durand imaginacao simbolica pesq.pdf

May 21, 2018 | Author: William Lima | Category: Imagination, Thought, Mind, Psychology & Cognitive Science, Cognitive Science


Comments



Description

A JMAGIN ACAO SI1'vIBÓLICAJ , M l GILBERT DURAND Gilhert Durand Um estudo do Imaginário e do pensamento simból ico, mostrando sua funç ão na estrutura cognitiva do homem, é o que de mais importante se pode destacar em A imaginação A IMAGINAÇAO , simbólica de Gilbert Durand . Est e livro é fruto de uma pesquisa que em poucas páginas co nd ensa um trabalho bastante amplo sobre o símbolo e o re - lacionamento de no ssa civilização com ele. SIMBOLICA Gilbert Durand é um estudioso do símbolo, da imaginação. Segundo ele, " o pensamento em sua to talidade encontra-se integrado na função simbólica" . Nesta obra , além de mostrar o papel que coube ao símbolo em diferentes tr abalhos , como os de Freud, Lévi-Strauss, Jung, Dumézil, Ca ssirer e Bachelard , Gilbert Durand aponta um caminho para o apaziguamento do conflito entre Razão e Imagem e acena com a esperan ça do esta- belecimento de uma ciência e sabedoria novas, fundadas no símbolo . o autor conclui o livro afirm ando "que o símbolo, em seu dinamismo instaurativo à procura do sentido, constitui o mod elo mesmo da mediação do Eterno no temporal" . Talvez po ssamos o sím bol o é a ep lfanla d e um m lstéfl o nos vol tar para o pensamento simbólico e redescobrir esse poder natural de mediação entre o Eterno e o temporal, e seu poder de integração do psiquismo diante do processo de fragmentaç ão N,Cham. 128.3 D949 1988 vertiginoso de nossa época. Titulo : A Irnllg\naCllO slmhouce Para o s que se interessam pelo estudo do simbolismo e do Autor : DURAND , Gilher1 pensamento simbó lico, este livro pode servir como um pr ecio- so guia. .- 1111111 1111111111111111111111111111:1111111111 111, 0008139~ PIJr.PR - Rf I?l\ '? ED IT O R CULT RIX ?8t:: EDIT O A DA U NI VERSID ADE DE SAü PA UL( J Editora Cultrix . ' Editora da Universidade de São Paulo GI LBERT DURAND A IMAGINACÃO SIMBÓLICA I Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Durand, Gilbert. Tradução D953i A imaginação simbólica / Gilbert Durand ; tradução LlLIANE FITIPALDI Eliane Fittipaldi Pereira. - São Paulo: Cultrix, Editora Licenciada em Letras e aluna regular de mestrado em língua e literatura da Universidade de São Paulo, 1988 . francesa na Universidade de São Paulo. Bibl iografia . 1. Imaginação 2. Simbolismo (Psicologia) I. Título. CDD·150 87·2385 -128 .3 ludices para catálogo sistemático: 1. Imaginação: Antropologia filosófica 128.3 2 . Simbolismo: Aspectos psicológicos 150 EDITORA CULTRIX São Paulo EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PREFACIO A QUARTA EDICAO FRANCESA Aqui esta a quarta edic,:ao frances a deste livrinho que ainda se considera uma modesta "iniciac;:ao filos6fica". Quase nada foi alterado em nosso texto de vinte anos atras (com excelfao de duas notas e de uma palavra) e na "Bibliografia Sumaria" que, naquela epoca, no rastro dos novos Cahiers Interna- "- E n6s Ihe bradamos: tionaux de Symbo/isme, nos acompanhou na redac,:ao desta pequena Abrahaml Acreditaste em teu sonho I Na verdade, obra. Mas a bibliografia do sfmbolo do mito, da "imaginac;ao simb6- eis a( a prova evidente '" lica" aumentou vitoriosamente depois de 1964, A imaginac;:ao andou reconquistando sua autoridade, senao seu poder. Assim, este novo Afcoriio, XXXVII, prefacio pretende ser apenas um breve complemento bibliogrMico 104·106. para auxi liar os estudantes dos anos 80. Em primeiro lugar, gostarfamos de assinalar que a obra mais importante de E. Cassirer e a maior parte da obra de C. G. Jung foram, finalmente, traduzidas para 0 frances. Tambem as teses de C. Mauron vieram a luz quase ao mesmo tempo que as tres edic,:6es precedentes de nosso livro. Depois, os trabalhos inovadores de Henry Corbin, de Mircea Eliade e de Jung passaram a posteridade nos tnh Cahiers de I'Herne que Ihes foram consagrados. Finalmente, e sobretudo, gosta· rfamos de indicar que as perspectivas de uma "hermenE!utica instaura· dora" e de uma "remitificac;:ao" esboc;:adas neste livro viram·se provei- tosamente ampliadas, tanto pelos trabalhos daquela que podemos, hoje, chamar "a escola mitocr(tica", como pelas pesquisas de "mita- nalise", executadas com base em Jung. Na prime ira categoria, citarfamos as importantes contribui<;:oes do falecido P. Albouy, de L. Cellier, P. Brunei, C. ·G. Dubois, P. Sellier, Jean Perrin, Simone Vierne, ' R. Bourgeois, P. Mathias, Viola Sachs, Christian Jambet, Chantal Robin, P. G. Sansonetti, J. Pigeot. Na segunda, alem dos ultimos trabalhos do falecido R. Bastide,deJ. Servier, 9 Georges Balandier, J. Brun, A. Pessin, F. Pelletier, M. Maffesoli, A. Berque e Nicole Martinez, e necessario colocar a obra original de James Hillman . Deve-se tambem anunciar, em ambas as areas, a apanr,;ao Iminente dos consideraveis trabalhos de jovens pesquisadores como Y. Durand, P. F aysse, G. Bosetti, Patrice Cambro nne, Patrick Tacussel. Finalmente, devemos indicar que todos esses proveitosos esforc;:os INTRODUC;:AO de restaurac;:ao do pensamento simb61ico vem convergindo, ha vinte anos, no mundo todo, para novas e duradouras instituic;:6es, particular- mente no Centre de Recherche sur 1'1 maginaire [Centro de Pesquisas o VOCABULARIO DO SIMBOLISMO sobre 0 Imagin'ariol, cuja direc;:ao nos foi confiada pelo CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Cientffica) e cuja fertilidade pluridisciplinar "Urn sinal II uma parte do mundo e propagac;:ao internacional sao cada vez maiores. Atualmente, 0 C. R. I., ffsico do ser (being), urn s(mbolo tendo-se transformado em Groupement de Recherches coordonmies, duma parte do mundo humane n~ 56 (Grupo de Pesquisas Coordenadas, n~ 56), reune umas vinte da signiticacao (meaning) ." equipes de especialistas franceses e estrangeiros, cuja celula- mae tivemos a oportunidade de fundar, ha dezoito anos, com os falecidos E. Cassirer, An Essay on Man, p. 32. colegas Leon Cellier e Paul Deschamps, na Universidade de Grenoble. Que a quarta edic;:ao deste livrinho, que se tornou uma iniciac;:ao d3ssica a qualquer empreendimento de remitificac;:ao, ainda possa ser util a todos os pesquisadores do futuro, as sucessores emergentes Sempre reinou extrema confusao no uso de termos .relativos ,00 imaginario. Talvez se deva presumir que esse estado de cOlsas provem dos mestres aqui evocados, que nao se contentam mais com explicac;:6es " redutivas", herdadas dos positivismos do seculo passado . da extrema desvalorizac;:ao que sofreu a imaginavao, a "phantasia", no pensamento do Ocidente e da AntigUidade ciassica. De qualquer . modo "imagem", "signo", "alegoria", "5 f m bol 0", " em bl ema,""pa-' leI- bola": "mito", "figura", "[cone", "rdolo" etc. sao utilizados indiferen- temente pela maioria dos escritores. 1 .. A consciencia disp5e de duas maneiras de representar 0 mundo. Uma direta, na qual a propria coisa parece estar presente na mente, co~ na percepc;:ao au na simples sensac;:ao. A outra, indireta,.q~~ndo, par qualquer razao, 0 objeto nao pade se apresentar 11 senslbJlldade "em carne e ossa", como, par exemplo, nas lembranc;:as de nossa inffincia na imaginac;:ao das paisagens do planeta Marte, na inteligencia da volt~ dos eletrons em torno de um nucleo atomico au na 1. . Ct. G. Dumas, TraitS de psych%gie, t. IV, pp. 266-268. Ct. 0 ,~xcele~te artigo de F. Edeline, "Le symbole et I'image salon la thl!on8 des codes ,Cahlers /nrernationaux de Symbolisme, n92, 1963. 10 11 representac;:ao de um a/em-morte. Em tados esses casos de consciencia indireta, 0 objeto ausente ere-(a)presentado a consciencia por uma que to rno precisa atraves , da pa Iavra II CI'd ade" para nao confundir 'd d imagem, no sentido amp/o do termo. ' . fonetlcamente com a aOim . al "Iion" (leao) - remete_ a uma .CI a e Na verdade, a diferenc;:a entre pensamento direto e pensamento francesa que realmen te existe na confluencia do Rhone e do Sao~e d indireto nao e assim tao nftida como acabamos de expol" com a preocu- ara util izar esse signa fonetico numa conven<;:ao cuja origem po. ena pac;:ao de sermos claros. Seria me/hor afirmar que a consciencia disp5e ~er totalmente arbitraria: eu poderia substituir esse nome de cldade de diferentes graus da imagem (conforme eJa seja uma c6pia fiel da sen- por um simples numero, como fazem as americanos com suas ruas sac;:ao ou simplesmente assinale 0 objeto), cujos dois extremos seriam e avenidas. b't 'edade constitu (dos pel a adequa!;ao total, a presenc;:a perceptiva ou a inade- Mas ha casas em que 0 signa e fon;;ado a perder sua a.r I ran " quac;:ao mais acentuada, ou seja, um signo eternamente privado do , . . quando remete a abstrac;:6es, especial mente qualldades esplrI- teonca. " s 0" Para significado, e veremos que esse signo long(nquo nada mais e do que tuais au marais dificilmente apresentaveis em carne e 0 s C I o sfmbolo. designar 0 planeta Venus, eu tambem poderia te-Io ch~mado ar os o s(mbolo se define, primeiramente, como pertencente a cate- M Pedro Paulo ou Medor. Mas para designar a Justlr;:a ou. a Ver- goria do signo. Mas ,a maioria dos sign os sao apenas subterrugios de dadno~ pens~mento nao pode se entregar ao arbitrario, polS esses economia, remetendo a um significado que poderia estar presente con:~itos nao sao tao evidentes como os que repousam em. perce: ou ser verificado. ~ assim que um sinal simplesmente precede a presenc;:a c;:6es objetivas. ~ necessario, assim, recorrer-se a uma modalldade e do objeto que representa Assim tambem uma palavra, uma sigla, um si nos complexos. A ideia de Justiya sera figurada .por um personagem algoritmo substituem economicamente uma longa definic;:ao conceitual. ~e pune au absolve e terei, entao, uma a/~~n~;esse personage~ ~ mais rapido trac;:ar numa etiqueta uma caveira estilizada e duas trbias q d ' deado de varios objetos ou utlltza-Ios: tabuas da lei, po era estar ro . d am emblemas. Para cruzadas do que explicitar 0 complicado processo pelo qual 0 cianeto ladio balan9a e, nesse caso, eu estana tratan 0 c de potassio destr6i a vida Da mesma maneira, 0 nome "Venus", aplicado ;bran 'er ainda melhor essa nOyaO de Justi<;:a, 0 pensam~ntopodera a um planeta do sistema solar, ou ainda sua sigla astrol6gica ?,ou ate escol;er a narrac;:ao de um exemplo de fate judiciario, mals ou ~enos mesmo 0 conjunto de algoritmos que definem a trajet6ria elipsoidal real au aleg6rico e, nesse caso, teremos um apd.'og~. A aleg~n~ e a desse planeta nas f6rmulas de Kepler sao mais economicos do que uma tad r;ao2 concreta de uma ideia diffcil de se atlnglr ou expnmlr de longa definic;:ao baseada nas observac;:6es da trajet6ria, da magnitude, f~r:a simples. Os signos aleg6ricos sempre contem um elemento das distancias desse planeta em relac;:ao ao Sol. concreto ou exemplar do significado. .. . .. de Como os signos desse tipo nada mais sao do que um meio de Pode-se entao, pelo menos em teoria, dlstlngUir dOls tlPOS economizar as operac;:oes menta is, nada impede (pelo menos em teoria) si nos: as si;nos arbitrcirios, puramente indicativos 3 que remetem que sejam escoJhidos arbitrariamente. Basta declarar que um disco a guma realidade significada, senao presente pelo menos s:mpre :eP.rt vermelho corn uma barra branca significa que eu nao devo avanr;:ar, sent.(vel, e os si nos aleg6ricos, que remetem a uma realldade s~gOl 1- para que esse sinal se transforme no de "contramao". Nem e necessario cada" dificilmente9 apresentavel. , Estes u, Itll~OS. . ~ ao obrigados a ftgurar que figure, no painel sinalizador, a imagem de um policial ameac;:ador. concretamente uma parte da realidade que slgnlflcam. . Assim tambem, a maior parte das palavras, especial mente os nomes E assim chegamos, final mente, a imaginayao simb61ica propna- proprios, para quem niio estudou a filologia da Ifngua, parecem desti- mente dlta, . 'f'cado . qua nd 00 sign! I nao e mais absolutamente apresentavel tu/dos de qualquer motivayao, de quaJquer razao para serem consti- tufdos deste modo e niio de outro : eu nao preciso saber que havia um deus celtico Lug e que "Lyon" vem de Lugdunum, para nao confundir 2. Cf. p, Ricoeur, Finitude et culpablr It.~ ',P: 23' ... "Uma wz feita a tradu~iio, a cidade de Lyon com a de Grenoble. Basta saber que a palavra Lyon _ pode·se abandonar a alegoria que sa tornou !nutll. 3. E. Cassirer, Philosophie des Symbolischen Formen, III. p. 285. 12 13 sobrenatural e supra-real. ou seja. a imagem simb6lica e transfigura¢o de . Cf. Dado o s(mbolo seria mesmo segundo P G 7 .morte. desde agora. coSn)untos si:nb6licos do perceber" por definit." 7. in Signe et symbole slgnl ICat.:lI'o fora de si mes d • la soufisma d'ibn' Arabf: "0 sfmbolo . J. Ct. slmb6lico'a d n e um mlto Ve-se. Vocabulaire critique "Signe et symbole en theologie". a a cifra de um misterio". Cf. pelo e no significante. Lemaria. 0 sfmbolo e inversamente sujeito a muito menos de ue nao se sabena logo designar de modo ma 'ls claro ou caracter istico." 14 15 . GOdat." mente para si mesrna. ata mesmo natural. Godet. espiritos. 6. .. uma representar. .. n<? 2. masporsi mesma. O. etc. Pode-se tamb-<m lismo: 0 nao -sens(vel em todas as suas formas . 125. aleg6rica e m rel~. encamada. p. Essas "coisas ausentes ou imposs (veis de se as parabolas" que . 128: "Urn infinito dentro do finite: d talvez 0 melhor modo de caracterizar essa essdncia singular que do sfmbole ne srte. enquanto 0 sirnbOlo ~ um~ Id~la (abstrata) para resultar numa ultima analise. cujo modelo ~ 0 Pentecostes.1io". Cf.as.inconsciente. po e-se definir 0 slmb% conforme A l i d 5 como qualquer signo concreto ue ' . ordem moral da qu al sao casos su '" os sao tlrados da propria 5 A pastos . 0 alem .. 31 etc. 4 .o ~~~~~::~~ ~em. e epic/ese.. pois nesse caso n<fo saria sfmbolo de nada.ao que faz aparecer um sentido recondw. s:~r~:~~e~~o~:au r:~~~!~ definit. OIS a caracterfstica uma representac.. 30 . . XVI.. os e 0 Mau R' orals . gul-Ios das parabolas pelo fato d _ ent.. aqui. m primeira. em figura. Por exem I ' . metaffsica. 0 om Samantano Lazaro pr6prios assuntos da metaffsica.. 12 A metade visfvel do sfmbolo. e epdama. •. portanto. Cf. symbole sens".' 4 E outras pala d ncos. tem valor apenas por si prOprio. p . conceptual que tem por missilo ilustrar. e Mas ha um paradoxa que preciso salientar. 6 arbitrario. nos Evangelhos.~~~mo a alegoria: e a secreta. 0 Inverso da apresenta9ao pura e simples daquilo que ela significa. parti-bola. imp~sSfv~~o~:. deuses etc. p. a an e. Inacess ve . G. Inadequado por excelerocia. p.:ao . "A figura aleg6rica tem ' 'f' es arts p/astlques". Creuzer. C.:ao do proprio simbolo. ' . 120 : " 0 sfmbolo d ums figura que vale Olio precisa- aquela ~ a id~ia mesma tomada' se rum. 0 signo a que a pleno. 37 . 12. Luc. L'imagination creatric8 dans p.: . 19 .:ao do sensive~. 160 : "As parabolas evangelicas sao urn simb61ica e uma represen--.. na decoral. P. dos te61agos e linguistas. P..' P6' . cit. -l. qual sera a area predileta do simbo- .. Leuba . Godet. "finalidade sem fim". A liturgia crista ortodoxa. que nada mais sao do que ap610gos alego' . enquanto ns ve . ou seja. para." . da arte. pela pr6pria natureza do significado' e . F." ma. entro do programa op_ cit.13 . Psychologische ~ en 10. Morel. seu sentido mais forte : "0 que nao und Myrhologie der alten Volker I y:O' '" p . P. 37.:ao do indizfvel. Epiphamlia (grego): "aparil. op. 0 mlto escatol6glco que COroa Le Phooo' . dbO Icarflte. X.. Initiation au Nouveau Testam . de manei ra privilegiada. e ' o signo s6 pode referir-se a urn sentido nao b' ._ '. Para estes . Jung.642. Deve-se observar que os fil6sofos utilizam signo e sfmbolo.ao simb61ica jamais pode ser confirmada pela alegoria: "A alegoria arte d ' ' .:8o de iconostase ou no sacramento da Eucaristia. .. Symbolik atinge". e le e a epifania de urn misterio.r centrffugo da figura o sfmbolo e. que a re-(a)presentac. e os si~Ples "exsea~PI~~" ~elr~s. mostra que a imagem simb6lica ((cone) 6 ao mesmo tempo anamnese.. Leuba. { I ' m. J .. do fig~rad~ma: ~~~~. rd ' Re ino. Corbin. odet. fim ultimo. eo sfmbolo a que e convencional. Cf.ao geral ou . in Signe et symbole.:ao" do que 0 emblema. La s(}mantique. op.) que escreve 0 dom {nio prcibido a toda experiencia humana. et technique de la philosophie.. cit. a 0 e qua esta transm its a 11. artigo p. " t: distiilguir.:ao acabarao sendo. Lalande.9 da magia : causa ICO . pnmelramente e em si mesmo figura a infiguravel transcendencia.ao concreta at raves de urn sentido para sempre abstrato. Atribuindo ao prefixo grego. ' po.'. p. ainda uma vez. cujo modele ~ 0 sacramento da comunhao.. Guiraud .. . ao a eg nca reside no f t d unlcamente uma n<x. 8 . como tal fonte de 'd . -l.. 164 : "Pode-se distin- e nao serem s(mbolos _ 9. da relig iao. 8 . ~"~m dlSSO. Le signa sacn1. Cf. alma. "Sujet et symbole dans I . vras. .. ao contrario mento re/ igioso para uma orde d 'f que transpoem um ensina- m I erente Os 'exempl ' .lo de modo ainda mais radical do que as imagens e recursos desconhecida q _ Ig~ra posslvel de uma coisa relativamente emblematicos. I elas entre outras co ' "P ' do sfmbolo e ' IS as. a um 0 )eto senslvel. a muito menos de "convent. 0 stmbolo. Idala dlferente de si pr6pria. 11 Nao podendo figurar e. aparit. . ao mesmo tempo essencial e inadequada. Ct . A dlferenca entre uma represent~ao exemp/o impressionante dessa relac. 8 . ou P. nessa :~~~~~ea~g~ng~e "~:S~:~~o~~. infinito. "onrrico" imperialismo do significante que. nos gestos que emergem em nossos sonhos (mica Figura as qualidades mais contradlt6nas. estara sempre carregada do maximo de concretude e. "c6smico" (ou seja. cap. ao mesmo tempo. • mente conhecido. essa parte . f! 0 "sincronismo" das sequencias . pode ser rico de numerosos sentidos.na imaginac. 0 s(mbolo para se manifestar.a propriedade e manifestar s my •. humano.lmpenalismo e constituem. dllncia aperfeic. e a linguagem mais impetuosa. Assim tambem. Nao que um unico s{mbolo nao seJa tao slgnlflcatlvo enquanto a simples a/egoria traduz um significado finito at raves de um como todos os outros. 0 padre cristao que abenr. a mais concreta_ Mas a outra metade do sfmbolo. ou seja. ~ atraves do .oa 0 pao e 0 vmho. como bem mostrou Freud.:oes acumuladas. 0 danc.:oes Iingi.:ao do mundo vis(vel que nos rodeia). mas 0 conjunto de todos os s(mbolos sobre um significante nao menos de/imitado. e isso ate a antinomia. A redundancia das relac. como diz muito bem Paul Ricoeur. como demonstrou 0 etn610go Claude Levi-Strauss. e.ao sumana mas ~ assim que 0 signa simb6lico.ou .:ao humana como Jesus. de signos a/eg6ricos sempre inadequados." . uns atraves dos outros. 121: "0 s(mbolo. pp.:oadora. se podemos assim dizer. repetindo incansavelmente 0 ate epl anlco .lam. Anthropologie structuraJ. a uma especie 16gica parte. os dois termos do Sumb%nl4 tema esclarece os simbolos. que a cada repeti<. Les structures anthropologlques de Ilmagtnatre.s ~ que e um sentido do qual e portador. remete em "extensao". Cassirer. tambem constitui atraves de aproximac. 18. " -f" " biografia mais intima). 'f' ado que consegue transbordar sobre todo 0 unlverso sensrvel d o slgnl IC . signa simb61 ico e constitui a "flexibilidade" do s(mbo~0. 0 ator que qualquer coisa: uma pedra elevada. XI: "Les structures de · t'hes" p 227 Esse autar mostra que. "cosmico". 14. A redundiincia significante dos gestos constltUi a classe dos Mas paralelamente.:ar uma classificar. astral. "0 fogo". como o. An EssaV on Man. posS u em 0 carater comum da redundancia . do "fogo sexual" e do "fogo uma redundancia de gestos. uma arvore gigante.:ao nao e tautol6glca: ela e aperfelc. materializadas por uma arte. R.ao mesmo tempo do significante 13. acrescenta-Ihes um sao infin itamente abertos_ 0 termo significante. uma "interpreta" um combate ou uma cena de amor conferem. . Durand . Buda ou tos uma atitude significativa a seus corpos ou aos objetos que manIPu. cit. . a massa concreta de nossa . II. animal. .16 Tanto 0 retira toda a sua figurac. "poder" simb61ico suplementar_ 17 .13 todo sfmbolo autentico possui e do significado .:as.Hsticas e significativa do mlto e ls de seus derivados. Godet. 0 termo que significa simbolo implica sempre a reuniao de duas merades : signo e significado_ 18 Cf C_ lIWi-Strauss.larecem tes e antinomicos do "fogo purificador".:ao circ~nd: se~p:e. 18 Esse duplo imperialismo .Hsticas ou de Imagens demoniaco e infernal".. Sobre a etimologia de Sumbolon. Ina _equayao d indivislvel e indizlvel que faz dele um mundo de representac. sua . sob 0 "diacronismo" aparente da 15. um solen6ide. Mas essa repeti<. concebivel na melhor das hipoteses. 17. e comparavel a uma esplral. p_ 57. repetJr q ue 0 s{mbolo ultrapassa indefinidamente . Em grego (sumb%n) como em hebraico (mashal) ou em alemao excellincia da hermeneutica. 397 ss_ 16 17 .. La symbolique du mal. pode ser designado por soldado que presta homenagem a bandeira. Krishna. 0 termo significado. na hora da prec:.:oes lingi.e. narrativa. 49. . Cf. atraves do pr6prio arbitrario. 14.ora retas."onfrico"ou "poeti. foco. p. uma encarnac. sedispersaem todo 0 universo concreto: sfmbolos ritualS: 0 muc. Enquanto num simples signo 0 significado ou melhor. . d d _. comoda do universo simb61ico a medida que os s(mbolos esc. com s:us ges- serpente. pode-se esboc. uma aguia. cu. 0 co". (Sinnbild) . chega a I~tegra~ n. se pro~tra em mineral. "poetico". vegetal. ou a "divindade". Ricoeur. fina/mente. 0 unico concreta. Cf .arino.:6es indi. De la nature des svmboles.:ulmano que. Nisso. dpoder de _ portanto. de rela<.as re un . direc.:ao simb61ica marca especificamente 0 tres dimensoes concretas: ele e. AlJeau. fundamental. ao se r~pe~ir. ou ate mesmo atraves do apelo a Infancia que reside em n6s_ . E. op. mas na~ representavel. o "significante". Finitude et culpabilite.~ncla. tambem ape/a para a linguagem. p.G sign! . P.:oa . 0 seu centro. ~ assim que 0 "sagrado".eJa.uma (enraiza-se nas lembranc. cf. 0 ~eu e limitado e 0 significante. um planeta. aglutina as sentidos divergen. Veremas mais adiante que esse metoda de "canvergencia" ~ 0 mE!tado por pp . 'f'Ica t'Iva. p. 16.:ao ao Oriente. a partir dessa propriedade especlflca de :edun- a todas as espfkies de "qualidades" nao figuraveis. . Mas esses bambus sao.45-46. (N. Cf.. de um rosto. 1955.. a rede e os peixes e um fechamento sobre si mesma. mesmo sem sabe r. p . desse ponto de vista."0 Anjo da Obra". p. que esse modo de conhecimento. n. Sao Mateus. Leroux.:ao pelo espectador e vista do produtor e do consumidor. ~ assim que 0 "Reino de Deus" e e Uma pintura ou uma escultura de valor simb61ico aquela ~ue.par um termo amplamente 1. Um mito .. 0 (cone E! definido como anamnese pelo 5etimo ConcClio Ecumenico (784. Gadet . Os Peregrinos de Emaus de • Rendu. C. 19 um verdadeiro mito simbolico alem" . No dom(nio do lcone mais simbolieamente intensi~o. 133-144. nao sabemos nada a tavelmente a inadequar. aind a. entre ideias au imagens expressas verbalmente. inerte do senslvel. 152 -153. mas deve ser sempre decifrado Platao e reconduc. 215. Nioeia). mas tambem representac. Igualmente H. como para s (mbo lo . ap. Godet.22 0 verdadeiro "[cone" e "instaurativo" de um sentido. de imediato. ao mesmo tempo.:ao simb61ica de um (cone bizantino ou. por concretamente essa adequar. por exempio _ impressionista que s6 se interessa pelo "rendu"* epidermico da luz: e uma repetic. 167 e. uma "c6pia" etc. 24-31." de seu pr6prio corpo e era transformado em bambus". nos Evangelhos. de novo. tambem. a imagem imanente de uma transcendencla. ou seja. a intenc. tudo aquilo que parece certo que. s(mbolos. mesrno no caso de uma simples pintura profana. 13) insistiu bastante nesse poder de repeticao instau- radora do objeto simb6lico.. aura que transfigura a obra (La vie des formes. 20. que compara a '~nterpret~ao" musical. lamals simb61ica de uma ima~m pintada e na intensidade significativa do sistema de redundancias iconograticas.andt sao incontestavelmente mais ricos. ~OSSUI o que ttienne Souriau chama . como ja se disse. p.. seu respeito. Ja 5e ve. nessas propriedades e cada estatueta de Nossa Senhora de Lourdes e a irnaculada Conceicao nessa classificacao sumaria do s(mbolo enquanto signo que remete a (mica. Finalmente. e reconduzem a um ~xtase m(stico. de um e 0 que melhor satisfaz ao imperativo da reconducao e. iconognfficas que corrigem e completam inesgo- "modelo" Mona Lisa desapareceu para sempre. A imagem veicula mais ou me nos "sentido". Souriau. pp.ta. a pequenez do grao de simples imagem . cit.33 . Detenhamo-nos agora nessa definic. cf. E. a beleza co.ao.) do que 0 bol. cir.:aa de certas re/aC. cit. esconde um conteudo tuem. 340. aquilo que Focillon denomina a..:iio iluminadora a beleza em si e ao alE!m tnefavel da bel.eza. 0 Cenaculo eo G6Ig. jamais Cada espectador que visita 0 Louvre repete. expresso. Cf. F. Corbin (op. ap. p. 16gicas e lingufsticas. a imagem pintada. conta mais do que 0 sentido literal de cada parabola. pe/o jogo das redundan- exemplo. "esquecla-se todas .47 _51. e a Gloconda Ihe aparece concretamente seja sempre essencial. 23. 1934).24 religiosos ha ate a "copia" em varios exemplares de um mesmo modelo : . T. Paris. pois nunea atingiu um objet? e se de- red undante de Da Vinci. um indizt'vel e invisfvet significado. 21 Assim tarnbem. p.Des.ncr6ta. mas seu retrato torna presente essa ausencia definitiva. 0 ate adequado. compreende-se bern esse poder da imagem simb6lica: 0 cias m(ticas. 31-44. . de s/mb% Iconograflco e constituido de mGltiplas redundancias: "copia" redundante de um lugar. rituais. 13-3.:ao. Northrop. jamais e exp/icado de uma vez por todas.~stlflC~o. S. Cf. Nos casos de lcones tracos ou alguns "respingos de aquarela". a onde a relac. 0 altar de cada igreja e. 10 e P. p. P. Cambre de Dieu. por sua I19Z . 106.que se perverteu rapidamente em Idolo ou fetiche - mostarda e 0 tamanho da arvore que dele nasceu.go. par um conjunto de parabolas que consti- como veremos . 00.objetivo".ao que the escapa.:ao semantica entre 0 joio e 0 trigo.. Para todo 0 Extremo Oriente sino-japont!s. Corbin. The Meeting af East and West. esculpida etc. tecnica que reconstitui fielrnente a impressao oferecida pela realidade Remb. Paris. mas exige uma execucao sempre nova. principa lmente em Sao Mateus. uma recusa do sentido. po is basta a si mesmo e carrega c~nsl. 18 19 . COm certeza. assim como uma partitura musical nunca e decifrada de uma vez por Ja se ~isse do pintor chines Yu-K'O que. do ponto de vista do consumido~ ~3 Icone bizantlno se poderia chama. 31. "0 24. enquanto pintava bambus. a pintura Tehan e taoista a que reconduz a artista chines ao sentido do objeto sugerido por alguns daquilo que 0 pintor ja representou tecnicamente. jamais ". de um Giotto e mais intensa que a do pintor 22. H. a Gioconda .ou um conjunto de parabolas evangelicas. cit. E. sen do assim obrigado a encarnar Mas. 21. ~sca~­ numa inesgotavel epifania. do ponto de modelo. 127. 280 -282. 