EADE Livro 4 Espiritismo o Consolador Prometido Por Jesus

March 31, 2018 | Author: gmotta4 | Category: Spiritism, God, Jesus, Spirit, Science


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ESTUDO APROFUNDADO DADOUTRINA ESPÍRITA ESTUDO APROFUNDADO DA DOUTRINA ESPÍRITA Livro IV Espiritismo. O Consolador Prometido por Jesus Copyright © 2013 by FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA – FEB 1ª edição – 1ª impressão – XX exemplares – 2/2013 ISBN 978-85-7328-773-8 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida, total ou parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sem autorização do detentor do copyright. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA – FEB Av. L2 Norte – Q. 603 – Conjunto F (SGAN) 70830-030 – Brasília (DF) – Brasil www.feblivraria.com.br [email protected] +55 61 2101 6198 Pedidos de livros à FEB ­– Departamento Editorial Tel.: (21) 2187 8282 / Fax: (21) 2187 8298 Texto revisado conforme o Novo Acordo Ortográfico. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Federação Espírita Brasileira – Biblioteca de Obras Raras) Moura, Marta Antunes de Oliveira (Org), 1946– M929e Estudo aprofundado da doutrina espírita: Espiritismo, o consolador prometido por Jesus. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionada ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo / Marta Antunes de Oliveira Moura (organizadora). – 1. ed. – 1. impressão – Brasília: FEB, 2013. L.4; 304 p.; 25 cm. ISBN 978-85-7328-773-8 1. Espiritismo. 2. Estudo e ensino. 3. Educação. I. Federação Espírita Brasileira. II. Título. CDD 133.9 CDU 133.7 CDE 60.00.00 Sumário Apresentação........................................................................................................... 7 Esclarecimentos...................................................................................................... 9 Módulo I — Esperanças e consolações..............................................................13 Roteiro 1 — O Cristo Consolador...........................................................15 Roteiro 2 — A providência divina...........................................................25 Roteiro 3 — Assistência espiritual...........................................................35 Roteiro 4 — A felicidade atual e futura...................................................47 Módulo II — A morte e seus mistérios.............................................................57 Roteiro 1 — O temor da morte................................................................59 Roteiro 2 — Mortes prematuras...............................................................71 Roteiro 3 — A continuidade da vida.......................................................83 Roteiro 4 — O Espírito imortal................................................................95 Módulo III — Os vícios e as virtudes..............................................................107 Roteiro 1 — O bem e o mal....................................................................109 Roteiro 2 — Os vícios e as paixões........................................................119 Roteiro 3 — Sofrimentos humanos: origem e causas..........................133 Roteiro 4 — Necessidade de transformação moral.............................143 Roteiro 5 — O poder transformador da prece.....................................153 Roteiro 6 — Virtudes: conceito e classificação.....................................163 Roteiro 7 — Conquista e desenvolvimento de virtudes......................175 Roteiro 8 — As virtudes segundo o Espiritismo..................................185 Módulo IV — A humanidade regenerada......................................................197 Roteiro 1 — A lei divina e a lei humana...............................................199 5 Roteiro 2 — Amor a Deus e ao próximo...............................................211 Roteiro 3 — Fora da caridade não há salvação....................................223 Roteiro 4 — A família: célula fundamental da organização social.......233 Roteiro 5 — A transição evolutiva da humanidade.............................241 Roteiro 6 — Amor e evolução................................................................253 Roteiro 7 — O homem de bem..............................................................261 Roteiro 8 — Os bons espíritas................................................................269 Roteiro 9 — A humanidade regenerada...............................................279 Roteiro 10 — Os obreiros do senhor.....................................................289 * XAVIER. 4. 08 de junho de 2010. Kardec. acima de tudo. assim sintetizada nestas palavras de Emmanuel: “Jesus. cujas interpretações utilizam a chave oferecida pela Doutrina Espírita. e do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita. Uberaba [MG]: CEC. destacando-se a excelência dos ensinos cristãos. em companhia dele. o objetivo principal deste Livro. 2 (O mestre e o apóstolo — mensagem de Emmanuel). a porta.* Os temas inseridos neste novo livro fazem relação com os estudos anteriores (Livros I. consubstanciados no Evangelho de Jesus. espera de nossa vida o coração. Cap. Ave. 1973. 7 . Contudo.Cristianismo e Espiritismo). que completa a série: Filosofia e Ciência Espíritas. 22.25. o caráter. o exemplo e o serviço pessoal incessante. 2005. na edificação do Reino de Deus”. Francisco Cândido.APRESENTAÇÃO Disponibilizamos aos confrades do Movimento Espírita o quarto livro do Curso Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita. ed. Os três livros anteriores apresentam conteúdos que permitem ao estudioso uma visão sistêmica e espírita relacionada: »» à formação religiosa da Humanidade (Livro IV . a conduta. únicos recursos com que poderemos garantir eficiência de nossa cooperação. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. II e III) e com o próximo. Introdução. a chave”. Cristo! Pelo Espírito Emmanuel. Opinião espírita. a atitude. em geral é: “O Excelso Benfeitor. »» aos principais Ensinos e Parábolas de Jesus (Livros IV e III). 9. em particular. Rio de Janeiro: FEB. ** _____.** Brasília–DF. denominado: Espiritismo. p. O Consolador Prometido por Jesus. p. ed. . »» Favorecer o desenvolvimento da consciência espírita. filosófico e científico. presentes na cultura e na civilização da Humanidade. assim especificados: 9 . realizando aprofundamentos de temas que conduzam à reflexão. respectivamente. filosóficos. por Jesus e por Allan Kardec. O estudo teórico da Doutrina Espírita desenvolvido no EADE está fundamentado nas obras da Codificação e nas complementares a estas. o Curso é constituido por uma série de cinco tipos de conteúdos. científicos e tecnológicos. com o intuito de demonstrar a relevância e a atualidade da Doutrina Espírita. que desejam prosseguir nos seus estudos doutrinários básicos. assim especificados: »» Propiciar o conhecimento aprofundado da Doutrina Espírita no seu tríplice aspecto: religioso.ESClarecimentos Organização e Objetivos do Curso O Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE) é um curso que tem como proposta enfatizar o tríplice aspecto da Doutrina Espírita. sempre que necessário. Contudo. cujas ideias guardam fidelidade com as diretrizes morais e doutrinárias definidas. tais orientações são comparadas a conhecimentos universais. usuais na Casa Espírita. O Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita tem como público-alvo todos os espíritas que gostem de estudar. Os objetivos do Curso podem ser resumidos em dois. Neste sentido. Os conteúdos do EADE priorizam o conhecimento espírita e destacam a relevância da formação moral do ser humano. necessário ao aprimoramento moral do ser humano. moral e intelectual. estudado de forma geral nos cursos de formação básica. . a alma. Allan Kardec: Revista Espírita. [o Espiritismo] é uma filosofia que repousa sobre as bases fundamentais de toda religião e sobre a moral do Cristo (. I. No seu aspecto científico e filosófico. item 8. que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. Emmanuel: O consolador.. como outros movimentos coletivos.. a doutrina será sempre um campo de nobres investigações humanas.. todavia. »» (. repousa a sua grandeza divina. para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. Allan Kardec: Revista Espírita. pois aí é invulnerável (. pela razão de que não há outra melhor... No aspecto religioso.) Mais uma vez. Conclusão..). (. É por suas consequências morais que triunfará. Allan Kardec: O livro dos espíritos. 19-20. Definição.121.) Não. 1861..). pois aí está a sua força. p. o Espiritismo não traz moral diferente da de Jesus. de natureza intelectual. como um triângulo de forças espirituais: a Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica. a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu. do seu passado e do seu futuro (.... Podemos tomar o Espiritismo. (.) O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da religião: Deus. item 5. E. estabelecendo a renovação definitiva do homem...) O mais belo lado do Espiritismo é o lado moral. Cap.EADE • Livro IV • Esclarecimentos »» Livro IV: Cristianismo e Espiritismo »» Livro IV: Ensinos e Parábolas de Jesus -Parte 1 »» Livro IV: Ensinos e Parábolas de Jesus -Parte 2 »» Livro IV: O Consolador prometido por Jesus »» Livro V: Filosofia e Ciência Espíritas FUNDAMENTOS ESPÍRITAS DO CURSO »» A moral que os Espíritos ensinam é a do Cristo... simbolizado desse modo.. »» (.) Os Espíritos vêm não só confirmá-la. porém. »» (. 1862. juntamente com a moral.. 359. p. Conclusão. Tornam inteligíveis e patentes verdades que haviam sido ensinadas sob forma alegórica.. as penas e as recompensas futuras. (.) O que o ensino dos Espíritos acrescenta à moral do Cristo é o conhecimento dos princípios que regem as relações entre os mortos e os vivos.). 10 .). p. maio. princípios que completam as noções vagas que se tinham da alma. »» (. item 56.. Allan Kardec: A gênese. trazem-nos a definição dos mais abstratos problemas da psicologia (.. novembro. por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo...). Allan Kardec: O livro dos espíritos. mas também mostrar-nos a sua utilidade prática. as correlações e reflexões. Quer ser por todos compreendido.] Fala uma linguagem clara. Apoiando-se na razão. relativa às manifestações inteligentes Allan Kardec: O livro dos espíritos. ao mesmo tempo.. porque chegados são os tempos de fazer-se que os homens conheçam a verdade [. desenvolvidas no Curso.]. trazem-nos a definição dos mais abstratos problemas da psicologia [. como filosofia. mas também mostrar-nos a sua utilidade prática. c) Atividade extraclasse: é de fundamental importância que os participantes façam leitura prévia dos temas que serão estudados em cada reunião e. propiciem melhor entendimento dos conteúdos... ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos. »» O Espiritismo é. item 17. sem ambiguidades. dos princípios e da filosofia que delas decorrem e a aplicação desses princípios. Conclusão. Allan Kardec: O que é o espiritismo. b) Duração das reuniões de estudo: sugere-se o desenvolvimento de uma reunião semanal. outra.EADE • Livro IV • Esclarecimentos »» A ciência espírita compreende duas partes: experimental uma. Os Espíritos vêm não só confirmá-la. item 8.. Preâmbulo... E. no apelo que dirige à razão. [. será sempre mais forte do que os que se apóiam no nada. Conclusão. de 1 hora e 30 minutos a 2 horas. Tornam inteligíveis e patentes verdades que haviam sido ensinadas sob a forma alegórica.]. compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.].]. uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. ao bom-senso. »» Falsíssima ideia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações materiais [. Como ciência prática. como o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita. Allan Kardec: O livro dos espíritos. ou ter conhecimento das obras codificadas por Allan Kardec. Conclusão. quer que o homem saiba por que crê. O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações.. 11 . relativa às manifestações em geral. Allan Kardec: O livro dos espíritos.. Allan Kardec: O livro dos espíritos. Sugestão de Funcionamento do Curso a) Requisitos de admissão: os participantes inscritos devem ter concluído cursos básicos e regulares da Doutrina Espírita. item 7. Introdução. nada de alegorias suscetíveis de falsas interpretações. juntamente com a moral. as análises. item 6.. filosófica. Não reclama crença cega. Sua força está na sua filosofia.. realizem pesquisas bibliográficas a fim de que o estudo. »» O Espiritismo não traz moral diferente da de Jesus [. Nada há nele de místico. também. . EADE Livro IV | MÓDULO I ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕEs . . ] as misérias. porque fala sem 15 .. na confiança na justiça de Deus. »» A expressão tem como referência estes ensinamentos de Jesus: Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso.MÓDULO I ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES Roteiro 1 O cristo consolador Objetivos »» Explicar o significado da expressão espírita: O Cristo Consolador.. dores físicas.] chama os homens à observância da lei.Livro IV .EADE . que o Cristo veio ensinar aos homens [.. »» Esclarecer por que o Espiritismo é o consolador prometido por Jesus. encontram consolação na fé no futuro.. perda de seres amados. ensina todas as coisas fazendo compreender o que o Cristo só disse por parábolas.. (Mateus. pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve. »» O Espiritismo é entendido como sendo o consolador prometido por Jesus porque [. Bíblia de Jerusalém). 11:28-30. VI.]. decepções. porque sou manso e humilde de coração. [.. e encontrareis descanso para vossas almas. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo... Ideas principais »» O Cristo Consolador é feliz expressão utilizada por Allan Kardec para indicar que todas [. item 2.] O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos. cap. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim. todavia. coletivos e particulares. apresentavam uma característica comum: o temor a Deus. amoroso e misericordioso. às divindades. mesmo entre os primeiros cristãos. o Criador Supremo. que determina a morte. item 4. os rituais de adoração eram caracterizados por práticas devocionais. como Pai. renovou as concepções de Deus no seio das ideas religiosas.. presente na Humanidade desde os tempos remotos.] O Cristianismo. Essa idea. de feição bárbara e desumana tinham como princípio o sacrifício de animais e ou de pessoas. levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Com o advento do Cristianismo. como tentativas de “agradar” ou “acalmar” a divindade. algumas simples.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 figuras e sem alegorias. outras. diametralmente oposta ao “deus dos exércitos”. como a oferenda de alimentos. trazer a suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem. que não exige dos crentes manifestações externas de devoção. Jesus revela Deus. ocorreu paulatino abandono dos rituais primitivos. Subsídios A idea de Deus. o sofrimento e a destruição dos próprios filhos. No politeísmo. provocou muitos conflitos e entrechoques de opiniões entre os judeus e. Vem. daí. indicando que alguma transformação ocorreu no íntimo do ser humano. Nasceu. atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores. Com o monoteísmo. pois o ser ainda sentia necessidade de adorar a Deus de forma figurada — representada nas diferentes manifestações da idolatria — antes que pudesse alcançar a compreensão de adorar a Deus. inaugurando um novo ciclo de progresso espiritual. porém. esclarece Emmanuel1 [.. 16 . Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. cap. frutos da terra e flores. a necessidade da construção de nichos de adoração. é identificada nas práticas de adoração do politeísmo e do monoteísmo nascente. primitivas e idólatras. como ensina o Espiritismo. associados ou não à prática de sacrifícios. finalmente. a princípio de forma tímida. em Espírito e Verdade. As práticas devocionais de adoração. Neste sentido. VI. a Humanidade caminha em outra direção.2 1. porém. questão 625.3 Tais ideas são condizentes com outras existentes em O livro dos espíritos. na direção das coletividades terrícolas. nascidas do ambiente por ela formado. várias foram as interpretações escriturísticas.] O Cristo foi o iniciador da moral mais pura. dando azo a que as facções sectaristas tentassem. tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam.] Jesus não foi um filósofo nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos.]. aproximar os homens e torná-los irmãos. ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria. Diretor angélico do orbe. com o Espiritismo. da mais sublime: a moral evangélico-cristã. Sob o império da lei de progresso. que há de transformar a Terra. a rever as suas concepções religiosas. prejudicando os necessitados e os infelizes. de uma moral. Estabeleceram com a sua acanhada hermenêutica os dogmas de fé. buscando Deus dentro de si. tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual. ser as suas únicas representantes. seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes.. que há de fazer brotar de todos os corações humanos a caridade e o amor ao próximo e estabelecer entre os homens uma solidariedade comum. que há de renovar o mundo. O Cristo Consolador Importa considerar que [. a Igreja Católica e as numerosas seitas protestantes. esquecidas de que a Providência Divina é Amor. nutrindo-se das fortunas iníquas a que se referem os Evangelhos..... Com o advento do Cristo Consolador. transformar-se em colaborador de Deus. em que os Orientadores da Codificação Espírita 17 . enfim. acima referidas.. a entender o significado de sua existência e qual é a sua destinação espiritual. têm levado longe a luta religiosa. Enviado de Deus. isoladamente. vemos que [. o homem é impulsionado a ascender planos mais elevados. [. cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito. Neste sentido.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 após a sua propagação. para mais tarde. dando ensejo às palavras do apóstolo. a lei de Deus. ou seja. Uma vez isso conseguido. Por estas palavras: “O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último iota”.] é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance.] Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações. seguir as orientações e esclarecimentos prestados pelo próprio Jesus e pelos benfeitores espirituais a respeito do Mestre. Não. como medida de prudência e de fé.4 No capítulo sexto de O evangelho segundo o espiritismo. [. e.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 informam ser Jesus o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem. Allan Kardec discorre sobre a importância de aceitarmos o jugo do Cristo. de abalos e discussões..]. e eles se dedicarão a uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e lhes abre as portas da felicidade eterna. Sendo assim.. e acrescentando: aí estão toda a lei e os profetas. ao longo dos séculos. afirma o Codificador:2 São chegados os tempos em que as ideas morais hão de desenvolver-se..]. Jesus quis dizer que era necessário que a lei de Deus fosse cumprida. uma vez que o Espiritismo é o consolador prometido.. da sua missão e do que ele representa para a Humanidade terrestre. intitulado O Cristo Consolador. em toda a sua pureza. a fim de que atraiam a atenção das massas.. o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo. desenvolvê-la. É por isso que se encontra. aquelas ideas precisam. para lhe servir de guia e modelo. Jesus não veio destruir a lei. [.. suas precursoras. isto é. praticada na Terra inteira.”2 Em outro momento. pois Jesus “[. para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. não se deve acreditar que esse desenvolvimento se faça sem lutas. Esclarece também que este entendimento pode ser realizado por meio dos ensinos espíritas. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideas de liberdade. ainda que não tenhamos noção exata da dimensão espiritual de Jesus. nessa lei. dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. isto é.. não podia fazê-las passar por uma reforma mais radical do que as reduzindo a esta única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.. [. Porém. para atingirem a maturidade. que constitui a base da sua doutrina. com todos os seus desdobramentos e consequências. 18 . a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos. veio cumpri-la. é necessário. a necessidade de envidarmos todos os esforços para entender e praticar a sua mensagem imortal. como erroneamente foi interpretada no passado. Significa o auxílio concedido pelo Senhor para nos conduzir ao caminho da verdadeira liberdade e felicidade. se é fácil ouvir e repetir o “vinde a mim” do 19 . é preciso entender o verdadeiro sentido da expressão “jugo do Cristo”. mas esse jugo é leve e a lei é suave. que não reconhecem o elevado teor moral do Evangelho. Desta forma. Essa condição está na lei por Ele ensinada. pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve. este fato está longe de os fazer submissos ao jugo do Cristo e de colocar em prática os seus ensinamentos.5 Vemos. o amor e a caridade. onde e como viva. [. que o Cristo veio ensinar aos homens. a mensagem cristã é aceita e admirada no mundo inteiro. decepções. e encontrareis descanso para vossas almas. diametralmente oposta ao sentido destes ensinos de Jesus: Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 2. anotando abençoadas consolações. perda de seres amados. Entretanto. sobretudo os do Ocidente. O jugo do Cristo Em geral. ao contrário. libertando-se do círculo vicioso de erro e acerto. porque sou manso e humilde de coração. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim. determinado pela lei de causa e efeito. ou que simplesmente duvida. Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados. pois que apenas impõe. com os recursos de que dispõe. as quais insistem para que a mente inquieta e o coração atormentado lhe procurem o regaço refrigerante... Contudo. na confiança na justiça de Deus. tem condições de renovar-se espiritualmente. dores físicas. Sobre aquele. Não se refere a uma imposição ou subjugação. Aliás. Todos os sofrimentos: misérias. Seu jugo é a observância dessa lei. O crente escuta o apelo do Mestre. Jesus estabelece uma condição para a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. como dever.] Todos ouvem as palavras do Cristo. que eu vos aliviarei”. Cada pessoa.. Raros são os povos. encontram sua consolação na fé no futuro. que é sempre de âmbito individual a decisão de transformar-se para melhor. (Mateus. que nada espera após esta vida. Bíblia de Jerusalém). 11:28-30.. É preciso trabalhar a vontade e empenhar-se no próprio esforço evolutivo. as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança vem amenizar o seu amargor. Entretanto. então. o nosso Salvador. pelo exercício do amor. o cárcere do desânimo isola o espírito. o amor mútuo. acolá. Por outro lado. ele promete enviar outro consolador. acima de quaisquer demonstrações exteriores. mas. (1 Pedro 4:8 – Bíblia de Jerusalém). impulsionam o progresso individual e coletivo. Os recursos divinos.7 3.. com eles. como ensina o apóstolo Pedro. também. antes de tudo. entretanto. é preciso. além. é sempre bom ter em mente que o crescimento espiritual não acontece apenas pelas trilhas da dor. na direção da Pátria Universal. podemos imprimir nova direção à existência. se revelam como oportunidade de aprendizado que. as palavras do Mestre se derramam por vitalizante bálsamo. Com ele.6 Não há dúvidas de que o processo de melhoria espiritual é árduo. os laços da conveniência imediatista são demasiado fortes. Entretanto. são inesgotáveis e. ensinando-nos a responsabilidade de viver. situações e interesses individuais. é imperioso saibamos dignificá-lo na própria consciência. Nunca é demais. que será sempre a mestra sublime do coração. procurando refleti-lo em nós mesmos. estende-nos os braços amoráveis e compassivos. temos sido cristãos sem Cristo.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 Senhor. [. quão difícil é “ir para Ele”! Aqui. denominando-o de Espírito de Verdade. pelo trabalho santificante. pois. porque o amor cobre uma multidão de pecados. cultivai. a vida enriquecer-se-á de valores imperecíveis e à sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos. para que isso aconteça. assinala-se o convite divino.] Agora que a Doutrina Espírita no-lo revela por mentor claro e direto da alma. especialmente quando se aplica a Espíritos seriamente comprometidos com a Lei de Deus. através de grades resistentes. em sua primeira epístola: Acima de tudo.. nos manter atentos a estas orientações: Através de numerosas reencarnações. contudo. com todo ardor. O consolador prometido por Jesus Antes da crucificação. 20 . todavia. As provações. Jesus. aparentemente inadiáveis. mas é quase impraticável a libertação dos impedimentos constituídos por pessoas e coisas.. no momento da última ceia de Jesus com os apóstolos e discípulos. neste aspecto. matricular o raciocínio na escola da caridade. entre promessas de renovação para a jornada redentora. se bem aproveitadas. o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida.. Espírito Santo]. sem outra autoridade que a sua palavra. Não vos deixarei órfãos. levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. 21 . atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores. entendê-los plenamente. obviamente. O outro. 14:15-18. que [. então. ainda não podiam ser compreendidas. a respeito de muitos pontos. os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir. que o mundo não pode acolher.. o próprio Evangelho. comum dos textos evangélicos. acrescenta Kardec:8 O Espiritismo vem no tempo previsto cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim no reino dos céus. veio ensinar-lhes o caminho que conduz a esse reino. Bíblia de Jerusalém). finalmente. Por sua vez. sem as limitações da linguagem literal ou simbólica. Sua autoridade decorria da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. porque não o vê nem o conhece. Em outras palavras. quando a Humanidade estivesse mais esclarecida. também. As seguintes palavras de Jesus expressam a sua promessa: Se me amais observareis os meus mandamentos. porque permanece convosco. na forma como Cristo ensinou. Eu virei a vós. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos. assim entendido porque revive as lições evangélicas. não disse tudo. mas em termos mais ou menos explícitos. trazer a suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem. o Espírito de Verdade. por esclarecê-las. O primeiro consolador é.] o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista.. limitando-se. livres de dogmas e normas teológicas. é o Espiritismo. para que convosco permaneça para sempre. porque fala sem figuras e sem alegorias. Para apanhar o sentido oculto de certas palavras suas. em Espírito e verdade. Percebe-se. Vós o conheceis. Ele chama os homens à observância da lei: ensina todas as coisas fazendo compreender o que o Cristo só disse por parábolas. Entretanto. não basta relembrar os ensinamentos proferidos por Jesus. Falou de tudo. segundo Ele próprio declarou. mas. e. para a realização dos destinos humanos. e rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito [Espírito de verdade. Ele veio dar cumprimento às profecias que haviam anunciado o seu advento. Disse o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir”. (João. Vem. o consolador prometido.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 Este consolador só viria no futuro. a lançar o gérmen de verdades que. fazendo que o homem saiba de onde vem. a chave”. 11. ed. KARDEC. I. Uberaba: CEC. Cap. Op. 7. p. ed. Op. 5. Uberaba: CEC.. conclui Allan Kardec: “[.. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Francisco Cândido. XAVIER. Esta chave é a Doutrina Espírita: “Jesus. ed. Allan. Allan. 3. 6. 2. o Professor. Cit. para compreendermos integralmente a mensagem de Jesus. 8. Orientações ao monitor O monitor poderá iniciar a aula propondo um trabalho em duplas (técnica do cochicho). [. Livro da esperança. ed. 23-25.. 25-26. Pelo Espírito Emmanuel. o Mestre. 2. Cit. ed. XAVIER. p. 182. XXVI. 149-150. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Rio de Janeiro: FEB.”11. p. a porta. Pelo Espírito Emmanuel 34. Cap. item 4.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 era necessário que novas ideas e novos conhecimentos lhe trouxessem a chave e essas ideas não podiam surgir antes que o espírito humano houvesse alcançado um certo grau de maturidade. 1987. XAVIER. item 2. 57-58. Questão 283. Allan. p. Em seguida. KARDEC. Cap.10 como afirma Emmanuel. O consolador. 58. Cap VI.9 Contudo. O evangelho segundo o espiritismo. 9. Francisco Cândido. item 4. item 4. Pelo Espírito Emmanuel. p. para onde vai e por que está na Terra. 2008. Kardec. 2008.Rio de Janeiro: FEB. p. Francisco Cândido. Kardec. 28. Rio de Janeiro: FEB. O evangelho segundo o espiritismo. 5. um chamamento aos verdadeiros princípios da lei de Deus e consolação pela fé e pela esperança. Cap. p. Rio de Janeiro: FEB. 27. Cap. ed. _____. Allan. Francisco Cândido. _____. 1982. item 3. p. I. Pelo Espírito Emmanuel. 5. Precisamos de uma chave.] Jesus.63. KARDEC. 229-230. Assim. XAVIER. pedir aos participantes que 22 . p.I. _____. p. 2008. devemos aprender a decodificá-la. p. item 9. 14. 4. item 4. O evangelho segundo o espiritismo. 2006.151. 58-59. 9.. Fonte viva.6 Referências 1. Op. 2. 10. O evangelho segundo o espiritismo. Opinião espírita. Emmanuel. Cap VI. Cit. Cap. Cap. Cap.] o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas.151-152. KARDEC. VI. Pelo Espírito Emmanuel. Realizar. Escrínio de luz. Provarás a sobrevivência da alma. Francisco Cândido. Anexo Ante o Cristo Consolador * Emmanuel Nas consolações e tarefas do Espiritismo. é necessário que o coração vibre acordado em sintonia com o cérebro para que não venhamos a perder valiosas oportunidades no tempo. que adiantarão teus assertos. se não ofereces ao próximo os recursos indispensáveis à sublimação da vida interior? Aproveitarás a mediunidade. dividir a turma em dois grupos com a finalidade de ler e destacar as ideas principais do item três do Roteiro (O consolador prometido por Jesus). Após esta fase da atividade. comentários sobre o assunto. 23 . Prosseguindo. entre os homens sedentos de esperança. que valor apresentará semelhante esforço. orientando-se pelo texto inserido em anexo (Ante o Cristo Consolador). por intermédio * XAVIER. um relator de cada grupo apresenta para os demais colegas uma síntese do estudo realizado. além da morte. Item: Ante o Cristo Consolador. 1973.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 façam uma análise interpretativa do significado da expressão “Cristo Consolador”. então. b) o que é o jugo do Cristo. 3-4. através de testemunhos insofismáveis da experimentação. p. O monitor faz o fechamento da reunião. Matão [SP]: O Clarim. contudo. se não auxiliais o aperfeiçoamento moral do Espírito em peregrinação na carne? Movimentarás equações filosóficas. entretanto. reafirmando em breves palavras : a) o que significa a expressão Cristo Consolador. ouvindo as explicações complementares do monitor. manifestados em plenária. c) e o significado de o consolador prometido por Jesus. anunciando à mente do povo os princípios da reencarnação. distribuindo ideas novas e novas convicções. se não despertas a noção de responsabilidade naqueles que te observam e ouvem?. com todas as pompas de nossa fenomenologia convincente e brilhante não passaríamos de consciências extraviadas e irrequietas a caminho do caos. destinada a desaparecer no sorvedouro de caprichos da inteligência. Realizarás as melhores demonstrações científicas. nas revelações graciosas. na construção da Terra melhor? É por isso que.. Cristo é o ponto de equilíbrio em nosso reencontro. Sem Jesus. Espíritos desencarnados e encarnados. estaríamos confinados à sombra de nós mesmos.. Não se abririam as portas do Grande Além para que o homem se infantilizasse na irresponsabilidade ou na inconsequência. todos nos achamos em degraus diferentes da escada evolutiva. Não se entrelaçariam dois mundos diferentes para o simples trabalho da pesquisa ociosa ou do êxtase inoperante. quase sempre. de que te servirá o interesse fortuito. 24 . todavia. de que valerá semelhante empreendimento se te não dispões a ajudar o pedaço de chão em que nasceste contribuindo de algum modo. no entanto. positivando a vida consciente em outros mundos e em outras esferas de ação. e. Espiritismo sem Cristianismo é simples empresa intelectual.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 1 da argumentação irretorquível. sem a disciplina do Seu Evangelho de Luz e Amor. quer por intermédio de um fluido. representemo-lo. item 20. »» Identificar os benefícios advindos da providência divina. em virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as mesmas propriedades que ele..]. Ora. à sua previdência.. Não 25 . tudo vê... para facilitar a nossa compreensão. sob a forma concreta de um fluido inteligente preenchendo o Universo infinito. à sua solicitude. possuindo o pensamento..] quer o pensamento de Deus atue diretamente. Allan Kardec: A gênese. cada átomo desse fluido. e penetrando todas as partes da Criação: a Natureza inteira mergulhada no fluido divino.Livro IV .EADE . »» O Espiritismo explica que [. a ação providencial se manifesta porque [. Ideas principais »» Tendo como base o princípio de que a providência é a “solicitude de Deus para com as suas criaturas”.] Deus está em toda parte. isto é. a tudo preside. mesmo às coisas mais insignificantes [. tudo está submetido à sua ação inteligente. se assim nos podemos exprimir. os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda parte. 2.MÓDULO I ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES Roteiro 2 A PROVIDÊNCIA DIVINA Objetivos »» Explicar como se manifesta a ação providencial de Deus. cap.. para sentirmos. assevera Emmanuel:3 São tão grandes as expressões da Misericórdia Divina que nos cercam o espírito. cujas inspirações reaquecem o coração gelado pelo desespero.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 haverá nenhum ser. que basta um olhar à natureza física ou invisível.. acelerando o processo de evolução pelo esforço próprio. pois são estes elementos materiais que servem de veículo à manifestação da vontade do Criador 26 . receberá sempre de acordo com o trabalho da edificação de si mesma.. 1. cujos fluidos vivificantes sustentam o viajor prostrado pela fadiga. uma aluvião de graças.]. conforme nos esclarece Kardec. tudo vê. Subsídios Com o advento do Consolador prometido por Jesus. E tal seja o seu procedimento. cap.] “é o Espírito superior. os tipos e frequências das vibrações energéticas. visto que o Espiritismo vem nos revelar que a ação divina se manifesta por meio da aplicação de leis naturais e imutáveis. É o próprio espírito que inventa o seu inferno ou cria as belezas do seu céu. É nisto que consiste a ação providencial [. mesmo às coisas mais mínimas. aqui ou alhures. que de algum modo não esteja saturado dele. não se observa no caminho da vida. 2.”2 A respeito.]. como o homem pretende receber no seu antropomorfismo. em qualquer plano da vida. porém. criadas por Deus. em torno de nós.”1 Perante o simbolismo e poesia de Léon Dennis. pois a Lei é uma só e Deus o seu Juiz Supremo e Eterno. item 24.. A alma. A ação da providência divina Para entender os mecanismos de ação da providência divina. pois Deus não pode assemelhar-se a um monarca humano. Ele está em toda parte. a tudo preside. O favor divino. poderá Deus dispensar na Lei.... para a salvação dos que erram sobre o mar tempestuoso da vida [. em A Gênese: “A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. é o anjo velando sobre o infortúnio. Allan Kardec: A gênese. é o farol aceso no meio da noite. A ação do Criador na criação é o que chamamos de providência divina. por mais ínfimo que o suponhamos. é preciso ter alguma compreensão das leis que regem os fluidos. a compreensão a respeito da divindade ganha uma nova dimensão. cheio de preferências pessoais ou subornado por motivos de ordem inferior. é o consolador invisível. em seu favor. a providência divina: [. tudo está submetido à sua ação inteligente. Assim. não lhe podemos 27 . Ele não é inteligente de si mesmo porque é matéria.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 e de todos os Espíritos. quer por intermédio de um fluido. não são dotados de inteligência. constantemente. quer o pensamento de Deus atue diretamente. representemo-lo. preocupar-se com os menores atos da nossa vida e com os mais ínfimos pensamentos de cada indivíduo?” Tal a interrogação que o incrédulo dirige a si mesmo. quanto à sua ação. em virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as mesmas propriedades que ele. mas o agente e o intermediário desse pensamento. uma vez que está impregnado de elementos inteligentes oriundos da mente emissora. para facilitar a compreensão. por mais poderosos que sejam. Para melhor entender o assunto. que de algum modo não esteja saturado dele. mas serve de veículo ao pensamento. admitida a existência de Deus. o fluido que serve de veículo à ação mental simula algum efeito inteligente (apenas simula!). Achamo-nos assim.]. à sua solicitude. Ainda que os fluidos e energias sirvam de manifestação da ação providencial. só se pode aceitar. fica. às sensações e percepções do Espírito. Ora. o Codificador recorda como se expressam a propriedades do perispírito. em virtude dessas leis. Não haverá nenhum ser. isto é. isto é. intrometer-se em pormenores sem importância. concluindo por dizer que. tão grande.. em presença da Divindade. Seja ou não assim no que respeita ao pensamento de Deus. à sua previ-dência. impregnado do pensamento transmitido [. se assim nos podemos exprimir. os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda parte. tão poderoso. O fluido perispiritual não é o pensamento do Espírito. ainda que em escala bem reduzida. mesmo em se tratando dos fluidos etéreos ou de vibrações sutilíssimas. que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo. que o Universo funcione de toda a eternidade. tão superior a tudo. cada átomo desse fluido.. Kardec faz a seguinte reflexão:1 “Como pode Deus. às quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas atividades.4 Neste sentido. possuindo o pensamento. já conhecidas pelos espíritas: As propriedades do fluido perispirítico dão-nos disso uma idea. Sendo ele quem o transmite. sob a forma concreta de um fluido inteligente preechendo o Universo infinito e penetrando todas as partes da Criação: a Natureza inteira mergulhada no fluido divino. sem que seja preciso a intervenção incessante da Providência. de certo modo. por mais ínfimo que o suponhamos. porque.]. a prece não 28 . É preciso.] Para a maioria. dificilmente iremos compreender como acontece a providência divina.. recorda que Deus está sempre em nós e agindo por nós. que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente. nem ser ditas com voz retumbante. Como suas faculdades e percepções são limitadas. Para estender a sua solicitude a todas as criaturas. quanto a isso. dos dogmas fornecidos pelas religiões ou conclusões filosóficas apressadas. no plano físico e no espiritual. sentado num trono inacessível e perdido na imensidade dos céus. não precisam transpor o espaço. só com muita dificuldade podem os homens compreender que Deus seja infinito. figurando-o à imagem e semelhança deles. temos de Deus. também coragem para rever a concepção que. em geral.6 Essas explicações são tanto mais esclarecedoras quanto maior for o nosso entendimento a respeito de Deus. bastar-nos-á a prática da oração. usualmente. a meros palpites. pois. o nosso pensamento está em contato incessante com o seu pensamento. cotidianamente.. Eis o que Emmanuel tem a dizer:8 Seja onde for. em todas as faixas da existência. como ele está em nós. No estado de inferioridade em que ainda se encontram. destituídos de cunho filosófico ou embasamento religioso mais aprofundado. não compreendem que Deus possa ou se digne de intervir diretamente nas pequeninas coisas.. os nossos pensamentos repercutem nele. imaginam também que Deus seja circunscrito e limitado. sendo eles mesmos limitados e circunscritos. pois. existentes na Natureza para se manifestar. contudo.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 subtrair ao olhar nenhuma de nossas ações. Certamente. razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Para que as nossas preces sejam ouvidas. um fato concreto que não podemos ignorar: a providência divina existe e somos dela beneficiários. que desenvolverá em nós outros a convicção da presença divina. havendo. estando Deus continuamente ao nosso lado. Para assegurar-nos. segundo a palavra do Cristo.7 Há. mesmo ligeira ou inarticulada. as quais se restringem. Estamos nele.5 Fica. agir com humildade e. Deus não precisa lançar o olhar do Alto da imensidade.. evidente a forma como age a providência divina. utiliza os elementos materiais (fluídicos e energéticos). Se o entendimento que temos de Deus ainda é o de natureza antropomórfica. por outro lado. [. visto que. escapando das armadilhas das opiniões pessoais. Os nossos pensamentos são como os sons de um sino. [. Ele é um soberano poderoso. nos momentos de inquietação. que só é percebida à medida em que ele aprende a se libertar das influências da vida material e desenvolve aprendizado espiritual. da vida em família. da inteligência. revestindo-te de coragem. o Espírito realmente se renova: empenha-se no combate aos vícios e imperfeições que ainda possui. em todos os episódios da estrada. No começo desse aprendizado. nas horas de dúvida. de acesso ao conhecimento. em geral. 29 . então. recorda que Deus está contigo e nada te faltará. não surgirá em acontecimentos especiais que te afastem dos testemunhos de fé. o que se dá em particular com os indivíduos. 2. nos domínios do socorro e da bênção. todavia. Vemos. mas na força para trabalhar a fim de que os recursos necessários te venham às mãos. sua juventude e sua maturidade. acompanha o amadurecimento espiritual do ser humano: Dá-se com os homens. que a existência da providência divina. ao encontro da paz e a caminho da luz. As bençãos da providência divina O indivíduo materialista ou pouco espiritualizado ignora a ação providencial de Deus em sua vida. Nessa fase da evolução. para que atravesses todos os túneis de tribulação e de sombra. senti-lo-ás contigo no silêncio do coração. Seja qual for a dificuldade em que te vejas ou a provação que experimentes. que o eleva em termos espirituais. Mais tarde. de sobrevivência material por meio de profissão digna. Pensa. esse apoio não te chegará na obtenção do dinheiro fácil que te solva os compromissos. não se te expressará configurado em favores de exceção que te retirem dos ombros a carga das provas redentoras e sim na energia bendita da fé viva que te restaure a esperança. tendo adquirido outros conhecimentos. nos dias em que o mal te pareça derrotar a golpes de incompreensão ou de injúria. mas percebê-los-ás contigo em forma de segurança e bom ânimo. e o seu consequente aproveitamento. no amparo de Deus e. nem de transformações externas imprevistas. consegue identificar inúmeros outros benefícios que lhe abençoam a existência.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 se fará seguida de demonstrações espetaculares. a fim de que não esmoreças na rude jornada. em direção à vida nova. entre outros. visualiza apenas os benefícios mais patentes: as boas condições do corpo físico. não te virá em fórmulas verbais diretas que te anulem o livre arbítrio e sim na inspiração exata que te ajude a tomar as decisões indispensáveis à paz da própria consciência. na travessia da aflição. Nos obstáculos de ordem material. e se esforça no propósito de desenvolver virtudes. As gerações têm sua infância. nem ajuntam em celeiros. Não vos preocupeis. Pois se a luz que há em ti são trevas. com as suas preocupações.] em sua previdente sabedoria. a Providência não revela as verdades senão gradualmente. A lâmpada do corpo é o olho. úteis 30 . não fará ele muito mais por vós. (Mateus. mas se teu olho estiver doente todo teu corpo ficará escuro. nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. se teu olho estiver são. homens fracos na fé? Por isso.. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 Cada coisa deve vir a seu tempo. se Deus veste assim a erva do campo. em toda a sua glória. a semente lançada à terra. como crescem. [. em primeiro lugar. Não ajunteis para vós tesouros na terra. o Reino de Deus e sua justiça. se vestiu como um deles. sempre as desvenda à medida que a Humanidade está amadurecida para recebê-las. não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós. ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Buscai. mas ajuntai para vós tesouros no céu. A providência divina nos concede bens favoráveis ao nosso progresso intelectual e moral. por que andais preocupados? Observai os lírios do campo. todo teu corpo ficará iluminado. nem colhem. que existe hoje e amanhã será lançada ao forno. com o dia de amanhã.. não germina. fora da estação. nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam. Ora. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não semeiam. ou odiará um e amará o outro. E. onde nem a traça. pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? E com a roupa. Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer. que iremos beber? Ou. que iremos vestir? De fato. são os gentios que estão à procura de tudo isso: vosso Pai celeste sabe que tendes necessidade de todas essas coisas. pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. no entanto. 6:19-34. e todas essas coisas vos serão acrescentadas.. pois onde está teu tesouro aí estará também teu coração. vosso Pai celeste as alimenta.]. quão grandes serão as trevas! Ninguém pode servir a dois senhores.”9 Esse é o principal motivo porque “[. e onde os ladrões arrombam e roubam. Alguns destes bens são transitórios.”9 Os ensinamentos de Jesus que seguem fornecem maiores esclarecimentos a respeito da providência divina. dizendo: Que iremos comer? Ou. não andeis preocupados. eu vos asseguro que nem Salomão. E.. no entanto. Com efeito. A cada dia basta o seu mal. Portanto. onde a traça e o caruncho os corroem. portanto. e não trabalham e nem fiam. Bíblia de Jerusalém). Ora. no desfrutamento de prazeres etc. Outros são eternos. no alimentar. conduzindo-se com prudência ao longo do processo ascensional. olhos que enxergam a vida verdadeira e os valores eternos que promovem a melhoria do Espírito. Sendo assim. e as sensações que eles nos proporcionam. educando a conduta. Esses tesouros são as virtudes e as conquistas intelectuais edificantes. imortais. mas priorizar a aquisição dos segundos. »» É preciso estar atentos à aquisição de valores imperecíveis ao Espírito. veremos o mundo e as pessoas sob nova ótica. ou que já possui alguma evolução espiritual. Ao contrário. onde está o “nosso tesouro aí estará o nosso coração”.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 à vida no plano físico. »» O homem espiritualizado conhece o valor relativo dos bens materiais e o peso que eles representam. são características da imperfeição espiritual apreciarmos a aquisição de bens materiais. anteriormente citado (Mateus. durante a reencarnação. não entorpecendo os sentidos com os excessos que a vida 31 . »» Os olhos percebem o mundo. Infelizmente. mesmo estando cientes que o acúmulo de bens materiais jamais poderá ser considerado processo de felicidade. Bíblia de Jerusalém): »» Aprender a acumular bens ou tesouros imperecíveis. é importante destacarmos os principais ensinamentos presentes no texto evangélico. não sujeitos à destruição por efeito dos elementos da natureza (“traça e ferrugem”) ou que possam ser retirados (“roubados”). pode estimular o egoísmo e o orgulho. independentemente do plano de existência onde ele se encontre. então. mas só teremos luz espiritual se transformarmos os olhos em “candeias”. na acumulação de bens. as pessoas e as coisas. o superior do inferior. o bom do ruim. Trabalha para ter o necessário à existência. aprendendo a distinguir o supérfluo do necessário. 6:19-34. A sabedoria está em sabermos utilizar os primeiros. Esforça-se. retardando o progresso individual. sempre de caráter transitórios. O ser humano feliz conhece com clareza o significado dos verbos “ter” e “ser”. pois. Combatendo as imperfeições ou “trevas” que existem em nosso íntimo. »» O ser espiritualizado. imprescindíveis à felicidade do Espírito. Conduz seu destino. isto é. esforça-se para levar uma vida mais simples. sem nos escravizarmos a eles. discernindo o certo do errado e fazendo escolhas mais acertadas. evitando excessos de qualquer natureza: no vestir. para dominar e não ser dominado pelas paixões inferiores. e tudo o mais nos será concedido em acréscimo”. pois desconhece o valor da fé. analisada e assimilada para ser bem aproveitada como aprendizado. 1. especial. 32 . que deve ser lida no livro da vida. por ser o momento de vivenciar a lição que nos é reservada. é único. KARDEC. Saibamos aproveitá-lo! Cada dia reflete uma oportunidade de crescimento espiritual. Ser prudente é uma coisa. 328. Enquanto não buscarmos o reino dos céus e sua justiça (pela reparação dos erros cometidos). II. ed. pois o dia de hoje é o que merece destaque e atenção. Assim. efetivamente. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. não devemos “nos inquietar com o dia de amanhã”. »» A condição única para alcançarmos a felicidade verdadeira é. cujo aproveitamento depende da nossa vontade e do nosso esforço em superar os obstáculos do caminho. Cada dia. Rio de Janeiro: FEB. desenvolvendo virtudes e combatendo as imperfeições estaremos. 1. sob o peso de expiações que parecem não ter fim. ed. não percebe o amparo que os benfeitores espirituais lhe endereçam. p. pois a felicidade faz parte da nossa destinação espiritual.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 material oferece. sobretudo porque. p. notadamente. Esta é a realidade. 2008. Allan. bem diferente. sabendo que “a vida é mais do que o alimento” e o “corpo mais do que a vestimenta”. Cap. Depois da morte. estaremos presos aos processos expiatórios determinados pela lei de causa e efeito. o poder da prece. Cada dia é uma lição. Por este motivo. E nos concederá as suas bênçãos. A gênese. 78. “Basta a cada dia o seu mal”! Referências 1. O homem angustiado está sempre aflito (e sempre doente: doente do espírito). infeliz. “se Deus veste a erva do campo com admirável beleza. O homem materialista é. Rio de Janeiro: FEB. que existe hoje e amanhã será lançada ao fogo. item 20. entraremos e sairemos das reencarnações em processo de sofrimento. O Pai Celestial sabe do que precisamos. na reencarnação. por certo. Léon. o que o Pai Celestial não fará em benefício dos seres inteligentes da sua Criação? »» A inquietação sobre os dias futuros revela falta de fé na bondade e misericórdia divinas. XL. 2. 2009. Parte quarta. Enquanto não estivermos conscientes desta verdade. comer e vestir. não se preocupa em demasia com o que beber. Ser inquieto ou estressado é outra. »» Praticando o bem. “buscarmos o reino de Deus e a sua justiça. Cap. DENIS. primeiramente. O amanhã pertence a Deus e às consequências dos nossos atos. que não tecem nem fiam”. edificando o reino de Deus em nós mesmos. 2008. item 23. O evangelho segundo o espiritismo. Anexo Proteção de Deus * Emmanuel Clamamos pela proteção de Deus.Rio de Janeiro: FEB. Cap. p. Pelo Espírito Emmanuel. Em seguida. _____. A gênese. 2008. ed. Rio de Janeiro: FEB. 11. 7. XAVIER. Pelo Espírito Emmanuel. Rumo certo. mas. após ouvir o resumo apresentado pelo relator de cada grupo. O monitor realiza um amplo debate em torno das ideas desenvolvidas no Roteiro de Estudo. 5. p. _____. 81. Grupo 3: Proteção de Deus. 60. p. Cap. 28. pede aos participantes que se organizem em três grupos. admitimos que semelhante cobertura unicamente aparece nos dias de caminho claro e céu azul. seguida de troca de idea. Francisco Cândido. Grupo 2: As bênçãos da providência divina. * XAVIER. Grupo 1: Ação da providência divina. KARDEC. Allan. Francisco Cândido. Questão 227. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Cit. do texto em seguida especificado. 8. O consolador. Allan. pg. cabendo a cada um a tarefa de fazer leitura. p. que faz parte do Roteiro de Estudo. Pelo Espírito Emmanuel. 27-28. 2008. 79. KARDEC. p. 221-223. p.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 3. II. não raro. Cap. 185-186. p. fornecendo uma visão panorâmica do conteúdo. 1. e utiliza as ideas do texto inserido em anexo (Proteção de Deus) para encerrar o estudo. XAVIER. ed. 2008. 6. Op. Orientações ao monitor O monitor inicia a reunião com breve exposição do assunto a ser estudado. 5. ed. Rumo certo. XXIV. 11. 33 . Rio de Janeiro: FEB. Cap. 429.79-80. Item 21. 9. ed. Francisco Cândido. Rio de Janeiro: FEB. item 4. 80-81. 4. Item 24. _____. preservando-nos contra quedas espirituais em viciação ou loucura. em todos os climas da existência. até o dia da perfeição. necessitamos do martelo do sofrimento e do esmeril do obstáculo para que se nos despoje o espírito dos envoltórios inferiores. a esperança adiada. e todos nós. o ideal insatisfeito. são recursos da proteção de Deus. por isso mesmo. 34 . sem a sombra da culpa. de consciência tranquila. Encontra-se no amor de nossos companheiros. a prova repentina ou o transe aflitivo que nos colhe de assalto. Noutros ângulos da experiência. mas igualmente na crítica dos adversários. na dedicação dos amigos ou no carinho dos familiares. é também o sonho que não se realiza. ou toda vez que te aflijas e chores.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 2 O amparo divino. tanto quanto a alegria. o auxílio do Todo Misericordioso tão-somente se exprime através das doenças de longo curso ou das dificuldades materiais de extensa duração. na assistência de benfeitores abnegados. porém. impulsionando-te o coração para a luz das bênçãos eternas. Isso ocorre porque a vida é aprimoramento incessante. regozija-te e espera o melhor. nos envolve e rodeia. no tempo de solidão. Urge reconhecê-los nos lances mais adversos. porque a dor. Pensa nisso e toda vez que te sacrifiques ou lutes. na separação dos entes queridos ou nos dias cinzentos de angústia em que nuvens de lágrimas se nos represam nos olhos. manifesta-se pela cassação de certas oportunidades de serviço ou pela supressão de regalias determinadas que estejam funcionando para nós à feição de corredores para a morte prematura. Proteção de Deus. Às vezes. com frequência. o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá. Allan Kardec: O livro dos espíritos. pois o [. se este lhe pedir pão? Ou lhe dará uma cobra. do contrário. sem jamais tolher o seu livre arbítrio. pois todo o que pede recebe. »» Ação protetora dos Espíritos benfeitores ocorre sempre com o intuito de ajudar o seu tutelado a encontrar o caminho do bem. Ideas principais »» A assistência espiritual desenvolvida pelos Espíritos benfeitores tem como fundamento a seguinte passagem do Evangelho: Pedi e vos será dado. questão 501. batei e vos será aberto. se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos.] Espírito precisa de experiência para adiantar-se. 35 . Bíblia de Jerusalém). seria como uma criança a quem não permitem que ande sozinha...Livro IV . se este lhe pedir peixe? Ora. Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho. É necessário que exercite suas forças. pois. deve ser adquirida à sua custa. experiência que.EADE . »» Esclarecer como ocorre o atendimento espiritual na Casa Espírita. 7:7-11.MÓDULO I ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES Roteiro 3 ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL Objetivos »» Citar e analisar o principal fundamento da assistência espiritual conduzida pelos Espíritos benfeitores. na maioria das vezes. quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedem! (Mateus. buscai e achareis. segundo a orientação espírita. não lhe impõe condições para o recebimento do benefício. pode ser classificada em dois tipos: a que é intermediada por benfeitores desencarnados. Bíblia de Jerusalém). entendida como o conjunto de atividades organizadas de modo a proporcionar o reequilíbrio espiritual à coletividade que busca a Casa Espírita. voluntariamente ou em atendimento a um pedido. respeitando-lhe as manifestações do livre-arbítrio. se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos. se este lhe pedir pão? Ou lhe dará uma cobra. da lei do progresso. que o céu te ajudará. Ajuda-te. buscai e achareis. Por outro lado. Ainda que a metodologia e as características de assistência apresentem diferenças na execução das ações. Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho. por conseguinte. Os fundamentos da assistência espiritual A assistência espiritual. Ao analisar essa passagem evangélica. 1. Subsídios A assistência espiritual. o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá. visto que o trabalho põe em ação as forças da inteligência. vinculadas ou não a uma instituição benemérita. quanto mais o vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe perdem! (Mateus. é fundamental que o assistido desenvolva o próprio esforço na superação dos desafios existenciais. batei e vos será aberto. Kardec apresenta a seguinte argumentação: “Do ponto de vista terreno a máxima Buscai e achareis é semelhante a esta outra. o objetivo deve se fundamentar sempre em um único propósito: auxiliar o próximo. É o princípio da lei do trabalho e. 11:28-30.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 »» A Casa Espírita deve apresentar condições favoráveis de esclarecimento doutrinário. de apoio moral e de conforto espiritual aos que lhes batem às portas. Os binômios auxílio-prestado e benefício-recebido são bem aproveitados quando o benfeitor respeita as características individuais do assistido. se este lhe pedir peixe? Ora. orientando-os fraternalmente como superar as próprias dificuldades. tem como fundamento principal estes ensinamentos de Jesus: Pedi e vos será dado. pois o progresso é filho do trabalho. e a realizada por pessoas encarnadas. à luz das orientações do Evangelho e do Espiritismo.”1 36 . pois todo o que pede recebe. se o tivesse dispensado do trabalho da inteligência. no estado de instinto animal. olha e tira-as tu mesmo. se a quiseres empregar. [. por que o necessitado deve cooperar. sem nenhuma pretensão de ter esgotado o assunto: »» A assistência espiritual deve favorecer o crescimento individual »» Os Espíritos benfeitores esclarecidos jamais estimulam a inércia. os Espíritos não vêm dispensar o homem da lei do trabalho. pedi sinceramente. os quais podem ser assim considerados. então. a preguiça ou a indolência em seus tutelados.] “Não. “Batei à porta e ela vos será aberta”] significam: pedi a luz que deve iluminar o vosso o caminho e ela vos será dada. terás o mérito delas e serás recompensado de acordo com o que hajas feito. tal como o anjo de Tobias. Nós te daremos a força necessária.”3 »» A assistência espiritual envolve compromisso moral Do ponto de vista moral. apresentai-vos com humildade e não com arrogância. pedi bons conselhos e eles jamais vos serão recusados. revoltar-se ou sucumbir-se às provações. batei à nossa porta: ela se abrirá para vós. seu espírito teria permanecido na infância. sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças e caireis. fervor e confiança. condições que lhe agravam o sofrimento. pedi forças para resistirdes ao mal e a tereis. A segunda é sempre ativa por se encontrar alicerçada na fé. Encontrarás pedras sob os teus passos. dizendo-lhe: anda e chegarás. Dessa maneira serás filho das tuas obras.. como justo castigo do vosso orgulho. mas.4 »» O auxílio espiritual não comporta ostentação de qualquer natureza 37 . seus membros se teriam atrofiado. É por isso que Ele fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Busca e acharás. Jamais deve entregar-se ao jogo das circunstâncias. A primeira produz alienação. trabalaha e produzirás..2 Compreende-se. com fé. essas palavras de Jesus [“Buscai e achareis”. fazer a parte que lhe cabe sempre que solicita auxílio a alguém. pedi a assistência dos Espíritos bons e eles virão acompanhar-vos e vos servirão de guia. mas mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz. quando não conduz ao desespero. É preciso não confundir submissão às provas da vida com resignação. Há inúmeros fatores envolvidos no processo de assistência espiritual.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 Enfatiza também que: Se Deus houvesse dispensado o homem do trabalho do corpo. Por isso. publicamente. ocultar a mão que dá é ainda mais meritório. então. de certo modo. (Mateus. que lhe impõe. não dariam uma única moeda! Foi por isso que Jesus declarou: “Os que fazem o bem com ostentação já receberam a sua recompensa”. a recompensa daquele que faz pesar os seus benefícios sobre aquele que os recebe.7 38 . para renunciar à satisfação que resulta do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. que lhe faz sentir a sua posição. para encarar as coisas de mais alto do que o faz o vulgo.. para que tua esmola fique em segredo. não recebereis recompensa junto ao vosso Pai que está nos céus. não saiba tua mão esquerda o que faz tua direita. te recompensará. Tu. às ocultas. porque. a respeito. prova que tem mais fé nos homens do que em Deus e que dá mais valor à vida presente do que à vida futura. 6:1-4. Bíblia de Jerusalém). é necessário colocar-se acima da Humanidade. analisa Kardec: Há grande mérito em fazer o bem sem ostentação.] Quantos há que só dão na expectativa de que o que recebe irá bradar por toda a parte o benefício recebido! que.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 Jesus pronuncia. age como se não acreditasse no que diz. Se diz o contrário. numa palavra. Do contrário.6 »» A assistência espiritual não impõe condições de auxílio Qual será. constitui sinal incontestável de grande superioridade moral. exaltando o preço dos sacrifícios a que se impõe para beneficiá-lo? [. não te ponhas a trombetear em público. e todo benefício deplorado é moeda falsa e sem valor. Aquele que prefere o sufrágio dos homens ao sufrágio divino. porém. e o teu Pai. com o propósito de ser glorificados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. é preciso fazer abstração da vida presente e se identificar com a vida futura. quando deres esmola. quando deres esmola. ou mesmo que não crê na vida futura...5 »» O legítimo amparo espiritual não aguarda retribuição [. testemunhos de reconhecimento.. pois que o deplora. Em complementação.] O bem que praticou não resulta em nenhum proveito para ele. dariam grandes somas e que. como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas. um alerta que deve ser objeto de reflexão: Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles. que vê . de acordo com a escala espírita que consta de O livro dos espíritos. porém. A verdadeira caridade. Além de ser caridade material. Espíritos protetores.8 2. acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Os benfeitores espirituais São Espíritos devotados ao bem que demonstram sincera alegria em auxiliar o próximo.. Ora. visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado. Há três categorias principais: Anjos da guarda.10 A ação protetora do Espírito guardião. ao contrário. 39 . a fim de não impedir a livre manifestação da vontade do protegido. Muitas vezes ele o segue após a morte.] “de um pai em relação aos filhos: conduzir seu protegido pelo bom caminho.]. sendo que alguns possuem qualidades morais e intelectuais superiores. A verdadeira generosidade torna-se sublime quando o benfeitor. familiares ou simpáticos. ajudá-lo com seus conselhos. pela maneira de prestá-lo. Fazem parte de diferentes grupos. 2. do [. na vida espiritual.. Anjo da guarda ou guardião espiritual O Espírito guardião é sempre de ordem elevada.. A missão do guardião é semelhante a [. ao passo que a caridade orgulhosa o esmaga.. é humilhar o que o recebe..EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 »» O amparo espiritual não deve ser divulgado A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. invertendo os papéis. Eis o que significam estas palavras: “Não saiba a mão esquerda o que dá a direita”. faz-lhe aceitar o benefício sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem.] “nascimento até a morte. é caridade moral. e há sempre orgulho e maldade em humilhar os outros. em evitar até as simples aparências capazes de melindrar.”9 O guardião acompanha o tutelado durante toda a reencarnação. Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o beneficiado à vontade em presença do benfeitor. e mesmo através muitas existências corporais” [.1.. já que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade. porque aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola. é delicada e engenhosa em dissimular o benefício. converter o serviço em esmola. raramente se manifesta de forma ostensiva. consolá-lo nas aflições e sustentar sua coragem nas provas da vida. não agiríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. visto que. Espíritos simpáticos São protetores que.11 2.12 2. mas às vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos. Aproximam-se destes em razão de afinidades ou similitude de gostos. A duração de suas relações se acha quase sempre subordinada às circunstâncias.]. o adverte do perigo. [. do contrário. em alto e bom som. quase sempre muito restrito. Mestres que nos arrancam às sombras da ignorância..EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 Se contásseis com o amparo deles. não avançaríeis no caminho que vos há de conduzir a Deus. vela por ele e. É necessário que exercite suas forças. Ocupam-se de boa vontade com as particularidades da vida íntima e só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores. a fim de lhes serem úteis. [. sem.. de vez em quando. Apesar das boas intenções reveladas.. não nos retiram da experiência de que somos carecedores. entretanto. desempenham missões temporárias junto aos seus assistidos. O Espírito precisa de experiência para adiantar-se. pois.3. por muito se façam servidores de nossa felicidade.12 Emmanuel orienta que conduta deve ser seguida perante o auxílio transmitido pelos benfeitores espirituais: Confiemos nos benfeitores e nas bênçãos que nos enriquecem os dias. Os Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para nós por afeições particulares e por uma certa semelhança de gostos e de sentimentos. seu guia. Pais abnegados da Terra. esquecer as próprias obrigações. a ação dos Espíritos simpáticos nem sempre alcança o êxito desejado. o homem se entrega às suas próprias forças. no aproveitamento do amparo que nos ofertam. Não vendo quem o ampara. no entanto.2. seria como uma criança a quem não permitem que ande sozinha. tanto para o bem quanto para o mal. experiência que. deve ser adquirida à sua custa. dentro dos limites do poder de que dispõem.]. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada de maneira a não tolher o vosso livre-arbítrio. por muito ca40 . se não tivésseis responsabilidade. pois o protetor ou o protegido podem ainda estar presos a certas imperfeições humanas. na maioria das vezes.. São bons. que nos propiciam o ensejo da reencarnação. em geral. Espíritos familiares Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis. não nos isentam do aprendizado. adequadamente.16 Explanação do Evangelho: “é uma reunião pública para a explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita. suas dificuldades e necessidades”. Amigos que nos reconfortam na travessia dos momentos amargos. não nos suprimem o suor da subida moral. de conformidade com os princípios do Evangelho à luz da Doutrina Espírita. oferecendo aos que frequentam o Centro Espírita — em especial aos que o procuram pela primeira vez — o apoio.14 O trabalho engloba.]... as pessoas que buscam e frequentam o Centro Espírita visando a obter esclarecimento.18 Irradiação: “é uma reunião privativa de vibração em conjunto para irradiar energias de paz. não usam por nós a medicação que as circunstâncias nos aconselham. nos dias de enfermidade. A assistência espiritual na Casa Espírita Trata-se de [... com a assistência dos Espíritos superiores”. por mais nos estimem. conforme orienta o Evangelho à luz da Doutrina Espírita”.] “um conjunto de atividades que visa a atender. de maneira programada e com uma sequência de trabalho previamente estabelecida”. não nos carregam a luta íntima. orientação. à luz da Doutrina Espírita. ajuda e assistência espiritual e moral”. dando-lhe a oportunidade de expor. [. as seguintes atividades: Recepção: “consiste em receber os que chegam ao Centro Espírita. inspiradas na prática 41 . Instrutores da alma que nos orientam a viagem de elevação...13 O atendimento espiritual na Casa Espírita tem como finalidade precípua: “Acolher as pessoas. por meio de ações fraternas e continuadas.17 Atendimento pelo passe: “o passe. de amor e de harmonia. é uma transmissão de energias fluídicas de uma pessoa — conhecida como médium passista — para outra pessoa que as recebe. em clima de prece. por mais nos amem.21 3. de forma fraterna e solidária. a consolação e o amparo de que necessitam para vencer as suas dificuldades”. livremente e em caráter privativo e sigiloso.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 rinho nos dediquem.15 Atendimento fraterno pelo diálogo: [.] “consiste em receber fraternalmente aquele que busca o Centro Espírita. em geral. o esclarecimento. por muito nos protejam. Cientistas que nos refazem as forças. mas também socorre e vela. mas define-te com bondade. antes de falar. lugar. pois. 42 . que persistem no propósito de reduzir a carga de sofrimento que pesa sobre os ombros de seus irmãos em humanidade. Verdade sem drama. Calma sem preguiça. mas não menos devotados. onde estiveres. A Casa Espírita conta com o trabalho desses trabalhadores. à condição de aprendizes que te observam. segundo os comprometimentos havidos na causa do bem comum. o auxílio espiritual com a alavanca do próprio equilíbrio. censurando ou aprovando isso ou aquilo. sem análise justa. em subalternidade espiritual. com o passar do tempo. do amparo aos que te acompanham no educandário da vida. já que toda escola respeitável reclama disciplina. Consolo sem mentira. para o estudo do Evangelho à luz da Doutrina Espírita e a oração em conjunto”. aconselha Emmanuel:22 Se já acordaste para o conhecimento superior.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 do Evangelho à luz da Doutrina Espírita. e. os quais. entendendo-se que existem quedas de pensamento determinando lamentáveis acidentes de espírito. Neste contexto. Se já sabes o que deves fazer. não apenas informa e ensina. passam. mecanicamente. sem alarde e sem aspereza. de alguma forma. Ante as falhas alheias. falando.]Administra. Não te descuides. não procedas irrefletidamente. aos que sofrem. e um professor verdadeiro. no plano da alma. providenciando corretivos aconselháveis. em favor de encarnados e desencarnados carentes de atendimento espiritual”. tanto quanto seja possível.. de vez que todos aqueles que se afinam contigo.19 Evangelho no lar: “é uma reunião semanal da família. [. tempo e maneira. escolhe. se transformam em instrumentos dóceis e sinceros dos benfeitores espirituais. trazes o coração chamado a instruir.20 À medida que o ser humano aperfeiçoa. mais dilatado o número dos olhos e dos ouvidos que te procuram ver e escutar. Vigilância sem violência. em dia e hora previamente estabelecidos. Se aparece a necessidade de advertência ou repreensão. fortalece-lhe a vontade de fazer o bem. Convence-te de que quanto mais se te amplie o aperfeiçoamento íntimo. Em toda a situação. são colaboradores anônimos. de ser útil.. a pretexto de assegurar a harmonia. Em geral. oferece o próprio exemplo no dever retamente cumprido. caminhas à frente com a função de guiar. enxergando mais longe. seleciona palavras e atitudes que possam efetivamente ajudar. inserido no anexo deste Roteiro de Estudo. Conselho Federativo Nacional. Parte segunda. