ´nica carga tem energia nula.1mm.51 m2 e separa¸c˜ao entre as placas de 10 mm. calcular a carga acumulada em cada placa do capacitor? (R: 63. A seguir todo o espa¸co livre entre as placas ´e preenchido com ´oleo (r = 2. z)∇ P II-C. e est´a ligado a uma rede el´etrica de 220 V. ser´ a proporcional a r−1 . considerando a igualdade vetorial C. que limita o nosso sistema a uma distˆ ancia r. considerando que V = E d e Q = D A. P II-C. 1. Exemplo II. A equa¸c˜ao do campo el´etrico.5: Uma isola¸c˜ao ´e composta de trˆes camadas. b) o campo el´etrico entre as placas. formado por duas placas paralelas. ent˜ ao a grandes distˆancias do sistema de cargas. 0. d) a indu¸c˜ao ou a densidade de fluxo el´etrico entre as placas. mas na intera¸c˜ao do campo el´etrico com um deslocamento de cargas..7 nC) P II-C. z)δ D ~ = ~ · ~n ∇ V 0 (x. com permissividade relativa igual a 3.11: Dado que E plano 4x − 3y + z = 2.10: Considere um fio infinito com raio r0 . A seguir ele ´e imerso em um recipiente com ´oleo. y. 106 V/m.5 mm.. Este mineral. colocada sobre uma madeira e posta a flutuar sobre a ´agua. a m´ usica. etc. Os fenˆomenos magn´eticos s˜ao largamente utilizados no desenvolvimento de novas tecnologias desde sistemas de gera¸c˜ao e distribui¸c˜ao de energia hidrel´etricas. tendo observado que peda¸cos de magnetita. e tamb´em a disposi¸c˜ao dos m´oveis e objetos . ou mesmo as fitas cassete que utilizamos para armazenar as nossas m´ usicas preferidas utilizam fenˆomenos e materiais magn´eticos. t´ umulos e monumentos. cal¸cados.51 m2 distantes de 1. que no seu estado natural frequentemente tem o poder de atrair o ferro e outros metais. eg´ıpcios e chineses).o “Livro de Medicina Interna do Imperador Amarelo” . 42 ´tica III. at´e agora. Quando a b´ ussola foi inventada. est´a muito presente em nossa vida. hindus. e sua rigidez diel´etrica vale 18.” (Jorge Amado) Neste cap´ıtulo. os chineses inventaram a b´ ussola. de que o fenˆomeno do magnetismo ´e conhecido h´a alguns milhares de anos. r3 = 6.5. desconectado. e. entre outros outros sistemas de convers˜ao eletromecˆanica. O diel´etrico entre os dois cilindros possui constante diel´etrica r = 3. j´a que ambos apresentavam a caracter´ıstica da atra¸c˜ao. e aplicar para o projeto de circuitos magn´eticos simples. d3 = 2. indu¸c˜ao e fluxo magn´etico. apresentavam a tendˆencia de se orientar na dire¸c˜ao (aproximada) norte-sul.0E-2 microfarad. na tentativa de aliviar dores e de restabelecer a sa´ ude de seus pacientes.0 mm.8. usando a ebonite como diel´etrico. Existem ind´ıcios. a pintura. obtida por meio do “m´etodo cient´ıfico”) de que esses m´etodos sejam realmente eficazes. Mais tarde. colch˜oes.5.0 . d1 = 1. ~ como segue: r1 = 3. Qual a menor ´area que podem ter as placas de um capacitor plano de 7. (c) A intensidade do campo el´etrico.faz referˆencia ao uso do magnetismo nas artes da cura. uma arte chinesa exercida ainda hoje. de que as propriedades da magnetita eram conhecidas mesmo em ´epocas ainda mais remotas. Atualmente comercializam-se muitos objetos magn´eticos para tratamento de sa´ ude: braceletes. P II-C. quando em formas mais ou menos semelhantes a cilindros ou barras. Provavelmente foram os gregos quem primeiro refletiram sobre as propriedades da magnetita Fe3 O4 .0 nF tem uma ´area de 1.15: Demonstre a equa¸c˜ ao da capacitˆ ancia de um capacitor constitu´ıdo por dois cilindros concˆentricos de raios a e b (a < b) e de altura h. Magnetosta “A solu¸c˜ ao dos problemas humanos ter´ a que contar sempre com a literatura.. seu uso n˜ao se destinava `a orienta¸c˜ao dos viajantes. Quando se descobriu a eletriza¸c˜ao por atrito. eg´ıpcias e persas. P II-C. cont´em trˆes diel´etricos com ~ e E. Os praticantes do Feng Shui acreditam que a constru¸c˜ao de edif´ıcios. e ent˜ ao imerso num ´ oleo com constante diel´etrica 2.13: Um capacitor de placas planas paralelas de 8. adesivos. Calcular a energia armazenada no capacitor antes e depois da imers˜ ao no ´ oleo. ~ A. nenhuma evidˆencia cient´ıfica (isto ´e. A magnetita era usada com finalidades terapˆeuticas.ELETROMAGNETISMO volts. d2 = 2. na antiga literatura de v´arios povos (hebreus.0 . ´arabes. pois desde o ´ım˜a que colocamos na porta da geladeira at´e a mem´oria do HD (hard disk) do computador. r2 = 4. O homem necessita de beleza como necessita de p˜ ao e de liberdade .0 interfaces normais D mm.0 mm. P II-C. O mais antigo livro de Medicina que se conhece. as doen¸cas tratadas iam desde reumatismo e espasmos musculares (cˆaimbras) at´e pris˜ao de ventre. A palavra magnetismo est´a associada ao nome de uma cidade da regi˜ao da antiga Turquia que era rica em min´erio de ferro: a Magn´esia. escrito cerca de 1000 anos antes de Cristo . come¸cou-se a suspeitar de uma poss´ıvel rela¸c˜ao entre esse fenˆomeno e o magnetismo. 0. H´a evidˆencias. nosso objetivo ´e estudar os conceitos de campo. Encontre a sua capacitˆ ancia. em obras hindus. era extra´ıdo na prov´ıncia da Magn´esia. Campo magn´etico H A. (b) A intensidade do vetor polariza¸c˜ao el´etrica. mas sim `a pr´atica do Feng Shui. Mas n˜ao existiam meios para investigar se a suposi¸c˜ao tinha fundamento.1 Hist´oria do magnetismo Embora o magnetismo n˜ao receba a ˆenfase necess´aria no ensino m´edio. Os m´edicos chineses usavam as pedrinhas magn´eticas juntamente com a acupuntura.16: Um capacitor de placas paralelas com ´area de 0.5 mm.30 m2 e separa¸c˜ao de 5.0 . enfim as artes. Por´em n˜ao h´a. Determinar: (a) A intensidade do vetor indu¸c˜ao el´etrica. para que este suporte uma diferen¸ca de potencial de 4000 V. P II-C.14: A constante diel´etrica da Ebonite ´e 2. com um isolante de constante 2. n˜ao est˜ao erradas. n˜ao importando em quantos peda¸cos tenha sido quebrado . mas. e vice-versa. Nos s´eculos seguintes descobriram-se alguns fatos intrigantes: os ´ım˜as (que nada mais eram do que os tais cilindros ou barras de magnetita) disp˜ oem de “p´ olos”. Ser´a poss´ıvel? Convencionalmente denominamos os p´olos magn´eticos de onde emergem linhas de polo norte e de onde reentram as linhas de polo sul. id´eias semelhantes a essa estavam banidas do pensamento cient´ıfico devido ao prest´ıgio da obra publicada por Isaac Newton em 1687. mas um min´erio de algum metal at´e ent˜ao desconhecido.ou seja. Entretanto todos concordam que a b´ ussola era certamente conhecida no oeste da Europa por volta do seculo XII. Tamb´em sabemos que as correntes el´etricas apresentam propriedades magn´eticas como os ´ım˜ as. almas. de alum´ınio (bauxita) e de titˆanio (anat´asio. concluimos ent˜ ao que o norte geogr´afico corresponde (aproximadamente) ao sul magn´etico da Terra. Veremos que eles sempre existem em pares: Norte e Sul. outro de massa m2 ali. Maricourt batizou os p´ olos do ´ım˜ a de acordo com o sentido para o qual apontavam. Os materiais magn´eticos s˜ ao importantes materiais industriais necess´arios para muitos projetos de engenharia. s˜ao u ´teis em um n´ umero limitado . Essas linhas atravessam todo o espa¸co e qualquer corpo que esteja em seu caminho.ELETROMAGNETISMO dentro destes.o primeiro. E talvez o maior mist´erio de todos: n˜ ao se podem obter p´ olos isolados (“monopolos magn´eticos”)! Sempre que um ´ım˜ a ´e quebrado. manganita. Ainda hoje. n˜ao existem estruturas magn´eticas an´alogas a cargas el´etricas isoladas. devem obedecer a uma certa orienta¸c˜ao em rela¸c˜ao aos pontos cardeais. Aten¸c˜ ao meu jovem: vocˆe est´ a sendo atravessado por linhas de for¸ca! Quando o corpo ´e magn´etico elas mudam de dire¸c˜ao. Foi introduzida na China no seculo XIII e os pioneiros na sua ´ utilizacao foram os Arabes. Esta classe de minerais que corresponde a quase 4% do volume da crosta terrestre.de casos. Na verdade. sul. Por volta de 1600 Gilbert ainda pensava em “efl´ uvios” na tentativa de entender o magnetismo. e foram elaboradas f´ormulas parecidas com a da Lei da Gravidade tanto para as intera¸c˜oes magn´eticas (John Michell. passou a ser aceita livremente. onde existiam linhas em que a for¸ca era constante. Um ´ım˜a ´e um corpo capaz de atrair fortemente objetos de ferro. A respeitabilidade (at´e hoje indiscut´ıvel) dos trabalhos de Newton influenciou o modo de pensar dos outros estudiosos. Os p´olos magn´eticos foram descobertos bem antes das cargas el´etricas. manganˆes (pirolusita. uma das pontas da pedra era chamada norte e a outra. de vez em quando encontramos grandes concentra¸c˜oes desse min´erio. tinham uma base em feitio de tigela rasa. um s´eculo depois. evidentemente. sobre a qual repousava uma “concha de sopa” feita de magnetita. N˜ao existem monop´olos magn´eticos.embora grande . existem cientistas que procuram encontrar um monop´ olo magn´etico. como por exemplo a Eletricidade e o Magnetismo. Os ´oxidos resultam da combina¸c˜ao do oxigˆenio com metais e metal´oides. A primeira aplica¸c˜ ao tecnol´ ogica magn´etica foi a b´ ussola. no entanto (como a pr´opria teoria em que foram inspiradas). Dessa forma podem ser classificados em ´oxidos simples. A estrutura magn´etica mais simples que existe na natureza ´e o dipolo magn´etico. Como a for¸ca de atra¸c˜ao e repuls˜ao variava com a posi¸c˜ao dos ´ım˜as. o homem descobriu certa pedra que era capaz de atrair outras pedras iguais a ela. Na natureza o dipolo magn´etico fundamental ´e o u ´nico respons´avel pelas . ´oxidos contendo hidrox´ıla e hidr´oxidos. As linhas de for¸ca do campo magn´etico saem do p´olo norte e chegam no p´olo sul. Hoje se sabe que essas express˜oes . n˜ao se podia compreender como isso acontecia. j´a os hidr´oxidos s˜ao definidos pela presen¸ca da hidrox´ıla como elemento essencial e podem ser subdivididos de acordo com a rela¸c˜ao do oxigˆenio com os c´ations. mas ficava livre para se mover. n˜ao era bem uma pedra. pois a primeira referˆencia sobre a sua utiliza¸c˜ao foi feita por Alexander Neckma. criptomelana e psilomelana). de estanho (cassiterita). comprovada em 1820. em n´ umero de dois. 1750) quanto para as intera¸c˜oes el´etricas (Augustin Coulomb. isto ´e. Inicialmente. e sempre acabava apontando no sentido sul. em alguns lugares da terra. Quanto ao fenˆomeno da orienta¸c˜ ao espontˆ anea na dire¸c˜ao (aproximada) norte-sul. ´oxidos m´ ultiplos. ou qualquer coisa que emanasse dos objetos. as propriedades magn´eticas dos ´ım˜ as e das correntes el´etricas tˆem uma origem comum: o movimento de cargas el´etricas. Essa concha era constru´ıda de tal maneira que o cabo n˜ao se apoiava na beirada da tigela. e vice-versa. Notaram tamb´em que p´olos de mesmo nome se repelem e de nomes contr´arios se atraem. o sul magn´etico da Terra atrai o norte do ´ım˜ a. O comportamento de dois ´ım˜ as. ilmenita e rutilo). Originalmente as b´ ussolas n˜ao possu´ıam indicadores delgados como as atuais “agulhas imantadas”. depende dos tipos de p´ olos em aproxima¸c˜ao: os opostos se atraem e os semelhantes se repelem. Todo o espa¸co onde elas existem chamamos de campo magn´ etico. ao serem aproximados. Ainda hoje. abordaremos a origem do magnetismo e dos materiais ferromagn´eticos e examinaremos brevemente algumas unidades b´asicas e rela¸c˜ oes associadas com o magnetismo e com os materiais magn´eticos. magnetita e goethita) de cromo (cromita). e a filosofia na qual se baseava acabou sendo estendida a campos n˜ao abrangidos por ela. autorizou Amp`ere a sugerir a existˆencia de correntes el´etricas microsc´opicas e permanentes na mat´eria imantada. **Os p´ olos norte e sul H´a muitos s´eculos atr´as. a hip´ otese de que o planeta Terra ´e um grande ´ım˜a. A rela¸c˜ao entre eletricidade e magnetismo. constitui as principais jazidas de min´erio de ferro (hematita. instantaneamente aparecem p´ olos opostos nas extremidades partidas. e inversamente proporcional ao quadrado da distˆancia. 1785). Cada fragmento do ´ım˜ a original ´e tamb´em um ´ım˜a completo. sem necessidade da existˆencia de coisa nenhuma entre os dois corpos em intera¸c˜ao. Por causa dessa a¸c˜ao. Essa teoria. como sugeriu William Gilbert. e pronto! os dois atra´ıam-se instantaneamente com uma for¸ca proporcional ao produto das massas. Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (Princ´ıpios Matem´ aticos da Filosofia Natural). S´ o falta descobrir o que est´a provocando o magnetismo do planeta. O objetivo ´e harmonizar os ambientes para a obten¸c˜ ao de bem-estar e felicidade. e opostos. nem porque. parece razo´avel: uma vez que p´ olos diferentes se atraem. um tratado de Mecˆ anica Cl´ assica que inclu´ıa a Teoria da Gravita¸c˜ao Universal. etc. Faraday imaginou as linhas de for¸ ca.baseadas n˜ao s´o na Mecˆanica de Newton como tamb´em em cuidadosas medi¸c˜oes . 43 O fato ´e que a Teoria da Gravita¸c˜ao Universal de Newton supunha a atra¸c˜ao gravitacional como uma for¸ca que agia `a distˆancia . n˜ao tendo validade universal. Dispensava efl´ uvios. Naquele tempo. Como veremos. A coisa ficou apenas como curiosidade. que teve grande sucesso em explicar fenˆomenos at´e ent˜ao incompreendidos.ou esmigalhado . Bastava haver um corpo de massa m1 aqui. causando grande interesse entre os pesquisadores. podemos vamos analisar uma certa quantidade de limalha de ferro espalhada sobre uma chapa transparente. 2. podemos ver que todos est˜ao relacionados ao movimento do el´etron. Fa¸ca o fio passar sobre o vidro da b´ ussola. durante uma aula de Eletricidade. colocando embaixo da folha uma pequena barra imantada. No final do s´eculo XIX estes trˆes fenˆomenos eram perfeitamente compreendidos e j´a tinham in´ umeras aplica¸c˜oes tecnol´ogicas. Magnetismo e o Spin . A descoberta do efeito de Oersted levou ` a fabrica¸c˜ao dos primeiros galvanˆometros.ELETROMAGNETISMO propriedades magn´eticas da mat´eria. observou que a agulha se movia. 3. eles s˜ao utilizados em duas categorias: os ´ım˜as permanentes s˜ao aqueles que tˆem a propriedade de criar um campo magn´etico constante. aproximou uma b´ ussola de um fio percorrido por corrente. mas nem todos materiais apresentam caracter´ısticas magn´eticas. pode ser verificado com uma pilha comum de 3 volts. com v´arias voltas. Esse efeito. Os efeitos externos familiares. Oersted publicou suas observa¸c˜ oes sobre o fenˆomeno em 1820. Observando a configura¸c˜ ao da limalha de ferro vemos a presen¸ca de dois p´ olos. ** Hans Christian Oersted (1777-1851) Oersted descobriu que a corrente pode ser a fonte do magnetismo. A este movimento est´a associado o momento magn´etico orbital. Com surpresa. e j´ a havia tentado v´arias vezes influenciar uma b´ ussola atrav´es de uma corrente el´etrica. desenvolvendo v´arias pesquisas no campo da F´ısica e da Qu´ımica. a agulha girava 180o . mudando a orienta¸c˜ao da agulha de uma b´ ussola nas proximidades. O desvio para um lado ou para o outro. ao familiar magnetismo forte da barra imantada ou da agulha de uma b´ ussola. Pouco depois. Se vocˆe quizer fazer um prego transformar-se num ´ım˜a. e ela ´e a liga¸c˜ ao entre eletricidade e magnetismo. Contrariando a descri¸c˜ ao popular.os el´etrons ligados aos ´atomos existem em estados que possuem um movimento orbital intr´ınseco. Experiˆ encias sobre o efeito do conflito el´ etrico sobre a agulha magn´ etica. an´ alogo ` as cargas positivas e negativas de um dipolo el´etrico. Esta foi a primeira demonstra¸ c˜ ao de que havia uma rela¸ c˜ ao entre eletricidade e magnetismo. Hans Christian. resultando em nenhum efeito externo. sem obter sucesso. 44 maior a partir do s´eculo XIX. Quando falamos popularmente do magnetismo. Os fenˆomenos magn´eticos ganharam uma dimens˜ao muito 4 OERSTED. geradores. sabe-se que Oersted estava procurando conscientemente uma rela¸c˜ ao entre eletricidade e magnetismo. e trouxeram depois problemas `a sua compreens˜ ao. Esta caracter´ıstica est´a associada ao momento magn´etico do el´etron. apresentou-as em Paris. Dependendo da intensidade da corrente este desvio pode ser maior ou menor. h´ a v´ arios anos. a agulha da b´ ussola mudar´a de dire¸c˜ao: deixar´a de apontar para o Norte para se colocar perpendicular ao fio de cobre. O efeito rec´ıproco.um el´etron isolado pode ser considerado como uma min´ uscula carga negativa girando. pois colocava o fio em uma posi¸c˜ao inadequada. um peda¸co de cobre e uma b´ ussola de bolso. Quando a corrente era invertida. como em motores. ** Magnetismo da mat´eria Quase que imediatamente a Oersted. As propriedades de simetria do fenˆomeno dificultaram a descoberta. transformadores. observando os trˆes tipos de magnetismo existente. Ligue uma ponta do fio a um dos p´olos da pilha e a outra ao p´ olo oposto.evidenciando a passagem da corrente. existe o momento magn´etico do spin µs .el´etrons se movendo no v´acuo ou no interior de um fio condutor. o f´ısico e qu´ımico Hans Crhistian Oersted descobriu que uma corrente el´etrica passando por um fio tamb´em produzia efeito magn´etico. quase sempre estamos nos referindo ao ferromagnetismo. descobriram que um campo vari´avel podia induzir uma corrente el´etrica num circuito. Em 1819. os momentos magn´eticos dos el´etrons num s´olido se combinam de tal modo que se cancelam uns aos outros. Magnetismo de cargas em movimento . circundada por uma bobina de fio met´alico. Assim como um el´etron. 2. pelo qual um fio pr´oximo de um ´ım˜a sofre a a¸c˜ao de uma for¸ca quando atravessado por uma corrente. retomou ` aquela universidade e ali trabalhou como professor e pesquisador. um pr´oton pode ser visto tamb´em como uma min´ uscula carga em rota¸c˜ao com os associados momento angular e momento magn´etico. Ele demonstrou que o el´etron pode produzir magnetismo de trˆes formas: 1. at´e se posicionar num plano perpendicular ao fio. poder´a constatar que o seu prego est´ a imantado. No mesmo ano. indica o sentido em que a corrente est´a fluindo pelo fio. Cadernos de Hist´ oria e Filosofia da Ciˆ encia (10): 115-22. era filho de um farmacˆeutico e estudou Filosofia na Universidade de Copenhague. das quais o motor e o gerador el´etrico eram as mais importantes. os . Aproxime-o de uma por¸c˜ ao de alfinetes e ver´a como eles s˜ao atra´ıdos. O galvanˆ ometro comp˜oe-se de uma agulha imantada. Quando a corrente el´etrica atravessa a bobina. Mais tarde. A F´ısica possui duas explica¸c˜oes: 1. Todos os materiais s˜ao constitu´ıdos por el´etrons. Entretanto existem esp´ecies de magnetismo que n˜ao pode ser sentidas por nossos dedos. bastar´a somente passar ao seu redor um fio. pode hoje ser vista como a iniciadora de um novo ramo de estudos: o Eletromagnetismo. ocorrida no meio de uma aula. na rota¸c˜ao em torno do seu pr´oprio eixo. que foi chamado efeito de Oersted. Magnetismo do movimento orbital . Nas aplica¸c˜oes tradicionais. Andre Amp`ere na Fran¸ca descobriu a lei da for¸ca magn´etica.4 Oersted nasceu na Dinamarca. Depois de viajar pela Europa. etc. a agulha se desvia . em torno do n´ ucleo e atrav´es de um elemento condutor. 1986. Ligando esse fio a uma bateria (ou fonte). Michel Faraday na Inglaterra e Joseph Henry nos Estados Unidos. Assim que fizer a segunda liga¸c˜ ao. somente s˜ao poss´ıveis quando temos ´atomos que contenham el´etrons n˜ao emparelhados e circunstˆancias especiais que permitam o alinhamento em grande escala dos momentos de dipolo dos el´etrons. Em um ensaio publicado em 1813 ele previu que deveria existir uma liga¸c˜ao entre a eletricidade e o magnetismo. correspondente ao movimento do el´etron numa ´orbita em torno do n´ ucleo do ´atomo. com propriedades de ´ım˜a. o f´ısico e matem´atico francˆes Andre Amp`ere formulou a lei que relaciona o campo magn´etico com a intensidade da corrente do fio. pois suas for¸cas magn´eticas s˜ao extremamente fracas. Ent˜ao. Na maioria dos casos. com a descoberta de sua correla¸c˜ao com a eletricidade. Em 1820. foi descoberto logo em seguida. Atualmente. continuando a se manter nesse plano. Como experiˆencia. os materiais magn´eticos desempenham papel muito importante nas aplica¸c˜oes tecnol´ogicas do magnetismo. com um momento angular intr´ınseco ou spin S. ou seja. assim como outras part´ıculas carregadas em movimento criam um campo magn´etico externo. Devido a este giro. Na verdade todo material ´e magn´etico. em 1831. Sua descoberta acidental. E certa composi¸c˜ao qu´ımica. na cabe¸ca de grava¸c˜ao. E ´ na obten¸c˜ao de H necess´ario notar que a lei de Biot-Savart. a pesquisa para seu aperfei¸coamento ´e muito intensa em todo o mundo. Os materiais formados por esses elementos ou suas ligas tˆem propriedades que possibilitam suas aplica¸c˜oes tecnol´ogicas. como eur´opio. que adquiriu grande importˆ ancia nas u ´ltimas d´ecadas. Todos eles se baseiam na deposi¸c˜ ao gradual de ´ atomos ou mol´eculas do material desejado sobre a superf´ıcie de outro material que serve de apoio.ELETROMAGNETISMO materiais doces. Atualmente. nos u ´ltimos 15 anos. Poder´ıamos consider´a-la como uma varia¸c˜ao alg´ebrica da lei de Amp´ere. atrav´es da indu¸c˜ ao de uma corrente el´etrica pelo meio magn´etico em movimento na bobina da cabe¸ca de leitura. Mas n˜ao ´e apenas por sua importˆ ancia tecnol´ ogica e econˆomica que os materiais magn´eticos concentram hoje intensa atividade de pesquisa no mundo inteiro. s˜ ao aqueles que produzem um campo proporcional ` a corrente num fio nele enrolado. Esta aplica¸c˜ ao ´e baseada na propriedade que tem a corrente numa bobina. As propriedades magn´eticas das substˆ ancias se devem a uma propriedade intr´ınseca dos el´etrons. ´e a grava¸c˜ao magn´etica. Na maioria dos casos. formando an´eis. gadol´ınio. O magnetismo dos materiais constitui um dos campos de pesquisa b´ asica mais f´erteis e ativos da f´ısica. Amp`ere sugeriu que o magnetismo natural era devido a pequenas correntes fechadas no interior da mat´eria. O campo magn´etico H vetor. como n´ıquel. Na continuidade deste curso estudar-se-´a a lei de rela¸c˜ao entre a corrente que passa por um condutor (causa) e o campo magn´etico criado ~ pode ser originado de duas (efeito). Vamos ver. etc. Os filmes finos podem ser preparados por v´ arios m´etodos diferentes. com espessuras da ordem ou fra¸c˜ao de 1 nanˆometro ( 1 nm = 10-9 m). formando um ´ım˜a natural. M´odulo . Entretanto. ´e feita. tendendo a se alinhar na dire¸c˜ao do campo magn´etico a que est´a submetido. Por essa raz˜ ao. Hoje ´e poss´ıvel fabricar estruturas artificiais controlando a deposi¸c˜ao de camadas no n´ıvel atˆomico. dire¸c˜ao e sentido. cuja compreens˜ao microsc´opica exige o conhecimento detalhado dos filmes. Neste caso. identificamos essas pequenas correntes com o movimento dos el´etrons no interior dos ´atomos. Um el´etron que gira ao redor do n´ ucleo equivale a uma corrente que produz os mesmos efeitos magn´eticos que um pequeno im˜a. ou a leitura. e tamb´em estruturas com mais de uma dimens˜ao na escala nanom´etrica. Vamos ver cada um destes componentes: 1. Devemos ent˜ao . e v´arios elementos de terras raras. da informa¸c˜ aogravada. A recupera¸c˜ao. A lei de Biot-Savart ´e uma express˜ao que nos auxilia ~ em fun¸c˜ao da corrente que o gera. onde ~ no ponto P criado pela cordesejamos calcular o campo H rente I passando por um condutor de forma qualquer. ora com o spin num sentido. com alto grau de perfei¸c˜ao e ´ tamb´em poss´ıvel depositar sobre um filme com pureza. etc. espessura e aplica¸c˜ ao. chamadas nano-estruturas magn´eticas de maiores dimens˜oes. atualmente. A evolu¸c˜ ao tecnol´ ogica dessas aplica¸c˜oes ocorreu por causa da descoberta de novos materiais. Dire¸c˜ao . Para apresentar a lei de Biot-Savart. Nos ´atomos mais comuns o spin total ´e nulo. 2. A fabrica¸c˜ao de filmes ultra-finos.as linhas de for¸ca do campo magn´etico giram em torno do fio. para certos elementos da tabela peri´ odica. estes dipolos magn´eticos est˜ao orientados no mesmo sentido. maior o campo magn´etico resultante. O mercado mundial de materiais magn´eticos e seus dispositivos compreende. Isto possibilita a fabrica¸c˜ao de estruturas com propriedades magn´eticas muito diferentes das tradicionais. Podemos imaginar que em qualquer material existem muitos im˜as de tamanho atˆomico. possui m´odulo. ora no outro. seu spin (palavra em inglˆes que significa girar em torno de si mesmo). Entretanto. mas pode ser interpretado. pois os el´etrons ocupam os orbitais satisfazendo o princ´ıpio de Linus Pauling. cujo sentido ´e o da corrente I. outro filme de composi¸c˜ao diferente. e tornou-se muito importante nos computadores. O campo magn´etico H maneiras: a) Por corrente el´etrica. dependendo da composi¸c˜ ao. das interfaces e das intera¸c˜oes entre os ´atomos. aperfei¸coamento das t´ecnicas de prepara¸c˜ ao. muito maior ao que seria criado apenas pela corrente. cerca de 150 bilh˜oes de d´olares por ano. fazendo com que o ´ atomo tenha um momento magn´etico permanente. A terceira aplica¸c˜ao tradicional dos materiais magn´eticos. ou perme´ aveis. como o planeta Terra faz numa escala muita maior. nesta se¸c˜ao. ao spin est´a associado um momento magn´etico. tradicionalmente. onde a corrente passa pelo centro do anel. isto ´e. em certas substˆancias. o qual se comporta como uma min´ uscula agulha magn´etica.2 Lei de Biot-Savart Em 1823. classicamente. As aplica¸c˜oes mencionadas s˜ ao baseadas em propriedades e fenˆomenos cl´assicos. como se origina campo magn´etico ~ ´e um atrav´es da corrente el´etrica. manganˆes.o campo magn´etico que se forma ´e dependente diretamente da corrente que passa pelo fio. b) Por ´ım˜a permanente (p´olo magn´etico). tornou-se poss´ıvel gra¸cas 45 a` evolu¸c˜ao das t´ecnicas de alto v´acuo. ferro e cobalto. todos conhecidos e compreendidos desde o in´ıcio do s´eculo XX. A. n˜ao acrescenta absolutamente nada a mais em rela¸c˜ao `as equa¸c˜oes de Maxwell. Resumindo: a corrente que passa por um condutor produz um campo magn´etico `a sua volta. os efeitos de cada dipolo magn´etico se somam. O fio ´e dividido em pequenos segmentos aos quais podemos associar o vetor d~`. de in´ umeros equipamentos acionados por cart˜ oes magn´eticos. chamado substrato. sob o aspecto conceitual. Como o el´etron tem carga. observemos a Fig. Quanto maior a corrente ou o n´ umero de voltas do fio. Este ´e o caso dos elementos do grupo de transi¸c˜ao do ferro. A intensidade do campo em cada anel ´e inversamente proporcional ao raio do anel. Isto possibilita armazenar no meio a informa¸c˜ao contida num sinal el´etrico. o spin total ´e diferente de zero. 20. A grava¸c˜ao magn´etica ´e a melhor tecnologia da eletrˆonica para armazenamento n˜ ao-vol´ atil de informa¸c˜ao que permite re-grava¸c˜ ao. nestes pequenos ´ım˜as os dipolos magn´eticos est˜ao orientados ao acaso e seus efeitos se cancelam. dada ` a imensa diversidade das suas propriedades e dos fenˆomenos que neles s˜ ao observados. a pesquisa em materiais magn´eticos ganhou um grande impulso por conta de descobertas feitas com estruturas artificiais de filmes muito finos. em alterar o estado de magnetiza¸c˜ ao de um meio magn´etico pr´oximo. os el´etrons giram sobre si mesmos produzindo efeitos magn´eticos adicionais. Sentido . Por´em.o sentido ´e dado pela regra da m˜ao direita. Ela ´e essencial para o funcionamento dos gravadores de som e de v´ıdeo. 3. ou filmes magn´eticos e n˜ao-magn´eticos intercalados. Por outro lado. Estas estruturas compreendem filmes simples de uma u ´nica camada magn´etica sobre um substrato. como se o el´etron estivesse em permanente rota¸c˜ao em torno de um eixo. Esta lei foi proposta por Biot e Savart como uma lei experimental. O spin ´e uma propriedade quˆ antica do el´etron. ♦ **Dois condutores paralelos Como j´a foi visto. 1 Oersted = 1000 A/m = 79. 58 A/m 4π ~ tal como o produto veQuanto `a dire¸c˜ao e sentido de H. observa-se que os campo magn´eticos dos dois condutores se somam no espa¸co situado entre os condutores. Dois condutores paralelos est˜ ao conduzindo correntes em sentidos opostos. As linhas de campo magn´etico para uma corrente I s˜ ao c´ırculos concˆentricos. veremos que fluxos magn´eticos exercem for¸cas sobre cargas em movimento. o campo magn´etico ´e perpendicular a r e `a dire¸c˜ ao do elemento de corrente. Considerando o ˆangulo θ. devido ao elemento de corrente iδ` ´e: ~ = 1 iδ ~` × ~r δH 4πr3 ~ A componente δ H ter´ a sempre a mesma dire¸c˜ ao e sentido. a contribui¸c˜ao δ H para o campo no ponto P . unidades de amp´eres por metro (A/m) e. integrando esta express˜ao desde θ = −π/2 at´e θ = π/2 obtem-se o campo total H. Encontrar a distˆancia x de um ponto P ao primeiro condutor. conhecido como lei de Biot-Savart: Z Z 1 I d~` × ~r ~ ~ (37) H = dH = 4π r3 Esta lei ´e ferramenta b´ asica para c´ alculo de campo magn´etico criado num ponto. obtemos o campo magn´etico gerado por um elemento de corrente. se R = 0. 1A. H= Esta lei ´e apresentada sob a forma diferencial: ~ =I dH d~` × ~r 4π r3 Sendo Id~` o elemento de corrente. Campo magne −π/2 I cos θdθ 4πR que resulta I amperes/metro (38) 2πR Ent˜ao. Integrando a express˜ao anterior. no sistema cgs.1A.ELETROMAGNETISMO 46 definir o vetor ~r como sendo ~r = P − M . e se soma fora dos condutores. 4) . 6 I1 rP I2 ? Solu¸c˜ ao: Aplicando a eq. podemos escrever a rela¸c˜ao entre δ` e δθ: r δθ = δ` cos θ ou seja ~ ⊗ dH * P   R θ  Substituindo δ` em δH:     ~r 6 d~`  δθ δθ =R 2 cos θ cos θ δ` = r δH = I cos θδθ 4πR Agora. pode-se calcular o campo somando vetorialmente os campos criados por cada corrente. Ent˜ao dois condutores paralelos. A seguir. em sentidos opostos. e s˜ao percorridos por correntes I1 = 100A e I2 = 60A. e se subtrai fora dos condutores.2: Dois fios retil´ıneos paralelos est˜ao afastados de d = 40 cm. I 6 Lembrando que arco = ˆangulo x raio. com corrente experimentam uma dada for¸ca de atra¸c˜ao ou repuls˜ao. Mas ´e v´alida somente em meios uniformes (com mesma permeabilidade magn´etica). Dois condutores paralelos est˜ ao conduzindo correntes no mesmo sentido. O somat´orio dos ~ nos fornecer´a o campo H ~ criado pelo condutor percorrido dH por I. segundo os sentidos das correntes. no ponto P . unidades de Oersted (Oe). onde o campo magn´etico total seja nulo. devido a uma distribui¸c˜ ao de corrente. calcule o campo a uma distˆ ancia de 10 cm do condutor quando ele for percorrido por uma corrente de 0. observa-se que os campo magn´eticos dos dois condutores se subtraem no espa¸co situado entre os condutores. M Z π/2 H= Fig. Pela regra da m˜ao direita. ~ Solu¸c˜ ao: Usando a lei de Biot-Savart. ~ torna-se a componente de H δH = 1 I δ` r sen (90 − θ) 4πr3 Exemplo III.1: Campo magn´etico devido a um condutor ~ num ponto longo retil´ıneo. Considerando que n˜ao existam materiais ferromagn´eticos nas proximidades. Exemplo III. Pela regra da m˜ao direita. Esta ´e a conhecida regra da m˜ ao direita. no SI. 1m e I = 0. a intensidade do campo ´e H = 0. r a distˆ ancia do ponto de observa¸c˜ao ao condutor. 159A/m. correntes geram campos magn´eticos e. (38) para os dois condutores. Determine o campo magn´etico H P distante R metros de um condutor infinitamente longo. torial da equa¸c˜ao (37) evidencia. dados pela regra da m˜ ao direita. percorrido por uma corrente de I amp´eres. A intensidade do campo magn´etico H tem. e igualando a zero I1 I2 = 2πx 2π(x − d) 100 60 = 2πx 2π(x − 0. 20 ´tico de um fio percorrido por corrente. Mas o componente axial dHA = dH cos α = dH R R I d` = r 4π r3 Integrando d` = Rdθ: Z H= = dHA = RI 4π r3 Z d` RI R2 I 2πR = 4π r3 2 r3 Mas como r= p R2 + x2 temos. 7155 NI R A eq.3 Lei de Amp´ere A lei de Amp´ere. expressa de uma forma matem´atica vetorial. distribui¸c˜ao de campo e fluxo magn´etico no sistema. ♦ Exemplo III.5 # (x + R/2)2 NI (x − R/2)2 1+ H= 1+ 2R R2 R2 (40) e. Campo magne Exemplo III. comprovando que a intensidade de H constante para um grande intervalo. H(x) = H0 (1 + c4 x4 + c6 x6 + . H → N I / L. ~ Temos ent˜ao o m´odulo de dH: I d` dH = 4π r2 Na integra¸c˜ao ao longo da espira. ♦ Este resultado ´e fundamental para calcular o momento de dipolo magn´etico. O sentido do campo ´e dado pela regra da m˜ao direita: com o polegar no sentido da corrente. ♦ Exemplo III. Oersted descobriu que uma corrente el´etrica produz um campo magn´etico. Obter a equa¸c˜ ao do campo magn´etico no centro da mesma. Fazer um gr´afico com a amplitude do campo ao longo do eixo das bobinas. ´e a conhecida regra da m˜ ao direita. que ´e uma das leis mais importantes do eletromagnetismo. soma alg´ebrica das correntes enla¸cadas pelo percurso.5  −1. de raio R. calcularemos o valor do campo magn´etico em um ponto gen´erico P . Elas s˜ao muito conhecidas pelo fato de que o campo magn´etico uniforme ao longo do seu eixo. 0 metro do primeiro condutor. Assim. o m´odulo do campo magn´etico dado por (39) torna-se H = NI Exemplo III. tal que x = 0 no ponto equidistante das duas bobinas. I Z Z ~ = ~ · d~` = ~=I C(H) H J~ · dS (41) L(S) H=I R2 2 (R2 + x2 )3/2 (39) ~ e Com esta express˜ao matem´atica. o m´odulo do produto vetorial ´e simplesmente d` r. quando L → ∞. as linhas de campo s˜ao c´ırculos em planos perpendiculares ao fio. para x. onde seus raios R s˜ao iguais `a distˆancia d entre elas.. situado no eixo de uma espira circular percorrida por uma corrente constante I. a rela¸c˜ao campo H corrente ´e dada por uma integral de linha. H → N I / 2R. ´e igual `a a circula¸c˜ao do vetor H.4: Campo magn´etico de uma espira circular Neste exemplo. os outros dedos do~ A intensidade ´e dado pela brados apontam no sentido de H.6: Campo de um solen´oide finito. Portanto. 21 ´tico de uma espira circular. Solu¸c˜ ao: O produto vetorial do numerador da lei de BiotSavart (37) ´e d~` × ~r = R dφ R = R2 dφ e Z H= I R2 dφ I = 4π R3 4πR Z 2π dφ = 0 I 2R que ´e o campo no centro da espira circular. para x = 0 o campo vale H0 = 0.) e para valores de x pr´oximos de zero. esses componentes n˜ ao entram no c´ alculo de H para um ponto situado no eixo da espira. Solu¸c˜ ao: Situando o eixo x. 21.ELETROMAGNETISMO 47 que resulta x = 1.3: Uma espira circular. portanto H=√ NI NI =√ 2 2 4R + L D2 + L2 onde R ´e o raio do solen´oide e L ´e o seu comprimento. ~ permanece eH∼ = H0 . isto ´e R = d.. s˜ ao perpendiculares entre si. da lei de Biot-Savart. que ´e calculada . conforme esquema da Fig. cada valor do componente radial dHR ´e anulado pelo seu oposto de 1800 . R2 R2 + N I 2 (R2 + (x − d/2)2 )3/2 2 (R2 + (x + d/2)2 )3/2 como d = R escreve-se H = NI R2 R2 +N I 2 (R2 + (x − R/2)2 )3/2 2 (R2 + (x + R/2)2 )3/2 que resulta " −1. que demonstra a validade desta equa¸c˜ao. ♦ Fig. ´e percorrida pela corrente I. Verificar a validade da equa¸c˜ao do campo magn´etico Como d~` e ~r. ♦ A. e.5: As bobinas de Helmotz s˜ao duas bobinas circulares coaxiais. ~ em um percurso fechado. e que para o caso de um fio retil´ıneo. Resposta: Quando L → 0. a derivada dH/dx ∼ = 0. (40) pode ser expandida em s´erie. Como o solen´ oide tem um n´ umero infinito de espiras (na pr´atica. chamada solen´ oide. temos a corrente I envolvida pela linha amperiana I = I0 r2 R2 Este resultado ser´a usado para calcular a indutˆ ancia interna de um fio. e isolando H. isto ´e. Cabe salientar que fora das leis de Biot-Savart ou Amp´ere ~ em n˜ao h´a nenhum meio anal´ıtico de determinar o campo H ~ Somente os m´etodos num´ericos.7: Campo magn´etico de um solen´oide. sem que tenhamos ainda meios de solucionar todos os problemas existentes. Supondo que temos n espiras por metro. aplicando a lei de amp´ere. Vamos escolher um retˆangulo como uma linha fechada amperiana. a equa¸c˜ao (41) numa dire¸c˜ao torna-se: H ~ · d~` H ∆I L(S) = lim =J (43) lim ∆S→0 ∆S→0 ∆S ∆S Dizendo que a equa¸c˜ao (43) ´e um componente do vetor rotacional. tomando H = 0 na regi˜ao externa ao solen´ oide. Agora. ~ em um bom n´ modernos. Como a corrente tem densidade uniforme. usaremos a concep¸c˜ao do medidor do rotacional ou das pazinhas girantes como sugerido por Skilling (veja bibliografia). Isso significa a capacidade do vetor campo para a rota¸c˜ao da pazinha. com raio r ≤ R. J´a temos visto no exemplo apenas a discuss˜ao que o vetor campo cujo as dire¸c˜oes das linhas s˜ao linhas certamente que tˆem rotacional n˜ao nulo. ´e poss´ıvel ter vetor campos cuja a dire¸c˜ao das linhas s˜ao curvadas mas o rotacional n˜ao ´e zero. transportando uma corrente I0 . cujo comprimento ´e muito maior do que o seu raio. fazendo-a tender a zero. Solu¸c˜ ao: Vamos escolher uma linha amperiana circular. de raio R. o significado f´ısico do rotacional fica aparente. ♦ qf q f q f q f q f q f q f q f q f q f q qf qf qf q f qf f qf 48 q f f f +f+ + +f +f +f +f +f +f +f +f+f+f+f q f q qf f q q f qf f q f q f q f qf q f q f q f qf q f q f q f q f Fig. Consideremos o fio condutor como um cilindro infinito. Forma-se um campo magn´etico ao redor de uma bobina de fio de cobre. a corrente que atravessa a amperiana ser´a n L i. Considere uma correnteza de agua atrav´es uma de se¸c˜ao transversal na dire¸c˜ao z. A corrente que atravessa o retˆangulo a amperiana selecionada) ´e igual `a corrente i. I ~ · d~` I= H onde d~` ´e o caminho de integra¸c˜ ao. n˜ao haver´a giro da pazinha para nenhum dos dois lados j´a que a velocidade ´e a mesma para ambos. ela n˜ao vai girar desde o fundo at´e a superficie pois est˜ao com a mesma for¸ca. o valor do campo ´e menor. 22 ´ ide.9: Campo magn´etico dentro de um fio. temos: H= 1 NI 2π r (42) onde N ´e o n´ umero de espiras do tor´ oide. que escolhemos ao redor do fio. Exemplo III. multiplicada pelo n´ umero de espiras que atravessa a amperiana. Vamos usar a lei de Amp`ere para calcular o m´odulo de H no interior do solen´ oide. Para fazermos isso. Mas. de modo que H=ni ´ claro que para um solen´ E oide finito. Na exata metade da correnteza. No interior do tor´oide (ver Fig. relativamente fun¸c˜ao de J.ELETROMAGNETISMO atrav´es de uma curva fechada chamada curva amperiana. se n´os examinarmos o gr´afico de ~vx e compar´a-lo com o movimento da pazinha. podem determinar H umero de casos. isto ´e. com densidade uniforme. que ´e cortado pela linha que une os condutores de um lado do solen´ oide. Corte de um toro ~ A. 22).4 Rotacional de H Agora vamos discutir resumidamente o significado f´ısico do rotacional. Al´em disso. define-se a lei geral I Z Z ~ · d~` = ~ × H) ~ × dS ~ A (∇ (44) L(S) S Chegando-se na equa¸c˜ao diferencial ~ ×H ~ = J~ ∇ . I Hd` = n L i L A integral fechada pode ser desdobrada. num determinado comprimento L. Considera-se a velocidade ~v da ´agua independente da altura mas aumentando uniformemente desde o valor zero das extremidades at´e um valor m´aximo de v0 localizado no centro da corrente de ´agua. paralela ao eixo x. um n´ umero muito grande de espiras). No interior do solen´oide o campo tem o sentido indicado pela regra da m˜ao direita. Usando argumentos de simetria ´e f´ acil mostrar que s˜ao nulos os campos entre os fios e na parte externa do solen´oide. ou um valor limite que nunca ser´ a ultrapassado! ♦ Exemplo III. A p´a vai girar na dire¸cao anti-hor´aria no lado direito para o centro. Se n´os inserirmos a pazinha horizontalmente. Da mesma forma. O rotacional n˜ao faz nada com a curvatura ou com a corrente rotacional como o nome talvez lembre. **Teorema de Stokes Aplicando-se o limite na superf´ıcie S. A corrente I ´e a corrente l´ıquida englobada pela curva. este valor ´e uma referˆencia. Agora. assim mostra-se que o rotacional para esse campo n˜ao tem uma componente horizontal. Assim. a corrente que entra na lei de Amp`ere ´e calculada em termos da densidade de espiras n espiras por metro de solen´oide. e integrando na linha amperiana circular de raio r. vamos considerar o menos atrito que as p´as tˆem desconsiderando a influˆencia na velocidade da ´agua e intoduzir na ´agua com isso uma seta vertical. a p´a vai girar com uma taxa parecida independentemente de y.8: Campo de um tor´ oide. junto do eixo z ou junto ao eixo y ou em qualquer outra dire¸cao paralela ao plano yz. partindo de que a velocidade diferencial ´e independente de y. ♦ Exemplo III. e consideraremos o solen´ oide infinito. ELETROMAGNETISMO 49 **O rotacional nos trˆes sistemas de coordenadas Coordenadas cartesianas: . . ~k .  . ~i ~j  . ∂ . ∂Ay ~ ∂Az ∂ ∂ . ~ ×A ~=. ∇ . ∂x ∂y ∂z . = ∂y − ∂z i . A . x Ay  Az   ∂A ∂Az ~ ∂Ax ~ y x k + ∂A ∂z − ∂x j + ∂x − ∂y Coordenadas cil´ındricas: . . . ~ur /r ~uφ ~k/r . . ∂ . ∂ ∂ ~ ×A ~=. . = ∇ . ∂r ∂φ ∂z . . A .  