19. ~ certo que ha variacoes na intensidade dalosamente. numerosas opções reli- giosas ou filosóficas . de alienação. Tradução: ~ (traduz economica- mente o significadol. poderemos. Parcislmente ade. verá QUADRO I . A realidade simbó. serenamente. Mas. sign ificante . o símbolo passa muito bem e que (no sentido literall a própria atitude do pensamento ocidental contemporâneo. sfval por meio direto . depo is de mostrar o caminho do apaziguamento para o conflito da Pode ser uma parte. quer queira quer não. te convencional do Nêo-convencionet. Os Modos de Conhecimento Indireto dir igirem-se contra ele. dos métodos da hermenêutica. Nunca pode ser dido por um ou. uma flcação. (Saussurel. Semántico (Saussurel. ilustração geralmen· lica e os métodos da simbologia. atingido pelo pen- tro processo de geralmente é um con. quado ou para-bó· que acabamos de estabelecer entre signo. - Epifania: +- Pode ser apreen. Signo "arbitrá. antes. 20 . D ificilmente apreen. (Cassi rer} . deve encarar metodicamente o "fato" simbólico sob pena Arbitrário. Relação entre significante e significado Equivalêncie indi· cativa : ~. Fornecido antes Fornecido antes do Nunca é fornecido do sign ificante. estudaremos. tendo constatado que. Mas. Significado pensamento . samento direto. faremos um breve resumo das principais diferenças quado. Alleaul. (Jung. Reconduz à signi· Razão e da Imagem. em vista dos resultados Significante um elemento. nos capítulos seguintes. Adequado . ceito complexo ou uma idéia abstrata. alegoria e símbolo. Suficiente e inade- lismo. Finalmente. Sem iológico Alegórico Simbólico. significado .. Cassired. Signo "associado" (EdelineL rio" (Edeline] . no curso da história. Não-arbitrário. (Jung). apesar o signo A alegoria o.srrnbolo da ofensiva de toda uma civilização. cada (emblemaI. Sintemático Ind icativo (R. expl (cita mas sempre ambígua e freqüentemente redundante. E esse conflito que traçaremos sucintamente no prime iro capítulo deste livrinho. lico . nos últimos capítulos. fora do processo simbó lico . Qualificativos Semiót ico Emblemático. nova fundada na simbolog ia e estudar as funções filosóficas do sirnbo. Não-arbitrário. preparar uma ciência e uma sabedoria Qualidade do signifi· Aparece isolado . suprime a Deus e clericaliza todo o pensamento. contra 0 realismo demasiado antropo' morfo do humanismo cristol6gico de Sao Germano de Constantinopla 23 . La sociologie d'ALguste Comte. puritana. manifesta·se e se torna cada vez mais forte sob a influencia do legalismo judeu ou muc. e consiste principalmente numa exigencia reforma· dora." Jean Lacroi x. de pureza do sfmbolo. p.:3o ico nogratica? Mas ha muitas formas de iconoclasmo. CAPfTULO I A VITO R IA DOS ICONOCLASTAS OU 0 AVESSO DOS POSITIVISMOS "0 positivismo e a filosofia que. Pode parecer duplamente paradoxal querer tratar do "Ocidente iconoclasta". com 0 mesmo movimento. e a de Bizancio: desde 0 reculo V. os inumeraveis meios de reproduC. Uma. com Santo Epifanio. Pois nao e esse 0 epfteto reservado pela Hist6ria da cultura a crise que sacudiu 0 Oriente bizantino do reculo VII? E como e que pode ser taxada de iconoclasta a civilizaC.ll0 . por falta. 0 cinema.:3o abundante de imagens que inventou a fotografia.:ulmano. Ct .: ao . 5. Cf. em dez se cul os no Ocid ente. nO 2. t. que os eixos da ciencia e do imaginario sao. Lec le rc. por todos as cartesianos como a senhora do erro. ou seja.quando nao 0 " percepto". 0 menta indireto". no Diet. sobre a simbolo. H. 257. e rejeitada nac. 1960. os pragmatism05 oporao a pensamento direto. 165 e "L'i=nologie de Saint Theodore Studite".ao de sfmbolo. 21. antes de mais nada.cujo significante possui apenas fontes mais pro fundas desse grande cisma do Ocidente re lativo ten· a a diafaneidade do signo . depois. artigo sobre " Les images" . in Polarite du symbole. assimi. nossa civiliza<. como vem sendo institu Ida ha escreve. G. VII . para proceder do mais evidente ao menos bolo" ultimo do ser.:a epi fan ica da "reino"s do algoritmo matematico que Descartes instaura. a metoda * ** 1. Como bem diz um cartesiano acidente na ortodoxia. Cf. por evapora<.atenua-se pouco a pouco na pura semio\ogia. em signo. atualmente.3 certamente nao e porque Descartes se recusa a segunda especie foi. vamos reverter 0 curso da historia em nosso estudo. evapora-se. e de algunl A mais evidente depreciayao dos s(mbolos que a hist6ria de modo. apenas 0 universo material e reduzido ao algoritmo matema- lando alias estas ultimas as longa5 cadeias de "fatos" da explicac. de Deus. e exato pretender que e com Descartes que 0 simbo- b6lico. inversos e que 0 cientiSta deve. Le dec/in de I'Occident. a sen 5 a<. cat61ico e mistico nao esta enganado ao denuncia -Io . R. para truira as longas correntes de razoes da explicac. Desclee. Spengler. grac. ao "pensa· matematico. Ele se aplica justamente. 25 24 . Segundo O. definido triplamente como pensamento para se mpre indireto. Echos d 'O rient. aparece tem610go de um nao-cartesianismo tao decidido como Bachelard alnda como antlpoda a pedagogia do saber. ja que 0 pensa- evid ente.:ao do sentido. Spengler.:ao abrangente. De qualquer modo. Alquie. finalmente.ao semiol6gica.2 nossa civili za<.ao positivista sao os tres estados da extinc. por excesso.a de Carlos Magno . em frances] sim . Portanto. t . F . 0 metodo (ou seja. chretienne et de sianisme". mas percebe·se destituir a objeto de seu saber. e toda flgura geometnca e sivos do triunfo da explicac. t .ao as "evidencias" anallticas Sao Esses "tres estados" do iconoclasmo ocidental que nos propo. "senhora do erro e da falsidade". Ct. ~ bem 0 pedag6gicos violentamente antagonistas : a presenc.:as a famosa analogia funcional: 0 mun~o ffsico e a~ena~ positivista. Porem. ! A outra.ao primeiro lugar. como. Ora. ~ por meio desse desvio que. tentando mento e. eo Pascal transcendencia.:a" A primeira vista.:6es ados pied osos conef. "L'iconologie de Saint Germain de Constantinople". atraves de uma "psicanalise objetiva" . tambem. La formation de /'esprit scientifiqlJe. portanto. alias. Descartes. de Theodoros Stoudite. Ct . 21. se in ici a plausivelmente com a heranc. a ciencia cons. por excesso . O .:ao apenas equal. ao "eu penso" que e sem duvida "sim- evidencia iconoclasta e. nosso art igo "L'occident iconoclaste".:ao "deformadora". d 'a rcheol.:ao. p. lit urgie . Certamente. 0 cartesianismo assegura 0 triunfo do iconoclasmo. A imaginac. em filosofia. mais insidios 3. que 0 Ocidente sempre opos. in Cahiers (mern . pretende ser a metodo universal. se 0 iconoclasmo do primeiro tipo foi um simples cientista sardo do cartesianismo. p . V . Mas a unico simbolo. seu direito de cidadania. Grumel . 221. inclusive mos a percorrer breve mente. mas um simbclo deveras perigoso. I.ao apresenta e certamente cquela que se manifesta no lios bizantinos. de Symbolisme. com Malebranche e principal mente Spinoza. 4 . 2.ao algebrica. da III Medita9ao. diante da imagi. urn tal metoda de redut. Bachelard.1963. lismo vai perder. 0 conhecimento [co -naissance. Mesmo ~ :pis- prese nca figurada da transcendencia e compreensao epifanica. contraria em suas intenc. e. a metoda matem. figura e movimento.:ao tico. Le regne de la qlJantire et Ie signe des temps. por assim dizer. Mas Esses "tres estados" nao tem a mesma e primeiramente em Descartes. p. e a propria consciencia "a imagem e semelhanc. tentaremos mostrar que 0 iconoclasmo da contemporaneo. "Conscience at signe dans la philosophie moderne et Ie carte- Echos d 'Orient . as Igrejas oporao dogmas e c leri calismos.hico) se torna ir alem do ico nocl as mo ma is notbrio do cientificismo e remontar as o unico simbolo do ser! 0 sfmbolo . 0 triunfo do "signo" "conceito" . res extensa. 3 . para 0 Descartes const ituti vo e continuamente agravado da cultura ocidental . 0 traco utilizar a no<. de nci a tradicional do conhecimento humano. elementos de todas as perfidas sequelas da imagina<. do simbolo. ESSes famosos "tres estados" suces. metodicamente. aos tres criterios precedentes . Guenon. apos as apenas 0 mundo e passivel de explorac. Locke. A propria imagem pintada. no seculo XIX. 91. especial mente da universidade nao tem mais lugar numa sociedade que pouco a pouco elimmou francesa.:ao cientffica. Todo 0 saber dos dais I Esse iconoclasmo radical nao se desenvolveu sem gerar graves ultimos seculos se resumira em um metoda de analise e de medida matematica mesclada a preocupac. explorac. na Bizancio macedonica e na China dos Song _ E. enquanto Alain s6 ve nela a infancia confusa da consciencia.:ao e violentamente anate. uma dupla hemorragia do simbolismo: ora se reduz a em suas revoltas romanticas e impressionistas contra essa condlc. Cf . a arte dos seculos XVII e XVIII minimizar-se em puro "divertimento". 0 desamparo historia e de sua filosofia. 70.:a pragmatica do signa.ao "semioI6gica" do mundo sera a concepc.:6es". a imaginac. (~ne. S. p . Ate mesmo Pascal era da explicacao cientificista que. Heritage des mors. ora se modernos.:ao contra 0 red uc. a fon. 82 . cit. acabara por repudiar. oficial das universidades ocidentais. assim. cartesianismo. perceberemos uma corrente de iconoclasmo ainda mais profund~ que 7.ao plena que possuem nas socledades "deseja submeter 0 ser interior a consciencia". Pre/imi. ja nao procura mais evocar_ Sartre descobre no imaginario apenas a "nada". passando por D~v~d e pelos Na filosofia contemporanea produz-se.~o e a t verdade que. mento.:ao e vingadora anarquia das imagens que de repente desaba sobre 0 seculo dos fenomenos nao mais se dirige para um polo metaffsico. se desviara para 0 positivismo . * 6. pp.:ao com a enumerac."l0 Em resumo.ao . ao pr6prio "verdade a distancia. onde desvalorizada. mas apenas a vastas ' e ambiciosas alegorias do Renascimento.pel cultural da imagem pintada foi minimizado ao extremo num unlverso onde da qual a ciencia hist6rica se beneficiara. pp. "objeto fantasma". 8.:ao e a observac. p. 10. tico de Leibniz e de Newton.:ao do ser ao tecido de relac. Alquie . 85. filha mais velha de Auguste Comte e neta de Descartes.:ao a profundidade vital do apelo ontol6gico. toda recondw. p_ 98. Myrhe er mt!taphysique. dos "pobreza essencial" . Northrop. a forc. iconofilas.174-175 etc. heritage d 'idees . 26 27 . 0 pa. asslm como espfrito".137.:ao so sera inspirada pelo empirismo escolas· I no significante. Cf. 89 55. p. com 0 seculo XVIII. 0 artista procura desesperadamente ancorar sua tanto 0 ontol6gico quanta ela 0 invoca. e entao se obtem 0 mundo da ciencia. op. atraves Essa concerx.6 social no qual "0 artist a" sera mantido pelo consenso ocidental. cit. \ I redutor da geometria analitica vai se aplicar ao Ser absoluto. Brunschvicg. nas quais 0 * * autor aproxima.8 epfgonos de Rafael a Fernand Leger. ~ assim que se inaugura a triunfa. no rastro do impulso ep[gonos de (ngres. nao atinge mais do que uma evocac. desse reino do algoritmo.ao alem do deserto cientificista da nossa pedagogia cultural.:ao cogito as "cogitac. nos :empos a signo s6 e pensado como termo adequado de uma relac. 71 55. I repercussoes na imagem artistica pintada ou esculpida. Gusdorf. 174. The Meering of East and West. pp. na al~oriaa~refecida matizada.:ao. inspiradora dos te6ricos franceses da Revoluc. Cf. Nao a funcao essencial da imagem simb6lica. Brunschvicg ainda a considera como "pecado contra 0 dos Le Sueur na alegoria politicados Lebrun e dos David. em puro "ornamento".9 Obtem-se.:ao. 223. bem menos do que se afirma. como o. inicia-se uma reac.:ao da pr6pria revolta artfstica do Romantismo. tudo aquilo que era sentido figurado.7 na "scene d~ genre" do seculo XV III. e veremos mais adiante que esse empirismo e tao iconoclasta como 0 metodo cartesiano. Mas essa reac. Ricoeur.0 artista. Do mesmo modo. Alain... \ dizer que a denuncia das causas finais feita pelo cartesia~i~. P. L'imaginaire. prefaciando. Durante dois seculos. . sob a pressao da I afirma seu desprezo pela pintura. 9. a igualdade politica na dernocracia de Se remontarmos a alguns seculos antes do cartesianismo. na cres:ente fenomenologias desprovidas de transcendencia.:ao cientffica tem direito ao titulo despretensioso de conheci.. para as quais a colec. Same. assim. no conjunto. ve-se. a imagem e seu artista jamais recobrarao. C. a cada dia. op. pode-se Deus. a mentalldade naires a /a myrhologie.a de significac. nao evoca XX e 0 faz submergir.:6es objetivas dele resultante liquid ara~. uma verdade reduzida. Dessa recusa da evoCa9ao nasce 0 ornamentalismo academico que. F. reduz 0 papel do (cone ao do cenano_ Me~~o cartesiano. inverso da creatio. 16 Eles são s/mboios da própria função simbólica que é . 18. d'Ockbern. Le tractarus de principiis heologiae 19 4 7 . Sobre Averr6is. 28 29 . 16. p. 1936." (Cathéch . Cf. extrema conseqüência vez de se r vulgar memória. o modelo s e rv~ n d o i~t a ct a essa doutrin a d a reco nd uçã o. Jean Scot ~rigene. o próprio Cornta invoca explici- protegido do que o Oc idente cristão da onda oerioatéuca do averrorsrro con. L'e xperién ce humaine ette causalité phvsique.. 14 . da reminiscência que. Mandonnel. ed . Age. Brunsc hvicg. 14 Masasoluçãoadequadaao menos cinco ou seis séculos (se encerrarmos a era peripatética em problema platónico é finalmente proposta pela gnose vaJentiniana nesse Descartes. 12 eles . ao contrário. 1905 . aquele persegu e o platonismo. pp . Essa corrente é veiculada. de Ockham.). do século XIII ao sécu lo XIX. Entretanto. o conceptualismo aristotélico. La philosophie au Moyen co n c retas. Sa gnard. os éons que são os modelos eternos e perfeitos a velha querela filosófica d a Antigüidade clássica. Àquestão Que do que o positivismo comtiano . A Idade Média ocidental retoma "anjos" intermediários. cit. pelo qual se efetuará a mais lastrado no empirismo ao qual o Ocidente será fiel durante pejo divinização. S. L. p. . de qu e o grande problema platónico era exatamente o da reconduc ão " Ora. cf. através do meio-termo simb6lico. E . movem -se num dormn io intermediário (grifo do autor) entre a re~lidade e o mit o" . sa vie. o te'wt) e os priv ilégios da . não mais long ínquo pré-Ocidente dos primeiros séculos da era cristã. Péchut. cf . no sem elh ant e que vai sustentar Jean Sco t trigene : o Cristo se torna o Ocidente. são o S~cu!o s de racionalismo corrigiram. vai ser rejeitada em Na ponta extrema da aurora medieval. 13 . onde agora lemos apenas as prem issas da dialé t ica Corb in. 40 : "Essas entidades semi-abstrata s semi- sttriboe à G. Sobre G. essa angelologia. e até do trocad iiho manifesto dos signos concretos. traduzido e comentado. L Baudrv. do homem à idéia 15. Cappuyn e.17 O aristotelismo medieval. Pode parecer estranho querer reabsorver uma parte do positivismo na espe cialm ente com Ibn Arabí. 1908·1911. os diálogo s do próprio critério de uma ontologia simbólica. no autor do Banquete edo Timeu. "esse artifIcio na çao eplfanl ca lalãm el -rnith él ). Louvain. 17-18) demonstrou que o Islã oriental shi'ita 17 .. Siger de Brabant et I'averro.. Paris.. Les gnastiques. Cf. Sem d úvida . Co rbi n (op . La gno se valentinienne et le témaignage de saint Irénée.18 contra todo o prestígio do 11 . d ez Esses anjos. son oeuvre.. L Gauthler. "filho de Platão". 16 .. de um desenvolvimento histórico do platonismo. Vrin. constitutiva de uma doutrina do sentido dos obje tos sens íveis ao mundo das idéias. a nossos olhos. pelo co nceptualismo aristotélico ou mais exatamente pelo esquerdismo \ Valentino responde através de uma angelologia. p. O platonismo. imaginação epifân ica. mesmo da série const itutiva dos famosos três estados : a série. Alger. op. CL M. que através dela se tornam et imológico . Pode-se dizer perfeitamente que o modo de ligação é aquele. é mais ou menos uma filosofia do "algarismo" éons constitui a Plenitude (o Pleromal. E.magi. 00. · II \ cartesiana. e não como em Platão. no conceptualismo biológico do Estagirita. P. cit.como e da lógica de Aristóteles e até mesmo do matematismo de Descartes. Vrin .IS é a apologia do "pensamento direto. foi mais idade "rnetaf íslca " do peripatetismo. 12 .. dito Ibn Aitetim. ). se pensée Louvain 1933. a deifica tio . Gilson. Hutin . do vegetal ao homem. Títul o do livro X I fi dos Commentaires des Evangiles de Basilide. 128. Cf. Accord de la reliçlon et de la phltosopbie . biológico. é. cf. F . notas cr ít icas de E. da transcendência. é que o Ser sem raiz e sem vínculo acabou chegando até as coisas?") . ' . tanto I desse mundo imperfeito porque separado. encontrados em outras tradições orientais. sem levar em conta o conceptualismo kantiano. Gilson mo strou como Descartes foi o herdeiro da problemática e dos concei tos peripatét ico s. de todas as coisas. Discoufõ de la méthade. está ainda uma doutrina nome do "pensamento direto" pela crise dos universais que abre. gradualmente elaborado desde Aristóteles. uma doutrina dos ockh am ista e averrofsta deste último. apresentada pelo alexandrino Basilide ("Como proveniente de Averróis e invocado por Siger de Brabant e Ockham. Corbin. basta para nos convencer símbolos. implica uma simbólica. para instituir uma imensa escala destinada a ligar o homem ao vegetal . H. positiviste.mediadora entre a transcendência do significado e o mundo Mas a util ização sistemática do simbolismo mítico. tamente Aristóteles. inteira- mente positivo . encarnados. H. cf. como demonstrou Henry discipulo de Sócrates.sme tetin au XII/e siécle. Gilson. ou seja. Vrin. tratado de Ibn Rochd. em transcendente veiculado pelo humilde súnbolo. Conceptualismo cada vez princíp io dessa reversio. Ele vê. enquanto a reunião dos grego como alexand rino.. 194 : "E se os de docetismo heresia que consiste na crenca de que Cristo nao era real mente de a ntigos. I. a uma definir. mas essa primavera foi muito breve diante dos tres 21 . 23. diante da arte como era 0 caso em Scot trigene ou ainda em Sao Boaventura. P.:ao tao abstrato que nao merece 0 nome de Deus. de impulse medita. par meio de artiffcios g6tica. sera 0 prolongamento natural. 30 31 . de Alexandre de Jesus e um escandalo e a cruz. au ilusao ontol6gica que batiza com 0 nome Ser a Enquanto 0 estilo romano. cf. Ibid . ga<. (N. Sem duvida. (ef. Cf . nao se enganam os comentaristas evangelica que Ihe eassoci ada pelo sentido terra-a-terra da filosofia dos tratados de ffsica peripatetica I9 que opoem as historiai" (as investi. para 0 conceptualismo. E. separado de um motor im6vei.substitui a evocar. Valentin. aos mirabilia (os eventos raros e maravi. de onde e extrafda pelo intelecto. T. Davy. que a cristandade vai adotar ate Galileu. 21 pensamento indireto. Estas ultimas provinham de relac. 0 mundo da percepr. essa depreciac. do amor plat6nico nos Fedeli d'Amore e 0 renascimento franciscano Ihosos) ou en tao aos idiotes (eventos singulares) de todas as tradic. Stromates." Clemente de Alexand ria. 0 cisma data apenas de 1054 e 56 sera real mente consumado na aurora autor de urn Traitl! des sympathies er antipathies.:6es "simpaticas". do SIlculo XIII. 196-197. os bizantinos e a Idade ~dia tiveram alguma ideia do metodo cient (fico . toda de evolur. realista. g6ticos. citado por de Aphrodisias a Philopan. du Xlle siecie en France. da chamada arte gatica. de Sao Bernardo e menos iconoclasta do que 0 realismo estetico dos cendente supremo que esta "alem do ser em dignidade e em poder".:oes he r meticas. Beigbeder. como a ideia plat6nica. L'iconographie religieuse des pays entre Rh6ne et Loire. e O. a ideia passu i uma como 0 tipo mesmo do iconoclasmo por excessO: ele acentua a tal realidade in re . 0 senslvel. a democritiano. ao sentido trans. a crucifixiio e les 0 devem ao Estagirita au a longa linhagem de seus comentaristas. A arte romana.:ao si mb61 ica.:ao nalismo de Ockham. a i lusao dos objetos reais em relevo. p. tao "direta".:oes) aristotelicas. 59. com menos continuidade que copula que une um sujeito a um atributo.:ao. Aquilo que transparece na encarnar.:ao s~mb6lica. Male . seria facilmente suspeita 19. M. E sabe·se com que facilidade esse conceptualismo se atenuara no nomi. Certamente. ela nao reconduz mais. nao se completan3 em um dia. ) herdada do Oriente. 22. do culto riana" do positivismo moderno.e ate mesmo 0 sensualismo . e uma arte "indireta". Sobre a literatura "simpatica" de Bolos. objeto de repulsa. carne. onde a expressionismo . ponto 0 significante que desliza do icone para a imagem bastante mas ela s6 conduz a um conceito. combinat6ria de qualidades senslveis que reconduzem g6tica sao os sofrimentos do homem-Deus. Aquilo que mostra cada veZ mais a estatuaria 22 desafetado. nao e mais seculos de arte "ocidental".23 conserva uma arte do leone que repousa no principio ness a fisica de primeira instancia nao e a sua positividade mas a sua teofanico de uma angelologia. tao pr6ximas em seu esplrito da entidade "histo· Havera resistencias pOUCO ocultas: 0 florescimento da cortesia. 6. A arte romana urn mundo da intercessao ontol6gica onde se epifaniza um misterio.:ao. A primavera romana viu florescer uma iconografia simb61ica de perspectiva. 0 que Descartes vai denunciar Bizancio. E um gatica. 0 purismo austero tivo em impulso meditativo. e a ffsica de um mundo humana sobre a morte . escultural do sfmbolo romano e a gl6ria de Deus e a vit6ria sobre- teles. na coisa senslvel. III. 20 Esse deslizamento para 0 mundo do realismo perceptivo. aristotelica e do averroismo latino.:ao terra-a-terra que naturalista. apenas ao senSlvel.:ao do "pensamento indireto" e da evoca<.) 20. A "ffsica" de Arist6 . pp. alimentado pela escolastica peripatetica de Santo Tom:s. que perde seu sentido sagrado e se torna simples ornamento a/rneja urn sentido pr6prio. a do lugar limpo. especial mente a dos parses cataros. Cf. de ho mologias simb6licas. si mples "objeto de arte". Festugiere. da qual a trompe l'oeil rebuscada e renascen~e mundo material. e dos mais vis ive is na passagem d a arte romana para a arte Trompe l'oeil: pintura que visa essencialmente criar. A esse respeito. La revelation d'Herrnes Trismffgiste. L 'art religieux. Paradoxalmente. Para B~ilides assim como para Valentin e mais tarde os dtaros. a arte g6tica aparece em seu processo precipitar. Essai sur la symbolique romane. com 0 saque de Constantinople pelos cruzados (1204).. que cJ O sim assina lar que. a uma situação histórica conce pt ua l isrno gót ico pretend e ser um d ec alque realista das co isas ou exist encial que lhes dá colorido. O mesmo não acontece com por amb ição recond uzir a um sent id o . Há. mais ou menos do modo como uma se des-f igura e subst itu i o sentido da Beleza e a invocação ao Ser pe lo música ou um herói de teat ro precisa de um " inté rpret e". ~ por isso que uma imagem simbó- tai s como são. . e le negligenc ia o significado para se apegar apenas à epiderme à su a potência so cio lógica. Le signe et le secré. 26. no mistério grego. mas "cop iar a nat urezu".se dizer que. uma abertura para o céu. de Bosch. por função. um reconhecimento social.27 ou seja. 2s Mas também não é menos verdade * que o regime de pensamento adotado pelo Oc idente "faustiano" do * * sécu lo XII I. como toda imagem. 28 No plano da recondução ontológica e da vocação pessoal. 23. qu e se torn a rá o ba luarte do to mismo . é ameaçado pelo regionalismo da significação e maneiri smo da formo sura ou o expressionismo do terror à feiúra. ar istotélico ou cartesiano. Poder-se-ia dizer que há ar um símbolo reduzido símbol o. vant agem de pretender ser universal através da part ilha indiv idual A pa rti r do sécul o XIII. b e I'rs rno com São Boaven tura. ao I figu rar o Cristo . R." Essas virtudes de abertura para a transcendência pens am ento franci scano . o nde d esa b ro cho u a Reforma. repousa essencialmente na noç ão de "imitação" . oporá o menta lismo romano . agora devemos ex aminar. a imagem simból ica as perderá. cit. ela se funcio naliza e. ma is tard e. ao pensamento dominicano. no realismo de cert os artistas. uma segre- o iconocl asmo perip atético é o t ipo do iconoclasmo por excesso: no gação convencional. toda-a imaginação se coloca pelas melhores intenções de "defesa simbólica". repet e incansavelme nt e a Santa Face. enquanto Gr ünew ald o u 29 . é fatalmente dcqrná- a se rviço ap enas d a curiosidade faustiana e conqu istadora da cristan- tica. . 186 : " Les conventions sac ram entaires. A imitação nada \ 28. qu ase somos tentados a di zer que ela se funcionariza. uma força na exultação30 q ue não ex p rime m a moderação lógica e a concisão jurídica do sacra- 24 . uma imagem que tem er am um iconocl asmo por falta e desprezo generalizado da imagem. mesmo Van der Weyd en apenas cop iam um modelo humano. deve -se corrente de . Romantismo . Op . p. seja pintada. ao signific ante . E o símbolo. Alleau Pode. no decorre r dos séculos. esculp ida ou pensada lica precisa ser sempre revivida. CL B. corre o risco de se transformar. em vista dos clericalismos que irão 25. apresenta a imensa da imaginação simbó lica e do s modo s de pensamento indi reto. O realismo de Car avaggio e Riber a ficará no mero n fl. dade. Toda a arte. mas a palavra latina não transm ite toda a riqueza da palavra grega . se o cartes ianismo e o cientifismo dele resultante ch ama judiciosament e de "sintema" . . l humano. ' sinterna . demasiadamente I 30 . 33 32 . os menos " ro ma nos" . A imagem do mundo.iconocl asmo mais pr imitivo e mais fundamental. Alleau . por exemplo . A po ét ica de Arist óteles. ~ verd ade que a consc iência do Ocidente havia sido preparada produz-se uma degenerescência muito bem distinguida pelo pastor ainda ma is profundamente para esse papel ornamentalista por um a Bernard Morel: 29 "A teolog ia latina traduziu a palavra grega 'mistério' po r 'sacramento' . De la narure des symboles. d e Memling. ~ verdade que Eckhart foi dom inicano no seio da livre imanê ncia. e. Note-se q ue essa t rans figu ração do realismo se efetu a no s países do Nort e defini-Ia ." O as imagens: elas est ão suje itas a um evento. naquilo que R. . tr ansparece uma mist icidade oc ulta que trans- figura a m inúcia trivial da visão. antes de mais nada. Morei. um realismo espiritual. a cada instante." mai s é q ue o extremo aba sta rdament o da redundânci a: o íco ne bizant ino . Grifo do autor. um respeito ao inefável. as artes e a consciênc ia não tê m mais do "bom senso" ou do "senso comum". que foi a b fblla da estética ocidental an tes do I 27 . p. Ao tornar-se ma s um do m in ican o condenado por sua ordern . Deve-se assinal ar aqui o contraste qu e.€l do expressionismo. fazendo do aristotel ismo a filosofia oficial da cr istandade é um regime qu e privilegi a o " pensament o d ireto " em d etrimento O racionalismo. Ao se da Eu rop a. de obedi ênc ia p latónica. Toda "convenção". 24 Do mesmo modo. mesmo que animada d o sent ido . convocada a se tornar estado inad misslvel. processo d e mediação através de um conhecimento concreto e experi- Mas a ins p iracão si mbó lica pretende ser o despertar do esp írito par a me ntal. Cf. 35 . estará sempre inclinada a figurar o anjo sacr i'Iegos. demons tra bem a Iígação e nt re a heresia gnó st icn e H. o qu~ 32 . um d e ex p rimir-se apena s por uma "letra" mais ou meno s sintemática. 