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Rio de Janeiro: FEB. Rio de Janeiro: FEB. Estude e viva. 13. _____. 345. Federação Espírita Brasileira. 47. 2007. p. 10. 3. Cap. O livro dos espíritos. p. p. 18. Cap. III-c. Questão 514. KARDEC. 22. Cap. Cap. _____. _____. p. XIII.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 Referências 1. 441-442. 2. questão 491. 340. Cap. mensagem de Emmanuel). p. item 3. 2008. 35. 5. 3. _____. 49. 13. Cap. _____. 33. ed. Questão 492. p. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. p. 31. 16. _____. 335. Orientação ao centro espírita. III-a. 39. 20. 258. 15. p. _____. 440-441. 257. 17. III-b. ed. Orientações ao monitor Pedir aos participantes que façam leitura silenciosa do texto Seja Voluntário. Questão 501. Rio de Janeiro: FEB. 2008. _____. p. _____. Cap. p. 9. _____. p. III-e. Allan. p. III-f. p. Item 4. _____. 33-34. XAVIER. ed. III. 2008. IX. 335. Francisco Cândido. O evangelho segundo o espiritismo. 11. Item 3. 34 (Amparo Espiritual – mensagem de Emmanuel ). 21. Ato contínuo. 6. _____. 19. p. 257-258. 256. Cap. 43. p. _____. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 12. 441. p. analisar em conjunto com os participantes: a) os 43 . _____. 2. 4 (Benfeitores e bênçãos. Item 5. Cap. p. item 2. KARDEC. Rio de Janeiro: FEB. p. III. Cap. _____. p. 32. 8. p. Trocar opiniões a respeito das ideas desenvolvidas no texto lido. 439. 198-200. 7. III-d. 4. Cap. de Cairbar Schutel.. _____. XXV. _____. Cap. Allan. p. _____. Cap. 14. Estude por conta própria.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 fundamentos da assistência espiritual. 44 . analisado por meio de discussão fraterna. Colabore sem impor condições.ed. c) como desenvolver o serviço de atendimento espiritual na Casa Espírita. Se preciso. b) como se processa a ação dos Espíritos benfeitores e. Não espere que lhe venham puxar o paletó. Anexo Seja Voluntário* Cairbar Schutel Seja voluntário na evangelização infantil. Seja voluntário no Culto do Evangelho. Rio de Janeiro: FEB. Waldo. 58. Seja voluntário no templo espírita. Seja voluntário na mediunidade. efetivamente. amparando os infelizes. Seja voluntário no estudo edificante. Auxilie a plantação do futuro. 2006. em algum setor. Seja voluntário na assistência social. Não aguarde convite para contribuir em favor da Boa Nova no coração das crianças. Por diversos Espíritos. Procure a convivência dos Espíritos superiores. * XAVIER. sistematicamente sentado à mesa de sessões. 140-141. hoje mesmo. O espírito da verdade. faça-o sozinho. Cap. Não espere que os outros lhe chamem a atenção. É importante que o conteúdo seja. rogando auxílio. Não aguarde ser eleito diretor para cooperar. Busque os irmãos necessitados e ajude como puder. Não aguarde o desenvolvimento mediúnico. Não espere a participação de todos os companheiros do lar para iniciá-lo. Francisco Cândido. VIEIRA. p. “A sementeira. Não espere de braços cruzados a cobrança da assinatura. Sim. Seja voluntário na Seara de Jesus. desde já. Não se sinta realizado. Quase sempre. espírita sem serviço é alma a caminho de tenebrosos labirintos do Umbral. Atravessemos. em serviço. o limiar da Era do Espírito! Ressoam os clarins da convocação geral para as fileiras do Espiritismo. ainda que modesto. Seja voluntário na imprensa espírita. portanto. dentro das suas possibilidades. Nosso Mestre e Senhor! 45 . Cultive espontaneidade nas tarefas do bem. meu amigo. livros e publicações doutrinárias.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 3 Seja voluntário na propaganda libertadora.” Vivemos os tempos da renovação fundamental. Dissemine. Não aguarde riqueza para divulgar os princípios da fé. Apresente-se em alguma frente de atividade renovadora e sirva sem descansar. Envie o seu concurso. é grande e os trabalhadores são poucos. . »» Explicar o processo de aquisição da felicidade atual e futura.Livro IV . a consciência tranquila e a fé no futuro. para a vida moral. pode ser resumido na seguinte orientação espírita: Para a vida material. 6:19-21. nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam. (Mateus.MÓDULO I ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES Roteiro 4 A FELICIDADE ATUAL E FUTURA Objetivos »» Compreender o verdadeiro sentido da felicidade na Terra.EADE . »» Assinalam os Espíritos superiores: nada vos pertence na Terra. mas ajuntai para vós tesouros no céu. como de todos 47 . Assim disse Jesus: Não ajunteis para vós tesouros na terra. e onde os ladrões arrombam e roubam. questão 922. nem mesmo o vosso próprio corpo: a morte vos despoja dele. pois onde está teu tesouro aí estará também teu coração. Bíblia de Jerusalém). onde nem a traça. é a posse do necessário. atual e futura. Ideas principais »» O conceito de felicidade. Allan Kardec: O livro dos espíritos. onde a traça e o caruncho os corroem. »» As aquisições materiais não acompanharão o Espírito quando a sua partida para o mundo espiritual. são a consequência de um primeiro afastamento do caminho reto.1 É preciso.] “porque a vida lhe foi dada como prova ou expiação. porém. é como uma parada momentânea numa hospedaria precária. como esclarecem os Espíritos da Codificação: [. de consequência em consequência. prevista nos códigos divinos. enveredamos por outro. para a vida moral. Sois depositários e não proprietários. analisar com segurança a abrangência deste ensino espírita. atual e futura. pelo menos. Se remontarmos pouco a pouco à origem do que chamamos nossas desgraças terrenas. pode ser resumido na seguinte orientação espírita: “Para a vida material.. reverta em favor dos que não têm sequer o necessário. quanto melhor tenha cuidado dos preparativos para realizá-la. Deus vos emprestou.2 Cedo ou tarde. é a posse do necessário. a partir da transformação do homem para melhor.”3 O homem que se acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal mais do que uma estação temporária. Mas depende dele amenizar os seus males e ser tão feliz quanto possível na Terra”.. Somos punidos já nesta vida pelas infrações que cometemos às leis que regem a existência corporal. tendes que lhe restituir.4 48 . Praticando a lei de Deus. Com a evolução paulatina. Em virtude desse desvio. ele pode poupar-se de muitos males e alcançar felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. contudo. e. caímos na desgraça. Subsídios O conceito de felicidade. XVI.. o ser humano aprende a construir a própria felicidade. na maioria dos casos. A felicidade completa é um ideal a ser alcançado.] “é quase sempre o artífice da sua própria infelicidade. uma vez que ele [. Consola-se facilmente de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que deve conduzi-lo a uma posição tanto melhor. veremos que. e Ele vos empresta com a condição de que o supérfluo. O estado de felicidade ainda é relativo. Cap. considerando as lutas e os desafios provacionais existentes na Terra. a Humanidade terrestre será feliz. a consciência tranquila e a fé no futuro”.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 os bens materiais. não vos iludais. por meio dos males decorrentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios excessos.. mau. pois esta é a sua destinação. item 14. uma semana de satisfação completa. Os bens materiais devem ser considerados. 49 . sem jamais conseguirem alcançá-la.5 É por este motivo que os bons Espíritos ensinam que devemos aprender a discernir a respeito do que. Em lúcida mensagem transmitida em 1863. pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.. o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado. considerando o utilitarismo e o consumismo presentes na sociedade moderna. a verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”. de testemunhos. Com efeito. é necessário e o que é supérfluo à existência. Todo discípulo do Evangelho precisará coragem para atacar os serviços da redenção de si mesmo. de sacrifícios.. nem o poder. de poderoso desafio. meus caros filhos. por mais que se faça. Aquilo em que consiste a felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não se deixa guiar pela ponderação. pode-se afirmar que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente. todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções [.. Nenhum dispensará as armaduras da fé. por um ano. melhor do que todos os raciocínios possíveis. nem a riqueza. de suor. caso a pessoa concentre suas ações na posse de bens materiais e se descuide da aquisição de valores espirituais. Em que consiste a felicidade na Terra A busca da felicidade em um mundo de transição como a Terra pode resultar infrutífera. sua cota de sofrimentos e de decepções. O trabalho constituir-se-á de lutas. prova. na verdade. que.] Em tese geral. Isso.].. de sofrimentos. no seio das classes mais privilegiadas. Trata-se. O caminho de resgate e elevação permanece cheio de espinhos. cada um tem a sua parte de labor e de miséria. [. porque incessantemente se ouvem.] Neste mundo.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 1.. a fim de marchar com desassombro sob tempestades. Digo mais: nem mesmo a reunião dessas três condições tão desejadas. neste aspecto.]. efetivamente. pelo que é fácil chegar-se à conclusão de que a Terra é um lugar de provas e de expiações. [... [. nem mesmo a juventude em flor são condições essenciais à felicidade.. o Espírito François-Nicoles-Madeleine apresenta estas considerações:6 Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! Exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. um mês. em Paris. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo. os meios e não fins da felicidade. e quem compreende. temperando a bondade com a energia. a ciência. Jesus destaca o valor do amor. Assim. nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam. Mas. os dons e as possibilidades são fios preciosos. Nem mesmo este será levado.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 O apego sempre reflete imperfeição moral. a penetração. a confiança. é sempre útil meditar a respeito desta orientação de Jesus: Não ajunteis para vós tesouros na terra. a cada passo. trabalha pelo mundo melhor. sentimentos e emoções no objeto do seu afeto. Bíblia de Jerusalém). Quem ama. onde a traça e o caruncho os corroem. Há também outro aspecto da questão: os bens materiais não acompanharão o Espírito no mundo espiritual após a morte do corpo físico. é plena de sabedoria. entendendo a situação de cada um. O amor. A última frase do ensinamento do Mestre. a escola e a cultura. na senda evolutiva. mas o amor é o tear divino que os entrelaçará. de acordo com o conceito evangélico. todavia. a fé. A disciplina e a educação. aí estará também teu coração”. são flores e frutos na árvore da vida. o esforço e a obra. e onde os ladrões arrombam e roubam. compreende. representado na palavra “coração”. o amor é a raiz eterna. egoística... a que afirma: “pois onde está teu tesouro. destaca-se nessa passagem evangélica a questão da perecibilidade dos bens materiais e a perenidade dos tesouros espirituais. Significa dizer que a pessoa que ama concentra todas as suas energias. e a fraternidade com a justiça. mas ajuntai para vós tesouros no céu. Ouçamos a sugestão do amor. (Mateus. O apego é sempre de natureza restritiva. tecendo a túnica da perfeição espiritual. ao contrário. confundir apego com amor. contudo. 6:19-21. onde nem a traça. concede liberdade e desapego. a benevolência. Além disso. pois onde está teu tesouro aí estará também teu coração. sabe dividir. os bens materiais são transitoriamente concedidos por Deus aos homens para serem utilizados em proveito de seu crescimento espiritual: 50 . Não se deve. Auxiliemos em silêncio.] A nobreza de caráter. no seu “tesouro”. Conforme esclarecem os Espíritos Superiores. seja ele direcionado aos bens materiais ou às pessoas. como amaremos no serviço diário? Renovemo-nos no espírito do Senhor e compreendamos os nossos semelhantes. Emmanuel esclarece bem essa situação e faz algumas recomendações oportunas:7 [. EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 Os bens da Terra pertencem a Deus. a propósito.8 Todas as coisas da matéria desaparecerão um dia. Que possui ele. é o que importa para a eternidade. Ainda que os processos de segurança sejam eficientes. em mensagem transmitida em Genebra.. Quanta aflição. menos dia. mas. mesmo as que se revelam duráveis. o usufruto. [. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. impressiona-me dolorosamente a incessante preocupação de que é para vós objeto o bem-estar material. os conhecimentos. Tanto eles não constituem propriedade individual do homem. tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a Humanidade. ou de vos entregardes a excessos. simplesmente. Desde. a que consagrais pouco ou nenhum tempo e que. resultará a sua posição futura. então? Nada do que é de uso do corpo. não tem a posse real das suas riquezas.. no entanto. mas que permanece atual: O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. diante da atividade que desenvolveis. inquietações e tormentos cada um se impõe. à vaidade. um Espírito Protetor: Quando considero a brevidade da vida.. para aumentar uma fortuna muitas vezes mais que suficiente! Por cúmulo da cegueira. que Deus anula frequentemente todas as previsões. daquilo que tiver adquirido em bem. Já afirmava. Isso é o que ele traz e leva consigo. ao roubo. que os distribui à vontade. de forma que mais dia. o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. porque. na maioria dos casos. quantas noites de insônia. enquanto dais tão pouca importância ao vosso aperfeiçoamento moral.]. É o que ensina Pascal. serão inevitavelmente transferidos a outrem. tudo o que é de uso da alma: a inteligência.]. porém. à destruição proposital ou por acidentes.9 Os homens prudentes empenham-se em adquirir tesouros eternos. esses bens não resistem aos assaltos da cobiça de alguns indivíduos. senão de vos pordes em condições de satisfazer as necessidades exageradas. as qualidades morais. [. no ano de 1860. não sendo o homem senão o usufrutuário. que é forçado a abandonar tudo isso. ninguém é proprietário de qualquer bem material. na Suíça. Dir-se-ia. o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar.. o que ninguém lhe pode arrebatar. não é raro se encontrarem pessoas 51 . não transitórios. o que faz a riqueza escapar daquele que se julga com os melhores títulos para possuí-la. quando não se trata. seja pela natural corrosão do tempo seja pela transformação operada na Natureza. Assim. Vede a multidão de homens de bem. a se vangloriarem de viver uma existência dita de sacrifício e dee não para si mesmas! Insensatos!10 A felicidade futura encontra-se estritamente na dependência das ações realizadas no presente. o caminho da vida eterna se vos abrirá. com certeza. consciente de que esta vivência terá consequências na vida futura.] Vossos males provêm apenas do abandono voluntário a que relegais esse resumo das leis divinas. homens fracos. Toda a eterna felicidade se acha contida neste preceito: Amai-vos uns aos outros. [. é importante viver o momento atual. pois essa é a chave dos céus. na prática do bem. Para tanto.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 escravizadas a penosos trabalhos pelo amor imoderado da riqueza e dos gozos que ela proporciona. amparai os vossos irmãos. fazei da vossa brandura. Tal prática deve ter como fundamento as lições do Evangelho. chave que tendes em vossas mãos. de investimento contínuo. no presente e no futuro. é verdade. Homens fortes. Lede-lhe as páginas cintilantes do devotamento de Jesus e meditai-as. é necessária a aquisição de bens imperecíveis. A alma não pode elevar-se às altas regiões espirituais. O Cristo não vos disse tudo o que tem relação com as virtudes da caridade e do amor? Por que deixar de lado os seus divinos ensinamentos? Por que fechar os ouvidos às suas divinas palavras. assinalando aspectos que garantem 52 . Aspectos que garantem a felicidade atual e futura O Espírito Lacordaire12 analisa com sabedoria as más consequências do apego aos bens terrenos. mais fé às leituras evangélicas. Cumprido esse dever. A chave da felicidade revela-se. da vossa fé.] Não vos faltam os exemplos. Trata-se.. mas. o coração a todas as suas suaves sentenças? Gostaria que dispensassem mais interesse. segundo o Espiritismo. 2. tende mais constância na propagação da vossa nova doutrina. [.. garantidor de felicidade duradoura. armai-vos. em ambos os planos da vida. de uma tarefa árdua. representada pelo tesouro do conhecimento e da moral. no qual se é possível exercitar a caridade... senão pelo devotamento ao próximo e só encontra consolação e ventura nos arroubos da caridade. Sede mais persuasivos. as vossas armas. Sede bons. rara é apenas a boa vontade. deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo. cuja lembrança é guardada pela vossa História. conforme assinala Vicente de Paulo:11 Sede bons e caridosos. Sendo assim. e ninguém pode censurar. pelo menos. nem de os confiscar em seu proveito. »» Os bens que Deus vos confiou despertam nos vossos corações ardente e desvairada cobiça. muito natural e que Deus aprova. Deus vos emprestou e tereis que restituir. ganhou uma fortuna. Já pensastes. os trechos mais significativos desta importante mensagem que se encontra em O evangelho segundo o espiritismo: »» O amor aos bens terrenos é um dos mais fortes entraves ao vosso adiantamento moral e espiritual. por meio de trabalho honrado e assíduo. o homem não tem o direito de os dilapidar. »» Esbanjar a riqueza não é demonstrar desprendimento dos bens terrenos: é descaso e indiferença. por exemplo. destruís as vossas faculdades de amar. ou generosidade ao que não passa de prodigalidade em proveito vosso. ao aplicá-las todas às coisas materiais. »» Nada vos pertence na Terra. se abstém de praticar a caridade. no homem que possui bens de fortuna há um sentimento tão forte quanto o apego aos mesmos bens: é o orgulho. dois vícios entre os quais Deus colocou a caridade. em seguida. Como depositário desses bens. que um dia tereis de prestar contas ao Senhor daquilo que vos veio dele? »» É em vão que procurais iludir-vos na Terra. para. a um apego que absorve todos os outros sentimentos e paralisa os impulsos do coração vai grande distância. diz ele. e Ele vos empresta com a condição de que o supérfluo. nem mesmo o vosso próprio corpo: a morte vos despoja dele. É muito justo e paternal. uma forma de egoísmo. é. deixar aos filhos a maior soma possível de bens e evitar que caiam na miséria. que experimenta o homem que. será esse o único motivo que o guia? »» Infelizmente. dessa satisfação. mas. economizando. muitas vezes. Alguém 53 . como de todos os bens materiais. Sede sinceros: a riqueza proporciona uma felicidade sem mescla? »» Compreendo a satisfação. atual e futura.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 a felicidade. mas. bem justa. santa e salutar virtude que ensina o rico a dar sem ostentação. reverta em favor dos que não têm sequer o necessário. Um pai de família. como vós mesmos. colorindo com o nome de virtude o que muitas vezes não passa de egoísmo. Pelo apego à posse de tais bens. Prodigalidade não é generosidade. tão grande quanto a que separa a prodigalidade exagerada da sórdida avareza. Destacamos. para que o pobre receba sem baixeza. quando vos apegais imoderadamente a uma riqueza perecível e passageira. convenho. aliás. amontoando ouro. não vos enganeis sobre isto. Sois depositários e não proprietários. Em vão chamais economia e previdência ao que é apenas cupidez e avareza. Rio de Janeiro: FEB. _____. Allan. porque a riqueza não é necessária à felicidade. porquanto. »» O homem que se apega aos bens terrenos é como a criança. 557-558. como se prestásseis contas de uma tutela. _____. Se sois ricos. 24. pois. quando Deus vo-la dá. 558. 4. porque seria o indivíduo eximir-se da responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre aquele que a possui. 558. Rejeitar a riqueza. 557. em saber servir-se dela em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio. é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer administrando-a com sabedoria. _____. Questão 921. XAVIER. sobretudo. Vinha de luz. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. p. O que deles se desprende é como o adulto que vê as coisas mais importantes. ed. KARDEC. Questão 921 – comentário. 5. p. não esqueçais que esses bens apenas vos estão confiados e que deveis justificar o emprego que lhes derdes. questão 922. Proceder desse modo seria compreender mal o desprendimento dos bens terrenos. a uma mendicidade voluntária. »» O rico tem. assim. condenando-o. por compreender estas palavras proféticas do Salvador: “O meu reino não é deste mundo”. 2008. para satisfazer a uma fantasia. em perdê-la sem murmurar. 3. O pouco apreço que se ligue a uma coisa torna menos sensível a sua perda. Resumirei o que expus. quem assim agisse. caso apraza a Deus retirá-la. p. p. em não sacrificar por ela os interesses da vida futura. Questão 920. O livro dos espíritos. 2. Rio de 54 .EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 que esbanje a mancheias o ouro de que disponha. Referências 1. Pelo Espírito Emmanuel. tornar-se-la uma carga para a sociedade. »» O desapego aos bens terrenos consiste em apreciar a riqueza no seu justo valor. »» Ponderai. um egoísmo de outro gênero. não invejeis os ricos. que só vê o momento presente. »» Aí tendes. 2. meus amigos. que ele pode embelezar e tornar proveitosa a si mesmo. dizendo: sabei vos contentar com pouco. »» O Senhor não ordena a ninguém que se despoje do que possua. Se sois pobres. o que eu queria vos ensinar acerca do desprendimento dos bens terrenos. Francisco Cândido. uma missão. que há bens infinitamente mais preciosos do que os da Terra e essa idea vos ajudará a desprender-vos destes últimos. talvez não dê um centavo para prestar um serviço. ed. 27. Cap. 5. 177. 55 . no fundo dá mostras de inveja. Allan. ao final. 425-426. _____. XAVIER. Cap. 2009. item 14. p. 27-28. 6.129-130. (Mateus. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. _____. XVI. 324. 7. Em seguida. que deve ser analisado em conjunto com a turma. XIII. Pelo Espírito Emmanuel. 34. 11. 1 ed. p. item 20. VI. ambição e desesperança. Op. 2006. O evangelho segundo o espiritismo. Fonte viva. 2006.. Rio de Janeiro: FEB. Op.) Quem se aflige indebitamente. Cap. Francisco Cândido. ed. Allan. Orientações ao monitor Introduzir o tema. 326-331.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 Janeiro: FEB. 170-171. ao ver o triunfo e a prosperidade de muitos homens impiedosos e egoístas. Item 12. p. p. 321. V. 8. inserida em anexo. 6:20. item 10. p. É preciso que assim não seja! * XAVIER. revolta. Item 9. Rio de Janeiro: FEB. Cap. Cit. O evangelho segundo o espiritismo.. Anexo Riqueza para o Céu* Emmanuel “Ajuntai tesouros no céu. em plenário. p. 9. Cap. a respeito dos dois conteúdos: a) o significado de felicidade atual e futura. 320. pedir aos participantes que façam leitura reflexiva do Roteiro e. 10. 6:19-21 (veja ideas principais). p. p.. b) condições que garantem a felicidade atual e a futura Realizar o fechamento do estudo com base na mensagem de Emmanuel (Riqueza para o céu). 12.” Jesus. item 12. KARDEC. _____. apresentando a orientação de Jesus que consta em Mateus. Francisco Cândido. _____. Cit. KARDEC. p. Cap. trocar ideas. Vinha de luz. despojados de qualquer escrúpulo moral. Amealhemos bondade e cultura. porquanto estaríamos órfãos de sintonia para corresponder aos apelos da Vida Superior. propriedade passageira e fortuna amoedada podem ser simples atributo da máscara humana. Sem o tesouro da educação pessoal é inútil a nossa penetração nos céus. com o devido merecimento? Se observamos homens e mulheres. 56 . quem pode dizer que retém as vantagens da Terra. infatigável. pena deles. porque amanhã seremos visitados pela mão niveladora da morte e possuiremos tão-somente as qualidades nobres ou aviltantes que houvermos instalado em nós mesmos.EADE • Livro IV • Módulo I • Roteiro 4 Afinal. Beleza física. tenhamos. Cresçamos na virtude e incorporemos a verdadeira sabedoria. compreensão e simpatia. detendo valores transitórios do mundo. poder temporário. A palavra do Cristo é clara e insofismável. que o tempo transforma. Isso quer dizer “acumulemos valores íntimos para comungar a glória eterna!” Efêmera será sempre a galeria de evidência carnal. — “Ajuntai tesouros no céu” — disse-nos o Senhor. ao revés. EADE Livro IV | MÓDULO II A MORTE E SEUS MISTÉRIOS . . .. »» Analisar características do processo de perturbação espiritual presente na desencarnação. a [. Ideas principais »» Desinformações sobre a continuidade da vida em outro plano. item 8. [.MÓDULO II A MORTE E SEUS MISTÉRIOS Roteiro 1 O TEMOR DA MORTE Objetivos »» Explicar por que o momento da morte é. e. Cap. como ocorre a desencarnação e quais são suas principais etapas. pois..]. do qual ele se sente feliz em libertar-se. que acompanha a morte. »» Esclarecer.. está subordinado à força adesiva que une o corpo ao perispírito. XXIII. se o desprendimento se operar sem 59 . e acelerar a rapidez do desprendimento.. temido. verdadeiro grilhão que o prende à gleba terrena.. torna a passagem menos penosa. espécie de morte. que tudo o que puder atenuar essa força. finalmente. O corpo não passa de vestimenta grosseira que reveste temporariamente o Espírito.] existência terrestre é transitória e passageira. em geral. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. como ensina o Espiritismo. produzem o temor da morte. se comparada ao esplendor e atividade da vida espiritual. »» O [.Livro IV .EADE . à luz do Espiritismo.] sofrimento. o espiritual. que. .. item 6 »» Durante a desencarnação ou morte do corpo físico. [. Cap. o desprendimento é muito menos rápido. e não a desse segundo envoltório.. causando temores e até situações de desespero ou revolta. sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual. semanas e até meses.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 dificuldade.. I. no corpo. À proporção que se liberta. não é a partida do espírito que causa a morte do corpo. a alma deixará de experimentar qualquer sentimento desagradável. o Espírito está preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou perispírito.] o perispírito se desprende. item 18... Allan Kardec: A gênese. variando de algumas horas a alguns anos. Assim. item 5.. Cap. no instante da morte. A observação comprova que. contudo. Esclarece Allan Kardec que durante a vida. o desprendimento do perispírito não se completa subitamente. Allan Kardec: O céu e o inferno. ou desencarnação segundo terminologia espírita. que o temor da morte está relacionado a dois fatores básicos: ignorância a respeito da vida no além-túmulo e processos de culpa ou remorso decorrentes da lembrança dos atos cometidos durante a existência física. Segunda parte. em geral fornecidos pelas religiões ou pela educação que foi transmitida ao Espírito. Em uns é bastante rápido. fantasias e desinformações sobre a morte do corpo físico. da menor vitalidade. que se separa do corpo quando cessa neste a vida orgânica. A morte é apenas a destruição do corpo.. conforme se unira [na reencarnação]. Subsídios A morte do corpo físico. Segunda parte.1 60 .]. molécula a molécula. esta é que determina a partida do Espírito [.. e ao Espírito é restituída a liberdade. pois.]. XI. ser considerada o estado normal no instante da morte e perdurar por tempo indeterminado. podendo-se dizer que o momento da morte é também o da libertação. Cap.] perturbação pode. a despeito de ser a desencarnação um fenômeno natural e inexorável. nem a possibilidade de um retorno à vida [. durando algumas vezes dias. a alma encontra-se numa situação comparável à de um homem que desperta de profundo sono [. que se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. Pode-se dizer. »» A [.. Há muita superstição. I. Allan Kardec: O céu e o inferno. em outros. pode apresentar alguns mistérios.]. o que não implica a existência. . por ignorância ou imprudência. Entretanto. propositadamente. gozar de relativa felicidade. apesar das vicissitudes que formam o cortejo inevitável da vida terrena. quando se aproxima o instante de retornar à vida espiritual. refletida nos seus atos cotidianos. não há como voltar atrás.. se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes. tomada por uma espécie de lucidez sobre as consequências dos seus atos e escolhas executados ao longo da reencarnação. geralmente. alguns até injustificados. nos insensatos como eles. os sucessos dos rivais lhes dão vertigem. É de fundamental importância que o Espírito reencarnado desenvolva. capazes de lhe fornecer certa dignidade espiritual. poderia ele. porque a felicidade sem mescla não existe na Terra. tormentos que está nas suas mãos evitar. já não há mais tempo. Por conseguinte.]”. o que foi feito foi feito. ele se mostra ávido de tudo que o possa agitar e perturbar e. então. sofre durante e após a desencarnação. assinala Espírito Lacordaire “[. independentemente das convicções religiosas que possua ou da forma como foi educado. a pessoa é. pelo menos.. de caráter transitório. desde a infância. O homem vive incessantemente em busca da felicidade. que lhe escapa a todo instante. isto é. que são um gozo antecipado das alegrias celestes. Haverá maiores tormentos do que os causados pela inveja e pelo ciúme? Para o invejoso e o ciumento. O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias.2 Um fato que merece destaque é que. aprendizados de ordem moral.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 Percebe-se. não há repouso. toda a sua alegria consiste em excitar. todas. Não há dúvida que a consciência culpada. a raiva e o 61 . porque elas são. em vez de procurar a paz do coração. imperecíveis. são movidos apenas pela vontade de sobrepujar seus vizinhos. Há necessidade de o indivíduo aprender a libertar-se do jugo das influências materiais. atormentada por remorsos. senão antes do final da existência física.] O amor aos bens terrenos é um dos mais fortes entraves ao vosso adiantamento moral e espiritual [. estão perpetuamente febris. Neste sentido. por efeitos de atos e comportamentos desenvolvidos. São tormentos impostos ao indivíduo por ele mesmo. nos gozos materiais. em vez de procurá-la nos prazeres da alma. única felicidade real neste mundo. o indivíduo sofre. Entretanto.. deixando-se conduzir por medos. evitando apego excessivo a elas. coisa curiosa! O homem parece criar para si. que a primeira providência é preparar-se para morrer. lhe será concedido nas inúmeras experiências reencarnatórias. Pobres insensatos. sua conduta moral responsável durante a existência tem o poder de atrair Espíritos benfeitores que. em termos espirituais. o Espírito preso às paixões inferiores sofre. com a morte do corpo físico. Bíblia de Jerusalém).4 62 .. talvez. Na verdade. cuja cobiça lhes envenena a vida! [. por ora. promovendo o bem. porque tem consciência de que “fez o melhor que lhe foi possível”. Tocado pelas vibrações superiores e pelo apoio dos amigos espirituais. combatendo imperfeições. [. mas que. Para ele. verdadeiro grilhão que o prende à gleba terrena. sem ganâncias ou ambições exageradas. espécie de morte. que: a vida espiritual é.3 Dessa forma.. terão de deixar todas essas futilidades. intuitivamente.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 ciúme que os devora. não pensam que amanhã. se comparada ao esplendor e atividade da vida espiritual. pela cegueira que se conduziu vida afora. voluntariamente posicionados ao seu lado. E mais: mesmo que essa pessoa não possua maiores informações sobre o plano espiritual para onde se encaminha. cedo ou tarde. com efeito. a verdadeira vida. ele já se encontrava morto. que praticou a caridade. sua existência terrestre é transitória e passageira. do qual ele se sente feliz em libertar-se. os sofrimentos ou angústias dos momentos finais serão perfeitamente suportados. A sua desencarnação será mais amenizada. sim. considerando que essa pessoa ainda não revela possuir o necessário discernimento para buscar os valores espirituais. Estava morto. O corpo não passa de vestimenta grosseira que reveste temporariamente o Espírito. realmente. Verifica.. é a vida normal do Espírito. adquire a necessária tranquilidade para atravessar os momentos finais da desencarnação. mesmo quando o corpo físico se encontrava em plena vitalidade. que cumpriu seus deveres familiares. que a vida não acaba com a morte do corpo físico. Nesta situação. profissionais e sociais.. Situação diversa acontece com o Espírito que durante a existência física se deixou conduzir por uma vida mais simples. é comum o Espírito adquirir certa lucidez e perceber. então.]. 9:6. uma dolorosa tragédia. que procurou desenvolver virtudes. que lhe parece perda irreparável. o ampara e lhe ameniza possíveis sofrimentos nessa fase de transição.]. É um aprendizado que está por fazer. cabe apenas o conselho de Jesus: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos” (Lucas. Daí a preocupação e o temor demonstrados no instante da morte. em geral. o homem deixa a vida sem o perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de óleo”.] as sensações que precedem e se sucedem à morte. conforme se unira [na reencarnação]. em geral. desesperados. ou. os que se deixaram empolgar pelos gozos deste mundo.. o desprendimento.. em outras palavras. à vida que se lhes esvai. a que resulta do esgotamento dos órgãos. esta é que determina a partida do Espírito [. não menos importante.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 1. e o Espírito é restituído à liberdade.7 Entretanto. em consequência da idade.5 Outra informação. nas mortes repentinas e violentas. ou quando a velhice tenha debilitado as forças orgânicas. Aqueles dois estados se tocam e se confundem. dependendo das circunstâncias do trespasse e da maior ou menor elevação moral do trespassado. Depois de longa enfermidade. o perispírito acha-se enraizado no corpo físico. horrorizados.]. não é dolorosa a separação da alma do corpo no momento da desencarnação.. bem como a duração do processo de rompimento dos laços fluídicos que unem a alma ao corpo físico. de modo que o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o prendiam: eles se desatam. não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo... o Espírito encontra-se em estado de inconsciência: “Na morte natural. O desligamento perispiritual durante a desencarnação Os Orientadores da Vida Maior informam que. a hora da separação é angustiosa e cruel. uma vez que.6 Ensina a Doutrina Espírita que. agarram-se. se efetua fácil e suavemente. durante a reencarnação. sentindo. sendo que os suicidas se mantêm presos ao corpo por muito tempo. “os vermes lhes corroerem as carnes”.8 63 . os que se empenharam apenas em amontoar bens materiais. “[. os malfeitores e os criminosos. semelhando-se a um sono muito agradável.] a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo a que se restituiu subitamente a liberdade. é preciso considerar que [.]”. quanto mais vitalidade exista no organismo. molécula a molécula.. variam de caso para caso. porque a própria consciência lhes grita que nada de bom podem esperar no futuro [. é de que nos instantes limítrofes entre a morte do corpo físico e o desligamento perispiritual. não se quebram. Para os que só cuidaram de si mesmos.. a rigor.. Com a desencarnação. [. Via de regra. Assim..] o perispírito se desprende. às vezes até à sua decomposição completa.. o desprendimento da alma é tanto mais prolongado e penoso quanto mais fortes sejam aqueles liames. Sendo assim.10 Outra situação. É nesse sentido que a prece pode não apenas aliviar. existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o ‘tônus vital’. É uma forma fraterna de facilitar a desencarnação de um ente querido. a prece tem sobre eles uma ação mais direta: reanima-os. menos infelizes.. em alguns casos. é preciso desenvolver um sentimento de compaixão e de solidariedade para com os Espíritos que desencarnam em situações difíceis. faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres. Perguntando a Chico Xavier a respeito. Uma forma de manifestar atenção e piedade para esses sofredores é orar por eles. procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais. sentem-se menos abandonados. há cada vez mais preferência pela cremação. os familiares ou amigos mais relacionados devem obter informações a respeito.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 Assim. ser motivo de desarmonia espiritual.9 O destino que é dado aos despojos do corpo físico pode. Nos dias atuais. como medida sanitária a cremação é mais indicada. ele nos responde por meio das seguintes considerações: 64 .] Na cremação. nas primeiras horas sequentes ao desenlace. Mas este não deve ser o único critério que deve guiar a tomada de decisão. Os Espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas. Realmente. em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material. bastante atual diz respeito à doação de órgãos. incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e pode desviar-lhes o pensamento do mal. o Espírito pode apresentar um estado de perturbação extremamente variável. Há indivíduos que têm horror ao sepultamento. conforme o peso das causas geradoras da desarmonia. Importa também considerar: [.. A prece ameniza-lhes o sofrimento. pois. na possibilidade de não existir uma decisão expressa. de certo modo. como abreviar seus sofrimentos. verificando que há quem pense neles. como acontece nos casos de morte violenta e nos suicídios. É importante avaliar se não haveria a possibilidade de o doador ficar preso às vísceras. outros são indiferentes. Um deles é que tenha ocorrido anterior manifestação escrita ou verbal do desencarnado. invés do sepultamento. porque. Mas. Nestas condições. Etapas da desencarnação Os Espíritos nos relatam algumas características inerentes ao momento da desencarnação.. por ocasião da morte física. que levaram uma existência marcada por ações más. é realmente digno de menção. como voluntários.). o que nos leva a supor que existe certo padrão no processo. morte natural etc. na desencarnação de determinadas criaturas. sem incidentes.. sem desejar qualquer remuneração. 65 ..].. mesmo que este não possua grandes méritos: “[.]. devendo haver. esta criatura está em condições de doar.”12 Há indicações de que o processo de desligamento perispiritual.. De qualquer forma. No segundo grupo os desencarnantes que não souberam amealhar amizades. a doação prévia de órgãos que lhe pertençam... há sempre benfeitores espirituais que. variações. Cooperados especializados aglutinam esforços no afã de desligarem. porque não vai afetar o perispírito em coisa alguma.] O esforço e abnegação dos Mentores Espirituais. direta ou indiretamente ligadas a ele... [. já desencarnados. podem defrontar-se com entidades malévolas..] Sempre que a pessoa cultiva desinteresse absoluto por tudo aquilo que ela cede para alguém. sem aguardar gratidão alguma. se a pessoa chegou a um ponto de evolução em que a noção da posse não mais a preocupa. isto é. o Espírito eterno do aparelho físico terrestre [.. naturalmente. operado por esses Espíritos especialistas. causando-lhe transtornos dos mais variados e intensos. Encontram-se também familiares e amigos queridos. nem mesmo aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome de compreensão. que ali permanecem aguardando ou auxiliando o processo de desligamento final.]. Existe a informação bem conhecida de que durante a desencarnação a criatura nunca está a sós. Mas o tipo de companhia pode ser categorizada em dois grupos. conforme as condições apresentadas pelo Espírito desencarnante e o tipo de morte (suicídio. se desenvolve em etapas. O primeiro é constituído de benfeitores espirituais e de Espíritos especializados nos processos que conduzem à desencarnação..11 2. não afeta o corpo espiritual do doador [. auxiliam o desencarnante.] Quando o doador é pessoa habituada ao desprendimento da posse [.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 [. sem perguntar ao beneficiado o que fez da dádiva recebida. Irmão Jacob (pseudônimo de Frederico Figner). [. às vezes por muitos anos. em toda riqueza de detalhes... julgando-as por si mesmo. o moribundo começa a esticar os membros inferiores. quando tomam consciência que.. de fato. segundo informações retiradas do livro Voltei13 cujo autor espiritual. cujas causas residem na vida que o Espírito levou quando encarnado.].]. angústia e pulso fraco. a região mais importante... como sede das manifestações fisiológicas. concluindo a desencarnação. onde fica situado o Centro Mental. digna de nota. sediado no tórax e representando a zona dos sentimentos e desejos.. o esfriamento do corpo. Com essa providência.. Outra situação. presente nos refolhos da memória integral do Espírito. em nível de sistema nervoso central. estão desencarnados.] operação final é no cérebro. por sua vez. de forma ampla. Trata-se de uma situação dolorosa. logo após. por exemplo). que é acionado no momento dessa tomada de consciência.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 Esse processo se desenrola.] Após essa última operação magnética.. rever. »» A [. revelando-nos que a sequência de todas as etapas perdurou por mais de trinta horas seguidas. a despeito de ter ocorrido o desligamento perispiritual.. é uma cavidade situada na face posterior do bulbo e protuberância. »» A [. e que podem estar associadas ao gênero de morte (suicídio. [. portanto anteriormente ao cerebelo”. por ele mesmo. erros e acertos. a fim de que o Espírito possa. as próprias ações realizadas. relata a própria desencarnação. Importa ponderar que.] sobrevém o estado de coma. antes que ocorresse o desligamento final. sobre o Centro Emocional. que. aflição. »» Atuando os Espíritos Superiores.. »» Por fim. que a Medicina define mais ou menos com as seguintes palavras: “Assoalho do quarto ventrículo. [. embora o Espírito esteja ligado — e bem ligado ao veículo físico [. O trabalho magnético se realiza inicialmente sobre a fossa romboidal. sobre a fossa romboidal. diz respeito ao relato dos desencarnados de que. propriamente dito. Parece que há um mecanismo interno. O livro A crise 66 ..] operação inicial é efetuada na região do ventre. surge-lhes uma visão panorâmica e retrospectiva da última existência corporal. Só então está concluído desligamento perispiritual do corpo físico. novos sintomas se verificam: desregularidade do coração. há Espíritos que permanecem ligados aos despojos do corpo físico. à qual se acha ligado o Centro Vegetativo. sobrevindo.. o ocorre o último desatamento do laço fluídico. a seguir. não se furta aos momentos finais. variando de algumas horas a alguns anos. Perturbação espiritual no momento da desencarnação Já estamos plenamente informados de que a [. que caracteriza o fim da existência física.14 de Ernesto Bozzano. a alma encontra-se numa situação comparável à de um homem que desperta de profundo sono..].] extinção da vida orgânica resulta na separação da alma em consequência do rompimento do laço fluídico que a une ao corpo. incertas.16 Allan Kardec denominou de Perturbação o espaço de tempo que se inicia com os processos agônicos e que se conclui com o desligamento perispiritual.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 da morte. vagas.. Merece ser lido. e..]”. neutralizando. as sensações. ao menos em parte. que tudo o que puder atenuar essa força e acelerar a rapidez do desprendimento. Dizemos quase nunca porque há casos em que a alma pode contemplar conscientemente o desprendimento [. É como se disséssemos um estado de catalepsia.. Essa separação. pois... nesse “[. mas pouco a pouco se 67 . mesmo que este estado seja muito breve e não provoque maiores desconfortos.. é uma das obras espíritas clássicas que informa a respeito dessa visão panorâmica.15 Ainda que o desencarnante possua títulos de virtudes e méritos. finalmente. a vista apenas distingue como que através de um nevoeiro. contudo. o do desligamento perispiritual. as ideas são confusas. que se o desprendimento se operar sem dificuldade.. a alma não experimentará nenhuma sensação desagradável.17 [.. torna a passagem menos penosa.. de modo que a alma quase nunca testemunha conscientemente o derradeiro suspiro. ser considerada o estado normal no instante da morte e perdurar por tempo indeterminado. À proporção que se liberta. Daí resulta que o sofrimento que acompanha a morte está subordinado à força adesiva que une o corpo ao perispírito. 3.] instante a alma experimenta um torpor que paralisa momentaneamente as suas faculdades. Acrescenta que. nunca é brusca: o fluido perispirítico só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos.] A perturbação pode. de sorte que a separação só é completa e absoluta quando não resta nenhum átomo do perispírito ligado à molécula do corpo [. ”21 »» A perturbação varia.. porque se libertou da matéria durante a vida no corpo. no momento da desencarnação. conforme as circunstâncias. apresentando “[. principalmente. é qual horrendo pesadelo. calmo.”20 »» O tempo de duração do estado de “[. como ensina o Codificador: O estado moral da alma é a causa principal maior ou menor facilidade de desprendimento. Aquele que está mais purificado se reconhece quase que imediatamente. guarda por muito mais tempo a impressão da matéria. tétrico.] perturbação que se segue à morte é muito variável. Ao contrário... esse desprendimento.. em seguida. nas almas puras. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego à matéria. para uns. »» O grau de lucidez que acompanha a perturbação não é o mesmo grau para todos os desencarnantes. de nós somente depende o tornar fácil ou penoso. visto que o Espírito já compreendia de antemão a sua situação. para outros. de acordo com as características individuais e. esse despertar. “[.17 O estado de maior ou menor sofrimento que acontece nos estertores da agonia. também..] circunstâncias particulares. de pessoa para pessoa.18 Analisamos. que atinge o seu máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusiva e unicamente à vida e gozos materiais.”19 »» O conhecimento espírita a respeito da desencarnação e da vida no Além é importante. Bem diverso é.... Pode ser de algumas horas. acorda-lhes sensações deliciosas. com o gênero de morte.. desperta-se-lhe a memória e o conhecimento de si mesma. E desde que a lentidão e a dificuldade do desprendimento estão na razão do grau de pureza e desmaterialização da alma.]. resulta da situação moral do desencarnante.. Nas mortes 68 . o apego é quase nulo. Mas a prática do bem e a confiança pura exercem maior influência. Ao passo que o homem carnal. aterrador e ansioso. bem como de vários meses e até de muitos anos [.] Depende da elevação de cada um.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 aclara. pode prolongar-se após o desligamento perispiritual. agradável ou doloroso. contudo. que antecipadamente se identificam com a vida espiritual. outros pontos importantes relacionados ao estado de perturbação que acompanha os momentos finais da existência no Espírito que. aquele cuja consciência não é pura.] muito grande. pois exerce influência “[. item 23.. XXIII. Rio de Janeiro: FEB. iIem: Doações de órgãos. Esta ilusão dura até o completo desprendimento do perispírito. item 18. ed. por suicídio. Questão 155-a. p. _____. _____. p. 135. o perispírito faz repercutir na alma todas as sensações daquele. XXVII. 1. 2008. principalmente.22 »» No suicida. Cit. Cap. apoplexia [sufocamento]. 160. São Paulo: Editora Fé.. 8. 6. p. 2. Op. KARDEC. Cap. 2009.”23 Referências 1. especial. 326. fala-lhes e não entende por que elas não o ouvem. essa situação é. ed. 7. Cap. p. Nestas condições. Pergunta 151. Cap. 1. Francisco Cândido.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 violentas. vê o seu corpo. A gênese. 2009. _____.”21 »» Importa considerar que a perturbação pode ser agravada nas mortes violentas: “Como não houve nenhuma desagregação parcial capaz de levar a uma separação antecipada entre o corpo e o perispírito. _____. p. O consolador. O evangelho segundo o espiritismo. 4. 3.161. No entanto. 22. suplício. item 18.. com atrozes sofrimentos. Rio de Janeiro: FEB. acidente. 2010. “[. Preso ao corpo por todas as suas fibras. sabe que esse corpo é seu. Rio de Janeiro: FEB. ed. 419. 10. 1997. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Páginas de espiritismo cristão. questão 154 – comentário. espantado. Allan. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 9. 47. 466-467. 2. item 8. 272. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. CALLIGARIS. fica como aturdido: sente. XVI. p. Rodolfo. XI. p. _____. a vida orgânica é subitamente aniquilada no auge da exuberância. _____. Pelo Espírito Emmanuel. O livro dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB. item 14. Op. O Espírito. O livro dos espíritos. ed. 5. Cap. XAVIER. pensa e acredita-se vivo. Allan. p. 6. Cap. 2008. colhido de improviso. 77-78. ed. _____. o Espírito fica surpreendido. 69 . Cit. p. 11. o desprendimento só começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente.. V. 122. Lições de sabedoria: Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita. 28. etc. questão 155-a – comentário. ferimentos. p. Rio de Janeiro: FEB. KARDEC. p. não acredita que esteja morto e sustenta esta idea com obstinação. 160. mas não compreende que se ache separado dele: acerca-se das pessoas a quem estima.] mais aflitiva. prolongando-se esta ilusão até que compreenda a sua posição”. 1. O evangelho segundo o espiritismo. ed. 2006. 2007. 2006. Francisco Cândido. 226. ed. Cit. p. questão 164. Cap. Questão 165. p. eutanásia e homicídios). Cit. Ernesto. 21. 243-244. Op. 18.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 1 12. item 5. Allan. 20. o processo da desencarnação. Segunda parte. Segunda parte. Op. _____. p. _____. _____. 26. 13. 1. 164. Cap. XAVIER. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Observação: para a próxima reunião. mas após a leitura do item 3: Perturbação espiritual no momento da desencarnação. 4. após a leitura do item 1. Rio de Janeiro: FEB. Segunda parte. aborto. Rio de Janeiro: FEB. p. 17. _____. I. 2. Empregar com o outro grupo o mesmo critério. item 12. p. 25. Segunda parte. ed. I. Questão 165 – comentário. 3. I. 223. deste Roteiro de Estudo: O desligamento perispiritual durante a desencarnação. 29-32. 10. Estudando a mediunidade. p. p. 165. Pelo Espírito Irmão Jacob. p. item 6. Solicitar a um dos grupos que descreva. em periódicos ou livros subsídios referentes às mortes prematuras (suicídio. 221. 16. 222. Tradução de Guillon Ribeiro. _____. ed. ed. p. Fazer a integração da aula por meio de breve exposição do item 2 do Roteiro (Etapas da desencarnação). 19. 70 . Dividir a turma em dois grandes grupos. 15. Voltei. BOZZANO. O céu e o inferno. Cap. 34. Segunda parte. A crise da morte: segundo o depoimento dos espíritos que se comunicam. Rio de Janeiro: FEB. PERALVA. Cap. _____. _____. com as próprias palavras. p. 14.225. I.. O céu e o inferno. p. 23. _____. Rio de Janeiro: FEB. 22. 2009. 164. item 4. KARDEC.222 . I. O livro dos espíritos. item 8. Cap. Martins. os participantes serão incumbidos de pesquisar na internet. Cap. oferecendo condições de debater estes temas com mais profundidade. Orientações ao monitor 1. »» Analisar.EADE .Livro IV . »» No suicídio. Allan Kardec: O livro dos espíritos.. questão 199. em cada caso de morte prematura estudado.. cometerá crime sempre que tirar a vida de uma criança antes do nascimento. o complemento de uma existência interrompida antes do término devido.. e sua morte. quase sempre. pelo tempo indispensável à justa 71 . desencarnação de crianças. constitui provação ou expiação para os pais. suportando compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria.] Uma mãe. Allan Kardec: O livro dos espíritos. para o Espírito que nela está encarnado.] atormentada de dor. eutanásia. suicídio. »» A duração da vida da criança pode representar. ou qualquer outra pessoa. pois está impedindo uma alma de suportar as provas de que serviria de instrumento o corpo que estava se formando.MÓDULO II A MORTE E SEUS MISTÉRIOS Roteiro 2 MORTES PREMATURAS Objetivos »» Identificar os principais tipos de mortes prematuras e em que condições elas ocorrem. as consequências espirituais desse tipo de desencarnação. Ideas principais »» As principais mortes prematuras podem ser assim classificadas: aborto deliberado. a consciência desperta no nível de sombra a que se precipitou. questão 358. [. »» [.. Subsídios Há várias situações que podem ser identificadas como mortes prematuras. diretos ou indiretos.].] “cuja consciência não está pura. d) eutanásia. Item: suicídio. com impositivos de reajuste em existências próximas.. [. em meses ou anos...“1 1. b) desencarnação infantil e na adolescência. em uma dessas categorias de mortes prematuras. [.. As desencarnações ocorridas pelo uso de substâncias psicoativas.. em termos objetivos. Importa considerar. uma vez que fazem parte do quadro de expiação e provações definidas no planejamento reencarnatório. Para o Espírito [.] Não te creias autorizado a desferir o golpe supremo naqueles que a agonia emudece. que somente a justiça e a misericórdia divina têm poder para analisar caso a caso. [. existem mortes que são antecipadas. na presente reencarnação. apenas repontam avisos e advertências para que o erro seja sustado ou para que a senda se reajuste amanhã. Contudo. c) suicídios. »» O Espiritismo não apóia a eutanásia. pondera Emmanuel: [. que pudesse 72 . Nesta situação.]. Por este motivo. os resultados não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo.. porque surgem os desequilíbrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual... uma vez que nada executaram. definindo atenuantes e agravantes. que aumentam à medida que ele reconhece a sua nova situação. Emmanuel: Religião dos espíritos. direta ou indiretamente.]. por homicídio e por atos de violência podem se enquadrar. por invigilância e uso indevido do livre arbítrio por parte dos envolvidos. todavia. os envolvidos não são julgados culpados. Item: sofrimento e eutanásia. muita vez. O abortamento O aborto pode ocorrer de forma espontânea ou provocada.. naturais e provocados. a pretexto de consolação e de amor. Em sentido oposto.. a perturbação é cheia de ansiedade e de angústias. podemos considerar os casos de: a) abortamentos. o estado de perturbação se prolonga por um período de tempo difícil de precisar. Emmanuel: Religião dos espíritos. porque. mas. Há mortes prematuras que independem da vontade e ação humanas. No primeiro caso. por trás dos olhos baços e das mãos desfalecentes que parecem deitar o último adeus.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 renovação. A segunda possibilidade é considerada delito grave contra as leis de Deus. O direito de 73 . No que diz respeito à sua capacidade reprodutiva. pode usar do seu livre-arbítrio na forma que bem lhe aprouver. como todo ser humano.”4 A nenhum ser humano.] Há crime toda vez que transgredis a lei de Deus. uma vez que o corpo que ela abriga. na condição de embrião ou feto. quando ele perguntou se a provocação do aborto constituiria crime:2 [. pois está impedindo uma alma de suportar as provas de que serviria de instrumento o corpo que estava se formando. cometerá crime sempre que tirar a vida de uma criança antes do nascimento. mesmo que este corpo se encontre temporariamente alojado no interior do seu. Entretanto.3 A mulher. Não tem direito. boas ou más. Meditemos na lição para não cairmos de novo sob o antigo e pesado jugo de nossas próprias paixões. dos atos praticados. ela pode. totalmente vulnerável à vontade de quem lhe deve proteção. deve estar ciente que responderá pelas consequências. apresentando o seguinte argumento: “É preferível sacrificar o ser que ainda não existe a sacrificar o que já existe”. contudo. sob quaisquer justificativas. evidentemente.. de decidir sobre o corpo ou a vida de outra pessoa. pertence a outro ser humano. até por uma questão de liberdade individual. sendo que a legislação do Brasil faculta duas exceções: quando a gestação implica risco de vida para a mãe ou nos casos de estupro.. Analisemos. durante a gravidez. Uma mãe. principalmente a que se encontra em fase de gestação. ou qualquer outra pessoa. não resta dúvida. ela possui também liberdade para decidir se deseja uma gravidez ou se quer evitá-la pela utilização de métodos anticonceptivos. Esses mesmos Espíritos somente justificaram a indicação do aborto se a gestação e o nascimento da criança colocassem em risco a vida da gestante. Assim. Os Espíritos Orientadores da Codificação Espírita apresentaram a seguinte resposta a Kardec. que não [.. Não se trata de um direito..] “existe liberdade e respeito sem obrigação e [amor ao próximo]. é concedida a liberdade de atentar contra a vida do seu semelhante. porém. tomar decisões relacionadas ao próprio corpo. Assim é totalmente falsa a idea de que a mulher pode dispor de forma absoluta de seu corpo para a prática do aborto.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 ser catalogado como atentado à vida do ser em vias de reencarnar. é justo recordar que a criatura. cedo ou tarde. emite comentários sobre a morte precoce de entes queridos. 2. sempre. Sendo assim. arrebatando. assim. atingirão a organização física e psíquica dos que cometeram semelhante ação. o exercício do seu livre-arbítrio... durante a reencarnação. os mais jovens antes dos velhos. mas se subordina ao direito absoluto da vida do reencarnante.] duração da vida da criança pode representar.] Guardemo-nos.. quando se mostre na posição moral de resolver quanto ao próprio destino. Eis alguns trechos desta confortadora mensagem:7 »» Quando a morte ceifa nas vossas famílias. é importante recordar: Convictos de que o Espírito escolhe as provações que experimentará na Terra.5 Assim. e sua morte. elege. quase sempre. situação geradora de culpas e remorsos inevitáveis que. ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. o complemento de uma existência interrompida antes do término devido. a decisão entre uma e outra ação caracteriza. sem restrições.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 escolha da mulher precede o ato da concepção.. procurando o equilíbrio e compreendendo no bem — expressando bondade e educação — a mais alta fórmula para a solução de nossos problemas. grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações. Desencarnação de crianças Esclarecem os postulados espíritas que a “[. para o Espírito que nela está encarnado. [. O aborto voluntário faz a consciência entrar em choque contra si mesma. automaticamente. para si mesma. costumais dizer: Deus não é justo. Na realidade. contra a perturbação. constitui provação ou expiação para os pais. pois leva os que são úteis e deixa os que já não servem para nada. o Espírito Sanson. pois sacrifica o que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções. cujas consequências delinearão a sua vida futura. jamais abortá-lo voluntariamente.”6 Em mensagem transmitida em 1863. pois despedaça o coração de 74 . perante uma gravidez indesejável a mulher tem liberdade para decidir se deseja criar o filho gerado ou se prefere entregá-lo à adoção. privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria. a morte é preferível. e a sábia previdência onde acreditais ver a cega fatalidade do destino.. [. Suicídio As causas alegadas para cometer o suicídio são várias. de O evangelho segundo o espiritismo e de O livro dos espíritos. Mas vós.. Em geral. alegrai-vos quando for agradável a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Aquele que morre na flor da idade não é vítima da fatalidade. mas as vossas dores desarrazoadas também os afligem. sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós. seus corpos fluídicos vos envolvem.]. e. Quase sempre a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida. indicam desconhecimento do valor que as provações representam no mecanismo de reajuste da consciência culpada perante as leis de Deus.. numa palavra. a simples dúvida sobre o futuro.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 uma mãe. a fim de compreenderdes que o bem. se esforçarem por provar aos que os ouvem ou lêem que estes nada têm a esperar depois da morte..] Em vez de vos queixardes. as ideas materialistas. »» Crede-me. Humanos. espíritas. respectivamente. também. retirado. Analisemos o seguinte conjunto de ideas. sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Não seria egoísmo desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que não tem fé e que vê na morte uma separação eterna. sim. »» A incredulidade. »» [. porque denotam falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus. estão muito perto. a esses desregramentos vergonhosos que desolam as famílias respeitáveis. Quando se vêem homens de ciência. apoiados na autoridade do seu saber. ferem um coração de mãe e fazem que os cabelos dos pais embranqueçam antes do tempo. seus pensamentos vos protegem e a lembrança que deles guardais os transporta de alegria. são os maiores incitantes ao suicídio: produzem a covardia moral. Mães. declarada desinformação quanto à continuidade da vida no além-túmulo. é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra. ou das seduções que talvez o arrastassem à perdição. não estão tentando 75 . 3. muitas vezes. numa encarnação de vinte anos. está onde julgais ver o mal. é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida. daí.. durante mais ou menos tempo.. são sempre relativas às causas que o produziram. Não há penas fixadas e. Alguns expiam sua falta imediatamente.11 »» De fato. os que são comuns a todos os casos de morte violenta e que resultam da interrupção brusca da vida. em todos os casos. a coragem moral. Há. haverá duas.. mas em condições muito diversas. [. Com o Espiritismo a dúvida já não é possível. Deus é quem julga e. Ademais. numa palavra. pode abrandar os rigores de sua justiça. o melhor que podem fazer é matar-se? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa consequência? Que compensação podem oferecer-lhes? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma.8 »» A propagação das ideas materialistas é.] os efeitos do suicídio não são idênticos. se são infelizes. a visão que se tem da vida. modificando-se. sucedendo um período de ilusão em que o Espírito. depende das circunstâncias. porque serão recompensados!9 »» O suicídio não apaga a falta.12 O suicídio pode ser classificado como direto ou indireto. portanto. e não aos que não têm força nem coragem. algumas vezes. que será pior do que aquela cujo curso interromperam. Isto se deve principalmente à persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo. enquanto na morte natural ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes mesmo que a vida se haja extinguido completamente. Felizes os que as suportam sem se queixar.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 convencê-los de que. porém. Ao contrário. a sorte não é a mesma para todos.] Deus ajuda aos que sofrem. [. julga pertencer ainda ao número dos vivos [encarnados]... Daí a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio.8 »» [.10 As consequências do suicídio são muito diversas. As tribulações da vida são provas ou expiações. ou consciente em inconsciente. uma consequência à qual o suicida não pode escapar: o desapontamento. pois. o veneno que inocula a idea do suicídio na maioria dos que se suicidam. em vez de uma. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para além do túmulo. conforme a causa. As consequências deste estado de coisas são o prolongamento da perturbação espiritual. é preciso tê-la também para lhe sofrer as consequências. e os que se fazem seus defensores assumem terrível responsabilidade. outros em nova existência. a não ser o nada. já que esse laço se encontra em todo o seu vigor no momento em que é rompido. Quando se teve a coragem de praticar o mal. 76 ..]. porém. Há. seja no leito das águas ou nas correntes de gás. tanto quanto outros males de etiologia obscura. Contudo. que correspondem a diversas calamidades congênitas.. os resultados não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo. lesam a saúde física. Enquadram nesta categoria 77 .”13 Emmanuel prossegue esclarecendo a respeito das consequências do suicídio direto:14 Atormentada de dor. os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo. suportando compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria. e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa. desse modo. no berço em que repontam. de uma forma ou de outra. através da premeditação mais profunda. as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas.. ou ambas. Os que se envenenaram. conforme os tóxicos de que se valeram. como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares. a consciência desperta no nível de sombra a que se precipitou. independentemente da causa geradora. psíquica. os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso. ao longo dos anos. com impositivos de reajuste em existências próximas. os que se asfixiaram. porque surgem os desequilíbrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 O suicídio direto. a representarem terapêutica providencial na cura da alma. Segundo o tipo de suicídio. com remorso mais amplo. sem as atenuantes da moléstia ou da ignorância. os quais. experimentam desarmonias da mesma espécie. em nível de detalhes: “No suicídio intencional. é precedido de um planejamento arquitetado. direto ou indireto. identificá-los. os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras. mas também o ato de violência que a criatura comete contra si mesma. notadamente as que se relacionam com o cretinismo.] Ser-nos-á fácil. surgem as distonias orgânicas derivadas. há que considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas. [. pelo tempo indispensável à justa renovação. às vezes. os achaques do aparelho digestivo. inclusive a mutilação e o câncer. como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil. a surdez e a mudez. entremostrando a expiação a que se acolhem. exibem os processos mórbidos das vias respiratórias. a cegueira e a loucura. renascem trazendo as afecções valvulares. No suicídio indireto o atentado contra a própria vida ocorre em decorrência dos comportamentos e hábitos desenvolvidos pelo indivíduo. . Daí a existência de inúmeras campanhas educativas a respeito das consequências do tabagismo. o vício alcança a delinquência. durante o período da existência física. Isto sem considerar os maus exemplos que fornecem e os sofrimentos que produzem nas pessoas queridas. sobretudo se o usuário dispõe de algum esclarecimento intelectual e espiritual.. Na verdade. predispondo-o a doenças não programadas. destituídos do apoio da lei. uma vez que o indivíduo não tem mais domínio sobre si mesmo. esses Espíritos ingeriram ou absorveram tóxicos considerados permissíveis. da gula desenfreada. dessa forma. A utilização sistemática de substâncias consideradas lícitas. encerrando consigo tantas potencialidades para o crime? O alcoólatra não é somente o destruidor de si mesmo. do alcoolismo. inserimos. Analisemos. o tempo programado para a desencarnação. não ponderando seriamente. entretanto. É o perigoso instrumento das trevas. em geral. antecipando. produzido por obsessão grave. nessa situação. pois. Os graves processos obsessivos e enfermidades mentais severas fazem parte dessa classificação. Quanto ao suicídio. que relata a triste experiência vivenciada pelo Espírito Hilda. transforma-se o incêndio em chamas devoradoras. De chispa em chispa. média ou grande magnitude. Por fraqueza moral. sobre os seus pensamentos e atos. [. este depoimento do Espírito Joaquim Dias:15 Alcoólatra! Que outra palavra existirá na Terra. e os ilícitos (drogatização por substâncias psicoativas). Não existem dúvidas sobre os efeitos produzidos pela dependência de drogas ilícitas no organismo físico e na mente do Espírito. desde os chamados lícitos ou legalmente tolerados. contudo. A mensagem fornece preciosos ensinamentos a respeito do assunto. conforme o caso. em seguida.16 78 .EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 todos os vícios. O incêndio que provoca desolação aparece numa chispa. O alcoolismo que carreia a miséria nasce num copinho. trechos de significativa mensagem presente no livro Vozes do grande além. a propósito. não é incomum Espíritos aportarem no mundo espiritual como suicidas. as quais. o uso de drogas toleradas pela lei representa terrível armadilha à saúde física e mental. do sexo irresponsável. sobre os efeitos dessas substâncias na produção de lesões que debilitaram o corpo físico. entre outros. ponte viva para as forças arrasadoras da lama abismal. não são seriamente consideradas pelos usuários. apresenta consequências danosas de pequena. Todo cuidado é pouco.]. De copinho a copinho. refugiemo-nos no santuário da prece e devotemo-nos à felicidade do próximo. muitas vezes a nossa consciência chora tarde demais. recebi a graça de acordar nos amigos encarnados a noção de “responsabilidade” e “consciência”. Fala-vos humilde companheira que ainda sofre. a bondade e o estudo. seja onde for. É por essa razão que terminamos as nossas frases despretensiosas. O pensamento delituoso é assim como um fruto apodrecido que colocamos na casa de nossa mente. A consciência revela-nos tais quais somos.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 Amigos: Há duas palavras com significação muito diferente na Terra e na Vida Espiritual. a perseguição se materializa. é assim como o detrito que guardamos irrefletidamente em nosso templo doméstico. no campo das imagens que nós mesmos criamos e alimentamos. assegurando a saúde e a tranquilidade. através dele. procuremos a execução de nossas tarefas. culpas ou compromissos. De instante a instante. visitemos o amigo enfermo. 