r rAφ Az  ∂Aφ ∂Ar ∂Az 1 ∂Az ~ur + ∂z − ∂r ~uφ + r ∂φ − ∂z Coordenadas esf´ericas: . . ~urs . r2 sen θ ~ ×A ~ = . . s ∂ ∇ . ∂rs . de forma que os campos das duas bobinas sejam aditivos.8: Desenhar diagramas mostrando o campo magn´etico ao redor de dois condutores retil´ıneos paralelos percorridos por corrente: (a) no mesmo sentido. Ligou-se uma fonte de corrente de 1 A.9: Montou-se duas bobinas com 20 cm de diˆametro e 100 espiras de um condutor muito fino.6246 N/m. que passa nas duas bobinas em s´erie. de atra¸c˜ao. (b) em sentidos opostos. (Demonstrar qualquer f´ormula utilizada). e.) ~k (46) P III-A. (47) P III-A.62 cm e tiverem uma corrente de 1000 A no mesmo sentido. Calcular o campo devido aos dois fios H. e dispostas coaxialmente a uma distˆancia de 10 cm uma da outra. qual a for¸ca por metro de comprimento? (Resposta: 2. Ars  ~ uθ rs sen θ ∂ ∂θ + r1s + r1s  ∂(rAφ ) ∂r ~ uφ rs ∂ ∂φ rs Aφ rs sen ∂(sen φAφ ) θ urs − ∂A ∂θ ∂φ ~ ∂(r A ) ∂A s φ rs 1 − ∂r ~uθ  sen θ ∂φ s ∂Ars ∂(rs Aθ ) − ∂θ ~uφ ∂rs 1 rs senθ 1 r θAφ − (45) P III-A. Plotar curvas mostrando a intensidade do campo magn´etico ao longo do eixo das bobinas. nos quais passam as correntes I e 2I. situado a uma distˆancia x do fio 1. Se os dois condutores estiverem afastados de 7. I A+x (R: H = 2π x(A−x) A/m) ∂Ar ∂φ  .10: Tˆem-se dois fios infinitos separados por uma distˆancia A. no ponto P . . . . . = . . criado por uma corrente I.5cm. .8 A/m) P III-A. formando um triˆangulo equil´atero com afastamento l entre os centros. com 25 mm2 . Considerando N = 167 espiras.8 amp´ere nos lados colocados em x = −17. passa atrav´es de um condutor de raio R.16: Calcular a intensidade do campo magn´etico no centro do sistema de coordenadas. Calcular o campo magn´etico: (a) no interior do condutor. calcular o campo quando o raio a = 0. de se¸c˜ao retangular. b) no meio H = 2πr b2 −a2 e c) fora H = I/(2πr)) P III-A. devido aos trˆes fios (R: Ht = 0) P III-A.17: Helmholtz. P III-A. percorrido por uma corrente I. (R: Hφ = Jz r/2 e Hφ = Jz R2 /(2r)) P III-A. e y = 3.2: Calcular a intensidade do vetor campo magn´etico a 0. divergente. dentro. tem uma distribui¸c˜ ao uniforme de 600 espiras de condutor de cobre isolado. e ´e percorrida por uma corrente superficial uniforme J~ = k~j A/m.11: Uma barra condutora condutora infinita. A condutividade do cobre ´e 58 mm2 /m/Ω. usando: (a) a lei de Biot-Savart. √ I (R: H = a2 + b2 πab A/m) P III-A. (b) a lei circuital ~ = i ~uφ ) de Amp´ere. centrada no eixo z. imerso em ´oleo.4: Uma superf´ıcie infinita est´ a situada no plano z = 0.13: Calcule o campo. A. quando ´e percorrido por uma corrente de 2 A. (R: I r 2 −a2 a) dentro H = 0.2cm. (R: J = 2 eI L A/m2 ) b) Considere que o afastamento de um ponto at´e a barra x << L. . i = 13. y = −12. P III-A. (Resposta: 59 A/m) P III-A.14: Calcule o campo magn´etico num ponto P .5 m do centro de um condutor de cobre. e. de usar ou n˜ao usar.3cm. se uma bobina retangular com uma u ´nica espira est´a colocada no plano xy. (R: H = √ IR A/m) 2 2 3 2 (R +x ) P III-A. quando ´e percorrida por uma corrente de 10 A. passando 47. (R: 31.15: Calcule o campo magn´etico em um ponto P .3: Considerando uma corrente i fluindo na dire¸c˜ao positiva ao longo do eixo z de −∞ a +∞. integral de linha. e. que ´e percorrido por uma corrente de 100 A. e na metade entre as duas bobinas possui gradiente nulo num trecho ao longo do eixo. x = −2. com expessura e e largura 2L.5 Exerc´ıcios .) P III-A.4A. em s´erie. (R: Hx = k/2.1: Comparar. calcular o campo total no baricentro do triˆangulo. que ´e percorrido corrente I. calcular o campo magn´etico num ponto P afastado de uma distˆ ancia r do condutor. ferramentas matem´ aticas mais avan¸cadas (gradiente. cuja proje¸c˜ao sobre a mesma se situa na sua linha mediana. .12: Tendo 3 fios infinitos percorridos por I. (Resposta: 1970 A/m) P III-A.8cm. (b) externo ao condutor. dispostas com os seus eixos em comum. possui uma corrente I fluindo transversalmente. que se situa no encontro das diagonais de uma espira retangular de largura 2b e altura 2a. Escolher um percurso fechado e calcular o campo magn´etico a uma distˆ ancia z da superf´ıcie. ) para os problemas de engenharia. citando vantagens e desvantagens. .5: Uma densidade de corrente J~ = Jz~k.7: Um solen´ oide com 64 cm de comprimento e 2. situado no mesmo plano de uma espira circular de raio R. O campo para uma superf´ıcie de corrente n˜ ao varia com a distˆancia.54 cm de diˆametro. e calcule o campo magn´etico H criado pela barra no ponto P . ligou duas bobinas circulares com mesmo raio. no meio e fora de um cabo cil´ındrico ˆoco de raio interno a e raio externo b. e observou que a intensidade do campo magn´etico no eixo. a uma distˆancia x do centro da 2 mesma. Calcular a intensidade do campo magn´etico no centro do solen´ oide.6m. a) Calcule o m´odulo da densidade de corrente J (A/m2 ) na barra. de maneira uniforme.7a semana P III-A. P III-A.6: Calcule a intensidade do campo magn´etico no centro de uma espira quadrada com 32 cm de lado. (R: H 2π r P III-A. rotacional. puros e em ligas destes metais uns com os outros e com alguns outros elementos. A energia potencial do momento magn´etico num campo magn´etico externo ´e m´ınima quando o momento ´e paralelo ao campo e m´axima quando est´a antiparalela ao campo. A regi˜ao do espa¸co sobre a qual os momentos de dipolos magn´eticos est˜ao alinhados ´e denominado um dom´ınio.o fluxo passar´ a preferencialmente pelo ar. O conceito de spin surgiu da necessidade de se explicar . conforme ocorre com os materiais ferromagn´eticos. o que em certos casos. Na presen¸ca de um campo magn´etico externo. n˜ ao existe for¸ca atuando sobre o material. como aconteceu com o campo el´etrico. e os materiais ferromagn´eticos tornam-se paramagn´eticos. Esses materiais diamagn´eticos e paramagn´eticos tˆem uma susceptibilidade. denominada temperatura Curie. de modo que o momento magn´etico l´ıquido de uma amostra macrosc´opica do material ´e nulo no estado normal. dividiram-se os materiais em: paramagn´etico. tolerado e talvez toler´avel em textos n˜ao rigorosos. usualmente microsc´opica. quando verificou que um peda¸co de bismuto era repelido pelos p´olos de um im˜a. At´e mesmo substˆancias como cobre e alum´ınio. Quando n˜ao h´a campo magn´etico externo. no cobalto e no n´ıquel. **Paramagnetismo O paramagnetismo ocorre nas substˆancias cujos ´atomos tem momentos magn´eticos permanentes e interagem uns com os outros apenas de modo fraco. Alguns materiais. de modo que numa pequena regi˜ao do espa¸co os momentos est˜ao alinhados entre si. notavelmente o ferro. os momentos tendem a alinhar-se no campo. Em temperaturas muito baixas e em campos externos elevados. conforme ocorre com os materiais diamagn´eticos e paramagn´eticos ou pode j´a existir mesmo na ausˆencia do campo externo.as linha se concentram no material. ao passo que objetos compostos tˆem momento angular extr´ınseco. O efeito diamagn´etico n˜ao depende da temperatura.as linhas de fluxo n˜ ao se alteram. a mat´eria ´e classificada como sendo paramagn´etica ou diamagn´etica. A fra¸c˜ao dos momentos que se orienta paralelamente ao campo depende da intensidade do campo e da temperatura. o que indicava que o campo externo do im˜a provocava um dipolo magn´etico no bismuto em dire¸c˜ao oposta `a do campo. 3.ELETROMAGNETISMO Observa¸c˜oes: a. mas sim momento angular (exce¸c˜ao feita somente ao n´ ucleo do is´otopo 1 do hidrogˆenio. Geralmente o efeito diamagn´etico nos materiais ´e mascarado pelo comportamento paramagn´etico e ferromagn´etico. Contudo. Conseq¨ uentemente. Indu¸c˜ ao e for¸ca magn´etica ~ pode ser produzido por uma corO campo magn´etico H ~ do rente el´etrica ou por uma magnetiza¸c˜ ao resultante M momento de dipolo molecular. Isto ocorre em virtude de os momentos de dipolo magn´etico dos ´atomos destas substˆancias exercerem fortes for¸cas sobre seus vizinhos. s˜ ao afetadas pela presen¸ca de um campo magn´etico produzido por qualquer p´olo de um im˜a de barra. pois todas as mol´eculas exibem um momento de dipolo magn´etico induzido e antiparalelo ao campo magn´etico aplicado em virtude da deforma¸c˜ ao da distribui¸c˜ ao da corrente eletrˆonica. Est´atico . Quando colocarmos um material qualquer num campo magn´etico uniforme. Esta magnetiza¸c˜ao pode ser puramente devido ` a intera¸c˜ao do campo aplicado com a mat´eria. que ´e um meio mais perme´ avel. motivos hist´oricos e continuado costume levaram `a esse abuso de linguagem. estas for¸cas desaparecem. mas a dire¸c˜ao do alinhamento varia de dom´ınio para dom´ınio. refor¸cando o campo aplicado. geralmente no ar. pode ocorrer trˆes fenˆomenos distintos: 1. O diamagnetismo ocorre em todos os materiais. Os ´atomos tˆem momentos de dipolo magn´etico em virtude do movimento orbital dos respectivos el´etrons. Chamam-se ferromagn´eticos a estes materiais. O spin ´e intr´ınseco. A sua magnetiza¸c˜ ao tende a enfraquecer o campo externo. e est´ a relacionada com a estrutura atˆomica e molecular. Todos os materiais s˜ao diamagn´eticos em temperaturas suficientemente elevadas. n´ ucleos n˜ao apresentam spin. Dependendo se h´ a uma atra¸c˜ao ou repuls˜ao pelo p´olo de um ´ım˜ a. O alinhamento dos momentos permanentes diminui com a temperatura para as substˆancias paramagn´eticas e ferromagn´eticas. Em temperaturas acima da temperatura cr´ıtica. diamagn´etico e ferromagn´etico. Chama-se diamagn´etico ao material que apresenta esta propriedade. 2. materiais deste tipo s˜ ao chamados ferromagn´eticos. Isso faz com que apare¸ca uma for¸ca que tender´ a a repelir o corpo do p´ olo Norte da fonte geradora de campo. b. Embora o spin possa ser considerado um momento angular. respectivamente. As duas bobinas est˜ ao associadas para superposi¸c˜ao do campo. denominado paramagn´etico. ** Spin e momento angular Rigorosamente. muito menor que um (χ << 1). mesmo sem campo externo. Como n˜ao temos por objetivo. estes momentos magn´eticos est˜ao orientados ao acaso. e continuar˜ao a passar pelo materiam como se nada tivesse acontecido. por terem ambos as mesmas unidades e serem tratados por um formalismo matem´atico e f´ısico semelhante. Baseando-se neste princ´ıpio. que ´e constitu´ıdo de um u ´nico pr´oton). mostram uma atra¸c˜ao muito grande para o p´ olo de uma barra permanente de ´ım˜a. nem sempre o oposto ocorre. Aproxima¸c˜ao . Al´em disso.1 Magnetiza¸c˜ao Toda mat´eria exibe propriedades magn´eticas. pode persistir mesmo na ausˆencia de campo externo magnetizador. **Ferromagnetismo Ocorre no ferro. veremos apenas os princ´ıpios que norteiam a magnetiza¸c˜ao e a permeabilidade magn´etica. mas esta tendˆencia ´e contrariada pelo fato dos momentos ficarem orientados ao acaso em virtude da agita¸c˜ao t´ermica. Afastamento . A magnetiza¸c˜ ao ´e uma caracter´ıstica intr´ınseca de cada material. Dentro de um dom´ınio todos os momentos magn´eticos est˜ao alinhados. cada el´etron tem um momento de dipolo magn´etico intr´ınseco associado ao seu spin. quase todos os momentos est˜ao paralelos ao campo. B. realizar o estudo microsc´ opico destes 50 materiais. e em algumas poucas substˆancias mais. que normalmente s˜ao livres de propriedades magn´eticas. O paramagnetismo resulta da tendˆencia dos momentos magn´eticos moleculares alinharem-se com o campo magn´etico aplicado. Com isto surge uma for¸ca que tende atrair fortemente o material do p´olo Norte. **Diamagnetismo Foi descoberto por Faraday. B. A dimens˜ao do dom´ınio ´e. Nestas substˆancias um pequeno campo magn´etico externo pode provocar um grande grau de ordena¸c˜ao dos momentos de dipolo magn´etico dos ´atomos. A distˆ ancia entre as duas bobinas ´e igual ao raio. em m´odulo. O momento magn´etico de um ´atomo depende da disposi¸c˜ ao dos el´etrons no seu interior. Isso indicou que os ´ atomos de prata do feixe ainda tinham um grau de liberdade de momento angular. experimentos similares. de seus pr´ oprios eixos. Momento de dipolo ou spin de um ele (48) Podemos ent˜ao escrever as f´ ormulas dos componentes do campo magn´etico em um ponto gen´erico P por simples analogia com as f´ormulas do dipolo el´etrico (com a hip´ otese anterior de R << r): HN = 2m cos α/(4πr3 ) HT = msen α/(4πr3 ) Observa-se a grande semelhan¸ca entre (48) e (23). No sistema metro-quilograma-segundo-amp`ere e SI. por exemplo. predominantemente. A dire¸c˜ao do momento de dipolo. A esse “momento angular intr´ınseco” deuse o nome de spin (significando giro em Portuguˆes) Em 1924. indicando que o feixe se dividira em dois durante o percurso. 23 ´tico fora do eixo de uma espira circular. constituindo tamb´em um dipolo magn´etico. atravessavam um campo magn´etico altamente n˜ao-uniforme. como s˜ao. El´etrons que circulam ao redor de n´ ucleos atˆ omicos. Considere uma espira de raio R percorrida por corrente I. contudo. Como os ´ atomos. A diferen¸ca b´asica est´a na presen¸ca ou n˜ ao do parˆ ametro 0 . Wolfgang Pauli postulou que os n´ ucleos se comportariam como min´ usculos ´ım˜ as. Considerando a volta da corrente como um im˜a min´ usculo. se mant´em no mesmo alinhamento para formar um dom´ınio ferromagn´etico. Campo magne 2πR2 4π x3 Denominando m ~ ao vetor momento de dipolo magn´etico. O vetor dipolo magn´etico m ~ ´e dado matematicamente por m ~ = ρM d~ onde . por´em mais sofisticados.ELETROMAGNETISMO 51 os resultados at´e ent˜ ao impensados na experiˆencia de SternGerlach na d´ecada de 1920. mas sim um momento angular intr´ınseco destas part´ıculas. e de n´ ucleos atˆomicos carregados positivamente s˜ ao todos dipolos magn´eticos. Tal n˜ ao sucedeu. o que significa que eles podem somente ser orientados no espa¸co em certos ˆangulos discretos com respeito `a dire¸c˜ao do campo externo. este vetor corresponde `a dire¸c˜ao do p´olo sul ao p´olo norte. de forma que um determinado tipo de ´ atomo pode n˜ao ser um dipolo magn´etico. Quando um dipolo magn´etico ´e considerado como uma corrente arredondada. a equa¸c˜ ao do campo torna-se: H= 2m 4π x3 Fig. a magnitude do momento de dipolo ´e proporcional a corrente. mas que n˜ ao era o momento angular orbital dos el´etrons no ´atomo. Nessa experiˆencia. A distribui¸c˜ ao esperada era da perda da coerˆencia espacial do feixe durante o seu tempo de vˆoo. ´e perpendicularmente afastada do lado da superf´ıcie que gira fluxo de carga positiva no sentido anti-hor´ario. Tal experimento era destinado a medir a distribui¸c˜ao dos momentos magn´eticos. estavam no seu estado fundamental 1S0. deveriam sofrer desvios nulos na presen¸ca do campo magn´etico n˜ao-uniforme. na dire¸c˜ao do campo magn´etico externo. As agulhas de b´ ussolas magn´eticas e im˜ as de barra s˜ ao exemplos de dipolos magn´eticos macrosc´opicos. devidos principalmente aos el´etrons. O resultado obtido foram duas manchas de dep´osito de prata sobre o alvo. A soma destes efeitos pode se cancelar. Mais tarde. equivalente a um fluxo de carga el´etrica ao redor de uma esfera. os dipolos se alinham de forma que seus momentos apontem. podemos desprezar o primeiro e multiplicar o numerador e o denominador de (39) por 2π. ** Dipolo e carga magn´etica Geralmente um im˜ a min´ usculo de microsc´ opico para dimens˜oes subatˆomicas. os ´ atomos de ferro. o ´atomo ´e um dipolo magn´etico permanente. Os momentos magn´eticos do n´ ucleo e do el´etron s˜ao quantizados. multiplicado pelo tamanho da ´area inclusa. um feixe colimado de ´atomos de prata. na temperatura em que estavam emergindo do forno. Muitos milh˜oes de ´atomos de ferro. aos do SternGerlach determinaram momentos magn´eticos nucleares de v´arias esp´ecies. do forno de origem at´e o alvo. cujo m´odulo m = IS = IπR2 . espontaneamente. que pode ser representado matematicamente como um vetor. 24 ´tron. Momentos de dipolo magn´eticos tˆem dimens˜oes de corrente vezes a ´area ou energia dividido por densidade de fluxo magn´etico. resultando H=I Fig. Quando est˜ao livres para girar. Se o seu raio da espira com corrente R ´e pequeno em rela¸c˜ao a x. a unidade espec´ıfica para momento de dipolo ´e amp´ere metro quadrado. Se eles n˜ ao se cancelam completamente. oriundos de um forno a alta temperatura. O ~ sai do p´ campo magn´etico H olo Norte. e a unidade do SI para H e M ´e o amp´ere por metro (A/m). Ent˜ao. como foi desenvolvido para os diel´etricos. A indu¸c˜ ao magn´etica B B = µ0 (H + M ) Fig. Ela est´a associada com a indutˆancia ‘el´etrica’. Uma forma alternativa de definir a permeabilidade magn´etica ´e a partir da permeabilidade relativa µr : µ = µr µ0 . chamada ρM . H ´ uma das mais importantes propriedades dos materiais E el´etricos. Podemos admitir que a magnetiza¸c˜ ao seja uma ~ (x. Cada corrente atˆ omica ´e um pequeno circuito fechado de dimens˜ oes atˆ omicas. 25 ˜o magne ´tica B/µ0 e ´ a soma do campo H com a A induc ¸a ˜o M . freq¨ magnetiza¸c˜ao M uentemente. e a massa atˆomica relativa do ferro ´e 56. existe uma rela¸c˜ao matem´atica entre o vetor B ~ o vetor H: ~ = µ0 H ~ B onde µ0 ´e a permeabilidade magn´etica no v´acuo. que tem unidade A/m2 . com +ρM . Esta imanta¸c˜ao geram uma magnetiza¸c˜ao. definida como a rela¸c˜ao entre a indu¸c˜ao magn´etica B e o campo aplicado H. quando se coloca um material ferromagn´etico dentro de um campo magn´etico. (49) M = χH No caso do ferro e de outros materiais ferromagn´eticos. Sua unidade no sistema internacional ´e o Tesla (T).ELETROMAGNETISMO 52 * d~ ´e o vetor distˆancia entre os p´ olos do sentido S para N. que ser´a denominada permeabilidade magn´etica no v´ acuo µ0 = 4π × 10−7 ~ ´e tesla-metro por amp´ere (Tm/A). que se soma ao campo magn´etico externo aplicado. obtem-se: B = µ0 (H + χH) = µ0 (1 + χ)H . imantando a barra de ferro. 025 × 1026 kg-´ atomo. ou simplesmente indu¸c˜ao e se denota pelo s´ımbolo B. com −ρM . e pode ser descrito como um dipolo magn´etico. ou densidade de fluxo. Seja m ~ i o momento magn´etico do ´atomo de ´ındice i. Exemplo III. as extremidades do material ir˜ ao ficar polarizadas com uma densidade superficial de p´ olo magn´etico. a densidade de fluxo B. 7 × 106 = 1. * ρM ´e a carga magn´ etica. Se a distribui¸c˜ ao de carga magn´etica for uniforme. ~ eM ~ . 1 Tesla = 104 Gauss ~ B e M s˜ao as intensidades dos Da mesma forma que H. Definiremos agora uma quantidade ve~ (momento de dipolo torial macrosc´opica. 98 × 10−23 Am2 ♦ 8. Faz na teoria do magnetismo. Solu¸c˜ ao: Um metro c´ ubico tem massa de 7970kg.2 Indu¸c˜ao e permeabilidade magn´etica Coloquemos uma barra de ferro desmagnetizada dentro de um campo magn´etico uniforme. magnetizac ¸a O valor de µ0 n˜ao tem significado f´ısico e somente ´e necess´ario na equa¸c˜ao anterior pela escolha do SI de unidades. 58 × 1028 B. e tomamos somente os seus valores escalares. ** Susceptibilidade magn´etica Podemos definir formalmente a susceptibilidade magn´etica ~ H ~ eM ~ podem ser considerados paralelos. ainda que um tanto artificial. ** Vetor magnetiza¸c˜ ao Para os trabalhos pr´ aticos. ou seja. e consequentemente. em Am2 . 58 × 1028 ´ atomos 56 E o m´odulo do momento magn´etico m ~ por ´ atomo vale m= 1. precisaremos de uma constante. O novo campo magn´etico resultante se denomina indu¸c˜ao magn´etica. Conforme observamos anteriormente. Este incremento em B se mede mediante uma quantidade chamada permeabilidade magn´ etica. muito maior que a in~ por um fator de v´ tensidade magn´etica H arios milhares ou at´e mais. respectivamente. 025 × 1026 = 8. lida-se com o vetor magne~ que ´e um vetor representativo de todos os vetores tiza¸c˜ao M m ~ sobre um volume V . z) no fun¸c˜ao das coordenadas. 7×106 A/m. y.10: A magnetiza¸c˜ ao de satura¸c˜ ao do ferro ´e 1. o mesmo papel que ρ faz na teoria do diel´etrico. podemos relacionar o campo magn´etico interno com estas ‘cargas magn´eticas’. aumenta a magnetiza¸c˜ao M . Esta quantidade ´e muito u ´til. A unidade cgs para B ´e o gauss (G). B µ= . Para que ocorra a conserva¸c˜ao da energia. substituindo M em (49). (50) Ent˜ao. a magnetiza¸c˜ ao M magn´etico por unidade de volume).Observa-se o surgimento de p´olos. Dessa forma. calcular o momento magn´etico de cada ´atomo de ferro. a mesma unidade do campo A unidade de M magn´etico. Sabendo que o n´ umero de Avogadro vale 6. como por exemplo M sistema cartesiano. todos os momentos de dipolo num pequeno elemento de volume ∆V e dividiremos o resultado por ∆V . ou o tesla (T). o campo magn´etico resultante pode ser expresso a partir de uma distribui¸c˜ ao magnetizada ρM . χ. Assim vetores B ~ = µ0 (H ~ +M ~) B ~ e No v´acuo. A unidade no SI para B ´e o weber (1 Wb = 1 Vs) por metro quadrado (Wb/m2 ). vetorialmente. Somaremos. Os vetores B. e chega no p´olo Sul. X ~ = lim 1 M m ~i ∆V →0 ∆V i ~ ´e A/m. e cont´em o seguinte n´ umero de ´atomos: N= 7970 × 6. a ~ ´e. e sua densidade ´e 7970 kg/m3 . ELETROMAGNETISMO 53 onde µ = µ0 (1 + χ) fornece a permeabilidade magn´etica em funcc˜ ao da susceptibilidade magn´etica. ** Curva de histerese O gr´afico da Fig. 26 mostra que a medida que H aumenta, desde zero, B aumenta a partir de zero ao longo da parte da curva que vai da origem zero at´e a ponto P1 . O fato de a curva tender para a horizontal, nas vizinhan¸cas de P1 , indica que a magnetiza¸c˜ ao M aproxima-se do seu valor de satura¸c˜ao Ms , quando todos os dipolos atˆ omicos est˜ao alinhados. O crescimento de H, que leva M para pr´oximo de Ms , aumenta o B apenas pela parcela µ0 H. Quando H diminui gradualmente, a partir do ponto P1 , n˜ao h´a uma diminui¸c˜ao correspondente na magnetiza¸c˜ ao. O deslocamento dos dom´ınios num material ferromagn´etico n˜ao ´e completamente revers´ıvel, e uma parte da magnetiza¸c˜ao permanece mesmo quando H se reduz a zero. Este efeito ´e a histerese, do grego ‘atraso’. O valor da indu¸c˜ ao magn´etica no ponto +Br , quando H ´e nulo, ´e a indu¸c˜ ao remanente Br . Se a corrente no solen´ oide for invertida, de modo que H fique na dire¸c˜ao oposta, a indu¸c˜ ao magn´etica B diminui gradualmente at´e zero, no ponto H = Hc . O valor de H necess´ario para reduzir B a zero ´e a for¸ca coercitiva Hc . A parte restante da curva da histerese se obt´em aumentando a corrente na dire¸c˜ao oposta at´e atingir-se o ponto P2 , correspondente `a satura¸c˜ao na dire¸c˜ ao oposta; depois diminuindo a corrente at´e zero no ponto −Br ; e finalmente aumentando a corrente, e passando por +Hc , a fim de chegar novamente ao ponto P1 . Pode-se demonstrar que, vetorialmente, a densidade de energia magn´etica armazenada no campo e no fluxo magn´etico ´e dada por Z ~ · dB ~ W = H onde W ´e a densidade de energia, em J/m3 . Considerando uma curva de histerese linear tem-se W = 1 µH 2 2 B.3 For¸ca magn´etica Detectamos a presen¸ca de densidade de fluxo ou indu¸ c˜ ao magn´ etica pela for¸ ca sobre a corrente el´ etrica. Neste enunciado encontramos a explica¸c˜ao ao funcionamento dos motores el´etricos, e entendemos a indu¸ c˜ ao magn´ etica. Aproximadamente F =BIL Quando uma carga el´etrica q se desloca com velocidade ~ neste ~v em um fluxo magn´etico, com indu¸c˜ao magn´etica B, ~ atua uma for¸ca F chamada for¸ca de Lorentz: ~ F~ = q (~v × B) O vetor for¸ca F~ ´e perpendicular ao plano ocupado por ~v e ~ Neste experimento os vetores ~v e B ~ s˜ao ortogonais, de B. modo que a rela¸c˜ao acima pode ser escrita usando apenas o m´odulo dos vetores: F =qvB A velocidade dos portadores de carga (el´etrons) ´e medida pela Corrente el´etrica I no condutor. A carga de el´etrons num condutor de se¸c˜ao A e comprimento l deve ser expressa como: qv=Il Desse modo a for¸ca de Lorentz pode ser escrita como F = B I L. Assim, conhecendo a for¸ca e a corrente de um condutor, pode-se calcular a indu¸c˜ao magn´etica. ** Constante absoluta µ0 Historicamente havia dois (ou mais!) sistemas diferentes de unidades, um que define a quantidade de carga em termos da for¸ca entre duas cargas estacion´arias (as unidades “Eletrost´aticas”) e um outro que define a quantidade de carga em termos de for¸cas entre correntes (sem carga), o sistema “Eletromagn´etico”. As unidades Eletrost´aticas s˜ao baseadas na lei de Coulomb, 1 ~ q, F~ = D 0 Fig. 26 Curva de histerese - Br e Hc . A tabela XIII apresenta os valores caracter´ısticos da curva de histerese dos materiais magn´eticos mais usados. Nesta tabela observa-se trˆes faixas de materiais, que s˜ ao: materiais de baixo custo, ligas de alta permeabilidade, e ligas com alta satura¸c˜ao. Devemos escolher o material adequado para cada aplica¸c˜ao. ** Densidade de energia magn´etica A densidade de energia ´e a ´ area da curva de histerese. e as unidades eletromagn´eticas (vers˜ao do estado estacion´ario) na lei de Amp`ere. Veremos que as quantidades 0 e µ0 s˜ao fundamentalmente fatores de calibra¸c˜ao que determinam o tamanho da unidade de carga. Consideremos dois fios paralelos, separados por uma distˆancia r, e percorridos pela corrente I. O campo magn´etico H criado por um condutor sobre o outro ´e: H= I 2πr A indu¸c˜ao magn´etica no ar ´e o produto da permeabilidade magn´etica do v´acuo µ0 pelo campo magn´etico H B = µ0 H ELETROMAGNETISMO 54 e a for¸ca magn´etica Fm por unidade de comprimento (L = 1m), separados de r = 1m ´e: Fm = BIL = µ0 HIL = µ0 I2 2π O “Sistema Internacional” SI (ou ` as vezes MKSA) de unidades adota a defini¸c˜ ao eletromagn´etica, porque pode ser medida mais facilmente, mas com um µ0 diferente, como segue. “Um Amp`ere ´e a corrente que, ao fluir por dois fios paralelos e infinitesimais, distantes 1m um do outro, produz uma for¸ca de 2 × 10−7 Newton por metro de seu comprimento”. Esta defini¸c˜ ao permite definir Os p´olos N e S se atraem e n´os admitimos uma for¸ca P tendendo a afasta-los. O trabalho executado ser´a W = P~ · d~x = P dx O trabalho ´e empregado para aumentar a energia magn´etica (no entreferro entre os p´olos) W = 1 µ0 He2 Se dx 2 Isolando a for¸ca P encontra-se: P = −7 µ0 = 4π × 10 (Henry/metro) Como 1 Amp`ere ´e 1 Coulomb por segundo, isto tamb´em define a unidade de carga. **Torque em uma espira A for¸ca de um dipolo magn´etico, chamado de momento de dipolo magn´etico, pode ser imaginado como uma medida da habilidade de um dipolo de se alinhar quando submetido a um campo magn´etico externo. Em um campo magn´etico uniforme, a magnitude do momento de dipolo ´e proporcional a soma de torque no dipolo, a qual ocorre quando o dipolo est´a em ˆangulos certos para o campo magn´etico. O momento de dipolo magn´etico, freq¨ uentemente chamado de momento magn´etico, pode ser definido como o m´ aximo de quantia de torque causado por for¸ca magn´etica, nas proximidades de campo magn´etico no v´ acuo. Seja uma espira, de uma volta, no plano z = 0, com largura W ao longo do eixo x e comprimento l ao longo do eixo y. ~ uniforme e orientado na dire¸c˜ao Est´a colocada em um fluxo B do eixo x e ´e percorrida pela corrente I no sentido hor´ario. 6F~ r l β ~ B γ @ - @ R @ +l 1 µ0 He2 Se 2 (51) Esta simples equa¸c˜ao permite projetar m´aquinas e outros dispositivos como rel´es, solen´oides . . . B.4 Lei de Gauss do magnetismo No magnetismo, n˜ao exitem monop´olos. Assim, as linhas de fluxo magn´etico n˜ao podem sair de um ponto ou de uma regi˜ao. Elas tˆem de ser linhas que se fecham em si mesmas. A lei de Gauss do magnetismo ´e uma das equa¸c˜oes b´asicas do eletromagnetismo, e ´e uma maneira formal de enunciarmos uma conclus˜ao `a qual somos levados por fatos do magnetismo, a saber, que p´olos magn´eticos isolados n˜ao existem. N˜ ao existem monop´ olos magn´ eticos. O fluxo de B deve ser sempre zero! A forma matem´atica de representa¸c˜ao desta lei ´e I ~ · dS ~=0 B Ela afirma que o fluxo magn´etico atrav´es de qualquer superf´ıcie gaussiana deve ser zero. Mesmo se fizermos a integral em qualquer parte de uma superf´ıcie gaussiana, ela sempre ser´a igual a zero. Pois as linhas de campo magn´etico sempre entrar˜ao de um lado e sair˜ao pelo outro. Concluindo ~ assim que n˜ao existem nem fontes nem sorvedouros de B. ~ tem-se outra Aplicando o teorema da divergˆencia para B equa¸ c˜ ao de Maxwell ~ ·B ~ = div B ~ =0 ∇ ~ n ~ F ? As u ´nicas for¸cas aparecem nos lados da espira, e tˆem m´odulo F = B I l. O torque relativo a cada bra¸co potente vale w Tc = F cos β 2 Somando os dois torques, e substiutindo o valor da for¸ca: T = B I l w = m B sen γ onde l w ´e a ´area da espira, e o produto I l w ´e o momento magn´etico da espira, em Am2 . Assim, de forma vetorial escreve-se ~ T~ = m ~ ×B onde m ~ ´e o vetor momento magn´etico com dire¸ca˜o perpendicular ao plano da espira. **For¸ca portante ou trativa no entreferro de ´ım˜ as ou eletro-´ım˜ as Diferen¸ca entre B e H Qual ´e a diferen¸ca entre B e H? Vamos ver algumas respostas poss´ıveis: (a) seria apenas um fator de multiplica¸c˜ao, ou uma constante. Neste caso, uma das duas poderia ser suprimida. Isto acontece no segundo grau, quando o campo magn´etico ´e denominado B. (b) o campo magn´etico seria a a¸c˜ ao e a indu¸c˜ao a rea¸c˜ ao. Isto acontece em bobinas e circuitos em corrente cont´ınua, quando a corrente ´e imposta ou pr´e-determinada. (c) a indu¸c˜ao seria a a¸c˜ ao e o o campo magn´etico seria a rea¸c˜ ao. Isto acontece em bobinas e circuitos em corrente alternada, quando a tens˜ao ou o fluxo ´e imposto ou pr´edeterminado (ver lei de Faraday). Podemos dizer que as trˆes respostas anteriores est˜ao corretas, mas na verdade, o que distingue H e B s˜ao seus aspectos vetoriais. A circula¸c˜ao do campo ´e sempre igual `a corrente envolvida, e o fluxo total de B numa superf´ıcie fechada ´e sempre nulo. Qualquer um dos dois pode ser ‘causa’ ou ‘efeito’, mas num projeto de engenharia, nunca podem ser confundidos, e muito menos suprimidos. ELETROMAGNETISMO 55 B.5 Refra¸c˜ao magn´etica Consideremos dois meios com permeabilidade µ1 e µ2 , se~ eH ~ mudam parados por uma fronteira plana. Os vetores B a sua dire¸c˜ao na passagem do meio 1 para o meio 2, ou viceversa. Considerando que n˜ ao exista corrente na fronteira, temos ~ ×H ~ = 0 e ∇ ~ ·B ~ = 0 que correspondem as equa¸c˜oes ∇ respectivamente: - conserva¸c˜ao do campo tangencial H1t = H2t - conserva¸c˜ao da indu¸c˜ ao normal B1n = B2n Assim, podemos demonstrar que tg θ1 µ1 = tg θ2 µ2 (52) Fig. 27 ´tico de um condutor pro ´ ximo de um Linhas de fluxo magne ´tico. material ferromagne ~ ou H ~ com a onde θ ´e o ˆangulo formado entre os vetores B normal. lf /2, Sf Exemplo III.11: Considere que o campo magn´etico passa do ar para um meio contendo µr = 850, incidindo a 45o com a normal. Qual o ˆangulo no meio 2? Solu¸c˜ ao: Isolando θ2 em (52) encontra-se tg θ2 = tg 45o 850 = 850 1 li , Si le , Se θ2 = 89, 93o Observa-se uma grande varia¸c˜ ao angular na passagem do ar para um meio ferromagn´etico. ♦ Exemplo III.12: Considere um fio retil´ıneo, situado no ar, pr´oximo a um material com permeabilidade µr . Fazer um esbo¸co das linhas de fluxo para: (a) µr = 1; (b) 1 < µr = 1 << ∞; e, (c) µr → ∞. Solu¸c˜ ao: Quando µr = 1, as linhas s˜ ao circulares, em volta do fio. Quando 1 < µr = 1 << ∞, as linhas tˆem o formato mostrado na Fig. 27. Quando µr → ∞, a espessura do fluxo e a intensidade do campo magn´etico no ferro cai para zero. ♦ B.6 ´Im˜as O princ´ıpio de funcionamento dos ´ım˜ as ´e baseado na curva de histerese e no campo desmagnetizante. Para o estudo dos ´ım˜as, vamos considerar o circuito magn´etico da Fig. 28, onde temos trˆes materiais em s´erie: ´ım˜ a; ferro; e, ar (entreferro). A utiliza¸c˜ao de um ´ım˜ a permanente requer o cuidado que enunciaremos abaixo para que o mesmo n˜ ao seja desmagnetizado. Imaginemos que sua curva esteja representada na Fig. 29. Nos ´ım˜as mais freq¨ uentemente utilizados a permeabilidade diferencial ´e muito pr´ oxima a do ar. Ao trabalharmos no ponto acima de (BH)max , o ´ım˜ a preserva a sua indu¸c˜ao remanente Br ; no entanto, se utilizarmos o ponto no trabalho P ele perder´a sua indu¸c˜ ao permanente Br , e ter´ a uma nova indu¸c˜ao Br2 , fazendo com que o desempenho fique abaixo do que ele poderia ter; se chegarmos ao ponto Q, ele perder´a totalmente sua indu¸c˜ ao remanente. Deve-se portanto evitar pontos de trabalho do ´ım˜ a al´em do ponto (BH)max . **Os principais tipos de ´ım˜ as Inicialmente, citemos que, para um ´ım˜ a permanente, ´e de grande interesse que o mesmo possua um elevado valor de lf /2, Sf Fig. 28 ˜. Detalhe de um ´ıma campo coercitivo Hc , bem como uma elevada indu¸c˜ao remanente Br . Um valor de Hc importante faz com que o ´ım˜a n˜ao seja facilmente desmagnetizado e a um Br elevado podemos em geral associar a capacidade de criar campos elevados no circuito magn´etico no qual o ´ım˜a est´a inserido. At´e 1930 usavam-se ligas de a¸cos magn´eticos constitu´ıdas de cromo + tungstˆenio ou cromo + cobalto cujo maior problema era um Hc muito baixo (Hc <20000 A/m). Em 1940 apareceram as ligas alnico (Fe +Al +Ni+Co) cujo Br ´e de aproximadamente 1T e com Hc > 50000A/m. Este tipo de ´ım˜a ainda ´e muito utilizado, sobretudo quando ´e necess´ario trabalharmos em altas temperaturas. Em 1947, com o aparecimento dos ´ım˜as de cerˆamica ferrite, a utiliza¸c˜ao dos ´ım˜as se generalizou, pois estes ´ım˜as s˜ao baratos e possuem uma coercitividade elevada (Hc ∼ = 100 000A/m). Embora seu Br seja baixo suas qualidades prevalecem e ´e hoje o ´ım˜a mais empregado. Outra qualidade deste tipo de ´ım˜a vem do fato que eles s˜ao isolantes, o que o coloca como elemento preferencial para utiliza¸c˜oes em alta freq¨ uˆencia (pois n˜ao existir˜ao correntes parasitas circulando nos mesmos). Em 1974, os ´ım˜as constitu´ıdos por elementos de terras Be ser´a tanto maior quanto maior for o produto Bi Hi do ´ım˜a. substituindo em 54. surge uma for¸ca de Lorentz que desloca estes el´etrons transversalmente ao seu sentido de deslocamento (regra da m˜ao direita). nos fornece os pontos Bi e Hi de trabalho do ´ım˜a em fun¸c˜ao das dimens˜oes do circuito magn´etico. seu pre¸co continua ainda hoje muito elevado. que possuem alta performance. Este valor ´e negativo.1 1. A integral do campo el´etrico transversal ´e a tens˜ ao de efeito Hall. a conserva¸c˜ao de fluxo determina que: φi = φe ou Bi Si = µ0 He Se Fig.Co Ne-Fe-B Se Li Bi = −µ0 Hi Si Le (55) Na equa¸c˜ao 55 obtivemos Bi /Hi em fun¸c˜ao de fatores dimensionais da estrutura. b. Apresenta-se na tabela VII. os el´etrons do cristal semicondutor se acumulam num lado do semicondutor. tem tamb´em um alto valor de Br . a intersec¸c˜ao desta reta (chamada “reta de carga” ou “reta de trabalho do ´ım˜a”) com a curva caracter´ıstica do ´ım˜a. ~ F~ = q ~v × B Br Hc (BH)max µr 1. podemos determinar Be = µ0 He : r Vi Be = −Bi Hi Ve Notamos ent˜ao que: a.ELETROMAGNETISMO 56 Examinemos um exemplo de c´alculo de campo criado por um ´ım˜a permanente. o campo magn´etico no ferro Hf ´e praticamente nulo.05 **A indu¸c˜ ao no entreferro de um ´ım˜ a (54) Quando uma corrente el´etrica num semicondutor submetido a um fluxo magn´etico.indu¸c˜ao remanente (T) Hc . e. pois o ´ım˜a trabalha no segundo quadrante. No entanto. Caracter´ısticas de alguns ´ıma ALNICO FERRITE Sm . atrav´es da lei de Amp`ere. Ent˜ao temos a equa¸c˜ao Hi Li = −He Le H - (53) Por outro lado. a circula¸c˜ao de H m´edio fica sendo: 6B Br (BH)max Bi : Br2  e    e P  e e e Hc Hi e :          Hi Li + He Le + Hf Lf = 0 e e Q Considerando µr >> 1.7 Efeito Hall Os sensores de efeito Hall s˜ao amplamente usados para medi¸c˜ao de fluxo magn´etico ou em medi¸c˜ao de corrente. o que. tanto sob o aspecto f´ısico como financeiro. podemos esperar que em m´edio prazo apare¸ca o ´ım˜a que re´ una as caracter´ısticas desej´aveis e que minimize os inconveniente.25 0. Cabe salientar que a hist´ oria dos ´ım˜ as n˜ ao terminou e que estes elementos s˜ ao objetos de pesquisa permanente nos laborat´orios competentes. Estes ´ım˜as tem o inconveniente de perderem suas caracter´ısticas em temperaturas relativamente baixas. o valor Bi /Hi representa. Da´ı o interesse de aumentar o volume do ´ım˜ a e utilizar pequenos entreferros. 29 ˜o dos ´ıma ˜s. tal que Vi = Si Li e Ve o volume do entreferro. TABELA VII ˜s. otem-se raras surgiram. limita muito o interesse dos mesmos.campo coercitivo (kA/m) (BH)max . criando um campo el´etrico transversal. Em conseq¨ uˆencia. Curva de operac ¸a Isolando-se He na equa¸c˜ao 53.05 1. as principais caracter´ısticas de alguns ´ım˜as. no plano B − H a dire¸c˜ao de uma reta. tal que Ve = Se Le . o que ´e normal. Os ´ım˜ as de sam´ ario-cobalto representam uma revolu¸c˜ao neste dom´ınio pois.15 60 240 700 800 50 25 150 230 3-5 1.9 1. al´em de possu´ırem um elevado Hc . . seriam quase t˜ ao baratos quanto os ferrites e de grande disponibilidade. e uma vez conhecidos Bi e Hi . que vai ser medida nos terminais do semicondutor. Escrevendo a lei de Amp`ere. De fato.permeabilidade relativa. Da´ı o interesse de trabalhar com o (BH)max do ´ım˜a. sob aspectos construtivos. e pela for¸ca de Lorentz.38 0. B. Multiplicando 53 por 54 encontra-se (Hi Li ) (Bi Si ) = (−He Le ) (µ0 He Se ) Chamando Vi o volume do ´ım˜a. estas promessas n˜ao vingaram e estes ´ım˜as s˜ ao caros e pouco dispon´ıveis no mercado.densidade max de energia (kJ/m) µr . onde temos um ´ım˜a inserido num circuito magn´etico com um entreferro. Mais recentemente com o aparecimento dos ´ım˜as de Neod´ımio anunciou-se que os mesmos. utilizem estes elementos. admitindo que os campos s˜ao constantes em suas ~ ao longo do caminho respectivas zonas. Por´em devido a um processo complexo de fabrica¸c˜ ao e a dificuldade de mat´erias primas para os mesmos. com as seguintes unidades: Br . Be ser´a tanto maior quanto maior for a rela¸c˜ao Vi /Ve . Isto n˜ ao impede que o interesse que estes materiais suscitam seja enorme e que atualmente os melhores servo-motores e certos dispositivos especiais tendo alto desempenho(alta densidade de potˆencia). 14: Dado o campo vetorial F~ = x3~i + y 3~j + z k.13: A tens˜ ao de Hall do semicondutor com RH = 0. que nos permitem resolver problemas de contorno em termos de campo ou fluxo magn´etico.15: Representar o campo vetorial A z~j + 3x~k em coordenadas esf´ericas. ´e uma maneira para equacionar o problema de valores de contorno. Partindo da equa¸c˜ ao da continuidade do fluxo magn´etico ~ ·B ~ =0 ∇ e utilizando a rela¸c˜ao Aθ = 2rsen θ cos θsen φ cos φ − r cos2 θ cos φ − 3rsen 2 θ cos φ Aφ = −2rsen θsen 2 φ − r cos θ cos φ RR ~ · dS ~=0 ~ ·A ~ = 0. θ = π/3}. Solu¸c˜ ao: Fazendo uso da equa¸c˜ao (33 ) teremos: ~ · F~ = 3 − Rsen φ ∇ rsen θ ~ = µH ~ B e pelo teorema da divergˆencia teremos:  Z Z Z Z Z  Rsen φ ~ ~ F ·dS = 3− rc drc dφ dz = 6πR2 H rsen θ S ~ · µH ~ =∇ ~ · µ(−∇V ~ ∗) = 0 ∇ (Tamb´em pode-se fazer diretamente. Considere ainda. impondo as condi¸c˜oes de contorno.ELETROMAGNETISMO 57 O valor da tens˜ao de Hall depende principalmente do tipo de material usado. Considere uma bobina e um circuito magn´etico simples (Fig. 30). A circula¸c˜ao de F~ atrav´es da circunferˆencia C : {r = 1. ~ s˜ao: Solu¸c˜ ao: As coordenadas esf´ericas de A Ar = 2rsen 2 θ cos φsen φ −r cos θsen θsen φ + 3rsen θ cos θ cos φ Fig. e corrente I = 100 mA ´e: VH = 63 mV/T ♦ B. Exemplo III. O fluxo de F~ atrav´es de uma esfera de raio R centrada na origem. Podemos ent˜ ao estudar apenas a regi˜ao delimitada pelas linhas A e B. ~ ×H ~ =0 ∇ ent˜ao. O fluxo de F~ atrav´es do cilindro fechado de altura 2h. 2. A circula¸c˜ao de F~ atrav´es de uma circunferˆencia de raio R centrada na origem e situada no plano xy. constituindo a equa¸c˜ao de Poisson. especificando Ar . A unidade do potencial escalar magn´etico ´e o Amp´ere. Solu¸c˜ ao: Fazendo o divergente de F~ : 3~ ~ · F~ = 3 (x2 + y 2 + z 2 ) = 3 r2 ∇ De acordo com o teorema da divergˆencia podemos escrever: RR RRR ~= ~ · F~ ) dV F~ · dS (∇ S V RR 2 5 = 0 (3r ) (4πr2 dr) = 12πR 5 ~ × F~ = 0. ~ φ . onde o campo magn´etico ser´a gerado apenas pela diferen¸ca de potencial entre as linhas A e B. abordaremos os potenciais do magnetismo. Aθ . que ´e a equa¸c˜ao de Laplace: ∂ ∂V ∗ ∂ ∂V ∗ ∂ ∂V ∗ µ + µ + µ =0 ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z (57) Esta equa¸c˜ao pode ser resolvida por m´etodos num´ericos ou anal´ıticos. a circula¸c˜ao de F~ ´e nula para qualquer Como ∇ contorno fechado C. correspondente ao campo el´etrico. calcular: 1. Nesta se¸c˜ ao. 63 × 10−3 m3 /As. Nesta se¸c˜ao. Regia Como no dom´ınio de estudo delimitado pelas linhas A e B n˜ao h´a correntes (J~ = 0). ♦ ~ = 2y~i − Exemplo III. raio R e centrado na origem. VH = 1 RH I B ` Exemplo III. encontramos . pois a maior parte dos dispositivos eletromagn´eticos apresenta satura¸c˜ao. implica Como ∇ A ~ ×A ~ = ~i − 3~j − 2~k. que toda a for¸ca magneto motriz da bobina esteja concentrada entre duas linhas A e B.16: Seja o campo vetorial: F~ = r~ur + R cos φ~uφ . 2. calcular o fluxo de A ~ atrav´es de uma esfera de raio e A ~ R = 5 centrada na origem. que ´e uma boa aproxima¸c˜ ao se a permeabilidade do circuito magn´etico ´e alta. e. podemos definir um potencial escalar magn´etico V ∗ tal que ~ = −∇V ~ ∗ H (56) ~ que determina uma rela¸c˜ ao com o campo magn´etico H. sem usar o teorema da divergˆencia). Vamos obter agora a equa¸c˜ ao de Laplace para o potencial escalar magn´etico. em particular do n´ umero de el´etrons de condu¸c˜ao que define o coeficiente de Hall RH do material.8 Potencial escalar magn´etico Vimos na Eletrost´ atica que o potencial escalar el´etrico V . espessura ` = 10−3 m. e o teorema de Stokes O rotacional ∇ permite obter: I Z Z ~ ~ ~ × A) ~ × dS ~ = −8π ♦ A · d` = (∇ S Exemplo III. calcular a circula¸c˜ao de A atrav´es de uma circunferˆencia de raio R = 2 centrada na origem e localizada no plano xy. bem como suas aplica¸c˜ oes no projeto e an´ alise de sistemas eletromagn´eticos. 30 ˜o de estudo para o potencial escalar magne ´tico. Observase que a permeabilidade magn´etica µ n˜ao ´e constante. estudaremos o potencial escalar magn´etico V ∗ . calcule: 1. −2. y 2 z + x2 z/2 A calcular: ~ no ponto r = 5. (−2. 