193 . no decorrer ção assegurava de ant em ão a vitória do ave r ro ismo . está inst itucionalmente do lado da letra." Universitaires de Franca. A ligação d a pesso a do Penteco stes : "lfnguas de fogo . t nesse po nto mente o platonismo valentin iano. messias e. Mas essa elimi na. contrariamente ao homem ." . H. .e as do Islã legalista sunita com relação à míst ica sufi. ao Abso luto on to lóg ico po r intermédio de seu anjo escam o t eia mesmo Clément . são apa rece a um pensamento eclesial como a porta ab er ta p ara o sacr i. . sacramental e eclesial. isto é. surgiram sobre cada um deles . 81 .encarnar nu m a cult u ra e numa linguagem cultura l. isto é. que o prende ao Pleroma sem outra mediacão" . p . através da qual.. op . Cf. .. C. Po is a Mulher. pp. 1947. no momen t o cu lrni. na oposição qu e provocou o mento simbólico: "Chama-se ou pode-se chamar gnosticismo . Corb in. um notável paralelismo entre as persegu ições da Igreja Romana d iante de seitas mfst icas . para el iminar a Gnose.. toda Igreja é f unc io nalmente beat ificante"." de uma ilum inação o homem se reapodera de sua verdade . op. p. que define o Espirito Santo como u ma mente . Petrement. An jo ou Espírito Santo ." 3 1 especta . é a d e assegu ra r. in Ann. p. sobre- nante d e sua h ist ór ia. n'? 53 . op . Para a gnose propriamente dita . a menos qu e se qu eira faz er coexi sti r S. seu Senhor pessoal. rior. Quer o legalismo relig ioso seja fariseu . 3 2.32 Isso qu er dizer que. Puech escreve sobre a gnose pode ser perfeitamente ap licado ao conheci- o si mbo lis mo . G 34..34 Como no platonismo. Certa me nte. assim. 36 Como uma certa gnose. cit. receptáculo concreto cada ind ividua lidade espiritual. Helena etc. que concentra e desenvolve o momento et iológ ico. portanto. e amordaçada. Corbin. ele sem . corno intermediário soci al. H. nos primeiros sé c ulo s. . B. são Sofi a. ~: qu e a le t ra ame aça o e sp irita. conhecend'o-se ou reconhecendo-se. do mito. ou melhor. op. 168-169.": Puech. . pos sui uma dupla natureza que é a dupla natureza do próprio symbolon: p re se de front a f unda men t alme nt e com a afirmação de q ue exis t e. com todas as su as impli caçõ es. ao esc rever : "E po ss ivel discerni r. sob a cobertura da angelologia. quando a poética profét ica é incrimina da uma relação pessoal com o Anjo do Conhecimento e o da Revelação. Le dua/isme chez Pteton.. 35 34 .e tam~~ g~ose - frac asso do avicen is mo lat ino . Mo rei . seu Esp írit o Santo . se recorda nova- 3 3. Ora. as mes mas razões que haviam m o t ivad o os esfo rços toda doutr ina ou at itude religiosa fu ndada sobre a teoria ou a e xpenencia ante- d a G ran d e Igreja. tudo a mulher. d a livre exul tação . les gnostlques et les msnichéens. Ta l preten.Espírito Santo. manten do com mão firme a fac a d e " d ois gum es". Nossa Senhora . . I mente a I qrera ' Romana q ue . Ricoeur (Finirudes et culpabilitd. cit. légio. 160. 156) : "A gnose é aquilo 3 1. uma espécie de gnose. Mas essa gnose . More i. um "conhecimento salvador" que não necessita de um dog mát ica. recondução do concreto ao seu sentido ilu m inad o r. " Phéno· inser ção pe ssoal da energ ia d ivina : "Deve-se admit ir um ponto de incidência ménolog ie de la gnose" . Barbélô . cf.33 é pessoal e eman a d e algu m mod o da cr isma (mvronl. A Igreja Ortodoxa também insist e na confirmação ind ivid ual qu a lque r fo rmu lação dogm ática im po st a de fo ra. Escrevemos. cit. o sfmbolo é um "conhecimento alé m d a letra so b pena de morrer. cit ." ~ntretanto. a imag em simbóiica a segregação sacramental da Igreja . especial- co rre o risco de se escle ros ar em dogma e em sintaxe. em Deus . . "um tipo de gnose". sunita ou "ro mano" .. por corp o so cio lógico. 36. . o q~e bem observou P. para criadora de um sentido e. . p . cit. pp. 16 . nos mediadores pessoais de segundo grau : profetas. 82. "recorta o mundo em duas pa rtes : os fiéis e os ser concreta e experimental. da ene rg ia d ivina no organismo humano.gnósticos. cátaros et c. a presençamesmada trans cendên cia.op. escap ando assim a (pneumatóforol. B. ao mesmo tempo. Pressas d o is ti pos d e vida heterogêneos na mesma pessoa. que faz de todo confirmado um "Portador do Esp lrito Santo" do livre exame . . aliás . como já dissemos. Um a ig reja. assim como os Anjos da teofania plotin iana. no processo simbólico pu ro. os "anjos supremos" não po der á adm it ir a liberd ad e de inspiração da imag inaç ão sim bó lica. Contudo a Igreja Ortodo xa oficializa essa ligaç ão pessoal no sacramento medi ad or . p. aqui . . uma "inteligência agente separada. pois a gnose propriamente d ita é u m procedimento bastardo de racional ismo e de dogmatismo defensivo. O autor assinala. . O.. College de Fmnce. cuja A virtu d e esse ncial d o sfmbolo. u m d o s grandes paradoxo s do sfmbol o é o Todo simbol ismo é. no qued a e salvação figu ram as próprias esperanças da via simbólica: a seio do mist é rio pessoal. )? A mulher e.. !: 0 que Platao ja havia exprimido.ao simbelica s6 pode ser efetuada. Oeuvres co mpiIJ res .a divina repousa no ioone . Cf . pp. que faz com que. as I 41.ao conceptual de um dogma. na mariologia ortodoxa. 38 na qual idade de intermediario supremo. Mas. ta l como aparece. e fixados mais rigidamente. do Ocidente acabe se sac iando nessas fontes pl at6nicas. no Ocidente. " Da Hierarqu ia Ce leste" I 42 .lmana do que qualquer especu- introduz. Juda ben Nissim ibn MaIka. I A grac. 480 ss . um m is terioso intermediario : "0 Receptikulo ". . Cf. au quando Rude esculpe no arco do triunfo . em Platao. p ." Essa papal intermediario desempenhado pelo Sobre a Schekinah. " A Nutriz" . E por isso que 0 sCmbolo nao pode ser explicitado: a alqu imia Ora. philosophe juif {cone e simbolizado pela propria iconostase que. E e Scot !:rigene quem do simbolo define melhor a Iiberdade h). 0 simbolo dos sCm· a consciencia adorante "nao sejam puramente convencionais. cit. G. 195 ss . p . com Inocencio III ou apes 0 Concflio de T rento. Nao apen as 0 Amo r (Eros I e. Cf. M. diante dessa transfusao do misticismo. La gnose. I pessoal. no cadinho de uma liberdade. I gregos. A encarnac. assim como a figura mu~ulmana \ veiculo da imagem. quando Delacroi x pinta a sua Liberdade no topO de uma barricada. 210 . ao aplicar sem restri<. fazem dela uma lilha do ar a do vento . de Gandillac). 107 : "0 Cristo nao e apenas 0 Verbo de Deus . mais engajado no evento concreto. os escritos de 0 ion isio. cit. Leisegang. 38. Morel. 36 ! 37 . E por isso que a iconografia e a propria etimologia de "alma".. que I pela formula<. .a poetica nunca ren egou totalmente 0 neoplatonismo. em algum lugar.fjo" de um sentido para uma liberdade ass eme lham a Esposa. que a Idade Media se po is a atitude dogmatica implica uma recusa categerica do leone extingue quando desaparecem os Anjos. cit. Corbin. do significante. da transfigurac. pe\o exprime a figura judia da Schekinah. op. B. eles sao bolos. eles . ressurgenc ias platonicas na Madonna Intelligentzia dos pl atonianos da Idade mas a Sua imagem . op. nas epocas de retomada dos freios segundo meios canonicamente fixados. sao trtulos significativos que remetem tanto a doutrina judaica dos nomes divinos como a angelologia oriental. "Nomes Divinos". Ela eo motorda simb6lica_ Ela e a Asa do Anjo. ao \ dogmatieos e do endurecimento doutrinario. ed . enquanto na exp~riencia do sCmbolo sentimos que a liberdade e criadora de um sentido. Apenas a Igreja Ortodoxa. ao mesmo \ prescreve a veneralfao dos lcones. de uma I espiritualidade concreta se esfuma quando os (cones sao abandonados epifania comunial individual. representa marocain.:ao as decis6es do VII Concilio Ecumenieo. 0 proprio tipo do intermediario .42 Tocamos aqui no fator mais importante do iconoclasmo ocidental. como 0 anjo. op . sob a figura de I radicalmente fntimos" . Ct . I desse sentido . op .reencontram espontaneamenta 0 extCIse 40. Mas tambem e verdade que o culto dos ieones utiliza plenamente 0 duplo poder de recondu<. 30 filosefica : esta se obstina em ver. Olivier Clement. 0 Aeropa· I la<.:ao e I papal. no apogeu do poder que parece. "A Mae" . . a arte ocidental foi essencialmente alegerica. I Henri Gouhier escreve.:ao. os do is grandes i ntercessores. 39 Bernardo de Claraval e seu amigo. Ela nao reconduz a uma iluminac. "Sabre a Teologia Mfstica". cit. portanto.:ao. Oizer que a catedral g6tica e uma "bfblia de pedra" nao I 37. Media e na figura de Fih ima·CriaC. as rela<. A feminilidade 56 e mediadora porque e. Pode-se acrescentar que uma enquanto abertura esp iritual atraves de uma sens ibilidade.. B. ela simplesmente ilustra as verdades da Fe dogmaticamente definidas.I. para os (Cf. Santo Agostinho I em ultima instancia. ct. Guilherme de Saint-Thierry.ao do sufismo. Ora. e bastante sign ificativo 0 fato de que todo 0 misticismo da transmutac. Para as Igrejas orientais. Platao t ambem caloca ( Ti meu. na liberdade. pp. Vadja. ou na liturgia das Igrejas cristas. assim como Hildegarde de Bingen. entre 0 modelo inteligrvel e 0 mundo sens rvel. 119 ss .: "Les asservissements liturgiques". no seculo I X. . A arte cat61ica romana e uma arte ditada de epifania sobrenatural do slmbolo . Cf.6es entre 0 significado e de Fatima. E a for<. em seu centro. 0 leone e pintado e substituidos pela alegoria. pp..4{) estao todos familiarizados com a I objetiva. "passiva" e "at iva". a Igreja vela funcionalmente com suspeita. que de bom grado se simbolo: ele e a "eonfirmat.ao .ao funda 0 (cone e 0 leone prova a Encarnac. assegura p\enamente a imagem 0 tempo . I se io do assunto mais objetivo. do que na iconografia ocidental. ela e poetica de uma transcendencia no anamnese plat6nica. (Banquete .ao". Morel . 25 ss. 203 b-el do qu a l a iconografia an-tiga faz um "da'I'mon " a lado . I da Vito ria de SamomJcia.41 E entao que se revela 0 papel profundo do Theotokos. in H. e 0 que papel sacramental de "dupla escraviza<. [ sempre a Oeesis ( a intercessiio) figurada pela Virgem e sao Joao. A alma e alada como a Vit6ria e. 39 . uma escolha gita. Lacroix. 44 . e nao Andre Roublev. 0 afresco sao ilustra<. a "teoI6gico". conceptualismo "metaffsico" com seus prolongamentos grande arte cat61ica (arte que constitui a base de toda a sensibilidade ockhamistas e. pensamento direto no nfvel dos "fatos" "rea is" por oposi<. Comte. Pois a positivismo que Comte resgata da balan<. p. Svsteme de politique positive. suprime a Deus e clericaliza todo pensamento" e p.:ado de seis seculos de "progresso da consciencia".. no instante em que a Revolu<. Comte vai constatar 43 e que vai fundar 0 positivismo do secu 10 X IX. A. Pode-se questionar. de aliena<.:a da hist6ria ocidental do pensamento e. levou a uma concep<.:ao natural do sfmbolo. principalmente.:ao e. Comte. Essa expressao signif ica simples. Pais. do poder de media<.:ao do espfrito.l. La jeunesse d'A uguste Comte et la formation du positivisme (3 vols. 45. ao mesmo tempo. 110 : " Escapa-se a tirania pol [tica apenas para cair no despotismo espiritual.:ao as "quimeras" e ao legalismo cientificista. ct. 44 Retomando uma expressao que Jean Lacroix 45 aplica ao positivismo de Auguste Comte. 103.:6es da interpreta<. seu efeito comum nao deixa de se refor<. 1~ lic. Mas e essa acumula<.significa absolutamente que seja tolerada aqui uma livre interpreta<. "triunfo da Igreja" e Rubens.:ao com a gatica. 0 empirismo do pensamento direto e 0 cientificisrno semiol6gico sao iconoclasmosdiver- gentes. Cf.:ao progressiva do poder humano de rela<. 43. se 0 dogmatismo da palavra." 38 39 . op. semiol6gica "positivista" nada mais sao esn~tica do Ocidente) se confunde com 0 "realismo" e a ornamentica do que uma extin<. . cit. ou mesmo Rembrandt. A. p.:ao se esses "trE)S estados" do progresso da consciencia nao sao tres etapas dogmatica do Livro. final mente. Gouhier. COUTS de philosophie positive.:ao dos "tres estados de nossas concep<. mente que a escultura. e a obra important(ssima e monumental de H. na aurora do pensamento contemporaneo. poder·se·ia d izer que a "estreitamento" progressi vo do campo si mb6lico. J. J. com justa razao. Cf. percebe-se que 0 iconoclasmo ocidental ressurge consideravelmente refon. * * * Assim. 0 pintar do transcendencia. Se a grande arte crista se confunde com a arte de obnubila<. e com a ornamentica e a expressionismo barroco.:ao na aurora do seculo XX. Dogmatisrno bizantina e com a arte romana (que sao artes do (cone e do simbolo). 0 vitral. Cf.:ao e a urn papel excessiva- que a Igreja recusa a B iblia esc rita. 108: "0 positivismo e a filosofia que.:ao Francesa acaba de desarticular as bases culturais da civilizac::ao do Ocidente. dogmatismo "dita· torial" e "clerical".ao . Lacroix. La sociologie d 'A uguste Comte. mente "estreito" do simbolismo. com a mesmo movimento.:ar no curso da hist6ria.:6es princi- pais" que A. ou hermeneutica. a 16gica eficaz do civilizado com as mitologias dos "primitivos" tiveram 0 grande merito de fazer com que a atenlfao da ciencia S8 voltasse para 0 denominador comum da compara9ao: 0 reino das imagens. Essas duas cU~ncias parecem ter repentina- mente revelado.:ao a urn simbolizado sem misterio. do deHrio au dos "primitivDs". Sao esses processos de reduc. Nossa era tomou consclencia novarnente da importancia das a imagens simb6licas na vida mental. 0 mecanisme pelo qual se associam os sfmbolos e a pesquisa do sentido mais au menos velada das imagens. apenas para tentar redfJzir a simboliza- c.:ao - 41 . gracas contribui~ao da patologia psicol6gica e da etnologia. Os metodos que campa- ravam a "Iourura" com a sanidade. essas doutrinas s6 descobrem a imaginac.::ao do imaginario. que toda urna parte de sua representali=ao se limitava singularmente com as representalfoes do neur6tico. ao indiv(duo normal e civilizado. Consideration de I'extase. por isso. rompem revolucionariamente com oito seculos de repressao e de coen. CAPfTULO II AS HERMENEUTICAS REDUTORAS "AnaJisar intelet:tualmente urn simbolo 6 como dest:ascar uma cebola a fim de achar a cebols.:ao simb61ica para tentar integra-l a na sistema- tica intelectualista estabelecida. Mas se a psicanalise e a psicoiogia social redescobrem a impor· tan cia das imagens e." Pierre Emmanuel. Primeiramente. ct. tanto no turas infantis. puberdade. satisfazer por vias indiretas. p.que estuda. La mlthode psychanalytique ee /a dOctrine freuditmne.. ral. E·entao que a satisfaryao direta do impulso o primeiro princfpio de Freud e 0 de que existe uma causalidade se aliena transvestindo-se em lIimagens". Sabre a negacaa da liberdade par Freud. a nOC. a segundo principia de Freud. de uma regressao afetiva. e a de que existe um inconsciente de uma causa conf/itual que opOs. do eu" s da "libido sexual". Pode-se associativo e 0 metodo simb6lico. eU seja. As imagens fisiol6gicos.l torna-se indispensaval resumir muito gros.oo. A libido sempre quer satisfazer sua irreprim(vel necessidade. Que incidentes ps(quicos. 3 tomas. ou menos brutal e por eventos mais au menOs traumatizantes vai se seiramente aquilo que constitui a armadura da doutrina freudiana. com Freud. reservat6rio concreto de toda a biografia do individuQ. especialmente: Ineroduction <1 la psychanslyse. 27. recuado (geralmente noS primeiros 5 anos de vida).do simbolizado a dados cientlficos e do srmbolo ao signo . N6s simplificarnos consideravelmente 0 pensamento de Freud. 0 essential do J"f'ldtodo terapeutico da psicamilise cons is· universo ps(quico como no-universo material. ela considera proibido. 3 ** o quarto principio. urn animal terr(vel a partir de noS quais a sexualidade e desprovida de instrumento. 19:36. e R. escondida par Urna censura tenaz esfo~o terapeutico para exumar as causas psrquicas das quais as no mais secreta do inconsciente. 2 vals. na maiaria das vezes. Freud concebe a confUto neurotico como resultants do "impulso pp. senao de objeto. Assim. 1949.magem. 2. ela se Alain. ~ a censura. Oaf urn quinto principia.38-59. que constitui a verdadeira causa ocasional da emergencia do efeito neur6tico. Payot. Lagache. decisivo para a nossa praposta. o terceiro princ(pio e 0 de .. 42 43 . 2 tira em remontar.80 de s{mbolo sofreu. mas em estados pre-sexuais. signos totalmente comuns!. 1967. ela preexistedurantea infancia. AU! 1920. Presses Universitaires de France. 3.8o redutora o impulso reprimido no inconsciente por uma proibi9BO mais do metodo psicanalftico. essa tendencia sexual nao e uma 'Guisi~§o da arte de inwntar. ct. atendencia "0 tio famoso freudismo e urna sexual ou libido. em cada homem. La vie et I'oeuvn! de S. Mas as censuras vern frustrar essa satisfaCfBo sem com issa atingir a dinamismo da libido. urna proibiCfao social. Introduction ala psychanalyss. parental. mais' au menos. apresenta como excitac.. A . Desclde de Brouwer. a imagem e sempre significativa de urn bloqueamento da libido. a partir desses fantasmas aparentemente absurdos. supressao da ex:citaCfao. nurn passada biografico muito ps(quico. atraves da naturela tambdm consultar as dUBS obras monumentais: E. La psYChan8lySll. particularmente. A * censura reprime no fnconsciente CKluilo que. decorrente do exercicio desse a sua fonte biografica profunda. Dalbiez. Jones. Presses Roland Dalbiez magistraimente evidenciou no freudismo: 0 metoda Universiteires de France. primeiramente no sistema da psicanalise. 1926: L'intl1rpnftation des rives. a qual corresponde 0 metodo duplo que 1. nao tern necessariamente origem organica. . a libido e os contra- conservat6rio de tOdas as causas ps{quicas "esquecidas". 0 principal do sonho. e slmbolo neuroses sao efeitos significativQs. sao significativas da libido e de suas aven· resultado disso e que um determinismo reina rigidamente. ou causa geral da vida psrquica. e esse impulso invencivel que a censura reprime sem jamais veneer. Essais de psychanalyse. au seja.ao erogena e 0 objetivD visado e sempre a tlemenes de phiJosophie. Para melhor podermos transmitir qual a concepC. Ora. au mesma marea dos esMgios da evoluCf30 Iibidinosa da infaneia.ao. 0 fantasma. Partindo dessa axiomatica.. ou seja. ~ necessaria a referencia aos escritos do pr6prio Freud. Payot. para a proprio esquecimento. urna oposil. e imagens que guardam a especificamente ps(quica. uma dupla redu~iio. Freud.Que existe urna causa para a ablite- remos agora. impu/sas da censure. . A imagem é. 7. que provoca do crânio de Júpiter é reduzida. fazendo foi a de confundir "causalidade" e "associação". chamou de pansexualismo. 1 e 112.. assim COmo Minerva. 4. as a palavra srmbolo no sentido de efeito-sígna. ".. é incidente da sexualidade. p.op. 267.. assiste-se a uma cascata de "reduções" psicana- seriam o reservatório causal de todas as manifestações da sexualidade. Dalbiez. ni? I. o psicanalista. cit. 9. parecida com os então substituir um pelo outro. R. redução do simbolismo a uma pura representação associativa. op.124. portanto. aquilo que era apenas um acessório agregado ao poli.confundido com a do mortal comum através da vulva feminina. reduz símbolo: o simbolizante é logicamente igual ao simbolizado e pode-se a imagem ao espelho de uma sexualidade mutilada. sabedoria. Freud. Todas as imagens. dade. lidade.. considera a Sabedoria como símbolo contigüidade. A infância e as etapas da maturação sexual A partir dar. ou pelo menos a alegoria da origem Dalbiez. cit. o rndice-efeitol de Minerva. à representação do nasci- a regressão neurótica. em nome morfismo do símbolo. Finalmente. interverte-se o sentido comum do vergonhoso do órgão sexual. cit. 158. em última instância. esta última uma espécie de motor imóvel de todo o sistema. Tracemos um resumo da cadeia dessa redução do "sfrnbolo a aparição an6dina e fantasista de uma imagem ao efeito necessário invertido" tal como é concebido por Freud: A sabedoria ~ Minerva da causa primeira e de seus avatares: a libido e seus incidentes bio. de redução em redução. pp. saindo da cabeça + nascimento pela vulva. que fixa a imagem mento através da vutva. o sistema de explicação é apenas um sistema unívoco. O defeito essencial da psica- gráficos. de um sonho) à causa suprema do psiquismo. 125·126. e o traumatismo da infância. determinista que sempre une um efeito psfquico (por exemplo. com uma causalidade única: do símbolo a um sintoma sexual: Dalbiez 7 assinala que Freud utiliza a libido imperialista. foi ter constituído. Ma vie et la psychanBlyse. Ibid. e um sistema pansexual no qual o signo último. por semelhança ou derivar o abstrato do concreto. portanto. 6. p. "Fragment d'une analyse d'htsterie". R. Freud não apenas reduz a imagem ao espelho do princípio linear de causalidade. II. a própria pesquisa rigidamente detenninista de uma causalidade (e. Minerva saindo presa entre dois traumatismos: o traumatismo do adulto. através de uma operação de reversibi- modelos fornecidos pelas etapas da imaturação sexual da infância. a libido. equalizando na desrealização Minerva permítem reduzir toda imagem a seu modelo sexual: o erro de Freud e a Sabedoria e. a saber. Dalbiez. de associação em associação. t. p. Ora. é apenas um efeito-signo da sexuali- de uma causa única) pode apenas reduzir. Ifticas: enquanto o mortal comum considera Minerva saindo do de todo o polimorfismo" das satisfações sexuais. 128. a causa. nesse caso. uma infinidade de s(mbolos. porém. de Psychan.8 lidade imatura porque insatisfeita. Cf. 44 45 . Freud. dt. nálise de Freud é o de ter combinado um determinismo rrgido. 5. segundo a rígida necessidade da causalidade.c. como causa necessária e suficiente (ou melhor. após uma primeira do fantasma. como observa crânio de Júpíter9 como o sfmbolo.5 são a estreiteza e a rigidez do determinismo freudiano que divina da sabedoria. desta obra: "Um ser tem. à sexua. Pode-se perceber essa dupla redução num caso concreto.. o que reduz o campo imagem. Oalbiez. 8. II." O método associativo . op." masculino e feminino. ~ essa inclinação fatal que Freud enquanto s6 pode ter um número limitado de efeitos e de causas . ln R6V.. op.. "O simbolismo pslcanalttlco constitui exatamente o avesso do simbo- todos os símbolos se reduzem a alusões figuradas dos órgãos sexuais lismo comum. Assim. já que se encontra Em segundo lugar. p. maculada de anomalia. por sua vez. infinitamente aberto do simbolismo tal como o definimos no início o slmboJo sempre acabará reconduzindo. mais profundamente ainda. A partir daí. II. que Mas há algo ainda mais grave do Que essa redução empobrecedora faz do símbolo um simples "efeito-signo".no cia da sabedoria torna-se apenas o efeito-signo do nascimento vulgar qual a associação não tem nenhuma liberdade . onde um signo remete a um signo. Cf. pp. apenas mais um passo a transpor e a emergên- num nível biográfico de "perversidade". todos os fantasmas. no tempo. diante de urns estatua da Virgem. a sanho se reduz a urn sonha de rapaz edipiano. descobre-se que "a lepra" e a alusao bfblica ao entulhe de um discurso sodal pecado.. op. Anth." 12. constr6i o TOsto da imagem era parecido com 0 de sua mae. particularmente os posteriores am~lise. primeiramente. Contuda. sonha que estl! almo~ando em campanhia de urn monge. "0 pensamento m(tico . como urn todD. 224.irito de Freud e da psica- nalise e a de haver novamente conferido 0 direito de 'cidadania aos I do impulso sexual.oes: "mange": antigamente.. Cf. Assirn. mas obsedada pela sexualidade. cam 0 drnbolo fortalecendo as associar.. 56: "A influt!ncia de Freud na pSlquiatria e n8 psicopatologia 18 traduziu por uma wrdadeira ressurreif. tO ~dipo.a. as seguintes associac. a unidade da pedagogia parental. cassadas pelo racionalismo aplicado das r: ciencias da natureza. Cf. e polimorio" que e a crianc. Ldvi-8trauss. antes de mais nada.. A analise freudiana desse caso nos ds. esse imperialismo da sexualidade valares ps(quicos.13 A pesquisa etnogratica nos ensina que 0 simbolismo edipiano.:3. quer salvar a cortesa mas acaba sucumbindo. nao mais "como 0 inefiivel refugio das particularidades I cultural rigidarnente localizado no espalfo e.ao pela mulher Como acabamos de ver." encena9ao de Thais e que 0 personagem do monge Paphnuce. provavelmente. como veremos agora. 0 mange faz lembrar ao sujeita que ele ass/stiu a antigo. impressaa. vai questionar os modos de I repressao. ".:a humana.duzindo 0 sfmbolo a aparencia Contudo. simbolismo do sonho. e aestatua diante da Qual sua mae 0 fazia rezar na infineia.e a famasa camplexo de ~dipo no exemplo seguinte: reservatorio das "estruturas" que a coletividade privilegia. questionaram a universalidade do famoso complexo de psicol6gico" que reside. p. que C. La vie sexuefle chez les Stluvages de Mdlan8ses. p. "estirtua da Virgem'". cit. II. ao mesmo tempo que a psicamilise foi que atualmente atravessa urna crise de consciencia representa urn papel uma redescoberta da importancia do sfmbolo. em sua presenf. nao sem alguma "'pugniincia.salientanda . Dalbiez. 11. a se dedicar a cura de leprosos. causou-Ihe uma viva La pense9 sauvage.. Lt1vi·Strauss. Cf.a na eficllcia do paJquismo. Oepois. a urn avatar da libido. ela escamoteou 0 signi- traumatico que remete ao desejo incestuoso da inffincia. p. bem verdade que a efeito~signo se reduz. Ao passar da 8SS0· :-" sells palacios ideol6gicos com 0 ciac. E e "esse "realismo I a Malinovski1'2 e seu determinante estudo sobre os ind(genas da ilha Trobriand. A reduC.11 mas como 0 A antropologia cultural. apesar dessa linearidade causalista e do escamoteamento I vergonhosa da Hbido rejeitada e a libido ao imperialismo rnultiforme do dmbolo em favor do sintoma. infra. 0. dep. hi urn outro modo de conceber sobre 0 qual repousa todo 0 sistema freudiano..ao prima ria a urn I 10. Em sexual e suas repressoes biagnificas e a (mica metteur en scene do I seu aspecto freudiano. ~ 46 47 . a sujeita X••• teve urn trade como conselheiro. B. ele 50 sobre esse perverse polimorfo que seria a crianr. Os etn6grafos.ao aos s(mbolos. as imagens. e apenas urn episodio a inconsciente. Esse monismo subjacente.6es: a secreta tentar.. muito terna. nao mais X . ela desenhou muito bern urna arquetipo!ogia. ** para com uma jovem mulher que atravessava urna crise moral. em ultima i e especialmente 0 universalismo dos modos de repressao e que foram justamente criticadas. A libido ficado em favor de uma biografia individual e da causa libidinal. 0 sujeito assumiu uma atitude amigavel. 0 imenso ml. I 13. 96. a revolu~o freudiana. mas sabre esse "social compromete.?sitario de uma hist6ria unics". mas nesse meio tempo ele apercu como causa secundaria no campo da atividade psiquica. Mallnovski. individuais. Struct.60 da crent. * "compromisso". o livro onde Freud se arrisca no terreno da ser sugerida pela Iingülstica. é julgado pela etno. Tomamos esse termo genérico. que postula superpostas: as tropas de Rômulo. particularmente. ele não é passível de generalização: sua natureza é diferencial e o "simbolismo" filológico s6 pode remeter a uma significação 16. que reina nessas entre as sociedades. Ela apresenta em seu antagonismo aos precedentes. a Irngua é um fenômeno enterrado etc. 130-131. Cf. e os sedentários mais ou menos a antropologia psicológica e. sociedades ditas "primitivas". Essas sociedades parecem compensar Ao primeiro método de "redução" simbólica estão ligados os a ausência de progresso tecnológico. A. outros tentam aplicar os métodos seus sfmbolos. I 7 Piganiol inferiu daf que a esse pluralismo diferencial que constitui a característica da antropo. antropologia 14. indo-européias. sepulturas onde o morto está de um pensamento sociológico. 