Edição 1

March 28, 2018 | Author: Leonardo Ramos | Category: Federation, State (Polity), Diplomacy, Brazil, Public Sphere


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01 DE AGOSTO DE 2012!"#$%&' !"#$%&'(#)*!+,-./012*345*4* 6'"'(#$4*7)*8%9%()*%*%:;6'"'(#$4* 7)(*<%=)>?%(*!:#%$'4$%( !"#$%&'()$&*+",&" -&.*'*,!"/01!"&"'" .&'23!",!"$&.(!40/ -0*,'$&*+!4",'" %!/5+#('"6.'4#/&#.' 0$"6'/'*2!" ,!4"6.#(4 '"789:;<=>?7@"A@"7>B:;8@CD:E"*:FF@"789:;<=>?7@">@"FG@"B:;8@CD:E EDIÇÃO # 01 | ANO 01 !"#$% !"#$% !"#$%&'(#)*!+,-./012*345*4* 6'"'(#$4*7)*8%9%()*%*%:;6'"'(#$4* 7)(*<%=)>?%(*!:#%$'4$%( &'%()' &'%()' EDITORIAL A PRIMEIRA REVISTA COM CONTEÚDO EXCLUSIVO SOBRE O CACD NO BRASIL! Pela primeira vez no mercado, a Revista Sapientia é uma comµlluçúo de conLeudos dlrlgldos esµeclƤcumenLe uos cundlduLos uo Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. O Curso Sapientia, preparatório para o CACD, apresenta com grande entusiasmo esta nova iniciativa,desejandoaosleitoresqueaproveitemaomáximotudooquefoi preparadocomtantoesmeroavocês! Espaçodemocrático,aRevistaSapientiatrarámensalmenteartigos eopiniõesdepersonalidadesdocenáriopolíticoeacadêmiconacional,além deentrevistascomdiplomatasquerelatarãosuasexperiênciasnacarreirae darão preciosas dicas aos que estão em busca da realização do sonho de ingressonoMinistériodasRelaçõesExteriores(MRE).Oferecemos,também, um esµuço gruLulLo de clusslƤcudos nu seçúo Dz1roque SuµlenLludz uos lnLeres- sados em vender, comprar, doar ou trocar materiais de preparação para o CACD. Além disso, como bom humor e criatividade não podem faltar na preparaçãodeumcandidatoquesepreze,teremossempreumespaçopara us churges lnLellgenLes de Curlos LuLuơ e cronlcus nu seçúo Dzvldu de Concur- selrodzǤ Núo delxe de conferlrǡ ƤnulmenLeǡ u seçúo DzSuµlenLlu lndlcudzǡ µurLe em queselecionamos,portodooBrasil,eventosecongressosqueacontecerão aolongodomêscomtemaspertinentesaoconcurso. A edição inicial da Revista Sapientia tem a satisfação de poder conLur com coluboruçóes de µesoǣ o enLrevlsLudo do més e Celso Lulz Nunes Amorlmǡ uLuul MlnlsLro du Lefesu e exǦMlnlsLro dus Reluçóes LxLerloresǤ Nu seçúo DzOµlnlúodzǡ Adrlunu LrLhul Abdenurǡ coordenudoru do 8RlCS Pollcy CenLer e µrofessoru de Reluçóes lnLernuclonuls du PUCǦRloǡ escreve sobre u cuµucldude de esse gruµo se consolldur como coleLlvldude e lnƪuenclur o cenário internacional contemporâneo. Os professores Sapientia também colaboraram:DiegoAraujoCamposexaminaosacontecimentosrecentesno MLRCOSULǡ Sumo Conçulves fulu um µouco de suu vldu de dlµlomuLu e Claudia Simionato inaugura uma seção com suas preciosas dicas de Portu- guês. EcomoaRevistaSapientianãoésóveículodeinformação,masde formação também, convidamos alunos e candidatos a publicarem seus urLlgos no esµuço DzArLlgo envludodzǤ NesLe mésǡ os ucudémlcos do curso de Reluçóes lnLernuclonuls du Unlversldude lederul do Rlo Crunde do Sul Cumllle Remondeuu e lrederlco Llcks 8erLol uµresenLum brllhunLe esLudo sobreosfundamentosdapolíticabrasileira. L vocéǫ Ouer µubllcur seu urLlgoǡ ununclur nos nossos clusslƤcudosǡ apontarsugestões?EntreemcontatocomaEquipedaRevistaSapientiapelo [email protected]. Eagora,boaleitura! EquipeRevistaSapientia DireçãoGeral PriscilaCantoDantasdoAmaral CoordenadoreEditor-Chefe SílviaCarolinaSebben Editor lluvlo Rogerlo lellx du Sllvu Revisão ClaudiaR.D.Simionato Colaboradores Curlos LuLuơ ClaudiaR.D.Simionato EdiçãodeArte 8lueCherry Comunlcuçúo Agradecimentosespeciais AdrianaErthalAbdenur,SilvioCacciaBava, AntonioMarcioeEquipedaLeMonde LlµlomuLlque 8rusllǡ 8eLh vunsunǡ CamilleRemondeau,DiegoAraujoCampos, lellµe MuLLelǡ lrederlco Llcks 8erLolǡ Luclunu Chlgglǡ Lulz leldmunǡ Rodrlgo Rochu e Sumo ConçulvesǤ RuaAlexandreDumas,1171 SãoPaulo–SP CEP04717-003–SantoAmaro SãoPaulo/SP-Brasil 1elǤǣ ή͝͝ ͙͙ ͚͝͡͡Ǧ͛͛͛͠ [email protected] Sap|eot|a AeJ|Ƥcat ARevistaSapientiaéumapublicaçãodoCursoSapientia,preparatórioparaoConcursode AdmissãoàCarreiradeDiplomata.Seuconteúdotemcunhoestritamenteacadêmicoenão guurdu nenhumu reluçúo oƤclul com o MlnlsLerlo dus Reluçóes LxLerlores ou quulsquer ouLros orgúos do governoǤ 1umµouco us oµlnlóes dos enLrevlsLudos e uuLores dos urLlgos publicados expressam ou espelham as opiniões da instituição Sapientia. Esta revista é imparcial política e ideologicamente e procurará sempre democratizar as discussões, ouvlndo dlferenLes oµlnlóes sobre um mesmo dllemuǤ Nosso mulor ob|eLlvo e fomenLur o debate,salutaràdemocraciaeàconstruçãodoconhecimentoedasabedoriadoscandida- tosàcarreiradediplomata. É permitida a reprodução das matérias e dos artigos, desde que previamente autorizada porescritopelaDireçãodaRevistaSapientiaecomcréditodafonte. www.cursosapientia.com.br CAPA AGOSTO 2012 SUMARIO ENTREVISTA 06 08 PROFESSOR SAPIENTIA COMENTA ESPAÇO ABERTO O IMPEACHMENT DE FERNANDO LUGO E A REAÇÃO DO MERCOSUL: INTERESSES E DESAFIOS CELSO AMORIM MINISTRO DA DEFESA E EX-MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES 11 18 OPINIÃO BALANÇO DOS BRICS 20 VIDA DE DIPLOMATA INICIATIVAS SAPIENTIA CHARGE TROQUE SAPIENTIA 23 VIDA DE CONCURSEIRO 25 UM CALOURO NO TPS SAPIENTIA INDICA 29 31 AGENDA DE EVENTOS CLASSIFICADOS CAFÉ COM A CLAUDIA 27 28 DICAS DE PORTUGUÊS FUNDAMENTOS DA POLÍTICA BRASILEIRA ENTREVISTA COM O DIPLOMATA SAMO GONÇALVES ARTIGO CRÍTICO DE CONVIDADO ENTREVISTA POR EQUIPE SAPIENTIA A SORTE AJUDA OS BONS. OU, EM OUTRA VERSÃO, TER SORTE DÁ MUITO TRABALHO. CELSO AMORIM A Revista Sapientia apresenta, em sua primeira edição, uma entrevista com CELSO AMORIM. 06 Amorim, diplomata de carreira da turma de 1965 do Instituto Rio Branco, esteve à frente do Itamaraty por quase 10 anos, tornando-se o chanceler com maior tempo no desempenho desta função - superando, inclusive, o patrono da diplomacia brasileira, Barão do Rio Branco (1902-1912). Foi Ministro das Relações Exteriores durante o governo Itamar (1993-1995) e o governo Lula (2003-2010), além de chear Missões Permanentes do Brasil nas Nações Unidas, na Organi- zação Mundial do Comércio e no Reino Unido. Nos anos de 1990, o ex-chanceler teve uma atuação direta em grandes momentos das relações inter- nacionais, como a adesão do Brasil ao Tratado de Não- Proliferação Nuclear e a criação da Organização Mun- dial do Comércio na Rodada do Uruguai. Na primeira década do século XXI, Amorim marcou seu nome na diplomacia brasileira em um período em que se reva- lorizou o papel do Itamaraty, com ampliação dos quadros diplomáticos e promoção da inserção internacional do país mediante a diversicação de parcerias. O ministro con- tribuiu para as chamadas Coalizões Sul-Sul, em período em que se criaram o G-20 no âmbito da OMC, o Fórum IBAS e o BRIC. Fã de cinema nacional, Amorim apresenta uma varie- dade de interesses típica dos grandes diplomatas, atuando também em outras áreas, como a cultura. Seu trabalho como diretor da Embralme Lembro-me da intervenção de San Tiago Dantas na reunião de Punta del Este, em 1962. A cena fez parte do lme Os Cafajestes, de Ruy Guerra, de quem fui assistente. Foi um grande momento de nossa política externa, que me estimulou a fazer a prova do Itamaraty. Decidi fazer o concurso três meses antes da “primeira etapa”. A cinco dias da prova de História, comecei a ler os livros indicados, que eram muito factuais, repletos de nomes e datas. Após um dia e meio, tinha chegado apenas na página 80, de uma obra de 600 páginas. Vi que não teria tempo de decorar tudo. Fui a uma livraria e deparei com uma bibliograa mais nova, interpretativa, que dava mais latitude para as respostas. Para minha felicidade, as perguntas foram exatamente nessa linha mais analítica, já que os mem- bros da banca eram de uma escola mais moderna. Isso mostra que seguir o instinto não deixa de ser importante. 07 CURSO SAPIENTIA: MINISTRO AMORIM: MINISTRO AMORIM: Que lembranças remetem Vossa Excelência à descoberta da vocação internacional? O fundamental, para mim, é ter interesse pela política inter- nacional e desenvolver um grande senso crítico da reali- dade. O resto se adquire. CURSO SAPIENTIA: MINISTRO AMORIM: Apesar de o concurso não exigir dos candidatos uma formação acadêmica especí- ca para o ingresso no Rio Branco, há um perl ou características imprescin- díveis para a aprovação do candidato no CACD? Conem na sorte e estudem. Como diria um famoso joga- dor de xadrez, a sorte ajuda os bons. Ou, em outra versão, ter sorte dá muito trabalho! CURSO SAPIENTIA: MINISTRO AMORIM: Qual mensagem nal o Minis- tro gostaria de passar aos can- didatos (aos iniciantes e aos que já prestam o concurso há tempos e estão quase desis- tindo...)? CURSO SAPIENTIA: Como foi a preparação para o CACD? Há algum episódio durante este período que gos- taria de dividir com os candi- datos? O fundamental, para mim, é ter interesse pela política internacional e desenvolver um grande senso crítico da realidade. (1979-1982), aos 37 anos, prenunciava o interesse do futuro chanceler no desen- volvimento e na valorização da cultura nacional. Em 2009, a revista americana Foreign Policy indicou Celso Amorim como o sexto entre os cem maiores pensadores globais, sendo chamado de “o melhor Ministro das Relações Exteriores do mundo” por “transformar o Brasil em um ator global”. Amorim exerce o cargo de Ministro da Defesa desde agosto de 2011. O lme "Os Cafajestes", lançado em 1962, narra as desventuras de dois malandros cariocas nas praias do Rio de Janeiro. Foi dirigido por Ruy Guerra e indicado ao Urso de Ouro. O Paraguai presenciou, em junho de 2012, o impeachment do presidente Fernando Lugo com base no artigo 225 da Constituição desse país. Os outros membros do MERCOSUL, contudo, analisaramasituaçãocomodesrespeito à “ordem democrática”, embora não haja, nos Protocolos de Ushuaia I e II, quulquer deƤnlçúo sobre o que e ou quaiselementosembasamumademoc- racia. Permite-se, assim, que a discri- cionariedadepermeieaçõesdoblocona defesadasinstituiçõesdemocráticas. Neste breve artigo, abordar-se-á, primeiramente, o contexto político interno do Paraguai. Na segunda parte, dlscuLlrǦseǦu u lnƪuénclu exogenu do MERCOSUL no cenário interno Paraguaio, com implicações para as relações paraguaias com os vizinhos do Cone Sul. Em seguida, concluir-se-á o artigo. Espera-se que pontos importantes do debate sobre o julgamento político de Lugo e a visão dos outros membros do MERCOSUL sobre o assunto sejam levantados como contribuição para a reƪexúo sobre os llmlLes e us conLru- diçõesdaatuaçãoembloco,mormente emassuntotãodelicadoquantoaseara políticadeumEstado. A eleição de Fernando Lugo para a µresldénclu do Puruguul esLruLurouǦse emcoligaçãopolíticadecentro-esquerda, Aliançu PuLrloLlcu µuru u Mudunçuǡ que encerrou sels decudus de µoder do PartidoColorado.Lugo,todavia,chegou u µresldénclu sem u mulorlu no Senudoǡ sustentando-se sobre coalizão que englobava o Partido Liberal Radical AuLénLlcoǡ do enLúo vlceǦµresldenLe FredericoFranco.Elucide-sequeliberais e colorados são tradicionais rivais na política interna paraguaia, tendo historicamente a Argentina apoiado os liberaiseoBrasil,oscolorados²³. Nos últimos anos, Lugo aproximou-se dos colorados a ponto de ter nomeado umintegrantedoPartidoColoradopara o MlnlsLerlo do lnLerlorǤ Lssu nomeuçúo levou ao protesto do Partido Liberal, culminando com a renúncia de quatro ministros liberais. O então presidente paraguaio perdia, assim, o apoio do µrlnclµul µurLldo de suu coullzúoǤ Alem de não ter maioria no Senado, Lugo perdeuoalicercepolíticonaCâmarados Deputados. Governar, nesse contexto, serlu lnconcebivel΄Ǥ Ademais, as oligarquias, ligadas aos interessesagrários,recearamosatosde invasãodeterradosmovimentoscamp- esinos e dos carperos (sem-terra), tradicionais aliados de Fernando Lugo. O estopim da situação ocorreu com a invasão da fazenda do ex-senador coloradoBlasRiquelme,em15dejunho de 2012, o que propiciou 17 mortos, entre policiais e trabalhadores sem- LerruǤ A lnvusúo e us morLes Ƥcurum conhecidas como “Matanza de CuruguuLydz΅Ǥ Nesse cenário de crise fundiária e de falta de apoio político do presidente da República, ocorreu o julgamento político de Fernando Lugo, de acordo com o artigo 225 da Constituição paraguaia. Segundo Juan Gabriel 1okuLllunΆǡ Dzel µoder leglsluLlvo slgulo lo contemplado en el artículo 225 de la ConsLlLuclonǣ lu Cumuru de LlµuLudos acusa y el Senado juzga, con los dos tercios de votos respectivos”. Lugo sofreu cinco acusações. Entre elas, a crescente insegurança do país, o suposto apoio à tomada de um quartel em ͚͘͘͡ e u ruLlƤcuçúo do ProLocolo de UshuaiaII(MERCOSUL),oqualfeririaa Constituição paraguaia ao permitir a intervençãointernaemcasodeameaça u ordem democruLlcuΈǤ O IMPEACHMENT DE FERNANDO LUGO E A REAÇÃO DO MERCOSUL: INTERESSES E DESAFIOS DIEGO ARAUJO CAMPOS é professor de Política Internacional do Curso Sapientia. Diego também é pesquisador da Divisão de Cooperação Técnica Internac- ional da Coordenação de Articulação Internacional do Instituto Nacional de Metrolo- gia, Qualidade e Tecnologia (Dicoi/Caint/Inmetro) e professor colaborador do Mestrado em Metrologia e Qualidade do Inmetro, na cadeira Inserção Internacional. Diego é Mestre em Ciências Sociais pela PUC-Rio e coautor do livro: CAMPOS, Diego Araujo; TÁVORA, Fabiano. Direito Internacional: público, privado e comercial. Coleção Sinopses Jurídicas. São Paulo: Saraiva, 2012. 