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Nota: este manual foi digitalizado e corrigido pelos colaboradores do GAED (Gabinete de Apoio ao Estudante com Deficiência da Universidadedo Minho), que trabalham na área da Digitalização e Apoio Informático. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION DSM-IV MANUAL DE DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICA DAS PERTURBAÇÕES MENTAIS QUARTA EDIÇÃO VERSÃO INTERNACIONAL COM OS CÓDIGOS DA ICD-10 Editor DR. JOÃO CABRAL FERNANDES Comissão Cientifica: PROFESSORA DOUTORA MARIA LUÍSA FIGUEIRA Professora Associada da Faculdade de Medicina de Lisboa PROFESSOR DOUTOR DANIEL SAMPAIO Professor Associado da Faculdade de Medicina de Lisboa DR. JOÃO CABRAL FERNANDES Psiquiatra do Hospital Júlio de Matos Tradução técnica de: PROFESSOR DOUTOR AMÉRICO BAPTISTA Psicólogo Clínico do Hospital Júlio de Matos DRA. ANA PAULA VIEIRA Psiquiatra DR. LUÍS CÂMARA PESTANA Psiquiatra do Hospital de Santa Maria DRA. PAULA CASQUINHA Psiquiatra do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital São Bernardo - Setúbal DR. PEDRO LEVY Psiquiatra do Hospital de Santa Maria DR. PEDRO VARANDAS Psiquiatra do Hospital Distrital do Barreiro Sumário vii comissão elaboradora do DSM-IV xi Agradecimentos xiii Prefácio ao DSM-IV: versão internacional xv Introdução xxvii Introdução à edição portuguesa 1 Utilização deste Manual 13 Classificação do DSM-IV com Códigos ICD-10 25 Avaliação Multiaxial 37 Perturbações que aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência 127 Delirium, Demência, Perturbações Mnésicas e outras perturbações Cognitivas 169 Perturbações Mentais secundárias a Um Estado Físico Geral 179 Perturbações Relacionadas com Substância 279 Esquizofrenia e outras perturbações psicóticas 325 Perturbações do Humor 403 Perturbações da Ansiedade 457 Perturbações Somatoformes 483 Perturbações Factícias 489 Perturbações Dissociativas 505 Perturbações Sexuais e de Identidade de Gênero 553 Perturbações do Comportamento Alimentar 567 Perturbações do Sono 627 Perturbações do Controlo dos Impulsos Sem Outra Classificação 641 Perturbações da Adaptação 647 Perturbações da Personalidade 693 Outras Condições que Podem Ser Foco de Atenção Médica 705 Códigos Adicionais I Apêndices Apêndice A Árvores de Decisão para o Diagnóstico Diferencial 707 Apêndice B Proposta de Categorias Diagnósticas que Necessitam de Estudo 721 Apêndice C Glossário de Termos Técnicos 781 Apêndice D Listagem Comentada das Alterações do DSM-IV 791 Apêndice E Listagem Alfabética dos Diagnósticos 809 e Códigos do DSM-IV Apêndice F Listagem Numérica de Diagnósticos e Códigos do DSM-IV 821 Apêndice G Classificação do DSM-IV com os Códigos da ICD-9 833 Apêndice H Classificação do DSM-IV com os Códigos da ICD-9-CM 845 Apêndice I Delineamento da Formulação Cultural e Glossário de Síndromes Ligadas à Cultura 857 Apêndice J Contribuições para o DSM-IV 865 Índice 889 COMISSÃO ELABORADORA DO DSM-IV ALLEN FRANCES, M. D. Presidente HAROLD ALAN PINCUS, M. D. Vice-presidente MICHAEL B. FIRST, M. D. Diretor, Texto e Critérios Nancy Coover Andreasen, M. D., Ph. D. David H. Barlow, Ph. D. Magda Campbell, M. D. Dennis P. Cantwell, M. D. Ellen Frank, Ph. D. Judith H. Gold, M. D. JJohn Gunderson, M. D. Robert E. Hales, M. D. Kenneth S. Kendler, M. D. David J. Kupfer, M. D. Michael R. Liebowitz, M. D. Juan Enrique Mezzich, M. D, Ph. D. Peter E. Nathan, Ph. D. Roger Peele, M. D. Daniel A. Regier, M. D, M. P. H. A. John Rush, M. D Chester W. Schmidt, M. D Marc Alan Schuckit, M. D David Shaffer, M. D Robert L. Spitzer, M. D, Conselheiro Especial Gary J. Tucker, M. D. B. Timothy Walsh, M. D. Thomas A. Widiger, Ph. D. Coordenador de Investigação Janet B. W. Williams, D. S. W. John C. Urbaitis, M. D., Coordenador de Comité James J. Hudziak, M. D. Membro Residente (1990-93) Junius Gonzales, M. D. Membro Residente (1988-90) Ruth Ross, M. A. Director Cientifico Nancy E. Vettorello, M. U, P. Coordenador Administrativ Wendy Wakefield Davis, Ed. M. Coordenador Editorial Cindy D.Jones Assistente Administrativo Nancy Sydnor-Greenberg, M. A, Consultor Administrativo Myriam Kline, M. S. Coordenador dos Ensaios de Campo James W. Thompson, M.D.,M.P.H. Coordenador dos Estudos com Vídeo VIII Comissão Elaboradora do DSM-IV Grupo de Trabalho para as Perturbações da Ansiedade Michael R. Liebowitz, M.D., Presidente Jonathan Davidson, M. D. David H. Barlow, Ph. H. Vice-Presidente Edna Foa, Ph. D. James C. Ballenfer, M. D. Abby Fyer, M. D. Grupo de Trabalho para o Delirium, Demência, Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Gary J. Tucker, M. D., Presidente Gary Lloyd Gottlieb, M. D. Michael Ppkin, M. D., Vice-Presidente Vice-Presidente Igor Grant, M. D. Eric Douglas Caine, M. D. Benjamin Liptzin, M. D. Marshall Folstein, M. D. Grupo de Trabalho para as Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência David Shaffer, M. O., Co-Presidente Benjamin Lahey, Ph. D. Magda Campbell, M. D., Co-Presidente Rolf Loeber, Ph. D. Susan J. Bradley, M. D. Jeffrey Paul, Ph. D. Dennis P. Cantwell, M. D. Rhea Paul, Ph. D. Gabrielle A. Carlson, M. D. Judith H. L. Rapoport, M. D. Donald Jay Cohen, M. D. Sir Michael Rutter, M. D. Barry Garfinkel, M. D. Fred Volkmar, M. D. Rachel Klein, Ph. D. John S. Werry, M. D. Grupo de Trabalho para as Perturbações do Comportamento Alimentar B. Timothy Walsh, M. D., Presidente James Mitchell, M. D. Paul Garfinkel, M. D. G. Terence Wilson, Ph. D. Katherine A. Halmi, M. D. Grupo de Trabalho para as Perturbações do Humor A. John Rush, M. D., Presidente David Dunner, M. D. Martin B. Keller, M. D., Vice-Presidente Ellen Frank, Ph. D. Mark S. Bauer, M. D. Donald F. Klein, M. D. Comissão Elaboradora do DSM-IV IX Grupo de Trabalho para os Sistemas Multiaxiais Janet B. W. Williams, D. S. W., L. D. Presidente Howard H. Goldman, M. D., Ph. D., Vice-Presidente Vice-Presidente Alan M. Gruenberg, M. D. Juan Enrique Mezzich, M. D., Ph. D. Roger Peele, M. D. Stephen Setterberg, M. B. Andrew Edwuar Skodol II, M. D. Grupo de Trabalho para as Perturbações da Personalidade John Gunderson, M. D., Presidente Theodore Millon, Ph. D. Robert M. A. Hirschfeld, M. D. Bruce Pfohl, M. D. Vice-Presidente Tracie Shea, Ph. D. Vice-Presidente Roger Blashfield, Ph. D. Larry Siever, M. D. Susan Jean Fiester, M. D. Thomas A. Widiger, Ph. H. Grupo de Trabalho para Perturbação Disfórica Pré-Menstrual Judith H. Gold, M. D., Presidente Sally Severino, M. D. Jean Endicott, Ph. D. Nada Logan Stotland, M. D. Barbara Parry, M. D. Ellen Frank, Ph. D., Consultor Grupo de Trabalho para as Perturbações Psiquiátricas de Natureza Mista (Perturbações da Adaptação, Dissociativa, Factícia, do Controle dos Impulsos e Somatoformes e Fatores Psicológicos que Afetam o Estado Físico) Robert E.Hales, M.D.,Presidente Ronald L. Martin, M. D. C. Robert Cloninger, M. D. Katharine Anne Phillips, M. D. Vice-Presidente David Spiegel, M. D. Jonathan F. Borus, M. D. Jack Denning Burke, Jr., M. D., M. P. H. Alan Stoudemire, M. D. Joe P. Fagan, M. D. James j. Strain, M. D. Steven A, King, M. D. Michael G. Wise, M. D. Grupo de Trabalho para a Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas Nancy Coover Andeasen, M. D., Ph. D. Samuel Keith, M. D. Presidente Kenneth S. Kendler, M. D. John M. Kane, M. D., Vice-Presidente Thomas McGlashan, M. D. x Colaboração Elaboradora do DSM-IV Grupo de Trabalho para as Perturbações Sexuais Chester W. Scmidt, M. D., Presidente Taylor Seagraves, M. D. Raul Schiavi, M. D. Thomas Nathan Wise, M. D. Leslie Schover, Ph. D. Grupo de Trabalho para as Perturbações do Sono David J. Kupfer, M. D., Presidente Roger Peele, M. D. Charles F. Reynolds III, M. D. Quentin Regestein, M. D. Vice-Presidente Michael Sateia, M. D. Daniel Buysse, M. D. Michael Thorpy, M. D. Grupo de Trabalho para as Perturbações Relacionadas com Substâncias Marc Alan Schuckit, M. D., Presidente Thomas Crowley, M. D. John E. Helzer, M. D., Vice-Presidente Peter E. Nathan, Ph. D. Linda B. Cottler, Ph. D. George E. Woody, M. D. Comissão para a Avaliação e o Diagnóstico Psiquiátrico Laytron McCurdy, M. D., Presidente (1987-94) Zenneth Z. Altshuler, M. D. (1987-92) Thomas F. Anders, M. D. (1988-94) Susan Jane Blumenthal, M. D. (1990-93) Leah J. Judd, M. D. (1988-94) Lewis J. Judd, M. D. (1988-94) Gerald L. Klerman, M. D. (falecido) (1988-91) Stuart C. Yudofsky, M. D. (1992-94) Jack D. Blaine, M. D., Consultor Jerry M. Lewis, M. D., Consultor (1988-94) Daniel J. Luchins, M. D., Consultor (1987-91) Katharine Anne Phillips, M. D., Consultor (1992-94) Cynthia Pearl Rose, M. D., Consultora (1990-94) Louis Alan Moench, M. D. Ligação da Assembléia (1991-94) Steven K. Dobscha, M. D., Membro Residente (1990-92) Mark Zimmerman, M. D. Membro Residente (1992-94) Comissão Conjunta do Conselho e Assembléia dos Distritos da APA para o DSM-IV Ronald A. Shellow, M. D., Presidente Arthur John Farley, M. D. Harvey Bluestone, M. D. Carol Ann Bernstein, M. D. Leah Joan Dickstein, M. D. Agradecimentos O DSM-IV representa um esforço de equipa. Mais de um milhar de pessoas (e várias organizações profissionais ajudaram-nos a preparar este documento). Na página IX encontra-se uma lista dos membros das Comissões Elaboradoras do DSM-IV e do staff do DSM-IV; nas páginas XXII, os membros dos grupos de trabalho do DSM-IV e no apêndice J incluímos uma lista de outros colaboradores. A maior parte da responsabilidade pelo conteúdo do DSM-IV assenta na Comissão Elaboradora do DSM-IV e nos membros dos Grupos de Trabalho do DSM-IV. Todos trabalharam (por vezes muito mais do que aquilo que lhes pedíramos) com uma dedicação e carinho que muito nos encorajou. Para Bob Spitzer vão os nossos melhores agradecimentos pelos seus incansáveis esforços e especial ajuda. Norman Sartorius, Darrel Regier, Lewis Judd, Fred Goodwin e Chuck Kaelber foram preciosos no sentido em que facilitaram uma produtiva troca entre a American Psychiatric Association e Organização Mundial de Saúde, que promoveram os trabalhos tanto do DSM-IV como da ICD-10 e aumentaram a sua compatibilidade. Agradecemos também a Robert Israel, Sue Meads e Amy Blum do Centro Nacional para a Estatística da Saúde e a Andrea Albaum-Feinstein da American Healh Information Management Association pelas sugestões para o sistema de codificação do DSM-IV. Denis Prager, Peter Nathan e David Kupfer ajudaram-nos a desenvolver uma estratégia de reanálise de novos dados que foi aplicada com fundos da John D. & Catherine T. MacArthur Foundation. Muitas pessoas, dentro da American Psychiatric Association, merecem o nosso reconhecimento. Mel Sabshin, com a sua boa vontade e espírito, tornou agradáveis até os trabalhos mais aborrecidos. O American Psychiatric Association Committee on Psichyatric Diagnosis and Assessment (presidido por Layton McCurdy) forneceu diretivas e aconselhamento de grande valor. Também queremos agradecer aos Presidentes da APS (Drs. Fink, Pardes, Benedek, Hartmann, English e Macintire) e aos Vogais da Assembléia (Drs. Cohen, Flamm, Hanin, Pfaehler e Shellow) que nos ajudaram a planificar o nosso trabalho. Carolyn Robinowitz e Jack White e os seus respectivos staffs do APA Medical Diretor's Office e o Business Administration Office, forneceram uma assistência valiosa na organização deste projeto. A muitas outras pessoas devemos o nosso agradecimento. Wendy Davis, Nancy Vettorello e Nancy Sydnor-Greenberg desenvolveram e implementaram uma estrutura organizacional que impediu este projeto de sair do nosso controlo. Também fomos abençoados com um pessoal administrativo excepcionalmente capaz, que incluiu Elizabeth Fitzhugh, Willa Hall, Kelly McKinney, Gloria Miele, Helen Stayna, Sarah Tilly, Nina Rosenthal, Susan Mann, Joanne Mas e, em particular, Cindy Jones. Ruth Ross, a nossa incansável redatora científica, foi a responsável pela melhoria da clareza de expressão e pela organização do DSM-IV. Myriam Kline, coordenadora de pesquisa para o NIH-funded DSM-IV Focused Field Trials), Jim Thompson (Research Coordinator for the MacArthur Foundation-funded Videotape Field Trial) e Sandy Ferris (Assistant Director for the Office of Research) deram a sua valiosa contribuição. contribuição. Queremos também agradecer a todas as outras pessoas da APA que nos ajudaram neste projeto. Ron McMillen, Claire Reinburg, Pam Harley e Jane Davenport da American Psychiatric Press prestaram-nos a sua inestimável ajuda como assistentes de produção. Allen Frances, M. D. Presidente, Comissão Elaboradora do DSM-IV Michael B. First, M. D. Diretor, Textos e Critérios do DSM-IV Harold Alan Pincus, M. D: Vice-Presidente, Comissão Elaboradora do DSM-IV Thomas A. Widiget, Ph. D. Coordenador de Investigação Prefácio ao DSM-IV: Versão Internacional O DSM-IV: Versão Internacional é idêntico, no seu conteúdo, ao standard DSM-IV exceto no fato de usar os códigos de diagnóstico da International Classification of Diseases and Related Health Problems, (Classificação Internacional das Doenças e Problemas de Saúde Relacionados), Décima Revisão (ICD-10), em vez dos códigos do International Classification of Diseases (International Classification of Diseases), Nona Revisão, Modificação Clínica (ICD-9-CM). A ICD-9-CM é uma modificação clínica da International Classification of Diseases and Related Health Problems, Nona Revisão (ICD-9), que foi desenvolvida nos Estados Unidos da América do Norte em fins de 1970. É compatível com a ICD-9 mas fornece maior especificidade sobretudo com a introdução dos códigos de cinco dígitos. O propósito da publicação do DSM-IV: Versão Internacional é a conveniência dos utilizadores nos países que adotaram a ICD-10 como código oficial de codificação para fins de relatórios. Introduziram-se dois apêndices adicionais na Versão Internacional. O Apêndice G contém a classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-9 para os profissionais de países que continuam a usar a ICD-9 como sistema de codificação oficial. O Apêndice H contém a classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-9CM para os profissionais de países que continuam a usar a ICD-9-CM como sistema de codificação oficial. A versão standard do DSM-IV publicada nos Estados Unidos conterá os códigos de diagnóstico da ICD9-CM até que o Governo dos EUA os converta da ICD-9 para a ICD-10, o que não deverá acontecer antes do ano 2000. Foram introduzidos também parágrafos que descrevem a relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação para aqueles que desenvolvem investigação na comunidade e estão interessados nas diferenças entre os critérios do DSM-IV e os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10. Introdução Esta é a quarta edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (Diagnostic and Statistic Manual of Mental Disorders) ou DSM-IV da Associação Psiquiátrica Americana. A utilidade e credibilidade do DSM-IV exige que todo o trabalho se centralize nos seus propósitos clínicos, de investigação e educacionais e que seja apoiado numa base ampla e empírica. A nossa prioridade consiste em fornecer um guia que seja útil na prática clínica. Esperávamos tornar o DSM-IV prático e útil para os médicos pelo empenhamento na brevidade dos grupos de critérios, clareza de linguagem e declaração explícita de construtos que imbricassem nos critérios de diagnóstico. Um objetivo adicional seria facilitar a investigação e melhorar a comunicação entre os clínicos e investigadores. Também nos preocupamos com a utilização do DSM-IV para melhorar a recolha de dados clínicos e como um instrumento educacional de ensino da Psicopatologia. A nomenclatura oficial deve ser aplicada a uma vasta diversidade de contextos. O DSM-IV é utilizado por médicos e investigadores de orientações muito diferentes (por exemplo, biologia, psicodinâmica, cognitiva, comportamental, interpessoal, família/sistemas). É usado pelos psiquiatras, além dos clínicos gerais, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e de reabilitação, conselheiros e outros profissionais da saúde e da saúde mental. O DSMIV deve poder ser usado em várias situações - internamento, em ambulatório, internamento em tempo parcial, psiquiatra de ligação, clínicas, clínica privada e cuidados primários, além da comunidade. É também uma ferramenta necessária para coligir e dar a conhecer a estatística da saúde pública. Felizmente que todas estas utilizações são compatíveis umas com as outras. O DSM-IV foi o resultado do trabalho de treze Grupos de Trabalho (ver Apêndice J), cada um dos quais foi primariamente responsável por uma secção deste manual. Esta organização foi designada para implementar a participação de especialistas em cada um dos respectivos campos. Tomamos um certo número de precauções a fim de garantir que as recomendações do Grupo de Trabalho refletissem a expressão de evidências e opiniões disponíveis e não apenas os pontos de vista pessoais dos membros de cada especialidade. Após longas consultas aos especialistas e clínicos de cada grupo, selecionamos membros do Grupo de Trabalho que representassem uma vasta área de perspectivas e experiências. Os membros do Grupo de Trabalho foram instruídos no sentido de que deviam participar com conhecimento consensual e não como advogados de pontos de vista previamente adotados. Além disso, estabelecemos um processo formal baseado em evidências xvi Introdução que o Grupo de Trabalho deveria seguir. Os Grupos de Trabalho estavam subordinados à Comissão Elaboradora do DSM-IV (ver p. IX), que é constituída por 27 membros, muitos dos quais também faziam parte de um Grupo de Trabalho. Cada um dos 13 Grupos de Trabalho era composto por cinco (ou mais) membros, cujas revisões eram criticadas por entre 50 e 100 conselheiros que também eram escolhidos de forma a representarem diversas especialidades clínicas e de investigação, disciplinas, experiências e ambientes. O envolvimento de muitos especialistas assegurava que o DSM-IV tornava acessível a mais ampla pool de informação e podia ser aplicada a qualquer cultura. Conferências e workshops tiveram lugar a fim de fornecerem um guia não só conceptual como metodológico para o esforço do DSM-IV. Isto incluiu um vasto número de consultas entre os elaboradores do DSM-IV e os da ICD-10 conduzidas no sentido de aumentar a compatibilidade entre os dois sistemas. Fizeram-se também conferências sobre métodos centrados em fatores culturais de diagnóstico da perturbação mental, do diagnóstico geriátrico e do diagnóstico psiquiátrico no contexto dos cuidados primários. A fim de manter abertas e amplas as linhas de comunicação, a Comissão Elaboradora do DSM-IV estabeleceu uma ligação com muitos outros componentes dentro da Associação Psiquiátrica Americana e com mais de 60 organizações e associações interessadas no desenvolvimento do DSM-IV (por exemplo, a American Health Information Management Association, a American Nurses' Association, a American Occupational Therapy Association, a American Psychoanalytic Association, a American Psychological Association, a American Psychological Society, a Coalition for the Family, o Group for the Advancement of Psychiatry, a National Association of Social Workers, o National Center for Health Statistics, a World Health Organization). Tentamos dar a conhecer precocemente durante este processo publicações e evidências empíricas de forma a identificar potenciais problemas e diferenças de interpretação. Facilitaram-se as trocas de informações através da distribuição de um folheto informativo semianual (o DSM-IV Update), a publicação de uma coluna regular sobre o DSM-IV no Hospital and Community Psichiatry e a freqüente apresentação em conferências nacionais e internacionais, e por meio de inúmeros artigos em jornais. Dois anos antes da publicação do DSM-IV a Comissão Elaboradora publicou e distribuiu amplamente o DSM-IV Options Book. Este volume apresentou um sumário alargado das propostas alternativas que foram consideradas para inclusão no DSM-IV de forma a pedir opiniões e dados adicionais para as nossas deliberações. Recebemos uma extensa correspondência de pessoas interessadas que partilharam conosco dados adicionais e recomendações para o potencial impacto de possíveis mudanças no DSM-IV na sua prática clínica, ensino, investigação e trabalho administrativo. Esta amplitude da discussão ajudou-nos a antecipar problemas e a conseguir encontrar a melhor solução entre as várias ações. Um ano antes da publicação do DSM-IV, foi distribuído um rascunho quase-final dos critérios propostos a fim de sofrer uma última crítica. Ao chegarmos ao final das decisões do DSM-IV, o Grupo de Trabalho e a Comissão Elaboradora fizeram uma revisão de todas as evidências empíricas alargadas e a correspondência que recolheram. Acreditamos que a maior inovação do DSM-IV se encontra, não em nenhuma das suas alterações específicas de conteúdo, mas antes no processo sistemático e explícito pelo qual foi elaborado e documentado. Mais do que qualquer outra classificação das perturbações mentais, o DSM-IV baseia-se na evidência empírica. Introdução XVII Antecedentes Históricos A necessidade de uma classificação das perturbações mentais tornouse clara através da história da Medicina, mas não havia acordo sobre quais as perturbações que se deviam considerar e qual o método ótimo para a sua organização. As muitas classificações que se desenvolveram durante os dois últimos milênios divergiram na ênfase relativa dada à fenomenologia, etiologia e evolução na definição das características. Alguns sistemas incluíram apenas uma mão-cheia de categorias de diagnóstico; outros incluíram milhares. Além disso, os vários sistemas para categorizar as perturbações mentais diferiam quer no que respeita aos seus princípios objetivos seja para uso em contexto clínico, de investigação ou estatístico. Pelo fato de a história da classificação ser demasiado extensa para se resumir aqui, apenas focaremos brevemente os aspectos que conduziram diretamente ao desenvolvimento do Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) e às secções «Perturbações Mentais» que surgiram nas várias edições da Classificação Internacional das Doenças (ICD). Nos Estados Unidos, o que provocou o ímpeto inicial para desenvolver uma classificação das perturbações mentais foi a necessidade de coligir informação estatística. Aquilo que se poderá considerar a primeira tentativa oficial para recolher informação sobre doenças mentais nos EUA foi o registro da freqüência de uma categoria - «idiotia/insanidade» no senso de 1840. Pelo senso de 1880, distinguiram-se sete categorias de doença mental - mania, melancolia, monomania, paresia, demência, dipsomania e epilepsia. Em 1917, a Comissão de Estatística da Associação Psiquiátrica Americana [então chamada Associação Médico-Psicológica Americana (o nome foi alterado em 1921)], juntamente com a Comissão Nacional de Higiene Mental, formulou um plano que foi adotado pelo Gabinete do Censo para recolher estatísticas uniformes em vários hospitais psiquiátricos. Apesar de este sistema devotar mais atenção à utilidade clínica do que os anteriores sistemas, era ainda uma classificação estatística primária. Subsequentemente, a Associação Psiquiátrica Americana colaborou com a Academia de Medicina de Nova Iorque com o fim de desenvolver uma classificação psiquiátrica nacional aceitável, que seria incorporada na primeira edição da Standard Classified Nomenclature of Disease da Associação Médica Americana. Esta nomenclatura destinava-se primitivamente ao diagnóstico de doentes internados com perturbações psiquiátricas e neurológicas graves. Mais tarde foi desenvolvida uma nova classificação muito mais vasta pelo Exército Americano (modificada pela Veterans Administration) de modo a melhor incorporar os casos de doentes ambulatórios provindos das forças armadas e dos veteranos da Segunda Guerra Mundial (por exemplo, perturbações psicofisiológicas, da personalidade e agudas). Contemporaneamente, a OMS (Organização Mundial de Saúde) publicava a sexta edição da ICD, que, pela primeira vez, incluía uma secção dedicada às perturbações mentais. A ICD-6 era fortemente influenciada pela nomenclatura da Veterans Administration, e incluía dez categorias para as psicoses, nove para as psiconeuroses e sete para as perturbações do caráter, comportamento e inteligência. A Comissão para a Classificação e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana desenvolveu uma variante da ICD-6 que foi publicada em 1952 como a primeira edição do Diagnostic and Statistical Manual: Mental Disorders (DSM-I).Este continha um glossário com as descrições das categorias de diagnóstico e foi o primeiro manual oficial das perturbações mentais a centrar-se na utilidade clínica. A utilização do termo reação no DSM-I refletia a influência do ponto de vista psicobiológico de Adolf Meyer de que as doenças mentais representavam reações da personalidade a fatores psicológicos, sociais e biológicos. XVIII Introdução Em parte devido à ausência de uma aceitação geral da taxonomia das doenças mentais contida na ICD-6 e na ICD-7, a OMS apoiou uma ampla revisão das publicações sobre diagnóstico que era dirigida pelo psiquiatra britânico Stengel. Nele se inspiraram muitos dos recentes progressos na metodologia diagnóstica - em particular a necessidade de definições explícitas como um meio de promover diagnósticos clínicos de confiança. Contudo, o próximo passo na revisão diagnóstica, que conduziu ao DSM-II e à ICD-8, não seguiu em grande parte as recomendações de Stengel. O DSM-II era similar ao DSM-I mas eliminou o termo reação. Como acontecera com o DSM-I e com o DSM-II, o desenvolvimento do DSM-III foi coordenado com o desenvolvimento da versão seguinte (a nona) da ICD, que foi publicada em 1975 e implementada em 1978. Em 1974 começou-se a trabalhar no DSM-III, que foi publicado em 1980. O DSM-III introduzia algumas inovações metodológicas importantes, incluindo os critérios de diagnóstico explícitos, um sistema multiaxial e uma aproximação descritiva que procurava ser neutra em relação às teorias etiológicas. Este esforço foi facilitado pelo extenso trabalho empírico levado a cabo na construção e validação dos critérios de diagnóstico explícitos e no desenvolvimento de entrevistas semiestruturadas. A ICD-9 não incluía critérios de diagnóstico nem um sistema multiaxial, sobretudo porque a função primária deste sistema internacional consistia em delinear categorias que facilitassem a elaboração de estatísticas de saúde básicas. Em contrapartida, o DSM-III foi desenvolvido com o objetivo adicional de fornecer uma nomenclatura médica para os clínicos e investigadores. Devido à insatisfação existente em toda a medicina pela ausência de especificidade na ICD-9, foi tomada a decisão de modificá-la para utilização nos EUA, daí resultando a ICD-9-CM (de Clinical Modification, Modificação Clínica). A experiência com o DSM-III revelou um certo número de inconsistências no sistema e de um número de instâncias em que os critérios de diagnóstico não eram inteiramente claros. Então, a Associação Psiquiátrica Americana nomeou um Grupo de Trabalho para Revisão do DSM-III, que levou a cabo as revisões e correções que conduziram à publicação do DSM-III-R em 1987. O Processo de Revisão do DSM-IV A terceira edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-III) representou um grande avanço no diagnóstico das perturbações mentais e facilitou grandemente a investigação empírica. O desenvolvimento do DSM-IV beneficiou do aumento substancial da investigação sobre diagnósticos que foi em parte gerada pelo DSM-III e pelo DSM-III-R. A maior parte dos diagnósticos tem agora uma literatura empírica ou conjuntos de dados à disposição que são relevantes para as decisões respeitantes à revisão do manual de diagnóstico. A Comissão Elaboradora do DSM-IV e os seus Grupos de Trabalho conduziram a um processo empírico em três fases que incluiu:1) revisões da literatura publicada, abrangente e sistemática; 2) reanálise dos conjuntos de dados já reunidos; e 3) extensos testes de campo focados nas publicações. Revisões da Literatura Dois métodos de conferência foram apoiados para articular, para todos os Grupos de Trabalho, um procedimento para procurar, extrair, agregar e interpretar dados de Introdução XIX uma forma ampla e objetiva. Os trabalhos iniciais de cada Grupo de Trabalho do DSM-IV consistiram em identificar as publicações mais pertinentes respeitantes a cada diagnóstico e determinar as espécies de dados empíricos relevantes para a sua resolução. A um membro ou a um conselheiro de um Grupo de Trabalho era então atribuída a responsabilidade de conduzir uma revisão sistemática e abrangente da literatura relevante que informa a publicação e também documenta o texto do DSM-IV. Os domínios considerados ao tomar decisões incluem utilidade clínica, confiança, validade, características de performance psicométrica de critérios individuais e um certo número de variáveis validatórias. Cada revisão da literatura existente especificava: 1) as publicações ou aspectos do texto e critérios em apreço e o significado de publicações no que respeita ao DSM-IV; 2) o método de revisão (incluindo as fontes para identificação de estudos relevantes, o número de estudos considerados, os critérios para inclusão e exclusão da revisão e as variáveis catalogadas em cada estudo); 3) os resultados da revisão (incluindo um sumário descritivo dos estudos respeitantes à metodologia, padrão e correlações substantivas dos achados, os achados relevantes e a análise levada a cabo nesses achados); e 4) as várias opções para esclarecer os temas, as vantagens e desvantagens de cada opção, recomendações e sugestões de investigação adicional que seria necessária para fornecer uma resolução mais conclusiva. O objetivo das revisões da literatura do DSM-IV consistiu em fornecer informação abrangente e cruzada e assegurar que o DSM-IV reflita a melhor literatura clínica e de investigação. Por este motivo, usamos investigação sistemática e revisões feitas através de computador e revisões executadas por amplos grupos de conselheiros para assegurar que a cobertura da literatura fosse adequada e que a interpretação dos resultados se justificasse. Foi especialmente solicitada a contribuição de pessoas que se mostravam críticas em relação às conclusões da revisão. As revisões da literatura eram revistas muitas vezes para se obter um resultado tão amplo e equilibrado quanto possível. Devemos fazer notar que para alguns resultados apontados pelos Grupos de Trabalho do DSMIV, particularmente os que eram mais conceptuais na sua natureza ou para aqueles em que havia dados insuficientes, uma revisão da literatura empírica tinha uma utilidade limitada. Apesar destas limitações, as revisões foram úteis na documentação do apoio racional e empírico das decisões tomadas pelos Grupos de Trabalho do DSM-IV. Reanálise dos Dados Quando uma revisão revelava ausência de evidência (ou evidência discordante) na resolução de um resultado, muitas vezes recorremos a duas fontes adicionais-reanálise dos dados e ensaios de campo - para auxiliar a tomar a decisão final. Análises de conjuntos de dados relevantes não publicados eram apoiados pelo aval à Associação Psiquiátrica Americana pela Fundação John D. e Catarina T. MacArthur. A maior parte das 40 reanálises de dados levadas a cabo para o DSM-IV envolveram a colaboração de vários investigadores em diferentes locais. Os investigadores submeteram em conjunto os seus dados a questões postas pelos Grupos de Trabalho no que respeita aos critérios incluídos no DSM-III-R ou a critérios que devem ser incluídos no DSM-IV. A reanálise dos dados também tornou possível aos Grupos de Trabalho gerar vários conjuntos de critérios que eram testados nos ensaios de campo do DSM-IV. Contudo, na sua maior parte, os conjuntos de dados usados nas reanálises foram coligidos como parte de estudos epidemiológicos ou tratamento ou outros estudos clínicos, tendo sido também muito relevantes para as questões nosológicas dos Grupos de Trabalho do DSM-IV. XX Introdução Ensaios de Campo Doze ensaios de campo do DSM-IV foram patrocinados pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) em colaboração com o Instituto Nacional do Abuso de Drogas (NIDA) e o Instituto Nacional para o Abuso de Álcool e o Alcoolismo (NIAAA) Americanos. Os ensaios de campo permitiram aos Grupos de Trabalho do DSM-IV comparar opções alternativas e estudar o possível impacte de mudanças sugeridas. Os ensaios de campo compararam o DSM-III, o DSM-III-R, a ICD-10 e os conjuntos de critérios propostos para o DSM-IV em 5-10 locais diferentes por ensaio de campo, com aproximadamente 100 temas em cada local. Diversos locais, com grupos de tópicos representativos de uma série de meios socioculturais e étnicos, foram selecionados para assegurar o caráter de generalidade dos resultados dos ensaios de campo e para testar algumas das mais difíceis questões em diagnósticos diferenciais. Os 12 ensaios de campo incluíram mais de 70 locais e avaliaram mais de 6000 tópicos. Os ensaios de campo coligiram informação sobre a credibilidade e as características de performance de cada conjunto de critérios como um todo, assim como os itens específicos dentro de cada conjunto de critérios. Os ensaios de campo também ajudaram a estabelecer a ligação entre a investigação clínica e a prática clínica determinando como as boas sugestões de mudança que surgiram dos achados da investigação clínica se aplicavam na prática clínica. Critérios de Mudança Apesar de ser impossível desenvolver critérios absolutos e infalíveis para quando as mudanças tivessem de ser feitas, houve alguns princípios que guiaram os nossos esforços. A fasquia imposta para as revisões no DSMIV foi colocada mais alto do que para o DSM-III e o DSM-III-R. As decisões tinham de ser apoiadas por demonstrações justas e pela revisão sistemática de dados empíricos relevantes. Para aumentar a praticabilidade e a utilidade clínica do DSMIV, os conjuntos de critérios foram simplificados e clarificados quando justificado pelos dados empíricos. Foi feita uma tentativa para alcançar um equilíbrio ótimo no DSM-IV no que respeita à tradição histórica (como personificado no DSM-III e no DSM-III-R), compatibilidade com a ICD-10, evidência de revisões da literatura, análises de conjuntos de dados não publicados, resultados de ensaios de campo e consenso do campo. Apesar de a quantidade de evidência requerida para apoiar as alterações ser um conjunto com um limiar elevado, este variava necessariamente através das perturbações porque o apoio das decisões tomadas para o DSM-III e o DSM-III-R também variaram através das perturbações. É claro que foi necessário senso comum, e alterações maiores para resolver problemas menores requereram maior evidência que as alterações menores para resolver maiores problemas. Recebemos sugestões para incluir um grande número de novos diagnósticos no DSM-IV. Os proponentes argumentavam que eram necessários novos diagnósticos para melhorar a cobertura do sistema incluindo um grupo de sujeitos cujo diagnóstico não era possível fazer no DSM-III ou apenas o era na rubrica SOE. Decidimos que, em geral, deveríamos incluir novos diagnósticos no sistema apenas depois de as investigações terem determinado que eles deveriam ser incluídos e não apenas por terem estimulado a investigação. Contudo, era dada preferência aos diagnósticos já incluídos na ICD-10 mais do que a novos diagnósticos propostos para o DSM-IV. O aumento da utilidade, da clareza e de cobertura marginais fornecidas por cada novo diagnóstico proposto de novo devia ser comparado com o embaraço imposto a todo o sistema, a escassa documentação empírica e a possibilidade de diagnósticos errados ou má utilização que daí poderiam resultar. Nenhuma classificação das perturbações mentais pode ter um número suficiente de categorias específicas para abranger todas as apresentações clínicas concebíveis. As categorias Sem Outra Especificação servem para cobrir as apresentações que aparecem com alguma freqüência mas que se não se encontram dentro dos limites das definições específicas das classificações. O Livro Fonte do DSM-IV A documentação foi a base essencial do processo do DSM-IV. O Livro Fonte do DSM-IV, publicado em cinco volumes, tentou fornecer um registro de referência, abrangente e adequado, de apoio clínico e de investigação para as várias decisões tomadas pelos Grupos de Trabalho e a Comissão Elaboradora. Os primeiros três volumes do Livro Fonte contêm versões condensadas das 150 publicações revistas do DSM-IV. O quarto volume contém relatórios das reanálises de dados e o quinto contém relatórios dos ensaios de campo e um sumário final das razões para as decisões tomadas por cada Grupo de Trabalho. Além disso, muitos documentos foram estimulados pelos esforços para obter documentação para o DSM-IV e estes foram publicados em jornais da especialidade. Relação com a ICD-10 A décima revisão da Classificação Estatística das Doenças e Problemas de Saúde Relacionados (ICD-10), desenvolvida pela OMS, foi publicada em 1992, mas não se tornará provavelmente de utilização oficial nos Estados Unidos até finais da década de noventa. Os que prepararam a ICD-10 e o DSM-IV trabalharam intimamente para coordenar os seus esforços, resultando numa grande influência mútua. A ICD-10 consiste num sistema de codificação oficial e outros documentos e instrumentos clínicos e de investigação com ele relacionados. Os códigos e termos fornecidos no DSM-IV são totalmente compatíveis tanto com a ICD-9-CM como com a ICD-10. Os projetos clínicos e de investigação da ICD-10 eram cuidadosamente revistos pelos Grupos de Trabalho do DSM-IV e sugeriram importantes tópicos para as revisões da literatura e reanálises de dados do DSM-IV. As versões de projeto dos Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 foram incluídos como alternativas a serem comparadas com o DSM-III e o DSM-III-R, e sugeriram os conjuntos de critérios do DSM-IV para os ensaios de campo do DSM-IV. As muitas consultas entre os que desenvolveram o DSM-IV e a ICD-10 (que eram fornecidos pelo NIMH, o NIDA e o NIAAA) foram de uma enorme utilidade ao aumentar a congruência e reduzir diferenças pouco significativas entre os termos dos dois sistemas. Definição de Perturbação Mental Apesar de este volume se intitular Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, o termo perturbação mental implica, infelizmente, uma distinção entre perturbações «mentais» e perturbações «físicas» que é um anacronismo reducionista do dualismo mente/corpo. Uma revisão da literatura documenta que há muito de «físico» nas perturbações «mentais» e muito de «mental» nas perturbações físicas. O problema levantado pelo termo perturbações «mentais» tornou-se muito mais claro que a sua solução e, infelizmente, o termo persiste no título do DSM-IV porque não encontramos nenhum substituto apropriado. XXII Introdução Além disso, apesar de este manual fornecer uma classificação das perturbações mentais, devemos admitir que nenhuma definição estabelece adequadamente limites precisos para o conceito de «perturbação mental». O conceito de perturbação mental, tal como muitos outros conceitos na medicina e nas ciências, em geral, tem falta de uma definição operacional consistente que cubra todas as situações. Todos os estados físicos são definidos com vários níveis de abstração - por exemplo, patologia estrutural (como colite ulcerosa), apresentação de sintomas (por exemplo, enxaqueca), desvio de uma norma fisiológica (por exemplo, hipertensão) e etiologia (por exemplo, pneumonia pneumocócica). As perturbações mentais também foram definidas por uma variedade de conceitos (por exemplo, ansiedade, descontrolo, desvantagem, incapacidade, inflexibilidade, irracionalidade, padrão sindrômico, etiologia e desvio estatístico). Cada um é um indicador útil de uma perturbação mental, mas nenhum é equivalente ao conceito e diferentes situações exigem diferentes definições. Apesar destas cautelas, a definição de perturbação mental que foi incluída no DSM-III e no DSM-III-R é apresentada aqui porque é tão útil como qualquer outra definição válida e tem ajudado a decidir que condições existentes na fronteira entre normalidade e patologia deviam ser incluídas no DSM-IV. Neste, cada perturbação mental é conceitualizada como um comportamento clinicamente significativo ou síndrome psicológica ou padrão que tem lugar num sujeito e que está associado com ansiedade atual (por exemplo, um sintoma doloroso) ou incapacidade(por exemplo incapacidade em uma ou mais áreas importantes de funcionamento), ou com um significativo risco aumentado de sofrer morte, dor, incapacidade ou uma importante perda de liberdade. A juntar a isto, esta síndrome ou padrão deve ser não apenas uma resposta expectável e sancionável culturalmente a um acontecimento articular, por exemplo, a morte de uma pessoa querida. Qualquer que seja a sua causa original, deve ser correntemente considerada como uma manifestação de um comportamento, disfunção psicológica ou biológica no sujeito. Nem um comportamento desviante (por exemplo, político, religioso ou sexual) nem conflitos que são primários entre o sujeito e a sociedade são perturbações mentais até que o desvio ou conflito se transforme num sintoma de uma disfunção do sujeito, como se descreve acima. Um conceito errado é pensar que uma classificação de perturbações mentais classifica as pessoas, quando na realidade o que está a ser classificado são as perturbações que as pessoas têm. Por esta razão, o texto do DSM-IV (tal como o do DSM-III-R) evita a utilização de expressões como «um esquizofrênico» ou «um alcoólico» e em seu lugar utiliza a mais correta, mas realmente mais Uma aproximação por categorias para classificação funciona melhor quando todos os membros de uma classe diagnóstica são homogêneos. As Publicações Usadas no DSM-IV Limitações dos Sistemas de Categorias O DSM-IV é uma classificação por categorias que divide as perturbações mentais em ti os baseados em conjuntos de critérios com características definidoras. Além disso. Esta enumeração de categorias é o método tradicional de organizar e transmitir informação no dia-a-dia e foi a aproximação fundamental usada em todos os sistemas de diagnóstico médico.incômoda «um sujeito com Esquizofrenia» ou «um sujeito com Dependência de Álcool». . quando há fronteiras bem definidas entre as classes e quando as diferentes classes são mutuamente exclusivas. as limitações de um sistema de classificação por classes têm de ser reconhecidas. ele também tem sérias limitações e têm-se mostrado menos útil que os sistemas por categorias na prática clínica e em estimular a investigação. e a familiaridade com sistemas dimensionais possam eventualmente resultar na sua maior aceitação tanto como método de transferir informação clínica como instrumento de investigação. Todavia. educacionais e de investigação. é possível que a crescente investigação. Também não se assume que todos os sujeitos descritos como tendo a mesma perturbação mental são iguais em todas as características importantes.Introdução XXIII No DSM-IV. não se assume que cada categoria de perturbação mental é uma entidade totalmente discreta com fronteiras absolutas que a separa de outras perturbações mentais ou da ausência de perturbação mental. O médico que utilize o DSM-IV deve considerar que os sujeitos que partilhem um diagnóstico devem ser encarados como heterogêneos mesmo no que se refere às características definidoras do diagnóstico e que casos-limites são difíceis de diagnosticar de outra forma que não a probabilística. Além disso. nos quais o sujeito apenas tem de apresentar um subconjunto de itens de uma longa lista (por exemplo o diagnóstico de Perturbação Limite da Personalidade requer apenas cinco de nove itens). os critérios e as descrições textuais devem ser utilizadas por sujeitos com treino clínico adequado e experiência em diagnóstico. Um sistema dimensional classifica os quadros clínicos com base na quantificação dos atributos mais do que na atribuição de categorias e trabalha melhor descrevendo fenômenos que se distribuem continuamente e que não têm fronteiras bem delimitadas. ainda não há acordo na escolha das dimensões ótimas que se devem usar com fins de classificação. encoraja uma atenção mais específica aos casos-limites e enfatiza a necessidade de colher informações clínicas adicionais para além do mero diagnóstico. Utilização do Julgamento Clinico O DSM-IV é uma classificação das perturbações mentais que foi desenvolvida para utilização com fins clínicos. Sugeriu-se que a Classificação do DSM-IV fosse organizada seguindo um modelo dimensional em lugar do modelo por categorias usado no DSM-III-R. Este ponto de vista permite uma grande flexibilidade na utilização do sistema. Reconhecendo a heterogeneidade das apresentações clínicas. Apesar de um sistema dimensional aumentar a confiança e comunicar mais informação clínica (porque relata atributos clínicos que podem ser subliminares num sistema por categorias). o DSM-IV inclui muitas vezes conjuntos de critérios politéticos. Descrições dimensionais numéricas são muito menos familiares e vívidas que os nomes das categorias para as perturbações mentais. É importante que o DSM-IV não seja . As categorias diagnósticas. há um risco significativo de que a informação diagnóstica seja mal . Por outro lado. o exercício do julgamento clínico pode justificar um determinado diagnóstico num sujeito apesar de a apresentação clínica estar a poucos passos de preencher todos os critérios para um diagnóstico enquanto os sintomas presentes forem persistentes e graves. a falta de familiaridade com o DSM-IV ou uma excessiva flexibilidade e aplicação idiossincrática dos critérios ou convenções do DSM-IV reduz substancialmente a sua utilidade como linguagem de comunicação comum. Por exemplo. critérios e descrições textuais do DSM-IV são utilizados com fins forenses.utilizado mecanicamente por pessoas não treinadas. Os critérios específicos de diagnóstico incluídos no DSM-IV devem servir como linhas de conduta pelo julgamento clínico e não devem ser usados como se fossem um mero livro de receitas de cozinha. Utilização do DSM-IV em Questões Forenses Quando as categorias. à identificação de novas perturbações e à remoção de algumas perturbações em futuras edições. uma «doença mental». Os que tomam decisões não clínicas devem também ter precauções no sentido de que um diagnóstico não tem necessariamente implicações no que respeita a causas da perturbação mental do sujeito ou as suas incapacidades associadas. Além disso. Mesmo quando um baixo controlo sobre o comportamento de uma pessoa for uma característica da perturbação. Estes perigos surgem devido a uma imperfeita adaptação entre as questões que em última instância dizem respeito à lei e a informação contida no diagnóstico clínico. Na determinação de quando um sujeito está dentro de uma determinada norma legal específica (por exemplo. A inclusão de uma perturbação na Classificação (como na medicina em geral) não requer que se conheça a sua etiologia. O texto e os critérios incluídos no DSM-IV deverão ser reconsiderados à luz de novas informações. A utilização do DSM-IV em questões forenses deve ser acompanhada da informação de que se deve estar cônscio dos riscos e limitações que atrás referimos. competência. responsabilidade criminal ou incapacidade). Devemos chamar a atenção que o DSM-IV reflete um consenso sobre a classificação e diagnóstico das doenças mentais derivadas da publicação inicial. ou um «defeito mental». capacidades e diminuições das capacidades variam amplamente dentro de cada categoria diagnóstica que a indicação de um diagnóstico particular não implica um nível específico de diminuição da capacidade ou incapacidade. é geralmente necessária informação adicional para além da contida no diagnóstico do DSM-IV. Na maior parte das situações. uma «incapacidade mental». . isso não demonstra que um sujeito em particular é (ou foi) incapaz de controlar o seu comportamento num determinado momento. Novos conhecimentos gerados pela investigação ou pela experiência clínica levarão sem dúvida a uma compreensão acrescida das perturbações incluídas no DSM-IV. É precisamente porque incapacidades.XXIV Introdução utilizada ou mal interpretada. Isto pode incluir informação sobre incapacidades funcionais individuais e como estas incapacidades afetam aquelas capacidades particulares postas em questão. e tendo o diagnóstico feito. o diagnóstico clínico de uma perturbação mental do DSM-IV não é suficiente para estabelecer a existência para fins legais de uma «perturbação mental». o fato de uma apresentação individual estar conforme com os critérios de diagnóstico do DSM-IV não implica necessariamente um grau de controlo individual sobre os comportamentos que possam estar associados com a perturbação. a utilização de um sistema estabelecido de diagnóstico dá mais valor e credibilidade à tomada de decisão fornecendo um compêndio baseado na revisão de literatura clínica e de investigação pertinente. quando a presença de uma perturbação mental é necessária para uma decisão jurídica (por exemplo. A literatura relacionada com os diagnósticos também serve para verificar as especulações infundadas sobre as perturbações mentais e sobre o funcionamento de um sujeito em particular. os diagnósticos e as informações diagnósticas podem auxiliar as tomadas de posição. Considerações Étnicas e Culturais Foram feitos esforços especiais na preparação do DSM-IV para que não fosse esquecido o fato de que o manual será usado por populações de culturas diferentes tanto nos Estados Unidos como noutros países.Quando utilizados adequadamente. Finalmente. o DSM-IV pode facilitar a compreensão de características relevantes das perturbações mentais por parte dos magistrados. Foram convidados médicos para . homicídio involuntário). a informação diagnóstica respeitante à evolução longitudinal pode melhorar a tomada de decisão quando a saída legal diz respeito ao funcionamento mental do sujeito no passado ou no futuro. Por exemplo. perturbações depressivas caracterizadas pela preponderância de sintomas somáticos em vez de tristeza em certas culturas). certas práticas religiosas ou crenças (por exemplo. idiomas preferidos para descrever a ansiedade e a informação sobre a prevalência quando estiver disponível.Introdução XXV visitarem diariamente pessoas de diferentes grupos étnicos e culturais (incluindo muitos que são imigrantes recente ). as culturas em que primeiro foi descrito e uma breve descrição da psicopatologia. O segundo tipo de informação cultural fornece dados a «síndromes associadas à cultura» que foram descritas apenas numa. 2) foi introduzido no DSM-IV um apêndice de síndromes culturais (Apêndice I) que inclui o nome para a condição. A avaliação diagnóstica pode apresentar muitos desafios quando um clínico de um grupo cultural ou étnico usa a Classificação do DSM-IV para avaliar um sujeito de um grupo cultural ou étnico diferente. amok. 2) uma descrição das síndromes associadas à cultura que não foram incluídas na Classificação do DSM-IV (estas se encontram no Apêndice I). O DSM-IV fornece dois caminhos para aumentar o reconhecimento das síndromes culturais:1) algumas (por exemplo. Contudo. Um clínico não familiarizado com as nuances de um quadro de referência de um sujeito pode julgar incorretamente como psicopatologia as variações normais de comportamento. Por exemplo. . o DSM-IV inclui uma nova secção no texto para cobrir as características relacionadas com o meio cultural. Esta secção descreve os modos de apresentação (por exemplo. Para facilitar a aplicação a sujeitos de origens culturais e étnicas diferentes. ouvir ou ver um parente morto durante o funeral) pode ser erradamente diagnosticado como manifestações de uma Perturbação Psicótica. ataque de nervos) são incluídas como exemplos em categorias SOE. a evidência também sugere que os sintomas e a evolução de numerosas perturbações do DSM-IV são influenciadas por fatores culturais e étnicos. crença ou experiência que são próprias da cultura daquele sujeito. O DSM-IV inclui três tipos de informação especificamente relacionada com considerações culturais: 1) uma discussão no texto das variações culturais dos casos clínicos destas perturbações que foram incluídas na Classificação do DSM-IV. 3) um esboço da formulação cultural concebida para prestar assistência aos clínicos avaliando sistematicamente e relatando o impacte do contexto cultural dos sujeitos (também no Apêndice I). nos estilos de comunicação e nos mecanismos para lidar com os problemas. Aplicar os critérios de Perturbação da Personalidade em amostras culturais pode ser particularmente difícil devido à vasta variação cultural nos conceitos do Eu. sociedades em todo o mundo. ou em poucas. A ampla aceitação internacional do DSM sugere que esta classificação é útil na descrição das perturbações mentais tal com são experimentadas pelos sujeitos em todo o mundo. o clínico necessitará invariavelmente de informação adicional sobre a pessoa que está a ser avaliada além da que é necessária para obter o diagnóstico do DSM-IV. a inclusão de um glossário de síndromes culturais e a introdução de um esboço para formulação cultural foram concebidas para favorecer a aplicabilidade do DSM-IV entre várias culturas. Para formular um plano de tratamento adequado. . Espera-se que estas novas características aumentem a sensibilidade às variações como as perturbações mentais se podem exprimir em diferentes culturas e irá reduzir o possível efeito não pretendido de diminuir o desvio dos clínicos do seu próprio meio cultural.A introdução de uma secção específica de uma cultura no texto do DSM-IV. Utilização do DSM-IV no Plano de Tratamento Fazer um diagnóstico de acordo com o DSM-IV é apenas o primeiro passo para uma avaliação abrangente. seguidas pela Classificação do DSM-IV (pp. sendo fiel ao original. «desorder»). denotando uma mudança de estado com alteração das condições de equilíbrio.1). mas sem as conotações sociais negativas de «distúrbio». o termo «perturbação» já tinha substituído o de «distúrbio» (em inglês. contemplasse de um modo rigoroso o uso da nomenclatura psiquiátrica no português europeu. texto que já refletia algumas críticas formuladas relativamente à tradução portuguesa da edição anterior. Uma grande parte destes elementos tinha colaborado na tradução do DSM-III-R. Por exemplo. O termo estado físico geral é usado apenas como um método «estenográfico» adequado para referir condições e perturbações listadas fora do capítulo das «Perturbações Mentais e de Comportamento» da ICD. como Barahona Fernandes (em reuniões com os seus colaboradores). Finalmente. Organização do Manual O manual começa com instruções respeitantes ao uso do manual (p. o DSMIV inclui 10 apêndices. Prefácio à Edição Portuguesa A tradução portuguesa da IV edição do Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV) foi o resultado dos esforços de um grupo de tradutores. designação que fora objeto de críticas por parte de psicopatologistas. 37-705). que fornece uma listagem sistemática dos códigos e categorias oficiais. que as perturbações mentais não estão relacionadas com fatores ou processos físicos ou biológicos ou que os estados físicos gerais não estão relacionados com fatores ou processos comportamentais ou psicossociais. Segue-se-lhe os critérios de diagnóstico para cada perturbação do DSMIV acompanhada pelo texto descritivo (pp. O termo perturbação mental é explicado abaixo. a designação «perturbação» possui um campo semântico mais vasto. Em seguida vem a descrição do sistema multiaxial do DSM-IV para diagnóstico (pp. Este exemplo reflete a preocupação em utilizar . 25-35). Deveríamos reconhecer que estes são meros termos de conveniência e não devem ser considerados como implicando que há qualquer distinção fundamental entre perturbações mentais e estados físicos gerais. Efetivamente.13-24).XXVI Introdução Distinção entre Perturbação Mental e Estado Físico Geral Os termos perturbação mental e estado físico geral são utilizados ao longo de todo o manual. cujo objetivo foi o de fornecer aos leitores um texto que. Por um lado. Mas.psicodinâmicas. sociais e biológicas . O manual de diagnóstico DSM-III (1980) pode ser considerado como a primeira tentativa sistemática de recuperar a pureza da descrição. utilizados por psiquiatras de tendências diversas . comportamentais. Este movimento resulta da situação anterior. que só se consubstancia face ao doente concreto. que forneça um quadro de referência lato. para além das divergências teóricas tornou-se evidente a necessidade de uniformizar o diagnóstico. por . Este é também o espírito da nomenclatura utilizada nos manuais americanos de diagnóstico. tem raízes na psiquiatria européia. de lhe conceder rigor e validade e de torná-lo público e repetível. variadas designações para a mesma perturbação tinham origem em pressupostos etiológicos ou etiopatogênicos. e que determina uma descrição sem teorias preestabelecidas. nomeadamente psicofarmacológicos. O crescente pragmatismo da escola americana resultou de influências que vão desde o imperativo do rigor científico às pressões econômicas e sociais. na qual. o avanço dos tratamentos.uma terminologia com raízes na tradição clínica. a quantificação e operacionalização dos critérios foi objeto de contestação e crítica por parte de psiquiatras oriundos da escola européia. sem preconceitos teóricos. posteriores ao DSM-II e. Na tradição da visão iniciada por Pinel e Esquirol a primazia da observação sobre qualquer perspectiva teórica é o elemento primário da aproximação clínica.apesar da orientação clínico-descritiva dos manuais de diagnóstico e classificação americanos. ironicamente. exigiu um diagnóstico rigoroso e objetivável para avaliação da sua eficácia. No entanto. a possibilidade de comprovação de um diagnóstico é condição necessária para o funcionamento dos mecanismos institucionais. Esperemos que num futuro próximo seja possível implementar um único sistema de classificação. Ao espírito europeu (sobretudo da escola francófona e da fenomenologia descritiva de influência germânica) pode desagradar o excesso de quantificação. para as instâncias econômicas e jurídicas nos EUA. mas acabou por ser unanimemente reconhecida a sua importância como um marco histórico. A aproximação cada vez maior entre o sistema de classificação americano (DSM-IV) e o internacional (ICD-10) é o reflexo da necessidade de comunicação. implícita neste reconhecimento.outro. terá de existir também um esforço concertado entre os psiquiatras de língua portuguesa. que apesar disso respeite as especificidades culturais. Professora Doutora Maria Luísa Figueira . de modo a uniformizar ou manter diversificada a terminologia psiquiátrica do português nas variantes européia e brasileira. 01 Demência Tipo Alzheimer. Pelo contrário. a Perturbação Delirante inclui distintos tipos de acordo com o conteúdo das idéias delirantes. A codificação dos diagnósticos facilita a recolha de dados e a recuperação e recompilação de informação estatística. com Início Precoce. de Grandiosidade.13-24). Por exemplo. Os subtipos (alguns dos quais se codificam mediante um quinto dígito) e as especificações pretendem incrementar a especificidade. os subtipos definem subgrupos fenomenológicos mutuamente exclusivos e indicam-se no conjunto dos critérios mediante as palavras «especificar o tipo». Deficiência Mental. de Ciúme. também se requer dos códigos que facilitem a comunicação de dados de diagnóstico a terceiras partes interessadas. Concretamente os tipos são sete: Erotomaníaco. 3) acompanhando o conjunto de critérios para cada perturbação. as especificações não pretendem ser mutuamente exclusivas e estão indicadas no conjunto dos critérios pelas palavras «especificar» ou «especificar se» (por exemplo. incluindo instituições governamentais.página 1 Uso do Manual Procedimentos de Codificação e de Recolha da Informação Códigos de Diagnóstico Muitas perturbações do DSM-IV têm um código de diagnóstico que aparece várias vezes:1) precedendo o número da perturbação na Classificação (pp. e que partilham certas características (por exemplo. Dentro de um diagnóstico. A utilização de códigos de diagnóstico é fundamental para a recolha de informação médica. Persecutório. Misto e Sem Especificação. foram as designações do DSM-III-R para as perturbações. as instruções assinalam «especificar se: Generalizada»). Perturbação Depressiva Major com Sintomas Melancólicos). Ainda que por vezes se utilize um quarto ou quinto dígito para codificar um subtipo ou uma especificação (por exemplo. com . Perturbação do Humor Induzida por Substâncias) o código adequado depende de uma especificação posterior e está listado depois do texto e do conjunto de critérios para a perturbação. As especificações permitem definir subgrupos mais homogêneos de indivíduos afetados por uma perturbação. na Fobia Social. seguradoras privadas e a Organização Mundial de Saúde. Somático. Com freqüência. 2) no início da secção de texto para cada perturbação. Para alguns diagnósticos (por exemplo. Os nomes de algumas perturbações são seguidos por termos alternativos entre parêntesis. os quais. em muitos casos. F00. podem aplicar-se as seguintes especificações indicadoras da gravidade e curso evolutivo: Ligeiro. Ao decidir se a apresentação da perturbação deve ser descrita como Ligeira. Uma vez estabelecido o diagnóstico. Grave. mas no entanto. Na maior parte das perturbações há que utilizar as seguintes diretrizes: Ligeira. ou distintos sintomas que são particularmente graves. Em Remissão Parcial. Episódio Único. por exemplo num indivíduo com episódios anteriores de Perturbação Bipolar em que permaneceram os sintomas durante os últimos três anos sob tratamento com lítio. Em Remissão Parcial Em Remissão Total e História Anterior. Os sintomas não dão lugar senão a um ligeiro déficit da atividade social ou laboral. Em Remissão Total. São poucos ou nenhuns os sintomas que excedem os requeridos para formular o diagnóstico. Especificações da Gravidade e Evolução Habitualmente. Generalizada). Moderada.Alucinações [290. Existem sintomas de déficit funcional situado entre «Ligeiro» e «Grave». mas atualmente só permanecem alguns dos seus sintomas ou sinais. As especificações Ligeiro.12]) ou a gravidade (F32. Moderada ou Grave. Ligeira [29621]). Moderado e Grave. o clínico pode . Já não existe nenhum sintoma ou sinal de perturbação. dos quais o indivíduo já esteja recuperado. Moderado e Grave só devem utilizar-se quando a perturbação preencha no momento presente todos os critérios. o diagnóstico do DSM-IV aplica-se a manifestações atuais do sujeito e não costuma utilizar-se para denotar diagnósticos anteriores. é relevante de um ponto de vista clínico ter em conta a referida perturbação. o clínico deve ter em conta o número e a intensidade dos sinais e sintomas da perturbação em questão. Após um período de tempo em completa remissão. ou os sintomas dão lugar a um considerável déficit da atividade social ou laboral.0 Perturbação Depressiva Major. a maioria dos subtipos e as especificações incluídas no DSM-IV não puderam ser codificadas e só são indicadas mediante a inclusão do subtipo ou da especificação depois da designação da perturbação (por exemplo. assim como qualquer irregularidade na atividade laboral ou social. Fobia Social. Detectam-se vários sintomas que excedem os requeridos para formular o diagnóstico. No passado preencheram-se todos os critérios da perturbação. Episódio Maníaco e Episódio Depressivo Major. Perturbação da Ansiedade de Separação. em Remissão Total: Episódio Maníaco. o lapso de tempo decorrido desde o último período patológico. Episódio Depressivo Major e Dependência de Substâncias. Em determinados casos pode ser útil reconstituir a história dos critérios preenchidos pela perturbação. . São várias as perturbações que contam com critérios específicos para as definir como Ligeiras. Perturbação do Comportamento. a duração total da perturbação. História Anterior aplicável a um sujeito com uma história de ansiedade por separação que na atualidade não sofre qualquer perturbação ou que agora satisfaz os critérios de Perturbação de Pânico). Estes diagnósticos anteriores de uma perturbação mental devem indicar-se utilizando a especificação História Anterior (por exemplo. Moderadas e Graves: Deficiência Mental. incluindo a evolução característica da perturbação. ainda que o sujeito esteja recuperado na atualidade. A diferenciação de Em Remissão Total requer a consideração de distintos fatores. Outras possuem critérios específicos para defini-las em Remissão Parcial.considerar que o sujeito está recuperado e em conseqüência não codificar a perturbação como um diagnóstico atual. História Anterior. a necessidade de avaliação persistente ou de tratamento profilático. depois de se estudar o caso. × Se se opina que os sintomas não são clinicamente significativos. que. No ambulatório. Existem as seguintes opções: × Se se admite que os sintomas constituem um novo episódio de uma perturbação recorrente. especialmente em situações de «duplo diagnóstico» (um diagnóstico relacionado com substâncias. como Dependência de . Com freqüência é difícil (e algo arbitrário) determinar que diagnóstico é o principal ou o motivo da consulta. desenvolvam certos sintomas que sugerem uma recidiva da sua perturbação original. A melhor forma de indicar a presença destes sintomas é uma questão de juízo clínico. Diagnóstico Principal/ Motivo da Consulta Quando numa hospitalização se estabelece mais do que um diagnóstico a um sujeito. mas no entanto não preencham as exigências diagnósticas especificadas na tabela de critérios. se considerava a principal responsável pelo internamento. não há que juntar nenhum diagnóstico atual ou provisório. mas pode anotar-se «História Anterior» (ver p.Uso do Manual página 3 Recidiva Na prática clínica é freqüente que os sujeitos após um período de tempo em que já não se preenchem todos os critérios da perturbação (por exemplo. × Se se considera que os sintomas são clinicamente significativos mas não é claro que constitua uma recidiva da perturbação original. o motivo da consulta é a perturbação que justifica em primeiro lugar a assistência médica ambulatória recebida durante a visita. a referida perturbação pode diagnosticar-se como atual (ou provisória) ainda antes de ter preenchido todos os critérios (por exemplo. depois de ter preenchido os critérios de Episódio Depressivo Major durante apenas 10 dias em lugar dos 14 usualmente requeridos). o diagnóstico principal corresponderá ao da perturbação. quando a um sujeito se aplica mais do que um diagnóstico. em remissões ou recuperações parciais ou totais). Na maior parte dos casos o diagnóstico ou o motivo da consulta constituem também o principal objeto de atenção ou tratamento. 2). pode usar-se a categoria sem outra especificação. com uma categoria Sem Outra Especificação (SOE) e algumas classes. é impossível que a classificação diagnóstica abarque qualquer situação possível. As restantes perturbações ordenam-se segundo o objetivo assistencial e terapêutico. O termo provisório também se emprega naquelas situações em que o diagnóstico diferencial depende exclusivamente da duração da doença. como Esquizofrenia). em . um sujeito parece sofrer de uma perturbação depressiva major. 35) ou não axial (ver p. supor-se-á que o diagnóstico principal ou o motivo da visita radicará no Eixo I a menos que o diagnóstico do Eixo II venha seguido da expressão «(Diagnóstico Principal)» ou «(Motivo da Consulta)». Quando uma pessoa tem diagnósticos tanto no Eixo I como no Eixo II. Quando o diagnóstico principal corresponde a uma perturbação do Eixo I. Por exemplo. este indica-se em primeiro lugar. acompanhado por um diagnóstico não relacionado com substâncias. mas não se dispõe de informação suficiente para formular um diagnóstico seguro. mas não é possível obter uma história adequada que permita estabelecer que se preenchem página 4 Uso do Manual todos os critérios. 35). pode não ser claro qual o diagnóstico que deva ser considerado «principal» no caso de uma pessoa hospitalizada por esquizofrenia e intoxicação por anfetaminas. pelo menos. Por exemplo. Por exemplo. Os diagnósticos múltiplos podem formular-se sob a forma multiaxial (ver p. visto que cada uma destas perturbações poderia ter contribuído igualmente para a necessidade de internamento e tratamento. Por esta razão cada classe de diagnóstico conta. Diagnóstico Provisório Quando existe uma clara suspeita de que todos os critérios para uma perturbação estão preenchidos em última instância. em tal caso pode utilizar-se a especificação provisório. Utilização de Categorias Sem Outra Especificação Dada a diversidade das apresentações clínicas. O clínico pode indicar a incerteza diagnóstica anotando «(Provisório)» depois do diagnóstico. um diagnóstico de Perturbação Esquizofreniforme requer uma duração inferior a seis meses e só pode formular-se se foi estabelecido antes da remissão.Anfetaminas. mas não tem informação suficiente para diagnosticar um Perturbação Psicótica específica). São quatro as situações em que pode estar indicado formular um diagnóstico SOE: ×A apresentação do quadro coincide com as diretrizes gerais específicas de uma perturbação mental na classe diagnóstica correspondente. mas a sintomatologia não preenche os critérios de nenhuma das perturbações específicas. por exemplo. Comportamento Anti-Social do adulto. Isto acontece quando os sintomas se situam abaixo do limiar de diagnóstico próprio de uma das perturbações específicas ou quando se produz uma apresentação atípica ou mista. Os critérios de investigação para alguns destes padrões sintomáticos foram incluídos no Apêndice B («Proposta de Categorias Diagnósticas que Necessitam de Estudo»). × A etiologia é incerta (por exemplo.9] formular qualquer juízo . em cujo caso se faz constar a página do Apêndice B que inclui os critérios de investigação que se sugerem. mas existe informação suficiente para a incluir numa classe diagnóstica concreta (por exemplo.particular. o clínico determina que o sujeito tem sintomas psicóticos. Problema Escolar. foi induzida por uma substância ou é primária) × Não há oportunidade para uma recolha completa de dados (por exemplo. incluem várias SOE. mas dá lugar a déficit ou mal-estar clinicamente significativos. se a perturbação se deve a um estado físico geral. Modos de Indicar a Incerteza Diagnóstica A tabela seguinte indica os modos distintos em que o clínico pode indicar incerteza diagnóstica: Termo Exemplos de situações clínicas Códigos Z (e Outras Condições que Informação insuficiente Podem Ser Foco de Atenção para se saber se o Clínica) problema que se manifesta é atribuível ou não a uma perturbação mental. em situações de urgência) ou a informação é incoerente ou contraditória. R69 Diagnóstico ou Perturbação Informação inadequada para citado no Eixo I [799. × A apresentação do quadro constitui um padrão sintomático que não foi incluído na Classificação DSM-IV. diagnóstico sobre um diagnóstico ou estado do Eixo I. R46.8 Diagnóstico usado no Eixo II [799.9] Informação inadequada para formular qualquer juízo diagnóstico sobre um diagnóstico do Eixo II . . mas não é possível uma maior especificação [Classe da perturbação] Não Dispõe-se de informação Especificado.Termo Exemplos de situações clínicas Dispõe-se de informação suficiente para excluir uma perturbação psicótica mas não é possível uma maior especificação R99 Perturbação Mental Sem Especificação (não psicótica) [300. por exemplo suficiente para indicar a Perturbação Depressiva Sem classe da perturbação.. mas o clínico deseja indicar um grau significativo de incerteza diagnóstica Critérios de Uso Freqüente Critérios Utilizados para Excluir Outros Diagnósticos e Sugerir Diagnósticos Diferenciais A maior parte dos critérios apresentados neste manual incluem critérios de exclusão necessários para estabelecer limites entre perturbações distintas e para clarificar diagnósticos diferenciais. mas Outra Especificação não é possível uma maior especificação. seja porque as características clínicas da perturbação não preenchem os critérios das categorias especificadas desta classe [Diagnóstico específico] Dispõe-se de informação (provisório). seja porque não há suficiente informação para formular um diagnóstico mais específico.9) suficiente para determinar a presença de uma perturbação psicótica.» Utiliza-se .9] F29 Perturbação Psicótica Dispõe-se de uma informação Sem Outra Especificação (298. por exemplo suficiente para formular Perturbação Esquizofreniforme um diagnóstico de (Provisória) «trabalho». Os diversos termos utilizados para descrever os critérios de exclusão ao longo do DSM-IV refletem os diferentes tipos de relações possíveis entre as perturbações: × «Nunca foram preenchidos os critérios para. .. Por exemplo. Nestes casos deve . O clínico deve considerar os períodos de página 6 Uso do Manual remissão parcial como uma parte da «evolução de outra perturbação» Deve ter-se em conta que o diagnóstico excluído pode atribuir-se naquelas ocasiões em que ocorre independentemente (por exemplo.» Utiliza-se este critério de exclusão a fim de estabelecer uma hierarquia entre perturbações (ou subtipos) definidos transversalmente.. uma medicação) ou a um estado físico geral. só pode diagnosticar-se uma Perturbação Depressiva Major depois de se terem excluído etiologias baseadas no abuso de substâncias ou um estado físico geral).. × «Não aparece exclusivamente no decurso de. não se diagnostica separadamente uma demência se aparece apenas durante um delirium. não se diagnostica separado de uma Bulimia Nervosa se aparece apenas durante um episódio de Anorexia Nervosa.» Utiliza-se este critério de exclusão para indicar que as perturbações mencionadas no conjunto de critérios devem ser tidas em conta no diagnóstico diferencial da psicopatologia em questão..» Utiliza-se este critério de exclusão para indicar que se deve considerar e excluir uma etiologia médica geral ou induzida por substâncias antes de diagnosticar a perturbação (por exemplo. pelo que deve ser substituído por um diagnóstico de Perturbação Bipolar I. quando a perturbação excluída está em remissão total). Por exemplo.» Este critério de exclusão evita que uma perturbação seja diagnosticada quando a sua apresentação sintomática só se produza durante a evolução de outra perturbação. a especificação «Com Sintomas Melancólicos» tem prioridade sobre «Com Sintomas Atípicos» ao descrever o Episódio Depressivo Major atual. × «Não se deve a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. × «Não é mais bem explicada por. e que em casos-limite será necessário o juízo clínico para determinar que perturbação dá lugar ao diagnóstico mais adequado. uma substância psicoativa. × «Não preenche os critérios para. este critério de exclusão utiliza-se em situações associadas a um subconjunto dos sintomas de perturbação principal. Por exemplo. Normalmente.este critério de exclusão para definir uma hierarquia entre perturbações ao longo da vida. um diagnóstico de Perturbação Depressiva Major já não pode ser formulado uma vez que tenha ocorrido um Episódio Maníaco.. não se diagnostica separadamente uma Perturbação de Conversão se aparece apenas durante uma Perturbação de Somatização. Esquizofrenia) inclui entre os seus sintomas definidores (ou sintomas associados) os que são sintomas definidores de uma perturbação menos generalizada (por exemplo... dá-se prioridade ao diagnóstico primário correspondente aos mesmos sintomas (por exemplo... é difícil determinar se a sintomatologia observada foi induzida por uma substância. Perturbação de Pânico com Agorafobia inclui o critério «não é melhor explicado pela presença de fobia social»...».consultar-se a secção «Diagnóstico Diferencial» do texto correspondente às perturbações implicadas. × Quando uma perturbação generalizada (por exemplo. no conjunto de critérios de perturbação menos generalizada aparece um dos três seguintes critérios de exclusão.» × Quando existem limites diagnósticos diferenciais particularmente difíceis. no conjunto de critérios correspondentes à perturbação primária inclui-se um critério de exclusão com a frase «não se deve a efeitos fisiológicos diretos de.... Há três situações em que os critérios de exclusão já mencionados ajudam a estabelecer uma hierarquia diagnóstica (e evitam-se assim diagnósticos múltiplos) ou sublinhar considerações diagnósticas diferenciais (e assim afastar os diagnósticos múltiplos): × Quando uma Perturbação Mental Devida a Um Estado Físico Geral ou a uma Substância é responsável pelos sintomas. Perturbação Distímica). Por exemplo.» para indicar que se precisa do juízo clínico para determinar qual o diagnóstico mais adequado. se se trata da . e a Fobia Social inclui o critério «não se explica melhor pela presença de uma Perturbação de Pânico com Agorafobia» reconhecendo o fato de que neste caso existe uma fronteira particularmente difícil entre ambos os diagnósticos. «Não aparece exclusivamente no decurso de. Existe um acordo geral de que o DSM-IV deve permitir a atribuição de diagnósticos múltiplos naqueles quadros clínicos que preenchem os critérios de mais do que uma perturbação do DSM-IV.» «Não preenche os critérios para.». isto é. Em tais casos. indicando que só se diagnostica a perturbação mais generalizada: «Nunca se preenchem os critérios para. inclui-se a frase «não se explica melhor por. Perturbação do Humor Induzido por Cocaína é prioritário a Perturbação Depressiva Major). Nalguns casos ambos os diagnósticos são apropriados.. Critérios para Perturbações pela Utilização de Substâncias Com freqüência. conseqüência fisiológica direta de uma intoxicação ou abstinência de substâncias. a . Com a intenção de proporcionar alguma ajuda ao formular esta determinação. do uso de uma medicação ou da uma exposição a um tóxico. a duração ou quantidade da substância utilizada. em relação ao esperado dado o tipo. Os antecedentes. a exploração física e os dados laboratoriais demonstram que a perturbação é a conseqüência fisiológica de um . Critérios para Uma Perturbação Mental Devida a Um Estado Físico Geral Os critérios citados a seguir são necessários a fim de estabelecer a condição etiológica necessária de cada uma das Perturbações Mentais Devidas a Um Estado Físico Geral (por exemplo. cerca de um mês) depois de ter cessado a abstinência aguda ou a intoxicação grave.Uso do Manual página 7 cada uma das perturbações pela utilização de substâncias juntam-se os dois critérios que se reproduzem mais à frente. A perturbação não é mais bem explicada pela presença de uma perturbação que não foi induzida por substâncias. resultam excessivos. ou durante o mês a seguir. ou há outras provas que sugerem a existência de uma perturbação independente não induzida por substâncias (por exemplo. mas que permitem ao mesmo tempo em que o juízo clínico intervenha para determinar se os sintomas presentes são ou não melhor explicados por os efeitos fisiológicos diretos da substância em causa. Para uma análise mais extensa deste tema. Perturbação do Estado de Humor Devido a Hipotireoidismo). (2) a medicação utilizada está relacionada etiologicamente com a perturbação. os sintomas persistem durante um período substancial de tempo (por exemplo. B. história de episódios recorrentes não relacionados com substâncias).196).Partindo dos antecedentes. C. As provas de que os sintomas se explicam melhor por uma perturbação não induzida por substâncias podem ser as seguintes: os sintomas precedem o início da utilização de substâncias (ou o uso da medicação). ver p. da exploração física ou dos dados laboratoriais. ou melhor.169. Para uma melhor análise deste tema (ver p. existem provas de (1) e (2): (1) os sintomas aparecem no decurso de uma intoxicação ou abstinência de substâncias. Entende-se que estes critérios proporcionam diretrizes gerais. Avaliar se esse critério é preenchido. as tabelas de critérios da maioria das perturbações incluem um critério de significação clínica (usualmente. Para destacar a importância deste fato. laboral ou noutras áreas importantes da atividade do sujeito»). especialmente em termos de atividade. é necessário basear-se em informações sobre a atividade do sujeito junto da família e de terceiras pessoas (para além dos antecedentes do indivíduo). constitui um juízo clínico intrinsecamente difícil. Critérios de Significação Clinica A definição de perturbação mental que consta na introdução do DSM-IV requer que haja déficit ou mal-estar clinicamente significativos. Este critério ajuda a estabelecer o limiar para o diagnóstico de uma perturbação em casos em que a sua apresentação sintomática (particularmente nas suas formas mais leve ) não é inerentemente patológica e pode dar-se em indivíduos em quem seria inadequado um diagnóstico de «perturbação mental». Frequentemente.estado físico geral. . diz-se «causa mal-estar ou déficit clinicamente significativos na atividade social. mas resultaram insuficientemente sensíveis ou específicas para fazer parte do conjunto final de critérios. Nalguns casos estas características foram propostas para serem incluídas como possíveis critérios de diagnóstico. Idade e Gênero». Inclui também instruções para aplicar quaisquer subtipos e ou especificações adequadas.8 Uso do Manual Tipos de Informação Que Aparecem no Texto do DSM-IV O texto do DSM-IV descreve cada perturbação sob as seguintes epígrafes «Características de Diagnóstico». também se . «Evolução». Esta secção inclui certas características clínicas que se associam frequentemente à perturbação. coincidem ou são conseqüência da perturbação em causa (por exemplo. «Padrão Familiar» e «Diagnóstico Diferencial». Nesta mesma secção também se incluem outras perturbações mentais associadas. Especifica-se (quando se sabe) se certas perturbações precedem. quando várias perturbações específicas de um grupo de perturbações partilham características comuns. Esta secção proporciona definições e análises breves referentes aos subtipos e ou especificações aplicáveis. «Subtipos e/ou Especificações» «Procedimentos de Registro». Quando se dispõe da informação. Subtipos e ou Especificações. Características de Diagnóstico. Esta secção traz diretrizes para registrar o número da perturbação e selecionar e registrar os códigos diagnósticos ICD-9-MC adequados. uma Demência Persistente Induzida pelo Álcool é uma conseqüência de uma Dependência Crônica do Álcool). com a perturbação que está sendo analisada. Esta secção clarifica os critérios diagnósticos e podem ser dados exemplos ilustrativos. Quando não há informação sobre estas secções. Procedimentos de Registro e Tipificação. Sintomas e Perturbações Associados. mas não são consideradas essenciais para formular o diagnóstico. Nalguns casos. «Características Específicas da Cultura. Esta secção pode dividir-se em três partes : Características descritivas e perturbações mentais associadas. esta informação inclui-se na informação geral do grupo. «Prevalência». «Características e Perturbações Associadas». não se incluem no texto. coincide com. Esta secção fornece ao clínico diretrizes sobre variantes distintas da apresentação da perturbação que podem atribuir-se à situação cultural e ao estádio do desenvolvimento (por exemplo. Esta secção proporciona informação de três tipos de dados laboratoriais que podem associar-se à perturbação:1) aqueles dados laboratoriais associados que não se consideram «diagnósticos». Esta secção inclui informações acerca de sintomas recolhidos na história ou dados observados durante a exploração física que podem ter significação diagnóstica mas que não são essenciais para o diagnóstico. proporção por sexos). Idade e Gênero. Uso do Manual 9 especifica-se. incidência e risco ao longo da vida. Também se incluem aquelas perturbações que se codificam à margem do capítulo da ICD dedicado a «perturbações mentais e do comportamento» mas que se associam à perturbação em estudo. cuidados primários. desequilíbrios eletrolíticos em indivíduos com Anorexia Nervosa. dados polissonográficos em algumas perturbações do sono. Prevalência. uma corrosão dental numa Bulimia Nervosa. primeira e segunda infâncias. volume ventricular na tomografia computadorizada como validador do construto de esquizofrenia e 3) aqueles dados laboratoriais que se associam às complicações de uma perturbação. Do mesmo modo. Esta secção proporciona os dados disponíveis sobre a prevalência atual e ao longo da vida. é uma conseqüência de) por exemplo. 2) aqueles dados de laboratório associados que não se consideram diagnósticos da perturbação.inclui nesta secção informação sobre fatores predisponentes e complicações. a idade e a cultura (por exemplo. adolescência. velhice) ou o sexo do sujeito. maturidade. comunidade. consultas externas de clínicas de saúde mental e . mas que foram considerados anormais em grupos de indivíduos atingidos pela perturbação em comparação com sujeitos do grupo de controlo. que para as perturbações mentais associadas. Estes dados são fornecidos em relação com diferentes situações (por exemplo. por exemplo. uma cirrose é uma conseqüência da Dependência do Álcool. se se conhece o tipo de associação (por exemplo. por exemplo. Sintomas Dependentes da Cultura. por exemplo. por exemplo. × Dados laboratoriais. precede. Esta secção também inclui informação sobre as taxas de prevalência diferenciais relacionadas com o sexo. × Dados da exploração física e estados físicos associados. que descreve a tendência geral da perturbação ao longo do tempo (por exemplo. Perturbações do Humor. episódio único versus recorrente. e progressão. Aliás não é raro que a infância e a adolescência sejam a idade de início de diferentes perturbações incluídas noutras secções (por exemplo. duração. Embora as perturbações incluídas nesta secção possam manifestar-se pela primeira vez durante a infância e a adolescência. Perturbação Depressiva Major. Perturbações Induzidas por Substâncias. Por conseguinte. Padrão Familiar. Esta secção descreve os padrões típicos de apresentação e evolução da perturbação ao longo do tempo. Esta secção descreve dados acerca da freqüência da perturbação entre parentes biológicos de primeiro grau comparando-os com a freqüência na população em geral. alguns sujeitos diagnosticados com estas perturbações que aparecem na secção mencionada (por exemplo. Perturbação da Ansiedade Generalizada). Também indica outras perturbações que tendem a aparecer mais freqüentemente nos membros da família de quem sofre a perturbação em questão. que caracteriza a longitude típica da doença e os seus episódios. Contém informação sobre a idade de inicio e o modo de inicio (por exemplo. A primeira secção está dedicada a «Perturbações com Início Habitual na Primeira e na Segunda Infâncias e Adolescência». Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção) podem não ser objeto de atenção clínica até à idade adulta. súbito ou insidioso) típicos da perturbação. melhor). Perturbações da Ansiedade) e uma secção adicional denominada «Outros Problemas Que Podem Ser Foco de Atenção Clínica». evolução episódica versus continua. estável.estabelecimentos de hospitalização psiquiátrica) quando se dispõe de tal informação. pior. Esta divisão da classificação de acordo com a idade da apresentação de uma perturbação só está colocada por razões de conveniência e não é absoluta. Diagnóstico Diferencial. Esquizofrenia. Esta secção discute como diferenciar esta perturbação de outras perturbações que têm características de apresentação semelhantes. Evolução. os clínicos que trabalham predominantemente com crianças e adolescentes de- . Plano de Organização do DSM-IV As perturbações DSM-IV estão agrupadas em 16 classes diagnósticas principais (por exemplo. .vem familiarizar-se com este manual e ainda que trabalhem primordialmente com adultos devem familiarizar-se com esta secção. o texto e os critérios de Perturbação do Humor Induzido por Substâncias e Perturbação do Humor Devido a Um Estado Físico Geral foram incluídos na secção «Perturbações do Humor». O termo «Perturbações Mentais Orgânicas» já não se usa no DSM-IV. e «Perturbações Relacionadas com Substâncias» . as causas de um estado de humor depressivo relacionadas com substâncias devem separar-se antes de fazer um diagnóstico de Perturbação Depressiva Major).10 Uso do Manual As três secções seguintes «Delirium Demência. dada a sua prioridade no diagnóstico diferencial (por exemplo. «Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral». O princípio organizativo das restantes secções (exceto as Perturbações da Adaptação) consiste em agrupar as perturbações em função das suas características fenomenológicas a fim de facilitar o diagnóstico diferencial.Perturbação da Adaptação com Ansiedade. dado que implica incorretamente que outras perturbações mentais que aparecem no manual carecem de base biológica. Por conseguinte as Perturbações da Adaptação incluem uma ampla variedade de apresentações clínicas heterogêneas (por exemplo. Por exemplo. Por fim. A secção Perturbações da Adaptação está organizada de modo diferente dado que tais perturbações foram agrupadas em função da sua etiologia comum (reação de inadaptação ao stress). embora o texto e os critérios correspondentes a estas perturbações se situem nas secções diagnósticas correspondentes às perturbações com as quais partilham a fenomenologia. Perturbação da Adaptação com Perturbação do Comportamento). estas secções situam-se no manual antes das restantes perturbações. O DSM-IV inclui 10 apêndices: Apêndice A: Árvores de Decisão para o Diagnóstico Diferencial.foram agrupadas conjuntamente no DSM-III-R sob o título unitário de «Síndromes e Perturbações Mentais Orgânicas». o DSM-IV inclui uma secção dedicada a «Outros Problemas Que Podem Ser Foco de Atenção Clínica». Este apêndice contém seis árvores de decisão (para Perturbações . Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas». Para facilitar o diagnóstico diferencial nestas secções aparecem listas completas de Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral e Perturbações Relacionadas com Substâncias. Assim como no DSM-III-R. Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo. Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos e Tremor Postural Induzido por Medicamentos. assim como na compreensão da estrutura hierárquica da classificação do DSM-IV. . Este apêndice contém uma série de proposições sugeridas para a sua possível inclusão no DSM-IV. Perturbação Neurocognitiva Ligeira. Apêndice B: Critérios e Eixos Propostos para Estudos Posteriores. Perturbação por Transe Dissociativo. Perturbação Depressiva Breve Recidivante. Perturbação Passivo-Agressiva da Personalidade. Perturbações Psicóticas. O seu objetivo reside em ajudar o clínico no diagnóstico diferencial. Perturbação Depressiva Menor. Foi trazida uma série de textos breves e de critérios de investigação relacionados com as seguintes perturbações: Perturbação Pós-Comicial. incluíram-se algumas descrições dimensionais alternativas de Esquizofrenia e um Critério B alternativo para Perturbação Distímica. Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos. Perturbações da Ansiedade e Perturbações Somatoformes). Perturbação Depressiva Pós-Psicótica na Esquizofrenia. Perturbação de Ingestão Compulsiva. Perturbação Disfórica Pré-Menstrual. Perturbação Deteriorante Simples. Perturbação Depressiva da Personalidade. três eixos propostos: Escala de Mecanismos de Defesa. Perturbações Induzidas por Substâncias. Perturbação Factícia por Poderes. Perturbação Mista Ansiosa e Depressiva. Perturbações do Humor. Finalmente.Mentais Devidas a Um Estado Físico Geral. Escala de Avaliação Global da Atividade Relacional ( EAGAR) e Escala de Avaliação da Atividade Social e Laboral (EAASL). Abstinência de Cafeína. Além disso. Foram incluídos para facilitar a seleção de códigos de diagnóstico. Esta apêndice enumera os nomes dos assessores e participantes nas experiências de campo. Este apêndice enumera as perturbações DSM-IV (com os seus códigos ICD-10) em ordem numérica. Este apêndice está dividido em duas secções. Este apêndice lista as perturbações e condições do DSM-IV (com os seus códigos ICD-10) por ordem alfabética. A versão standard do DSM-IV publicada nos Estados Unidos continuará a usar os códigos de diagnóstico ICD-9-CM até que o Governo americano converta a ICD-9-CM em ICD-10. Este apêndice contém a Classificação completa do DSM-IV com os códigos ICD-9 para os indivíduos em países que continuam a usar a ICD-9 como sistema de codificação oficial. o que só deverá verificar-se depois do ano 2000. a partir de DSM-III-R. Apêndice J: Colaboradores do DSM-IV. Apêndice I: Guia para a Formulação Cultural e Glossário das Síndromes Associadas à Cultura. . Apêndice D: Índice de Modificações do DSM IV. Este apêndice contém um glossário de definições de termos selecionados para ajudar os utilizadores do manual na aplicação das tabelas de critérios. Este apêndice contém a classificação completa do DSM-IV com os códigos ICD-9-CM para os indivíduos em países que continuam a usar a ICD-9-CM como sistema de codificação oficial.Uso do Manual 11 Apêndice C: Glossário de Termos Técnicos. segundo o código. Apêndice H: Classificação DSM-IV com Códigos ICD-9-CM. Este apêndice indica as principais mudanças que. Foram incluídos para facilitar o registro de termos diagnósticos. A primeira proporciona um esquema para a formulação cultural a fim de ajudar o clínico a avaliar e informar sistematicamente o que se refere ao impacte do contexto cultural sobre o sujeito concreto. foram incluídas nos termos e categorias do DSM-IV. Apêndice F: Índice Numérico de Diagnósticos e Códigos DSM-IV. A segunda secção é um glossário de síndromes associadas à cultura. Apêndice G: Classificação DSM-IV com Códigos ICD-9. Apêndice E: Índice Alfabético de Diagnósticos e Códigos do DSM-IV. 9 Deficiência Mental Grave (41) F73.9 Deficiência Mental Moderada (41 ) F72.0 Delirium Secundário a Hipotireoidismo). As reticências (. deve-se anotar a seguinte especificação: Em Remissão Parcial Em Remissão Completa História Anterior Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência (37) DEFICIÊNCIA MENTAL (39) Nota: Estão codificados no Eixo 11 F70. Classificação do DSM-IV com Códigos ICD-10 SOE = Sem Outra Especificação Um x no código de diagnóstico significa que há necessidade de acrescentar um número de código específico. 293.9 Deficiência Mental. Gravidade Não Especificada (42) PERTURBAÇÕES DA APRENDIZAGEM (47) . deve-se especificar uma das seguintes categorias de gravidade após o diagnóstico: Ligeiro Moderado Grave Se já não se encontram presentes os critérios de diagnóstico.) são usadas nos nomes de algumas perturbações para indicar que o nome de uma perturbação mental específica ou estado físico geral deve ser acrescentado a quando do registro do nome (por exemplo.junto com outras pessoas e organizações que contribuíram para a realização do DSM-IV.. Se os critérios de diagnóstico são comummente encontrados.9 Deficiência Mental Profunda (42) F79.9 Deficiência Mental Ligeira (41) F71.. Os números entre parêntesis correspondem aos números das páginas. 1 Perturbação da Linguagem Expressiva (56) .F81.0 Perturbação da Leitura (49) F81.2 Perturbação do Cálculo (51) F81.8 Perturbação da Escrita(52) F81.9 Perturbação da Aprendizagem SOE (54) PERTURBAÇÕES DAS APTIDÕES MOTORAS F82 Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação (54) PERTURBAÇÕES DA CUMUNICAÇÃO (56) F80. 3 Perturbação de Oposição (94) F91.5 F80.8 Tipo Predominantemente Desatento F90.0 Tipo Misto F98.Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção (80) F90.2 Perturbação de La Tourette (104) F95.3 Pica (97) F98..9 Perturbação Disruptiva do Comportamento SOE (97) PERTURBÁÇÕES DA ALIMENTAÇÃO E DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR DA PRIMEIRA INFÂNCIA OU DO INÍCIO DA SEGUNDA INFÂNCIA (97) F98.3 Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância (75) F84.0 Tipo Predominantemente .5 Perturbação de Asperger (77) F84.0 Perturbação Autística (68) F84.2 Mericismo (99) F98.Hiperativo-Impulsivo F90.14 Classificação do DSM-IV com os códigos ICD-10 F80.9 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva Perturbação Fonológica (62) Gaguez (65) Perturbação da Comunicação SOE (67) PERTURBAÇÕES GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO (67) F84.8 Perturbação do Comportamento (88) Especificar o tipo: Tipo Início na Segunda Infância/Tipo Início na Adolescência F91.2 (59) F80.1 Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal (107) .9 Perturbação Global do Desenvolvimento SOE (80) PERTURBAÇÕES DISRUPTIVAS DO COMPORTAMENTO E DE DÉFICE DA ATENÇÃO (80) ---.0 F98.2 Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância SOE (101) PERTURBAÇÕES DE TIQUES (103) F95.9 Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção SOE (87) F91.2 Perturbação de Rett (73) F84. [Indicar o Estado Físico Geral (além do código F05.9 Perturbação de Tique SOE (109) PERTURBAÇÕES DA ELIMINAÇÃO (109) ---.0 Mutismo Eletivo (117) F94.x Perturbação Reativa de Vinculação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância (120) ..0 Perturbação de Tique Transitório (108) F95.0 Obstipação no Eixo 111). na Segunda Infância ou na Adolescência SOE (126) Delirium.1 quando sobreposto a Demência) (128) .1 Tipo Inibido .F95.1 Sem Obstipação nem Incontinência F98.0 Enurese (Não Secundária a estado Físico Geral) (111) Especificar tipo: Só Noturna/ Só Diurna/Diurna e Noturna OUTRAS PERTURBAÇÕES NA PRIMEIRA INFANCIA. Delirium por Intoxicação com Substância (referir códigos . NA SEGUNDA INFANCIA OU NA ADOLESCÊNCIA F93..0 Delirium secundário a.2 Tipo Desinibido F98..0 Perturbação de Ansiedade de Separação (113) Especificar: Início Precoce F94.Encoprese (109) R15 Com Obstipação e Incontinência (codifique também K59. F98.4 Perturbação de Movimentos Estereotipados (123) Especificar: Com Comportamento Auto-Agressivo F98.9 Outras Perturbações na Primeira Infância. Demência e Outras Perturbações Cognitivas (127) DELIRIUM (128) F05. 00 Não Complicada .03 Com Humor Depressivo Especificar: Com Perturbação do Comportamento F0l.10 Não Complicada .xx Demência do Tipo Alzheimer com Início Tardio (codificar também G30. Delirium de Abstinência (referir códigos específicos das Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias) (133) .83 Com Humor Depressivo Especificar: Com Perturbação do Comportamento F02.81 Com Atividade Delirante . no Eixo 111) (144) .O1 Com Atividade Delirante .02 Com Atividade Delirante .80 Não Complicada .2 Demência Secundária a Doença de Huntington (codificar também G10 Doença de Huntington no Eixo 111)(154) F02.0 Doença de Pick no Eixo 111) (154) F02.4 Demência Secundária a HIV (codificar também B22.0 Infecção por HIV com Encefalopatia no Eixo 111) (152) F02.9 Delirium SOE (137) DEMÊNCIA (137) FOO.0 Doença de Alzheimer.0 Doença de Alzheimer com Inicio Precoce no Eixo 111) (144) .0 Demência Secundária a Doença de Pick (codificar também G31. Delirium por Múltiplas Etiologias (codificar cada uma das etiologias especificas) (136) F05.15 Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 específicos das Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias) (131) .9 Traumatismo Intracraniano no Eixo 111) (153) F02.3 Demência Secundária a Traumatismo Craniano (codificar também 506. com Início Tardio. Eixo 111) (155) .xx Demência Vascular (148) .xx Demência do Tipo Alzheimer com Início Precoce (codificar também G30.1 Demência Secundária a Doença de Creutzfeldt-Jakob (codificar também A81.0 Doença de Creutzfeldt-Jakob no.03 Com Humor Depressivo Especificar se: Com Perturbação do Comportamento FOO.3 Demência Secundária a Doença de Parkinson (codificar também G20 Doença de Parkinson no Eixo 111) (153) F02. 0 Alteração da Personalidade Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] (173) F07.9 Perturbação Cognitiva SOE (168) Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral Sem Outra Especificação (169) F06.... Demência Persistente Induzida por Substâncias (referir códigos específicos das Perturbações Induzidas por Substâncias) (157) .1 Catatonia Secundária a......3 Perturbação Mnésica SOE (167) OUTRAS PERTURBAÇÕES COGNITIVAS (168) F06.F02. [Indicar o Estado Físico Geral] (175) Especificar o tipo: Tipo Lábil/Tipo Desinibido/Tipo Agressivo/Tipo Apático/ Tipo Paranóide/Outro Tipo/ Tipo Misto/Tipo Não Especificado F09 Perturbação Mental SOE Secundária a. [Indicar 0 Estado Físico Geral não listado acima] (codificar também o Estado Físico Geral no Eixo 111) (155) . Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substância (referir códigos específicos das Perturbações Induzidas por Substância) (165) R41. [Indicar o Estado Físico Geral] (163) Especificar: Transitória/Crônica . [Indicar o Estado Físico Geral] (178) . Demência Secundária a Múltiplas Etiologias (codificar cada uma das etiologias especificas) (159) F03 Demência SOE (160) PERTURBAÇÕES MNÉSICAS (160) F04 Perturbação Mnésica secundária a.8 Demência Secundária a . 1 Abuso do Álcool (200) Perturbações Induzidas pelo Álcool F10.s F10.3 Abstinência (202) Especificar: Com Perturbações da Percepção F10.4 Delirium de Abstinência (133) F10.8 Disfunção Sexual Induzida pelo Álcool` (532) F10.6 Perturbação Amnésica Induzida pelo Álcool (165) Fl O.8 pelo Álcool`?s (619) .s .8 Perturbação de Ansiedade Induzida pelo Álcool`×` (451) F10.xx Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool (319) .8 Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool`?` (381) F10.16 Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 perturbações pela Utilização de Substâncias (179) a As seguintes especificações podem ser aplicadas à Dependência de Substâncias Especificar se: Com Dependência Fisiológica/Sem Dependência Fisiológica Código da Dependência no quinto dígito: 0 = Remissão Total Tardia/Remissão Parcial 0 = Remissão Tardia Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 = Em Ambiente Controlado 2 = Em Terapia Agonista 4 = Ligeiro/Moderado/Grave Os seguintes especificadores aplicam-se às Perturbações Induzidas por Substâncias *Com Início durante a Intoxicação/Sem Início durante a Intoxicação PERTURBAÇÕES INDUZIDAS PELO ÁLCOOL (199) Perturbações por Uso de Álcool F10.00 Intoxicação (201) F10.73 Demência Persistente Induzida pelo Álcool (157) F10.8 Perturbação do Sono Induzida F10.03 Delirium de Intoxicação (133) F10.52 Com Alucinações c.2x Dependência do Álcool (200) F10.51 Com Atividade Delirante c. 8 Perturbação do Humor Induzida por Anfetaminas`?s (381) F15.9 Perturbação Relacionada com Cafeína SOE (220) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A CANNABIS (220) Perturbações pela Utilização de Cannabis F12.04 Intoxicação por Cannabis com .9 Perturbação Relacionada com Anfetaminas SOE (216) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A CAFEÍNA (216) Perturbações Induzidas pela Cafeína F15.00 Intoxicação por Cafeína (217) F15.9 Perturbação Relacionada com o Álcool SOE (209) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM ANFETAMINAS OU SIMILARES (209) Perturbações pela Utilização de Anfetaminas F15.00 Intoxicação por Cannabis (222) F12.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cafeína` (451) F15.00 Intoxicação por Anfetaminas (211) F15.8 Disfunção Sexual Induzida por Anfetaminas` (532) F15.1 Abuso de Cannabis (222) Perturbações Induzidas por Cannabis F12.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Anfetaminas` (451) F15.2x Dependência de Cannabis (221) F12.8 Perturbação do Sono Induzida por Anfetaminas`?` (619) F15. com Perturbações da Percepção (212) F15.F10.xx Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas (319) ` .52 Com Alucinações` F15.2x Dependência de Anfetaminas (210) F15.03 Delirium de Intoxicação por Anfetaminas (133) Fl5.8 Perturbação do Sono Induzida por Cafeína` (619) F15.3 Abstinência de Anfetaminas (213) F15.04 Intoxicação por Anfetaminas.51 Com Atividade Delirante .1 Abuso de Anfetaminas (211) Perturbações Induzidas por Anfetaminas F15. Perturbações da Percepção (222) F12.03 Delirium de Intoxicação por Cannabis (133) . 2x Dependência de Alucinógenos (235) F16.52 Com Alucinações c F16.51 Com Atividade Delirante c .03 Delirium de Intoxicação por Alucinógenos (133) Fl6.Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 17 Fl2.8 por Cocaína c.s (619) F14.8 Perturbação do Humor Induzida por Cocaína c.8 Disfunção Sexual Induzida por Cocaína (532) F14.12 Com Alucinações c F12.xx Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína (319) .52 Com Alucinações c F14.s (381) F14.8 Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos c (381 ) .00 Intoxicação por Alucinógenos (236) F16.03 Delirium de Intoxicação por Cocaína (133) Fl4.1 Abuso de Cocaína (228) Perturbações Induzidas por Cocaína F14.00 Intoxicação por Cocaína.70 Perturbação Persistente da Percepção por Alucinógenos (Flashbacks)(238) F16.xx Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos (319) .8 Perturbação do Sono Induzida F14.51 Com Atividade Delirante c .9 Perturbação Relacionada com Cannabis SOE (226) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A COCAÍNA (226) Perturbações pela Utilização de Cocaína F14.1 Abuso de Alucinógenos (236) Perturbações Induzidas por Alucinógenos F16.00 Intoxicação por Cocaína (228) F14.3 Abstinência de Cocaína (230) F14.xx Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis (319) .2x Dependência de Cocaína (227) F14.51 Com Atividade Delirante c . com Perturbações da Percepção (229) F14.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cannabis c(451) F12.9 Perturbação Relacionada com Cocaína SOE (234) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM ALUCINOGÉNIOS (234) Perturbações pela Utilização de Alucinógenos F16.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cocaína (451) F14. 9 Perturbação Relacionada com Inalantes SOE (247) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A NICOTINA (247) Perturbações pela Utilização de Nicotina F17.F16.1 Abuso de Inalantes (243) Perturbações Induzidas por Inalantes F18.03 Delirium de Intoxicação por Inalantes (133) F18.3 Abstinência de Nicotina (249) F17.9 Perturbação Relacionada com Nicotina SOE (252) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM OPIÁCEOS (252) Perturbações pela Utilização de Opiáceos F11.00 Intoxicação por Opiáceos (254) F11.04 Intoxicação por Opiáceos.xx Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes (319) .8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Inalantes c (451) F18.2x Dependência de Inalantes (242) F18.51 Com Atividade Delirante c .00 Intoxicação por inalantes(243) F18.73 Demência Persistente Induzida por Inalantes (157) Fl B.3 Abstinência de Opiáceos (255) F11.2x Dependência de Nicotina (248) Perturbações Induzidas por Nicotina F17. Com Perturbações da Percepção (255) F11.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Alucinógenos (451) F16.9 Perturbação Relacionada com Alucinógenos SOE (241 ) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM INALANTES (241) Perturbações pela Utilização de Inalantes F18.52 Com Alucinações c F18.03 Delirium de Intoxicação .1 Abuso de Opiáceos (254) Perturbações Induzidas por Opiáceos F11.2x Dependência de Opiáceos (253) F11.8 Perturbação do Humor Induzida por Inalantes c (381) F18. 51 Com Atividade Delirante .03 Delirium de Intoxicação por Fenciclidina (133) Fl9.9 Perturbação Relacionada com Opiáceos SOE (260) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM FENCICLIDINA (OU SIMILARES) (261) Perturbações pela Utilização de Fenciclidina F19.52 Com Alucinações c F11. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.xx Perturbação Psicótica Induzida por OpiáCeos (319) .1 Abuso de Fenciclidina (262) Perturbações Induzidas por Fenciclidina F19.8 Disfunção Sexual Induzida por Opiáceos (532) F11. Hipnóticos F19.************************************************************** *** ************************************************************** *** ************************************************************** 18 Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 por Opiáceos (133) Fll.00 Intoxicação por Fenciclidina (263) F19.2x Dependência de Fenciclidina a (262) F19.8 por Fenciclidina` (451) F19.xx Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina (319) .8 Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos c (381) F11. HIPNÓTICOS OU ANSIOLÍTICOS (266) Perturbações pela Utilização de Sedativos.8 Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina (381) F19.8 Perturbação do Sono Induzida por Opiáceos c. Hipnóticos ou Ansiolíticos (268) .s (619) F11.52 Com Alucinações` por Sedativos.2x Dependência de Sedativos.51 Com Atividade Delirante c .8 Perturbação de Ansiedade Induzida F19.9 Perturbação Relacionada com Fenciclidina SOE (266) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM SEDATIVOS.04 Intoxicação por Fenciclidina Com Perturbações da Percepção (263) F19. Hipnóticos ou Ansiolíticos (269) Perturbações Induzidas por Sedativos.73 Demência Persistente Induzida por sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.03 Delirium de Intoxicação por sedativos.52 Com alucinações c. hipnóticos ou ansiolíticos s(451) F13.8 Perturbação de ansiedade induzida por sedativos.8 Perturbação do sono induzida por sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos(165) F13. Hipnóticos ou Ansiolíticos(133) F13. hipnótico s ou ansiolíticos (381) F13.1 Abuso de Sedativos.8 Perturbação do humor induzida por sedativos.6 Perturbação Amnésica Persistente Induzida por Sedativos.51 Com atividade delirante .s(276) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM MÚLTIPLAS SUBSTÂNCIAS F19.1 Abuso de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (186) . Hipnóticos ou Ansiolíticos(319) . Hipnóticos ou Ansiolíticos (269) F13. Hipnóticos ou Ansiolíticos(133) F13.3 Abstinência de sedativos hipnóticos ou Ansiolíticos(270) especificar se:Com perturbação da Percepção F13.9 Perturbação relacionada com sedativos.s F13. hipnóticos ou ansiolíticos s (619) F13.xx Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos. hipnóticos ou ansiolíticos SOE c.2x Dependência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas)a (180) F19.4 Delirium de Abstinência por sedativos.00 Intoxicação por Sedativos.Hipnóticos ou Ansiolíticos(157) F13.2x Dependência de Múltiplas Substâncias (276) PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS (OU DESCONHECIDAS) (277) Perturbações pela Utilização de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.F13. 4 se com aparecimento durante a abstinência) (133) F19.8 Disfunção Sexual Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas)s (532) F19.3x Tipo Indiferenciado (296) .6 Perturbação Amnésica Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (165) Fl9.1x Tipo Desorganizado (294) .xx Perturbação Psicótica Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (319) .51 Com Atividade Delirante c×s .2x Tipo Catatônico (295) . Com Perturbações da Percepção (187) F19.5x Tipo Residual (297) Codificar o curso da Esquizofrenia no 5 dígito: .xx Esquizofrenia (280) .Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 19 Perturbações Induzidas por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.04 Intoxicação por Outras Substâncias (ou Desconhecidas).8 Perturbação do Humor Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) c.s (451) F19.03 Delirium Induzido por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (codificar também F19.0x Paranóide (293) .3 Abstinência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (188) Especificar se: Com Perturbações da Percepção F19.9 Perturbação Relacionada com Outras Substâncias (ou Desconhecidas) SOE (278) Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas (279) F20.8 Perturbação do Sono Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas)c.52 Com Alucinações c?s F19.s (619) F19.s (381) F19.00 Intoxicação por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (187) F19.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) c.73 Demência Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (157) F19. 0 Tipo Bipolar .80 Sem Estressores Marcados Especificar se: Com Início no Pós-Parto F24 Perturbação Psicótica Partilhada (313) F06...0 Perturbação Delirante (304) Especificar o tipo: Erotomaníaco/ Grandioso/Ciumento/Persecutório/Somático/ Misto/Não Especificado F23.0 Com Alucinações .1 Tipo Depressivo F22.2 = Episódica com Sintomas Residuais de Interepisódicos (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes) 3 = Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos 0 = Contínua (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes) 4 = Episódio Único em Remissão Parcial (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes) 5 = Episódio Único em Remissão Completa 8 = Outro ou Padrão Não Especificado 9 = Menos de um ano desde o início dos sintomas iniciais da fase ativa F20. Perturbação Psicótica Induzida por Substância (referir a Perturbação Relacionada com a Substância com os códigos específicos da substância) (319) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F29 Perturbação Psicótica SOE (324) Perturbações do Humor (325) Para Perturbações do Humor aplicar as seguintes especificações (para o episódio atual ou o mais recente): a Gravidade/Psicótico/Em Remissão/ b "Crônico/ `Com Características Catatônicas/ d Com Características Melancólicas/ .x Perturbação Psicótica Secundária a. (Indicar o Estado Físico Geral] (315) .8 Perturbação Esquizofreniforme (298) Especificar se: Sem Características de Bom Prognóstico/Com Características de Bom Prognóstico F25.xx Perturbação Psicótica Breve (310) .2 Com Atividade Delirante .81 Com Estressores Marcados .x Perturbação Esquizoafetiva (300) . e Com características Atípicas/'Com Início no Pós-Parto . g.20 Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 Aplicar os seguintes especificadores às Perturbações do Humor: g Com ou Sem Recuperação/ Interepisódica Completal "Com Padrão Sazonal/' Com Ciclos Rápidos PERTURBAÇÕES DEPRESSIVAS (348) F32. sem Características Psicóticas 2 = Grave. Episódio Único a.h.x Perturbação Bipolar I Episódio Maníaco Único?"E(361) Especificar se: Misto Codifique no quarto digito o estado atual do Episódio Maníaco I = Ligeiro.i (361) .d.1 Distimia (355) Especificar se: Início Precoce/Início Tardio Especificar: Com Características Atípicas F32.f (348) F33.h (348) Codifique no quarto digito o estado atual da Depressão Maior e ou Perturbação Bipolar I 0 = Ligeiro 1= Moderado 2 = Grave. sem Características Psicóticas 3 = Grave.b.x Depressão Major. Moderado ou Grave.0 Perturbação Bipolar I. Episódio Hipomaníaco Mais Recente g.c.b.c.d.e.9 Perturbação Depressiva SOE (360) PERTURBAÇÕES BIPOLARES (360) F30.E. Episódio Recorrente a. com Características Psicóticas Especificar: Características Psicóticas Congruente com o Humor/Características Psicóticas Incongruente com o Humor) 4 = Em Remissão Parcial 4 = Em Remissão Completa 9 = Não Especificada F34.x Depressão Maior. com Características Psicóticas 8 = Em Remissão Parcial ou Em Remissão Completa F31.e. b.i (361) F3l. Episódio Não Especificado Mais Recente"' (361) (369) F31.i (361) Codifique no quarto digito o estado atual do Episódio Maníaco I = Ligeiro. sem Características Psicóticas 2 = Grave. [Indicar o Estado Físico Geral] (377) . com Características Psicóticas 7 = Em Remissão Parcial ou Em Remissão Completa F31.h.f.i (361) Codifique no quarto dígito o estado atual do Episódio Maníaco 3 = Ligeiro ou Moderado 4 = Grave.c.i Especificar (episódio atual ou mais recente): Hipomaníaco/Depressivo F34.b.c..x Perturbação Bipolar I.c.32 Com Episódio Depressivo Tipo Major .x Perturbação Bipolar I. Com Características Psicóticas 7 = Em Remissão Parcial ou Em Remissão Completa F31.h.c.9 Perturbação Bipolar I.30 Com Características Maníacas .F3l.6 Perturbação Bipolar I Episódio Misto Mais Recente a.g. Moderado ou Grave.h.g.e..Perturbação do Humor Induzida por Substância (referir a Substância Relacionada com a Perturbação para o código especifico da substância) (381) Especificar o tipo: Com Características Depressivas/Com Características Maníacas/ Com Características Mistas Especificar se: Com Início durante a Intoxicação/Com Início durante a Abstinência F39 Perturbação do Humor SOE (386) Perturbações da Ansiedade(403) .xx Perturbação do Humor Secundária a.e.33 Com Características Mistas --.g.g.d.9 Perturbação Bipolar SOE (376) FO6..h.d.f.0 Ciclotimia (374) F31.8 Perturbação Bipolar II a.32 Com Características Depressivas .f. Episódio Maníaco Mais Recente a. Episódio Depressivo Mais Recente. Sem Características Psicóticas 5 = Grave. 2 Fobia Específica (416) Especificar o tipo: Tipo Animal/Tipo Ambiente Natural/Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos/Tipo Situacional/Outro Tipo F40.F41.0 Perturbação de Pânico Sem Agorafobia (407) F40.00 Agorafobia Sem História de Perturbação de Pânico (414) F40.1 Fobia Social (422) Especificar se: Tipo Generalizado .01 Perturbação de Pânico Com Agorafobia (407) F40. .4 Com Sintoma Motor ou Déficit .Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 21 F42.0 Perturbação Aguda de Stress (440) F41..9 Perturbação da Ansiedade SOE (456) Perturbações Somatoformes (457) F45.4 Perturbação da Ansiedade Secundária a.1 Perturbação de Somatização Indiferenciada (462) F45.6 Com Sintoma Sensorial ou Déficit F45. [Indicar Estado Físico Geral] (448) Especificar se: Com Ansiedade Generalizada/ Com Ataques de Pânico/Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos --.4 Perturbação de Dor Somatoforme Especificar se: Associada a Fatores Psicológicos /Associada a Fatores Psicológicos e um Estado Físico Geral Especificar se: Aguda/Crônica F45.1 Perturbação da Ansiedade Generalizada (444) F06.x Perturbação de Conversão (464) .0 Perturbação de Somatização (458) F45.5 Com Ataques ou Convulsões .8 Perturbação Obsessivo-Compulsiva (428) Especificar se: Com Insight Pobre F43.9 Perturbação Somatoforme SOE (481) .Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância (referir as Perturbações Relacionadas com a Substância para os códigos específicos) (451) Especificar se: Com Ansiedade Generalizada/ Com Ataques de Pânico/Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos/Com Sintomas Fóbicos Especificar se: Com Início durante a Intoxicação/Com Início durante a Abstinência F41.2 Hipocondria (475) Especificar se: Com Insight Pobre F45.1 Perturbação Pós-Stress Traumático (435) Especificar se:Aguda/Crônica Especificar se:Inicio Retardado F43..2 Perturbação Dismórfica Corporal (478) F45. . 2 Disfunção erétil do homem(515) Perturbações do Orgasmo F52.81 Perturbação de Despersonalização(500) F44.1 Perturbação Factícia SOE (487) Perturbações Dissociativas (489) F44.3 Perturbação do Orgasmo no Homem (520) F52..1 Fuga Dissociativa de Identidade(496) F44.9 Perturbação Dissociativa SOE (503) Perturbações Sexuais e da identidade do Gênero(505) DISFUNÇÕES SEXUAIS(505) Os seguintes especificadores aplicam-se todos às disfunções sexuais primárias: Tipo ao longo vida/Tipo adquirido Tipo Generalizado/Tipo Situacional Secundário a Fatores Psicológicos/Secundário a Fatores combinados Perturbações do desejo sexual F52.4 Ejaculação Precoce (522) Perturbações de dor sexual F52.8 Desejo Sexual Hipoativo na Mulher Secundário a. indicar o Estado Físico Geral] (528) N50.Perturbações Factícias F68..3 Perturbação do Orgasmo na Mulher(517) F52.5 Vaginismo (Não Secundário ao estado físico geral)(526) 22 Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 Perturbações Sexuais Secundárias ao Estado Físico Geral (528) N94..1 Perturbações Factícias (483) Especificar se:Com sintomas e Sinais psicológicos predominantemente/com sintomas e sinais físicos predominantemente/com sintomas e sinais mistos psicológicos e físicos F68.0 Amnésia Dissociativa F44..6 Dispareunia (Não Secundária ao estado físico geral)(524) F52.2 Perturbação da excitação sexual da mulher(513) F52. [Indicar o Estado Físico Geral] (528) .10 Aversão Sexual (511) Perturbações da Excitação Sexual F52.0 Desejo sexual Hipoativo(508) F52.8 Desejo Sexual Hipoativo no Homem Secundário a. .3 Voyeurismo (545) F65..5 Masoquismo Sexual (542) F65. [Indicar o Estado Físico Geral] (528) N50.0 Fetichismo (539) F65.4 Disfunção Erétil no Homem Secundária a. Disfunção Sexual Induzida por Substâncias (referir a Perturbação Induzida por Substâncias pelo código especifico da substância) (532) Especificar se: Com Diminuição do Desejo/Com Diminuição da Excitação/Com Diminuição do Orgasmo/Com Dor Sexual Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F52. [Indicar o Estado Físico Geral] (528) ..5 Sadismo Sexual (543) F65. indicar o Estado Físico Geral J (528) N94.N48..8 Dispareunia no Homem Secundária a..9 Disfunção Sexual SOE (536) PARAFILIAS (536) F65.8 Outras Disfunções Sexuais no Homem Secundárias a.1 Fetichismo Transvestido (544) Especificar se: Com Disforia de Gênero F65...9 Perturbação de Identidade de Gênero SOE (552) . [Indicar o Estado Físico Geral] (528) N50.4 Pedofilia (540) Especificar se: Sexualmente Atraído por Homens/Sexualmente Atraído por Mulheres/Sexualmente Atraído por Ambos Especificar se: Limitado a Incesto Especificar o tipo: Tipo Exclusivo/ Tipo Não Exclusivo F65.x Perturbação de Identidade de Gênero (546) .2 Exibicionismo (539) F65..2 em Crianças .1 Dispareunia na Mulher Secundária a. indicar o Estado Físico Geral] (528) N94.9 Parafilia SOE (545) PERTURBAÇÕES DE IDENTIDADE DE GÉNERO (546) F64...8 Frotteurismo (540) F65.8 Outras Disfunções Sexuais na Mulher Secundárias a.0 em Adolescentes ou Adultos Especificar se: Sexualmente Atraído por Homens/Sexualmente Atraído por Mulheres/Sexualmente Atraído por Ambos/ Não Atraído Sexualmente por Nenhum F64. 0 Insônia Primária (569) F51.9 Disfunção Sexual SOE (552) Perturbações do Comportamento Alimentar (553) F50.2 Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono (590) Especificar o tipo: Tipo avanço ou atraso de fase/Tipo jat lag/Tipo trabalhos por turnos/Tipo Não Especificado F51. Especificar o tipo: Tipo Purgativo/Tipo Não Purgativo F50.0 Anorexia Nervosa (553) Especificar o tipo: Tipo Restritivo.1 Hipersônia Primária (573) Especificar: Recorrente G47.9 Perturbações do Comportamento Alimentar SOE (564) Perturbações do Sono (567) PERTURBAÇÕES PRIMÁRIAS DO SONO Dissônias (569) F51.4 Terrores Noturnos (600) F51.Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo F50.4 Narcolepsia (578) G47.2 Bulimia Nervosa (559) .9 Dissônia SOE (595) Parassônias (596) F51.8 Parassônia SOE (609) .5 Pesadelos (596) F51.3 Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração (584) F51.F52.3 Sonambulismo (604) F51. .x Perturbações do Sono Secundárias a.22 Mista da Ansiedade e Humor Depressivo .20 Com Humor Depressivo .8 Perturbação Explosiva Intermitente(627) F63.0 Jogo Patológico (634) F63.xx Perturbação da Adaptação (641) .9 Perturbação de Controlo de Impulsos SOE (639) Perturbações da Adaptação (641) F43.8 Tipo Misto .(615) .8 Tipo Parassônia .Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 23 PERTURBAÇÕES DO SONO RELACIONADAS COM OUTRA PERTURBAÇÃO MENTAL (609) F51.24 Com Perturbação do Comportamento .25 Com Perturbação Mista das Emoções e do Comportamento .1 Piromania (632) F63..[Indicar a Perturbação no Eixo 1 ou 111 (609) OUTRAS PERTURBAÇÕES DO SONO G47.28 Com Ansiedade . [Indicar o Estado Físico Geral] .1 Hipersônia Relacionada com. Perturbação do Sono Induzida por Substâncias (referir a Perturbação Relacionada com as Substâncias para o código especifico da substância) (619) Especificar o tipo: Tipo Insônia/Tipo Hipersônia/ Tipo Parassônia/Tipo Misto Especificar se: Início durante Intoxicação/ Início durante Abstinência Perturbações do Controlo dos Impulsos não Classificadas Noutro Lugar (627) F63.0 Insônia Relacionada com.1 Tipo Hipersônia .0 Tipo Insônia .3 Tricotilomania (637) F63..2 Cleptomania (630) F63.[Indicar a Perturbação no Eixo I ou 11] (609) F51.. 9 Perturbação da Personalidade SOE (691) Outras Condições Que Podem Ser Foco de Atenção Médica(627) FACTORES PSICOLÓGICOS QUE AFECTAM O ESTADO FÍSICO (693) F54 .2 Perturbação Anti-Social da Personalidade (664) F60.7 Perturbação Dependente da Personalidade (684) F60.8 Perturbação Narcísica da Personalidade (676) F60.[Especificar o Fator Psicológico Afetando.4 Perturbação Histriônica da Personalidade (673) F60.31 Perturbação Estado-Limite (Borderline) da Personalidade (668) F60..0 Perturbação Paranóide da Personalidade (652) F60...5 Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade (687) F60.9 Não Especificada Especificar se: Aguda/Crônica Perturbações da Personalidade (647) Nota: Estão codificados no Eixo 11 F60. [Indicar o Estado Físico Geral] (693) Escolher o nome com base na natureza dos fatores: Perturbação Mental Afetando o Estado Físico Sintomas Psicológicos Afetando o Estado Físico Traços de Personalidade ou Estilo de Coping Afetando o Estado Físico Comportamentos de Saúde Desadaptados em Relação Estado Físico .6 Perturbação Evitante da Personalidade (680) F60.1 Perturbação Esquizóide da Personalidade (656) F21 Perturbação Esquizotípica da Personalidade (659) F60... 0 Problema Conjugal (699) Z93.8 Funcionamento Intelectual Estado-Limite (702) .2 Abuso Sexual de Adulto (700) CONDIÇÕES ADICIONAIS QUE PODEM SER FOCO DE ATENÇÃO MÉDICA (700) Z91.2 Abuso Sexual da Criança (700) T74.1 Abuso Físico da Criança (700) T74.7 Problema Relacional Associado a Perturbação Mental ou Estado Físico Geral (699) Z63.0 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos (698) G25.7 Efeitos Adversos de Medicação SOE (698) PROBLEMAS RELACIONAIS (698) Z63.1 Abuso Físico de Adulto (700) T74.1 se o objeto de atenção for a criança) (699) Z63.4 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos (697) G21.8 Problema Relacional Pais-Filhos (código Z63.8 Comportamento Anti-Social do Adulto (701) Z72.0 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos (697) G21.3 Problema Relacional com Irmão (699) Z63.9 Problema Relacional SOE (699) PROBLEMAS RELACIONADOS COM ABUSO OU NEGLIGÊNCIA (700) T74.0 Negligência da Criança (700) T74.8 Comportamento Anti-Social da Criança ou do Adolescente (701) R41.9 Perturbação dos Movimentos Induzida por Fármacos SOE (698) OUTRA PERTURBAÇÃO INDUZIDA POR FÁRMACO T88.0 Síndrome Maligna dos Neurolépticos (697) G24.5 Simulação (701) Z72.1 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos (697) G24.24 Classificação do DSM-IV com os códigos da ICD-10 Resposta Fisiológica Relacionada com o Stress Afetando o Estado Físico Outros Fatores Psicológicos (ou Não Especificados) Afetando o Estado Físico PERTURBAÇÕES DOS MOVIMENTOS INDUZIDAS POR FÁRMACOS (696) G21.1 Não Adesão ao Tratamento (700) Z76.1 Tremor Postural Induzido por Neurolépticos (698) G25. 2 Nenhum Diagnóstico ou Condição no Eixo I (705) R69 Diagnóstico ou Condição Diferidos no Eixo I (705) Z03. pedagógicas e de investigação. Este capítulo descreve cada um dos eixos do DSM-IV.89 Problema de Fase da Vida (703) Códigos Adicionais F99 Perturbação Mental Não Específica (não psicótica) (705) Z03. Por outro lado.4 Luto (702) Z55.8 Problema de Identidade (703) V62. para detecção da complexidade das situações clínicas e para descrição da heterogeneidade dos indivíduos que se apresentam com o mesmo diagnóstico.89 Problema Religioso ou Espiritual (703) V62. Nalgumas . Um sistema multiaxial proporciona um formato conveniente para organização e comunicação da informação clínica. Existem cinco eixos incluídos na classificação multiaxial do DSM-IV: Eixo I Perturbações Clínicas Outras Situações Clínicas que Podem Ser Foco de Atenção Médica Eixo II Perturbações da Personalidade Deficiência Mental Eixo III Estado Físico Geral Eixo IV Problemas Psicossociais e Ambientais Eixo V Avaliação Global do Funcionamento O uso de um sistema multiaxial facilita a avaliação completa e sistemática das várias perturbações mentais e do estado físico geral dos problemas psicossociais e ambientais se centrasse na avaliação de um único problema apresentado.Nota: É codificado no Eixo II R41.8 Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade (702) Z63.7 Problema Ocupacional (703) F93.2 Nenhum Diagnóstico no Eixo II (705) R46.4 Problema de Aculturação (703) V62. cada um dos quais se refere a um domínio diferente de informação e que pode auxiliar o médico a planear a terapêutica e a prever a evolução clínica.8.8 Diagnóstico Diferido no Eixo II (705) Avaliação Multiaxial Um sistema multiaxial envolve uma avaliação com base em vários eixos. Problema Acadêmico (702) Z56. o sistema multiaxial promove a aplicação do modelo biopsicossocial em circunstâncias clínicas. Nos casos em que um indivíduo evidencia mais de uma perturbação do Eixo I. Eixo I: Perturbações Clinicas Outras Situações Clinicas que Podem Ser Foco de Atenção Médica O Eixo I destina-se a indicar as várias perturbações ou situações clínicas existentes na Classificação. 33). O quadro da página 26 inclui os principais grupos de perturbações a serem indicadas no Eixo I.circunstâncias. Neste Eixo também estão indicadas Outras Situações Clínicas que Podem Ser Foco de Atenção Médica. são dadas as orientações para apresentação dos resultados de uma avaliação do DSM-IV sem aplicação do sistema multiaxial formal. exceto as Perturbações da Personalidade e Deficiência Mental (que estão referidas no Eixo II). Se estiver presente mais de uma perturbação . Por esta razão. os médicos podem preferir não recorrer ao sistema multiaxial. p. todas devem ser referidas (ver exemplos. no final do capítulo. enquanto se aguarda informação adicional. uma perturbação do Eixo I e uma do Eixo II. Demência e Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral Perturbações Relacionadas com Substâncias Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas Perturbações do Humor Perturbações da Ansiedade Perturbações Somatoformes Perturbações Factícias Perturbações Dissociativas Perturbações de Identidade de Gênero Perturbações dó Comportamento Alimentar Perturbações do Sono Perturbações do Controlo dos Impulsos SOE Perturbações da Adaptação Outras Situações Clínicas Que Podem Ser Foco de Atenção Médica Eixo II: Perturbações da Personalidade Deficiência Mental O Eixo II destina-se à indicação de Perturbações da Personalidade e Deficiência Mental. na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência (excluindo Deficiência Mental que é diagnosticada no Eixo II) Delirium. × Eixo I × Perturbações Clínicas Outras Situações Clínicas Que Podem Ser Foco de Atenção Médica Perturbações que Aparecem. Nos casos em que um indivíduo tem. Habitualmente. deverá ser atribuído o código Z032 [V71.09]. partir-se-á do princípio que o diagnóstico principal ou a razão da consulta pertence ao Eixo I. simultaneamente.26 Avaliação Multiaxial do Eixo I. Se não estiver presente nenhuma perturbação do Eixo I. este deve ter o código R69 [799. Também pode ser usado para anotar características proeminentes .) apontando-o em primeiro lugar na lista. deve ser indicado o diagnóstico principal ou a razão da consulta (ver p. a não ser que o diagnóstico do eixo II seja seguido pela frase qualificativa «(Diagnostico Principal)» ou «(Razão da Consulta)». Se um diagnóstico do Eixo I fica em suspenso.9]. 769 e Exemplo 1. não deverá ser usado qualquer código . deverá ser atribuído o código Z03. × Eixo II × Perturbações da Personalidade Deficiência Mental Perturbação Paranóide da Personalidade Perturbação Esquizóide da Personalidade Perturbação Esquizotípica da Personalidade Perturbação Anti-Social da Personalidade Perturbação Estado-Limite da Personalidade Perturbação Histriônica da Personalidade Perturbação Narcísica da Personalidade Perturbação Evitante da Personalidade Perturbação Dependente da Personalidade Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade . p. p. enquanto se aguarda informação adicional a situação deverá ter o código R46. estes devem ser todos referidos (ver exemplos. Não deve deduzir-se da codificação das Perturbações da Personalidade no Eixo II que as suas patogêneses ou as várias terapêuticas possíveis são fundamentalmente diferentes das perturbações codificadas no Eixo I. Caso não esteja presente qualquer perturbação do Eixo II. isso deverá ser indicado acrescentando a frase «(Diagnóstico principal)» ou «(Razão da consulta)» a seguir ao diagnóstico do Eixo II.8 [799. p. O uso habitual de mecanismos de defesa da desadaptação também pode ser indicado no Eixo II (ver definições no Apêndice B. 33). ou foi o que motivou a consulta. Nos casos em que um indivíduo tem um dia nóstico do Eixo I e um do Eixo II e este último é o principal. Se um diagnóstico do Eixo II fica em suspenso. p.33).de desadaptação da personalidade e mecanismos de defesa.09]. 33). As perturbações a incluir no Eixo II estão indicadas no quadro da página seguinte. de outro modo. geralmente mais evidentes. nos casos em que a atenção é dirigida para as Perturbações do Eixo I. poderiam passar despercebidas. Na situação freqüente em que um indivíduo tem mais de um diagnóstico do Eixo II. O Eixo II também pode ser usado para indicar características proeminentes da personalidade de desadaptação que não atingem o limiar da Perturbação da Personalidade (em tais circunstâncias.9].ver exemplo 3.2 [V71. A lista de Perturbações da Personalidade e da Deficiência Mental num eixo independente garante que será tida em conta a eventual presença de Perturbações da Personalidade e da Deficiência Mental que. a distinção multiaxial entre as perturbações dos Eixos I.Perturbação da Personalidade Sem Outra Especificação Deficiência Mental Eixo III: Estado Físico Geral O Eixo III destina-se a indicar situações clínicas do Estado Físico Geral que são potencialmente relevantes para a compreensão ou a atitude clínica a tomar face à perturbação mental do indivíduo. a designação no Eixo I é / F06.32 Perturbação do Humor Devida a Hipotireoidismo.169. Quando se considera que uma perturbação mental é uma conseqüência fisiológica direta do Estado Físico Geral. nos casos em que o /hipotireoidismo é a causa direta da sintomatologia depressiva. II e III não implica que existam diferenças fundamentais na sua conceitualização. Estas situações são classificadas fora do capítulo das «Perturbações Mentais» do ICD-9-CM (e fora do Capítulo V da ICD-10). Por exemplo. nem que as perturbações mentais não se relacionam com fatores ou processos físicos ou biológicos. torna-se claro que o Estado Físico Geral é diretamente causado pelo desenvolvimento ou exacerbação da sintomatologia mental e que este mecanismo é fisiológico. O quadro adiante indica as grandes categorias incluídas no Estado Físico Geral. Para uma discussão mais pormenorizada.9 [244.83]. de novo. . Conforme referido na «Introdução». sendo o hipotireoidismo indicado. p. com Características Depressivas [293.9] (ver Exemplo 3. no Eixo III com o código E03. Nalguns casos. ou que o Estado Físico Geral não se relaciona com fatores ou processos comportamentais ou psicossociais.33). deve ser diagnosticada no Eixo I uma Perturbação Mental Secundária a uma situação clínica do Estado Físico Geral. O Estado Físico Geral pode ser relacionado com perturbações mentais de várias formas. devendo esta última ser registrada tanto no Eixo I como no Eixo III. ver p. O objetivo da distinção do Estado Físico Geral é encorajar uma avaliação completa e melhorar a comunicação entre os profissionais da saúde. Perturbação Depressiva Major) deve ser indicada e codificada no Eixo I. Se não estiver presente qualquer perturbação do Eixo III.28 Avaliação Multiaxial Nas circunstâncias em que a relação etiológica entre o estado físico geral e a sintomatologia mental não é suficientemente clara para garantir um diagnóstico do Eixo I de Perturbação Mental Devida ao Estado Físico Geral. Ver exemplo. 33. isso deve ser indicado pela frase: «Eixo III: Nenhuma. a perturbação mental em causa (por exemplo. isso deve ser indicado pela frase: «Eixo III: Em suspenso.9 Perturbação Depressiva Major [2962] e no Eixo III é 149.0] como reação ao diagnóstico de carcinoma da mama). p. desenvolvimento de F43. Nos casos em que um indivíduo tem mais de um diagnóstico clinicamente relevante pertencente ao Eixo III. Existem outras circunstâncias em que as situações clínicas gerais são registradas no Eixo III devido à sua importância para a compreensão global ou terapêutica do indivíduo com a perturbação mental. Algumas situações clínicas gerais podem não se relacionar diretamente com a perturbação mental.9 arritmia [427. a situação clínica geral só deverá ser codificada no Eixo III. ou nos casos em que um indivíduo com diabetes mellitus é internado no hospital por exacerbação da Esquizofrenia e a insulinoterapia tem de ser monitorizada). mas. Nutricionais e Metabólicas (E00-E90) Doenças do Sistema Nervoso (G00-G99) Doenças do Olho e dos Anexos (H00-H59) Doenças do Ouvido e da Apófise Mastoideia (H60-H95) Doenças do Sistema Circulatório (I00-I99) Doenças do Sistema Respiratório (J00-J99) . quando o diagnóstico no Eixo I é F32. Uma perturbação do Eixo I pode ser uma reação psicológica a uma situação clínica geral do Eixo III (por exemplo. a seleção da terapêutica farmacológica é influenciada por esta última.9].» × Eixo III × Estado Físico Geral (com códigos ICD-10) Certas Doenças Infecciosas e Parasitárias (A00-B99) Neoplasias (C00-D48) Doenças Hemáticas e dos Órgãos Hematopoiéticos e Algumas Doenças Imunitárias (D50-D89) Doenças Endocrinológicas. estes devem ser todos referidos. contudo. têm implicações prognósticas ou terapêuticas importantes (por exemplo.20 Perturbação da Adaptação com Humor Deprimido [309.» Se um diagnóstico do Eixo III fica em suspenso enquanto se aguarda informação adicional. Sinais e Dados Clínicos e Laboratoriais Anormais.Doenças do Sistema Digestivo (K00-K93) Doenças da Pele e dos Tecidos Subcutâneos (L00-L99) Doenças do Sistema Muscular Esquelético e do Tecido Conjuntivo (M00-M99) Doenças do Sistema Geniturinário (N00-N99) Gravidez. Parto e Puerpério (000-=99) Certas Situações com Origem no Período Perinatal (P00-P96) Malformações Congênitas. SOE (R00-R99) Traumatismo. Deformações e Anomalias Cromossômicas (000-099) Sintomas. Intoxicação e Outras Conseqüências de Fatores Externos (S00-T98) Causas Externas de Morbilidade e de Mortalidade (VO1-Y98) Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Recurso aos Serviços da Saúde (Z00-Z99) . Na prática. os problemas estão agrupados nas seguintes categorias: × Problemas com o grupo de apoio primário . ou podem dar origem a problemas que devem ser considerados no plano assistencial global. No entanto. abuso sexual ou físico.por exemplo. Por uma questão de conveniência. ou outro problema relacionado com o contexto em que as dificuldades de um indivíduo se desenvolveram. tais como promoção profissional. Quando um indivíduo tem vários problemas psicossociais e ambientais. a maioria dos problemas psicossociais e ambientais serão indicados no Eixo IV. problemas de saúde na família. stress provocado por relações familiares ou outras relações interpessoais. a terapêutica e o prognóstico de perturbações mentais (Eixos I e II). apoio social ou recursos pessoais inadequados. Os chamados fatores de stress positivos. o clínico deve anotar apenas os problemas psicossociais e ambientais que estiveram presentes durante o ano que precedeu a avaliação atual. o clínico pode anotar tantos quantos forem por si considerados relevantes. se estes contribuíram claramente para a perturbação mental ou se tornaram alvo de tratamento . anteriores experiências de combate que levaram a Perturbação de Pós-Stress Traumático. superproteção por parte dos pais. De uma maneira geral. divórcio ou desavença. quando um problema deste tipo representa o principal foco da atenção médica. uma dificuldade ou deficiência ambientais. Um problema psicossocial ou ambiental pode ser um evento negativo da vida. desacordo entre irmãos.Avaliação Multiaxial 29 Eixo IV: Problemas Psicossociais e Ambientais O Eixo IV destina-se a indicar problemas psicossociais e ambientais que podem afetar o diagnóstico. saída de casa. novo casamento de um dos progenitores. pode optar por anotar problemas psicossociais e ambientais que ocorreram antes do ano transato. este também deverá ser registrado no Eixo I. com um código selecionado na secção «Outras Situações Clínicas Que Podem Ser Foco de Atenção Médica» (ver p. No entanto. como quando um indivíduo tem dificuldade em se adaptar à nova situação. morte de um familiar. Para além de desempenhar um papel no início ou na exacerbação de uma perturbação mental. disciplina inadequada. desmantelamento da família por separação. devem ser indicados apenas se constituem ou conduzem a um problema.. os problemas psicológicos também podem desenvolver-se em conseqüência da psicopatologia de um indivíduo. 693).por exemplo. . negligência infantil. apoio insuficiente por parte da assistência social × Problemas com o acesso aos serviços de cuidados de saúde . condições de trabalho difíceis. problemas acadêmicos. ameaça de perda de emprego.por exemplo. ambiente escolar inadequado × Problemas ocupacionais . rendimento inadequado.por exemplo. horário de trabalho sobrecarregado.por exemplo. morte ou perda de um amigo apoio social inadequado. más condições de alojamento. serviços de cuidados de saúde inadequados. desemprego. mudança de emprego. viver só. bairro com poucas condições de segurança. ausência de domicílio.por exemplo. adaptação a transições do ciclo de vida (como a reforma) × Problemas educacionais . extrema pobreza. falta de instrução. dificuldades de aculturação.por exemplo. discórdia com vizinhos ou senhorio × Problemas econômicos . discórdia com professores ou colegas. insatisfação com o emprego.por exemplo. indisponibilidade de transporte para os centros de saúde.nascimento de um irmão × Problemas relacionados com o ambiente social . seguros de saúde inadequados . discórdia com o patrão ou os colegas × Problemas de alojamento . discriminação. outras hostilidades. p. detenção. simplesmente.por exemplo.30 Avaliação Multiaxial × Problemas relacionados com a interação com o sistema legal/crime . × Eixo IV × Problemas Psicossociais e Ambientais Problemas com o Grupo de Apoio Primário Problemas Relacionados com o Ambiente Social Problemas Pedagógicos Problemas Ocupacionais Problemas de Alojamento Problemas Econômicos Problemas com o Acesso aos Serviços de Saúde Problemas Relacionados com a Interação com o Sistema Legal/Crime Outros Problemas Psicossociais e Ambientais Eixo V: Avaliação Global do Funcionamento O Eixo V destina-se a indicar o juízo do médico sobre o nível global de funcionamento do indivíduo. discórdia com profissionais como um advogado. reclusão. assistente social ou médico. vítima de crime × Outros problemas psicossociais e ambientais . presenciar desastres. A indicação do funcionamento global no Eixo V é feita usando a Escala de Avaliação Global do Funcionamento (AGF). A Escala AGF pode ser particularmente útil para acompanhar os progressos de . litígio. 34). o médico pode. Esta informação é útil no planejamento da terapêutica e na determinação da grandeza do impacte desta e na previsão da evolução clínica. 33). guerra. o médico deve identificar as categorias relevantes dos problemas psicossociais e ambientais e indicar os fatores específicos envolvidos. indicar os problemas específicos no Eixo IV (ver exemplos.por exemplo. indisponibilidade dos serviços sociais Quando se utiliza o Formulário de Avaliação Multiaxial (ver p. Se não for utilizado um formulário com uma lista de categorias de problemas. «(nível mais elevado no ano transato)».» Na maioria das circunstâncias. pode ser útil anotar as pontuações da Escala AGF quer no momento da admissão quer no momento da alta. pelo menos. porque as pontuações do funcionamento atual refletirão. Nalguns casos. a necessidade de tratamento ou de assistência. A Escala AGF também pode ser utilizada noutros períodos de tempo (por exemplo. recorrendo a uma única medida.» Ver exemplos p. Nalgumas circunstâncias.33. «(atual)». o nível mais elevado de funcionamento durante. A Escala AGF destina-se a ser utilizada apenas relativamente ao funcionamento psicológico. pode ser útil avaliar a incapacidade social e ocupacional e acompanhar os progressos da reabilitação. alguns meses do ano anterior). o nível de funcionamento no momento da avaliação). independentemente da gravidade da sintomatologia . seguida pelo período de tempo a que corresponde a pontuação entre parêntesis . as pontuações da Escala AGF devem aplicar-se ao período atual (ou seja. A Escala AGF é indicada no Eixo V da seguinte forma: «AGF =».indivíduos em termos globais. «(no momento da alta).por exemplo. geralmente. social e ocupacional. seguida pela pontuação AGF de 1 a 100. As instruções especificam:«Não incluir deficiência no funcionamento devido a limitações físicas (ou ambientais). ociosidade ocasional ou furto no seio do agregado familiar) mas bastante bom funcionando de uma maneira 61 geral. conflitos com . atraso temporário no 71 rendimento escolar). apenas uma ligeira deficiência do funcionamento social. estes representam reações transitórias e esperadas a fatores de estresse psicossocial (por exemplo. interesse e envolvimento num espectro alargado de atividades.32 Avaliação Multiaxial Escala de Avaliação Global de Funcionamento (AGF) Considerar o funcionamento psicológico. 68. poucos amigos. de uma maneira geral satisfeito com a vida.socialmente. eficaz . ocupacional ou escolar (por exemplo. social e ocupacional como fazendo parte de um continuum hipotético de saúde-doença mentais. 60 Sintomatologia moderada (por exemplo.g1 passam os do dia-a-dia (por exemplo. ansiedade ligeira antes de um exame). é procurado por outros devido às suas muitas qualidades 91 positivas. humor deprimido e insônia ligeira) OU alguma dificuldade no funcionamento social. tem algumas relações interpessoais significativas. afeto embotado e discurso circunstancial.) 100 Funcionamento superior num largo espectro de atividades. 45. Ausência de sintomatologia. os problemas da vida nunca parecem ficar sem solução. 72. Não incluir a deficiência do funcionamento devido a limitações físicas (ou ambientais). 70 Alguma sintomatologia ligeira (por exemplo. 80 Se estiverem presentes sintomas. Código (Nota. dificuldade em concentrar-se depois de uma discussão familiar). por exemplo. ataques de pânico ocasionais) OU dificuldade moderada no funcionamento social. 90 Ausência ou sintomatologia mínima (por exemplo. bom funcionamento em todas as áreas. discussão 81 ocasional com familiares). Usar códigos intermédios sempre que seja adequado. os problemas e as preocupações não ultra . ocupacional ou escolar (por exemplo. ocupacional ou escolar (por exemplo. 40 Alguma deficiência em testes de realidade ou na comunicação (por exemplo.. excitação maníaca) OU não consegue ocasionalmente manter a higiene mínima pessoal (por exemplo. ideação suicida. tais como trabalho ou escola. ilógico. 30 O comportamento é consideravelmente influenciado por atividade delirante ou alucinações OU grave deficiência na comunicação ou nos juízos (por exemplo. ocupacional ou escolar (por exemplo. atua com rudeza 20 Algum perigo de magoar-se a si próprio ou aos outros (por exemplo. tentativas de suicídio sem esperar claramente a morte.J. L: «Clinicians' Judgements of Mental Health. por vezes. homem deprimido que evita os amigos. obscuro ou irrelevante) OU deficiência maior em várias áreas. rituais obsessivos graves.J.R. negligencia a família e é incapaz de trabalhar. 1962) Spitzer e colaboradores levaram a cabo uma revisão da Health-Sickness Rating Scale chamada a Escala de Avaliação Global (EAG) (ENdicot. o discurso é. Sintomatologia grave (por exemplo.51 50 colegas ou colaboradores).Spitzer. por vezes 21 incoerente. ausência de amigos. freqüentes furtos em lojas) OU qualquer deficiência do funcionamento social. é freqüente a criança espancar crianças mais novas. violência recorrente) OU incapacidade persistente para manter o mínimo de higiene pessoal OU ato suicida grave esperando claramente a morte. por exemplo. muito incoerente ou sem expressão verbal). incapaz de manter um 41 emprego). 10 1 0 Perigo persistente de magoar-se a si próprio ou aos outros (por exemplo.L. suja-se com fezes) OU acentuada deficiência 11 na comunicação (por exemplo. Informação insuficiente.:« The Global Assessment Scale: A procedure for Measuring Overall Severity of Psychiatric ." Archives of General Psychiatry 7: 407-417.COHEN. tem uma atitude de desafio em casa e mau 31 rendimento escolar). frequentemente violento. --A classificação do funcionamento psicológico global numa escala de 0-100 foi realizada por Luborsky na Health-Sickness Ratin Scale (LusoxsKY.. 1976).Disturbance. . O DSM-III-R incluiu uma versão modificada da EAG como Escala de Avaliação Global do Funcionamento (AGF)." Archives of General Psychiatry 33:766-771. noutras.Avaliação Multiaxial 33 Formulário para Registro da Avaliação Multiaxial O formulário seguinte é oferecido como uma possível forma de indicação das avaliações multiaxiais. pode ser adaptado a necessidades especiais. Eixo III: Estado Físico Geral Código ICD-9-CM Nome ICD-9-CM Eixo IV: Problemas Psicossociais e Ambientais Verificar: Problemas com o grupo de apoio primário Especificar: Problemas relacionados com o ambiente social Especificar: Problemas educacionais Especificar: Problemas ocupacionais Especificar: Problemas de alojamento Especificar: Problemas econômicos Especificar: Problemas com o acesso aos serviços de saúde Especificar: Problemas relacionados com a interação com o sistema legal/crime Especificar: . este formulário pode ser usado tal qual. Eixo I: Perturbações Clinicas Outras Situações Clinicas Que Podem Ser Foco de Atenção Médica Código do diagnóstico Nome do DSM-IV Eixo II: Perturbações da Personalidade Deficiência Mental Código do diagnóstico Nome do DSM-IV . Nalgumas circunstâncias. Gaguez. muitas vezes elas só são diagnosticadas na idade adulta. ou na Adolescência. terá de considerar os diagnósticos incluídos nesta secção mas terá também de considerar as perturbações descritas noutra parte deste manual. Na maior parte das perturbações (mas não em todas) do DSM-IV é apresentada uma tabela de critérios que se aplica tanto a crianças como a adolescentes e adultos (por exemplo. Ainda que a maior parte dos sujeitos com estas perturbações se apresentem ao clínico durante a infância e na adolescência. Em Remissão Parcial). este diagnóstico será feito. são descritas numa secção do texto intitulada «Características Específicas da Cultura. Pica). ao avaliar uma criança ou um adolescente. Esta perturbação caracteriza-se por um . Tipo Misto. O médico. Por outro lado. mas que atualmente se apresentem de uma forma residual ou atenuada. Perturbação de Hiperatividade Com Déficit de Atenção. muitas perturbações incluídas noutras secções do manual têm frequentemente início durante a infância ou a adolescência. se um adulto tiver tido na sua infância sintomas que preencham totalmente os critérios de uma perturbação.Outros problemas psicossociais e ambientais Especificar: Eixo V: Escala de Avaliação Global do Funcionamento Pontuação: Período de tempo: Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência O fato de se apresentar uma secção separada para as perturbações que aparecem habitualmente na primeira e na segunda infâncias ou na adolescência é apenas por uma questão de conveniência e não porque se pretenda sugerir que não existe uma distinção nítida entre as perturbações «infantis» e «adultas». independentemente da idade do sujeito). Idade e Gênero». se uma criança ou adolescente apresentam sintomas que preenchem os critérios de Depressão Major. Na página 649 expõem-se algumas conclusões relacionadas com o diagnóstico de Perturbações da Personalidade nas crianças ou adolescentes. estão incluídas as seguintes perturbações: Deficiência Mental. pode ser especificada uma Remissão Parcial (por exemplo. Os adultos podem ser diagnosticados com perturbações incluídas nesta secção de Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias. Para além disso. Nesta secção. As variações na apresentação de uma perturbação atribuíveis aos estádios do desenvolvimento individual. se a sua situação clínica satisfizer critérios relevantes de diagnóstico (por exemplo. Perturbações da Aprendizagem. Moderada. São fornecidos códigos separados para Deficiência Ligeira.funcionamento intelectual significativamente abaixo da média (QI aproximadamente de 70 ou inferior) com um início antes dos 18 anos e déficit ou concomitante insuficiência no funcionamento adaptativo. e Deficiência Mental de Gravidade Não Especificada. Grave e Deficiência Mental Profunda. Estas perturbações são caracterizadas por um funcionamento escolar marcadamente inferior ao esperado para a idade cronológica do . Nesta secção também estão incluídas as Perturbações Disruptivas do Comportamento: a Perturbação do Comportamento é caracterizada por um padrão de comportamento que viola os direitos básicos das outras pessoas ou. Perturbação do Cálculo. Estas perturbações são caracterizadas por dificuldades da fala ou linguagem e incluem Perturbação da Linguagem Expressiva. Os subtipos derivam do predomínio de certos sintomas: Tipo Predominantemente Desatento. as regras ou normas sociais. na idade adulta. Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo e Tipo Misto. hostil e de oposição. Perturbação de Asperger e Perturbação Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. Perturbações da Comunicação. Perturbação Mista da Linguagem ReceptivaExpressiva. Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância.38 perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência sujeito. Perturbações Globais do Desenvolvimento. As perturbações específicas incluídas nesta seção são: Perturbação Autística. Incluem-se deficiências na interação social. Perturbação de Rett. Gaguez e Perturbação da Comunicação Sem Outra Especificação. . nível de inteligência e por um nível educacional adequado à idade. As perturbações especificas incluídas nesta secção são: Perturbação da Leitura. Perturbação da Escrita e Perturbação da Aprendizagem Sem Outra Especificação. que é caracterizada por uma coordenação motora marcadamente inferior à esperada para a idade cronológica e nível intelectual do sujeito. Esta secção inclui Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção que é caracterizada por sintomas proeminentes de falta de atenção e/ou impulsividade-hiperatividade. na comunicação e a presença de comportamentos interesses e atividades estereotipados. Esta secção inclui duas categorias de comportamento sem outra especificação: Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção Sem Outra Especificação e Perturbação Disruptiva do Comportamento sem Outra Especificação. Estas perturbações são caracterizadas por déficits graves e perturbações generalizadas em múltiplas áreas do desenvolvimento. Perturbação Fonológica. Perturbação das Aptidões Motoras. Inclui Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação. Perturbações Disruptivas do Comportamento e de Déficit de Atenção. A Perturbação de Oposição é caracterizada por um padrão de comportamento negativista. As perturbações específicas incluídas são: Pica. Estas perturbações caracterizam-se por tiques vocais e/ou motores. 553). na Segunda Infância ou na Adolescência Sem Outra Especificação é uma categoria residual para codificar perturbações com aparecimento na primeira infância. Outras Perturbações na Primeira Infância. Perturbação de Tique Transitório e Perturbação de Tiques Sem Outra Especificação. Perturbação Reativa de Vinculação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância. Este subgrupo inclui: Encoprese. secção apresentada posteriormente neste manual (ver p. que é caracterizada pelo desenvolvimento de uma ansiedade excessiva e desajustada em relação à casa ou aqueles a quem a criança está ligada. Perturbações da Eliminação. Agrupa as perturbações que não estão incluídas nas secções acima listadas. Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal. De referir que a Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa estão incluídas nas «Perturbações do Comportamento Alimentar». As crianças ou adolescentes podem apresentar problemas que requerem atenção clínica e não estão definidos como perturbação mental (isto é. Estas perturbações são caracterizados por alterações persistentes do comportamento alimentar e da ingestão de alimentos. incapacidade de controlar a urina em locais inadequados. caracterizada por uma relação social fortemente perturbada e inadequada evolutivamente. na Segunda Infância ou na Adolescência. Problemas Relacionais. Problemas Relacionados com . apesar de não se verificar noutras situações. Perturbações de Tiques. A Perturbação na Primeira Infância. aparentemente impulsivo e não funcional. incapacidade de controlar as fezes em locais inadequados e a Enurese. Perturbação de Ansiedade de Separação. que ocorre na maior parte dos contextos e que está associada com cuidados nitidamente patogênicos. Perturbação de Movimentos Estereotipados. Mutismo Eletivo caracterizado por um déficit persistente para falar em situações sociais específicas. que interfere acentuadamente com as atividades normais e algumas vezes resulta em danos corporais.Perturbações da Alimentação e do Comportamento Alimentar da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância. início da segunda infância ou adolescência e que não preenchem nenhum dos critérios específicos desta classificação. caracterizada por um comportamento motor repetitivo. Mericismo e Perturbação de Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância. As perturbações específicas incluídas são: Perturbação de Gilles de la Tourette. Comportamento Anti-Social da Criança ou do Adolescente. cuidados próprios. Bateria de Avaliação de Kaufman para Crianças) Um funcionamento intelectual global significativamente inferior à média é definido como um QI de 70 ou inferior (aproximadamente 2 desvios padrão abaixo da média). a sua língua materna e deficiências .Abuso ou Negligência. O funcionamento intelectual global é definido por um quociente de inteligência (QI ou equivalente ao QI) obtido através de um ou mais testes de inteligência aplicados individualmente (por exemplo. saúde e segurança (Critério B). é possível diagnosticar uma Deficiência Mental em sujeitos com quocientes de inteligência entre 70 e 75 mas que revelem déficits significativos no comportamento adaptativo. O início pode ocorrer antes dos 18 anos (Critério C). dadas as semelhanças com as suas características essenciais. ainda que este erro possa variar com o instrumento de medida usado (por exemplo. trabalho. Perturbação de Hiperansiedade e Perturbação Evitante da Infância ou Adolescência. Escala de Inteligência de Wechsler Revista para as Crianças. a Deficiência Mental não será diagnosticada num sujeito com um QI inferior a 70 mas cujo funcionamento adaptativo não revele déficits ou incapacidades significativas. Funcionamento Intelectual Estado-Limite. que foram incluídas na Perturbação de Ansiedade Generalizada e Fobia Social. Todos estes estão enumerados no fim deste manual na secção «Condições Adicionais que Podem ser Foco de Atenção Médica» (ver p. A Deficiência Mental pode ter etiologias diferentes e pode ser considerada como uma via final comum de vários processos patológicos que afetam o funcionamento do sistema nervoso central. Contrariamente. Deficiência Mental Características de Diagnóstico A característica essencial da Deficiência Mental é um funcionamento intelectual global inferior à média (Critério A) que é acompanhado por limitações no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das áreas seguintes: comunicação. Problema de Identidade). Problema Acadêmico. Escala de Stanford Binet. Será de salientar que nos testes de QI há um erro de medida de aproximadamente 5 pontos. um QI de 70 na Wechsler equivale a um intervalo de 65-75). Deste modo. tempos livres. 693). vida doméstica. uso de recursos comunitários. respectivamente. Na escolha dos instrumentos para testar e interpretar os resultados deverão ser considerados fatores que podem limitar o rendimento nos testes (a origem sociocultural dos sujeitos. competências sociais/interpessoais. competências acadêmicas funcionais. O DSM-III-R incluía duas perturbações específicas da ansiedade das crianças e adolescentes. autocontrole. da escala total do QI. matematicamente derivado. E útil recolher provas dos déficits do funcionamento adaptativo a partir de uma ou mais fontes independentes e fiáveis (por exemplo. Por exemplo. O funcionamento adaptativo pode estar influenciado por vários fatores. . Quando nas pontuações dos subtestes se verifica uma dispersão significativa. Tal como na avaliação do funcionamento intelectual deverá ser considerada a elegibilidade do instrumento para o nível sociocultural do sujeito. a presença de incapacidades significativas invalida muitas normas de aplicação da escala adaptativa. avaliação do professor e história médica. Estas escalas geralmente fornecem um ponto de corte clínico que é um índice composto baseado no rendimento de um certo número de tarefas adaptativas. possíveis incapacidades associadas. passividade) podem evidenciar uma boa adaptação no contexto concreto da vida do sujeito (por exemplo. sua motivação e cooperação. motivação e características de personalidade. em alguns estabelecimentos institucionais). Será de considerar que as pontuações obtidas em certos domínios particulares não estão incluídas em alguns destes instrumentos e que as pontuações concretas podem variar consideravelmente quanto à sua fiabilidade. assim como perturbações mentais e estados físicos gerais que podem coexistir com a Deficiência Mental. Além disso. dependência. origem sociocultural e inserção comunitária. O funcionamento adaptativo refere-se ao modo como os sujeitos lidam com as situações da vida quotidiana e como cumprem as normas de independência pessoal. Incapacidades no funcionamento adaptativo e não um QI baixo são as manifestações normalmente presentes nos sujeitos com Deficiência Mental. Quando há uma marcada discrepância entre as notas da escala verbal e de realização. oportunidades vocacionais e sociais. as aptidões de aprendizagem do sujeito estão mais bem refletidas no perfil de resultados elevados ou baixos dos subtestes do que no resultado. Os problemas de adaptação são provavelmente mais modificáveis com os esforços médicos enquanto o QI tende a tornar-se um atributo mais estável. incluindo educação. pode ser enganador fazer a média para obter um QI total. esperadas de alguém do seu grupo de idade. motoras e comunicativas associadas).sensoriais. as Escalas de Comportamento Adaptativo de Vineland e escalas da Associação Americana de Comportamento Adaptativo e Deficiência Mental). comportamentos que poderão normalmente ser considerados desadaptativos (por exemplo. Foram elaboradas várias escalas para medir o comportamento ou o funcionamento adaptativos (por exemplo. nível educacional. evolutiva e acadêmica). categoria que pode ser usada quando há uma forte suspeita de Deficiência Mental mas que não seja possível medir a inteligência através dos testes convencionais (por exemplo.9 Deficiência Mental Profunda [318.2] QI Inferior a 20 ou 25 F79.9 Deficiência Mental. que refletem o grau de incapacidade intelectual.Graus de Gravidade da Deficiência Mental Podem ser especificados quatro graus de gravidade. Gravidade Não Especificada [319]. F70.em sujeitos muito incapacitados. .9 Deficiência Mental Ligeira [317] QI entre 50-55 e aproximadamente 70 F719 Deficiência Mental Moderada [310. que não cooperam ou com crianças muito pequenas).9 Deficiência Mental Grave [318.1] QI entre 20-25 e 35-40 F73.0] QI entre 35-40 e 50-55 F72. têm deficiências mínimas nas áreas sensório-motoras. Podem beneficiar de treino laboral. Com apoios adequados os sujeitos com Deficiência Mental Ligeira podem viver normalmente na comunidade. cerca de 85%. equivalente à categoria pedagógica «educável». as pessoas com este nível de Deficiência Mental desenvolvem tipicamente competências sociais e de comunicação durante os anos pré-escolares (dos 0 aos 5 anos de idade). Durante a adolescência as suas dificuldades em reconhecer as convenções sociais podem interferir nas relações com os colegas. com uma relativa supervisão.Deficiência Mental 41 F70. Durante os últimos anos da sua adolescência podem adquirir conhecimentos acadêmicos ao nível do 9. Podem também beneficiar de um treino de competências sociais e ocupacionais mas têm pouca probabilidade de ultrapassar o 2. F71. Durante a vida adulta poderão adquirir competências sociais e vocacionais adequadas a uma autonomia mínima. Podem aprender a viajar de forma independente em locais familiares. em oficinas protegidas ou até no mercado geral de trabalho. Este termo antiquado não deveria ser usado porque implica. para a sua independência econômica.º ano de estudos acadêmicos.0) A Deficiência Mental Moderada é aproximadamente equivalente à categoria pedagógica «treinável». sob apertada supervisão. Este grupo constitui a maioria dos sujeitos com esta perturbação. erradamente. Este grupo constitui cerca de 10% da população com Deficiência Mental. mas podem necessitar de apoio. Durante os primeiros anos da infância . quer em lares protegidos. não se distinguem das crianças normais até idades posteriores. orientação e assistência quando estão sob stress social ou econômico fora do habitual. e. em contextos supervisionados adaptam-se bem à vida em comunidade. Em regra.9 Deficiência Mental Ligeira [317] A Deficiência Mental Ligeira é. adquirem uma certa autonomia. muitas vezes. quer de modo independente. que os sujeitos com Deficiência Mental Moderada não podem beneficiar de programas educativos.º ano de escolaridade. Na idade adulta.9 Deficiência Mental Grave [318.1) 0 grupo de sujeitos com Deficiência Mental Grave constitui 3% a 4% dos sujeitos com Deficiência Mental. e. A maioria dos sujeitos com este nível de Deficiência Mental pode adquirir competências de comunicação durante os anos pré-escolares. F72. aproximadamente.9 Deficiência Mental Moderada [318. Consideradas no seu conjunto. a maioria pode contribuir. realizando trabalhos não especializados ou semiespecializados. Beneficiam de forma limitada de instrução em temas pré-acadêmicos. aprendem a contar e podem adquirir competências para «ler» algumas palavras através de imagens. Na idade adulta. . familiarizam-se com o alfabeto. Na idade pré-escolar. podem aprender a falar e podem ser treinados em atividades elementares de higiene.adquirem pouca ou nenhuma linguagem comunicativa. podem viver na comunidade em lares protegidos ou com as suas famílias. a não ser que apresentem uma deficiência associada que requeira cuidados especiais. Escalas de Desenvolvimento da Criança. a perturbação mental adicional codifica-se no Eixo I. Durante a primeira infância. crianças cujo funcionamento intelectual. Pode ser o caso das crianças. síndrome de Down. exceto nos casos em que a incapacidade é profunda. mas cuja avaliação pelos testes de Bayley. estas crianças podem atingir um ótimo desenvolvimento. avaliado na clínica. as competências de comunicação e de autocuidados podem melhorar se tiverem um treino adequado. se situa significativamente abaixo da média.9 Deficiência Mental Profunda [318. por exemplo. quanto mais jovem for o sujeito. este codifica-se no Eixo III. O desenvolvimento motor.2] O grupo com Deficiência Mental Profunda constitui aproximadamente 1% a 2%. Na maior parte dos sujeitos com este diagnóstico foram identificadas situações neurológicas que conduziram à sua Deficiência Mental. Se a perturbação mental estiver associada com um estado físico geral. Procedimentos de Registro O código para o diagnóstico específico de Deficiência Mental é baseado no grau de gravidade acima indicado e é codificado no Eixo II. Com uma relação individualizada e uma pessoa que cuide delas. Não existem características específicas de personalidade e comportamentais . manifestaram um déficit do funcionamento sensório-motor. mais difícil é definir a presença de Deficiência Mental. ainda. F79. Se a Deficiência Mental estiver associada com outra perturbação mental (por exemplo. Em geral.42 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência F73. tarefas simples. Teste de Inteligência de Cattel e outros não fornecem valores numéricos do QI. adolescentes ou adultos com grande incapacidade ou que não cooperam nos testes ou. Perturbações e Características Associadas Características Descritivas Associadas e Perturbações Mentais. Alguns podem freqüentar programas diários e. Gravidade Não Especificada [319] O diagnóstico de Deficiência Mental de Gravidade Não Especificada deverá ser utilizado quando existe uma forte suspeita de Deficiência Mental que não é detectável através dos testes convencionais de inteligência.9 Deficiência Mental. sob uma estreita supervisão. executar em contextos superprotegidos. Perturbação Autística). associado com a síndrome de Lesch-Nyhan) Os sujeitos com Deficiência Mental podem ser vulneráveis à exploração pelos outros (por exemplo. calculada em três vezes mais que a população em geral. são caracterizados por alguns sintomas comportamentais (por exemplo comportamento autolesivo intratável. calmos e dependentes. podem ser agressivos e impulsivos. Traumatismo Craniano que pode dar origem a Deficiência Mental e Alteração da Personalidade secundária a Traumatismo Craniano). outros. a falta de comunicação pode predispor a condutas disruptivas e agressivas que substituem a comunicação verbal. Alguns sujeitos com Deficiência Mental são passivos. muitas vezes complicado pelo fato de a apresentação clínica ser modificada pela gravidade da .unicamente associadas com a Deficiência Mental. Os sujeitos com Deficiência Mental têm uma prevalência de comorbilidade de perturbações mentais. Alguns estados físicos gerais. no entanto. Podem ser observados todos os tipos de perturbação mental e não é evidente que a natureza de uma dada perturbação mental seja diferente em sujeitos que tenham Deficiência Mental. Nalguns casos isto pode resultar de uma etiologia que é comum à Deficiência Mental e à perturbação mental associada (por exemplo. O diagnóstico de comorbilidade mental é. no entanto. associados com a Deficiência Mental. abusos sexuais e físicos) ou à negação dos seus direitos e oportunidades. tais como humor deprimido. no início da década dos 40 anos. embora os sintomas clínicos de demência só sejam evidentes mais tarde. outras anomalias num único gene com expressão variável e herança mendeliana (por exemplo. por vezes. (por exemplo. As alterações patológicas no cérebro associadas com esta perturbação desenvolvem-se normalmente com a idade. e. Em aproximadamente 30% a 40% dos sujeitos vistos na clínica. Síndrome de Down devido a Trissomia 21) ou lesões pré-natais por toxinas (por exemplo. em tais casos. o Diagnóstico de Perturbação Depressiva Major num adulto com Deficiência Mental que não comunique verbalmente é muitas vezes baseado primordialmente em manifestações observadas pelos outros. infecções). Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação). irritabilidade. . Perturbação Global do Desenvolvimento. Estes fatores incluem erros inatos de metabolismo. Os fatores etiológicos podem ser primariamente biológicos ou psicossociais ou. Os principais fatores predisponentes são: Hereditariedade (aproximadamente 5%). Há muitas vezes casos de sujeitos sem Deficiência Mental. não é possível. Demência Devida a Traumatismo Craniano). Déficits nas competências de comunicação podem resultar na impossibilidade para obter uma história adequada (por exemplo. Perturbação de Movimentos Estereotipados e Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral (por exemplo. em que pode ser difícil fazer um diagnóstico específico. Estes fatores incluem má nutrição fetal. Perturbação do Humor. Alterações precoces do desenvolvimento embrionário (aproximadamente 30%) Estes fatores incluem alterações cromossômicas (por exemplo. hipoxemia. Fatores Predisponentes. a maior parte através de mecanismos autossômicos recessivos (por exemplo. prematuridade. anorexia ou insônia). esclerose tuberosa) e aberrações cromossômicas (por exemplo. Síndrome de Down por translocação. Os sujeitos que têm Deficiência Mental devida a síndrome de Down podem ter um alto risco de desenvolver uma Demência do Tipo Alzheimer. doença de Tay-Sachs). As perturbações mentais comummente associadas são: Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. uma combinação de ambos.Deficiência Mental 43 Deficiência Mental e das incapacidades associadas. determinar de forma clara a etiologia de Deficiência Mental. Problemas na gravidez e perinatais (aproximadamente 10%). infecções virais e traumatismos. pode ser usada a categoria apropriada Sem Outra Especificação. consumo materno de álcool. síndrome do X frágil). apesar dos esforços intensivos de avaliação. estarão presentes as características físicas dessa síndrome (por exemplo. não há dados laboratoriais que estejam unicamente associados com a Deficiência Mental. dados cromossômicos em várias anomalias genéticas. uma fenilalanina sanguínea elevada na fenilcetonúria ou anomalias do sistema nervoso detectadas por meio de técnicas de imagiologia). Estes fatores incluem: privação de cuidados. Dados do exame físico e estados físicos gerais associados. necessários para o diagnóstico de Deficiência Mental. Dados laboratoriais associados. Não existem características físicas específicas associadas à Deficiência Mental. traumas e envenenamento (por exemplo. Estes fatores incluem infecções. Perturbação Autística). de estimulação social. Quando o déficit mental faz parte de uma síndrome específica. Para além dos testes psicológicos e de comportamento adaptativo. lingüística ou outra e perturbações mentais graves (por exemplo. Dados de diagnóstico laboratoriais podem estar associados com um estado físico específico que acompanhe a Deficiência Mental (por exemplo. as características físicas da síndrome de Down). Influências ambientais e perturbações mentais (aproximadamente 15% a 20%). por chumbo). Quanto mais grave for a .Estados físicos gerais adquiridos na primeira infância ou infância (aproximadamente 5%). o uso de recursos comunitários ou laborais em crianças de idade escolar). Para fazer um diagnóstico de Deficiência Mental exige-se o uso de testes individualizados. Este objetivo é normalmente conseguido pelo uso de testes onde as características relevantes do sujeito estejam representadas na amostra de padronização do teste ou pela utilização um examinador para quem os aspectos do contexto étnico ou cultural do sujeito sejam familiares. Características Dependentes da Cultura. Evolução . Idade e Gênero Devem ser tomadas medidas para assegurar que os testes de avaliação das competências intelectuais reflitam o contexto étnico e cultural do sujeito. visuais. outros estudos têm referido taxas diferentes. embora todos os graus de gravidade estejam representados. tanto maior será a probabilidade de doenças neurológicas (por exemplo. auditivas. dependendo da definições usadas.44 perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência Deficiência Mental (especialmente se for grave ou profunda ). numa proporção aproximadamente de 5 para 1 (homem/ / mulher). Nos casos em que não se pode identificar uma causa biológica específica. As diferentes fases do desenvolvimento deverão ser tomadas em conta quando se avalia a incapacidade nas tarefas adaptativas dado que algumas áreas de competência são menos relevantes em diferentes idades (por exemplo. cardiovasculares e de outro tipo. neuromusculares. convulsões). O déficit mental é mais freqüente entre os sujeitos de sexo masculino. envenenamento por chumbo ou nascimentos prematuros). A prevalência de Deficiência Mental devida a fatores biológicos conhecidos é semelhante entre as crianças das classes socioculturais elevadas ou baixas. exceto nos casos em que certos fatores etiológicos estejam ligados ao estatuto socioeconômico mais baixo (por exemplo. as classes de nível socioeconômico mais baixo estão superrepresentadas e a Deficiência Mental é normalmente ligeira. Prevalência A taxa de prevalência da Deficiência Mental foi estimada aproximadamente em 1%. dos métodos de avaliação e população estudada. No entanto. O diagnóstico de Deficiência Mental exige que o início da perturbação seja antes dos 18 anos. a partir de um certo momento. a Síndrome de Down é facilmente diagnosticada no nascimento). As deficiências mais graves. tendem a ser reconhecidas mais cedo (por exemplo. não apresentar o grau de deficiência requerida para o diagnóstico de Deficiência Mental. subjacente a fatores ambientais (por exemplo. estimulação ambiental e manipulação adequada). A Deficiência Mental não é necessariamente uma perturbação que dure toda a vida. Os sujeitos cuja Deficiência Mental Ligeira se manifestou cedo na vida pelos fracassos nas capacidades de aprendizagem escolar. Em contrapartida. resultantes de causas adquiridas. a Deficiência Moderada. A evolução da Deficiência Mental é influenciada pela evolução do estado físico geral. principalmente quando estão associadas a uma síndrome com fenótipo característico. Se um estado físico geral subjacente for estático. Em muitas deficiências graves. com treino apropriado podem desenvolver aptidões adaptativas noutros domínios e podem. a incapacidade intelectual desenvolver-se-á mais abruptamente (por exemplo. a evolução será provavelmente mais variável e dependente dos fatores ambientais. é geralmente revelada mais tarde. educação e outras oportunidades. de origem desconhecida. deficiência posterior a encefalite). A idade e forma de evolução dependem da etiologia e gravidade da Deficiência Mental. . o resultado do QI pode envolver uma medida de erro aproximadamente de 5 pontos. leitura. Em geral. Nas Perturbações da Aprendizagem ou Perturbações da Comunicação (não associadas com a Deficiência Mental).Deficiência mental 45 Padrão Familiar Por causa da sua etiologia heterogênea. o diagnóstico deve ser feito sempre que os critérios de diagnóstico estejam preenchidos. o diagnóstico de demência pode não ser apropriado em crianças que ainda não tenham entre os 4 e os 6 anos. 43). não é aplicável nenhum padrão familiar para a Deficiência Mental como categoria geral. por conseguinte. O Funcionamento Intelectual Estado-Limite (ver p. Nas Perturbações Globais do Desenvolvimento. dependendo dos testes que se utilizam. independentemente de poder estar presente outra perturbação. Como já foi discutido antes. 702) descreve um QI superior ao exigido para a Deficiência Mental (geralmente 71-84). Diagnóstico Diferencial Os critérios de diagnóstico para a Deficiência Mental não incluem um critério de exclusão. A hereditariedade da Deficiência Mental é discutida em «Fatores Predisponentes» (ver p. o desenvolvimento numa área específica está alterado ( por exemplo. existe um déficit qualitativo no desenvolvimento da interação social e no desenvolvimento das aptidões de comunicação social verbal e não verbal. O diagnóstico de demência requer que a incapacidade da memória e outros déficits cognitivos representem um declínio significativo em relação ao nível mais elevado de funcionamento prévio. ou linguagem expressiva) mas não há um déficit generalizado do desenvolvimento intelectual e do funcionamento adaptativo. Alguns casos de Deficiência Mental têm o seu início após um período de funcionamento normal e podem qualificar-se com o diagnóstico adicional de demência. Porque pode ser difícil determinar o nível prévio de funcionamento em crianças muito jovens. o diagnóstico de demência é feito unicamente quando a situação não é satisfatoriamente caracterizada só pelo diagnóstico de Deficiência Mental. para os sujeitos abaixo dos 18 anos. A Deficiência Mental acompanha muitas vezes as Perturbações Globais do Desenvolvimento (75%-80% dos sujeitos com Perturbação Global do Desenvolvimento também têm Deficiência Mental). É possível diagnosticar a . Uma Perturbação da Aprendizagem ou Perturbação da Comunicação podem ser diagnosticadas num sujeito com Deficiência Mental se um déficit específico for desproporcionado em relação à gravidade da Deficiência Mental. «Intermitente . critério de funcionamento intelectual significativamente abaixo da média refere-se a uma pontuação típica de aproximadamente 70-75 ou inferior (que toma em conta o potencial um erro de 5 pontos acima ou abaixo na avaliação do QI). Além disso. . funcionamento intelectual inferior à média. Relação com Outras Classificações de Deficiência Mental O sistema de classificação da Associação Americana para a Deficiência Mental (AAMR) inclui os mesmos três critérios ( isto é.Deficiência Mental em sujeitos com resultados do QI entre 71 e 75 se tiverem déficits de comportamento adaptativo que correspondam aos critérios de Deficiência Mental. limitações nas tarefas adaptativas e início antes dos 18 anos). Na classificação do AAMR. A diferenciação entre Deficiência Mental Ligeira e Funcionamento Intelectual Estado-Limite exige uma cuidadosa consideração de toda a informação disponível. o DSM-IV especifica graus de gravidade enquanto o sistema de classificação do AMMR de 1992 especifica «Padrões e Intensidade de Apoios Necessários» (isto é. uso de recursos comunitários. social / aptidões interpessoais. o DSM-IV permite de certa forma grande flexibilidade no relatório de gravidade de um dado grau de QI definindo os níveis de gravidade com pontuação coincidente. cuidados próprios. × Critérios de diagnóstico de Deficiência Mental A. B. a eficácia do sujeito em corresponder aos padrões esperados para a sua idade ou para o seu grupo cultural em pelo menos duas das seguintes áreas: comunicação. a gravidade é determinada pelo nível de funcionamento adaptativo. susceptível de continuar indefinidamente. Déficits ou insuficiências concomitantes no funcionamento adaptativo atual (por exemplo.Funcionamento intelectual significativamente inferior à média. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 definem os níveis com limites exatos. aptidões escolares funcionais. Esta lei define inca acidade evolutiva como uma incapacidade atribuível a um déficit físico ou mental. manifestada antes dos 22 anos. auto controle. ou inferior num teste de QI administrado individualmente (para crianças uma avaliação clínica do funcionamento intelectual significativamente abaixo da média). Pelo contrário. Moderado entre 35 e 49. resultando em limitações substanciais em três áreas específicas de funcionamento e exigindo cuidados particulares e permanentes ao longo da vida. saúde e segurança. Dentro da gama que se sobrepõe.46 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência Extensiva e Persistente». vida familiar. trabalho. que são diretamente comparáveis com os graus de severidade no DSM-IV. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os métodos que definem os níveis de gravidade da Deficiência Mental diferem ligeiramente entre os dois sistemas. A definição de incapacidades evolutivas que aparece na Lei Pública 95-602 (1978) não se limita à Deficiência Mental e está baseada em critérios funcionais. Ligeiro é definido entre 50 e 69. Um QI aproximadamente igual a 70.) . Grave entre 20 e 34 e Profundo abaixo de 20. ócios. F70. . Início antes dos 18 anos.2]: QI abaixo de 20 ou 25 F79.1]: QI entre 20-25 até 35-40 F73.9 Deficiência Mental.9 Deficiência Mental Grave [318.9 Deficiência Mental Profunda [318.C.0]: QI entre 35-40 até 50-55 F72.9 Deficiência Mental Ligeira [3171]: QI entre 50-55 até aproximadamente 70 F71. Código baseado nos graus de gravidade que refletem o nível de incapacidade intelectual.9 Deficiência Mental Moderada [318. Gravidade Não Especificada [319]: Quando há forte suspeita de Deficiência Mental mas a inteligência do sujeito não é avaliável pelos testes usuais. baixa de auto-estima e déficits nas aptidões sociais podem estar associados com as Perturbações da Aprendizagem. aritmética ou escrita for substancialmente inferior ao esperado para a idade. As Perturbações da Aprendizagem podem persistir na idade adulta. Características de Diagnóstico As Perturbações da Aprendizagem são diagnosticadas quando o rendimento individual nas provas habituais de leitura. Uma variedade de recursos estatísticos podem ser utilizados para determinar se uma discrepância é significativa. ainda. Se um déficit sensorial estiver presente. Perturbação Hiperativa com . Os adultos com Perturbações da Aprendizagem podem ter dificuldades significativas de inserção social ou no emprego. as dificuldades de aprendizagem podem ser excessivas em relação às que estão normalmente associadas com o déficit. por uma perturbação mental co-mórbida ou por um estado físico geral ou. Muitos sujeitos (10% a 15%) com Perturbações do Comportamento.adolescentes com Perturbações da Aprendizagem é aproximadamente 40% (ou aproximadamente 1. principalmente nos casos que o rendimento individual possa estar comprometido no teste de I por uma perturbação associada no processamento cognitivo. entre 1 e 2 desvios padrão). Os problemas de aprendizagem interferem significativamente com o rendimento escolar ou com as atividades da vida quotidiana que exigem aptidões de leitura. A taxa de abandonos escolares em crianças ou. Pode-se definir como substancialmente inferior uma discrepância de mais de dois desvios padrão entre a realização e o QI. Perturbação do Cálculo.5 mais vezes que a média). Por vezes aceitase uma pequena discrepância entre a realização e o QI (por exemplo. Perturbação de Oposição.Perturbação da Aprendizagem 47 Perturbações da Aprendizagem (anteriormente Perturbações da Aptidões Escolares) A secção Perturbações na Aprendizagem inclui: Perturbação da Leitura. Perturbações e Características Associadas Desmoralização. aritmética ou escrita. pelas características culturais ou étnicas do sujeito. Perturbação da Escrita e Perturbação da Aprendizagem Sem Outra Especificação. para o nível de escolaridade ou para o nível intelectual. várias doenças neurológicas ou outros estados físicos gerais possam estar associados com o desenvolvimento das Perturbações da Aprendizagem. atenção ou memória ou combinação destes ). lesões perinatais. síndrome alcoólica fetal ou síndrome do X frágil). Contudo as Perturbações da Aprendizagem estão frequentemente associadas com uma variedade de estados físicos gerais (por exemplo. a presença de tais perturbações não irá invariavelmente predizer uma eventual Perturbação da Aprendizagem. Os testes normalizados para medir estes processos são geralmente menos fiáveis e válidos que outros testes psicoeducacionais. Sabe-se que alguns atrasos na linguagem podem ocorrer em associação com as Perturbações da Aprendizagem (principalmente Perturbação da Leitura). . ainda que estes atrasos possam não ser suficientemente graves para justificar um diagnóstico independente de Perturbação da Comunicação. que muitas vezes precedem ou estão associados com Perturbações da Aprendizagem. As Perturbações da Aprendizagem podem também associar-se a uma maior taxa de Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação.Déficit da Atenção Perturbação Depressiva Major ou Perturbação Distímica têm também Perturbações da Aprendizagem. processos lingüísticos. Podem estar subjacentes anomalias no processamento cognitivo (por exemplo. envenenamento pelo chumbo. déficits de percepção visual. e há muitos sujeitos com perturbações da Aprendizagem que não têm estes elementos na sua história. Ainda que predisposições genéticas. Para fazer o diagnóstico da Perturbação da Aprendizagem é sempre exigido que os testes sejam individualizados. dependendo da natureza da avaliação e das definições adotadas. ou com um examinador que esteja familiarizado com aspectos do contexto cultural ou étnico do sujeito. assim como de dificuldades escolares devidas a falta de oportunidades. Uma escolaridade inadequada pode resultar em má execução nos testes de realização normalizados. ensino deficiente ou fatores culturais. Normalmente. e as crianças que freqüentaram classes em escolas onde o ensino era inadequado obtêm maus resultados na realização dos testes. Contudo. Deve codificar-se no Eixo III qualquer doença neurológica ou estado físico geral. Diagnóstico Diferencial As Perturbações da Aprendizagem devem ser diferenciadas de possíveis variações normais do rendimento escolar. uma perturbação da aprendizagem só pode ser diagnosticada se as dificuldades de aprendizagem forem excessivas em relação às que usualmente estão associadas com estes déficits. Aproximadamente 5%o dos alunos das escolas públicas dos EUA estão identificados como tendo uma Perturbação da Aprendizagem. Prevalência As estimativas da prevalência das Perturbações da Aprendizagem variam entre 2% e 10%. Na Deficiência Mental. isto é conseguido pelo uso de testes nos quais as características relevantes do sujeito estiveram representadas na amostra de padronização. As crianças procedentes de contextos étnicos ou culturais diferentes da cultura escolar predominante ou em que a língua utilizada no ensino não é a língua materna. As crianças destas origens podem ter também um maior risco de absentismo devido a maior freqüência de doenças ou ao fato de viverem em ambientes pobres ou caóticos. Déficits da visão ou da audição podem afetar a capacidade de aprendizagem e devem ser investigados através de testes audiométricos ou visuais.48 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência Características Especificas da Cultura Deverão ser tomados cuidados para assegurar que nos testes de inteligência se prestou uma atenção adequada às características culturais e étnicas do sujeito. em . as dificuldades de aprendizagem são proporcionais à deficiência do funcionamento intelectual. Na presença de tais déficits sensoriais. Quando se verifiquem os critérios para mais de uma perturbação da aprendizagem. todas devem ser diagnosticadas. Em tais casos. A Perturbação do Cálculo e a Perturbação da Escrita ocorrem frequentemente em combinação com a Perturbação da Leitura. Nos sujeitos com Perturbações da Comunicação. No contexto de uma Perturbação Global do Desenvolvimento poderá ser feito um diagnóstico adicional de Perturbação da Aprendizagem unicamente quando o déficit de escolarização estiver significativamente abaixo do níveis esperados em função do rendimento intelectual e escolaridade dos sujeitos. o funcionamento intelectual pode ser avaliado com o uso de testes normalizados de capacidade intelectual não verbal. . deve ser diagnosticada uma Perturbação da Aprendizagem. deverá ser feito o diagnóstico adicional de Perturbação da Aprendizagem. o nível de execução na leitura. Nos casos em que o desempenho escolar estiver significativamente abaixo da capacidade medida. aritmética ou escrita é significativamente inferior aos níveis esperados para a escolaridade do sujeito e gravidade da Deficiência Mental.alguns casos de Deficiência Mental Ligeira. . Perturbações e Características Associadas Ver a secção «Perturbações e Características Associadas» a Perturbações da Aprendizagem (p. do quociente de inteligência e da escolaridade própria para a sua idade (Critério A). Se estiver presente um déficit sensorial. as dificuldades de leitura excedem as que lhe estariam habitualmente associadas (Critério C). realizadas individualmente) que se situa substancialmente abaixo do nível esperado em função da idade cronológica do sujeito. tanto a leitura oral como a silenciosa são caracterizadas por lentidão e erros na compreensão. precisão velocidade ou compreensão da leitura medidas através de provas normalizadas.0 Perturbações da Leitura [315. com taxas de prevalência semelhantes. associados a Perturbações da Aprendizagem. essencial da Perturbação da Leitura é um rendimento na leitura (por exemplo. Características Especificas do Gênero Sessenta a 80% dos sujeitos diagnosticados com Perturbação da Leitura são do sexo masculino. Se estiverem presentes uma doença neurológica ou outro estado físico geral ou um déficit sensorial. serão codificados no Eixo III.0 Perturbações da Leitura 49 F81. A perturbação da leitura interfere significativamente com o rendimento escolar ou com as atividades da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura (Critério B). A Perturbação do Cálculo e a Perturbação da Escrita estão frequentemente associadas com a Perturbação da Leitura e é relativamente raro que aquelas perturbações sejam encontradas na ausência da Perturbação da Leitura. Quando se faz um diagnóstico cuidadoso e se utilizam critérios estritos verifica-se que a perturbação ocorre em proporções iguais nos dois sexos. a leitura oral é caracterizada por distorções.F81. 