48 49 . etnologia. ao remete a um significado mais profundo. traumatismo. mas desejando simplesmente exprimir que o especialista em cuestâo toca no dcmrnlc das "ciências sociais" em geral: sociologia propriamente dita. edipiano. Em particular. de valores simbólicos. utilizando A Iingüística.orientados para cultos ctonianos. "pedras de sacriffcio". na maior parte do tempo. essa sociedade não apre-. os costumes. o simbolismo '4 sab ino" . ao estudar a Antigüidade romana. De fato. Termo emprestado do psicanalista Baudouin.J" Como poderia uma Ifnguas da linguagem humana. prefaciados pelos de André Piganiol. esse significado deve conser. não em seu sentido restrito. observsvam-se luxuriantes. que parecem atapetar o comportamento e o pensamento os sfrnbolos-rltuais ou míticos . que significa "pertencendo 15. as relações sociais são sobrecarregados havia observado. Grlaete. nas inesgotáveis formas das logia como um romance altamente fantasioso. a relação e apegam estritamente ao simbolismo lingü(stico e se isolam no domfnio o oontrato social ao acidente edipiano originário. poética. prefarirfamos "isótopo". I (ngua com seus· fonemas. chegando a reduzir a sociedade. nenhuma possibilidade de uma situação edipiana? procurando não mais semelhanças mas. por outro lado. IS Mas a que é que remetem esses sfmbolos caminham lado a lado sem se misturar. simbólica. La religion des 8ambara. E se o "simbolismo" que constitui uma ao mesmo terreno semântico de Piganiol. Pois as Ifnguas 'são' diferentes e os grandes grupos Iingúísticos Completamente diférente será o método de G. 17. dos fonemas e dos semantemas procurando. cf. La sexualittJ et S8 répffJSSion dans tes sOciétés orimitives. ou seja. qualitativamente à mesma esceeie". por assim dizer. suas palavras. numa entidade funcional var o caráter diferencial da I(ngua que o explicita e o manifesta. lado do simbolismo propriamente romano. populações asiânicas com culturas e costumes agrários. senta nenhum traço. base da psicanálise freudiana. Piganiol mais cotidianos. etnografia etc. que se encontrava de sfmbolos. Cf. será sempre o modelo altares baixos. cráticas com um fantástico transbordamento de lmsqínaçâo. semelhanças Iingü(sticas que permitam sociedade primitiva ter um evento edipiano como origem de todos os inferir semelhanças sociológicas. enquanto certos sociólogos16 se etnologie. pp. Os atos e que se podem chamar "redução sociológica funcionalista". as diferenças No entanto. a psica. como a I(ngua. aos símbolos de uma sociedade em geral. Dieterlen. cf. outro grupo de símbolos "isomorfos" testemunhador e privilegiado do objeto sociológico. nálise. de todas as suas relações sociais. dos "primitivos"? compreendendo rituais de sacriffcio. indicam insens(vel à inflação mitológica. o etnógrafo ou etnólogo não pode permanecer que as estruturas dos conjuntos simbólicos. cultural. Por um lado. remetendo à mesma estirpe interpretativa. enquanto que em seus da Iingü(stica . duplicados nos menores detalhes por todo um cortejo diante de duas correntes de simbolismo que. em seus costumes vivos. a ausência de preocupações tecno. tanto rituais como mitológicos. Mas. don Telavesva. trabalhos de Georges Dumézil. So/eit Hopi. em todas as suas formas. mistérios. míticos ou rituais. A redução do simbolismo à sociedade que o suporta parece ser mantida. Totem e tabu. M. sociedade romana era formada por duas sociedades historicamente logia social em oposição ao monismo da natureza humana. à Roma Antiga. ao contrário. não apenas à língua mas principias morais. Dumézil vai reintegrar. não pode mais sociológica. Malinovski. Dieu d'eau. orgias. "sabinos". G.especialmente da fonologia -. Dumézil aplicado irredutrveis uns aos outros. suas modulações de frase. como Indra é o dos guerreiros kshatryas. Struct. do funcionalismo de Dumézil. Marte.op. Lévi·Strauss O simbolismo é um departamento do semantismo lingüístico. dos "Iúceres". é a divindade "plural" i a fonologia estrutural: a ambição de Lévi-Strauss é fazer com que a sociologia . suas aliterações e seus trocadilhos. estranha propriedade de escapar à contingência lingüística: o mito 21. não duas camadas simbólicas.. lexicológica e semântica). 18. um sim. possuem essa 20. 23. AnriJr. du /Bngags (Paris. Troubetzkoy. interpretação que modelaria rigidamente o sfrnbolo sobre um padrão bolo é diretamente inteliqível. mascarado.. 22. mas uma última da "tripartição" simbólica entre os indo-europeus é uma expli. Que se aplica ao máximo ao texto de poesia. I poesia. Isso significa que o mito. em geral. a psicanálise nos provou que era preciso desconfiar E esse método. Quirino. a sociologia Iingüística salienta. um ritual. no nível do léxico e do semantismo. "0 valor do mito persiste COmo mito através das piores mas três camadas perfeitamente distintas que manifestam seu sirnbo. do símbolo. os Germanos. é bem verdade que ele constitui uma linguagem. ~ essa originalidade em assim como os "romanos". Gp. Não é sobre uma Iingüístíca positivista. Iismo religioso nos 'três deuses latinos que se tornaram o emblema de por exemplo . 232. os principais conjuntos simbólicos.• p. apenas o método estrutural da fonologia. Uvi-5trauss.24 faz a de uma leitura díreta: não é no nível da consciência clara . tal como r! encontrado em N. 41. Júpiter. citado por Lévl-Strauss. um mito. p.mas nas complicações do inconsciente que se tece o véu do símbolo. essa entidade funcional nada tem a ver com I está do lado oposto de um "engajamento" Iingülstico como o da uma "difusão" de símbolos indo-europeus em uma população estran- geíra. as próprias funções de Júpiter são duplas. os Latinos ou os antigos Hindus e lra- nianos. I I onde o valor da fórmula treduttore. linguagem acima do n(vel habitual da expressão Iingüístíca. Marte é o deus dos "éqüites".". divindade dos aqri- cultores e dos "produtores". Mas Dumézil I diferentemente da palavra que se agrupa no léxico. enquanto o valor filológico da palavra . Kshatrvas. como a soberania o t! para Roma ou para os Vedas: /f1x-f/amen corresponde literal. Trcubetakcv. os mitos. quanto a Quírino. Os três regimes simbólicos correspondem biunivoca. entre outras coisas. criptograma indireto. simplesmente'porque a filologia ressalta que os símbolos "sabinos". A sociologia Iingüística faz melhor: I relação a todos os outros fatos lingü{srioos que Lávi. e a redução translingüística do "estruturalismo" de Lévi·Strauss.especialmente a hermenêutica sociológica . é justamente porque ele é cifra. dos artesãos e comerciantes.. outro lado.. I progresso análogo 22 quanto à forma (senão quanto ao conteúdo) àquele que foi introduzido pela fonologia. Vayçias. N. desde que se conheça bem sua etimologia de Iingüfstica material (isto é.Strauss'· denota quando escreve: "0 mito poderia ser definido como o modo do discurso entre os Celtas. como Mithra-Varuna é o deus do i . dos própríos carac- que de nada serviria a complicação do "sentido figurado". mente a raJ·brshman.caso em apreciação.l. seu léxico. 232. que Lévi-Strauss vai Brahmanes. Nós é que sublinhamos este termo que nos parece Importante." Abandonando toda Para o funcionalismo de Dumézil. 24.consiga um freqüentemente feminóide (Fortuna. através da contingência de uma língua. Ceres etc. "La phonologie aauelle". 40. É isso que faz a diferença fundamental entre a redução sernân- mente a uma tripartição da sociedade indo-européia em três grupos funcionais bem próximos das três castas tradicionais da lndia antiga: I tica direta. Se o símbolo precisa de um deciframento. p. I traduções".2 1 I cação funcional. é o deus dos "padres".lS do flamen. da Iingüístíca.flamen ou rex. ancorada no próprio material da Ifngua: seu fonetismo. não vai se reduzir não tem a timidez redutiva de um Pigàníol ou um Lowie: a "difusão" diretsmente. p. todo o sístema dumeziliano: Júpiter. mas sobre brâmane. cit. 50 51 . in Psycho. Entretanto. Por 19. a redução I funcíonal. op. a um sentido indo-européia não explica nada. admiravelmente. a explicação profunda.se evapora numa tradução. cit. A realidade 1Ii mais complexa. ctt. em relação ao sentido próprio .. I que engloba um e outro. traditore 20 tende praticamente a zero . conserva. 19331. seu ritual e seus mitos.I alinhar sua antropologia e especialmente sua hermenêutica. do "símbolo" teres do mito em particular e. coexistem no conjunto das sociedades do grupo lingü(stico indo-europeu. classificá-los em "pacotes sincrõ- quer dizer que o vínculo redutivo não será mais procurado dlratamente. Polinice) superestimam a relação de parentesco (casamento com a mãe. op. diferentes "mitemas" se alinham em sistemas de afinidades estabelecidas dância perfeita com a psicanálise e com a fonologia. 26. Ora. o órgão da estruturação simbólica." estruturais do mito de Édipo "mostra sistemas . de "redundância" mas indiretamente. que escandem. significando a "persistência da autoctonia fonologia ultrapassa e abandona as pequenas unidades semantlcas humana. com a coluna n~ III ("negação da autoctonia" (fonemas. a frase complexa na qual se estabelecem relações entre os semantemas. ou no lhante à contradição ontológica (colunas III e IV): "O mesmo nasce simbolismo do incesto. 27 fonoloqia. nicas". "passa do estudo entre si. por uma espécie de repetição. Tomamos emprestado o essencial.•• p. que esses 27. Resta. 239. reduzindo-o a relações significativas. 25. neste quadro. "Os pais [Édipo. assim como a no quadro da página seguinte. tão precioso para o psicanalista. a mesma relação que a coluna das relações entre os fonemas. Lévl-Strauss. "oscilando para a frente distinguir essas "relações"? Como estabelecer relações não.2s .. ao contrário. portanto. entre essas "grandes unidades". uma ferramenta lógica utilizada e é essa frase que constitui o mitema. ou para o lado" e que a mitologia comparada nos mostra como sendo ou seja. a vida social (colunas I e II) nos sfmbolo do dragão morto por Cadmos. a hermenêutica estrutural. constitutivas. no mito de mas sabendo que o homem nasce da união do homem e da mulher. seu "diacronismo". ou no da Esfinge morta por apresenta experimentalmente uma coexistência dos contrários seme- I:dipo. enterro proibido do irmão . ~gundo o método da fonologia. p. Isto em classes de relações semelhantes. estabelecem-se op. Gostarfamos de acrescentar que é isso que constitui a própria a "relações" chamadas "mitemas" e os mitemas alinhados em colunas mola do estruturalismo: a possibilidade de decifrar um conjunto sincrõnicas. clt. 28. ao contrário. "recusa-se a tratar os termos como entidades independentes. pode-se. e longe da significação direta do semantismo dos estrutural. nem no ritual do enterro de Polinice por Antegona. Lévl-Streuss. em numerosas narrativas que os homens vêm da terra ("autoctonia")..op. tal como nos é transmitido pela tradição helênica.. 40. assim. morfemas. em concor. cit. cít. como a coluna n~ IV (consagrada aos seres enfermos. finalmente. não é no solução dessa contradição. transcreve. a ~dipo.op.26 De fato. que devemos do mesmo e também do outro:' nos deter.• p. semantemas) para se interessar pelo dinamismo pela destruição do monstro ctcnlanol. "tem a natureza de uma relação". decodificar o sentido desse mito. mas na relação expressa pelas frases: "Os heróis matam os monstros etonianos". Citado por C..236. por sua complexidade. ctt.. 239. concretos e evidencia O inconsciente que.28 estabelece. de C. Cf. a uma sociedade que afirma que. a hermenêutica sociológica. é. O mito de edipo seria. p. relações e damonstra-se. 29. 233. op.•. então. Cf. Tomando um exemplo do próprio Lévi-Strauss. 53 52 . que possam ser dadas como leis? Assim ~m. Uvi-5trauss. O mito se termos: e isso nos remete à segunda caracterfstica. em várias colunas sincrônicas que podemos inscrever Ém segundo lugar. De fato. reduzir esses sincronismos a um só sistema: simbólico. também a mitologia estrutural nunca se nl? I ("relações de parentesco superestimadas") com a coluna n9 II limitará a um símbolo separado do seu contexto: ela terá por objeto ("relações de parentesco desvalorizadas").arbitrárias. Como Trcubetzkcv afirma sobre a fonologia. Finalmente.o a <los filhos da terra"). as relações entre os mais fácil com essa dupla análise redutora: os sfrnbolos foram reduzidos termos"... por exemplo. Pode-se dizer. "Em primeiro lugar". p. "grande unidade constitutiva" para fins sociológicos: 29 ele permitiria. o fio da narrativa mítica. pode-se organizar os mitemas assim obtidos individuaís". cit. o que fica tomando como base de sua análise. um mito. que a "colocação em rnitemas" dos fenômenos •. )" etc. conscientes ao de sua Infra-estrutura inconsciente. longe de ser "0 inefável refúgio das particularidades sua estrutura". ao contrário.5 r ' . conforme o método utilizado.J 'ti 'UI da vida e do nascimento no sfmbolo da emergência do vegetal para fora da terra. A ambiência social. as situações da vida individual vêm moo elar de maneiras múlti- plas.. - 'O 'ti o ~ 'UI .. no primeiro momento. 33. semântico ou sintático. -. 30.op. õ . Para a -. op.~ Para o sociólogo. > . o inconsciente "está sempre vazio". em última análise é muito simples.que é estranhamente a mesma faculdade que a .. Sistema slncrônleo de "mitemas". i3 •• 'O 'C ~ 'UI o « o • 31.•.io R- w 'ê 8.2 ... 32. Õ l<• 'UI c- 1!l w . Cf. Symboles et métamorphoses de Is libido. o e simplesmente plena do potencial energético da libido. psicanálise. A extrema complexi- dade da mitologia Zuni. Assim. "tão estranho para com as imagens como o estômago para com os c: alimentos que o atravessam". • 'm ~ !l :õ ~ ~ ..s quando metodicamente reduzida. o inconsciente é uma verdadeira faculdade sempre "plena". .c e .= --.E i_ -.. mas muito poucas '. parecia tão complicada.. Jung.. cit..J Õ" c- e 'O s: ~ leis fonol6gicas que valem para todas as Irnguas".32 e mascarar mais ou menos essa corrente • :E M cm E lO c • .. 243.9-.. •• E Õ .3 B e n 16gicadestinada a operar a mediação entres vida e a morte". :5Õ ~ c. p.. - ..• '.' 3 e • 0- 'ti eE ~ ê & E . --. Tanto o estruturalismo como o funcionalismo reduzem -. . Léví-5trauss. a sfmbolo a seu estrito contexto social.~ ~ o e aw o- e ~ . Cf. cít..:ii de todos os lados a clara vontade individual e influencia sem cessar • :e-i o conteúdo da representação.. ~o ~ m e s ..: o· ~ e 'l1 •~ 8. mas procede da mesma exclusiva. 243. * M o E .. .op. "'. reduzindo-se o mito a um jogo estrutural. p.. assim como "há muitas Ifnguas..• ~ E f! •c .:ii É o * * ". ~ M o '•. particularmente diffcíl para uma mentalidade que modela sua concepção ..2 II.33 Õ . ctt.. vêm "metamorfosear. por exemplo.30 de Uma simplicidade u 1 quase algébrica. E Õ := única de vida. e . 55 .... quando organizada num quadro. .5 e 0.Õ • 'cx -c e o 8.s" e . ~ c: •e E . p. percebe-se que a combinatória estrutural que. Cf.31 mediação o c. llrnita-se a uma simples "ferramenta oe • ". e .. Cf.~ ". e a estruturação .o- -'. 'O = . ele se limita a "impor as leis estruturais". 224.ê m E Seria possível dizer que a redução sociológica é o inverso exato U 'O '" W da redução psicanalftica. esse impulso específico cuja potência vital ultrapassa m E . colorindo todas as imagens e atitudes.c. Cassirer (1874·1945). 1923. em funl'aa de uma redw. "as conceitos eriam (dotos de Deus. urns especie de inteligencia nio·consciente ." Greg6rio de Nysse. AS HERMENI:UTICAS INSTAURADORAS dac. Finalmente. E. caracteri· zada pel a psicanalise e a etnologia. A tr. especial mente A Crftica do Julgamento. 1925. mas tambem aperfeit.inteligencia. 44·3728.:a para reduzir 0 sCmbolo ao signa. 56 57 . e as hermeneuticas instauradoras. apenas a emocao pressente alguma coisa. Mas. a alegoria.integra em suas formas simples as imagens. 192~n. Essa obra constitui urn adminlvel contraponto au urn prefacio a doutrina do supraconsciente sirnb6lico de Jung. a opacidade do inconsciente. psicamHise ou estl1lturalismo reduzem 0 sfmbolo ao signa ou. Todo a seu metodo se esfort. em ambas as doutrinas. para 0 interesse do sfmbolo.nscendtincia do simbalizada e sempre negada..:o de eluci.:ao intelectualista anima tanto Levi-Strauss como Freud. "0 efeito de transcendencia" s6 seria devido. tanto para a psicanalise como para a sociologia do imagi· nario a s(mbolo s6 remete. a fenomenalagie da linguagem paetica de Bachelard e aas nassas pr6- prios trabalhos de antropologia arquetipol6gica ou ao humanismo de Merleau -Panty_ Partindo da critica kantiana. (1925) • An E. obras principais: Philosophie des Symbo/ischen Formen 1111 vol. Urn esforc. Patrologie grecque. em ultima analise. Spf8che und Myrho.' que cabre tada esta metade decorrida do seculo XX e que teve a merito de levar a filosofia. e nao &omente a pesquisa sociol6gica e psicol6gica. a urn epis6dio regional. e valida colacar a abra filas6fica de Ernst Cassirer. aquela da Razao pura. na methor das hip6· CAPITULO III teses. Die 8egriffs Form im My this chen Oenken 119221.:oar esse inventario 1. Cassirer vai tentar nao s6 levar em conta outras "Cr(ticas". Cassirer teve 0 imenso merito de tentar desaliena·la de um certo positivismo cientificista que queria consi- derar apenas a primeira critica. as semantemas veiculados pelo social. Entre a grande corrente das hermeneuticas redutoras.:io ao simbolizante explicitado.say on Man (1944). A$Sim.. 3 Ou seja. 559. imagina¢o simb61ica reencontre urna inteira autonomia em relac.. au sej a. p. pre·cientCfica. e urn constante imanente ao pr6prio simbolizante. p. Cassirer.::ao cosmogonica fenomenol6gica dos diferentes setores da "objetific8<t20". Phi/osophie. 194. 'tendo definido 0 s(mbolo atraves de seu dinamismo soci6logos. ou a urn modelo socioJ6gico. da concepc. pp. 192. Philosophie. a portanto. a moral.:a mental reside justamente numa confusao da repre· descoberta "copernicana" de Kant edemonstrarque a ciencia. desembocam numa especie de pansimboiismo. 3B. da consciencia oonstitutiva do universo de conhecimento e de ac. como querem as perspectivas substancialistas cultura e as do simbolisrno. Tambem Cassirer consagra uma parte de seus trabalhos ao mito e a mas tudo seja representado. para a consciencia humana. II. e preciso esperar a obra de pesquisadores rna is descompro· viva das coisas mortas e inertes. a pensamento doente e urn pensamento que perdeu 0 "poder a arte nio se contentam em ler analiticamente 0 mundo. objetifics<. por exemplo. 3. 0 problema do s(mbolo nao e absolutamente pure.. An Essay on Man. uma especie de modelagem global. a priori". II. 58 59 . uma explicac. uma de prsgmincia simb6Iica . e 0 homo sapiens e. op. 0 problema da expressao par outro lado. mas em da analogia" e no Qual os s(mb%s se desfazem. ou OOia. Para Kant. E. Cassirer. mas a integra·la imediatamente em urn sentido. ou ainda. sentac. portanto. Cassirer. procurando.142. considerando 0 mita. reduzir 0 mito e 0 simbolo a fort. 39. Essa impotencia constitu- tiva que condena a pensamento a jamais poder intuir objetivamente * uma coisa. como faz a psicamWse. em termos de cultura. tiva funcional que denuncia 0 criticismo. e aQuilo qua partance a to· dos . um maior poder ooisa analisavel mas.ao.::ao.ao por excelencia. como um fato psico/ogico. expressiva. e a s(ntese conceptual se forja pensamento objetificante. 5. An Essay. 2 s6 se mantem na coerencia da percepc. como fazem os No entanto. a religiao e a linguagem. j<i que graQas 30 "esquematisma transcendental". Aproveitamos para lembrar que a A doenc.:ao do real. Cassirer a ** chama de pregnancia simb61ica S Mas essa impotencia e apenas 0 avesso "0 conhecimento des bases arque- de um imenso poder: 0 da presenc. As coisas s6 existem atraves da ··figuia" que Ihes d. Junl. numa perspec- urn simbolo esclerosado. au seja. a ciencia. grac. 106. percebe·se que Cassirer ainda chega a hierarquizar as formas da a do seu fundamento.:ao_ que. afinal. nio se trata absolutamente de interpretar urn mita ou au do racioclnio pelo sentido que as impregna. Cf. lisionamia.." 2. promovido por todo ° canteudo psicocultural da consciencia 11 digni· dade do objeto para a consciencia humana. como do cientismo. Cassirer. se desfmpregnam de ronstituir um universo de valores atraves de urn julgamenta "sintetico sentido. II.. p. Philosofjhie. mas abjetificado. a conhecimento a. p. apenas urn animal ele e a organizac.. constituiQao do mundo. 202. 6 a homem pensante e a saude mental se definem. imperio da 16gic. do ju!gamento Portanto. !=: esse fenomeno inelu"tavel para a metidos em relaQao a crftica e a epistemologia kantiana para que a cDn~ciencia humana que constitui essa imediata organizac. . da socioiogia au da psicamUise mas. 4.ao. portanto.ao.as afetivas.:a inelutavel do sentido que faz com tipicas universals. A filosofia e a analise urn s(mbola. em Cassirer. possuindo. 6. elas sao eminentemente "simbolos". SYmbolique de I'esprir. 4 0 objeto da simb6lica nao e uma questionamento dos srmbolos. cit. 22.ao instauradora da "realidade". que perdeu sua vocaQao "poetica".ao ao Este nunca e dado como urn objeto morto.l.Phiiosophied8soSYmboJiscJUtn.. incitou-me a athar a que existe em toda parte e sempre. segundo uma expressao' cara a Cassirer. III. symbolicum. enquanto. par exemplo. 0 conceito nao e a signo indicativa das objetos. da identidade. Cassirer. PP. magia. nada seja simples mente spresentado. sim.as a imaginac. ha uma redu~iio poss(vel a um desejo real. de reuniao dos contrarios: 0 s{mbolo em sua Retomemes. p. a pr6pria libido ambigiiidade simb61ica eo que Jung chama de "arqulftipo". E: assim que se confundem continua mente semelhantes.::ao. 10. Mas. 60 61 .estrutura amb (gua da pr6pria incidentes biogrcificos. Em outras palavras.imb6lica. Archtftype er 13.ao simb6· ou seja. para tornar. dor do arquetipo·s(mbolo. com a auxClio de ele· De fato. lugar de "passagem". Symbole def Wandlung. 11. 0 homem portanto. muito mais geral explicitamente que este e. au ainda "as elementos de estrutura de "motor im6vel" do arquetipo. urn "n6 dinamico". ele seria a faculdade de "manter unido" 0 sentido (Sinn = 0 sentida) consciente 14 que capta e recorta precisamente as objetos e a materia·prima 7. p. a sfmbolo nao pode seT assemelhado a urn que os grandes sistemas reiigiosos ilustram pela grande imagem do efeito que se reduziria a uma "causa" (mica..10 . na biografia do paciente. em numerosos sonhos confusas e flutuantes. 0 slmbolo remete a alguma Para{so: "Rerugio secreto. 391.::ao renlfa muito firme e muito "(tida entre signo-sintoma e simbolo. enrolada que se desdobra. symbole dans /a psych%gie de Jung. especie invisfvel". Jung. nesse casa. redutivamente. 0 eSQuematismo em Kant. seio materno". arquetipo para criticar a psicanalise freudiana. lica freudiana: e a exaltapio arquet(pica do simbolo que no' da 0 seu simbolicamente. cit. portanto. reconduz simbolicamente aquila voco). relativa ao papel das imagen" e uma da. p. dade e do dever de tomar decisoes e cujo s{mbolo intransponivel Ii 0 teudo imaginario do impulso pode seT interpretado . Jung parte de uma dife· a urn efeito causal preciso da biografia. Zurique. biograficas.8 "sentido". 9. Jung.13 Em tennos aristotfWcOS.:ao do impulso au. Desse modo. "0 con. ct. 1946. no caso especifico que ilustramos. 17. 0 inconsciente e que fomece a "forma arque· primfvel. Mas principal mente 0 ~~onho do incesto". 491. 1952. antes de mais nada. VI. 49.. 179. uma estrutura que organiza as imagens. e Von den Wurzeln des Bewusstseins. mult(voco (senaa equi. em si. mas que simbolizava muito bern a serpente a t(pica". 183. pode levar a conclusoes falsas e a uma terapia Voltando iJ defini"ao classica do . para Jung. to dtulo de uma obra capital de Jung. biol6gica e a seus Esse "sentido espiritual". consequentemente. Jung 7 redescobre fantasista. Contudo. s(mbolo. ao mas sempre ultrapassa as concretudes individuais..ll Portanto. e par ele ultrapassado.s. 0 arquetipo muda de aceplfao. regionais mundo da causalidade f(sica. sua terminologia no tocante ao sfmbolo e das mais dormir efetivamente com a mae. em si mesma "vazia". de pares de opostoS". como a propria representar. B. Jacobi. mas nao se reduz a uma (mica coisa. 0 do sonho incestuosa essencia e quase em sua etimalogia (Sinnbild. A fun9iio simb61ica e.a ou menos imperialista. Contudo. do arquetipo dos arquetipos. semioticamente. essa infra.. conexos ou ana'I ogos . eo proprio 6rgao sexual mascuJ ino em erec. 0 poder. da crialfao simb6lica cont(nua atraves da incessante "meta- Assim. Se a teoria de Jung. ZuriQue.igno freudiano se encontra integrado no arquetipo morfo. p. sirnb6lica.. que. Zurique. em vez de ser apenas urn impulso biol6gico rna is per se.e"" da libido. Seelenprobleme. inex- numinosos9 da psique". nao s6 pertence ao mundo superficial da linearidade dos signos. Die Psych%gie der UebertrBgung. ZuriQue. op. uma forma dinamica. III. e urn "sistema de virtualidades". inverte-se aqui total mente a reduc.onsciencia.(mbolo.. a vontade divina. Jung redescobre e exp5e prafundamente 0 papel media- mentos d e representacao. . Cf. 14.op. Pois. "e preenchida imediatamente peto consciente.. no homem. e complexos.23. em alemao) e "unificador de tipo edipiano.ao por "contiguidade". do que 0 desejo efetivo do incesto. Aufl. como sentido espiritual do instinto natural". onde se esta livre do peso da respansabili· ceisa.18.s. 0 arqut:"toIPO "t:. cit •• p. "urn centro de fon.e sensivet c. nao se pade chegar 'a redu~o do efeito-signo do sonho arquetipos. 0 efeito. mas tambem ao mundo da emergencia e socials da formaCao das imagens. Jung. de mais profundas. ela se toma a Energia pslquica em geral. conduzida puramente pelo metoda de associac. Jolande Jacobi. Jolande Jacobi. ~ verdade que. pp.ao a uma libido sexual. De numen. pela faculdade . 12. uma explicac. 1954. embora terminado. ao mesmo tempo.o exemple ja citado sabre Freud. 1946. sem duvida. nao sua redw. 0 psiquico em que se banha e. élfica.19 que se agrupa o sexo que informa a libido: é assim que. soaot.Bachelard. Que nada mais é senão a libido. que em Jung conseguem mais "simbolizar" conscientemente a energia que os anima. por um lado. mas mais insidiosos. vem de uma deficiência da função simbólica que cria um desequiHbrio.(Bild = a imagem) que emana do fundo do inconsciente. a doença mental: o símbolo se reduz então a um simples sintoma. A dissociação a-simbólica.o stmcoto necessitada consciéncia desperta. que conteúdo do inconsciente. 