79 . contra a dominação do pensamento infeliz. serviço esse a que me consagrei.] Agora. tentemos a conversação robusta e edificante. depois de aflitiva tragédia no suicídio. infeliz. porque o pensamento é a energia coagulante de nossas aspirações e desejos. busquemos o convívio do livro nobre. e. a outra é “responsabilidade”. muitas vezes conseguimos sufocar a primeira e iludir a segunda temporariamente. Enquanto desfrutais o aprendizado na experiência humana. não fugiremos aos resultados da própria ação. logo que o pensamento infeliz se esboce levemente na tela de nossos desejos imanifestos. até que novo estágio entre os homens me imponha a recapitulação total da prova em que vim a desfalecer. não será possível adormecer ou enganar uma e outra. na vida íntima. a obsessão se insinua. no campo das Verdades Eternas.. movimentemos também o trabalho. presidindo-nos a perturbação que fatalmente nos arrasta a grande perda. porque. e a responsabilidade marca-nos a fronte com os nossos merecimentos. usando desinfetantes e instrumento de limpeza. mas. atendamos à criança desventurada. alguém que conhece de perto a responsabilidade na queda a que se arrojou.. quando acordamos. a corrupção se dilata e atraímos em nosso desfavor todos aqueles elementos que se afinam com a nossa invigilância e que se sentem garantidos por nossa incúria. No plano físico. Por isso. diante da própria responsabilidade. Cumpramos nossas obrigações. Uma delas é “consciência”. [. instalando-nos sob a tutela do bem e agindo sempre contra o pensamento insensato. Se somos atenciosos para com a higiene exterior. acautelai-vos na conceituação dessas duas forças. que se me refazem as energias. lembrando a vós outros que o pensamento deplorável. Não te creias autorizado a desferir o golpe supremo naqueles que a 80 . Assim. sabemos que atrás de cada acontecimento há uma causa justa. Sabe-se que seu estado é desesperador. Eutanásia Em O evangelho segundo o espiritismo Kardec indaga à São Luís: Um homem está agonizante. A Ciência não se terá enganado alguma vez em suas previsões? Sei bem haver casos que se podem. recorda que a vida prossegue. sobretudo se estes se prolongam e se revelam dolorosos: produzem angústias e sofrimentos. mas. guardai-vos. Realmente. transmitida pelo Espírito em reunião mediúnica ocorrida em Paris. não é fácil presenciar o sofrimento de entes queridos em razão de enfermidades ou nos momentos finais da existência física. fato que ainda persiste nos dias atuais:17 Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir o homem até à beira do sepulcro. pois ignorais as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe podem poupar um relâmpago de arrependimento. presa de cruéis sofrimentos. Entretanto. porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro. que lhe é concedida. considerar desesperadores. conhece o valor de um último pensamento. O materialista. ainda que de um minuto. apressando-lhe o fim?17 A resposta. para daí o retirar. Minorai os derradeiros sofrimentos. no ano de 1860.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 4. além da grande renovação.. a fim de fazê-lo voltar a si e modificar-lhe os pensamentos? Ainda que um moribundo haja chegado ao último extremo. revela o terrível equívoco da prática da eutanásia. mas o espírita. se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde. porém. ninguém pode afirmar com segurança que lhe tenha soado a última hora. reanima-se e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem! Essa hora de graça. pode ser-lhe de grande importância. no momento mesmo de exalar o último suspiro. que apenas vê o corpo e não leva em nenhuma conta a alma. que já sabe o que se passa no além-túmulo. de abreviar a vida. com razão. não pode compreender essas coisas.. Será lícito lhe pouparmos alguns instantes de angústias. determinada pela misericórdia divina. tanto quanto puderdes. como nada acontece por acaso. aconselha Emmanuel:18 Quando te encontres diante de alguém que a morte parece nimbar de sombra. não há inúmeros exemplos em que o doente. é o sublime instrumento em que a alma é chamada a acender a flama de evolução. administrando-lhe o veneno da morte suave. O evangelho segundo o espiritismo. 70. Questão 358. Questão 957 – comentário. nas próprias moléstias reconhecidamente obscuras para a diagnose terrestre. porquanto. 184.]. Rio de Janeiro: FEB. fulgem lições cujo termo é preciso esperar. a pretexto de consolação e de amor. a quem deve. KARDEC. porque o corpo carnal. Cap. 579. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB. provavelmente. 4. 181. 81 . 166. p. Francisco Cândido. 2009. _____. Rio de Janeiro: FEB. XAVIER. 268. V. p.. Op. [. p. KARDEC. contudo. ainda mesmo o mais mutilado e disforme. 16. p. 573. 2008. _____. Op. 12. Referências 1. _____. 2006. p. 3. Questão 957. item 21. KARDEC. p. Cit. O livro dos espíritos. Ceifa de luz. p. questão 199. a conquista da quitação. E tal acontece. Francisco Cândido. p. Cit. ed. 8. Religião dos espíritos. 574. 123-124. p. 5. 268. Por isso mesmo. 6. ed. Item: doenças escolhidas. 10. Cap. 1. Questão 359. p. Cit. a fim de que o homem lhes não perca a essência divina. palpita a concessão do Senhor. Não desrespeites. 11. Allan. Op. 131-133. O livro dos espíritos.. 2. muita vez. Allan. Item: Suicídio. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 233 e 235.] Em todos eles.. 7. 9. _____. quem se imobiliza na cruz horizontal da doença prolongada e difícil. questão 946.. 578-579. p. questão 165– comentário. induzindo-nos ao pagamento de velhas dívidas que a Eterna Justiça ainda não apagou. Questão 948. porque. _____. Religião dos espíritos. 2008. brilha o socorro da Infinita Bondade facilitando. conhecerás também mais tarde o proveitoso decúbito indispensável à grande meditação [. Allan. O livro dos espíritos. p. p. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1 ed. em todas as circunstâncias. _____.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 agonia emudece. XAVIER.. Ante o catre da enfermidade mais insidiosa e mais dura. 13. Pelo Espírito Emmanuel. apenas repontam avisos e advertências para que o erro seja sustado ou para que a senda se reajuste amanhã. _____. assim. Item 16. 21.. _____. por trás dos olhos baços e das mãos desfalecentes que parecem dei-tar o último adeus. Rio de Janeiro: FEB. em plenária. no mínimo. 82 . V. 15. Francisco Cândido. Allan. 39 (mensagem do Espírito Hilda). os participantes apresentam. Cit. _____. Op. p. Cap. com base nos conteúdos apresentados neste Roteiro. O assunto deve ser analisado mais profundamente. 18. Diversos Espíritos. Item: sofrimento e eutanásia. Estimular um debate sobre os tipos de mortes prematuras. 17. item 28. 2003. Francisco Cândido. 30 (mensagem do Espírito Joaquim Dias). 16.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 2 14. XAVIER. Observação: informar à turma que o assunto da próxima reunião será desenvolvido por um convidado. KARDEC. _____. o resultado da pesquisa realizada sobre mortes prematuras. 181-183. O evangelho segundo o espiritismo.144-145. 5. p. Religião dos espíritos. Cit. Cap. XAVIER. da reunião anterior. ed. 163-166. Op. Rio de Janeiro: FEB. Vozes do grande além. Orientações ao monitor De acordo com a orientação dada no Roteiro de Estudo. p. cap. 87-89. 121-122. p. daí a recomendação de realizar o estudo em duas reuniões. carrega consigo os reflexos dos hábitos a que se afeiçoava no mundo. nem a cessação da vida.EADE . mas uma transformação.. XXXIII. Ideas principais »» Com a desencarnação.MÓDULO II A MORTE E SEUS MISTÉRIOS Roteiro 3 A CONTINUIDADE DA VIDA Objetivos »» Realizar análise reflexiva a respeito das ideas espíritas que tratam da continuidade da vida no além-túmulo.. item XI. Dessa forma. reduzem-se. Allan Kardec: O livro dos espíritos.] a morte não é nem uma interrupção. »» Identificar as condições de vida após a desencarnação. »» À medida que o Espírito se integra à vida no além-túmulo. temos a observar que a sociedade. Parte quarta.. sua felicidade. Emmanuel: E a vida continua. o Espírito retorna ao plano espiritual. Prefácio. sem solução de continuidade. [. sua pátria de origem. »» A condição dos Espíritos na vida de além-túmulo. 83 . Introdução. cap. o [. para lá da morte.. »» Além disso. questão 85. sua elevação. tudo depende da respectiva faculdade de sentir e de perceber. naturalmente.Livro IV . que preexiste e sobrevive a tudo.] mundo espiritual. que é sempre proporcional ao seu grau evolutivo. Léon Denis: Depois da morte. as influências oriundas do plano físico. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 Subsídios Com a desencarnação. que é a verdadeira vida. sem solução de continuidade. que preexiste e sobrevive a tudo”. nada estranhando e se dando conta imediatamente da nova situação em que se encontra. O espírita sério não se limita a crer.]. as influências oriundas do plano físico. os laços fluídicos que o ligam à matéria enfraquecem-se. inseparável da transição. mas uma transformação. O corpo não passa de vestimenta grosseira que reveste temporariamente o Espírito.. garantindo um retorno feliz à pátria verdadeira.. nem a cessação da vida.3 À medida que o Espírito se integra à vida no além-túmulo. [. a verdadeira vida. Sua se alma eleva pelas relações que mantém com o mundo invisível. A perturbação.. realidade que ele toca e vê. naturalmente. porque compreende. realmente. o espírita detém todas as condições para não temer a morte e. o “[.”4 84 . espécie de morte. operando-se por antecipação um desprendimento parcial que facilita a passagem para a outra vida. uma vez franqueado o passo. se apaga diante da vida espiritual. sua pátria de origem. Daí a pouca importância que atribui aos incidentes da jornada e a resignação nas vicissitudes que enfrenta cujas causas e utilidade compreende perfeitamente. inicia-se. é de curta duração. Nesta situação. porque raciocina. se comparada ao esplendor e atividade da vida espiritual. é a vida normal do Espírito. que pode ser mais ou menos acelerada. A vida corpórea. sua existência terrestre é transitória e passageira. então. de acordo com as condições íntimas de cada desencarnado. acrescentando que: A vida espiritual é.1 afirmam os esclarecidos orientadores espirituais.. soube preparar-se cuidadosamente para esse momento.] mundo espiritual. porque.] a morte não é nem uma interrupção. e compreende.2 Com a desencarnação. a cada passo e de modo que a dúvida não tem guarida em sua alma. verdadeiro grilhão que o prende à gleba terrena. a fase de adaptação ao novo plano existencial de diferente nível vibratório. Dessa forma. se esclarecido e prudente. ele logo reconhece. o Espírito retorna ao plano espiritual... “[. reduzem-se. mais ou menos confortável. tão limitada. por assim dizer. a vida futura é uma realidade que se desdobra incessantemente a seus olhos. do qual ele se sente feliz em libertar-se. como um sopro. mas todas elas estão subjugadas ao processo evolutivo.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 A adaptação do desencarnado no plano espiritual pode. ao menos. então. reverter ou amenizar esse quadro. do desencarnado. de uma mãe ou de um filho adorado não restará senão um pouco de pó que o vento fatalmente dispersará. A difusão das ideas espíritas pode.5 1. a voz do amigo que chora o seu amigo! Jamais conheceram as puras e santas afeições os que pensam que tudo morre com o corpo. Como pode um homem de coração manter-se frio a essa idea? Como não o gela de terror a idea de um aniquilamento absoluto e não lhe faz. assim. que do ser mais querido. mas em razão da desinformação ou ignorância a respeito da sobrevivência do Espírito ou das condições de vida após a morte do corpo físico. que seus trabalhos neste mundo não lhe ficam perdidos e que as mais santas afeições não se destroem sem mais esperanças. A reintegração do Espírito no além-túmulo Há várias condições que favorecem a adaptação do Espírito ao mundo espiritual. não ocorrer de imediato. nova reencarnação. que. que o gênio que iluminou o mundo com a sua vasta inteligência é uma combinação de matéria. sem encontrar eco que lhe responda. intelectual e moral. às vezes se revela marcada por angústias e tristezas. É por isso que em toda parte essas provas são acolhidas com alegria. desejar que não seja assim? Se até hoje a razão não lhe foi suficiente para afastar de seu espírito quaisquer dúvidas. de agora em diante. Como é horrível a idea do nada! Como são de lastimar os que acreditam que se perde no vácuo. outra vez. antes que lhe ocorra. de um pai. propriamente ditas. a pessoa apresenta dificuldades de integração à realidade da qual faz parte agora. por meio das provas materiais que dá da sobrevivência da alma e da existência dos seres de além-túmulo. a confiança renasce. contudo. não se preparando adequadamente para a morte. 85 . que a vida terrena é apenas uma breve passagem que conduz a uma vida melhor. analisar os principais fatores favoráveis à adaptação do Espírito na moradia que passa a viver. nem sempre relacionada às imperfeições morais do Espírito. se extingue para sempre. Vamos. aí está o Espiritismo a dissipar toda incerteza com relação ao futuro. Nesta situação. pois o homem sabe. finalmente. 4º) Se após a cessação completa da vida orgânica existirem ainda numerosos pontos de contato entre o corpo e o perispírito. a sua duração. Condições do desligamento do perispírito do corpo físico O Codificador considera que.. torna a passagem menos penosa. incertas.2. partindo do princípio de que a perturbação é fato normal que acompanha a desencarnação. Estabeleçamos em primeiro lugar. À proporção que se liberta. sem perder de vista que entre elas há uma infinidade de variantes: 1º) Se no momento em que se extingue a vida orgânica o desprendimento do perispírito fosse completo. contudo.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 1. Daí resulta que o sofrimento que acompanha a morte está subordinado à força adesiva que une o corpo ao perispírito. e como princípio geral. a alma deixará de experimentar qualquer sentimento desagradável. que se o desprendimento se operar sem dificuldade. 2º) Se nesse momento a coesão dos dois elementos estiver no auge de sua força. e. conforme sejam as condições de desligamento do perispírito. vagas. as ideas são confusas. 3º) Se a coesão for fraca.6 1. diretamente relacionado às condições de desligamento perispiritual. a travessia de um plano para outro pode caracterizar. sofrimento ao Espírito. Estado de perturbação que acompanha a desencarnação O estado de perturbação. as quatro condições que se seguem. aclarando-se a vista pouco a 86 . ou não. vê como que através de um nevoeiro. a alma encontra-se numa situação comparável à de um homem que desperta de profundo sono.] é indeterminada [e pode] perdurar por tempo indeterminado. produz-se uma espécie de ruptura que reage dolorosamente sobre a alma. variando de algumas horas a alguns anos. que tudo o que puder atenuar essa força e acelerar a rapidez do desprendimento. Assim. a alma poderá ressentir-se dos efeitos da decomposição do corpo até que esse laço se desfaça inteiramente.1. a separação torna-se fácil e opera-se sem abalo. facilita ou dificulta a integração do Espírito no Além. a alma não sentiria absolutamente nada. [.. ]. noutros é repleto de terrores e de ansiedades.7 Nessas condições. [.] estado moral é causa principal da maior ou menor facilidade de desprendimento a alma. Esse despertar. não é doloroso: “[. contudo.8 1. conforme os indivíduos. identificam-se por antecipação com a vida espiritual. [. qual se fora horrível pesadelo... enquanto o corpo ainda tem 87 . É o caso das mortes calmas e de despertar pacífico”.9 1.. amenizando o processo de perturbação. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego à matéria.. agradável ou doloroso. isto é. fato que favorece a rápida adaptação no mundo dos Espíritos.. depende de cada um de nós tornar fácil ou penoso.. o desprendimento quase se completa antes da morte real. consequentemente.3. Tal afinidade é quase nula naqueles cujas almas. »» Nos casos [. O Espírito se separa do corpo como um fruto maduro que se desprende do seu caule. Condições morais do Espírito Assevera Allan Kardec que moralidade do desencarnante exerce peso fundamental no seu desligamento perispiritual.] Há pessoas nas quais a coesão [perispiritual] é tão fraca que o desprendimento se opera por si mesmo. para o homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se elevam acima das coisas terrenas. o desligamento não é demorado e.4... em decorrência do sentido que o desencarnante deu à existência pelo desencarnante.] de morte natural — a que resulta da extinção das forças vitais por velhice ou doença — o desprendimento opera-se gradualmente. atingindo o seu máximo no homem cujas preocupações se concentram exclusivamente na vida terrena e nos gozos materiais. Condições relacionadas ao gênero de morte O tipo de desencarnação que conduz à morte do corpo físico exerce influência no processo e adaptação no plano espiritual. já depuradas. nuns é claro é calmo e cheio de sensações deliciosas. E uma vez que a lentidão e a dificuldade do desprendimento estão na razão do grau de pureza e desmaterialização da alma. bem diverso. com a maior naturalidade. esse desprendimento.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 pouco e lhe despertando a memória e o conhecimento de si mesma. se os laços que prendem o Espírito ao corpo forem frágeis. EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 vida orgânica, o Espírito já penetra a vida espiritual, apenas ligado por elo tão frágil que se rompe com a última pancada do coração. Nesta situação o Espírito pode já ter recuperado a sua lucidez, de forma a tornar-se testemunha consciente da extinção da vida do corpo, do qual se sente feliz por tê-lo deixado. Para esse a perturbação é quase nula, ou antes, não passa de ligeiro sono calmo, do qual desperta com indizível impressão de esperança e felicidade.10 »» Na morte violenta as condições não são exatamente as mesmas. Como não houve nenhuma desagregação parcial capaz de levar a uma separação antecipada entre o corpo e o perispírito, a vida orgânica é subitamente aniquilada no auge de sua exuberância. Nestas condições, o desprendimento só começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente. O Espírito, colhido de improviso, fica como que aturdido e sente, e pensa, e acredita-se vivo, prolongando-se esta ilusão até que compreenda a sua posição. Este estado intermediário entre a vida corporal e a espiritual é um dos mais interessantes para ser estudado, porque apresenta o espetáculo singular de um Espírito, que julga material o seu corpo fluídico, experimentando ao mesmo tempo todas as sensações da vida orgânica. [...].11 »» Integrado à vida espiritual, o desencarnado prossegue a sua marcha evolutiva, desenvolvendo os aprendizados necessários, mantendo-se vinculado aos Espíritos que lhes são afins, os quais, por sua vez, fazem parte das diferentes organizações sociais (colônias, cidades, postos, organizações) existentes do além-túmulo. A desencarnação não opera mudanças bruscas, razão porque nas “[...] esferas mais próximas do planeta, as almas desencarnadas conservam as características que lhes eram mais agradáveis nas atividades da existência material [...].”12 Na verdade, aqui como no plano espiritual, o estado de felicidade e infelicidade encontra-se no próprio Espírito, em razão das suas escolhas, crenças e interesses. Assim, no plano espiritual há diferentes tipos de moradas, estabelecidas em decorrência das afinidades e simpatias espirituais dos seus habitantes. Os Espíritos moralmente esclarecidos têm trânsito livre nas diferentes organizações, onde atuam como instrumento de auxílio aos que sofrem. Pondera Léon Denis que os “[...] Espíritos inferiores, sobrecarregados pela densidade de seus fluidos, ficam ligados ao mundo onde viveram, circulando em sua atmosfera ou envolvendo-se entre os seres humanos [encarnados].”13 Argumenta, também, que: 88 EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 as alegrias e as percepções do Espírito não procedem do meio que ele ocupa, mas de suas disposições pessoais e dos progressos realizados. Embora com o perispírito opaco e envolto em trevas, o Espírito atrasado pode encontrar-se com a alma radiante cujo invólucro sutil se presta às delicadas sensações, às mais extensas vibrações. Cada um traz em si sua glória ou sua miséria. A condição do Espírito na vida de além-túmulo, sua elevação, sua felicidade, tudo depende da respectiva faculdade e sentir e de perceber, que é sempre proporcional ao seu grau evolutivo. [...] As almas colocam-se e agrupam-se no espaço segundo o grau de pureza do seu respectivo invólucro [perispiritual]; a condição do Espírito está em relação direta com a sua constituição fluídica, que é a própria obra, a resultante do seu passado e de todos os seus trabalhos. Determinando a sua própria situação, acham, depois, a recompensa que merecem. [...].14 Como a maioria dos Espíritos que integra o plano espiritual terrestre retornará à reencarnação, por inúmeras vezes, até que alcance o nível evolutivo de Espírito puro — patamar dos que só reencarnam na Terra se quiser — são classificados de Espíritos Errantes. A palavra “errante” —, utilizada por Kardec (O livro dos espíritos, questão 226) para designar o Espírito que ainda precisa reencarnar —, causa, às vezes, algumas dúvidas. Assim, importa considerar que errante, do francês errant, significa, neste contexto, o que não é fixo, o que vagueia. O estado de erraticidade cessa quando o Espírito atinge o estágio da Perfeição Moral, tornando-se Espírito puro. Nesta situação, ele não é mais considerado errante, pois não precisar reencarnar no planeta a que se encontra filiado, pois já alcançou o nível de conhecimento, moral e intelectual, que este mundo comporta. Poderá, então, renascer em outro orbe planetário, prosse-guindo em sua macha evolutiva. A duração da erraticidade é extremamente variável, sendo mais ou menos prolongada conforme o nível evolutivo de cada Espírito. Sabe-se, porém, que os Espíritos imperfeitos renascem mais vezes. Ante tais argumentações, um fato se destaca dos demais: a necessidade premente de nos prepararmos adequadamente para a desencarnação e para a experiência em outra dimensão da vida. Eis como Emmanuel fecha essa questão da reintegração do Espírito na nova realidade, após a morte do veículo somático, com sabedoria e simplicidade:15 A alma desencarnada procura naturalmente as atividades que lhe eram prediletas nos círculos da vida material, obedecendo aos laços 89 EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 afins, tal qual se verifica nas so ciedades do vosso mundo. As vossas cidades não se encontram repletas de associações, de grêmios, de classes inteiras que se reúnem e se sindicalizam para determinados fins, conjugando idênticos interesses de vários indivíduos? Aí, não se abraçam os agiotas, os políticos, os comerciantes, os sacerdotes, objetivando cada grupo a defesa dos seus interesses próprios? O homem desencarnado procura ansiosamente, no Espaço, as aglomerações afins com o seu pensamento, de modo a continuar o mesmo gênero de vida abandonado na Terra, mas, tratando-se de criaturas apaixonadas e viciosas, a sua mente reencontrará as obsessões de materialidade, quais as do dinheiro, do álcool, etc., obsessões que se tornam o seu martírio moral de cada hora, nas esferas mais próximas da Terra. Daí a necessidade de encararmos todas as nossas atividades no mundo como tarefa de preparação para a vida espiritual, sendo indispensável à nossa felicidade, além do sepulcro, que tenhamos um coração sempre puro. Referências 1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008, questão 85, p. 120. 2. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XXIII, item 8, p. 419. 3. _____. O céu e o inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Segunda parte. Cap. I, item 14, 227. 4. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Introdução, item XI, p. 50. 5. _____. Cap. XXVIII, item 62, p. 527-528. 6. _____. O céu e o inferno. Op. Cit. Segunda parte. Op. Cit. Cap. I, item 5, p. 221-222. 7. _____. Item 6, p. 222. 8. _____. p. 223. 9. _____. Item 8, p. 223. 10. _____. Item 9, p. 224. 11. _____. Item 12, p.225-226.. 12. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2008, pergunta 160, p. 128. 13. DENIS, Léon. Depois da morte: exposição da doutrina dos espíritos. 1. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Parte quarta, cap. XXXIII, p. 285. 90 EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 14. _____. p. 285-287. 15. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Op. Cit., pergunta 148, p. 119-120. Orientações ao monitor O monitor faz apresentação do expositor convidado, e informa aos participantes que após a exposição de aproximadamente 40 minutos, a turma disporá de 30 minutos para dirigir perguntas ao convidado. Terminada a sessão de tira dúvidas, o monitor faz o fechamento do assunto, tendo como referência os conteúdos estudados e a mensagem de Emmanuel A incógnita do Além, inserida no anexo. Observação: Indicar três participantes para, respectivamente, pesquisarem os itens que se seguem, cujos conteúdos serão apresentados na próxima aula (Roteiro 4: O espírito imortal). Itens para serem pesquisados: 1. Sensações e percepções dos espíritos desencarnados. 2. Organização social no plano espiritual (características e tipos de comunidades espirituais existentes no além-túmulo). 3. Aspectos da vida no plano espiritual. Anexo A incógnita do Além * Emmanuel Meus amigos, Deus vos conceda muita paz espiritual no caminho diário. Conheço a ansiedade com que muitos de vós outros batem às portas da revelação; sei de vossas aspirações e já experimentei vosso desejo infinito. * XAVIER, Francisco Cândido. Escrínio de luz. Pelo Espírito Emmanuel. Matão [SP]: O Clarim, Rio 1973. Item: A incógnita do Além, p. 143-145. 91 EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 O homem defrontará sempre a incógnita do além túmulo, tomado de indizíveis angústias, quando se distancia do alimento espiritual, matéria prima da vida externa. É o que ocorre no cenário de vosso século, repleto de acontecimentos de profunda significação científica e filosófica, cercados de realizações, da máquina e empolgados de ideologias políticas; permaneceis à beira de abismos que solapam os séculos laboriosos de realizações. O homem moderno cresceu em suas realizações puramente intelectualísticas avançando no domínio das organizações materiais entretanto, por trás de muralhas de livros, ao longo de códigos pacientemente elaborados, à sombra de laboratórios, a inteligência da criatura se esconde para preferir a morte. A ciência que devassou desde o subsolo à estratosfera, manifesta a sua impossibilidade de dominar o vulcão mortífero. Vinte séculos de pensamento cristão não bastaram. Milhares de mensagens da Providência Divina, convertidas em utilidades para a civilização de nossos tempos sopitaram os novos surtos de devastações e misérias. Não lamentamos porém. Apenas nos referimos à semelhante derrocada para exaltar a grandeza da experiência espiritual. O homem econômico de nossas filosofias atuais não pode subsistir no quadro da evolução divina. O homem é espírito antes de tudo. A Terra é a nossa escola milenária, aguardando resignadamente a nossa madureza de sentimentos. É por isto que acorrestes à presente reunião, em vossa maioria tangidos pelo desejo de auscultar o desconhecido. É por isso que esperáveis expressões fenomênicas que vos modificassem inteiramente. No fundo, meus amigos, desejais a Fé, quereis tocar a certeza. Entretanto, a curiosidade não pode substituir o trabalho perseverante e metódico. Nenhuma técnica profissional por mais singela pode se eximir de cultores da experiência sentida e vivida. Alguns dentre vós formulais indagações mentais enquanto outros aguardam manifestações que firam as percepções externas. Todavia, apesar do desejo de vos atender particularmente, não seria possível quebrar a lei universal da iniciativa de cada um no campo do livre arbítrio que nos rege os destinos. A humanidade suplica expressões novas que lhe definam as diretrizes para o mais alto e vossos corações permanecem cansados do atrito despensivo. Sois, de modo geral, os viajores que extenuados do caminho árido começam a indagar as profundezas do céu, tendo sempre uma resposta para 92 EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 3 quantos o contemplam, convictos de que a vida é testemunho de trabalho, de realizações e de confiança. Nenhuma elevação se verificará sem o esforço próprio. É por este motivo que as ideas religiosas antigas, embora respeitáveis pelas mais sublimes tradições, não mais satisfazem. Os templos de pedra deixam exalar ainda o incenso da poesia, mas as novas esperanças pedem esclarecimentos concretos e roteiros precisos. Sim, nossa sede é justa. A fonte, porém, ainda é aquela que o Mestre nos trouxe há dois mil anos. Procurai esta água da vida eterna. Não vos deixeis dominar tão somente pela ânsia que às vezes é doentia. Procurai de fato conhecer. Não vos restrinjas ao campo limitado da curiosidade. Toda curiosidade é boa quando conduz ao trabalho. Recebei, portanto, os serviços de Deus, em vós mesmos. Vosso coração e vossa inteligência constituem a grande oficina. Aí dentro operareis maravilhas desde que não condeneis vossas melhores ferramentas de observação e possibilidades de serviço à ferrugem do esquecimento. Que a vossa curiosidade seja um marco útil na estrada da sabedoria. Continuai no vosso esforço lembrando que se viestes hoje bater à porta do mais além, o mais além respondendo vem bater igualmente às vossas portas. Ansiedade palpita em todo Estudo. 93 . nos ambientes diversos de outra vida. fazendo-lhes experimentar acerbas torturas e inenarráveis sofrimentos. Cap. porque diminuta é a percentagem de seres humanos que se preocupam sinceramente com as questões do seu aprimoramento moral. É 95 .. nos seus primeiros dias da vida além do túmulo...EADE .MÓDULO II A MORTE E SEUS MISTÉRIOS Roteiro 4 O ESPÍRITO IMORTAL Objetivos »» Analisar os principais aspectos que caracterizam a existência e a sobrevivência do Espírito. [. Ideas principais »» É “[. os Espíritos [. segundo a analogia ou antipatia de seus sentimentos. Emmanuel: Pão nosso. XXX.] se evitam ou se aproximam. »» É ainda reduzido o número dos que despertam na luz espiritual plenamente cônscios da sua situação. item: situação dos recém-libertos da carne.. que. não encontram senão os reflexos dos seus péssimos hábitos e das suas paixões. Emmanuel: Emmanuel. A maioria dos desencarnados. tal qual sucede entre vós. »» No além-túmulo. os aborrecem e deprimem. Cap.. O corpo das suas impressões físicas prossegue perfeito.] chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna. é que se verificam grandes erros.. Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens.]”. 42.Livro IV . Bíblia de Jerusalém). e esclarecê-lo no problema das suas responsabilidades. por esta razão. ao argumentar que a verdadeira morte é o pecado e que a alma purificada no bem se torna incorruptível e vive eternamente: Quando. apresenta admirável simbolismo. A usual educação religiosa não fornece esclarecimentos mais aprofundados.. mantendo o adepto em estado de dúvida. seja por equívocos de interpretação dos textos sagrados. unidos pelos laços da simpatia e pelos fins a que visam [. porque a vida não é privilégio da Terra obscura. e o conhecimento da imortalidade expõe os nossos deveres de solidariedade para com todos os seres. 15:54-56. Subsídios Esclarece o benfeitor Emmanuel que:1 A Doutrina dos Espíritos [. Conhecimento porque nem sempre a pessoa recebe.. O apóstolo Paulo. que existem planos existenciais nos quais o Espírito continua a sua jornada evolutiva. onde está o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a Lei (1 Coríntios. através do Infinito. este ser corruptível tiver revestido a incorruptibilidade e este ser mortal tiver revestido a imortalidade.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 todo um mundo. por sua vez. em nosso caminho. Morte. implica aquisição de conhecimento e discernimento espirituais. Nós viveremos eternamente. Assim.].. O seu grande objeto é esclarecer a inteligência humana. questão 278.. ter consciência plena de que somos seres imortais. 96 . do qual o vosso é pálido reflexo. os corretos esclarecimentos sobre a imortalidade do Espírito no além-túmulo.. mas a manifestação do Criador em todos os recantos do Universo. durante uma reencarnação. então cumprir-se-á a palavra da Escritura: A morte foi absorvida na vitória. seja porque lhe falta leituras complementares sobre o assunto. pois. Allan Kardec: O livro dos espíritos. Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias de Espíritos. que a vida continua após a morte do corpo físico. nos versículos que se seguem. a Doutrina Espiritista é uma síntese gloriosa de fraternidade e de amor.].. onde está a tua vitória? Morte.] veio desvendar ao homem o panorama da sua evolução. [. na Terra e fora dela. sem que as suas mentes egoístas tragam algo de belo. às vezes. com respeito à sua própria natureza. desconhecimento deplorável que as incita a todos os desvios. na qual reconhecem quanta alegria dimana do exercício do bem e da prática da virtude. [..3 Ainda que a compreensão da imortalidade do Espírito se revele lógica e racional para o Espiritismo — e mais de acordo com a bondade e misericórdia divinas — não é aceita por escolas religiosas tradicionais e. dá pouca ou nenhuma importância à aquisição de valores morais que o transforma em pessoa de bem. encontrando-se o homem desinformado a respeito de sua realidade espiritual para além das fronteiras do mundo físico. o homem se encontra. porque. Aceitando que a vida termina com a morte do corpo físico. Vivendo apenas entre as coisas relativas à matéria.]. são incapazes de conceber a estrada ascensional do progresso. como de fato ela é. e apenas os sofrimentos e as dificuldades as obrigam a despertar para a existência espiritual.] pelas imensas barreiras que lhes levantam os dogmas e preconceitos de todos os matizes.”2 Muitos Espíritos. adormecendo ao canto embalador dos gozos falsos do eu pessoal. militantes em todas as partes do globo. de novo ou de verdadeiro. que aproveite ao progresso geral.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 Neste sentido.4 97 . sempre geradora de sofrimento porque. A persistência em tais posições pode resultar desagregação social.. Não conseguem. somente na última década.. nas escolas científicas e facções religiosas.. mais do que estabelecer a confusão. porém. é assim que. comete uma série de desatinos contra si mesmo e contra o próximo. Desalentadoras são as características da sociedade moderna. se apega em demasiado à vida material. perturbam. o que sejam as suas forças latentes e as suas possibilidades infinitas. os indivíduos são cerceados “[. com as suas opiniões disparatadas. quase que totalmente. a paz dos que estudam devotamente no livro maravilhoso da Vida. cheia de lições novas e crescentes resplendores. se a coletividade se orgulha dos seus progressos físicos. prevalecendo-se de certas posições mundanas. tem merecido maior atenção da Ciência. abusando de prerrogativas transitórias que lhes são outorgadas pelas fortunas iníquas. entre as santas lições da verdadeira fraternidade. submergem nas superficialidades prejudiciais ao seu avanço espiritual. moralmente. completando as longas fileiras de retardatários. muito distanciado dessa evolução. afeitos ao tradicionalismo intransigente e rotineiro. Semelhante anomalia é a consequência inevitável da ignorância das criaturas. Ignoram. onde estagiamos atualmente. não encontram senão os reflexos dos seus péssimos hábitos e das suas paixões. mas que atuam no meio ambiente onde vivem. afirma Irmão Claudio. somente agora é que a Humanidade começa a se dar conta que a matéria se manifesta em outras dimensões. quase que de todo.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 Por ainda se manter prisioneira dos limites das formas existentes plano de vida. É o que esclarece Emmanuel: É ainda reduzido o número dos que despertam na luz espiritual plenamente cônscios da sua situação. nos ambientes diversos de outra vida. habitantes de diferentes planos vibracionais.. de imediato. como seres imortais. o perispírito. 1. estamos num centro de atividade tão material quanto aquele em que se movimentam os homens. apresentaremos. “outro lado”. Cá e lá [no plano físico] o que se vê é a projeção temporária de nossas criações mentais. através de outro corpo. ‘região extrafísica” ou “esfera do Espírito”. constituída de seres humanos que não possuem corpo físico. Como para a Doutrina Espírita não há dúvida sobre a imortalidade do Espírito e a organização social existente no plano extrafísico. em seguida. O corpo das suas 98 .. personagem que consta do livro Nosso Lar:5 [. “outra vida”. os aborrecem e deprimem. Neste sentido. nos seus primeiros dias da vida além do túmulo. que. consciência da nova realidade da vida para onde foi transferido após a desencarnação.] Chame-se a este mundo em que existimos.. a si mesma. Cedo ou tarde a sociedade humana reconhecerá. nossos irmãos ainda encarnados. neste momento. A matéria se resume a energia.. porque diminuta é a percentagem de seres humanos que se preocupam sinceramente com as questões do seu aprimoramento moral. A maioria dos desencarnados. interagindo com outros habitantes. sempre a serviço da manifestação do Espírito. Sensações e percepções dos espíritos desencarnados A maioria dos Espíritos que aportam ao mundo espiritual não tem. O mundo terrestre [dos encarnados] é aquilo que o pensamento do homem faz dele. é a mesma coisa. Entenderá que além da existência física há uma realidade espiritual pulsante. alguns conteúdos doutrinários relacionados à temática. condicionados ao tipo de impressões que ainda lhes governam. os recursos sensoriais. Aqui. socialmente organizada. já que ele se queixa de frio e calor. os desencarnados não têm sensações e percepções. o estado de equilíbrio ou de desarmonia que o desencarnado carrega em si é fortemente impresso nesse veículo sutil. O perispírito é o veículo de manifestação no novo plano vibratório cuja natureza semimaterial revela que as células. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa. Assim. precisamente porque a dor não está localizada e não é produzida por agentes exteriores. nem o frio. guardando significativa semelhança com o corpo físico da última encarnação.. o Espírito pode sofrer.6 É equívoco supor que pelo fato de não possuir corpo físico.. não lhes causa nenhuma impressão.].] É preciso. na ausência do corpo físico? Eis como responderam a esta pergunta os Espíritos orientadores da Codificação: [. órgãos. semelhantes às encontradas em reencarnados portadores de desarmonias psíquicas ou emocionais. verifica-se que os Espíritos mais atrasados possuem perispírito muito denso. porém. Mas. embora não seja exclusivamente moral. que se tornou independente. eis tudo.] A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito.. reminiscência. que o próprio Espírito nem sempre compreende bem. [. nem se queimar. É lícito.. a temperatura. mas não pode ter ação física. porém.. aparelhos e sistemas perispirituais são mais etéreas. [. De fato. pois admitir-se que coisa análoga ocorra nos sofrimentos do Espírito após a morte. nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma. é mais uma reminiscência do que uma realidade. Seguramente. fazendo-lhes experimentar acerbas torturas e inenarráveis sofrimentos.. a dor que sentem não é uma dor física propriamente dita: é um vago sentimento íntimo.. igualmente penosa [. não é nesse membro que está a sede ou o ponto de partida da dor. [. com as do corpo.] Liberto do corpo.7 99 . Entretanto.. Logo. como os Espíritos captam sensações e percepções. a alma não pode congelar-se.. pois.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 impressões físicas prossegue perfeito..] Todos sabem que as pessoas amputadas sentem dor no membro que não existe mais. o cérebro é que guardou esta impressão. tecidos. Também não sofre mais no inverno do que no verão: já os vimos atravessar chamas. mas esse sofrimento não é corporal. O sofrimento apresentado pelos Espíritos produz somatizações perispirituais. como o remorso. sem nada experimentarem de penoso. tomar cuidado para não se confundir as sensações do perispírito. sem se confundirem. a fim de não as perturbarem com suas paixões inferiores.]. mas atinge todos os recantos do veículo espiritual.. do qual o vosso é pálido reflexo. pela vergonha de suas faltas e pela necessidade de se acharem entre seres semelhantes a eles. no qual as sensações e percepções se concentram em determinada parte do corpo. É todo um mundo. realmente. ensinam os orientadores da Codificação Espírita que as relações de simpatia representam a base da organização social no além-túmulo. pelo desejo de fazerem o bem. onde o vício e a virtude convivem lado a lado sem se falarem. nem todos os Espíritos têm acesso livre aos diferentes grupos ou sociedades: “Os bons vão a toda parte e assim deve ser.”8 [. segundo palavras do Codificador do Espiritismo. unidos pelos laços da simpatia e pelos fins a que visam: os bons.. buscando se relacionar com aqueles que lhes são afins. porque não é focal. nos desencarnados a sensações e percepções são sentidas em toda a extensão do perispírito. onde as sociedades se formam pela analogia dos gostos. segundo a analogia ou antipatia de seus sentimentos. razão porque nas esferas espirituais mais próximas do planeta. em geral captadas pelos órgãos do sentido. as almas desencarnadas praticamente conservam características que lhes eram mais agradáveis nas atividades da existência material. “[. os maus. merecem ser conhecidas. 2.] Eles se evitam ou se aproximam. por exemplo..] uma grande cidade onde os homens de todas as classes e de todas as condições se vêem e se encontram. [. Por este motivo a dor. Esclarece. tal qual sucede entre vós.. “A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. é mais intensa. Mas as regiões habitadas pelos bons são interditadas aos Espíritos imperfeitos. quando existe. Nesse sentido. pelo desejo de fazerem o mal. que a Sociedade Espiritual está 100 .. para que possam exercer sua influência sobre os maus. Organização social no plano espiritual A desencarnação não opera mudanças bruscas. Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias de Espíritos.”11 O Espírito André Luiz fornece uma riqueza de informações a respeito da vida no plano espiritual que.9 As comunidades existentes no plano espiritual lembram.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 Diferentemente do que acontece no corpo físico.”10 Entretanto.. . temos a Colônia Nosso Lar. “[. imiscuindo-se nas suas atividades e negócios. 2.] caminhar às escuras..13 capítulo 44 (As trevas) e em Obreiros da vida eterna. registramos breves anotações a respeito dessas sociedades existentes no Além. [. costumam cair em precipícios.2.18 Nela ainda existe sofrimento.].”17 2. Tal posição espiritual favorece a natureza... são mais esclarecidos. conforme se encontram descritas pelo Espírito André Luiz em Nosso Lar.demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos.. e a atmosfera ambiental reflete profunda tranquilidade espiritual. onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado...”12 Em seguida.. a fim de cumpri-los.14 capítulo 8 (Treva e sofrimento).] começa na crosta terrestre. 101 .. Comunidades umbralinas O Umbral é uma região que “[. acompanham-nos de perto. estacionando no fundo do abismo por tempo indeterminado [.1.] às regiões mais inferiores que conhecemos.. pela preocupação egoística que os absorve.]. Comunidades de transição São comunidades fronteiriças. menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena. onde vivem milhares de Espíritos que preferem “[.] mundos sutis. O ar ali é puro. situadas acima do Umbral e abaixo das regiões superiores.. de evolução mediana..]. em caráter de ilustração.].. Comunidades abismais São regiões inóspitas. de trevas. situadas abaixo da crosta planetária. mas os seus habitantes. Para esse Espírito a expressão trevas é o nome dado: “[.”15 2.. maravilhosas esferas que se interpenetram. Como exemplo ilustrativo. uma espécie de zona purgatorial. [.. caracterizada por belezas e harmonias inexistentes nos planos inferiores.3.... dentro dos mundos grosseiros.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 organizada em níveis evolutivos..”16 Os habitantes do Umbral mantêm-se fortemente vinculados aos encarnados. [.]”. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados.15 São localidades de grande sofrimento existentes no Além. à semelhança de “[. como região destinada a esgotamento de resíduos mentais. A Colônia possui várias avenidas enfeitadas de árvores frondosas.] O Umbral funciona.. [. portanto. . o que estava acostumado à ingestão de quantidades significativas de alimentos no plano físico. 102 . quando não a supera ao preço do próprio esforço. Por exemplo. Comunidades superiores São regiões espirituais consideradas verdadeiros paraísos. ”21 Neste aspecto. Os seus habitantes possuem entendimento “[.] diferentes graus de purificação e.]. Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens. denominadas redimidas... onde aprendem a alimentar-se com equilíbrio.. é útil então recordar alguns ensinamentos espíritas que tratam diretamente do assunto.]”22 . e. é encaminhado “[. André Luiz nos informa da existência de elevada comunidade nos planos superiores. em condições inapreciáveis à nossa atual conceituação da vida. 2.] muito acima de nossas noções de forma.. indo e vindo. de felicidade.[.] Abandonado o envoltório físico profundamente arraigado às sensações terrestres.. provoca os fenômenos da simbiose psíquica. na verdade.. é que se verificam grandes erros. há diferentes planos de superioridade nessas comunidades.] aos centros de reeducação do Plano Espiritual [. transmitido pelo Espírito André Luiz.. porém. ”20 3. sobrevém ao Espírito a necessidade inquietante de prosseguir atrelado ao mundo biológico que lhe é familiar. Alimentação O desencarnado comum.. 3.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 Não há.... visto que as vias públicas estão sempre repletas de entidades numerosas em constantes atividades. Exprimem... no autorreajustamento. que o levam a conviver..]. [. por lá.. qualquer sinal de inércia ou de ociosidade.”19 Tal como acontece nas demais regiões citadas. »» [..1. Já perdeu todo o contacto direto com a Crosta Terrestre e só poderia fazer-se sentir. e que fazem parte do livro Evolução em dois mundos.4. tendo em vista o nível de evolução moral e intelectual dos seus habitantes.. Aspectos da vida no plano espiritual Emmanuel pondera que é “[. [. “[. através de enviados e missionários de grande poder. por conseguinte.].] chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna. são comumente aquelas que trouxeram do 103 . sustentando consigo mais elevados recursos de riqueza interior.. porém fluídica. em livres circuitos mentais de arte e beleza. em planos de grande sublimação...] após a transfiguração ocorrida na morte..] encontram alimentação semelhante à da Terra. Locomoção [.24 3. pela difusão cutânea.25 3. a individualidade ressurge com naturais alterações na massa muscular e no sistema digestivo. no halo vital daqueles encarnados com os quais se afine.22 »» Ali. treinadas na ciência da reflexão.] As linhas morfológicas das entidades desencarnadas. em cujos círculos a tomada de substância é tanto menor e tanto mais leve quanto maior se evidencie o enobrecimento da alma porquanto. conseguem formar telas aflitivas em circuitos mentais fechados e obsessivos. com possibilidades de condução e movimento efetivamente não sonhados.] Círculos espirituais existem. no conjunto social a que se integram. o corpo espiritual...EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 temporariamente... hauridas no reservatório da Natureza e no intercâmbio de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com que os seres se sustentam entre si [. quando não promove a obsessão espetacular [...]. [. mas sem maiores inovações na constituição geral. a imagem que exterioriza de si próprio. recebendo-a em porções adequadas até que se adaptem aos sistemas de sustentação da Esfera Superior..]. com as próprias ideas. nos quais os desencarnados.3.23 3. nessas circunstâncias. munindo-se de aquisições diferentes para o novo campo de equilíbrio a que se transfere...]. [. não mais encontram certas resistências peculiares ao envoltório físico [.. já que o pensamento contínuo e a atração. seja em silêncio. a linguagem do Espírito é. através de sua extrema porosidade. seja com a despesa mínima de suprimento verbal. Linhas morfológicas e aparência »» [.. quadros vivos que lhes confirmem a mensagem ou o ensinamento. Linguagem [.4. conseguem plasmar.2. sobre as mentes que magneticamente jugulam.] Incontestavelmente.. pela cultura e pela grandeza moral. nutre-se de produtos sutilizados ou sínteses quimio-eletromagnéticas. acima de tudo. tanto quanto muitas Inteligências infelizes. Cap. Cap.. Referências 1. XXVII. XXVII. Rio de Janeiro: FEB. 206. naturalmente. 248. 30. 187-188. por todos os interessados em descortinar a realidade da vida no plano espiritual. Cap. Questão 278. 3. E a vida continua. p.] É importante considerar. 104 . 242..]. Cap. ed. _____. _____. _____. 4. ed.. mesmo os de classe inferior. mas trazem a finalidade de demonstrar que um estudo mais completo deve ser realizado. todavia.26 »» [. p. 188-189. p. guardam a faculdade de exteriorizar os fluídos plasticizantes que lhes são peculiares. [. 6. _____. XAVIER.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 mundo. Pelo Espírito Emmanuel.. XXX. 9.27 Há. Questão 278 – comentário. Questão 301. inúmeros outros aspectos que caracterizam a existência no além-túmulo. Allan. Emmanuel. p. _____. 11. segundo a vida íntima. p.] Os Espíritos superiores... item: A situação dos recém-libertos da carne. O livro dos espíritos. 2008. contudo. Rio de Janeiro: FEB. p. ed. _____. 2008. toda vez que esse conjunto social se demore em esfera de sentimentos elevados. 187. constantemente para melhor apresentação. item: Ações perturbadoras. as imagens que desejam expressar [.241-242 . 10. A forma individual em si obedece ao reflexo mental dominante. Questão 279. questão. Francisco Cândido. como lhes seja possível. Rio de Janeiro: FEB. 8. 222-223. 9. 2. pelo domínio natural que exercem sobre as células psicossomáticas. a evoluírem. 257 – comentário. XXVI. Cap. KARDEC. _____.. mantendo-se a criatura com os distintivos psicossomáticos de homem ou de mulher. p. 5. Cap.. p. 7. item: Nós viveremos eternamente. espécie de aglutininas mentais com que envolvem a mente mediúnica encarnada. Pelo Espírito André Luiz. p. item: Características da sociedade moderna. recursos esses nos quais plasmam. com vistas à obra meritória que se propõem realizar. 2004. p. p. _____. _____. que os Espíritos desencarnados. XXVII. notadamente no que se reporta ao sexo. 185. Tradução de Evandro Noleto Bezerra.]. São mínimas as ideas apresentadas neste Roteiro de Estudo. 27. 242 . 2. através da qual se mostra com qualidades espirituais acentuadamente ativas ou passivas [. 82-83. podem adotar a apresentação que mais proveitosa se lhes afigure. 100. ao final. 2. 2006.EADE • Livro IV • Módulo II • Roteiro 4 12. 1. _____. Orientações ao monitor O monitor pede aos três participantes — os que na reunião anterior. Francisco Cândido. Cap. 81. _____. 24. ed. Op. _____. Cap. desde a atual existência. p. Evolução em dois mundos. o teor da mensagem de Emmanuel. 219. _____. _____. 42. destaca a importância da pessoa preparar-se. Cit. 79-80. A incógnita do além.. 211. 15. Francisco Cândido e VIEIRA. 149. Cap. 26. 31. 23. 2005. ed. Concluída as exposições. _____. 14. inserida no anexo do Roteiro 3 (A continuidade da vida). 27. relativos aos assuntos que foram apresentados. 619. ficaram incumbidos de pesquisar conteúdos deste Roteiro de Estudo —. 22. questão 1017. 23. 2006. _____. 44. para reforçar o conjunto de ideas desenvolvido na reunião. Obreiros da vida eterna. Cap. 59. Pelo Espírito André Luiz. 60. 20. Pelo Espírito André Luiz. _____. XAVIER. Pelo Espírito André Luiz. 95-96. Cit. 2007. Cap. Cap. Cap. 8. p. p. por sua vez. Pelo Espírito André Luiz. 12. 289-290. KARDEC. Cap. _____. p. Nosso Lar. p. estudado na semana passada. Rio de Janeiro: FEB. Francisco Cândido. Os demais participantes. p. Cap. 17. 215-216. Allan. Rio de Janeiro: FEB. O livro dos espíritos. p. 21. ed. 18. 2005. anotam perguntas ou comentários que gostariam de fazer. Cap. 105 . p. após as exposições. Em seguida. 8. Cit. 213. 5. 42. para apresentem o resultado da pesquisa realizada. p. Cap. Pão nosso. Cap. Rio de Janeiro: FEB. 3. 19. Waldo. 12. Rio de Janeiro: FEB. _____. 1. 3. p. 16. Rio de Janeiro: FEB. p. p. 291. o monitor inicia a fase de perguntas ou de comentários. p. 15. Obreiros da vida eterna. ed. Op. 25. Pelo Espírito Emmanuel. 44. Nosso Lar. para a desencarnação e para uma vida mais feliz no plano espiritual. XAVIER. Cap. 55-59. Os mensageiros. ed. 211-212. Cap. Op. _____. Retoma. p. 223-224. _____. 26. XAVIER.Cap. p. 4. p. 13. . EADE Livro IV | MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES . . »» Para os Espíritos da Codificação Espírita. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Mas a sua responsabilidade é proporcional aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal.Livro IV . o que concorre para o dano ou a ruína de alguém ou algo. »» Explicar o significado de bem e de mal. É por isso que o homem esclarecido que comete uma 109 . e o mal é tudo o que dela se afasta.1219.. não são menos repreensíveis.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 1 O BEM E O MAL Objetivos »» Conceituar bem e mal.. Muitas vezes o homem comete faltas que. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Ideas principais »» Bem é [.] As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal. o [... o que é nocivo para a felicidade ou o bem-estar físico ou moral... »» Mal é tudo [.. segundo as orientações espíritas. fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. embora decorrentes da posição em que a sociedade o colocou. p. Assim..] aquilo que enseja as condições ideais ao equilíbrio.275. »» [. Allan Kardec: O livro dos espíritos.] bem é tudo o que é conforme à lei de Deus. p.] o que é prejudicial ou fere. ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de uma coletividade.EADE . Fazer o mal é infringir essa lei. Questão 630. à manutenção. quer da comunidade. mal é algo irregular. sempre atuando integrada com o intelecto.] conjunto de princípios fundamentais de determinada sociedade propícios ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento moral. significando. de maneira insatisfatória.]. O conceito de mal está sempre correlacionado ao bem. a qualquer título. incompleta. preço..” 1. e representa característica dualista marcante do ser humano (ser e não ser mau). O mal é tudo o que faz oposição ao bem. que não corresponde às expectativas. Meta a ser alcançada. bem “[. de modo pouco adequado. Allan Kardec: O livro dos espíritos.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 simples injustiça é mais culpado aos olhos de Deus do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos. segundo a Filosofia.”3 É uma palavra que traz o significado implícito de moralidade. quer dos indivíduos..]2..] diversamente do que convém ou do que se desejaria. modo ruim [.] tudo o que possui valor..”1 Indica também “[. expressa “[. Alguns filósofos antigos expressavam opiniões sobre o bem. de maneira imperfeita.]. insuficientemente.4 110 . Questão 637 – comentário. Mas o mal poderia subjetivamente ser considerado como uma aptidão negativa ou juízo negativo... beleza de caráter ou virtude humana.. Segundo o dicionário. mas nem sempre delineado de forma precisa nas sociedades primitivas.. Conceitos filosóficos de bem e de mal Bem. como o fazia Aristóteles. dignidade.. seja como aptidão negativa do ser humano. à manutenção.. portanto. mas foi somente com ideias do filósofo alemão Immanuel Kant (1724–1804). o sentimento e a vontade.] é aquilo que enseja as condições ideais de equilíbrio... seja no sentido de lhe fazer oposição. de modo incorreto. que o bem passou a ser reconhecido como um conjunto de valores imprescindíveis à melhoria do ser humano. defeituosamente [. ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de um empreendimento humano ou de uma coletividade. erradamente [.. “[.. Subsídios O conceito de bem e de mal existe desde as épocas imemoriais.”1 Em outro sentido. só 111 . O outro sentido de mal. p. encontra-se em permanente conflito consigo mesmo porque convive com duas forças antagônicas: o bem e o mal.4 2. Fazer o mal é infringir essa lei..] A moral é a regra de bem proceder. e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Conceitos espíritas de bem e de mal Os conceitos de bem e de mal existentes nas obras espíritas são muito claros. não haveria verdade se não houvesse mentira [. além de não produzirem dúvidas ou interpretações equivocadas. não haveria justiça se não houvesse ofensas.] bem é tudo o que é conforme à lei de Deus. amplamente estudado pelos filósofos de diferentes épocas. pois nenhuma natureza é má e todas as coisas são boas.] de tal modo que.”6 »» A prática do bem se resume no Amor: “O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira. fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. como os que se seguem Por que o bem está relacionado à moral? »» “[.”5 Mas há outros conceitos. Assim. à privação do bem em dadas circunstâncias. isto é. consiste em considerá-lo como algo inerente à personalidade humana. o “[. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de todos. o mal não se identifica com o bem. como Agostinho de Hipona (354–430)..4 Para os filósofos cristãos. São de abrangência universal e atemporal. Funda-se na observância da lei de Deus. quanto mais avançado e corrompido. ex. “[.4 A palavra “mal” refere-se. não haveria trabalho se não houvesse indolência. a presença do mal estimularia ações no bem. o homem só tem instintos. o homem.]”. afirma esse teólogo católico.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 Para os filósofos neoplatônicos. Para os Espíritos da Codificação Espírita. porque é o sentimento por excelência.. Em sua origem. pois estão destinados a todas as pessoas.. Ou seja... e o mal é tudo o que dela se afasta. apenas... Esta visão da dualidade foi (e é) amplamente defendida pelos metafísicos. porque então cumpre a lei de Deus.. que participou mais tarde da plêiade dos instrutores da Codificação Espírita. mais conhecido como santo Agostinho. por exemplo. independentemente do nível evolutivo em que se encontram. de distinguir o bem do mal. ai daquele por quem venha o escândalo. sóbrio. os homens se punem a si mesmos pelo contato de seus vícios.] os Espíritos foram criados simples e ignorantes.. recomenda-se também a leitura das perguntas 115 e 119 de “O livro dos espíritos”). para isso.”9 (Nesse contexto.]. se não existissem rochas. É assim que do mal Deus faz emergir o bem e que os próprios homens utilizam as coisas más ou sem valor. laborioso.. A reação desses vícios serve. mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas.. É preciso que o Espírito adquira experiência e.”11 »» “Mas. Se não existissem montanhas.”7 »» O bem está relacionado à virtude: “A virtude. »» “É preciso que haja escândalo no mundo. de instrumento à justiça divina. Ser bom. é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. não compreenderia que há corpos duros. Deve-se. Deus deixa ao homem a escolha do caminho.. buscarão o remédio no bem. »» Disse Jesus: Ai do mundo por causa dos escândalos! É necessário que haja escândalos. de castigo para uns e de provas para outros.]. entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja. no mais alto grau. mais instruído e purificado. sem o saber. aquele que serviu. caridoso. [. 18:7.”8 Porque existe o mal no mundo? O mal é necessário? »» “[. E o ponto delicado do sentimento é o amor. disse Jesus. em razão de sua imperfeição. Tanto pior para ele. estando em expiação na Terra. Quer dizer que o mal sendo sempre o mal.”12 112 . obrigação de praticá-lo. cujas primeiras vítimas são eles próprios e cujos inconvenientes acabam por compreender. e porque as más árvores dão maus frutos.”10 »» É necessário que o escândalo venha.. não o amor no sentido vulgar do termo.. modesto. aquele cujos maus instintos foram utilizados. Quando estiverem cansados de sofrer devido ao mal. se toma o mau caminho: sua peregrinação será mais longa. para estes. Eis por que existe a união do Espírito e do corpo. é necessário que conheça o bem e o mal. pois. porque... porque os homens. tem sentimentos. Bíblia de Jerusalém). o homem não compreenderia que se pode subir e descer.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 tem sensações. nem por isso deixou de praticar o mal e de merecer punição [.]. mas ai do homem pelo qual o escândalo vem! (Mateus. se mostram inclinados a praticar o mal. pois. são qualidades do homem virtuoso [. ao mesmo tempo. ... Não cederá. É indício de esforço por apagar uma mancha.”14 »» “[. o mal ainda existe em toda a sua plenitude.. sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória [. na medida do possível.. ao contrário. Todo pensamento mau resulta.”16 Há quem não consiga fazer o bem? »» “Não há ninguém que não possa fazer o bem. naquele. Num. Somente o egoísta nunca encontra oportunidade de o praticar.. o homem dispensa. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão. e cada dia da existência ofereça essa possibilidade a quem não estiver cego pelo egoísmo. que é justo.. toda vez que o auxílio se fizer necessário. Depois que haja resistido. muitas vezes.”17 »» “[. conforme a maior ou menor boa vontade que demonstre. sublimes proporções [. fazei. em virtude do seu livre-arbítrio. vil e criminoso que possa ser. Fazer o bem não consiste somente em ser caridoso. a um ser ou a um objeto qualquer.. está por fazer-se.] Em resumo. pouco a pouco se esclarece e se despoja de suas imperfeições. naquele que nem sequer concebe a idea do mal.. no outro. Tudo se resume nisso. mas em ser útil.]. de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se.”16 »» “[.. Deus.. há progresso em vias de realizar-se.18 113 . mas.. mas a repele. da imperfeição da alma.”13 »» “Jesus vos disse: vede o que gostaríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 Como fazer distinção entre o bem e o mal? »» “[.]. avança na vida espiritual. uma afeição viva e ardente..] Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre.] É um fato que muitas vezes pudestes constatar: por mais abjeto. quando observarem os benefícios resultantes da prática desta sentença: Não façais aos outros o que não gostaríeis que os outros vos fizessem.. o trabalho está feito. Não vos enganareis. porque o repele com energia..] À medida que a alma.]”. já há progresso realizado.. alcançando. que pensa no mal e nele se compraz.] Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.”15 »» “[. à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la. todo o bem que puderdes fazer-lhes [. comprometida no mau caminho. Basta que se esteja em relação com outros homens para se ter ocasião de fazer o bem. pois. mesmo esse mau pensamento se torna para ela uma ocasião de adiantar-se. finalmente. caso se apresente ocasião de satisfazer a um mau desejo. naquele em quem surge essa idea. Talvez tivesse recuado diante da ação...23 Não fazer o mal é suficiente para o Espírito progredir? »» “Não. sois punidos. Não há mérito algum em fazer o bem sem esforço e quando nada custa. Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão.] Aproveitar do mal é participar do mal. isso vos faz mal. do que o rico que apenas dá do que lhe sobra. é que o aprova e o teria praticado. Muitas vezes o homem comete faltas que. Dá-se o mesmo em tudo. para experimentar a vossa perseverança em praticar o bem [.. A lei natural traça para o homem o limite de suas necessidades.”22 »» “[.”24 »» “O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Quando ultrapassais essa medida. é punido pelo sofrimento. É por isso que o homem esclarecido que comete uma simples injustiça é mais culpado aos olhos de Deus do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos. se a pessoa a quem prestais um serviço o esquece. é preciso que faça o bem no limite de suas forças.”19 »» “As condições de existência do homem mudam de acordo com os tempos e os lugares. Já que essa diversidade está na ordem das coisas. Mas a sua responsabilidade é proporcional aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal. embora sabendo de antemão que aqueles a quem fizerdes o bem não vos agradecerão por isso. é Deus quem vos dá a medida do que necessitais.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 Como proceder sempre de acordo com o bem? »» “Quando comeis em excesso.. resultando para ele necessidades diferentes e posições sociais apropriadas a essas necessidades. Ficai certos de que. de que acusa a Natureza. se pudesse ou se tivesse ousado. Pois bem.”25 114 . embora decorrentes da posição em que a sociedade o colocou. ela é conforme à lei de Deus. lei que não deixa de ser una em seu princípio. por encontrá-lo realizado. pois cada um responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem. mas.”20 »» “As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal. se tira partido do mal.”21 »» “[. evitaria a maior parte dos males. Cabe à razão distinguir as necessidades reais das necessidades artificiais ou convencionais. Se o homem sempre escutasse essa voz que lhe diz basta.] Deveis sempre ajudar os fracos.. Deus o levará mais em conta do que se o beneficiado vos houvesse pago com a sua gratidão. Deus leva mais em conta o pobre que reparte seu único pedaço de pão.]”. não são menos repreensíveis. Jesus já disso isto a propósito do óbolo da viúva.. quando ele o ultrapassa. Bíblia de Jerusalém).26 O ambiente no qual o Espírito renasceu..”28 »» “Larga é a porta da perdição. não. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que. A torrente deu contra ela. 6:47-49. cavou. Francisco Melo. nem mais caridosos. ao egoísmo. mostrar-vos-ei a quem é comparável. que escutou e não pôs em pratica é semelhante ao homem que construiu sua casa ao rés do chão. É estreita a da salvação. »» “Todos os que reconhecem a missão de Jesus dizem: Senhor! Senhor! — Mas. mesmo dentro dessa atmosfera viciosa podeis encontrar. porém. 115 . Aquele. porém. e foi grande sua ruína!” (Lucas. a torrente deu contra essa casa. influencia a prática do bem? O ambiente de vício exerce arrastamento irresistível ao homem? »» “Sim. porque. ao construir uma casa. faltou apenas ocasião para isso. VILLAR.”30 Referências 1.. ao mesmo tempo. Mauro Salles e FRANCO. sobretudo quando se tem a possibilidade de satisfazer a esse desejo. irresistível. ed. Ele quis se expor à tentação para ter o mérito da resistência. mas não a pôde abalar. à cupidez e a todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores.. escuta minhas palavras e põe em prática. Veio a enchente. p. Se. porque o homem que a queira transpor deve fazer grandes esforços sobre si mesmo para vencer suas más tendências. porque estava bem construída.]”. mas ainda aí há uma prova que o Espírito escolheu.29 »» “Arrastamento. porque são numerosas as paixões más e porque o caminho do mal é frequentado pelo maior número. aprofundou e lançou o alicerce sobre a rocha. ao mesmo tempo.]”. 275. grandes virtudes. 2009. e imediatamente desabou. quando em liberdade.] Há virtude em resistir-se voluntariamente ao mal que se deseja praticar.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 »» “Se alguém vem a mim. se não seguem os seus preceitos? Serão cristãos os que o honram por meio de atos exteriores de devoção e.. sacrificam ao orgulho.. Rio de Janeiro: Objetiva.. e poucos são os que se resignam com isso [. 1. o homem é culpado. assim como os fari-seus. Dicionário Houaiss da língua portuguesa (com a nova ortografia). porque. Antônio. algumas vezes. de que serve lhe chamarem Mestre ou Senhor. HOUAISS. eles têm a prece nos lábios e não no coração [. receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes. sem alicerce. nem mais indulgentes para com seus semelhantes? Não.”27 »» “[. sim. Assemelha-se ao homem que. ou vive. 226.ed. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. O evangelho segundo o espiritismo. Cit. item 19. _____. 4. O livro dos espíritos. _____. 5. Op. 30. p. O livro dos espíritos. Questão 635 – comentário. O evangelho segundo o espiritismo. Questão 637– comentário. 360. Op. 13. _____. Cit. Cap. item 8. 408.184. ABBAGNANO. 185. 1219. 20. 8. 179. Questão 645 – comentário. 18. Op. O evangelho segundo o espiritismo. Questão 631. p. 28. O evangelho segundo o espiritismo. Questão 644. 19. 16. 407. Tradução de Alfredo Bosi e Ivone Castilho Benedetti. item 9. p. 13. item 7. Cit. 409. Op. 25. Op.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 2. Questão 646. item 8. KARDEC. Questão 630. Orientações ao monitor »» Após a prece inicial. p. 116 . 410– 411. 14. Nicola. Rio de Janeiro: FEB. ed. 22. _____. 28. ed. 410. 358. Questão 632. _____. 406. _____. Allan. 4. Cap. O livro dos espíritos. 410. p. Cap. item 13. Cap. 29. Dicionário de filosofia. 15. 281 – 282. Questão 640. p. 406. Allan. _____. 11. Item 14. Cit. Questão 634. 184. 2. p. 11. p. O livro dos espíritos. _____. 8. p. _____. p. _____. _____. 407. p. 17. 344. _____. KARDEC. p. Cit. 14. 18. São Paulo: Martins Fontes. _____. O livro dos espíritos. Cit. Cap. 11. 638. p. Questão 641. Rio de Janeiro: FEB. Cit. 26. O evangelho segundo o espiritismo. _____. _____. _____. 2008. 23. p. Cit. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 8. _____. 409. p. Allan. _____. 405. 24. p. Op. Cit. _____. p. 21. O evangelho segundo o espiritismo. Op. 406. 9. Op. _____. Questão 642. 10. pedir aos participantes que leiam e comentem o texto Convite ao bem. 7. 6. item 5. p. _____. Cap. p. _____. p. 18. 223–224. _____. 1. Questão 643. Op. 17. 11. 25. Cit. de Emmanuel. 225. 406. O evangelho segundo o espiritismo. p. p. Cap. Cap. 2008. Questão 629. _____. 107. 27. Item 16. 3. inserido em anexo. O livro dos espíritos. Cit. Op. p. p. p. p. p. 410. p. 12. Cap. 11. Op. O livro dos espíritos. Questão 633. O livro dos espíritos. item 9. item 9. _____. Cit. p. Op. 16. 409. KARDEC. Entretanto. raras inteligências atingem a juventude. * XAVIER. continuam. ed. 2007. favorecendo a efetiva participação da turma.. dos mentores escolares. a) O bem está relacionado à moral? b) Por que existe o mal? O mal é necessário no mundo? c) É possível fazer distinção entre o bem e mal? d) Existe alguém que não pode fazer o bem? e) Como proceder sempre de acordo com o bem? f) Não fazer o mal é suficiente para o Espírito progredir? g) O ambiente no qual o Espírito renasceu ou vive influencia a prática do bem? h) O ambiente de vício exerce arrastamento irresistível ao homem? Anexo Convite ao Bem * Emmanuel Em todas as épocas. O convite sagrado é repetido. O homem de reflexão terá observado que todo o período infantil é conjunto de apelos ao sublime manancial. Os apelos. dos amigos comuns. Francisco Cândido. tendo como base as seguintes perguntas que devem ser dirigidas aos participantes ao longo da explanação.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 »» Realizar exposição dialogada. p. Rio de Janeiro: FEB. 93-94.. de atenção fixa no chamamento elevado. Quase toda gente ouve as requisições da natureza inferior. do sentimento religioso. da leitura salutar. Pelo Espírito Emmanuel. suscetível de fornecer-nos valores imortais. todavia. 117 . o bem constitui a fonte divina. anos a fio. Vem através dos amorosos pais humanos. Cap. 29. Pão nosso. olvidando deveres preciosos. 39. é um livro amigo. na direção dos desencantos naturais. 118 . A rebeldia. poderemos seguir ao encontro de Nosso Pai. quando podes seguir. passando. No Evangelho de Jesus. todavia. que lhe impõem mais equilibrados pensamentos. calmamente. ainda mesmo em plena madureza do homem. sob o ultimato das dores.. aceita-lhe as claridades sem vacilar. mas não aguardes pelo açoite de sombras. porém. Atendendo-o. Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 1 Aqui. pelas estradas claras do amor. em marcha compulsória. o convite ao bem reveste-se de claridades eternas. é cada vez mais difícil a visão do porto. Não esperes pelo aguilhão da necessidade. sem hesitações. Sob a tormenta. A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus. é um companheiro generoso que insiste em favor das realidades luminosas da vida.. costuma rir inconscientemente. revelando a verdade em silêncio. ali. como se tratasse das solicitações 119 .. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. quando tem como consequência um mal qualquer. »» Esclarecer como prevenir e erradicar vícios e paixões. Cap.. mas a cuja atração somos totalmente livres para ceder ou resistir. Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal denota predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição. Allan Kardec: O livro dos espíritos. pois. imaginar um Espírito malfazejo a nos atrair para o mal..] Quando surge em nós um mau pensamento.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 2 OS VÍCIOS E AS PAIXÕES Objetivos »» Conceituar vício e paixão. »» [.] Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Ideas principais »» [.] A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. podemos.. Questão 908 – comentário. onde estariam o mérito e a responsabilidade? [. Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da natureza espiritual. »» No combate aos vícios e paixões é importante manter-se vigilante: [.] De outro modo. 9...Livro IV .. A não ser assim. a lei do progresso não existiria para o homem. item 10. está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal.EADE .. que o homem só se conserva vicioso. que o Espírito pode libertar-se de todos os vícios e paixões que possua. dia após dia. pode modificar o que é do Espírito.1 Sabemos. quando tem vontade firme para isso. Devemos. 120 . mas. que a criatura humana se situe plenamente dentro do processo de melhoria espiritual. porque quer permanecer vicioso. às vezes. [. Subsídios Os vícios e as paixões decorrem da nossa indigência espiritual. [. consciência tranquila.1 Neste sentido. por seu lado. caso realmente queira. Cap.28. que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. a lei do progresso não existiria para o homem. De outro modo. Vida sem abuso.. combate em nós a má influência e espera com ansiedade a decisão que vamos tomar. Demonstram o estado de ignorância espiritual que ainda vivemos.. porque o Espírito não tem nenhuma ação sobre isso. permitindo. A nossa hesitação em praticar o mal é a voz do Espírito bom.] Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 de uma pessoa viva.. [. A experiência não vos mostra. com o qual nos comprazemos. ao mesmo tempo. pois.2 O uso é o bom senso da vida e o metro da caridade. o nosso anjo da guarda. contudo. pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam aos vossos olhos? Dizei. o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos em que se compraz voluntariamente.. espíritas.]”.. Modificar para melhor exige esforço e dedicação.] Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo.. É o que esclarece o Espírito Hahnemann: “Segundo a ideia muito falsa de que não lhe é possível reformar a sua própria natureza. ou Espírito protetor. até onde é capaz de ir o poder da vontade. a se fazer ouvir pela nossa consciência. item 20. aprendendo agir com equilíbrio para que a felicidade não se transforme em um ideal inatingível. assim. ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados. A não ser assim. imaginar que. enfatiza Emmanuel que é necessário adquirir conhecimentos sobre as normas que regem “os usos” e “os abusos”. onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito. o uso chama-se “abstenção. disposição natural para praticar o mal e cometer ações contrárias à moral. ex. sem o que surge o erro. O abuso forja a lembrança infeliz. psico-social ou mista.. conhecimento e emoção.” O uso cria a reminiscência confortadora.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 Uso é moderação em tudo. Saber fazer significa saber usar. a abstinência e a intemperança diante da moderação. Supérfluo — abuso do necessário. Eis por que progredir é usar bem os empréstimos de Deus. Vício A palavra vício (do latim vitium. Egoísmo — abuso do direito. O Logos ordena todas as coisas: tudo surge a partir dele e de acordo com ele. o vício é um hábito (ou uma disposição) irracional.tendência ou conduta superficial. Abuso é desequilíbrio O uso exprime alegria. Segundo o conceito aristotélico e dos estóicos* “[.]. O vício passa a ser encarado como problema quando associado a qualquer tipo de dependência.. estoicismo: doutrina filosófica que afirma ser o universo governado por um Logos Divino (ou razão universal) e que a alma está identificada com este princípio divino. Todos os objetos ou aparelhos. a covardia * Estóico. mas. Por isso. 1. O uso é a lei que constrói. atitudes ou circunstâncias exigem uso adequado. são vícios os extremos opostos cujo meio-termo é a virtude. 121 . O abuso é a exorbitância que desgasta. nocivo e/ou censurável. A Filosofia conceitua vício como tudo que faz oposição às virtudes. Todos os aspectos menos bons da existência constituem abusos. Doença — abuso da saúde. podemos considerar como sendo: imperfeição grave. muitas vezes.] de virtude.. como hábito racional de conduta.. no que diz respeito aos vícios humanos. Vício — abuso do hábito.. orgânica. graças a ele o mundo é um kosmos (termo que em grego significa “harmonia”). Do abuso nasce a dor.”3 Neste caso. prejudicial ou censurável. p. capaz de realizar algo indecoroso. [. Existem abusos de tempo. é “falha ou defeito”) apresenta vários significados no dicionário. 4 [. Kardec apresenta outras considerações a respeito desse assunto:6 [. ocorrer a transformação moral. e sempre decorrentes do seu nível de evolução. “[. mas parece que há uma tendência humana de.]”. civilizada quando o seu desenvolvimento moral supera.3 A Doutrina Espírita analisa a questão do vício de forma mais abrangente. ou pelo menos os que são semelhantes a nós. ou no mínimo iguala. que existe. praticando a caridade cristã. que só percorreram a primeira fase da civilização. as más tendências são substituídas pelas boas. como afirma Kardec. vício significa simplesmente a falta de delas: falta que. será o virtuoso de amanhã. [. não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados.. Como Espírito evolui em cada experiência reencarnatória e no plano espiritual. os que têm a nossa idade ou que são da nossa cidade. de forma que o homem vicioso de hoje. aquele onde exista menos egoísmo. porque fizestes grandes descobertas e invenções maravilhosas.] De dois povos que tenham chegado ao mais alto grau da escala social. menos cobiça 122 . é vergonhosa somente como participação malograda nas coisas excelentes de que participam todos os outros... família ou classe social.. primeiro. ou seja. e. faz cessar alguns dos males que gerou. a palavra vício só se aplica às virtudes éticas. senão quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos.. citadas nos compêndios médicos e filosóficos. somente pode considerar-se o mais civilizado. Contudo. com o desenvolvimento de virtudes. progredir intelectualmente.] Credes que estais muito adiantados. na existência atual e nas passadas. considerando as aquisições do Espírito imortal. Os Espíritos orientadores da Codificação Espírita analisam que uma sociedade só pode ser considerada. resultam de experiências infelizes vivenciadas pelo ser humano. pré-existe e sobrevive à morte do corpo físico.. só depois. Com relação às virtudes dianoéticas ou intelectivas. e esses males desaparecerão com o progresso moral. Neste sentido. pois.. ou quase todos. porque vos alojais e vos vestis melhor do que os selvagens. segundo Aristóteles.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 e a temeridade diante da coragem. efetivamente. sereis apenas povos esclarecidos. moral e intelectual. na verdadeira acepção do termo.. etc.] À medida que a civilização se aperfeiçoa. Até então.5 O ideal seria que o crescimento intelectual acompanhasse o moral. o progresso da inteligência. Considera que as más tendências. Reconhecei. o homem cai nos excessos e a própria força. já que repousa sobre uma das condições providenciais da nossa existência. enfim. A pessoa dominada pela paixão revela sinais físicos e psicológicos de tensão emocional. boa-fé. espécie de estado febril.”7 As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o auxiliam na execução dos desígnios da Providência.. como para o primeiro. suas crenças e opiniões sejam mais bem respeitadas. onde a inteligência possa desenvolver-se com maior liberdade. Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou numa necessidade natural. que lhe oblitera parcial ou totalmente a autonomia ou escolhas racionais. onde o fraco encontre sempre amparo contra o forte. tanto para o último. desarmonizando-se espiritualmente.] paixões são como um cavalo. resultando num prejuízo qualquer para vós mesmos ou para outros. se a razão não impõe sua vontade. 2. benevolência e generosidade recíprocas. Existindo controle das paixões. pois. que só tem utilidade quando é governado e que se torna perigoso quando passa a governar. onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais. um mal. deixa que elas o dirijam. Ensinam os Espíritos iluminados que as “[.. Mas. onde os preconceitos de casta e de nascimento sejam menos arraigados. onde a vida do homem. Paixão Paixão é um sentimento intenso que ofusca a razão.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 e menos orgulho. em sentido oposto. Entretanto. onde as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as mesmas para todos. estas até funcionam como estímulo à melhoria moral e intelectual. recai sobre ele e o esmaga. se em vez de as dirigir. onde a justiça se exerça com menos parcialidade. O princípio das paixões não é. é fácil o indivíduo perder o controle emocional. situação que pode arrastá-lo aos vícios ou a comportamentos nocivos. onde haja mais bondade. está no excesso e não na causa e este excesso 123 . porque tais preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo. onde haja menos infelizes. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. que em suas mãos poderia fazer o bem. que uma paixão se torna perniciosa a partir do momento em que não mais conseguis dominá-la. onde todo homem de boa vontade esteja certo de não lhe faltar o necessário. portanto. 8 Para administrar os impulsos dominadores da paixão é imprescindível o uso da razão. porque reconhece tanto material de trabalho digno.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 se torna um mal.”9 3. depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias do instinto. sem atender aos deslumbramentos da fantasia que procede do exterior. Prevenção e controle dos vícios e paixões inferiores No combate aos vícios e paixões é importante manter-se vigilante.1. emitindo pensamentos relacionados ao bem. É imprescindível estejamos fortificados com os valores iluminativos. a prevenção é sempre a melhor medida.] A vontade é a gerência esclarecida e vigilante. analisa Emmanuel:10 Há vícios de nutrição da alma. em se tratando dos problemas espirituais. definitivamente. o comportamento. Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal denota predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.. Evitar o mal e incorporar hábitos saudáveis à existência é caminho seguro. não basta desejar ser bom. é preciso trabalhar incessantemente para que o bem integre. para ele. sérios obstáculos ao progresso intelectual e moral do Espírito. Medidas de prevenção Em qualquer processo educativo. 3. governando todos os setores da ação mental. Segundo Emmanuel... Para tanto. que deve ser mantida sob o firme controle da vontade. passa a localizar-se nos últimos degraus do caminho.] Quando um homem se coloca nessa posição íntima. Muitas pessoas trocam a água pura pelas bebidas excitantes. 124 .]. para ser efetivo na vida eterna. [. recomenda-se observar medidas de prevenção e controle.. Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da natureza espiritual. há de basear-se nas realidades simples do caminho evolutivo. neutralizadores das consequências indesejáveis decorrentes dos processos viciosos. em torno dos próprios passos. O alimento do coração. [. quando tem como consequência um mal qualquer. qual ocorre a muita gente que prefere lidar com a ilusão perniciosa. “[. fortifica-se realmente para a sublimação. Contudo.. que qualquer sensação transitória. A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão. Neste sentido.. tanto quanto existem na alimentação do corpo. cotidianamente. todos os dias. as simpatias naturais podem ser manifestações muito santas da alma. é necessário que esteja fundamentada em orientações morais. Irmãos nossos existem que regressam da Terra pela mesma porta da ignorância e da indiferença pela qual entraram.. belas amizades terminam em abismo de sombra [. Em razão da invigilância.”11 Nessa situação. As afeições familiares. adquiridas em existências pretéritas.. contudo. os discípulos deverão interrogar a si mesmos: “Que fiz hoje? Acentuei os traços da criatura inferior que fui até ontem ou desenvolvi as qualidades elevadas do espírito que desejo reter amanhã?”. ao influxo do Pai Misericordioso. tem ele que se lavar de algumas impurezas. demoram se largamente a distância da grande verdade. para que a prevenção atinja seus verdadeiros fins.. fixando em si mesmo comportamentos alinhados com o Bem. ou na presente reencarnação. muitos cônjuges descem às cavernas do desespero. defrontados pelos insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam a felicidade. Entretanto.13 125 . são também indícios das faltas que cometeu. A orientação correta.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 Perante a imperfeição que nos caracteriza. abrem o entendimento às realidades da alma. Por demasia de cuidado.] Os homens. promovida pela educação. O equilíbrio é a posição ideal. que é a melhoria do ser humano. pouco vale se não existir a vontade sincera do ser humano em educar-se. portanto. Eis por que. Daí os Espíritos superiores afirmarem: “[. o verdadeiro pecado original. não asfixiarmos os germens da vida edificante que nascem. os laços consanguíneos. o Espírito. para renovar a própria atitude mental. é preciso investir nos critérios educativos. efetivamente. [. É necessário.. ainda.] Os maus pendores naturais são resquícios das imperfeições de que o Espírito ainda não se despojou. Os costumes. Educação que começa no lar se estende na escola e se completa na vida em sociedade.12 É preciso que a pessoa se esforce. é razoável que o espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias. contudo.. Habitualmente. Em cada existência. quando a criatura as eleva no altar do sentimento superior. preferem o convencionalismo a rigor e. são elementos poderosos e determinantes na evolução. no coração. todavia..]. Por excesso de preocupações. refletimos tendências instintivas malsucedidas. inúmeros pais prejudicam os filhos. apenas quando inspirados por princípios de ordem superior. somente a custo. no balanço das atividades de cada dia. é de fundamental importância. começa por evitar tentações. no lar e no Centro Espírita. Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada.. aflição e amargura. o conhecimento da “perfeita vontade de Deus”. Medidas de controle As medidas de controle variam conforme a gravidade dos vícios e das paixões. mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade. ainda mesmo que à marcha nos custe suor e lágrimas. 126 . Renovemos nossa alma. mais recursos financeiros. em geral. é importante que a pessoa desenvolva um plano de combate às imperfeições. quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres. há sempre indício de uma fraqueza que nos sujeita a receber essa influência e. estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante. por conseguinte. indício de uma alma imperfeita. Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior. Na situações mais graves. é necessário associar assistência espiritual às intervenções médicas e/ ou psicoterapêuticas. onde estivermos. Dor e sacrifício. são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece. Mais títulos. A perseverança na mudança de comportamento.. Nos casos mais simples a vontade firme e o apoio espiritual. [. na concretização do bem. Em O evangelho segundo o espiritismo encontram-se as seguintes orientações: Qualquer pensamento mau pode ter duas fontes: a própria imperfeição de nossa alma. dia a dia. Renovemo-nos por dentro.2. é a fórmula justa de aquisição do discernimento. Aceitar os problemas do mundo e superá-los.14 Assim. que. a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.] Quando surge em nós um mau pensamento. Mas a utilização delas implicam sacrifício e disciplina por parte dos envolvidos. podemos. Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente. Neste último caso. a nosso respeito.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 3. com ela. alcançaremos a compreensão da vida. ou uma funesta influência que se exerça sobre ela. são suficientes. É preciso avançar no conhecimento superior. e. à força de nosso trabalho e de nossa serenidade. para melhor. mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres. a fim de não se repetir comportamentos indesejáveis. Allan Kardec. conduta moral inferior. pois esta é a Lei e os Profetas. Pelo desinteresse.. orienta como reconhecer um pensamento mau: [. O verdadeiro desinteresse é coisa tão rara na Terra que quando é admirado como fenômeno quando se manifesta. quando a sua realização pode causar qualquer prejuízo a outrem. imaginar que. fazei-o vós a eles. a vaidade ou o egoísmo. embora assinalem um progresso.] Reconhece-se que um pensamento é mau. ele prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado. nem sempre suportam certas provas.. reflete. Mas essas qualidades. em princípio. à douração que não resiste à pedra de toque. mas a cuja atração somos totalmente livres para ceder ou resistir. bastando algumas vezes que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto. Bíblia de Jerusalém)..15 Todo comportamento que produz sofrimento. como num objeto de cobre. 7: 12. a se fazer ouvir pela nossa consciência [. quando. que quereis que os homens vos façam..16 127 . ou Espírito protetor. enfim.] Muitas vezes. nos induz a fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem. nem sempre é possível discernir o certo do errado.. porque. quando tem por princípio o orgulho. por seu lado. combate em nós a má influência e espera com ansiedade a decisão que vamos tomar. O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade. Existem. Um homem pode possuir qualidades reais que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. O que fazer em tal situação? Jesus oferece uma sábia orientação a respeito. imaginar um Espírito malfazejo a nos atrair para o mal. algumas ações e atitudes humanas que resultam maiores prejuízos. que constitui a base da verdadeira moral. ao contrário. conhecida como “regra de ouro”: Tudo aquilo. as qualidades morais se assemelham. quando se afasta da caridade. Devemos. ao mesmo tempo. porém.].. a si ou a outrem. portanto. o nosso anjo da guarda.15 Por outro lado. tanto menos compreende o seu destino. destacamos apenas algumas para ilustrar o estudo: Interesse pessoal [. como se tratasse das solicitações de uma pessoa viva. Como não é possível enumerar todas. (Mateus.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 pois. quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo. por sua vez. A nossa hesitação em praticar o mal é a voz do Espírito bom. nem a outros para ser enterrada num cofre-forte.. vede se não poderão dizer o mesmo a vosso respeito.19 Fraqueza em permitir o avanço do mal: [. Antes de censurardes as imperfeições dos outros..]. incorrerá em grande culpa. falta de juízo.. de possuir as qualidades opostas aos defeitos que criticais nos semelhantes. Quando estes o quiserem.. se não a fazeis dar frutos que vos alimentem?” [. [. ainda persistem no pensamento dos Espíritos atrasados. por todas as lágrimas que podiam ter enxugado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam.]. de que a indulgência para com os defeitos alheios é uma das virtudes que fazem parte da caridade. É um depósito de que terão de prestar contas. A fortuna não é dada a uns para ser lançada ao vento.18 Não exemplificar o que ensina: A moral sem as ações é como a semente sem o trabalho. conduzindo suas vítimas a lugares que ofereçam o espetáculo daquelas paixões e de tudo que as possa excitar. pois.17 Criticar e divulgar as imperfeições do próximo Se for para os criticar e divulgar. porém.] Não se deve esquecer.]...EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 Prodigalidade excessiva [. porque será faltar com a caridade.21 Manter-se invigilante quanto às influências dos Espíritos moralmente atrasados Embora as paixões não existam materialmente.. quando menos. esse é o meio de vos tornardes superiores a eles..20 Não se esforçar para vencer as imperfeições: O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo... [. os bons são tímidos. Tratai. haverão de preponderar.. porque responderão por todo o bem que podiam fazer e não fizeram.22 128 . Não há mérito algum em fazer o bem sem esforço e quando nada custa. De que vos serve a semente. Os maus entretêm esses pensamentos.[. a prodigalidade irrefletida constitui sempre..] Os maus são intrigantes e audaciosos.] Se o desinteresse [aos bens materiais] é uma virtude. Tradução de Alfredo Bosi e Ivone Castilho Benedetti. 1. 482.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 Mas. p. 7. 107. item 21. Cap. 44. não. receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes. _____. Dicionário de filosofia. Rio de Janeiro: FEB. p. 2006. ed. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB. Questão 793 – comentário. p. 129 . p. 1. 2006. Cap. _____. 11. especial. Cap. 2008. as honras que lhe causam inveja e de que não pode gozar. Francisco Cândido. Estude e viva.2006. ed. 4. 2. 2. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. o devasso.23 Acreditar que o ambiente vicioso tem apelo inexorável Quando o homem se acha. 2008. p. Allan. _____. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 8. p. Cap.24 Referências 1. Cap. 13-14. Cap. 3. Rio de Janeiro: FEB.ed. Francisco Cândido. porque. 13. _____. 543. Rio de Janeiro: FEB. item 10. _____. 9. KARDEC. 12. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. 482-483. 10. mergulhado na atmosfera do vício. p. 285-286.198. Pensamento e vida. p. de que servem essas paixões. 6. 277-278. ed. ed. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que. 283-284. p. Rio de Janeiro: FEB. Rio de Janeiro: FEB. Pelo Espírito Emmanuel. ao mesmo tempo. XAVIER. Nicola. Allan. O evangelho segundo o espiritismo. já que não têm objeto real? ‘E justamente nisso que consiste o seu suplício: o avarento vê o ouro que não pode possuir.51-52. Cit. algumas vezes. 14. grandes virtudes. _____. O livro dos espíritos. XAVIER. p. XAVIER. Fonte viva. São Paulo: Martins Fontes. XAVIER. Cap. ed. Cap. Op. ed. Questão 908. 12. o mal não se torna para ele um arrastamento quase irresistível? Arrastamento. 1000. p. 482. Pão nosso. O espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec. irresistível. p. de certo modo. 5. Questão 793. questão 793 – comentário. p. mesmo dentro da atmosfera do viciosa podeis encontrar. 134. Rio de Janeiro: FEB. Francisco Cândido. 135. KARDEC. Francisco Cândido. 297. 2008. 141. 9. KARDEC. Pelo Espírito Emmanuel. 27. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. ABBAGNANO. 2. item: Uso e abuso. 543. Allan. 7. Questão 908 – comentário. 2005. p. 4. as orgias de que não pode participar. Pão nosso. sim. o orgulhoso. p.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 15. 563. Allan. 24. 28. item 20. 33. Op. do Espírito André Luiz. _____. p. p. 589. 37 ed. * XAVIER. Para tanto. ainda que estejam supostamente na moda. 589. _____. Anexo Hábitos Infelizes* André Luiz Usar pornografia ou palavrões. Pespegar tapinhas ou cutucões a quem se dirija a palavra. Fazer o fechamento da reunião com base no texto em anexo (Hábitos infelizes). p. Questão 972. Cit. 23. 536-537. p. Questão 972-a. 130 . _____. p. 540-541. _____. Questão 905. Sinal verde. Questão 896. 19. Cap. 18. KARDEC. Questão 646. 21. Questão 932. p. Cap. 2004. Comentar desfavoravelmente a situação de qualquer pessoa. 17. Falar aos gritos. Questão 895. 20. Questão 903. _____. O evangelho segundo o espiritismo. Cit. Estender boatos e entretecer conversações negativas. O livro dos espíritos. 22. 410. 500. _____.93-97. p. _____. 537. Questão 645. _____. Francisco Cândido. 542. _____. 410. Orientações ao monitor Analisar as ideas desenvolvidas no Roteiro por meio da técnica de discussão circular. São Paulo: Petit. Op. elaborar previamente um questionário cujas perguntas considerem todos os conteúdos desenvolvidos neste estudo. p. Pelo Espírito André Luiz. p. 16. p. Viver sem método. Comparar comunidades e pessoas. Desprestigiar compromissos e horários. Escavar o passado alheio. Exigir o bem sem trabalho. Ignorar conveniências e direitos alheios. Desacreditar serviços e instituições. Contar piadas suscetíveis de machucar os sentimentos de quem ouve. a propósito de tudo e de todos. pelo prazer de exibir cultura e competência. por sistema. cujo sentido não possamos penetrar. comprometendo o serviço alheio e dificultando a execução dos deveres próprios. Indagar de situações e ligações. sob a desculpa de ser melhor que os demais. Contar vantagens. prejudicando ou ferindo os outros.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 Rir descontroladamente. Agitar-se a todo instante. Fixar intencionalmente defeitos e cicatrizes do próximo. Irritar-se por bagatelas. Gastar mais do que se dispõe. explodindo nos menores contratempos. Zombar dos circunstantes ou chicotear os ausentes. Deitar conhecimentos fora de lugar e condição. Aplicar franqueza impiedosa a pretexto de honorificar a verdade. Fugir de estudar. Não saber aguentar injúrias ou críticas. espalhando pessimismo e desprestígio. Não procurar dominar-se. Analisar os problemas sexuais seja de quem seja. 131 . Fugir da limpeza. Queixar-se. Desrespeitar as pessoas com perguntas desnecessárias. Aguardar honrarias e privilégios. Não querer sofrer. 132 . Reclamar dos outros aquilo que nós próprios ainda não conseguimos fazer. Desprezar adversários e endeusar amigos. Discutir sem racionar. Condenar os que não possam pensar por nossa cabeça. Pedir apoio sem dar cooperação.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 2 Deixar sempre para amanhã a obrigação que se pode cumprir hoje. Dramatizar doenças e dissabores. Aceitar deveres e largá-los sem consideração nos ombros alheios. »» Analisar a origem e as causas do sofrimento humano. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Bíblia de Jerusalém). p.EADE . sendo necessário compreendê-las e saber aproveitá-las como preciosa lição. porque serão consolados (Mateus. 62. não há uma só infração à lei de Deus que não acarrete a sua punição. o homem é constantemente o árbitro da sua própria sorte.Livro IV . Ideas principais »» A Aflição é tribulação que se caracteriza por profundo sofrimento.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 3 SOFRIMENTOS HUMANOS: ORIGEM E CAUSAS Objetivos »» Explicar o que caracteriza a aflição.. conforme asseverou Jesus: Felizes os aflitos. 5:5.] Assim. [.. »» Na visão espírita. sob a ótica do espiritismo. »» O homem sofre sempre a consequência de suas faltas. Por persistente sentimento de dor física ou moral. as aflições podem ser consideradas como oportunidades de reajustes perante a lei de Deus. a sua felicidade ou a sua 133 . pode abreviar ou prolongar indefinidamente o seu suplício. O Espiritismo considera. vê onde pisas. Allan Kardec. conforme. já se desestruturam perante as menores dificuldades. causada por algo que pode. A aflição do vício chama-se delinquência. sendo necessário compreendê-las e aproveitá-las como preciosa lição. na essência. [. A aflição da agressividade chama-se cólera.1 O conceito espírita de aflição é explicado por Emmanuel. traduzido na forma de dor ou sofrimento. 5:5. asseverou Jesus: Felizes os aflitos.. XXVII. porque serão consolados (Mateus. Existem.. inclusive. tudo está mais ou menos relacionado às disposições íntimas de cada um: há indivíduos que revelam grande resistência ao sofrimento. que as aflições são. Bíblia de Jerusalém). A aflição do egoísmo chama-se egolatria.. A aflição da fuga chama-se covardia. é reflexo intangível do mal forjado pela criatura que a experimenta [. entretanto.. Subsídios A aflição pode ser representada por simples mal-estar.] Cada criatura traz. A aflição da vaidade 134 . Todas as aflições se caracterizam por tipos e nomes especiais. Ao atravessá-las sob justos impositivos da evolução. A aflição do crime chama-se remorso. A aflição da brutalidade chama-se violência. A aflição do fanatismo chama-se intolerância.. A aflição da preguiça chama-se rebeldia. como o suicídio. A aflição da inveja chama-se despeito. oportunidades de reajustes perante a lei de Deus.]”. O evangelho segundo o espiritismo. física ou moral. Cap. por em risco a própria existência.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 desventura dependem da vontade que tenha de praticar o bem. A aflição da indisciplina chama-se desordem. não se subjugando a eles. Entretanto. aflições que podem produzir maiores desarmonias. em geral. O grau de aceitação da aflição varia conforme o estágio evolutivo da pessoa. porém. como te exprimes e pensas. item 21. traiçoeira região de ciladas e armadilhas. Pondera. assim:2 Examina a própria aflição para que não se converta a tua inquietude em arrasadora tempestade emotiva. real ou fictícia. como as que provocam depressões ou são indutivas de atitudes extremas. até intensa preocupação. o Espírito Camilo Chaves: “[. a respeito.] Aflição. em si. Outros.. A aflição da leviandade chama-se insensatez. A aflição do relaxamento chama-se evasiva. é importante avaliarmos. qualquer jaça ou falha de caráter interdita-nos a entrada nos mundos venturosos e. porém. conseguem receber e acumular em si mesmos os talentos de amor e paz reservados por Jesus aos sofredores da Terra. que não sabe utilizar adequadamente a liberdade de escolha.3 Por medida de bom senso. É resultado da própria imperfeição humana. A aflição da injustiça chama-se crueldade. se a nossa 135 . a imperfeição atenua. neste e em outros planetas. o “[. a despeito das imperfeições que ainda possuímos. sabem que suportar as aflições menores da estrada é evitar as aflições maiores da vida e. de forma mais reflexiva. Origem do sofrimento humano O sofrimento humano tem origem nos atos cometidos pelo Espírito no passado. vai desaparecendo. só a conheceremos. quando pronunciou no monte a divina promessa: “Bem-aventurados os aflitos!”.. do raciocínio e do sentimento. em outras encarnações. que escolhas estamos realizando e que resultados elas podem produzir. seja nesta ou em anteriores encarnações. Se já existe o propósito de seguir o bem. A aflição da inutilidade chama-se queixa. 1.”3 Sendo Deus soberanamente bom e justo. ou na atual existência. salvo por uma boa razão ou causa justa. entretanto.. A aflição do reino doméstico e da esfera profissional. À medida que o ser evolui. que nos vamos purificando e engrandecendo.. Cada criatura tem a aflição que lhe é própria. assim. Portanto. até cessar de vez. através das existências sucessivas. por isso. para onde estamos caminhando.] sofrimento é consequência inelutável da incompreensão e dos transviamentos da Lei que rege a evolução humana.. A aflição do ciúme chama-se desespero. cedo ou tarde. por ignorância ou rebeldia. Criados para a felicidade completa. quando formos perfeitos. A aflição da indiferença chama-se desânimo. A aflição da impaciência chama-se intemperança. Entretanto. e o sofrimento resultante de suas más escolhas. Os corações unidos ao Sumo Bem. este esforço será recompensado. não haveria de permitir que fôssemos excrucia-dos. para a Doutrina Espírita. ficamos em débito com a Lei. sofremos é porque.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 chama-se loucura. pondo-nos em condições de fruir a deleitável companhia das almas santificadas. contudo. anônimos heróis da luta cotidiana. apenas eles. A aflição da sovinice chama-se miséria. pois. que procuram ocultar sua superioridade espiritual para não ferir os seres que assistem. Umas têm sua causa na vida presente. porque resultaram de 136 . com os reinados da Terra. a partir do momento em que começou a se desviar das Leis Divinas. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência. Se amargurado.. Se a felicidade do homem terreno. se quisermos. têm duas fontes bem diferentes. para que a nossa vida se aperfeiçoe. ou.] resgatar nossos compromissos. reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e da conduta dos que os suportam. de há muito vencidos nos refolhos da Lei [. fora desta vida.. mas concedeu-nos o trabalho do bem. o mesmo não acontece com os Espíritos superiores. Assim. desencarnando pobre e odiado por todos. consiste no elevado patamar social que o situa acima do seu semelhante. ou por não terem sabido limitar seus desejos! Quantas uniões infelizes. Tipos de aflições O sofrimento humano é antigo e acompanha o homem desde as suas origens. O reinado de Jesus. diretamente relacionada ao mau uso do livre arbítrio. a despeito dos nossos equívocos. estaremos semeando um futuro de aflições. que pela inferioridade moral dos seres terrenos ainda não pertence a este mundo. onde o homem apropria-se do ouro. portanto. dar-te-á corrigenda. ser-te-á reconforto. somos ainda Espíritos imperfeitos. pois. que importa distinguir.4 A origem das nossas aflições está. Se ignoras. outras. por se respaldar no orgulho e no egoísmo.. de perseverança. dos territórios e do temporário poder. abençoar-te-á por lição. Todavia.]. no começo de sua caminhada evolutiva. de seu orgulho e de sua ambição! Quantos se arruínam por falta de ordem. a Bondade Divina sempre nos concede oportunidades para “[. nosso grande remédio. Deus sabe que todos nós.6 2. não deve ser confundido. Remontando-se à origem dos males terrestres.”5 Todos temos. segundo a nossa vontade.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 felicidade se concentra apenas no mundanismo. surgirá ele como apoio em que te levantes. Se erraste.. pois. Se caíste. esclarece o Codificador da Doutrina Espírita: »» As vicissitudes da vida são de duas espécies. encarnados e desencarnados em serviço na Terra. dos títulos. que podemos desenvolver desenvolver e sublimar. pelo mau proceder. no trabalho do bem. se não fizemos esse mal na presente vida... se somos punidos. sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho. completamente estranho e que parecem atingi-lo como que por fatalidade. por exemplo. É uma alternativa a que ninguém pode escapar e em que a lógica decide de que lado está a justiça de Deus [.. mesmo que. [. o cretinismo.]. em virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa. nas colheitas dos dias de equilíbrio e abundância. [. se a causa não se encontrar na vida atual. há outros para os quais ele é. por doenças ou dificuldades materiais... produzam sofrimento ao homem são as “[. nem pelo mal que não fez..7 »» Mas se há males nesta vida. muitas vezes.10 propriamente ditos.]. há de ser anterior a essa vida. pode abreviar ou prolongar indefinidamente o seu suplício.] Todavia. de que o homem é a causa principal. em que será indispensável recorrer às provisões armazenadas no intimo. que o torturam mais dolorosamente do que os sofrimentos físicos”. deve estar numa existência precedente. Tais.] Assim. ainda. isto é.. etc. como a causa sempre precede o efeito. não há uma só infração à lei de Deus que não acarrete a sua punição. é que fizemos o mal.9 Ainda que as aflições físicas.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 um cálculo de interesse ou de vaidade. desde que se admita um Deus justo. a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. como 137 .. Por isto nos esclarecem os Orientadores da Vida Maior:11 É inegável que em vosso aprendizado terrestre atravessareis dias de inverno ríspido.] angústias morais.]. Por outro lado. e nas quais o coração não tomou parte alguma! Quantas dissensões e disputas funestas se teriam evitado com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero! Quantos pais são infelizes com seus filhos... porque não lhes combateram as más tendências desde o princípio! [.. Contemplareis o mundo. pelo menos na aparência. a idiotia. tais misérias são efeitos que devem ter uma causa e. o homem é constantemente o árbitro da sua própria sorte. as deformidades. o sofredor nem se dê conta desta situação.. essa causa também deve ser justa. a sua felicidade ou a sua desventura dependem da vontade que tenha de praticar o bem [. Ora. Tal. é que o fizemos em outra. os flagelos naturais.8 »» O homem sofre sempre a consequência de suas faltas. os reveses da fortuna. as enfermidades de nascença. não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez. os acidentes que nenhuma previdência poderia impedir. que frustram todas as medidas de prudência. na desilusão de amigos muito amados. sob os embates de tormenta cruel. que não acarrete consequências forçosas e inevitáveis. portanto.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 templo em ruínas. certo não vos será proibido chorar. por mais leve que seja.. 3. Não há uma só falta. incide especialmente sobre as que trazem prejuízo à sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem. portanto. Dão-lhe experiência. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. é imprescindível tomar-lhe a sublime companhia e prosseguir avante com a sua serenidade e seu bom ânimo. guardam sempre relação com os atos cometidos. nenhuma infração da sua lei. Entretanto.12 138 . uns pela indiferença. ou não sofre. Consequências do sofrimento humano O sofrimento está diretamente relacionado às escolhas que o Espírito faz ao longo de sua jornada evolutiva. que. não haveria motivo algum para que se emendasse. não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. porventura. Se bem utilizou o seu livre arbítrio sofre menos. asseveram as orientações espíritas: A lei humana atinge certas faltas e as pune. é necessário não esquecerdes a divina companhia do Senhor Jesus. acaso. Quando surgir um dia assim em vossos horizontes.. Se as suas escolhas foram insensatas. [. o que redundou para ele numa fonte de amarguras. Daí se segue que. outros porque preferiram a integração no quadro dos interesses fugitivos do plano material. por parte das criaturas humanas. que o Mestre dos mestres habita uma esfera inacessível ao pensamen-to dos homens? Julgais. irá responder por elas. como nas grandes. futuramente. Nesse sentido. o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. nas pequenas coisas. fazem-lhe sentir a diferença entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar. se não fosse assim.]. Supondes. nem pode alcançar todas as faltas. compelindo-vos à inquietação e à amargura. Ele conhecia o nosso e sofria pelos nossos erros. As condições em que vivemos. As esperanças feneceram distantes. O condenado pode então dizer que sofre a consequência do que fez. Deus. diariamente? Antes de conhecermos o alheio mal que nos aflige. Mas a lei não alcança. não receba o Salvador ingratidões e ápodos. Os afeiçoados desapareceram. de acordo com a gravidade dos atos executados. felizes ou infelizes. porém. a fim de evitar. os sonhos permanecem pisados pelos ingratos. Não olvidemos. nas aflições. quer que todas as suas criaturas progridam e. porque pode satisfazer às suas paixões. a todas as humilhações. embora esteja sujeito. mas fogem das inquietações que geram perturbações destrutivas. [. O mau rico pedirá esmola e estará sujeito a todas as privações da miséria. “Muitas vezes. então. com certeza a expiará em outra existência tão material quanto aquela. As aflições podem.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 Vemos. pode mesmo vir a ser ainda mais infeliz em nova existência. próprias e alheias. que o sofrimento pode ser perfeitamente suportável.. as tribulações da vida representam um sofrimento para ela. o orgulhoso. quando a alma está reencarnada. que trazem o caráter temperado nas lutas. conforme as faltas que cometeu. com as quais enfrentam. Como Espírito. que os acata com a finalidade libertar-se do seu passado de erros e de escolhas insensatas. Todas as penas e tribulações da vida são expiação das faltas de outra existência. que causam sofrimento? Como administrar conflitos íntimos que nos impelem à realização ações infelizes. o que abusa de sua autoridade e trata com desprezo e crueldade os seus subordinados se verá forçado a obedecer a um patrão mais duro do que ele o foi. Não é.] O homem que se considera feliz na Terra. surgem. Diante das lutas existenciais não se deixa arrastar pelo torvelinho do sofrimento. então algumas questões fundamentais: Como lidar com a imperfeição? Como proceder para erradicá-la? Como conviver com as ações intempestivas. recebendo dos benfeitores espirituais doses extras de coragem e de bom ânimo. Se muitas vezes ele começa a expiar essa felicidade efêmera já nesta vida. a dores morais mais agudas. falando de alguém que morreu. não se deixam abater ou não se declaram vencidas pelas aflições que sofrem. mas. novidade saber que a imperfeição do Espírito gera sofrimento e representa a raiz do seu atraso espiritual. É bem verdade que. quando não resultam de faltas da vida atual. de cabeça erguida. decorrentes das tendências inferiores que ainda possuímos? Como não se vincular às mentes enfermiças que nos rodeiam? 139 .”13 As almas fortes. Neste particular. não sofre mais dores físicas. Buscam conforto na prece e na fé. é o que emprega menos esforços para se melhorar.. assim. só o corpo sofre materialmente. dizeis que ele deixou de sofrer. resultar sacrifícios à pessoa. pois. os desafios que a vida lhe determina. sem temores exagerados. Nem sempre isto é verdade. até mesmo ter sido deliberadamente escolhido pelo Espírito que já possui certo nível de entendimento. dia após dia. procurando aceitar-nos como somos. os companheiros em evolução na Terra. ante a Vida Superior.. se as árvores são valorizadas pelos próprios frutos. Por último. [. 140 . Seareiros de volta. trabalhemos na edificação do bem de todos.. conforme os frutos que venha a produzir.. a benefício dos semelhantes. Emmanuel nos convida à seguinte reflexão. evitemos estragar-nos com queixas e autocondenação. em nos referindo aos valores da alma. porém.. XAVIER..] são capazes de produzir frutos excelentes de experiência e compreensão.14 Que somos Espíritos endividados perante as Leis Divinas. VIEIRA. E. no curso da evolução. Urge. Por vários Espíritos. mas abstenhamo-nos de chorar inutilmente no beco da autopiedade. saber como facear construtivamente as necessidades e problemas do mundo íntimo.] Observemos o que estamos realizando com o tesouro das horas e de que espécie são as nossas ações.]. É um companheiro que não sabe mentir. cada árvore recebe e receberá invariavelmente atenção e auxílio do pomicultor. não padece dúvida. Francisco Cândido.. Não resta dúvida.. Quando eles se afastam do caminho reto e resvalam para a sensualidade e para a decomposição moral. [. pensarmos. Rio de Janeiro:FEB. Em tudo o que sentirmos.].] sofrimento não é um inimigo. como se acredita. p. 7. os faz retomar o verdadeiro caminho [. 2. Reconhecemo-nos falhos. porém. agir. que transforma o ser para melhor. Ao invés disso. isto sim. 2007.”15 Temos nele “[. Waldo. sem subterfúgios ou escapatórias. Nesse sentido. São processos reparadores visando ao reajustamento da criatura nos seus transvios. vale destacar que o “[.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 A resposta a esta e a outras indagações guarda relação com a força da von-tade e do esforço desenvolvido por cada indivíduo em superar as dificuldades. reconhecendo que. ed. 2008. ele. ed. servir e melhorar-nos sempre...73..”17 Referências 1. falarmos ou fizermos. em nos reportando a nós outros. Item: Sê um reflexo do Cristo (mensagem do Espírito Camilo Chaves). Rio de Janeiro: FEB. doemos aos outros o melhor de nós. 21. com seu aguilhão... diligenciando buscar. que a solução definitiva está no trabalho incansável do bem.] a grande escola dos indivíduos e dos povos. Religião dos Espíritos.”16 As dores “[. 11. 12. Questão 255. desenvolvidos neste Roteiro: Grupo 1: A origem do sofrimento humano. Cap. ed. verdade e vida. p. 16. 113. 8. O evangelho segundo o espiritismo. 32. Rio de Janeiro: FEB. _____. 13. p. 2008. p. CALLIGARIS. Allan. 2008. 596. 1991.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 Capítulo: Examina a própria aflição. p. O sermão da montanha. Questão 983. Rio de Janeiro: FEB. ed. dividir a turma em três grupos para que estudem. A nova luz. item 4. 469. item 5. 14. 3. Cit. 1. p. Rio de Janeiro: FEB. Caminho. 6. 2010. p. Cap. XAVIER. 5. 5. Rio de Janeiro: FEB. 23.18. Rio de Janeiro: FEB. Utilidade dos livros de Maeterlinck -Palavras de Lyssargo acerca do sofrimento. Allan.. Francisco Cândido. 4.ed. 2002.111-112. SOARES. Rio de Janeiro: FEB. 4. 19. 2009. Orientações ao monitor Realizar breve introdução do assunto. p. Tempo de renovação. item 21. Francisco Cândido. Op. registrado por Mateus no capítulo cinco. _____. Imperfeições. Cap. 3. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. p. item 6. 88-89. 111. Rio de Janeiro: FEB. Cap. Rumo certo. ed. DEJEAN. p. O evangelho segundo o espiritismo. MOUTINHO. Miranda). troquem ideas e elaborem resumo de um dos itens que se seguem. 114-115. 113. O livro dos espíritos. 11. Pelo Espírito Emmanuel. MARCUS. Cap. _____. João de Jesus. Cap. Candeias na noite escura. p. 9. Op.181-182. p. 140. KARDEC. Georges. 83. _____. 17. Cap. O livro dos espíritos. 2009. KARDEC. Rio de Janeiro: FEB. p. p. 10. XAVIER. 41-43. 6. 2005. Cap. 15. ed. _____. Rio de Janeiro: FEB. ed. 28. Pelo Espírito Emmanuel. 2005. 5. 1. Notícias do reino. 2008. p. 18. SOUZA. 7. 46 – A conquista do reino. p. Em seguida. 90. Cap. João (pseudônimo de Hermínio C.. Seara dos médiuns. versículo 5. Grupo 2: Tipos de aflições Grupo 3: Consequências do sofrimento humano 141 . Cap. 5. ed. 5. fazendo análise do conceito de aflição. ed. 2008. p. Trad. do Evangelho. 51. ed. 27. 2. Juvanir Borges de. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Capítulo: Bem aventurados os que choram .. Rio de Janeiro: FEB. Rodolfo. ed. Rio de Janeiro: FEB. Espiritismo e a guerra. de Guillon Ribeiro. Páginas de Léon Dennis. Sílvio Brito. 222. Cap. Cit. Esclarecer possíveis dúvidas.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 3 Após a apresentação dos resumos pelos re-latores indicados por cada grupo. pedir aos participantes que apresentem exemplos de situações em que o sofrimento foi bem administrado ou superado. 142 . ao final da reunião. . valendo-se da autodisciplina. Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas. Outra coisa. se ninguém tivera motivo para se queixar de mim..]”. Questão 919-a. passava em revista o que havia feito e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever. Cap.. 143 . [.]. porém.] o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.. Emmanuel: Caminho.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 4 NECESSIDADE DE TRANSFORMAÇÃO MORAL Objetivos »» Destacar a importância da transformação moral.. »» Um meio prático que o homem pode adotar para se transformar moralmente é seguir a recomendação de santo Agostinho: Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim do dia. operar a adesão verbal a ideologias edificantes.. 18. Ideas principais »» [. da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício [. Allan Kardec: O livro dos espíritos. interrogava a minha consciência. é realizar a obra da elevação de si mesmo.EADE .Livro IV ... Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. »» Identificar atitudes que concorrem para a melhoria evolutiva do ser humano. verdade e vida. portanto.] entre os povos mais adiantados do Planeta avançam duas calamidades morais do materialismo corrompendo-lhe as forças: o suicídio e a loucura. o homem recebe com indiferença. Age como se fosse um ente superior aos demais — alheio à pequenez espiritual em que vive e se compraz —. o homem que tudo faz para vivenciar a Lei de Amor. impõe vontades. porque possui mais bens materiais. [... mais cultura ou mais poder. [. Nas condições em que se encontram.]. mesmo com alegria. [. ou.. Em situação oposta.1 Em geral. Se. preserva-lhe a razão dos abalos. precisa alimentar-se com recursos da alma e apoiar-se neles. é certo que a maioria desses casos de loucura se deve à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem coragem de suportar. “eu preciso”. pela maneira com que o Espiritismo o faz encarar as coisas deste mundo. a teriam perturbado. se não fora isso. encontra-se envolvido em saudável atmosfera psíquica mantenedora da harmonia espiritual. por isso. os reveses e as decepções que o teriam desesperado em outras circunstâncias. trabalhando diuturnamente pela sua melhoria espiritual.. opiniões e caprichos às pessoas mais próximas.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 Subsídios As imperfeições morais conduzem o homem ao cometimento de faltas contra a Lei de Deus. alguns graves. muitas vezes. sem desfrutar das singelas manifestações das verdadeiras amizades. causadores de grandes perturbações espirituais. Para suportar os atritos necessários à evolução e aos conflitos resultantes da luta regenerativa. A calma e a resignação adquiridas na maneira de considerar a vida terrestre e a confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. o homem se mantém desatento quanto aos imperativos da sua melhoria espiritual: ignora os chamamentos que as provações proporcionam. que. é evidente que essa força. que podem resultar desequilíbrios. que o coloca acima dos acontecimentos.2 144 . valoriza excessivamente a si próprio.. essas almas acumulam inimizades e antipatias e. Com efeito. vivem isoladas. O seu roteiro de vida está centrado no “eu quero”.. a angústia e a obsessão.]. ações. mais propriamente. igualmente.] O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do assunto e aconselhava aos discípulos que limpassem as mãos. contudo. O indivíduo revela dificuldades em administrar as suas imperfeições. retificassem as atividades do plano exterior. Importância da melhoria moral Raras são as pessoas que não admitem o valor da melhoria espiritual pelo desenvolvimento moral. reprodução. (Tiago. Percebe-se.. da caminhada horizontal.. nitidamente assinalada pelas ordenações da subsistência biológica: alimentação. os seus condicionamentos comportamentais. operar a adesão verbal a ideologias edificantes. nessa fase da evolução. afastando-se. O companheiro valoroso do Cristo. pois se há os que aplaudem as suas atitudes de mudança. isto é. que o Espírito inicia a sua jornada para cima.. renovassem suas ações ao olhar de todos. desaprovando ou duvidando. Bíblia de Jerusalém). que a vontade é vacilante. e santificai vossos corações dúbios.. da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício [. na soledade indevassável de seus pensamentos. Entre o desejo e a ação. porque semelhante renovação jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes. Outra coisa. marcada por conflitos: ”querer e não querer”.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 1. outros fazem críticas graves. Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas. porém. “[. Mas como bem assinala Emmanuel. a purificação do sentimento.. não se esqueceu de afirmar que isso é trabalho para os de duplo ânimo.. lembra o apóstolo Tiago aos discípulos ainda presos às imperfeições: Purificai vossas mãos.”3 Neste aspecto. “fazer e não fazer”.3 A importância da transformação moral surge quando a criatura humana constata que os prazeres da vida material já não lhe satisfazem. Trata-se do primeiro estágio da evolução espiritual. valendo-se da autodisciplina. no recinto sagrado da consciência. aos poucos. em direção ao Supremo Bem... porém. desenvolvimento exclusivo das faculdades intelectivas etc. [. é realizar a obra da elevação de si mesmo. as suas más tendências. Diz-se. controle do outro.]. pois o “querer” nem sempre se traduz como o “fazer”. então.] o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece. apelando para que se efetuasse... apenas conhecido pelo aprendiz.] Como vencer os nossos conflitos interiores? De que modo eliminar as tendências menos construtivas que ainda nos caracterizam 145 . Agrada e desagrada. [. há grande distância. pecadores. 4:8. Entretanto. ante a Vida Superior. à medida que nos transformamos para melhor. portanto. terapeutas etc.4 É processo amargo. Sofres.). não contamos com o devido auxílio.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 a individualidade? — indagamo-nos. em nos referindo aos valores da alma. Espíritos mais adiantados caminhando junto conosco. criaturas que supunhas destinadas à missão da bênção. em nos reportando a nós outros. identificamos não só as imperfeições próprias como as dos que nos compartilham a jornada evolutiva. decepções e desconfianças no relacionamento com essas pessoas. Natural que surjam. ao se lhes revelar fragilidades e imperfeições. padrões ideais de comportamento. nada mais recolheste que necessidades e negações. [. e almas que julgavas modelos de fidelidade e ternura abandonaram-te o clima de esperança. [. Por outro lado. líderes religiosos. Ao invés disso. não resta dúvida. De que modo esparzir a luz se muitas vezes ainda nos afinamos com a sombra? E perdemos tempo longo na introspecção sem proveito. É provável. pela música de carinho que lhes vibrava na boca.. de pessoas que representam. desarvoras-te. Irmãos que te pareciam sustentáculos da coragem tombaram no desânimo. não receber apoio de quem gostaríamos. esta constatação pode nos causar desconfortos e decepção. nestes momentos: Quando a espiritualidade sublime te clareou por dentro. Em algum momento. as quais devem ser superadas.. buscando. para nós. Urge. também. no processo. saber como facear construtivamente as necessidades e problemas do mundo íntimo. São almas bondosas que nos socorrem. aqui e ali. nas primeiras horas da luta incerta. não padece dúvida. modelo de conduta moral (familiares. que reconheçamos.] Felicitemo-nos pelo fato de já conhecer as nossas fraquezas e defini-las. porém. principalmente quando. Que somos espíritos endividados perante as Leis Divinas. porque. passaste a mentalizar perfeição nas atitudes alheias. sem que nunca lhes tenhamos dado o devido valor ou consideração. amaldiçoaram leves espinhos que lhes roçaram a vestimenta. indagas. com isso. os companheiros em evolução na Terra. se afiguravam troncos na fé resvalaram facilmente nos atoleiros da dúvida. 146 . em dificuldades nascentes.]. exiges.. Isso constitui um passo muito importante no Progresso Espiritual. mas abstenhamo-nos de chorar inutilmente no beco da autopiedade. Reconhecemo-nos falhos. amigos.. trabalhemos na edificação do bem de todos. já não mais ignoramos onde e como atuar em auxílio da própria cura e burilamento... da qual nos afastamos insatisfeitos ou tristes. despretensiosamente. esforçando-se para combater as imperfeições e em desenvolver virtudes. A vontade funciona. Mesmo não sendo possível fugir das recaídas. a fim de evitar tropeços e quedas. Bíblia de Jerusalém). apresenta uma chave simples para que se lhe identifiquem os legítimos seguidores: “conhecê-los-eis pelos frutos”.]. e não percebes a trave que há no teu? (Lucas.] a gerência esclarecida e vigilante. atento ao preceito evangélico: Por que olhas o cisco no olho de teu irmão. Observemos o que estamos realizando com o tesouro das horas e de que espécie são as nossas ações. depois de superadas as vacilações iniciais.”6 Quando atinge esse estágio de compreensão. conservar uma atitude positiva.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 Trilhando o caminho da renovação que te eleva. não respirarias na escola do burilamento moral [. 147 .5 No estágio seguinte. em atendimento a uma necessidade íntima.. a benefício dos semelhantes. sim.. 2. Bíblia de Jerusalém).. O empenho da transformação moral A ação incessante de transformação moral é trabalho de todo dia. mesmo que intimamente esteja aflito. de vigilância mental e emocional. A vigilância deve ser permanente. a pessoa desenvolve a conscientização de que é preciso permanecer firme no programa de melhoria espiritual. se estivesses no plano dos amigos perfeitos. 4:9-10... é essencial não se deixar levar por excessivos sentimentos de culpa. como “[. revela-se mais solidário e fraterno. 6: 41. o Mestre dos mestres.. aprende perdoar ofensas. ainda que sob o peso de provações ou de graves desafios. contudo. de toda hora. É importante. então... vigia mais a si mesmo que o outro. Humilhai-vos diante do Senhor e ele vos exaltará. o indivíduo torna-se mais tolerante em relação às falhas dos outros. governando todos os setores da ação mental [. sem alarde. Sofre pelas lutas que têm de enfrentar.] Jesus. o Espírito compreende que é preciso abrir mão de certos comportamentos e atitudes. solicitas circunstâncias e companhias em que te escores para seguir adiante. [. cobri-vos de luto e chorai. mas.]. sacrificando-se. Nestas condições. Transforme-se vosso riso em luto e vossa alegria em desalento. (Tiago. Não dá tréguas. E. como aconselha o apóstolo Tiago: Entristecei-vos. empenha-se em libertar do mal. sem subterfúgios ou escapatórias.. que traça ao peregrino informes de rumo certo. pois orienta que. Uma chama-se amor.. em favor dos outros.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 procurando aceitar-nos como somos. o Espírito aprende fazer escolhas mais sensatas.8 A Doutrina Espírita representa. agir. que começa na aquisição do conhecimento. O segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mateus. finalmente. se as árvores são valorizadas pelos próprios frutos. Através da sabedoria somos pela vida valorizados.. é serviço aos semelhantes. sabedoria [. acima de tudo. segundo Emmanuel. emitindo. Dessa forma. isto sim. de acordo com esta conhecida instrução evangélica: [. conforme os frutos que venha a produzir. a dessedentar o viajor sem ensinar-lhe o caminho.]. falarmos ou fizermos. Daí o imperativo de marcharem juntas a inteligência e a bondade. Bondade que ignora é assim como o poço amigo em plena sombra. de toda a tua alma e de todo o teu espírito. que lhe comunicam os reflexos da própria grandeza. poderoso meio de auxílio. cada árvore recebe e receberá invariavelmente atenção e auxílio do pomicultor. impelindo-a para o Alto. Inteligência que não ama pode ser comparada a valioso poste de aviso..] Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração. que.. A transformação para melhor. evitemos estragar-nos com queixas e autocondenação.”8 Vale à pena ampliar este conceito. Entende. Bíblia de Jerusalém). 22: 37-39.] Pelo amor.7 É quase impossível melhorar-se moralmente sem sacrifícios ou renúncias. e pela sabedoria.]. o reflexo de suas próprias virtudes. conquistar amizades preciosas que lhe auxiliam no propósito da mudança. Esse é o maior e o primeiro mandamento..] conduzirão o espírito humano à presença de Deus. reconhecendo que. recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso. pensarmos. está simbolicamente representada em duas asas que “[. Em tudo o que sentirmos. Estes são experiências educativas que favorecem o desenvolvimento da capacidade de discernir entre o bem e o mal. Através do amor valorizamo-nos para a vida. doemos aos outros o melhor de nós. deixando-o sucumbir ao tormento da sede. a outra. que não é possível evoluir sem a sincera manifestação de amor ao semelhante. Todos temos necessidade de instrução e de amor. a criatura se ilumina e aformoseia por dentro. servir e melhorar-nos sempre.. Estudar e servir são rotas inevitáveis na obra de elevação [. neste contexto. anunciado por esse orientador espiritual: [... a despeito de termos sido criados “sim148 .. diligenciando buscar. ]”.”11 O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça. estamos destinados à felicidade que. interrogava a minha consciência. de O livro dos espíritos..]. Qual o meio de consegui-lo?10 »» Resposta: “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim do dia. e sacrifica seus interesses à justiça. se não fez o mal. na sua maior pureza.9 919-a.2. no campo fisiológico. e que constitui as perguntas 919 e 919-a. cedo ou tarde. se fez todo o bem que podia. É bondoso. se ninguém tivera motivo para se queixar de mim.] Enquanto puderes escutar ou perceber a palavra Hoje. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma [. com a audição ou com a reflexão..9 2.. nem de crenças [.. Compreendemos toda a sabedoria desta máxima.. sem distinção de raças. faz o bem pelo bem. se ninguém tem motivos para se queixar dele.12 2. Imbuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo. ocorrido entre Kardec e santo Agostinho. Combate as más inclinações e maus hábitos [.1. vale-te do tempo 149 . O caminho reto “O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando compreende antecipadamente a vida espiritual. amor e caridade. enfim. encontramos sábia orientação. perguntará se não violou essa lei. passava em revista o que havia feito e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever. relacionada ao autoconhecimento:9 919. sem esperar recompensa. Eis algumas práticas que favorecem o esforço de melhoria espiritual: 2. se fez aos outros tudo quanto queria que os outros lhe fizessem. Se interroga a própria consciência sobre os atos que praticou. porque vê irmãos em todos os homens. mas a dificul-dade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. humanitário e benevolente para com todos. O conhecimento de si mesmo No diálogo que se segue. alcançaremos por meio do esforço próprio. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir ao arrastamento do mal? Resposta: “Um sábio da Antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo”.3.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 ples e ignorantes”.. servindo ao próximo. porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus..5. já disponham de algum conhecimento da vida espiritual [. Com o trabalho. que vêm sustentá-lo em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos.. devem ser muito bem extirpados pelos seus portadores que... O cultivo de laços de amizade e de simpatia Os laços de amizade extrapolam aos da família consanguínea. através das várias migrações da alma. a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto. desde a Terra. se deste se afastou [. pois. Trabalho incessante É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam.14 2. olvidar os assuntos amargos.13 2. [. não atende aos seus justos deveres para com a Humanidade e nem retribui a dignidade da pátria amorosa que lhe serve de Mãe.. [.]. com o qual angariaremos o respeito e a cooperação dos outros. como ensina Jesus: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E apontando para os discípulos com a mão.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 para registrar as sugestões divinas e concretizá-las em tua marcha. (Mateus.4. duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corpóreos.].15 2. Ocupando a mente.. perpetuando-se no mundo dos Espíritos. O trabalho é uma instituição de Deus. [. As primeiras são duráveis e se fortalecem pela purificação.] Todos os pequenos maus hábitos. Bíblia de Jerusalém). Fortalecimento espiritual por meio da oração Pela prece o homem atrai o concurso dos Espíritos bons. Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu.] Há..16 150 . 12: 48-50. melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a Providência Divina nos situou. disse: Aqui estão a minha mãe e meus irmãos. o coração e os braços nas tarefas do bem.. Ele adquire. irmã e mãe. esse é meu irmão.. no enriquecimento de nós mesmos.]. desse modo. aparentemente inexpressivos.6.. exemplificamos a verdadeira fraternidade e adquirimos o tesouro da simpatia. 2004. 15. Orientações ao monitor Dividir a turma em dois grupos: um estuda. p. Questão 918. _____.0 6. Rumo certo. 3. 461. p. 24. _____. 23. 9. 86-88. Pelo Espírito Emmanuel. item 8. 7. 14. Allan. 1. Cit. 90. 231-232. Rio de Janeiro: FEB. por representantes de cada grupo. 5. O evangelho segundo o espiritismo. Esta noite!. Op. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Pelo Espírito Emmanuel. Caminho. Pelo Espírito Meimei. 376. 13. mas em relação ao item dois (O empenho da transformação moral). Seara dos médiuns.. 21-22. 550. 18. 551. Rio de Janeiro:FEB. Rio de Janeiro: FEB. item 14. Rio de Janeiro: FEB.. Francisco Cândido. 122-123. Questão 919. KARDEC. Cap.ed. p. Francisco Cândido. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2006. Pelo Espírito Emmanuel. 11. p. XAVIER. Pelo Espírito Emmanuel. 2008. KARDEC. ed. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 10.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 Referências 1. 14. p. Segue-me. Matão: O Clarim. Vinha de luz. ed. 919-a. 2008. 89. 4. 291. ed. 4. Allan. p. p. ed. Allan. 2008. 16. Pelo Espírito Emmanuel. XAVIER. Cap. 23. ed. Francisco Cândido. 8. ed. ed. Questão 918-comentário. 26. p. 28. _____. Francisco Cândido. 11. Cap. 169. Cap. Item: Reforma íntima. Pensamento e vida. Pensamento e vida. 2008. Rumo certo. Cap. 2. p. 2008. p. 2. Pedir aos grupos que anotem em folha de cartolina as ideas-chave dos conteúdos estudados. _____. Rio de Janeiro:FEB. Cit. verdade e vida. p. Cap. 18. _____. XAVIER. Vontade. 2009. 18. Cap. p. Autoaprimoramento. _____. Autoaprimoramento. _____. Cap. Rio de Janeiro: FEB. em plenário. 550. Pelo Espírito Emmanuel. Cit. 52. Cap. item 11. 27. Pelo Espírito Emmanuel. 13. o outro grupo faz a mesma coisa. 5. Pai nosso. Rio de Janeiro: FEB. 2. Rio de Janeiro: FEB.. Op. p. p. 29. 151 . _____. 12. cujas conclusões devem ser apresentadas. p. _____. O livro dos espíritos. 1973. KARDEC. XAVIER. Op. Pelo Espírito Emmanuel. Instrução. troca ideas e faz resumo do item um do Roteiro (Importância da melhoria moral). Observação: pedir a três participantes que anotem relatos de histórias que sugerem benefícios alcançados por meio da prece. os quais serão analisados na forma de estudo de caso. destacando pontos principais necessários à melhoria moral do indivíduo. principalmente os que foram analisados pelo Espírito Emmanuel e que constam das referências bibliográficas deste Roteiro. 152 .EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 4 Fazer o fechamento da reunião. Informar-lhes que tais relatos servirão de base para o desenvolvimento do estudo da próxima reunião. Somente sob essa condição a prece pode alcançar o seu objetivo.. item 1. 153 . que vêm sustentá-lo em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos.EADE . mover uma fibra. Cada palavra deve ter seu alcance próprio. não passa de ruído. [.. [. pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo.. Cap. 27. Por esse meio. simples e concisa.Livro IV .] a principal qualidade da prece é ser clara. a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto. de outro modo. Numa palavra: deve fazer refletir. se deste se afastou. »» Identificar as características da prece. [. Ideas principais »» Pela prece o homem atrai o concurso dos Espíritos bons. »» Segundo o Codificador. que são apenas enfeites de lantejoulas.].. Cap. desse modo.. 28. Ele adquire. despertar uma ideia.. sem fraseologia inútil. item 11. nem luxo de epítetos.]. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 5 O PODER TRANSFORMADOR DA PRECE Objetivos »» Destacar a importância e benefícios da prece. Por esse meio. orar em toda parte.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 »» No entanto. ainda não é inteiramente compreendida (ou exercitada) pela maioria dos que oram. Não devemos subestimar o valor da nossa comunicação com Deus. a Jesus ou aos Espíritos protetores.. Espírito Anderson: Entre irmãos de outras terras. A importância da prece A prece é um ato muito importante de ligação com os planos mais elevados da vida. que vêm sustentá-lo em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. é pôr-se em comunicação com Ele. realizada em particular ou em público. do que endereçar-lhes petitórios. pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias 154 . desse modo. Subsídios A oração pode ser entendida como uma aproximação com Deus. 39. por meio de palavras ou do pensamento.”2 1. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar. temos de orar sempre. A influência do lugar e do tempo só se faz sentir nas circunstâncias que favoreçam o recolhimento [. à medida que o Espírito evolui. um agradecimento ou um pedido: “[. e a qualquer hora. é aproximar-se dele. a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto. mesmo por pessoas que possuem maiores esclarecimentos a respeito da ação dos fluidos magnéticos e da proteção espiritual. Não depende de palavras. A prece é luz e orientação em nossos próprios pensamentos. Teremos de atravessar épocas difíceis? Estamos deprimidos? Continuemos a orar. a sós ou em comum. Pode-se..”1 Percebe-se que. uma vez que já consegue identificar as inúmeras bênçãos que a bondade e misericórdia divinas cumulam sobre a sua existência. pedir e agradecer.. todos os dias. Orar a Deus é pensar nele. independentemente das características da prece (louvar. agradecer. Cap. Ele adquire.. nem de lugar. se deste se afastou. Entretanto. portanto. nem do momento em que seja feita. este se contenta mais em louvar ou agradecer a Deus.] A prece é um ato de adoração.]. Infelizmente. Inclui um ato de louvor ou adoração. pedir): “O poder da prece está no pensamento. Pela prece o homem atrai o concurso dos Espíritos bons. o que é para o nosso bem. crede que vos será concedido”. pois. por exemplo. como seria injusto acusar a Providência se não atender a toda súplica que lhe é feita. mover uma fibra. se o sofrimento é útil à sua felicidade futura. o Codificador destaca que: Seria ilógico concluir desta máxima: “Seja o que for que peçais na prece. em geral. conforme esta máxima: “Ajuda-te. Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as 155 . segundo suas convicções e da maneira que mais o toque. porque poderia ter encontrado na prece a força de resistir às tentações..1. segundo São Paulo (Evangelho segundo o espiritismo. se não obtiver a cura que deseja? Não.3 Reforçando mais ainda a importância da prece. Característica da prece Segundo Kardec.]. a respeito. Numa palavra: deve fazer refletir. O que Deus concederá ao homem.]. é que seja inteligível. O homem.4 2.. simples e concisa. deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. que basta pedir para obter. a paciência e a resignação. cada um. despertar uma ideia. Deus o deixará sofrer. [..”5 Além disso. que o Céu te ajudará” [. sem fraseologia inútil. nem luxo de epítetos. item 16). Um homem. de outro modo. que: A forma nada vale. o pensamento é tudo. é a coragem. que são apenas enfeites de lantejoulas. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos..”5 2. “uma condição essencial da prece.. Ore. Somente sob essa condição a prece pode alcançar o seu objetivo.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 faltas. É assim que procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses.]. Cada palavra deve ter seu alcance próprio. Maneira correta de orar Os Espíritos sempre disseram. mediante ideias que fará que os Espíritos bons lhe sugiram.. vê sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu. melhor do que nós. se ele lhe pedir com confiança. terá o direito de queixar-se. a fim de que nos possa falar ao espírito. uma vez que ela sabe. 27. “a principal qualidade da prece é ser clara. Ora. e arrasta. até o fim de seus dias. [. não passa de ruído. só vê o presente. Também lhe concederá os meios de se lhe livrar por si mesmo das dificuldades. uma vida de sofrimento. cap. como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura. 2. desde que não formulassem seus pensamentos [. O que de mais precisa aquele que se acha aflito é a resignação. através da oração. ensina-nos a oferecer-te o coração puro e o pensamento elevado na oração. Mas seria ato de impiedade desanimarmos por não ter sido satisfeita a nossa súplica. Crer que Deus se atenha a uma fórmula é emprestar-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade [. Nas operações da luta comum.. para que a força de nossos desejos não perturbe a execução de teus desígnios.