08 PROFESSOR SAPIENTIA COMENTA Introdução O contexto interno do julgamento político sobre Fernando Lugo 1 Entreoselementos,quasetodoseles essencialmente paraguaios (salvo queasinvasõesdeterrastambémse Ƥzetam cootta ptopt|etat|os btas|le|- ros, o que deve ter sido informado pelo Itamaraty), existe um curioso, que é o Protocolo de Ushuaia II, também assinado pela presidente, na reunião do MERCOSUL em Jezembto Je ͚͙͙͘ǡ em Mootev|Jeoǡ e que supostamente se destina a tefotçat a claosola Jemoctat|ca Jo MERCOSUL,aosancionaropaísque eofteotat oma toptota Jemoctat|ca (alegadamente a derrubada violenta deumpresidente). O latlameoto pataqoa|o ja t|ola criticado violentamente esse instru- mento, como informado aqui também(...). Ou seja, existe um elemento que interessaàpolíticaexternabrasileira, oo talvez Jo|sǣ alem Ja opos|çdo Jos congressistas paraguaios ao dito Protocolo, que segundo eles viola os J|te|tos sobetaoos Jo seo pa/sǡ la a questão pendente do ingresso da veoezoela oo MlRCOSul ȋAlMlluAǡ ͚͙͚͘ȌΉǤ 1. Este artigo é de responsabilidade exclusiva do autor e não representa o ponto de vista do Inmetro. PorDiegoAraujoCampos¹ Percebe-se, assim, que questões associadas direta ou indiretamente à políticaexternaparaguaiaforamusadas como pretexto para o impeachment de Fernando Lugo. Outrossim, o julgamento político de Lugo foi o argumento para críticas de países vizinhos,comaconsequentesuspensão doParaguaidoMercosul. Os membros do MERCOSUL, com exceção do Paraguai, reuniram-se em Mendoza,Argentina,em29dejunhode 2012, em reunião de Cúpula para analisar, entre outros assuntos, a questão da retirada de Fernando Lugo dapresidênciaparaguaia.Mesmoquea Cláusula Democrática do MERCOSUL, consubstanciada no Protocolo de Ushuulu ȋ͙͡͡͠Ȍǡ núo deƤnu o que e “democracia” ou “ordem democrática”, os governos de Brasil, Argentina e Uruguai decidiram aplicar a sanção de suspensão do bloco ao Paraguai, com buse nu Cluusulu clLuduǤ Alem dlssoǡ aprovou-se a entrada da Venezuela comoEstado-membrodoMERCOSUL, 09 Conclusão 3 O contexto externo do impeachment de Fernando Lugo: elementos exógenos na política interna paraguaia 2 Entreoselementos,quasetodoseles essencialmente paraguaios (salvo queasinvasõesdeterrastambémse Ƥzetam cootta ptopt|etat|os btas|le|- ros, o que deve ter sido informado pelo Itamaraty), existe um curioso, que é o Protocolo de Ushuaia II, El "nuevo golpismo" es formalmente meoos v|toleotoǡ esta l|JetaJo pot civiles (con soporte implícito o complicidad explícita de los militares),mantieneunaciertaapari- encia institucional, no involucra necesariamente a una potencia (EstadosUnidos)ypretenderesolver, al menos de entrada, una impase social o política potencialmente ruinosa. La sucesión neogolpista reciente es reveladora: la remoción "legal" de JamilMahuad,enEcuador,en2000; el derrocamiento "institucional" de loqo Clavezǡ eo veoezoelaǡ eo ͚͚͘͘Ǣ la ̺sal|Ja̺ fotzaJa Je 1eaoǦBetttaoJ Aristide, en Haití, en 2004; la sustitución "constitucional" de Zelaya, en Honduras, en 2009, y el "putch"policialcontraRafaelCorrea, en2010. La "destitución" de Fernando Lugo pormaldesempeñoensusfunciones se |osetta eo la J|oam|ca Je ptesoo- tos"golpesbenévolos",enlosquesus autores se vieron "compelidos" a "salvar"lademocracia(TOKATLIAN, 2012)¹¹. O pteseote ltotocolo seta apl|caJo em caso de ruptura ou ameaça de toptota Ja otJem Jemoctat|caǡ Je uma violação da ordem constitu- cional ou de qualquer situação que ponha em risco o legítimo exercício do poder e a vigência dos valores e pt|oc/p|os Jemoctat|cosǤ também assinado pela presidente, na reunião do MERCOSUL em Jezembto Je ͚͙͙͘ǡ em Mootev|Jeoǡ e que supostamente se destina a tefotçat a claosola Jemoctat|ca Jo MERCOSUL,aosancionaropaísque eofteotat oma toptota Jemoctat|ca (alegadamente a derrubada violenta deumpresidente). O latlameoto pataqoa|o ja t|ola criticado violentamente esse instru- mento, como informado aqui também(...). Ou seja, existe um elemento que interessaàpolíticaexternabrasileira, oo talvez Jo|sǣ alem Ja opos|çdo Jos congressistas paraguaios ao dito Protocolo, que segundo eles viola os J|te|tos sobetaoos Jo seo pa/sǡ la a questão pendente do ingresso da veoezoela oo MlRCOSul ȋAlMlluAǡ ͚͙͚͘ȌΉǤ uma vez que o último empecilho à adesão plena da Venezuela residia na oposição do Senado paraguaio. Com a suspensão do Paraguai, sucumbiu o últimoobstáculoparaqueoMERCOSUL tivessecincomembros,apartirde31de |ulho de ͚͙͚͘ǡ em µrlnciµlo΁΀Ǥ Alguns analistas, como Tokatlian, uƤrmum que houve um exemµlo de neogolpismonoParaguai. A ideia de neogolpismo está intrinseca- mente relacionada à queda de Lugo, pois pode ser vista como um “golpe branco”¹² , em que se recorre ao arcabouçolegalparaderrubarumchefe de Estado em nome da defesa da democracia.Poroutrolado,nãosepode uƤrmur que houve desresµelLo de qualquer lei ou norma paraguaia, o que foi comprovado pelaSupremaCorte do país. Elucide-se que a Venezuela não corrobora princípios básicos do Estado democrático de direito, como a liberdade de expressão. Em 2009, por exemplo, órgãos reguladores venezue- lanos retiraram do ar dezenas de estações de rádio críticas ao governo venezuelano, como constatou o Committee to Protect Journalists (CPT)¹³. Será que o Protocolo de Ushuaia deveria ser acionado contra a Venezuela?Apesardeeleiçõesperiódi- Sendo assim, a suspensão do Paraguai do MERCOSUL foi recurso da subjetivi- dade dos governantes dos três outros membrosǡ ulem du Ƥrme vonLude política do Brasil e da Argentina de concretizaremaadesãodaVenezuelaao bloco,conformeoProtocolodeAcessão Ƥrmudo em ͚͘͘͞Ǥ Le fuLoǡ Ushuulu l e ll deixam espaço para tal subjetividade, tornando a suspensão legítima de acordocomoarcabouçojurídicomerco- sulino. Não se pode esquecer, todavia, que o Paraguai pode acionar, como anunciouquefaria,osistemadesolução de conLroverslus do MLRCOSULǡ de forma a reverter a suspensão – o que Lumbem µoderlu ser felLo no âmblLo du CorLe lnLernuclonul de 1usLlçu ȋCl1ȌǤ Dessa forma, os membros do MERCO- SUL podem ser responsabilizados internacionalmente, desprestigiando o bloco. Buscou-se,nopresentetrabalho,discor- rer sobre os desdobramentos da situação política paraguaia e sobre a atuação do MERCOSUL na situação, com a suspensão dos direitos do Paraguai de participar dos órgãos mercosulinos. A suspensão cessará quundo se verlƤcur o Dzµleno resLubelecl- mento da ordem democrática na parte afetada”,comoestáexpressono§5ºdo Comunicado Conjunto dos Presidentes dosEstadosPartesdoMERCOSUL,com mençãoaoartigo7ºdoProtocolode cas não comprovarem o respeito à democrucluǡ dlƤcllmenLe se uµllcurlu u Cláusula Democrática do MERCOSUL contraaVenezuela,porfaltadevontade política do Brasil e daArgentina e pela slmµles fulLu de deƤnlçúo do que e ordem democrática nas normativas do blocoǤ O ProLocolo de MonLevldeu sobre Compromisso com a Democracia no MLRCOSUL ȋUshuulu llȌ uµenus rezu que: artigo1 10 Ushuaia. Como exµosLoǡ o desuƤo esLu nu fulLu de deƤnlçúo do que slgnlƤcu Dzordem democruLlcudz ou quuls súo os µrlnciµlos democruLlcos consensuulmenLe esLubelecldos µuru u uµllcuçúo de sunçóesǤ Os ProLocolos de Ushuulu l e ll culumǦse quunLo u deƤnlçóes µreclsusǡ µermlLlndo que u sub|eLlvldude µermele us declsóes do MLRCOSULǤ Nessu vlsúoǡ µergunLuǦse como o Puruguul µode ser susµenso e u venezuelu udmlLlduǡ em rlLo que µode ser lnLerµreLudo como noclvo uo Lúo µroµuludo Dzconsensodz como µrocesso declsorlo no blocoǤ Recordumosǡ ulnduǡ os desuƤos uo LsLudo democruLlco de dlrelLo µor que µussu u venezuelu de Hugo Chuvezǡ com governo que ulme|u u reelelçúo ud ueLerǦ numǤ O Puruguul µoderlu ulegur desresµelLo uo µrlnciµlo du núo lnLervençúo em ussunLos lnLernosǡ µresenLe nu CurLu dus Nuçóes Unldus e em lnumerus ConsLlLuǦ lçóesǡ como u brusllelruǤ Poderlu urgumenLur sobre u fulLu de leglLlmlǦ dudeǡ deµendendo do µonLo de vlsLuǡ du udesúo du venezuelu uo MLRCOSULǡ o que µode ser lnLerµreLudo como desresǦ µelLo uo urLlgo ͛͟ do ProLocolo de Ouro PreLoǤ Cuso o Puruguul uclone ulgum slsLemu de soluçúo de conLroverslusǡ µoderu µlelLeur u suu relnLegruçúo uo blocoǤ SomenLe o Lemµo eluclduru us duvldus que µulrum no urǤ A susµensúo do Puruguul dlƤculLuruǡ no enLunLoǡ o dlulogo com o uLuul governo µuruguuloǡ llderudo µor lrederlco lruncoǡ ulem de susclLur lnLerµreLuçóes dlvergenLes sobre u µosslbllldude |uridlcu reul du udesúo du venezuelu uo MercosulǤ O Puruguul vlvenclou lnumeros golµes e crlses lnsLlLuclonuls em suu hlsLorluǤ O µuis |u fol uLe ulvo du rlvulldude enLre 8rusll e ArgenLlnu µor lnƪuénclu no Cone Sulǡ como mosLru o llvro de lrunclsco LoruLloLo΁΄ǡ Reluçóes 8rusllǦPuruguulǣ ufusLumenLoǡ Lensóes e reuµroxlmuçúo ȋ͙͠͠͡Ǧ͙͜͡͝ȌǤ Problemus lnsLlLuclonuls e democruLlcos núo súoǡ enLreLunLoǡ excluslvldude µuruguuluǤ Se os µuises do MLRCOSULǡ que Lumbem súo membros du Unlúo SulǦAmerlcunu de Nuçóes ȋUNASULȌǡ qulserem uµllcur sunçóes com buse em desresµelLo uo LsLudo democruLlco de dlrelLoǡ sob u eglde dus cluusulus democruLlcus dus resµecLlvus orgunlzuçóesǡ huveru esµuço µuru mulLus susµensóesǤ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Paulo Roberto de. 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In: Carta Capital. 02 de julho de 2012. Disponível em:<http://www.cartacapital.com.br/internacional/crise-politica-no-paraguai-um-teste-para-a-regiao/>. Acesso em: 19 jul. 2012. 3 BRANCO, Lívia Castelo; MILANEZ, Marcos. Paraguai – o intrincado alinhamento de interesses e a diversidade na base de apoio como determinantes da destituição de Fernando Lugo. In: Mundorama. Disponível em: <http://mundorama.net/2012/06/26/paraguai-o-intrincado-alinhamento-de-interesses-e-a-diversidade-na-base-de-apoio- como-determinantes-da-destituicao-de-fernando-lugo-por-livia-castelo-branco-marcos-milanez/>. Acesso em: 18 jul. 2012. 4 MILANI, Carlos R S, op. cit. 5 BRANCO, Lívia Castelo; MILANEZ, Marcos, op. cit. 6 TOKATLIAN Juan Gabriel. El auge del neogolpismo. La Nación. 24 de junho de 2012. Disponível em: <http://www.lanacion.com.ar/1484794-el-auge-del-neogolpismo>. Acesso em: 12 jul. 2012. 7 Segundo o artigo 11 do Protocolo de Ushuaia II: “Uma vez que todos os Estados signatários e aderentes do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no MERCOSUL, Bolívia e Chile, tiverem ratificado o presente Protocolo, o primeiro ficará sem efeitos.” Até 19 de julho de 2012, faltava a ratificação paraguaia para a entrada em vigor de Ushuaia II, o que significa a não vigência deste segundo excerto também presente no artigo 11: “O presente Protocolo entrará em vigor trinta (30) dias após o depósito do instrumento de ratificação pelo quarto Estado Parte do MERCOSUL.” 8 Ver texto do Protocolo de Ushuaia II. Disponível em: < http://www.sice.oas.org/trade/mrcsrs/decisions/DEC_027-2011_p.pdf >. Acesso em: 15 jul. 2012. 9 ALMEIDA, Paulo Roberto. O Paraguai e o Protocolo de Ushuaia II - libelo acusatório. Disponível em: <http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/06/o-paraguai-e-o-protocolo-de-ushuaia-ii.html>. Acesso em: 17 jul. 2012. 10 MARTUSCELLI, Patrícia Nabuco. Golpe “Branco” no MERCOSUL. In: Mundorama. Disponível em: < http://mundorama.net/2012/07/15/golpe-branco-no-mercosul-por-patricia-nabuco-martuscelli/>. Acesso em: 18 jul. 2012. 11 TOKATLIAN, Juan Gabriel, op. cit. 12 MARTUSCELLI, Patrícia Nabuco, op. cit. 13Disponível em: <http://cpj.org/pt/2011/02/ataques-a-imprensa-em-2010-venezuela.php>. Acesso em 18 jul. 2012. 