1. dy. φ = φ/2 e z = 1. e. Solu¸ca ˜o: Usando diretamente a express˜ ao do rotacional em coordenadas cartesianas: Solu¸c˜ ao: De acordo com a express˜ao para o rotacional em coordenadas cartesianas teremos:   ∂Ay ∂Az = yz. Dˆe uma express˜ao para um campo vetorial A ~ ~ ∇ × A. dz) = k(xdx + ydy + zdz) e. (−25. Solu¸c˜ ao: Aplica¸c˜ao direta das express˜ oes de divergˆencia e rotacional em coordenadas cartesianas: ~ · F~ = 3k ∇ ~ × F~ = 0 ∇ O incremento infinitesimal do campo escalar f ´e tal que: ~ f · d~` = F~ · d~r df = ∇ df = k(x. Mas o que acontece ´e que o campo F~ n˜ao ´e uma fun¸c˜ao. A circula¸c˜ao de A angulo com v´ertices: (2. −2. e portanto F~ n˜ao ´e um campo vetorial. e dz = 4dt. e ∂Ay ∂Ax = xy. . Ache um campo escalar f tal que F~ = ∇ poss´ıvel. Explicar o que acontece. (∇ Integrando estas equa¸c˜oes obtemos:       2 2 2 ~ = xz 2 + xy ~i + x2 y + yz ~j + y 2 z + zx ~k ♦ A 2 2 2 Exemplo III. explicar a raz˜ ao. Obtenha o divergente e o rotacional de F~ . calculamos diretamente a integral de linha: I Z 2π R cos φ (rsen θ)dφ = 0 ♦ F~ · d~` = 0 Exemplo III. ♦ R Exemplo III. a integral de linha de F~ ao longo de um caminho qualquer C fica sendo Z Z ~ ~ F · d` = x2 dx + ydy + (xz − y)dz C C O segmento de reta que une os pontos (0. 5. 1). 2.0) = 0 ∇ Como rc = 5. − ∂y ∂z  ∂Ax ∂Az  ∂z − ∂x = zx. e z = 4t.18: Seja o campo vetorial: F~ = k~r. (2. 1). y. z) · (dx. porque F~ assume mais de um valor para um mesmo ˆangulo. 4) se F~ = x2~i + y~j + (xz − y)~k: 1. Ao longo do segmento de reta que une os pontos dados. ♦ f= Exemplo III. F~ (φ = 0) 6= F~ (φ = 2π). Por exemplo. 2. e se n˜ao for poss´ıvel. 0) a (1. O divergente de A ~ atrav´es do retˆ 3. e = xy ∂x ∂y ~ ×A ~ = yz~i + zx~j + xy~k =⇒ ∇ ~ ×A ~ (0. fazemo o divergente de F~ encontra-se ~ · F~ = 4. calculamos o divergente: ~ ·A ~ = 3 (x2 + y 2 + z 2 ) =⇒ ∇ ~ ·A ~ (0. z = 4t3 Solu¸c˜ ao: Substituindo F~ e d~` = dx~i + dy~j + dz~k.1) = 39 ∇ 2 ~ ´e a integral de Pelo teorema de Stokes. 2. com respectivas derivadas: dx = dt. 1. O rotacional de A ~ no ponto rc = 5. fazemos a integral de superf´ıcie de F~ ao longo da superf´ıcie da esfera: Z Z Z Z ~= F~ · dS (R~ur ) cot(R2 sen θdθdφ~ur ) = 4πR3 (58) Agora. e = yz ∂y ∂z ∂Ax ∂Az = 2zx. ∂x − ∂y Pode-se escrever as parcelas das derivadas parciais como: ∂Az ∂Ay = 2yz. fazendo a integral de df encontra-se f : Z Z f = df = k(xdx + ydy + zdz) Z f= Z kxdx + Z kydy + kzdz k 2 (x + y 2 + z 2 ) + cte 2 N˜ao ´e poss´ıvel encontrar uma express˜ ao para um campo ~ tal que F~ = ∇ ~ ×A ~ porque ∇ ~ × F~ = 0. 1). fazendo sua integra¸c˜ao no volume da esfera. explicar a raz˜ ao. num segundo passo. Solu¸c˜ ao: Primeiro. z) = (0.19: Demonstrar que o campo vetorial F~ = ~ × F~ = 0) e solenoidal yz~i + zx~j + xy~k ´e irrotacional (∇ ~ · F~ = 0). ~ tal que F~ = 3. dy = 2dt.ELETROMAGNETISMO 58 Agora. ~ f . 2. 1).20: Comprovar o teorema da divergˆencia para o campo vetorial F~ = r~ur + φrsen θ~uφ . 0. 0. ´e o mesmo que (x. x2 y + yz 2 /2. atrav´es da superf´ıcie S definida pela esfera de raio R centrada na origem. onde k ´e uma constante. ∇ (59) e. 1).5. obtem-se: Z Z Z ~ · F~ ) dV = 16 πR3 (∇ 3 V Como (58) n˜ao ´e igual a (59).17: Dado o campo vetorial:  ~ = xz 2 + xy 2 /2. encontre um campo A ~ tal que ∇ ~ ×A ~ = F~ . 0) at´e (1. e = zx ∂z ∂x ∂Ax ∂Ay = 2xy. y = 2t. a circula¸c˜ ao de A ~ superf´ıcie do rotacional de A: Z Z Z 2Z 2 I ~ ~ ~ ~ ~ A · d` = (∇ × A) · dS = xydxdy = 0 ♦ −2 −2 Exemplo III. y = 2t. φ = φ/2 e z = 1. θ = π/2 e φ = π/2. y. e. 2.21: Calcular a integral de linha F~ · d~` desde (0. e F~ ´e vetorial A um campo com divergˆencia (pois o rotacional do divergente ´e sempre nulo). Ao longo da curva x = t2 . e se n˜ao for 2. aparentemente F~ estaria violando o teorema da divergˆencia.5. 4) tem a seguinte equa¸c˜ao param´etrica: x = t. 2. o vetor de magnetiza¸c˜ao M P III-B. (c) E ~ eB ~ juntos. Ponto Indu¸ c~ ao (T) H desmag. 3~k T. 2xz + z ) e S ´e a superf´ıcie: 1.43 28. de comprimento ` = 10cm e diˆametro D = 3cm. ~ podem fazer dobras. O comprimento do entreferro u ´nico ´e 0. fazendo a troca de vari´ aveis x = 4 cos φ. a integral de linha por um caminho ´e diferente da integral de linha pelo outro. ~ × F~ = z cos φ~ur − zsen φ~uφ + rsen φ~k 6= ~0 ∇ afirma-se que F~ n˜ao ´e um campo vetorial conservativo. e z = 0.24: Usando os teoremas da divergˆencia e de Stokes (se for conveniente).14 44.0~j A/m. calcular a circula¸c˜ao de F~ atrav´es de uma circunferˆencia de raio R centrada no eixo z e em um plano paralelo ao plano xy. onde F~ = −3y~i + 3x~j + ~k. F~ ´e um campo vetorial conservativo? Solu¸c˜ ao: I F~ · d~` = Z φ=2π (r cos φ~ur + zsen φ~k) · (Rdφ~uφ ) = 0 φ=0 Por esta integral. Substituindo na integral de linha.1: Um material com vetor magnetiza¸c˜ao M 6 28 1. fazendo o mesmo procedimento para a circunferˆencia de integra¸c˜ao x2 + y 2 = 4 I F~ · d~` = −4π ♦ Exemplo III. B . Qual ´e o momento de dipolo de cada ´atomo.4: As linhas de fluxo de B ou mudar abruptamente sua dire¸c˜ao? Por quˆe? ~ = 1400. significando que o campo vetorial F~ n˜ao ´e um campo conservativo. Solu¸c˜ ao: A primeira integral pode ser escrita na forma: Z Z Z Z ~ (xdydz + ydzdx + zdxdy = ~r · dS S S Z θ=2π Z φ=2π = θ=0 R(R2 sen θdθdφ) = 4πR3 φ=0 Para a segunda integral.0 A densidade de fluxo usada no entreferro de um instrumento de medida ´e escolhida para 0. (∇ S Na circunferˆencia x2 + y 2 = 16.2µC tem uma velocidade de 5~i − 3~k m/s.5: Considerando H tensor de relutividade igual a   1 η −ξ = ||ν|| = ξ η ||µ|| onde η = . 1 × 10 ´atomos por metro c´ ubico. (b) bre ela no campo: (a) E ~ = −0. calcular as seguintes integrais: RR 1. 7 × 10 A/m. (A/cm) 1 0. 3xy. de acordo com a equa¸c˜ao do rotacional (n˜ ao nulo). dx = −4sen φdφ e dy = 4 cos φdφ obtem-se H H R φ=2π F~ · d~` = φ=0 [(4 cos φ)2 + 4sen φ − 4) (−4sen φdφ) + 3(4 cos φ)(4sen φ)4 cos φdφ] R φ=2π F~ · d~` = φ=0 [−64 cos2 φsen φ −16sen 2 φ + 16sen φ + 192 cos2 φsen φ]dφ = −16π Agora.3: Calcular a indu¸c˜ao magn´etica de uma pe¸ca de ferro que tem permeabilidade relativa igual a 2500. A circula¸c˜ao de F~ . calcule as dimens˜oes do ´ım˜a permanente com menor custo. com ~ × F~ = 6~k.8: Uma carga puntual de 1. 4~i + 0.31 36. ♦ Exemplo III. Determinar ~. Solu¸ca ˜o: Pelo teorema de Stokes: Z Z I ~ × F~ ) · dS ~ = F~ · d~`. expresso em coordenadas cil´ındricas. e. P III-B. tem-se I I F~ · d~` = (x2 + y − 4)dx + 3xydy e. O hemisf´erio x2 + y 2 + z 2 = 16 sobre o plano xy.9 Exerc´ıcios . 2. 7 × 106 A/m em uma barra de ferro cil´ındrica. ela resulta: Z Z ~ ~ F · d` = t2 dt + (2t)2dt + (4t2 − 2t)4dt C t Z t=1 = t=0  11 17t2 − 4t dt = 3 Ao longo do caminho x = t2 . Considerando que o fluxo de dispers˜ao seja igual ao fluxo u ´til no entreferro. usando o teorema de Stokes. Mas. isto ´e.7: O campo vetorial F~ = 10x~i poderia ser o vetor ~ Por que? indu¸c˜ao magn´etica B? P III-B.0 5 0. A par´abola z = 4 − (x2 + y 2 ) sobre o plano xy.2: Qual ´e a corrente que seria necess´aria para produzir um campo magn´etico de 1. Encontre a intensidade da for¸ca so~ = −18~i + 5~j − 10~k kV/mm. y = 2t.0~i − 4500. y = 4sen φ. P III-B.12 cm.0 3 0. tem 8.52 20.59 12. e a ´area do entreferro ´e 10 cent´ımetros quadrados. em Am2 ? P III-B. e o P III-B. 2.0 4 0. ´e apresentada na tabela. e o contorno C ´e a circunferˆencia de raio R = 1 localizada no plano z = 2y centrada no eixo z.700E+04 m/H. e. dy = 2dt. z = 4t3 .610E+03 m/H. ap´os imantado.8a semana ~ = P III-B. encontra-se ∇ I F~ · d~` = 6π ♦ B. dir´ıamos que F~ ´e conservativo.23: Calcular (∇ S 2 2 (x + y − 4. tem-se dx = 2tdt. quando o campo magn´etico ´e de 300A/m. ♦ RR ~ × F~ ) · dS ~ quando F = Exemplo III. e. 4~j + 0. e ξ = .09 weber por metro quadrado. que est´a envolvida por um solen´oide de 100 espiras? P III-B.0 2 0.ELETROMAGNETISMO 59 Substituindo estes valores na integral de linha.0 6 0. (xdydz + ydzdx + zdxdy onde S ´e uma esfera de raio S R centrada na origem.65 4. tem-se: Z Z t=1  7 ~ ~ 48t7 + 2t5 − 24t3 + 4t dt = F · d` = 3 t=0 C Observa-se que os dois valores s˜ ao diferentes.6: A curva de desmagnetiza¸c˜ao de uma amostra de ´ım˜a-permanente. dz = 12t2 dt.22: Dado o campo vetorial F~ = r cos φ~ur + zsen φ~k. este dispositivo como sabemos ´e usado para armazenar cargas el´etricas numa determinada regi˜ao do espa¸co. 5~j T. Calcular a for¸ca sobre a fita por unidade de comprimento se ~ = 0.intensidade de corrente do enrolamento. Ni Γ = lm lm Enquanto que a for¸ca magneto motriz Γ equivale ao ~ o fluxo magn´etico equivale `a indu¸c˜ao campo magn´etico H. ele pode ser representado por uma vari´ avel chamada de for¸ca magnetomotriz. Agora.2 Indutˆancia O indutor ´e um dispositivo an´alogo ao j´a estudado e nosso bem conhecido capacitor. mostre como ficam as linhas de fluxo pr´oximo do condutor. se¸c˜ao magn´etica S = 4cm2 . ser´a: Γ=N I onde: N . Matematicamente. ou seja ~ ~τ = m ~ ×B O campo magn´etico H. e geralmente representado pela letra grega ψ (‘psi’). obter H1 . Ent˜ ao. contendo a origem do sistema de coordenadas.9 T e corrente i = 1 A.m. usando a express˜ao: H= P III-B. Ao dizermos que s˜ao dispositivos an´alogos.ELETROMAGNETISMO 60 P III-B. com µr2 = 20. I . O produto N φ ´e chamado fluxo concatenado. Isto ´e indutˆancia. 0 × 10−9 Am? Qual ´e a express˜ao do campo magn´etico criado pelo dipolo num ponto qualquer do ~ = Q∗ ~ur /(4πµ0 r2 ) A/m) espa¸co? (Resp. A unidade de indutˆancia no SI ´e o Tm/A. Quando se conhece o percurso do campo magn´etico. num trecho de comprimento l.m. 1 henry = H = 1 Tm/A. Qual ´e a energia magn´etica armazenada no contator? (Resp.: 126mJ) P III-B.10: Qual ´e a for¸ca para movimentar ou fixar um fio condutor com se¸c˜ ao 16mm2 e 2m de comprimento. a f. o fazemos por o indutor exercer a mesma tarefa.11: Considere um contator. Ou seja.intensidade do campo magn´etico [A/m]. e.indu¸c˜ao magn´etica ou densidade de fluxo em Weber/m2 [T] (Tesla). a indu¸c˜ao magn´etica uniforme for B P III-B. H2 e B2 . e Γ .8cm conduz uma corrente de 25A na dire¸c˜ ao positiva do eixo x.n´ umero de espiras do enrolamento.51 N) P III-B. Usando o princ´ıpio da superposi¸c˜ ao. an´alogo `a carga el´etrica. ´e: H= onde: H . a unidade b´ asica do magnetismo ´e o dipolo magn´etico. Sm . alguns pesquisadores calculam o monopolo magn´etico ou carga magn´etica. B C. 5~j T. e a permeabilidade corresponde `a relutˆancia magn´etica. . o indutor ´e um dispositivo usado para armazenar energia magn´etica em uma certa regi˜ao do espa¸co.for¸ca magneto motriz [A]. passando 100A. e ´e dada pelas equa¸c˜oes: ~ Demonstrar esta equa¸c˜ onde m ~ = iS. que tem entreferro `ar = 1mm.fluxo magn´etico [Wb]. quando o mesmo est´ a imerso num campo de 10000A/m? (Resp.comprimento do caminho magn´etico [m]. Pela lei de Amp´ere. Podemos calcular o campo magn´etico produzido pela bobina. lm . usando a express˜ ao µ0 p. Dado ~ 1 = ~i + 0. ou encadeia.for¸ca magneto motriz [A]. possui µr1 = 5. por´em agora magneticamente. cada uma das espiras.15: Enquanto que a unidade b´ asica da eletricidade ´e a carga el´etrica. em homenagem ao f´ısico Joseph Henry. perpendicularmente a um fluxo magn´etico uniforme.relutˆancia magn´etica [A/Wb] ou [1/H] C.se¸c˜ao do circuito magn´etico [m2 ]. A relutˆancia magn´etica ´e inversamente proporcional `a permeabilidade. Circuitos magn´eticos C. um fluxo magn´etico concatena. ‘batizou-se’ de Henry. como visto anteriormente. em [A/m]. definimos indutˆancia por L= Nφ i onde N ´e o n´ umero de espiras e φ ´e o fluxo magn´etico. Considere um caminho magn´etico que envolve uma bobina de N espiras e uma corrente el´etrica I. e uma bobina de N = 500 espiras percorrida por I = 2A. e. Ao estabelecermos uma corrente i nas espiras de uma bobina.14: Um momento magn´etico de 1 Am2 equivale a um conjugado de 1 Nm quando a espira estiver orientada perpendicular `a indu¸c˜ ao magn`etica de 1 Tesla. vamos tratar de indutˆ ancia. Indutˆancia L ´e o parˆametro que relaciona a corrente el´etrica com o fluxo magn´etico concatenado. P III-B. Como esta rela¸c˜ao ´e freq¨ uentemente utilizada.1 Relutˆancia magn´etica Quando a densidade de fluxo ´e constante φ = B Sm e quando ´e vari´avel Z φ= ~ · dS ~ B Sm onde φ . Qual ´e a carga magn´etica Q∗ de um dipolo p = 3. ~ magn´etica B.: H Γ lm φ= R= Γ R 1 lm µ Sm onde: Γ .9: Um fio retil´ıneo ´e percorrido por corrente I. a regi˜ ao 2.: 2. P III-B. ao e determinar o conjugado de uma espira de S = 20 × 8 cm2 numa indu¸c˜ao de 0. R . P III-B.16: O plano y + 2z = 3 divide o espa¸co em duas partes: a regi˜ao 1. contendo material magn´etico ideal (µr = ∞).13: Uma fita de corrente de largura igual a 1.12: Demonstre a equa¸c˜ ao da for¸ca entre dois condutores paralelos. B . 25: Indutˆ ancia entre dois fios paralelos .2: Um fluxo magn´etico de 24000 linhas (maxwell) atravessa uma superf´ıcie de 6 cm2 . com um material de permeabilidade µ. considerando µr = 1.3 Exerc´ıcios . A indu¸c˜ao magn´etica no n´ ucleo ´e igual ao produto do campo magn´etico multiplicado pela permeabilidade magn´etica do material do tor´oide. a intensidade do campo magn´etico gerado por qualquer um dos dois condutores num ponto P do plano (no plano definido pelos dois condutores) ´e dada pela express˜ao H= i 2πd em que d = d1 ou d = d2 define a distˆ ancia entre o condutor 1 ou 2 e o ponto.29: Ao longo do percurso da ciˆencia. φ = B Sm .3: Quantas espiras s˜ao necess´arias para produzir uma indu¸c˜ao de 1 T num entreferro de 5 mm. demonstrar ~ = µH ~ ´e a forma local da equa¸c˜ao N φ = L I. por exemplo. e tendo em conta os sentidos opostos das correntes. No entanto.Nos exemplos considerados. ♦ Exemplo III. uma indu¸c˜ao magn´etica de 0. Assim. 1 Gauss = 1 linha de campo / cm2 . deve ser atravessado por uma densidade de . ´area m´edia da se¸c˜ao transversal Sm . P III-C.95 Teslas. O fluxo magn´etico ´e o produto da se¸c˜ao Sm do tor´oide pela indu¸c˜ao. Quais os principais meios ou materiais existentes na natureza e estudadas no eletromagnetismo.27: Indutˆ ancia de uma bobina com n´ ucleo toroidal . como sejam. calculou-se o fluxo magn´etico em superf´ıcies convencionais. e suas rela¸c˜oes constituintes? Resposta: Os trˆes meios s˜ao: condutores. quando desejamos diminuir a corrente de uma bobina devemos aumentar a indutˆ ancia. e magne ´ticos. devemos variar estes parˆ ametros. com N espiras. e indutˆancia L. f) Normalmente.Calcular a indutˆancia linear de cabo coaxial reto e infinito. com raio m´edio de 10cm e se¸c˜ao de 3cm2 . a integral da densidade do fluxo magn´etico criado pelos dois fios conduz ao resultado Z µ0 i d+r/2 1 1 φ= ( + ) dr 2π r/2 r d−r µ0 i d ln( ) π r e na qual se inscreve a indutˆ ancia por unidade de comprimento: d µ0 ln( ) H/m L= π r Este procedimento pode ser adotado para calcular a indutˆancia de outras estruturas de corrente el´etrica. pretende-se obter no entreferro de 2mm. Meios condutores.5: Um n´ ucleo ferromagn´etico toroidal. quando pelo condutor se deslocam 1 A? (R:3979 espiras) P III-C. Resposta: O valor da indutˆ ancia por metro ´e L= rext µ0 ln( ) H/m ♦ 2 rint Exemplo III. se o n´ umero de espiras for N = 1000? (R: I ∼ = 1. e inversamente proporcional ao comprimento do caminho magn´etico. se quizermos aumentar ou diminuir a indutˆancia. quando aumenta a potˆencia de um equipamento.9a semana P III-C. Qual o valor da densidade de fluxo ou indu¸c˜ao magn´etica? (R:0. diel´etricos e magn´eticos. que neste caso vale Lm = 2πr. que s˜ao resumidos na tabela VIII. b) A indutˆancia ´e diretamente proporcional ` a se¸c˜ao transversal. diminui a indutˆancia. considerando que H = N I/`m . d) Obviamente. diele Condutor Diel´ etrico Mang´ etico Fonte ~ V ou E ~ V ou E ~ I ou H Fluxo I ou J~ ~ Q ou D ~ φ ou B Rela¸ c~ ao R ou σ C ou  L ou µ C. Nestas condi¸c˜ oes.28: Considerando um indutor. e) Normalmente. Pode-se calcular o fluxo por unidade de comprimento. o plano definido pelos dois condutores paralelos e o plano no qual se inscreve o diˆ ametro dos condutores concˆentricos caracter´ısticos do cabo coaxial. 6A) P III-C. O campo magn´etico ´e dado pela equa¸c˜ ao 42. As defini¸c˜oes b´asicas ou fundamentais s˜ao os materiais.1: Qual ´e o campo magn´etico no interior de um material magn´etico ideal? Por que? P III-C.4: Considerando um circuito magn´etico simples. que s˜ ao percorridos por correntes el´etricas com sentidos opostos e mesma intensidade i1 = i2 = i. e suas rela¸c˜oes de causa-efeito.ELETROMAGNETISMO 61 Exemplo III. Quanto deve valer a corrente. encontra-se L=N B Sm Sm = µ N2 H `m /N `m que simplificando os termos Sm e `m resulta: µ= B ~ = µH ~ ♦ ou B H Exemplo III. 1 Tesla = 1 T = 1 Wb/m2 = 104 Gauss. no caso das bobinas com N espiras e n´ ucleo cil´ındrico ou toroidal.26: Indutˆ ancia de um cabo coaxial .Considerem-se dois fios condutores paralelos. envolvendo um circuito magn´etico simples. ♦ φ= Exemplo III. para obter-se o fluxo concatenado. com permeabilidade relativa igual a 1000.4 T) 1 maxwell = 1 linha de campo. que B Solu¸c˜ ao: Partindo da equa¸c˜ao da indutˆancia L=N φ Sm = µ N2 I `m e. c) A indutˆancia ´e diretamente proporcional ` a permeabilidade magn´etica. ♦ TABELA VIII ´tricos. o fluxo magn´etico deve ser multiplicado por N espiras. de comprimento m´edio `m . definiram-se muitas unidades e leis. o fluxo concatenado vale ψ = µ0 µr Sm 1 N2 I 2π r e a indutˆancia resulta L = µ0 µr Sm 2 N Lm Observa¸c˜oes: a) A indutˆancia ´e diretamente proporcional ao quadrado do n´ umero de espiras. O francˆes Charles-Augustin Coulomb descobrira que ambas as for¸cas tinham propriedades semelhantes. Campo eletrost´atico . 3. tratamos trˆes fenˆomenos separados: ~ C equivale `a for¸ca sobre ´ıons ou 1.1 Michael Faraday No decorrer da vida. por serem capazes de atrair alguns objetos e de repelir outros. encontrar uma resposta para essa pergunta tomou-se o Santo Gral da ciˆencia do s´eculo XIX. Agora. Amp`ere e Arago tinham chegado mais longe. (R: 1. A sua espantosa descoberta levantava a possibilidade de a eletricidade e o magnetismo serem de alguma forma intermut´aveis. Ele aprendeu igualmente a sobreviver aos insultos decorrentes da sua condi¸c˜ao de encadernador assalariado.positivo (resistˆencia). refletia Faraday incredulamente. A. possui trˆes lados com se¸c˜ ao de 150 cm2 . chamada polariza¸c˜ao. por essa raz˜ao. O alem˜ao Otto von Guericke descobrira que ambas as for¸cas tinham duas faces.: 428. o terceiro tipo de campo el´etrico: campo el´ etrico induzido ou f. Campo el´etrico dissipativo .m. A. percorrido por 40 A. sem entreferro.o campo magn´etico gerado por um ´ım˜a atua sobre ´ım˜as.nulo. Qual ´e o fluxo produzido por 1 A de corrente na bobina? (φ ∼ = 0.11: Dado o circuito magn´etico da Fig. a espantosa not´ıcia que a corrente el´ectrica em forma de saca-rolhas tamb´em se comportava como um ´ım˜a atrair pequenos peda¸cos de ferro. e se¸c˜ao magn´etica S = 4cm2 . e comprimento total de 130 cm.” (Charles Chaplin) Vimos. com raio m´edio de 10 cm e permeabilidade magn´etica relativa igual a 100. quando pelo condutor se delocam 1. 2.10: Um circuito magn´etico simples tem dois materiais de mesma se¸c˜ ao colocados em s´erie. Campo el´etrico induzido . Os outros dois campos j´a vistos foram o e o .4A? P III-C. No entanto. A f. Naquela ´epoca foi confirmada em Fran¸ca por Amp`ere e um colega. vamos come¸car a ver o que chamamos propriamente Eletromagnetismo = Eletro + magnetismo ou seja. at´e o momento.ELETROMAGNETISMO 62 fluxo magn´etico igual a 1. El´etrico . Escreva as equa¸c˜ oes de circula¸c˜ao de campo e continuidade de fluxo. por diminu´ırem de intensidade com a distˆancia exatamente da mesma forma.m. 31. batizaram sua descoberta de electro´ım˜a.6 cm. se a eletricidade se podia comportar como um ´ım˜a. Calcule os campos H nos entreferros quando N I = 1000A.7: Um n´ ucleo laminado possui comprimento m´edio de 12. aspirante `a integra¸c˜ao no mundo da alta sociedade que dominava a ciˆencia.9: Um n´ ucleo ferromagn´etico quadrado. Circuito magne ´tica IV. Michael Faraday (1791-1867) aprendeu a pesquisar num laborat´orio de qu´ımica. Magn´etico . a relutˆancia e a quantidade de fluxo magn´etico formam o circuito magn´etico b´asico.e. Qual a for¸ca magnetomotriz necess´aria? P III-C. Homens ´e o que sois. A resistˆencia a esse fluxo de cargas foi chamada de resistˆencia el´etrica.o campo E el´etrons livres. Vamos ver qual ´e o trabalho para deslocar uma carga de prova positiva: 1. Quase-esta “V´ os n˜ ao sois m´ aquinas. P III-C.8: Um n´ ucleo ferromagn´etico retangular simples. 0048 Weber) P III-C.o campo eletrost´atico E gas el´etricas exerce uma for¸ca de deslocamento dos centros de carga positiva e negativa de um isolante. Orsted. O n´ umero de espiras ´e 200 e a permeabilidade relativa µr = 2500. Qual a corrente requerida para produzir 0. (Resp. e o quarto lado possui se¸c˜ao de 100 cm2 e comprimento de 45 cm. denominada de corrente el´etrica. revelando algo mais profundo sobre as duas for¸cas. e o fluxo total gerado pela bobina. os fil´osofos naturalistas tinham descoberto v´arias semelhan¸cas entre a eletricidade e o magnetismo. Lei de Faraday Apresentar-se-´a.012 Wb de fluxo no n´ ucleo? 2. 31 ´tico do problema III-C. A bobina tem 200 espiras. Escolher o material e considerando sua curva B − H. Qual deve ser a rela¸c˜ao entre os comprimentos do caminho magn´etico para que a energia total nos dois materiais sejam iguais. Eletrost´atico . . Desta feita. que os coloca em movimento. No decorrer dos dois s´eculos anteriores. calcule: 1. Qual ´e a permeabilidade relativa do ferro neste n´ıvel de corrente? 3.6 T) P III-C.3E-4Wb) Fig. Qual o n´ umero de espiras necess´ ario para produzir uma indu¸c˜ao de 1. Qual ´e a relutˆancia do ferro? P III-C.2 T.negativo (gerador).6: Qual a indu¸c˜ ao magn´etica num tor´oide de ferro..m. nesta se¸c˜ao. e. e permeabilidade relativa µr = 4890. induzida. a intera¸c˜ao entre os campos destes sistemas. ~ D criado por car2.3T. faltava provar se o contr´ario tamb´em era verdadeiro: poderia o magnetismo comportar-se como a eletricidade? Dito de outra forma: poderia um ´ım˜a produzir eletricidade? Subitamente. 3. tem um comprimento m´edio de 55 cm e uma ´ area de 150 cm2 .11. que ´e envolvido por 200 espiras. que tem quatro entreferro com espessura e = 1mm.719A/m e 3. o plano de a¸c˜ao de Faraday era bastante simples: faria passar uma corrente el´etrica pela primeira ligadura de fio. os engenheiros encarregar-se-iam de aperfei¸coar a tosca engenhoca concebida por Faraday. Primeiro pegou num ´ım˜ a em forma de barra e alinhou-o com a vertical. Durante o resto da noite.ELETROMAGNETISMO Faraday observou que o magnetismo produzido pela corrente el´etrica exercia sempre a mesma influˆencia sobre uma b´ ussola magn´etica: imaginando a b´ ussola deitada sobre uma mesa e a corrente el´etrica a fluir do ch˜ ao em dire¸ca˜o ao teto. produz eletricidade. olhou esperan¸cado para o amper´ımetro. ao desligar a pilha ficou surpreendido ao observar “mais uma vez uma perturba¸c˜ao no amper´ımetro”. essa pessoa n˜ao teria rea¸c˜ao. No laborat´orio. Com esta simples experiˆencia. especulou. nada acontecia. com motores el´etricos a serem produzidos em todos os tamanhos e feitios. Em seguida colocou um fio condutor no centro do recipiente e fez passar atrav´es deste uma corrente el´etrica em dire¸c˜ao ao teto. Assim.uma corrente invis´ıvel no sentido contr´ ario ao dos ponteiros do rel´ogio. Estavam explicados os saltos do ponteiro: de cada vez que Faraday ligava / desligava a pilha. o princ´ıpio que os for¸ca a girar ainda ´e o do campo de for¸cas magn´etico em forma de tornado. o tornado magn´etico surgia / desaparecia. Embora a eletricidade e o magnetismo se pudessem afirmar individualmente. Faraday . Tal como uma corrente ascendente de ar se transforma por vezes num tomado. na verdade estavam inextricavelmente associados. At´e que se conseguisse inventar uma forma mais eficiente de produzir energia el´etrica. reconhecido pela primeira vez pelo prod´ıgio da classe trabalhadora inglesa. Durante uns momentos. produzindo um vento magn´etico que percorreria todo o anel. Confirmou a sua teoria do tornado magn´etico e no processo criou o primeiro motor el´ etrico do mundo. os cientistas viram-se for¸cados a construir baterias de dimens˜oes tais que ocupavam divis˜ oes inteiras. Come¸cou a enrolar um comprido fio met´alico `a volta de um segmento de um anel de ferro e em seguida fez o mesmo em torno do outro segmento do anel. Como sempre. ent˜ao os seus ventos rotativos fariam girar quaisquer objetos magn´eticos nas proximidades continuamente. Faraday percebeu que esta imagem tinha mais de palpite do que de propriamente teoria. de cada vez que tal acontecia. A centrava. produzindo o efeito. Se a dita tempestade magn´etica produzisse uma corrente el´etrica na outra ligadura de fio. Entre esses dois momentos. mas n˜ ao conseguiram encontrar uma resposta. algo not´ avel aconteceu: o ´ım˜a-b´oia come¸cou a rodar em tomo do condutor. finalmente. decidiu averiguar a quest˜ ao. Faraday teria encontrado aquilo que todos procuravam.mas tal acontecia apenas quando a intensidade do tornado aumentava ou diminu´ıa. a resposta surgiu no in´ıcio de Setembro. Se tal acontecesse. porque n˜ao seria o inverso verdadeiro . quando colocado num recipiente com merc´ urio. tal como sucedeu ` a altura das pilhas voltaicas: para obter eletricidade em quantidade suficiente para alimentar motores el´etricos com potˆencias significativas. Faraday passou em revista e refinou o equipamento. ent˜ao com a idade de 40 anos. Faraday encontrou o fil˜ao. os motores de vapor continuariam aparentemente a bater aos pontos as novas m´ aquinas de Faraday.porque n˜ ao poderia o magnetismo produzir eletricidade? Muitos cientistas se puseram a mesma quest˜ ao. Se os fios met´alicos fossem ligaduras. e n˜ao apenas de forma ligeira. ou come¸cava a funcionar passado um longo per´ıodo de inatividade. Nessa posi¸c˜ ao. escreveu histericamente no registro. antevia Faraday. Durante os meses seguintes. N˜ ao sabia o que isto significava.ou para nada. a agulha da b´ ussola girava sempre no sentido inverso ao dos ponteiros do rel´ogio. Se a eletricidade podia produzir magnetismo. como uma pequena b´oia. o magnetismo teria criado eletricidade. estava pronto para tudo . o ponteiro do amper´ımetro movia-se em espasmos. Faraday continuou a ligar e a desligar o anel da pilha. ap´ os ter apresentado o artigo sobre a hist´oria da eletricidade e do magnetismo aos Annals of Phy` medida que se conlosophy. Todavia. Faraday acertara em dois p´assaros com o mesmo tiro. mas havia uma maneira de a testar: se a corrente el´etrica produzia de fato um tornado magn´etico. uma corrente ascendente de eletricidade podia muito bem produzir remoinhos de magnetismo. apesar 63 de ter trabalhado dia e noite para descobrir o complemento l´ogico da sua descoberta original. Por´em. chegando sempre `as mesmas conclus˜oes que confirmavam a descoberta original. e nunca ao contr´ ario. Nem mesmo Orsted teve sucesso. quase de certeza que outros j´a a teriam detectado h´a muito. Como resultado. ficava a flutuar em p´e. como sucedia com a agulha magn´etica de Orsted. A sua fama disparou. Futuramente. esse remoinho produzia uma corrente el´etrica na outra ligadura . mais eletricidade se produz. Ao eletrificar a primeira ligadura atrav´es de uma pilha voltaica. Seria por este motivo que a ciˆencia acabaria por batizar esta bizarra rela¸c˜ao de for¸cas com um u ´nico ep´ıteto . o bra¸co circular do anel aparentaria possuir feridas em dois pontos opostos. o despretensioso Faraday trabalhava agora mais arduamente do que nunca para encontrar a resposta a uma quest˜ao que o intrigava desde a descoberta do motor el´etrico. tal como se fosse arrastado por uma corrente invis´ıvel . Voltaria ele a mover-se? Ap´os alguns minutos de espera em v˜ao desistiu.o prod´ıgio da Royal Institution. surgindo sempre um onde quer que o outro estivesse presente. mas. criando motores el´etricos que acabariam por bater em potˆencia os motores de vapor que propulsionavam a revolu¸c˜ao industrial. resumia a sua descoberta hist´orica numa u ´nica frase: Sempre que uma for¸ ca magn´ etica aumenta ou diminui. Mesmo a um s´eculo de distˆancia. A corrente el´etrica na primeira ligadura produzia um tornado magn´etico. A 29 de Agosto de 1831. Em 1831. levando a que qualquer agulha magn´etica nas proximidades se movesse ligeiramente. ligou `a segunda ligadura um amper´ımetro capaz de detectar o mais pequeno vest´ıgio de corrente el´etrica. Ap´os semanas a esgrimir com o equipamento durante dia e noite. caso contr´ario. O ponteiro moveu-se! “Oscilou e voltou `a posi¸c˜ao de repouso”. A quest˜ ao era saber como fazer isso acontecer. Finalmente fez-se luz no seu esp´ırito e nesse momento sentiu-se como o jovem que saltara de alegria numa v´espera de Natal quase vinte anos antes. desde que os ventos magn´eticos se mantivessem est´aveis ao longo do anel de ferro. quanto mais depressa se d´ a esse aumento ou diminui¸ c˜ ao. desde que a sereia continuasse a funcionar sem altera¸c˜oes. provavelmente a corrente el´etrica produzida seria extremamente d´ebil. come¸cou a esbo¸car-se uma imagem mental que explicava a experiˆencia original de Orsted. Assemelhava-se a algu´em que tivesse vivido toda a vida perto de um farol e um dia notasse que a sereia de nevoeiro n˜ao emitia o som habitual. por sua vez. Faraday olhou estupefato para o ponteiro. A f´ısica b´asica que constituiu o fundamento de for¸ca eletromotriz e corrente induzida atrav´es da varia¸c˜ ao de fluxo magn´etico pode ser entendida considerando-se exemplo onde est˜ao sujeitos a fluxo magn´eticos que varia com o tempo. que se ~ como move com velocidade ~v numa indu¸c˜ao magn´etica B. surge um campo el´etrico induzido devido ao movimento. e inventaram os princ´ıpios sobre as quais o transformador opera. (b) a componente devido ao movimento do condutor no espa¸co.c. eles constru´ıram as primeiras bobinas de indu¸c˜ ao. ter´ıamos um ganho de energia na convers˜ao. induzidas. Este efeito ´e geralmente chamado de auto .32. Se o campo magn´etico se mantivesse constante no tempo.ELETROMAGNETISMO h´ıbrido: eletromagnetismo. que variasse com o tempo. que ´e dado por: ~ = ~v × B ~ E (62) ~ a indu¸c˜ao magn´etica. ´e aproximado de uma bobina de 500 espiras.∂ /∂t para representar a express˜ ao “a taxa de crescimento ou diminui¸c˜ao 64 ~ para designar “o valor de . uma f. Faraday e os seus sucessores concretizaram finalmente uma parte do antigo sonho cient´ıfico da unifica¸c˜ ao das for¸cas da natureza. Juntamente com Orsted. por ela circular´a uma corrente induzida. mostrou que a eletricidade podia gerar magnetismo e que o magnetismo podia gerar eletricidade. muito grandes. enquanto um campo magn´etico que registrasse varia¸c˜oes lentas produziria uma ´ınfima corrente el´etrica.e. Quando um condutor se movimenta num fluxo magn´etico. Esta descoberta de Oersted em 1819 levou os cientistas a desejar saber se tamb´em poderia ser poss´ıvel. A. cujos efeitos s˜ ao oposto ` a f. a quantidade de eletricidade produzida pelo magnetismo era igual `a taxa de aumento ou diminui¸c˜ao da for¸ca causadora. 048 V = 500 = 240 V. . Essa defini¸c˜ao ´e conhecida como lei de indu¸ c˜ ao de Faraday. dado por (62). podem ser resumidos na seguinte observa¸c˜ ao: sempre que h´a um fluxo magn´etico que varia com o tempo atrav´es de um circuito.e. .m.e. Eles estudaram tamb´em as f. e as correntes e f. o pr´oprio campo magn´etico do circuito atua para induzir uma f.m. as contrapartes precisas das usadas nos carros movidos a gasolina para excitar as velas.1: O p´olo Norte de um ´ım˜a. onde ~v ´e a velocidade do condutor. uma rela¸c˜ao gen´etica t˜ao incestuosa como nenhuma outra existente na natureza. que foi o primeiro de uma longa s´erie de f´ısicos americanos de renome. Empregou igualmente o s´ımbolo . Os resultados experimentais de faraday e Henry.e. ” Asde . Supondo que a amplitude de B B = B0 cos ωt determinar a equa¸c˜ao da tens˜ao induzida V . menor. n˜ao se produziria eletricidade.e. induzida.e. por uma f. numa bobina que consistisse de relativamente poucas voltas. inverter o processo e excitar o fluxo de corrente num circuito por meio de um campo magn´etico. na qual traduziu a simples afirma¸c˜ao de Faraday numa equa¸c˜ ao matem´ atica. num intervalo de 0. de alguma forma. Embora se tivesse expressado numa linguagem considerada pouco elegante pela ciˆencia.c). o campo el´etrico induzido tem duas componentes: (a) a componente devido `a varia¸c˜ao temporal do campo magn´etico.2 Campo el´etrico induzido Sabemos que a passagem de uma corrente el´etrica cria um campo magn´etico em torno do condutor atrav´es do qual ela flui.ms. Solu¸c˜ ao: Dev- . Deste modo. sendo o modulo desta diretamente proporcional ` a taxa de varia¸c˜ ao do fluxo magn´etico em rela¸c˜ao ao tempo.1867) e por Joseph Henry (1797 1878). externa que faz a corrente variar em primeiro lugar.ms. ♦ 0. Ambos observaram que quando uma corrente que varia no tempo flui num dado circuito. e B Assim.m) ou fluxo de corrente num circuito (f.e. ” e o s´ımbolo ∇× sim sendo.2: Considere uma barra condutora. a descoberta de Faraday resumia-se `a seguinte equa¸c˜ao: ~ ~ ×E ~ = − ∂B ∇ (61) ∂t Isto ´e. e as f. menor.m. que variasse com o tempo. ~ seja mostra-se na Fig. no que diz respeito a produ¸c˜ ao de f. O sinal negativo indica que se a bobina no qual passa o fluxo magn´etico estiver em curto-circuito.e.indu¸c˜ ao.e. que ´e a tens˜ao Z Z ~ ~ ~ · d~` (64) V = E · d` = (~v × B) A equa¸c˜ao da tens˜ao induzida ´e a soma de (63) e (64) Z V = L ~ · d~` − (~v × B) Z S ~ ∂B ~ · dS ∂t (65) Exemplo IV. 1 Exemplo IV. Maxwell empregou a ~ para designar o magnetismo e a letra E ~ para designar letra B a eletricidade. As experiˆencias iniciais para demonstrar tal efeito n˜ao foram bem sucedidas porque a princ´ıpio n˜ ao se sabia que os fluxos magn´eticos estacion´arios n˜ ao induzem qualquer fluxo de energia magn´etica (f.1s. neste mesmo circuito.m ´e induzida no circuito. que possui fluxo total de 0. A indu¸c˜ao eletromagn´etica foi descoberta de forma independente e praticamente simultˆ anea pelo f´ısico britˆanico Michael Faraday (1791 . Qual ´e a tens˜ao induzida na bobina? Solu¸c˜ ao: 0.m. . que ter´a a propriedade de criar um campo ~ magn´etico oposto `a varia¸c˜ao de B. Com esta nova forma de encarar a eletricidade e o magnetismo. Este efeito ´e referido como indu¸c˜ao eletromagn´etica. Faraday olhara para o mundo com olhos de poeta . um jovem f´ısico escocˆes de nome James Clerk Maxwell publicou a sua obra de referˆencia Tratado da eletricidade e Magnetismo. 048Wb. e correntes induzidas.m. somente por volta de 1831 descobriu-se que uma corrente el´etrica poderia ser gerada magneticamente. Sob a forma matem´ atica RR Z Z ~ ~ · dS ~ d B ∂B dφ ~ V = = = · dS (60) dt dt ∂t Em 1832. Um campo magn´etico a variar rapidamente produzia uma grande quantidade de eletricidade. poderiam ser excitadas numa bobina que tivesse um grande numero de voltas de fios. Se este sinal fosse positivo.e. dado por (61). . numa bobina pr´ oxima e acharam que as f.isto ´e. que aplicando o teorema de Stokes resulta na tens˜ao induzida I Z Z ~ ∂B ~ · d~` ~ E (63) · dS = − V = L(S) S ∂t Denomina-se lei de Lenz ao sinal negativo. mas que tal efeito ´e observado apenas quando o fluxo magn´etico atrav´es do circuito varia com o tempo. tinha visto a simplicidade onde existia complexidade.m. a f.m. de (64) tem-se Z ~ · d~` = vbB0 cos ωt V = (~v × B) ~ no tempo ´e dada por A f. Introduzamos a espira em um campo de indu¸c˜ao B uniforme. cujo efeito consiste em elevar o fluxo de indu¸c˜ao concatenado com o quadro. Determinemos a for¸ca eletromotriz induzida na espira girante. Alternadores Os aparelhos eletrodom´esticos s˜ao constru´ıdos para funcionarem sob tens˜ao alternada de 110 V. devem ser submetidos a uma tens˜ao que obedece. com velocidade angular ω constante.) em um 2 campo de indu¸c˜ao uniforme de intensidade B = 1.s.e. Condutor se deslocando no fluxo magne ido ao movimento. Assim. acrescida de eventuais perdas.01 m2 funciona como carretel onde se enrolam N = 42 espiras de fio de cobre esmaltado.e.3 Princ´ıpio dos geradores Todo dispositivo cuja finalidade ´e produzir energia el´etrica a` custa de energia mecˆ anica constitui uma m´ aquina geradora de energia el´etrica. trata-se de uma for¸ca eletromotriz alternante harmˆonica.00 tesla). resulta: V = 158 cos 377 t sendo V em volts e t em segundos. abrangendo uma ´area A. Determinar a lei de varia¸c˜ao da for¸ca eletromotriz induzida.m. O fluxo varia E enquanto aumenta ou diminui. Solu¸c˜ao: A velocidade angular do quadro ´e aproximadamente: ω = 2πf = 377 rad/s Aplicando (66). O funcionamento dessas m´ aquinas se baseia na indu¸c˜ao eletromagn´etica (como no caso do disco de Faraday). o mesmo que 1. de a´rea A = 0. no caso presente. . cuja amplitude ´e: V = N ωB A que tem a importante f´ormula para o valor eficaz: V = 4. Equa¸c˜ ao da for¸ca eletro motriz induzida V Consideremos uma espira plana de forma qualquer. 44f N φ (67) Exemplo IV. conjunto de ´org˜aos ligados rigidamente ` a carca¸ca e o rotor. Quando o fluxo ´e m´aximo.3: Uma leve moldura de fibra. Sob ponto de vista funcional distinguem-se o indutor. Adotemos como origem dos tempos um dos instantes em que a normal n `a espira forma com o campo de indu¸c˜ao B ˆangulo igual a um reto. a FEM induzida ´e nula. A tens˜ ao induzida est´ a atrasada de 90 graus do fluxo magn´ etico. A corrente induzida produz campo magn´etico que. onde δ = tan−1 (v/ωa) ♦ A. 00Wb/m (ou. aproximadamente. seja λ uma reta no plano desta espira. Fa¸camos a espira girar em torno da reta λ como eixo. os geradores mecˆ anicos de corrente cont´ınua s˜ao tamb´em denominados d´ınamos. dispondo a reta λ perpendicularmente ao campo B. 60 Hz. distinguem-se essencialmente duas partes. Esse quadro ´e posto a girar com freq¨ uˆencia f = 60Hz (r. Vale.ELETROMAGNETISMO 65 Fig. O mesmo conclu´ımos do Princ´ıpio de Conserva¸c˜ ao da Energia: a energia el´etrica extra´ıda da m´aquina. Numa m´aquina el´etrica (seja gerador ou motor).m. exerce for¸cas contr´ arias `a rota¸c˜ao do rotor. induzida ´e cossenoidal. e o induzido que engendra a corrente induzida. No d´ınamo o rotor ´e o induzido e o estator ´e o indutor. O campo magn´etico produzido pela corrente induzida exerce no ´ım˜a for¸cas contr´arias a sua rota¸c˜ao. o fluxo de indu¸c˜ao na espira em qualquer instante ´e dado por: φ = BA cos(ωt + π/2) = −B A sen ωt Sendo E = ωB A cos ωt Se a espira for substitu´ıda por uma bobina de N espiras. o rotor precisa ser acionado mecanicamente. desde j´a. a for¸ca eletromotriz induzida ´e: V = N ωB A cos ωt (66) Uma for¸ca eletromotriz que muda de polaridade periodicamente ´e designada como for¸ca eletromotriz alternante. as espiras do rotor s˜ao dispostas sobre um n´ ucleo de ferro. 