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 quais o coração em nada tome parte. ela não será abreviada a nosso pedido.7 Todas as preces fervorosas são boas: »» O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos. para chamar a atenção sobre certos princípios da Doutrina Espírita. de acordo com a tua Lei. quando se volta a alma aos santuários divinos do plano superior. Quando dão alguma. Assim seja. podemos esperar alguma outra consolação que lhe suavize o amargor. invariavelmente.” Os Espíritos jamais prescreveram qualquer fórmula absoluta de preces. Ampara-nos. Quem quer que lance anátema às preces que não estejam no seu formulário provará que desconhece a grandeza de Deus. A prece não nos isenta das provações »» Se é do interesse do aflito que a sua prova siga o seu curso. todavia. pois algumas pes-soas não acreditariam ter orado realmente. sem as quais não lhe será possível sofrê-la com proveito 156 . segundo ele.6 Um exemplo de prece: Senhor. em Teu Nome.8 »» A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares. é apenas para fixar as ideias e. a coragem. Aliás. Não impõe nem reprova nenhuma. é grande demais para repelir a voz que lhe implora ou lhe entoa louvores. cada dia. quando ditas de coração e não de lábios. aos automatismos da experiência material que se modifica de maneira imperceptível. Deus. sobretudo.9 2. em falta de cessação da prova. porque o faz de um modo e não de outro.]. do aperfeiçoamento e da alegria.]. Fazem-no também com o fim de auxiliar os que sentem embaraço para externar suas ideas. a criatura atende. nos círculos do tempo. põe-se a consciência em contato com o sentido eterno e criador da vida infinita.. ser ins-trumentos vivos e operosos da paz e do amor. Ajuda-nos a pedir... a fim de que o nosso sentimento se harmonize com a tua vontade e que possamos. trabalhar. empreendendo ações que lhe anulem os efeitos.3. orar. para que se vos descerrem os horizontes e as realizações que demandais. orar. ajudando-lhe a ação. e. a benefício dos seus próprios efeitos.” Em linguagem de todos os tempos. em tudo. Disse-nos o Senhor: vigiai e orai para que não entreis em tentação.12 »» Na floresta mental em que avança. quer pedindo que os Espíritos bons lhe venham em auxílio. sobretudo para esse objetivo que se deve dirigir os esforços. agir e servir. no entanto. envidando meios de transformá-la em experiência benéfica.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 para si.. o homem frequentemente se vê defrontado por vibrações subalternas que o golpeiam de rijo. porque terá de recomeçar a prova. orar. dirigindo. buscai e achareis. Semelhantes princípios regem as leis da prece. edificando recursos para o estabelecimento da paz. acendendo luz que lhe dissipe a sombra. Diante do sofrimento. sobre a pessoa por quem é feita. batei e abrir-se-vos-á. se faça o bem que nos cabe fazer. orar. sejam elas provenientes de ondas enfermiças. A prece não dispensa esforço para superar os desafios da vida »» No versículo sétimo do capítulo sete dos apontamentos do apóstolo Mateus. Diante do desastre. par-tidas dos desencarnados em posição de angústia e que lhe partilham o clima psíquico. todavia é preciso combater o bom combate. Diante da penúria. orar. A prece. Orar sempre. de certo que não funciona. A oração ampara sempre. uma corrente fluídica com vistas a lhe fortalecer o moral. enfim. realmente. Diante da discórdia. ou de oscilações desorientadas dos 157 . Diante da enfermidade. orar. assistindo-o materialmente. isto quer dizer. diz-nos Jesus: “Pedi e dar-se-vos-á. pode também ter efeito direto. compelindo-o à fadiga e à irritação. Diante da dificuldade. pois. empenhai-vos a encontrar o objeto de vossos anseios e tê-lo-eis à vista.. quer levantando-lhe o moral por meio de conselhos e encorajamentos. quer. desenvolvendo serviço que a desfaça. acima de tudo vigiam e oram aqueles que ativamente se esforçam para que. se o interessado em proteção e socorro não lhe prestigia a influência. mas agir cada vez mais para que se realize o melhor.10 »» Diante da prova. Diante da ignorância. se for possível. construindo caminhos para a devida libertação. neste caso. procurando medicação que lhe afaste os prejuízos. desejai ardentemente e as oportunidades aparecerão. orar. aproveitando a lição dos obstáculos de modo a evitá-los futuramente. no Evangelho.11 2. É. orar. E. em tempo algum. imagens e ideias.. demovendo obstáculos no terreno duro da incompreensão. a prece será sempre o reflexo positivamente sublime do Espírito. desfazendo empecilhos. que vem a ser o bem de si mesma. limpando estradas. [. convertidos em vanguardeiros de seus passos. tão logo se envolva nas vibrações balsâmicas da prece. Nem sempre se caracteriza por sons articulados na conceituação verbal. sem dúvida. na evolução. porém.. pela qual divino entendimento desce do Coração da Vida para a vida do coração.13 2.] A prece tecida de inquietação e angústia não pode distanciar-se dos gritos desordenados de quem prefere a aflição e se entrega à imprudência. mas. não deve. Na edificação da paz doméstica. [.4. Semelhante atitude da alma. de maneira a aproveitar o ensejo de trabalho e serviço no bem de todos. Ponderar sobre o que pedir na oração Orar constitui a fórmula básica da renovação íntima.. no desdobramento de serviços edificantes..recompondo a paisagem em que vivemos e traçando rumos novos para a vida superior. há que despender longo esforço para ajustar ambiente próprio. a compreensão quanto ao plano da Sabedoria Infinita. ao processo de ação imprescindível. à responsabilidade.] De essência divina. é prodigioso poder espiritual comunicando emoções e pensamentos. O poder transformador da prece »» Na construção de simples casa de pedra. de onde recolhe as ideias transformadoras dos Espíritos benevolentes e amigos. mas a oração tecida de harmonia e confiança é força imprimindo direção à bússola da fé viva.14 »» [.. resumir-se a simplesmente pedir algo ao Suprimento Divino.] Assim também na esfera de cogitações de ordem espiritual. ergue-se-lhe o pensamento aos planos sublimados.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 próprios companheiros terrestres desequilibrados a lhe respirarem o ambiente. com vistas à cooperação. A oração é divina voz do espírito no grande silêncio. na realização dos ideais generosos. eliminando asperezas e melhorando a passagem. em qualquer posição. urge providenciar recursos ao entendimento geral..13 3. traçado para o seu próprio aperfeiçoamento. por obrigá-lo a despedir de 158 . mas pedir acima de tudo. removendo óbices. Todavia. reformando concepções e melhorando o quadro mental em que nos cabe cumprir a tarefa a que o Pai nos convoca. invariavelmente. a prece representa a indispensável alavanca renovadora. A Deus não se ilude.. insulada no sofrimento educativo da Terra. A prece ilumina.15 »» Examine cada aprendiz as sensações que experimenta em se colocando na posição de rogativa ao Alto. sem análise real de si mesmo? A oração para surtir resultados essenciais de conforto exige enfrentemos a consciência em todas as circunstâncias. A mente que ora. [. temos de orar sempre. Sentimentos odiosos e vindicativos impedem a floração da espiritualidade superior.] A coexistência do mal e do bem no íntimo do ser impossibilita o estabelecimento da paz. A prece reanima. na diligência ou no êxtase. No entanto. A prece é luz e orientação em nossos próprios pensamentos. como sendo a embarcação e a bússola do caminho. traiçoeiros.. ora e serve. Tempestades de aflição que aparecem de chofre. deixando-te as mãos sob multiplicados encargos. A prece guia. arrojando-as à sublimação. Não devemos subestimar o valor da nossa comunicação com Deus.. ora e serve. 159 . sob a crista das ondas. recompondo-lhe as faculdades profundas. aberta ante o Infinito. Em todos os problemas e circunstâncias que te pareçam superar o quadro das próprias forças. O trabalho liberta. na alegria ou na dor. O trabalho restaura.17 »» Como poderá alguém manter a própria consciência tranquila sem intenções sinceras? De igual modo. Teremos de atravessar épocas difíceis? Estamos deprimidos? Continuemos a orar. Aliada à higiene do espírito. Rochedos de incompreensão escondem-se. ora e serve.16 »» No entanto. E a oração exterioriza a nossa emoção real [. ei-la exteriorizando a consciência que a formula. No reconhecimento ou na petição. poderemos indagar: Como sustentar o coração sereno durante a prece.. Contudo. Todavia. absorvendo-lhe o orvalho nutriente de vida e luz. na tranquilidade ou na aflição.]. inclinado-te a perturbação e ao soçobro. Companheiros queridos que te suavizavam as agruras da marcha desembarcam nas ilhas de enganoso descanso.18 Abraça o trabalho e a prece. A mente centralizada na oração pode ser comparada a uma flor estelar. ora e serve. sobre as quais as ondulações do Céu corrigem o magnetismo torturado da criatura. Monstros do precipício surgem a tona. compreendendo que se lhe faz indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho. O trabalho sustenta. em efusões indescritíveis. Entretanto.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 si mesmo os elementos mais puros de que possa dispor. a prece representa o comutador das correntes mentais. permanece em movimentação na esfera invisível [. O trabalho defende. vergastando-te o refúgio. A prece consola...]. ameaçando-te a rota. _____. 28. O evangelho segundo o espiritismo. 476. Pelo Emmanuel. Cap. 417. XAVIER. XAVIER. item 7. que conseguiu vencer os abismos da morte e voltar aos braços dos amigos vacilantes. Cit.163-164. Rio de Janeiro: FEB. Questão 659. p. p. Mecanismos da mediunidade. 461-462. 103. Cap. e tão devotadamente se consagrou ao trabalho. São Bernardo do Campo: GEEM. 10. p. 14. Cit. 26. P. item 1. Pelo Espírito André Luiz. 105. p. KARDEC. Item: Grandeza da oração. Cap. p. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. p. p. p. Mecanismos da mediunidade.195. entre os homens. 2005. Francisco Cândido e VIEIRA. item: Prece e renovação. 160 . 2. item 42. Pelo Espírito Emmanuel. 13. Francisco Cândido. 25 (Oração). porém. A prece é silêncio que inspira. Cap. 11. KARDEC. Pelo Espírito Meimei.197. 45. item 1. ed. 15. 7. XAVIER. Cap.19 Referências 1. 25. Pelo Espírito Emmanuel. KARDEC. Matão: O Clarim. 26. _____. Tão escabrosa lhe foi a peregrinação. Francisco Cândido. orando e servindo. Allan. 1. Allan. Tão alto. Cap. XAVIER. O evangelho segundo o espiritismo. 59. 1981. XAVIER. ed. 2005. O livro dos espíritos. 9. Cap. O viajor mais importante da Terra também passou pelo oceano do suor e das lágrimas. 26. 6. que pôde compreender e desculpar os próprios algozes. Preâmbulo. Francisco Cândido. 16. Pelo Espírito Emmanuel. 2004. 477. Cap. Waldo. ed. 1973. 98.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 ora e serve. 2005. Francisco Cândido e VIEIRA. O evangelho segundo o espiritismo. 3. p. p. Pai nosso. 476. ed. p. _____. acendeu ele a flama da prece. Allan. p. 2004. Cap. 2008. Pelo Espírito Emmanuel. como a repetir-lhes em regozijo e vitória: “Tende bom animo! Eu estou aqui”. Pelo Espírito André Luiz. Pão nosso. Rio de Janeiro: FEB. 2004. 12. Francisco Cândido. 28. Rio de Janeiro: FEB. Op. Op. 8. 475. Cap. item 15.145-146. 512-513. Rio de Janeiro: FEB. Cap. p. Ação e prece. p. Segue-me. Rio de Janeiro: FEB. Waldo. 105. . _____. 2008. 27. Bênção de paz. 2. que não sobrou amigo algum para compartilhar-lhe espontaneamente os júbilos da chegada pelo escaler em forma de cruz. 465. XAVIER. ed. item 11. ed. _____. Rio de Janeiro: FEB. O tra-balho é atividade que aperfeiçoa. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Pão nosso. Francisco Cândido. Rio de Janeiro: FEB. 4. 45. 7. XAVIER. ed. 23. Vinha de luz. 458-459. _____. Rio de Janeiro: FEB. Prece. Cap. 28. 23. 5. p. ed. Diversos Espíritos. que apresentem para os colegas relatos sobre os benefícios da prece. Cap. 18. 7. Ora e serve. 8. Orientações ao monitor »» Fazer breve explanação sobre a importância e as características da prece. »» Em seguida. Rio de Janeiro: FEB. ocorrências de situações inusitadas ou especiais. p. fazer. Waldo.131-133. Rio de Janeiro: FEB. pessoas envolvidas.135. enquanto se aguarda as respostas do Alto. em conjunto com a turma. 19. mensagem do Espírito Emmanuel).EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 5 17. 2008. Francisco Cândido. Entre irmãos de outras terras. Francisco Cândido Xavier e VIEIRA. ed. ed. Ideal espírita. _____. XAVIER. 39. 13. Uberaba: CEC. convidados na reunião anterior. pedir aos três participantes. estudando detalhes dos casos: circunstâncias que marcaram a história. p. Cap. »» Destacar a importância do trabalho e do esforço pessoal que devem ser conjugados à prece. »» Concluídas as apresentações. Justiça divina. 2004. Cap. Pelo Espírito Anderson. ed. entre outros. XAVIER. Pelo Espírito Emmanuel. 90 (Orar e perdoar. aprendizados evidenciados e benefícios decorrentes. 161 . 213-214. p. análise dos relatos. . »» Na visão Espírita.Livro IV . item 8. tendo como base a atuação simultânea da inteligência e da vontade. a virtude.1951. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. segundo a razão e a fé. do comportamento social.EADE . »» Para o Cristianismo. os teólogos cristãos consideravam as virtudes como uma concessão divina. 17. jamais uma conquista evolutiva do Espírito. p. Cap. Entretanto. da religião. assim como para a Filosofia. »» Analisar a classificação das virtudes.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 6 VIRTUDES: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO Objetivos »» Citar o conceito espírita e não espírita de virtude. é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. no mais alto grau. São as virtudes que regulam os atos humanos. ordenam suas paixões e guiam sua conduta. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 163 . as virtudes são qualidades efetivadas pelo hábito. Ideas principais »» Virtude é qualidade do que se conforma com o considerado correto e desejável do ponto de vista da moral. científicas e tecnológicas. em geral. assim como à eficácia na execução de uma atividade. O significado é genérico quando aplicado a tudo o que é considerado correto e desejável em relação à moral. para o qual a virtude se identificava com o bem (aspecto moral) e representava o fim da atividade humana (aspecto funcional ou operacional). dando origem à forma atualmente usada em nossa língua e nas outras línguas latinas. com Sócrates (470–399 a.]. Conceitos filosóficos de virtudes Os primeiros registros sobre a virtude aparecem nos tempos da Grécia de Homero com a palavra areté. ela era utilizada para “definir a excelência de qualquer tipo: o corredor veloz exibe a areté dos pés e o filho supera os pais em todos os tipos de areté — como atleta.. que etimologicamente. Pelo aspecto moral. à ética. Subsídios Virtude (do latim virtus) é a [. porque todas são sinais de progresso no caminho do bem.. Allan Kardec: O livro dos espíritos.”1 É mais do que uma simples potencialidade ou uma inclinação para a realização de uma determinada ação considerada nobre. Nos poemas homéricos.”3 A palavra grega areté foi. mais tarde. ou fim da atividade humana. Em sentido específico o conceito se restringe a duas capacidades humanas: conduta moral no bem e habilidade para fazer algo corretamente. significa excelência... efetivamente. às práticas educacionais. mas uma verdadeira disposição que se manifesta sempre em benefício do outro. filósofo grego da Antiguidade.] A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade.. o homem virtuoso sabe discernir o bem e o mal. 164 ..2 1. faz parte da concepção atual de virtude. O pensamento da época.C). Pelo sentido funcional.. Questão 893.. [.. traduzida para o latim como virtus.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 »» As [. a virtude é a capacidade de bem realizar uma tarefa. à vida em sociedade.. [. soldado e intelectualmente. não empregava a palavra areté unida à concepção de moralidade que.] virtudes têm seu mérito. contudo.] disposição constante de praticar o bem e evitar o mal. É possível que a sistematização dos estudos sobre a virtude comece.] qualidade própria para produzir certos efeitos [. inaugura a história da Ética como ciência do ethos. segundo a doutrina Socrática “[. conceituação admitida à época de Homero. que depende do maior ou menor conhecimento adquirido pelo homem. daí serem as virtudes tão socialmente valorizadas. e como reconhece o próprio Aristóteles. discípulo de Platão. pela prática ou educação. Outros filósofos. acrescentaram que a virtude poderia representar também qualquer tipo de habilidade humana e não apenas as relacionadas à moralidade que se destaca independentemente dos resultados que produz.C.. a fim de que o indivíduo não se sentisse pressionado em se transformar. em alguém que ainda não tinha ainda condições de ser. surgidos ao longo da história humana. em especial. que pode ser adquirida e aperfeiçoada pelo hábito. aceitaram parcialmente as ideas de Sócrates. em seus ensinos. do bem e do belo. [. então. que os atos impostos pela vontade.]. adquiridas por educação ou prática.)..] a virtude não pode ser ensinada.7 Segundo o filósofo grego Aristóteles (384–322 a..6 Com tais pensamentos vemos que Sócrates associava a areté aos bens intrínsecos da alma e não às qualidades exteriores.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 Para Sócrates (470–399 a. as de Aristóteles. a palavra virtude como uma 165 . e essa será a marca indelével de sua origem socrática. nem mais nem menos. Platão e.. todavia. Percebemos. a virtude seria entendida como uma “pré” disposição ou qualidade inata para o bem. Seja como for. de uma hora para outra. então a sua areté é tudo que lhe engrandece a alma. através da força da vontade. Antes da sua encarnação.] resolvido o problema da aquisição da virtude pelo sábio — ao estabelecer a necessidade da razão para a prática da virtude. poderia ser desenvolvido.. vem por dom de Deus aos que a possuem.) “[.. Immanuel Kant (1724–1804). deveriam ser praticados na medida justa.. por exemplo. não utilizava.. no sentido do desenvolver de virtudes. Aristóteles considerava.. às ideas do verdadeiro.”5 Nesta concepção. Porém..C.”4 Além disso.] o homem é uma alma encarnada. [. a despeito de ser considerado um dos mais notáveis filósofos da Idade Moderna. existia unida aos tipos primordiais. que o conceito de virtude para os filósofos da Antiguidade abrangia duas ordens de ideas: um dom inato que. se o homem é a própria alma. Ensinava também que a repetição dos bons hábitos gerava os bons costumes.]. a doutrina da virtude-ciência — que supõe [. tendo como base a atuação simultânea da inteligência e da vontade.] virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A palavra virtude era empregada apenas no sentido de cumprimento do dever porque este poderia ser definido e controlado pela razão..EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 qualidade moral. Por outro lado. A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade. é examinado nas tendências inferiores que trazemos das existências passadas. Alguns teólogos e filósofos cristãos entendiam que as virtudes são qualidades efetivadas pelo hábito. a fim de aprendermos que somente nos será possível conquistar o bem. todavia. Em resposta à pergunta se a “virtude é concessão de Deus. A concessão de virtudes era critério determinado por Deus. que ordenariam as paixões e guiariam a conduta. só adquiriu significativa importância com o advento das ideas cristãs. Jamais cogitaram. segundo a razão e a fé. incorporada eternamente aos seus valores. que a aquisição de virtudes poderia ser conquista evolutiva do Espírito. conquistados pelo trabalho no esforço próprio. mesmo 166 . ou plenamente desenvolvida. Para o pensamento de muitos a concessão divina estaria apenas em estado embrionária em alguns indivíduos. vencendo o mal que nos procure. sem segundas intenções. que há “[. Assim. Emmanuel responde: A dor. inclusive. pelo bem do próximo.10 Neste aspecto. no internato da reencarnação. ensina Emmanuel: Cada qual de nós. Mas a sublimidade da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal.9 Os orientadores da Codificação Espírita esclarecem. Conceitos cristãos de virtudes Ainda que a noção de virtude encontra-se presente em algumas tradições orientais. em todos os tempos. substituindo-a por moralidade. importa considerar que a maioria dos teólogos cristãos considerava as virtudes como uma concessão. a luta e a experiência constituem uma oportunidade sagrada concedida por Deus às suas criaturas. em outros. a virtude é sempre sublime e imorredoura aquisição do espírito nas estradas da vida. contudo. ou graça.8 2. divina. vinte séculos antes de Cristo.. ou é aquisição da criatura”9. tantas vezes quantas necessárias. seriam as virtudes que regulariam os atos humanos. a virtude não aparece e assim será sempre para que a inocência não seja uma flor estéril e para que as grandes teorias de elevação não se façam sementes frustras no campo da Humanidade. Filósofos. a virtude. Alguns desses acréscimos foram bons. Na visão Espírita. Classificação das virtudes Para Sócrates existem quatro virtudes fundamentais. podem ser ensinadas por meio da instrução.11 3. outros não.2 Com o Cristianismo.. escrito por Platão. observar que sem a presença da tentação.”2 As primeiras são desenvolvidas pela educação e pela prática que conduz ao hábito. sobretudo as educacionais. que se encontram explicadas no livro A República.”13 167 . Fácil. virtudes dianoéticas ou do pensamento — abrangem as competências intelectuais (inteligência. defendem a idea de que as virtudes ético-morais são dons inatos. pois. Diferentes interpretações religiosas pregam que essas virtudes somente ocorrem por graça ou concessão divinas. São virtudes consideradas essenciais porque representam a chave para a conquista das demais. aptidões técnicas). discernimento. As segundas.C) “[.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 além do débito pago ou da sombra extinta. das coisas excelentes. daí serem muito valorizadas pelas ciências humanas. do passado e do presente. as virtudes cardeais sofreram acréscimos teológicos. quanto à natureza.] classificou as virtudes em dois grupos. no mais alto grau. controladas pela razão. desenvolvidos por seres humanos especiais. também denominadas virtudes cardeais. as quais nem sempre são submetidas à razão. as virtudes dianoéticas ou do pensamento. também conhecida como sabedoria.. 3. classificação aceita nos dias atuais: virtudes éticas ou do caráter — indicam todas as qualidades ético-morais. “É a virtude do conhecimento superior. Classificação filosófica das virtudes Virtudes cardeais (Sócrates/Platão)12 »» Prudência. Aristóteles (384– 322 a. conhecimento científico. O grau mais elevado do conhecimento. inclusive o dever. Tendo como base as virtudes cardeais socráticas. sobretudo no período que constituiu a Idade Média (Agostinho e Tomás de Aquino são os teólogos católicos que mais forneceram contribuições). é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.1. 19 5. existentes quando a parte que comanda e as que obedecem concordam com a opinião do que cabe ao princípio racional governar. a que administra os impulsos da sensibilidade. entendendo-se por eficiência de uma norma certa capacidade de possibilitar as relações entre os homens. [.”15 Neste sentido.18 4. individual e coletiva. Quem é digno de pequenas coisas e se considera digno delas é moderado.. ao saber considerar e respeitar o direito do outro. É a “amizade e a concordância das partes da alma.] identifica-se com a virtude de avaliar-se de acordo com seu próprio valor e não sentir ciúme ou inveja”. da bebida e do sexo.” É a virtude que conduz à equidade. a virtude que consiste em desejar grandes honras e ser digno delas. de forma de agir ou de expressar. modificado por Descartes.. a Magnanimidade é inseparável da grandeza.”14 É a virtude do entusiasmo (thymoiedés). liberalidade – qualidade da pessoa generosa ou pródiga.. »» Temperança. »» Justiça estabelece discernimento entre o bem e o mal. colocando freios nos prazeres e paixões corporais.. vista como autodomínio. “Consiste no justo uso dos prazeres físicos”14. é o aceito atualmente: “[.”15 3. dos sentimentos e do afeto. Coragem – é “o justo meio entre o medo e a temeridade. mas não magnânimo. “Pode estabelecer dois significados principais: 1º) Justiça como conformidade da conduta a uma norma. medida.] Esta virtude acompanha e “engrandece” todas as outras. que sabe perdoar ofensas. este conceito aristotélico evolui para o de caridade. moderação. a temperança aplica-se tanto ao indivíduo como ao Estado. 1.”14 2.16 Virtudes éticas (Aristóteles)17 São em número de sete. “Segundo Aristóteles. É a “opinião reta e conforme a lei sobre o que se deve e o que não se deve temer. Mais tarde. Mansidão –é a brandura de índole. 2º) Justiça como eficiência de uma norma (ou sistema de normas). É a virtude da firmeza de propósitos. sobretudo os prazeres “que derivam da alimentação. a valorizar ações e coisas que garantem o funcionamento harmonioso da vida. e assim não se lhe opõem. Temperança – esta virtude age sobre os impulsos do instinto.”19 Este conceito. e estão relacionadas à moralidade. Magnanimidade – qualidade da pessoa indulgente e tolerante.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 »» Fortaleza. com o Cristianismo. entendida como coragem. 168 . afirmava Aristóteles se “a sabedoria pode ser chamada ao mesmo tempo de intelecto e ciência. ordem e medidas às coisas. entre as cinco que compõe a ordem. Preocupam-se menos com as 169 . pois o intelecto. a que se expressa em “ grau mais elevado do conhecimento. não de ser rude. e também Platão.”23 5. “confere limites. 7. mas nem sempre possui moralidade compatível.22 3. o mais sólido e completo.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 6. de ser sincero. sendo esta última considerada pelo filósofo como a maior de todas as virtudes éticas. que são as coisas divinas. Por ter como objetivo as coisas elevadas e sublimes. Justiça – “é a virtude integral e perfeita: integral porque compreende todas as outras. dos que possuem sabedoria. encabeçando todas as ciência será a ciência das coisas excelentes”23 4. Sapiência – é a virtude dos sábios. Sabedoria ou “ o mais perfeito dos saberes”. essas duas virtudes aristotélicas (sabedoria e sapiência) apresentam. mas de qualquer produção humana que tem significado. Franqueza –a virtude expressa no sentido de “dizer a verdade”. igualmente.” 24 É importante fazer distinção entre duas virtudes que fazem parte dessa classificação aristotélica: sabedoria faz referência à pessoa que possui muito conhecimento. Ciência – conhecimento que se demonstra ou comprova. Em O livro dos espíritos. assim especificadas quando são caracterizadas três classes dos Bons Espíritos. 2º)específico. A sapiência significa erudição sempre associada à moral. como faculdade de pensar em geral. acompanhado pela razão. Arte ou “hábito. item Escala Espírita. à concepção atual obra artística. definido como capacidade de pensar. necessariamente. mas também em relação aos outros”. diferenças. admitia o primeiro conceito.16 Virtudes dianoéticas (Aristóteles)20 São em número de cinco. Todas apresentam natureza intelectual e são governadas pela razão. Intelecto – termo utilizado pelos filósofos com dois sentidos: “1º) genérico. Quarta classe.21 2. não é uma mera opinião. ou seja. ESPÍRITOS DE CIÊNCIA – Distinguem-se especialmente pela amplitude de seus conhecimentos. como uma atividade ou técnica particular de pensar. 1. de produzir algumas coisa” – não se refere. perfeita porque quem a possui pode utilizá-la não só em relação a si mesmo.”24 Aristóteles. denominadas teologais.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 questões morais do que com as científicas. dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. todas as bênçãos vêm de Deus. Fé é o compromisso com uma noção que se considera revelada ou testemunhada pela divindade. Classificação teológica das virtudes28 A teologia católica e a protestante consideram que há três tipos de virtudes. outras. só encaram a Ciência do ponto de vista da utilidade e jamais dominados pelas paixões peculiares aos Espíritos imperfeitos. é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo. Sua linguagem.”29 170 . é constantemente digna. em geral. ESPÍRITOS DE SABEDORIA – As qualidades morais da ordem mais elevada constituem o seu caráter distintivo. por exceção. entre outros. encarnam na Terra. a priori. em razão desse conceito de intervenção divina. é o compromisso com uma noção qualquer.] Quando. Sendo assim. são concedidas ao homem por graça ou favor divinos. a apresentar um caráter sobrenatural. ainda que. a sabedoria e a bondade. Sem possuírem conhecimentos ilimitados. que decorrem das primeiras.. as receberam por concessão divina. entretanto. que só transpira a benevolência.2. sobretudo as teologais. Enquanto a crença. são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta juízo reto sobre os homens e as coisas. É um privilégio que Deus lhes concedeu. As virtudes teologais são: 1. e. atingir o estado de plenitude espiritual ou de bem-aventurança. porém. ESPÍRITOS SUPERIORES – Reúnem em si a ciência. Fé – em termos filosóficos significa crença religiosa entendida “como confiança na palavra revelada.26 Segunda classe.25 Terceira classe. sublime. Por esta interpretação. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem as mais justas noções sobre as coisas do mundo incorpóreo. O grande equívoco da interpretação teológica é supor que as virtudes.. as pessoas que possuem tais virtudes. elevada e. As virtudes teologais passaram. ou essenciais. pois ignora os esforços individuais. as secundárias. Não deixa. o trabalho de livre arbítrio. de ser ensino teológico restritivo. para as quais têm maior aptidão. [. pelo esforço de adquirir e desenvolver virtudes.27 3. não se admite que o ser humano possa pelo próprio esforço. então. muitas vezes. segundo a Filosofia. pois onde “[. e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação de sua vontade. aparecendo mais de 240 vezes. que age e intervém na vida humana. na certeza da felicidade que o espera. com a fé. não há dúvida de que devemos depositar irrestrita confiança em Jesus. que se lança à realização de algum grande empreendimento. ou seja lá o que for.31 Para o Espiritismo. de devotamento e de abnegação.30 No Novo Testamento a palavra fé é muito comum. triunfa. em todas as épocas da Humanidade. esperança é a capacidade de entregar-se nas mãos do Cristo. e essa certeza lhe dá uma força imensa. que sejam eles ações de piedade. a princípio em estado latente. a esperança. do que conceito virtude. haure na sua fé..34 Para as religiões cristãs tradicionais.. crente em seu futuro celeste. [. em seu amplo significado. de dependência exclusiva dele. e no qual pode confiar de que porá em vigor as suas promessas.] existe a crença no Deus vivo. a mais fundamental delas...31 Esta é a interpretação teológica: A fé é atitude mediante a qual o homem abandona toda confiança em seus próprios esforços para obter salvação. isto é.”33 2. aguardando o futuro sem medo e temor.. da bondade ética..] homem. deseja preencher a sua existência de belas e nobre ações. É atitude de completa confiança em Cristo. segundo a Doutrina Espírita. no sentido especificamente bíblico. no [. porque sente em si que pode e há de chegar ao objetivo que tem em vista.32 Em síntese: “[. mas ensina que cabe ao homem fazer a sua parte.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 Em relação à teologia. e ainda aí se operam milagres da caridade. se tem fé. Enfim. de “confiar” ou de “esperar”. para evoluir. a respeito de tudo quanto está envolvido na salvação. a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros: é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo..”35 171 . não há maus pendores que se não consiga vencer.. Esperança – que é vista mais como uma emoção. O vocábulo pode ser interpretado também como ato de “crer”. O homem de bem. a palavra fé é sinônima de fidelidade (o hebraico emun/emunah) no Velho Testamento. fidelidade a Deus. se torna possível.] Fé inabalável é somente a que pode encarar a razão face a face. a força necessária. Assim.] O homem de gênio. 4.º 2.] reconhecerás. Trad. recordando que a vida. p. 2008. Janeiro de 2009. 3. Toda a eterna felicidade se acha contido neste preceito: Amais-vos uns aos outros. Depois da Virtude. MOURA. 172 . 1. KOOGAN-HOUAISS. Caridade – é “ a virtude cristã fundamental porque consiste na realização do preceito cristão fundamental: “Ama o próximo como a si mesmo. porquanto [. Enciclopédia e dicionário ilustrado. Rio de Janeiro: FEB. recomenda o Espiritismo: Sede bons e caridosos. em todos os mundos. Jussara Simões. Ano 127. — em suas origens profundas. Allan.. o problema. 26. [.. que o amor é um sol a brilhar para todos e que ninguém existe sem esperança e sem Deus. pois a fé não passa de um raio muito puro que torna brilhante a alma caridosa. senão elo devotamento ao próximo e só encontra consolação e ventura nos arroubos da caridade [. Sem a caridade não há esperança de melhor sorte.]. para logo. chave que tendes em vossa mãos. 4. p. a eterna âncora de salvação: é a mais pura emanação do Criador: é a sua própria virtude. embora sempre nos pesem as responsabilidades assumidas.. Rio de Janeiro: Seifer. MACINTYRE. sem a caridade não há fé. p... em qualquer situação.. Tradução Evandro Noleto Bezerra. porém. KARDEC. Recordemos isso e seja de que espécie for a provação que te amargue a alma. 44. não é obra de tuas mãos. quaisquer que sejam. ed. Bauru: EDUSC. Rio de Janeiro: FEB.] Não importa. Alasdair. Revista Reformador. O evangelho segundo o espiritismo.35 3. A alma não pode elevar-se às altas regiões espirituais. A caridade é. 2. 211. Introdução IV. do pessimismo e do desânimo. Não [... — mesmo na vida que desfrutas.158.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 Não devemos abandonar a esperança. 1666. não há interesse moral que nos guie. p. Marta Antunes. pois essa é a chave dos céus.] te deixes arrasar elas aflições transitórias que te visitam com fins regenerativos ou edificantes. continue trabalhando na sustentação do bem geral. 2000. ed. As virtudes essenciais. N. entretanto. dada por Ele à criatura [. 2001. Desliga-te.36 Referências 1..]. A caridade é a virtude fundamental que há de sustentar todo o edifício das virtudes terrestres..”18 Em relação à caridade. ed. _____. Rio de Janeiro: FEB. Francisco Cândido. p. 864. 8. 4. Allan. Dicionário de filosofia. 24. p. Pelo Espírito Emmanuel. 11. _____. Op. Giovanni. 26. Item: Caridade. 136. REALE. _____. D (organizador). Item: Virtudes éticas. _____. 21. p. p. Nicola. Item: Sabedoria. _____. Nicola. p. 683. 128. 3. 15. 52. _____. Op. 30. ABBAGNANO. _____. Francisco Cândido. O consolador. 173 . Item: Esperança. São Paulo: Pensamento. 17. 22. Item: Justiça. Nicola. Item: Dianoético. Cit. p. 97. XIX. 949. Op. 594. ed. O livro dos espíritos. Dicionário de filosofia. 134. 267-268. Item: Intelecto. Tradução de João Bentes. 33. KARDEC. 31. _____. KARDEC. O novo dicionário da Bíblia. São Paulo: Edições Loyola. ABBAGNANO. Tradução de Marcelo Perini. Allan. p. História da Filosofia Antiga I: Das origens a Sócrates. Tradução de Alfredo Bosi e Ivone Castilho Benedetti. XAVIER. _____. 12.387. p. 374. _____. p. São Paulo: Editora Loyola. Nicola. 354. Cap. 2008. 14. ed. Op. São Paulo: Vida Nova. p. XAVIER. 20. Martins Fontes. Cit. 25. Escritos de Filosofia IV: Introdução à Ética Filosófica. Cit. Alma e coração. J.497. 26. 9. 1999. _____. 377-378. 118. de Lima. 28. O evangelho segundo o espiritismo. Item Coragem. Item 7. Item: Magnanimidade. 34. Cap. 10. 210. Item: Arte.p. ed. p. 134. Temperança. _____. 431. p. Questão 109. O livro dos espíritos. 59. _____. 117. p. 535. 6. 2006. _____. KARDEC. ABBAGNANO. Item: Virtudes teologais.496. Item: Ciência. 29. p. Questão 893. 944. p. p. Cit. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. _____. 32. p. 2008. 2002. p. ABBAGNANO. item 12. Dicionário de filosofia. Questão 111. Allan. _____. 18. DOUGLAS. pergunta 253. p. São Paulo. 23. Item: Fé. 571. p. 13. p. _____. Pelo Espírito Emmanuel. 2. Item: Fé. Cit. Op.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 5. Item: Moralidade. 2006. 864. 81. p. 28. 7. Questão 110. p. Rio de Janeiro: FEB. 637. p. 19. 275. Item: Virtudes cardeais. 16. Item: Sabedoria. Dicionário de filosofia. p. _____. 206. 2003. p. VAZ. p. 27. p. Henrique C. p. 134. de acordo com a Filosofia e a Religião Cristã. b) Virtudes cardeais. 174 . Mãos unidas. XAVIER. 270-271. 36. Cap. item 12. p. XIII. Francisco Cândido. dividir a turma em quatro grupos para discutir e apresentar uma análise sobre os seguintes temas: a) Conceitos de virtude: espírita e não espírita.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 6 35. Araras [SP]: IDE. Cap. d) Virtudes teologais. c) Virtudes éticas e dianoéticas. Allan. Cit. »» Em seguida. ed. 22-23. 24. Orientações ao monitor »» Fazer breve exposição dos conceitos e da classificação de virtude. fortalecendo o entendimento do assunto. p.4. o monitor deve fazer uma síntese do estudo. Pelo espírito Emmanuel. O evangelho segundo o espiritismo. KARDEC. procurando esclarecer possíveis dúvidas. 2008. »» Ao final dos debates. Op. ] Mais vale pouca virtude com modéstia. a virtude é sempre sublime e imorredoura aquisição do espírito nas estradas da vida.]. em todos os tempos.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 7 CONQUISTA E DESENVOLVIMENTO DE VIRTUDES Objetivos »» Explicar como adquirir e desenvolver virtudes. do que muita com orgulho.Livro IV . Cap. XVII.] dor. Cap. é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem [.... item 8. Emmanuel: O consolador. segundo a orientação espírita. todavia. incorporada eternamente aos seus valores. 175 . no mais alto grau.EADE . »» A virtude. por meio de provações e repetidos aprendizados. Ideas principais »» As virtudes se adquirem. em geral. item 8. pergunta 253... »» [. conquistados pelo trabalho no esforço próprio. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. nas sucessivas experiências reencarnatórias. a luta e a experiência constituem uma oportunidade sagrada concedida por Deus às suas criaturas.. pois a [. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. XVII. A graça é a força que Deus concede a todo homem de boa vontade para se livrar do mal e fazer o bem.] dor. sem segundas intenções.. porque todas são sinais de progresso no caminho do bem... São conquistas individuais.3 1. alcançadas por meio de provações e repetidos aprendizados. Uma vez que não há concessão divina.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 Subsídios Vimos no Roteiro anterior que a aquisição e o desenvolvimento de virtudes exigem esforços e firmeza de propósitos. como ensina o Espiritismo. os ensinamentos espíritas são claros.] as virtudes têm seu mérito. que há pessoas que não fazem muito esforço para desenvolver virtudes. contudo. empenho e persistência. em todos os tempos. incorporada eternamente aos seus valores. quanto este lhes fez pergunta semelhante:4 176 . em outras. Emmanuel assevera que a [. a virtude é sempre sublime e imorredoura aquisição do espírito nas estradas da vida.1 Para o Espiritismo. a luta e a experiência constituem uma oportunidade sagrada concedida por Deus às suas criaturas. então? Eis o que os Espíritos da Codificação responderam a Kardec. Não é algo que se consegue de um dia para outro.] dizendo que aquele que possui virtude a adquiriu por seus esforços. despojando-se pouco a pouco de suas imperfeições. em sucessivas experiências reencarnatórias. Neste sentido.2 A aquisição de virtudes exige. Mas a sublimidade da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal. A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade... nem é obtido por meio de graça ou concessão divina. Há virtude sempre que há resistência voluntária no arrastamento dos maus pendores. todavia. enquanto que. praticando-as naturalmente. pelo bem do próximo.. pois. Que as virtudes não são concessões divinas. “[. todas [. o processo é sacrificial. um dom ou graça fornecidos por Deus a alguns Espíritos. o que se passa. conquistados pelo trabalho no esforço próprio. em existências sucessivas. Aquisição de virtudes Importa considerar. é preciso aproveitar as oportunidades que Deus nos oferece. que a bondade e a misericórdia divinas nos amparam em qualquer situação. etc. o conhecimento produz o autodomínio. ainda que revestidas na forma de provações. à piedade o amor fraterno e amor fraterno a caridade. tempera o caráter. até que o indivíduo se transforme em pessoa de bem. aplicai toda a diligência em juntar a vossa fé a virtude. leva à conquista de outro. Deve-se. A pessoa piedosa amplia a sua capacidade 177 . tão a propósito: Por isso mesmo. É por isso que os bons sentimentos não lhes custam nenhum esforço e suas ações lhes parecem muito naturais. que nada mais é do que a vontade inteligentemente administrada. lá é a regra [. pois. o que entre vós constitui exceção. à perseverança a piedade.]. pela posição elevada que conquistaram. é a prática da perseverança que. A recomendação de Pedro nos faz refletir que o desenvolvimento de virtudes envolve a melhoria integral do ser humano. Como ainda estais longe da perfeição.. e. 1:5-7. Assim se dará na Terra. sucessivamente. lutaram outrora e triunfaram. esses exemplos vos espantam pelo contraste e os admirais tanto mais. é preciso acreditar. honrá-las como a velhos guerreiros. O segundo refere-se ao conhecimento que. a fim de que possamos desenvolver virtudes. Bíblia de Jerusalém). quanto mais raros são. porém. mas que desejam melhorar-se. resultante da fé e do conhecimento. Para nós. a capacidade de ter misericórdia para com o sofrimento do próximo. O quarto valor é a piedade. que nos mundos mais adiantados do que o vosso. Assinala o apóstolo que o primeiro desses valores é a fé. assim. à virtude o conhecimento. cotidianamente. ensina fazer o que é certo perante os diferentes desafios da vida.. ou virtude. ainda que a pessoa esteja submetida a grandes dificuldades. Espíritos imperfeitos. quando a Humanidade se houver transformado e quando compreender e praticar a caridade na sua verdadeira acepção. ao conhecimento o autodomínio. por oferecer fortaleza moral. Por sua vez. Assim.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 As [pessoas] que não têm que lutar são aquelas em quem o progresso já está realizado. ouçamos o conselho do apóstolo Pedro. Neste sentido. firmemente. sabendo o que fazer. O terceiro valor. tornando-o mais forte. A mensagem demonstra que a aquisição de um valor moral. para elas o bem se tornou um hábito. independentemente do contexto em que este se situe: no lar. no ambiente profissional. nos locais de lazer. por iluminar a consciência. Ficai sabendo. no templo religioso. (2 Pedro. ou seja. ao autodomínio a perseverança. 6 2. todavia. colocar-se no lugar do outro. nos séculos que se foram. Incapazes de controlar apetites e paixões. abrilhantar o pensamento. instruir-nos. a enobrecer-lhes o impulso. que é a base da prática da caridade.. é indispensável saber “para quê”. em qualquer situação.. Eis a razão pela qual se nos impõe o estudo em todos os lances da vida. Toda grandeza de inteligência exige moderação e equilíbrio para não desbordar-se em devassidão e loucura.. desvairaram-se na corrida ao poder. efetivamente. será justo aprender “como”. e que coroa as demais.. encharcando a terra com o sangue e o pranto de quantos lhes foram vítimas das ambições desregradas. Ainda assim. tendo como base a mesma citação de Pedro.] E à ciência temperança. mas traduzida por João Ferreira de Almeida. em sentido único. por si só. entretanto. 1:6).] É forçoso coroar a fé e a bondade com a luz do conhecimento edificante. Aprende. analisar a verdade e procurá-la são atitudes de que. de vez que só o amor dispõe de luz bastante para clarear o presente a santificar o porvir. [. Emmanuel analisa mais o assunto. é claro e preciso.. Aprender sempre. todos devemos ser bons. mas para que esse trio de forças se levante no campo da alma. e fomentaram opressões que culminaram em pavorosas guerras de extermínio. O desenvolvimento de virtudes Sem sombra de dúvida. procurando. milhões de talentosos obreiros da evolução terrestre. fazendo o fechamento do tema: [. não podemos prescindir.] O apontamento do Evangelho. é necessário que o amor esteja presente.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 de empatia. esposaram a cultura intelectual. não chegam para enaltecer o lustre do cérebro. Todos necessitamos esperar no Infinito Amor. que consta assim: [. a não julgar as ações do próximo. o benfeitor espiritual assinala. a temperança e a paciência. as virtudes são qualidades desenvolvidas pelo Espírito ao longo de suas vivências reencarnatórias e em 178 . a última virtude. então. descerrando-lhe o suspirado acesso aos mundos superiores. burilar a palavra. confiar realizando o melhor e auxiliar na extensão do eterno bem. no entanto. se aspirarmos à obtenção do conhecimento elevado. condição necessária para a aquisição e desenvolvimento do amor fraterno. Não vale a ciência sem temperança e toda temperança pede paciência para ser proveitosa. realmente demanda discernir. contudo. e à temperança paciência e à paciência piedade (2 Pedro. porquanto..5 Em outra oportunidade. A fragilidade dos primeiros anos os torna brandos.. É assim que.”9 179 . [. mas em desenvolver valores morais. como o ar que respiramos a todo instante. principalmente se já ocorreu aprendizado anterior. é destacada pelo confrade Jason de Camargo quando afirma: “[. sobretudo a moral. [. ela aprende que o mundo é um ótimo lugar para se viver. refletidas em suas boas tendências. de forma que o desejo de ser bom se evidencie em ações concretas: “A virtude não é veste de gala para ser envergada em dias e horas solenes. que resulta a aquisição de virtudes.8 Importa considerar que nem sempre é suficiente a pessoa ter nascido com a inclinação para o bem: é preciso que a sua vontade em se transformar em pessoa melhor seja exercitada constantemente.. Ela deve ser o nosso traje habitual A virtude precisa fazer parte da nossa vida. sempre que ele retorna ao plano físico. ela aprende a ser tímida. Se uma criança vive com retidão e imparcialidade. passa pela fase de infância que lhe oferece melhores condições para adquirir e/ou desenvolver virtudes. A importância da educação dos sentimentos nas crianças.] Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem. embrionários ou não. Se uma criança vive com aceitação.. ela aprende a ter e sentir confiança. amizade e amor. A repetição dos bons atos.]. traz consigo o produto de suas conquistas. tanto no plano intelectual como no moral.. Esse é o dever que Deus confiou aos pais.7 Se a criança recebe boa educação no lar. tem o poder de fixar não só competências intelectuais.] as crianças aprendem aquilo que vivem. acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. É quando se pode reformar o seu caráter e reprimir seus maus pendores. ela aprende a condenar. Como o processo evolutivo é continuo..EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 suas estadias no plano espiritual. Se uma criança vive com zombarias e ridículo. para se melhorarem. retornando à encarnação.”8 Se uma criança vive com críticas. Se uma criança vive com vergonha e humilhação. ela aprende a conhecer a justiça e a ser justa. seu Espírito é fortificado e a sua conduta se revela de acordo com os princípios do bem. como alimento que ingerimos cotidianamente. Se uma criança vive com incentivo e estímulo. ela aprende a se sentir culpada. missão sagrada pela qual terão de responder. desenvolve aprendizados que ainda necessitam de burilamento. Como o Espírito jamais retrograda. em nova reencarnação.. .].] Quanto mais vão sendo repetidos os atos relativos à mesma perfeição.]. uma interna. em toda parte. o homem deve usar a razão. entre mim e o vício.. que com ela contrasta. ter senso de dever e pautar as ações de acordo com o bem.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 A virtude não é para a ostentação: é para uso comum. [. a técnica para solidificar qualquer virtude é “[.. mantendo-a sob o seguro controle da vontade. A dificuldade não está no exercício da virtude.”12 Ser virtuoso significa desenvolver bons hábitos. considerando que a “[. até a liberação ou dispensa de qualquer energia consciente [. não o será na vida pública. Segundo Emmanuel. dai-me guarida em vosso coração.. existe absoluta incompatibilidade. Esta é a regra. recebei-me. mas na oposição que lhe faz o vício. As conjunturas difíceis.. do mais simples ao mais complexo. mas hipócrita. A virtude nos diz: eis-me aqui. Possuí-la é suave e doce. A virtude não tem duas faces.. embora assim aparente.. Praticá-la é fonte perene de infinitos prazeres.11 O desenvolvimento de virtudes representa significativo desafio na superação das próprias imperfeições e dos impulsos dominadores das paixões inferiores. não alteram a virtude quando ela já constitui o nosso modo habitual de vida. Não há virtude privada e virtude pública: a virtude é uma e a mesma.. para que um roteiro de melhoria espiritual seja planejado e seguido.] aprendê-la.9 Ainda segundo Jason de Camargo. É falsa a virtude que aparece para os de fora. A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão. mas lembrai-vos de que. [. Quem não é virtuoso dentro do seu lar... e não se verifica para os familiares. Não podeis servir a dois senhores.. como o sangue que circula por todo corpo. a vontade exerce fundamental papel..] vontade é gerência esclarecida e vigilante. quando real. Ser delicado e afável na sociedade. deixando de manter esses predicados em família. e não há como 180 . reflete-se em todos os nossos atos. as emergências perigosas. depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto. para que o outro impere.. Nessa situação.. O hábito da virtude. analisá-la e repeti-la nas atividades práticas do cotidiano. é perfeita sob todos os aspectos e prismas.. [. governando todos os se-tores da ação mental.”10 [. outra externa: ela é integral. É necessário destronar um elemento.] O hábito da virtude é fruto de porfiada conquista. tanto mais fácil será praticá-los com esforço cada vez menor.]. O vício não cede lugar sem luta. não é ser virtuoso. O livro dos espíritos. Questão 385. XAVIER. 261. Op. p.. Rio de Janeiro: FEB. [. por fim. 2008. p. Nas pegadas do mestre. a fuga e o repouso indébitos. XAVIER. certamente desistirá. Rio de Janeiro: FEB. Op. Uberaba [MG]: CEC. ed. Cap. 21. Jason de. 2008. Pelo Espírito Emmanuel. Capítulo: A psicologia aplicada. Cit. Introdução IV. quanto acontece à pedra preciosa lapidada. p. _____. Quem pretende. Cap.. Inteligência sem boas obras é tesouro enterrado. ed. Questão 894. Francisco Cândido. Op. p. Cit. Referências 1. 2. criando em nós as obras-primas da vida. em nossos corações. _____. KARDEC. O livro dos espíritos.] Virtude sem proveito é brilhante no deserto. 206. Palavras de vida eterna. VINÍCIUS. 535. ed.15. 5. item XVII. p. VINÍCIUS. Se desejamos construí-la. Jason de. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Pelo Espírito Emmanuel. 2001. é imprescindível não nos acovardemos diante das oportunidades que o mundo nos oferece. São Bernardo do Campo: GEEM.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 fugir dela: “[. ed. 6. transformando-se em sombra entre as sombras da estagnação e da morte. p. 7.] não é flor ornamental. Francisco Cândido. Emmanuel: Virtude. Pensamento e vida. ed. p. 8. 12. CAMARGO.. Questão 893. Op. KARDEC. 2. 28. Rio de Janeiro: FEB. 121. p. [. Rio de Janeiro: FEB. XAVIER. por tempo indefinido. 2. ed. p. _____. Allan. 13. p. 22. 135. ed. O livro dos espíritos. 10. não surgirá no mostruário de nossas realizações sem burilamento e sem sacrifício. Francisco Cândido. do esforço de aprimoramento. Nas pegadas do mestre. Allan.] Recordemos que o trabalho e a luta são os escultores de Deus. 12.”13 O Espírito André Luiz nos lembra que a virtude “[.. Pelo Espírito Emmanuel. CAMARGO. Educação dos sentimentos. Cap.. 13-14. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2009.. 15. Bênção de paz.. Cit. mas apenas te valoriza pelo que fazes de ti. 281. 536. 7. O evangelho segundo o espiritismo. _____. 11. p. 2008. 52. Educação dos sentimentos. 181 .. 2005. Cit. 258-259. 1. 3. 4. 2008. 54. p. Capítulo: A virtude. Rio de Janeiro: FEB. pergunta 253. porém.] Em qualquer parte a vida te conhece pelo que és. É fruto abençoado do esforço próprio que você deve usar e engrandecer no momento oportuno. O consolador. 102. 178. 33.. Porto Alegre: Letras de Luz. 122. 9. 1981. 18.”14 Acrescenta. Cap. p. Cap. sobre os destaques selecionados. 1998. Cap. 2004. especialmente convidado. Recomendar-lhe leitura reflexiva prévia do assunto (As virtudes segundo o espiritismo). Anexo Nos Limites do Céu * Irmão X No extremo limite da Terra com o Céu. 9. Fazer breve explanação. Orientações ao monitor Pedir à turma que faça leitura silenciosa do Roteiro de Estudo. mensagem do Espírito Emmanuel). p. Luz acima. se necessário. ed. Ouvir as conclusões. esclarecendo pontos. e respondidas com base nos conteúdos no Roteiro. Observação: informar aos participantes que o assunto da próxima reunião será desenvolvido por um expositor. 95. Por Espíritos Diversos. focalizando as principais ideas desenvolvidas em todo o Roteiro. Cap. inserido em anexo. 56 (Virtude. Após a leitura. _____. orientá-los a emitir opiniões. 182 . em plenário. Irradiava pureza e brandura. 29. 2005. 129-130. Correio fraterno.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 14. entregando a cada. Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Rio de Janeiro: FEB. _____. Rio de Janeiro: FEB. Agenda Cristã. ed. 5. As perguntas devem ser lidas e analisadas pelos participantes. Em seguida. Cap. a fim de que as perguntas ou dúvidas que serão apresentadas ao palestrante revelem entendimento doutrinário. ed. Fazer o fechamento do estudo destacando ideas desenvolvidas pelo Irmão X (Espírito Humberto de Campos) no texto Nos limites do céu. 15. duas perguntas relacionadas à aquisição e/ou desenvolvimento de virtudes. assinalando pontos considerados importantes. p. 4. A fronte * XAVIER. aportou um peregrino envolto em nevado manto. Pelo Espírito André Luiz. dividir a turma em pequenos grupos. 43. Francisco Cândido. Rio de Janeiro: FEB. gozar-lhe o descanso beatífico. Recebido pela entidade angélica. acima de tudo. — Conseguiste entesourar o amor sublime? — perguntou o anjo. o viajor vitorioso pôs-se à escuta. tais como a vaidade e o orgulho. esboçou o gesto de quem notava alguma falha menos visível ao olhar inexperiente e considerou: — Meu irmão. — Sustentaste a fé? — Confiei no Divino Poder. vejamos se já adquiriste a virtude perfeita. — Exemplificaste o trabalho construtivo? — Diariamente. — Conservaste a paciência? — Sem perdê-la jamais. embora admirado e reverente perante Espírito tão puro. a teimosia e a discórdia? 183 . que presidia à importante passagem. Sorridente. respeitoso. — Combateste os vícios em ti mesmo. rendo homenagem à alvura de tuas vestes. o egoísmo e o ciúme. — Graças a Deus! — informou o interpelado. — Seguiste o bem? — Invariavelmente. — Guardaste a esperança fiel? — Todos os dias. — Ensinaste a verdade e testemunhaste-a? — Com todas as minhas forças. — Cultivaste e pureza? — Com zelo extremado. — Edificaste a humildade? — Sim. O divino funcionário. feliz.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 denunciava-lhe a nobreza pelos raios diamantinos que emitia em todas as direções. apresentou sua aspiração máxima: ingressar definitivamente no paraíso. Extenso halo de luz assinalava-lhe a presença. entretanto. 184 .. com todas as potências da alma perturbadas pelas tentações? — Sim. Lembra-te de que o Sol. espantadiço e desapontado.. E. a seu turno. Em seguida. a fim de meditar sobre as conquistas que havia feito. voltando depois. de capa lirial. Como servir entre gênios satânicos. de olhos conturbados pela permanente malícia. refletiu longos minutos. O anjo interrompeu-se. e observou: — Falta-te semelhante realização para subir mais alto. meu amigo — acentuou o preposto divino —. Então. já trabalhaste no inferno? — Ah! isto não! — respondeu o peregrino. o Céu não perde o inferno de vista. rematou: — Torna à Terra. lança raios luminosos e salvadores ao mais profundo abismo planetário. desce ao inferno que o homem criou e serve ao Senhor Supremo. como se estivesse em face de grave enigma. — Guerreaste os males que assolam a vida. a sabedoria se destina em primeiro lugar. — Como haveria de ser? O fiscal da celeste alfândega sorriu. e indagou: — Meu amigo.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 7 — Esmeradamente. A maior missão da virtude é eliminar o vício e amparar o viciado.. de mãos atadas pelos impedimentos do mal soberano. escandalizado. o amor foi criado para que amemos. a insensatez e a ignorância. situado cerca de cento e cinquenta milhões de quilômetros além do teu mundo. de pés cambaleantes sobre o terreno inseguro. — Oh! que contra-senso! — aventurou o interessado —.. a brutalidade e a estupidez? — Sempre.. o controlador da Porta Celestial cerrou a passagem ligeiramente entreaberta e o peregrino.. cogitaremos da travessia. perante o assombro do ouvinte. o bem é para salvar o mal. Por isto mesmo. sentou-se um pouco. como sejam o ódio e a perversidade. de ouvidos atormentado pela gritaria. ao ignorante. »» Explicar porque a caridade é a mais meritória das virtudes. no céu. »» Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade. Mas. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. 15.]. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. na Terra. importa considerar que toda [.EADE .. Ideas principais »» Para a Doutrina Espírita todas as virtudes têm seu valor e devem ser cultivadas pelo homem.MÓDULO III OS VÍCIOS E AS VIRTUDES Roteiro 8 AS VIRTUDES SEGUNDO O ESPIRITISMO Objetivos »» Caracterizar as virtudes segundo o Espiritismo. indulgência para as im185 .. nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho.. porque os que a tiverem praticado acharão graça diante do Senhor [. tal como Jesus a entendia? “Benevolência para com todos.]. estão contidos os destinos dos homens. isto é. item 10.] a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade. Ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade [.. 15. Cap. »» Meus filhos... na Terra e no céu. Em todos os seus ensinos. Cap. porque à sombra dessa bandeira eles viverão em paz. na máxima: Fora da caridade não há salvação. item 3. tendo como base o Evangelho.Livro IV . EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 perfeições dos outros, perdão das ofensas”. Allan Kardec: O livro dos espíritos. Questão 886. Subsídios Nos estudos anteriores vimos que todas as virtudes são importantes, e o Espírito que as possui revela melhoria espiritual. Mas as orientações espíritas deixam claro que a caridade é a mais meritória de todas as virtudes: Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem. “[...] Mas a sublimidade consiste no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem segundas intenções. A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade.”1 O materialismo presente na sociedade moderna, associado aos desregramentos morais, produz efeitos infelizes na mente e nos sentimentos das pessoas que aspiram a um mundo melhor. Entretanto, a Humanidade está sempre amparada pela providência divina que permite o renascimento de Espíritos mais esclarecidos, em bondade e em conhecimento, a fim de impulsionar o desenvolvimento da sociedade humana. Esclarecem os benfeitores espirituais, a respeito: [...] a virtude não está inteiramente banida da Terra, como pensam certos pessimistas. Sem dúvida nela o mal ainda domina, mas quando se procura na sombra, percebe-se que, sob a erva daninha, há mais violetas, isto é, maior número de almas boas do que se pensa. Se elas surgem a intervalos tão espaçados, é que a verdadeira virtude não se põe em evidência, porque é humilde; contenta-se com os prazeres do coração e a aprovação da consciência, ao passo que o vício se manifesta afrontosamente, em plena luz; faz barulho, porque é orgulhoso. O orgulho e a humildade são os dois pólos do coração humano: um atrai todo o bem; o outro, todo o mal; um tem calma; o outro, tempestade; a consciência é a bússola que indica a rota conducente a cada um deles [...].2 1. As virtudes segundo o Espiritismo Sabemos que as pessoas virtuosas desenvolveram virtudes ao longo das experiências reencarnatórias. São Espíritos que fazem o bem de forma natural, e, mesmo se colocadas perante condições adversas, demonstram conquistas adquiridas anteriormente, que “[...] lutaram outrora e triunfaram. É por isso é que os bons sentimentos não lhes 186 EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 custam nenhum esforço e suas ações lhes parecem muito naturais; para elas o bem se tornou um hábito. [...]”.3 A mensagem do Espírito Francois-Nicolas-Madeleine4, que faz parte de O evangelho segundo o espiritismo, pode ser considerada uma síntese dos ensinamentos espíritas relacionados à virtude, cujas principais ideas são apresentadas, em seguida:4 »» A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. »» Infelizmente, elas são quase sempre acompanhadas de pequenas enfermidades morais, que lhes tiram o encanto e as atenuam. »» Aquele que faz ostentação não é virtuoso, visto que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho. »» A virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de exibir-se. »» Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das multidões. »» S. Vicente de Paulo era virtuoso; eram virtuosos o digno Cura d’Ars e muitos outros quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos. »» É à virtude assim compreendida e praticada que vos convido, meus filhos; é a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita que vos incito a consagrar-vos. »» Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor-próprio, que sempre tiram o encanto das mais belas qualidades. »» Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e faz alarde, ele próprio, das suas qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma porção de pequenas torpezas e de odiosas covardias [...]. As ideas espíritas favorecem o desenvolvimento de fé inabalável na bondade e na misericórdia de Deus, condição que nos faz acreditar no advento de um mundo de paz e felicidade. Pelo Espiritismo vemos, também, que as dificuldades atuais são temporárias, indicativas de que a Humanidade está vivenciando um período de transformação por força da lei do progresso. 187 EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 Verificamos, igualmente, que uma geração nova está surgindo no Planeta, uma “geração eleita”, segundo estas palavras do apóstolo Pedro: Mas vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular propriedade, a fim de que proclameis as excelências daquele que vos chamou das trevas para sua luz maravilhosa, (1 Pedro, 2:9. Bíblia de Jerusalém). Em relação a essa geração nova de Espíritos que já está reencarnando no Planeta, é importante destacar alguns trechos da seguinte a mensagem do Espírito Doutor Barry, que se encontra em A gênese.5 Sim, por certo a Humanidade se transforma, como já se transformou em outras épocas, e cada transformação é marcada por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento; crises muitas vezes penosas, dolorosas, que arrastam consigo as gerações e as instituições, mas sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. Tendo chegado a um desses períodos de crescimento, a Humanidade terrena está plenamente, há quase um século, no trabalho da transformação. É por isto que ela se agita por todos os lados, presa de uma espécie de febre e como que movida por uma força invisível, até que retome o equilíbrio sobre novas bases. Quem a vir, então, a achará muito mudada em seus costumes, em seu caráter, em suas leis, em suas crenças; numa palavra, em todo o seu estamento social. [...] À agitação dos encarnados e dos desencarnados se juntam, por vezes e mesmo na maioria das vezes, já que tudo se conjuga, na Natureza, as perturbações dos elementos físicos; é então, por um tempo, uma verdadeira confusão geral, mas que passa como um furacão, depois do que o céu se torna sereno, e a Humanidade, reconstituída sobre novas bases, imbuída de novas ideas, percorre uma nova etapa de progresso. É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá e dará frutos [...]. Aprendendo a suportar as convulsões sociais do período de transição, a Humanidade será abençoada com o raiar de um novo dia, que se seguirá à noite de tormentas, marcado pelo estabelecimento de uma nova ordem social. O homem encontrará, assim, campo livre para desenvolver plenamente suas capacidades intelectuais e, especialmente, as morais. As principais características dessa nova era, como esclarece Kardec, estão sintetizadas a seguir:6 »» O progresso moral, secundado pela inteligência, refreará as paixões e garantirá a felicidade na Terra; 188 EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 »» A unidade de crença, fundamentada na fraternidade universal, dissiparão os principais antagonismos religiosos; »» Multiplicar-se-á o número de instituições beneméritas, apoiando os que sofrem; »» A legislação penal será mais justa; »» Os preconceitos estarão enfraquecidos, senão eliminados; »» A Humanidade estará mais espiritualizada pela rejeição das ideas materialistas; e »» O mundo será governado por esta divisa: caridade, fraternidade, benevolência para todos, tolerância para todas as crenças. Para os Orientadores da Vida Maior, qualquer programa de desenvolvimento de virtudes deve começar com o combate ao egoísmo: “De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de extirpar é o egoísmo, porque resulta da influência da matéria.[...] O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material [...].”7 Desta forma, esclarece o Espírito Emmanuel em mensagem transmitida em Paris, no ano de 1861:8 O egoísmo, esta chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, porque impede seu progresso moral. [...] O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, sua força, sua coragem. Digo: coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que este monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é a fonte de todas as misérias terrenas. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. [...]. Em O livro dos espíritos, Kardec analisa como proceder para eliminar o egoísmo:9 Louváveis esforços são empregados para fazer que a Humanidade progrida. Os bons sentimentos são animados, estimulados e honrados mais do que em qualquer outra época; não obstante, o verme roedor do egoísmo continua a ser a praga social. É um mal real, que se espalha por todo o mundo e do qual cada homem é mais ou menos vítima. Assim, é preciso combatê-lo como se combate uma moléstia epidêmica. Para isso, deve-se proceder como procedem os médicos: remontando à causa do mal. [...] Conhecidas as causas, o remédio se 189 EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 apresentará por si mesmo. Só restará então combatê-las, senão todas ao mesmo tempo, pelo menos parcialmente, e o veneno pouco a pouco será eliminado. A cura poderá ser demorada, porque numerosas são as causas, mas não é impossível. Contudo, ela só se obterá se o mal for cortado pela raiz, isto é, pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. Bem entendida, a educação constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, como se faz com as plantas novas. [...]. O homem quer ser feliz e esse sentimento é muito natural. Por isso ele trabalha incessantemente para melhorar a sua posição na Terra: procura as causas dos seus males, a fim de remediá-los. Quando compreender bem que o egoísmo é uma das causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que a cada instante magoam, que levam a perturbação a todas as relações sociais, provoca dissensões, destrói a confiança, obrigando-o a manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim, a causa que faz do amigo um inimigo, então ele compreenderá que este vício é incompatível com a sua própria felicidade, e acrescentamos, com a sua própria segurança. Esclarece ainda a Doutrina Espírita que há dois grandes obstáculos que dificultam o desenvolvimento de virtudes no ser humano: o interesse pessoal e o apego às coisas materiais. Quanto ao interesse pessoal, os Espíritos orientadores da Codificação Espírita informam que este é o sinal mais característico da imperfeição. […] Muitas vezes as qualidades morais se assemelham, como num objeto de cobre, à douração que não resiste à pedra de toque. Um homem pode possuir qualidades reais que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, embora assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas, bastando algumas vezes que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa tão rara na Terra que é admirado como fenômeno quando se manifesta. [...].10 Quanto ao apego às coisas materiais, os mesmos Espíritos orientadores informam:11 O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, tanto 190 EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 menos compreende o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado. 2. Caridade: a mais meritória das virtudes Ensina a Doutrina Espírita que a “[...] caridade é a virtude fundamental que há de sustentar todo o edifício das virtudes terrestres. Sem ela não existem as outras. [...] A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por Ele à criatura. [...].”12 Devemos ponderar, contudo, que a transformação de indivíduos em seres caridosos, de acordo com o entendimento espírita, demanda esforço e tempo, maior ou menor, dependendo das disposições íntimas de cada um. O aprendizado para tal propósito começa, em geral, com a execução de simples gestos de filantropia, desenraizando, assim, o egoísmo que tiraniza e adoece a criatura; continua com a aquisição de novas virtudes e o aperfeiçoamento de outras, como a fé e a esperança. Ensina o Espírito Meimei que a caridade ilumina:13 a quantos se consagram ao amor pelos semelhantes, redimindo sentimentos e elevando almas, porque, acima de todas as forças que renovam os rumos da criatura, nos caminhos humanos, a caridade é a mais vigorosa, perante Deus, porque é a única que atravessa as barreiras da inteligência e alcança os domínios do coração. O apóstolo Paulo ensina, igualmente: Agora, portanto, permanecem fé, esperança e caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade (1 Coríntios, 13: 13. Bíblia de Jerusalém). O ser humano que, efetivamente, pratica a caridade já aprendeu, por sua vez, vivenciar esta sentença de Jesus, registrada pelo apóstolo João: Isto vos mando: amai-vos uns aos outros (João 15: 1. Bíblia de Jerusalém). Daí o Espiritismo ensinar que: 1. Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, Ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade [...]. Humildade e caridade, eis o que não cessa de 191 doação de tranquilidade interior.] Se é doce ter esperança. a fé concretiza. A força da fé é eminentemente conquistadora.14 2.