11 Confusão entre público e privado, desigualdade entre as regiões, debili- dademoraldasautoridades,excessode burocracia, mau funcionamento das instituições... A lista de reclamações é longa, mas a compreensão é pouca. Se sairmos do senso comum, veremos que as mazelas da nossa vida política têm explicaçõesbemmaiscomplexasdoque o velho jargão de que “a culpa é do povo”. Ao destilar conceitos, como clientelismo, coronelismo, patriarcal- ismo e patrimonialismo, passando por importantes nomes do pensamento social brasileiro, os tópicos a seguir buscam reacender um velho debate: seráqueoBrasiltemjeito? L µossivel ldenLlƤcur duus ubordugens distintas que tratam das relações entre Estado e sociedade no Brasil. De um lado,ainterpretaçãopreocupadacomo peso opressor do Estado sobre a socie- dade brasileira. Do outro, a interpre- taçãovoltadaparaaformaçãodanossa sociedade de modo a entender os problemas intrínsecos do sistema políticobrasileiro. Para entender a formação do Estado brasileiro, desde suas origens no Impé- rio português, é necessário resgatar o conceito de “patrimonialismo”, que remontaaMaxWebereestáassociadoa ummododedominaçãopolíticanoqual não há divisões nítidas entre as esferas de atividade pública e privada. De acordo com a teoria weberiana, o patrimonialismo, enquanto exercício de dominação,élegitimadopelaroupagem datradiçãoesustentadoporumaparato administrativo recrutado pelo governante com base em critérios unicamentepersonalistas. OutropontolevantadoporMaxWeberé arelaçãoentrepaíseseuropeusociden- taiscomumsistemadescentralizadode traços feudais no passado e o grande desenvolvimento econômico ocorrido no séculoXVI. Há continuidade entre o sistemaorganizacionalfeudaleadomi- nação racional-legal contratual, a qual surge associada à emergência do capitalismo. No Brasil, entretanto, esse padrãonãoseestabeleceu: Alguns Leorlcos uƤrmum que o slsLemu político brasileiro atual mantém o patrimonialismo, ainda que restrito a llhus esµeciƤcus du muqulnu µubllcuǡ podendoserchamadodeneopatrimoni- FUNDAMENTOS DA POLÍTICA BRASILEIRA ESPACO ABERTO Interpretando o Brasil Do ponto de vista do Estado No patrimonialismo, o governante trata toda a administração política comoseuassuntopessoal,aomesmo modocomoexploraapossedopoder político como um predicado útil de suapropriedadeprivada.Eleconfere poderes a seus funcionários, caso a caso, selecionando-os e atribuindo- lles tatefas espec/Ƥcas com base oa cooƤaoça pessoal qoe oeles Jepos|ta e sem estabelecer nenhuma divisão de trabalho entre eles. (BENDIX, 1986,p.270-1) Em uma sociedade patrimonialista, em qoe o patt|colat|smo e o poJet pessoal reinam, o favoritismo é o meio por excelência de ascensão social, e o sistema jurídico, englobando o direito expresso e o direito aplicado, costuma veicular o poder particular e o privilégio, em detrimento da universalidade e da igualdade formal-legal.O distancia- mento do Estado dos interesses da oaçdo teƪete o J|staoc|ameoto Jo estamentodosinteressesdorestante da sociedade. (CAMPANTE, 2003, p. 155) Ocarátercentralizadordopatrimoni- alismo brasileiro reside na resumida |oƪoêoc|a Ja soc|eJaJe c|v|l como força refreadora dos mandos unívo- cos do Estado nacional. A ausência de identidade política nacional está diretamente ligada às liberdades econômicas da sociedade. As JeƤc|êoc|as Jo l|betal|smo pol/t|co estdo oa base Jas ftaqoezas Jo liberalismo econômico. Embora, entre nós, um não tenha saído do oottoǡ com ma|s Jeseocoottos Jo qoe encontros, na base da racionalidade do liberalismo econômico estão os elementos previsíveis e calculáveis doEstadodedireito.Estairracionali- dadeformaléograndeobstáculode umedeoutroparavenceropatrimo- Quando o capitalismo brotar, qoebtaoJo com v|olêoc|a a casca extet|ot Jo feoJal|smoǡ qoe o ptepata no artesanato, não encontrará no patrimonialismo as condições propí- cias de desenvolvimento [...] A at|v|JaJe |oJostt|alǡ qoaoJo emetqe (no Brasil), decorre de estímulos, favotesǡ pt|v|leq|osǡ sem qoe a empresa individual, baseada racionalmente no cálculo, incólume às intervenções governamentais, ganheincrementoautônomo[...]Daí se qetam cooseqoêoc|as ecooôm|cas e efe|tos pol/t|cosǡ qoe se ptolooqam no século XX, nos nossos dias. (FAORO,2001,p.40) lot lteJet|co l|cks Bettol Ƭ Cam|lle RemooJeao΁΅ alistaoupatrimonalistaburocrático.Na visão deVictor Leal, o clientelismo e o patrimonialismo ainda estão presentes nas relações sociais do campo, onde a Dzfruquezu Ƥnuncelru dos munlciµlos e um fator que contribui relevantemente para manter o ‘coronelismo’, na sua expressão governista” (LEAL, 1976, p. 45). Pode-se dizer que o patrimonialismo é umaformadedominaçãoanacrônica.O Estado brasileiro, nessa percepção, é centralizadoreadministradoemprolda camadapolítico-socialqueogoverna. Segundo Raimundo Faoro, o desen- volvimentodeumEstadoéumprocesso nãoapenaspolítico,mastambémsocial e econômico, existindo uma determi- nação entre esses três elementos na dinâmica do Estado. Logo, não é possível alcançar o desenvolvimento político se houver subdesenvolvimento econômicoesocial. 12 Não podemos alegar, contudo, que a visãodeFaoro(formuladanadécadade ͘͟Ȍ se|u deƤnlLlvu no cumµo dus unullses da política brasileira. Certos cientistas políticos acreditam que importantes mudanças estruturais ocorreram no sistema político brasileiro e que este se Lornou muls democruLlco uo longo du história. A partir da Revolução de 30, surgenoaparelhoestatalbrasileirouma distinção de natureza formal entre o público e o privado.Até esse período, a administração pública era reinada pelo estilo patrimonial do favoritismo políticoesocial. Segundo Oliveira Vianna, o povo brasileiro é desagregado e pensa prescindir da organização em socie- dade. Isso pode ser atribuído ao modo como se deu o povoamento inicial do país.Ao distribuirsesmariasdegrandes proporções para as famílias, por exem- plo, individualizava-se o sistema de propriedade da terra – os engenhos eramumaorganizaçãoprodutivaautos- suƤclenLeǡ fuLo que lnlblu o conLuLo entre os habitantes. A escassez de reluçóes socluls slgnlƤcuvu que lnexlsLlu um sentimento de solidariedade para além da órbita familiar. O isolamento também implicava a ausência de uma entidadepúblicaqueexercesseafunção slmbollcu de umulgumu soclulǤ 1lvemosǡ em vez disso, um padrão clânico de relações sociais, sendo três os tipos ldenLlƤcudos µor vlunnuǣ o clú feudulǡ baseado nas relações do “povo-massa” com o senhor do feudo (senhor-de- engenho, sesmeiro, fazendeiro, senhor decurrais,estancieiroetc.);oclãparen- Lulǡ umu orgunlzuçúo urlsLocruLlcu que surge das relações entre as grandes famílias;eoclãeleitoral,querepresenta a arregimentação, em um só bloco, do clãfeudaledoclãparental,adequadoao ambiente urbano e ao regime político inauguradoem 1822, momento em que o povo-massa passou a participar da vidapúblicaeavalercomoforçanumé- rica mediante o voto. Em outras µuluvrusǡ os clús elelLoruls slgnlƤcum o prolongamento dos vínculos anteriores entre senhor do feudo e povo-massa, e entrefamíliassenhoriais,paradentrodo regimeeleitoral. O funcionamento do regime democruLlco no 8rusllǡ segundo vlunnuǡ Lem como condlçúo lndlsµensuvel o sentimentodoEstadoNacional,istoé,a consciência,emcadacidadãodopovo- mussuǡ de um desLlno ou de umu Ƥnull- dade nacional que permeia o mecan- ismo do governo e da administração. Sem ele, os detentores do poder, ao exercerem as funções para as quais foram eleitos, favorecerão sempre o interessedoclã,emvezdeseinspirarem no interesse da coletividade nacional. Essesentimentodeveestarpresentena cultura do povo e, consequentemente, na psicologia dos cidadãos, caso conLrurloǡ o LsLudo Nuclonul de buse democruLlcu se degeneruǤ O desenvolvimentismo econômico de Vargas estava aliado ao seu plano de reformulação da estrutura política nacional, viabilizando, dessa maneira, uma mudança no sistema até então regentenopaís.Ouseja,énesseperíodo que o modelo administrativo burocruLlco e lnserldo no conLexLo soclul epolíticobrasileiro. Percebemosǡ enLúoǡ que hu umu forLe lnƪuénclu de uçóes e resulLudos enLre os programas de desenvolvimento econômico,políticoesocialnaestrutura do Estado brasileiro. Atualmente, gruçus uo uvunço democruLlcoǡ o µuLrlmonlullsmo µoliLlco esLu cudu vez mais restrito às esferas municipais, ainda que persistam resquícios desse fenômeno no âmbito Estadual e Federal. Do ponto de vista da sociedade As oligarquias do Império e da Repúbl|ca vellaǡ embota eƤcazes oa qataot|a Ja oo|JaJe tett|tot|alǡ odo cleqatam a teotat a moJeto|JaJe Jo apatato botoctat|co Jo lstaJo btas|le|toǤ lo| someote com a tevoloçdo Je ͛͘ qoe sotqe tal |o|c|a- t|vaǤ A patt|t Jesse momeotoǡ o lstaJo btas|le|to começoo a se fazet pteseote e v|s/vel oa esttotota pol/t|ca Jo pa/sǤ ȋlRA1lSǡ ͚͘͘͜Ȍ΁Ά vatqas Ja |o/c|o a oma |oeJ|ta tefotma aJm|o|sttat|va oo Btas|lǡ |oset|oJo a aJm|o|sttaçdo públ|ca botoctat|caǡ como fotma Je m|t|qat a letaoça Jo passaJo patt|moo|al|staǡ aomeotaoJo a ceottal|zaçdo Jo poJet estatal e a |oteqtaçdo pol/t|caǡ oottota J|lacetaJa pela fotça Jos cotooe|s em seos teJotos e Dzcotta|sdz ele|tota|sǤ ȋBAl1lS1Aǡ ͚͙͘͘ǡ pǤ͡Ȍ Serglo 8uurque de Holunduǡ µor suu vezǡ ldenLlƤcu o homem cordlulǡ Llµo humanoquefoiherdadodacolonização ibéricaeéfundamentalparaentendera nossaculturapolítica.Osnossoscoloni- zadores buscavam empreendimentos ousados,demonstravamaltaadaptabili- dude e vlsuvum uo lucro ruµldoǡ dlsµen- sando a disciplina contínua que é atribuídaaospovosdoNortedaEuropa. Os lberlcos Lerlum dlƤculdude em entender o esforço coletivo de maneira racional,ouseja,detrabalharconjunta- mente tendo como objetivo o bem de um grupo. No lugar disso, desenvolv- eram uma cultura da personalidade, centradanaautonomiadecadaumdos homensemrelaçãoaosseussemelhan- tes,elevandooméritopessoaleolivre- arbítrio a virtudes supremas. Nesse cusoǡ hu u fruquezu dus formus de organização que impliquem solidarie- dade e ordenação entre agrupamentos humanos. “Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo duruvelǡ u núo ser µor umu forçu exLerlor resµelLuvel e LemlduǤdz ȋHOLANLAǡ ͙͛͡͞ǡ µǤ ͚͛Ȍ Lssu uƤrmuçúo nos remeLe u sériededitadurasmilitaresquetiveram lugar em quase todos os países ibero- americanos. A incompatibilidade entre as formas de vida copiadas de nações socialmente maisavançadas,deumlado,eopatriar- cullsmo e µersonullsmo Ƥxudos enLre nós por uma tradição de origens seculares, de outro, deixam sinais na dlƤculdude e no uLruso com que se desenvolveu u lndusLrlu no 8rusllǤ Os sentimentos e deveres advindos das relaçõesdefacção–emtornodafamília patriarcal – sobrepõem-se ao empreendimento guiado por interesses e ideias típicos da burguesia. Segundo Holundu ȋ͙͛͡͞Ȍǡ o LsLudo µressuµóe umatransgressãodaordemfamiliarque representa o triunfo do geral sobre o particular. Os detentores das posições públicas de responsabilidade teriam dlƤculdude em comµreender essu dlsLln- ção entre o domínio particular e o domínio público, por terem sua origem nos ambientes marcados pelos fortes vinculos du fumillu µuLrlurculǤ 1ul µersonullsmo Lumbem µode ser verlƤ- cadonotipodelaçosqueunemosmem- bros de um µurLldo µoliLlco no 8rusllǤ Nu nossa sociedade, esses laços são consLlLuidos no uLo de Ƥlluçúoǡ momentoemqueonovomembropassa a dever compromissos que não podem ser rompidos, como se fossem laços de parentesco. 13 Hu dols slgnlƤcudos µuru o Lermo DzfederullsmodzǤ O µrlmelro deles se refere uo modelo esLudunldense de orgunl- zuçúo µoliLlcu que cenLrullzu o µoder em um LsLudo resulLunLe du unlúo de unldudes µoliLlcus µreexlsLenLesǡ que núo ucelLum ser dlssolvldus denLro de um LsLudo unlLurloǢ o segundo µrevé u descenLrullzuçúo do µoder em LsLudos cenLrullzudosǡ como e o cuso du Argen- Llnu e do 8rusllǤ Alndu que hu|u dlvlsúo de Lurefusǡ núo hu duµlu soberunlu no LsLudo federullsLuǢ o elemenLo que o dlsLlngue do slsLemu de governo unlLurlo e o fuLo de os orgúos cenLruls de governo serem comµosLos µelos reµresenLunLes dus unldudes du lederuçúoǤ Como uƤrmu CosLu ȋ͚͘͘͜Ȍ΁·ǣ DzA vunLugem do federullsmo núo conslsLe em ellmlnur u µosslbllldude de conƪlLos µoliLlcos enLre os esLudos membrosǡ mus em crlur regrus de resoluçúo desses conƪlLosdzǤ No cuso brusllelroǡ conLudoǡ u dlvlsúo de comµeLénclus enLre os governos federulǡ esLuduul e munlclµul núo lmµe- dlu que o exerciclo delus mudusse uo longo do LemµoǤ Podemos uLe ressulLur que u µoliLlcu brusllelru e murcudu µor um clclo de cenLrullzuçúo uuLorlLurlu e descenLrullzuçúo µreduLorluǤ Puru comµreender os fenomenos de nossu µoliLlcuǡ e µreclsoǡ unLes de Ludoǡ conhecer u hlsLorlu brusllelruǤ Lesde u eµocu colonlulǡ o 8rusll e dlvldo em reglóes udmlnlsLruLlvusǡ vlsLo que seu LerrlLorlo e mulLo grunde µuru µoder ser conLroludo µor umu so lnsLâncluǤ Lsse fenomeno lnƪuenclou Lodo o µudrúo de orgunlzuçúo LerrlLorlul brusllelroǡ desde o Lemµo dus cuµlLunlus heredlLurlusǡ µussundo µelo µeriodo dus µrovinclus lmµerlulsǡ uLe chegur u eµocu dos esLudos uLuulsǤ Aµesur de LenLuLlvus de cenLrullzuçúo µoliLlcuǡ o lnLerlor do µuisǡ durunLe os µrlmelros seculos de 8rusllǡ eru udmlnlsLrudo e comundudo µelus ellLes loculsǡ os dlLos DzcoronelsdzǤ Lessu Federalismo brasileiro: centro e periferia 1)Navidapolíticadonossopovo,há um direito público elaborado pelas elites e que se acha concretizado na Constituição. 2) Este direito público, elaborado pelaselites,estáemdivergênciacom o direito público elaborado pelo povoǦmassa eǡ oo cooƪ|to abetto pot estadivergência,éodireitodopovo- massa que tem prevalecido, pratica- mente. 