32 ´tico. por isso em d´ınamos e alternadores. induzida pela varia¸c˜ ao de B (63). em fun¸c˜ao do tempo. notar que: “d´ınamo” de bicicleta n˜ ao ´e d´ınamo e sim ‘alternador’. em acordo com a Lei de Lenz. e vale Z V =− S ~ ∂B ~ = ωabB0 sen ωt · dS ∂t Somando as duas parcelas resulta V = vbB0 cos ωt + ωabB0 sen ωt p V = B0 b v 2 + (ωa)2 sen (ωt + δ) V. a lei supra. nos alternadores d´a-se geralmente o contr´ ario. os geradores mecˆanicos de corrente alternada s˜ ao tamb´em denominados alternadores.p. Para intensificar o fenˆomeno. ♦ Vemos que enquanto o fluxo ´e uma sen´oide invertida (defasada de 180 graus). sistema r´ıgido que gira em torno de um eixo apoiado em mancais fixos na carca¸ca. a saber: o estator. ´e compensada por suprimento de energia mecˆ anica. Nas aplica¸c˜ oes industriais a energia el´etrica prov´em quase exclusivamente de geradores mecˆ anicos cujo princ´ıpio ´e o fenˆomeno da indu¸c˜ ao eletromagn´etica (e dos quais o disco de Faraday ´e um simples precursor). retangular. passando de agudo para obtuso. a corrente ´e nula e muda de sentido. ´ a varia¸c˜ao de fluxo que induz uma f. que produz o campo magn´etico.e. ele n˜ao varia. ambas com fio de cobre esmaltado #24. M12 = n2 φ12 I1 Como n2 = 1. nos mesmos instantes invertem-se as conex˜ oes das es covas com os segmentos do comutador pois s˜ao permutados os segmentos em contato com as escovas. O estator poderia ser um eletro´ım˜a (foto acima. Vamos iniciar o estudo de indutˆancia m´ utua com uma experiˆencia-exemplo. a elas liga-se a parte externa do circuito. o fluxo da primeira bobina.corrente pulsante Nos geradores tipo alternadores (como os ilustrados acima) um artif´ıcio simples permite retificar a corrente. obt´em-se no circuito externo uma corrente pulsante praticamente cont´ınua. precisaremos fazer uso de m´etodos num´ericos. o estator ´e induzido (onde se recolhe a corrente alternante) e o rotor ´e indutor (geralmente s˜ao eletro´ım˜as alimentados por corrente cont´ınua. ´e um anel coletor dividido em dois segmentos sim´etricos e nos quais se ap´ oiam escovas em posi¸c˜oes diametralmente opostas. distribu´ıdos simetricamente em torno do eixo e associados todos em s´erie. e dotando o comutador de outros tantos pares de segmentos. portanto s˜ ao invari´ aveis a polaridade das escovas e o sentido da corrente no circuito externo.exe. mas cujo sentido se conserva. a indutˆancia m´ utua ´e M12 = πµ0 a2 b2 2(a2 + c2 )3/2 Este ´e o procedimento padr˜ao para o c´alculo da indutˆancia: c´alculo do campo magn´etico. expressa em Henry (s´ımbolo H). A. 1. Nos alternador de grande porte. Fa¸ca essa observa¸c˜ao usando no soquete comum lˆampada de 40W. sendo o primeiro de raio a e o segundo de raio b. Nos instantes em que o fluxo de indu¸c˜ ao no rotor ´e m´aximo ou m´ınimo a corrente induzida ´e nula. pode-se considerar o campo H bobina de raio a constante na segunda de raio b. C´ alculo da indutˆ ancia m´ utua A indutˆancia m´ utua ´e igual ao fluxo concatenado (produto do fluxo pelo n´ umero de espiras) dividido pela corrente que originou este fluxo. direita: anel de Gramme) abastecido com corrente cont´ınua de uma fonte adequada. Observa-se que. dispon´ıvel na pasta DEMAG. que passa atrav´es da segunda ´e Z Z φ12 = µ0 H1 dS = µ0 H1 S2 S2 φ12 = µ0 I1 a2 π b2 + c2 )3/2 2(a2 φ12 = πµ0 I1 a2 b2 2(a2 + c2 )3/2 3o . C´ alculo do fluxo I1 a2 + c2 )3/2 2(a2 ~ da primeira Sendo a >> b. Dispondo sobre o mesmo n´ ucleo diversos quadros iguais. Considere a >> b e n1 = n2 = 1. ♦ Vemos que a tens˜ao vL de um indutor ideal ´e proporcional `a derivada da corrente iL nos seus terminais. A corrente do indutor ideal ´e: Z 1 iL = vL dt L As linhas de fluxo magn´etico s˜ao linhas fechadas que envolvem os condutores. O estator ´e constitu´ıdo por um ´ım˜ a permanente e opera como indutor.ELETROMAGNETISMO 66 Os terminais do quadro s˜ ao soldados a “an´eis coletores”.4: Calcular a indutˆ ancia m´ utua M12 entre dois an´eis com seus eixos coindicentes.x = c. ou para igni¸c˜ao em pequenos motores de explos˜ ao (motocicletas). para calcular o valor da indutˆancia m´ utua. 60W. um soquete para lˆampada incandescente comum. Aqui ilustramos as bases de um alternador de pequeno porte. O sistema ´e conhecido como ‘magneto’.4 Indutˆancia m´ utua O parˆametro indutˆ ancia ´e fundamental no estabelecimento da rela¸c˜ao entre a corrente el´etrica num condutor e a tens˜ao induzida aos terminais por interm´edio do fenˆomeno da indu¸c˜ao eletromagn´etica. fazer com que fluam sempre num mesmo sentido. e ´e usado para campainha de telefone. em cada anel ap´ oia-se uma “escova”. as escovas est˜ ao presas a um suporte isolante. A varia¸c˜ao da corrente nos condutores provoca uma varia¸c˜ao no n´ umero de linhas de fluxo magn´etico concatenadas com o circuito. Assim. comprimidos elasticamente contra o comutador. de modo a garantir bom contato el´etrico do mesmo. N˜ao demore demasiado nessas observa¸c˜oes para evitar aquecimento exagerado na bobina grande. Exemplo IV. I = I1 . vL = L diL dt onde L ´e a indutˆancia. H = H1 . considerou-se a >> b. Tal corrente. e afastados de uma distˆancia c. Ligue o cord˜ao de for¸ca na tomada el´etrica domiciliar e observe o brilho da lˆampada pequena. . Os d´ınamos . estes an´eis s˜ao met´alicos. R = a e .5: Esse experimento tem por objetivo evidenciar o princ´ıpio de funcionamento dos transformadores. em s´erie. c´alculo do fluxo e c´alculo da indutˆancia m´ utua. cujo valor ´e proporcional `a taxa de varia¸c˜ao do fluxo. A bobina grande leva. ou seja. A indutˆ ancia ´e a propriedade do circuito que relaciona a tens˜ao induzida por varia¸c˜ao do fluxo com a taxa de varia¸c˜ao de corrente. de modo que H1 = 2o . Entretanto. ´e denominada corrente pulsante. 1o . atravessando o circuito por eles formado. corpo s´olido e condutor (geralmente de grafite). Exemplo IV. este ´e solid´ ario com o rotor e pode ser concebido como tubo de cobre secionado longitudinalmente. Por sua vez. As escovas s˜ ao pequenos blocos de grafite e estacion´arios. Substituamos o par de an´eis coletores por um comutador (veja ilustra¸c˜ao abaixo). cuja intensidade varia periodicamente. presos rigidamente ao eixo mas eletricamente isolados do mesmo. C´ alculo do campo magn´etico O campo magn´etico no eixo de um anel ´e H= I R2 + x2 )3/2 2(R2 Nesse caso. como o arquivo MUTUA. se desejarmos um valor mais exato. qualquer varia¸c˜ao no fluxo magn´etico provoca uma tens˜ao induzida no circuito. 100W e 200W. comprimido elasticamente contra o anel. uma com 200 a 300 espiras e a outra com 100 a 150 espiras. Construa duas bobinas toroidais. por meio de an´eis coletores). ♦ V1 = ωL11 I1 − ωL12 I2 A. o coeficiente de acoplamento seria k = 1. ♦ Exemplo IV. Repita todo o procedimento anterior novamente..ELETROMAGNETISMO 67 2. e assim o fluxo diminui 10 vezes. determinar as indutˆancias pr´oprias e m´ utuas. Vamos supor que as duas correntes I1 e I2 da Fig.9: Duas bobinas chatas com eixos coinncidentes tˆem raios R1 e R2 . Quando diminui as dimens˜oes o campo magn´etico aumenta proporcionalmente. chamado transformador. n´ ucleo de ferro dentro das bobinas. est˜ao afastadas uma da outra da distˆancia d. 3. e I2 = 8A.1 1. 25 × 8) = 3ωV dt Quando duas bobinas s˜ao enroladas sobre o mesmo n´ ucleo. com a redu¸c˜ao de 10 vezes das dimens˜oes. Depois.EXE.5 35 350 d 0. Na falta dele. L12 = 2 linhas / 8 A = 0. A rela¸ca˜o entre as duas bobinas ´e chamada de indutˆ ancia m´ utua. no interior do conjunto passe um feixe de lˆaminas de ferro-sil´ıcio.2 2. vamos equacionar o fenˆomeno do exemplo anterior. que variam senoidalmente com freq¨ uˆencia ω. Troque a lˆampada (40W. e. Determinar os fluxos nas bobinas e o coeficiente de acoplamento k. basta soldar as extremidades dos fios A e B (devidamente lixadas) aos terminais da lˆampada. ♦ Exemplo IV.75 linha / amp´ere.0 20 200 L12 3. R1 (cm) 0. L22 = 6 linhas / 8 A = 0.6677E-8 H 3. Sempre ´e bom dispor de soquete para tal lˆ ampada para facilitar as liga¸c˜oes e as trocas.8: Escrever as equa¸c˜ oes das tens˜ oes V1 e V2 e das correntes I1 e I2 das bobinas da Fig. L21 = 3 linhas / 5 A = 0. Consideremos duas bobinas pr´oximas. com isso.25 linha / amp´ere. que multiplicado pela permeabilidade significa densidade de ~ e fluxo φ nas superf´ıcies definidas pelas bobinas. dispon´ıvel na pasta DEMAG. Repita todo o procedimento anterior para essa nova situa¸c˜ao . Caso nenhuma linha se dispersasse. Solu¸c˜ ao: Considerando positivo o fluxo o produzido pela corrente pr´opria. Usando o programa MUTUA. Coloque a bobina pequena dentro da bobina grande. Solu¸c˜ ao: Considerando positivo o fluxo produzido pela corrente pr´opria. vari´ aveis no tempo.00 linha / amp´ere. 33 ´tico de duas bobinas pro ´ ximas. a ´area diminui 100 vezes com o quadrado do raio. 33 estejam ‘ligadas’ ao mesmo tempo. temos as indutˆancias: L11 = 5 linhas / 5 A = 1. a rela¸c˜ao 1:1 n˜ao significa transformador ideal. 75 × 8 − 0. Conforme as leis de Amp´ere ~ ou Biot-Savart. 33. temos φ1 = 5 − 2 = 3 linhas φ2 = 6 − 3 = 3 linhas Observa-se que 2/5 das linhas se perdem em (a) e 4/6 se perdem em (b). Considerando que I1 = 5A.0 10 100 R2 (cm) 0. porque o fluxo tamb´em diminui proporcionalmente com as dimens˜oes. as correntes produzem campo magn´etico H. conforme mostra-se na Fig. fluxo B. Se as lˆaminas envolvem as bobinas e. Aos terminais A e B da bobina pequena ligue uma lˆampada para 6V (usadas em lanternas de 4 pilhas). Cada uma das bobinas ´e chamada de enrolamento. 60 × 5) = 3ωV dt Observa-se que.5 Transformador ideal V2 = −ωL21 I1 + ωL22 I2 Com as correntes e indutˆ ancias dadas V1 = dφ1 = ω(1 × 5 − 0. Mas. V2 = dφ2 = ω(0. 516 ♦ k= 5 6 Exemplo IV. 60W. com a dispers˜ao. percorridas por correntes I1 e I2 . (b)φ1 = 2 linhas e φ2 = 6 linhas. temos para correntes quaisquer Fig.7: Coeficiente de acoplamento. para uma mesma corrente.6677E-7 H Solu¸c˜ ao: A indutˆancia m´ utua diminui proporcionalmente com as dimens˜oes. Varie a posi¸c˜ao relativa entre as duas bobinas e verifique a tens˜ao no terminais da bobina menor.35 3.6677E-10 H 3. 100W e 200W) em cada observa¸c˜ao. temos um componente derivado. (a)φ1 = 5 linhas e Fluxo magne φ2 = 3 linhas. completar a tabela com os valores da indutˆancia m´ utua e explicar o seu comportamento. temos a m´edia geom´etrica r 2 4 × = 0.60 linha / amp´ere. ocorre maior concentra¸c˜ao das linhas de indu¸c˜ ao. Solu¸c˜ ao: Dividindo o n´ umero de linhas pela corrente. Quando aplicamos uma tens˜ao no primeiro enrolamento (chamado de .6677E-9 H 3. aumentando a corrente induzida no secund´ario (bobina menor). 33. Embora diminua o caminho magn´etico e aumente o campo 10 vezes. ajustando bem. pois: S1 = V1 I1 = 3ω × 5 = 15ω S2 = V2 I2 = 3ω × 8 = 24ω ♦ Exemplo IV. e. 4. observando o brilho da lampadinha.6: Agora.. permeabilidade infinita do n´ ucleo. Para o transporte da energia at´e os pontos de utiliza¸c˜ao. Nas linhas de transmiss˜ ao a perda de potˆencia por libera¸c˜ ao de calor ´e proporcional ` a resistˆencia dos condutores e ao quadrado da intensidade da corrente que os percorre (P = R I 2 ). 110V ou 220V). significa que n˜ao existem perdas de potencia no n´ ucleo . calcular a potˆencia do transformador. o primeiro circuito ´e um transformador. o fluxo magn´etico quase n˜ao encontra resistˆencia e. Cabe-lhes abaixar ou aumentar a tens˜ao da rede dom´estica. Eles protegem (at´e certo ponto) o modem de eventuais sobretens˜oes na linha telefˆ onica. Esse valor depende das caracter´ısticas do pr´oprio gerador. podemos retirar uma outra tens˜ ao. fornece no secund´ario. os geradores que produzem energia precisam alimentar a rede de transmiss˜ ao e distribui¸c˜ao com um valor de tens˜ ao adequado. Eles est˜ ao presentes na maioria dos aparelhos el´etricos e eletrˆ onicos encontrados normalmente em casa. alcan¸cando em alguns casos a cifra de 400. e chega ao enrolamento secund´ario com um m´ınimo de perdas. e principalmente a tens˜ ao fornecida variam de acordo com as exigˆencias. consistem de 68 dois enrolamentos de fio (o prim´ario e o secund´ario). B = 1T.ELETROMAGNETISMO prim´ario). igualmente indispens´aveis. Atrav´es do metal. Para diminuir a resistˆencia dos condutores seria necess´ ario usar fios mais grossos. O princ´ıpio b´asico de funcionamento de um transformador ´e o fenˆomeno conhecido como indu¸c˜ ao eletromagn´etica: quando um circuito ´e submetido a um campo magn´etico vari´avel. 44 Am Aw Cm Cw f B J . outros transformadores abaixam a tens˜ ao at´e os limites requeridos pelos usu´arios. sendo gerada pelo segundo enrolamento (secund´ ario). ora a rebaixam. Nesse sobe e desce. Em muitos aspectos. Ela iluminar´a cidades. com cem espiras no prim´ario e cinq¨ uenta no secund´ario. A rela¸c˜ao entre as tens˜oes no prim´ario e no secund´ario. Uma corrente alternada aplicada ao prim´ario produz um campo magn´etico proporcional `a intensidade dessa corrente e ao n´ umero de espiras do enrolamento (n´ umero de voltas do fio em torno do bra¸co met´alico).sem histerese ou corrente parasitas. assim. 44 f N B Am Cm I = J Aw Cw / N e a potˆencia do transformador S(VA) ´e S = V I = 4. tendo em vista seu melhor rendimento. eles resolvem n˜ao s´o um problema econˆ omico. aparelho de som e televisor. S˜ao usados por exemplo como isoladores da linha telefˆonica em modems. A segunda propriedade. eles tamb´em atuam como filtros de ru´ıdos. nas sa´ıdas das linhas da usina. As aproxima¸c˜oes feitas s˜ao uma resistˆencia zero dos enrolamentos.Na transmiss˜ao de altas potˆencias. movimentar´ a m´ aquinas e motores. aparece nele uma corrente el´etrica cuja intensidade ´e proporcional ` as varia¸c˜ oes do fluxo magn´etico. tais como. Os transformadores de potˆencia. nos limites de algumas centenas de volts (em geral. Solu¸c˜ ao: A tens˜ao e a corrente nos enrolamentos ´e V = 4. de acordo com suas necessidades. Toda a rede de distribui¸c˜ao depende estreitamente dos transformadores. os que s˜ao usados na distribui¸c˜ao dos sistemas el´etricos de potencia. quando f = 60Hz. s˜ao transformadores com n´ ucleo de ferro. por raz˜ oes de constru¸c˜ ao e. tem sido necess´ ario adotar tens˜oes cada vez mais elevadas. perdas zero no n´ ucleo.a potencia de sa´ıda ´e igual `a potencia de entrada. significa que nenhuma corrente ´e necess´aria para estabelecer o fluxo magn´etico que produz as tens˜oes induzidas. Considere um fator de empilhamento das lˆaminas do n´ ucleo igual a 0. acoplado os enrolamentos. Sendo um modelo. um transformador ideal ´e um modelo excelente para um transformador com um n´ ucleo de ferro. perdas zero no n´ ucleo e uma permeabilidade infinita do n´ ucleo. percorrido por uma corrente de um amp`ere. uma corrente de dois amp`eres sob 55 volts.000 volts. por exemplo. A solu¸c˜ao ´e o uso do transformador que aumenta a tens˜ao. Existe uma outra classe de transformadores. que recebe a tens˜ ao da rede el´etrica (110 ou 220 volts) e gera no secund´ ario uma outra tens˜ao alternada. enquanto a tens˜ ao que alimenta os aparelhos consumidores. concentra-se no n´ ucleo. que elevam a tens˜ao.35. que ´e o fluxo que acopla apenas um enrolamento. n˜ao existe perdas de potencia no transformador ideal . bem como entre as correntes nesses enrolamentos. Antes de mais nada. Pelo fato de terem uma indutˆancia. Assim. computador. na sua forma mais simples. que varia de acordo com a corrente do prim´ario e com a raz˜ao entre os n´ umeros de espiras dos dois enrolamentos. um transformador ideal n˜ao tem perdas ˆohmicas nos enrolamentos (perdas IR) nem quedas resistivas de tens˜ao. como melhoram a eficiˆencia do processo. aos lugares mais adequados para o seu aproveitamento. um transformador ideal ´e uma conveniente aproxima¸c˜ao do real. Sendo que os enrolamentos tˆem uma resistˆencia zero. 34. reduzindo os custos da transmiss˜ao a distˆ ancia de energia. por´em de menor valor. at´e atingir um valor suficientemente alto para que o valor da corrente des¸ca a n´ıveis razo´aveis (P = V I). a potˆencia transportada n˜ao se altera e a perda de energia por aquecimento nos cabos de transmiss˜ao estar´ a dentro dos limites aceit´ aveis. sobretudo de seguran¸ca. A terceira e u ´ltima considera¸c˜ao. de potˆencia baixa. n˜ ao bastam fios e postes. em grande parte. de forma a alimentar convenientemente os v´arios circuitos el´etricos que comp˜ oem aqueles aparelhos. Em uma fonte de alimenta¸c˜ao convencional (n˜ ao chaveada). tem valor baixo. A energia el´etrica produzida nas usinas hidrel´etricas ´e levada. Ocorre. mediante condutores de eletricidade. Isto tamb´em significa que todo o fluxo magn´etico ´e confinado ao n´ ucleo.95 e fator de ocupa¸c˜ao da janela pelo enrolamento de 0. a indu¸c˜ao eletromagn´etica: no secund´ario surge uma corrente el´etrica. pode ser facilmente obtida: se o prim´ario tem Np espiras e o secund´ario Ns . ent˜ao. Os transformadores tˆem muitas outras aplica¸c˜ oes. Exemplo IV. Todos o fluxo ´e mutuo. e n˜ao existe fluxo de dispers˜ao. Quando a energia el´etrica chega aos locais de consumo. Isto pode ser usado para aumentar ou reduzir a tens˜ ao. Os transformadores. proporcionando muitas comodidades. E desde que n˜ao existam perdas de potencia em ambos os enrolamentos. o que os tornaria mais pesados e o transporte absurdamente caro. que geralmente envolvem os bra¸cos de um quadro met´alico (o n´ ucleo). a tens˜ao no prim´ario (Vp ) est´a relacionada `a tens˜ao no secund´ario (Vs ) por Vp /Vs = Np /Ns e as correntes por Ip/Is = N s/N p Desse modo um transformador ideal (que n˜ao dissipa energia). sob 110 volts. Isso significa que a corrente. e J = 4A/mm2 .10: Considerando que a dimens˜ao a = 5cm na Fig. 44 × 100 × 10−4 × 112.10: Um peda¸co de fio retil´ıneo est´a colocado no eixo ox.12: Uma fonte chaveada tem um transformador operando a 50 kHz. Este ´e o motivo de os autotransformadores serem usados na conex˜ao entre sistemas usuais de potˆencia apenas se os sistemas operam com n´ıveis pr´oximos de tens˜ao.10a semana P IV-A.9: Uma bobina retangular. tal conex˜ ao destr´ oi a propriedade de isola¸c˜ao dos transformadores convencionais. 5~i + 2. e uniforme no espa¸co ~ = 0. maior o aumento na taxa de KVA.3: Deduzir a equa¸c˜ao da indutˆancia por metro de comprimento. que varia desde zero at´e B num intervalo de tempo ∆t. a conex˜ao como autotransformador teve um aumento na potˆencia de 50 para 2550 kVA.6: Uma espira de se¸c˜ao S pela indu¸c˜ao magn´etica vari´avel no tempo. quando a indu¸c˜ao magn´etica varia uniformemente de 2. Exemplo de proporc ¸o P IV-A. tˆem afastamento d entre os centros dos quatro condutores. Qual ´e a express˜ao para a energia t´ermica dissipada na antena? P IV-A.5T e a freq¨ uˆencia for 60Hz? P IV-A. Exemplo IV. A explica¸c˜ao para esse aumento ´e que o transformador original de 50 kVA n˜ ao tem conex˜ ao met´ alica entre os dois enrolamentos. considere as duas se¸c˜ oes como sendo os dois enrolamentos de um transformador de potencia. 5 × 10−4 ×0. quando mais pr´oximo os n´ıveis de tens˜ao. 5a × 3a = 4.m. de ´area A e resistˆencia R ´e perpendicular a um fluxo magn´etico uniforme. mantendo as mesmas caracter´ısticas e propor¸c˜oes? P IV-A. Qual a indutˆancia m´ utua entre as duas linhas? (Resp. 5a a Fig. ♦ Em geral. de comprimento a e largura b ´e girada numa freq¨ uˆencia f numa indu¸c˜ao uniforme ~ Qual ´e a tens˜ao induzida na bobina? B.14: Por quˆe o acionamento de uma m´aquina el´etrica tem por princ´ıpio manter a rela¸c˜ao V /f constante? . e ent˜ ao o 50 kVA devem ser transmitidos atrav´es do transformador pelo acoplamento magn´etico. desde x1 = 0 at´e x2 = 3m. a 3 a A. 5a 2a 1. essa conex˜ao met´alica ´e que fornece o aumento de kVA.50 = 2500 kVA sem ser transformada magneticamente.2: Como funciona um transformador ideal? Quais suas equa¸c˜oes b´asicas? P IV-A. P IV-A. O circuito secund´ario de 10000 V pode ser carregado com no m´aximo 250 + 5 = 255 A sem que um dos enrolamentos tenha uma corrente de sobrecarga. o significa que P IV-A. Assim.7: Uma antena circular. A partir do kVA e da tens˜ ao. temos a potˆencia S = 4. para uma linha de transmiss˜ao constitu´ıda por um cabo coaxial com raio interno a e raio externo b. As se¸c˜oes magn´etica e de janela s˜ ao Am = 2a × 2a = 4a2 = 100 × 10−4 m2 Aw = 1. nos terminais do fio? ~ P IV-A. 0t2~j T B Qual ´e a equa¸c˜ao da tens˜ao induzida na espira? P IV-A. Sendo que a corrente da fonte ´e 250 A. 02m2 ´e atravessada P IV-A.1: Qual ´e a tens˜ao induzida num enrolamento com 1 cm2 de se¸c˜ao. em rela¸c˜ao a uma fonte de 60 Hz? P IV-A.transforma¸c˜ao n˜ao pode ser aplicada em qualquer transformador. Para entender o funcionamento do autotransformador .: M = 2µ/(15πd)) ~ = 0.11: Considere um transformador de potˆencia de 50 kVA que tem uma rela¸c˜ ao de tens˜ ao de 10000V/200V.0 T em 1 ms? 2a a a 1. e do enrolamento de menor tens˜ ao ´e 50000VA / 200V = 250 A. Tal transformador com carga m´ axima com seu enrolamento conectado ao terminal sem ponto do outro enrolamento. 34 ˜ es do nu ´cleo magne ´tico. 5 × 10−4 m2 Assim. o transformador pode fornecer 10200 x 255 = 2550kVA.8: Qual deve ser a rela¸c˜ao de espiras de um transformador de 220/5 Volts? Qual deve ser a se¸c˜ao magn´etica m´ınima se a densidade de fluxo de pico for 1.5 T para 1. 5a2 = 112. Isto pode ser tamb´em determinado pelo circuito do secund´ario: 10000 x 255 = 2550 kVA.11: Qual deve ser a indu¸c˜ao magn´etica B(t) num ponto onde o campo el´etrico seja dado por ~ E(t) = −y cos ωt~i + xsen ωt~j V/m? P IV-A. Qual ser´a o volume X2 para a potˆencia P2 .e.4: Deduzir a indutˆancia m´ utua entre um fio infinito e um circuito retangular. Embora vantajoso a esse respeito. 95 × 0. P IV-A. 35 × 60 × 1 × 4 × 106 = 9965 VA ♦ Autotransformador Um autotransformador ´e um transformador com um u ´nico enrolamento que tem um terminal intermedi´ ario dividindo o enrolamento em duas se¸c˜ oes. Mas com os enrolamentos conectados para fornecer a opera¸c˜ao de auto .5: Duas linhas de transmiss˜ao a dois fios condutores paralelos. 4 cos 2π50t Tesla? Qual a f.ELETROMAGNETISMO 69 a auto .13: Uma m´aquina el´etrica tem potˆencia P1 e um volume X1 .transforma¸c˜ ao. existe uma conex˜ ao met´alica entre os dois enrolamentos que transmite 2550 .6 Exerc´ıcios . Qual ´e a vantagem desta freq¨ uˆencia. Qual ´e o campo el´etrico ~ = induzido no fio quando a densidade de fluxo ´e dada por B 1. Na verdade. a corrente de carga do enrolamento da maior tens˜ ao ´e 50000VA/ 10000V = 5A. (b) A indu¸c˜ ao magn´etica de pico no ar. Permeabilidade relativa do ferro = 500. . Estes s˜ao problemas t´ıpicos do Eletromagnetismo. em 52.0) a (1. Sabendo-se que esta bobina foi enrolada num n´ ucleo de ferro tipo ‘C’.18: Uma bobina. resultantes de equa¸c˜oes diferenciais: 1.0). (d) A for¸ca magneto motriz de pico. 91mm.2. . (f) O campo magn´etico de pico no ferro.16: A equa¸c˜ao da carga de um capacitor ´e dada pela equa¸c˜ao exponencial q = 5(1 − e−tC. .0) a (1.e. y2 . . • A for¸ ca magneto motriz. Determinar: • O fluxo magn´ etico. . y2 .. Ache Vab quando a barra deslizante se encontra em x = 1m.. t) = f2 (y1 . A posi¸c˜ ao da barra ´e dada por x = 5. isto n˜ao significa que os problemas de valores iniciais s˜ao mais importantes ou mais encontrados na pr´atica do que os problemas de valores de contorno. P IV-A. .. numa densidade de fluxo ortogonal B = 0.14: Quando a varia¸c˜ao da carga n˜ao for regular. • Corrente eficaz na bobina. Um volt´ımetro liga os dois trilhos com um fio reto desde o ponto (0. e separado por um entreferro. 0) at´e (0. a acelera¸c˜ao tem a mesma dire¸c˜ao. que s˜ao modelos mais simplificados. (c) A indu¸c˜ao magn´etica de pico no ferro.20: Um condutor retil´ıneo com 0.0.qualquer problema de valor inicial pode ser representado por um conjunto de equa¸c˜oes diferenciais de primeira ordem dy1 dt dy2 dt = f1 (y1 . t) e cada vari´avel tem uma condi¸c˜ao inicial y1 (0) = y10 y2 (0) = y20 . O enrolamento possui 929 espiras. conduzem a equa¸c˜ oes diferenciais espaciais e/ou temporais.m.0. ♦ 0 Exemplo IV. Sistemas de valores iniciais . (e) O campo magn´etico de pico no ar. a formula¸c˜ao e a solu¸c˜ao de problemas por valores de contorno n˜ao ´e muito difundida. ´ um valor cc ou ca? Qual a leitura do instrumento? E P IV-A. (0. ♦ Exemplo IV. yn . Quando a velocidade for linear. 2 m de comprimento gira no plano xy com um terminal colocado na origem e com velocidade angular ω = 200 rpm. Pergunta-se: (a) O fluxo magn´etico circulante de pico..1..2.12: Um corpo partiu do repouso em t = 0s.0. com N = 220 espiras.13: Sabendo-se que a velocidade de um corpo ´e dada pela equa¸c˜ao ~v = xyt~i + (1 − e−t )~j m/s obter o vetor acelera¸c˜ao.0. foi ligada a rede com tens˜ao V = 220 Volts eficaz. yn . Comprimento do ferro = 13 cm.. Exemplo IV. fluxos. com acelera¸c˜ao 2 ~a = 80~i + 30~j m/s . 2. . Esboce Vab em fun¸c˜ ao do tempo..19: Um disco de cobre com 150 mm de diˆametro est´a girando com ω = 5 rpm. e foi alimentado com tens˜ ao senoidal eficaz de 58. Enquanto os problemas de valores iniciais se aplicam para circuitos el´etricos.. .0) a (0. 4x~k Wb/m2 e P IV-A.0). com as seguintes caracter´ısticas: Se¸c˜ao magn´etica = 4 cm2 . 8 T. e. e conectou-se a um volt´ımetro. .. podemos tomar ∆t t˜ao pequeno quanto um intervalo infinitesimal e teremos o valor instantˆaneo da corrente dado pela derivada dq i= ♦ dt Exemplo IV.15: Sendo B ache a fem V (t) induzida no sentido gen´erico +aφ ao longo do caminho fechado: 1. yn (0) = yn0 (69) Estes sistemas podem ser resolvidos anal´ıtica ou numericamente. EFM (M´etodo de Elementos Finitos) e TLM (Transmission Line Modeling).1. geralmente mais complexos.4m al´em do volt´ımetro.80 V. tem sec¸˜ao magn´etica de 4cm2 e comprimento m´edio do caminho magn´etico de 12cm. (i) A indutˆ ancia nos terminais do enrolamento. (g) A permeabilidade magn´etica relativa do ferro. e freq¨ uˆencia f = 60 Hz. e a corrente eficaz circulante ´e 25.ELETROMAGNETISMO 70 ~ = 2 cos(3 × 105 πt − πy)~k Wb/m2 . P IV-A. Existem dois tipos de problemas.70 A.. 5~k T. Qual ´e a orienta¸c˜ao relativa entre os dois vetores? 2 v −t~ ~ c˜ao da Solu¸c˜ ao: ~a = ∂~ ∂t = xy i + e j m/s . 2.uma determinada regi˜ao do espa¸co possui seus contornos conhecidos. . potenciais. correntes. e comumente resolvidos por m´etodos num´ericos como DFM (M´etodo das Diferen¸cas Finitas). t) . Da´ı o nome valores de contorno.17: Um n´ ucleo magn´etico em forma de C. P IV-A.0) a (0. . e uma barra deslizante paralela ao eixo y fecha o circuito. a). yn . (h) A m´ axima energia magn´etica armazenada. e entreferro e = 0. Qual a f. Qual ´e o vetor velocidade em t = 2s? R Solu¸c˜ ao: ~v = ~adt + ~v0 Z ~v = 2 ~(80~i + 30~j)dt = (160~i + 60~j) m/s.0) a (1. ~ = 0. Entreferro = 0. Calcular a corrente el´etrica no instante t = 3segundos. e se estende at´e 2. dyn dt = fn (y1 .0. numa indu¸c˜ao ~ = −0. quando formulados matematicamente. e.. • A relutˆ ancia equivalente do circuito. A raz˜ao ´e simplesmente a capacidade de transformar o segundo problema.5 mm. Como. . em sistemas eletromagn´eticos. Mas.0) a (0. . P IV-A.0) a (1. A orienta¸ acelera¸c˜ao ´e tangente `a velocidade.15: A quantidade de carga que passa por um condutor entre dois instantes de tempo t1 e t2 ´e dada por Z t2 i dt ♦ q= t1 (68) Exemplo IV. . . nos primeiros. Sistemas de valores de contorno . induzida nos termimagn´etica B nais do fio? B. . 2. . forma-se equa¸c˜oes diferenciais de derivadas parciais.16: Considere uma indu¸c˜ ao B dois trilhos paralelos posicionados em x = 0 e x = a = 5cm. Ligou-se uma escova de carv˜ ao no centro e outra na periferia do disco.. (0. a eletricidade e a eletrˆonica b´asica est˜ao baseadas na solu¸c˜ao de circuitos el´etricos. 4t − 3t2 metros.0) a (0. Correntes alternadas Muitos dos problemas f´ısicos. 1.0. y2 . os problemas de valores de contorno s˜ao usados para calcular as distribui¸c˜oes de cargas.60 Hz. Normalmente. surge uma corrente alternada dada por dy yj+1 − yj = df (yj . L e C.ELETROMAGNETISMO Solu¸c˜ao: a equa¸c˜ao da corrente el´etrica ´e i = Substituindo t = 3s encontra-se i = 0. Vemos. fazer a aproxima¸c˜ ao Quando uma tens˜ao alternada ´e aplicada ao circuito. n˜ ao s˜ ao constantes. Q = Q0 . para sistemas de informa¸c˜ao. quando este rel´e for ligado a uma fonte CC de V = 5V? Solu¸c˜ ao: A soma das tens˜ oes da indutˆ ancia L e da resistˆencia R ´e igual `a tens˜ ao da fonte di L + Ri = V dt Resolvendo esta equa¸c˜ ao diferencial obt´em-se R V i = (1 − e− L t ) R Substituindo-se os valores   tLIGA 0. e na capacitˆancia. . ♦ onde o ˆangulo φ representa a defasagem entre a tens˜ao e a corrente.1 Circuito RLC s´erie A rela¸c˜ao entre tens˜ao e corrente. quando se necessita de exatid˜ ao. 5t + 20) dt = −0. al´em de que os valores de resistˆencia. Na resistˆencia vale a lei de Ohm 5 Ver disciplinas de C´ alculo e Equa¸c˜ oes Diferenciais v(t) = R i(t). e enfim.19: Uma bobina de um rel´e possui uma resistˆencia de 10Ω e uma resistˆencia de 50mH. para os sistemas de controle. utilizaremos o formalismo de impedˆancia complexa. Mas. 5 1 − e− 0. ent˜ao. Solu¸ca ˜o: Apesar desta t´ecnica num´erica ser muito simples.Dependendo dos valores de R.005 encontra-se o tempo tLIGA = 1. considerando o tempo em horas. determine Q como fun¸c˜ao do tempo t. A equa¸c˜ ao da carga ser´a R 10 2 10 q = 0 (−0. A que a corrente se alterna. As correntes alternadas s˜ao fundamentais para os sistemas de energia el´etrica. que resulta 175/3600 = 0. 248A. A equa¸c˜ao (70) (que cont´em a integral da inc´ognita. Para resolver este tipo de equa¸c˜oes que aparecem frequentemente em circuitos de corrente alternada em regime permanente. estas grandezas s˜ao tens˜oes e correntes. Se a carga Q tem valor Q0 no instante t = t0 . Apesar do nome. ´e em geral uma equa¸c˜ao integro-diferencial ordin´aria de primeira ou de segunda ordem. e indutˆancias L. torna-se 0 R i di d2 i dvf +L 2 + = . E o fluxo magn´etico senoidal induz tens˜ao e campo el´etrico tamb´em senoidal. For¸cada ou de regime permanente. Em circuitos com N malhas teremos N equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias de segunda ordem acopladas. e comparar os valores num´ericos e anal´ıticos. criticamente amortecida ou subamortecida. Num circuito el´etrico. Q nunca ´e zero. 4A. A solu¸c˜ao de regime permanente e transit´orio se torna simples quando usarmos os n´ umeros complexos B. para um enorme campo de aplica¸c˜ao. e a corrente de atua¸c˜ao (proporcional `a for¸ca de rea¸c˜ ao da mola). para um determinado intervalo de tempo. para as telecomunica¸c˜oes. i(t). vocˆe necessita de valores de ∆t muito pequenos para obter uma precis˜ao razo´avel. e sempre resta alguma carga.17: Uma bateria de autom´ ovel ´e capaz de fornecer uma corrente inicial de 20A.20: M´etodo de Euler. a solu¸c˜ao da equa¸c˜ ao diferencial permite-nos fazer uma an´ alise qualitativa. ♦ 71 dq dt = 5e−t . pois existe a in´ercia mecˆ anica. ligados com uma fonte de tens˜ao senoidal. na indutˆancia. Exemplo IV. estudaremos circuitos simples. O modelo matem´atico de um sistema senoidal tem por objetivo determinar a rela¸c˜ao de amplitudes e de fases entre as grandezas. Nesta se¸c˜ao. Solu¸c˜ ao: A formula¸c˜ ao matem´ atica do problema consiste na equa¸c˜ao diferencial dQ/dt = −kQ e na condi¸c˜ ao inicial t = 0. no cap´ıtulo anterior.2 Fasores Vimos. dado que q(t) = Rt i(t)dt + q(0).18: Como resultado de um vazamento. que este ser´a o intervalo de tempo desde que uma chave for ligada. 0486C. Por isto. Ent˜ao dQ = −kQ dt cuja solu¸c˜ao ´e5 : Q = Q0 e−kt De acordo com esta equa¸c˜ ao. capacitˆancias C. na pr´atica. Determinar a quantidade de carga que a bateria pode fornecer. at´e o fechamento e/ou abertura dos contatos do rel´e. este formalismo n˜ao tem nada de “complexo”. 5t + 20. Z 1 d i(t) vf (t) = Ri(t) + L i(t)dt (70) + dt C onde i(t) ´e a corrente no circuito. o campo magn´etico que circunda o condutor tamb´em se alterna. a tens˜ao aplicada ´e a soma das tens˜oes na resistˆencia. Entretanto. ♦ Exemplo IV. j´a que as equa¸c˜oes diferenciais se transformam em equa¸c˜oes n˜ao diferenciais. tj ) = dt tj+1 − tj i(t) = Im cos(ωt − φ) e resolver as equa¸c˜oes diferenciais anteriores passo a passo no tempo. esta t´ecnica n˜ ao ´e muito usada na pr´atica. durante 10 horas. . Num circuito RLC s´erie. este tempo ser´ a muito . Homogˆenea ou transit´oria . 2. dada por: v(t) = Vm cos ωt Exemplo IV. que a gera¸c˜ao de energia e as ` medida correntes induzidas s˜ao senoidais ou alternadas. ou entre campos el´etricos e magn´eticos reais em um sistema. Qual ser´a o tempo necess´ario para atingir a corrente de atua¸c˜ao de i = 0. ♦ B. E assim o sistema se mant´em funcionando. Solu¸c˜ao: A equa¸c˜ ao da corrente ´e i = −0. 5[ t2 ]10 + 20[t] 0 0 . que quase nada da tecnologia atual existiria sem a corrente alternada. um capacitor descarrega a uma taxa proporcional ` a carga. simplifica muitos dos problemas de circuitos de corrente alternada. como veremos. Escolher um intervalo de tempo ∆t = tj+1 − tj . contendo resistˆencias R. reduzindo linearmente 0. muito pelo contr´ario. muito bem diferente. dt dt C dt Esta equa¸c˜ao diferencial linear de segunda ordem tem duas solu¸c˜oes: 1. a solu¸c˜ ao homogˆenea pode ser superamortecida. 11ms. indutˆ ancia. 4 = 0.5A por hora. . ♦ Exemplo IV. nos casos de resistor. No caso de corrente alternada i(t) = I0 cos ωt. com i(t) na forma senoidal i(t) = I0 cos ωt. a rela¸c˜ao geral entre v e i ´e Z t 1 vC (t) = i(t)dt + vC (0). os valores reais de corrente ou tens˜ao podem ser determinados pela proje¸c˜ao do vetor correspondente sobre o eixo real. temos Z=R Z = jωL = ωLejπ/2 = 5.Suponha que a tens˜ao v(t) e a corrente i(t) senoidais sejam v(t) = 110 cos 377t volts i(t) = 8. F) e. 0 C onde vC (0) ´e a tens˜ ao no capacitor em t = 0. temos onde j = √ −1 e introduzimos a tens˜ao e corrente complexas V (t) = V0 ej(ωt+φ) vL (t) = −ωLI0 sen (ωt) = ωLI0 cos(ωt + π/2). A Tabela IX resume o que acabamos de comentar. A corrente e a tens˜ao s˜ao fasores que rodam com velocidade angular ω mantendo o ˆangulo φ fixo. capacitor e indutor. 35 mostra a representa¸c˜ao da tens˜ao e corrente no plano complexo. Trabalhar com correntes e tens˜oes complexas tem a vantagem de que as equa¸c˜oes diferenciais que descrevem os circuitos de c.a. dado que i = dq/dt. obtemos vR (t) = R I0 cos(ωt). dt Por exemplo. H).21: Potˆencia . etc. 53 × 104 Z 0 2π/377 (0. onde L ´e a indutˆancia (henry. No caso de corrente alternada i(t) = I0 cos ωt. Em um indutor a rela¸c˜ ao geral entre v e i ´e vL (t) = L = 400 watts ♦ ** Tens˜ ao e corrente complexas As equa¸c˜oes de grandezas com forma de onda senoidal podem ser escritas como a parte real de uma equa¸c˜ao entre n´ umeros complexos. C onde C ´e a capacitˆancia (farad. 217sen 754t)dt Z= 1 1 −jπ/2 = e jωC ωC . TABELA IX ˜o entre a tensa ˜o e corrente reais em elementos de Relac ¸a circuito de corrente alternada. a equa¸c˜ao diferencial RLC s´erie vira a equa¸c˜ao ordin´aria (n˜ao diferencial) jωRI − ω 2 LI + tens~ ao real v = Ri v = q/C v = Ldi/dt Amplitude V0 = RI V0 = I0 /(ωC) V0 = (ωL)I0 Fase φ=0 φ = −π/2 φ = π/2 Exemplo IV. ωC ωC ´ importante n˜ao esquecer a identidade trigonom´etrica: E cos ωt = sen (ωt + π/2) (71) Lembrando que o cosseno est´ a adiantado 90o do seno.ELETROMAGNETISMO 72 onde R ´e a resistˆencia e. temos vC (t) = I0 I0 sin(ωt) = cos(ωt − π/2). 39 cos(377t − π/6) amps A potˆencia ativa P ´e a m´edia das potˆencias instantˆaneas p(t) = v(t) i(t) num per´ıodo 1 P = T = 377 2π Z I= 924 cos 377t cos(377t − π/6)dt 0 Vf R + jωL − j/ωC Para obter a corrente real i(t) basta tomar a parte real de I. no caso de corrente alternada (isto ´e. dt ejx = cos x + jsen x. em um capacitor a tens˜ ao ´e proporcional `a carga no capacitor. I(t) = I0 ej(ωt) de modo que as tens˜oes e correntes reais. A Fig. se transformam facilmente em equa¸c˜oes ordin´arias. v(t) e i(t). podem ser recuperadas atrav´es das rela¸c˜oes v(t) = Re{V (t)} = Re{V0 ej(ωt+φ) } = V0 cos(ωt + φ) i(t) = Re{I(t)} = Re{I0 ej(ωt) } = I0 cos(ωt) O s´ımbolo Re{ } indica a parte real do n´ umero complexo dentro de { }. Para isto basta substituir d → jω. dt2 onde. 866 cos2 377t + 0. indutor ou capacitor pode ser escrita na forma complexa V = Z I. Utilizamos para isto a f´ormula de Euler di . p(t)dt 0 jωV f jωR − ω 2 L + 1/C Dividindo o numerador e o denominador por jω T 2π/377 Z 1 I = jωV f C onde V f = V0 ej(ωt+φ0 ) ´e a tens˜ao da fonte. ** Impedˆ ancia complexa A tens˜ao entre os terminais de um resistor. Resolvendo para I obtemos a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao diferencial I= Elemento Resistor Capacitor Indutor d2 → (jω)2 = −ω 2 . Finalmente. q: q v= . respectivamente. Em qualquer instante de tempo. uma equa¸c˜ao de malha).html. os valores t´ıpicos s˜ao Rint = 50Ω e Cint = 7pF). 6 A unidade de admitˆ ancia. A admitˆancia equivalente de duas impedˆancias associadas em paralelo ´e a ´ comum abreviar a impedˆancia de soma das admitˆancias. como a potˆencia (que ´e uma fun¸c˜ao quadr´ atica da corrente). Para passar da forma cartesiana `a polar podemos utilizar as rela¸c˜ oes p |Z| = R2 + X 2 e φ = tan−1 (X/R) Podemos ver que φ coincide com a diferen¸ca de fase entre a tens˜ao sobre Z e a corrente. Em geral podemos escrever Z na forma cartesiana ou polar (Fig. sejam estas complexas ou reais. por exemplo. condutˆ ancia e susceptˆ ancia ´ e o Siemen (1 S = 1 Ω−1 ). > 100MHz. a parte imagin´ aria de Z ´e chamada Reatˆ ancia . em princ´ıpio. Veremos que em circuitos passivos R ´e sempre positivo (R ≥ 0). Tensa Trabalhar com o formalismo de impedˆ ancias complexas tem a enorme vantagem de que podemos aplicar quase tudo que aprendemos da teoria de circuitos de corrente cont´ınua. G. e a parte real. Por exemplo. A impedˆancia equivalente de duas associadas em s´erie ´e simplesmente a soma das impedˆancias.O instrumento mais utilizado para medir tens˜oes em circuitos de c. L//C. Exemplo IV. ´e chamada Susceptˆ ancia. Fig.br/teaching/oscilo/intro. |Z| ´e o m´odulo de Z (as vezes tamb´em chamada de impedˆancia) e φ ´e a fase de Z. Devemos ter presente apenas duas coisas: 1. Associac ¸a Se X > 0 dizemos que a reatˆancia ´e do tipo indutiva e se X < 0 dizemos que a reatˆancia ´e capacitiva. Do mesmo modo que uma combina¸c˜ ao de resistores em s´erie e em paralelo pode ser representada por um u ´nico resistor equivalente. ´e chamada Condutˆ ancia 6 . mas combinado com s´eries de Fourier para expressar as tens˜ oes como soma de fun¸c˜ oes senoidais. 7 Para uma introdu¸ c˜ ao ao princ´ıpios de funcionamento do oscilosc´ opio visite o site http : //www. Se o circuito ´e linear ent˜ ao vale o princ´ıpio de superposi¸c˜ao e ainda podemos aplicar o formalismo de impedˆancia complexa. E uma associa¸c˜ao em paralelo como Z 1 //Z 2 = Z 1 Z 2 /(Z 1 + Z 2 ).a. ` vezes podemos at´e achar abrevia¸c˜oes como R//C. A parte real da impedˆancia pode ser uma fun¸c˜ao da frequˆencia. Esta u ´ltima deve ser positiva (ou nula) em circuitos passivos. 7 Os oscilosc´opios tˆem uma impedˆancia interna geralmente Rint = 1MΩ e uma capacitˆancia parasita em paralelo Cint de uns 20pF (em oscilosc´opios de alta frequˆencia. 37 ˜o de impeda ˆncias em se ´rie e em paralelo. 2. O significado ´e obvio. as tens˜oes e correntes reais.if.O formalismo de impedˆ ancia complexa ´e u ´til para tratar rela¸c˜oes lineares (como. Esta condi¸c˜ ao e menos restritiva que a primeira. 35 ˜o e corrente no plano complexo em t = 0s. ** Admitˆ ancia complexa A rec´ıproca da impedˆancia complexa ´e chamada de admitˆ ancia complexa e ´e denotada com o s´ımbolo Y : Y = 1/Z = G + jB : Admitˆancia complexa A parte imagin´aria. indutores e capacitores pode ser representado por uma impedˆ ancia total Z. Fig. um circuito contendo uma combina¸c˜ao arbitr´aria de resistores. 36): Z = R + jX = |Z|ejφ : Impedˆ ancia complexa. ´e o oscilosc´opio. 36 ˜o da impeda ˆncia no plano complexo. As R//L. mas n˜ao para rela¸c˜ oes n˜ ao lineares.Este formalismo pode ser aplicado diretamente a circuitos com geradores de onda realmente senoidais (e n˜ao. se o gerador ´e de onda quadrada). . Para correntes de forma arbitr´ aria devemos utilizar. X = ImZ. por exemplo. Antigamente se utilizava o “mho”.que n˜ ao ´ e um “mili-ho” mas apenas a palavra “ohm” escrita ao contr´ ario. Z e ´ um Representac ¸a ponto neste plano.uf rj.22: Impedˆancia interna de oscilosc´opios .ELETROMAGNETISMO 73 Fig. B. a associa¸c˜ao de elementos em s´erie ou em paralelo se trata com as mesmas rela¸c˜ oes que se utilizam para resistores em circuitos de corrente cont´ınua e as leis de Kirchoff se aplicam diretamente para as correntes e tens˜ oes complexas em cada n´o ou cada malha. onde R = ReZ ´e a parte real da impedˆ ancia complexa. 1 Volts (pico) ou 220 Volts eficazes.ELETROMAGNETISMO 74 fase entre dois fases quaisquer ´e de 120 graus. v = 220sen 377t i = 11 cos 377t Determine o circuito equivalente do elemento desconhecido. 38) e ´e geralmente maior (a capacitˆ ancia do cabo coaxial normalmente utilizado em instrumenta¸c˜ ao. Caso Bob1 Bob2 Fexterna Inverte I2 Aproxima Bob2 . O oscilosco ´ pio mede Impeda ˜ sempre a tensao que aparece sobre Rint . 42. 96kHz (isto para um oscilosc´opio com Rint = 1 e Cint = 20pF). O acoplamento ac n˜ ao deve ser utilizado em medidas precisas. Desenhar as formas de onda de v(t) e i(t) e calcular a potˆencia m´edia num per´ıodo. 9 Em princ´ ıpio. 38) a impedˆancia interna depende da frequˆencia: Zint = Rint //Cint = Rint /(1 + jωRint Cint ) e cai em valor absoluto de 1 MΩ(ω = 0) a menos de 500 kΩ para frequˆencias > 7.2: Comprovar que a equa¸c˜ao da potˆencia ativa P = V I cos φ ´e a m´edia de p = vi num per´ıodo. Um agente externo realiza for¸ca em sentido contr´ario `a for¸ca magn´etica. 9 A capacitˆ ancia do cabo ligado `a entrada do oscilosc´opio est´ a em paralelo com Cint (Fig.3: Mediu-se a tens˜ao v e a corrente i de um dispositivo desconhecido. com seus eixos alinhados.5: Um motor el´etrico alimentado com tens˜ao alternada de 110 V consome uma corrente de 5 A atrasada de 20 graus el´etricos da tens˜ao. O segundo condutor ´e percorrido por 8. O modo normal de opera¸c˜ao de um oscilosc´opio ´e com acoplamento dc. e ˆangulo de fase 0 graus. P IV-B. Cs . O primeiro condutor ´e percorrido por uma corrente alternada. com ˆangulo de fase 173. No modo de ´ aplicado diretamente sobre acoplamento dc o sinal a medir e ´ sempre um capacitor em paralelo Cint . com ˆangulo de fase 55.10: Duas bobinas s˜ao dispostas uma ao lado da outra. 8 Vamos comentar sobre alguns cuidados que devem ser observados no modo normal. um capacitor em s´erie Cs relativamente grande (10 a 15 nF). 