47). Os processos de referência dos doentes podem enviesar uma identificação excessiva de sujeitos do sexo masculino pelo fato de estes apresentarem com mais freqüência comportamentos disruptivos. substituições ou omissões. Não acontece o mesmo quando são usados processos de diagnóstico e cálculos baseados nos dados de referência tradicionais oriundos da escola.0] Características de Diagnóstico A característica. Nos sujeitos com perturbação de leitura (também chamada «dislexia»). A Perturbação da Leitura. incapacidade para distinguir entre letras comuns ou para associar fonemas comuns com símbolos de letras) possam manifestar-se no Jardim Infantil ou na primeira classe. Nos EUA. Evolução Ainda que os sintomas de dificuldade de leitura (por exemplo. do Cálculo ou da Escrita. Uma mais baixa incidência e prevalência da Perturbação da Leitura pode ser encontrada noutros países em que são usados critérios mais estritos.Prevalência A prevalência de Perturbação da Leitura é difícil de estabelecer porque em muitos estudos não se faz uma cuidadosa separação das Perturbações específicas da Leitura. é de 4% a estimativa da prevalência de Perturbação da Leitura nas crianças em idade escolar. aparece aproximadamente em 4 de cada 5 casos de Perturbação da Aprendizagem. a Perturbação da Leitura . isoladamente ou em combinação com a Perturbação do Cálculo ou Perturbação da Escrita. medido através de provas normalizadas de exatidão ou compreensão da leitura. aplicadas individualmente. O rendimento na leitura. × Critérios de diagnóstico para F81. situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade . o prognóstico num número significativo de casos é bom.50 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência raramente é diagnosticada antes do fim deste período escolar e do início da primária. a Perturbação da Leitura tem prioridade em relação à Perturbação do Cálculo. apenas a Perturbação da Leitura deve ser diagnosticada. Com a identificação e prevenção precoces. na maior parte das escolas. 48) Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 propõem que o ponto de corte para o diagnóstico desta perturbação seja de dois desvios-padrão abaixo do nível esperado das capacidades de leitura. dado que. Quando uma Perturbação da Leitura está associada a um QI elevado.0] A. Na ICD-10 esta perturbação é referida como Perturbação Específica da Leitura. Padrão Familiar A Perturbação da Leitura é de tipo familiar e é mais prevalente entre os parentes biológicos do primeiro grau dos sujeitos com Perturbações da Aprendizagem. e portanto. e a perturbação da leitura não se manifestar completamente antes do 4" ano de escolaridade ou mesmo posteriormente. Diagnóstico Diferencial Ver «Diagnóstico Diferencial» na secção Perturbações da Aprendizagem (p. Além disso. o ensino formal da leitura não ocorre geralmente antes dessa altura. A Perturbação da Leitura pode persistir durante a idade adulta. se os critérios para ambas as perturbações estiverem presentes. que permite que ambos os diagnósticos estejam presentes. Isto está em contradição com o DSM-IV. a criança pode estar ao nível dos seus companheiros durante os primeiros anos.0 Perturbação da Leitura [315. codificam-se no Eixo III. C. quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade. B. Se estiver presente um déficit sensorial. A perturbação do Critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou atividades da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura. . as dificuldades de leitura são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas. neurológico) ou um déficit sensorial.cronológica do sujeito. Notas de codificação. Se estiverem presentes um estado físico geral (por exemplo. Se estiverem presentes uma doença neurológica ou outro estado físico geral ou um déficit sensorial.2 Perturbação do Cálculo [315. do . operações ou conceitos. contar objetos e aprender tabelas de multiplicação). Prevalência A prevalência da Perturbação do Cálculo é difícil de estabelecer.1] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Cálculo é uma capacidade para o cálculo (medida através de provas normalizadas de cálculo.2 Perturbação do Cálculo 51 F81. Perturbações e Características Associadas Ver a secção «Perturbações e Características Associadas» das Perturbações da Aprendizagem (p. realizadas individualmente) que se situa substancialmente abaixo do nível esperado em função da idade cronológica do sujeito.F81. reconhecimento ou leitura de símbolos numéricos ou sinais aritméticos e associação de objetos em grupos). copiar corretamente números ou figuras. quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade (Critério A). competências perceptuais (por exemplo. A perturbação do cálculo interfere significativamente com a competência aritmética e com atividades da vida quotidiana que requerem competências aritméticas (Critério B). Na Perturbação do Cálculo. porque muitos dos estudos que analisam a prevalência da Perturbação da Aprendizagem não fazem uma distinção entre Perturbação da Leitura. 47). competências de «atenção» (por exemplo. a compreensão ou denominação de termos aritméticos. e descodificação de problemas escritos em símbolos aritméticos). A Perturbação do Cálculo está frequentemente associada com a Perturbação da Leitura e a Perturbação da Escrita. Se estiver presente um déficit sensorial. pode estar diminuído um certo número de competências incluindo as «lingüísticas» (por exemplo. as dificuldades aritméticas são excessivas em relação às que estão normalmente associadas com aquele (Critério C). estes serão codificados no Eixo III. e observar sinais operacionais) e competências aritméticas (por exemplo seguir seqüências de passos de aritmética. recordar para juntar no «e vai um». um ensino formal suficiente da matemática não ocorre geralmente antes dessa altura. torna-se aparente durante a segunda ou terceira classes. aproximadamente. apenas a Perturbação da Leitura deve ser diagnosticada. se os critérios para ambas as perturbações estiverem presentes. Em regra. das Perturbações da Aprendizagem (p. Evolução Ainda que certos sintomas de dificuldades na aritmética (por exemplo. Isto está em contradição com o DSM-IV. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 propõem que o ponto de corte para o diagnóstico desta perturbação sejam dois desvios-padrão abaixo do nível esperado da capacidade de leitura. na maior parte das escolas. a Perturbação da Leitura tem prioridade sobre a Perturbação do Cálculo. dado que. A prevalência da Perturbação do Cálculo isolada (isto é. e portanto. que permite que ambos os diagnósticos estejam presentes.Cálculo ou da Escrita. Particularmente quando a Perturbação do Cálculo está associada a um QI elevado. . confusão dos conceitos numéricos ou incapacidade para contar corretamente) possam manifestar-se no jardim infantil ou na primeira classe a Perturbação de Cálculo raramente é diagnosticada antes do fim da primeira classe. a criança pode estar ao mesmo nível dos seus companheiros durante os primeiros anos e a Perturbação do Cálculo pode não se manifestar até ao quinto ano de escolaridade ou mesmo posteriormente. 48). 52 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência Diagnóstico Diferencial Ver a secção «Diagnóstico Diferencial». Calcula-se que 1 % das crianças em idade escolar têm Perturbação do Cálculo. Na ICD-10 esta perturbação é referida como Perturbação Específica do Cálculo. quando não se encontra associada a uma Perturbação da Aprendizagem) é. Além disso. um em cada cinco casos de Perturbação da Aprendizagem. Notas de codificação. . situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito.2 Perturbação do Cálculo (315. Há geralmente uma combinação de déficits na capacidade do sujeito para compor textos escritos. serão codificados no Eixo III. organização pobre dos parágrafos. Se estiverem presentes um estado físico geral (por exemplo.8 Perturbação da Escrita [315.× Critérios de diagnóstico para F81. Se estiver presente um déficit sensorial. neurológico) ou um déficit sensorial. B. quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade. A perturbação do Critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou atividades da vida quotidiana que requerem capacidades para o cálculo. aplicadas individualmente ou por uma avaliação funcional das aptidões de escrita) que se situa substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito. evidenciada por erros gramaticais ou de pontuação na elaboração as frases. as dificuldades nas aptidões de escrita são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas (Critério C). A perturbação na escrita interfere significativamente com o rendimento escolar ou com atividades da vida quotidiana que requerem competências de leitura (Critério B). Se estiverem presentes uma doença neurológica ou outro estado físico geral ou um déficit sensorial. Se estiver presente um déficit sensorial.2 ) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação da Escrita é uma aptidão para a escrita (medida por provas normalizadas. C. as dificuldades na capacidade de cálculo são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.A capacidade para o cálculo. quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade (Critério A). aplicadas individualmente. medida através de provas normalizadas. codificam-se no Eixo III F81.1] A. Com exceção da ortografia. 47). particularmente quando ocorre na ausência da Perturbação da Leitura. Prevalência A prevalência da Perturbação da Escrita é difícil de estabelecer porque muitos estudos de prevalência desta perturbação estão focalizados na prevalência das Perturbações da Aprendizagem e não fazem uma distinção entre perturbações específicas da leitura.8 Perturbação da Escrita 53 múltiplos erros de ortografia e uma grafia excessivamente deficitária. Há alguma evidência que os déficits de linguagem e perceptivo-motores podem acompanhar esta perturbação. O diagnóstico. (p. dado que . aritmética ou escrita. ou escassa aptidão para copiar. A Perturbação da Escrita é rara.F81. um ditado e escrevam espontaneamente. Este é especialmente o caso das crianças muito jovens que freqüentam os primeiros anos de escolaridade. ou incapacidade para recordar a seqüência da letras em palavras usuais) possa manifestar-se na primeira classe. Evolução Ainda que a dificuldade na escrita (por exemplo. pelo que a avaliação do déficit nas aptidões de escrita pode requerer uma comparação entre vários textos individuais escritos com o rendimento esperado para a idade e QI. particularmente caligrafia pobre. a Perturbação da Escrita raramente é diagnosticada antes do fim da primeira classe. Perturbações e Características Associadas Ver a Secção «Perturbações e Características Associadas» para as Perturbações da Aprendizagem. a Perturbação da Escrita assim como o seu tratamento são relativamente menos conhecidas. nesta área estão menos desenvolvidos os testes normalizados relativamente aos de leitura ou de aptidão aritmética. quando não está associada com outras Perturbações da Aprendizagem. A Perturbação da Escrita encontra-se frequentemente combinada com a Perturbação da Leitura ou a Perturbação do Cálculo. não se faz se apenas existem erros de ortografia ou uma má caligrafia na ausência de outras anomalias da expressão escrita. em regra. Para estabelecer a presença e extensão desta perturbação pode ser necessário dar às crianças tarefas em que se pede que façam uma cópia. Comparada com outras Perturbações da Aprendizagem. na maior parte das escolas um ensino formal suficiente da escrita não ocorre geralmente antes dessa altura. Se uma caligrafia deficitária for devida a um déficit da coordenação motora. A Perturbação da Escrita pode ocasionalmente ser observada em crianças mais velhas ou adultos e sabe-se muito pouco acerca do seu prognóstico a longo termo. na ausência de outra dificuldade da expressão escrita geralmente não justifica um diagnóstico de Perturbação da Escrita. O DSM-IV inclui problemas de ortografia como parte da definição da Perturbação da Escrita. Normalmente torna-se aparente durante a segunda classe. . A perturbação única da ortografia. mas em seu lugar inclui a Perturbação Específica da Ortografia. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não inclui a Perturbação da Escrita. 48). mas exige problemas de escrita além dos de ortografia para confirmação do diagnóstico. deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação da Coordenação Motora. Diagnóstico Diferencial Ver «Diagnóstico Diferencial» na secção da Perturbação da Aprendizagem (p. ou só da caligrafia. 9] Esta categoria aplica-se a perturbações da aprendizagem que não preenchem os critérios de Perturbações específicas da Aprendizagem. codificam-se no Eixo III. Se estiverem presentes um estado físico geral (por exemplo.4 Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação (315. A perturbação do Critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou atividades da vida quotidiana que requerem a composição de textos escritos (por exemplo. Se estiver presente um déficit sensorial. Perturbação das Aptidões Motoras F82.54 perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência × Critérios de diagnóstico para F81. C. Notas de codificação.9 Perturbação da Aprendizagem Sem Outra Especificação [315. medidas através de provas normalizadas (ou avaliações funcionais das aptidões de escrita). as dificuldades nas aptidões de escrita são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas. quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade. situam-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito. Esta categoria pode incluir problemas em todas as três áreas (leitura. neurológico) ou um déficit sensorial. aplicadas individualmente. B. cálculo e escrita) que em conjunto interferem significativamente com o rendimento escolar. quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.2] A.4] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Desenvolvimento da .8 Perturbação da Escrita [315. ainda que o desempenho nas provas que avaliam cada uma das capacidades individuais não se situe substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito. F81. As aptidões de escrita. frases escritas gramaticalmente corretas e parágrafos organizados). as dificuldades motoras são excessivas em relação às que lhe estariam normalmente associadas (Critério D). hemiplegia ou distrofia muscular) e não preencherem os critérios de Perturbação Global do Desenvolvimento (Critério C). Se estiver presente uma Deficiência Mental. O diagnóstico é feito se as dificuldades de coordenação não forem devidas a um estado físico geral (por exemplo. As manifestações desta perturbação variam com a idade e a fase .Coordenação é um déficit acentuado no desenvolvimento da coordenação motora (Critério A). paralisia cerebral. O diagnóstico é feito unicamente se o déficit interferir significativamente com o rendimento escolar ou atividades da vida quotidiana (Critério B). Nalguns casos. construção de modelos. Evolução O reconhecimento da Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação ocorre habitualmente quando a criança tenta executar tarefas como correr. Se os critérios de Perturbação Global do Desenvolvimento estiverem preenchidos. gatinhar. abotoar os botões das camisas. lesões progressivas do cerebelo). não se coloca o diagnóstico de Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação. a falta de coordenação prolonga-se pela adolescência e idade adulta.F82. Perturbações e Características Associadas Os problemas normalmente associados com a Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação incluem atrasos noutras áreas não motoras. sentar-se. A evolução é variável. correr os fechos das calças). as crianças mais jovens podem apresentar inépcia e atrasos significativos na aquisição de «marcos» motores (por exemplo. As crianças mais velhas podem manifestar dificuldades em tarefas motoras como construção de quebra-cabeças. Os problemas na coordenação podem estar associados a perturbações neurológicas específicas (por exemplo. Perturbação da Linguagem Expressiva e Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva. paralisia cerebral. pegar na faca ou no garfo. andar. Diagnóstico Diferencial A Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação deve distinguir-se das insuficiências motoras devidas a um estado físico geral. mas nestes casos há uma lesão neuronal e dados patológicos no exame neurológico. As perturbações associadas podem incluir Perturbação Fonológica. a Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação só pode ser diagnosticada se as dificuldades motoras forem excessivas em relação às que lhe estariam normalmente associadas. abotoar os botões ou jogar à bola.4 Perturbação do desenvolvimento da coordenação 55 do desenvolvimento. Prevalência As estimativas da prevalência da Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação dão valores de 6% entre as crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 11 anos. por exemplo. Se estiver presente uma Deficiência Mental. jogar à bola e escrever. atar os sapatos. Nos . Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 propõem o ponto de corte para o diagnóstico desta perturbação seja de dois desvios-padrão abaixo do nível esperado em testes normalizados de coordenação grosseira e fina. destruição de objetos devido mais à distratibilidade e impulsividade do que ao déficit motor. choques contra os objetos.sujeitos com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção ocorrem quedas. devem ser feitos os dois diagnósticos. . Se se preenchem os critérios das duas perturbações. Na ICD-10 esta perturbação é referida como Perturbação do Desenvolvimento da Função Motora Específica. A perturbação do Critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou com as atividades da vida quotidiana. codificam-se no Eixo III. inépcia. gatinhar. baixo rendimento em atividades desportivas. . andar. Perturbação Fonológica. Gaguez e Perturbação da Comunicação Sem Outra Especificação. Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva. hemiplegia ou distrofia muscular) e não preenche os critérios de Perturbação Global do Desenvolvimento D. neurológico) ou um déficit sensorial. Pode manifestar-se por atrasos significativos na aquisição dos marcos motores (por exemplo. Perturbações da Comunicação As seguintes Perturbações da Comunicação estão incluídas nesta secção: Perturbação da Linguagem Expressiva. C. Foram incluídas nesta classificação com o objetivo de familiarizar os médicos com as suas manifestações clínicas e facilitar o seu diagnóstico diferencial. sentar-se).56 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência × Critérios de diagnóstico para F82. em deixar cair os objetos. paralisia cerebral. Notas de codificação.4] A. B.4 Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação [315. Se estiverem presentes um estado físico geral (por exemplo. O desempenho nas atividades quotidianas que requerem coordenação motora situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito e quociente de inteligência. Se estiver presente uma Deficiência Mental.A perturbação não é devida a um estado físico geral (por exemplo. as dificuldades motoras são excessivas em relação às que lhe estariam normalmente associadas. ou caligrafia medíocre. Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica.31] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação da Linguagem Expressiva é um déficit no desenvolvimento da linguagem expressiva. As dificuldades da linguagem expressiva interferem no rendimento escolar ou laboral ou na comunicação social (Critério B). há um déficit na linguagem expressiva que não está associado a uma lesão neurológica de origem conhecida. erros de vocabulário ou de acesso lexical. imperativas interrogativas).F80. limitação da variedade de tipos de frases (por exemplo. formas verbais). As dificuldades podem ocorrer tanto na comunicação que envolve a linguagem verbal como a linguagem gestual. irradiação). (Critério A).1 Perturbação da Linguagem Expressiva [315. As crianças com este tipo de perturbação começam a falar tarde e progridem mais lentamente que o habitual através dos vários estádios de desenvolvimento da linguagem expressiva. Se estiverem presentes uma Deficiência Mental. No tipo evolutivo. tanto da capacidade intelectual não verbal como do desenvolvimento da linguagem receptiva. normalizadas e aplicadas individualmente. que são substancialmente inferiores aos resultados obtidos nas avaliações normalizadas. as dificuldades de linguagem são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas (Critério D). No tipo adquirido a incapacidade da Linguagem Expressiva ocorre depois de um período normal. Estas características incluem: um limitado número de palavras. com conseqüência de uma doença neurológica ou de outro estado físico geral (encefalite. estruturas gramaticais simplificadas. limitação da variedade de estruturas gramaticais (por exemplo. Os sintomas não preenchem os critérios tanto da Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva como da Perturbação Global do Desenvolvimento (Critério C). ou uma privação ambiental. ordenação pouco habitual das palavras e lentidão no desenvolvimento da linguagem. codificam-se no Eixo III. frases encurtadas. As características lingüísticas da perturbação são variáveis e dependem da gravidade e da idade da criança. omissão de partes críticas das frases. dificuldade em aprender palavras novas. . um déficit motor da fala ou um déficit sensorial. O funcionamento não lingüístico (medido pelos testes de inteligência não verbal) e as aptidões de compreensão verbal estão normalmente dentro dos limites normais. demonstrada pelas pontuações obtidas a partir de avaliações do desenvolvimento da linguagem expressiva. uma gama reduzida de vocabulário. A Perturbação da Linguagem Expressiva pode ser adquirida ou evolutiva. traumatismo craniano. podem associar-se aos problemas de linguagem expressiva. dificuldades adicionais da fala são freqüentes e podem incluir problemas de articulação motora. . Pode também observar-se uma alteração na fluência e na formulação da linguagem. Também aparecem frequentemente associados um retraimento social e algumas perturbações mentais. problemas escolares e de aprendizagem (escrita a partir do ditado. Quando a Perturbação da Linguagem Expressiva é adquirida. erros fonológicos. lentificação da fala. repetições de sílabas e prosódia e entoação monótonas. dados patológicos na neuroimagiologia. assim como alterações na estrutura da linguagem. Não é invulgar uma história de atraso na aquisição de alguns marcos motores. As medidas normalizadas do desenvolvimento da linguagem e das capacidades intelectuais não verbais devem ser relevantes para o grupo cultural e lingüístico do sujeito. A Perturbação da Linguagem Expressiva pode ser acompanhada de alterações no EEG. como a Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. Entre as crianças em idade escolar.Perturbações e Características Associadas A característica mais freqüente da Perturbação da Linguagem Expressiva nas crianças mais jovens é uma Perturbação Fonológica. Características Especificas da Cultura e Gênero As avaliações do desenvolvimento das competências de comunicação devem ter em conta o contexto cultural e lingüístico do sujeito. A Perturbação da Linguagem Expressiva de tipo Evolutivo é mais freqüente nos sujeitos do sexo masculino do que no feminino. mas quando esta alteração é significativa. cópia de frases e ortografia) que por vezes preenchem os critérios de Perturbação da Aprendizagem. uma Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação e Enurese. comportamentos disártricos ou apráxicos ou outros sinais neurológicos. particularmente para aqueles que crescem em meios bilíngües. Pode também haver uma ligeira dificuldade nas aptidões da linguagem receptiva. deverá ser feito um diagnóstico de Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva. envolvendo um ritmo de fala anormalmente rápido e errático. competências lingüísticas mais ou menos normais. O tipo adquirido é menos freqüente. tipo evolutivo. Diagnóstico Diferencial A perturbação da Linguagem Expressiva distingue-se da Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva pela presença de significativas alterações na linguagem receptiva.já noutros casos. Na Perturbação da Linguagem Expressiva. é variável. tipo adquirido. a recuperação pode ser incompleta ou o déficit progressivo. quando a linguagem se torna mais complexa. devido a lesões cerebrais. Não há provas de incidência familiar no tipo adquirido. Aproximadamente metade das crianças com esta perturbação podem superá-la. Em última instância. a outra metade sofre de dificuldades persistentes. O tipo adquirido de Perturbação da Linguagem Expressiva. desenvolvimento da linguagem na altura em que a perturbação foi adquirida. no entanto. tipo evolutivo. Padrão Familiar Parece que o desenvolvimento da Perturbação de Linguagem Expressiva de tipo evolutivo ocorre mais facilmente nos sujeitos que têm uma história familiar de Perturbação da Comunicação ou de Perturbação da Aprendizagem. A Perturbação da Linguagem Expressiva não é diagnosticada se for preenchido o critério para Perturbação Autística ou para outra . Evolução A Perturbação da Linguagem Expressiva de tipo evolutivo é geralmente reconhecida por volta dos três anos de idade. no final da adolescência. apesar de poderem subsistir déficits ligeiros. traumatismo craniano ou icto. a maior parte das crianças adquirem. a evolução e o prognóstico referidos estão relacionados com a gravidade e localização da patologia cerebral assim como com a idade da criança e nível do. pode ocorrer em qualquer idade e o seu início é súbito. ainda que as formas menos graves se possam manifestar até ao início da adolescência. A evolução da Perturbação da Linguagem Expressiva. A melhoria clínica das competências de linguagem é algumas vezes rápida e completa.58 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência Prevalência As estimativas sugerem que 3% a 5% das crianças podem ser afetadas pela Perturbação da Linguagem Expressiva. exame neurológico e pela história clínica. se verificar um déficit da expressão oral. Se. Se as dificuldades de linguagem forem excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas. As crianças com atrasos de linguagem expressiva devidos a privações ambientais podem ter melhorias rápidas uma vez melhorados os problemas ambientais. estereotipado e repetitivo. O desenvolvimento da linguagem expressiva e receptiva pode estar diminuído devido a Deficiência Mental. déficit motor da fala ou grave privação ambiental. alteração da audição ou outro déficit sensorial. O Mutismo Seletivo envolve uma produção expressiva limitada que pode mimetizar uma Perturbação da Linguagem Expressiva ou uma Perturbação Mista da . pela presença de um déficit qualitativo da interação social e por um padrão de comportamento restringido. A presença destes problemas pode detectar-se por testes de inteligência. pode ser adequado colocar o diagnóstico adicional de Perturbação da Linguagem Expressiva. A Perturbação Autística também envolve um déficit da linguagem.Perturbação Global do Desenvolvimento. pode ser feito um diagnóstico simultâneo de Perturbação da Linguagem Expressiva ou Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva. mas pode distinguir-se da Perturbação Mista de Linguagem Receptiva-Expressiva pelas características do déficit de comunicação (por exemplo. simultaneamente. uso de linguagem estereotipada). Na Perturbação da Escrita há uma alteração nas aptidões de escrita. exames audiométricos. Além disso.31] A. A perturbação pode manifestar-se clinicamente através de sintomas que incluem um vocabulário extremamente limitado. É unicamente apropriado colocar o diagnóstico de Perturbação da Linguagem Expressiva se a alteração da linguagem persistir para além do período agudo de recuperação. Se estiverem presentes uma Deficiência Mental.2 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva 59 Linguagem Receptiva-Expressiva. são substancialmente inferiores aos resultados obtidos nas avaliações normalizadas. infecção viral). nalguns casos. ao contrário do DSM-IV. ou uma privação ambiencial. característico da alteração física geral com papel etiológico (por exemplo. A afasia adquirida associada a um estado físico geral é muitas vezes transitória durante a infância.1 Perturbação da Linguagem Expressiva [315. as dificuldades de linguagem são excessivas em relação às que . D. As pontuações obtidas a partir de avaliações do desenvolvimento da linguagem expressiva. um déficit motor da fala ou um déficit sensorial. × Critérios de diagnóstico para F80. Não estão preenchidos os critérios de Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva ou de Perturbação Global do Desenvolvimento. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 propõem atalhos específicos para os níveis da linguagem expressiva: dois desvios-padrão abaixo do nível esperado e um desvio-padrão abaixo do QI não verbal. o diagnóstico não pode ser feito se qualquer deficiência neurológica. traumatismo craniano. As dificuldades da linguagem expressiva interferem no rendimento escolar ou laboral ou na comunicação social.F80. é necessário uma observação em vários contextos e uma história clínica cuidada para determinar a presença de uma linguagem normal. normalizadas e aplicadas individualmente. sensorial ou física afetar diretamente o uso da linguagem falada ou se estiver presente uma Deficiência Mental. erros no uso das formas verbais ou dificuldade na recordação de palavras ou na produção de frases com a complexidade e a extensão próprias do nível evolutivo do sujeito. tanto da capacidade intelectual não verbal como do desenvolvimento da linguagem receptiva. B. C. Notas de codificação. F80. Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica.31] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva é um déficit no desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva demonstrado nas . codificam-se no Eixo III.2 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva (315.estariam normalmente associadas com estes problemas. As dificuldades podem ocorrer na comunicação que envolve tanto a linguagem verbal e como gestual. As dificuldades na linguagem interferem significativamente com o rendimento escolar ou laboral ou na comunicação social (Critério B) e os sintomas não preenchem os critérios de Perturbação Global do Desenvolvimento (Critério C). Nos casos ligeiros. virtualmente nunca se observa uma perturbação pura da linguagem receptiva ( análoga à afasia de Wernicke no adultos). discriminação de sons. ocorre um déficit na linguagem receptiva e expressiva após um período de desenvolvimento normal. então»). frases ou tipos específicos de palavras). No tipo adquirido. . incluindo a incapacidade para compreender o vocabulário básico ou frases simples.. termos espaciais) ou frases (por exemplo. dificuldade em recordar palavras ou produzir frases com extensão ou complexidade adequadas à sua idade evolutiva e dificuldade geral em expressar idéias) e também experimenta problemas no desenvolvimento da linguagem receptiva (por exemplo. A Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva pode ser adquirida ou evolutiva. as dificuldades de linguagem são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas (Critério D). codificam-se no Eixo III Um sujeito com esta perturbação tem as dificuldades associadas à Perturbação da Linguagem Expressiva (por exemplo. pode haver alterações múltiplas.. associação de sons e símbolos. Dado que o desenvolvimento da linguagem expressiva na infância está baseado na aquisição de competências receptivas. dificuldade na compreensão de palavras. frases complexas do tipo «se . registro. Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica. erros nos tempos verbais. encefalite. normalizadas e aplicadas individualmente e que são substancialmente inferiores aos resultados obtidos nas avaliações normalizadas da capacidade intelectual não verbal (Critério A). podem observar-se dificuldades apenas na compreensão de certo tipo de palavras especiais (por exemplo. assim como déficits em diferentes áreas do processamento auditivo (por exemplo. renumeração e seqüenciação).60 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência pontuações obtidas a partir de avaliações do desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva. em conseqüência de uma doença neurológica ou de um estado físico geral (por exemplo. vocabulário muito limitado. Se estiverem presentes uma Deficiência Mental um déficit motor da fala ou um déficit sensorial ou uma privação ambiental. Nos casos mais graves. a criança pode parecer não ouvir. Com muita freqüência. as competências de conversação (por exemplo. podendo variar em função da gravidade da perturbação e da idade da criança. Perturbações e Características Associadas As características lingüísticas da Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva são semelhantes às que acompanham as Perturbações da Linguagem Expressiva. estar confusa ou não prestar atenção quando se lhe fala. principalmente no processamento temporal auditivo . De um modo intermitente. O déficit de compreensão é a característica primária que a diferencia da Perturbação da Linguagem Expressiva. A criança pode ser excepcionalmente calma ou muito faladora. Este tipo é caracterizado por um ritmo lento de desenvolvimento da linguagem. Os déficits na compreensão da linguagem podem ser menos óbvios que os implicados na produção.traumatismo craniano. produz-se um déficit na linguagem receptiva-expressiva que não está associado a qualquer doença neurológica de origem conhecida. dado que não são tão rapidamente aparentes ao observador e podem aparecer unicamente numa avaliação formal. A criança pode seguir instruções de maneira incorreta ou não as seguir em absoluto e dar respostas tangenciais ou inadequadas às perguntas que lhe formulam. podendo verificar-se um começo tardio da fala com progressão lenta através dos sucessivos estádios do desenvolvimento da linguagem. irradiação). Déficits em várias áreas do processamento de informação sensorial são freqüentes. No tipo evolutivo. respeitar turnos ou manter um tema) são muito deficientes ou inadequadas. A Perturbação de tipo Evolutivo é mais freqüente nos sujeitos do sexo masculino do que no feminino. mas é provavelmente menos freqüente que a Perturbação da Linguagem Expressiva. Outras perturbações associadas são: Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. Prevalência A Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva. Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação e Enurese. sendo conhecida como Síndrome de Landau-Kleffner. seqüências de sons e memória. pode ocorrer em 3% das crianças em idade escolar. onde os déficits de . velocidade de processamento. tipo evolutivo. São também características as dificuldades para produzir seqüências motoras rapidamente e com fluidez. dados patológicos na neuroimagiologia e outros sinais neurológicos. Evolução A Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva de tipo evolutivo é habitualmente detectável antes dos quatro anos.F80. associação de sons e símbolos. particularmente para aqueles que crescem em meios bilíngües. As formas graves desta perturbação são aparentes por volta dos dois anos. Perturbações da Aprendizagem e déficits na percepção da fala. Com freqüência verifica-se a presença de Perturbação Fonológica. A Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva pode ser acompanhada por alterações no EEG.2 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva 61 (por exemplo. Características Especificas da Cultura e Gênero As avaliações do desenvolvimento das competências de comunicação devem ter em conta o contexto cultural e lingüístico do sujeito. atenção e discriminação de sons). Existe uma forma adquirida de Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva que tem o seu início por volta dos 3-9 anos de idade e é acompanhada por convulsões. As formas mais leves podem não ser reconhecidas até que a criança ingresse na escola primária. A síndrome de Landau-Kleffner e outras formas da perturbação de tipo adquirido são mais raros. As medidas normalizadas do desenvolvimento da linguagem e das capacidades intelectuais não verbais devem ser relevantes para o grupo cultural e lingüístico do sujeito. acompanhadas por dificuldades de memória. Muitas crianças com Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva adquirem eventualmente competências lingüísticas. assim como com a idade da criança e o grau de desenvolvimento da linguagem no momento da aquisição da perturbação. As crianças com formas mais graves estão predispostas para desenvolver Perturbações da Aprendizagem. A melhoria clínica das competências lingüísticas é por vezes completa. mas o prognóstico é pior que nos sujeitos afetados por uma Perturbação da Linguagem Expressiva. . pode aparecer em qualquer idade. enquanto noutros casos a recuperação pode ser incompleta ou o déficit progressivo. Não há provas de incidência familiar no tipo adquirido desta perturbação. traumatismo craniano ou icto. a evolução e o prognóstico estão relacionados com a gravidade e a localização da patologia cerebral. No tipo adquirido da Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva. O tipo adquirido próprio da síndrome de Landau-Kleffner (afasia epiléptica adquirida) ocorre normalmente entre os três e os nove anos de idade. Padrão Familiar A Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva de tipo evolutivo é mais freqüente entre familiares biológicos do primeiro grau do que na população em geral.compreensão são mais evidentes. devida a lesões cerebrais. A Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva de tipo adquirido. 31] A. Não estão preenchidos os critérios de Perturbação Global . B. normalizadas e aplicadas individualmente. que especifica tanto as dificuldades da linguagem expressiva como da receptiva porque estas em regra ocorrem em conjunto. Além disso. ao contrário do DSM-IV. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 sugerem uma diminuição nos níveis da linguagem receptiva de dois desvios-padrão abaixo do nível esperado e de um desvio-padrão abaixo do QI não verbal. o diagnóstico não se pode fazer se existir qualquer deficiência neurológica. tais como termos espaciais. a definição da ICD-10 apenas menciona desvios na compreensão da linguagem. sensorial ou física que afete diretamente a linguagem receptiva ou se estiver presente uma Deficiência Mental.2 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva [351. As dificuldades na linguagem receptiva e expressiva interferem significativamente com o rendimento escolar ou laboral ou com a comunicação social. Os sintomas incluem os da Perturbação da Linguagem Expressiva assim como as dificuldades em compreender palavras.As pontuações obtidas a partir de avaliações do desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva.62 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência Diagnóstico Diferencial Ver a secção «Diagnóstico Diferencial» da Perturbação da Linguagem Expressiva (p. frases ou palavras de tipo específico. são substancialmente inferiores aos resultados obtidos nas avaliações normalizadas da capacidade intelectual não verbal. 58). Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Na ICD-10 a perturbação correspondente é a Perturbação da Linguagem Receptiva. × Critérios de diagnóstico para F80. C. Ao contrário do DSM-IV. codificam-se no Eixo III. ou uma privação ambiental. Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica. D. um déficit motor da fala ou um déficit sensorial. as dificuldades de linguagem são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas. esperados evolutivamente e próprios da idade e idioma (Critério . Se estiverem presentes uma Deficiência Mental.31 (Anteriormente Perturbação do Desenvolvimento da Articulação) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Fonológica consiste numa incapacidade para utilizar sons da fala. Notas de codificação.0 Perturbação Fonológica [351.do Desenvolvimento. F80. déficits estruturais do mecanismo periférico da fala (por exemplo. uso. Perturbações e Características Associadas Ainda que possam estar associados fatores causais evidentes. dificuldade em selecionar os sons da linguagem que dão origem a uma diferença no significado). erros que consistem na incapacidade para produzir corretamente os sons da fala. tais como substituição de um som por outro (uso do som/t em vez q/). O «lisping» (isto é.5%o das crianças em idade pré-escolar apresentam perturbações fonológicas de origem desconhecida ou duvidosa. mas nos sujeitos mais jovens ou mais gravemente afetados. . são mais graves que as distorções de sons. Se estiver presente uma Deficiência Mental. Esta perturbação pode envolver erros na produção. que muitas vezes são classificadas como funcionais ou evolutivas. A Perturbação Fonológica inclui erros na produção fonológica (isto é. as dificuldades da fala são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas (Critério C). s. na articulação). As dificuldades da produção dos sons interferem no rendimento escolar ou laboral ou na comunicação social (Critério B). que as omissões de sons são mais graves do que as substituições de sons. a deficiente articulação de sibilantes) é particularmente freqüente. Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica. limitações cognitivas (por exemplo. até uma fala completamente ininteligível. Os sons que com maior freqüência são mal articulados são os de aquisição mais tardia na seqüência do desenvolvimento (I. ch). codificam-se no Eixo III. fenda do palatino). por sua vez. as quais. pelo menos 2. habitualmente. representação ou organização dos sons. assim como problemas fonológicos de base cognitiva que envolvem um déficit na categorização lingüística dos sons da fala (por exemplo. paralisia cerebral). Deficiência Mental) ou problemas psicossociais.F80. como deficiências auditivas. A Perturbação Fonológica pode também envolver erros na seleção e ordenação dos sons nas sílabas e palavras (por exemplo. ou uma privação ambiental. Considera-se. r. perturbações neurológicas (por exemplo. podem também ser atingidas as consoantes e vogais de desenvolvimento mais precoce.0 Perturbação Fonológica 63 A). um déficit motor da fala ou um déficit sensorial.Pode haver um atraso no aparecimento da fala. so por os). ou omissões de sons (tais como as consoantes finais). z. A gravidade oscila entre um efeito muito escasso ou nulo sobre a ininteligibilidade da fala. particularmente nos sujeitos que crescem em meios bilíngües.Características Especificas da Cultura e do Gênero As avaliações do desenvolvimento das competências de comunicação devem ter em conta o contexto cultural e lingüístico do sujeito. moderadas a graves. apesar de a prevalência das formas mais ligeiras desta perturbação ser mais elevada. Evolução IVa Perturbação Fonológica grave. A Perturbação Fonológica é mais prevalente nos sujeitos do sexo masculino. A prevalência diminui para 0. a linguagem da criança pode ser relativamente ininteligível.5% pelos 17 anos. Prevalência Aproximadamente 2% a 3% das crianças entre os seis e os sete anos apresentam perturbações fonológicas. As formas menos graves desta . mesmo para os membros da sua família. Diagnóstico Diferencial As dificuldades da fala podem estar associadas com Deficiência Mental. obtidos em testes padronizados. déficit auditivo ou outro déficit sensorial. pode ser feito um diagnóstico simultâneo de Perturbação Fonológica. frequentemente ocorre uma recuperação espontânea. de causa desconhecida. Problemas limitados ao ritmo da fala ou da voz não estão incluídos na Perturbação Fonológica e são diagnosticados como Gaguez ou Perturbação da Comunicação Sem Outra Especificação.64 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência perturbação podem não ser reconhecidas até que a criança ingresse num ambiente pré-escolar ou escolar e tenha dificuldades para ser compreendida fora da sua família mais próxima. o diagnóstico não se pode fazer se existir qualquer deficiência neurológica. Além disso. Padrão Familiar Foi demonstrada a existência de um padrão familiar para algumas formas desta perturbação. déficit motor da fala ou privação ambiental grave. A evolução da perturbação varia em função da sua gravidade e das causas associadas. Nas formas clínicas ligeiras. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 sugerem que as capacidades de articulação. ao contrário do DSM-IV. exame neurológico e história clínica. sensorial ou física que afete diretamente a linguagem receptiva ou se estiver presente uma Deficiência Mental. A presença destes problemas pode ser verificada pelos testes de inteligência provas audiométricas. Se as dificuldades da fala forem excessivas em relação às que estão normalmente associadas com estes problemas. As crianças com dificuldade da fala devidas a privação ambiencial podem melhorar rapidamente uma vez ultrapassados os problemas ambienciais. devem ter dois desvios-padrão abaixo do nível esperado e um desvio-padrão abaixo do QI não verbal. . Notas de codificação. ou omissões de sons tais como as consoantes finais). Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica. As dificuldades da produção dos sons interferem no rendimento escolar ou laboral ou na comunicação social. uso.× Critério de Diagnóstico para F80. representação ou organização dos sons. C. esperados evolutivamente e próprios da idade e idioma (por exemplo.39] A. as dificuldades da fala são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas. tais como substituição de um som por outro [uso do som /t em vez q/].0 Perturbação Fonológica [315. erros na produção. Incapacidade para utilizar sons da fala. ou uma privação ambiental. Se estiverem presentes uma Deficiência Mental. . um déficit motor da fala ou um déficit sensorial. codificam-se no Eixo III. B. incluindo interjeições (Critério A3). O stress ou a . falar em público ou evitar certas palavras ou sons) A gaguez pode ser acompanhada por movimentos motores (por exemplo.5 Gaguez [307. numa exposição na escola ou numa entrevista para um emprego). palavras produzidas com um excesso de tensão física (Critério A7). alterando a velocidade da fala. tiques.5 Gaguez F98. A alteração na fluência interfere com o rendimento escolar ou laboral ou com a comunicação social (Critério B). movimentos respiratórios ou cerrar os punhos). as dificuldades da fala são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas (Critério C). inadequadas para a idade do sujeito (Critério A).F98. piscar de olhos. tremores dos lábios ou da face. canto ou a falar para objetos inanimados ou animais. surge a consciência do problema e uma antecipação ansiosa da sua dificuldade. Se estiver presente um déficit sensorial ou motor da fala. Perturbações e Características Associadas No início da gaguez o sujeito pode não se aperceber do problema. repetições de palavras monossilábicas («E-E-E-ele») (Critério A8). A intensidade da perturbação varia em função das situações e muitas vezes é mais grave quando há uma pressão social para comunicar (por exemplo. mais tarde. codificam-se no Eixo III. extensões bruscas da cabeça. no entanto. pausas dentro de uma palavra) (Critério A4). bloqueios audíveis ou silenciosos (pausas preenchidas ou vazias na fala) (Critério A5). Podem também estar incluídos outros tipos de perturbação da fluidez da fala. Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica. evitamento de certas situações verbais como telefonar. O sujeito pode então tentar evitar a gaguez através de mecanismos lingüísticos (por exemplo.0] Características de Diagnóstico 65 A característica essencial da Gaguez é uma perturbação na fluência normal e organização temporal da fala. A gaguez muitas vezes não se verifica na leitura oral. circunlóquios (substituições de palavras para evitar palavras problemáticas) (Critério A6). Esta perturbação é caracterizada por freqüentes repetições ou prolongamentos de sons e sílabas (Critério A1 e A2). palavras fragmentadas (por exemplo. Devido à associação de ansiedade. Nos adultos. Prevalência A prevalência da Gaguez nas crianças na fase pré-pubertária é de 1 % e baixa para 0. pode produzir-se uma alteração do funcionamento social. frustração ou baixa da auto-estima.8% na adolescência. O início é normalmente insidioso. Em 98% dos casos o início produz-se antes dos 10 anos de idade.ansiedade podem exacerbar a gaguez. A proporção de mulheres para homens é aproximadamente de 3:1. a Perturbação Fonológica e a Perturbação da Linguagem Expressiva ocorrem com uma freqüência mais elevada do que na população em geral. prolongando-se por vários meses durante os quais se reduzem anomalias episódicas da flui- . Evolução Estudos retrospectivos de sujeitos com Gaguez indicam que o aparecimento se produz tipicamente entre os 2 e os 7 anos (com um pico à volta dos 5 anos ). Nas pessoas com Gaguez. a Gaguez pode ser limitativa da escolha ou progresso laborais. pausas injustificadas e observações «entre parêntesis». Quando a criança tem consciência das suas dificuldades da fala.66 Perturbações Habitualmente da Primeira e da Segunda Infâncias ou Adolescência dez verbal. De um modo geral. A gaguez pode distinguir-se de uma disfunção da fluência normal que ocorre frequentemente nas crianças mais jovens e que inclui repetições de palavras inteiras ou de frases (. que passam despercebidas. interjeições. A presença de uma Perturbação Fonológica ou de uma Perturbação da Linguagem Expressiva tipo evolutivo ou uma história familiar de ambas aumenta a probabilidade de Gaguez. frases incompletas. . pode ser colocado um diagnóstico simultâneo de Gaguez. quero um gelado»). a criança não se apercebe da Gaguez. por exemplo. O risco de Gaguez é maior entre os familiares biológicos em primeiro grau do que na população em geral. Diagnóstico Diferencial As dificuldades da fala podem estar associadas a incapacidade auditiva ou outro déficit sensorial ou a um déficit motor da fala. a perturbação começa gradualmente com a repetição de consoantes iniciais. a recuperação ocorre antes dos 16 anos. Nos casos em que as dificuldades da fala são excessivas em relação às que estão normalmente associadas com estes problemas. Algumas investigações sugerem que aproximadamente 80% dos sujeitos com Gaguez recuperam espontaneamente. palavras que geralmente iniciam uma frase ou palavras longas. À medida que a perturbação progride instaura-se uma evolução oscilante. Tipicamente. No caso dos sujeitos de sexo masculino com história de gaguez. Padrão Familiar Estudos familiares e de gêmeos forneceram fortes provas da existência de um fator genético na etiologia da Gaguez. mas que se vão convertendo num problema crônico. cerca de 10% das suas filhas e 20% dos seus filhos também a terão. Habitualmente. «quero. As alterações da fluidez tornam-se cada vez mais freqüentes e a Gaguez ocorre com mais freqüência nas palavras ou frases mais significativas. podem ocorrer mecanismos de evitamento das alterações da fluência e observam-se respostas emocionais. pausas dentro de uma palavra (continua) .0] A. que estabelece um significado clínico baseado na interferência com as capacidades acadêmicas ou ocupacionais ou com a comunicação social. caracterizada por ocorrências freqüentes de um ou mais dos seguintes fenômenos: (1) repetições de sons e sílabas (2) prolongamentos de sons (3) interjeições (4) palavras fragmentadas (por exemplo. Perturbação na fluência normal e na organização temporal normal da fala (inadequadas para idade do sujeito). os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 estabelecem um significado clínico para a gaguez exigindo um mínimo de duração de pelo menos três meses.5 Gaguez [307.Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Ao contrário do DSM-IV. × Critérios de diagnóstico para F98. Eu-Eu-Eu-vejo-o).F80. por exemplo. uma perturbação na voz (por exemplo. B.5 Gaguèz [307.9] 67 Critérios de Diagnóstico para F98. C. codificam-se no Eixo III.9 Perturbação da Comunicação Sem Outra Especificação [307. competências de comunicação ou pela presença de comportamentos.0] (continuação) (5) bloqueios audíveis ou silenciosos (pausas preenchidas ou vazias na fala) (6) circunlóquios (substituições de palavras para evitar palavras problemáticas) (7) palavras produzidos com um excesso de tensão física (8) repetições de palavras monossilábicas (por exemplo. F80.9 Perturbação da Comunicação Sem Outra Especificação [307. interesses e atividades estereotipadas. Notas de codificação. Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala ou uma doença neurológica. Os déficits qualitativos que definem estas perturbações são claramente inadequados para o nível de .Se estiverem presentes um déficit sensorial ou motor da fala.9] Esta categoria reserva-se para as Perturbações na Comunicação que não preencham os critérios de nenhuma Perturbação específica da Comunicação. uma anomalia do volume. Perturbações Globais do Desenvolvimento As Perturbações Globais do Desenvolvimento são caracterizadas por um déficit grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: competências sociais. qualidade. as dificuldades da fala são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas.A alteração na fluência interfere com o rendimento escolar ou laboral ou com a comunicação social. timbre ou ressonância vocais). se estiver presente. são numerosos os dados a favor de considerar estas Perturbações Globais do Desenvolvimento diferentes de . Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância. Se estiverem presentes tais condições deverão ser codificadas no Eixo III. anomalias cromossômicas. Esta secção inclui Perturbação Autística. o qual. deve codificar-se no Eixo II. As Perturbações Globais do Desenvolvimento são algumas vezes observadas num grupo de diversos estados físicos gerais (por exemplo. anomalias estruturais do sistema nervoso central). Estas perturbações são geralmente evidentes nos primeiros anos de vida e estão muitas vezes associadas a um certo grau de Deficiência Mental. infecções congênitas. Perturbação de Rett.desenvolvimento do sujeito ou para a sua idade mental. Ainda que inicialmente tenham sido usadas expressões como «psicose» e «esquizofrenia infantil» como referência a estas perturbações. Perturbação de Asperger e Perturbação Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. Os sujeitos com esta perturbação podem prescindir das outras crianças (incluindo os irmãos). Pode ser um acentuado déficit no uso de múltiplos comportamentos não verbais. A falta de reciprocidade social ou emocional pode também estar presente (por exemplo. Pode verificar-se uma ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres. a consciência que o sujeito tem dos outros é extremamente deficitária. Muitas vezes. Esta incapacidade pode assumir diferentes formas em diferentes idades. um sujeito com uma Perturbação Global do Desenvolvimento pode ocasionalmente vir a desenvolver mais tarde uma esquizofrenia). O déficit na comunicação é também acentuado e persistente e atinge tanto as aptidões verbais como as não verbais. preferindo atividades solitárias ou envolvendo outros em atividades unicamente como instrumentos ou ajudas «mecânicas») (Critério A1d).0] Características de Diagnóstico As características essenciais da Perturbação Autística são a presença de um desenvolvimento acentuadamente anormal ou deficitário da interação e comunicação social e um repertório acentuadamente restritivo de atividades e interesses. interesses ou objetivos (por exemplo. podem não ter a noção das necessidades dos outros ou não perceber o mal-estar nas outras pessoas. autismo infantil. postura corporal e gestos reguladores da interação social (Critério Ala). Os mais velhos podem ter interesse na amizade mas falta-lhes a compreensão das convenções na interação social. trazer ou indicar objetos de interesse) (Critério A1c). Os sujeitos mais jovens podem ter pouco ou nenhum interesse em estabelecer amizades. O déficit na interação social recíproca é importante e persistente. autismo de Kanner. Pode . não participando ativamente em brincadeiras sociais simples ou jogos. Pode existir incapacidade para desenvolver relações com os companheiros. tais como contacto ocular.68 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência Esquizofrenia (no entanto. adequadas ao nível de desenvolvimento (Critério Alb). não mostrar. expressão facial.0 Perturbação Autística [299. A Perturbação Autística é algumas vezes referida como autismo infantil precoce. As manifestações desta perturbação variam muito em função do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do sujeito. F84. ou se o fazem é fora do contexto ou de uma forma mecânica. uma linguagem que só pode ser claramente compreendida pelos que conhecem o estilo pessoal de comunicação do sujeito). Podem ter uma preocupação . repetição de rimas ou de anúncios comerciais) ou uma linguagem metafórica (isto é. O jogo imaginativo pode estar ausente ou ser acentuadamente deficitário. Os sujeitos com Perturbação Autística têm padrões de comportamento. instruções ou gracejos. Estes indivíduos têm tendência para não se envolverem nos jogos simples de imitação ou rotinas infantis próprias da primeira ou segunda infâncias. variado. repetitivos e estereotipados. Também se observa uma ausência de jogo realista espontâneo. a entoação. Quando se desenvolve a fala. interesses e atividades restritos. o volume. o tom de voz pode ser monótono ou conter elevações interrogativas no fim das frases). ou de jogo social imitativo adequado ao nível de desenvolvimento (Critério A2d). repetição de palavras ou frases sem atender ao seu significado. Nos sujeitos que falam pode observar-se uma acentuada incapacidade na competência para iniciar ou manter uma conversação com os outros (Critério A2b) ou um uso estereotipado ou repetitivo da linguagem ou uma linguagem idiossincrática (Critério A2c). a velocidade. As estruturas gramaticais são muitas vezes imaturas e incluem o uso de uma linguagem estereotipada e repetitiva (por exemplo. o ritmo ou a acentuação podem ser anormais (por exemplo.produzir-se um atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral (Critério A2a). A perturbação da compreensão da linguagem pode ser evidenciada pela incapacidade em compreender perguntas simples. Podem estar presentes anomalias posturais (por exemplo. Há frequentemente um interesse por rotinas ou rituais não funcionais ou uma insistência irracional em seguir determinadas rotinas (por exemplo. Estes sujeitos revelam uma preocupação persistente por certas partes dos objetos (botões.00] 69 absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais. linguagem usada na comunicação social. não existe tipicamente nenhum período de desenvolvimento normal. ou uma preocupação persistente com partes de objetos (Critério A3d). Podem ficar intensamente ligadas a um objeto inanimado (por exemplo. jogo simbólico ou imaginativo (Critério B). Os sujeitos com Perturbação Autística revelam uma acentuada restrição na variedade de interesses e preocupação com um único interesse muito limitado (por exemplo. os pais referem uma regressão no desenvolvimento da linguagem.0 Perturbação Autística [299. a rotinas ou rituais específicos. o girar das rodas de um carro. Numa minoria de casos. seguir exatamente o mesmo percurso para ir à escola). um ventilador elétrico ou qualquer objeto que gire rapidamente). Também podem ficar fascinados por movimentos (por exemplo. movimentos estranhos das mãos e posturas corporais estranhas). Ainda que em algumas ocasiões tenha sido descrito um desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos. aparentemente inflexível. interessados apenas em recopiar informações meteorológicas ou estatísticas de futebol). como são umas cortinas novas ou uma mudança de lugar à mesa). andar na ponta dos pés. o abrir e fechar de uma porta. partes do corpo). inclinar-se. ou numa adesão. bater com os dedos) ou todo o corpo (balançar-se. uma criança muito jovem pode ter uma reação catastrófica à menor mudança no meio. Podem alinhar um número exato de peças de jogo sempre e sempre da mesma maneira ou reproduzir repetidamente comportamentos de um ator da televisão. geralmente manifestada por uma paragem da fala depois de a criança ter adquirido 5 a 10 . não funcionais (Critério A3b). Os movimentos corporais estereotipados incluem as mãos (abanar. mexer-se). maneirismos motores estereotipados e repetitivos (Critério A3c). A perturbação pode manifestar-se antes dos três anos de idade por um atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas: interação social. um pedaço de fio ou um bocado de borracha). Podem insistir na identidade ou uniformidade das coisas e resistir ou alterar-se com mudanças triviais (por exemplo.F84. quer na intensidade quer no seu objetivo (Critério A3a). reações exageradas à luz ou aos cheiros. Podem . Por definição. está associado a um diagnóstico de Deficiência Mental. Podem observar-se respostas bizarras a estímulos sensoriais (por exemplo. impulsividade. se existe um período de desenvolvimento normal este não pode estender-se para além dos três anos de idade. com Perturbação Autística podem apresentar uma ampla gama de sintomas comportamentais que incluem hiperatividade. hiperlexia).palavras. hipersensibilidade aos sons ou no contacto físico. Na maioria dos casos. Sofrem de atraso aproximadamente 75% das crianças com Perturbação Autística. particularmente nas crianças mais jovens. O perfil das aptidões cognitivas é normalmente desigual em relação ao nível global de inteligência (por exemplo. agressividade. elevado limiar à dor. Os sujeitos. fascínio por alguns estímulos). A perturbação não é mais bem explicada pela presença de uma Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância (Critério C). Pode haver anomalias no desenvolvimento das aptidões cognitivas. Em muitas crianças com um funcionamento elevado e Perturbação Autística o nível da linguagem receptiva (ou seja a compreensão da linguagem) é inferior ao da linguagem expressiva (por exemplo. normalmente na escala moderada (QI 35-50). por exemplo. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. redução do campo da atenção. vocabulário). uma rapariga com quatro anos e meio com Perturbação Autística pode ser capaz de ler. comportamentos auto-agressivos e birras. Este quadro está por vezes associado com uma doença neurológica ou outro estado físico geral (por exemplo. reflexos primitivos. fenilcetonúria. mas não foi claramente identificado um padrão específico. rubéola materna). anoxemia durante o nascimento. os sujeitos com Perturbação Autística e com capacidade intelectual suficiente podem deprimir-se quando conscientes do seu grave déficit. mas não têm valor diagnóstico na Perturbação Autística. esclerose tuberosa. Pica) ou do sono (por exemplo. Podem revelar alterações do humor ou do afeto (por exemplo. Quando estiver presente outro estado físico geral. Dados laboratoriais associados. mesmo na ausência de perturbações convulsivas. Pode observar-se uma ausência de medo a perigos reais. dedos ou pulsos). risos imotivados ou choro sem razão durante a noite. atraso no desenvolvimento da dominância manual). morder as mãos. os dados laboratoriais são consistentes com esse estado. e um receio excessivo na resposta a objetos inofensivos. podem verificar-se anomalias nos estudos de imagiologia. À volta de 25%o dos casos podem desenvolver-se crises convulsivas (particularmente na adolescência). síndrome do X frágil. uma ausência aparente de reações emocionais). Dados do exame somático e estados físicos associados. codifica-se no Eixo III. Na adolescência ou no início da vida adulta. Tem havido descrições de diferenças entre grupos nas medidas da atividade serotoninérgica. encefalite. bater com a cabeça. Em alguns casos. Quando a Perturbação Autística está associada com uma situação física geral.70 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência observar-se alterações da alimentação (por exemplo. despertar recorrente durante a noite com balanceio). a natureza do déficit na interação social pode mudar com o tempo e variar em função do nível de desenvolvimento do sujeito. dieta limitada a muito poucos alimentos. Pode também estar presente uma variedade de comportamentos auto-agressivos (por exemplo. Características Especificas da Idade e Gênero Na Perturbação Autística. Nas crianças mais jovens pode . Na Perturbação Autística podem observar-se vários sintomas ou sinais neurológicos inespecíficos (por exemplo. As alterações no EEG são freqüentes. esperando que os outros respondam a questões ritualizadas de forma específica. No entanto. a criança tende a tratar as pessoas de formas pouco usuais (por exemplo. .observar-se uma dificuldade em acariciar. as mulheres com uma Perturbação Autística têm com maior probabilidade uma Deficiência Mental mais grave. mesmo em tais circunstâncias. Nos sujeitos mais velhos pode observar-se um excelente rendimento nas tarefas que implicam memória a longo prazo (por exemplo. a criança pode tornar-se mais predisposta para participar passivamente numa interação social e inclusivamente tornar-se mais interessada por essa interação. os pais inicialmente ficam preocupados e pensam que a criança seja surda. As crianças jovens com esta perturbação podem tratar os adultos como objetos de troca ou agarrarem-se mecanicamente a uma determinada pessoa. ausência de contacto visual. datas históricas. fixar horários de comboios. fórmulas químicas ou recordar a letra exata de canções ouvidas anos atrás). Esta perturbação é quatro a cinco vezes mais elevada nos homens do que nas mulheres. Por outro lado. de respostas fisionômicas ou de sorrisos dirigidos socialmente e ausência de resposta à voz dos pais. Todavia. revelando falta de sentido dos limites dos outros e agindo inadequadamente na interação social). Prevalência Estudos epidemiológicos indicam valores de Perturbação Autística de dois para cinco casos em 10 000 indivíduos. mas a informação tende a ser repetida uma e outra vez seja ou não apropriada ao contexto social. Como resultado. uma indiferença ou aversão pelos afetos ou contactos físicos. ao longo do desenvolvimento. A Perturbação . presença da linguagem comunicativa) e o nível intelectual global são os fatores mais significativamente relacionados com o prognóstico a longo prazo. mas não tão graves ou prolongados como na Perturbação Autística.00] 71 Evolução Por definição. A Perturbação de Rett difere da Perturbação Autística na taxa de prevalência entre os sexos e no padrão dos déficits. Os adultos com Perturbação Autística que funcionam a um nível superior continuam a revelar problemas de comunicação e interação social. Nalguns casos os pais referem que tinham ficado preocupados com a criança desde o nascimento ou pouco tempo antes do início da perturbação devido à falta de interesse da criança na interação social. As crianças e adolescentes idade escolar fazem com freqüência progressos em algumas áreas do desenvolvimento (por exemplo. A Perturbação Autística segue uma evolução contínua. Cerca de um terço dos casos atingem algum grau de independência parcial. Diagnóstico Diferencial No desenvolvimento normal podem observar-se períodos de regressão do desenvolvimento. associados a interesses e atividades marcadamente restritas. Durante a adolescência em alguns sujeitos o comportamento deteriora-se enquanto noutros melhora.0 Perturbação Autística [299. aumento de interesse no funcionamento social à medida que a criança avança na idade escolar). Numa minoria de casos. As aptidões lingüísticas (por exemplo. a criança pode ter-se desenvolvido normalmente durante o primeiro ano de vida (ou até durante os dois primeiros anos). As manifestações desta perturbação na primeira infância são mais subtis e mais difíceis de definir do que as observadas depois dos dois anos. Padrão Familiar Há um risco significativo de Perturbação Autística entre os irmãos dos sujeitos com esta perturbação. Os estudos de seguimento realizados até à presente data revelam que apenas uma pequena percentagem de sujeitos com esta perturbação consegue chegar à idade adulta vivendo e trabalhando de forma autônoma.F84. a maioria dos casos de Perturbação Autística manifesta-se antes dos três anos. Pode-se diferenciar a Perturbação Autística das outras Perturbações Globais do Desenvolvimento. A Esquizofrenia com início na infância desenvolve-se após anos de desenvolvimento normal ou próximo do normal. A Perturbação de Asperger não é diagnosticada se estiverem preenchidos os critérios de diagnóstico para a Perturbação Autística. mas tendem a ser transitórias. há um padrão característico de desaceleração do crescimento craniano. A Perturbação de Asperger pode distinguir-se da Perturbação Artística pela ausência de atraso no desenvolvimento da linguagem. Quando não há informação sobre o desenvolvimento nos primeiros anos ou quando não é possível documentar o período requerido de desenvolvimento normal. os sujeitos com Perturbação de Rett podem apresentar dificuldades de interação social semelhantes às observadas na Perturbação Autística. enquanto a Perturbação Autística ocorre mais frequentemente nos homens. Particularmente durante os anos pré-escolares. perda de competências manuais intencionais previamente adquiridas. A Perturbação Autística difere da Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância. Pode ser feito um diagnóstico adicional de Esquizofrenia se um sujeito com Perturbação Autística desenvolver características da Esquizofrenia . Na Perturbação Autística as anomalias do desenvolvimento são normalmente observadas no primeiro ano de vida. poderá ser feito o diagnóstico de Perturbação Autística. Na Perturbação de Rett. que tem um padrão distinto de regressão evolutiva e aparece pelo menos após dois anos de desenvolvimento normal. aparecimento de marcha ou movimentos do tronco mal coordenados.de Rett foi diagnosticada apenas nas mulheres. 0 Perturbação Autística [299. As estereotipias motoras são características da Perturbação Autística. O diagnóstico adicional de Perturbação Autística está reservado para situações em que há déficits qualitativos nas aptidões sociais e comunicativas. contacto ocular. Relação com os Critérios de Diagnóstico da ICD-10 para Pesquisa Os critérios e os algoritmos de diagnóstico do DSM-IV e da ICD-10 são quase os mesmos. Não se coloca um diagnóstico adicional de Perturbação de Movimentos Estereotipados quando as estereotipias são mais bem explicadas como parte do quadro clínico da Perturbação Autística. (1) déficit qualitativo na interação social. No Mutismo Seletivo. 280). manifestado pelo menos por duas das seguintes características: (a) acentuado déficit no uso de múltiplos comportamentos não verbais. há um déficit na linguagem. mas não está associado com a presença de incapacidade qualitativa de interação social nem a padrões de comportamento limitados. . repetitivos e estereotipados. tais como.72 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência (ver p. assim como características comportamentais específicas de Perturbação Autística. Um total de seis (ou mais) itens de (1) (2) e (3).00] A. Algumas vezes é difícil determinar se se justifica um diagnóstico adicional de Perturbação Autística num sujeito com Deficiência Mental. postura corporal e gestos reguladores da interação social. Na ICD-10 esta perturbação é referida como Autismo da Segunda Infância. e um de (2) e de (3). adequadas ao nível de desenvolvimento. especialmente se a Deficiência Mental for Grave ou Profunda. (b) incapacidade para desenvolver relações com os companheiros. Na Perturbação da Linguagem Expressiva e na Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva. × Critérios de diagnóstico para F84. a criança revela aptidões de comunicação adequadas ainda que só o faça em certos contextos e não tem um déficit grave na interação social nem os padrões restritivos de comportamento associados com a Perturbação Autística. expressão facial. com uma fase ativa sintomática de delírios ou alucinações com uma duração de pelo menos um mês. com pelo menos dois de (1). (continua) . não mostrar. tais como gestos ou mímica) (b)nos sujeitos com um discurso adequado. trazer ou indicar objetos de interesse).(c) ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres. (c)uso estereotipado ou repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática. interesses ou objetivos (por exemplo. (2)déficits qualitativos na comunicação. uma acentuada incapacidade na competência para iniciar ou manter uma conversação com os outros. (d) falta de reciprocidade social ou emocional. manifestados pelo menos por uma das seguintes características: (a)atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral (não acompanhada de tentativas para compensar através de modos alternativos de comunicação. a rotinas ou rituais específicos. Os sujeitos têm um período de desenvolvimento pré-natal e perinatal aparentemente normais (Critério A) com um desenvolvimento psicomotor aparentemente normal durante os primeiros cinco meses após o nascimento (Critério A2). B. com início antes dos três anos de idade: (1) interação social. repetitivos e estereotipados. aparentemente inflexível. não funcionais.2 Perturbação de Rett [299. O perímetro craniano é normal ao nascimento (Critério A3). quer na intensidade quer no seu objetivo. ou de jogo social imitativo adequado ao nível de desenvolvimento. jogo simbólico ou imaginativo. F84.F84. interesses e atividades restritos. que se manifestam pelo menos por uma das seguintes características: (a) preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais. variado.Atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas. (c) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo. (3) padrões de comportamento.sacudir ou rodar as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo.) (d) preocupação persistente com partes de objetos.80] 73 Critérios de diagnóstico para F84. (2) linguagem usada na comunicação social (3).00] (continuação) (d) ausência de jogo realista espontâneo. (b) adesão.A perturbação não é mais bem explicada pela presença de uma Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância. C.80] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Rett é o desenvolvimento de múltiplos déficits específicos após um período de funcionamento normal depois do nascimento.0 Perturbação Autística [299.2 Perturbação de Rett [299. . previamente adquiridas. Verifica-se o aparecimento de má coordenação da marcha ou de movimentos do tronco (Critério B4). entre os cinco e os 30 meses de idade. Não existem dados laboratoriais . semelhantes a escrever ou lavar as mãos (Critério B2). Perturbações e Características Associadas A Perturbação de Rett está tipicamente associada com uma Deficiência Mental Grave. Há uma perda das aptidões manuais intencionais. será codificada no Eixo II. Surge também uma incapacidade grave no desenvolvimento da linguagem receptiva-expressiva com grave atraso psicomotor (Critério B5). estando presente. a qual. O envolvimento social diminui nos primeiros 5 anos depois do início da perturbação (Critério B3).Verifica-se uma desaceleração do crescimento craniano entre os cinco e os 48 meses de idade (Critério B1). ainda que a interação social se possa desenvolver mais tarde. com subseqüente desenvolvimento de movimentos manuais estereotipados característicos. A Perturbação de Rett tem sido diagnosticada unicamente em sujeitos do sexo feminino. ainda que possam ser conseguidos alguns progressos evolutivos muito modestos e possa observar-se algum interesse pela interação social quando os sujeitos estão na fase final da infância ou quando entram na adolescência. e a perda de aptidões é geralmente persistente e progressiva. anomalias no EEG e perturbações convulsivas.74 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência associados. A Perturbação de Rett difere da Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância e da Perturbação de Asperger nas suas características de distribuição de sexos. Na maior parte dos casos. Prevalência Os dados disponíveis limitam-se principalmente a séries de casos. a recuperação é muito limitada. 71. Esta perturbação só foi diagnosticada em mulheres. Tem o seu início antes dos quatro anos. Esta perturbação persiste ao longo da vida. início e padrão de déficits. ver p. específicos desta perturbação. habitualmente durante o primeiro ou segundo ano de vida. Nos sujeitos com Perturbação de Rett pode observar-se. Diagnóstico Diferencial No desenvolvimento normal podem ser observados períodos de regressão evolutiva mas não são tão graves ou prolongados como na Perturbação de Rett. Para o diagnóstico diferencial entre Perturbação de Rett e Perturbação Autística. enquanto a Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância e Perturbação de Asperger parecem ser mais . com grande freqüência. Evolução O padrão de regressão evolutiva da Perturbação de Rett é altamente distintivo. As dificuldades comportamentais e de comunicação permanecem relativamente constantes ao longo da vida. Parece que a Perturbação de Rett é muito menos freqüente que a Perturbação Autística. Foram referidas anomalias inespecíficas na imagiologia cerebral. freqüentes nos indivíduos de sexo masculino. no entanto na Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância o período normal do desenvolvimento é tipicamente mais prolongado (isto é. perda das aptidões manuais previamente adquiridas e o aparecimento de marcha e movimentos mal coordenados do tronco. há um padrão característico de desaceleração do crescimento craniano. Em contraste com a Perturbação de Asperger. a Perturbação de Rett é caracterizada por graves déficits no desenvolvimento da linguagem expressiva e receptiva. esta perturbação é chamada Síndrome de Rett. pelo menos até aos dois anos). Na ICD-10. O início dos sintomas da Perturbação de Rett pode surgir por volta dos cinco meses de idade. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os itens e os algoritmos de diagnóstico do DSM-IV e da ICD-10 são quase idênticos. . Na Perturbação de Rett. escrever ou lavar as mãos) (3) perda do envolvimento social no início da perturbação (ainda que muitas vezes a interação social se desenvolva mais tarde) (4) aparecimento de má coordenação da marcha ou de movimentos do tronco (5) incapacidade grave no desenvolvimento da linguagem receptiva-expressiva com grave atraso psicomotor F84. Depois dos dois primeiros anos de vida mas antes dos dez anos. competências sociais ou comportamento . pelo menos nas seguintes áreas: linguagem expressiva ou receptiva.10] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância é uma acentuada regressão em múltiplas áreas do funcionamento a seguir a um período. aparecimento de todas as características seguintes: (1) desaceleração do crescimento craniano entre os cinco e os 48 meses (2) perda das aptidões manuais intencionais. de desenvolvimento aparentemente normal (Critério A).80] A.30 Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância [299. (3) perímetro craniano normal ao nascimento. previamente adquiridas. entre os cinco e os 30 meses de idade.Após um período normal de desenvolvimento. B.3 Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância [299.2 Perturbação de Rett [299. de pelo menos dois anos. jogo e comportamento adaptativo adequados à idade. com subseqüente desenvolvimento de movimentos manuais estereotipados (por exemplo. O desenvolvimento aparentemente normal manifesta-se pela presença de comunicação verbal e não verbal. a criança tem uma perda clinicamente significativa de aptidões previamente adquiridas.F84.10] 75 × Critérios de diagnóstico para F84. relação social. Todas as características seguintes: (1) desenvolvimento pré-natal e perinatal aparentemente normais (2) desenvolvimento psicomotor aparentemente normal durante os primeiros cinco meses após o nascimento. Os sujeitos com esta perturbação revelam déficits sociais e na comunicação e características de comportamento geralmente observadas na Perturbação Autística (ver p. Pode haver um aumento da freqüência de anomalias no EEG e de perturbações convulsivas. repetitivos e estereotipados (Critério C3). Existe um déficit qualitativo na interação social (Critério C1) e na comunicação (Critério C2) e padrões de comportamento. 68).adaptativo. deverá ser codificada no Eixo II. estando presente. Perturbações e Características Associadas A perturbação Desintegrativa da Segunda Infância está habitualmente associada a uma Deficiência Mental Grave. dementia infantilis ou psicose desintegrativa. A perturbação não é melhor explicada pela presença de outra Perturbação Global do Desenvolvimento ou pela Esquizofrenia (Critério D). jogo ou competências motoras (Critério B). Podem ser observados vários sintomas ou sinais neurológicos não específicos. interesses e atividades restritivos. Esta situação também tem sido designada por síndrome de Heller. que. controlo intestinal ou vesical. Ainda . na maior parte dos casos nenhuma investigação revela tal situação. Habitualmente. ainda que essa melhoria raramente seja importante. As dificuldades . podendo ser insidioso ou súbito. Quando o período de desenvolvimento normal for prolongado (5 anos ou mais). Há sinais premonitórios que podem envolver aumento dos níveis de atividade. Ainda que certos estudos iniciais sugerissem uma distribuição idêntica nos dois sexos. Evolução Por definição. Os dados laboratoriais refletirão qualquer estado físico geral associado. devem ser codificados no Eixo III. Se uma doença neurológica ou outro estado físico geral estiverem associados à perturbação desintegrativa. leucodistrofia metacromática. doença de Schilder) que pode explicar a regressão evolutiva. a duração é para toda a vida. Em muitos casos o início situa-se entre os três e os quatro anos de idade. Noutros casos. contudo não foram identificados os seus mecanismos concretos. Todavia.76 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência que pareça provável que a perturbação resulte de alguma lesão no desenvolvimento do sistema nervoso central. Prevalência Os dados epidemiológicos são limitados. especialmente quando a perturbação está associada a uma doença neurológica progressiva. na maioria dos casos. é particularmente importante fazer um exame físico e neurológico cuidadoso para avaliar a presença de um estado físico geral. a perda das aptidões também é progressiva. a Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância só pode ser diagnosticada se os sintomas forem precedidos de pelo menos dois anos de desenvolvimento normal e o seu início for anterior aos 10 anos de idade. os dados mais recentes indicam que a situação é mais freqüente nos indivíduos de sexo masculino. a perda de aptidões atinge um certo nível antes que possam ocorrer algumas melhoras limitadas. Esta perturbação segue uma evolução contínua e. mas a Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância parece ser muito rara e muito menos freqüente que a Perturbação Autística. irritabilidade e ansiedade seguidos de perda da fala e de outras aptidões. a perturbação observa-se associada a um estado físico geral (por exemplo. Ocasionalmente. mas nenhum tão grave nem tão prolongado como na Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância. A Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância deve ser diferenciada de uma demência de início durante a Primeira ou Segunda Infâncias. A Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância deve ser diferenciada de outras Perturbações Globais do Desenvolvimento. permanecem relativamente constantes ao longo da vida Diagnóstico Diferencial No desenvolvimento normal podem ser observados certos períodos de regressão. . ver p. A Demência ocorre como conseqüência direta dos efeitos fisiológicos de uma situação física geral (por exemplo. ver p. comunicativas e comportamentais. Para o diagnóstico diferencial com a Perturbação Autística.sociais. Para o diagnóstico diferencial com a Perturbação de Rett. traumatismo craniano) enquanto a Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância ocorre tipicamente na ausência de um estado físico geral associado. 71. 74. Em contraste com a Perturbação de Asperger. a Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância caracteriza-se por uma perda clinicamente significativa das aptidões previamente adquiridas e uma maior probabilidade de Deficiência Mental. Na Perturbação de Asperger não há atraso no desenvolvimento da linguagem nem uma perda significativa de aptidões evolutivas. 10] A. jogo e comportamento adaptativo adequados à idade. Desenvolvimento aparentemente . déficit dos comportamentos não verbais. B. Esta perturbação não é mais bem explicada pela presença de outra Perturbação Global do Desenvolvimento ou pela .299.ausência de jogo simbólico variado) (3)padrões de comportamento. em que a ICD-10 também permite uma «perda geral de interesse em objetos e no meio ambiente». (3) controlo intestinal ou vesical (4) jogo (5) competências motoras C. Perda clinicamente significativa de aptidões previamente adquiridas (antes da idade dos 10 anos) pelo menos em duas das seguintes áreas: (1) linguagem expressiva ou receptiva (2) competências sociais ou comportamento adaptativo. incapacidade para desenvolver relações com os companheiros.80 Perturbação do Asperger [299. × Critérios de diagnóstico para F84. relação social.80] 77 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios e os algoritmos do DSM-IV e da ICD-10 são idênticos exceto no Critério C. D. interesses e atividades restritivos. Na ICD-10. repetitivos e estereotipados. ausência de reciprocidade social ou emocional) (2) incapacidades qualitativas na comunicação (por exemplo. Anomalias no funcionamento em pelo menos duas das seguintes áreas: (1) déficit qualitativo da interação social (por exemplo. uso de linguagem estereotipada ou repetitiva. atraso ou perda da linguagem falada.3 Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância [299.normal pelo menos durante os dois primeiros anos após o nascimento. a perturbação é referida como Outra Perturbação Desintegrativa da Primeira Infância. incluindo estereotipias motoras e maneirismos. incapacidade para iniciar ou manter uma conversa. manifestado pela presença de comunicação verbal e não verbal. 80] Características de Diagnóstico As características essenciais da Perturbação de Asperger são um déficit grave e persistente da interação social (Critério A). 68 na Perturbação Autística para análise dos Critérios A e B). 299.80 Perturbação de Asperger [299. uso de . Em contraste com a Perturbação Autística. interesses e atividades restritos e repetitivos (Critério B) (ver p. o desenvolvimento de padrões de comportamento. não há um atraso geral da linguagem clinicamente significativo (por exemplo. A perturbação pode produzir um déficit clinicamente significativo da atividade social. laboral ou de outras áreas importantes do funcionamento do sujeito (Critério C).Esquizofrenia. As dificuldades na interação social podem tornar-se mais evidentes no contexto da vida escolar. Perturbações e Características Associadas A perturbação de Asperger observa-se muitas vezes associada com outros estados físicos gerais que devem ser codificados no Eixo III. frases comunicativas aos três anos de idade) (Critério D). esta perturbação segue uma evolução contínua e na grande maioria dos casos a duração é para toda a vida. no comportamento adaptativo (distinto da interação social) e na curiosidade acerca do meio ambiencial durante a infância (Critério E). Prevalência A informação disponível acerca da prevalência da Perturbação de Asperger é limitada mas parece ser mais freqüente nos sujeitos de sexo masculino. É durante este período que podem aparecer ou ser reconhecidos os peculiares interesses circunscritos ou idiossincráticos (por exemplo. Evolução A Perturbação de Asperger parece ter um início um pouco mais tardio que a Perturbação Autística ou. é reconhecida mais tarde. não se observam atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento das aptidões de auto-ajuda próprias da idade.78 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência palavras simples aos dois anos de idade. fascínio pelos horários dos comboios). Pode haver atraso em atingir as fases do desenvolvimento motor e é muitas vezes observada uma lentificação motora. Na vida adulta os sujeitos com esta perturbação podem ter problemas com a empatia e na modulação da interação social. O atraso motor ou a lentificação motora podem ser observados durante o período pré-escolar. . Além disso. Não se coloca o diagnóstico se estiverem preenchidos os critérios para outra Perturbação Global do Desenvolvimento ou Esquizofrenia (Critério F). Aparentemente. Podem ser observados variados sintomas ou sinais neurológicos inespecíficos. pelo menos. Padrão Familiar Embora os dados disponíveis sejam limitados parece haver um aumento de freqüência da Perturbação de Asperger entre os familiares dos sujeitos que têm a perturbação. 71. A Perturbação de Asperger e a Perturbação Obsessivo-Compulsiva têm de comum os padrões de comportamento repetitivos e estereotipados. Para o diagnóstico diferencial com a Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância. a Perturbação de Asperger é caracterizada por comportamentos e interesses estereotipados e por padrões ainda mais gravemente incapacitantes da interação social. a Perturbação de Asperger é caracterizada por um déficit qualitativo na interação social e um padrão de interesses e de atividades mais restritivos. 74. . ver p. Para o diagnóstico diferencial com a Perturbação de Rett. Para o diagnóstico diferencial com a Perturbação Autística. em contraste com a Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Diagnóstico Diferencial A Perturbação de Asperger não é diagnosticada se estiverem preenchidos os critérios para outra Perturbação Global do Desenvolvimento ou para Esquizofrenia. Em contraste com a Perturbação Esquizóide da Personalidade. No entanto. A Perturbação de Asperger deve também ser distinguida da Perturbação Obsessivo-Compulsiva e da Perturbação Esquizóide da Personalidade. 76. ver p. ver p. interesses e atividades restritos. não funcionais (3) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo. que se manifestam pelo menos por uma das seguintes características: (1) preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais. a rotinas ou rituais específicos.A perturbação produz um déficit clinicamente significativo da atividade social. repetitivos e estereotipados.Padrões de comportamento. postura corporal e gestos reguladores da interação social (2) incapacidade para desenvolver relações com os companheiros.Déficit qualitativo da interação social manifestado pelo menos por duas das seguintes características: (1) acentuado déficit no uso de múltiplos comportamentos não verbais. aparentemente inflexível. quer na intensidade quer no objetivo (2) adesão. interesses ou objetivos (por exemplo. esta perturbação é chamada Síndrome de Asperger.5 Perturbação de Asperger [299.5 Perturbação de Asperger [299.trazer ou indicar objetos de interesse) (4) falta de reciprocidade social ou emocional B. não mostrar.80] A.80) 79 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os itens e os algoritmos de diagnostico do DSM-IV e da ICD-10 são quase idênticos. × Critérios de diagnóstico para F84.F84. adequadas ao nível de desenvolvimento (3) ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres. Na ICD-10. sacudir ou rodar as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo) (4) preocupação persistente com partes de objetos C. tais como: contacto olhos nos olhos. laboral ou de outras áreas importantes do . uso de palavras simples aos dois anos de idade. F.funcionamento. . D. frases comunicativas aos três anos de idade) E. Não há atraso clinicamente significativo no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento das aptidões de auto-ajuda próprias da idade. Não preenche os critérios para outra Perturbação Global do Desenvolvimento ou Esquizofrenia.Não há um atraso geral da linguagem clinicamente significativo (por exemplo. no comportamento adaptativo (distinto da interação social) e na curiosidade acerca do meio ambiencial durante a infância. por uma idade de início mais tardia. na escola ou no trabalho) (Critério C). Alguns problemas relacionados com os sintomas devem ocorrer. pelo menos. mas não estão preenchidos os critérios de uma Perturbação Global do Desenvolvimento específica. uma sintomatologia atípica ou uma sintomatologia subliminar ou por todos estes fatos em conjunto. Esquizofrenia. acadêmico ou laboral (Critério D). Contudo.80 Perturbação Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação [200. em casa. com uma intensidade que é mais freqüente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento (Critério A). em duas situações (por exemplo. interesses e atividades estereotipadas.80] (Incluindo o Autismo Atípico) Esta categoria deve ser usada quando existe um déficit grave e global no desenvolvimento da interação social recíproca ou nas competências de comunicação verbal e não verbal ou quando estão presentes comportamentos. Perturbações Disruptivas do Comportamento e de Déficit de Atenção Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção Características de Diagnóstico A característica essencial de Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção é um padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade-hiperatividade. Perturbação Esquizotípica da Personalidade ou Perturbação Evitante da Personalidade. Alguns sintomas de hiperativade-impulsividade ou de falta de atenção podem ser a causa de problemas que podem aparecer antes dos sete anos de idade.80 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência 299. Por exemplo esta categoria inclui «autismo atípico»: casos que não preenchem os critérios de Perturbação Autística. A . muitos sujeitos são diagnosticados depois de os sintomas terem estado presentes durante vários anos (Critério B). Devem existir provas claras de um déficit clinicamente significativo do funcionamento social. Estes sujeitos têm com freqüência dificuldades em organizar tarefas e atividades (Critério Ale). Os trabalhos são muitas vezes desordenados. descuidados e feitos sem reflexão. Para estabelecer este diagnóstico. laborais ou sociais. Os sujeitos diagnosticados com esta perturbação podem começar uma tarefa. As tarefas que . a incapacidade em completar tarefas só será considerada se a incapacidade for devida a problemas de atenção e não a outras possíveis razões (por exemplo. As faltas de atenção podem manifestar-se em situações escolares. Os sujeitos podem experimentar dificuldade em manter a atenção em tarefas.perturbação não ocorre exclusivamente durante uma Perturbação Global do Desenvolvimento. Esquizofrenia ou outra Perturbação Psicótica e não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. Perturbação da Ansiedade. Frequentemente. finalizá-las (Critério A1b). mudar para outra e ainda dedicar-se a uma terceira antes de completar qualquer delas. encargos ou deveres (Critério Ald). ou atividades laborais ou lúdicas e acabam por ter dificuldade em persistir nas tarefas até. Os sujeitos com esta perturbação podem não dar atenção suficiente aos pormenores ou podem cometer erros por descuido nas tarefas escolares ou noutras tarefas (Critério A1a). Com freqüência não seguem as instruções e não terminam os trabalhos escolares. Perturbação Dissociativa ou Perturbação da Personalidade) (Critério E). Perturbação de Humor. estão a pensar noutra coisa como se não ouvissem quando se lhe dirigem diretamente (Critério Alc). Podem fazer freqüentes mudanças de uma atividade incompleta para outra. incapacidade para compreender as instruções). não prestar atenção aos outros. correm por toda a casa. As crianças mais jovens e na idade pré-escolar com esta perturbação diferem das crianças normalmente ativas por estarem constantemente a andar e a mexer em tudo. sentem repugnância ou estão relutantes em envolver-se em tarefas que requeiram um esforço mental mantido ou que impliquem exigências organizativas ou uma forte concentração (tais como trabalhos escolares ou de casa) (Critério Alf). Com freqüência. saem da casa antes de pôr o casaco. embora possa existir um negativismo secundário. A hiperatividade pode variar em função da idade do sujeito e do seu nível de desenvolvimento. Os hábitos de trabalho podem ser desorganizados e com freqüência perdem. correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo (Critério A2c).Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção 81 requerem a manutenção de um esforço mental são experimentadas como desagradáveis e marcadamente aversivas. Têm dificuldade em estar sentadas . não manter um raciocínio na conversa e não seguir os pormenores ou as regras de jogos ou atividades. tratam com negligência ou deterioram objetos necessários a tarefas ou atividades (Critério Alg). Esquecem-se muitas vezes das atividades quotidianas (por exemplo. Este evitamento deve ser causado por dificuldades do sujeito relativas à atenção e não por uma atitude de oposição primária. Os sujeitos com esta perturbação são facilmente distraídos por estímulos irrelevantes e interrompem frequentemente o prosseguimento das tarefas que estão a realizar para prestar atenção a ruídos ou fatos triviais que são facilmente ignorados pelos outros (por exemplo. a falta de atenção pode manifestar-se por freqüentes mudanças na conversa. sobem e saltam sobre os móveis. o barulho da sereia de um carro. mas habitualmente com menos freqüência que as crianças mais jovens. Nas situações sociais. ouvir uma história). estes sujeitos evitam. ter dificuldades em brincar ou dedicar-se tranquilamente a atividades de lazer (Critério A2d). não ficar sentado quando se espera que o faça (Critério A2b). de trazer o almoço) (Critério Ali). têm dificuldades em participar em atividades sedentárias de grupo nas classes pré-escolares (por exemplo. A hiperatividade pode manifestar-se por estar inquieto ou mover-se quando está sentado (Critério A2a). precipitam-se para qualquer lado. uma conversação ao fundo) (Critério Alh). As crianças de idade escolar revelam comportamentos semelhantes. esquecem-se das datas. e o diagnóstico deve ser feito cautelosamente nas crianças jovens. frequentemente andar ou atuar como se «estivessem ligados a um motor» (Critério 2e) ou frequentemente falar em excesso (Critério A2f). a escola. dificuldade em esperar pela sua vez (Critério A2h). magoarem as outras pessoas. fazem palhaçadas. transportam objetos de um lado para o outro. Falam em excesso e fazem muito barulho durante atividades tranqüilas. batem palmas e mexem os pés e as pernas excessivamente. aleijarem-se com objetos. ficam sentados na borda das cadeiras. Levantam-se frequentemente da mesa antes de acabar a refeição ou os trabalhos escolares para ver a televisão. o trabalho e as situações sociais. Nos adolescentes e adultos. os sintomas tomam a forma de sentimentos de inquietação e dificuldade para se dedicarem a atividades sedentárias tranqüilas. precipitação das respostas antes que as perguntas tenham acabado (Critério A2g). agarrarem em panelas quentes) e a envolverem-se em atividades potencialmente perigosas sem ter em conta as possíveis conseqüências (por exemplo. Para fazer o diagnóstico é necessário que exista alguma alteração em pelo menos duas destas situações (Critério . interromper ou interferir frequentemente com os outros ao ponto de provocarem problemas em situações sociais. Os sujeitos com esta perturbação fazem comentários desadequados.levantam-se constantemente. interferem. iniciam uma conversa em momentos inoportunos ou interrompem os outros excessivamente. mexem nas coisas que não é suposto mexer. dificuldade para adiar respostas. mexem-se nas cadeiras. não ouvem as normas que lhe são transmitidas. agarram nos objetos que não lhes pertencem. patinar num terreno extremamente abrupto). A impulsividade manifesta-se por impaciência. incluindo a casa. As manifestações de comportamento aparecem normalmente em contextos variados. A impulsividade pode levar a acidentes (por exemplo. escolares ou laborais (Critério A2i). ouvir os professores durante a aula. Os sintomas têm tendência a ocorrer com mais freqüência em situações de grupo (por exemplo. em jogos de grupo. o sujeito revelar o mesmo nível de disfunção em todos os contextos ou permanentemente na mesma situação. deve investigar o comportamento do sujeito nas variadas circunstâncias dentro de cada contexto. Não é muito freqüente. ouvir para escrever assuntos longos ou trabalhar em tarefas repetitivas e monótonas). fazer os trabalhos da aula. por conseguinte. Muitas crianças e adolescentes com a perturbação estão incluídos no Tipo Misto. E contudo não se sabe se o mesmo é verdade para adultos com a perturbação. Os sinais desta perturbação podem ser mínimos ou ausentes quando a pessoa está sob controlo verdadeiramente rigoroso.01]. consultório médico) ou quando teve com freqüência experiências de recompensa pelo comportamento adequado. numa situação nova. O subtipo adequado (para um diagnóstico atual) deve indicar-se em função do padrão sintomático predominante nos últimos seis meses. Subtipos Embora muitos sujeitos revelem sintomas tanto de falta de atenção como de hiperatividade-impulsividade em alguns um destes padrões é predominante. numa situação interpessoal (por exemplo.00]. dedicada a atividades especificamente interessantes.8 Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção/Predominantemente Tipo Hiperativo-Impulsivo [314. F98. Este subtipo deverá ser usado se persistem pelos menos durante seis meses (ou mais) seis sintomas de falta de atenção e seis (ou mais) sintomas de Hiperatividade-impulsividade. sala de aula ou ambientes laborais).82 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência C). F90. O clínico. A falta de atenção . Este subtipo deverá usado se persistem durante pelo menos seis meses (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade (mas menos que seis sintomas de falta de atenção). Os sintomas normalmente pioram em situações que requerem atenção ou esforço mental prolongados ou em situações em que pela sua inovação falta um apelo intrínseco (por exemplo. Tipo Misto [314.0 Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção. Este subtipo deverá usado se persistam pelo menos seis meses seis (ou mais) sintomas de falta de atenção (mas menos que seis sintomas de hiperatividade-impulsividade). Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. As características associadas variam dependendo da idade e estádio de desenvolvimento e podem incluir uma . F90. deve diagnosticar-se uma Perturbação de Déficit da Atenção com Hiperatividade Sem Outra Especificação.0 Tipo Predominantemente Desatento [314.01]. o diagnóstico adequado é o de Déficit de Atenção/Perturbação de Hiperatividade em Remissão Parcial.pode muitas vezes ser em tais casos uma característica clínica significativa. Se os sintomas clinicamente significativos permanecem mas se já não se preenchem nenhum dos critérios para nenhum dos subtipos. Quando os sintomas do sujeito não preenchem atualmente todos os critérios desta perturbação e é pouco claro que os critérios tenham sido previamente preenchidos. O subtipo adequado (para um diagnóstico atual) será indicado com base num padrão de sintomas predominantes durante os últimos seis meses. Processos de Registro Os sujeitos que num estádio precoce desta perturbação tinham Predominantemente o Tipo Falta de Atenção ou Predominantemente o Tipo Impulsivo-Hiperativo podem vir a desenvolver o Tipo Combinado ou vice-versa. O seu desenvolvimento intelectual. que facilita a convicção que todo o comportamento anômalo é voluntário. Com freqüência. especialmente por causa da variabilidade das características sintomáticas. insistência excessiva e freqüente em que as suas exigências sejam satisfeitas. disforia. As crianças com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção podem apresentar com elevada prevalência Perturbações do Humor. infecções (por exemplo. Perturbações da Ansiedade. quando coexistem. baixo peso ao nascer e Deficiência Mental. deslocamentos múltiplos por tempo de adoção limitada. Em alguns grupos de sujeitos com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção observou-se que algumas provas que requerem processamento mental persistente apresentam resultados anômalos em comparação com sujeitos do grupo de controlo. arrebatamentos emocionais. Perturbações da Aprendizagem e Perturbações da Comunicação. Os sujeitos com Perturbação da Hiperatividade com Déficit de Atenção podem alcançar níveis escolares abaixo dos obtidos pelos seus colegas e obter rendimento laboral inferior. o início da Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção pode preceder o início de Perturbação de la Tourette. mas não está no entanto definido que o déficit cognitivo . rejeição pelos companheiros e baixa auto-estima. Na sua forma mais grave a perturbação é muito incapacitante afetando a adaptação social. Um número considerável de crianças atendidas em centros clínicos por Déficit de Atenção com Hiperatividade sofrem também de uma Perturbação de Oposição ou Perturbação do Comportamento. A aplicação inadequada a tarefas que exigem um esforço continuado é muitas vezes interpretada pelos outros como indicador de preguiça. As relações familiares costumam caracterizar-se por ressentimento e antagonismo. parece ser inferior ao das outras crianças. desmoralização. labilidade emocional. exposição a neurotoxinas (por exemplo.Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção 83 baixa tolerância à frustração. o que tipicamente conduz a conflitos com a família e autoridades escolares. o rendimento escolar está afetado e desvalorizado. teimosia. negligência. encefalite) exposição in útero a fármacos. avaliado individualmente por testes de QI. Não há provas laboratoriais que tenham sido estabelecidas como diagnósticas na avaliação clínica da Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. Pode haver uma história de maus tratos ou abandono. fraco sentido das responsabilidades e comportamento de oposição. envenenamento pelo chumbo). Esta perturbação é freqüente nas crianças com Perturbação de Gilles de la Tourette. Dados laboratoriais. escolar e familiar. No entanto. Dados do exame somático e estado físico geral associado. certos sintomas de falta de atenção em crianças que começam a andar ou em crianças em idade pré-escolar não podem observar-se com facilidade. com variações na sua prevalência nos diferentes países ocidentais.fundamental seja responsável por este fenômeno. E especialmente difícil estabelecer este diagnóstico em crianças de idade inferior a 4 ou 5 anos. pode em certas . Além disso. Não existem características físicas específicas associadas à Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. provavelmente devido a práticas de diagnóstico diferentes e não devido a diferenças na apresentação clínica do quadro. dado que estas crianças habitualmente observam poucas vezes as exigências para se manterem atentas. implantação baixa dos pavilhões auditivos) numa freqüência superior à observada na população em geral. hipertelorismo. Características Especificas da Cultura. Pode haver também uma elevada proporção de lesões físicas (acidentes). porque o seu comportamento característico é muito mais variável do que nas crianças mais velhas e pode incluir características que são semelhantes aos sintomas de Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. elevação da arcada do palato. embora possam ocorrer algumas anomalias físicas menores (por exemplo. Idade e Gênero A Perturbação de Déficit da Atenção/Hiperatividade é conhecida por ocorrer em várias culturas. A prevalência dos dados na adolescência e na idade adulta são imprecisos. dado que muitas crianças superativas não chegam a desenvolver a Perturbação de . os sintomas normalmente tendem a ser menos importantes. as corridas e saltos em excesso. A medida que as crianças se desenvolvem. para assegurar a obtenção de um quadro clínico completo é útil investigar a variedade de comportamentos. trabalhos de secretária). A perturbação é muito mais freqüente no sexo masculino do que no feminino com uma proporção que oscila entre de 4:1 para 9:1 (se na população em geral ou na população clínica). em regra as crianças de dois ou três anos podem sentarem-se com os adultos a ver livros com desenhos). Prevalência A prevalência da Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção está estimada em 3% a 5 %o das crianças em idade escolar. Os sintomas impulsivos podem também dar lugar a alterações das regras familiares. não ficar sentado). as crianças com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção mexem-se constantemente e é difícil mantê-las sossegadas e controladas. Na idade adulta a inquietação motora pode levar a dificuldades em participar em atividades sedentárias e a evitar passatempos ou ocupações que permitam poucas oportunidades para o movimento espontâneo (por exemplo. coincidindo frequentemente com o desenvolvimento da locomoção independente.84 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência situações manter-se com persistência a atenção das crianças mais jovens (por exemplo. Evolução A maior parte dos pais observaram pela primeira vez uma excessiva atividade motora quando os seus filhos começaram a andar. Contudo. Pelo contrário. de modo que os sintomas de hiperatividade podem estar confinados a inquietação motora ou a um sentimento interno de desgosto. No caso de uma criança pequena. Os sintomas de falta de atenção nas crianças em idade escolar afetam as tarefas e o rendimento escolares. Na última fase da infância e início da adolescência são menos freqüentes os sinais de atividade motora excessiva (por exemplo. interpessoais e escolares principalmente na adolescência. Perturbação da Personalidade Anti-Social nos membros da família de sujeitos com Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. é necessário agir com precaução ao fazer este diagnóstico nos primeiros anos de vida. Padrão Familiar A Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção tem sido encontrada mais frequentemente nos familiares biológicos em primeiro grau das crianças com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. observados em contextos clínicos. Na maioria dos casos. o primeiro diagnóstico da perturbação é feito durante os anos de escolaridade elementar. Perturbações da Aprendizagem. Este diagnóstico aplica-se a sujeitos que já não sofrem de uma perturbação total. os sintomas atenuam-se à medida que a adolescência avança e durante a idade adulta. Habitualmente. Em muitos sujeitos. embora uma minoria experimente um quadro sintomático completo de Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção na vida adulta. . Os estudos realizados sugerem também que há uma maior prevalência de Perturbações do Humor. quando a adaptação escolar está comprometida. Perturbações pela Utilização de Substâncias. ainda que uma minoria experimente o quadro sintomático completo da Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção em plena idade adulta. mas que no entanto apresentam alguns sintomas que causam alterações funcionais. em remissão parcial. Perturbações da Ansiedade. Outros adultos podem manter alguns sintomas e nesse caso deve-se fazer o diagnóstico de Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. a perturbação mantém-se relativamente estável ao longo dos primeiros anos da adolescência.Hiperatividade com Déficit da Atenção. A falta de atenção também pode observar-se na aula em crianças com elevado nível intelectual quando colocadas em meios escolares pouco estimulantes. amas.Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção 85 Diagnóstico Diferencial Na primeira infância pode ser difícil distinguir os sintomas da Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção de certos comportamentos adequados à idade das crianças ativas (por exemplo. correr sem cessar ou atuar ruidosamente). Nas crianças com Deficiência Mental só deve fazer-se um diagnóstico adicional de Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção se os sintomas de falta de atenção ou hiperatividade forem excessivos em relação à idade mental da criança. hiperatividade e capacidade da criança para se auto-regular adequadamente em diferentes situações. O diagnóstico diferencial pode complicar-se quando alguns sujeitos com Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção apresentam secundariamente atitudes de oposição em relação a tais tarefas e frequentemente desvalorizam a sua importância como uma racionalização do seu fracasso. Em todas . Perturbação da Ansiedade. Deve também distinguir-se a Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção da dificuldade experimentada em comportamentos dirigidos a um objetivo por crianças que pertencem a meios inadequados. Perturbação Dissociativa. Os sintomas de falta de atenção são freqüentes nas crianças com um QI baixo quando colocadas em situações escolares desadequadas à sua capacidade intelectual. Os sujeitos com comportamentos de oposição podem resistir a executar tarefas laborais ou escolares que requeiram dedicação pessoal pela sua recusa a aceitar exigências dos outros. Perturbação do Humor. Alteração da Personalidade Devido a Um Estado Físico Geral ou Perturbação Induzida por Substâncias). A Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção não se diagnostica se os sintomas forem mais bem explicados pela presença de outra perturbação mental (por exemplo. Estes comportamentos devem distinguir-se de sinais semelhantes em crianças com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. avós ou pais de outras crianças) ajudam a fornecer uma confluência de observações relacionadas com a falta de atenção. Estes sintomas devem distinguir-se do evitamento das tarefas escolares observadas nos sujeitos com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção. As referências dadas por pessoas que estão em contacto com as crianças (por exemplo. Perturbação da Personalidade. desorganizados ou caóticos. A Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção não se diagnostica se os sintomas de falta de atenção e hiperatividade ocorrerem exclusivamente durante o decurso de uma Perturbação Global do Desenvolvimento ou de uma Perturbação Psicótica. Os sintomas de falta de atenção. isoniazida. broncodilatadores. os sintomas de falta de atenção têm início tipicamente depois dos sete anos de idade e a história infantil de adaptação escolar geralmente não é caracterizada por comportamento disruptivo ou queixas dos professores relativamente a um comportamento de falta de atenção. mas o algoritmo de diagnóstico é bastante diferente. hiperatividade ou impulsividade relacionados com o uso da medicação (por exemplo.estas perturbações. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios para os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10. para a Perturbação de Déficit da Atenção/Hiperatividade são quase idênticos aos itens do DSM-IV. daí resultando uma categoria com . hiperativo ou impulsivo. Quando coexiste uma Perturbação do Humor ou Perturbação da Ansiedade com uma Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção deverá cada uma delas ser diagnosticada separadamente. acatisia pelos neurolépticos) nas crianças antes dos sete anos de idade não se diagnosticam como Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção mas como Perturbação pela Utilização de Outras Substâncias Sem Outra Especificação. . brinquedos. . encargos ou deveres no local de trabalho (sem ser por comportamentos de oposição ou por incompreensão das instruções) (e) com freqüência tem dificuldades em organizar tarefas e atividades (f) com freqüência evita. os Critérios de diagnóstico para Pesquisa da ICD-10 requerem pelo menos seis itens de falta de atenção. em relação com o nível de desenvolvimento. Critérios de Diagnóstico para Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção A. sente repugnância ou está relutante em envolver-se em tarefas que requeiram um esforço mental mantido (tais como trabalhos escolares ou de casa) (g) com freqüência perde objetos necessários a tarefas ou atividades (por exemplo. Onde os algoritmos de diagnóstico do DSM-IV requerem seis itens de desatenção ou seis itens hiperativos/impulsivos. e pelo menos um item impulsivo. Falta de atenção (a) com freqüência não presta atenção suficiente aos pormenores ou comete erros por descuido nas tarefas escolares. em pelo menos três itens hiperativos. (1) ou (2): (1) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de falta de atenção devem persistir pelo menos durante seis meses com uma intensidade que é desadaptativa e inconsistente. Na ICD-10. Em vez de dividir em subtipos a perturbação baseada no tipo predominante. exercícios escolares. esta perturbação é referida como uma Perturbação da Atividade e da Atenção sob a rubrica Perturbações Hipercinéticas. a ICD-10 subespecifica a condição com base em que os critérios para a perturbação do comportamento também são preenchidos.86 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência limites mais estreitos para a ICD-10. no trabalho ou noutras atividades lúdicas (b) com freqüência tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades (c) com freqüência parece não ouvir quando se lhe dirigem diretamente (d) com freqüência não segue as instruções e não termina os trabalhos escolares. livros ou ferramentas) (h) com freqüência distrai-se facilmente com estímulos irrelevantes (i) esquece-se com freqüência das atividades quotidianas (2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade-impulsividade persistiram pelo menos durante 6 meses com uma intensidade que é desadaptativa e inconsistente com o nível de desenvolvimento: Hiperatividade (a) com freqüência movimenta excessivamente as mãos e os pés.lápis. move-se quando está sentado (b) com freqüência levanta-se na sala de aula ou noutras situações em que se espera que esteja sentado (c) com freqüência corre ou salta excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo (em adolescentes ou adultos pode limitar-se a sentimentos subjetivos de impaciência) (continua) . Perturbação do Humor.0 Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo [314. E.00]: se está preenchido o Critério Al mas não o Critério A2 durante os últimos 6 meses.8 Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção Tipo Predominantemente Desatento [314. Devem existir provas claras de um déficit clinicamente significativo do funcionamento social. acadêmico ou laboral. F98.0 Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção Tipo Combinado [314.9 Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção SOE 87 Critérios de Diagnóstico para Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção (continuação) (d) com freqüência tem dificuldades para jogar ou dedicar-se tranquilamente a atividades de ócio (e) com freqüência «anda» ou só atua como se estivesse «ligado a um motor» (f) com freqüência fala em excesso Impulsividade: (g) com freqüência precipita as respostas antes que as perguntas tenham acabado (h) com freqüência tem dificuldade em esperar pela sua vez (i) com freqüência interrompe ou interfere nas atividades dos outros (por exemplo. Perturbação Dissociativa ou Perturbação da Personalidade). Esquizofrenia ou outra Perturbação Psicótica e não são mais bem explicados por outra perturbação mental (por exemplo. intromete-se nas conversas ou jogos) B. D. Alguns déficits provocados pelos sintomas estão presentes em dois ou mais contextos [por exemplo.314. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante uma Perturbação Global do Desenvolvimento. C. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou de falta de atenção que causam déficits surgem antes dos 7 anos de idade.01]: se o . Codificação baseada no tipo: F90.01]: se estão preenchidos os Critérios A1 e A2 durante os últimos seis meses. F90. escola (ou trabalho) e em casa]. Perturbação da Ansiedade. Para sujeitos (especialmente adolescentes e adultos) que atualmente tenham sintomas e que já não preencham todos os critérios. . deve especificar-se em «Remissão Parcial».critério A2 está preenchido mas não o Critério Al durante os últimos 6 meses.9] Esta categoria aplica-se a perturbações com sintomas predominantes de falta de atenção ou hiperatividade-impulsividade que não preenchem os critérios de Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção.9 Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção Sem Outra Especificação [314. Notas de codificação. 314. tais como casa. Crianças ou adolescentes com esta perturbação muitas vezes podem iniciar comportamentos agressivos e reagem agressivamente para com os outros. o médico com freqüência deve confiar noutros informadores. ataque com violência de roubo de carteira.8 Perturbação do Comportamento [312. podem ser fisicamente cruéis com as pessoas (Critério A4) ou animais (Critério A5). Podem revelar um comportamento insultuoso. faca ou arma de fogo) (Critério A3). o conhecimento que o informante tem sobre os problemas do comportamento da criança podem estar limitados por uma supervisão inadequada ou porque a criança não lhos revelou. A Perturbação do Comportamento causa um déficit clinicamente significativo na atividade social. No entanto. mas apenas se não preencherem o critério de Perturbação Anti-Social da Personalidade (Critério C). ameaçador ou intimidatório (Critério A1). comportamentos não agressivos que causam prejuízos ou destruições na propriedade (Critérios A8-A9) falsificação ou roubos (Critérios A10-A12) e violações graves das normas (Critérios A13-A15). Dado que os sujeitos com Perturbação do Comportamento têm tendência a minimizar os seus problemas comportamentais. usam armas que podem causar graves prejuízos físicos (por exemplo. garrafa partida. tijolo. A Perturbação do Comportamento pode ser diagnosticada em indivíduos com mais de 18 anos. pau. Três (ou mais) comportamentos característicos devem ter surgido durante os últimos 12 meses e elo menos um comportamento nos últimos 6 meses. escola ou comunidade. roubar confrontando a vítima (por exemplo. O padrão de comportamento pode estar presente em várias situações. Iniciam frequentemente lutas físicas (Critério A2). escolar ou laboral (Critério B). Estes comportamentos agrupam-se em quatro grupos principais: comportamento agressivo que ameaça ou causa sofrimento às outras pessoas ou aos animais (Critérios A1-A7).8] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Comportamento é um padrão de comportamento persistente e repetitivo em que são violados os direitos básicos dos outros ou importantes regras ou normas sociais próprias da idade do sujeito (Critério A).88 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência F91. assaltos extorsão ou roubo à mão armada) (Critério . As crianças com esta perturbação podem começar a faltar frequentemente à escola antes dos 13 anos (Critério A15). este comportamento manifesta-se com freqüência por ausências ao trabalho sem razões justificáveis. a fuga deve ter ocorrido pelo menos duas vezes (ou apenas uma vez se o sujeito não regressou por um período de tempo prolongado). homicídio. em casos mais raros. ou forçar alguém a uma atividade sexual (Critério A7). falsificações) (Critério A12). Podem existir fugas de casa durante a noite (Critério A14). propriedade ou carros dos outros (Critério 10). A destruição deliberada da propriedade dos outros é um traço característico desta perturbação e pode incluir o lançamento deliberado de fogo com intenção de causar prejuízos graves (Critério A8) ou deliberadamente destruir por outros meios a propriedade dos outros(partir as janelas dos carros ou atos de vandalismo na escola)(critério A9) freqüentes a fraude ou os roubos e podem incluir o arrombar das casas. frequentemente mentem ou não cumprem as promessas com o objetivo de obter ganhos ou favores. Os sujeitos com esta perturbação com menos de 13 anos de idade ficam fora de casa à noite ou chegam tarde a casa. Os episódios de fuga que ocorrem como conseqüência direta de abuso físico ou sexual não devem ser tipicamente classificados neste critério. Noutros sujeitos mais velhos. A violência física pode tomar a forma de violação. ou roubar objetos de algum valor sem confrontação com a vítima (por exemplo. assalto ou. escolares ou familiares). «vigarizar» as outras pessoas) (Critério A11). apesar da proibição dos pais (Critério A13). ou para evitar o pagamento de dívidas ou cumprir obrigações (por exemplo. .A6). Para que possa ser considerado como sintoma de Perturbação de Comportamento. roubos em lojas. os sujeitos com esta perturbação incorrem também em graves violações das normas (por exemplo. Caracteristicamente. Tipo Início na Adolescência.8 Perturbação do Comportamento [312. Os subtipos diferem em relação à natureza característica dos problemas de comportamento que apresentam. Estes sujeitos tendem provavelmente a ter perturbações do comportamento mais persistentes e com a aproximação da idade adulta tendem a desenvolver uma Perturbação Anti-Social da Personalidade mais frequentemente do que os sujeitos Tipo Inicio na Adolescência. Os dois subtipos podem apresentar-se de forma ligeira. Na avaliação da idade de início. Os sujeitos com o tipo de início na infância são normalmente do sexo masculino. Tipo Início na Infância. Este subtipo é definido pelo menos por um dos critérios característicos de Perturbação do Comportamento antes dos dez anos. evolução. Comparados com os sujeitos com o Tipo o Início na Infância. a informação deverá preferencialmente ser obtida a partir do próprio ou das pessoas que cuidam dele. .F91. Provavelmente estes sujeitos têm tendência a ter uma Perturbação Anti-Social menos persistente e a desenvolver na vida adulta uma Perturbação Anti-Social da Personalidade. Dado que muitos comportamentos permanecem por vezes ocultos. Este subtipo é definido pela ausência de características de Perturbação do Comportamento antes dos dez anos de idade. moderada ou grave. estes sujeitos manifestam menos comportamentos agressivos e tendem a ter relações mais normais com os companheiros (embora frequentemente coloquem problemas de comportamento na companhia dos outros). podem manifestar uma Perturbação de Oposição no início da infância e normalmente têm sintomas que preenchem os critérios de Perturbação do Comportamento antes da fase pubertária. Tipo com Início na Adolescência). os informadores podem indicar menos sintomas que os reais e subestimar a idade do início.8] Subtipos 89 Foram estabelecidos dois subtipos de Perturbação do Comportamento com base na idade de início da perturbação (Tipo com Início na Infância. têm relações perturbadas com os companheiros. prognóstico e proporção por sexos. mostram frequentemente agressividade física com os outros. A proporção de indivíduos de sexo masculino e feminino é mais baixa no Tipo com Início na Adolescência do que no Tipo com Início na Infância. Graus de Gravidade . e danos físicos por acidentes ou lutas. arrombamentos) Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. respondem com agressão que eles acham razoável e justificável em determinados casos. Há muitos problemas de comportamento que excedem os requeridos para fazer o diagnóstico ou os problemas de comportamento causam prejuízos consideráveis aos outros (por exemplo. faltas à aula. temperamento explosivo e imprudência estão frequentemente associadas. vandalismo). conflitos legais. A Perturbação do Comportamento pode estar associada com o início precoce do comportamento sexual. A baixa tolerância à frustração. ficar fora de casa à noite sem autorização) Moderada. roubo sem confronto com a vítima. roubo com confrontação da vítima. consumo de álcool. desejos e bem-estar dos outros. crueldade física. Os sujeitos com esta perturbação podem dispor-se a dar informações sobre os seus companheiros e tentar culpar os outros dos seus próprios atos. São muito poucos ou nenhuns os problemas comportamentais requeridos para fazer o diagnóstico e estes problemas causam aos outros prejuízos relativamente pequenos (por exemplo. Às vezes é difícil avaliar quando a demonstração do remorso é genuína. gravidez não desejada. os sujeitos agressivos com esta perturbação percepcionam frequentemente mal as intenções dos outros. uso de armas. interpretando-as como mais hostis e ameaçadoras do que na realidade são. Os sujeitos com Perturbação do Comportamento têm fraca empatia e pouca preocupação com os sentimentos. relações sexuais forçadas. Os comportamentos da Perturbação do Comportamento podem levar à suspensão. A auto-estima é normalmente baixa. O consumo ilegal de drogas pode aumentar o risco da persistência da Perturbação do Comportamento. dado que estes sujeitos aprendem que a manifestação de culpa pode reduzir ou evitar o castigo. ou expulsão da escola.Ligeira. Podem ser insensíveis e não ter sentimentos de culpa ou remorso. Grave. doenças sexualmente transmitidas. Especialmente em situações ambíguas. mentiras. Estes problemas podem impedir a freqüência de escolas normais a viver casa dos pais ou . fumar ou usar substâncias ilegais e incorrer em atos imprudentes e arriscados. embora o sujeito possa projetar uma imagem de «dureza». problemas de adaptação ao trabalho. irritabilidade. As taxas de acidentes parecem ser mais elevadas nos sujeitos com Perturbação do Comportamento do que naqueles que não sofrem desta perturbação. O número e os efeitos dos problemas de comportamento nas outras pessoas são intermédios entre o «ligeiro» e o «grave» (por exemplo. mudanças freqüentes das pessoas que tomam conta das crianças. associação a grupos de companheiros delinqüentes e certos tipos de psicopatologia familiar. o diagnóstico de Perturbação do Comportamento só deve aplicar-se quando o comportamento em questão for sintomático de uma disfunção subjacente do sujeito e não apenas uma reação a um contexto social imediato. práticas educativas incoerentes com disciplina rígida. particularmente na leitura e outras tarefas verbais. com a definição do DSM-IV de perturbação mental. pobreza e criminalidade). que viveram uma história de comportamentos agressivos que foram necessários para a sua sobrevivência nesse contexto. famílias numerosas. Além disso. De acordo. Em alguns estudos. Perturbações do Humor e Perturbações pela Utilização de Substâncias. Contudo os níveis de ativação fisiológica não são elementos de diagnóstico para esta perturbação. A ideação suicida. A realização escolar. as tentativas de suicídio e suicídios consumados ocorrem com uma freqüência mais elevada que o esperado. Perturbações da Ansiedade. vida institucional precoce. verificou-se uma diminuição do ritmo cardíaco e condutância dérmica baixa em sujeitos com Perturbação do Comportamento em comparação com crianças sem esta perturbação. Características Especificas da Cultura. pode situar-se abaixo do nível esperado para a idade e inteligência do sujeito e pode justificar-se um diagnóstico adicional de Perturbação da Aprendizagem ou da Comunicação.no lar adotivo. A Perturbação do Comportamento pode também estar associada a uma ou mais das seguintes perturbações mentais: Perturbações da Aprendizagem. abusos sexuais ou físicos. temperamento infantil difícil. não se justifica necessariamente um . Dados laboratoriais associados. em relação a jovens emigrantes de países devastados pela guerra. falta de supervisão. A Perturbação da Hiperatividade com Déficit da Atenção é freqüente nas crianças com Perturbação Anti-Social. Idade e Gênero Tem-se colocado com alguma freqüência a possibilidade de que o diagnóstico de Perturbação do Comportamento não se aplique corretamente a pessoas que vivem em ambientes onde os padrões de comportamento indesejáveis são encarados como protetores (por exemplo ameaças. A Perturbação de Comportamento pode estar associada com um nível intelectual mais baixo. Os seguintes fatores predispõem o sujeito ao desenvolvimento de Perturbação do Comportamento: rejeição ou abandono pelos pais e negligência. lutas físicas) têm tendência a . Os sintomas da perturbação variam com a idade. roubar nas lojas. aptidões cognitivas e maturidade sexual. mentir. à medida que o sujeito desenvolve mais força física. Para o médico. pode ser útil considerar o contexto social e econômico em que ocorreram comportamentos indesejáveis. Os comportamentos de menor gravidade (pó exemplo.diagnóstico de Perturbação do Comportamento. F91.8 Perturbação do Comportamento [312. vandalismos e problemas de disciplina escolar. A evolução da Perturbação do Comportamento é variável. violação. Prevalência A prevalência da Perturbação do Comportamento parece ter aumentado nas últimas décadas. dependendo da natureza da amostragem da população estudada e dos métodos de análise: nos sujeitos do sexo masculino abaixo dos 18 anos. especialmente Tipo Início na Infância.8] 91 aparecer em primeiro lugar. O início é muito raro depois dos 16 anos de idade. Enquanto a agressão que implica um enfrentamento passional se pode desenvolver mais nos indivíduos de sexo masculino. enquanto outros comportamentos (por exemplo. absentismo escolar. Tipicamente. Os sujeitos do sexo masculino com esta perturbação incorrem frequentemente em roubos. particularmente os de Tipo Início na Adolescência e aqueles que apresentam sintomas mais ligeiros . diferenças notáveis entre os indivíduos. quer em doentes ambulatórios. quer em doentes internados em serviços de Saúde Mental Infantil. roubo enfrentando a vítima) tendem a manifestar-se em última instância. Na maioria dos sujeitos. consumo de drogas tóxicas e prostituição. Evolução O início da Perturbação do Comportamento pode ocorrer até aos 5-6 anos de idade mas é normalmente observada no final da infância ou no início da adolescência. Os de sexo feminino com esta perturbação tendem a incorrer em mentiras. Existem. A Perturbação do Comportamento. uma substancial proporção continua a revelar na idade adulta comportamentos que colocam o critério de Perturbação Anti-Social da Personalidade. a perturbação remite na idade adulta. podendo ser mais elevada nos meios urbanos do que nos rurais. A Perturbação do Comportamento é uma das condições mais frequentemente diagnosticadas. Muitos sujeitos com Perturbação do Comportamento. os roubos por assalto) surgem depois. alguns dos quais incorrem em comportamentos mais lesivos em idade muito jovem. é muito mais freqüente nos sujeitos do sexo masculino. As taxas variam muito. fugas. os problemas do comportamento mais graves (por exemplo. lutas. As diferenças entre os sexos também se observam em tipos específicos de problemas anti-sociais. os sujeitos de sexo feminino tendem mais à prática de comportamentos em que não há confrontação. as taxas variam de 6% a 16% . Contudo. nos de sexo feminino variam de 2%o a 9%o. no entanto. desobediência e oposição às figuras de .atingem na idade adulta uma adaptação social e laboral adequadas. A perturbação também parece ser mais freqüente em crianças de pais biológicos com Dependência do Álcool. O risco da Perturbação do Comportamento aumenta nas crianças com pais biológicos ou adotivos com Perturbação Anti-Social da Personalidade ou com um irmão com Perturbação do Comportamento. Perturbações da Ansiedade. Padrão Familiar Estudos com gêmeos e adotados revelaram que a Perturbação do Comportamento tem componentes genéticos e ambientais. Diagnóstico Diferencial Embora a Perturbação de Oposição possua algumas características observadas na Perturbação do Comportamento (por exemplo. O início precoce prevê um mau prognóstico e um risco maior de sofrer na vida uma Perturbação Anti-Social da Personalidade e Perturbações Relacionadas com Substâncias. Os indivíduos com Perturbação do Comportamento correm o risco de experimentar mais tarde Perturbações do Humor. Perturbação do Humor ou Esquizofrenia ou pais biológicos que têm uma história de Perturbação da Hiperatividade com Déficit de Atenção ou Perturbação do Comportamento. Perturbações Somatoformes e Perturbações pela Utilização de Substâncias. A Perturbação do Comportamento é diagnosticada unicamente se os problemas do comportamento representarem um padrão repetitivo e persistente que se associa a alterações da atividade social. distingue-se do padrão de problemas comportamentais próprios da Perturbação do Comportamento pela evolução episódica dos sintomas característicos que acompanham o Episódio Maníaco. Alguns problemas de comportamento isolados que não satisfazem os critérios de Perturbação do Comportamento ou Perturbação da Adaptação podem ser codificados como Comportamento Anti-Social da Criança ou do Adolescente (ver «Condições Adicionais Que Podem ser Foco de Atenção Médica. p. o diagnóstico de I'perturbação do Comportamento deve ocupar o lugar preferencial e não deve ser diagnosticada a Perturbação de Oposição. não inclui um padrão persistente de formas de comportamento mais graves. Se os critérios das duas perturbações forem preenchidos deve-se fazer tanto o diagnóstico de Perturbação do Comportamento como o de Perturbação Bipolar I.92 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência autoridade). escolar ou laboral. Para os sujeitos acima dos 18 anos de idade. Ainda que as crianças com Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção possam revelar um comportamento hiperativo e impulsivo que pode ser disruptivo. Quando se preenchem simultaneamente os critérios de Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção e Perturbação do Comportamento devem fazer-se os dois diagnósticos. não preenchem os critérios de outra perturbação específica e se se desenvolvem numa nítida associação com o início de um estressor psicossocial. este comportamento por si próprio não viola as normas sociais adequadas à idade e por conseguinte não preenche os critérios de Perturbação do Comportamento. que implicam a violação dos direitos básicos das outras pessoas ou das normas sociais adequadas à idade do sujeito. Irritabilidade e problemas comportamentais podem ocorrer em crianças ou adolescentes com um Episódio Maníaco. Quando o padrão individual de comportamento preenche os critérios. O diagnóstico de Perturbação da Adaptação (com alteração do comportamento ou com alteração mista das emoções e comportamento) deverá ser considerado se os problemas comportamentais. clinicamente significativos. 701). Normalmente. só se aplicará um diagnóstico de Perturbação do Comportamento se a perturbação não preencher os critérios de Perturbação Anti-Social da . quer de Perturbação do Comportamento quer de Perturbação de Oposição. 8] A. e pelo menos. Um padrão de comportamento repetitivo e persistente. ameaça ou intimida as outras pessoas (2) com freqüência inicia lutas físicas (continua) . em que são violados os direitos básicos dos outros ou importantes regras ou normas sociais próprias da idade. durante os últimos 12 meses. O diagnóstico de Perturbação Anti-Social da Personalidade não pode ser feito para sujeitos de idade inferior a 18 anos.Personalidade. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Apesar de conformados de formas diferentes. os critérios e os algoritmos de diagnóstico para a Perturbação do Comportamento são quase iguais. manifestando-se pela presença de três (ou mais) dos seguintes critérios. de um critério durante os últimos 6 meses: Agressão a pessoas ou animais (1) com freqüência insulta. × Critérios de diagnóstico para F91.8 Perturbação do Comportamento [312. pau. A Perturbação do Comportamento causa um déficit clinicamente significativo no funcionamento social. enquanto vive em casa dos pais ou em lugar substitutivo da casa paterna (ou só ou uma vez sem regressar durante um tempo prolongado) (15) faltas freqüentes à escola. pelo menos duas vezes. não reúne os critérios de Perturbação da Personalidade . Se o sujeito tem 18 anos ou mais.8 Perturbação do Comportamento [312. tijolo. garrafa partida. arma de fogo) (4) manifestou crueldade física para com as pessoas (5) manifestou crueldade física para com os animais (6) roubou confrontando-se com a vítima (por exemplo. roubo de carteiras. roubo em lojas mas sem partir ou forçar a entrada. falsificações) Violação grave das regras (13) com freqüência permanece fora de casa de noite apesar da proibição dos pais. iniciando este comportamento antes dos 13 anos de idade (14) fuga de casa durante a noite. faca. escolar ou laboral C. B. a propriedade ou o automóvel de outra pessoa (11) mente com freqüência para obter ganhos ou favores ou para evitar obrigações (por exemplo. com início antes dos 13 anos. «vigariza» os outros) (12) rouba objetos de certo valor sem confrontação com a vítima (por exemplo. roubo à mão armada) (7) forçou alguém a uma atividade sexual Destruição da propriedade (8) lançou deliberadamente fogo com intenção de causar prejuízos graves (9) destruiu deliberadamente a propriedade alheia (diferente de provocar incêndios) Falsificação ou roubo (10) arrombou a casa. extorsão.8] 93 Critérios de diagnóstico de F91.F91.8] (continuação) (3) utilizou uma arma que pode causar graves prejuízos físicos aos outros (por exemplo.8 Perturbação do Comportamento [312. .Especificar o tipo em função da idade de início: Tipo Início na Segunda Infância: antes dos 10 anos. início de pelo menos uma das características do critério de Perturbação do Comportamento Tipo com Início na Adolescência: antes dos 10 anos ausência de qualquer critério característico de Perturbação do Comportamento Especificar a gravidade: Ligeira: poucos ou nenhum dos problemas de comportamento para além dos requeridos para fazer o diagnóstico e os problemas de comportamento só causaram pequenos prejuízos aos outros Moderada: o número de problemas de comportamento e os efeitos sobre os outros estão entre «ligeiro» e «graves» Grave: muitos problemas de comportamento que excedem os requeridos para fazer o diagnóstico ou os problemas de comportamento causam consideráveis prejuízos aos outros. discutindo e não aceitando ser acusado dos próprios atos. culpa os outros dos seus próprios erros ou mau comportamentos (Critério A5). Normalmente os sujeitos com esta perturbação não se consideram a . A hostilidade pode ser dirigida contra os adultos ou companheiros. hostil.3 Perturbação de Oposição [313. logo podem não se manifestar durante o exame clínico. incomodando-os deliberadamente ou por agressão verbal (normalmente sem as agressões físicas mais graves que se observam na Perturbação do Comportamento). que dura pelo menos seis meses (Critério A) e é caracterizado pela ocorrência freqüente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos: (1) encoleriza-se com freqüência (Critério Al). A oposição também pode incluir uma prova persistente e deliberada dos limites geralmente estabelecidos. desafiante. sente raiva ou está ressentido (Critério A7) ou. desafia ou recusa cumprir os pedidos ou regras dos adultos (Critério A3). ceder ou negociar com os adultos ou companheiros.94 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência F91. suscetibiliza-se ou é facilmente molestado pelos outros (Critério A6). escolar ou laboral (Critério B). Manifestações da perturbação estão invariavelmente presentes em casa. aborrece deliberadamente as outras pessoas (Critério A4). falta de vontade para tomar compromissos. Para qualificar como Perturbação de Oposição os comportamentos devem ocorrer com mais freqüência do que é tipicamente observado nos sujeitos de idade e nível de desenvolvimento comparáveis e deve causar um déficit clinicamente significativo no funcionamento social. discute com os adultos (Critério A2). ignorando ordens. Os sintomas da perturbação são tipicamente mais evidentes nas interações com os adultos ou companheiros que o sujeito conhece bem. mas podem não se manifestar na escola ou na comunidade. Os comportamentos negativistas e de oposição exprimem-se por uma persistente teimosia. 81] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Oposição é um padrão recorrente de comportamento negativista. resistência às ordens. rancoroso ou vingativo (Critério A8). Não se faz o diagnóstico se a Perturbação do Comportamento ocorrer exclusivamente durante a evolução da Perturbação Psicótica ou do Humor (Critério C) ou se preencher os critérios de Perturbação do Comportamento ou de Perturbação da Personalidade anti-social (nos sujeitos de idade superior a 18 anos). elevada reatividade. labilidade de humor. mas justificam o seu comportamento como uma resposta a circunstâncias ou exigências pouco razoáveis. baixa tolerância à frustração. As Perturbações da Aprendizagem e as Perturbações da Comunicação tendem também a estar associadas com esta Perturbação. A Perturbação de Oposição é mais prevalente nas famílias onde são práticas comuns os cuidados disruptivos com as crianças por sucessivas pessoas que tomam conta delas ou nas famílias austeras. inconsistentes ou negligentes. Perturbações e Características Associadas As características e perturbações associadas variam em função da idade do sujeito e da gravidade da Perturbação de Oposição. tabaco ou de substâncias ilegais. São freqüentes os conflitos com os pais. . professores e colegas. Tem sido observado que a perturbação se manifesta com maior prevalência nos rapazes durante os anos escolares e com temperamentos problemáticos (por exemplo. dificuldade em ficar sossegados) ou uma elevada atividade motora. Pode estabelecer-se um ciclo vicioso em que os pais e a criança revelem o pior que há um cada um deles. utilização de palavras grosseiras. Durante os anos de escolaridade podem revelar fraca auto-estima. consumo precoce de álcool. A Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção é freqüente nas crianças com Perturbação de Oposição.si mesmos negativistas nem desafiantes. um dos pais tem uma história de Perturbação do Humor. exceto que nos rapazes. Prevalência As taxas da Perturbação de Oposição estão situadas entre os 2% e os 16%o. A Perturbação de Oposição é mais .F91. Perturbação Anti-Social da Personalidade ou Perturbação pela Utilização de Substâncias. nunca depois do início da adolescência. O seu início é tipicamente gradual e pode manter-se geralmente no decurso de meses ou anos. Evolução A Perturbação de Oposição pode tornar-se mais evidente antes dos oito anos e. Os sintomas são geralmente semelhantes em cada gênero. Uma proporção significativa de casos de Perturbação de Oposição constitui um antecedente evolutivo do desenvolvimento da Perturbação do Comportamento. Para além disso. geralmente. Perturbação de Oposição. especialmente durante estes períodos de desenvolvimento. O número de sintomas de oposição tem tendência a aumentar com a idade. Padrão familiar A Perturbação de Oposição parece ser mais freqüente nas famílias onde. pelo menos. Os sintomas negativistas aparecem muitas vezes no contexto familiar.3 Perturbação de Oposição [313. podem existir mais comportamentos de confronto e sintomas mais persistentes. A perturbação é mais prevalente nos rapazes do que nas raparigas na puberdade mas a distribuição por sexos é provavelmente igual depois da puberdade. embora não seja claro em que medida a depressão materna é a conseqüência do comportamento negativista dos filhos. alguns estudos sugerem que as mães com Perturbação Depressiva têm mais probabilidades de ter filhos com Perturbação de Oposição. Perturbação do Comportamento. Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. dependendo da natureza da amostra. 81] 95 Características Especificas da Idade e Gênero Dado que os comportamentos transitórios de oposição são muito freqüentes nas crianças em idade pré-escolar e em adolescentes. da população estudada e dos métodos de avaliação. mas com o tempo podem aparecer noutros ambientes. o diagnóstico de Perturbação de Oposição deverá ser feito com precaução. o diagnóstico de Perturbação de Oposição é feito apenas quando o comportamento negativista for acentuadamente mais . Diagnóstico Diferencial Os comportamentos disruptivos dos sujeitos com Perturbação de Oposição são de natureza menos grave que os dos indivíduos com Perturbação do Comportamento e tipicamente não incluem agressão contra pessoas ou animais. Porque todas as características de Perturbação de Oposição estão normalmente presentes na Perturbação do Comportamento.freqüente nas famílias em que existem graves conflitos matrimoniais. a Perturbação de Oposição não é diagnosticada se não reunir os critérios de Perturbação do Comportamento. destruição da propriedade ou um padrão de roubo ou fraude. podem ser feitos os dois diagnósticos. Quando as duas perturbações coexistem. O comportamento de oposição está em regra associado as características de Perturbações do Humor e Perturbações Psicóticas nas crianças e adolescentes e não devem ser diagnosticadas separadamente se os sintomas ocorrerem exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação do Humor ou Psicótica. Nos sujeitos com Deficiência Mental. Os comportamentos de oposição também podem ser distintos de um comportamento disruptivo que resulta da falta de atenção e impulsividade próprias da Perturbação da Hiperatividade com Déficit de Atenção. Um padrão de comportamento negativista. perda da audição.96 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência elevado do que é frequentemente observado entre sujeitos comparáveis relativamente à idade. durante os quais estão presentes quatro (ou mais) dos seguintes comportamentos: (1) com freqüência encoleriza-se (2) com freqüência discute com os adultos (3) com freqüência desafia ou recusa cumprir os pedidos ou regras dos adultos (4) com freqüência aborrece deliberadamente as outras pessoas (5) com freqüência culpa os outros dos seus erros ou mau comportamento (6) com freqüência é suscetibilizado ou facilmente molestado pelos outros (7) com freqüência sente raiva ou está ressentido (8) com freqüência é rancoroso ou vingativo Nota. A perturbação do comportamento causa um déficit . Perturbação da Linguagem Mista Receptiva-Expressiva). A Perturbação de Oposição pode-se distinguir de um déficit para seguir direções que são o resultado de um déficit de compreensão da linguagem (por exemplo. que dura pelo menos seis meses.3 Perturbação de Oposição [313.81] A. hostil. O comportamento desafiante é uma característica típica de certos estádios do desenvolvimento (por exemplo. Considerar que o critério só está preenchido se o comportamento ocorrer com mais freqüência do que é tipicamente observado nos sujeitos de idade e nível de desenvolvimento comparáveis. B. na primeira infância e adolescência). O aparecimento de comportamentos de oposição na adolescência pode ser devido ao processo normal de individualização. × Critério de Diagnóstico de F91. sexo e gravidade da Deficiência Mental. Um diagnóstico de Perturbação de Oposição só deve ser feito se os comportamentos ocorrerem mais frequentemente e tiverem conseqüências mais graves dos que os que são tipicamente observadas noutros sujeitos com um nível de desenvolvimento comparável e conduzindo a um déficit significativo do funcionamento social. acadêmico ou ocupacional. desafiante. A Perturbação de Oposição da ICD-10 pode ser consideravelmente mais grave porque até dois dos itens podem ser retirado dos critérios para Perturbação do Comportamento. escolar ou laboral C. Na ICD-10. a Perturbação de Oposição é considerada um subtipo da Perturbação do Comportamento.clinicamente significativo no funcionamento social. .Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação Psicótica ou de uma Perturbação do Humor (continua) Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Tanto o DSM-IV como a ICD-10 têm critérios idênticos mas diferem nos seus algoritmos de diagnóstico. 9] Esta categoria aplica-se a perturbações. Inclui. e se o sujeito tem 18 anos ou mais não estão preenchidos os critérios de Perturbação Anti-Social da Personalidade. As crianças da primeira infância e as crianças mais jovens comem tipicamente tinta. cordel. por exemplo. mas que apresentam incapacidade clínica significativa.3 Pica [307. Mericismo e Perturbação da Alimentação da Primeira e Segunda Infâncias.3 Perturbação de Oposição [313. A Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa estão incluídas na secção «Perturbações do Comportamento Alimentar» (ver p.9 Perturbação Disruptiva do Comportamento Sem Outra Especificação [312.52] 97 Critério de Diagnóstico de F91. que não preenchem os critérios de Perturbação do Comportamento ou de Perturbação de Oposição. Perturbações da Alimentação e do Comportamento Alimentar da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância As Perturbações Alimentares da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância são caracterizadas por perturbações alimentares persistentes.3 Pica [307. cabelo ou roupa. quadros clínicos que não preenchem completamente todos os critérios de Perturbação de Oposição ou Perturbação do Comportamento.F98. gesso. O critérios de Perturbação do Comportamento não estão preenchidos. F91. caracterizadas por condutas ou comportamentos de oposição. . 553).52) Características de Diagnóstico A característica essencial da Pica é uma ingestão persistente de substâncias não nutritivas por um período pelo menos de um mês (Critério A). As substâncias típicas ingeridas tende a variar com a idade.81] (continuação) D. As Perturbações incluídas são: Pica. F98. Perturbação Global do Desenvolvimento. Se o comportamento alimentar ocorrer exclusivamente durante a evolução de uma outra perturbação mental. Não existe aversão aos alimentos. insetos. A ingestão de substâncias alimentares não nutritivas é uma característica que está associada a outras perturbações mentais (por exemplo. areia. Adolescentes e adultos consomem argila ou terra. Deficiência Mental). só deve ser feito o diagnóstico isolado de Pica se a sua gravidade for suficiente para merecer uma atenção clínica independente (Critério D). folhas ou pedras. . A ingestão de substâncias não nutritivas é inadequada ao nível de desenvolvimento (Critério B) e não faz parte de práticas sancionadas culturalmente (Critério C).As crianças mais velhas comem tipicamente excrementos de animais. a Pica só chega à consulta clínica quando o sujeito apresenta algumas das complicações médicas gerais que podem resultar desta (por exemplo. A pobreza. obstrução intestinal por massa resultante de novelos de cabelo. Ocasionalmente.98 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência Perturbações e Características Associadas A Pica está frequentemente associada com a Deficiência Mental. A Pica pode ser mais freqüente nas crianças mais jovens e nas mulheres grávidas. infecções por toxoplasma e toxocaríase resultantes da ingestão de fezes ou lixo). Entre os sujeitos com Deficiência Mental. habitualmente não são encontradas anomalias biológicas específicas. Prevalência Os dados epidemiológicos sobre a Pica são muito limitados. A perturbação não é muitas vezes diagnosticada mas pode não ser rara em crianças em idade pré-escolar. perfuração intestinal. Nos sujeitos com Deficiência Mental. Nalguns casos. Em muitos casos a perturbação dura provavelmente alguns meses e depois remite. Evolução A Pica pode ter o seu início na infância. com menos freqüência. problemas mecânicos intestinais. até a idade adulta. Gênero e Idade Nalgumas culturas a ingestão de lixo ou de outras substâncias aparentemente não nutritivas admite-se como sendo válida. o comportamento pode diminuir durante a vida adulta. a prevalência da perturbação parece aumentar com a gravidade do atraso. pode prolongar-se até à adolescência ou. Diagnóstico Diferencial . Ainda que em alguns casos se observem deficiências de vitaminas ou de minerais. Características Especificas da Cultura. a negligência. a falta de supervisão parental e o atraso do desenvolvimento aumentam o risco desta perturbação. intoxicação pelo chumbo como conseqüência da ingestão de tinta ou gesso pintado. Nestes casos. na Esquizofrenia como resultado de crenças delirantes e na síndrome de Kleine-Levine). Esta só é diagnosticada quando o comportamento for realmente persistente (isto é. Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância. Mericismo. na Perturbação Global do Desenvolvimento. só deve ser feito o diagnóstico adicional de Pica. se o comportamento de ingestão alimentar for suficientemente grave para justificar atenção clínica independente. A Pica pode-se distinguir de outras perturbações alimentares (por exemplo. é relativamente freqüente a mastigação e algumas vezes a ingestão de substâncias não nutritivas. durar pelo menos um mês) e for inadequado relativamente ao nível de desenvolvimento do sujeito. Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa) por consumo de substâncias não nutritivas. o que não implica a presença de Pica. . A ingestão de substâncias não nutritivas pode ocorrer durante a evolução de outras perturbações mentais (por exemplo.Aproximadamente antes dos 18-24 meses de idade. sem náuseas.Ingestão persistente de substâncias não nutritivas por um período pelo menos de um mês B.53) 99 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Ao contrário do DSM-IV. repugnância ou outras perturbações gastrintestinais associadas. síndrome de Sandifer. que permite que o diagnóstico de Pica seja feito na presença de outra perturbação mental se for suficientemente grave para merecer atenção clínica independente. vômitos. pelo menos. Perturbação Global do Desenvolvimento. Deficiência Mental. durante um período de.2 Mericismo [307:53] Características de Diagnóstico A característica essencial do Mericismo é a regurgitação e mastigação repetidas.3 Pica [307.O comportamento alimentar não faz parte de práticas sancionadas culturalmente. C. Esquizofrenia) e a sua gravidade for suficiente para merecer uma atenção clínica independente.2 Mericismo [307. mastigados e deglutidos outra vez. os Critérios de Diagnóstico para Pesquisa da ICD-10 excluem este diagnóstico na presença de qualquer outra perturbação mental (excetuado a Deficiência Mental). . Os sintomas não são devidos a uma doença gastrintestinal associada nem a outro estado físico geral (por exemplo. Os alimentos parcialmente digeridos voltam à boca.Se o comportamento alimentar ocorrer exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental (por exemplo. Os alimentos são então cuspidos ou. D. um mês a seguir a um período de funcionamento normal (Critério A).F98. F98.A ingestão de substâncias não nutritivas é inadequada ao nível de desenvolvimento. mais frequentemente.52] A. × Critérios de diagnóstico para F98. são suficientemente graves para merecer uma atenção clínica independente (Critério C). As crianças com a perturbação apresentam uma postura característica. principalmente naqueles que também têm Deficiência Mental. e dão a impressão de experimentar prazer com esta atividade.refluxo esofágico) (Critério B) e não ocorrem exclusivamente durante a evolução da Anorexia Nervosa ou Bulimia Nervosa. mas também pode ser observada noutros indivíduos mais velhos. Se os sintomas ocorrerem exclusivamente durante a evolução da Deficiência Mental ou de uma Perturbação Global do Desenvolvimento. A perturbação observa-se mais frequentemente em crianças pequenas. estirando e arqueando as costas com a cabeça inclinada para trás. fazendo movimentos de sucção com a língua. . A má nutrição parece ser menos freqüente nas crianças mais velhas e nos adultos. Prevalência O Mericismo é muito pouco comum e observa-se mais frequentemente no sexo masculino do que no sexo feminino. como os 25%). pode ter má nutrição porque a regurgitação segue-se imediatamente à ingestão alimentar. com exceção dos sujeitos com atraso mental nos quais a perturbação pode ter início em estádios posteriores de desenvolvimento. pode-se desenvolver uma Perturbação de Alimentação da Primeira ou Início da Segunda Infância. Ainda que a criança esteja aparentemente faminta e ingira grandes quantidades de alimentos. nalguns casos graves a evolução é contínua. como a falta de estimulação. Em alguns casos. abandono e situações vitais estressizantes e problemas na relação pais-filho. A idade de início situa-se entre os 3 e os 12 meses de idade. No entanto. Evolução O início do Mericismo pode ocorrer no contexto de certos atrasos do desenvolvimento. Diagnóstico Diferencial . Pode haver perda de peso. Podem constituir fatores predisponentes: problemas psicossociais. os quais podem manifestar a perturbação de modo contínuo ou episódico. ausência dos aumentos ponderais esperados e inclusivamente a morte (com taxas de mortalidade que atingem níveis elevados. Nas crianças. A subestimulação da criança pode resultar do fato de a pessoa que cuida dela ficar desencorajada e inibir-se pelo insucesso das experiência alimentares ou pelo cheiro desagradável do material regurgitado. Um fator predisponente nas crianças mais velhas e adultos é a Deficiência Mental.100 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência Perturbações e Características Associadas As crianças com Mericismo mostram-se geralmente irritáveis e famintas entre os períodos de regurgitação. a remissão pode ocorrer espontaneamente. Nas crianças as anomalias congênitas (por exemplo. estenose pilórica ou refluxo gastresofágico) ou outros estados físicos gerais (por exemplo. O mericismo pode distinguir-se dos vômitos normais da primeira infância pela natureza aparentemente voluntária da ruminação (por exemplo. observação de movimentos preparatórios característicos seguidos de regurgitação e movimentos de sucção ou movimentos de mastigação que parecem ser agradáveis). Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Pesquisa A ICD-10 inclui esta categoria do DSM-IV dentro da sua definição de Perturbação da Alimentação da Primeira Infância. O Mericismo não se diagnostica se os sintomas ocorrerem exclusivamente durante a evolução da Anorexia Nervosa ou Bulimia Nervosa. . infecções do sistema gastrintestinal) podem ser a causa de regurgitação de alimentos e devem ser excluídas pelo exame físico e testes laboratoriais. refluxo esofágico) bastante grave para explicar a perturbação alimentar (Critério B). O início é anterior aos seis anos de idade (Critério D).59] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância é uma dificuldade persistente para se alimentar adequadamente. O comportamento não é devido à associação de doença gastrintestinal ou outro estado físico geral (por exemplo.53] A.2 Mericismo [307. pelo menos.307. Podem parecer apáticas e distanciadas e podem também apresentar problemas de atraso do desenvolvimento. são suficientemente graves para merecer uma atenção clínica independente. F98.2 Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância [307. C. que se reflete numa incapacidade significativa para aumentar de peso ou por perdas significativas de peso (Critério A). Regurgitação e mastigação repetidas. perturbação mental (por exemplo.59] 101 × Critérios de diagnóstico para F98. os problemas de interação pais/filho podem contribuir . A perturbação não é mais bem explicada por outra. Se os sintomas ocorrerem exclusivamente durante a evolução da Deficiência Mental ou de uma Perturbação Global do Desenvolvimento. Não é devida à associação de doença gastrintestinal ou outro estado físico geral (por exemplo. As crianças com perturbações alimentares são muitas vezes particularmente irritáveis e difíceis de consolar durante a alimentação. Comportamento não ocorre exclusivamente durante a evolução da Anorexia Nervosa ou Bulimia Nervosa. B.59 Perturbação da Alimentação da Primeira e Segunda Infâncias [307. durante um período de. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. Em alguns casos. refluxo esofágico). um mês a seguir a um período de funcionamento normal. Mericismo) ou por falta de alimentos disponíveis (Critério C). A ingestão inadequada de calorias pode exacerbar as características associadas (por exemplo. abandono ou negligência. regurgitação freqüente.para exacerbar os problemas alimentares da criança (por exemplo. Outros fatores que podem estar associados com esta perturbação incluem psicopatologia parental. atrasos no desenvolvimento) além de contribuir para dificuldades alimentares. apresentação dos alimentos de forma inadequada ou responder à recusa dos alimentos como se fosse um ato de agressão ou rejeição). imprevisíveis períodos de vigília) e incapacidades preexistentes no desenvolvimento que levam a criança a responder menos corretamente. . Na Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância podem detectar-se certos fatos inespecíficos associados à má nutrição (por exemplo. dificuldades no sono-vigília. anemia e baixa albumina plasmática e das proteínas totais). Dados laboratoriais associados. irritabilidade. Os fatores que na criança podem estar associados com a condição incluem deficiências neurorreguladoras (por exemplo. Diferencial Problemas menores na alimentação são freqüentes na infância. Características Especificas da Idade e Gênero Um início tardio (por exemplo. a não ser que o grau de perturbação seja mais grave que o esperado na base de um só estado físico geral. As crianças com um estado físico geral subjacente podem ser mais difíceis de alimentar. endocrinológica ou neurológica. pode observar-se um atraso no crescimento. A Perturbação da Alimentação na Primeira e Início da Segunda Infância é igualmente freqüente nos dois sexos. Esta perturbação não se diagnostica se as perturbações alimentares forem mais bem explicadas por uma condição gastrintestinal. e em tais casos o diagnóstico de Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância não deve ser feito. O diagnóstico de Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância deve ser feito apenas se os problemas de alimentação resultarem de um aumento significativo da perda de peso. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A definição da ICD-10 para Perturbação da Alimentação da . Diagnóstico. dois ou três anos de idade em vez da Segunda Infância) está associado com menor grau de atraso no desenvolvimento e má nutrição. Prevalência De todas as admissões pediátricas hospitalares 1% a 5% são por dificuldade em ganhar peso adequado e mais de metade destas podem refletir perturbações alimentares sem nenhuma predisposição aparente de estado físico geral. O diagnóstico confirma-se se há uma melhoria na alimentação e um aumento de peso na resposta às mudanças das pessoas que tomam conta das crianças.102 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência Características do exame somático e estados físicos associados. no entanto. A má nutrição pode ser em casos graves uma ameaça à vida do sujeito com Perturbação da Alimentação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância. A maioria das crianças tem melhoria do crescimento depois de períodos de tempo variáveis. (continua) Evolução A Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância tem início frequentemente durante o primeiro ano de vida. .Primeira e da Segunda Infância combina a ruminação com uma persistente incapacidade para se alimentar adequadamente. mas pode ter início nas crianças de dois ou três anos.Alteração da alimentação manifestada por uma dificuldade persistente para se alimentar adequadamente.59] A. com uma incapacidade significativa para aumentar de peso ou com perdas significativas de peso durante pelo menos 1 mês. × Critérios de diagnóstico para F98.2 Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância [307. gestos relacionados com a higiene. recorrente. não rítmico e estereotipado. Os tiques motores simples mais freqüentes incluem o piscar de olhos. mexer o pescoço. Habitualmente. palilalia (repetição dos próprios sons . Perturbação de Tiques Motores ou Vocais Crônicos. Os tiques motores complexos mais freqüentes incluem os movimentos faciais. fazer caretas e tossir.A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. leitura.2 Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância [307. os tiques diminuem de modo significativo durante o sono. embora o limite de ambos não esteja bem definido. resfolegar. É vivido como irresistível mas pode ser suprimido por um período de tempo variável. Mericismo) ou por falta de alimentos disponíveis. O início é anterior aos 6 anos de idade. Tique é uma vocalização ou um movimento motor súbito. rápido.A perturbação não é devida à associação de doença gastrintestinal ou outro estado físico geral (por exemplo. grunhir. Perturbação de Tiques Transitórios e Perturbação de Tiques Sem Outra Especificação.Perturbações de Tiques 103 C Critérios de diagnóstico para F98. «ladrar».59] (continuação) B. coprolalia (uso de palavras social-mente inaceitáveis e frequentemente obscenas). Os tiques vocais simples mais freqüentes ×incluem «aclarar a garganta». Os tiques vocais complexos mais comuns incluem a repetição de palavras ou frases fora do contexto. refluxo esofágico) C. D. Perturbações de Tiques Quatro tipos de perturbações estão incluídos nesta secção: Perturbação de Gilles de la Tourette. Todas as formas de tiques podem ser exacerbadas por stress e atenuadas durante atividades absorventes (por exemplo. tocar e cheirar um objeto. costura). saltar. encolher os ombros. Os tiques vocais e motores podem também ser classificados em simples ou complexos. traumatismo craniano) ou podem ser devidas a efeitos diretos de substâncias (por exemplo. coréia de Sydenham. estereotipados e mais prolongados que os tiques. que se observam frequentemente nos dedos das mãos e dos pés. encefalite pós-viral. Os espasmos são mais lentos. intermitentes. doença de Wilson. Os movimentos hemibalísticos são movimentos das extremidades de caráter unilateral. irregulares e não repetitivos. esclerose múltipla. implicando grupos musculares. Os movimentos coreiformes são movimentos giratórios. grosseiros e de grande amplitude. palavra ou frase acabada de ouvir). irregulares. mas que podem também envolver a face e o pescoço. Os movimentos atetósicos são lentos. Os movimentos mioclônicos são contrações musculares breves semelhantes a sacudidelas que podem afetar partes dos músculos ou grupos musculares mas não sinergicamente. fortuitos. doença de Huntington.ou palavras) e ecolalia (repetição do último som. alternando com estados prolongados de tensão muscular. síndrome de Lesch-Nyhan. Os movimentos distônicos são movimentos giratórios mais lentos. acidentes vasculares cerebrais. . Outros tiques complexos incluem a ecocinesia (imitação dos movimentos de outra pessoa) Diagnóstico Diferencial As perturbações de tiques devem distinguir-se de outros tipos de movimentos anormais que podem acompanhar estados físicos gerais (por exemplo. de contorção. medicação neuroléptica). e. ladrar. neste caso. Esta diferenciação é facilitada ao tomar em consideração a presença de características próprias de uma situação física geral subjacente (por exemplo. o movimento do canto da boca quando o sujeito tenta fechar o olho). As compulsões podem ser mais complexas e são . ecolalia e palialia) devem distinguir-se do comportamento desorganizado ou catatônico da Esquizofrenia. é relativamente fácil. Nalguns casos. Os tiques podem distinguir-se dos movimentos estereotipados incluídos na Perturbação de Movimentos Estereotipados e Perturbação Global do Desenvolvimento. característicos de movimentos estereotipados. os tiques são tipicamente menos complexos e não estão orientados para compensar a ansiedade resultante de uma obsessão. embora os tiques tenham uma qualidade mais involuntária e não são rítmicos. Alguns sujeitos manifestam sintomas tanto de Perturbação Obsessivo-Compulsiva assim como de Perturbação de Tiques (especialmente Perturbação de Gilles de la Tourette). A diferença entre tiques simples (por exemplo. . Em geral. não é necessário estabelecer um diagnóstico diferencial de Perturbação Induzida por Fármacos Sem Outra Especificação.104 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência O espasmo hemifacial consiste em sacudidelas irregulares. história familiar típica da doença de Huntington) ou de uma história de uso de medicação. Alguns tiques motores ou vocais (por exemplo. As sincinesias envolvem um movimento voluntário que acompanha outro movimento voluntário (por exemplo. metilfenidato) podem exacerbar uma Perturbação de Tiques preexistente. repetitivas e unilaterais dos músculos faciais. Quando os tiques são uma conseqüência fisiológica direta do uso da medicação em lugar de uma Perturbação por Tiques deve diagnosticar-se uma Perturbação do Movimento Induzida por Fármacos Sem Outra Especificação. Mais complexa é a distinção entre tiques motores complexos e movimentos estereotipados.executadas para responder a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. de modo que os dois diagnósticos podem ser justificados. os movimentos estereotipados parecem ser mais motivados e intencionais. Os tiques devem-se distinguir das compulsões (como na Perturbação Obsessivo-Compulsiva). fechar os olhos) e movimentos complexos. Em contraste com as compulsões. certos medicamentos (por exemplo. As Perturbações de Tiques podem ser distintas entre si. para apresentações com idade acima dos 18 anos e para casos pouco usuais de um sujeito que tenha unicamente um tique motor e um tique vocal. por vezes recorrentemente. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios da ICD-10 e do DSM-IV para as Perturbações de Tiques são quase iguais. Estes tiques aparecem simultaneamente ou em diferentes períodos da doença. porque na Perturbação de Gilles de la Tourette pode haver múltiplos tiques motores e.23) Características de Diagnóstico As características essenciais da Perturbação de Gilles de la Tourette são múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais (Critério A). um vocal. A Perturbação de Gilles de la Tourette e a Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal têm uma duração de mais de 12 meses. pela duração e variedade dos tiques e pela idade de início. A Perturbação de Tique Transitório inclui tiques motores e/ou vocais com uma duração de pelo menos quatro semanas mas não mais que 12 meses consecutivos. pelo menos. nunca há um período livre de tiques superior a três meses consecutivos. A Perturbação de Tiques Sem Outra Especificação deve aplicar-se a situações clinicamente significativas com uma duração inferior a 4 meses. mas distinguem-se entre si.2 Perturbação de Gilles de la Tourette [307. durante um período de mais de um ano (Critério B) Durante esse período. F95. A perturbação causa um acentuado mal-estar . por exemplo. As complicações graves da Perturbação de Gilles de la Tourette incluem. complicações raras. dobrar os joelhos. retroceder. os primeiros sintomas que aparecem são episódios de um tique simples. saltitar. Observa-se com freqüência mal-estar social. e observa-se em poucos indivíduos (menos de 10%) afetados por esta perturbação. Outros casos começam com sintomas múltiplos. sorvidelas e tosses. leitura ou escrita). movimentos bruscos do pescoço ao virar a cabeça) e problemas na pele (por beliscões). entre as quais traumatismos físicos. rodopiar enquanto anda. a complexidade e gravidade dos tiques mudam ao longo do tempo. Os sintomas iniciais podem incluir a protrusão da língua. Os tiques motores complexos envolvem o tocar. Perturbações e Características Associadas Os sintomas mais frequentemente associados à Perturbação de Gilles de la Tourette são as obsessões e compulsões. A coprolalia é um complexo tique vocal que envolve o proferir obscenidades. Os tiques não são devidos a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. a freqüência. com menos freqüência. tais como cliques da língua. pôr-se de cócoras. pôr-se de cócoras. Aproximadamente em metade dos indivíduos com esta perturbação. por vezes. A . estimulantes) ou um estado físico geral (por exemplo. os tiques da Perturbação de Gilles de la Tourette podem interferir diretamente com as atividades diárias (por exemplo.2 Perturbação de Gilles de la Tourette [307. O início é anterior aos 18 anos de idade (Critério D). e. grunhidos. Em casos graves. Os tiques envolvem tipicamente a cabeça e frequentemente outras partes do corpo. latidos. escolar e laboral pode estar diminuído por rejeição dos outros ou por ansiedade causada pela existência dos tiques em situações sociais. inalar. como o tronco e os membros superiores e inferiores. Os tiques vocais incluem várias palavras ou sons.23] 105 e um significativo déficit social. dobrar os joelhos. distratibilidade e impulsividade também são relativamente freqüentes. vergonha. tiques que afetam outras partes da face ou do corpo.F95. excessiva auto-observação e humor deprimido. doença de Huntington ou encefalite pós-viral) (Critério E). laboral e noutras importantes áreas de funcionamento (Critério C). Hiperatividade. problemas ortopédicos (flexão dos joelhos. cegueira devido a descolamento da retina (por bater com a cabeça ou por gestos auto-agressão). O funcionamento social. naclarar a garganta". principalmente o piscar os olhos. emitir sons ou palavras e coprolalia. A localização anatômica. o número. A Perturbação Obsessivo-Compulsiva. por definição.5-3 vezes mais freqüente nos indivíduos de sexo masculino do que nos de sexo feminino. o início é anterior aos 18 anos. A Perturbação é aproximadamente 1. A média de idade de início para os tiques motores anda à roda dos sete anos. à roda dos dois anos e prolongar-se durante a infância ou início da adolescência e. Evolução A idade de início da Perturbação de Gilles de la Tourette pode ser precoce. embora possam ocorrer . a Características Especificas da Cultura e Gênero A Perturbação de Gilles de la Tourette tem sido amplamente demonstrada em diversas culturas e grupos étnicos. o que pode constituir um fenômeno proporcional à dose.gravidade dos tiques pode ser exacerbada pela administração de estimulantes do sistema nervoso central. Prevalência A Perturbação de Gilles de la Tourette ocorre aproximadamente em quatro-cinco indivíduos por 10 000. A perturbação pode durar a vida inteira. a Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção e Perturbações da Aprendizagem podem estar associadas à Perturbação de Gilles de la Tourette. 103). Noutros casos. × Critérios de diagnóstico para F95. algumas formas de Perturbação Obsessivo-Compulsiva e talvez a Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção.2 Perturbação de Gilles de la Tourette [30'7. (Tique é uma vocalização ou um . ainda que não necessariamente de modo simultâneo. Na maior parte dos casos. Os sujeitos com estas formas «não genéticas» de Perturbação de Gilles de la Tourette ou de outra Perturbação por Tiques podem sofrer de outra perturbação mental (por exemplo. freqüência e variabilidade dos sintomas diminui durante a adolescência e idade adulta. aproximadamente. a penetrância em portadores genéticos masculinos é de 90%. A penetrância em portadores genéticos femininos é aproximadamente de 70%o.Em algum momento durante a doença estão presentes múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais. os sintomas desaparecem completamente. Perturbação Global do Desenvolvimento) ou de outro estado físico geral (por exemplo.106 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência períodos de remissão com a duração de semanas ou anos.23] A. A «vulnerabilidade» implica que a criança receba as bases genéticas ou constitucionais para desenvolver uma Perturbação de Tiques: o tipo ou a gravidade concretas da perturbação podem ser diferentes de uma geração para outra. em regra no início da idade adulta. a gravidade. Nem todos os que herdam a vulnerabilidade genética manifestarão os sintomas de uma Perturbação de Tiques. Perturbação Convulsiva) Diagnóstico Diferencial Para o «Diagnóstico Diferencial» veja-se a secção Perturbações de Tiques (p. Padrão Familiar A vulnerabilidade da Perturbação de Gilles de la Tourette e perturbações relacionadas é transmitida segundo um padrão autossômico dominante. Em 10% dos sujeitos com esta Perturbação de Gilles la Tourette há provas da existência de um padrão familiar. A gama de formas em que a vulnerabilidade se pode manifestar inclui a Perturbação de Gilles de la Tourette. a Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal. E. doença de Huntington ou encefalite pós-viral).movimento motor súbito. ocupacional e noutras áreas de funcionamento. nunca há um período livre de tiques superior a mais de três meses consecutivos. O início é anterior aos 18 anos de idade. A perturbação causa um acentuado mal-estar e um significativo déficit social. recorrente.Os tiques ocorrem muitas vezes durante o dia (normalmente em acessos). D. B. rápido. durante este período de tempo. não rítmico e estereotipado). quase todos os dias ou intermitentemente durante um período de mais de um ano e. C. estimulantes) ou a um estado físico geral (por exemplo. . A perturbação não é devida a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. quase todos os dias ou intermitentemente durante um período de mais de um ano e. dado que ocorrem frequentemente nas mesmas famílias.22] 107 F95. C.1 Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal [307. mas não de ambos (Critério A). As outras características essenciais (Critérios B.22] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal é a presença de tiques motores ou vocais.Em algum momento durante a doença. Provavelmente a Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal e a Perturbação de Gilles de la Tourette estão relacionadas geneticamente. rápidos. Um diagnóstico de Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal não pode ser feito se os critérios de Perturbação de Gilles de la Tourette tiverem sido preenchidos (Critério F). D e E) são as mesmas que na Perturbação de Gilles de la Tourette. recorrentes. mas não ambos. B. Diagnóstico Diferencial Ver «Diagnóstico Diferencial» secção Perturbações de Tiques (p. As outras características de Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal são geralmente as mesmas que para a Perturbação de Gilles de la Tourette (ver p. Estes diferem da Perturbação de Gilles de la Tourette na qual devem existir tiques motores múltiplos e um ou mais vocais.103). I Critérios de diagnóstico para F95.Os tiques ocorrem muitas vezes durante o dia. não rítmicos e estereotipados).104).22] A.1 Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal [307. nunca há um período livre de tiques superior a mais de três meses consecutivos. . exceto quanto à gravidade dos sintomas e à incapacidade funcional que são normalmente menores. durante este período de tempo.F95.1 Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal [307. estão presentes tiques motores e ou vocais simples ou múltiplos (isto é vocalizações ou movimentos motores súbitos. . F.A perturbação não é devida a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo.A perturbação causa um acentuado mal-estar e um significativo déficit social. ocupacional e em outras áreas importantes de funcionamento.Nunca estiveram preenchidos os critérios para Perturbação de Gilles de la Tourette. D. O início é anterior aos 18 anos de idade. doença de Huntington ou encefalite pós-viral).C. estimulantes) ou a um estado físico geral (por exemplo. E. mas não mais de 12 meses consecutivos (Critério B). vocalizações ou movimentos motores súbitos. A Perturbação de Tique Transitório não se diagnostica se estiverem preenchidos os critérios de Perturbação de Gilles de la Tourette ou de Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal (ambas requerem uma duração de um ano pelo menos) (Critério F).Os tiques ocorrem muitas vezes durante o dia. . pelo menos durante quatro semanas.). × Critérios de diagnóstico para 307.21] A. As outras características da perturbação são geralmente as mesmas da Perturbação de Gilles de la Tourette (ver p. B.103. recorrentes. 104). As outras características essenciais (Critérios C. durante um período de pelo menos quatro semanas. quase todos os dias. quase todos os dias.Tiques motores e ou vocais simples ou múltiplos (isto é.21 Perturbação de Tique Transitório [307. Os tiques ocorrem várias vezes ao dia.0 Perturbação de Tique Transitório [307. exceto quando à gravidade dos sintomas e à incapacidade funcional que são normalmente menores. Diagnóstico Diferencial Ver «Diagnóstico Diferencial» secção Perturbações de Tiques (p.108 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência F95. D e E) são os mesmos para a Perturbação de Gilles de la Tourette. Especificação A evolução da Perturbação de Tique Transitório pode estar especificada como Episódio Único ou Recorrente. mas não mais de doze meses consecutivos. não rítmicos e estereotipados).21] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Tique Transitório é a presença de tiques vocais e/ou motores simples ou múltiplos (Critério A). rápidos. C. Nunca estiveram preenchidos os critérios para Perturbação de Gilles de la Tourette ou Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal. ocupacional e em outras áreas importantes de funcionamento. Especificar se: Episódio Único ou Recorrente . D. F. estimulantes) ou a um estado físico geral (por exemplo. O início é anterior aos 18 anos de idade. doença de Huntington ou encefalite pós-viral).A perturbação não é devida a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo.A perturbação causa um acentuado mal-estar e um significativo déficit social. E. 9 Perturbação de Tique Sem Outra Especificação [307. roupa ou chão). laxantes) nem a um estado físico geral exceto por um mecanismo que envolva obstipação (Critério D). Quando a emissão das fezes é mais involuntária que intencional pode estar associada com a obstipação. A consistência das fezes pode ser variável. a obstipação pode complicar-se com fissura anal. hipotireoidismo ou ao efeito secundário de medicação. de quatro anos de idade (ou um nível de desenvolvimento equivalente) (Critério C). ansiedade em defecar num local particular ou com um padrão mais geral de ansiedade ou comportamento de oposição) conduzindo a uma evitação da defecação. seja involuntária ou intencional (Critério A) Este episódio deve ocorrer pelo menos 1 vez por mês.20] Esta categoria aplica-se a perturbações caracterizadas por tiques que não preenchem os critérios de uma Perturbação de Tiques específica. e a idade cronológica da criança deve ser. pelo menos. As predisposições fisiológicas para a obstipação incluem desidratação associada a uma doença febril. podem ser líquidas.Encoprese 109 F95. durante um mínimo de três meses (Critério B). Os exemplos incluem tiques com uma duração de pelo menos 4 semanas ou com inicio depois dos 18 anos. defecação dolorosa com retenção fecal posterior. A incontinência fecal não é devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. oclusão ou retenção com emissão conseqüente. Noutros indivíduos. concretamente quando existe uma incontinência secundária a uma retenção fecal. Subtipos A encoprese está codificada de acordo com o subtipo que . Em alguns sujeitos pode ter uma consistência normal ou quase normal. A obstipação pode desenvolver-se por razões psicológicas (por exemplo. Uma vez estabelecida. Perturbações da Eliminação Encoprese Características de Diagnóstico A característica essencial da Encoprese é a emissão fecal repetida em lugares inadequados (por exemplo. As fezes podem ser depositadas num local preferencial.1 Sem Obstipação e Incontinência [307. F98. Há uma obstipação evidente no exame físico ou história clínica. Esta perturbação pode estar associada com a Per- .caracteriza a sua apresentação clínica.6]. As fezes caracteristicamente (mas não sempre) estão escassamente estruturadas e são continuamente emitidas tanto durante o dia como durante o sono. R15 Com Obstipação e Incontinência [787. A obstipação não é evidente na história clínica nem no exame físico. Na defecção normal. apenas passam pequenas quantidades de fezes e a incontinência resolve-se depois do tratamento da obstipação. As fezes têm tendência a ter forma e consistência normais e a emissão é intermitente.7]. O stress psicossocial (por exemplo. mas raramente cronifica. Foram descritos dois tipos de evolução: um tipo «primário». e um tipo «secundário». Quando a incontinência é francamente deliberada. podem também observar-se as características da Perturbação de Oposição ou Perturbações do Comportamento. . da irritação. resultando da tentativa da criança para limpar ou ocultar as fezes que são emitidas involuntariamente. no acampamento ou na escola). Perturbações e Características Associadas A criança com Encoprese pode sentir-se envergonhada e querer evitar as situações embaraçosas (por exemplo. podem ser fatores predisponentes. entrada para a escola ou o nascimento de um irmão) e uma inconsistente e inadequada aprendizagem do controlo dos esfíncteres. Evolução A Encoprese não é diagnosticada antes de a criança ter atingido. a idade dos quatro anos (ou em crianças com atraso no desenvolvimento uma idade mental pelo menos de quatro anos). do grau de ostracismo social dos companheiros.110 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência turbação de Oposição ou Perturbação de Comportamento ou pode ser conseqüência de masturbação anal. durante anos. Prevalência Estima-se que aproximadamente 1 % das crianças com cinco anos de idade têm Encoprese e a perturbação é mais freqüente nos sujeitos do sexo masculino. Sujar-se com as fezes pode ser deliberado ou acidental. em que o sujeito nunca adquiriu continência fecal. no qual a perturbação se desenvolveu depois de estabelecida a continência fecal. O grau de incapacidade é função do seu efeito sobre a autoestima da criança. A Encoprese pode persistir com exacerbações intermitentes. punição ou rejeição por parte dos que cuidam dela. Muitas crianças com Encoprese têm também Enurese. pelo menos. A incontinência fecal relacionada com outras situações médicas (por exemplo. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 têm um mínimo de duração de seis meses. NA ICD-10. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Em contraste com o DSM-IV.Diagnóstico Diferencial Um diagnóstico de Encoprese na presença de um estado físico geral só é adequado se o mecanismo envolver uma obstipação. esta perturbação é designada Encoprese Não Orgânica. que estabelece uma duração mínima de três meses. . diarréia crônica) não justifica um diagnóstico de Encoprese no DSM-IV. C. exceto se envolve um mecanismo que implique obstipação.F98.D. B.7] F98. Pelo menos um episódio por mês durante um mínimo de três meses.6] 111 × Critérios de diagnóstico para Encoprese A.0 Enurese (Não Secundária a Um Estado Físico Geral) [307.6] Características de Diagnóstico A característica essencial da Enurese é a emissão repetida de urina. Na maior parte dos casos é involuntária. laxantes) nem a um estado físico geral. A idade cronológica da criança deve ser de pelo menos cinco anos (ou um nível de desenvolvimento equivalente) (Critério C). Codificar do seguinte modo: R15 Com obstipação e incontinência do fluxo [787. A incontinência urinária não é devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo.0 Enurese [Não Secundária a Um Estado Físico Geral] [307. mas há ocasiões em que pode ser intencional. Idade cronológica pelo menos de quatro anos (ou um nível de desenvolvimento equivalente). involuntária ou intencional (Critério A). diurético).6] (codificar também K59. O comportamento não é devido exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. .1 Sem obstipação e incontinência do fluxo [307. na cama ou nas roupas. Para estabelecer um diagnóstico de enurese a emissão de urina deve ocorrer com uma freqüência de dois episódios semanais durante pelo menos três meses consecutivos ou pela presença de um mal-estar clinicamente significativo ou de um déficit social. nem a um estado físico geral (por . na roupa ou no chão) seja involuntária ou intencional. acadêmico (laboral) ou noutras importantes áreas de funcionamento (Critério B). Emissão fecal repetida em locais inadequados (por exemplo.0 Obstipação no Eixo 111) F98. O sujeito deve ter atingido uma idade em que a continência seja esperada. A enurese . Subtipos A situação em que a Enurese ocorre pode ser classificada num dos seguintes subtipos: Só Noturna. Este subtipo define-se pela emissão da urina durante as horas de vigília. espinha bífida ou epilepsia) (Critério D). a emissão ocorre durante a fase de movimentos oculares rápidos do sono (REM) e a criança pode recordar-se de um sonho que implicava o ato de urinar. diabetes. Ocasionalmente. A enurese diurna é mais freqüente no sexo feminino do que no sexo masculino e é pouco comum depois dos nove anos. O episódio enurético pode ocorrer mais frequentemente ao início da tarde nos dias de escola.exemplo. Este é o subtipo mais freqüente e é definido pela emissão da urina unicamente durante o primeiro terço da noite. Só Diurna. aos 10 anos. do que nas crianças continentes. a prevalência é de 1 % no sexo masculino e em menor proporção no sexo feminino. em que a perturbação se desenvolveu depois de estabelecida a continência urinária. Este subtipo é definido como uma combinação dos dois subtipos acima mencionados. Sonambulismo e Terrores Noturnos podem estar associados. por ansiedade social ou a uma preocupação com a atividade escolar ou lúdica. Evolução Foram descritos dois tipos de evolução de Enurese: um tipo «primário».112 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência diurna é muitas vezes devida à relutância em ir à casa de banho. Perturbações e Características Associadas A importância da incapacidade associada com a Enurese está em função da limitação das atividades sociais da criança (por exemplo. a Enurese primária começa aos cinco anos. Prevalência A prevalência da Enurese é de 7% aos cinco anos nos rapazes e de 3% na raparigas. especialmente de tipo diurno. A altura mais freqüente para o início da Enurese secundária é entre os . A Enurese pode persistir depois do tratamento adequado de uma infecção associada. Por definição. Noturna e Diurna. punição ou rejeição por parte daqueles que cuidam dela. a prevalência da coexistência de perturbações mentais ou de outras perturbações do desenvolvimento é elevada na população em geral. impossibilidade de dormir fora de casa) ou do seu efeito na auto-estima da criança. stress psicossocial. e um tipo «secundário». Aos 18 anos. Encoprese. em que o sujeito nunca estabeleceu a continência urinária. Têm sido sugeridos um certo número de fatores predisponentes. a prevalência é de 3% nos rapazes e 2% nas raparigas. o grau de ostracismo social por parte dos companheiros e da cólera. Ainda que a maior parte das crianças com Enurese não tenha uma perturbação mental coexistente. As infecções do trato urinário são mais freqüentes nas crianças com Enurese. incluindo um negligente treino do controlo dos esfíncteres. uma disfunção na capacidade para concentrar a urina e um limiar de volume vesical abaixo do normal para a emissão voluntária da urina. A concordância para a perturbação é maior nos gêmeos monozigóticos que nos dizigóticos.cinco e os oito anos. Diagnóstico Diferencial O diagnóstico de Enurese não se faz na presença de uma bexiga neurogênica ou na presença de um estado físico geral que causa poliúria ou urgência para urinar (por . Padrão Familiar Aproximadamente 75% de todas as crianças enuréticas têm um familiar biológico em primeiro grau com esta perturbação. A maior parte das crianças com esta perturbação torna-se continente na adolescência mas em aproximadamente 1 % dos casos a perturbação continua na idade adulta. Depois dos 5 anos a taxa anual de remissão espontânea oscila entre os 5% e os 10%. mas pode ocorrer em qualquer altura. Idade cronológica pelo menos de cinco anos (ou um nível de desenvolvimento equivalente). diurética). esta perturbação é referida como Enurese Não Orgânica. C. acadêmico (laboral) ou noutras importantes áreas de funcionamento. Na ICD-10. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 têm um limiar de freqüência diferente: pelo menos duas vezes num mês em crianças com menos de sete anos e pelo menos uma vez por mês em crianças de sete ou mais anos.21] 113 exemplo. O comportamento é clinicamente significativo. a ICD-10 inclui um critério de exclusão muito estrito que evita que seja diagnosticada Enurese se houver evidência de outra perturbação mental.F93.0 Perturbação da Ansiedade de Separação [309. × Critérios de diagnóstico para F98. diabetes mellitus ou diabetes insipidus não tratada) ou durante uma infecção aguda do trato urinário.0 Enurese [307. nem a uma situação física geral (por exemplo. Emissão repetida de urina na cama ou nas roupas (involuntária ou intencional). Contudo. Especificação do tipo: Só noturna Só diurna Noturna e diurna . D. diabetes. o diagnóstico de Enurese é compatível com estas condições se houve incontinência urinária antes do desenvolvimento de um estado físico geral ou se persiste depois de instaurado o tratamento adequado. B. espinha bífida ou epilepsia). O comportamento não é devido exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Além disso. manifestando-se com uma freqüência de dois episódios semanais durante pelo menos três meses consecutivos ou pela presença de um mal-estar clinicamente significativo ou de um déficit social.6] A. 21] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação da Ansiedade de Separação é uma ansiedade excessiva relativamente à separação da casa ou daqueles a quem a criança está vinculada (Critério A).Outras Perturbações da Primeira e Segunda Infâncias ou da Adolescência F93.0 Perturbação da Ansiedade de Separação [309. A ansiedade é superior ao que é esperado em relação ao nível de . Podem ter pesadelos com um conteúdo que exprime os seus medos (por exemplo. Estas crianças são muitas vezes incapazes de estar sós num quarto e revelam um comportamento «adesivo». Não se faz o diagnóstico se a ansiedade ocorrer exclusivamente no decurso de uma Perturbação Global do Desenvolvimento. Anseiam voltar para a sua casa e fantasiam reencontros. Podem ser relutantes ou recusar ir à escola ou para um acampamento de férias. Alguns têm saudades da casa e sentem-se infelizes a ponto de ficarem tristes quando estão fora de casa. assassínio ou outra catástrofe) (Critério A7). ou visitar um amigo ou dormir em casa dele ou fazer recados (Critério A4). são freqüentes . As crianças com esta perturbação podem muitas vezes manifestar o medo de se perder ou de não encontrar os pais (Critério A3). Os sujeitos com esta perturbação podem experimentar um mal-estar excessivo e recorrente à separação da casa ou das pessoas com quem têm uma maior vinculação (Critério A1). Podem ficar inquietas quando viajam sozinhas para longe de casa ou para áreas que não lhes são familiares. como um irmão) e se não lhes é permitido ir para a cama deles. se em adolescentes adultos. Esquizofrenia ou qualquer outra Perturbação Psicótica ou. chegam a adormecer à porta do quarto dos pais. Quando estão separados das figuras a que estão mais vinculados ficam preocupados. com medo de que acidentes ou doenças possam acontecer às pessoas a quem estão ligados ou a eles próprios (Critério A2). for mais bem explicada pela presença de uma Perturbação de Pânico com Agora-fobia (Critério E). provocar mal-estar clinicamente significativo ou déficit social. A perturbação deve manter-se por um período de pelo menos de quatro semanas (Critério B). a destruição da família pelo fogo. Durante a noite podem querer ir para a cama dos pais (ou de uma pessoa significativa. Quando separados da casa ou das figuras a quem estão vinculados têm muitas vezes necessidade de saber onde estão e de estar em contacto com essas pessoas (por exemplo.114 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência desenvolvimento do sujeito. ficando perto dos pais e seguindo-os em casa como uma sombra (Critério A5). através de chamadas telefônicas). iniciar-se antes dos 18 anos (Critério C). escolar (laboral) ou noutras áreas importantes da atividade do sujeito (Critério D). Quando ocorre ou foi antecipada uma separação. As crianças com esta perturbação podem ter problemas em ir para a cama e exigem a presença de alguém junto delas até adormecerem (Critério A6). A recusa de ir à escola pode levar a dificuldades escolares e a evitamento social. animais. Quando estão muito perturbadas pela perspectiva de uma separação podem . viagens de avião ou outras situações percepcionadas como perigosas para a integridade da família ou delas próprias. Perturbações Mentais e Características Associadas As crianças com Perturbação da Ansiedade de Separação têm tendência a proceder de famílias que são muito unidas. acidentes de carro. escuro. apatia. vertigens ou sensação de desmaio. como palpitações. assaltos. As crianças podem queixar-se de que não são amadas ou que ninguém se preocupa com elas e manifestam o desejo de morrer. São freqüentes os medos relativamente à morte e aos mortos. Especificar Início Precoce. podem manifestar de modo recorrente retraimento social. cefaléias. seqüestradores. As crianças mais jovens manifestam raramente sintomas cardiovasculares. tristeza ou dificuldades de concentração no trabalho ou nos jogos. sintomas que se podem observar nos sujeitos mais velhos. Quando separadas de casa ou das figuras a que têm maior vinculação. Esta especificação pode ser usada para indicar o início da perturbação antes dos seis anos de idade. náuseas. ladrões. os sujeitos podem manifestar medo de monstros. De acordo com a sua idade. vômitos (Critério A8).as queixas somáticas. tais como dores de estômago. intrusivas e com uma necessidade de atenção constante. justificando um diagnóstico adicional de Perturbação Distímica ou Perturbação Depressiva Major. Os adultos com esta perturbação estão excessivamente preocupados com os filhos e as mulheres ao ponto de experimentarem uma grande sensação de malestar quando têm de se separar. casa ou delas próprias.F93. É possível que as crianças mais jovens não manifestem medos bem definidos de ameaças dos pais. dando lugar a ressentimentos e conflitos familiares. a perturbação parece ser frequentemente igual nos sujeitos de ambos os sexos.0 Perturbação da Ansiedade de Separação [309. Algumas vezes. Apresentam frequentemente humor deprimido que pode persistir durante muito tempo. Nos sujeitos mais velhos. As manifestações da perturbação podem variar com a idade. É importante diferenciar a Perturbação da Ansiedade de Separação de um elevado valor que em algumas culturas se atribui à estreita interdependência entre os membros da família. ferir alguém que está a forçar a separação.211] 115 manifestar raiva e. A perturbação pode preceder o desenvolvimento de uma Perturbação de Pânico com Agorafobia. Podem manifestar queixas somáticas que muitas vezes leva a que sejam submetidas a exames físicos e outras intervenções médicas. possam negar a ansiedade de separação. a . Em amostras clínicas. mudança de casa. a perturbação por vezes limita a sua capacidade para enfrentar situações de mudança (por exemplo. Embora os adolescentes com esta perturbação. esta pode-se refletir numa limitação da atividade independente e na relutância em sair de casa. ocasionalmente. Características Específicas da Cultura. Os pedidos excessivos da criança tornam-se muitas vezes um motivo de frustração para os pais. Em amostras epidemiológicas. assassinato). seqüestro. casamento). obedientes e desejosas de agradar. estas crianças são descritas como sendo excessivamente conscientes. As crianças que sofrem desta perturbação são muitas vezes descritas como exigentes. A ansiedade e a antecipação da separação tornam-se manifestas até meio da infância. Estando sós. criaturas ameaçadoras perseguindo-as com os olhos). Com a idade as preocupações ou medos tornam-se específicos (por exemplo. as crianças mais jovens podem relatar experiências perceptivas pouco vulgares (por exemplo. Idade e Gênero Há variações culturais do grau a partir do qual se considera desejável tolerar uma separação. principalmente à noite. ver pessoas no seu quarto que as fitam. especialmente os rapazes. Há tipicamente períodos de exacerbação e de remissão. ou emigração). antes dos 18 anos. Evolução A Perturbação da Ansiedade de Separação pode desenvolver-se depois de alguma situação de stress (por exemplo. mas não é freqüente o início na fase final da adolescência. doença da criança ou de um familiar. estimando-se a sua prevalência em cerca de 4% nas crianças e adolescentes jovens. na idade pré-escolar. . Quer a ansiedade por uma possível separação quer o evitamento de situações que envolvem separação (por exemplo. mas pode ocorrer em qualquer altura. uma mudança de escola ou mudança para um novo bairro.perturbação é mais freqüente nas mulheres. ir para a escola) podem persistir por muitos anos. morte de um familiar ou animal de estimação. O início pode ser precoce. Prevalência A Perturbação da Ansiedade de Separação não é rara. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da . especialmente nos adolescentes.0 juízo clínico deve ser usado para distinguir os níveis de ansiedade de separação próprios da fase de desenvolvimento do sujeito e das preocupações relativas à separação. Nas crianças e adolescentes com Perturbação da Ansiedade de Separação. as experiências perceptivas pouco vulgares na Perturbação da Ansiedade de Separação são geralmente baseadas num erro de percepção do estímulo real que ocorre em determinadas situações (por exemplo. clinicamente significativas e observadas na Perturbação da Ansiedade de Separação. não se estabelece um diagnóstico separado de Perturbação da Ansiedade de Separação.0 absentismo é freqüente na Perturbação de Comportamento. Ao contrário das alucinações verificadas nas Perturbações Psicóticas. Nos adultos. dado que a ansiedade se refere predominantemente à separação da casa e das figuras de vinculação. Alguns casos de recusa em ir à escola. mas a ansiedade de separação não é responsável pelas faltas à escola e a criança habitua-se a permanecer longe de casa. Diagnóstico Diferencial A Ansiedade de Separação pode ser uma característica associada à Perturbação Global do Desenvolvimento. A Perturbação da Ansiedade de Separação distingue-se da Perturbação da Ansiedade Generalizada. pesadelos noturnos) e são reversíveis na presença de uma figura de vinculação. Em contraste com a Perturbação de Pânico a ansiedade refere-se à separação das pessoas a quem estão vinculadas ou à casa. mais do que ficar incapacitado por Ataque Pânico inesperado. as ameaças de separação podem levar a uma ansiedade extrema e muitas vezes a um Ataque de Pânico. Esquizofrenia ou outras Perturbações Psicóticas. são devidos a Fobia Social ou Perturbações do Humor mais do que a ansiedade de separação. Se os sintomas de Perturbação da Ansiedade de Separação aparecerem exclusivamente no decurso destas perturbações.116 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência Padrão Familiar A Ansiedade de Separação parece ser mais freqüente nos familiares biológicos em primeiro grau do que na população em geral e pode ser mais freqüente nos filhos de mães com Perturbação de Pânico.a Perturbação da Ansiedade de Separação é rara e não deve ser feito um diagnóstico adicional se os receios de separação forem mais bem explicados pela Agorafobia na Perturbação de Pânico com Agorafobia ou por uma Agorafobia Sem História de Perturbação de Pânico. que se manifesta pela presença de três (ou mais) dos seguintes: (continua) . × Critérios de diagnóstico para F93.0 Perturbação da Ansiedade de Separação [309.ICD-10 Os sintomas do DSM-IV e da ICD-10 são quase iguais. relativa à separação da casa ou das pessoas a quem está vinculado. comportamento e personalidade». esta perturbação é referida como Perturbação de Separação da Segunda Infância. Ansiedade excessiva e inadequada para o nível de desenvolvimento do sujeito. Na ICD-10.21) A. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 dão mais estritos no sentido de que a idade de aparecimento deve ser antes dos seis anos e o diagnóstico não pode ser feito se a apresentação for «parte de um quadro de perturbações das emoções. 23] 117 Critérios de diagnóstico para F93. sem adultos significativos (6)uma relutância persistente ou recusa em adormecer sem estar próximo de uma importante figura de vinculação ou em adormecer fora de casa (7) pesadelos repetidos que envolvem o tema de separação (8) queixas repetidas de sintomas físicos (como dores de cabeça. escolar (laboral) ou noutras áreas importantes da atividade do sujeito.F94. (4)uma relutância persistente ou recusa em ir à escola ou a outro local por medo da separação (5)uma relutância ou medo persistente e excessivo de estar em casa sozinho ou sem as principais figuras de vinculação ou noutros locais. D. dores de estômago. Esquizofrenia ou de outra Perturbação Psicótica e. em adolescentes e adultos. Especificar se: Início Precoce: o início ocorre antes dos 6 anos. quatro semanas. O início dá-se antes dos 18 anos. náuseas ou vômitos) quando ocorre ou se antecipa a separação em relação a figuras importantes de vinculação B. perder-se ou ser raptado). . A duração da perturbação.0 Perturbação da Ansiedade de Separação [309.A alteração não ocorre exclusivamente no decurso da Perturbação Global do Desenvolvimento.21] (continuação) (I)mal-estar excessivo e persistente quando ocorre ou é antecipada a separação da casa ou de figuras de maior vinculação (2)uma preocupação excessiva e persistente pela possível perda das principais figuras de vinculação ou por possíveis males que possam acontecer a essas pessoas (3)uma preocupação persistente e excessiva pela possibilidade de que um acontecimento adverso possa levar à separação de uma importante figura de vinculação (por exemplo. C.0 Mutismo Seletivo [313.A alteração causa um mal-estar clinicamente significativo ou um déficit social. E. é de pelo menos. não é mais bem explicada pela presença de uma Perturbação de Pânico com Agorafobia. F94. .0 Mutismo Seletivo [313.23] (anteriormente Mutismo Eletivo) Características de Diagnóstico A característica essencial do Mutismo Seletivo é a incapacidade persistente para falar em situações sociais específicas (por exemplo. na escola ou com os companheiros de jogos) nas quais se espera que fale. apesar de o fazer noutras situações Critério A). Frequentemente. por movimentos da cabeça. Perturbações e Características Associadas As características associadas do Mutismo Seletivo incluem uma timidez excessiva. ficar colado às pessoas. birras ou outros comportamentos de oposição ou de controlo. Esquizofrenia ou outra Perturbação Psicótica (Critério E). um mês e não estar limitada ao primeiro mês de escola (durante o qual muitas crianças podem sentir-se envergonhadas e relutantes a falar) (Critério C). pelo menos. Perturbação Fonológica. Perturbação da Linguagem Expressiva ou Perturbação Mista da Linguagem Expressiva-Receptiva) ou com um estado físico geral que cause anomalias de articulação. Características Especificas da Cultura. traços compulsivos.118 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência A perturbação interfere no rendimento escolar. Idade e Gênero . Pode também existir um grave déficit na atividade social ou escolar. hospitalização ou stress psicossocial grave. Podem estar associadas: Perturbações da Ansiedade (especialmente Fobia Social). nalguns casos. empurrando ou puxando e. as crianças afetadas por esta perturbação podem comunicar por gestos afirmativos ou negativos. medo do embaraço nas situações sociais. A perturbação deve ter uma duração de. Deficiência Mental. laboral ou na comunicação social (Critério B). Gaguez) ou se ocorre exclusivamente durante uma Perturbação Global do Desenvolvimento. particularmente em casa. O Mutismo Seletivo não deve ser diagnosticado se a incapacidade de falar for devida à falta de conhecimentos (ou de familiaridade com a língua requerida na situação social (Critério D). Em vez de comunicar através da verbalização mais comum. os colegas implicam ou fazem deles bodes expiatórios. Contudo. através de frases monossilábica curtas ou monótonas ou ainda por uma alteração na voz. isolamento e retraimento sociais. muitas crianças com esta perturbação têm capacidades de linguagem normais embora ocasionalmente possam estar associadas com uma Perturbação da Comunicação (por exemplo. Também não é mais bem explicada pelo constrangimento relacionado com uma Perturbação da Comunicação (por exemplo. negativismo. encontra-se em menos 1 % dos sujeitos vistos em consultas de saúde mental. Este comportamento não deve ser diagnosticado como Mutismo Seletivo. O Mutismo Seletivo é mais freqüente no sexo feminino do que no masculino.As crianças emigrantes que estão pouco familiarizadas com a língua oficial do seu novo país podem recusar falar com estranhos no seu novo ambiente. a perturbação pode durar apenas alguns meses e ou persistir durante vários anos. Evolução Normalmente o início do Mutismo Seletivo verifica-se antes dos cinco anos de idade. No entanto. . Prevalência O Mutismo Seletivo é aparentemente raro e. mas a perturbação pode não ser clinicamente detectada até à entrada na escola. 231] 119 Diagnóstico Diferencial O Mutismo Seletivo deve distinguir-se de outras perturbações da fala que podem ser mais bem explicadas por uma Perturbação da Comunicação. A diferença em relação ao Mutismo Seletivo é que a alteração da fala não está limitada a uma situação social específica. B. Os sujeitos com Perturbação Global do Desenvolvimento. podem recusar o novo idioma por falta de conhecimento do novo idioma.F94. mas se persiste a recusa em falar. Nestes casos podem ser feitos os dois diagnósticos.23] A. esta perturbação é referida como Mutismo Eletivo. × Critérios de diagnóstico para F94. o Mutismo Seletivo só deverá ser diagnosticado numa criança que estabeleceu a capacidade de falar nalgumas situações sociais (por exemplo. Se há uma compreensão adequada da nova língua.Incapacidade persistente em falar em situações sociais específicas (situações em que se espera que se fale.0 Mutismo Seletivo [313. poderá ser justificado o diagnóstico de Mutismo Seletivo. filhas de famílias que emigraram para países onde se fala uma língua diferente. como por exemplo na escola) apesar de o fazer noutras situações. Na ICD-10. tais como Perturbação Fonológica. Pelo contrário. Perturbação da Linguagem Expressiva.0 Mutismo Seletivo [313.A alteração interfere no rendimento escolar ou laboral ou na . Perturbação Mista da Linguagem ExpressivaReceptiva ou Gaguez. As crianças. A ansiedade social e o evitamento social são próprios da Fobia Social e podem estar associados com o Mutismo Seletivo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios do DSM-IV e os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 são quase os mesmos. em casa). Esquizofrenia ou outras Perturbações Psicóticas ou Deficiência Mental Grave podem ter problemas de comunicação social e ser incapazes da falar adequadamente em situações sociais. Esquizofrenia ou outra Perturbação Psicótica. pelo menos. de um mês (não limitada ao primeiro mês de escola). gaguez) e não ocorre exclusivamente no decurso da Perturbação Global do Desenvolvimento.A incapacidade de falar não é devida à falta de conhecimentos ou de familiaridade com a língua requerida na situação social. D. .A duração da perturbação é.A perturbação não é mais bem explicada pela presença de uma Perturbação de Comunicação (por exemplo.comunicação social. C. E. A criança revela uma sociabilidade indiscriminada ou uma falta de seletividade na escolha das figuras de vinculação (Critério A2). não permitindo a formação de vínculos estáveis (por exemplo. vigilância fria.1 Tipo Inibido. ou mudanças repetidas das pessoas que tomam conta dela. estimulação e afeto (Critério Çl). Há dois tipos de apresentações. de modo persistente e adequado ao seu nível de desenvolvimento. desprezo persistente pelas necessidades físicas básicas da criança (Critério C2). a perturbação está associada a cuidados claramente patológicos que podem assumir a forma de falta de atenção persistente e desprezo pelas necessidades básicas emocionais de bem-estar.120 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência F94. Subtipos O tipo dominante de perturbação de relação social pode ser indicado por uma especificação dos seguintes subtipos de Perturbação Reativa de Vinculação: F94. que na maior parte dos contextos se revela marcadamente perturbada e inadequada para o nível de desenvolvimento do sujeito e se manifesta antes dos cinco anos de idade e está associada a cuidados patológicos (Critério A). Neste subtipo a perturbação predominante das relações sociais é o fracasso persistente para iniciar e . No Tipo Desinibido. a criança falha. Os cuidados patológicos presume-se serem os responsáveis pela relação social perturbada (Critério D). resistência ao conforto e comodidade e um misto de aproximação e evitamento) (Critério A1). Por definição. hipervigilante ou dando respostas altamente ambivalentes (por exemplo. A perturbação não se explica exclusivamente pela presença de atraso no desenvolvimento (por exemplo. A criança tem um padrão de respostas excessivamente inibido. No Tipo Inibido. como na Deficiência Mental) e não se coloca o critério de Perturbação Global do Desenvolvimento (Critério B). em iniciar e responder na maior parte das interações sociais.89] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Reativa de Vinculação é uma relação social. observa-se um padrão de vinculações difusas.x Perturbação Reativa de Vinculação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância [313. mudanças freqüentes do lar adotivo) (Critério C3). Segunda Infância. Pica ou Perturbação de Ruminação. os cuidados claramente patológicos nem sempre determinam o desenvolvimento de uma Perturbação Reativa de Vinculação. Dados laboratoriais associados. . hospitalização prolongada da criança. Perturbação da Alimentação e do Comportamento Alimentar da Primeira Infância ou do Início da. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. No entanto. A Perturbação Reativa de Vinculação pode estar associada a atrasos de desenvolvimento. pobreza extrema ou falta de experiência dos pais) podem predispor à prática de cuidados patológicos. Podem estar presentes dados laboratoriais consistentes com a má nutrição. Este subtipo é usado se a perturbação predominante na relação social consiste numa sociabilidade indiscriminada ou numa ausência de seletividade na escolha das figuras de vinculação. F94.2 Tipo Desinibido. Algumas situações (por exemplo. algumas crianças estabelecem relações sociais e vínculos estáveis mesmo em situações de abandono ou de evidentes maus tratos.responder à maior parte das interações sociais de modo adequado ao desenvolvimento do sujeito. a perturbação segue uma evolução contínua. Prevalência Os dados epidemiológicos são limitados. mas a Perturbação Reativa de Vinculação parece ser muito pouco freqüente.x Perturbação Reativa de Vinculação [313. De outro modo. da gravidade e duração associadas à privação psicossocial e à natureza da intervenção. Evolução O início da Perturbação de Reativa de Vinculação só aparece nos primeiros anos de vida e começa antes dos cinco anos idade. algumas crianças com Deficiência Mental Grave podem apresentar problemas particulares com as pessoas que tratam delas e manifestar características sintomáticas de Perturbação Reativa de Vinculação. Diagnóstico Diferencial Na Deficiência Mental. A Perturbação Reativa de Vinculação só deve ser diagnosticada se não houver dúvidas que os problemas característicos da formação de vinculações seletivas não são devidas a atraso.89] 12l Dados do exame somático e estado físico geral associado. atraso do crescimento ou maus tratos físicos). A evolução parece variar em função de fatores individuais da criança e das pessoas que tomam conta dela. Se for fornecido um suporte ambiental adequado podem ocorrer melhorias consideráveis. A Perturbação Reativa de Vinculação deve diferenciar -se da Perturbação Autística e de outras Perturbações Globais do Desenvolvimento. Na Perturbação Global do Desenvolvimento.F94. as vinculações seletivas não se desenvolvem ou são francamente desviadas. mas isto acontece dentro de um suporte psicossocial . O exame físico pode revelar a presença de estados físicos gerais associados que podem contribuir ou resultar de deficiências nos cuidados da criança (por exemplo. No entanto. as vinculações adequadas às pessoas que tomam conta das criança estão de acordo com o seu nível geral de desenvolvimento. repetitivos e estereotipados. ou Problemas Relacionais Pais-Filhos. O Tipo Desinibido deve distinguir-se do comporta mento impulsivo ou hiperativo característico da Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. Negligência da Criança. Os cuidados intensamente patogênicos são uma característica que define a Perturbação Reativa de Vinculação. Quando os cuidados intensamente patogênicos não provocam perturbações relevantes na relação social da criança. é que o comportamento desinibido na Perturbação Reativa de Vinculação se associa caracteristicamente a tentativas para estabelecer vínculos sociais depois de uma breve relação. Negligência da Criança. A Perturbação Autística e outras Perturbações Globais do Desenvolvimento são também caracterizadas pela presença de um déficit qualitativo da comunicação e por padrões de comportamento restritivos.razoavelmente acolhedor. Em contraste com o que sucede com a Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção.Filhos. . Pode ser feita uma classificação adicional de Abuso Físico da Criança. mais do que uma Perturbação Reativa de Vinculação pode falar-se em Abuso Físico da Criança. A Perturbação Reativa de Vinculação não é diagnosticada se forem preenchidos os critérios para Perturbação Global do Desenvolvimento. ou Problemas Relacionais Pais. manifestada por respostas excessivamente inibidas.x Perturbação Reativa de Vinculação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância [313. de modo adequado ao nível do desenvolvimento. contraditórias. excessiva familiaridade com estranhos ou falta de seletividade na escolha das figuras de vinculação) B.89] A.122 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 I A Perturbação Reativa de Vinculação do DSM-IV tem dois subtipos ( Inibido e Desinibido) que correspondem. a criança pode responder às pessoas que tratam dela com um misto de aproximação. × Critérios de diagnóstico para F94. com inicio antes dos cinco anos de idade. Relações sociais acentuadamente perturbadas na maior parte dos contextos e inadequadas para o nível de desenvolvimento do sujeito. grosso modo. Cuidados patogênicos manifestam-se pelo menos numa das seguintes características: (1) negligência permanente das necessidades emocionais básicas . hipervigilantes ou extremamente ambivalentes e contraditórias (por exemplo. manifestadas por (1) ou (2). As categorias da ICD-10 são provavelmente muito mais inclusivas porque não especificam que o comportamento perturbado deve ser resultado de cuidados patogênicos. evitamento e resistência a ser consolada ou pode manifestar uma fria vigilância) (2) vinculações difusas manifestadas por uma sociabilidade indiscriminada com acentuada incapacidade para manifestar vínculos seletivas adequados (por exemplo. C. às duas categorias dos Critérios de Diagnóstico da Perturbação Reativa de Vinculação e Perturbação de Vinculação Desinibida da Segunda Infância da ICD-10. A perturbação do Critério A não é mais bem explicada apenas por atraso de desenvolvimento (como na Deficiência Mental) e não preenche o critério de Perturbação Global do Desenvolvimento. (1) incapacidade persistente para iniciar ou responder à maior parte das interações sociais. estimulação e afeto (2) negligência permanente das necessidades físicas básicas da criança (3) mudanças repetidas da pessoa que trata primariamente da criança. Perturbações Especificas da Idade e Gênero Os comportamentos auto-agressivos ocorrem em sujeitos de qualquer idade. Há indicações de que as cabeçadas são mais prevalentes nos sujeitos do sexo masculino (numa proporção de 3:1 ) e no sexo feminino as mordeduras são mais freqüentes.da criança relacionadas com o conforto. as alterações no Critério A começaram após a instauração dos cuidados patogênicos que aparecem no Critério C).2 Tipo Desinibido: se o Critério A2 predomina na apresentação clínica 124 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. perturbações visuais devidas a vazamento ocular ou catarata traumática e fraturas por deformações ósseas). arranhões ou secreção da saliva. infecções da pele. Supõe-se que o tipo dos cuidados descritos no Critério C são responsáveis pelo comportamento alterado descrito no Critério A (por exemplo. pode haver uma irritação crônica da pele ou calos por mordidelas. contusões. Prevalência Há muito pouca informação acerca da prevalência da perturbação dos Movimentos Estereotipados. cortes. sinais de mordedura. arranhões.1 Tipo Inibido: se o Critério A1 predomina na apresentação clínica F94. Codificação baseada no tipo: F94. o que impede a formação de vínculos estáveis (por exemplo. Em casos menos graves. mudanças freqüentes dos responsáveis da criança) D. fissuras retais. Estima-se que a prevalência dos comportamentos auto-agressivos nos sujeitos com Deficiência Mental . corpos estranhos nos orifícios corporais. picadas. Podem observar-se sinais de lesões crônicas nos tecidos (por exemplo. Os movimentos estereotipados atingem o máximo na adolescência e a partir desse momento declinam gradualmente.associar-se a Deficiência Mental. A Perturbação dos Movimentos Estereotipados só deve ser diagnosticada em sujeitos cujo comportamento estereotipado ou autoagressivo seja bastante grave para ser um objeto terapêutico. As lesões auto-induzidas da Perturbação de . embora os tiques tenham uma qualidade mais involuntária e sejam arrítmicos. uma pessoa pode morder a mão e quando este comportamento desaparece pode começar a bater com a cabeça). A Perturbação dos Movimentos Estereotipados não se diagnostica se as estereotipias forem mais bem explicadas pela presença de uma Perturbação Global do Desenvolvimento. O objeto destes comportamentos muda frequentemente (por exemplo. uma infecção do ouvido médio pode dar origem a cabeçadas). As compulsões da Perturbação Obsessivo-Compulsiva podem ser mais complexas e ritualizadas e são uma resposta a uma obsessão ou estão de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. Em geral. sobretudo em sujeitos que vivem em meios em que não são estimulados. os movimentos estereotipados podem ser provocados por um estado físico geral doloroso (por exemplo. na Tricotilomania. o comportamento repetitivo limita-se a arrancar o cabelo. os movimentos estereotipados parecem ser mais motivados e intencionais. Diagnóstico Diferencial Os movimentos estereotipados podem . Nos sujeitos não verbais com Deficiência Mental Grave. Evolução Não existe uma idade típica de início ou um padrão de início para a Perturbação dos Movimentos Estereotipados. os movimentos podem persistir durante anos. especialmente nos sujeitos com Deficiência Mental Grave ou Profunda. Movimentos estereotipados repetitivos são uma característica da Perturbação Global do Desenvolvimento. Por definição. É relativamente fácil diferenciar os movimentos complexos característicos da Perturbação de Movimentos Estereotipados dos tiques simples (por exemplo. O início pode seguir-se a um acontecimento ambiental estressizante.varie entre 2% e 3% nas crianças e adolescentes que vivem na comunidade e aproximadamente 25% nos adultos com Deficiência Mental grave ou profunda que vivem em instituições. Contudo. pestanejar) mas é mais difícil fazer o diagnóstico diferencial dos tiques motores complexos. cegueira) geralmente não provocam nem disfunções nem auto-agressões. C. balançar o corpo. beliscar a pele e mexer nos orifícios corporais.3] 125 Movimentos Estereotipados devem distinguir-se da Perturbação Factícia com Sintomas e Sinais Físicos Predominantes.4 Perturbação dos Movimentos Estereotipados [307. balancear da cabeça).O comportamento interfere nas atividades normais ou dá lugar a lesões corporais auto-infligidas que requerem tratamento médico (ou provocariam lesões. Os comportamentos auto-estimulantes nos sujeitos com déficits sensoriais (por exemplo. estando presentes sinais e sintomas da perturbação neurológica. D. sacudir ou agitar as mãos. complexa e esporádica e tem um significado para o sujeito no contexto da perturbação mental grave subjacente (por exemplo. morder objetos. Os movimentos involuntários associados a doenças neurológicas (como a doença de Huntington) seguem geralmente um padrão típico. podem ser muito limitados e raramente produzem lesões que necessitem de tratamento.Comportamento motor repetitivo que parece impulsivo e não funcional (por exemplo. sucção do polegar. o resultado de um pensamento delirante).tomadas medidas protetoras). Se existe Deficiência Mental. um tique (como na . na qual a motivação da auto-agressão é assumir o papel de doente. bater com a cabeça. A automutilação associada a certas Perturbações Psicóticas e Perturbações da Personalidade é premeditada. o comportamento estereotipado ou auto-agressivo é suficientemente grave para constituir objeto de terapêutico. próprios do seu nível de desenvolvimento (por exemplo. B. fazer golpes no próprio corpo). se não fossem.F98. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 são mais estritos que os do DSM-IV. morder-se a si próprio. Os comportamentos auto-estimulantes das crianças mais jovens.O comportamento não é mais bem explicado por uma compulsão (como na Perturbação Obsessivo-Compulsiva). uma vez que o diagnóstico desta perturbação não pode ser feito na presença de qualquer outra perturbação mental (exceto a Perturbação Mental). × Critérios de diagnóstico para F98.4 Perturbação dos Movimentos Estereotipados [307.3] A. ou pelo arrancar dos cabelos (como na Tricotilomania).O comportamento não é devido a efeitos fisiológicos diretos de uma substância. F. Especificar se: Com Comportamento Auto-Agressivo: se o comportamento provoca uma lesão corporal que requer tratamento específico (ou que originaria uma lesão corporal se não fossem tomadas medidas preventivas) . E. nem a um estado físico geral.Perturbação de Tiques). que faz parte de uma Perturbação Global do Desenvolvimento. O comportamento persiste durante quatro semanas ou mais. uma estereotipia. .9] Esta categoria é uma categoria residual para perturbações que se iniciam Na Primeira Infância ou na Segunda Infância ou na Adolescência e não preenche os critérios de nenhuma perturbação especifica desta classificação. na Segunda Infância ou na adolescência sem Outra Especificação[313.8 Perturbação na Primeira Infância.126 Perturbações Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência F89. doença HIV. Um delirium caracteriza-se por uma perturbação da consciência e uma alteração da cognição que se desenvolvem num curto período de tempo. Demência. a Demência. e 3) Perturbações Relacionadas com Substâncias. as perturbações anteriormente designadas «perturbações mentais orgânicas» foram agrupadas em três secções: 1) Delirium. Demência. estas perturbações estavam colocadas numa secção intitulada «Perturbações e Síndromes Mentais Orgânicas». . Demência Persistente Induzida por Substâncias (isto é. traumatismo craniano. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas. medicamento ou tóxico) ou uma combinação destes fatores.Delirium. que representa uma alteração significativa em relação a um nível prévio de funcionamento. 2) Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral. incorretamente. Delirium por Múltiplas Etiologias. No DSM-III-R. As perturbações incluídas na secção «Delirium» são classificadas de acordo com a sua presumível etiologia: Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral. Demência Secundária a Múltiplas Etiologias ou Demência Sem Outra Especificação (se a etiologia é indeterminada). ou Delirium Sem Outra Especificação (se a etiologia for indeterminada). As demências também são classificadas de acordo com a sua presumível etiologia: Demência do Tipo Alzheimer. devido a uma droga de abuso a um medicamento ou a exposição a tóxicos). as Perturbações Mnésicas e as Perturbações Cognitivas Sem Outra Especificação. a um medicamento ou a exposição a tóxicos). Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais (por exemplo. A perturbação predominante é um déficit clinicamente significativo na cognição ou memória. O termo perturbação mental orgânica já não é utilizado no DSM-IV porque implica. Uma demência caracteriza-se por múltiplos déficits cognitivos que incluem diminuição da memória. No DSM-IV. Para cada perturbação desta secção. devida a uma droga de abuso. que as perturbações mentais «não orgânicas» não têm uma base biológica. a etiologia é um estado físico geral (embora o estado físico geral específico possa não ser identificável) ou uma substância (isto é. Delirium Induzido por Substâncias (isto é. doença de Parkinson doença de Huntington). droga de abuso. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Esta secção inclui o Delirium. Demência Vascular. As perturbações incluídas na secção «Perturbações Mnésicas» são classificadas de acordo com a sua presumível etiologia: .Uma perturbação mnésica caracteriza-se por uma diminuição da memória na ausência de outros déficits cognitivos significativos. pode ser difícil (ou impossível) conversar com ela. e tende a flutuar ao longo do dia. Delirium As perturbações incluídas na secção «Delirium» partilham na sua apresentação alterações da consciência e cognição mas diferenciam-se com base na etiologia: Delirium Secundário a Estados Físicos Gerais. da utilização de medicamentos. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral. Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias ou Perturbação Mnésica Sem Outra Especificação. pois a atenção do sujeito vagueia ou pode ocorrer preservação numa resposta a uma pergunta prévia em vez de uma mudança de atenção adequada. Para cada grupo de perturbações é fornecido um texto introdutório. exposição a tóxicos ou de uma mera combinação destes fatores. A perturbação desenvolve-se num curto período de tempo. de uma Intoxicação por Substâncias ou Abstinência. A capacidade de focar. Existe evidência na história clínica. manter ou transferir a atenção está reduzida (Critério A). Características de Diagnóstico A característica essencial de um delirium é uma perturbação da consciência que se acompanha por uma alteração na cognição que não pode ser atribuída a uma demência preexistente ou em evolução. A pessoa é facilmente distraída por estímulos irrelevantes e. o Delirium Sem Outra Especificação foi incluído nesta secção para apresentações em que o médico é incapaz de determinar uma etiologia específica para o delirium. As perguntas têm de ser repetidas. Delirium Induzido por Substâncias (incluindo efeitos colaterais da medicação) e Delirium por Múltiplas Etiologias.128 Delirium. seguido por um texto e critérios para cada perturbação com etiologia específica. independentemente das etiologias. Demência. devido a estes problemas. A Perturbação Cognitiva Sem Outra Especificação utiliza-se para apresentações que se caracterizam por disfunção cognitiva presumivelmente devida a um estado físico geral ou utilização de substâncias que não preenchem os critérios para nenhuma das perturbações classificadas nesta secção. Existe ainda uma alteração da cognição (que pode incluir diminuição . A perturbação da consciência manifesta-se por uma redução da percepção do ambiente. geralmente de horas a dias. exames físicos ou testes laboratoriais. que o delirium é uma conseqüência fisiológica direta de um Estado Físico Geral. Além disso. precipitado ou incoerente. A desorientação manifesta-se geralmente pela desorientação no tempo (por exemplo. é útil rever cuidadosamente a sua história e obter informações de outras pessoas. com saltos imprevisíveis de assunto para assunto. Pode ser difícil para o médico avaliar as alterações da função cognitiva pois o sujeito pode apresentar-se desatento e incoerente. noutros. a desorientação no tempo pode ser o primeiro sintoma a aparecer. a deterioração da capacidade em nomear objetos) ou como disgrafia (isto é. pensa que está em casa e não num hospital). A desorientação pessoal é menos freqüente. sobretudo familiares. Nestas circunstâncias. No delirium ligeiro. desorientação ou perturbação da linguagem) ou pode desenvolver-se uma perturbação da percepção (critério B). . pensa que é manhã a meio da noite) ou no espaço (por exemplo.da memória. A perturbação da memória é quase sempre mais evidente para a memória recente e pode ser testada pedindo à pessoa para recordar diversos objetos não relacionados ou uma breve frase após alguns minutos de distração. A perturbação da linguagem pode ser evidente como disnomia (isto é. Nalguns casos o discurso é limitado ou irrelevante e. deterioração da capacidade para escrever). euforia e apatia. O delirium é frequentemente acompanhado de comportamento psicomotor alterado. depressão. as pregas da roupa da cama podem parecer objetos animados (ilusão) ou o sujeito pode «ver» um grupo de pessoas debruçadas sobre a cama quando. Pode haver passagens rápidas e imprevisíveis de um estado emocional para o outro. ilusões ou alucinações. Muitos sujeitos com delirium mostram-se impacientes ou hiperativos. Embora as percepções sensoriais incorretas sejam mais frequentemente visuais. com lentificação e letargia que se aproximam do estupor. Manifestações de atividade psicomotora aumentada podem incluir apalpar e segurar as roupas da cama. Por exemplo. durante a visita médica da manhã o sujeito pode estar colaborante e coerente mas à noite pode querer arrumar as suas coisas e ir para casa dos pais que morreram há anos. Por outro lado. A atividade psicomotora pode oscilar de um extremo ao outro ao longo do dia. medo. Esta perturbação pode incluir sonolência diurna ou agitação noturna e dificuldade em adormecer. A perturbação desenvolve-se ao longo de um curto período de tempo e tende a flutuar durante o dia (critério C). A diminuição da capacidade de discernimento pode interferir com o tratamento médico adequado. Nalguns casos. o bater de uma porta pode ser confundido com um tiro de pistola (interpretação incorreta). irritabilidade. O sujeito pode exibir perturbações emocionais tais como ansiedade. Se o medo é acentuado. E freqüente a ocorrência simultânea de uma convicção delirante da realidade das alucinações e uma resposta emocional e comportamental relativa ao seu conteúdo.Delirium l29 As perturbações da percepção podem incluir interpretações incorretas. tentativas para sair da cama quando não é seguro ou em altura inadequada e movimentos súbitos. o sujeito pode mostrar atividade psicomotora diminuída. podem ocorrer noutras modalidades sensoriais. a pessoa pode atacar aqueles que são erradamente percebidos como ameaçadores. de fato. Características e Perturbações Associadas O delirium é muitas vezes associado com uma perturbação do ciclo sono-vigília. ira. As percepções incorretas variam desde as mais simples e uniformes até às mais complexas. não está lá ninguém (alucinação). Muitas vezes o medo acompanha a atividade delirante ameaçadora ou estados delirantes transitórios. apesar de que alguns sujeitos com delirium têm um nível emocional constante. Por exemplo. Podem ferir-se ao cair da cama ou ao tentarem escapar . pode ocorrer uma inversão completa do ciclo sono-vigília e do ciclo noite-dia. nomes de presidentes. gritos. O estado de perturbação emocional também se pode evidenciar por chamamentos. mutismo. Além dos testes laboratoriais que são característicos de estados físicos gerais associados ou etiológicos (ou estados provocados por intoxicação ou abstinência). tubos respiratórios. Estes comportamentos são particularmente prevalentes de noite e sob condições em que a estimulação e a sugestão ambiental estão ausentes. o EEG é tipicamente anormal. pragas. cateteres urinários ou outro equipamento médico. Características Especificas da Cultura. mostrando tanto atividade reduzida como acelerada. memória (por exemplo.quando ligados a linhas venosas. Idade e Gênero O ambiente cultural e o educacional devem ser tidos em conta na avaliação da capacidade mental do sujeito. Os sujeitos provenientes de alguns meios podem não estar familiarizados com a informação utilizada em certos testes de cultura geral (por exemplo. conhecimentos geográficos). gemidos ou outros sons. datas de . Por vezes tem um início abrupto (por exemplo. geralmente. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas aniversário em culturas que não os celebram por rotina) e orientação (por exemplo. anticolinérgicos). As crianças podem ser mais susceptíveis ao delirium do que os adultos. se tem apenas delirium ou se apresenta um delirium sobreposto a uma demência preexistente. O delirium pode desaparecer em poucas horas ou os sintomas podem persistir por semanas. sentido de sítio e localização pode ser conceitualizado de forma diferente em algumas culturas). Nas crianças. hospitalizados devido a estados físicos gerais. particularmente nos sujeitos com Demência coexistente. Se as figuras familiares não conseguem acalmar a criança. A perda da memória é comum ao delirium e à demência mas o sujeito apenas com demência está alerta a não apresenta a perturbação da consciência que é característica do delirium. isto pode ser sugestivo de delirium. A prevalência do delirium em função do sexo reflete o fato de a população idosa em geral (em que o rácio mulheres/homens aumenta com o aumento da idade) ser o grupo de mais alto risco para desenvolver delirium. Evolução O Delirium desenvolve-se. em particular quando este se relaciona com doença febril e certos medicamentos (por exemplo. Se a perturbação for rapidamente corrigida ou autolimitada a recuperação do Delirium pode ser completa. após um traumatismo craniano). o delirium pode ser tomado por comportamento não cooperante e pode ser difícil distinguir os sinais cognitivos. em horas a dias. Quando os sintomas de . Prevalência Em sujeitos com idades superiores a 65 anos.130 Delirium. os registros adiantam que aproximadamente 10%o apresentam delirium na altura da admissão e outros 10%-15% podem desenvolver delirium durante a estada no hospital. Demência. Diagnóstico Diferencial O problema de diagnóstico diferencial mais comum é se a pessoa tem uma demência e não um delirium. Mais tipicamente os sintomas isolados progridem para um quadro de delirium durante um período de três dias. Isto pode ser observado. então deverá ser diagnosticado Delirium Induzido por substâncias. mais adiante. então deverá ser diagnosticado Delirium por Intoxicação com Substância ou Delirium de Abstinência de Substância. deverá ser diagnosticado Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral. nesta secção). por exemplo. Se o delirium resulta de medicamentos. num idoso com um estado físico geral que está a ser tratado com . dependendo se o delirium ocorreu por Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. A etiologia presumível determina o diagnóstico específico do delirium (o texto e os critérios para o diagnóstico de cada delirium são fornecidos separadamente. Não é incomum que o delirium seja devido a um Estado Físico Geral e à utilização de substâncias (incluindo medicamentos) em simultâneo. a informação dos familiares ou das pessoas que cuidam do doente e os registros médicos existentes podem ser muito úteis na determinação de sintomas preexistentes de demência.delirium estão presentes. Se se considerar que o delirium é uma conseqüência direta dos efeitos fisiológicos de um estado físico geral. utilização ou exposição a tóxicos. Se o delirium resultar dos efeitos fisiológicos diretos de uma droga ou do seu abuso. A classificação de um delirium sobreposto a outros tipos de demências é discutido no item «Procedimentos de Registro» para cada tipo de delirium. induzida por substâncias ou devido a Um Estado Físico Geral). Por exemplo. O Delirium deverá ser distinguido da Simulação e da Perturbação Factícia. utilização de substâncias e estado físico geral). um traumatismo craniano que ocorra como resultado de quedas ou lutas durante uma intoxicação pode ser responsável pelo delirium. apenas se os sintomas do delirium excederem aquelas que habitualmente se associam à síndrome de intoxicação ou abstinência e que são suficientemente graves para requererem independentemente atenção clínica. Intoxicação ou Abstinência de Substâncias ou utilização de medicamentos. Mesmo nos sujeitos com sinais óbvios de intoxicação ou abstinência não devem ser esquecidas outras causas possíveis de delirium (isto é. O delirium que se caracteriza por alucinações vívidas. são fragmentados e não sistematizados. deverá diagnosticar-se Delirium por Múltiplas Etiologias. Quando existe mais do que uma etiologia (por exemplo. ocorrem num contexto de redução da capacidade para manter e mudar a atenção de forma apropriada e estão geralmente associados a anormalidades no EEG. da Perturbação Esquizofreniforme e dos Outros Estados Psicóticos bem como das Perturbações do Humor com Características Psicóticas. Sé não for possível estabelecer uma etiologia específica (por exemplo. deverá diagnosticar-se Delirium Sem Outra Especificação. Os sujeitos podem apresentar-se com alguns mas não com todos os sintomas de delirium.Delirium 131 múltiplos medicamentos. os sintomas psicóticos apresentam uma flutuação. Estas apresentações deverão ser classificadas como Perturbação Cognitiva Sem Outra Especificação. atividade delirante. No delirium existe também uma perda da memória e desorientação. O diagnóstico de Delirium por Intoxicação por Substância ou Delirium de Abstinência de Substância é feito em vez de Intoxicação com Substâncias ou Abstinência de Substâncias. da Esquizofrenia. o que não ocorre nas outras perturbações. Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral). A distinção baseia-se na apresentação frequentemente atípica da Simulação e da Perturbação Factícia e na ausência de um estado físico geral ou utilização de substâncias etiologicamente relacionadas com a perturbação cognitiva aparente. perturbação da linguagem e agitação deverá ser distinguido da Perturbação Psicótica Breve. Finalmente. no delirium a pessoa apresenta em regra evidência de estado físico geral subjacente. No delirium. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Todo o construto do Delirium é similar tanto no DSM-IV como na ICD-10 . As apresentações subsindromáticas deverão ser cuidadosamente avaliadas pois poderão ser precursoras de um franco quadro de delirium ou assinalar um estado físico geral ainda não diagnosticado. perturbações psicomotoras e problemas com o sono. desorientação.0] Diagnóstico e Características Associadas As características descritivas do Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral (critérios A-C) são discutidas nas páginas 124-125. devem existir evidências baseadas na história.0 Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral [293. para diagnosticar Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 incluem itens adicionais: deficiência na memória com a memória a longo prazo intacta. A ICD-10 não inclui a categoria do DSM-IV Delirium Devido a Múltiplas Etiologias F05.(isto é. Além disso. uma perturbação na consciência e cognição com um início agudo e uma evolução flutuante). exames físicos ou exames laboratoriais de que a perturbação cognitiva é uma conseqüência . A classificação da ICD-9-CM para o estado físico geral deverá também. O delirium pode estar associado a muitos estados físicos gerais diferentes. taquicardia. Podem estar presentes várias formas de tremor.0]). a exacerbação ou a remissão do estado físico geral e o delirium. o médico deverá anotar o delirium e o estado físico geral identificado que julga ser o causador da perturbação no Eixo I (por exemplo. dilatação das pupilas e elevação de pressão arterial) ocorrem frequentemente. um movimento de flapping das mãos ou hiperextensão. revelando atividade rápida ou lentificação generalizada. Nas doenças sistêmicas não se encontram geralmente sinais neurológicos focais. Demência. Embora não existam indicações infalíveis. Esta determinação é explicada com mais pormenor em «Perturbações Mentais Secundárias a Estados Físicos Gerais» (pág. Os sinais de hiperatividade autonômica (isto é. Além disso. Uma delas é a presença de uma associação temporal entre o início. sudação. o médico deverá estabelecer primeiro a presença de um estado físico geral. Ao determinar se o delirium é secundário a um estado físico geral. deverá estabelecer que o delirium está etiologicamente relacionado com o estado físico geral. algumas fornecem orientação nesta área.165).. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas fisiológica direta de um estado físico geral (critério D).ser anotada no Eixo III (por exemplo: 251.0 Delirium Secundário a Hipoglicemia [293. Procedimentos de Registro Ao registrar o diagnóstico de Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral. foi inicialmente descoberto na encefalopatia hepática mas pode também ser encontrada em associação com outras causas de delirium. Além dos exames laboratoriais que são característicos dos estados físicos gerais etiológicos (ou dos estados de intoxicação ou abstinência). A evidência de literatura que sugere que pode existir uma associação direta entre o estado físico geral em questão e o desenvolvimento de delirium pode fornecer um contexto útil na avaliação de uma situação particular. o médico deverá avaliar se a perturbação será sobretudo devida a um Delirium Induzido por Substâncias ou a uma perturbação mental primária (isto é.132 Delirium. o EEG é geralmente anormal.2 hipoglicemia) (ver . Asterixis. cada um dos quais tem exames físicos e laboratoriais característicos. É necessária uma avaliação cuidadosa e abrangente de múltiplos fatores para fazer este juízo. um Episódio Maníaco). face ruborizada. F05. Além disso. 1 Demência do Tipo Alzheimer. Num sujeito com uma história já estabelecida de Demência do Tipo Alzheimer ou de Demência Vascular. com Delirium [290. hipoglicemia). F05. . Nas situações em que não é claro se os déficits cognitivos são devidos a delirium ou a demência.3]). hipercarbia. estados pósoperatórios. doença hepática ou renal. pode ser útil fazer um diagnóstico provisório de delirium e observar cuidadosamente a pessoa enquanto prosseguem os esforços para identificar a natureza da perturbação. estados pós-ictais e seqüelas de traumatismo craniano. hipoxemia. com Início Tardio. deficiência de tiamina. Estados Físicos Gerais Associados A etiologia dos estados físicos gerais do delirium inclui infecções sistêmicas. Algumas lesões focais do lobo parietal direito e da superfície ínfero-mediana do lobo occipital podem também levar ao delirium. encefalopatia hipertensiva. desequilíbrios eletrolíticos ou de fluidos.no Apêndice G uma lista das classificações diagnósticas selecionadas na ICD-9-CM para os estados físicos gerais). um delirium sobreposto deverá ser registrado através da classificação do subtipo apropriado de demência (por exemplo. perturbações metabólicas (por exemplo. Evidência de provas. de Início Tardio. D. baseadas na história clínica. estabelecida ou em evolução..0 Demência do Tipo Alzheimer. Com Delirium [290.. por exemplo. desorientação.0]. C. F05. × Critérios de diagnóstico para F05. Nota de classificação: se o delirium se sobrepuser a uma Demência do Tipo Alzheimer ou a uma Demência Vascular preexistentes.0] (Indicar o Estado Físico Geral) A.3 ]. Perturbação da consciência (diminuição da clareza de percepção do ambiente) com redução da capacidade para focar. perturbação da linguagem) ou desenvolvimento de uma perturbação perceptual que não é devida a uma demência preexistente.A perturbação desenvolve-se num curto período de tempo (geralmente horas a dias) e tende a flutuar durante o dia. por exemplo.0 Delirium Secundário a. B. exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação é causada pelas conseqüências fisiológicas diretas de um estado físico geral. Nota de classificação: incluir o nome do estado físico geral no Eixo I. classificar também o estado físico geral no Eixo III (ver Apêndice G para classificações).Uma alteração na cognição (como déficit de memória. F05. indicar o delirium através da classificação do subtipo apropriado de demência. [293. manter ou transferir a atenção.Delirium 133 Diagnóstico Diferencial Ver página 126 para uma discussão geral sobre o diagnóstico diferencial de delirium. Delirium Induzido por Substância Diagnóstico e Características Associadas As características descritivas do Delirium Induzido por Substância .0 Delirium Secundário a Encefalopatia Hepática [293. o delirium. um delirium que esteja associado aos efeitos adversos de medicação ou exposição a tóxicos é diagnosticado como Delirium Induzido por Substâncias (ver critérios do Delirium de Intoxicação por Substância. exame físico e dados laboratoriais de Intoxicação ou Abstinência de Substância. efeitos secundários da medicação ou exposição a tóxicos julgados etiologicamente relacionados com o delirium (critério D). desenvolve-se apenas a alguns dias de manutenção da intoxicação. barbitúricos ou meperidina. pág.(critérios A-C) são discutidas nas páginas 124-125. Além disso. um delirium que ocorre durante a Abstinência de Substância é diagnosticado como Delirium de Abstinência de Substância. por vezes. deve existir evidência na história. Com outras drogas como o álcool. para diagnosticar Delirium Induzido por Substância.131 ). Um delirium que ocorre durante uma Intoxicação com Substância é diagnosticado como Delirium de Intoxicação com Substância. cocaína e alucinógenos. O delirium que ocorre durante a Intoxicação com Substância pode iniciar-se entre alguns minutos e horas após a toma de doses relativamente altas de certas drogas como cannabis. Geralmente o delirium desaparece assim que a intoxicação termine ou . O delirium que se associa à Abstinência de Substância desenvolve-se à medida que as concentrações da substância nos tecidos e nos fluidos diminuem. Além disso. Para uma discussão mais pormenorizada das características associadas com a Perturbação Relacionada com Substância. deverá ser utilizada a classificação «Outras Substâncias».0]). para os medicamentos prescritos em doses terapêuticas. ao nome da substância deverá seguir-se o contexto em que os sintomas se desenvolveram (por exemplo. cada uma deverá ser listada separadamente. A duração do delirium tende a variar com a semivida das substâncias. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas dentro de algumas horas ou dias (embora a duração possa ser maior após intoxicação com fenciclidina). Procedimentos de Registro Um diagnóstico de Delirium Induzido por Substância começa com o nome da substância específica (em vez da classe da substância) que se presume ter causado o delirium (exemplo: «Diazepam» em vez de «Sedativo. Demência. Para as substâncias que produzem intoxicação ou abstinência. Quando se pressupõe que mais de uma substância terá tido um papel significativo no desenvolvimento do delirium. Para as substâncias que não se incluem em nenhuma das classes (por exemplo. após a redução ou cessação da utilização mantida de altas doses de certas substâncias. ver página 179. as substâncias de longa ação estão habitualmente associadas a uma abstinência mais demorada. o medicamento específico deverá ser indicado na classificação adequada (ver Apêndice G). Para efeitos secundários de medicação ou exposição a tóxicos. Hipnótico ou Ansiolítico»).81]). O Delirium da Abstinência de Substância pode durar apenas algumas horas ou persistir por um período tão longo como 2-4 semanas. o termo «Induzido» deverá ser utilizado (por exemplo F19.03 Delirium Induzido por Digitálicos [292.4 Delirium de Abstinência do Álcool [291. digitálicos). F15. F10.03 Delfrium por Intoxicação com Dextroanfetamina [292. O código diagnóstico é selecionado da lista de classes de substâncias fornecidas pelos critérios. Este diagnóstico deverá ser realizado em vez do diagnóstico de Intoxicação com Substâncias ou Abstinência de Substância apenas quando os sintomas cognitivos excederem aqueles que habitualmente se associam com a síndrome de intoxicação ou abstinência e quando os sintomas forem suficientemente graves para requererem atenção clínica independente.81]. Se se supõe que uma substância é um fator etiológico .134 Delirium. anti-histamínicos. antiasmáticos.0s tóxicos que foram referidos como provocando delirium incluem anticolinesterase. hipnóticos e ansiolíticos. corticosteróides. sedativos.mas a substância específica ou classe de substância é desconhecida. inalantes. sedativos. analgésicos. . Os medicamentos que foram referidos como provocando delirium incluem anestésicos.0 Delirium de Abstinência de Substância pode ocorrer com as seguintes classes de substâncias: álcool (muitas vezes chamado «delirium tremens»). dióxido de carbono e substâncias voláteis como gasolina ou tinta. anfetaminas e substâncias afins.81). alucinógenos.03 Delirium Induzido por Substância Desconhecida [292. antimicrobianos. anticonvulsivantes. hipnóticos e ansiolíticos. fenciclidina e substâncias afins. Substâncias Especificas O Delirium por Intoxicação com Substância pode ocorrer com as seguintes classes de substâncias: álcool. monóxido de carbono. o diagnóstico deverá ser F19. cocaína. antiparkinsônicos. medicamentos gastrintestinais. e outras ou substâncias desconhecidas. cannabis. opiáceos. e outras ou substâncias desconhecidas. inseticidas organofosfatados. anti-hipertensivos e medicamentos cardiovasculares. relaxantes musculares e medicamentos psicotrópicos com efeitos anticolinérgicos. diminuição da clareza de percepção do ambiente) com redução da capacidade para focar.03 Alucinógenos [292. *Nota: o diagnóstico deverá ser registrado como Delirium Induzido por Substância se estiver relacionado com a utilização de medicamentos. Hipnóticos ou Ansiolíticos [292. × Critérios de diagnóstico para Delirium por Intoxicação com Substância A.81].A perturbação desenvolve-se num curto período de tempo (geralmente horas a dias) e tende a flutuar durante o dia.03 Álcool [291. B. D. Referir o Apêndice G para os códigos E indicativos de medicamentos específicos.81].03 Outra . F18.03 Inalantes [292.03 Fenciclidina (ou Substância Tipo Fenciclidina) [292. manter ou transferir a atenção.81 ].03 Anfetamina (ou Substâncias Tipo Anfetamínico) [292.03 Sedativos.81 ].81].81 ].03 Opiáceos [292.0]. F16. F19. C.03 Cocaína [292. Fl 1.Delirium135 Diagnóstico Diferencial Ver a página 126 para discussão generalizada sobre o diagnóstico diferencial do Delirium e a página 190 para discussão sobre o diagnóstico diferencial de Intoxicação e Abstinência de Substância. Evidência de provas. F12. baseadas na história clínica.81].81 ]. estabelecida ou em evolução.Uma alteração na cognição (como déficit de memória. F13. Classificar: Delirium de Abstinência de [Substância Específica (F10. F19. F15.03 Cannabis [292. desorientação. F14. exames físicos ou laboratoriais de (1) ou (2): (1 ) desenvolvimento dos sintomas dos critérios A e B durante Intoxicação com Substância (2) utilização de medicamentos etiologicamente relacionados com a perturbação Nota: este diagnóstico deverá ser feito em vez de um diagnóstico de Intoxicação com Substância apenas quando os sintomas cognitivos excederem os habitualmente associados com a síndrome de intoxicação e quando forem suficientemente graves para requererem atenção clínica independente. perturbação da linguagem) ou desenvolvimento de uma perturbação perceptual que não é devida a uma demência preexistente.Perturbação da consciência (isto é. perturbação da linguagem) ou desenvolvimento de uma perturbação (continua) . B. Uma alteração na cognição (como déficit de memória. digitálicos.ou Substância Desconhecida [292. × Critérios de diagnóstico para Delirium de Abstinência de Substâncias A. cimetidina. manter ou transferir a atenção. Perturbação da consciência (isto é. benzatropina). diminuição da clareza de percepção do ambiente) com redução da capacidade para focar.81] (por exemplo. desorientação. C. D. Abstinência de Álcool).81]). Demência. F19.4 Outras ou Substâncias Desconhecidas [292.0]. Codificar: Delirium de Abstinência de [Substância Específica): (F10.A perturbação desenvolve-se num curto período de tempo (geralmente horas a dias) e tende a flutuar durante o dia. Por . encefalite viral) e da utilização de uma substância (por exemplo. Procedimentos de Registro O Delirium por Múltiplas Etiologias não tem a sua própria classificação em separado e não deverá ser registrado como um diagnóstico.4 Sedativos. estabelecida ou em evolução. F13. Delirium Secundário a Traumatismo Craniano) ou o delirium pode ser devido aos efeitos combinados de um estado físico geral (por exemplo.136 Delirium. Nota: este diagnóstico deverá ser feito em vez de um diagnóstico de Abstinência de Substância apenas quando os sintomas cognitivos excederem os habitualmente associados com síndrome de abstinência e quando forem suficientemente graves para requererem atenção clínica independente. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas n Critérios de diagnóstico para Delirium de Abstinência de Substâncias (continuação) perceptual que não é devida a uma demência preexistente.81 ].4 Álcool [291. Hipnóticos ou Ansiolíticos [292. exames físicos ou laboratoriais de que os sintomas dos critérios A e B se desenvolveram durante ou pouco depois de uma síndrome de abstinência. Pode existir mais do que um estado físico geral etiologicamente relacionado com o delirium (por exemplo Delirium Secundário a Encefalopatia Hepática. Delirium por Múltiplas Etiologias A categoria Delirium por Múltiplas Etiologias é incluída para alertar os médicos para a situação comum em que o delirium tem mais de uma etiologia. Evidência de provas baseadas na história clínica. 2]. o médico deverá registrar F05. × Critérios de diagnóstico para Delirium por Múltiplas Etiologias A.0 Delirium Secundário a Encefalopatia Hepática [293. diminuição da clareza de percepção do ambiente) com redução da capacidade para focar. para classificar um delirium secundário a encefalopatia hepática e a abstinência de álcool. (continua) . manter ou transferir a atenção.Perturbação da consciência (isto é.4 Delirium Secundário a Abstinência do Álcool [ 291.9 Encefalopatia Hepática [572.0] e F10.exemplo.0] no Eixo I e K72. no Eixo III. privação sensorial). perturbação da linguagem) ou desenvolvimento de uma perturbação perceptual que não é devida a uma demência preexistente. mais de um estado físico geral ou um estado físico geral e Intoxicação por Substâncias ou efeitos secundários dos medicamentos).0]. aos efeitos persistentes de uma substância ou a múltiplas etiologias (por . D. desorientação. por exemplo. Delirium devido a causas não enunciadas nesta secção (por exemplo.9 Delirium Sem Outra Especificação [780. Uma alteração na cognição (como déficit de memória. C. Evidência de provas baseadas na história. 2. Uma apresentação clínica de delirium que se suspeita ser devida a um estado físico geral mas em relação ao qual não existe evidência suficiente para estabelecer uma etiologia específica.09] Esta categoria deverá ser utilizada para classificar um delirium que não preencha os critérios para nenhum dos tipos específicos de delirium descritos nesta secção. Os exemplos incluem: 1. Nota de codificação: utilizar classificações múltiplas que reflitam o delirium específico e as etiologias específicas. estabelecida ou em evolução. F05. F05. F10.0 Delirium Secundário a Encefalite Viral [293.4 Delirium Secundário a Abstinência de Álcool [291.Demência 137 Critérios de diagnóstico para Delirium por Múltiplas Etiologias (continuação) B. A perturbação desenvolve-se num curto período de tempo (geralmente horas a dias) e tende a flutuar durante o dia.0]. Demência As perturbações incluídas na secção «Demência» caracterizam-se pelo desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos (incluindo diminuição da memória) devidos aos efeitos diretos de um estado físico geral. exames físicos ou laboratoriais de que o delirium tem mais de uma etiologia (por exemplo. à Demência Secundária a Doença de Huntington. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Características de Diagnóstico A característica essencial da demência é o desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos que incluem diminuição da memória e. à Demência Secundária a Doença de Pick. à Demência Secundária a HIV. com os efeitos persistentes da utilização de substâncias (incluindo exposição a tóxicos) ou com uma combinação destes fatores. Além disso. à Demência Secundária a Traumatismo Craniano. Os déficits cognitivos deverão ser suficientemente graves para causarem diminuição do funcionamento ocupacional ou social e representarem um declínio em relação a um nível prévio de funcionamento. As características de diagnóstico enunciadas na próxima secção pertencem à Demência do Tipo Alzheimer. A diminuição da memória deverá estar presente para se fazer o diagnóstico de demência e é um sintoma precoce proeminente (Critério Al). A maioria dos sujeitos com demência apresentam ambas as formas de diminuição da memória. Podem perder valores como as chaves e a carteira. pelo menos. aos efeitos combinados de uma doença cerebrovascular e de uma doença de Alzheimer). agnosia ou perturbação na capacidade de execução. Demência. O diagnóstico de demência não deverá ser feito se os déficits cognitivos ocorrerem exclusivamente durante a evolução de um delirium. As perturbações incluídas nesta secção partilham uma apresentação sintomática comum mas diferenciam-se com base na etiologia. uma das seguintes perturbações cognitivas: afasia. à Demência Vascular. demência e delirium podem ambos ser diagnosticados se a demência estiver presente em ocasiões em que o delirium não o esteja. à Demência Secundária a Doença de Creutzfeldt-Jakob. Contudo. Os sujeitos com demência vêem diminuída a sua capacidade para aprender material novo ou para esquecer material previamente aprendido. à Demência Secundária a Doença de Parkinson. esquecerem-se de desligar o forno e .exemplo. nas fases iniciais da doença. apraxia. A demência pode estar etiologicamente relacionado com um estado físico geral. à Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais. à Demência Persistente Induzida por Substâncias e à Demência Secundária a Múltiplas Etiologias. 138 Delirium. é incluída nesta secção a Demência Sem Outra Especificação para apresentações em que o médico seja incapaz de determinar uma etiologia específica para os múltiplos déficits cognitivos. demonstrar a perda de material previamente aprendido. embora por vezes seja difícil. Nas fases mais avançadas de demência a diminuição da memória é tão grave que a pessoa esquece-se da sua profissão. Os sujeitos com dificuldades em aprender nova informação não são ajudados por pistas (por exemplo. eco do que é ouvido) ou palilalia (repetição de sons ou palavras vezes sem conta).») Os sujeitos com demência podem apresentar apraxia (isto é. A compreensão da linguagem escrita e falada e a repetição da linguagem podem também estar comprometidas. gravata. lâmpada. diminuição da capacidade para executar atividades motoras apesar de as capacidades motoras.perderem-se em zonas não familiares. queixo. cozinhar. O discurso dos sujeitos com afasia pode tornar-se vago ou vazio. política. A memória remota pode ser testada pedindo ao sujeito para recordar informação pessoal ou material do passado que o tivesse interessado (por exemplo. ir às compras. evocação) e que reconheça as palavras a partir de uma lista múltipla (reconhecimento). reter. vestido. escovar . Apresentarão ainda diminuição das suas capacidades de pantomima da utilização de objetos (por exemplo. os sujeitos com déficits primários de evocação podem ser ajudados por pistas devido à sua dificuldade de acesso às memórias. que recorde a informação após um período de vários minutos (retenção. A linguagem é testada pedindo ao sujeito para nomear objetos que se encontrem no quarto (por exemplo.. divertimentos).. A deterioração da função da linguagem (afasia) pode manifestar-se pela dificuldade em nomear pessoas e objetos (Critério A2a). com longos circunlóquios e uso excessivo de referências indefinidas como «coisa». perguntas de escolha múltipla) pois não aprenderam o material inicialmente. dos familiares e ocasionalmente do seu próprio nome. A capacidade para aprender nova informação pode ser avaliada pedindo ao sujeito para aprender uma lista de palavras. mesa) ou partes do corpo (por exemplo. É também útil determinar (a partir do sujeito e de outras pessoas) qual o impacte das perturbações da memória no funcionamento individual (por exemplo. «aquilo». a função sensorial e a compreensão da tarefa requerida estarem intactas) (Critério A2b). A memória pode ser testada pedindo ao sujeito para registrar. ombro). seguir instruções (apontar para a porta e depois para a mesa) ou repetir frases («nem mas nem meio mas. regressar a casa sem se perder). capacidade para trabalhar. Pelo contrário. nariz. do aniversário. Pede-se então que as repita (registro). recordar e reconhecer informação. Em estados avançados de demência os sujeitos podem permanecer em mudez ou apresentarem um padrão deteriorado de discurso caracterizado por ecolalia (isto é. pagar as contas. das habilitações escolares. desportos. subtrair de sete em sete. agnosia ou perturbação da capacidade de execução deverão ser suficientemente graves para causar diminuição significativa do funcionamento social ou ocupacional (ir à escola. trabalhar. colocar pauzinhos em desenhos específicos). Os sujeitos com demência podem apresentar agnosia (isto é. De forma semelhante. Os itens do critério A1 (diminuição da memória) e do critério A2 (afasia. podem ter sensações tácteis normais. seqüenciar. iniciar. As perturbações da capacidade de execução são uma manifestação comum de demência (Critério A2d) e podem estar especialmente relacionadas com perturbações do lobo frontal ou associadas a vias subcorticais. As perturbações das aptidões motoras podem ser testadas pedindo ao sujeito que execute funções motoras (por exemplo.Demência 139 o cabelo) ou de execução de atos motores conhecidos (por exemplo. apenas pelo tacto (por exemplo. planear atividades e orçamentos). evitando situações que requeiram o processamento de informação nova e complexa. moedas ou chaves). Eventualmente podem ser incapazes de reconhecer familiares ou mesmo a sua imagem refletida no espelho. Também é útil determinar o impacte (a partir do sujeito e outros) das perturbações na capacidade de execução da vida quotidiana (capacidade para trabalhar. fazer compras. vestir-se ou desenhar. Os testes para a função executiva incluem pedir ao sujeito para contar até 10. A capacidade de execução envolve a capacidade de pensamento abstrato e de planear. lidar com as finanças e outras atividades da vida quotidiana) e . dizer o alfabeto. mas serem incapazes de identificar objetos colocados nas suas mãos. A disfunção executiva é também evidente na redução da capacidade para mudar de contexto mental. A capacidade de abstração pode ser avaliada pedindo ao sujeito para encontrar as semelhanças ou diferenças entre situações relacionadas. apraxia. vestir-se. demonstrar como lavar os dentes. acenar adeus). o sujeito pode ter acuidade visual normal e perder a capacidade de reconhecer objetos como cadeiras ou lápis. deterioração da capacidade para reconhecer ou identificar objetos apesar da função sensorial intacta) (Critério A2c). gerar nova informação verbal ou não verbal e executar atividades motoras em série. A apraxia pode contribuir para as dificuldades em cozinhar. desenhar pentágonos que se intersectem. tomar banho. nomear tantos animais quanto possível num minuto ou desenhar uma linha contínua de mm e nn alternadamente. monitorizar e parar um comportamento complexo. Por exemplo. A diminuição do pensamento abstrato pode manifestar-se através das dificuldades que o sujeito experimenta em lidar com novas tarefas. Características e Perturbações Associadas Características descritivas associadas e perturbações mentais. Os sujeitos com demência podem ficar espacialmente desorientados e terem dificuldades com tarefas espaciais. Os sujeitos podem exibir pouca ou nenhuma percepção da perda de memória ou outras anomalias cognitivas. frequentemente. O mesmo nível de deficiência cognitiva pode incapacitar um sujeito para desenvolver uma tarefa complexa mas não uma tarefa menos exigente. o funcionamento intelectual e a capacidade de utilizar aparelhos ou instrumentos (por exemplo. caso em que devem ser feitos ambos os diagnósticos. Podem ter idéias irrealistas acerca das suas capacidades. telefone. Escalas estandardizadas que medem a manutenção física (por exemplo. fazerem planos que não são congruentes . este pode sobrepor-se a uma demência preexistente. A natureza e o grau de deficiência são variáveis e dependem. 0 funcionamento visioespacial pode ser avaliado pedindo ao sujeito para copiar desenhos tais como círculos ou pentágonos que se interseptam e cubos.deverão representar um declínio em relação a um nível de funcionamento prévio (Critério B). máquina de lavar) podem ser utilizadas para medir a gravidade da deficiência. As dificuldades de discernimento e insight são comuns na demência. do contexto social particular do sujeito. higiene pessoal). Não se faz o diagnóstico de demência se estes sintomas ocorrerem exclusivamente durante a evolução de um delirium. Contudo. Invariavelmente. tumores. Podem subestimar os riscos envolvidos em certas atividades (conduzir. quando o sujeito é capaz de levar a cabo um plano de ação. A imagiologia funcional como a tomografia de . A tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética nuclear (RMN) podem revelar atrofia cerebral. hidrocéfalo ou lesão cerebral isquêmica periventricular. Ocasionalmente. começar um novo negócio). A demência é por vezes acompanhada de perturbações motoras da marcha. A neuroimagiologia pode ajudar no diagnóstico diferencial da demência. As idéias delirantes são comuns. hematomas subdurais). associadas a patologia subcortical. excessiva familiaridade com estranhos ou indiferença pelas regras sociais convencionais. Dados laboratoriais associados. que inclui gracejos inadequados. negligência da higiene pessoal. Alguns sujeitos com demência apresentam um comportamento desinibido. pois a doença cerebral subjacente pode aumentar a susceptibilidade a estados confusionais produzidos por medicamentos ou estados físicos concorrentes. afirmam que pertences ou objetos mal arrumados foram roubados). internamento. Os déficits cognitivos múltiplos da demência estão frequentemente associados a perturbações da ansiedade. Os sujeitos com demência podem ser especialmente vulneráveis aos estressores físicos (por exemplo. especialmente as que envolvem temas de perseguição (por exemplo. tornando-se violentos. sobretudo nas fases iniciais. Pode ocorrer comportamento suicida. do humor e do sono. Demência.140 Delirium. tal como na doença de Parkinson. ocasionando quedas. por exemplo). lesões cerebrais focais (enfartes corticais. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas com os seus déficits e prognóstico (por exemplo. luto) que podem exacerbar os seus déficits intelectuais e outros problemas associados. doença ou pequena cirurgia) e psicossociais (por exemplo. Podem ocorrer alucinações de todas as modalidades sensoriais mas as mais comuns são as alucinações visuais. existem anormalidades no funcionamento cognitivo e na memória que podem ser investigados pela utilização de exames do estado mental e testes neuropsicológicos. podem magoar os outros. doença de Huntington e nalguns casos de Demência Vascular. No texto de cada tipo de demência inclui-se uma discussão sobre os resultados laboratoriais associados e específicos para cada uma delas. Podem ainda ocorrer alterações do discurso. O delirium sobrepõe-se frequentemente à demência. . Resultados no exame somático e estados físicos gerais associados. as perturbações imunes (por exemplo. os tumores cerebrais. leucodistrofia metacromática e outras doenças de armazenamento da infância e idade adulta). vitamina BZ). doença de Kuf. nos sujeitos sem evidência de alterações estruturais na TC ou na RMN. a lesão cerebral traumática. lúpus sistêmico eritematoso). esclerose múltipla). o hidrocéfalo de pressão normal. doença de Creutzfeldt-Jakob).emissão de positrões (TEP) ou a tomografia computadorizada de emissão de fotões simples (TCEFS) não são rotineiramente utilizadas na avaliação da demência mas fornecem informação útil para o diagnóstico diferencial (por exemplo. déficits de tiamina. alteração no lobo parietal na doença de Alzheimer ou alteração do lobo frontal na degenerescência do lobo frontal). as perturbações endócrinas (por exemplo. A causa mais freqüente de demência é a doença de Alzheimer. doenças hepáticas e metabólicas (por exemplo. fase e progressão da patologia subjacente. adrenoleucodistrofia. localização. as deficiências de vitaminas (por exemplo. a doença de Parkinson. seguida pela doença vascular e depois por múltiplas etiologias. HIV e sífilis) e doenças por vírus lentos (por exemplo. niacina. as perturbações infecciosas (por exemplo. hipotireoidismo. Outras causas de demência incluem a doença de Pick. hipercalcemia. a doença de Huntington. polimialgia reumática. Os resultados do exame físico associados à demência dependem da natureza. e outras doenças neurológicas (por exemplo. hipoglicemia). a anoxemia. sentido de sítio e localização pode ser conceitualizado de forma diferente em algumas culturas). A deterioração do desempenho escolar pode ser um sinal precoce. pode ser difícil de documentar em crianças pequenas. gravidade e tipo de deficiência cognitiva e das regiões ou países estudados. infecções. Prevalência A prevalência de demência referida varia com os estudos epidemiológicos. adrenoleucodistrofias). doenças cardiovasculares. Nos sujeitos menores de 18 anos e com Deficiência Mental. datas de aniversário em culturas que não os celebram por rotina) e orientação (por exemplo. enfartes. Uma deterioração significativa da memória e de aptidões cognitivas múltiplas. lesão cerebral traumática. necessária ao diagnóstico de demência. A demência nas crianças pode apresentar-se como uma deterioração no funcionamento (como nos adultos) ou como um atraso significativo ou desvio no desenvolvimento normal. Assim. infecção HIV.Demência141 Características Especificas da Cultura e Idade O ambiente cultural e o educacional devem ser levados em conta na avaliação da capacidade mental do sujeito. A prevalência de diferentes causas de demência (por exemplo. dos métodos de determinação da presença. com a maior prevalência acima dos 85 anos de idade. A idade de início da demência depende da etiologia mas é geralmente tardia. Os estudos comunitários estimaram uma prevalência perspectiva de um ano de quase 3. o diagnóstico adicional de demência deverá ser realizado apenas se a perturbação não for satisfatoriamente caracterizada apenas pelo diagnóstico de Deficiência Mental.0% com índices cognitivos graves na população . tumores cerebrais. deficiências nutricionais. nomes de presidentes. memória (por exemplo. doenças endócrinas. o diagnóstico de demência pode não ser realizável até a criança ser mais velha (geralmente entre os 4 e os 6 anos). mas pode ocorrer em resultado de estados físicos gerais (por exemplo. A demência é incomum em crianças e adolescentes. tumores cerebrais. traumatismo craniano. abuso de substâncias) varia substancialmente de acordo com os diversos grupos culturais. dependendo das idades dos sujeitos da amostra. Os sujeitos provenientes de alguns meios podem não estar familiarizados com a informação utilizada em certos testes de cultura geral (por exemplo. conhecimentos geográficos). convulsões. que não identifica diagnósticos específicos. estática ou remitente. sendo os outros tipos de demência menos freqüentes. A prevalência da demência. Evolução Historicamente o termo demência implicava uma evolução progressiva ou irreversível. A reversibilidade da demência é função da patologia subjacente e da acessibilidade e aplicação oportuna de tratamento eficaz. com uma prevalência de 20% ou superior acima dos 85 anos. O nível de incapacidade depende não apenas da gravidade dos déficits cognitivos do sujeito mas . O estudo avaliou sujeitos com um instrumento breve que avalia o estado cognitivo corrente (Mini-Mental State Exam). A forma de início e evolução subseqüente da demência depende também da etiologia subjacente. contudo. A demência pode ser progressiva. sobretudo da Demência do Tipo Alzheimer e da Demência Vascular aumenta com a idade. Estima-se que 2%o-4% da população acima dos 65 anos de idade tem Demência do Tipo Alzheimer. A definição de demência do DSM-IV. baseia-se no padrão dos déficits cognitivos e não implica uma conotação quanto ao prognóstico. particularmente após os 75 anos.adulta. Doença de Pick. os sintomas apresentam uma flutuação enquanto na demência são relativamente estáveis. apraxia. plantar em extensão) e evidência de doença vascular que se pensa estar relacionada com a demência. Por exemplo. A Perturbação Mnésica é caracterizada por déficits graves da memória sem outras deficiências significativas do funcionamento cognitivo (isto é. Nas situações em que não é claro se os déficits cognitivos são devidos a delirium ou a demência. As múltiplas deficiências cognitivas que persistem de forma imutável por mais de alguns meses sugerem demência em vez de delirium. afasia. pág. situação em que ambas as perturbações deverão ser diagnosticadas. HIV) requer evidência a partir da história clínica. de que um estado físico geral está relacionado com a demência. exagero dos reflexos tendinosos profundos. Na Demência Vascular estão presentes sinais neurológicos focais (por exemplo. Diagnóstico Diferencial As deficiências da memória ocorrem quer no delirium quer na demência. a gravidade da deficiência no funcionamento cognitivo permanece frequentemente estática após . A evolução clínica da Demência Vascular é variável e progride tipicamente «em degrau». agnosia ou perturbações da capacidade de execução). O início da deterioração (gradual ou súbito) e a sua evolução (aguda. Se o médico determinou que a demência é devida a múltiplas etiologias. A presença de Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais (por exemplo. Os sujeitos com demência grave são susceptíveis a acidentes e doenças infecciosas que muitas vezes se revelam fatais. mantendo os esforços para identificar a natureza da perturbação. no delirium. Tipicamente. dos exames físicos e de testes laboratoriais adequados. 0 delirium caracteriza-se também por uma redução da capacidade em manter e transferir a atenção de uma forma apropriada. O delirium pode sobrepor-se a uma demência. A evolução clínica pode diferenciar o delirium e a demência. pode ser útil realizar um diagnóstico provisório de delirium e observar a pessoa cuidadosamente. subaguda ou crônica) pode ser útil na determinação da etiologia. Na demência avançada. deverão ser usadas classificações múltiplas baseadas nas demências específicas (ver Demência Secundária a Múltiplas Etiologias.154). o sujeito pode tornar-se completamente absorto face àquilo que o rodeia e requerer cuidados constantes.também dos suportes sociais disponíveis. A presumível etiologia determina o diagnóstico de demência específica. A Demência do Tipo Alzheimer é frequentemente um diagnóstico de exclusão. devendo ser primariamente excluídas outras causas de déficits cognitivos.traumatismo craniano. Nos casos em que não existe evidência suficiente para determinar se a demência é devida a um estado físico geral ou induzida por substâncias. Outras causas de demência (por exemplo. Os sujeitos podem apresentar-se com alguns mas não todos os sintomas de demência. o traumatismo craniano não é raro durante a utilização de substâncias e pode estar subjacente à demência. mesmo numa pessoa com Dependência de Substâncias. deverá ser classificada como Demência Sem Outra Especificação. Além disso. . a evolução caracteriza-se por início gradual e declínio cognitivo continuado. demência devida a um estado físico geral) deverão ser sempre consideradas. Por exemplo. encefalite ou enfarte. Os déficits cognitivos múltiplos que ocorrem apenas no contexto da utilização de substâncias são diagnosticados como Intoxicação por Substâncias ou Abstinência de Substâncias. deverá ser diagnosticada Demência Persistente Induzida por Substâncias. Estas apresentações deverão ser classificadas como Perturbação Cognitiva Sem Outra Especificação. Se a demência resulta dos efeitos persistentes de uma substância (isto é. medicamentos ou exposição a tóxicos). abuso de drogas. da história familiar e da resposta ao tratamento. poderá ser difícil em pessoas com idade inferior a quatro anos. da evolução da doença. A Esquizofrenia pode também associar-se a déficits cognitivos múltiplos e a um declínio no funcionamento mas. Nesta existe geralmente uma história pré-mórbida de declínio do funcionamento cognitivo. a idade de início da demência é geralmente tardia. é frequentemente difícil determinar se os sintomas cognitivos se devem à demência ou a um Episódio Depressivo Major. deverão ser ambas diagnosticadas. enquanto no sujeito com Episódio Depressivo Major é muito mais provável a existência de um estado pré-mórbido relativamente normal e de um declínio cognitivo abrupto associado com a depressão. A demência deverá ser distinguida da Simulação e da Perturbação . o déficit cognitivo associado à esquizofrenia é menos grave que o observado na Demência. poderão ser diagnosticadas demência e Deficiência Mental se forem preenchidos os critérios de ambas as perturbações. no seu início precoce apresenta um padrão característico de sintomas e a ausência de uma etiologia específica de estado físico geral ou de utilização de substâncias. A documentação de uma deterioração significativa na memória e noutras aptidões cognitivas. ao contrário a demência. Tipicamente. Particularmente em pessoas idosas. Se o início da demência ocorrer antes dos 18 anos. Nos sujeitos com idades inferiores a 18 anos o diagnóstico de demência só poderá ser feito se a perturbação não for satisfatoriamente caracterizada apenas pelo diagnóstico de Deficiência Mental. Pelo contrário. Por vezes os sujeitos apresentam um fraco desempenho nos testes neuropsicológicos e do estado mental.dificuldades de pensamento e concentração e redução global das aptidões intelectuais. Se o médico determinar que estão presentes quer a demência quer a Perturbação Depressiva Major. déficits cognitivos devidos a um Episódio Depressivo Major) da demência. da seqüência temporal dos sintomas depressivos e cognitivos. A Perturbação Depressiva Major pode associar-se a queixas de déficits de memória. O estado pré-mórbido do sujeito pode ajudar a diferenciar a «pseudodemência» (isto é. Este diagnóstico diferencial poderá ser feito através de uma avaliação médica cuidadosa e avaliação do início da perturbação. com deficiências no funcionamento adaptativo e com início antes dos 18 anos. necessárias ao diagnóstico de demência.Demência143 A Deficiência Mental caracteriza-se por um funcionamento intelectual abaixo do corrente. A Deficiência Mental não está necessariamente associada com déficits da memória. com etiologias independentes. os sujeitos com aquelas perturbações que se manifestam como demência podem fazer cálculos durante um jogo de cartas mas pretenderem ser incapazes de os realizar durante um exame do estado mental. e pode também haver um «declínio no controlo emocional ou motivação ou alteração no comportamento social». Por exemplo. . uma deficiência da memória além de uma diminuição noutras capacidades cognitivas).Factícia. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Todo o construto da Demência é similar tanto no DSM-IV como na ICD-10 (isto é. os déficits adicionais limitam-se à deterioração no julgamento e no pensamento e no processo geral de informação. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 são definidos de uma forma mais apertadas em diversos sentidos: a duração mínima da perturbação é de seis meses. A demência deverá ser distinguida do declínio normal no funcionamento cognitivo que ocorre com o envelhecimento (como no Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade). Poderá fazer-se o diagnóstico de demência apenas se existir evidência demonstrável de maiores déficits de memória e de outros déficits cognitivos do que se poderia esperar no processo normal de envelhecimento e se os sintomas causarem deficiências no funcionamento social ou ocupacional. Os padrões dos déficits cognitivos na Simulação e na Perturbação Factícia não são geralmente consistentes no tempo e não são característicos dos tipicamente observados na demência. deficiência de vitamina Bnz. pág. doença de Parkinson. Com Início Tardio. Finalmente. . Devido à dificuldade em obter evidência patológica direta da presença da doença de Alzheimer. Os seguintes subtipos (cada um dos quais tem a sua própria classificação) deverão ser utilizados para indicar as características predominantes da apresentação clínica: Com Delirium. álcool) (Critério D). A Demência do Tipo Alzheimer não deverá ser diagnosticada se os sintomas ocorrerem exclusivamente durante o delirium (Critério E). doença cerebrovascular. Este subtipo é utilizado se o início da demência ocorrer até aos 65 anos inclusive. Este subtipo é utilizado se existir delirium sobreposto à demência. 159). Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Demência do Tipo Alzheimer Características de Diagnóstico Os déficits cognitivos (Critério A) e a insuficiência requerida (Critério B) são discutidos nas páginas 133-135. O início da Demência do Tipo Alzheimer é gradual e envolve um declínio cognitivo continuado (Critério C). o diagnóstico apenas poderá ser feito quando forem excluídas as outras etiologias de demência. o delirium pode sobrepor-se a uma Demência do Tipo Alzheimer preexistente. os déficits cognitivos não são devidos a outras doenças do sistema nervoso central que causam déficits progressivos na memória ou cognição (por exemplo. os déficits cognitivos não deverão ser devidos a outra perturbação do Eixo I (por exemplo. doenças sistêmicas que causam demência (por exemplo. infecção HIV) ou aos efeitos persistentes de uma substância (por exemplo. doença de Huntington). Se existir uma etiologia adicional (por exemplo. Especificamente. hipotireoidismo.144 Delirium. Subtipos e Especificações A idade de início da Demência do Tipo Alzheimer poderá ser indicada através da utilização de um dos seguintes subtipos: Com Início Precoce. Contudo. Este subtipo é utilizado se o início da demência ocorrer após os 65 anos. Demência. traumatismo craniano a piorar uma Demência do Tipo Alzheimer) ambos os tipos de demência deverão ser classificados (ver Demência por Múltiplas Etiologias. Perturbação Depressiva Major ou Esquizofrenia (Critério F). caso em que deverá ser indicada como subtipo com Delirium. A especificação Com Perturbação do Comportamento (que não pode ser classificada) pode também ser utilizada para indicar perturbações do comportamento clinicamente significativas (por exemplo. Este subtipo é utilizado se a atividade delirante for a característica predominante. Este subtipo é utilizado se o Humor Depressivo (incluindo as apresentações que preenchem os critérios de sintomas para um Episódio Depressivo Maior) for a característica predominante. Não Complicada.Com Atividade Delirante. Com Humor Depressivo. vaguear). Procedimentos de Registro Por convenção. As classificações diagnósticas são as seguintes: . apenas a Demência do Tipo Alzheimer e a Demência Vascular têm subtipos classificáveis. Este subtipo é utilizado se nenhum dos atrás mencionados predominar na apresentação clínica. Não é realizado um diagnóstico separado de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral. com alargamento dos sulcos corticais e maior aumento dos ventrículos cerebrais do que seria esperado pelo processo de envelhecimento normal. Além disso. entrançados neurofibrilares. a classificação também depende do subtipo de características predominantes: F00. perda neuronal. a G30. glioseastrocitária e angiopatia amilóide. a atrofia cerebral está presente na Demência do Tipo Alzheimer.0]. Isto pode ser demonstrado pela tomografia computadorizada (TC) ou pela ressonância magnética nuclear (RMN).01 Com Atividade Delirante [290. com Início Tardio. Ver página 139 para uma discussão geral das características e perturbações associadas a demência. Dados laboratoriais associados. com Início Precoce. F00. com Início Precoce ou G30.0 Doença de Alzheimer no Eixo III).11 Com Atividade Delirante [29020]. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. F00. degenerescência granulovascular.0 Doença de Alzheimer. embora os sintomas clínicos da demência não sejam habitualmente evidentes senão mais tarde.10] Para a Demência do Tipo Alzheimer com Início Tardio. O exame microscópico revela geralmente alterações histopatológicas. A especificação «Com Perturbações do Comportamento» não é classificável e pode ser aplicada a cada um dos subtipos acima mencionados (por exemplo. F00. incluindo placas senis. F00. As alterações patológicas características da doença de Alzheimer estão presentes nos cérebros de sujeitos com Síndrome de Down por volta dos 40 anos.21] e F00. com Humor Depressivo.00 Não Complicada.10 Não Complicada (290.13 Demência do Tipo Alzheimer.13]. 331. [290.3 Com Humor Depressivo [290. . Por vezes são observados corpos de Lewy nos neurônios corticais.12].Demência145 Para a Demência do Tipo Alzheimer.13 Com Humor Depressivo [290.1 Doença de Alzheimer deverão ser classificadas no Eixo III (para a ICD-9-MC. A prevalência da Demência do Tipo Alzheimer está aumentada em sujeitos com Síndrome de Down e em sujeitos com história de traumatismo craniano. a classificação depende do subtipo das características predominantes: F00. Na maioria dos casos. com Perturbações do Comportamento [29021]). . A prevalência aumenta com o aumento da idade. Nos primeiros anos da doença. Idade e Gênero Ver a página 141 para uma discussão geral das características culturais e etárias associadas a demência. associam-se poucos sinais motores e sensoriais à Demência do Tipo Alzheimer. As convulsões ocorrem em aproximadamente 10% dos sujeitos com a perturbação. Poucos casos se desenvolvem antes dos 50 anos. A perturbação é ligeiramente mais comum em mulheres do que em homens. Características Especificas da Cultura. particularmente após os 75 anos.Resultados somáticos e estados físicos gerais associados. podem aparecer mioclonias e alterações da marcha. Mais tarde. Prevalência Estima-se que 2% a 4% da população com idades superiores a 65 anos apresentam Demência do Tipo Alzheimer. O início tardio (após os 65 anos) da Demência do Tipo Alzheimer é muito mais freqüente que o início precoce. São observados vários padrões de déficit. com déficits precoces na memória recente seguidos pelo desenvolvimento de afasia. também. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Evolução Ver página 141 para uma discussão geral sobre a evolução da demência.14 e 19. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Tal como o DSM-IV. com Início Precoce. a ICD-10 inclui dois subtipos do Tipo de Demência de Alzheimer: .146 Delirium. têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Um padrão freqüente apresenta um início insidioso. apraxia e agnosia após vários anos. a Demência do Tipo Alzheimer é herdada como traço dominante com linkage a vários cromossomos. a proporção de casos que se relacionam com anomalias específicas herdadas não é conhecida. como o Mini-Mental State Exam. Alguns sujeitos podem apresentar alterações da personalidade ou aumento da irritabilidade nas fases iniciais. Em algumas famílias. Demência. os sujeitos podem desenvolver perturbações motoras e da marcha e ficarem eventualmente em mudez e acamados. Diagnóstico Diferencial Ver a página 142 para uma discussão geral sobre o diagnóstico diferencial de demência. um comportamento genético. Padrão Familiar Em comparação com a população em geral os familiares biológicos em primeiro grau dos sujeitos com Demência do Tipo Alzheimer. Porém. incluindo os cromossomos 21. com perda de 3-4 pontos por ano num instrumento de avaliação estandardizado. Nas fases mais tardias da doença. Os casos com início tardio podem ter. A duração média da doença desde o início dos sintomas até à morte é de 8-10 anos. A evolução da Demência do Tipo Alzheimer tende a ser lentamente progressiva. enquanto os casos de início tardio têm um início muito lento e gradual com predominância de deficiência da memória sobre outros déficits intelectuais. Contudo. Desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos manifestados por: (1) Diminuição da memória (diminuição da capacidade para aprender nova informação ou recordar informação previamente aprendida) (2) Duas (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas: (continua) . os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para estes subtipos também especificam as características da evolução e tipos de déficits: os casos com início precoce podem ter um «início e progressão relativamente rápidos» e um tipo característico de deficiência cognitiva (por exemplo.Início Precoce e Início Tardio. ao contrário do DSM-IV. afasia). Na ICD-10 esta perturbação é referida como Demência na Doença de Alzheimer. × Critérios de diagnóstico para a Demência do Tipo Alzheimer A. deficiência de niacina.Demência147 Critérios de diagnóstico para a Demência do Tipo Alzheimer (continuação) a) afasia (perturbação da linguagem) b) apraxia (diminuição da capacidade para desenvolver atividades motoras apesar de a função motora permanecer intacta) c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos apesar de a função sensorial permanecer intacta) d)perturbação na capacidade de execução (isto é.Os déficits cognitivos dos Critérios AI e A2 podem causar deficiências significativas no funcionamento social ou ocupacional e representam um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento. Os déficits não ocorrem exclusivamente durante a evolução de um delirium. hipercalcemia. neurossífilis. F00. deficiência de vitamina Bnz ou de ácido fólico. A perturbação não é devida a outra perturbação do Eixo I (por exemplo. Perturbação Depressiva Major. Esquizofrenia) Classificação baseada no tipo de início e características predominantes: Com Início Precoce: início aos 65 anos ou mais cedo.03 Com Humor Depressivo [290. sequencionamento e abstração) B.12]: se a atividade delirante for a característica predominante. doença cerebrovascular.01 Com Atividade Delirante [290. planejamento. Não é realizado um .13]: se o humor depressivo (incluindo as apresentações que preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major) for a característica predominante.Os déficits cognitivos dos Critérios A1 e A2 não são devidos a nenhum dos seguintes: (1 ) outras doenças do sistema nervoso central que causam déficits progressivos da memória e cognição (por exemplo. organização. tumor cerebral) (2) doenças sistêmicas que causam demência (por exemplo. F00. doença de Huntington. F. C. infecção HIV). (3) doenças induzidas por substâncias E. doença de Parkinson. hematoma subdural.A evolução caracteriza-se pelo início gradual e declínio cognitivo continuado. hidrocéfalo de pressão normal. D. hipotireoidismo. 20): se a atividade delirante for a característica predominante. F00. Com Início Tardio: início após os 65 anos.00 Não Complicada [290.11 Com Atividade Delirante [290. F00. (continua) .10]: se nenhuma das acima mencionadas predomina na apresentação clínica.diagnóstico separado para Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral. 0: Doença de Alzheimer com Início Precoce ou G30. Os sinais e sintomas neurológicos focais incluem plantar em extensão. . etiologicamente relacionada com a demência (Critério C). F00.0]. Contudo.21]: se o humor depressivo (incluindo as apresentações que preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major) for a característica predominante. paralisia pseudobulbar. anormalidades da marcha. Critérios de diagnóstico para a Demência do Tipo Alzheimer (continuação) F00. sinais e sintomas neurológicos focais ou evidência laboratorial). Demência. A tomografia computadorizada (TC) e a RMN habitualmente revelam múltiplas lesões vasculares do córtex cerebral e estruturas subcorticais. A Demência Vascular não se diagnostica se os sintomas ocorrerem exclusivamente durante o delirium (Critério D).13 Com Humor Depressivo [290. Deverá existir evidência de doença cerebrovascular (isto é. Classificar também G30.0]: se nenhuma das acima mencionadas predomina na apresentação clínica. exagero dos reflexos tendinosos profundos ou fraqueza de uma extremidade. F0l.10 Não Complicada [290. este pode sobrepor-se a uma Demência Vascular preexistente. Especificar se: Com Perturbações do Comportamento Nota de Classificação.x x Demência Vascular [290. caso em que deverá ser indicado o subtipo «Com Delirium».148 Delirium. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas G. Não é realizado um diagnóstico separado para Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral.1 Doença de Alzheimer com Início Tardio no Eixo III [331.4x) (anteriormente Demência por Multienfartes) Características de Diagnóstico Os déficits cognitivos (Critério A) e a deficiência requerida (Critério B) da Demência Vascular são discutidos nas páginas 137-139). Este subtipo é utilizado se a atividade delirante for a característica predominante. Este subtipo é utilizado se o humor depressivo (incluindo as apresentações que preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major) for a característica predominante.Subtipos Os subtipos seguintes (cada um dos quais tem uma classificação em separado) deverão ser utilizados para indicar a característica predominante da apresentação clínica: Com Atividade Delirante. . A especificação Com Perturbações do Comportamento (que não pode ser classificada) pode também ser utilizada para indicar perturbações do comportamento clinicamente significativas (por exemplo. Não é realizado um diagnóstico separado para Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral. Não Complicada. Este subtipo é utilizado se nenhum dos acima mencionados predominar na apresentação clínica. . Com Humor Depressivo. vaguear). apenas a Demência Vascular e a Demência do Tipo Alzheimer possuem subtipos classificáveis. a doença cerebrovascular (por exemplo. fraqueza de uma extremidade. de . hiperintensidade periventricular e de substância branca na RMN). Resultados somáticos e estados físicos gerais associados. atrofia focal) bem como de doença mais recente. evidência laboratorial de insuficiência renal). com Perturbações do Comportamento [290. incluindo as regiões subcorticais e os núcleos.Demência149 Procedimentos de Registro Na convenção ICD-9-CM. O EEG pode refletir lesões focais no cérebro. A especificação Com Perturbações do Comportamento não é classificável e pode ser aplicável para todos os subtipos acima mencionados (por exemplo. Não Complicada [290.83 Com Humor Depressivo [290. anormalidades na fundoscopia. As classificações diagnósticas para a Demência Vascular dependem do subtipo de características predominantes: F01. As lesões aparecem frequentemente quer nas estruturas de substância branca quer nas de substância cinzenta. perturbações da marcha) são discutidos na secção «Características de Diagnóstico». I64 enfarte [436]) deverá ser classificado no Eixo III. Dados laboratoriais associados. A extensão das lesões do sistema nervoso central detectadas pelo TC e pelo RMN na Demência Vascular tipicamente excede a extensão das alterações detectadas nos cérebros de pessoas idosas saudáveis (por exemplo. Ver página 139 para uma discussão geral sobre características e perturbações associadas a demência.81 Com Atividade Delirante [290. Além disso. reflexos anormais. aumento do coração). Os sinais neurológicos comuns (por exemplo. F01. Pode ser detectada evidência de enfartes antigos (por exemplo. pode existir evidência laboratorial de doença cardíaca e vascular sistêmica associadas (por exemplo. F01.42]. Existe frequentemente evidência de hipertensão arterial de longa duração (por exemplo.80.40].43]. Além disso. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. com Humor Depressivo.83 Demência Vascular. anormalidades no ECG. F01.43]). doença valvular cardíaca (por exemplo. Um único enfarte pode provocar uma alteração no estado mental relativamente circunscrita (por exemplo. sopros cardíacos) ou de doença vascular extracraniana que pode ser a fonte de embolias cerebrais. O início da Demência Vascular é tipicamente mais precoce que o da Demência do Tipo Alzheimer. Características Especificas da Cultura. em geral em alturas diferentes. Idade e Sexo Ver página 141 para uma discussão geral sobre as características culturais e etárias da demência. A perturbação é aparentemente mais freqüente nos homens que nas mulheres. que tipicamente resulta de múltiplos enfartes. uma afasia após lesão do hemisfério esquerdo ou uma perturbação mnésica após um enfarte na distribuição das artérias cerebrais posteriores) mas geralmente não causa Demência Vascular. . Prevalência A Demência Vascular é referida com muito menos freqüência que a Demência do Tipo Alzheimer. caracterizada por alterações rápidas no funcionamento em vez de uma progressão lenta. Geralmente. Diagnóstico diferencial Ver a página 142 para uma discussão geral sobre o diagnóstico diferencial de demência. Além disso.150 Delirium. Desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos manifestados por: (1) Diminuição da memória (diminuição da capacidade para aprender nova informação ou recordar informação previamente aprendida).xx Demência Vascular [290. O início da Demência Vascular é tipicamente abrupto. Demência. o padrão dos déficits é em «remendo». (2) Uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas: . Algumas funções cognitivas podem ser precocemente afetadas. a ICD-10 especifica subtipos para Demência Vascular com base em: início agudo. dependendo das regiões cerebrais destruídas.O tratamento precoce de hipertensão e da doença vascular pode evitar a progressão futura. a evolução pode ser muito variável. Porém. podendo também ocorrer um início insidioso com declínio gradual. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Evolução Ver página 141 para uma discussão geral sobre a evolução da demência. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para a Demência Vascular são mais estritos que os do DSM-IV na medida em que a ICD-10 especifica que os déficits nas funções cognitivas elevadas estão irregularmente distribuídos e que tanto as evidências clínicas como as laboratoriais de danos cerebrais focais estão presentes. enquanto outras permanecem relativamente poupadas.4x] A. subcortical é misto cortical e subcortical. multienfarte. seguido por uma evolução «em degraus» e flutuante. × Critérios de diagnóstico para F0l. Os déficits não ocorrem exclusivamente durante a evolução de um delirium. F01. Classificar também a doença cerebrovascular no Eixo III.80 Não Complicada [290. Classificação baseada nas características predominantes: F01.paralisia pseudobulbar. sequencionamento e abstração) B.43): se o humor depressivo (incluindo as apresentações que preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major) for a característica predominante. exagero dos reflexos tendinosos profundos. Não é realizado um diagnóstico separado para Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral.a) afasia (perturbação da linguagem) b) apraxia (diminuição da capacidade de desenvolver atividades motoras apesar de a função motora permanecer intacta) c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos apesar de a função sensorial permanecer intacta) d) perturbação na capacidade de execução (isto é.83 Com Humor Depressivo [290. Sinais e sintomas neurológicos focais (por exemplo. Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais Características de Diagnóstico Os déficits cognitivos (Critério A) e a deficiência requerida (Critério B) para a Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais . C. Especificar se: Com Perturbações do Comportamento Nota de classificação.81 Com Atividade Delirante [290. fraqueza de uma das extremidades) ou evidência laboratorial de doença cerebrovascular (por exemplo. enfartes múltiplos envolvendo o córtex e substância branca subjacente) que se pensa estarem etiologicamente relacionados com a perturbação. Os déficits cognitivos dos Critérios Al e A2 podem causar deficiências significativas no funcionamento social ou ocupacional e representam um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento. resposta plantar em extensão. D.40]: se nenhum dos acima mencionados predominar na apresentação clínica.42]: se a atividade delirante for a característica dominante. F01. organização. planejamento. anormalidades da marcha. doença de Parkinson. sendo necessária uma avaliação cuidadosa e ampla dos múltiplos fatores. tumor cerebral ou deficiência de vitamina Bl2) (Critério C). Uma delas é a presença de uma associação temporal entre o início ou exacerbação do estado físico geral e o dos déficits cognitivos. o delirium pode sobrepor-se a uma Demência Secundária a Um Estado Físico Geral preexistente. infecção por HIV. doença de Creutzfeldt-Jakob. o médico deverá primeiro estabelecer a presença de um estado físico geral. várias considerações fornecem alguma orientação nesta área. exame físico ou resultados laboratoriais que um estado físico geral está etiologicamente relacionado com a demência (por exemplo. hipotireoidismo. lesão cerebral traumática. hidrocéfalo de pressão normal. .são discutidos nas páginas 137-139. doença de Huntington. situação em que devem ser feitos ambos os diagnósticos. o médico deverá estabelecer se a demência está etiologicamente relacionada com o estado físico geral através de um mecanismo fisiológico. Não se diagnostica Demência Secundária a Um Estado Físico Geral se os sintomas ocorrerem exclusivamente durante um delirium (Critério D). Ao determinar se a demência é secundária a um estado físico geral. Deverá existir evidência a partir da história. Embora não existam orientações infalíveis na determinação da relação etiológica entre a demência e o estado físico geral. doença de Pick. Contudo. Além disso. Além disso. F02.8 [294. E incluída uma «outra» categoria (codificada F02.9]). As classificações diagnósticas e termos são selecionados dependendo da etiologia específica (por exemplo.8 Demência Secundária a Hipotireoidismo [294. uma Demência Persistente Induzida por Drogas ou outra perturbação mental (por exemplo. Num sujeito com uma história estabelecida de demência. na secção «Perturbações Mentais Secundárias a Estados Físicos Gerais» (pág.3 Demência Secundária a Doença de Parkinson [294.3 Demência Secundária a Doença de Parkinson [294. o médico deverá considerar se a perturbação não está mais de acordo com uma Demência do Tipo Alzheimer. F02. E03.1]).0]) deverá também ser registrada no Eixo III. F02.0]). uma Demência Vascular. Estas determinações são explicadas. com mais pormenor.1]) no Eixo I.1 Delirium Secundário a Encefalopatia Hepática [293. Perturbação Depressiva Major).1] e F05.169) Ver página 139 para uma discussão geral sobre as características e perturbações associadas a demência. Os achados neuropatológicos envolvem mais frequentemente destruição multifocal . F02.9) A característica essencial da Demência Secundária a Doença HIV é a presença de uma demência devida a conseqüência fisiopatológica direta da doença do vírus da imunodeficiência humano (HIV).A evidência da literatura que sugere poder existir uma associação direta entre o estado físico geral em questão e o desenvolvimento de uma demência fornece um contexto útil na avaliação de uma situação particular.4 Demência Secundária a Doença HIV [294. A classificação para a doença etiológica deverá também ser registrada no Eixo III (por exemplo.9 Hipotireoidismo [244. Procedimentos de Registro Estão disponíveis classificações específicas para algumas das Demências Secundárias a Um Estado Físico Geral (ver critérios). G20 Doença de Parkinson [332.1]) para as doenças etiológicas que não são especificamente listadas e que é registrada através da anotação quer da demência quer da etiologia específica (por exemplo. A doença etiológica (por exemplo. um Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral sobreposto deverá ser registrado classificando a demência e o delirium no Eixo I (por exemplo. No exame físico podem estar presentes tremor. criptococose. hipertonia. A demência associada com infecção direta do HIV no sistema nervoso central caracteriza-se tipicamente por esquecimento. linfoma primário do sistema nervoso central) e de infecções oportunistas (por exemplo. hipertonia. podendo ser em geral isolado o HIV. situação em que deverá ser diagnosticado o tipo apropriado de demência (por . sinais frontais positivos e movimentos oculares de perseguição e sacádicos alterados. dificuldades na concentração e na resolução de problemas. As manifestações comportamentais incluem mais frequentemente apatia e retração social que podem. ataxia. A demência em associação com a infecção HIV pode também resultar de tumores do sistema nervoso central que acompanhem a doença (por exemplo. toxoplasmose. diretamente a partir do LCR. que se manifesta tipicamente por atraso no desenvolvimento. acompanhar-se de delirium. tuberculose e sífilis). As crianças podem também desenvolver Demência Secundária a Doença HIV. microcefalia e calcificação dos gânglios basais. hiper-reflexia generalizada. O líquido cefalorraquidiano pode apresentar uma concentração de proteínas normal ou ligeiramente elevada e uma linfocitose ligeira. lentificação. movimentos rápidos e repetitivos. ocasionalmente. atividade delirante ou alucinações. desequilíbrio.difusa da substância branca e das estruturas subcorticais. depressão ou labilidade afetiva. Também podem estar presentes infecções sistêmicas pouco freqüentes (por exemplo. concorrentemente. a Demência Secundária a Traumatismo Craniano é geralmente não progressiva. apatia.1] A característica essencial da Demência Secundária a Doença de Parkinson é a presença de uma demência devida a conseqüência fisiopatológica direta da doença de Parkinson. problemas de atenção. F02.1] A característica essencial da Demência Secundária a Traumatismo Craniano é a presença de uma demência devida a conseqüência fisiopatológica direta de um traumatismo craniano.1]). O grau e tipo de déficits cognitivos e perturbações comportamentais dependem da localização e extensão da lesão cerebral. no boxe) pode causar demência progressiva (também chamada dementia pugilistica). F02. aumento da agressividade e outras alterações da personalidade. Estes sintomas incluem afasia. bradicinesia e instabilidade postural. Quando ocorre no contexto de um único traumatismo. ansiedade. Pode ser evidente uma série de outros sintomas comportamentais. pneumonia a Pneumocystis carinü) ou neoplasias (por exemplo. Os traumatismos cranianos ocorrem mais freqüente mente em jovens do sexo masculino e têm sido associados a comportamentos de risco. caracterizada por tremor.8 Demência Secundária a Toxoplasmose [294. F02. com ou sem a presença de déficits motores ou sensoriais. irritabilidade. A amnésia pós-traumática está frequentemente presente juntamente com déficits persistentes da memória.Demência153 exemplo. mas a repetição dos traumatismos cranianos (por exemplo. Abuso ou Dependência de Substâncias. Um único traumatismo craniano seguido por um declínio progressivo da função cognitiva deverá levantar a hipótese de um outro processo sobreposto . A Intoxicação por Álcool ou por Outras Substâncias é freqüente em sujeitos com traumatismos cranianos agudos. rigidez.8 Demência Secundária a Traumatismo Craniano [294. tal como hidrocéfalo ou Episódio Depressivo Major. que é uma doença neurológica lentamente progressiva. podendo também ocorrer. sarcoma de Kaposi).3 Demência Secundária a Doença de Parkinson [294. Tem sido referido que a demência . ocorre em aproximadamente 20%-60% dos sujeitos com Doença de Parkinson. são evidentes a perda neuronal e os corpos de Lewy na substância nigra. sendo mais provável em sujeitos mais idosos ou com doença mais grave ou avançada. degeneração olivopontobulbar e Demência Vascular). disfunção executiva e déficit na memória de evocação. O declínio do desempenho cognitivo em sujeitos com a Doença de Parkinson é frequentemente exacerbado pela depressão. Na autópsia de alguns sujeitos com Doença de Parkinson e demência encontra-se neuropatologia coexistente indicativa de Doença de Alzheimer ou de doença difusa dos corpos de Lewy. Os achados no exame físico incluem os sinais motores característicos de tremor de repouso lentificação e pobreza de movimentos (como micrografia) ou rigidez muscular e perda dos movimentos associados. . A demência associada com a Doença de Parkinson caracteriza-se por lentificação motora e cognitiva. paralisia supranuclear progressiva. Na autópsia. Existem algumas síndromes que se podem manifestar com demência. perturbações do movimento do tipo parkinsônico e outras características neurológicas (por exemplo. 154 Delirium. estão presentes características psicóticas e discurso desorganizado. Alguns sujeitos apresentam anormalidades do movimento semelhantes a inquietação e que mais tarde progridem para a característica coreoatetose generalizada. Tardiamente. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas F02. que é uma doença degenerativa do cérebro que afeta particularmente os lobos frontal e temporal. Como nas outras demências do lobo frontal. As dificuldades na memória de evocação. incluindo depressão. mas pode começar tão cedo quanto os 4 anos na sua forma juvenil ou tão tarde como aos 85 anos na sua forma de início tardio.2 Demência Secundária a Doença de Pick [290. a doença de Pick caracteriza-se clinicamente . irritabilidade e ansiedade. progressiva e degenerativa da cognição. O início da Doença de Huntington é frequentemente anunciado por alterações insidiosas no comportamento e na personalidade. na capacidade de execução e no discernimento são comuns no início da evolução. podem ser observados na imagiologia cerebral estrutural os ventrículos «em vagão» devido à atrofia do striatum. Os descendentes dos sujeitos com Doença de Huntington têm 50% de hipóteses de desenvolver a doença. F02. A tomografia de emissão de positrões (TEP) pode revelar precocemente hipometabolismo do estriado. ocorrendo os déficits da memória mais graves à medida que a doença progride. A doença é habitualmente diagnosticada no final da terceira década ou no início da quarta. Está disponível um teste genético que permite determinar com alguma segurança se um determinado sujeito em risco tem probabilidade de desenvolver a doença. Por vezes. A doença afeta igualmente os homens e as mulheres e é transmitida por um único gene autossômico localizado no braço curto do cromossomo quatro. emoção e movimento.2 Demência Secundária a Doença de Huntington [294. este teste deverá ser realizado num centro com experiência em aconselhamento e seguimento de sujeitos com risco de desenvolverem a doença de Huntington.10] A característica essencial da Demência Secundária a Doença de Pick é a presença de uma demência devida a conseqüência fisiopatológica direta da Doença de Pick. Demência. contudo.1] A característica essencial da Demência Secundária a Doença de Huntington é a presença de uma demência devida a conseqüência fisiopatológica direta da Doença de Huntington. que é uma doença herdada. . O diagnóstico específico de uma demência do lobo frontal como a doença de Pick é geralmente estabelecido por autópsia com o achado patológico característico dos corpos intraneuronais de inclusão argentofílicos de Pick. atenção ou comportamento que torne difícil a avaliação do grau de deficiência cognitiva. À medida que a demência progride.por alterações da personalidade. apraxia e outras características de demência são geralmente mais tardias. deterioração das aptidões sociais. Podem estar presentes reflexos arcaicos (cabecear. A doença de Pick é uma das etiologias patologicamente distintas entre o grupo heterogêneo de processos demenciais que estão associados com atrofia cerebral frontotemporal. A perturbação manifesta-se mais frequentemente em sujeitos com idades compreendidas entre os 50 e os 60 anos. precocemente na sua evolução. embotamento emocional. embora possa ocorrer em sujeitos mais velhos. As dificuldades de memória. a doença de Pick não pode ser distinguida com segurança de alguns casos atípicos de doença de Alzheimer ou de outras demências que afetam os lobos temporais. Frequentemente. desinibição comportamental e anormalidades proeminentes da linguagem. A imagiologia cerebral estrutural revela tipicamente atrofia proeminente do lobo frontal e/ou temporal e aimagiologia cerebral funcional pode revelar hipometabolismo frontotemporal mesmo na ausência de clara atrofia estrutural. Os sujeitos podem desenvolver problemas graves da linguagem. agarrar). sugar. pode acompanhar-se por apatia ou extrema agitação. Na maioria dos sujeitos o EEG revela. quando forem realizadas neurocirurgia ou biópsia cerebral. afiadas e frequentemente trifásicas numa freqüência de 0. um grupo de doenças do sistema nervoso central causadas por agentes transmissíveis conhecidos como «vírus lentos». Tipicamente. O agente transmissível que se pensa ser responsável pela doença de Creutzfeldt-Jakob é resistente à fervura. por incoordenação. tipicamente. após várias semanas. embora mais raramente possa progredir ao longo de anos e parecer semelhante a outras demências na sua evolução. numa ou noutra ocasião. descargas síncronas. mais de 25% dos sujeitos com a perturbação podem ter apresentações atípicas e a doença só pode ser confirmada por biópsia ou por autópsia. movimentos involuntários (particularmente mioclonus) e atividade EEG periódica. a doença progride muito rapidamente ao longo de vários meses.1 Demência Secundária à Doença de Creutzfeldt-Jakob [290.5-2 Hz. alterações da visão. Cinco a quinze por cento dos casos podem ter uma componente familiar. problemas de apetite. marcha anormal ou outros movimentos mioclônicos.Demência155 F02.10] A característica essencial da Demência Secundária à Doença de Creutzfeldt-Jakob é a presença de uma demência devida a conseqüência fisiopatológica direta da doença de Creutzfeldt-Jakob. podendo ser aparente uma atrofia não específica na neuroimagiologia. formalina. os sujeitos com a doença de CreutzfeldtJakob apresentam a tríade clínica de demência. Assim. de sono ou concentração e serem seguidos. Os sintomas prodrômicos da doença podem incluir fadiga. Contudo. ansiedade. Não existem achados distintos na análise do LCR. que é uma das encefalites esponjiformes agudas. juntamente com uma demência rapidamente progressiva. A doença de Creutzfeldt-Jakob pode desenvolver-se nos adultos em qualquer idade mas mais tipicamente entre os 40 e os 60 anos. durante a evolução da doença. Tem sido documentada transmissão por transplante de córnea e injeção de fator humano de crescimento bem como casos raros de transmissão a profissionais de saúde saudáveis. através da demonstração das alterações neuropatológicas esponjiformes. deverão . coreoatetóides ou balísticos. álcool e radiação ultravioleta mas pode ser inativado pela autoclave pressurizada ou por descoloração. Tipicamente. hidrocéfalo de pressão normal ou lentamente progressivo. doenças endócrinas (hipotireoidismo.8 Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais [294. hipercalcemia). As causas pouco freqüentes de lesão do sistema nervoso central como choque elétrico ou radiação intracraniana são geralmente evidentes na história. doenças nutricionais (deficiências de tiamina. Estas doenças incluem lesões estruturais (tumores cerebrais primários ou secundários). niacina e vitamina B2). hematomas subdurais. O exame físico. os resultados laboratoriais e outras características clínicas dependem da natureza e gravidade da um estado físico geral. As perturbações raras como as doenças de armazenamento da criança e do adulto têm uma história familiar ou apresentação clínica distintas.ser tomadas precauções universais com o tecido e com o equipamento que entre em contacto com o tecido. F02. . criptococose). alterações da função renal e hepática e outras doenças neurológicas como a esclerose múltipla. outros estados físicos gerais podem causar demência. outras doenças infecciosas (neurossífilis.1] Além das categorias específicas acima descritas. planejamento. organização.9) Nota de Classificação: classificar também. B22. D.4 Demência Secundária a HIV [294.Existem evidências baseadas da história clínica. abstração) B.Os déficits cognitivos dos critérios Al e A2 podem causar deficiências significativas no funcionamento social ou ocupacional e representam um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento.156 Delirium. Os déficits não ocorrem exclusivamente durante a evolução de um delirium. C. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Diagnóstico Diferencial Ver a página 142 para uma discussão geral sobre o diagnóstico diferencial de demência. no Eixo III. × F02. exames físicos ou laboratoriais que a perturbação é uma conseqüência fisiológica direta de um dos estados físicos gerais referidos abaixo.1] . Desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos manifestados por: (1) diminuição da memória (diminuição da capacidade para aprender nova informação ou para recordar informação previamente aprendida (2) uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas: a) afasia (perturbação da linguagem) b)apraxia (diminuição da capacidade de desenvolver atividades motoras apesar de a função motora permanecer intacta) c)agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos apesar de a função sensorial permanecer intacta) d)perturbação na capacidade de execução (isto é. Demência.0 infecção HIV afetando o sistema nervoso central [043. × Critérios de diagnóstico para Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais A. sequenciamento. 00) × F02.2 Demência Secundária a Doença de Huntington [294. no Eixo III. G10 doença de Huntington [333. no Eixo III.8 Demência Secundária a Traumatismo Craniano [294. G31.1] Nota de Classificação: classificar também. 506.1 ] (continua) .0 Demência Secundária a Doença de Pick [290.10] Nota de Classificação: classificar também.4] × F02. no Eixo III.9 lesão cerebral [854.1] Nota de Classificação: classificar também.× F02.0 doença de Pick [331.0] × F02.1] Nota de Classificação: classificar também. no Eixo III.3 Demência Secundária a Doença de Parkinson [294. G20 doença de Parkinson [332. Contudo. A81. (Indicar o Estado Físico Geral não listado acima) (294. o delirium pode sobrepor-se a uma Demência Persistente Induzida por Substâncias preexistente.1 ] × F02. Demência Persistente Induzida por Substâncias Diagnóstico e Características Associadas Os déficits cognitivos (Critério A) e a deficiência requerida (Critério B) são discutidos nas páginas 137-139. As características associadas com a Demência Persistente Induzida por Substâncias são as que geralmente se associam à demência (ver pág. um medicamento ou exposição a uma tóxico) (Critério D).1) Por exemplo. exames físicos ou laboratoriais de que os déficits estão etiologicamente relacionados com os efeitos da utilização persistente de uma substância (por exemplo.baseadas na história clínica. Deverão existir evidências. no Eixo III. Nota de classificação: classificar também. hipotireoidismo.139). Apesar de correntemente abstinentes em relação à utilização de substâncias. A perturbação é designada «persistente» porque a demência persiste muito depois de o sujeito ter experimentado os efeitos de uma Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. radiação intracraniana. Uma vez que .1 Demência Secundária a Doença de Creutzfeldt-Jakob [290. uma droga de abuso.8 Demência Secundária a . hidrocéfalo de pressão normal.10] Nota de classificação: classificar também.. a maioria dos sujeitos com esta perturbação apresentou previamente um padrão de utilização prolongado e maciço que preenchia os critérios de Dependência de Substâncias.Demência 157 Critérios de diagnóstico para Demência Secundária a Outros Estados Físicos Gerais (continuação) × F02.0 doença de Creutzfeldt-Jakob [046. o estado físico geral. deficiência de vitamina B2. no Eixo III.. A Demência Persistente Induzida por Substâncias não é diagnosticada se os sintomas persistirem para além da duração habitual da Intoxicação ou Abstinência de Substâncias ou se ocorrerem exclusivamente durante a evolução de um delirium (Critério C). caso em que ambos os diagnósticos deverão ser feitos. tumor cerebral. A classificação diagnóstica é selecionada da lista de . tipicamente durante um período em que o sujeito se qualificava com um diagnóstico de Dependência de Substâncias.estas perturbações persistem muito depois de a utilização de substâncias ter cessado. Procedimentos de Registro O diagnóstico apresenta-se com a substância específica (por exemplo. álcool) presumível de ter causado a demência. os testes laboratoriais (sangue ou urina) poderão ser negativos para a substância etiológica. ver página 179. Para uma discussão mais pormenorizada sobre as características associadas a Perturbações Relacionadas com Substâncias. Raramente a idade de início da Demência Persistente Induzida por Substâncias é inferior aos 20 anos. A perturbação tem geralmente um início insidioso e uma progressão lenta. embora em alguns casos possam apresentar melhorias. Os déficits são geralmente permanentes e podem piorar apesar de a utilização de substâncias cessar. F10.73 Demência Persistente Induzida por Substância Desconhecida [292. Substâncias Especificas A Demência Persistente Induzida por Substâncias pode ocorrer associada às seguintes classes de substâncias: álcool. sedativos.73 Demência Persistente Induzida pelo Álcool [2912]. inalantes. mas que esta ou a classe de substâncias sejam desconhecidos.82).82)).Desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos manifestados por: . hipnóticos ou ansiolíticos e/ou outras substâncias desconhecidas.73 Demência Persistente Induzida por Inalantes [292.158 Delirium. monóxido de carbono. Diagnóstico Diferencial Ver a página 142 para uma discussão geral sobre o diagnóstico de demência. Demência. inseticidas organofosforados e solventes industriais. F18. Além disso. Os tóxicos que provocam sintomas de demência incluem chumbo. Quando se presume que mais do que uma substância poderá ter um papel significativo no desenvolvimento da demência persistente. deverá ser indicado o medicamento específico através da referência E apropriada (ver apêndice G). Para as substâncias que não se adaptem a nenhuma das classes deverá ser utilizada a classificação «Outra Substância». deverá referenciar-se cada uma separadamente (por exemplo. mercúrio. para os medicamentos prescritos em doses terapêuticas. Quando se presume que uma substância seja o fator etiológico. Os medicamentos referidos como causadores de demência incluem anticonvulsivantes e metotrexato intratecal. o diagnóstico deverá ser F19. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas classes de substâncias fornecidas pelos critérios. × Critérios de diagnóstico para Demência Persistente Induzida por Substâncias A. abstração B. planejamento.Os déficits não ocorrem exclusivamente durante a evolução de um delirium e persistem para além da duração habitual da Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. organização.Os déficits cognitivos dos critérios A1 e A2 podem causar deficiências significativas no funcionamento social ou ocupacional e representam um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento.(1) diminuição da memória (diminuição da capacidade para aprender nova informação ou para recordar informação previamente aprendida (2) uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas: a) afasia (perturbação da linguagem) ' b) apraxia (diminuição da capacidade de desenvolver atividades motoras apesar de a função motora permanecer intacta) c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos apesar de a função sensorial permanecer intacta) d)perturbação da capacidade de execução (isto é. (continua) . sequenciamento. C. uma droga de abuso. durante a evolução de vários enfartes. Procedimentos de Registro A F02. Não Complicada [290. e G30.82]].4] e no Eixo II 331. Neste exemplo.73 Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [292.73 Inalantes [292. Por exemplo. Hipnóticos ou Ansiolíticos [292. um medicamento). F13.1 Demência Vascular.82]. que posteriormente. F18.2]. exames físicos ou laboratoriais de que os déficits estão etiologicamente relacionados com os efeitos persistentes da utilização de uma substância (por exemplo.73 Sedativos. Demência do Tipo Alzheimer e Demência Secundária a Traumatismo Craniano) ou pode ser devida à combinação de efeitos de um estado físico geral (por exemplo.0].8 Demência Secundária a Múltiplas Etiologias não tem uma classificação separada e não deverá ser registrada como diagnóstico. Não Complicada.73 Álcool [291.9 Enfarte [436].0 Doença de Alzheimer e 161. .8 Demência do Tipo Alzheimer. com Início Tardio.8 Demência Secundária a Múltiplas Etiologias A categoria Demência Secundária a Múltiplas Etiologias foi incluída para alertar os médicos para a situação comum em que a demência tem mais de uma etiologia. F02. Demência Persistente Induzida por Álcool). desenvolva um declínio significativo no funcionamento cognitivo. Evidências baseadas na história clínica. o médico deverá classificar no Eixo I F02. doença de Parkinson) ou à utilização prolongada de uma substância (por exemplo. A Demência pode estar etiologicamente relacionada com mais do que um estado físico geral (por exemplo.2].Demência159 × Critérios de diagnóstico para Demência Persistente Induzida por Substâncias (continuação) D. a Demência do Tipo Alzheimer e a Demência Vascular deverão ser ambas diagnosticadas num sujeito com Demência do Tipo Alzheimer. Não Complicada [290. com Início Tardio. F19. Classificação: Demência Persistente Induzida por [Substância Específica]: [F10. 8 Demência Secundária a Múltiplas Etiologias A.× Critérios de diagnóstico para F02. Desenvolvimento de déficits cognitivos múltiplos manifestados por: (1)diminuição da memória (diminuição da capacidade para aprender nova informação ou para recordar informação previamente aprendida (2) uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas: a) afasia (perturbação da linguagem) b) apraxia (diminuição da capacidade de desenvolver atividades motoras apesar de a função motora permanecer intacta) c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos apesar de a função sensorial permanecer intacta) (continua) . traumatismo craniano e utilização crônica de álcool. C. Os déficits não ocorrem exclusivamente durante a evolução de um delirium. Perturbações Mnésicas As perturbações incluídas na secção «Perturbações Mnésicas» caracterizam-se por uma perturbação da memória que é devida aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral ou aos efeitos .8] Esta categoria deverá ser utilizada para diagnosticar uma demência que não preencha os critérios para nenhum dos tipos específicos descritos nesta secção. planejamento. exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação tem mais de uma etiologia (por exemplo.8] Demência Secundária a Múltiplas Etiologias (continuação) d) perturbação na capacidade de execução (isto é. Demência.Evidências baseadas na história clínica. Um exemplo é a apresentação clínica de demência para a qual não existam evidências suficientes para estabelecer uma etiologia específica. organização. sequenciamento. F03 Demência Sem Outra Especificação [294. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas Critérios de diagnóstico para [F02. Demência Tipo Alzheimer com desenvolvimento subseqüente de Demência Vascular).Os déficits cognitivos dos critérios Al e A2 podem causar deficiências significativas no funcionamento social ou ocupacional e representam um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento. abstração B. D.160 Delirium. O texto e critérios para as Perturbações Dissociativas envolvendo perda de memória não são aqui incluídos mas contidos na secção «Perturbações Dissociativas» (ver pág.persistentes de uma substância (isto é. trauma físico e deficiência de vitaminas) e à Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias (incluindo efeitos secundários dos medicamentos). Características de Diagnóstico Os sujeitos com uma perturbação mnésica apresentam uma diminuição da sua capacidade para aprender nova informação ou recordar informação previamente aprendida . droga de abuso. As perturbações desta secção partilham a apresentação sintomática comum de diminuição da memória mas diferenciam-se com base na etiologia. Além disso. 489). medicamento ou exposição a tóxico). As características de diagnóstico abaixo referidas pertencem à Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral (por exemplo. é incluída nesta secção a Perturbação Mnésica Sem Outra Especificação para apresentações para as quais o médico é incapaz de determinar uma etiologia específica para a perturbação da memória. A perturbação da memória não deverá ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium ou demência (Critério C). A capacidade para repetir de imediato uma cadeia seqüencial de informação (isto é. Os sujeitos com perturbação mnésica podem apresentar grandes dificuldades no funcionamento social e vocacional como resultado dos seus déficits de memória que. os déficits poderão ser predominantemente associados aos estímulos verbais ou visuais. digit span). agnosia. Quando este déficit é evidente sugere a presença de uma perturbação da atenção que pode ser indicativa de um delirium. uma pessoa poderá lembrar-se com grande pormenor de um internamento ocorrido uma década atrás mas não perceber que está presentemente num hospital). ocorrer apenas num contexto de redução de capacidade para manter e transferir a atenção). não está alterada na perturbação mnésica. que são características de demência. Dependendo da área cerebral específica afetada. afasia. Características e Perturbações Associadas A perturbação mnésica é frequentemente precedida por uma evolução clínica que inclui confusão e desorientação. perturbação na capacidade de execução). apraxia. dependendo da localização e gravidade da lesão cerebral. O diagnóstico não é feito se a deficiência de memória ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium (isto é. enquanto os problemas em recordar informação previamente aprendida ocorrem de forma mais variável. O déficit de memória é mais notório em tarefas que requeiram evocação espontânea e poderá ser evidente quando o examinador fornecer estímulos para o sujeito recordar mais tarde. em situações extremas. A perturbação da memória pode ser suficientemente grave para causar déficits significativos no funcionamento social ou ocupacional e representar um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento (Critério B). A . Em algumas formas de perturbação mnésica. Perturbação Mnésica Secundária a Deficiência de Tiamina). A capacidade de aprender e recordar nova informação está sempre afetada na perturbação mnésica. tipicamente. poderão tornar necessária uma existência vigiada que assegure a alimentação e os cuidados adequados.perturbações Mnésicas ou acontecimentos passados (Critério A). o sujeito poderá lembrar-se melhor de acontecimentos ocorridos num passado muito remoto do que de outros mais recentes (por exemplo. O diagnóstico também não é feito na presença de outros déficits cognitivos (por exemplo. ocasionalmente com problemas de atenção que sugerem um delirium (por exemplo. não sendo usual na perturbação mnésica. Os testes neuropsicológicos quantitativos demonstram. O desempenho em testes estandardizados que avaliam a evocação de acontecimentos históricos conhecidos ou de figuras públicas pode ser 161 . Os sujeitos com amnésia global transitória aparecem frequentemente desconcertados ou confundidos. Pode encontrar-se apatia. na ausência de outras perturbações cognitivas. falta de iniciativa.confabulação frequentemente evidenciada pelo relato de acontecimentos imagináveis que preenchem as lacunas da memória pode ser observada durante as fases iniciais de uma Perturbação Mnésica mas tende a desaparecer com o tempo. Podem notar-se déficits subtis noutras funções cognitivas mas. pois. ser importante obter informação corroborativa de familiares ou outras pessoas. alterações emocionais ou outras de alteração do funcionamento da personalidade sugestivas. a agitação. Os sujeitos podem ser superficialmente amigáveis ou agradáveis mas apresentam frivolidade ou diminuição da expressão afetiva. que pode ser encontrada em sujeitos com demência. o que pode levar a acusações contra as outras pessoas ou. por definição. em casos raros. Alguns sujeitos podem aperceber-se dos seus problemas mas não parecem preocupar-se com isso. A amnésia profunda pode resultar em desorientação espacial e temporal mas raramente em desorientação pessoal. não são suficientemente graves para provocarem déficits clinicamente significativos. Pode. frequentemente. déficits de memória específicos. A maioria dos sujeitos com uma Perturbação Mnésica grave não se apercebem dos seus déficits de memória e podem negá-los explicitamente apesar da evidência em contrário. o enfarte ou outros quadros cerebrovasculares ou tipos específicos de exposição neurotóxica (por exemplo. As Perturbações mnésicas Secundárias a Traumatismo Craniano podem prolongar-se por tempo variável. Diagnóstico Diferencial O déficit de memória é também uma característica do delirium e da demência. dependendo do processo patológico primário causador da perturbação mnésica. envenenamento por monóxido de carbono) podem provocar uma perturbação mnésica com um início agudo. a disfunção da memória ocorre em associação . dependendo da natureza e extensão do déficit. Demência. Os sujeitos provenientes de certos meios podem não estar familiarizados com a informação utilizada em certos testes de memória (por exemplo. com um padrão característico de maior déficit imediatamente após a lesão e melhoria ao longo dos dois anos seguintes (a melhoria após os 24 meses tem sido relatada mas é menos comum). exposição neurotóxica crônica ou deficiência nutricional mantida podem conduzir a um início insidioso. A amnésia transitória de etiologia cerebrovascular pode ser recorrente com episódios com uma duração entre várias horas e vários dias. ablação cirúrgica ou má nutrição no contexto de uma Dependência Alcoólica) podem causar déficits persistentes.162 Delirium. Características Especificas da Cultura O ambiente cultural e educacional deve ser tomado em conta na avaliação da memória. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas variável entre sujeitos com uma Perturbação Mnésica. enfarte. data de nascimento em culturas que rotineiramente não celebram aniversários). A lesão cerebral traumática. Evolução A idade de início e subseqüente evolução de uma perturbação mnésica pode ser muito variável. As perturbações devidas a destruição das estruturas medianas do lobo temporal (por exemplo. No delirium. Outras situações como o abuso prolongado de substâncias. deverão ser diagnosticadas Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. Na demência. deverá ser registrado Efeitos Adversos não Especificados dos Medicamentos. tipicamente. déficits na aprendizagem e evocação de nova informação. Uma perturbação mnésica deverá ser distinguida da Amnésia Dissociativa e da amnésia que ocorra no contexto de outras Perturbações Dissociativas (por exemplo. nesta secção). apraxia. blackouts) que ocorram apenas durante a intoxicação ou abstinência de uma droga de abuso. 698).vida aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral ou utilização de substâncias. o déficit de memória deverá acompanhar-se de déficits cognitivos múltiplos (isto é.com alterações da consciência e redução da capacidade para focar. Se se pensa que a perturbação da memória é uma . mais adiante. geralmente de natureza traumática ou estressante. manter ou transferir a atenção. não se realizando um diagnóstico separado de perturbação mnésica. afasia. a amnésia nas Perturbações Dissociativas não envolve. Para as perturbações da memória (por exemplo. Além disso. uma perturbação mnésica é de. os sujeitos apresentam incapacidade circunscrita para evocar memórias prévias. com a indicação dos medicamentos (p. A etiologia presumível da perturbação mnésica determina o diagnóstico (o texto e os critérios para cada diagnóstico de perturbação mnésica são fornecidos separadamente. Para as perturbações da memória associadas à utilização de medicamentos. agnosia ou perturbação na capacidade de execução) que levam a deficiência clinicamente significativa. Perturbação Dissociativa da Identidade). Por definição. em vez disso. deverá diagnosticar-se Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Drogas. induzida por substâncias ou devida a um estado físico geral). dissociativa. quer uma substância (por exemplo.Perturbações Mnésicas 163 conseqüência direta dos efeitos fisiológicos de um estado físico geral (incluindo traumatismo craniano). característica do Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 são definidos de uma forma mais restritiva que os critérios do DSM-IV por exigirem tanto uma capacidade deficiente para aprender nova informação como uma capacidade para recordar experiências passadas assim como uma exigência de que a recordação imediata esteja preservada. traumatismo craniano) têm um papel etiológico no desenvolvimento da perturbação da memória. A perturbação mnésica deverá ser distinguida da memória menos eficiente. Na ICD-10. F04 Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral [294. são feitos ambos os diagnósticos. que se enquadra nas variações individuais esperadas para a idade. Quando. deverá diagnosticar-se Perturbação Mnésica Sem Outra Especificação. droga de abuso. Se a perturbação da memória resulta dos efeitos persistentes de uma substância (isto é. deverá diagnosticar-se Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral. esta perturbação é referida como Síndrome Mnésica Orgânica.0] . A perturbação mnésica deverá ser distinguida da Simulação e da Perturbação Factícia. Se não for possível estabelecer uma etiologia específica (isto é. Esta distinção é difícil e poderá ser auxiliada por testes sistemáticos da memória (que frequentemente apresentam resultados inconsistentes na Perturbação Factícia ou Simulação) e pela ausência de um estado físico geral ou utilização de substâncias etiologicamente relacionadas com o déficit de memória. medicamento ou exposição a tóxico). álcool) quer um estado físico geral (por exemplo. Uma delas é a presença de uma associação temporal entre o início da exacerbação ou remissão do estado físico geral e a perturbação mnésica. o médico deverá estabelecer a relação etiológica entre a perturbação mnésica e o estado físico geral através de um mecanismo fisiológico. início numa idade atípica ou evolução). o diagnóstico requer evidências baseadas na história clínica. algumas considerações poderão ser úteis. Uma segunda consideração é a presença de características atípicas de déficit da memória no contexto de uma perturbação dissociativa ou de outra perturbação mental (por exemplo.Diagnóstico e Características Associadas As características descritivas da Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral (Critérios A-C) são discutidas nas pp. sendo necessária uma avaliação cuidadosa e ampla dos fatores múltiplos implicados. Embora não existam orientações infalíveis na determinação da relação etiológica entre a perturbação mnésica e o estado físico geral. Para determinar se a perturbação mnésica é secundária a um estado físico geral. exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação da memória é a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (incluindo trauma físico) (Critério D). As evidências da literatura que sugerem a existência de uma associação direta entre o estado físico geral . Adicionalmente. 160-161. Estas determinações são explicadas com mais pormenor na secção «Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral» (pág. frequentemente. o médico deverá verificar se a perturbação não é devida a uma Perturbação Dissociativa. sistêmica ou central.169). Perturbação Depressiva Major). Contudo. que causou o déficit de memória. sem esperar recuperação. Especificações Deverão ser indicadas as seguintes especificações quanto à duração da perturbação: Transitória. A «amnésia global transitória» é uma forma específica de perturbação mnésica transitória. a perturbação do estado mental pode ser a única característica presente. Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias ou outra perturbação mental primária (por exemplo. a lesão das estruturas do lobo médiotemporal são freqüentes e reveladas pelo alargamento do terceiro ventrículo. Adicionalmente.164 Delirium. Contudo. poderá ser adicionado o termo «provisório». Os sujeitos com Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral apresentam. Utilizada para perturbações com duração superior a um mês. Quando o diagnóstico for feito no primeiro mês. cornos temporais ou atrofia estrutural detectada na RMN. Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas em questão e o desenvolvimento dos déficits de memória poderão ser úteis na avaliação de uma situação particular. Utilizada para indicar geralmente durações de várias horas a poucos dias e não superiores a um mês. Procedimentos de Registro . Não existem características específicas ou de diagnóstico detectáveis por exames como a ressonância magnética nuclear (RMN) ou tomografia computadorizada (TC). Demência. características da doença primária. Crônica. caracterizada por uma incapacidade grande e transitória para aprender nova informação e uma capacidade variável para evocar acontecimentos que ocorreram imediatamente antes ou durante o problema cerebrovascular etiológico. está tipicamente associada com doença cerebrovascular e patologia no sistema vertebrobasilar. A Perturbação Mnésica Transitória pode também estar relacionada com estados físicos gerais episódicos (por exemplo. que causam lesão nas estruturas específicas diencefálicas e do lobo médio-temporal (por exemplo. corpos mamilares. fórnix).0]). intervenção cirúrgica. I61. hipoxemia.9 Enfarte) Estados Físicos Gerais Associados Uma perturbação mnésica ocorre frequentemente como resultado de processos patológicos (por exemplo. A patologia é mais frequentemente bilateral. enfarte da zona de distribuição da artéria cerebral posterior e encefalite por herpes simples). O código de diagnóstico para o estado físico geral deverá também ser registrado no Eixo III (por exemplo. traumatismo craniano fechado. quando se apresenta como «amnésia global transitória». doença do metabolismo ou convulsões). . hipocampo. A Perturbação Mnésica Transitória. F04 Perturbação Mnésica Secundária a Enfarte [294. feridas penetrantes.Ao registrar o diagnóstico de Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral. mas os déficits podem ser causados por lesões bilaterais. o médico deverá anotar e identificar o estado físico geral considerado o causador da perturbação do Eixo I (por exemplo. . isto é F04 Perturbação Mnésica Secundária a Traumatismo Craniano [294. B. A perturbação da memória não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium ou demência. Crônico: se o déficit de memória tem uma duração superior a um mês. (Indicar o Estado Físico Geral) [294.Perturbações Mnésicas 165 Diagnóstico Diferencial Ver a página 162 para uma discussão sobre o diagnóstico diferencial das perturbações mnésicas.0] A. × Critérios de diagnóstico para F04 Perturbação Mnésica Secundária a. C. Nota de classificação.. Existem evidências. Especificar se: Transitório: se o déficit de memória tem uma duração de um mês ou inferior.0). exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação é a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (incluindo trauma físico). Codificar também o estado físico geral no Eixo III. Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias Diagnóstico e Características Associadas As características descritivas da Perturbação Mnésica Persistente . A perturbação da memória causa deficiências significativas no funcionamento social ou ocupacional e representa um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento. Desenvolvimento de um déficit de memória manifestado pela diminuição da capacidade para aprender nova informação ou incapacidade de recordar informação previamente aprendida. D. Incluir o nome do estado físico geral no Eixo I. baseadas na história clínica. A perturbação da memória não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium ou demência e persiste para além da duração habitual da Intoxicação ou Abstinência de Substâncias (Critério C). As características que estão associadas à Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias são as que se associam geralmente às perturbações mnésicas (ver páginas .medicamentos. Esta perturbação é designada «persistente». exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação da memória está etiologicamente relacionada com os efeitos persistentes da utilização de uma substância (por exemplo. pois a perturbação da memória persiste muito após o sujeito ter deixado de experimentar os efeitos de uma Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. para diagnosticar a Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias.Induzida por Substâncias (Critérios A e B) são discutidas na página 156. droga de abuso. Adicionalmente. exposição a tóxico) (Critério D). deverão existir evidências baseadas na história clínica. l ]. Substâncias Específicas A Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias pode ocorrer associada às seguintes classes de substâncias: álcool. o diagnóstico deverá ser F19. sedativos.83]. os testes laboratoriais (sangue ou urina) poderão ser negativos para a substância etiológica. ver página 179. Perturbações Nmesicas e outras Perturbações Cognitivas 161-162) Apesar de correntemente abstinentes em relação à utilização de substâncias. Entre as características associadas encontram-se as perturbações . Procedimentos de Registro O diagnóstico apresenta-se com a substância específica (por exemplo. a maioria dos sujeitos com esta perturbação apresentou previamente um padrão de utilização prolongado e «maciço» que preenchia os critérios de Dependência de Substâncias.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Secobarbital [292. secobarbital) presumível de ter causado a perturbação da memória. mesmo se a utilização de substâncias cessar. para os medicamentos presentes em doses terapêuticas. F10. Quando se presume que mais do que uma substância poderá ter um papel significativo no desenvolvimento da perturbação da memória. Raramente a idade de início é inferior a 20 anos. Quando se presume que uma substância seja o fator etiológico mas que este ou a classe de substâncias sejam desconhecidos.166 Delirium. Para uma discussão mais pormenorizada sobre as característica associadas a Perturbações Induzidas por Substâncias. deverá referenciar-se cada uma separadamente (por exemplo. álcool. A Perturbação Mnésica Persistente Induzida pelo Álcool é aparentemente devida à deficiência de vitaminas que se associa à ingestão prolongada e abundante de álcool. A classificação diagnóstica é selecionada da lista de classes de substâncias fornecidas pelos critérios. F13. demência. Adicionalmente. Para as substâncias que não se ajustem a nenhuma destas classes.83]).6 Perturbação Mnésica Induzida por Álcool [291. O déficit resultante pode manter-se estável ou piorar. deverá ser indicado o medicamento específico através da referência E apropriada (ver Apêndice G). hipnóticos e ansiolíticos e/ou outras substâncias desconhecidas. deverá ser utilizada a classificação «Outra Substância».6 Perturbação Mnésica Induzida por Substância Desconhecida [292. Uma vez que estas perturbações persistem muito depois de a utilização de substâncias ter cessado. neurológicas como a neuropatia periférica. Gradualmente. os sujeitos que desenvolvem esta perturbação apresentam geralmente histórias de muitos anos de consumo abundante de álcool e têm. indefinidamente embora possa ocorrer uma ligeira melhoria com o passar . A Perturbação Mnésica Persistente Induzida pelo Álcool devida a deficiência de tiamina (síndrome de Korsakoff) segue-se frequentemente a um episódio agudo de encefalopatia de Wernicke. estas manifestações diminuem persistindo. nistagmo) e outros sinais neurológicos. devido às lesões tóxicas e nutricionais repetidas. idades superiores a 40 anos. a ataxia cerebelar e a miopatia. alguns sujeitos podem desenvolver déficits de forma insidiosa ao longo de vários anos. uma deficiência major. antes da emergência de um episódio final. olhar fixo. Embora a idade não seja um fator etiológico específico. aparentemente relacionado com a deficiência de tiamina. a Perturbação Mnésica Persistente Induzida pelo Álcool poderá não se desenvolver. Uma vez estabelecida a Perturbação Mnésica Induzida pelo Álcool esta persiste de uma forma geral. mais dramático e incapacitante. ataxia. Embora o início seja tipicamente abrupto. anormalidades nos movimentos oculares (gaze. na maioria dos casos. uma situação neurológica manifestada por confusão. porém. Se a encefalopatia de Wernicke for tratada precocemente com altas doses de tiamina. 6 Outras Substâncias ou Substâncias Desconhecidas [292. B. A evolução é variável e.83]). A deficiência é geralmente bastante grave. inseticidas organofosfatados e solventes industriais. Hipnóticos ou Ansiolíticos [291. mercúrio.Perturbações Mnésicas 167 do tempo e numa minoria de casos possa ocorrer remissão. Os medicamentos definidos como causadores de perturbação mnésica incluem chumbo. Classificar: Perturbação Mnésica Persistente Induzida por [Substância Específica]: (F10.A perturbação da memória não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium ou demência e persiste para além da duração habitual da Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. medicamentos). A Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Sedativos.A perturbação da memória causa deficiências significativas no funcionamento social ou ocupacional e representa um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento.1 ]. droga de abuso. monóxido de carbono. exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação da memória está etiologicamente relacionada com os efeitos persistentes da utilização de uma substância (por exemplo. F19.8] .6 Álcool [291. F13.83]. podendo ser necessários cuidados custodiais para toda a vida. Diagnóstico Diferencial Ver a página 162 para uma discussão geral sobre o diagnóstico diferencial das perturbações mnésicas.3 Perturbação Mnésica Sem Outra Especificação [294. D. pode ocorrer recuperação completa. R41. × Critérios de diagnóstico para Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias A.6 Sedativos. Ansiolíticos e Hipnóticos pode seguir-se à utilização prolongada e abundante de drogas desta classe.Desenvolvimento de um déficit de memória manifestado pela diminuição da capacidade para aprender nova informação ou pela incapacidade de evocar informação previamente aprendida. C. ao contrário da Perturbação Mnésica Induzida pelo Álcool.Existem evidências baseadas na história clínica. Um exemplo é a apresentação clínica de uma amnésia para a qual não existem evidencias suficientes que permitam estabelecer uma etiologia específica (isto é. .Esta categoria deverá ser utilizada para diagnosticar uma perturbação mnésica que não preenche os critérios para nenhum dos tipos específicos descritos nesta secção. dissociativa. induzida por substâncias ou devida a um estado físico geral). Demência Sem Outra Especificação ou Perturbação Mnésica Sem Outra Especificação. deverá ser utilizada a categoria específica Perturbação Relacionada com Substância. Sem Outra Especificação. Perturbação pós-concussional: que se segue a traumatismo craniano. déficits da memória ou da atenção.9] Esta categoria utiliza-se para perturbações caracterizadas por disfunção cognitiva que se presume devida ao efeito fisiológico direto de um estado físico geral que não preenche os critérios para nenhum dos deliriums. acompanhada pela evidência objetiva de um estado físico sistêmico ou disfunção do sistema nervoso central (ver na página 724 os critérios de investigação sugeridos). . Perturbação neurocognitiva moderada: déficit no funcionamento cognitivo. Os exemplos incluem: 1. Perturbações Nmesicas e outras Perturbações Cognitivas Outras Perturbações Cognitivas F06.9 Perturbação Cognitiva Sem Outra Especificação [294.demência. com sintomas associados (ver a página 722 para os critérios de investigação sugeridos). evidenciado pelos testes neuropsicológicos ou pela avaliação clínica quantificada. Para a disfunção cognitiva devida a substância específica ou desconhecida.168 Delirium. 2. demências ou perturbações mnésicas específicas referidos nesta secção não classificáveis como Delirium Sem Outra Especificação. Tal como discutido na Introdução deste Manual. O objetivo da distinção entre os estados físicos gerais e as perturbações mentais e encorajar o rigor na avaliação e fornecer o intercâmbio na comunicação entre os profissionais de cuidados de saúde. Perturbação Catatônica Devida a Um Estado Físico Geral. O termo perturbação mental primária é utilizado para designar as perturbações mentais que não são devidas a um estado físico geral ou induzidas por substâncias. O manual foi organizado desta forma para alertar os médicos a considerarem estas perturbações na realização do diagnóstico diferencial. O texto e critérios das situações referidas abaixo encontram-se noutras secções do manual. Perturbação . a manutenção da distinção entre perturbações mentais e estados físicos gerais não implica a existência de diferenças fundamentais na sua conceitualização.0 Delirium Secundário a Um Estado Físico Geral [293. relacionadas com fatores ou processos físicos ou biológicos. O termo doença médica refere-se a situações classificadas no Eixo III e que são referidas fora do capítulo «Perturbações Mentais» da ICD. Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação Mental Sem outra Especificação Secundária a Um Estado Físico Geral) são incluídos nesta secção. O DSM-IV elimina o termo orgânico e distingue estas perturbações mentais devidas a um estado físico geral das que são induzidas por substâncias e das que não apresentam uma etiologia particular. ou que as doenças mentais não estejam relacionadas com fatores ou processos comportamentais ou psicossociais. Demência. Contudo.Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral Uma Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral caracteriza-se pela presença de sintomas mentais que se pensa serem a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral. F05.0] O texto e critérios estão incluídos na secção «Delirium. O texto e critérios destas perturbações (isto é. as Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral e as Perturbações Induzidas por Substâncias eram designadas perturbações «orgânicas» e referidas em conjunto numa única secção. Esta diferenciação das perturbações mentais «orgânicas» numa classe separada implicava que as perturbações mentais «não orgânicas» ou «funcionais» não estivessem. juntamente com as perturbações com as quais partilham a fenomenologia. No DSM-III-R. na prática clínica espera-se que seja utilizada terminologia mais específica para identificar a situação específica envolvida. de alguma forma. .Mnésica e Outras Perturbações Cognitivas». na página 131. 170 Perturbações Mentais Secundárias a Estado Físico Geral --. F04 Perturbação Mnésica Secundária a Um Estado Físico Geral [294.3x Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral [293. na página 448. na página 163. na página 377.83] O texto a critérios estão incluídos na secção «Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas». Demência. F06.0] O texto e critérios estão incluídos na secção «Delirium. Evidências baseadas na história. na página 315. F06. algumas considerações poderão ser úteis. Características de Diagnóstico Aparecem três critérios no conjunto de critérios para cada uma das Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral: B. G47. Embora não existam orientações infalíveis na determinação da relação etiológica entre a perturbação e o estado físico geral.Demência Secundária a Um Estado Físico Geral O texto e critérios estão incluídos na secção «Delirium.x Perturbação Psicótica Secundária a Um Estado Físico Geral [293. .x Perturbação do Sono Secundária a Um Estado Físico Geral [780. ansiosos ou de humor) esteja etiologicamente relacionada com o estado físico geral através de um mecanismo fisiológico.5x] O texto e critérios estão incluídos na secção «Perturbações do Sono». na página 528.89] O texto e critérios estão incluídos na secção «Perturbações da Ansiedade».4 Perturbação da Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral [293. exacerbação ou remissão da um estado físico geral e a perturbação mental (por exemplo. Perturbação Mnésica e Outras Perturbações Cognitivas». na página 615. exames físicos ou laboratoriais) e que a perturbação (por exemplo. sintomas de ansiedade num sujeito com um adenoma da paratireóide que resolvem após a excisão cirúrgica . F06. Uma delas é a presença de uma associação temporal entre o início. exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação é a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral A aplicação deste critério requer dois juízos separados: que esteja presente um estado físico geral (revelado pela história clínica..83] O texto e critérios estão incluídos na secção «Perturbações do Humor». Perturbação Mnésica e Outras Perturbações Cognitivas». sintomas psicóticos. Demência. na página 144.Disfunção Sexual Secundária a Um Estado Físico Geral] O texto e critérios estão incluídos na secção «Perturbações da Identidade Sexual e de Gênero». humor depressivo precedendo os movimentos coreiformes na doença de Huntington). Por exemplo. As Perturbações Mentais Secundárias a um Estado Físico Geral podem também persistir após a resolução do estado físico geral (por exemplo. humor depressivo . existem muitas exceções.restaurar o nível sérico de normal de cálcio).Em alternativa. Embora a evidência de uma relação temporal estreita seja frequentemente útil na determinação da etiologia. os sintomas e sinais de uma perturbação mental podem encontrar-se entre as primeiras manifestações de uma doença sistêmica ou cerebral. aparecendo vários meses ou mais antes da detecção do processo patológico subjacente (por exemplo. a Perturbação Psicótica Secundária a Epilepsia pode aparecer vários anos após o início das convulsões. Tais estudos podem fornecer a evidência de uma associação etiológica plausível entre os sintomas mentais e o estado físico geral (por exemplo. alucinações visuais ou tácteis acompanhando episódios do tipo depressivo major) ou características de diagnóstico desproporcionalmente graves em relação ao que seria de esperar da apresentação global (por exemplo. localização da lesão ou mecanismo fisiopatológico conhecido. Podem associar-se características pouco usuais (por exemplo. não é suficiente para fazer uma determinação causal num caso individual pois os estudos de investigação geralmente refletem médias de grupo enquanto o médico procura tomar uma decisão quanto a um sujeito. pela primeira vez. uma Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral pode ser sensível ao tratamento sintomático mesmo enquanto o estado físico geral permanecer ativo (por exemplo. acima da taxa basal numa população de controlo adequada). susceptível de afetar a função cerebral) e de uma taxa de prevalência elevada dos sintomas mentais (isto é.Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral 171 persistindo após tratamento de substituição com hormônios tireóideos). aparecimento de sintomas do tipo esquizofrênico. O médico deverá ser especialmente alertado pela presença de déficits cognitivos significativos desproporcionais aos tipicamente encontrados na perturbação mental primária. Uma segunda consideração importante é a presença de características atípicas da perturbação mental primária. . em sujeitos com o estado físico geral. num sujeito com 75 anos). O tratamento dirigido ao estado físico geral e que alivia os sintomas quer do estado físico geral quer da perturbação mental pode fornecer forte evidência de uma relação etiológica. A evidência a partir da literatura de uma associação bem estabelecida ou encontrada com freqüência entre o estado físico geral e a fenomenologia de uma perturbação mental específica pode ser útil na avaliação de uma situação particular. Além disso. depressão na epilepsia). O texto para cada uma das Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral específicas contém uma lista de alguns dos estados físicos gerais referidos na literatura como associados com aquela perturbação mental específica. a perda ponderal de 23 kg num sujeito com sintomas depressivos moderados pode sugerir a presença de um estado físico geral subjacente). Embora esta evidência sugira um possível elo causal entre uma perturbação mental e um estado físico geral particular. O exemplo mais comum é a idade de início ou evolução atípicas (por exemplo. Finalmente.C. ou a ocorrência simultânea ser coincidental. em vez de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral. esta pode exacerbar os sintomas ou complicar o tratamento da perturbação mental. quando os sintomas depressivos são precipitados pelo estado físico geral agindo como um fator de stress psicossocial. em vez de ser o resultado dos efeitos fisiológicos diretos do estado físico geral. Num sujeito com sintomas depressivos que ocorram em simultâneo com um estado físico geral. as duas podem estar relacionadas através de mecanismos não fisiológicos. Podem existir outras relações entre uma perturbação mental e um estado físico geral. A exclusão de perturbações mentais primárias é frequentemente difícil pois os sujeitos com estas perturbações apresentam comummente estados físicos gerais concomitantes que não são a causa dos sintomas mentais através de mecanismos fisiológicos diretos. Por exemplo. o médico deverá ainda considerar se os sintomas mentais são causados por uma droga de . A perturbação não é devida a outra perturbação mental O diagnóstico de Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral requer a exclusão de perturbações mentais primárias ou induzidas por substâncias. uma história de vários Episódios Depressivos Major ou história familiar de depressão sugerem um diagnóstico de Perturbação Depressiva Major. o diagnóstico deveria ser Perturbação Depressiva Major ou Perturbação de Adaptação com Humor Depressivo. F06. Também deverá ser registrada no Eixo III o estado físico geral (por exemplo. o médico deverá anotar no Eixo I quer o tipo de perturbação mental quer o estado físico geral etiológico (por exemplo. Em situações nas quais o médico determinou que os sintomas mentais não são a conseqüência fisiológica direta do estado físico geral. Quando os sintomas de doença mental geral e perturbação mental ocorrem em simultâneo.9 Hipotireoidismo [244. é diretamente fisiológica (caso em que o diagnóstico será Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral) ou através de outro mecanismo (caso em que o diagnóstico será perturbação mental primária). Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral) só podem ser diagnosticadas separadamente se ocorrerem noutros períodos em que não haja delirium. com Características Depressivas [393. consideram-se características associadas ao delirium. não requerendo diagnóstico em separado. ansiosos) ocorrerem apenas durante períodos de delirium.9]).172 Perturbações Mentais Secundárias a Estado Físico Geral abuso. do humor. Procedimentos de Registro Ao registrar-se uma Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral. a perturbação mental primária deverá ser registrada no Eixo I e o estado físico geral no Eixo III.83]). um medicamento ou exposição a um tóxico (ver página 196 para orientação). se é que existe alguma. Isto é particularmente importante. Estas perturbações (por exemplo. pois muitos sujeitos com estados físicos gerais realizam medicações com potencial para causar uma Perturbação Mental Induzida por Substâncias. Diagnóstico Diferencial Uma Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral distingue-se de uma perturbação mental primária através da aplicação dos critérios discutidos previamente nesta secção em «Características de Diagnóstico».32 Perturbação do Humor Secundária a Hipotireoidismo. A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium Se os sintomas (por exemplo. psicóticos. D. Nalguns casos. E03. torna-se especialmente importante determinar se a relação etiológica. o desenvolvimento de um estado físico geral ou a . de abstinência ou exposição a um tóxico. Uma Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral deverá também ser distinguida de uma Perturbação Induzida por Substâncias. assim como a utilização de medicamentos.presença de uma incapacidade associada podem precipitar ou exacerbar uma perturbação mental sem que exista ligação fisiológica conhecida (por exemplo. a perturbação mental primária (isto é. osteoartrite) no Eixo III. deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Induzida por Substâncias. a incapacidade associada à osteoartrite pode ter um papel importante no desenvolvimento de sintomas depressivos ou de um Episódio Depressivo Major mas não existe nenhum mecanismo fisiológico conhecido subjacente à relação etiológica entre a artrite e os sintomas depressivos). Nesta situação. Os sintomas que ocorrerem durante ou logo após uma intoxicação ou abstinência significativas (isto é. num período de quatro semanas). Se existir evidência de utilização recente ou prolongada de uma substância (incluindo medicamentos com efeitos psicoativos). Perturbação da Adaptação ou Perturbação Depressiva Major) deverá ser diagnosticada no Eixo I e o estado físico geral (isto é. poderão ser . urina) ou outros considerados adequados. Poderá ser útil realizar exames laboratoriais (sangue. do humor e ansiosos) é geralmente desejável atribuir um diagnóstico único. quantidade ou duração da utilização da substância. do humor ou do sono ou a disfunção sexual podem ser causados pelos efeitos combinados de um estado físico geral e da utilização de substância (incluindo medicamentos). de que a catatonia é a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (Critério B). baseado nos sintomas que predominam na apresentação clínica. A atividade motora excessiva ocorre .1 Perturbação Catatônica Secundária a Um Estado Físico Geral [293. atividade motora excessiva. deverá ser utilizada a categoria «Sem Outra Especificação» (ver discussão baixo). deverão fazer-se ambos os diagnósticos (por exemplo. Se não for possível determinar se os sintomas mentais são devidos a um estado físico geral ou induzidos por substância. A catatonia manifesta-se por qualquer um dos seguintes: imobilidade motora. Deverão existir evidências. contém uma mistura de diversos sintomas (por exemplo. dependendo do tipo. O delirium. Quando. peculiaridade dos movimentos voluntários. Episódio Maníaco) (Critério C) ou se ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium (Critério D). Nestas situações deverá ser utilizada a categoria Sem Outra Especificação (Sem Outra Especificação).1 Perturbação Catatônica Secundária a Um Estado Físico Geral [293. característica essencial da Perturbação Catatônica Secundária a Um Estado Físico Geral é a presença de uma catatonia que se pensa ser devida aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. os sintomas psicóticos. ansiosos.F06. a demência. extremo negativismo ou mutismo. Não se realiza o diagnóstico se a catatonia for devida a outra perturbação mental (por exemplo. como frequentemente acontece.891 173 particularmente indicativos de uma Perturbação Induzida por Substâncias. A imobilidade motora pode manifestar-se através de catalepsia (flexibilidade cérea) ou estupor. baseadas na história clínica. devidos a um estado físico geral ou induzidos por substâncias.89) Características de Diagnóstico A. ecolalia ou ecopraxia (Critério A). F06. exames físicos ou laboratoriais. a apresentação da Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral. Em algumas situações não é possível determinar se os sintomas mentais são primários. Nestas situações. Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação do Humor induzida por Substâncias). aparentemente sem sentido. «tipo papagaio». Pode existir um negativismo extremo que se manifesta pela resistência a todas as instruções ou pela manutenção de uma postura rígida face às tentativas de mobilização. As peculiaridades dos movimentos voluntários manifestam-se pela adoção de posturas bizarras ou inadequadas ou por esgares proeminentes. de uma palavra ou frase acabada de pronunciar pela outra pessoa.aparentemente sem qualquer propósito e não é influenciada pelos estímulos externos. o médico deverá anotar no Eixo I a fenomenologia específica da perturbação e o estado físico . Procedimentos de Registro Ao registrar a Perturbação Catatônica Secundária a Um Estado Físico Geral. A ecopraxia é a imitação repetitiva dos movimentos de outra pessoa. A ecolalia é a repetição. discurso desorganizado. traumatismo craniano. homocistinúria. doença cerebrovascular. encefalite) e metabólicas (por exemplo. alucinações. Uma Perturbação do Humor com Características Catatônicas diferencia-se pela ausência de evidência de um estado físico geral etiologicamente relacionado com a catatonia e pela presença de sintomas que preenchem os critérios de Episódio Depressivo Major ou Maníaco.1 Perturbação Catatônica Secundária a Neoplasia Cerebral Maligna [293.9]. presumivelmente causador desta (por exemplo. Tipo Catatônico. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 são definidos de . sintomas negativos). C71. encefalopatia hepática. hipercalcemia. A Esquizofrenia. As síndromes catatônicas podem também estar presentes na Esquizofrenia e nas Perturbações do Humor. F06.9 neoplasia cerebral maligna [191. distingue-se pela ausência de evidência de estado físico geral etiologicamente relacionado com a catatonia e pela presença de outros sintomas característicos de Esquizofrenia (por exemplo. Os exames físicos e laboratoriais. Também deverá ser registrada no Eixo III o código de diagnóstico para o estado físico geral (por exemplo. Estados Físicos Gerais Associados A catatonia pode ser causada por vários estados físicos gerais. Se o sujeito estiver a tomar medicação neuroléptica deverão ser consideradas as Perturbações do Movimento Induzidas por Medicamentos (por exemplo. cetoacidose diabética).174 Perturbações Mentais Secundárias a Estado Físico Geral geral identificado.89]). sobretudo neurológicos (por exemplo. uma postura anormal pode ser devida a Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos). neoplasias. os padrões de prevalência e início refletem o estado físico geral etiológico. idéias delirantes. Diagnóstico Diferencial Não se realiza um diagnóstico separado de Perturbação Catatônica Secundária a Um Estado Físico Geral se a catatonia ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium. [Indicar o Estado Físico Geral] [293.89] A. (continua) .. peculiaridade dos movimentos voluntários. extremo negativismo.. esta perturbação é referida como Perturbação Catatônica Orgânica.1 Perturbação Catatônica Secundária a. ou ecolalia ou ecopraxia. Na ICD-10.uma forma mais restrita do que os critérios do DSM-IV por exigirem tanto o estupor catatônico/negativismo e excitação e uma rápida alternância de estupor e excitação. atividade motora excessiva (aparentemente sem propósito e não influenciada por estímulos externos). × Critérios de diagnóstico para F06. Presença de catatonia manifestada por imobilidade motora. 