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 recomendar e o de que dá. Aprende a discernir. virtudes corolárias da caridade.. Este é o primeiro estágio do aprendizado. é valor e virilidade ter fé..] rigor. só a fé. Tolerância. podemos assim afirmar. Jesus. porque — caridade é amor — e o amor é o indizível. todas as virtudes têm a sua raiz no ato de dar. Nesse sentido Emmanuel esclarece que. doação de entendimento.17 192 . a esperança faz nascer no coração do homem as boas e nobres aspirações. [. o incomparável.”15 Ampliada a sua capacidade de doação. A esperança está para a fé como o Sol está para a Lua. Quem alimenta esperança está. [. A esperança sugere. Se a esperança gera o desejo. se a esperança sustenta o homem nas lutas deste século. sob o influxo da fé oriunda de alguém. é fundamental que cada indivíduo não apenas se liberte do egoísmo. [.. A esperança desperta nos corações o anseio de possuir luz própria. portanto. a fé neutraliza seus efeitos depressivos. Para que a vida se transforme numa bênção perene...16 O Espiritismo dá muito valor à prática da caridade... mas que desenvolva a capacidade de doação em benefício do próximo. [. do coração de quem a tem.. então. Se a esperança suaviza o sofrimento.] Assim.. passa reflexamente para o coração de outrem. doação de si mesmo. considerando-a como fator primordial de renovação íntima do ser humano. doação dos recursos próprios. o Espírito compreende que a prática da caridade não se restringe à doação de bens e serviços. Este é o trabalho da filantropia. invariavelmente. [. conduz. Sacrifício. porém. Esta não tem luz própria: reflete aquela que recebe do Sol. porém. a “[. [. Paciência.] Assim a fé: é força comunicativa que. eis o que não se cansa de combater.].. a fé assegura desde já a vitória da vida sobre a morte. a fé gera o poder. que devem ser cultivadas para que as ações no bem não sejam enfraquecidas.. as realiza. gerando neste a esperança. à fé. tanto isto é verdade que a principal bandeira da Doutrina Espírita está sintetizada nesta máxima: “Fora da caridade não há salvação”..] Bem-vinda seja a esperança! Bendita seja a fé! Uma e outra espancam as trevas interiores. Orgulho e egoísmo.. E a caridade? Da caridade nada podemos dizer. Beneficência. não se limita a recomendar a caridade: põe-na claramente e em termos explícitos como a condição absoluta da felicidade futura. Ele mesmo. o exemplo.]. Finalmente. sente-se como a mesma vida: não se define. sobre o valor da fé e da esperança.. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos. na Terra e no céu. como auréola santa. Referências 1. Essa divisa é o facho celeste. ao definir as bases do seu programa de cristiani-zação nas terras brasileiras. ela vos faz melhores cristãos. Espírito protetor do Brasil. Não só ela evitará que pratiqueis o mal. para não se praticar o mal. Com semelhante guia. Meus amigos. ed. O Espiritismo não poderia provar melhor a sua origem. Questão 893. meus amigos. pois ela é o reflexo do mais puro Cristianismo. 535. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Dedicai-vos. possam dizer que o verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa. do que apresentando-a como regra. como também vos levará a praticar o bem. agradecei a Deus por haver permitido que pudésseis gozar da luz do Espiritismo. o homem nunca se transviará. Ela brilha no céu. destaca-se a mensagem de Paulo de Tarso. se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita. é preciso sempre a ação da vontade. nada resume tão bem os deveres do homem. e. por vós mesmos. ao vos observarem. todas as suas aplicações. 2008. adotou a caridade como lema imortal. a coluna luminosa que guia o homem no deserto da vida para o conduzir à Terra Prometida.17 Nesse aspecto. a compreender-lhe o sentido profundo e as consequências. KARDEC. na máxima: Fora da caridade não há salvação. pois. Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade e a consciência vos responderá. no céu. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. 193 . estão contidos os destinos dos homens. Fazei. transmitida mediunicamente em Paris. Para fazer-se o bem.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 Não é por outro motivo que Ismael. assim. na Terra. assim sintetizado: “Deus. 2. Allan. basta muitas vezes a inércia e a indiferença. porque à sombra dessa bandeira eles viverão em paz. Rio de Janeiro: FEB. já que não basta uma virtude negativa: é necessária uma virtude ativa. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus. benditos de meu Pai. seja qual for o culto a que pertençam. ajudando-vos a compreender melhor os ensinos do Cristo. O livro dos espíritos. com que os vossos irmãos. do que essa máxima de ordem divina. Cristo e Caridade. na fronte dos eleitos. a buscar. na Terra. visto que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus. em 1860:18 Meus filhos. porque os que a tiverem praticado acharão graça diante do Senhor. é sim porque. p. 12. item 11. 45 minutos. Op. pátria do evangelho. 21. Cap. p. Cit. 521-522. p. XV. _____. p. 3. Rio de Janeiro: FEB. 4. Em torno do mestre. O livro dos espíritos. 529-532. ed. Cap. 6. 18. Pedir aos participantes que anotem perguntas ou dúvidas que serão encaminhadas ao palestrante ao final. Cit. 1969. _____. p. Pelo Espírito Emmanuel. 11. ed. 1. _____. 2006. 247-248. 546. Francisco Cândido. XI. Vol. XAVIER. p. item 12. O evangelho segundo o espiritismo. Rio de Janeiro: FEB. A gênese. Araras [SP]: IDE. Cit. aproximadamente. item 3. _____. _____. Cit. _____. 9. Rio de Janeiro: FEB. p. VINÍCIUS. _____. KARDEC. Op. 17. outubro). 2009. Cit. O evangelho segundo o espiritismo. _____. item 8. São Paulo: Editora Pensamento-Cultrix. X AVIER. 2009. p. 6 (1863. KARDEC. 15. 416-417. Cap. p. item 8. _____. 13. _____. 537. Cap. p. 37. item 10. Questão 917. Pelo Espírito Humberto de Campos. Orientações ao monitor Apresentar o expositor à turma. 2008. 32. 271. Allan. O livro dos espíritos. XIII. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 23. O livro dos espíritos. coração do mundo. p. 7. Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos. Itens 19. Cit. p. ed. p. 5. 302. XV. esperança e caridade. 536-537. 194 . 1. KARDEC. 20. Op. O evangelho segundo o espiritismo. p. p. 8. 40. 3. Brasil.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 2. 10. 306. Questão 894. Questão 895. Alma e coração. _____. que foi especialmente convidado para desenvolver o assunto por. Questão 917– comentário. 2006. item 9. Item: Benfeitores Anônimos. Capítulo: A lenda da caridade (mensagem de Meimei). 536. p. Allan. 9. Op. Cap. 344-345. Rio de Janeiro: FEB. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Allan. 18. 15. Op. 1 ed. 2009. passar ao convidado as perguntas ou dúvidas registradas pela turma. Op. p. 22. ed. 14. Capítulo: Fé. 229-230. 3. Pelos Espíritos Bezerra de Menezes e Meimei. Cap. Cap. O evangelho segundo o espiritismo. 307-308. ed. p. Cap. 548-549. Cap. O evangelho segundo o espiritismo. Após a exposição.XVII. _____. 19. Rio de Janeiro: FEB. 6. Op. 16. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Meditações diárias. Francisco Cândido. p. Cit. Nada faz de inconveniente. E ainda que tivesse o dom da profecia. Quanto às línguas. portanto. veremos face a face. mas. Anexo Necessidade da caridade Primeira epístola de Paulo aos Coríntios. depois. Mas. Quando eu era criança. depois. Quanto às profecias. Agora meu conhecimento é limitado. 195 . não se incha de orgulho. de autoria do apóstolo Paulo. a caridade é prestativa. conhecerei como sou conhecido.EADE • Livro IV • Módulo III • Roteiro 8 Fazer o fechamento do estudo com base nas ideas contidas no texto em anexo (Necessidade da caridade). não se irrita. falava como criança. não se ostenta. Depois que me tornei homem. quando vier a perfeição. Tudo desculpa. raciocinava como criança. cessarão. mas se regozija com a verdade. Quanto à ciência. Pois o nosso conhecimento é limitado. e limitada é a nossa profecia. tudo suporta. tudo crê. A caridade é paciente. tudo espera. é a caridade. ainda que entregasse meu corpo às chamas. porém. caridade. essas três coisas. a ponto de transportar montanhas. Agora vemos em espelho e de maneira confusa. o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência. se eu não tivesse a caridade. A caridade jamais passará. as dos homens e as dos anjos. nada seria. também desaparecerá. A maior delas. não guarda rancor. seria como bronze que soa ou como címbalo que tine. Agora. Não se alegra com a injustiça. desaparecerão. esperança. não procura o seu próprio interesse. ainda que tivesse toda a fé. permanecem fé. Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos. se não tivesse caridade. se não tivesse a caridade. 13: 1 a 13. mas. fiz desaparecer o que era próprio da criança. o que é limitado desaparecerá. isso nada me adiantaria. Bíblia de Jerusalém E ainda que eu falasse línguas. não é invejosa. . EADE Livro IV | MÓDULO IV A humanidade regenerada EADE - Livro IV - MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 1 A lei divina e a lei humana Objetivos »» Citar as principais características da lei divina e da lei humana. »» Esclarecer a importância da mensagem cristã para o entendimento e vivência da lei divina. Ideas principais »» As leis de Deus são perfeitas e jamais se modificam: Deus não se engana. Os homens é que são obrigados a modificar as suas leis, por serem imperfeitas; mas as leis de Deus são perfeitas. A harmonia que rege o universo material e o universo moral se baseia em leis estabelecidas por Deus desde toda a eternidade. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 616. »» [...] O Cristo foi o iniciador da moral mais pura, da mais sublime: a moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações humanos a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os homens uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. [...]. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. I, item 9. 199 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 Subsídios A legislação divina é imutável, ao contrário do que acontece com as leis humanas, que modificam à medida que a Humanidade progride. Com o processo evolutivo, mudam-se hábitos, costumes e normas que regulam a vida em sociedade. Só o que vem de Deus é imutável. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudança. As leis da Natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da inteligência. [...].”1 Somente com o advento da mensagem cristã é que o ser humano passou a compreender a excelsitude das leis divinas, aprendendo, ao longo das reencarnações, como vivenciá-las em espírito e verdade. As seguintes palavras se Jesus, registradas pelo evangelista Lucas, nos indicam a importância da mensagem cristã para o entendimento e vivência da Lei Divina: A Lei e os Profetas até João! Daí em diante, é anunciada a Boa Nova do Reino de Deus, e todos se esforçam em entrar nele com violência. É mais fácil passar céu e terra do que uma só vírgula cair da lei. Lucas, 16:16-17. Bíblia de Jerusalém). Estes ensinamentos indicam, igualmente, o poder renovador da mensagem cristã, visto que antes da vinda de Jesus, a Humanidade se encontrava mais preocupada em reverenciar Deus por meio de cultos e rituais, sem compreendê-Lo, efetivamente. Com o Cristo, surge uma nova era no horizonte evolutivo humano, caracterizada pelos ditames da Lei de Amor. Definem-se, então, novas diretrizes para que a prática da Lei de Deus. Por outro lado, entre os cristãos surgiram (e por muito tempo surgirá), aqueles que não possuem a necessária força moral para fazer o bem e, ignorantes, vaidosos e orgulhosos, tentarão apossar-se do reino de Deus de assalto, pela violência. São pessoas cujos comportamentos revelam notória imperfeição espiritual. Ainda não totalmente renovadas nas trilhas do bem, mantém-se prisioneiros das manifestações do personalismo, exaltadas pelas posições que alcançam na escala social. São indivíduos que preferem os louvores dos rituais do culto exterior, vazios por si mesmos, que mais referenciam o Senhor por palavras do que por ações. 200 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 A passagem do Evangelho citada demonstra, também, que só seremos verdadeiramente felizes quando compreendermos que a lei de Deus é “[...] a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou não fazer e ele só é infeliz porque dela se afasta.”2 Sendo assim, é praticamente impossível o homem ignorar o que é certo e errado, independentemente da interpretação religiosa que acata, uma vez que a lei de Deus está escrita na consciência, conforme elucida a Codificação Espírita. Fica claro, então, que tudo que é contrário ao bem não é lei divina. Mesmo diante dos maiores desafios existenciais é importante estarmos atentos à sabedoria das leis divinas, de acordo com o seguinte conselho que Emmanuel nos dá: Certifica-te, sobretudo, de que Deus, nosso Pai, é o autor e o sustentador do Sumo Bem. Nenhum mal lhe poderia alterar o governo supremo, baseado em amor infinito e bondade eterna. A vista de semelhante convicção, o que te parece doença é processo de recuperação da saúde. Pequenos dissabores que categorizas por ofensas, serão convites a reexame dos impeços que te crivam a estrada ou apelos à oração por aqueles companheiros de Humanidade que levianamente se transformam em perseguidores das boas obras que ainda não conseguem compreender. Contratempos que interpretas como sendo ingratidão das pessoas queridas, quase sempre apenas significam modificações dos desígnios Superiores [...]. Discórdia é problema que te pede ação pacificadora. Desarmonias domésticas mais não são que exigência de mais serviço aos familiares para que te concilies em definitivo com adversários do pretérito [...] e até mesmo a presença da morte não se define senão por mais renovação e mais vida.3 1. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DAS LEIS DIVINAS As leis divinas são perfeitas. As leis de Deus são perfeitas e jamais se modificam: “[...]Deus não se engana. Os homens é que são obrigados a modificar as suas leis, por serem imperfeitas; mas as leis de Deus são perfeitas. A harmonia que rege o universo material e o universo moral se baseia em leis estabelecidas por Deus desde toda a eternidade”4, pois a Lei de Deus é “[...] eterna e imutável como o próprio Deus.”5 As leis da natureza são divinas . 201 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 »» Todos os fenômenos da Natureza são governados por “[...] leis divinas, visto que Deus é o autor de todas as coisas. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as leis divinas.”6 »» “Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência. As outras dizem respeito especialmente ao homem em si mesmo e às suas relações com Deus e com seus semelhantes. Abrangem tanto as regras da vida do corpo quanto as da vida da alma: são as leis morais.”7 As leis divinas são reveladas aos homens, paulatinamente. »» As leis divinas são reveladas gradualmente aos homens por Espíritos esclarecidos, a fim de que o ser humano aprenda vivenciá-las em espírito e em verdade. “[...] Em todos os tempos houve homens que receberam essa missão. São Espíritos Superiores, encarnados com o objetivo de fazer a Humanidade progredir.”8 »» “A verdade [...] para que seja útil, precisa ser revelada de conformidade com o grau de entendimento se cada um de nós. Daí não ter sido posta, sempre, ao alcance de todos, igualmente dosada.”9 Para os que já alcançaram apreciável desenvolvimento espiritual, muitas crenças e cerimônias religiosas vigentes aqui,ali e acolá, parecerão absurdas, ou mesmo risíveis. Todas têm, todavia, o seu valor, porquanto satisfazem à necessidade de grande número de almas simples que a elas ainda se apegam e nelas encontram o seu caminho para Deus.10 »» Entretanto, é preciso saber diferenciar os verdadeiros emissários do Senhor dos falsos interpretadores da legislação divina, os quais, por ignorância ou má fé confundem as pessoas e as desviam do bom caminho. [...] Se alguns dos que pretenderam instruir o homem na lei de Deus, algumas vezes o desencaminharam, ensinando-lhe falsos princípios,foi porque se deixaram dominar por sentimentos demasiado terrenos e porque confundiram as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como leis divinas o que eram simples leis humanas, criadas para servir às paixões e para dominar os homens.11 Em síntese, o aprendizado da Lei de Deus ocorre dentro de um momento preciso do processo evolutivo do ser humano. Não há violência de espécie alguma. Neste sentido, já afirmava Paulo de Tarso: 202 raciocinava como criança. mas.. conhecerei como sou conhecido (1. como bem recorda o evangelista Mateus: Porque o coração deste povo se tornou insensível.. A Bíblia de Jerusalém). Bíblia de Jerusalém). para não acontecer que vejam com os olhos. que A há de renovar o mundo. chegará o momento em que todos os habitantes da Terra.] o homem. Entram e saem das reencarnações sem revelarem significativa melhoria espiritual. Depois que me tornei homem. fiz desaparecer o que era próprio da criança. prisioneiros que se encontram das exigências da vida material. ao longo dos séculos. Coríntios. os ensinamentos de Jesus têm sido revelados por Espíritos missionários que renascem continuamente no Planeta com o intuito de encaminhar a Humanidade a níveis superiores de aprendizado espiritual. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo. falava como criança. Agora vemos em espelho e de maneira confusa. e se convertam. encarnados e desencarnados. e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua Lei. tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. O Cristo foi o iniciador da moral mais pura. porque. que há de fazer brotar de todos os corações humanos a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os homens uma solidariedade comum. aproximar os homens e torná-los irmãos. o Espírito Divino o animava. São indivíduos que preferem se manter cegos e surdos ao chamamento divino. da mais sublime: a moral evangélico-cristã. conhecerão o seu Evangelho.. pensava como criança. e ouçam com os ouvidos. 13-15. mas .EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 Quando eu era criança.”11 Sendo o Cristo o governador espiritual do Planeta. sendo Jesus o ser mais puro que já apareceu na Terra. [. pois para “[. e entendam com o coração. e assim eu os cure (Mateus. pois. IMPORTÂNCIA DA MENSAGEM CRISTÃ PARA A HUMANIDADE A mensagem cristã nos ensina como vivenciar as leis divinas. Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. depois. que há de transformar a Terra.]. E eles ouviram de má vontade. veremos face a face. Agora meu conhecimento é limitado. 13: 11-12. depois. enfim. 2. de uma moral. É a lei do progresso. A mensagem libertadora do Evangelho permanece desconhecida aos homens porque estes recusam a vivência da Lei do Amor. à qual a Natureza está 203 . e fecharam os olhos.. ] O reinado de Jesus. fome e miséria. neste mundo. Sob o imperativo da cultura terrena.]. e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance. O espírito consciente.] conquista do Reino de Deus é conquista de si mesmo [. dos territórios e do temporário poder.]”.] É imperioso lembrar que tais reinados são permitidos. necessariamente. À vista disso. o termo “reino” recorda sempre o trono. e sempre encontre o definitivo caminho da felicidade. finalmente..] Moisés abriu o caminho.. manifestada de diferentes formas.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 submetida.13 Vemos então.”12 3. o Espiritismo a concluirá. Jesus continuou a obra. sobretudo... exibindo poder e arbitrariedade. criado através dos milênios. Pelo Cristo descobriremos. chega à condição de humanidade. depois de haver pago os tributos que a evolução reclama. dos títulos.. [. pelo “Senhor da Vinha”. onde o homem apropria-se de ouro. a fim de que o homem conheça a lei de Deus em sua essência. pelo estudo e vivência do Evangelho. [. é natural que compreenda 204 .. [. o cetro e a coroa de ouro com que déspotas se mostram no mundo dos excessos. Em termos de aprendizado espiritual. nos domínios inferiores da Natureza. semeando terror. das fantasias e das extravagâncias...12 O Evangelho representa a fonte de ensinamentos que tem o poder de nos transformar para o bem. que pela inferioridade moral dos seres terrenos ainda não pertence a este mundo. pois. DIFICULDADES DE VIVÊNCIA DAS LEIS DIVINAS O principal obstáculo que à plena vivência das leis divinas é a imperfeição humana. desencarnando pobre e odiado por todos. em razão de escolhas insensatas que o Espírito faz. que o caminho para o reino de Deus passa.14 combatendo imperfeições morais e desenvolvendo virtudes.. A Doutrina Espírita desempenha relevante papel neste contexto: revela e divulga a mensagem cristã. ser confundidos com os reinados da Terra. o reino de Deus que já se encontra dentro de nós. em face da inferioridade moral das criaturas terrenas e de seus elevados compromissos espiritual. compreendemos que o entendimento das leis divinas passaram por três períodos fundamentais: “[.. não deve... mas. que se cumpre. acima de tudo a “ [. pois. . Será amanhã o que fazes contigo hoje.. Os homens de bem são os que melhor a compreendem. conduzem a criatura humana a instâncias de sofrimento. Quando atinjas um momento. o uso incorreto do livre arbítrio. os homens “[.]. sem que deles tenha dependido o próprio esclarecimento?18 Como o espírita não desconhece as manifestações da lei de causa e efeito. Saberás o que estudas.”17 A justiça das diversas encarnações do homem é uma consequência deste princípio. simultaneamente. esclarece Emmanuel:16 Em verdade. Possuis o que deste. tudo tivesse que se realizar numa única existência. Todos. Entretanto. entretanto. ou nas trevas da ignorância.. Acharás o que procuras. Analisa o valor do tempo e não canalizes a força potencial dos minutos para os domínios da queixa ou da frustração. para ele. pois. Se. por trás da dificuldade. Obtiveste o que pediste. passa a vivenciar a Lei de Deus. deve vigiar com mais atenção os seus pensamentos. a ela sair do círculo vicioso dos equívocos e. assim obscuro. palavras e atos. em nossa vida. em que as crises aparecem gerando crises. Neste sentido. Alcançarás o que almejas. evitando submeter à onda de desarmonia existente no atual momento evolutivo da vida planetária. Conheces o que aprendeste. [.] podem conhecê-la. à medida que a criatura humana desenvolve a capacidade de discernir entre o bem e o mal. sentimo-nos à feição do viajor perdido na selva.15 As más escolhas. quando as aflições se sucedem umas às outras. pois é preciso que o progresso se realize. pois a cada nova existência sua inteligência se acha mais desenvolvida e ele compreende melhor o que é bem e o que é mal. porquanto cada pessoa deve a si mesma a situação em que se coloca. 205 . Encontraste o que buscavas. aproveitar adequadamente as lições oferecidas pelas provações.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 que o livre-arbítrio estabelece determinada posição para cada alma. qual seria a sorte de tantos milhões de seres que morrem todos os dias no embrutecimento da selvageria. na certeza de que. Em geral. mas nem todos a compreendem. É hoje o que fizeste contigo ontem.. a lei do bem está operando. Cabe. Ora. Granjearás o que vem dando. sentimentos. a compreenderão um dia. sempre buscando apoio nas orientações do Evangelho. intimado pelas circunstâncias a construir o próprio caminho. levanta-te dos obstáculos em pensamento e age em favor da própria libertação. não atribuas a outrem a culpa da situação embaraçosa em que te vejas e nem admitas que o desânimo se te aposse das energias. ______. em toda parte. Cap. retarda o seu progresso individual. Questão 617. Questão 615. Francisco Cândido. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. ______. O livro dos espíritos. às leis de bondade e equilíbrio que o manifestam. 27-28. questão 614. revelando-se incapaz de de julgar as ações do próximo. 9. 206 . ou deixa de fazer. KARDEC. mantendo-se estacionário no combate às próprias imperfeições. Rio de Janeiro: FEB.Op. Todos temos.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 Nestas condições. A glória do Universo é a sabedoria. permanecer na sombra ou na luz. 2008. no mal ou no bem. O livro dos espíritos. O Criador concede às criaturas. a responsabilidade de cada um. p. Para tanto. O sustento do Universo é o trabalho que situa cada inteligência no lugar que lhe compete. é ação espiritual que depende de nós. 399. por fim. ______. item 2. para que se ajustem. Rio de Janeiro: FEB. estando este mais preocupado com o que o próximo faz. 400. revela-se como processo educativo eficiente o empenho em desenvolver o autoconhecimento. Alma e coração. ed. na dor ou na alegria. no espaço e no tempo. mas se a criatura humana agir com inteligência e moralidade encontrará. 2.19 Referências 1. capaz de revelar os limites e as possibilidades individuais. 400. Questão 616. 2. p. na vontade a alavanca da vida. 1. Trata-se de significativo desafio. 5. 2008. Eis por que. XXII. A pessoa reeducada nessas bases é mais prudente. 400. é necessário ter firme a vontade. KARDEC. 399. 4.408. Allan. intoxicada pelo materialismo. expressando luz nas consciências. XAVIER. ed. capaz de manter o indivíduo à margem do progresso. Para vivenciar as leis divinas é importante não ser conivente com o mal. Cap. O evangelho segundo o espiritismo. 3. A postura de censor do comportamento alheio representa sério obstáculo à melhoria espiritual. Allan. p. 2006. 7. apresentado sob múltiplas expressões. Questão 617-a – comentário. Cit. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. p. p. nem se vincular à perturbação reinante na sociedade atual. A felicidade do Universo é o amor na forma do bem de todos.. ______. pois. assim. no cotidiano. São Paulo: Pensamento. 6. O governo do Universo é a justiça que define. excelentes oportunidades para se transformar em pessoa melhor. p. p. as experiências que desejem. com infinitas possibilidades de mentalizar e realizar. Pelo Espírito Emmanuel. Capítulo: Diante da lei.13-14. Cit. Pelo Espírito Neio Lúcio. 401. 13. João de Jesus. 41-44. 2008. 13. 140.46. Pelo Espírito Emmanuel. Cit. O livro dos espíritos. Francisco Cândido. Questão 619. KARDEC. Rio de Janeiro: FEB. XAVIER. 10. Op. 9. Pelo Espírito Emmanuel. 15. KARDEC. Op. Justiça divina. Francisco Cândido. Cap. Questão 619 – comentário.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 8. ed. ed. desenvolver amplo debate em torno das ideas desenvolvidas no texto. 19. Orientações ao monitor »» Realizar uma breve introdução sobre os principais aspectos que caracterizam as leis divina e humanas. 63. Questão 622. Justiça divina. Alvorada cristã.15. p. 403. ed. XAVIER. p. Capítulo: O conhecimento da lei natural. p. p. ______. 12. 139-140. ______. Cit. O livro dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB. p. MOUTINHO. Francisco Cândido. 11. Op. ed. p. Capítulo: Diante da lei. Cit. Cit. CALLIGARIS. Cap. * XAVIER. compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel. correlacionando-as com os conteúdo doutrinários deste Roteiro de Estudo. p. ______. 16. Cap. Allan. Allan. 18. 14. Notícias do reino: interpretações bíblicas e evangélicas à luz da Codificação Kardequiana – II. 27. 9. p. 2009. Op. 1. »» Pedir aos participantes que façam leitura do texto de Neio Lúcio. Rio de Janeiro: FEB. p. p. 2009. ______. 2007. 17. inserido em anexo. Rodolfo.102. Op. 402. miserável mendigo. O evangelho segundo o espiritismo. a importância da mensagem cristã para humanidade e as dificuldades de vivenciá-las. Anexo O juízo reto* Neio Lúcio Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté. XAVIER. p.14. I. Rio de Janeiro: FEB. p. ______.101-102. p. item 9. juiz respeitável e sábio. 14. Cap. As leis morais. 401. Concluída a leitura. 8. 207 . Questão 625 – comentário. Francisco Cândido. Alma e coração. o vagabundo. asseverando que valiam cinco mil. cinco bastonadas entre quatro paredes. enganei o meu próximo e sou criminoso.. o mendigo. furtou-te cinco peças de ouro. e. a pretexto de minha idade e de minha pobre apresentação. tentaste roubar dele. Realmente. por tua vez. Comprei as joias. crendo haver realizado excelente negócio. chamando a atenção dos presentes. porém. O magistrado. O negociante protestou. apoderando-te de um objeto que acreditaste valer cinco mil peças de ouro ao preço irrisório de cinco. de modo a não mais abusar dos humildes. reconheço haver transgredido os regulamentos que nos regem. a fim de abusar. que o preço delas é inferior a dois ovos cozidos. mas prometo resgatar meu débito logo que puder. na praça pública. bateu forte com um martelo sobre a mesa. da alheia indigência? Quem furta por necessidade pode ser um louco. timidamente —. a justiça verdadeira não reside na Terra para examinar as aparências. Entretanto. com os dons da fortuna e da habilidade. no propósito de socorrer os filhos desventurados. ou o homem já atendido pela Bondade do Eterno. revoltado: — Que ouço?! Sou vítima de um ladrão e devo pagar por faltas que não cometi? Iniquidade! Iniquidade!. que absorve para si uma padaria inteira.. a fim de matar a fome dos filhos. descobrindo. o mercador. pois mo recusam sempre.. para Jonatan. O juiz meditou longamente e sentenciou: — Para Zorobabel. indefinidamente. recomendou que o acusado se pronunciasse por sua vez: — Grande juiz — disse ele. furioso — impingiu-me um logro de vastas proporções! Vendeu-me um colar de pérolas falsas. mas quem acumula riquezas. mas este vagabundo já me gastou o rico dinheiro. calculadamente.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 — Este homem — clamou o comerciante. Zorobabel. tenho meus dois filhos estirados na cama e debalde procuro trabalho digno. perante Deus: o mísero esfomeado que rouba um pão. vinte bastonadas. por cinco peças de ouro. todavia. valendo-te do infortúnio que o persegue. que cultuava a Justiça Suprema. afinal. sem assalto à bolsa dos semelhantes. e esclareceu. em voz alta: — Jonatan ben Cafar.. a fim de que aprenda a sofrer honestamente. chefe de uma família infeliz. tu. O magistrado. Quem é mais nocivo a sociedade. Exijo para ele as penas da justiça! É ladrão reles e condenável!. Reclamei diretamente contra o mistificador. sem 208 . porém. 209 . aos olhos daqueles que. mas é malfeitor diante do Todo-Poderoso que nos julgará a todos.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 1 movimentá-las no trabalho construtivo ou na prática do bem. sob a vigilância de guardas robustos. adormeceram no egoísmo e na ambição desmedida. para aprender a sofrer sem roubar. Zorobabel tomou cinco bastonadas em sala de portas lacradas. e Jonatan apanhou vinte. E. no mundo. muita vez passará por inteligente e sagaz. sem escrúpulos. de modo a não mais explorar. no momento oportuno. a miséria. na via pública. com absoluta despreocupação pelas angústias dos pobres. a simplicidade e a confiança do povo. . não te puseste ainda a raciocinar que os teus votos foram acolhidos e que o Todo-Misericordioso. 22:37-40. acima de tudo.Livro IV . organizações. situações e pessoas. Este é o maior e o primeiro mandamento.EADE .. O segundo é semelhante a esse: amará o teu próximo como a ti mesmo. porém. 211 . por intermédio de vasta corrente hierárquica de assessores. te enviou tarefas de cooperação com a Sua Infinita Bondade. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus. Emmanuel: Encontro marcado.. »» Apresentar ações que favoreçam o seu desenvolvimento. »» Quantas vezes terás dito que amas a Deus e te dispões a servi-lo? E quantas outras tantas terás afirmado a tua fé na Providência Divina? Provavelmente. cap.].MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 2 Amor a Deus e ao próximo Objetivos »» Explicar o que caracteriza amor a Deus e amor ao próximo. Bíblia de Jerusalém).1. E quem compreende sabe livrar os olhos e os ouvidos do venenoso visco do escândalo. junto de causas. [. Ideas principais »» Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração. »» Quem ama o próximo sabe. de toda a tua alma e de todo o teu espírito. compreender. que lhe requisitam assistência e intervenção. as suas indagações e recorda que. Bíblia de Jerusalém). respectivamente: »» Tudo aquilo. Emmanuel analisa. e de todo o teu espírito. Há outra orientação de Jesus — conhecida como a “regra de ouro” — que complementa este ensinamento do Maior Mandamento. qual é o maior mandamento da Lei?” Ele respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração. São ensinamentos que estabelecem as regras de bem viver. fazei também a eles (Lucas. que quereis que os homens vos façam. portanto. se o artista está invisível em suas obras. como amarei a Deus que se encontra longe de mim? Cala.. O segundo é semelhante a esse : amarás o teu próximo como a ti mesmo. 6:31. também deus permanece suas criaturas. assim.]. »» Como quereis que os outros vos façam. 7:12.Ele é o Todo em que nos movemos e existimos. assim registrada por Mateus e por Lucas. ao invés de acusar ou desservir. filhos de um só Pai. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. Subsídios O evangelista Mateus anotou a sabedoria da seguinte resposta de Jesus a alguém que lhe indagou qual seria o maior mandamento da Lei de Deus: E um deles — a fim de pô-lo à prova — perguntou-lhe : “Mestre. cap. com Deus e com o próximo. Bíblia de Jerusalém). Emmanuel: Fonte viva. [. se deves esperar por Deus onde te encontras. Bíblia de Jerusalém).” (Mateus. porém. Deus igualmente espera por ti em todos os ângulos do caminho.] Amemos ao próximo com toda a alma e com todo o coração e estaremos amando ao Senhor com forças mais nobres de nossa vida. mesmo na nossa condição de Espíritos imperfeitos.. esse ensino de Jesus:1 Entretanto.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 a fim de ajudar. 212 . se os pais e as mães do mundo vibram na experiência dos filhos. para reconhecer que somos irmãos uns dos outros. Lembra-se que. 159. perguntarás. 22: 35-40.. pois esta é a Lei e os Profetas (Mateus. fazei-o vós a eles. de toda a tua alma. É necessário trazer o coração sob a luz da verdadeira fraternidade. [. Esse é o maior e o primeiro mandamento.. Quando os homens as adotarem como regra de conduta e como base de suas instituições. compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Estudar e servir são rotas inevitáveis na obra de elevação [. portanto.].. assim como do que é bom ou ruim em termos da evolução humana. acima de tudo. que traça ao peregrino informes de rumo certo. o reflexo de suas próprias virtudes. esclarece o Espírito Emmanuel:3 Já se disse que duas asas conduzirão o Espírito humano à presença de Deus. impelindo-a para o Alto.. concórdia e benevolência mútua.. nem dissensões. Trata-se de aquisições que demandam esforço e perseverança. aquilo que desejamos para nós mesmos. recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso. uma 213 ..”2 Acrescenta. Todos temos necessidade de instrução e de amor. sabedoria. também:2 [. é serviço aos semelhantes. em favor dos outros. Uma chama-se amor. que. instrumentos do amor a Deus. a criatura se ilumina e aformoseia por dentro. Sobre o assunto. Através do amor valorizamo-nos para a vida. [.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 Esclarece Allan Kardec que “Amar o próximo como a si mesmo.é a expressão mais completa da caridade. porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. e pela sabedoria. a tal respeito. a outra.. Não mais haverá ódios.. emitindo. Pelo amor. que lhe comunicam os reflexos da própria grandeza. a dessedentar o viajor sem ensinar-lhe o caminho. mais indulgência. do que é moral. do que tomar. que tem discernimento entre o que é certo ou errado. 1. Através da sabedoria somos pela vida valorizados. AMOR A DEUS O indivíduo que ama a Deus revela que já possui alguma compreensão sobre as leis divinas. mas apenas união. Inteligência que não ama pode ser comparada a valioso poste de aviso. como medida do que devemos fazer aos outros. que começa na aquisição do conhecimento. imoral ou amoral. deixando-o sucumbir ao tormento da sede. Daí o imperativo de marcharem juntas a inteligência e a bondade. Amor e sabedoria são. fazer pelos outros o que gostaríamos que os outros fizessem por nós. do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo.]. Bondade que ignora é assim como o poço amigo em plena sombra. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder. mais benevolência e devotamento.] Não podemos encontrar guia mais seguro. de modo indireto no quadro das lides cotidianas[. Contudo.4 A execução de tais encargos requisita. adquirindo a força espiritual necessária para vencer dificuldades do caminho e para superar imperfeições. de tal maneira que te transfigures em mensagem viva de compreensão e socorro fraternal a cada irmão da Humanidade que te partilhe a experiência [.. para considerar os encargos de que a Providência Divina te incumbiu. o ser humano não só evolui. por sua vez.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 vez que inúmeros são os desafios que surgem durante a caminhada evolutiva. Bíblia de Jerusalém). no instituto da consanguinidade.] Em razão disso. outro constrói por cima. o edifício de Deus. muitas vezes. Importa considerar. alguma compreensão sobre os atributos de Deus.]. lancei o fundamento.. de quando em quando. se o Espírito desenvolver paciência. como bom arquiteto... a começar de nós e a refletir-se fora de nós. para que a abnegação atinja a sua obra completa [.]. a fim de que o ajudes a moldar-lhes o caráter. mas se transforma em cooperadores de Deus. perseverando na fé. como afirma o apóstolo Paulo: Nós somos cooperadores de Deus. igualmente : Indubitavelmente.6 214 . fará que a Terra alcance a perfeição. terá concedido ao teu coração um ou alguns dos seus filhos. em absoluto esquecimento de ti mesmo. através das operações que nomeamos por “nossos deveres imediatos”..5 Deus é Amor [.. nosso Pai e Criador. é possível saber a que tarefas somos conduzidos. como os registrados em seguida: Deus é a Paternidade Suprema [. Mas cada um veja como constrói. entrega-se ao trabalho de renovação espiritual com bom ânimo.. digamos que Deus necessita de nós outros. na condição de filhos e criaturas de Deus. assim. e vale notar que. Clareando o pensamento exposto. no aprimoramento geral. embora te vejas temporariamente. ele te pede que ames o próximo. conquanto não nos constranja o livre-arbítrio à cooperação. Agindo dessa forma.. mas é preciso descobrir a parte de trabalho que nos compete.] Em vista de semelhante verdade..]. vós sois a seara de Deus. Segundo a graça que Deus me deu. Deus. Detém-te. (1 Coríntios 3:9-10. .6 Deus é Trabalho [. no grau de responsabilidade e serviço em que te situas. perdoando quantas vezes se fizerem necessárias o companheiro que se terá desviado da senda justa. a fim de que obtenhas o êxito que denominamos por “dever cumprido perante Deus”[.] Imperioso aceitar as pequenas obrigações do dia-a-dia... quais sejam o trato da terra. assim.6 É preciso.. no nível em que se coloque[. que para amar e servir a Deus é necessário aliar ação aos sinceros desejos de melhoria. mas sejam demonstrado por meio de fatos concretos. Quantas vezes terás dito que amas a Deus e te dispões a servi-lo? e quantas outras tantas terás afirmado a tua fé na Providência Divina? Provavelmente. o dever profissional ou até mesmo a proteção a uma flor.. a lição a ser administrada ou recebida. será justo considerar que esforço e dedicação constituem ingredientes inevitáveis no encargo que te foi confiado.]. Exposto. Onde estiveres e sejas quem for. propiciando-lhe novas oportunidades de serviço e elevação. nos manter atentos aos chamamentos divinos que. não te puseste ainda a raciocinar que os teus votos foram acolhidos e que o Todo Misericordioso. junto de causas. todavia. em favor da paz e da eficiência nos mecanismos da vida [.. agradece aos Céus as alegrias do equilíbrio. te enviou tarefas de cooperação com a Sua Infinita Bondade.7 O homem de bem vivencia o amor a Deus quando desenvolve ações que extrapolam os limites do cumprimento do dever. sem queixas. por intermédio de vasta corrente hierárquica de assessores. surgem na nossa existência. porém. cotidianamente. o zelo da casa. situações e pessoas. as afeições.]... posição ou local em que se encontre. os dias róseos do trabalho tranquilo e as visões dos caminhos 215 . pois.]. o problema do teu setor de ação individual.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 Deus é Misericórdia [. executando-as com boa vontade. nos momentos felizes e nos de provações. independentemente da situação.. na altura de tarefas que ele te solicita realizar com alegria. o compromisso afetivo. que lhe requisitam assistência e intervenção.] Fácil reconhecer que ele aguarda lhe adotes as normas de tolerância construtiva. reconhecendo.. organizações. a fim de que o ideal acalentado não se restrinja a mero anseio. Profetas. Amai-vos uns aos outros ardorosamente e com coração puro. não façais a outrem”. todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo.] amarás o teu próximo como a ti mesmo.[.. Marcos.. para ser legítimo. Bíblia de Jerusalém). 22:39.. Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si”.] Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele”. procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. mas em plenitude de trabalho. juizes e filósofos. revelando-se aos olhos da Humanidade inteira. 216 . quando. Bíblia de Jerusalém).. 12:31.9 O apóstolo Pedro destaca que o amor ao próximo.. não desejeis para o próximo”. [.. 5:14). administradores. A expressão “amar o próximo como a si mesmo” foi cunhada por missionários.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 pavimentados de beleza e marginados de flores que te premiam a fé em Deus. Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo”. 22:37-40.] (1 Pedro. abnegação e amor. antes mesmo da vinda de Jesus. Com o Mestre. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários. porém. 10:27. porque. 1:22.[. porém. Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça”. Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós. ensina que o amor aos semelhantes deve ser entendido como “[.. Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós.8 2. os espinhos da provação te firam a alma ou quando as circunstâncias adversas se conjuguem contra as boas obras a que te vinculas. não com virtudes parciais. recordando Jesus (Mateus. se confias em Deus. porque Jesus a ensinou e exemplificou. recorda que terás chegado ao instante do devotamento supremo e da lealdade maior. AMOR AO PRÓXIMO Paulo de Tarso. a Regra Áurea é a novidade divina. todavia.. deve ser assim manifestado: Pela obediência à verdade purificastes as vossas almas para praticardes um amor fraternal sem hipocrisia. Lucas. Deus igualmente confia em ti. à claridade das praças públicas. Na antiguidade. Gálatas. como se atormenta do mal intentasse efetuar o naufrágio do bem. como a Regra de Ouro ou Regra Áurea.]” (Mateus. a fim de ajudar. 217 . Aquele que não ama não conheceu a Deus.[. e nele não há ocasião de queda. Quem ama o próximo sabe. Mas o que odeia o seu irmão está nas trevas. filhos de um só Pai. Enquanto nos demoramos na escura fase do apego exclusivo a nós mesmos. ardentemente. não sabemos querer senão a nós próprios. o apóstolo retorna ao ensinamento. na execução da Vontade do Pai.] O amor a que se refere o Evangelho é antes a divina disposição de servir com alegria.. acima de tudo. amemo-nos uns aos outros. Bíblia de Jerusalém). Amemo-nos uns aos outros. porque Deus é amor (1 João. O egoísmo é grave imperfeição espiritual que cria empecilhos a aquisição da verdadeira felicidade. 2:10-11. o apóstolo fornece a nota dominante da lição. Bíblia de Jerusalém). [. que a faculdade de amar é inerente ao ser humano. em qualquer região onde permaneçamos.. para reconhecer que somos irmãos uns dos outros. E a quantos experimentam dificuldade para interpretar a recomendação divina temos o providencial apontamento de Pedro. E quem compreende sabe livrar os olhos e os ouvidos do venenoso visco do escândalo. mas com outras palavras: O que ama o seu irmão permanece na luz.]11 Kardec considera. porque as trevas cegaram os seus olhos. O entendimento e a aplicação do “amai-vos” é a meta luminosa das lutas na Terra. Em outra oportunidade. Mas se realmente amamos o companheiro de caminho.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 A sublime exortação [de Pedro] constitui poderosa síntese das teorias de fraternidade. (1 João. [. Por isto afirmou: Amados. É necessário trazer o coração sob a luz da verdadeira fraternidade. 4:7-8. quanto mais desenvolvida for esta capacidade mais evoluído é o Espírito. compreender. Nesse passo infeliz.. por sua vez. e não sabe onde vai. tomando os semelhantes por instrumentos de nossa satisfação. caminha nas trevas... ao invés de acusar ou desservir. porém.] Relativamente ao assunto. mas guardemos o coração elevado e puro. quando se reporta ao coração puro. pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.10 O evangelista João considera que é justamente a capacidade de amar que revela a origem divina do ser humano e que.. a paisagem de vida se modifica. encarceramo-nos no egoísmo e exigimos que os outros nos amem. de vez que a claridade do amor nos banhará a visão. [. sentimentos que unem o benfeitor ao necessitado.. o gesto de amparo. especialmente se este é praticado de forma desinteressada. desgostos e mesmo à frente dos próprios erros.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. com revelações prismáticas de inexprimível beleza. O exemplo da caridade como expressão de amor ao próximo. [. obstáculos. O bem extingue o mal. no socorro ao lar de alguém.] Milhares de oportunidades para a construção do bem te desafiam a cada passo. o bilhete confortador para algum daqueles companheiros em prova. continua trabalhando. 10:30-37). dia após dia.12 O amor ao próximo é exercício de todo instante. deserções.... com os quais estejamos em débito no setor da palavra escrita.. a bagatela de ação. alguma pequenina doação de serviço à Natureza que funcionará em benefício de todos. A atitude daquele cavaleiro desconhecido resume todo um compêndio de 218 . onde jazem irmãos nossos encadeados a sofrimentos que talvez nunca. nem de longe. Tantas vezes encontramos pela frente a parábola do Bom Samaritano e tantas outras nela encontramos inesperados ensinamentos.] Empenha-te ao bem que possas fazer de imediato: algumas horas de colaboração gratuita nas casa beneficentes. assim. encontra-se ilustrado de forma sublime na parábola do Bom Samaritano (Lucas. podendo atingir comunidades e até a Humanidade toda. a visita mesmo rápida aos enfermos em solidão para quem a tua frase amistosa será um tesouro de lenitivos.. [. Começa com simples manifestações de atenção e bondade.. as primícias da felicidade que lhe está reservado no mundo dos Espíritos perfeitos.. foram emparedados na cadeia ou no manicômio. onde tudo é amor e benevolência. Esse prazer é recusado ao egoísta. Emmanuel: [.. como aconselha o conhecido benfeitor espiritual.]. Um dos maiores prazeres que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que simpatizem com o seu. a história contada por Jesus expõe a caridade por brilhante divino.] Realmente. limitadas a uma ou poucas pessoas. porque é sempre secundado pela compaixão e pela misericórdia. [.] Diante de fraquezas. O importante é cultivar o hábito de fazer o bem. sentiste na própria pele. em favor de uma das muitas crianças que conheces desprotegidas. Amplia-se com a prática.. dá-lhe ela. a obra singela de entendimento e fraternidade. no auxílio aos irmãos que. por necessidade de segregação curativa.13 O verdadeiro sentido de caridade encontra-se refletido no amor ao próximo. na sombra da noite próxima. p. Cap. item 4. Coloca-o na montada. 21-22. Cap. Provável que fosse atender a encontro marcado. Muito compreensivelmente. Pelo Espírito Emmanuel.. Enquanto o sacerdote e o levita. diante do sofrimento alheio. à frente do companheiro anônimo abatido. KARDEC. 7.. 6. Encontro marcado. Rio de Janeiro: FEB.. 1. contudo. Francisco Cândido. 2008.. ed. 28. 3. somos movidos à piedade. 26.14 Referências 1. ed. _____. 13. Allan. 2. isso não basta. p. Vê-lo-á. p. se afastam deliberadamente do ferido. Pagará pelos serviços que receba... 76. 17. 2008. 2007. Aproxima-se. Caminho.. 75-76. Cap. p. 2008. em lugar do viajante generoso. Pelo Espírito Emmanuel. Além disso. Olvida a si mesmo e não pergunta quem é. 90. em nós próprios. detém-se e se compadece. Araras [SP]: IDE. É possível que atravessasse naquela hora o fim do dia e devesse acautelar-se contra qualquer trecho perigoso da estrada. Para ele. XAVIER. verdade e vida. 4. estaria sendo chamado com urgência e teria pressa de atingir o término da viagem. Cap. 2005. é clara e simples. 4. ed. _____. Interrompe-se. 75. 8. o assunto patenteia feição comum. 221. XI. Cap. p..1. pessoas de reconhecido valor intelectual. Talvez estivesse ele com os minutos contados. _____. Rio de Janeiro: FEB. 5. Francisco Cândido. p. habitualmente. _____. Cap. ed. 2000.. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB. Situemo-nos. Rio de Janeiro: FEB. Vinha de Luz. O evangelho segundo o espiritismo.. compromete-se sem indagar se está preservando um adversário. 15. a indicação para entesourar a luz da vida eterna. Pelo Espírito Emmanuel. p. quando regressar.] Segundo é fácil de ver. [. Amor ao próximo é o sublime recurso na base de semelhante realização. ed. 18. Mas não basta reconhecer os méritos da receita. Xavier. _____. porque nós todos. 5. 203 e 204. 16. ed. 3.. Pelo Espírito Emmanuel. No entanto.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 bondade. 10. 9. Até aí. 41. entretanto. p. _____. Pelo Espírito Emmanuel. 33-34. p. Faz pensos e efetua curativos. Pensamento e vida. 219 . Apresenta-o na hospedaria e responsabiliza-se por ele. É preciso usá-la. Rio de Janeiro: FEB.. Alma e luz. _____. Cap. o samaritano pára sensibilizado. O segundo grupo lê e sintetiza o item dois(Amor ao próximo). correlacionando-os com o estudo do dia. ed. 93-95. Deus nos abençoe. Pelo Espírito Emmanuel. conferindo se ocorreu entendimento do assunto. 13. 21. Cap. Cap. 23. 159. Rio de Janeiro: FEB. 13. 569. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. sublinhando os pontos que considerem importantes. inserido em anexo. _____. perguntas aos participantes a respeito dos temas estudados. Francisco Cândido. ed. 220 . ______. Encontro marcado. 2008. Allan. em cada minuto da vida. 14. 12. questão 938-a – comentário. consultar os participantes a respeito dos pontos destacados. Cap. Por diversos Espíritos. Francisco Cândido. KARDEC. 389. Rio de Janeiro: FEB. ed. »» Solicitar a apresentação das sínteses por relatores indicados pelos grupos »» Fazer. 2003. 5. A palavra do Cristo é a luz acesa para encontrarmos na sombra terrestre. Cap. XAVIER. Vozes do grande além. * XAVIER. Rio de Janeiro: FEB. 17. p.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 11. »» Em seguida. O livro dos espíritos. p. individual e silenciosamente.101-103. Fonte viva. Anexo A Palavra de Jesus* Meimei Meus irmãos. p. »» Dividir a turma em dois grupos: o primeiro faz leitura e síntese do item um deste Roteiro (Amor a Deus). o ensejo divino de nossa construção espiritual. 2008. Rio de Janeiro: FEB. p. ed. especial. Orientações ao monitor »» Pedir a turma que faça leitura do texto de Meimei. Pelo Espírito Emmanuel. 2005. então. da humildade e do amor. veiculados por nossas atitudes e por nossas mãos. aprendendo a amar sempre. Não nos esqueçamos de que o tempo é um empréstimo sagrado e quem se refere a tempo diz oportunidade de ajudar para ser ajudado. o Reino do Senhor. Geme a Terra. só uma certeza prevalece — a certeza da morte. para que o bem nos conduza à definitiva libertação. na boca faminta. assim na Terra como nos Céus”. Seja a nossa presença junto dos outros algo do Senhor inspirando alegria e segurança. à força de reprovações e advertências. no socorro aos companheiros mais ignorantes e mais fracos. aos que nos seguem. Levantemos. 221 . de balsamizar as feridas alheias para que as nossas feridas encontrem remédio e de sacrificarmo-nos pela vitória do bem. em nós se transforma. em nossas proveitosas dificuldades de cada dia: “Pai Nosso. caminhemos com Jesus.. Assim. vemos o milagre do pão que. Nós que tantas vezes temos abusado das horas para impor. Distribuindo-a. em felicidade para nós mesmos. Meus irmãos. o carinho e a bondade. reconfortar os que choram e auxiliar os que padecem. fortalecer os que vacilam. pela fraternidade.. felicitando-nos a estrada. neles se revelam por bênçãos de alegria. O mundo está repleto de braços que agridem e de vozes que amaldiçoam. Irradiando-a. E assim como a fonte nasce para estender-se. essa luz sublime para reerguer os que caem. descobrimos que a tolerância por nós exercida se converte nos semelhantes em simpatia a nosso favor. saibamos edificá-lo em nós próprios. pois. no seio de todos os valores relativos e instáveis da existência humana. repetindo com Ele. no silêncio do trabalho e da renúncia. cada hora. desce o dom inefável de Jesus sobre nós para crescer e multiplicar-se. observamos que o consolo e a esperança. seja feita a vossa vontade. Sofre o homem sob o fardo das provações que lhe aguilhoam a experiência. que restitui às nossas almas os bens ou os males que semeamos nas almas dos outros.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 2 Erguendo-a. de suportar para ser suportado. sob o pedregulho imenso que lhe atapeta os caminhos. . »» Interpretar esta máxima de Kardec: “Fora da caridade não há salvação”..Livro IV . segundo o Evangelho e o Espiritismo. um dogma essencialmente contrário aos 223 .]. questão 886. XIII. base do processo evolutivo humano. tal como Jesus a entendia? Benevolência para com todos.] A caridade é a virtude fundamental que há de sustentar todo o edifício das virtudes terrestres. eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros. Cap.. todos os homens são irmãos e.EADE . qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador.MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 3 Fora da caridade não há salvação Objetivos »» Analisar o significado de caridade. Sem ela não existem as outras.. Ideas principais »» Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade. pois. perdão das ofensas. »» [. Allan Kardec: O livro dos espíritos.. [. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. item12. Tendo-a esta máxima por regra. »» Identificar nos conceitos espíritas de caridade o princípio do amor ao próximo. »» A máxima — Fora da caridade não há salvação — é a consagração do princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. indulgência para as imperfeições dos outros. não é invejosa. na bondade e na benevolência. Ainda que tivesse o dom da profecia. A caridade jamais passará. como do sábio.. A caridade é paciente. Mas. não se incha de orgulho. conhecerei como sou conhecido. Pois o nosso conhecimento é limitado. Bíblia de Jerusalém) ..] Coloca. é a caridade (1 Coríntios. Agora vemos em espelho e de maneira confusa. Subsídios Em sua primeira carta à comunidade de Corinto o apóstolo Paulo destaca o valor da caridade quando declara: Agora. essas três coisas. Tudo desculpa. depois. tudo suporta. Nada faz de inconveniente. Faz mais: define a verdadeira caridade. tudo espera. quando vier a perfeição. Quanto às línguas. mostra-a não só na beneficência. Agora meu conhecimento é limitado. mas depois. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. XV. o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência. se não tivesse a caridade. não se ostenta. para com o próximo. assim. não guarda rancor.]. e porque independe de qualquer crença particular. como do pobre. Cap.. não procura o seu próprio interesse. É que a caridade está ao alcance de todo o mundo. isso nada me adiantaria. sem equívoco. ainda que tivesse toda a fé. do ignorante. Não se alegra com a injustiça. falava como criança. Depois que me tornei homem. caridade. nada seria. permanecem fé. item 8. se eu não tivesse a caridade. pensava como criança. fiz desaparecer o que era próprio da criança. porém. cessarão. o que é limitado desaparecerá. seria como bronze que soa ou como címbalo que tine. veremos face a face. mas se regozija com a verdade. do rico. Agora. ainda que entregasse meu corpo às chamas. não se irrita. e limitada é a nossa profecia. a caridade é prestativa. [. a ponto de transportar montanhas. portanto. desaparecerão.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 ensinamentos do Cristo e à lei evangélica. mas. raciocinava como criança. esperança. 224 . as dos homens e as dos anjos. como também no conjunto de todas as qualidades do coração. Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos.”1 O texto completo da mensagem de Paulo é o que se segue. também desaparecerá. tudo crê. Quanto às profecias. A maior delas. Quando era criança. [. Quanto à ciência.. 13:13. a caridade acima até da fé. Ainda que eu falasse línguas. se não tivesse a caridade. essas três coisas. dobrando-o aos pontos de vista que lhe são peculiares. Quem dá para mostrar-se é vaidoso. Quem dá para exibir títulos efêmeros é tolo. gravidade ou tipo problema existentes.] A caridade é a virtude fundamental que há de sustentar todo o edifício das virtudes terrestres. pois a fé não passa de um raio muito puro que torna brilhante uma alma caridosa. daí se revelar como o principal instrumento da salvação humana. é a sua própria virtude. Quem dá para livrar-se do sofredor é displicente. Sem ela não existem as outras. esperança. Quem dá para torcer o pensamento dos outros. »» a caridade é sempre manifestação de amor a Deus e ao próximo. A caridade é. Segundo Emmanuel. 13:1-13. A prática da caridade promove a evolução espiritual do ser.. Quem dá para situar o nome na galeria dos benfeitores e dos santos é invejoso. (1 Coríntios. independentemente da situação.. caridade. isto é. é a caridade. cujos fundamentos encontram-se sintetizados no texto de Paulo. A maior delas. Quem dá para receber com vantagens é ambicioso. em todos os mundos. a eterna âncora de salvação. é tirano.. Sem a caridade não há esperança de melhor sorte. sem a caridade não há fé. é a mais pura emanação do próprio Criador.. Quem dá para 225 . anteriormente citado. nação e cultura. FUNDAMENTOS DA CARIDADE É importante considerar que a palavra caridade é traduzida por amor em algumas traduções do Evangelho. Bíblia de Jerusalém). dada por Ele à criatura [.2 A pessoa caridosa vê a outra como irmão. quem pratica a caridade ensinada e exemplificada pelo Evangelho. Quem dá para sondar a extensão do mal é desconfiado. mas o significado de “ação em benefício do próximo” permanece. por vivenciar a Lei de Amor: [. »» a caridade promove o desenvolvimento de outras virtudes. não há interesse moral que nos guie. Quem dá para humilhar é companheiro das obras malignas. características de raça. estabelecendo entre ambas uma sintonia que extrapola os laços consanguíneos. o título de “irmão” só é concedido a quem desenvolveu o verdadeiro sentido de ser caridoso.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 portanto.]. Quem dá para afrontar a posição dos outros é soberbo. quando se considera os seguintes princípios: »» a pessoa caridosa ou amorosa jamais desampara o próximo. permanecem fé. 1. porém. bem-aventurados os que têm puro o coração. de mente cristalizada na indiferença ou na secura.4 Este esclarecimento mereceu a seguinte comentário do Codificador do Espiritismo:5 O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. para aquele que dá. considera:6 Em todos os seus ensinos. não se restringe à esmola.[. perdoai as ofensas. esta sábia resposta: “Benevolência para com todos. reserva o Plano Maior o título de Irmão. todavia. segundo Jesus.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 prender o próximo e explorá-lo é delinquente potencial. antes de julgardes os outros. julgai-vos a vós mesmos. tal como Jesus a entendia?”. pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejaríamos que nos fosse feito. Allan Kardec dirigiu aos Espíritos esta indagação: “Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade. fazei aos outros o que gostaríeis que vos fizessem. indulgência para as imperfeições dos outros. se quiserdes ser perdoados. nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. [. fazei o bem sem ostentação. perdão das ofensas”.4 Os orientadores da Vida Maior transmitiram-lhe. sejam eles nossos inferiores. isto é. na maioria dos casos.. abrange todas as relações com os nossos semelhantes. bem-aventurados os que são misericordiosos. porque nós mesmos precisamos de indulgência. disse. Em complementação a este pensamento.]. ao contrário do que comumente fazemos..3 Com o objetivo de identificar a essência dos ensinamentos do Cristo em relação à caridade. irradiando o amor silencioso. isto é.] A caridade. bem-aventurados os que são mansos e pacíficos. amai os vossos inimigos. nossos iguais ou nossos superiores. os humildes. ela nos proíbe humilhar os desafortunados.. os pobres de espírito. quem dá se revela um tanto melhor que todo aquele que não dá. Em todas essas situações. amai o vosso próximo como a vós mesmos. FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO Kardec esclarece que toda a “[. Humildade e caridade.. sem propósitos de recompensa e sem mescla de personalismo inferior. ele [Jesus] aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: bem-aventurado. eis 226 ... Ela nos prescreve a indulgência. [. 2.]”. porque deles é o reino dos céus..] moral de Jesus se resume na caridade e na humildade. então.. o pai não pede pelo filho. em dogmas particulares.. o pensamento de alguns Espíritos. a fim de que ela seja o que deve ser. todos falamos em caridade!. Espírito protetor do Brasil.] O raciocínio. [. Com o dogma — Fora da Igreja não há salvação — anatematizam-se e se perseguem mutuamente. O QUE DIZEM OS BONS ESPÍRITOS SOBRE A CARIDADE Todos os Espíritos esclarecidos defendem a idea de que a caridade é imprescindível à evolução do ser humano.. Orgulho e egoísmo. entretanto. em seguida. qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador..”8 Como exemplo ilustrativo...]. pois. Tendo-a esta máxima por regra. ainda. por exemplo. Jesus.. eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros.. ele mesmo.7 3.] — Fora da caridade não há salvação — se apoia num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade.. apresentamos.]. A caridade. com o intuito de transmitir a unidade doutrinária espírita a respeito do tema: André Luiz Todos pensamos na caridade. fé comum a todas as religiões.. o exemplo. eis o que não se cansa de combater. nem o filho pede pelo pai. nem o amigo pelo amigo. é exclusivo e absoluto.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 o que não cessa de recomendar e o de que dá. é o coração que fala. Encontramos.. Cristo e Caridade [. o dogma — Fora da Igreja não há salvação — se baseia não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma. [.. há que ouvir o raciocínio.”7 A máxima — Fora da caridade não há salvação — é a consagração do princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. mas numa fé especial. a presunção de violentar consciência alguma. colhidos aleatoriamente. inscrito na bandeira de Ismael. não tem decerto. impondo-lhe freios 227 . indubitavelmente. Kardec analisa. todos os homens são irmãos e. vivendo como inimigos. um dogma essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica. É. que a máxima “[. “[. em nome da caridade. nas situações anormais da vida.] o lema imortal: Deus. porém. já que mutuamente se consideram condenados sem remissão. não se limita a recomendar a caridade: põe-na claramente e em termos explícitos como a condição absoluta da felicidade futura.. .] Só o amor é o clima adequado ao entrelaçamento de todos os seres da Criação e somente através dele integrar-nos-emos na sinfonia excelsa da vida.9 Bezerra de Menezes “O maior título que o homem pode ambicionar é o de ser cristão em Cristo.. A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os nossos multimilenários desequilíbrios. [. É o sol que Nosso Senhor Fez raiar claro e fecundo.]. a fim de ajudar-lhes a solução. auxiliando a cada um de nós.].. Alegrando nesta vida A existência dolorida Dos que sofrem neste mundo![. por nós mesmos.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 ou drásticos que lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório. Guarda. colocou Allan Kardec.. a sua legenda inesquecível: “Fora da caridade não há salvação”.11 Casimiro Cunha A caridade é o amor. na sadia convicção de que ajudando aos outros é que poderemos encontrar o auxílio indispensável à própria segurança. há que silenciar discórdia e censura e alongar entendimento e serviço.]. [. saná-los. quando os nossos males saem de nós.[.10 “O espírita cristão é chamado aos problemas do mundo. através de tolerância e bondade incessantes.. Lembra-te de que a interdependência é o regime instituído por Deus para a estabilidade de todo o Universo e não olvides a compreensão que devemos a todas as criaturas. é o do amor de Deus e do próximo”.. que o sentimento de que pode fazer alarde. a 228 .].. interpretando o conceito “salvar” por “livrar da ruína” ou “preservar do perigo”. Surge a autoridade do raciocínio. com o remédio amargoso da experiência. É por esta razão que.. em sua consciência. através de meios determinados. em todas as fases do caminho. contudo. de modo a que venhamos. [. Compreensão que se exprima... no veículo das horas.12 Emmanuel Na sustentação do progresso espiritual precisamos tanto da caridade quanto do ar que nos assegura o equilíbrio orgânico. em prejuízo dos outros. para atender em semelhante mister. no luminoso portal da Doutrina Espírita. quem teorize..] Não olvides. é aperfeiçoar-se alguém naquilo que faz para ser mais útil. [. Entretanto. em todas essas manifestações a que somos chamados na obra do Senhor.. é guardar o bom-humor. cancelando a queixa de qualquer procedência. é não incomodar quem trabalha.]. para que a sublime virtude nos tome a seu serviço.. quem defina a estrada certa.]. estendendo-lhe a generosa luz.15 Joanna de Ângelis Enquanto vigoravam conceitos religiosos procedentes das mais diversas escolas de fé. há naturalmente quem administre. é cooperar espontaneamente nas boas obras. com a caridade. [. é suportar sem revolta a bílis do companheiro.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 caridade que identifica a presença do Senhor nos caminhos alheios. a fim de que Lhe retratemos a Bondade Infinita. foram concludentes: “Fora da caridade não há 229 .. Dentro dele. os Excelsos Benfeitores da Humanidade. é rejubilar-se com a prosperidade do próximo. quem doutrine.13 Fabiano de Cristo Grande é a seara de Nosso Senhor Jesus Cristo.[.. a expressar-se no trabalho constante do Seu Apostolado de Redenção. é auxiliar os parentes. Permaneçamos. é indispensável que a humildade do Mestre nos marque os corações.. quem legisle.. pois. quem consulte as necessidades alheias para dosar o conhecimento. de braços abertos. Ainda assim. induzindo-nos à renúncia de nós mesmos para que prevaleça a Divina Vontade. nos horizontes da inteligência. através de Allan Kardec. quem corrija.. sem reprovação..14 Humberto de Campos (Irmão X). respeitando-lhes a configuração com que se apresentem.] Caridade é servir sem descanso. que a execução de teus deveres para com o próximo será sempre a tua caridade maior. é não afligir quem nos acompanha. quem esclareça. é imprescindível tenhamos quem atenda à caridade — a caridade que é o próprio Jesus. desse modo. é ensurdecer-se para a difamação. quem analise a mente do próximo para graduar a revelação. é resumir a conversação de duas horas em três ou quatro frases.. [.. quem advogue a causa da Verdade e quem organize os círculos determinados de tarefas.. sem aguardar o convite dos outros. quem defenda o direito. é respeitar cada pessoa e cada coisa na posição que lhes é própria. ainda mesmo quando a enfermidade sem importância te convoque ao repouso. porque à sombra dessa bandeira eles viverão em paz.. filha do Amor Celeste. [.. porque os que a tiverem praticado acharão graça diante do Senhor..]. como auréola santa. a coluna luminosa que guia o homem no deserto da vida para o conduzir à Terra Prometida.]. é invariável.] Só a Caridade. na fronte dos eleitos.]. Com ela. os vencidos e desprezados. [. trazendo no coração a piedade fraternal que tudo compreende e tudo perdoa!. Ela brilha no céu.. Toda a eterna felicidade se acha contida neste 230 .. levantou os alicerces do Reino de Deus que as Forças do Bem na Terra ainda estão construindo. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si.] Caridade recorda a natureza Que na bênção de Deus se concebe e aglutina. na Terra. Caridade não implícita como condicionamento de fé. abraçando os fracos e enfermos.. Da cúpula do Céu às entranhas do lodo. Que a presença do amor é sempre luz divina. pois. se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita. no céu...16 José Silvério Horta [.[... Caridade não somente como diretriz religiosa. Caridade não apenas como virtude teologal.]. à Seara do Evangelho.17 Maria Dolores [.. na Terra e no céu. [. pois essa é a chave dos céus. o apóstolo Meus filhos. Essa divisa é o facho celeste. Caridade pura e simplesmente como norma de comportamento.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 salvação”..19 Vicente de Paulo Sede bons e caridosos. na máxima: Fora da caridade não há salvação. benditos de meu Pai. chave que tendes em vossas mãos. estão contidos os destinos dos homens. Vinde.. e. desceu Nosso Senhor Jesus Cristo à treva humana e.18 Paulo.. Revelando no todo. na Terra. Uberaba: CEC. ed. 2008. Francisco Cândido. Rio de Janeiro: FEB. 5. p. 2005. ed. coração do mundo. 10. XAVIER. Cap.3 (Legenda espírita – mensagem de Bezerra de Menezes). Rio de Janeiro: FEB.20 Referências 1. 2006. 8. 13. Waldo.Ceifa de luz. O evangelho segundo o espiritismo. Rio de Janeiro: FEB. p.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 preceito: Amai-vos uns aos outros. 2008.50.1 (Caridade do entendimento). Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 35 (Caridade – mensagem do Espírito José Silvério Horta). 2. 5. 6.39. Cit. XAVIER. 2008. p. Pelo Espírito Maria Dolores. ______. O livro dos espíritos. Cap. _______. p. Brasil. Por diversos Espíritos.22. p. Primeira parte. Pelo Espírito Emmanuel. 30 (caridade e raciocínio – mensagem do Espírito André Luiz). _______. Allan. KARDEC. Rio de Janeiro: FEB. ed. p. Instruções psicofônicas. Cap. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Rio de Janeiro: FEB. Cartas e crônicas. p. ed. Francisco Cândido. Rio de Janeiro: FEB.. 9. 2. Cap. p. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Op. p. 15. p. Parnaso de além-túmulo. 4. 2005. Rio de Janeiro: FEB. item 7. Antologia da espiritualidade. FRANCO. Divaldo Pereira. 3 (Os degredados). 32 ed. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 271. item 3.19. 75. 2006. ed. Questão 886 – comentário. Rio de Janeiro: FEB. Sede bons. pátria do evangelho. 1. 2006. Por diversos Espíritos. amparai os vossos irmãos. Item: Supremacia da caridade (mensagem do Espírito Casimiro Cunha). 37. 105-107. 4. Vinha de luz. ______. 7.. Rio de Janeiro: FEB. item 3: A verdadeira propaganda (página escrita por Bezerra de Menezes quando encarnado). 2004. ______. 17. Cap. ontem e hoje. ed.15-16. 231 . Rio de Janeiro: FEB. Opinião espírita.118-119. 8. 530. Cap. ed. Allan. item 12. 12. 12. p. Lampadário espírita. ed. O espírito da verdade. senão pelo devotamento ao próximo e só encontra consolação e ventura nos arroubos da caridade. especial. Cap. 13.27. A alma não pode elevar-se às altas regiões espirituais. 305. 15. deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo [. Cap. ______. ed. Rio de Janeiro: FEB. Questão 886. 