38 ˆncia interna de um oscilosco ´ pio. a uma diferen¸ca de tens˜ao 80 V eficaz. que bloqueia freque ˆncias baixas capacitor em se (< 10Hz). colocadas no ar. mas na imensa maioria dos casos esta indutˆ ancia ´ e t˜ ao pequena (por exemplo.8: Escreva a impedˆancia complexa para cada caso da Fig. encontrando-se v = 220sen 377t Para poder medir sinais alternos pequenos com um n´ıvel de corrente cont´ınua grande. encontrando-se Fig. esta impedˆ ancia interna do oscilosc´opio cai de 1 MΩ na frequˆencia zero para menos de 500 kΩ nas frequˆencias acima de 1 kHz. P IV-B. Nestas notas utilizaremos as abreviaturas ac e dc.8 A. o RG-58U.3 Exerc´ıcios . na freq¨ uˆencia de 60 Hz. No modo de acoplamento dc (Fig.6: Demonstrar que a soma de duas impedˆancias complexas em corrente alternada ´e idˆentica ao caso de resistˆencias em corrente cont´ınua. P IV-B. Com 1 metro de cabo coaxial. onde DV = 311. P IV-B. ♦ i = −11 cos 377t Determine o circuito equivalente do elemento desconhecido. As duas bobinas s˜ao percorridas por uma corrente I. P IV-B. devemos considerar tamb´ em a indutˆ ancia do cabo Lc .11a semana P IV-B. Qual ´e a equa¸c˜ao da potˆencia? P IV-B. A diferen¸ca de 8 dc ´ e abreviatura de direct current. Qual a intensidade e o sentido das for¸cas atuando em cada condutor? B. No Rint . ´e de uns 100 pF por cada metro de cabo). Este recurso chama-se “acoplamento ac” (ac = alternating current) e consiste em intercalar. de forma que a for¸ca entre elas ´e de repuls˜ao. para medir precisamos ligar o oscilosc´ opio ao circuito teste atrav´es de algum cabo. (R: L = 53mH) P IV-B.3 graus. os oscilosc´ opios possuem um recurso que ´e bloquear o n´ıvel cont´ınuo. (R: C = 146µF) P IV-B.9 A. A impedˆ ancia interna do instrumento (oscilosc´ opio + cabo) ´e Zint = Rint //(Cc + Cint ). S e T . tomando o mesmo sentido das correntes no circuito.9: Dois condutores paralelos est˜ao afastados 5. Al´em disso. uns 250 nH por metro para o cabo RG-58U) que n˜ ao afeta medidas para frequˆ encias de at´ e 10 MHz.4: Mediu-se a tens˜ao v e a corrente i de um dispositivo desconhecido.1: Um pr´edio ´e alimentado com trˆes fios vivos de 127 V (eficazes) e fases (vivos) R. mas ha acoplamento ac o sinal a medir passa primeiro por um ´rie. mas se confunde com “curto-circuito” e “complexo conjugado”. Em portuguˆ es ´ e utilizado cc (corrente cont´ınua). de 5.7: Demonstrar que a soma de duas admitˆancias complexas em corrente alternada ´e idˆentica ao caso de duas condutˆancias em corrente cont´ınua.7 graus. na entrada.5 cm. Este cabo faz parte do instrumento e devemos incluir a sua capacitˆancia Cc . P IV-B. Represente as trˆes tens˜oes no plano complexo e mostre que a diferen¸ca de potencial entre dois vivos quaisquer ´e DV cos(ωt + 2π/3). e indesej´ aveis no n´ ucleo. Uma “corrente parasita” (em inglˆes “eddy current”) ´e uma corrente originada numa massa met´ alica por indu¸c˜ao electromagn´etica. Faraday estudou este fenˆomeno e concluiu que num condutor el´etrico submetido a um fluxo magn´etico vari´avel. ~0 Consideremos que existe um campo el´etrico alternado E na superf´ıcie do bloco mostrado na Fig. de forma geral. ou seja. indesejada. que produz um fluxo magn´etico alternado. estamos em presen¸ca de um detetor. Para isso. Um inconveniente ´e ser pequena a distˆancia m´axima permitida entre o detetor e o objeto para que ele funcione. que. Sendo muito usado para fus˜ ao de materiais condutores. duma pe¸ca dum avi˜ ao. . Um dos tipos de fornos ´e constitu´ıdo por um transformador com n´ ucleo de ferro e pode ser usado para a freq¨ uˆencia da rede. resultando a densidade de corrente ~0 J~0 = σ E ~0 e B ~ 0. por isso. usa-se um circuito el´etrico com uma bobina. que contribui para o aumento de temperatura. Origina-se um “redemoinho” ou “turbilh˜ao” de correntes e da´ı o nome de “eddy”. essa corrente pode ser produzida intencionalmente. Correntes induzidas As correntes induzidas s˜ ao desej´ aveis ou n˜ ao? ‘Depende’ . Fig. Por sua vez. . e. tem-se ~ ~ ×∇ ~ ×E ~ = −∇ ~ × ∂B ∇ ∂t (72) Considerando a igualdade vetorial ~ ×E ~ = ∇( ~ ∇ ~ · E) ~ − ∆E ~ ∇ ~ ´e o laplaciano vetorial de E.e. ´e um problema complexo. haver´a tamb´em o fenˆ omeno da histerese. Com um aparelho adequado ´e poss´ıvel detetar fissuras da ordem de grandeza de um d´ecimo de mil´ımetro. desde que eles sejam condutores el´etricos. estas correntes parasitas influenciam uma grandeza el´etrica da bobina chamada impedˆancia. Como se disse. Estes detetores tˆem a vantagem de n˜ ao necessitarem do contato f´ısico com os objetos. alimentado com corrente alternada. como nos fog˜ oes por indu¸c˜ao. A forma¸c˜ao destas correntes parasitas pode tamb´em ser usada noutras aplica¸c˜ oes para detetar defeitos. que tem esse significado. A distribui¸c˜ao de campos em meios condutores. 39 Bloco condutor semi-infinito. formam-se nestes materiais correntes de Foucault (correntes induzidas em massas met´ alicas) que produzem grande eleva¸c˜ao de temperatura. a corrente parasita produzida ter´ a um valor diferente de uma massa met´alica em boa condi¸c˜ ao e. s˜ao desej´aveis nos condutores. Outros tipos n˜ao utilizam n´ ucleo de ferro e podem ser usados para freq¨ uˆencias mais altas. s˜ao constitu´ıdos por lˆ aminas. Para freq¨ uˆencias m´edias usam-se na alimenta¸c˜ao conjuntos motor / gerador ou circuitos eletrˆonicos est´aticos. Outros detetores podem ser usados para detetar a presen¸ca de objetos. Uma forma de isso acontecer ´e com uma corrente alternada. o que acontece quando h´ a varia¸ca˜o do fluxo magn´etico que atravessa essa massa met´ alica (esta corrente ´e conhecida tamb´em por “corrente de Foucault”). surge uma f. Se os materiais forem magn´eticos. e limitaremos nosso estudo a um caso particular: um bloco semi-infinito com campos variando senoidalmente no tempo. Al´em disso. Para freq¨ uˆencias baixas usam-se transformadores para alimentar os fornos.m. por exemplo. Um exemplo consiste em produzir intencionalmente correntes parasitas numa massa met´ alica. partiremos das equa¸c˜oes diferenciais de segunda ordem a derivadas parciais.1 Campos vari´aveis em condutores Vimos que n˜ao ´e necess´ario a existˆencia de uma espira ou de uma bobina para existˆencia de campo el´etrico induzido. A bobina produz um campo magn´etico alternado que induz correntes parasitas na massa met´alica da pe¸ca sob teste. na dire¸c˜ao do eixo x. Apesar do nome “parasita”. Fornos de indu¸c˜ ao O funcionamento dos fornos de indu¸c˜ ao tamb´em baseia-se na indu¸c˜ao eletromagn´etica. por isso. a sua velocidade de dete¸c˜ao ´e elevada. ~ que em Ex ´e dado onde ∆E por: 2 2 2 ~ x = ∂ E x + ∂ Ex + ∂ Ex ∆E 2 2 ∂x ∂y ∂z 2 . como acontece nos n´ ucleos de ferro dos transformadores. a densidade de corrente origina campo magn´etico H Partindo da lei de Faraday ~ ~ ×E ~ = − ∂B ∇ ∂t e aplicando o rotacional a ambos os lados. Os fornos sem n´ ucleo podem usar freq¨ uˆencias desde 50 Hz a 1 kHz ou mais. usando a notao complexa no domnio da freqncia. tamb´em afeta de maneira diferente a impedˆ ancia do circuito indutor. 39. Se existir uma fissura na pe¸ca. para oferecerem maior resistˆencia el´etrica ao estabelecimento destas correntes.ELETROMAGNETISMO 75 C. Esta u ´ltima condi¸c˜ ao corresponde a uma frequˆencia elevada). e= ∆φ ∆t (Para que a varia¸c˜ ao do fluxo no tempo seja grande ´e preciso que o fluxo φ seja elevado e / ou que o tempo de varia¸c˜ao ∆t seja pequeno. Num transformador ou em uma m´ aquina de indu¸c˜ao. O forno consiste basicamente num transformador com o secund´ario em curto-circuito e constitu´ıdo apenas por uma espira. ´e evidente que surgem correntes induzidas. Para seu equacionamento. mas tamb´em pode ser realmente parasita. Se o fluxo magn´etico vari´avel passar por um bloco de material condutor. C. em lugar de serem maci¸cos. o que ser´a detetado como a existˆencia duma massa anormal. tanto maior quanto maior for a varia¸c˜ao ∆φ do fluxo. : . A Fig. Assim. z z=0 z=δ z = 2δ z = 3δ z = 4δ Amplitude E = E0 E = 0. Este c´alculo ser´a prop´ıcio para o estudo da incidˆencia de ondas em materiais com caracter´ısticas condutoras. pois esta seria infinita. o campo tem somente componente em x e derivada somente em rela¸c˜ao a z. 0497E0 E = 0.03 Ω/m a baixa frequˆencia (< 500kHz) at´e 1 Ω/m a 100 MHz. t) = E0 e−z/δ cos(ωt − z/δ) (77) cuja solu¸c˜ao ´e: Fig. fecha-se um ciclo. 1 ` Rcc = σ S Em corrente alternada: devido ao efeito Skin. 40 mostra um esbo¸co da espessura de efeito pelicular onde uma onda eletromagn´etica se propaga em um meio sem perdas (ar) e incide numa superf´ıcie condutora. a potˆencia decai a (0. A espessura de efeito pelicular ´e definida como a distˆancia em metros para o qual o campo el´etrico cai para 36. C. capacitores E ou indutores ideais. ter´a uma resistˆencia adicional devido `as perdas . ela pode ser decomposta em harmˆ onicas ou s´erie de Fourier. a geometria semi-infinita n˜ao ´e v´ alida. (75) E. As aplica¸c˜ oes destes resultados para dispositivos reais precisa levar em conta: ´ evidente que se a estrutura 1. temos ~ = µσ ∆E ~ ∂E ∂t no interior dos condutores reais (resistividade n˜ao nula) cai exponencialmente a partir da superf´ıcie. A freq¨ uˆencia do sinal ´e constante.2 Efeito pelicular ou efeito Skin O efeito Skin. Quando z/δ = 2π. Para frequˆencias acima de algumas dezenas de kHz se observa que a resistˆencia dos fios met´ alicos aumenta com a frequˆencia devido a que quase toda a corrente passa apenas por uma camada fina perto da superf´ıcie.3 R. fazemos as seguintes transforma¸c˜oes: ~ ~ ~ ~ × ∂ B = − ∂µ∇ × H −∇ ∂t ∂t ~ ∂J =µ ∂t ~ ~ ~ × ∂ B = −µσ ∂ E −∇ (74) ∂t ∂t Igualando (73) e (74). L e C reais ´ praticamente imposs´ıvel fabricar resistores. Por exemplo. e. Por exemplo. 3. ele ter´a uma indutˆancia apreci´avel. calculada com o raio do condutor e a espessura de efeito pelicular. inerentes `a geometria. e o lado esquerdo de (72) vale: ~ ×∇ ~ ×E ~ = −∆E ~ ∇ (73) No lado direito de (72).efeito Skin Em corrente cont´ınua: a corrente se distribui uniformemente na se¸c˜ao transversal. A amplitude da densidade de corrente An´ alise da resistˆencia el´etrica de um condutor . e suas equa¸c˜ oes. 3678)−2 = 0. tornando-se praticamente desprez´ıvel quando z = 3δ. para o bloco semi-infinito da Fig. onde δ ´e a espessura de efeito pelicular r 2 δ= σµω (78) Observa¸c˜oes: 1. 2.a se¸c˜ao S tende a diminuir.ELETROMAGNETISMO 76 ~ ·D ~ = ρ. ou efeito pelicular. 2. pode ser efetuado pela equa¸c˜ao: 1 ` Rca = σ Autil onde Autil ´e a ´area u ´til. a resistˆencia por unidade de comprimento de um fio de 1 mm de diˆametro aumenta de 0. A fase ´e vari´avel com a profundidade. Um indutor tem uma resistˆencia s´erie devida `a resistividade do fio (e se tiver n´ ucleo de ferro. a corrente se distribui na periferia do condutor. e independe de z ou t.a resistˆencia el´etrica R tende a aumentar. 37E0 E = 0. Como em C. para z = δ. C. Agora. . 39. aplicando o divergente em ∇ ~ ~ temos ∇ · E = 0. (75) torna-se ~ x (z. ´e um dos aspectos mais importantes e simples de entender em altas freq¨ uˆencias. 135E0 E = 0. 135 de seu valor inicial (na parte mais externa da superf´ıcie). A forma de onda: Se a forma de onda n˜ ao for senoidal.A.78 % do seu valor m´aximo considerado quando da incidˆencia do mesmo na superf´ıcie de um meio qualquer. A amplitude decresce exponencialmente com a profundidade z. e a resistˆencia el´etrica ´e dada pela lei de Ohm. Este fenˆ omeno se conhece como efeito pelicular. t) ~ x (z. A geometria semi-infinita: E tiver dimens˜oes na ordem de grandeza de δ.A. H e B. e como ρ = 0. o c´alculo da resistˆencia em C. 40 espessura de efeito pelicular (δ). proporcional a 1/δ rad/metro. se um resistor ´e fabricado na forma de um arame enrolado. Os resistores sempre tem uma reatˆancia que depende da frequˆencia devido `a capacitˆancia e indutˆancia parasitas. 0183E0 Fase 0 rad 1 rad 2 rad 3 rad 4 rad ~ tamb´em pode ser feito Este desenvolvimento feito para E ~ ~ ~ para J. Pelo que se pode observar n˜ao h´a sentido em se calcular espessura de efeito pelicular em meios sem perdas. Portanto. t) ∂2E ∂E = µσ ∂z 2 ∂t (76) Ex (z. Se N ´e o n´ umero de voltas. Exemplo IV. Indutores Os indutores s˜ao confeccionados enrolando um fio de cobre envernizado sobre um objeto de se¸c˜ao cil´ındrica ou retangular.M. 1971. e indutor a alta freque ˆncia. com partes real e imagin´ aria que dependem da geometria e da frequˆencia. menor que 100 Ω. B. existem tamb´em impedˆ ancias parasitas nos fios e conex˜oes utilizados nos circuitos. na forma de um solen´oide de comprimento d = 3cm. O circuito equivalente para ˆncia e ´ um resistor ideal em se ´rie com um indutor. estes s˜ao altamente indutivos e n˜ao devem ser utilizados em frequˆencias acima de 1 kHz. 43 Resistor de filme de carbono. 2r = 4. . Mc-Graw-Hill. Portanto. tem uma indutˆancia L = µ0 N 2 Resistores Nas frequˆencias que nos interessam (< 10MHz). ´area m´edia A = πr2 = 12cm2 e com N = 1000 voltas.23: Um indutor com n´ ucleo de ar. R. A Fig. (b) Circuitos equivalentes de (a) indutor a baixa freque ˆncia. os indutores e capacitores reais apresentam ressonˆ ancias.M. 41 ˆncias (esquerda) a corrente Efeito pelicular. Devido `as capacitˆancias e indutˆ ancias parasitas. o campo magn´etico devido `a corrente nas espiras tem um sentido at´e a metade do arame e sentido oposto na segunda metade. Deste modo. d 10 Veja por exemplo. Fig. 42a). suponha d = 12mm. a resistˆencia depende intrinsecamente da frequˆencia devido a dois efeitos nos condutores. O truque para diminuir a indutˆancia ´e dobrar o arame na metade do comprimento e enrolar o fio duplo sobre a cerˆamica (tomando cuidado para que o arame “n˜ao se toque”). nas frequˆencias mais altas. Oliver and J. (c) capacitor a baixa freque ˆncia. aproximadamente10 Fig. indutores e capacitores na faixa de frequˆencias de 0 at´e 10 MHz. a indutˆancia deste tipo de resistor dever´a ser levada em considera¸c˜ao. geralmente em altas frequˆencias (> 10MHz). Vamos ent˜ao comentar apenas o comportamento t´ıpico de resistores. sendo que N varia muito entre resistores de diferentes valores de R e entre resistores de diferentes fabricantes. E razo´aveis dos parˆametros relevantes que podem influir em um dado circuito. a indutˆancia parasita ´e. se R for pequeno (neste exemplo. exceto talvez al- A = 50 mH. A resistˆencia do enrolamento representa uma resistˆencia s´erie que ´e relativamente mais importante a baixas frequˆencias (Fig. Fig. Por outro lado. alta freque Alguns resistores de alta potˆencia (> 5W ) s˜ao feitos de arame met´alico enrolado sobre uma cerˆamica. 5mm e N = 7 (valores t´ıpicos para alguns resistores de 1/2W). e a ˆncias (direita) passa apenas por uma camada de altas freque espessura δ. Cage. A corrente ent˜ao passa por um solen´oide de comprimento d e ´area A = πr2 . Se precisar de um resistor de baixo valor de R. a maioria dos resistores podem ser considerados ideais. Levar em considera¸c˜ao todos os efeitos ´e teoricamente poss´ıvel se conhecemos exatamente as geometrias e as propriedades el´etricas e magn´eticas dos materiais. Electronic Measurements and Instrumentation.. New York. e. mas ´e formidavelmente compli´ mais vi´avel usar o bom senso e obter estimativas cado. baixa indutˆancia e alta potˆencia. A indutˆancia ser´a ent˜ao de 82nH. que representa uma reatˆancia X = 5Ω a 10 MHz. um ´e que a pr´opria resistividade do material depende da frequˆencia e o outro ´e o efeito pelicular comentado abaixo. se R for compar´avel ou menor que X). o´hmicas das correntes de Foucault) e uma capacitˆancia entre espiras adjacentes. O valor preciso de ls depende de N 2 . etc. Neste curso trabalharemos com frequˆencias de at´e 10 MHz. vocˆe mesmo pode fazer um a partir de arame. Os resistores mais comuns para circuitos de baixa potˆencia (< 5W) s˜ao feitos de filme de carbono depositado em forma helicoidal sobre um cilindro cerˆamico (Fig.ELETROMAGNETISMO 77 guns resistores de pequeno valor nominal. Vemos ent˜ao que os elementos de um circuito sempre tˆem impedˆancia complexa. (d) capacitor a alta freque ls ∼ = µ0 N 2 A/d Para termos uma id´eia concreta. 43). em geral. 42 mostra alguns circuitos equivalentes de capacitores e indutores utilizados geralmente para entender o comportamento destes elementos a baixa e alta frequˆencia. Para complicar ainda mais a nossa vida. 42 ˆncia. A baixas freque ˜ passa por toda a sec ¸ ao transversal de um fio condutor. Esta resistˆencia s´erie depende essencialmente do comprimento total (ltot ) e diˆametro (D) do fio. Um capacitor tem uma resistˆencia em s´erie devido `a resistividade dos metais das placas e uma resistˆencia em paralelo devido ` a condutividade dos diel´etricos. Valores t´ıpicos de rs est˜ao entre 0. L0 que a baixa frequˆencia vale 50 nH/m vezes o comprimento do fio. Por outro lado. de diˆ ametro D = 0. Para ilustrar este fato. Esta indutˆ ancia pode ser estimada assumindo uma espira circular   8r ∼ L = L0 + µr ln e 2a v´alida se o quociente entre o raio da espira e o raio do fio ´e r/a >> 1. cp . a¸co. 25mm (´area da se¸c˜ao transversal S = πD2 /4). Para baixas frequˆencias a resistˆencia s´erie tem pouca ou nenhuma importˆancia. o comprimento e a largura das placas. feitos de uma cerˆamica de alta constante diel´etrica na forma de disco. que resulta em tangentes de perdas altas a baixas frequˆencias. A constante diel´etrica elevada implica tamb´em em alta condutividade. mas pode ser um papel impregnado em ´oleo (capacitores para alta tens˜ao) ou em solu¸c˜ao de eletr´olitos (capacitores de alto valor C. em certos casos. para uma frequˆencia de 10 MHz. Apesar disto. que ´e menor que a sua resistˆencia interna. O efeito da histerese depende da corrente (e ´e portanto um efeito n˜ ao linear). **Indutˆ ancia interna de fios e indutˆ ancias parasitas em circuitos Para frequˆencias acima de 1 MHz ´e frequentemente necess´ario levar em considera¸c˜ ao a indutˆ ancia parasita dos circuitos. e diminui com a frequˆencia devido ao efeito pelicular. pelo que a capacitˆancia varia muito com a temperatura. Indutores com n´ ucleo de ferro possuem uma resistˆencia parasita em paralelo que representa as perdas por correntes de Foucault e por histerese. O filme diel´etrico ´e geralmente um pl´astico. Todo fio de se¸c˜ ao circular possui uma indutˆancia interna. portanto possui uma auto-indutˆ ancia .ELETROMAGNETISMO 78 O per´ımetro m´edio de cada espira ´e 2πr = 10. mas com polaridade). etc. mas n˜ao em circuitos de precis˜ao. Quanto mais finas s˜ao as lˆaminas de Al. Capacitores Os capacitores s˜ao confeccionados geralmente com filmes de alum´ınio separados por filmes diel´etricos (isolantes). A fuga total pode ser caracterizada por uma condutˆancia g = 1/rp ou pela assim chamada tangente de perdas a uma dada frequˆencia (geralmente 60 Hz): tan δ = gXC = 1 ωrp C Note que a fase da impedˆancia complexa de um capacitor ideal ´e φ = −π/2. 35µH. 3cm. 5mm tem uma indutˆancia de uns 0. por exemplo.5mm de diˆametro formando uma malha aproximadamente circular com 10 cm de diˆametro. A frequˆencias mais altas ´e necess´ario considerar a capacitˆancia parasita entre as espiras da bobina. de diˆametro 2r = 10cm e feita de um fio de diˆametro 2a = 0. rs (Fig. A indutˆancia interna de um objeto condutor ´e obtida utilizando a igualdade para a energia do campo magn´etico Z 1 1 2 L0 i = µH 2 dV 2 2 onde a integral ´e sobre o volume interno do objeto e H ´e o campo magn´etico produzido pela corrente i. ♦ A rela¸c˜ao entre a reatˆ ancia a uma dada frequˆencia de trabalho e a resistˆencia s´erie chama-se fator de m´erito ou fator de qualidade Q da bobina. suponha um circuito cujos elementos s˜ao conectados por um fio de 0. A resistˆencia s´erie ´e mais importante a altas frequˆencias. que daria rs = 130Ω). denominada QL : QL = ωL rs Note que a fase da impedˆ ancia complexa de um indutor ideal ´e φ = π/2. XL = 188MΩ >> rs (mesmo considerando o efeito pelicular. mas pode ser terr´ıvel em circuitos que supostamente n˜ao deveriam ser ressonantes.1 e 1 Ω. com a corrente uniformemente distribu´ıda no seu volume e comprimento `. 42d).) ent˜ao a indutˆancia interna poder´ a ser grande a baixas frequˆencias. como os filtros RC. Suponha que o circuito ´e um filtro RC . devido ao alto valor de µ. ent˜ ao a resistˆencia s´erie desse indutor ´e rs = ρltot /S = 45Ω. 42c). 4Ω. Estes capacitores s˜ao pouco indutivos mas a alta constante diel´etrica ´e devida a que o material est´a perto de uma transi¸c˜ao de fase. mas agora a resistˆencia paralelo. Como comentamos anteriormente. Assim. S˜ao utilizados em alta frequˆencia e alta tens˜ao. uma espira sem n´ ucleo (µ = µ0 ). Se o fio ´e de cobre (resistividade ρ = 1. rs n˜ ao poder´ a ser ignorada. Os capacitores reais apresentam fugas de corrente pela superf´ıcie do isolante (no caso de isolantes pl´asticos) ou pelo volume (no caso de papel impregnado). principalmente em circuitos ressonantes. enquanto que para um capacitor real ´e   1 φ = − tan−1 = −π/2 + δ tan δ Valores t´ıpicos s˜ao rp > 100MΩ e δ < 10−3 rad 60 Hz. A resistividade do Al e a resistˆencia das soldas (entre os filmes de Al e os fios de cobre que fazem os contatos externos) contribuem `a resistˆencia s´erie. Outro tipo de capacitor muito utilizado pelo seu baixo custo ´e o capacitor cerˆamico. entra no jogo (Fig.. Esta ´e preocupante apenas nos circuitos de alta frequˆencia ou nos circuitos de pulsos de curta dura¸c˜ao. Ressonˆ ancias esp´ urias A indutˆancia parasita n˜ao faz muito mal em circuitos ressonantes que j´a possuem uma indutˆancia grande. mesmo que a frequˆencia seja alta. enquanto que para um indutor real ´e φ = tan−1 QL . J´ a o efeito de Foucault depende muito da frequˆencia e do material. 35µH. e enrolados para fazer um pacote compacto. No caso de um fio de se¸c˜ao circular. o resultado ´e L0 = µ ` 8π Se o fio for de metal magn´etico (ferro. 8×10−6 Ωcm. o que d´a um comprimento total ltot = 123 metros. Finalmente. esta “espira” tem uma indutˆancia parasita de uns 0.. em paralelo com o indutor (Fig. independentemente do seu diˆametro. A indutˆancia de um capacitor de placas paralelas pode ser estimada como ls ∼ = µ0 `d/w onde d ´e a espessura do isolante e ` e w s˜ao. respectivamente. sendo m´ınimo em materiais de gr˜ aos sinterizados ou laminados. Para uma frequˆencia de 100 Hz. rp . os capacitores apresentam sempre uma indutˆancia parasita. a reatˆ ancia ´e XL = 2πf L = 31. maior ´e a resistˆencia s´erie. A malha de todo circuito ´e em si mesma uma espira e. 42b). j´a que a reatˆancia XC = 1/ωC pode ser muito pequena. Solu¸c˜ ao: Considerando o modelo de perdas Q = 2πf0 L/R ∼ = 0. em W/m3 : σ ∂Bx 2 2 PC = ( ) e 12 ∂t ou ainda menor se consideramos a indutˆ ancia parasita interna ao capacitor. π 2a Como Bx = Bm cosωt. Para reduzir a se¸c˜ao do caminho das correntes de Foucault. levando a ressonˆ ancia esp´ uria para uns 800 kHz. ou tran¸cando-os. na maioria dos casos de interesse neste curso elas n˜ ao s˜ ao um grande problema porque geralmente temos um resistor em s´erie que faz o Q da ressonˆancia esp´ uria ser << 1.24: Um material magn´etico laminado tem as seguintes perdas na freq¨ uˆencia de 50 Hz: a) Histerese (5 W/kg). tem-se a densidade de perda cl´assica por correntes de Foucault.7cm = 40 nH. C. Como E . e. No exemplo da “espira” de 10 cm de diˆ ametro. a igualdade (61) torna-se: gundo o plano xy. 7cm separados por. Para ilustrar isto suponhamos que a resistˆencia do circuito ´e R = 50Ω.ELETROMAGNETISMO 79 passa baixo com C = 1µF. temos Exemplo IV. utilizando fios curtos e grossos. 004. 012 e no caso L = 40 nH e f0 = 800kHz. Mas n˜ao ganhamos muito: as coisas continuam da mesma ordem de grandeza.4 cm) pode ser disposto como um par de fios paralelos de comprimento ` = 15. a indutˆ ancia do cabo ser´ a da ordem de 250nH/m x 15. Projetar circuitos de alta frequˆencia que funcionem bem ´e uma arte dominada por poucos. b = 3mm. 35µH e f0 = 270kHz. o comprimento total do fio (de 31. Por mais cuidados que tenhamos. Determinar as perdas na freq¨ uˆencia de 200 Hz. Circuitos reais est˜ ao cheios de efeitos esp´ urios em altas frequˆencias. ent˜ ao no caso da espira com L = 0. a sua derivada no tempo vale e a ressonˆancia esp´ uria ocorrer´ a em 390 kHz. Afortunadamente. b) Foucault (3 W/kg). disposta se~ = Ey~j. Para diminuir a indutˆ ancia parasita. ressonˆ ancias esp´ urias s˜ao inevit´aveis. Neste caso a indutˆ ancia parasita ser´ a   b ∼ µ0 ` cosh L= = 170 nH. Mesmo utilizando um cabo coaxial do mesmo comprimento. s˜ao denominadas correntes de Foucault. ent˜ ao haver´ a uma ressonˆancia esp´ uria em cerca de f0 = 1 ∼ √ = 270 kHz 2π LC Resolvendo a integral e dividindo pelo volume. temos Q = 0. e colocando eles bem perto um de outro. os n´ ucleos s˜ ao laminados. digamos.4 Correntes de Foucault em chapas Quando as correntes induzidas s˜ ao indesejadas. deve-se diminuir a ´area da “espira”. Vemos que “esmagando” a espira diminu´ımos a indutˆ ancia parasita e levamos o problema para frequˆencias mais altas. que atravessa uma chapa de espessura e. ~ = Bx~i Considere uma densidade de fluxo unidirecional B Tesla. . . . . ~i ~k . . −∂Bx /∂t . ~j . . . . . ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z . = . . 0 (79) . . . . . 0 . . . A corrente do prim´ario ´e: N1 I1 = N2 I2 + N 1Iexc . permitindo transferir ao secund´ario cerca de 98% da energia aplicada no prim´ario. 066 × 2002 = 20 + 2640 = 2660 W/kg Observa-se um crescimento muito grande da perda por Foucault. Perdas por histerese. ou ´e sujeita a um fluxo magn´etico m´ovel. Resultam da resistˆencia dos fios de cobre nas espiras prim´arias e secund´arias. `as correntes parasitas e perdas no cobre. 1 × 200 + 0. 44 apresenta o modelo de transformador com satura¸c˜ao. 1. Perdas no cobre. circulam nela correntes induzidas. os transformadores modernos apresentam grande eficiˆencia. para z = 0 → Ey = 0. Essas correntes produzem calor devido `as perdas na resistˆencia do ferro. como a m´edia de sen 2 ωt ´e 1/2.transforma¸c˜ao de energia el´etrica em calor . Quando uma massa de metal condutor se desloca num campo magn´etico. As perdas pela resistˆencia do cobre s˜ao perdas sob a forma de calor e n˜ao podem ser evitadas. 0 Ey 0 ou ∂Ey /∂z = ∂Bx /∂t Ey (z) = (∂Bx /∂t)z + k como a chapa est´a centrada no plano. substituindo para f = 200Hz P = 0. e k = 0. em W. 1 J/kg 2 KC B m = 3/502 = 0. A perda.5 Transformador com perdas Gra¸cas `as t´ecnicas com que s˜ao fabricados. ´e: Z Z Z PF = σEy2 d V ol V ol ∂Bx 2 ) PF = σ( ∂t Z 0 lx Z 0 ly Z +e/2 −e/2 z 2 dzdydx ∂Bx = −ωBm sen ωt ∂t E. Perdas por correntes parasitas. que certamente inviabilizaria o projeto. A Fig. 3. 2. ♦ C. As perdas . perdas no n´ ucleo e perdas nos enrolamentos prim´ario e secund´ario. 2 P (W/kg) = WH f + KC Bm f2 obtemos WH = 5/50 = 0.s˜ao devidas principalmente `a histerese. 066 Js/kg e. Energia ´e transformada em calor na revers˜ao da polaridade magn´etica do n´ ucleo transformador. a perda cl´assica vale PC = σ 2 2 2 ω Bm e 24 Esta equa¸c˜ao ´e muito u ´til para calcular as perdas em materiais magn´eticos laminados. 7: Qual deve ser a espessura de uma chapa de alum´ınio para reduzir 99% dos campos em uma blindagem? Qual seria a espessura de uma chapa de ferro com µr = 500? P IV-C. 8. est´a situado no plano xy. t) = B0 (r2 /R2 )(1 − e−t/T ). Se a resistˆencia da espira ´e 1kΩ. A densidade de fluxo magn´etico ~ = 0. t) = B0 (1 − r/R)sen ωt.17: Um anel. quando B0 =0.18: Uma espira. 2~i−0. Qual ´e a indu¸c˜ ao no outro lado? E qual ´e a defasagem em rela¸c˜ao ` a incidente? P IV-C. em t = 0. P IV-C.19: Estime a capacitˆancia. 6m.ELETROMAGNETISMO 80 (no espa¸co) e vari´avel no tempo.1: Demonstrar a express˜ ao vL = L diL dt P IV-C. de corrente induzida J(r. t). e freq¨ uˆencia de 60 Hz. 6 y = 0. Despreze a indutˆancia da espira e calcule em fun¸c˜ ao do tempo: (a) a diferen¸ca de potencial sobre o resistor.3: Considere uma bobina de indutˆ ancia igual a 1 Henry. campo magn´etico B nesta regi˜ao.107 (Ωm)−1 .7cm.15: Uma aruela de cobre (σ=5. Calcular a espessura de efeito pelicular e a potˆencia m´edia dissipada na pe¸ca por efeito Joule. 5T e f = 50Hz. 3m.12a semana P IV-C. P IV-C. (R:0. aproximadamente. isto ´e. (R:-83. O que acontece com esta bobina? O que poderia ser feito para amenizar este efeito? P IV-C.6: Uma indu¸c˜ ao magn´etica de 1. de um capacitor de .60.16: Um disco de cobre (σ=5. condutividade σ=5. sendo B0 = 0.14: Para diminuir as perdas ˆohmicas em instalac¸˜oes de alta potˆencia e redes de transmiss˜ao de energia el´etrica. est´a situado no plano xy.10: Um condutor perfeito circular.70mm. P IV-C. Calcule: (a) a densidade indu¸c˜ao B(r. 44 ˜o e perdas. se encontra sob a a¸c˜ao da ~ t) = B0 (r/R)senωt. possui se¸c˜ao S = 1mm2 .8: Suponha que exista um campo oscilante na superf´ıcie superior de uma arruela met´ alica.80Hz. Na superf´ıcie interna deste anel existe um fluxo magn´etico vari´avel dado por Bz (r. rp . rs . situada no plano z = 0. calcule: (a) a espessura de efeito pelicular dos campos δ. P IV-C. Calcular a espessura de efeito pelicular. e = 1mm.364E-3J) P IV-C. considerando desprez´ıvel o fluxo produzido pela pr´opria corrente da espira (desprezando a indutˆancia pr´opria da espira). despreze a indutˆancia pr´opria da espira. 2m. raio R = 2 cm. e que a corrente seja interrompida a zero num intervaldo de 0. f = 50Hz). no tempo nesta regi˜ao. (R:0. considerada filiforme. σ = 5. ls .78cos ωt A) P IV-C. P IV-C. se utilizam cabos de cobre grossos. est´a situado no plano xy. x = 0.57E + 08(Ωm)−1 . de raio r = 20cm. y = 0.53mm e 103. 4sen (120πt) ~k T. Calcular a corrente i(t) que ir´a circular no anel. e corrente induzida. e resistˆencias s´erie.2T. Um fluxo magn´etico vari´avel tem Bz = B0 cos ωt. Re = 1.13: A partir de qual frequˆencia o efeito pelicular deve ser levado em considera¸c˜ao para um fio de grafite (condutividade 0.0cm. quando B0 =1T e f =400Hz. (R:8. Se a frequˆencia ´e de 60 Hz. a corrente induzida I(t). H´a um ~ = (0. (b) a potˆencia m´edia dissipada por efeito Joule na pe¸ca. Na superf´ıcie interna deste anel existe um fluxo magn´etico vari´avel dado por Bz (r. une as duas extremidades 2 de um resistor de 100Ω. P IV-C.8E7 (Ωm)−1 ) com espessura de 1mm tem raio interno de 1cm e raio externo de 3cm.88W) P IV-C. sendo B0 = 0. 5T. Sabendo que existe um campo magn´etico n˜ao uniforme. f = 64.8E7 (Ωm)−1 . R = 1cm. Considerando: Ri = 1. e possui um pequeno resistor de 20Ω.0E7 (Ωm)−1 .01s. a indutˆancia. tens˜ao induzida. raio R = 2cm. colocado num fluxo magn´etico perpendicular uniforme P IV-C. determine: (a) Vab (t). para o intervalo 0 < t < 100ms.1µs. 3T e f = 60Hz. (b) a corrente induzida I(t) no disco (B0 = 0. atrav´es do circuito ´e dada por B perpendicular ao plano do circuito.6 Exerc´ıcios .4: Qual a diferen¸ca entre campo el´etrico induzido. formando um circuito fechado circular de raio R = 20cm. est´a incidindo numa chapa de cobre com espessura de 15 mm.5: Um condutor perfeito une as extremidades a e b de um resistor de 100Ω. t) = B0 (r/R)sen ωt. Um fluxo magn´etico vari´avel tem Bz (r. qual ´e a corrente no sentido hor´ario (quando observada da parte positiva do eixo z) que se faz presente no circuito? Considere desprez´ıvel o fluxo o fluxo produzido pela pr´opria corrente da espira. que est´a sendo percorrida pela corrente I = 20A. σ = 0. C. A espira se desloca no sentido +ax com uma velocidade uniforme de 6m/s. (c) a potˆencia m´edia dissipada no disco por efeito joule com os dados num´ericos acima.9: Um disco de cobre. condutividade σ=1. n˜ao adianta aumentar o diˆametro do cabo? P IV-C.12: Uma espira condutora situada no plano z = 0 ´e limitada por x = 0.5 T. Calcular a energia dissipada na espira desde T = 0 at´e T =0. P IV-C. Modelo de transformador com saturac ¸a C. 4~j+0.8E7 (Ωm)−1 ) com espessura de 1mm tem raio R = 1cm. 4~k) cos 2000 t Wb/m2 . (b) a corrente no circuito. Sendo B = 0. B0 = 1. possui sec¸˜ao S = 1 mm2 . e µr = 1. 4sen 120πWb/m e. e. a partir de que valor. e a potˆencia m´edia dissipada na pe¸ca por efeito Joule.11: Os lados de uma espira quadrada. b) I(t).2: Demonstrar a equa¸c˜ ao da energia armazenada num indutor. por´em constante ~ = 2x2 y~k Wb/m2 . considerado filiforme.12 S/m) de 1 mm de diˆametro? P IV-C. est´a situada no plano xy. Fig.0T. est˜ao localizados em x = 0. representado por B esboce a curva que indica a potˆencia dissipada em R como fun¸c˜ao do tempo. e paralelo. e = 1. e.832W) P IV-C. Se considerarmos que essa onda ´e uma fun¸c˜ao senoidal. Observa-se o movimento oscilat´orio daquele ponto. podemos assim descrever essa realidade ao longo do espa¸co e ao longo do tempo: O conceito de onda envolve as no¸c˜oes de espa¸co e de tempo e satisfaz uma determinada equa¸c˜ao diferencial.652 kg/litro. Determinar a potˆencia dissipada em 0. Por outras palavras.55 3. 2 × 1018 Ωcm) de espessura d = 10µm. a superf´ıcie do mar sobe e desce periodicamente. bem vis´ıvel. quando est´ a operando em 68. Note que a indutˆancia parasita depende de se os contatos forem soldados `as lˆaminas de Al pelos extremos ou pelos lados (ap´os enrolado). onde vemos a b´oia. 70W/kg (em 50. A id´eia de propaga¸c˜ao ´e vis´ıvel. Consideremos uma sucess˜ao dessas ondas e que sejam todas iguais. ´ticos em alta frequ ¨e ˆncia V. flutuando na superf´ıcie e agarrada ao fundo do mar.07 8 1. em J/m3 . Ponto Indu¸ c~ ao (T) H (A/cm) 1 .37 -. A densidade do ferro ´e 7. ao longo de uma determinada dimens˜ao espacial.28 4. por exemplo a dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao da onda.55 3. t = 5µm de espessura.10 Hz.00 . o qual se evidencia atrav´es da velocidade de fase.60 4 .15 7 . P IV-C.10 9. parando o tempo.00 2 .0 Hz) ´e o coeficiente de Steinmetz. parando o tempo. determinar a densidade de energia magn´etica absorvida pelo material.. 8 × 10−6 Ωcm) de w = 2cm de largura. redonda.. tapemos a nossa vis˜ao de tudo exceto atrav´es de uma fenda vertical.. o que descrito ao longo do tempo.88 5 . P IV-C.58 6 . a equa¸c˜ao de onda. Todos temos um conhecimento emp´ırico de ondas e da var- . observando apenas um ponto do espa¸co e deixando correr o tempo. ar” ´ (Hyldon. a que chamamos a dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao. para passar do ponto 1 ao ponto 8.86 3 .83 7.73 9. observamos a b´oia parada e uma descri¸c˜ao espacial das ondas. Ao longo de uma dire¸c˜ao perpendicular `a dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao. Juntemos a este quadro uma b´oia vermelha. simplificando. que apresentaremos `a frente. calcule ls nos dois casos. tamb´em corresponde a uma onda peri´odica com a mesma amplitude. o que ´e equivalente a tirar uma fotografia a esta paisagem. pois a vemos deslocarem-se em uma dire¸c˜ao. Na primeira situa¸c˜ao. 600 ´e o expoente da indu¸c˜ ao. para cima e para baixo. O atributo essencial da onda ´e exibir o movimento de propaga¸c˜ao. Campos eletromagne “existe um mundo novo e quero lhe mostrar que n˜ ao se aprende em nenhum livro basta ter coragem pra? se libertar viver. β = 1.ELETROMAGNETISMO 81 lˆaminas de alum´ınio ρ = 2. e KC = 0.00378 m3 de material magn´etico. ρ = 1. Na segunda situa¸c˜ao. a qual determina a forma como a varia¸c˜ao no espa¸co se conjuga com a varia¸c˜ao no tempo. e observando o fenˆomeno ao longo do espa¸co. com indu¸c˜ ao de pico igual a 0.20: Considerando que a energia dissipada por histerese seja a equa¸c˜ao: W = W h + W c = KS B β + KC f B 2 onde KS = 3. a espa¸co constante.82 Fig. e deixemos correr o tempo. Equa¸c˜ oes de Maxwell A id´eia mais intuitiva que temos de uma onda ´e talvez a que corresponde `as ondas que vemos no mar e assim vamos tom´a-las como exemplo. ` = 2m de comprimento separadas por um filme pl´ astico ( = 30pF/m.21: Considerando a curva de histerese dada na tabela. a amplitude da onda mant´em-se constante. 216E − 02Js/kg/T2 ´e o coeficiente de perdas por correntes induzidas de Foucault.8 T. sonhar . Na Sombra de uma Arvore) A. de tal forma que n˜ao se desloque em qualquer dire¸c˜ao excetuando na vertical e possa subir e descer com a amplitude das ondas. Fa¸camos agora observa¸c˜oes deste quadro em duas situa¸c˜oes diferentes: uma. outra. 