3)Toda a dramaticidade da nossa história política está no esforço improfícuo das elites para obrigar o povo-massa a praticar este direito porelaselaborado,masqueopovo- massa desconhece e a que se recusa obedecer.(VIANNA,1974,p.27) Outro remédio, só aparentemente maisplausível,estáempretender-se compassar os acontecimentos segundosistemas,leisouregulamen- tosdevirtudeprovada,emacreditar qoe a letta motta poJe |oƪo|t pot s| so “No Brasil”, escrevia em 1885 o naturalista norte-americano Herbert Smith, “vigora quase universal a ideia de que é desonroso para uma pessoa abandonar seu partido; os que o fazem são estigmatizados como traidores.” E acrescentava: DzOtaǡ esse esp/t|to Je ƤJel|JaJe e bomemsi,porémmaunaaplicação; um homem não age bem quando desertadeumparente,deumamigo, de uma causa nobre; mas não age necessariamente mal quando se retiradeumpartidopolítico:àsvezes o mal está em apegar-se a ele”. (HOLANDA,1936,p.80) 1unLo Ollvelru vlunnu quunLo Serglo 8uurque de Holundu concordum que huverlu umu conLrudlçúo buslcu nu socledude brusllelru enLre u orgunlzuçúo µubllcu e u culLuru µurLlculurlsLu do µovoǤ A µuru e slmµles subsLlLulçúo dos deLenLores do µoder µubllco núo reµre- senLu umu soluçúoǡ devendo ser µrece- dldu µor Lrunsformuçóes comµlexus e verdudelrumenLe esLruLuruls nu vldu du socledudeǤ Alem dlssoǡ umbos concor- dum quunLo u lneƤcuclu du leglsluçúo µubllcu ldeullzudu µelus nossus ellLesǤ AcosLumudus u lmµorLur ldelus euroµelus em vez de olhur µuru denLro do µuisǡ elus LenLurum lmµor u socle- dude brusllelru umu esLruLuru µoliLlcu lnudequudu u nossu reulldudeǤ Nus µuluvrus dos µroµrlos uuLoresǣ e de modo enérgico sobre o destino deumpovo.Arigidez,aimpermeabi- lidade,aperfeitahomogeneidadeda legislação parecem-nos constituir o único requisito obrigatório da boa ordemsocial.Nãoconhecemosoutro recurso.(HOLANDA,1936,p.178) formuǡ u relvlndlcuçúo do federullsmo com u Proclumuçúo du Reµubllcu em ͙͠͠͡ ocorreu nuLurulmenLeǤ Nessu eµocuǡ huvlu u conhecldu µoliLlcu dos governudoresǡ um µucLo enLre us ellLes reglonuls e o Coverno lederulǡ u quul vlsuvu u Lrocu de fuvores µoliLlcos enLre esses dlferenLes nivels de µoderǤ Nesse senLldoǡ µodemos uƤrmur que o federul- lsmo funclonuvu uµenus em Leorluǡ µols nu µruLlcu ele reuƤrmuvu o µoder dus ollgurqulus reglonulsǤ O federullsmo brusllelro nusceuǡ µorLunLoǡ ussocludo uo reµubllcunlsmo dus ellLes µrovlnclulsǡ resulLundo em um Dzfederullsmo ollgurqulcodzǤ A DzRevoluçúo de ͛͘dz reµre- senLou núo uµenus umu mudunçu no governo brusllelroǡ como Lumbem nu esLruLuru de seu funclonumenLoǤ Nesse µeriodoǡ houve umu forLe cenLrullzuçúo do µoderǡ reduzlndo u uuLonomlu dos esLudos eǡ lncluslveǡ exLlngulndo o reglme federullsLuǤ Lm ͙͜͡͝ǡ o modelo federullsLu fol resLubelecldo e µerdurou durunLe Lodo o µeriodo conhecldo como Reµubllcu NovuǤ Logoǡ Lodu u nossu hlsLorlu reµubllcunu se resume nu dlƤculdude dus ellLes nuclonuls em resolver o conƪlLo uµurenLemenLe lnconcllluvel enLre u consLruçúo de um LsLudo nuclonul forLe e modernlzunLeǡ de um ludoǡ e u consollduçúo do reglme reµresenLuLlvo e democruLlcoǡ de ouLroǤ Com u quedu dos mlllLures em ͙͡͠͝ e u redemocruLlzuçúo do µuisǡ os governos esLuduuls e munlclµuls uumenLurum suu lnƪuénclu nos ussunLos nuclonulsǡ uLlnglndo seu uµlce uo consolldur o µrocesso de descenLrullzuçúo dos recur- sos LrlbuLurlosǤ Lsse µeriodoǡ conLudoǡ fol murcudo µor umu gruve crlse Ƥscul do governo federulǡ dlƤculLundo u cuµucl- dude de lnvesLlmenLo e dlmlnulçúo dus deslguuldudes enLre us reglóesǤ Lm resumoǡ o µrocesso de cenLrullzuçúo do µoder nus múos do governo federulǡ que huvlu sldo o µrlnclµul lnsLrumenLo de udmlnlsLruçúo do federullsmo µelo menos desde ͙͛͘͡ǡ deu lugur u um µrocesso desorgunlzudo de descenLrull- zuçúo no quul os esLudos e munlciµlos uLuurum como ugenLes Dzµredudoresdz de um governo federul enfruquecldoǤ ȋCOS1Aǡ ͚͘͘͜ǡ µǤ ͙͟͞Ȍ Ao ser µromulgudu u ConsLlLulçúo de ͙͡͠͠ǡ os munlciµlos se Lornurum uuLonomosǡ sendo equlµurudos u Unlúo e uos esLudosǤ Cube ugoru u eles u comµeLénclu du µresLuçúo de servlços de suude µor melo do SlsLemu Unlco de Suude SUSȌ e de µurLe de Lurefus educu- clonulsǤ 14 Desequilíbrios entre as regiões afetam osresultadosdaredemocratizaçãoeda descentralização, criando contradições e tensões para o federalismo. De um ludoǡ u descenLrullzuçúo µoliLlcu e Ƥnun- ceira contribuiu para a consolidação democrática por tornar o Brasil mais federal,poisproporcionouosurgimento de novos atores políticos.Como conse- quência desse processo, o governo federal é compelido a negociar com as esferas subnacionais o encaminha- mento de questões nacionais. De outro lado, a descentralização reduz as possi- bilidades de se enfrentar os desequilí- briosregionaispelorelativoenfraqueci- menLo Ƥnuncelro do governo federulǤ Há algumas características que são próprias do sistema federalista brasileiro, como: a inclusão de municí- pios como membros permanentes, até mesmo com autonomia legislativa e tributária; a constante ampliação da federação com a criação de novos municípios; estados tem poder residual (possuem autorização para legislar sobre qualquer assunto que não tenha sido reservado exclusivamente à União ou aos municípios); tendência centrali- zadora do governo federal. Esse último ponto, contudo, pode ser motivo de controvérsia,vistoqueofuncionamento do sistema tributário brasileiro dá força aos estados e aos munícipios. Como exemplo de tal fato, o ICMS, maior impostodapaís,édearrecadaçãoexclu- siva dos estados. A arrecadação, contudo,nãoéigualitáriaentreosmem- bros da nação, pois as regiões Sul e Sudeste conseguem se sustentar por meio de tributos recolhidos, enquanto as outras são fortemente dependentes de transferências de receitas da União. Como efeito perverso da autonomia Ƥscul e LrlbuLurlu dos esLudosǡ µodemos clLur u Dzguerru Ƥsculdzǡ u quul vem Desequilíbrios entre as regiões afetam osresultadosdaredemocratizaçãoeda descentralização, criando contradições e tensões para o federalismo. De um ludoǡ u descenLrullzuçúo µoliLlcu e Ƥnun- ceira contribuiu para a consolidação democrática por tornar o Brasil mais federal,poisproporcionouosurgimento de novos atores políticos.Como conse- quência desse processo, o governo federal é compelido a negociar com as esferas subnacionais o encaminha- mento de questões nacionais. De outro lado, a descentralização reduz as possi- bilidades de se enfrentar os desequilí- briosregionaispelorelativoenfraqueci- menLo Ƥnuncelro do governo federulǤ Há algumas características que são próprias do sistema federalista brasileiro, como: a inclusão de municí- pios como membros permanentes, até mesmo com autonomia legislativa e tributária; a constante ampliação da federação com a criação de novos municípios; estados tem poder residual (possuem autorização para legislar sobre qualquer assunto que não tenha sido reservado exclusivamente à União ou aos municípios); tendência centrali- zadora do governo federal. Esse último ponto, contudo, pode ser motivo de controvérsia,vistoqueofuncionamento do sistema tributário brasileiro dá força aos estados e aos munícipios. Como exemplo de tal fato, o ICMS, maior impostodapaís,édearrecadaçãoexclu- siva dos estados. A arrecadação, contudo,nãoéigualitáriaentreosmem- bros da nação, pois as regiões Sul e Sudeste conseguem se sustentar por meio de tributos recolhidos, enquanto as outras são fortemente dependentes de transferências de receitas da União. Como efeito perverso da autonomia Ƥscul e LrlbuLurlu dos esLudosǡ µodemos clLur u Dzguerru Ƥsculdzǡ u quul vem redesenhundo u geogruƤu lndusLrlul eǡ consequentemente,econômicadopaís. Assim, o regime federalista brasileiro combinaumpresidencialismoforteque governa com o apoio de um governo legislativo bicameral (Câmara eSenado vinculados a interesses regionais) e de um Poder Judiciário independente, e a separação de poderes nos níveis estadual e municipal, concedendo autonomia política a estes. “Desse modo,ofederalismobrasileiroéoresul- tado da combinação de poderes execu- tivos fortes com legislativos multipar- Lldurlosdz ȋCOS1Aǡ ͚͘͘͜ǡ µǤ ͙͟͡ȌǤ Lsse modelo apresenta certos entraves para governar a nação, pois pode haver uma divergênciaentreopartidoqueestáno A estrutura organizacional do SistemadeProteçãoSocialBrasileiro vem sendo profundamente redesen- hada.Àexceçãodaáreadeprevidên- cia, nas demais áreas da política social — educação fundamental, assistência social, saúde, sanea- mento e habitação popular — estão sendo implantados programas de descentralização que vêm transfer- indo, paulatinamente, um conjunto s|qo|Ƥcat|vo Je att|bo|çóes Je qestdo para os níveis estadual e municipal de governo. (ARRETCHE, 1999, p. 111) loƤmǡ as bases pol/t|cas Jo feJetal- ismo são o resultado dessa combi- nação, às vezes complicada, de presidentes e governadores fortes, legislativos regionais fracos e um Congresso bastante fragmentado e instável no apoio aos programas de governo que implicam confrontação de interesses regionais. (COSTA, 2004,p.180) Analisando a história política do país, percebemos que embora grandes mudanças tenham ocorrido, ainda há umatendênciagovernistaepolíticasde coronelismoexistentesentreosdonos poder estadual e outro que ocupa o µoder federulǡ dlƤculLundo o consenso e a implementação de projetos de reformaamplos.Ébastantecomplicado para o presidente governar sem uma coalizão congressual ampla e estável o suƤclenLe µuru neuLrullzur governudores e prefeitos na política nacional e obter, então, o controle sobre o uso de recur- sos ƤsculsǤ llguelredo e Llmongl ȋ͙͡͡͡Ȍ uƤrmum que exlsLem mecunlsmos institucionais no Brasil que permitem a governabilidade e a estabilidade por µurLe dos Poderes LxecuLlvo e Leglslu- tivo. Ademais, o presidente da República conta com apoio dos princi- paislíderesdacoalizãoparainterferirno processo de tomada de decisão. Dessa forma, o governo trabalha como se houvesse uma fusão entre o Poder LxecuLlvoǡ nu Ƥguru do µresldenLeǡ e o LeglsluLlvoǡ reµresenLudo µelos lideres dospartidosdacoalizão. OuLru curucLerisLlcu lmµorLunLe de nosso sistema é a representação desigual das regiões na Câmara dos Deputados, resultante do decreto da ConsLlLulçúo de ͙͡͠͠ que esLubelece um mínimodeoitodeputadoseummáximo de ͘͟ µor esLudoǤ Logoǡ esLudosǡ como o Piauí, têm uma representação maior e estados,comoSãoPaulo(grandedensi- dude demogruƤcuȌǡ umu reµresenLuçúo menor do que teriam se a distribuição das cadeiras naCâmara dos Deputados fosse perfeitamente proporcional à µoµuluçúo de cudu esLudoǤ O mesmo ocorre no Senado. Além desse fator, é lmµorLunLe ressulLur u lnƪuénclu dos governadores na política brasileira. Essesacabamsendo,pormeiodefortes coalizõesdegovernosnasassembleiase de bancadas favoráveis no Congresso, grandes parceiros do governo federal, aprovando ou desaprovando reformas queinteressemounãoaosseusestados. De fato, a análise de Euclides da Cunha nada mais faz senão eviden- c|at o teƪexo Ja att|colaçdo cootta- J|tot|a eotte a Jom|oaçdo Jas el|tes aqtat|as e a aJoçdo Ja |Jeoloq|a liberal burguesa. Trata, pois, das disparidades de estilo entre cidade – ceotto Jas fooçóes cometc|a|sǡ Ƥoao- ceiras e políticas – e campo, domi- nado pela onipotência da grande propriedade de terra, unidade social relativamente autônoma e marcado pot telaçóes sem|Ǧsetv|sǤ (MIGOWSKI,1999,p.16) O efe|to Jo |mpacto Ja expaosdo capitalista sobre as estruturas arcaicasvariouderegiãopararegião, ao sabor de circunstâncias locais, do t|po Je peoettaçdo cap|tal|sta e Ja intensidadedesta.Contudo,aresult- aote fo| qoase sempte a ct|açdo Je estruturas híbridas, uma parte das quais tendia a comportar-se como um sistema capitalista, a outra a maotetǦse Jeotto Ja esttotota pteex- istente. Esse tipo de economia Joal|sta coost|to|ǡ espec|Ƥcameoteǡ o fenômeno do subdesenvolvimento contemporâneo.