17. Cap. O evangelho segundo o espiritismo. Pelo Espírito Humberto de Campos. _______. especial. 2006. Coordenação de Juvanir Borges de Souza. ed. Rio de Janeiro: FEB. Cap. 3. 5. p. XAVIER. Por diversos Espíritos. 306. ed. KARDEC. 14. 4. p.201. Cap. 13. ed. 16. 2005. 363-364. p. 15. 9. ______. Item 8. 15. 302. Francisco Cândido e VIEIRA. p.]. Bezerra de Menezes. 2007. 203. Item: Em louvor da caridade (mensagem do Espírito Fabiano de Cristo). Xavier. 18. _______. Cap. Relicário de luz. Francisco Cândido. Por diversos Espíritos. 2002. 163. Rio de Janeiro. _____. 530-531. 164. p. ed. Pelo Espírito Humberto de Campos. 11. p. 1973. O evangelho segundo o espiritismo. Pedir aos relatores dos grupos para apresentarem o resumo do texto estudado. 15. Cap. 20. Ao final. p. o monitor faz a integração dos assuntos. 307-308. Orientações ao monitor Apresentar aos participantes as concepções existentes acerca da caridade. item 10. destacando os pontos considerados relevantes. 232 . ______. Allan.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 3 19. 13. KARDEC. segundo a interpretação dos bons Espíritos Dividir a turma em dois grupos para análise e elaboração de um resumo dos seguintes temas que fazem parte deste Roteiro de Estudo: A caridade segundo o apóstolo Paulo e A caridade segundo a Doutrina Espírita. item 12. Cit. 270. Op. Cap. p. item 8. XIV. Em termos gerais... 233 .O. independentemente da existência de ligações ancestrais. o significado abrange o conjunto de pessoas unidas por convicções ou interesses.] A família tem suas próprias leis. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. [. Ideas principais »» No sentido restrito.EADE . família é a organização social constituída por pessoas que possuem laços consanguíneos. »» Os laços do sangue não estabelecem necessariamente os vínculos entre os Espíritos.MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 4 A família: célula fundamental da organização social Objetivos »» Analisar os conceitos espíritas e não-espíritas de família.]. que consubstanciam as regras do bom comportamento dentro do impositivo do respeito ético. Item: Família. Joanna de Angelis: S. O corpo procede do corpo. mas o Espírito não procede do Espírito. favorável à perfeita harmonia que deve vigir sob o mesmo teto em que se agasalham os que se consorciam. »» [. »» Explicar as implicações dos laços consanguíneos e espirituais na organização familiar. recíproco entre os seus membros.. porque o Espírito já existia antes da formação do corpo..S família. Cap.Livro IV . Temos. No sentido amplo. porém. em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do mundo melhor. uma célula da família universal. Bíblia de Jerusalém). 5:8.. “porque nenhum de nós vive para si” (Romanos. amigos e inimigos.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 4 Subsídios No sentido restrito. assinala Emmanuel. os deveres e cuidados destinados à família consanguínea são tão importantes quanto os vinculados à família universal.. Apesar disso.. sob os ditames do aperfeiçoamento geral. É por este motivo que Paulo de Tarso enfatiza: “Se alguém não cuida dos seus. que também acrescenta:2 [.. Contudo.] De todas as associações existentes na Terra — excetuando naturalmente a Humanidade — nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa[.] Arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a compõem.] laços sociais são necessários ao progresso e os de família tornam mais apertados os laços sociais: eis por que os laços de família são uma lei da Natureza. independentemente de como o grupo familiar estar organizado deve ser considerado uma parte.”3 234 . que os homens aprendessem a amar-se como irmãos. de agentes diversos. para os ajustes e reajustes indispensáveis ante as leis do destino. Bíblia de Jerusalém ). Em qualquer situação. conquanto se erija sempre em educandário valioso da alma. e sobretudo dos da própria casa. importa reconhecer que o clã familiar evolve incessantemente para mais amplos conceitos de vivência coletiva. assim. como lembra Paulo de Tarso.. no instituto doméstico uma organização de origem divina. afetos e desafetos. o a constituição da família traz a noção da existência de algo comum entre os elementos que a constitui: “ [..]”1 . porquanto nela se reencontram. ou Humanidade. a família terrestre é formada. os “[. 14:7. família é uma organização social constituída por pessoas que possuem laços consanguíneos. renegou a fé e é pior do que um incrédulo” (1Timóteo. independentemente da existência de ligações ancestrais. dessa forma.. dessa forma. Quis Deus. Neste contexto. abrange o conjunto de pessoas unidas por convicções ou interesses. Com esta conceituação. comumente. constituída pelos laços da fraternidade. As palavras do apóstolo têm como foco tanto a família consanguínea quanto a espiritual.. mantida à custa da união social. no entanto. enquanto o lar são a 235 .. ligados por relações anteriores..]”.Vivemos para nossos familiares.. as segundas podem desvincular ainda mesmo durante o período de uma encarnação. a fim de lhes servi de provação. considerada segundo os preceitos sócio-culturais de unidade básica da sociedade.]. Os verdadeiros laços de família não são. os tijolos.. que consubstanciam as regras do bom comportamento dentro do impositivo do respeito ético.. pois. Espíritos simpáticos. O corpo procede do corpo. [.5 As primeiras permanecem unidas para sempre. são. nos planos físico e espiritual. Os laços do sangue não estabelecem necessariamente os vínculos entre os Espíritos. divididos por antipatias igualmente anteriores. que se julga sem ninguém. nossos amigos. que se traduzem por uma afeição recíproca na vida terrena.] Os Espíritos que encarnam numa mesma família. também pode acontecer que sejam completamente estranhos uns aos outros. é fa Lei que nossa existência pertença às existências que nos rodeiam. os da consanguinidade e sim os da simpatia e da comunhão de pensamentos.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 4 Queiramos ou não.] O lar.] as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corpóreos.. favorável à perfeita harmonia que deve vigir sob o mesmo teto em que se agasalham os que se consorciam. mas o Espírito não procede do Espírito..] A família tem suas próprias leis. é governada por uma série de valores nem sempre adequadamente conhecidos e vivenciados pelos seus membros. Mas. do que se o fossem pelo sangue. que prendem os Espíritos antes. Ainda mesmo o usurário exclusivista.. recíproco entre os seus membros. nossos ideais .. não pode ser configurado como a edificação material. durante e depois de suas encarnações.. [. na maioria das vezes. está vivendo para o ouro ou para as utilidades que restituirá a outras vidas superiores ou inferiores para as quais a morte lhe arrebatará o tesouro.. ou por aqueles que desejam constituir um grupamento dessa natureza.4 Ensina a Doutrina Espírita que há dois tipos de parentela: “[. capaz de oferecer segurança e paz aos que aí se resguardam. [. porque o Espírito já existia antes da formação do corpo. a cobertura.. sobretudo como parentes próximos. Consequentemente. dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito. [.. A casa são a argamassa.6 1.. que se expressam na Terra por um mútuo antagonismo. os alicerces e os móveis. [. A FAMÍLIA PELOS LAÇOS CONSAGUÍNEOS A família. ] Sem dúvida.[. é um espinheiro de preocupações e de angústias.. [... atendendo aos desígnios da verdadeira fraternidade.] Quando a família periclita..] Os parentes são obras de amor que o Pai Compassivo nos deu a realizar.. Frequentemente. tolerância e bondade. Inútil é a fuga dos credores que respiram conosco sob o mesmo teto. sem dúvida a sociedade está a um passo do malogro. pelas imposições da consanguinidade. certa aversão ou inimizade. a equipe familiar no mundo nem sempre é um jardim de flores. é indispensável pagar com alegria os débitos que nos imanam a alguns corações. as tradições morais elevadas que se cimentam nos liames da concessão divina [.] Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente afins. por esta ou aquela razão.7 Nestas condições.. os anelos.. [. os sofrimentos e as aspirações. é que nos abilitaremos a servir com vitória. A casualidade não se encontra nos laços da parentela. a fim de que venhamos a solver nossas dívidas para com a Humanidade..EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 4 renúncia e a dedicação. reclamando-nos sacrifício. no mar alto das grandes experiências.....9 Importa. ainda que exista pouca afinidade entre os seus membros e. numa família. Ajudemo-los.. os sonhos. na praia estreita do lar. Princípios sutis da Lei funcionam nas ligações consanguíneas. as lutas e árduas tarefas. sob o mesmo teto. constrangendo-nos à liquidação de todos os compromissos. Somente adestrando paciência e compreensão. Por vezes. através da cooperação e do carinho.”8 Ainda que os elementos de um núcleo familiar sejam heterogêneos em termos de ascendência espiritual — fato que é comum —. devemos admitir que há uma razão superior que permite a diferentes Espíritos renascer juntos.. “[. pois. São os ideais. o silêncio e o zelo que se permitem àqueles que se vinculam pela eleição afetiva ou através do impositivo consanguíneo. até mesmo. Contudo.. porque o tempo nos aguardará implacável. [.]. Impelidos pelas causas do passado a reunir-nos no presente.].. fazer distinção entre família espiritual e a parentela corporal: [. grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno. É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de “família” e 236 . embora necessitemos de firmeza nas atitudes para temperar a afetividade que nos é própria. jamais conseguiremos sanar as feridas do nosso ambiente particular com o chicote da violência ou com o emplastro do desleixo..] a família é mais do que o resultado genético.. decorrente da união. Com este reconhecimento inicia-se. as vinculações familiares são muito tênues. [. efetivamente. cidades e nações. praticamente inexistentes. [.. deram mais um passo no caminho da perfeição. ainda que em momentos específicos se estabeleçam ligações transitórias. motivadas por diversas necessidades e interesses comuns. mantêm as criaturas unidas. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam.. A FAMÍLIA PELOS LAÇOS ESPIRITUAIS Allan Kardec ensina que os laços espirituais são os que. como os que constituem as diferentes organizações tribais e clãs. até. Os que estão livres velam pelos que se acham em cativeiro. então. a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. [. no futuro. em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos. A família não seria a parentela. porque. por vezes acerbas. ou num mesmo círculo. Após cada existência. vindo aqui reunir-se numa mesma família. Nesta posição. pela simpatia e pela semelhança das inclinações. A encarnação apenas os separa momentaneamente. fundindo-os na liga divina do amor para a eternidade. mais tarde.] No espaço. 237 .. com outros grupos. ao regressarem à erraticidade. então.. O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do amor. surgir os laços familiares. os quais. Muitas vezes. as ligações fraternas com diferentes grupos.]. nas santas expressões da família. os Espíritos formam grupos ou famílias unidos pela afeição. Se uns encarnam e outros não..10 2.. reúnem-se novamente como amigos que voltam de uma viagem. esses Espíritos se buscam uns aos outros. Felizes por se encontrarem juntos. absorve valores espirituais que lhe permite estender o seu olhar para além do seu núcleo familiar.]. localizar Espíritos afins situados fora da sua família. uns seguem a outros na encarnação.11 Nos processos primários da evolução humana. definidas pela herança genética. mas a parentela converter-se-la. nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. o segundo significaria o cadinho de lutas. No passo evolutivo seguinte começa.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 4 “parentela”. se organizarão em aldeias. À medida que o ser humano ascende na escala evolutiva. o inimigo ou amigo do grupamento está nitidamente delineada. Consegue. uma vez que vão além das condições biológicas. efetivamente. pouco a pouco. disse: Eis 238 .. livre de nós. A partir dessa união surge. teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram. os diferentes povos unem-se a outros. Não somente suportar os conflitos de casa com denodo e serenidade. Não se renasce na Terra. nem sob o amparo do esforço alheio. de algum modo.]. apoiar construtivamente e servir sempre a todos os que nos compartilhem o trabalho e a esperança! .. repassando com o olhar os que estavam sentados ao seu redor. na Doutrina Espírita. É mais ou menos por esta linha que é desenvolvida a noção de família universal..] Família e família! Família do coração entre algumas paredes e família maior do espírito a espraiar-se em todos os domínios da Humanidade![.. ou de Humanidade destinada a se unir não apenas por interesses econômicos.. auxiliar. Jesus demonstra que a organização familiar fundamentada na união espiritual é a verdadeira. os blocos de nações formam conglomerados e. há famílias de ordem material e aquelas outras de ordem espiritual — afirma-nos o Evangelho.. sem o concurso dos pais ou dos valores genéticos que forneçam.]. os espíritas. para serem mais cativos aos desígnios de Deus. [. políticos ou sociais. a partir destes. organiza-se a família universal. Chegaram então sua mãe e seus irmãos e. as miscigenações biológicas e culturais e. [.. Não se obtém alimento sem esforço próprio.. se assim o desejam. inicialmente por meio de acordos econômico e políticos. compete a obrigação de enxergar mais longe e reconhecer mais amplos os deveres que nos prendem à experiência comunitária. Neste sentido. Entender também nos grupos em que nos movimentamos a nossa família maior. As Leis Divinas criaram com tamanha sabedoria os mecanismos da evolução que todos nós. abraçando os entes queridos com a certeza de que os amamos.. E amar. Não se adquire cultura sem professores ou recursos que eles decidam a formar. mandaram chamá-lo. A independência existe unicamente na base da interdependência. dependemos uns dos outros. Havia uma multidão sentada entorno dele. a nós outros. Bezerra de Menezes considera com muito bom senso: [. Disseram-lhe: Eis que tua mãe.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 4 Em processo evolutivo mais adiantado. como inevitável. Não apenas isso. por persistir por toda a eternidade. formando blocos de nações. ficando do lado de fora. às vezes interpretada equivocadamente. Ele perguntou: Quem é minha mãe e meus irmãos? E.12 Na seguinte passagem evangélica.. mas pelos laços da afetividade...] Entretanto. 139-140. IV. Cap. (Marcos. 11. Quem fizer a vontade de Deus. 2. p. Orientações ao monitor »» Introduzir o assunto por meio de breve exposição que trata dos conceitos espíritas e não-espíritas de família. 1980. Cit. XAVIER. »» Fazer o fechamento do estudo com base nas ideas desenvolvidas no texto em anexo. 2008. item 18. Cap. item 8. p. 28. questão 774. 2009. ed. Fonte viva. Família. 9. 154.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 4 a minha mãe e os meus irmãos. p. Rio de Janeiro: FEB. O evangelho segundo o espiritismo. Vida e sexo. _______. 2008.O. Allan. 26. favorecer a reflexão sobre as principais implicações dos laços consanguíneos e dos espirituais na organização familiar. Rio de Janeiro: FEB. _______. 1994. ed. Allan. 17. Referências 1. O evangelho segundo o espiritismo. 3. 2. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 44. O livro dos espíritos. 2008. dividir a turma em dois grupos para leitura dos subsídios deste Roteiro. Cap. irmã e mãe. XAVIER. 156. Pelo Espírito Emmanuel. 6. 470. Divaldo Pereira. p. Francisco Cândido. 12. ed. do Espírito Emmanuel (Em família). Cap. Cap. 2005. São Bernardo do Campo: GEEM. 2. 290-291. Bíblia de Jerusalém). _______. p. 8. Pelo Espírito Emmanuel. 2) família pelos laços espirituais. KARDEC. p. 5. Chico e você. 62. XIV. 291. S. 2. p. Rio de Janeiro: FEB.381-382. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Item: Família (mensagem do Espírito Joanna de Ângelis). Cit. Op. 7. XAVIER. Rio de Janeiro: FEB. Op. Francisco Cândido. Francisco Cândido. XAVIER. 100-101. Rio de Janeiro: FEB. ed. Salvador: LEAL. 17-18. verdade e vida. 239 . Pelo Espírito Emmanuel. p. Cap. Caminho. Fonte viva. 64-67. 4. KARDEC. 3:31-35. Allan. p. 5. Cada grupo deve discutir e elaborar uma breve apresentação sobre os seguintes temas: 1) família pelos laços corporais família. XAVIER. ed. FRANCO. »» Após a apresentação dos grupos. ed. Francisco Cândido. esse é meu irmão. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. »» Em seguida. p. 10. p. p. 19. Bezerra.18. Francisco Cândido.S. Cap. KARDEC. Por diversos Espíritos. 34. 375-376. quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena — aquela em que a Vontade do Pai nos situou.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 4 Anexo Em família* Emmanuel Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais. convicto de que semelhante esforço representa realização essencial. aguardando a decisão divina a seu tempo. O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas. a lamentável desânimo. porque isto é bom e agradável diante de Deus. Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam. Ninguém despreze. Francisco Cândido. entretanto. Cap.117. * XAVIER. Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos. É imprescindível. no dia de hoje. A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. em favor dos familiares. através dos laços consanguíneos. as provas salvadoras ou regenerativas. É impossível auxiliar o mundo. entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal. entregando-se. portanto. Pão nosso. 5:4).” – Paulo (I Timóteo. contudo. Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas. aprenda o discípulo a cooperar. 29. 240 . por enquanto. examinar a transitoriedade das ligações corpóreas. esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão. ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno. não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos. 249-250. por isso. se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo. Preponderam aí. ed. 2007. Pelo Espírito Emmanuel. p. mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las. Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo. Rio de Janeiro: FEB. a título precário. espiritualmente. Resta-lhes. item 5. XVIII.MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 5 A transição evolutiva da Humanidade Objetivos »» Citar as características do período de transição. a solidariedade. Allan Kardec: A gênese. Pois se levantará nação contra nação. que lhes assegurem o bem-estar moral. É preciso que estas coisas aconteçam. chegaram a resultados que jamais haviam alcançado [. ainda. (Mateus. até ao presente..]. Tudo isso será o princípio das dores. mas ainda não é o fim. reino contra reino. [.] incontestáveis progressos. um imenso progresso a realizar: fazerem que reinem entre si a caridade. Os homens. a fraternidade. com sua inteligência.Livro IV . Ideas principais »» No seu Discurso profético afirma Jesus. 24: 6-8. Cap. 241 ... »» A Humanidade tem realizado.EADE . »» Analisar os principais desafios que a Humanidade enfrentará durante o período. Cuidado para não vos alarmardes. Bíblia de Jerusalém)..].. E haverá fome e terremotos em todos os lugares. [. anunciadas por Jesus no seu Sermão Profético.. entre outras informações: Haveis de ouvir falar sobre guerras e rumores de guerras. 242 .] não por essa educação que tende a fazer homens instruídos. Tomo 2 – Ensinos e Parábolas de Jesus . c) transformações na estrutura geológica e atmosférica do Planeta. Colocados no ponto intermediário.. As duas gerações que se sucedem têm ideas e pontos de vista opostos. Roteiro 4). parte 2. Primeiro porque está localizado entre duas gerações bem diferentes. no “[. sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Subsídios Vivemos atualmente uma época de mudanças denominada Período de Transição. [. pelas características que lhes são peculiares. sobretudo. aspectos que marcam o período de transição e os principais desafios que a Humanidade enfrentará. Entretanto.”1 O período que vivemos atualmente é denominado de transição. Pela natureza das disposições morais e. denominado de período de regeneração. sob o título de Discurso Escatológico ou Sermão Profético (Mateus.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 »» Um dos maiores desafios do período de transição está relacionado à educação.[.. das disposições intuitivas e inatas. e o que imediatamente se lhe segue. 13: 1-23. b) convulsões sociais e morais.. Lucas. questão 917 – comentário. foram anunciados por Jesus no seu no Evangelho. que apresenta as seguintes características fundamentais: a) acelerado desenvolvimento tecnológico e científico.. mas pela que tende a fazer homens de bem. Como este Sermão já foi anteriormente estudado (Programa Religião à Luz do Espiritismo.]. assistimos à partida de uma e à chegada da outra. Allan Kardec: O livro dos espíritos. torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. O período de transição. Marcos. vamos enfocar. Assinala Kardec. 21: 5-24). no mundo. já se assinalando cada uma.. Segundo porque com o acelerado crescimento intelectual. o Espírito descurou do seu crescimento moral. neste Roteiro..] dizer dos Espíritos a Terra não deverá transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. 24: 1-28. a propósito:2 A época atual os elementos das duas gerações se confundem. a despeito do progresso intelectual alcançado pela Humanidade até então. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo. Não restam dúvidas que são condições portadoras de inquietudes. São esses os falsos cristos e os falsos profetas. a fim de alcançarem o prestígio de um suposto poder sobre-humano. na qual ocorrerão significativos desafios em todos os campos do conhecimento. e enganarão a muitos. em proveito de suas ambições. A difusão das luzes lhes 243 . CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO DE TRANSIÇÃO O período da grande travessia evolutiva são marcados pelos chamados “sinais dos tempos”. fazendo surgir uma era nova. de seus interesses e do seu anseio de dominação.. Mas passada a fase se reajustes espirituais.. o ser humano se transformará em pessoa melhor. Pode ter duração de décadas ou de séculos. ou de uma pretensa missão divina. naturalmente. Em termos espíritas. Essas ações. definirão o futuro da Humanidade. dizendo: “O Cristo sou eu”. da mesma forma que as ações desenvolvidas pelo homem.”3 A transição está marcada por provações e por processos expiatórios.. também denominados purificadores. a da regeneração. em plena vigência na atualidade.. Não é fácil afirmar quanto tempo irá durar a Transição. (Mateus. certos conhecimentos que possuíam. produtoras de sofrimento. no presente. [. ainda que as provas impulsionadoras do progresso permaneçam. as mais diversas. no qual as conquistas morais e intelectuais do pretérito fazem reflexo no dia-a-dia da existência. De forma geral. a transição indica tempos “[. nem sempre fruto das boas escolhas têm gerado perturbações sociais. Pois muitos virão em meu nome. influenciarão a sua vida futura.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 1. Bíblia de Jerusalém). em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade.]. Em todos os tempos houve homens que exploraram. podemos dizer que as principais características do período de transição são as que se seguem. decorrentes das ações humanas do passado e do presente que. mas. Os falsos profetas »» Atenção para que ninguém vos engane. a transição planetária caracteriza-se por uma fase existencial. 24:4-5. Independentemente do período de tempo e da extensão dos desafios.] marcados por Deus. nitidamente marcada no tempo e no espaço. pois depende do livre-arbítrio individual e coletivo. acredita-se. que na regeneração não ocorrerão as amargas dores da expiação. e quando a julga necessária. sinal de uma missão divina. ou. permitindo-lhe manifestar seus sentimentos de abnegação. de demonstrar paciência e resignação ante a vontade de Deus. O verdadeiro profeta se reconhece por características mais sérias e exclusivamente morais. individual ou coletiva.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 destrói o crédito.. Entretanto. As guerras. No estado de barbárie. Os flagelos e cataclismos [. ou de faculdades orgânicas especiais. devem ser colocados na linha de frente a peste.7 Entre os flagelos destruidores. O fato de operar o que certas pessoas consideram prodígios não constitui..] da natureza animal sobre a natureza espiritual e satisfação das paixões. já que pode resultar de conhecimentos que cada um pode adquirir. Bíblia de Jerusalém). (Mateus. Cuidado para não vos alarmardes. de atenuar tantos desastres? Certas regiões. não tem o homem encontrado na Ciência. (Mateus. daí por que. porque ele evita suas causas. razão pela qual o número deles diminui à medida que os homens se esclarecem. pelo menos.5 A guerra existe porque há predominância “[. Bíblia de Jerusalém). mas sim expressões do egoísmo e do orgulho imperantes nos mundos atrasados como o nosso.. pois. a guerra é um estado normal. sabe adicionar-lhe humanidade.4 Guerras »» Haveis de ouvir falar sobre guerras e rumores de guerras. É preciso que essas coisas aconteçam. meios de neutralizar. 24: 8. nas obras de Engenharia. caso o egoísmo não o domine. Pois se levantará nação contra nação e reino contra reino. a guerra se torna menos frequente. não são resultantes da vontade de Deus. as inundações. a fome. outrora assoladas 244 .] Os flagelos são provas que dão ao homem oportunidade de exercitar a sua inteligência. de desinteresse e de amor ao próximo. quanto o mais digno. À medida que o homem progride. os povos só conhecem o direito do mais forte. no estudo das condições higiênicas. no aperfeiçoamento da Agricultura. Tudo isso será o princípio das dores. as intempéries fatais às produções da terra. mas ainda não é o fim. 24:6-7. para eles. que o mais indigno pode possuir tão bem. naturais e independentes do homem. nos afolhamentos e nas irrigações.. como todo tipo de violência humana.6 Catástrofes naturais »» E haverá fome e terremotos em todos os lugares. a propósito:9 Sim.”10 Acrescenta também: “É. percorre um nova etapa de progresso. mas que passa como um furacão. para os indivíduos. sem prejuízo da sua conservação pessoal. Não há dúvida de que a Humanidade estará sob o jugo da dor: caos social e moral de um lado e distúrbios na Natureza de outro são fatores promotores do sofrimento. porque preparam as vias da regeneração pela unificação e pela racionalidade das crenças. as crises de crescimento. [. Barry. depois do que o céu se torna sereno. em suas crenças. reconstituída sobre novas bases. até que retome o equilíbrio sobre novas bases. crises muitas vezes penosas. é então. quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando. informa que é justamente neste período de profundas transformações que o “ Espiritismo florescerá e dará frutos. Aliás. no período de transição. por vezes e mesmo na maioria das vezes. dolorosas. o homem pelo seu bem-estar material. Felizes os que os aproveitam desde hoje. para o gênero humano. no trabalho da transformação. presa de uma espécie de febre e como que movida por uma força invisível.10 245 . mais espiritualizada. em suas leis.] À agitação dos encarnados e dos desencarnados se juntam. que trabalhais. Quem a vir.. em seu caráter. há quase um século. a Humanidade terrena está plenamente.. Afirma Kardec. não estão hoje livres deles? Que não fará. como já se transformou em outras épocas. será para eles tanto de ganho e de penas poupadas”. já que tudo se conjuga. por certo a Humanidade se transforma. o que são. a achará muito mudada em seus costumes. mas sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. É por isto que ela se agita por todos os lados. portanto. o Espírito conhecido como Dr. pois. e cada transformação é marcada por uma crise que é. uma verdadeira confusão geral.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 por terríveis flagelos. que arrastam consigo as gerações e as instituições. em todo o seu estamento social. para o futuro. numa palavra. na Natureza. imbuída de novas ideas. “Tendo chegado a um desses períodos de crescimento. é necessário que o homem se esforce por adquirir a força necessária capaz de transformá-lo em pessoa de bem. mas era necessário que esses trabalhos fossem elaborados previamente. Assim. então. Entretanto. souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes?8 As tribulações estarão presentes. mais que para o presente. e a Humanidade. então. as perturbações dos elementos físicos. por um tempo. a Humanidade renascerá mais forte e espiritualizada. Saneiam as regiões insalubres. pela transformação dos elementos que o compõem e. compreende-se porque o ser humano deve agir com mais prudência. Fisicamente.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 2. os acontecimentos previstos têm como finalidade estimular a melhoria espiritual do homem. como tudo o que existe.] Isto posto. visto que a perfeição da habitação guarda relação com a do habitante. fisicamente. vigilante no pensar. a Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência. Eis o conselho de Emmanuel. falar ou executar. as lutas fratricidas. que não são nem causa.. cujas ações resultam sofrimento. a respeito:13 246 . Mais do que nunca. A RAZÃO DE SER DO PERÍODO DE TRANSIÇÃO Os conflitos bélicos. tornam mais fáceis as comunicações e mais produtiva a terra. diremos que o nosso globo. os períodos de renovação moral da Humanidade coincidem. decorrem do seu atraso moral. Assim. o “orai e vigiai”. a si mesmo e à sociedade. de recrudescência e intensidade fora do comum dos flagelos destruidores. pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Allan Kardec também esclarece: Se. mas uma consequência do movimento geral que se opera no mundo físico e no mundo moral. moralmente. está submetido à lei do progresso.. Moralmente. reage contra os agressores. do senso moral e do abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo que o melhoramento do globo se opera sob a ação das forças materiais. pelo encadeamento e a solidariedade das causas e dos efeitos. insólitos para os que com eles não se acham familiarizados com eles.11 Considerando a finalidade e as características do período de transição. [. recomendado por Jesus. como tudo leva a crer. os homens concorrem para isso pelos esforços de sua inteligência. de meteoros que parecem estranhos. o globo terrestre tem sofrido transformações que a Ciência tem comprovado e que o tornaram sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. a violência e as calamidades produzidas pelo homem. deve ser levado a sério. Esses progressos se realizam paralelamente. com as revoluções físicas do globo. ecologicamente desequilibrada. pois se trata de uma fase de evolução moral da Humanidade terrestre. nem presságios sobrenaturais.12 Diante dessas considerações. podem os referidos períodos ser acompanhados ou precedidos de fenômenos naturais. Ele progride. assim como prejuízos à Natureza que. imprescindível se torna movimentar possibilidades na esfera do bem. o verão das forças físicas e o outono da reflexão.. quando o ensejo de trabalho está findo. Discernir é a primeira preocupação da sentinela. será obrigado a recapitular a tarefa. Cuidados mais intensos deverão ser estabelecidos. que deixou para sábado o trabalho que deveria executar na segunda-feira. refleti. a maioria aguarda o inverno da velhice ou do sofrimento irremediável na Terra. a fim de que as provações e desafios não desestruturem a família nem a mente dos futuros líderes da sociedade. Depois disso.. sobretudo. naturalmente.. uma série de estações e uma relação de dias. para a grande viagem do inferior para o superior. O período infantil. essa atitude não dispensa a visão com entendimento.] Cada homem possui. Olhai o trabalho de cada dia.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 [. São portadoras de alvitres necessários ao vosso equilíbrio..] É preciso olhar. entretanto. Não é o fim da vida.]. examinar. As possibilidades para determinada experiência jazem esgotadas. com a existência. [. defendendo simultaneamente o patrimônio que lhe foi confiado. sem estender a visão psicológica.. E. mais do que usualmente já ocorre. estruturadas em precioso cálculo de probabilidades. refletir.. DESAFIOS DO PERÍODO DE TRANSIÇÃO Processos educativos Os conflitos presentes na era de transição atingirão. Razoável se torna que o trabalhador aproveite a primavera da mocidade. naturalmente. de frente. [. Fiscalizai as circunstâncias observando as sugestões que vos lançam ao centro d’alma. O discípulo não pode guardar-se. para que a vigilância não seja incompleta. a organização familiar e a educação dos filhos..[. isto é.. buscando penetrar a intimidade essencial das situações e dos acontecimentos. deverá merecer especial dedicação dos pais e educadores. no lar e na escola. ponderar. Olhai.] Muitas vezes.. sabe Deus quando!14 Considerando que a transição é época de grande desenvolvimento científico e tecnológico. estareis prontos a vigiar e orar com proveito. É indispensável guardar os caminhos. 3. entretanto. O serviço comum permanece repleto de mensagens proveitosas. Fixai as relações afetivas. os valores morais nem sempre são 247 .. sem meditar-lhe a complexidade e a extensão. referimo-nos ao “orai e vigiai”. o servidor descuidado. mas o termo de preciosa concessão. ponderai! . . não devem se resumir a uma educação “[. e observar todas as influências perniciosas que atuam sobre eles..]. constitui a chave do progresso moral. mas que. chegaram a resultados que jamais haviam alcançado. O progresso intelectual faz surgir uma Humanidade mais instruída. assim como o do pobre. mas de elevar o sentimento. e como falham quase sempre os meios empregados para moralizá-los.. sob o ponto de vista das ciências.[.15 Assim..] que tende a fazer homens instruídos. mas nem sempre moralizada. é importante considerar que os processos educativos. desenvolvidos dentro ou fora do lar. Até aqui. como se conhece a de manejar as inteligências.17 Combate ao egoísmo É outro desafio a ser enfrentado no período de transição.] Bem entendida. desde o instante do nascimento.. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade. faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. com a sua inteligência. da incúria e da ignorância dos que os dirigem. a solidariedade. em maior número do que se pensa. Segundo os 248 . Os homens. se há naturezas refratárias..”16 [. [. poder-se-á endireitá-los. muita experiência e profunda observação. havendo dado tudo o que comportavam. Mas essa arte exige muito tato. também há. suficientes para um estado transitório. Quem quer que acompanhe o filho do rico. que lhes assegurem o bem-estar moral. não poderá admirar-se de encontrar tantas imperfeições no mundo. a fraternidade. É grave erro acreditar que baste o conhecimento da Ciência para exercê-la com proveito.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 devidamente priorizados.. mas pela que tende a fazer homens de bem. seriam hoje um entrave. boas para certa época.. as que apenas reclamam boa cultura para produzir bons frutos. para isso. como se faz com as plantas novas. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres. nem com as suas instituições antiquadas. a educação. O homem já não necessita de desenvolver a inteligência. das artes e do bem-estar material. a Humanidade tem realizado incontestáveis progressos.].. resquícios de outra idade. Não poderiam consegui-lo nem com as suas crenças.[..]. em consequência da fraqueza. Faça-se com o moral o que se faz com a inteligência e ver-se-á que. pois a Humanidade terá necessidade de ser mais solidária. todas as causas. influência de que o homem.. porque numerosas são as causas.]. ainda muito próximo de sua origem. porque resulta da influência da matéria. O passado já não pode bastar às suas novas aspirações. a imperfeição: “[. ela sente que o seu destino é mais vasto e que a vida corpórea é restrita demais para encerrá-lo inteiramente. que excitam. o remédio se apresentará por si mesmo.. Por isso.. e o veneno pouco a pouco será eliminado. Para isso. não mais se deixa levar por ilusões nem por sortilégios.. [. ela já não pode ser conduzida pelos mesmos métodos.] Da adolescência ela passa à idade viril. mergulha o olhar no passado e no futuro. aspirações mais vastas e mais elevadas [. tornada adulta. ela só se obterá se o mal for cortado pela raiz. que se espalha por todo o mundo e do qual cada homem é mais ou menos vítima. como se combate uma moléstia epidêmica. sua educação.]. E é no momento em que ela se encontra muito apertada na esfera ma- 249 .. Contudo. A Humanidade. Só restará então combatê-las. não pôde libertar-se. já que tudo concorre para mantê-la: suas leis. da choupana ao palácio. não obstante. estimulados e honrados mais do que em qualquer outra época.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 Espíritos da Codificação Espírita. sua razão amadurecida reclama alimentos mais substanciais. alimentam e desenvolvem o sentimento do egoísmo.] Louváveis esforços são empregados para fazer que a Humanidade progrida.19 Necessidade de crescimento moral O combate às imperfeições pelo desenvolvimento de virtudes indicará período de crescimento moral da Transição. mas pela que tende a fazer homens de bem.. o verme roedor do egoísmo continua a ser a praga social. O presente é demasiado efêmero. todas as influências.] mais difícil de extirpar é o egoísmo. patentes ou ocultas. às suas novas necessidades.”18 [. tem novas necessidades. da família aos povos. não por essa educação que tende a fazer homens instruídos. senão todas ao mesmo tempo. deve-se proceder como procedem os médicos: remontando à causa do mal. [. isto é. pela educação. sua organização social. Assim.. pelo menos parcialmente. Conhecidas as causas.. É um mal real. Que se procurem em todas as partes do organismo social.. é preciso combatê-lo. a fim de descobrir o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza. Os bons sentimentos são animados.. A cura poderá ser demorada. mas não é impossível. ações positivas e libertadoras. Para os gozos falsificados do mundo. desenvolvendo. Existem muitos homens de valor cultural que se constituíram em mentores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico. com a finalidade de amparar a Humanidade em suas provas e expiações. Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus discípulos mergulhados no sofrimento. Por ser um momento especial. Considerando. num plano como a Terra.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 terial. porém. as necessidades extensas dos homens da Terra. ainda que sofrido. Allan. compreende o caráter indispensável das provações e dos obstáculos. não acontece assim. Quando o Mestre convida alguém ao seu trabalho. KARDEC. Tradução de 250 . mais esclarecido.. A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos. O Evangelho oferece situações semelhantes. A gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo.21 Referências 1. é para que aprendamos a executar o trabalho em favor da esfera maior. à espera de padecimentos.]. deve contar com dificuldades de toda sorte.. então. marcado por conflitos e calamidades. não te esqueças de que já te considera digno de testemunhar. o Planeta está cheio de condutores enganados. não é para que chore em desalento ou repouse em satisfação ociosa. entretanto. em todas as regiões da Terra. Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias? Quando chamados para o Cristo. de teste da inteligência. em que o sentimento da espiritualidade lhe desabrocha no seio [. de concurso de capacidade. O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria. No Evangelho. conhecendo a sua posição de trabalho.20 O apoio de Espíritos esclarecidos Durante o período de transição a misericórdia divina permitirá a reencarnação de Espíritos mais esclarecidos intelectual e moralmente. porém. orientando-a na busca de soluções pacíficas para superar as dificuldades. Se o Senhor te chamou. em que transborda a vida intelectual. não se conformará com o sofrimento e com o estado das coisas reinantes. mas com a capacidade de despertar valores sublimes no homem que. a dor terá efeito impactante. sem olvidarmos que o serviço começa em nós mesmos. Pelo Espírito Emmanuel. p. ed. Cit. 525-526. p. 514. 1. 19. 534. 131. p. p. 2008. Questão 917. Op. Rio de Janeiro: FEB. item 14. Cit. ed. SOUZA. A gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo. 516. O livro dos espíritos. 2009. 20. p. 258. p. _______. Op. Cit. 1. p. Op. 11. 8. _______. p. 394. Item 28. Questão 740. Cap. 10. p. XVIII. 546. 548. Pedir-lhes. 16. ed. _______. verdade e vida.XXI. Allan. XAVIER. Rio de Janeiro: FEB. KARDEC. 3. 548. 16. Pelo Espírito Emmanuel. p. Rio de Janeiro: FEB. _______. 7. 13. após esta fase. A gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo. Cap. Questão 741– comentário.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 5 Evandro Noleto Bezerra. item 1. Questão 917– comentário. 521-522. XAVIER. p. 28 ed. 2006. Item 2. p. 189-190. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB. O livro dos espíritos. XVIII. 3. Op. _______. Rio de Janeiro: FEB. _______. p. 8. Cap. 17. 456. troca de ideas e elaboração de resumo a respeito dos assuntos desenvolvidos neste Roteiro de Estudo. questão 742. 457-458.522. Cap. Cap. Rio de Janeiro: FEB. item 5. O evangelho segundo o espiritismo. 2. Cap. 14. _______. que apresentem o resumo. item 5. _______. 6. _______. _______. Cap. Cit. 2002. 4. _______. Francisco Cândido. _______. p. 2008. p. 2009. 514. _______. KARDEC. Allan. 251 . 113. 457. Questão 917– comentário. 2. _______. 548-549. _______. 5. 9.Op. em plenário. 24. 12. ed. 15. 157-158. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Cap. Orientações ao monitor Dividir a turma em grupos para leitura. item 27. A gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo. Item 10. XVIII. p. 523. Juvanir Borges. 18. Tempo de renovação. p. XVIII. Vinha de luz. Cit. item 9. p. Cap. Cap. p. ed. 21. 535. 71. XVIII. p. Francisco Cândido. A gênese: os milagres e as predições segundo o espiritismo. Caminho. o monitor assinala as principais características do período de transição. explicando o valor das provações na melhoria espiritual do ser humano.Em seguida. . Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente através das atitudes exteriores. atrai a si. sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes... Léon Denis: O problema do ser. do destino e da dor. da cultura que aprimora a inteligência. para fazê-los chegar ao estado espiritual.] Na necessidade de se elevar a si mesmo. Cap.. toda a movimentação humana.. sem a luz do amor. pode perder-se nas sombras.. comunica mais intimamente com o seu meio social e planetário.. Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho.. da justiça que sustenta a ordem.] Pouco a pouco a alma se eleva e. cultivando o Reino de Deus que começa na vida íntima [.. Emmanuel: Fonte viva. os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha. [. no entanto.].] palavra do Cristo é insofismável.Livro IV . do progresso material que enriquece o trabalho e de assembléias que favoreçam o estudo. sim.. todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram.MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 6 Amor e evolução Objetivos »» Esclarecer por que a capacidade de amar amplia com a evolução do ser humano. Precisamos. 15. conforme vai subindo... Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos. Cap. »» [. Ideas principais »» A [.. nela se vai acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude.EADE . IX 253 . Vemo-lo.”1 1.] Plasma divino com que Deus envolve tudo o que é criado. Estendamos. a fraternidade pura e simples. determinadas pelo instinto de sobrevivência da espécie.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 6 Subsídios Ensina Jesus: Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros.. Precisamos. Mercê de semelhante bênção. Surge. Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho. sublime. Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente através das atitudes exteriores. sem a luz do amor.[... assim. Fraternidade que trabalha e ajuda. sim. como silenciosa esperança do Céu. (João. É fundamento da vida e justiça de toda a Lei. O desenvolvimento do amor.. A [.. aguardando a evolução de todos os princípios e respeitando a decisão de todas as consciências. cada 254 . da justiça que sustenta a ordem. compreende e perdoa. quanto nas flores anônimas esquecidas no campo. penetrando o Universo. cultivando o Reino de Deus que começa na vida íntima. às paixões. O AMOR E O PROCESSO EVOLUTIVO HUMANO Os Espíritos que ainda se encontram nas fases primárias da evolução. toda a movimentação humana. Bíblia de Jerusalém). o amor é o hálito dEle mesmo. desconhecem as mais singelas manifestações do amor uma vez que se acham presos às necessidades básicas.. Atendamo-la. do progresso material que enriquece o trabalho e de assembléias que favoreçam o estudo. O amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas. assim. amparando-nos mutuamente.. Brilha em tudo e em tudo palpita na mesma vibração de sabedoria e beleza. da cultura que aprimora a inteligência. 13:35. é conquista que se amplia durante o processo evolutivo humano. considerado em sua dimensão elevada.. entre a humildade e o serviço que asseguram a vitória do bem.. onde estivermos. pode perder-se nas sombras. recordando a palavra do Senhor que afirmou com clareza e segurança:“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros..] palavra do Cristo é insofismável. no entanto. no equilíbrio dos mundos erguidos à glória da imensidade. ”3 [. Mas. em obras de sacrifício próprio e de amor puro. extenso período da caminhada ascensional humana. no entanto. Ultrapassa. em razão do mesmo amor infinito com que nos ama. repetimos. em torno do Evangelho. antes do Espírito sublimá-lo. um tipo de cooperador diferente. sempre que possível. amando-se mais a si. e por muito tempo. Louva o Senhor com pensamentos. e auxiliarás os bons. Escreve conceitos edificantes. que se compadece de todos e que a ninguém violenta. que é a sua regra imutável. de acordo com as suas próprias obras. O desenvolvimento do sentimento ocupa. servindo-o: “Auxiliarás por amor nas tarefas do benefício [. não se sintoniza com o mal.. irmãos autênticos. quando impensadamente nos consagramos ao mal..[. concedendo-nos. como consta na Escala Espírita. nos que te rodeiam. mesmo neste momento da evolução. nos moldes de ação que o Cristo nos legou. não pergunta por resultados. após a fase primária. Distribui o tesouro do bem. Ajudarás os menos bons para que se tornem bons. e pouco ou nada se interessando pelo próximo. no que diz respeito à segunda e primeira ordem dos Espíritos: 255 . Enxergarás. toda pregação falada ou escrita. cada dia.]. diante da providência Divina.. a criatura humana ainda se encontra muito distante do amor puro. embora. Semelhante companheiro é conhecido por verdadeiro discípulo do Senhor.4 Nessas condições. Abençoa e ajuda sempre. acontece as primeiras manifestações do sentimento. Não pede recompensa. palavras e atos. porém. determine estejamos sempre sob a lei da responsabilidade que se manifesta para cada consciência.2 No processo evolutivo seguinte. permite o Senhor perlustrarmos sem prazo o caminho de ascensão para Ele. a própria eternidade para reconciliar-nos com o bem.] O amor. dessa forma. sublimado. ]Existe. toda vez que as circunstâncias lho permitem.. Aprende. possui conhecimento intelectual associado à vivência da lei de amor. E. Nosso Pai. então. E.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 6 ser é acalentado no degrau da vida em que se encontra. libertando-se definitivamente das amarras do egoísmo e do orgulho. nos trabalhos da Boa Nova. amando-nos. a sair de si mesmo e inicia o seu aprendizado junto ao próximo. o homem. por intermédio do verbo consolador.. a partir desse marco. a fim de que se façam melhores. permanecerá centrada em si mesma. é o reflexo de Deus. classificado de Espírito Superior. por muito amar.. agindo incessantemente na sementeira do bem. Suas qualidades e poderes para fazer o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado. ocupação agradabilíssima. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores.. porque não estão sujeitos nem às necessidades. Os mais adiantados aliam o saber às qualidades morais. Espíritos do bem.] Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. ajudam-nos a se aperfeiçoarem e designam suas missões. outros a sabedoria e a bondade. protegem na vida os que se tornam dignos dessa proteção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre aqueles que não se comprazem em sofrê-la. Quando encarnados.53 2.[.6 256 .. Mas todos ainda tem que passar por provas. desviam os homens do caminho do mal.... arcanjos ou serafins..].53 3.5 Primeira ordem – Espíritos Puros 1. [..[.]. São designados às vezes pelos nomes de anjos. fonte de inefável ventura. Superioridade intelectual e moral absoluta. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem.. inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem. [..6 2. desejo do bem. cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal. Assistir os homens nas suas aflições. Não experimentam ódio. estimulá-los ao bem ou à expiação das faltas que os mantém distanciados da suprema felicidade é. [. nem pela ambição. rancor.] Nenhuma influência da matéria. [.] Como Espíritos. para eles. Predominância do Espírito sobre a matéria. nem por nenhuma das más paixões que constituem o tormento dos Espíritos imperfeitos. até que atinjam a perfeição absoluta. nem às vicissitudes da vida material. Não são movidos pelo orgulho. A esta ordem pertencem os Espíritos designados.] Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons.. essa felicidade. [. nem pelo remorso. com relação aos Espíritos das outras ordens.. [. sugerem bons pensamentos. O amor que os une é. porém. nem pelo egoísmo. pelos nomes de bons gênios. nas crenças vulgares.. para eles. uns têm a ciência. gênios protetores... são bons e benevolentes com os seus semelhantes.] Gozam de inalterável felicidade. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus.]. não é a de ociosidade monótona vivida em perpétua contemplação.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 6 Segunda ordem – Bons Espíritos 1.. não se alterando nem pela inveja.. . sínteses da vida. em gradações infinitas. que antes do Espírito atingir as faixas superiores da evolução. ele desenvolve o aprendizado necessário. que passa a lhe dirigir a existência.] Desse modo.] No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade. Não somente a espécie humana está submetida ao amor. “[. ao longo das reencarnações e das vivências no plano espiritual. o Espírito encontra inúmeras oportunidades de expressar o amor. em termos evolutivos. [. Desde as manifestações mais humildes dos reinos inferiores da Natureza.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 6 Compreende-se.]. o amor caminha para o supersexualismo. observamos a exteriorização do amor em sua feição divina.. até alcançar o amor divino. Na poeira cósmica.. todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador. atributo dos seres angelicais. sob o seu domínio sagrado. Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes. dentro do plano grandioso da unidade universal. pela renúncia e pelo trabalho santificantes.. ”9 257 ...8 2.. que se edificaram para a união com Deus.. na execução de seus sagrados desígnios do Universo. marchando sempre para as sublimadas emoções da espiritualidade pura. Das expressões de sexualidade. Nas expressões da vida animal. então. referência dessa lei única que dirige o Universo.. observamos o amor em tudo. temos as atrações magnéticas profundas. a mais singela conquista interior corresponde para a nossa alma a horizontes novos. quanto mais bela e mais ampla se faça a nossa visão espiritual. Da mesma forma.] O amor é a lei própria da vida e..]. observaremos a união dos seres como um ponto sagrado. um Espírito só passa de uma categoria para outra mais elevada se já adquiriu toda soma de aprendizado naquele o estágio evolutivo onde estagiava. nas manifestações do irracional. ESPÍRITOS SUPERIORES: EQUILÍBRIO ENTRE O SABER E A MORALIDADE A Natureza não dá saltos. vemos as chamadas “precipitações” da química.7 Com a melhoria gradual. nos reinos mineral e vegetal verificamos o problema das combinações indispensáveis. da violência à ternura. [. [. mas todos os seres vivos e coisas criadas por Deus: [. tanto mais amplos e mais belos. nos corpos simples. ].] Pouco a pouco a alma se eleva e.. a intensidade de radiação que aquece e vivifica tudo em roda de si. em suas manifestações mais elevadas e puras. para fazê-los chegar ao estado espiritual. o amor se revela como “[. no fim de milhares de séculos. conforme vai subindo. todos os germens dos seus desenvolvimentos futuros.”10 Trata-se de uma lei universal que se aplica à evolução biológica. assim. atrai a si. [.] um impulso do ser.. Elevando-se cada vez mais. [. nela se vai acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude. é por ele que ela se sente estreitamente ligada ao Poder Divino.. Sucede o mesmo com a alma humana... Na necessidade de se elevar a si mesmo. Assim. mas. refratando mil cintilações.. sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes. cujas consequências nele recaem. desde as mais vulgares até as mais sublimes. Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos.. os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha. tem de percorrer. não pode desenvolver-se e medrar senão na vida coletiva com o recurso de cada um e em proveito de todos. um campo sem limites.. Nenhuma fatalidade o oprime.. propriamente dita.. tanto mais se sente viver e sofrer em todos e por todos.] Princípio da vida universal.] O amor 258 . a vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e liberdade.].] Para realizar os seus fins. na realidade. no estado virtual. que o mineral grosseiro se converte em diamante puro. [. [. proporciona à alma.[. pois.. em suas manifestações. foco ardente de toda a vida.. adquirir e possuir tudo. É destinada a conhecer.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 6 Desde o momento da sua criação. É passando por inúmeras transformações. no tempo e no espaço. Livre dentro dos limites que lhe assinalam as leis eternas. o amor reveste formas infinitas. que o leva para outro ser com o desejo de unir-se a ele.. e ao aperfeiçoamento moral e intelectual do Espírito. todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram. o Espírito está destinado à perfeição: “A alma contém. não tarda a ligar-se por laços pujantes às sociedades do Espaço e depois ao Ser Universal.. Mas.11 As diferentes expressões do amor acompanha.”12 [.. comunica mais intimamente com o seu meio social e planetário.[.. O seu adiantamento é obra sua. Quanto mais sobe. faz-se o arquiteto do seu destino. de todo o amor. salvo a dos próprios atos.]. todas as aquisições intelectuais e morais do ser em sua longa trajetória evolutiva: da sensação e do instinto animal até aos puríssimos sentimentos angelicais. Por diversos Espíritos. 63. raios refratados do amor divino. p. ed. 13. 255-256. 8. p. 507-508. p. XAVIER. 507. São Paulo: Pensamento – Cultix.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 6 é uma força inexaurível. _______. p. Primeira edição especial. ed. Francisco Cândido. XAVIER. 259 . DENIS. 7. p. Pensamento e vida. 9. o amor filial ou fraterno. Cap. Pelo Espírito Emmanuel. IX. que abrange. 34. Rio de Janeiro: FEB. O problema do ser. 2008. Fonte viva. Allan. p. o amor da pátria. _______. 164. Op.[. eleva-os e arrasta-os na espiral da ascensão infinita para os esplendores da luz e da liberdade. Cit. Rio de Janeiro: FEB. Questão 322. mil esplêndidas florescências de amor. 2. p.125-127. KARDEC. _______. 39. Pelo Espírito Emmanuel. Realizar uma breve explanação sobre o desenvolvimento do amor integrado ao natural processo evolutivo do ser humano. 1990. 28. 5. Cap. 4. _______. 162-163. 3. Vozes do grande além. Alma e coração. _______. p. 46-47. os Espíritos cativos na matéria. 2008. 132-133.13 Referências 1. cap. _______. 11. 255. que Deus mais eficazmente atua no mundo. p. XXV. 15. Francisco Cândido. 4. 30. ed. É pelo amor. Léon. 10. 2008. ed. do destino e da dor. p. Rio de Janeiro: FEB.. 12 (Esclarecimento-mensagem do Espírito André Luiz). _______. questão 107. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 18. O livro dos espíritos. e. 2008. renova-se sem cessar e enriquece ao mesmo tempo aquele que dá e aquele que recebe. Cap.. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2006. 135. _______. penetra todos os seres. 2. faz rebentar e desabrochar mil formas variadas. p. 12. Fonte viva. 2006. Rio de Janeiro: FEB. Por ele atrai para si todos os pobres seres retardados nos antros da paixão. sol das almas. são refrações. O amor conjugal. Primeira parte.. 6. Rio de Janeiro: FEB. Orientações ao monitor 1. difundindo-se neles. 87-88.. _______. Questão 113. p. Pelo Espírito Emmanuel. O consolador.]. ed. da humanidade. da raça. Cap. Rio de Janeiro: FEB. p. 57. Terceira parte. 161-162. o amor materno. cap. Pedir aos participantes que leiam o Roteiro de Estudo. silenciosa e reflexivamente. 4. debater o assunto. previamente elaboradas. 3. dirigindo perguntas à turma. 260 . o monitor deve fazer uma síntese dos pontos mais importantes que foram estudados. Em plenária.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 6 2. Ao final. destacando pontos considerados importantes. enfim. e nem árvore má que dê fruto bom. Jesus (Lucas. perguntará se não violou essa lei. se não fez o mal.MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 7 O homem de bem Objetivos »» Relacionar as principais características do homem de bem. Bíblia de Jerusalém) »» O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça. se fez todo bem que podia. com efeito. Nem se vindimam uvas de sarças. se ninguém tem motivos para se queixar dele. Allan Kardec: O livro dos espíritos. 261 . uma árvore é conhecida por seu próprio fruto. tira o que é bom. questão 918. Ideas principais »» Não há árvore boa que dê fruto mau. do seu mal tira o que é mau. O homem bom. mas o mau. 6:43-45. porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração.Livro IV . »» Esclarecer porque o homem de bem conhece e pratica os ensinamentos do Evangelho. Se interroga a própria consciência sobre os atos que praticou. do bom tesouro do coração. amor e caridade na sua maior pureza.EADE . não se colhem figos de espinheiros. se fez aos outros tudo quanto queria que os outros lhe fizessem. a rigor. o homem de bem é logo reconhecido pela sociedade. do seu mal tira o que é mau. Deve. pela importância de nosso concurso no bem geral. não se colhem figos de espinheiros. —“Pelos frutos os conhecereis” — disse o Mestre. o homem de bem encontra uma série de obstáculos para auxiliar o próximo. (Lucas. do bom tesouro do coração.. Nem se vindimam uvas de sarças. Não só ela evitará que pratiqueis o mal. Perante tais palavras de Jesus . tira o que é bom. Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos. interesses e perturbações presentes na sociedade.]. Bíblia de Jerusalém). esclarece Emmanuel:1 Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores.. Assim também nosso espírito em plena jornada. pura e simples. Desta forma. pela superficialidade de nossa vida. relacionada à prática da caridade. perseverar. ou se é movida por interesses ou para a obtenção de vantagens pessoais. O homem bom.]. 6:43-45. entretanto. Para fazer-se o bem. uma árvore é conhecida por seu próprio fruto. com efeito. pela produção. mas o mau.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 7 Subsídios Independentemente da situação social. que praticar o bem no mundo atual representa enorme desafio face os conflitos. e nem árvore má que dê fruto bom. — “Pelas nossas ações seremos conhecidos” — repetiremos nós. contudo. porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração. anotado por Lucas: Não há árvore boa que dê fruto mau..] Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade e a consciência vos responderá. pela utilidade. mas sim pelos frutos. Sabemos.. mas seguir o conselho do amigo espiritual: “[.. uma vez que as suas obras falam por si. Nem sempre é fácil discernir se uma ação no bem está. é preciso sempre a ação da vontade [.. despretensiosamente. cargo ou posição que ocupe na vida. mas sim pela substância de nossa colaboração no progresso comum.”2 262 . como também vos levará a praticar o bem [.. pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de passagem. jamais desanimando.. como assevera o seguinte texto evangélico. Se indagares. Caridade que vos expresse em respeito e entendimento fraternal no relacionamento de cada dia. dos que podem distribuir... otimismo à frente das provas.4 2. amor e caridade na sua maior pureza. cuja síntese apresentamos em seguida. 1. dos mais fortes. dos que entesouram esperança em socorro dos que jazem exaustos nos problemas inquietantes da vida. sustentanto os fracos e indecisos. Bezerra de Menezes traça o roteiro para os que aspiram se transformar em homens de bem:3 . a resposta-síntese ainda é aquela de há quase [mais de] dois mil anos: “caridade de uns para com os outros”. desse ou daquele modo. paciência para com o desequilíbrio. auxílio para com os mais jovens na experiência física. ajudando fraternalmente aos que ignoram. no amparo aos que se viram encarcerados em abatimento e penúria. »» O homem de bem pratica a lei de Deus. dos que usufruem saúde corpórea diante de quantos se vejam corroídos pelos agentes da enfermidade.Caridade dos que sabem. O HOMEM DE BEM As principais características do homem de bem foram devidamente destacadas por Allan Kardec. em forma d ebondade e compreensão das lutas que porventura carreguem. Se interroga a própria consciência 263 . dos que são apoiados pela realização dos próprios ideais na sustentação dos que choram de angústia. reconforto em favor d equantos se vejam transitoriamente detidos na madureza avançasda do corpo em marcha perante a renovação. O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça. de todos os que podem auxiliar.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 7 Perante tal ordem de ideas. conseguiremos melhorar o que somos e o que temos. O Espírito prova a sua elevação.. pelo menos. quanto à solução dos problemas que vos afligem a atualidade terrestre. ainda hoje. para construir o Mundo Melhor. quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando compreende antecipadamente a vida espiritual. Tão somente a caridade — luz divina — a fluir de nós na direção dos outros. migalhas de auxílio. 1. fé viva perante as chamadas desilusões do caminho. Caridade que se torne gentileza diante da agressividade.. para sermos o que nos cabe ser e alcançar os valores dque desejamos. bênção para todos aqueles que amaldicionam. 5 2.. se não fez o mal. [. [.7 2. humanitário e benevolente para com todos.. [.].]. [.].. se fez todo bem que podia. sem esperar paga alguma.5 »» O homem de bem é portador de fé verdadeira. [..] Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo. sem distinção de raças. [. [.. quando a pode evitar.. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros. [. porque são seus iguais perante Deus.. pois está ciente de que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas. que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém. se ninguém tem motivos para se queixar dele.....] Tem fé em Deus. toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre seus interesses pela justiça. nem de crenças.] É bondoso.. em fazer feliz os outros. como gostaria que respeitassem os seus. razão pela qual coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.].. retribui o mal com o bem. a caridade é o seu guia..EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 7 sobre os atos que praticou. porque vê irmãos em todos os homens. 1.8 3. [. ainda que ligeira. falta ao dever de amor o próximo e não merece a clemência do Senhor. se fez aos outros tudo quanto queria que os outros lhe fizessem.5 4. 1.. é para cuidar do interesse dos outros antes do seu próprio interesse [.[.6 »» O homem de bem é caridoso. faz o bem pelo bem. [. trata-os com bondade e benevolência. que não recua à idea de causar um sofrimento...] Se a ordem social colocou outros homens sob a sua dependência.....] Respeita..] Encontra satisfação nos benefícios que espalha. antes de pensar em si. Sabe que nada acontece sem a sua permissão e se submete à sua vontade em todas as coisas. enfim.9 264 .[. nas consolações que prodigaliza aos aflitos. todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem. perguntará se não violou essa lei.. em seus semelhantes. em sua bondade. uma contrariedade. nos serviços que presta.]. na sua justiça e em sua sabedoria. Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho..] Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que não pensam como ele. Em todas as circunstâncias.]..8 »» O homem de bem é humanitário. Tem fé no futuro. nas lágrimas que enxuga. enfim.. . 1. porque sabe que também necessita de indulgência e se recorda destas palavras do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.10 Obviamente não estão assinaladas.. indicam que a prática do bem é inseparável das orientações do Evangelho. perdoa e esquece as ofensas. nem de suas vantagens pessoais.perdoa as ofensas. aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. mas aquelas que se destacam. pois..] Usa.. nem desejo de vingança. Não se envaidece da sua riqueza.. nem aos seus talentos.. É por este motivo que o homem de bem conhece e se esforça para vivenciar os ensinamentos do Cristo. para só se lembrar dos benefícios. porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o emprego mais prejudicial que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões... que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.] Não tem ódio. que em síntese.]. nem em evidenciá-los. a custa de outrem...]. não se lembrando senão dos benefícios. de sua parte. É indulgente para as fraquezas alheias.5 3. mas não abusa.” Não se compraz em rebuscar os defeitos alheios. dos bens que lhe são concedidos.. procura sempre o bem que possa atenuar o mal [. O subordinado. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. nem rancor.]. no dia seguinte.8 2. aqui. por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado [.] Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Não procura dar valor ao seu espírito.. todas as qualidades do homem de bem.. trata-os com bondade e benevolência.] Não é vingativo. ensina o Espiritismo:11 265 ..EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 7 »» O homem de bem é virtuoso. Se a ordem social colocou homens sob a sua dependência. por saber que lhe será perdoado conforme houver perdoado..10 »» O homem de bem conhece a transitoriedade dos bens materiais [.]. porque são seus iguais perante Deus. Emprega todos os esforços emprega para poder dizer. A exemplo de Jesus. [. [. [. pois a moral do Cristo se resume na vivência da Lei do Amor. Se a necessidade a isto o obriga. usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. ao contrário. pois sabe que será perdoado na medida em que houver perdoado [.. a exemplo de Jesus. compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente [. 13. tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam.550. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Cit. que há de transformar a Terra.. 63 Orientações ao monitor No início da reunião. que se cumpre. enfim. Em seguida. 266 .. 10. _______..]. à qual a Natureza está submetida. item 10 (mensagem do Espírito Paulo. XVII. Cit. 6. 2008. item 3. em plenária. KARDEC. p. Allan. Cap. _______. p. 4. 2006. Questão 918 – comentário. p. item 3. de uma moral.] Cristo foi o iniciador da moral mais pura. analisar. 1. Op. Cap. 32-33. Referências 1. Francisco Cândido. _______. É a lei do progresso. Cap. São Bernardo do Campo [SP]: GEEEM. O evangelho segundo o espiritismo. 335. 11. Op. pedir aos participantes que façam leitura reflexiva do texto em anexo. XAVIER. 551. p. que há de renovar o mundo. 2. da mais sublime: a moral evangélico-cristã. apresentar uma síntese do assunto estudado. XAVIER. 2. Cap. p. KARDEC. _______. _______. _______. 34. XV. _______. 1. 336. 335-336. Op. 5. Questão 918 – comentário. Após a leitura. do Espírito Emmanuel (O homem bom). 3. Ao final. 308. 29-30. XVII.. ed. O livro dos espíritos. Fonte viva. Cit. p. o apóstolo). Cap. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 337. ed. Bezerra. p. Francisco Cândido. 2008. que há de fazer brotar de Todos os corações humanos a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os homens uma solidariedade comum. item 9. p. Cap. O livro dos espíritos.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 7 [. 9. Rio de Janeiro: FEB. pedindo à turma que interprete os conceitos anunciados. 7.[. Rio de Janeiro: FEB. Pelo Espírito Emmanuel. Allan. p. Op. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Chico e você. questão 918. p.Rio de Janeiro: FEB. O evangelho segundo o espiritismo. as principais ideas desenvolvidas pelo autor espiritual. aproximar os homens e torná-los irmãos. p. 8. projetar em multimídia (retroprojetor ou cartaz) as principais qualidades do homem de bem. e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance. Cit. 550. 1973. ed.7. sem perguntar por teu modo de crer e sem te exigir exames de consciência. que. garantindo-te a segurança. alegando não lhe haver compreendido integralmente a lição. Item: o homem bom. ed. “Imagina-te sem pão no lar. “Imagina-te tocado por moléstia contagiosa e reflete no contentamento que te iluminaria o coração. e raciocina sobre a felicidade que te apareceria de súbito no amparo daqueles que te levassem leve migalha de auxílio. 21. sutil: — Mestre. padecendo a incompreensão do mundo. foi novamente interpelado pelo doutor da lei. perguntou. “Imagina-te de olhos mortos pela enfermidade irremediável e lembra a alegria da caminhada. * XAVIER. na via pública. Rio de Janeiro: FEB. “Imagina-te no cárcere. sem qualquer desrespeito para com os teus sofrimentos. Religião dos espíritos. arrostando amargura e escassez. e recorda como te edificaria o gesto de coragem do irmão que te buscasse testemunhar entendimento. 2008. Francisco Cândido. e preliba o teu consolo nos braços que te oferecessem amparo. ante as mãos que te estendessem ao passo incerto. perante a visita do amigo que te fosse levar alguns minutos de solidariedade. p. o Senhor respondeu: — Imagina-te vitimado por mudez que te iniba a manifestação do verbo escorreito e pensa quão grato te mostrarias ao companheiro que falasse por ti a palavra encarcerada na boca. após narrar a Parábola do Bom Samaritano. “Imagina-te caído e desfalecente. Pelo Espírito Emmanuel. 185-187.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 7 Anexo O homem bom* Emmanuel Reunião pública de 6/7/59 Questão nº 918 Conta-se que Jesus. que farei para ser considerado homem bom? Evidenciando paciência admirável. 267 . diante da indulgência dos que te desculpassem a falta. — Então — repetiu Jesus com bondade —. indagou-lhe o Divino Amigo: — Em teu parecer. “Imagina-te fatigado e intemperante e observa quão reconhecido ficarias para com todos os que te ofertassem a oração do silêncio e a frase de simpatia.” Em seguida ao intervalo espontâneo. e mentaliza o bálsamo com que te acalmarias. quais teriam sido os homens bons nessas circunstâncias? — Os que usassem de compreensão e misericórdia para comigo — explicou o interlocutor. segue adiante e faze também o mesmo. sob o sarcasmo de muitos. alentando-te o recomeço.