( Educacao) - Acacia Z Kuenzer - Educacao No Mundo Atual

March 27, 2018 | Author: Robson Santana S | Category: Pedagogy, Science, Sociology, Higher Education, Learning


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A formação de educadores no contexto das mudanças no mundo dotrabalho: Novos desafios para as faculdades de educação Acacia Zeneida Kuenzer* RESUMO: Este artigo propõe-se a apresentar os novos desafios para as Faculdades de Educação no que diz respeito aos impactos das mudanças ocorridas no mundo do trabalho para a formação de professores. Estes impactos, por um lado, apontam para a necessidade de universalização da educação básica com 11 anos de duração, a exigir um concentrado esforço de qualificação de professores em nível universitário. Por outro, contraditoriamente, acabam por determinar políticas públicas de educação e de formação de professores que, em face da redução dos fundos públicos e das políticas dos agentes financeiros internacionais, re-editam a diferenciação de propostas pedagógicas para incluídos e excluídos. Estas, sempre aligeiradas e de baixo custo, dão origem a uma proposta de formação não universitária nos mesmos moldes. Com base nesta análise, o artigo recupera as especificidades do trabalho do professor e apresenta um conjunto de propostas para a reorganização das Faculdades de Educação. Palavras-chaves: Formação de professores, políticas de formação de professores, faculdades de educação O que compete ao educador? As novas bases materiais que caracterizam a produção (reestruturação produtiva), a economia (globalização) e a política (neoliberal) trazem profundas implicações para a educação neste final de século, uma vez que cada estágio de desenvolvimento das forças produtivas gesta um projeto pedagógico que corresponde às suas demandas de formação de intelectuais, tanto dirigentes quanto trabalhadores. Aos educadores cabe, dada a especificidade de sua função, fazer a leitura e a necessária análise deste projeto pedagógico em curso, de modo a, tomando por base as circunstâncias concretas, participar da organização coletiva em busca da construção de alternativas que articulem a educação aos demais processos de desenvolvimento e consolidação de relações sociais verdadeiramente democráticas. Compreendidos os processos pedagógicos em seu sentido amplo. como procedimentos educativos intencionais e institucionalizados através das diferentes formas e modalidades de ensinar. que talvez pareça desnecessária e até mesmo exagerada para alguns. dadas as atuais características da produção pedagógica contemporânea. aquela que vai ao mundo do trabalho e das relações sociais para compreender os processos educativos escolares e não-escolares e não faz o caminho de retorno. a produção teórica e a organização de práticas pedagógicas.Nos países periféricos em crise. são eles necessariamente sempre objetos de análise transdisciplinar. participar como um dos atores da organização de projetos educativos. Isto significa que ao educador compete buscar nas demais áreas do conhecimento as necessárias ferramentas para construir categorias de análise que lhe permita apreender e compreender as diferentes concepções e práticas pedagógicas. torna-se necessário destacar a importante contribuição que têm trazido à pedagogia os especialistas de outras áreas. construir formas de organização e gestão dos sistemas de ensino nos vários níveis e modalidades. caracterizando-se por macroanálises. . que. De outro. como é o nosso caso. mas também como uma das formas de enfrentamento e de possível superação. particularmente no contexto das formas tayloristas/fordistas e. tem se dividido: de um lado. que se desenvolvem nas relações sociais e produtivas de cada época. no sentido de atender e superar. para o que usará da economia sem ser economista. e também os pedagogos. sempre coletivo. da história. da sociologia sem ser sociólogo. De modo especial. às atuais demandas por educação feitas por estas relações mais amplas. embora relevantes e necessárias. processo no qual a educação tem dupla participação: como um dos determinantes. sem ser historiador. Esta afirmação. em face de seu caráter determinado/determinante das bases materiais de produção que caracterizam cada etapa de desenvolvimento. no fazer deste processo de produção de conhecimento. finalmente. Esta. escolares e não-escolares. e até determinantes. strictu e lato sensu. aquela que não sai do espaço restrito das organizações e práticas pedagógicas. pois. que têm usado o método da economia política para viabilizar a compreensão das concepções e práticas pedagógicas dominantes no capitalismo. enquanto ocorrem no conjunto das relações sociais e produtivas. não contribuem para a organização de projetos e práticas pedagógicas que respondam. isto significa enfrentar incisiva e radicalmente a exclusão sob todas as suas formas. e. perpassadas pela contradição fundamental do modo capitalista de produção de mercadorias. especificidade à função do educador é a compreensão histórica dos processos pedagógicos. posto que seu objeto são os processos educativos historicamente determinados pelas dimensões econômicas e sociais que marcam cada época. e em seu sentido estrito. precisa ser resgatada. tratandoas como se fossem autônomas. selecionando e organizando conteúdos a serem trabalhados através de formas metodológicas adequadas. que expressem o desejo coletivo da sociedade. de modo geral. O que confere. daquelas relações sociais. transformar o conhecimento social e historicamente produzido em saber escolar. os conteúdos escolares. contudo. que resultam em aumento da seletividade e. De pronto. retomar o que pode ser o significado. escolares e não-escolares. as formas de organização e estruturação. assim. em decorrência. deverá apropriar-se das diferentes