(FURTADO,1961) 15 A µurLlr do Ƥm do seculo XlXǡ u lndusLrlu começou u gunhur lmµorLânclu no 8rusll em deLrlmenLo dus uLlvldudes ugricolusǡ uo mesmo Lemµo em que u µoµuluçúo delxuvu us ureus ruruls e se esLubeleclu nus cldudes µuru ucomµunhur u novu dlnâmlcu du economluǤ Lsse movlmenLo fez que elemenLos urculcos du socle- dude brusllelru se enconLrussem com os novos vulores que ucomµunhuvum u modernlzuçúoǡ fenomeno que lnduzlu o melo lnLelecLuul u vlsúo de um 8rusll comµosLo µor duulldudesǣ unLlgoȀnovoǡ LrudlclonulȀmodernoǡ µerlferluȀcenLroǡ ugrurloȀlndusLrlulǡ rurulȀurbunoǡ eLcǤ A conceµçúo duullsLu clusslcu µurLe do µressuµosLo de que dols Dz8ruslsdz enLrum em conƪlLoǡ gerundo umu serle de conLrudlçóes no selo du nossu socle- dudeǤ Um dos µrlmelros exµoenLes do duullsmo e Luclldes du Cunhuǡ que em suu grunde obruǡ Os SerLóes ȋ͙͚͘͡Ȍǡ denunclu u lncomµreensúo do governo brusllelro em reluçúo us verdudelrus cuusus µor Lrus du Cuerru de CunudosǤ O conƪlLo Lerlu sldo LruLudo µelo reglme reµubllcuno como umu rebellúo monur- qulsLuǡ quundo nu verdude eru umu munlfesLuçúo du reulldude serLune|uǡ que huvlu sldo esquecldu µelus uuLorl- dudesǣ um 8rusll mlseruvel e condenudo u burburle µor esLur foru do âmblLo du uçúo ou de lnLeresses governumenLulsǡ em oµoslçúo uo 8rusll clvlllzudo do llLorulǡ nucleo du uLençúo governumen- LulǤ Asslmǡ de ucordo com u CLPALǡ huverlu duullsmo nos µlunos exLerno e lnLernoǡ uquele resumldo nu dlcoLomlu cenLro- µerlferluǡ esLe nu dlsLlnçúo enLre seLor moderno e de subslsLéncluǤ LlunLe desse cenurloǡ u lndusLrlullzuçúo fol defendldu µelos ceµullnos como sendo u formu udequudu de suµerur o uLruso e u deµendéncluǤ As conceµçóes duullsLus suµunhum semµre um choqueȀoµoslçúoǡ se|u no âmblLo nuclonulǡ enLre moderno e urculcoǡ se|u no lnLernuclonulǡ enLre cenLro e µerlferluǤ Llus Lumbem µurLlum u defesu du lndusLrlullzuçúo como formu de suµerur umu eLuµu hlsLorlcu e conqulsLur u uuLonomlu do 8rusllǤ ConLudoǡ nus decudus de ͘͞ e ͘͟ǡ ulgumus correnLes de µensumenLo começurum u conLruµor esse modeloǤ lrunclsco de Ollvelru ȋ͚͘͘͠Ȍǡ µor exem- µloǡ uƤrmu que u oµoslçúo nu mulorlu dos cusos e Lúo somenLe formulǣ de fuLoǡ o µrocesso reul mosLru umu slmblose e umu orgunlcldudeǡ umu unldude de conLrurlosǡ em que o chumudo Dzmod- ernodz cresce e se ullmenLu du exlsLénclu do DzuLrusudodzǤ Mus fol uo longo du decudu de ͙͘͡͝ que u ubordugem duullsLu µredomlnou enLre os clenLlsLus socluls e os economlsLusǤ O desenvolvlmenLo urbunoǦlndusLrlul no µeriodo µosLerlor u ͙͛͘͡ ȋLru vurgusȌ huvlu Lornudo cudu vez muls evldenLe o conLrusLe com us economlus rurulsǤ Puru 1uques LumberL e Roger 8usLldeǡ soclol- ogos frunceses que leclonurum no 8rusllǡ o urculco eru residuo do µussudo colonlul e esLuvu vlnculudo uo cumµoǡ enquunLo o moderno ucomµunhuvu u lndusLrlullzuçúo e µurLlu dus cldudesǤ Alndu nu decudu de ͘͝ǡ o duullsmo µussou u ser uLlllzudo núo so como lncenLlvo u suµeruçúo de seLores urcul- cos lnLernosǡ conLrurlos uo desenvolvl- menLo nuclonulǡ mus Lumbem µuru comµurur u Lru|eLorlu hlsLorlcu dos µuises µor melo de umu DzLeorlu du modernlzuçúodzǤ O urgumenLo defen- dldo µelu Leorlu du modernlzuçúo se buselu nu ldelu de que us eLuµus µercor- rldus µelos µuises em desenvolvlmenLo súo semelhunLes uquelus Lrllhudus µelos µuises de lndusLrlullzuçúo uvunçuduǤ Asslmǡ o duullsmo reµresenLurlu um esLuglo lnLermedlurlo no µrocesso de desenvolvlmenLo cuµlLullsLuǤ ConLrurlus u essu µersµecLlvu evoluclonlsLuǡ forum formuludus duus ouLrus correnLesǡ de fundo semelhunLeǤ lnlclulmenLeǡ os uuLores vlnculudos uo lnsLlLuLo Suµerlor de LsLudos 8rusllelros ȋlSL8Ȍ uµonLu- vum µuru u conLrudlçúo Dznuçúo vsǤ unLlǦnuçúodzǡ ou se|uǡ enLre os fuvoruvels uo desenvolvlmenLo nuclonul e seus conLrurlosǡ reµresenLundo o µrlnclµul unLugonlsmo nu formuçúo soclul brusllelruǤ A Lese do lseblunos susLenLu que os segmenLos urculcos esLurlum ulludos uo lmµerlullsmoǡ o que exlglrlu umu unlúo enLre u burgueslu e os Lrubul- hudores nuclonuls sob u bundelru do desenvolvlmenLlsmoǤ Lsse urgumenLo fez µurLe do dlscurso governumenLul µor ocuslúo do Pluno de MeLus ȋ͙͡͝͞ Ȃ ͙͘͡͞Ȍ de 1uscellno KublLschekǤ No mesmo As interpretações dualistas do brasil do µoderǤ No 8rusllǡ o federullsmo núo esLu ussocludo u desenvolvlmenLo economlcoǡ nem u democrucluǤ Lsse slsLemu mosLrouǦse uµenus o melhor µuru urrun|ur u governunçu de um lmenso e desurLlculudo LerrlLorlo com ollgurqulus reglonulsǤ HodlernumenLeǡ hu correnLes que dlvergem sobre o verdudelro µuµel do governo federulǤ Algumus ulegumǡ uLe mesmoǡ que hu um µredominlo exLremo de lnLeresses esLuduuls e munlclµulsǡ herunçu de um coronellsmo µussudoǤ A hlsLorlu do federullsmo brusllelro eǡ µolsǡ comµosLu µor dlferenLes fuses de cenLrullzuçúo e descenLrullzuçúo do µoderǡ lnƪuenclu- dus µelo comµorLumenLo dus ellLes loculs e µor um conƪlLo enLre umu µerlferlu µobre e excluidu do µoder cenLrul e um cenLro rlco e foco du µoliLlcu nuclonulǤ senLldoǡ us unullses du Comlssúo Lconomlcu µuru u Amerlcu LuLlnu e o Curlbe ȋCLPALȌ mosLrum que o subde- senvolvlmenLo Lem ruizes hlsLorlcusǡ que remonLum us reluçóes economlcus deslguuls esLubelecldus em eµocus unLerlores enLre economlus cenLruls e µerlferlcusǤ O duullsmo delxu de ser uLrlbuido u curucLerisLlcus lnLrinsecus du socledude colonlulǡ e µussu u ser uLrlbuido u formu de µeneLruçúo do cuµlLullsmo nesse Llµo de deµendéncluǡ em que u µerlferlu e meru fornecedoru de bens µrlmurlos µuru o cenLroǤ 16 A ideia de que a nossa sociedade não corresponde mais ao modelo de “dois Brasis” levou o cientista político Edson Nunes a apresentar uma nova abord- agem em seu livroAGramática Política do Brasil.Segundo ele, a introdução do capitalismomodernonoBrasilinteragiu com a criação de um sistema institu- cional sincrético, e não mais regional e dualista. Esse sistema seria composto por quatro “gramáticas” (padrões lnsLlLuclonullzudosȌ que deƤnem us relações entre Estado e sociedade no Brasil: o clientelismo (ou patrimonial- ismo), o corporativismo, o insulamento burocrático e o universalismo de procedimentos. O cllenLellsmo µode ser deƤnldo como um µudrúo esµeciƤco de vinculo soclul marcado por trocas generalizadas e pessoais, típico das sociedades agrárias onde vigora a relação de subordinação entreproprietáriosdeterraecampone- ses.Nessesistema,existeaexpectativa de retornos futuros, e cada troca (pode ser um favor, um empréstimo, uma prenda) contém uma referência à condição geral do grupo. Em oposição, no slsLemu de DzLrocu esµeciƤcudzǡ Liµlco do capitalismo moderno, não há necessidadederelaçõesanterioresnem expectativa de relações futuras. No Brasil contemporâneo, esses dois sistemas coexistem, com o sistema clientelista servindo de intermediário entreoEstadoeosestratosmaisbaixos da população, que passam a ter voz e mecunlsmo µuru demundus esµeciƤcusǤ As instituições formais do Estado se tornaram altamente impregnadas por esse processo de troca de favores. O clientelismo opera em um conjunto de redes que se estendem aos partidos políticos, burocracias, entre outros. A participação nessas redes não está codlƤcudu em nenhum Llµo de regulu- mento formal; os arranjos hierárquicos nointeriordasredesestãobaseadosem consentimento individual e não gozam de respaldo jurídico. Essa gramática existiu como forma de lidar com os políticos, que no Brasil são intrinsica- mente populistas, tendo seu comporta- mento reforçado pelo fato de que é um comportamento esperado e desejado porpartedoseleitores. O corporativismo é uma forma de organizaçãodasociedadeintermediada peloEstado,naqualoatributotrabalho A gramática política do Brasil e us ldenLldudes µroƤsslonuls uµurecem como buse de clusslƤcuçúo soclul e como referência para a atribuição de direitos e obrigações. No Brasil, serviu µuru ubsorver o conƪlLo µoliLlcoǡ conLro- lando e organizando as classes baixas por meio de sua incorporação no sistema.Também chamado de capital- ismoorganizado,éumamaneiradelidar com as incertezas geradas no mercado, inibindoaemergênciadeumaordemde conƪlLos de clusseǤ Puru os corµoruLlvls- tas, o Estado é uma organização com interessesestabelecidos,umatorprinci- pal,ladoaladocomosgrupos.Umavez que o Estado tem de competir com grupos sociais e, ao mesmo tempo, manter seu monopólio sobre a autori- dade,muitasvezesforneceincentivose limitações à ação de grupo.O corpora- tivismo, por meio do qual o Estado intermediava os interesses de empresários e trabalhadores, fez parte da estratégia de modernização brasileira. Oinsulamentoburocráticoévistocomo uma estratégia para contornar o clientelismomedianteacriaçãodeilhas de racionalidade e de especialização técnica. Ocorre por meio de um processodeproteçãodonúcleotécnico doEstadocontraainterferênciaoriunda do público ou de outras organizações intermediárias.Reduzindooalcancedos interessesedasdemandaspopulares,o insulamento burocrático permite que o nucleo Lecnlco Ƥque llvre µuru reullzur ob|eLlvos esµeciƤcosǤ Puru lssoǡ us ugén- cias estatais devem desfrutar de um forte apoio, que no Brasil se traduz na parceriacomaselitesindustriais,nacio- nais e internacionais. Reduzir os limites de arena de formulação de políticas µubllcus slgnlƤcuǡ em gerulǡ u exclusúo dos partidos políticos, do Congresso e das demandas populares. Excluindo-os, osatoresquepromovemoinsulamento almejam refrear o personalismo e a patronagem em benefício de uma base muls Lecnlcu µuru u Ƥxuçúo de µrlorl- dades. Entretanto, ao contrário da retórica de seus patrocinadores, o insulamentoburocráticonãoédeforma nenhuma um processo técnico e apolítico: agências e grupos competem entresipelaalocaçãodevaloresalterna- LlvosǢ coullzóes µoliLlcus súo Ƥrmudus com grupos e atores fora da arena administrativa, com o objetivo de garantir a execução dos projetos; partidos políticos são bajulados para protegerprojetosnoCongresso. Ouniversalismodeprocedimentos representa o conjunto de normas que podem ser utilizadas por todos os indivíduos de uma sociedade politica- menLe orgunlzuduǤ Lle slgnlƤcu que nenhum membro dessa sociedade estará excluído de, por exemplo, eleger representantes ou se proteger contra abusos de poder pelo Estado, e suas demandasedeveresserãojulgadascom baseemcritériosimpessoais.Esteéum dos componentes cruciais da democra- cia, embora não seja garantia de sua existência.Emgeral,ouniversalismode procedimentoséassociadoàsnoçõesde cidadania plena e igualdade jurídica, características dos países de economia avançada e regidos por um governo representativo.Gruposdeclassemédia, µroƤsslonuls e LecnocruLus súo mulLus vezes percebidos como potencial "eleitorado do universalismo", isto é, grupos que se opõem ao sistema de patronagem e que insistem em que os benefícios e encargos públicos sejam alocadosdeacordocomumconjuntode regras e procedimentos gerais – e universalísticos. As quatro gramáticas descritas acima podem ser encontradas em todos os níveisdapolíticaesãobastanteconheci- das pelos atores sociais, que podem transitar de uma gramática para outra, dependendo do contexto. Atualmente, o corporativismo emprega comandos universais e organiza horizontalmente várias instâncias de unidades sociais.O clientelismo permeia muitas institu- ições, fornece uma gramática compreensível para o sistema de relações sociais e políticas, atravessa distinções de classe e organiza vertical- mente a sociedade.O universalismo de procedimentos confere uma aura de modernidadeedelegalidadepúblicaao sistema político e às instituições formais; representa a retórica dos intelectuaisejornalistaseaindaconfere legitimidade a vários movimentos sociais de classe média.O insulamento burocrático é uma forma de evitar o controleeoescrutíniopúblicossobreas atividades do Estado; uma forma de µersegulr u eƤclénclu economlcuǡ o desenvolvimento e a privatização seletiva das benesses que provêm do controle de parcelas substanciais do aparelhoprodutivodoEstado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRETCHE, Marta. Políticas Sociais no Brasil: Descentralização em um Estado Federativo. 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Brasília: Conselho Editorial do Senado Federal, 1999. 17 Foram apresentadas neste trabalho algumas vertentes do pensamento socialbrasileiroocupadascomoestudo dos principais fundamentos respon- sáveis por obstaculizar o desenvolvi- mentosocialeobomfuncionamentodo regime democrático no país.Vimos que essas interpretações sempre estão apoiadas por uma narrativa histórica, ulem de sofrerem forLe lnƪuénclu dos paradigmas que predominam em suas épocas. O primeiro tópico tratou das interpretações de autores que partem deumaabordagemcentradanoEstado ou na sociedade. Em segundo lugar, discutiram-se as peculiaridades do federalismo brasileiro, marcado por umadiscrepânciaentrezonascentraise periféricas.Otópicoseguintedescreveu a evolução das interpretações dualistas que vigoraram no meio intelectual durante gerações de pensadores. Por último, apresentamos o modelo sincré- tico de Edson Nunes, baseado em quatro“gramáticas”políticasquerepre- sentariam a realidade atual do sistema político brasileiro. Juntos, esses temas fornecem um guia conciso para entender e debater os limites da nossa democracia. Conclusão 15 Graduandos de Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os autores agradecem a revisão do doutorando em Ciência Política pela mesma universidade, Christiano Cruz Ambros, e a colaboração da Prof. Dr. Maria Izabel Noll, professora do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 16 PRATES, Antônio Augusto Pereira. Administração pública e burocracia. In: AVELAR, Lúcia (Org.); CINTRA, Antônio Octávio (Org.). Sistema político brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2004. 