18 e assim o impulso se manifesta cegamente. a grande obscuridade (freqüentemente apoiada segunda." Para Jung. e então se assiste a um duplo I pelas imprecisões de linguagem que assinalamos no in fcio deste parágrafo) reinante em Jung provém da freqüente confusão entre as noções de processo de Iiqüidaçáo . no seio do processo da individuação. Iiqüídação da pessoa e de sua energia constitutiva a função simbólica é conjunctio. et psychsns/yse. que vem equilibrar I seduzem nossa inteligência". Presses 18. pela sintoma de uma "antítese reprimida"}' "À matéria-prima-imagem "sintetização" dos dois termos do Sinn-bild: a consciência clara. porque é equilrbrio que esclarece Cassirer a doença mental. Mas é preciso assinalar. I instaurador. I a libido inconsciente pelo "sentido" consciente que lhe dá. Universitairesde France. p. através do qual o eu se conquista pela equilibração. conforme consciente. I formas. pois são sucedâneas mediadora que vem contrabalançar a consciência clara será a da anima. e então o Indivrduo. 196. reúne coletivamente os indivíduos solitários de uma mesma espécie. na prática. nos casos menos estudados. entregue a todas as aberrações do consclente coletivo. do preconceito estabelecido. Sendo submergir de duas maneiras: a primeira . esse simbolismo é constitutivo do processo de ladlvi. O termo "colativo" não é absolutamente uma alusão sociológica. verdadeiro "hermafrodita". essa energia e suas categorias arquetfpi. de símbolosl -. programas. Ora. bem entendido. no homem. as Irnguas inculcadas na psique pela educação. O símbolo é. e o símbolo "se apaga" em signo picos (inconsciente coletivo) que diferem. enquanto. e de individuação. um sobre- consciente pessoal e ecuménico. Jacobi. os costumes. a neurose. p. num "Filho divino" do pensamento. em vez de se personalizar. assim. 184. 648. ele se torna "homem a consciência coletiva.também. Todos os I 15. por outro. "doutrinas. Jacobi. 62 I 63 I . ele I significa bem mais do que um laço social regional. No entanto. para quem. casamento. que é domínio próprio do símbolo. o símbolo será igualmente constitutivo da personalidade através do processo de individuação. ef. constitui De fato. e o inconsciente coletivo. Observa-se. engendrar estruturas" . p. fazendo o princípio de individuação . se isola do mundo real (autismo) e assume uma atitude anti-soclal. o duação. percebe-se muito bem que hã símbolos conscientes que não I são "personalizantes".. convencional. mas lastrando a consciência através da energia psíquica que veicula a imagem. que não . contrariamente à associação redutiva de Freud. falta o poder que tem o consciente de criar em parte é ccletíva. na mulher. se desenha. arquetí.. os métodos. sccre o I problema do inmnsciente coletivo." formada pela conduta.muito freqüente e até mesmo endêmico em nossas sociedades hlper-racienallstes . a . uma energia criadora. o equilfbrio é rompido em favor da consciência clara. concepções que entrevam e da Mulher etérea. é a imagem do enimus. onde os dois elementos metamorfoseada em um robô mecânico animado apenas pelas "razões" se fundem sinteticamente no próprio pensamento simbolizante em um do consciente social estabelecido. como havia observado Cassirer. 1950. • mediador. e então o indivíduo se torna escravo do consciente coletivo. 39. I 19. herói de aventuras múltiplas. o cimento comunitário que 17_ Psycho/ogische Typen. Bastide. R. p. ao "significante" não corresponde mais um significado caso Mas esse processo de individuação apela para elementos.Iiqüldação do símbolo que se ! arquétipo-símbolo. mediação. príncípalmente.. ~ Paralelamente.pela dominação dos impulsos instintivos.como nos "casos" estudados pela psicanálise . impulsiva e compulsiva. a grande imagem com seus semelhantes em teorias vãs . nunca encontrando sua expressão simbólica e consciente. "casca vazia dos arquétipos. Cf.mas perigosas. do "jovem primeiro". que para Jung e para I da massa". estreita em signo. e que a imaginação simbólica não tem apenas uma função "sintética". 16. então. principalmente. . fantasmas do dei frio. ou seja.de~faz. onde a tese e a antftese perdem Le matt!rtsltsme ra~/o~ne. do sonho. onde subsistem intactas funciona melhor cueorc mais for privado da qualquer Image~ de . o con. ~ara permitem a liberdade. Parece-nos que é Gaston Bachelard quem vai pre. enquanto individua. por exemplo.'21 e o setor do sonho. da arte e da religião e a consciência simbólica criadora dos simples Mas há um terceiro setar. ou seja. o slmbolo em sua dignidade criadora não-patolóqica e não apela para o expulso. cf. 49· "Sebe-se que a atitude elentrftca ccnstste as polaridades antagonistas. da lingua- gem que nasce.t~ Lupasco demonstrou que se trata mais de um sintema. 21. contribution à une psychanalvs8 de la. estereotipadas através de um único arquétipo.gno ou através de uma psicanálise cléssica. dade. da aberração mental. . La paérique de la rêverie.a uma sinto~atlca mlser~vel.~ .:e. nos quais. . dens I'oeuvre de Gas. de certas imagens. lizada. ao mesmo tempo Irngua e pensamento. E é na linguagem poética que encontra~os essa encru- * zilhada humana entre uma revelação objetiva e o enraizamento dessa * * 20. Oe fato. pode-se dizer que Jung tem uma concepção demasiado ampla da imaginação simbólica (que ele concebe unicamente em sua atividade sintética . rico de potencialidades contraditórias que scientttique. criadoras mais elevadas. . se setores. O universo de Bachelard dIVlde. pleno porque especítlco da hu. Em outras palavras. grandes deHrios apresentam as caraeterlsticas do sfmbolo e não são "sfnteses" personalizantes. ilhas de imagens "obsessionais". que de urna srrrrese. é muito mais um sistema. A "pessoa". no qual o sím.c~sar esse bo~ isto é. uso e mau uso dos símbolos.. do que uma "sfntese". se. através de uma "psicanálise objetiva" que restlt~a a h~PI?ez E:dipo generalizado a fim de compreender o caráter universal dos .. que reduzia a uma causalidade sexual. num otimismo do imaginário. Cf La tarmztion de J'esprit até mesmo sua potencialidade de contradição. . todo símbolo deve ser suspel:o. o sistema da objeto. os Si'mbolos têm uma utilização bem diferente:" o a psicanálise s6 pode compreender a admirável universalidade dos setor que se presta à ciênciaobjetiva. ao contrário. p. . que Jung parece conservar de Hegel e que nós também havíamos edotedc.2/) Pois. jorrando do gênio da espécie. mas.connaissan:. . deve ser impiedosamente proscrito.-se em tres rando a "morbidez" de certos sfmbolos. Haveria muita coisa a dizer sobre o uso da própria noção de stntese. subjetiva. a consciência simbólica criadora domínio da consciência humana. n. abJectILE. . quase não conside.. precísamente em resrstu a essa mvasec do s(mbolo. se Freud tinha uma concepção demasiado estreita do simbolismo. que existe em nós: o setor da palavra. ..~lo se. da neurose. . e a preclsaa.humana. 65 64 .manl. em sua atividade mais normal.do s·. repressão não pode compreender a expressão simbólica sob suas formas se reduz _ como Freud bem observara . sob pena de desvanecImento do mentida por toda a etnologia). 1963. p. I :u ndo . .. Que é apenas uma Iiqüidaçlio está. e de onde todo e qualqu~r sírnbolo grandes símbolos através da trucagem da extrapolação edipiana [des. e se a teoria de Jung precisamente restaura Em ambos esses setores. nosso artigo: "Sclence oblecttve et cons~ence svmboh6~e tica das contradições. mais ética). o sistema de Jung ainda parece confundirestranha· que desperte a psique das brumas do delfrio e torne a pô-la de pé no mente. 46: "No pensament~ cienttflcc. maiores detalhes. per~egu~do. ~ arquétipos-sfmbolos. '. Cahi8rs traem.C.ton eecreraro". de Symbollsmf1. dispõe inteiramente de dois e não de apenas um meio de "transfor."boa consciência". de duas "numenotécnicas": de um lado.10. 9 importa se é devaneio livre ou "devaneio de palavras" do leitor de pois "não se lê poesia pensando em outra coisa". 130). por isso mesmo. e colher o símbolo em carne e osso. p. Bachelard constata muitas vezes que "os eixos da ciência e da 27. p. "é preciso amar as potências psíquicas de dOIS amores diferentes • • " 26 genciada a viscosidade autfstica do sonho e da neurose. afastar todo o passado que podia hav~r p~para~o tmeqem na alma do poeta:' Em compensação. R. Verhesen. para explorar o universo do imaginário..zs A fenome- ao mesmo tempo para o sobreconsciente poético. revelação no mais obscuro do indivfduo biológico. 12. cit. desembaraçado das contlnçências. se for negli. uma consciência Que nunca é desprovida de razão ou de devaneto. atingir o próprio ser de sua originalidade e tirar proveito.25 Pois tividade seca ou da subjetividade viscosa. permite ~Iuci. Bachelard. p. portanto não são passfveis da fenomenologia. o devaneio criativo é supracons~l neta poder sobre os fatos e sobre O vivido Que. mas ambos conferem um portanto sob a análise objetiva dai fatos.. Essa distinção é capital. acomoda o mundo ao ideal humano. de sonhos noturncs. com o método das ciências da natureza Bachelard demonstrou-o constantemente em toda uma série de livros: a análise é o fato das ciências objetivas. das ciências sujeitas à ascese rigorosa de uma "psicanálise objetiva" 26. da seja pelo das seqüências mitológicas. dualidade existe não apenas no seio da consciência. Essa poemática. 2? Em que consiste esse Enquanto a psicanálise e a socíologia se orientavam para uma famoso método? Em enfatizar a virtude da origem das imagens. estar além da obje. s6 se tem decepção ao fazê~las coo perar'. DaI' a necessidade de adotar um método próprio do campo da mar" o mundo. 2. contanto que se mantenha iluminado por uma consciência leitor ingênuo. como observa Fernand Verhesen num artigo notável. "em redução ao inconsciente. Finalmente. nada mais tem a ver com a análise. 24. à felicidade ética da espécie é a fenomenologia que se impõe e s6 ela permite "reexaminar" com humana.23 que permite às funções realmente car uma rivalidade entre a atividade conceptual e a atividade da irnaqi- humanizantes do homem funcionar totalmente." A linguagem do que afirma o intelectualismo de Cassirer ou de Lévl-Strauss. de outro. 25. e para esse sistema de expressão. criativa. Bachelard reserva a pslcenéllse a I Es 'I' o estudo do Inconsciente e. Op. nação. 45.. tas u tH~OS n sao ia - ais "uma consciência". Que pouco a pouco domina a natureza. Daí uma hermenêutica que. do mito. expressão poética. Ao contrano. La podtique de la reverte. 29. não é mais do que o desperta. Cf. portante. 3. cit•• p. a se arrisca no universo "numenotécnico" da objetiflcação. 7. p. cit. 3: "Ou seja. 5: "Saber cientffico e also problema da "sublimação": o sonho é lnfraccnsclêncla. cit. p. Op. cit•• p.1 Desde então o poemas. esse fenomenólogo sem o saber. a hermenêutica. 47: é esse amor complementar que constitui a . Abellio. n9 42. para Bachelard. caindo ~ne t O f . cít .• p. in Courrier . Op. menos retórico que a poesia e que constitui o devaneio. que arranca o objeto de todos os seus vínculos aterivcs e sentimen. Cf. "La lecture heureuse de Gaston Bechelard". du symbole". os e a consciência que se esforça é.'. mais que nos permite ultrapassar todos os obstáculos do compromisso leve. op. poesia são inversos 'como dois pólos da vida psrquica' ". A fenomenologia só acaba em contra-senso qua. que se exprime nologia do imaginário é. no ilumina e valoriza:' dizer de R.. du Cenrre Inremational d'Études Poetiquee. pois. La ooénaue de la r4wris. Verhesen. novos olhos as imagens fielmente amadas. a objetifica. através do poema. para este epis- temólogo. G.atos" (op. subjetificação da poesia que. Psychanalyse du teu. "Valeur ontologique 23. Em todo caso. uma "escola de lnqenuldede" através de palavras e metáforas. toma-se "integraç'o". Gp. da religião.õ' saber poético utilizam métodos diametralmente opostos. seja pelo intérprete dos sintomas oníricas. F. 66 67 . p. deste lado das trevas do sonho. Cf. in Cahiflf$ tntem. F.24 ao contrário 28. Não biográfico do poeta ou do leitor. paradoxalmente. o homem quando se ama os concertos e as Imagens. de Symbolismf1. tais.dar c~ara. mas "l: bom provo- oferece um "não-eu meu. Bachelard orienta sua pesquisa insigne produtividade psíquica que é a da imaginação". nQ1. p •. da recondução ~jmb6Iica. assim. Abellio. eles são 22.n~o ção da ciência. parti- ** cularmente.32 Este . sua sala. 31. naD se trata de urn conceptualismo aristo- de Hegel.'ido imaginativo.::ao humana que Como testemunham as cinco obras consagradas a reconduc.· A agua.ao. mas expressao do homem. sobretudo. 0 sentido do imaginario. 144. a essa habitac. Entre a eu que sonha e 0 mundo que se oferece.em oposic. ande a imaginario e pOis a imagem semente enos "faz criar aquila que vemos".3S . urna regiao "entre parenteses" a contet.op. de maneira antrpoda ao mundo da ciencia . La poetique de la rellE'rie )33 as grandes perspectivas de uma do acordo. urn mundo de felicidade atraves livros. estabelece.fief a Husserl . c. como aqueles descritos em L 'Espace poetique e. quadro para 0 microcosmo do organismo humano e das ferramentas do homo faber_ Sabre esse trajeto de felicidade desabrocham muitos cosmos * intermediarios. salientar.::ao verdadeira ontologia simb6lica que. Shelley. acreditando que consegue plena. do seeo e do umido.. a noclkl de "mundo 33. mas de urn devaneio que parte o imaginario confunde-se entao com 0 dinamismo criador. citada par Verhesen.cit.e eticamente primordial. 0 de um macrocosmo lugar das transformac. Bache/ard se preocupou com a cOsmo.:ao fenemenol6gica des srmbelos poeticos nos alto. ao contrario. pesado. do 5ujeito humano nO munde. dur:ao insrauradora em direc.30 vern se enxertar diretamente na sensac. atraves de sucessivos fechamentos. mas atraves de todas as sensac.. os simboles do mundo.coloca ha urna secreta conivencia em urna regiBo intermeditiria. Cf. L iimaginaire. as metatoras substancia- !istas dos poetas reconduzem.:oes e relayoes de sensac.:ao a urn ser que se manifesta apenas e Como escreve Fernand Verhesen. do frio.:ao do mundo. A fenomenologia dinamica e "amplifi· naD ha mais oposilfao entre 0 devaneio e a reafidade sensivel. A fenornenologia. mundo e Deus.9. au seja. La poetiquede Is mK!Jri8. a terra. Terre celeste et corps de resurrection de H. Les structures anthropologiqu8$ de /'imsginaire. alqufmica de urn macrocosmo imagem do microcosmo e. a amplifi. des elementos e se amplifica.e umarecon· mundo.::ao recapitula. e a cr(tica do ~todo de Sartre in G.p. citado por Bachelard.:ao do da consciencia". claro. rna is proximo Apesar das aparencias. 32.. 34. 1960. /ugar da "ressonancia" poetica.Verhesen. que define a fenomenologia como "ciencia da experiencia telico. Ct. em sua pecka. p. esse cosmos humanizado pelo trabalho e pelo sanha humano: a casa.::5es. 68 69 .::os. sobretudo num de seus ultimos acolhe todas as atitudes do homem. nesse vazio. Durand. conduzem aos tres grandes temas da ont%gia tradicional: 0 eu. a fogo e 0 ar e todos os seus derivcdos mansard as aereas e secas. F. abrir~ atraves da obrs de Bachelard (confusamente nos primeiros por sua vez. da qual minha casa e 0 sfmbol6 ultimo. de uma p IemW" d e com pouea d ensl"d a d e . e niilista de urn Sartre. 35. apodera-se dessas irnagens e reconstr6i urn mundo que trabalhos e cada vez mais precisamente. -Po Sartre. R. encontra-se a grande inspirac. dom(nio da ciencia.:aa a alegoria . "do parae ao s618o". Bache/ard. seus poroes umidos e sombrios.::ao "poetica" de cada imagem concreta. simb6Hca dos quatro elementos.. A oosmologia nao If! do Aqui nos encontramos bern no cerne do mecanismo do s(mbolo. suas logia simb6Iica. a habitac. esse microcosmo privi/egiado.31 de Bachelard difere total mente da fenomenologia estatica "cumpiicidade . por exemplo. embora eue prefira "inteqrac.::OBS e do trabalho humano. Abellio aplica esse ep(teto a hermen6utica de Jung. leve. espesso.. volatil etc. Presses Universitaires de France.::oes posslveis: Essa prospeo. mas da poetica filos6fica: ela nao e "visao" do cuja fUncionamento essencial . poeticos sao a lugar mai5 comum desse imperio. que parte de 4 elementos construrdos pel a combinat. Corbin. nos revela urn mundo e a simb6lica fenomenol6gica explicfta esse mundo que - 30. suas vigas.eac. Todas as imagens. a plenitude das imagens: quente. entao. mas cadora. finalmente. 0 s(mbolo. Por tras dessa cosmologia. intermedi~rio" no Shi'ismo. nao s6 at raves das quatro sensac. baixo.34 nessa cosmologia das materias atraves dessa imagem singular.ao ". seus pac. lugar que e receptaculo fecundo. escrlnio.. J. 0 s(mbolo reconduzia ao reeo- mente e par urn movirnento identico. cit. 0 cogito e consciencia. 64. bolo reconduz a uma co·naturalidade desse "homem e dessa mulher tambern e cartesiano no plano do cogito e poderia assumir a afinna~ao (ntimas" que. p. portanto somas quatro. Op. 0 cogito do sonhador (e com nhecirnento de urna feliz e fraternal consubstancialidade entre macro- mais razao 0 do sonhador de devaneios. conhecimento objetivo sem expressao do sujeito humano. Num segundo movimento. a angelologia do "medium" imaginario.ao metaffsica . simbolo-Mae de tod05 as Essa abertura. suscita urna esp~cie de animacao dialogada da alma solitaria: a anima sismo do cogito ligar·se ao mundo e a fraternidade dos outros. A irnanencia do nosso devaneio o anja feminino. A anima do sonhador nada mais e do que esse Outro Anjo que anima e "interpela" a sua alma. nurn primeiro movimento. 0 sCm- consciencia dialogante. Como bem diz Ricoeur. Bachelard encontra. dos quatro seres num sonhador. 40. 39. no rigor do trabalho da ambigiiidade do sfmbolo e a do pensamento que proieta significantes inteligencia cientffica.ao por sobre 0 eixo da poetica. para ahlm da frsica. uma retomada profunda da teoria jungiana da recondUl. inteligencia pura sem compreensao simb6lica dos fins diretamente ao Banquete'· de Platao. nologia do sfrnbolo encontra.:ao interior da consciencia sonhadora. Pois 0 sonhador.:ao do homem". "falam para confessar seus desejos. essa amplificac. Mas essa fenomenologia do s(mbolo descobre. poderfamos esboce uma especie de er6tica dos "quatro seres em duas pessoas. "Lesymboledonnllspenser'. do ser que a interpela em cada sfmbolo". que tambem e duplo: "Nosso A imagina~o humans recoloca 0 orgulho humane do conhecimento duplo (sonhado) e 0 duplo do nosso ser duplo . Bachelard. par sua vez. para alem da anima e do animus que nos parece muito pr6xima de uma angeiologia." Gostariamos de dizerque 0 devaneio dialogado reequilibra continuamente sua humanidade e. . conduz continuamente descoberta da anima podtica. consciencia plena. Op. No plano da antropologia. A dialetica interior ao esta no interior do ser e na~ 0 contrino. jamais materialidade do outro. como revelam e que nunca estamos s6s. jamais e puro. Parafraseando liEu estou 56.38 referindo~se sem poetica. e uma Androginia. Op. na base da antropologia que inaugura. 0 cogito . par natureza psicanalftica. sob a devaneio tecnicista do Dutro. 72. paralela. Os se levanta. 36. 38. cosmo e microcosmo. a anima desce e "interpela"." 0 que a fenome- faustiano nos Iimites alegres da condiltao humana.:ao e tamb~m a solipsismo.p.. como 0 mediador que consola. 70 71 .cerne casal. conjuntos dois a do is. a "quadripolaridade" do sonhador e do ser sonhado: 37. o pr6prio ato atraves do qual ele se arranca atotalidade ainda participa "na tranquilidade de uma dupla natureza bern combinada". se torna amplexo de imagens. a conhecimento a problema-ticB da condi~o humana.. urn objeto de seu sonho. p. eiencia . de repente. 0 que a propria Na cansciAncia clara e viril do racionalista.36 E. pp. Ricoeur.remete anima.". diante do animus e a consciencia sonhaclora se torna sfmbolos ~o mundo reconduziam ao microcosmo.71. a materialidacle de urn assumindo urn sentido e nirvana adormecido.ou seja. a fenomenoiogia nos mostrava encontra-se no pensador racionalista do " materialismo racional". no devaneio. A anima aparece. No plano do cosmos.com 0 universo.cir. para de um outro sirnbol6logo: "0 ser que se coloca no cogito descobre que comunicar" pelo jogo de seus quatro polos. nao-cartesiano no plano da den cia..op.. principalmente. Assim. Se a cosmos simbolico reconduz afelicidade do homem. Isso permite ao solip. ou dizer que a cosmologia simb61ica de Bachelard nos dita que "ciencia methor.3j e permite que Bachelsrd o famoso "ciencia sem consciencia e apenas rufna da alma". muito paradoxalmente. P. sfmbolos que veiculam os devaneios. num devaneio". entao. a do microcosm a humane . 0 espirito sensorial de um se abeberando na que e 0 fenomen61ogo simbolista I) jamais e vaa. 70. cogito bachelardiano ~ incubado pelo ser. nessa como par uma especie de pilotagem automatica. uma reconciliac. da usonhador de palavras". 64. La poetique de la "verie. "0 cogito prolbe-Ihe a alienac. mas no s(mbolo. cit. projeta. 9aO cruzada. dicUogo perfeitamente harmonica. cerne do devaneio poetizante. numa espeeie de proje- objeto sem felicidade apropriaciora e apenas alienac. cit.. dirigente de todas as descobertas cientlficas do mundo. sendo duplo humanos.. " 48. E 0 mais vivo des teseuros. 117.." A anamnese de todos as simbolismos oontidos em todos os Com urna seguranc. futuro. Oeve-se notar.a que esta em n6s e a epifania dessa infancia e urn perfume o aojo e. op. para alem do tempO e suas penas.. se nos e permit ida prasseguir com a amplificac. made/eines e 0 perfume da infusao s6 conduziam Proust a anja. Ricoeur. diremos que A Infancia e 0 Bern Soberano concreto. legio dos perfumes da infancia colhidos pel os rna is diversos poetas. en contra a simbolos nos devolvem esse estado de inocencia no qual. "arquetipo comunicavel". Bachelard cite Kierkegaard.. Les lis des champs tit les oireaux du del. animada par Gaston Bachelard. como aos dizeres de S6crates. arm arias. aos Quadros Que gostara 41. cit. Reta· em Gaston Bachelard. "Le confUt des hermeneutiques·. p. de algum modo. Esse elegante born humor. se luciferiza. n91. cit. precedendo Paul Ricoeur. 46.ao para urna teofania da intancia. ao rnesmo tempo. primordial. 45. pais e Isso que enrafza a seria 0 Lete onde beberiamos para nas dissolver no TodD anterior e infancia no simbolo.:ao toda a gravidade Franz Hellen: "A inmncia n. morfa que a psicam3lise queresconderno seie do inconsciente da crianr. urna de maneira teos6fica! hierofania. mando urna citac. se a cosmologia era multi-sensorial. ela a deixou. entao. mio consegue sa lembrar de sua infancia! Reave·la em si mesma como urn corpo em seu pr6prio corpo. as f. como exprime receita evangelica do Reina: "Se nao fordes semelhantes a um desses magnificamente Paul Ricoeur. Ela mfo e: urna lernbran~. InfeHz daQuela que de convicc8o. "entramos na simb61ica quando temas pequeninos .. e a crianc. entao que Bachelard. a Infancia. todo urn flori· o autor do Racionalismo ap/icado apela finalmente para Kierkegaard. essa leveza plena de madestia que cumpre seu cicio. eles perfumam sem soHcid-la demais. um modo de jamais levar a serio aquila que se expoe au Que se 44. in Cahiers Imern. de modo a conferir ao argumenta ou it intuit. de argumenta. Op. 43 a fenomen61ogo nOS propoe. transcendental. a eonsciencia que se ca!ea de infancia para onde nos reconduz 0 odor de uma flar seca. 115. p. Em tocla a obra do fil6sofo do Ratianalisme applique e de La poetique de la reverie. como em Platao. he urna 43.41 A infancia aparece reconduc. cam~ a anja dos limites que protege a cansciencia dos extravios eis que a teofania sa revela. epistemologie des interpre· de rever". que cita na tations". 47 E. veremas esbor. querendo ser 0 des petites. exalam mais do que urn odor de santidade. em Bachelard. Se quisermos exprimir isso em linguagem ainda mais platoniana. antes de mais nada.45 nem a marte atras de nos e a infancia a nassa frente". para confirmar essa ultima intuilfao. urn sangue novo no sangue velho: ele morreu assim que 47. As flores secas. a urn Tedio sempiternos escolhos do falso problema da "mem6ria afetiva"! .. 0 gosto na abjetividade perde todo meio de transcendencia e. 72 73 . uma perigosa efic. ". as patchoulis das velhos fenomenol6gica deste racionalista. 44 confessando que..ao do romantico Karl Philipp Moritz. ironia soberana.kia e ele continua a nos enriquec:er contra a nossa vontade. para Bachelard 0 perfume e guia espiritual Finalmente. assim. "Nossa infancia da felicidade simples.:ao ao angelisma da objetividade. sao os odores. pagina 103.io e uma coisa que morre em n6s e se resseca assim necessaria para conwncer. 106. Bachelard. dao as obras de Bachelard. de uma mem6ria fundada na "vivaddade" da imaginac aa .42 E principaimente.'. Coma e grande a distan. a "tom" platoniano do discurso. p.prevenido com os devaneios reconduz. 89: "0 passado rememorado nao e apenas um passado de percepyao .ao desumanizadora. urn lamente biognifico. se as imagens de seu belo Iivro48 agem" e apela principal mente para urn a psicolagia se definia como dialogo amoroso da alma com seu anjo. Op..46 cia entre essa consciencia clara da clara infancia e a perversidade poli. Bachelard como 0 sCmbolo dos slmbolos: "Verdadeiro altluetipo.:a de psic6logo prevenide . cit.ao a um mundo objetivD das ideias. mais onto!ogicamente que a propria anima. em "urna vida hurnilde que nao tern a certeza da re. ao Puer aeternus que Jung e Kerenyi encontram Bachelard estabelece que 0 significante desse arquetipo da Infancia em nurnerosas mitolegias.:ar-se. Citado par Bachelard. Hierofania e. 1962. e e par ai que ele reenconus a conce~ao baudela'lilana. com extrema pudor. A imagina~ao da colorido. como olfativa I Deus a em direr. 119. autorizado. especialmente esta transcri~ao de Documents secrets. . Op. 0 altluetipo constata que a inHmcia e a fundo ultimo da anamnese. 42. Para 0 fil6sofo champanhense. alienac.. Pois a verdadeira anamnese naoe memoria plana. cit" p. La poetique de la reverie.:a! eficaz. p. p. de Simbolisme. desde a origem. escatalogia: as imagens. que visam apenas a epiderme ser urna. s6 pade repudiar os metod os puramente redutivos. P. ande vela a anja da campensac. 0 otimismo de Bachelard.. santidade. des mais remanescos de nossos m{sticos: Mme.:ao e da ultrapassagem do simples e confuso mergulha onfrico. Tambem era preciso descobrir precisamente. 123. Cf." sO "Urn srmboJD revela sempre. Pela gra<. mas com a sot quente CAPfTULO IV da infancia cheirosa como uma cozinha apetitosa: "Urn set bern aman- teigado assava no ceu azul. foi preciso la reverie. cit.:ao bache· lardiana. E. aos ritos que as religi6es.reintegra<. exaltando 0 Espfrito da Infancia. 109. op. fora desse "esp(rito de infancia". numa mesma funt. 71. p. se justifica Mircea Eliade.. mais circunstaneiada que 0 de Jung. e 0 verba OS NIVEIS DOS SENTIDOS E tern seu voo de jubilo mais alto: "A infancia soma as insignificancias A CONVERGENCIA DAS HERMENEUTICAS do sar humane. o genic de Bachelard cansiste em ter compreendido que essa qualquer que seja 0 co ntexto .:ao fenameno/6gica pura. ate uma teofania onde a anamnese naa se ilumina rna is com urn bem Soberano abstrato. para alem de uma rntima saciedade do cora<. a unidade fundamental de varias ultrapassagem dos iconoclasmos s6 poderia se efetuar atraves da medita. "sintese mental" que torna incompreens{vel a simbolisma. sobre a totalidade Para generalizar a antropologia do irnagimirio.:a. tamama-nos 0 pura e simples sujeitc do verba maravilhar-se. Em outras palavras. depois de Bachelard. alem da rneditac.. sO valor que as pensadores aqui citados herdaram involuntariamente restou "generalizar" a antropofogia rest rita do autor de La poetique de atraves do triplice iconoclasrno do Ocidente. depois. Le symboJe donne 8 pens8r. urna "psicanalise objetiva" ao proprio irnaginario. canvem aplicar.385.:a dec is iva do fil6sofo do Devaneia poetica. Assim a fenomenoiogia dos sfmbolos pOEhicos do devaneio reconduz. 