formas de interpretação da realidade que se constituem em objeto dos vários campos do conhecimento. mas enfrentar as diferentes formas de exclusão que têm caracterizado a história do sistema escolar brasileiro. cujo objeto são as concepções e as práticas pedagógicas escolares e não-escolares determinadas pelas relações sociais e produtivas e seus respectivos fundamentos. nesta introdução. na dupla dimensão de produtor/difusor da ciência pedagógica. neste momento histórico. mas isto não é suficiente. é que compreender as dimensões pedagógicas das relações sociais. a cada educando. que os processos pedagógicos assumirão dadas as suas distintas finalidades. bem como suas formas de realização através de diferentes práticas institucionais e não institucionais produzem o conhecimento pedagógico. as reflexões anteriores já permitem uma conclusão: o educador não é apenas um distribuidor dos conhecimentos socialmente produzidos. da exclusão. ainda um longo caminho a percorrer. A crise das faculdades de educação no âmbito das políticas educacionais . finalmente. das novas formas determinadas pela acumulação flexível. das faculdades de educação. a cada finalidade. particularmente se a pretensão for não apenas compreender. há na especificidade de sua função uma forte exigência de produção da ciência pedagógica.contemporaneamente. O que se pretende reiterar. o qual. Feitas estas considerações preliminares é possível desenvolver algumas reflexões com o objetivo de provocar o debate. diferenciadas para intelectuais e trabalhadores. é tarefa do educador. institucionalizadas e não- institucionalizadas. como "traduções" do conhecimento científicotecnológico e histórico-crítico em expressões assimiláveis. as formas metodológicas adequadas a cada conteúdo. para realizá-la com competência. que se materializa em propostas duais. bem como estabelecer interlocução com os vários especialistas. Usando estas ferramentas é preciso construir categorias de análise a partir de uma síntese peculiar que tome como eixo os processos pedagógicos. as quais permitam dialeticamente compreender as concepções e intervir nas práticas no sentido da transformação da realidade. Definindo a especificidade da tarefa do educador. Há. os processos de formação do profissional de educação. dadas as características de cada educando e as finalidades e estratégias de cada modalidade de educação. é possível pensar nos espaços e nas estratégias necessárias à sua formação e. acerca do que poderia ser a contribuição das faculdades de educação para enfrentar a crise da educação neste final de século. deve-se registrar que as dificuldades por que passam as faculdades de educação não podem ser compreendidas isoladamente."enquanto domínio intelectual da técnica". já não dá conta de atender às novas demandas de educação do trabalhador. os métodos tradicionais tornam-se anacrônicos. A crise do princípio educativo O processo em curso de superação do taylorismo/fordismo pelas novas formas de organização e gestão do sistema produtivo. e não apenas como repetição de formas de fazer. começam as discussões acerca de quais são os conteúdos básicos dos vários campos do conhecimento que fundamentam os novos processos sociais e produtivos. princípio educativo orgânico ao modo anterior de produção de mercadorias. em decorrência. a microeletrônica e assim por diante. os procedimentos anteriores de avaliação. como ser social. Se passa a exigir do homem novos conhecimentos e novas atitudes no exercício de suas múltiplas funções. mas da prática social e produtiva com suas novas determinações. exigindo processos de aprender que articulem o mundo da escola ao mundo do trabalho. no sentido que dava Krupskaia à politecnia . através da substituição de tecnologias rígidas por tecnologias de base microeletrônica com suas decorrentes inovações nas áreas de materiais e equipamentos. vão sendo questionados em termos de sua adequação às demandas de compreensão e intervenção em uma realidade dinâmica. é posta no seu devido lugar. até então relativamente estáveis. a biotecnologia. uma vez que elas são determinadas pela crise das universidades. A memória. como comportamento incorporado de permanente perquirição da realidade. como uma das instituições atingidas pelas políticas públicas para a educação que vêm sendo implementadas pelo modelo neoliberal de Estado como expressão superestrutural da globalização da economia. a teoria à prática. A capacidade de aprender um conteúdo determinado é substituída pela competência para continuar aprendendo. político e produtivo. que objetivavam a verificação da apropriação de conteúdos . E as novas bases materiais de produção. a partir da crescente incorporação de ciência e tecnologia. há várias dimensões que precisam ser analisadas e aprofundadas na linha de muitas discussões que já vêm sendo feitas. e cuja apropriação permitirá ao cidadão/trabalhador acompanhar as transformações sociais. habilidade cognitiva básica nos antigos processos de aprender. mas como formas de produzir concepções transformadoras da realidade. que vão educando o trabalhador e o cidadão. sendo substituída pela capacidade de localizar e mesmo produzir informações e saber trabalhar com elas. Os conteúdos escolares. duramente questionada. a ecologia.a bioética. vai se confrontando com as circunstâncias do mundo contemporâneo que determinam áreas do conhecimento cada vez mais transdisciplinares . Vai nascendo um novo princípio educativo. A fragmentação da ciência.Inicialmente. vão gestando suas novas formas pedagógicas no nível das relações sociais mais amplas. a reflexão à ação. Em decorrência. vem causar profundos impactos sobre os processos pedagógicos. A pedagogia tradicional. base do velho princípio educativo taylorista/fordista. por sua vez. não da cabeça dos