45 Forma de onda senoidal. Cachorros conseguem ouvir sons com comprimentos de onda bem menores. Nosso ouvido ´e um excelente receptor sonoro. Concentrando-nos agora nos fenˆ omenos do campo eletromagn´etico. . podemos deixar j´ a dito que na express˜ao que descreve uma onda encontramos duas partes que se podem sempre distinguir: a amplitude e a fase. apresentamos a simbologia de base e descrevemos o formalismo da onda plana. na verdade. com mais generalidade. t´ımpano e todo o sistema que leva informa¸c˜oes ao nosso c´erebro) ´e apenas capaz de tratar ondas sonoras com comprimentos de onda aproximadamente entre 16 cent´ımetros e 8 metros. como um impulso que se propaga isoladamente. Ondas peri´ odicas A id´eia de onda mais generalizada implica um processo repetitivo mas h´a fenˆ omenos ondulat´ orios que s˜ ao singulares. e mesmo que n˜ao o tenha feito. Se vocˆe puder tirar uma boa foto da superf´ıcie do lago.Agora. ´ Vamos ver agora ONDAS PERIODICAS e apresentar o formalismo das ondas monocrom´ aticas. Considera-se como exemplo uma fun¸c˜ ao f .na ´agua salgada o comprimento de onda ser´a maior e a freq¨ uˆencia menor. sonoras viajam pelo ar. O som tamb´em se propaga atrav´es de ondas.da mesma forma que a amplitude de onda diminui a medida que as ondas se afastam da pedra jogada no lago. As ondas eletromagn´eticas podem se propagar no v´acuo. pois ´e principalmente delas que nos ocuparemos ao longo deste texto. ao inv´es de c´ırculos. a fun¸c˜ao seno ou cosseno descrevem adequadamente muitos fenˆomenos oscilat´orios. ou cil´ındricas. de Vezes = 330 metros por segundo / 8 metros O resultado ´e aproximadamente 41 vezes por segundo. e tamb´em que a altura das ondas vai diminuindo a medida que se afastam do ponto onde a pedra caiu. Os fenˆomenos oscilat´ orios mais vulgares que se encontram na natureza s˜ao matematicamente descritos pelas fun¸c˜oes circulares ou por uma combina¸c˜ ao destas fun¸c˜ oes. ela agita a superf´ıcie da ´agua na forma de ondas. Ondas e Energia: Vocˆe j´a deve ter atirado uma pedra em um lago. J´a sabemos que o som viaja no ar a uma velocidade de aproximadamente 330 metros por segundo. Quando atiramos uma pedra na ´ agua. N˜ao h´a s´o ondas planas. Ondas sonoras Imagine um tambor sendo tocado. deve ter observado algum efeito semelhante. as ondas sonoras viajam a uma velocidade aproximada de 330 metros por segundo. imagine que vocˆe est´a filmando uma folha que est´a na superf´ıcie do lago. mas o Comprimento de Onda ´e constante. com periodicidade ou freq¨ uˆencia constante. No ar. Uma onda eletromagn´etica ´e aquela onde os fenˆomenos eletromagn´eticos nas quais as correntes de deslocamento s˜ ao preponderantes ` as correntes de condu¸c˜ao (freq¨ uˆencia alta ou condutividade baixa). Dentro dele existe uma membrana chamada t´ımpano que vibra em conjunto com as ondas sonoras que vem pelo ar. Estas ondas. Marque duas cristas consecutivas e corte. vocˆe poder´a “medir” a distˆ ancia entre duas cristas (partes mais altas) consecutivas das ondas que se iniciaram com a 82 queda da pedra. As solu¸c˜oes nessas geometrias s˜ ao as ondas planas. as ondas formam esferas invis´ıveis. Se pud´essemos “cortar” uma fatia fina de ar desde o ponto onde o tambor est´a sendo tocado. Assim. por isto n˜ao conseguimos ouvir apitos para chamar cachorros. Os problemas resolvem-se metodologicamente da mesma maneira mas com modelos matem´ aticas adequados. e n˜ao precisam de carga ou corrente el´etrica para ser reproduzida nas regi˜oes adjacentes. esf´ericas ou cil´ındricas. O nosso conjunto receptor de som (ouvido. O t´ımpano est´a ligado a um conjunto de pequenos ossos que transmitem aos nervos ligados ao c´erebro tudo aquilo que ouvimos.se continuarmos analisando. Ao nome “vezes por segundo” convencionou-se chamar Hertz a unidade de medida de freq¨ uˆencia. Freq¨ uˆencia e comprimento de onda andam juntos . Contando durante um segundo o tempo em que a folha sobe e desce com as ondas geradas pela pedra (conte cada vez que a folha atinge o ponto mais alto) temos o que chamamos de Freq¨ uˆencia. mas a medida que nos afastamos o som diminui . mas a que estiver mais pr´oxima do centro ir´ a subir e descer mais do que a que estiver afastada. Na ´agua. Esta distˆancia ´e o comprimento de onda. Para ati¸car a sua curiosidade. Ficar perto dele pode ser ensurdecedor. Tem uma amplitude Am e uma fase indicada no argumento do cosseno.um ´e fun¸c˜ao do outro e de um valor constante que depende do meio em que a onda est´a se propaga. Imagine uma folha que flutua perto de onde a pedra caiu e outra mais afastada: ambas ir˜ ao subir e descer na ´agua em fun¸c˜ao das ondas geradas pela queda da pedra. Assim. carregam a energia gerada pela queda da pedra na ´agua at´e a beira do lago . se vocˆe ficar a 330 metros do tambor (e seu volume for suficientemente alto) vocˆe ouvir´a o som um segundo depois de ele ter sido tocado. por exemplo. ele ´e o mesmo que medimos entre quaisquer duas cristas de onda consecutivas. Quantas vezes ent˜ao uma pequena part´ıcula de poeira “vibra” no ar em um segundo se o som que estamos ouvindo ´e de uma onda com 8 metros de comprimento? A resposta ´e: Num. Lembraremos apenas como se caracterizam visualmente e matematicamente. vamos ver que esta energia na verdade ´e correspondente a que vocˆe gastou para tirar a pedra do ch˜ ao e atir´ a-la no lago. at´e o ponto onde o ouvimos ver´ıamos que o comportamento das ondas no ar ´e muito parecido ao das ondas na superf´ıcie da ´agua.referindo-nos `as ondas peri´odicas. incluindo as ondas eletromagn´eticas. que s˜ao diferentes para geometrias diferentes. que depende da dimens˜ao x e do tempo t. esses fenˆomenos peri´ odicos. s´o que as ondas ´ um pouco mais dif´ıcil de imaginar. Uma coisa interessante que vocˆe vai notar se conseguir fazer esta experiˆencia ´e que a Amplitude de Onda diminui a medida que nos afastamos do local onde a pedra caiu. A fun¸c˜ao exponencial ´e uma combina¸c˜ ao linear das fun¸c˜oes circulares e assim pode representar. ao inv´es de fotografar.ELETROMAGNETISMO iedade de aplica¸c˜oes tenta-se reduzir a dois tipos designados como Ondas singulares e ondas peri´ odicas . N˜ ao ´e dif´ıcil notar que as ondas formam c´ırculos a partir do ponto onde a pedra caiu. Complicado? Imagine ent˜ao que vocˆe pudesse “cortar” um peda¸co de onda. Medindo a altura que corresponde `a parte mais baixa (vale) e a mais alta (crista) de uma onda vocˆe tem a Amplitude de Onda. ou seja. Depois conte quantas vezes em 330 metros vocˆe consegue colar este peda¸co de onda . Em muitas situa¸c˜oes a geometria do meio em que o problema se insere.Aqui vocˆe j´ a pode observar dois conceitos importantes: Comprimento de Onda e Amplitude de Onda. No ar. E pois na ´agua podemos ver as ondas e no ar n˜ao. aconselha a usar referenciais em coordenadas esf´ericas. as ondas geradas pela pedra s˜ao bem vis´ıveis na f´ormula de c´ırculos em sua superf´ıcie.o n´ umero de vezes ´e a freq¨ uˆencia. uma mesma pedra jogada em um lago de ´agua doce ou de ´agua salgada ir´a gerar ondas diferentes . o v´acuo. ele n˜ao foi aceito imediatamente. Em baixas freq¨ uˆencias. Uma flauta emite sons numa freq¨ uˆencia muito mais alta que um contrabaixo. Como vocˆe j´a sabe. Criou a teoria eletromagn´etica da luz. usada para explicar a atra¸c˜ao magn´etica e el´etrica (Lei de Coulomb). Como ´e ent˜ao que o som chega at´e o nosso r´ adio? Este processo ´e chamado Modula¸c˜ao. Como tinha muitas id´eias novas. Agora vocˆe j´a descobriu o porque dos nomes Ondas M´edias e Ondas Curtas. tudo que n˜ao ´e meramente hipot´etico parecem ser representadas por ela de uma forma correta e precisa. Para chegar at´e a Terra a luz do Sol percorre um imenso vazio. Cada cor que vemos tem uma freq¨ uˆencia espec´ıfica. Em 1851. Para a transmiss˜ ao t´ıpica em ondas m´edias e curtas. na qual resumiu e generalizou os princ´ıpios f´ısicos at´e ent˜ao conhecidos. Qual ser´ a o comprimento de onda? λ= 330 m/s / 20.8 MHz (1 MHz ´e igual a 1. Vamos imaginar uma freq¨ uˆencia de 20. no artigo Sobre as Linhas de For¸ca F´ısicas. surge a quest˜ao: como representar os campos numa dimens˜ ao t˜ ao reduzida? Os trabalhos cient´ıficos de Coulomb. emitem um feixe de luz (chamada infravermelho) que n˜ao conseguimos enxergar. Ondas eletromagn´eticas Um bom exemplo de onda eletromagn´etica ´e a luz. a mecˆanica estat´ıstica. sabemos que as ondas eletromagn´eticas s˜ao causa e conseq¨ uˆencia da intera¸c˜ ao el´etrica e magn´etica. menor ser´ a a amplitude da onda. A grosso modo podemos dizer que as ondas de r´adio tamb´em s˜ ao um tipo de luz que n˜ao enxergamos. por exemplo.000 Hertz (o limite m´aximo de vezes por segundo em que uma onda vibra e que nossa audi¸c˜ao consegue ouvir). Maxwell demonstrou que a veloci- .000 Hertz. Ele imaginou um meio el´astico que ocupasse todo o espa¸co. desenvolveu uma teoria matem´atica. cujo produto ´e igual `a velocidade da luz.000 1/s O resultado ser´a 16 cent´ımetros e meio. raios X. menos seremos iluminados. etc. o comprimento de onda ´e muito maior que a maior dimens˜ao do circuito. No caso da luz. maior seria a velocidade de rota¸c˜ao dos v´ortices. mas n˜ ao precisa de nenhum meio f´ısico para isto. podemos em geral estudar os campos el´etricos e magn´eticos separados. isto significa que quanto mais distantes estivermos da fonte luminosa. Nestes casos.podem cobrir grandes distˆ ancias. A freq¨ uˆencia de transmiss˜ ao de r´ adio em Ondas M´edias varia entre 540 e 1600 KHz (1 KHz ´e igual a 1. um campo quase-estacion´ ario de 10 kHz tem o comprimento de onda λ igual a: λ= 3 × 108 m/s c = = 30 000 m. e. nossos olhos tamb´em s´o s˜ao capazes de entender uma certa faixa de freq¨ uˆencias eletromagn´eticas. O conceito de linha de fluxo introduzido por Faraday. e ´e por isto que s˜ ao usadas na transmiss˜ao de r´adio. As ondas eletromagn´eticas viajam a velocidade de 300 000 000 m/s ou 300 000 quilˆometros por segundo. James Clerk Maxwell foi um cientista cujos trabalhos permanecem at´e hoje surpreendentemente atuais. pequeno comprimento de onda) podem viajar grandes distˆancias. Veja a luz do Sol. Ent˜ao. nascido em Edimburgo. f 1 × 1011 m/s significando que circuitos el´etricos n˜ao podem representar estes campos. Assim.000. Por exemplo. Como vimos anteriormente.isto ´e. A freq¨ uˆencia de Ondas Curtas est´a acima de 3. ou seja. Faraday escreveu: Eu n˜ao posso me conter em exprimir mais uma vez a minha convic¸c˜ao na veracidade da representa¸c˜ao que a id´eia das linhas de for¸ca apresentam para a a¸c˜ao magn´etica. Hoje. a Modula¸c˜ao ´e feita na amplitude da onda de r´adio. por exemplo. juntamente com Ludwig Boltzmann. A luz se propaga em todas as distˆ ancias. Ondas eletromagn´eticas de alta freq¨ uˆencia (e vocˆe j´a sabe. Os sistemas de controle remoto. Maxwell descobriu surpreso que a velocidade de propaga¸c˜ao dependia apenas da rela¸c˜ao entre as for¸cas el´etricas e magn´eticas. Maxwell propˆos que a corrente el´etrica era gerada pelo movimento de part´ıculas que se acoplavam aos v´ortices como dentes a uma engrenagem. usando a representa¸c˜ao matem´atica de circuitos el´etricos e equa¸c˜oes diferenciais dependentes unicamente do tempo. c=λf (80) onde: c = 3 × 108 m/s ´e a velocidade da luz no v´ acuo. quanto mais distante estivermos de sua fonte. Aos nossos olhos cabe a fun¸c˜ ao de ver ondas eletromagn´eticas. previu as ondas de r´adio. a quest˜ao da amplitude da onda continua sendo verdadeira para as ondas eletromagn´eticas. Na d´ecada de 1860 o f´ısico escocˆes James Clerck Maxwell (1831-1879).ondas de r´adio . microondas. Todos os resultados estabelecidos experimentalmente a respeito desta a¸c˜ao . nosso ouvido ´e um bom receptor de ondas sonoras. λ ´e o comprimento de onda. Maxwell inicialmente propˆos o famoso modelo dos v´ortices moleculares do campo eletromagn´etico. escreveu o primeiro artigo importante sobre a teoria dos controles e fundou. Mais tarde. al´em de outros trabalhos de muita importˆancia. Quanto maior a freq¨ uˆencia. ou ciclos por segundo). Assim como nosso ouvido que ´e capaz apenas de entender uma faixa de freq¨ uˆencias sonoras. f 10 × 103 m/s significando que pequenos circuitos el´etricos podem representar bem estes campos. em altas freq¨ uˆencias.ELETROMAGNETISMO 83 Se sabemos a freq¨ uˆencia de um som usamos a f´ormula contr´aria para descobrirmos o comprimento de onda. f ´e a freq¨ uˆencia. um campo na faixa de microondas de 1011 Hz tem o comprimento de onda λ igual a: λ= c 3 × 108 m/s = = 3 × 10−3 m. Com o objetivo de tentar explicar as tens˜oes a que estavam submetidas as linhas de de for¸ca no modelo de Faraday. Faraday e outros estabeleceram os princ´ıpios da Eletricidade. Quanto mais pr´oximas as linhas de for¸ca. por exemplo.000 Hertz). Amp`ere. certo? As ondas eletromagn´eticas de alta freq¨ uˆencia . A diferen¸ca entre as v´arias ondas eletromagn´eticas (luminosas. Por exemplo. a situa¸c˜ao ´e diferente. foi um dos motivos para o abandono da antiga teoria da a¸c˜ao `a distˆancia. mas n˜ao conseguimos ouvir ondas eletromagn´eticas.) est´ a apenas no comprimento de onda e na freq¨ uˆencia. mais agudo ser´ a o som. e no qual existissem pequenos v´ortices moleculares com os eixos de rota¸c˜ao paralelos `as linhas de for¸ca. Entretanto. ondas de r´adio. matematicamente. b) Uma indu¸c˜ao el´etrica vari´ avel ´e equivalente. h´ a um intervalo de tempo finito. o que ´e caracter´ıstico de um campo el´etrico. quer denqualquer sinal. pode-se dizer que as superf´ıcies formadas pela terra e pela camada da ionosfera formam um grande guia de onda. Einstein tamb´em propˆ os que a velocidade m´axima das intera¸c˜oes de causa-efeito ´e a velocidade da luz c. A natureza ondulat´ oria da luz foi esclarecida por James Clerk Maxwell (1831-1879). cujas velocidades s˜ao muito inferiores `a velocidade da luz. entre outras. As equa¸c˜oes de Maxwell s˜ao um grupo de equa¸c˜oes diferenciais parciais lineares sobre o tempo e o espa¸co aplicadas `as grandezas ditas “eletromagn´eticas”. a luz ´e considerada de natureza dual (part´ıcula e onda). tem-se um ressonador a elementos concentrados. a energia el´etrica e a magn´etica est˜ao distribu´ıdas no espa¸co confinado pela cavidade. pois as experiˆencias at´e hoje realizadas n˜ao as contradizem. existem v´ arios exemplos de conceitos que exigiram revis˜ao ou mesmo substitui¸c˜ ao. No caso da cavidade. O ressonador ´e dito a parˆametros distribu´ıdos. Este guia de se¸c˜ao retangular (ou quadrada) tem a particularidade de ser fechado e portanto imune ao ru´ıdo ambiente. as grandezas de interesse s˜ao a corrente e a tens˜ao nos elementos. De forma geral. permitiram-lhe desenvolver a Teoria Cin´etica dos Gases e sobretudo prever as ondas eletromagn´eticas. Como exemplo temos osciladores. Isto ´e muito parecido com o que ocorre em um circuito ressonante LC. as ondas eletromagn´eticas transmitidas por uma antena. Para conciliar os efeitos fotoel´etricos com a refra¸c˜ ao e difra¸c ao. por exemplo. Criando um sistema de superf´ıcies condutoras que possa dirigir o sentido de propaga¸c˜ao desta onda. Com isso. esse intervalo de tempo ´e consider´ avel. onde as velocidades s˜ao elevadas. passando de inteiramente el´etrica para inteiramente magn´etica e vice-versa. nos seus efeitos. medida de frequˆencia. A verifica¸c˜ao experimental de sua teoria s´ o foi poss´ıvel. a partir de um agente causal. As grandezas de interesse s˜ao valores de campo el´etrico e magn´etico e densidades de energia. As ondas eletromagn´eticas podem se propagar no v´acuo. Quando quadrado. S˜ao muito pequenos. A freq¨ uˆencia na qual a cavidade vai apresentar seu melhor aproveitamento depende da forma e das dimens˜oes desta. uma abertura (corneta) que alimenta um destes guias. e. tem a caracter´ıstica de tratar da mesma forma campos polarizados em dire¸c˜oes ortogonais e pode ser portanto usado para receber polariza¸c˜oes circulares.” E. A. A cavidade ressonante pode ser excitada por uma fonte. os quais apresentam diferentes . Uma cavidade ressonante. Maxwell apresentou as seguinte hip´ oteses: a) Uma indu¸c˜ao magn´etica vari´ avel ´e equivalente. ´e anterior `a pr´opria conceitua¸c˜ao de campo e faz-se presente em muitos escritos de f´ısicos a partir do s´eculo XVII. **Modos de Ressonˆ ancia Os guias de onda permitem a transmiss˜ao de um n´ umero infinito de modos TE e TM. quando se considerou um novo tipo de onda. de forma a manter uma onda eletromagn´etica ressonante em seu interior. nos seus efeitos. para deduzir o sistema de equa¸c˜ oes para as ondas de for¸ca el´etrica e magn´etica. filtros (´e um passa alta) e amplificadores sintonizados em frequˆencia de microondas. Com estas hip´oteses. Essas ondas surgem como conseq¨ uˆencia de dois efeitos: uma indu¸c˜ao magn´etica vari´ avel produz um campo el´etrico (e uma indu¸c˜ ao el´etrica proporcional). Isto est´a acontecendo atualmente com a luz. conhecida como teoria eletromagn´ etica da luz. os comprimentos de onda s˜ao da mesma grandeza das dimens˜oes f´ısicas do dispositivo. onde se estabelecer´a um sistema de campos el´etricos e magn´eticos oscilantes. A id´eia intuitiva de campo como algo viajando no espa¸co. est˜ao se propagando de forma n˜ao guiada. Considerando que na indu¸c˜ ao eletromagn´etica vari´avel induz uma for¸ca eletromotriz. medida de permissividade de diel´etricos. Foi um dos principais respons´aveis pelo desenvolvimento da tecnologia moderna. No caso do circuito. Desta forma. os princ´ıpios do Eletromagnetismo. No interior da cavidade. com apenas alguns comprimentos de onda. e uma indu¸c˜ao el´etrica vari´avel produz um campo magn´etico (e uma indu¸c˜ao magn´etica proporcional). ao contr´ ario das teorias mecˆanicas do ´eter que a precederam. ou fonte emissora. nada mais ´e que um guia de onda retangular oco em que as extremidades s˜ao fechadas. e n˜ ao precisam de carga ou corrente el´etrica para ser reproduzida nas regi˜ oes adjacentes. 46 mostra uma cavidade retangular com seus campos el´etricos e magn´eticos. A Fig. esta onda ser´a refletida. inversamente. Maxwell escreveu: “n˜ ao podemos evitar a conclus˜ao de que a luz consiste na ondula¸c˜ao transversal do mesmo modo que ´e a causa dos fenˆomenos el´etricos e magn´eticos. a energia eletromagn´etica armazenada oscila de um lado para outro. quando novos dados experimentais se opuseram a eles. Assim.1 Cavidades ressonantes No espa¸co. no ponto focal da superf´ıcie parab´olica. Um guia de onda ´e todo dispositivo constitu´ıdo por paredes feitas de um material bom condutor cuja forma deva ser fechada. que se propaga por um sistema oscilat´orio pelo espa¸co. Satisfaz alguns dos requisitos necess´arios para alicer¸car uma teoria gravitacional e presta-se como modelo l´ ogico para a dedu¸c˜ ao das equa¸c˜oes diferenciais do campo el´etrico estacion´ ario. sem enviar ou receber dele ´ muito usado em micro-ondas. a um campo magn´etico. por exemplo. com alto fator de qualidade.ELETROMAGNETISMO 84 dade das ondas eletromagn´eticas no espa¸co livre ´e dada por c= √ 1 µ0 0 (81) Com esta descoberta. atrav´es de uma abertura em sua estrutura. A grande maioria das antenas dom´esticas de recep¸c˜ao de televis˜ao por sat´elite tem colocado. A estas equa¸c˜oes atribuiremos a qualidade de “leis”. O talento matem´atico e not´ avel intui¸c˜ ao f´ısica de Maxwell. Sua utiliza¸c˜ao se d´a onde necessita-se de circuitos ressonantes de alta frequˆencia. as chamadas ondas eletromagn´eticas. sendo desprez´ıvel na colis˜ao de ve´ıculos. como se “guardada em uma caixa”. que propˆ os o uso de operadores diferenciais laplacianos divergente e rotacional para formular um sistema de equa¸c˜ oes a partir dos quais pode-se representar os campos eletromagn´eticos em fun¸c˜ ao do tempo e do espa¸co. Nos choques atˆ omicos. descartou o modelo mecˆanico do ´eter. para que uma part´ıcula A sofra a a¸c˜ ao da for¸ca exercida nela por B. aceita-se hoje a id´eia de f´ oton. Na hist´oria da F´ısica. diz-se que a onda est´a guiada e o nosso sistema ´e um guia de onda. E tro de equipamentos quer alimentando antenas de refletor parab´olico. Ao encontrar uma superf´ıcie qualquer condutora. a um campo el´etrico. Maxwell generalizou. Deve-se mencionar. a energia total decresce com o tempo como ´e mostrado na Fig. dar-se-´a aten¸c˜ao ao fato que. uma infinidade de modos de ressonˆancia. Assim. Na pr´atica. ` a medida que a freq¨ uˆencia aumenta. (a) e (b). somente os modos com frequˆencias de ressonˆancia mais baixas s˜ao de interesse. 47 ´trica e magne ´tica ao longo da linha central da Energia ele ´ cavidade ressonante. em particular. Ent˜ao. consiste em resolver as equa¸c˜ oes de Maxwell sujeitas `as condi¸c˜oes de contorno impostas pelo problema (campo el´etrico tangencial nulo nas paredes condutoras da cavidade). **Compara¸c˜ ao entre guias de onda. Lembre-se que as frequˆencias para cada modo. O tubo s´o transmitir´a altas freq¨ uˆencias. toda a energia e ´trica. ´e uma grande fonte de ondas eletromagn´eticas e sua importˆancia ´e indiscut´ıvel em nosso dia a dia. At´e freq¨ uˆ encias mais elevadas. duas vezes por ciclo. As freq¨ uˆencias de corte. nota-se que ele ´e capaz de transmitir energia eletromagn´etica. Fig. os conceitos de corrente. a energia oscila indefinidamente entre as formas el´etrica e magn´etica. Desta forma. torna-se progressivamente menos desej´ avel. os campos el´etrico e magn´etico est˜ao sempre em quadratura (tanto no espa¸co quanto no tempo). ´e poss´ıvel ter-se um n´ umero infinito de frequˆencias ressonantes. Em outras palavras. bem como as configura¸c˜oes dos campos dos v´ arios modos dependem de fatores geom´etricos dos guias e das constantes do material (diel´etrico) que o preenche. a energia ´e conduzida pelo espa¸co vazio dentro do tubo (por meios dos campos el´etricos e magn´eticos). No interior da cavidade. . apenas utilizando parˆametros distribu´ıdos.ELETROMAGNETISMO 85 um tubo condutor oco. Na pr´atica. a frequˆencia da fonte excitadora deve ser igual a frequˆencia de ressonˆancia escolhida para a opera¸c˜ao. a energia eletromagn´etica passa de inteiramente el´etrica a inteiramente magn´etica. seja nas paredes condutoras. A. analogamente. isto porque o guia de ondas comporta-se como um filtro passa alta para os modos TE e TM. alguns conceitos e rela¸c˜oes associados ao transporte de energia em ondas eletromagn´eticas. 46 ´tricos e Magne ´ticos em (a)Cavidade Retangular. ou seja. O Sol. Este fenˆomeno ´e de grande importˆancia e tem sido usado em diferentes aplica¸c˜oes tecnol´ogicas. tens˜ao e parˆametros concentrados ´e bastante pr´ atico. com uma configura¸c˜ ao de campo definida para cada uma. mesmo n˜ ao possuindo um condutor de retorno. o comportamento da linha de transmiss˜ ao pode ser tratado como uma extens˜ ao da teoria de circuitos. Linhas so ´trico e linhas pontilhadas representam o campo magne ´tico. Em baixas freq¨ uˆ encias. (c) e (d). permanecendo com valor total constante. desde que a velocidade de propaga¸ c˜ ao e os parˆ ametros distribu´ıdos sejam levados em conta. estes conceitos s˜ao estendidos aceitavelmente para linhas de comprimento consider´avel. a teoria de circuitos envolvendo parˆ ametros concentrados pode ser utilizada. as cavidades apresentam frequˆencias de oscila¸c˜ao discretas.2 Vetor de Poynting Fig. do ponto de vista da teoria de campos. como o transporte de informa¸c˜oes e de energia de um ponto para o outro. Deixando de lado a an´alise de circuitos. ao que ocorre no circuito LC ressonante. Uma vez que a cavidade apresenta. (t = T /4). Assim. no diel´etrico interno ou devido a existˆencia de alguma carga externa. precisamente freq¨ uˆencias maiores cujo comprimento de onda ´e da mesma ordem que do diˆametro do tubo. enquanto um quarto do per´ıodo depois ele ´ magne ´tica. as perdas tornam-se proibitivamente grandes. No tempo t = 0. A cada configura¸c˜ ao de campo eletromagn´etico no interior de uma cavidade. Analisando um dispositivo eletromagn´etico composto por Apresentamos. (b)Campos Ele ´ lidas representam o campo uma Cavidade Retangular. nesta se¸c˜ao. As tens˜oes e correntes s˜ao meramente efeitos associados ao fenˆomeno principal. Em particular. para um circuito simples. toda a energia e Se n˜ao existem perdas. sempre h´a alguma perda. de modo que quando um campo ´e m´aximo. o outro ´e nulo e vice-versa. consistindo de uma fonte e um resistor. Para uma aplica¸c˜ao espec´ıfica. O que determina se um certo modo existir´ a ou n˜ao ´e a freq¨ uˆencia do sinal a ser transmitido. dependem das dimens˜oes da cavidade e das propriedades el´etricas do diel´etrico que a preenche. que est´a associado a uma frequˆencia de ressonˆ ancia. como sugeriria a an´alise de circuitos. teoricamente. a cavidade ´e projetada e excitada de maneira que um u ´nico modo de ressonˆancia seja obtido numa faixa limitada de frequˆencia. que s´o se pode gerar um campo na cavidade excitando um modo particular. O desempenho das linhas de transmiss˜ao. 48. linhas de transmiss˜ ao e circuitos Esta compara¸c˜ao ´e de extrema importˆ ancia para entenderse a diferen¸ca entre estes trˆes dispositivos e de como funciona o guia de onda. O procedimento para obter-se as frequˆencias de ressonˆancia e as configura¸c˜ oes de campo dos v´arios modos. correspondente um modo de oscila¸c˜ao. ele configura¸c˜oes dos campos el´etrico e magn´etico em seu interior. podemos escrever as seguintes rela¸c˜oes sob a forma integral: I ~ · d~` = − E Z S ~ ∂B ~ · dS ∂t . Podemos calcular tamb´em a amplitude para o campo magn´etico. ~ · d~s por ∆V e fazendo ∆V tender a zero Dividindo S R ~·d~s ~ ·S ~ lim∆V →0 =∇ ∆V   ~ ·S ~ = − ∂ 1 E 2 + 1 µH 2 ∇ ∂t 2 2 ~ indica n˜ao s´ O vetor S o a grandeza do fluxo de energia. ´e bom estudar os campos el´etrico E ~ existentes num cabo coaxial. a densidade de energia ´e calculada por 1 3 Wm = µH 2 (J/m ) 2 no espa¸co livre as densidades de energia el´etrica e magn´etica numa onda plana progressiva s˜ ao iguais. A energia oscila de toda a energia ele ´tica 1/4 do um instante de tempo. Campos ele Fig. pois: r µ E = Z0 = H  E H = pµ  e 1 2 E = We 2 A densidade total de energia. **Na forma diferencial 1.1: Sabendo-se que a radia¸c˜ao eletromagn´etica do sol que atinge a superf´ıcie terrestre ´e da ordem de 1350 W/m2. 01 × 103 V/m.a lei de Faraday diz que o magnetismo vari´avel d´a origem a uma for¸ca eletromotriz e portanto a uma corrente el´etrica em um circuito fechado. 37 × 10−6 Tesla. 50 ˜o e deslocamento de um cabo coaxial. Num meio diel´etrico linear. obt´em-se o valor da amplitude do campo el´etrico Eo igual a 1. Lei de Faraday . chamado vetor de Poynting. Fig. a densidade de energia ´e calculada por 1 3 We = E 2 (J/m ) 2 Num meio magn´etico linear.3 Equa¸c˜oes de Maxwell com corrente de deslocamento ~ e Neste momento. ♦ A. e o magn´etico forma linhas concˆentricas ao redor do condutor central. Exemplo V. 49 ´trico e magne ´tico de um cabo coaxial. em J/m3 . ser´ a: Wm = W = We + Wm = E 2 = µH 2 Vamos considerar um pequeno volume ∆V onde ocorre uma diminui¸c˜ao de energia em fun¸c˜ ao do tempo. Usando a rela¸c˜ao B = µ0 H encontramos a amplitude da indu¸c˜ao magn´etica igual a 3.ELETROMAGNETISMO 86 Fig. O conjunto se desloca ao longo do cabo (suposto sem resistˆencia) com velocidade da luz c. Ou seja. O ponto b´asico para qualquer estudo em eletromagnetismo s˜ao as equa¸c˜oes de Maxwell. apresentadas a seguir. que ´e igual a 2. O campo el´etrico magn´etico H ´e radial. 48 ˜o da energia armazenada com o tempo em um Diminuic ¸a ´trica em ressonador. ´e obtido por ~=E ~ ×H ~ S A integral do vetor de Poynting sobre uma superf´ıcie fornece a densidade de potˆencia que atravessa a superf´ıcie (em W/m2).6 A/m. Correntes de conduc ¸a A dire¸c˜ao e o sentido do vetor de Poynting indica a dire¸c˜ao da faixa instantˆanea de potˆencia em um ponto e tamb´em indica a dire¸c˜ao e o sentido de propaga¸c˜ao do campo eletromagn´etico. para toda a energia magne per´ıodo depois.   Z ∂ 1 2 1 ~ · d~s − E + µH 2 ∆V = S ∂t 2 2 s ~ ´e a energia por unidade de ´ onde o vetor S area (watt/m2 ) que passa atrav´ R es da superf´ıcie que limita o volume ∆V . ~ n˜ao possui componente tangencial nas o campo el´etrico E superf´ıcies condutoras interna e externa do cabo coaxial. O vetor S. mas ~ tamb´em o sentido do deslocamento de energia. . sob a forma diferencial: ~ ~ ×H ~ = J~ + ∂ D ∇ ∂t Esta equa¸c˜ao mostra que n˜ ao s´ o a densidade de corrente ~ `a qual correspondem cargas “materiais” em el´etrica J. Lei de Amp`ere . pois o campo el´etrico est´a varde D. mas s´o para freq¨ uˆencias maiores que a da luz. a qual ~ e n˜ao havia aparecido at´e ent˜ ao por tratarmos de campos D ~ E est´atico ou semi-est´ aticos. ! I Z ~ ∂D ~ ~ ~ ~ · dS J+ H · d` = ∂t L(S) S ou. de acordo com a continuidade das cargas e correntes: ~ O termo ∂∂tD representa a corrente de deslocamento. tem-se: ¯ ∂E ¯ = jω E (84) ∂t Podemos fazer opera¸c˜oes semelhantes com as outras vari´aveis eletromagn´eticas H. em um capacitor. s˜ ao fechadas. pois o campo el´etrico no interior do fio est´a variando senosoidalmente com o tempo. conclu´ı-se que a corrente de deslocamento no interior do condutor aumenta com a frequˆencia. O fluxo magn´etico ´e a integral da indu¸c˜ ao magn´etica B atrav´es de uma superf´ıcie S que se ap´ oie no referido circuito fechado.ELETROMAGNETISMO 87 ou e pontual: ~ ~ ×E ~ = − ∂B ∇ ∂t Estas rela¸c˜oes dizem que a varia¸c˜ ao no tempo do fluxo magn´etico iguala o valor da integra¸c˜ ao do campo el´etrico ao longo dum circuito fechado. 3. por n˜ ao existirem cargas magn´eticas. Para contornar esta dificuldade.a lei de Gauss define fluxo magn´etico e a sua densidade. A parte real deste fasor representa o campo el´etrico em fun¸c˜ao do tempo : ¯ = E0 cos ωt E(t) = Re[E] (83) Se for aplicada a derivada `a express˜ao em rela¸c˜ao ao tempo. sob a forma diferencial: ~ ·B ~ =0 ∇ Esta equa¸c˜ao apenas nos diz que as linhas da indu¸c˜ao magn´etica (e do campo magn´etico) n˜ ao nascem nem morrem em s´ıtio algum e. mas h´a derivada ~ em rela¸c˜ao ao tempo. pois a energia ´e gerada por processos rotativos. deve-se admitir que as correntes de deslocamento podem apresentar valores significativos em rela¸c˜ ao ` as correntes de condu¸c˜ao J~ e que seus efeitos podem ser observados com mais facilidade. A corrente de deslocamento tamb´em ´e consider´avel quando houver possibilidade de um grande ac´ umulo de cargas. Na forma local. que ´e imaterial.homogˆenea na forma fasorial para o campo el´etrico. . onde j´ a n˜ ao se usam fios. ou em freq¨ uˆencias elevadas. J´ a no fio condutor h´a ambas: corrente de condu¸c˜ ao. e como estamos interessados apenas na solu¸c˜ao senoidal. utilizaremos em nossos estudos a seguinte rela¸c˜ao: ejωt = cos ωt + jsen jωt As equa¸c˜oes desenvolvidas no item anterior representam o comportamento dos campos el´etrico e magn´etico para a propaga¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas num meio qualquer. porque h´ a cargas se movendo. assim. J. considerando que este seja linear e isotr´opico. Na transmiss˜ao de potˆencia ela aparece. d´a origem a campo magn´etico. lhe pode dar origem. Considerando as aplica¸c˜ oes em altas freq¨ uˆencias. se a excita¸c˜ao for da forma senoidal. nos circuitos LC e nas cavidades ressonantes. Maxwell considerou a lei de Gauss e acrescentou um termo ` a lei de Amp´ere. propagando-se com caracter´ısticas pr´oprias para cada meio de transmiss˜ao. quando pequenos ac´ umulos resultam em grandes derivadas em rela¸c˜ao ao tempo (antenas. densidades de carga e de correntes sejam fun¸c˜oes senoidais do tempo. a energia criada por um oscilador e que se manifesta sob forma de um campo el´etrico conjugado a um campo magn´etico. Se considerarmos uma superf´ıcie S fechada e. a corrente de deslocamento ´e da maior importˆancia. movimento. J´a no v´acuo e no ar. Lei de Gauss do Magnetismo . linhas de transmiss˜ao e guias de ondas). etc. aplicando o teorema de Stokes e considerando as superf´ıcies como diferenciais. pois a sen´oide ´e a fun¸c˜ao que mais aparece na utiliza¸c˜ao dos fenˆomenos el´etricos. Nas telecomunica¸c˜oes a sen´oide est´a presente.a lei de Amp´ere diz que a uma corrente el´etrica est´a associado um campo magn´etico. vem para a primeira equa¸c˜ao de Maxwell: 2. correntes. obtendo-se as equa¸c˜oes de Maxwell na forma fasorial: ~ ×E ~ = −jω B ~ ∇ (85) ~ ×H ~ = J~ + jω D ~ ∇ (86) ~ ×E ~ = −jω B ~ ∇ (87) ~ ·D ~ =ρ ∇ (88) ~ ·B ~ =0 ∇ (89) Entende-se por onda eletromagn´etica. e que ao se integrar o campo magn´etico ao longo dum circuito fechado `a volta dessa corrente se obt´em o valor da corrente de condu¸c˜ao e deslocamento. pode-se determinar as equa¸c˜oes homogˆenea e n˜ao . valor este que ´e uma for¸ca eletromotriz. Tamb´em uma varia¸c˜ao da densidade de fluxo el´etrico. **Equa¸c˜ oes de Maxwell na forma fasorial Neste item vamos continuar o estudo das equa¸c˜oes de Maxwell. e que ela ´e consider´avel. Isto se justifica. portanto com derivada nula. Agora. ser´a ent˜ao: I ~ · dS ~=0 B S ou. No diel´etrico n˜ao h´a corrente de condu¸c˜ ao. iando com a tens˜ao e carga nas placas. Comparando as amplitudes da densidade de corrente de condu¸c˜ao e de deslocamento. admitindo agora que todos os campos. como segue: ¯ = E0 ejωt E (82) onde ω = 2πf ´e a freq¨ uˆencia do sinal senoidal e E0 ´e o valor m´aximo (de pico) do campo el´etrico. Considerando o conceito de Fasor Tens˜ao e Fasor corrente (Circuitos El´etricos). e corrente de deslocamento. por exemplo. pois ´e criada por cristais de quartzo. B. tens˜oes. 5m. determine se os campos ~ = 100sen 6 × 107 tsen z~j V/m E ~ = −0. Encontre o campo magn´etico correspondente e o vetor de Poynting. nos instantes t = 0 e t = T /12. eles n˜ao tˆem componentes nesta dire¸c˜ ao. supondo que D0 e β s˜ao maiores que zero. z.  = 0 . Se a onda se propaga no sentido do eixo z. caracterizando o que possa-se a chamar de onda TEM . A Fig.0MHz. e.ELETROMAGNETISMO 88 A. (d) a amplitude do campo magn´etico. ω0 Note que estas equa¸c˜ oes est˜ ao em fase. A partir da defini¸c˜ao de onda. P V-A. µ = µ0 ´e dada . Se a amplitude do campo magn´etico for 0. com uma freq¨ uˆencia de 9. determine E. ~ = H0 e(ωt−βz)j P V-A. Existem ainda outras formas de propaga¸c˜ ao de ondas que ser˜ao abordadas posteriormente. obtenha a equa¸c˜ao fasorial-vetorial de Helmholtz dada por 1 v=√ µ ∇ E F = −ω 2 µ0 0 E F (94) Com a unifica¸c˜ao de eletromagnetismo. utilize as equa¸c˜oes de Maxwell para encontrar as ~ B ~ eH ~ e tra¸car o gr´afico dos equa¸c˜oes dos campos vetoriais D. com troca de energia entre os campos el´etrico e magn´etico. 85 × 10−12 (Farad/metro) c2 µ0 e 0 ´e chamado de “permissividade do v´ acuo”. os campos el´etrico e magn´etico s˜ao perpendiculares em rela¸c˜ ao ao sentido de propaga¸c˜ao. e que a velocidade de propaga¸c˜ao ´e dista ncia λ ω = = (93) v= tempo T k Esboce o gr´afico dos campos para t = 0 ao longo de z.“Transversal Electromagnetic”. P V-A. (b) o per´ıodo.4: Dado E livre.2: A principal caracter´ıstica de uma onda eletromagn´etica ´e a capacidade de transportar energia entre dois pontos. µ = µ0 e uma freq¨ uˆencia de 1. (c) o valor de k se o campo for expresso por E0 cos(ωt − kz).007 A/m e o material for considerado sem perdas. e as seguintes equa¸c˜oes: ∂ 2 Bz ∂ 2 Bz = µ 2 (90) 2 ∂x ∂t Bz = B0 sen (kx − ωt) (91) Ey = E0 sen (kx − ωt) (92) em que E0 ´e uma constante. A.5 Exerc´ıcios . (d) a impedˆancia intr´ınseca. 51 ˜o de uma onda eletromagne ´tica (OEM).4GHz. 8 × 107 S/m. Assim 0 = 1 = 8. D Use as equa¸c˜oes de Maxwell para mostrar que B=− D0 β sen (ωt − βz)~j T.13a semana P V-A.5: Dado o campo magn´etico H ~ A/m no espa¸co livre.7: A partir das equa¸c˜oes de Maxwell. com um comprimento de onda λ = 0. e substituindo em 90). e arbitrando uma ~ variando senoidalmente segundo o eixo dire¸c ao para B. Os campos el´etricos e magn´eticos de alta freq¨ uˆencia propagam-se em meio n˜ao necessariamente condutores e carregam consigo uma certa quantidade de energia. pode-se demonstrar que P V-A. Maxwell comprovou que a raz˜ ao entre as unidades eletromagn´eticas e eletrost´ aticas ´e c2 .6: No espa¸co livre: ~ = D0 sen (ωt + βz)~i C/m2 . 1328 cos 6 × 107 t cos z~j A/m H satisfazem as equa¸c˜oes de Maxwell. encontre: (a) a freq¨ uˆencia.4 Constante absoluta 0 Partindo das equa¸c˜ oes de Maxwell. e (e) a amplitude do campo el´etrico. P V-A. Propagac ¸a Uma OEM ´e composta por um campo el´etrico E e um campo magn´etico H perpendiculares entre si e ao sentido de propaga¸c˜ao. quando σ = 5. (c) a constante de fase. P V-A. ache: (a) a velocidade de propaga¸c˜ao.  = 0 e µ = µ0 . 51 mostra que. ficou claro que as unidades do eletromagnetismo deveriam ser definidas somente em termos de uma destas leis e da velocidade da luz. (b) o comprimento de onda. P V-A. campos el´etrico e magn´etico em fun¸c˜ao de z.1: Se σ = 0.8: O campo el´etrico de uma onda plana uniforme no ar tem uma amplitude de 8 V/m no sentido do eixo x. ou seja. e a subseq¨ uente compreens˜ao de que a velocidade de luz c ´e uma constante fundamental. ~ = E0 sen (ωt − βz) ~j V/m no espa¸co P V-A.  = 40 . 2 P V-A.9: Calcule a raz˜ao entre as densidades de corrente de condu¸c˜ao e de deslocamento para o campo el´etrico E = E0 sen (ωt) V/m. A quantidade dessa energia por unidade de tempo e por unidade de ´area ´e chamada de vetor de Poynting ~=E ~ × H.3: Uma onda plana uniforme est´a se propagando no polietileno (ver tabelas com suas propriedades). tem-se campo el´etrico senoidal no eixo y.10: A densidade de corrente de deslocamento em um certo material em que σ = 0. Fazendo as derivadas primeiras e segundas de 91) e 92). ~ O campo el´etrico de uma onda eletromagn´etica S plana ´e dado pela express˜ao: ~ = E0 cos ω (√µz − t)~i + E0 sen ω (√µz − t) ~j V/m E Fig. e como mostra a Fig. r = a e r = b.20: Sendo E = 200e4x−kt~j V/m no v´ acuo. 8 × 107 (Ωm)−1 . ´e um fenˆomeno puramente geom´etrico e sua intensidade ´e dada por: P = Pt 4πr2 onde: r .12: Sendo o campo el´etrico E V/m no v´acuo. Agora utilize a forma pontual da Lei de Faraday e uma ~ e H.distˆancia entre a origem e a frente de onda.ELETROMAGNETISMO 89 por 2 cos(ωt−5z)~i µA/m2 . .16: Calcule a raz˜ ao entre as amplitudes das densidades de corrente de condu¸c˜ ao e de deslocamento para o campo el´etrico E = E0 cos ωt V/m no: 1. em Watts Atrav´es das equa¸c˜oes de propaga¸c˜ao anteriormente definidas. ~ = 200e(4x−kt) ~j P V-A. use as equa¸c˜ oes de Maxwell para encontrar o campo magn´etico e a express˜ ao da constante k na equa¸c˜ao do campo el´etrico. dada por: √ 30Pi E= r onde: E . P V-A. r = 80.potˆencia irradiada por uma fonte isotr´opica. Representac ¸a B. µ = µ0 e σ = 0.000rad/s. sendo caracterizada por um vetor de Poynting independente das coordenadas θ e φ de um sistema de coordenadas esf´ericas. ~ para encontrar D 2. P V-A. σ = 5. ´ 2. use as ~ sabendo que equa¸c˜oes de Maxwell para encontrar k e H. use as equa¸c˜ oes de Maxwell para encontrar o campo magn´etico e a express˜ ao da constante k na equa¸c˜ao do campo el´etrico. r = 2. determinando frentes de onda cuja potˆencia diminui inversamente proporcional ao quadrado da distˆancia. conclui-se que existem regi˜oes no espa¸co que apresentam os mesmos valores de campo e fase e aproximadamente a mesma distˆancia da fonte de excita¸c˜ao. 3. em V/m Pi . em metros P . todos os campos variam com e−kt . 1. 5 e µr = 1 tem uma condutividade σ. Forma¸c˜ ao das ondas eletromagn´eticas B.000rad/s. quando ela avan¸cou λ/8 considerando sua velocidade com 3 × 108 m/s e a freq¨ uˆencia angular ω = 106 rad/s.11: Sendo o campo el´etrico E V/m no v´acuo. em W/m2 Pt . t). Quando estas frentes de onda est˜ao a uma certa distˆancia da fonte de sinal.15: No espa¸co livre E = 50 cos(ωt − βz)V/m. principalmente. ω = 1. ´e uma fonte ideal chamada antena isotr´opica. A estas regi˜oes chama-se frente de onda.  = 0 . Sendo E = 60 cos 105t~i V/m. (c) a condutividade para a qual s˜ao iguais amplitudes das densidades de corrente de deslocamento e de condu¸c˜ao. P V-A. P V-A.potˆencia transmitida. Calcular a potˆencia m´edia que atravessa uma ´ area circular de raio 2. as OEM espalham-se uniformemente em todas as dire¸c˜oes (isotr´opica) a partir do ponto de origem. (b) J~d . P V-A.000rad/s.´e a densidade de potˆencia `a distˆancia r de uma fonte isotr´opica.5 m pertencente a um plano Z constante. Na pr´atica. 52 ˜o geome ´trica de onda esfe ´rica.14: No espa¸co livre ~ t) = 103 cos(ωt − βz)~j V/m.  = 40 e µ = 5µ0 . nestas condi¸c˜oes. Fig. e.intensidade do campo el´etrico. ω = 1. seu valor ´e apenas como modelo te´orico a ser usado. ω = 1. ou seja. 53. utilize a forma pontual da lei circuital de Amp´ere para achar a densidade de corrente de deslocamento. Repetir para ω = 2 × 106 rad/s. P V-A. Encontre a corrente total de deslocamento atrav´es do diel´etrico e compare-a com a corrente da fonte. No espa¸co. para encontrar B 3. Use a defini¸c˜ao da densidade de corrente de deslocamento ~ e E. Qual deve ser o valor de ω? P V-A. tem a forma esf´erica em torno da fonte puntual. Esbo¸car a onda em t = 0 e em t = 1. E(z. P V-A. uma vez que a sua curvatura ´e praticamente nula. cuja propriedade fundamental consiste em irradiar uniformemente em todas as dire¸c˜oes. Encontre o campo deslocamento el´etrico e o campo magn´etico. Cobre. em Watts Outra quantidade bastante relacionada com as OEM ´e a intensidade de campo. σ = 2 × 10−16 (Ωm)−1 .13: Uma onda propagante ´e descrita por y = 10sen (βz − ωt). o projeto desta antena n˜ao ´e execut´avel. σ = 2 × 10−4 (Ωm)−1 . O enfraquecimento da OEM. a sua forma pode ser considerada como um plano e n˜ao mais como um segmento de esfera.19: Um material para o qual r = 1.1 Ondas planas Onda esf´erica e antena isotr´ opica O irradiador mais simples a ser considerado. Obter H(z. e a regi˜ao entre elas est´ a preenchida com um material para o qual  = 0 r . Agua destilada. ~ = 200e(4x−kt) ~j P V-A.17: Uma fonte de tens˜ ao V0 sen ωt est´ a conectada entre duas esferas condutoras concˆentricas. ~ integra¸c˜ao no tempo.18: A densidade de corrente de deslocamento ´e dada por 2 cos(ωt − 5z)~i µA/m2 em um material para o qual σ = 0. Finalmente. Polestireno. determinada a partir da capacitˆancia e m´etodos de an´alise de circuitos. b > a. 54. como antena de referˆencia para comparar as propriedades de outras antenas. ache: (a) J~c . Isto significa que. A onda ´e dita circularmente polarizada. Uma onda eletromagn´etica n˜ao pode ter as componentes dos campos el´etrico e magn´etico na dire¸c˜ao de propaga¸c˜ ao z. resulta numa grande simplifica¸c˜ ao das equa¸c˜ oes diferenciais. basta fixarmos z constante e observar a figura descrita pela extremidade do vetor campo el´etrico. Esta considera¸c˜ao. **Polariza¸c˜ ao de ondas planas A dire¸c˜ao do campo el´etrico de uma OEM ´e paralela ao eixo longitudinal do elemento irradiante da antena e determina sua polariza¸c˜ ao. Define-se onda plana. como sendo uma frente de onda onde os campos s˜ao uniformes e a propaga¸c˜ ao se d´ a numa dire¸c˜ao constante e definida. e considerando que a onda preenche todo o espa¸co nas trˆes dimens˜ oes. para um determinado valor de z. por exemplo os pontos de amplitude m´ axima. a vari´avel (ωt − βz) cresce com o tempo portanto a rota¸c˜ao ´e no sentido indicado na Fig. elipse sobre a qual a extremidade do vetor vai ficar. ♦ Exemplo V. A onda ´e dita elipticamente polarizada. Para obtermos a polariza¸c˜ao de uma onda em propaga¸c˜ ao. Ex (t. Uma onda plana pode tamb´em ser definida como uma onda em que o lugar geom´etrico dos pontos com a mesma fase ´e um plano. ao girar. 56. z) = 5sen (ωt − βz) Ey (t.ELETROMAGNETISMO 90 Fig. vem: Ey2 Ex2 + =1 16 3 Fig. Caso as amplitudes das duas componentes fossem iguais.4: Estudar a polariza¸c˜ao do campo: ~ = 4/ 0~i + 3/ 0~j E Solu¸c˜ao: Passando para o dom´ınio do tempo: E(t) = Ex~i + Ey~j Ex = X = 4 cos ωt Ey = Y = 3 cos ωt eliminando o tempo vem: Y = 3 X 4 . a tempo constante. z) = 5 cos(ωt − βz) eliminando (ωt − βz). seria circularmente polarizada. 54 Onda plana . obtemos a equa¸c˜ao de um plano. Polarizac ¸a Fig. vari´aveis em rela¸c˜ao ao tempo.3: Discutir a polariza¸c˜ao da onda de campo el´etrico dada por: ~ = 5/ − 90e−jβz~i + 5/ 0e−jβz~j E Solu¸c˜ao: ~ z) = 5sen (ωt − βz)~i + 5 cos(ωt − βz)~k E(t.2: Estudar a polariza¸c˜ao do campo: ~ = 4/ 0~i + 3/ − 90~j E Solu¸c˜ao: E(t) = 4 cos ωt + 3sen ωt Ex = 4 cos ωt Ey = 3sen ωt eliminando o tempo. ter componentes em x e em y. 55 ˜o de uma onda eletromagne ´tica. Se numa onda tomarmos pontos de fase constante. O sentido de rota¸c˜ao depende da defasagem ser mais ou menos noventa graus. 53 ˜o geome ´trica de onda plana. temos o c´ırculo: Ex2 + Ey2 = 25 Para determinado z. Se considerarmos a fase e. fizermos o seu valor constante. ♦ Exemplo V.frente de onda. por´em estes campos podem. obtemos um plano. Onda plana uniforme: Uma onda plana e uniforme ´e uma onda plana em que a onda apresenta o mesmo valor de amplitude em todos os pontos desse plano. Representac ¸a Exemplo V. os campos el´etrico e magn´etico podem ser considerados uniformes a um instante de tempo espec´ıfico. TEM Onda eletromagne m ν=[ ] s r 1 ν= µ no v´acuo ν = 300 × 106 m/s. tem-se − ∂Hz ∂Ey = − ∂x ∂t ~ ×E ~ = A equa¸c˜ao de Maxwell obtida da lei de Faraday ´e ∇ e. e depende das caracter´ısticas do meio µ e  x - Hz ~ em rela¸c˜ao a posi¸c˜ao com a (1) relaciona a derivada de H ~ derivada no tempo de E. o qual por sua vez. **Equa¸c˜ ao da onda plana Vimos que as ondas planas s˜ ao boas aproxima¸c˜ oes das ondas reais em muitas situa¸c˜ oes pr´ aticas. com a velocidade da luz. Veremos que os campos eletromagn´eticos s˜ ao regidos por equa¸c˜oes de ondas . Derivando (1) e (2) em ordem inversa. Polarizac ¸a ∂Ey ∂Bz =− ∂x ∂t como B = µH.ELETROMAGNETISMO 91 ~ e Tomamos a onda que se propaga segundo o eixo x. circular ou linear. E ~ ~ D tˆem apenas componente em y. que varia com o tempo. ~ em rela¸c˜ao a posi¸c˜ao com a (2) relaciona a derivada de E ~ derivada no tempo de H. temos ∂Ey ∂Hz = −µ ∂x ∂t Reta sobre a qual o campo vai ficar variando: a onda ´e dita linearmente polarizada. que se a polariza¸c˜ ao el´etrica ´e linear. 