1 Perturbação Catatônica Secundária a. Deverão existir evidências. exames físicos ou laboratoriais de que a alteração da personalidade é a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (Critério B). no Eixo III. C.0 Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral [310. D.Evidências baseadas na história clínica..1] Características de Diagnóstico A característica essencial da Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral é uma perturbação persistente da personalidade que se considera devida aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. o estado físico geral F07.A perturbação não é devida a outra perturbação mental (por exemplo.89]..0 Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral [310.89] (continuação) B. A perturbação da personalidade representa uma alteração relativamente a um padrão de personalidade prévio. Nas crianças pode manifestar-se como um desvio acentuado no desenvolvimento normal em vez de uma alteração num padrão estável de personalidade (Critério A). A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium. baseadas na história clínica.1] 175 n Critérios de diagnóstico para F06. [Indicar o Estado Físico Geral] [293.1 Perturbação Catatônica Secundária a Encefalopatia Hepática [293. exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação é a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral. um Episódio Maníaco).F07. classificar também. F06. característico do sujeito. Não se realiza o diagnóstico se o quadro for devido a outra perturbação mental (Critério C) ou se ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium ou se os sintomas preencherem os . Nota de classificação: incluir no Eixo I o estado físico geral (por exemplo. ocupacional ou noutras áreas importantes de funcionamento (Critério E). dificuldades no controlo dos impulsos.critérios de uma demência (Critério D). diferente fenomenologia e início e evolução mais variáveis. A apresentação clínica num dado sujeito pode depender da natureza e localização do processo patológico. este diagnóstico é registrado no Eixo I e distingue-se devido à sua etiologia específica. Embora partilhe o termo «personalidade» com as Perturbações da Personalidade do Eixo II. A fenomenologia da alteração é indicada pela utilização dos subtipos referidos abaixo. desinibição e euforia. explosões de raiva ou agressividade desproporcionadas em relação a qualquer fator psicossocial precipitante. As manifestações mais comuns da alteração da personalidade incluem instabilidade afetiva. facécias. Por exemplo. apatia marcada. a lesão dos lobos frontais pode produzir sintomas como falta de discernimento. Um sujeito com esta perturbação é frequentemente caracterizado pelos outros como «não sendo ele (ela) próprio (a)». Os enfartes do hemisfério direito têm demonstrado produzir alterações da personalidade associadas a desatenção . desconfiança ou ideação paranóide. A perturbação deverá também causar sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social. 176 Perturbações Mentais Secundárias a Estado Físico Geral espacial unilateral.1]). Outro Tipo. Procedimentos de Registro Ao registrar a Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral. incluindo o subtipo apropriado e o estado físico geral que se considera causador da perturbação (por exemplo. Tipo Misto. Tipo Não Especificado. Este subtipo poderia ser utilizado. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a dificuldade no controlo dos impulsos (por exemplo. indiscrições sexuais). Estados Físicos Gerais Associados As alterações da personalidade podem ser causadas por uma séria de . Tipo Paranóide. o médico deverá anotar no Eixo I a fenomenologia específica da perturbação. Utiliza-se este subtipo se predominam no quadro clínico mais do uma característica. para uma alteração da personalidade associada a uma alteração convulsiva. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a desconfiança ou ideação paranóide. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for o comportamento agressivo. anosognosia (incapacidade de o sujeito reconhecer um déficit corporal ou funcional como a existência de hemiparesia). Tipo Paranóide [310. Subtipos A alteração particular da personalidade pode ser especificada pela indicação da apresentação sintomática que predomina na apresentação clínica: Tipo Lábil. Tipo Agressivo. ausência de persistência motora e outros déficits neurológicos.0 Alteração da Personalidade Secundária a Lúpus Eritematoso Sistêmico. Tipo Desinibido. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a apatia e indiferença acentuadas. por exemplo. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a labilidade afetiva. Tipo Apático. F07. Só se diagnostica Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral se puder ser estabelecido um mecanismo . vírus da imunodeficiência humana). doença cerebrovascular. incluindo neoplasias do sistema nervoso central. Diagnóstico Diferencial Os estados físicos gerais crônicos associadas a dor e deficiência podem também associar-se a alterações da personalidade. doenças endócrinas (por exemplo. doenças infecciosas com envolvimento do sistema nervoso central (por exemplo. doença de Huntington. epilepsia. lúpus eritematoso sistêmico). os padrões de prevalência e início refletem o estado físico geral ou neurológico envolvido. Os exames físicos e laboratoriais. hipotireoidismo. traumatismo craniano. hipo e hiperadrenocorticismo) e doenças auto-imunes com envolvimento do sistema nervoso central (por exemplo.doenças neurológicas e de outros estados físicos gerais. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Esta categoria corresponde a duas categorias da ICD-10: Perturbação da Personalidade Orgânica e Perturbação Orgânica Emocionalmente Lábil. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 são provavelmente definidos de forma mais restritiva pelo fato de pelo menos três mudanças nas características da personalidade deverem estar presentes. nestas perturbações não se considera a existência de um fator fisiológico específico etiologicamente relacionado com a alteração da personalidade. Contudo.0 Alteração . Demência do Tipo Alzheimer). Perturbação Delirante. Perturbação do Humor Secundária a Tumor Cerebral. As alterações acentuadas da personalidade podem também ser uma característica associada a outras perturbações mentais (por exemplo. Não se diagnostica em separado a Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral se forem satisfeitos os critérios de demência ou se a alteração ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium. Perturbações do Controlo do Impulso Sem Outra Especificação. Perturbação Não Especificada Relacionada com a Cocaína). Além isso. A Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral pode distinguir-se de uma Perturbação da Personalidade devido à exigência de uma alteração significativa no funcionamento de base da personalidade e à presença de um estado físico geral específico e etiológico.0 Alterações da Personalidade Secundárias a Um Estado Físico Geral [3101] 177 fisiopatológico direto. especialmente se a dependência for prolongada. poderá usar a categoria «Não Especificado» para a substância particular (por exemplo. Perturbações do Humor. As alterações da personalidade podem também ocorrer no contexto de uma Dependência de Substâncias. Se o médico desejar indicar uma relação etiológica entre a alteração da personalidade e a utilização da substância. Esquizofrenia. × Critérios de diagnóstico para F07. O médico deverá pesquisar cuidadosamente a natureza e extensão da utilização da substância. com Características Depressivas). A alteração da personalidade é uma característica frequentemente associada à demência (por exemplo.F07. não se diagnostica a Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral se a perturbação for devida a outra Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral (por exemplo. Perturbação de Pânico). exames físicos ou laboratoriais de que a perturbação é a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral. [Indicar o Estado Físico Geral] [310. um ano). Uma perturbação persistente da personalidade que representa uma alteração relativamente a um padrão individual prévio e característico da personalidade (nas crianças a perturbação envolve um desvio marcado em relação ao desenvolvimento normal ou uma alteração significativa no padrão de comportamento habitual da criança. Evidências. B. pelo menos. baseadas na história clínica.1] A. (continua) . com a duração de.. C. A perturbação não é devida a outra perturbação mental (incluindo outras Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral).da Personalidade Secundária a.. por exemplo. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a dificuldade no controlo dos impulsos (por exemplo..0 Alteração da Personalidade Secundária a Epilepsia do Lobo Temporal [310. [Indicar o Estado Físico Geral] [310. Este subtipo poderia ser utilizado. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a desconfiança ou ideação paranóide. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a labilidade afetiva. Outro Tipo.. Utiliza-se este subtipo se predominar no quadro clínico mais do uma característica. indiscrições sexuais).1 Alteração da Personalidade Secundária a .. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for a apatia e indiferença acentuada.1] (continuação) D. Especificar o tipo: Tipo Lábil.. Tipo Paranóide. Tipo Apático.178 Perturbações Mentais Secundárias a Estado Físico Geral n Critérios de diagnóstico para 310. Tipo Agressivo. por exemplo. E. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social. o estado físico geral. para uma alteração da personalidade associada a uma alteração convulsiva. F07. Incluir no Eixo I o estado físico geral. classificar também. ocupacional ou de outras áreas. F09 Perturbação Mental Sem Outra Especificação Secundária a Um Estado Físico Geral [293. Tipo Não Especificado Nota de classificação. no Eixo III.9] Esta categoria residual deverá ser utilizada em situações em que foi estabelecido que a perturbação é causada pelos efeitos fisiológicos . Tipo Desinibido. A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium e não preenche os critérios de demência. Utiliza-se este subtipo se a característica predominante for o comportamento agressivo.1 ]. Tipo Misto. no Eixo III o estado físico geral. também. F09 Perturbação Mental Sem Outra Especificação Secundária a Doença HIV [293. sintomas dissociativos devido a epilepsia parcial complexa).diretos de um estado físico geral mas em que não se preencheram os critérios de uma Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral Específico (por exemplo.9]. . Nota de classificação. classificar. Incluir no Eixo I o estado físico geral. por exemplo. corticosteróides. A exposição a uma vasta gama de outras substâncias químicas pode também levar ao desenvolvimento de uma Perturbação Relacionada com Substâncias. As substâncias voláteis (por exemplo. Os sintomas estão frequentemente relacionados com a dose do medicamento e geralmente desaparecem quando esta é diminuída ou quando se cessa o consumo. o termo substância pode referir-se a uma droga de abuso. anfetaminas ou simpaticomiméticos de ação similar. gasolina. antidepressivos. antimicrobianos. Os sintomas mais frequentemente associados a substâncias tóxicas são as alterações da cognição ou do . tinta) são classificadas como «inalantes» (ver p. inalantes. anticonvulsivantes. gases dos nervos. álcool. cannabis. Destas 11 classes as seguintes partilham características semelhantes: o álcool com os sedativos. Contudo. pesticidas contendo inibidores da acetilcolinesterase. a um medicamento ou a um tóxico. raticidas contendo estricnina. dissulfiram e outros medicamentos de venda livre. opiáceos. 241) se forem utilizadas com o objetivo de provocarem intoxicação. Estas substâncias tóxicas incluem mas não se limitam a metais pesados (por exemplo. etilenoglicol (anticongelante). anti-histamínicos. nicotina. gastrintestinais. monóxido de carbono e dióxido de carbono. cocaína. Neste manual. alucinógenos. relaxantes musculares. chumbo ou alumínio). Muitos medicamentos prescritos e de venda livre podem também causar Perturbações Relacionadas com Substâncias. Os medicamentos que podem causar Perturbações Relacionadas com Substâncias incluem mas não se limitam a anestésicos e analgésicos. são consideradas «tóxicos» se a exposição for acidental ou fizer parte de um envenenamento intencional. cafeína. Também estão incluídas nestas secção a Dependência de Substâncias Múltiplas e as Perturbações Relacionadas por Substâncias Desconhecidas ou Outras (que incluem a maioria das perturbações relacionadas com medicamentos ou tóxicos). e sedativos. por vezes. hipnóticos e ansiolíticos e a cocaína com as anfetaminas e simpaticomiméticos de ação similar. As substâncias discutidas nesta secção agrupam-se em 11 classes. agentes anticolinérgicos. pode ocorrer uma reação idiossincrática em resposta a uma única dose. quimioterapêuticos. antihipertensivos e medicamentos cardiovasculares. com os efeitos secundários de um medicamento ou com exposição a um tóxico. antiparkinsónicos. anti-inflamatórios não esteróides. fenciclidina (PCP) ou arilciclo-hexilaminas de ação similar. hipnóticos ou ansiolíticos.Perturbações Relacionadas com Substâncias As Perturbações Relacionadas com Substâncias incluem perturbações relacionadas com o consumo de uma droga de abuso (incluindo álcool). . alucinações. Os sintomas habitualmente desaparecem quando cessa a exposição à substância mas a sua resolução pode levar semanas ou meses e requerer tratamento. idéias delirantes ou convulsões. embora possam também estar presentes ansiedade.humor. a Perturbação do Humor Induzida por Substâncias é incluída na secção «Perturbações do Humor»). Perturbação do Humor Relacionadas com Substâncias e Perturbação do Sono Induzida por Substâncias). Para facilitar o diagnóstico diferencial. Na tabela 1 apresentam-se os diagnósticos associados a cada grupo específico de substâncias. Abuso. cultura. Esta secção inicia-se com o texto e critérios da Dependência. déficits e complicações. . comportamentais e fisiológicos indicativos de que o sujeito continua a utilizar a substância apesar dos problemas significativos relacionados com esta. padrão familiar. características de gênero. Perturbações pela Utilização de Substâncias Dependência de Substâncias Características A característica essencial da Dependência de Substâncias é um conjunto de sintomas cognitivos. Intoxicação e Abstinência de Substâncias. Existe um padrão de autoadministração repetida que resulta geralmente em tolerância. mas para algumas classes alguns sintomas são menos proeminentes e. Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. diagnóstico diferencial e procedimentos de registro aplicáveis a todas as classes de substâncias. Abstinência de Substâncias. idade. Intoxicação e Abstinência para cada uma das 11 classes de substâncias. Os sintomas de Dependência são semelhantes para as várias categorias de substâncias.180 Perturbações Relacionadas com Substâncias As Perturbações Relacionadas com Substâncias dividem-se em dois grupos: Perturbações pela Utilização de Substâncias (Dependência e Abuso de Substâncias) e Perturbações Induzidas por Substâncias (Intoxicação por Substâncias. O restante desta secção é organizado por classes de substâncias e descreve os aspectos específicos da Dependência. o texto e critérios das restantes Perturbações Induzidas por Substâncias encontram-se nas secções deste manual referentes às perturbações com as quais partilham a fenomenologia (por exemplo. Demência Persistente Induzida por Substâncias. abstinência e comportamento compulsivo quanto ao consumo de drogas. evolução. seguindo-se os comentários gerais quanto às características associadas. aplicáveis a todas as classes de substâncias. Abuso. Delirium Induzido por Substâncias. O diagnóstico de Dependência de Substâncias pode ser aplicado a todas as classes de substâncias exceto à cafeína. A dependência é definida como um conjunto de três ou mais dos sintomas referidos abaixo e que ocorrem em qualquer altura no mesmo período de 12 meses. os sintomas de abstinência não estão especificados para a Dependência de Alucinógenos). nem todos os sintomas se aplicam (por exemplo. quantidade que produziria sintomas de toxicidade . O grau de desenvolvimento da tolerância varia muito com as diversas substâncias. dez vezes mais). a «ânsia» (forte desejo subjetivo de utilização de substância) é provavelmente experimentada pela maioria (senão por todos) os sujeitos com Dependência de Substâncias. A tolerância ao álcool também pode ser acentuada mas é geralmente menos extrema do que para as anfetaminas.em alguns casos.Embora não especificado como um critério. Muitos sujeitos que fumam cigarros consomem mais de 20 cigarros por dia. frequentemente em relação a uma dose letal para um não utilizador. Sujeitos com utilização «maciça» de opiáceos e estimulantes podem desenvolver níveis de tolerância substanciais (por exemplo. A tolerância (Critério 1) é a necessidade de quantidades crescentes da substância para atingir a intoxicação (ou o efeito desejado) ou uma diminuição acentuada do efeito com a utilização continuada da mesma quantidade de substância. logo após o despertar. enquanto outros com peso e história clinicamente semelhantes apresentam empastamento do discurso e descoordenação. sedativos. opiáceos. Inversamente. podendo ser menos aparentes. alguns doentes póscirúrgicos sem Dependência de Opiáceos podem desenvolver tolerância . são comuns para o álcool. bem como com a nicotina. Por exemplo. Alguns sujeitos (por exemplo. Os sintomas variam muito com as classes de substâncias sendo fornecidos conjuntos de critérios de Abstinência em separado para a maioria das classes. É duvidoso se se desenvolve alguma tolerância à fenciclidina (PCP). os sinais e sintomas de abstinência estão frequentemente presentes. os testes laboratoriais podem ser úteis (por exemplo. acentuados e facilmente mensuráveis. com concomitantes fisiológicos e cognitivos que ocorre quando as concentrações tecidulares ou sanguíneas de uma substância diminuem. num sujeito que manteve uma utilização prolongada e «maciça» de uma substância. níveis sanguíneos da substância elevados com pouca evidência de intoxicação sugerem provável tolerância). alguns sujeitos que consomem álcool pela primeira vez apresentam poucas evidências de intoxicação com três ou quatro bebidas. hipnóticos e ansiolíticos. Os sujeitos com um consumo «maciço» de cannabis não se apercebem geralmente do desenvolvimento de tolerância (embora esta tenha sido demonstrada em estudos com animais e em alguns sujeitos). Com estimulantes como as anfetaminas e a cocaína. Após o desenvolvimento de desagradáveis sintomas de abstinência. é provável que o sujeito consuma a substância para aliviar ou evitar esses sintomas (Critério 2b) utilizando tipicamente a substância ao longo do dia. Os sinais fisiológico de abstinência. Nestas situações. A tolerância deve também ser distinguida da variabilidade individual na sensibilidade inicial aos efeitos de substâncias particulares. A abstinência de fenciclidina e substâncias relacionadas não foi ainda descrita em seres humanos (embora tenha sido demonstrada em animais). Não se observa abstinência significativa mesmo após a utilização repetida da alucinógenos. Nem a tolerância nem a abstinência são necessárias ou suficientes para um diagnóstico de Dependência de Substâncias. aqueles com Dependência de Cannabis) apresentam um padrão de utilização compulsiva sem quaisquer sinais de tolerância ou abstinência. no início.182 Perturbações Relacionadas com Substâncias quando começaram a fumar. Esta pode ser difícil de determinar apenas pela história quando a substância utilizada é ilegal e talvez misturada com diluentes vários ou outras substâncias. A abstinência (Critério 2a) é uma alteração comportamental desadaptativa. Frequentemente. para diminuir ou cessar a utilização da substância (Critério 4). Importantes atividades sociais. continuar a beber até à intoxicação grave apesar de ter imposto como limite apenas uma bebida) (Critério 3). Apesar de reconhecer o papel contributivo da substância num problema físico ou psicológico (por exemplo. Os itens seguintes descrevem o padrão de utilização compulsiva de uma substância. existe história de vários esforços. O sujeito pode dispensar grande quantidade de tempo na obtenção e utilização da substância ou recuperação dos seus efeitos (Critério 5). O sujeito pode retrair-se de atividades familiares e passatempos para utilizar a substância em privado ou passar mais tempo com amigos que também consumam a substância. sem êxito. todas as atividades quotidianas giram em volta da substância. sintomas depressivos graves ou lesão de sistemas de órgãos). O sujeito pode utilizar a substância em grandes quantidades ou por um período de tempo superior ao inicialmente pretendido (por exemplo. ocupacionais ou relacionais podem ser abandonadas ou reduzidas devido à utilização da substância (Critério 6). Em algumas circunstâncias da Dependência de Substâncias. O sujeito pode expressar um desejo persistente de diminuir ou regular a utilização da substância. característica de Dependência.aos opiáceos prescritos e experimentarem sintomas de abstinência sem sinais de utilização compulsiva. São fornecidas as especificações «Com Dependência Fisiológica» e «Sem Dependência Fisiológica» para indicar a presença ou ausência de tolerância ou abstinência. . Esta especificação deverá ser utilizada quando não existir evidência de tolerância (Critério 1) ou abstinência (Critério 2). Uma vez que os 12 primeiros meses que se seguem à Dependência apresentam um risco particularmente elevado de recaída. As quatro especificações de «Remissão» só podem ser aplicadas se nenhum dos critérios de Dependência ou Abuso de Substâncias tiver estado presente durante. pelo menos. a Dependência de Substâncias é caracterizada por um padrão de utilização compulsiva (pelo menos 3 itens dos critérios 3-7). Esta especificação deverá ser utilizada quando a Dependência de Substâncias se acompanha de evidência de tolerância (Critério 1) ou abstinência (Critério 2). Com Dependência Fisiológica. Sem Dependência Fisiológica. A diferenciação entre Remissão Total Mantida e recuperação (sem Perturbação de Utilização de Substância atual) tem em consideração a . um dos critérios de Dependência ou Abuso tiver sido preenchido. Nestes sujeitos. A definição destes quatro tipos de Remissão baseia-se no intervalo de tempo que decorreu desde a cessação da Dependência (Remissão Precoce versus Mantida) e na presença continuada de um ou mais itens incluídos nos critérios de Dependência ou Abuso (Remissão Parcial versus Total). As especificações são fornecidas para registrar a sua presença ou ausência. pelo menos. de forma intermitente ou contínua. Especificações A tolerância e a abstinência podem associar-se a um elevado risco de estados físicos gerais imediatos e a uma maior taxa de recaída. durante o período de remissão. Especificações Evolutivas Estão disponíveis seis especificações evolutivas para a Dependência de Substâncias. um mês.Dependência de substancias 183 a pessoa continua a utilizar a substância (Critério 7). a pessoa entra na Remissão Mantida. e de Parcial se. é fornecida a designação de Total se não tiverem sido preenchidos os critérios de Dependência ou Abuso durante o período de remissão. Para ambas. A questão-chave na avaliação deste critério não é a existência do problema mas sim a incapacidade do sujeito de se abster da utilização da substância apesar da evidência dos problemas que esta causa. este período é designado de Remissão Precoce. Após 12 meses de Remissão Precoce sem recaída na Dependência. pelo menos.duração do tempo desde o último período de perturbação. o sujeito se tornar dependente de novo. L83 . pelo menos. As seguintes especificações de Remissão podem ser aplicadas apenas se não tiverem sido preenchidos os critérios de Dependência ou Abuso durante. deverá existir um período de um mês em que nenhum dos critérios de Dependência ou Abuso tenha sido preenchido. Se. a aplicação da especificação Remissão Precoce requer a existência de. um mês. a duração total desta e a necessidade de avaliação continuada. São ainda fornecidas duas especificações adicionais: terapia com Agonistas e Em Ambiente Controlado. Estas especificações não se aplicam se o sujeito se encontra em terapia com agonistas ou num ambiente controlado (ver adiante). Para que um sujeito se qualifique em Remissão Precoce após ter cessado a terapia com agonistas ou se ter libertado de um ambiente protegido. um mês sem que os critérios de Dependência ou Abuso sejam preenchidos. após um período de remissão ou recuperação. Esta especificação é utilizada se. durante pelo menos um mês. durante um mês.1 .1 0-11 meses--mês Remissão Parcial Precoce. Dependência . em qualquer altura. Dependência .11 + meses mês As especificações seguintes aplicam-se se o sujeito está a realizar terapia agonista ou se encontra em ambiente controlado. não tiverem sido preenchidos os critérios de Dependência ou Abuso. durante um período de 12 meses ou mais. por um período de 12 meses ou mais. mas menos que doze meses. tendo no entanto sido preenchidos um ou mais critérios de Dependência ou Abuso. mas menos que 12 meses. Utiliza-se se o sujeito está a realizar medicação agonista prescrita e não tiverem sido preenchidos os critérios de Dependência ou .1 --0-11 meses -mês Remissão Total Mantida. Esta especificação é utilizada se não tiver sido preenchido nenhum dos critérios de Dependência ou Abuso. Em Terapia Agonista. Esta especificação é utilizada se não tiverem sido preenchidos por completo os critérios de Dependência.1 ---11 + meses mês Remissão Parcial Mantida.184 Perturbações Relacionadas com Substâncias Remissão Total Precoce. Esta especificação é utilizada se. tiverem sido preenchidos um ou mais critérios de Dependência ou Abuso (mas não tiverem sido preenchidos todos os critérios de Dependência). Dependência . Dependência . pelo menos. Abuso para aquela classe de medicamentos. . Utiliza-se se o sujeito se encontra num ambiente em que o acesso ao álcool e outras substâncias é proibido e quando não tiverem sido preenchidos os critérios de Dependência ou Abuso durante. pelo menos. o último mês (exceto tolerância ou abstinência ao agonista). Em Ambiente Controlado. as comunidades terapêuticas ou as unidades hospitalares fechadas. Exemplos destes ambientes são as prisões estritamente vigiadas e livres de drogas. o último mês. durante. pelo menos. Esta categoria também se aplica aos sujeitos tratados para a Dependência com um agonista parcial ou um agonista/antagonista. físico ou psicológico. definida por qualquer um dos seguintes: a) necessidade de quantidades crescentes de substância para atingir a intoxicação ou o efeito desejado. (5) É despendida grande quantidade de tempo em atividades necessárias à obtenção (por exemplo. ocupacionais ou recreacionais devido à utilização da substância. provavelmente causado ou exacerbado pela utilização da substância (por exemplo. visitar vários médicos ou conduzir para longas distâncias) e utilização da substância (por exemplo. (7) A utilização da substância é continuada apesar da existência de um problema persistente ou recorrente. manifestado por três (ou mais) dos seguintes. (2) Abstinência. b) diminuição acentuada do efeito com a utilização continuada da mesma quantidade de substância. ocorrendo em qualquer ocasião. Especificar a evolução no quinto dígito: 0 Remissão Total Precoce 0 Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida 0 Remissão Parcial Mantida 2 Em Terapia Agonista 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave . b) a mesma substância (ou outra relacionada) é consumida para aliviar ou evitar os sintomas de abstinência. (4) Existe desejo persistente ou esforços. no mesmo período de 12 meses: (1) Tolerância. (3) A substância é frequentemente consumida em quantidades superiores ou por um período mais longo do que se pretendia. (6) São abandonadas importantes atividades sociais. manifestada por qualquer um dos seguintes: a) síndrome de abstinência característica da substância (referência aos critérios A e B para abstinência de substâncias específicas). cadeia de fornecedores) e à recuperação dos seus efeitos. utilização de cocaína apesar da existência de uma depressão induzida pela cocaína ou manutenção do consumo de álcool apesar do agravamento de uma úlcera devido ao consumo deste. para diminuir ou controlar a utilização da substância.Dependência de Substâncias 185 × Critérios de Dependência de Substâncias Padrão desadaptativo da utilização de substâncias levando a déficit ou sofrimento clinicamente significativo. sem êxito. Sem Dependência Fisiológica: sem evidência de tolerância ou abstinência (isto é. ausência do item 1 ou 2). . presença do item 1 ou 2).Especificar se: Com Dependência Fisiológica: evidência de tolerância ou abstinência (isto é. suspensões ou expulsões escolares relacionados com a substância. Embora o diagnóstico de Abuso de Substâncias seja mais provável em sujeitos que iniciaram recentemente o consumo da substância. de forma recorrente. Pode existir incapacidade repetida para cumprir obrigações importantes. Enquanto intoxicado. relacionados com a substância (por exemplo. O sujeito pode apresentar repetidamente intoxicação ou outros sintomas relacionados com a substância em ocasiões em que deve cumprir obrigações importantes no trabalho. abstinência ou um padrão de utilização compulsiva. relacionados com ressacas recorrentes. o sujeito pode negligenciar as crianças ou os deveres domésticos. agressão. problemas legais múltiplos e conflitos sociais e interpessoais recorrentes (Critério A). incluindo apenas as conseqüências nefastas da utilização repetida. Um estudante poderá ter absentismo. alguns continuam a apresentar conseqüências sociais adversas relacionadas com a substância. Podem ocorrer ausências repetidas ou fraco desempenho profissional. utilização repetida em situações em que existe perigo físico. A categoria de Abuso de Substâncias não se aplica à cafeína e à nicotina. durante um longo período de tempo. sem desenvolverem evidência de Dependência de Substância. Inversamente aos critérios de Dependência de Substâncias. prisões por comportamento desordeiro. Estes problemas deverão ocorrer. trabalha com máquinas ou pratica atividades como a natação ou alpinismo) (Critério A2). os critérios de Abuso de Substâncias não incluem tolerância. escola ou em casa (Critério Al). A pessoa pode estar repetidamente intoxicada em situações em que esta se torne fisicamente perigosa (por exemplo. espancamento ou condução sob a influência da substância) (Critério A3). Podem existir problemas legais recorrentes. quando guia um carro. A pessoa pode continuar a utilizar a substância apesar de uma história . Um diagnóstico de Abuso de Substâncias é antecipado pelo diagnóstico de Dependência de Substâncias se o padrão individual de utilização de substâncias preencheu anteriormente os critérios de Dependência para essa classe de substâncias (Critério B).186 Perturbações Relacionadas com Substâncias Abuso de Substâncias Características A característica essencial do Abuso de Substâncias é um padrão desadaptativo de utilização da substância manifestado por conseqüências adversas. durante o mesmo período de 12 meses. recorrentes e significativas. relacionadas com a utilização repetida das substâncias. de conseqüências indesejáveis, sociais ou interpessoais, persistentes ou recorrentes (por exemplo, dificuldades conjugais ou divórcio, conflitos verbais ou físicos) (Critério A4). × Critérios de Abuso de Substâncias A.Padrão desadaptativo da utilização de substâncias levando a déficit ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por um (ou mais) dos seguintes, ocorrendo durante um período de 12 meses: 1 ) utilização recorrente de uma substância resultando na incapacidade de cumprir obrigações importantes no trabalho, na escola ou em casa (por exemplo, ausências repetidas ou fraco desempenho profissional relacionado com a utilização de substâncias, suspensões ou expulsões escolares relacionadas com a substância; negligência das crianças ou deveres domésticos) (continua) Intoxicação por Substância 187 Critérios de Abuso de Substâncias (continuação) 2) utilização recorrente da substância em situações em que esta se torna fisicamente perigosa (por exemplo, guiar um automóvel ou trabalhar com máquinas quando diminuído pela utilização da substância); 3) problemas legais recorrentes, relacionados com a substância (por exemplo, prisões por comportamentos desordeiros relacionados com a substância); 4) continuação da utilização da substância apesar dos problemas sociais ou interpessoais, persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos da substância (por exemplo, discussões com o cônjuge sobre as conseqüências da intoxicação; lutas físicas). B. Os sintomas nunca preencheram os critérios de Dependência de Substâncias, para esta classe de substâncias. Perturbações Induzidas por Substâncias Intoxicação por Substâncias Características de Diagnóstico A característica essencial da Intoxicação por Substâncias é o desenvolvimento de uma síndrome específica para a substância, reversível, devida à ingestão recente ou exposição a uma substância (Critério A). As alterações psicológicas e comportamentais desadaptativas clinicamente significativas associadas à intoxicação (por exemplo, beligerância, déficits cognitivos e de discernimento, no funcionamento social ou ocupacional) são devidos aos efeitos fisiológicos diretos da substância sobre o sistema nervoso central e desenvolvem-se durante ou imediatamente após a utilização da substância (Critério B). Os sintomas não são devidos a um estado físico geral nem a outra perturbação mental (Critério C). A Intoxicação por Substâncias está frequentemente associada a Abuso ou Dependência de Substâncias. Esta categoria não se aplica à nicotina. A evidência de ingestão recente da substância pode ser obtida a partir da história clínica, exame físico (por exemplo, odor de álcool no hálito) ou análise toxicológica dos fluidos corporais (por exemplo, urina ou sangue). As alterações mais comuns envolvem perturbações de percepção, vigília, atenção, pensamento, julgamento, comportamento psicomotor e interpessoal. O quadro clínico específico da Intoxicação por Substâncias varia dramaticamente entre as pessoas, dependendo também da substância envolvida, da dose, da duração ou cronicidade da dose, da tolerância individual à substância, do período de tempo desde a última dose, das expectativas da pessoa quanto aos efeitos da substância e do ambiente ou contexto em que a substância é tomada. As intoxicações «agudas» ou a curto prazo podem apresentar sinais e sintomas diferentes das intoxicações «crônicas» ou mantidas. Por exemplo, doses moderadas de cocaína podem inicialmente produzir gregarismo, podendo desenvolver-se retraimento social se essas doses forem frequentemente repetidas ao longo de dias ou semanas. Substâncias diferentes (por vezes até classes diferentes de 188 Perturbações Relacionadas com Substâncias substâncias) podem produzir sintomas idênticos. Por exemplo, as Intoxicações por Anfetaminas e Cocaína podem ambas apresentar-se com grandiosidade e hiperatividade, acompanhadas de taquicardia, dilatação pupilar, elevação da pressão sanguínea e sudação ou arrepios. Quando utilizado no sentido fisiológico, o termo »intoxicação» é mais vasto do que a Intoxicação por Substâncias definida aqui. Muitas substâncias podem produzir alterações fisiológicas ou psicológicas que não são necessariamente desadaptativas. Por exemplo, um sujeito com taquicardia produzida pela utilização excessiva de cafeína, tem uma intoxicação fisiológica mas, se este é o único sintoma, na ausência de comportamento desadaptativo, não deverá aplicar-se o diagnóstico de Intoxicação por Cafeína. A natureza desadaptativa das alterações de comportamento induzidas por uma substância dependem do contexto social e ambiental. O comportamento desadaptativo geralmente coloca o sujeito em risco significativo de efeitos adversos (por exemplo, acidentes, complicações médicas gerais, disrupção das relações familiares e sociais, dificuldades vocacionais ou financeiras, problemas legais). Os sinais e sintomas de intoxicação podem por vezes persistir durante horas ou dias para além do tempo em que a substância é detectável nos fluidos corporais. Isto pode ser devido às concentrações baixas contínuas da substância em certas áreas cerebrais ou a um efeito «ataque-e-fuga» em que a substância altera um processo fisiológico, cuja recuperação é mais prolongada do que a eliminação da substância. Estes efeitos a longo prazo da intoxicação devem distinguirse da abstinência (isto é, sintomas iniciados pelo declínio das concentrações sanguíneas ou tecidulares da substância). × Critérios de Intoxicação por Substâncias A.Desenvolvimento de uma síndrome reversível, específica de uma substância, devida à ingestão (ou exposição) recente a uma substância. Nota: substâncias diferentes podem produzir síndromes idênticas ou similares. B.Alterações desadaptativas, comportamentais ou psicológicas, clinicamente significativas, devidas ao efeito de uma substância sobre o sistema nervoso central (por exemplo, beligerância, labilidade do humor, déficit cognitivo e do julgamento e do funcionamento social ou ocupacional), que se desenvolvem durante imediatamente após a utilização da substância. C.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral nem a outra perturbação mental. Abstinência de Substâncias Características de Diagnóstico A característica essencial da Abstinência de Substâncias é o desenvolvimento de uma alteração comportamental desadaptativa, específica de uma substância, com concomitantes fisiológicos e cognitivos, devido à cessação ou redução na utilização prolongada e Abstinência de Substâncias 189 «maciça» de substâncias (Critério A). A síndrome específica da substância causa sofrimento ou déficit clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional e em outras áreas importantes (Critério B). Os sintomas não são devidos ao estado físico geral nem a outra perturbação mental (Critério C). A Abstinência está geralmente associada, mas nem sempre, à Dependência de Substâncias (ver p. 178). A maioria dos sujeitos com Abstinência (talvez todos) têm ânsias de readministrar a substância para reduzir os sintomas. O diagnóstico de Abstinência é reconhecido para os seguintes grupos de substâncias: álcool, anfetaminas e outras substâncias relacionadas, cocaína, nicotina, opiáceos; sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos. Os sinais e sintomas da Abstinência variam de acordo com a substância utilizada, sendo a maioria dos sintomas o oposto dos observados na Intoxicação com a mesma substância. Também afetam os sintomas de abstinência a dose e duração da utilização e outros fatores como a presença ou ausência de doenças adicionais. A Abstinência desenvolve-se quando as doses são reduzidas ou interrompidas, ao passo que os sinais e sintomas da Intoxicação melhoram (gradualmente em alguns casos) após a paragem. × Critérios de Abstinência de Substâncias A. Desenvolvimento de uma síndrome específica da substância, devida à cessação (ou redução) na utilização prolongada e «maciça» de uma substância. B. A síndrome, específica da substância, causa sofrimento ou déficit clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes. C. Os sintomas não são devidos a um estado físico geral nem a outra perturbação mental. Características Associadas à Dependência, Abuso, Intoxicação e Abstinência de Substâncias Avaliação. O diagnóstico de Dependência de Substâncias requer a obtenção de uma história pormenorizada, fornecida pelo sujeito e, sempre que possível, por fontes de informação adicionais (por exemplo, registros médicos, cônjuge, familiar, amigo próximo). Os exames físicos e laboratoriais também poderão ser úteis. Via de administração. A via de administração de uma substância é um importante fator na determinação dos efeitos (incluindo o tempo de evolução e desenvolvimento da Intoxicação, a probabilidade de a sua utilização produzir alterações fisiológicas associadas a Abstinência, levar à Dependência ou Abuso ou de os padrões de consumo serem caracterizados por picos periódicos ou utilização diária). As vias de administração que produzem uma absorção mais rápida e eficiente para a corrente sanguínea (por exemplo, intravenosa; fumado ou aspirado) tendem a resultar numa intoxicação mais intensa e no aumento da probabilidade de um padrão de utilização da substância «em escalada», conduzindo à Dependência. As vias de administração que libertam rapidamente grandes quantidades da substância para o cérebro estão também associadas a níveis mais elevados de consumo da substância e maior probabilidade 190 Perturbações Relacionadas com Substâncias de efeitos tóxicos. Por exemplo, uma pessoa que utilizar anfetaminas por via intravenosa, tem maior probabilidade de consumir grandes quantidades de substância e maior risco de overdose do que outra pessoa que consome anfetaminas apenas por via oral e intranasal. Velocidade de início numa dada classe de substâncias. As substâncias de ação rápida têm maior probabilidade, do que as de ação lenta, de produzirem intoxicação imediata e levar a Dependência e Abuso. Por exemplo, uma vez que o diazepam e o alprazolam têm um início de ação mais rápido que o oxazepam, podem consequentemente, com maior probabilidade, levar a Dependência ou Abuso. Duração dos efeitos. A duração dos efeitos associados a uma substância particular é também importante na determinação do tempo de evolução da Intoxicação e na probabilidade de a utilização da substância levar a Dependência ou Abuso. As substâncias de ação relativamente curta (por exemplo, alguns ansiolíticos) tendem a apresentar um potencial mais elevado para o desenvolvimento de Dependência ou Abuso do que as substâncias com efeitos similares com uma maior duração de ação (por exemplo, fenobarbital). A semivida da substância tem aspectos em paralelo com a Abstinência: quanto maior a duração de ação, maior o tempo entre a cessação e o início dos sintomas de abstinência e maior a duração da abstinência. Utilização de múltiplas substâncias. A Dependência, Abuso, Intoxicação e Abstinência de Substâncias envolvem frequentemente várias substâncias utilizadas simultânea ou sequencialmente. Por exemplo, os sujeitos com Dependência de Cocaína utilizam frequentemente álcool, ansiolíticos ou opiáceos, muitas vezes para contrariarem os sintomas de ansiedade tardios induzidos pela cocaína. De forma semelhante os sujeitos com Dependência de Opiáceos ou Cannabis geralmente apresentam outras Perturbações Relacionadas com Substâncias, envolvendo na maioria das vezes álcool, ansiolíticos, anfetaminas ou cocaína. Quando são preenchidos os critérios para mais do que uma Perturbação Relacionada com Substâncias, deverão ser feitos diagnósticos múltiplos. As situações em que deverá ser feito um diagnóstico de Dependência de Substâncias Múltiplas são descritos na página 276. Dados laboratoriais associados. As análises laboratoriais de sangue e urina podem ajudar a determinar a utilização recente de uma substância. Os níveis sanguíneos oferecem informação adicional sobre a quantidade de substância que ainda se encontra no corpo. Note-se que um teste positivo de urina ou sangue não indica, por si só, que o sujeito tenha um padrão de utilização da substância que preencha os critérios de Perturbação Relacionada com Substâncias e que um teste negativo de sangue ou urina não exclui, por si só, um diagnóstico de Perturbação Relacionada com Substâncias. No caso de Intoxicação, os testes de sangue e urina podem ajudar a determinar a(s) substância(s) relevante(s) envolvida(s).A confirmação específica pode requerer análise toxicológica, uma vez que várias substâncias apresentam síndromes de Intoxicação semelhantes, que as pessoas consomem frequentemente diferentes substâncias e que a substituição e contaminação das drogas de rua é freqüente; as pessoas que obtêm estas substâncias de forma ilícita desconhecem o conteúdo específico daquilo que consumiram. Os testes toxicológicos podem também ser úteis no diagnóstico diferencial da determinação do papel da Intoxicação ou Abstinência na etiologia (ou exacerbação) dos sintomas de uma série de perturbações mentais (por exemplo, Perturbações do Humor, Perturbações Psicóticas). Além disso, os níveis sanguíneos ajudam a diferenciar a Intoxicação da Abstinência. O nível sanguíneo de uma substância pode ser uma pista útil para determinar se uma pessoa apresenta uma elevada tolerância para um dado grupo de substâncias (por exemplo, uma pessoa com uma alcoolemia superior a 150 mg/dl sem sinais de intoxicação Perturbações Relacionadas com Substâncias 191 tem uma tolerância significativa ao álcool e é provavelmente uma utilizadora crônica de álcool, sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos). Outro método de avaliação da tolerância é a determinação da resposta individual a um medicamento agonista ou antagonista. Por exemplo, uma pessoa que não exibe quaisquer sinais de intoxicação após consumo de uma dose de pentobarbital igual ou superior a 200 mg tem uma tolerância significativa a sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos e pode necessitar de tratamento para prevenir o desenvolvimento de Abstinência. De forma semelhante, nos casos em que a tolerância ou Dependência de Opiáceos não pode ser claramente confirmada pela história, a utilização de um antagonista (por exemplo, naloxona), para demonstrar a indução dos sintomas de abstinência, pode ser bastante informativa. Os testes laboratoriais podem ser úteis na identificação de Abstinência em sujeitos com Dependência de Substâncias. A evidência de cessação ou redução pode ser obtida a partir da história ou da análise toxicológica dos fluidos corporais (por exemplo, urina ou sangue). Embora a maioria das substâncias e dos seus metabólitos desapareçam da urina nas 48 horas após a ingestão, alguns metabólitos podem estar presentes por um período mais longo em sujeitos que usam cronicamente a substância. Se a pessoa se apresenta com Abstinência de uma substância desconhecida, os testes de urina podem ajudar a identificar a substância, tornando possível o início do tratamento adequado. Os testes de urina podem também ser úteis na diferenciação entre Abstinência e outras perturbações mentais, uma vez que os sintomas de abstinência podem mimetizar os sintomas de perturbações mentais não relacionadas com a utilização de uma substância. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. Tal como referido nas secções específicas para as onze classes de substâncias, a intoxicação e a abstinência provavelmente incluem sinais e sintomas físicos que são frequentemente a primeira pista para a detecção de uma perturbação relacionada com uma substância. De uma forma geral, a intoxicação com anfetaminas ou cocaína acompanha-se de aumento na pressão sanguínea, freqüência respiratória, pulso e temperatura corporal. A intoxicação com sedativos, hipnóticos, ansiolíticos ou medicamentos opiáceos envolve frequentemente o padrão oposto. A Dependência e Abuso de Substâncias estão muitas vezes associadas a estados físicos gerais, habitualmente relacionados com os efeitos tóxicos das substâncias em sistemas particulares de órgãos (por exemplo, cirrose na Dependência do Álcool) ou com as vias de administração (por exemplo, infecção HIV devido a partilha de agulhas). Perturbações mentais associadas. A utilização de uma substância é frequentemente um componente da apresentação sintomática das perturbações mentais. Quando se presume que os sintomas são uma conseqüência fisiológica direta de uma substância, deverá ser diagnosticada uma Perturbação Relacionada com Substâncias (ver p. 196). As Perturbações Relacionadas com Substâncias têm frequentemente co-morbilidade com muitas perturbações mentais, complicando a sua evolução e tratamento (por exemplo, Per- turbação do Comportamento em Adolescentes; Perturbação Borderline e AntiSocial da Personalidade, Esquizofrenia, Perturbações do Humor). Procedimentos de Registro para Dependência, Abuso, Intoxicação e Abstinência Para drogas de abuso. O médico deverá usar a classificação que se aplica à classe de substâncias mas registrar o nome da substância específica em vez do nome da classe. Por exemplo, o médico deverá registrar F13.3 Abstinência de Secobarbital [292.0] (em vez de Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos) ou F15.1 Abuso de Metanfetamina 192 Perturbações Relacionadas com Substâncias [305.7] (em vez de Abuso de Anfetaminas). Para as substâncias que não se adaptam a nenhuma das classes (por exemplo, nitrito de amilo) deverá ser utilizada a classificação apropriada para «Dependência de Outras Substâncias», «Abuso de Outras Substâncias», «Intoxicação por Outras Substâncias» ou «Abstinência de Outras Substâncias» com indicação da substância específica (por exemplo, F19.1 Abuso de Nitrito de Amilo [305.90]). Se a substância for desconhecida, deverá ser utilizada a classificação «Outras (ou Desconhecida)», (por exemplo, F19.00 Intoxicação por Substância Desconhecida [292.89] ). Para uma dada substância, se forem preenchidos os critérios de mais de uma Perturbação Relacionada com Substâncias, todas deverão ser diagnosticadas (por exemplo, F11.3 Abstinência de Heroína [292.0); F1124 Dependência de Heroína [304.10]). Se existirem sintomas ou problemas associados a uma substância particular mas não forem preenchidos os critérios de nenhuma das perturbações específicas de substância, poderá ser utilizada a categoria «Sem Outra Especificação» (por exemplo, F12.9 Perturbação Relacionada com Cannabis, Sem Outra Especificação [292.9]). Se forem utilizadas múltiplas substâncias, deverão ser diagnosticadas todas as Perturbações Relacionadas com Substâncias (por exemplo, F16.00 Intoxicação por Mescalina [292.89]; F1424 Dependência de Cocaína [30420]). As situações em que deverá ser feito o diagnóstico F19.24 Dependência de Substâncias Múltiplas [304.80] são descritas na p. 276. Para medicamentos e tóxicos. Para os medicamentos não referenciados acima (bem como para tóxicos) deverá ser utilizada a classificação «Outra Substância». Características Especificas da Cultura, Idade e Gênero Existem grandes variações culturais nas atitudes face ao consumo de substâncias, padrões de utilização, acessibilidade, reações fisiológicas e prevalência das Perturbações Relacionadas com Substâncias. Alguns grupos proíbem a utilização de álcool, enquanto noutros a utilização de várias substâncias que alteram o humor é largamente aceite. A avaliação de qualquer padrão individual de utilização de substância deverá ter em conta estes fatores. Os padrões de utilização de medicamentos e exposição a tóxicos também variam muito entre países. Os sujeitos com idades entre os 18 e os 24 anos apresentam taxas de prevalência relativamente elevadas para a utilização de todas as substâncias, incluindo o álcool. Para as drogas de abuso, a Intoxicação é em geral a Perturbação Relacionada com Substâncias inicial, começando habitualmente na adolescência. A Abstinência pode ocorrer em qualquer idade desde que a droga relevante tenha sido tomada em doses suficientemente altas, durante um período de tempo suficientemente longo. A Dependência pode também ocorrer em qualquer idade mas, de forma típica, o seu início para a maioria das drogas de abuso é por volta dos 20, 30 e 40 anos. Quando uma Perturbação Relacionada com Substâncias, que não a Intoxicação, começa no início da adolescência, está frequentemente associada com uma Perturbação do Comportamento e com incapacidade em completar a escolaridade. Nas drogas de abuso, as Perturbações Relacionadas com Substâncias são mais frequentemente diagnosticadas nos homens que nas mulheres mas os ratios quanto ao sexo variam com as classes de substâncias. Evolução A evolução da Dependência, Abuso, Intoxicação ou Abstinência varia com as classes de substâncias, via de administração e outros fatores. As secções «Evolução« para as várias classes de substâncias indicam as características específicas de cada uma. Contudo, podem ser feitas algumas generalizações. A Intoxicação desenvolve-se geralmente dentro de minutos a horas após uma única dose suficientemente grande e continua ou intensifica-se com a repetição freqüente das doses. Geralmente, a intoxicação começa a atenuar-se à medida que as concentrações sanguíneas ou tecidulares da substância declinam, embora os sinais e sintomas possam Perturbações Relacionadas com Substâncias 193 resolver-se lentamente, prolongando-se, em algumas situações, por horas ou dias após a substância ter deixado de ser detectada nos fluidos corporais. O início da Intoxicação pode ser atrasado com substâncias de absorção lenta ou que necessitam ser metabolizadas em componentes ativos. As substâncias de longa ação podem produzir intoxicações prolongadas. A abstinência desenvolve-se com o declínio da substância no sistema nervoso central. Os sintomas mais precoces de abstinência, para as substâncias de curta semivida (por exemplo álcool, lorazepam ou heroína), desenvolvem-se geralmente algumas horas após ter cessado o consumo, embora as convulsões possam ocorrer várias semanas após a interrupção de altas doses de ansiolíticos com longa semivida. Os sinais mais intensos de abstinência terminam geralmente alguns dias a semanas após a cessação da utilização da substância, embora alguns sinais fisiológicos subtis possam ser detectáveis durante várias semanas ou até meses como parte de uma síndrome de abstinência tardia. O diagnóstico de Abuso de Substâncias é mais provável em sujeitos que iniciaram recentemente a utilização de substâncias. Para muitos, o Abuso de Substâncias de uma classe particular evolui para uma Dependência de Substâncias, dentro da mesma classe. Isto é particularmente verdadeiro para substâncias com alto potencial de desenvolvimento de tolerância, abstinência e padrões de utilização compulsiva. Alguns sujeitos apresentam episódios de Abuso de Substâncias durante um extenso período e nunca desenvolvem Dependência de Substâncias. Isto acontece sobretudo para as substâncias com menor potencial de desenvolvimento de tolerância, abstinência e padrões de utilização compulsiva. Uma vez que tenham sido preenchidos os critérios de Dependência de Substâncias, não poderá ser feito um diagnóstico subseqüente de Abuso de Substâncias, para a mesma classe. Para um sujeito com Dependência de Substâncias em remissão total, quaisquer recaídas que preencham os critérios de Abuso de Substâncias deverão ser consideradas Dependência em Remissão Parcial (ver especificações evolutivas,p.183). A evolução de uma Dependência de Substâncias é variável. Embora possam ocorrer episódios relativamente breves e autolimitados (particularmente durante períodos de stress psicossocial), a evolução é geralmente crônica, ao longo de anos, com períodos de exacerbação e remissão parcial ou total. Podem existir períodos de consumo maciço com problemas graves, períodos de abstinência total e ocasiões de utilização não problemática da substância que duram, por vezes, meses. A Dependência de Substâncias associa-se algumas vezes a remissões espontâneas, de longa duração. Por exemplo, os follow-ups revelam que 20% (ou mais) dos sujeitos com Dependência do Álcool se tornam permanentemente abstinentes, em regra após um acontecimento de vida grave (por exemplo, ameaça ou imposição de sanções sociais ou legais, descoberta de uma complicação médica ameaçadora da vida, etc.). Durante os primeiros 12 meses após o início da remissão, o sujeito é particularmente vulnerável às recaídas. Muitos sujeitos subestimam a sua vulnerabilidade ao desenvolvimento de um padrão de Dependência. Quando se encontram num período de remissão, convencem-se incorretamente que não terão problemas na regulação da utilização da substância, observando regras cada vez menos restritivas quanto à utilização da substância, apenas para voltarem à Dependência. A presença de outras perturbações mentais (por exemplo, Perturbação Anti-Social da Personalidade, Perturbação Depressiva Major) aumenta frequentemente o risco de complicações e de mau prognóstico. Deficiências e Complicações Embora muitos sujeitos com problemas relacionados com substâncias tenham um bom funcionamento (por exemplo, nas relações interpessoais, desempenho profissional e financeiro), estas perturbações causam frequentemente déficit marcado e complicações 194 Perturbações Relacionadas com Substâncias graves. Os sujeitos com Perturbações Relacionadas com Substâncias experimentam com freqüência uma deterioração na sua saúde geral. Da dieta imprópria e da higiene pessoal desadequada podem resultar má nutrição e outros estados físicos gerais. A Intoxicação ou a Abstinência podem ser complicadas por trauma relacionado com a diminuição da coordenação motora ou de discernimento. Os materiais usados para «cortar» certas substâncias podem produzir reações tóxicas ou alérgicas. A utilização intranasal de substâncias (snifar) pode causar erosão do septo nasal. A utilização de estimulantes pode resultar em morte súbita devido a arritmias cardíacas, enfarte do miocárdio, acidente cerebrovascular ou paragem respiratória. A utilização de agulhas contaminadas durante a administração intravenosa de substâncias pode provocar infecção HIV, hepatite, tétano, vasculite, septicemia, endocardite bacteriana subaguda, fenômenos embólicose malária. A utilização de substâncias pode associar-se a comportamento violento ou agressivo, por vezes manifestado por lutas ou atividade criminal, podendo resultar em lesão para o utilizador da substância ou para os outros. Os acidentes de viação, domésticos e industriais são uma complicação major da Intoxicação por Substâncias e resultam em taxas de morbilidade e mortalidade apreciáveis. Aproximadamente metade dos acidentes totais nas estradas envolvem um condutor ou um peão intoxicados. Além disso, quase 10%o dos sujeitos com Dependência de Substâncias suicidam-se, frequentemente no contexto de uma Perturbação do Humor Induzida por Substâncias. Finalmente, uma vez que a maioria das substâncias descritas nesta secção, senão todas, atravessam a placenta, podem ter efeitos adversos potenciais para o feto em desenvolvimento (por exemplo, síndrome alcoólica fetal). Quando repetidamente tomadas em altas doses pela mãe, um certo número de substâncias (por exemplo, cocaína, opiáceos, álcool, sedativos, hipnóticos e ansiolíticos) são capazes de provocar dependência fisiológica no feto e uma síndrome de abstinência no recém-nascido. Padrão Familiar A informação sobre associações familiares tem sido mais bem estudada para as Perturbações Relacionadas com o Álcool (ver discussão pormenorizada na p. 207). Existe alguma evidência quanto às diferenças entre sujeitos, geneticamente determinadas, nas doses requeridas para produzir Intoxicação Do Álcool. Embora o Abuso e Dependência de Substâncias pareçam agregar-se em certas famílias, algum deste efeito poderá explicar-se pela distribuição familiar concorrente de Perturbação Anti-Social da Personalidade, que pode predispor os sujeitos ao desenvolvimento de Abuso ou Dependência de Substâncias. Diagnóstico Diferencial As Perturbações Relacionadas com Substâncias distinguem-se da utilização não patológica de substâncias (por exemplo, o «beber social») e da utilização de medicamentos para fins médicos adequados pela presença de tolerância, abstinência, utilização compulsiva ou problemas relacionados com substâncias (por exemplo, complicações médicas, disrupção nas relações sociais e familiares, dificuldades financeiras ou vocacionais, problemas legais). Os episódios repetidos de Intoxicação por Substâncias são invariavelmente características provenientes do Abuso ou Dependência de Substâncias. Contudo, um ou mais episódios de Intoxicação não são por si só suficientes para o diagnóstico de Dependência ou Abuso de Substâncias. Por vezes pode se difícil distinguir entre Intoxicação e Abstinência de Substâncias. Se um sintoma aparece durante o consumo e desaparece gradualmente após este ter Perturbações Relacionadas com Substâncias 195 cessado, é possível que faça parte de uma Intoxicação. Se o sintoma aparece após paragem ou redução do consumo da substância, é provável que faça parte da Abstinência. Os sujeitos com Perturbações Relacionadas com Substâncias frequentemente consomem mais do que uma substância e podem estar intoxicados com uma (por exemplo, heroína) e em abstinência de outra (por exemplo diazepam). Este diferencial é ainda complicado pelo fato de que os sinais e sintomas,de Abstinência de algumas substâncias (por exemplo, sedativos) podem mimetizar parcialmente a Intoxicação de Outras (por exemplo, anfetaminas). A Intoxicação por substâncias diferencia-se do Delirium de Intoxicação por Substâncias (p.133), dá Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias, com Início Durante a Intoxicação (p. 319); da Perturbação do Humor Induzida por Substâncias, com Início Durante a Intoxicação (p. 381); da Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias, com Início Durante a Intoxicação (p. 451); da Disfunção Sexual Induzida por Substâncias, com Início Durante a Intoxicação (p. 532) e da Perturbação do Sono Induzida por Substâncias, com Início Durante a Intoxicação (p. 619), pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação por Substâncias e são suficientemente graves para requererem atenção clínica independente. A Abstinência de Substâncias diferencia-se do Delirium de Abstinência de Substâncias (p.133), da Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias, Com Início Durante a Abstinência (p. 319); da Perturbação do Humor Induzida por Substâncias, com Início Durante a Abstinência (p. 381); da Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias, com Início Durante a Abstinência (p. 451) e da Perturbação do Sono Induzida por Substâncias, com Início Durante a Abstinência (p. 619), pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Abstinência de Substâncias e são suficientemente graves para requererem atenção clínica independente. As Perturbações Induzidas por Substâncias adicionais descritas acima apresentam sintomas que se assemelham aos das perturbações mentais não induzidas por substâncias (isto é, primárias). Ver na página 197 a discussão deste importante, mas frequentemente difícil, diagnóstico diferencial. Não se realiza geralmente um diagnóstico adicional de Perturbação Induzida por Substâncias se os sintomas de perturbações mentais preexistentes forem exacerbados por Intoxicação ou Abstinência de Substâncias (embora possa ser apropriado um diagnóstico de Intoxicação ou Abstinência de Substâncias). Por exemplo, a Intoxicação com algumas substâncias pode exacerbar as variações de humor da Perturbação Bipolar, as alucinações auditivo-verbais e as idéias delirantes paranóides da Esquizofrenia, os pensamentos intrusivos e os pesadelos da Perturbação Pós-Traumática de Stress e os sintomas ansiosos na Perturbação de Pânico, da Perturbação da Ansiedade Generalizada, Fobia Social e Agorafobia. A Intoxicação ou a Abstinência podem também aumentar o risco de suicídio, violência e comportamento impulsivo em sujeitos com uma Perturbação Anti-Social ou Borderline da Personalidade preexistente. Muitas situações neurológicas (por exemplo, traumatismos cranianos) ou metabólicas produzem sintomas que se assemelham e que por vezes são incorretamente atribuídos intoxicação ou Abstinência (por exemplo, flutuação dos níveis de consciência, discurso empastado, descoordenação). Também os sintomas de doenças infecciosas podem parecer-se com a Abstinência de algumas substâncias (por exemplo, a gastrenterite viral pode ser semelhante à Abstinência de Opiáceos). Se os sintomas forem presumivelmente uma conseqüência fisiológica direta da utilização da substâncias e de um estado físico geral, deverão diagnosticar-se ambas: Perturbação Relacionada com Substâncias e Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral. Se o médico for incapaz de determinar se os sintomas são induzidos por uma substância, devidos a um estado físico geral ou primários, deverá diagnosticar Categoria Sem Outra Especificação (por exemplo, sintomas psicóticos de etiologia indeterminada deverão ser diagnosticados como Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação). 196 Perturbações Relacionadas com Substâncias Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Dependência de Substância são aproximados mas não idênticos aos critérios do DSM-IV. A ICD-10 inclui todos os sete itens do DSM-IV mas condensa estes em cinco critérios e acrescenta um sexto item que faz referência ao comportamento de ânsia pela droga (craving). Além disso, o método para estabelecer o significado clínico difere nos dois sistemas. O DSM-IV especifica que deve haver um padrão desadaptativo do uso da substância que provoque mal-estar ou deficiência clinicamente significativos, enquanto os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 requerem uma duração mínima dos sintomas de um mês ou então a repetição dos episódios durante um período de 12 meses. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Abuso de Substância são menos específicos que os critérios do DSM-IV, requerendo que deve haver «evidência clara de que o uso da substância era responsável por (ou contribuiu substancialmente para) danos físicos ou psicológicos, incluindo juízo deficiente ou comportamento disfuncional, que pode conduzir a incapacidade ou ter conseqüências adversas no relacionamento interpessoal». Na ICD-10, esta perturbação é referida como Utilização Causadora de Danos. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Intoxicação são quase iguais aos do DSM-IV. Contudo, ao contrário da definição de Abstinência do DSM-IV, que especifica que os sintomas de abstinência causem ansiedade clinicamente significativa ou deficiência, os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Abstinência indicam apenas a presença de sinais e sintomas característicos. Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias Incluídas Noutras Secções do Manual As Perturbações Induzidas por Substâncias produzem uma variedade de sintomas característicos de outras perturbações mentais (ver tabela 1, p.181). Para facilitar o diagnóstico diferencial, o texto e os critérios destas outras Perturbações Induzidas por Substâncias são incluídos nas secções deste manual com as perturbações com as quais partilham a fenomenologia: Delirium Induzido por Substâncias (ver p.133) é incluído na secção «Delirium, Demência, Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas». Demência Persistente Induzida por Substâncias (ver p. 157) é incluída na secção «Delirium, Demência, Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas». Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias (ver p.165) é incluída na secção «Delirium, Demência, Perturbações Mnésicas e Outras Perturbações Cognitivas». Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias (ver p. 319) é incluída na secção «Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas». No DSM-IIIR, estas perturbações eram classificadas como «alucinose orgânica» e «perturbação delirante orgânica». Perturbação do Humor Induzida por Substâncias (ver p. 381) é incluída na secção «Perturbações do Humor». Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias (ver p. 451) é incluída na secção «Perturbações da Ansiedades». Disfunção Sexual Induzida por Substâncias (ver p. 532) é incluída na secção «Perturbações da Identidade de Gênero». Perturbação do Sono Induzida por Substâncias (ver p. 619) é incluída na secção «Perturbações do Sono». Adicionalmente, a Perturbação Persistente da Percepção Induzida por Alucinógenos (Flashbacks) (p. 238) é incluída como «Perturbações Relacionadas com Alucinógenos», nesta secção. Perturbações Relacionadas com Substâncias 197 No DSM-III-R, as Perturbações Induzidas por Substâncias e as Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral eram designadas como perturbações «orgânicas» e agrupadas numa única secção. Esta diferenciação das perturbações mentais «orgânicas» como classe em separado implicava que as perturbações mentais «nãoorgânicas» ou «funcionais» não estavam, de alguma forma, relacionadas com fatores ou processos físicos ou biológicos. O DSM-IV elimina o termo orgânico e distingue estas perturbações mentais das que são induzidas por substâncias, devidas a um estado físico geral ou sem etiologia específica. O termo perturbação mental primária é utilizado para indicar as per- turbações mentais que não são induzidas por substâncias ou devidas a um estado físico geral. O contexto em que se desenvolve a Perturbação Induzida por Substâncias pode ter implicações importante em termos de manejo. Estas perturbações podem desenvolver-se no contexto de uma Intoxicação ou Abstinência de Substâncias ou podem persistir muito após a substância ter sido eliminada do corpo (Perturbações Persistentes Induzidas por Substâncias). As apresentações que se desenvolvem no contexto de uma Abstinência de Substâncias podem ser indicadas pela especificação «Com Início Durante a Abstinência». O diagnóstico de Perturbação Induzida por Substâncias, com Início Durante a Intoxicação ou Abstinência, só deverá ser feito em vez de Intoxicação ou Abstinência de Substâncias quando os sintomas excederem os habitualmente associados à síndrome de intoxicação ou abstinência característica da substância particular e quando forem suficientemente graves para independentemente requererem atenção clínica. Estão incluídas três Perturbações Persistentes Induzidas por Substâncias: Demência Persistente Induzida por Substâncias (ver p. 157) e Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias (ver p.165) na secção «Delirium, Demência, Perturbação Mnésica Induzida por Substâncias» e a Perturbação Persistente de Percepção Induzida por Alucinógenos nesta secção (ver p. 238) A característica essencial da Perturbação Persistente Induzida por Substâncias é a persistência, prolongada ou permanente, de sintomas relacionados com a substância para além de o período usual da Intoxicação ou Abstinência ter terminado. Para as drogas de abuso, o diagnóstico de Perturbação Mental Induzida por Substâncias requer evidências baseadas na história clínica, exames físicos ou laboratoriais de Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. Quando se avalia se os sintomas de uma Perturbação são o efeito fisiológico direto da utilização de uma substância é importante registrar a relação temporal entre o início e o fim da utilização da substância e os dos sintomas. Se estes precederem o início da utilização da substância ou persistirem por extensos períodos de abstinência da substância, é provável que não sejam induzidos pela substância. Regra geral, os sintomas que persistam por mais de quatro semanas após a cessação da Intoxicação aguda ou Abstinência deverão ser considerados uma manifestação de uma perturbação mental independente, não induzida por substâncias ou de uma Perturbação Persistente Induzida por Substâncias. A avaliação clínica é importante nesta distinção, particularmente devido ao fato de diferentes substâncias terem diferentes durações características de intoxicação e abstinência e várias relações com os sintomas das perturbações mentais. Uma vez que o estado de abstinência, para algumas substâncias, pode ser relativamente tardio, é útil observar cuidadosamente a evolução dos sintomas durante um longo período (por exemplo quatro semanas ou mais) após a cessação da Intoxicação aguda ou Abstinência, realizando todos os esforços possíveis para o sujeito se manter em abstinência. Isto pode ser conseguido de várias formas, incluindo o internamento, tratamento residencial, visitas de follow-up freqüentes, recrutamento de amigos e familiares para ajudarem o sujeito a permanecer abstinente, toxicologia regular do sangue ou urina, para a substância; e se estiver envolvido o álcool, avaliações rotineiras dos marcadores de consumo maciço como a gama-glutamil-transpeptidase (GGT). 198 Perturbações Relacionadas com Substâncias Outra consideração para a diferenciação entre uma perturbação mental primária e uma Perturbação Induzida por Substâncias é a presença de características atípicas da perturbação primária (por exemplo, idade de início atípica). Por exemplo, o início de um Episódio Maníaco após os 45 anos pode sugerir uma etiologia induzida por substâncias. Pelo contrário, os fatores que sugerem que os sintomas são devidos a uma doença mental primária incluem história de episódios prévios da perturbação não induzidos por substâncias. Finalmente, deverá ser considerada a presença ou ausência de características fisiológicas e comportamentais de Intoxicação ou Abstinência características da substância. Por exemplo, a presença de idéias delirantes paranóides não será de surpreender no contexto de uma Intoxicação por Fenciclidina mas será rara na Intoxicação por Sedativos, aumentando a probabilidade de ser uma Perturbação Psicótica primária a responsável pelos sintomas. Além disso, deve ser tomada em consideração a dose da substância utilizada. Por exemplo é rara a presença de idéias delirantes paranóides após um único consumo de marijuana mas já poderá ser compatível com doses elevadas de haxixe. As Perturbações Induzidas por Substâncias podem também ocorrer como efeito secundário de um medicamento ou exposição a um tóxico. As Perturbações Induzidas por Substâncias devido a tratamento prescrito para uma perturbação mental ou estado físico geral deverão iniciar-se enquanto a pessoa está a tomar os medicamentos (ou durante a abstinência, se o medicamento está associado a uma síndrome de abstinência). Quando o tratamento é descontinuado, os sintomas geralmente remitem em dias ou semanas (dependendo da semivida da substância, da presença de uma síndrome de abstinência e da variabilidade individual). Se os sintomas persistirem, deverá ser considerada uma perturbação mental primária (não relacionada com os medicamentos). Uma vez que os sujeitos com estados físicos gerais tomam frequentemente medicamentos para essas doenças, o médico deverá considerar a possibilidade de os sintomas serem causados pelas conseqüências fisiológicas do estado físico geral e não pelos medicamentos, caso em que se deverá diagnosticar Perturbação Mental Devida a Um Estado Físico Geral. A história clínica pode fornecer uma base para este juízo mas poderá ser necessária uma alteração no tratamento do estado físico geral para determinar, empiricamente, se naquela pessoa os medicamentos são ou não o agente causal. Procedimentos de Registro para as Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias Incluídas Noutras Secções do Manual A classificação diagnóstica inclui o nome da substância específica (por exemplo, cocaína, diazepam, dexametasona) presumível de causar os sintomas. O código diagnóstico é selecionado da lista de classes de substâncias fornecida pelos critérios de uma determinada Perturbação Induzida por Substâncias. Para as substâncias que não se adaptam a nenhuma das classes (por exemplo, dexametasona), deverá ser utilizada a classificação «Outra Substância». O nome da perturbação (por exemplo, Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína, Perturbação da Ansiedade Induzida por Diazepam) é seguido pela especificação dos sintomas que predominam na apresentação e do contexto em que estes se desenvolveram (por exemplo F14.51 Perturbação Psicótica Induzida pela Cocaína, com Atividade Delirante, com Início Durante a Intoxicação [291.11]; F13.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Diazepam, com Início Durante a Abstinência [292.89]). Quando se presume que mais do que uma substância tem um papel significativo no desenvolvimento dos sintomas, cada uma delas deverá ser registrada separadamente. Se se presume que uma substância é o fator etiológico mas a substância específica ou a classe de substâncias é desconhecida, deverá ser utilizada a classificação «Outra Substância». Perturbações Relacionadas com o Álcool 199 Perturbações Relacionadas com o Álcool Na maioria das culturas, o álcool é o depressor cerebral mais frequentemente utilizado e uma considerável causa de morbilidade e mortalidade. Em alguma ocasião das suas vidas, pelo menos 90% dos adultos nos EUA tiveram alguma experiência com o álcool e um número substancial (60% dos homens e 30% das mulheres) apresentaram um ou mais acontecimentos de vida adversos, relacionados com o álcool (por exemplo, condução após consumo excessivo de álcool, faltas às aulas ou ao trabalho devido a ressacas). Felizmente, a maioria dos sujeitos aprende, com estas experiências, a moderar o consumo e a não desenvolver Dependência ou Abuso do Álcool. Esta secção inclui discussões específicas para as Perturbações Relacionadas com o Álcool. O texto e critérios para os aspectos genéricos da Dependência ou Abuso de Substâncias (p.180 e p.186, respectivamente), aplicáveis a todas as substâncias, foram previamente fornecidos. Os textos específicos para a Dependência e Abuso do Álcool são fornecidos adiante; contudo, não existem critérios adicionais específicos para a Dependência ou Abuso de Álcool. Os textos e critérios específicos para a Intoxicação e Abstinência do Álcool são também fornecidos adiante. As perturbações Induzidas pelo Álcool (à exclusão da Intoxicação e Abstinência do Álcool) são descritas nas secções deste manual juntamente com as perturbações com as,quais partilham fenomenologia (por exemplo, a Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool é incluída na secção «Perturbações do Humor»). Abaixo, encontram-se registradas as Perturbações da Utilização de Álcool e as Perturbações Induzidas pelo Álcool. Perturbações da Utilização do Álcool F10.2x Dependência do Álcool [303:90] (ver p.200) F10.1 Abuso do Álcool [305.00] (ver p.200) Perturbações Induzidas pelo Álcool F10.00 Intoxicação pelo Álcool [303.00] (ver p.201) F10.3 Abstinência do Álcool [291.8) (ver p.202). Especificar se: Com Perturbações da Percepção F10.03 Delirium de Intoxicação pelo Álcool [303.00] (ver p.133) F10.4 Delirium de Abstinência pelo Álcool [291.0] (ver p.133) F10.73 Demência Persistente Induzida pelo Álcool [291.2] (ver p.157) F10.6 Perturbação Mnésica Induzida pelo Álcool [291.5] (ver p.165) F10.51 Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool, com Atividade F10.370) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência. F10.9] (ver p.209) . com Alucinações [291.319). Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência.8] (ver p.8] (ver p. Especificar se: com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência.451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência. Sem Outra Especificação [291. F10. F10.8] (ver p.8 Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool [291. F10.3] (ver p.9 Perturbação Relacionada com o Álcool.8] (ver p.319).532) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação.Delirante [291.8 Disfunção Sexual Induzida pelo Álcool [291.52 Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool.8 Perturbação da Ansiedade Induzida pelo Álcool [291.619) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência.8 Perturbação do Sono Induzida pelo Álcool [291. F10.5] (ver p. A dependência fisiológica do álcool é indicada pela evidência de tolerância ou pelos sintomas de Abstinência. 202) caracteriza-se pelo desenvolvimento de sintomas de abstinência num período aproximado de 12 horas após a redução de um consumo de álcool continuado. doença hepática ou outras seqüelas).180). frequentemente para evitarem ou aliviarem os sintomas de abstinência. depressão.90] Consultar também o texto e critérios para a Dependência de Substâncias (ver p. black-outs.1 Abuso de Álcool [305. continuando frequentemente a utilizar o álcool apesar da evidência de conseqüências adversas psicológicas ou físicas (por exemplo. epilepsia do tipo grande-mal). Uma minoria substancial dos sujeitos com Dependência do Álcool nunca experimenta níveis clinicamente relevantes de Abstinência do Álcool e apenas 5% experimentam alguma vez complicações graves da abstinência (por exemplo. A Abstinência do Álcool (p. Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência do Álcool as seguintes especificações (ver na p. os sujeitos com Dependência do Álcool podem continuar a consumi-lo apesar das conseqüências adversas. Uma vez que a Abstinência do Álcool pode ser desagradável e intensa. Uma vez resolvido um padrão de utilização compulsiva.0] .183 mais pormenores): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 2 Em Terapia Agonista 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica F10.2x Dependência do Álcool [303. prolongado e maciço.200 Perturbações Relacionadas com Substâncias Perturbações pela Utilização do Álcool F10. os sujeitos com Dependência podem despender períodos de tempo substanciais na obtenção e consumo de bebidas alcoólicas. delirium. 00] . fornecida pelo sujeito ou outro observador e. Estas alterações são acompanhadas por evidência de discurso empastado. perturbações da capacidade de discernimento. Quando estes problemas se acompanham pela evidência de tolerância. A característica essencial da intoxicação por Álcool é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. abuso infantil). O quadro resultante é semelhante ao que se observa durante a Intoxicação por Benzodiazepinas ou Barbitúricos. Finalmente. clinicamente significativas (por exemplo. nistagmo. A evidência de utilização de álcool pode ser obtida através do hálito a cheirar a álcool. quando necessário. deverá ser considerado o diagnóstico de Dependência de Álcool em vez de Abuso de Álcool.00 Intoxicação por Álcool [303. comportamento sexual ou agressivo desadequado. déficits na atenção ou na memória. da obtenção da história. Perturbações Induzidas pelo Álcool F10. Os cuidados com as crianças ou as tarefas domésticas podem ser negligenciados. estupor ou coma (Critério C). quando este ocorre na escola ou no trabalho. Estes sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). conduzir um automóvel ou trabalhar com máquinas enquanto embriagado). O desempenho escolar e laboral pode sofrer os efeitos pósconsumo ou da intoxicação em si. relacionado com o álcool. os sujeitos com Abuso de Álcool podem continuar a consumi-lo apesar de saberem que o consumo contínuo lhes pode provocar problemas interpessoais ou sociais significativos (discussões violentas com o cônjuge durante a intoxicação. Os níveis de descoordenação poderão interferir com a capacidade de conduzir e desempenhar as tarefas habituais ao ponto de causar acidentes. labilidade do humor. descoordenação.186).00 Intoxicação por Álcool [303. abstinência ou comportamento compulsivo relacionado com a utilização do álcool.00] Consultar também o texto e critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p. 187). Podem surgir problemas legais devido à utilização de álcool (por exemplo. × Critérios de diagnóstico para F10. podendo também ocorrer absentismo escolar ou laboral. marcha instável. urina ou ar expirado. prisão por conduzir sob a influência do álcool ou por certos comportamentos durante a intoxicação). diminuição do funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a ingestão de álcool (Critérios A e B). análises toxicológicas do sangue.Consultar também o texto e critérios para Abuso de Substâncias (ver p. A pessoa pode consumir álcool em situações fisicamente perigosas (por exemplo. Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. Um (ou mais) dos seguintes sinais. Ingestão recente de álcool. perturbações do discernimento. Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a qualquer outra perturbação mental. clinicamente significativas (por exemplo.A. B. labilidade do humor. comportamento sexual ou agressivo desadequado. C. . diminuição do funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a ingestão de álcool. D. durante ou logo após a utilização de álcool: (1) discurso empastado (2) descoordenação (3) marcha instável (4) nistagmo (5) déficits na atenção ou memória (6) estupor ou coma. Hipnóticos ou Ansiolíticos ou Perturbação da Ansiedade Generalizada) (Critério D). O Delirium de Abstinência do Álcool (p. Os sintomas são geralmente aliviados pela administração de álcool ou outro depressor cerebral. Contudo. Os sintomas causam sofrimento ou déficits clinicamente significativos no funcionamento social. pneumonia. agitação psicomotora.202 Perturbações Relacionadas com Substâncias F10. náuseas ou vômitos. Devido à curta semivida do álcool. após a utilização de álcool ter parado ou ter sido reduzida. sintomas como ansiedade. Os sintomas não deverão ter origem num estado físico geral ou em qualquer outra perturbação mental (por exemplo. diaforese ou pulsação superior a 100).8] Consultar também o texto e critérios de Abstinência de Substâncias (ver p. aumento do tremor das mãos. 133) inclui perturbações da consciência e cognição e alucinações visuais. 188). seqüelas de traumatismo craniano. insônia. após a Abstinência aguda. embora menos intensos. Os sintomas de abstinência iniciam-se tipicamente quando as concentrações sanguíneas de álcool diminuem bruscamente (isto é. os sintomas de abstinência podem desenvolver-se após longos períodos de tempo (até vários dias). As convulsões do tipo grande-mal ocorrem em menos de 3% dos sujeitos. insônia e disfunção autonômica podem persistir por 3-6 meses. o médico pode especificar Com Perturbações da Percepção (ver abaixo). tremores e Delirium de Abstinência do Álcool). hemorragia gastrintestinal. Quando se desenvolve o Delirium de Abstinência do Álcool é provável que esteja presente um estado físico geral clinicamente relevante (por exemplo. hiperatividade autonômica acentuada. sendo provável que melhorem bastante ao quarto ou quinto dias. A característica essencial da Abstinência do Álcool é a presença de uma síndrome de abstinência característica que se desenvolve após a paragem (ou redução) da utilização prolongada e maciça de álcool (critérios A e B). hipoglicemia.3 Abstinência do Álcool [291. Abstinência de Sedativos. Especificar . Menos de 5%o dos sujeitos que desenvolvem Abstinência do Álcool desenvolvem sintomas graves (por exemplo. A síndrome de abstinência inclui dois ou mais dos seguintes sintomas: hiperatividade autonômica (por exemplo. 4-12 horas). desequilíbrio eletrolítico ou estado pós-operatório). os sintomas de Abstinência do Álcool atingem geralmente um pico na sua intensidade durante o segundo dia de abstinência. Contudo. insuficiência hepática. tácteis ou auditivas («delirium tremens» ou «DT»). ocupacional ou noutras áreas importantes (Critério C). alucinações ou ilusões visuais. Quando ocorrem alucinações ou ilusões. tácteis ou auditivas transitórias. ansiedade e convulsões do tipo grande-mal. O teste da realidade intacto significa que a pessoa sabe que as alucinações são induzidas pela substância e não representam a realidade externa. . Quando as alucinações ocorrem na ausência de teste da realidade intacto. com Alucinações. deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias.na ausência de delirium. visuais ou tácteis.Pode ser aplicada ao diagnóstico de Abstinência do Álcool a seguinte especificação: Com Perturbações da Percepção. Pode ser registrada quando ocorrerem alucinações com teste da realidade intacto ou com ilusões auditivas. Perturbações Relacionadas com o Álcool 203 × Critérios de diagnóstico para F10. Os sintomas do Critério B causam sofrimento ou déficits clinicamente significativos no funcionamento social. 619). Demência Persistente Induzida pelo Álcool (p.165). 532) e Perturbação do Sono Induzida pelo Álcool (p. diaforese ou pulsação superior a 100) (2) tremor das mãos aumentado (3) insônia (4) náuseas ou vômitos (5) alucinações ou ilusões visuais. Interrupção (ou redução) da utilização maciça e prolongada de álcool.3 Abstinência do Álcool [291. 381). tácteis ou auditivas. 133). que se desenvolvem entre várias horas ou poucos dias após o Critério A: (1) hiperatividade autonômica (por exemplo. transitórias (6) agitação psicomotora (7) ansiedade (8) convulsões do tipo grande-mal. Especificar se: Com Perturbações da Percepção Outras Perturbações Induzidas pelo Álcool As seguintes Perturbações Induzidas pelo Álcool são descritas noutras secções deste manual. 319). Delirium de Abstinência Do Álcool (p. juntamente com as . Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool (p.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou outra perturbação mental. Disfunção Sexual Induzida pelo Álcool (p. Perturbação Mnésica Persistente Induzida pelo Álcool (p. 451). ocupacional ou em outras áreas importantes. .8] A. Estas perturbações são diagnosticadas em vez de Intoxicação ou Abstinência do Álcool apenas quando os sintomas excederem os habitualmente associados à Intoxicação ou Abstinência e forem suficientemente graves para independentemente requererem atenção clínica. Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool (p. Dois (ou mais) dos seguintes. C. Perturbação da Ansiedade Induzida pelo Álcool (p. B.perturbações com as quais partilham fenomenologia: Delirium de Intoxicação Pelo Álcool (ver p. D. 157). 1339). A Intoxicação por Álcool grave. Embora o comportamento anti-social e a Perturbação Anti-Social da Personalidade estejam associados às Perturbações Relacionadas com o Álcool. cannabis. As Perturbações Relacionadas com o Álcool estão associadas a um aumento significativo no risco de acidentes. Pelo menos 70% dos sujeitos com . acidentes de trabalho e baixa produtividade. calcula-se que mais de metade de todos os criminosos e suas vítimas estivessem intoxicados pelo Álcool no momento do assassínio. que pode ser a única anormalidade laboratorial. com a rapidez com a qual este nível é atingido. por vezes. violência e suicídio. A Dependência e o Abuso de Álcool estão frequentemente associados a Dependência e Abuso de outras substâncias (por exemplo. O álcool pode ser utilizado para aliviar os efeitos não desejados destas substâncias ou como seu substituto quando estas não se encontram disponíveis. heroína. sedativos. anfetaminas. talvez. Estimase que aproximadamente metade dos acidentes de viação fatais envolvem um condutor ou um peão intoxicado. cocaína. sentimentos de tristeza e irritabilidade que contribuem para as tentativas de suicídio e suicídios. A Intoxicação por Álcool grave também contribui para desinibição. juntamente com o Abuso e Dependência de outras substâncias são prevalentes entre os sujeitos sem abrigo nos EUA. da Ansiedade e a Esquizofrenia podem associar-se à Dependência do Álcool. Também as Perturbações do Humor. Este fenômeno pode estar relacionado com a presença de uma alcoolemia elevada e. hipnóticos ou ansiolíticos e nicotina).204 Perturbações Relacionadas com Substâncias Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com o Álcool Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Um indicador laboratorial muito sensível de consumo maciço de álcool é uma elevação (>30 unidades) da gama-glutamil-transpeptidase (GGT). O Abuso e Dependência de Álcool. Por exemplo. associa-se à participação em atos criminosos. A Intoxicação por Álcool associa-se. especialmente em sujeitos com Perturbação Anti-Social da Personalidade. ansiedade e insônia acompanham frequentemente a Dependência do Álcool e por vezes precedem-na. As Perturbações Relacionadas com o Álcool contribuem para o absentismo no trabalho. Os sintomas de depressão. heroína ou anfetaminas) cujo custo leva frequentemente a atividades criminosas. a amnésia para os acontecimentos ocorridos durante a intoxicação (blackouts). cocaína. Dados laboratoriais associados. ainda são mais freqüentes nas perturbações relacionadas com substâncias ilegais (por exemplo. pelo menos algum . Embora o VCM possa ser utilizado para ajudar a identificar os consumos maciços. SGOT . mas são relativamente inespecíficos.níveis elevados de GGT são grandes consumidores persistentes. O teste disponível transversal mais acessível e direto para medir o consumo de álcool é a concentração de álcool no sangue que pode ser utilizado para avaliar a tolerância ao álcool. Podem observar-se elevações dos levedos sanguíneos (por exemplo. Um sujeito com uma concentração de 100 mg de etanol por decilitro de sangue que não apresenta sinais de intoxicação adquiriu. devido a deficiências em algumas vitaminas do complexo B. é um método pobre na monitorização da abstinência devido à longa semivida dos glóbulos vermelhos.transaminase glutâmica oxaloacética e fosfatase alcalina) podem revelar lesão hepática devida a consumo maciço. Os níveis de ácido úrico elevados. O elevado teor de gorduras no sangue também contribui para o desenvolvimento de fígado gordo. bem como aos efeitos tóxicos diretos do álcool na eritropoiese. no limite superior da normalidade. triglicéridos e lipoproteínas-colesterol). O volume corpuscular médio (VCM) pode estar elevado para valores no limite superior da normalidade em sujeitos que fazem um consumo maciço. resultantes da diminuição da gliconeogênese associada ao consumo maciço. podem ocorrer com a ingestão maciça. presumivelmente. Os testes da função hepática (por exemplo. Perturbações Relacionadas com o Álcool 205 grau de tolerância ao álcool. Os efeitos mais persistentes do SNC incluem déficits cognitivos. as náuseas e o enfartamento que acompanham a gastrite e a hepatomegalia. 165) (Síndrome de Wernicke-Korsakoff) em que a capacidade para codificar novas memórias está gravemente prejudicada. A Abstinência do Álcool pode associar-se a náuseas. Muitos dos sintomas e observações físicas associadas às Perturbações Relacionadas com o Álcool são uma conseqüência dos estádios da doença referidos acima. O efeito mais devastador ao nível do sistema nervoso central é a relativamente rara Perturbação Mnésica Persistente Induzida pelo Álcool (p. Estes fatores. úlceras gástricas ou duodenais e. A ingestão repetida e maciça durante a gravidez está associada a aborto espontâneo e síndrome fetal alcoólica. Existe também uma taxa aumentada de cancro do esôfago. incluindo a tiamina). hematemeses. Com 200 mg/dl. Estes efeitos estão relacionados com deficiências vitamínicas (particularmente das vitaminas do complexo B. Os efeitos gastrintestinais incluem gastrite. Os sujeitos com história preexistente de epilepsia ou traumatismo craniano grave têm maior probabilidade de desenvolver convulsões relacionadas com o álcool. Os sujeitos com Dependência do Álcool crônica podem apresentar diminuição do tamanho dos testículos e efeitos feminizantes associados aos níveis reduzidos de testosterona. gastrite. estômago e outras partes do trato gastrintestinal. vômitos. cirrose hepática e pancreatite. A neuropatia periférica pode ser evidenciada pela fraqueza muscular. compleição manchada e inchada e edema periférico moderado. déficits graves de memória e alterações degenerativas no cerebelo. juntamente com aumentos acentuados nos níveis de triglicéridos e colesterol LDL. o sistema cardiovascular e os sistemas nervosos central e periférico. São disso exemplos a dispepsia. A ingestão repetida de altas doses de álcool pode afetar quase todos os sistemas do organismo. Um dos estados físicos gerais mais frequentemente associadas é a hipertensão ligeira. A Intoxicação por Álcool pode resultar em quedas e acidentes que podem causar fraturas. boca seca. varizes esofágicas e hemorróidas que acompanham as alterações da disfunção induzidas pelo álcool. parestesias e diminuição da sensibilidade periférica. Dados do exame somático e estados físicos gerais associadas. hematomas subdurais e outras formas de traumatismo craniano. A cardiomiopatia e outras miopatias são menos comuns mas apresentam uma taxa aumentada nos sujeitos com consumos muito maciços. em aproximadamente 15% dos que têm consumos maciços. A . contribuem para um risco elevado de doença cardíaca. a maioria dos sujeitos sem tolerância apresenta intoxicação grave. especialmente o trato gastrintestinal. Na maioria das culturas asiáticas. Características Específicas da Cultura. uma Abstinência de Álcool não antecipada. a prevalência das .Intoxicação por Álcool. religiosos e sociais. freqüência e padrão do consumo de álcool nos diversos países do mundo caracteriza-se por acentuadas diferenças. grave e repetida. podem afetar os padrões de utilização do álcool e a probabilidade de se desenvolverem problemas relacionados com o álcool. A quantidade. em doentes hospitalizados. Finalmente. cujo diagnóstico de Dependência do Álcool foi negligenciado. pode adicionar-se aos riscos e custos da hospitalização e ao tempo de internamento. pode também suprimir os mecanismos imunes. sobretudo na infância. Idade e Gênero As tradições culturais que rodeiam a utilização de álcool em contextos familiares. predispondo os sujeitos a infecções e aumentando risco de cancros. Estas alterações podem levar a que os idosos desenvolvam intoxicações mais graves e problemas subseqüentes. as alterações físicas relacionadas com a idade resultam num aumento de susceptibilidade cerebral aos efeitos depressores do álcool. numa diminuição das taxas de metabolismo hepático de várias substâncias e na diminuição da percentagem da água corporal. em pelo menos 50% dos japoneses. Contudo.206 Perturbações Relacionadas com Substâncias Perturbações Relacionadas com o Álcool pode ser relativamente baixa com um ratio homem/mulher alto. com um ratio homem/mulher tão alto como 5. da forma da aldeído-desidrogenase que elimina os baixos níveis do primeiro produto da metabolização do álcool. Isto parece estar relacionado com a ausência de. A Dependência e o Abuso de Álcool são mais comuns nos homens que nas mulheres. as mulheres podem apresentar o mesmo leque de problemas de saúde e conseqüências sociais. interpessoais e ocupacionais que os homens. chineses e coreanos. Nos idosos. Entre os adolescentes. os que desistem do liceu ou faculdade têm taxas particularmente elevadas de Perturbações Relacionadas com o Álcool). com níveis mais baixos de consumo. dependendo do grupo etário. O baixo nível educacional. este ratio varia substancialmente. podendo desenvolver Perturbações Relacionadas com o Álcool mais tardiamente. embora seja difícil separar a causa do efeito. embora a prevalência seja mais baixa nas mulheres latinas do que nas mulheres de outros grupos étnicos. socioeconômico e o desemprego estão associados às Perturbações Relacionadas com o Álcool. os problemas relacionados com o álcool têm grande possibilidade de estarem associados a outras complicações médicas. Os homens latinos apresentam taxas mais elevadas. As mulheres tendem a desenvolver alcoolemias mais elevadas que os homens para uma dada dose de álcool por quilograma. sendo menos provável que consumam grandes quantidades. devido à menor percentagem de água corporal. os brancos e os afro-americanos têm taxas quase idênticas de Dependência e Abuso de Álcool. de tal forma que na meia-idade. Os anos de escolaridade podem não ser tão importantes na determinação do risco quanto à obtenção de um objetivo educacional imediato (isto é. a Perturbação do Comportamento e o comportamento anti-social repetido coexistem frequentemente com o Abuso ou Dependência do Álcool e com outras Perturbações Relacionadas com Substâncias. pode progredir mais rapidamente. As mulheres tendem a iniciar um consumo maciço numa idade mais avançada que os homens. O Abuso ou Dependência de Álcool.1. o acetaldeído. à maior percentagem de gordura corporal e ao fato de metabolizarem o álcool mais lentamente (em parte devido aos níveis . Nos EUA. uma vez desenvolvido nas mulheres. Quando estes sujeitos consomem álcool apresentam-se ruborizados e com palpitações. Nos idosos. utilizando os critérios do DSM-III encontrou uma percentagem de 8% de Dependência do Álcool na população adulta. . Prevalência A Dependência e o Abuso de Álcool encontram-se entre as perturbações mentais mais prevalentes na população geral. alguma vez na vida. conduzida nos EUA em 1990-1991. Abuso do Álcool e aproximadamente 6%o tinham Dependência ou Abuso do Álcool durante o ano precedente.5% tinham sintomas que preenchiam os critérios de uma Perturbação Relacionada com o Álcool. 5%o tinham apresentado.menores de álcool-desidrogenase da mucosa gástrica). aproximadamente 7. podem estar em maior risco que os homens para algumas conseqüências físicas da ingestão maciça de álcool (sobretudo lesão hepática). Um estudo realizado nos EUA conduzido na comunidade. A partir dos dados colhidos prospectivamente. Devido a estes níveis de álcool mais elevados. utilizando os critérios do DSM-III-R revelou que à volta de 14% tinham tido Dependência do Álcool em alguma ocasião das suas vidas e que aproximadamente 7% tinham tido Dependência no ano anterior. durante o período de um ano. Uma amostra de probabilidade de adultos não institucionalizados (entre 15 e 54 anos). de 1980 a 1985. Alguns sujeitos (talvez 20% ou mais) com Dependência do Álcool atingem a sobriedade a longo termo. Os médicos têm frequentemente a impressão errônea de que a Dependência e o Abuso de Álcool são perturbações intratáveis. Níveis de alcoolemia ainda mais elevados (por exemplo. Contudo. o sujeito típico com uma Perturbação pela Utilização do Álcool apresenta um prognóstico muito mais promissor. O Abuso e a Dependência do Álcool têm uma evolução variável. baseados no fato de que os sujeitos que se apresentam para tratamento têm. 200-300 mg/dl). A grande maioria dos sujeitos que desenvolvem Perturbações Relacionadas com o Álcool fazem-no no final da 3ª década. À decisão de parar de beber. A duração da Intoxicação depende da quantidade de álcool consumido e do período de tempo em que ocorreu esse consumo. Não é provável que a primeira evidência de Abstinência apareça antes que muitos outros aspectos da Dependência se tenham desenvolvido. enquanto o início da Dependência do Álcool atinge um pico entre os 20 e os 30 anos. Precocemente. a que frequentemente se sucedem períodos limitados de ingestão controlada e não problemática. tomada muitas vezes na seqüência de uma crise. é provável que se sigam várias semanas ou mais de abstinência. retraído e cognitivamente perturbado. superiores a 300-400 mg/dl) podem provocar inibição da respiração e da pulsação e até a morte em sujeitos não tolerantes. Mais tarde. tipicamente. Os estudos de follow-up dos sujeitos com maior nível de funcionamento revelam uma taxa de abstinência superior a 65% um ano após o tratamento. especialmente quando os níveis de álcool no sangue começam a diminuir. Com níveis de alcoolemia muito elevados (por exemplo. o organismo é capaz de . em diferentes ocasiões. uma vez retomada a ingestão de álcool. Mesmo durante a Intoxicação ligeira. é altamente provável que o consumo inicie uma escalada rápida e que se desenvolvam de novo problemas graves. uma sensação de bem-estar e humor expansivo e vivo. frequentemente caracterizada por períodos de remissão e recaídas. mesmo sem qualquer tratamento ativo.Perturbações Relacionadas com o Álcool 207 Evolução O primeiro episódio de Intoxicação pelo Álcool ocorre com maior probabilidade na adolescência. é provável que se observem diferentes sintomas. estes casos mais graves representam apenas uma pequena proporção dos sujeitos com Dependência ou Abuso de Álcool. uma história de vários anos de problemas graves relacionados com o álcool. é provável que um sujeito não tolerante adormeça e entre numa primeira fase de anestesia. Contudo. é provável que o sujeito fique progressivamente mais deprimido. os sintomas incluem loquacidade. enquanto os níveis de álcool no sangue estão a subir. Em geral. Os sinais e sintomas da intoxicação são mais intensos quando a alcoolemia está a subir do que quando está a diminuir. Os estudos de adoção revelaram um aumento de 2-4 vezes no risco de Dependência do Álcool em filhos de sujeitos com dependência do Álcool quando estes eram adotados na altura do nascimento e criados por pais adotivos que não tinham esta perturbação. os fatores genéticos explicam apenas uma parte do risco da Dependência do Álcool. por hora. de tal forma que a alcoolemia diminui a uma taxa de 15-20 mg/dl. A maioria dos estudos encontrou um risco significativamente mais alto para Dependência do Álcool no gêmeo monozigótico do que no dizigótico de uma pessoa com Dependência do Álcool. com a outra . Contudo. O risco de Dependência do Álcool é três a quatro vezes mais elevado nos familiares próximos dos sujeitos com Dependência do Álcool. relações genéticas próximas e gravidade dos problemas relacionados com o álcool no familiar afetado. Padrão Familiar A Dependência do Álcool tem frequentemente um padrão familiar e pelo menos parte da transmissão pode ser atribuída a fatores genéticos. O maior risco está associado com um grande número de familiares afetados.metabolizar aproximadamente uma bebida por hora. pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação e Abstinência do Álcool e são suficientemente graves pararequererem independentemente atenção clínica. uma perturbação que se sucede nas famílias. com Características Depressivas. acidose diabética.208 Perturbações Relacionadas com Substâncias surgindo de fatores ambientais ou interpessoais que podem incluir atitudes relativas aos consumos e à embriaguez. Também os sintomas de Abstinência do Álcool podem ser mimetizados por certos estados físicos gerais (por exemplo. pode sugerir o tremor associado à Abstinência do Álcool. O tremor essencial. A Abstinência de Sedativos. As Perturbações Induzidas pelo Álcool podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo. A Intoxicação e a Abstinência do Álcool distinguem-se de outras Perturbações Induzidas pelo Álcool (por exemplo. A Intoxicação Idiossincrática pelo Álcool definida pelas alterações comportamentais acentuadas. A descoordenação e déficit do discernimento associados à Intoxicação por Álcool podem ser semelhantes aos sintomas de certos estados físicos gerais (por exemplo. expectativas dos efeitos do álcool sobre o humor e comportamento. Estas . após a ingestão de quantidades relativamente pequenas de álcool. Hipnóticos ou Ansiolíticos produz uma síndrome muito semelhante à Abstinência de Álcool. é importante considerar a possibilidade de um diagnóstico de Dependência ou Abuso do Álcool. Perturbação da Ansiedade Induzida pelo Álcool. quando este fenômeno ocorre regularmente ou causa déficit. A Intoxicação por Álcool (exceto pelo odor do hálito) parece-se muito com a Intoxicação por Sedativos. Com Início Durante a Intoxicação). experiências pessoais com o álcool e stress. hipoglicemia e cetoacidose diabética). pois são utilizadas simultaneamente múltiplas substâncias. A presença de álcool no hálito não exclui por si só a intoxicação com outras substâncias. com Início Durante a Abstinência). já não foi incluída como entidade separada no DSM-IV. ataxia cerebelar e outras doenças neurológicas como a esclerose múltipla). Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 uma discussão generalizada sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. Perturbação Depressiva Major versus Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool. Ver na página 197 a discussão deste diagnóstico diferencial. Hipnóticos ou Ansiolíticos. com agressividade. Devido à falta de dados na literatura que apóiem a validade desta situação. humor deprimido) que se assemelham aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. Embora a intoxicação em alguma ocasião da vida faça provavelmente parte da história da maioria dos sujeitos que bebem álcool. à acessibilidade ao álcool (incluindo o preço). foi incluída no DSM-III-R. . os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Abstinência do Álcool requer três sintomas de uma lista de dez que inclui dor de cabeça e divide a taquicardia e a sudorese em dois itens separados.apresentações deverão provavelmente ser diagnosticadas como Intoxicação por Álcool ou Perturbação Relacionada com o Álcool. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios da ICD-10 e do DSM-IV são quase iguais exceto no seguinte: os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Intoxicação Devida ao Uso de Álcool também lista rubor facial e injeção conjuntival como sintomas. Sem Outra Especificação (Sem Outra Especificação). dextroanfetamina e metanfetamina (speed). Estas substâncias são geralmente tomadas via oral ou intravenosa. Disfunção Sexual Induzida pelo Álcool ou Perturbação do Sono Induzida pelo Álcool. Delirium de Intoxicação pelo Álcool.Perturbações Relacionadas com Anfetaminas 209 F10. como o metilfenidato e outros agentes supressores do apetite («anorexígenos»). Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool. canal iônico de membrana). Contudo. Além dos compostos sintéticos do tipo anfetamínico.9] A categoria «Perturbação Relacionada com o Álcool. e assim. derivados das plantas. Intoxicação pelo Álcool. Sem Outra Especificação [291. Demência Persistente Induzida pelo Álcool. Abstinência do Álcool. o risco de indução de alguns estados físicos gerais (por exemplo. frequentemente no contexto de programas de controlo de peso. A maioria dos efeitos das anfetaminas e das substâncias tipo anfetamínico é semelhante aos da cocaína. ao contrário da cocaína. Sem Outra Especificação» inclui as perturbações associadas à utilização dó álcool não classificáveis como Dependência do Álcool. como a anfetamina. que também podem produzir Abuso ou Dependência.9 Perturbação Relacionada com o Álcool. as anfetaminas e outros estimulantes podem ser obtidos por prescrição para o tratamento da obesidade. São também incluídas as substâncias estruturalmente diferentes mas que têm uma ação do tipo anfetamínico. estas substâncias não apresentam atividade anestésica local (isto é. Os estimulantes prescritos são por vezes desviados para o mercado ilegal. Devido à sua grande pureza e ponto de vaporização relativamente baixo. existem estimulantes naturais. arritmias cardíacas e convulsões) pode ser menor. Perturbações Relacionadas com Anfetaminas (ou Similares) A classe das anfetaminas e substâncias similares inclui todas as substâncias com uma estrutura sucedânea da feniletilamina. Delirium de Abstinência pelo Álcool. embora a metanfetamina seja também tomada via nasal («sztifada»). o ice pode ser fumado produzindo um poderoso e imediato efeito estimulante (tal como a cocaína e o crack). Perturbação Hiperativa com Déficit de Atenção e Narcolepsia. como o khat. Os efeitos psicoativos da maioria das substâncias tipo . Ao contrário da cocaína. Perturbação da Ansiedade Induzida pelo Álcool. Abuso do Álcool. que é quase sempre adquirida no mercado ilegal. Uma forma muito pura da metanfetamina é designada «ice» devido à aparência dos seus cristais quando observados em ampliação. Perturbação Mnésica Persistente Induzida pelo Álcool. podendo os seus efeitos simpaticomiméticos periféricos serem mais potentes. juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo.180) e Abuso de Substâncias (p.186) aplicáveis a todas as substâncias. As Perturbações Induzidas pelas Anfetaminas (excluindo a Intoxicação e Abstinência por Anfetaminas) são descritas noutras secções deste manual. . Os textos e critérios específicos da Intoxicação e Abstinência por Anfetaminas são apresentados adiante. a Perturbação do Humor Induzida por Anfetaminas é incluída na secção «Perturbações do Humor».anfetamínico têm uma duração superior aos da cocaína. Esta secção inclui considerações que são específicas das Perturbações Relacionadas com as Anfetaminas. Já foram fornecidos os textos e os critérios dos aspectos genéricos da Dependência (p.) Seguidamente são indicadas as Perturbações pela Utilização de Anfetaminas e as Perturbações Induzidas por Anfetaminas. 3 Abstinência de Anfetaminas [290.9Perturbação Relacionada com Anfetaminas.00) Consultar também o texto e critérios de Dependência de Substâncias (ver p.210 Perturbações Relacionadas com Substâncias Perturbações pela Utilização de Anfetaminas F15.8 Disfunção Sexual Induzida por Anfetaminas [292.133) F15.2x Dependência de Anfetaminas [304.89] (ver p. 210) F15.89] (ver p.89] (ver p.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Anfetaminas [292. 180).8 Perturbação do Sono Induzida por Anfetaminas [292.381) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência.11] (ver p.81] (ver p. pois ambas as substâncias são estimulantes potentes do sistema nervoso central com efeitos psicoativos e simpaticomiméticos semelhantes. com Alucinações [292.40] (ver p.212) F15. Sem Outra Especificação [292.619) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F15. F15.12] (ver p. com Atividade Delirante [292.89] (ver p.00 Intoxicação por Anfetaminas [292.319).8 Perturbação do Humor Induzida por Anfetaminas [292.03 Delirium de Intoxicação por Anfetaminas [292.213) F15.84] (ver p.1 Abuso de Anfetaminas [305.89] (ver p. . Os padrões de utilização e evolução da Dependência de Anfetaminas são semelhantes aos da Dependência de Cocaína.70] (ver p. Contudo.2x Dependência de Anfetaminas [304.0] (ver p.04 Intoxicação por Anfetaminas com Perturbação da Percepção [ (ver p.451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F15. 216) Perturbações pela Utilização de Anfetaminas F15. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F15.532) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F15.319) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F15. as anfetaminas têm uma ação mais prolongada que a cocaína.51 Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas.211) F15. 211) Perturbações Induzidas por anfetaminas F15.52 Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas. Tal como na Dependência de Cocaína. sobretudo com a utilização de altas doses. Desenvolve-se tolerância às anfetaminas. O comportamento agressivo ou violento está associado à Dependência de Anfetaminas.sendo geralmente auto-administradas com menor freqüência. ideação paranóide e episódios psicóticos que se assemelham à Esquizofrenia Tipo Paranóide. . ice) ou à administração intravenosa. ansiedade intensa mas temporária. peque. Alguns sujeitos com Dependência de Anfetaminas desenvolvem tolerância «reversa» (sensibilização). Tal como com a cocaína. a utilização pode ser crônica ou episódica com picos (speed runs) pontuados por breves períodos sem consumo de drogas. especialmente quando são fumadas altas doses (por exemplo.nas doses podem produzir efeitos estimulantes acentuados bem como outros efeitos adversos mentais e neurológicos. observam-se frequentemente. Nestes casos. conduzindo com freqüência a uma escalada substancial da dose. 186). 187). como conseqüência da obtenção da droga no mercado ilegal ou como resultado da posse ou utilização da droga. A característica essencial da Intoxicação por Anfetaminas é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. abstinência ou comportamento compulsivo deverá ser considerado o diagnóstico de Dependência de Anfetaminas em vez de Abuso. Ocasionalmente. As pessoas podem continuar a utilizar a substância apesar de saberem que o seu uso continuado resulta em discussões familiares quando estão intoxicadas ou constituem um exemplo negativo para as crianças ou outros elementos da família. produção de anfetaminas.89] Consultar também o texto e critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p. clinicamente significativas. que se desenvolvem durante .Perturbações Relacionadas com Anfetaminas 211 Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Anfetaminas as seguintes especificações (ver na p.00 Intoxicação por Anfetaminas [292. Perturbações Induzidas por anfetaminas F15.1 Abuso de Anfetaminas [305. roubos) para obterem a droga. contudo. Quando estes problemas se acompanham da evidência de tolerância.70] Consultar também o texto e critérios de Abuso de Substâncias (ver p. os sujeitos com Abuso de Anfetaminas envolvem-se em atos ilegais (por exemplo.183 mais pormenores): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica F15. este comportamento é mais freqüente nos sujeitos com Dependência. As dificuldades legais surgem tipicamente como resultado do comportamento durante a intoxicação com anfetaminas (sobretudo comportamento agressivo). 212 Perturbações Relacionadas com Substâncias aguda ou crônica. na ausência de delirium. × Critérios de diagnóstico para F15. visuais ou tácteis. discinesias. tolerância. As alterações associadas à intoxicação iniciam-se não mais de uma hora após a utilização da substância. pode existir embotamento afetivo com fadiga ou tristeza e retração social. com Perturbações da Percepção. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral nem a outra perturbação mental (Critério D). deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. Quando ocorrem alucinações na ausência de teste da realidade intacto. náuseas ou vômitos. No caso de intoxicação crônica. grande vigor. O teste da realidade intacto significa que a pessoa sabe que as alucinações são induzidas pela substância e não representam a realidade externa. hiperatividade. A Intoxicação por Anfetaminas geralmente começa por um sentimento de estar «numa alta». convulsões. ansiedade. loquacidade. cronicidade de utilização). A Intoxicação por Anfetaminas.04 Intoxicação por Anfetaminas. A magnitude e manifestações das alterações comportamentais e psicológicas dependem da dose utilizada e das características individuais da pessoa que utiliza a substância (por exemplo. fraqueza muscular. agitação ou lentificação psicomotora. gregarismo. dor torácica ou arritmias cardíacas. taxa de absorção. grandiosidade. sudação ou arrepios. associa-se frequentemente a déficits no funcionamento social ou ocupacional. dependendo da droga específica e do método utilizado. hipervigilância. seguido pelo desenvolvimento de sintomas como euforia. raiva. tensão.00 Intoxicação . brigas e diminuição do discernimento. dilatação pupilar. depressão respiratória. e confusões. comportamento estereotipado e repetitivo. por vezes em segundos. Estas alterações comportamentais e psicológicas acompanham-se de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: taquicardia ou bradicardia.ou logo após da utilização de anfetaminas ou de uma substância relacionada (Critérios A e B). com Alucinações. F15. inquietação. evidência de perda ponderal. diminuição ou elevação de tensão arterial. sensibilidade interpessoal. alerta. Este diagnóstico pode ser feito quando estiverem presentes os critérios para Intoxicação por Anfetaminas e ocorrem alucinações com teste da realidade intacto e ilusões auditivas. distonias ou coma (Critério C). hipervigilância. que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de anfetaminas ou de uma substância relacionada. distonias ou coma D. discinesias. sensibilidade interpessoal. clinicamente significativas (por exemplo.Utilização recente de anfetaminas ou de uma substância relacionada (por exemplo. euforia ou embotamento afetivo.89] A. Nota de codificação. déficits no funcionamento social ou ocupacional. ansiedade. Codificar F15. diminuição do discernimento.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. metilfenidato). raiva. convulsões. tensão.por Anfetaminas [292.Dois (ou mais) dos seguintes que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de anfetaminas ou de uma substância relacionada: (1) taquicardia ou bradicardia (2) dilatação pupilar (3) elevação ou diminuição de tensão arterial (4) sudação ou arrepios (5) náuseas ou vômitos (6) evidência de perda ponderal (7) agitação ou lentificação psicomotora (8) fraqueza muscular. depressão respiratória.Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas.04 se Com Perturbações da Percepção. dor torácica ou arritmias cardíacas (9) confusão. B. C. alteração da sociabilidade. comportamentos estereotipados. . Os sintomas depressivos podem prolongar-se por vários dias e serem acompanhados por ideação suicida. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental.Interrupção (ou redução) da utilização maciça e prolongada de anfetaminas (ou de uma substância relacionada). sonhos vividos e desagradáveis. Os sintomas de Abstinência marcados (crashing) seguem-se frequentemente a uma utilização de altas doses (speed run). aumento do apetite e lentificação ou agitação psicomotora.Os sintomas do Critério B provocam sofrimento clinicamente . ocupacional e em outras áreas importantes (Critério C).3 Abstinência de Anfetaminas [292. requerendo geralmente vários dias de repouso e recuperação.00] Consultar também o texto e critérios de Abstinência de Substâncias (ver p. B.Humor disfórico e duas (ou mais) das alterações fisiológicas seguintes que se desenvolvem em poucas horas a vários dias após o Critério A: (1) fadiga (2) sonhos vívidos e desagradáveis (3) insônia ou hipersônia (4) aumento do apetite (5) lentificação ou agitação psicomotora C. 184). × Critérios de diagnóstico para F15. Os sintomas provocam sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social.0 Abstinência de Anfetaminas [292.0] A. A síndrome de abstinência caracteriza-se pelo desenvolvimento de humor disfórico e duas ou mais das alterações fisiológicas seguintes: fadiga. A característica essencial da Abstinência de Anfetaminas é a presença de uma síndrome de abstinência característica que se desenvolve em horas a vários dias após a interrupção (ou redução) da utilização maciça e prolongada de anfetaminas (Critérios A e B).Perturbações Relacionadas com Anfetaminas 213 292. A anedonia e a «ânsia» pela droga podem também estar presentes mas não fazem parte dos critérios de diagnóstico. A perda de peso ocorre comummente durante a utilização maciça de estimulantes enquanto o aumento acentuado do apetite com rápido ganho ponderal é frequentemente observado durante a abstinência. insônia ou hipersônia. Estes períodos caracterizam-se por sentimentos intensos e desagradáveis de lassitude e depressão. As Perturbações Relacionadas com as Anfetaminas e outras perturbações relacionadas com estimulantes associam-se frequentemente com a Dependência ou Abuso de Outras Substâncias. são frequentemente observados na Dependência de Anfetaminas continuada. as alterações do humor como depressão com ideação suicida. D. Perturbação do Humor Induzida por Anfetaminas (p. Frequentemente. Outras Perturbações Induzidas por Anfetaminas As seguintes Perturbações Induzidas por Anfetaminas são descritas noutras secções do manual. Perturbação da Ansiedade Induzida por Anfetaminas (p. Durante a Intoxicação por Anfetaminas intensa podem ser experimentadas idéias paranóides. alucinações auditivas sem turvação do estado da consciência e alucinações tácteis. anedonia. A perda ponderal. Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas (p. juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia: Delirium de Intoxicação por Anfetaminas (p. anemia e outros sinais de má nutrição. bem como déficits na higiene pessoal. 319).significativo ou déficits no funcionamento social. labilidade emocional ou perturbação da atenção ou concentração. 451).133). 381). 619). a pessoa que utiliza a substância reconhece estes sintomas como resultantes da ação dos estimulantes. irritabilidade. . São comuns. idéias de referência transitórias e tinnitus. discurso pouco claro. ocupacional ou de outras áreas importantes. Podem ocorrer raiva. Estas perturbações são diagnosticadas em vez de Intoxicação ou Abstinência de Anfetaminas apenas quando os sintomas excederem os habitualmente associados a Intoxicação ou Abstinência de Anfetaminas e quando forem suficientemente graves para requererem independentemente atenção clínica.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. 532) e Perturbação do Sono Induzida por Anfetaminas (p. cefaléias. Disfunção Sexual Induzida por Anfetaminas (p. com ameaças ou passagem ao ato com comportamento agressivo. Informação Adicional sobre as Perturbações Relacionadas com Anfetaminas Características e Perturbações Associadas A Intoxicação Aguda por Anfetaminas associa-se por vezes a confusão. sobretudo durante a abstinência. especialmente as que apresentam efeitos sedativos (como o álcool ou benzodiazepinas) que são geralmente consumidas para atenuar os efeitos desagradáveis de inquietação resultantes dos efeitos das drogas estimulantes. . As convulsões. Esta diferença pode refletir a maior prevalência de utilização da cocaína e não a menor toxicidade das anfetaminas. feridas por arma de fogo e armas brancas. Os testes de urina para estas substâncias mantêm-se geralmente positivos por apenas um-três dias após um «pico» de consumo. pois as substâncias desta classe são inaladas muito menos frequentemente. as doenças mentais e os estados físicos gerais associados à Perturbação Relacionada com as Anfetaminas são geralmente semelhantes aos que se associam às Perturbações Relacionadas com a Cocaína (ver p. Os exames físicos e laboratoriais. Os efeitos pulmonares adversos são observados com menos freqüência do que com a cocaína. podem estar associadas ao desenvolvimento posterior de Perturbações Relacionadas com as Anfetaminas. infecção HIV. Uma história infantil da Perturbação do comportamento. Têm sido atribuídas muito menos complicações maternais e neonatais a esta classe de substâncias do que à cocaína. A utilização intravenosa de anfetaminas está por vezes associada à Dependência de Opiáceos. Perturbação AntiSocial da Personalidade e Perturbação Hiperativa com Déficit de Atenção. 231 ). hemorragias nasais e problemas cardiovasculares são situações frequentemente apresentadas pelos sujeitos com Perturbações Relacionadas com as Anfetaminas. má nutrição. Evolução Alguns sujeitos que abusam ou se tornam dependentes das anfetaminas ou de substâncias tipo Anfetamínico.binges ou speed owns) estão frequentemente associados à utilização intravenosa e tendem a terminar apenas quando o fornecimento da droga acaba. A Dependência de Anfetaminas está associada a dois padrões de administração: utilização. episódica ou diária (ou quase diária). Uma vez que o estudo avaliou padrões de utilização e não diagnósticos. desde a utilização à Dependência. Outros iniciam-no através do mercado ilegal. O uso diário crônico pode envolver doses elevadas ou baixas e ocorrer ao longo do dia ou restringir-se apenas a algumas horas. Estes períodos de utilização intensiva de altas doses (designados por ingestão compulsiva . desconhece-se quantos sujeitos do estudo que utilizaram anfetaminas preenchiam os critérios de Dependência ou Abuso. não existindo geralmente grande flutuação das doses em dias . revelou que 7% da população fazia uma utilização não médica de anfetaminas ou de substâncias tipo anfetamínico. No padrão episódico.Perturbações Relacionadas com Anfetaxstinas 215 Características Específicas da Cultura. a utilização da substância está separada por dias de não utilização (por exemplo. Prevalência Um estudo efetuado na comunidade. A utilização intravenosa é mais freqüente em pessoas com baixo nível socioeconômico e apresenta um ratio homem-mulher de 3 ou 4:1. entre 1980 e 1985. nos EUA. Este ratio é ainda mais acentuado e segmentado entre os utilizadores de via não intravenosa. A administração oral resulta geralmente numa progressão mais lenta. uma ou mais vezes durante a vida.1. Um outro estudo efetuado na comunidade. revelou que 2% da população adulta apresentava Dependência ou Abuso de Anfetaminas numa altura qualquer da sua vida.3% tinham-nas utilizado no ano anterior e 0.3% no mês anterior. iniciam a utilização como uma tentativa para controlar o peso. em 1991. que utilizou critérios DSM-III mais definidos. nos EUA. Idade e Gênero A Dependência e Abuso de Anfetaminas observam-se em todos os estratos sociais e são mais comuns em pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos. A dependência pode ocorrer rapidamente quando a substância é utilizada via intravenosa ou fumada. utilização intensa durante o fim de semana ou um ou mais fins de semana). mas um aumento da dose ao longo do tempo. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 uma discussão sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. Ver na página 197 a discussão sobre este diagnóstico diferencial.sucessivos. Isto parece resultar do desenvolvimento de efeitos adversos mentais e físicos associados à dependência a longo prazo. A utilização crônica de doses elevadas torna-se frequentemente desagradável devido à sensibilização e aparecimento de disforia e outros efeitos negativos. com Atividade Delirante. Poucos ou nenhuns dados estão disponíveis quanto à evolução a longo prazo do Abuso. Perturbação Esquizofrênica versus Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas. idéias delirantes) que se assemelham aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. Os poucos dados de longo termo disponíveis indicam existir uma tendência das pessoas que se tornaram dependentes das anfetaminas para diminuírem ou interromperem a utilização após um período de 8-10 anos. com Início Durante a Intoxicação). . As Perturbações Induzidas por Anfetaminas caracterizam-se por sintomas (por exemplo. exceto em que o Critério de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Abstinência inclui ânsia pela droga como item adicional. atenção clínica. analgésicos de venda livre e medicamentos para a gripe (25-50 mg/compr. Perturbação do Humor Induzida por Anfetaminas. Incluindo Cafeína. Sem Outra Especificação (Sem Outra Especificação). Disfunção Sexual Induzida por Anfetaminas e Perturbação do Sono Induzida por Anfetaminas. A ICD-10 combina a Anfetamina e a Cafeína numa classe de substâncias simples referida como Outros Estimulantes. sendo por vezes distinguidas da Intoxicação por Anfetaminas apenas pela presença de metabólitos na urina ou de anfetaminas no plasma.216 Perturbações Relacionadas com Substâncias As Intoxicações por Cocaína. Perturbações Relacionadas com a Cafeína A cafeína pode ser consumida a partir de diferentes fontes. incluindo o café (infusão = 100 mg.A Intoxicação e Abstinência de Anfetaminas distinguem-se das Outras Perturbações Induzidas por Anfetaminas (por exemplo. chá (40 mg).turbação da Ansiedade Induzida por Anfetaminas. Alucinógenos e Fenciclidina podem originar um quadro clínico semelhante.) e .). Sem Outra Especificação [292. refrigerante com café (45 mg). Intoxicação ou Abstinência de Anfetaminas. Fenciclidina e Alucinógenos. Abuso. Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas.9 Perturbações Relacionadas com Anfetaminas. Per. pois os sintomas destas últimas excedem os habitualmente associados com a Intoxicação e Abstinência de Anfetaminas e são suficientemente graves para requererem. inclui as perturbações associadas à utilização de anfetaminas (ou substâncias relacionadas) que não são classificáveis como Dependência. independentemente. instantâneo = 65 mg). Perturbação da Ansiedade Induzida por Anfetaminas. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios da ICD-10 para Intoxicação e Abstinência de Outros Estimulantes são quase iguais aos critérios para Intoxicação e Abstinência de Anfetaminas do DSM-IV.9] A categoria Perturbação Relacionada com Anfetaminas. Delirium de Intoxicação por Anfetaminas. A Dependência e Abuso de Anfetaminas deverão ainda distinguir-se da Dependência e Abuso de Cocaína. estimulantes (100-200 mg/ compr. F15. com Início Durante a Intoxicação). Pelo contrário. As Perturbações Induzidas por Cafeína (excluindo a Intoxicação por cafeína) são descritas noutras . exibindo tolerância e talvez abstinência. os dados são insuficientes para determinar se estes sintomas estão associados a déficit clinicamente significativo que preencha os critérios de Dependência ou Abuso de Substâncias. existem evidências que a Intoxicação por Cafeína pode ser clinicamente significativa. Evidências recentes sugerem também a possível relevância clínica de abstinência de cafeína. Contudo.anorexígenos (75-200 mg/compr. cujos critérios de investigação se apresentam na página 726. Alguns sujeitos que bebem grandes quantidades de café apresentam alguns aspectos de dependência da cafeína.). O consumo de cafeína é ubíquo em grande parte dos EUA. com uma ingestão média de cafeína aproximadamente de 200 mg/dia. 5 mg/barra de chocolate). O chocolate e o cacau têm níveis muito mais baixos de cafeína (por exemplo. nesta altura. sendo fornecidos o texto e critérios mais adiante. períodos de inesgotabilidade e agitação psicomotora.Perturbações Relacionadas com Cafeína 217 secções deste manual juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo. ocupacional ou em outras áreas importantes (Critério C).9] (ver p. diurese e queixas gastrintestinais.89] (ver p. 217) F15. A seguir.00 Intoxicação por Cafeína [305. Os sintomas. nervosismo. insônia. Perturbações Induzidas por Cafeína F15. 220) Perturbações Induzidas por Cafeína F15.uma Perturbação da Ansiedade) (Critério D).8 Perturbação do Sono Induzida por Cafeína [292. 619) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F15. . A característica essencial da Intoxicação por Cafeína é o consumo recente de cafeína e cinco ou mais sintomas que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de cafeína (Critérios A e B).00Perturbação Relacionada com Cafeína.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína [292. a Perturbação de Ansiedade Induzida por Cafeína está incluída na secção «Perturbações da Ansiedade». taquicardia ou arritmias cardíacas. incluem inquietação.90] Consultar também o texto e critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p.90] (ver p. 451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F15. Os sintomas deverão causar sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social. rubor facial. fluxo incoerente do pensamento e discurso. Sem Outra Especificação [292. excitação. Os sintomas que aparecem geralmente com níveis superiores a 1 g por dia incluem tremor muscular.00 Intoxicação por Cafeína [305. A Intoxicação por Cafeína pode não ocorrer apesar de um consumo elevado devido ao desenvolvimento de tolerância. que podem aparecer após a ingestão de quantidades tão pequenas como 100 mg de cafeína por dia.89] (ver p. 187). encontra-se uma lista das Perturbações Induzidas por Cafeína. Os sintomas não deverão ser causados por um estado físico geral ou por outra perturbação mental (por exemplo. × Critérios de diagnóstico para F15. que se desenvolvem durante ou logo após a utilização da cafeína: (1) inquietação (2) nervosismo (3) excitação (continua) . Consumo recente de cafeína.00 Intoxicação por Cafeína [305.90] A. geralmente excedendo os 250 mg (mais de 2/3 chávenas de café (infusão/moído). Cinco ou mais dos sinais seguintes. B. Estas perturbações são diagnosticadas em vez da Intoxicação por Cafeína apenas quando os sintomas são excessivos em relação aos habitualmente associados à Intoxicação por Cafeína e quando são suficientemente graves para requererem.Os sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social.90] (continuação) (4) insônia (5) rubor facial (6) diurese (7) perturbações gastrintestinais (8) tremor muscular (9) fluxo incoerente do pensamento e discurso (10) taquicardia ou arritmias cardíacas (11) períodos de inesgotabilidade (12) agitação psicomotora C. Perturbação da Ansiedade). atenção clínica. ocupacional ou em outras áreas importantes. 619). Os sintomas não são devidos a um estado físico geral nem a outra perturbação mental (por exemplo. independentemente.00 Intoxicação por Cafeína [305. 451) e Perturbação do Sono Induzida por Cafeína (p. D.218 Perturbações Relacionadas com Substâncias n Critérios de diagnóstico para F15. Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Cafeína . Outras Perturbações Induzidas por Cafeína As Perturbações Induzidas por Cafeína a seguir referidas são descritas noutras secções do manual juntamente com as perturbações com as quais partilham a fenomenologia: Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína (ver p. Os padrões típicos do consumo de cafeína não foram consistentemente associados a outros problemas médicos. diaforese. Não é ainda claro se o excesso de cafeína produz cefaléias. doses menores podem diminuir a pulsação. zumbido nos ouvidos e flashes de luz). Embora as doses elevadas de cafeína possam aumentar a freqüência cardíaca. com doses elevadas perturbações sensoriais ligeiras (por exemplo. inquietação.Características e Perturbações Associadas Foram referidas. a utilização maciça está associada ao desenvolvimento ou exacerbação de ansiedade e sintomas somáticos com arritmias cardíacas. rubor facial e aumento da motilidade intestinal. Com doses agudas excedendo os 10 gramas de . dor gastrintestinal ou diarréia. No exame físico podem ser observadas agitação. taquicardia. Contudo. do Comportamento Alimentar. Psicóticas. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. a Intoxicação por Cafeína é habitualmente observada em utilizadores pouco freqüentes ou nos que aumentaram recentemente e de forma substancial a sua ingestão de cafeína. Para preencherem os critérios de Intoxicação por Cafeína. A ingestão média de cafeína na maior parte dos países em desenvolvimento é inferior a 50 mg/dia. O consumo de cafeína aumenta por volta dos 20 anos e diminui. provavelmente. A utilização excessiva de cafeína está associada a Perturbações do Humor. Os Episódios Maníacos. do Sono e Perturbações Relacionadas com Substâncias. acatisia) podem provocar um quadro . os sintomas não poderão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. A ingestão é mais elevada no sexo masculino que no feminino. a Perturbação de Ansiedade Generalizada. Evolução A semivida da cafeína é de 2-6 horas. Ataques de Pânico) que se assemelham aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. as convulsões do tipo grande-mal e a insuficiência respiratória podem resultar em morte. durante 6-16 horas após a ingestão da cafeína. Reino Unido e outros países europeus. após os 65 anos de idade. a Perturbação de Pânico. a maioria dos sintomas de intoxicação perduram. Características Especificas da Cultura. como a Perturbação da Ansiedade que os justifique mais adequadamente. Uma vez que ocorre tolerância aos efeitos comportamentais da cafeína. com Ataques de Pânico. Perturbação de Pânico versus Perturbação da Ansiedade Induzida pela Cafeína. Ver na página 197 a discussão deste diagnóstico diferencial. Hipnóticos ou Ansiolíticos. a Abstinência de Nicotina. Assim. enquanto os sujeitos com Perturbações de Ansiedade evitam provavelmente esta substância. a Abstinência de Sedativos. com Início Durante a Intoxicação). Idade e Sexo A utilização da cafeína e as fontes a partir das quais é consumida variam bastante com as diversas culturas. As Perturbações Induzidas por Cafeína podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo.Perturbações Relacionadas com Cafeína 219 cafeína. a Intoxicação por Anfetaminas. em comparação com os 400 mg/dia ou mais na Suécia. frequentemente. as Perturbações do Sono e os efeitos secundários induzidos pelos medicamentos (por exemplo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 inclui as Perturbações Relacionadas com a Cafeína na sua classe Outros Estimulantes (que também inclui as Anfetaminas) e. 451) e da Perturbação do Sono Induzida por Cafeína. contudo. A relação temporal entre os sintomas e o aumento de utilização ou a abstinência de cafeína ajuda a estabelecer o diagnóstico. independentemente. com Início Durante a Intoxicação (p. A Intoxicação por Cafeína diferenciase da Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína. .clínico semelhante ao da Intoxicação por Cafeína. excederem os habitualmente associados com a Intoxicação por Cafeína e serem suficientemente graves para requererem. pelo fato de os sintomas. não inclui um critério separado para a Intoxicação por Cafeína. 619). nestas últimas. atenção clínica. com Início Durante a Intoxicação (p. inclui as perturbações associadas à utilização da cafeína. Esta secção inclui discussões específicas das Perturbações Relacionadas com Cannabis. é raramente acessível para utilização. Sem Outra Especificação [292. Perturbações Relacionadas com Cannabis Esta secção inclui os problemas associados aos canabinóides e compostos sintéticos quimicamente semelhantes. Os canabinóides são substâncias derivadas da planta cannabis. nas náuseas e vômitos causados pela quimioterapia. não classificáveis como Intoxicação por Cafeína Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína ou Perturbação do Sono Induzida por Cafeína. Esta substância. Quando as folhas superiores e o tronco da planta são cortados.9] A categoria Perturbação Relacionada com a Cafeína. Os textos específicos da Dependência e Abuso de Cannabis são apresentados adiante. O texto e critérios específicos da Intoxicação por Cannabis . O canabinóide que foi identificado como primariamente responsável pelos efeitos psicoativos do cannabis é o delta-9-tetra-hidrocanabinol (também conhecido como THC ou delta-THC). não existem critérios específicos adicionais para Dependência ou Abuso de Cannabis. Os canabinóides são geralmente fumados mas podem ser tomados oralmente e por vezes misturados com chá ou alimentos. O conteúdo THC da marijuana ilícita aumentou significativamente desde o final dos anos 60. Sem Outra Especificação. na sua forma pura. na anorexia e perda ponderal em sujeitos com síndrome de imunodeficiência adquirida . secos e enrolados em cigarros. o óleo de haxixe é um concentrado destilado do haxixe. O conteúdo THC geralmente disponível na marijuana varia muito.9 Perturbação Relacionada com a Cafeína.220 Perturbações Relacionadas com Substâncias F15.SIDA). aplicáveis a todas as classes de substâncias. O haxixe é o exsudado resinoso e seco que escorre do topo e da parte inferior das folhas de cannabis. passando de uma média de aproximadamente 1%-5% a 10%-15%. O delta-9-THC sintético tem sido utilizado nalguns estados físicos gerais (por exemplo. Um exemplo é a abstinência de cafeína (ver na p. contudo. o produto é geralmente designado marijuana. Foram já apresentados os textos e critérios que definem os aspectos genéricos da Dependência (p. 726 os critérios de pesquisa sugeridos).180) e Abuso de Substâncias (p.186). Perturbações pela Utilização de Cannabis F12. apresenta-se a lista das Perturbações pela Utilização de Cannabis e as Perturbações Induzidas por Cannabis.2x Dependência de Cannabis [304.30] (ver p. náusea e perturbações do sono) foram já descritos em associação com a utilização de doses muito elevadas mas o seu significado clínico é incerto.são também apresentados adiante. Seguidamente. humor irritável ou ansioso acompanhado de alterações fisiológicas como tremor. Por estas razões o diagnóstico de abstinência de cannabis não foi incluído neste manual. 222) .20] (ver p. sudação. As Perturbações Induzidas por Cannabis (à exceção da Intoxicação por Cannabis) são descritas noutras secções deste manual juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo.1 Abuso de Cannabis [305. Os sintomas de uma possível abstinência de cannabis (por exemplo. a Perturbação do Humor Induzida por Cannabis está incluída na secção «Perturbações do Humor»). 221) F12. 133) F12.11] (ver p. Sem Outra Especificação [292.51 Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis com Atividade Delirante [292. embora tenha sido referida tolerância para a maioria dos efeitos da cannabis em sujeitos que a utilizam cronicamente. F12.Perturbações Relacionadas com Cannabis 221 Perturbações Induzidas por Cannabis F12. laborais e recreacionais.9] (ver p. Os sujeitos com Dependência de Cannabis podem utilizar cannabis muito potente durante todo o dia.9 Perturbação Relacionada com Cannabis. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F12. aparentemente. sudação excessiva resultante da utilização repetida de altas doses). Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Cannabis as seguintes especificações (ver pormenores na página 183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida .222) F12.2x Dependência de Cannabis [304.52 Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis.89] (ver p. Também têm sido referidos sintomas de abstinência mas.89] (ver p.319). Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação. tosse crônica relacionada com o fumar) ou psicológicos (por exemplo.81) (ver p. ao longo de um período de meses ou anos. escolares.451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F12.319).03 Delirium de Intoxicação por Cannabis [292. despendendo várias horas por dia na aquisição e utilização da substância.226) Perturbações pela Utilização de Cannabis F12. com Alucinações [292.222) F12. Isto interfere frequentemente com as atividades familiares.12] (ver p. Os sujeitos com Dependência de Cannabis podem também persistir na sua utilização apesar dos problemas físicos (por exemplo. sem significado clínico fiável.00 Intoxicação por Cannabis [292.176).8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cannabis [292.30] Consultar também o texto e critérios da Dependência de Substâncias (ver p. Os sujeitos com Dependência de Cannabis apresentam utilização compulsiva e não desenvolvem geralmente dependência fisiológica.04 Intoxicação por Cannabis com Perturbação da Percepção (ver p. 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica . Estes efeitos psicoativos acompanham-se de dois ou mais dos sinais seguintes. letargia. boca seca e taquicardia (Critério C). Ocasionalmente ocorrem ansiedade (que pode ser acentuada). do método de administração e das características individuais da pessoa que utiliza .186). disforia ou retração social.222 Perturbações Relacionadas com Substâncias F12. que se desenvolvem ao longo de duas horas após a utilização de cannabis: injeção conjuntival. Os efeitos perduram geralmente 3-4 horas. não devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). A magnitude das alterações comportamentais e fisiológicas depende da dose. conducentes a prisão por posse de cannabis ou conflitos com o cônjuge ou com os pais acerca da posse da cannabis em casa ou da sua utilização na presença de crianças.20] Consultar também o texto e critérios de Abuso de Substâncias (ver p. Perturbações Induzidas por Cannabis F12. aumento do apetite. Quando existem níveis significativos de tolerância ou quando problemas psicológicos ou físicos se associam a cannabis no contexto de uma utilização compulsiva.00 Intoxicação por Cannabis [292. A utilização e a intoxicação periódicas por cannabis podem interferir com o desempenho laboral ou escolar e serem fisicamente perigosas em situações como a condução de veículos. A característica essencial da Intoxicação por Cannabis é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de cannabis (Critérios A e B). Podem ocorrer problemas legais. deverá ser considerado o diagnóstico de Dependência de Cannabis em vez de Abuso de Cannabis. déficits na memória a curto prazo.89] Consultar também o texto e os critérios de Intoxicação por Substâncias (p. 187). sendo a duração algo superior quando a ingestão é oral. dificuldades em levar a cabo processos mentais complexos. A intoxicação desenvolve-se nos minutos seguintes após a cannabis ter sido fumada mas pode levar algumas horas a ocorrer se se tratar de ingestão oral. déficits no discernimento. sudação. distorção das percepções sensoriais e no desempenho motor e a sensação de que o tempo passa lentamente.1 Abuso de Cannabis [305. A intoxicação inicia-se tipicamente com uma sensação de «estar numa alta» a que se seguem sintomas que incluem euforia com risos inapropriados e grandiosidade. incluindo o delta-9-THC. são lipossolúveis. Uma vez que a maioria dos canabinóides. tais como taxa de absorção. . os efeitos da cannabis ou haxixe podem ocasionalmente persistir ou recorrer durante 12-24 horas devido à libertação lenta das substâncias psicoativas a partir do tecido adiposo para a circulação êntero-hepática. Este diagnóstico pode ser feito quando estiverem preenchidos os critérios para Intoxicação por Cannabis e ocorrerem alucinações com teste de realidade intacto ou ilusões auditivas. com Alucinações. com Perturbação da Percepção. visuais ou tácteis na ausência de delirium.a substância. F12. Quando ocorrem alucinações na ausência de teste da realidade intacto deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. tolerância e sensibilidade aos efeitos da substância.04 Intoxicação por Cannabis. Teste da realidade intacto significa que a pessoa sabe que as alucinações são induzidas pela substância e não representam a realidade externa. clinicamente significativas (por exemplo. retração social) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de cannabis. déficits na coordenação motora.00 Intoxicação por Cannabis [292. Estas perturbações são diagnosticadas em vez de Intoxicação por Cannabis apenas quando os sintomas excedem os habitualmente associados à Intoxicação por Cannabis e quando são suficientemente graves para requererem. Utilização recente de cannabis. A .04 se Com Perturbação da Percepção Outras Perturbações da Percepção As Perturbações Induzidas por Cannabis que se seguem são descritas noutras secções deste manual juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia: Delirium de Intoxicação por Cannabis (p. Nota de codificação: Codificar F12.Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas.Dois (ou mais) dos sinais seguintes. ansiedade. 133).Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. sensação de lentificação do tempo.Perturbações Relacionadas com Cannabis 223 × Critérios de diagnóstico para F12. 451). Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis (p. euforia. C. B. independentemente. que se desenvolvem ao longo de duas horas após a utilização de cannabis: (1) injeção conjuntival (2) aumento do apetite (3) boca seca (4) taquicardia D. Informação Adicional sobre Perturbações com Cannabis Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. déficit de discernimento.89] A. atenção clínica. 319) e Perturbação da Ansiedade Induzida por Cannabis (p. A cannabis (sobretudo marijuana) pode ser misturada e fumada com opiáceos. dietilamida ácido-lisérgico (LSD)] e os sujeitos que utilizam canabinóides podem experimentar efeitos mentais adversos semelhantes às «más viagens» induzidas . os canabinóides têm efeitos psicoativos semelhantes aos dos alucinógenos [por exemplo. Os sujeitos que utilizam regularmente cannabis referem com freqüência letargia física e mental e anedonia.cannabis é frequentemente utilizada com outras substâncias. álcool e cocaína. fenciclidina (PCP) ou outras drogas alucinogênicas. formas ligeiras de depressão. Quando tomados em altas doses. ansiedade ou irritabilidade. São também observadas em 1/3 dos sujeitos que utilizam regularmente cannabis (diariamente ou quase diariamente). especialmente nicotina. enfisema e displasia pulmonar. Contudo. a urina de sujeitos que utilizam os canabinóides de forma maciça pode apresentarse positiva durante duas a quatro semanas. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. podendo a utilização maciça aumentar o risco de desenvolvimento de doença maligna. de tal forma que os testes de urina de rotina para canabinóides. O fumo de cannabis é altamente irritante para a nasofaringe e revestimento brônquico. Os acidentes de viação fatais ocorrem mais frequentemente em sujeitos com testes positivos para canabinóides do que na população em geral. provavelmente resultante de excesso de apetite e redução da atividade física. faringite. A utilização crônica de cannabis está por vezes associada a ganho ponderal. Idade e Gênero A cannabis é provavelmente a substância ilícita mais utilizada . Os testes de urina identificam geralmente metabólitos dos canabinóides. persistem nos fluidos corporais por longos períodos de tempo e são excretados lentamente. As alterações biológicas incluem supressão temporária (e provavelmente relacionada com a dose) da função imunológica e supressão da secreção de testosterona e hormônio luteínico (LH). bronquite com tosse persistente. podem ser positivos durante sete a dez dias.224 Perturbações Relacionadas com Substâncias pelos alucinógenos. Uma vez que estas substâncias são lipossolúveis. O fumo da marijuana contém ainda maiores quantidades de carcinogênicos conhecidos do que o do tabaco. Dependência ou Abuso. Também foram referidos episódios de despersonalização e desrealização. não estabelecendo Intoxicação. pois estão também presentes com freqüência álcool e outras substâncias. Características Especificas da Cultura. o significado destes dados não é claro. Um teste positivo de urina é consistente apenas com utilização anterior. A utilização aguda de canabinóides também provoca lentificação da atividade EEG basal e supressão dos movimentos oculares rápidos (REM). embora o significado clínico destas alterações não seja claro. Com a utilização crônica e maciça podem ocorrer sinusite. aumentando assim o risco de tosse crônica e de outros sinais e sintomas de patologia nasofaríngea. Estas variam entre níveis ligeiros e moderados de ansiedade (por exemplo. Dados laboratoriais associados. Pode existir ideação paranóide variando desde desconfiança a francas idéias delirantes e alucinações. preocupação que a polícia descubra a utilização da substância) e reações ansiosas graves semelhantes a Ataques de Pânico. nos sujeitos que os utilizam casualmente. dados estes obtidos a partir de pesquisas realizadas nos anos 80. A cannabis encontra-se entre as drogas de primeira experiência (geralmente na adolescência) em todos os grupos culturais nos EUA. Tem sido consumida desde os tempos mais remotos devido aos seus efeitos psicoativos e como remédio para um vasto leque de situações médicas.10% tinham-na utilizado no ano anterior e 5% no mês anterior. Um estudo na comunidade. Prevalência Os canabinóides. as Perturbações por Utilização de Cannabis aparecem mais frequentemente no sexo masculino.mundialmente. Tal como a maioria das drogas ilícitas. especialmente a cannabis. embora as prevalências ao longo da vida apresentem uma lenta diminuição. são também as substâncias psicoativas ilícitas mais largamente utilizadas nos EUA. Uma vez que a pesquisa avaliou padrões de utilização em vez de diagnósticos. . revelou que aproximadamente um terço da população tinha utilizado marijuana uma ou mais vezes ao longo da sua vida. sendo a sua prevalência mais comum em pessoas com idades entre os 18 e os 30 anos. realizado nos EUA em 1991. As reações adversas agudas à cannabis deverão ser diferenciadas dos sintomas de Perturbação de Pânico. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. O consumo crônico de cannabis pode produzir sintomas semelhantes aos da Perturbação Distímica. um padrão de utilização crônica que aumenta gradualmente em freqüência e quantidade. com Início Durante a Intoxicação. Com a utilização maciça crônica. estes não são observados tão frequentemente como na utilização crônica de outras substâncias como álcool. ansiedade) semelhantes aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. Ver na página 197 a discussão deste diagnóstico diferencial. cocaína ou anfetaminas. Perturbação da Ansiedade Generalizada versus Perturbação da Ansiedade Induzida por Cannabis. Evolução A Dependência e o Abuso de Cannabis desenvolvem-se geralmente ao longo de um extenso período. Perturbação Depressiva Major. com Ansiedade Generalizada. Embora possa também existir um aumento correspondente dos efeitos disfóricos.Perturbações Relacionadas com Cannabis 225 desconhece-se quantos destes utilizadores de marijuana apresentavam sintomas que preenchiam os critérios de Dependência ou Abuso. Encontram-se poucos dados disponíveis sobre a Dependência ou Abuso de Cannabis a longo prazo. Aqueles que se tornam dependentes estabelecem. Perturbação Delirante. Uma história de Perturbação do Comportamento na infância ou adolescência e de Perturbação AntiSocial da Personalidade constituem fatores de risco para o desenvolvimento de muitas Perturbações Relacionadas com Substâncias. Os testes toxicológicos de urina podem ser úteis na realização do . existe por vezes uma diminuição ou perda dos efeitos agradáveis da substância. que utilizou critérios do DSM-III revelou que aproximadamente 4% da população adulta tinha apresentado Dependência ou Abuso de Cannabis em alguma ocasião da sua vida. incluindo as Perturbações Relacionadas com Cannabis. As Perturbações Induzidas por Cannabis podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo. O exame físico revela geralmente um aumento da pulsação e injeção conjuntival. tipicamente. Um estudo na comunidade realizado nos EUA de 1980 a 1985. Perturbação Bipolar ou Esquizofrenia Tipo Paranóide. Abuso de Cannabis. com Início Durante a Intoxicação). Delirium de Intoxicação por Cannabis. pode ser fumada e também tem efeitos alucinogênicos mas a Intoxicação por Fenciclidina tem muito maior probabilidade de causar ataxia e comportamento agressivo. Intoxicação por Cannabis. A distinção entre a utilização recreacional de cannabis e a Dependência ou Abuso de Cannabis pode ser difícil devido à dificuldade em atribuir à substância os problemas sociais. especialmente no contexto de utilização de outras substâncias. 226 Perturbações Relacionadas com Substâncias Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios para Investigação da ICD-10 para a Intoxicação por Cannabis são equivalentes aos critérios do DSM-IV. Sem Outra Especificação [292. A Intoxicação por Cannabis distingue-se das Outras Perturbações Induzidas por Cannabis (por exemplo.diagnóstico. Os Alucinógenos em baixas doses podem provocar um quadro clínico semelhante à Intoxicação por Cannabis. pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação por Cannabis e são suficientemente graves para requererem.9] A categoria Perturbação Relacionada com Cannabis. inclui as perturbações associadas à utilização de cannabis não classificáveis como Dependência de Cannabis. aumentam o comportamento agressivo e produzem nistagmo ou ataxia.9 Perturbação Relacionada com Cannabis. Perturbações Relacionadas com a Cocaína . atenção clínica. Perturbação da Ansiedade Induzida por Cannabis. a Intoxicação pelo Álcool. Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis ou Perturbação da Ansiedade Induzida por Cannabis. Sem Outra Especificação. por Sedativos. tal como a cannabis. A fenciclidina (PCP). F12. Hipnóticos ou Ansiolíticos diminuem com freqüência o apetite. independentemente. É comum a negação da utilização maciça e as pessoas procuram tratamento para a Dependência ou Abuso de Cannabis com muito menor freqüência do que para outros tipos de Perturbações Relacionadas com Substâncias. Ao contrário da Intoxicação por Cannabis. comportamentais ou psicológicos. a Perturbação do Humor Induzida por Cocaína está incluída na secção «Perturbações do Humor». hidrocloreto de cocaína e alcalóide de cocaína). a cocaína era separada da sua base de hidrocloreto através do aquecimento com amônia ou outro solvente volátil. era então fumado. Os textos específicos de Dependência e Abuso de Cocaína são apresentados adiante. O pó de hidrocloreto de cocaína é habitualmente «snifado» através das narinas ou dissolvido em água e injetado via intravenosa. Este processo era perigoso devido ao risco de os solventes se incendiarem e lesarem o utilizador. . um extrato puro da planta da coca. assim. aplicáveis a todas as substâncias.A cocaína. juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo. É por vezes misturado com heroína. é consumida em várias preparações (por exemplo. Esta secção inclui as discussões específicas sobre as Perturbações Relacionadas com a Cocaína. O crack difere primariamente das outras formas de cocaína porque é facilmente vaporizado e inalado e. uma substância natural produzida pela planta da coca. um alcalóide da cocaína extraído da pulverização do sal hidrocloreto através da sua mistura com bicarbonato de sódio e secagem em pequenas «pedras». Antes do aparecimento do crack. As folhas de coca mascadas são geralmente limitadas às populações nativas da América Central e do Sul. Os solventes utilizados na preparação da pasta de coca contaminam-na com freqüência e podem produzir efeitos tóxicos no sistema nervoso central e noutros órgãos quando a pasta é fumada. 180) e Abuso (p. Uma forma comum de cocaína utilizada nos EUA é o crack. O resultado. ocorre quase exclusivamente nos países produtores de cocaína da América Central e do Sul. contudo. não existem critérios adicionais específicos para a Dependência ou Abuso de Cocaína. pasta de coca. 186) de Substâncias. As Perturbações Induzidas por Cocaína (à exceção da Intoxicação e Abstinência de Cocaína) são descritas noutras secções deste manual. Os textos e critérios específicos da Intoxicação a Abstinência de Cocaína são também apresentados adiante. resultando uma combinação conhecida como speedball. onde cresce a cocaína. folhas de coca. os seus efeitos têm um início extremamente rápido. que diferem em potência devido à variação dos níveis de pureza e rapidez de início. A cocaína é o ingrediente ativo de cada preparação. free base. A síndrome clínica e os efeitos adversos associados ao crack são idênticos aos produzidos por doses comparáveis de outras preparações de cocaína. A utilização de pasta de coca. Foram já apresentados os textos e critérios dos aspectos genéricos da Dependência (p. onde é designado por basulca. apresentam-se as Perturbações por Utilização de Cocaína e as Perturbações Induzidas por Cocaína.Seguidamente. . F14.52 Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação.1 Abuso de Cocaína [305.89] (ver p.81] (ver p.0] (ver p.89] (ver p.451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência.Perturbações Relacionadas com Cocaína 227 Perturbações pela Utilização de Cocaína F14.319).2x Dependência de Cocaína [304.228) F14.9 Perturbação Relacionada com Cocaína. com Atividade Delirante [292. com Perturbações da Percepção (ver p.234) Perturbações pela Utilização de Cocaína F14.00 Intoxicação por Cocaína [292. Sem Outra Especificação [292.619) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência.89] (ver p.229) F14.381) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F14.12] (ver p.03 Delirium de Intoxicação por Cocaína [292. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F14.89] (ver p.532) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F14. A cocaína tem efeitos eufóricos extremamente potentes e os sujeitos que se lhe expõem podem desenvolver Dependência após a utilização de cocaína por períodos de tempo extremamente breves.11] (ver p.133) F14.8 Perturbação do Sono Induzida por Cocaína [292.3 Abstinência de Cocaína [292. Um sinal precoce de Dependência de Cocaína ocorre quando um sujeito tem dificuldades crescentes em resistir à utilização de cocaína sempre que esta se encontra .319).9] (ver p.20) Consultar também o texto e critérios de Dependência de Substâncias (ver p.51 Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína.180). F14. 228) Perturbações Induzidas por Cocaína F14.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cocaína [292.230) F14. 227) F14. com Alucinações [292.04 Intoxicação por Cocaína.84] (ver p.2x Dependência de Cocaína [304. F14.60] (p.8 Perturbação do Humor Induzida por Cocaína [292.8 Disfunção Sexual Induzida por Cocaína [292.20] (p. São comuns as complicações mentais ou físicas devido a utilização crônica. A tolerância ocorre com a utilização repetida.disponível. podem ser observados mas são igualmente transitórios e associados à utilização de doses elevadas. . As pessoas com Dependência de Cocaína podem despender grandes quantidades de dinheiro na droga em períodos de tempo muito curtos. frequentemente. depressão e perda ponderal. tráfico de drogas ou pedir adiantamentos de ordenado para obter fundos que lhe permitam comprar a droga. particularmente o humor disfórico. existe uma necessidade de doses freqüentes para aumentar a excitação. ansiedade. tais como ideação paranóide. Como resultado. Os sintomas de abstinência. Os sujeitos com Dependência de Cocaína encontram. para descansarem ou obterem fundos adicionais. Devido à sua curta semivida. independentemente da via de administração. comportamento agressivo. prostituição. As responsabilidades importantes como o trabalho e o cuidar das crianças podem ser bastante negligenciadas para obter ou utilizar cocaína. o utilizador da substância pode envolver-se em roubos. necessidade de descontinuar a utilização durante vários dias. nos dias de pagamento de salários ou em ocasiões especiais ocorrem episódios de utilização problemática. não problemática.00 Intoxicação por Cocaína [292. Quando os problemas associados à utilização foram acompanhados por evidências de tolerância. resultando um padrão de períodos breves de utilização de doses elevadas (horas a poucos dias).1 Abuso de Cocaína [305. seguido por períodos muito mais longos (semanas a meses) de utilização ocasional. de utilização ou abstinência.89] Consultar também o texto e critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p. A intensidade e freqüência da administração de cocaína são menores no Abuso de Cocaína que na Dependência. clinicamente . negligência de responsabilidades e conflitos interpessoais. 187). deverá ser considerado o diagnóstico de Dependência de Cocaína em vez de Abuso de Cocaína.183 mais pormenores): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeiro/Moderado/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica F14. abstinência ou comportamento compulsivo relacionada com a obtenção e administração de cocaína. As dificuldades legais podem resultar da posse ou utilização da droga.6) Consultar também na página 186 o texto e critérios de Abuso de Substâncias.228 Perturbações Relacionadas com Substâncias Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Cocaína as seguintes especificações (ver na p. Frequentemente. Perturbações Induzidas por Cocaína F14. A característica essencial da Intoxicação por Cocaína é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. está frequentemente associada a déficits no funcionamento social ou ocupacional. alerta. depressão respiratória. no caso de intoxicação crônica. loquacidade. distonias ou coma (Critério C). elevação ou diminuição de tensão arterial. grandiosidade. fraqueza muscular. que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de cocaína (Critérios A e B).significativas. tensão. sensibilidade interpessoal. dilatação pupilar. gregarismo. comportamento estereotipado e repetitivo. Estas alterações comportamentais e psicológicas acompanham-se de dois ou mais dos seguintes sinais ou sintomas. que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de cocaína: taquicardia ou bradicardia. hipervigilância. ansiedade. discinesia. inquietação. Para se fazer um . A intoxicação grave pode resultar em coma. raiva. embotamento afetivo com fadiga ou tristeza e retração social. sudação ou arrepios. A Intoxicação por Cocaína inicia-se geralmente com a sensação de excitação e inclui um ou mais dos seguintes: euforia com aumento de vigor. dor torácica ou arritmias cardíacas e confusão. aguda ou crônica. hiperatividade. déficit do discernimento e. náuseas ou vômitos. A intoxicação. evidência de perda ponderal. agitação ou lentificação psicomotora. clinicamente significativas (por exemplo. que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de cocaína: . alterações da sociabilidade. C. F14.Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). Este diagnóstico pode ser feito quando estiverem presentes os critérios para Intoxicação por Cocaína e ocorrerem alucinações com teste da realidade intacto ou ilusões auditivas. que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de cocaína.Perturbações Relacionadas com Cocaína 229 diagnóstico de Intoxicação por Cocaína. com Perturbações da Percepção. Utilização recente de cocaína.04 Intoxicação por Cocaína. tensão ou raiva. O teste da realidade intacto significa que a pessoa sabe que as alucinações são induzidas pela substância e não representam a realidade externa. diminuição da tensão arterial e da atividade psicomotora são menos comuns e aparecem apenas com a utilização crônica de doses elevadas. × Critérios de diagnóstico para F14. aumento da pulsação e tensão arterial e da atividade psicomotora são os mais frequentemente observados.89] A. na ausência de delirium. taxa de absorção.00 Intoxicação por Cocaína [292. incluindo a dose utilizada e as características individuais do utilizador da substância (por exemplo. euforia ou embotamento afetivo. Quando ocorrerem alucinações na ausência de teste da realidade intacto deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. hipervigilância. cronicidade da utilização. Os efeitos estimulantes como euforia. ansiedade. B. sensibilidade interpessoal. comportamentos estereotipados. contexto em que é utilizada). A magnitude e direção das alterações comportamentais e fisiológicas depende de muitas variáveis. visuais ou tácteis. bradicardia. Os efeitos depressores como tristeza. com Alucinações. tolerância.Dois (ou mais) dos seguintes. déficits no discernimento ou no funcionamento social ou ocupacional. dor torácica ou arritmias cardíacas (9) confusão. distonias ou coma.(1) taquicardia ou bradicardia (2) dilatação pupilar (3) elevação ou diminuição da tensão arterial (4) sudação ou arrepios (5) náuseas ou vômitos (6) evidência de perda ponderal (7) agitação ou lentificação psicomotora (8) fraqueza muscular.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. D. Nota de codificação. Codificar F14. depressão respiratória.04 se Com Perturbações da Percepção . discinesias. convulsões. A síndrome de abstinência caracteriza-se pelo desenvolvimento de humor disfórico acompanhado por duas ou mais das alterações fisiológicas seguintes: fadiga. Um número substancial de sujeitos com Dependência de Cocaína apresenta poucos ou nenhuns sintomas de abstinência. ocupacional ou noutras áreas importantes (Critério C). Os sintomas agudos de abstinência (o crash) são frequentemente observados após períodos de utilização repetitiva de doses elevadas (runs ou «picos»). desagradáveis . Interrupção (ou redução) da utilização maciça e prolongada de cocaína B. após a paragem da utilização. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). A anedonia e a ânsia pela droga podem estar frequentemente presentes mas não fazem parte dos critérios de diagnóstico. A característica essencial da Abstinência de Cocaína é a presença de uma síndrome de abstinência característica que se desenvolve em poucas horas a vários dias após a interrupção.0] Consultar também o texto e critérios de Abstinência de Substâncias (ver p.0] A. que se desenvolvem algumas horas a vários dias após o Critério A: (1) fadiga (2) sonhos vívidos. Podem ocorrer sintomas depressivos com ideação ou comportamento suicida. aumento do apetite e lentificação ou agitação psicomotora. sonhos vívidos e desagradáveis. clinicamente evidentes. × Critérios de diagnóstico para F14. requerendo geralmente vários dias de repouso e recuperação.3 Abstinência de Cocaína [292. 188).230 Perturbações Relacionadas com Substâncias F14. insônia ou hipersônia. maciça e prolongada (Critérios A e B). Estes períodos caracterizam-se por sensações intensas e desagradáveis de lassitude e depressão.3 Abstinência de Cocaína [292. sendo geralmente os mais graves que se observam durante o crashing ou outras formas de Abstinência de Cocaína. Estes sintomas causam sofrimento significativo ou déficit no funcionamento social. Humor disfórico e duas (ou mais) das seguintes alterações fisiológicas. Os sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social. Outras Perturbações Induzidas por Cocaína As seguintes Perturbações Induzidas por Cocaína são descritas noutras secções deste manual. juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia: . D. Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. ocupacional ou noutras áreas importantes.(3) insônia ou hipersônia (4) aumento do apetite (5) lentificação ou agitação psicomotora C. Quando injetada ou fumada. 451). tipicamente. a cocaína produz. Podem também ocorrer ideação paranóide. O comportamento sexual promíscuo. Perturbação da Ansiedade Induzida por Cocaína (p. Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Cocaína Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. 619). torna-se um fator importante na disseminação das doenças sexualmente transmissíveis. que o utilizador geralmente . 381).133). uma sensação instantânea de bem-estar. idéias de referência transitórias e tinnitus. independentemente. Podem desenvolver-se rapidamente alterações comportamentais acentuadas.Perturbações Relacionadas com Cocaína 231 Delirium de Intoxicação por Cocaína (p. Disfunção Sexual Induzida por Cocaína (p. A cocaína é uma droga de curta ação que produz efeitos rápidos e potentes sobre o sistema nervoso central. cefaléias. especialmente em associação com dependência. Os sujeitos podem envolver-se em atividades criminosas para obterem dinheiro para a cocaína. São frequentemente observados no contexto de Dependência de Cocaína a longo prazo: comportamento errático. atenção clínica. confiança e euforia. Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína (p. 319). resultando daí catástrofes financeiras em que se perdem todas as poupanças e bens. incluindo o vírus de imunodeficiência humano (HIV). Os sujeitos com Dependência de Cocaína gastam muito dinheiro (centenas de milhar de escudos) na substância. a violência está também associada «ao comércio» da cocaína. 532) e Perturbação do Sono Induzida por Cocaína (p. especialmente quando tomada por via intravenosa ou fumada como crack. como resultado do aumento do desejo ou da utilização do sexo para obtenção da cocaína (ou de dinheiro para comprar cocaína). A Intoxicação aguda com doses elevadas pode associar-se a discurso vago. Perturbação do Humor Induzida por Cocaína (p. isolamento social e disfunção sexual. alucinações auditivas na ausência de perturbações da consciência e alucinações tácteis (coke bugs). Estas perturbações são diagnosticadas em vez da Intoxicação ou Abstinência de Cocaína apenas quando os sintomas excedem os habitualmente associados à Intoxicação ou Síndrome de Abstinência de Cocaína e quando são suficientemente graves para requererem. Como resultado dos efeitos da cocaína pode ocorrer comportamento agressivo. em períodos curtos de tempo. 381). irritabilidade. labilidade emocional ou perturbações da atenção e concentração. as alterações do humor como depressão. 451 ). As Perturbações do Comportamento Alimentar podem também associar-se a esta substância. p. Os sujeitos com Dependência de Cocaína apresentam com freqüência sintomas depressivos temporários que preenchem os critérios sintomáticos e de duração da Perturbação Depressiva Major (ver Perturbação do Humor Induzida por Substâncias. especialmente durante a Abstinência de Cocaína.reconhece como efeitos da cocaína. ânsias ao verem . Não são incomuns histórias consistentes com Ataques de Pânico repetidos. embora possam persistir durante semanas. anedonia. uma perturbação com atividade delirante e alucinações semelhante à Esquizofrenia Tipo Paranóide. Os sujeitos com Dependência de Cocaína desenvolvem frequentemente respostas condicionadas aos estímulos relacionados com a cocaína (por exemplo. As perturbações mentais que ocorrem em associação com a utilização de cocaína resolvem-se geralmente em horas a dias pós a interrupção da utilização. São comuns. Raiva acentuada com ameaças ou passagens ao ato com comportamento agressivo podem também ocorrer. ideação suicida. p. 319). Uma das mais extremas instâncias da toxicidade da cocaína é a Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína (ver p. comportamento do tipo fobia social e síndromes do tipo ansiedade generalizada (ver Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias. irritação. A hepatite. frequentemente consumidas para reduzir a ansiedade e outros efeitos secundários estimulantes e desagradáveis da cocaína. Perturbação Hiperativa com Déficit de Atenção e Jogo Patológico. tosse. um metabólito da cocaína que permanece tipicamente na urina durante um a três dias após uma única dose. As pessoas que injetam cocaína apresentam marcas de «picadas» e outros tracks (rasto. nos padrões de secreção da prolactina e na regulação (hipo) dos receptores dopaminérgicos. específicos da via de administração da cocaína.232 Perturbações Relacionadas com Substâncias uma substância tipo pó branco). Dados laboratoriais associados. A Dependência de Cocaína pode estar associada a Perturbações de Stress Pós-Traumático. Podem ocorrer uma série de estados físicos gerais. as doenças sexualmente transmissíveis. marca). hepatite. tal como se observa na Dependência de Opiáceos. São também observadas outras doenças sexualmente transmissíveis. A pneumonite ou o pneumotórax são ocasionalmente observados na radiografia do tórax. em associação com a cocaína. A maioria dos testes laboratoriais são para benzoilecgonina. especialmente álcool. Pode ser observada elevação moderada nos testes da função hepática em sujeitos que injetam cocaína ou utilizam álcool em excesso. Estas respostas contribuem provavelmente para as recaídas. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. hemorragias da mucosa nasal e perfuração do septo nasal. mais comummente nos antebraços. são difíceis de extinguir e persistem tipicamente muito após a desintoxicação estar completada. Perturbação Anti-Social da Personalidade. bronquite e pneumonite devido a irritação e inflamação dos tecidos que revestem o trato respiratório). A descontinuação da utilização crônica de cocaína associa-se frequentemente a alterações no EEG. As pessoas que utilizam a cocaína via intranasal («snifam») desenvolvem com freqüência sinusite. A . podendo estar presente durante sete a doze dias após a utilização repetida de doses elevadas. tuberculose e outras infecções pulmonares. A infecção HIV associa-se à Dependência de Cocaína devido às injeções intravenosas freqüentes e ao aumento do comportamento sexual promíscuo. incluindo HIV e a tuberculose podem associar-se à utilização de cocaína. As que fumam a cocaína têm um risco aumentado de problemas respiratórios (por exemplo. As Perturbações por Utilização da Cocaína associam-se frequentemente à Dependência ou Abuso de Outras Substâncias. marijuana e benzodiazepinas. placenta prévia. têm vindo também a ser afetadas. Características Especificas da Cultura. Entre as mulheres grávidas. bem como palpitações a arritmias. em que os homens são mais frequentemente afetados que as mulheres. As lesões traumáticas. Uma vez que a pesquisa avaliou padrões de utilização e não diagnósticos. são comuns especialmente entre as pessoas que vendem cocaína. A dor torácica pode também ser um sintoma comum. Idade e Gênero A utilização de cocaína e as perturbações concomitantes afetam todas as raças. revelou que 12%o da população tinha utilizado cocaína uma ou mais vezes. Têm sido observadas convulsões em associação com a utilização de cocaína. disseminou-se para incluir grupos socioeconômicos de nível inferior residindo nas áreas metropolitanas. trabalho de parto e parto prematuro e aumento do nascimento de crianças com peso baixo. Prevalência Um estudo na comunidade. O pneumotórax pode resultar das manobras tipo Valsalva que são efetuadas para aumentar a absorção da cocaína inalada. Estes incidentes são provavelmente causados pela capacidade da cocaína em aumentar a pressão arterial. a utilização de cocaína associa-se a irregularidades no fluxo sanguíneo placentário.Dependência de Cocaína (com qualquer via de administração) está frequentemente associada a sinais de perda ponderal e má nutrição devido aos seus efeitos supressores do apetite. Ao contrário de outras Perturbações Relacionadas com Substâncias. Um estudo na comunidade realizado nos EUA . As Perturbações Relacionadas com a Cocaína são mais frequentemente encontradas em pessoas com idades entre os 18 e os 30 anos. a morte súbita por paragem respiratória ou cardíaca e o Acidente Vascular Cerebral têm sido associados à utilização de cocaína em jovens saudáveis. nos EUA. O enfarte de miocárdio. causar vasoconstrição ou alterar a atividade elétrica cardíaca. que tinham sido previamente poupadas aos problemas associados com a utilização de drogas ilícitas. as Perturbações pela Utilização de Cocaína distribuem-se quase igualmente por ambos os sexos. grupos socioeconômicos. 3% tinha-a utilizado no ano anterior e menos de 1 % no mês anterior. As áreas rurais. desconhece-se quantos destes utilizadores de cocaína apresentavam sintomas que preenchiam os critérios de Dependência ou Abuso. devido a disputas e comportamento violento. Embora a atual «epidemia» de cocaína tenha começado nos anos 70 entre os sujeitos mais ricos. realizado nos EUA em 1991. etários e gêneros. humor deprimido). semelhantes aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. Estão disponíveis poucos dados sobre a evolução a longo prazo das Perturbações por Utilização da Cocaína. que utilizou os critérios definidos pelo DSM-III para o Abuso de Cocaína. não existem geralmente grandes variações nas doses em dias sucessivos. Evolução Tal como nas anfetaminas. As Perturbações Induzidas por Cocaína podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo. Perturbação Depressiva Major versus Perturbação do Humor Induzida por Cocaína. levando ao aumento das doses.entre 1980 e 1985. a Dependência de Cocaína está associada a dois padrões de auto-administração: utilização episódica ou diária (ou quase diária). Os «picos» terminam apenas quando ocorre a deflação do fornecimento de cocaína. a utilização de cocaína tende a estar separada por 2 dias ou mais de não utilização (por exemplo. Na utilização crônica diária. A utilização crônica diária pode envolver doses elevadas ou baixas e ocorre durante todo o dia ou restringe-se apenas a algumas horas. revelou que aproximadamente 2% da população adulta apresentava Abuso de Cocaína em alguma ocasião de vida. Estes números precedem o aumento da utilização de cocaína observado a partir de meados dos anos 80. ao longo de meses a anos. mas ocorre frequentemente um aumento da dose ao longo do tempo. com Início Durante a . estando frequentemente associados a Dependência. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. Com a utilização continuada existe uma diminuição dos efeitos desagradáveis devido à tolerância e a um aumento dos efeitos disfóricos. A dependência está comummente associada a tolerância progressiva aos efeitos apetecíveis da cocaína. No padrão episódico. com Características Depressivas. ao longo de semanas ou meses. A utilização intranasal associa-se a uma progressão mais gradual. A cocaína fumada e consumida via intravenosa tende a associar-se à progressão rápida de utilização para abuso ou dependência. 17%o tinham-na utilizado no mês anterior e 46% tinham tido problemas com cocaína no ano anterior. utilização intensa durante um fim de semana ou num ou mais dias de semana). Entre estes. Os «picos» são uma forma de utilização episódica que envolve tipicamente a utilização contínua de doses elevadas por um período de horas ou dias. As perturbações mentais marcadas que podem resultar dos efeitos da cocaína deverão ser distinguidas dos sintomas de Esquizofrenia Tipo Paranóide. Perturbação do Humor Induzida por Cocaína. A Intoxicação e a Abstinência de Cocaína distinguem-se das outras Perturbações Induzidas por Cocaína. Relação com os Códigos de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios da ICD-10 e do DSM-IV para Intoxicação e Abstinência de Cocaína são quase iguais exceto que a Abstinência da ICD-10 inclui ansiedade por cocaína como item adicional. F14. A Intoxicação por Anfetaminas ou por Fenciclidina pode causar um quadro clínico semelhante e muitas vezes apenas pode ser distinguido da Intoxicação por Cocaína através da presença de metabólitos da cocaína numa amostra de urina ou de cocaína no plasma. Sem Outra Especificação.4 metilenodioximetanfetamina. Sem Outra Especificação [292. não classificáveis como Dependência de Cocaína. Perturbação da Ansiedade Generalizada e Perturbação de Pânico. Ver na página 197 a discussão sobre este diagnóstico diferencial. STP(2.Abstinência). Perturbações Relacionadas com Alucinógenos Este grupo diverso de substâncias inclui ergotamina e compostos relacionados [dietilamida-ácido-lisérgico (LSD)].9 Perturbação Relacionada com a Cocaína. também designada ecstasy). atenção clínica. pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação ou Abstinência de Cocaína e são suficientemente graves para requererem. Delirium de Intoxicação por Cocaína. Disfunção Sexual Induzida por Cocaína ou Perturbação do Sono Induzida por Cocaína. inclui as perturbações associadas à utilização de cocaína. Perturbação Bipolar e outras Perturbações do Humor. Abstinência de Cocaína. independentemente.5 dimetoxi-4-metilamfetamina] e MDMA (3.9] A categoria Perturbação Relacionada com a Cocaína. morning glory seeds. . Intoxicação por Cocaína. Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína. fenilalquilaminas [mescalina. Perturbação da Ansiedade Induzida por Cocaína. Abuso de Cocaína. 261) e a cannabis e o seu composto ativo.186). aplicáveis a todas as substâncias. são discutidas separadamente devido às diferenças significativas nos seus outros efeitos psicológicos e comportamentais. As Perturbações Induzidas por Alucinógenos (à exceção da Intoxicação por Alucinógenos) são descritas noutras secções deste manual. razão pela qual o diagnóstico da abstinência de alucinógenos não é incluído neste manual. Embora estas substâncias possam ter efeitos alucinogênicos. embora o DMT seja fumado e possa ocorrer utilização por injeção. Esta secção contém discussões específicas sobre as Perturbações Relacionadas com Alucinógenos. . Os alucinógenos são em geral tomados oralmente. contudo. Os textos específicos da Dependência e Abuso de Alucinógenos são apresentados adiante. não existem conjuntos de critérios adicionais específicos para a Dependência ou Abuso de Alucinógenos. o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC) (p.indol-alcalóides [psilocibina. Já foram apresentados os textos e critérios que definem os aspectos genéricos da Dependência de Substâncias (p. DMT (dimetiltriptamina)] e outros compostos e miscelâneas. O texto e critérios específicos da Intoxicação por Alucinógenos são também apresentados adiante.180) e do Abuso de Substâncias (p. Estão excluídos deste grupo a fenciclidina (PCP) (p. A tolerância desenvolve-se com a utilização repetida mas a síndrome de abstinência não está bem documentada. 220). 51 Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos.451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F16. apresenta-se a lista das Perturbações pela Utilização de Alucinógenos e das Perturbações Induzidas por Alucinógenos.9Perturbação Relacionada com Alucinógenos. Perturbações pela Utilização de Alucinógenos F16.381) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação. com Atividade Delirante [292. 241) Perturbações pela Utilização de Alucinógenos F16.11] (ver p. com Alucinações [292.319).133) F16.319).89] (Flashbacks) (ver p. Alguns dos critérios genéricos de Dependência não se aplicam aos alucinógenos e outros requerem explicações pormenorizadas.50] Consultar também o texto e critérios de Dependência de Substâncias (ver p.52 Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos. 180).9] (ver p.00 Intoxicação por Alucinógenos [292.1 Abuso de Alucinógenos [305. F16.70 Perturbação Persistente da Percepção por Alucinógenos [292.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Alucinógenos [292. F16.12] (ver p.2x Dependência de Alucinógenos [304. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F16.238). a Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos é incluída na secção «Perturbações do Humor»). Foi registrada uma tolerância rápida aos efeitos eufóricos e psicadélicos dos alucinógenos mas não .89] (ver p.03 Delirium de Intoxicação por Alucinógenos [292. 235) F16.2x Dependência de Alucinógenos [304.81] (ver p.236) F16.84] (ver p.50] (ver p. F16. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação. Seguidamente. 236) Perturbações Induzidas por Alucinógenos F16.Perturbações Relacionadas com Cocaína 235 juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo.89] (ver p.3] (ver p.8 Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos [292. Sem Outra Especificação [292. Existe tolerância cruzada entre o LSD e outros alucinógenos (por exemplo. hiper-reflexia. psilocibina e mescalina). piloereção e taquicardia.aos efeitos autonômicos tais como dilatação pupilar. Os alucinógenos podem continuar a ser utilizados apesar do conhecimento dos efeitos adversos (por exemplo. Esta freqüência de utilização relativamente baixa (comparada com a utilização de outras substâncias) pode estar relacionada com o desejo de suprimir o desenvolvimento da tolerância aos efeitos psicológicos dos alucinógenos. está frequentemente limitada a uma a poucas vezes por semana. DMT) têm uma ação bastante curta. Não foi demonstrada abstinência mas são conhecidos relatos de «ânsias» após a interrupção de alucinógenos. aumento da pressão sanguínea e da temperatura corporal. Pelo contrário. mesmo nos sujeitos com apresentações que preenchem totalmente os critérios de Dependência. déficits da . os sujeitos com Dependência de Alucinógenos passam frequentemente várias horas a dias a utilizar e a recuperar dos seus efeitos. A utilização de alucinógenos. alguns alucinógenos designer drugs (por exemplo. Devido à longa semivida e à prolongada duração de ação da maioria dos alucinógenos. tonturas. guiar uma mota ou um carro). alguns dos efeitos adversos relatados podem ser devidos a substâncias como a estricnina. fenciclidina ou anfetaminas. «más viagens» que são geralmente reações de pânico. .1 Abuso de Alucinógenos [305. Alguns sujeitos que utilizam MDMA (uma designer drug com efeitos alucinogênicos) descrevem uma «ressaca» no dia que se segue à utilização. Uma vez que os adulterantes e substitutos são frequentemente vendidos como «ácido» ou outros alucinógenos. músculos mandibulares doridos devido ao cerrar dos dentes. As pessoas que abusam dos alucinógenos utilizam-nos com muito menor freqüência do que aqueles que apresentam Dependência.186). saltar de uma janela julgando que podem voar). Alguns sujeitos podem manifestar reações comportamentais perigosas (por exemplo. ou flashbacks). Os efeitos adversos parecem ser mais comuns entre os sujeitos com perturbações mentais preexistentes. fadiga. Contudo.236 Perturbações Relacionadas com Substâncias memória durante a intoxicação. Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Alucinógenos as especificações seguintes (ver pormenores na página 183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave F16. no trabalho ou em casa. caracterizada por insônia. devido à falta de insight e discernimento enquanto intoxicados. isolamento social ou discussões com pessoas próximas. podem falhar repetidamente no cumprimento de obrigações importantes na escola. Podem existir problemas sociais ou interpessoais recorrentes devidos ao comportamento do sujeito enquanto intoxicado. perda de equilíbrio e cefaléias. devido aos déficits comportamentais causados pela Intoxicação por Alucinógenos.30) Consultar também o texto e os critérios de Abuso de Substâncias (ver p. O sujeito pode utilizar alucinógenos em situações fisicamente perigosas (por exemplo. podendo ocorrer dificuldades legais devido a comportamentos resultantes da intoxicação ou posse de alucinógenos. As alterações da percepção desenvolvem-se durante ou logo após a utilização de alucinógenos e ocorrem um estado de vigília ou alerta . idéias de referência. A característica essencial da Intoxicação por Alucinógenos é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. clinicamente significativas [por exemplo. que se desenvolvem durante ou logo após (dentro de minutos a poucas horas)] à utilização de alucinógenos (Critérios A e B). funcionamento social ou ocupacional. déficits no discernimento. medo de ficar louco. ansiedade ou depressão acentuadas.187). ideação paranóide.Perturbações Induzidas por Alucinógenos F16.00 Intoxicação por Alucinógenos [292.89] Consultar também o texto e os critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p. as alterações da percepção não incluem. Na maioria dos casos o teste da realidade está preservado (isto é. . medo de ficar louco. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério E). × Critérios de diagnóstico para F16. Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. em sons a serem «vistos». Estas alterações incluem intensificação subjetiva das percepções. frequentemente de formas ou figuras geométricas. Segue-se então uma seqüência de experiências. o sujeito sabe que os efeitos são induzidos pela substância). alucinações. As alucinações são geralmente visuais. por vezes de pessoas ou objetos. A Intoxicação por Alucinógenos inicia-se geralmente com alguns efeitos estimulantes como inquietação e ativação autonômica. o diagnóstico requer a presença de dois dos seguintes sinais fisiológicos: dilatação pupilar. ilusões. Mais raramente. As sinestesias (confusão dos sentidos) podem resultar. palpitações. com freqüência. ideação paranóide. alucinações. ilusões. Com doses baixas. tremores e descoordenação (Critério D).Perturbações Relacionadas com Alucinógenos 237 (Critério C). alucinações e sinestesias. ansiedade ou depressão acentuadas. As ilusões visuais iniciais ou as alterações das experiências sensoriais podem dar lugar a alucinações. Adicionalmente. por exemplo. sudação. ocorrem alucinações auditivas ou tácteis. visão turva.89) A. Pode ocorrer náusea. A sensação de euforia pode alternar rapidamente com depressão ou ansiedade. idéias de referência.Alterações da percepção que ocorrem em estados de vigília e alerta (por exemplo. produzindo as doses mais elevadas os sintomas mais intensos. desrealização. desrealização. Utilização recente de um alucinógeno. despersonalização. intensificação subjetiva das percepções. clinicamente significativas (por exemplo. B.00 Intoxicação por Alucinógenos [292. C. taquicardia. despersonalização. déficits do discernimento e do funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de alucinógenos. Dois (ou mais) dos seguintes sinais que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de alucinógenos: (1) dilatação pupilar (2) taquicardia (3) sudação (4) palpitações (5) visão turva (6) tremores (7)descoordenação E. Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. .sinestesias). que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de alucinógenos. D. imagens de campos periféricos. halos rodeando objetos.89] A característica essencial da Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos (Flashbacks) é a recorrência transitória de perturbações da percepção reminiscentes das experimentadas durante uma ou mais das Intoxicações por Alucinógenos prévias. Os sintomas não são devidos a um estado físico geral (por exemplo. ansiedade. imagens «em rasto» (imagens suspensas na órbita de um objeto em movimento. delirium. fadiga ou outros estressores. após a interrupção da utilização de um .89] (Flashbacks) A. Esta reexperiência dos sintomas perceptuais causa sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social. macropsia e micropsia. pós-imagens (uma «sombra» da mesma cor ou de uma cor complementar de um objeto que permanece após a remoção do mesmo). se a pessoa apresenta uma interpretação delirante para a etiologia da perturbação perceptual. a pessoa reconhece que a percepção é um efeito da droga e não representa a realidade externa). lesões anatômicas e infecções cerebrais ou epilepsias visuais) nem a outra perturbação mental (por exemplo. Reexperiência. visualizado como numa fotografia estroboscópica). As percepções anormais que se associam a Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos ocorrem episodicamente e podem ser auto-induzidas (por exemplo. o diagnóstico adequado deverá ser Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. As perturbações perceptivas podem incluir formas geométricas. Os episódios podem desaparecer após vários meses mas muitas pessoas referem episódios persistentes durante cinco anos ou mais. flashes de cor. por várias drogas.70 Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos (Flashbacks) [292. O teste da realidade permanece intacto (isto é. percepções de objetos inteiros.238 Perturbações Relacionadas com Substâncias F16. ocupacional ou noutras áreas importantes (Critério B). pensando nelas) ou despoletadas pela entrada num ambiente escuro. demência ou Esquizofrenia) ou a alucinações hipnopômpicas (Critério C).70 Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos [292. × Critérios de diagnóstico para F16. Pelo contrário. A pessoa não deve ter uma Intoxicação por Alucinógenos recente nem apresentar na altura toxicidade relacionada com as drogas (Critério A). macropsia e micropsia. cores intensificadas. flashes de cor. epilepsias visuais) nem a outra perturbação mental (por exemplo. traçados de imagens ou objetos em movimento. de um ou mais dos sintomas perceptuais experimentados durante a intoxicação com o alucinógeno (por exemplo. Esquizofrenia) ou a alucinações hipnopômpicas. . ocupacional ou noutras áreas importantes. alucinações geométricas. halos rodeando objetos. pós-imagens positivas. Os sintomas não são devidos a um estado físico geral (por exemplo. falsas percepções de movimento em campos visuais periféricos. Os sintomas do Critério A causam sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social. C. lesões anatômicas e infecções cerebrais. delirium. demência.alucinógeno. lutas físicas ou tentativas de «voar» a partir de locais altos. hipertermia e dilatação pupilar) e podem provocar algumas das características da Intoxicação por Anfetaminas. Os fatores ambientais e a personalidade e expectativas do utilizador do alucinógeno podem contribuir para a natureza e gravidade da Intoxicação por Alucinógenos. se desponta sintomas psicóticos apenas em sujeitos vulneráveis ou se é simplesmente um sinal precoce e continuado de um processo psicótico em evolução. O Abuso e a . Estas perturbações são diagnosticadas em vez da Intoxicação por Alucinógenos apenas quando os sintomas excedem os habitualmente associados à síndrome de Intoxicação e quando são suficientemente graves para requererem. atenção clínica. As perturbações da percepção e os déficits no discernimento associados à Intoxicação por Alucinógenos podem resultar em lesões ou fatalidades por acidentes de viação.Perturbações Relacionadas com Alucinógenos 233 Outras Perturbações Induzidas por Alucinógenos As seguintes Perturbações Induzidas por Alucinógenos são discutidas noutras secções deste manual juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia: Delirium de Intoxicação por Alucinógenos (ver p. Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Alucinógenos Características e Perturbações Associadas Quando intoxicados com um alucinógeno. Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos (p. Muitas substâncias alucinógenas têm efeitos estimulantes (por exemplo. 319). os sujeitos podem ficar volúveis e discursivos e apresentarem alternância rápida do humor. 451). 381) e Perturbação da Ansiedade Induzida por Alucinógenos (p. hipertensão ligeira. taquicardia. independentemente. Os receios e a ansiedade podem tornar-se intensos. Permanece controverso se a utilização crônica de alucinógenos produz uma Perturbação Psicótica «de novo». Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos (p. A Dependência e Abuso de Alucinógenos podem co-ocorrer com perturbações psicóticas crônicas. com pavor da loucura ou da morte. 133). A Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos pode produzir ansiedade e preocupação consideráveis e ser mais comum em pessoas sugestionáveis. sendo os utilizadores mais jovens que tendem a experimentar emoções mais disruptivas. A Intoxicação por Alucinógenos ocorre inicialmente na adolescência. Características Especificas da Cultura. Idade e Sexo Os alucinógenos podem ser utilizados como parte de práticas religiosas estabelecidas. A Intoxicação por LSD pode ser confirmada por exames toxicológicos urinários. na adolescência ou em adultos com Perturbação Anti-Social da Personalidade. revelou que 8% da população tinha utilizado alucinógenos ou fenciclidina (PCP) pelo menos uma ou mais vezes durante a vida.Dependência de Alucinógenos também ocorrem frequentemente em pessoas com Perturbação do Comportamento preexistente. A Utilização e Intoxicação por Alucinógenos parece ser três vezes mais freqüente entre homens que entre mulheres. Nos EUA existem diferenças regionais quanto à sua utilização. Prevalência Um estudo na comunidade realizado nos EUA. em 1991. A coorte com mais tempo de vida em termos de utilização era constituí- . Os testes toxicológicos são úteis neste caso. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial de Perturbações Relacionadas com Substâncias. As Perturbações Induzidas por Alucinógenos podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo. a utilização recente era mais comum nas idades entre os 18 e os 25 anos. Ver na página 197 a discussão sobre este diagnóstico diferencial. A maior prevalência de «alguma vez já ter utilizado alucinógenos» verificase entre os 26 e os 34 anos e a mais baixa prevalência de utilização recente neste grupo sugere que muitos sujeitos podem cessar a utilização de alucinógenos à medida que envelhecem.240 Perturbações Relacionadas com Substâncias da por pessoas com idades entre os 26 e os 30 anos. Alguns sujeitos que utilizam alucinógenos referem flashbacks que não se associam a qualquer déficit ou sofrimento. terminando a intoxicação em algumas horas a dias após a interrupção da utilização. as doses freqüentes tendem a reduzir os efeitos da intoxicação devido ao desenvolvimento de tolerância. A intoxicação com anticolinérgicos pode também produzir alucinações mas estas . o pico dos efeitos ocorre entre alguns minutos e algumas horas.3% da população adulta tinha apresentado Abuso de Alucinógenos em alguma ocasião. com Início Durante a Intoxicação). com Atividade Delirante. tendo 2% deste grupo utilizado alucinógenos no mês anterior. Evolução A Intoxicação por Alucinógenos pode ser um acontecimento breve e isolado ou ocorrer repetidamente. Dependendo da droga e das vias de administração. Contudo. Um estudo na comunidade realizado nos EUA de 1980 a 1985. revelou que aproximadamente 0. A Intoxicação por Alucinógenos deverá ser diferenciada da Intoxicação por Anfetaminas ou Fenciclidina. das quais 26% nunca tinham experimentado alucinógenos. que utilizou os critérios definidos pelo DSM-III. os flashbacks podem causar déficit ou sofrimento nalguns sujeitos (Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos. Perturbação Esquizofreniforme versus Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos. ver acima). A intoxicação pode ser prolongada se as doses forem frequentemente repetidas durante um episódio. Por outro lado. idéias delirantes) semelhantes aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. Contudo. secura da boca e pele. Na Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos. exame físico e avaliação laboratorial adequada.estão frequentemente associadas a ocorrências físicas como febre. rubor facial a perturbações visuais. atenção clínica. . enquanto o sujeito com uma Perturbação Psicótica acredita frequentemente que a percepção é real. A Intoxicação por Alucinógenos distingue-se de outras Perturbações Induzidas por Alucinógenos (por exemplo. o sujeito não acredita que a percepção representa a realidade externa. com Início Durante a Intoxicação). A Intoxicação por Alucinógenos distingue-se da Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos (Flashback) pelo fato de que esta última continua episodicamente durante semanas (ou mais) após a intoxicação mais recente. epilepsia ou doença neurológica pela história neurooftalmológica. independentemente. Perturbação da Ansiedade Induzida por Alucinógenos. A Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos pode distinguir-se da enxaqueca. pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação por Alucinógenos e são suficientemente graves para requererem. cola. Abuso de Alucinógenos. Sem Outra Especificação [292. Todos têm a capacidade produzir Dependência. sendo frequentemente difícil determinar a substância exata responsável pela perturbação. Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos. Mais frequentemente é aplicado à boca e ao nariz um trapo embebido na substância. não se sabe o suficiente acerca dos seus efeitos diferenciais para permitir a sua distinção. São utilizados vários métodos para inalar vapores intoxicantes. Embora possam existir diferenças subtis nos efeitos psicoativos e físicos dos diferentes compostos.9 Perturbação Relacionada com Alucinógenos. fluido de correção das máquinas. Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos ou Perturbação da Ansiedade Induzida por Alucinógenos.9] A categoria Perturbação Relacionada com Alucinógenos Sem Outra Especificação inclui as perturbações associadas com a utilização de alucinógenos não classificáveis como Dependência de Alucinógenos. Abuso e Intoxicação. diluentes da tinta e tintas em aerossol. Menos frequentemente utilizados encontram-se os hidrocarbonetos halogenados (encontrados em produtos de limpeza. líquidos propulsores ou latas de aerossol) e outros compostos voláteis contendo ésteres. A não ser que exista uma evidência clara de que foi utilizada uma única substância. cetonas e glicóis. dependendo da acessibilidade e preferências pessoais. deverá ser utilizado o termo inalante no registro diagnóstico. Perturbações Relacionadas com Inalantes Esta secção inclui as perturbações induzidas pela inalação de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos encontrados em substâncias como gasolina. Estas substâncias voláteis estão disponíveis numa larga variedade de produtos comerciais e podem ser usadas alternadamente. Intoxicação por Alucinógenos.Perturbações Relacionadas com Alucinógenos 241 F16. sem misturas. Esta pode também ser colocada num papel . A maioria dos compostos inalados são uma mistura de várias substâncias que podem produzir efeitos psicoativos. Perturbação da Percepção Persistente por Alucinógenos. Delirium de Intoxicação por Alucinógenos. as perturbações resultantes da utilização de gases anestésicos (por exemplo. As Perturbações Induzidas por Inalantes (à exceção da Intoxicação por Inalantes) são descritas noutras secções deste manual. Foi referida tolerância nos sujeitos com utilização maciça. É também apresentado adiante um conjunto de textos e critérios específicos de Intoxicação por Inalantes. mas não foi bem documentada a síndrome de abstinência destas substâncias.ou saco de plástico. Os textos específicos da Dependência e Abuso de Inalantes são apresentados adiante. não existem critérios específicos adicionais de Dependência ou Abuso de Inalantes. óxido nitroso. 176) e Abuso de Substâncias (p. a corrente sanguínea e os sítios-alvo. a Perturbação do Humor Induzida por inalantes é incluída na secção «Perturbações do Humor»). o diagnóstico de abstinência de inalantes não foi incluído neste manual. 182). aplicável a todas as substâncias. Existem referências a sujeitos que aquecem estes compostos para acelerar a vaporização. com inalação dos gases do saco. juntamente com as perturbações com as quais partilhem fenomenologia (por exemplo. Já foram apresentados os textos e critérios dos aspectos genéricos da Dependência (p. Devido aos diferentes modos de ação e perfis de problemas associados. éter) e de vasodilatadores . Contudo. As substâncias podem também ser inaladas diretamente dos invólucros ou de aerossóis dirigidos para a boca ou o nariz. Por esta razão. Os inalantes atingem muito rapidamente os pulmões. Apresenta-se seguidamente a lista das Perturbações por Utilização de Inalantes e das Perturbações Induzidas por Inalantes. Esta secção inclui as discussões específicas sobre as Perturbações Relacionadas com Inalantes. 73 Demência Persistente Induzida por Inalantes [292.11] (ver p. 242) F18. são excluídas da categoria Perturbações Relacionadas com Inalantes.52 Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes. nitrito de amilo ou de butilo).90] (ver p. embora a sua prevalência e significado clínico sejam desconhecidos.381) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F18.9Perturbação Relacionada com Inalantes Sem Outra Especificação [292.319).9] (ver p.60] Consultar também o texto e critérios de Dependência de Substâncias (ver p.8 Perturbação do Humor Induzida por Inalantes [292.157) F18.1 Abuso de Inalantes [305.89] (ver p.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Inalantes [292. 247) Perturbações pela Utilização de Inalantes F18.84] (ver p. Foi também referida uma .00 Intoxicação por Inalantes [292. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F18.451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F18. Perturbações pela Utilização de Inalantes F18.133) F18. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F18.243) F18.60] (ver p.03 Delirium de Intoxicação por Inalantes [292. com Atividade Delirante [291.12] (ver p. 180).81) (ver p. Alguns dos critérios genéricos de Dependência não se aplicam aos inalantes enquanto outros requerem explicações. devendo ser classificadas como Outras Perturbações Relacionadas com Substâncias.2x Dependência de Inalantes [304.242 Perturbações Relacionadas com Substâncias de curta ação (por exemplo.84] (ver p. Foi referida tolerância aos efeitos dos inalantes em sujeitos com utilização maciça.319). com Alucinações [292.2x Dependência de Inalantes [304. 243) Perturbações Induzidas por Inalantes F18.51 Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes.82] (ver p. tremores. Contudo. diaforese. Contudo. os inalantes podem ser consumidos durante longos " períodos de tempo ou em quantidades superiores àquelas que inicialmente se pretendia.possível síndrome de abstinência com início 24-48 horas após a interrupção da utilização. e com uma duração de 2-5 dias. náuseas e ilusões fugazes. Assim. Uma vez que os inalantes são baratos. irritabilidade. podem ser passadas grandes quantidades de tempo na utilização ou recuperação dos efeitos da sua utilização. incluindo sintomas como perturbações do sono. é raro que os sujeitos despendam muito tempo à sua procura. Porém. A utilização recorrente de inalantes pode resultar na desistência ou redução de . podendo ser difícil para os sujeitos que as utilizam diminuir ou regular a utilização de inalantes. a Dependência de Inalantes não inclui nem uma síndrome de abstinência característica nem a evidência da utilização de inalantes para aliviar ou evitar os sintomas de abstinência. esta síndrome não está bem documentada e parece não ser clinicamente significativa. legais e facilmente acessíveis. 89] Consultar também o texto e critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p. doença hepática ou lesão do sistema nervoso central ou periférico) ou psicológicos (por exemplo. As alterações desadaptativas acompanham-se de sinais que . maus resultados.Perturbações Relacionadas com Inalantes 243 atividades sociais. apatia. agressividade.90] Consultar também o texto e critérios de Abuso de Substâncias (ver p.186).1 Abuso de Inalantes [305. Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Inalantes as seguintes especificações mais pormenorizadas (ver p. podendo a utilização da substância continuar apesar de o sujeito conhecer os problemas físicos (por exemplo. déficits do discernimento e funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização intencional ou exposição de curta duração a altas doses de inalantes voláteis (Critérios A e B).183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave F18. Os sujeitos com abuso de inalantes podem utilizá-los em circunstâncias perigosas (por exemplo. Perturbações Induzidas por Inalantes F18. ocupacionais ou recreacionais importantes. desistência da escola). vadiagem. A característica essencial da Intoxicação por Inalantes é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. clinicamente significativas (por exemplo.00 Intoxicação por Inalantes [292. O consumo repetido de inalantes pode associar-se a conflitos familiares e a problemas escolares (por exemplo. beligerância. 187). depressão grave) provocados pela sua utilização. guiar um carro ou trabalhar com máquinas quando o discernimento e a coordenação estão afetados pela Intoxicação por Inalantes). incluem tonturas ou perturbações visuais. . estupor ou coma (Critério C). As doses elevadas de inalantes podem levar ao desenvolvimento de letargia e lentificação psicomotora. depressão dos reflexos. tremor e euforia. A perturbação não deverá ser devida a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). marcha instável. fraqueza muscular generalizada. Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes (p. 381) e . D. déficits no discernimento e funcionamento social ou ocupacional). juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia: Delirium de Intoxicação por Inalantes (p. B. Demência Persistente Induzida por Inalantes (p.00 Intoxicação por Inalantes [292. 157). 319). Perturbação do Humor Induzida por Inalantes (p. beligerância.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental.Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. apatia.89] A. que se desenvolvem durante ou logo após a utilização ou exposição a inalantes voláteis.Utilização.244 Perturbações Relacionadas com Substâncias × Critérios de diagnóstico para F18. Outras Perturbações Induzidas por Inalantes As seguintes Perturbações Induzidas por Inalantes são descritas noutras secções deste manual.Dois (ou mais) dos seguintes sinais que se desenvolvem durante ou logo após a utilização ou exposição a inalantes: (1) tonturas (2) nistagmo (3) descoordenação (4) discurso indistinto (5) marcha instável (6) letargia (7) diminuição dos reflexos (8) lentificação psicomotora (9) tremor (10) fraqueza muscular generalizada (11) visão turva ou diplopia (12) estupor ou coma (13) euforia. agressividade.133). C. ou exposição de curta duração a doses elevadas de inalantes voláteis (à exceção de gases anestésicos ou vasodilatadores de curta ação). recente e intencional. clinicamente significativas (por exemplo. Perturbação da Ansiedade Induzida por Inalantes (p. Estas perturbações são diagnosticadas em vez da Intoxicação por Inalantes apenas quando os sintomas excedem os habitualmente associados à Intoxicação por Inalantes e quando são suficientemente graves para requererem. independentemente. atenção clínica. . 451). A utilização. micropsia. Dados laboratoriais associados. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. vadiagem. Pode ser evidente um «rash dos . desemprego). As lesões musculares. A utilização solitária é mais típica das utilizações maciças. delinqüência. A ansiedade pode também estar presente.Perturbações Relacionadas com Inalantes 245 Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Inalantes Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. A utilização de inalantes como substância predominante entre os que procuram ajuda para um problema de Dependência de Substâncias. As idéias delirantes (como acreditar que pode voar) podem desenvolver-se durante períodos de Intoxicação por Inalantes. desistência da escola) bem como a conflitos familiares. parece ser rara mas os inalantes podem ser uma droga secundária utilizada pelos sujeitos com Dependência de Outras Substâncias. A avaliação direta para os inalantes é raramente utilizada clinicamente e em geral não faz parte da bateria de testes de rotina para abuso de drogas. por adolescentes mais velhos e por adultos jovens associa-se frequentemente a problemas sociais e laborais (por exemplo. Nalguns sujeitos pode haver uma progressão para uma fase em que os inalantes se tornam a substância preferencial. falsas percepções ilusórias. nalguns casos. maus resultados. Mais comummente. estas idéias delirantes podem ser «levar ao ato» com as conseqüentes lesões. alterações na percepção do tempo). os inalantes são utilizados pelos adolescentes num contexto grupal. visuais ou tácteis ou com outras perturbações da percepção (macropsia. Os sujeitos com Intoxicação por Inalantes podem apresentar-se com alucinações auditivas. hepáticas e a outros órgãos podem resultar em testes laboratoriais indicativos destas patologias. de longo prazo. O odor a tinta ou solventes pode estar presente no hálito ou roupas dos sujeitos que utilizam inalantes ou podem existir resíduos da substância na roupa ou na pele. renais. especialmente aqueles que se caracterizam por confusão acentuada. O consumo repetido mas episódico de inalantes pode estar inicialmente associado a problemas escolares (por exemplo. snifadores de cola» em volta do nariz e da boca. . cianose. A utilização recorrente pode originar o desenvolvimento de hepatite (que pode progredir para cirrose) ou acidose metabólica consistente com acidose renal tubular distal. dor abdominal. que pode resultar de pneumonite ou asfixia. com tosse. cloreto de metileno) podem ser metabolizados em monóxido de carbono. Foram registradas. atrofia cerebral. Alguns inalantes (por exemplo. degeneração cerebelosa e lesões da substância branca. O exame do sujeito que utiliza os inalantes de forma crônica pode revelar alguns déficits neurológicos. bem como supressão da medula óssea. resultando em sinais dos nervos cranianos ou do trato piramidal. raramente. além de irritação conjuntival. Foram também referidos insuficiência renal crônica. fraqueza generalizada. em particular «a morte súbita por snifar» pode ser o resultado de arritmia aguda. A depressão respiratória ou a cardiovascular podem originar a morte. roncos. descarga sinusal. em sujeitos com utilização maciça. dispnéia. síndrome hepatorrenal e cidose renal tubular proximal. náuseas e vômitos. Podem também ocorrer cefaléias. e. hipoxemia ou anormalidades eletrolíticas. Os inalantes podem causar lesão do sistema nervoso central e periférico que pode ser permanente. incluindo fraqueza generalizada e neuropatias periféricas. Pode existir evidência de trauma devido a desinibição do comportamento ou queimaduras devido à natureza inflamável deste compostos. Os achados respiratórios não específicos incluem irritação das vias superiores. Foram referidos casos de desenvolvimento de Dependência em trabalhadores da indústria com exposição e acesso a inalantes por períodos longos. Evolução Pode ser difícil relacionar a dose de inalante com o efeito. Prevalência A Dependência e Abuso de Inalantes parecem ocorrer apenas numa pequena proporção dos sujeitos que utilizam inalantes. com necessidade decorrente de tratamento. O tempo de evolução da Intoxicação por Inalantes está relacionado com as características farmacológicas específicas da substância utilizada mas é tipicamente breve. com o pico alguns minutos após a inalação. Os sujeitos que utilizam inalantes podem ter um nível ou grau de intoxicação preferido bem como um método de administração da substância (tipicamente «snifar» a partir de um invólucro ou respirar através de trapo embebido na substância) que pode permitir que o sujeito mantenha este nível durante várias horas.246 Perturbações Relacionadas com Substâncias Características Especificas da Cultura. O início é rápido. Um trabalhador pode começar a utilizar o composto pelos seus efeitos psicoativos e desenvolver . Os homens constituem 70%-80% das emergências relacionadas com inalantes. os inalantes são frequentemente as primeiras drogas a ser experimentadas pelos jovens. A dependência grave nos adultos pode envolver vários períodos de intoxicação ao longo de um dia e períodos ocasionais de utilização maciça que podem durar vários dias. A utilização de inalantes pode começar por volta dos 9-12 anos. Este padrão pode persistir durante anos. podendo existir uma incidência mais elevada entre os sujeitos que habitam áreas com dificuldades econômicas. pois os diferentes métodos de administração e as várias concentrações de inalantes nos produtos utilizados causam concentrações corporais muito variáveis. ocorrendo um pico na adolescência e sendo menos comum a partir dos 35 anos. Idade e Gênero Devido ao seu baixo preço e acessibilidade. frequentemente aos fins-de-semana e depois da escola. As crianças com Dependência de Inalantes podem utilizá-los várias vezes por semana. durando de alguns minutos a uma hora. Os sintomas da Intoxicação por Inalantes ligeira a moderada podem ser semelhantes aos das Intoxicações por Álcool. Sedativos. As Perturbações Induzidas por Inalantes podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo. humor deprimido). com Características Depressivas. A utilização levando à Dependência ode também ocorrer em pessoas que não tenham acesso a outras substâncias (por exemplo. freqüente e maciçamente. Perturbação Depressiva Major versus Perturbação do Humor Induzida por Inalantes. O odor do hálito ou os resíduos no corpo ou nas roupas podem ser pistas importantes mas não confiáveis em absoluto. Hipnóticos ou Ansiolíticos. com Início Durante a Intoxicação). pessoal militar isolado e adolescentes ou jovens adultos em áreas rurais isoladas). complicando assim o quadro . semelhantes aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. Ver na página 197 a discussão sobre este diagnóstico diferencial. Os sujeitos com utilização crônica de inalantes utilizam provavelmente outras substâncias.subsequentemente um padrão de Dependência. prisioneiros. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial de Perturbações Relacionadas com Substâncias. F18. esta perturbação é referida como Intoxicação Aguda Devida a Utilização de Solventes Voláteis. Sem Outra Especificação [292. os sintomas podem diminuir mais depressa com a Intoxicação por Inalantes do que as intoxicações por outras substâncias. Abuso de Inalantes. adicionalmente. Os trabalhadores industriais podem ocasionalmente e acidentalmente serem expostos a químicos voláteis e sofrerem intoxicação fisiológica.9] ! A categoria Perturbação Relacionada com Inalantes Sem Outra Especificação (Sem Outra Especificação) inclui as perturbações associadas à utilização de inalantes não classificáveis como Dependência de Inalantes. pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação por Inalantes e são suficientemente graves para requererem. Na ICD-10. Perturbação do Humor Induzida por Inalantes ou Perturbação da Ansiedade Induzida por Inalantes. independentemente. Perturbação do Humor Induzida por Inalantes.Perturbações Relacionadas com Inalantes 247 diagnóstico. com Início Durante a Intoxicação). Perturbações Relacionadas com a Nicotina . Intoxicação por Inalantes. O início e a resolução rápidos podem também diferenciar a Intoxicação por Inalantes das outras perturbações mentais e doenças neurológicas. Delirium de Intoxicação por Inalantes. Demência Persistente Induzida por Inalantes. A Intoxicação por Inalantes distingue-se das Outras Perturbações Induzidas por Inalantes (por exemplo. Uma história de utilização de drogas e observações características (incluindo o odor de solventes ou resíduos de tinta) podem diferenciar a Intoxicação por Inalantes da intoxicação por outras substâncias. A categoria «Perturbações Relacionadas com Outras Substâncias» deverá ser utilizada para a exposição a toxinas. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios da ICD-10 e do DSM-IV para Intoxicação por Inalantes são quase iguais. A utilização concomitante de álcool pode também tornar difícil a diferenciação. atenção clínica. exceto que o DSM-IV lista sintomas adicionais.9 Perturbação Relacionada com Inalantes. Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes. 180). Esta secção inclui discussões específicas sobre as Perturbações Relacionadas com a Nicotina.A Dependência e Abstinência de Nicotina podem desenvolver-se com a utilização de todas as formas de tabaco (cigarros. Já foram apresentados os textos e critérios que definem os aspectos genéricos da Dependência de Substâncias (p. Seguidamente é apresentada a lista das Perturbações Relacionadas com Nicotina. tabaco de mascar. a intoxicação por nicotina ocorre raramente e não foi bem estudada. O texto específico sobre a Dependência de Nicotina é apresentado adiante. aplicáveis a todas as substâncias. . de fungar. oral ou transdérmica) e ao conteúdo de nicotina destas substâncias. o abuso de nicotina não é provável na ausência de Dependência. A capacidade relativa de estes produtos criarem Dependência ou induzirem Abstinência está associada à rapidez característica da via de administração (fumada. São apresentados adiante o texto e os critérios específicos de Abstinência de Nicotina. A intoxicação e abuso de nicotina não estão incluídos no DSM-IV. cachimbos e charutos) e com medicações prescritas (pastilhas e adesivos de nicotina). Muitos sujeitos que utilizam nicotina tomam-na para aliviar ou evitar os sintomas de abstinência ao acordar de manhã ou após uma situação em que sua utilização foi restringida (por exemplo. Os sujeitos que fumam e os outros que utilizam nicotina consomem o seu abastecimento de cigarros ou de outros produtos contendo nicotina muito mais rapidamente do que pretendiam.3 Abstinência de Nicotina [292.2x Dependência de Nicotina [305. 252) Perturbação pela Utilização de Nicotina F17. A tolerância à nicotina manifesta-se pela ausência de náuseas. Embora 80% dos sujeitos que fumam expressem o desejo de parar de fumar e 35% o tentem todos os anos. Passam muito tempo a utilizar a substância como é exemplificado pela «cadeia de fumadores". 180). 249) F17. ocupacionais ou recreacionais importantes quando estas ocorrem em áreas onde é proibido fumar.9] (ver p.248 Perturbações Relacionadas com Substâncias Perturbação pela Utilização de Nicotina F17.10] Consultar também o texto e critérios de dependência de Substâncias (ver p.10] (ver p. menos de 5% têm êxito nessas tentativas se não forem ajudados. é raro que seja despendido muito tempo na procura da substância. A interrupção da utilização de nicotina produz uma síndrome de abstinência bem definida que é descrita adiante.2x Dependência de Nicotina [305. O sujeito pode desistir de atividades sociais. tonturas e outros sintomas característicos. 248) Perturbação Induzida pela Nicotina F17. apesar da utilização de quantidades substanciais de nicotina ou diminuição do efeito com a utilização continuada da mesma quantidade de produtos com nicotina. .9 Perturbação Relacionada com a Nicotina Sem Outra Especificação [292. no trabalho ou num avião). Uma vez que as fontes de nicotina são fácil e legalmente acessíveis. Alguns dos critérios genéricos de Dependência não parecem aplicar-se à nicotina enquanto outros requerem explicações mais pormenorizadas.0] (ver p. um sujeito que continua a fumar apesar de apresentar um estado físico geral como bronquite ou doença pulmonar crônica obstrutiva). Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Nicotina as seguintes especificações (ver mais pormenores na página 183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 2 Em Terapia Agonista 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica .A utilização continuada apesar dos problemas médicos relacionados com o tabaco é um problema de saúde particularmente importante (por exemplo. 3 Abstinência de Nicotina [292. 188). após um período prolongado (de pelo menos várias semanas) de utilização diária (Critérios A e B).0] Consultar também o texto e critérios de Abstinência de Substâncias (ver p. Utilização diária de nicotina durante. pelo menos. pastilhas de nicotina ou adesivos de nicotina. diminuição da freqüência cardíaca. Os sintomas de abstinência causam sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social. B. ocupacional ou em outras áreas importantes (Critério C). irritabilidade. ansiedade.3 Abstinência de Nicotina [292.Interrupção abrupta da utilização de nicotina ou redução da . insônia. inquietação ou impaciência. a freqüência cardíaca diminui em 5 a 12 batidas por minuto nos primeiros dias após a interrupção da utilização e o peso aumenta aproximadamente 2-3 kg no primeiro ano após a paragem da utilização. A característica essencial da Abstinência de Nicotina é a presença de uma síndrome de abstinência característica que se desenvolve após a interrupção abrupta ou a redução da utilização de produtos contendo nicotina. Estes sintomas são em grande parte devidos à privação de nicotina e são tipicamente mais intensos em sujeitos que fumam cigarros do que em sujeitos que utilizam outros produtos contendo nicotina. várias semanas. frustração ou raiva. A síndrome de abstinência inclui quatro ou mais dos seguintes: humor disfórico ou deprimido. Podem ocorrer sintomas ligeiros de abstinência após a mudança para cigarros com baixo teor de nicotina e após a interrupção da utilização de tabaco mascável. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). Nos sujeitos que fumam cigarros. × Critérios de diagnóstico para F17. e aumento do apetite ou ganho ponderal. dificuldades de concentração.0] A. O início mais rápido dos efeitos da nicotina com os cigarros leva a um padrão de hábitos mais intensos do qual é mais difícil desistir devido à freqüência e rapidez de reforço e à maior dependência física de nicotina.Perturbações Relacionadas com Nicotina 249 Perturbação Induzida pela Nicotina F17. . ocupacional ou de outras áreas importantes.Os sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social. frustração ou raiva (4) ansiedade (5) dificuldades da concentração (6) inquietação (7) diminuição da freqüência cardíaca (8) aumento do apetite ou ganho ponderal C. D.quantidade de nicotina utilizada com associação nas 24 horas seguintes de quatro ou mais dos sinais seguintes: (1) humor disfórico ou deprimido (2) insônia (3) irritabilidade.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a qualquer outra perturbação mental. parar de fumar pode aumentar os níveis sanguíneos destas medicações e de outras substâncias. referir que o primeiro cigarro do dia é o mais difícil de desistir e fumar mais de manhã do que à tarde. alterações dos movimentos REM. Várias características associadas à Dependência de Nicotina parecem prever um maior grau de dificuldade em interromper a utilização de nicotina: fumar logo ao acordar. A Dependência de Nicotina é mais comum em sujeitos com outras perturbações mentais. saliva ou urina.250 Perturbações Relacionadas com Substâncias Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Nicotina Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Outros sintomas associados à Abstinência de Nicotina incluem desejo de doces e diminuição do desempenho em tarefas que requeiram vigilância. As Perturbações do Humor e Ansiedade e as Perturbações Relacionadas com Substâncias podem ser mais comuns em sujeitos que fumam do que nos ex-fumadores e nos que nunca fumaram. Este efeito não parece serem devidos à nicotina mas sim a outros compostos do tabaco. O número de cigarros fumados por dia. As pessoas que fumam também apresentam com freqüência diminuição dos testes da função pulmonar e aumento do volume corpuscular médio (VCM). Fumar aumenta o metabolismo de muitas medicações prescritas para o tratamento de perturbações mentais e de outras substâncias. entre 55% e 90% dos sujeitos com outras perturbações mentais fumam. A ânsia é um elemento importante na Abstinência de Nicotina e pode ser responsável pela dificuldade que os sujeitos têm em abandonar os produtos que contêm nicotina. Dependendo da população estudada. Assim. Os sintomas de abstinência associam-se com lentificação no EEG. a quantidade de nicotina do cigarro e o número de pacotes-anos estão também relacionados com a possibilidade de um sujeito parar de fumar. . diminuição dos níveis de catecolaminas e cortisol. fumar enquanto doente. déficits nos testes neuropsicológicos e diminuição da taxa metabólica. por vezes em níveis clinicamente significativos. comparados com os 30% da população geral. Dados laboratoriais associados. dificuldade em abster-se de fumar. A nicotina e o seu metabólito cotinina podem ser medidos no sangue. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. A Abstinência de Nicotina pode associar-se a uma tosse seca ou produtiva. evidência de doença pulmonar crônica obstrutiva e rugas excessivas. problemas cardiovasculares e cerebrovasculares. Aqueles que nunca fumaram mas que estão cronicamente expostos ao fumo do tabaco parecem ter um risco aumentado para situações como cancro do pulmão e doença cardíaca . oral e outros. As manchas de tabaco nos dedos podem ocorrer mas são raras. esta pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares. Embora a maioria destes problemas pareça ser causada pelos carcinogênicos e pelo monóxido de carbono do fumo do tabaco. doença crônica obstrutiva e outras doenças pulmonares. aumento do apetite ou ganho ponderal e a resposta ortostática diminuída. mais do que pela nicotina em si. complicações maternas e fetais e outras situações. tosse. úlceras. A utilização de tabaco pode aumentar acentuadamente o risco de cancro pulmonar. Os sinais mais comuns de Dependência de Nicotina são o odor a tabaco. a diminuição de freqüência cardíaca. 7%-1 % por ano. 30% fumam cigarros correntemente. Dos que interrompem com êxito. aproximadamente 45% dos que já fumaram alguma vez param eventualmente de fumar. entre 50%o e 80% dos sujeitos que fumam apresentam Dependência de Nicotina. Prevalência Nos EUA. Entre aqueles que continuam a fumar até aos 20 anos. A maioria dos sujeitos que fumava apresenta três a quatro insucessos antes de parar de vez. Nos EUA. Prospectivamente. Nos outros países. Não é claro a rapidez com que a dependência se desenvolve. aproximadamente 45% da população em geral nunca fumou. entre o primeiro e o quarto dias e durante três a quatro semanas. estima-se aproximadamente 50%o dos sujeitos que deixaram de fumar por si sós e 78% dos que se encontram em tratamento experimentam uma síndrome de Abstinência de Nicotina quando param de fumar. A prevalência da Dependência de Nicotina na população em geral estima-se em 20%. Nos EUA. 4% fumam cachimbo ou charutos e 3%. tabaco de mascar. a prevalência de utilização do tabaco tem estado a diminuir 0. Evolução Os sujeitos começam geralmente a fumar no início da adolescência. menos de 25%o conseguem-no à primeira tentativa. Nos EUA. Idade e Gênero A prevalência está a diminuir na maioria das nações industrializadas mas a aumentar nas áreas em desenvolvimento. Os sintomas de abstinência podem começar dentro de algumas horas após a interrupção. a prevalência é ligeiramente superior nos homens do que nas mulheres. Os sintomas depressivos que aparecem após a interrupção podem associar-se a uma recaída. Ainda é discutível se outros sintomas de Abstinência . a prevalência é muito superior nos homens. está a diminuir mais rapidamente no sexo masculino que no feminino.Perturbações Relacionadas com Nicotina 251 Características Específicas da Cultura. atingindo um pico. Nos EUA. A prevalência da Abstinência de Nicotina em pessoas que fumam parece ser de 50%. de forma típica. 95% tornam-se fumadores regulares e diários. Contudo. Os restantes caem numa ou mais das seguintes categorias: 25% são ex-fumadores. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. à Intoxicação por Cafeína.de Nicotina têm um papel importante nas recaídas. sendo o grau de hereditariedade equivalente ao observado na Dependência do Álcool. Os sintomas de Abstinência de Nicotina sobrepõem-se aos das síndromes de abstinência de outras substâncias. Padrão Familiar O risco de fumar está aumentado três vezes se um familiar biológico de primeiro grau fumar. 50%o dos sujeitos que deixaram de fumar referem ter desejado um cigarro nas 24 horas anteriores. Os estudos de gêmeos e de adoção indicam que os fatores genéticos contribuem para o início e continuação da utilização do tabaco. O aumento de apetite e o ganho ponderal persistem com freqüência pelo menos durante seis meses. . Seis meses após a paragem. às Perturbações da Ansiedade. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios da ICD-10 e do DSM-IV para a Abstinência de Nicotina incluem alguns itens: a lista da ICD-10 inclui ânsia. morfina). hidromorfona. esta perturbação é referida como Abstinência de Tabaco. A admissão em unidades de internamento onde é proibido fumar pode induzir sintomas de abstinência que mimetizam. fentanil). mal-estar. tosse aumentada e ulceração da boca e não inclui o item do DSM-IV de aumento do ritmo cardíaco. Na ICD-10. A redução dos sintomas associada ao recomeço da utilização do tabaco ou à terapia de substituição com nicotina confirma o diagnóstico. Sem Outra Especificação [292. Os opiáceos são prescritos como . codeína. meperidina. metadona. As medicações como a pentazocina e a buprenorfina que têm efeitos agonistas e antagonistas dos opiáceos estão também incluídas nesta classe pois as suas propriedades agonistas produzem efeitos fisiológicos e comportamentais semelhantes. a Dependência de Nicotina não é muito confundida com outras Perturbações Relacionadas com Substâncias ou perturbações mentais. oxicodona. com ação semelhante à morfina (por exemplo. F17. Perturbações Relacionadas com Opiáceos Os opiáceos incluem opiáceos naturais (por exemplo.252 Perturbações Relacionadas com Substâncias do Humor e do Sono e à acatisia induzida por medicação. Uma vez que a utilização regular de nicotina não parece diminuir o funcionamento mental. heroína) e sintéticos.9 Perturbação Relacionada com a Nicotina.9] A categoria Perturbação Relacionada com a Nicotina Sem Outra Especificação inclui perturbações associadas à utilização de nicotina. semi-sintéticos (por exemplo. não classificáveis como Dependência ou Abstinência de Nicotina. intensificam ou mascaram outros diagnósticos. O fentanil é injetado. Os outros opiáceos são tomados oralmente ou injetados. O texto e critérios específicos da Intoxicação e Abstinência de Opiáceos são também apresentados adiante.analgésicos. enquanto os supressores da tosse e os agentes antidiarréicos são tomados oralmente. 186). embora possa ser fumada ou «aspirada» quando está disponível heroína muito pura. aplicáveis a todas as substâncias. Esta secção inclui discussões específicas das Perturbações Relacionadas com Opiáceos. não existe um conjunto adicional de critérios específicos para a Dependência ou Abuso de Opiáceos. a Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos é incluída na secção «Perturbações do Humor»). contudo. Abaixo encontra-se a lista das Perturbações pela Utilização de Opiáceos e das Perturbações Induzidas por Opiáceos. sendo usualmente consumida através de injeção. antidiarréicos ou supressores da tosse. . Os textos específicos sobre Abuso e Dependência de Opiáceos são apresentados adiante. A heroína é uma das drogas desta classe com maior abuso. Já foram apresentados os textos e critérios sobre os aspectos genéricos da Dependência (p. 180) e Abuso de Substâncias (p. anestésicos. As Perturbações Induzidas por Opiáceos (à exceção da Intoxicação a Abstinência de Opiáceos) são descritas noutras secções deste manual juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo. 52 Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos.1 Abuso de Opiáceos [305. com Atividade Delirante [292. com Perturbações da Percepção (ver p. 253) F11.9] (ver p.319).180).255) F11.0] (ver p.255) F11.89] (ver p.1] (ver p. A Dependência de Opiáceos inclui sinais e sintomas que refletem a auto-administração compulsiva e prolongada de opiáceos utilizados .9Perturbação Relacionada com Opiáceos Sem Outra Especificação [292.381) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F11.3 Abstinência de Opiáceos [292. A maioria dos sujeitos com Dependência de Opiáceos tem níveis de tolerância significativos e experimenta abstinência com a descontinuação abrupta de substâncias opiáceas.89] (ver p.619) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F11. 254) Perturbações Induzidas por Opiáceos F11.03 Delirium de Intoxicação por Opiáceos (292.04 Intoxicação por Opiáceos. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F11.Perturbações Relacionadas com Nicotina 253 Perturbações pela Utilização de Opiáceos F11.12] (ver p.532) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F11.254) F11.8 Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos [292. com Alucinações [292.81] (ver p.2x Dependência de Opiáceos [304.319).89] (ver p.2x Dependência de Opiáceos (304.0] Consultar também o texto e critérios sobre Dependência de Substâncias (ver p.133) F11.84] (ver p.0] (ver p.8 Disfunção Sexual Induzida por Opiáceos [292.01] (ver p.00 Intoxicação por Opiáceos [292. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F11. 260) Perturbações pela Utilização de Opiáceos F11.8 Perturbação do Sono Induzida por Opiáceos [292.51 Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos. . As pessoas com Dependência de Opiáceos tendem a desenvolver padrões regulares de utilização compulsiva da droga. Os profissionais de saúde com Dependência de Opiáceos obtêm frequentemente opiáceos passando receitas a eles próprios ou desviando opiáceos da farmácia ou prescritos para outros doentes. no caso de estar presente um estado físico geral que requeira tratamento com opiáceos. de tal forma que as atividades diárias são tipicamente planeadas em torno da obtenção e administração de opiáceos.sem propósitos médicos legítimos ou. Estes são geralmente adquiridos no mercado ilegal mas podem também ser obtidos a partir dos médicos através da simulação ou exagero de problemas médicos gerais ou da obtenção de prescrições simultâneas de vários médicos. a sua utilização em doses que excedem muito a quantidade necessária para o alívio da dor. Perturbações Induzidas por Opiáceos F11. clinicamente . As pessoas com abuso de opiáceos utilizam tipicamente estas substâncias com muito menos freqüência do que as pessoas com dependência e não desenvolvem tolerância ou abstinência significativas.00 Intoxicação por Opiáceos [292. 186).187). deverá ser considerado o diagnóstico de dependência de Opiáceos em vez de Abuso de Opiáceos.89] Consultar também o texto e critérios sobre Intoxicação por Substâncias (ver p. A característica essencial da Intoxicação por Opiáceos é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas.50] Consultar também o texto e critérios sobre Abuso de Substâncias (ver p.254 Perturbações Relacionadas com Substâncias Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Opiáceos as seguintes especificações que são codificadas no quinto dígito (ver mais pormenores na p.183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 2 Em Terapia Agonista 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica F11. Podem ocorrer dificuldades legais como resultado do comportamento durante a intoxicação com opiáceos ou devido a o sujeito ter recorrido a fontes de abastecimento ilegais. Quando os problemas relacionados com a utilização de opiáceos se acompanham pela evidência de tolerância.1 Abuso de Opiáceos [305. abstinência ou comportamento compulsivo relacionado com a utilização de opiáceos. inconsciência e até morte. agitação ou lentificação psicomotora. tolerância. déficits no discernimento. euforia inicial seguida por apatia. Os sintomas de Intoxicação por Opiáceos duram igualmente várias horas. período de tempo consistente com a semivida dá maioria dos opiáceos. A magnitude das alterações comportamentais e fisiológicas que resultam da utilização de opiáceos depende da dose e das características do utilizador da substância (por exemplo.significativas (por exemplo. dilatação pupilar. . depressão respiratória. ao ponto de ignorarem acontecimentos potencialmente lesivos. taxa de absorção e cronicidade da utilização). A intoxicação grave que se segue à overdose pode originar coma. discurso pouco claro e déficits da atenção e memória (Critério C). disforia. A intoxicação acompanha-se deconstrição pupilar (a não ser que tenha ocorrido overdose grave com conseqüente anoxemia e dilatação pupilar) e um ou mais dos seguintes sinais: torpor descrito como sonolência. Os sujeitos com Intoxicação por Opiáceos podem estar desatentos ao que os rodeia. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). ou até coma. funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de opiáceos (Critérios A e B). A característica essencial da Abstinência de Opiáceos é a presença de uma síndrome de abstinência característica que se desenvolve após a interrupção . O teste da realidade intacto significa que a pessoa sabe que as alucinações são induzidas ela substância e não representam a realidade externa. com Perturbações da Percepção. O diagnóstico pode ser feito quando estiverem preenchidos os critérios para Intoxicação por Opiáceos e ocorrerem alucinações com teste da realidade intacto ou ilusões auditivas. deverá ser considerado o diagnóstico Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias.89] A. déficits no discernimento ou funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de opiáceos.3 Abstinência de Opiáceos [292. Constrição pupilar (ou dilatação pupilar devido a anoxemia resultante de overdose grave) e um (ou mais) dos seguintes sinais.04 se Com Perturbações da Percepção F11.04 Intoxicação por Opiáceos. C. com Alucinações. Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas. 188). que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de opiáceos: (1) sonolência ou coma (2) discurso pouco claro (3) déficits de atenção e memória D.0] Consultar também o texto e critérios sobre Abstinência de Substâncias (ver p. disforia.Perturbações Relacionadas com Opiáceos 255 F11. × Critérios de diagnóstico para F11. clinicamente significativas (por exemplo. na ausência de delirium. B. Nota de codificação: Codificar F11. Quando ocorrem alucinações na ausência de teste da realidade intacto. Utilização recente de um opiáceo. agitação ou lentificação psicomotora. visuais ou tácteis. euforia inicial seguida de apatia. Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental.00 Intoxicação por Opiáceos [292. diarréia. bocejos. piloereção ou aumento de sudação. acompanhada pelo desejo de obter opiáceos (ânsias) e por um comportamento de procura da droga. . Os primeiros são subjetivos e consistem em queixas de ansiedade. dilatação pupilar. A Abstinência de Opiáceos caracteriza-se por um padrão de sinais e sintomas opostos aos dos efeitos agonistas agudos. lacrimejo ou rinorreia.(ou redução) da utilização prolongada e maciça de opiáceos (Critério A). dores musculares. A síndrome de abstinência pode também ser precipitada pela administração de um antagonista opiáceo (por exemplo. naloxona ou naltrexona) após um período de utilização de opiáceos (Critério A2). Para se realizar o diagnóstico de Abstinência de Opiáceos deverão estar presentes três ou mais dos seguintes: humor disfórico. inquietação e uma «sensação dolorida» frequentemente localizada nas costas e nas pernas. além de irritabilidade e aumento da sensibilidade à dor. náuseas ou vômitos. Os sintomas de abstinência aguda de um opiáceo de curta duração como a heroína atingem geralmente um pico em 1-3 dias. × Critérios de diagnóstico para F11. Estes sintomas de Abstinência de Opiáceos deverão causar sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D).256 Perturbações Relacionadas com Substâncias febre e insônia (Critério B).Três (ou mais) dos seguintes. pois os sujeitos com Dependência de Opiáceos obtêm geralmente as substâncias antes de a abstinência se tornar tão grave. Os sintomas podem levar 2-4 dias a aparecer no caso de drogas com ação mais longa. ocupacional ou de outras áreas importantes (Critério C). Os sintomas de abstinência menos aguda podem durar semanas a meses. desaparecendo gradualmente durante um período de 5-7 dias.Qualquer um dos seguintes: (1 ) interrupção (ou redução) da utilização maciça e prolongada de opiáceos (várias semanas ou mais) (2) administração de um antagonista opiáceo após um período de utilização de opiáceos B. que se desenvolvem em minutos a vários dias após o Critério A: (1) humor disfórico (2) náuseas ou vômitos (3) dores musculares (4) lacrimejo ou rinorreia (5) dilatação pupilar. A piloereção e a febre estão associadas a abstinência grave e não são frequentemente observadas na prática clínica de rotina. como a metadona ou o LAAM (L-alfacetil-metadol). disforia. anedonia. Na maioria dos sujeitos dependentes de drogas de curta duração como a heroína. os sintomas de abstinência ocorrem em 6-24 horas após a última dose. insônia e ânsias.3 Abstinência de Opiáceos [292. Estes sintomas mais crônicos incluem ansiedade.0] A. piloereção ou sudação (6) diarréia . Os sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social. . Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. ocupacional ou de outras áreas importantes. D.(7) bocejos (8) febre (9) insônia C. independentemente. Disfunção Sexual Induzida por Opiáceos (p. arrombamentos. O divórcio. Entre os profissionais de saúde mental e sujeitos que têm acesso fácil a substâncias controladas. Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos (p. juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia: Delirium de Intoxicação por Opiáceos (p. 381) ou exacerbações de uma perturbação depressiva primária preexistente. Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos(p. desemprego ou emprego irregular em todos os níveis socioeconômico estão frequentemente associados à Dependência de Opiáceos. falsificações. podendo resultar náuseas e vômitos. 381). o efeito experimentado da primeira vez que consomem um opiáceo é disfórico e não eufórico.133).Perturbações Relacionadas com Opiáceos 257 Outras Perturbações Induzidas por Opiáceos As seguintes Perturbações Induzidas por Opiáceos são descritas noutras secções deste manual. furtos ou recepção de objetos roubados). posse ou distribuição de drogas. A Dependência de Opiáceos está geralmente associada a uma história de crimes relacionados com a droga (por exemplo. Os sujeitos com Dependência de Opiáceos encontram-se geralmente em risco de desenvolver sintomas depressivos breves e episódios depressivos ligeiros e moderados que preenchem os critérios sintomáticos e de duração da Perturbação Depressiva Major. Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Opiáceos Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. atenção clínica. existe frequentemente um padrão diferente de atividades ilegais envolvendo problemas com comissões estatais de licenças. Para muitos sujeitos. 319). roubos. Os períodos de depressão são especialmente comuns durante a . 532) e Perturbação do Sono Induzida por Opiáceos (p. Estas perturbações são diagnosticadas em vez de Intoxicação ou Abstinência de Opiáceos apenas quando os sintomas excedem os habitualmente associados à Intoxicação ou Abstinência de Opiáceos e quando são suficientemente graves para requererem. 619). pessoal hospitalar ou outras instâncias administrativas. Estes sintomas podem representar uma Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos (ver p. Os testes de screening para a hepatite . A Perturbação Anti-Social da Personalidade é muito mais comum em sujeitos com Dependência de Opiáceos do que na população geral. Os testes urinários permanecem positivos para a maioria dos opiáceos durante 12-36 horas após a administração. A insônia é comum. anfetaminas. A evidência laboratorial da presença de outras substâncias (por exemplo. O fentanil não é detectado pelos testes urinários de rotina mas pode ser identificado por procedimentos mais especializados. cocaína. A toxicologia urinária de rotina é frequentemente positiva para opiáceos em sujeitos com Dependência de Opiáceos. benzodiazepinas) é comum. Também se observa a Perturbação de Stress Pós-Traumática com uma freqüência aumentada. marijuana. álcool.intoxicação crônica ou em associação com fatores de stress psicossocial relacionados com a Dependência de Opiáceos. especialmente a Dependência de Opiáceos. a metadona e o LAAM) podem ser identificados na urina durante vários dias. A Perturbação do Comportamento na infância ou adolescência foi identificada como fator de risco significativo para as Perturbações Relacionadas com Substâncias. sobretudo durante a abstinência. Dados laboratoriais associados. Os opiáceos de longa duração (por exemplo. A utilização aguda e crônica de opiáceos associa-se à ausência de secreções provocando secura de boca e nariz lentificação da atividade gastrintestinal e obstipação. especialmente nos dependentes de heroína. abscessos e cicatrizes circulares nas lesões cutâneas cicatrizadas O tétano é uma conseqüência relativamente rara mas extremamente séria da injeção de opiáceos. por vezes acompanhada de perfuração do septo nasal. sobretudo nos sujeitos infectados com HIV. hepatite e infecção HIV. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. São comuns testes da função hepática ligeiramente elevados. A infecção é usualmente assintomática e evidente apenas pela presença de um teste cutâneo de tuberculose positivo.258 Perturbações Relacionadas com Substâncias são frequentemente positivos. resultando celulite. pescoço ou virilhas. As pessoas que aspiram heroína ou outros opiáceos desenvolvem com freqüência irritação da mucosa nasal. sinais e marcas de punções nas porções inferiores das extremidades superiores. que apresentam com freqüência uma infecção recentemente adquirida mas também podem experimentar reativação de uma infecção prévia devido a deficiência da função imune. quer como resultado de hepatite já resolvida. Contudo. Quando estas veias deixam de poder ser utilizadas os sujeitos injetam-se com freqüência diretamente no tecido subcutâneo (skin popping). Têm sido observadas alterações subtis nos padrões de secreção do cortisol e da regulação da temperatura corporal durante seis meses após a desintoxicação de opiáceos. Por vezes. A tuberculose é um problema particularmente sério em sujeitos que utilizam droga intravenosa. incluindo endocardite bacteriana. têm sido encontrados muitos casos de tuberculose ativa. quer para o antígeno (significando infecção ativa) quer para os anticorpos da hepatite (significando infecção passada). quer de lesão tóxica do fígado devido aos contaminantes misturados com o opiáceo injetado. Nos sujeitos que utilizam opiáceos por via intravenosa são comuns veias esclerosadas. A acuidade visual pode estar diminuída como resultado da constrição pupilar. São comuns as dificuldades no funcionamento sexual: nos homens ocorre frequentemente disfunção erétil durante a intoxicação ou utilização crônica e nas mulheres perturbações da função . Podem também ocorrer infecções noutros órgãos. a esclerose das veias é tão grave que se desenvolve edema periférico e os sujeitos passam a utilizar as veias das pernas. tuberculose e endocardite. HIV. Embora o baixo peso ao nascimento seja também observado em crianças de mães com dependência de opiáceos. hepatite. Foram referidas taxas de infecção HIV tão elevadas como 60%o em sujeitos dependentes de heroína. acidentes. a Dependência de Opiáceos associa-se a uma taxa de mortalidade muito elevada aproximadamente 10 por 1000 e por ano em pessoas não tratadas. A dependência fisiológica pode ocorrer em metade dos bebês nascidos de mulheres com Dependência de Opiáceos. A morte resulta quase sempre de overdose. Além de infecções como celulite. . Em algumas áreas. traumatismos ou outras complicações médicas gerais. uma grande percentagem dos quais têm Dependência de Opiáceos. a violência é responsável por mais mortes relacionadas com opiáceos do que a overdose ou a infecção HIV. São comuns os acidentes e traumatismos devidos a violência associada à compra e venda de drogas. o que pode produzir uma síndrome de abstinência grave requerendo tratamento médico. A incidência da infecção HIV é alta entre os sujeitos que utilizam drogas via intravenosa. não é geralmente acentuado nem associado a conseqüências adversas graves. em algumas áreas dos EUA.reprodutora e ciclos menstruais irregulares. a Dependência de Opiáceos tem sido observada mais frequentemente entre sujeitos da classe média. Evolução A Dependência de Opiáceos pode começar em qualquer idade mas os . muitas pessoas permanecem dependentes por 50 anos ou mais.2% tinham-na utilizado no ano anterior (não foi referida utilização no mês anterior).7% no mês anterior. Uma vez que este estudo avaliou padrões de utilização e não diagnósticos. no final dos anos 80 e no princípio dos anos 90. 2.3% já tinha utilizado heroína e 0. Idade e Gênero Desde 1920 que. Entre estes. nos EUA. Um estudo na comunidade realizado nos EUA de 1980 a 1985. os membros de grupos minoritários que habitam em áreas economicamente pobres têm estado sobre-representados entre as pessoas com Dependência de Opiáceos. Os homens são mais frequentemente afetados. Prevalência Um estudo na comunidade efetuado nos EUA em 1991 referiu que 6% da população da amostra tinha já utilizado analgésicos sem objetivos médicos.5% no ano anterior e 0. com um ratio homem/mulher de 3:1 ou 4:1.7% da população adulta tinha apresentado Dependência ou Abuso de Opiáceos pelo menos uma vez. que utilizou os critérios do DSM-III. sugerindo que as diferenças na utilização refletem a disponibilidade dos opiáceos e outros fatores sociais. A pesquisa revelou também que 1. Contudo. O pessoal médico com acesso fácil aos opiáceos pode apresentar um risco aumentado de Abuso e Dependência de Opiáceos.Perturbações Relacionadas com Opiáceos 259 Características Especificas da Cultura. Contudo. 18% referiram utilização no mês anterior e 42% problemas com opiáceos no ano anterior. O aumento da idade parece estar associado com uma diminuição da prevalência. revelou que 0. desconhece-se quantos destes utilizadores de analgésicos ou heroína apresentavam sintomas que preenchiam os critérios de Dependência ou Abuso. Esta tendência para a remissão da Dependência começa geralmente após os 40 anos e tem sido designada «maturação». problemas associados à utilização de opiáceos são frequentemente observados pela primeira vez no final da adolescência ou no início da segunda década de vida. No regresso aos EUA. mesmo após vários anos de encarceração. Estão disponíveis poucos dados sobre a evolução do Abuso de Opiáceos. esta é geralmente contínua por um período de vários anos embora sejam freqüentes breves períodos de abstinência. Uma exceção à evolução crônica típica da Dependência de Opiáceos foi observada no pessoal de serviço que se tornou dependente de opiáceos no Vietnam. Padrão Familiar Os familiares de sujeitos com Dependência de Opiáceos têm uma probabilidade aumentada do apresentarem psicopatologia. Uma vez que se desenvolva Dependência. A recaída após abstinência é comum. menos de 10% dos que tinham estado dependentes de opiáceos recaíram. embora tivessem experimentado taxas aumentadas de Dependência de Álcool ou Anfetaminas. especialmente um aumento da incidência de Outras Perturbações Relacionadas com Substâncias e de Perturbações da Personalidade. . Contudo.260 Perturbações Relacionadas com Substâncias Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. A Intoxicação por Álcool. com Início Durante a Intoxicação). Os opiáceos têm uma menor probabilidade de produzir sintomas de perturbação mental do que a maioria das outras drogas de abuso e. Nestes casos. A Intoxicação e Abstinência de Opiáceos distinguem-se das Outras Perturbações Induzidas por Opiáceos (por exemplo. Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos. as perturbações ou os sintomas mentais podem aparecer após a descontinuação da utilização de opiáceos. Hipnóticos ou Ansiolíticos pode ser feito baseado na ausência de constrição pupilar ou na ausência de resposta ao teste da naloxona. lacrimejo e dilatação pupilar. rinorreia ou lacrimejo. Distimias versus Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos. que não se observam na abstinência de sedativos. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 . Hipnóticos ou Ansiolíticos pode causar um quadro clínico semelhante à Intoxicação por Opiáceos. A ansiedade e inquietação associadas à Abstinência de Opiáceos são semelhantes aos sintomas observados na Abstinência de Sedativos. O diagnóstico de Intoxicação por Álcool. diarréia. a Abstinência de Opiáceos acompanha-se também de rinorreia. Nestes casos. não estão presentes outros sinais ou sintomas de Abstinência de Opiáceos tais como náuseas. Anfetaminas ou Cocaína. com Início Durante a Intoxicação) pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação de Opiáceos e são suficientemente graves para requererem. nalgumas situações. o teste da naloxona não reverte todos os efeitos sedativos. atenção clínica. Sedativos. até podem reduzir estes sintomas. As Perturbações Induzidas por Opiáceos podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo. com Características Depressivas. Ver na página 197 a discussão sobre este diagnóstico diferencial. Hipnóticos ou Ansiolíticos. Sedativos. independentemente. Contudo. humor depressivo) semelhantes aos das perturbações mentais primárias (por exemplo. Nalguns casos a intoxicação pode ser devida aos opiáceos e ao álcool ou outros sedativos. dores abdominais. vômitos. A dilatação pupilar é também observada na Intoxicação por Alucinógenos. Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos.9) A categoria Perturbação Relacionada com Opiáceos Sem Outra Especificação inclui as perturbações associadas à utilização de opiáceos. As listas de sintomas do DSM-IV e da ICD-10 para Abstinência de Opiáceos incluem alguns itens diferentes: a lista da ICD-10 inclui ânsia. Abstinência de Opiáceos. câimbras abdominais e taquicardia e não inclui a febre e o humor disfórico do DSM-IV. Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos. F11. Delirium de Intoxicação por Opiáceos. Disfunção Sexual Induzida por Opiáceos e Perturbação do Sono Induzida por Opiáceos. Abuso de Opiáceos. não classificáveis como Dependência de Opiáceos.9 Perturbação Relacionada com Opiáceos Sem Outra Especificação [292.Os critérios do DSM-IV e da ICD-10 para Intoxicação por Opiáceos são quase iguais. . Intoxicação por Opiáceos. 180) e Abuso de Substâncias (p.1 Abuso de Fenciclidina [305. As Perturbações Induzidas por Fenciclidina (exceto a Intoxicação por Fenciclidina) são descritas noutras secções deste manual juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo. Tranq. aplicáveis a todas as substâncias. 262) . não existem critérios específicos adicionais para a Dependência ou Abuso de Fenciclidina. Ketaject) e o tiofeno análogo da fenciclidina (TCP. Estas substâncias foram inicialmente desenvolvidas como anestésicos dissociativos. Os textos específicos da Dependência e Abuso de Fenciclidina são apresentados adiante. nos anos 50. Embora possam ocorrer sintomas de abstinência de fenciclidina.2x Dependência de Fenciclidina [304. pelo que o diagnóstico de abstinência de fenciclidina não foi incluído neste manual. Pó-de-Anjo e Pílulas PeaCe)] é a substância desta classe mais comummente consumida. 186). 262) F19. Seguidamente apresenta-se a lista das Perturbações pela Utilização de Fenciclidina e das Perturbações Induzidas por Fenciclidina. e tornaram-se drogas de rua nos anos 60. o seu significado clínico não é claro. A fenciclidina [vendida ilicitamente sob uma série de nomes como PCP.90] (p. Sernilan) e compostos de ação similar como a ketamina (Ketalar. Esta secção inclui discussões específicas das Perturbações Relacionadas com a Fenciclidina. Perturbações pela Utilização de Fenciclidina F19. Podem ser tomadas via oral ou intravenosa ou fumadas. Contudo. 1-[1-2-tienil-ciclobexil] piperidina). O texto e critérios específicos da Intoxicação por Fenciclidina são também apresentados adiante. Já foram apresentados os textos e critérios sobre os aspectos genéricos de Dependência de Substâncias (p.Perturbações Relacionadas com Fenciclidina 261 Perturbações Relacionadas com Fenciclidina (ou similares) As fenciclidinas (ou similares) incluem a fenciclidina (PCP. Hog. a Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina está incluída na secção «Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas»).90] (p. 319).Perturbações Induzidas pela Fenciclidina F19.81] (ver p. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F19.319).381) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F19.89] (ver p.2x Perturbação Relacionada com Fenciclidina Sem Outra Especificação [292.11] (ver p.89] (ver p.03 Delirium de Intoxicação por Fenciclidina [292. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F19. com Perturbações da Percepção [(ver p.52 Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina.8 Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina [292. com Alucinações [292.12] (ver p.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Fenciclidina [292.00 Intoxicação por Fenciclidina [292.263) F19.04 Intoxicação por Fenciclidina.89] (ver p.133) F19.84] (ver p. F19.263).451) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F19. com Atividade Delirante [292.266) .51 Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina. 262 Perturbações Relacionadas com Substâncias Perturbações pela Utilização de Fenciclidina F19. Os sujeitos com Dependência de Fenciclidina podem ter reações comportamentais perigosas. 180). envolvendo lutas. despendendo assim uma quantidade significativa do seu tempo a utilizar a substância e a experimentar os seus efeitos. não foram claramente demonstradas em seres humanos nem tolerância nem sintomas de abstinência (embora ambos tenham ocorrido em estudos com animais). ansiedade. Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Fenciclidina as seguintes especificações (ver pormenores na p. pânico. flashbacks) ou problemas médicos (por exemplo. raiva.2x Dependência de Fenciclidina [292. agressão. hipertermia. que têm sido identificadas como um efeito adverso especialmente problemático da fenciclidina. Embora tenham sido referidas «ânsias» pelos sujeitos com utilização maciça. as reações adversas à fenciclidina podem ser mais comuns em sujeitos com perturbações mentais preexistentes. desinibição.1 Abuso de Fenciclidina [305. A utilização de fenciclidina pode continuar apesar da presença de problemas psicológicos (por exemplo. Alguns dos critérios de Dependência de Substâncias não se aplicam à fenciclidina.89] Consultar também o texto e critérios de Dependência de Substâncias (p. Tal como com os alucinógenos. hipertensão.90] . A fenciclidina não é geralmente difícil de obter e os sujeitos com Dependência de Fenciclidina fumam frequentemente duas-três vezes por dia.183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave F19. convulsões) que o sujeito reconhece serem causados pela substância. 186).Consultar também o texto e critérios de Abuso de Substâncias (p. trabalho ou em casa. de desempenhar obrigações importantes na escola. Embora os sujeitos com abuso de fenciclidina utilizem a substância com muito menor freqüência que os sujeitos com dependência. a problemas legais múltiplos ou discussões com pessoas próximas. podem ser incapazes. conduzir uma mota ou um carro). . devido à Intoxicação por Fenciclidina. de forma repetida. lutas). Podem ocorrer problemas legais devido à posse de fenciclidina ou ao comportamento resultante de Intoxicação (por exemplo. Podem existir problemas sociais ou interpessoais recorrentes relacionados com o comportamento do sujeito enquanto intoxicado. Os sujeitos podem utilizar a fenciclidina em situações fisicamente perigosas (como trabalhar com máquinas. ou a um estilo de vida caótico. Perturbações Relacionadas com Fenciclidina 263 Perturbações Induzidas por Fenciclidina F19.00 Intoxicação por Fenciclidina [292.89] Consultar também o texto e critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p. 187). A característica essencial da Intoxicação por Fenciclidina é a presença de alterações comportamentais desadaptativas, clinicamente significativas (por exemplo, beligerância, agressividade, impulsividade, imprevisibilidade, agitação psicomotora, déficits no discernimento, funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de fenciclidina (ou de uma substância relacionada) (Critérios A e B). Estas alterações acompanham-se de dois ou mais dos seguintes sinais, que se desenvolvem no período de uma hora após a utilização da substância (ou menos quando é fumado, «aspirado» ou consumido via intravenosa): nistagmo vertical ou horizontal, hipertensão ou taquicardia, entorpecimento ou diminuição da resposta à dor, ataxia, disartria, rigidez muscular, convulsões ou coma e hiperacusia (Critério C). Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). Os sinais e sintomas específicos estão relacionados com a dose. Pequenas doses de fenciclidina produzem tonturas, ataxia, nistagmo, hipertensão ligeira, movimentos involuntários anormais, discurso pouco claro, náusea, fraqueza, tempos de reação aumentados, euforia ou insensibilidade afetiva, loquacidade e despreocupação. Com doses intermédias ocorrem desorganização do pensamento, alterações da percepção sensorial e da imagem corporal, despersonalização e sentimentos de irrealidade. Doses mais elevadas produzem amnésia e coma, com analgesia suficiente para cirurgia e convulsões com depressão respiratória com doses ainda mais altas. Os efeitos iniciam-se quase imediatamente após um consumo intravenoso ou transpulmonar, atingindo um pico em minutos. O pico destes efeitos ocorre cerca de duas horas após o consumo oral. Nas intoxicações ligeiras os efeitos desaparecem após 8-20 horas, enquanto os sinais e sintomas das intoxicações graves podem persistir por vários dias. A Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina (p. 319) pode persistir por semanas. F19.04 Intoxicação por Fenciclidina, com Perturbação da Percepção. Este diagnóstico pode ser feito quando estiverem preenchidos os critérios para Intoxicação por Fenciclidina e ocorrerem alucinações com teste de realidade intacto ou ilusões auditivas, visuais ou tácteis, na ausência de delirium. Teste de realidade intacto significa que o sujeito sabe que as alucinações são induzidas pela substância e não representam a realidade externa. Quando ocorrem alucinações na ausência de teste de realidade intacto, deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias, com Alucinações. × Critérios de diagnóstico para F19.00 Intoxicação por Fenciclidina [292.89] A. Utilização recente de fenciclidina (ou de substância relacionada). B.Alterações comportamentais desadaptativas, clinicamente significativas (por exemplo, beligerância, agressividade, impulsividade, imprevisibilidade, agitação psicomotora, déficits no discernimento, funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de fenciclidina. C.Desenvolvimento no período de uma hora (ou menos se fumada, «aspirada» ou utilizada via intravenosa) de dois (ou mais) dos seguintes sinais: (1) nistagmo vertical ou horizontal (2) hipertensão ou taquicardia (3) entorpecimento ou diminuição da resposta à dor (4) ataxia (5) disartria (6) rigidez muscular (7) convulsões ou coma (8) hiperacusia D.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. Nota de codificação. Codificar F19.04 se Com Perturbações da Percepção Outras Perturbações Induzidas por Fenciclidina As seguintes Perturbações Induzidas por Fenciclidina são descritas noutras secções deste manual, juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia: Delirium de Intoxicação por Fenciclidina (p.133), Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina (p. 319), Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina (p. 381) e Perturbação da Ansiedade Induzida por Fenciclidina (p. 4451). Estas perturbações são diagnosticadas em vez de Intoxicação por Fenciclidina apenas quando os sintomas excedem os habitualmente associados à síndrome de Intoxicação por Fenciclidina e são suficientemente graves para requererem, independentemente, atenção clínica. Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Fenciclidina Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Embora os sujeitos com Intoxicação por Fenciclidina possam permanecer alerta e orientados, podem apresentar delirium, coma, sintomas psicóticos ou mutismo e postura catatônica. As intoxicações repetidas podem levar a problemas laborais, familiares, sociais ou legais. Podem ocorrer violência, agitação e comportamento bizarro (por exemplo, deambulação e confusão). Os sujeitos com Dependência ou Abuso de Fenciclidina podem referir hospitalizações, Perturbações Relacionadas com Fenciclidina 265 idas às Urgências e detenções por comportamento bizarro ou lutas, induzidos por intoxicações repetidas. A Perturbação do Comportamento nos adolescentes e a Perturbação Anti-Social da Personalidade nos adultos pode estar associada à utilização de fenciclidina. A dependência de outras substâncias (especialmente cocaína, álcool e anfetaminas) é comum nos sujeitos com Dependência de Fenciclidina. Dados laboratoriais associados. A fenciclidina (ou substância relacionada) está presente na urina dos sujeitos com intoxicação aguda por uma destas substâncias. A substância pode ser detectável na urina durante várias semanas após a interrupção da utilização prolongada de doses maciças. A fenciclidina pode ser mais facilmente detectada na urina acídica. A creatino-fosfoquinase (CPK) e a transaminase glutâmica oxalacética sérica (SGOT) estão frequentemente elevadas. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. A Intoxicação por Fenciclidina produz extensa toxicidade cardiovascular e neurológica (por exemplo, convulsões, distonias, discinesias, catalepsia e hipotermia ou hipertermia). Nos sujeitos com Dependência ou Abuso de Fenciclidina, pode existir evidência física de traumatismo por acidentes, lutas e quedas. Nos relativamente poucos sujeitos que utilizam a fenciclidina via intravenosa podem encontrar-se marcas de punções, hepatite, doença HIV e endocardite bacteriana. Tem sido referido afogamento, mesmo em pequenos volumes de água. Aparecem problemas respiratórios devido a apnéia, broncorréia, aspiração durante o coma e hipersalivação. A rabdomiólise com deficiência renal é observada em 2%o dos sujeitos que procuram cuidados médicos de urgência. A paragem cardíaca é rara. Características Especificas da Cultura, Idade e Gênero A prevalência dos problemas relacionados com fenciclidina parece ser maior nos homens (cerca de duas vezes), nos sujeitos com idades entre 20 e 40 anos e nas minorias étnicas (cerca de duas vezes). Os homens representam 3/4 das urgências relacionadas com fenciclidina. Prevalência Os registros médicos nacionais nos EUA revelam que a fenciclidina está envolvida em cerca de 3%o das mortes associadas à utilização de substâncias. É mencionada como um problema em cerca de 3% das Urgências. A percentagem de liceais que referem já ter utilizado fenciclidina é de 13% em 1980 e de 3olo em 1990. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão sobre o diagnóstico diferencial das Perturbações Relacionadas com Substâncias. As Perturbações Induzidas por Fenciclidina podem caracterizar-se por sintomas (por exemplo, humor depressivo) semelhantes aos das perturbações mentais primárias (por exemplo, Perturbação Depressiva Major versus Perturbação de Humor Induzida por Fenciclidina, com Características Depressivas, com Início Durante a Intoxicação). Ver na página 197 a discussão sobre este diagnóstico diferencial. Os episódios recorrentes de sintomas psicóticos ou do humor devidos a Intoxicação por Fenciclidina podem mimetizar a Esquizofrenia ou as Perturbações do Humor. A história ou a evidência laboratorial da utilização da fenciclidina estabelecem o papel desta 266 Perturbações Relacionadas com Substâncias substância mas não excluem a co-ocorrência de outras perturbações mentais primárias. Também o início rápido dos sintomas sugere Intoxicação por Fenciclidina em vez de Esquizofrenia mas a utilização de fenciclidina pode induzir episódios psicóticos agudos em sujeitos com Esquizofrenia preexistente. A resolução rápida dos sintomas e a ausência de uma história de Esquizofrenia podem ajudar esta diferenciação. A violência e os déficits do discernimento relacionados com a droga podem co-ocorrer ou mimetizar aspectos da Perturbação do Comportamento ou da Perturbação Anti-Social da Personalidade. A ausência de problemas comportamentais antes do início da utilização da substância ou durante a abstinência pode ajudar a clarificar esta diferenciação. A fenciclidina e substâncias relacionadas podem produzir perturbações da percepção (por exemplo, luzes cintilantes, percepção de sons, ilusões ou imagens visuais formadas) que a pessoa geralmente reconhece como resultantes da utilização da droga. Se o teste da realidade permanecer intacto e a pessoa não acreditar que as percepções são reais nem agir face a elas, deverá ser registrada no diagnóstico de Intoxicação por Fenciclidina a especificação «Com Perturbações da Percepção». Se o teste da realidade estiver alterado deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina. A diferenciação entre Intoxicação por Fenciclidina e Intoxicação por Outras Substâncias (e com as quais frequentemente coexiste) depende de uma história de utilização da substância, da presença de eventos característicos (por exemplo, nistagmo e hipertensão ligeira) e de toxicologia urinária positiva. Os sujeitos que utilizam fenciclidina utilizam também frequentemente outras drogas, devendo ser considerada a Dependência e Abuso Co-Mórbidos de Outras Drogas. A Intoxicação por Fenciclidina distingue-se de Outras Perturbações Induzidas por Fenciclidina (por exemplo, Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina, com Início Durante a Intoxicação), pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação por Fenciclidina e são suficientemente graves para requererem, independentemente, atenção clínica. Relação com os critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não tem uma classe separada para as Perturbações Relacionadas com Fenciclidina. F19.9 Perturbação Relacionada com Fenciclidina, Sem Outra Especificação [292.9] A categoria Perturbação Relacionada com Fenciclidina Sem Outra Especificação inclui perturbações associadas à utilização de fenciclidina, não classificáveis como Dependência de Fenciclidina, Abuso de Fenciclidina, Intoxicação por Fenciclidina, Delirium de Intoxicação por Fenciclidina, Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina, Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina ou Perturbação da Ansiedade Induzida por Fenciclidina. Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos As substâncias sedativas, hipnóticas e ansiolíticas (antiansiosas) incluem as benzodiazepinas, os carbamatos (por exemplo, glutetimida, meprobamato), os barbitúricos (por exemplo, secobarbital) e os hipnóticos do tipo barbitúrico (por exemplo, glutetimida, metaqualona). Esta classe de substâncias inclui todas as medicações para dormir que são prescritas e quase todas as medicações antiansiosas. Os agentes antiansiosos não benzodiazepínicos (por exemplo, buspinona, gepirona) não estão incluídos nesta classe. Alguns medicamentos desta classe têm outras utilizações clínicas Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 267 importantes (por exemplo, como anticonvulsivantes). Tal como o álcool, estas substâncias são depressoras cerebrais e podem produzir Perturbações Induzidas por Substâncias e Perturbações pela Utilização de Substâncias semelhantes. Em doses elevadas, os sedativos, hipnóticos e ansiolíticos podem ser letais, particularmente se misturados com álcool. Os sedativos, hipnóticos e ansiolíticos estão disponíveis através de prescrição e a partir de fontes ilegais. Ocasionalmente, os sujeitos que obtêm estas substâncias através de prescrições abusam delas; contrariamente, alguns dos que obtêm estas substâncias «nas ruas» não desenvolvem Dependência ou Abuso. Os medicamentos com início rápido de ação e durações de ação curtas ou intermédias são especialmente vulneráveis ao abuso. Esta secção inclui discussões específicas das Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. Já foram apresentados os textos e critérios que definem os aspectos genéricos da Dependência (p.180) e Abuso de Substâncias (p.186), aplicáveis a todas as substâncias. Os textos específicos da Dependência e Abuso de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos são apresentados adiante; contudo, não existem critérios específicos adicionais para a Dependência ou Abuso de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. Os textos e critérios específicos da Intoxicação e Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos são também apresentados adiante. As Perturbações Induzidas por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos (à exceção da Intoxicação e Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos) são descritas noutras secções deste manual juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia (por exemplo, a Perturbação da Ansiedade Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos está incluída na secção «Perturbações da Ansiedade»). Abaixo encontra-se a lista das Perturbações pela Utilização de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos e das Perturbações Induzidas por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. Perturbações pela Utilização de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.2x Dependência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [304.10] (ver p.268) F13.1 Abuso de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [305.40] (ver p.269) Perturbações Induzidas por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.00 Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.89] (ver p.269) F13.3 Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.0] (ver p.270). Especificar se: Com Perturbações da Percepção F13.03 Delirium de Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.81) (ver p.133) F13.4 Delirium de Abstinência por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.81] (ver p.133) F13.73 Demência Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.82] (ver p.157) F13.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.83] (ver p.165) F13.51 Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos, com Atividade Delirante [292.11) (ver p.319). Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F13.52 Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos, com Alucinações [292.12] (ver p.319). Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F13.8 Perturbação do Humor Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.89] (ver p.381). Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência. 268 Perturbações Relacionadas com Substâncias F13.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos (292.89] (ver p.451). Especificar se: Com Início Durante a Abstinência. F13.8 Disfunção Sexual Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.89] (ver p.532). Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação F13.8 Perturbação do Sono Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos [292.89] (ver p.619). Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência. F13.9Perturbação Relacionada Com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos Sem Outra Especificação [292.9] (ver p. 276) Perturbações pela Utilização de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.2x Dependência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [304.10) Consultar também o texto e critérios de Dependência de Substâncias (ver p. 176). Podem desenvolver-se com os sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos níveis muito significativos de dependência fisiológica, marcados por tolerância e abstinência. A ocorrência e gravidade da síndrome de abstinência depende da substância específica, da sua farmacocinética e farmacodinâmica. Por exemplo, a abstinência de substâncias de curta ação, rapidamente absorvidas e sem metabólitos ativos (por exemplo, triazolam) pode iniciar-se dentro de horas após a interrupção da substância; a abstinência de substâncias com metabólitos de longa duração (por exemplo, diazepam) pode não começar antes de 1-2 dias ou mais. A síndrome de abstinência produzida pelas substâncias desta classe pode caracterizar-se pelo desenvolvimento de um delirium que pode ser fatal. Pode existir evidência de tolerância e abstinência na ausência de um diagnóstico de Dependência de Substâncias, num sujeito que interrompe de forma abrupta as benzodiazepinas prescritas durante longos períodos, em doses terapêuticas. O diagnóstico de Dependência de Substâncias deverá ser considerado apenas quando, adicionalmente à dependência fisiológica, o utilizador da substância evidencia uma série de problemas (por exemplo, um sujeito que desenvolveu um comportamento de procura da droga que o leva a desistir ou a reduzir atividades importantes para obter a substância). Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos as seguintes especificações (ver pormenores na p.183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 2 Em Terapia Agonista 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 269 F13.1 Abuso de Sedativos, Hipnóticos [305.40] ou Ansiolíticos Consultar também o texto e critérios de Abuso de Substâncias (ver p.186). O abuso de substâncias desta classe pode ocorrer isolada ou conjuntamente com a utilização de outras substâncias. Por exemplo, os sujeitos podem utilizar doses quase de intoxicação de sedativos ou benzodiazepinas para «atenuarem» os efeitos da cocaína ou anfetaminas ou utilizarem benzodiazepinas em combinação com metadona para reforçar os seus efeitos. O Abuso de Substâncias desta classe pode resultar na sua utilização em situações perigosas como «estar numa alta» enquanto conduzem. O sujeito pode faltar ao emprego ou à escola ou negligenciar os seus deveres em casa como resultado da intoxicação ou criar conflitos com o cônjuge ou familiares sobre os episódios de utilização da substância. Quando estes problemas se acompanham de evidência de tolerância, abstinência ou comportamento compulsivo relacionado com a utilização de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos deverá ser considerado o diagnóstico de dependência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. Perturbações Induzidas por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.00 Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.89) Consultar também o texto e critérios de Intoxicação por Substâncias (ver p. 187). A característica essencial da Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas, clinicamente significativas (por exemplo, comportamento sexual inadequado ou agressivo, labilidade do humor, déficits no discernimento e no funcionamento ocial ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de substâncias sedativas, hipnóticas ou ansiolíticas (Critérios A e B). Tal como com outros depressores cerebrais, estes comportamentos podem acompanhar-se de discurso pouco claro, marcha instável, nistagmo, problemas de memória ou atenção, níveis de descoordenação que podem interferir com a capacidade de conduzir ou desempenhar as atividades habituais ao ponto de causar acidentes e estupor ou coma (Critério C). Os déficits de memória são uma característica proeminente da Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos e são mais frequentemente caracterizados por uma amnésia anterógrada semelhante aos blnrkoilts alcoólicos, podendo ser bastante perturbadores para o sujeito. Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (Critério D). A intoxicação pode ocorrer em sujeitos a quem for prescrita esta medicação, que a tomam a conselho de amigos ou familiares ou que consomem deliberadamente a substância para conseguirem uma intoxicação. 270 Perturbações Relacionadas com Substâncias × Critérios de diagnóstico para F13.00 Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.89] A. Utilização recente de um sedativo, hipnótico ou ansiolítico. B.Alterações comportamentais ou psicológicas desadaptativas, clinicamente significativas (por exemplo, comportamento sexual desadequado ou agressivo, labilidade do humor, déficits no discernimento,funcionamento social ou ocupacional) que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos. C.Um (ou mais) dos seguintes sinais, que se desenvolvem durante ou logo após a utilização de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos: (1) discurso pouco claro (2) descoordenação (3) marcha instável (4) nistagmo (5) déficits da atenção ou memória (6) estupor ou coma D. Estes sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. F13.3 Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.0] Consultar também o texto e critérios da Abstinência de Substâncias (p.188). A característica essencial da Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos é a presença de uma síndrome característica que se desenvolve após uma diminuição acentuada ou uma interrupção de utilização regular durante várias semanas ou mais (Critérios A e B). A síndrome de abstinência é caracterizada por dois ou mais sintomas (semelhantes à Abstinência de Álcool) que incluem hiperatividade autonômica (por exemplo, aumento da freqüência cardíaca e respiratória, da tensão arterial ou temperatura corporal, juntamente com sudação); tremores das mãos, insônia, ansiedade, náusea por vezes acompanhada de vômitos e agitação psicomotora. Pode ocorrer uma convulsão tipo grande-mal em aproximadamente 20% a 30% dos sujeitos com abstinência não tratada. Na Abstinência grave podem ocorrer alucinações ou ilusões visuais, tácteis ou auditivas. Se o teste de realidade estiver intacto (isto é, a pessoa sabe que as alucinações são causadas pela substância) e as ilusões ocorrerem sem turvação da consciência, pode ser registrada a especificação «Com Perturbações da Percepção» (ver adiante). Os sintomas provocam sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes (Critério C). Os sintomas não deverão ser devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental (por exemplo, Abstinência de Álcool ou Perturbação da Ansiedade Generalizada) (Critério D). O alívio dos sintomas de abstinência com a administração de um agente sedativo-hipnótico suporta o diagnóstico de Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. A síndrome de abstinência caracteriza-se por sinais e sintomas que são geralmente o oposto dos efeitos agudos observáveis num sujeito que utiliza pela primeira vez estas Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 271 substâncias. O tempo de evolução da síndrome de abstinência é geralmente previsto pela semivida da substância. As medicações cujas ações duram tipicamente cerca de 10 horas ou menos (por exemplo, lorazepam, oxazepam e temazepam) produzem sintomas de abstinência dentro de um período de 6-8 horas da descida dos níveis sanguíneos, atingindo o pico da intensidade no segundo dia e melhorando acentuadamente no quarto ou quinto dia. Para as substâncias com semividas mais longas (por exemplo, diazepam), os sintomas podem não se desenvolver por mais de uma semana, atingindo o pico de intensidade na segunda semana e diminuindo acentuadamente durante a terceira ou quarta semana. Podem existir sintomas adicionais a longo prazo, com uma intensidade muito menor, que persistem durante vários meses. Tal como com o álcool, estes sintomas de abstinência (por exemplo, ansiedade, alterações do humor e do sono) podem ser confundidos com Perturbações da Ansiedade ou Depressivas não induzidas por substâncias (por exemplo, Perturbação da Ansiedade Generalizada). Quanto maior a duração da utilização da substância e as doses utilizadas, maior a probabilidade de ocorrer Abstinência grave. Contudo, foi referida Abstinência com doses tão pequenas como 15 mg de diazepam (ou o seu equivalente de outras benzodiazepinas) quando tomado diariamente durante vários meses. Doses diárias de aproximadamente 10 mg de diazepam (ou o seu equivalente) têm maior probabilidade de produzir sintomas de abstinência clinicamente relevantes e doses ainda mais elevadas (por exemplo, 100 mg de diazepam) têm maior probabilidade de serem seguidas por convulsões ou delirium. O Delirium de Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos (ver p.133) caracteriza-se por perturbações da consciência e cognição, com alucinações visuais, tácteis ou auditivas. Quando presente, deverá ser diagnosticado Delirium de Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos em vez de Abstinência. Especificação Pode ser aplicada ao diagnóstico de Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos a seguinte especificação: Com Perturbações da Percepção. Pode ser utilizada quando ocorrem alucinações com teste de realidade intacto ou ilusões auditivas, visuais ou tácteis na ausência de delirium. O teste de realidade Intacto significa que a pessoa sabe que as alucinações são induzidas pela substância e não representam a realidade externa. Quando ocorrem alucinações na ausência de teste de realidade intacto, deverá ser considerado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias, com Alucinações. × Critérios de diagnóstico para F13.3 Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.0] A. Interrupção (ou redução) da utilização maciça e prolongada de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos. B. Dois (ou mais) dos seguintes, que se desenvolvem em horas a vários dias após o Critério A: (1) hiperatividade autonômica (por exemplo, sudorese ou pulsações superiores a 100) (2) aumento do tremor das mãos (continua) 272 Perturbações Relacionadas com Substâncias Critérios de diagnóstico para F13.3 Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.0] (continuação) (3) insônia (4) náuseas ou vômitos (5) alucinações ou ilusões visuais, tácteis ou auditivas transitórias (6) agitação psicomotora (7) ansiedade (8) grande-mal e (9) convulsões tipo grande-mal C.Os sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente significativo ou déficits no funcionamento social, ocupacional ou de outras áreas importantes. D.Os sintomas não são devidos a um estado físico geral ou a outra perturbação mental. Especificar se: Com Perturbações da Percepção Perturbações Induzidas por Outros Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos As seguintes Perturbações Induzidas por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos são descritas nas outras secções do manual com perturbações com as quais partilham a fenomenologia: Delirium de Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 133), Delirium de Abstinência de Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 133), Demência Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 157), Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 165), Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 319), Perturbação do Humor Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 3817), Perturbação da Ansiedade Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 451), Disfunção Sexual Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 532), Perturbação do Sono Induzida por Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos (p. 619). Estas perturbações são diagnosticadas em vez de Intoxicação ou Abstinência de Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos apenas quando os sintomas forem excessivos em relação aos habitualmente associados com a síndrome de Intoxicação ou Abstinência de Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos e quando os sintomas forem suficientemente graves para necessitarem de atenção clínica. Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 273 Informação Adicional sobre Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Dependência e Abuso de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos podem estar associados com Dependência ou Abuso de outras substâncias (por exemplo, álcool, cannabis, cocaína, heroína, anfetaminas). Os sedativos são frequentemente utilizados para aliviar efeitos indesejados de outras substâncias. Da Intoxicação Aguda podem resultar ferimentos ocasionados por quedas ou acidentes de carro. Para os sujeitos idosos mesmo prescrições a curto prazo destes sedativos em doses prescritas podem estar associadas com um risco aumentado de problemas cognitivos e quedas. Alguns dados indicam que os efeitos desinibidores destes agentes podem, tal como o álcool, contribuir para libertar um comportamento agressivo, com problemas interpessoais e legais subseqüentes. Intoxicação intensa ou repetida com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos pode estar associada com depressão grave, ainda que temporariamente, pode ser suficientemente intensa para levar a tentativas ou ao suicídio conseguido. Podem ocorrer overdoses acidentais ou deliberadas, similares às observadas no Abuso ou Dependência do Álcool ou Intoxicação por Álcool repetida. Em contraste com a sua ampla margem de segurança quando utilizadas sozinhas, as benzodiazepinas tomadas em combinação com o álcool parecem ser particularmente perigosas, tendo sido relatados casos de overdoses acidentais. Estas também foram descritas em sujeitos que abusam deliberadamente de barbitúricos e de outros sedativos não benzodiazepínicos (por exemplo, metaqualona). Com o uso repetido em busca de euforia, desenvolve-se tolerância aos efeitos sedativos e são utilizadas doses cada vez mais elevadas. Contudo, a tolerância aos efeitos depressivos cerebrais desenvolve-se muito mais lentamente e, à medida que a pessoa toma mais substância para alcançar a euforia, pode surgir subitamente depressão respiratória e hipotensão, que podem conduzir à morte. Comportamento anti-social e Perturbação Anti-Social da Personalidade estão associados com Dependência e Abuso de Sedativos, Hipnóticos e Ansiolíticos quando estas substâncias são obtidas ilegalmente. Dados laboratoriais associados. Quase todas estas substâncias podem ser identificadas através de testes laboratoriais da urina ou ao sangue (que podem quantificar a quantidade destes agentes no corpo). Os testes à urina podem manter-se positivos até uma semana ou mais depois da utilização de substâncias de longa atuação (por exemplo, flurazepam). Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. Os exames físicos servem para revelar a evidência de uma ligeira diminuição na maior parte dos aspectos do funcionamento do sistema nervoso autônomo, incluindo diminuição do pulso, ligeira diminuição no ritmo respiratório e uma leve queda na tensão arterial (como acontece com as mudanças posturais). Overdoses de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos podem estar associadas com deterioração dos sinais vitais que podem exigir uma emergência médica (por exemplo, paragem respiratória provocada por barbituratos). Podem ser conseqüência de traumatismos (por exemplo, hemorragia interna ou hematoma subdural) de acidentes que têm lugar durante a intoxicação. A utilização intravenosa destas substâncias pode resultar em complicações médicas relacionadas com o uso de agulhas contaminadas [por exemplo, hepatite e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)) 274 Perturbações Relacionadas com Substâncias Características Especificas da Cultura, Idade e Gênero Existem variações acentuadas nos padrões de prescrição desta classe de substâncias nos diferentes países, que podem levar a variações na prevalência das Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. A Intoxicação deliberada para se atingir «uma alta» é observada com maior probabilidade em adolescentes e em sujeitos com idades à volta dos 20 anos. A Abstinência, Dependência e Abuso são também observados em sujeitos com 40 anos ou mais que efetuaram uma escalada na dose da medicação prescrita. Os efeitos agudos e crônicos destas substâncias, especialmente os efeitos na cognição, memória e coordenação motora, aumentam com a idade como conseqüência das alterações farmacodinâmicas e farmacocinéticas relacionadas com a idade. Os sujeitos com demência têm maior probabilidade de desenvolverem Intoxicação e diminuição do funcionamento fisiológico com doses mais baixas. As mulheres podem apresentar maior risco de abuso de drogas desta classe prescritas. Prevalência Nos EUA durante a hospitalização são prescritos sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos a mais de 90% dos sujeitos hospitalizados para cuidados médicos ou cirúrgicos e mais de 15% dos adultos americanos utilizam estes medicamentos (geralmente prescritos) durante pelo menos um ano. A maioria toma os medicamentos corretamente, sem evidência de má utilização. Entre os medicamentos desta classe, as benzodiazepinas são as mais utilizadas, com 10% dos adultos a tomarem uma benzodiazepina durante pelo menos um mês no ano anterior. Um estudo na comunidade realizado nos EUA em 1991 revelou que aproximadamente 4% da população da amostra já tinha utilizado sedativos sem fins médicos; aproximadamente 1 % tinha-o feito no ano anterior e 0,4% no mês anterior. Quanto aos antiansiosos, 6% da população já os tinha utilizado sem fins médicos; 2% no ano anterior e 0,5% no mês anterior. Uma vez que o estudo avaliou padrões de utilização e não diagnósticos, desconhece-se quantos destes utilizadores apresentavam sintomas que preenchiam os critérios de Dependência ou Abuso. Um estudo na comunidade realizado nos EUA entre 1980 e 1985, que utilizou os critérios do DSM-III, revelou que l,l % da população avaliada tinha preenchido os critérios de Abuso ou Dependência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos pelo menos uma vez. Evolução A evolução mais usual envolve jovens, adolescentes ou na década dos 20 anos que podem aumentar a utilização «recreativa» de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos ao ponto de desenvolverem problemas qualificáveis para o diagnóstico de Dependência ou Abuso. Este padrão pode ser especialmente provável em sujeitos que apresentam outras Perturbações pela Utilização de Substâncias (por exemplo, relacionadas com o álcool, opiáceos, cocaína, anfetaminas). Um padrão inicial de utilização intermitente em festas pode levar à utilização diária e a níveis elevados de tolerância. Quando isto ocorre, pode esperar-se um aumento das dificuldades interpessoais, laborais e legais, bem como episódios progressivamente mais graves de déficits da memória e abstinência fisiológica. A segunda evolução clínica, menos frequentemente observada, começa com um sujeito que originalmente obteve os medicamentos através de prescrição de um médico, geralmente para tratamento de ansiedade, insônia ou queixas somáticas. Embora a grande maioria das pessoas a quem são prescritos medicamentos desta classe não desenvolvam problemas, numa pequena proporção isso acontece. Perturbações Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 275 Nestes sujeitos, desenvolve-se tolerância ou necessidade de doses mais elevadas do medicamento, existindo um aumento gradual da dose e freqüência da auto-administração. É provável que a pessoa continue a justificar a utilização com base nos sintomas iniciais de ansiedade ou insônia mas o comportamento de procura da substância torna-se mais proeminente e a pessoa pode consultar múltiplos médicos para obter fornecimento suficiente da medicação. A tolerância pode atingir níveis elevados, podendo ocorrer Abstinência (incluindo convulsões e Delirium de Abstinência). Outros sujeitos em alto risco podem incluir aquelas com Dependência de Álcool que recebem várias prescrições como resposta às queixas de ansiedade ou insônia relacionadas com o álcool. Diagnóstico Diferencial Ver na página 194 a discussão geral sobre o diagnóstico diferencial de Perturbações Relacionadas com Substâncias. As Perturbações Induzidas por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos podem apresentar sintomas semelhantes aos das perturbações mentais primárias (por exemplo, Perturbação da Ansiedade Generalizada versus Perturbação da Ansiedade Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos, com Início Durante a Abstinência). Ver na página 197 a discussão deste diagnóstico diferencial. A Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos é muito parecida com a Intoxicação por Álcool, exceto pelo odor do álcool no hálito. Nas pessoas mais idosas, o quadro clínico de intoxicação pode assemelhar-se à demência progressiva. Além disso, o discurso pouco claro a descoordenação e outras manifestações características associadas à Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos podem resultar de um estado físico geral (por exemplo esclerose múltipla) ou de traumatismo craniano prévio (por exemplo, hematoma subdural). A Abstinência de Álcool produz uma síndrome muito semelhante à da Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. A ansiedade, insônia e hiperatividade do sistema nervoso autônomo, conseqüência da intoxicação por outras drogas (por exemplo, estimulantes como as anfetaminas ou cocaína), as conseqüências de condições fisiológicas (por exemplo hipertiroidismo) ou que estão relacionadas com Perturbações da Ansiedade primárias (por exemplo, Perturbação de Pânico ou Perturbação da Ansiedade Generalizada) podem mimetizar alguns aspectos da Abstinência por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. A Intoxicação ou Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos distingue-se das outras Perturbações Induzidas por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos (por exemplo, Perturbação da Ansiedade Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos com Início Durante a Abstinência), pois os sintomas nestas últimas excedem os habitualmente associados à Intoxicação ou Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos e são suficientemente graves para requererem, independentemente, atenção clínica. Existem sujeitos que continuam a tomar benzodiazepinas de acordo com a orientação médica para uma indicação médica legítima, durante largos períodos de tempo. Mesmo se fisiologicamente dependentes da medicação, muitos destes sujeitos não desenvolvem sintomas que preencham os critérios de Dependência pois não estão preocupados em obter a substância e a sua utilização não interfere com o desempenho dos papéis sociais ou ocupacionais habituais. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios do DSM-IV e da ICD-10 para Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos são quase os mesmos, exceto que a ICD-10 também inclui «lesões eritematosas ou bolhas da pele». Os critérios do DSM-IV e da ICD-10 para Abstinência 276 Perturbações Relacionadas com Substâncias por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos incluem alguns itens diferentes: a lista da ICD-10 inclui hipotensão postural, dor de cabeça, mal-estar ou fraqueza e a ideação paranóide e não inclui o item ansiedade do DSM-IV. F13.9 Perturbação Relacionada com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos Sem Outra Especificação [292.9] A categoria Perturbação Relacionada com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos Sem Outra Especificação inclui as perturbações associadas à utilização de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos não classificáveis como Dependência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Abuso de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Delirium de Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Delirium de Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Demência Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Perturbação do Humor Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Perturbação da Ansiedade Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos; Disfunção Sexual Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos ou Perturbação do Sono Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos. Perturbações Relacionadas com Múltiplas Substâncias F19.2x Dependência de Múltiplas Substâncias [304.80] Este diagnóstico está reservado para comportamento ao longo de 12 meses em que a pessoa utilizou repetidamente pelo menos três grupos de substâncias (não incluindo cafeína e nicotina), sem predomínio de nenhuma substância. Além disso, durante este período foram preenchidos os critérios de Dependência para substâncias como um grupo mas não para nenhuma substância 183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica .específica. Hipnóticos ou Ansiolíticos as seguintes especificações (ver pormenores na p. Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Sedativos. após utilização prolongada. medicamentos prescritos e de venda livre não incluídos nas onze categorias (por exemplo.Perturbações Relacionadas com Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Perturbações Relacionadas com Outras Substâncias (ou Desconhecidas) A categoria Perturbações Relacionadas com Outras Substâncias (ou Desconhecidas) utiliza-se para classificar as Perturbações Relacionadas com substâncias associadas a substâncias não referidas acima. hipotensão e tonturas. Além da eventual utilização compulsiva. Os esteróides anabólicos produzem.formas de nitrito de anil. por falta de energia. euforia ligeira. anti-histamínicos. sintomatologia depressiva) e estados físicos gerais (doença hepática). inalantes de nitritos (poppers). Além disso. relaxamento dos músculos lisos e possível aumento dos impulsos sexuais. intoxicação com comprimidos não identificados). Outras substâncias capazes de produzir intoxicações ligeiras incluem catnip. que pode provocar estados semelhantes aos observados com a marijuana e que. resulta em percepções do tipo das do . cortisol. em doses elevadas. diminuição da capacidade de transporte de oxigênio do sangue e reações tóxicas que podem incluir vômitos. A utilização continuada destas substâncias pode originar sintomas mais graves (por exemplo. alteração na percepção do tempo. Os inalantes com nitritos (poppers . descritos em pormenor adiante. estas substâncias apresentam perigo de potencial déficit do funcionamento imunológico. esta categoria pode ser utilizada quando a substância específica é desconhecida (por exemplo. irritabilidade e outras formas de disforia. óxido nitroso. irritação do sistema respiratório. Existem relatos de confusão temporária mas clinicamente relevante e estados paranóides quando o ácido nitroso é regularmente utilizado. Os exemplos. benzotropina) e outras substâncias com efeitos psicoativos. butil e isobutil) produzem uma intoxicação que se caracteriza por uma sensação de plenitude na cabeça. cefaléias acentuadas. O óxido nitroso (gás hilariante) provoca uma intoxicação com início rápido caracterizada por cabeça leve e uma sensação de flutuação que desaparece em alguns minutos após a paragem da administração. por vezes uma sensação inicial de bem-estar (ou mesmo euforia) que é substituída. incluem esteróides anabólicos. formas ligeiras de hepatite e alterações pulmonares. As Perturbações Induzidas por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) são descritas noutras secções deste manual. perda ponderal. descoordenação. Além disso os sujeitos podem desenvolver dependência e déficits através da auto-administração repetida de drogas prescritas e de venda livre. Intoxicação por Substâncias (p. incluindo cortisol. que é mascada em muitas culturas para produzir uma euforia ligeira e uma sensação de «flutuação». aplicáveis a todas as classes de substâncias. 1862). encontra-se a lista das Perturbações pela Utilização de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) e das Perturbações Induzidas por Outras Substâncias (ou Desconhecidas). Seguidamente. Perturbações do Humor Induzidas por Outras Substâncias (ou Desconhecidas). 187) e Abstinência de Substância (p. 180). e o kava (uma substância derivada da planta da pimenta do Pacífico Sul). que produz sedação.LSD. Foram já apresentados anteriormente os textos e critérios da definição dos aspectos genéricos da Dependência de Substâncias (p. Na página 192 encontra-se a descrição da codificação das perturbações relacionadas com medicamentos. juntamente com as perturbações com as quais partilham fenomenologia [por exemplo. agentes antiparkinsónicos com propriedades anticolinérgicas e anti-histamínicos. 188). estão incluídas na secção «Perturbações do Humor»]. Abuso de Substâncias (p. . noz de bétel. 83] (ver p.89) (ver p.319) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F19.82] (ver p.00 Intoxicação por Outras Substâncias (ou Desconhecida ) [292.133) F19. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação.8 Disfunção Sexual Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [292. F19.página 278 Perturbações Relacionadas com Substâncias Perturbações pela Utilização de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.188) F19.3 Abstinência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [ Especificar se: Com Perturbações da Percepção F19. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F19.8 Perturbação do Sono Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecida) [292.2x Dependência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [304.187) 292.84] (ver p.52 Perturbação Psicótica Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas).619) Especificar se: Com Início .90) (ver p.532).381).89] (ver p. com Alucinações [292.4 Delirium Induzido por Outras Substâncias (ou Desconhecidas).451).51 Perturbação Psicótica Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas).12] (ver p.04 Intoxicação por Outras Substâncias (ou Desconhecidas).81] (ver p.157) F19.73 Demência Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [292.03 Delirium Induzido por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) (292. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F19.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [292.165) F19.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [292.1 Abuso de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [205. com Início Durante a Abstinência [292.187) F19.11] (ver p.180) F19. com Perturbação da Percepção (ver p.133) F19.81] (ver p.0] (ver p. Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F19.84) (ver p.319). com Atividade Delirante [292.90) (ver p.186) Perturbações Induzidas por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.89] (ver p.8 Perturbação do Humor Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) [292. com Características Psicóticas. a definição usada em classificações anteriores (por exemplo.9 Perturbações Relacionadas com Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Sem Outra Especificação [292. Diferentemente destas definições baseadas em sintomas. diferentes definições. Uma definição menos restrita deveria também incluir alucinações dominantes que o sujeito entende como experiências alucinatórias.9] Especificações Podem ser aplicadas ao diagnóstico de Dependência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) as seguintes especificações (ver pormenores na p. Outras perturbações que possam apresentar sintomas psicóticos (mas não como característica de definição) estão incluídas noutra parte deste manual (por exemplo.Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência F19. discurso desorganizado. O termo psicótico recebeu. na secção "Perturbações do Humor"). nas secções Demência do Tipo Alzheimer e Delirium Induzido por Substâncias em "Delirium. ocorrendo estas alucinações na ausência de crítica sobre a sua natureza patológica. A definição mais restrita de psicótico está limitada a idéias delirantes ou alucinações dominantes. de tal modo que a perturbação mental era designada "psicótica" se resultasse em "incapacidade que interferisse marcadamente com a realização das . Demência e Perturbações Mnésicas e Outras Cognitivas". comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico). embora nenhuma delas tenha alcançado aceitação universal. DSM-II e ICD-9) foi provavelmente demasiado inclusiva e focada na gravidade da incapacidade funcional.183): 0 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce 0 Remissão Total Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 Em Ambiente Controlado 4 Ligeira/Moderada/Grave Especificar se: Com Dependência Fisiológica Sem Dependência Fisiológica página 279 Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas As perturbações incluídas nesta secção são todas caracterizadas por terem por definição sintomas psicóticos. Mais ampla continua a ser uma definição que também inclui outros sintomas positivos da Esquizofrenia (isto é. nas secções Perturbação Depressiva Major. historicamente. Desorganizada. ou exposição a tóxicos. Estão incluídas nesta secção as seguintes perturbações: A Esquizofrenia. A Perturbação Delirante. Indiferenciada e Residual). o termo psicótico refere-se a idéias delirantes. como perturbação na qual um episódio de perturbação do humor e os sintomas de fase ativa da Esquizofrenia ocorrem conjuntamente e são precedidos. Na Esquizofrenia. . Perturbação Esquizoafetiva e Perturbação Psicótica Breve. quaisquer alucinações dominantes. discurso desorganizado. A Perturbação Esquizoafetiva. medicamentos. como perturbação psicótica com duração superior a um dia e remissão no período de um mês. sintomas negativos).necessidades quotidianas". Na Perturbação Psicótica Devida a um estado físico geral. caracterizada por uma apresentação sintomática equivalente à Esquizofrenia exceto na sua duração (isto é. A Perturbação Psicótica Induzida. por um período pelo menos de duas semanas. Catatônica. ou seguidos. Finalmente. o termo psicótico é equivalente a delirante. na ausência de sintomas de perturbação do humor dominantes. os sintomas psicóticos são entendidos como sendo uma conseqüência fisiológica direta de abuso de drogas. Finalmente. a perturbação dura entre um e seis meses) e pela ausência de um critério que é o declínio do funcionamento. caracterizada pela duração inferior a um mês com idéias delirantes não bizarras sem outros sintomas de fase ativa de Esquizofrenia. o termo foi definido conceptualmente como uma perda dos limites do "eu" ou uma marcada incapacidade de avaliação da realidade. de idéias delirantes ou alucinações. como perturbação que se desenvolve num sujeito influenciado por outro que desenvolveu idéias delirantes de conteúdo semelhante. A Perturbação Psicótica Breve. As perturbações desta secção enfatizam diferentes aspectos das várias definições de psicótico. Na Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. na Perturbação Delirante e na Perturbação Psicótica Induzida. dois [ou mais] dos seguintes: idéias delirantes. o termo psicótico referese a idéias delirantes ou apenas àquelas alucinações que não são acompanhadas de sentido crítico. comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico. A Perturbação Esquizofreniforme. discurso desorganizado. os sintomas psicóticos são entendidos como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral. Perturbação Esquizofreniforme. Estão também incluídas nesta secção definições de subtipos de esquizofrenia (Paranóide. como perturbação que dura pelo menos seis meses e inclui pelo menos um mês de fase de sintomas ativos (isto é. comportamento desorganizado ou catatônico. alucinações. Nas Perturbações Psicóticas Devidas a um estado físico geral e na Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. comportamento. capacidade hedônica. que podem por sua vez estar relacionadas com diferentes mecanismos neuronais subjacentes e correlatos clínicos: a "dimensão psicótica" inclui idéias delirantes e alucinações. Os sintomas positivos parecem refletir um excesso ou distorção de funções normais. fluência e produção de pensamento e discurso. enquanto os sintomas negativos parecem refletir uma diminuição ou perda de funções normais. enquanto a "dimensão desorganizada" inclui discurso e comportamento . percepção (alucinações). afeto. Os sintomas positivos (Critérios Al-A4) incluem distorções ou exageros do pensamento indutivo (idéias delirantes). linguagem e comunicação (discurso desorganizado) e comportamento (comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico). Esquizofrenia As características essenciais da Esquizofrenia são um conjunto de sinais e sintomas característicos (tanto positivos como negativos) que estiveram presentes uma importante parte do tempo durante um período de um mês (ou um período mais curto no caso de tratamento bem sucedido). Estes sintomas positivos podem compreender duas dimensões distintas.A Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação está incluída para classificar situações psicóticas que não preenchem os critérios de nenhuma das Perturbações Psicóticas definidas nesta secção ou sintomatologia psicótica acerca da qual existe informação inadequada ou contraditória. Estes sinais e sintomas estão associados a uma marcada disfunção social ou ocupacional (Critério B). vontade e comportamento e atenção. Os sintomas característicos da Esquizofrenia envolvem um conjunto de disfunções cognitivas e emocionais que incluem percepção. o diagnóstico adicional de Esquizofrenia está apenas garantido se as idéias delirantes dominantes ou alucinações estiverem presentes pelo menos durante um mês (Critério F).positivos e negativos. linguagem e comunicação. Nenhum sintoma isolado é patognomônico de Esquizofrenia. pensamento indutivo. o diagnóstico envolve o reconhecimento de uma constelação de sinais e sintomas associados à incapacidade ocupacional ou funcionamento social. com alguns sinais da perturbação persistindo durante pelo menos seis meses (Critério A e C). Em sujeitos com um diagnóstico prévio de Perturbação Autística (ou outra Perturbação Global do Desenvolvimento). A alteração não é devida a Perturbação Esquizoafetiva ou a uma Perturbação do Humor com Características Psicóticas e não é devida a efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou estado físico geral (Critérios D e E). Os sintomas característicos (Critério A) podem ser conceitualizados em duas amplas categorias . Um exemplo de uma idéia delirante não bizarra é a falsa crença de que um sujeito de que está sob vigilância da polícia. espiado ou exposto a ridículo. estas incluem a crença de um sujeito que os seus pensamentos foram levados por uma força exterior ("roubo do pensamento") que pensamentos alheios foram colocados na sua mente ("inserção do pensamento") ou que o seu corpo ou ações estão a ser controlados ou manipulados por uma força exterior ("idéias delirantes de influenciamento").desorganizados. somático. seguido. especialmente entre diferentes culturas. As idéias delirantes são consideradas bizarras se são claramente implausíveis e não compreensíveis e não provêm de experiências de vida corrente. A distinção entre idéia delirante e uma idéia bastante segura é por vezes difícil de fazer e depende do grau de convicção com que a crença é suportada apesar de evidência clara ou contraditória. As alucinações auditivas são normalmente vividas como vozes. o sujeito acredita que determinados gestos. Um exemplo de uma idéia delirante bizarra é a crença de um sujeito de que um estranho lhe retirou os órgãos internos e os substituiu por outros sem deixar quaisquer feridas ou cicatrizes. letras de canções ou outras situações ambientais lhe são especificamente dirigidas. persecutório. Os sintomas negativos (Critério A5) incluem restrições no conjunto e intensidade de expressões emocionais (embotamento afetivo). auditiva. embora vozes assustadoras ou pejorativas sejam especialmente comuns. As idéias delirantes persecutórias são as mais comuns. O conteúdo pode ser bastante variável. As alucinações (Critério A2 ) podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial (por exemplo. na fluência e produtividade de pensamento e discurso (alogia). Caso as idéias delirantes sejam consideradas bizarras. As idéias delirantes (Critério Al) são falsas crenças que habitualmente envolvem uma interpretação errada das percepções ou experiências. Certos tipos de alucinações . tanto familiares como não familiares. o sujeito acredita que está a ser atormentado. jornais. religioso ou de grandeza). olfativa. e são percebidas como distintas do próprio pensamento do sujeito. As idéias delirantes que exprimem uma perda de controlo da mente ou corpo (isto é. basta este sintoma isolado para preencher o critério A de Esquizofrenia. e a iniciação de um comportamento dirigido com objetivo (avolição). Apesar de as idéias delirantes bizarras serem consideradas como característica especial da Esquizofrenia. comentários. visual. As idéias delirantes de autoreferência também são comuns. aquelas incluídas como "sintomas de primeira linha" de Schneider) são geralmente consideradas como bizarras. envolvido numa armadilha. mas as alucinações auditivas são as mais comuns e características da Esquizofrenia. gustativa e sinestésica). a "bizarria" pode ser difícil de avaliar. O seu conteúdo pode incluir uma grande variedade de temas (por exemplo. passagens de livros. auto-referência. Como a desorganização ligeira do discurso é comum e inespecífica. e. o conceito de discurso desorganizado (Critério A3) foi enfatizado na definição de Esquizofrenia usada neste manual. Experiências isoladas de ouvir chamar pelo próprio ou experiências em relação às quais falta a qualidade das percepções externas (por exemplo. O comportamento manifestamente desorganizado (Critério A4) pode traduzir-se de várias formas desde a aparência pueril das crianças até à agitação imprevisível. o sintoma deve ser suficientemente grave para causar uma alteração substancial na comunicação eficaz. zunidos na cabeça) também não são consideradas como alucinações características da Esquizofrenia. vestir diversos casacos. ou pode apresentar um comportamento sexual claramente inadequado (por . A pessoa pode "sair do curso" de um tópico para outro ("descarrilamento" ou "afrouxamento das associações"). levando a dificuldades em desenvolver atividades quotidianas tais como preparar refeições ou manter a higiene. as respostas a questões podem estar relacionadas "ao lado" ou completamente sem relação ("tangencialidade"). "afrouxamento de associações") foi considerado por alguns autores (Bleuler em particular) como sendo a característica única mais importante da Esquizofrenia. Os problemas podem ser notados em qualquer forma de comportamento dirigido. As alucinações podem também ser uma parte normal de experiências religiosas em certos contextos cultura? O pensamento desorganizado ("perturbação formal do pensamento". O discurso de sujeitos com Esquizofrenia pode ser desorganizado de várias formas. cachecóis e luvas num dia quente). duas ou mais vozes conversando uma com a outra ou vozes mantendo comentários constantes sobre o pensamento ou comportamento do sujeito) foram consideradas como sendo particularmente características da Esquizofrenia e foram incluídas nos sintomas de primeira linha de Schneider. então apenas um único sintoma é necessário para preencher o Critério A. Devido à dificuldade inerente em desenvolver uma definição objetiva de "perturbação do pensamento" e porque a avaliação clínica do pensamento é primariamente baseada no discurso do sujeito. o discurso pode estar tão desorganizado que é praticamente incompreensível e se assemelha às afasias receptivas na sua desorganização lingüística ("incoerência" ou "salada de palavras"). As alucinações podem ocorrer num contexto do estado vigil. O sujeito pode aparecer muito descuidado. aquelas que ocorrem no início do sono (hipnagógicas) ou ao acordar (hipnopômpicas) são consideradas como estando dentro dos limites da experiência normal.auditivas (isto é. Se estes tipos de alucinações estiverem presentes. Um pensamento desorganizado ou discurso menos graves podem ocorrer durante as fases prodrómicas ou residuais da Esquizofrenia (ver Critério C). raramente. pode vestir-se de uma forma pouco comum (por exemplo. ou atividade motora excessiva sem objetivo ou não estimulada (excitação catatônica). A avolição é caracterizada por uma incapacidade de iniciar e persistir em atividades com objetivo. 173) e Perturbações do Movimento Induzidas por Substâncias (ver Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos. Três sintomas negativos . O sujeito com alogia aparenta ter uma diminuição de pensamentos que é refletida na diminuição da fluência ou produtividade do discurso. A alogia (pobreza do discurso) é manifestada por respostas breves lacônicas ou sem conteúdo. É prudente não aplicar este critério de forma muito ampla. p. a manutenção de uma postura rígida e resistência aos esforços indutores de movimento (rigidez catatônica) resistência ativa a instruções ou tentativas para ser movido (negativismo catatônico).estão incluídos na definição de Esquizofrenia. em perturbações físicas (ver Perturbação Catatônica Devida a Um Estado Físico Geral. anedonia) estão indicados secção abaixo "Perturbações e Características Associadas". Os comportamentos motores catatônicos (Critério A4) incluem uma marcada diminuição da reatividade ao meio. Embora um sujeito com embotamento afetivo possa ocasionalmente sorrir ou ser caloroso.embotamento afetivo. Embora a catatonia tenha estado historicamente associada à Esquizofrenia. Pode ser útil observá-lo interagindo com terceiros para determinar se o embotamento afetivo é suficientemente persistente para preencher este critério. p.exemplo. o clínico deve ter em atenção que os sintomas catatônicos não são específicos e podem ocorrer noutras perturbações mentais (ver Perturbações Afetivas com Características Catatônicas. Esta situação deve ser diferenciada da ausência de desejo de falar. alogia e avolição . Da mesma forma. com reduzido contacto ocular e reduzida expressão corporal. Os sintomas negativos da Esquizofrenia (Critério A5) contribuem para um marcado grau de morbilidade associada a esta perturbação. uns momentos de agitação ou agressividade não devem ser considerados como evidência de Esquizofrenia. 754). p. o seu espectro de expressividade emocional está na maior parte do tempo claramente diminuído. O comportamento marcadamente desorganizado deve ser distinguido do comportamento que é meramente sem objetivo e do comportamento organizado que é motivado por crenças delirantes. especialmente se a motivação é compreensível. a assunção de posturas inapropriadas ou bizarras (postura catatônica). O sujeito pode sentar-se por longos períodos de tempo e demonstrar pouco interesse em participar em trabalhos ou atividades . masturbar-se em público) ou agitação súbita e imprevisível (por exemplo. O embotamento afetivo é especialmente comum e é caracterizado pela aparência imóvel e sem resposta da face do sujeito. outros sintomas negativos (por exemplo. por vezes atingindo um grau extremo de inatenção (estupor catatônico). um juízo clínico que requer a observação ao longo do tempo e em situações variadas. gritando ou chorando). 393). Contudo. se as idéias delirantes têm caráter bizarro ou as alucinações envolvem "vozes em comentários" ou "vozes em conversa". uma idéia delirante paranóide ou alucinações dominantes). o Critério A pode ainda ser considerado como preenchido se o clínico entender que os sintomas teriam persistido por um mês na ausência de tratamento eficaz. Por exemplo. como efeitos adversos da medicação. A medicação neuroléptica com freqüência produz efeitos adversos extrapiramidais que se assemelham muito ao embotamento afetivo ou à avolição. O isolamento social ou o empobrecimento do discurso podem não ser bem concebidos como sintomas negativos caso ocorram como conseqüência de um sintoma positivo (por exemplo. Foi sugerido que a constância dos sintomas negativos sejam referidos como sintomas "deficitários". os sintomas negativos são difíceis de avaliar. No estabelecimento da presença de sintomas negativos. como Perturbação do Humor. devidos à reduzida estimulação do meio ou à desmoralização). dos efeitos do ajustamento da dose e dos efeitos da medicação anticolinérgica. Por exemplo. A presença desta constelação relativamente grave de sinais e sintomas é referida como "fase ativa". o comportamento de um sujeito que tem a idéia delirante de que estará em perigo se deixar o seu quarto falar com alguém pode simular a alogia ou avolição. como conseqüência dos sintomas positivos.sociais. Nas crianças a avaliação de sintomas característicos deve incluir a devida consideração com a presença de outras perturbações ou dificuldades de desenvolvimento. a estimulação ambiental reduzida ou a desmoralização podem resultar numa apatia ou avolição aprendida. enquanto aqueles sofrendo de Esquizofrenia têm uma diminuição ou ausência de afetos. o discurso desorganizado de uma criança com um Perturbação do Desenvolvimento da Comunicação não deve contribuir . pois ocorrem num contínuo com a normalidade. provavelmente o teste mais eficaz é a determinação da presença persistente por um período considerável de tempo apesar dos esforços dirigidos para resolver cada uma das . então a presença de apenas um item é requerida. da natureza e tipo de neuroléptico. Finalmente. não são específicos e podem ser devido a uma variedade de outros fatores (por exemplo. Embora muito freqüentes na Esquizofrenia. Nos casos em que os sintomas de fase ativa remitam no espaço de um mês em resposta ao tratamento.potenciais causas descritas acima. A distinção difícil de sintomas negativos de sintomas depressivos pode ser auxiliada por outros sintomas presentes e pelo fato de que sujeitos com sintomas de depressão apresentam tipicamente um humor dolorosamente intenso. O critério A da Esquizofrenia requer que pelo menos dois dos cinco itens estejam simultaneamente presentes pelo menos durante um mês. A distinção entre os verdadeiros sintomas negativos e os efeitos adversos da medicação depende do juízo clínico relacionado com a gravidade dos sintomas negativos. se uma mulher abandona o seu trabalho devido a idéias delirantes circunscritas de que o seu patrão está a tentar matá-la. exceto se o grau de desorganização for suficientemente maior do que o esperado na base de uma Perturbação do Desenvolvimento da Comunicação isolada. Por exemplo. Durante este período de tempo. trabalho ou educação ou cuidados com o próprio) (Critério B). vago ou abertamente abstrato ou concreto. e o seu comportamento pode ser peculiar mas não claramente desorganizado (por exemplo murmurar para si próprio. o seu discurso pode ser globalmente compreensível mas digressivo. contudo. relacionamento interpessoal. Os sintomas prodrómicos estão frequentemente presentes antes do início da fase ativa e os sintomas residuais podem seguir-se. A maioria (60%-70%) dos sujeitos com Esquizofrenia não casam e tem contactos sociais relativamente limitados. colacionar objetos estranhos e aparentemente . página 284 Muitos sujeitos são incapazes de manter um trabalho continuado no tempo e estão empregados a um nível abaixo do dos seus pais ("deslocamento para nível inferior"). mais do que uma deterioração do funcionamento. Alguns sintomas prodrómicos e residuais são relativamente ligeiros ou formas limites de sintomas positivos especificados no Critério A. Alguns sinais da perturbação devem existir por um período continuado de pelo menos seis meses (Critério C). pode existir uma incapacidade para atingir o que seria esperado para o sujeito. O progresso escolar está frequentemente afetado e o sujeito pode ser incapaz de terminar os estudos. o funcionamento é claramente inferior àquele que foi atingido antes do início dos sintomas. Comparar o sujeito com os irmãos não afetados pode ser útil na realização desta determinação. Os sujeitos podem expressar uma variedade de crenças pouco comuns ou estranhas que não atinjam a proporção delirante (por exemplo. A Esquizofrenia envolve a disfunção de uma ou mais áreas de funcionamento major (por exemplo. A disfunção persiste por um período substancial durante a evolução da perturbação e não parece ser conseqüência direta de um único fator. Tipicamente. isto por si só não é evidência suficiente para preencher este critério. sensação de presença de um ser ou força invisível na ausência de alucinações formadas). deve estar presente pelo menos um mês de sintomas (ou menos de um mês caso os sintomas sejam tratados com sucesso) que preencham o Critério A da Esquizofrenia (fase ativa). Se a perturbação tem início na infância ou adolescência. podem sofrer experiências perceptuais pouco comuns (por exemplo. idéias de autorelacionação ou pensamento mágico). exceto se existir um tipo mais global de dificuldades (geralmente em domínios múltiplos do funcionamento).para o diagnóstico de Esquizofrenia. 296) F20. Estes sintomas negativos são com freqüência.60] (ver p.3x Tipo Indiferenciado [295.2x Tipo Catatônico [295. tornar-se mais reservados e menos curiosos. Além deste sintomas de tipo positivo. Com Sintomas Negativos Dominantes pode ser adicionado caso estes sintomas residuais incluam os sintomas negativos . e poder passar a maior parte do tempo na cama.x0 Contínua. o primeiro sinal de que algo não está bem.x Tipo Paranóide [295. 294) F20.desnecessários).20] (ver p. Este especificador aplica-se quando existiu um episódio isolado no qual foi preenchido o Critério A da Esquizofrenia e permanecem alguns sintomas residuais clinicamente significativos.30] (ver p. Especificadores de Subtipos e de Evolução O diagnóstico de um subtipo particular é baseado no quadro clínico que determinou a avaliação mais recente ou admissão para cuidados clínicos podendo assim modificar-se ao longo do tempo. 295) F20. Com Sintomas Negativos Dominantes pode ser adicionado caso os sintomas negativos dominantes estejam presentes durante estes períodos residuais.90] (ver p. Este especificador aplica-se quando a evolução é caracterizada por episódios nos quais é preenchido o Critério A da Esquizofrenia e não existem entre os episódios sintomas residuais clinicamente significativos. para a família. Este especificador aplica-se quando são encontrados durante toda (ou praticamente toda) a evolução os sintomas característicos do Critério A. Este especificador aplica-se quando a evolução é caracterizada por episódios nos quais é preenchido o Critério A da Esquizofrenia e existem entre os episódios sintomas residuais clinicamente significativos.5x Tipo Residual [295. os sintomas negativos são particularmente comuns nas fases prodrómica e residual podendo ser bastante graves. 293) F20.x4 Episódio Isolado em Remissão Parcial.10] (ver p. . Com Sintomas Negativos Dominantes pode ser adicionado caso os sintomas negativos dominantes também estejam presentes. . perder o interesse por atividades anteriormente agradáveis. .x3 Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos. Sujeitos que tenham sido socialmente ativos podem ficar isolados. . 297) Os seguintes especificadores podem ser utilizados para indicar as características de evolução ao longo do tempo dos sintomas de Esquizofrenia. É facultado um texto e critérios separados para cada um dos seguintes subtipos: F20.lx Tipo Desorganizado (295. alguns membros da família podem mesmo referir que sentiram o sujeito "progressivamente cair".x2 Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos. Embora as funções intelectuais básicas estejam classicamente consideradas intactas na Esquizofrenia.3x para o Tipo Indiferenciado [295. Menos um ano desde o início dos sintomas de fase ativa Procedimentos de Registro O código de diagnóstico para a Esquizofrenia é selecionado com base no subtipo apropriado: F20.02 Esquizofrenia. que é uma característica de definição do Tipo Desorganizado. Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos.1x para o Tipo Desorganizado [295.30].20).30]).x9. O sujeito com Esquizofrenia pode apresentar o afeto desadequado (por exemplo. F20.60].dominantes. dormir durante o dia e atividade ou agitação noturna). . Com freqüência existem alterações da atividade psicomotora (por exemplo. os especificadores de evolução são anotados após o subtipo apropriado (por exemplo. sorrir. No registro do nome da perturbação. O sujeito pode manifestar perda do interesse pela alimentação ou pode recusá-la como conseqüência de crenças delirantes. São com freqüência evidentes as dificuldades de concentração e estas podem refletir problemas com o foco de atenção ou com a distratibilidade devida a preocupações com os estímulos externos. ansiedade ou angústia. F20. A anedonia é comum e é manifestada pela perda do campo de interesses ou capacidade de ter prazer. marcar passo. F202x para o Tipo Catatônico [295.5x para o Tipo Residual [295. F20.x5 Episódio Isolado em Remissão Completa. rir ou expressão facial pueril na ausência de estímulo apropriado). balancear ou imobilidade apática). O sujeito pode estar confuso ou desorientado ou pode . com Sintomas Negativos Dominantes [295. . Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Este especificador é utilizado caso outro quadro evolutivo ou quadro evolutivo não especificado tenha estado presente.10]. alguns indicadores de disfunção cognitiva estão presentes. Podem existir alterações do padrão do sono (por exemplo. .x8 Outro ou Quadro Sem Outra Especificação. Este especificador aplicase quando existiu um episódio isolado no qual foi preenchido o Critério A da Esquizofrenia e não persistem quaisquer sintomas residuais clinicamente significativos. Tipo Paranóide.0x para o Tipo Paranóide [295. O humor disfórico pode tomar a forma de depressão.10]. F20. O código do quinto dígito depende do especificador de evolução (ver acima). Alguns sujeitos com Esquizofrenia bebem quantidades excessivas de líquidos ("intoxicação pela água") e desenvolvem alterações da densidade da urina ou do . Alterações estruturais do cérebro têm sido consistentemente demonstradas em grupos de sujeitos com Esquizofrenia. As Perturbações Esquizotípica Esquizóide ou Paranóide da Personalidade pode preceder o início da Esquizofrenia. posturas. A co-morbilidade com Perturbações Relacionadas com Substâncias (incluindo a dependência de nicotina) é comum. as alterações estruturais mais comuns são o alargamento do sistema ventricular e a acentuação dos sulcos corticais. aproximadamente 10% dos sujeitos com Esquizofrenia suicidam-se. Dados laboratoriais associados. Não é claro se estas Perturbações da Personalidade são apenas pródromos da Esquizofrenia ou se constituem perturbações precoces autônomas. o desemprego e a "alta" hospitalar recente. Alterações motoras (por exemplo. a desrealização e as preocupações somáticas podem ocorrer e por vezes tomar proporções delirantes.apresentar dificuldades de memória durante o período de exacerbação dos sintomas ativos ou na presença de sintomas negativos acentuados. a idade inferior a 30 anos. alterações da atenção. A expectativa de vida dos sujeitos com Esquizofrenia é mais reduzida do que a população em geral por várias razões. Contudo. comportamento ritual ou estereotipias) estão por vezes presentes. "caretas". Nenhum achado laboratorial foi até hoje identificado como diagnóstico da Esquizofrenia. vários achados laboratoriais têm sido encontrados em grupos de sujeitos com Esquizofrenia relativamente a outros de controlo. diminuição das dimensões do lobo temporal e hipocampo aumento das dimensões dos gânglios da base. alterações dos movimentos oculares ou alterações do input sensorial. os sintomas depressivos. córtex pré-frontal) alterações da irrigação cerebral ou da utilização da glicose. dificuldades de mudança de padrão de resposta. As técnicas de imagiologia funcional indicaram que alguns sujeitos podem ter em regiões específicas do cérebro (por exemplo. Constituem fatores de risco para o suicídio o sexo masculino. Foram também notadas várias outras anomalias quando da utilização de técnicas de imagiologia estrutural (por exemplo. A avaliação neuropsicológica pode evidenciar uma vasta gama de disfunções (por exemplo. O suicídio é um fator importante. diminuição da dimensão do cérebro). Existem dados contraditórios em relação à freqüência de atos violentos superiores à população em geral. maneirismos estranhos. formulação de conceitos abstratos). A despersonalização. Achados laboratoriais anormais também podem ser notados tanto como complicação da Esquizofrenia como do seu tratamento. provavelmente porque predispõe o sujeito à falta de adesão ao tratamento. A ausência de crítica é comum e pode ser um dos melhores preditores de mau prognóstico. Achados neurofisiológicos incluem lentificação dos tempos de reação. Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos (ver p. "fungar". A elevação da fosfoquinase (CPK) pode ser resultante da Síndrome Maligna dos Neurolépticos (ver p. má coordenação ou "imagem em espelho". embora sejam difíceis de distinguir dos efeitos neurolépticos. 754). 760) e Síndrome Maligna dos Neurolépticos (ver p. A maioria destas estão associadas a efeitos adversos da medicação antipsicótica. Caso a avaliação seja realizada numa . a avaliação do discurso desorganizado pode tornar-se difícil devido a variação lingüística do estilo narrativo através das culturas que afetam a forma lógica e a apresentação verbal. Algumas anomalias físicas minor (por exemplo. 765). 757). "grunhir") foram descritas na época pré-neuroléptica e ainda são observadas. As alterações motoras espontâneas semelhantes àquelas que podem ser induzidas por neurolépticos (por exemplo. Dados do exame somático e estados físicos associados. tais como confusão direito/esquerdo. Características Especificas da Cultura. do contacto visual e da mímica corporal que variam nas diferentes culturas. Outros achados físicos podem estar relacionados com outras perturbações com alguma freqüência associadas. magia e bruxaria) podem ser comummente aceites noutra. "estalar da língua". distância interocular encurtada ou alargada ou malformações menores da implantação do pavilhão auricular) podem ser mais comuns em sujeitos com Esquizofrenia.equilíbrio hidreletrolítico. Por exemplo. Nalgumas culturas as alucinações visuais ou auditivas que surgem num contexto religioso podem ser um aspecto normal de experiência mística (por exemplo. Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos (ver p. enfisema e outros problemas pulmonares e cardíacos). As alterações motoras associadas ao tratamento neuroléptico incluem Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos (ver p. 757). palato alto e arqueado. como a Dependência de Nicotina é comum na Esquizofrenia. Provavelmente os achados físicos associados mais comuns são as alterações motoras. As idéias que podem parecer delirantes em determinada cultura (por exemplo. 762). Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos (ver p. ver a Virgem Maria ou ouvir a voz de Deus). Ainda. A avaliação do humor necessita de sensibilidade para diferenciar os estilos da expressão emocional. Os sujeitos com Esquizofrenia são por vezes fisicamente "desajeitados" e podem apresentar "sinais ligeiros" neurológicos. estes sujeitos estão mais aptos a desenvolverem patologias relacionadas com o consumo de cigarros (por exemplo. Idade e Gênero O clínico ao avaliar os sintomas da Esquizofrenia em situações socioeconômicas ou culturais diferentes da sua deve ter em conta este aspecto. exceto para uma elevada percentagem de mulheres. Perturbações Globais do Desenvolvimento). A Esquizofrenia também pode ter início em fases tardias da vida (por exemplo. sendo raro o início antes da adolescência (embora tenham sido descritos casos com início aos cinco e seis anos de idade). após os 60 anos). As idéias delirantes e as alucinações. Os sujeitos com Esquizofrenia nos países em vias de desenvolvimento têm tendência a apresentar uma evolução mais aguda e um melhor prognóstico do que os sujeitos em países industrializados. A evolução é geralmente crônica. O discurso desorganizado é observado em diversas perturbações com início na infância (por exemplo. Existe alguma evidência de que os clínicos têm tendência em alguns grupos étnicos a sobrediagnosticar a Esquizofrenia (em vez da Perturbação Bipolar). nas crianças. mais sintomas afetivos dominantes e melhor . Existem diferenças de gênero na apresentação e evolução da Esquizofrenia. para uma melhor história ocupacional e para uma maior freqüência em relação a ter sido casado. O início da Esquizofrenia ocorre tipicamente entre o final da segunda e meados da quarta década de vida. embora os sujeitos apresentem melhor resposta à medicação antipsicótica em doses mais baixas. O seu papel específico na patogênese permanece por esclarecer.língua que não a primária do sujeito. Devido ao significado cultural que as atividades autoiniciadas ou com objetivo têm em diferentes enquadramentos. O comportamento catatônico tem sido referenciado com pouco comum nos Estados Unidos mas é mais comum nos países de Leste. devem ser também cuidadosamente avaliadas as alterações da volição. perda auditiva) aparentemente ocorre com mais freqüência que na população adulta em geral. Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. Estes sintomas não devem ser atribuídos à Esquizofrenia sem ter em consideração estas perturbações mais comuns na infância. a deficiência sensorial (por exemplo. Entre aqueles com início mais tardio (por exemplo. devem ser tomadas precauções para que a alogia não esteja relacionada com a barreira lingüística. Têm sido notadas diferenças culturais na apresentação e evolução da Esquizofrenia. As características essenciais da perturbação são as mesmas na criança mas pode ser particularmente difícil fazer o diagnóstico neste grupo. Perturbações do Desenvolvimento da Comunicação. Perturbação de Movimentos Estereotipados). após os 45 anos). É mais provável que na apresentação clínica estejam presentes as idéias delirantes paranóides e as alucinações e menos provável que esteja incluído o discurso desorganizado e os sintomas negativos. Os casos de início tardio tendem a ser semelhantes aos de início precoce. podem ser menos elaboradas que as observadas nos adultos e as alucinações visuais podem ser mais comuns. As mulheres têm maior tendência a manifestarem um início mais tardio. tal como o comportamento desorganizado (por exemplo. a prevalência de Esquizofrenia durante toda a vida está habitualmente calculada em 0. crises de cólera). rural versus urbano. estando a primeira calculada aproximadamente em 1 para 10 000 por ano. Os membros da família podem entender este comportamento difícil de interpretar e inferir que o sujeito está a "passar por uma fase". Embora durante muito tempo tenha sido aceite que os homens e as mulheres fossem afetados em número praticamente igual. A idade de início pode ter significado fisiopatológico e de prognóstico. mas a maioria dos sujeitos apresentam alguns fenômenos de fase prodrómica manifestados pelo desenvolvimento lento e progressivo de diversos sinais e sintomas (por exemplo. os cálculos sobre a relação entre a percentagem dos sexos são confundidas por fatores de aferição e definição. maior evidência de alterações estruturais cerebrais. sinais e sintomas . deficiência na higiene e cuidados pelo próprio. enquanto estudos baseados em populações na comunidade sugerem uma igual percentagem entre os sexos. Evolução A idade média para o início do primeiro episódio psicótico de Esquizofrenia situa-se. Prevalência Existe uma variação na prevalência referida para a Esquizofrenia pelo fato de os estudos realizados utilizarem métodos diferentes de aferição (por exemplo. para os homens. Definições mais alargadas de Esquizofrenia. Como a Esquizofrenia tem tendência à cronicidade. êxito escolar mais reduzido. o aparecimento de algum sintoma de fase ativa marca a perturbação como Esquizofrenia. O início pode ser agudo ou insidioso. comunidade versus clínica/hospital) e definições diferentes de Esquizofrenia (critérios restritos versus alargados.2% e 2. para as mulheres. Eventualmente. comportamento estranho. As prevalências são semelhantes em todo o mundo. a incidência é consideravelmente mais baixa do que a prevalência. contudo. Estudos baseados em populações hospitalares sugerem uma percentagem mais elevada de Esquizofrenia nos homens. A prevalência calculada em estudos com grandes populações variou entre 0. isolamento social. com base em critérios versus avaliação clínica). respeitantes à ligação com as Perturbações do Humor sustentam uma mais elevada relação mulher-homem do que o construto mais restrito de Esquizofrenia utilizado neste manual. mas foram também referidas áreas específicas de alta prevalência. Os sujeitos com um início mais precoce são mais frequentemente homens e têm uma pior adaptação pré-mórbida. no final da mesma. Tomando em atenção todas estas fontes de informação.0%.prognóstico. do início a meados da terceira década de vida e.5% a 1%. perda de interesse na escola ou no trabalho. um retorno pleno ao funcionamento prémórbido) não é provavelmente comum nesta perturbação. enquanto os parentes adotados não têm qualquer aumento de risco. enquanto outros evidenciam um agravamento progressivo associado a uma incapacidade grave. . enquanto outros mantendo-se cronicamente doentes. se podem tornar cada vez mais dominantes ao longo da evolução da doença. Há indícios de que os sintomas negativos. sintomas residuais mínimos. A remissão completa (isto é. o sexo feminino. maior evidência de incapacidade cognitiva avaliado em testes neuropsicológicos e pior prognóstico. Como estes sintomas positivos respondem bem ao tratamento. com alguns sujeitos apresentando exacerbações e remissões. tipicamente diminuindo de intensidade. Dos que permanecem doentes. nalguns sujeitos. acontecimentos precipitantes associados. duração breve dos sintomas de fase ativa. perturbação do humor associada. não é possível um sumário fiel do prognóstico a longo prazo para a Esquizofrenia. surgindo primariamente como características prodrómicas. o início agudo. ausências de alterações estruturais cerebrais. No início da doença podem ser dominantes os sintomas negativos. Pelo contrário. o início tardio. em muitos sujeitos persistem apenas os sintomas negativos entre os episódios de sintomas positivos. apresentam menor evidência de alterações estruturais cerebrais ou incapacidade cognitiva e têm melhor prognóstico. Muitos estudos têm indicado um grupo de fatores associados a um melhor prognóstico. um bom funcionamento intercrítico. uma história familiar de Perturbação do Humor e a ausência de história familiar de Esquizofrenia. Embora numerosos estudos sugiram a importância dos fatores genéticos na etiologia da Esquizofrenia. Devido às variações na definição e avaliação. a existência de discordância substancial em gêmeos monozigóticos também indica a importância dos fatores ambientais.negativos mais dominantes. funcionamento neurológico normal. Características Familiares Os parentes biológicos em primeiro grau dos sujeitos com Esquizofrenia têm um risco de doença dez vezes maior que a população em geral. alguns parecem ter uma evolução relativamente estável. Estes incluem uma boa adaptação pré-mórbida. Posteriormente. Os estudos sobre adoção demonstraram que os parentes de sujeitos com Esquizofrenia têm um risco substancialmente aumentado. A maioria dos estudos sobre evolução e prognóstico da Esquizofrenia sugerem que esta pode ser variável. A concordância é superior nos gêmeos monozigóticos que nos dizigóticos. surgem os sintomas positivos. os sujeitos com início mais tardio pertencem mais frequentemente ao sexo feminino. as anfetaminas tipicamente produzem idéias delirantes e estereotipias mas não embotamento afetivo ou sintomas negativos dominantes). um medicamento ou a exposição a um tóxico) é julgada como etiologicamente relacionada com as idéias delirantes ou as alucinações (ver p. Seria ideal que o clínico observasse o sujeito durante um período mantido (por exemplo. Contudo. uma droga de abuso. tumor cerebral) (ver p.Diagnóstico Diferencial Uma grande variedade de perturbações físicas podem apresentar sintomas psicóticos. exame físico ou testes laboratoriais indicando que as idéias delirantes ou as alucinações são uma conseqüência fisiológica direta da um estado físico geral (por exemplo. estar presentes por um período substancial de tempo da duração total da perturbação e as . 319). Caso os sintomas psicóticos ocorram exclusivamente durante os períodos de perturbação do humor. síndrome de Cushing. A distinção entre a Esquizofrenia e a Perturbação do Humor com Características Psicóticas e a Perturbação Esquizoafetiva é difícil pelo fato de as perturbações do humor serem comuns durante as fases prodrómica. os sintomas afetivos devem. como estes períodos de abstinência são difíceis de conseguir. o diagnóstico de Perturbação do Humor com Características Psicóticas deverá ser realizado. também. Com base na variedade de características que caracterizam a evolução da Esquizofrenia e das Perturbações Relacionadas com Substâncias. Muitos outros tipos diferentes de Perturbações Induzidas por Substâncias podem produzir sintomas semelhantes à Esquizofrenia (por exemplo. o clínico deve determinar se os sintomas psicóticos foram iniciados ou mantidos pela utilização da substância. o Delirium ou a Demência são diagnosticadas quando existe evidência através da história. semanas) de abstinência. A Perturbação Psicótica Devida a um estado físico geral. ativa e residual da Esquizofrenia. a gravidade relativa dos sintomas psicóticos em relação à quantidade e duração da utilização da substância e o conhecimento dos sintomas característicos produzidos por uma substância particular (por exemplo. utilização mantida de anfetaminas ou cocaína pode produzir idéias delirantes ou alucinações. a fenciclidina pode produzir uma mistura de sintomas positivos e sintomas negativos). A Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. o clínico pode necessitar de ter em consideração outras evidências. Na Perturbação Esquizoafetiva deve existir um episódio de alteração do humor simultaneamente com os sintomas de fase ativa da Esquizofrenia. o Delirium Induzido por Substâncias e a Demência Persistente Induzida por Substâncias distinguem-se da Esquizofrenia porque uma substância (por exemplo. 315). tais como se os sintomas psicóticos aparentemente se exacerbam pela utilização da substância e se diminuem quando esta é retirada. Esta incerteza é particularmente freqüente no início da perturbação. Embora a Esquizofrenia e a Perturbação Global do Desenvolvimento (Perturbação Autística) partilhem perturbações da linguagem. discurso desorganizado ou sintomas negativos dominantes). ou ocorrem apenas durante as fases prodrómica ou residual. A Perturbação Psicótica Breve é definida pela presença de idéias delirantes. discurso desorganizado ou comportamento marcadamente catatônico ou desorganizado com a duração mínima de um dia mas inferior a um mês. Quando os sintomas afetivos que preenchem os critérios para uma perturbação do humor estão sobrepostos com a Esquizofrenia e têm um significado clínico particular o diagnóstico adicional de Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação ou Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação deve ser realizado. os sintomas afetivos na Esquizofrenia ou têm uma duração mais curta do que a duração total da perturbação. o comportamento desorganizado ou o embotamento ou inadequação afetiva e está associada com freqüência a um menor declínio do funcionamento relativamente a outros subtipos de Esquizofrenia. A Perturbação Delirante é particularmente difícil de diferenciar da Esquizofrenia Tipo Paranóide. alucinações. A Esquizofrenia de Tipo Catatônico pode ser difícil de distinguir da Perturbação do Humor com Características Catatônicas. O diagnóstico diferencial entre a Esquizofrenia e a Perturbação Delirante assenta na natureza das idéias delirantes (não bizarras na Perturbação Delirante) e na ausência de outros sintomas característicos da Esquizofrenia (por exemplo. Por definição a Esquizofrenia é diferente de Perturbação Esquizofreniforme devido à sua duração. alucinações. enquanto a duração total dos sintomas da Perturbação Esquizofreniforme deve ser no mínimo um mês e inferior a seis meses. Perturbação Esquizoafetiva) ou para determinar se os sintomas presentes são induzidos por substâncias ou são o resultado de um estado físico geral. porque este subtipo não inclui o discurso desorganizado. estas podem ser distinguidas de várias . A Perturbação Esquizofreniforme também não requer um declínio do funcionamento. afeto ou relacionamento interpessoal. O diagnóstico de Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação pode ser realizado caso exista informação insuficiente disponível para decidir entre Esquizofrenia e outras Perturbações Psicóticas (por exemplo. A Esquizofrenia envolve a presença de sintomas (incluindo os sintomas prodrómicos e residuais) pelo menos durante seis meses. ou não preenchem os critérios completos da perturbação do humor.idéias delirantes e as alucinações devem estar presentes pelo menos durante duas semanas na ausência de sintomas dominantes afetivos. Quando está presente um mau funcionamento psicossocial na Perturbação Delirante este deriva diretamente das próprias crenças delirantes. Em contraste. A Perturbação da Personalidade preexistente pode ser anotada no Eixo II seguida por "Pré-Mórbida" entre parênteses [por exemplo. e pode ser precedida por. e o discurso que está ausente ou é mínimo é caracterizado por estereotipias e anomalias da prosódia. as seguintes Perturbações da Personalidade: Esquizotípica.Sintomas característicos: dois (ou mais) dos seguintes. evitamento social e discurso vago e digressivo) com. cada um presente por uma porção significativa de tempo durante o período de um mês (ou menos se tratados com êxito): . A Esquizofrenia de início na infância deve ser distinguida das apresentações que na infância combinem discurso desorganizado (devido a Perturbação da Comunicação) e comportamento desorganizado (devido a Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção). na Perturbação Global do Desenvolvimento estão ausentes as idéias delirantes e alucinações dominantes. ideação paranóide. A Perturbação Global do Desenvolvimento é caracteristicamente reconhecida durante a infância (geralmente antes dos três anos) enquanto um início tão precoce é raro na Esquizofrenia. seja perturbação. Além do mais. O diagnóstico adicional de Esquizofrenia é adequado quando os sintomas são suficientemente graves para satisfazer o Critério A da Esquizofrenia. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os critérios da ICD-10 e do DSM-IV são similares em muitos aspectos importantes. × Critérios de diagnóstico para Esquizofrenia A. A Esquizofrenia pode ocasionalmente desenvolver-se em sujeitos com um diagnóstico preexistente de Perturbação Autística ou outra Perturbação Global do Desenvolvimento apenas se as alucinações ou idéias delirantes dominantes tenham estado presentes pelo menos durante um mês. Esquizóide e Paranóide. A definição de Esquizofrenia da ICD-10 requer apenas um mês de duração. sintomas catatônicos e sintomas negativos). tanto a Esquizofrenia com a Perturbação Esquizofreniforme. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 fornecem dois caminhos para respeitar os critérios para esquizofrenia: ter um sintoma de primeira linha de Schneider ou idéias delirantes bizarras ou ter pelo menos dois dos outros sintomas característicos (alucinações acompanhadas de idéias delirantes. mas não são idênticos. portanto cingindo-se às categorias de diagnóstico do DSM-IV. Além disso. Perturbação Esquizotípica da Personalidade (Pré-Mórbida)].formas. A Esquizofrenia partilha características (por exemplo. a definição da ICD-10 não requer deficiência funcional. pensamento mágico. são mais pronunciadas alteração do afeto. isto é. abuso de drogas ou medicamentos) ou a um estado físico geral. estejam marcadamente abaixo do nível atingido antes do início (ou quando se inicia na infância ou na adolescência a incapacidade para atingir o nível interpessoal. C. Neste período de seis meses devem estar incluídos pelo menos um mês de sintomas (ou menos. E. . experiências perceptivas pouco habituais). Durante estes períodos prodrómicos ou residuais os sinais da perturbação podem manifestar-se apenas por sintomas negativos ou dois ou mais dos sintomas apresentados de forma atenuada enumerados no Critério A (por exemplo. descarrilamento ou incoerência freqüente) (4) comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico (5) sintomas negativos. crenças estranhas. D. Maníacos ou Mistos. ou (2) caso os episódios de alteração do humor tenham ocorrido durante os sintomas de fase ativa mas a sua duração total tenha sido mais curta do que a duração dos períodos ativos e residuais.Disfunção social/ocupacional: desde o início da perturbação por um período significativo de tempo uma ou mais áreas major de funcionamento tal como o trabalho. sintomas de fase ativa) e podem estar incluídos períodos de sintomas prodrómicos ou residuais.Duração: os sinais contínuos da perturbação persistem pelo menos durante seis meses. embotamento efetivo.(1) idéias delirantes (2) alucinações (3) discurso desorganizado (por exemplo. alogia ou avolição Nota.Exclusão de perturbações relacionadas com ingestão de substâncias ou perturbações físicas: a perturbação não seja devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. B. Exclusão de Perturbação Esquizoafetiva ou do Humor: a Perturbação Esquizoafetiva ou a Perturbação do Humor com Características Psicóticas tenham sido excluídas devido a (1 ) não tenham ocorrido simultaneamente com os sintomas de fase ativa os Episódios de Depressão "Major". relacionamento interpessoal ou cuidado com o próprio. Só é necessário um sintoma do Critério A caso as idéias delirantes possuam caráter bizarro ou as alucinações consistam numa voz comentando o comportamento ou pensamento da pessoa ou duas ou mais vozes conversando entre elas. acadêmico ou ocupacional esperado). se tratados com êxito) que preencham o Critério A (isto é. Classificação da evolução longitudinal Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos (os episódios são definidos pela reemergência de sintomas psicóticos dominantes).Relação com a Perturbação Global do Desenvolvimento: caso exista história de Perturbação Autística ou de outra Perturbação Global do Desenvolvimento. o diagnóstico adicional de Esquizofrenia só é realizado se estiverem presentes idéias delirantes ou alucinações dominantes pelo período mínimo de um mês (ou menos. O diagnóstico de um subtipo particular é baseado no quadro clínico que originou a avaliação mais recente ou a admissão para cuidados clínicos e pode assim variar ao longo do tempo. o Tipo Paranóide e Desorganizado tendem a ser. e o Tipo Residual é para as apresentações nas quais exista evidência continuada da perturbação. mas em que os critérios para sintomas de fase ativa já não estejam .F. Não raramente. respectivamente. especificar também se: Com Sintomas Negativos Dominantes Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos Contínua (os sintomas psicóticos dominantes estão presentes durante o período de observação). Embora as implicações dos subtipos em relação ao prognóstico e tratamento sejam variáveis. A escolha do subtipo depende do seguinte algoritmo: o Tipo Catatônico é determinado sempre que os sintomas catatônicos estejam presentes (independentemente da presença de outros sintomas). se tratadas com êxito). o menos e o mais grave. especificar também se: Com Sintomas Negativos Dominantes Episódio Isolado em Remissão Parcial. Especificar também se: Com Sintomas Negativos Dominantes Episódio Isolado em Remissão Completa Outro ou Quadro Sem Outra Especificação Menos um ano desde o início dos sintomas de fase ativa página 293 Subtipos de Esquizofrenia Os subtipos de Esquizofrenia são definidos pela sintomatologia dominante na altura da avaliação. Desorganizado ou Paranóide. o Tipo Paranóide é determinado sempre que existir uma preocupação com as idéias delirantes ou as alucinações freqüentes sejam dominantes (exceto se o Tipo Catatônico estiver também presente). o Tipo Desorganizado é determinado sempre que o discurso e comportamento desorganizado ou o afeto inapropriado ou embotado sejam dominantes (exceto se o Tipo Catatônico estiver também presente). a apresentação pode incluir sintomas que são característicos de mais que um subtipo. o Tipo Indiferenciado é uma categoria residual para descrever apresentações que incluam sintomas de fase ativa dominantes e que não preencham os critérios para os tipos Catatônico. As idéias delirantes podem ser múltiplas mas estão geralmente organizadas à volta de um tema. ou ambas. Estes sujeitos geralmente apresentam dificuldades mínimas ou ausentes em testes neuropsicológicos ou cognitivos.30] Tipo de Esquizofrenia na qual se encontram os seguintes critérios: A. B. 728). dimensão desorganizada e dimensão negativa. mas podem também ocorrer idéias delirantes com outra temática (por exemplo. indiferença e querelância constituem características associadas. As dimensões sugeridas são as seguintes: dimensão psicótica.30] As características essenciais do Tipo Paranóide de Esquizofrenia são a presença de idéias delirantes dominantes ou alucinações auditivas.0x Tipo Paranóide [295. comportamento catatônico ou desorganizado). afeto embotado ou inapropriado. F20. Não são dominantes os sintomas característicos dos Tipos Desorganizado e Catatônico (por exemplo. cólera. discurso desorganizado. A temática persecutória pode predispor o sujeito ao comportamento suicida e a combinação de idéias delirantes persecutórias e de grandeza com cólera pode predispor o sujeito a atos de violência. nomeadamente em relação ao funcionamento profissional e capacidade para ter uma vida independente.Nenhum dos seguintes sintomas é dominante: discurso desorganizado. comportamento desorganizado ou catatônico ou afeto embotado ou inapropriado. O sujeito pode apresentar uma postura de superioridade ou comando e também uma qualidade afetada.Preocupação com uma ou mais idéias delirantes ou alucinações auditivas freqüentes. Ansiedade. Uma alternativa dimensional para os subtipos tradicionais de Esquizofrenia é descrita no Apêndice B (ver p.0x Tipo Paranóide [295. Existe alguma evidência sugerindo o Tipo Paranóide com considerável melhor prognóstico que os outros tipos de Esquizofrenia. . místicas ou somatização). × Critérios de diagnóstico para F20. O início tende a ser mais tardio que os outro tipos de Esquizofrenia e as características de distinção podem ser mais estáveis no tempo.presentes. As alucinações estão também tipicamente relacionadas com o contexto da temática delirante. num contexto de relativa preservação das funções cognitivas e do afeto. ciúme. As idéias delirantes são tipicamente persecutórias ou de grandeza. formal ou uma extrema intensidade nas relações interpessoais. Todos os seguintes são dominantes: (1) discurso desorganizado (2) comportamento desorganizado (3) afeto embotado ou inapropriado B. Este subtipo está também associado a alteração da personalidade prémórbida.10] As características essenciais da Esquizofrenia de Tipo Desorganizado são o discurso desorganizado.10] Tipo de Esquizofrenia na qual se encontram os seguintes critérios: A. Podem ser notadas alterações no rendimento em testes neuropsicológicos e cognitivos.x2 Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos . são fragmentadas e não estão organizadas de forma coerente. este tipo é designado por hebefrênico.1x Tipo Desorganizado [295. vestuário ou alimentação).1x Tipo Desorganizado [295.x5 Episódio Isolado em Remissão Completa . o comportamento desorganizado e o afeto inapropriado ou embotado.Codificação da evolução da Esquizofrenia no quinto dígito: . Não se encontram critérios que preencham o Tipo Catatônico.x8 Outro ou Quadro Sem Outra Especificação .x4 Episódio Isolado em Remissão Parcial .x2 Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos . Os critérios para o Tipo Catatônico não são preenchidos e as idéias delirantes e alucinações. Como características associadas estão incluídas as facécias. maneirismos e estranheza no comportamento.x3 Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos .x3 Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos . O discurso desorganizado pode ser acompanhado de comportamento pueril e risos que não estão propriamente relacionados com o contexto do discurso.x9 Menos 1 ano desde o início dos sintomas de fase ativa F20. cuidar da higiene pessoal. × Critérios de diagnóstico para F20. ausência de objetivo determinado) pode levar a uma grave disrupção da capacidade de desempenhar as tarefas quotidianas (por exemplo. A desorganização do comportamento (isto é. Codificação da evolução da Esquizofrenia no quinto dígito: .x0 Contínua . início precoce e insidioso e evolução contínua sem remissões significativas. Historicamente e noutros sistemas de classificação. caso estejam presentes. 2x Tipo Catatônico [295. os maneirismos.. Parkinsonismo induzido por neurolépticos. 173) ou episódio Maníaco ou Depressivo Major (ver p. × Critérios de Diagnóstico para F20.2x Tipo Catatônico [295. não sendo também influenciada pelos estímulos externos. A ecopraxia é a imitação repetitiva de movimentos executados por terceiros. peculiaridades dos movimentos voluntários. A atividade motora excessiva é aparentemente sem objetivo. atividade motora excessiva.x9 Menos 1 ano desde o início dos sintomas de fase ativa página 295 F20. ver p.x8 Outro ou Quadro Sem Outra Especificação . As peculiaridades dos movimentos voluntários são manifestadas pela tomada de posturas inapropriadas ou bizarras ou por facécias dominantes. a obediência automática ou o mimetismo. negativismo extremo.20] A característica essencial do Tipo Catatônico é a alteração psicomotora que pode envolver a imobilidade motora. hiperpirexia ou auto-agressões.20] Tipo de Esquizofrenia na qual o quadro clínico é dominado pelo menos por dois dos seguintes: (1) imobilidade motora como a evidenciada por catalepsia (incluindo a flexibilidade cérea) ou estupor (2) atividade motora excessiva (aparentemente sem objetivo e não influenciada pelos estímulos externos) (3) negativismo extremo (uma resistência a todas as instruções .x4 Episódio Isolado em Remissão Parcial . 754). A imobilidade motora pode traduzir-se pela catalepsia (flexibilidade cérea) ou estupor.x0 Contínua . mutismo. 393). ecolalia ou ecopraxia.x5 Episódio Isolado em Remissão Completa . Estão incluídas como características adicionais as estereotipias. um estado físico geral (ver p. exaustão. Para diagnosticar este subtipo a apresentação do sujeito deve incluir em primeiro lugar os critérios completos para a Esquizofrenia e não deve preencher melhor os critérios de outra etiologia: induzida por substâncias (por exemplo. A ecolalia traduz-se pelo "papaguear" patológico e repetições aparentemente sem sentido de uma palavra ou frase dita por terceiros. Durante a excitação ou o estupor catatônico o sujeito pode ter necessidade de uma cuidadosa vigilância para evitar auto ou heteroagressões. Existem riscos potenciais de desnutrição. Pode existir uma forma extrema de negativismo manifestada pela manutenção de posturas rígidas contra todas a tentativas de ser movido ou com resistência a todas as instruções. aparente mente sem motivo ou a manutenção de uma postura rígida contra todas as tentativas para ser mobilizado) ou mutismo (4) peculiaridades dos movimentos voluntários como os evidenciados pela postura (tomada de posturas voluntárias inapropriadas ou bizarras). × Critérios de diagnóstico para F20. são a presença de sintomas que preenchem o Critério A da Esquizofrenia mas que não preenchem os critérios para os Tipos Paranóide. Desorganizado ou Catatônico. Tipo Indiferenciado. maneirismos dominantes ou trejeitos dominantes (5) ecolalia ou ecopraxia Codificação da evolução da Esquizofrenia no quinto dígito: .x5 Episódio Isolado em Remissão Completa .3 Tipo Indiferenciado [295.x0 Contínua .3x Tipo Indiferenciado [295.90] Tipo de Esquizofrenia na qual os sintomas que preenchem o Critério A estão presentes mas não são encontrados os critérios para os Tipos Paranóide.x8 Outro ou Quadro Sem Outra Especificação .x2 Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos . Desorganizado ou Catatônico.x4 Episódio Isolado em Remissão Parcial . Codificação da evolução da Esquizofrenia no quinto caráter: .x3 Episódica Sem Sintomas Residuais Interepisódicos .x5 Episódio Isolado em Remissão Completa .x9 Menos 1 ano desde o início dos sintomas de fase ativa F20.x2 Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos .90] As características essenciais da Esquizofrenia.x0 Contínua .x8 Outro ou Quadro Sem Outra Especificação .x9 Menos 1 ano desde o início dos sintomas de fase ativa F20.x4 Episódio Isolado em Remissão Parcial .x5 Tipo Residual [295.60] O Tipo Residual de Esquizofrenia deve ser utilizado quando existiu pelo . movimentos estereotipados.x3 Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos . Codificação da evolução da Esquizofrenia no quinto dígito: .5x Tipo Residual [295. × Critérios de diagnóstico para F20. este tipo pode estar constantemente presente durante vários anos. Contudo. Existe evidência constante de que a perturbação é traduzida pela presença de sintomas negativos (por exemplo. pobreza do discurso ou avolição) ou dois ou mais sintomas positivos atenuados (por exemplo. apresentados de forma atenuada (por exemplo.x0 Contínua .x9 Menos 1 ano desde o início dos sintomas de fase ativa página 298 F20. alucinações. experiências perceptuais estranhas). discurso ou comportamento desorganizado).x8 Outro ou Quadro Sem Outra Especificação .Existe uma evidência constante da perturbação traduzida pela presença de sintomas negativos ou de dois ou mais sintomas presentes no Critério A da Esquizofrenia. bem como ausência de comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico. Ausência de idéias delirantes dominantes.x4 Episódio Isolado em Remissão Parcial . crenças estranhas. discurso ligeiramente desorganizado ou crenças estranhas). comportamento excêntrico. A evolução do Tipo Residual pode estar limitada no tempo e representar uma transição entre um episódio completo e uma remissão completa.x2 Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos . alucinações. com ou sem exacerbações agudas.x3 Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos . idéias delirantes. embora com duas diferenças: a . discurso desorganizado. embotamento afetivo.menos um episódio de Esquizofrenia mas no atual quadro clínico não existe evidência de sintomas psicóticos positivos dominantes (por exemplo.x5 Episódio Isolado em Remissão Completa .60) Tipo de Esquizofrenia na qual se encontram os seguintes critérios: A. Caso estejam presentes idéias delirantes ou alucinações estas não são dominantes nem acompanhadas de marcadas alterações do humor. B.40] Características de Diagnóstico As características essenciais da Perturbação Esquizofreniforme são idênticas às da Esquizofrenia (Critério A).8 Perturbação Esquizofreniforme [295. ausência de embotamento ou retraimento afetivo. o diagnóstico é realizado sem a qualificação de um a seis meses de duração após a qual o sujeito já recuperou. O diagnóstico de Perturbação Esquizofreniforme é realizado com duas condições. relações . Contudo. Este especificador é utilizado se pelo menos duas das seguintes características estiverem presentes: início com sintomas psicóticos dominantes dentro do período de quatro semanas após a primeira modificação notada no comportamento ou funcionamento habitual. o tenha estado por um período inferior aos seis meses necessários para o diagnóstico de Esquizofrenia. Este especificador é utilizado se pelo menos duas das características acima indicadas não estiverem presentes. Ao contrário da Esquizofrenia não são necessárias para o diagnóstico de perturbação Esquizofreniforme as alterações do funcionamento social ou ocupacional.duração total da doença (incluindo a fase prodrómica. embora sintomática. Neste caso. Caso a perturbação persista para além dos seis meses o diagnóstico deverá ser modificado para Esquizofrenia. A duração requerida para a Perturbação Esquizofreniforme é intermédia entre a Perturbação Psicótica Breve (na qual os sintomas têm a duração mínima de um dia e máxima de um mês) e a Esquizofrenia (na qual os sintomas persistem no mínimo durante 6 meses). 285. Características e Perturbações Associadas Ver também a discussão na secção "Características e Perturbações Associadas" da Esquizofrenia p. não sendo também necessário que existam dificuldades no funcionamento social e ocupacional durante alguma parte da doença (embora estas possam ocorrer). o diagnóstico é aplicado quando um pessoa que. Sem Boas Características de Prognóstico. Especificadores Os seguintes especificadores para a Perturbação Esquizofreniforme podem ser utilizados para indicar a presença ou ausência de características que possam estar associadas com um melhor prognóstico: Com Boas Características de Prognóstico. a maioria dos sujeitos experimenta esta disfunção em várias áreas do funcionamento quotidiano (por exemplo. o diagnóstico de Perturbação Esquizofreniforme deve ser qualificado como "Provisório" porque não existe a certeza que o sujeito possa recuperar da perturbação dentro do período de seis meses. Na primeira. ativa e residual) tem o mínimo de um mês e o máximo de seis meses (Critério B). bom funcionamento social e ocupacional pré-mórbido. existência de confusão ou perplexidade na altura de intensidade máxima da perturbação. Na segunda. trabalho ou escola. a discussão do diagnóstico diferencial da Esquizofrenia também se aplica à Perturbação Esquizofreniforme (p.2%. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Pelo fato de os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 permitir um diagnóstico de Esquizofrenia com apenas um mês de sintomas. A Perturbação Esquizofreniforme difere da Perturbação Psicótica Breve. Diagnóstico Diferencial Como os critérios de diagnóstico para a Esquizofrenia e Perturbação Esquizofreniforme diferem basicamente em termos da duração da doença. pois esta última tem duração inferior a 1 mês. a recuperação de Perturbações Psicóticas poderia ser mais rápida. . o que resultaria em maiores índices de Perturbação Esquizofreniforme do que de Esquizofrenia. Foi sugerido que. em países em vias de desenvolvimento. Características Especificas da Cultura.1%. ver a secção "Características Específicas da Cultura. Evolução Existe pouca informação disponível sobre a evolução da Perturbação Esquizofreniforme. 