educadores. organize situações de aprendizagem onde exerça o papel de cúmplice. a realidade é uma só: o modelo dominante é a velha escola. pela reestruturação produtiva. com seus velhos procedimentos. Anacrônica. em espaços de salas-ambiente. Desta rápida apresentação da nova realidade. e para a construção da solidariedade. com sua centralização e excessiva regulamentação. em todos os seus níveis. já não é adequada para o novo princípio educativo. conseqüentemente. a discussão da função das faculdades de educação:  o novo princípio educativo exige que o trabalhador/cidadão de novo tipo domine os conteúdos básicos da ciência contemporânea que fundamentam os novos processos sociais e produtivos. mas em todas as relações que se estabelecerem no seu interior. pelas novas estratégias de organização e gestão da vida social e produtiva. a partir de suas determinações. em espaço democrático de discussão. como condições . já está em curso e um novo educador já está em processo de formação. elaboração e acompanhamento coletivo de normas que sejam determinadas pelas finalidades do processo educativo. cuja elaboração. três constatações gerais já vêm orientando a discussão da formação de educadores e. A velha e ainda não superada escola. uma nova ética de responsabilidade. a relação onde o professor era o ator principal em uma cena de monólogo deverá ser substituída por uma relação onde o professor. no qual não se aprende apenas rigidamente sentado olhando para o quadro e ouvindo o professor. a partir da identificação e da organização de informações. Evidentemente. onde o coletivo permita a cada um desenvolver-se como indivíduo e como humanidade. o que exige uma nova teoria pedagógica. Exige que tenha novas atitudes e comportamentos perante a sociedade e o trabalho. certamente bem qualificado. do ambiente. é preciso transformar a escola. já novo nas relações sociais e produtivas. a escola brasileira. orgânica para uma sociedade determinada pelo taylorismo/fordismo. Há um processo pedagógico em curso. pelas inovações tecnológicas. De quase campo de concentração deverá constituirse em espaço de prazer. de modo a substituir o disciplinamento imposto externamente pela disciplinamento assumido e produtivo. Embora sob a orientação teórica de várias tendências pedagógicas estas discussões já venham sendo feitas. construindo soluções. Para esta nova concepção de educação. De espaço de salas tradicionais.fragmentados e separados. precisam ser substituídos por procedimentos que verifiquem a capacidade de resolver situações-problema. se propuser-se a superar a exclusão numa sociedade determinada pelas novas bases materiais de produção caracterizadas pela globalização da economia. de crítica e de criação. no estabelecimento de mediações entre o aluno e o conhecimento. de espaço rigidamente regulamentado e autoritário. posto que determinada pela prática social. enfrenta esta crise de princípio. laboratórios e bibliotecas. voltada para a preservação da vida. nos partidos. no trabalho. apoiando-se nas distintas áreas do conhecimento. na rua. do papel das faculdades de educação. que supere a exclusão. têm resultados ainda mais perversos. para produzir ciência pedagógica. Que permita orientar as novas práticas educativas. com seus conteúdos próprios. uma determinação da necessidade de formação de uma nova humanidade. por seu caráter excludente. em termos de classe e de região. na perspectiva dos fins da educação. as formas de acompanhamento e crítica. porquanto esta etapa de desenvolvimento das forças produtivas também exige um educador de novo tipo:  que esteja capacitado para compreender a nova realidade. quer nos seus espaços peculiares. a reestruturação produtiva tem significado a acentuação das desigualdades sociais. como utopia construída pela vontade coletiva. os espaços. na perspectiva do atendimento ao direito universal à educação. da maioria da população. Com estas indicações pretende-se. sempre dinâmicas. e principalmente. é também. e não apenas nos espaços escolares institucionalizados: nos movimentos sociais organizados. os atores. os efeitos da diminuição da presença do Estado no financiamento das políticas públicas em geral. em face da já histórica situação de desigualdade e pobreza da maioria da população. reiterar a urgência da crítica aos atuais procedimentos de formação do professor e. que privilegiem os conteúdos necessários.necessárias para a criação de uma sociedade mais humana e mais igualitária.  que tenha competência para identificar os processos pedagógicos que ocorrem no nível das relações sociais mais amplas. nas ONG's e assim por diante. e da educação em particular. em busca de sua superação. sem o que as exigências explicitadas no item anterior não poderão ocorrer. capaz de enfrentar com melhores condições de compreensão e crítica a realidade da crescente exclusão e pobreza que caracteriza esta etapa de desenvolvimento.  Essa reestruturação tem significado o aumento do desemprego. Esta não é uma determinação do mundo da produção. nos sindicatos. . em decorrência. há algumas constatações específicas.  no Brasil. pelo menos básica. por um lado.  o novo princípio educativo exige a ampliação da oferta pública nos demais níveis. Que saiba trabalhar com esses processos.  o novo princípio educativo exige a universalização da educação. embora sejam indicações de tendências que precisam ser aprofundadas:  no Brasil. é cada vez mais seletivo com relação ao emprego. que precisam ser consideradas. Por outro lado. a diminuição da renda e a deterioração da qualidade de vida para a maioria da população. aumentando a pobreza. o qual. quer construindo formas de articulação destes com a escola. as adequadas formas metodológicas. Para formar esse educador de novo tipo é necessário que as faculdades de educação. o governo tem obedecido às políticas do Banco Mundial para a educação como forma de ter acesso a financiamentos (embora de retorno discutível.  