56 ˜o circular. ♦ O campo magn´etico por sua vez determina a polariza¸c˜ao magn´etica que tamb´em pode ser el´ıptica. gera um campo el´etrico. Comparando as duas equa¸c˜oes anteriores tem-se ∂ 2 Ey 1 ∂ 2 Ey = ∂t2 µ ∂x2 Esta equa¸c˜ao descreve a varia¸c˜ao da grandeza Ey (intensi´ chamada dade do campo el´etrico) na posi¸c˜ao e no tempo. gera um campo magn´etico e como o processo se repete. Evidentemente. em coordenadas retangulares. z Fig. conforme a Fig.equa¸c˜ ao nas quais as derivadas de segunda ordem em rela¸c˜ ao ao espa¸co s˜ ao proporcionais a derivada segunda em rela¸c˜ ao ao tempo. E. Vamos considerar uma Onda Eletromagn´etica Transversal ~ eH ~ ficam num plano perpendicular a dire¸c˜ao (TEM). onde E ~ tem somente componente na de propaga¸c˜ao. H somente componente em z. 1 Fazendo ν 2 = µ y 6 2 ∂ 2 Ey 2 ∂ Ey = ν ∂t2 ∂x2 Ey 6 onde a unidade de ν corresponde `a velocidade de fase. ∂ ∂Hz ∂ 2 Ey [ ] = − 2 ∂t ∂x ∂t e 1 ∂ 2 Ey ∂ ∂Hz ] − = [ µ ∂x2 ∂t ∂x volt volt = ν2 segundo2 metro2 - Sentido de propag. Neste tipo de onda pode-se considerar que o campo magn´etico. que ser´ a vista a seguir. E equa¸c˜ao da onda em Ey . a polariza¸c˜ao magn´etica tamb´em o ser´ a. 57 ´tica plana transversal . pois a rela¸c˜ ao entre elas ´e atrav´es da impedˆancia intr´ınseca. como o meio ´e n˜ao condutor ~ ~ ×H ~ = ∂D J~ = 0 a equa¸c˜ao de Maxwell se reduz a ∇ ∂t e. a onda se propaga atrav´es do espa¸co vazio. Derivando (1) em rela¸c˜ao ao tempo e (2) em rela¸c˜ao `a posi¸c˜ao. 57. variando com o tempo. tem-se − ∂Hz ∂Dy = ∂x ∂t e como D = E. **Solu¸c˜ oes da equa¸c˜ ao da onda . obt´em-se: 1 ∂ 2 Hz ∂ 2 Hz = ∂t2 µ ∂x2 chamada Equa¸c˜ ao de D’Alembert. O campo E ~ tem componente somente na dire¸c˜ao de ou e o campo H dire¸c˜ao de oz. procedendo como na equa¸c˜ao anterior temos: ~ − ∂∂tB Fig. estamos considerando a constante de atenua¸c˜ ao α = 0 na express˜ao geral de uma onda de campo el´etrico. como na Fig. a meios indefinidos diferentes correspondem ondas com diferente constante de propaga¸c˜ao. ou seja. que tˆem como fun¸c˜ao exprimir numericamente estas quantidades.Forma exponencial Ey = E0 ej(ωt + βx) ν onde: β = 2π λ = ω . λ . As amplitudes e fases destas duas novas ondas dever˜ ao poder ser calculadas a partir dos valores da amplitude e fase da onda incidente e das caracter´ısticas dos dois meios.Forma exponencial Ey = E1 ej(ωt − βx) 2. os vetores E fazem um ˆangulo de 90 graus. deve ser observada uma decomposi¸c˜ao da onda incidente em onda refletida e onda transmitida. refletida e transmitida. incidente. considerase a continuidade das componentes tangenciais do campo magn´etico. podem n˜ao ter m´aximos ou m´ınimos simultaneamente. Para uma polariza¸c˜ao horizontal (ondas TE). a an´alise da reflex˜ao e refra¸c˜ao faz-se de acordo com os parˆametros caracter´ısticos do meios considerando a continuidade das componentes tangenciais do campo el´etrico nos dois lados da fronteira e lembrando que no meio 1 existem simultaneamente as ondas incidente e refletida e no meio 2 apenas a transmitida. define-se os coeficientes de reflex˜ao e transmiss˜ao.comprimento de onda **Impedˆ ancia dos meios diel´etricos Seja uma onda TEM com Ey = E0 sen (ωt − βx) e Hz = H0 cos(ωt − βx) fazendo opera¸c˜ oes matem´ aticas. As solu¸c˜oes podem ser: 1. as trˆes ondas.2 Reflex˜ao de ondas entre dois meios 2 ∂ 2 Ey 2 ∂ Ey = ν ∂t2 ∂x2 ´e uma equa¸c˜ao diferencial. face `a dire¸c˜ao de polariza¸c˜ao do campo el´etrico em rela¸c˜ao ao plano de separa¸c˜ao dos dois meios (o qual se considera horizontal). na fronteira. Onda para a esquerda . Onda para a direita . Estas designa¸c˜oes TE e TM ser˜ao justificadas mais adiante. as caracter´ısticas das ondas dependem dos meios e assim. Desta forma. Em um meio indefinido. Podem estar em fase. Em todo o meio 2 e em todo o tempo existe a onda transmitida. Pode-se enunciar este problema formulando a seguinte pergunta: O que acontece a uma onda EM que se propaga em meio indefinido e atinge a superf´ıcie de separa¸c˜ ao com outro meio? Em termos gerais. ou n˜ao. Quando uma onda atravessa um meio e penetra noutro h´a uma altera¸c˜ao que. ou seja. Assim. Vamos tratar de ondas polarizadas linearmente. ou seja. Quando consideramos a densidade de corrente de condu¸c˜ ao nula J~c = 0. 51. 51.Forma trigonom´etrica Ey = E1 sen (ωt − βx) . Vamos considerar ~ ´e sempre horizonondas polarizadas linearmente em que E tal (polariza¸c˜ao horizontal) e ondas polarizadas linearmente ~ est´a sempre em um plano vertical (polariza¸c˜ao em que E vertical). E = E0 e−dz cos(ωt − βz) ou em nota¸c˜ao exponencial (fasorial) E = E0 e−dz e−jβz E = E0 e−(d+jβ)z O termo (d+jβ) ´e representado por γ (gamma) e chamado constante de propaga¸c˜ ao. Para uma polariza¸c˜ao vertical (ondas TM). quanto da onda incidente ser´a refletida e quanto dela ser´a transmitida. tamb´em obedece `as equa¸c˜oes de Maxwell. ` polariza¸c˜ao horizontal tamb´em chamaremos ondas TE A ` polariza¸c˜ao vertical tamb´em (Transversais El´etricas).ELETROMAGNETISMO 92 A equa¸c˜ao B. parcial e linear de segunda ordem. onde o seu significado aparece naturalmente. pode-se demonstrar que r E0 µ = H0  representada por r Z= µ  que ´e chamada impedˆ ancia intr´ınseca do meio.constante de defasagem. . S˜ao portanto as condi¸c˜oes de fronteira que nos dar˜ao as leis de reflex˜ao e de refra¸c˜ao entre dois meios. A onda ´e polarizada linearmente quando a proje¸c˜ao dos ~ ou H ~ em um plano perpendicular a ~k (dire¸c˜ao de vetores E propaga¸c˜ao) est´a sempre sobre uma linha. Desta forma. Como estamos a estudar fenˆ omenos est´ aveis no tempo (indefinidos no tempo). A chamaremos ondas TM (Transversais Magn´eticas). no espa¸co. em todo o meio 1 e em todo o tempo existem a onda incidente e a refletida.Forma trigonom´etrica Ey = E0 sen (ωt + βx) . A constante de propaga¸c˜ao ´e calculada por r σ √ γ = jω µ 1 − j ω A impedˆancia intr´ınseca do meio ´e calculada por s jωµ z= σ + jω ou r z= µ 1 σ  1 − j ω Tangente de perdas O fasor densidade de corrente J¯ ´e a soma dos fasores densidade de corrente de condu¸c˜ ao J¯c e densidade de corrente de deslocamento J¯d . a resposta ´e a seguinte: aparece uma onda EM refletida no primeiro meio e uma onda EM transmitida ao segundo meio. Para o v´acuo Z = 120πΩ. Esta quest˜ao da polariza¸c˜ao permite dividir a resolu¸c˜ao do nosso problema em duas situa¸c˜oes distintas. Quando ocorre uma incidˆencia de onda plana sobre uma superf´ıcie de separa¸c˜ao entre dois meios. ¯ J¯c = σ E ¯ J¯d = jω E ¯ J¯ = (σ + jω) E O termo entre parˆenteses ´e representado pela tangente de perdas σ tan θ = ω Como foi dito anteriormente. **Ondas planas em diel´etricos dissipativos Todos os materiais diel´etricos tˆem uma certa condutividade que algumas vezes pode ser desprezada. co-existem no tempo e no espa¸co. ser´a necess´ario identificar quais as propor¸c˜oes em que isto ocorre. Para visualizar uma onda EM podemos pensar no conjunto de trˆes vetores como apresentado na Fig. ~ eH ~ s˜ao sempre ortogonais. em rad/m. Hertz notou uma fa´ısca (espira de recep¸c˜ao). gera-se uma corrente de deslocamento entre as duas placas superficiais extremas. a qual pode igualar o valor da corrente de condu¸c˜ao que existia no condutor da antena. ser´ a composto apenas pela onda transmitida. Uma bobina de indu¸c˜ao carregava o dipolo at´e ` a ruptura no entreferro. de nesses extremos existirem grandes superf´ıcies met´alicas. pode-se observar que o campo resultante do meio onde ocorre a incidˆencia (meio 1). Esta corrente constante ao longo do seu comprimento ´e uma corrente de condu¸c˜ao que corresponde portanto a uma real oscila¸c˜ao de el´etrons do material condutor que constitui a antena. e a incidˆencia obl´ıqua a esta superf´ıcie. A antena tipo ‘dipolo curto de Hertz’. Nos Fig. 59 Dipolo de Hertz. Tudo come¸ca. antena ainda hoje de uso comum. 58 apresenta o esquema da reflex˜ ao total. Estas oscila¸c˜ oes constitu´ıram um trem de ondas que correspondeu ` a primeira emiss˜ ao provocada e controlada de ondas EM. a incidˆencia sobre uma superf´ıcie pode ocorrer de duas maneiras: a incidˆencia normal `a superf´ıcie de separa¸c˜ao. B. no dom´ınio p´ ublico. frequentemente. Voltando um pouco `a hist´oria temos que o desenvolvimento das antenas ´e paralela `a das telecomunica¸c˜oes e esta `a da eletrˆonica. de um condutor fino de comprimento L. dois extremos desse fio condutor essa corrente anula-se necessariamente pois deixa de haver condutor. 60 Dipolo curto.3 Irradia¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas As ondas EM que Maxwell previu e predisse n˜ao foram verificadas sen˜ao em 1887 por Heinrich Hertz. ser´ a composto pela onda incidente somada com a onda refletida e o campo resultante do meio de transmiss˜ ao (meio 2). simplesmente. A Fig. curta (pequena comparada com o comprimento de onda) e com uma distribui¸c˜ao de corrente constante ao longo do seu comprimento. O forte campo magn´etico da corrente de ruptura dava origem a uma corrente de deslocamento que recarregava as placas com cargas de sinal contr´ ario e originava nova ruptura agora de sentido inverso. Hertz n˜ao teve qualquer preocupa¸c˜ ao em passar para a sociedade as potenciais vantagens das suas descobertas. Esta experiˆencia de Hertz ficou c´elebre e a sua fonte conhecida como o dipolo de Hertz. com uma corrente uniforme I e cargas puntuais q nos extremos. Nestes dois casos. Esta antena foi constru´ıda como duas grandes placas met´ alicas. 60 tem comprimento L.ELETROMAGNETISMO 93 De uma forma geral. interrompido a meio com um entreferro. entre os meios. a corrente de condu¸c˜ao n˜ao se anula nos extremos do fio da antena e mant´em-se constante. ∆t Um condutor linear curto ´e. Portanto o dipolo consiste. no entreferro da qual. quando Marconi consegue a primeira transmiss˜ao . Esta experiˆencia hist´ orica permitiu o inicio da ´epoca das telecomunica¸c˜oes por ondas EM e indicou formas eficientes de emiss˜ao e recep¸c˜ao de ondas. colocada em um refletor cil´ındrico-parab´olico. onde se distribui uma grande quantidade de carga. era um f´ısico e morreu muito novo. ou seja de antenas. que ´e muito curto comparado ao comprimento de onda (L << λ). Estas ondas foram recebidas por uma espira. o f´ısico que construiu uma fonte e mediu e caracterizou a sua irradia¸c˜ao. ele ´e um dipolo infinitesimal. chamado de dipolo curto. A corrente e a carga est˜ao relacionadas por: ∆q I= . com 32 anos. Desta forma. O dipolo curto mostra na Fig. quando o meio 2 ´e um condutor perfeito. Fig. no in´ıcio do s´eculo. Fig. de 40 cm2 cada. embora possa ser muito curto. Se o dipolo for extremamente curto. provando assim a teoria de Maxwell. 58 Ondas incidente e refletida. caracterizase por ser uma antena linear. Um dipolo curto ´e sempre de comprimento finito. ligadas entre si por um fio met´ alico de 60 cm de comprimento. assim chamada por se inspirar diretamente na constru´ıda por Hertz. No entanto. 61 ´ ximos e campos distantes. havendo j´a em 1924 sistemas de onda curta de telefonia para aplica¸c˜ao especial nas comunica¸c˜ oes com navios.´e capaz de realizar transmiss˜ao e recep¸c˜ao de sinais simultaneamente. Popov na R´ ussia e especialmente Marconi. A radia¸c˜ ao ou lan¸camento de ondas no espa¸co ´e eficientemente efetuado com o aux´ılio de condutores ou estruturas diel´etricas chamadas de antena. ´e conhecido como radiador ou antena. tanto transmite como recebe ondas eletromagn´eticas. sendo induzida uma corrente que produz uma tens˜ao de alta freq¨ uˆencia entre seus terminais. eficiˆencia de irradia¸c˜ao. e. que s˜ ao a radia¸c˜ao eficiente e o casamento de impedˆ ancia de ondas na condi¸c˜ao de reduzir a reflex˜ao. A irradia¸c˜ao de ondas a partir de uma antena ´e um 94 Fig. estudo dos campos no espa¸co devido `a distribui¸c˜ao de corrente na fonte (diagramas de campo e irradia¸c˜ao). As cargas el´etricas s˜ ao fontes de campos eletromagn´eticos. os efeitos da indu¸c˜ao s˜ao importantes em casos onde a antena encontra-se em espa¸cos fechados (considerando-se as dimens˜oes do comprimento de onda). Campos pro fenˆomeno el´etrico dinˆamico. como por exemplo a freq¨ uˆencia industrial). Por´em. resistˆencia de irradia¸c˜ao. predomina a radia¸c˜ao dos campo el´etrico e magn´etico. O desenvolvimento da eletrˆonica permitiu em poucos anos instalar sistemas de telecomunica¸c˜oes sem fios por todo o mundo. As componentes de campo predominam nas vizinhan¸cas e s˜ao conhecidas como campos de indu¸c˜ao. uma parcela desta energia surgir´a nas vizinhan¸cas do fio. t˜ ao eficientemente quanto poss´ıvel. percebe-se que o campo eletromagn´etico consiste de duas partes. ou seja. associada a um campo eletromagn´etico. trataremos de algumas caracter´ısticas importantes relacionadas `as antenas: . . estudo da potˆencia total irradiada. seus modelos b´asicos e algumas aplica¸c˜oes pr´aticas. ent˜ao. a energia irradiada ser´a muito pequena. Em uma antena receptora. mas nem toda estrutura pode servir como um eficiente mecanismo de radia¸c˜ ao. Teoricamente qualquer estrutura pode irradiar ondas eletromagn´eticas. visto que o fenˆomeno inverso ´e verdadeiro.ELETROMAGNETISMO codificada atrav´es do Atlˆ antico. o objetivo ´e excitar ondas de uma determinada fonte na dire¸c˜ao ou dire¸c˜oes requeridas. por´em lentamente. Antenas intencionais s˜ ao estruturas constru´ıdas com o fim espec´ıfico de transmitir e/ou receber sinais de alta freq¨ uˆencia. O sistema que age como a transi¸c˜ ao entre um guia de ondas e o espa¸co livre. **Caracter´ısticas das antenas Anteriormente discutimos a base elementar da vasta teoria de antenas. A irradia¸c˜ao de energia eletromagn´etica de um circuito. etc. instrumentos. Para os fenˆomenos est´aticos ou quase-est´aticos (baixas freq¨ uˆencias. As antenas usam tens˜ ao e corrente de uma linha de transmiss˜ao (ou campo eletromagn´etico de um guia de onda) para lan¸car uma onda eletromagn´etica em um meio. A regi˜ao de irradia¸c˜ao ´e utilizada somente para fins de comunica¸c˜ao. Por´em. dentre outros aspectos. A energia irradiada pela antena se propaga na forma de ondas progressivas que viajam na velocidade da luz para o meio considerado. **Irradia¸c˜ ao Se for introduzida uma carga em um determinado fio de dimens˜oes finitas e esta carga ´e revertida. Antenas N˜ ao-intencionais s˜ ao pontos de emiss˜ao ou susceptibilidade de sinais de alta freq¨ uˆencia que fazem parte de qualquer equipamentos. a irradia¸c˜ao ´e inexistente ou pode ser desconsiderada. Existem duas causas principais pelas quais as antenas s˜ ao utilizadas. Esta foi a primeira antena linear. da freq¨ uˆencia de oscila¸c˜ao das cargas na antena. uma tens˜ ao de alta freq¨ uˆencia aplicada aos seus terminais produz uma corrente capaz de excitar um campo eletromagn´etico no espa¸co. se o tempo de carga e descarga passar para intervalos cada vez menores. Eles tornam-se muito pequenos para grandes distˆancias da antena e n˜ao contribuem para a potˆencia irradiada pela antena. deseja-se minimizar a perda de potˆencia por irradia¸c˜ao. Esta energia se propa- . ondas eletromagn´eticas se propagam ao longo destas fontes e uma radia¸c˜ao acontece. As antenas s˜ ao estruturas associadas ` a regi˜ao de transi¸c˜ao entre uma onda guiada e uma onda no espa¸co livre. Eles representam a energia reativa que ´e armazenada nos campos durante uma parte do ciclo e ´e devolvida para a fonte durante a outra parte. Nesta regi˜ao. o fenˆ omeno inverso se verifica. colocada na presen¸ca de um campo eletromagn´etico. e se estas fontes s˜ ao variantes no tempo. `as 12 h e 30 min. Estes campos cont´em a energia irradiada pela antena esta energia depende do tempo. (causam problemas de compatibilidade magn´etica) Em uma antena transmissora. Uma antena pode ser usada para transmitir ou receber energia eletromagn´etica. de forma que a energia associada retorne ao circuito durante este intervalo. para o meio adjacente ou vice e versa. Neste cap´ıtulo. no qual a onda ir´ a se propagar. em Inglaterra desenvolvem as antenas e este u ´ltimo ´e o grande engenheiro das telecomunica¸c˜ oes. Alguns problemas s˜ao encontrados na transmiss˜ao e recep¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas: escolha do tipo de antena para obten¸c˜ao da distribui¸c˜ao de campos desejada. isolada. antes que a energia retorne ao circuito.´e bidirecional. O presente estudo se preocupar´a com as antenas transmissoras. impedˆancia de entrada da antena em fun¸c˜ao da freq¨ uˆencia. A segunda parte compreende os campos na regi˜ao distante. cavidade ressonante ou sistema de guia de onda pode ser importante ou como um fenˆ omeno de fuga indesejado ou como um processo de excita¸c˜ ao de ondas no espa¸co. no dia 12 de Dezembro de 1901. **Campos pr´ oximos e campos distantes Aplicando a teoria eletromagn´etica em uma antena de dimens˜oes pequenas. Quando a irradia¸c˜ao ´e desejada. A primeira corresponde ao campo em regi˜ao pr´oxima `a antena. A antena de recep¸c˜ ao foi um “papagaio” de Franklin com 150 m de altura. No primeiro caso. Radia¸c˜ao pode ser conceituado como o processo de transmitir energia el´etrica. e isto pode ser feito pela configura¸c˜ ao do circuito de carga ou pela adi¸c˜ao de blindagem. ou seja. Uma antena pode ser vista como um transdutor (transformador) usado no casamento de linhas de transmiss˜ao ou usadas na dire¸c˜ao da onda a ser lan¸cada (guia de onda). −2) a (10−3 . 63 ~ eH ~ . Calcular: 1. b = 4. Na vertical. exemplifica a irradia¸c˜ ao onda eletromagn´etica ~ e H. . determina-se a corrente em seu ponto m´aximo ou nos terminais da antena. 0) a (5 × 10−3 . Ache a fem gerada ao longo do caminho (10−3 . Determine L. 031/rc ) cos 6 × o ar como diel´etrico e um campo H 107 πt cos 0. Esta resistˆencia ´e dada por: R0 = Fig. formando an´eis (loop). 62 exemplifica este fenˆ omeno. Mostre que a express˜ao simples B satisfaz `as equa¸c˜oes de Maxwell no ar. considerando a impedˆancia intr´ınseca do espa¸co livre. Ache H. quando a tens˜ao entre os dois p´ olos ´e m´ axima. Mesmo os condutores da antena n˜ao apresentando resistˆencia consider´avel. Use as equa¸c˜oes de Maxwell que envolvem o rotacional para determinar β. comprimento de onda. Determine a densidade superficial de carga no condutor interno em fun¸c˜ao de φ. passam a se propagar pelo espa¸co numa velocidade pr´oxima `a da luz. atrav´es de ondas eletromagn´eticas.4: Para a ´agua destilada temos permissividade relativa r = 50 e condutividade σ = 20(Ω m)−1 . vemos as duas metades da antena. 5mm. pode-se perceber que a freq¨ uˆencia de oscila¸c˜ao na antena ´e que determinar´ a a magnitude da energia irradiada. P V-B. Desta forma.14a semana P V-B. 1. aplica-se onde a irradia¸c˜ao resulta de uma corrente bem definida em um u ´nico condutor linear. h´a uma dissipa¸c˜ao de calor. as linhas ligando as duas partes da antena representam o campo el´etrico. constante de propaga¸c˜ao. Qual ´e a amplitude dos campos ~ e magn´etico H? ~ el´etrico E Fig.Pote ´tica com os campos E ˆncia Onda eletromagne irradiada gar´a pelo espa¸co. As linhas do campo que se soltaram. 2. 2πz~uφ A/m.ELETROMAGNETISMO 95 **Resistˆencia de irradia¸c˜ ao Na maioria das antenas. e. A Fig. 4. 5. Feno ¸a 2P I02 onde P ´e a potˆencia total irradiada. constante de fase. ~ para uma antena de comprimento L e os campos E colocada no centro da esfera (coordenas esf´ericas). vale 73. em Watts. a irradia¸c˜ao ´e associada `a corrente de alta freq¨ uˆencia em um condutor ou condutores. ~ = cos 2π60t~i T n˜ao 1. para qualquer freq¨ uˆencia. O campo el´etrico ~ = (100/rc ) cos(108 t − βz)~ur V/m. Ao longo de que segmentos do caminho temos E·d P V-B. ´e dado por E c 1. P V-B. 0) a (5 × 10−3 . P V-B. 0o . 0). A resistˆencia de irradia¸c˜ao para uma antena tipo dipolo de meia-onda. P V-B. convertida de energia el´etrica em calor por uma resistˆencia fict´ıcia chamada de resistˆencia de irradia¸c˜ao (dizemos fict´ıcia. a tens˜ao tornou-se nula e as linhas do campo soltaram-se. 3.2: O cabo coaxial RG-59U (utilizado em TV a cabo) ´e idˆentico ao RG-58U exceto pelo diˆametro da malha externa. ~ 2. tem ~ = (0. C e Zc . 25. raio externo b = 4mm. 0o .3: Uma onda eletromagn´etica tem a densidade de potˆencia de 2 W/m2 . 0o . em 62c vemos a invers˜ ao do campo e o processo se repete em 62d e 62e. Em outros casos.6: O campo magn´etico pr´oximo ao motor de um secador de cabelos varia senoidalmente com uma frequˆencia de 60 Hz.5: Uma linha de transmiss˜ao coaxial tem raio interno a = 1mm. µ0 = 1 e σ = 0.4 Exerc´ıcios . e se propaga num meio com impedˆancia caracter´ıstica de 200 Ω. 63. B. O campo magn´etico est´ a associado ao campo el´etrico em um ˆangulo de 90 graus e a dire¸c˜ ao e sentido de propaga¸c˜ao s˜ao dados pelo vetor de Poyting. em Amp`eres. e I0 ´e a corrente de pico na antena. A Fig. constante de atenua¸c˜ao. 0o . H ~ ~` = 0? 2. 4. Este conceito. pois ela est´a distribu´ıda). 3.1: Uma linha de transmiss˜ao coaxial com superf´ıcies condutoras em rc = 1mm. e um diel´etrico homogˆeneo com r = 2. 62 ˆ meno da irradiac ˜o. Como a tens˜ ao est´ a alternando a uma alta freq¨ uˆencia. rc = 5mm e z = 0. z e t. impedˆancia intr´ınseca do meio para a situa¸c˜ao onde ω = 1011 rad/s. Em 62a. Calcule a amplitude da corrente total de deslocamento no comprimento 0 ≤ z ≤ 1m. Em 62b.1 ohms. µr = 1 e σ = 0. Ache H variam senoidalmente no tempo com a mesma freq¨ uˆencia. 0. Et1 . φ = π/2. E. (d) Mostre que H ~1 e H ~ 2 satisfazem `as (a) A. As caracter´ısticas destas ondas radiadas dependem em muito da configura¸c˜ao f´ısica da antena que. Ache e esboce A(t) em (0.1 Os meios de propaga¸c˜ao Vamos tratar os meios segundo os aspectos relevantes para a propaga¸c˜ao de ondas EM. pode ser considerado como sendo dado por ~ = −105 cos(109 t − 4z)~uy V/m. P V-B. e conduz uma ~ corrente I = 4t A no sentido +~k. Jn2 e En2 . Toda a fronteira entre meios eletromagneticamente diferentes guia uma onda. depender em grande medida dos meios em que se est´a a considerar a onda. 1/r)sen θsen (15 × 108 t − ordenadas esf´ericas por E ~ considerando que todos os campos 5r)~uθ V/m. o modelo mais simples de um ´ por este modelo que guia ´e uma fronteira entre dois meios. Ainda outro. a propagar-se no interior de uma fibra ´optica (guia diel´etrico). ´e a primeira grande ´area onde consideram-se os modelos de ondas EM suportadas por superf´ıcies de fronteira entre meios diferentes: Por exemplo. E ~ y. em uma primeira aproxima¸c˜ao. Mostre que estes campos n˜ ao satisfazem ` a outra equa¸c˜ao de Maxwell onde aparece no rotacional. No v´acuo a constante diel´etrica  vale 0 e a permeabilidade magn´etica µ vale µ0 . ~ 2. (b) Jn1 e Jt1 em P1 . Ache o valor de k sabendo que B satisfaz `as equa¸co˜es de Maxwell. nos modelos mais simples. (c) Et2 . ´atomos. 00). z. vamos apresentar alguns aspectos fundamentais referentes `a teoria da propaga¸c˜ao. 2. Sabendo que ~ 1 = (10~i + 20~j + 30~k) cos 109 t V/m no ponto P (0−. ache |E| + ponto (0 . se sup˜oe radiar para um meio indefinido. 2π. φ = 0. enquanto que para o material adjacente ` a origem r = 10. Vamos ent˜ao caracterizar meios . Outro exemplo seria a onda a propagar-se no espa¸co interior entre dois condutores cil´ındricos coaxiais. 1 µs. Pode existir qualquer forma de irradia¸c˜ao EM. uma onda EM que ´e guiada por uma linha bifilar (linha de transmiss˜ao) e que ocupa o espa¸co exterior `a superf´ıcie dos condutores.7: Um campo el´etrico no v´ acuo ´e dado. e ent˜ ao determine Dn2 . A teoria das ondas eletromagn´eticas (EM) divide-se em duas grandes ´areas: Propaga¸c˜ao Guiada e Irradia¸c˜ao. para x ≤ 0. ´ıons e el´etrons. 25. ache o m´ odulo da densidade superficial de carga na origem em t = 0. µ1 = 4x10−6 H/m e σ1 = 10−3 (Ωm)−1 na regi˜ ao 1 (x < 0). ~ 0. E ache: (a) En1 . como por exemplo B a origem ao campo el´etrico −1 E= kB0 ekt ~uφ .8: O campo el´etrico na origem ´e dado por 2~i−10~j+ ~ 3k V/m em t = 0. E a esse corresponde a existˆencia de mat´eria (diel´etricos e condutores). φ = 0. rc = 20mm. Em alternativa ao v´acuo definimos um meio material. µr1 = 1 e σ1 = 0 na regi˜ao 1 (z < 0). 10) para −0.10: Sejam r1 = 1. P V-B. 4. 0). e z = 25cm. estudam-se modelos de “liberta¸c˜ao” de ondas EM dos seus guias de suporte. uma onda que se propaga ao longo da superf´ıcie da terra. P V-B. produzem novos campos locais. 3. Use a ~ ×H ~ para mostrar que a taxa com a equa¸c˜ao que envolve ∇ qual Bz deveria (mas n˜ ao o faz) variar com rc seria cerca de 5 × 10−6 T por metro de espa¸co livre (v´ acuo) em t = 0. C. P V-B. Da propaga¸c˜ao em espa¸co livre passaremos `a polariza¸c˜ao de ondas e para as leis de reflex˜ao e refra¸c˜ao entre dois meios.13: Um condutor filamentar se estende desde z = −5 at´e z = 5m sobre o eixo x no v´ acuo. Estes modelos de irradia¸c˜ao s˜ao as chamadas antenas. A densidade superficial de carga em rc = 20mm.12: Temos superf´ıcies condutoras perfeitas localizadas em rc = 5mm.ELETROMAGNETISMO ~ = cos(2π60t − ky)~i 2.2 mm). Come¸camos por dividir os meios em v´acuo e meios materiais e chamar imediatamente a aten¸c˜ao para o fato de a teoria da propaga¸c˜ao de ondas EM. P V-B. enquanto que ~ em t = 0 no r = 3. C. Dn1 e Dt1 em P1 . E come¸caremos neste cap´ıtulo. o modelo f´ısico em que se baseia e portanto tamb´em o tratamento matem´atico. P V-B. µr = 3 e σ = 0. A regi˜ ao envolvida ´e um diel´etrico para o qual r = 2.14: O campo el´etrico no interior de uma linha de transmiss˜ao em forma de duas lˆaminas condutoras muito longas e de pequena largura (2 mm) e afastamento (0. Propaga¸c˜ ao das ondas eletromagn´eticas Antes de entrarmos nos modelos de propaga¸c˜ao em guias cl´assicos. dizendo que corresponde a um meio onde n˜ao existe mat´eria. teoricamente at´e ao infinito. podem-se admitir instantˆaneas e. enquanto que r2 = 5. A densidade superficial de corrente em rc = 5mm. (b) H condi¸c˜oes de contorno necess´ arias em z = 0. 0). Um u ´ltimo exemplo ´e a onda EM. d´ tico variante. A´ı. Se a origem pertence a uma superf´ıcie condutora perfeita. em co~ = (0. (d) Use a equa¸c˜ao da continuidade como partida para mostrar que Jn1 − Jn2 = ∂Dn2 /∂t − ∂Dn1 /∂t. (c) H ~ 2 . e z = 25cm.9: Michel Faraday mostrou que um campo magn´e~ = B0 ekt~k. Se r = 8. P V-B. Se uma onda EM atravessar esse meio exercem-se for¸cas (for¸ca de Lorentz) nas part´ıculas que as fazem sair das suas posi¸c˜oes m´edias. ausˆencia de mol´eculas. enquanto que 2 = 2 1 . interligados de formas muito variadas. 96 P V-B. z. f´otons. ´e a segunda grande ´area. ou seja. 1 ≤ t ≤ 0. Sendo assim. Irradia¸ c˜ ao. t) = 0. 2. E ~ 1 . n´ os estamos estabelecendo um campo magn´etico razoavelmente grande em 1µs. µ2 = µ1 /2 e σ1 = 4σ1 . 0. e E ~ 2 = A cos(15×108 t+5z)~i V/m. Um meio material ´e constitu´ıdo por mol´eculas e ´atomos. Dt2 e J~2 em P2 (0+. ou campos de outro tipo. Essas altera¸c˜oes. µr = 8 e σ = 0. z = 5cm. t) se A(x. el´etrons ou ´ıons. Definimos v´acuo em uma perspectiva macrosc´opica. na regi˜ ao 2 (x > 0). 2 1. n˜ao pressupomos qualquer outra condi¸c˜ao. z = 0 e z = 50cm (coordenadas cil´ındricas). Determine: H 1. 0. mas na pr´atica quase toda concentrada na sua proximidade imediata. Propaga¸ c˜ ao Guiada. determine: que na regi˜ao 2. A densidade de corrente de deslocamento em rc = 10mm. Ache A(x. 1. de freq¨ uˆencia no espectro ´optico. µr2 = 20 e σ2 = 0 na regi˜ao 2 (z > 0). Sabendo que o campo el´etrico na regi˜ao 1 ´e ~ 1 = [60 cos(15 × 108 t − 5z) + 20 cos(15 × 108 t + 5z)]~i V/m. Sendo B0 = 1 T e k =1/10s. Nesta regi˜ao ~ = (2/rc ) cos 2πz cos 4π108 t~up hi A/m.11: Sejam 1 = 10−11 F/m. para x > 0. em qualquer caso. como o gravitacional. µr = 2 e σ = 0. As condi¸co˜es de penetra¸c˜ao de campos eletromagn´eticos em meios ser˜ao sistematizadas mais `a frente.onda incidente. em ~ e B) ~ geral. E amplamente aproveitado na comunica¸c˜ao em ondas curtas. causando o aparecimento Refrac ¸a de um raio refletido. refrac ˜o e difrac ˜o de uma OEM. permissividade e permeabilidade em todos os pontos. 65 ˜o de uma OEM na ionosfera. Consideraremos apenas meios lineares. Temos ent˜ ao materiais magn´eticos. descontadas as diferen¸cas de comprimento de onda. de forma semelhante ao que ocorre nas ondas de luz. o resultado da a¸c˜ ao de um campo ´e igual `a soma dos resultados da a¸c˜ ao de v´ arios campos que. O v´ acuo e os meios diel´etricos indefinidos s˜ao n˜ao-dispersivos. O campo magn´etico est´atico penetra no condutor perfeito. por exemplo um guia de ondas como uma fibra ´optica. Em um meio linear. os meios usados para aplica¸c˜ oes ser˜ao sempre homogˆeneos. defini¸c˜oes que ser˜ ao apresentada no fim deste ponto depois de referidos os parˆ ametros relevantes. Pode-se definir as seguintes rela¸c˜ oes constitutivas dos meios: ~ = µH ~ B C. com constantes diel´etricas di´ um fenˆomeno versas e num ˆangulo diferente da normal. mas sim de movimentos circulares de cargas.2 Reflex˜ao . nos edif´ıcios e montanhas. **Refra¸c˜ ao A refra¸ c˜ ao ocorre quando da passagem da OEM pela regi˜ao limite entre dois meios. Um meio isotr´opico n˜ ao tem dire¸c˜ oes privilegiadas. **Reflex˜ ao Como no caso das ondas luminosas. 64 ˆ meno da reflexa ˜o. n´ umeros complexos e.onda refletida.permeabilidade magn´etica (H/m). Fig. ~ = E ~ D  . meios diel´etricos puros e condutores perfeitos. polariza¸c˜ao de EM Quando uma OEM se propaga na superf´ıcie terrestre. a condutividade considera-se infinita e o campo el´etrico. ser´a necessariamente zero. juntos. a permeabilidade magn´etica e a condutividade s˜ao. Ao fim de um determinado espa¸co e tempo percorrido ele est´a distorcido pois houve dispers˜ ao. a reflex˜ao mais comum ocorre no solo. refra¸c˜ao e difra¸c˜ao. A constante diel´etrica. tamb´em existem em determinados materiais.ELETROMAGNETISMO 97 diel´etricos e condutores. Estas defini¸c˜oes admitem que as part´ıculas respondem instantaneamente `a for¸ca de Lorentz e que os meios s˜ ao constantes no tempo. Oi . Neste curso. Estes meios chamam-se dispersivos e disso s˜ ao exemplos os guias de onda. Um meio homogˆeneo ´e aquele onde um fenˆ omeno se desenvolve igualmente em qualquer ponto. para condutores perfeitos. Em um diel´etrico puro a condutividade ´e zero. esse impulso modifica-se na sua forma. Tamb´em ´e importante que o vetor do campo el´etrico da OEM seja perpendicular a essa superf´ıcie. Os efeitos magn´eticos. correntes circulares. para isolantes. tamb´em o impulso ser´ a atenuado. Ao se enviar um impulso ao longo de um determinado meio. no limite. . por exemplo.coeficiente de reflex˜ao. como um conjunto de ondas senoidais de diferentes freq¨ uˆencias. ou seja. O feno ¸a ¸a ~ J~ = σ E Em um condutor perfeito. descrita no tempo ou no espa¸co. em condi¸c˜oes diversas `aquelas do espa¸co livre. onde ocorre a chamada reflex˜ao ionosf´erica. perante excita¸c˜ oes (E harmˆonicas. sinais com freq¨ uˆencias diferentes se propagam com velocidades diferentes. causada pela varia¸c˜ao da densidade da camada ionosf´erica (m´ınima na regi˜ao limite e m´axima na regi˜ao central). o comprimento de onda ´e diferente nos dois meios.permissividade el´etrica (F/m) Fig. Em se tratando de ondas eletromagn´eticas. ou seja. percebese a ocorrˆencia de reflex˜ao. A rela¸c˜ao entre a intensidade da onda refletida e da onda incidente ´e chamada de “coeficiente de reflex˜ao” e varia de zero. . Como a freq¨ uˆencia ´e a mesma (pois depende apenas da fonte). Um impulso quadrado. ocorrendo uma . n˜ ao derivados de distribui¸c˜oes de cargas. pode ser descrito por an´alise de Fourier. Or . homogˆeneos e isotr´opicos. n˜ao h´a distribui¸c˜oes de cargas ou correntes. mas esse efeito ´e independente da dispers˜ao. Se o meio tem perdas. est´ atico ou harmˆ onico. Veremos quando estudarmos as leis de propaga¸c˜ao que. Considere uma onda passando de uma regi˜ao para outra na qual a velocidade de propaga¸c˜ao ´e diferente. e. em determinados meios. o que tamb´em altera a forma do impulso. Tamb´em usaremos exclusivamente meios lineares. a reflex˜ ao depende da existˆencia de uma superf´ıcie condutora. e tem a mesma condutividade. A densidade de corrente e as distribui¸c˜oes de carga s˜ao apenas superficiais. Podem existir dependendo ou independentemente de campos aplicados. ou seja o que se passa ao longo de uma pode passar-se ao longo de qualquer outra dire¸c˜ ao. Seu valor ´e Or Γ= Oi onde: Γ . igualem o primeiro. µ . os seus valores dependem da freq¨ uˆencia. at´e 1. ao condutor. Assim. MHz) e baixas potˆencias (mW) (Telecomunica¸c˜oes). as derivadas temporais passam a exercer mais influˆencia no valor dos campos e o acoplamento entre eles n˜ao pode ser desconsiderado. Sistema de Transmiss˜ao de Sinais (informa¸c˜ao): altas freq¨ uˆencias (kHz. elas o contornam. o campo H a´ı indicando a presen¸ca de corrente superficial ao longo do eixo x. Por isso a uma certa distˆ ancia atr´ as do obst´aculo ´e poss´ıvel a capta¸c˜ao dos sinais de r´ adio. Estrutura ba Fig. C. A soma da onda incidente com a refletida ´e chamada onda estacion´ aria pois n´os e ventres permanecem estacion´arios com o tempo.3 Sistemas de transmiss˜ao Fig. As aplica¸c˜oes voltadas ao eletromagnetismo de altas freq¨ uˆencias possuem classes muito especiais de equipamentos . Podemos observar que. j´a que o condutor perfeito nada consome. geometria. Isto tamb´em poder´a ser conferido observando que o valor m´edio do vetor de Poynting incidente ´e igual ao refletido. Tomemos uma onda de campo el´etrico em propaga¸c˜ao segundo z e coloquemos um obst´ aculo condutor em z = 0.ELETROMAGNETISMO 98 mudan¸ca de dire¸c˜ao quando passa de um meio para outro. como mostra-se na Fig. por sua natureza. pois depende de fatores construtivos e operacionais.energia el´etrica: 60 Hz .ˆangulos de incidˆencia da onda com a superf´ıcie que separa os meios 1 e 2. A lei de Snell-Descartes. assim como corrente e tens˜ao em capacitor ou indutor. etc. como os n´ıveis de energia envolvidos.20 kHz . Difrac ¸a **Reflex˜ ao total . De acordo com esse princ´ıpio.r´adio FM: 88 . 68. Reflexa Fig. que rege a refra¸c˜ ao.3400 Hz . junto ~ sofre descontinuidade tangencial. isto significando potˆencia m´edia transportada nula. 67 ˜o da onda de ra ´dio por um obsta ´culo. Sistema de Transmiss˜ao de Energia (potˆencia): baixas freq¨ uˆencias (Hz) e altas potˆencias (MW) (Eletrot´ecnica).telefone: 300 . respectivamente. O limite entre os Dom´ınios da baixa ou alta freq¨ uˆencia n˜ao pode ser definido exatamente. qualquer onda eletromagn´etica tem reflex˜ ao total em uma superf´ıcie condutora perfeita. 2. n1 e n2 .108 MHz Quando a freq¨ uˆencia de opera¸c˜ao dos dispositivos eletromagn´eticos pertencentes a um sistema. quando as frentes de onda atingem um obst´ aculo de dimens˜oes compar´aveis (ou menores) que seu comprimento de onda. 68 ˜o total . 69 ´sica de um sistema de transmissa ˜o de sinais. Podendo-se ainda dizer que toda a potˆencia incidente ´e refletida. ultrapassa um determinado valor.velocidade da onda nos meios 1 e 2. Fig. radiando para frente ondas esf´ericas.onda estaciona ´ria. 66 Princ´ıpio de Huygens. o que ser´ a visto matematicamente pelo valor m´edio do vetor de Poynting. O objetivo dos sistemas de transmiss˜ao ´e transmitir sinais (informa¸c˜ao) ou energia de um ponto a outro. respectivamente. v1 e v2 .1605 kHz . **Difra¸c˜ ao A difra¸ c˜ ao ´e um fenˆ omeno que pode ser explicado pelo uso do “princ´ıpio de Huygens”: cada frente de onda equivale a uma cole¸c˜ao de radiadores infinitesimais. Exemplos de sistemas de transmiss˜ao: . A difra¸c˜ ao. ´e u ´til na propaga¸c˜ ao de ondas m´edias e longas.ondas m´edias: 535 . e. toda energia incidente num condutor perfeito ´e refletida. diz que: sen i1 v1 n2 = = sen i2 v2 n1 onde i1 e i2 .´ındice de refra¸c˜ ao dos meios 1 e 2.equipamento de ´audio: 10 Hz . Verificar que os campos el´etrico e magn´etico resultantes s˜ao defasados s˜ao de 90 graus no tempo.ondas estacion´ arias Assim como a luz se reflete em um espelho (que ´e uma superf´ıcie met´ alica). 1. quando necess´ario. A esta¸c˜ao transmissora ´e normalmente composta por um transmissor (Tx) que gera a energia de radiofreq¨ uˆencia (RF). As principais vantagens destes guias resumem-se aos seguintes aspectos: . O meio interior tem uma constante diel´etrica mais elevada que a do meio exterior. Perante estes valores das freq¨ uˆencias portadoras. Classificac ¸a Sigla VLF LF MF HF VHF UHF SHF EHF Freq¨ uˆ encias Muito baixas Baixas M´ edias Elevadas Muito elevadas Ultra-elevadas Super elevadas Extrem. principalmente as das faixas de VHF e superiores. este u ´ltimo a trabalhar nos laborat´orios da STC em Harlow Town . pela recep¸c˜ ao dos sinais das emissoras de ondas m´edias. Cabea¸c˜ ao O manuseamento das fibras exige grande cuidado. nomeadamente de s´ılica (vidro). Muitas peculiaridades podem ser encontradas em sistemas que utilizam tais tecnologias.ELETROMAGNETISMO 99 que operam nestas condi¸c˜ oes. ambas cobertas por uma camada protetora opaca. para um modelo de propaga¸c˜ao em guias diel´etricos. A um canal (portadora) na zona do infravermelho podemos associar uma banda de largura da ordem dos GHz. possibilitou o desenvolvimento de diel´etricos com perdas muito baixas. Este tipo de onda ´e respons´avel. A inven¸c˜ao do LASER em 1960 determinou a evolu¸c˜ao das telecomunica¸c˜oes por onda EM do tipo ´optico. A propaga¸c˜ao das ondas eletromagn´eticas nas proximidades do solo depende da freq¨ uˆencia e das caracter´ısticas do percurso.Dimens˜ao e peso muito reduzido . Estes cabos necessitam de resistˆencia mecˆanica e qu´ımica. Propaga¸c˜ ao das ondas de superf´ıcie Quando a propaga¸c˜ ao se faz sobre um terreno de alta condutividade. permitindo um alcance mundial para esse tipo de onda. Isto passa-se no in´ıcio dos anos 70. de modo que se pode supor que uma onda no meio interior se reflita na fronteira com um ˆangulo de incidˆencia superior ao ˆangulo limite e dˆe origem a uma reflex˜ao total. O isolamento e prote¸c˜ao do exterior dependem da aplica¸c˜ao a que se destinam. sujeitas a certa atenua¸c˜ao. A finalidade da antena receptora ´e extrair uma parte da energia da OEM e transform´ a-la em energia de RF que ´e conduzida. Para comprimentos de onda “´opticos” o guia de onda cil´ındrico diel´etrico pode ser fisicamente pequeno.Baixo custo de fabrica¸c˜ao Fundamentalmente. Propaga¸c˜ ao das ondas ionosf´ericas Existem diversas camadas ionizadas localizadas a diferentes altitudes. **Propaga¸c˜ ao guiada por fibra ´ optica Se at´e agora considerou-se guias de onda em que as superf´ıcies s˜ao condutoras. ou combina¸c˜oes. propagam-se em linha reta. Para distˆ ancias de at´e 1000 km. Hoje temos atenua¸c˜oes inferiores a 0. sendo chamadas. a qual tamb´em. Em dois ou trˆes anos a tecnologia de fabrica¸c˜ao da fibra e o apuramento dos materiais utilizados baixaram as atenua¸c˜oes do sinal de 1000 para 10 dB / km. dado o pequeno raio de curvatura que admitem. at´e o receptor. Por isso. por essa raz˜ao. A comunica¸c˜ao atrav´es do r´ adio est´ a relacionada com a existˆencia de uma onda eletromagn´etica (OEM) interligando uma esta¸c˜ao transmissora a uma ou mais esta¸c˜oes receptoras. isto n˜ ao significa que n˜ ao pode-se ter guias com superf´ıcies diel´etricas. Por isso s˜ ao chamadas de ondas de superf´ıcie ou terrestres. chamados de fibras ´opticas e consistem de uma casca de vidro. S˜ao muitas vezes refor¸cados internamente com cabos de a¸co ou fibras de alta resistˆencia `a tra¸c˜ao e tamb´em. a atenua¸c˜ao da onda terrestre ´e pequena. Inglaterra. com pares el´etricos para alimenta¸c˜ao de energia . essa onda ser´a guiada e confinada ao meio interior existindo no segundo meio apenas a onda evanescente. . onde ´e devidamente processada. com um certo ´ındice de refra¸c˜ao. principalmente se a potˆencia transmitida for elevada.N˜ao susceptibilidade a sinais de mais baixa frequˆencia . Ondas Muito longas Longas M´ edias Curtas Microondas Microondas Faixa de Freq¨ uˆ encias 3 kHz a 30 kHz 30 kHz a 300 kHz 300 kHz a 3 MHz 3 MHz a 30 MHz 30 MHz a 300 MHz 300 MHz a 3 GHz 3 GHz a 30 GHz 30 GHz a 300 GHz As OEM. uma fibra ´optica ´e um guia diel´etrico de geometria cil´ındrica composto por dois meios diel´etricos coaxiais.Grande largura de banda . A grande maioria dos casos corresponde a cabea¸c˜ao para enterrar no solo. ent˜ao. A descontinuidade entre um material com alto valor de constante diel´etrica e outro com baixo valor. uma linha de transmiss˜ ao (LT) que serve para conduzir a energia de RF produzida pelo transmissor e uma antena que transforma essa energia numa onda eletromagn´etica. Freq¨ uˆencias inferiores a 3 MHz propagam-se acompanhando a curvatura da terra. Desta forma. permitindo uma comunica¸c˜ao eficiente e confi´avel. verificase imediatamente a enorme banda poss´ıvel para estes sistemas. coberta por uma bainha de vidro transparente com um ´ındice de refra¸c˜ao levemente menor. a intensidade de campo de uma onda de superf´ıcie ´e relativamente est´avel.1 dB/km nas fibras de uso comercial. espaciais ou troposf´ericas. de dimens˜oes extremamente reduzidas e excitados por lasers. por´em a descoberta de novos materiais e uma sofisticada tecnologia de prepara¸c˜ao destes materiais. elev. S˜ ao os dispositivos de telecomunica¸c˜oes e os sistemas microprocessados em geral. por exemplo. ou sobre a superf´ıcie do mar. s˜ ao chamadas de ondas ionosf´ericas ou indiretas. atrav´es da LT. a maior parte das vezes. de ondas diretas. A investiga¸c˜ao que se seguiu culminou nas propostas de Kao e Hockhman em 1966. Com a grande largura de banda dispon´ıvel em comprimento de onda infravermelho. possibilita confinar uma onda dentro do material de alta constante. A isto deve-se o fato de se tratar da emiss˜ao de luz coerente. a atenua¸c˜ ao nestes casos ´e muito alta. em forma de filete.Meios diel´etricos e portanto n˜ao condutores. ´e poss´ıvel transitar por uma u ´nica fibra 20 milh˜oes de canais telefˆonicos ou 20 mil canais de TV. envolve n˜ao uma mas muitas fibras. S˜ao. Em geral. As ondas de r´adio da faixa de HF s˜ ao refletidas pelas camadas ionizadas da atmosfera. O principal efeito dessas camadas ´e refletir de volta para a terra as ondas de r´ adio da faixa de HF. As tabelas abaixo mostram o resumo das principais caracter´ısticas das OEM para as diversas faixas de freq¨ uˆencias: TABELA X ˜o das ondas de ra ´dio.Atenua¸c˜oes muito baixas . As freq¨ uˆencias que se utilizam nos sistemas de comunica¸c˜ao ´opticos s˜ao as do espectro ´optico. Um sinal el´etrico a uma frequˆencia angular ω tem associado a ele um comprimento de onda λ= 2πc . A capacidade de transmiss˜ao das fibras ´opticas ´e limitada por dispers˜ ao. Claramente. a espessura de efeito pelicular de ondas em condutores ´e m´ınima. Para . Pode-se perceber que a onda tende a se propagar na dire¸c˜ao do eixo z. se a frequˆencia for de 1 GHz (λ = 10cm) um sinal que chega em um determinado instante de tempo ao in´ıcio do arame. Cabos coaxiais e cabos de par tran¸cado especiais podem ser utilizados at´e umas poucas centenas de Mb/s em distˆancias menores que 100 m. por outras palavras. Estes dois guias v˜ao ser estudados da mesma maneira. as impedˆancias dos circuitos devem ser vistas como de parˆametros distribu´ıdos. Como o nome indica. refletidas na aplica¸c˜ao das condi¸c˜oes de fronteira. O custo destes cabos ´e de fato muito superior ao custo das pr´ oprias fibras. por exemplo. as impedˆ ancias est˜ ao sempre espacialmente distribu´ıdas e ´e uma quest˜ ao da frequˆencia ser suficientemente elevada para que este fato venha ` a tona. envolvidos por um meio diel´etrico e com geometria cil´ındrica. ω onde c ´e a velocidade da luz no meio. portanto todos os pontos da fia¸c˜ao da rede de energia el´etrica de uma cidade est˜ ao instantaneamente ao mesmo potencial. o manuseamento e a instala¸c˜ao desses cabos. indutores e capacitores) est˜ao concentrados em determinados pontos. uma linha bifilar caracteriza-se por dois condutores met´alicos. neste caso a diferen¸ca de potencial entre dois pontos de um mesmo fio ´e apreci´avel se a distˆ ancia entre eles for de apenas alguns cent´ımetros. Nas redes de computadores mais comuns (Ethernet) a taxa de bits ´e de 10 Mb/s ou mais. por´em sua espessura pode ser m´ınima. Nos casos em que a frequˆencia ´e suficientemente alta. Cada bit nessa taxa ´e um pulso el´etrico de 100 ns que ocupa aproximadamente 25 metros de cabo. ent˜ ao a tens˜ao instantˆanea em dois pontos de um mesmo condutor podem ser diferentes. Veremos que o cabo coaxial tem caracter´ısticas muito semelhantes `as da linha bifilar. Desta forma. 