51. Finalmente.49 Essa infancia e bern a Verbo. ja que esta sob a signo do encanta- mento. p." c. da imagimirio e dar acesso. acentuado. nao s6 a paradoxalmente. sem negar a heranc. RicoBur. Op. era necessaria evitar-se naufragar no otimismo paradoxal de Jung. ou ao menos dessa "bem-aventuran~a" do imaginario que Baehelard atingiu. dessa p. sabendo que essa generalizac. Van dar Carnmen citado por BacheJard. esse ponto privilegiado onde os eixos da ciencia e os da poesia complementam-se em seu dinamismo contradit6rio e assimilam-se 49.:ao. que 56 va no sfmbalo urna 50. p. uma significa<.' tern uma significac. podemos nos interrogar mais urna vez. embora.:ao de Esperanc. pela propria precisao de sua area de aplica~ao: a "ingenuidade"Sl da TraitiJ d'histoire des religions. pelo pr6prio metoda. zonas do real. Guyon.:aa fenomenol6gica propria. a poesia mas tambem aos vel has mites. linguagem poetica. Primeiramente.. Contudo.:ao com 0 mundo. para ah~m de uma cosmologia de reconcilia<. 74 75 .:a do poeta.:ao sentimental. privilegio racienalista que transparece ate mesmo na simb6lica de Cassirer. a culto de urn [cone em cera do Menino Jesus. j13 que ele ainda sobrestirna a cil~ncia em rela~ao ao mite.:ae maior das potencias imaginativas no cerne da ato semiol6giea do sfmbolo e.:ao. seguir a pista das resqu {cios do de conscieneia. as magias fim de expurga-Io de tados as resqurcios culturais e julgamentos de e as neurOSes plagiam. cit. da doen~a mental e do automatismo dereistico. na experh~ncia da conscil~neia. 0 dina- chamam-se Noites. Essa integrac. tem a globalidade de cultura intervssada. a ser um deficit. Mas tal refutacao e extrapolacao do imaginario a todo 0 conteudo classica . Primeiramente. pola· da atividade humana. implica a convergencia A imaginar.ao. como nas psicanalises. dentre muitas outras. finalmente. Foi esse de toda a psique no seio de uma unica atividade ainda pade ser expres- trabalho que empreendemos sistematica mente com nassos colabora· sa de dois modos. Ela nao e apenas a reequilibra9ao da objetivac. Inrl!lrn. pr6pria generalizac. depois. a bern dizer. A imaginac. de SymboJisme. primeiramente ~_e6rica e. aplicada diretamente ao balanc. mento sadio como e ainda 0 mito em Cassirer au.::5es chlssicas. apresenta·se como a tensao LeZohar. ao Imaginario. conduz ao conceito e ao signo adequado) ser apenas urn caso parti· pademos apenas resumir nassas canclusoes. Le dtJcor 3. entao." mismo equilibrador. a convergenda das hermeneuticas. Durand. Primeiro. enquanto func. n94. mas sao tambem sociais e retle· t(tulo Inrroduction a "archetypo/ogie genera/e. Les structures anthropologiques de I'imaginaire tem como sub· psicot6gicas e biograficas.:ao psicossocial de psiquismos singulares. 9)".::ao geral de equilibrar. acomodam·se. atraves da mento em sua totalidade encontra-se integrado na fun~ao simb6lica. Yves Durand. conservam sua individualidade.:ao de seu ponto de aplicac. precisamente. ja e uma etica e que esbec. 0 de umateoriageral do . num plano tr{plice: primeiramente. Pais as polaridades divergentes.:ao se do alto chamam-se Dias e os que revela como 0 fatorgeral de equilibra9ao psicossocial. 1. Cf. nao e mais relegada. 76 77 \ .::ao mantem em cantata harmonica 0 * * Sinn e 0 BHd. como Jung havia Aqui estao os resultados globais que se podem induzir de nossas notado. que distingue 0 consciente racional dos outros fenomenos pslquicos e. Ela tarnbem nao e. que e 0 imaginario. ja neste momento. Essas "foryas de ceesao" mlo sao puramente 2. entre duas "for9as de caesao". como para Jung.ao antropoI6g.a. estas ultimas se for. Cf.ainda aparente em Cassirer e no dualismo bachelardiano - da psique humana necessitavam de uma minuciosa e vasta revisao.::ao imediata. como dos metodos. mais ados nlveis formadores das imagens simbolicas. que tambem se banha no consenso imaginario gera!. Nossa obra.mag.2 As sintaxes da razao sao meras formalizac. II.::o em particular. 1964. G. pode·se camparar a totalidade do psiquismo. e a pens a- na ultima parte desta obra mas que. Depois. normais e pato!6gicos. no estado normal e media da atividade psrquica. Sao esses tres resul. em urn subuniverso que.::o de individuac.:ao cientlfica "as anjos que rodeiam 0 Trono atrav~s da poetica. ser apenas urn s(rnbolo restrita.:ao. uma total supressaa das sequelas da doutrina do que realmente "sintetico". 3 de dois "regimes". rodeiam 0 Trone de baixo Do ponto de vista antropoJ6gico. ou seja. depois. T. como ele acreditava. nas concepc. as imagens antagonistas. a ser urn fracasso do pensamenta adequado. urna pre·hist6ria do pensa· tados que vamos resumir sucintamente. Esses universos. no qual nos colocamos. nao hii ruptura entre 0 racional e a imaginario. pais 0 mando e sa informando em todes os setores e em todas as ambiencias racionalismo nao passa de uma estrutura. concJusoes que se dispoem cular do sentido figurado. a generalizalfao tanto estatica como rizante propria do campo das imagens. a unioo momento de urn raro sucesso sintetico. como para Freud. pelo fato de 0 sentido proprio (que dares e no qual prosseguimos ha 15 anos.:ao simb6lica. dina mica da virtude da imagina9ao desemboca numa metodologia que Por conseguinte. no * qual 0 esfon.:a uma metaflsica da qual nos ocuparemos ja que ele se desprende da sensac. 1 Nesta breve exposi((ao.mirio. Les structures anthropologiques de l'imaginaire.ca. e mais "sistematico" pesquisas. das margens subconscientes do imaginario.:5es extremas de uma ret6rica concebida como fUnl. in Cahiers mythique de la Chartreuse de Parme. "Le test archl!typal a neuf I1tl!ments (A. 137. tal como aparece em Bachelard. cada um relacionando as imagens em do is universos antagonistas. mas se manifesta sob logos da hist6ria e da cultura. planas de generalizac.pr6pria. religiao. s Constatou-se que os grandes sistemas a aparencia. organizam-se no tempo. tais como a hastilidade dos consan~ a fim de cobrir todo 0 campo antropol6gico DU. 9. mesmo as fil6sofos da hist6ria. se sucedem de por isso. 0 antaganismo . na te6rico. entao. tal como se simb61ica e sua varialfao no tempo. a fater geral evoluc.6 isto e. no interior da evolu~ao social. Para essa nacria de integrat. Hegel. a que e linha narrativa. Sorokin. coincidem com as constata· visao de mundo correspondem ao mesmo "padrao" 'Imaginario.:ao das religi5es. Cf.ao do mundo". a revela na psicamilise. das colheitas. esclarecendo-se.dos grupos etarios. pp.:ae que anima todo simbolismo nao se manifesta mais proprios estilo5 cientfficos se manifestam com urna regularidade alter. au melhor. Marx. Social and Cultural Dynamics. para considerartodas as circunstancias do "trajeto antropol6gico" E. as trabalhos de Peyre e Matoni. sua potencialidade antagonista. entao. Emergem. Sorokin. Worringer. agora. pade-se levar narrativa como. aos tres grupos de estruturas (esquizomorfas. do imaginario. Cf. Esse caso e real mente muito land. Spengler.aa da consanguinidade. denar os epis6dios antagonistas. irregularidadedas estCN. ~ a narrativa que. 7. nao importa a epidemias. turas discursivas do imaginario. assim como literarias". na maior parte do tempo. esse dinamismo antagonista das imagens permite que a energia simbalica percorre. dizer. certos habitos ret6ricos inerentes a o mito nao esta no mesmo regime que 0 rito. ao contato com a dural. organizam as presenciam~se reequilibrios parciais: a religiao. As imagens. 82·83. mesmo no interior da refigiao. para citar spenas at dialectique". 54. os ree- tanto. a seriac. imobilizada. de tres esquemas de ac. "Structure 5. Como U!vi·Strauss havia constatado.:ao. das chuvas. per- que regime pertenc. nao mais no terrene psicossociol6gico. sinteticas. mesmo nas sociedades primitivas. extrinseco (climas. Peyre. ct. Ct.5es. Mesmo que se esteja lidando com uma cultura mfsticas)9 referenciadas na c1assifica~ae (isotopismo) psicol6gica e perieitamente integrada. Oukhtomsky) relativas aos reflexos dominantes (reflexes que 4. Matom. Uvi~Strauss que bern observou esse tenomeno. par exemplo. ~es psicofisiol6gicas feitas pela Escola de Leningrado (Betcherev. sobretudo.aO pragmatica e com as turbarn essa harmonia tearica. alguns names. p.) que. moral. Na verdade. por Dutro lado. como 0 em conta. A dialetica pode operar em diferentes por um lado. de' imagens (Weltbildl. de "representa<. praticamente impasslvel. e "outro". 6. compreender as grandes manifesta~5es psicossociais da imagina~ao perceberemos primeiramente que 0 conceito de libido. mas no terreno psicofisiol6gico. no mito de ~dipo.. Ouf· alinham-se no mesmo grupo de estruturas. par exemplo. agress5es etc. exprime a a~ao) que manifestam a energia biopsrquica tanto no in cons· Mas a dialetica e geralmente mais do que entreviram as fil6sofos. e certos principlos. Tambem. confinnada pela fisiologia. Cf.4 permite coor· Se nos colocarmos. po is 0 verbo e a parte do discurso que maneira distinta no decorrer da evolucao das civilizalfoes humanas. com excesso de regime no jago das "geracoes hist6rica au mitica.:am. chamamos "verbals". aquela em que arte. a hipotipose. e so se reunem no tempo.:ao (que. dos sistemas de conhecimento e de valores. ja que ha sempre fatores de desequiHbrio Esse ponto eimportante para a compreensao dos diversos aspectos. nao tern razao de ser. quilibrios simb6licas. supra. psicossocial dos simbafos e. como gostamos de gufneos e a superestimac. quadro. e "sistema" de imagens antagonistas. "normal" e " patoI6gico". as de equilibral. pais definiria urn tipo de cultura "fria". nao instantes psfquicos em urna "hist6ria". 0 desenvolvimenta das artes. 7 Enfim. 79 78 . dos "modos"a etc. que une urn sucedente a urn consequente que. entre· menas edipiano . in Anrh_ struct. que as "metamorfoses" nante que ha muito tempa vem sendo reconhecida par todos os soci6· jungianas nao chegavam realmente a dinamizar. sob a aspecto teo rico de urn unico "impulso". cientebiol6gico como no consciente_ Esses tres esquemas correspandem. a narrativa. 8. P. acontecimentos. bern mais num sistema do que numa slntese.io e a noc.:aa causal.mats au da causalidade. dessas estru· esta no mesma regime que a arte au.:io invena de "congers". Lupasco. antes. Los trais matitJres 8 o Impcrtanrrsslmo é uma religião sincrética. antagonistas. ou. Como Lévi-Strauss ainda se esforça por demonstrar em La pensée ssuvsçe. o pensamento "primitivo".l1 Rogar Bastide observava. Regi. do livro L'énergiB er Is msri4re wvantB. continuamente nos diferentes níveis da formação dos símbolos. t 1. S. mais ou menos na mesma época e por vias completamente dife- picas" ("axiomáticas". ao e valor quando encarada sob o ângulo de estudar o candomblé afro-brasileiro. Quadro pp. Aplndice teárica. Ora. 1955. mais ou menos com as "três lógicas" que Roger Bastide e eu mesmo doras induzidas dessa convergência empírica. que os esquemas dinâmicos que suportam as ima- gens isótopas promovem três grandes direç:ões lógicas. estruturas. também correspondia a essa dialética dinâmica. A partir de 1955. 82·83. ln 12. um Princípio de Analogia. Formula- ções que mostram que osfrnbolo não se reduz a uma lógica esboçada. e o lógico Stéphane ser seguido no sentido: fisiologia -+ sociedade. oposição ao precedente. extraído da nossa obra. R. concorrentes: síntese totalizante. Assim. três termos que coincidem mes. ao contrário: socie. a coalescência dos símbolos dade de conduzir a uma espécie de e das atitudes rituais em torno de três princípios. O candomblé giques de I7maginaíre. também regido por 3 principias. mais econômicas do que constatamos em nossa pesquisa antropológica. colocando-se de lado toda questão de transformação dinâmica dos regimese das estruturas. Pois um impulso 'é um postulado. Que prorbe a diferenciação entre "pensamento selvagem" e pensamento domesti- cado por uma pedagogia clentlflcista. finalmente. classes de arquétipos são apenas categorias classifica. do trajeto antropológico será reencontrada Osseus níveis. dominante digestiva. em Andrá Guimbretiêre. três grandes "A pesqu isa das estrutu ras s6 tem sentido grupos constitutivos de lógicas bem distintas. O "trajeto antropológico" pode das imagens. aliás. nossa investigação empírica resulta num plano de classificação há qualquer relação de causa e efeito. um Princípio de Ruptura. organizam outros reflexos por inibição ou reforço): dominante postural. como diria Bachelard) com a reflexoloçia. velho Princípio de Contradição. vetares "polares" e uma resultante mista. estabelece um sistema de lógica com dois símbolos em séries lsótopas em diferentes níveis antropológicos. Mas. nesse reencontro das categorias simbólicas "arquetf. das quais as lógicas constituem apenas a formalização. através de sua acentuação. que permite lançar uma ponte entre os dois precedentes. a coerência o arsenal explicativo dos impulsos. um comportamento revelava igualmente esse sistema dinâmico de "forças de coesão" reflexo ou social é um fato constatável. Lupasco. Les structures anrhropolo- XXXI Congresso Internacional dos Americanistas. 10. De fato. rl'Le prlnctpe de coupure et le comportemeru afro-brésüíen". dos complexos postulados pela (isotopismo) concreta dos símbolos no seio de constelações de imagens psicanálise. pode-se reconhecer geneticamente. e também. bem próximo do Quelques remarques préliminaires sur 16symbolo et /8 symboJisme. 80 81 ! '\ . Mas também iríamos constatar que a genética dos símbolos. no qual Lupasco formaliza as três lógicas Que regem as três metérlas. Essa tripartição "verbal" que descobrimos na origem reflexa. Constata-se simplesmente Uma convergência dos da pesquisa antropológica." o famoso Princfpio de Ligação. em todos ainda totalmente biológica. gostaríamos de insistir aqui no sistema de formulações lógicas * que essas diferentes estruturas is6topas das imagens sugerem. no uma relação hannoniosa entre os dife- rentes domínios do Real e com a finali- seio desse universo simbólico religioso. comparado ao Vodu haitiano. Basnde. dominante copulativa. ao contrário. Cf. Contudo. sintético.12 sem passar pela mediação da investigação etnográfica Ou dade ~ físiologia. que a partir de Lávv-Bruh! caracteriza. não rentes. lO ** mas. Cf. São Paulo. 19 Coincidentía oppositorum e siste. A Árvore. adesividade antttréstce. audlofc. Mancha. Betilo. Pol. 29 Oiairetismo (Sp8ltungL matização. Prtncrpics de exon. Ko. o o Caracol. IDENTIDADE. O Germe. res e Devorados.. A Roda. gustativos. 8 Caverna. a Orgia. tese! e subjetivamente homogeneizante (autismo). escon- Arquétipos "earte- tos". drama.Voltar. enumerar ~ Descer. o Cesto. 39 Realismo sensorial. a Ctrcuncísâo . Cone. o Vinho. Druggo. o Céu. as Runas. o ce etc. a Pedra o Cordeiro. Messias. vados téteis. a EliPiral. A Iniciação. bro. O Deus plural. o O Calendário. o Mantra. Juvantes sensoriais lcinésicos. a Clausura. o êer- Stntemes.6Cair. de SIMI· e EFICIENTE) está em plena etfvt. a Noite. porvir. d. Profundo. Dos s(mbolo$ aos as Armas. Pai. Céu 4= Inferno. penetrar. o Gemas. a Astrobiologia. o O Ventre. quente. I 49 Progressismo parcial (ciclo) ou totat. ter etc. Chefe Herói '*Inferior. Andrógino. I A Mãe. a Le. I Representação diacrânica que reúne as contradiçéSes através do fator tem- Representação objetivamente bomcqe- neizante tcerseveracâol e subjetivamente cecsc e de justifica. O Túmulo. 05(· Ilha. O Alimento. CONTRAOIÇÃO.o Urso. os a Mandais. o Casaco. A Moradia.r. Alto =1= Baixo. O Recipiente. Reflexos dominantes.Miasma. çc. FINAL Os Princfpios de ANALOGIA. a Esc<lds. ou lógicas. Separar . e Tétrade. A Cor. bold. o deira etc. a Cotovia. simetria. ritmicos etc. Arquétipos "substantivos". musicais. o Olho do A Escale. a Roca. Puro i= Sujo. Esquemas "verbais". Tonsura etc.. Atrás. o O Sacríf(cio. 29 Oialética dos antagonistas. QUADRO DA CLASSI FICAÇAo ISOTÚPICA DAS IMAGENS REGIMES OU DIURNA POLARIDADES NOTURNA ESQUIZOMORFAS (ou her6icas) SI NTETICAS (ou dramáticas) MíSTICAS (ou a"tlfr. a Águia.chama. o Ovo. heterogeneizante (esforço antifrásicol. o co. derivados motores rítmicos e seus ad. a o Zigurate. a Aritmología. Ouro etc. Os çâo. gredir. Diante. Claro =F Escuro. Trevas. o Leite. olfativos.p-Misturar. com seus derivados manuais e I Dominante COPULATIVA. o Campanário.J. Subir :. Dáctilos. Isqueiro. A Cruz. Cume ~ Abismo. térmicos e seus deri- nação). a Crisálida. A Criança. Mdlur. O Prlncrplc de CAUSALIDADE.leu) 19 lceellzação e "recuo" eutrstlee. 49 Miniaturização (Gull1verL 39 Hlstcrtzaçêo. Devorado. de po. 29 Viscosidade. pro. Animal. 1ç Redobramento e perseveraçâc. Batismo '* '* Arma Heróica taco. A Substância. tlzaçéo. corn seue Dominante DIGESTIVA com seus edlu- o adjuvante de sensações à distância (visão. 49 Amrrese polémica. em todas as suas formas teso. Prlncrpics de EXCLUSAO. Asa '* Anjo*. a Músi·. possuir. A Flor. dade. '*' Monstro. ventes cenestéslcos. a Trlade. O Fogo . O Animal Gigogne. o Caldeirllo Mel. "Duas Vezes Nas. 39 Geornetrismo. 8 Bate. Dominante POSTURAL. a Pomba. a cido". passado. A Mulher.p:. gigantismo. Estruturas.ne. calmo. dido. A O RUa. as Tinturas. Réptil. DISTINGUIR REUNIR CONFUNDIR Amadurecer. O MiCrocosmo. Véu. O I etc. Ar. 8 Bar- Filosofei. . as Couraças. O Sol. Luz*. Aepresentação exclusivamente heteroqenetzenre Iemr. rntlmc. O Filho. o Pequeno O Centro.dúpl. ris. LITUOE estão em plena etivldade. p.e toda escola a fase familiar tão cara aos freudianos. constataremos. váriosniveis. significa "modelo". 19. de Symbolisme.. Girard. Palavra que. 18. 115. segundo a qual a "escola dos jogos" . 84 85 . o da educação da criança pela sociedade.!" nos forneceu a chave da classificação dos símbolos.[oqos de imaginação . história cultural dos maies-qurchuas. passando pelos meios-termos da alea (sorte) e da mimicrv (simulacro). bolo. ludificação de um rito iniciático pagão (forma espiralada). e "Strueture et cla~ifieation das [eux". depois catedral). "edlana". 5. citado. Cf. Durand. de um lado. os jogos da das.ou informadoras . 14. onde vêm se constituir os elementos "simbolizantes" (Bí/d) do sim. A. constitui com seus semelhantes uma pseudo-sociedade. Caillois. 1962. Le eoaot. institucionalmente amarram entre si. R. entre eles •. que ele se subdivide com maior ou menor intensidade numa dos patterns essenciais das instituições adultas e das culturas. de outro. ert. Guimbnttiêre. G. Homo IlJdens. constatamos vários atlas. Cf. que vão derivar. na classltt- justificação de uma sociedade aparecem primeiramente aos olhos do cação dos jogOS.. 15. Aqui. com da fase 'Parental. Os jogos são o conservatório 16. acentuar. "Les trob niveaux de fcrmaticn du symbolisme".".Vuh. de sintemático. Cllh'en totem. mais do que a iniciação compulsiva do adulto aos sfrnbotos aceitos um que podemos chamar de nível pedagógico. a psícofisiolôqicas de um adulto humano normalmente desenvolvido. IS Finalmente. todas as nuanças segundo os autores). dos murias ou trobriandenses. para B criança muçulmana. Agon(stica: que tem relação com os jOg05 de competição. R. o outro. 21.veiculam um simbolismo Se deixarmos de lado o nlvel psicofisiológico já considerado. Johan Huizinga. repri- desse nível que se reduz aos primeiros anos da infância (de 3 a 5. segundo o grau de integração das culturas considera.:2o a série agon(stica adulto como ccnstftufdos pelo laço mútuo que os homens do grupo (agon = competíção reguiamentadal e a série ilinxica (ilinx = turbilhão). Além desse nível natural que a reflexologia mitido pelos avós e sempre através da estática pseudo-sociedade infantil) nos revela. II. até o pré-exercício em jogos infantis!S foi. da qual a criança coordenados entre si. desde a severa proibição e a segregação sexual Ora. reservado aos signos convencionais através dos Quais uma ligação mútua é estabe- lecida pelos homens. os jogos educam a infância na presença de diferentes ambiências formadoras . R. mir os jogos e o pré-exercício sexual e conjugal. maioria dos contos . no seio de um vestfgio simbólico arcaico (aliás. de sfmbolos Ou de ritos desafetados. qualificar. Leia. o caráter conservador dos jogos das "casas de crianças". De 18 nature du symbole. bem antes da sociedade adulta. 1955. jeux. freqüentemente trans- do simbolismo adulto. Robredo. constituindo apenas o subsolo é mais ou menos lúdica . ed. o nível cultural. encontrer-nos-emos Assim. Alleau.lJ de algum modo matri. se assim preferirem. que poderíamos criança "brincar" COm toda a liberdade. Cf. p. 35: "O nome de sirnerra dew ser México. em primeiro Essa classificação binária dos jogos parece anunciar singularmente a 21 lugar. "Pararso". "padrão". tão caras aos nossos psicanalistas. ao contrário. t-esieux 8t les hommes. Béert. na psique de cada indivlduoadulto. ln Diogêne. "Lee jeux et les hommes" 20. out. o que chamou a atenção dos antropólogos especializados das sociedades. na antropologia americana. apagar péla e. cf. sua classificação binária. no qual desenvolvemos mais amplamente esse tema. e R. n9 I. que desafetado onde se profanam mitos muito antiqos.14 pois a herança e a Em segundo lugar. Rechel'che 13. permite à imaginação e à sensibilidade simbólica da pelo ambiente imediato. de "padrões" simbólicos culturais. amarelinha. vcls. distinguiremos dois patamares de derivação do simbolismo: que. Le symbolisme des contes des frJes. catucts. os antropólogos encontram. como René AlJeau. de Symbolísme. Cf. duas séries "irreconciliáveis. ou seja. Tomarei como exemplo apenas a ciais. onde a criança. C. Ou. Giram. mais ou menos desligada do ambíente Essa fase lúdica se encontra em ligação estreita com a pedagogia familiar.. mais ou menos depois cristão (forma basilical. Les Chortis ante el problema maya. Cf. 17.l" Assim também. pedagógicas são possfveis. Se analisarmos o primeiro nível. Intern. encorajar ou. Cshíers d"une sacio/agie des peuples africains à partir de 'euro. conservou apenas o gesto esportlvo. 1963. Os jogos de cartas surgem de um simbolismo agonrstico l 7 que ou reprimir uma ou outra das forças de coesão que animam as atitudes se perde na noite das grandes civilizações agrárias.vai tolerar. passando pelos e. Cf. fase lúdica. diz Kardiner. também R. ancestral divino.:z. como I "explica" sozinha os símbolos formados no molde familiar e parental." vê-se um sistema simbólico arquétipos "naturais". é uma formação subsolo. Aqui. op. longe série de símbolos isótopos da matemidade (valorização positiva do de ser o alfa . The Science of Man ín the 27. percebe-se que a "sem rigor e sem fervor". mãe-chuva. e a feminilidade que uma mutação cultural I pro Ibe mais ou menos ao filho e cujo simbolismo depende do ambiente 22. Verrier Elwin. Malinowski.24 Mas. Aquilo Que MalinolMki too.'! Assim. sobre o romanesco. 83. I G. ligado à pedagogia católica e burguesa. 26.da simbólica infantil. dos jogos à fase parental. penetrada de todos os símbolos sugeridos tradições simbólicas arcaicas. Cf. fatalista. 130) chama de "o atelier cultural". L'amour et les mythes diJ couer. ou mesmo numa estalactite de gruta quando da que em Jocasta. cf. I concepção do herói Tuvada etc. Durand. longe de serem sociedade matrilinear dos trobrianoenses. os alorais ou os marquisianos estudados dos trobriandenses não se volta contra o pai natural. desde a obra de Malinowski. Nos tanalas. Assim. monoteísta. com razão. Jeu dos peritas huttes. op. colégios "mistos' dos países luteranos. pelo rigor e pela imobilidade. sociedades matrilineares não-oatnarcaís. Cf. cuja maioria dos elementos constitutivos chamada "Iatênc'a" sexual é apenas um ser mítico estreitamente provém de um nível totalmente diferente do nível parental. 230-265. o autoritarismo patriarcal. pp. dependem estreitamente do sistema familiar exclusivamente matriarcal inspirar a cosmogonia e vir polarizar uma estabelecido em diferentes sociedades.l: também a agressividade "edipiana" Para certas sociedades. Nelli. tives. a repressão do incesto. Linton e Kardiner. ou sua proibição. p. imbuída do acaso.s a pedagogia parental se esfuma I matriarca. 2' a tal ponto. c. cito e La sexualité et sa repression dans les societés orimi- 24. I III. ·0. nismo dos tanalas aproxima-se do puritanismo da pedagogia judeu- sabe-se que a hermenêutica dos srmbolos ligados a esses esquemas cristã estudada por Freud. nas artes) ao modelo edipiano da repressão do impulso incestuoso. longe de serem os suscita uma simbólica constrangedora. unido à exiqência do controle e o romanesco são uma sobrevivência lúdica de todo o sistema peda. p. ctt. gógico medleval. se o purita- de nfvel dos "esquemas afetivos". esp. Le decor myrhique de la Chartreuse de Parme. cit. que é o engrama do regaço materno. 65--82. Cora du Bois. precoce dos esfíneteres (seis meses I) e à proibição dos jogos sexuais. estão ligados à fase idealizante do pré-exercíclo e a rigorosas de pecado e predestinação. associa o universo judeus vienenses estudados por Freud. nem contra o tio por Cora du Bois. Outra nuança que vem torcer o dogma ocidental de Édipo: na A antropologia cultural nos mostra que Jocasta e I:. com "a indiferença" da mãe fazendo eco "à indulgência" De tudo isso. papel fecundador do macho I cultural secundária. não fatalmente sexuette des sauvages du N. Unton. o jogo cortês e a exigência das instituições matrimoniais." Portanto. 86 67 . do mesmo modo que entre os Esse pré-exercício sexual. 25. L -emcur er I'Occident. 