que seja capaz de buscar a articulação entre a escola e o mundo das relações sociais e produtivas através de procedimentos metodológicos apoiados em bases epistemológicas adequadas.  enfim.  que saiba organizar e gerir o espaço escolar de forma democrática. para que possam cumprir as exigências desta nova etapa do desenvolvimento capitalista. Compelido pelos atores internacionais a diminuir o custo do Estado para assegurar a estabilidade da economia. são atingidas. seja para seguir o ensino acadêmico. sabendo selecionar e organizar conteúdos superando a atual organização curricular em disciplinas estanques. internamente e em suas articulações com a sociedade. que tenha competência para dialogar com o governo em suas diferentes instâncias e com a sociedade civil. . a cada um educação segundo sua "competência". marcada pela exclusão crescente e pela aceitação quase tácita de que a cidadania não é para todos. que seja o organizador de experiências pedagógicas escolares e nãoescolares. reconhecendo sua história e a relevância de sua contribuição. Estas políticas podem ser resumidas nos seguintes tópicos:  substituição do conceito de universalidade pelo de eqüidade. no processo de discussão e construção das políticas públicas. A crise jurídico-normativa: de quem é a competência? Em face da natural dificuldade de dar respostas a curto prazo para uma nova realidade que atinge o mundo a partir da década de 1980 e o Brasil mais especificamente a partir da década de 1990. ou seja. como tem evidenciado a professora Marília Fonseca) e fazer frente a situações de curto prazo.  que seja capaz de transformar a nova teoria pedagógica em prática pedagógica escolar. através da construção coletiva de formas pedagógicas que tomem a transdisciplinaridade como princípio. seja na sua implementação. cujo significado seja definido pelos fins da educação como expressão do desejo coletivo da sociedade que queremos. seja no seu enfrentamento. seja para aprender um trabalho. façam a autocrítica e busquem novas formas de organização. que já vinham fazendo sua autocrítica desde a criação da Anfope (anos 80). as faculdades de educação. pela crise do Estado que vem sendo enfrentada através da solução neoliberal. como de resto todo o sistema público de educação. foi a de delimitar um novo espaço para a formação de professores: os institutos superiores de educação. toma-se uma concepção elitista de . só que de forma aligeirada e de baixo custo . uma vez que a pesquisa em educação. em outro texto (Kuenzer e Gonçalves 1995). e priorizando o ensino fundamental. é preciso que se desencadeiem ações intensivas e sistemáticas que efetivamente qualifiquem os educadores através do ensino superior. particularmente para oferta de cursos pósmédios e de cursos profissionais de curta duração. tudo sob a responsabilidade das Secretarias de Estado de Educação "em articulação" com as universidades. diminuindo sua presença nos níveis superior e médio. ainda insuficiente com relação ao novo princípio educativo. Estas políticas têm sérias implicações para as faculdades de educação e para a definição das modalidades de formação dos educadores. já na proposta de substitutivo à LDB apresentada pelo senador Darcy Ribeiro. desde que mais curtos e com custo mais baixo. integrados ou não a universidades. Ao retirar a formação de docentes da universidade. qualificação e requalificação permanente dos docentes em exercício. oferecer cursos de nível médio (curso normal superior) para professores que se dediquem à educação infantil e às primeiras séries do ensino fundamental. inclusive.  fomento à oferta privada de ensino. que esta proposta vai na contramão da história. para ofertar cursos pós-médios ou de capacitação.formação de professores em cursos pós-médios. Estes passaram a exercer o que eram as suas funções. contrariamente ao que acontece nos países em que a democratização da educação realmente ocorreu. o que significa dizer de duração mais curta e mais baratos. Estes institutos podem. como alternativa-"síntese" das escolas normais e cursos de pedagogia e licenciaturas. Só nas últimas versões apareceu a redação "A formação de profissionais para a educação básica se fará em universidades ou em institutos superiores de educação". A primeira tendência que se configurou. e os precários resultados que vêm sendo apresentados pelo sistema escolar apontam que.  redefinição da função do Estado relativa ao financiamento da educação. para as primeiras séries do ensino fundamental. A exclusividade dos institutos como espaço de formação de educadores para todos os níveis e modalidades aparecia nas primeiras versões do Projeto LDB-Darcy. cursos superiores não universitários. que oferecerão cursos para a formação de profissionais para a educação infantil. Já se afirmou. politécnicos. da pesquisa e da extensão. criando os institutos profissionais. diferenciação do modelo tradicional de universidade. para complementação pedagógica de profissionais que queiram ser professores e cursos de educação continuada para profissionais de educação. caso se pretenda realmente reverter o fracasso escolar. estimulando as iniciativas públicas e privadas a oferecer cursos mais "adequados e eficientes" para atender às demandas do mercado de trabalho. ser advogados. de quebra. tomando a outra ponta deste raciocínio. Esta política reveste-se de lógica quando lembramos que o princípio da universalidade é substituído pelo da eqüidade. concebido como tarefa parcial. que provavelmente serão clientes dos cursos de formação profissional. portanto qualquer outro profissional pode ser educador. mediante formação adicional. Finalmente. e para este nível os