17 COSTA, Valeriano. Federalismo. In: AVELAR, Lúcia (Org.); CINTRA, Antônio Octávio (Org.). Sistema político brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2004. 18 Nus reluçóes lnLernuclonulsǡ u lnƪuénclu de um gruµo de µuises núo deµende uµenus du vonLude dos seus membros em consLlLuiremǦse como coleLlvldudeǡ mus Lumbem do reconheclmenLo ulheloǣ u µurLlr do momenLo em que o gruµo se mosLru muls do que u meru somu dus suus µurLesǡ ele gunhu µeso e leglLlmldudeǤ Lm ͚͘͘͡ǡ 8rusllǡ Russluǡ lndlu e Chlnu Ȅ µuises exLremumenLe heLerogéneos que huvlum sldo reunldos sob u slglu 8RlC quuse que µor um cuµrlǦ cho de um economlsLu du Coldmun Suchs Ȅ crlurum um forum lnLernuǦ clonul µuru urLlculur cerLus µoslçóes em comumǤ Pussudos Lrés unos e o lngresso du Afrlcu do Sulǡ µodemos dlzer que os 8RlCS súo um gruµoǡ ou ulndu se LruLu de umu coleçúo de µuises demusluduǦ menLe disµures µuru serem levudos u serlo em con|unLoǫ Lesde u µrlmelru Cuµuluǡ reullzudu em ͚͘͘͡ǡ us lnlcluLlvus do ugruµumenLo vém µrovocundo umu vurledude de reuçóesǡ do enLuslusmo uo ulurmeǡ µussundo µelo desµrezo e µelo ceLlclsmoǤ Nos debuLesǡ µercebeǦse umu cerLu µolurlzuçúo ucercu dos 8RlCSǤ Seǡ µor um ludoǡ os µesslmlsLus urgumenLum que us dlsµurldudes geogruƤcusǡ µoliLlcus e culLuruls enLre os µuises lmµedem u formuçúo de quulquer grunde consensoǡ os românLlcos uƤrmum que os 8RlCS lrúo revoluclonur u governunçu globulǤ Os 8RlCS uµurecem oru como sulvuǦµuLrluǡ oru como moLlvo de chucoLuǤ Por muls seduLorus que µureçumǡ umbus vlsóes lmµedem umu unullse muls uµuruduǤ Os µesslmlsLus esquecem que u hlsLorlu esLu reµleLu de ullunçus durudourus enLre µuises que µouco comµurLllhum ulem de lnLeresses esLruǦ Leglcos ȋLsLudos Unldos e Arublu SuudlLuǡ µor exemµloȌǤ Sem duvlduǡ uƤnldudes hlsLorlcus u|udum u clmenLur ullunçusǡ mus núo consLlLuem umu condlçúo slne quu nonǤ Aµesur dus dlferençus enLre os 8RlCS os clnco µuises comµurLllhum umu cerLu desconǦ Ƥunçu do slsLemu uLuul de governunçu lnLernuclonulǡ ulndu murcudo µelu hegemonlu dos µuises uvunçudosǤ Puru os românLlcosǡ os 8RlCS ofereceǦ rlum um novo modelo de governunçuǡ menos usslmeLrlcoǤ Nus versóes muls oLlmlsLusǡ quulquer usslsLénclu ƤnunǦ celru µresLudu u zonu do euro reµresenǦ Lurlu umu mudunçu sismlcu no slsLemu lnLernuclonulǤ A vunguurdu du Lorcldu delelLuǦse com o lnedlLlsmo du vlslLu du dlreLoru do lMlǡ ChrlsLlne Lugurdeǡ que velo uo 8rusll com µlres nu múoǡ e núoǡ como ouLroruǡ oferecendo emµresLlmos com condlçóes druconlunusǤ L buselum seus urgumenLos em Lrés µressuµosLos Lúo umblclosos quunLo duvldososǣ ͙Ȍ que o µoder dos µuises uvunçudos vem sofrendo núo uµenus umu erosúo Lemµorurluǡ mus um declinlo µermuǦ nenLeǢ ͚Ȍ que u uscensúo dos 8RlCS e lnevlLuvelǢ e ͛Ȍ que os 8RlCS |u oferecem um µro|eLo ulLernuLlvo coerenLe e vluvel µuru u governunçu lnLernuclonulǤ Ao uµosLurem cegumenLe nu cuµucldude dos 8RlCS de suµerur suus desuvençusǡ os românLlcos µecum µelu lngenuldudeǤ O µoLenclul de coordenuçúo enLre os 8RlCS ulndu esLu sendo LesLudo Ȅ núo uµenus µelos membrosǡ mus Lumbem µelu µroµrlu crlseǤ Lssus vlsóes µolurlzuǦ dusǡ que exugerum LunLo os obsLuculos como os éxlLos dos 8RlCSǡ escondem umu reulldude bem muls comµlexuǤ Nem semµre os µuises conseguem ulcunçur um consensoǣ no uno µussudoǡ os 8RlCS delxurum Lrunsµurecer vurlos µonLos de dlscordlu e fulhus de comunlǦ cuçúoǡ lncluslveǡ nu LenLuLlvu de oferecer usslsLénclu u LuroµuǤ Por ouLro ludoǡ hu mulor coordenuçúo enLre os 8RlCS nos Lemus que chegum uo Conselho de Segurunçuǡ usslm como novus lnlcluLlvus de reformu e cooµerǦ uçúoǤ LlµlomuLus conLum queǡ durunLe us reunlóes du ONU e do C͚͘ǡ reµresenLǦ unLes dos 8RlCS dlulogum µelos correǦ dores Ȅ umu dlµlomuclu lnformul que u|udu u consolldur us reluçóesǤ No Ƥm dus conLusǡ o gruµo reµresenLu umu LenLuLlvu ulndu embrlonurlu de for|ur novus µurcerlusǤ OuunLo uo reconǦ heclmenLoǡ mulLos µuises ulndu µreferem lldur com os 8RlCS lndlvlduulǦ menLeǡ mus o ugruµumenLo vem gunhundo esµuçoǤ Ao ussumlr u µresldénclu du Unlúo Luroµeluǡ u Llnumurcu ununclou que us reluçóes com os 8RlCS serúo umu dus µrlorldudes du novu gesLúoǤ Aos µoucosǡ os 8RlCS µussum de mero ugruµumenLo u verduǦ delro gruµo BALANÇO DOS BRICS ADRIANA ERTHAL ABDENUR é Coordenadora Geral do BRICS Policy Center e professora adjunta do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. Obteve o douto- rado pela Princeton University em 2006, após graduar-se em Estudos Asiáticos (especialização em Relações Internacionais e China) por Harvard University. Já foi profes- sora da Columbia University e da New School University, ambas em Nova York. É consul- 19 OPINIAO: ARQUIVO CRITICO DE CONVIDADO tora do Banco Mundia e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Recebeu um Fulbright em 2010 e foi fellow do India China Institute entre 2007 e 2010. Áreas de pesquisa: Relações Brasil-Ásia, Desenvolvimento Comparado, BRICS e Cooperação Sul-Sul. POR ADRIANA ERTHAL ABDENUR Artigo originalmente publicado no Jornal O Globo em 03 de fevereiro de 2012. 20 ENTREVISTA COM O DIPLOMATA SAMO GONÇALVES VIDA DE DIPLOMATA Samo Gonçalves: Grande parte das pessoas entra no curso de relações internacionais (RI) sonhando em ser diplomata.Omeucasofoidiferente.Eu entreinocursodeRIedeEconomia(fui cursando ambos ao mesmo tempo) pensandoemtrabalharemmultinacion- ais.Euhaviavoltadodeintercâmbionos EUA e optei por fazer Economia e RI. Naquela época, em 1998, só existia o cursoemBrasília,naUNB,naEstáciode Sá, no Rio, que é o segundo curso mais antigo do Brasil (fundado na década de 1980) e havia sido recém-iniciado o cursodaPucdeSP(começouem1998). Como queria trabalhar na iniciativa privada, optei por RJ e SP. Na Estácio passei logo de primeira e na PUC-SP Ƥquel µuru u segundu chumuduǤ Comecei a cursar no Rio e logo (três meses depois) fui chamado pela PUC-SP. Porém, como já estava gostando de morar no Rio, por razões obvlusǡ decldl Ƥcur no R1Ǥ Lm segulduǡ comecei a cursar economia na Puc-Rio. Na verdade, a minha descoberta em relaçãoàcarreiradiplomáticasóocorreu duranteoMestrado,quandoconheci Samo Gonçalves: Quementrano Itamaraty e diz que estudou “apenas” um ano ou relativamente pouco está mentindo. Há casos, cada vez mais raros,depessoasqueentramlogoapós o término da faculdade, o que pode passar essa falsa impressão.As pessoas que se enquadram nesse caso certa- menteestudaramdeformadirecionada para oCACD ao longo de toda a facul- dade. Então, como todos, tive de estudarmuitoparapassar. Nomeucaso,oplanejamentocentrou- se em dois passos: pegar o edital das matérias doCACD e procurar encontrar e ler livros que eram considerados essenciais para cada uma das matérias, como, por exemplo, o livro do Amado Cervo em Política Externa, o livro do Othon Garcia (Comunicação em Prosa Moderna) e o de gramática do Cunha para Português, e assim sucessiva- mente.Comonuncativeproblemacom aprimeirafasedoCACD,jáquesempre passei com relativa facilidade, após reprovarduasvezesnasegundafase,fui procurar ajuda especializada, leia-se cursinho. Eu estava estudando justa- mente no que considero um período de transição de uma época em que muita genteaindapassavasemfazercursinho para um momento em que se tornou quaseimpossívelpassarsemfrequentar algum cursinho, ainda que existam exceçõesdignasdelouvor. O entrevistado desta edição da Revista Sapientia é o professor de Política Internacional do Curso Sapientia, Samo Gonçalves. Ele é graduado em Economia pela PUC-Rio e em Relações Internacionais pela Estácio de Sá-RJ, e é Mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio e Doutorando em Economia pela Universidade Católica de Brasília. Samo ingressou na carreira diplomática em 02/07/2010. Ele trabalha na Divisão de Política Financeira/DPF do Ministério das Relações Exteriores. Na seção “Vida de Diplomata”, a Revista Sapientia entrevistará diplomatas atuantes no Ministério das Relações Exteriores brasileiro, com o intuito de saber mais sobre a carreira diplomática, entendendo seus desafios e dificuldades, além de investigar que caminhos traçaram para chegar ao tão-desejado sonho que é a aprovação no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. Sapientia Pergunta: Vocêsemprequisserdiplomata? Se slmǡ que fuLores Ƥzerum vocé se interessar pelo trabalho na áreadiplomática? Sapientia Pergunta: Após ter decidido que seu obje- tivo era ingressar do Itamaraty, qualfoiseuplanejamento?Como vocêsepreparouparaencararas dlƤculdudes uµresenLudus µelu provadoCACD? um Ƥlho de dlµlomuLu que esLuduvu comigo e tentava a carreira. Nessa época, eu já havia tido minha experiên- cia em multinacionais e descobri que não era nada do que eu havia imagi- nado. Então, ao terminar o mestrado, comecei a pesquisar sobre a carreira e comecei, um ano depois, a estudar efetivamente. Entre os principais fatores que me despertaram o interesse pela carreira diplomática estão: i)A possibilidade de poder viajar e viver em vários países de diferentesculturas,oqueé,ameuver,o principalatrativodacarreira;ii)Achance de poder representar o Brasil no exterior, algo que sempre me interes- sou; iii) A convivência, relativamente próxima, com o Poder, visto que os diplomatas,pelanaturezadesuafunção e pela qualidade de sua formação, são funcionários que trabalham muito próximo do Palácio do Planalto e do Presidente; iv)A possibilidade de poder trabalharcomosmaisdiversostemasao longodacarreira,oqueéalgoextrema- mentericoeprazeroso. 21 Interpretando o Brasil Samo Gonçalves: Bom,evidente- mente, que a rotina de um diplomata variamuitodeacordocomadivisãoem que está lotado: quem está, por exem- plo, no Cerimonial terá um dia a dia muito distinto de quem está traba- lhandodadivisãoquecuidadasrelações comoCongressoNacional–AFEPA–ou de quem está lotado em uma divisão geogruƤcuǡ que lldu com us reluçóes Brasil-África,porexemplo. LsµeclƤcumenLe no meu cusoǡ como estou lotado na Divisão de Política Financeira (DPF), minha rotina é bem variada,comogeralmenteénasdemais divisões. Na nossa divisão tratamos de Lemus ufeLos u mucroeconomlu e Ƥnun- ças internacionais. Então, qualquer temadeeconomiainternacional-como crisedoeuro,crisenosEUA,FMI,Banco Mundialebancoseconômicosregionais – está sob nossa responsabilidade. Mas ocarro-chefedadivisão,quetoma80% do nosso Lemµoǡ e o C͚͘ ƤnuncelroǤ Somosnós,emconjuntocomaFazenda eoBancoCentral,querepresentamoso BrasiljuntoaoG20.Assim,excetopelas segundas-feiras (quando tenho de elaborarumBoletimdeCommodities), Samo Gonçalves: Primeiro, gostar de estudar, já que os temas são complexos e demandam contínuo aperfeiçoamento. Segundo, ter sempre humildadeenãoseacharmelhordoque ninguém, já que, como verão, todos no MRL súoǡ em medluǡ mulLo quullƤcudosǤ Terceiro, não ter problema com hierar- quia, que é uma característica muito forte da carreira. Os mais antigos da carreia,aindaquesejammaisnovosem termos de idade, “mandam” nos mais modernos e µonLo Ƥnulǡ quer gosLemos ou não. Quarto, saber manter boas relações com todos os colegas, pois o trabalho no MRE é um trabalho conjunto, que demanda cooperação. O espaço para iniciativas individuais é limitado. Além disso, o bom relaciona- mento com os demais colegas é essen- cialparaaascensãonacarreira,umavez que seus pares hierárquicos também votam em você nas promoções. Logo, quem não se dá bem com os colegas, dlƤcllmenLe uscende nu currelruǤ Quinto,estarsempreprontoparaservir aoseupaís.Issopodeparecerumpouco abstrato, mas, quando entrarem na carreira, vão perceber que o diplomata, diferentemente de outras carreiras na EsplanadadosMinistérios,trabalha,em média, muito mais horas e será, muitas vezesǡ obrlgudo u sucrlƤcur mulLo de suu Sapientia Pergunta: Que características você crê serem fundamentais para aque- les que ingressam na carreira diplomática? Sapientia Pergunta: Como é ser diplomata? Como é seudiaadia? A meu verǡ u mulor dlƤculdude do CACL épsicológica,emsuasdiferentesdimen- sões. Primeiro, é preciso superar o choque inicial quando falhamos a primeira vez, a segunda, a terceira vez ou, para muitos, quarta, quinta etc., o que quero dizer: quem passa no concurso IRBr geralmente foi o melhor ou um dos melhores alunos por onde passou... É, geralmente, o aluno que os µrofessoresǡ os µulsǡ os Llos ȋe uƤnsȌ consideravam como alguém acima da média. Então, quando essa pessoa resolve fazer o CACD vai cheio de uuLoconƤunçuǡ uchundo que seru fucllǡ eǡ de repente, leva um choque ao ser reprovado.Aos poucos, vai percebendo que ele não é tão especial assim, uma vez que todos que, normalmente, tentam oCACD foram os melhores nas instituições que frequentaram. Logo, é preciso ter humildade para