23. Malinowski. o arquétipo essencial é o Pai. cap.senão o õmega I . IX... os "jogos" do amor. mãe subterrânea. êéart. o Iibertarismo dos alorais cria um universo é menos simples do Que deixara supor uma psicanálise freudiana que simbólico de onde Édipo é apagado. do mesmo modo que a "cortesia" ao contrário. The people of Alor. de la Mlilané5ie. que pode muito bem se fixar mais em Electra do minimizado em peixe.dipo. cf. Deflação de onde resulta um universo simbólico Malinowski tem razão ao distinguir nitidamente dois tipos simbólicos I de feminilidade "matricial" de símbolos: a nutriz "natural". La vie cultural da família no instante da maturação pubertária. conclui-se que não é a hermenêutica edipiana que do pai. Cf. mas onde se difunde uma angústia reduzia toda pedagogia formadora de símbolos (tanto no sonho como motivada pelo vazio e pela austncia de calor materno. Rougemont evidenciou muito bem a disjunção "ocidental" entre Os "rnttcs" do amor. Matriarca: diz-se daquele que possui a autoridade (o irmão da mãe) nas World Crisis. que não há mais "inflação anormal da imagem parental". àquilo Que Piaget denomina. cf. Oenis de Bcuqemont. La maison des jeunes cnee /es Muris. cap. 92. PP. guardião tem(vel da moralidade. pela pedagogia natural a. mas duas imagens do macho: a "natural".. pelas linguagens artísticas. Primeiramente.nti~ mentos. como puramente arbitrários. perdido e inconsciente. pode ser tanto a do tio como do pai ou do avô. classificadora e a arbitrariedade dos sistemas rituais ou míticos parece O balanço que se pode estabelecer após o estudo desse nível e de reinar totalmente. como superestruturas frágeis. Desse nível pedagógico intermediário entre a natureza e uma Se passarmos agora ao nível propriamente cultural ou "sínterná- I cultura singular (Instaurativo que ti de "qualidades afetivas".e superdetermina os dois uma sociedade para outra. a jogo". benevolente. Pôde-se. do "familiar". Sobre os "sentimentos" e sua importância. P~is Weltbild. mas.. éthnolog. ora Eurigânia ou Astimedusa. ou a do "materno-parental" e. Essa herança adulta. t socíol6gica. p~te. que se manifesta pela Hnqua. enquanto coerção social. do "sororal". op. às vezes categorias adjetivas do "materno". perceberemos de imediato que as convenções sociais que o constituem se diluem a tal ponto na consciência que os signos sociais que ele é epitético em comparação com o nível substantivo da sociedade aparecem. as castas. Ele vem fixar uma qualidade. com o fim e no espaço pelos modos. do "ancestral". gestos costumeiros de uma determinada sociedade: costumes. o "regular". estilos estéticos. de fato.isso num duplo grau . Em seguida. Tal singularização parece desencorajar toda generalização • • -)O joga" das trocas SOCiaiS. das mudanças climáticas e das ternos o isomorfismo da "paidía". 29. Necessário é repetir que a categoria de "proibido" Esse nível em dois estágios se particulariza ao extremo no tempo vem se juntar à do "materno". que é a imagem do Pai . a "regra do profissionais. Sua mãe ora e êurtcléle. canibalismo entre os marquísianos à ameaça endêmica de miséria nas coincidindo com um certo distanciamento dos pais e com os primeiros ilhas Marquesas. Les structures éfémenraires de la parenté. e série agonística. MalinoW5ki.e que. depois. cf. o isomorfismo do próprio ludus que. Para os tanala e os betsilau. os o tabu do incesto. paii:Jia. ao ccntrérlo. a simples passagem técnica da cultura seca do arroz para a cultura úmida coloca o simbolismo de 28. 176. após mutação e mesmo aleatórios formam a pedagogia determinante do regime diurno. cít. Cf. i1inx (aos quais ""li tora. 88 89 . conforme o sangue. M. ~ nesse n Ivel do desenvolvimento da função que se formam as comportamentos coletivos que veiculam um segundo sentido. Que se inspira em Shand. de fato. assim. ?8 Também efeitos da coerção cultural. artificialmente educado. vem se anexar a um tote. confirmar os símbolos estebele. aliar a prática do embalsamamento. sob as ínfluên- regimes simbólicos esboçados no nível psicofisiol6gico: por um lado. mas Electra ou então Euricféia ou Astimedusa . The FundBtions of Character. notável Que a maior pane das lições do mito de Edlpc não façam de Jocasta a verdadeira mãe de Edlpc. Mauss. pode-se discernir o plano das repre- os costumes do grupo pela elaboração da repressão e das "regras do sentações de uma determinada sociedade numa determinada época. jogos egonlsticos I densas persiste e eclipsa a outra . em última análise.. Por exemplo. entre os trobna~· se pode juntar a mimicry) superdeterminam o regime noturno da imagem. mitos cosmogõnicos e religiosos. Que se confunde com a fase invasões. e não só no n(vel reflexológico. Surgem então o "permitido". o "proibido". as Ifnguas e os costumes único de salvaguardar a ordem cultural familiar. além de sua utilidade técnica e de sua missão do "fraterno". do corpo" assinaladas por Marcel Mauss31 e que formam todos os pelo catecismo afetivo deste ou daquele meio parental e lúdico.e a que. suas duas fases é que também aí.e et sociotoçie. as classes. cias imprevisrveis dos acontecimentos. "a etiqueta". os a mística do totem não provém do tabu do incesto. os códigos de polidez. do "paterno". mismo fundamental. Cf. etc.29 que tingirão todo o simbolismo adulto]. em particular. ritos. 31. 1:. 30. Categorias dramatizadas mais ou menos segundo de reconhecimento. os sistemas de conhecimento e. regras lúdicas. num piano constitu ido pelas "atitudes cidos em determinada sociedade. por outro. Sentimentos "maternos". ou melhor. pode-se dizer tico". a os costumes funerários variam e até mesmo se invertem totalmente de pedagogia é bipolar . p. de "se. se desdobra. Lavl-Strauss.r Jacasta. subdivide-se intimamente em série iHnxica ~ não há apenas uma. R. Essai de description d'un fait local d'un point de vue ethnographique.urel A dial~tica. ao que parece. verdadeira A maioria dos soci61ogos e dos antrop61ogos das clvlhzac.vel. 90 91 . apesar da aparente arbitrariedade da superestrutura determinados paradoxalmente pela "oposif. pa~a existia homalogia entre os costumes ou os ritos. familiares. S NorthroP • The Meeting of East and West. utopias internacionalistas. od t a uma infra-estrutura ultima e por isso ontol6gica. instituil. enquanto as seciedades primitivas "trias" parecem possuir maior grau de integrac.. onde se chocam simbolismos religiosos. p. Caze- yoes que confirmam a polaridade natural dos s(mbolos . observa~se que.ao e 0 simbalismo satumal dos palhacos Koyemshis. de sua estrutura. de Sorokin. Le mythe de /a eire idea/e.E os trabalhos de Piganiol. que numa determinada sociedade. C CIveT. I. p. 34. ct. Echantil/ons de cu!tu~.":1 e fgffime noturno ' que Ja havi amos. mente. como bern pressentiram ' ·s Culturas ideacionais ou culturas Vlsuailstas (IdeatIOnal. . observaram que havia "pad roes" de civiliza(fa~ (patterns of cult. a t . Oriente e Ocidente vern reeortar soci~I. L. Considere-se teda a simb6lica do culto shaktlco elementos irredut(veis.33 Mucchielli 3s notou que as sfmbolos artfsticos. francesa. discernido nesse nrvel. .5es. pp. mitos socia is au individualistas .urn Deus tOdo-poderoso. mac. mas. T. sentimentais. Parece-nos que e 0 case de Chega-se entao a classifiear os s(mbelos em duas gr~nde~ classes cul~. C " tambem do mainho damestico (pistrinuml. p.ogica~ente a ~Istln~ao Pode-se mesmo afirmarquequanto mais asdialeticasse complicam. ."Shava" (0 cadaver). Zimmer.18. nossas sociedades "civilizadas". 223..l.. dl·u'no . autoritiirio e caprichoso no lug ar de urna Ah!m disso. . mitos naciona- ral . i. ' dlscermdo mais as esquemas simb6lieos se contradizem e se compensam numa psieolagicamente e sao indicativos deste ou daquele regime s'~b6hco determinada sociedade. tam m Cf. vivifiea Ou entao a influencia da !fngua. Ruth Benedict Patterns of Cultures. L'uropie et les utopias. Les dieux dansent B Ciba/a. embora fatalidade impessoal e irrevegavei.37 por exemplo. Worringer etc. tsmbem. mais essa sociedade esta em vias de transfer- preferencial utilizado globalmente par esta au aquela cultura singular. bern difer~nciado. mites do progresso. 108. na sociedade "apol(nea" dos Zuni. mesmo nesse n Ivel sintematico onde a relacao sobrepuja 32 Kardiner. Dynamfcs e . F cultura . no seio de urn regime cultural. Dumezd. traci. ·s "·\s6topas" e a reagrupar essas estruturas culturals. .on de I'Inde. sao Contudo.mesmo neuve 36 ja havia enfatizado. Ruyer. . ja se pode fazer duas observa. mals m es a. 159. 0 proprio Sorokin constata foneticos ou caligraficos reduzem.:ao histolrtica. 37. as burro$ das m6$ publlcas . do rita a do icone. . Dumont. a nome' do deus especifico da letra feminina i nada mais do que e que definia a Iinguagem artfstica como urn "antidestino". Iistas.ao as estruturas hist6rico~ simb61ica nesse n(vel puramente cultural. Cazeneuve. 320 SS. n . Contudo. The Individual and His Society. entre a rita eo mito. ct. sabra a disjuncao da lenda. Cf. entre regime. entre 0$ ramanos. dinamiza. "Structure et dialectiQue". ' t p S k'n SocIa/ b~ and Esse dualismo fo. nao por reduc. structurale. pode funcionar entre as duas tases que havlamos que permitem classificar esses ultimos e~ do~s gr8~des ~rupos Ifredu.. alias.o~ valvul a de segu ranc. demonstrou. Uvi-Strauss. oro I . a reduzidos a simples sintemas. de liquefac. i1has antagonistas que ele chama de Shiva fundada no jogo de palavras "Shiva" . Levi-Strauss. Tambe~ ~ara me'lhor campreender par que. as sistemas simb6Ii~S e que uma sociedade nunea total mente integrada num tipo e que ha a puras convenl.:ao integral. culturas apollneas ou culturas dlomslaca~. de "conge-res"'* Depois de Ruyer e da estetica de Andre Malraux. Northrop.:aa. nao nietzschenianos. retoman~o ~~a I IcatlvoS proposito dos (ndios Pawnes. . Roger o semantema d a "ad.. sensate) varios antrop6logos. m(ticos. ideais. . in Anrhrop. p.:ao etaticos. 33. observado por muitos antrop610gos: c. 257. ou ainda para Ruth Benedict. . TarpelB. sobrevivencias.f. . num dualismo antagonista. existe uma dialetiea que anima. dos Jogos o simbolismo de uma determinada cultura. • precl$o saber que Vesta e a deusa do lar (focus) e • Congere: neve amontoada pelo vento (N.) vao repousar nas vestB . Mythes et symboles dans I'art et la civilisar. ct. 36. Tarasque. 35. polrticas ou psicossociais" de urn determinado grupo humano.:a d ion is laca. e os mites. ct. MucchiBlIi. 257. e a da simbólica como um todo: acaba-se sempre desembocando em dados simbólicos bipolares. sutilmente. de SymbolismB. er. as hermenêuticas redutoras e também as instauradoras que examinamos até agora pecam todas pela restrição ~. n~s~a~.ano. * * portanto. P. tomando emprestada Constatamos aqui uma dupla polaridade: a do símbolo. mas cornpreender" o mito apela para o sentido do próprio mitema. das hermenêuticas. Paul Aicoeur ainda toma preciso o sentido dimensão. o conteúdo da imaginação simbólica. jungiano ou bache- sociedade singular. o conteúdo simbólico. "Pois tudo está no Alto. estabelece o arquétipo do "mediador" através da série isomorfa: messias >dioseuro >feiticeiro > ser bissexuado etc. 'Finitude et culpabillté'. P. Esse também é o teme do Uvre d6$ deux ssgesse$ da Nâsir-e Khosraw.. amplificam o sfmboto. nada o tecido e as profissões de tecelagem. mais ou menos globalmente. Elas só assumam seu valor unidas umas às outras sociológico e a uma espécie de lógica qualitativa universalizável. pelo contrário. ed. Como pressentiu Lévi-Strauss. o efeito. e as que. 42. Lévl-Streusa.' . 251. . o Sol. E é isso que faz com que uma * mitologia seja imediatamente traduzível. existiam dois tipos de hermenêuticas: as que reduzem dadese também conforme ograu de integração dos indivlduos nos grupos. Em outras palavras. 92 93 . 42 J~ havíamos Constatado anteriormente que. Mas assim parece apenas para aqueles que não têm louça constituem espécies de substantivos simbólicos polarizados o conhecimento. cit. Ricoeur. o ferro e a forja. o Mas. o fogo e os isqueiros. Ricoeur. o imaginário. Cf. 1962. "La conflit des nerméneutiques.. defí. a árvore. Odes de setomso. a Lua. p. nC? L 38. tanto psicológica como cultural u. épistémologie das interpréta- tlons • ln Cahlen tntem. Le conflit des herméneutiques. 1953. op. ' dade. Ricoe~r. a chuva. que a psicologia nos oferece. p. conforme a coesão das socie. Lévi-Strauss. mais ou menos tação. um vasto sistema de equilíbrio antagonista. no qual a imagina.oc. contar o mito é algo que escapa à singularidade convencional dos sistemas. O nível cultural fornece. 38 quando a psicanálise se esclarece através da sociologia estrutural e esta Essas grandes imagens. O. a bebida.. algumas grandes imagens que parecem escapar ao puro determinismo do campo explicativo. ainda que tributárias de Weltbild de uma última se refere a uma filosofia do tipo cassireriano. COmo revela Paul Ricoeur num artigo decisivo 40 a coen!ncia das hermenêuticas. a panela e a está embaixo. uma linguagem simbólica já universalizável. 39. deixam-se se retrata ao longo de todo o trajeto antropológico. 41. Os grandes símbolos tecnológicos e astrobiológicos.os mitólogos I .. ~ símbolo a ser apenas o epifenôrneno. os pontos de solstício.m vasto campo organizado por duas forças reciprocamente antago- e social. como dos resultados genéticos que a antropologia cultural nos propõe {estaríamos tentados a escrever. 34. tanto através da análise estática. o mitólogo observa algumas grandes constantes. se o objeto da simbologia é na essência pluridimensional e smtoma. Levado a meditar sobre o simbolismo do mal. concebido como nindo através de toda a antropologia. Paul Ricoeur4 1 vai ção simbólica aparece como sistema de "forças de coesão" antagonistas. a superestrutura. o cereal. La symbolique du mel.que pertencem a uma outra socie. cit. r:orolário do pluralismo dinâmico e da constância bipolar pelos indivíduos . H. daí resulta que não levar por sua força de integração para ter acesso a Uma espécie de se pode mais ficar satisfeito com uma hermenêutica restritiva a uma só supraconsciente vivido. dilace- a linguagem do geólogo: tanto pela estratigrafia como pela tectônica!} rado entre o significantee o significado. são compreendidas diretamente como simbólicas lardi. de modo geral. Assim. dirigir sua reflexão para a dupla polaridade dos métodos de Interpre- As imagens simbólicas se equilibram. do Imagmano é. Corbin. 237." por um par de petterns culturais facilmente decifráveis. umas e outras. Será preciso então que Édipo. P. Remitização. cit•• p. sintoma. Hicoeur acres. Ricoeur faz aludo ao alemão WeinJese. entre os determinismos e os encadeamentos causais. recolhimento do sentido. Somos filhos da nossa civilização e tiremos na leitura freudiana. 47. ~dipo: uma freudiana. cit. . o louco cego que é o símbolo. o cena da cegueira de Édipo só é lida pelo freu- pelação daquilo que chamamos o anjo. torna-se essencial. Assim. como em l. conforme a expressão de Ri~eur. de andar direito. ao inSIS. Eliade e. ou melhor. já que ambas consistem em esforço leitura. pois. ..op.. a outra é escatológ/~.• p.. mutiladora. Na segunda leitura que propõe P. p.44 em todas as suas redundâncias e freqüentemente vlvld~ mas. 166. 165. ou seja. sociolô. "ler" um outro sfmbolos". o drama do incesto: "Édipo que mata o pai e se casa com a mãe apenas para um homem moderno. A outra." Mas. Van der Leuw.. as duas hermenêuticas. p. impulsos. portador de um sentido. da desmistificação. sete séculos torna-se o vidente cego e é no último ato Que Édipo vaza os próprios de nossa civilização."ap. outra heideggeriana ou platoOlana. o fim ctnrec. de nossa atual situação no mundo. Daí a importância que assume a cegueira nessa segunda livro elas são "reminiscências". ou s~J a.évi-Strauss. 45. é "efeito". esse trabalho de iconoclasta. Aicoeur. fique cego para ter acesso à verdade. a de ~reud: por exemplo. as coisas em universo.. consti. À Esfinge. esse trabalho realiza um dos votos de nossa infância. de seis séculos de crítica. ao lado desse drama do de desmistificação pertence necessariamente a toda relação com os Édipo criança.. vindimado. no fundo. Então 43. a interpe- drama: o do f::dipo Rei. um objeto situado no espaço e no tempo. reforçada pela de Tirésias. Hleoeur. da essência do espfrlto atraves dos avatares Tirésias ". supra. Uma. pode-se. por assim dizer. P. das simples palavras lastradas de pois procura o assassino de seu pai. onde se pode facilmente classificar a gico e até mesmo filogenético. aliás. no mesmo texto de Sófocles. é arqueológica. E" verdade que o freudiano retomava essa cegueira e fazia dela de deciframento. orqaniza-se arqueologicamente Bachelard. a Ricoeur legítima. lado. 45 N. cp. Mas uma delas. Incessante Inter. cit. não tem os olhos da carne. o último termo. O sentido próprio não pode. mas tem os olhos do espíritb de nossa encarnação. 94 95 . cit. Por um olhos da carne. encarnação numa palavra. e luta contra tudo aquilo toda a sua evocação poética pedem irrevogavelmente uma outra inter- que vem constantemente entravar essa descoberta da verdade.. com Heidegger. os objetos se animam em valores de segunda leitura. todo símbolo é duplo: significante. Tirésias. com Lévi·Strauss (e P. que tem os Também a hermenêutica segue duas vias antagonistas. diano com indiferença. e ~sse f::dipo encarno o drama da verda~e. de racionalismo e de positivismo. Pode-se fazer "duas leituras" do mito de Paul Ricoeur também propõe que não se rejeite uma ou outra . Laia. 46. olhos". Nesse momento. por outro lado. Ricoeur.. com Freud.47 centa com Nietzsche e Marx). 44. adicionarfamos. apelo à ordem essencial. Ricoeur. dessas herrnenêutlcas opostas. há duas maneiras de ler. sabemos que ela "lê".dessas duas hermenêuticas.. ser suficiente. da re:nitização. coleçio~~o. da máscara que são as imagens que vem disfarçar nossos e do parricídio. orienta-se para uma escatologia tão através da consciência que o medita numa epifania instauradora. das alegorias. 179.. Cf. Ricoeur opõe.é revelaç~o da essencia de Édipo. 00 grego: escneton. O sentido figurado é inalienável: as palavras se organizam que representa o enigma freudiano do nascimento. noSSOS desejos mais tenazes. e da inteligência: ele sabe. P. um efelto-signo de uma autopunição castradora. Mas.nes~a em frases..48 Mas também o poder de figuração das figuras. aquela que foi preparada pelo iconoclasmo dos seis ou. então. ao contrário. op. a epifanla utilização. do anjo. 48. 179. no mito de Édipo. gostar(amos de observar que Édipo significa "pé inchado". 54. a cegueira se dilui em proveito do incesto ' . de confrontar um símbolo. pois mergulha em todo o passado bi~g~:ico. lação dos emblemas. é automutilação de I:dipo como caráter suplementar da "dificuldade reminiscência. a cegueira é d enuncia ~ . inalienável como as colorações que lhe são dadas pela sua própria tuinte do próprio ser da consciência. p. pretação. e "agora. P. Como escrevíamos nas preliminares deste da verdade. s0 e salta de redundância em redundância. (parafraseando Bachelard. Les srructures ernbroootoçtaues de I'imaginaire.lr? da transcendência no mundo da encarnação e da morte. não é porque. A palavra é de Bachelard. 1968). Faysse. tantas metáforas poéticas jamais pode ser mistificação. em última análise eles o s frnbolo e ao mesmo tempo remitificá-Io pode ser precisamente saoos " horrnoruos . uma vez mais. "Science histcrique et mythologie tredl- 51. Enmos Jahrbuch. das contingências da biografia e da história. cópia da sensação. sem valores. Desmistificar a~lmam o espirita dos homens. II. A partir daI. no seio dessa coerência. Durand.lvelment~ s~9nificante. ela já brilha em todo o seu sentido de Encruzilhada e de Mensagem no swastika hindu. o cap.ence de I'homme et tradltion. Bultmann. negativo. Le corursdtctortet. Cf. o prefaciador 50. 96 l 97 .. à luz desse dualismo fato de que é a escatologia que prepondera de fato sobre a arqueolo. tionnelle" de nosso livro Sc. E sempre para o homem "a dimensão de simboíics constituí a ptÚpria atividade dia/ética do espírito. Ricoeur retoma nas hermenêuticas antagonistas (anta- gia. 49. G. sem psicana. como demonstrou gismo. constata a premissa maior positivista do inelutável silo. de Freud a Ricoeur. a cruz também não se reduz à cruz do Cristo. 52. tese. 52 um hermeneuta. 1974..dicionário.3 revisão dos diferentes setares onde a Função s. nosso artigo" "Tâches de l'esprft et Imperatlf de l'étre". ela é uma tensão presente Sócrates é imortal. a convergência de sentidos antagonistas devam ser pensadas e~Ul~ocldade do strnboto (à qual correspondia a dualidade das herme- e interpretadas como um pluralismo coerente onde o significante neutlcas~ torna preciso e ativo também o seu sentido primeiro de temporal.c~nclusão de uma obra consagrada ao imaginário.a5. material. banatlzante a partir de 1965 (ct. a símbolo. limitação. como muitos outros. franco Seuil.o coerente que repercute no seio da própria estrutura do símbolo listas. 1975. Jâsus. Para manifesta seu dinamismo contraditaria!. espiritual? ' extrair.. 19651 e principalmente a partir de 1968 IR. no seio do próprio da ~er~enêutíca ~ constatamos.mbólic~ não se reduz ao instrumento infamante de um suplício romano. Lupasco. diante da constatação brutal da nossa mortalidade. Para um cristão. essa mesma.. Le Nouvel Esprit anthropologique. ainda que distinto e inadequado. já que no apelo e de esperança." E a esperança. mythologie et démytho/ogisation. a . entusiasta de Bultmann. POIS a verdadeira dialétfca. no breve capítulo que conclui este livrinho a intenção simbolista de transcender a história. Cf. gostaríamos de insistir no ° eticamente. ?omsm. Sinn I. Ricoeur. que aplica esse termo à química moderna). de sfrnbolo em sírnbolo. tracl. coe~ente que P. Ouebec. prefâelc de P. Paris. Ela se contenta em ser mito. nível do "sentido próprio" da imagem. sociedades "não-faustianas". Unlversité Leval. XXXIV.49 que prepondera sobre a desmistificação. banalizada pelo coro dos "mass media". Acabamos de percorrer. I~redut. op. ela sucumbiu à inflação da arqueologia. que a duplicidade. com o sentido. e deu a primazia a este último em detrimento da escatologia. da~ contraditó~i. ela desenha sempre o "sentido figurado". cit. no n fvei da Porque a desmistificação total equivaleria a anular os valores da vida vulg~r ~alavra do . Têta de Feuilles. 183. "sld a enerqra . Porque há sociedades sem pesquisadores científicos.Imaglnaçao simbôltca tem COmo função geral escandalosa a de negar Contudo. Reata-nos agora. em primeiro lugar. com o significado fugaz que dinamiza a consciência C~mo ~lzl:mo~ na . nao é Uma síntese apaziguada. Também já não pedremos mais seguir esse caminho. mas não há sociedades sem poetas. todas as direções pode-se conceber que as hermenêuticas opostas e. se reconcilia mensase. sob pena do cúmulo da morte. dewmos acrescentar Que Ricoeur não foi mais fiel ao programa Que havia traçado e que infelizmente.. E se tantos s írnbolos.. Rlcoeur. "Todos os homens a cnaçao per~e~tlva~ a po~sía da frase que. P. Si/d. no seio da limitação nega são mortais". e sentido. Poderíamos acrescentaraqui. P. mas noPhédon é proclamadas escandalosa conclusão: "Portanto.. p. que a imaginação sem artistas. como na "cruz de Malta" dos manuscritos astecas. a cruz faze~ uma rá pid. 99 . próprio. mas também a classificação dos símbolos nos revela os "regimes" antagonistas sob os quais as imagens vêm se agrupar. não apenas o símbolo é um duplo que depois se organiza em duas grandes categorias. Cada vez que se faz uma abordagem do slmbolo e dos problemas do simbolismo e de seu deciframento. Triede pour /8 dtJfense des ssints htlsychllStBS. o pensamento simbó- lico faz sentir seus benetrcios pelo menos em quatro setares. mais ainda. instau- radoras. Essa essência dialética do símbolo se desdobra em vários planos que devemos agora examinar. 111. Como restaurador do equilíbrio. mas as hermenêuticas também são duplas: umas.tu nos separes de Deus. CAPfTUlO V CONCLUSÃO: AS FUNÇÕES DA IMAGINAÇÃO SIMBÚLICA "E se suprimes aquilo que está entre o lmpartlcluével e os partici- pantes . redutoras. e o outro.24. presencia-se uma ambigüidade fundamental. negação do nada da morte e do tempo. que vazio t . concreto. um.an. "arqueolóqicas": outras. O símbolo não apenas tem duplo sentido. destruindo a liga· ção e estabelecendo um grande e intranspcn (vel abismo . isso acontece porque a imaginação simbólica é dina- micamente negação vital. alusivo e figurado. amplificadoras e "escatológicas". Como dizíamos no final do capitulo anterior. E.:" Gregoire Palamas.2. inteligência. Portanto ele contém em si um princfpio de defesa 1. o sfrnbolo surge como restabelecedor do equilíbrio vital compro." apoiando-nus erige enfim o domínio do supremo valor e equilibra o universo que não mais na biologia. R. Primeiramente. através de um Ser que não passa. através de todas as estruturas do projeto imaginário. dinamismo * prospectivo que. passa. pp. em sua espontanei.. Particularmente. Les deux saurces de 18 mora/e 8tde /a reUgion. 137. por isso mesmo. da imaginação é. L. dade. desde sue origem. ou na psicologia. ao contrário.775: "O mito nada mais é que o método seguido . daquilo que ele chama a empresa eufêmica por se insurgir contra o apodrecimento da morte. a quem pertence a eterna mas no balanço antropológico. através da inteligência. OU. Cf." Em outras palavras. da inevitabilidade da morte".. como "evasão para homo stmboticús. da adaptabilidade vital diante da utilizado para restabelecer o equílrbrio psiccssoclal: em seguida. Maís adiante. essa reação suscita. mas. quando funciona no regime diurno. em entttese declarada. "função fabuladora". da confrontava essas conclusões com a tese freudiana da repressão. 439·44'. mismo se diversifica. contra um desencorajamento . estudo sistemático a tese do "papel biológico" da imaginação. Finalmente. Cf. p. e o sfrnbolo então resulta numa teofania.2 Bergson também insiste nesse caráter antitético à dissolução que a fabulação apresenta. como Lacreze. Gríaule. p. razoável. antes de mais nada.. é uma luta contra a podridão". dos fatos e. Les'structures anthr. a imaginação se define como uma "rea. ao contrário. e de conservaçio que comunica eo rito. veremos que. 127. 1935. pelos homens para restabelecer a ordem na medida do possrvel e limitar os efeitos da morte. concordamos com o etnógrafo Marcel Griaule s quando constatamos E: a Bergson I que pertence o mérito de haver estabelecido explici. essa própria eufemização também se dobra ao antago- reza contra o poder dissolvente da inteligência". da máscara sagrada à ópera cômica. 818: "A arte dos Dogons. o srrnbclo. a tabulação vem metido pela noção da morte. mascarada pelo concrensslmo racista da espécie humana a uma pura animalidade. se inteligência grosseira e estática dos sólidos. mesmo que projeto vital que faz a imaginação brilhar aos olhos do pensamento. p. 100 101 . nós mesmos. 1932. Masques Dogons. depois. é antes de mais nada tamente o papel biológico da imaginação. às portas da retórica. no seio da própria 4." 2. da examinarmos o problema da simbólica em geral através da coerência morte. porém. deprimente ou que a impedem de se atualizar. uma função de eufemização. em seus elementos imediatos. chegamos a estabelecer que a função infância. Graças à fabulação. La fonction de l'imsgination. e conti- nuamente utiliza o termo de "reação": "Reação defensiva da natureza 3. mas esse poder negativo nismo dos regimes do imaginário. imagens e idéias que impedem a ação da representação 5. diante da entropia positiva do universo. que toda arte. no vasto universo bergsoniano do dualismo matizado. a simbólica estabelece um equilfbrio antropoldgioo que Alguns anos após Bergson.acroze. René Lacroze? veio confirmar num constitui o humanismo ou o ecumenismo da alma humana.. Les structunn anthlOpologiques de J'imaginaire. não simplesmente ópio negativo. após haver constatado a grande reino das imagens surgindo como uma "posição de recuo em caso de catolicidade dos mitos e dos poemas e instaurado o homem enquanto impossibilidade ffsica ou de interdição moral". Ele após haver instaurado o bom senso do equilfbrio diante da morte. máscara que a consciência veste diante da norrrvet figura da morte. 