docentes serão formados através de pós-graduação strictu senso. como a maioria da população não terá acesso ao nível superior. assim. desde que faça. cuja formação nesta concepção dispensa o rigor da qualificação científica e da apropriação de metodologias adequadas à produção do conhecimento em educação. se complementa com a proposta do Decreto 2. posto que as elites formarão seus filhos. para a qual não precisa se apropriar dos conteúdos da ciência e da pesquisa pedagógica. pode ser professor. descaracterizando o profissional de educação como intelectual responsável por uma área específica do conhecimento. é desperdício investir na formação superior dos professores que irão trabalhar com as classes subalternas.208/97. Esta lógica. atribuindo-se a ele uma dimensão tarefeira. o custeio das Instituições Federais de Ensino Superior será significativamente reduzido sem as licenciaturas e os cursos de pedagogia. as licenciaturas. . portanto.ensino superior. definida por sua origem de classe de ser "competente" para continuar estudando. que lhes retifique a condição. É interessante argüir o contrário: porque os professores não podem. que cria um sistema separado para a formação profissional. para sua educação o professor assim concebido é mais do que suficiente. Isso para o legislador (e para o Estado que abraça as políticas do Banco Mundial) não é o caso dos educadores. descaracterizando-se. é desperdício fazê-la nas universidades. Esta concepção é reforçada através do entendimento de que qualquer profissional que tenha ensino superior. em um lugar específico do sistema escolar. médicos ou engenheiros? Certamente porque se nega à educação o estatuto epistemológico de ciência. a complementação pedagógica ou os estudos adicionais. presente na proposta de LDB-Darcy. a responsabilização das unidades federadas pela formação de educadores nos institutos descompromete a União com uma das mais urgentes e necessárias tarefas que afetam a educação nacional. e que oferece o suporte normativo para a formação de professores em nível pósmédio e/ou de complementação de conteúdos voltados para o exercício profissional strictu senso. Como é assim concebida a tarefa do professor. voltado para a formação de cientistas e pesquisadores. fora do sistema escolar acadêmico. como já o fazem. ou até mesmo médio. E. de conteúdo bem definido e destinado à atender a uma demanda específica e bem definida do mercado de trabalho. sua formação prescinde de cientificidade e. nos institutos. como a educação superior não é para todos. para criar os institutos pós-médios destinados à formação profissional. destina-se à educação profissional nos diferentes níveis. podendo ocorrer independentemente de escolaridade. a preocupação com a "formação de formadores" para a educação profissional já se fazia presente no Ministério do Trabalho.Proem. no seu plano de ação.FAT. O apoio normativo para esta concepção é dado pelo próprio Decreto 2. e também a indicação de diretrizes e mecanismos para os projetos da fase de transição" (p. Ou seja. A nova legislação atribui esta função aos Centros Federais de Educação Tecnológica. 5).Trabalho e Educação da Anped participaram. Neste documento expressa-se a concepção de que os formadores para a educação profissional são educadores de outro tipo. com o olho posto nos recursos do Banco Mundial e do Banco Interamericano (Bird e BID) para finalmente ter uma fonte específica para o financiamento do ensino médio. desde que em concordância com as normas a serem exaradas pelo ministro de Estado da Educação e do Desporto (art. . no Paraná).208/97. já estão fazendo seus planos e suas propostas de reforma extinguindo os cursos profissionalizantes de nível médio. que não têm tradição em licenciatura. 16 e 24). Quem formará os educadores para este sistema específico de formação profissional? Com certeza não são as universidades. A formação profissional. como é concebida pelo Decreto 2. que as Secretarias Estaduais de Educação. do básico ao superior. constituindo-se em alternativa compensatória e contencionista. que atribuiu esta função aos Cefet's. Anteriormente à promulgação deste decreto.Tanto é verdadeiro o que se afirma. a ser confirmado pelos exames vestibulares. com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador . através da Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional . a "concepção e o desenvolvimento de um sistema de formação de formadores para a educação profissional no país. o MTB enuncia sua intenção de incluir. o que já vem acontecendo através de convênios com Secretarias Estaduais de Trabalho. após rigoroso processo de "seleção" que dar-se-á através do ensino básico. regido por outra lei que não a LDB. que elaborou um documento e iniciou um processo de discussão com especialistas da área de trabalho e educação. inclusive de professores (é o caso do Programa de Ensino Médio . o MTB propõe-se a financiar ações em articulação com agências formadoras. Além de chamar a si a responsabilidade de conceber e articular um Sistema Nacional de Formação de Formadores para a Educação Profissional.208/. que deverão ter formação específica em agências e por atores pedagógicos também específicos.Sefor. que quando muito serão "parceiras". o sistema de educação profissional destina-se aos excluídos do sistema acadêmico. Neste documento (Sefor 1995). da qual vários membros do GT . inclusive de Magistério. que passará a se dar em outro sistema que não o de educação. aos cursos regulares de licenciaturas ou a programas especiais de habilitação (provavelmente a ser ofertados também pelos Institutos Superiores de Educação). para aqueles que em face de sua "competência" não demonstrem "aptidão" para o ensino superior. que concluirão ou não o fundamental e complementarão sua formação no Sistema de Formação