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 7 “Imagina-te em erro. 268 . acerca do futuro. no conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos.. os a quem liberta das torturas da dúvida. porque sentem e compreendem.. em matéria doutrinária.MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 8 Os bons espíritas Objetivos »» Citar as principais características dos bons espíritas. aqueles a quem levantou o ânimo na aflição.Livro IV . [. Religião: Item: O Cristianismo. A gênese: Cap. nosso Mestre.EADE . Item 4.] Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.]. mas os que dele recebem a consolação para suas almas. »» Explicar como se identifica o verdadeiro espírita.. [.. XVII. »» Outra coisa não fazem os espiritistas. 269 .. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo: Cap. Esses os de fé inabalável. »» [.]. não lhe podem compreender a força moral.Os que no Espiritismo unicamente procuram efeitos materiais.] não são os que se sentem tocados pela observação de fenômenos extraordinários.]. Ideas principais »» Os sinceros adeptos mais sinceros do Espirtismo [. [. XV. Item 28. que hauriram forças na certeza.. Carlos Imbassahy. Allan Kardec.... que não seja admitir os ensinos do Cristo.. que lhes trouxe. além da matéria. Compreendem. Em geral.] o Reino do Cristo ainda não é da Terra.1 Nem todas as pessoas que participam de uma Casa Espírita são. a um só tempo.. como Mestre e Senhor. Somos servos Dele. que como [. portanto. as que continuam vinculadas a outras interpretações religiosas. nos círculos de luta.. é necessário não fugir do mundo. Há. propriamente dito. é espiritualista. 16:13. “[. inclusive. Este é o primeiro passo. E. portanto. depois de Deus. Quem quer que creia que em nós existe outra coisa. porquanto é a nossa luz do primeiro dia evolutivo e adquiriu-nos para a redenção com os sacrifícios de seu amor. ou se apegará a um e desprezará o outro. antes de ser espírita. espíritas. compreender o caráter transitório da existência carnal.. Bíblia de Jerusalém).] Falar-lhe dos Espíritos. para isso. pois existem diferentes motivos que conduzem uma pessoa ao Centro Espírita. consagrar-se ao Mestre como centro da vida e oferecer aos semelhantes os seus divinos benefícios. que não ignoram a transitoriedade dos atrativos da vida no plano físico e que servem a Jesus. que buscam algo além das condições materiais em que o mundo se encontra mergulhado: “[.. com humildade. 270 . A tarefa primordial do discípulo é. a despeito de apreciarem os ensinamentos do Espiritismo. são pessoas espiritualistas. Precisamos atender-lhe aos interesses sublimes. o que não implica a crença nos Espíritos e nas suas manifestações.. igualmente.. nem das responsabilidades que nos cercam. Ele é o Senhor único. transformar a parte de serviço confiada ao nosso esforço. efetivamente. servidores que se empenham em se tornar pessoas de bem. Os espíritas são. ou odiará um e amará o outro.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 Subsídios Ensina o Evangelho o papel que os espíritas devem desempenhar na sociedade : Ninguém pode servir a dois senhores: com efeito.. para os filhos da Terra. sim.] Todas as religiões são necessariamente fundadas sobre o espiritualismo. é preciso que o indivíduo seja espiritualista. antes que esteja convencido de que tem uma alma. em célula de trabalho do Cristo. O vício e o dever não se aliam na marcha diária. com direitos inalienáveis.] Cristo é a linha central de nossas cogitações. não se pode satisfazer a Jesus e ao mundo. [..”2 Sendo assim. mas. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro (Lucas. convém nos certificarmos de sua opinião relativamente à alma. na sua individualidade após a morte. A crença nos Espíritos constitui sem dúvida a sua base. Também já dissemos que o Espiritismo diz respeito a todas as questões que interessam à Humanidade. isto é. mesmo por meio dos fatos..5 [. Ele necessita esclarecer-se a respeito dos fundamentos doutrinários. de tentarmos convencer um incrédulo.”3 [. Falta-lhes apenas coordenar e formular os pensamentos.. 1. se ele acredita na sua existência.[. como primeira condição.] São. Não dizemos que não comporte exceções. espiritualistas por princípio. mas essa crença não basta para fazer de alguém um espírita esclarecido.3 O segundo passo é conduzir o adepto ao estudo espírita. Seu campo é imenso e devemos encará-lo principalmente pelas suas consequências. em geral. há um grupo numeroso de simpatizantes da Doutrina Espírita. mas que ainda não se revelam como verdadeiros espíritas: ainda têm muitas dúvidas a respeito dos fatos espíritas ou dos ensinamentos do Espiritismo. Allan Kardec esclarece:4 Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência. provavelmente haverá outra causa que o torna menos refratário. sem que admita as premissas. Se a resposta for negativa.] Antes. Mas.]. quem quiser conhecê-lo seriamente deve. toda uma filosofia. Portanto. Kardec os nomeou de indecisos. Na maioria deles há uma vaga intuição das ideas espíritas. Neste contexto. neste caso. Os cursos regulares de Doutrina Espírita. como a crença em Deus não é suficiente para fazer um teólogo. CATEGORIAS DOS ADEPTOS DO ESPIRITISMO Entre os frequentadores das casas espíritas. Eis aí a regra... objetivos e finalidades do Espiritismo.. na sua sobrevivência ao corpo. ser aprendido como se estivéssemos brincando. quais são as proposições. as palestras evangélico-doutrinárias e os livros espíritas são fundamentais para atender a essa finalidade.. falar-lhe dos Espíritos seria pura perda de tempo. uma aspiração de qualquer coisa que não podem definir. pois não lhe será possível aceitar a conclusão.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 é começar por onde se deve acabar. pois. dispor-se a um estudo sério e convencer-se de que ele não pode. a claridade 271 . como nenhuma outra ciência. Para eles o Espiritismo é um traço de luz. A influência da Doutrina sobre o caráter deles é insignificante ou nula. o orgulhoso se conserva cheio de si. Convencidos de que a existência terrestre é uma prova passageira. Nós lhes chamaremos espíritas experimentadores.7 2º) os que vêem no Espiritismo mais do que fatos.6 Entre os espíritas. há também diferentes categorias. porque ele os liberta das angústias da incerteza. se sempre tomasse o lado bom das coisas.8 3º) os que não se contentam em admirar a moral espírita. tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela senda do progresso. possuem o sentimento inato dos seus grandes princípios e esse sentimento se reflete em algumas passagens de seus escritos e de seus discursos.8 4º) há.. O avarento continua sovina. São os espíritas imperfeitos. Suas relações são sempre seguras.. esforçando-se por fazer o bem e reprimir seus maus pendores. oradores. A espécie humana seria perfeita. sobretudo as básicas. A caridade é. propriamente ditos. 1º) os que creem pura e simplesmente nas manifestações. porque a convicção que nutrem os afasta de todo pensamento do mal. constituem uma variedade. a sua regra de conduta. moralistas e nos filósofos antigos e modernos. que conhecem as obras espíritas. Por isso mesmo o acolhem com avidez. os que estudam os postulados da Doutrina Espírita. Consideram a caridade cristã apenas uma bela máxima. Sem jamais terem ouvido falar da Doutrina Espírita.. O exagero é preju272 . em tudo. a tal ponto que os seus ouvintes presumem que eles são completamente iniciados.5 Há também um outro grupo. uma série de fatos mais ou menos curiosos. finalmente. os espíritas cristãos. ou uma subdivisão da classe precedente. mas não a praticam. o invejoso e o ciumento são sempre hostis. São os verdadeiros espíritas.6 [.] A bem dizer. ou melhor. como assinala Allan Kardec. única que os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espíritos. o Espiritismo é apenas uma ciência de observação. mas a praticam e aceitam todas as suas consequências. Não modificam em nada os seus hábitos e não se privam de um só prazer. nos poetas. admiram a moral daí decorrente. Encontramos numerosos exemplos desse fato nos escritores profanos e sagrados. os espíritas exaltados. que não deixa de ser singular. compreendem sua parte filosófica. denominados pelo Codificador do Espiritismo como de espíritas sem o saberem. Para eles.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 que dissipa o nevoeiro. em matéria doutrinária. Os que não vêem no Espiritismo senão efeitos materiais. Podem ser comparados. aquilo que a reflexão e o exame demonstrariam ser absurdo e mesmo impossível. levando a aceitar.. ao semeador que. no conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos. como ensina a Parábola dos Talentos (Mateus.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 dicial em tudo... movido pelo propósito de auxiliar a seus irmãos em humanidade. os que se libertam da tortura da dúvida..] Seus mais sinceros adeptos não são os foram tocados pela observação de fenômenos extraordinários. São os menos aptos para convencer a quem quer que seja. São esses os de fé inabalável. como consta da Parábola do Semeador (Mateus. mas os que dele recebem a consolação para suas almas.. porque sentem e compreendem. porém. pois se esforçam em ser bons cristãos.9 Os bons espíritas estão incluidos. porque todos desconfiam. [. O entusiasmo.[.]. 13: 3-9)..]. CARACTERÍSTICAS DOS BONS ESPÍRITAS Os bons espíritas não são meros seguidores ou adeptos da Doutrina Espírita.. 25: 14-30).. e com razão. Graças à boa-fé que os anima.10 O bom espírita é. no tocante aos fenômenos do mundo invisível. Possuem qualidades que os diferenciam dos demais indivíduos. 1) [. do julgamento deles. produzindo inúmeros frutos. também.11 273 . são iludidos pelos Espíritos mistificadores e pelos homens que procuram explorar a sua credulidade.] Outra coisa não fazem os espiritistas. apenas seguindo as orientações do Evangelho.. que é a dos verdadeiros espíritas ou dos espíritas cristãos. nosso Mestre. cristão. aquele a quem levantou o ânimo na aflição. portanto. Assemelham-se ao servidor que multiplicou os talentos recebidos de Deus.. sobretudo. que hauriram forças na certeza de um futuro feliz. Esta espécie de adeptos é mais nociva do que útil à causa do Espiritismo. sem esperar qualquer tipo de retribuição. não podem compreender a sua força moral.]. [. espalha a boa semente dos ensinamentos pelos campos do mundo. que não seja admitir os ensinos do Cristo. No Espiritismo ele incute confiança demasiado cega e frequentemente pueril. não reflete: deslumbra. 2. com muita facilidade e sem verificação.[. na terceira categoria. se acha em grau superior de adiantamento moral.. [. eu creio! Ajuda a minha incredulidade!13 4) Em todos os instantes. a quem bastam alguns acordes para comover.] Aquele que pode ser.. os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar as fibras que nos outros se conservam inertes. na atualidade. Todas as verdades encontram-se no Cristianismo. [. qualificado de espírita verdadeiro e sincero.. ao passo que o outro apenas ouve sons. O Espírito.. Numa palavra: é tocado no coração.[.14 O bom espírita na descura da sua melhoria espiritual.. Um é como o músico.12 3) [. 1) [. E eis que do além-túmulo. este o segundo... aquele que estuda. com razão. no Senhor Jesus.] Crede que o Espiritismo é o restaurador do Cristianismo em sua primitiva e gloriosa pureza e que os espíritas sinceros são... com o tempo.18 274 . que nos ampara nas obras do bem eterno. atormentados por dificuldades e crises de toda espécie — aflitiva colheita de velhos males — . os erros que nele se arraigaram são de origem humana.. Jesus é o Divino Pastor.] E é assim que. aceita e pratica com fidelidade os salutares princípios doutrinários.. cada qual de nós tem necessidade de prosternar-se perante o Mestre Divino.].15 2) [. este o primeiro ensinamento. a exorar em contraditória rogativa: Senhor..].17 O bom espírita sabe exemplificar. enfermiço ou semi-morto. a renovação do espírito humano.].16 3) [... que julgáveis o nada. dá-lhe uma percepção mais clara do futuro. Jesus Cristo é o vencedor do mal.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 2) [..] Espíritas! amai-vos. por excelência. instruí-vos.. que nele domina a matéria de modo mais completo.. erigidos por edificante monumento tendente a operar.. os cristãos mais diretamente responsáveis pela substancialização dos ensinamentos que o nosso Divino Mestre legou à Humanidade. pois. guardando n’alma o próprio sonho de felicidade...[.].[.]Espírita é. [..] Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. à maneira do escriba do Evangelho. reconhecer-se na presença de Jesus.] Em todas as circunstâncias. eleger.. Somos o rebanho. sede os vencedores da impiedade”. vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. daí por que é inabalável a sua fé. o Mestre invariável de cada dia. . ________. 2009. 6. 142. ed. Afastai. modesto. Item: Espiritismo e espiritualismo. p.. seja preciso que vos mortifiqueis com cilício e vos cubrais de cinzas. ________. mas. 299-300. ed. caridoso. verdade e vida. 1. Primeira parte. que na vossa felicidade nunca entre um pensamento ou um ato que o possa ofender. Item 28. p.] À virtude assim compreendida e praticada que vos convido.. praticante da caridade.. XAVIER. segundo as necessidades da Humanidade. 2009.].. Não. 28. [.]. 2008.III. portanto. ________. Cap. p. p. Francisco Cândido. laborioso.20 3) [. 5. 1) A virtude. Rio de Janeiro: FEB. KARDEC. ed. 45-46. desde o menor até o maior. [. os deveres da caridade se estendem as todas as posições sociais. vaidade. 275 . Caminho. 1.. 34. é a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita que vos incito a consagrar-vos. mas. Item 18.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 O bom espírita esforça-se para ser virtuoso. que sempre tiram o encanto das mais belas qualidades. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB. [. são qualidades do homem virtuoso. ou fazer que se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. de vossos corações tudo o que seja orgulho. 2.19 2) [.. de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. p. na prática da caridade absoluta. ainda uma vez vos dizemos. 51.] Sois chamados a entrar em contato com espíritos de naturezas diferentes. 51. Somente no contato com os seus semelhantes. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 7. para viverdes em constante comunhão conosco.] A perfeição está toda. que. [. Ser bom. sóbrio.. ________. Deus é amor. Item 19. amor-próprio.. Sede felizes.. porém. p. Item 27. Ele abençoa aqueles que amam santamente. Item 26. Allan. como disse o Cristo. para viverdes sob as vistas do Senhor. 47. ________.21 Referências 1. I. no mais alto grau. é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Cap. não. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4. meus filhos. p. 3.. 51-52.. O homem que vivesse isolado não teria nenhuma caridade a praticar.O que é o espiritismo. O livro dos médiuns.] Não imagineis. Rio de Janeiro: FEB. nas lutas mais penosas é que ele encontra ocasião de praticá-la. 18. 153 e 155. 92. p. 340. O evangelho segundo o espiritismo. 417. 47. Item 28. 79. ed. Allan. b) como se reconhece o verdadeiro espírita. 2002. 340. 63 (Orando e vigiando– mensagem do Espírito Guillon Ribeiro). ________. Item 5. p. Item: O cristianismo. Cap. Por diversos Espíritos. 348. Cit. ed. O evangelho segundo o espiritismo. p. 280 . XL. p. Item 4. p. XAVIER. ed. p. Rio de Janeiro: FEB. p. 349. p. Item 10.Op. inserida em anexo. VIEIRA. 2005. 11. 10.Cap. 1. Rio de Janeiro: FEB. XVII. Rio de Janeiro: FEB. p. PERALVA. Cap. realizadas por relatores indicados pelos grupos.21(Discípulos do cristo – mensagem do Espírito Jacinto Fagundes). Rio de Janeiro: FEB. 2006. 9. XVII. 17. Cap. 275. 13. Cap. Conduta espírita. XAVIER. Religião. Por diversos Espíritos. p. 344. Allan. 52. Instruções psicofônicas. Após as apresentações. p. 20. 19. Estudando a mediunidade. ed. oferecendo visão panorâmica dos seus conteúdos. p. 2009. Item 8. 2008. ________. 5. 27. Francisco Cândido. Tradução de Evandro Noleto Bezerra.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 8. Rio de Janeiro: FEB. 9. Cap. Pelo Espírito André Luiz. XV. ed. Item 4. Rio de Janeiro: FEB. Francisco Cândido e VIEIRA. IMBASSAHY. Cap. 21. 14. Observação: informar aos participantes que o assunto da próxima reunião (A humanidade regenerada) será desenvolvido na forma de 276 . Encerrar o assunto. KARDEC. VI. utilizando as ideas de Emmanuel desenvolvidas na mensagem Palavras aos espíritas. 52-53. _______. p. ________. Martins. Dividir a turma em dois grupos para leitura dos subsídios. 153. fazer uma síntese do estudo. procurando esclarecer dúvidas e fortalecer o entendimento do assunto estudado. A gênese: os milagres e as previsões segundo o espiritismo. 2008. ed. O espírito da verdade. _______. ed. 16. Carlos. 12. 28. _______. 1. Cada grupo deve discutir e elaborar breve apresentação sobre um dos seguintes temas: a) as principais características dos bons espíritas. 17. ________. p.Cap. Waldo. 2009. KARDEC. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Waldo. Rio de Janeiro: FEB. Orientações ao monitor Realizar uma breve explanação sobre o assunto deste Roteiro de Estudo. 15. transfigurando-lhe as lições em serviço de aprimoramento da Humanidade. a intolerância é a matriz do fratricídio. há muitos séculos. Item: Palavras aos espíritas. E a lei da guerra de conquista é o império da rapina e do assalto. acendendo fogueiras e semeando ruínas em rajadas de sangue e destruição. então. por um expositor especialmente convidado. da violência e da crueldade. proscrevendo a honra e aniquilando a cultura. assim. Como outrora Jesus revelou a Verdade em amor. cabe agora ao Espiritismo confirmar-lhe o ministério divino. Espíritas! Lembremo-nos de que templos numerosos. usando a própria vida como espelho do ensinamento de que se fizera veículo. erigiram pedestais de intolerância para si mesmos. efetuando porfiosa corrida ao poder humano. Somos. Pelo Espírito Emmanuel. 2008.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 seminário. Anexo Palavras aos Espíritas* Emmanuel Espiritismo revivendo o Cristianismo — eis a nossa responsabilidade. e o fratricídio é a guerra de conquista em ação. fascinados que se achavam pela posse da autoridade e do ouro. Todavia. falam Dele. Recomenda. E porque não puderam acomodar-se aos imperativos do Evangelho. no seio das religiões bárbaras de há dois mil anos. chamados à tarefa da restauração e da paz. olvidando-lhe a abnegação e a humildade. Francisco Cândido. * XAVIER. 21. e preparação de um questionário que será dirigido ao expositor no momento apropriado. à turma. Religião dos espíritos. 277 . ed. sem que essa restauração signifique retorno aos mesmos erros e sem que essa paz traduza a inércia dos pântanos. remunerando a astúcia e laureando o crime. da insolência e do ódio. leitura prévia do Roteiro de Estudo. Rio de Janeiro: FEB. destemerosos e otimistas. Nem conflitos estéreis. Sigamos. Herdemos do Cristo a esperança operosa. cultuemos as bases codificadas por Allan Kardec.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 8 É imprescindível estudar educando. 278 . desdobrando o Cristianismo. porquanto ao espírita não se permite a expectação da miopia mental. Nem exotismos. Nem fanatismo dogmático. mas não vos esqueçais de que o Divino Mestre superou a aridez do raciocínio com a água viva do sentimento. Nem bajulação às conveniências do mundo. Imitemos do Cristo a caridade intemerata. Não basta a fé para vencer. Nem tronos de ouro. Não vos afasteis do Cristo de Deus. Saibamos preservar e defender a pureza e a simplicidade de nossos princípios. seguros no dever e leais à própria consciência. é claro como o Sol. Nem perturbação fantasiada de grandeza intelectual. Acima de tudo. e trabalhar construindo. O Espiritismo. Nem mensagens de terror. sob pena de converterdes o fenômeno em fator de vossa própria servidão às cidadelas da sombra. Aprendamos do Cristo a mansidão vigilante. a fim de que o mundo moral do homem não se transforme em pavoroso deserto. sob a chancela do Senhor. Mantendo o cérebro e o coração em sincronia de movimentos. no rumo do Bem Eterno. na certeza de que o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo está empenhado em nossas mãos. pois. assinalando-nos as vidas renovadas. nem algemeis os punhos mentais ao cientificismo pretensioso. à frente. Tenhamos do Cristo o exemplo resoluto. Nem vaticínios mirabolantes. Não nos percamos em labirintos desnecessários. É preciso que a fidelidade aos compromissos assumidos se nos Instale por chama inextinguível na própria alma. a insuficiência de suas instituições para lhe dar felicidade. as satisfações legítimas a que se sente com direito. E é no momento em que ela se encontra muito apertada na esfera material... em busca de novos horizontes menos limitados. anunciadas por Jesus. É por isso que se despoja das fraldas da infância e se lança. de crescimento moral. impelida por uma força irresistível. 18... Da adolescência ela passa à idade viril. 279 .Livro IV .MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 9 A humanidade regenerada Objetivos »» Assinalar as principais mudanças previstas para o período de Regeneração da Terra. para margens desconhecidas. item 14. aspirações mais vastas e mais elevadas. que ora chega a Humanidade. ou. É a um desses períodos de transformação. [. Ideas principais »» A Humanidade. no estado das coisas.]. em que transborda a vida em que o sentimento da espiritualidade lhe desabrocha no seio [. »» Analisar as principais características dos Espíritos que constituirão a geração nova que surgirá no Planeta. tornada adulta. compreende o vazio com que foi embalada.EADE . Cap. tem novas necessidades.]. já não encontra. se o preferirem. Allan Kardec: A gênese. Bíblia de Jerusalém). a lua não dará claridade. em seguida expressas. que resultará do código de moral evangélica. depois daquela tribulação. Subsídios Vimos no Roteiro 5 (A transição evolutiva da humanidade terrestre) que Jesus anuncia. virão os de alegria”. a do reinado do bem. primeiramente a predição das calamidades de todo gênero que assolarão e dizimarão a Humanidade. passando os homens a viver sob a égide da sua lei. no seu Sermão Profético ou Discurso Escatológico (Mateus 24:6-31. vinculados à situação de convulsão moral e social do que aos fenômenos materiais: “[. Em segundo lugar. durante o período da regeneração: Logo após a tribulação daqueles dias. porém. o sol escurecerá. pois que Ele presidirá à sua implantação.] Esses indícios. previsões que caracterizam os períodos de transição e de regeneração da vida planetária. Será o reinado da felicidade. Lucas. as estrelas cairão do céu e os poderes do céu serão 280 . por toda a Terra. Será verdadeiramente o reino de Jesus. se podem deduzir das suas alusões”. lembrando as previsões de Jesus. as ideas progressistas e as ideas retrógradas. Sermão Profético. Informa. porém. e os poderes que estão nos céus serão abalados. E verão o Filho do Homem vindo entre nuvens com grande poder e glória. visto dizer Ele que “depois dos dias de aflição. 13:1-37. 21:5-44)..1 Kardec informa também. Marcos. não estarão nem no Sol. o sol escurecerá. pela segunda vez. a lua não dará a sua claridade. da extremidade da terra à extremidade do céu. Então ele enviará os anjos e reunirá seus eleitos. a fé e a incredulidade. igualmente. As estrelas estarão caindo do céu. em A gênese. 13:24-27. muitos religiosos acreditam que Jesus retornará ao mundo. nem nas estrelas. dos quatro ventos. mas no estado social e nos fenômenos mais de ordem moral do que físicos e que.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 »» Naqueles dias.] Há. do Evangelho restaurado na sua pureza primitiva.. em parte.2 Em razão das palavras finais do Sermão Profético. decorrentes da luta suprema entre o bem e o mal. posto em prática por todos os povos. assim sintetizados por Allan Kardec: [. que será o da paz e da fraternidade universais.. Jesus (Marcos. que eles serão conhecidos por sinais precursores (“sinais dos tempos”). a da difusão. que não se sabe exatamente a data de ocorrência de todos esses acontecimentos.. depois. 281 . nem está por vir. que este texto evangélico não oferece a certeza de que o Cristo retornará ao Planeta por meio de um novo nascimento. “o aparecimento” de Jesus no céu pode ser uma referência à época em que a Humanidade esteja vivenciando o Evangelho. [. O bom trabalhador. é o ensejo bendito de servir. tal como aconteceu há mais de mil anos. a lição do Mestre reveste-se de maravilhosa significação. compreende. assim. Valoriza todos os elementos colocados em seus caminhos. temos condições de afirmar. Vemos. aproveita-lhe as lições. não será suficiente ser servidor da seara do Cristo. ao som da grande trombeta. Ele enviará os seus anjos que. ante as previsões anunciadas: para merecermos a oportunidade de continuar nossa evolução na Terra é preciso fortificar o Espírito durante os desafios da Transição. Não depende das estações. aqui e agora. como respeita as possibilidades alheias. característicos do período. 24: 29-31.3 O início do Período de Regeneração da Humanidade terrestre estará assinalada por importante transformação no seio da sociedade planetária. de uma extremidade até a outra extremidade do céu (Mateus. É o dia de hoje. Isto é.. mas bom servidor. Na regeneração. É amigo da Natureza. porém. e todas as tribos da Terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória. a fim de edificá-lo. antes de tudo.]Os cegos de espírito continuarão queixosos.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 abalados. não adiando o aprendizado nem fugindo dos testemunhos edificadores. Algo. Neste sentido. reunirão os seus eleitos dos quatros ventos. As palavras finais do Sermão Profético podem ser também simbólicas. mas a oportunidade dos homens é permanentemente para a colaboração perfeita no Evangelho. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem.. em nome do Senhor. ou se ele surgirá materializado na atmosfera do globo terráqueo. tem bom ânimo. no entanto. no entanto.. No torvelinho das incompreensões do mundo. os que acordaram para Jesus sabem que sua época de trabalho redentor está pronta. Planta com o mesmo entusiasmo as frutas do frio e do calor. não devemos aguardar o reino do Cristo como realização imediata.. o sentido profundo da oportunidade que recebeu. encontra na aspereza da semeadura e no júbilo da colheita igual contentamento. Bíblia de Jerusalém). não passou. chega-se a compreender que o complemento desse bem-estar somente pode achar-se no desenvolvimento moral. É a um desses períodos de transformação.4 1. É por isso que se despoja das fraldas da infância e se lança. não se trata de uma mudança parcial. se achará possuída de ideas e de sentimentos muito diversos dos da geração presente. no estado das coisas. para ela trabalham. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO DE REGENERAÇÃO A Era da Regeneração corresponde à fase adulta da Humanidade. para margens desconhecidas. em que o sentimento de espiritualidade lhe desabrocha. aspirações mais vastas e mais elevadas. se o preferirem. em que transborda a vida intelectual. mesmo sem o saberem. refreando as paixões más. com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas. como o estão hoje os tempos da Idade Média. impelida por uma força irresistível.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 Nestes tempos. que lhe são mais opostos. que se opera no sentido do progresso moral. ou. Da adolescência ela passa à idade viril. que se vai a passo de gigante. compreende o vazio com que foi embalada. tornada adulta. Depois de se haver. a paz e a fraternidade. 282 . a uma raça. ou a um povo. [. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se. Aliás. as satisfações legítimas a que se sente com direito..5 »» Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra. somente esse progresso poderá fazer que reinem entre as criaturas a concórdia. tem novas necessidades. todos sabem quanto ainda deixa a desejar a atual ordem de coisas.]. As principais características que assinalam o período são as que se seguem..]. que ora chega a Humanidade. E é no momento em que ela se encontra muito apertada na esfera material. [. A geração futura. assim como a Transição assemelha-se à adolescência.. já não encontra. e os homens.. Trata-se de um movimento universal. de certo modo. desembaraçada das escórias do velho mundo e formada de elementos mais depurados. de crescimento moral. O velho mundo estará morto e apenas viverá na História. em busca de novos horizontes menos limitados. a insuficiência de suas instituições para lhe dar felicidade. esgotado todo o bem-estar material que a inteligência é capaz de produzir. Crescimento moral »» A Humanidade. porém. de uma renovação limitada a certa região. a alma. que confundirá os homens numa mesma crença fundada nas verdades eternas. Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos. mas de uma verdade palpável. visto que. que o mal vem dos homens e não dele.]. isento dos prejuízos da ignorância e da superstição... todos se considerarão filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos uns aos outros.9 Rejeição ao materialismo 283 . de que esse Deus. Já não se trata de uma vaga esperança. benevolência para com todos. não a fé em tais ou quais dogmas particulares. nada pode querer de injusto.. tão certa como a sucessão do dia e da noite. [. tolerância para todas as crenças. mas não há fraternidade real. o futuro. que mudam com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam. por isso mesmo. mas a fé nos princípios fundamentais que todos podem aceitar: Deus.6 Compreensão geral sobre sobrevivência do Espírito [. Essa base é a fé. secundado então pelo progresso da inteligência. todos terão por divisa: caridade. o progresso individual indefinido. soberanamente justo e bom. não sujeitas a controvérsias e. que já viveu e tornará a viver e que nada se perde do que já ganhou em perfeição. poderá deduzir o que virá a ser um dia.] O homem já não caminha às cegas: sabe de onde vem. aceitas por todos. a perpetuidade das relações entre os seres..EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 Será ele que derrubará as barreiras que separam os povos..]8 »» Se supusermos a maioria dos homens imbuída desses sentimentos. que fará que caiam os preconceitos de casta e se calem os antagonismos de seitas. pelo que é hoje. para onde vai e por que está na Terra.. Ele sabe que o seu ser não se acha limitado a alguns instantes de uma existência efêmera. poderemos facilmente imaginar as modificações que daí resultarão para as relações sociais.7 O amor ao próximo é a base das relações sociais »» A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social. anatematizando-se uns aos outros. ensinando os homens a se considerarem irmãos e a se auxiliarem mutuamente e não destinados a viver uns à custa dos outros. fraternidade. O futuro se lhe revela em sua realidade. encontra nas existências anteriores a razão do que é hoje e reconhece que. que a vida espiritual não se interrompe com a morte. alimentam o antagonismo. Será ainda o progresso moral. sólida e efetiva se não se apoiar sobre base inabalável. [. exterminados. Avançando para o mesmo alvo e realizando seus objetivos. combatidos. lá onde o vácuo se fizera. desde todos os tempos. Os homens 284 . e de todos os pontos do mundo reúnem-se em comícios universais. Os preconceitos de raça se enfraquecem. eles suprimem as barreiras que os separavam. os povos começam a considerar-se membros de uma grande família. em vez de irmãos a serem amados. para a realização de todas as ideas humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. parece ter sido um sono.10 Unidade de crença religiosa A unidade de crença será o laço mais forte. na repulsão instintiva que se manifesta contra as ideas materialistas.12 As ideas espíritas servirão de apoio à melhoria espiritual »» A nova geração marchará. sob o influxo e por iniciativa de homens evidentemente predestinados à obra da regeneração. Involuntariamente. pela uniformidade e facilidade dos meios de realizarem suas transações. e as levava a rejeitar com a forma a própria substância de toda crença.. para os torneios pacíficos da inteligência [.11 As mudanças atingirão todas as áreas do saber humano Essa fase já se revela por sinais inequívocos. que as leis penais se impregnam dia a dia de sentimentos mais humanos. pelos antagonismos religiosos que dividem os povos e as famílias. o fundamento mais sólido da fraternidade universal. uma esperança. por tentativas de reformas úteis. um ponto de apoio. que fazem que os dissidentes sejam vistos pelos outros como se fossem inimigos a serem evitados. ignorantes ou esclarecidas.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 Um sinal não menos característico do período em que entramos é a reação evidente que se opera no sentido das ideas espiritualistas. a cujo despertar se sente a necessidade de respirar um ar mais vivificante.]. procura-se alguma coisa. civilizadoras e emancipadoras. impedida de efetivar-se. o Espiritismo se encontrará com ela no mesmo terreno. por ideas grandes e generosas — que começam a encontrar eco. É assim que vemos fundar-se uma imensidade de instituições protetoras. pois. O Espírito de incredulidade que se apoderara das massas.. por isso. mais que para o presente. nos novos homens.. A GERAÇÃO NOVA Raramente ocorre transformação abrupta na vida e no comportamento do ser humano. pela generalidade das questões que abrange. Surgiu no momento em que podia ser útil. [. espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo [.]. Neste sentido. e os flagelos naturais.]”. com desenvolvimento da inteligência e da moral. no início do período nem todos os habitantes da Terra demonstrarão sinais de efetiva transformação: “Certamente o número de retardatários ainda é grande. Nesta fase.. porque preparam as vias da regeneração pela unificação e pela racionalidade das crenças. intelectual e moralmente. mas.16 285 . e de orientá-la na construção do bem.] Os espíritos cansados da dúvida e da incerteza. Entretanto. que podem eles contra a onda que se levanta.. por suas tendências progressistas. preparando-a para participar da regeneração. visto que também para ele os tempos são chegados.13 »» O Espiritismo não cria a renovação social. horrorizados com o abismo que se lhes abre à frente. o acolhem como âncora de salvação e suprema consolação. biológicas e espirituais.14 2. ao passo que eles somem com a geração que vai desaparecendo todos os dias a passos largos. pois.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 progressistas descobrirão.. aconselha o Espírito Doutor Barry em mensagem que faz parte de A gênese: “É. Pelo seu poder moralizador.. o Espiritismo. que trabalhais. será para eles tanto de ganho e de penas poupadas”. mas era necessário que esses trabalhos fossem elaborados previamente. [. em todas as regiões da Terra. está apto a secundar o movimento regenerador.15 A Humanidade da Regeneração apresentará características próprias. uma poderosa alavanca e o Espiritismo achará. Assim as primeiras mudanças que transcorrerão no período de transição têm como base as provações. Felizes os que os aproveitam desde hoje. nas ideas espíritas. que renascerão com a finalidade de amparar a Humanidade em suas provações. a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. pela amplitude de suas vistas. ele é contemporâneo desse movimento. para o futuro. a misericórdia divina permitirá a reencarnação de Espíritos mais esclarecidos. senão atirar-lhe algumas pedras? Essa onda é a geração que surge. individuais e coletivas.. mais do que qualquer outra doutrina. o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.. uns em mundos inferiores.]. que farão reinarem em seu seio a justiça. a ela voltarão. como de costume. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo. acontecerá grande migração de Espíritos. a paz e a fraternidade. das disposições intuitivas e inatas. se processará exteriormente.18 »» Não se comporá de Espíritos eminentemente superiores. outros em raças terrestres ainda atrasadas. já tendo progredido. mas dos que. torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. e nos primeiros tempos da Regeneração.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 No final da Transição. 286 . se acham predispostos a assimilar todas as ideas progressistas e estejam aptos a secundar o movimento de regeneração. No dizer dos Espíritos.. lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso [. aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido.17 Características dos Espíritos que constituirão a geração nova: »» As duas gerações que se sucedem têm ideas e pontos de vista opostos. a Terra não deverá transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. aí não mais tornarão a encarnar. pois... serão excluídos. Em cada criança que nascer. aliadas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas. em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal. mas com uma única e capital diferença: uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra. virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. Pela natureza das disposições morais e. sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Serão substituídos por Espíritos melhores. já não sendo dignos do planeta transformado. Muitos.18 »» Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral. os que chegam mais aperfeiçoados.] ainda não tocados pelo sentimento do bem. equivalentes a mundos inferiores. ao contrário.18 »» Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos [todos] sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. que antes nela encarnaria. e os que partem da Terra “[. sobretudo. tendo por missão fazê-las avançar. a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces. se assim não fosse. Tudo. pois se atrasaram porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo. visto que.”17 Irão expiar o endurecimento de seus corações. os quais. Item 17. 522. Pelo Espírito Emmanuel. p. ________. 534. Rio de Janeiro: FEB. KARDEC. ________. p. 18. ________. 532. Item 57. ________. 73. ________. p. p. 12. Item 15. p. Cap. 28. p. Item 27. 15. Item 22. Item 29. Item 23. 14. Allan. 505. 6. 19. p. Item 25. Item 19. Item 24. A Gênese. 517. Caminho. Rio de Janeiro: FEB. 525-526. Francisco Cândido. 535. ________. Item 14. Cap. verdade e vida. ________. Item 9. Orientações ao monitor Conforme foi anunciado na reunião anterior. 7. a maioria deles verá as coisas de maneira inteiramente diversa da que viam quando em vida. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. p. 13. 161-162. p. 528-529. ed. ________. 2. Para isso. ________. são auxiliados por Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar o falso caminho em que seguiam.19 Referências 1. 17. 2009.p. Item 26. p. item 6. conforme os numerosos exemplos que conhecemos. ________. 1. 5. Cit. 529. 531. ________. p. p. esclarecendo-lhes que o seminário será desenvolvido em três etapas assim especificadas: 287 . Cap. p. 8. apresentar o convidado aos participantes. 3. 2009. 504. p. ________. ________.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 Nesses. 18. 530-531. Item 19. 11. ________. 17. a casca é pior do que o miolo. Op. p. p. p. 532. Allan. ________. 4. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corpóreo. 16. 530. KARDEC. 533. XAVIER. p. Item 21. ed. 10. A Gênese. item 56. 536. 532-533. 9. Item 28. 526-527. ________. pelo convidado.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 9 a) Exposição do tema. se for o caso. O monitor encerra o estudo por meio de breve síntese dos temas estudados. 288 . c) Debate a respeito de ideas suscitadas a partir das respostas dadas pelo expositor. por 45 minutos. b) Perguntas que serão dirigidas ao expositor pela turma. um pouco mais cedo.. pelos espíritas. Moisés e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso. 289 .MÓDULO IV A humanidade regenerada Roteiro 10 Os obreiros do Senhor Objetivos »» Esclarecer o significado da expressão “obreiros do Senhor”..]. na sua linguagem varonil. as quais continuaram a ser desenvolvidas através dos séculos pelos apóstolos..Livro IV . pelos sábios.. Ideas principais »» “Obreiros do Senhor” refere-se aos trabalhadores da seara de Jesus que [. finalmente. Cap. »» Jesus gostava da simplicidade dos símbolos e. pelos filósofos e.] Todos viestes quando fostes chamados. os obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas. XX. [.EADE . item 3. pelos mártires. sois todos trabalhadores da última hora.] Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo..] Bons espíritas. »» Correlacionar a parábola dos trabalhadores da vinha e a parábola das bodas com a interpretação espírita de obreiros do Senhor.. XX. meus bem-amados.. [. Cap. pelos Pais da Igreja.. »» Explicar por que o espírita é considerado “trabalhador da última hora”.. com desinteresse e sem outro motivo. senão a caridade! [. à luz da Doutrina Espírita. »» [.. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. item 5.] houverem trabalhado no campo do Senhor. ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente. mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha. o texto integral da parábola). esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho. mais comumente.. Item 2. ao longo dos tempos.] houverem trabalhado no campo do Senhor. apenas lhe faltava o labor.”1 Os obreiros do Senhor são Espíritos que renascerão. senão a caridade! [. era laborioso. [. Subsídios “Obreiros do Senhor”.. módulo III. em mensagem transmitida em Paris. refere-se aos trabalhadores da seara de Jesus que “[. desde o alvorecer.. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus!”. Item 2. no ano de 1862: Deus procede. o trabalhador que tem [. 20:16..2 A frase final desta mensagem do Espírito de Verdade é semelhante ao último versículo da parábola dos trabalhadores da vinha. para a encarnação cujos grilhões arrastais. com desinteresse e sem outro motivo.] direito ao salário porque. durante o período de transição do Planeta. do programa 290 . Bíblia de Jerusalém). Jesus apresenta as principais características dos obreiros do Senhor.. sem que nela quisésseis entrar! Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo: Cap. XX.. parábola dos trabalhadores da vinha. Daí o Espírito de Verdade ter afirmado. »» Nas parábolas da vinha e das bodas. e os primeiros serão últimos (Mateus. XX. para cooperar na obra de regeneração. parte 2. neste momento.] Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo: Cap.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 um pouco mais tarde. em especial.. Tomo II.]. a fim de que não usurpem o salário dos servidores corajosos. ensinada por Jesus: Eis como os últimos serão primeiros. Este texto evangélico.. Parábola que traz notável simbolismo sobre o convite ao trabalho que o Senhor faz as diferentes categorias de servidores. expressão cunhada pelo Espírito da Verdade. foi analisado no roteiro 2. (Veja no anexo 1. pois é aos que não recuaram diante de suas tarefas que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Desde as primeiras às últimas horas do dia está enviando o amorável chamamento para aos humanos fazerem parte de sua equipe espiritual. E o trabalhador que se dedica à tarefa. pelos mártires. pois. foram anunciados e preditos desde a aurora do advento do Messias e receberão a mesma recompensa.4 Assim. OBREIROS DO SENHOR: SIGNIFICADO ESPÍRITA Jesus. representa um período de evolução espiritual da Humanidade. cuja releitura sugerismos. impulsiona não só o próprio progresso espiritual como auxilia a melhoria da comunidade à qual se encontra vinculado. 11: 28-30. Ninguém está só. porque o homem tem de herdar do homem e porque seus trabalhos e seus resultados são coletivos: Deus abençoa a solidariedade.]”. que pode acontecer durante uma ou mais reencarnações. pelos Pais da Igreja. Que digo? Recompensa maior. mais de um propagador da fé cristã se encontram no meio deles. 1. para terminarem a obra que começaram outrora. na sua linguagem varonil. mais de um profeta. mais esclarecidos. Aliás.3 “Jesus compara o Reino dos Céus a um pai que. finalmente. indicada no texto evangélico. pelos filósofos e.. 291 . que vieram por último.. trabalhando. procurou-os de forma variada e por intermédio de mensageiros [. cada hora do dia. conforme podemos confirmar em Mateus. os obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas. mais de um discípulo do Cristo. conforme o grau de aprendizado anteriormente desenvolvido pelo Espírito. Mais de um patriarca. revela-se incansável em sua missão de assalariar servidores para a sua vinha de amor e luz. as quais continuaram a ser desenvolvidas através dos séculos pelos apóstolos. Moisés e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso.]. pois Jesus vela e aguarda.. ou reviverão amanhã. Jesus gostava da simplicidade dos símbolos e. mais adiantados. pelos sábios. do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita-EADE. por entender que a felicidade sem mescla e duradoura repousa no patrimônio moral. muitos dentre eles revivem hoje. manso e humilde. será proporcionado ao mérito da obra [. preocupado com o bem-estar dos filhos e. na seara do Cristo.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 Religião à Luz do Espiritismo. salário. segundo a Parábola dos trabalhadores da vinha. os espíritas aproveitam dos labores intelectuais dos seus predecessores. pelos espíritas.. não mais na base e sim na cumeeira do edifício. Últimos chegados. Estes. porém. Seu. para aceitarem o seu jugo. também denominado trabalhador da última hora. Aí. [. a boa vontade e o esforço que fazem no trabalho que assumiram. em razão da relevância dos seus ensinamentos.] As condições essenciais para os trabalhadores são: a constância. porque todos os filhos da razão.].. Por enquanto. vivenciando os seus ensinamentos.. Onde quer que estejas. trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços. designa o local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre Divino. Em essência. com desinteresse e sem outro motivo...5 Para a Doutrina Espírita.”6 Fato incontestável é que. que. de experiência a experiência..1 »» Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade... por ser o “[. sacrifício e amor. o desinteresse.”7 As condições desses trabalhadores encontram-se na mensagem. do Espírito de Verdade. quem trabalha com afinco na vinha do Senhor. o obreiro do Senhor. é o indivíduo que realiza todas as tarefas que lhe cabem no mundo com dedicação. recorda que te encontras na Vinha do Cristo..] Felizes os que houveram dito a seus irmãos: “Irmão. 292 . ao chegar. senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Felizes os que houverem trabalhado no campo do Senhor.]. A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos. mas perceberão em tempo o clamoroso engano.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 [. mas as leis que presidem aos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas.]. morais e intelectuais. “[. vemo-lo trabalhando desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas. »» [. corporificados na Crosta da Terra.[. Os Obreiros do Senhor. cujos principais conteúdos merecem ser destacados.. Essa verificação nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. se lhe integram no divino amor. Os bons trabalhadores se distinguem por estes característicos... E. consegue alcançar todas as realizações. As coletividades humanas costumam cair em desordem..] trabalhador cônscio das responsabilidades que lhe competem não se desvia dos caminhos retos [. anteriormente citada. a fim de que o Senhor..] O Planeta não é um barco desgovernado.. trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente. vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 encontre acabada a obra”. sois todos trabalhadores da última hora. a fim de que daí não viesse dano para a obra!” [.. portanto. para a encarnação cujos grilhões arrastais.. meus bem-amados. amor e caridade. a tarefa de conhecer e divulgar a mensagem do consolador prometido por Jesus. tal qual a quisestes. houverem retardado a hora da colheita. vós que sois bons servidores. afirma que os espíritas são trabalhadores da última hora. Clamarão: “Graça! graça!” Mas o Senhor lhes dirá: “Por que implorais graças. não passa de um momento fugaz na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade. Nada mais vos cabe pedir. que também faz parte de O evangelho segundo o espiritismo. vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa. que esmagastes o fraco. por mais longa que vos pareça. por efeito das suas dissensões. um dos iluminados Espíritos da Codificação Espírita:9 293 . que é o Espiritismo. Todos viestes quando fostes chamados.]. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: “Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer”. 2.. um pouco mais cedo.] Bons espíritas. sem que nela quisésseis entrar! Eis que chegou o momento de embolsardes o salário.. o Espírito Constantino. os devotados servidores do Senhor que se esforçam para cumprir a lei de justiça. mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha. expressando-se desta forma:8 [. ai daqueles que. OS ESPÍRITAS PODEM SER QUALIFICADOS DE TRABALHADOR DA ÚLTIMA HORA Em outra mensagem. pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão. vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos.]. Destacamos que Constantino está se referindo aos bons espíritas.. É necessário. pois o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim... não ignorar esta exortação de Erasto. despretensiosamente. empregai bem a hora que vos resta e jamais esqueçais que a vossa existência. Almas que aceitam. as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra!” [. um pouco mais tarde. doutrina que revive e explica a mensagem cristã.] Mas. »» [.. em vez de o amparardes? Por que suplicais graças. EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 [...] Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo, sois os eleitos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai: os Espíritos elevados estão convosco. Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as convida incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas. Palavras perdidas, bem o sei; mas, não importa! É preciso regardes com os vossos suores o terreno onde deveis semear, porque ele não frutificará e não produzirá senão sob os esforços reiterados da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai! [...]. 3. OS OBREIROS DO SENHOR E A PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA Uma leitura apressada da Parábola do trabalhador da vinha (anexo 1) pode nos conduzir ao equívoco de supor que Jesus não estaria sendo justo quanto ao pagamento do salário dos trabalhadores, concedendo-lhes o mesmo valor amoedado, independentemente das horas trabalhadas. Haveria falta de equidade, “[...] efetivamente, se todos os trabalhadores tivessem a mesma capacidade e eficiência. Tal, porém não é o que se verifica. [...] Uma vez, pois, que o mérito de cada obreiro seja aferido, não pelas horas de serviço, mas pela produção, que interessa ao dono do negócio saber se, para dar o mesmo rendimento, um precisa de doze horas, outro de nove, outro de seis, outro de três e outro de uma? [...].”10 O valor de nossos feitos não está nas proporções vultosas desses feitos. Deus não olha para o volume, nem para a quantidade, mas para a qualidade. Ele não quer o muito, quer o bom, quer o melhor. É preferível, pois, o pouco bom, ao muito regular. Nossas obras devem ser feitas com alegria e singeleza de coração, sem tédio nem cansaço, sem intenção reservada. A virtude exclui cálculos de qualquer espécie. [...] É um erro exaurirmo-nos numa labuta febril e penosa, com o propósito de nos tornarmos mais merecedores aos olhos de Deus [...].11 Ao correlacionar os ensinamentos da Parábola do trabalhador da vinha com as características dos “obreiros do Senhor” e o significado de “trabalhador da última hora”, os Espíritos Constantino e Henri Heine consideram, respectivamente, em mensagens inseridas em O evangelho segundo o espiritismo, dois pontos fundamentais: 294 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 3.1. Mensagem de Constantino: o obreiro recebe o salário de acordo com trabalho executado12 »» O trabalhador da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa vontade o tenha mantido à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má vontade. Tem direito ao salário porque, desde o alvorecer, esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho; era laborioso, apenas lhe faltava o labor.[...]. »» [...] Se, porém, ele se houvesse negado ao trabalho a qualquer hora do dia; se houvesse dito: “tenhamos paciência, o repouso me é agradável, quando soar a última hora é que será tempo de pensar no salário do dia; que necessidade tenho de me incomodar por um patrão a quem não conheço e não estimo! Quanto mais tarde melhor”; esse tal, meus amigos, não teria tido o salário do obreiro, mas o da preguiça.[...]. »» [...] Que dizer, então, daquele que, em vez de apenas se conservar inativo, haja empregado as horas destinadas ao labor do dia em praticar atos culposos [...] que, enfim, se tenha deleitado em todas as ignomínias da Humanidade? Que será dessa criatura? Bastar-lhe-á dizer à última hora: Senhor, empreguei mal o meu tempo; conserva-me até ao fim do dia, para que eu execute um pouco, embora bem pouco, a minha tarefa, e dá-me o salário do trabalhador de boa vontade? Não, não; o Senhor lhe dirá: “No momento não tenho trabalho para te dar; desperdiçaste o teu tempo; esqueceste o que havias aprendido; já não sabes trabalhar na minha vinha. Recomeça, portanto, a aprender e, quando estiveres mais bem-disposto, vem ter comigo e eu porei à tua disposição o meu vasto campo, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia”.[....]. 3.2. Mensagem de Henri Heine: em cada reencarnação o obreiro tem oportunidade de aprimorar o seu do trabalho na seara do Cristo13 [...] A reencarnação [...] eterniza e precisa a filiação espiritual. O Espírito, chamado a prestar contas do seu mandato terreno, compreende continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Ele vê, sente que apanhou no ar o pensamento dos que o precederam. Entra de novo na liça, amadurecido pela experiência, para avançar mais. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, com os olhos bem abertos sobre a profunda justiça de Deus, não mais murmuram: adoram. Tal é um dos verdadeiros sentidos desta parábola, que encerra, 295 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 como todas as que Jesus dirigiu ao povo, o gérmen do futuro e também, sob todas as formas, sob todas as imagens, a revelação da magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no Universo, da solidariedade que liga todos os seres presentes ao passado e ao futuro. 4. OS OBREIROS DO SENHOR E A PARÁBOLA DA FESTA DAS BODAS Nesta outra parábola de Jesus (veja anexo 2) — estudada no roteiro 6, módulo III, Tomo II, parte 2, do EADE —, há também relação com o significado espírita de obreiros do Senhor. Este é identificado no texto evangélico como os convidados das bodas que se apresentam vestidos com o traje nupcial, próprio para a cerimônia. Entretanto, importa considerar: [...] Mas não basta ser convidado: não basta dizer-se cristão, nem sentar-se à mesa para tomar parte no banquete celestial. É preciso, antes de tudo e sob condição expressa, estar revestido da túnica nupcial, isto é, ter pureza de coração e praticar a lei segundo o espírito. Ora, a lei está toda inteira nestas palavras: Fora da caridade não há salvação. Contudo, entre os que ouvem a palavra divina, quão poucos são os que a guardam e a aplicam proveitosamente! Quão poucos se tornam dignos de entrar no reino dos céus! É por isso que Jesus falou: Muitos serão chamados; poucos, no entanto, serão escolhidos.14 Os convidados para a festa das bodas apresentam características semelhantes aos Espíritos que foram chamados para trabalhar na vinha do Senhor, segundo esta interpretação de Kardec: [...] Nesta parábola, Jesus compara o reino dos Céus, onde tudo é alegria e felicidade, a uma festa de casamento. Pelos primeiros convidados, Ele se refere aos hebreus, que foram os primeiros chamados por Deus ao conhecimento da sua lei. Os enviados do Senhor são os profetas que os vinham exortar a seguir o caminho da verdadeira felicidade; suas palavras, porém, quase não eram ouvidas; suas advertências eram desprezadas; muitos foram mesmo massacrados, como os servos da parábola. Os convidados que recusam o convite, sob o pretexto de terem de ir cuidar de seus campos e de seus negócios, simbolizam as pessoas mundanas que, absorvidas pelas coisas terrenas, se mantêm indiferentes às coisas celestiais.[...].15 Fazendo análise da parábola, no contexto dos tempos atuais, Emmanuel, desenvolve uma linha de raciocínio que leva em consideração 296 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 o ensinamento de Jesus e, também, o pensamento de Allan Kardec, como se percebe no seguinte texto: Reconhecendo, embora, a alusão de Jesus aos povos de seu tempo, quando traçou a parábola do festim das bodas, recordemos o caráter funcional do Evangelho e busquemos a versão prática da lição para os nossos dias. Compreendendo-se que todos os recursos da vida são pertences de Deus, anotaremos o divino convite à lavoura do bem, em cada lance de nossa marcha. Os apelos do Céu, em forma de concessões, para que os homens se ergam à Lei do Amor, voam na Terra em todas as latitudes. Todavia, raros registram-lhes a presença. Há quem recebe o dote da cultura, bandeando-se para as fileiras da vaidade; quem recolhe a mordomia do ouro, descendo para os antros da usura; quem senhoreia o tesouro da fé preferindo ajustar-se ao comodismo da dúvida malfazeja; quem exibe o talento da autoridade, isolando-se na fortificação da injustiça; quem dispõe da riqueza das horas, mantendo-se no desvão da ociosidade, e quem frui o dom de ajudar, imobilizando-se no palanque da crítica. Quase todos os detentores dos privilégios sublimes lhes conspurcam a pureza. Contudo, quando mais se acreditam indenes de responsabilidade e trabalho, eis que surge o sofrimento por mensageiro mais justo, convocando bons e menos bons, felizes e infelizes, credores e devedores, vítimas e verdugos ao serviço da perfeição, e, sacudidos nos refolhos do próprio ser, os pobres retardatários anseiam libertar-se do egoísmo e da sombra, consagrando-se, enfim, à obra do bem de todos, em cuja exaltação é possível reter a celeste alegria. Entretanto, ainda aí, repontam, desditosos, espíritos rebeldes, agressivos e ingratos. Para eles, porém, a vida, nessa fase, reserva tão-somente a cessação do ensejo de avanço e reajuste, porquanto, jugulados pela própria loucura, são forçados na treva a esperar que o futuro lhes oferte ao caminho o tempo expiatório em cárceres de dor. Desse modo, se a luta vos concita a servir para o Reino de Deus, com a aflição presidindo os vossos novos passos, tende na paciência a companheira firme, a fim de que a humildade, por excelsa coroa, vos guarde o coração na beleza e na alvura da caridade em Cristo, que vos fará vestir a túnica da paz no banquete da luz.16 Referências 1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra.1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.Cap. XX, item 5, p. 389. 2. _______. p. 389-390. 297 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 3. _______.Item 3, p. 384-385. 4. MOUTINHO, João de Jesus. Código do reino. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB: 2009. Cap.10, p. 46. 5. XAVIER, Francisco Cândido. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap 29, p. 73-74. 6. _______. Cap. 28, p. 72. 7. SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e ensinos de Jesus. 20. ed. Matão [SP]: O Clarim, 2000. Primeira parte, Item: Parábola dos trabalhadores da vinha, p.54. 8. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XX, item 2, p. 383-384. 9. _______. Item 4, p. 386. 10. CALLIGARIS, Rodolfo. Parábolas evangélicas. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Item: Parábolas dos trabalhadores e das diversas horas do trabalho, p. 31. 11. VINICIUS. Nas pegadas do mestre. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Item: Últimos que serão primeiros, p. 137. 12. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Op. Cit. Cap. XX, item 2, p. 382-383. 13. _______. Item 3, p. 385. 14. _______. Cap. XVIII, item 2, p. 357. 15. _______. p. 355. 16. XAVIER, Francisco Cândido. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Item: Versão prática, p. 111-113. Orientações ao monitor 1. Realizar breve explanação sobre o significado espírita de obreiros do Senhor e por que o espírita pode ser considerado o “trabalhador da última hora”. 2. Pedir aos participantes que façam leitura silenciosa dos anexos um e dois (Parábola dos Trabalhadores da Vinha e Parábola das Bodas, respectivamente). 3. Em seguida, fazer correlação das ideas presentes em ambas as parábolas com a interpretação espírita de obreiros do Senhor, por meio da técnica de discussão circular. Neste sentido, é importante preparar, previamente, questões que favoreçam essa correlação e a aplicabilidade da dinâmica. 4. Fazer o fechamento do estudo com narração, resumida, do significado de “servo”, interpretado pelo Espírito Irmão X no texto Parábola do servo que integra o anexo três. 298 EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 Anexo 1 Parábola dos Trabalhadores da Vinha Mateus, 20:1-16. A Bíblia de Jerusalém 1. Porque o Reino dos céus é semelhante ao pai de família que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2. Depois de combinar com os trabalhadores um denário por dia, mandou-os para a vinha. 3. Tornando a sair pela hora terceira, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4. E disse-lhes: Ide, também vós para a vinha, e eu vos darei o que for justo. 5. Eles foram. Tornando a sair pela hora sexta e pela hora nona, fez a mesma coisa. 6. E saindo pela hora undécima, encontrou outros que lá estavam e disse-lhes: Por que ficais aí o dia inteiro sem trabalhar? 7. Responderam: Porque ninguém nos contratou. Disse-lhes: Ide, também vós, para a vinha. 8. Chegada a tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário começando pelos últimos até aos primeiros. 9. Vindo os da hora undécima, receberam um denário cada um. 10.E vindo os primeiros, pensaram que receberiam mais, mas receberam um denário cada um também eles. 11. Ao receber, murmuravam contra o pai de família, dizendo: 12. Estes últimos fizeram uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor do sol. 13. Ele, então, disse a um deles: Amigo, não fui injusto contigo. Não combinamos um denário? 14. Toma o que é teu e vai. Eu quero dar a este último o mesmo que a ti. 15. Não tenho o direito de fazer o que quero com que é meu? Ou estás com ciúme porque sou bom? 16. Eis como os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos. 299 Então disse o rei aos que serviam: Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o fora. agarrando os servos. 6. viu ali um homem sem as veste nupcial e disse-lhe: Amigo. os maltrataram e os mataram. 11. mas poucos escolhidos. reuniram todos os que encontraram. Mateus. e os restantes. disse aos servos: As núpcias estão prontas. 7. 3. saindo pelos caminhos. foram-se. maus e bons. nas trevas exteriores. Bíblia de Jerusalém 1. 9. ficou calado.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 Anexo 2 Parábola das Bodas (Festa ou Banquete das Bodas). 12. Com efeito. como entraste aqui sem a veste nupcial? Ele. O Reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as núpcias do seu filho. mandando as suas tropas. um para o seu campo. 22:1-14. 8. muitos são chamados. Jesus voltou a falar-lhes em parábolas e disse: 2. outro para o seu negócio. Tornou a enviar outros servos. 4. porém. mas os convidados não eram dignos. meus touros e cevados já foram degolados e tudo está pronto. Em seguida. destruiu aqueles homicidas e incendiou-lhes a cidade. 300 . o rei ficou com muita raiva e. porém. Diante disso. mas estes não quiseram vir. 5. sem darem menor atenção. Enviou seus servos para chamar os convidados às núpcias. 10. Quando o rei entrou examinar os convidados. recomendando: Dizei aos convidados: eis que prepareimeu banquete. Vinde às núpcias. pois. Ali haverá choro e ranger de dentes. de modo que a sala nupcial ficou cheia de convidados. Eles. E esses servos. às encruzilhadas e convidai para as núpcias todos os que encontrardes. Ide. muniu-se de casa enorme. 36. 10. adquirida ao preço de inteligência e trabalho. solicitava passagem. ed. O Espírito faminto de glória celestial renasceu entre os homens e. falava docemente como se harpa melodiosa lhe habitasse as entranhas e mostrava nos olhos a ansiedade e a timidez da andorinha sequiosa de primavera.. o valioso instrumento foi contra ele. O anjo do pórtico ouviu-lhe o requerimento com atenção e. sempre cauteloso na própria apresentação. Criados numerosos eram mobilizados por ele. o funcionário divino exortou-o.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 Anexo 3 Parábola do Servo* Irmão X (Humberto de Campos) Na linha divisória em que se encontram as regiões da Terra e do Céu. A colheita da caridade dar-te-á íntima luz. Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Espalhava alimentação e agasalho. admirando-lhe a brancura da veste. na extensão da bondade aqui e ali. O clima interno do candidato não lhe correspondia à indumentária brilhante. * XAVIER. exibindo alva túnica. À frente das lágrimas tristes que lhe vertiam dos olhos. suspirando pela divina ascensão. mais linda. Depois de quase um século. Estante da vida. explorando com felicidade os negócios materiais que lhe garantiam preciosa receita. Cap. Guardava a pureza exterior de um lírio sublime. através de largas faixas de solo. 301 . assegurando-te a elevação. nobre Espírito. tornou à justiceira aduana. Rio de Janeiro: FEB. Francisco Cândido.. alívio e remédio. 2009. Contudo. conduziu-o à balança de precisão para observar-lhe o peso vibratório. Trazia a roupa mais alva. e começou a fazer o bem por intermédio das mãos que o serviam. otimista: — Desce à Terra e planta o amor cada dia. Trazia ele uma túnica de beleza admirável. Todavia. O aferidor saudou-lhe a presença venerável.. é imprescindível retornes à carne para a lavoura do amor. a tua fronte aureolou-se de vigorosa imponência. Debulhado em lágrimas. junto à posses humanas. Quase um século se esgotou sobre as novas atividades. levado a exame. depois de longa perquirição. bondoso: — Trouxeste agora o título de administrador e. ajustado à balança. O Espírito. em razão disso. assalariou empregados diversos que o representavam junto dos infelizes. ajudando a milhares de pessoas necessitadas. que informou prestimoso: 302 . Não conseguira as condições necessárias ao santo cometimento. os resultados lhe foram adversos. para que adquiras o clima necessário à vida no Céu. com tristeza verificou que o peso não se alterava. porém. fundamente interessado em preservar-se. porque da roupagem augusta surgiam novas cintilações. ajuntou milhões de moedas para fazer o bem. voltou ao círculo terreno. Extensamente rico de cabedais transitórios. por isso. por todos os canais e recursos ao seu alcance. ainda aí. e. fez-se hábil político. Não obstante torturado. a mesma balança revelou-se desfavorável. conquistaste a posição de provedor e. nele plantando as bênçãos do amor. após quase um século de trabalho voltou à larga barreira. Abençoado de muitos.. Movimentou verbas imensas construindo estradas e escolas. quando a morte o reconduziu à conhecida fronteira. Apesar de tudo. preocupado com a opinião dos contemporâneos. mas. é indispensável regresses ao mundo. no entanto. distribuindo a mancheias socorro e consolação. ouviu o abnegado companheiro. Para que ascendas. O fiscal amigo endereçou-lhe um olhar de simpatia e disse.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 Ansiava subir às esferas superiores. estendendo o bem. mas. estimulando artes e indústrias. embora desencantado. o amigo do Céu reencarnou no plano físico. a tua forma é hoje mais bela. O Anjo abraçou-o e explicou: — Pelo teu louvável comportamento. . Iluminou caminhos obscuros.EADE • Livro IV • Módulo IV • Roteiro 10 — Adquiriste o galardão de benfeitor. o aspirante à morada divina ressurgiu no corpo denso. — Ai de mim! — soluçou junto ao vigilante da Grande Porta — se de outras vezes. coberto de barro vil? O guarda afagou-o. oh! surpresa maravilhosa!. Entretanto. Exemplificou o bem puro. elevou-se à glória do firmamento. ei-lo de volta ao sítio divino. demandando a vida superior. e conduziu-o à sondagem habitual. movimentando o fiel com brandura. é imperioso voltes ao plano carnal e semeies o amor. sossegou afliçoes e lavou chagas atrozes. agora. porém. despreocupado de qualquer proteção a si mesmo. amargura e desilusão. Podes agora atravessar o limite. coroado de luz. e. Imundo e cabaleante. renunciou às vantagens da posse. colocou as próprias mãos no serviço aos semelhantes. socorrendo-lhe as vítimas. Extático. desagradável. mas. a encharcar-se de lodo e sangue.. dela se desprendeu a benefício dos outros. sem atrelá-la aos anseios do coração. surgiu vestido numa túnica de estrelas e. Depois de muito tempo. induzido a guardar consigo as rédeas do poder.. e a perversidade. Não passava. obedecendo ao apelo íntimo. investindo contra ele. Como por encanto. de miserável mendigo. revelou-lhe a sublime leveza. que será de mim.. para que te eleves ao Céu. curvou-se sobre o mal.. feliz: — Bem-aventurado sejas tu.. o recém-chegado da esfera humana sentiu-se tomado nos braços pelo anjo amigo. e. em nome da virtude. levantou caídos da estrada. desapareceu a lama que o recobria. em riso e pranto. Banhado em pranto.. atingindo o preciso lugar em que começava a claridade celeste. que te assegura a insígnia dos grandes trabalhadores da Terra. Paralisou os impulsos do crime. A velha balança.. e caíram-lhe da epiderme equimosada as pústulas dolorosas. preferiu a obediência para ser útil.. embora muita vez bafejado pela fortuna. enternecido... que lhe dizia. o interpelado caminhou para a frente. meu irmão! Conquistaste o título de servo. mas. rasgou-lhe a carne com o estilete da ingratidão. envergando veste nobre não consegui favorável resposta ao meu sonho. apagando as discórdias e dissipando as trevas. Mas a calúnia cobriu-o de pó e cinza.. Entrou em contato com os seres mais infelizes da Terra. 303 .. Capaz de possuir.. istockphoto. O texto principal foi composto em fonte Minion Pro 11. todos em formato fechado de 180x250 mm e com mancha de 140x205 mm.Conselho Editorial: Nestor João Masotti . .5/14.com/ LukaTDB Normalização Técnica: Biblioteca de Obras Raras da FEB e Patrimônio do Livro Esta edição foi impressa pela Gráfica XXXXXXX.Presidente Coordenação Editorial: Geraldo Campetti Sobrinho Produção Editorial: Fernando Cesar Quaglia Coordenação de Revisão: Davi Miranda Revisão: Renata Alvetti Elizabete de Jesus Moreira Capa: Evelyn Yuri Furuta Projeto Gráfico: Luciano Carneiro de Holanda Diagramação: Luisa Jannuzzi Fonseca Foto da Capa: http://www. Os papéis utilizados foram o XXXX Xg/ m² para o miolo e o XXXX Xg/m² para a capa.5 e os títulos em Zurich Cn BT 14/16.8. com tiragem de XXXX exemplares.
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