reconhecer que você é só mais um entre muitos candidatospreparados. Aíentraoutroaspectopsicológico,queé acreditar que, a despeito da concorrên- cia,vocêécapaz,sim,depassar.Muitos já vão fazer a prova derrotados, ainda queinconscientemente,jáachandoque não vão passar...inventam desculpas para si mesmos como “estou me preparandoparaoanoquevem”eassim seguem vários anos com esse discurso. Nu verdudeǡ fulLu conƤunçu em sl mesmo. Eu não saberia dizer quantos colegas meus, muito mais preparados do que eu, desistiram no meio do caminho após anos tentando o CACD, por não acreditarem em si mesmos. É triste, mas conheço vários casos assim. LnLúoǡ e µreclso Ler uuLoconƤunçuǡ mus sem arrogância. Olhe meu caso, reprovei na segunda fase duas vezes, poisachavaque,porterfeitoMestrado, |u escrevlu muls do que suƤclenLemenLe bem para passar. Pois bem, devido a essa minha hubris, acabei retardando a minha entrada no MRE, bem feito pra mim, aprendi a lição. Conselho: não repitamissoemcasa. Por Ƥmǡ ouLru dlmensúo µslcologlcu e ter em mente que oCACD é uma prova paradiplomatas,nãoéparaacadêmicos ou µuru ƤlosofosǤ Llgo lssoǡ µor duus razões: primeiro, porque passa quem sabe argumentar melhor e não quem sabe mais. Eu só me dei conta disso quando três ex-alunos meus de RI (da faculdade em que lecionava) passaram antes de mim e tinham, em média, menosconteúdodoqueeu–edigoisso comtodaahumildade...Eeles mereceram passar, pois compreen- deramalgoque,atéentão,eunãohavia compreendido, ou seja, o fato de que não é preciso ter um super conheci- mento para passar nessa prova. A segundarazãoéaseguinte:quempassa pela terceira e quarta fases (graças a Deuspasseideprimeiraquandocheguei pela primeira vez às últimas fases) tem pesadelosduranteumbomtempo.Não estou brincando, é realmente umaVia Crúcis... Se não acreditam em mim, perguntem a quem passou por elas. Logo, é preciso ter muita frieza ao se chegar nessas fases, pois só assim é possívelteratranquilidadeeoequilíbrio necessários para fazer provas tão desgastantes. Nessas fases, segura- mente vocês encontrarão questões que não saberão a resposta, e a ideia do CACD é um pouco isso, ou seja, ver como futuros diplomatas reagem ante situaçõesinusitadas,jáquepassarãopor inúmeras ocasiões assim ao longo da carreira. Portanto, quem não tiver a culmu necessurluǡ dlƤcllmenLe conseguirápassarnoCACD. nunca sei o que vou fazer nos demais dias da semana. No MRE, o trabalho funcionadeacordocomademanda.Às vezes,temosderedigirsubsídiosparao MinistrodeEstadoouparaaPresidenta, às vezes temos de participar de Bilaterais com outros países (reuniões em que trocamos impressões sobre temas afetos à economia mundial e às nossas relações bilaterais nos temas economlcoǦƤnuncelrosȌǡ us vezes viajamosparaparticipardenegociações no âmbito dos grupos de trabalho que existemdentrodoG20.Eusouencarre- gado departicipar, por exemplo,deum grupo de trabalho do G20 chamado de Framework for Strong, Balanced and Sustainable Growth, cujo objetivo central é a tentativa de se promover o equilíbrio macroeconômico mundial no âmbitodoGrupo. Samo Gonçalves: Aprincipaldica é: acreditem em si mesmos, acreditem quesãocapazesdepassarnoCACD,que eǡ uƤnul de conLusǡ um concurso dlficll comooutroqualquer.Alémdisso,sejam pragmáticosnosestudos.Nãoprecisam ler Lodu u blbllogruƤu do edlLulǤ Tampouco vão passar apenas lendo resumosǤ L µreclso enconLrur um equlli- brioentreosdoisextremos. Estudem as matérias que menos dominem,pormaischatoqueissoseja. E uma dica que considero o segredo do CACD: priorizem as matérias de Portu- guêsedeInglês(quesãoasprovasmais dlficels do concursoȌǡ resolvum exerci- clos µussudos ȋde Lodus us fusesȌ cronometrandootempo(oqueéessen- clulȌ eǡ de µreferéncluǡ em um lugur barulhento,paratreinaremaseconcen- trareparaseacostumaremalidarcomo barulho – desse modo, certamente no dia da prova, o barulho será menor e a capacidadedeconcentração,maior. Para os que não dispõem de DzµulLrocinlodz e µreclsum Lrubulhurǡ núo sepreocupem,eusempretrabalhei.Não vejam isso como desvantagem, pelo conLrurloǡ menos Lemµo fuz que nos organizemos e otimizemos nosso Lemµo du melhor munelru µossivelǤ Lm relação a cursinhos, para quem está começando do zero, é essencial, pois fornece umu dlreLrlz ob|eLlvu sobre o que estudar. Para aqueles que já conhecem bem a prova e já detêm conhecimento razoável da matéria, o melhor é estudar por conta. Neste caso (para quem já tem certa quilome- LrugemȌǡ o curslnho e essenclul somenLe µuru us segunduǡ Lercelru e quurLu fusesǤ Por Ƥmǡ meus curosǡ um µouco de sorLe também ajuda, mas como já diria o ex-Ministro das RE Celso Amorim, “ter sorLe Lumbem du LrubulhodzǤ Um grunde abraçoatodos. 22 Sapientia Pergunta: Que dicas você daria para aque- les que estão atualmente se preparandoparaoCACD? vldu µessoul em µosLos dlficels no exterior. Nesse contexto, eu diria que, para as mulheres, há um elemento de dlƤculdude udlclonulǡ |u queǡ em medluǡ e muls dlficll µuru elus enconLrurem con|uges ȋforu du currelruȌ que esLe|um dlsµosLos u lurgur suu vldu µroƤsslonul para acompanhá-las no exterior – emboruǡ fellzmenLeǡ lssoǡ uos µoucosǡ estejamudando. DICAS DE PORTUGUÊS 23 CAFE COM A CLAUDIA Aposto sem vírgulas Estamosacostumadosareconheceroapostoporserotermoouaexpressãodecaráternominalquevem entrevírgulas,explicandooutrotermoanterior,tambémsubstantivo: Prlmelro vumos reconhecer o uµosLo sem virgulusǤ O uµosLo esµeclƤcuLlvo uconLece quundo núo hu µuusu ȋlsLo eǡ núo hu virgulusȌ enLre o uµosLo e o Lermo µrlnclµulǡ esLe sendo um Lermo generlcoǡ esµeclƤcudo peloaposto.VejaosexemplosqueCelsoCunhatrazemsuaGramática: “de Lisboa” e “de Bilac” não são apostos, pois Lisboa não é um clima (é uma cidade), e Bilac não é um soneLo ȋe um µoeLuȌǤ O uµosLo uµresenLu um curuLer ldenLlƤcuLorloǡ ele equlvule uo µroµrlo serǡ núo sendoǡ portanto,umacaracterísticaatribuída(comonestecaso,emqueostermosdestacadosfuncionamcomo adjetivos:oclimalisboeta,ouosonetobilaquiano).Daíseucarátersubstantivo(=aposto)enãoadjetivo (=adjunto/predicativo). Os termos em destaque são apostos porque Lisboa é uma cidade e Bilac é um poeta. Os termos são equlvulenLesǤ Núo confunduǡ enLreLunLoǡ uµosLo esµeclƤcuLlvo com ud|unLo udnomlnulǤ Ouundo dlzemos “SãoPaulo,cidadedagaroa,fazaniversário.” Há casos, porém, em que o aposto aparece sem vírgulas e, por conta disso, frequentemente os alunosnãooreconhecemcomoaposto.Paracomeçar,vamosrelembrarquealémdoapostoexpli- cativo, há mais quatro tipos de aposto: o enumerativo, o resumitivo, o distributivo e o aposto de esµeclƤcuçúoǤ veremos ho|e como dlferenclur o uµosLo esµeclƤcuLlvo do exµllcuLlvo e o uso dus vírgulasemcadacaso. “AcidadedeLisboa.” “OpoetaBilac.” “OclimadeLisboa.” “OsonetodeBilac.” Na seção “Dicas de Português com Claudia Simionato”, a professora de Língua Portuguesa do Curso Sapientia dará dicas para as provas de Português da primeira e da segunda fase do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. Segue abaixo a primeira coluna, sobre o uso do aposto e a virgulação. 24 NO TPS Vamos agora pensar nas vírgulas.Quem leu o Editorial desta Revista (em que Sapientia, por exemplo, é usudo como uµosLo de RevlsLuȌ deve Ler reµurudo que ulguns nomes uµurecem sem virgulus uµos u µroƤssúo oucargodapessoa.Vejaoexemploabaixo: NoTPSde2007,foiperguntadosenoparágrafoabaixohaviamaisdeumaposto: “Nestemês,osacadêmicosdocursodeRelaçõesInternacionaisdaUniversidadeFederaldoRio GrandedoSulCamilleRemondeaueFredericoLicksBertolapresentambrilhanteestudosobre osfundamentosdapolíticabrasileira...” Os nomes dos ucudémlcos Cumllle e lrederlco núo vém seµurudos µor virgulus nu fruse µorque eles núo súo os unlcos ucudémlcos du UlRCSǤ Súo uµosLos esµeclƤcuLlvosǡ sem virgulusǡ µorLunLoǤ Agoruǡ se houvesse so estes dois acadêmicos na Universidade, necessariamente os nomes deveriam estar entre vírgulas, pois serlum uµosLos exµllcuLlvosǡ e núo esµeclƤcuLlvosǤ Damesmaforma,quandoescrevemos“oex-presidenteLuisInácioLuladaSilvadzǡ núo devemos usur virgu- lusǡ µols ele núo e o unlco exǦµresldenLe do 8rusllǤ Lǯ um uµosLo esµeclƤcuLlvoǤ 1u nu fruse Dzu uLuul µresldenLe do 8rusllǡ Oi|ma Rousseơǡ dlsse em Londres queǥdzǡ Lllmu Rousseơ vem enLre virgulus µorque elu e u unlcu e uLuul µresldenLe do 8rusllǤ Asslm como em Dzo MlnlsLro du Lefesuǡ CelsoAmorim,...”. Nesses casos, os nomes súo uµosLos exµllcuLlvosǤ Lsµero que Lenhu Ƥcudo cluro que u virgulu no uµosLo deµende de grumuLlcu e núo de Dzresµlruçúodz ou de estranheza.Estudando,aestranhezapassa. Ênio,poetalatinodoséculoIIa.C.,falavatrêslínguas:ogrego,queeletinhaaprendidoporser,na época,alínguadeculturadominantenosuldaItália;olatim,emqueescreveusuasobras;eoosco (umalínguaaparentadacomolatim),queera,comtodaaprobabilidade,sualínguanativa. A resµosLu eru CǤ Hu muls de um uµosLo no Lrechoǡ e u mulorlu dos ulunos reconhece os uµosLos exµllcu- LlvosǤ Lsµeroǡ µoremǡ que vocés Lenhum µercebldo ugoru que hu ouLros uµosLos ui que núo so os vlrguludosǤ Alem dos uµosLos DzpoetalatinodoséculoIIa.C”e“umalínguaaparentadacomolatim”(oapostoexpli- cativo pode ser usado também entre parênteses), havia também os apostos enumerativos de “três línguas”:ogrego,olatimeoosco. Quemquiseraprofundarotema,valeapenaconferi-lotantonaNovaGramáticadoPortuguês Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, quanto no livro Novas Lições de Análise Sintáticaǡ de Adrluno du Cumu KuryǤ Puru virgulusǡ recomendo semµre OttoqtaƤaǡ lootoaçdo eCraseǡ Lumbem de Adrluno du Cumu KuryǤ TROQUE SAPIENTIA: CLASSIFICADOS 25 Os Class|ƤcaJos Sap|eot|a sdo om espaço Ja Rev|sta Sap|eot|a qoe esta J|spoo/vel a toJos os |otetessaJos em veoJetǡ comptatǡ Joat oo ttocat matet|a|s Je ptepataçdo pata o CACuǤ Sabemos qoe mo|tos caoJ|Jatos J|spóem Je matet|a|s Jos qoa|s qostat|am Je se Jesfazetǡ eoqoaoto oottos estdo a ptocota Je l|vtos cojas eJ|çóes estdo esqotaJas oas l|vtat|asǡ eotte oottos exemplos Je s|toaçóes comoos eotte aqoeles qoe se ptepatam pata o CACuǤ A Ƥm Je fac|l|tat o cootato eotte caoJ|Jatosǡ a Rev|sta Sap|eot|a J|spoo|b|- l|za este espaço qtato|tameote pata aqoeles qoe teolam |otetesse em oeqoc|at mate- t|a|sǡ l|vtosǡ apost|las etcǤ lotetessaJos em pobl|cat em oossos class|ƤcaJos Jevem eottat em cootato pot me|o Jo eǦma|l tev|stasap|eot|a̻cotsosap|eot|aǤcomǤbtǤ Os aoúoc|os setdo pobl|caJos pot otJem Je teceb|meotoǤ vlNuO l|vtos ptepatatot|os pata o CACuǣ AvlSO llGAl ASSlSǡ MaclaJo JeǤ lsaú e 1acoǤ R͆ ͙͚ǡ͘͘ BlNkOǡ GeotqesǤ lcooom|aǡ lspaço e Global|zaçdoǣ Na Aotota Jo Secolo XXlǤ R͆ ͛͘ǡ͘͘ CARvAllOǡ 1ose Mot|lo Jeǣ A Coosttoçdo Ja OtJem e 1eatto Je SombtasǤ R͆ ͘͞ǡ͘͘ CAS1ROǡ Matcos lato JeǤ lol/t|ca e Relaçóes lotetoac|ooa|sǤ R͆ ͛͝ǡ͘͘ SllvllRAǡ Mat/a laota ȋotqǤȌǤ Coot|oeote em ClamasǤ R͆ ͚͝ǡ͘͘ ClRvOǡ AmaJo lo|zǤ losetçdo lotetoac|ooalǣ lotmaçdo Jos Cooce|tos Btas|le|tosǤ R͆ ͝͝ǡ͘͘ GllllNǡ RobettǤ O uesaƤo Jo Cap|tal|smo GlobalǤ A lcooom|a MooJ|al oo Secolo XXlǤ R͆ ͜͝ǡ͘͘ llNlllRO GulMARÄlSǡ SamoelǤ Oo|oleotos Aoos Je let|fet|aǤ R͆ ͜͝ǡ͘͘ SOMBRA SARAlvAǡ 1ose llav|oǤ Relaçóes lotetoac|ooa|sǤ uo|s Secolos Je l|stot|aǤ volomes l e llǤ R͆ ͠͝ǡ͘͘ SAN1OSǡ M|ltooǢ SllvllRAǡ Mat/a laotaǤ O Btas|lǣ 1ett|tot|o e Soc|eJaJe oo lo/c|o Jo Secolo XXlǤ R͆ ͜͝ǡ͘͘ Cootato com lJoatJo v|a eǦma|l etv|aoa̻qma|lǤcom 26 A Revista Sapientia não gura como parte nas transações de compra e venda de materiais entre os seus leitores em decorrência dos anúncios existentes neste espaço, e, tendo isso em vista, avisa: A responsabilidade por todas as obrigações decorrentes das transações de compra e venda, sejam de natureza trabalhista, scal, consumerista ou de qualquer outra natureza, será exclusivamente do leitor vendedor; Em caso de interpelação judicial, que tenha como réu a Revista Sapientia, fundada em ações ou omissões do leitor vendedor, este será chamado ao processo devendo arcar com todos os ônus que desse processo decorram, nos termos do artigo 70, III do Código de Processo Civil; A Revista Sapientia também não pode obrigar o leitor vendedor a honrar suas obrigações ou efetivar a negociação; A Revista Sapientia não é a proprietária dos produtos anunciados pelos leitores vendedores no espaço denominado Classicados, não guarda a posse desses itens nem realiza as ofertas de venda e, tampouco, intervém na entrega dos produtos; A Revista Sapientia não se responsabiliza por existência, quantidade, qualidade, estado, integridade ou legitimidade dos produtos oferecidos, adquiridos ou alienados pelo leitor vendedor, que é o único responsável pelos produtos que anuncia ou pelas ofertas que realiza. CooƤta aba|xo os aoúoc|os Jeste mêsǣ 27 GRAMADO(RS):01a04/08 8º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Ciência Política SÃOPAULO(SP):22a24/08 Seminário de Pesquisa de Direito Administrativo RIODEJANEIRO(RJ):15a17/08 