289). Idade e Gênero" da Esquizofrenia (p. 287). idade e gênero relevantes para o diagnóstico de Perturbação Esquizofreniforme.interpessoais e cuidados com o próprio). muitos casos da Perturbação de Tipo Esquizofreniforme do DSM-IV são diagnosticados na ICD-10 como Esquizofrenia. Aproximadamente um terço dos sujeitos com o diagnóstico inicial de Perturbação Esquizofreniforme (Provisório) recuperam no período de 6 meses e recebem o diagnóstico de Perturbação Esquizofreniforme como diagnóstico final. página 299 Prevalência Estudos realizados nas comunidades reportaram para a Perturbação Esquizofreniforme uma prevalência durante a vida de cerca de 0. com uma prevalência durante o período de 1 ano de 0. Idade e Gênero Para discussão adicional dos fatores culturais. Os restantes dois terços progridem para o diagnóstico de Esquizofrenia ou Perturbação Esquizoafetiva. × Critérios de diagnóstico para F20.40] A.) Especificar se: Sem Boas Características de Prognóstico Com Boas Características de Prognóstico: evidenciada por duas (ou mais) das seguintes: (1) o início dos sintomas dominantes psicóticos situou-se dentro do período de quatro semanas desde a primeira modificação apreciável do comportamento ou funcionamento habitual (2) confusão ou perplexidade na altura de maior intensidade do episódio psicótico (3) bom funcionamento pré-mórbido social e ocupacional (4) ausência de embotamento ou retraimento afetivo . (Quando o diagnóstico tiver de ser realizado sem esperar pela recuperação deve ser qualificado de "Provisório". B.8 Perturbação Esquizofreniforme [295. Um episódio da perturbação (incluindo as fases ativa. prodrómica e residual) tem a duração mínima de um mês e máxima de seis meses. D e E da Esquizofrenia. São preenchidos os critérios A. Como a duração dos sintomas psicóticos devem ter a duração total de pelo menos um mês para preencher o Critério A da Esquizofrenia. Uma característica essencial de um Episódio Depressivo Major é a presença do humor depressivo ou de marcada diminuição do campo de interesses ou da capacidade de sentir prazer. A fase da doença com sintomas simultaneamente afetivos ou psicóticos é caracterizada pelo preenchimento dos critérios completos tanto para a fase ativa da Esquizofrenia (isto é. ou Episódio Misto (p. os sintomas afetivos estão presentes durante uma porção substancial da duração total da doença (Critério C). A duração do Episódio Depressivo Major deve ter o mínimo de duas semanas. cocaína) ou a um estado físico geral (por exemplo. durante o mesmo período de doença. Episódio Maníaco (p. Episódio Maníaco ou Misto concorrente com os sintomas que preenchem o Critério A para Esquizofrenia (Critério A). 280) como para um Episódio Depressivo "Major" (p. 328). Também. 336). Critério A) (ver p. a duração do Episódio Maníaco ou Misto deve ter o mínimo de uma semana. existe uma Depressão Major.x Perturbação Esquizoafetiva [295. a presença de marcada diminuição do interesse ou prazer não é suficiente).70) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Esquizoafetiva é o período ininterrupto de doença durante o qual. Finalmente. Como a perda do interesse ou prazer é comum nas Perturbações Psicóticas não afetivas. Para alguns sujeitos o período de doença pode durar anos ou décadas. em determinada altura. existem idéias delirantes ou alucinações pelo menos durante duas semanas na ausência de sintomas afetivos dominantes (Critério B). Para preencher os critérios para Perturbação Esquizoafetiva. Um período de doença considera-se terminado quando o sujeito recuperou completamente durante um intervalo significativo de tempo e já não apresenta sintomas significativos da perturbação. as características essenciais devem ocorrer durante um período único e ininterrupto. 341). a duração mínima de um episódio esquizoafetivo é também de um mês. Os sintomas não devem ser devidos ao efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo.página 300 F25. hipertiroidismo ou epilepsia do lobo temporal) (Critério D). para preencher o Critério A da Perturbação Esquizoafetiva o Episódio Depressivo Major deve incluir um humor depressivo global (isto é. A fase da doença com sintomas psicóticos isolados é caracterizada por idéias delirantes ou alucinações . A frase "período de doença" aqui utilizada é referida ao período de tempo durante o qual o sujeito continua a apresentar sintomas ativos ou residuais de doença psicótica. Por exemplo. Na determinação deste critério o clínico deve determinar a proporção de tempo durante o período da doença psicótica (isto é. Esta situação não preenche os critérios por "uma porção substancial da duração total" porque os sintomas que preenchem os critérios para um episódio afetivo ocorreram apenas durante cinco semanas do total dos quatro anos de doença. as alucinações auditivas e as idéias delirantes estiveram presentes antes e depois da fase depressiva. Durante este período de doença. Os sintomas psicóticos e o Episódio Depressivo Major completo estão presentes por três meses. durante o mesmo período de doença. mas os sintomas psicóticos persistem durante outro mês antes de desaparecerem. com os sintomas psicóticos isolados presentes durante os dois meses iniciais. Esta determinação pode ser difícil e pode ser necessária uma observação longitudinal bem como outras fontes de informação. Os sintomas da Perturbação Esquizoafetiva podem ocorrer num vasto leque de padrões temporais. um sujeito com uma história de quatro anos de sintomas ativos e residuais desenvolve um Episódio Depressivo Major com a duração de cinco semanas durante as quais os sintomas psicóticos persistem. estes não são dominantes. O Critério C da Perturbação Esquizoafetiva especifica que os sintomas afetivos que preencham os critérios para episódio afetivo devam estar presentes durante uma porção substancial do período total da doença. O diagnóstico deste exemplo continua a ser Esquizofrenia com o diagnóstico adicional de Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação para indicar a sobreposição de Episódio Depressivo Major.que durem pelo menos durante duas semanas. Neste caso a duração do episódio depressivo não foi mais curto que a duração total da Perturbação Psicótica e assim a apresentação qualifica para o diagnóstico de Perturbação Esquizoafetiva. Caso os sintomas afetivos estejam presentes por apenas um período relativamente breve de tempo o diagnóstico será Esquizofrenia e não Perturbação Esquizoafetiva. A operacionalização do que é entendido por "uma porção substancial de tempo" requer o juízo clínico. ambos os sintomas ativos e residuais) no qual existiram sintomas afetivos significativos a acompanhar os sintomas psicóticos. os sintomas do sujeito preenchem simultaneamente os critérios para Episódio Depressivo Major e para o Critério A da Esquizofrenia. e. Embora alguns sintomas afetivos possam estar presentes durante esta fase. O período total de doença durou cerca de seis meses. . ambos os sintomas depressivos e psicóticos estiveram presentes durante os seguintes três meses e os sintomas psicóticos isolados durante o último mês. o sujeito recupera completamente do Episódio Depressivo Major". Em seguida. O seguinte é um padrão típico: um sujeito pode ter alucinações auditivas dominantes e idéias delirantes persecutórias dois meses antes do início de um Episódio Depressivo Major dominante. pode ser mais comum em adultos mais idosos. Estado-Limite ou Paranóide. Perturbação Depressiva Major ou Bipolar) ou Esquizofrenia ou Perturbação Esquizofreniforme. Este subtipo aplica-se caso apenas Episódios Depressivos Major façam parte da apresentação. Idade e Gênero Para discussão adicional dos fatores relevantes relacionados com a cultura. Características Especificas da Cultura. Tipo Depressivo. Os sintomas residuais e negativos são habitualmente menos graves e menos crônicos que os observados na Esquizofrenia. mas a Perturbação Esquizoafetiva parece ser menos comum que a Esquizofrenia. Podem existir associadas Perturbações Relacionadas com o Álcool ou outras Perturbações Relacionadas com Substâncias. A Perturbação Esquizoafetiva. Tipo Bipolar pode ser mais comum nos adultos jovens enquanto a Perturbação Esquizoafetiva. 350 e p. Esquizotípica. ver o texto da Esquizofrenia (p. idade e gênero na avaliação dos sintomas psicóticos. dificuldades nos cuidados com o próprio e aumento do risco de suicídio. contactos sociais limitados. Prevalência Não existe informação pormenorizada.Subtipos Dois subtipos de Perturbação Esquizoafetiva devem ser anotados com base na componente afetiva da perturbação: Tipo Bipolar. 287) e para a discussão dos fatores relevantes para o diagnóstico de Perturbações do Humor. Este subtipo aplica-se a um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto façam parte da apresentação. Tipo Depressivo. . 362. Sujeitos com Perturbação Esquizoafetiva podem ter um risco aumentado para o desenvolvimento tardio de Perturbações do Humor puras (por exemplo. Quando comparada com a Esquizofrenia a Perturbação Esquizoafetiva provavelmente ocorre mais frequentemente nas mulheres. Existe evidência clínica limitada sugerindo que a Perturbação Esquizoafetiva pode preceder as seguintes Perturbações da Personalidade: Esquizóide. Características e Perturbações Associadas Podem existir associados à Perturbação Esquizoafetiva um baixo rendimento ocupacional. ver p. Caso os sintomas psicóticos ocorram exclusivamente durante os período de perturbação do humor. O prognóstico da Perturbação Esquizoafetiva é de alguma forma melhor que a Esquizofrenia. Padrão Familiar Existe evidência substancial de que existe um risco aumentado para a Esquizofrenia nos parentes biológicos em primeiro grau dos sujeitos com Perturbação Esquizoafetiva. os sintomas afetivos devem estar presentes por uma porção substancial da duração total da doença e as idéias delirantes ou alucinações devem estar presentes pelo menos durante duas semanas na ausência de sintomas afetivos dominantes. Tipo Bipolar. As disfunções ocupacionais e sociais também não são raras. medicação ou exposição a tóxico) seja entendida como etiologicamente relacionada com os sintomas (ver p. Na Perturbação Esquizoafetiva deverá existir um episódio afetivo simultâneo com os sintomas de fase ativa da Esquizofrenia. mas consideravelmente pior que o prognóstico das Perturbações do Humor. um Delirium ou a Demência deverão ser diagnosticadas quando existe evidência na história. Diagnóstico Diferencial As perturbações físicas e a utilização de substâncias podem apresentarse com uma combinação de sintomas psicóticos e afetivos. A evolução da Perturbação Esquizoafetiva.Evolução A idade típica da Perturbação Esquizoafetiva é provavelmente no início da fase adulta. A Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias e o Delirium Induzido por Substâncias distinguem-se da Perturbação Esquizoafetiva pelo fato de que uma substância (por exemplo. 319). Tipo Depressivo. A maioria dos estudos também indica que os parentes de sujeitos com Perturbação Esquizoafetiva têm um risco aumentado para Perturbações do Humor. embora o início possa ocorrer em qualquer altura desde a adolescência até ao final da vida. o . poderá ser melhor que o da Perturbação Esquizoafetiva. A Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral. A distinção da Perturbação Esquizoafetiva com a Esquizofrenia e com a Perturbação do Humor com Características Psicóticas é frequentemente difícil. Pelo contrário. 315). uma droga de abuso. ocorrem apenas durante as fases prodrómicas ou residuais ou não preenchem completamente os critérios para um episódio afetivo. os sintomas afetivos na Esquizofrenia têm uma duração mais breve que a duração total da perturbação. exame físico ou testes laboratoriais indicando que os sintomas são a conseqüência fisiológica direta de um estado física geral (ver p. Como a proporção relativa entre os sintomas afetivos e os psicóticos pode variar ao longo da evolução da perturbação. O diagnóstico neste caso não será Perturbação Esquizoafetiva porque o período de idéias delirantes e alucinações não foi contínuo com o período inicial da perturbação. para preencher o Critério A para a Perturbação Esquizoafetiva. e mais tarde. desenvolvem-se habitualmente durante a evolução da Perturbação Delirante. Na Perturbação Esquizoafetiva os sintomas não deverão ser entendidos como episódio depressivo se forem claramente o resultado dos sintomas da Esquizofrenia (por exemplo. o diagnóstico mais apropriado será Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. e Perturbação Esquizofreniforme (Provisória) para o episódio atual. especialmente a depressão. A diminuição do interesse ou do prazer é comum nas Perturbação Psicóticas não afetivas. o Episódio Depressivo Major deve incluir um humor depressivo global. estas apresentações não preenchem os critérios da Perturbação Esquizoafetiva porque os sintomas psicóticos na Perturbação Delirante estão restringidos a idéias delirantes não bizarras e consequentemente não preenchem o Critério A da Perturbação Esquizoafetiva. dificuldades de concentração devido à desorganização psicótica). Assim o diagnóstico apropriado para o primeiro episódio seria de Perturbação do Humor com Características Psicóticas. O diagnóstico poderá também variar para episódios diferentes de doença separados por períodos de remissão. um sujeito poderá ter um episódio de sintomas psicóticos que preencham o Critério A para Esquizofrenia durante um Episódio Depressivo Major. recuperar totalmente deste episódio. Contudo.diagnóstico será Perturbação do Humor com Características Psicóticas. perda de peso por os alimentos serem considerados envenenados. dificuldades em adormecer devido a alucinações auditivas. um diagnóstico de Perturbação Esquizoafetiva para um Episódio Depressivo Major grave e dominante durando seis meses dos primeiros seis meses de uma doença psicótica crônica poderá ser modificado para Esquizofrenia se os sintomas psicóticos ativos ou residuais dominantes persistirem por vários anos na ausência de recorrência de outro episódio afetivo). assim. Caso exista informação insuficiente relativamente à relação entre sintomas psicóticos e afetivos. Por exemplo. o diagnóstico apropriado para um episódio individualizado da doença poderá mudar de Perturbação Esquizoafetiva para Esquizofrenia (por exemplo. durante seis semanas surgir com idéias delirantes e alucinações sem sintomas afetivos dominantes. As alterações do humor. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 . em Remissão Completa. Pelo contrário. Contudo. Inclui situações nas quais certos sintomas psicóticos específicos (isto é. No DSM-IV. um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto simultaneamente com os sintomas que preenchem o Critério A da Esquizofrenia.Período ininterrupto de doença durante a qual. O Episódio Depressivo "Major" deve incluir o Critério humor depressivo. a Perturbação do Humor com Características Psicóticas é diagnosticada sempre que ocorram os sintomas psicóticos apenas na presença de um episódio do humor. A1: B. Durante o mesmo período da doença existiram idéias delirantes ou alucinações pelo menos durante duas semanas na ausência de sintomas do humor dominantes.As definições da Perturbação Esquizoafetiva do DSM-IV e da ICD-10 diferem no que se refere à sua relação com a Perturbação do Humor com Características Psicóticas. Nota. inserção.70] A. comportamento catatônico (ocorre mesmo que estejam limitados a um episódio do humor.1 Tipo Depressivo: caso a perturbação apenas inclua Episódios Depressivos Major . a definição da ICD-10 para Perturbação Esquizoafetiva é muito mais ampla. independentemente das características dos sintomas psicóticos. existe ou um Episódio Depressivo "Major". A perturbação não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. eco. abuso de drogas.x Perturbação Esquizoafetiva [295. em determinada altura. roubo ou transmissão do pensamento. idéias delirantes de controlo ou passividade. Especificar o tipo: . C. Critérios de diagnóstico para F25. discurso desordenado.0 Tipo Bipolar: caso a perturbação inclua um Episódio Maníaco ou Misto (ou um Episódio Maníaco ou Misto e Episódios Depressivos Major) . Os sintomas que preenchem os critérios para um episódio afetivo estão presentes durante uma parte substancial da duração total dos períodos ativos e residuais da doença. medicamentos) ou a uma um estado físico geral. com Humor Incongruentes são consideradas como Perturbação Esquizoafetiva pelos critérios da ICD-10. muitos casos de Perturbação do Humor com Características Psicóticas. D. vozes que fazem comentários repetitivo. Por exemplo um sujeito que está convencido que . a alteração pode ser substancial e incluir um reduzido ou ausente funcionamento ocupacional e isolamento social. Pelo contrário as idéias delirantes não bizarras envolvem situações que podem ocorrer na vida real (por exemplo. não são dominantes. Se os episódios afetivos ocorrerem simultaneamente com as idéias delirantes a duração total destes episódios afetivos é relativamente breve comparada com a duração total dos períodos delirantes (Critério D). infectado. associado a idéias delirantes de auto-relacionação).F22. crença de que um estranho retirou os órgãos internos e os substituiu por outros sem deixar feridas ou cicatrizes). lúpus eritematoso sistêmico) (Critério E). Além do impacte direto das idéias delirantes o funcionamento psicossocial não está alterado de forma marcada e o comportamento não é obviamente estranho ou bizarro (Critério C). especialmente em culturas diferentes. sensação de estar infestado por insetos associada a idéias delirantes de infestação ou a percepção de que se emite um odor desagradável por um orifício do corpo.0 Perturbação Delirante [297. Noutros. doença de Alzheimer. As idéias delirantes são bizarras se forem claramente implausíveis. O funcionamento psicossocial é variável. O diagnóstico de Perturbação Delirante não deverá ser dado caso o sujeito alguma vez tenha tido sintomas que preenchem o Critério A para Esquizofrenia (Critério B). As idéias delirantes não são devidas aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. envenenado.1] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Delirante é a presença de uma ou mais idéias delirantes não bizarras que persistam pelo menos durante um mês (Critério A). não compreensíveis e não dedutíveis das experiências vivenciais habituais (por exemplo. se estiverem presentes. As alucinações auditivas ou visuais. Embora a classificação de uma idéia delirante como bizarra ou não seja especialmente importante na distinção entre Perturbação Delirante e Esquizofrenia. este surge diretamente das próprias crenças delirantes. Alucinações sinestésicas ou olfativas podem estar presentes (e dominantes) se forem relacionadas com a temática delirante (por exemplo. Alguns sujeitos podem parecer relativamente inalterados no seu funcionamento interpessoal e ocupacional. cocaína) ou a um estado físico geral (por exemplo. a "bizarria" pode ser difícil de julgar. ser perseguido. amado à distância ou enganado pelo cônjuge ou amante). Quando está presente na Perturbação Delirante um reduzido funcionamento psicossocial. uma característica comum nos sujeitos com Perturbação Delirante é a sua aparente normalidade de comportamento e aparência quando não são discutidas as idéias delirantes. Da mesma forma. Este subtipo aplica-se quando o tema central do delírio é a convicção de ter grande (mas não reconhecido) talento ou capacidade mental ou realizado uma importante descoberta. A idéia delirante geralmente é mais relacionada com um amor idealizado e união espiritual que com a atração sexual. crença que possui uma mensagem divina especial). é mais provável que o funcionamento social e conjugal estejam alterados que o funcionamento ocupacional. entram em conflitos legais devido ao seu esforço para perseguirem o objeto do seu delírio ou para transviar esforços para o ou a "salvar" de um perigo imaginário. A pessoa acerca de quem esta convicção é mantida geralmente pertence a um nível social mais diferenciado (por exemplo. conselheiro do Presidente) ou ser ela própria a pessoa proeminente (neste caso a pessoa em causa seria um impostor). Todo o seu comportamento é uma tentativa compreensível para prevenir ser identificado e morto pelos seus presumíveis assassinos. Alguns sujeitos com este subtipo. Este subtipo aplica-se quando o tema central do delírio do sujeito é que o seu cônjuge ou amante lhe é infiel. pessoa famosa ou superior hierárquico). mas pode também ser um estranho. particularmente do sexo masculino.será assassinado por "mafiosos" pode deixar o trabalho e recusar-se a abandonar a sua casa exceto durante a noite e apenas quando vestido com roupas muito diferentes das que habitualmente usa. Tipo Ciúme. Subtipos O tipo de Perturbação Delirante deverá ser especificado com base na temática delirante predominante: Tipo Erotomania. Este subtipo aplica-se quando o tema central da idéia delirante é que outra pessoa está "apaixonada" pelo sujeito. correspondência. prendas. o sujeito pode ter a idéia delirante de ter um relacionamento especial com uma pessoa proeminente (por exemplo. Mais raramente. embora ocasionalmente a pessoa mantenha em segredo a sua idéia delirante. Esta crença surge . Em geral. Em amostras clínicas a maioria dos sujeitos com este subtipo pertencem ao sexo feminino. Pelo contrário. visitas e mesmo vigilância e aproximações furtivas) são comuns. em amostras forenses a maioria dos sujeitos com este subtipo pertencem ao sexo masculino. O esforço para entrar em contacto com o objeto da idéia delirante (através do telefone. As idéias delirantes de grandeza podem ter um conteúdo místico (por exemplo. Tipo Grandeza. o reduzido funcionamento na Esquizofrenia pode ser devido aos sintomas positivos e negativos (particularmente a avolição). Tipo Somático. vestuário desarrumado ou manchas nos lençóis). Muitos sujeitos com Perturbação Delirante . Os sujeitos com delírio persecutório estão frequentemente ressentidos e encolerizados e podem recorrer à violência contra aqueles que crêem estar na origem do prejuízo. que existe uma infestação por insetos na pele. fraude. que existe um parasita interno. que determinadas partes do corpo estão definitivamente (contrariamente à evidência) deformadas ou são feias. atacando o cônjuge).sem causa evidente e é baseada em inferências indiretas suportada por pequenas evidências (por exemplo. São comuns em sujeitos com esta perturbação idéias de autorelacionação (por exemplo. Os delírios somáticos podem ocorrer de diversas formas. assédio ou obstrução nos seus objetivos a longo termo. investigando o amante imaginário. Este subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve funções do corpo ou sensações. intestino grosso) não está a funcionar. que acontecimentos acidentais têm significado especial). Tipo Não Especificado. Perturbações e Características Associadas Problemas sociais. Tipo Persecutório. espionagem. boca. ou que partes do corpo (por exemplo. O foco do delírio é frequentemente centrado numa injustiça que deve ser remediada através de uma ação judicial ("paranóia querelante"). Dos mais comuns. O sujeito com a idéia delirante geralmente confronta o cônjuge ou amante e tenta interferir na infidelidade imaginária (por exemplo. intestino ou vagina. envenenamento. e a pessoa afetada pode envolver-se em tentativas repetidas para obter a compensação apelando para os tribunais ou outras instâncias administrativas. malícia maligna. Este subtipo aplica-se quando não pode ser claramente determinada a crença delirante dominante ou esta não se encontra descrita nos tipos específicos (por exemplo. Pequenos acontecimentos podem ser exagerados e tornados no foco do sistema delirante. A interpretação destes acontecimentos é geralmente consistente com o conteúdo das crenças delirantes. conjugais ou profissionais podem resultar das crenças delirantes da Perturbação Delirante. a convicção que ele ou ela emite um odor desagradável proveniente da pele. perseguição. restringindo a autonomia do cônjuge seguindoo secretamente. Este subtipo aplica-se quando não predomina qualquer temática delirante. Este subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve a crença de que ele ou ela é objeto de uma conspiração. Tipo Misto. delírio de autorelacionação sem componente persecutória ou de grandeza dominante). que são habitualmente guardadas e utilizadas para justificar as idéias delirantes. A Perturbação Delirante pode estar associada à Perturbação Obsessivo-Compulsiva.05% e 0. Esquizóide ou Evitante. podem ser sujeitos a testes e intervenções médicas desnecessárias. Algumas culturas mantiveram e sancionaram crenças que podem ser consideradas delirantes noutras culturas. Nas Perturbações Delirantes do Tipo Ciúme e Erotomania podem ocorrer dificuldades legais. Episódios Depressivos Major ocorrem provavelmente em sujeitos com Perturbação Delirante com mais freqüência que na população em geral. página 307 Características Especificas da Cultura e Gênero Deve ser tomado em conta na avaliação da possível presença da Perturbação Delirante o estatuto cultural e religioso do sujeito.1%. Tipicamente. Prevalência A Perturbação Delirante é relativamente pouco comum nas amostras clínicas. a depressão é relativamente ligeira e inicia-se após o início das crenças delirantes predominantes. Não existe disponível informação precisa sobre a prevalência desta perturbação. o risco de morbilidade durante a vida poderá situar-se entre 0.e o nível socioeconômico baixo podem predispor o sujeito ao desenvolvimento da Perturbação Delirante. O conteúdo das idéias delirantes varia também nas diferentes culturas e subculturas. O sujeito pode envolver-se em comportamentos litigiosos por vezes originando centenas de cartas de protesto ao Governo e muitas presenças em tribunais. Tipo Ciúme. graves fatores de stress psicossocial (por exemplo. A deficiência auditiva. Tipo Somático. Evolução . mas a melhor estimativa situa-se nos 0. Como surge habitualmente tarde na vida. imigração). à Perturbação Dismórfica Corporal e às seguintes Perturbações da Personalidade: Paranóide. que pode geralmente ser compreendido como reativo às crenças delirantes. A Perturbação Delirante. Os sujeitos com Perturbação Delirante. é provavelmente mais comum nos homens que nas mulheres mas aparentemente não existem diferenças significativas entre os gêneros na freqüência geral da Perturbação Delirante. sugerindo a maioria dos estudos que a perturbação contribui com 1 %-2% das admissões para internamento em instituições de Saúde Mental.03%.desenvolvem um humor irritável ou disfórico. Os comportamentos coléricos ou violentos podem também ocorrer especialmente nos Tipo Persecutório e de Ciúme. mas pode surgir mais precocemente. Ainda noutros casos a perturbação remite em poucos meses e com freqüência sem recaídas subseqüentes. especialmente devida a estimulantes como as anfetaminas ou cocaína. idéias delirantes bizarras. Noutros casos. com Idéias Delirantes. embora possam ocorrer fases de agravamento e atenuação da preocupação com as crenças delirantes. Padrão Familiar Alguns estudos concluíram que a Perturbação Delirante é mais comum nos parentes de sujeitos com Esquizofrenia do que o esperado devido ao acaso. períodos de remissão completa podem ser seguidos de recaídas. Especialmente no Tipo Persecutório a perturbação pode ser crônica. Por exemplo. a Demência. "alguém entra no meu quarto de noite e rouba a minha roupa") na fase inicial da Demência do Tipo Alzheimer seria diagnosticada como Demência do Tipo Alzheimer. A Perturbação Delirante geralmente produz menos incapacidade no funcionamento profissional ou social que . e a Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral podem apresentar-se com sintomas sugestivos de Perturbação Delirante. Existe uma evidência limitada de que as Perturbações Evitante e Paranóide da Personalidade possam ser especialmente comuns entre os parentes biológicos em primeiro grau dos sujeitos com Perturbação Delirante. discurso desorganizado. Diagnóstico Diferencial O diagnóstico de Perturbação Delirante é apenas realizado quando as idéias delirantes não são devidas a um efeito fisiológico direto de uma substância ou um estado físico geral. enquanto noutros estudos não foi encontrada qualquer relação familiar entre a Perturbação Delirante e a Esquizofrenia. O Delirium. idéias delirantes persecutórias simples (por exemplo. A Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. transversalmente pode ser idêntica na sintomatologia à Perturbação Delirante. comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico. A evolução é bastante variável. mas pode habitualmente ser distinguida pela relação cronológica da utilização da substância com o aparecimento e remissão das crenças delirantes. A Perturbação Delirante pode distinguir-se da Esquizofrenia e da Perturbação Esquizofreniforme pela ausência dos outros sintomas característicos da fase ativa da Esquizofrenia (por exemplo. alucinações auditivas ou visuais dominantes. Existe alguma evidência que o Tipo Ciúme pode ter um melhor prognóstico que o Tipo Persecutório. O Tipo Persecutório é o subtipo mais comum. sintomas negativos).A idade de aparecimento da Perturbação Delirante situa-se geralmente na idade adulta média ou avançada. e a Perturbação Delirante está frequentemente associada a sintomas do humor. Na Hipocondria o medo de ter uma doença grave ou a preocupação de que alguém tenha tal doença é mantida com menor intensidade que as idéias delirantes (isto é. Pode ser difícil diferenciar as Perturbações do Humor com Características Psicóticas das Perturbações Delirantes porque as características psicóticas associadas às Perturbação do Humor envolvem habitualmente idéias delirantes não bizarras sem alucinações dominantes. Caso os sintomas que preencham os critérios para um episódio afetivo estejam presentes durante uma parte substancial da Perturbação Delirante (por exemplo. os sintomas afetivos que preencham completamente os critérios de um episódio afetivo estão sobrepostos à Perturbação Delirante. mas a perturbação tem uma etiologia e evolução características. Apesar de os sintomas depressivos serem comuns na Perturbação Delirante. equivalente delirante de uma Perturbação Esquizoafetiva).a Esquizofrenia. são idênticas. estes são habitualmente ligeiros. Um diagnóstico de Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação pode ser realizado se existir informação insuficiente para escolher entre Perturbação Delirante e outras Perturbações Psicóticas ou para determinar se os sintomas presentes são induzidos por substâncias ou o resultado de um estado físico geral. remitem enquanto persistem os sintomas delirantes e não permitem um diagnóstico separado de Perturbação do Humor. A Perturbação Psicótica Breve diferenciase da Perturbação Delirante pelo fato que os sintomas delirantes têm duração inferior a um mês. Caso as idéias delirantes ocorram apenas durante os episódios afetivos o diagnóstico é Perturbação do Humor com Características Psicóticas. A Perturbação Delirante só pode ser diagnosticada se a duração total de todos os episódios afetivos for mais curta que o total da duração da Perturbação Delirante. Na Perturbação Psicótica Induzida as idéias delirantes surgem no contexto de uma relação próxima com outra pessoa. Pode ser difícil diferenciar a Hipocondria (especialmente com Reduzida Autocrítica) da Perturbação Delirante. Ocasionalmente. Os sujeitos com Perturbação Psicótica Induzida podem apresentar sintomas semelhantes aos observados na Perturbação Delirante. o sujeito pode aceitar a possibilidade de que a doença ameaçadora não . na forma. A distinção depende da relação temporal entre a Perturbação do Humor e as idéias delirantes e da gravidade dos sintomas afetivos. às idéias delirantes dessa pessoa e diminuem ou desaparecem quando o sujeito com Perturbação Psicótica Partilhada é separado do sujeito com a Perturbação Psicótica primária. então o diagnóstico de Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação acompanhada quer por Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação quer por Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação será o apropriado. DSM-III e DSM-III-R). A capacidade dos sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva para reconhecer que as obsessões ou compulsões são excessivas ou pouco razoáveis ocorre constantemente. Quando são preenchidos os critérios de ambas as perturbações. Caso as obsessões evoluam para crenças delirantes mantidas que representem a parte principal do quadro clínico. amado à distância ou enganado pelo cônjuge ou amante ou sofrer uma doença) com a duração não inferior a um mês. O Critério A para Esquizofrenia nunca foi preenchido. crença de que alguém tenha causado a morte de outro através do desejo). Tipo Somático. Sempre que uma pessoa com Perturbação Delirante tenha uma Perturbação da Personalidade preexistente. a Perturbação da Personalidade deve ser anotada no Eixo II. infectado. envenenado. Contudo. Critérios de diagnóstico para F22. Em alguns sujeitos. seguida por "Pré-Mórbida" entre parênteses. Nota: as alucinações sinestésicas e olfativas podem estar presentes na . não existem limites claros ou crenças delirantes persistentes na Perturbação Paranóide da Personalidade.0 Perturbação Delirante [297.1] A. tal como ser perseguido.está presente). Idéias delirantes não bizarras (isto é. a Perturbação Dismórfica Corporal e a Perturbação Delirante. Em contraste com a Perturbação Delirante. podem ser diagnosticadas. B. uma proporção significativa de sujeitos cujos sintomas preenchem os critérios para Perturbação Dismórfica Corporal mantêm as suas crenças com intensidade delirante. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 especificam uma duração mínima de três meses (em contraste com a mínima de um mês do DSM-IV. pode ser apropriado um diagnóstico adicional de Perturbação Delirante. envolvendo situações que ocorrem na vida real. Os limites entre a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (especialmente Com Reduzida Autocrítica) e a Perturbação Delirante podem ser difíceis de determinar. a capacidade de crítica pode estar ausente e as obsessões podem atingir proporções delirantes (por exemplo. A Perturbação Dismórfica Corporal envolve a preocupação com um defeito imaginário na aparência. Muitos sujeitos com esta perturbação mantêm as suas crenças com menos intensidade que as idéias delirantes e reconhecem que a percepção da sua aparência está distorcida. descarrilamentos ou incoerências freqüentes) ou comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico (Critério A). Um episódio da perturbação dura pelo menos um dia mas menos que um mês e o sujeito eventualmente tem um retorno completo ao nível de funcionamento pré-mórbido (Critério B). da Perturbação Esquizoafetiva ou da . geralmente de um nível socioeconômico superior.Perturbação Delirante caso estejam relacionadas com a temática das idéias delirantes. abuso de drogas. D.8] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Psicótica Breve é a alteração que envolve o início súbito de pelo menos um dos seguintes sintomas psicóticos positivos: idéias delirantes. Tipo Somático: idéias delirantes de que a pessoa sofre de algum defeito físico ou um estado físico geral. Tipo Grandeza: idéias delirantes de grande valor. F23. medicamentos) ou a um estado físico geral. E. Tipo Misto: idéias delirantes com características de mais do que um dos tipos acima mencionado mas sem nenhum tema predominante. poder. C. Especificar o tipo (os seguintes tipos são baseados no tema delirante predominante): Tipo Erotomania: idéias delirantes que outra pessoa. A perturbação não preenche melhor os critérios da Perturbação do Humor com Características Psicóticas.5x Perturbação Psicótica Breve [298. Além do impacte da(s) idéia(s) delirante(s) ou das suas ramificações o funcionamento não está marcadamente alterado e o comportamento não é obviamente estranho ou bizarro.A perturbação não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. a sua duração total foi relativamente breve em relação à duração dos períodos delirantes. Tipo Ciúme: idéias delirantes que o parceiro sexual do sujeito lhe é infiel.Se ocorreram episódios afetivos simultaneamente com as idéias delirantes. Tipo Persecutório: idéias delirantes de que a pessoa (ou alguém próximo) está a ser de alguma forma malevolamente tratada. identidade ou relação especial com entidade famosa ou divina. conhecimento. tem uma paixão pelo sujeito. alucinações discurso desorganizado (por exemplo. das funções . Este especificador deve ser anotado caso os sintomas psicóticos se desenvolvam pouco tempo após e aparentemente em resposta a um ou mais acontecimentos que. Poderá ser clinicamente difícil determinar se um fator específico de stress foi um precipitante ou conseqüência da doença. Este tipo de Perturbação Psicótica Breve teve a designação de "psicose reativa breve" no DSM-III-R. tais como a relação temporal entre o fator de stress e o início dos sintomas. Nestes casos. Embora breve.80 Sem Fator(es) de Stress Marcado(s). alucinógeno) ou estado físico geral (por exemplo. Com Início no Pós-parto. isoladamente ou em conjunto. O(s) fator(es) precipitante(s) poderá ser qualquer stress marcado. Características e Perturbações Associadas Tipicamente. sendo necessária a vigilância para garantir a higiene e alimentação e que o sujeito seja protegido das conseqüências da alteração do juízo crítico. a informação do cônjuge ou amigos sobre o nível de funcionamento anterior ao stress e a história de respostas semelhantes a acontecimentos de stress no passado. o grau de incapacidade pode ser grave. hematoma subdural) (Critério C). Especificadores Os seguintes especificadores para a Perturbação Psicótica Breve podem ser anotados com base na presença ou ausência de fatores de stress precipitantes: F23. tal como a perda de um ente querido ou um traumatismo psicológico de combate. os sujeitos com Perturbação Psicótica Breve experimentam um tumulto emocional ou uma confusão opressora.Esquizofrenia e não é devida ao efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. Este especificador deve ser anotado caso os sintomas psicóticos não se desenvolvam aparentemente em resposta página 311 a acontecimentos que sejam marcadamente preocupantes para a maioria das pessoas em circunstâncias semelhantes e no mesmo meio cultural. Podem também sentir rápidas variações entre os extremos dos sentimentos. Este especificador deve ser anotado caso os sintomas psicóticos tenham início no período de quatro semanas após o parto. sejam marcadamente preocupantes para a maioria das pessoas em circunstâncias semelhantes e no mesmo meio cultural.81 Com Fator(es) de Stress Marcado(s). F23. a decisão dependerá de fatores relacionados. Evolução A Perturbação Psicótica Breve pode surgir na adolescência ou em adultos jovens. Perturbações da Personalidade preexistentes (por exemplo. Aparentemente existe um risco aumentado de mortalidade (particularmente com um elevado risco de suicídio). Prevalência Os limitados estudos disponíveis sugerem a raridade da Perturbação Psicótica Breve. Narcísica. exame físico ou laboratorial . o diagnóstico de Perturbação Psicótica Breve requer a remissão completa de todos os sintomas e o retorno ao nível de funcionamento pré-mórbido no período de um mês desde o início da perturbação. Histriônica. mas esta situação geralmente não persiste nem é entendida como anormal pela maioria dos membros da comunidade a que a pessoa pertence. Padrão Familiar Alguns estudos sugerem que a Perturbação Psicótica Breve pode estar relacionada com Perturbações do Humor. enquanto outros estudos sugerem que esta é distinta da Esquizofrenia e das Perturbação do Humor. o sujeito pode referir ouvir vozes. Paranóide. a duração dos sintomas psicóticos pode ser muito breve (por exemplo. A Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral ou um delirium são diagnosticados quando existe evidência através da história clínica. Por definição. em algumas cerimônias religiosas. Características Especificas da Cultura É importante distinguir os sintomas da Perturbação Psicótica Breve de outros padrões de resposta culturalmente aceites. estando a idade média de início situada no final da terceira e início da quarta década de vida.cognitivas ou de agir com base nas idéias delirantes. Por exemplo. Diagnóstico Diferencial Uma larga variedade de estados físicos gerais podem apresentar-se com sintomas psicóticos de curta duração. especialmente entre os jovens. Esquizotípica ou Estado-Limite) podem predispor o sujeito ao desenvolvimento desta perturbação. alguns dias). Em alguns sujeitos. As Perturbação Psicótica Induzidas por Substâncias. Um episódio de Perturbação Factícia. com Sinais e Sintomas Predominantemente Psicológicos. o Delirium Induzido por Substâncias e a Intoxicação por Substâncias distinguem-se da Perturbação Psicótica Breve pelo fato que uma substância (por exemplo. droga de abuso. dependendo de outros sintomas da apresentação. Como os episódios recorrentes de Perturbação Psicótica Breve são raros. geralmente existe a evidência que a doença é forjada para um objetivo compreensível. um diagnóstico adicional de Perturbação Psicótica Breve pode ser apropriado. síndrome de Cushing. os fatores de stress psicossociais podem precipitar episódio breves de sintomas psicóticos. Os testes laboratoriais. Nalguns sujeitos com Perturbações da Personalidade. o diagnóstico será Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Delirante. tais como pesquisa de drogas na urina ou alcoolemia. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 tem uma forma muito complicada de lidar com as perturbações . 319). 315). Perturbação Bipolar exacerbações agudas da Esquizofrenia) possam ser responsáveis por algum episódio psicótico recorrente. tal como uma história cuidadosa de utilização de substâncias tendo em atenção a relação temporal entre a ingestão da substância e o início dos sintomas e a natureza da substância utilizada. podem ser úteis nesta determinação. O diagnóstico diferencial entre Perturbação Psicótica Breve e Perturbação Esquizofreniforme é difícil quando os sintomas psicóticos remitem antes de um mês em resposta ao tratamento medicamentoso bem sucedido. medicamento ou exposição a tóxico) é entendida como etiologicamente relacionada com os sintomas psicóticos (ver p. tumor cerebral) (ver p. Quando a Simulação envolve sintomas psicóticos aparentes. Caso os sintomas psicóticos persistam por um mês ou mais. Caso os sintomas psicóticos persistam por mais de um dia. pode assemelhar-se a uma Perturbação Psicótica Breve. O diagnóstico de Perturbação Psicótica Breve não pode ser realizado caso os sintomas psicóticos não preencham melhor os critérios para episódio afetivo (isto é os sintomas psicóticos ocorram exclusivamente durante um Episódio Depressivo Major completo. Perturbação do Humor com Características Psicóticas ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Maníaco ou Misto). deve ser dada especial atenção à possibilidade de que uma perturbação recorrente (por exemplo.indicando que as idéias delirantes ou alucinações são a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (por exemplo. mas nestes casos existe evidência de que os sintomas são intencionalmente produzidos. Estes são geralmente transitórios e não permitem diagnósticos separados. Em contraste. sejam produtores de intenso stress para qualquer um em circunstâncias semelhantes e do mesmo meio cultural. isoladamente ou em conjunto.A duração de um episódio da perturbação e de pelo menos um dia mas menos do que um mês. Além disso. Especificar se: . com eventual retorno completo ao nível de funcionamento pré-mórbido. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas: (1) idéias delirantes (2) alucinações (3) discurso desorganizado (por exemplo. sejam produtores de intenso stress para qualquer um em circunstâncias semelhantes e do mesmo meio cultural. Inclui critérios para quatro perturbações psicóticas específicas que diferem com base em tipos de sintomas (isto é. a uma Perturbação Esquizoafetiva ou Esquizofrenia e não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. se os sintomas psicóticos "mudam rapidamente tanto em tipo como em intensidade" ou não. . página 313 Critérios de Diagnóstico para F23.81 Com Fator(es) de Stress Marcado(s) (psicose reativa breve): caso os sintomas ocorram pouco tempo depois e aparentemente em resposta a acontecimentos que. C. medicamentos) ou a um estado físico geral. descarrilamento e incoerência freqüentes) Nota: Não incluir sintomas que sejam respostas culturalmente aceites.8x Perturbação Psicótica Breve A. um mês para os sintomas tipo Esquizofrenia e três meses para os sintomas predominantemente delirantes).A perturbação não é mais provavelmente devida a uma Perturbação do Humor com Características Psicóticas. abuso de drogas. isoladamente ou em conjunto. B.80 Sem Fator(es) de Stress Marcado(s): caso os sintomas não ocorram pouco tempo depois e não surjam aparentemente em resposta a acontecimentos que. a duração máxima destes episódios psicóticos breves varia consoante o tipo de sintomas (isto é. com ou sem sintomas de Esquizofrenia) e evolução (isto é.psicóticas breves. o DSM-IV tem um única conjunto de critérios e uma duração máxima de um mês. Codificação baseada no tipo: . Embora seja mais comum em relações de apenas duas pessoas. Caso a relação com o caso primário seja interrompida. O conteúdo das crenças delirantes induzidas podem depender do diagnóstico do caso primário e pode incluir idéias delirantes relativamente bizarras (por exemplo. anfetaminas) ou a um estado físico geral (por exemplo. a Perturbação Psicótica Induzida pode ocorrer entre um número mais alargado de sujeitos. As idéias delirantes não são diagnosticadas melhor noutra Perturbação Psicótica (por exemplo. Esquizofrenia) ou Perturbação do Humor com Características Psicóticas e não é devida ao efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. A Esquizofrenia é provavelmente o diagnóstico mais comum para o caso primário. permitindo à família comprar uma casa maior e com piscina). especialmente em situações familiares nas quais o pai é o caso primário e os filhos adotam as suas crenças . originando indigestões e diarréia). Geralmente o caso primário da Perturbação Psicótica Induzida domina a relação e gradualmente impõe o sistema delirante na mais passiva e inicialmente saudável segunda pessoa. que o caso primário em breve receberá um contrato de milhares de contos para um filme. Sujeitos que vêm a partilhar as crenças delirantes estão habitualmente relacionados por laços sanguíneos ou casamento e viveram conjuntamente durante longo tempo. O sujeito vem a partilhar as crenças delirantes do caso primário na sua totalidade ou parcialmente (Critério B). por vezes em relativo isolamento social. tumor cerebral) (Critério C). idéias delirantes congruentes com o humor (por exemplo. as crenças delirantes do outro sujeito geralmente diminuem ou desaparecem.Com Início no Pós-Parto: caso o início esteja no período de quatro semanas após o parto F24 Perturbação Psicótica Induzida (Folie à Deux) [297. polícia secreta pôs escutas telefônicas e segue os membros da família quando estes saem de casa). que uma radiação está a ser transmitida para dentro de uma casa proveniente de uma potência estrangeira hostil. embora outros diagnósticos incluindo a Perturbação Delirante ou a Perturbação do Humor com Características Psicóticas também sejam viáveis. ou as idéias delirantes não bizarras que são características da Perturbação Delirante (por exemplo.3] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Psicótica Induzida (Folie à Deux) é a idéia delirante que se desenvolve num sujeito envolvido numa relação próxima com outra pessoa (por vezes designada por "indutor" ou "caso primário") que já sofre de uma Perturbação Psicótica com idéias delirantes dominantes (Critério A). por vezes em graus diferentes.delirantes. mas as idéias delirantes não desaparecem quando o sujeito é separado do caso primário. . mas esta é aparentemente muito variável. Na Esquizofrenia. por vezes rapidamente. Evolução Pouco é conhecido sobre a idade de início da Perturbação Psicótica Induzida. Esta situação é rara na clínica. outras mais lentamente. Diagnóstico Diferencial O diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida é apenas realizado quando as idéias delirantes não são devidas ao efeito fisiológico direto de uma substância ou de um estado físico geral. Características e Perturbações Associadas Na Perturbação Psicótica Induzida além das crenças delirantes. os sintomas psicóticos geralmente precedem o início de qualquer idéia delirante partilhada. Perturbação Esquizoafetiva e Perturbação do Humor com Características Psicóticas nem existe relação próxima com a pessoa dominante que sofre uma Perturbação Psicótica e partilha crenças delirantes semelhantes ou. A disfunção é com freqüência menos grave no sujeito com Perturbação Psicótica Induzida do que no caso primário. Em casos raros. Com a separação do caso primário. Estudos limitados sugerem que a Perturbação Psicótica Induzida é mais comum nas mulheres que nos homens. a evolução é geralmente crônica. o comportamento não é geralmente estranho ou pouco habitual. caso exista esta pessoa. o sujeito pode apresentar algo que se assemelha à Perturbação Psicótica Induzida. Nestas situações. é provavelmente apropriado considerar outro diagnóstico de Perturbação Psicótica. Sujeitos com esta perturbação raramente procuram tratamento e geralmente apenas chamam a atenção clínica quando o caso primário recebe tratamento. embora tenha sido argumentado que alguns casos passam despercebidos. porque esta perturbação habitualmente ocorre em relações que são resistentes à mudança e duram há muito. O diagnóstico diferencial raramente põe problemas porque a história de uma associação estreita com o caso primário e a semelhança das idéias delirantes entre os dois sujeitos é única para a Perturbação Psicótica Induzida. Sem intervenção. Perturbação Delirante. as crenças delirantes desaparecem. Prevalência Existe pouca informação disponível sobre a prevalência da Perturbação Psicótica Induzida. esta perturbação é referida como Perturbação Delirante Induzida. medicamentos) ou a um estado físico geral.A idéia delirante é no seu contexto semelhante à da pessoa que já tem a idéia delirante estabelecida. exame físico ou testes laboratoriais de que as idéias delirantes ou alucinações são a conseqüência direta de um estado físico geral (Critério B). os sintomas não são uma resposta psicológica a uma grave um estado físico geral. neste caso será mais apropriado o diagnóstico de Perturbação Psicótica Breve. que já tem uma idéia delirante estabelecida. Um diagnóstico separado de Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral não deve ser feito caso as idéias delirantes ocorram durante a evolução de uma Demência de tipo Alzheimer ou Demência Vascular. Deve existir evidência através da história clínica. O diagnóstico não deve ser realizado caso a perturbação ocorra apenas durante a evolução de um delirium (Critério D).Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 As definições da ICD-10 e do DSM-IV são as mesmas. A perturbação psicótica não é provavelmente devida a outra perturbação mental (por exemplo. C.As idéias delirantes desenvolvem-se em sujeitos no contexto de uma relação próxima com outra(s) pessoa(s). B. As alucinações podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial (isto . abuso de drogas. Na ICD-10. neste caso deve ser feito o diagnóstico Demência de tipo Alzheimer ou Demência Vascular.3] A. Esquizofrenia) ou a uma Perturbação do Humor com Características Psicóticas e não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Critérios de Diagnóstico para F24 Perturbação Psicótica Induzida [297. com Fator de Stress Marcado) (Critério C).A perturbação não é mais provavelmente devida a outra Perturbação Psicótica (por exemplo. Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral Características de Diagnóstico As características essenciais da Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral são as alucinações ou idéias delirantes entendidas como devidas ao efeito fisiológico direto de um estado físico geral (Critério A). Esta determinação é explicada em maior pormenor na secção "Perturbações Mentais Devidas a Um Estado Físico Geral" (p. facilitando. contudo. Perturbação da Adaptação). mas são habitualmente de caráter persecutório. Ao determinar se a perturbação psicótica é devida a um estado físico geral o clínico deve estabelecer primeiro a existência de um estado físico geral. As idéias delirantes podem expressar diversos temas. Deve também.169). As alucinações olfativas. visual. gustativa. exacerbação ou remissão entre um estado físico geral e a alteração psicótica. a presença de características consideradas atípicas para uma Perturbação Psicótica primária (por exemplo. incluindo somático. deve estabelecer se a perturbação psicótica está relacionada com um estado físico geral através de um mecanismo fisiológico. A Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral não é geralmente diagnosticada caso o sujeito mantenha o sentido crítico em relação ao fenômeno alucinatório e considere que as experiências perceptuais resultam de um estado físico geral. presença de alucinações visuais ou olfativas). as associações entre as idéias delirantes e estados físicos gerais parecem ser menos específicas do que no caso das alucinações.é. assim. do meio ambiencial. Deve ainda o clínico considerar se a perturbação não é provavelmente devida a uma Perturbação Psicótica primária. dependendo de fatores etiológicos. As alucinações podem variar desde simples e pouco estruturadas até altamente complexas e organizadas. olfativa. uma Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias ou outra perturbação mental primária (por exemplo. especialmente aquelas que envolvem o cheiro a borracha queimada ou outros cheiros desagradáveis. Em segundo lugar. . da natureza e foco da lesão no sistema nervoso central e da resposta reativa à incapacidade. Em primeiro lugar. Sujeitos com lesões cerebrais parietais direitas podem desenvolver uma síndrome de "negligência" contralateral no qual podem negar partes do corpo com intensidade delirante. As perturbações delirantes com caráter persecutório têm sido especificamente associadas a alguns casos de epilepsia do lobo temporal. táctil ou auditiva). a presença da associação temporal entre o início. Geralmente. a avaliação de situações particulares. Embora não existam critérios infalíveis para determinar a relação etiológica entre a perturbação psicótica e a um estado físico geral. mas alguns fatores etiológicos têm maior probabilidade de originar fenômenos alucinatórios específicos. alguns considerandos podem providenciar alguma orientação nesta área. de início atípica. são muito sugestivas de epilepsia do lobo temporal. grandeza. Existem estudos que sugerem poder existir uma associação direta entre o estado físico geral em questão e o desenvolvimento de sintomas psicóticos. Seguidamente. elaborar uma avaliação cuidadosa e ampla dos múltiplos fatores para fazer este juízo. místico. insuficiência supra-renal). doença de Huntington. Os achados do exame físico. hipercapnia. finalmente. doenças renais e hepáticas e doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central (por exemplo. doenças endócrinas (por exemplo. No caso de as idéias delirantes e alucinações estarem presentes. alterações metabólicas (por exemplo. o clínico deve em primeiro lugar considerar a presença de Perturbação Psicótica. Este subtipo é utilizado caso as alucinações sejam o sintoma principal. em seguida identificar o estado físico geral julgado causador da perturbação e. com Alucinações). e F06. As alterações neurológicas que envolvam estruturas subcorticais ou do lobo temporal estão mais frequentemente associadas a idéias delirantes. O código de diagnóstico no Eixo I é selecionado com base nos seguintes subtipos: F06. infecções do sistema nervoso central). hipoxemia.0 Com Alucinações [293.Subtipos Um dos seguintes subtipos pode ser utilizado para indicar a apresentação dos sintomas predominantes. Estados Físicos Gerais Associados Uma grande variedade de estados físicos gerais pode causar sintomas psicóticos.2 Com Idéias Delirantes [293. o especificador apropriado indicando no Eixo I a apresentação sintomática dominante (por exemplo. com Idéias Delirantes [293.82]. epilepsia.81].2 para Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral. O código o estado físico geral deve também ser anotado no Eixo III (por exemplo. incluindo as doenças neurológicas (por exemplo. enxaqueca. alteração hidrelectrolíticas. hiper e hipoparatiroidismo. E05.81]. doenças cerebrovasculares.82]. com Alucinações [293.0 para Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral. surdez. hipoglicemia). lúpus eritematoso sistêmico). Este subtipo é utilizado caso as idéias delirantes sejam o sintoma principal. neoplasias.9 tirotoxicose). F06. do exames laboratorial e o padrão de prevalência ou de início refletem um estado . lesão do nervo auditivo. Perturbação Psicótica Devido a Tirotoxicose. hiper e hipotireoidismo. deve ser codificada a predominante: F06. página 317 Procedimentos de Registro No registro do diagnóstico de Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral. Caso o clínico tenha determinado que a perturbação é devida tanto a um estado físico geral como à utilização de substâncias.mentos pode ser especialmente sugestiva de uma Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias. deve ser feito o diagnóstico de Demência Tipo Alzheimer ou Demência Vascular com o subtipo Com Idéias Delirantes. Diagnóstico Diferencial As alucinações e idéias delirantes ocorrem habitualmente no contexto de um delirium. abstinência da substância ou exposição a tóxico (por exemplo. psicóticos e ansiosos). Quando as idéias delirantes se desenvolvem durante a evolução de uma Demência Tipo Alzheimer ou Demência Vascular. e o diagnóstico separado de Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral não deverá ser efetuado. primeiro episódio de idéias delirantes num sujeito com mais de 35 anos) e a ausência de história pessoal ou familiar de Esquizofrenia ou Perturbação Delirante sugere a necessidade de uma avaliação completa para pôr de parte o diagnóstico de Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral. intoxicação por LSD. não podem ser demonstrados mecanismos fisiológicos específicos e responsáveis diretos associados com um estado físico geral. duração. Esquizofrenia. o diagnóstico separado de Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral não deve ser feito caso a perturbação ocorra exclusivamente durante a evolução de um delirium. ou quantidade da substância utilizada. ambos os diagnósticos (isto é. O início tardio (por exemplo. no período de quatro semanas) a Intoxicação por Substâncias ou Abstinência ou após a utilização de medica. Perturbação Delirante. Abstinência de Álcool). Caso a apresentação inclua uma mistura de diferentes tipos de sintomas (por exemplo. Alucinações auditivas que envolvam vozes que dizem frases . Os sintomas que ocorrem ao longo ou imediatamente após (isto é. a Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias deve ser considerada. Nas Perturbações Psicóticas primárias e nas Perturbações do Humor primárias Com Características Psicóticas. Pode ser útil obter uma amostra de urina ou a determinação de drogas no sangue ou qualquer outra avaliação laboratorial adequada. Perturbação Psicótica Devida a um estado físico geral e Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias) podem ser aplicados. Se existe evidência de utilização recente ou prolongada de substâncias (incluindo medicamentos com efeitos psicoativos). Perturbação Esquizoafetiva) ou da Perturbação do Humor primária com Características Psicóticas.físico geral. contudo. dependendo das características. A Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral deve distinguir-se da Perturbação Psicótica primária (por exemplo. o diagnóstico é geralmente Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral porque nestas situações os sintomas psicóticos tipicamente predominam no quadro clínico. x Perturbação Psicótica Devida a. (Indicar o Estado Físico Geral ) (293. olfativas) alertam para a Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral ou a Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. 293. caso este exista disponível. são mais características da Esquizofrenia que da Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral. Critérios de Diagnóstico para F06. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Esta perturbação é referida na ICD-10 como Alucinose Orgânica ou Perturbação Delirante Orgânica. por .0 Com alucinações: Caso as alucinações sejam o sintoma dominante Nota de código: Incluir a designação da um estado físico geral no Eixo I.. também codificar a um estado físico geral no Eixo III (ver os códigos no Apêndice G). Com Idéias Delirantes. Outros tipos de alucinações (por exemplo. As alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas podem ocorrer em sujeitos sem perturbação mental. C.81 Perturbação Psicótica Devida a Neoplasia Pulmonar.xx) A. apenas ao adormecer ou ao acordar..completas. exame físico ou de achados laboratoriais que a perturbação é a conseqüência fisiológica direta de um estado física geral. A Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação deve ser diagnosticada quando o clínico não pode determinar se a alteração psicótica é primária. dependendo do tipo de sintomas presentes. induzida por substâncias ou devida a um estado físico geral. mas ocorrem. Nota de código: Caso as idéias delirantes façam parte de uma demência preexistente. Alucinações ou idéias delirantes dominantes B. D. indique as idéias delirantes codificando o subtipo apropriado de demência. por exemplo.Existe evidência da história clínica.. A perturbação não é provavelmente devida a outra perturbação mental. visuais.2 Com Idéias delirantes: Caso as idéias delirantes sejam o sintoma dominante . Código baseado nos sintomas dominantes: . por definição. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um delirium. um medicamento ou exposição a tóxico) (Critério B). página 319 Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias Características de Diagnóstico As características essenciais da Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias são as alucinações ou idéias delirantes dominantes (Critério A) que são entendidas como sendo devidas aos efeito fisiológicos diretos da substância (isto é. enquanto que as Perturbações Psicóticas primárias podem preceder o início da utilização de substâncias ou podem ocorrer após períodos de abstinência mantida. A perturbação não é provavelmente devida a Perturbação Psicótica não induzida por substâncias (Critério C). As Perturbações Psicóticas Induzidas Por Substâncias surgem apenas em associação com intoxicações ou síndromes de abstinência. assim. exame físico ou achados laboratoriais de intoxicação ou síndrome de abstinência. Para drogas de abuso deve existir evidência na história clínica.179. O diagnóstico não é realizado se apenas ocorrem sintomas psicóticos ao longo de um delirium (Critério D). As alucinações que o sujeito atribui como induzidas por substâncias não são aqui incluídas. devem ser diagnosticadas nas Intoxicações por Substâncias ou na Síndrome de Abstinência de Drogas acompanhadas do especificador Com Perturbações Perceptuais. o aparecimento de novas idéias delirantes numa pessoa com idade superior a 35 anos na ausência de história conhecida de Perturbação Psicótica primária deve alertar o . Como a síndrome de abstinência de algumas substâncias pode ser relativamente prolongada o início dos sintomas psicóticos podem ocorrer até 4 semanas após a suspensão da substância. uma droga de abuso. início ou evolução atípica). Uma vez iniciados os sintomas psicóticos estes podem manter-se enquanto a substância continuar a ser utilizada. Este diagnóstico deve ser feito em vez de um diagnóstico de Intoxicação Por Substâncias ou Síndrome de Abstinência de Substâncias apenas quando os sintomas psicótica são excessivos em relação aos habitualmente associados à intoxicação ou à síndrome de abstinência e quando os sintomas são suficientemente graves para chamar a atenção clínica.. Deve ser também considerada a presença de características que são atípicas da Perturbação Psicótica primária (por exemplaridade. 290. Para uma discussão mais detalhada ver as Perturbação Relacionadas Com Substâncias p. Com Idéias Delirantes.exemplo. A Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias distingue-se de uma Perturbação Psicótica primária tendo em consideração o início e o curso bem como outros fatores. Por exemplo.20 Demência do Tipo Alzheimer. Com Início Tardio. o desenvolvimento de sintomas que são substancialmente excessivos para o que seria de esperar tendo em conta o tipo e quantidade de substância utilizada ou a duração da sua utilização. Subtipos e Especificadores Pode ser utilizado qualquer um dos seguintes subtipos para indicar os sintomas dominantes da apresentação. Mesmo uma história anterior de Perturbação Psicótica primária não invalida a possibilidade da existência de uma Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias. Este subtipo é utilizado quando as alucinações são o sintoma dominante. Este especificador deverá ser utilizado caso sejam preenchidos os critérios para a síndrome de abstinência e os sintomas se desenvolvam durante ou brevemente após a síndrome de abstinência. porque os problemas originados pela utilização de substâncias não são raros entre pessoas com (presumivelmente) Perturbações Psicóticas não induzidas por substâncias. Este especificador deverá ser utilizado caso sejam preenchidos os critérios para intoxicação com uma substância e os sintomas se desenvolvam durante a síndrome de intoxicação. Pelo contrário fatores que sugerem que os sintomas psicóticos são provavelmente devidos a Perturbação Psicótica primária incluem sintomas psicóticos persistentes por um período substancial de tempo (isto é.clínico para a possibilidade de uma Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias. Com Alucinações. Outras causas de sintomas psicóticos devem ser consideradas mesmo numa pessoa com Intoxicação ou Síndrome de Abstinência. Caso estejam presentes idéias delirantes e alucinações codifique o predominante: Com Idéias delirantes. Este subtipo é utilizado quando as idéias delirantes são o sintoma predominante. Pode ser indicado o contexto do desenvolvimento dos sintomas psicóticos utilizando um dos especificadores abaixo indicados: Com Início Durante a Intoxicação. . Processos de Registro A designação da Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias termina com a substância específica (por exemplo. cocaína. cerca de 1 mês) após a Intoxicação por Substâncias ou Síndrome de Abstinência Agudo. Foi sugerido que 9 de 10 alucinações não auditivas são devidas a Perturbações Psicóticas Induzidas Por Substâncias ou de Perturbações Psicóticas Devidas a um estado físico geral. metilfenidato. Com Início Durante a Síndrome de Abstinência. ou uma história anterior de Perturbação Psicótica primária recorrente. opiáceos (meperidina). persistentes e geralmente desagradáveis desenvolvem-se brevemente (em 48 horas) após a interrupção ou redução da ingestão de álcool.51 Perturbação Psicótica Induzida Por Cocaína. alucinações claras. enquanto podem ser necessários dias ou semanas de doses elevadas de álcool ou sedativos para provocar psicoses. Por exemplo. Caso uma substância seja entendida como sendo o fator etiológico. Com Alucinações. Com Idéias Delirantes ou F19. O nome da Perturbação (por exemplo. F14. As alucinações podem ocorrer em qualquer modalidade. Com Início Durante o Síndrome de Abstinência. mas a substância ou a classe específica de substâncias não é conhecida pode ser utilizada a categoria F19. O código para cada uma das Perturbações Psicóticas Induzidas por Substâncias específicas depende do tipo de substância e da apresentação onde predominem ou não as idéias delirantes ou alucinações. Perturbação Psicótica Induzida pelo Metilfenidato) é seguido do subtipo indicando os sintomas predominantes na apresentação e o especificador indicando o contexto em que os sintomas se desenvolveram (por exemplo. Substâncias Especificas As Perturbações Psicóticas podem ocorrer em associadas com intoxicações pelas seguintes classes de substâncias: álcool. hipnóticos e ansiolíticos. sedativos. Esta perturbação ocorre apenas após uma ingestão de álcool prolongada. Com Idéias Delirantes. e outras substâncias ou substâncias desconhecidas. Para substâncias que não se encontrem nas classes facultadas (por exemplo. Com Alucinações. agentes inalatórios. sedativos. cada uma deve listada separadamente. O início da perturbação pode consideravelmente variar de acordo com a substância. em . Com Início Durante a Intoxicação. cocaína. F19. O código de diagnóstico é selecionado da lista de classe de substâncias disponível no quadro de critérios. fumar uma dose elevada de cocaína pode produzir uma psicose em minutos. hipnóticos e ansiolíticos. Na Perturbação Psicótica Induzida Por Álcool. Com Início Durante a Intoxicação). cannabis. dexametasona) deve ser utilizado o código "Outra Substância". Quando mais que uma substância é entendida como tendo um papel significativo no desenvolvimento dos sintomas psicóticos. As Perturbações Psicóticas podem ocorrer associadas a síndromes de abstinência das seguintes classes de substâncias: álcool. alucinógenos. Com Alucinações.52 Perturbação Psicótica Induzida pela Fenciclidina. anfetaminas e substâncias relacionadas. e outras substâncias ou substâncias desconhecidas.52 Perturbação Psicótica Induzida Por Substância Desconhecida. fenciclidina e substâncias relacionadas.51 Perturbação Psicótica Induzida Por Substância Desconhecida.dexametasona) presumida como sendo a causadora dos sintomas psicóticos. perturbação Psicótica Induzida pela Cocaína. Fazem parte do grupo de tóxicos incriminadas por produzir sintomas psicóticos as que possuem atividade anticolinesterase. os anti-inflamatórios não esteróides. A perturbação geralmente remite num dia. Esta perturbação é aparentemente rara. despersonalização e amnésia para o episódio subseqüente. As Perturbações Psicóticas induzida pela intoxicação com anfetaminas e cocaína têm características semelhantes. os anticolinérgicos.grande quantidade e em sujeitos que aparentemente têm Dependência de Álcool. os antiparkinsónicos. Pode ocorrer ansiedade marcada. Fazem parte do grupo de medicamentos incriminados por produzirem sintomas psicóticos os anestésicos e analgésicos. As alucinações de insetos ou vermes subindo por ou sob a pele (formicações) podem levar o sujeito a coçar-se e provocar escoriações cutâneas extensas. o dióxido de carbono e as substâncias voláteis como a gasolina ou as tintas. Diagnóstico Diferencial Um diagnóstico de Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias deve ser realizado em vez do diagnóstico de Intoxicação Por Substâncias ou Síndrome de Abstinência apenas quando é entendido serem os sintomas . A Perturbação Psicótica Induzida Por Cannabis pode desenvolver-se brevemente após a interrupção da utilização desta substância e manifestar-se com idéias delirantes persecutórias. ser difíceis de distinguir das Perturbações Psicóticas não Induzidas por substâncias. e outros medicamentos de venda livre (por exemplo. o monóxido de carbono. os antidepressivos e dissulfiram. os anticonvulsivantes. mas também podem existir alucinações visuais ou sinestésicas. os anti-hipertensores e fármacos utilizados em doenças cardiovasculares. os corticóides. Estas podem assim. os fármacos utilizados no aparelho digestivo. Agentes como as anfetaminas. ciclosporina e procarbazina). As alucinações auditivas são geralmente vozes. exceto se forem atingidos níveis plasmáticos elevados. As alucinações associadas com a Intoxicação por Cannabis é rara. As idéias delirantes persecutórias podem desenvolver-se rapidamente após a utilização de anfetaminas ou aminas simpaticomiméticas com mecanismo de ação semelhante. mas nalguns casos pode persistir por alguns dias. os citostáticos (por exemplo. os inseticidas organofosforados. fenciclidina e cocaína têm vindo a ser incriminados por estados psicóticos temporários que podem persistir durante semanas ou mais apesar da sua suspensão e do tratamento com neurolépticos. fenilefrina e pseudoefedrina). os gases "irritantes". os anti-histamínicos. labilidade emocional. As Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias podem por vezes não se resolverem rapidamente quando o agente é retirado. Podem ocorrer distorções da imagem do corpo e alterações da percepção das faces de terceiros. os antibióticos. os relaxantes musculares. Caso o clínico conclua que a perturbação é devida a ambos as situações. ou fenciclidina.psicóticos mais excessivos que os habitualmente associados com a intoxicação ou a síndrome de abstinência e quando os sintomas são suficientemente graves para chamar a atenção clínica. Por vezes pode ser necessária a mudança no tratamento da um estado físico geral (por exemplo. Muito tempo depois da interrupção do uso de alucinógenos podem ocorrer alucinações de tipo flashback que são diagnosticadas como Perturbação da Percepção Persistentes e a Alucinógenos (ver p. Caso o sentido crítico se mantenha intacto (isto é. cannabis. os dois diagnósticos (isto é. Quando existe . 319). Se os sintomas persistem para além de 4 semanas devem ser consideradas outras causas para os sintomas psicóticos. intoxicação por Cocaína. Com Alterações Perceptuais (por exemplo. caso os sintomas psicóticos induzidos por substâncias ocorram exclusivamente durante a evolução de um delirium. Pelo contrário. um estado físico geral e utilização de substâncias. Como os sujeitos com um estado físico geral tomam frequentemente medicamentos para a sua doença. é diagnosticada a Intoxicação Por Substância ou Síndrome de Abstinência. Perturbação Psicótica Devida a um estado físico geral e Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias) podem ser feitos. o diagnóstico não é Perturbação Psicótica Induzida Por Substância. 238). os sintomas psicóticos são considerados como característica associada do delirium e não são diagnosticados separadamente. o clínico deve considerar a possibilidade que os sintomas psicóticos serem a conseqüência fisiológica da um estado físico geral mais que da medicação. ou aqueles em síndrome de abstinência de álcool ou sedativos podem experimentar alteração perceptuais (luzes cintilantes. a pessoa reconheça que a percepção é induzida pela substância e não atue nem pense sob o seu efeito). Com Alterações Perceptuais). A Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias distingue-se da Perturbação Psicótica primária pelo fato da substância ser considerada etiologicamente relacionada com os sintomas (ver p. como em algumas formas graves de Abstinência ao Álcool. A história com freqüência fornece os fundamentos para este juízo. Uma vez o tratamento interrompido os sintomas psicóticos remitem em dias ou semanas (dependendo da semivida da substância e da presença de uma síndrome de abstinência). Ainda. sons. caso exista uma síndrome de abstinência associada à medicação). neste caso será diagnosticada a Perturbação Psicótica Devida a um estado físico geral. Sujeitos intoxicados com estimulantes. substituição ou interrupção da medicação) para determinar empiricamente se a medicação é o agente causal. A Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias devida a um tratamento prescrito para uma perturbação mental ou física deve ter o seu início enquanto a pessoa está medicada (ou ao longo do período de abstinência. opiáceos como a meperidina. ilusões visuais) que reconhecem serem originados por drogas. B. Além disso. os sintomas persistem por um período substancial de tempo (por exemplo. Idéias delirantes ou alucinações dominantes. página 323 Critérios de Diagnóstico para a Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias A. os Critérios de Diagnóstico com Fins de Investigação da ICD-10 para Flx. exame físico ou achados laboratoriais de (1) ou (2): (1) os sintomas do Critério A desenvolvem-se durante ou no período de um mês de Intoxicação ou Síndrome de Abstinência da Substância (2) a utilização de medicamentos está etiologicamente relacionada com a perturbação C. deve ser indicada Perturbação Psicótica Não Especificada. nem devidos à substância nem à um estado físico geral). quantidade e tempo da substância utilizada.5 impõe um limite superior na duração de seis meses.informação insuficiente para determinar se os sintomas psicóticos são devidos a uma substância (incluindo a medicação) ou a um estado físico geral ou são primários (isto é. A perturbação não é provavelmente devida a uma Perturbação Psicótica não induzida por uma substância. Relação com os Critérios de Diagnóstico com fins de Investigação da ICD-10 A ICD-10 divide esta categoria em duas: Flx. Nota: Não incluir as alucinações caso o sujeito faça a crítica que estas são induzidas por substâncias. história de .75 (Perturbação Psicótica Devida a Utilização de Substância Psicoativas Com Início Tardio) se o início dos sintomas psicóticos se apresentar entre duas e seis semanas de utilização da substância. A evidência que os sintomas são provavelmente devidos a uma Perturbação Psicótica não induzida por uma substância pode traduzir-se pela presença do seguinte: os sintomas precedem o início da utilização de substâncias (ou utilização de medicamentos). cerca de um mês) após a interrupção da síndrome de abstinência aguda ou da intoxicação grave ou são substancialmente excessivos em relação ao que seria esperado para o tipo. não induzida por substâncias (por exemplo. independente.5 (Perturbação Psicótica Devida à Utilização de Substância Psicoativas) se o início dos sintomas psicóticos for dentro das duas semanas da utilização da substância e Flx. Existe evidência através da história clínica. ou existem outras evidências que sugerem a existência de uma Perturbação Psicótica. ou imediatamente após uma síndrome de abstinência . com Idéias Delirantes. com Idéias Delirantes. com Alucinações.51 Outras Substâncias (ou Desconhecidas). com Alucinações. F10. D. F13.52 Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos. F14. com Idéias Delirantes. Código Perturbação Psicótica Induzida por .52 Agentes Inalatórios. com Alucinações.52 Cannabis. com Idéias Delirantes. F16. F15.52 Alucinógenos.51 Anfetaminas (ou Substâncias Anfetamina-like). F19.51 Agentes Inalatórios.181 para a aplicabilidade da substância): Com Início Durante a Intoxicação: Caso sejam preenchidos os critérios para Intoxicação com Substâncias e os sintomas se desenvolvam durante a síndrome de intoxicação Com Início Durante a Síndrome de Abstinência: Caso sejam preenchidos os critérios para a Síndrome de Abstinência de substâncias e os sintomas se desenvolvam durante.52 Outras Substâncias (ou Desconhecidas). com Alucinações.51 Alucinógenos.(Substância Específica): F10. com Alucinações.52 Cocaína. F19. F19.52 Fenciclidina (ou Substâncias Fenciclidina-like). F11. com alucinações. Hipnóticos ou Ansiolíticos. com Idéias Delirantes. com Alucinações. F18.episódios recorrentes não relacionados com substâncias). com Idéias Delirantes. Nota: Este diagnóstico deve ser feito em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substâncias ou Síndrome de Abstinência de Substâncias.51 Cocaína. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um delirium. F12. com Alucinações) Especificar se (ver quadro p. com Idéias Delirantes. F18. F11.51 Cannabis.51 Álcool. com Idéias Delirantes.52 Anfetaminas (ou Substâncias Anfetamina-like).51 Fenciclidina (ou Substâncias Fenciclidina-like). apenas quando os sintomas são excessivos em relação aos habitualmente associados com a intoxicação ou síndrome de abstinência e quando os sintomas são suficientemente graves para justificar a atenção clínica. com Alucinações.51 Sedativos.52 Opiáceos. com Idéias Delirantes. F12. F16. F13.51 Opiáceos. F14. F15. F19.52 Álcool com Alucinações. com Idéias Delirantes. Perturbação Bipolar I). dos episódios do humor descritos na primeira parte deste capítulo. Os critérios estabelecidos para a maioria das Perturbações do Humor requerem a presença. Perturbação Distímica. ou a ausência. alucinações. Episódio Misto e Episódio Hipomaníaco) que estão descritos separadamente no início deste capítulo. A terceira parte inclui os especificadores que . Alucinações auditivas persistentes na ausência de outros sintomas 4. Perturbação Psicótica Devida a um estado físico geral ou Perturbação Psicótica Induzida Por Substâncias 2.F29 Perturbação Psicótica Não Especificada Esta categoria inclui sintomatologia psicótica (isto é. discurso desorganizado. página 325 Perturbações do Humor O capítulo das Perturbações do Humor inclui as perturbações que têm como característica predominante uma perturbação do humor. Exemplos: 1. servem como princípios organizadores para o seu diagnóstico. Idéias delirantes persistentes não bizarras com períodos alternados de episódios afetivos que tenham estado presentes por um período substancial da perturbação delirante 5. Psicose Pós-Parto que não preencha os critérios para Perturbação do Humor Com Características Psicóticas. ou perturbações com sintomas psicóticos que não preencham os critérios para as Perturbações Psicóticas específicas. Sintomas psicóticos que tenham uma duração inferior a um mês mas que ainda não tenham remitido e que assim não preencham os critérios para Perturbação Psicótica Breve 3. A primeira descreve os diferentes episódios de alteração do humor (Episódio Depressivo Major. Perturbação Psicótica Breve. comportamento marcadamente desorganizado ou catatônico) em relação à qual existe informação pouco adequada para realizar um diagnóstico específico ou em relação à qual existe informação contraditória. contudo. A segunda parte descreve as Perturbações do Humor (por exemplo. Este capítulo divide-se em três partes. mas seja incapaz de determinar se esta é primária ou devido a um estado físico geral ou induzida por substâncias. Estes episódios não têm códigos de diagnóstico próprio e não podem ser diagnosticados como entidades separadas. idéias delirantes. Episódio Maníaco. Situações em relação às quais o clínico tenha concluído que uma Perturbação Psicótica está presente. Perturbação Depressiva Major. apenas para ajudar a efetuar o diagnóstico das várias Perturbações do Humor. habitualmente acompanhados por Episódios Depressivos Major. A Perturbação Depressiva Major é caracterizada por um ou mais Episódios Depressivos Major (isto é. As Perturbações Depressivas (isto é.Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral e Perturbação do Humor Induzida por Substância. durante mais de metade dos dias. Perturbação Distímica. habitualmente acompanhados pela presença (ou história) de Episódios Depressivos Major. Perturbação Depressiva Major. acompanhado por sintomas depressivos adicionais que não preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major. A Perturbação Bipolar I é caracterizada pela presença de um ou mais Episódios Maníacos ou Mistos. Perturbação Distímica e Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação) distinguem. Mistos ou Hipomaníacos. Perturbação Bipolar I.descrevem ou o episódio de humor mais recente ou a evolução dos episódios recorrentes.se das Perturbações Bipolares pela ausência de história de Episódio Maníaco. As Perturbações do Humor dividem-se em Perturbações Depressivas ("depressão unipolar"). acompanhado pelo menos por quatro sintomas adicionais de depressão). A Perturbação Bipolar II é caracterizada pela presença de um ou mais Episódios Depressivos Major acompanhados pelo menos por um Episódio Hipomaníaco. ou perda de interesse. A Perturbação Ciclotímica é caracterizada por pelo menos dois anos com numerosos períodos de sintomas hipomaníacos que não preenchem os critérios para Episódio Maníaco e numerosos períodos de sintomas depressivos que não preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major. Perturbação Ciclotímica e Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação) implicam a presença (ou história) de Episódios Maníacos. Perturbações Bipolares e em duas perturbações baseadas na etiologia . pelo menos duas semanas de humor depressivo. ou Perturbação da Adaptação com Humor Misto de Ansiedade e Depressão (ou sintomas depressivos acerca dos quais existe informação inadequada ou contraditória). Perturbação Bipolar II. A Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação é incluída para codificar as perturbações com características bipolares que não preenchem os critérios para nenhuma das Perturbações Bipolares específicas definidas nesta secção (ou sintomas bipolares acerca . A Perturbação Distímica é caracterizada pelo menos por dois anos de humor depressivo. Misto ou Hipomaníaco. A Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação é incluída para codificar as perturbações com características depressivas que não preenchem os critérios para Perturbação Depressiva Major. Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo. As Perturbações Bipolares (isto é. O capítulo das Perturbações do Humor está organizado do seguinte modo: Episódios de alteração do Humor Episódio Depressivo Major (p. com Ciclos Rápidos). Os especificadores descritos na terceira parte deste capítulo são fornecidos para aumentar a especificidade do diagnóstico. 336) Episódio Misto (p. Crônico. A Perturbação do Humor Sem Outra Especificação é incluída para codificar as perturbações com sintomas do humor que não preencham os critérios de nenhuma Perturbação do Humor específica e nas quais é difícil escolher entre Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação e Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação (por exemplo. outro tratamento somático da depressão ou exposição a tóxicos. 387) indica quais os especificadores do episódio que se aplicam a cada uma das Perturbações do Humor codificáveis (isto é. 348) F34. medicação.9 Perturbação Depressiva SOE [311 ] (p. Com Início no Período Pós-Parto). A Tabela 2 (p. A Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral é caracterizada por uma perturbação do humor.x Depressão Major [296.xx] (p. Alguns especificadores descrevem o episódio de humor atual (ou o mais recente) (isto é. se em remissão e as características psicóticas podem ser codificados no quinto dígito do código de diagnóstico para a maioria das Perturbações do Humor. criar subgrupos mais homogêneos.1 Distimia [300. ajudar na seleção do tratamento e melhorar a previsão do prognóstico. Com Características Catatônicas. que é considerada como conseqüência fisiológica direta de abuso de droga. Os outros especificadores não podem ser codificados. proeminente e persistente. Os especificadores que indicam a gravidade. 355) F32. A Perturbação do Humor Induzida por Substância é caracterizada por uma perturbação do humor. Com Características Melancólicas. A Tabela 1 (p. Gravidade/Psicótico/Em Remissão. Com Características Atípicas.4] (p. 360) . 328) Episódio Maníaco (p. agitação aguda). proeminente e persistente.dos quais existe informação inadequada ou contraditória). com Padrão Sazonal. que é considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral. 344) Perturbações Depressivas F3x. 341) Episódio Hipomaníaco (p. 387) indica quais os especificadores da evolução que se aplicam a cada uma das Perturbações do Humor. Especificadores Longitudinais da Evolução. B Perturbação do Humor Induzida por Substância [29x. Em Remissão Completa (para Episódio Depressivo Major. para Episódio Misto..1 para intensidade Moderada.89) (p. 401) Procedimentos para Registro das Perturbações Depressivas Major e Perturbações Bipolar I e Bipolar II Seleção dos códigos de diagnóstico. e 9 se Não Especificado.80] (p. 392) Com Características Catatônicas (p. p. Grave com Características Psicóticas. 376) Outras Perturbações do Humor F06. 374) F31. 398) Com Padrão Sazonal (p. p. 386. 369) F34. 381) F39 Perturbação do Humor SOE [296. (indique o Estado Físico Geral) [293.xx Perturbação do Humor Devida a. para Episódio Maníaco. 394) Com Características Atípicas (p. Completa. 2 para Grave sem Características Psicóticas.0 Ciclotimia [301.9 Perturbação Bipolar SOE [296.x Perturbação Bipolar I [296. 391 ) Crônico (p. 377) Flx. 397) Especificadores para descrever a evolução dos episódios recorrentes Especificadores longitudinais da evolução (Com ou Sem Recuperação Completa entre os Episódios) (p. O terceiro dígito é 2 (se existir apenas um único Episódio Depressivo Major) ou 3 (se existirem Episódios Depressivos Major recorrentes). . 389.831 (p.13] (p. p.xx] (p.90] (p. Em Remissão Parcial. O quarto dígito indica o seguinte: 0 para intensidade Ligeira.Perturbações Bipolares F3x.xx] (p. 395) Com Início no Período Pós-Parto (p.. Grave sem Características Psicóticas. 3 para Grave com Características Psicóticas. Moderado. 3. 361) F31. 393) Com Características Melancólicas (p. 400) Com Ciclos Rápidos (p. 386) Especificadores para descrever o episódio de humor mais recente Ligeiro.8 Perturbação Bipolar II [296. Os códigos de diagnóstico são selecionados do seguinte modo: Para a Perturbação Depressiva Major: 1. 4 para Em Remissão Parcial. primeiros três dígitos são igualmente F31. Para Perturbação Bipolar. Grave com Características Psicóticas. ou 7 se em Remissão Parcial ou Completa. com Características Atípicas. 2 se for Grave com Características Psicóticas. Perturbação Bipolar) 2. independentemente da gravidade ou remissão.89]. Recorrente. 4 se for Grave Sem Características Psicóticas. com Padrão Sazonal. Para a Perturbação Bipolar I. 2. 2. Episódio Mais Recente Misto. Para a Perturbação Bipolar II. Recorrente. Moderado ou Grave sem Características Psicóticas. com Ciclos Rápidos) Os seguintes exemplos ilustram o modo como deve ser registrado o diagnóstico com especificadores de uma perturbação do humor: F33. Para Perturbação Bipolar. Episódio Mais Recente.Tantos especificadores (sem códigos) quantos se aplicarem à evolução dos episódios recorrentes (por exemplo. Para Perturbação Bipolar. Registro do nome do diagnóstico. e 8 se Em Remissão Parcial ou Remissão. O quarto dígito é 1 se o Episódio Maníaco for Ligeiro. com Padrão Sazonal. Perturbação Depressiva Major. 2 se Grave com Características Psicóticas. o quarto dígito é 3 se a gravidade do Episódio Depressivo Major for Ligeiro ou Moderado. 5. O quarto dígito depende do tipo e gravidade do mais recente episódio do humor. Especificadores codificados no terceiro dígito (por exemplo. o quarto dígito é 9. Para Outras Perturbações Bipolares I: 1.Nome da perturbação (por exemplo.8 [296. Ao registrar a denominação do diagnóstico devem utilizar-se estes termos pela seguinte ordem l. Moderada. Episódio Mais Recente Depressão. Episódio Mais Recente Hipomaníaco. Maníaco) 3. com Características Melancólicas. Em Remissão Parcial) 4. com Início no Período Pós-Parto) 5.Para a Perturbação Bipolar I. Os .Especificadores codificados no quarto dígito (por exemplo. o código de diagnóstico é F31. com Recuperação .Psicóticas. o quarto dígito é 0. Episódio Mais Recente SOE. Episódio Único: l. o quarto dígito é 1 se a gravidade do Episódio Maníaco for Ligeiro.1 Perturbação Depressiva Major. Moderado ou Grave sem Características . Os primeiros três dígitos são F30. Episódio Mais Recente Maníaco. se for grave Com características Psicóticas e 7 se estiver em Remissão Parcial ou Completa. Para Perturbação Bipolar I. Ligeiro. o quarto dígito é 6 independentemente da gravidade do Episódio Misto.Tantos especificadores (sem códigos) quantos se aplicarem à evolução dos episódios recorrentes (por exemplo. O sujeito deve igualmente experimentar pelo menos quatro sintomas adicionais de uma lista que inclui alterações no apetite ou peso. o sintoma deve ou estar presente há pouco tempo ou ter piorado claramente em comparação com o estado da pessoa antes do episódio. Para alguns sujeitos com episódios ligeiros o funcionamento pode parecer normal. O episódio deve ser acompanhado por mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. diminuição da energia. triste. Os sintomas devem persistir durante a maior parte do dia. dificuldades de concentração ou em tomar decisões. sem emoções ou ansiosos. Nalguns casos. sem esperança ou "em baixo" (Critério A1). ocupacional ou noutras áreas importantes. O humor num Episódio Depressivo Major é frequentemente descrito pela pessoa como depressivo.54] Episódios de Alteração do Humor Episódio Depressivo Major Características do Episódio A característica essencial de um Episódio Depressivo Major é um período de pelo menos duas semanas durante o qual existe ou humor depressivo ou perda de interesse em quase todas as atividades. sono e atividade psicomotora. desencorajador. mas pode ser subsequentemente relatada durante a entrevista (por exemplo.32]. aumentos de irritabilidade (por exemplo. tentativas ou ideação suicida. Em alguns sujeitos que se queixam de se sentirem vazios. com Características Melancólicas. Muitos sujeitos descrevem. ou um sentimento exagerado de frustração a propósito de acontecimentos menores). dores no corpo) em vez de descreverem a tristeza. F31. quase todos os dias.5 Perturbação Bipolar Episódio Mais Recente Depressão. a presença do humor depressivo pode ser inferida a partir da expressão facial ou do comportamento. ou pensamentos recorrentes a propósito da morte ou planos. durante pelo menos duas semanas consecutivas. com Características Psicóticas Graves. tendência para responder aos acontecimentos com acessos de cólera ou culparem outros. com Ciclos Rápidos [296. Alguns sujeitos queixam-se de sintomas somáticos (por exemplo.Completa Interepisódica [296. mostrando ao sujeito que está quase a chorar). sentimentos de desvalorização pessoal ou culpa. Para ser assinalado como sintoma de um Episódio Depressivo Major. Em crianças e adolescentes o humor pode ser irritável em vez de triste. mas requer um claro aumento do esforço. a tristeza pode ser inicialmente negada. cólera persistente. ou mostram. Em crianças ou adolescentes o humor . ou. Os membros da família notam frequentemente o isolamento social ou negligência nas ocupações agradáveis (por exemplo. o discurso apresenta diminuições no volume. acordar durante a noite e ter dificuldades em adormecer) ou insônia de fim de noite (isto é. particularmente os que se encontram em tratamento ambulatório. em crianças. nem que seja num grau ligeiro. quantidade e variedade no conteúdo ou mutismo) (Critério A5). A pessoa pode descrever fadiga persistente sem esforço físico. cansaço e fadiga são comuns (Critério A6). doces ou outros carbo-hidratos). podem ter aumentos de apetite ou desejar certas comidas específicas (por exemplo. Esta apresentação deve ser diferenciada do padrão de irritabilidade da "criança mimada" quando frustrada. pausas aumentadas antes de responder. Menos frequentemente. A insônia inicial (isto é. Quando as alterações no apetite são intensas (em qualquer das direções). coçar a pele. a roupa ou outros objetos) ou inibição (por exemplo.irritável ou o trato difícil pode desenvolver-se em vez do humor triste ou desanimado. pensamento e movimentos corporais. uma falha em atingir os aumentos de peso esperados para a idade (Critério A3)."já não me interesso mais" . A eficiência . acordar demasiado cedo e ter dificuldades em adormecer). Diminuição da energia. O apetite está habitualmente diminuído e alguns sujeitos sentem que têm de se esforçar para comer. pode existir uma aumento ou perda significativa no peso. inflexão. Nalguns sujeitos acontece uma redução dos níveis prévios de desejo e interesse sexual. aparecem sujeitos a queixar-se de sintomas de dormir de mais (hipersônia) que toma a forma de episódios prolongados de sono à noite ou períodos de sono aumentados durante o dia. Os sujeitos podem descrever sentirem-se menos interessados nos seus passatempos . um jogador ávido de golfe deixa de jogar. Mesmo as tarefas menores parecem requerer um esforço substancial. O modo mais freqüente é a insônia de meio da noite (isto é. As alterações psicomotoras incluem agitação (por exemplo. incapacidade para estar parado.ou deixarem de ter prazer nas atividades de que antes gostavam (Critério A2). Por vezes o motivo que leva o sujeito a procurar tratamento é o sono perturbado. dificuldade em adormecer) pode igualmente ocorrer. torcer as mãos. uma criança que gostava de jogar à bola dá desculpas para não jogar). andar de um lado para o outro. A perturbação do sono mais comum associada com os Episódios Depressivos Major é a insônia (Critério A4). A perda de interesse ou prazer está quase sempre presente. Outros sujeitos. lentidão na fala. A agitação ou inibição psicomotora devem ser suficientemente intensas para poderem ser observadas por outros e não representarem somente sentimentos subjetivos. Esses pensamentos podem variar desde a crença de que os outros estariam melhor se a pessoa estivesse morta. E comum o sentimento de culpa por estar doente ou por ser incapaz de desempenhar as responsabilidades ocupacionais ou sociais como resultado da depressão. por vezes. para se concentrar ou para tomar decisões (Critério A8). um programador de computador que não consegue desempenhar tarefas complicadas que antigamente eram perfeitamente manejáveis). intensidade e letalidade destes pensamentos pode ser muito variável. acontecimentos neutros ou triviais do dia-a-dia como evidência de defeitos pessoais e têm um sentimento exagerado de responsabilidade para com os acontecimentos desagradáveis. Contudo. . é freqüente os problemas da memória desaparecerem completamente. nalguns sujeitos. Por exemplo. particularmente nos idosos um Episódio Depressivo Major pode.com que as tarefas são realizadas pode estar diminuída. ideação suicida ou tentativas de suicídio (Critério A9). a pensamentos transitórios mas recorrentes de tentativa de suicídio. Frequentemente podem existir pensamentos acerca da morte. A freqüência. uma diminuição súbita nas notas da escola pode refletir dificuldades de concentração. até aos planos específicos para se suicidar. Por exemplo. Pode parecer que se distraem com facilidade ou queixam-se de dificuldades de memorização. mas. O sentimento de desvalorização e de culpa pode atingir proporções delirantes (por exemplo. Em crianças. Aqueles que desempenham tarefas intelectualmente exigentes sentem-se frequentemente incapazes de funcionar adequadamente. o sujeito pode queixar-se que lavar-se ou vestir-se de manhã é exaustivo e demora o dobro do tempo que costumava levar. a não ser que seja delirante. como sinais precoces de demência ("pseudodemência"). ser a apresentação inicial de uma demência irreversível. mesmo quando têm ligeiros problemas de concentração (por exemplo. erradamente. O sentimento de desvalorização pessoal ou de culpa associado com o Episódio Depressivo Major pode incluir avaliações negativas irrealistas do seu próprio valor ou preocupações de culpa ou ruminações acerca de falhanços menores do passado (Critério A7). Tais sujeitos interpretam mal. um agente de vendas pode ficar preocupado culpando-se por estar a vender menos quando o mercado está em baixa e os outros agentes de vendas são igualmente incapazes de fazer vendas. o sujeito que está convencido que é responsável pela pobreza no mundo). não é considerado suficiente para preencher este critério. Muitos sujeitos descrevem deficiências na capacidade para pensar. com freqüência. Em sujeitos idosos com uma Perturbação Depressiva Major as dificuldades de memória podem ser o sintoma principal e serem considerados. Sujeitos com pensamentos suicidas menos intensos podem descrever pensamentos transitórios (de 1 a 2 minutos). Quando o Episódio de Depressão Major tem tratamento com sucesso. epilepsia. Uma entrevista cuidadosa é essencial para fazer descrever os sintomas de um Episódio Depressivo Major. Apesar de estes comportamentos estarem estatisticamente associados com tentativas de suicídio e poderem ser úteis para identificar grupos de risco elevado. mas mesmo em casos ligeiros tem de existir ou mal-estar clinicamente significativo ou alguma interferência no funcionamento social. diabetes). Sujeitos com pensamentos suicidas mais intensos podem ter adquirido materiais (por exemplo. ou tendência para negar. muitos estudos demonstraram que não é possível prever de modo adequado se ou quando um sujeito com depressão irá fazer uma tentativa de suicídio. Uma vez que os Episódios Depressivos Major podem ter um início gradual. Tais sintomas devem ser considerados como fazendo parte do . A avaliação dos Episódios de Depressão Major é especialmente difícil num sujeito que tem igualmente um estado físico geral (por exemplo. dissimular ou desenvolver explicações para os sintomas.recorrentes (uma ou duas vezes por semana). a pessoa pode ser incapaz de cuidar minimamente de si própria (por exemplo. cancro. deficiência da memória. alimentar-se ou vestir-se) ou manter cuidados de higiene mínimos. uma corda ou uma arma) para serem utilizados na tentativa de suicídio e podem ter estabelecido um local ou uma hora em que estarão isolados de modo a que possam executar a tentativa de suicídio. Se a deficiência for intensa. enfarte de miocárdio. Alguns dos itens dos critérios dos Episódios Depressivos Major são idênticos aos sinais característicos e sintomas dos estados físicos gerais (por exemplo. perda de peso com diabetes não tratada. As descrições dos sintomas podem ser comprometidas por dificuldades de concentração. As motivações para o suicídio podem incluir o desejo para desistir perante obstáculos percebidos como insuperáveis ou um desejo intenso para terminar com um estado emocional extremamente penoso que é percebido pela pessoa como não tendo fim. a pessoa pode perder a capacidade para funcionar social ou ocupacionalmente. Em casos extremos. ocupacional ou qualquer outra área importante (Critério C). uma revisão da informação clínica que foque a parte pior do episódio atual torna mais fácil a detecção dos sintomas. O diagnóstico de Episódio Depressivo Major não é feito se os sintomas preencherem os critérios para Episódio Misto (Critério B). Um Episódio Misto é caracterizado pelos sintomas de Episódio Maníaco e Episódio Depressivo Major ocorrendo quase todos os dias durante pelo menos o período de uma semana. O grau de deficiência associado com um Episódio Depressivo Major varia. fadiga com cancro). Obter informações a partir de outras pessoas pode ajudar a clarificar a evolução do Episódio Depressivo Major atual ou dos anteriores e na avaliação da existência de algum Episódio Maníaco ou Hipomaníaco. Episódio Depressivo Major não é provocado pelo efeito fisiológico direto de abuso de drogas (por exemplo. Em crianças pode ocorrer a ansiedade de separação. anorgasmia em mulheres ou disfunção erétil em homens). preocupados. quando os sintomas são claramente provocados por idéias delirantes ou alucinações incongruentes com o humor (por exemplo uma perda de peso de 30 quilos relacionada com a não ingestão de alimentos provocada pelas idéias delirantes "de que a sua alimentação está a ser envenenada). irritáveis. cefaléias. Por exemplo. problemas profissionais (por exemplo. 702). Igualmente. perda do emprego). hipotireoidismo) (Critério D). e não persistem para além desses dois meses. culpa. sintomas psicóticos ou inibição psicomotora. Para além disto. a perda de peso numa pessoa com uma colite ulcerosa com muitos movimentos peristálticos e com uma pequena ingestão alimentar não devem ser considerados como fazendo parte de um Episódio Depressivo Major. são geralmente considerados como resultantes de Luto (ver p. o episódio não é provocado pelo efeito fisiológico direto de um estado físico geral (por exemplo. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. se os sintomas começam dentro do período de dois meses após a perda de um ente querido. pelos efeitos secundários de medicamentos ou tratamentos (por exemplo. divórcio). esteróides) ou exposição a tóxicos. Durante um Episódio Depressivo Major alguns sujeitos têm Ataques de Pânico que ocorrem num padrão que preenche os critérios para Perturbação de Pânico. Podem existir problemas conjugais (por exemplo. dores abdominais ou nas articulações). quando a tristeza. problemas . preocupações excessivas acerca da saúde física. Por definição.Episódio Depressivo Major exceto quando são clara e completamente explicados por um estado físico geral. ansiedade. cada sintoma deve ser considerado como fazendo parte do Episódio Depressivo Major porque estes sintomas não estão claramente relacionados ou não são explicados pelos efeitos fisiológicos do enfarte do miocárdio. Por outro lado. ideação suicida. estes sintomas não contam para o diagnóstico de Episódio Depressivo Major. a não ser que estejam associados com uma deficiência funcional clara ou incluam a preocupação mórbida com sentimentos de desvalorização pessoal. com ruminações obsessivas. De igual modo. interações sociais menos satisfatórias ou dificuldades no funcionamento sexual (por exemplo. insônia ou perda de peso estão presentes numa pessoa com um enfarte do miocárdio recente. Os sujeitos com Episódio Depressivo Major apresentam-se frequentemente com choro fácil. queixas de dor (por exemplo. no contexto da Intoxicação Alcoólica ou Abstinência da Cocaína). Alguns sujeitos têm dificuldades nas relações íntimas. fobias. com história prévia de tentativas de suicídio. 397). O risco de suicídio é especialmente elevado para sujeitos com características psicóticas. Não foi identificado nenhum dado laboratorial com valor de diagnóstico para a Perturbação Depressiva Major. Os dados do registro polissonográfico do sono mais frequentemente associados incluem: 1) perturbações na continuidade do sono. história familiar de suicídio ou utilização atual de substâncias. O parto pode precipitar um Episódio Depressivo Major. Pode existir igualmente uma taxa elevada de morte prematura por estados físicos gerais. uma diversidade de dados laboratoriais têm sido assinalados como anormais em grupos de sujeitos com Perturbação Depressiva Major. duração encurtada do primeiro período NREM). 4) aumento da atividade fásica REM (isto é. morte de um ente querido. e 5) aumentos na duração do sono REM no início da noite. 3) diminuição na latência nos movimentos oculares rápidos (REM) (isto é. fraco desempenho escolar). em relação a sujeitos de controlo. separação conjugal. tais como latência do sono prolongada. mas alguns podem preceder o início do episódio ou persistir depois da remissão. A conseqüência mais grave do Episódio Depressivo Major é o suicídio ou as tentativas de suicídio. Existe evidência sugerindo que as anormalidades no sono podem por vezes persistir depois da remissão clínica ou podem preceder o início do . As anormalidades no EEG do sono podem ser evidentes em 40%-60%o dos pacientes ambulatórios e até 90% dos pacientes internados com Episódios Depressivos Major. Os Episódios Depressivos Major seguem-se frequentemente a estressores psicossociais (por exemplo. com uma mudança na atividade das ondas lentas do primeiro período NREM. 2) estádios 3) movimentos oculares não rápidos (NREM). faltas à escola. aumento dos períodos em que acorda durante a noite e acordar mais cedo de manhã. são afetados pela presença ou ausência dos sintomas depressivos). A maioria dos dados laboratoriais anormais são dependentes do estado (isto é. no qual é assinalado o especificador Com Início no Período Pós-Parto (ver p. e 4 (sono de ondas lentas).acadêmicos (por exemplo. Aparentemente alguns dados laboratoriais anormais que estão associados com os Episódios Depressivos Major acontecem independentemente de o episódio fazer parte de uma Perturbação Depressiva Major Bipolar I ou Bipolar II. Abuso de Outras Substâncias ou Álcool ou utilização dos serviços médicos com maior freqüência. divórcio). o número de movimentos oculares durante o REM). Os testes laboratoriais têm uma probabilidade maior de apresentarem resultados anormais nos episódios com características melancólicas ou psicóticas e nos sujeitos com depressões mais intensas. Dados laboratoriais associados. Contudo. Em crianças pré-púberes os Episódios Depressivos Major ocorrem mais frequentemente em conjunto com outras perturbações mentais (especialmente as Perturbações Disruptivas do Comportamento. no fluido cerebrospinal ou urina ou no funcionamento dos receptores plaquetários. medo de estar enfeitiçado. Por exemplo. outros testes neuroendócrinos. sensações de "calor na cabeça". Características Especificas da Cultura. A experiência da depressão pode ser expressa por queixas de "nervos" ou cefaléias (nas culturas latinas e mediterrânicas). Perturbações por Déficit da Atenção e Perturbações da Ansiedade) do . Certos sintomas tais como os sintomas somáticos e isolamento social são particularmente comuns em crianças. Outros testes laboratoriais que demonstraram dados anormais incluem o teste da supressão da dexametasona. Os neurotransmissores implicados na patofisiologia dos Episódios Depressivos Major incluem a norepinefrina. Idade e Sexo A cultura pode influenciar a experiência e a descrição dos sintomas da depressão. ou sensações de formigueiro como provocado por minhocas ou formigas. Experiências culturalmente distintas (por exemplo. de problemas do "coração" (nas culturas do Médio Oriente) ou de ter "o coração partido" (entre os Hopi). de modo rotineiro. A evidência que implica estes neurotransmissores inclui as medidas dos seus níveis no sangue. enquanto a inibição motora. acetilcolina. ou sensações de ser visitado por alguém que morreu) devem ser distinguidos de idéias delirantes ou alucinações que. Estes quadros clínicos combinam as características das Perturbações Depressivas. A atenção à especificidade das condições culturais e étnicas que pode diminuir os erros de diagnóstico ou mesmo não ser efetuado o diagnóstico perante os sintomas do Episódio Depressivo Major. em vez da tristeza ou culpa. podem fazer parte de um Episódio Depressivo Major. dopamina e ácido-gama-aminobutírico. As diversas culturas podem igualmente diferir na apreciação da intensidade da disforia (por exemplo. em algumas culturas. apesar de existirem dados sugerindo que a proeminência dos sintomas característicos pode mudar com a idade. um sintoma porque ele é considerado como "normativo" para uma cultura.primeiro Episódio Depressivo Major. da Ansiedade e Somatoformes. a hipersônia e as idéias delirantes são menos comuns na pré-puberdade que na adolescência ou na idade adulta. a irritabilidade pode provocar maior preocupação do que a tristeza ou o isolamento). com Características Psicóticas. fraqueza. potenciais evocados e EEG durante o período de vigília. a depressão pode ser largamente experimentada em termos somáticos. E igualmente imperativo que o clínico não afaste. cansaço ou "desequilíbrio" (nas culturas chinesas e asiáticas). serotonina. imagens estruturais e funcionais do cérebro. Os sintomas nucleares dos Episódios de Depressão Major são os mesmos para as crianças e adolescentes. alguns sintomas depressivos. Um período prodrómico que pode incluir sintomas de ansiedade e ligeiros sintomas depressivos pode durar semanas ou meses antes do início de um Episódio Depressivo Major completo. 288). ver p. Na maioria dos casos. p. Os episódios depressivos são duas vezes mais freqüentes em mulheres em comparação com os homens. Perturbações da Ansiedade. por meses ou anos. Nalguns sujeitos (5%-10%) os critérios para Episódio Depressivo Major continuam a ser preenchidos durante dois anos ou mais (em tais casos o especificador Crônico deve ser assinalado. Diagnóstico Diferencial Um Episódio Depressivo Major deve ser distinguido de uma Perturbação do Humor Devido a Um Estado Físico Geral. Perturbações Relacionadas com Substâncias e Perturbações do Comportamento Alimentar.que como perturbação isolada. 362) e Perturbação Bipolar II (p. desorientação. Evolução Os sintomas de um Episódio Depressivo Major desenvolvem-se habitualmente durante dias ou semanas. independentemente da idade de início. Numa proporção significativa de casos (talvez 20%-30%) podem persistir. que são contudo insuficientes para preencher os critérios de diagnóstico de Episódio Depressivo Major e estarem associados com algumas limitações ou malestar (em tais casos o especificador Em Remissão Parcial deve ser assinalado. De modo típico. O diagnóstico apropriado deve ser de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico . Uma proporção significativa de mulheres descrevem um aumento dos sintomas de um Episódio Depressivo Major alguns dias antes do início da menstruação. Perturbação Bipolar I (p. Em adolescentes. 392). 371 ) para informação específica acerca do sexo. os sintomas remitem completamente e o funcionamento retorna ao nível pré-mórbido. 350). Em adultos idosos os sintomas cognitivos (por exemplo. os Episódios Depressivos Major estão frequentemente associados com Perturbações Disruptivas do Comportamento. Perturbações por Déficit da Atenção. perdas de memória e distratibilidade) podem ser particularmente proeminentes. Ver as secções correspondentes do texto para Perturbação Depressiva Major (p. A duração do Episódio Depressivo Major é igualmente variável. A remissão parcial a seguir a um Episódio Depressivo Major parece ser indicadora de um padrão semelhante após episódios subseqüentes. um episódio não tratado dura seis meses ou mais. Esta distinção requer uma avaliação clínica cuidadosa da presença de sintomas maníacos. o humor depressivo que ocorre somente no contexto da abstinência da cocaína deve ser diagnosticado como Perturbação do Humor Induzida pela Cocaína. perda de memória) são mais bem explicados pela demência ou por um Episódio Depressivo Major. epilepsia. a Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção pode . os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. Perturbação Depressiva Major) e o estado físico geral registrado no Eixo III (por exemplo. isto deve constituir um Episódio Misto. assim como a avaliação do início da perturbação. desorientação. esclerose múltipla. Na demência. Se o Episódio Depressivo Major e o estado físico geral estiverem ambos presentes mas se for avaliado que os sintomas depressivos não são conseqüência fisiológica direta do estado físico geral. 381). se os critérios forem preenchidos para ambas as perturbações. evolução da doença e resposta ao tratamento ajudam para efetuar esta determinação. com Início Durante a Abstinência. Uma avaliação médica adequada. Será por exemplo este o caso em que o Episódio Depressivo Major é considerado como sendo a conseqüência psicológica de um estado físico geral ou quando não existe nenhuma relação etiológica entre o Episódio Depressivo Major e o estado físico geral. Episódios Depressivos Major com humor irritável proeminente podem ser difíceis de distinguir dos Episódios Maníacos com humor irritável ou dos Episódios Mistos. existe habitualmente uma história pré-mórbida de declínio da função cognitiva enquanto o sujeito com um Episódio Depressivo Major tem muito provavelmente um estado pré-mórbido relativamente normal e um declínio cognitivo abrupto associado com a depressão. durante pelo menos o período de uma semana. Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. hipotireoidismo) (ver p. 377). Em pessoas mais velhas é frequentemente difícil determinar se os sintomas cognitivos (por exemplo. medicação ou tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. o diagnóstico primário de Perturbação do Humor deve ser registrado no Eixo I (por exemplo. enfarte do miocárdio). Por exemplo. apatia. da seqüência temporal dos sintomas depressivos e cognitivos.(por exemplo. Se forem preenchidos os critérios para Episódio Maníaco e para Episódio Depressivo Major (exceto a duração de duas semanas) quase todos os dias. com Características Depressivas. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se de um Episódio Depressivo Major pelo fato de uma substância (por exemplo. O estado pré-mórbido do sujeito pode ajudar a diferenciar um Episódio Depressivo Major de uma demência. abuso de droga. dificuldades de concentração. Distratibilidade e baixa tolerância à frustração tanto pode ocorrer na Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção como no Episódio Depressivo Major. Um Episódio Depressivo Major que ocorre em resposta a um agente estressor psicossocial distingue-se da Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo pelo fato de que os critérios completos para Episódio Depressivo Major não estão preenchidos na Perturbação da Adaptação. preocupação mórbida com sentimentos de desvalorização pessoal. Além disso. cinco sintomas de nove). períodos de tristeza são aspectos inerentes da experiência humana. ao contrário do DSM-IV (onde a perda de auto-estima constitui um sintoma diferente do sentimento inapropriado de culpabilidade). duração (isto é. a não ser que persistam por mais de dois meses ou incluam uma marcada deficiência funcional. O diagnóstico de Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação pode ser apropriado para os quadros clínicos com humor depressivo com deficiência clinicamente significativa que não preenchem os critérios de duração ou intensidade. e os três sintomas para os episódios graves. Estes períodos não devem ser diagnosticados como Episódios Depressivos Major a não ser que sejam preenchidos os critérios para intensidade (isto é. para os episódios depressivos de dígito ligeiro e moderado. A ICD-10 contém critérios diagnósticos diferentes para cada nível de gravidade do episódio depressivo major: um mínimo de 4 dos 10 sintomas define o nível ligeiro. sintomas psicóticos ou inibição psicomotora.ser diagnosticada em conjunto com a Perturbação do Humor. Depois da perda de um ente querido. o nível moderado e 8 de 10. a maior parte do dia. já que a ICD-10 requer a presença de pelo menos dois dos três sintomas seguintes: humor depressivo. o nível grave. 6 de 10 sintomas. Finalmente. o algoritmo diagnóstico também é um fator de distinção. ideação suicida. eles devem ser atribuídos ao Luto em vez de a um Episódio Depressivo Major. perda de interesse e perda de energia. o clínico deve ser cauteloso em não fazer diagnósticos em demasia de Perturbação Depressiva Major em crianças com Perturbação por Hiperatividade/ /Déficit da Atenção cuja perturbação do humor é caracterizado por irritabilidade e não por tristeza ou perda de interesse. mesmo quando os sintomas depressivos são em número e duração suficiente para preencher os critérios para Episódio Depressivo Major. quase todos os dias durante pelo menos duas semanas) e deficiência ou mal-estar clinicamente significativos. Critérios para Episódio Depressivo Major . Contudo. A definição da ICD-10 dos episódios com sintomas psicóticos exclui a presença de sintomas de primeiro nível e idéias delirantes bizarras. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 mencionam dez sintomas. ou idéias delirantes ou alucinações que são incongruentes com o humor. e não meramente pelo relato subjetivo de se sentir agitado ou lento) (6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias (7) sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada (que pode ser delirante) quase todos os dias (não meramente autocensura ou sentimentos de culpa por estar doente) (8) diminuição da capacidade de pensamento ou concentração. ou aumento de peso significativo (por exemplo. quase todos os dias. Não incluir os sintomas que são claramente provocados por um estado físico geral. ou quase todas. uma alteração de mais de 5% do peso corporal num mês). Nota. medicação) ou um estado físico geral (por exemplo. abuso de droga. ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio. ou indecisão. sente-se triste ou vazio) ou pela observação de outros (por exemplo.Estão presentes cinco (ou mais) dos seguintes sintomas durante o mesmo período de duas semanas e representam uma alteração do funcionamento prévio. parece choroso). depois . Os sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. B. Os sintomas não preenchem os critérios para Episódio Misto (ver p. hipotireoidismo). deve-se considerar o não atingimento dos aumentos esperados de peso (4) insônia ou hipersônia quase todos os dias (5) agitação ou inibição psicomotora quase todos os dias (observável por outros. D. indicados ou pelo relato subjetivo (por exemplo. (9) pensamentos recorrentes acerca da morte (não somente acerca do medo de morrer). (3) perda de peso. Os sintomas não são mais bem explicados por Luto. ideação suicida recorrente sem um plano específico. as atividades durante a maior parte do dia. ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias. Em crianças e adolescentes o humor pode ser irritável (2) diminuição clara do interesse ou prazer em todas. quase todos os dias (indicado pelo relato subjetivo ou pela descrição de outros). Nota. 343) C. pelo menos um dos sintomas é: (1 ) humor depressivo ou (2) perda de prazer ou interesse. Nota. Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social ocupacional ou qualquer outra área importante. isto é. E. quase todos os dias (ou pelo relato ou pela observação de outros). (1) humor depressivo durante a maior parte do dia.A. Em crianças. quando não está a fazer dieta. Episódio Maníaco Características do Episódio Um Episódio Maníaco é definido por um período distinto durante o qual existe um humor anormal e persistentemente elevado. Este período de humor anormal deve durar pelo menos uma semana (ou menos se for necessária a hospitalização) (Critério A). Se o humor for irritável (em vez de elevado ou expansivo) pelo menos quatro dos sintomas descritos acima têm de estar presentes (Critério B). A perturbação do humor deve ser acompanhada pelo menos por três sintomas adicionais de uma lista que inclui aumentos na auto-estima ou grandiosidade. para iniciar uma venda. a pessoa pode espontaneamente iniciar conversas com estranhos em lugares públicos ou um vendedor pode telefonar para casa de estranhos. preocupação mórbida com sentimentos de desvalorização pessoal. distratibilidade. sexuais ou ocupacionais. Os sintomas não preenchem os critérios para Episódio Misto. aumento do envolvimento em atividades dirigidas para objetivos ou agitação psicomotora e envolvimento excessivo em atividades agradáveis com um elevado potencial de terem conseqüências desagradáveis. excepcionalmente bom. O humor expansivo de um Episódio Maníaco pode ser descrito como eufórico. necessidade de dormir diminuída. A perturbação tem de ser suficientemente intensa para provocar uma clara deficiência no funcionamento social ou ocupacional ou requerer hospitalização. sintomas psicóticos ou inibição psicomotora. esclerose múltipla. expansivo ou irritável. fuga de idéias. é reconhecido como excessivo para aqueles que conhecem bem a pessoa. tumor cerebral) (Critério E).da perda de um ente querido. Igualmente. alegre ou elevado. O episódio não é provocado pelo efeito fisiológico direto de abuso de drogas. os sintomas persistem por mais de dois meses ou são caracterizados por uma marcada deficiência funcional. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz) ou exposição a tóxicos. ou ser caracterizada pela presença de características psicóticas (Critério D). medicação ou qualquer outro tratamento somático para a depressão (por exemplo. muito cedo de manhã. A qualidade expansiva do humor é caracterizada pelo entusiasmo incessante e indiscriminado por interações interpessoais. Apesar de o humor . o episódio não é provocado pelo efeito fisiológico direto de um estado físico geral (por exemplo. Por exemplo. discurso apressado. que é caracterizado por sintomas tanto de Episódio Maníaco como de Episódio Depressivo Major que ocorrem quase todos os dias pelo menos durante o período de uma semana (Critério C). ideação suicida. Apesar de inicialmente o humor da pessoa poder ter uma qualidade contagiosa para um observador não envolvido. Quando a fuga de idéias é intensa. Habitualmente. O sujeito pode tornar-se dramático. Existe. variando da ausência de crítica em relação à autoconfiança às idéias de grandiosidade que podem atingir proporções delirantes (Critério B1). Os pensamentos do sujeito têm um fluxo aumentado. Apesar de não terem nenhuma experiência ou talento particular. a auto-estima está aumentada. difícil de interromper e feito em tom elevado (Critério B3). a perturbação predominante do humor pode ser a irritabilidade. A labilidade do humor (por exemplo. a pessoa pode passar dias sem dormir sem se sentir cansada. rápido. A distratibilidade (Critério B5) pode evidenciar-se pela incapacidade em excluir estímulos externos irrelevantes (por exemplo. o vendedor pode mudar na altura o discurso para a história dos microprocessadores dos computadores. com maneirismos ou cantar. o discurso pode ser caracterizado por queixas. Frequentemente a pessoa acorda muito antes do habitual. religião ou do espetáculo). sentindo-se cheia de energia. As idéias delirantes de grandeza são comuns (por exemplo. Alguns sujeitos com Episódios Maníacos declaram que esta experiência se assemelha a ver dois ou três programas de televisão em simultâneo. como dirigir as Nações Unidas). O discurso maníaco é habitualmente apressado. Estes sujeitos podem dar conselhos sobre assuntos sobre os quais não têm nenhum conhecimento específico (por exemplo. quase invariavelmente. frequentemente. a revolução industrial ou para a matemática aplicada. Quando a perturbação do sono é intensa. estes sujeitos podem começar a escrever uma novela ou uma sinfonia ou procurar publicitar uma invenção completamente despropositada. ter uma relação especial com Deus ou com alguma figura pública da política. a gravata do entrevistador. a alteração entre a euforia e a irritabilidade) é frequentemente observada. enquanto fala acerca de um potencial negócio para vender computadores. comentários hostis ou piadas amargas. uma necessidade reduzida para dormir (Critério B2). Se o humor da pessoa for mais irritável que expansivo. Por exemplo. Pode existir uma capacidade diminuída para diferenciar os pensamentos . O discurso é caracterizado por piadas. em vez de terem relações conceptuais significativas. podem ser governados pela escolha das palavras (por exemplo. Os sons.elevado ser um sintoma típico. Estes sujeitos podem falar de modo ininterrupto durante horas sem tomar em consideração a vontade das outras pessoas para falar. o discurso pode tornar-se desorganizado ou incoerente. particularmente quando a pessoa sente os seus desejos frustrados. assonâncias). trocadilhos ou por aspectos irrelevantes jocosos. Frequentemente existe fuga de idéias evidenciada pelo fluxo quase contínuo do discurso acelerado. conversas ou barulhos irrelevantes ou a mobília da sala). a um ritmo mais intenso do que aquele que é possível ser articulado (Critério B4). com mudanças abruptas de um tópico para outro. atividades ilegais. Estes sujeitos mostram frequentemente agitação psicomotora ou incapacidade para estarem parados. prejuízos financeiros. Por definição. dominadora e exigente dessas interações. Alguns sujeitos escrevem uma grande quantidade de cartas sobre muitos assuntos a amigos. figuras públicas ou aos órgãos de comunicação social. se uma pessoa com uma Perturbação Depressiva Major recorrente desenvolve sintomas maníacos a seguir a um tratamento com medicação . O aumento de atividades dirigidas para determinados objetivos envolvem frequentemente o planejamento excessivo ou a participação em atividades múltiplas (por exemplo. O sujeito pode comprar coisas de que não precisa (por exemplo. fantasias e desejo sexual aumentado estão frequentemente presentes. sexuais. investimentos sem valor e comportamento sexual fora do habitual mesmo que essas atividades tenham conseqüências nefastas para a pessoa (Critério B7). ocupacionais. perda do emprego. Sintomas semelhantes aos que se podem observar num Episódio Maníaco podem ser provocados pelos efeitos diretos de medicação antidepressiva. terapia pela luz ou medicamentos prescritos para estados físicos gerais (por exemplo. Por exemplo. andando de um lado para outro ou mantendo múltiplas conversações em simultâneo (por exemplo. a presença de características psicóticas durante um Episódio Maníaco constitui uma deficiência clara no funcionamento (Critério D). existe uma necessidade aumentada de socialização (por exemplo. Expansividade. A deficiência resultante da perturbação tem de ser suficientemente intensa para provocar uma clara deficiência no funcionamento ou requerer a hospitalização para o proteger das conseqüências negativas das ações que resultam da capacidade enfraquecida para efetuar julgamentos (por exemplo. corticosteróides). grandiosidade e falta de juízo crítico levam frequentemente ao envolvimento imprudente em atividades agradáveis tais como gastos imprudentes. Comportamento. A pessoa pode entrar simultaneamente em vários negócios. terapia eletroconvulsiva. otimismo não justificado. sem considerar a natureza intrusiva.que estão relacionados com o tópico em discussão. antiguidades caras) sem ter dinheiro para as pagar. 20 pares de sapatos. Tais quadros clínicos não podem ser considerados Episódios Maníacos e não devem ser considerados para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. Quase invariavelmente. políticas e religiosas) (Critério B6). pelo telefone e com pessoas ao mesmo tempo). condução imprudente. O comportamento sexual fora do habitual pode incluir a infidelidade ou encontros sexuais indiscriminados com estranhos. os pensamentos que são ligeiramente relevantes ou os claramente irrelevantes. rever amigos antigos ou telefonar a amigos ou mesmo a estranhos a todas as horas do dia ou da noite). sem olhar aos riscos aparentes ou sem sentir necessidade de os completar satisfatoriamente. comportamento agressivo). o episódio é diagnosticado como Perturbação do Humor Induzida por Substância. hospitalização involuntária. As preocupações éticas podem ser postas de lado mesmo por aqueles que são tipicamente muito conscientes (por exemplo. um corretor da bolsa compra e vende inapropriadamente ações sem a permissão ou conhecimento do cliente. audição ou visão (por exemplo. com Características Maníacas e não se faz a mudança do diagnóstico de Perturbação Depressiva Major para Perturbação Bipolar I. Jogo e comportamentos anti-sociais podem acompanhar o Episódio Maníaco. Viajam de modo impulsivo para outras cidades. Mistos ou Hipomaníacos que não estão relacionados com substâncias ou com tratamentos somáticos para a depressão. mutismo. um cientista apropria-se das descobertas dos outros). Os . Fora do Episódio Maníaco. podem tornar-se fisicamente agressivos ou com comportamentos suicidas. especialmente aqueles com características psicóticas. Podem mudar de estilo de vestir. A pessoa pode ser hostil ou fisicamente ameaçadora para os outros. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. Isto deve ser tomado em especial consideração no caso de crianças e adolescentes. Quando estão presentes sintomas catatônicos (por exemplo.antidepressiva. negativismo e postura catatônica). dinheiro ou conselhos a estranhos que passam). estupor. Existe evidência que sugere a existência de uma "diátese" em sujeitos que desenvolvem episódios semelhantes à mania a seguir ao tratamento somático da depressão. 393). as cores parecem muito brilhantes). Alguns sujeitos descrevem ter sensações mais desenvolvidas de olfato. As conseqüências adversas de um Episódio Maníaco (por exemplo. distribuir rebuçados. Os sujeitos com um Episódio Maníaco frequentemente não reconhecem que estão doentes e resistem aos esforços para serem tratados. O humor pode mudar rapidamente para cólera ou agressão. Podem envolver-se em atividades desorganizadas ou bizarras (por exemplo. perdendo o contacto com os familiares ou com as pessoas que deles cuidam. problemas legais ou dificuldades financeiras graves) resultam frequentemente da hiperatividade ou da falta de juízo crítico. a maior parte dos sujeitos lamenta os comportamentos a que se entregaram durante o Episódio Maníaco. Tais sujeitos podem ter uma probabilidade aumentada para futuros Episódios Maníacos. o especificador com Características Catatônicas pode ser indicado (p. maquiagem ou aparência para se tornarem sexualmente mais atraentes ou com um estilo dramático e exuberante que não lhes era característico. Alguns sujeitos. Podem existir anormalidades envolvendo norepinefrina. Se ambos os critérios para Episódio Depressivo Major e Episódio Maníaco foram proeminentes todos os dias durante pelo menos uma semana. . Contudo. em relação a sujeitos de controlo. Nenhum dado laboratorial foi identificado com valor de diagnóstico para o Episódio Maníaco. acetilcolina. Ver as secções correspondentes do texto para Perturbação Bipolar I (p. acontece frequentemente um aumento substancial no uso de álcool ou estimulantes que pode exacerbar ou prolongar o episódio. Frequentemente os Episódios Maníacos ocorrem no seguimento a agentes estressores psicossociais. funcionamento dos receptores. 341). 332). comportamento anti-social. serotonina. secreção aumentada do cortisol e ausência da não supressão da dexametasona.sintomas depressivos podem durar momentos. dopamina. horas ou. Dados laboratoriais associados. Idade e Gênero As considerações que foram sugeridas para os Episódios Depressivos Major são igualmente relevantes para os Episódios Maníacos (ver p. uma diversidade de dados laboratoriais têm sido assinalados como anormais em grupos de sujeitos com Episódios Maníacos. estimulação farmacológica e função neuroendócrina. Não é invulgar que os sintomas depressivos e os sintomas maníacos ocorram simultaneamente. mau aproveitamento escolar ou uso de substâncias. Não é claro que esses problemas representem um pródromo prolongado da Perturbação Bipolar ou uma perturbação independente. Os dados laboratoriais anormais dos Episódios Maníacos incluem anormalidades polissonográficas. 362) e Perturbação Bipolar II (p. Ao desenvolver-se o Episódio Maníaco. Os Episódios Maníacos começam habitualmente de modo repentino com uma escalada dos sintomas durante alguns dias. Características Especificas da Cultura. mais raramente. Uma minoria significativa de adolescentes parece ter uma história longa de problemas do comportamento que precedem o início franco do Episódio Maníaco. dias. 371) para informação específica a propósito do gênero. demonstrados pelos estudos dos metabólitos dos neurotransmissores. ou sistemas neurotransmissores do ácido gamaaminobutírico. mas nalguns casos começa na adolescência e noutros começa depois dos 50 anos. Evolução A idade média de início para o primeiro Episódio Maníaco é o início da década dos 20 anos. o episódio é considerado como um Episódio Misto (ver p. Os Episódios Maníacos em adolescentes incluem com maior probabilidade faltas à escola. abuso de droga. Se os sintomas maníacos não forem considerados como sendo conseqüência fisiológica direta do estado físico geral. 381). esclerose múltipla. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se de um Episódio Maníaco pelo fato de uma substância (por exemplo. um Episódio Depressivo Major precede ou segue imediatamente um Episódio Maníaco. síndrome de Cushing) (ver p. 377). com Início Durante a Intoxicação). Perturbação Bipolar I) e o estado físico geral registrado no Eixo III (por exemplo. então o diagnóstico primário de Perturbação do Humor deve ser registrado no Eixo I (por exemplo. medicação ou exposição a um tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. Perturbação do Humor Induzida por Amitriptilina. com Características Maníacas. enfarte do miocárdio). sem um período intermédio de eutimia. tumor cerebral. com Características Maníacas. depois dos 50 anos) deve alertar o clínico para a possibilidade etiológica de um estado físico geral específico ou de uma substância. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. Se o Episódio Maníaco ocorrer no período pósparto pode existir um risco aumentado para a recorrência em períodos pós-parto subseqüentes e o especificador com Início no Período PósParto é aplicável (ver p. Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. 397). O diagnóstico apropriado deve ser de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz. Em muitas instâncias (50%-60%). Apesar de os Episódios Maníacos e Hipomaníacos terem . Diagnóstico Diferencial Um Episódio Maníaco deve ser distinguido de uma Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral.Os episódios duram habitualmente de algumas semanas a vários meses e são mais breves e mais abruptos que os Episódios Depressivos Major. Tais episódios são igualmente diagnosticados como Perturbações do Humor Induzidas por Substâncias (por exemplo. sintomas maníacos que ocorrem somente no contexto da intoxicação com cocaína devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida pela Cocaína. Sintomas semelhantes aos observados num Episódio Maníaco podem igualmente ser precipitados pelo tratamento antidepressivo tal como por medicamentos. Os Episódios Maníacos devem ser distinguidos dos Episódios Hipomaníacos. O início tardio do primeiro Episódio Maníaco (por exemplo. Sintomas semelhantes aos observados num Episódio Maníaco podem ser precipitados pelo abuso de uma droga (por exemplo. Perturbação do Humor Induzida por Terapia Eletroconvulsiva. com Características Maníacas). se de tipo irritável). Esta distinção requer uma avaliação clínica cuidadosa da presença de sintomas maníacos. três sintomas se o estado de ânimo for de tipo disfórico e quatro. expansivo ou irritável. Alguns Episódios Hipomaníacos podem transformar-se em Episódios Maníacos completos.Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para o episódio maníaco mencionam nove sintomas. A Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção distingue-se de um Episódio Maníaco pelo seu início precoce característico (isto é. A Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção e um Episódio Maníaco são ambos caracterizados por atividade excessiva. ao contrário dos sete do DSM-IV. isto deve constituir um Episódio Misto. Estes dois sintomas fazem referência a impulsos sexuais sensíveis ou indiscrições e perda das inibições sociais normais. três (ou mais) dos seguintes sintomas persistiram (quatro se o humor for somente irritável) e estiveram presentes num grau significativo: (1) auto-estima aumentada ou grandiosidade (2) diminuição da necessidade de dormir (por exemplo. comportamento impulsivo. evolução crônica e não episódica. Contudo. ausência de períodos relativamente claros de início e de fim e ausência de humor elevado ou anormalmente expansivo ou com características psicóticas. Se forem preenchidos os critérios para Episódio Maníaco e para Episódio Depressivo Major quase todos os dias durante pelo menos o período de uma semana. o que provavelmente dá lugar a uma definição mais alargada do episódio maníaco na ICD-10. antes dos sete anos). o número de sintomas requerido pelos Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 é igual ao do DSM-IV (quer dizer. a perturbação nos Episódios Hipomaníacos não é suficientemente intensa para causar uma deficiência clara no funcionamento social ou ocupacional ou requerer hospitalização. falta de juízo crítico e negação dos problemas. Os Episódios Depressivos Major com humor irritável proeminente podem ser difíceis de distinguir dos Episódios Maníacos com humor irritável ou dos Episódios Mistos.Durante o período de alteração do humor. sente-se . Critérios para Episódio Maníaco A. com duração de pelo menos uma semana (ou qualquer duração se for necessária a hospitalização). B.uma lista idêntica de sintomas característicos. 336) e Episódio Depressivo Major (ver p. O sujeito experimenta alterações do humor de modo rápido (tristeza. Os sintomas não preenchem os critérios para Episódio Misto (ver p. A . Os episódios semelhantes à mania que são claramente provocados por tratamento antidepressivo somático (por exemplo. Nota. terapia eletroconvulsiva. O quadro sintomático inclui frequentemente agitação insônia. Episódio Misto Características do Episódio Um Episódio Misto é caracterizado por um período de tempo (com a duração de pelo menos uma semana) no qual estão preenchidos os critérios para Episódio Maníaco e para Episódio Depressivo Major quase todos os dias (Critério A). desregulação do apetite.Os sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. terapia pela luz) não devem contar para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I.descansado depois de somente três horas de sono) (3) mais falador que o habitual e pressão para continuar a falar (4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de aceleração do pensamento (5) distratibilidade (isto é. E. comportamentos sexuais indiscretos ou investe em negócios sem valor) C.A perturbação do humor é suficientemente intensa para provocar uma deficiência marcada no funcionamento ocupacional ou qualquer outra atividade social ou relacionamento com os outros. características psicóticas e ideação suicida. medicação. medicação ou outro tratamento) ou um estado físico geral (por exemplo. envolve-se em gastos extravagantes. hipertiroidismo). ou existem características psicóticas. a atenção é facilmente desviada para estímulos externos irrelevantes) (6) aumento da atividade dirigida para determinados objetivos (quer sociais. euforia) acompanhadas por sintomas de Episódio Maníaco (ver p. D. 328). no emprego ou na escola. quer sexuais) ou agitação psicomotora (7) envolvimento excessivo em determinadas atividades agradáveis que potencialmente podem ter conseqüências desagradáveis (isto é. ou necessitar de hospitalização para prevenir danos para o próprio ou outros. 343). irritabilidade. abuso de droga. Existe evidência que sugere a existência de uma diátese em sujeitos que desenvolvem episódios semelhantes aos mistos a seguir ao tratamento somático da depressão. Esta consideração pode ser especialmente importante para crianças e adolescentes. corticosteróides). hipertiroidismo) (Critério C). As características associadas aos Episódios Mistos são semelhantes às dos Episódios Mistos e aos Episódios Depressivos Major. Características Especificas da Cultura. terapia eletroconvulsiva. Por exemplo. Mistos ou Hipomaníacos que não estão relacionados com substâncias ou com tratamentos somáticos para a depressão. Dados laboratoriais associados. medicação ou outro tratamento) ou um estado físico geral (por exemplo. Os Episódios Mistos parecem ser mais comuns em sujeitos jovens e . 332). Tais sujeitos podem ter uma probabilidade futura aumentada para futuros Episódios Maníacos. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. Uma vez que os sujeitos com Episódios Mistos experimentam mais disforia do que aqueles com Episódios Maníacos. o episódio é diagnosticado como Perturbação do Humor Induzida por Substância. abuso de droga. Estes sujeitos podem ser desorganizados no seu pensamento e comportamento. Idade e Gênero As considerações que foram sugeridas para os Episódios Depressivos Major são igualmente relevantes para os Episódios Mistos (ver p. com Características Mistas e não se faz a mudança do diagnóstico de Perturbação Depressiva Major para Perturbação Bipolar I. Sintomas semelhantes aos que se podem observar num Episódio Misto podem ser provocados pelos efeitos diretos de medicação antidepressiva. A perturbação não é provocada pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Os dados laboratoriais para os Episódios Mistos não estão bem estudados. terapia pela luz ou medicamentos prescritos para estados físicos gerais (por exemplo. Tais quadros clínicos não podem ser considerados Episódios Mistos e não devem ser considerados para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. apesar de a evidência até esta altura sugerir que os dados fisiológicos e endócrinos são semelhantes aos encontrados nos Episódios Depressivos Major intensos.perturbação tem de ser suficientemente intensa para provocar uma clara deficiência no funcionamento social ou ocupacional ou requerer hospitalização. se uma pessoa com uma Perturbação Depressiva Major recorrente desenvolve um quadro clínico de sintomas mistos durante o tratamento com medicação antidepressiva. ou ser caracterizado pela presença de características psicóticas (Critério B). têm maior probabilidade de procurar ajuda. Diagnóstico Diferencial Um Episódio Misto deve ser distinguido de uma Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral.sujeitos com mais de 60 anos com Perturbação Bipolar e podem ser mais comuns em homens que em mulheres. com Características Mistas. enfarte do miocárdio). 381). mistos e depressivos que ocorrem somente no contexto da intoxicação com cocaína devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida pela Cocaína. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se de um Episódio Misto pelo fato de uma substância (por exemplo. para um sujeito com sintomas maníacos durante três semanas seguidos por uma semana com sintomas maníacos e depressivos. com Início Durante a Intoxicação). Por exemplo. Episódio Maníaco Misto Recente. É muito menos comum um Episódio Misto evoluir para um Episódio Maníaco. Evolução Os Episódios Mistos podem desenvolver-se a partir de um Episódio Maníaco ou de um Episódio Depressivo Major ou podem desencadear-se sem esta história prévia. esclerose múltipla. 377). para Perturbação Bipolar I. tumor cerebral. Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. Os Episódios Mistos podem durar de algumas semanas a vários meses e podem entrar em remissão com alguns ou sem sintomas ou evoluírem para um Episódio Depressivo Major. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. Perturbação do Humor Induzida . O diagnóstico apropriado deve ser de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. Sintomas semelhantes aos observados num Episódio Misto podem ser precipitados pelo abuso de uma droga (por exemplo. Tais episódios são igualmente diagnosticados como Perturbações do Humor Induzidas por Substâncias (por exemplo. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz. sintomas maníacos. então o diagnóstico primário de Perturbação do Humor deve ser registrado no Eixo I (por exemplo. abuso de droga. Perturbação Bipolar I) e o estado físico geral registrado no Eixo III (por exemplo. medicação ou exposição a um tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. o diagnóstico deve ser alterado de Perturbação Bipolar I. Se os sintomas maníacos forem considerados como não sendo conseqüência fisiológica direta do estado físico geral. Sintomas semelhantes aos observados num Episódio Misto podem igualmente ser precipitados pelo tratamento antidepressivo tal como medicamentos. Episódio Maníaco Mais Recente. síndrome de Cushing) (ver p. Esta determinação requer uma avaliação clínica cuidadosa da presença simultânea de sintomas que são característicos de um Episódio Maníaco completo e de um Episódio Depressivo Major completo (exceto para a duração). 335) (exceto para a duração) quase todos os dias pelo menos durante o período de uma semana. . a Perturbação por Hiperatividade/ Déficit da Atenção deve ser diagnosticada em conjunto com a Perturbação do Humor. com Características Mistas. Os episódios depressivos Major com humor irritável proeminente e os Episódios Maníacos com humor irritável proeminente podem ser difíceis de distinguir dos Episódios Mistos. fraca capacidade para efetuar julgamentos e problemas de negação. hipertiroidismo).por Amitriptilina. ou existem características psicóticas. Perturbação do Humor Induzida por Terapia Eletroconvulsiva. comportamento impulsivo. A Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção distingue-se de um Episódio Misto pelo seu início precoce característico (isto é. A Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção e um Episódio Misto são ambos caracterizados por atividade excessiva. Se ambos os critérios forem preenchidos. ausência de períodos relativamente claros de início e de fim e ausência de humor elevado ou anormalmente expansivo ou com características psicóticas. Critérios para Episódio Misto A. Critérios para Episódio Misto (continuação) B. A perturbação do humor é suficientemente intensa para provocar uma deficiência marcada no funcionamento ocupacional ou qualquer outra atividade social ou relacionamento com os outros.341) e para Episódio Depressivo Major (ver p. evolução crônica e não episódica.São preenchidos os critérios para Episódio Maníaco (ver p. com Características Mistas). abuso de droga. As crianças com Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção apresentam por vezes sintomas depressivos tais como baixa auto-estima e tolerância à frustração. ou necessitar de hospitalização para prevenir danos para o próprio ou outros. C. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 requerem a duração de pelo menos duas semanas. medicação ou outro tratamento) ou um estado físico geral (por exemplo. Os sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. antes dos sete anos). distratibilidade. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz) ou exposição a tóxicos. pelo menos quatro dos sintomas descritos acima têm de estar presentes. 336) exceto que os idéias delirantes ou alucinações não podem estar presentes. terapia pela luz) não devem contar para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. Contudo. o Episódio Hipomaníaco não é suficientemente intenso para provocar uma clara deficiência no funcionamento social ou ocupacional ou para requerer hospitalização e não existem características psicóticas (Critério E). Uma vez que as alterações no humor e no funcionamento devem ser observadas por outros (Critério D). Este período de humor anormal deve ser acompanhado pelo menos por três sintomas adicionais de uma lista que inclui aumentos na auto-estima ou grandiosidade (não delirante) necessidade de dormir diminuída. para outros. Se o humor for irritável em vez de elevado ou expansivo. O humor durante um Episódio Hipomaníaco deve ser claramente diferente do humor não depressivo habitual do sujeito e deve existir uma alteração clara no funcionamento que não é característica do seu funcionamento habitual (Critério C). Episódio Hipomaníaco Características do Episódio Um Episódio Hipomaníaco é definido por um período distinto durante o qual existe um humor anormal e persistentemente elevado. Os episódios semelhantes à mania que são claramente provocados por tratamento antidepressivo somático (por exemplo. discurso apressado. medicação. A lista de sintomas adicionais é idêntica aos sintomas que definem um Episódio Maníaco (ver p. aumento do envolvimento em atividades dirigidas para objetivos ou agitação psicomotora e envolvimento excessivo em atividades agradáveis com um elevado potencial de conseqüências desagradáveis (Critério B). medicação ou qualquer outro tratamento somático para a depressão (por exemplo.Nota. As alterações no funcionamento em alguns sujeitos podem ter a forma de um marcado aumento na eficiência. terapia eletroconvulsiva. fuga de idéias. A perturbação do humor e os outros sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de abuso de drogas. A história elaborada a partir de outros informadores é particularmente importante na avaliação de adolescentes. a hipomania pode provocar alguma deficiência no funcionamento social ou ocupacional. a avaliação deste critério requer frequentemente que sejam entrevistados outros informadores (por exemplo. membros da família). tarefas completadas ou criatividade. Da mesma . expansivo ou irritável que dure pelo menos quatro dias (Critério A). Em contraste com o Episódio Maníaco. Apesar de o humor da pessoa poder ter uma qualidade contagiosa para um observador não envolvido. Sintomas semelhantes aos observados nos Episódios Hipomaníacos podem ser provocados pelos efeitos diretos de medicação antidepressiva. Existe frequentemente uma necessidade reduzida para dormir (Critério B2). De modo característico a auto-estima está aumentada. O aumento das atividades dirigidas para determinados objetivos podem envolver o . e se estiver presente. Tais sujeitos podem ter uma probabilidade futura aumentada de desenvolver episódios Maníacos ou Hipomaníacos que não estão relacionados com substâncias ou tratamentos somáticos para a depressão. trocadilhos com palavras e irrelevâncias (Critério B3). e não deve ser feita a mudança de diagnóstico de Perturbação Depressiva Major para Perturbação Bipolar II. Por exemplo. O humor expansivo de um Episódio Hipomaníaco é descrito como eufórico. habitualmente atingindo o nível da autoconfiança sem crítica. a alteração do humor pode ser a irritabilidade ou pode alternar entre a irritabilidade e a euforia. mas não é tipicamente mais difícil de interromper. se uma pessoa com uma Perturbação Depressiva Major recorrente desenvolve sintomas semelhantes aos episódios hipomaníacos durante o tratamento com medicamentos antidepressivos. é reconhecido como uma mudança do habitual por aqueles que o conhecem bem. terapia eletroconvulsiva. O discurso do sujeito com um Episódio Hipomaníaco é habitualmente mais elevado. o episódio é diagnosticado como Perturbação do Humor Induzida por Substância. terapia pela luz. o episódio não é provocado pelo efeito fisiológico direto de um estado físico geral (por exemplo. ou por medicação prescrita para outro estado físico geral (por exemplo. interpessoais ou ocupacionais. dura apenas períodos breves (Critério B4). em vez da marcada grandiosidade (Critério B1). excepcionalmente bom. Pode ser repleto de piadas. Apesar de o humor elevado ser considerado típico.forma. A fuga de idéias é pouco comum. A distratibilidade está frequentemente presente. com Características Maníacas. tumor cerebral) (Critério F). alegre ou elevado. Tais quadros clínicos não são considerados Episódios Hipomaníacos e não devem ser considerados para o diagnóstico de Perturbação Bipolar II. A qualidade expansiva do humor é caracterizada pelo entusiasmo por interações sociais. a pessoa acorda antes do habitual com uma energia igualmente fora do habitual. mais apressado e mais rápido que o habitual. evidenciada pelas mudanças rápidas no discurso ou atividade como resultado de responder a vários estímulos externos irrelevantes (Critério B5). Existe alguma evidência sugerindo poder existir uma diátese bipolar em alguns sujeitos que desenvolvem episódios semelhantes aos maníacos ou hipomaníacos a seguir ao tratamento somático da depressão. esclerose múltipla. corticosteróides). planejamento de. Se os sintomas maníacos não forem considerados como sendo conseqüência fisiológica direta do estado físico geral. . não são bizarras e não resultam no nível de deficiência característico de um Episódio Maníaco. Perturbação Bipolar II) e o estado físico geral registrado no Eixo III (por exemplo. Em sujeitos jovens (por exemplo. adolescentes) os Episódios Hipomaníacos podem estar associados com faltas à escola. ordenar documentos). O diagnóstico é de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. Características Especificas da Cultura e Idade As considerações culturais que foram sugeridas para os Episódios Depressivos Major são igualmente relevantes para os Episódios Hipomaníacos (ver p. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se de um Episódio Hipomaníaco pelo fato de uma substância (por exemplo. e a participação em. enfarte do miocárdio). 377). Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. Estas atividades são frequentemente criativas e produtivas (por exemplo. síndrome de Cushing) (ver p. A sociabilidade está habitualmente aumentada e pode existir um aumento na atividade sexual. mau aproveitamento escolar ou uso de substâncias. condução perigosa. Em muitos casos o Episódio Hipomaníaco pode ser precedido ou seguido por um Episódio Depressivo Major. tumor cerebral. escrever uma carta ao editor. esclerose múltipla. Existem estudos sugerindo que 5%-15% dos sujeitos com hipomania irão desenvolver um Episódio Maníaco. essas atividades são habitualmente organizadas. Diagnóstico Diferencial Um Episódio Hipomaníaco deve ser distinguido de uma Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. comportamento anti-social. então o diagnóstico primário de Perturbação do Humor deve ser registrado no Eixo I (por exemplo. Contudo. Pode existir atividade impulsiva tal como gastos imprudentes. 332). investimentos sem valor (Critério B7). atividades múltiplas (Critério B6). Os episódios duram em regra de várias semanas a meses e são habitualmente mais abruptos no início e breves que os Episódios Depressivos Major. Evolução Um Episódio Hipomaníaco começa habitualmente de modo repentino com uma escalada rápida dos sintomas num ou dois dias. a perturbação nos Episódios Hipomaníacos não é suficientemente intensa para causar uma deficiência clara no funcionamento social ou ocupacional ou requerer hospitalização. particularmente em sujeitos que têm estado cronicamente depressivos e não estão acostumados à experiência de estado de humor não depressivo. A Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção e um Episódio Hipomaníaco são ambos caracterizados por atividade excessiva. Os Episódios Maníacos devem ser distinguidos dos Episódios Hipomaníacos. Sintomas semelhantes aos observados num Episódio Hipomaníaco podem ser precipitados pelo abuso de uma droga (por exemplo. 381). Perturbação do Humor Induzida por Terapia Eletroconvulsiva. sintomas hipomaníacos que ocorrem somente no contexto da intoxicação com cocaína devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida pela Cocaína. com Características Maníacas. medicação ou exposição a um tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. A Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção distingue-se de um Episódio Hipomaníaco pelo seu início precoce característico (isto é. com Características Maníacas. . com Início Durante a Intoxicação). fraca capacidade para efetuar julgamentos e negação dos problemas. Alguns Episódios Hipomaníacos podem transformar-se em Episódios Maníacos completos. comportamento impulsivo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para o Episódio Maníaco mencionam dois sintomas adicionais . com Características Maníacas). Perturbação do Humor Induzida por Amitriptilina. Tais episódios são igualmente diagnosticados como Perturbações do Humor Induzidas por Substâncias (por exemplo.e não incluem alguns sintomas presentes no DSM-IV. antes dos sete anos). como o aumento da auto estima e fuga de idéias. evolução crônica e não episódica. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz. Além disso. ausência de períodos relativamente claros de início e de fim e ausência de humor elevado ou anormalmente expansivo. Um Episódio Hipomaníaco deve distinguir-se da eutimia. os critérios da ICD-10 não exigem que a mudança do humor seja observável pelos outros. Apesar de os Episódios Maníacos e Hipomaníacos terem uma lista idêntica de sintomas característicos. Sintomas semelhantes aos observados num Episódio Hipomaníaco podem igualmente ser precipitados por tratamento antidepressivo tal como medicação.aumento da energia sexual e incremento da sociabilidade .abuso de droga. envolve-se em gastos extravagantes. hipertiroidismo). Os sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. F. com duração de pelo menos quatro dias. Nota. quer sexuais) ou agitação psicomotora (7) envolvimento excessivo em determinadas atividades agradáveis que potencialmente podem ter conseqüências desagradáveis (isto é. Os episódios semelhantes à hipomania que são claramente provocados por tratamento somático antidepressivo (por exemplo. Durante o período da perturbação do humor. no emprego ou na escola. abuso de droga. O episódio não é suficientemente intenso para provocar uma deficiência marcada no funcionamento social ou ocupacional ou necessitar de hospitalização. D. sente-se descansado depois de somente três horas de sono) (3) mais falador que o habitual e pressão para continuar a falar (4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de aceleração do pensamento (5) distratibilidade (isto é. E. medicação ou outro tratamento) ou um estado físico geral (por exemplo. . a atenção é facilmente desviada para estímulos externos irrelevantes) (6) aumento da atividade dirigida para determinados objetivos (quer sociais. e não existem características psicóticas. Um período distinto de humor persistentemente elevado. terapia eletroconvulsiva. B. três (ou mais) dos seguintes sintomas persistiram (quatro se o humor é somente irritável) e estiveram presentes num grau significativo: (1) auto-estima aumentada ou grandiosidade (2) diminuição da necessidade de dormir (por exemplo. claramente diferente do humor não depressivo habitual. A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis pelos outros.página 347 Critérios para Episódio Hipomaníaco A. comportamentos sexuais indiscretos ou investe em negócios sem valor) C.O episódio está associado com uma mudança inequívoca no funcionamento que não é característica da pessoa quando não está sintomática. terapia pela luz) não devem contar para o diagnóstico de Perturbação Bipolar II. medicação. expansivo ou irritável. se os sintomas maníacos ou hipomaníacos ocorrerem como efeito direto do tratamento antidepressivo. uso de substâncias ou exposição a tóxicos. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação (Critério B). 388). o diagnóstico de Perturbação Depressiva Major continua apropriado e os diagnósticos adicionais de . o quarto dígito deve ser utilizado para indicar se a perturbação está Em Remissão Parcial ou Em Remissão Total (ver p. Mistos e Hipomaníacos. Se os critérios para Episódio Depressivo Major forem preenchidos a intensidade do episódio deve ser assinalada como Ligeira. O terceiro dígito no código do diagnóstico para Perturbação Depressiva Major indica se é um Episódio Único (utilizado somente no primeiro episódio) ou Recorrente. 328) sem história de Episódios Maníacos Mistos ou Hipomaníacos (Critérios A e C). Contudo. É por vezes difícil de distinguir entre um episódio único em que os sintomas aumentam e diminuem e dois episódios separados. Se durante a evolução da Perturbação Depressiva Major se desenvolverem Episódios Maníacos. O quarto dígito no código do diagnóstico para Perturbação Depressiva Major indica o estado atual da perturbação. medicação ou exposição a tóxico) ou Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral não devem ser considerados para efetuar o diagnóstico de Perturbação Depressiva Major. Os Episódios de Perturbação do Humor Induzida por Substância (provocados pelo efeito fisiológico direto de abuso de droga. Se os critérios para Episódio Depressivo Major não estiverem atualmente preenchidos. Para a finalidade deste manual. os episódios não devem ser mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem à Esquizofrenia. o diagnóstico deve ser alterado para Perturbação Bipolar. Moderada. Perturbação Esquizofreniforme.Perturbações Depressivas Perturbação Depressiva Major Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Depressiva Major é a evolução clínica que é caracterizada por um ou mais Episódios Depressivos Major (ver p. Durante este período de dois meses ou existe a resolução completa dos sintomas ou existe a presença de sintomas depressivos que não preenchem os critérios completos para Episódio Depressivo Major (Em Remissão Parcial). Para além disto. um episódio é considerado como tendo terminado quando deixam de ser preenchidos os critérios completos para Episódio Depressivo Major pelo menos durante dois meses consecutivos. Grave com Características Psicóticas ou Grave Sem Características Psicóticas. uso de outros medicamentos. com Características Maníacas (ou com Características Mistas) deve ser assinalado. ou Completa. Grave Sem Características Psicóticas.1 para intensidade Moderada. 395) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. Moderado. O terceiro dígito ou é 2 (se existe apenas um único Episódio Depressivo Major) ou 3 (se existem Episódios Depressivos Major recorrentes). 4 para Em Remissão Parcial. os termos devem ser assinalados pela seguinte ordem: Perturbação Depressiva Major. 386) Crônico (ver p. 3 para Grave com Características Psicóticas. Em Remissão Parcial. 398) Com Padrão Sazonal (ver p. com Características Maníacas (ou com Características Mistas) deve ser assinalado. 397) Os seguintes especificadores podem ser utilizados para indicar o padrão dos episódios e a presença de sintomatologia entre os episódios para Perturbação Depressiva Major. Em Remissão Total (ver p. Grave com Características Psicóticas. Recorrente: Especificadores Longitudinais da Evolução (Com ou Sem Recuperação Completa Entre os Episódios) (ver p. Especificadores Os seguintes especificadores podem ser utilizados para descrever o Episódio Depressivo Major atual (ou se os critérios não estão atualmente preenchidos para Episódio Depressivo Major. especificadores . 3. 394) Com Características Atípicas (ver p. 2 para Grave Sem Características Psicóticas. o Episódio Depressivo Major mais recente): Ligeiro. 392) Com Características Catatônicas (ver p. Os dois primeiros dígitos são F3. De modo semelhante.Perturbação do Humor Induzida por Substância. Recorrente). 400) Procedimentos de Registro Os seguintes códigos de diagnóstico para Perturbação Depressiva Major são selecionados do seguinte modo: 1. O quarto dígito indica o seguinte: 0 para intensidade Ligeira. 393) Com Características Melancólicas (ver p. Ao registrar o diagnóstico. especificadores codificados no terceiro dígito (por exemplo. 2. se os sintomas ocorrerem como efeito direto de um estado físico geral o diagnóstico de Perturbação Depressiva Major continua apropriado e o diagnóstico adicional de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. e 9 se Não Especificada. Aparentemente. mais doenças físicas e diminuições no funcionamento em termos físicos e sociais. Perturbação Estado-Limite da Personalidade). Entre os sujeitos consultados nas clínicas de cuidados de saúde primários. Grave com Características Psicóticas. A Perturbação Depressiva Major está associada a uma elevada mortalidade. igualmente. Outras perturbações mentais co-ocorrem frequentemente com a Perturbação Depressiva Major (por exemplo. Nenhum desses dados tem validade para o diagnóstico de Perturbação Depressiva Major. Bipolar I ou Bipolar II. todos os especificadores (sem códigos) que se aplicarem ao episódio mais recente (por exemplo. Dados laboratoriais associados. Sujeitos com Perturbação Depressiva Major internados em lares têm uma probabilidade de morte marcadamente aumentada durante o primeiro ano. Recorrente.1 Perturbação Depressiva Major. mas têm sido assinalados como anormais em grupos de sujeitos com Perturbação Depressiva Major. Com Recuperação Completa entre os Episódios). Perturbação de Pânico. por exemplo. alguns dados laboratoriais anormais que estão associados com os Episódios Depressivos Major acontecem independentemente de o episódio fazer parte de uma Perturbação Depressiva Major. Com Características Atípicas. que a taxa de morte está quatro vezes mais aumentada em sujeitos com Perturbação Depressiva Major que têm mais de 55 anos. A taxa de suicídio em sujeitos com Perturbação Depressiva Major grave pode ir até 15%.codificados no quarto dígito (por exemplo. Em Remissão Parcial). Moderada. Anorexia Nervosa. Perturbação Obsessivo-Compulsiva. 332). Ligeiro. Bulimia Nervosa. F33. Com Padrão Sazonal. aqueles com Perturbação Depressiva Major têm mais dores. em relação a sujeitos de controlo.32]. A Perturbação Depressiva Major pode ser precedida pela Perturbação Distímica (10% nas amostras epidemiológicas e 15%-25% nas amostras clínicas). com Início no Período Pós-Parto) e todos os especificadores (sem códigos) que se aplicarem à evolução dos episódios (por exemplo. Os estudos epidemiológicos sugerem. As anormalidades laboratoriais associadas com a Perturbação Depressiva Major são as associadas com os Episódios Depressivos Major (ver p. Perturbações Induzidas por Substâncias. A maioria dos dados laboratoriais anormais são dependentes . Com Recuperação Completa entre os Episódios [296. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. Foi igualmente estimado que em cada ano aproximadamente 10% dos sujeitos que têm apenas Perturbação Distímica irão desenvolver o primeiro Episódio Depressivo Major. com Características Melancólicas. Evolução A Perturbação Depressiva Major pode ter início em qualquer idade. com uma idade média de início no meio da década dos 20 anos. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. nível salarial ou estado civil. Idade e Gênero. educação. têm episódios cada vez mais freqüentes com o aumento da idade. enquanto outras têm conjuntos de episódios e outras. Alguma evidência sugere que os períodos de . carcinomas. os meninos e as meninas são igualmente afetados. é variável. A prevalência pontual para a Perturbação Depressiva Major em adultos de amostras na comunidade tem variado de 5% a 9% para as mulheres e de 2% a 3% para os homens. As taxas em homens e mulheres são mais elevadas no grupo etário entre os 25 aos 44 anos. epilepsia) irão desenvolver uma Perturbação Depressiva Major durante a evolução do seu estado físico geral. Contudo. A Perturbação Depressiva Major pode estar associada com estados físicos gerais crônicas. Prevalência Os estudos acerca da Perturbação Depressiva Major têm descrito uma larga amplitude de valores para a proporção da população adulta com esta perturbação. algumas anormalidades no EEG do sono podem persistir durante a remissão clínica ou preceder o início do Episódio Depressivo Major. A evolução da Perturbação Depressiva Major. O risco ao longo da vida para a Perturbação Depressiva Major em amostras comunitárias tem variado de 15% a 25% para as mulheres e de 5% a 12 % para os homens. A taxa de prevalência para a Perturbação Depressiva Major parece não estar relacionada com a raça. A Perturbação Depressiva Major é duas vezes mais comum em adolescentes adultos do sexo feminino que em adolescentes e adultos do sexo masculino. enquanto as taxas são mais baixas tanto em homens como em mulheres com idades superiores a 65 anos. Características Especificas da Cultura. As características específicas relacionadas com a cultura são discutidas no texto do Episódio Depressivo Major (ver p.do estado (isto é estão presentes somente quando os sintomas depressivos estão presentes). enfarte do miocárdio. Recorrente. Os dados epidemiológicos sugerem que a idade de início está a diminuir para aqueles que estão a nascer mais recentemente. Em crianças prépúberes. 332). ainda. O manejo do estado físico geral é mais complexo e o prognóstico é menos favorável se a Perturbação Depressiva Major estiver presente. Até 20%-25% dos sujeitos com certos estados físicos gerais (por exemplo diabetes. Algumas pessoas têm episódios isolados que são separados por muitos anos sem nenhum sintoma depressivo. Os estados físicos. Episódio Único. Alguns sujeitos têm uma Perturbação Distímica preexistente ao início da Perturbação Depressiva Major. Em Remissão Parcial) e 40%o não têm Perturbação do Humor. ou somente de modo parcial ou nunca (em aproximadamente um terço dos casos). Estudos naturais de catamnese sugerem que um ano depois do diagnóstico de Episódio Depressivo Major. Os sujeitos que tiveram dois episódios têm uma probabilidade de 70% de terem um terceiro e um sujeito com três episódios tem uma probabilidade de 90%o de ter um quarto. tal como a morte de um ente querido ou um divórcio. O número anterior de episódios prevê a probabilidade de desenvolver Episódios Depressivos Major subseqüentes. desenvolvem Perturbação Bipolar I). Os Episódios de Perturbação Depressiva Major seguem-se frequentemente a um agente estressor psicossocial intenso. podendo requerer tratamento adicional durante a fase aguda e um período mais longo de tratamento continuado para atingir e manter um estado eutímico mais completo e duradouro.gerais crônicos e a Dependência de Substâncias . aproximadamente 20% continuam a ter alguns sintomas mas não preenchem os critérios completos para Episódio Depressivo Major (isto é. podem ter um segundo episódio. Aproximadamente 50%-60%o dos sujeitos com Perturbação Depressiva Major. Episódio Único. Para os sujeitos que apenas têm uma remissão parcial. desenvolvem subsequentemente um Episódio Maníaco (isto é. Os estados físicos gerais crônicos são igualmente um fator de risco para episódios mais persistentes. Aproximadamente 5%-10% dos sujeitos com Perturbação Depressiva Major. Estudos sugerem que os acontecimentos psicossociais (estressores) podem desempenhar um papel significativo no desencadeamento do primeiro ou segundo episódios de Perturbação Depressiva Major e podem desempenhar um papel menor no início dos episódios subseqüentes.remissão duram habitualmente mais tempo no início da evolução da perturbação. Perturbação Depressiva Major. pior recuperação entre episódios. 40% dos sujeitos continuam a ter sintomas que são suficientemente intensos para preencher os critérios para Episódio Depressivo Major completo. Os especificadores longitudinais da evolução Com Recuperação Completa e Entre os Episódios e Sem Recuperação Completa Entre os Episódios (ver p. A intensidade inicial do Episódio Depressivo Major parece ser preditor da persistência. Os Episódios Depressivos Major podem terminar completamente (em aproximadamente dois terços dos casos). 398) podem assim ter valor de prognóstico. existe uma grande probabilidade de desenvolver episódios adicionais e de continuar o padrão de recuperação parcial entre os episódios. Episódio Único. Alguma evidência sugere que esses sujeitos têm uma probabilidade maior de terem Episódios Depressivos Major adicionais. Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. Perturbação Depressiva Major) e o estado físico geral registrado no Eixo III (por exemplo. Os Episódios Depressivos Major na Perturbação Depressiva Major devem ser distinguidos de uma Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. especialmente com características psicóticas e inibição psicomotora. A presença de Episódios Hipomaníacos (sem história de Episódios Maníacos) indica o diagnóstico de Perturbação Bipolar II.5 a 3 vezes mais comum nos familiares biológicos de primeiro grau de pessoas com esta perturbação do que entre a população em geral. Alguns dados sugerem que o início agudo de uma depressão grave. tem maior probabilidade de prever uma evolução bipolar. este é o caso em que o Episódio Depressivo Major é . ou Hipomaníaco exclui o diagnóstico de Perturbação Depressiva Major. Padrão Familiar A Perturbação Depressiva Major é 1. O diagnóstico é de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo esclerose múltipla epilepsia. A presença de Episódios Maníacos ou Mistos (com ou sem Episódios Hipomaníacos) indica o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. Se os sintomas depressivos não forem considerados conseqüência fisiológica direta do estado físico geral. Diagnóstico Diferencial Ver a secção "Diagnóstico Diferencial" para Episódio Depressivo Major (p. hipotireoidismo) (ver p. 377). enfarte do miocárdio). numa pessoa jovem sem psicopatologia pré-púbere. É difícil prever se o primeiro episódio da Perturbação Depressiva Major numa pessoa jovem irá evoluir para uma Perturbação Bipolar. Misto. Por exemplo. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. Existe evidência de um risco aumentado para a Dependência do Álcool entre os familiares biológicos de primeiro grau adultos e pode existir uma incidência aumentada de Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção em crianças de adultos com esta perturbação.(particularmente a Dependência do Álcool ou da Cocaína) podem contribuir para o início ou exacerbamento da Perturbação Depressiva Major. Uma história familiar de Perturbação Bipolar pode igualmente sugerir o desenvolvimento subseqüente de Perturbação Bipolar. Uma história de Episódio Maníaco. o diagnóstico primário de Perturbação do Humor deve ser registrado no Eixo I (por exemplo. 333). abuso de droga. com Características Depressivas. persistência e gravidade não são fáceis de avaliar retrospectivamente. sem Episódios Depressivos Major durante os primeiros dois anos de sintomas distímicos). enquanto na Perturbação Distímica tem de estar presente mais de metade dos dias durante um período de pelo menos dois anos. Crônica (se os critérios continuarem a ser preenchidos). por um período de pelo menos duas semanas. Se o início dos sintomas depressivos crônicos for em número e intensidade suficientes para preencher os critérios para Episódio Depressivo Major. enquanto a Perturbação Distímica é caracterizada por sintomas depressivos crônicos. o humor depressivo que ocorre somente no contexto da abstinência da cocaína deve ser diagnosticado como Perturbação do Humor Induzida pela Cocaína. mas menos intensos. o humor depressivo tem de estar presente a maior parte do dia. Habitualmente. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se de uma Perturbação Depressiva Major pelo fato de uma substância (por exemplo. O diagnóstico diferencial entre a Perturbação Distímica e a Perturbação Depressiva Major torna-se particularmente difícil pelo fato de que as duas perturbações partilham sintomas semelhantes e as diferenças entre elas. durante quase todo o dia. que têm estado presentes durante muitos anos. Em Remissão Parcial (se os critérios deixaram de ser preenchidos). duração. Habitualmente. A Perturbação Distímica e a Perturbação Depressiva Major diferenciamse pela gravidade. Perturbação Delirante e Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. 381 ). Os sintomas depressivos podem estar presentes durante a Esquizofrenia. tais sintomas depressivos podem ser considerados como . cronicidade e persistência. ou se existe uma remissão completa do Episódio Depressivo Major (isto é. com Características Psicóticas porque a Perturbação Esquizoafetiva requer pelo menos duas semanas de idéias delirantes ou alucinações que ocorrem na ausência de sintomas proeminentes do humor. durante pelo menos dois meses) antes do início da Perturbação Distímica. o diagnóstico deve ser Perturbação Depressiva Major. ou Perturbação Depressiva Major. Na Perturbação Depressiva Major. medicação ou tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p.considerado como sendo conseqüência psicológica de um estado físico geral ou quando não existe nenhuma relação etiológica entre o Episódio Depressivo Major e o estado físico geral. O diagnóstico de Perturbação Distímica é feito a seguir a uma Perturbação Depressiva Major somente se a Perturbação Distímica se desenvolveu antes do primeiro Episódio Depressivo Major (isto é. no início. Por exemplo. A Perturbação Esquizoafetiva difere da Perturbação Depressiva Major. a Perturbação Depressiva Major consiste num ou mais Episódios Depressivos Major discretos que se podem distinguir do funcionamento habitual da pessoa. com Início Durante a Abstinência. A história pessoal ou familiar pode ajudar a fazer esta distinção. 335) . habitualmente. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Além das diferenças na própria definição do Episódio Depressivo Major. Perturbação Delirante e Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. O estado pré-mórbido do sujeito pode ajudar a diferenciar uma Perturbação Depressiva Major de uma demência. quando os sintomas depressivos preenchem os critérios completos para Episódio Depressivo Major (ou têm significado clínico especial). Tipo Catatônico. apatia. dificuldades de concentração. o diagnóstico de Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação pode ser feito para além do diagnóstico de Esquizofrenia.x Episódio Depressivo Major. Em pessoas mais velhas é frequentemente difícil determinar se os sintomas cognitivos (por exemplo. perda de memória) são mais bem explicados pela demência ou por um Episódio Depressivo Major numa Perturbação Depressiva Major. evolução da doença e resposta ao tratamento ajudam a efetuar esta determinação. A Esquizofrenia. desorientação. enquanto os critérios do DSM-IV requerem um intervalo de pelo menos dois meses consecutivos em que não esteja presente a totalidade dos critérios de diagnóstico do Episódio Depressivo Major. Episódio Único [296. Contudo. Critérios de diagnóstico para F32.características associadas dessas perturbações e não merecem um diagnóstico separado. pode ser difícil de distinguir da Perturbação Depressiva Major. uma história prémórbida de declínio da função cognitiva enquanto o sujeito com uma Perturbação Depressiva Major tem muito provavelmente um estado prémórbido relativamente normal e um declínio cognitivo abrupto associado com a depressão. Na demência existe. assim como a avaliação do início da perturbação. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 propõem um limiar diferente para definir quando a perturbação se considera um episódio isolados versus dois episódios separados recidivantes. da seqüência temporal dos sintomas depressivos e cognitivos. com Características Catatônicas. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 exigem a presença de um período livre de qualquer sintoma significativo de alteração do estado de humor de pelo menos dois meses entre estes episódios.2x] A. Uma avaliação médica adequada. Presença de um único Episódio Depressivo Major (ver p. 2 Grave Sem Características Psicóticas .9 Não Especificada Especifique (para o episódio atual ou mais recente): Crônico (ver p. mistos ou hipomania forem induzidos por substâncias ou tratamento ou forem provocadas pelos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. 393) Com Características Melancólicas (ver p. Nota.Os Episódios Depressivos Major não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizofreniforme. um Episódio Misto (ver p.4 Em Remissão Parcial/Em Remissão Total . 335). 392) Com Características Catatônicas (ver p. 326): .3 Grave com Características Psicóticas . 343) ou um Episódio Hipomaníaco (ver p. Esta exclusão não se aplica se todos os episódios semelhantes à mania. mistos ou hipomaníacos forem induzidos por substâncias ou tratamento .A presença de dois ou mais Episódios Depressivos Major (ver p. C. Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. deve existir um intervalo de pelo menos dois meses consecutivos durante os quais se não encontram os critérios para Episódio Depressivo Major. Para se poderem considerar episódios separados. 343) ou um Episódio Hipomaníaco (ver p. 347). Nota.x Episódio Depressivo Major.0 Ligeiro .3x] A.B.O Episódio Depressivo Major não é mais bem explicado por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõe a uma Esquizofrenia. e não se sobrepõem a uma Esquizofrenia.Nunca existiu um Episódio Maníaco (ver p. um Episódio Misto (ver p. 341). Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Codifique para o episódio atual ou mais recente (ver p. 394) Com Características Atípicas (ver p. C. Recorrente [296. 347). 397) Critérios de diagnóstico para F33. B. Nota. 341 ). 395) Com Início no Período Pós-Parto (ver p.1 Moderado .Nunca existiu um Episódio Maníaco (ver p. Esta exclusão não se aplica se todos os episódios semelhantes à mania. 4 Em Remissão Parcial/Em Remissão Total . em vez de depressivo. fadiga ou pouca energia. Uma vez que os sintomas se tornam parte do dia-a-dia da experiência do sujeito (por exemplo. baixa auto-estima. 398) Com Padrão Sazonal (ver p. 400). dificuldades de concentração ou em tomar decisões e sentimento de falta de esperança (Critério B).4] Características do Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Distímica é o humor cronicamente depressivo durante mais de metade dos dias pelo menos durante dois anos (Critério A). F34. Sujeitos com Perturbação Distímica descrevem o seu humor como triste ou "em baixo".1 Moderado .3 Grave com Características Psicóticas . avaliando-se frequentemente como pessoas desinteressantes ou incapazes. Nas crianças o humor pode ser irritável.9 Não Especificada. 397) Especifique: Especificadores Longitudinais da Evolução (Com e Sem Recuperação Entre Episódios (ver p. 395) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. Codifique o estado do atual ou do mais recente episódio (ver p. 393) Com Características Melancólicas (ver p. Estes sujeitos podem notar a presença proeminente de autocrítica e baixo interesse. 386) . . insônia ou hipersônia.1 Perturbação Distímica [300. e a duração mínima requerida é de um ano. "Sempre fui assim".0 Ligeiro . "É assim mesmo que eu sou"). 394) Com Características Atípicas (ver p.ou são provocadas pelos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral.2 Grave Sem Características Psicóticas . Especifique (para o episódio atual ou mais recente): Com Características Catatônicas (ver p. não são frequentemente descritos a não ser que sejam diretamente inquiridos pelo entrevistador. pelo menos dois dos seguintes sintomas adicionais estão presentes: diminuição ou aumento do apetite. Durante os períodos de humor depressivo. Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes). Quando a pessoa retorna aos sintomas distímicos de base (isto é. O diagnóstico separado de Perturbação Distímica não é feito se os sintomas depressivos ocorrerem exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação Psicótica Crônica. O diagnóstico de Perturbação Distímica não é feito se o sujeito já teve um Episódio Maníaco (p. 336). um Episódio Misto (p. Em tais casos são diagnosticados simultaneamente Perturbação Depressiva Major e Perturbação Distímica ("depressão dupla"). 344) ou se alguma vez foram preenchidos os critérios para Perturbação Ciclotímica (Critério E). Este especificador deve ser utilizado se o início dos sintomas distímicos ocorrer aos 21 anos ou posteriormente. hipotireoidismo. Depois dos dois anos iniciais de Perturbação Distímica. Início Tardio. Crônica (se os critérios completos para Episódio Depressivo Major estiverem preenchidos) ou Perturbação Depressiva Major. ocupacional (ou acadêmico) ou qualquer outra área importante (Critério H) Especificadores A idade de início e o padrão característico dos sintomas na Perturbação Distímica podem ser indicados pela utilização dos seguintes especificadores: Início Precoce. Os sintomas devem provocar malestar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. Com Características Atípicas. situação na qual são considerados como características associadas dessas perturbações. Tais sujeitos têm uma maior probabilidade de desenvolver Episódios Depressivos Major subseqüentes. Se os sintomas depressivos crônicos incluem um Episódio Depressivo Major. 341) ou um Episódio Hipomaníaco (p. A Perturbação Distímica não é igualmente diagnosticada se a perturbação for provocada pelo efeito fisiológico de uma substância (álcool ou medicação antihipertensiva) ou um estado físico geral (por exemplo. os Episódios Depressivos Major podem sobreporse à Perturbação Distímica. Este especificador deve ser utilizado se . então o diagnóstico é Perturbação Depressiva Major. doença de Alzheimer) (Critério G). Este especificador deve ser utilizado se o início dos sintomas distímicos ocorrer antes dos 21 anos. O diagnóstico de Perturbação Distímica só pode ser feito se o período inicial de dois anos de sintomas distímicos estiver livre de Episódios Depressivos Major (Critério D). tal como Esquizofrenia ou Perturbação Delirante (Critério F). é apenas diagnosticada a Perturbação Distímica. durante os dois anos iniciais.não existe nenhum período livre de sintomas que dure pelo menos dois meses (Critério C). os critérios para Episódio Depressivo Major não estão preenchidos mas persistem os sintomas distímicos). Em Remissão Parcial (se os critérios completos para Episódio Depressivo Major não estiverem atualmente preenchidos). Dependência de Substâncias) ou estressores psicossociais crônicos podem estar associados com a Perturbação Distímica em adultos. durante os dois anos mais recentes da perturbação. preencherem os critérios para Com Características Atípicas (ver p. Aproximadamente 25%-50%o dos adultos com Perturbação Distímica têm algumas das características polissonográficas encontradas em alguns sujeitos com Perturbação Depressiva Major [por exemplo. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. Outras perturbações crônicas do Eixo I (por exemplo. irritação ou cólera excessiva. apetite. Narcisista da Personalidade. eficiência ou produtividade. ondas lentas do sono reduzidas. Contudo. Os sujeitos com anormalidades polissonográficas têm mais frequentemente uma história familiar positiva para Perturbação Depressiva Major (e podem responder melhor à medicação antidepressiva) do que aqueles com Perturbação . isolamento social. latência reduzida nos movimentos oculares rápidos (REM). Evitante e Dependente. é difícil a avaliação das características da Perturbação da Personalidade em tais sujeitos porque os sintomas crônicos do humor podem contribuir para problemas interpessoais ou estarem associados com uma percepção de si próprio distorcida. continuidade do sono deteriorada]. densidade aumentada do REM.) Nos sujeitos com Perturbação Distímica os sintomas vegetativos (por exemplo. Quando a Perturbação Distímica está presente sem uma história anterior de Perturbação Depressiva Major. existe um fator de risco para desenvolver uma Perturbação Depressiva Major (10% dos sujeitos com Perturbação Distímica desenvolvem uma Perturbação Depressiva Major no ano subseqüente). A Perturbação Distímica pode estar associada com as Perturbações Estado-Limite. sono. Perturbações da Aprendizagem e Deficiência Mental. Vários estudos sugerem que os sintomas mais frequentemente encontrados na Perturbação Distímica podem ser os sentimentos de inadequação. e diminuição na atividade. Perturbações da Ansiedade. Dados laboratoriais associados. (No Apêndice B pode ser encontrado um Critério B para ser utilizado em investigação que inclui estes itens. 331). Histriônica. Perturbações do Comportamento. alterações de peso e sintomas psicomotores) parecem ser menos comuns que nas pessoas com Episódios Depressivos Major. ruminações ou sentimentos de culpa acerca do passado. perda generalizada do interesse e do prazer. Em crianças a Perturbação Distímica pode estar associada com a Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção. 395). As características associadas à Perturbação Distímica são semelhantes às do Episódio Depressivo Major (ver p.o padrão dos sintomas. existe uma menor probabilidade de uma recuperação espontânea completa entre os Episódios Depressivos Major e uma maior probabilidade de ter episódios subsequentemente mais freqüentes. a não ser que os critérios para Episódio Depressivo Major estejam igualmente preenchidos. na infância. A prevalência pontual para a Perturbação Distímica é de aproximadamente 3%. a Perturbação Distímica parece ocorrer igualmente em ambos os sexos e resulta frequentemente na deficiência do desempenho escolar e das interações sociais. As crianças com Perturbação Distímica são habitualmente irritáveis e de trato difícil. Na idade adulta. adolescência ou no início da idade adulta) assim como uma evolução crônica. que é frequentemente a razão para procurar tratamento. Se a Perturbação Distímica preceder o início da Perturbação Depressiva Major. as mulheres têm duas a três vezes mais probabilidades de desenvolverem uma Perturbação Distímica que os homens. assim como depressivas. Diagnóstico Diferencial . Padrão Familiar A Perturbação Distímica é mais comum entre familiares biológicos em primeiro grau de pessoas com Perturbação Depressiva Major do que entre a população em geral. A não supressão da dexametasona não é comum. Evolução A Perturbação Distímica tem frequentemente um início precoce e insidioso (isto é. os sujeitos com Perturbação Distímica têm habitualmente sobreposta uma Perturbação Depressiva Major. aptidões sociais diminuídas e são pessimistas. Características Especificas da Idade e Gênero Em crianças. aqueles sem história prévia de Episódios Depressivos Major). Têm uma baixa auto-estima. Nas amostras clínicas.Distímica sem esses achados. Não é claro se as anormalidades polissonográficas são igualmente encontradas nos sujeitos com Perturbação Distímica "pura" (isto é. Prevalência A prevalência ao longo da vida para a Perturbação Distímica (com ou sem Perturbação Depressiva Major sobreposta) é de aproximadamente 6%. diabetes mellitus).Ver a secção "Diagnóstico Diferencial" da Perturbação Depressiva Major (p. o diagnóstico primário de Perturbação do Humor deve ser registrado no Eixo I (por exemplo. A Perturbação Distímica deve distinguir-se de uma Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. Perturbação Distímica) e o estado físico geral registrado no Eixo III (por exemplo. Habitualmente. 