6. Finalmente. o vida e do desregramento psicossocial. como Bergson. Contudo. o sfmbolo é pedagogicamente se organizar ao lado do instinto. a idéia de que "todos os hornens são mortais" das hermenêuticas. pp. A fabulação é geralmente uma "reação da natu.. Ibid. através da negação da assimilação permanece potencíal na consciência. de l'imsginaire. Desde então. E tentamos mostrar'' como o eufe- da inteligência se manifesta mais precisamente na consciência da decre. longe da dura realidade". ** tenta melhorar a situação do homem no mundo. pitude e da morte. a eterna aurora. pelo viés da dupla ção defensiva da natureza contra a representação. 159. o psiquiatra luta contra positivista dos fatos biográficos da primeira lnfência.? A doente estudada vive a imagem. Tendo que tratar dos psicopatas depressivos. 9. B. onde e oferece soluções apaziguadoras aos problemas apresentados pela inte. Nesse universo desolado. M. p. La nislisBrion symbolique. progressivamente. "repouso no campo" bastante concreto. Da mesma maneira. Le tfwt ~wmé en psychothérapifl.pp. simbólica" a que vai submeter a doente. do qual Desoille se faz teórico fato de que a morte é negada. Na verdade. H. a doente é aterrorizada.. 77. Aqui. pela desvalorização fazendo-os. não apenas todo o "regime" isótopo das estruturas ascensionais invade o campo de consciência * (luz. H. segundo a bela expressão de Bachelard. 11. A verticalidade é indutora de explorações aeronáuticas ou alpinistas. Séchehaye. cit. a imaginação simbólica é um fato r de equilíbrio moral. leveza etc. na terapéuticade Robert Oesoille ou da Ora. Paris. d'Artrey. na concepção da sublimação. O próprio fato de desejar injeta. um sono. pp. mas também de retidão Em segundo lugar. os personagens são apenas "estátuas". pureza. -A. imagens de e de imaginar a morte como um repouso. mas com a descida na terra ou no mar concreto. No entanto. imagens antagonistas. 10. Pois o "sonho em vig(lja". arrancar a logos contemporâneos. Tolouse. "marionetes". penha entre o impulso e sua repressão." Assim. e M. Op. nessas terapêuticas. o diante do "muro bronze".. brador de um regime da imagem e de suas ressonâncias simbólicas zlndo-as ã sua causa temporal e substituindo·as pelo encadeamento em relação ao outro é ainda mais nítido.cial. Cf. Contributlon B I't!tude du rlve t!veill~ en psychotht!rapie. é simplesmente o de palavras". com a ascensão. Desoille não os fará mais sonhar havia constatado o papel de amortecedor que a imaginação desern. está muito próximo em seus efeitos do "devaneio" bachelar· eterna. é mais um obstáculo ao equilí. graves psicoses de aspecto esquizofrênlco. Contudo. "desaprender que fez a imagem sofrer. para reequilibrar os neuropatas que têm psicossocial. Huber. elétrico. 102 103 . já na psicanálise junguiana.llO.0p. Cf. que Freud revelou em certas análises. vôo. obnubilada pelo regime "diurno" da imagem. 17. esmagada ligência da espécie. Bacbelerd.-A. E logo. de conquista vertical. 25. 398.10 Na cura de "realização símbolo nunca é encarado como um meio terapêutico direto.8 constatar a estrutura equilibradora do processo de sublimação. Desoille. seco. 7 psicosso. Ela se sente negligenciada brio do que um adjuvante eficaz. no seio dos impulsos e das resignações que predispãem as diano. E. mineral". dominação. exceto no caso de sublimação. 22. La terre et tes relltJries de la votonte. o imperialismo de um única regime e. 59. os rostos equilibradora através da qual a alma individual se une à psique da espécie "recortados como cartolina". no equilfbrio redescoberto do "sonhador de morte". o psiquiatra tentará temperar Mas ocorre exatamente o contrário com os psiquiatras e psicó. "tudo é separado. graças à noção de arquétipo. que vão fazer a imagem desempenhar seu doente do terrível "País da Claridade" através de um sistemático papel essencial: o fator dinâmico da reequilibração mental. a eufemiza e destrói.negação em antffrase. Séchehaye. Séchehaye. jã tendência a perder cantata com o real. Séchehaye. isto é. Chambron.) mas também a consciência ** sofre uma verdadeira revitalização moral.111. A psicanálise clássica. 7. 1952. o símbolo é concebido como uma síntese rados". ef. a psicanálise freudiana se contentava em o medo". "0 muro de gelo". o famoso "instinto tia na felicidade da leitura. pode -se ver uma aplicação sistematizada daquilo que Bachelard pressen- Longe de ser incompatível com o instinto de vida. ascensão. é eufemizada ao extremo numa vida e prático. em seu psiquismo astênico. no "país da claridade". quando depende do regime notumo da imagem. Berne. 1947. 51. mas Na terapéutica preconizada pela Ora. 4. os seres são "sepa- . o papel equili- consistia em" desmistificar as aberrações imaginárias da neurose redu. o psicoterapeuta imagens para a representação da morte. pp. os sons. 1963.cit. onde os objetos. Nesse sistema. Joumst d'une schizophrene. tanto para Jung como para Freud. R. a hipertrofia dasta ou daquela estrutura simb6\ica eo bloqueio sabre eSSB estrutura. permitiarn urna confrontar. 0 doente e um inadaptado.:so baixo. e a vida de uma cultura seria feita depoi.ao. certamente. primeiro no campo da imaginac.diantedo iconoclasmo triplamente refon. que a difusao macit. aD lado dessa dialetica de certo modo est3tica. necessaria I parece.:5es simb6lieas. Michaud. eonforme a propria concepc. pode-se entao conceber que a pedagogia _ para urn unfco regime. as cOlec. Mas ha urn Dutro equil (brio ao equilibria presente da consciencia.::ao de uma pedagogia planetaria das culturas e urn recenseamento total dos temas. as teleco- adultos . e passfvel da mesm.:ao I que denunciavamos no in(cio deste estudo. 13. dos fcones s6 e limitada pela durac. pela reprodut. Malraux. A.ao: cada "gerar. perda da fun.:ao de 36 anos" I o grande merito de Andre Malraux 14 foi ter nitidamente demons- a (a dos "filhos") opondo-se precedente (a dos "pais".:ao. em ultima amilise. pelo livre. como bern viram Cassirer e Jung . e muito mais do que a "perda da func. especial mente ados temas literarios e artfsticos. Nao ['lOS alongaremos no eonfundiu com demasiada frequencia desmistificac.:5es. de in(eio. Por exempla.ao em cores. 104 105 I . muito teeniea. em certos doentes ja em n(vel muito ela exige para seu dinamismo evolutivo. mas devemos assinalar que a diahhica I propoe urn gigantesco processo de remitizaf.o simb6lica. de "evas50".::a Iibramentos se faziam por si mesmos. a simbolismoainda funciona. e ate as partas de torne urna verdadeira sociatria que dosa com muita precisao.:ao diante do meio nao e cquele que e admitido I pelo pr6prio meio. mas esclerosado e dirigida reequilibrac.:aa.. no ritma lenta das gerac. no da conduta. Les voix du silence. a doen. das "noites" e dos "dias"lZ da hist6ria cultural segue urn duple movi. nos Da mesma maneira que a pSiquiatria aplica uma terapeutica de casas jii citadas. G. Lesstructures anthr. EquiHbrio biol6gico. uma reequilibr"l'lio simb6lica. tipogrilfieos.. cine- as crianr. 14. me['lto em sua constante reequilibraf. 419. Na verdade. "uma pedagogia expulsa a outra e a durat. Como ja dissemos em Dutra I municacoes. mais au menos rapidas.a de regime institui. a disco. dessas diastoles e s(stoles.L . e a forma que vai tentar urn supremo que no lento desenvolvimento da saciedade neolrtica.. por assim dizer. Expressao de G. a func.:ao que essas sociedades rem da hist6ria.IJ a equiHbrio s6cio· I e das imagens.ao. meio jamais possu(do por nenhuma sociedade na hist6ria da especie. e ados estilos e das formas.:ao si mb6Iica".se demonstram bern que a saude mental e sempre. media. paradoxa/mente. vital para uma sociedade.:as se tarnam matograticos.:ao da vida do pedagogo". nossa civilizac.:as e depois mudam bruscamente quando as crianc. revela I que. aquela que tem esperanc. Tambem a doem.::ao. em urn museu imaginefria generaHzado de todas as hist6rico de uma determinada sociedade nada mais seria do que uma I manifestac.:ao simb6Iica".. 225.:ando enquanto 05 OOult05 educam I obras-primas da cultura pelos processos fotogrcHicos. para desmoronamento catatonico. nos quais as temas imaginarios sao muito estereotipados. Durand. a mudam. Os trabalhos de Yves Durand aqui citades que gira deliberadamente em torno da dinamica dos sfmbolos . onde os reequ[. mais au menos fentas.a fum.:a de cura. No entanto. a hist6ria cultural.ao e constante "realizac.:ao obra.ividos de mudan~a. e eu diria * a quase "fora de moda" em rel~ao ao meio e a9ao na qual se insere: seu ** modo de reequilibrac. dos mais velhos) trado que as meios Tiipidos de camunicaC. possibilita nossa civilizac. Diante da enorme atividade da saciedade cientificista e iconoclasta.:5es e as estruturas de imagens que atraves do cutro. p. urna tentativa de equilibrar urn regime uma determinada soeiedade. em escala planetaria. assim Mas.:ao da irnaginac. problema das "gerar.::ao. pela pr6pria imprensa.a . de J"imaginaire.:ao simb6/iea. Introduction aune science de /s litterature. Pois. equiHbrio psfquico e sociol6gieo.:a das e Os regimes simb6licos vao se reforr.:ao ao regime antagonista. Num seculo de aeelerac. urna pedagogia tatica do imagimlrio parece mais urgente do polarizados por urn 56 regime.ao tecnocnitica cheia de proibit. que de reequilibrar. eis que essa rnesma sociedade nos propoe 12. restabelecimento em direc.ao e desmitizac.:5es culturais.:5es" culturais.ado uma diall~tica cinematica. p. supremamente abstrato". no n(vel humilde das felicidades e penas cotidianas da especie secreta do meu pensamento domesticaclo pel a ciencia. t. ao devaneio que vela em nossa noite. 17. as mitos.a culturas e 0 supremo tator de reequilibramen~o d~. nao pensamos que essa perenidade e esse ecume- nismo r. p. supremamente concreto. Levi·Strauss. isto e.esidem exclusivamente no "regime diu rna" . a outro. 255." Mas entio como pressentiu Northrop.evi. nelas se reconhecer. a fim de que cada urn nele se reconhec.ao as nossas crenc. e preciso fazer um apela. 255. . 0 U~ICO nismo do imaginario se diversifica. Ct. nas ultimas linhas de La pensee sauvage (P. 18. Ambos sao igualmente bern feitos. Ao fim l generalizado do conjunto de todos as departamento5 de tad as ~s de nossas pesquisas. eles se aplicam a dois objetos diferentes. a aceltalf~o de dais p610s antagonistas. de dominalfao.as cienHficEls e a sua voca93o coma no civilizado. Mas.o On. 110. as devaneios e os poem as dcs homens.en. mas que se liga ao mais entre si.os meios de reequilibramento: a pader e 0 dever de promover um do celebre etn61ogo.:ao de imagens. no sentl. "0 espirito s6 pade sa do Que urn mito de origem zuni ou do que a parabola do grao de conhecer em suas obras se.17 0 mostarda. L. Para n6s. sempre foi dotada de "faculdades constantes". ao contrario. Simplesmente. e essa representa9ao afetiva porque vivida. que modela a 16gica aristotelica da nossa civiliza~ao. Anrhr. A razao e o "pensamenta selvagem". regimes e de enxames de imagens veiruladas pela arte d. Anthr. E essa verdade tecnol6gica. Levi·Strauss ja reconhece 20 que "urn machado de ferro generaliza 0 museu. imperio das imagens. a "regime diurno" da consciencia. ~ 0 que modestamente esboc. 383. dialetico.5es diferentes da nossa. ocidentais. 6. struct.19 em redor dos quais gravitam. pareee de Parme. essa autodefesa contra os privilegios da nossa propria civilizalfao faustiana. nao e urn simples humana. sao u~m. Par tras do "museu imagimirio". meio de restabelecer urn equil(brio real mente ecumeOiCO. temores da especie humana. quando tentamos associar 0 romanesco do seculo XIX aDs grandes subitamente reintroduzir essa dupla polaridade Quando discerne "dois caminhos" mitos da AntigUidade cl~ssica.:amos em Le decor myrhique de fa Chartreuse 19. permite e reconhecer a Mas nao se tern 0 direito de desvalorizar tais mitos e sua missao de mesmo esp(rito da especie em a980 tanto no pensamento "primitivo" esperanl. persuadimo·nos de que a Esperam. Senaa. mas 0 que une as homens gens" como antigamente afirmava Levy·Sruhl.. Mas que tambem a mesma coisa que a pecira". ao contrario E saber fazer humildemente como Gaston Bachelard: pedir esse "suple· menta da alma". . 15' . e desse mOOD estrito a des icones e das estatuas. e preclso reintroduziriames 0 orgulhoso racismo cultural. que nao e apenas a pensamento dos "selva· a ciencia apenas unem os homens as eoises. que a antropologia do imaginario. a ciencia.. as imagens. E Ii entao que a antropologia do imaginario pode nao e superior a urn machado de pOOra porque um e mais bern feito se constituir. preciso 15.16 A antologia za~ao. "urn. struct. Ora.a em relat. tanto no pensamento normal como no patol6gico.. como escreve Jean Lacroix. Lacroix. a erume· ou pela arte de civilizat.. de metaforas e de temas pmhicos. tao caro a nossa civili~ generaiizar um museu mais vasto que e 0 dos "poemas". e polarizada por hum ana. num dualismo "coerente". p. p. La soci%gie d'Aqguste Comte.8vi-Strauss. 0 que dinamiza 0 pensamento humano. para n6s. The Meeting of the East and West.oamento" metalurgico. 345. tada ~ es~ecle da especie. do pensamento para apreender 0 mundo.te. que constitu! a balbucio da ciencia. 356). de algum modo. pp. um ap6s outro. a "recurso ao 0 nente .:a as hip6teses sobre a expansao do universo nao sao "mais bern feitas" e se revigore. L. Pais. 18 e considerando que a especie humana constatarque esse ecumenismo do imagimirio e dualista..:ao de montar 0 quadro composito das esperan9as e a aplicamos as imagens e as famflias de sfmbolos: a teoria eletronica. no pensamento intense ativismo cultural. antropoiogia que nao tern apenas a finalidade de ser uma do que a outro.strauss. mas 0 ferro na~ e colec. assim como nao se tem 0 direito de reduzir 0 machado Encontramos af 0 otimismo de urn Levi-Strauss declarando que "0 de pedra a seu "aperieic.. 0 "museu ImaglOano anal (tieo. e 56 ela. melO. J.do seria urn progresso em rela~ao as suas infancias selvagens.. e preciso homem sempre pensDu . Simplesmente. 20. 106 107 . nos mesmos deve ter a ambic. o gênero humano e o glorioso museu das imagens e dos I abençoado" inefável se faz acompanhar da própria feminilidade encar- devaneios que ele constrói. numa hierofania. escora contra a morte. Sinn. na desadaptação ou na segregação racista. a antropologia simbolista. do devaneio. E desde então. Le conflit des hennénevtiques. Ricoeur. ela própria se desdobrando em "benevolente" mismo dessa função ainda se dirige a uma nova dialética. mesmo nesse ponto extremo onde a lidade da teofania. MoreI. o "bom senso" Que torna o espfrito justo..contrabalançar nosso pensamento critico. depois. Cf. última dialética na qual pela última vez a imagem. em sua ponta extrema o d ina- I que o Grande Deus Shiva se faz acompanhar por uma assessora enerqé- tica e antagonista: Káli. o Deus do Alcorão e também vida biológica. se a função simbólica opõe a vida à morte biológica. uma vez esgotada toda a herme- toma. Do mesmo cada. o símbolo aparece. Le myrhe de la cire idéale. por sua vez. E é exatamente isso o que quer dizer Paul Ricoeur quando nos fala dessa "troca do I I 22.21 seja a da Poética Finalmente. nascimento e da morte" onde "a simbólica se realiza". Mucchlellt. fraternal da espécie ao nosso desamparo orgulhoso de civilizados. está pronta para se perder na mística todos os sfmbolos se organizam numa vasta e única tradição que se através desse "retorno ao silêncio". um Justo dos Justos. por sua vez. P. símbolos vivos. no último plano da justiça da consciência em seu bom senso. Enfim. p. s-em in'w'adir a área das revelações religiosas e da fé. em uma interminável e fraternal lenda dos nadara da Schekinah. epifania do Espírito e do valor. na loucura. e novamente. como o Cristianismo. seja a de Mircea Eliade. Contudo.23 a fundamental dialética das imagens em último caso. a II e "terrível". ela estabelece a fraternidade das culturas religiosa assim como na evolução temporal de toda religião. revestidos. no dizer de Paul Ricoeur. O "Santo seus sintemas. 24. E se observarmos na história a evolução de uma séculos são. através do inalienável "pensamento selvagem" que estende a mão modo. B. Se o simbol6logo deve evitar com celeste. esboça-se um tipo do Justo. uma revelação suficiente. abrindo passagem através de todas as suas funções numa Finalmente. O próprio Deus da Bfblia. Ct. de um I pluralização: à sobriedade cristológica das catacumbas opõe-se a rutilância dos esmaltes bizantinos. por essa mesma exaustividade. O hermeneuta sempre tem o sentimento de que simbolologia. persegue o sentido. I 23. Traitt! d'hi. enfim. Eliade. t:: que nêutica. do sábio e do santo. Dialectiques du mvstére. a epifania procura uma figuração suprema diurno corno °regime noturno da imaginação organizam as símbolos para revestir essa mesma atlvldade espiritual e procura uma Mãe e um em tarefas que sempre reconduzem a uma infinita transcendência Pai nessa vida espiritual. por exemplo. a adesão aos mitos da cidade à alienação e teofanias constata esta tensaõ dia/ética no presente de toda intuição I inadaptação. a cidade dos homens se projeta no céu numa imutável * Cidade de Deus. resulta nesta inevitável constatação: tanto regime ° Bi/d. nossa imaginação desmistifi. ao que parece. a cidade e o da Cabala têm uma face de Rigor e outra de Misericórdia. um Irmão divino que possa verter em resgate "essa gota de cuidado as querelas das teologias. e I religião..:22 enquanto o ecumenismo das imagens devolve ao ** plano espiritual uma reversibilidade dos méritos e das dificuldades que realmente concretiza a fraternidade. ele não pode escamotear a universe. eis que se destaca uma vida do espírito Que não I tem mais nada de essencial a ver com a biologia. Cf. sangue por você". que resume a virtude do herói. ao ouro e à hagiografia sentido Que os acompanha e os transcende. novamente a reforma ocidental cistereiana. logo perceberemos essa em sua relação negativa mesmo na morte. aos olhos da insaciável função simbólica. I 106 109 I L . 21. É assim e especialmente das artes em um "antidestino" consubstancial à espécie humana e à sua vocação fundamental. e se. um Rei da Jerusalém que se coloca como valor supremo. O historiador das religiões 24 que se inclina sobre essas o bom senso à loucura. M. 184. Por trás da vida que se bizantinos. De fato.stoire des religions e Images et symboles. I ainda funciona. das literaturas. do Quietismo insaciável querer ser. que será o humanismo de amanhã e para o qual a simbólica nos convida através da psicopatologia. de mitos. em seu dinamismo lnstaurativo à procura do sentido. Pois é entre as verdedes objetivas desmistificadoras e o antagonistas através da Reforma. a exemplo de Bachelard. Na irremediável ruptura entre a fugacidade da imagem e a perenidade do sentido que o símbolo constitui. Stern. para a felicidade do homem que a verdade morta tem Poderfamos também observar esses fluxos e refluxos de teofanias por obletivo. ou seja. Mais do que nunca. a exuberância e eflorescência góticas. E:: esse "itinerário" que foi espiritualmente percorrido pelo psicanalista Stern. de poemas. desejaríamos simplesmente. hoje em dia. O humanismo de amanhã. poética. sentimos nismo social e a enorme proliferação do culto mariano em lourdes ou que uma ciência sem consciência. das mitologias. 110 111 . precipita-se a totalidade da cultura humana. como uma mediação perpétua entre a Esperança dos homens e sua condição temporal. e no fim deste livro caímos novamente na constatação que fizemos no início deste estudo: a de que o símbolo. não pode mais se fechar numa proibição iconoclasta. a própria teofania é animada uma Esperança. Assim. Que este livro também possa. que é dialética em eção. desemboca na teofania. Em outras palavras. ao fechar com ele estas páginas. a liberdade "remitificante". Cf. Estática e dinamicamente. incitar o leitor a fazer-se. depois de Freud e Sachelard. pela dialética. Tanto isso é verdade que a dialética. e o símbolo. La troisiême revototian e Le buisson eraent. Definitivamente. constitutivo do homem. na esteira do purismo romano. 25. da Contra-Reforma. principalmente. este pequeno livro de iniciação. que se instaura a liberdade e finalmente. da etnologia. sem afirmação mítica de em Fátima. não pode tolerar a astenia de um fim. partindo da análise freudiana. que é tensão criadora. da história das religiões. marcaria o decUnio definitivo de nossas civilizações. constitui o modelo mesmo da mediação do Etemo no temporal. das estéticas e da sociologia. e assim se instalar plenamente nessa realidade antro- pológica bem mais vital. sem nada renegar da cultura ocidental e de seus processos de desmistificação. entre um certo formalismo moral do cristia. bem mais importante para o destino e. 2s Sem querer especializar o leitor nesses dois extremos da hermenêutica. a simbólica se contunde com ° desenvolvimento de toda a cultura humana. sonhador de palavras. que o exame da imaginação simbólica que acabamos de fazer seja realmente iniciador desse humanismo eberto . a antropologia simbólica reconstitui em todas as suas tensões antagonistas uma teofania. 1967. 1943. 1952. Cahiers Internationaux de SymboJisme. 18-44. L 'imaginatian créatrice dans le soufisme d'/bn Arabi. EDEUNE. Presses Uníversitaires de F rance. artigo in Polarité du Symbole. "Le symbo\e et I'image se\on la théorie des codes'". __ L'interpretation âes réws. L 'air et les songes. Flammarion. Études carmélitaines. artigo in Journal de Psychologie Normale et Pathologique. XXX. S. "Conscíence et signes dans la philosophie moderne et le cartésianisrne ". José Corti. Flammaríon. __ La poétique de lareverie. 1950. H. ELlADE. Presses Umversltalres de France. __ "Le concept de groupe et la théorie de la perception". . 1\. \=. E. ALQUllO. GUILLAUME. vol. __ La poétique del'espace. essai sur de symbol1sme meçico- religieux. G. 1958. F. CORB lN. 113 . Payot. 1960. Essa! sur t'imeçinetian du moulIe- ment. Socio/ogle et psychanalvse. BACHELARD. Presses Universitairesde France. FREUD. 1960. julho-dezembro de '958. M. Presses Universitaires de France. CASSI RER. 1947 .. Introducrion li la psychanalyse. __ Terre céleste et corps de résurreetion. pp. ALLEAU. De la nature du symbole. 1958. Gallimard. troo. Buchet·Chaste\. R. Desclée de Brouwer. 1957. BASTIDE. "Le langage et la construction du monde des objets". 1963. artigo in JournaJ de Psychologie. lmages et symboles. 1960. BIBLIOGRAFIA SUMARIA R. I. cap. taque é o sólido conhecimento demonstrado pelo autor ( prc- P. artigo in Espr/r.. poesia concreta. "Quelques remarques préliminaires sur lesymbole et le symbolisme". e "Tendências Contemporâneas". Montai9ne. II Parte. 1953. Genêve. XII: "Structure et dialectique". JUNG. etc. o adjetivo concisa que figura no título deste volume serve cap. 09 42. nas formulações da crítica. G. "O Romantismo") ((O Realismo". uma apreciação de suas tendências distintivas) estudando-lbes a seguir os autores principais. "Le symbole donne à penser". e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo) das moder- "La conflit des herméneutiques. E. respectivamente consagradas a (lA Condição Colonial". "La lecture heureuse de Gaston Bachelard". J.~. RICOEUR.' Leia também \ / A. 1962. Outro aspecto merecedor de des- __ Dialeetiquesdumysrere. .) e da poesia (geração de 45. de estimulante. julho- [essor de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia. Cahiers Internationaux de Symbolisme. I: "Du schématisme das concepts purs de I'entendement. "Ecos do Barroco". "Archétype et symbole chez Jung". 1959.). h. Mont· Blanc. 193B. JACOBI. MOREL.STRAUSS. trad. a riqueza de informações que oferece acerca de autores. 1963. Flammarion. L'Homme à la découverte de san âme. _ Métamorphoses er symboles de /a libido. Cririque de la raison pure. Flammarion. damental e representativo. LACROZE. ed. Guimarães Rosa etc. . Mythe et métaphysique. L~VI. KANT. "Pré- -Modernismo e Modernismo!'.II. sobretudo para destacar-lhe dois aspectos essenciais: de um lado. VERHESEN. DA LITERATURA BRASILEIRA G. 1960. G UIMB R ETli: RE. Dividido em oito partes. o volume dá. Boivin & Cie. artigo in Polarité du Symbo/e. Letras agosto 1959. cap. ed. 1950. GUSDORF. Plon. I. LesignesacnJ. 1958. seu caráter des mythes". Anrhropo/ogie structursle. que lhe possibilitou um enfoque que tem muito de novo e Courrier du Centre International d'~tudes Poétiques. La Colombe. R. Particular atenção e espaço toram dedicados ao Modernismo. obras C. BARNI. artigo in Cahiers Internstioneux de Symbolisme. in- clusiue no que respeite às suas manifestações mais recentes no campo de prosa de ficção (CZariee Lispector. de cada um desses períodos. "Arcádia e Ilustra- ção". n9 2. La fonr:tion de I'imaginarion. épistémologie des mterpre- tattons". t. "C Simbolismo". HISTÓRIA CONCISA 1963. 114 EDITORA CULTRIX . da historiografia e da teoria literá- F. Alfredo Bosi C. 1932. . de síntese crítica do que tal literatura ostenta de realmente fun- B. Desc\ée de Brouwer. artigo in rias. XI: "La strueture e fases históricas de nossa literatura)' de outro lado. HISTORIA DA LITERATURA dade} riqueza e valia das manifestações do gênio literário do Brasil.VaI.VaI.Fone: 63 3141 04270 _ São Paulo. de cerca de uma centena de autores. Peça catálogo gratuito à EDITORA CULTRIX Rua Dr. Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Época de Formação t' Origens) Barroco. Noam Chomsky mente articulados num mesmo contexto. BRASILEIRA' . sobre as quais escreveu numerosas e importantes obrar. poesia. este volume oiere. didatica. (Ybras de Massaud Moisés: Romantismo} Realismo. Mário Vicente. I taca os principais pontos de interesse. teatro etc. Em A' LITERATURA BRASILEIRA ATRAVÉS DOS TEXTOS HISTORIA DA LITERATURA BRASILEIRA' . compondo um painel altamente representativo da diversi. epistolografia. orientando assim a atenção Origens . LINGUAGEM' ce-lbes um panorama do que a nossa literatura ostenta de melhor Gottlob Frege e de mais representativo' ao longo de sua evolução histórica. Simbolismo e Modernismo . Den- tro de cada uma das sete épocas em que se divide nossa história literária . 374. conto. (org. II estão reunidos excertos de obras de historiografia. ) dos de uma notícia que os situa cronologicamente no quadro de HISTÓRIA DA LITERATURA nossas letras e seguidos de um comentário crítico que lhes des- BRASILEIRA' . o excerto antológico) o LóGICA E FILOSOFIA DA comentário crítico e a informação histórica. PEQUENO DICIONARIO DE uzados os autores de maior importância.VaI. Romantismo e Realismo romance.. III O autor deste livro é professor-titular da Faculdade de Filo. A FILOSOFIA DA LINGUAGEM' A LITERATURA BRASILEIRA Jean Paul Resweber ATRAVÉS DOS TEXTOS KASPAR HAUSER - Ou A FABRICAÇÃO DA REALIDADE' Massaud Moisés Lzidoro Bííkstein REFLEXOES SOBRE A LINGUAGEM Colocando ao alcance do estudante e do professor. Cc-edição com a EDUSP Tem-se dedicado ao ensino t! à pesquisa na área da Teoria da Literatura. apresentando-se de cada LITERATURA PORTUGUESA um deles um ou mais excertos antológicos) os quais são precedi. SP EDITORA CULTRIX .. da Literatura Portuguesa e da Literatura Brasileira. Arcadismo. são [oca.Barroco .Arcadismo do estudante para a correta apreciação do texto antológico. Simbolismo sofia.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.