Profissional. com profundos impactos sobre a concepção de educador e conseqüentemente.Semtec -. concretiza a concepção de educação do Estado neoliberal. completando assim a reforma deste nível de ensino. exaradas pelo Conselho Nacional de Educação. prevalece a concepção de um ensino médio acadêmico com uma forte base comum de conhecimentos fundamentais organizados por áreas e observado o princípio da transdisciplinaridade. iniciada com a proposta de criação do ensino profissional como ramo separado. no nível pós-médio).Para encerrar a delimitação deste quadro. define-se dois caminhos: o dos incluídos. o que vale dizer. necessário se faz registrar que o MEC. fica bem definido o caráter contencionista da atual política educacional. que são complementadas com conteúdos diversificados para atender necessidades locais e regionais bem como para estabelecer articulações com o mundo do trabalho. função a ser exercida apenas para os que desempenharão suas funções no ensino . os cursos superiores. Como o Decreto 2. as políticas acima descritas. Para os bem-sucedidos.208/97. com módulos profissionalizantes em outra rede: a de educação profissional. sobre sua formação. a ser adequada às políticas educacionais definidas pelo Banco Mundial. privadas. Esta modalidade de ensino médio é propedêutica. mas sem aumentar a inversão de recursos neste nível. no nível técnico-médio ou nos cursos de qualificação profissional modulares. e o dos excluídos. Estes impactos significam a descaracterização do professor como cientista e pesquisador da educação. o Governo define sua participação no financiamento do ensino fundamental público. com o Decreto 2.208/97 elimina a equivalência entre a versão acadêmica e a profissional e não exige terminalidade do nível fundamental ou médio para os módulos profissionalizantes. vem desde 1996 desenvolvendo estudos para propor novo modelo para o ensino médio acadêmico que culminou com as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio. fecham o quadro cujo resultado são profundas modificações na concepção e nas formas de organização da educação brasileira. define a política de formação profissional que. declarando-o prioritário. Deste breve relato conclui-se estar em curso profundas modificações na educação brasileira. a educação pública em todos os níveis já não é de direito de todos. Com esta concepção para o ensino médio acadêmico teremos certamente impacto sobre os cursos de licenciatura que atualmente são oferecidos pelas universidades. no nível pós-médio. podendo ser complementada concomitantemente ou seqüencialmente. vejamos: com a aprovação da PEC-30 (ex233). complementadas com a proposta de autonomia para as universidades. Senão. Portanto. o médio acadêmico e buscarão sua vaga no ensino superior (público ou privado. em instituições autônomas. que terminarão o ensino fundamental. completam sua formação no Sistema de Formação Profissional. caso não se consigam. À luz do princípio da eqüidade. Conforme as Diretrizes. através da Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico . Em síntese. articulada à LDB-Darcy e às Diretrizes Curriculares para o ensino médio acadêmico. para financiar projetos para formação de trabalhadores e para a formação de professores de trabalhadores. nunca mais que as necessárias. educação infantil. Assistindo ao esvaziamento extemporâneo de seus quadros. que estão elaborando seus projetos para obter financiamentos dos agentes internacionais para os ensinos médio. incluindo a formação de educadores.superior. em institutos profissionais especializados ou polivalentes. as condições necessárias à reforma neoliberal do sistema de educação no Brasil estão todas dadas: o suporte jurídico-normativo. espaços e atores para a formação de educadores. e gestada autoritariamente nos gabinetes palacianos da União e dos Estados. ensino técnico e tecnológico.correspondem diferentes propostas. os recursos financeiros e a vontade política expressa nos programas do MEC e das Secretarias de Estado. pós-médio e profissional. À grande maioria compete a função de divulgação do conhecimento produzido em níveis diferenciados. processo semelhante ocorre entre o MTB e as Secretarias de Trabalho. e não por coincidência. presente na adoção generalizada da concepção de que no mundo não há lugar para todos. através do surto de aposentadorias provocado pelo mesmo governo que promoveu sua qualificação. sem que os verdadeiros interessados e seus representantes tivessem o direito a participar das decisões sobre seu destino. Por outro lado. com recursos do FAT. no momento em que estão mais fragilizadas em decorrência da crise que se abate sobre as universidades públicas. ensino médio acadêmico. com restrições ao provimento imediato de seus cargos efetivos. sob sua coordenação. ensino superior . sempre em gotas homeopáticas. para o que se propõe uma qualificação também diferenciada e tão mais aligeirada e menos especializada quanto mais se destine às classes subalternas. Não é demais relembrar que estas estratégias já estão em curso. Assim. principalmente no que diz respeito à sua formação na universidade. sob pena de se ter que administrar o prejuízo na prestação de contas aos agentes internacionais. A crise institucional Esta situação apanha as faculdades de educação públicas justamente. educação para jovens e adultos. vêm contando com a colaboração de professores substitutos . duramente formados com recursos públicos e esforço pessoal e institucional nos últimos anos. educação profissional.primeira a quarta séries. Portanto. para o que não se justifica longos e caros investimentos. Mas. a diferentes funções . através das Secretarias de Estado de Educação. Reforma que expressa a opção pela solução conservadora das profundas diferenças sociais que marcam esta etapa de