1º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado SAPIENTIA INDICA AGENDA DE EVENTOS AGOSTO D S T Q Q S S A Associação Brasileira de Ciência Política promoverá seu 8º Encontro Nacional, que terá o seguinte tema-eixo: “Ampliando fronteiras da Ciência Política: Desaos contemporâ- neos à democracia e ao desenvolvimento”. O evento contará com a participação de intelec- tuais brasileiros e estrangeiros, como o cien- tista político norte-americano James Mahoney e o cientista político alemão Wolf- gang Merkel. Inscrições: [email protected] Site: www.abcp2012.sinteseeventos.com.br O Centro Celso Furtado seu 1º Congresso Internacional, intitulado de "A crise e os desa- os para um novo ciclo de desenvolvi- mento". O evento contará com a participação de intelectuais como Luiz Carlos Bresser Pereira, Maria da Conceição Tavares e o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. Inscrições:[email protected] Site:www.centrocelsofurtado.org.br/congress o2012/index.php#.UAxBALTY_30 A Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP sediará o segundo Seminário de Pesquisa de Direito Administrativo, voltado a docentes e alunos de pós-graduação da área. As discussões ocorrerão sob a coordenação geral do professor Thiago Marrara. Inscrições: [email protected] Site:www. direitorp.usp.br 28 INICIATIVAS SAPIENTIA OCursoSapientiaapresentaaoscandidatosàcarreiradediplomataoCursoAvançado dePolíticaInternacional,umanovaopçãonasuapreparaçãoparaoCACD! OCursoAvançado de Política Internacional é inteiramente online e aborda, de ma- neira aprofundada, os tópicos do programa de Política Internacional com maior relevância nas provas objetiva e discursiva do concurso. Nosso objetivo é oferecer aulasexpositivasfocadasempontosavançadosdoconteúdo,paraauxiliar,principal- mente,oscandidatosquejáiniciaramsuapreparação. Por meio de módulos individuais, os alunos terão acesso aos principais temas da agenda internacional, às relações bilaterais do Brasil e a tópicos da Política Externa brasileirademaneiradetalhada,comosmelhoresprofessoresecomaqualidadede ensinoàdistânciaquesóoCursoSapientiaoferece! OprimeiromódulodoCursoAvançadodePolíticaInternacional–DeVargasaDilma: aevoluçãodapolíticaexternadoBrasildesde1945–enfatizaaevolução,asprincipais vertentes e as linhas de ação da política externa brasileira desde 1945. Com oito encontros de duas horas cada, nesse módulo estuda-se o conteúdo de forma deta- llaJaǡ potqoe se pt|v|leq|am pootos e cooexóes qetalmeote v|stos Je maoe|ta sopetƤ- cialpeloaluno.Ocursoaindaofereceaosestudantesumaquestãodissertativainédita por aula, que será corrigida individualmente por nossos professores.. Esse método buscarealizar,alémdarevisãoedaconsolidaçãodoconhecimento,umtreinamento voltadoparaaprovadeterceirafasedoCACD. CURSO AVANÇADO DE POLÍTICA INTERNACIONAL Nãopercamaistempoematricule-sejá, poisasaulascomeçamdia09deagosto! Maioresinformações:[email protected] www.cursosapientia.com.br 29 UM CALOURO NO TPS VIDA DE CONCURSEIRO A seção “Vida de Concurseiro” reunirá mensalmente crônicas sobre a vida daqueles que diariamente enfrentam a luta que é a preparação para a prova do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. Nossa primeira crônica é intitulada “Um Calouro no TPS” e foi escrita por Áquila, um entre tantos concurseiros que enfrentam essa luta. POR AQUILA Passadaumahoraemeia,distraídocom a revisão, uma olhadela ao redor do bibliomóvel. Não se enxerga uma alma viva.Ué... Meia hora antes do início do concurso, e os concorrentes todos uLrusudosǤǤǤ LevemenLe desconƤudoǡ du umaconferidanopapelmaldobradoem que imprimiu o comprovante de inscrição com aquela HP antiga. Isso mesmo. Aquela que tem as cores do Supernintendo.Tudoesclarecido.Lugar errado. Um ano se preparando para errarolocaldeprova!Comofazerpara chegar do outro lado da cidade sem perderaprovaouavida? Rodas para que te quero! Depois de pisotear o acelerador do carro, consegue chegar em cima da hora. Minutos antes de o portão fechar, cria uma vaga milagrosa, espremendo uma bunqulnhu de cuneLus blcǡ uguuǡ |u|ubus e chocolates, na beira do portão. Me desculµeǡ meu senhorǡ fol o |elLoǤ Ele entra, o portão fecha. Direto à sala ͘͘͟Ǥ 1u nu µorLuǡ u Ƥscul µergunLuǣ DzRelo- gio, celular, alarme de carro?”Antes da resµosLuǡ elu emenduǣ DzColoque Ludo no suco µlusLlcoǤ Seu lugur e u qulnLu cudelru du sexLu ƤlelruǤ Lu esquerdu para a direita. De quem vê a turma de frente”. Sentado pela primeira vez em uma cudelru µuru |ulgur usserLlvus unlcu- mente como verdadeiras ou falsas em umu µrovu que huveru de conduzlǦlo u glória, resta apenas esperar o caderno de provas.Os mais atentos terão lemb- rado que se pode deixar em branco ou anular itens ou mesmo questões lnLelrusǤ OkǤ Como hu cerLu demoru uLe quefaçamadistribuiçãodasprovas,não custa nada uma bisbilhotada na vizinhança. Observando tudo cuida- dosamente, o calouro vê a cena do desespero!Unsroemunhas,outros rezam, outros praticam ioga. Alguns conversam, para aliviar o nervosismo. Logoǡ noLu umu Ƥguru serenuǡ desLounLeǡ lmµuvlduǤ Pousu um mosquito no nariz. Nada. Nenhum movimento. Concentração absoluta. Lmbulxo du cudelruǡ u gurruƤnhu de uguu mlnerul Llndolu e o documenLo de identidade. Uma caneta sobressalente apenas,paraeconomizarrecursos.Tudo sobcontrole.Essevaiserchanceler.Só µodeǤ O culouro dlz µuru sl mesmoǣ DzConcenLreǦseǡ uculmeǦse e se|u o que Deusquiser”. Depois dos avisos paroquiais quanto à proibiçãodeartigosdechapelaria,acon- tece a experiência mais surreal naquela munhúǤ vu se ucosLumundo com essu palavra, surreal. É muito comum entre osdiplomatas.Apropósito,calouro, A propósito, calouro, onde você iria usar as feias palavras “tosco” e “bizarro”, melhor falar “surreal”. Diz a mesma coisa sem agredir e de maneira renada, não é? OprimeiroTPScomeçaantesdoquese pode imaginar. Tem início na hora do cafédamanhãdodiadaprova.Sim.Se vocé ȋulnduȌ moru com suu múeǡ suberu muitobemdoqueestoufalando.Éclaro que os neurônios precisam de uma glicose adicional para enfrentar o primeirorounddotestedepré-seleção. E a mãe de um calouro se lembra disso desde o anúncio da solene decisão de lngressur nu currelru dlµlomuLlcuǤ Não é outra coisa que explica aquele cufeǦulmoço |umuls vlsLoǤ CusLunhusǡ nozes, ovos, mel, leite com chocolate, iogurte, frutas de todo tipo, pão, manteiga, margarina etc. Quando vê aquilo, o calouro - bem preparado - µensuǣ DzOuunLo µleonusmo ullmenLurǨ Manteiga e margarina são bens substi- tutos!” Nesse momento, é certo, comprova-sequechegaràsegundafase é só uma questão de tempo. Uma observação dessas não é para qualquer um, mas para os que internalizaram completamente os rebuscados concei- tos da economia. E a construção lnLelecLuul Dzµleonusmo ullmenLurdz evidencia avançado conhecimento de português.Certamente. Muito bem. Se sobreviveu ao café da manhã sem fazer nenhuma desfeita, enLúo o cundlduLo Leru energlu µuru o dia inteiro, não precisaria nem almoçar paraasprovasdatarde.ElevaiaoTPS. Nemimaginaoqueoaguarda. 1u no locul de µrovuǡ com duus horus de antecedência,queméqueeleencontra? Ninguém.Foioprimeironerdprecavido a chegar. Sem perda de tempo, lmedluLumenLe colocu em µruLlcu us lições de pragmatismo ensinadas na obru clusslcu do Amudo CervoǤ Começu um procedimento de revisão com os livros e as apostilas devidamente catalogados na biblioteca improvisada nocarro. 30 onde você iria usar as feias palavras “tosco” e “bizarro”, melhor falar “surreal”.Dizamesmacoisasemagredir e de munelru reƤnuduǡ núo eǫ Pols bem... Tanto esforço para manter-se tranquilo, e vem uma sirene de polícia ununclundo u horu DzhdzǤ Um coruçúo culouro no 1PS quer sulr µelu bocuǤ Conversusǡ medlLuçúo e Lodos os meLo- dos µuru munLer u culmu vúo rulo abaixo. É tudo programado, viu gente. Sobe u udrenullnu e desce um no nu garganta, a prova está nas carteiras. Respira-sefundoe,aoavisodochefede sala,todoscomeçamoteste. Desconcentrado, o calouro se vira por um instante e se dá conta de que o chanceler já entornou a água na prova de µorLuguésǤ Pode Ler cerLezuǣ fol u slreneǤ PuderuǤ 1oǡ µor mulLo menosǡ teriaperdidoapaciênciaesaídodasala. locoǡ focoǤ vumos µuru u µrlmelru muLe- rluǡ PorLuguésǤ 1exLo lǣ Lodu umu µuglnu de um autor estrangeiro, o Mia Couto. Oue dluleLo e esseǫ Por que núo colocum um Mlllor lernundesǨǫ Pelo menosǡ u genLe lu se dlverLlrǤ Mus núo udlunLu brlgur com o 1PSǤ Ruµldoǡ ruµldoǤ Resµonde u µrlmelru quesLúo e µussu µuru o segundo LexLoǡ que e um µoemuǤ Ufuǡ ulgo lirlco µuru ullvlur um coruçúo que sofreǤ LrummondǨ Núo esLou enLen- dendo nuduǤ PuluǤ Nesses momenLos e que se µercebe o µrofundo slgnlƤcudo de frases sábias de grandes amigos veLerunosǣ DzProvu de PorLuguésǡ ucubu logo, ou você acaba comigo”. E trinta minutos voam, mostra friamente o reloglo munuul de µuredeǤ A µroµoslLoǡ e bom núo conƤur mulLo nuqulloǤ Um bom tempo depois, tudo respon- dido.O calouro se deu bem nas provas du munhúǤ Lle se lembrou dus uulus com u Cluudlu SlmlonuLo eǡ nu lurguduǡ garantiuunsbonspontosemportuguês. CurLúo deƤnlLlvo de resµosLus µreenchldoǤ Purece um curLúo de loLerluǤ 1u reµurouǫ Ouundo sul o resul- Ludo dos recursosǡ hu cerLezu de que eǤ L otempodeprovaseesgota.Unscandi- datos, no que levantam, se entreolham com um sorriso contido, como que dlzendoǣ DzMe del mulǡ mus ulndu fulLu u parte da tarde.Vai ser uma corrida de recuµeruçúodzǤ Ao ludoǡ o Ƥscul dellcudu- menLe urruncu o curLúo de resµosLus dus múos do chuncelerǤ LnƤnǡ sulr du sulu µurece umu exµerlén- clu exLrucorµoreuǡ dessus que u genLe vé em ƤlmeǤ Éhoradoalmoço.Ocalouroouveavoz de conselhos deƤnlndo o cumlnho do éxlLo ullmenLur em dlu de concursoǣ DzNúo vu comer nudu µesudoǡ so frungo ou peixe, arroz e uma saladinha leve! Sem ugroLoxlcosǡ µuru núo uLucur o estômago!NadadeCoca-Cola,tomaum sucodefrutas!”Tudoválido. Nu frenLe do µorLúo do locul de µrovusǡ cirandas especulativas se formam. OuvemǦse lnduguçóes do Llµoǣ DzOuem e Mluu CouLoǫdzǤ As qulnze horusǡ us µrovus Ƥnuls do 1PSǤ Ao que Ludo lndlcuǡ muls LrunqullusǤ Pussurúo como umu leve brlsu de µrlmu- vera, depois da tempestade das uvulluçóes muLuLlnusǤ Seruǫ LvldenLe- mente, a essas alturas, espera-se que o calouroestejamaissabido. Mas a sapiência adquirida ao longo das µrlmelrus µrovus núo evlLuru surµresusǤ Algo de esLrunho vul uconLecerǤ Alguem duvlduǫ L o culouro uguurdu unslosu- mentepelobarulhodesestabilizadorda slreneǤ A µrlmelru surµresuǤ PrrrrrrrrrrǨǨǨǨǨ Um esLrldenLe som de uµlLo de |ogo de fuLebol e o slnul µuru o começo du uvulluçúo durunLe u LurdeǤ CurLúo vermelho µuru u slreneǤ Nu verdade, o sistema “sirenístico” terá mlsLerlosumenLe µlfudoǡ uµos os dlver- sos ucldenLes µelu munhúǡ com us gurruƤnhus de uguu mlnerul sendo derrubudus LresloucudumenLeǤ Núo huverlu ulLernuLlvuǡ u núo ser o uµlLoǡ dlz u coordenuçúoǡ elu mesmu se rlndoǤ Claro, todo mundo vai dar risada. Da slrene uo uµlLoǤ Culouroǡ núo se esµunLeǤ Lsse movlmenLo µendulur e comumnasprovas. L lu esLúo elusǤ As unslosus µrovus du tardeemcimadacarteira,querendoser resolvldus de quulquer |elLoǤ Sube de umu colsuǫ vou mudur u esLruLegluǤ Lessu vezǡ no que resolvo u quesLúoǡ murco no curLúoǤ A segundu surµresu do calouro durante a fatídica tarde de subudoǤ A ordem dos lLens no cuderno de µrovu núo buLe com u do curLúo de resµosLusǤ A udrenullnu chegu uos Ƥos de cabelo.Outros candidatos começam u µerceber o µroblemuǤ Reclumuçúo µor Lodu µurLeǤ MurmurlosǤ lnformuçóes desenconLrudus dos ƤsculsǤ AgonluǤ LesesµeroǤ SofrlmenLoǤ O colegu du frentejátinhalargadoatintadacaneta no loLerlco curLúoǤ O do ludo deu umu risadinha.Ocalouronomeiodotsunami que avança impiedoso toma uma declsúo subluǤ luço o que der du melhor forma possível. Em alguns minutos, tudovoltaaosilênciohabitual.Otempo µussu desµercebldoǤ A Lurde culǤ O exameacaba. Terminadas as provas, nada mais justo queiraobanheiro.Outoalete.Ocalouro se cerLlƤcu de que enLruru nuquele recinto sem qualquer objeto eletrônico, µor µrecuuçúoǤ Ao enLrurǡ se olhu no esµelhoǤ Um Ƥo brunco Leru uµurecldo no rosLoǤ vocéǡ Lumbemǡ se for um culouro |ovlulǡ µode µrocururǤ Se núo uchur nuquele momenLoǡ e so uguurdur um µoucoǨ Se núo Llver burbuǡ µrocure no cubeloǡ huveruǡ uo menosǡ um Ƥo embranquecido por obra daquele dia. Slnul de muLurldudeǤ vocé |u se Leru Lornudo veLeruno no 1PSǤ 31 A CRISE NA EUROPA CHARGE POR CARLOS LATUFF INFORMAÇÕES: (11) 2599.8333 [email protected] NOVIDADE www.facebook.com/CursoSapientia www.cursosapientia.com.br Um novo caminho para sua carreira diplomática. Você decide onde quer estar! Curso preparatório para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. Os melhores professores ensinando no melhor lugar do mundo: sua casa. 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