70. Neste caso por´em. Os condutores que conectam esses elementos s˜ ao ideais (sem impedˆancias parasitas) e n˜ ao h´ a qualquer diferen¸ca de potencial entre dois pontos de um mesmo condutor. Obviamente. ocupa uma dimens˜ao transversal da ordem de grandeza de pouco mais que a distˆancia entre condutores. o infinito. que permitem taxas de uns poucos Gb/s (Giga-bit/segundo) para distˆ ancias da ordem de 1 km. n˜ao ver´a o fim do fio . As ondas suportadas por este tipo de guia propagam-se no diel´etrico. de modo que os efeitos de propaga¸c˜ ao sejam relevantes. J´a em telecomunica¸c˜ oes de longa distˆ ancia se utilizam fibras chamadas monomodo. onde seus componentes (resistores. entre a fronteira com os condutores e. permitindo teoricamente enlaces de mais de 100 km a taxas de dezenas de Tb/s (Tera-bit/s). normalmente de se¸c˜ao circular. pelo menos quanto ao seu funcionamento no modo fundamental. pois como j´a visto. O aproveitamento da imensa largura de banda fornecida pelas fibra ´ opticas ´e atualmente motivo de intensas pesquisas em F´ısica e Engenharia. Se as dimens˜oes f´ısicas do circuito s˜ao maiores ou compar´ aveis a λ.4 Propaga¸c˜ao guiada por L.ou da ordem de 1 dB/km. C. O modelo f´ısico ´e coincidente com o matem´atico . considerando a polariza¸c˜ao linear perpendicular. mas permite uma grande flexibilidade mecˆanica a qual facilita. para um computador operando a 300 MHz. uma vez que. mostra a estrutura da linha de transmiss˜ao paralela e plana bem como os campos incidentes e refletidos. Para entender esta diferen¸ca devemos considerar primeiro o fato que os sinais el´etricos se propagam de um ponto a outro de um circuito ` a velocidade da luz. paralelos. em teoria.e “n˜ ao saber´ a” que a resistˆencia total do arame ´e de 3 Ω at´e que n˜ ao chegue ao fim. suponhamos um resistor de 3 Ω feito com um arame de comprimento total de 30 cm. Dependendo da frequˆencia. Este fato ´e muito importante porque altera radicalmente a susceptibilidade ao ambiente exterior da onda propagada. os campos tˆem uma componente estacion´aria na dire¸c˜ao do eixo y e uma componente em propaga¸c˜ao na dire¸c˜ao z. O cabo coaxial e a linha bifilar s˜ao guias de onda. usavam afinal linhas bifilares. O primeiro recebe e emite “ru´ıdo” e o segundo ´e teoricamente insens´ıvel. Para taxas de dados mais altas e/ou distˆancias mais longas. os dois condutores tˆem o mesmo eixo e a onda fica assim confinada a um espa¸co fechado. apresentam uma resultante em propaga¸c˜ao. Quer os condutores da linha bifilar quer o condutor interior do cabo coaxial s˜ao muitas vezes ocos. a grande percentagem da energia que a onda transporta. Em altas frequˆencias os circuitos devem ser analisados como circuitos de parˆametros distribu´ıdos. tamb´em chamados circuitos de parˆametros concentrados ou discretos. leva em conta que estes possuem comprimento e largura infinitos. Os primeiros passos nas telecomunica¸c˜oes por ondas EM. At´e agora neste curso temos estudado circuitos a baixas frequˆencias. que ´e a longitudinal e a que consideraremos como a de propaga¸c˜ao. Isto quer dizer que. de fato. Em rigor. ou seja. dados ainda no s´eculo XVIII com os primeiros tel´egrafos. e n˜ao depende da taxa. Por outro lado.ELETROMAGNETISMO 100 a distˆancia. para os repetidores do pr´oprio sistema de telecomunica¸c˜ oes. Nas redes locais de computadores se utilizam fibras ´opticas chamadas multimodo. No caso da linha bifilar temos um guia aberto e no caso do cabo coaxial temos um guia fechado.T. onde as perdas s˜ ao menores que 0. dos mais antigos e dos mais usados. em contraste com os circuitos de baixa frequˆencia. **Linha de transmiss˜ ao paralela plana O estudo da linha de transmiss˜ao constitu´ıda por dois condutores paralelos e planos. que n˜ao assegura uma cobertura ´optica nem eletromagn´etica total. as suas diferen¸cas de configura¸c˜ao f´ısica. O condutor exterior dos cabos coaxiais ´e fabricado em muitos casos como uma rede. nestas redes os efeitos de propaga¸c˜ao s˜ao relevantes. Para sinais de 60 Hz o comprimento de onda ´e de aproximadamente λ = 5000km. por seu lado. s˜ao tubos e n˜ao var˜oes. n˜ ao por atenua¸c˜ao. com uma se¸c˜ao transversal constante ao longo da sua maior dimens˜ao. temos λ = 1 m. ir˜ao resultar nas solu¸c˜oes particulares de cada um.5 dB/km e possuem pouca dispers˜ ao. A rede inteira pode ter 100 m (cabo coaxial “fino”) ou at´e 500 m (cabo “grosso”). a fibra ´ optica ´e a u ´nica tecnologia dispon´ıvel. Por exemplo. as componentes de campo na dire¸c˜ao y se anulam e as componentes na dire¸c˜ao z. consegue-se menor peso e menor custo sem alterar as condi¸c˜oes de propaga¸c˜ao uma vez que a espessura desses tubos ´e consideravelmente superior `a espessura de efeito pelicular da onda no metal do condutor. A atenua¸c˜ ao de uma fibra ´ optica de comunica¸c˜ao de dados ´e menor que . A Fig. **Modos de propaga¸c˜ ao De acordo com o que foi definido no item anterior. Esta formas s˜ ao chamadas de modos de propaga¸c˜ao. G . O cabo Ethernet grosso. 70 ˜o paralela e plana. N˜ao se pode deixar de levar em considera¸c˜ ao que apesar dos condutores terem uma condutividade elevada. as duas formas de se introduzir uma onda eletromagn´etica devidamente polarizada dentro de uma linha de transmiss˜ ao. ou seja. O primeiro passo para o c´alculo de uma LT ´e conhecer ou determinar os parˆametros de circuito da LT. Uma das diferen¸cas. O tipo de polariza¸c˜ ao empregada na an´ alise influencia na posi¸c˜ao relativa dos campos el´etrico e magn´etico no interior de uma linha de transmiss˜ ao. pode-se equacionar a Linha de Transmiss˜ao. O cabo RG-58 ´e o mais utilizado em instrumenta¸c˜ao e redes de computadores. A dire¸c˜ ao y coincide com a normal do plano das superf´ıcies condutoras. iniciando pelo c´alculo da impedˆancia e admitˆancia por unidade de comprimento. ´e evidente concluir que sua velocidade na dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao ser´a menor do que se ela estiver se propagando ao ar livre. pois a distˆancia percorrida ser´a maior com a ocorrˆencia das reflex˜oes. 9mm. 64) e a capacitˆancia ´e de 82 a 86pF/m. deve-se = a ou δ ∼ consultar tabelas de manuais. dependendo da polariza¸c˜ao empregada podem existir varia¸c˜oes no modo dessa onda se propagar. pois existe um valor m´ aximo de comprimento de onda que pode se estabelecer entre suas placas. respectivamente. C = 100pF/m e Zc = 50Ω. 1 obtemos: L = 250nH/m.6 dB/100m 10 MHz. denotado por λoc . Devido aos parˆametros distribu´ıdos (principalmente a indutˆancia e a capacitˆancia por unidade de comprimento). Em freq¨ uˆencias m´edias ((δ ∼ = c − b)). proporcionam perdas na reflex˜ao. Este comprimento de onda m´aximo depende da distˆ ancia entre as placas e vai determinar a freq¨ uˆencia de corte. **Impedˆ ancia caracter´ıstica e constante de propaga¸c˜ ao Com os parˆametros de circuito.Indutˆancia s´erie por unidade de comprimento (H/m). ´e que a velocidade de propaga¸c˜ao dentro da estrutura ´e menor do que sua velocidade ao ar livre. R . o isolante ´e polietileno. verificou-se que existem algumas diferen¸cas entre a propaga¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas ao ar livre e sua propaga¸c˜ao dentro de estruturas montadas com o objetivo de gui´ a-las. ´e necess´ario que exista um n´ umero inteiro de meios comprimentos de onda nesta dire¸c˜ ao. O que ir´ a ser considerado agora ´e exatamente isto. 9mm e b = 2. incluindo ambos os condutores da linha. a ser observado para que se obtenha a propaga¸c˜ ao desejada. C . L . e.7 dB/100m @ 10 MHz. que ´e o valor m´ınimo de freq¨ uˆencia que a onda eletromagn´etica deve possuir para que ela consiga se propagar. Por´em. Qualquer par de condutores utilizado para transportar corrente de alta frequˆencia ´e uma linha de transmiss˜ao. E forma: se uma onda no interior de uma estrutura precisa refletir nas paredes para que haja propaga¸c˜ao. com 1. . que representa as perdas devidas a imperfei¸c˜oes do diel´etrico (Ω−1 /m). como todos os materiais empregados na constru¸c˜ao de tais linhas de transmiss˜ ao possuem um valor limitado de condutividade. Outro fator importante ´e que as linhas analisadas se comportam como filtros passa-altas. o que ocorre ´e que existir´ a uma atenua¸c˜ao no valor dos campos el´etrico e magn´etico ` a medida que estes se desenvolvem no interior destas linhas. como por exemplo o cabo coaxial com uma das extremidades ligada a uma fonte de tens˜ao. ´e usado para distˆancias de at´e 100m.Resistˆencia s´erie por unidade de comprimento. **Tipos de LT e seus parˆ ametros de circuitos Denomina-se linha de transmiss˜ ao o conjunto de condutores que ´e utilizado no transporte de energia eletromagn´etica. Existem v´arios tipos de linhas.ELETROMAGNETISMO Fig. com atenua¸c˜ao de 4. existe um comprimento de onda m´aximo. A impedˆancia em s´erie por unidade de comprimento Z ´e o n´ umero complexo igual a: Z = R + jωL (95) A admitˆancia em paralelo por unidade de comprimento Y ´e o n´ umero complexo igual a: Y = G + jωC (96) Os cabos que ligam os computadores de uma rede local e os que ligam a antena de TV ao televisor s˜ao exemplos de linhas de transmiss˜ao. Outro fator importante de se observar ´e que estas linhas possuem um valor m´ınimo de freq¨ uˆencia para que possa ocorrer a transmiss˜ao. Os cabos coaxiais de 50Ω especiais para Ethernet possuem blindagem dupla e capa pl´astica com baixa produ¸c˜ao de fumo durante um incˆendio. **Atenua¸c˜ ao de onda e freq¨ uˆencia de corte A an´alise realizada no item anterior possui algumas restri¸c˜oes a serem feitas. a onda se refletiria indefinidamente.Capacitˆancia em paralelo por unidade de comprimento (F/m). a = 0. devido ao fato de que o comprimento de onda efetivo na dire¸c˜ao de propaga¸c˜ ao λg ser diferente do comprimento de 101 ´ poss´ıvel entender isto da seguinte onda real ao ar livre λ0 . com constante diel´etrica r = 2. Al´em disso. Linha de transmissa que haja a citada anula¸c˜ ao das componentes na dire¸c˜ao y. pode ser usado em at´e 500 m. Embora o cabo RG-58 possa ser utilizado em redes Ethernet. Este ´e o passo fundamental para a modelagem das LT. Se o material condutor empregado possu´ısse condutividade infinita. representa as perdas devidas a imperfei¸c˜oes nos condutores (Ω/m).Condutˆancia em paralelo por unidade de comprimento. ele n˜ao ´e recomendado. na pr´atica este valor n˜ao ´e infinito e portanto h´ a perdas de energia ao longo da transmiss˜ao o que ir´ a causar uma atenua¸c˜ao na onda. O cabo Ethernet fino. No caso do cabo coaxial RG-58U as dimens˜oes do fio condutor interno e da malha s˜ao. ou seja. Geralmente o diel´etrico ´e de polietileno celular /0 = 1. 5 comprimentos de onda. Exemplo de linha de transmissa Entretanto. 71. num ponto qualquer x da linha. por defini¸c˜ao. dI = V Y dx casos de comprimento e freq¨ uˆencia: a) ` = 5m e f = 60Hz: Ent˜ao. Podemos calcular Zc com ajuda do circuito equivalente da LT. Numa extremidade da LT tem-se x = 0. e. dx mas de sinal oposto. 5λ. a derivada de 1. Isto significa o seguinte: a impedˆ ancia em alta frequˆencia vista desde qualquer ponto da linha (isto ´e. A impedˆancia vista quando inclu´ımos o elemento dx ´e novamente Zc . para os seguintes pela equa¸c˜ao (96). e I a respectiva corrente. V = Zc I onde Zc ´e chamada impedˆ ancia caracter´ıstica da linha.constante de atenua¸c˜ ao. vP ser´a sempre igual em m´ odulo ` a tens˜ ao da fonte. 5λ) = Vm sen (ωt−3π) = −Vm sen (ωt) V em rela¸c˜ao a x ´e: λ dV =IZ (99) Logo. e na outra extremidade x = `. em nepers por metro.a corrente que entra ´e I + dI. Se incluirmos resistˆencias s´erie R e paralelo G para levar em considera¸c˜ao a atenua¸c˜ ao de sinais ao longo da linha. em radianos por metro. a impedˆancia caracter´ıstica n˜ ao depende da frequˆencia. 00036o ) b) ` = 1000km e f = 60Hz: ∆φ = β` = 2π 2π `= rad = 72o λ 5 vi (t) = 5 cos(2πf t − 72o ) c) ` = 5m e f = 10MHz: λ= v = 3 × 108 10 × 106 = 30 m f ∆φ = β` = (2π × 5/30) = π rad = 60o 3 vi (t) = 5 cos(2πf t − 60o ) Conclus˜ao: A teoria de circuitos. Zc . que ´e uma aproxima¸c˜ao da teoria mais geral de LT’s. No ponto x = 1. Vamos relacionar Zc com os parˆ ametros distribu´ıdos da linha.5: Sup˜ oe-se que uma LT seja infinitamente longa e que se aplica uma diferen¸ca de potencial dada por Vs = Vm sen ωt entre os terminais.6: Calcular a tens˜ ao na carga para a LT apre. vi (t) = 5 cos(2πf t − 0. o quociente entre a tens˜ao e corrente viajando em uma mesma dire¸c˜ao) ´e. que tem uma impedˆ ancia caracter´ıstica de 50 Ω. 71 ˜o. definido como sendo o lado da fonte. calculada de tens˜ao se propaga com v = 3 × 108 m/s. considerando que a onda eletromagn´etica circula pela admitˆancia paralela do elemento Y . a impedˆancia caracter´ıstica. O cabo coaxial mais utilizado em laborat´ orio ´e o cabo RG58U. o atraso de propaga¸c˜ao introduz uma defasagem ∆φ: ∆φ = β` = (2π/λ)` = 2π × 10−6 rad = 0. definido no lado da carga. β . 00036o onde λ= v 3 × 108 = = 5 × 106 m f 60 Assim. Exemplo V.constante de fase. Seja V a tens˜ao entre os dois condutores da LT. e Exemplo V. na aproxima¸c˜ ao de linha sem perdas. A eleva¸c˜ao da tens˜ao ao longo do elemento de comprimento dx ´e: dV = I Z dx 2π onde Z foi obtido pela equa¸c˜ao (95). ♦ **Linhas de transmiss˜ ao longas Vamos considerar um pequeno elemento da linha de comprimento dx. A freq¨ uˆencia f = ω/2π ´e igual a 3 × 109 Hz. Escrever a express˜ ao de v(t) num ponto P . Substitu´ımos a linha menos um elemento de comprimento infinitesimal dx pela sua impedˆ ancia equivalente. veremos que a impedˆancia caracter´ıstica depende ligeiramente da frequˆencia.ELETROMAGNETISMO 102 existe uma rela¸c˜ao entre a tens˜ ao e a corrente de um sinal el´etrico viajando na linha. A diferen¸ca ´e a corrente que sentada na Fig. a derivada de V em rela¸c˜ao a x ´e: Da teoria de circuitos: dI =V Y (100) vi (t) = 5 cos(2πf t) dx vP = Vm sen (ωt− . A equa¸c˜ao geral de uma onda progressiva na dire¸c˜ao do eixo dos x pode ser escrita como: v = Vm sen (ωt − kx) onde k = 2π/λ ´e denominado n´ umero de onda. e calcular as diferen¸cas de tens˜ao dV e corrente dI entre seus extremos. a corrente que sai do elemento dx ´e I. A raiz quadrada do produto da impedˆ ancia s´erie pela admitˆancia paralelo ´e chamado constante de propaga¸c˜ao γ: √ (98) γ = Z Y = α + jβ onde: α . apresenta bons resultados somente quando ` << λ. que denotamos com Zc . ♦ Analogamente. Temos portanto que s r Z R + jωL = (97) Zc = Y G + jωC Note que. Ent˜ao. tem-se Fig. distante 1. a solu¸c˜ao de V . em x = 0: V = VR e I = IR . Sendo a corrente dada por uma equa¸c˜ao an´aloga `a da tens˜ao. Assim. obtemos a equa¸c˜ao da corrente em qualquer ponto x da LT: r   √ √ Y I= A1 e Y Zx − A2 e − Y Zx (105) Z Agora. (111) Numa linha de transmiss˜ao terminada com uma impedˆancia igual `a impedˆancia caracter´ıstica Zc . ou seja. Substituindo V . Isto decorre do fato de que uma LT infinita n˜ao pode ter onda refletida. em fun¸c˜ao da distˆancia ao longo da linha. como √ √ V = A1 e Y Zx + A2 e − Y Zx (103) Fazendo a derivada segunda em rela¸c˜ ao a x. obtemos I= VR + IR Zc γx VR − IR Zc −γx e + e 2 2 (106) VR /Zc + IR γx VR /Zc − IR −γx e − e 2 2 (107) **Interpreta¸c˜ ao das equa¸c˜ oes Sabendo que a constante de propaga¸c˜ ao γ = α + jβ. em termos de x. as tens˜oes e correntes da linha se escrevem simplesmente como V =V++V− (110) V+ V− = − + I I de modo que o coeficiente de reflex˜ao pode ser escrito alternativamente como I− Γ= + I j´a que I− I− V − V + 1 = = ΓZc I+ V − V + I+ Zc No fim de uma linha terminada com uma impedˆancia ZR . na equa¸c˜ ao (99).ELETROMAGNETISMO 103 Derivando as equa¸c˜ oes (99) e (100) em rela¸c˜ ao a x. Isso sugere uma solu¸c˜ ao do tipo exponencial. c) quando ZR = Zc temos Γ = 0. derivada duas vezes em x deve ser igual a Y ZV . temos V++V− 1+Γ V = + = Zc ZR = − I I −I 1−Γ Resolvendo esta equa¸c˜ao para Γ obtemos Γ= ZR − Zc ZR + Zc (112) Podemos ver da equa¸c˜ao (112) que: a) para uma linha terminada em um curto circuito (ZR = 0) temos Γ = −1. dado em (103). Essa ´e a caracter´ıstica de uma onda progressiva. Por exemplo. O termo e αx muda o m´odulo em fun¸c˜ao de x. que avan¸ca da carga para a fonte da LT. a tens˜ao nas extremidades da carga VR ´e igual a IR Zc . Podemos pensar que quando ZR = Zc . **Coeficiente de reflex˜ ao Γ A raz˜ao entre as amplitudes dos sinais incidente e refletido define o coeficiente de reflex˜ao Γ: Γ= V− V+ Da pr´opria defini¸c˜ao de impedˆancia caracter´ıstica temos que Zc = VR + IR Zc A1 = 2 V = O primeiro termo da equa¸c˜ao (108) cresce em m´odulo e adianta-se em fase com o aumento da distˆancia dos terminais da carga em dire¸c˜ao `a fonte. a tens˜ao e corrente da linha podem ser escritas como VR + IR Zc αx jβx VR − IR Zc −αx −jβx V = e e + e e (108) 2 2 I= I = I+ + I− VR /Zc + IR αx jβx VR /Zc − IR −αx −jβx e e − e e (109) 2 2 As propriedades de e αx e e jβx ajudam a explicar a varia¸c˜ao da tens˜ao e da corrente em qualquer instante. para eliminar a onda refletida. substiuinto A1 e A2 em (103) e (105). ser˜ao express˜oes cujas derivadas segundas em rela¸c˜ ao a x ser˜ao iguais `as express˜oes originais multiplicadas pela constante Y Z. b) no caso de circuito aberto (ZR = inf) temos Γ = 1. e representase por V − . O segundo termo da equa¸c˜ao (108) diminui em m´odulo e atrasa-se em fase com o aumento da distˆancia dos terminais da carga em dire¸c˜ao `a fonte. e representase por V + . obtemos: d2 V dI =Z (101) 2 dx dx dV d2 I =Y (102) dx2 dx As solu¸c˜oes dessas equa¸c˜ oes. sem invers˜ao. Denominamos tens˜ ao refletida a esse termo. ela tamb´em pode ser considerada como possuindo uma componente incidente I + e outra componente refletida I − . isto ´e. Isto pode ser entendido se pensamos que o sinal passa do “fio vivo” para o “neutro” e retorna. as constantes A1 e A2 podem ser determinadas levando-se em conta as condi¸c˜ oes na extremidade da LT referente `a carga. obtemos   √ √ d2 V = Y Z A1 e Y Zx + A2 e − Y Zx 2 dx (104) Portanto. Uma LT que termina por sua impedˆancia caracter´ıstica ´e chamada de linha infinita. Substituindo estes valores em (103) e (105). as LT de comunica¸c˜oes terminam com sua impedˆancia caracter´ıstica. n˜ao existindo onda refletida de corrente ou de tens˜ao. o sinal volta pelo mesmo fio. a equa¸c˜ao (103) ´e a solu¸c˜ ao de (101). Denominamos tens˜ ao incidente a esse termo. que avan¸ca da fonte para a carga. n˜ao h´a sinal refletido. Usualmente. a impedˆancia . Essa ´e a caracter´ıstica de uma onda refletida. obtemos VR = A1 + A2 r Y (A1 − A2 ) IR = Z p Substituindo Zc = Z/Y e resolvendo o sistema para A1 e A2 . enquanto que o termo e jβx vale sempre 1 e significa uma defasagem de β radianos por unidade de comprimento da LT. encontramos VR − IR Zc A2 = 2 Finalmente. efetivamente invertendo-se. Ela pode ser dada por √ γ = ω LC A velocidade de propaga¸c˜ ao da onda na LT ´e 1 ω v= =√ γ LC No caso do cabo coaxial. os pulsos el´etricos se propagam sem deforma¸c˜ao. na pr´ atica. a velocidade de propaga¸c˜ao depende da frequˆencia. **Atenua¸c˜ ao Consideremos ainda que o meio em que esta onda se propaga introduz perdas e a fun¸c˜ ao decai ou atenua-se.5 Casamento de impedˆancias **Rela¸c˜ ao de onda estacion´ aria ROE A Rela¸c˜ao de Onda Estacion´aria ´e a rela¸c˜ao entre a tens˜ao m´axima e m´ınima em uma LT. para o coeficiente de atenua¸c˜ao. Se um cabo de um determinado comprimento atenua 3 dB (50 %) a 1 MHz. ZR se comporta como uma “continua¸c˜ ao” da linha. Mesmo assim. um fator igual a 1 diz-nos que a linha est´a adaptada e um valor infinito diz-nos que a linha est´a em circuito aberto ou em curto-circuito. por exemplo. ´e equivalente a terminar a linha com outra linha idˆentica e de comprimento infinito. obtemos que v=√ c 1 = µ0 n onde c ´e a velocidade da luz no v´ acuo e n ´e o ´ındice de refra¸c˜ao do isolante. **Velocidade de propaga¸c˜ ao A vari´avel γ ´e a chamada constante de propaga¸c˜ao. Em consequˆencia. sendo proporcional ao quadrado da amplitude da onda. os pulsos se deformam ao se propagarem na linha. Na grande maioria das aplica¸c˜oes. α/2. Neste caso tudo acontece como se o sinal nunca encontrasse o fim da linha de transmiss˜ao. mas isto implica quase sempre em cabos mais grossos. O coeficiente α ´e chamado coeficiente de atenua¸c˜ao e geralmente ´e expresso em unidades de decib´eis por cada 100 m de cabo11 . ou seja.ELETROMAGNETISMO 104 Tamb´em temos uma constante de propaga¸c˜ao complexa p γ = ω 2 LC − RG − jω(LG + RC) que pode ser escrita na forma γ = γ 0 − jα/2 Fig. 72 Onda amortecida. pretende-se ter uma linha que ligue com a maior eficiˆencia poss´ıvel o gerador `a carga. ou seja. A potˆencia transportada. R + G Z0 α∼ = Z0 onde Z0 ´e a impedˆancia caracter´ıstica sem perdas r L Z0 = . Dado que um pulso ´e uma superposi¸c˜ ao de ondas de diferentes frequˆencias (transformada de Fourier). Neste caso a linha se diz “terminada” ou “casada”. ou de 13 dB. a varia¸c˜ ao do ´ındice de refra¸c˜ao dos diel´etricos utilizados em linhas de transmiss˜ ao. Este fato reflete-se na forma da constante de propaga¸c˜ao. ´e desprez´ıvel. expressar o coeficiente de atenua¸c˜ ao para a tens˜ ao. o conceito de linha n˜ ao dispersiva n˜ao ´e uma utopia j´a que. O ROE nos d´a uma id´eia da importˆancia da onda refletida. ent˜ao a impedˆ ancia caracter´ıstica ´e complexa e depende da frequˆencia segundo s R + jωL Zc = G + jωC Em contraste com o caso sem perdas. em engenharia el´ etrica. C Na maioria dos casos de interesse pr´atico a condutˆancia G pode ser desprezada. a linha se torna dispersiva. cai como e −αx . C. O coeficiente de atenua¸c˜ao ´e ent˜ao α∼ = R Z0 Esta equa¸c˜ao indica que h´a vantagem em utilizar linhas com impedˆancia caracter´ıstica grande. Vimos 11 E ´ comum. uma antena. a atenua¸c˜ao da linha deve ser considerada. cai exponencialmente com a distˆancia devido ao fator e e −αx/2 . No caso de linhas muito compridas ou frequˆencias muito elevadas. provocada por reflex˜oes. ent˜ao a 100 MHz a atenua¸c˜ao ser´a aproximadamente 10 vezes maior. na faixa de frequˆencias necess´ aria para descrever pulsos el´etricos de dura¸c˜ao razo´avel. na dire¸c˜ao da fonte para a carga. Fazendo R << ωL e G << ωC obtemos. a parte real de γ n˜ao ´e mais proporcional `a frequˆencia e. Em rigor. r  n= 0 ´ interessante notar que a velocidade de propaga¸c˜ao ´e indeE pendente da frequˆencia (uma linha de transmiss˜ ao com esta propriedade se denomina linha n˜ ao dispersiva). o que limita grandemente o uso de linhas de transmiss˜ao el´e trica para comunica¸c˜ao em altas taxas. α[dB/100m] = α[m−1 ] 103 log e ∼ = 434α[m−1 ] Valores t´ıpicos para f = 10MHz s˜ao de 1 a 10 dB/100m. Assim. em linhas n˜ao dispersivas. conclu´ımos que. em neppers/metro (Np/m). portanto. . o ´ındice de refra¸c˜ ao depende da frequˆencia. A resistˆencia s´erie aumenta aproximadamente em forma proporcional `a raiz quadrada da frequˆencia devido ao efeito pelicular ou efeito Skin. Esta pode ser. ou seja. Se a linha tem uma resistˆencia s´erie R e condutˆ ancia G por unidade de comprimento. Vemos que a amplitude de um onda viajando. Com outras palavras. 13 dB de perda significa que apenas 5 % da potˆencia injetada ´e transmitida ao fim do cabo. h´a uma onda refletida com amplitude igual `a da incidente. E fazer adapta¸c˜oes de cargas a linhas com impedˆ ancias caracter´ısticas diferentes. vale ZS = (1. Fig. normalmente. Assim. 73 ˆncia qualquer. 3 + j0. Um desses processos. calculadoras e computadores realizam pequenos c´ alculos para resolver os problemas da carta de Smith. sabendo que ´e terminaa por uma impedˆancia de 15 + j25Ω. Impeda essˆencia. Hoje em dia. a linha est´a adaptada e toda a energia que a onda EM transporta passa para a carga. o stub est´a terminado por um curto circuito e. A carta de Smith tamb´em fornece o coeficiente de reflex˜ao Γ. com caracter´ısticas iguais ` as da linha que se pretende adaptar. a impedˆancia de entrada. O comprimento do stub e a distˆancia `a carga da sua liga¸c˜ ao ` a linha s˜ ao os graus de liberdade que nos permitir˜ ao fazer a adapta¸c˜ ao. que ´e o equivalente do coeficiente de reflex˜ao complexo de um componente de microonda de porta u ´nica. e seu ˆangulo ao ˆangulo medido a partir do ponto de m´axima impedˆancia (direita). Como se pode observar. Quando se projeta um sistema tem-se sempre esta preocupa¸c˜ao.u. **Adapta¸c˜ ao de LT com um Stub Um stub ou estube ´e um tro¸co de linha que se considera. Na Fig. uma velocidade de transmiss˜ao v = 0. casos h´ a em que isso n˜ ao ´e poss´ıvel ´ necess´ario ent˜ao ou por qualquer raz˜ ao n˜ ao se justifica. . 105 Fig. do estudo anterior. Por outras palavras. no seu fundamento. ela se tornou uma valiosa ferramenta para comunica¸c˜ ao homem-m´ aquina. vista pela fontes. Este processo consiste. 37 metros. 4/137 = 0. 50 50 Como o comprimento da LT ´e 27. deve-se ‘caminhar’ no sentido hor´ario na carga de Smith. Entretanto. a impedˆ ancia de entrada deste stub ´e imagin´aria e o seu valor depende do seu comprimento st. calculada como: ZR = 0. Trata-se de um algoritmo gr´afico que permite de uma forma expedita calcular adapta¸c˜oes de linhas. como um m´etodo gr´afico para simplificar os c´alculos matem´ aticos complexos (envolvendo vari´aveis complexas da forma x + jy).u. que eram necess´arios para descrever as caracter´ısticas de componentes de microondas. Observarmos na carta que ela mede 1. Procedimento: Na Fig. e n˜ao uma onda estacion´aria. 12λ. Uma LT e um stub. Quando s˜ao iguais. nesse caso. No entanto.ELETROMAGNETISMO atr´as que o fator de onda estacion´ aria nos d´ a uma medida da adapta¸c˜ao. 5 = 15 25 +j p. Impedˆ ancia de entrada de uma LT Introdu¸c˜ao: Um trecho de 27. Ent˜ao. Em Objetivo: determinar a impedˆancia de entrada da LT. em equipamentos de testes de circuitos. em ligar esse stub em paralelo com a carga. verificamos que uma linha sem perdas terminada em curto circuito tem sempre uma impedˆ ancia de entrada imagin´aria pura. permite saber as distˆancias d e st que definimos no ponto anterior. igual ` a unidade. Esta carta ´e um espa¸co de impedˆ ancias ou de admitˆancias (normalizadas). a carta de Smith ´e um gr´afico especial para plotar o parˆametro-S. at´e a nova impedˆancia. 7) × 50 = 80 + j85 Ω Observa-se o efeito dram´atico de alguns cent´ımetros de cabo. 7 p. chamado S11 . depende da rela¸c˜ ao entre a impedˆancia caracter´ıstica da linha e a impedˆ ancia de carga. significando da carga para o gerador. 74 mostra-se a impedˆancia de carga normalizada. 74 ˆncias na carta de Smith. ligando uma carga de impeda **Carta de Smith A carta de Smith surgiu em 1939 (quando n˜ ao existiam computadores e calculadoras). 73 configura-se a situa¸c˜ ao. Os programas para projeto automatizado de sistemas de RF usam a carta de Smith para mostrar os resultados de suas simula¸c˜ oes. ´e a adapta¸c˜ao de LT com um Stub. o mais simples. 6 + j1. A condi¸c˜ao de ter apenas uma onda progressiva. 4cm de cabo coaxial de 50 ohms de impedˆancia caracter´ıstica tem a freq¨ uˆencia de 146 MHz. 67c = 20 cm/nano segundos e um comprimento de onda λ = 20 × 1000/146 cm = 1. Seu m´odulo corresponde ao raio da carta. sendo. 6 + j1. tal como os parˆ ametros S. tais como os “Network Analyser”. A. . 1989. (f) a potˆencia recebida no final da linha. LTC Editora. Considerando que a potˆencia transmitida pela antena transmissora seja de 2W.R. Os coeficientes de reflex˜ao nos terminais do transmissor s˜ao iguais a 0. JILES. ˆncias Bibliogra ´ficas Refere [1] [2] [3] [4] [5] [6] P V-C.D.D. calcular: (a) a impedˆancia caracter´ıstica da linha. Volume II.. A potˆencia radiada ´e de 2W.T. Livros T´ ecnicos e Cient´ıficos Editora S. e. Teoria Eletromagn´ etica B´ asica.C. 1968. encontre: (a) a diretividade em dB. Computer-Aided Analysis and Design of Electromagnetic Devices.5mm e raio externo de 2..4GHz..T. Basic Electromagnetics with applications. KRAUS. HOOLE.0GHz. 1972.J. Qual deve ser a resistˆencia caracter´ıstica de uma se¸c˜ao de um quarto de comprimento de onda para conect´ a-las a um casamento perfeito? [10] P V-C.15a semana freq¨ uˆencia de 1.P.A. tˆem resistˆencias caracter´ısticas iguais a 200Ω e 400Ω.P. McGraw-Hill. Qual ´e o comprimento de onda e o coeficiente de reflex˜ao desta linha? P V-C. Wiley Series in Microwave and Optical Engineering. se houver uma entrada de 1Vrms? [7] P V-C. Tratamento de Dados Experimentais.. 1960.1958.S. P. Os m´aximos valores da diretividade das antenas transmissora e receptora valem 16dB e 20dB respectivamente. 3a Edi¸c˜ ao. Eletromagnetismo. R. (d) o coeficiente de defasagem.13: Duas antenas de abertura sem perdas e com polariza¸c˜ao casada operam na faixa de freq¨ uˆencia entre 8.F´ısica. McGraw-Hill do Brasil. mostre que: H = jω∇ 2 1 (a) ∇ VE + k 2 VE = j ω J 2 (b) E = k VE + ∇(∇ · VE ) P V-C. Hugh Hildreth. G = 1. ´ F´ısica Geral e Experimental.. possui: R = 50Ω/km. RAO.. A. F. perfeitamente terminadas. 2 × 10−6 H/m.. e C = 1. Introduction to Magnetism and Magnetic Materials. Qual a tens˜ ao no ponto de 10km. 1989. SERWAY. Mercado Aberto.R. sem perdas.D. 1999. RAMOS. CLEIDE M. Wiley..N. SILVESTER.R. H. Editora da USP. 1992. (b) a ´ area efetiva m´ axima para uma [8] [9] [11] [12] [13] [14] [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22] [23] [24] [25] [26] BASTOS. e. 0µS/km..D. PARIS.F.N. New Jersey. corretamente terminada tem um coeficiente de atenua¸c˜ao de 2dB/km e um coeficiente de deslocamento de fase de 0. F´ısica para Cientistas e Engenheiros..K. 1984.ELETROMAGNETISMO 106 C. F´ısica Experimental. SILVA. Calcular: (a) a potˆencia m´edia fornecida `a carga. (c) o comprimento da antena. (b) o coeficiente de propaga¸c˜ao.Ltda. CHRISTY. 1. a defasagem em rad/km. 5 × 10−6 S/m. Livros T´ ecnicos e Cient´ıficos. P V-C. tem constantes iguais a R = 10 × 10−3 Ω/m. WELCH..4: Uma L.C.. (b) o m´ odulo da tens˜ ao m´ınima na linha. GOLDEMBERG. Campos Eletromagn´ eticos Modernos.. Elsevier... Rio de Janeiro Guanabara Dois. 1987. A.. G = 1. HAYT. Guanabara Dois. usando o cosseno como referˆencia.. 1979.. 1992. Se a potˆencia de entrada da L. tendo comprimento de 60 cm. 1971. 1965. (e) os m´ odulos da tens˜ ao e da corrente nos lados da fonte e de recep¸c˜ ao da linha. L = 600µH/km. Introduction to Electromagnetic Compatibility. 1st Edition. P V-C.2 e 12. encontre a potˆencia de chegada na antena receptora.T. Wilton Pereira. para a freq¨ uˆencia f = 10 000Hz? P V-C. casada de 50Ω ´e alimentada por um transmissor que ´e equivalente a uma fonte de amplitude 300V com resistˆencia interna de 50Ω. de comprimento 10 km. Teoria de Campos Electromagneticos. 1953. Livros T´ ecnicos e Cient´ıficos Editora S. P.2: Um cabo coaxial com raio interno igual a 0.. e C = 40nF/km.1: Uma L. Editora da UFSC.W.11: Se a intensidade de irradia¸c˜ ao normalizada de uma antena for dada por U = sen 2 θsen 2 φ. W. 1998. KRAUS.A. RESNICK.A Unified Theoretical Approach.P.A. Luis Antˆ onio Macedo.. P V-C.D. P V-C.J. 1991. e atua com uma freq¨ uˆencia de 400MHz e uma impedˆ ancia de carga igual a 100Ω.8mm. F´ısica. R..& HURD.7: Duas L.T. McGraw-Hill. D. WHINNERY. 1960. Wave Propagation and Antennas.. (c) o coeficiente de atenua¸c˜ ao.A.12: O m´odulo do campo el´etrico distante de uma antena ´e dado por E = Er0 cos2 θ. Applied Electromagnetism. Calcular: (a) a corrente na antena.T.2 e 0. SKILLING. Neal. 5 × 10−9 F/m. Eletromagnetismo para Engenharia: Est´ atica e Quase-est´ atica.2rad/km. JOSE. Paul Clayton..Antennas. Press.K. John Wiley & Sons.. Eletromagnetismo. J. S. Kraus.. PrenticeHall.D. e operando em um comprimento de onda de 2m.0km da antena na dire¸c˜ao de m´axima radia¸c˜ ao. TIPLER. RAMO. QUEVEDO. Fleisch. Electromagnetics with Applications. (c) o m´odulo da corrente m´ axima na linha. Introduction to Electrical Engineering Theory .J.P. tem µr = 1 e r = 3. onde VE ´e o potencial el´etrico.T. e. 1983. J.. 1960. Editora Campus. MILFORD. 1948. AddisonWesley.8: Encontre a impedˆ ancia de entrada de uma linha cuja impedˆancia caracter´ıstica vale 500Ω.6: Uma linha de transmiss˜ ao casada.J. New York. (b) o campo el´etrico para um ponto situado a 2. ao longo da linha. J. HAMMOND. TALLEDO. 1984.D. McGraw-Hill Book Company. P V-C..9: Se o campo magn´etico for dado pela express˜ao ~ × VE .10: Uma antena opera com uma freq¨ uˆencia de 900 MHz. O comprimento da linha ´e 5m e a freq¨ uˆencia ´e de 30MHz. Porto Alegre. admitindo que o rendimento ´e de 100%. e a velocidade da onda. P V-C. uma impedˆ ancia de carga ZL = 60Ω e uma tens˜ao na carga de 206 40o V. A separa¸c˜ao das antenas ´e de 80λ..4 respectivamente. J.3: Uma linha de 50Ω sem perdas tem comprimento de 1.C. 2a Edi¸c˜ ao. for 1W na freq¨ uˆencia de 1kHz. Volume III. REITZ.. Introduction to Magnetic Materials.R. DUZER. Admita que a antena esteja orientada sobre o eixo z e determine: (a) a diretividade. (b) a largura de feixe a -3dB. P V-C. HALLIDAY. L = 1.6 Exerc´ıcios . Eletromagnetismo. Obter as ondas de tens˜ao e corrente. John Wiley & Sons Inc. CULLITY. George B. Fields and Waves in Communications Electronics. Fundamentals of Eletric Waves. CARVER.D. H.. Para isso use a impedˆ ancia de termina¸c˜ao ZL = 25 + j50Ω.T. Van Nostrand Company. 2000. a atenua¸c˜ao em dB/km. D. e. Editora Universit´ aria.5: Uma L. New York. 1972.R. Qual ´e a impedˆ ancia caracter´ıstica.V. Chapman & Hall.R. 5λ. Jo˜ ao Pessoa. 1950.. Ciencias S. Fundamentos da Teoria Eletromagn´ etica. P. 300 340 . 400 > 200 200 . . . gra ´ficos e tabelas VI.diel. . . 380 30 . 500 Cte.5 — — 4 5 5 7 4. . . .8 1. . ~ · J~ = − ∂ρ ∇ ∂t   ~ ·D ~ =ρ ∇ ~ × D) ~ (0 = ∇ A A A ~ ·H ~ = ρM ∇  ~ D - ~ H ~ = 0 r E ~ D R ~ · dD ~ WV = E ~ ×H ~ = J~ ∇ ~ ~ ×H ~ = ∂D ∇ ∂t WV = ~ + J~ × B ~ f~ = ρ E ~ E ~ J~ = σ E ~ ×E ~ = ∇ ~ · dB ~ H ~ = µ0 µr H ~ B ~ = −∇V ~ E ~ B  R ~ ·B ~ =0 ∇ ~ =∇ ~ × A) ~ (B ~ − ∂∂tB Fig. 250 200 . 75 Mapa do Eletromagnetismo.2 1. Resumo de fo ρ. . (kV/cm) 21 60 . . r 40o C 90o C 1 2 2. 200 500.5 20 100 20 80 20 80 — — 0. Propriedades t´ıpicas dos materiais isolantes ou diele Material Ar ´ Oleo Mica Micanite Mica-papel Mica-seda Asbesto Fibra de vidro Porcelana Madeira de lei Papel em ´ oleo Papel˜ ao de trafo Fenolite Silicone Rigid. . TABELA XI ´tricos. . .5 5 >5 tan δ/103 40o C 90o C — — 2 5 0. V e J~ ~ A ~ e ρM J.ELETROMAGNETISMO 107 ´ rmulas. . 260 50 200 . 400 250 . . 1000 350 200 .5 3 6 3 6 — — 3 6 5 6.3 5 8 3. .0 20 80 — — < 15 < 50 < 15 100 60 Classe de isolamento – A C B B B C C C A A A A H . . .diel. 50 200 . . . 005 0.60 3.260 2.005 0.77 2968.000 20.620 4.5 13.80 37.017 0.91 0.142 0.3 2.80 74.056 0.226 0.00 299.540 5.57 0.60 0.044 0.350 6.630 1.203 0.00 46.432 548.286 0.190 4.0 8.000 129.1 0.127 0.912 0. AWG 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Diˆ ametro (mm) 8.6 41.830 1.786 0.4 3.089 0.450 1.72 0.359 0.08 1.180 0.7 52.30 18.7 33.004 0. para esmaltar e fazer enrolamentos.86 0.42 2.21 0.5 4.580 1.160 3.830 5.0 2.18 0.990 5.006 0.65 0.064 0.87 0.33 7560.071 0.084 0.016 0.000 412.340 7.250 1.644 0.15 1.2 4.30 1.00 377.022 0.179 0.050 0.079 0.142 0.008 0.000 259.40 Tco C 770 690 740 580 500 460 400 980 980 970 980 ρ(µΩcm) 10 60 47 16 45 55 62 60 7 27 28 27 .200 25.ELETROMAGNETISMO 108 TABELA XII Fios de cobre nu.00 9115.025 0.003 0.68 1781.321 0.053 0.100 64.573 0.25 0.55 4747.700 16.361 0.8 16.0 27.1 0.0 1.990 10.008 0.7 6.40 5973.1 35.05 0.013 0.05 0.452 0.5 5.063 0.20 0.255 0.494 0.004 55.54 0.000 441.200 102.10 29.13 0.020 0.50 14.00 149.991 1.16 0.624 0.310 2.6 2.70 11.1 10.17 0.812 0.34 0.455 0.693 890.100 12.2 Bs 2.035 0.112 0.40 23.15 0.150 1.00 93.00 237.0 1.590 2.800 700.97 2.000 163.032 0.79 2.5 13.82 1.160 0.010 0.5 2.68 0.070 0.3 20.45 2.3 1.012 0.120 3.45 2.0 0.050 1.400 81.23 7.44 1.65 2.0 17.225 0.723 0.056 0.09 3800.021 0.284 0.009 0.27 0.017 Voltas/ cm2 14 17 22 27 34 40 51 63 79 98 123 153 192 237 293 364 454 575 710 871 1090 Corrente Pr´ atica (A) Corrente Segura (A) 86.051 Resistˆ encia (Ω/km) 0.510 3.002 2.3 1.5 0.020 0.500 51.102 0.5Cr 49Co 2V µr (inic) 150 500 1500 8000 4000 20000 20000 105 800 800 650 µr (max) 5000 7000 40 000 105 70000 105 105 106 5000 4000 10000 60000 Hc (Oe) 1.100 40.60 9.32 0.1 3.6 1.89 2.40 59.4 83.41 0.042 0. Caracter´ısticas de alguns materiais magne Nome A¸co A¸co sil´ıcio A¸co sil´ıcio GO 78 Permalloy Hypernik 4-79 Permalloy Mumetal Supermalloy Permendur 2V-Permendur Hiperco Supermendur %Ni 78 50 79 77 79 – – – – %Fe 100 96 97 22 50 17 16 16 50 49 64 49 Outros 4 Si 3 Si – – 4 Mo 5Cu 2Cr 5 Mo 50 Co 49Co 2V 35Co0.250 7.51 0.43 0.039 0.2 6.80 4.584 1136.05 0.81 0.17 1427.067 0.67 2239.7 22.11 0.405 0.0 0.002 TABELA XIII ´ticos.7 44.8 11.392 0.10 0.4 8.05 0.000 327.114 0.030 6.000 205.9 5.910 2.290 1.990 2.00 188.033 0.026 0.32 5.089 0.00 1.1 26.00 118.02 Peso (kg/km) 475.7 2.078 0.028 0.0 0.7 1.500 32.64 0.511 0.670 3.2 1.006 0. Fundamental Desloc. ~ r m t qeQ ~ dS ~ F ~ M W P V ~ E ” C ” ψ ρV ρS ~ D ”  0 r i J~ R ” σ ~ H φ ~ B ” µ µ0 µr L ” Quantidade Unidade Eq. 85 × 10−12 F/m ordem de 2 a 5 i = ∆q ∆t J = i/S R = Vi R = σ1 S` (resistividade)−1 H = i/(2πr) ∆φ = V ∆t B = φ/S ~ = µH ~ B µ = µ0 µr 4π × 10−7 H/m ordem de 1000 L = N φ/i L = µN 2 S` m m .ELETROMAGNETISMO 109 TABELA XIV ´rio para Eletromagnetismo. Massa Tempo Carga el´ etrica Superf´ıcie For¸ca Momento (vetor) Trabalho ou energia Potˆ encia Potencial el´ etrico m kg s C m2 N Nm J W V padr˜ ao padr˜ ao padr˜ ao padr˜ ao Campo el´ etrico ” Capacitˆ ancia el´ etrica ” Fluxo el´ etrico Densidade volum´ etrica de carga Densidade superficial de carga Deslocamento el´ etrico ” Permissividade diel´ etrica Permissividade absoluta (v´ acuo) Permissividade relativa Intensidade de corrente Densidade de corrente Resistˆ encia el´ etrica ” Condutividade Campo magn´ etico Fluxo magn´ etico Densidade de fluxo Indu¸c˜ ao magn´ etica Permeabilidade magn´ etica Permeabilidade absoluta. no v´ acuo Permeabilidade relativa Indutˆ ancia ” N/C V/m F ” C C/m3 C/m2 C/m2 ” F/m F/m A=C/s A/m2 Ω ” (Ω m)−1 A/m Wb Wb/m2 T H/m H/m H ~ = m ~a F ~ =F ~ ×~ M r ~ · d~ W =F P = W t V = W q ~ =F ~ /q E E = V /d C = Q/V C = S d ψ=Q ρV = Q/vol ρS = Q/S D= ψ S ~ = E ~ D  = 0 r 0 = 8. Suma S´ımbolo d~ `. . 76 Curva BH de alguns materiais (Fonte: MIT).ELETROMAGNETISMO 110 Fig.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.