desenvolvimento do capitalismo. objeto "natural" de exclusão. movimentos sociais e entidades sindicais -. ao afastamento de suas finalidades precípuas. tem-se como resultado a desorganização dos profissionais que se concretiza num projeto pedagógico que define uma estratégia de gestão que leva ao imobilismo. As faculdades de educação no contexto das políticas públicas de educação Seu dever e seu compromisso A primeira questão a ser considerada é a necessidade de se reafirmar. através dos Fóruns Nacionais. E. tem-se a desarticulação:  interna. portanto. baseada na departamentalização. propor e executar modelos de formação do educador. através da pesquisa e da pós-graduação. incisivamente. Em decorrência. É do seu interior. que a reação às atuais políticas de formação de educadores deverá ser organizada. Com uma estrutura anacrônica. dos departamentos entre si e com as demais faculdades ou centros em uma mesma universidade. cuja lógica é a fragmentação do conhecimento com foco na função administrativa. para pesquisar.com contrato precário por tempo determinado. posto que aí reside a especificidade de sua função. administrativa e financeira e imersa em um cipoal normativo/jurídico que não lhe permite. o interior das universidades tem-se constituído em espaços privilegiados de discussão e de resistência a políticas educacionais excludentes e antidemocráticas. junto com outros parceiros. lugar de produção científica e de articulação das diferentes áreas do conhecimento. e da produção acadêmica. enfrentar os problemas com soluções adequadas. pesquisa e extensão e de qualificação docente. as faculdades de educação têm resistido. à inércia. sem condições de repor seus técnicoadministrativos. da participação na organização sindical. com todas as dificuldades que têm sido enfrentadas para estabelecer formas adequadas de articulação com o mundo do trabalho e das relações sociais. elas têm sido responsáveis. e. à burocratização e. estudantes. a competência da universidade. pela criação de contrapropostas em defesa da escola pública com qualidade e pelo avanço científico através da produção de uma ciência pedagógica comprometida com as classes populares. como parte que é da estrutura universitária. sem recursos financeiros para desenvolver seus projetos de ensino. no entanto. em . portanto.  externa. finalmente. E ainda mais: sem autonomia didática. cujos quadros também se esvaziam com as aposentadorias. como espaço que historicamente tem articulado vários atores professores. urge fazer a crítica às atuais formas de organização e às atuais concepções de formação de educadores que ocorrem em seu interior. . como sínteses superadoras do velho princípio educativo. é preciso superar a atual concepção que faz das faculdades de educação um fragmento da universidade com pouca relevância. sem-terra e participantes dos movimentos comunitários das periferias urbanas. quer oferecendo subsídios à discussão dos novos currículos que são exigidos por esta etapa de desenvolvimento do processo produtivo. Para tanto.  externas. para que se resgate a positividade de seu desenvolvimento histórico. advogados. contudo. Promovem pesquisas sobre as relações pedagógicas que estão presentes nas diferentes relações estabelecidas no mundo do trabalho. jovens e adultos trabalhadores. pesquisando os processos. fazendo das faculdades de educação os verdadeiros centros superiores de formação do educador. com os sindicatos e partidos. quer propiciando estratégias de qualificação permanente para seus próprios professores. com os profissionais que são atores pedagógicos em seus processos de trabalho. com os demais cursos e docentes da universidade. entre o professor e o aluno. agentes de saúde. A análise desenvolvida até aqui aponta algumas direções para que se consiga reverter o processo em curso. e que estão presentes em todos os espaços pedagógicos. agrônomos. entre o médico e o paciente. com os movimentos sociais organizados. posto que devem ser centros articuladores e difusores da ciência pedagógica que se produz a partir de todos os processos sociais e produtivos. como os enfermeiros. que asseguram sua vinculação à práxis social e produtiva. se identifiquem suas limitações e se elaborem novas propostas. A partir destas articulações. quer dos espaços institucionalizados como são as escolas e as próprias universidades. com a rede de escolas e seus docentes. entre o agrônomo e o agricultor. engenheiros. quer das relações sociais.articulação com a prática pedagógica que se dá nas relações sociais e produtivas em seu conjunto. veterinários. com as Secretarias Estadual e Municipal de Educação. Assim. atores e espaços pedagógicos e subsidiando as práticas educativas que estão presentes em todos os espaços escolares e não-escolares. Para isso. como espaços de articulação entre produção e divulgação do conhecimento pedagógico. Igualmente. a primeira tarefa a ser cumprida para que as faculdades de educação exerçam suas novas funções é a busca de articulações:  internas. administradores. em cada área: entre o engenheiro e o operador de máquina. com o sistema produtivo sempre com o objetivo de identificar as demandas do novo princípio educativo. nutricionistas e assim por diante. quer das relações produtivas. com os processos e as instituições pedagógicas não-tradicionais como as que educam crianças e adolescentes em situação de risco. médicos. as faculdades de educação passarão a redefinir suas funções retomando as antigas e criando novas. entre o administrador e o funcionário. para formação de quadros para as licenciaturas e o desenvolvimento da investigação nesta área. nos sindicatos e assim por diante. articulando a pesquisa à pós-graduação. as agências formadoras (Senai. em articulação com os demais departamentos e faculdades da universidade. esta é uma discussão que exige a presença de físicos. portanto. com as Escolas Técnicas Federais. Senac.  buscar insistentemente a criação de modelos curriculares mais adequados e que privilegiem a transdisciplinaridade.  criar alternativas para a qualificação permanente dos profissionais que pertencem aos quadros efetivos das redes de ensino. Senar) e os sindicatos. para fazer frente às propostas neoliberais de organização escolar. os Centros Federais de Educação Tecnológica. estimulando particularmente as áreas de ensino. com vistas a:  transformar as faculdades de educação em centros dinâmicos de produção do conhecimento. à reorganização administrativa determinada pela nova proposta pedagógica que se constrói é estratégico. definindo seus problemas de investigação não apenas a partir da ciência pedagógica. fragmentada em departamentos que desenvolvem atividades meramente administrativas e atuam independentemente. inclusive superior. nas ruas. lenta e irracional. mestrado e doutorado. Se é preciso discutir que conteúdos de física são necessários ao homem contemporâneo. modalidades e áreas de ensino.  intensificar a oferta de pós-graduação em nível de especialização. nos movimentos sociais. como forma de responder às questões que a realidade brasileira coloca à educação nesta etapa. professores de física e pedagogos.  criar cursos de graduação. superando a atual organização que separa a pedagogia dos bacharelados e das licenciaturas. para a formação de profissionais de educação para os diferentes níveis. oferecendo cursos de capacitação e pós-graduação lato e strictu senso. e esta à graduação. mas principalmente a partir da prática social. as faculdades de educação têm tido dificuldades para exercer suas funções com competência.  criar um centro de referência para o estudo das políticas educacionais como parte das políticas públicas e para o estudo de novas formas de organização e gestão escolar efetivamente democráticas. ao se .mas sempre através de um processo de construção coletiva que expresse a vontade dos diversos atores sociais. as Faculdades de Educação precisarão rever radicalmente suas atuais formas de organização.  oferecer cursos para formação de professores dos cursos profissionais. Para construir este novo projeto. pós-graduação e extensão que formem profissionais que atuem em processos pedagógicos não-escolares: nos processos produtivos. aproveitando vagas não preenchidas pelos vestibulares nos cursos de pedagogia e licenciaturas. Com uma estrutura burocratizada e pouco ágil para dar respostas rápidas. Proceder. no sentido de instrumentalizá-las para exercer suas novas funções com competência. due to the reduction of public funds and the policies of foreign. ABSTRACT: This article presents the new challenges for the Education Colleges regarding the impacts in the world of work of professor's training. The proposals for the excluded. que são "acadêmicas" significando rígidas sem ser rigorosas. tradicionais e pouco competentes. the article recovers the particularities of the professor's work and presents a set of proposals to reorganize the education faculties. para formar diferentemente tarefeiros e cientistas. por outro lado. como direito universal. always sudden and low cost. privilegiando a transdisciplinaridade e a interinstitucionalidade. exigirá o cuidado para não cair na armadilha neoliberal. pesquisa e extensão. pouco ágeis para atender às novas demandas. These impacts. that demand a concentrated effort of qualification by university professors. they end up establishing the public education and professor's training policies that. através da criação de estratégias aligeiradas e de baixo custo. mas áreas integradas do conhecimento. re-establish the dissimilarity of pedagogic proposals for the included and the excluded. que articulem ensino. financial agents. On the other hand. According to this analysis. esta reorganização deverá rever a função dos departamentos para que deixem de ser unidades administrativas e dêem lugar a unidades político-pedagógicas que articulem. abrindo mão do rigor acadêmico e do compromisso com a democratização da educação pública em todos os níveis. Entre outros aspectos. como são os núcleos temáticos. Não enfrentar desafios postos pelo anacronismo de sua proposta pedagógica e de sua gestão significará aceitar as críticas que têm sido orquestradas pelo neoliberalismo. originate a non-university training proposal. com qualidade. on the one hand. não disciplinas fragmentadas. organizar suas bases de dados e informatizá-las de modo a viabilizar o acompanhamento e a avaliação permanente de seu trabalho. Enfrentá-los. Professor training in the context of changes in the world of work: new challenges for education faculties. Bibliografia . Deverá também organizar formas flexíveis e ágeis de relacionamento com a prática social.pretender fortalecer as faculdades de educação. point to the necessity of the universality of the basic education with 11 years of duration. Cortez. São Paulo. "As novas bases materiais de produção e a educação dos trabalhadores". Universidade Federal de Santa Catarina. Bernadette. La enseñanza superior . Acacia e GONÇALVES. Acácia Z. 1994 [ Links ] CANDAU. [ Links ] CADERNOS 20. Florianópolis. [ Links ] GATTI. Educação profissional: Um projeto para o desenvolvimento sustentado. 1987. [ Links ] KUENZER. "Por que não queremos uma LDB na contramão da História". Fundação Carlos Chagas. Conferência proferida no Coned. Belo Horizonte. Ensino médio e profissional: As políticas do Estado neoliberal. Washigngton. Maria Dativa. Inep.BANCO MUNDIAL. Brasília. 1996. "O Centro de Educação e seu papel na universidade". ano 10. jan. 1996. mimeo.Las lecciones derivadas de la experiencia. 1995. jul. 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