351). Perturbação Esquizoafetiva. Esquizofrenia. a perturbação do humor pode não ser facilmente distinguível a partir do funcionamento "habitual" da pessoa. enquanto a Perturbação Distímica é caracterizada por sintomas depressivos crônicos. 377). . Se os sintomas depressivos não forem considerados conseqüência fisiológica direta do estado físico geral. específico. Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. com Características Depressivas. Se o início dos sintomas depressivos crônicos for de número e intensidade suficientes para preencher os critérios para Episódio Depressivo Major. esclerose múltipla) (ver p. Quando a Perturbação Distímica tem muitos anos de duração. sem Episódios Depressivos Major durante os primeiros dois anos de sintomas distímicos) ou se existe uma remissão completa do Episódio Depressivo Major (isto é. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. habitualmente crônico (por exemplo. Os sintomas depressivos podem ser uma característica comum associada com as Perturbações Psicóticas crônicas (por exemplo. Crônica (se os critérios continuam a ser preenchidos). uma vez que as duas perturbações partilham sintomas semelhantes e as diferenças entre o início. O diagnóstico diferencial entre Perturbação Distímica e Perturbação Depressiva Major é particularmente difícil. que têm estado presentes durante muitos anos. a persistência e a intensidade não são fáceis de avaliar retrospectivamente. O diagnóstico de Perturbação Distímica é feito a seguir a uma Perturbação Depressiva Major somente se a Perturbação Distímica se desenvolveu antes do primeiro Episódio Depressivo Major (isto é. o diagnóstico deve ser Perturbação Depressiva Major. a duração. ou Perturbação Depressiva Major. se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral. O diagnóstico é de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. durante pelo menos dois meses) antes do início da Perturbação Distímica. O diagnóstico separado de Perturbação Distímica não é feito se os sintomas ocorrerem somente durante a evolução da Perturbação Psicótica (incluindo as fases residuais). mas menos intensos. Perturbação Delirante). a Perturbação Depressiva Major consiste em um ou mais Episódios Depressivos Major discretos que se podem distinguir a partir do funcionamento habitual da pessoa. Em Remissão Parcial (se os critérios deixaram de ser preenchidos). este é o caso em que os sintomas depressivos são considerados como sendo a conseqüência psicológica de um estado físico geral crônico ou quando não existe nenhuma relação etiológica entre os sintomas depressivos e o estado físico geral. durante dois anos.4] A. 381 ). .Por exemplo. de dois (ou mais) dos seguintes sintomas: (1) apetite diminuído ou aumentado (2) insônia ou hipersônia (3) fadiga ou pouca energia (4) baixa auto-estima (5) dificuldades de concentração ou em tomar decisões (6) sentimentos de falta de esperança C. Além disso. abuso de droga. por seu turno. Nota.Durante um período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) da perturbação a pessoa nunca esteve sem sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses de cada vez. indicado pelo relato subjetivo ou pela observação dos outros.1 Perturbação Distímica [300. medicação ou tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. B. Em crianças e adolescentes. o humor pode ser irritável e a duração de pelo menos um ano. mais de metade dos dias. Critérios de diagnóstico para F34. cinco dos seis sintomas que aparecem no DSM-IV). a ICD-10 limita a coexistência de episódios depressivos major a "nenhum ou muito poucos" e especifica que a perturbação distímica pode aparecer logo após um episódio depressivo sem nenhum período de remissão completa. Frequentemente existe evidência de uma perturbação da personalidade coexistente. A presença. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se de uma Perturbação Distímica pelo fato de uma substância (por exemplo. Quando o quadro clínico preenche os critérios para Perturbação Distímica e Perturbação da Personalidade ambos os diagnósticos devem ser feitos. enquanto depressivo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 exigem que o humor depressivo seja acompanhado de três sintomas de uma lista de onze (que contém.Humor depressivo durante a maior parte do dia. ocupacional ou qualquer outra área importante.Nunca existiu um Episódio Maníaco (ver p. G. H. medicação) ou um estado físico geral (por exemplo. Não existiu um Episódio Depressivo Major (ver. E. Pode ter existido um Episódio Depressivo Major prévio desde que tenha remitido completamente (sem sintomas ou sinais significativos durante dois meses) antes do desenvolvimento da Perturbação Distímica. hipotireoidismo). 347) e nunca foram preenchi dos os critérios para Perturbação Ciclotímica.9 Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação [311] A categoria Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação inclui as perturbações com características depressivas que não preenchem os critérios para Perturbação Depressiva Major. Para além disto. 335) durante os primeiros dois anos da perturbação (um ano para crianças e adolescentes). 341). Perturbação Distímica. 343) ou um Episódio Hipomaníaco (ver p.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação Psicótica crônica. Especifique se: Início Precoce: se o início acontece antes dos 21 anos Início Tardio: se o início acontece aos 21 anos ou posteriormente Especifique (para os dois anos mais recentes da Perturbação Distímica): Com Características Atípicas (ver p. a perturbação não é mais bem explicada por uma Perturbação Depressiva Major crônica. ou Perturbação Depressiva Major. um Episódio Misto (ver p. abuso de droga. 641 ) ou Perturbação da Adaptação com Humor Misto Ansioso e Depressivo (ver . isto é. tal como Esquizofrenia ou Perturbação Delirante.p. Nota. Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deterioramento no funcionamento social. podem existir episódios sobrepostos de Perturbação Depressiva Major em que ambos os diagnósticos devem ser feitos quando estão preenchidos os critérios para Episódio Depressivo Major.D. para além dos dois anos iniciais (um ano para crianças ou adolescentes) de Perturbação Distímica. Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo (ver p. 395) página 360F32. F. Em Remissão Parcial.Os sintomas não são provocados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. interesse em atividades diminuído) durante a última semana da fase luteal (e remitem alguns dias após o início da menstruação). devida a um estado físico geral ou induzida por substância. Os restantes conjuntos de critérios são usados para especificar a natureza do episódio atual (ou mais recente) em sujeitos que tiveram episódios de . Episódio Hipomaníaco Mais Recente.Um Episódio Depressivo Major sobreposto a Perturbação Delirante. Exemplos de Perturbação da Ansiedade Sem Outra Especificação incluem: l. escola ou atividades habituais e estarem inteiramente ausentes pelo menos uma semana após o período menstrual (ver p. Perturbação Bipolar II. 4. 5. 2. 456). Ciclotimia e Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação. 733 para os critérios sugeridos para investigação). humor marcadamente depressivo.Perturbação disfórica pré-menstrual: durante o último ano. ocorreram regularmente sintomas (por exemplo. Estes sintomas devem ser suficientemente intensos para interferirem marcadamente com o trabalho. Existem seis conjuntos separados de critérios para Perturbação Bipolar I: Episódio Maníaco Simples. Perturbação Bipolar I. ocorrendo pelo menos uma vez por mês durante 12 meses (não associados com o ciclo menstrual) (ver p. 642). 739 para os critérios sugeridos para investigação). 737 para os critérios sugeridos para investigação). Perturbação depressiva pós-psicótica da Esquizofrenia: Episódio Depressivo Major que ocorre durante a fase residual da Esquizofrenia (ver p. Situações em que o clínico conclui que uma perturbação depressiva está presente mas é incapaz de determinar se é primária.p. Episódio Misto Mais Recente. afetividade marcadamente lábil.Perturbação depressiva minor: episódios de pelo menos duas semanas de sintomas depressivos mas com menos do que os cinco itens requeridos para Perturbação Depressiva Major (ver p. Perturbações Bipolares Esta secção inclui: Perturbação Bipolar I. é utilizada para descrever os sujeitos que estão a ter o primeiro episódio de mania.Perturbação depressiva breve recorrente: episódios depressivos com duração de dois dias até duas semanas. Episódio Maníaco Simples. Por vezes os sintomas depressivos podem estar presentes como parte de uma Perturbação da Ansiedade Sem Outra Especificação (ver p. Episódio Depressivo Mais Recente e Episódio Sem Especificação Mais Recente. 3. 6. na maior parte dos ciclos menstruais. Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação ou fase ativa da Esquizofrenia. ansiedade marcada. Episódio Maníaco Mais Recente. 729 para os critérios sugeridos para investigação). o Episódio Maníaco. A Perturbação Bipolar I é subclassificada no terceiro dígito do código tendo em atenção se o sujeito está a experimentar o primeiro episódio (isto é. Para as Perturbações Bipolares I recorrentes. Além disto. se os critérios não estão atualmente preenchidos para Episódio Maníaco.humor recorrentes. A recorrência é indicada ou por uma mudança de polaridade do episódio ou por um intervalo entre os episódios de pelo menos dois meses sem sintomas maníacos. Episódio Depressivo Mais Recente. Episódio Sem Especificação Mais Recente). Misto ou Depressivo Major. Perturbação Esquizofreniforme. estes sujeitos têm um ou mais Episódios Depressivos Major (ver p. Misto ou Depressivo Major mais recente): . é considerado somente um episódio único. 336) ou Episódios Mistos (ver p. medicação ou exposição a tóxico) ou Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral não devem ser considerados para efetuar o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. Ao contrário. Frequentemente. um Episódio Hipomaníaco que evolui para um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto. atual (ou. os episódios não devem ser mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem à Esquizofrenia. ou um Episódio Maníaco que evolui para um Episódio Misto (ou vice-versa). a natureza do episódio atual (ou mais recente) pode ser especificada (Episódio Hipomaníaco Mais Recente. Misto ou Depressivo Major. Episódio Maníaco Mais Recente. Especificadores Os seguintes especificadores para Perturbação Bipolar I podem ser utilizados para descrever o Episódio Maníaco. 341). Perturbação Bipolar I Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Bipolar I é a evolução clínica caracterizada pela presença de um ou mais Episódios Maníacos (ver p. 328). Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Episódio Maníaco Simples) ou se a perturbação é recorrente. Episódio Misto Mais Recente. Uma mudança na polaridade é definida como a evolução clínica na qual um Episódio Depressivo Major evolui para um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto ou no qual um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto evolui para um Episódio Depressivo Major. Episódios de Perturbação do Humor Induzida por Substância (provocados pelo efeito fisiológico direto de abuso de droga. Para Outras Perturbações Bipolares I: 1. 2 se Grave com Características Psicóticas. Grave Sem Características Psicóticas. Episódio Maníaco Simples: 1. independentemente da gravidade do Episódio Misto. 386) Com Características Catatônicas (ver p.Ligeiro. 400)] Com Ciclos Rápidos (ver p. Em Remissão Parcial. Para Perturbação Bipolar I. O quarto dígito depende do tipo e gravidade do episódio do humor mais recente. Em Remissão Total (ver p. 394) Com Características Atípicas (ver p. Para Perturbação Bipolar I. atual (ou mais recente) somente se for o tipo mais recente de episódio de humor: Crônico (ver p. ou 7 se em Remissão Parcial ou Total. Moderado ou Grave Sem Características Psicóticas. Para . Grave com Características Psicóticas. 392) Com Características Melancólicas (ver p. 397) Os seguintes especificadores aplicam-se somente para o Episódio Depressivo Major. 2. Moderado. 395) Os seguintes especificadores podem ser utilizados para indicar o padrão dos episódios: Especificadores Longitudinais da Evolução (Com ou Sem Recuperação Completa Entre os Episódios) (ver p. 2. Episódio Hipomaníaco Mais Recente. o quarto dígito é 6. 2. se Grave com Características Psicóticas. Para Perturbação Bipolar I. 393) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. o quarto dígito é 0. O quarto dígito é 1 se o Episódio Maníaco for Ligeiro. Episódio Maníaco Mais Recente. o quarto dígito é 1 se a gravidade do Episódio Maníaco for Ligeira. 401) Procedimentos de Registro Para Perturbação Bipolar I. Episódio Misto Mais Recente. independentemente da gravidade ou da remissão. e 8 se Em Remissão Parcial ou Completa. Os três primeiros dígitos são F31. 398) Com Padrão Sazonal [só se aplica ao padrão de Episódios Depressivos Major (ver p. Moderada ou Grave Sem Características Psicóticas. Os primeiros três dígitos são F30. Outras perturbações mentais associadas incluem Anorexia Nervosa. Dados laboratoriais associados. se em Remissão Parcial ou Total. o quarto dígito é 9. se Grave Sem Características Psicóticas. Idade e Gênero Aproximadamente 10%-15% dos adolescentes com Episódios Depressivos Major irão desenvolver Perturbação Bipolar I. Os Episódios Mistos parecem ser mais prováveis em adolescentes e em jovens adultos do que em adultos mais velhos. Não existem descrições de incidência diferencial relacionadas com a raça ou aspectos étnicos. mau desempenho profissional. Para Perturbação Bipolar I. 5. Outros problemas associados incluem faltas à escola. Perturbação de Pânico. Uma taxa de suicídio consumado ocorre em 10%-15%o dos sujeitos com Perturbação Bipolar I. Existe alguma evidência de que a doença da tiróide não tratada piora o prognóstico da Perturbação Bipolar I. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. divórcio ou comportamento antisocial episódico. O início para o primeiro Episódio Maníaco depois dos 40 anos deve alertar o clínico para a possibilidade de os sintomas poderem ser provocados por um estado físico geral ou abuso de substância. Fobia Social e Perturbações Relacionadas com Substâncias.perturbação Bipolar I. o quarto dígito é 3 se a gravidade do Episódio Depressivo Major for Ligeira ou Moderada. Estudos epidemiológicos recentes efetuados nos Estados Unidos . mau aproveitamento escolar. Características Especificas da Cultura. e 7. Episódio Não Especificado Mais Recente. Bulimia Nervosa. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. se Grave com Características Psicóticas. Não parecem existir características laboratoriais que distingam os Episódios Depressivos Major encontrados na Perturbação Depressiva Major dos encontrados na Perturbação Bipolar I. Pode ocorrer abuso dos filhos ou do cônjuge ou outro qualquer comportamento violento durante Episódios Maníacos intensos ou durante os episódios com características psicóticas. Parece existir alguma evidência de que os clínicos têm tendência para efetuar mais diagnósticos de Esquizofrenia (em vez de Perturbação Bipolar) em alguns grupos étnicos ou em sujeitos mais jovens. 4. Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção. Episódio Depressivo Mais Recente. antes do tratamento de manutenção com o lítio. As mulheres com Perturbação Bipolar I têm um risco aumentado de desenvolver episódios subseqüentes (frequentemente psicóticos) no período imediato ao pós-parto. em média. Nas mulheres o primeiro episódio costuma ser um Episódio Depressivo Major. Nos homens o primeiro episódio costuma ser um Episódio Maníaco. Prevalência A prevalência ao longo da vida da Perturbação Bipolar I em amostras da comunidade tem variado de 0. é assinalado pelo especificador Com Ciclos Rápidos (ver p. Recorrente. sugerem que. Evolução A Perturbação Bipolar I é uma perturbação recorrente .indicam que a Perturbação Bipolar I tem taxas aproximadamente iguais em homens e mulheres (ao contrário da Perturbação Depressiva Major. atual. O especificador Com Início no Período Pós-Parto pode ser utilizado para indicar que o início do episódio aconteceu dentro das quatro semanas após o parto (ver p. podem precipitar ou exacerbar um Episódio Maníaco. O intervalo entre os episódios tende a diminuir com a idade. Os estudos acerca da evolução da Perturbação Bipolar I. 397). Algumas mulheres têm o seu primeiro episódio no período pós-parto. Se este padrão está presente. existem quatro episódios em 10 anos. Maníaco. Misto ou Hipomaníaco.mais de 90% dos sujeitos que têm um Episódio Maníaco único irão desenvolver episódios futuros. Aproximadamente 5%-15%o dos sujeitos com Perturbação Bipolar I têm episódios múltiplos (quatro ou mais) de humor (Depressivo Major. Um padrão Com Ciclos Rápidos está associado com pior prognóstico. O período pré-menstrual pode estar associado com o agravamento do Episódio Depressivo Major. Maníaco. O sexo parece estar relacionado com a ordem de aparecimento dos Episódios Maníacos e Depressivos Major. que é muito mais comum em mulheres). . Aproximadamente 50%-70% dos Episódios Maníacos ocorrem imediatamente antes ou depois de um Episódio Depressivo Major. O número de episódios ao longo da vida (tanto Maníacos como Depressivos Major) tendem a ser mais elevados para a Perturbação Bipolar I em comparação com a Perturbação Depressiva Major. Misto ou Hipomaníaco) que ocorrem num dado ano.4% a 1. Misto ou Hipomaníaco. 401). Existe alguma evidência indicando que as alterações no ritmo sono-vigília.6%. tais como as que ocorrem durante as mudanças de fuso horário ou durante a privação do sono. Os Episódios Maníacos precedem ou seguem frequentemente os Episódios Depressivos Major num padrão característico em cada pessoa. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. abuso de droga. Misto e Hipomaníaco na Perturbação Bipolar I devem ser distinguidos dos episódios de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. Sintomas semelhantes aos observados nos Episódios Maníacos. Misto e Hipomaníaco que ocorrem na Perturbação Bipolar I pelo fato de uma substância (por exemplo. Os sintomas psicóticos podem desenvolver-se depois de dias ou semanas no que previamente foi um Episódio Maníaco ou Misto não psicótico. Quando um sujeito tem Episódios Maníacos com características psicóticas. medicação ou tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. ou abstinência de. 381). epilepsia. esclerose múltipla. Mistos ou Hipomaníacos podem igualmente ser precipitados pelo tratamento . Sintomas semelhantes aos observados nos Episódios Maníacos. alguns (20%30%) continuam a demonstrar labilidade do humor e dificuldades interpessoais ou ocupacionais. A recuperação incompleta entre os episódios é mais comum quando o episódio atual é acompanhado por características psicóticas incongruentes com o humor. Maníaco. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se dos Episódios Depressivo Major. o humor eufórico que ocorre somente no contexto da intoxicação com cocaína deve ser diagnosticado como Perturbação do Humor Induzida por Cocaína. 377). Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. com Início Durante a Intoxicação. hipotireoidismo) (ver p. abuso de droga e devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida por Substância (por exemplo. Perturbação Bipolar II (1%-5%) e Perturbação Depressiva Major (4%24%). Diagnóstico Diferencial Os Episódios Depressivo Major. os Episódios Maníacos subseqüentes têm maior probabilidade de terem características psicóticas. Padrão Familiar Os familiares biológicos em primeiro grau de pessoas com Perturbação Bipolar I têm taxas mais elevadas de Perturbação Bipolar I (4%-24%). Maníaco. com Características Maníacas. Estudos de gêmeos e de adoção demonstraram claramente a influência genética na Perturbação Bipolar I.Apesar de a maioria dos sujeitos com Perturbação Bipolar I retornarem a um nível completamente funcional entre os episódios. Mistos ou Hipomaníacos podem fazer parte da intoxicação com. O diagnóstico é de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. após a substância ter sido descontinuada).antidepressivo. quando a substância ou a medicação não são avaliadas como explicando completamente o episódio (por exemplo. A Perturbação Bipolar I distingue-se da Perturbação Depressiva Major e da Perturbação Distímica pela história ao longo da vida de pelo menos um Episódio Maníaco ou Misto. a evolução prévia e a história familiar. o episódio deve ser tomado em consideração para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. a Esquizofrenia. então ambas devem ser diagnosticadas: Perturbação Ciclotímica e Perturbação Bipolar I. Esquizofrenia e Perturbação Delirante) e Perturbação Bipolar I pode ser difícil (particularmente em adolescentes) porque estas perturbações podem partilhar um conjunto de sintomas (por exemplo. Em contraste com a Perturbação Bipolar. mas raramente com número de sintomas. com Características Maníacas) e não devem ser considerados para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. o diagnóstico de Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação pode ser . Perturbação do Humor Induzida por Terapia Eletroconvulsiva. A Perturbação Bipolar I distingue-se da Perturbação Ciclotímica pela presença de um ou mais Episódios Maníacos ou Mistos. Tais episódios devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida por Substância (por exemplo. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz. irritabilidade. a Perturbação Esquizoafetiva e a Perturbação Delirante são todas caracterizadas por períodos de sintomas psicóticos que ocorrem na ausência de sintomas proeminentes do humor. com Características Maníacas. A Perturbação Bipolar I distingue-se da Perturbação Bipolar II pela presença de um ou mais Episódios Maníaco ou Misto. Na Perturbação Ciclotímica existem numerosos períodos de sintomas hipomaníacos que não preenchem os critérios para Episódio Maníaco e períodos de sintomas depressivos que não preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major. Se um Episódio Maníaco ou Misto ocorrer depois de dois anos de Perturbação Ciclotímica. agitação e sintomas catatônicos). Podem estar presentes sintomas maníacos e depressivos durante a Esquizofrenia. Contudo. Outras considerações que podem ajudar são os sintomas associados. Quando um sujeito previamente diagnosticado com Perturbação Bipolar II desenvolve um Episódio Maníaco ou Misto. O diagnóstico diferencial entre Perturbações Psicóticas (por exemplo. quando os critérios completos são preenchidos (ou os sintomas são de significado clínico particular). duração e globalidade suficientes para preencher os critérios para Episódio Maníaco ou Episódio Depressivo Major. o diagnóstico deve ser alterado para Perturbação Bipolar I. idéias delirantes de grandiosidade e perseguição. Perturbação do Humor Induzida por Amitriptilina. tal como medicação. Perturbação Esquizoafetiva. por um período considerável de tempo. o episódio continua autonomamente. particularmente ao longo da evolução e no início da perturbação. Perturbação Delirante e Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Contudo. 389): . Episódio Maníaco Único [296. Perturbação Delirante e Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. qualquer combinação de episódios hipomaníacos. 341) sem Episódios Depressivos Major prévios. Codifique o estado do episódio corrente ou mais recente (ver p.0x] A. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Além das diferenças existentes entre os critérios de diagnóstico para o Episódio Maníaco e o Episódio Depressivo Major. Se existir uma alternância rápida (de dias) entre os sintomas maníacos e os sintomas depressivos (por exemplo. maníacos. Nota. A recorrência é definida ou pela mudança de polaridade para a depressão ou um intervalo de pelo menos dois meses sem sintomas maníacos.1 Ligeiro/Moderado/Grave Sem Características Psicóticas . Critérios de diagnóstico para F30.0 Em Remissão Parcial ou Total Especifique se: Misto: se os sintomas preencherem os critérios para Episódio Misto (ver p. Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. B. o diagnóstico é Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação. 343) Especifique (para o episódio atual ou mais recente): .2 Grave com Características Psicóticas . vários dias de sintomas puramente maníacos seguidos de vários dias de sintomas puramente depressivos) que não preencham os critérios mínimos de duração para Episódio Maníaco ou Episódio Depressivo Major. a definição da ICD-10 da Perturbação Afetiva Bipolar (quer dizer.O Episódio Maníaco não é mais bem explicado por uma Perturbação Esquizoafetiva.feito para além do diagnóstico de Esquizofrenia. e não se sobrepõe a uma Esquizofrenia.A presença de um único Episódio Maníaco (ver p.x Perturbação Bipolar I. mistos e depressivos) não faz nenhuma distinção entre Perturbação Bipolar I e Perturbação Bipolar II. Existiu previamente pelo menos um Episódio Depressivo Major (ver p.Os episódios do humor nos Critérios A e B não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem a uma Esquizofrenia. 341) ou um Episódio Misto (ver p. ocupacional ou em qualquer outra área importante.Existiu previamente pelo menos um Episódio Depressivo Major (ver p. 343). Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. 341 ) ou um Episódio Misto (ver p.0 Perturbação Bipolar I.Existiu previamente pelo menos um Episódio Maníaco (ver p. 341) B. 393) Com Início no Período Pós-Parto (ver p.Atualmente (ou muito recentemente) num Episódio Hipomaníaco (ver p.Com Características Catatônicas (ver p. 343). Episódio Maníaco (ver p. 343). . B. 397) Critérios de diagnóstico para F31. 341) ou um Episódio Misto (ver p. C.Os episódios do humor nos Critérios A e B não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem a uma Esquizofrenia. 335). 335). 401 ) Critérios de diagnóstico para F3l. 398) Com Padrão Sazonal (aplica-se somente ao padrão de Episódios Depressivos Major) (ver p. Episódio Hipomaníaco Mais Recente [296.Os sintomas do humor provocam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. D. 347) B. Episódio Maníaco Mais Recente [296. Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Especifique: Especificadores de Longa Evolução (Com e Sem Recuperação Entre os Episódios) (ver p.40] A.4x] A.Atualmente (ou muito recentemente) num Episódio Hipomaníaco (ver p. Episódio Maníaco (ver p. 400) Com Ciclos Rápidos (ver p. C.x Perturbação Bipolar I. Episódio Misto Mais Recente [296.Critérios de diagnóstico para F3l. 401) Critérios de diagnóstico para F31. 400) Com Ciclos Rápidos (ver p. Os episódios do humor nos Critérios A e B não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem a uma Esquizofrenia. 397) Especifique: Especificadores Longitudinais da Evolução: (Com ou Sem Recuperação entre os Episódios) (ver p. 389): .6x] A. 335).x Perturbação Bipolar I Episódio Maníaco Mais Recente [296.6 Perturbação Bipolar I.4x) (continuação) Codifique o estado do episódio atual ou mais recente (ver p.2 Grave com Características Psicóticas . 393) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. 343). 393) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. Especifique (para o episódio atual ou mais recente): Especificadores para Intensidade/Psicoticismo/Remissão (ver p. Atualmente (ou muito recentemente) num Episódio Misto (ver p. 341 ) ou um Episódio Misto (ver p. 400) . 343) B. 398) Com Padrão Sazonal (só se aplica ao padrão de Episódios Depressivos Major) (ver p. um Episódio Maníaco (ver p. Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação.7 Em Remissão Parcial/Em Remissão Total Especifique (para o episódio atual ou mais recente): Com Características Catatônicas (ver p. 397) Especifique: Especificadores Longitudinais da Evolução: (Com ou Sem Recuperação Entre os Episódios) (ver p.1 Ligeiro/Moderado/Grave/Grave Sem Características Psicóticas . 391) Com Características Catatônicas (ver p. 398) Com Padrão Sazonal (só se aplica ao padrão de Episódios Depressivos Major) (ver p. Existiu previamente pelo menos um Episódio Depressivo Major (ver p. C. 5x] A.Os episódios do humor nos Critérios A e B não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem a uma Esquizofrenia. 386): .4 Grave Sem Características Psicóticas . 398) Com Padrão Sazonal (só se aplica ao padrão de Episódio Depressivo Major) (ver p. 394) Com Características Atípicas (ver p. exceto para a duração. Codifique o estado do episódio atual ou do mais recente (ver p.5 Grave com Características Psicóticas . 397) Especifique: Especificadores Longitudinais da Evolução: (Com ou Sem Recuperação entre os Episódios) (ver p.Existiu previamente pelo menos um Episódio Maníaco (ver p. 395) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. Episódio Depressivo Mais Recente [296. Hipomaníaco . C. 392) Com Características Catatônicas (ver p. Atualmente (ou muito recentemente) são preenchidos os critérios. 335 ) B. 343).Atualmente (ou muito recentemente) num Episódio Depressivo Major (ver p.3 Ligeiro/Moderado .7] A. 401) Critérios de diagnóstico para F3l.9 Perturbação Bipolar I. 341). Episódio Sem Outra Especificação Mais Recente [296.x Perturbação Bipolar I. 400) Com Ciclos Rápidos (ver p.7 Em Remissão Parcial/Em Remissão Total Especifique (para o episódio atual ou mais recente): Crônico (ver p. 401) Critérios de diagnóstico para F31. Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação.Com Ciclos Rápidos (ver p. 341 ) ou um Episódio Misto (ver p. 393) Com Características Melancólicas (ver p. para Episódio Maníaco (ver p. 400) Com Ciclos Rápidos (ver p. E.Os sintomas do humor provocam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social.8 Perturbação Bipolar II [296. medicação ou outro tratamento) ou um estado físico geral (por exemplo. hipertiroidismo). 398) Com Padrão Sazonal (aplica-se somente ao padrão dos Episódios Depressivos Major) (ver p. A presença de um Episódio Maníaco ou Misto exclui o dia gnóstico de Perturbação Bipolar II (Critério C). ou Depressivo Major (ver p. Especifique: Especificadores Longitudinais da Evolução (Com ou Sem Recuperação entre os Episódios) (ver p. Misto (ver p.Os sintomas do humor nos Critérios A e B não são provocados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. 341 ) ou um Episódio Misto (ver p. C.(ver p. 401) F31.Os sintomas do humor nos Critérios A e B não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem a uma Esquizofrenia.89] (Episódios Depressivos Major Recorrentes Com Episódios Hipomaníacos) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Bipolar II é a evolução clínica caracterizada pela ocorrência de um ou mais Episódios Depressivos Major (Critério A) acompanhados pelo menos por um Episódio Hipomaníaco (Critério B). abuso de droga. Os Episódios de Perturbação do Humor Induzida por Substância (provocados pelo efeito fisiológico direto de medicação por outros tratamentos somáticos da depressão abuso de droga ou exposição a tóxico) ou . 335) B. 347). Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. 343). Os Episódios Hipomaníacos não devem ser confundidos com vários dias de eutimia que se podem seguir à remissão de um Episódio Depressivo Major. ocupacional ou em qualquer outra área importante. D.Existiu previamente pelo menos um Episódio Maníaco (ver p. 343). Nalguns casos. Grave com Características Psicóticas. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação (Critério D). não se recordam dos períodos de hipomania sem que sejam ajudados pelos amigos íntimos ou familiares. Depressivo. estes sujeitos. Em Remissão Parcial. Os sintomas devem provocar mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. os Episódios Hipomaníacos não causam deficiência. Frequentemente. particularmente quando no meio de um Episódio Depressivo Major. os episódios não devem ser melhor explicá-los por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem a Esquizofrenia. ocupacional ou em qualquer outra área importante (Critério E). e somente se este for o mais recente tipo de episódio de humor): Ligeiro. 395) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. Os sujeitos com Perturbação Bipolar podem não considerar os Episódios Hipomaníacos como patológicos. 393) Com Características Melancólicas (ver p. apesar de os outros poderem ser perturbados pelo seu comportamento errático. Para além disto. Especificadores Podem ser utilizados os seguintes especificadores para a Perturbação Bipolar II para indicar o episódio atual ou mais recente: Hipomaníaco. se atualmente em remissão. Perturbação Esquizofreniforme. Moderado. 386) Crônico (ver p. 394) Com Características Atípicas (ver p. Em Remissão Total (ver p. Este especificador é utilizado se o episódio atual (ou mais recente) for um Episódio Depressivo Major. Os seguintes especificadores podem ser utilizados para descrever o Episódio Depressivo Major numa Perturbação Bipolar (ou o Episódio Depressivo Major mais recente.Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral não devem ser considerados para efetuar o diagnóstico de Perturbação Bipolar II. Em vez disso. A informação de outras pessoas é frequentemente muito importante para estabelecer o diagnóstico de Perturbação Bipolar II. Grave sem Características Psicóticas. 392) Com Características Catatônicas (ver p. a deficiência pode resultar dos Episódios Depressivos Major ou do padrão crônico e imprevisível dos episódios do humor e do funcionamento flutuante ou pouco estável nos aspectos interpessoais ou ocupacionais. Este especificador é utilizado se o episódio atual (ou mais recente) for um Episódio Hipomaníaco. 397) . 8 Perturbação Bipolar II. Faltas à escola.8 [296. 398) Com Padrão Sazonal (só se aplica ao padrão dos Episódios Depressivos Major) (ver p. Depressiva. Não parecem existir características laboratoriais que distingam os Episódios Depressivos Major encontrados na Perturbação Depressiva Major dos encontrados na Perturbação Bipolar II. As mulheres com Perturbação Bipolar II podem ter um risco . Com Padrão Sazonal). por exemplo. 401 ) Procedimentos de Registro Os códigos de diagnóstico para Perturbação Bipolar II são F31. Depressivo). Fobia Social e Perturbação Estado-Limite da Personalidade. os termos devem ser assinalados pela seguinte ordem: Perturbação Bipolar II. Grave com Características Psicóticas. Perturbação de Pânico. com Padrão Sazonal [296. mau desempenho profissional ou divórcio podem estar associados com a Perturbação Bipolar II. Ao registrar o diagnóstico. Moderado. Dados laboratoriais associados. mau aproveitamento escolar. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. F31. com características Melancólicas. especificadores indicando o episódio atual ou mais recente (por exemplo. nenhum dos especificadores é codificável. Com Início no Período Pós-Parto) e quantos especificadores se aplicarem à evolução dos episódios (por exemplo. e quantos especificadores se aplicarem ao Episódio Depressivo Major atual ou mais recente (por exemplo. O suicídio (habitualmente durante os Episódios Depressivos Major) é um risco significativo. Perturbação por Hiperatividade/Déficit da Atenção. Hipomaníaco. Anorexia Nervosa. Com Características Melancólicas. 400) Com Ciclos Rápidos (ver p.89]. ocorrendo em 10%-15% das pessoas com Perturbação Bipolar II. Bulimia Nervosa. Características Específicas do Gênero A Perturbação Bipolar II pode ser mais comum em mulheres que em homens.89). Outras perturbações mentais associadas incluem a Dependência ou abuso de substâncias.Os seguintes especificadores podem ser utilizados para indicar o padrão ou a freqüência dos episódios: Especificadores Longitudinais da Evolução (Com ou Sem Recuperação Completa Entre Episódio ) (ver p. Frequentemente. tais como as que ocorrem nas mudanças de fuso horário ou privação do sono. Evolução Aproximadamente 60%-70% dos Episódios Hipomaníacos da Perturbação Bipolar II ocorrem imediatamente antes ou depois de um Episódio Depressivo Major. 401). O intervalo entre episódios tende a diminuir à medida que o sujeito envelhece. podem precipitar ou exacerbar Episódios Hipomaníacos ou Depressivos Major. Prevalência Estudos na comunidade sugerem uma prevalência ao longo da vida da Perturbação Bipolar II de aproximadamente 0. Se um Episódio Maníaco ou Misto se desenvolver durante a evolução de uma Perturbação Bipolar II. Se este padrão estiver presente.aumentado de desenvolver episódios subseqüentes no período imediato ao pós-parto. os Episódios Hipomaníacos precedem ou seguem os Episódios Depressivos Major num padrão característico para cada pessoa. que é consistente com a noção de que as alterações marcadas no ritmo sono-vigília. Padrão Familiar Alguns estudos familiares indicaram que os familiares biológicos em primeiro grau de sujeitos com Perturbação Bipolar II têm taxas elevadas de Perturbação Bipolar II. aproximadamente 15% continuam a demonstrar labilidade do humor e dificuldades interpessoais ou ocupacionais. Aproximadamente 5%o-15% dos sujeitos com Perturbação Bipolar II têm episódios múltiplos (quatro ou mais) de humor (Hipomaníaco ou Depressivo Major) que ocorrem num dado ano. O número de episódios ao longo da vida (tanto Hipomaníacos como Depressivos Major) tendem a ser mais elevados para a Perturbação Bipolar II quando comparados com a Perturbação Depressiva Major.5%. é assinalado pelo especificador Com Ciclos Rápidos (ver p. Um padrão Com Ciclos Rápidos está associado a pior prognóstico. Apesar de a maioria dos sujeitos com Perturbação Bipolar II retornarem ao nível completamente funcional entre os episódios. Existe alguma evidência. Os sintomas psicóticos não ocorrem nos Episódios Hipomaníacos e parecem ser menos freqüentes nos Episódios Depressivos Major da Perturbação Bipolar II do que na Perturbação Bipolar I. . Recorrente. Durante cinco anos 5%-15% dos sujeitos com Perturbação Bipolar II irão desenvolver um Episódio Maníaco. o diagnóstico deve ser alterado para Perturbação Bipolar I. Perturbação Bipolar I e Perturbação Depressiva Major. quando comparados com a população em geral. ou abstinência de. Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. 377). abuso de droga. ao longo da vida. quando a substância ou medicação não são avaliadas como explicando completamente o episódio (por exemplo. Tais episódios devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida por Substância (por exemplo. o episódio deve ser tomado em consideração para o diagnóstico de Perturbação Bipolar II. com Características Maníacas) e não devem ser considerados para o diagnóstico de Perturbação Bipolar II. um episódio semelhante a uma depressão major que ocorre somente no contexto da abstinência da cocaína deve ser diagnosticado como Perturbação do Humor Induzida por Cocaína. com Características Maníacas. Sintomas semelhantes aos observados nos Episódios Hipomaníacos podem igualmente ser precipitados pelo tratamento antidepressivo. A Perturbação Bipolar II distingue-se da Perturbação Bipolar I pela presença de um ou mais Episódios Maníacos ou Mistos na segunda situação. tal como medicação. esclerose múltipla. hipotireoidismo) (ver p. Na Perturbação Ciclotímica. com Características Depressivas. Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se dos Episódios Hipomaníacos e Depressivos Major que ocorrem na Perturbação Bipolar II pelo fato de uma substância (por exemplo. medicação ou exposição a tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. o diagnóstico deve ser alterado para Perturbação Bipolar I. de pelo menos um Episódio Hipomaníaco. epilepsia. Perturbação do Humor Induzida por Amitriptilina. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. O diagnóstico é de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral se a perturbação do humor for considerada conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. A Perturbação Bipolar II distingue-se da Perturbação Depressiva Major e da Perturbação Distímica pela história. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz. o episódio continua autonomamente por um período considerável de tempo após a substância ter sido descontinuada). Quando um sujeito previamente diagnosticado com Perturbação Bipolar II desenvolve um Episódio Maníaco ou Misto.Diagnóstico Diferencial Os Episódios Hipomaníacos e Depressivos Major na Perturbação Bipolar II devem ser distinguidos dos episódios de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. Perturbação do Humor Induzida por Terapia Eletroconvulsiva. abuso de uma droga e devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida por Substância (por exemplo. Contudo. Sintomas semelhantes aos observados num Episódio Hipomaníaco podem fazer parte da intoxicação com. 381). existem numerosos períodos de sintomas hipomaníacos e numerosos períodos de sintomas depressivos que não . com Início Durante a Abstinência. 89] A. 335). Nunca existiu um Episódio Maníaco (ver p. 341 ) ou um Episódio Misto (ver p. Se um Episódio Depressivo Major ocorrer depois de dois anos de Perturbação Ciclotímica. Esquizofrenia e Perturbação Delirante). ocupacional ou em qualquer outra . qualquer combinação de episódios hipomaníacos. A Esquizofrenia. 343). e não se sobrepõem a Esquizofrenia. A presença (ou história) de pelo menos um Episódio Hipomaníaco (ver p. A Perturbação Bipolar II deve ser distinguida das Perturbações Psicóticas (por exemplo. a definição da ICD-10 da Perturbação Afetiva Bipolar (quer dizer. critérios provisórios para a Perturbação Bipolar II. C.A presença (ou história) de um ou mais Episódios Depressivos Major (ver p. a evolução prévia e a história familiar.Os sintomas dos Critérios A e B não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva. mistos e depressivos) não faz nenhuma distinção entre Perturbação Bipolar I e Perturbação Bipolar II. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Além das diferenças existentes entre os critérios de diagnóstico para o Episódio Maníaco e o Episódio Depressivo Major. maníacos. B. Outras considerações que podem ajudar são os sintomas associados. no Anexo I. E.8 Perturbação Bipolar II [296. A Perturbação Bipolar II distingue-se da Perturbação Ciclotímica pela presença de um ou mais Episódios Depressivos Major. Critérios de diagnóstico para F31. D.preenchem os critérios de sintomas ou duração para Episódio Depressivo Major. a Perturbação Esquizoafetiva e a Perturbação Delirante são todas caracterizadas por períodos de sintomas psicóticos que ocorrem na ausência de sintomas proeminentes do humor. o diagnóstico adicional de Perturbação Bipolar II deve ser feito. Perturbação Esquizoafetiva. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 incluem. que são idênticos aos do DSM-IV. 347). Contudo. Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. intensidade. 401) F34. 386) Nota: os códigos do quarto dígito não podem ser utilizados aqui porque o código para Perturbação Bipolar II já usa o quarto dígito Crônico (ver p. O diagnóstico de Perturbação Ciclotímica é feito somente se o período de dois anos iniciais de sintomas ciclotímicos estiver livre de Episódios . 398) Com Padrão Sazonal (aplica-se somente ao padrão de Episódios Depressivos Major) (ver p. 328) (Critério A). 347) Depressivo: se atual (ou muito recentemente) num Episódio Depressivo Major (ver p. intensidade. 397) Especifique: Especificadores Longitudinais da Evolução (Com e Sem Recuperação Entre os Episódios) (ver p.13] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Ciclotímica é uma perturbação do humor crônica e flutuante que envolve numerosos períodos de sintomas hipomaníacos (ver p. 344) e numerosos períodos de sintomas depressivos (ver p. 335) Especifique (para o Episódio Depressivo Major atual ou mais recente somente se este for o episódio mais recente do humor: Especificadores para Intensidade/Psicoticismo/ Remissão (ver p.área importante. 395) Com Início no Período Pós-Parto (ver p. 392) Com Características Catatônicas (ver p. globalidade ou duração insuficientes para preencher os critérios completos para Episódio Depressivo Major. 394) Com Características Atípicas (ver p. qualquer período livre de sintomas não tem duração superior a dois meses (Critério B). Os sintomas hipomaníacos são em número. Especifique para o episódio atual ou mais recente: Hipomaníaco: se atual (ou muito recentemente) num Episódio Hipomaníaco (ver p. globalidade ou duração insuficientes para preencher os critérios completos para Episódio Maníaco e os sintomas depressivos são em número. Durante um período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes). 400) Com Ciclos Rápidos (ver p. 393) Com Características Melancólicas (ver p.0 Perturbação Ciclotímica [301. sendo neste caso diagnosticadas ambas. Apesar de algumas pessoas poderem funcionar particularmente bem durante alguns períodos de hipomania. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação (Critério D). ocupacional ou em qualquer outra área importante do funcionamento como resultado dos períodos prolongados de alterações cíclicas e frequentemente imprevisíveis da perturbação do humor (por exemplo. as mulheres com Perturbação Ciclotímica apresentamse mais frequentemente para tratamento que os homens. a Perturbação Ciclotímica é aparentemente tão comum em homens como em mulheres. os Episódios Depressivos Major podem sobrepor-se à Perturbação Ciclotímica. Perturbações Relacionadas com Substâncias e Perturbações do Sono (isto é. de um modo global. sendo neste caso diagnosticadas ambas: Perturbação Ciclotímica e Perturbação Bipolar II. hipertiroidismo) (Critério . Em amostras na comunidade. abuso de droga medicação) ou de um estado físico geral (por exemplo. A prevalência nas clínicas . Maníacos e Mistos (Critério C). a pessoa pode ser vista como temperamental. Prevalência Os estudos sugerem uma prevalência ao longo da vida da Perturbação Ciclotímica de aproximadamente 0. inconsistente ou sem ser de confiança).4% a 1%. Episódios Maníacos ou Mistos podem sobrepor-se à Perturbação Ciclotímica. Perturbação Esquizofreniforme.Depressivos Major. Perturbação Ciclotímica e Perturbação Bipolar I. de humores. Depois dos dois anos iniciais da Perturbação Ciclotímica. De igual modo. imprevisível. Nas amostras clínicas. Características Especificas da Idade e Gênero A Perturbação Ciclotímica começa frequentemente cedo na vida e é por vezes considerada como refletindo a disposição temperamental para outras Perturbações do Humor (especialmente as Perturbações Bipolares). deve existir mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social.E). em tais casos os sintomas do humor são considerados como características associadas à Perturbação Psicótica. O diagnóstico não é feito se o padrão de alterações do humor não for mais bem explicado por uma Perturbação Esquizoafetiva e se não se sobrepuser a Esquizofrenia. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. depois dos dois anos de Perturbação Ciclotímica. dificuldades em manter ou iniciar o sono) podem estar presentes. A perturbação do humor não deve igualmente ser um efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. Este é o caso. Perturbação Ciclotímica) e o estado físico geral é registrado no Eixo III. A Perturbação Ciclotímica tem habitualmente um início insidioso e uma evolução crônica. hipertiroidismo) (ver p. Evolução A Perturbação Ciclotímica começa habitualmente na adolescência ou no início da idade adulta. Existe um risco de 15%-50% de que a pessoa desenvolva subsequentemente uma Perturbação Bipolar I ou II. Padrão Familiar A Perturbação Depressiva Major. As alterações freqüentes do humor que sugerem a Perturbação Ciclotímica desaparecem habitualmente após o fim da utilização da droga. quando os sintomas do humor são considerados como sendo a conseqüência psicológica de ter um estado físico geral ou se não existir uma relação etiológica entre os sintomas do humor e o estado físico geral. tal como esclerose múltipla. se a perturbação do humor for considerada como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico. então o diagnóstico primário de Perturbação do Humor é registrado no Eixo I (por exemplo. Se for considerado que os sintomas depressivos não são conseqüência fisiológica direta do estado físico geral.de perturbações do humor pode variar de 3% a 5%. O diagnóstico é de Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. com Características Mistas. . Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se da Perturbação Ciclotímica pelo fato de uma substância (especialmente estimulantes) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação do humor (ver p. por exemplo. 381). e a Perturbação Bipolar II. O início de modo tardio da Perturbação Ciclotímica na idade adulta pode sugerir uma Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. Pode existir igualmente um risco familiar aumentado para Perturbações Relacionadas com Substâncias. Esta determinação deve ser feita tendo como base a história clínica. A Perturbação Bipolar I. os dados dos exames laboratoriais ou o exame físico. Diagnóstico Diferencial A Perturbação Ciclotímica deve distinguir-se da Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral. a Perturbação Bipolar I e II parecem ser mais comuns entre familiares biológicos de primeiro grau de pessoas com Perturbação Ciclotímica do que entre as pessoas da população em geral. habitualmente crônico (por exemplo. 377). com Ciclos Rápidos. enquanto o especificador Com Ciclos Rápidos requer que os episódios completos do humor estejam presentes. ambas devem ser diagnosticadas: Perturbação EstadoLimite da Personalidade e Perturbação Ciclotímica. Maníaco ou Misto. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 contêm uma lista de sintomas que devem estar presentes durante os períodos de humor depressivo e de hipomania. Nota. 347) e numerosos períodos com sintomas depressivos que não preencham os critérios para Episódio Depressivo Major.Não esteve presente durante os dois primeiros anos da perturbação nenhum Episódio Depressivo Major (ver p. C.Pelo menos durante dois anos. a presença de numerosos períodos com sintomas hipomaníacos (ver p. podem assemelhar-se ambas à Perturbação Ciclotímica devido às freqüentes e marcadas alterações no humor. Maníaco ou Misto ocorrer durante a evolução de uma Perturbação Ciclotímica estabelecida. Estes sintomas diferem dos que aparecem na lista dos critérios de diagnóstico da ICD-10 para a Perturbação Distímica e a Hipomania. Critérios de diagnóstico para F34. Se um Episódio Depressivo Major. a duração tem de ter pelo menos um ano.13] A. podem ser sobrepostos Episódios Maníacos ou Mistos (em cada um dos casos podem ser . Por definição os estados do humor da Perturbação Ciclotímica não preenchem os critérios completos para Episódio Depressivo Major. o diagnóstico seja de Perturbação Bipolar I (para Episódio Maníaco ou Misto) seja de Perturbação Bipolar II (para Episódio Depressivo Major) é feito simultaneamente com o diagnóstico de Perturbação Ciclotímica. Nota: Em crianças e adolescentes. 343). Se forem preenchidos os critérios para cada uma das perturbações.com Ciclos Rápidos. Depois dos dois anos iniciais (um ano para crianças e adolescentes) de Perturbação Ciclotímica. B. Maníaco (ver p. 341) ou Misto (ver p.0 Perturbação Ciclotímica [301. A Perturbação Estado-Limite da Personalidade está associada com alterações marcadas no humor que podem sugerir uma Perturbação Ciclotímica. 335). Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Ao contrário do DSM-IV.Durante esse período de dois anos (um ano para crianças e adolescentes) a pessoa não esteve sem sintomas do Critério A por mais de dois meses seguidos. F. Os exemplos incluem: 1.Alteração muito rápida (durante dia ) entre os sintomas maníacos e depressivos que não preencham os critérios mínimos de duração para Episódio Maníaco ou Episódio Depressivo Major 2. ocupacional ou qualquer outra área importante.Os sintomas dos Critérios A não são mais bem explicados por uma Perturbação Esquizoafetiva e não se sobrepõem a Esquizofrenia.9 Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação [296. E. D. Um Episódio Maníaco ou Misto sobreposto a Perturbação Delirante. 3. Outras Perturbações do Humor Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral é uma perturbação do humor proeminente e persistente que é considerada como um efeito fisiológico direto de um estado físico .Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social.80] A categoria Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação inclui as perturbações com características bipolares que não preenchem os critérios para nenhuma Perturbação Bipolar específica. F31. 4.Os sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. hipertiroidismo). medicação) ou de um estado físico geral (por exemplo. Episódios Hipomaníacos recorrentes com sintomas depressivos intercorrentes. abuso de droga. Esquizofrenia residual ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Situações em que o clínico conclui que uma Perturbação Bipolar está presente mas é incapaz de determinar se é primária. devida a um estado físico geral ou induzida por substância.diagnosticadas tanto Perturbação Bipolar I como Perturbação Ciclotímica) ou Episódios Depressivos Major. Perturbação Esquizofreniforme ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. o clínico tem de estabelecer em primeiro lugar a presença do estado físico geral. Apesar de a apresentação clínica da perturbação do humor se poder assemelhar a um Episódio Depressivo Major. que sugira poder existir uma associação direta entre o estado físico geral em questão e o desenvolvimento de sintomas do humor pode fornecer um contexto útil para avaliação dessa situação particular. Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo que ocorre em resposta a um stress psicossocial por ter um estado físico geral) (Critério C). o clínico deve igualmente avaliar se a perturbação não é mais bem explicada por uma Perturbação do Humor primária. a partir da literatura. várias considerações podem ajudar neste aspecto. A perturbação do humor deve causar mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. Misto ou Hipomaníaco. Esta determinação é explicada em mais pormenor na secção "Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral" (p.169). Uma é a presença da associação temporal entre o início. O diagnóstico não é igualmente feito se a perturbação do humor ocorrer somente durante o evolução de um delirium (Critério D). uma Perturbação do Humor Induzida por Substância ou outra perturbação mental primária (por exemplo. o agravamento ou a remissão de um estado físico geral e a perturbação do humor. exame físico ou dados laboratoriais de que a perturbação não é conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (Critério B). Nalguns casos. . Com Características Maníacas ou Com Características Mistas. idade de início ou evolução atípicos ou ausência de história familiar).geral. Para determinar se a perturbação do humor é provocada por um estado físico geral. ocupacional ou outra área importante (Critério E). Maníaco. os critérios completos para algum desses episódios não estão preenchidos. A perturbação do humor pode envolver o humor depressivo. Para além disso. Tem de existir evidência a partir da história clínica. diminuição marcada do interesse ou do prazer. o clínico deve estabelecer se a perturbação do humor está etiologicamente relacionada com o estado físico geral através de um mecanismo fisiológico. mas somente com um aumento marcado do esforço. humor elevado. A evidência. Posteriormente. o tipo de sintomas predominantes pode ser indicado pela utilização de um dos seguintes subtipos: Com Características Depressivas. A avaliação ampla e cuidadosa de múltiplos fatores é necessária para efetuar este julgamento. Com Episódio Semelhante a Depressão Major. Perturbação da Adaptação). Uma segunda é a presença de características que são atípicas das Perturbações do Humor primárias (por exemplo. o sujeito pode ainda ser capaz de funcionar. A perturbação do humor não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. expansivo ou irritável (Critério A). Apesar de não existirem guias infalíveis para determinar se a relação entre a perturbação do humor e o estado físico geral é etiológica. incluindo o subtipo apropriado e o estado físico geral considerado como causador da perturbação no Eixo I (por exemplo. com Características Maníacas [293. Este subtipo é utilizado se os critérios completos (exceto o Critério D) para Episódio Depressivo Major (ver p. doença renal em estádio terminal. Neste caso. com Início Tardio. F06. F06.9 Tirotoxicose [294.33 Com Características Mistas. . 335) estiverem preenchidos. Este subtipo é utilizado se o humor predominante for depressivo. As taxas de suicídio são variáveis dependendo do estado físico geral particular. Este subtipo é utilizado se ambos os sintomas de mania e depressão estiverem presentes mas nenhum predomina. Subtipos Um dos seguintes subtipos pode ser utilizado para indicar qual dos seguintes quadros clínicos predominam: F06.83]).13 Demência do Tipo Alzheimer.9]). mas os critérios para Episódio Depressivo Major não estiverem preenchidos.30 Com Características Maníacas. E05. doença de Huntington.32 Com Características Semelhantes a um Episódio Depressivo Major. o clínico deve assinalar a fenomenologia da perturbação. Este subtipo é utilizado se o humor predominante for elevado. parece ter uma distribuição praticamente igual entre ambos os sexos. os sintomas depressivos são indicados pela especificação do subtipo Com Humor Depressivo (por exemplo.30 Perturbação do Humor Secundária a Tirotoxicose. ferimento na espinal medula. A Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral aumenta o risco das tentativas ou do suicídio consumado. incurável e doloroso [por exemplo. a Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral.21)). O diagnóstico separado de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral não é feito se os sintomas depressivos se desenvolverem exclusivamente durante a evolução de uma Demência de Tipo Alzheimer ou de uma Demência Vascular. com Humor Depressivo [291. doença maligna.32 Com Características Depressivas. com Características Depressivas. traumatismo craniano] que implicam ou não um maior risco de suicídio. síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). eufórico ou irritável. F00. úlcera péptica. crônico. F06. F06.Ao contrário da Perturbação Depressiva Major. Procedimentos de Registro Ao registrar o diagnóstico de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral. O código para os estados físicos gerais deve ser assinalado no Eixo III (por exemplo. com um âmbito que vai de mais de 60% na síndrome de Cushing a menos de 8% nas doenças renais em fase terminal. Os dados associados do exame físico. epilepsia). doença de Huntington). a esclerose múltipla. Diagnóstico Diferencial O diagnóstico separado de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral não é feito se a perturbação do humor ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium. mononucleose. Tem sido observado que 25%-40% dos sujeitos com certas situações neurológicas (incluindo a doença de Parkinson. carcinoma do pâncreas). doença de Parkinson. Para os estados físicos gerais. situações metabólicas (por exemplo. os testes laboratoriais e os padrões de prevalência ou de idade de início refletem a etiologia do estado físico geral. e determinados cancros (por exemplo. infecções virais ou outras [hepatite. a doença de Huntington. o diagnóstico separado de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado . Nestes casos é feito somente o diagnóstico de Demência de Tipo Alzheimer ou Demência Vascular com o subtipo com o Humor Depressivo. as taxas são mais variáveis. Prevalência As estimativas da prevalência das Perturbações do Humor Secundárias a Um Estado Físico Geral estão limitadas aos quadros clínicos com características depressivas. o diagnóstico separado de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral pode ser indicado. vírus da imunodeficiência adquirida (HIV)]. situações endócrinas (por exemplo. Deve ser feita uma exceção quando os sintomas depressivos ocorrem exclusivamente durante a evolução de uma Demência de Tipo Alzheimer ou Demência Vascular. doença cerebrovascular (por exemplo. hiper e hipotireoidismo. Estes incluem as situações neurológicas degenerativas (por exemplo. a epilepsia e a doença de Alzheimer) irão desenvolver uma perturbação depressiva intensa nalguma altura durante a evolução da doença. Quando o clínico deseja indicar a presença de sintomas do humor clinicamente significativos que ocorrem no contexto de uma Demência Secundária a Um Estado Físico Geral.Estados Físicos Gerais Associados Uma variedade de estados físicos gerais podem causar sintomas de humor. deficiência de vitamina B). situações auto-imunes (lúpus sistêmico eritematoso). hiper e hipoparatiroidismo). sem um envolvimento direto do sistema nervoso central. Na ICD-10 esta perturbação é referida como Perturbação Orgânica . insônia. então deve ser diagnosticada Perturbação do Humor Sem Outra Especificação. Se o quadro clínico incluir uma mistura de diferentes tipos de sintomas (por exemplo. Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação do Humor Induzida por Substância). Os sintomas que ocorrem durante. diabetes). ou imediatamente após. Se existir evidência de uso recente ou prolongado de substâncias (incluindo medicações com efeitos psicoativos). É frequentemente difícil determinar se certos sintomas (por exemplo. ou provocada por um estado físico geral. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 exigem que esteja preenchida a totalidade dos critérios de diagnóstico referentes à duração e ao quadro sintomático de um Episódio Hipomaníaco.Físico Geral não é feito. deve ser considerado o diagnóstico Perturbação do Humor Induzida por Substância. A Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral deve ser distinguida da Perturbação Depressiva Major. enfarte de miocárdio. Nas Perturbações Depressiva Major. dentro de um período de quatro semanas) a Abstinência ou Intoxicação por Substância. fadiga) representam uma perturbação do humor ou são uma manifestação direta de um estado físico geral (por exemplo. Perturbação Bipolar II e Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo (por exemplo. duração e quantidade de substância utilizada. epilepsia. podem ser especialmente indicadores de uma Perturbação Induzida por Substância. Maníaco ou Depressivo Major. exceto nos casos onde são clara e completamente explicados pelo estado físico geral. Perturbação Bipolar I. Se o clínico não conseguir determinar se a perturbação do humor é primária ou induzida pela substância. Se o clínico verificar que a perturbação é provocada pelo estado físico geral e pelo uso da substância. perda de peso. cancro. dependendo do caráter. humor e ansiedade). uma resposta desadaptada ao stress de ter um estado físico geral). ambos os diagnósticos devem ser feitos (isto é. Tais sintomas devem contar para o diagnóstico de Episódio Depressivo Major. não consegue ser demonstrada a existência de mecanismos fisiológicos específicos e causais associados com o estado físico geral. ou depois da utilização de medicamentos. Pode ser útil obter uma análise do sangue ou da urina ou qualquer outra avaliação laboratorial apropriada. abstinência de uma substância ou exposição a um tóxico. a perturbação mental específica depende dos sintomas que predominam no quadro clínico. Bipolar e da Adaptação. (isto é. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-20 Ao contrário do DSM-IV. (Indique o Estado Físico Geral) [293. D. exame físico ou exames laboratoriais. 335) . E. C.32 Com Características Semelhantes ao Episódio Depressivo Major: se forem preenchidos os critérios completos (exceto o Critério D) para Episódio Depressivo Major (ver p. Nota para codificação.32 Com Características Depressivas: se o humor predominante for depressivo mas não preencher os critérios para Episódio Depressivo Major . Se os sintomas ocorrerem como fazendo parte de uma demência preexistente.33 Com Características Mistas: se os sintomas de mania e depressão estiverem presentes mas nenhum predomina Nota para codificação..Existe evidência.32 Perturbação do Humor Devida a Hipotireoidismo. com Início Tardio. indique os sintomas depressivos codificando o subtipo apropriado da demência se existir um código. eufórico ou irritável . Com . Inclua o nome do estado físico geral no Eixo I.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium. F00. com Características Depressivas [293. F06. codifique igualmente o estado físico geral no Eixo III (ver Apêndice G para os códigos).13 Demência de Tipo Alzheimer. expansivo ou irritável B. Codifique o tipo: . por exemplo.30 Com Características Maníacas: se o humor predominante for elevado.xx Perturbação do Humor Secundária a . Critérios de diagnóstico para F06.83] A.A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo em resposta ao stress de ter um estado físico geral). a partir da história.do Humor.. de que a perturbação é conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral.83]. por exemplo.Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social.Uma perturbação proeminente e persistente no humor predomina no quadro clínico e é caracterizada por um (ou ambos) dos seguintes: (1) humor depressivo ou interesse ou prazer fortemente diminuído em todas ou quase todas as atividades (2) humor elevado. ocupacional ou qualquer outra área importante. somente quando os sintomas são excessivos em comparação com que habitualmente estão associados com a intoxicação ou síndrome de abstinência e quando os sintomas do humor são suficientemente graves para legitimar a atenção clínica independente. Dependendo da natureza da substância e do contexto em que os sintomas ocorrem (isto é. em vez do diagnóstico de Intoxicação ou Abstinência de Substância. Nalguns casos. medicamento ou qualquer outro tratamento somático para a depressão ou exposição a tóxico) (Critério B). enquanto as Perturbações do Humor primárias podem preceder o início do uso de substâncias ou . a perturbação pode envolver humor depressivo ou diminuição marcada do interesse ou do prazer ou humor elevado. Apesar de a apresentação clínica da perturbação do humor se poder assemelhar a um Episódio Depressivo Major. abuso de droga. mas somente com um aumento marcado do esforço.21]. O diagnóstico não é igualmente feito se a perturbação do humor ocorrer somente durante a evolução de um delirium (Critério D). Perturbação do Humor Induzida por Substância Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Humor Induzida por Substância é uma perturbação do humor proeminente e persistente (Critério A) que é considerada como um efeito fisiológico direto de uma substância (isto é. deve existir evidência a partir da história. Para abuso de drogas. evolução e outros fatores. Com Características Mistas. durante a intoxicação ou abstinência). Uma Perturbação do Humor Induzida por Substância distingue-se de uma Perturbação do Humor primária pelo início. exame físico ou dados laboratoriais de intoxicação ou abstinência. ocupacional ou noutra área importante (Critério E). A perturbação do humor não deve ser mais bem explicada por uma Perturbação do Humor que não é induzida por uma substância (Critério C). Os sintomas devem causar malestar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. Maníaco. O tipo de sintomas predominantes pode ser indicado pela utilização de um dos seguintes subtipos: Com Características Depressivas. As Perturbações do Humor Induzidas por Substância têm origem somente em associação com estados de intoxicação ou abstinência. o sujeito pode ainda ser capaz de funcionar. Misto ou Hipomaníaco. expansivo ou irritável. O diagnóstico deve ser feito. os critérios completos para algum desses episódios não necessitam de estar preenchidos. Com Características Maníacas.Humor Depressivo [290. L-dopa. ver p. com Características Depressivas. Nalguns casos. Por exemplo o início de um Episódio Maníaco depois dos 45 anos pode sugerir uma etiologia induzida por substância. esteróides. Subtipos e Especificadores Um dos seguintes subtipos pode ser utilizado para indicar qual dos seguintes quadros clínicos predominam: Com Características Depressivas. Recorrente) pode recorrer quando a pessoa está coincidentemente a tomar medicamentos que têm a capacidade de causar sintomas depressivos (por exemplo. Ao contrário. Em tais casos. Perturbação Depressiva Major. Este subtipo é utilizado se o humor . Para uma discussão mais pormenorizada das Perturbações Relacionadas com Substâncias. o clínico tem de tomar a decisão se o medicamento for agente causal nesta situação particular. os fatores que sugerem que os sintomas de humor são mais bem explicados por uma Perturbação do Humor primária incluem a persistência de sintomas de humor durante um período substancial de tempo (isto é. o início dos sintomas do humor pode ocorrer durante um período de quatro semanas depois do fim da utilização da substância. ou a história anterior de episódios primários recorrentes de Perturbação do Humor. um episódio depressivo que se desenvolveu algumas semanas após estar a tomar alfa-metildopa (um agente antihipertensor). anticonceptivos). O julgamento clínico é essencial para determinar se o tratamento é verdadeiramente causal ou se a Perturbação do Humor primária teve o seu início enquanto a pessoa estava a receber tratamento. L-dopa. Alguns medicamentos (por exemplo. estimulantes. antidepressivos) ou outros tratamentos somáticos para a depressão (por exemplo. Outra consideração é em relação à presença de características atípicas às Perturbações do Humor primárias (por exemplo. o desenvolvimento de sintomas do humor substancialmente em excesso em relação ao que é esperado dado o tipo ou a quantidade de substância usada ou a duração do uso. Por outro lado. terapia eletroconvulsiva ou terapia pela luz) podem induzir episódios semelhantes à mania. aproximadamente um mês) depois do fim da Intoxicação pela Substância ou depois do período agudo da Abstinência da Substância.179. os sintomas maníacos que se desenvolvem numa pessoa que está a tomar lítio não devem ser diagnosticados como Perturbação do Humor Induzida por Substância porque o lítio não costuma induzir episódios semelhantes à mania.podem ocorrer durante períodos prolongados de abstinência. Uma vez que para algumas substâncias o estado de abstinência pode ser relativamente prolongado. numa pessoa sem história de Perturbação do Humor. Por exemplo. idade de início atípica). uma situação previamente estabelecida (por exemplo. deverá ser diagnosticado como Perturbação do Humor Induzido por AlfaMetildopa. Para além dos medicamentos prescritos em doses terapêuticas. Este especificador deve ser utilizado se os critérios para retirada da substância estiverem preenchidos e os sintomas se desenvolverem durante. Com Início Durante a Abstinência.8 Perturbação do Humor Induzida por Terapia da Luz. Procedimentos de Registro O nome da Perturbação Induzida por Substância começa com a substância específica ou tratamento somático (por exemplo. deve ser usado o código "Outras Substâncias". eufórico ou irritável.8 Perturbação do Humor Induzida por Cocaína. com Características Maníacas [292. com Início Durante a Abstinência [292. Este subtipo é utilizado se ambos os sintomas de mania e depressão estiverem presentes mas nenhum predominar. Com Características Mistas.84]).84]). Para as substâncias que não se enquadram em nenhuma das classes (por exemplo. amitriptilina) ou outros tratamentos somáticos (por exemplo. cada uma deve ser assinalada separadamente (por exemplo. cocaína. ou imediatamente após. Este subtipo é utilizado se o humor predominante for elevado.8 Perturbação do Humor Induzida por Cocaína. com Características Depressivas. a medicação específica pode ser indicada assinalando o código E apropriado (ver Apêndice G). O contexto de desenvolvimento dos sintomas de humor podem ser indicados pela utilização de um dos seguintes especificadores: Com Início Durante a Intoxicação. Quando é considerado que mais de uma substância desempenha um papel significativo no desenvolvimento dos sintomas do humor. O código de diagnóstico é selecionado a partir da lista de classes de substâncias fornecidas no conjunto de critérios.predominante for depressivo. Este especificador deve ser utilizado se os critérios para intoxicação com a substância estiverem preenchidos e os sintomas se desenvolverem durante a síndrome de intoxicação. terapia eletroconvulsiva). Perturbação do Humor Induzida por Cocaína) é seguida pelo subtipo que indica os sintomas predominantes e o especificador que indica o contexto em que os sintomas se desenvolvem (por exemplo.84). amitriptilina. F14. mas a substância específica ou classe de substâncias . Com Características Maníacas. O nome da perturbação (por exemplo. F14. F19. terapia eletroconvulsiva) que se presume ser a causadora dos sintomas do humor. Se uma substância for considerada como o fator etiológico. com Início Durante a Abstinência [292. com Características Maníacas. a síndrome de abstinência. antidepressivos. medicações para cardíacos. O diagnóstico de Perturbação do Humor Induzida por Substância não deve ser feito em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substância ou Abstinência de Substância somente quando os sintomas de humor são considerados em excesso em relação aos habitualmente associados com a síndrome de intoxicação ou abstinência. fenciclidina e substâncias relacionadas. hipnóticos e ansiolíticos. e outras substâncias desconhecidas. analgésicos. Metais pesados e tóxicos (por exemplo. Esta lista não é exaustiva dos possíveis medicamentos que podem ocasionalmente produzir uma reação idiossincrática depressiva. doses elevadas de reserpina. anticolinérgicos. anticonvulsivantes. antipsicóticos. cocaína. anfetaminas e substâncias relacionadas. sedativos.84] pode ser utilizada. e quando os sintomas são suficientemente intensos para legitimar a atenção clínica independente. antiparkinsónicos. e outras substâncias desconhecidas. a categoria F19. medicações psicotrópicas (por exemplo. inalantes. Alguns medicamentos foram descritos como podendo evocar sintomas do humor e incluem anestésicos. substâncias voláteis tais como gasolina e tintas. da Perturbação do Humor Induzida pela Cocaína. As Perturbações do Humor podem ocorrer em associação com a abstinência das seguintes classes de substâncias: álcool. benzodiazepinas. Diagnóstico Diferencial Os sintomas de humor ocorrem de modo comum na Intoxicação por Substância e Abstinência de Substância e o diagnóstico de intoxicação por substância específica ou abstinência de substância específica é habitualmente suficiente para categorizar a apresentação dos sintomas. dióxido de carbono) podem igualmente causar sintomas de humor. Por exemplo. monodióxido de carbono.for desconhecida. somente se a perturbação do humor for substancialmente menos intensa do que aquela que habitualmente é encontrada na Abstinência da Cocaína e é . contraceptivos orais. gases para os nervos. relaxantes musculares. inseticidas organofosforados. opiáceos. medicações antiúlcera. sedativos.8 Perturbação do Humor por Substância Desconhecida [292. anfetaminas e substâncias relacionadas. Substâncias Especificas As Perturbações do Humor podem ocorrer em associação com a intoxicação com as seguintes classes de substâncias: álcool. anti-hipertensivos. hipnóticos e ansiolíticos. corticosteróides. dissulfiram). esteróides e sulfonamidas. cocaína. alucinógenos. Alguns medicamentos têm uma probabilidade particularmente elevada de produzirem características depressivas (por exemplo. o humor disfórico é uma característica da Abstinência da Cocaína. esteróides anabolizantes). suficientemente intensa para ser o foco separado de atenção e tratamento. os sintomas do humor remitem habitualmente após alguns dias a algumas semanas (dependendo da semivida da substância ou da presença da síndrome de abstinência). ambos os diagnósticos (isto é. A Perturbação Induzida por Substância provocada por um tratamento prescrito para uma perturbação mental. substituição de medicamentos ou descontinuação) para determinar empiricamente para essa pessoa se a medicação é o agente causal. Quando existe evidência insuficiente para determinar se os sintomas do humor são provocados por uma substância (incluindo uma medicação) ou por um estado físico geral ou são primários (isto é. Quando o tratamento é descontinuado. devem ser consideradas outras causas para os sintomas do humor. medicação anti-hipertensiva) (ou durante a abstinência. se existir uma síndrome de abstinência associada com a medicação). 381 ). pode ser necessária uma alteração no tratamento para um estado físico geral (por exemplo. psicóticos e sintomas ansiosos) o tipo específico de Perturbação Induzida por Substância a ser diagnosticado depende do tipo de sintomas que predominam na apresentação clínica. os sintomas do humor são considerados como sendo uma característica associada ao delirium e não são diagnosticados separadamente. Se os sintomas induzidos pela substância ocorrerem exclusivamente durante a evolução de um delirium. Em quadros clínicos induzidos por substância que contêm uma mistura de diferentes tipos de sintomas (por exemplo. Uma Perturbação Induzida por Substância distingue-se de uma Perturbação do Humor primária pelo fato de uma substância ser considerada como etiologicamente relacionada com os sintomas (p. ou para um estado físico geral. devem ser indicadas Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação ou Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação. deve ter o seu início enquanto a pessoa está a receber a medicação (por exemplo. do humor. A história clínica fornece frequentemente a base primária para efetuar esse julgamento. Por vezes. não são provocados ou por uma substância ou por um estado físico geral). Uma vez que os sujeitos com estados físicos gerais tomam frequentemente medicamentos para essas situações. Se os sintomas persistirem para além das quatro semanas. situação em que deve ser feito o diagnóstico de Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral. Se o clínico averiguou que a perturbação é provocada por um estado físico geral e uso de substância. Relação com os Critérios de Diagnóstico . Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação do Humor Induzida por Substância) devem ser feitos. o clínico deve considerar a possibilidade de os sintomas do humor serem causados pelas conseqüências fisiológicas do estado físico geral em vez da medicação. em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substância ou Abstinência de Substância. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 requerem que esteja presente a totalidade dos critérios referentes à duração e ao quadro sintomático de um Episódio Hipomaníaco. E.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium. ocupacional ou em qualquer outra área importante. Na ICD-10 esta perturbação é referida como Perturbação Afetiva Residual Devida a Utilização de Uma Substância Psicoativas. Critérios de diagnóstico para Perturbação do Humor Induzida por Substância A. de Intoxicação ou Abstinência de Substância (2) o uso da medicação está etiologicamente relacionada com a perturbação C. D. somente . exame físico ou exames laboratoriais ou de (1) ou de (2): (1) os sintomas do Critério A desenvolveram-se durante. ou existe outra evidência que sugere a existência de uma Perturbação do Humor não induzida por substância independente (por exemplo.Existe evidência a partir da história. uma história de Episódios Depressivos Major recorrentes).Uma perturbação proeminente e persistente no humor predomina no quadro clínico e é caracterizada por um (ou ambos) dos seguintes: (1) humor depressivo ou interesse ou prazer fortemente diminuídos em todas ou quase todas as atividades (2) humor elevado. expansivo ou irritável B.A perturbação não é mais bem explicada por outra Perturbação do Humor que não é induzida por uma substância. O diagnóstico deve ser feito. A evidência de que os sintomas são mais bem explicados por uma Perturbação do Humor que não é induzida por substância podem incluir o seguinte: os sintomas precedem o início do uso da substância (ou uso da medicação). os sintomas persistem por um período substancial de tempo (por exemplo. aproximadamente um mês) depois do fim da abstinência aguda ou da intoxicação grave ou são substancialmente em excesso para o que seria esperado dado o tipo e a dose da substância utilizada ou duração do uso. ou dentro do período de um mês. Nota.Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. Maníaco ou Depressivo Major.para Investigação da ICD-10 Ao contrário do DSM-IV. eufórico ou irritável Com Características Mistas: se os sintomas de mania e depressão estiverem presentes mas nenhum predominar Especificar se (ver tabela da p. F16. Especificadores para Descrever o Episódio Mais Recente São fornecidos um conjunto de especificadores das Perturbações do Humor para aumentar a especificidade do diagnóstico e criar subgrupos .84]. agitação aguda).8 Sedativo. F18. ou imediatamente após. F14.8 Fenciclidina (ou Substância Semelhante à Fenciclidina) [292. F15.84].84]. F19.84]. F13. a síndrome de abstinência F39 Perturbação do Humor Sem Outra Especificação [296.84].8 Anfetamina (ou Substância Semelhante a Anfetamina) [292.8 Cocaína [292.84] Especifique o tipo: Com Características Depressivas: se o humor predominante for depressivo Com Características Maníacas: se o humor predominante for elevado. Codificação para Perturbação do Humor Induzida .8]. ou Ansiolítico [292. Hipnótico.90] Esta categoria inclui as perturbações com sintomas do humor que não preenchem os critérios para nenhuma Perturbação do Humor específica e nos casos em que é difícil escolher entre Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação e Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação (por exemplo.8 Outra (ou Substância Desconhecida) [292.quando os sintomas do humor são excessivos em relação aos habitualmente associados com a síndrome de intoxicação ou abstinência e quando os sintomas são suficientemente intensos para legitimar a atenção clínica independente.8 Álcool [291. F19.8 Opiáceo [298.8 Alucinógeno [292.8 Inalante [298. Fl 1.[Substância Específica]: F10.84].181 para aplicabilidade por substância): Com Início Durante a Intoxicação: se forem preenchidos os critérios para Intoxicação com a substância e os sintomas se desenvolveram durante a síndrome de intoxicação Com Início Durante a Abstinência: se forem preenchidos os critérios para Abstinência da substância e os sintomas se desenvolveram durante.84]. 6. Grave sem Características Psicóticas ou Grave com Características Psicóticas. Crônica 3. Moderado. psicóticas/Remissão 2. Com Características Atípicas e Com Início No Período PósParto. 4. Com Características Atípicas 6. este pode ser classificado como Ligeiro. Gravidade/Car. Episódio Único 1 2 3 4 5 6 Perturbação Depressiva Major. Os seguintes especificadores dizem respeito ao episódio atual (ou mais recente): Intensidade/Psicótico/Remissão. ajudar na seleção do tratamento e melhorar a previsão do prognóstico. Com Início Pós-parto 1. Se os critérios deixaram de estar preenchidos. 5. Com Características Melancólicas. Especificadores do episódio que se aplicam às Perturbações do Humor 1. Os outros especificadores não podem ser codificados. Para a Perturbação Depressiva ****************** Tabela l. Com Características Catatônicas. Crônico. 2. remissão e características psicóticas podem ser codificados no quinto dígito do código de diagnóstico da maioria das Perturbações do Humor. 4 5 . o especificador indica se o episódio está em remissão parcial ou completa. Perturbação Depressiva Major. Se os critérios estiverem atualmente preenchidos para Episódio Depressivo Major. Recorrente 1 2 3 4 5 6 Perturbação Distímica Perturbação Bipolar I. 387). 3. Especificadores Intensidade/ Psicótico/ Remissão para Episódio Depressivo Major Estes especificadores aplicam-se ao Episódio Depressivo Major mais recente numa Perturbação Depressiva Major e a um Episódio Depressivo Major numa Perturbação Bipolar I ou II somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. Com Características Melancólicas 5. A Tabela 1 indica quais os especificadores do episódio que se aplicam a cada Perturbação do Humor (ver p. Com Características Catatônicas 4.mais homogêneos. Os especificadores que indicam intensidade. Depressivo Perturbação Ciclotímica ******************* Major e para a maioria das Perturbações Bipolares I. Ligeiro. Tais características psicóticas congruentes com o humor incluem idéias delirantes de culpa (ser 1 2 3 4 5 6 . Este especificador indica a presença de idéias delirantes ou de alucinações (tipicamente auditivas). Episódio Mais Recente Misto Perturbação Bipolar I. Moderado. Grave com Características Psicóticas. moderada ou grave com base no número de sintomas dos critérios. Os episódios Moderados têm uma intensidade intermédia entre ligeiro e grave. Episódio Mais Recente Não Especificado Perturbação Bipolar II. Episódio Mais Recente Maníaco Perturbação Bipolar I. Episódio Mais Recente Depressivo 1 1 3 3 6 6 1 2 3 4 5 6 Perturbação Bipolar I. Hipomaníaco Perturbação Bipolar II.Episódio Maníaco Único 1 3 Perturbação Bipolar Episódio Mais Recente Hipomaníaco Perturbação Bipolar I. A intensidade é avaliada como sendo ligeira. na intensidade dos sintomas e no grau de malestar ou limitação funcional. Habitualmente. o especificador está refletido no código do quarto dígito da perturbação. o conteúdo das idéias delirantes ou alucinações é consistente com os temas depressivos. Episódios Ligeiros são caracterizados pela presença de somente cinco ou seis sintomas dos critérios e ou limitação ligeira ou capacidade de funcionar normalmente mas com esforço substancial e fora do habitual. Os episódios Graves sem Características Psicóticas são caracterizados pela presença da maioria dos sintomas dos critérios e uma limitação clara e observável (incapacidade de trabalhar ou tomar conta dos filhos). Grave com Características Psicóticas. em vez deste. Em Remissão Completa. o conteúdo das idéias delirantes ou das alucinações não tem relação aparente com os temas depressivos. Em Remissão Parcial. Se o Episódio Depressivo Major se sobrepôs a uma Perturbação Distímica. estar na bancarrota). idéias delirantes de inserção do pensamento (por exemplo. ter um cancro. o diagnóstico de Perturbação Depressiva Major não é feito quando os critérios de Perturbação Distímica e Perturbação Depressiva Major deixaram de estar preenchidos. quando presentes. os seus pensamentos não lhe pertencem). A remissão completa requer um período de pelo menos dois meses em que não existem sintomas significativos da depressão. são habitualmente transitórias. Código no quarto dígito. ser castigado por transgressões morais ou por alguma limitação pessoal). ou nenhuns. História Prévia. Alguns. o diagnóstico é Perturbação Distímica e Perturbação Depressiva Major. "estar em decomposição"). os seus pensamentos estão sob o controlo exterior). Ligeiro.responsável pela doença de um ente querido). idéias delirantes de pobreza (por exemplo. O clínico pode indicar a natureza das características psicóticas especificando Com Características Congruentes com o Humor ou Com Características Incongruentes com o Humor. sintomas em excesso em relação aos requeridos para fazer o diagnóstico e os sintomas provocam somente . ou 2) deixaram de existir sintomas significativos do Episódio Depressivo Major. mas os critérios completos deixaram de estar preenchidos. As alucinações. Pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major mais recente numa Perturbação Depressiva Major e a um Episódio Depressivo Major numa Perturbação Bipolar I ou II somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. Critérios para os Especificadores de Intensidade/Psicótico Remissão para Episódio Depressivo Major atual (ou mais recente) Nota. Existem dois modos para o episódio estar em remissão parcial: 1) alguns sintomas do episódio depressivo major continuam presentes. idéias delirantes somáticas (por exemplo. mas o período de remissão foi inferior a dois meses. idéias delirantes de destruição (destruição pessoal ou do mundo). De modo menos comum. Tais características psicóticas incongruentes com o humor incluem idéias delirantes persecutórias (sem temas depressivos de que o sujeito merece ser perseguido). idéias delirantes a propósito de castigos merecidos (por exemplo. idéias delirantes de controlo (isto é. Estas características estão associadas com pior prognóstico. não elaboradas e podem envolver vozes que falam à pessoa das suas limitações ou dos seus pecados. Se possível. Características Psicóticas Congruentes com o Humor. Moderado. Vários sintomas em excesso aos requeridos em relação aos necessários para efetuar o diagnóstico e sintomas que interferem com o funcionamento ocupacional ou com as atividades sociais habituais ou relacionamento com outros. Características Psicóticas Incongruentes com o Humor. Se os critérios estiverem atualmente preenchidos para Episódio Maníaco. Grave com Características Psicóticas. Durante os últimos dois meses não estiveram presentes sinais ou sintomas significativos da perturbação. difusão do pensamento e idéias delirantes de controlo. (Se o Episódio Depressivo Major se sobrepuser a uma Perturbação Distímica. Não Especificado. Grave sem Características Psicóticas ou Grave com Características Psicóticas. Especificadores Intensidade/Psicótico/Remissão para Episódio Maníaco Estes especificadores aplicam-se a Episódio Maníaco numa Perturbação Bipolar I somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. inserção do pensamento. doença. Em Remissão Parcial. Sintomas ou deficiência no funcionamento entre "ligeiro" e "intenso". Estes especificadores estão refletidos no código do quarto dígito para esta perturbação. . o especificador indica se o episódio está em remissão parcial ou completa. morte. Idéias delirantes ou alucinações cujo conteúdo é inteiramente consistente com os temas típicos depressivos de inadequação pessoal. Idéias delirantes ou alucinações. morte.) Em Remissão Completa. este pode ser classificado como Ligeiro. destruição ou de castigo merecido. Se os critérios deixaram de estar preenchidos. Grave sem Características Psicóticas.deficiências menores no funcionamento ocupacional ou em atividades sociais habituais ou nos relacionamentos com os outros. ou existe um período sem sintomas significativos do Episódio Depressivo Major inferior a dois meses a seguir ao fim de um Episódio Depressivo Major. especifique se as características psicóticas são congruentes ou incongruentes com o humor. Moderado. Incluem-se nestes os sintomas como idéias delirantes persecutórias (não diretamente relacionadas com temas depressivos). culpa. destruição ou de castigo merecido. Idéias delirantes ou alucinações cujo conteúdo não envolve os temas típicos depressivos de inadequação pessoal. doença. Estão presentes os sintomas do Episódio Depressivo Major mas os critérios completos não estão preenchidos. é feito apenas o diagnóstico de Perturbação Distímica quando os critérios de Episódio Depressivo Major deixaram de estar preenchidos. culpa. pelo grau de malestar ou limitação funcional e pela necessidade de supervisão. moderada ou intensa com base no número de sintomas do critério. Grave sem Características Psicóticas. A intensidade é avaliada como sendo ligeira. mas os critérios completos deixaram de estar preenchidos. mas o período de remissão foi inferior a dois meses. Estes podem incluir idéias delirantes persecutórias (não diretamente relacionadas com temas de grandiosidade). ou 2) deixaram de existir sintomas significativos do Episódio Maníaco. idéias delirantes de controlo (isto é. De modo menos comum. Por exemplo. na intensidade dos sintomas. Episódios Ligeiros são caracterizados pela presença de somente três ou quatro sintomas maníacos. os seus pensamentos estão sob o controlo exterior). isto é. Os Episódios Moderados são caracterizados por um aumento extremo na atividade ou na deficiência da capacidade para efetuar julgamentos. Habitualmente. A remissão completa requer um período de pelo menos dois meses em que não existem sintomas significativos de mania. são características psicóticas congruentes com o humor. isto é. outros podem ouvir os seus pensamentos). o conteúdo das idéias delirantes ou alucinações é consistente com os temas maníacos. são características psicóticas incongruentes com o humor. As idéias delirantes persecutórias podem basear-se na idéia que a pessoa está a ser perseguida porque tem uma relação ou atributo especial. Em Remissão Parcial. idéias delirantes de inserção do pensamento (que os seus pensamentos estão sob o controlo exterior). Existem dois modos para o episódio estar em remissão parcial:1) os sintomas do Episódio Maníaco continuam presentes. a voz de Deus pode ser ouvida como explicando que a pessoa tem uma missão especial. Critérios para os Especificadores de Grave/Psicótico/ /Remissão para Episódio Maníaco atual (ou mais recente) . o conteúdo das idéias delirantes ou das alucinações não tem relação aparente com os temas maníacos. Episódios Graves sem Características Psicóticas são caracterizados pela necessidade de uma supervisão quase contínua para proteger o sujeito de fazer mal a si próprio ou aos outros. Em Remissão Completa. Grave com Características Psicóticas. Moderado. O clínico pode indicar a natureza das características psicóticas especificando Com Características Congruentes com o Humor ou Com Características Incongruentes com o Humor. Estas características podem estar associadas com pior prognóstico. Este especificador indica a presença de idéias delirantes ou de alucinações (tipicamente auditivas).Ligeiro. idéias delirantes de difusão de pensamento (isto é. Em Remissão Parcial. Grave com Características Psicóticas. especifique se as características psicóticas são congruentes ou incongruentes com o humor: Características Psicóticas Congruentes com o Humor. ou uma relação especial com uma divindade ou com uma pessoa famosa. Incluem-se os sintomas tais como idéias delirantes persecutórias (não diretamente relacionados com idéias ou temas de grandiosidade). Se os critérios deixaram de estar preenchidos. Grave sem Características Psicóticas. Durante os últimos dois meses não estiveram presentes sinais ou sintomas significativos da perturbação. inserção do pensamento e idéias delirantes de estar a ser controlado. Em Remissão Completa.Nota. Idéias delirantes ou alucinações cujo conteúdo não envolve os temas típicos da mania: de valor. Código do quarto dígito. Não Especificado. ou uma relação especial com uma divindade ou com uma pessoa famosa. Se possível. Idéias delirantes ou alucinações cujo conteúdo é inteiramente consistente com os temas típicos da mania de valor. Grave sem Características Psicóticas ou Grave com Características Psicóticas. Pode ser aplicado ao Episódio Maníaco mais recente numa Perturbação Bipolar I somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. É necessária uma supervisão quase contínua para evitar que faça mal a si próprio ou aos outros. Os critérios mínimos de sintomas estão preenchidos para Episódio Maníaco. poder. Estes especificadores não são codificados. conhecimento e identidade aumentados. ou existe um período sem sintomas significativos do Episódio Maníaco de menos de dois meses a seguir ao fim do Episódio Maníaco. este pode ser classificado como Ligeiro. Ligeiro. o especificador indica se o episódio está em remissão parcial ou completa. Especificadores Intensidade/ Psicótico/ Remissão para Episódio Misto Estes especificadores aplicam-se a Episódio Misto numa Perturbação Bipolar I somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. Se os critérios estiverem atualmente preenchidos para Episódio Misto. Idéias delirantes ou alucinações. Características Psicóticas Incongruentes com o Humor. poder. Moderado. Aumento extremo de atividade ou deficiência na capacidade de efetuar julgamentos. . Moderado. conhecimento e identidade aumentados. Estão presentes os sintomas de Episódio Maníaco mas não estão preenchidos os critérios completos. O clínico pode indicar a natureza das características psicóticas especificando Com Características Congruentes com o Humor ou Com Características Incongruentes com o Humor. A remissão completa requer um período de pelo menos dois meses em que não existem sintomas significativos de mania ou depressão. Os episódios Moderados são caracterizados por um aumento extremo na atividade ou na deficiência da capacidade para efetuar julgamentos. são características psicóticas incongruentes com o humor.Ligeiro. Existem dois modos para o episódio estar Em Remissão Parcial:1) os sintomas do Episódio Misto continuam presentes. Os episódios Ligeiros são caracterizados pela presença de somente 3 ou 4 sintomas maníacos e 5 ou 6 sintomas depressivos. isto é. Idéias delirantes persecutórias podem basear-se na idéia que a pessoa está a ser perseguida porque merece ser castigada ou tem uma relação ou atributo especial. os seus pensamentos estão sob o controlo exterior). mas os critérios completos deixaram de estar preenchidos. ou 2) deixaram de existir sintomas significativos do Episódio Misto. são características psicóticas congruentes com o humor. Em Remissão Parcial. Critérios para os Especificadores de Intensidade/Psicótico /Remissão para Episódio Misto atual (ou mais recente) . Por exemplo. Habitualmente. na intensidade dos sintomas. Grave com Características Psicóticas. Moderado. De modo menos comum. mas o período de remissão foi inferior a dois meses. que os seus pensamentos estão sob o controlo exterior). A intensidade é avaliada como sendo ligeira. Em Remissão Completa. ou intensa com base no número de sintomas dos critérios. Este especificador indica a presença ou de idéias delirantes ou de alucinações (tipicamente auditivas). no grau de malestar ou limitação funcional e na necessidade de supervisão. o conteúdo dos idéias delirantes ou alucinações é consistente com temas maníacos ou com temas depressivos. moderada. Estes podem incluir idéias delirantes de inserção do pensamento (isto é. a voz de Deus pode ser ouvida como explicando que a pessoa tem uma missão especial. isto é. Grave sem Características Psicóticas. idéias delirantes de difusão de pensamento (isto é. outros podem ouvir os seus pensamentos). o conteúdo das idéias delirantes ou das alucinações não tem relação aparente com os temas maníacos. idéias delirantes de controlo (isto é. Os episódios Graves sem Características Psicóticas são caracterizados pela necessidade de uma supervisão quase contínua para proteger o sujeito de fazer mal a si próprio ou aos outros. ou existe um período sem sintomas significativos do Episódio Misto de menos de dois meses a seguir ao fim do Episódio Misto. especifique se as características psicóticas são congruentes ou incongruentes com o humor: Características Psicóticas Congruentes com o Humor. Incluem-se sintomas tais como (não diretamente relacionados com idéias ou temas de grandiosidade ou depressivos) inserção do pensamento e idéias delirantes de estar a ser controlado. Idéias delirantes ou alucinações cujo conteúdo não envolve os temas típicos da mania ou da depressão. Não Especificado.Nota. Especificador Crônico para Episódio Depressivo Major Este especificador indica a natureza crônica do Episódio Depressivo Major. Grave sem Características Psicóticas. Ligeiro. Moderado. Se possível. Em Remissão Completa. Idéias delirantes ou alucinações cujo conteúdo é inteiramente consistente com os temas típicos da mania ou da depressão. Durante os últimos dois meses não estiveram presentes sinais ou sintomas significativos da perturbação. Em Remissão Parcial. Características Psicóticas Incongruentes com o Humor. Grave com Características Psicóticas. É necessária uma supervisão quase contínua para evitar que faça mal a si próprio ou aos outros. Critérios para o Especificador Crônico . Pode ser aplicado ao Episódio Misto mais recente numa Perturbação Bipolar I somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. Aplica-se ao Episódio Depressivo Major atual ou mais recente numa Perturbação Depressiva Major e para o Episódio Depressivo Major numa Perturbação Bipolar I ou Bipolar II somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. Idéias delirantes ou alucinações. Estão presentes os sintomas do Episódio Misto mas os critérios completos não estão preenchidos. Apenas estão preenchidos os critérios mínimos de sintomas para Episódio Maníaco ou Episódio Depressivo Major. Os sintomas ou a deficiência funcional estão entre "ligeiro" e "grave". As peculiaridades do movimento voluntário manifestam-se ao assumir determinadas posturas inapropriadas ou bizarras ou por esgares proeminentes. peculiaridades nos movimentos voluntários. 696). A atividade motora excessiva é aparentemente sem finalidade e não é influenciada por estímulos externos. Pode existir um negativismo extremo.Especifique se: Crônico (pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major numa Perturbação Depressiva Major e a um Episódio Depressivo Major numa Perturbação Bipolar I ou II somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor). Perturbações do Movimentos Induzidas por Fármacos. As características adicionais podem incluir estereotipias. como um papagaio. exaustão. a pessoa pode necessitar de supervisão cuidadosa para evitar que faça mal a si próprio ou aos outros. maneirismos e obediência automática ou mimetismo. A ecolalia (repetição patológica. Perturbação Bipolar I ou Bipolar II. que se manifesta pela manutenção de uma postura rígida contra as tentativas para ser movido ou resistência a todas as instruções. Durante o estupor ou excitação catatônica. hiperpirexia ou ferimentos auto-infligidos. Critérios para o Especificador com Características Catatônicas Especifique se: . atividade motora excessiva. A imobilidade motora pode ser manifestada por catalepsia (flexibilidade cérea) ou estupor. Os critérios completos para Episódio Depressivo Major têm sido preenchi dos continuamente pelo menos durante os últimos dois anos. O especificador Com Características Catatônicas é apropriado quando o quadro clínico é caracterizado por uma perturbação psicomotora marcada que pode envolver imobilização motora. O diagnóstico diferencial de Episódio de Humor com Características Catatônicas inclui Situação Médica Geral Provocada por Uma Perturbação Catatônica (p. Maníaco ou Misto atual (ou mais recente) numa Perturbação Depressiva Major.173) Esquizofrenia Tipo Catatônica (p. p. Especificador de Características Catatônicas O especificador Com Características Catatônicas pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major. ecolalia ou ecopraxia. 295) ou efeito secundário de medicação (por exemplo. mutismo. de palavras ou frases acabadas de dizer por outras pessoas) e a ecopraxia (a imitação repetitiva de movimentos de outra pessoa) estão frequentemente presentes. As conseqüências potenciais incluem má nutrição. negativismo extremo. mesmo para os acontecimentos muito desejados. com Características Melancólicas.Com Características Catatônicas (pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major. quando algo de bom acontece (Critério A). O humor depressivo do sujeito não melhora. acordar mais cedo de manhã. maneirismos ou esgares proeminentes (5) ecolalia e ecopraxia Especificador de Características Melancólicas O especificador Com Características Melancólicas pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major. é a perda de interesse ou prazer em todas. Existe uma quase completa ausência da capacidade para experimentar prazer. O especificador Com Características Melancólicas aplica-se se estas características estiverem presentes no evoluir do episódio. as atividades ou a falta de reatividade aos estímulos habitualmente agradáveis. Para além disso. Um guia para avaliar a falta de reatividade do humor é que. a depressão que está regularmente pior de manhã. Maníaco ou Misto atual (ou mais recente) numa Perturbação Depressiva Major. pelo menos três dos seguintes sintomas estão presentes: uma qualidade diferente do humor depressivo. perda de peso ou anorexia significativa. Perturbação Bipolar I ou Bipolar II somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. Maníaco ou Misto numa Perturbação Depressiva Major. A característica essencial de um Episódio Depressivo Major. agitação ou inibição psicomotora. mesmo temporariamente. A qualidade distinta do humor que é característica do especificador Com Características Melancólicas é experimentado pelos sujeitos como . até 20%-40% do normal apenas por alguns minutos). movimentos estereotipados. ou quase todas. de posturas inapropriadas ou bizarras). culpa excessiva ou inapropriada (Critério B). não apenas uma diminuição. Perturbação Bipolar I ou Perturbação Bipolar II) O quadro clínico é dominado por pelo menos dois dos seguintes: (1) imobilidade motora evidenciada por catalepsia (incluindo a flexibilidade cérea) ou estupor (2) atividade motora excessiva (que é aparentemente sem finalidade e não é influenciada por estímulos externos) (3) negativismo extremo (uma aparente resistência sem motivos a todas as instruções ou manutenção de uma postura rígida contra todas as tentativas para ser movido) ou mutismo (4) peculiaridades nos movimentos voluntários evidenciadas por posturas (a assunção voluntária. o humor depressivo não melhora nada ou melhora apenas parcialmente (por exemplo. Os sujeitos com características melancólicas têm uma probabilidade menor de terem uma Perturbação da Personalidade pré-mórbida. As características melancólicas estão mais frequentemente associadas à não supressão da dexametasona.qualitativamente diferente da experiência de tristeza vivida durante um luto ou durante um episódio depressivo não melancólico. de terem um precipitante claro para o episódio e para responderem a tratamento com placebos. O humor depressivo que é descrito meramente como mais grave. hiperadrenocorticismo. em relação aos de ambulatório. Têm uma probabilidade mais elevada de terem respondido no passado a medicação antidepressiva ou terapia eletroconvulsiva e têm igualmente maior probabilidade de responderem igualmente no episódio atual. Maníaco ou Misto numa Perturbação Depressiva Major. As características melancólicas são encontradas igualmente em ambos os sexos. Esta informação pode ser elicitada perguntando à pessoa para comparar a qualidade do humor depressivo atual com o humor experimentado após a morte de um ente querido. ou quase todas. Perturbação Bipolar I ou Perturbação Bipolar II somente se este for o tipo de episódio de humor mais recente) A. Ocorre um ou mais dos seguintes: . latência diminuída para os movimentos oculares rápidos (REM). as atividades (2) falta de reatividade aos estímulos habitualmente agradáveis (não se sente muito melhor. duradouro ou presente sem razão não é considerado distinto na qualidade. Ocorre um dos seguintes durante o período mais grave do episódio atual: (1) perda de prazer em todas. teste anormal da tiramina e simetria anormal em tarefas de audição dicótica. e têm uma probabilidade menor de ocorrência em Episódios Depressivos Major ligeiros e são mais prováveis nos Episódios Depressivos Major com características psicóticas. quando algo de bom acontece) B. Estas características têm apenas uma tendência modesta para se repetirem através dos episódios no mesmo sujeito. mas são mais prováveis em sujeitos mais velhos. São mais freqüentes em sujeitos internados. mesmo temporariamente. Critérios para o Especificador Com Características Melancólicas Especifique se: Com Características Melancólicas (pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major. As mudanças psicomotoras estão quase sempre presentes e são observáveis por outros. padrão antigo de extrema reatividade à rejeição interpessoal percebida. O especificador com características atípicas não é aplicado se os critérios para Com Características Melancólicas ou Com Características Catatônicas foram preenchidos durante o mesmo Episódio Depressivo Major. Maníaco ou Misto atual (ou mais recente) numa Perturbação Depressiva Major. visita de um filho. habitualmente nos braços ou nas pernas. O aumento do apetite pode manifestar-se por um aumento óbvio da ingestão de alimentos ou pelo aumento de peso. o humor é experimentado como distintamente diferente do tipo de sentimentos experimentados após a morte de um ente querido) (2) depressão regularmente pior de manhã (3) acordar cedo de manhã (pelo menos duas horas antes do habitual) (4) agitação ou inibição psicomotora marcada (5) anorexia ou perda de peso significativa (6) culpa excessiva ou inapropriada Especificador de Características Atípicas O especificador Com Características Atípicas pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major. A sensibilidade à rejeição ocorre tanto quando a depressão está. hipersônia.(1 ) qualidade distinta do humor depressivo (isto é. A imobilidade é definida pela sensação de peso ou imobilidade. mas frequentemente dura várias horas de cada vez. O humor pode tornar-se eutímico (não triste) mesmo para períodos prolongados de tempo se as circunstâncias externas continuarem favoráveis. como não está presente. imobilidade. apesar de poder estar exacerbada durante os . ou a uma Perturbação Distímica. Ao contrário das outras características atípicas. a sensibilidade patológica à rejeição interpessoal percebida é um traço que tem um início precoce e persiste durante a maior parte da vida adulta. A reatividade do humor é a capacidade para se alegrar quando sucedem acontecimentos positivos (por exemplo. Perturbação Bipolar I ou Bipolar II somente se este for o tipo mais recente de episódio de humor. A característica essencial é a reatividade do humor (Critério A) e pelo menos a presença de duas das seguintes características (Critério B): aumento de peso ou do apetite. Estas características predominam durante a maior parte do período mais recente de duas semanas (ou durante o período mais recente de dois anos para a Perturbação Distímica). elogio de outras pessoas). isto está geralmente presente pelo menos uma hora por dia. A hipersônia pode incluir ou um período alargado de sono durante a noite ou sonecas durante o dia que totalizem pelo menos dez horas de sono por dia (ou pelo menos duas horas mais do que quando não está depressivo). Perturbação Bipolar II e na Perturbação Depressiva Major. Ser ocasionalmente sensível ou demasiado emocional não é qualificado como uma manifestação de sensibilidade à rejeição interpessoal. ou quando estas características predominam durante os dois anos mais recentes de uma Perturbação Distímica) A. Fobia Específica ou Fobia Social) podem ser mais comuns nas depressões com características atípicas. ocorrendo num padrão sazonal. o humor melhora em resposta a acontecimentos positivos reais ou potenciais). As características atípicas são duas a três vezes mais comuns em mulheres. Os sujeitos mais novos têm uma probabilidade mais elevada de terem episódios com características atípicas. durante o liceu) e frequentemente têm uma evolução mais crônica e menos episódica. clinicamente significativas. Os sujeitos com características atípicas descrevem ter uma idade de início mais precoce dos episódios depressivos (por exemplo. não estão geralmente presentes em associação com um episódio de características atípicas. B. com Características Melancólicas. Duas (ou mais) das seguintes características: (1) aumento significativo de peso ou do apetite (2) hipersônia . Perturbação da Ansiedade de Separação. Os episódios com características atípicas são mais comuns na Perturbação Bipolar I. Os problemas que resultam da sensibilidade à rejeição têm de ser significativamente graves para provocar uma deficiência funcional. uso excessivo de substâncias ou pela apresentação de outras respostas desadaptadas. Os dados laboratoriais associados com o Episódio Depressivo Major. Podem existir relacionamentos tempestuosos com alterações freqüentes e incapacidade para manter um relacionamento duradouro. Pode existir igualmente evitamento de relacionamentos devido ao medo da rejeição interpessoal.períodos depressivos. As Perturbações da Personalidade (por exemplo. A reação individual à rejeição ou crítica pode ser manifestada por abandono precoce do emprego. com apenas recuperação parcial entre os episódios. Recorrente. Reatividade do humor (isto é. enquanto os sujeitos mais velhos podem ter com mais freqüência episódios com características melancólicas. Critérios para o Especificador Com Características Atípicas Especifique se: Com Características Atípicas (pode ser aplicado quando essas características predominam durante as duas semanas mais recentes de um Episódio Depressivo Major num Episódio Depressivo Major ou numa Perturbação Bipolar I ou Bipolar II somente se este for o tipo de episódio de humor mais recente. Perturbação Evitante da Personalidade) e Perturbações da Ansiedade (por exemplo. Maníacos ou Mistos) com características psicóticas parecem ocorrer de 1 em 500 a 1 em 1000 . Não são preenchidos os critérios para Com Características Melancólicas durante o mesmo episódio. O desenvolvimento inferior.(3) imobilidade (isto é. Maníacos ou Mistos pós-parto não difere da sintomatologia dos episódios de humor que não são pós-parto e podem incluir características psicóticas. Podem ter relutância em discutir os seus sintomas ou os seus sentimentos negativos em relação à criança. Quando estão presentes idéias delirantes. o recém-nascido está possuído pelo diabo. 310) se o início acontecer no período de quatro semanas depois de um parto. desinteresse pelo recém-nascido e insônia (com manifestações mais acentuadas na dificuldade em adormecer que no acordar mais cedo que o habitual]. Os episódios de alterações do humor no pós-parto (Depressivos Major. Uma evolução flutuante e labilidade do humor podem ser mais comuns nos episódios pós-parto. sensação de peso nos braços ou pernas) (4) padrão de longa duração de sensibilidade ao repúdio interpessoal (não limitado a episódios de alteração do humor) que provoca uma deterioração social ou laboral significativa C. As mulheres com Episódios Depressivos Major pós-parto têm frequentemente uma ansiedade muito intensa. Muitas mulheres sentem-se especialmente culpadas por terem sentimentos depressivos numa altura em que pensam que deviam sentir-se felizes. pode existir ideação suicida. tem poderes especiais ou está destinado a ter um destino fatal). da relação mãe-filho pode acontecer como conseqüência da situação clínica ou dos episódios de separação da criança. mas pode ocorrer igualmente em episódios de humor graves no pós-parto sem tais idéias delirantes ou alucinações específicas. De um modo geral. pensamentos obsessivos a propósito de atos violentos em relação à criança. ao que seria desejável. falta de concentração e agitação psicomotora. Nos quadros clínicos psicóticos e não psicóticos. períodos de choro espontâneo muito para além do habitual período de tristeza pós-parto (isto é. ou Perturbação Psicótica Breve (p. Especificador Com Início no Período Pós-Parto O especificador Com Início no Período Pós-Parto pode ser aplicado ao Episódio Depressivo Major. estes centram-se frequentemente no recém-nascido (por exemplo. três a sete dias pós-parto). Perturbação Bipolar I ou Perturbação Bipolar II. a sintomatologia dos Episódios Depressivos Major. Maníaco ou Misto atual (ou mais recente) de uma Perturbação Depressiva Major. O infanticídio está frequentemente associado com episódios psicóticos pós-parto que são caracterizados por alucinações em que ouvem vozes que mandam matar a criança ou idéias delirantes de que a criança está possuída. Ataques de Pânico. Início do episódio acontece nas quatro semanas seguintes ao parto. mas é igualmente elevado para aquelas que têm uma história prévia de Perturbação do Humor (especialmente Perturbação Bipolar I). A tabela 2 indica quais os especificadores da evolução que se aplicam a cada Perturbação do Humor (ver p. Perturbação Bipolar II ou Perturbação Psicótica Breve). Maníaco ou Misto numa Perturbação Depressiva Major. Estes especificadores não podem ser codificados. Quando uma mulher teve um episódio pós-parto com características psicóticas. Padrão Sazonal e Ciclos Rápidos. O risco de episódios no pós-parto com características psicóticas é particularmente aumentado em mulheres com episódios de alterações do humor anteriores ao pós-parto. Especificadores da Evolução (Com e Sem Recuperação Completa entre os Episódios) Os especificadores Com Recuperação Completa entre os Episódios e Sem Recuperação Completa entre os Episódios são fornecidos para ajudar a caracterizar a evolução da doença em sujeitos com Perturbação Depressiva Major Recorrente. o qual é distinto de uma diminuição geral do nível da consciência ou da atenção. ajudar na seleção do tratamento e melhorar a previsão do prognóstico. Perturbação Bipolar I ou Perturbação Bipolar II. Critérios para o Especificador Com Início no Período Pós-Parto Especifique se: Com Início no Período Pós-Parto (pode ser aplicado ao atual ou mais recente Episódio Depressivo Major. Os especificadores que descrevem a evolução dos episódios recorrentes incluem Especificadores Longitudinais da Evolução (Com e Sem Recuperação Completa entre os Episódios). Existe igualmente evidência de um risco aumentado de episódios de alterações do humor psicóticos no pós-parto entre mulheres sem história de Perturbações do Humor mas com uma história familiar de Perturbações Bipolares. Perturbação Bipolar I. Especificadores para Descrever a Evolução de Episódios Recorrentes São fornecidos um conjunto de especificadores das Perturbações do Humor para aumentar a especificidade do diagnóstico e criar subgrupos mais homogêneos. Os episódios pósparto devem ser diferenciados do delirium que ocorre no período pósparto. Estes especificadores devem ser aplicados ao . 399). o risco de recorrência em partos subseqüentes situa-se entre 30% e 50%.partos e parecem ser mais comuns no primeiro parto. em que não existem antecedentes de Perturbação Distímica mas em que persistem sintomas proeminentes entre os dois episódios mais recentes . A caracterização da evolução é ainda melhorada assinalando a presença de Perturbação Distímica antecedente. Os quatro gráficos da página seguinte descrevem as evoluções típicas. C mostra o padrão raro (presente em menos de 3% dos sujeitos com Perturbação Depressiva Major) de ************** Tabela 1. Episódio Único Perturbação Depressiva Major. B mostra a evolução de uma Perturbação Depressiva Major Recorrente. A mostra a evolução típica de uma Perturbação Depressiva Major Recorrente. Este padrão de evolução faz prever um bom prognóstico futuro. Episódio Mais Recente Não Especificado x x . Episódio Mais Recente Depressivo x x x x x x x x x x x x x Perturbação Bipolar I. Especificadores do episódio que se aplicam às Perturbações do Humor Com/Sem Recuperação Padrão Ciclos Interepisódios Sazonal Rápidos Perturbação Depressiva Major. Episódio Mais Recente maníaco Perturbação Bipolar I. Recorrente x x Perturbação Distímica Perturbação Bipolar I.período de tempo entre os dois episódios mais recentes. apenas é atingida a remissão parcial. Episódio Maníaco Único Perturbação Bipolar I Episódio Mais Recente Hipomaníaco Perturbação Bipolar I. em que não existem antecedentes de Perturbação Distímica e onde existe um período de remissão completa entre os episódios. Episódio Mais Recente Misto Perturbação Bipolar I.isto é. e é observado em aproximadamente 20% -25% dos sujeitos com Perturbação Depressiva Major. sem recuperação completa entre os episódios.1 [300. sem Perturbação Distímica B.4]) D. Parecem ter igualmente uma probabilidade mais elevada de terem mais Episódios Depressivos Major do que aqueles com recuperação completa entre os episódios.4]) página 400 Critérios para os Especificadores Longitudinais de Evolução Especifique se (pode ser aplicado às Perturbações Depressiva Major ou Bipolar I Recorrentes): Com Recuperação Completa entre os Episódios: se a recuperação . Recorrente.Recorrente. Recorrente. sobreposta Perturbação Distímica(codificar também F34. Recorrente. A. A Perturbação Distímica antes do primeiro episódio de Perturbação Depressiva Major está mais associada com a ausência subseqüente de recuperação completa entre os episódios. sem Perturbação Distímica C.Perturbação Bipolar II. Estes especificadores podem igualmente ser aplicados ao período de tempo entre os episódios de humor mais recentes na Perturbação Bipolar I ou Bipolar II para indicar a presença ou ausência de sintomatologia do humor. De um modo geral. com antecedentes de Perturbação Distímica na qual existe um período de recuperação completa entre os dois episódios mais recentes. com antecedentes de Perturbação Distímica mas sem recuperação completa entre os dois episódios mais recentes. Recorrente.1 [300. D mostra a evolução da Perturbação Depressiva Major. sem recuperação completa entre os episódios. Depressivo Perturbação Ciclotímica ************* x x x x x x Perturbação Depressiva major. Hipomaníaco Perturbação Bipolar II. com recuperação completa entre os episódios. Este padrão é habitualmente referido como "depressão dupla" (ver p. com recuperação completa entre os episódios. 355). sobreposta a Perturbação Distímica (codificar também F34. os sujeitos com uma história de Sem Recuperação Completa entre os Episódios têm uma persistência desse padrão entre os episódios subseqüentes. Recorrente. alimentação em excesso. o padrão sazonal parece mais provável na Perturbação Bipolar II que na Perturbação Bipolar I. Este padrão de início e remissão dos episódios deve ter ocorrido durante os últimos dois anos. A característica essencial é o início e a remissão dos Episódios Depressivos Major em alturas particulares do ano. Para além disso. Recorrente. Recorrente. Os Episódios Depressivos Major que ocorrem num padrão sazonal são frequentemente caracterizados por energia proeminente. . tendo as pessoas mais novas um risco mais elevado de episódios depressivos major durante o Inverno. idade e sexo. A luz brilhante usada no tratamento pode estar associada com mudanças para Episódios Maníacos ou Hipomaníacos. mas não é claro se o sexo feminino é um fator de risco específico associado e superior ao associado com a Perturbação Depressiva Major.completa é atingida entre os dois mais recentes Episódios de Alterações do Humor Sem Recuperação Completa entre os Episódios: se a recuperação completa não é atingida entre os dois mais recentes Episódios de Alterações do Humor Especificador de Padrão Sazonal O especificador Com Padrão Sazonal pode ser aplicado ao padrão de Episódios Depressivos na Perturbação Bipolar I. Apesar de este especificador se aplicar à ocorrência sazonal de Episódios Depressivos Major completos. A prevalência aumenta com as altas latitudes. ao longo da vida do sujeito. A prevalência do padrão sazonal do tipo Inverno parece variar com a latitude. substancialmente em número quaisquer episódios depressivos não sazonais. Este especificador não se aplica às situações em que o padrão é mais bem explicado por estressores psicossociais ligados às estações do ano (por exemplo. dentro do grupo das Perturbações Bipolares. Não é claro se este padrão sazonal é mais provável na Perturbação Depressiva Major. De modo menos comum podem existir episódios depressivos recorrentes no Verão. os episódios depressivos sazonais devem exceder. aumento de peso e impulsos para ingerir carbo-hidratos. desemprego sazonal ou períodos escolares ao longo do ano). Em alguns sujeitos. Contudo. A idade é igualmente um forte preditor da sazonalidade. Perturbação Bipolar II ou Perturbação Depressiva Major. As mulheres compreendem 60%-90% das pessoas com padrão sazonal. hipersônia. alguma investigação sugere que o padrão sazonal pode igualmente descrever o quadro clínico de alguns sujeitos que não preenchem os critérios para Episódio Depressivo Major. ou nas Perturbações Bipolares. o início dos Episódios Maníacos ou Hipomaníacos pode igualmente estar ligado a uma estação particular. Na maioria dos casos os episódios começam no Outono ou no Inverno e remitem na Primavera. sem a ocorrência de episódios sazonais durante este período. Os episódios têm de preencher os critérios de duração e sintomas para Episódio Depressivo Major. Especificador Com Ciclos Rápidos O especificador Com Ciclos Rápidos pode ser aplicado à Perturbação Bipolar I ou Bipolar II. D. a depressão desaparece na Primavera). Existiu uma relação temporal regular entre o início dos Episódios Depressivos Major na Perturbação Bipolar I ou Bipolar II ou Perturbação Depressiva Major. Misto ou Hipomaníaco e têm de estar demarcados ou por um período de remissão parcial ou pela mudança para um episódio de polaridade oposta. A característica essencial é a ocorrência de quatro ou mais episódios de humor durante os dois meses anteriores. Maníaco. e não ocorreram Episódios Depressivos Major não sazonais durante o mesmo período. Recorrente) A.Critérios para o Especificador Com Padrão Sazonal Especifique se: Com Padrão Sazonal (pode ser aplicado ao padrão dos Episódios Depressivos Major na Perturbação Bipolar I. Remissões completas (ou uma mudança da depressão para a mania ou hipomania) que ocorre igualmente numa altura característica do ano (por exemplo. Os Episódios Maníacos. Nota. estar regularmente no desemprego no Inverno). C. Nos últimos dois anos. ocorreram dois Episódios Depressivos Major que demonstram a relação temporal sazonal definida no Critério A e B. Os Episódios Depressivos Major Sazonais (como foram descritos acima) ocorrem em número substancialmente maior que os Episódios Depressivos Major não sazonais que podem ter ocorrido durante a vida do sujeito. Recorrente e uma altura particular do ano (aparecimento regular do Episódio Depressivo Major no Outono ou no Inverno). Hipomaníacos ou Mistos são contados como estando no mesmo pólo (por exemplo. um Episódio Maníaco imediatamente seguido por um Episódio Misto conta somente como um episódio em relação ao . B. Estes episódios podem ocorrer em qualquer ordem ou combinação. Não incluir os casos em que existiu um efeito óbvio de sazonalidade relacionada com estressores psicossociais (por exemplo. Perturbação Bipolar II ou Perturbação Depressiva Major. esclerose múltipla). as mulheres compreendem 70%-90% cujos sujeitos com ciclos rápidos. Os episódios estão demarcados por remissão completa ou parcial durante pelo menos dois meses ou por uma mudança para um episódio de polaridade oposta (por exemplo. Exceto pelo fato de que ocorreu mais frequentemente. O desenvolvimento dos ciclos rápidos está associado com um pior prognóstico de longo termo. corticosteróides) ou por um estado físico geral. Enquanto na Perturbação Bipolar em geral a taxa por sexo é igual. Episódio Depressivo Major para Episódio Maníaco) . Misto ou Hipomaníaco. Os ciclos rápidos podem ocorrer em qualquer período durante a evolução de uma Perturbação Bipolar e podem aparecer e desaparecer. particularmente se estão associados ao uso de antidepressivos. Os episódios do humor não estão ligados a nenhuma fase do ciclo menstrual e ocorrem tanto na pré como na pós-menopausa. traumatismo craniano ou tratamento antidepressivo. Os episódios do humor que contam para a definir o padrão de ciclos rápidos excluem os episódios causados diretamente por uma substância (por exemplo. Maníaco. Os ciclos rápidos ocorrem em aproximadamente 5%-15% das pessoas com Perturbação Bipolar tratadas nas clínicas das perturbações do humor. Deficiência Mental. os episódios que ocorrem no padrão de ciclos rápidos não são diferentes dos que ocorrem no padrão de ciclos não rápidos. certas condições neurológicas (por exemplo. página 402 Critérios para o Especificador Com Ciclos Rápidos Especifique se: Com Ciclos Rápidos (pode ser aplicado à Perturbação Bipolar I ou Perturbação Bipolar II) Pelo menos quatro episódios de perturbação do humor nos dois meses anteriores que preencheram os critérios para Episódio Depressivo Major. Os ciclos rápidos podem estar associados com hipotireoidismo.especificador Com Ciclos Rápidos). Nota. Perturbação Aguda de Stress. Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico. A Fobia Social é caracterizada por ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a certos tipos de situações sociais ou de desempenho que frequentemente conduzem ao comportamento de evitamento.página 403 Perturbações da Ansiedade Esta secção descrevem-se as seguintes perturbações: Perturbação de Pânico sem Agorafobia. Durante estes ataques. A Perturbação Pós-Stress Traumático é caracterizada pela reexperiência de um acontecimento extremamente traumático acompanhada por sintomas de ativação aumentada e pelo evitamento dos estímulos . sintomas como falta de ar. A Perturbação Obsessivo-Compulsiva é caracterizada por obsessões (as quais causam forte mal-estar ou ansiedade) e/ou compulsões (as quais servem para neutralizar a ansiedade). sensações de sufoco e medo de "enlouquecer" ou de perder o controlo estão presentes. A Fobia Específica é caracterizada por ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a uma situação ou objeto temido. Perturbação da Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral. Uma vez que os Ataques de Pânico e a Agorafobia ocorrem no contexto de várias outras perturbações. Fobia Social. Perturbação da Ansiedade Generalizada. Perturbação Pós-Stress Traumático. palpitações. Fobia Específica. Perturbação de Pânico com Agorafobia. Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância e Perturbação da Ansiedade sem Outra Especificação (SOE). medo ou terror. desconforto ou dor no peito. Um Ataque de Pânico é um período discreto no qual se inicia de modo súbito uma intensa apreensão. A Perturbação de Pânico sem Agorafobia é caracterizada por Ataques de Pânico inesperados e recorrentes acerca dos quais existe uma preocupação persistente. frequentemente associados com sensações de catástrofe iminente. os critérios estabelecidos para Ataque de Pânico e Agorafobia estão assinalados separadamente no início desta secção. A Perturbação de Pânico com Agorafobia é caracterizada por Ataques de Pânico inesperados e recorrentes e por Agorafobia. que frequentemente conduz ao comportamento de evitamento. Perturbação Obsessivo-Compulsiva. A Agorafobia é a ansiedade ou o evitamento de lugares ou situações nos quais a fuga pode ser difícil (ou embaraçosa) ou nos quais possa não ter ajuda no caso de ter um Ataque de Pânico ou sintomas semelhantes ao pânico. A Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico caracteriza-se pela presença de Agorafobia e de sintomas semelhantes ao pânico sem história de Ataques de Pânico inesperados. o texto e os critérios estabelecidos para o Ataque de Pânico encontram-se separadamente nesta secção. é frequentemente acompanhado por uma sensação de perigo ou catástrofe iminente e por um impulso para a fuga. tremores ou . é incluída na secção das "Perturbações Que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou Adolescência" (ver p. Ataque de Pânico Características Uma vez que os Ataques de Pânico ocorrem no contexto de várias Perturbações da Ansiedade. O ataque tem um início súbito. 113). A Perturbação da Ansiedade sem Outra Especificação é incluída para codificar as perturbações com ansiedade ou evitamento fóbico proeminentes que não preenchem os critérios de nenhuma Perturbação da Ansiedade específica definida nesta secção (ou sintomas ansiosos acerca dos quais existe informação inadequada ou contraditória). A Perturbação da Ansiedade Provocada por Um Estado Físico Geral é caracterizada por sintomas de ansiedade proeminentes que são considerados como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral.115). A Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância é caracterizada por sintomas de ansiedade proeminentes que são considerados como conseqüência fisiológica direta do abuso de drogas medicamentos ou exposição a tóxicos. A Perturbação Aguda de Stress é caracterizada por sintomas semelhantes aos da Perturbação Pós-Stress Traumático que ocorrem imediatamente como conseqüência de um evento extremamente traumático. O evitamento fóbico que é apenas limitado ao contacto sexual genital com um parceiro sexual é classificado como Perturbação de Aversão Sexual e está incluída na secção das "Perturbações Sexuais e da Identidade do Gênero" (ver p. suores. A característica essencial de um Ataque de Pânico é um período discreto de desconforto ou medo intenso acompanhado pelo menos por 4 de um conjunto de 13 sintomas somáticos ou cognitivos. Os 13 sintomas cognitivos ou somáticos são palpitações.associados com o trauma. A Perturbação da Ansiedade Generalizada é caracterizada por pelo menos seis meses de ansiedade e preocupação persistente e excessiva. A Perturbação por Ansiedade de Separação (caracterizada por ansiedade relacionada com a separação das figuras parentais) habitualmente desenvolve-se na infância. atinge o seu pico rapidamente (em regra em 10 minutos ou menos). estremecimentos. e Ataques de Pânico situacionalmente prováveis. As dificuldades em respirar são um sintoma comum nos Ataques de Pânico associados com a Perturbação de Pânico com e sem Agorafobia. Fobia Social Fobia Específica. parestesias e sensações de frio ou de calor. A ansiedade característica dos Ataques de Pânico pode ser diferenciada da ansiedade generalizada pela sua natureza intermitente. mas existem alturas que o sujeito conduz e não tem um Ataque de Pânico ou alturas em que o Ataque de Pânico ocorre depois de conduzir meia hora). Os sujeitos que procuram tratamento para os Ataques de Pânico inesperados descrevem habitualmente o medo como intenso e relatam que pensaram que iam morrer. ataques que têm uma maior probabilidade de ocorrência ao conduzir. o medo intenso destes ataques pode diminuir. medo de perder o controlo ou de "enlouquecer". sensações de sufoco. ou que "iam enlouquecer". O corar é um sintoma comum nos Ataques de Pânico situacionais relacionados com a ansiedade social ou de desempenho. Os Ataques de Pânico situacionais são característicos das Fobias Sociais e . ocorre espontaneamente. desrealização ou despersonalização. Perturbação Aguda de Stress). Existem três tipos característicos de Ataques de Pânico com diferentes relações entre o início do ataque e a presença ou ausência de desencadeadores situacionais: Ataques de Pânico inesperados. Perturbação de Pânico. quase paroxística. dificuldades em respirar. ou na antecipação a. Os Ataques de Pânico ocorrem numa variedade de Perturbações da Ansiedade (por exemplo. ter um ataque cardíaco ou um colapso. desconforto ou dores no peito. náuseas ou mal-estar abdominal. Para o diagnóstico de Perturbação de Pânico (com ou sem Agorafobia) é requerida a ocorrência de Ataques de Pânico inesperados. mas não estão invariavelmente associados com o estímulo e não ocorrem necessariamente de modo imediato após a exposição (por exemplo. No seguimento de ataques recorrentes. um desencadeador ou estímulo situacional (por exemplo. e pela sua maior intensidade. tonturas ou sensação de cabeça oca. os quais ocorrem com maior probabilidade durante a exposição a um desencadeador ou estímulo situacional. sem motivo aparente). O contexto em que o Ataque de Pânico ocorre é importante para determinar o diagnóstico diferencial. medo de morrer. Perturbação Pós-Stress Traumático. Ataques de Pânico situacionais. perder o controlo. ver uma cobra ou um cão desencadeia sempre um ataque de pânico situacional). nos quais o Ataque de Pânico ocorre quase invariavelmente logo após a exposição a. nos quais o início do Ataque de Pânico não está associado com um desencadeador situacional (isto é. Os ataques que preenchem todos os critérios mas têm menos de 4 sintomas cognitivos ou somáticos são designados como "ataques de sintomas limitados". Descrevem igualmente um desejo forte de fugir de onde quer que o ataque ocorra. batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelerado (2) suores (3) estremecimentos ou tremores (4) dificuldades em respirar (5) sensação de sufoco (6) desconforto ou dor no peito (7) náuseas ou mal-estar abdominal (8) sensação de tontura. de cabeça oca ou de desmaio (9) desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sentir-se desligado de si próprio) (10) medo de perder o controlo ou de enlouquecer (11) medo de morrer (12) parestesias (dormências ou formigueiros) (13) sensação de frio ou de calor Agorafobia Características .Específicas. por definição. Por exemplo.21] (p. os sujeitos com Perturbação de Pânico descrevem frequentemente terem ataques situacionalmente predispostos. que pelo menos alguns ataques de pânico sejam inesperados. 413)]. apesar de a Perturbação de Pânico requerer. Codifique o diagnóstico específico em que ocorre o Ataque de Pânico [por exemplo. Os Ataques de Pânico situacionalmente prováveis são especialmente freqüentes na Perturbação de Pânico mas podem por vezes ocorrer nas Fobias Específicas ou Sociais.01 Perturbação de Pânico com Agorafobia [300. durante o qual quatro (ou mais) dos seguintes sintomas se desenvolvem abruptamente e atingem o seu pico dentro de 10 minutos: (1) palpitações. de desequilíbrio. As questões de diagnóstico para os casos que se situam nas fronteiras são discutidos nas secções de "Diagnóstico Diferencial" do texto das perturbações nas quais podem ocorrer os Ataques de Pânico. Período discreto de medo ou desconforto intenso. F40. particularmente durante a evolução mais tardia da perturbação. × Critérios para Ataque de Pânico Nota: um Ataque de Pânico não é uma perturbação codificável. O diagnóstico diferencial de Ataques de Pânico é complicado pelo fato de não existir uma relação exclusiva entre o diagnóstico e o tipo de Ataque de Pânico. pode ser difícil porque todas estas condições são caracterizadas pelo evitamento de situações específicas.01 Perturbação de Pânico com Agorafobia [300. estar numa multidão ou esperar numa fila. quando intensa. 413) ou Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico [300. O diagnóstico diferencial para distinguir a Agorafobia das Fobias Sociais e Específicas e da Perturbação por Ansiedade de Separação. A ansiedade conduz tipicamente a um evitamento global de uma variedade de situações que podem incluir estar só fora de casa ou em casa.Uma vez que a Agorafobia ocorre no contexto da Perturbação de Pânico com Agorafobia e Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico. . Codifique a perturbação específica em que a Agorafobia ocorre [por exemplo. × Critérios para Agorafobia Nota: a Agorafobia não é uma perturbação codificável. e viajar de autocarro.21] (p. o texto e os critérios estabelecidos para Agorafobia são fornecidos separadamente nesta secção. fazer compras. A. Os medos agorafóbicos envolvem tipicamente um conjunto característico de situações que incluem estar só fora de casa. O comportamento de evitamento destas situações pode diminuir a capacidade de deslocação para o emprego ou para desempenhar as tarefas domésticas (por exemplo. Alguns sujeitos são capazes de se expor às situações temidas mas enfrentam-nas com considerável sofrimento.Ansiedade em relação a lugares ou situações nos quais a fuga possa ser difícil (ou embaraçosa) ou nos quais possa não ter ajuda disponível no caso de ter um Ataque de Pânico inesperado ou situacionalmente predisposto ou sintomas semelhantes ao pânico. autocarro ou avião. viajar de automóvel. levar os filhos ao médico). entrar num elevador ou passar numa ponte. medo de ter um ataque súbito de tonturas ou de diarréia) (Critério A). Frequentemente. F40. A ansiedade ou o evitamento fóbico não são mais bem explicados por outra perturbação mental (Critério C). 404) ou sintomas semelhantes ao pânico (por exemplo. atravessar uma ponte. se o evitamento estiver circunscrito a uma ou somente a algumas situações específicas. As questões de diagnóstico para os casos que se situam nas fronteiras são discutidos nas secções de "Diagnóstico Diferencial" do texto das perturbações nas quais o comportamento de evitamento é uma característica essencial ou associada. A característica fundamental da Agorafobia é ansiedade por estar em locais ou situações donde a fuga possa ser difícil (ou embaraçosa) ou nas quais possa não ter ajuda no caso de ter um Ataque de Pânico (ver p.22] (p. estar numa multidão. Nota: considere o diagnóstico de Fobia Específica. comboio ou automóvel. 415)]. um sujeito sente-se capaz de enfrentar melhor as situações que teme quando está acompanhado por uma pessoa de confiança (Critério B). Fobia Específica (por exemplo. Os sujeitos com Perturbação de Pânico têm também frequentemente Ataques de Pânico situacionalmente predispostos (isto é. Os Ataques de Pânico não são provocados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. os Ataques de Pânico não são mais bem explicados por outra perturbação mental (por exemplo. são feitas restrições nas deslocações) ou enfrentadas com intenso mal-estar ou ansiedade de vir a ter um Ataque de Pânico ou sintomas semelhantes ao pânico ou requerem a presença de uma pessoa de confiança. Perturbação de Pânico Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Pânico é a presença de Ataques de Pânico inesperados e recorrentes (ver p. 404) seguidos pelo menos por um mês de preocupação persistente a propósito de ter outro Ataque de Pânico. Intoxicação por Cafeína) ou um estado físico geral (por exemplo. mas a maioria dos sujeitos tem consideravelmente mais.As situações são evitadas (por exemplo. Perturbação ObsessivoCompulsiva (por exemplo. Perturbação Pós-Stress Traumático ou Perturbação por Ansiedade de Separação) (Critério D).0 Perturbação de Pânico sem Agorafobia [300. B.ou de Fobia Social. preocupação acerca das possíveis implicações ou conseqüências dos Ataques de Pânico ou uma alteração comportamental significativa relacionada com os ataques (Critério A). C. Um Ataque de Pânico inesperado (espontâneo ou não ligado a estímulos) é definido como o ataque não associado a um desencadeador situacional (isto é.01 Perturbação de Pânico com Agorafobia [300. 406) é diagnosticado F40. evitamento da sujidade em alguém com uma obsessão relacionada com contaminações).21] ou F41. Dependendo do preenchimento ou não dos critérios para Agorafobia (ver p. aqueles com maior probabilidade de ocorrer. evitamento circunscrito a uma situação como por exemplo elevadores). Para o diagnóstico de Perturbação de Pânico são necessários pelo menos dois Ataques de Pânico inesperados. Perturbação ObsessivoCompulsiva. tal como a Fobia Social (por exemplo. evitamento de estímulos associados com um estressor intenso) ou Perturbação por Ansiedade de Separação (por exemplo. mas não .01] (Critério B). ocorre sem motivo aparente). hipertiroidismo) (Critério C). Fobia Social ou Específica. evitamento de se afastar de casa ou dos familiares).A ansiedade ou o evitamento fóbico não são mais bem explicados por outra perturbação mental. evitamento circunscrito às situações sociais devido ao medo do embaraço). Perturbação Pós-Stress Traumático (por exemplo. Finalmente. se o evitamento estiver circunscrita às situações sociais. doença cardíaca. que ocorrem com regularidade por períodos de meses. 406). deixam de trabalhar) como conseqüência dos seus Ataques de Pânico. uma vez por semana). Preocupações acerca do próximo ataque.invariavelmente associados com a exposição a estímulos situacionais). os Ataques de Pânico completos estão associados com maior morbilidade. ataques que são semelhantes aos Ataques de Pânico "completos" exceto que o medo ou a ansiedade súbita são acompanhadas por menos de 4 dos 13 sintomas) são muito comuns em sujeitos com Perturbação de Pânico. Outros relatam ataques mais freqüentes durante períodos mais reduzidos (por exemplo. alguns sujeitos têm ataques moderadamente freqüentes (por exemplo. Os sujeitos com Perturbação de Pânico apresentam as atribuições ou preocupações características acerca das conseqüências ou implicações dos Ataques de Pânico. aqueles que ocorrem quase invariável e imediatamente à exposição a um desencadeador situacional) podem ocorrer mas são menos comuns. Alguns sujeitos com Ataques de Pânico recorrentes alteram significativamente o seu comportamento (por exemplo. Os ataques de sintomas limitados (isto é. estão frequentemente associadas com o desenvolvimento do comportamento de evitamento e podem preencher os critérios para Agorafobia (ver p. sendo neste caso diagnosticada Perturbação de Pânico com Agorafobia. dois ataques por mês) durante muitos anos. Por exemplo. perturbação convulsiva). ou das suas implicações. A maioria dos sujeitos com ataques de sintomas limitados tiveram Ataques de Pânico completos durante algum período durante o evolução da sua perturbação. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Apesar de a distinção entre Ataques de Pânico completos e ataques de sintomas limitados ser de algum modo arbitrária. ataques diários durante uma semana) separados por semanas ou meses sem ataques ou com ataques menos freqüentes (por exemplo. Algum medo de que os ataques indiquem a presença de uma doença não diagnosticada e ameaçadora da vida (por exemplo. A freqüência e a intensidade dos Ataques de Pânico têm uma grande variação. Apesar dos repetidos exames e diagnósticos médicos negativos continuam assustados e não estão convencidos que não têm uma doença ameaçadora da vida. Para além das preocupações acerca dos Ataques de Pânico e das suas . Os ataques ligados a situações (isto é. Outros têm medo que os Ataques de Pânico sejam indicadores de que vão "enlouquecer" ou perder o controlo ou que são emocionalmente fracos. Outros ficam excessivamente apreensivos acerca dos resultados das suas experiências ou atividades de rotina. A comorbilidade com outras Perturbações da Ansiedade é igualmente comum. a depressão ocorre simultaneamente ou a seguir ao início da Perturbação de Pânico. os sujeitos com Perturbação de Pânico frequentemente antecipam um resultado catastrófico a partir de um sintoma físico ligeiro ou de um efeito secundário da medicação (por exemplo. A Perturbação de . Estes sujeitos podem faltar frequentemente ao emprego ou à escola para fazerem idas ao médico ou às urgências hospitalares. particularmente aquelas relacionadas com a saúde ou a separação das pessoas com quem têm uma relação de vínculo. Perturbação ObsessivoCompulsiva em 8%-10%. muitos sujeitos com Perturbação de Pânico descrevem igualmente sentimentos de ansiedade que não estão centrados em nenhuma situação ou acontecimento específico. tratam a sua ansiedade com álcool ou medicamentos. A Perturbação Depressiva Major ocorre frequentemente em sujeitos com Perturbação de Pânico (50%-65%). a perda ou a deficiência de um relacionamento interpessoal importante (por exemplo. Por exemplo. o que pode levar ao desemprego ou ao abandono dos estudos. Nos restantes dois terços. Atribuem com freqüência este problema a falta de "força de vontade" ou de "caráter". a crença de que têm uma doença ameaçadora da vida. Fobia Específica em 10%-20%. Este estilo de vida pode ser tanto emocional como financeiramente disruptivo. envergonhados e infelizes com as dificuldades que têm em desempenhar as suas rotinas do dia-a-dia. Em aproximadamente um terço dos sujeitos com ambas as perturbações. sair de casa para viver só. não diagnosticada pode levar a uma ansiedade crônica debilitante e a visitas excessivas aos centros de saúde. Nos sujeitos cuja Perturbação de Pânico não foi tratada ou não foi diagnosticada. pensar que uma dor de cabeça é indicadora de um tumor cerebral ou de uma crise hipertensiva). Um subgrupo destes sujeitos. e Perturbação da Ansiedade Generalizada em 25%).implicações. alguns dos quais podem desenvolver uma Perturbação Relacionada com Substâncias como conseqüência. A desmoralização é uma conseqüência comum. Tais sujeitos são igualmente menos tolerantes aos efeitos secundários da medicação e geralmente precisam de ser continuamente tranqüilizados para manterem a medicação. a depressão precede o início da Perturbação de Pânico. especialmente nos sujeitos que se apresentam para tratamento e nos que têm níveis mais intensos de Agorafobia (a Fobia Social tem também sido descrita em 15%-30% de indivíduos com Perturbação de Pânico. Nalguns casos. Esta desmoralização pode generalizar-se a áreas para além dos problemas específicos relacionados com o pânico. divórcio) estão associadas com o início ou com a exacerbação da Perturbação de Pânico. ficando muitos sujeitos desencorajados. Ansiedade de Separação na infância tem sido associada a esta perturbação. Pode ocorrer taquicardia transitória e elevação moderada da pressão sanguínea sistólica durante alguns Ataques de Pânico. níveis de dióxido de carbono e de bicarbonato diminuídos com um pH quase normal). Alguns sujeitos com Perturbação de Pânico mostram sinais de alcalose respiratória compensada (isto é. Dados laboratoriais associados. os Ataques de Pânico podem envolver um intenso medo de feitiçaria ou de magia. Prevalência Os estudos epidemiológicos efetuados em diversas partes do Mundo indicam. de modo consistente. Características Especificas da Cultura e do Gênero Nalgumas culturas. sendo a taxa da Agorafobia muito mais elevada nas amostras clínicas.5% e 3. A Perturbação de Pânico sem Agorafobia é diagnosticada duas vezes mais e a Perturbação de Pânico com Agorafobia três vezes mais nas mulheres que nos homens. uma diversidade de dados laboratoriais têm sido assinalados como anormais em grupos de sujeitos com Perturbação de Pânico em relação a sujeitos de controlo. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. A Perturbação de Pânico. tem sido encontrada em estudos epidemiológicos efetuados em diversas partes do Mundo. que a prevalência da Perturbação de Pânico ao longo da vida (com ou sem Agorafobia) varia entre 1. Não foi identificado nenhum dado laboratorial com valor de diagnóstico para a Perturbação de Pânico.5%. As taxas de prevalência durante um ano variam entre 1%o e 2%. Aproximadamente um terço a metade dos sujeitos diagnosticados com Perturbação de Pânico em amostras da comunidade têm também Agorafobia. tal como descrita neste manual. Os Ataques de Pânico em resposta à infusão do lactato de sódio ou à inalação do dióxido de carbono são mais comuns na Perturbação de Pânico que nas outras Perturbações da Ansiedade. Contudo. Alguns grupos culturais ou étnicos restringem a participação de mulheres na vida pública e isto deve ser distinguido de Agorafobia. Para além disto. outros estudos não encontraram diferenças na prevalência. um conjunto de situações incluídas no "Glossário de Síndromes Relacionadas com a Cultura" (ver Apêndice I) pode estar relacionado com a Perturbação de Pânico. Apesar de alguns estudos sugerirem que o prolapso da válvula mitral e as doenças da tiróide são mais comuns entre os sujeitos com Perturbação de Pânico do que na população em geral. . sem intervenção. Apesar de a Agorafobia se poder desenvolver em qualquer altura do evolução da perturbação. o início acontece habitualmente durante o primeiro ano da ocorrência dos Ataques de Pânico recorrentes. Pode existir uma distribuição bimodal. Noutros casos. 40%-50% melhoraram mas continuam sintomáticos e os restantes 20%-30% têm sintomas da mesma ou de maior intensidade. Alguns sujeitos descrevem que conseguem reduzir a freqüência dos Ataques de Pânico pelo evitamento de certas situações. Padrão Familiar Os familiares biológicos em primeiro grau dos sujeitos com Perturbação de Pânico têm uma taxa quatro a sete vezes mais elevada de poderem desenvolver uma Perturbação de Pânico. a diminuição ou remissão dos Ataques de Pânico pode ser seguida de perto por uma correspondente diminuição do evitamento e ansiedade agorafóbica. com um pico no fim da adolescência e um segundo pico de menor amplitude no meio da década dos trinta anos. Nalguns casos. Estudos longitudinais. Contudo. sendo neste caso diagnosticada uma Perturbação da Ansiedade Provocada por Um Estado Físico Geral (ver p.Evolução A idade de início da Perturbação de Pânico varia consideravelmente. nas amostras clínicas metade a três quartos dos sujeitos com Perturbação de Pânico não têm um familiar biológico em primeiro grau afetado. mas situa-se de modo típico entre o fim da adolescência e o meio da década dos trinta anos. Os estudos de gêmeos indicam uma contribuição genética para o desenvolvimento da Perturbação de Pânico. de sujeitos tratados nos cuidados terciários de saúde (locais que podem selecionar um grupo de mau prognóstico) sugere que 6-10 anos após o tratamento aproximadamente 30% dos sujeitos estão bem. 448). As descrições retrospectivas feitas por sujeitos observados em clínicas sugerem que a evolução habitual é crônica com altos e baixos. Um pequeno número de casos tem o seu início na infância e o início depois dos 45 anos é pouco habitual. mas pode ocorrer. A evolução da Agorafobia e a sua relação com a evolução dos Ataques de Pânico é variável. a Agorafobia pode tornar-se crônica independentemente da presença ou ausência dos Ataques de Pânico. Diagnóstico Diferencial A Perturbação de Pânico não é diagnosticada se os Ataques de Pânico forem considerados como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral. Alguns sujeitos podem ter episódios com anos de remissão entre eles e outros podem ter sintomatologia crônica intensa. Exemplos de estados físicos gerais que podem causar Ataques de Pânico incluem . perturbação convulsiva e situações cardíacas (arritmias. A Perturbação de Pânico não é diagnosticada se os Ataques de Pânico forem considerados como conseqüência fisiológica direta de uma substância. 404) existem três tipos de Ataques de Pânico inesperados. disfunções vestibulares. barbitúricos) pode precipitar um Ataque de Pânico. Por definição. na Fobia Específica desencadeados por objetos ou situações. o diagnóstico de Perturbação de Pânico deve ser considerado. muito depois de os efeitos da intoxicação ou da abstinência terem terminado). Como já foi discutido (ver p. por exemplo) podem ser úteis para determinar o papel etiológico de um estado físico geral. sendo neste caso diagnosticada uma Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias (ver p. Contudo. cocaína. não associados a estímulos. cafeína) ou a cannabis e a abstinência de depressores do sistema nervoso central (por exemplo. taquicardia supraventricular). feocromocitoma. A intoxicação com estimulantes do sistema nervoso central (por exemplo. discurso mal articulado. situacionais e situacionalmente predispostos. perda de controlo dos esfíncteres. a Perturbação de Pânico é caracterizada por Ataques de Pânico inesperados e recorrentes (espontâneos. durante a evolução da perturbação é requerida para o diagnóstico de Perturbação de Pânico. na Perturbação ObsessivoCompulsiva desencadeados pela exposição ao objeto de uma obsessão (por exemplo. álcool. O foco da ansiedade ajuda igualmente a diferenciar a Perturbação de Pânico com Agorafobia das outras perturbações caracterizadas por . se os Ataques de Pânico continuarem a ocorrer fora do contexto do uso da substância (por exemplo. por exemplo) ou exames físicos (para as situações cardíacas. vertigens. Testes laboratoriais apropriados (níveis séricos do cálcio para o hiperparatiroidismo. cefaléias. sem motivo aparente). Pelo contrário. discurso pouco claro ou amnésia) sugerem a possibilidade de que um estado físico geral ou uma substância podem causar os sintomas dos Ataques de Pânico. anfetaminas.hipertiroidismo. perda de consciência. A Perturbação de Pânico deve ser distinguida das outras perturbações mentais (por exemplo. 451). Características tais como o início depois dos 45 anos ou a presença de sintomas atípicos durante os Ataques de Pânico (por exemplo. hiperparatiroidismo. outras Perturbações da Ansiedade e Perturbações Psicóticas) que têm Ataques de Pânico como característica associada. na Perturbação Pós-Stress Traumático desencadeado por estímulos que recordam o estressor]. A presença de Ataques de Pânico inesperados e recorrentes no início ou posteriormente. exposição à sujidade em alguém com uma obsessão de contaminação). os Ataques de Pânico que ocorrem no contexto de outras Perturbações da Ansiedade estão relacionados com situações ou situacionalmente predispostos [por exemplo na Fobia Social desencadeados por situações sociais. o sujeito tem Ataques de Pânico inesperados noutras situações e começa a evitar. O evitamento agorafóbico está associado com o medo de ter um Ataque de Pânico. a distinção entre a Fobia Social e Perturbação de Pânico . da Perturbação de Pânico com Agorafobia pode ser particularmente difícil porque ambas as perturbações podem incluir Ataques de Pânico e evitamento de tipos de situações semelhantes (por exemplo. outras situações com medo dos Ataques de Pânico. De modo típico a Perturbação de Pânico com Agorafobia é caracterizada pelo início dos Ataques de Pânico inesperados e subseqüente evitamento de situações múltiplas que são avaliadas como prováveis desencadeadores dos Ataques de Pânico.comportamentos de evitamento. conduzir. Para além disso. mesmo quando não antecipa a exposição a uma situação fóbica. ou enfrenta com sofrimento. Se o sujeito tem Ataques de Pânico inesperados adicionais noutras situações mas não desenvolve evitamento ou não se confronta com essas situações com sofrimento. Se. transportes públicos. o número de situações evitadas e o nível da ansiedade intercorrente. Alguns quadros clínicos situam-se entre os dois protótipos e requerem o julgamento clínico na seleção do diagnóstico mais apropriado. humilhação e embaraço na Fobia Social. então o diagnóstico adicional de Fobia Específica deve ser considerado. preocupações acerca da separação na Perturbação por Ansiedade de Separação. Se o foco do evitamento não está relacionado com os Ataques de Pânico mas com preocupações acerca de outras catástrofes (por exemplo. enquanto o evitamento nas outras perturbações está associado com situações específicas (por exemplo. Se este sujeito apenas tem subsequentemente Ataques de Pânico em elevadores (mesmo que o foco do medo seja o Ataque de Pânico). medos das alturas. De igual modo. De modo típico a Fobia Específica de Tipo Situacional é caracterizada pelo evitamento situacional na ausência de Ataques de Pânico inesperados e recorrentes. Tipo Situacional. o tipo e o número dos Ataques de Pânico. contudo. Por exemplo. apóia igualmente o diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia. acidente provocado por se ter partido o cabo do elevador). espaços fechados). Quatro fatores podem ajudar neste julgamento: o foco do medo. um sujeito que previamente não tinha medo ou evitava elevadores tem um Ataque de Pânico num elevador e começa a assustar-se ao ir para o trabalho porque necessita de ir de elevador para chegar ao escritório situado num 24ó andar. então o diagnóstico de Fobia Específica pode ser apropriado. então o diagnóstico apropriado deve ser Perturbação de Pânico sem Agorafobia. elevadores ou atravessar pontes na Fobia Específica. medos de escrutínio. medos de perseguição na Perturbação Delirante). então o diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia deve ser feito. a presença de apreensão global acerca de ter um Ataque de Pânico. A diferenciação da Fobia Específica. viajar de avião. Se. o algoritmo da ICD-10 exige que pelo menos um dos sintomas sejam palpitações. Ainda em contraste com o DSM-IV. enquanto que os sujeitos com Perturbação de Pânico com Agorafobia podem estar mais ansiosos em situações onde têm de estar sem uma pessoa de confiança. Por exemplo. Os sujeitos com Fobia Social têm medo do escrutínio e raramente têm um Ataque de Pânico quando estão sós. contudo. Perturbação Depressiva Major ou Perturbação da Ansiedade Generalizada) mas não forem acompanhados por um mês ou mais de medo de ter ataques adicionais. se os Ataques de Pânico ocorrerem no contexto de outra perturbação (por exemplo. ambas as perturbações devem ser diagnosticadas. então. tremores ou boca seca.com Agorafobia pode ser difícil. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 exigem que haja pelo menos quatro ataques durante um período de quatro semanas. preocupações associadas ou mudança comportamental. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação de Agorafobia da ICD-10 diferem nitidamente dos critérios do DSM-IV. o sujeito continua a experimentar Ataques de Pânico inesperados noutras situações. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Ataques de Pânico são idênticos aos critérios do DSM-IV exceto no fato de a ICD-10 incluir um item adicional: boca seca. o diagnóstico de Fobia Social pode ser apropriado. suores. Uma vez que os sujeitos com Perturbação de Pânico costumam automedicar-se. então o diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia deve ser feito. Em contraste com o DSM-IV. O foco do medo e o tipo de Ataques de Pânico pode ajudar a efetuar esta distinção. especialmente quando apenas existe evitamento de situações sociais. um sujeito que previamente não tinha medo de falar para uma audiência tem um Ataque de Pânico ao falar em público e começa a ter medo de fazer estas apresentações. Contudo. Quando os critérios são preenchidos simultaneamente para Perturbação de Pânico e outra Perturbação da Ansiedade ou Depressiva. Se subsequentemente este sujeito tem Ataques de Pânico somente em situações de desempenho social (mesmo que o foco do medo seja a possibilidade de ter outro Ataque de Pânico). os Ataques de Pânico noturnos que acordam os sujeitos do sono são característicos da Perturbação de Pânico. Adicionalmente. Os critérios da ICD-10 . o diagnóstico de Perturbação de Pânico não é feito. no qual a definição da Perturbação de Pânico exige Ataques de Pânico recorrentes e clinicamente significativos. álcool e cocaína). as Perturbações Relacionadas com Substâncias são comuns (principalmente relacionadas com a cannabis. A ICD-10 também exclui o diagnóstico de Perturbação de Pânico se o Ataque de Pânico for devido a Esquizofrenia ou a uma Perturbação do Humor. 21] A. medicação) ou um estado físico geral (por exemplo.0 Perturbação de Pânico sem Agorafobia [300. lugares públicos. 405) . D. Além disso. a ICD-10 exige que pelo menos dois sintomas de ansiedade (de uma lista de 14 sintomas de pânico) devem estar presentes em pelo menos uma ocasião e que estes sintomas de ansiedade devem ser "limitados a. Perturbação Pós-Stress Traumático (por exemplo. Ambos (1) e (2): (1) Ataques de Pânico inesperados e recorrentes (ver p. tal como Fobia Social (por exemplo.01] A. × Critérios de diagnóstico para F41. 405) (2) pelo menos um dos ataques foi seguido por um mês (ou mais) de um (ou mais) do seguinte: (a) preocupação persistente acerca de ter ataques adicionais (b) preocupação acerca das implicações dos ataques ou das suas conseqüências (por exemplo. perder o controlo. em resposta ao afastamento de casa ou de familiares íntimos). durante a exposição à sujidade em alguém com uma obsessão acerca da contaminação). × Critérios de diagnóstico para F40. situações de medo ou contemplação de situações que provoquem receio". C. ocorrem durante a exposição a situações sociais temidas). Os Ataques de Pânico não são mais bem explicados por outra perturbação mental. Ausência de Agorafobia (ver p. viajar sozinho ou afastamento de casa.Os Ataques de Pânico não são provocados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Perturbação Obsessivo-Compulsiva (por exemplo.01 Perturbação de Pânico com Agorafobia [300. hipertiroidismo). ou Perturbação por Ansiedade de Separação (por exemplo. em resposta a estímulos associados com um estressor intenso). ter um ataque de coração ou "enlouquecer") (c)uma alteração significativa no comportamento relacionado com os ataques B. ou predominantemente em. duas das seguintes situações: multidão. Ambos (1) e (2): (1) Ataques de Pânico inesperados e recorrentes (ver p. Fobia Específica (por exemplo ocorrem durante a exposição a uma situação fóbica específica). abuso de droga.especificam que há medo ou evitamento de. pelo menos. 406). Por exemplo. Presença de Agorafobia (ver p. 406). em resposta a estímulos associados com um estressor intenso). Os "sintomas semelhantes ao pânico" incluem qualquer um dos 13 sintomas listados para os Ataques de Pânico (ver p. Os sujeitos com esta perturbação têm Agorafobia (ver p. 404) ou outros sintomas que possam ser incapacitantes ou embaraçosos (por exemplo. ocorrerem durante a exposição a situações sociais temidas). hipertiroidismo). Os Ataques de Pânico não são provocados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Perturbação Obsessivo-Compulsiva (por exemplo. em resposta ao afastamento de. um sujeito pode ter medo de sair de casa com medo de ficar com tonturas. Fobia Específica (por exemplo ocorrerem durante a exposição a uma situação fóbica específica). Perturbação Pós-Stress Traumático (por exemplo. casa ou de familiares íntimos). ter um ataque de coração ou "enlouquecer") (c) uma alteração significativa no comportamento relacionado com os ataques B. abuso de droga. abuso de droga. perda de controlo dos esfíncteres).22) Características de Diagnóstico As características essenciais da Agorafobia sem História Perturbação de Pânico são semelhantes às da Perturbação de Pânico com Agorafobia. página 414 F40. desmaiar ou ficar abandonado sem ajuda no local. Os Ataques de Pânico não são mais bem explicados por outra perturbação mental. os critérios completos para Perturbação de Pânico nunca podem ter sido preenchidos (Critério B) e os sintomas não podem ser conseqüência fisiológica direta de uma substância (por exemplo. 406) (Critério A). medicamento) ou de um . Para este diagnóstico ser efetuado.(2) pelo menos um dos ataques foi seguido por um mês (ou mais) de um (ou mais) do seguinte: (a) preocupação persistente acerca de ter novos ataques (b) preocupação acerca das implicações dos ataques ou das suas conseqüências (por exemplo. durante a exposição à sujidade em alguém com uma obsessão acerca da contaminação). perder o controlo. tal como Fobia Social (por exemplo. ou Perturbação por Ansiedade de Separação (por exemplo. exceto que o foco do medo se centra na ocorrência de sintomas semelhantes ao pânico incapacitantes ou extremamente embaraçadores em vez dos Ataques de Pânico completos.00 Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico [300. D. C. medicação) ou um estado físico geral (por exemplo. Verificou-se que a maioria tinha Fobias Específicas e não Agorafobia. quase todos os sujeitos (mais de 95%) que se apresentam com Agorafobia também têm o diagnóstico atual (ou história) de Perturbação de Pânico.estado físico geral (Critério C). Evolução É relativamente pouco conhecida a evolução da Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico. Contudo. Diagnóstico Diferencial A Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico distingue-se da Perturbação de Pânico com Agorafobia pela ausência de uma história de Ataques de Pânico inesperados e recorrentes. O diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia continua a ser apropriado nos casos em que houve remissão dos Ataques de Pânico e . problemas com a avaliação parecem ter inflacionado as taxas descritas nos estudos epidemiológicos. Ao contrário. Isto deve ser distinguido da Agorafobia. Se está presente um estado físico geral (por exemplo. O evitamento na Agorafobia com História de Perturbação de Pânico resulta do medo de ficar incapacitado ou de sofrer humilhação devido aos repentinos e imprevisíveis sintomas semelhantes ao pânico e não aos Ataques de Pânico completos como na Perturbação de Pânico com Agorafobia. Recentemente. desmaio) é claramente excessivo em relação ao habitualmente associado com a situação ( Critério D). os sujeitos a quem foi feito o diagnóstico de Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico em estudos epidemiológicos foram reavaliados por clínicos utilizando entrevistas estruturadas. Informação a partir de alguns casos sugere que persiste durante anos e está associada com considerável deficiência. Esta perturbação é diagnosticada muito mais frequentemente em mulheres que em homens. Prevalência Em amostras clínicas. situação cardíaca). Características Especificas da Cultura e do Gênero Alguns grupos culturais ou étnicos restringem a participação das mulheres na vida pública. a prevalência de Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico em amostras epidemiológicas tem sido descrita como mais elevada do que a da Perturbação de Pânico com Agorafobia. o medo de ficar incapacitado ou embaraçado pelo desenvolvimento dos sintomas (por exemplo. os sujeitos evitam situações sociais ou de desempenho nas quais temem poder comportar-se de modo humilhante ou embaraçoso. .22] A.Nunca foram preenchidos os critérios para Perturbação de Pânico (ver p. desmaiar. a ICD-10 exige que pelo menos dois sintomas de ansiedade (de uma lista de 14 sintomas de pânico) estejam presentes ao mesmo tempo pelo menos numa ocasião e que estes sintomas de ansiedade se "restrinjam a. perda de energia e anedonia. Na Perturbação Depressiva Major. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 de Agorafobia diferem marcadamente dos critérios do DSM-IV. Na Fobia Específica. O diagnóstico de Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico deve ser feito somente se o medo ou o evitamento por claramente excessiva ao habitualmente associado com estado físico geral.em que a Agorafobia continua a ser experimentada. lugares públicos. ou predominem em. Os sujeitos com certos estados físicos gerais podem evitar situações devido a preocupações realistas acerca da possibilidade de ficarem incapacitados (por exemplo. Na Perturbação por Ansiedade de Separação as crianças evitam situações que as levem a afastar-se de casa ou de familiares próximos. num sujeito com ataques isquêmicos transitórios) ou embaraçados (por exemplo. Medos persecutórios (como na Perturbação Delirante) e medos de contaminação (como na Perturbação Obsessivo-Compulsiva) podem igualmente levar o evitamento generalizada. B. Na Fobia Social. A presença de Agorafobia (ver p.00 Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico [300. Além disso. viajar sozinho ou afastamento de casa. Outros motivos para o evitamento devem igualmente ser distinguidos da Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico. 405). 406) relacionada com o medo de desenvolvimento de sintomas semelhantes ao pânico (por exemplo tonturas ou diarréia). × Critérios de diagnóstico para F40. o sujeito evita um objeto ou uma situação temida específica. diarréia num sujeito com a doença de Crohn). situações de medo ou contemplação de situações de medo". Estes últimos especificam que há temor ou evitamento de pelo menos duas das seguintes situações: multidão. o sujeito pode evitar sair de casa devido a apatia. 2 Fobia Específica [300. A ansiedade. Muito frequentemente. medicação) ou um estado físico geral.29] (anteriormente Fobia Simples) Características de Diagnóstico A característica essencial da Fobia Específica é o medo claro e persistente de situações ou objetos circunscritos (Critério A). F40. Perturbação Pós-Stress Traumático. vida social ou se a pessoa estiver claramente perturbada por ter a fobia (Critério E). uma resposta ansiosa imediata (Critério B). pode ter medo de cães devido a uma preocupação em ser mordido ou pode ter medo de . isto pode não acontecer com as crianças.C. Apesar de os adolescentes e os adultos com esta perturbação reconhecerem que o seu medo é excessivo ou irracional (Critério C). Perturbação por Ansiedade de Separação. 404). os sintomas têm de ter uma duração de pelo menos seis meses para a Fobia Específica ser diagnosticada (Critério F). o sujeito pode temer viajar de avião devido a uma preocupação acerca de desastres. funcionamento ocupacional. Em sujeitos com menos de 18 anos. O sujeito experimenta um medo claro. A exposição ao estímulo fóbico provoca quase sempre. O foco do medo pode ser o perigo antecipado a partir de algum aspecto do objeto ou da situação (por exemplo. invariavelmente. persistente e excessivo ou irracional quando está na presença de.A perturbação não é provocada pelo efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. Fobia Social. ou quando antecipa um encontro com. Perturbação Obsessivo-Compulsiva.Se um estado físico geral estiver presente. abuso de droga. medo ou antecipação ansiosa do confronto com o estímulo fóbico interferir significativamente com a rotina diária da pessoa. O diagnóstico é apropriado somente se o evitamento. Perturbação de Pânico com Agorafobia ou Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico) (Critério G). D. o estímulo fóbico é evitado. apesar de por vezes ser enfrentado com sofrimento (Critério D). os Ataques de Pânico ou o evitamento fóbico não são mais bem explicados por outra perturbação mental (por exemplo. o medo descrito no Critério A é claramente excessivo em relação ao habitualmente associado com a condição. um objeto ou situação específicos. Esta resposta pode ter a forma de Ataques de Pânico situacionais ou situacionalmente prováveis (ver p. De modo menos comum. Deve ser feito o diagnóstico de Perturbação Delirante. o medo intensifica-se quando o elevador se aproxima do ponto intermédio entre os andares e diminui quando as portas se abrem no próximo andar). Se a fobia não interferir significativamente com o funcionamento do sujeito ou não provocar claro mal-estar. Contudo. o diagnóstico não é feito. e pessoas com medo de espaços fechados podem preocupar-se em perderem o controlo e gritar. pessoas com medo das alturas podem preocupar-se com tonturas. Por exemplo. mas isto é experimentado com intensa ansiedade. mas em muitos casos o grau de deficiência é insuficiente para merecer um diagnóstico. entrar em pânico e desmaiar. a intensidade do medo pode nem sempre estar relacionada com a capacidade de previsão acerca do estímulo fóbico (por exemplo uma pessoa com medo das alturas pode experimentar intensidades variáveis de medo quando atravessa a mesma ponte em diferentes ocasiões). medo de levar um tiro numa área de caça ou num bairro perigoso). em vez de Fobia Específica. a pessoa força-se a entrar na situação fóbica. a pessoa com uma Fobia Específica de gatos terá quase sempre invariavelmente uma resposta ansiosa imediata quando forçada a confrontar-se com um gato). Os adultos com esta perturbação reconhecem que a fobia é excessiva ou irracional. Tais situações são habitualmente evitadas porque se a pessoa é confrontada com a necessidade de entrar na situação fóbica ocorre uma clara ansiedade antecipatória. O nível de ansiedade ou medo varia habitualmente em função do grau de proximidade do estímulo fóbico (por exemplo. Por exemplo. Para além disso.conduzir devido a preocupações acerca de ter acidentes com outros veículos na estrada). sujeitos com medo de sangue ou de ferimentos podem igualmente preocupar-se acerca da possibilidade de desmaiar. Os medos circunscritos a objetos ou situações são muito comuns. o diagnóstico não deve ser feito se o medo é racional dado o contexto do estímulo (por exemplo. Por vezes um Ataque de Pânico completo é experimentado em resposta a um estímulo fóbico. especialmente em crianças. quando o sujeito evita elevadores devido à convicção de que estes foram sabotados e não reconhece este medo como excessivo e irracional. A ansiedade é quase sempre invariavelmente sentida logo após o confronto com o estímulo fóbico (por exemplo. As Fobias Específicas podem igualmente explicar preocupações acerca de perder o controlo. a pessoa que tem medo de cobras a ponto de expressar um medo intenso na presença . especialmente quando a pessoa tem de permanecer na situação ou acredita que a fuga é impossível. o medo aumenta quando o gato se aproxima e diminui quando o gato se afasta) e do grau com que a fuga do estímulo fóbico é permitida (por exemplo. O reconhecimento da natureza excessiva e irracional do medo tende a aumentar com a idade e não é condição para o diagnóstico em crianças. que podem ocorrer durante a exposição a um objeto temido. ferimentos. conduzir ou espaços fechados. Este subtipo tem uma elevada agregação familiar e é frequentemente caracterizado por uma forte resposta vasovagal. voar. túneis. medo de gatos e cobras). Tipo Outro. pontes. Tipo Situacional. Perturbações e Características Associadas . Tem geralmente início na infância. Fobia Específica. Este subtipo deve ser especificado se o medo foi desencadeado por animais ou insetos. Este subtipo tem uma distribuição bimodal da idade de início. todos devem ser assinalados (por exemplo. Em muitos casos. mais d. Este subtipo deve ser especificado se o medo foi desencadeado por situações do ambiente natural. tais como tempestades. com um pico na infância e outro no meio da década dos vinte anos. a freqüência destes subtipos varia do mais para o menos freqüente deste modo: Situacional. Ter uma fobia de um subtipo específico tende a aumentar a probabilidade de ter outra fobia do mesmo subtipo (por exemplo. Tipo Animal e Ambiente Natura 1). Tipo Animal.de cobras não receberá o diagnóstico de Fobia Específica se viver numa área onde não há cobras. Estes estímulos podem incluir o medo e o evitamento de situações que possam conduzir a asfixia. elevadores. Tipo Ambiente Natural. Subtipos Na Fobia Específica podem ser especificados os seguintes subtipos para indicar o foco do medo ou do evitamento (por exemplo. vômito ou contrair doenças. Sangue-Injecções-Ferimentos e Animais. não restringir as suas atividades pelo medo de cobras e não se sentir perturbada por ter medo de cobras. Ambiente Natural. padrão de agregação familiar e idade de início tem características semelhantes à Perturbação de Pânico com Agorafobia. Este subtipo deve ser especificado se o medo foi desencadeado por uma situação específica tal como transportes públicos. Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos. Este subtipo deve ser especificado se o medo foi desencadeado por outro estímulo.e um subtipo de Fobia Específica está presente. Fobia Específica. e os medos das crianças como de sons altos ou figuras mascaradas. o sujeito tem medo de cair se estiver afastado de paredes ou de outro meio de suporte físico). Tem geralmente início na infância. Este subtipo deve ser especificado se o medo foi desencadeado pela visão de sangue. fobia do "espaço" (isto é. por levar uma injeção ou qualquer outro procedimento invasivo. Nas clínicas de adultos. Tipo Animal). Quando se aplica mais de um subtipo. Em relação à distribuição por sexos. alturas ou água. As crianças não reconhecem os seus medos como excessivos ou irracionais e raramente relatam mal-estar por terem fobias. O diagnóstico de Fobia Específica não é justificado a não ser que os medos conduzam a uma deficiência clinicamente significativa (por exemplo. varia com a cultura e a etnicidade. o que contrasta com a aceleração habitual do ritmo cardíaco nas outras Fobias Específicas. as Fobias Específicas do Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos podem ter efeitos negativos na saúde física ou dental. Idade e Gênero O conteúdo das fobias. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. Os medos de animais e de outras situações do ambiente natural são particularmente comuns e são em regra transitórios na infância. Por exemplo. Características Especificas da Cultura. A resposta fisiológica é caracterizada por uma breve aceleração inicial do ritmo cardíaco seguida de uma desaceleração e de uma diminuição de pressão arterial. As Fobias Específicas frequentemente co-ocorrem com outras Perturbações da Ansiedade mas raramente são o foco da atenção clínica nessas situações. . aproximadamente 75% destes sujeitos relatam uma história de desmaio nessas situações.Perturbações mentais e características descritivas associadas. Uma resposta vasovagal de desmaio é característica das Fobias Específicas do Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos. De igual modo. o medo de asfixia pode ter um efeito pernicioso na saúde se a alimentação se limitar a substâncias fáceis de engolir ou quando a ingestão de medicação oral é evitada. assim como a sua prevalência. uma promoção profissional pode ser ameaçada pelo evitamento de viajar de avião e as atividades sociais podem ser restringidas por medos de locais com muita gente ou de espaços fechados. medo de espíritos ou de magia estão presentes em muitas culturas e devem ser considerados Fobias Específicas somente quando o medo é excessivo no contexto dessa cultura e causa deficiência ou mal-estar significativos. Por exemplo. A Fobia Específica pode provocar interferências ou restrições no estilo de vida em determinadas ocupações. porque o sujeito pode evitar obter os cuidados médicos necessários. birras. Por exemplo. incapacidade de ir para a escola com medo de encontrar um cão na estrada). imobilidade ou pelo comportamento de procurar estar sempre perto de um adulto significativo. É particularmente freqüente a co-ocorrência entre as Fobias Específicas e a Perturbação de Pânico com Agorafobia. Determinados estados físicos gerais podem ser exacerbados como conseqüência do evitamento fóbico. A Fobia Específica está habitualmente associada com menos mal-estar ou menos interferência no funcionamento que o diagnóstico principal co-mórbido. Em crianças. a ansiedade pode ser expressa por choro. Aproximadamente 75% a 90% dos sujeitos com Tipo Animais e Ambiente Natural são mulheres (exceto para o medo das alturas. aproximadamente 75%o-90% dos sujeitos com o Tipo Situacional são mulheres. com taxas ao longo da vida que variam de 10% a 13%. raramente resultam em mal-estar ou deficiência suficientes para justificar o diagnóstico de Fobia Específica. Os fatores predisponentes para o desencadeamento das Fobias Específicas incluem os acontecimentos traumáticos (tais como ser atacado por um animal ou ficar fechado num espaço reduzido). Prevalência Apesar de as fobias serem comuns na população em geral. que habitualmente se segue a um incidente de quase asfixia. observar outros expostos à situação traumática ou demonstrando medo (tais como observação de outros a cair de um ponto alto ou a reagir com medo na presença de certos animais) e transmissão por informação (por exemplo. onde a percentagem das mulheres é de 55%-70%). A idade de início para Fobia Específica de Tipo Situacional tende para uma distribuição bimodal com um pico na infância e um segundo pico no meio da década dos vinte anos. Em amostras da comunidade. A prevalência pode variar dependendo do limiar utilizado para determinar a deterioração ou o mal-estar e do tipo de fobias inquiridas. Os objetos ou situações temidas tendem a envolver situações que podem na realidade representar uma ameaça ou que representaram uma ameaça em alguma altura da evolução humana. De igual modo. Ataques de Pânico inesperados na situação que irá ser temida. Aproximadamente 55%-70% dos sujeitos com o Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos são mulheres. As Fobias Específicas de Tipo Ambiente Natural (por exemplo. fobia das alturas) tendem a ter o seu início primariamente na infância. As fobias de origem traumática não têm uma idade de início característica (por exemplo. apesar de muitos casos novos de fobia das alturas se desenvolveram no início da idade adulta. avisos parentais repetidos acerca dos perigos que certos animais representam ou pela cobertura dos meios de comunicação social dos desastres de aviação). pode desenvolver-se em . Evolução A idade média de início varia de acordo com o tipo de Fobia Específica. As fobias que resultaram de acontecimentos traumáticos ou Ataques de Pânico inesperados tendem a ser particularmente agudas no seu desenvolvimento. o medo de sufocar.A taxa entre os sexos varia de acordo com os diferentes tipos de Fobias Específicas. a prevalência relatada ao longo de um ano é de aproximadamente 9%. De um modo típico. os sujeitos com Fobia Específica. por Ataques de Pânico inesperados e pelo subseqüente evitamento de múltiplas situações que são avaliadas como possíveis desencadeadores de Ataques de Pânico. Tipo Situacional. e familiares biológicos em primeiro grau de pessoas com Fobias Específicas de Tipo Situacional é provável que tenham fobias de situações. Alguns quadros clínicos situam-se entre estes dois modos típicos e requerem julgamento clínico na seleção do diagnóstico mais apropriada. a antecipação ansiosa generalizada pode acontecer quando os encontros com os estímulos fóbicos se tornam mais prováveis (por exemplo. quando uma pessoa que tem medo de voar é forçada pelas circunstâncias a viajar de avião). ao contrário dos sujeitos com Perturbação de Pânico com Agorafobia. no seu início. Diagnóstico Diferencial As Fobias Específicas diferem da maioria das outras Perturbações da Ansiedade nos níveis de ansiedade intercorrente. Padrão Familiar Evidência preliminar sugere que pode existir uma agregação dentro das famílias por tipo de fobia (por exemplo. Contudo. um sujeito que previamente não temia ou evitava elevadores tem um Ataque de Pânico num elevador e começa a . da Perturbação de Pânico com Agorafobia pode ser particularmente difícil porque ambas as perturbações podem incluir Ataques de Pânico e evitamento de tipos de situações semelhantes (por exemplo. A diferenciação da Fobia Específica. Os medos de sangue e ferimentos têm um padrão de agregação familiar particularmente forte. De modo típico. a Perturbação de Pânico com Agorafobia é caracterizada. O modo típico da Fobia Específica de Tipo Situacional é caracterizado pelo evitamento de situações na ausência de Ataques de Pânico inesperados recorrentes. porque o seu medo é limitado a um conjunto específico e circunscrito de objetos ou situações. o tipo e o número de Ataques de Pânico. quando uma pessoa com medo de cobras se muda para uma área deserta onde a presença de cobras é freqüente) ou quando os acontecimentos de vida forçam a um confronto imediato com um estímulo fóbico (por exemplo. é provável que os familiares biológicos em primeiro grau de pessoas com Fobias Específicas de Tipo Animais tenham fobias de animais. Quatro fatores podem ajudar neste julgamento: o foco do medo.praticamente todas as idades). apesar de não serem necessariamente do mesmo animal. conduzir. o número de situações evitadas e o nível de ansiedade intercorrente. viajar de avião. transportes públicos e espaços fechados). Por exemplo. As fobias que persistem até à idade adulta raramente têm remissões espontâneas (aproximadamente 20% dos casos). não se apresentam com ansiedade global. as crianças com Perturbação por Ansiedade de Separação têm frequentemente associados medos exagerados de pessoas ou acontecimentos (por exemplo. desastres de avião) que possam ameaçar a integridade da família. Na Perturbação Obsessivo-Compulsiva o evitamento está associado com o conteúdo da obsessão (por exemplo. Por exemplo. enquanto o evitamento fóbico adicional de viajar de avião. sujidade. Diagnósticos paralelos de Fobia Específica e de Perturbação de Pânico com Agorafobia são por vezes adequados. Fobia Específica e Fobia Social podem ser diferenciadas tendo por base o foco dos medos. Nestes casos. o evitamento na Perturbação Pós-Stress Traumático é conseqüente a um agente estressor ameaçador da vida e é acompanhado por características adicionais (por exemplo. então o diagnóstico apropriado deve ser Perturbação de Pânico sem Agorafobia. contaminação). Fobia Social) ou preocupações acerca de asfixia (isto é. evitar estar só devido à preocupação de poder ter um Ataque de Pânico inesperado torna legítimo o diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia (se os outros critérios são preenchidos). contudo. acidentes de carro. ladrões. tomar em consideração o foco das preocupações individuais acerca da situação fóbica pode ajudar. o reexperienciar do trauma e o embotamento do afeto).temer ir para o trabalho porque tem necessidade de subir de elevador para o seu escritório que fica no 24=' andar. Para além disto. se provocada por preocupações acerca das más condições do tempo e de poder ter um desastre. Além disso. o sujeito experimenta Ataques de Pânico inesperados noutras situações e começa a evitar ou a permanecer com sofrimento noutras situações devido a medo de ter um Ataque de Pânico. mesmo quando não existe antecipação de exposição à situação fóbica. Por exemplo. raptores. Se este sujeito subsequentemente tem Ataques de Pânico apenas em elevadores (mesmo que o foco do medo seja nos Ataques de Pânico). evitar comer num restaurante pode basear-se em preocupações acerca da avaliação negativa dos outros (isto é. então deve ser feito o diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia. Em contraste com o evitamento na Fobia Específica. Se. então o diagnóstico de Fobia Específica pode ser apropriado. suporta igualmente o diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia. Se o sujeito tem Ataques de Pânico inesperados adicionais noutras situações mas não desenvolve evitamento adicional ou enfrentamento com sofrimento dessas situações. o diagnóstico de Fobia Específica não é feito se o comportamento de evitamento está exclusivamente limitado aos medos de separação das pessoas a quem o sujeito está vinculado. Em sujeitos com Perturbação por Ansiedade de Separação. a presença de apreensão global acerca de ter um Ataque de Pânico. O diagnóstico separado de fobia específica raramente será legítimo. . tornam legítimo o diagnóstico adicional de Fobia Específica. Fobia Específica). educacional ou ocupacional ou mal-estar associado por ter a fobia. enquanto sujeitos com uma Fobia Específica têm medo de contrair a doença (mas não acreditam que ela já esteja presente). × Critérios de diagnóstico para F40. A pessoa reconhece que o medo é excessivo ou irracional. que pode ter a forma de um Ataque de Pânico situacional ou situacionalmente provável. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Fobia Específica requerem sintomas de ansiedade autônomos e especifica que pelo menos dois sintomas de ansiedade (dos mesmos 14 sintomas listados para o pânico) devem encontrar-se presentes simultaneamente. a não ser que exista uma interferência significativa com o funcionamento social. a ICD-10 especifica que os sintomas de ansiedade devem ser "limitados a situações de medo ou contemplação de situações temidas". Nota: em crianças a ansiedade pode ser expressa por choros. B. alturas. Um sujeito com Esquizofrenia ou outra Perturbação Psicótica pode evitar certas atividades em resposta às idéias delirantes. Em sujeitos com Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa o diagnóstico de Fobia Específica não é feito se o comportamento de evitamento está exclusivamente limitado ao evitamento do comer ou de estímulos relacionados com o comer. D. levar uma injeção. Nota: em crianças esta característica pode estar ausente. imobilidade ou pelo comportamento de procurar estar sempre perto de um adulto significativo. evitamento de situações que possam conduzir a contrair uma doença) depende da presença ou ausência da convicção da doença. Medo acentuado e persistente que é excessivo ou irracional. C. mas não reconhece que o medo é excessivo ou irracional. A(s) situação(ões) fóbica(s) é(são) evitada(s) ou enfrentada(s) com . desencadeado pela presença ou antecipação de um objeto ou situação específica (por exemplo. animais. birras.A diferenciação entre Hipocondria e Fobia Específica de Outro Tipo (isto é.29] A. Além disso. ver sangue). mas não legitimam o diagnóstico de Fobia Específica. Os medos são muito comuns. particularmente na infância. A exposição ao estímulo fóbico provoca quase sempre invariavelmente uma resposta ansiosa imediata. viajar de avião.2 Fobia Específica [300. Sujeitos com Hipocondria estão preocupados com medo de ter uma doença. espaços fechados) Tipo Outro (por exemplo. Fobia Social (por exemplo. Muito frequentemente. evitamento da escola). elevadores. F40. Perturbação Pós-Estresse Traumático (por exemplo. isto pode não acontecer com as crianças. evitamento de sons altos ou figuras mascaradas). água) Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos Tipo Situacional (por exemplo. Em sujeitos com idade inferior a 18 anos. Especifique o tipo: Tipo Animais Tipo Ambiente Natural (por exemplo. O evitamento. F. vômito ou contrair doenças. Perturbação por Ansiedade de Separação (por exemplo. evitamento de situações sociais devido a medo do embaraço) Perturbação de Pânico com Agorafobia ou Agorafobia sem Histeria de Perturbação de Pânico. antecipação ansiosa ou mal-estar na(s) situação(ões) temida(s) interfere significativamente com as rotinas normais da pessoa. tempestades. funcionamento ocupacional (ou acadêmico). em crianças. alturas. evitamento de estímulos associados com um estressor intenso).A ansiedade. a situação social ou de desempenho é evitada. apesar . A exposição às situações sociais ou de desempenho provoca quase sempre invariavelmente uma resposta ansiosa imediata (Critério B).23] (Perturbação por Ansiedade Social) Características do Diagnóstico A característica essencial da Fobia Social é o medo claro e persistente de situações sociais ou de desempenho nas quais o embaraço possa ocorrer (Critério A). tal como Perturbação Obsessivo-Compulsiva (por exemplo. evitamento fóbico de situações que possam levar a asfixia. medo da sujidade em alguém com uma obsessão acerca da contaminação).1 Fobia Social [300. Esta resposta pode ter a forma de Ataques de Pânico situacionais ou situacionalmente prováveis (ver p. E. G. Apesar de os adolescentes e os adultos com esta perturbação reconhecerem que o seu medo é excessivo ou irracional (Critério C). 404). aviões.intensa ansiedade ou mal-estar. relacionamentos ou atividades sociais ou mal-estar acentuado por ter a fobia. a duração é pelo menos de seis meses. os Ataques de Pânico ou o evitamento fóbico associado com a situação ou objeto específico não são mais bem explicados por outra perturbação mental. Nas situações sociais ou de desempenho temidas. confusão) nas situações sociais temidas. Perturbação Dismórfica Corporal. diarréia. Para além disso. tensão muscular. funcionamento ocupacional. 405). tremores. Se outra perturbação mental ou estado físico geral estiver presente (por exemplo. preocupar- . doença de Parkinson. medo ou antecipação ansiosa do confronto com a situação social ou de desempenho interferir significativamente com a rotina diária da pessoa. De modo menos comum força-se ao confronto com a situação social ou de desempenho. e. Em sujeitos com menos de 18 anos. Corar pode ser o sintoma mais típico da Fobia Social. para um sujeito que evita comer em público devido à convicção de que pode estar a ser observado pela polícia e que não reconhece este medo como excessivo e irracional. Perturbação de Pânico. as situações temidas. apesar de isto não ser sempre verdade com as crianças. desconforto gastrintestinal. os sintomas podem preencher os critérios para Ataques de Pânico (ver p. suores. o medo ou evitamento não estão limitados às preocupações acerca do seu impacte social (Critério H). "loucos" ou estúpidos. Pode igualmente ocorrer forte ansiedade antecipatória muito antes do confronto com as situações públicas ou sociais (por exemplo. o diagnóstico não deve ser feito se o medo é racional. os sujeitos com Fobia Social têm preocupações a propósito do embaraço e têm medo que os outros os julguem como ansiosos. O sujeito com Fobia Social evita. beber ou escrever em público devido ao medo de ficarem embaraçados por os outros verem as suas mãos a tremer. palpitações. O medo ou o evitamento não são provocados por efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de um estado físico geral e não são mais bem explicados por outra perturbação mental (por exemplo. deve ser feito o diagnóstico de Perturbação Delirante. Perturbação de Ansiedade de Separação. Perturbação Global do Desenvolvimento ou Perturbação Esquizotípica da Personalidade) (Critério G). O diagnóstico é apropriado somente se o evitamento.de por vezes ser enfrentada com sofrimento (Critério D). vida social ou se a pessoa está claramente perturbada por ter a fobia (Critério E). ou podem sentir uma ansiedade extrema ao conversar com outras pessoas com medo de não se conseguirem expressar bem. em casos mais intensos. de modo típico. mas experimenta uma ansiedade intensa. Os sujeitos com Fobia Social experimentam quase sempre sintomas de ansiedade (por exemplo. Gaguez. em vez de Fobia Social. medo de lhe serem feitas perguntas na aula quando não está preparado). Os adultos com Fobia Social reconhecem que o medo é excessivo ou irracional. Podem evitar comer. Podem ter medo de falar em público devido à preocupação de que os outros notem os seus tremores nas mãos ou na voz. Por exemplo. dado o contexto do estímulo (por exemplo. Anorexia Nervosa). os sintomas têm de ter uma duração de pelo menos seis meses para a Fobia Social ser diagnosticada (Critério F). fracos. rubor. comer em frente a rapazes e depois voltar ao seu comportamento habitual). As . participar em pequenos grupos. funcionamento ocupacional ou acadêmico. ir a festas). uma rapariga adolescente pode evitar. Especificador Generalizada.se todos os dias durante algumas semanas antes de ir a um acontecimento social). Medos de ficar embaraçado em situações sociais são comuns. assim como aqueles que têm medo de várias situações sociais. ou a pessoa experimenta claro mal-estar por ter a fobia. Evitamento e ansiedade social transitórios são especialmente comuns na infância e adolescência (por exemplo. habitualmente têm medo das situações de desempenho público e das situações de interação social. Pode existir um ciclo vicioso entre a ansiedade antecipatória que conduz aos sintomas e cognições ansiosas nas situações temidas que por sua vez levam ao embaraço e ansiedade antecipatória aumentada acerca das situações temidas e assim sucessivamente. O medo e o evitamento devem interferir significativamente com as rotinas normais da pessoa. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Nos sujeitos com menos de 18 anos. mas não da maioria delas. mas o grau de mal-estar ou de deficiência não é habitualmente suficiente para legitimar o diagnóstico de Fobia Social. Como os sujeitos com Fobia Social frequentemente não relatam espontaneamente toda a gama dos seus medos sociais. Os sujeitos com Fobia Social. só os sintomas que persistem pelo menos durante seis meses é que se qualificam para o diagnóstico de Fobia Social. Os indivíduos cujas manifestações clínicas não se adequam à definição de Generalizada compõem um grupo heterogêneo de pessoas que têm medo de uma situação de desempenho. durante um curto período de tempo. têm uma maior probabilidade de manifestar déficits nas aptidões sociais e apresentar uma deficiência social e profissional mais intensa. uma pessoa que tem medo de falar em público não recebe o diagnóstico de Fobia Social se esta atividade não é encontrada de modo rotineiro no trabalho ou na escola e a pessoa não é particularmente perturbada por isso. Os sujeitos com Fobia Social. marcar encontros. falar com superiores. Por exemplo. Generalizada. Este especificador pode ser utilizado quando os medos se relacionam com a maioria das situações sociais (por exemplo. Generalizada. é útil para o clínico rever com o sujeito uma lista das situações sociais e de desempenho. ou relacionamentos ou atividades sociais. iniciar ou manter conversações. Generalizada. se no desemprego. serem incapazes de marcar encontros ou serem apenas capazes de estar com a sua família de origem. Nos casos mais perturbados. Podem ter um mau desempenho profissional devido a ansiedade ou evitar falar em grupos. Os sujeitos com Fobia Social temem de igual modo. Os sujeitos com Fobia Social têm frequentemente baixo aproveitamento escolar provocado pela ansiedade aos exames ou evitamento da participação na turma. Dados laboratoriais associados. Em amostras clínicas a Perturbação Evitante da Personalidade está frequentemente presente nos sujeitos com Fobia Social. Em certas culturas (por exemplo. Perturbações do Humor. Os sujeitos com Fobia Social. incapacidade de olhar nos olhos) ou sinais observáveis de ansiedade (por exemplo. dificuldades em ser afirmativo.características associadas à Fobia Social incluem a hipersensibilidade à crítica. a avaliação indireta de outros. o contacto visual ou o odor corporal sejam ofensivos . Podem manifestar déficits nas aptidões sociais (por exemplo. Idade e Gênero A apresentação clínica e a resultante deficiência pode diferir nas diversas culturas dependendo das exigências sociais. Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico. e baixa auto-estima ou sentimentos de inferioridade. avaliação negativa ou rejeição. apesar de nenhum destes resultados ser considerado como importante para estabelecer o diagnóstico destas perturbações. como por exemplo fazer um teste. Perturbação Obsessivo-Compulsiva. voz trêmula). frequentemente. mãos frias e úmidas. Estes medos podem tomar a forma de ansiedade extrema em que o corar. Japão e Coréia). A Fobia Social pode estar associada com a Perturbação de Pânico com Agorafobia. As pessoas com Fobia Social têm frequentemente redes de suporte social diminuídas e menor probabilidade de estabelecer um relacionamento conjugal. Características Especificas da Cultura. os sujeitos com Fobia Social podem desenvolver medos excessivos e persistentes de ofender outros em situações sociais. Perturbações Relacionadas com Substâncias e Perturbação de Somatização e habitualmente precede estas perturbações. Este dado apóia a diferenciação da Fobia Social da Perturbação de Pânico. em público ou a superiores e colegas. não terem amigos ou não se conseguirem desligar de relacionamentos insatisfatórios. comparados com os sujeitos com Perturbação de Pânico. estes sujeitos podem desistir da escola e. têm uma probabilidade menor de desenvolver um Ataque de Pânico em resposta à infusão do lactato de sódio ou à inalação do dióxido do carbono. serem incapazes de procurar outro trabalho devido à dificuldade de se submeterem a entrevistas. em vez de medo de ficarem embaraçados. a perturbação pode levar a diminuições no desempenho social e acadêmico. as birras. Ao contrário dos adultos. recusando participar em brincadeiras de grupo. a vasta maioria das pessoas com Fobia Social têm medo de mais de um tipo de situação social. quando o início é na adolescência. Esta prevalência pode variar dependendo do limiar para determinar o mal-estar ou deficiência e o número de tipos de situações sociais especificamente inquiridas. Para efetuar o diagnóstico em crianças deve existir evidência da capacidade para estabelecer relacionamentos com pessoas familiares ou conhecidas e a ansiedade social deve ocorrer com os colegas e não apenas nas interações com os adultos. e a inibição nas interações. ficando na periferia das atividades sociais e tentando estar perto dos adultos familiares. As crianças muito novas podem parecer excessivamente tímidas em situações sociais pouco familiares. as crianças com Fobia Social habitualmente não têm a opção de evitar as situações temidas e podem não ser capazes de identificar a natureza da sua ansiedade. Num estudo. Os estudos epidemiológicos baseados na comunidade sugerem que a Fobia Social é mais comum nas mulheres que nos homens. a deficiência nas crianças leva à incapacidade em conseguir o nível de funcionamento esperado. ou utilizar uma casa de banho pública) parecem ser menos comuns.para os outros (taijin kyofusho no Japão). podem estar presentes. Como a perturbação tem um início precoce e uma evolução crônica. Pode existir uma diminuição no desempenho escolar. enquanto menos de metade tem medo de falar com estranhos ou de ter encontros com pessoas que não conhecem. recusa em ir à escola ou evitamento das atividades sociais apropriadas para a idade e incapacidade para marcar encontros. ambos os sexos estão igualmente representados ou a maioria são homens. a imobilidade ou o comportamento de procurar estar sempre perto de um adulto significativo. A Fobia Social raramente é motivo para internamento. Prevalência Os estudos epidemiológicos baseados na comunidade relataram uma prevalência ao longo da vida da Fobia Social que varia de 3% a 13%. mas somente 2% pareciam experimentar suficiente mal-estar ou deficiência para legitimar o diagnóstico de Fobia Social. 20% descreveram medo excessivo de desempenhar ou falar em público. Nas amostras clínicas. Em crianças o choro. Na maioria das amostras clínicas. receosas do contacto com os outros. que pode ir até ao mutismo. Nas clínicas de ambulatório as taxas de Fobia Social . em vez do declínio do nível ótimo de funcionamento. Ao contrário. Na população em geral. Outros medos de desempenho (por exemplo. comer. a maioria dos sujeitos com Fobia Social tem medo de falar em público. beber ou escrever em público. A intensidade da deficiência pode flutuar com as exigências ou acontecimentos de vida estressores. A evolução da Fobia Social é frequentemente contínua. estes podem ter a forma de Ataques de Pânico situacionais ou situacionalmente prováveis (por exemplo.variam de 10% a 20% em sujeitos com Perturbações da Ansiedade. O início pode seguir-se abruptamente a uma experiência estressante ou humilhante ou pode ser insidioso. Padrão Familiar A Fobia Social parece ocorrer mais frequentemente em familiares biológicos em primeiro grau dos que têm a perturbação comparados com a população em geral Diagnóstico Diferencial Os sujeitos com Ataques de Pânico e evitamento social apresentam problemas potencialmente difíceis de resolver para se efetuar o diagnóstico. mas estas taxas variam de clínica para clínica. por vezes emergindo de uma história infantil de inibição social e timidez. Quando ocorrem Ataques de Pânico. Por exemplo. a Perturbação de Pânico é caracterizada por Ataques de Pânico inesperados recorrentes que não são limitados às situações sociais. a pessoa com medo do embaraço ao falar em público experimenta Ataques de Pânico desencadeados somente por falar em público ou outras situações sociais). a Perturbação de Pânico com Agorafobia é caracterizada no seu início por Ataques de Pânico inesperados e pelo subseqüente evitamento de múltiplas situações avaliadas como possíveis desencadeadoras de Ataques de Pânico. a Fobia Social pode diminuir depois de uma pessoa com medo de marcar encontros casar e reemergir depois da morte do cônjuge. Apesar de na Perturbação de Pânico as situações sociais poderem ser evitadas devido ao medo de ser observado ao ter um Ataque de Pânico. mas frequentemente dura a vida inteira. A promoção no emprego para uma posição que exija falar em público pode resultar na emergência da Fobia Social em alguém que previamente nunca necessitou de falar em público. Alguns indivíduos descrevem um início precoce na infância. De modo típico. a Fobia Social é caracterizada pelo evitamento de situações sociais na ausência de Ataques de Pânico inesperados e recorrentes. A perturbação pode ter a intensidade atenuada ou remitir durante a idade adulta. De modo típico. e o diagnóstico de Fobia Social não deve ser feito quando o único medo social é o de ser observado a ter um Ataque de Pânico. Evolução A Fobia Social tem de ter habitualmente o seu início no meio da primeira década. Alguns quadros clínicos apresentam-se entre estes dois modos . A pessoa com Fobia Social. viajar de autocarro. As situações evitadas na Fobia Social limitam-se àquelas que envolvem o possível escrutínio por outras pessoas. Se forem preenchidos os critérios para Fobia Social e Perturbação de Pânico. Por exemplo. enquanto os sujeitos com Fobia Social podem ter uma ansiedade antecipatória forte mas não costumam ter de modo característico Ataques de Pânico quando estão sós. Se esse sujeito tem apenas subsequentemente Ataques de Pânico em situações sociais de desempenho (mesmo que o foco do medo seja o pânico). contudo.e um dos pais quando já não é apropriado. o sujeito continua a experimentar Ataques de Pânico inesperados. O evitamento de situações devido ao medo de possível humilhação é muito proeminente na Fobia Social. sente-se observada com ou sem um companheiro e pode sentir-se menos ansiosa sem a sobrecarga adicional da observação do companheiro. comboio. Se.a necessidade da presença d. As crianças com Perturbação de Ansiedade de Separação podem evitar situações sociais com medo da separação das suas figuras de vínculo. As crianças com Perturbação de Ansiedade de Separação sentem-se habitualmente confortáveis em situações sociais na sua própria casa. enquanto os sujeitos com Fobia Social mostram sinais de desconforto mesmo quando . Nestas situações. ou preocupações acerca d. ambos os diagnósticos devem ser feitos. estar só em casa ou fora de casa. um sujeito que tem tido ao longo da vida medo e evitamento da maioria das situações sociais (Fobia Social) e desenvolve posteriormente Ataques de Pânico em situações não sociais e uma variedade de comportamentos de evitamento adicional (Perturbação de Pânico com Agorafobia). o diagnóstico separação de Fobia Social não é geralmente adequado. então o diagnóstico de Perturbação de Pânico com Agorafobia deve ser feito. automóvel ou avião). De modo típico. O papel de um companheiro pode igualmente ajudar a distinguir a Fobia Social da Agorafobia (com ou sem Perturbação de Pânico). mas ocorre por vezes igualmente na Perturbação de Pânico com Agorafobia e a Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico. um sujeito que não tenha previamente medo de falar em público tem um Ataque de Pânico ao falar para uma audiência e começa a ter medo de fazer essas apresentações. os sujeitos com evitamento agorafóbico preferem estar com um companheiro de confiança quando se encontram numa situação temida.típicos e requerem julgamento clínico na seleção do diagnóstico mais apropriado. Os medos na Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico envolvem um conjunto de situações características que podem ou não implicar o escrutínio de outros (por exemplo. que tem medo de lojas com muita gente. Por exemplo. passar uma ponte ou estar num elevador. o diagnóstico de Fobia Social é apropriado. preocupações acerca de se poderem sentir embaraçadas por necessitarem de sair prematuramente e retornarem a casa. Se o evitamento social é clinicamente significativo. estrabismo ou cicatrizes faciais). tem de ter pelo menos um relacionamento social apropriado para a idade com alguém fora da família imediata (por exemplo. Apesar de o medo da humilhação ou do embaraço poder estar presente na Perturbação de Ansiedade Generalizada ou Fobia Específica (por exemplo. por convenção. o diagnóstico separado de . comportamento anormal na Anorexia Nervosa. Generalizada. A Perturbação Evitante da Personalidade partilha um conjunto de características com a Fobia Social e parece sobrepor-se em grande parte com a Fobia Social. Esquizofrenia. A ansiedade social e o evitamento de situações sociais são características associadas de muitas outras perturbações mentais (por exemplo. Perturbação Depressiva Major. Contudo. Em contraste. Se os sintomas de evitamento ou ansiedade social ocorrem somente durante a evolução de outra perturbação mental e são considerados como podendo ser mais bem explicados por essa perturbação. o diagnóstico adicional de Fobia Social não deve ser feito. para uma criança se qualificar para o diagnóstico de Fobia Social. Generalizada. mas estas ocorrem mesmo quando não estão a ser avaliadas pelos outros. se o evitamento e a ansiedade social se limitam às preocupações acerca de um estado físico geral ou perturbação mental. obesidade. Os sujeitos com Fobia Social podem ser vulneráveis a um aumento do evitamento e ansiedade social relacionadas com um estado físico geral ou perturbação mental com sintomas potencialmente embaraçadores (por exemplo. Na Perturbação Global do Desenvolvimento ou Perturbação Esquizóide da Personalidade as situações sociais são evitadas devido à falta de interesse no relacionamento com os outros sujeitos. De modo particular. Nos sujeitos com Fobia Social. a criança sente-se desconfortável em reuniões sociais com os seus pares e evita tais situações mas tem um interesse ativo num relacionamento com um amigo conhecido da mesma idade). Perturbação Dismórfica Corporal). tremores na doença de Parkinson. enquanto na Fobia Social é a potencial avaliação pelos outros a chave para a ansiedade. embaraço a propósito do desmaio quando é tirado sangue).as situações sociais ocorrem em casa. Perturbação Distímica. este não é o foco principal do medo ou da ansiedade. o diagnóstico adicional de Perturbação Evitante da Personalidade deve ser considerado. As crianças com Perturbação de Ansiedade Generalizada têm preocupações excessivas acerca da qualidade do seu desempenho. os sujeitos com Fobia Social têm capacidade para e página 427 interesse nos relacionamentos com as pessoas que conhecem. o diagnóstico de Fobia Social não deve ser feito. a ansiedade pode ser expressa por choros. medo de vomitar e urgência ou medo de urinar ou defecar. medo de representar e timidez em situações sociais que implicam pessoas desconhecidas são comuns e não devem ser diagnosticados como Fobia Social a não ser que a ansiedade ou o evitamento conduzam a uma deficiência clinicamente significativa ou a um claro mal-estar. As crianças exibem vulgarmente ansiedade social. Nota: em crianças esta característica pode estar ausente. A pessoa reconhece que o medo é excessivo ou irracional. situações de medo ou contemplação de situações de medo". × Critérios de diagnóstico para F40. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Fobia Social requerem sintomas de ansiedade autônomos e especificam que pelo menos dois sintomas de ansiedade (dos mesmos 14 sintomas listados para o pânico) devem encontrar-se presentes pelo menos uma vez juntamente com pelo menos um dos seguintes sintomas de ansiedade: corar ou tremer. A exposição à situação social temida provoca quase sempre ansiedade. que pode ter a forma de um Ataque de Pânico situacional ou situacionalmente provável. O sujeito teme poder vir a comportar-se (ou mostrar sinais de ansiedade) de modo humilhante ou embaraçador. D. B. Nota em crianças. C. imobilidade ou receio nas situações sociais com pessoas desconhecidas. estes sintomas de ansiedade devem ser "limitados a. Além disso. O diagnóstico de Fobia Social não deve ser feito em crianças a não ser que a ansiedade social também seja evidente com as crianças da sua idade e persista pelo menos durante 6 meses. birras. Ansiedade de desempenho. particularmente quando interagem com adultos desconhecidos. tem de existir evidência da capacidade para estabelecer relações sociais apropriadas para a idade com pessoas conhecidas e a ansiedade deve ocorrer com as crianças da sua idade e não somente nas interações com adultos. Nota: em crianças. A(s) situação(ções) fóbica(s) é(são) evitada(s) ou enfrentada(s) com intensa ansiedade ou mal-estar. ou predominarem em.23] A.Perturbação da Ansiedade sem Outra Especificação pode ser feito. Medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais e de desempenho nas quais o sujeito está exposto a pessoas desconhecidas ou à possível observação de outras.1 Fobia Social [300. . H. Perturbação Global do Desenvolvimento ou Perturbação Esquizóide da Personalidade). de tremer na doença de Parkinson ou de exibir um comportamento alimentar anormal na Anorexia ou Bulimia Nervosa. Se estiver presente outra perturbação do Eixo I. G. funcionamento ocupacional (ou acadêmico). Perturbação Dismórfica Corporal. Especifique se: Generalizada: se os medos incluem todas as situações (considere igualmente o diagnóstico adicional de perturbação evitante de personalidade) F12. medicação) ou um estado físico geral e não são mais bem explicados por outra perturbação mental (por exemplo. Nalgum momento durante a evolução da perturbação.3] Características de Diagnóstico As características essenciais da perturbação Obsessivo-Compulsiva são as obsessões recorrentes ou as compulsões (critério A) que são suficientemente intensas para serem consumidoras de tempo (isto é. Perturbação de Pânico com e sem Agorafobia. A perturbação não é provocada por um efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. Obsessões são idéias persistentes. pensamentos. o medo não é de Gaguejar.E. a pessoa reconheceu que as obsessões ou as compulsões são excessivas ou irracionais (Critério B). o conteúdo das obsessões ou compulsões não está relacionado com ela (Critério D). o medo do critério A não está relacionado com ele. a duração é pelo menos de seis meses.8 Perturbação Obsessivo-Compulsiva [300. O evitamento. medicação) ou um estado físico geral (Critério E). por exemplo. Se um estado físico geral ou outra perturbação mental estiverem presentes. Perturbação de Ansiedade de Separação. F. Em sujeitos com idade inferior a 18 anos. ocupam mais de uma hora por dia) ou causam forte mal-estar ou deficiência significativa (Critério C). impulsos ou imagens . antecipação ansiosa ou mal-estar na(s) situação(ões) sociais ou de desempenho interferem significativamente com as rotinas normais da pessoa. abuso de drogas. relacionamentos ou atividades sociais ou mal-estar acentuado por ter a fobia. abuso de drogas. O medo ou o evitamento não são provocados por efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. de modo crescente e decrescente. repetir palavras mentalmente). dúvidas repetidas (por exemplo. o sujeito é capaz de reconhecer que o conteúdo das suas obsessões é produto da sua mente e não lhe é imposto exteriormente (como na inserção de pensamentos). ordenações de objetos. O sujeito com obsessões habitualmente tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos ou impulsos ou neutralizá-los com outros pensamentos ou ações (isto é. um sujeito importunado por dúvidas a propósito de ter ou não desligado o fogão tenta neutralizar isso verificando repetidamente o fogão para ter a certeza que o desligou. cujo objetivo é evitar ou reduzir a ansiedade ou o mal-estar e não criar prazer ou gratificação. ferir o seu próprio filho ou gritar uma obscenidade na igreja) e imagens sexuais (por exemplo. tal como ter ferido alguém num acidente de viação ou ter deixado a porta da rua sem ser fechada). Em alguns casos. Por exemplo. uma imagem pornográfica recorrente). verificações). no trabalho ou na escola) e é pouco provável que estejam relacionados com problemas da vida real. cem vezes. lavagens das mãos. sempre que a blasfêmia ocorre. As obsessões mais comuns são pensamentos repetidos acerca da contaminação (por exemplo. sujeitos com obsessão de contaminação podem diminuir o seu mal-estar lavando as mãos até estas ficarem em carne viva. Por exemplo. tais como problemas financeiros. preocupações acerca das dificuldades do dia-a-dia. contar. fora do seu controlo e que é um tipo de pensamento que esperaria não ter. rezar. sujeitos perturbados por pensamentos não desejados relacionados com blasfêmias podem contar até dez. estes sujeitos executam atos estereotipados e rígidos de acordo com regras elaboradas idiossincraticamente sem serem capazes de indicar porque é que o . A qualidade intrusiva e inapropriada das obsessões tem sido referida como "egodistônica". impulsos horríveis ou agressivos (por exemplo. Os pensamentos. mal-estar intenso quando os objetos estão desordenados ou assimétricos). sujeitos perturbados pela obsessão de poderem ter deixado a porta da rua aberta podem ser compelidos a verificar repetidamente a fechadura da porta de poucos em poucos minutos. Isto indica o sentimento que o conteúdo da obsessão é estranho ao sujeito. compulsões). Na maioria dos casos a pessoa sente-se compelida a executar a compulsão para reduzir o mal-estar que acompanha a obsessão ou para evitar a situação temida. Contudo. necessidade de ter de fazer as coisas segundo uma ordem particular (por exemplo. pensar se executou ou não determinado ato. Compulsões são comportamentos repetitivos (por exemplo. ficar contaminado por apertar a mão). impulsos ou imagens não são simplesmente preocupações excessivas acerca de problemas da vida real (por exemplo.que são experimentados como intrusivos e inapropriados e que causam forte ansiedade ou mal-estar. ou atos mentais (por exemplo. existe uma grande diversidade no modo como é percebida a racionalidade das obsessões ou compulsões. As obsessões ou compulsões têm de causar um mal-estar claro. as compulsões ou são claramente excessivas ou não estão relacionadas de modo realista com o que pretendem neutralizar ou prevenir.estão a fazer. Por definição. Tal evitamento pode tornar-se extenso e restringir fortemente o funcionamento geral. As obsessões ou compulsões podem tomar o lugar de comportamentos úteis e satisfatórios e podem ser altamente disruptivas em relação ao funcionamento global. Esta condição não se aplica às crianças por poderem ter um desenvolvimento cognitivo insuficiente para efetuaram este julgamento. As compulsões mais comuns relacionam-se com lavagens e limpezas. Por definição. os adultos com uma Perturbação Obsessivo-Compulsiva reconheceram. ocuparem tempo (mais de uma hora por dia) ou interferirem de modo significativo com as rotinas normais do sujeito. o sujeito pode deixar de lhes resistir. frequentemente deterioram o desempenho em tarefas cognitivas que requerem concentração. Nas alturas em que o sujeito reconhece que as obsessões e compulsões são irracionais pode desejar ou tentar resistir-lhes. Quando um sujeito tenta resistir a uma compulsão pode sentir um aumento da ansiedade ou da tensão que é frequentemente aliviada quando cede à compulsão. verificações. (como por exemplo durante a consulta). o sujeito não reconhece que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais. Contudo. depois da experiência repetida de falhanço na resistência às obsessões ou compulsões. Por exemplo. Uma vez que as intrusões obsessivas resultam em distração. a pessoa pode reconhecer a compulsão de contaminação como irracional quando fala sobre ela numa "situação segura. durante algum período da perturbação. Especificador Com Fraco Insight. pedir ou exigir permissão. funcionamento ocupacional. . mesmo em adultos. repetir ações e ordenar objetos. durante a maior parte do tempo do episódio atual. mas não quando é forçada a mexer em dinheiro. Alguns sujeitos não têm a certeza da razoabilidade das suas obsessões ou compulsões e isto pode variar de acordo com as alturas e as situações. Para além disso. Durante o evolução da perturbação. que as obsessões ou as compulsões eram excessivas e irracionais. contagens. muitos sujeitos evitam objetos ou situações que provocam obsessões ou compulsões. tais como ler ou trabalhar no computador. Este especificador pode ser aplicado quando. ou mesmo deixar de sentir o desejo de lhes resistir e incorpora as compulsões nas suas rotinas diárias. atividades sociais habituais ou relacionamentos com os outros. dados de modo agudo. Existe evidência de que alguns agonistas da serotonina. outras Perturbações da Ansiedade (Fobia Específica. Entre 20% e 30% dos sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva descrevem tiques atuais ou passados. Por exemplo. A Perturbação Obsessivo-Compulsiva pode estar associada à Perturbação Depressiva Major. um sentimento patológico de responsabilidade e perturbações do sono. O desempenho das compulsões pode passar a ser a atividade fundamental da vida. Dados laboratoriais associados. um conjunto de dados laboratoriais foram assinalados como anormais em grupos de sujeitos com perturbação Obsessivo-Compulsiva em relação a sujeitos de controlo. Pode existir a utilização excessiva do álcool ou de sedativos. O evitamento generalizado pode deixar o sujeito completamente restringido à sua casa. Podem ser observados problemas dermatológicos provocados por lavagens excessivas ou agentes de limpeza. Existe frequentemente o evitamento de situações que implicam o conteúdo das obsessões. Existe uma elevada incidência da Perturbação ObsessivoCompulsiva em sujeitos com a Perturbação de La Tourette. Fobia Social. Características Especificas da Cultura. Perturbações do Comportamento Alimentar e Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade. Dados associados do exame somático e estados físicos gerais. conduzindo a limitações sérias nas esferas conjugais.Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. tais como a sujidade ou a contaminação. Idade e Gênero . A incidência da Perturbação de La Tourette na Perturbação Obsessivo-Compulsiva é baixa. uma pessoa com obsessões a propósito da sujidade pode evitar freqüentar casas de banho públicas ou apertar a mão a pessoas que não conhece. Perturbação de Pânico). Nenhum dado laboratorial foi identificado com relevância para o diagnóstico da Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Podem estar presentes sentimentos de culpa. com estimativas que variam de aproximadamente 35% a 50%. ocupacionais e sociais. As preocupações hipocondríacas são comuns. com estimativas que variam de 5% a 7%. A reatividade fisiológica diminui depois da execução das compulsões. causam um aumento dos sintomas nalguns sujeitos com a perturbação. hipnóticos ou de medicação ansiolítica. Contudo. com visitas repetidas a médicos para procurar tranqüilidade. Os indivíduos com a perturbação podem exibir atividade autonômica aumentada quando confrontados no laboratório com as circunstâncias que desencadeiam a obsessão. 5% e que a prevalência ao longo de um ano é de 1. A taxa . Evolução Apesar de a Perturbação Obsessivo-Compulsiva ter o seu início habitual na adolescência ou no início da idade adulta. Têm sido descritas diminuições graduais no desempenho escolar secundárias à deficiência na capacidade de concentração. as crianças têm maior tendência para executar rituais em casa que em frente dos colegas. Lavagens. Estas habitualmente não pedem ajuda e os sintomas podem não ser egodistônicos. pode também começar na infância.Os comportamentos ritualizados determinados pela cultura não são indicadores da Perturbação Obsessivo-Compulsiva a não ser que excedam as normas da cultura. As transições importantes da vida e o luto podem conduzir a um aumento dos comportamentos ritualizados que podem parecer obsessões para o clínico que não esteja familiarizado com o contexto cultural. Aproximadamente 5% têm uma evolução episódica com sintomas mínimos ou sem sintomas entre os episódios. a idade de início da perturbação é inferior à das mulheres. estudos mais recentes efetuados na comunidade estimam que a prevalência ao longo da vida é de 2. De modo mais freqüente o problema é identificado pelos pais que levam a criança ao clínico. Tal como para os adultos. A maioria dos sujeitos tem uma evolução crônica com aumentos e diminuições dos sintomas. Esta perturbação é igualmente freqüente em homens e mulheres. estando os aumentos dos sintomas relacionados com períodos de stress. Em crianças os quadros clínicos da Perturbação Obsessivo-Compulsiva são de um modo geral semelhantes aos da idade adulta. verificações e rituais de ordenação são particularmente comuns em crianças.5%-2%. Aproximadamente 15% apresentam uma deficiência progressiva no funcionamento social e ocupacional. que ocorram em lugares ou alturas julgados inapropriados pelos outros da mesma cultura e interfiram com o desempenho dos papéis sociais. Prevalência Apesar de previamente se pensar que a Perturbação ObsessivoCompulsiva seria relativamente rara na população em geral. Para a maioria o início é gradual. professores ou estranhos. e situa-se entre os 6 e os 15 anos para o sexo masculino e entre os 20 e os 29 anos para o sexo feminino. Nos homens. Padrão Familiar A concordância na taxa da Perturbação Obsessivo-Compulsiva é mais elevada em gêmeos monozigóticos que em gêmeos dizigóticos. mas um início agudo foi também assinalado nalguns casos. Se os pensamentos recorrentes perturbadores estiverem . preocupação com o objeto ou situação temida na Fobia Social ou Específica. Diagnóstico Diferencial A Perturbação Obsessivo-Compulsiva deve ser distinguida da Perturbação da Ansiedade Provocada por Um Estado Físico Geral. 451 ). impulsos. preocupação com a aparência na Perturbação Dismórfica Corporal. Por exemplo.da Perturbação Obsessivo-Compulsiva nos familiares biológicos em primeiro grau de sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva e nos familiares biológicos de sujeitos com Perturbação de La Tourette é mais elevada que a taxa da população em geral. arrancar cabelos na Tricotilomania). problemas da vida real e as obsessões são experimentadas como inapropriadas pelo sujeito. Pensamentos. Esta determinação baseia-se na história. medicação ou exposição a tóxico) é considerada como etiologicamente relacionada com as obsessões ou compulsões (ver p. Num Episódio Depressivo Major. a preocupação persistente acerca de circunstâncias potencialmente desagradáveis ou acerca de possíveis ações alternativas é comum e é considerada um aspecto da depressão congruente com o humor e não uma obsessão. de modo típico. Por exemplo um sujeito deprimido que tem ruminações de desvalorização pessoal não seria considerado como tendo obsessões porque tal ruminação não é egodistônica. imagens ou comportamentos intrusivos ou recorrentes podem ocorrer no contexto de muitas outras perturbações mentais. A Perturbação Obsessivo-Compulsiva não é diagnosticada se o conteúdo dos pensamentos ou atividades estiver exclusivamente relacionado com outra perturbação mental (por exemplo. O diagnóstico adicional de Perturbação Obsessivo-Compulsiva pode mesmo assim ser legítimo se existirem obsessões ou compulsões cujo conteúdo não está relacionado com outra perturbação mental. 448). Ao contrário. abuso de droga. uma preocupação excessiva acerca de poder perder o emprego constitui uma preocupação e não uma obsessão. dados laboratoriais ou exame físico. O diagnóstico é de Perturbação de Ansiedade Provocada por Um Estado Físico Geral quando as obsessões ou compulsões são consideradas como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (ver p. A Perturbação de Ansiedade Generalizada é caracterizada por preocupação excessiva. mas tais preocupações distinguem-se das obsessões pelo fato de serem experimentadas pela pessoa como preocupações excessivas acerca das condições da vida real. o conteúdo das obsessões não implicam. A Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias distingue-se da Perturbação Obsessivo-Compulsiva porque uma substância (isto é. então deve ser diagnosticada Hipocondria em vez de Perturbação Obsessivo-Compulsiva. então o diagnóstico de Fobia Específica de doença pode ser o mais apropriado. apesar de exagerada. Contudo. alguns sujeitos manifestam sintomas da Perturbação Obsessivo-Compulsiva e de Esquizofrenia e nestas situações devem ser feitos os dois diagnósticos. estereotipado. balançar o corpo. morder em si próprio). então o diagnóstico adicional de Perturbação ObsessivoCompulsiva pode ser indicado. . rápido e recorrente (por exemplo. não funcional e repetitivo (bater com a cabeça. Em tais casos. O especificador Com Fraco Insight pode ser útil nas situações que estão no limite entre obsessão e delírio (por exemplo. Se a preocupação principal for acerca da possibilidade de poder contrair uma doença (em vez de ter uma doença) e não existirem rituais. piscar os olhos. a capacidade de teste à realidade pode estar deteriorada e a obsessão atingir proporções delirantes (por exemplo. A capacidade de reconhecimento de que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais ocorre num contínuo. uma doença grave baseado numa interpretação errada dos sintomas somáticos. protrusão da língua. Um movimento estereotipado é um comportamento motor aparentemente impulsivo. a presença de características psicóticas pode ser indicada pela presença de um diagnóstico adicional de Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica SOE. não rítmico. o sujeito cuja preocupação extrema com a contaminação. Em contraste com a compulsão. é menos intensa que na Perturbação Delirante e é justificada pelo fato de os micróbios estarem na realidade em todo o lado). limpar a garganta). a crença de que pode ter morto outra pessoa apenas por o ter desejado). Tiques (na Perturbação por Tiques) e movimentos estereotipados (na Perturbação por Movimentos Estereotipados) devem ser distinguidos das compulsões. Um tique é um movimento motor ou vocalização. Contudo. Os pensamentos delirantes ruminativos e os comportamentos estereotipados bizarros que ocorrem na Esquizofrenia distinguem-se das obsessões e das compulsões pelo fato de não serem egodistônicos e não serem sujeitos ao teste da realidade. os tiques e os movimentos estereotipados são tipicamente menos complexos e não têm como objetivo neutralizar a obsessão.exclusivamente relacionados com medo de ter. Nalguns sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva. ou com a idéia de que tem. se a preocupação acerca de ter uma doença for acompanhada por rituais tais como lavagens excessivas ou comportamento de verificação relacionado com as preocupações acerca da doença ou de contagiar com ela outras pessoas. repentino. Alguns sujeitos manifestam sintomas da Perturbação Obsessivo-Compulsiva e da Perturbação por Tiques (especialmente da Perturbação de La Tourette) e nestas situações devem ser feitos os dois diagnósticos. tal como são definidas neste manual. Ou obsessões ou compulsões: Obsessões tais como definidas por (1). Além disso. Parafilias). porque a pessoa tem prazer na atividade e pode desejar resistir apenas pelas conseqüências nefastas da atividade.8 Perturbação Obsessivo-Compulsiva [300. tais como a alimentação (por exemplo. têm sido referidas como "compulsivas". idéias ou imagens que causam ansiedade ou mal-estar ou quando evita ou reduz a ansiedade ou a angústia. o DSM-IV distingue entre obsessões e compulsões com base em serem pensamentos. Superstições e comportamentos de verificação repetitivos são encontrados frequentemente no dia-a-dia. (3) e (4): . Abuso ou Dependência do Álcool). A Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade não é caracterizada pela presença de obsessões ou compulsões. Em contraste. no DSM-IV as compulsões cognitivas devem estar presentes e estas são consideradas obsessões na ICD-10. idéias ou imagens (obsessões) ou atos (compulsões). Perturbações do Comportamento Alimentar). (2). comportamento sexual (por exemplo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Perturbação Obsessivo-Compulsiva estabelece diferenças entre obsessões e compulsões baseadas em quando elas são pensamentos. quando executadas excessivamente. a ICD-10 estabelece uma duração mínima de pelo menos duas semanas de sintomas. Apesar de a Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade e a Perturbação Obsessivo-Compulsiva terem nomes semelhantes. perfeccionismo e controlo e deve começar no início da idade adulta. Critérios de diagnóstico para F42. Se um sujeito manifesta os sintomas da Perturbação Obsessivo-Compulsiva e da Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade ambos os diagnósticos devem ser feitos. O diagnóstico de Perturbação Obsessivo-Compulsiva deve ser considerado somente se são particularmente consumidores de tempo ou resultam em mal-estar ou deficiência clinicamente significativa. Jogo Patológico) ou abuso de substância (por exemplo.Algumas atividades. Portanto. jogo (por exemplo. Contudo essas atividades não são consideradas como sendo compulsões. as manifestações clínicas das duas perturbações são muito diferentes.3] A. em vez disso implica um padrão global de preocupação com a ordenação. impulsos ou imagens que não são simplesmente preocupações excessivas acerca de problemas reais de vida (3) a pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos.(1) pensamentos. recorrentes e persistentes que são experimentados. como intrusivos e inapropriados e que provocam ansiedade ou mal-estar intenso (2) pensamentos. preocupação com a aparência na presença de Perturbação Dismórfica Corporal. C. E. impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação (4) a pessoa reconhece que os pensamentos obsessivos. ordenações.As obsessões ou compulsões provocam forte mal-estar. funcionamento ocupacional (ou acadêmico) ou com os relacionamentos ou atividades sociais. contudo. verificações) ou atos mentais (por exemplo. A perturbação não é provocada por um efeito fisiológico direto . arrancar cabelos na presença de Tricotilomania. preocupação com drogas na presença de Perturbação por Uso de Substância. repetir palavras mentalmente) que as pessoas se sentem compelidas a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas de modo rígido (2) os comportamentos ou atos mentais têm como objetivo evitar ou reduzir o mal-estar ou prevenir algum acontecimento ou situação temida. rezar. Nalgum período durante a evolução da perturbação a pessoa reconheceu que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais. impulsos ou imagens são produto da sua mente (não impostos de fora como na inserção de pensamento) Compulsões tais como definidas por (1) e (2): (1 ) comportamentos repetitivos (por exemplo. contar. impulsos ou imagens. preocupação por ter uma doença grave na presença de Hipocondria. D. consomem tempo (mais de uma hora por dia) ou interferem significativamente com as rotinas normais da pessoa. durante algum período da perturbação. Nota: isto não se aplica as crianças. estes comportamentos ou atos mentais ou não estão ligados de um modo realista com o que pretendem neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos B. ruminações acerca de culpa na Perturbação Depressiva Major). preocupação com o comer na presença de uma Perturbação do Comportamento Alimentar. o conteúdo das obsessões ou compulsões não se restringe a essa perturbação (por exemplo. Se outra perturbação do Eixo I estiver presente. preocupação com os impulsos ou fantasias sexuais na presença de Parafilia. lavagem das mãos. Nas crianças.1 Perturbação Pós-Stress Traumático [309. ou observar um acontecimento que envolva morte. Os acontecimentos traumáticos que são vividos diretamente incluem. O quadro sintomático completo tem de estar presente mais de um mês (Critério E) e a perturbação deve causar mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social. ser feito refém. medicação) ou um estado físico geral. ser raptado. ferimento ou ameaça à integridade física de outra pessoa. combates em guerra.duma substância (por exemplo.81] Características do Diagnóstico As características essenciais da Perturbação Pós-Stress Traumático são o desenvolvimento de sintomas característicos a seguir à exposição a um estressor traumático extremo. ameaça de morte ou ferimento grave. ataque físico. sem violência ou ferimento real ou ameaçado. A resposta da pessoa ao acontecimento deve envolver um medo intenso. mas não estão limitados a. ocupacional ou em qualquer outra área importante do funcionamento (Critério F). observar um ferimento grave ou a morte não natural de outra pessoa . assaltos pessoais violentos (assalto sexual. ser feito prisioneiro de guerra num campo de concentração. ou outra ameaça à integridade física. ataque terrorista. tortura. abuso de droga. implicando uma experiência pessoal direta com um acontecimento que envolva morte. Os acontecimentos observados incluem. estrangulamento). Especifique se: Com Fraco Insight: se durante a maior parte do tempo do episódio atual a pessoa não reconhece que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais F48. roubo. ou diagnóstico de doença ameaçadora de vida. sentimento de incapacidade de ter ajuda ou horror (ou em crianças a resposta deve envolver comportamentos agitados ou desorganizados) (Critério A2). mas não estão limitados a. desastres naturais ou provocados pelo homem. Os sintomas característicos resultantes da exposição ao trauma extremo incluem o reexperienciar persistente do acontecimento traumático (Critério B). ou ter conhecimento acerca de uma morte violenta ou não esperada. os acontecimentos traumáticos de tipo sexual podem incluir experiências sexuais inapropriadas ao nível do desenvolvimento. ferimento grave ou ameaça de morte ou ferimento vivido por um familiar ou amigo íntimo (Critério A1). evitamento persistente dos estímulos associados com o trauma e embotamento geral da reatividade (Critério C) e sintomas persistentes de ativação aumentada (Critério D). acidentes graves de automóvel. assim como o evitamento de atividades. casamento. acidente. filhos ou um desenvolvimento . Intenso mal-estar psicológico (Critério B4) ou reatividade fisiológica (Critério B5) ocorrem frequentemente quando a pessoa é exposta a acontecimentos desencadeadores que se assemelham ou simbolizam algum aspecto do acontecimento traumático (por exemplo. A probabilidade de desenvolver esta perturbação pode aumentar em relação com a intensidade e a proximidade física do agente estressor. entrar num elevador para uma mulher que foi violada num elevador). acontecimentos pessoais violentos. não espera ter uma carreira profissional. O sujeito pode igualmente ter uma visão encurtada do futuro (por exemplo. Acontecimentos vivenciados por outros de que se tem conhecimento incluem. de se sentir desligado ou estranho com as outras pessoas (Critério C5). tortura. O modo mais comum são as lembranças recorrentes e intrusivas do acontecimento (Critério B1) ou sonhos recorrentes e perturbadores nos quais o acontecimento é revivido (Critério B2). começa habitualmente logo após o acontecimento traumático. situações ou pessoas que desencadeiam lembranças do acontecimento (Critério C2). Em instâncias mais raras. É comum o evitamento deliberada de pensamentos. ou de sentir fortemente diminuída a capacidade para sentir emoções (especialmente as relacionadas com a intimidade.devido a um assalto violento. tempo invernoso ou guardas em uniforme para sobreviventes de campos de concentração que se situaram em climas frios. a pessoa experimenta estados dissociativos que duram de alguns segundos a várias horas ou mesmo dias. O acontecimento traumático pode ser reexperienciado de diversos modos. Os estímulos associados com o trauma são persistentemente evitados. guerra ou desastre ou observar de modo inesperado um cadáver ou parte de um cadáver. referida como "embotamento psíquico" ou "anestesia emocional". sentimentos ou conversas a propósito do acontecimento traumático (Critério Cl). A perturbação pode ser particularmente intensa ou duradoura quando o agente estressor é de natureza humana (por exemplo. mas não estão limitados a. acidentes graves ou ferimentos graves que aconteceram a membros da família ou a amigos íntimos. ter conhecimento de uma morte súbita e inesperada de um membro da família ou de um amigo íntimo. aniversário do acontecimento traumático. ou ter conhecimento de que um filho tem uma doença ameaçadora de vida. durante os quais o evento é revivido e a pessoa se comporta como se estivesse a experimentar o acontecimento no momento (Critério B3). carinho e sexualidade) (Critério C6). Este evitamento das lembranças pode incluir amnésia de aspectos importantes do acontecimento traumático (Critério C3). O sujeito pode queixar-se de ter um interesse fortemente diminuído na participação em atividades que previamente eram gratificantes (Critério C4). violação). tempo quente e úmido para combatentes veteranos em zonas tropicais. A diminuição das reações ao mundo externo. sentimento de estar permanentemente diminuído. Este especificador pode ser aplicado quando os sintomas duram três ou mais meses. Fobia Social. perda das crenças anteriormente sustidas. desespero ou falta de esperança. isolamento social. Pode existir um risco aumentado de Perturbação de Pânico. Os sujeitos com Perturbação Pós-Stress Traumático podem descrever sentimentos intensos de culpa por terem sobrevivido e os outros não ou acerca das coisas que tiveram que fazer para sobreviver. ser prisioneiro de guerra num campo de concentração. Especificadores Os seguintes especificadores podem ser utilizados para caracterizar o início e a duração dos sintomas da Perturbação Pós-Stress Traumático. abuso sexual ou físico na infância. tortura): modulação dos afetos deteriorada. Agorafobia. O sujeito tem sintomas persistentes de ansiedade ou de aumentos de ativação que não estavam presentes antes do trauma. Este especificador indica que passaram pelo menos seis meses entre o acontecimento traumático e o início dos sintomas. Perturbação de Somatização e . ser feito refém. divórcio ou perda do emprego. ou uma alteração nas características prévias da personalidade. culpa. maus tratos em casa. hipervigilância (Critério D2) e resposta de alarme exagerada (Critério D5). Alguns sujeitos descrevem irritabilidade ou acessos de cólera (Critério D2) ou dificuldades de concentração ou em completar tarefas (Critério D3). Perturbação Obsessivo-Compulsiva.normal de vida) (Critério C7). Com Início Dilatado. Estes sintomas podem incluir dificuldade em adormecer ou em permanecer a dormir que podem ser provocados por pesadelos recorrentes durante os quais o acontecimento traumático é revivido (Critério Dl ). sentimentos de ineficácia pessoal. Perturbação Depressiva Major. sintomas dissociativos. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Agudo. O evitamento fóbico das situações ou atividades que se assemelham ou simbolizam o trauma original podem interferir com os relacionamentos interpessoais e levar a conflitos conjugais. Este especificador pode ser aplicado quando a duração dos sintomas é inferior a três meses. Fobia Específica. queixas somáticas. Crônico. deficiência nos relacionamentos com os outros. hostilidade. comportamento impulsivo e autodestrutivo. sentimento de ameaça constante. Pode ocorrer a seguinte constelação de sintomas associados que estão mais frequentemente ligados a estressores de natureza interpessoal (por exemplo. batimento cardíaco. A ativação aumentada pode ser medida em estudos do funcionamento autonômico (por exemplo. eletromiografia. As crianças muito novas não têm habitualmente o sentimento de que estão a reviver o passado. Estudos efetuados em grupos de sujeitos de risco (por exemplo. Dados associados do exame somático e estados físicos gerais. queimaduras). professores e outras pessoas que costumem observar o comportamento da criança. resposta galvânica da pele). Pode existir a "formação de presságios" . acerca da salvação de outras pessoas ou ameaças a si ou aos outros. As crianças podem exibir igualmente vários sintomas físicos. tais como dores de barriga ou de cabeça. Para estes sujeitos são necessárias avaliações específicas das experiências traumáticas e dos sintomas concomitantes. Tais sujeitos podem sentir-se particularmente relutantes a divulgar as experiências de tortura e trauma devido ao seu estatuto vulnerável do ponto de vista político como emigrantes. Estados físicos gerais podem ocorrer como conseqüência do trauma (por exemplo. Dados laboratoriais associados. Em crianças muito novas sonhos perturbadores acerca do acontecimento podem. vítimas de erupções vulcânicas ou de violência) estimaram taxas de prevalência . Prevalência Estudos efetuados na comunidade revelam taxas de prevalência ao longo da vida para a Perturbação Pós-Stress Traumático que variam de 1% a 14%. a crença na capacidade de prever acontecimentos futuros indesejáveis. Em crianças. mudar para pesadelos generalizados acerca de monstros.isto é. a revivência do trauma pode ocorrer através de brincadeiras repetidas (por exemplo. em algumas semanas. uma criança envolvida num desastre grave de automóvel reproduz repetidamente desastres de automóvel com carros de brincadeira). esses sintomas devem ser cuidadosamente avaliados com os pais. Uma vez que pode ser difícil para a criança descrever a diminuição do interesse em atividades significativas e o embotamento do afeto. em vez disso.Perturbações Relacionadas com Substâncias. combatentes veteranos. estando relacionada esta variância com o tipo de método utilizado e a amostra da população. o sentimento da visão encurtada do futuro pode ser evidenciado pela crença de que a vida será muito curta e que não chegará a ser adulto. traumatismos cranianos. Características Especificas da Cultura e Idade Sujeitos que emigraram recentemente para áreas de agitação social considerável e conflito civil podem ter taxas elevadas de Perturbação Pós-Stress Traumático. ser abandonado pelo cônjuge. Ao contrário. Frequentemente. Evolução A Perturbação Pós-Stress Traumático pode ocorrer em qualquer idade. com muitos outros a ter sintomas persistentes por períodos superiores a 12 meses depois do trauma. variáveis de personalidade e perturbações mentais preexistentes podem influenciar o desenvolvimento da Perturbação Pós-Stress Traumático. embotamento e ativação aumentada que estão presentes antes da exposição ao agente estressor não preenchem os critérios de diagnóstico para Perturbação Pós-Stress Traumático e requerem a consideração de outros diagnósticos (por exemplo. Perturbação do . Os sintomas da perturbação e a relativa proeminência do reexperienciar. experiências da infância. na Perturbação da Adaptação o agente estressor pode ter qualquer tipo de intensidade. Existe alguma evidência de que as redes de suporte social. 440) imediatamente após o trauma. a perturbação preenche os critérios para Perturbação Aguda de Stress (ver p. história familiar. O diagnóstico de Perturbação da Adaptação é apropriado tanto para as situações nas quais a resposta a um agente estressor extremo não preenche os critérios para Perturbação Pós-Stress Traumático (ou outra qualquer perturbação mental específica) como para as situações nas quais o padrão de sintomas da Perturbação Pós-Stress Traumático ocorre em resposta a um agente estressor que não é extremo (por exemplo. Diagnóstico Diferencial Na Perturbação Pós-Stress Traumático o agente estressor tem de ser de natureza extrema (isto é. Esta perturbação pode desenvolver-se em sujeitos na ausência de condições predisponentes. ser despedido). com uma remissão completa que ocorre nos três primeiros meses em aproximadamente metade dos casos. particularmente quando o agente estressor é especialmente forte. incluindo a infância. Os sintomas de evitamento. no início. duração e proximidade da exposição ao acontecimento traumático são os fatores mais importantes que afetam a probabilidade para desenvolver esta perturbação. apesar de poder existir um período de alguns meses ou mesmo de anos antes de os sintomas aparecerem. evitamento e hiperativação podem variar com o tempo. Os sintomas habitualmente começam dentro dos três primeiros meses a seguir ao acontecimento traumático. Nem toda a psicopatologia que ocorre em sujeitos expostos a um agente estressor extremo deve necessariamente ser atribuída a uma Perturbação Pós-Stress Traumático.que variam de 3% a 58%. A duração dos sintomas varia também. ameaçador de vida). A intensidade. Perturbação Depressiva Major). ou em conjunto com. Perturbação do Humor com Características Psicóticas. Perturbação Pós-Stress Traumático. Se os sintomas persistirem mais de 1 mês e preencherem os critérios de Perturbação Pós-Stress Traumático. Os flashbacks na Perturbação Pós-Stress Traumático devem ser distinguidos das ilusões. estes diagnósticos devem ser feitos em vez de. se o padrão de resposta sintomática a um agente estressor extremo preencher os critérios para outra perturbação mental (por exemplo.A pessoa foi exposta a um acontecimento traumático em que ambas as condições seguintes estiveram presentes: (1) a pessoa experimentou. outras Perturbações Psicóticas. que seria suposto causar angústia global na maior parte das pessoas". sintomas de excitação aumentada) não ser invariavelmente requerido mas dever ser substituído pela incapacidade para recordar importantes aspectos do trauma. Na Perturbação Obsessivo-Compulsiva existem pensamentos intrusivos recorrentes. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 não especificam uma duração mínima dos sintomas. × Critérios de diagnóstico para F43.1 Perturbação Pós-Stress Traumático [309. A Perturbação Aguda de Stress distingue-se da Perturbação Pós-Stress Traumático porque na Perturbação Aguda de Stress o padrão de sintomas deve ocorrer nas quatro semanas seguintes ao acontecimento traumático e desaparecer no mesmo período de quatro semanas. O diagnóstico da ICD-10 difere do especificado no DSM-IV pelo fato de o Critério D do DSM-IV (isto é. o diagnóstico deve ser alterado de Perturbação Aguda de Stress para Perturbação Pós-Stress Traumático. alucinações e outras perturbações perceptuais que podem ocorrer na Esquizofrenia.Humor ou outra Perturbação da Ansiedade). A simulação de doença deve ser excluída nas situações em que remuneração financeira. Perturbação Induzida por Substâncias e Perturbações Psicóticas Provocadas por um Estado Físico Geral. Em contraste com o DSM-IV. mas estes são experimentados como inapropriados e não estão relacionados com um acontecimento traumático vivido. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Perturbação Pós-Traumática de Stress fornecem um critério de stress diferente: a situação ou acontecimento devem ser "de natureza excepcionalmente assustadora ou catastrófica. Perturbação Psicótica Breve. benefícios ou veredictos forenses possam desempenhar qualquer papel. Além disso. Perturbação de Conversão.81[ A. observou ou foi confrontada com um . um delirium. lugares ou pessoas que desencadeiam lembranças do trauma (3) incapacidade para lembrar aspectos importantes do trauma (4) interesse fortemente diminuído na participação em atividades significativas (5) sentir-se desligado ou estranho em relação aos outros (6) gama de afetos restringida (por exemplo.acontecimento ou acontecimentos que envolveram ameaça de morte. incapaz de gostar dos outros) (7) expectativas encurtadas em relação ao futuro (por exemplo. ilusões. sentimentos ou conversas associadas com o trauma (2) esforços para evitar atividades. casamento. Nota: em crianças podem existir sonhos assustadores sem conteúdo reconhecível (3) atuar ou sentir como se o acontecimento traumático estivesse a reocorrer (inclui a sensação de estar a reviver a experiência. morte real ou ferimento grave. Evitamento persistente dos estímulos associados com o trauma e embotamento da reatividade geral (ausente antes do trauma). não esperar ter uma carreira. Nota: em crianças isto pode ser expresso por comportamento agitado ou desorganizado B. ou ameaça à integridade física do próprio ou de outros (2) a resposta da pessoa envolve medo intenso. Nota: em crianças muito novas podem ocorrer brincadeiras repetidas em que os temas ou aspectos do acontecimento traumático são expressos (2) sonhos perturbadores recorrentes acerca do acontecimento. filhos ou um desenvolvimento normal de vida) .O acontecimento traumático é reexperienciado de modo persistente de um ou mais dos seguintes modos: (1) lembranças perturbadoras intrusivas e recorrentes do acontecimento que incluem imagens. sentimento de falta de ajuda ou horror. Nota: em crianças podem ocorrer representações de papéis específicos do acontecimento traumático (4) mal-estar psicológico intenso com a exposição a estímulos internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a aspectos do acontecimento traumático (5) reatividade fisiológica durante a exposição a estímulos internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a aspectos do acontecimento traumático C. alucinações e episódios de flashback dissociativos. pensamentos ou percepções. incluindo os que ocorrem ao acordar ou quando intoxicado). indicada por três (ou mais) dos seguintes: (1) esforços para evitar pensamentos. e o sujeito apresenta evitamento clara dos estímulos que desencadeiam lembranças do desencadeamento traumático (Critério D) e tem sintomas claros de ansiedade ou ativação aumentada (Critério E). O sujeito teve. desrealização. F. durante ou depois da exposição ao acontecimento traumático. Para uma discussão do tipo de estressores envolvidos. despersonalização. ou amnésia dissociativa (Critério B). diminuição da consciência em relação ao ambiente circundante. A seguir ao trauma. o acontecimento traumático é persistentemente reexperienciado (Critério C).0 Perturbação Aguda de Stress [308. A perturbação dura . Duração da perturbação (sintomas dos Critérios B. ocupacional ou qualquer outra área importante. pelo menos três dos seguintes sintomas dissociativos: a sensação subjetiva de se sentir desligado. A perturbação causa mal-estar ou deficiência no funcionamento social. ver a descrição na Perturbação Pós-Stress Traumático (p. indicados por dois (ou mais) dos seguintes: (1) dificuldade em adormecer ou em permanecer a dormir (2) irritabilidade ou acessos de cólera (3) dificuldade de concentração (4) hipervigilância (5) resposta de alarme exagerada E. interferir significativamente com o funcionamento normal ou deteriorar as capacidades individuais para desempenhar as tarefas que necessita (Critério F).Sintomas persistentes de ativação aumentada (ausentes antes do trauma). C e D) superior a um mês. Especifique se: Aguda: se a duração dos sintomas é de menos de 3 meses Crônica: se a duração dos sintomas é de 3 meses ou mais Especifique se: Com Início: se o início dos sintomas é de pelo menos 6 meses depois do acontecimento estressor F43. 435). sintomas dissociativos ou outros que ocorrem no período de um mês depois da exposição a um estressor traumático extremo (Critério A).3] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Aguda de Stress é o desenvolvimento de ansiedade característica.D. de embotamento ou de ausência da reação emocional. Os sintomas devem causar mal-estar clinicamente significativo. hipervigilância. ou terem dificuldades em lembrar pormenores específicos do acontecimento traumático (amnésia dissociativa). um sentimento de estar a reviver o acontecimento ou mal-estar durante a exposição a algo que lembre o acontecimento). tendo frequentemente dificuldade. Como resposta ao acontecimento traumático. Além disso. Podem resultar problemas da negligência a propósito dos aspectos básicos da saúde e necessidades de segurança associadas com as conseqüências do trauma. o acontecimento traumático é persistentemente reexperienciado (por exemplo. Os sujeitos com Perturbação Aguda de Stress têm uma diminuição nas reações emocionais. sendo nestes casos legítimo o diagnóstico adicional de Episódio Depressivo Major. os sobreviventes podem sentir-se culpados por terem ficado ilesos ou por não terem prestado aos outros a ajuda suficiente. dificuldades de concentração. sentir o mundo como irreal ou como se estivessem num sonho. Os sujeitos . Sintomas de desespero e de falta de esperança podem ser experimentados na Perturbação Aguda de Stress e podem ser suficientemente intensos e persistentes para preencher os critérios para Episódio Depressivo Major. Os sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (isto é. lembranças. ou não são mais bem explicados por uma Perturbação Psicótica Breve. pensamentos. ilusões e episódios de flashback recorrentes. pessoas ou atividades). medicação) ou de um estado físico geral. pelo menos um sintoma de cada um dos grupos sintomáticos requeridos para Perturbação Pós-Stress Traumático está presente. ou sendo mesmo impossível. dificuldades em dormir. ativação aumentada em resposta a estímulos semelhantes ao trauma (por exemplo. lugares.pelo menos dois dias e não persiste por um período superior a quatro semanas depois do acontecimento traumático (Critério G). imagens. e não são meramente um aumento de uma perturbação mental preexistente (Critério H). Em segundo lugar. resposta de alarme exagerada e agitação motora). Em primeiro lugar. Se o acontecimento traumático levou à morte ou ao ferimento grave de alguém. Os sujeitos com esta perturbação têm frequentemente a percepção subjetiva de terem tido maior responsabilidade nas conseqüências do trauma do que aquilo que é adequado. irritabilidade. são evitados os acontecimentos que lembrem o trauma (por exemplo. o sujeito desenvolve sintomas dissociativos. abuso de droga. Podem ter dificuldades de concentração. experimentar prazer em atividades previamente consideradas agradáveis e sentindo frequentemente sentimentos de culpa ao desempenhar as tarefas habituais do dia-a-dia. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Finalmente. sentir-se desligados do corpo. sonhos. a intensidade e o padrão da resposta podem ser modulados por diferenças culturais nas implicações da perda. A intensidade. Evolução Os sintomas da Perturbação Aguda de Stress são experimentados durante ou imediatamente a seguir à exposição ao trauma. os sintomas dissociativos podem ser uma parte mais proeminente da resposta aguda ao stress em culturas em que tais comportamentos são sancionados. duração e proximidade da exposição ao acontecimento traumático são os fatores mais importantes que afetam a probabilidade para o desenvolvimento da Perturbação Aguda de Stress. Esta perturbação pode desenvolver-se em sujeitos na ausência de condições predisponentes. Estados físicos gerais podem ocorrer como conseqüência do trauma (por exemplo. o diagnóstico de Perturbação Pós-Stress Traumático pode ser apropriado se os critérios completos de Perturbação Pós-Stress Traumático forem preenchidos. que são característicos de culturas particulares. Existe alguma evidência de que as redes de suporte social. Para uma discussão mais alargada dos fatores culturais relacionados com acontecimentos traumáticos. Prevalência A prevalência da Perturbação Aguda de Stress numa população exposta a um stress traumático grave depende da intensidade e persistência do trauma e do grau de exposição a esse acontecimento. Dados associados do exame somático e estados físicos gerais. experiências da infância. Características Especificas da Cultura Apesar de alguns acontecimentos serem experimentados provavelmente de modo universal como traumáticos. ver página 437. traumatismos cranianos. história familiar. queimaduras). Podem igualmente existir comportamentos para lidar com a situação. variáveis de personalidade e perturbações mentais preexistentes podem influenciar o desenvolvimento da Perturbação Aguda de Stress. Quando os sintomas persistem mais de um mês. Após o trauma pode ocorrer comportamento impulsivo e de risco. culturalmente prescritos. particularmente quando o agente estressor é especialmente forte. Por exemplo. Diagnóstico Diferencial . duram pelo menos dois dias e ou desaparecem nas quatro semanas depois do acontecimento traumático ou o diagnóstico deve ser alterado.com esta perturbação têm um risco aumentado de desenvolverem Perturbações Pós-Stress Traumático. ocupacional ou qualquer outra área importante ou diminuir as capacidades individuais para desempenhar algumas tarefas (por exemplo. Em tais casos. Uma vez que a Perturbação Pós-Stress Traumático requer sintomas com duração superior a um mês. o diagnóstico de Perturbação Depressiva Major deve ser feito em conjunto com Perturbação Aguda de Stress. O diagnóstico separado de Perturbação Aguda de Stress não deve ser feito se os sintomas forem o aumento de uma perturbação mental preexistente. traumatismo craniano) (ver p. 196) que podem ser conseqüências comuns à exposição a agentes estressores extremos. o diagnóstico de Perturbação da Adaptação deve ser considerado. Nalguns sujeitos podem ocorrer sintomas psicóticos a seguir a um estressor extremo. obter a assistência necessária ou mobilizar os recursos pessoais para contar aos membros da família a experiência traumática). A Perturbação Aguda de Stress deve ser distinguida da Perturbação Mental Provocada por Um Estado Físico Geral (por exemplo.Após a exposição a um stress extremo. a presença de alguns sintomas é natural e não requer nenhum diagnóstico. Por definição. o diagnóstico de Perturbação Pós-Stress Traumático deve ser considerado. Se se desenvolver uma Perturbação Depressiva Major após o trauma. 2) o início dos sintomas deve situar-se na primeira hora de atuação do estressor. este diagnóstico não pode ser feito durante este primeiro mês inicial. 3) os sintomas devem começar a diminuir não depois de oito horas para os estressor transitórios ou 48 horas para estressores prolongados. A Perturbação Aguda de Stress deve somente ser considerada se os sintomas durarem dois dias e provocarem mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. relacionada com Intoxicação Alcoólica) (ver p. A simulação deve ser excluída nas situações em que tanto a remuneração financeira como benefícios ou deliberações forenses possam desempenhar qualquer papel. deve ser diagnosticada Perturbação Psicótica Breve em vez de Perturbação Aguda de Stress. Para os sujeitos com o diagnóstico de Perturbação Aguda de Stress cujos sintomas persistem mais de um mês. Ao contrário do . 169) e de Perturbação Induzida por Substância (por exemplo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Reação Aguda de Stress diferem dos do DSM-IV de várias formas:1) os sintomas de ansiedade primários estão incluídos. Para os sujeitos que estiveram expostos a um estressor extremo mas que desenvolveram um padrão de sintomas que não preenche os critérios para Perturbação Aguda de Stress. o diagnóstico de Perturbação Aguda de Stress é apropriado somente para os sintomas que ocorrem no mês a seguir a um estressor extremo. ilusões. tais como obter a assistência necessária ou . Evitamento claro dos estímulos que desencadeiam lembranças do trauma (por exemplo. ou a sensação de estar a reviver a experiência.0 Perturbação Aguda de Stress (308. atividades. pensamentos. Sintomas claros de ansiedade ou ativação aumentada (por exemplo.3) A. dificuldades de concentração. O acontecimento traumático é persistentemente reexperimentado em pelo menos um dos seguintes modos: imagens. irritabilidade. pensamentos. observou ou foi confrontada com um acontecimento ou acontecimentos que envolveram ameaça de morte. ocupacional ou qualquer outra área importante ou deteriora a capacidade individual para executar algumas tarefas necessárias. reação de alarme exagerada. episódios de flashback recorrentes. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 não requerem que estejam presentes sintomas dissociativos ou que o acontecimento tenha de ser reexperienciado persistentemente. conversas. sentimento de falta de ajuda ou horror B. ou mal-estar durante a exposição a acontecimentos que lembrem o acontecimento traumático. dificuldades em dormir. sensações. Critérios de diagnóstico para F43. de embotamento ou de ausência da reação emocional (2) diminuição da consciência em relação ao ambiente circundante ("sentir-se desorientado" por exemplo) (3) desrealização (4) despersonalização (5)amnésia dissociativa (isto é. D. sonhos.A pessoa foi exposta a um acontecimento traumático em que ambas as condições seguintes estiveram presentes: (1) a pessoa experimentou. A perturbação causa mal-estar ou deficiência clinicamente significativas no funcionamento social. pessoas).DSM-IV. F. morte real ou ferimento grave. E. ou ameaça à integridade física da própria ou de outros (2) a resposta da pessoa envolve medo intenso.Ou enquanto experimenta ou depois da experiência do acontecimento perturbador o sujeito tem três (ou mais) dos seguintes sintomas dissociativos: (1) sensação subjetiva de se sentir desligado. agitação motora). hipervigilância. lugares. incapacidade para se lembrar de aspectos importantes do trauma) C. dificuldades de concentração.mobilizar recursos pessoais para contar aos membros da família a experiência traumática. O sujeito tem dificuldade em controlar a preocupação (Critério B). O foco da ansiedade e preocupação não está limitado às características de outra perturbação do Eixo I tais como ter um Ataque de Pânico (como na Perturbação de Pânico). descrevem mal-estar subjetivo devido às constantes preocupações. H. têm dificuldade em controlar a preocupação ou evidenciam deficiência no funcionamento social. medicação ou exposição a tóxicos) . ficar embaraçado em público (como na Fobia Social). Os sintomas não são provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (isto é. A perturbação dura no mínimo dois dias e no máximo quatro semanas e ocorre nas quatro semanas a seguir ao acontecimento traumático. não é mais bem explicada por uma Perturbação Psicótica Breve e não é meramente um aumento de uma perturbação mental do Eixo I ou do Eixo II preexistente.02] (Inclui a Perturbação de Sobreansiedade na Infância) Características do Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Ansiedade Generalizada é a ansiedade e a preocupação (apreensão expectante) exageradas acerca de um conjunto de acontecimentos ou atividades que ocorrem em mais de metade dos dias por um período de pelo menos seis meses (Critério A). A perturbação não é provocada pelo efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. G. ter sintomas físicos múltiplos (como na Perturbação de Somatização) ou de ter uma doença grave (como na Hipocondria) e a ansiedade e preocupação não ocorrem exclusivamente durante a Perturbação PósStress Traumático (Critério D).1 Perturbação da Ansiedade Generalizada [300. tensão muscular e sono perturbado (apenas um sintoma adicional é requerido nas crianças) (Critério C). abuso de droga. medicação) ou por um estado físico geral. ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento (Critério E). F41. ser contaminado (como na Perturbação Obsessivo-Compulsiva). abuso de droga. aumentar de peso (como na Anorexia Nervosa). estar afastado de casa ou dos familiares íntimos (como na Perturbação de Ansiedade de Separação). Apesar de os sujeitos com Perturbação de Ansiedade Generalizada poderem nem sempre identificar as preocupações como "excessivas". A ansiedade e a preocupação são acompanhadas por pelo menos três sintomas adicionais de uma lista que inclui agitação. fadiga fácil. irritabilidade. dificuldades em engolir ou "nó na garganta") e uma resposta de alarme exagerada. Perturbação Depressiva Major ou Distimia). saúde dos membros da família. Muitos sujeitos com Perturbação de Ansiedade Generalizada também experimentam sintomas somáticos (por exemplo. Fobia Social. Hipnóticos ou Ansiolíticos). aumento da freqüência urinária. contrações musculares e dores nos músculos. náuseas ou diarréia. São igualmente comuns sintomas depressivos. Os adultos com Perturbação de Ansiedade Generalizada preocupam-se frequentemente quase todos os dias acerca de circunstâncias rotineiras da vida. Dependência ou Abuso de Álcool ou Sedativos. suores. noutras. duração ou freqüência da ansiedade e da preocupação estão claramente fora da proporção da probabilidade real ou impacte do acontecimento temido. Perturbações e Características Associadas Associados com a tensão muscular podem existir tremores.ou de um estado físico geral e não ocorre exclusivamente durante uma Perturbação do Humor. A Perturbação de Ansiedade Generalizada co-ocorre frequentemente com Perturbações do Humor (por exemplo. aspectos financeiros. Fobia Específica) e com Perturbações pela Utilização de Substâncias (por exemplo. . azares que podem suceder aos filhos ou pequenos problemas (tais como tarefas domésticas. tais como possíveis responsabilidades no emprego. nalgumas culturas a ansiedade é expressa predominantemente através de sintomas somáticos. A pessoa tem dificuldade em evitar que os pensamentos preocupantes interfiram com a atenção que deve prestar às tarefas que está a desempenhar e tem dificuldade em pôr fim às preocupações. A intensidade. reparações no carro ou chegar atrasado a encontros). Idade e Gênero Existe uma considerável variação cultural na expressão da ansiedade (por exemplo. mãos frias e úmidas. por sintomas cognitivos). E importante considerar o contexto cultural quando é feita a avaliação sobre se as preocupações acerca de certas situações são excessivas. uma Perturbação Psicótica ou uma Perturbação Global do Desenvolvimento (Critério F). com outras Perturbações da Ansiedade (por exemplo. Durante a evolução da sua perturbação o foco da preocupação pode passar de uma para outra perturbação. Características Especificas da Cultura. As crianças com Perturbação de Ansiedade Generalizada tendem a preocupar-se excessivamente acerca das suas competências ou do seu desempenho. por exemplo). Outras situações que podem estar associadas com o stress acompanham frequentemente a Perturbação de Ansiedade Generalizada (síndrome do cólon irritável e cefaléias. Perturbação de Pânico. boca seca. Prevalência A prevalência ao longo de um ano da Perturbação de Ansiedade Generalizada numa amostra da comunidade foi aproximadamente de 3%o e a prevalência ao longo da vida de 5%. Padrão Familiar A ansiedade como traço tem uma associação familiar. As preocupações podem centrar-se em acontecimentos catastróficos como tremores de terra ou guerras nucleares. não tendo a maior parte dos estudos encontrado um padrão específico de agregação familiar Diagnóstico Diferencial A Perturbação de Ansiedade Generalizada deve ser distinguida da Perturbação da Ansiedade Provocada por Um Estado Físico Geral. O . Em clínicas de perturbações da ansiedade aproximadamente 12% dos sujeitos apresentam Perturbações de Ansiedade Generalizada Evolução Muitos sujeitos com Perturbação de Ansiedade Generalizada descrevem que se têm sentido nervosos e ansiosos toda a sua vida. Tipicamente. Em amostras clínicas. Nos estudos epidemiológicos. mesmo quando o seu desempenho não está a ser avaliado pelos outros. a perturbação é diagnosticada mais frequentemente em mulheres que em homens (aproximadamente 55%60% dos que apresentam a perturbação são mulheres). a ocorrência do início depois dos 20 anos não é fora do vulgar. são demasiado zelosas na procura de aprovação e requerem constante tranqüilização a propósito do seu desempenho e das suas outras preocupações.Em crianças e adolescentes com Perturbação de Ansiedade Generalizada a ansiedade e as preocupações centram-se frequentemente na qualidade do seu desempenho ou competência na escola ou nos eventos desportivos. As crianças com esta perturbação podem ser excessivamente conformistas. Apesar de mais de metade dos que se apresentam para tratamento descreverem o início da perturbação na infância ou adolescência. Têm sido descritos resultados inconsistentes a propósito dos padrões familiares da Perturbação de Ansiedade Generalizada. A evolução é crônica mas flutuante e frequentemente piora durante períodos de stress. perfeccionistas e inseguras e executarem várias vezes a mesma tarefa devido à insatisfação excessiva com o desempenho que não consideram perfeito. aproximadamente dois terços são mulheres. Pode existir uma preocupação excessiva com a pontualidade. 451). Esta determinação baseia-se na história. Por exemplo. a maior parte das obsessões são acompanhadas por compulsões que diminuem a ansiedade associada com as obsessões. ter sintomas físicos múltiplos (como na Perturbação de Somatização). Deve ainda ser considerado que na Perturbação da Adaptação a ansiedade ocorre em resposta a um . abuso de droga. Os pensamentos obsessivos não são simplesmente preocupações excessivas acerca de problemas reais do dia-a-dia. A ansiedade pode igualmente estar presente na Perturbação da Adaptação. mas esta categoria residual deve somente ser utilizada quando não estiverem preenchidos os critérios para outra Perturbação da Ansiedade (incluindo a Perturbação de Ansiedade Generalizada). ser contaminado (como na Perturbação Obsessivo-Compulsiva). ansiedade intensa que ocorre no contexto de um consumo intenso de café deve ser diagnosticado como Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína. Finalmente. ficar embaraçado em público (como na Fobia Social). Quando outra perturbação do Eixo I está presente. medicação ou exposição a tóxico) ser considerada como etiologicamente relacionada com a perturbação da ansiedade (ver p. aumentar de peso (como na Anorexia Nervosa). a ansiedade presente na Fobia Social é centrada nas situações sociais nas quais o sujeito tem de efetuar um desempenho ou ser avaliado pelos outros. A Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância distingue-se da Perturbação de Ansiedade Generalizada pelo fato de uma substância (isto é. ter uma doença grave (como na Hipocondria). Várias características distinguem a preocupação excessiva da Perturbação de Ansiedade Generalizada dos pensamentos obsessivos da Perturbação Obsessivo-Compulsiva. dados laboratoriais ou exame físico. enquanto os sujeitos com Perturbação de Ansiedade Generalizada sentem ansiedade estejam ou não a ser avaliados. a preocupação excessiva não se restringe a ter um Ataque de Pânico (como na Perturbação de Pânico). com Ansiedade Generalizada. hipertiroidismo) (ver p. Por exemplo. isto é. A Perturbação de Ansiedade Generalizada não é diagnosticada se a ansiedade ocorrer exclusivamente durante a evolução da Perturbação Pós-Stress Traumático.diagnóstico é de Perturbação de Ansiedade Provocada por Um Estado Físico Geral se os sintomas ansiosos forem considerados como conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. o diagnóstico de Perturbação de Ansiedade Generalizada deve ser feito somente quando a ansiedade e a preocupação não estão relacionadas com outra perturbação. A ansiedade está invariavelmente presente na Perturbação Pós-Stress Traumático. 448). ou preocupações acerca do bem-estar com os relacionamentos íntimos ou de estar afastado deles ou de casa (como na Perturbação de Ansiedade de Separação). feocromocitoma. mas intrusões egodistônicas que frequentemente tomam a forma de impulsos e imagens que se associam aos pensamentos. as preocupações associadas com a Perturbação de Ansiedade Generalizada são mais globais. perturbadoras. A ansiedade generalizada é uma característica comum associada às Perturbações do Humor e às Perturbações Psicóticas e não deve ser diagnosticada separadamente se ocorrer exclusivamente durante a evolução destas perturbações. segurança dos filhos. desempenho no trabalho.acontecimento estressor e não persiste por um período superior a seis meses depois do fim do acontecimento estressor ou das suas conseqüências. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes sintomas (com pelo menos alguns sintomas presentes mais de metade dos dias durante seis meses). A pessoa tem dificuldade em controlar a preocupação. B. de maior duração e frequentemente ocorrem sem acontecimentos precipitantes. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Perturbação da Ansiedade Generalizada especifica que quatro sintomas de uma lista de 22 (que inclui cinco dos sintomas dos seis dos DSM-I ) Critérios de diagnóstico para F41. Nota: apenas um item é requerido (2) fadiga fácil (3) dificuldades de concentração ou esquecimentos devidos à .02] A. maior a probabilidade de ser efetuado o diagnóstico. Em segundo lugar. C. pronunciadas. as preocupações do dia-adia têm uma probabilidade muito menor de serem acompanhadas por sintomas físicos (por exemplo. que ocorrem durante mais de metade dos dias durante pelo menos seis meses. apesar de isto não se adequar às crianças. fadiga excessiva. acerca de um número de acontecimentos ou atividades (tais como o trabalho ou o desempenho escolar). Várias características distinguem a Perturbação de Ansiedade Generalizada da ansiedade não patológica. Em primeiro lugar. enquanto as preocupações do dia-a-dia são percebidas como mais controláveis e podem ser adiadas.1 Perturbação de Ansiedade Generalizada [300.Ansiedade e preocupação (apreensão expectante). Em terceiro lugar. Quanto maior o número de circunstâncias com que a pessoa se preocupa excessivamente (aspectos financeiros. reparações no carro). irritabilidade). nervosismo ou tensão interior. as preocupações associadas com a Perturbação de Ansiedade Generalizada são difíceis de controlar e interferem significativamente com o funcionamento. agitação. e a ansiedade e preocupação não ocorrem exclusivamente durante a Perturbação Pós-Stress Traumático. Deve existir evidência. O foco da ansiedade e preocupação não está limitado às características de uma perturbação do Eixo I. F06. tal como Perturbação da Adaptação com Ansiedade. F. Os sintomas devem causar mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. ocupacional ou em qualquer outra área. ser contaminado (como na Perturbação ObsessivoCompulsiva). estar afastado de casa ou dos familiares íntimos (como na Perturbação de Ansiedade de Separação).4 Perturbação da Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral [293. ocupacional ou noutra área importante (Critério . na qual o agente estressor é o estado físico geral (Critério C). E. A perturbação não é provocada por um efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. a partir da história. hipertiroidismo) e não ocorre exclusivamente durante uma Perturbação do Humor Secundária. por exemplo. Os sintomas incluem sintomas de ansiedade generalizada. ficar embaraçado em público (como na Fobia Social). Perturbação Psicótica ou uma Perturbação Global do Desenvolvimento. A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental. ou sono agitado) D. preocupação ou sintomas físicos causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. ter sintomas físicos múltiplos (como na Perturbação de Somatização) ou de ter uma doença grave (como na Hipocondria). A ansiedade. medicação) ou um estado físico geral (por exemplo. Ataques de Pânico ou obsessões ou compulsões (Critério A). de que a perturbação é conseqüência fisiológica de um estado físico geral (Critério B). exame físico ou dados laboratoriais. aumentar de peso (como na Anorexia Nervosa).ansiedade (4) irritabilidade (5) tensão muscular (6) perturbações no sono (dificuldade em adormecer ou permanecer a dormir. a ansiedade ou preocupação não estão relacionadas com ter um Ataque de Pânico (como na Perturbação de Pânico). O diagnóstico não é feito se os sintomas de ansiedade ocorrem somente durante a evolução de um delirium (Critério D). abuso de droga.89] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação da Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral é a ansiedade clinicamente significativa que é avaliada como sendo um efeito fisiológico direto de um estado físico geral. o clínico deve estabelecer em primeiro lugar a presença do estado físico geral. Perturbação da Adaptação). o clínico deve avaliar igualmente se a perturbação não é mais bem explicada por uma Perturbação da Ansiedade primária.E). o clínico deve em primeiro lugar assinalar a presença da Perturbação da Ansiedade. uma Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância ou outra perturbação mental primária (por exemplo. Apesar de não existirem guias infalíveis para determinar se a relação entre os sintomas de ansiedade e o estado físico geral é etiológica. várias considerações podem ajudar nesta área. Este especificador pode ser utilizado se obsessões ou compulsões predominarem no quadro clínico. Uma segunda consideração é a presença de características que são atípicas de uma Perturbação da Ansiedade primária (por exemplo. idade de início atípica ou evolução ou ausência de história familiar). Para efetuar este julgamento é necessária uma avaliação cuidadosa e ampla de múltiplos fatores. Uma consideração é a presença de uma associação temporal entre o início. Especificadores Podem ser utilizados os seguintes especificadores para indicar os sintomas que predominam na Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral: Com Ansiedade Generalizada. Além disso. o aumento ou remissão do estado físico geral e os sintomas de ansiedade. Com Ataques de Pânico. Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos. Processos de Registro Ao registrar o diagnóstico de Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral. Para determinar se os sintomas ansiosos são provocados por um estado físico geral. seguidamente identificar o estado físico geral que é avaliado como causador da perturbação e . deve estabelecer se os sintomas de ansiedade estão etiologicamente relacionados com o estado físico geral através de um mecanismo fisiológico. Estas regras estão explicadas com mais pormenor na secção "Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral" (p.169). Este especificador pode ser utilizado se os Ataques de Pânico predominarem no quadro clínico. Adicionalmente. Este especificador pode ser utilizado se a ansiedade ou preocupação excessiva acerca de um conjunto de acontecimentos ou atividades predominarem no quadro clínico. Existir evidência a partir da literatura que sugira poder existir uma associação direta entre o estado físico geral em questão e o desenvolvimento de sintomas ansiosos pode fornecer um contexto útil para avaliação dessa situação particular. síndrome de abstinência de substância ou exposição a tóxico. Perturbação da Ansiedade Secundária a Tirotoxicose. o diagnóstico de Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância deve ser considerado. Diagnóstico Diferencial O diagnóstico separado de Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral não é feito se a perturbação ansiosa ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium. situações cardiovasculares (por exemplo. neoplasias.4. Os dados do exame físico.9]). encefalite).09]). Estados Físicos Gerais Associados Uma variedade de estados físicos gerais podem provocar sintomas ansiosos. Sintomas que ocorram durante ou imediatamente após (isto é. num período de quatro semanas) a Abstinência ou Intoxicação por Substância ou depois do uso de medicamentos podem ser particularmente indicadores de uma Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância.finalmente o especificador apropriado que indica a apresentação do sintoma predominante no Eixo I (por exemplo. situações metabólicas (deficiência de vitamina B2. Perturbação de Ansiedade Generalizada e Perturbação Obsessivo-Compulsiva) e da Perturbação da . E05. porfíria) e situações neurológicas (por exemplo. falha congestiva do coração. hiper e hipotireoidismo. os dados laboratoriais e os padrões de prevalência ou de início refletem o estado físico geral etiológico. hiperventilação). hiperadrenocorticismo). ambos os diagnósticos podem ser feitos (isto é. condições respiratórias (doença pulmonar obstrutiva crônica. Pode ser útil ter uma análise do sangue ou da urina ou outra qualquer avaliação laboratorial apropriada.9 tirotoxicose [242. O código para o estado físico geral deve ser assinalado do Eixo III (por exemplo. dependendo do tipo. Se o quadro clínico incluir uma mistura de diferentes tipos de sintomas (por exemplo. feocromocitoma. recente ou prolongado (incluindo medicação com efeito psicoativo). Se clínico verificou que a perturbação é provocada pelo estado físico geral e pelo uso da substância. duração ou dose da substância utilizada. F06. embolia pulmonar. hipoglicemia. Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância) A Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral deve ser distinguida de uma Perturbação da Ansiedade primária (especialmente Perturbação de Pânico. incluindo situações endócrinas (por exemplo. com Ansiedade Generalizada [293. humor e ansiedade). Se existir evidência de uso de substância. arritmia). na Perturbação Mental Secundária a Um Estado Físico Geral depende do tipo de sintomas que predominam no quadro clínico. disfunção vestibular. Nas perturbações mentais primárias nenhum mecanismo fisiológico causador direto associado com o estado físico geral pode ser demonstrado. ocupacional ou qualquer outra área. A Perturbação da Ansiedade sem Outra Especificação é diagnosticada se o clínico não pode determinar se a perturbação ansiosa é primária.. D. os sintomas de ansiedade podem ser uma característica associada de outra perturbação mental (por exemplo.Existe evidência a partir da história.Adaptação com Ansiedade ou Mista com Ansiedade e Humor Depressivo (por exemplo. [Indicar o Estado Físico Geral [293. exame físico ou dados laboratoriais de que a perturbação é conseqüência fisiológica direta do estado físico geral C.A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. Perturbação da Adaptação com Ansiedade na qual o estressor é um estado físico geral grave). Anorexia Nervosa).A perturbação causa mal-estar clinicamente significativa ou deficiência no funcionamento social. Adicionalmente. induzida por substância ou provocada por um estado físico geral.4 Perturbação da Ansiedade Secundária a.Ansiedade. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 exigem que o quadro clínico preencha todos os sintomas e critérios de duração para Perturbação de Pânico ou Perturbação da Ansiedade Generalizada. Esquizofrenia. Idade de início tardia e ausência de história pessoal ou familiar de Perturbações da Ansiedade sugerem a necessidade de uma avaliação adequada para excluir o diagnóstico de Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral.89] A. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o evolução de um delirium. B. resposta desadaptada ao stress de ter um estado físico geral).. E. × Critérios de diagnóstico para F06. Na ICD-10 esta perturbação é referida como Perturbação Orgânica da Ansiedade. Ataques de Pânico ou obsessões ou compulsões proeminentes dominam o quadro clínico. . com Ansiedade Generalizada [293. outra Perturbação da Ansiedade) que não é induzida por substância (Critério C). Fobia Social ou Perturbação Obsessivo-Compulsiva.Especifique se: Com Ansiedade Generalizada: se a ansiedade ou a preocupação acerca de um conjunto de acontecimentos ou atividades predominam no quadro clínico. abuso de droga. fobias.4 Perturbação da Ansiedade Secundária a Feocromocitoma. F06. medicação ou exposição a tóxicos) (Critério B). O diagnóstico não é feito se os sintomas de ansiedade ocorrerem somente durante a evolução de um delirium (Critério D).89]. A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. 405) predominam no quadro clínico. os critérios completos para uma dessas perturbações não são preenchidos. Perturbação de Ansiedade Generalizada. durante a intoxicação ou a abstinência). Nota para codificação: inclua o nome do estado físico geral no Eixo I. Apesar do quadro clínico de a Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância se poder assemelhar a Perturbação de Pânico. Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos: se as obsessões ou compulsões predominam no quadro clínico. Para uma discussão mais pormenorizada das Perturbações Induzidas por . ou obsessões ou compulsões). a perturbação pode envolver ansiedade proeminente. Os sintomas devem causar mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância Características do Diagnóstico A característica essencial da Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância são sintomas de ansiedade proeminentes (Critério A) que são considerados como sendo provocados pelo efeito fisiológico direto de uma substância (isto é. Este diagnóstico deve ser feito em vez de Intoxicação por Substância ou Abstinência de Substância somente quando os sintomas de ansiedade forem em excesso em relação aos habitualmente associados com a síndrome de abstinência ou intoxicação e quando os sintomas de ansiedade forem suficientemente intensos para legitimar a atenção clínica independente. por exemplo. Dependendo da natureza da substância e do contexto no qual ocorrem os sintomas (isto é. Ataques de Pânico. ocupacional ou noutra área importante (Critério E). Com Ataques de Pânico: se os Ataques de Pânico (ver p. codifique igualmente o estado físico geral no Eixo III. a evolução e outros fatores. exame físico ou dados laboratoriais de intoxicação ou abstinência. ou amnésia) podem sugerir uma etiologia induzida por uma substância. Este especificador pode ser utilizado se a ansiedade ou a preocupação excessiva acerca de um conjunto de acontecimentos ou atividades predominarem no quadro clínico. Este especificador pode ser utilizado se as obsessões ou compulsões predominarem no quadro clínico. ou a história anterior de Perturbações da Ansiedade primárias recorrentes.179 Uma Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias distingue-se de uma Perturbação da Ansiedade primária tomando em consideração o início. As Perturbações da Ansiedade Induzida por Substância desencadeiam-se somente em associação com estados de intoxicação ou abstinência. Ao contrário. perda do equilíbrio. Com Sintomas Fóbicos. .Substâncias. enquanto as Perturbações da Ansiedade primárias podem preceder o início do uso de substâncias ou ocorrer em períodos ininterruptos de abstinência. algumas benzodiazepinas) pode ser relativamente prolongada. os fatores que sugerem que os sintomas de ansiedade são mais bem explicados por uma Perturbação da Ansiedade primária incluem a persistência de sintomas de ansiedade por um período substancial de tempo (isto é. da consciência ou dos esfíncteres. Para abuso de drogas deve existir evidência a partir da história. ver p. idade de início ou evolução atípicas). Este especificador pode ser utilizado se os Ataques de Pânico predominarem no quadro clínico. vertigens verdadeiras. Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos. Especificadores Podem ser utilizados os seguintes especificadores para indicar que sintomas predominam no quadro clínico: Com Ansiedade Generalizada. aproximadamente um mês) depois do fim da Intoxicação por Substância ou Abstinência aguda. o desenvolvimento de sintomas substancialmente em excesso para o que seria de esperar dado o tipo e a dose da substância utilizada e a duração da utilização. discurso mal articulado. Por exemplo. Uma vez que a síndrome de abstinência para algumas substâncias (por exemplo. Este especificador pode ser utilizado se os sintomas fóbicos predominarem no quadro clínico. Com Ataques de Pânico. o início dos sintomas de ansiedade pode ocorrer durante um período de quatro semanas depois do fim da utilização da substância. Outra consideração é a presença de características que são atípicas de uma Perturbação da Ansiedade primária (por exemplo. o início da Perturbação de Pânico depois dos 45 anos (o que é raro) ou a presença de sintomas atípicos durante um Ataque de Pânico (por exemplo. com Início Durante a Intoxicação [292.8]). O código do diagnóstico é selecionado da listagem das classes de substâncias fornecidas nos critérios. Procedimentos de Registro O nome de Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância começa com a substância específica (por exemplo. com Início Durante a Abstinência [291. hipnóticos e ansiolíticos. sedativos. com Ansiedade Generalizada. Este especificador deve ser utilizado se os critérios para abstinência de uma substância são preenchidos e os sintomas se desenvolverem durante a síndrome de abstinência.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cocaína. a categoria F19.89]). álcool. cannabis. O nome da perturbação (Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína. fenciclidina e substâncias relacionadas. com Ansiedade Generalizada.O contexto do desenvolvimento dos sintomas ansiosos pode ser indicado pela utilização de um dos seguintes especificadores: Com o Início Durante a Intoxicação. cocaína.89] deve ser utilizada. cocaína.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Álcool.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância Desconhecida [292. F10. As Perturbações da Ansiedade podem ocorrer em associação com a abstinência das seguintes classes de substâncias: álcool. com Início Durante a Intoxicação [292. com Ataques de Pânico. anfetaminas e substâncias relacionadas: cafeína. por exemplo) é seguido pela especificação dos sintomas predominantes no quadro clínico e pelo contexto em que os sintomas se desenvolveram (por exemplo. F15. F14. inalantes. e outras . Com o Início Durante a Abstinência. Para as substâncias que não se enquadram em nenhuma das classes (por exemplo.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína. metilfenidato. Se uma substância for considerada com sendo o fator etiológico. e outras ou substâncias desconhecidas. cada uma deve ser listada separadamente (por exemplo. alucinógenos. Quando é considerado que mais de uma substância desempenha um papel significativo no desenvolvimento dos sintomas ansiosos. tiroxina) o código "Outras Substâncias" deve ser utilizado. tiroxina) que se presume ser causadora dos sintomas ansiosos.89]. Este especificador deve ser utilizado se os critérios para intoxicação com substância forem preenchidos e os sintomas se desenvolverem durante a síndrome de intoxicação. mas a substância específica ou a classe de substâncias for desconhecida. Substâncias Especificas As Perturbações da Ansiedade podem ocorrer em associação com intoxicação com as seguintes classes de substâncias: álcool. Metais pesados e tóxicos (por exemplo. anticonvulsivantes.ou substâncias desconhecidas. A Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância distingue-se da Perturbação da Ansiedade primária pelo fato de a substância ser considerada como estando etiologicamente relacionada com os sintomas (ver p. dióxido de carbono) podem igualmente causar sintomas ansiosos. anti-histamínicos. os sintomas ansiosos são uma característica da Abstinência do Álcool. Alguns medicamentos têm sido descritos como evocando sintomas ansiosos e incluem anestésicos e analgésicos. Por exemplo. os sintomas ansiosos são considerados como sendo uma característica associada do delirium e não são diagnosticados separadamente. Se os sintomas ansiosos induzidos por substância ocorrerem exclusivamente durante a evolução de um delirium. psicóticos e ansiosos). medicações antiparkinsônicas. preparados da tiróide. Nos quadros clínicos induzidos por substâncias que contêm um misto de diferentes tipos de sintomas (por exemplo. corticosteróides. 452) A Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância provocada por um tratamento prescrito para uma perturbação mental ou por um estado físico geral deve ter o seu início durante o período em que a pessoa está . O diagnóstico de intoxicação por substância específica ou abstinência de substância específica é habitualmente suficiente para caracterizar o perfil dos sintomas. O diagnóstico de Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância deve ser feito em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substância e Abstinência de Substância somente quando os sintomas de ansiedade são considerados em excesso em relação aos que habitualmente estão associados com a síndrome de intoxicação ou abstinência e quando os sintomas de ansiedade são suficientemente intensos para legitimar a atenção clínica independente. Diagnóstico Diferencial Os sintomas de ansiedade ocorrem de modo comum na Intoxicação por Substâncias e Abstinência de Substâncias. contraceptivos orais. monóxido de carbono. A Perturbação da Ansiedade Induzida pelo Álcool deve ser diagnosticada em vez da Abstinência do Álcool somente se os sintomas de ansiedade forem mais intensos do que os habitualmente encontrados com a Abstinência do Álcool e forem suficientemente intensos para ser foco de atenção e tratamento separado. humor. insulina. inseticidas organofosfatados. medicações cardiovasculares e antihipertensivas. simpaticomiméticos ou outros broncodilatadores. gases para os nervos. medicações antipsicóticas e anti-depressivas. substâncias voláteis tais como gasolina e tintas. carbonato de lítio. o tipo específico de Perturbação Induzida por Substância depende do tipo de sintomas que predomina no quadro clínico. anticolinérgicos. Uma vez descontinuado o tratamento. sendo neste caso diagnosticada uma Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral. ou dentro do período de um mês. Quando não existe evidência suficiente para determinar se os sintomas ansiosos são provocados por uma substância (incluindo medicamentos) ou por um estado físico geral ou são primários (isto é. B. o clínico deve considerar a possibilidade de os sintomas ansiosos serem provocados pelas conseqüências fisiológicas do estado físico geral em vez da medicação. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não inclui uma Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância. substituição ou descontinuação da medicação) pode ser necessária para determinar empiricamente para essa pessoa se a medicação é ou não o agente causador. × Critérios de diagnóstico para Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância A. Por vezes. não provocados ou por uma substância ou por um estado físico geral). de Intoxicação ou Abstinência de Substância (2) o uso de medicamentos está relacionado com a perturbação . se a síndrome de abstinência estiver associada com a medicação). Se os sintomas persistirem para além de quatro semanas. o diagnóstico de Perturbação da Ansiedade sem Outra Especificação deve ser indicado. os sintomas de ansiedade remitem habitualmente de alguns dias a algumas semanas (dependendo da semivida da substância e da presença de uma síndrome de abstinência). A história clínica fornece primariamente a base para efetuar tal julgamento. Se o clínico determinou que a perturbação é provocado por um estado físico geral e por uso de substância ambos os diagnósticos devem ser feitos (Perturbação de Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância). Ataques de Pânico ou obsessões ou compulsões proeminentes dominam o quadro clínico. exame físico ou dados laboratoriais ou de (1) ou de (2): (1) os sintomas do Critério A desenvolveram-se durante. devem ser tomadas em consideração outras causas para os sintomas ansiosos. uma mudança no tratamento do estado físico geral (por exemplo. Existe evidência a partir da história. Uma vez que os sujeitos com estados físicos gerais tomam frequentemente medicamentos para estas situações.a receber a medicação (ou durante a abstinência. Ansiedade. F19.89]. F18.8 Fenciclidina (ou Substâncias Semelhantes à Fenciclidina).89].8 Cocaína [292. Nota: este diagnóstico deve ser feito em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substância ou Abstinência de Substância somente quando os sintomas de ansiedade são considerados em excesso em relação àqueles que habitualmente estão associados com a síndrome de abstinência ou intoxicação e quando os sintomas de ansiedade são suficientemente intensos para legitimar a atenção clínica independente Codificar Perturbação da Ansiedade Induzida por (Substância Específica) (F10. Com Ataques de Pânico: se os Ataques de Pânico (ver p. aproximadamente um mês) depois do fim do período agudo da abstinência ou intoxicação intensa ou são substancialmente excessivos do que seria de esperar dado o tipo e a dose da substância utilizada ou a duração do uso. Com Sintomas Fóbicos: se os sintomas fóbicos predominarem no quadro clínico. D.8 Anfetaminas [ou Substâncias Semelhantes às Anfetaminas] [292.8 Cafeína [292.C. F14.8 Cannabis [292. Hipnóticos ou Ansiolíticos [292. A evidência de que os sintomas são mais bem explicados por uma Perturbação da Ansiedade não induzida por substância pode incluir o seguinte: os sintomas precedem o início do uso da substância (ou da medicação). F19.89].89]. história de episódios recorrentes não relacionados com substâncias).8 Outra Substância [Ou Substância Desconhecida][292.8 Inalantes [292. F12. ocupacional ou em qualquer outra área.8 Álcool [291.89]) Especifique se: Com Ansiedade Generalizada: se a ansiedade ou preocupação acerca de um conjunto de acontecimentos ou atividades predominarem no quadro clínico. A perturbação não é mais bem explicada por outra Perturbação da Ansiedade não induzida por substância. 405) predominarem no quadro clínico. ou existe outra evidência que sugere a existência de uma Perturbação da Ansiedade independente não induzida por substância (por exemplo.A perturbação causa mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social. . Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos: se as obsessões ou compulsões predominarem no quadro clínico. F16. F13.8 Alucinógenos [292.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delírio.89]. F15.8 Sedativos. os sintomas persistem por um período de tempo substancial (por exemplo. F15.89]. E.89].8]. F4l. o termo somatoforme) e não são completamente explicados por um estado físico geral. Sintomas de fobia social clinicamente significativos que estão relacionados com o impacte social de ter um estado físico geral ou uma perturbação mental (doença de Parkinson. Situações em que o clínico conclui que está presente uma Perturbação da Ansiedade mas é incapaz de determinar se esta é primária. Perturbação mista de ansiedade-depressão: sintomas de ansiedade e depressão clinicamente significativos. pelos efeitos diretos de uma substância ou por outra perturbação mental (por exemplo. a síndrome de abstinência. Gaguez. Em contraste com as Perturbações Factícias e a Simulação.9Perturbação da Ansiedade sem Outra Especificação [300. ou imediatamente após. Com Início Durante a Abstinência: se estiverem preenchidos os critérios para Abstinência da substância e os sintomas se desenvolverem durante. situações dermatológicas. Perturbação de Pânico). sob controlo voluntário). Os sintomas têm de causar mal-estar clinicamente significativo ou dificuldades no funcionamento social. Perturbação Dismórfica Corporal) 3. Os exemplos incluem: 1.181 a tabela para aplicabilidade por substância): Com Início Durante a Intoxicação: se estiverem preenchidos os critérios para Intoxicação com a substância e os sintomas se desenvolverem durante a síndrome de intoxicação. Anorexia Nervosa. mas sem estarem preenchidos os critérios para uma Perturbação do Humor específica ou uma Perturbação da Ansiedade específica (ver p. As Perturbações Somatoformes diferem dos Fatores Psicológicos que . 741 para os critérios de investigação sugeridos) 2. os sintomas físicos não são intencionais (isto é.Especifique se (ver na p.00] Esta categoria inclui as perturbações com ansiedade ou evitamento fóbico proeminentes que não preenchem os critérios para nenhuma Perturbação da Ansiedade Específica. provocada por um estado físico geral ou induzida por substância Página 457 Perturbações Somatoformes A característica comum das Perturbações Somatoformes consiste na presença de sintomas físicos que sugerem um estado físico geral (daí. ocupacional ou noutras áreas. Perturbação da Adaptação com Ansiedade ou Perturbação da Adaptação Mista com Ansiedade e Humor Depressivo. Envolve sintomas ou déficits não explicados que afetam a função motora voluntária ou sensorial e que sugerem uma doença neurológica ou outro estado físico geral. é uma perturbação polissintomática que se inicia antes dos 30 anos. O agrupamento destas perturbações numa única secção baseia-se mais na sua utilidade clínica (isto é. uma doença grave. mas que estão abaixo do limiar para um diagnóstico de Perturbação de Somatização. Perturbação de Conversão. Além disso. pseudoneurológicos. Estas perturbações são muitas vezes encontradas na medicina geral. a toma de medicação) ou causa incapacidade significativa no funcionamento social. É incluída para codificar perturbações com sintomas somatoformes que não preenchem os critérios para nenhuma F45. As seguintes Perturbações Somatoformes estão incluídas nesta secção: Perturbação de Somatização. Hipocondria. sexuais. Historicamente referida como histeria ou síndrome de Briquet. agravamento ou manutenção. É caracterizada por dor como o foco predominante da atenção clínica. ou a idéia que se tem. Considera-se que existem fatores psicológicos associados aos sintomas ou aos déficits. e dor. É a preocupação com um defeito imaginado ou exagerado na aparência física. severidade.Afetam Um Estado Físico Geral pois naquelas não existe um estado físico geral diagnosticável para explicar completamente os sintomas físicos. Perturbação Somatoforme Indiferenciada. considera-se que há fatores psicológicos que têm um importante papel no seu início. a necessidade de excluir estados físicos gerais ocultos ou substâncias etiologicamente responsáveis pelos sintomas físicos) do que em pressupostos relativos a uma etiologia ou mecanismos comuns. baseada na interpretação errada dos sintomas físicos ou funções do corpo. É caracterizada por queixas físicas não explicadas. com medo de ter. Perturbação de Dor Somatoforme. Uma queixa somática é considerada clinicamente significativa se resulta em tratamento médico (por exemplo. durando pelo menos seis meses. E a preocupação.0 Perturbação de Somatização [300.81) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Somatização consiste num padrão de queixas somáticas clinicamente significativas. Perturbação Dismórfica Corporal. Perturbação Somatoforme Sem Outra Especificação. recorrentes e múltiplas. evolui ao longo de vários anos e é caracterizada por uma combinação de sintomas gastrintestinais. . ) (Critério B4). As queixas somáticas têm de se iniciar antes dos 30 anos e decorrer ao longo de um período de vários anos (Critério A). atividade sexual. fraqueza localizada. abdômen. surdez ou ataques. tórax. Finalmente. reto) ou com diversas funções (por exemplo. São menos comuns os vômitos. Os sintomas em cada um dos grupos foram listados pela ordem aproximada da freqüência habitualmente referida. cegueira. afonia. cabeça. As múltiplas queixas somáticas não podem ser completamente explicadas por nenhum estado físico geral conhecido ou pelos efeitos diretos de uma substância. A maioria dos sujeitos com a perturbação descreve a presença de náuseas e meteorismo. sintomas dissociativos como amnésia. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. articulações. dificuldade em deglutir ou. exame físico ou exames laboratoriais (Critério C). visão dupla. extremidades. Nos homens podem existir sintomas como disfunção erétil ou ejaculatória. Perturbação de Somatização descrevem habitualmente as suas queixas em termos coloridos e exagerados. Tem de haver uma história de dor relacionada com pelo menos quatro regiões diferentes (por exemplo.ocupacional ou noutras áreas. as queixas físicas ou a incapacidade social ou ocupacional resultante são acima do que seria esperado da história. ou perda da consciência além de lipotimias. menorragias ou vômitos ao longo da gravidez. perda da sensibilidade táctil e à dor. além da dor. mas carecendo muitas vezes de informação factual específica. que sugira uma doença neurológica (sintomas de conversão como incapacidade de coordenação e equilíbrio. Tem de haver uma história de pelo menos um sintoma sexual ou reprodutor além da dor (Critério B3). costas. Os sujeitos com. retrospectivamente considerada desnecessária. retenção urinária. de modo que uma abordagem diagnóstica por lista de sintomas pode ser menos eficaz do que uma cuidadosa revisão dos . Tanto os homens como as mulheres podem ser sujeitos a indiferença sexual. menstruação. urinar) (Critério B1). tem de haver também uma história de pelo menos um sintoma. Tem de haver também uma história de pelo menos dois sintomas gastrintestinais além da dor (Critério B2). Finalmente. os sintomas não explicados na Perturbação de Somatização não são intencionalmente produzidos ou simulados (como na Perturbação Factícia ou Simulação) (Critério D). alucinações. nó na garganta. Nas mulheres pode consistir em menstruações irregulares. paralisia ou. As queixas gastrintestinais conduzem muitas vezes a freqüentes exames radiológicos e podem resultar em cirurgia abdominal. diarréia e intolerância aos alimentos. Têm frequentemente histórias inconsistentes. Se ocorrerem na presença de um estado físico geral. são muitas vezes tão caóticas e complicadas como as suas histórias médicas. síndrome de dhat na Índia). preocupação generalizada com a perda de sêmen (por exemplo. Por exemplo. Estes sujeitos podem ser diagnosticados com as denominadas perturbações funcionais (por exemplo. As vidas destes sujeitos. O uso freqüente de medicações pode conduzir a efeitos colaterais e a Perturbações Relacionadas com Substâncias. Estado-Limite e Anti-Social. particularmente aqueles com perturbações da personalidade associadas. Sintomas relacionados com a função reprodutora masculina podem ser mais prevalentes em culturas em que há uma. ameaças e tentativas de suicídio e conflitos maritais. o que pode conduzir a combinações de tratamentos complicadas e perigosas. Os sintomas listados neste manual são exemplos do que tem sido encontrado nos Estados Unidos. procedimentos de diagnóstico. a sensação de mãos ou pés queimados ou a experiência não delirante de vermes na cabeça ou formigas rastejando sob a pele representam sintomas pseudoneurológicos que são mais comuns em África e no Sul da Ásia do que na América do Norte. A Perturbação Depressiva Major. O exame físico é assinalável pela ausência de achados objetivos que expliquem completamente as múltiplas queixas físicas dos sujeitos com Perturbação de Somatização. cirurgias e hospitalizações que expõem a pessoa a um risco aumentado de morbilidade associada a estes procedimentos. Estes sujeitos sofrem habitualmente inúmeros exames médicos. Características Específicas da Cultura e Gênero O tipo e a freqüência dos sintomas somáticos pode diferir entre as culturas. Do mesmo modo. os seus sintomas podem contribuir para um diagnóstico de Perturbação de Somatização. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. síndrome do cólon irritável). Pode haver comportamento impulsivo e anti-social. Deve ser referido que a ordem . No entanto. a lista de sintomas tem de ser ajustada para cada cultura. Dados laboratoriais associados. As perturbações da Personalidade mais frequentemente associadas são a Histriônica. São muito freqüentes importantes sintomas de ansiedade e humor deprimido e estes podem ser a razão para observação em serviços de saúde mental. como estas síndromes não têm ainda sinais objetivos ou achados laboratoriais específicos conhecidos. a Perturbação de Pânico e as Perturbações Relacionadas com Substâncias estão frequentemente associadas à Perturbação de Somatização. Muitas vezes procuram tratamento simultâneo em vários clínicos. Os resultados dos exames laboratoriais são assinaláveis pela ausência de dados que sustentem as queixas físicas.tratamentos médicos e hospitalizações que documenta m um padrão de queixas somáticas freqüentes. Evolução A Perturbação de Somatização é uma perturbação crônica. Padrão Familiar A Perturbação de Somatização observa-se em 10% a 20% das mulheres familiares em primeiro grau de mulheres com Perturbação de Somatização. variando de 0. Prevalência Os estudos referem uma prevalência de Perturbações de Somatização ao longo da vida. Nos Estados Unidos a Perturbação de Somatização ocorre apenas raramente nos homens. mas flutuante.2% a 2. Nas mulheres. Quando se utilizam entrevistadores não médicos. Perturbações Relacionadas com Substâncias e Perturbação de Somatização.2%o entre os homens. a Perturbação de Somatização é muito menos diagnosticada.de freqüência resulta de estudos efetuados nos Estados Unidos. Os critérios de diagnóstico são tipicamente preenchidos antes dos 25 anos. motivado por queixas somáticas não explicadas.0% entre as mulheres e menos de 0. Diferenças nestes valores podem depender do entrevistador ser um médico. mas as freqüências mais elevadas nos homens da Grécia e de Porto Rico sugerem que fatores culturais podem influenciar a relação entre os sexos. Quase nunca passa um ano sem que o sujeito. Diagnóstico Diferencial O conjunto de sintomas encontrado na Perturbação de Somatização é frequentemente inespecífico e pode sobrepor-se a uma multiplicidade de . Ter um parente biológico ou adotivo com qualquer uma destas perturbações aumenta o risco de desenvolver uma Perturbação Anti-Social da Personalidade. as dificuldades menstruais podem ser um dos primeiros sintomas. Os homens familiares de mulheres com esta perturbação apresentam um risco aumentado de Perturbação Anti-Social da Personalidade e Perturbações Relacionadas com Substâncias. do método de avaliação e de variáveis demográficas da amostra estudada. mas os sintomas iniciais estão muitas vezes presentes na adolescência. Estudos de adoção demonstram que fatores genéticos e ambientais contribuem para o risco de Perturbação Anti-Social da Personalidade. muito variável. procure a atenção do médico. Os sintomas sexuais estão muitas vezes associa dos a conflitos conjugais. que raramente remite completamente. uma Perturbação Relacionada com Substâncias ou uma Perturbação de Somatização. Os achados objetivos devem ser avaliados sem confiar nas queixas subjetivas. Portanto. Se preencherem os critérios para Perturbação de Somatização e Perturbação do Humor. habitualmente cefaléias. ambos devem ser diagnosticados. Os sujeitos com Perturbações do Humor. O início tardio de múltiplos sintomas físicos é quase sempre devido a um estado físico geral. Os sujeitos com Perturbação de Somatização têm queixas físicas recorrentes ao longo da maior parte das suas vidas. quando os sintomas somáticos ocorrem independentemente dos Ataques de Pânico. podem apresentar-se com queixas somáticas. enquanto as queixas físicas nas Perturbações Depressivas se limitam aos episódios de humor deprimido. Os sujeitos com Perturbação de Somatização apresentam-se também muitas vezes com queixas depressivas. particularmente: Perturbações Depressivas. Em casos raros os sujeitos com Perturbação de Somatização também têm Esquizofrenia e nesse caso ambos os diagnósticos devem ser anotados. sintomas sexuais e sintomas conversivos e dissociativos. porfíria intermitente aguda. 281). Na Perturbação de Pânico os sintomas somáticos múltiplos estão também presentes mas estes ocorrem principalmente durante os Ataques de Pânico. a Perturbação de Somatização não protege os sujeitos de ter outros estados físicos gerais independentes. se estes sintomas ocorrerem exclusivamente durante a evolução da Perturbação de Somatização não se deverá fazer . E ainda necessário excluir estados físicos gerais que são caracterizados por sintomas somáticos vagos. hiperparatiroidismo. todos os sujeitos com Perturbação de Somatização têm uma história de dor. perturbações gastrintestinais ou dor inexplicadas. independentemente do seu estado de humor. Pode ser muito difícil distinguir entre Perturbações de Ansiedade e Perturbação de Somatização. Três características que sugerem um diagnóstico de Perturbação de Somatização são: 1 ) envolvimento de múltiplos sistemas ou órgãos. 2) início precoce e evolução crônica sem o aparecimento de sinais físicos ou alterações estruturais.estados físicos gerais. esclerose múltipla e lúpus eritematoso). Por definição. e 3) ausência de alterações laboratoriais que são características do estado físico geral indiciado pelos sintomas. ambos os diagnósticos devem ser feitos. No entanto a Perturbação de Pânico pode coexistir com a Perturbação de Somatização. múltiplos e que criam dúvidas (por exemplo. mas o foco de ansiedade e preocupação não se limita às queixas físicas. As alucinações podem ocorrer como sintomas pseudoneurológicos e têm de ser distinguidos das alucinações típicas observadas na Esquizofrenia (ver p. Os sujeitos com Perturbação de Ansiedade Generalizada podem ter uma multiplicidade de queixas físicas associadas à sua ansiedade generalizada. A Esquizofrenia com múltiplas idéias delirantes somáticas tem de ser distinguida de queixa somáticas não delirantes dos sujeitos com Perturbação de Somatização. Além disso. Por um lado. Tem de preencher-se cada um dos critérios seguintes. devem aparecer sintomas de pelo menos dois grupos. Nestes casos mistos deve diagnosticar-se Perturbação de Somatização e Perturbação Factícia ou Simulação. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 requerem a presença de "recusa permanente em aceitar a opinião dos médicos de que não existe uma causa orgânica que explique estes sintomas físicos". que decorre ao longo de um período de vários anos e resulta na procura de tratamento ou dificuldade significativa no funcionamento social. a presença de alguns sintomas factícios ou simulados não é rara. ocorrendo os sintomas individualmente em qualquer momento da evolução da perturbação: (1) quatro sintomas de dor: uma história de dor relacionada com . A. que se inicia antes dos 30 anos. ou Perturbação Somatoforme Sem Outra Especificação para apresentações mais breves. As apresentações somatoformes que não preenchem os critérios para Perturbação de Somatização devem ser classificados como Perturbação Somatoforme Indiferenciada se a duração da síndrome for igual ou superior a seis meses. os sintomas somáticos podem ser intencionalmente produzidos para assumir o papel de doente ou para a obtenção de ganho.um diagnóstico adicional de Perturbação de Dor Somatoforme Associada a Fatores Psicológicos. Os sintomas que são intencionalmente produzidos não devem ser utilizados no diagnóstico de Perturbação de Somatização. exige-se a presença de seis sintomas de uma lista de catorze distribuídos pelos seguintes grupos: seis sintomas gastrintestinais. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para a Perturbação de Somatização são diferentes dos do DSM-IV. respectivamente. Por outro lado. B. Na Perturbação Factícia com Sintomas e Sinais Predominantemente Físicos e na Simulação. A Hipocondria não se diagnostica se a preocupação de ter uma doença grave ocorrer exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação de Somatização. No entanto. três sintomas geniturinários e três sintomas relacionados com a pele ou a própria dor. ocupacional ou noutras áreas. Além disso. Disfunção Sexual ou Perturbação Dissociativa.Uma história de muitas queixas físicas. dois sintomas cardiovasculares. Neste manual os critérios para Perturbação de Somatização são ligeiramente mais restritivos do que os critérios originais para Síndrome de Briquet. gases. ou sintomas gastrintestinais ou geniturinários. ou perda da consciência que não lipotimia) C. indiferença sexual. Estes sintomas não podem ser explicados por qualquer estado físico geral conhecido ou pelos efeitos diretos de uma substância (por . perdas menstruais excessivas. afonia. menstruações irregulares. reto. paralisia ou fraqueza localizada. alucinações. cegueira.81] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Somatoforme Indiferenciada consiste numa ou mais queixas físicas (Critério A) que persistem por seis meses ou mais (Critério D). retenção urinária. uma medicação) (2) quando existe um estado físico geral relacionado. exame físico ou dados laboratoriais D. durante a atividade sexual ou quando urina) (2) dois sintomas gastrintestinais: uma história de pelo menos dois sintomas gastrintestinais. vômitos fora da gravidez. vômitos durante a gravidez) (4) um sintoma pseudoneurológico: uma história de pelo menos um sinto ma ou déficit sugerindo uma doença neurológica não limitada a dor (sintomas de conversão como dificuldade de coordenação ou de equilíbrio. durante a menstruação. (1) ou (2): (1) depois de investigação adequada cada um dos sintomas do Critério B não pode ser completamente explicado por um estado físico geral conhecido ou pelos efeitos diretos de uma substância (por exemplo.pelo menos quatro regiões ou funções diferentes (por exemplo cabeça. disfunção erétil ou ejaculatória. extremidades. diplopia. abdômen.Os sintomas não são intencionalmente produzidos ou simulados (como na Perturbação Factícia ou Simulação). diarréia ou intolerância a múltiplos alimentos) (3) um sintoma sexual: uma história de pelo menos um sintoma sexual ou reprodutivo exceto dor (por exemplo. perda da sensibilidade táctil ou à dor. dificuldade em engolir ou nó na garganta. uma droga de abuso. sintomas dissociativos como amnésia.1 Perturbação Somatoforme Indiferenciada [300. articulações. F45. náusea. as queixas físicas ou a dificuldade social ou relacional resultante são acima do que seria de esperar da história. peito. As queixas mais freqüentes são fadiga crônica. convulsões. dorso. exceto dor (por exemplo. surdez. perda de apetite. O diagnóstico não se efetua quando os sintomas são mais bem explicados por outra perturbação mental (por exemplo. Perturbação do Sono ou Perturbação Psicótica) (Critério E).exemplo. uma síndrome descrita frequentemente em muitas partes do mundo e caracterizado por fadiga e fraqueza. como náusea. ou. ocupacional ou noutras áreas de funcionamento (Critério C). Os sintomas que podem ser observados incluem os exemplos listados para Perturbação de Somatização. Perturbação do Humor. A mais elevada freqüência de queixas físicas inexplicadas ocorre em mulheres jovens de baixo nível socioeconômico. habitualmente de cuidados primários. É freqüente o eventual diagnóstico de um estado físico geral ou outra perturbação mental. Características Especificas da Cultura. Os sintomas não são intencionalmente produzidos ou simulados (como na Perturbação Factícia ou na Simulação) (Critério F). mais habitualmente. sem indicar necessariamente psicopatologia. Disfunção Sexual. outra Perturbação Somatoforme. múltiplos sintomas físicos. Idade e Gênero Sintomas medicamente inexplicados e preocupação com doença física podem constituir "idiomas de mal-estar" culturalmente moldados que são empregues para expressar preocupações acerca de um vasto leque de problemas pessoais e sociais. Os sintomas têm de causar mal-estar clinicamente significativo ou dificuldade social. Esta é uma categoria residual para as situações somatoformes persistentes que não preenchem completamente os critérios para Perturbação de Somatização ou outra Perturbação Somatoforme. "Neurastenia". uso de substâncias ou efeitos colaterais de medicação) ou as queixas físicas ou a dificuldade resultante são claramente acima do que seria de esperar considerando a história. o exame físico ou os exames laboratoriais (Critério B). As queixas físicas crônicas não explicadas levam muitas vezes a consultas médicas. classifica-se na DSM-IV como Perturbação Somatoforme Indiferenciada se os sintomas persistirem por mais de seis meses. gênero ou grupo sociocultural. Diagnóstico Diferencial Ver também a secção "Diagnóstico Diferencial" para Perturbação de . Perturbação da Ansiedade. mas tais sintomas não se limitam a nenhuma idade. efeitos de traumatismo. Evolução A evolução de cada queixa física inexplicada é imprevisível. Pode existir um único sintoma circunscrito. 460) A Perturbação Somatoforme Indiferenciada diferencia-se da Perturbação de Somatização por nesta se requerer uma multiplicidade de sintomas de vários anos de duração e um início antes dos trinta anos. fuga a um processo crime ou obtenção de drogas. enquanto na Simulação são mais aparentes os incentivos externos como compensação financeira.1 Perturbação Somatoforme Indiferenciada [300. Outras perturbações mentais que frequentemente incluem sintomas físicos inexplicados são a Perturbação Depressiva Major. os sintomas não podem ser completamente explicados por um estado físico geral conhecido ou pelos efeitos diretos de uma substância (por exemplo.81] A. as queixas físicas ou a incapacidade social ou ocupacional resultantes são acima do que seria de esperar considerando a história. Se as queixa físicas persistirem há menos de seis meses deve fazer-se um diagnóstico de Perturbação Somatoforme Sem Outra Especificação. de modo que numa avaliação podem referir muitos sintomas que preenchem os critérios para Perturbação de Somatização.(1) ou (2): (1) depois de investigação adequada. Perturbações de Ansiedade e Perturbação da Adaptação. Uma ou mais queixas físicas (por exemplo. Na Perturbação Factícia a motivação consiste em assumir o papel de doente e obter avaliação e tratamento médico. Não se diagnostica Perturbação Somatoforme Indiferenciada se os sintomas forem mais bem explicados por outra perturbação mental. exames físicos ou dados laboratoriais. evitamento de deveres. os sintomas físicos das Perturbações Factícias e da Simulação são intencionalmente produzidos ou simulados. uma droga de abuso. enquanto noutra ocasião podem referir muito menos sintomas que não preenchem os critérios completos. Critérios de Diagnóstico para F45. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Perturbação Somatoforme Indiferenciada são quase idênticos. queixas gastrintestinais ou urinárias) B. Os sujeitos com Perturbação de Somatização têm tipicamente histórias inconsistentes. fadiga. perda de apetite. uma medicação) (2) quando está relacionado com um estado físico geral.Somatização (ver p. Em contraste com a Perturbação Somatoforme Indiferenciada. . O sintoma não é produzido ou simulado intencionalmente (como na Perturbação Factícia ou na Simulação) F44. Considera-se que existem sintomas psicológicos associados ao sintoma ou déficit através de um juízo baseado na observação de que o início ou exacerbação do sintoma ou déficit é precedido por conflitos ou outros estressores (Critério B). O problema tem de ser clinicamente significativo. Perturbação do Sono ou Perturbação Psicótica).11] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Conversão consiste na presença de sintomas ou déficits que afetam as funções motoras voluntárias ou sensoriais que sugerem uma doença neurológica ou um estado físico geral (Critério A). afonia ou dificuldade em deglutir.C. A duração da perturbação é de pelo menos de seis meses. A Perturbação de Conversão não se diagnostica se os sintomas ou déficits forem completamente explicados por uma doença neurológica ou outro estado físico geral. Perturbação do Humor. Os sintomas de conversão estão relacionados com o funcionamento motor voluntário ou sensorial e são portanto referidos como "pseudoneurológicos".Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social. ou por um comportamento ou experiência culturalmente sancionados (Critério D). Os sintomas não são intencionalmente produzidos ou simulados. cegueira. dificuldade no funcionamento social. E. ocorrerem exclusivamente durante a evolução de uma perturbação de Somatização ou serem mais bem explicados por outra perturbação mental (Critério F). Os sintomas ou déficits sensoriais incluem perda da sensibilidade táctil ou à dor.x Perturbação de Conversão [300. A Perturbação de Conversão não se diagnostica se os sintomas se limitarem a dor ou a disfunção sexual. Perturbação da Ansiedade. ocupacional ou noutras áreas importantes. o que deve ser comprovado por acentuado mal-estar. pelos efeitos diretos de uma substância. outra Perturbação Somatoforme. surdez e . ocupacional ou noutras áreas D. como na Perturbação Factícia ou na Simulação (Critério C). Os sintomas ou déficits motores incluem dificuldade de coordenação ou equilíbrio. ou o fato de justificar avaliação médica (Critério E).A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. paralisia ou fraqueza localizada. visão dupla. Disfunção Sexual. e retenção urinária. F. ou a sensação de um nó na garganta. temperatura e dor) distintamente demarcadas numa referência anatômica em vez de ser de acordo com os dermatomas. A "anestesia" de conversão de um pé ou de uma mão pode seguir a conhecida distribuição em luva com uma perda uniforme (não de proximal a distal) de todas as modalidades sensoriais (isto é. que podem simular de perto doenças neurológicas ou outros estados físicos gerais. O eletromiograma pode ser normal. Nos estudos mais recentes. um braço "paralisado" manterá brevemente a sua posição. Uma história de outros sintomas somáticos (especialmente de conversão) ou dissociativos significa uma maior probabilidade de que um sintoma de conversão não se deva a um estado físico geral. seguindo antes a conceitualização que o sujeito tem da doença. caindo então para o lado. Mesmo quando se seguem estas diretivas. táctil. tônus muscular normal e reflexos intactos. deve-se ser cauteloso. Porque uma etiologia médica para muitos casos de aparente Perturbação de Conversão pode levar muitos anos a ser evidente. bem como um avanço no conhecimento e nas técnicas de diagnóstico.alucinações. e a atividade paroxística não será evidente no EEG. em vez de bater na cabeça. O conhecimento da anatomia e dos mecanismos fisiológicos é incompleto e os métodos disponíveis para avaliação objetiva têm limitações. Uma paralisia pode envolver incapacidade para executar um movimento particular ou movimentar uma parte completa do corpo. Deve-se fazer um diagnóstico de Perturbação de Conversão apenas depois de uma cuidadosa investigação médica ter excluído uma etiologia neurológica ou médica. Os sintomas de conversão são muitas vezes inconsistentes. Uma "crise" de conversão variará de convulsão para convulsão. Quanto mais ingênua medicamente é a pessoa. Uma extremidade "paralisada" será movimentada inadvertidamente ao vestir-se ou quando a atenção se dirige para outra direção. Os sintomas podem também incluir crises ou convulsões. mais inverossímeis são os sintomas atuais. As pessoas mais evoluídas tendem a ter sintomas e déficits mais subtis. Pode demonstrar-se uma força não esperada. Nos primeiros estudos. A dificuldade em engolir será igual para líquidos e para sólidos. Um vasto leque de doenças neurológicas pode ser . especialmente se os critérios para Perturbação de Somatização foram preenchidos no passado. o diagnóstico deve ser provisório e aproximativo. as etiologias médicas eram mais tarde encontradas em 1 /4 a 1/2 das pessoas inicialmente diagnosticadas com sintomas de conversão. Se colocado acima da cabeça e liberto. os erros de diagnóstico são menos evidentes. em vez de um déficit correspondente a padrões de enervação motora. Os sintomas de conversão não são conforme as vias anatômicas e os mecanismos fisiológicos conhecidos. refletindo talvez um aumento de consciência da perturbação. são obtidos benefícios externos ou são evitadas obrigações ou responsabilidades desagradáveis. reduzindo a ansiedade e mantendo-a fora da consciência ("ganho primário").erradamente diagnosticado como Perturbação de Conversão. A Perturbação de Conversão não se diagnostica se o sintoma for completamente explicado por um comportamento ou experiência culturalmente sancionado. tem de ser inferido de uma avaliação cuidadosa do contexto em que o sintoma se desenvolve. "visões" ou "feitiços" que ocorrem como parte de rituais religiosos nos quais tais comportamentos são encorajados e esperados não justificam um diagnóstico de Perturbação de Conversão. Determinar se um sintoma é ou não intencionalmente produzido ou simulado pode também ser difícil. a miastenia gravis e as distonias idiopáticas e induzidas por substâncias. ao contrário da Simulação e da Perturbação Factícia os sintomas não são produzidos sintencionalmente para obter benefícios. no passado. A Perturbação de Conversão pode ser diagnosticada na presença de uma doença neurológica ou de um estado físico geral se os sintomas não são completamente explicados considerando a natureza e gravidade da doença neurológica ou outro estado físico geral. isto é. Se bem que o sujeito possa obter um ganho secundário do sintoma de conversão. Pode ser útil complementar os dados fornecidos pela pessoa com fontes adicionais de informação (por exemplo. O sujeito pode também obter um "ganho secundário" do sintoma de conversão. especialmente se a pessoa desenvolveu os sintomas de conversão sob circunstâncias semelhantes. pode ser difícil estabelecer se um fator psicológico está etiologicamente relacionado com o sintoma ou déficit. Se bem que os critérios da DSM-IV para Perturbação de Conversão não impliquem necessariamente que os sintomas envolvam tais construtos. especialmente no que diz respeito a recompensas externas potenciais ou a assunção do papel de doente. Geralmente. Por exemplo. Tradicionalmente. de colegas ou registros). Considerando que os fatores psicológicos são ubiquitários em relação aos estados físicos gerais. Entre estas têm relevância a esclerose múltipla. o termo conversão deriva da hipótese de que os sintomas somáticos do sujeito representam uma resolução simbólica de um conflito psicológico inconsciente. requerem que existam fatores psicológicos associados ao seu início ou agravamento. Um terço dos sujeitos com sintomas de conversão apresentam uma doença neurológica prévia ou em curso. No entanto uma relação temporal próxima entre um conflito ou stress e o início ou agravamento do sintoma pode ajudar esta avaliação. Na "histeria epidêmica" os sintomas partilhados desenvolvem-se num . No entanto a presença de uma doença neurológica não impede um diagnóstico de Perturbação de Conversão. exceto se o sintoma excede o que seria esperado no contexto e cause mal-estar ou incapacidade inapropriados. Os sintomas podem ser mais freqüentes depois de um stress psicossocial extremo (por exemplo. no entanto deve-se ter em atenção que tal não é específico da Perturbação de Conversão e pode também ocorrer em estados físicos gerais. Depressão Major e Perturbações Histriônica. As perturbações mentais associadas incluem Perturbações Dissociativas. F44. os seus sintomas podem ser modificados ou resolvidos com a ajuda de fatores externos. cegueira. Subtipos Os seguintes subtipos baseiam-se na natureza do sintoma ou déficit atual: F44. surdez e alucinações.7 Com Apresentação Mista. F44.6 Com Crises ou Convulsões. Os sujeitos com sintomas de conversão podem apresentar la belle indifference (isto é. Este subtipo é utilizado se são evidentes sintomas de mais do que uma categoria de sintomas. Este subtipo inclui sintomas como dificuldade de coordenação ou equilíbrio. Dados laboratoriais associados. Um diagnóstico de Perturbação de Conversão deve ser feito apenas se o sujeito experimenta mal-estar ou incapacidade clinicamente significativos. Anti-Social e Dependente da Personalidade. uma relativa falta de preocupação acerca da natureza ou implicações do sintoma) ou podem também apresentar-se de um modo dramático ou histriônico. Este subtipo inclui sintomas como perda da sensibilidade táctil ou à dor. dificuldade em engolir ou "nó na garganta". A dependência e a adoção do papel de doente pode ser alimentada durante o tratamento. afonia e retenção urinária. De fato é a ausência das alterações esperadas que sugere e apóia o diagnóstico de . visão dupla. F44. guerra ou morte recente de uma figura significativa). Como estes sujeitos são muitas vezes sugestionáveis.5 Com Sintoma ou Déficit Sensorial. Este subtipo inclui crises ou convulsões com componentes de motricidade voluntária e sensoriais. Não existem alterações laboratoriais específicas associadas à Perturbação de Conversão.grupo circunscrito de pessoas depois da "exposição" a um precipitante comum.4 Com Sintoma ou Déficit Motor. paralisia ou fraqueza localizada. Perturbações e Características Associadas Perturbações mentais e características descritivas associadas. São comuns outras queixas somáticas não conversivas. os sintomas da Perturbação de Conversão não estão de acordo com as vias anatômicas e os mecanismos fisiológicos conhecidos. No entanto valores laboratoriais consistentes com um estado físico geral não excluem o diagnóstico de Perturbação de Conversão. que os sintomas de conversão podem ocorrer em sujeitos com doenças neurológicas.Perturbação de Conversão. Características Especificas da Cultura. Referem-se altos índices de sintomas de conversão nas regiões em desenvolvimento. no entanto. os sintomas de conversão são autolimitados e não conduzem a incapacidades ou a alterações físicas. O clínico tem de avaliar se tais sintomas são completamente explicados no contexto social particular e se resultam em mal-estar. Idade e Gênero Refere-se que a Perturbação de Conversão é mais comum nas populações rurais. É importante notar. Assim. As mulheres (raramente os homens) que apresentam sintomas de conversão podem mais tarde manifestar o . Alterações que se assemelham a sintomas de conversão (bem como sintomas dissociativos) são aspectos comuns de certos rituais de cura e religiosos culturalmente sancionados. os sinais objetivos esperados (por exemplo. e sujeitos menos conhecedores dos conceitos médicos e psicológicos. Geralmente. podem ocorrer como resultado da imobilidade ou como seqüela dos procedimentos de diagnóstico ou terapêuticos. Raramente. porque ele requer apenas que um sintoma não seja completamente explicado pela doença médica. A queda com perda ou alteração da consciência é uma característica de uma variedade de síndromes específicas das culturas A forma dos sintomas de conversão refletem idéias culturais locais acerca de formas de expressão de mal-estar aceitáveis e credíveis. incapacidade ou alteração funcional clinicamente significativa. os sintomas são muito mais comuns no lado esquerdo do que no lado direito do corpo. com uma descida habitual da incidência com o aumento do desenvolvimento. alterações dos reflexos) raramente estão presentes. A Perturbação de Conversão parece ser mais freqüente em mulheres do que em homens com taxas variando de 2:1 a 10:1. Especialmente nas mulheres. Os sintomas de conversão em crianças abaixo dos dez anos são habitualmente limitados a problemas da marcha ou crises. No entanto uma pessoa pode desenvolver sintomas que se assemelham aos observados noutras pessoas ou neles mesmos (sujeitos com epilepsia podem simular "crises" que se assemelham aos que observaram noutras pessoas ou ao modo como as suas próprias crises lhes foram descritas). como as atrofias e as contraturas. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. sujeitos de baixo nível socioeconômico. as alterações físicas. Tipicamente. ocorrendo de 1 /5 a 1 /4 dos sujeitos ao fim de um ano. mas tem sido referido um início tão tardio como na nona década. raramente antes dos 10 anos ou depois dos 35 anos. mas pode também ocorrer o aumento gradual da sintomatologia.quadro completo de Perturbação de Somatização. afonia e cegueira estão associados a um bom prognóstico. Padrão Familiar Os dados limitados sugerem que os sintomas de conversão são mais freqüentes em familiares de sujeitos com Perturbação de Conversão. individualmente. dentro de duas semanas. Prevalência Os casos referidos de Perturbação de Conversão tem variado largamente. Quando uma aparente Perturbação de Conversão se inicia na meia-idade ou na terceira-idade é alta a probabilidade de existir uma doença neurológica ou outro estado físico geral. O início da Perturbação de Conversão é habitualmente agudo. enquanto o tremor e as convulsões não estão. um curto intervalo entre o início e a instituição do tratamento. Evolução O início da Perturbação de Conversão ocorre geralmente desde a infância tardia ao início da idade adulta. estes remitem na maioria dos casos. nos quais deve ser cuidadosamente diferenciada da Simulação. Os fatores que estão associados com bom prognóstico incluem o início agudo. são de curta duração. particularmente. Nos homens a Perturbação de Conversão é muitas vezes observada no contexto de acidentes industriais ou entre os militares. Nos homens. é evidente a associação com a Perturbação Anti-Social da Personalidade. Tem sido referido um risco aumentado para Perturbação de Conversão em gêmeos monozigóticos. Tem sido referido como foco de tratamento em 1% a 3% dos doentes referidos aos centros de saúde mental. mas não em dizigóticos. Diagnóstico Diferencial A maior preocupação diagnóstica ao avaliar potenciais sintomas de . os sintomas de conversão. Sintomas como paralisia. A recorrência é comum. De um modo geral. com uma única recorrência predizendo futuros episódios. e uma inteligência acima da média. de 11/100 000 a 30/100 000 em amostras da população geral. Em sujeitos hospitalizados com sintomas de conversão. a presença de estresse claramente identificável no momento do início. Os sintomas da Perturbação Factícia e da Simulação são intencionalmente produzi dos ou simulados. Ao contrário das alucinações que ocorrem no contexto de uma Perturbação Psicótica (por exemplo. Esquizofrenia ou outra Perturbação Psicótica. miastenia gravis) deverá incluir uma cuidadosa revisão do quadro atual. Na Hipocondria. respectivamente. sintomas catatônicos ou idéias delirantes somáticas na Esquizofrenia ou Perturbações Psicóticas ou Perturbação do Humor ou dificuldade em engolir durante um Ataque de Pânico). exames físico e neurológico. É controverso se as alucinações ("pseudo-alucinações") podem ser consideradas o sintoma inicial de uma Perturbação de Conversão. e estudos laboratoriais apropriados. em vez de uma mudança na motricidade voluntária ou sensorial. e tem muitas vezes um conteúdo ingênuo. auditivos e tácteis). A Perturbação de Conversão partilha características com as Perturbações Dissociativas. de toda a história médica. Têm muitas vezes um significado psicológico e tendem a ser descritas pelo sujeito como uma história interessante. Na Perturbação Factícia. Perturbação Relacionada com Substâncias ou Perturbação do Humor com Características Psicóticas) as alucinações na Perturbação de Conversão ocorrem geralmente com um insight intacto na ausência de outros sintomas psicóticos. enquanto na Perturbação de Conversão o foco está no sintoma atual e pode existir la belle indiference. Deve-se fazer um diagnóstico adicional de Perturbação de Conversão se os sintomas de conversão ocorrerem exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação de Somatização. Perturbação Psicótica Devida a Um Estado Físico Geral. o sujeito preocupa-se com uma "doença grave" subjacente aos sintomas pseudoneurológicos. Diagnostica-se uma Perturbação de Dor ou uma Disfunção Sexual em vez de Perturbação de Conversão se os sintomas se limitam a dor ou disfunção sexual.conversão é a exclusão de doença neurológica ou outro estado físico geral oculto e etiologias induzidas por substâncias (incluindo medicação). a ênfase está na preocupação com um defeito imaginado ou ligeiro na aparência. Não se diagnostica Perturbação de Conversão se os sintomas são mais bem explicados por outra perturbação mental (por exemplo. Na Perturbação Dismórfica Corporal. uma alucinação envolvendo componentes visuais. A avaliação adequada de potenciais estados físicos gerais (por exemplo. fantástico ou infantil. esclerose múltipla. envolvem muitas vezes mais do que uma modalidade sensorial (por exemplo. incluindo investigação para o uso de álcool e outras substâncias. Ambas as perturbações envolvem sintomas que sugerem disfunção neurológica e podem também ter antecedentes comuns. a motivação é assumir o papel de doente e obter avaliação e tratamento . Se os sintomas conversivos e dissociativos ocorrerem no mesmo sujeito (o que é comum) ambos os diagnósticos devem ser feitos. ocupacional ou em outras áreas ou justifica atenção clínica. mas nestes não existe intenção consciente na produção do sintoma. não ocorre exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação de Somatização e não é mais bem explicado por outra perturbação mental. F.11] (continuação) C.11] A. depois de adequada investigação. as Convulsões Dissociativas e a Anestesia Dissociativa e a Perda Sensorial numa secção separada que também inclui a Amnésia Dissociativa e a Fuga Dissociativa. O sintoma ou déficit não pode. B. evitamento de deveres. enquanto objetivos mais óbvios como compensação financeira. O sintoma ou déficit causa mal-estar clinicamente significativo ou incapacidade no funcionamento social.(continua) Critérios de diagnóstico para F44. ser completamente explicado por um estado físico geral ou pelos efeitos diretos de uma substância. E.Consideram-se fatores psicológicos associados ao sintoma ou déficit porque o início ou agravamento do sintoma ou déficit é precedido por conflitos ou outros estressores. O sintoma ou déficit não é intencionalmente produzido ou simulado (como na Perturbação Factícia ou na Simulação) D.médico.Um ou mais sintomas ou déficits afetando as funções motora voluntária ou sensorial que sugerem uma doença neurológica ou outro estado físico geral. fuga a processo crime ou obtenção de drogas são aparentes na Simulação. O sintoma ou déficit não se limita a dor ou disfunção sexual. ou como um comportamento ou experiência culturalmente sancionada. Tais objetivos podem assemelhar-se ao "ganho secundário" dos sintomas de conversão.x Perturbação de Conversão [300. . Critérios de Diagnóstico para F44. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 considera a conversão como um tipo de Perturbação Dissociativa e inclui os critérios de diagnóstico separados para as Perturbações Motoras Dissociativas.x Perturbação de Conversão [300. reações a estressores psicossociais). Este subtipo não se diagnostica se estiverem preenchidos os critérios para Perturbação de Somatização. Considera-se que existem fatores psicológicos que desempenham um papel significativo no início. os estados físicos gerais desempenham um papel mínimo ou nulo no início ou manutenção da dor. .Especificar o tipo de sintoma ou déficit . Exemplos de limitações resultantes da dor incluem incapacidade de trabalhar ou de ir à escola. A Perturbação de Dor Somatoforme não se diagnostica se a dor for mais bem explicada por uma Perturbação do Humor.7 Com Apresentação Mista Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Dor Somatoforme consiste em dor que é o foco principal da apresentação clínica e é de gravidade suficiente para garantir a atenção clínica (Critério A). A dor causa malestar significativo ou dificuldade no funcionamento social. Neste subtipo. severidade. agravamento e manutenção da dor.4 Com Sintoma ou Déficit Motor .5 Com Crises ou Convulsões . Este subtipo é utilizado quando se considera que os fatores psicológicos têm um papel relevante no início. severidade.80]. A dor não é produzida ou simulada intencionalmente como na Perturbação Factícia ou na Simulação (Critério D). da Ansiedade ou Psicótica. utilização freqüente dos cuidados de saúde. ou se as características da dor preencherem os critérios para Dispareunia (Critério E). uma utilização importante de medicamentos e problemas relacionais como conflitos conjugais e ruptura do estilo de vida normal da família. Página 471 Subtipos e Especificadores Os seguintes subtipos anotam-se com base nos fatores presentes na etiologia e persistência da dor: Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos [307.6 Com Sintoma ou Déficit Sensorial . ocupacional ou noutras áreas (Critério B). a dor ser o principal foco da vida do sujeito. Os fatores psicológicos envolvidos podem consistir noutra perturbação do Eixo I ou II (que será também diagnosticada) ou pode ser de uma natureza que não atinge o limiar para tal perturbação (por exemplo. agravamento e manutenção da dor (Critério C). 5 dor nas articulações [719.3 dor ciática [724.9] e N23 dor urinária [788.8 dor de dentes [525.70].4 dor torácica [786. ou manutenção da dor.89]. Procedimentos de Registro O código de diagnóstico para a Perturbação de Dor é F45. F45.2]. K08.2].1]. H92.0].89].5 dor lombar baixa [724. Perturbação de Dor Associada a Um Estado Físico Geral.0 dor de ouvidos [388. H57.Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e a Um Estado Físico Geral [307.0]. Este subtipo é utilizado quando se considera que fatores psicológicos e um estado físico geral têm um importante papel no início.0 dor de garganta [784. severidade.91]. F45. A dor resulta de um estado físico geral e considera-se que os fatores psicológicos têm um papel nulo ou mínimo no início ou manutenção da dor.4 Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e a Um Estado Físico Geral no Eixo I [307.71]. M25. R51 cefaléia [784.89] é codifica. G632 Polineuropatia Diabética no Eixo III [357. N23 dor renal [788.50].8 dor óssea [733.0].90]. Para a Perturbação de Dor Associada a Estado Físico Geral. Este especificador é utilizado se a duração da dor for inferior a seis meses.da no Eixo I e o estado físico geral associado ou a localização da dor são codificados no Eixo III ( por exemplo. R07. R07.0]. Para este subtipo seleciona-se o código de diagnóstico com base na localização da dor ou do estado físico geral associado se este foi estabelecido (ver "Métodos de Registro"). R15 dor facial [784. M54.3]. Lista-se nesta secção para facilitar o diagnóstico diferencial. Este subtipo de Perturbação de Dor Somatoforme não é considerada uma perturbação mental e codifica-se no Eixo 111. os seguintes especificadores devem ser anotados para indicar a duração da dor Aguda. A região anatômica da dor ou do estado físico geral é codificado no Eixo III (ver "Métodos de Registro"). . Este especificador é utilizado se a duração da dor for de seis meses ou mais. o código de diagnóstico para a dor é selecionado com base na doença associada se esta for conhecida ou da localização anatômica da dor se a doença subjacente não tiver sido estabelecida de forma clara: por exemplo. N64. R10.4 dor mamária [611. A Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e a Um Estado Físico Geral.7]. Crônica.4 dor abdominal [789.4.9].0].4 [307.1 dor nos olhos [379. agravamento. M89. R102 dor pélvica [625. Para Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e a Um Estado Físico Geral. M54. pode haver estados físicos gerais associados na ausência de exames laboratoriais. sobretudo Perturbações da Ansiedade e do Humor. Podem despender grandes somas de dinheiro e gastar muito tempo para conseguirem um objetivo inatingível. osteoporose. etc. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. osteoartrite ou artrite reumatóide. hérnia discal. a Perturbações da Ansiedade. principalmente cancro. entre os quais diversas patologias musculoesquelética (por exemplo. Os sujeitos com dor associada. Esta perturbação pode associar-se a muitos estados físicos gerais. coexistir com ela ou ser provocada por ela. neuropatia diabética. os exames físicos podem revelar a existência de uma patologia associada à dor. apresentam maior risco de suicídio. depressão) e a uma redução da resistência física. A dor pode alterar gravemente vários aspectos da vida diária. o que. que inclui cansaço e dor adicional. uma hérnia discal lombar.). metástases ósseas. neuropatias (por exemplo. Na Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e Um Estado Físico Geral. A Perturbação de Dor pode associar-se a outras perturbações mentais. A dor crônica associa-se com freqüência a Perturbações Depressivas e. infiltração neoplásica nos nervos). Os doentes com dor aguda recidivante ou dor crônica estão convencidos de que existe nalgum lugar um profissional da saúde detentor do método curativo para a sua dor. síndromes miofaciais. Dados laboratoriais. nevralgia pós-herpética) e a neoplasias (por exemplo. Entre os sujeitos que sofrem de formas crônicas da Perturbação de Dor encontram-se frequentemente desemprego. Tanto as formas agudas como as crônicas da Perturbação de Dor estão em regra associadas a insônia. Geralmente. A dor pode levar a inatividade e isolamento social. depressão grave ou relacionada com doença terminal. estes achados associam-se à dor por pura coincidência. a aguda. identificada por ressonância magnética. As perturbações mentais associadas podem preceder a Perturbação de Dor (e provavelmente predispor o sujeito para dela sofrer). As tentativas para aliviar a dor podem determinar problemas . pode conduzir a problemas psicológicos adicionais (por exemplo.Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. por seu turno. Na Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e a Um Estado Físico Geral os exames laboratoriais podem revelar uma patologia associada à dor (por exemplo. num sujeito com dor radicular baixa). incapacidade e problemas familiares. Contudo. Pode haver Dependência ou Abuso Iatrogénico de Opiáceos e De pendência ou Abuso Iatrogénico de Benzodiazepinas. 10%o-15% dos adultos nos EUA sofrem de algum tipo de incapacidade laboral devido apenas a dor lombar. aderências devidas a cirurgia). mal-estar gastrintestinal por fármacos anti-inflamatórios não esteróides. a participação do sujeito em atividades regulares (por exemplo. Os fatores considerados influentes na recuperação da Perturbação de Dor são. não deve ser feito o diagnóstico adicional de Perturbação de. como cefaléias e dor musculoesquelética com mais freqüência que os homens. alguns dos quais provocam inclusive mais dor (por exemplo. Prevalência A Perturbação de Dor é relativamente freqüente. As mulheres parecem experimentar certos tipos de dor crônica.adicionais. Dor Associada a Fatores Psicológicos. a Dependência do Álcool e a dor de tipo crônico são mais freqüentes nos familiares em primeiro grau dos sujeitos com Perturbação de Dor. estes fatores são de utilidade limitada na avaliação e tratamento dos sujeitos com Perturbação de Dor. devido -à ampla variabilidade individual. O início da dor crônica é muito variável. trabalho). Diagnóstico Diferencial A dor constitui um dos critérios de diagnóstico da Perturbação de Somatização. e. por um lado. Contudo. . Evolução A maioria dos episódios de dor aguda desaparecem num curto espaço de tempo. Do mesmo modo. Se a dor associada a fatores psicológicos se apresentar exclusivamente durante a evolução da Perturbação de Somatização. a resistência a que esta se transforme no fator determinante da sua vida. Características Especificas da Cultura. durante um ano. Padrão Familiar As Perturbações Depressivas. Por exemplo. Na maioria dos casos o sujeito vai aos centros de saúde mental quando já passaram vários anos desde o início dos sintomas. por outro. observou-se que. Idade e Gênero Entre grupos étnicos e culturais diferentes pode haver diferenças na resposta aos estímulos dolorosos e na forma de reagir perante a dor. apesar da dor. se a apresentação da dor. Esta perturbação pode aparecer em qualquer idade. Em contrapartida. Na Doença Factícia. resulta em sofrimento ou disfunção clinicamente significativa ou se considera excessiva em relação ao que é comum quando associada a outras perturbações mentais. Os sintomas dolorosos podem ser produzidos intencionalmente ou simulados na Doença Factícia ou na Simulação. Os fatores psicológicos podem ser enunciados no segundo eixo. o DSM-IV não impõe ao clínico esta decisão tão difícil. II) órgão ou sistema. Critérios de diagnóstico para F45. esta perturbação é referida como Dor Somatoforme Persistente. III) características temporais da dor e padrão de ocorrência.4 Perturbação de Dor .preencher critérios para o diagnóstico de Dispareunia (isto é. ou obtenção de drogas. evitamento de prossecução criminal e pena de prisão. Perturbações da Ansiedade e Perturbações Psicóticas). exigindo apenas a contribuição de fatores psicológicos. As queixas dolorosas podem ser proeminentes em sujeitos com Perturbação de Conversão. fuga ao cumprimento do serviço militar. enquanto na Simulação os objetivos são mais óbvios tais como compensação financeira. Este sistema de cinco eixos incide prioritariamente nas manifestações físicas da dor. dor associada a relação sexual) não é feito o diagnóstico associado de Perturbação da Dor. IV) intensidade e duração subjetivas da dor. Comparação com a taxonomia proposta pela Associação Internacional para o Estudo da Dor A Subcomissão para a Taxonomia da Associação Internacional para o Estudo da Dor propõe o sistema de cinco eixos para a categorização da dor crônica de acordo com: I) região anatômica. embora por definição a Perturbação de Conversão não esteja limitada a sintomas dolorosos. Queixas dolorosas pode estar associadas a outras perturbações mentais (por exemplo Perturba ções Depressivas. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 requerem que a dor dure pelo menos seis meses e que não possa "ser explicada adequadamente com base numa alteração fisiológica ou perturbação física". Na ICD-10. onde as etiologias possíveis incluem as "psicofisiológicas" e as "psicológicas". O diagnóstico adicional de Perturbação da Dor deve ser considerado somente se: a dor é objeto de atenção clínica de forma independente. onde o envolvimento de perturbação mental pode ser codificado e no quinto eixo. a motivação é assumir o papel de doente e obter avaliações e tratamentos médicos. e V) etiologia. D.O sintoma ou déficit não é intencional ou simulado (como na Perturbação Factícia ou na Simulação). A perturbação seguinte não é considerada uma perturbação mental e inclui-se aqui apenas para facilitar o diagnóstico diferencial. exacerbação e manutenção da dor.(continua) Critérios de diagnóstico para F45.80]: os fatores psicológicos são tidos como desempenhando um papel major no início. cuja gravidade é suficiente para merecer atenção clínica. Perturbação de Dor Associada a Um Estado Físico Geral: um estado físico geral tem um papel major no início. na exacerbação ou na persistência da dor. intensidade. E. C. intensidade. que se constitui como o fator predominante do quadro clínico. O estado físico geral associado e a localização anatômica da dor (ver abaixo) são codificados no Eixo III. Codificar do seguinte modo: Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos [307. intensidade. ocupacional ou noutras áreas importantes de funcionamento individual. Especificar se: Aguda: duração inferior a seis meses Crônica: duração superior ou igual a seis meses.Os fatores psicológicos desempenham um papel importante no início.) Este tipo de Perturbação da Dor não é diagnosticado se o quadro preencher critérios para Perturbação de Somatização.A dor não faz parte do quadro de uma Perturbação do Humor. (Se está presente um estado físico geral. (Se estão associados fatores psicológicos estes não . este não tem um papel determinante no início. exacerbação e manutenção da dor. Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e Um Estado Físico Geral [307. exacerbação ou manutenção da dor.A.89]: tanto os fatores psicológicos como o estado físico geral desempenham um papel importante no início.4 Perturbação de Dor (continuação) Nota.Dor em uma ou mais localizações anatômicas.A dor causa sofrimento clinicamente significativo e incapacidade social. B. exacerbação ou manutenção da dor. na gravidade. da Ansiedade ou Psicótica e não preenche critérios para ser classificada como Dispareunia. 0 dor de garganta [784. peristalse).4 dor abdominal [789. H57. Estas preocupações podem envolver vários órgãos ou sistemas .1 dor nos olhos [379.são tidos como desempenhando um papel predominante no início. R10.0].90].5 dor lombar baixa [724. ou com sensações físicas vagas e ambíguas (por exemplo "cansaço cardíaco" ou "veias dolorosas").8 dor de dentes [525. M25.4 dor mamária [611.8 dor óssea [733. M54.3]. H92. ritmo cardíaco. O medo desproporcionado ou idéia de ter uma doença persiste apesar da tranqüilização médica (Critério B). A preocupação não preenche os critérios de Perturbação da Ansiedade Generalizada.2 Hipocondria [300. a pessoa consegue admitir a possibilidade de estar a exagerar a extensão da doença receada.0]. se já conhecido (ver Apêndice G) ou na localização anatômica da dor se a situação médica subjacente não foi ainda claramente estabelecida.5 dor nas articulações [719.9] e N23 dor urinária [788.0 dor de ouvidos [388. intensidade.50]. Perturbação Obsessivo-Compulsiva.2 dor pélvica [625. N64. M89. O código diagnóstico para a dor é selecionado com base no estado físico geral.7] Características Diagnósticas A característica essencial da Hipocondria é a preocupação e o medo de padecer. F45.70]. R10. M54.71 ]. ou a inexistência da mesma). autenticidade e etiologia. Episódio Depressivo Major.9]. por exemplo.7]. A preocupação com os sintomas relacionados com o corpo causa sofrimento clinicamente significativo ou incapacidade nas áreas social. R07. R51 cefaléia [784. sudorese.1]. ou em alterações físicas minor (como por exemplo uma pequena ferida ou uma tosse ocasional). K08. Esta convicção também não está limitada a uma preocupação circunscrita com a aparência tal como na Perturbação Dismórfica Corporal (Critério C). ocupacional e noutras áreas importantes do funcionamento individual (Critério D) e tem duração de pelo menos seis meses (Critério E).2].0].91]. A pessoa atribui estes sintomas ou sinais à suposta doença e está verdadeiramente preocupada com o seu significado.0]. No entanto esta convicção não tem uma intensidade delirante (isto é. ou convicção de possuir uma doença grave baseada na interpretação errada de um ou mais sinais ou sintomas corporais (Critério A). R15 dor facial [784. Uma avaliação médica cuidadosa não identifica nenhuma situação médica totalmente compatível com as preocupações do sujeito acerca da doença ou dos sintomas e sinais físicos (apesar de poder estar presente um estado físico geral).4 dor torácica [786. N23 dor renal [788. R07. Na Hipocondria a preocupação pode centrar-se nas funções corporais (por exemplo.0].3 dor ciática [724. Ansiedade de Separação ou outra Perturbação Somatoforme (Critério F). exacerbação ou manutenção da dor). na maior parte do tempo durante o episódio atual. sensações ou ocorrências do seu próprio corpo. esta não afeta o funcionamento profissional. Esta especificação é usada se. Sujeitos com Hipocondria frequentemente têm outras . Doenças graves.doente com frustração e zanga de ambas as partes. ECG ou mesmo na angiografia cardíaca. podem em alguns casos precipitar a Hipocondria. um tópico do discurso social e uma resposta a situações de stress. Se o doente circunscreve a preocupação hipocondríaca às horas extra-trabalho. podem ser alvo de avaliações precipitadas e não ser feito o diagnóstico de uma doença médica geral. o sujeito não reconhece que a preocupação de estar gravemente doente é excessiva ou desadequada. Estas preocupações pouco ou nada são aliviadas com exames repetidos.simultaneamente ou em tempos diferentes. no entanto mais frequentemente. A vida familiar pode ser perturbada ao centrar-se no bem estar físico do sujeito. São comuns passagens sucessivas por vários médicos. No entanto. A história médica é geralmente longa e contada pelo doente com grande pormenor. Em alternativa pode haver uma preocupação constante com um órgão ou doença específicos (por exemplo receio de ter uma doença cardíaca). Por exemplo. que têm riscos e custos próprios. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Pensa-se que fatores de estresse psicológico. Em casos mais graves o sujeito com Hipocondria pode tornar-se completamente inválido. Especificador Com Pouco Insight. As relações sociais destes sujeitos tornam-se difíceis uma vez que o doente com Hipocondria está preocupado com a sua situação médica e frequentemente espera consideração e tratamento especiais. um sujeito preocupado com uma doença cardíaca não fica descansado pela ausência de achados no exame objetivo. Os doentes com esta perturbação geralmente acreditam que não estão a ser bem tratados e resistem a serem referenciados para consultas de saúde mental. particularmente na infância. Podem resultar complicações de procedimentos diagnósticos repetidos. conhecerem alguém que adoeceu ou por observações. porque estes sujeitos têm uma história de múltiplas queixas sem confirmação objetiva. e experiências passadas com a doença dum membro de família estão associadas com a Hipocondria. bem como a deterioração da relação médico . As preocupações com a doença que temem ter tornam-se geralmente um aspecto central na auto-imagem. Os sujeitos com Hipocondria podem ficar alarmados por lerem ou ouvirem algo acerca de doenças. testes diagnósticos ou declarações médicas tranqüilizantes. em particular a morte de alguém próximo. a preocupação interfere com o desempenho e causa perda de rendimento. doenças mentais (geralmente Ansiedade e Perturbações Depressivas). Dados laboratoriais associados. Parecem ser indicadores de bom prognóstico: início agudo. esta situação deve ser considerada relativamente ao envolvimento cultural e modelos do sujeito. Esta perturbação encontra-se com freqüência semelhante em ambos os sexos. sendo contudo mais freqüente o seu aparecimento no início da idade adulta. Os achados do exame objetivo não confirmam a preocupação do sujeito. com sintomas flutuantes. Apesar de a presença de um estado físico geral não pôr de parte a possibilidade de coexistir a Hipocondria. tal como os estádios precoces de doenças neurológicas (por exemplo. Devido à sua cronicidade. Características Especificas da Cultura e Gênero Apesar de não ser razoável a persistência de preocupação após cuidada avaliação médica e tranqüilização. registrando-se algumas vezes remissão completa. doenças que afetam múltiplos órgãos ou sistemas (por exemplo. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. A evolução é geralmente crônica. co-morbilidade. doenças de tiróide e paratireóide). ausência de Perturbações da Personalidade. A prevalência nas consultas de clínica geral estima-se entre 4% e 9%. receios transitórios relacionadas com um estado . ausência de ganhos secundários. lúpus eritematoso sistêmico) e neoplasias ocultas. centrada em sintomas físicos). O diagnóstico de Hipocondria deve ser cauteloso quando as idéias individuais acerca da doença são reforçadas pelos curandeiros tradicionais. Prevalência A prevalência da Hipocondria na população em geral é desconhecida. Diagnóstico Diferencial O diagnóstico diferencial mais importante a considerar na Hipocondria é um estado físico geral subjacente. com queixas de tipo somático. doenças endócrinas (por exemplo. alguns autores consideram que essa perturbação possui características específicas (preocupação persistente. Os exames laboratoriais não confirmam a preocupação do sujeito. esclerose múltipla ou miastenia gravis). Evolução A Hipocondria pode ter início em qualquer idade. cujas opiniões podem estar em desacordo com as avaliações médicas. Episódio Depressivo Major. Esquizofrenia. No entanto. Perturbação Delirante. Tipo Somático e Perturbação Depressiva Major com Características Psicóticas). Critérios de diagnóstico para F45. Em contraste com uma Fobia Específica "de doença" na qual o sujeito tem receio de ser exposto a uma doença.físico geral em curso não determinam o diagnóstico de Hipocondria. Sintomas Somáticos (por exemplo dor abdominal) são comuns em crianças e não devem ser diagnosticados como Hipocondria a menos que a criança apresente um receio prolongado de ter uma doença grave. Ansiedade de Separação ou outra Perturbação Somatoforme. Perturbação ObsessivoCompulsiva. o sujeito admite a possibilidade de a doença receada não existir). bem como apresentarem comportamentos compulsivos associados (por exemplo apelarem para a tranqüilização). Preocupações com o corpo e receios de debilidade são freqüentes em pessoas idosas. Na Perturbação Dismórfica Corporal. a Hipocondria é caracterizada pela preocupação de que o próprio tem ou sofre da doença. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD -10 para a Hipocondria especificam que deve existir a convicção de "sofrer no máximo duas doenças médicas importantes" e requer que pelo menos uma delas seja correta e especificamente nomeada pelo sujeito que apresenta esta perturbação. verificar as fechaduras). o aparecimento de preocupações com a saúde na terceira idade têm mais probabilidade de corresponderem I à realidade ou refletirem uma Perturbação do Humor do que serem Hipocondria. Na Hipocondria a convicção acerca da doença não atinge proporções delirantes (isto é. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 propõe um único conjunto de critérios de diagnóstico que se podem aplicar tanto à Hipocondria como à Perturbação Dismórfica Corporal (sob a designação comum de Perturbação Hipocondríaca). O diagnóstico de Hipocondria deve ser feito somente quando as preocupações do sujeito com a saúde não fazem parte do quadro de Perturbação da Ansiedade Generalizada. contrariamente a I idéias delirantes somáticas que ocorrem nas Perturbações Psicóticas (por exemplo.7] . Um diagnóstico separado de Perturbação Obsessivo-Compulsiva é feito somente quando as obsessões ou compulsões não se restringem a receios acerca da doença (por exemplo. a preocupação está limitada à autoimagem física. Perturbação de Pânico.2 Hipocondria [300. Os sujeitos com Hipocondria podem ter pensamentos intrusivos sobre terem uma doença grave. ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento individual (Critério B).A. Episódio Depressivo Major. A preocupação persiste apesar de adequada avaliação e tranqüilização médicas. . ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento individual. acne. Tipo Somático) e não está circunscrita a uma preocupação com a imagem corporal (como na Perturbação Dismórfica Corporal). inchaço. o sujeito não reconhece que a preocupação acerca de ter uma doença grave é excessiva ou não tem fundamento. F. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou disfunção social.7] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Dismórfica Corporal (historicamente conheci da como Dismorfofobia) é a preocupação com um defeito na aparência (Critério A). A preocupação não faz parte do quadro de outra doença mental (por exemplo insatisfação com a imagem corporal na Anorexia Nervosa Critério C).2 Perturbação Dismórfica Corporal [300. Perturbação de Pânico. medo ou crença de que se tem doença grave baseada na interpretação errada de sintomas físicos. F45. A crença no critério A não tem intensidade delirante (como na Perturbação Delirante. palidez ou rubor facial. Especificar se: Com pouco insight: se durante a maior parte do tempo do episódio atual. A duração da perturbação é de pelo menos seis meses. E. As queixas geralmente centram-se em imperfeições imaginadas ou ligeiras da face ou cabeça. manchas vasculares. A preocupação não faz parte do quadro da Perturbação de Ansiedade Generalizada. A preocupação pode causar sofrimento significativo ou incapacidade nas áreas social. O defeito é ou imaginado ou uma preocupação excessiva relacionada com a presença duma ligeira anomalia física (Critério A). tais como escassez do cabelo. C. Preocupação. Perturbação Obsessivo-Compulsiva. D. rugas. B. Ansiedade de Separação ou outra Perturbação Somatoforme. cicatrizes. Qualquer outra parte do corpo pode ser foco de preocupação (por exemplo. braços. referindo-se ao assunto como "intensamente doloroso". Alguns sujeitos com Perturbação Dismórfica Corporal. mamas. É freqüente estes sujeitos pensarem que as outras pessoas reparam especialmente na sua suposta anomalia. ao ponto de estes pensamentos dominarem as suas vidas. olhos. A maior parte dos sujeitos com esta perturbação sofrem muito com a sua suposta "deformidade". que a comentam ou ironizam. queixo. Geralmente estas preocupações são difíceis de controlar e o doente faz poucas ou nenhumas tentativas para lhes resistir. nádegas. regiões mais volumosas do corpo ou dimensão geral do corpo). Os sujeitos apelam para a tranqüilização acerca do defeito. Outros alternam períodos de contemplação no espelho com outros de evitamento. sobrancelhas. pálpebras. São comuns idéias de referência relacionadas com o defeito imaginado. remoção de cabelos e pêlos ou aplicação ritualizada de cosméticos). os doentes passam horas do dia a pensar no seu "defeito". a qual tem um efeito fugaz. Outras preocupações comuns são a forma. Como tal. genitais. ombros. Geralmente as queixas são específicas (por exemplo. Perturbações e Características Associadas O doente perde muito do seu tempo procurando espelhos ou outras superfícies espelhadas (por exemplo. A convicção sobre a existência do "defeito" pode levar ao evitamento do trabalho ou de situações públicas. geralmente intensificam a preocupação e ansiedade associadas. pentear o cabelo repetidamente. Apesar de os comportamentos de verificação e arranjo serem sentidos pelo sujeito como manobras que diminuem a ansiedade acerca do "defeito". espelhos de mão ou párachoques) onde possa observar ou contemplar o "defeito".assimetria ou desproporção facial ou pilosidade facial excessiva. boca. dentes. o que resulta em incapacidade significativa em muitas áreas do funcionamento individual. no entanto por vezes apresentam-se como queixas vagas (por exemplo. Alguns sujeitos recorrem a luzes ou lentes de aumento para escrutinarem os seus "defeitos". pés. um lábio demasiado procidente ou a forma do nariz). "um tormento" ou "devastador". A preocupação pode focar-se simultaneamente em várias regiões do corpo. . lábios. mãos. Como conseqüência. evitam descrever os seus "defeitos" em pormenor devido ao embaraço que isso lhes causa e em vez disso referem-se à sua "fealdade" de um modo geral. Alguns sujeitos com esta perturbação comparam frequentemente a sua região corporal "feia" com as dos outros. abdômen. ancas. Pode existir uma preocupação excessiva com a apresentação (por exemplo. montras. se é que produz algum alívio. o tamanho ou outro aspecto do nariz. pernas. bochechas ou cabeça. "face descaída" ou "olhos pouco firmes"). alguns sujeitos evitam espelhos cobrindo-os ou retirandoos do seu ambiente. mas pode não ser diagnosticada durante muitos anos. às vezes durante anos. Podem abandonar a escola. O evitamento de atividades quotidianas pode levar a um isolamento social extremo. Per turbação Delirante. Nalguns casos. Fobia Social e Perturbação Obsessivo . Evolução A Perturbação Dismórfica Corporal geralmente tem início na adolescência. têm dificuldades conjugais ou divorciam-se como conseqüência dos sintomas. de tal modo que alguns sujeitos podem ter narizes. mas pensa-se que a Perturbação Dismórfica Corporal é mais comum do que se pensava.Podem tentar camuflar o defeito (por exemplo deixam crescer a barba para cobrir cicatrizes faciais imaginárias. Esta perturbação pode associar-se com a Perturbação Depressiva Major. Prevalência Não existe informação pormenorizada. tentativas de suicídio ou ao suicídio. As pessoas com a Perturbação Dismórfica Corporal geralmente procuram e recebem tratamentos médicos. Alguns sujeitos receiam que o órgão objeto de preocupação não funcione. estomatológicos ou cirúrgicos no intuito de corrigir os seus defeitos imaginários. embora variáveis. trabalhar em empregos abaixo das suas capacidades ou mesmo não trabalhar. quando não podem ser vistos ou ficam barricados em casa. podem levar a hospitalizações repetidas. seja extremamente frágil ou esteja em constante perigo de se estragar. orelhas. Estas pessoas têm geralmente poucos amigos. usar chapéu para esconder perda imaginária de cabelo. ideação suicida. as quais resultam em novos procedimentos sem êxito. enchumaçar a roupa interior para aumentar o volume "dum pênis pequeno"). Estes tratamentos podem levar ao agravamento da perturbação e intensificação dos receios ou ao aparecimento de novas preocupações. O sofrimento e disfunção associados com a perturbação. mamas e ancas "sintéticas" com as quais não estão ainda satisfeitos. evitar entrevistas para empregos. Evidências preliminares sugerem que a Perturbação Dismórfica Corporal é diagnosticada com igual freqüência em mulheres e homens. geralmente porque os sujeitos se mostram relutantes em revelar os seus . os sujeitos podem só sair de casa à noite.Compulsiva. evitam encontros ou outras interações sociais. Características Especificas da Cultura e Gênero As preocupações culturais com a aparência e a importância dada atualmente a uma forma física adequada podem influenciar e ampliar receios acerca de uma deformidade física imaginária. O início pode ser gradual ou abrupto. Sujeitos com Perturbação Dismórfica Corporal podem ter um diagnóstico adicional de Perturbação Delirante. É caracterizada pelo medo de o pênis encolher e desaparecer na cavidade abdominal e a convicção de morte daí resultante. penosa. incapacitante e absorvente em termos de tempo. o que ocorre na Perturbação de Identidade de Gênero. na Perturbação Dismórfica Corporal estas preocupações ou receios ocupam muito tempo e associam-se a sofrimento significativo bem como a disfunção social. No entanto o Koro diferencia-se da Perturbação Dismórfica Corporal pela sua curta duração. com poucos intervalos livres de sintomas. resposta positiva à securização e a sua ocorrência ocasional sob a forma epidêmica. O diagnóstico da Perturbação Dismórfica Corporal não deve ser feito se a preocupação fizer parte do quadro de outra perturbação mental. Os sujeitos com Perturbação Evitante da Personalidade ou com Fobia Social podem temer situações de embaraço relacionadas com defeitos reais na aparência. . apesar de a intensidade dos mesmos poder flutuar ao longo do tempo. aspectos associados (ansiedade aguda primária e medo da morte). Se a preocupação estiver limitada a ruminações congruentes com o humor relacionadas com a aparência mas integradas num Episódio Depressivo Major não deve também ser feito o diagnóstico de Perturbação Dismórfica Corporal. se a sua preocupação com um defeito físico imaginado tiver uma intensidade delirante. Apesar de os sujeitos com Perturbação Dismórfica Corporal terem preocupações obsessivas com a sua aparência e poderem ter comportamentos compulsivos associados (por exemplo procura de espelhos) um diagnóstico separado de Perturbação Obsessivo-Compulsiva só deve ser feito quando as obsessões ou compulsões não estão limitadas a este tema. a Perturbação Dismórfica Corporal pode ser subdiagnosticada em meios onde se realizam correções ou procedimentos cosméticos. A região do corpo foco de preocupação pode manter-se ou variar com a evolução da perturbação. persistente. ou se a preocupação excessiva estiver circunscrita a receios acerca do "excesso de peso" como na Anorexia Nervosa ou estiver limitada a desconforto e sentimento de desadequação acerca das características sexuais secundárias. O Koro é uma síndrome cultural que ocorre primariamente no Sudeste Asiático e pode estar relacionada com Perturbação Dismórfica Corporal. No entanto. Diagnóstico Diferencial Ao contrário das preocupações normais com a aparência. mas esta preocupação não é proeminente. ocupacional e noutras áreas do funciona mento individual.sintomas. tem geralmente uma evolução contínua. Tipo Somático. Preocupação com um defeito imaginado na aparência. ingurgitamento mamário com secreção e dores de parto na data esperada para o mesmo.A preocupação não faz parte do quadro de outras perturbações mentais (por exemplo insatisfação com a forma e dimensões do corpo na Anorexia Nervosa). Esta categoria inclui perturbações com sintomas somatoformes que não preenchem os critérios para nenhuma Perturbação Somatoforme Específica. redução do fluxo menstrual. mas a síndrome não é explicada por um estado físico geral que cause alterações endócrinas (por exemplo tumor hormonossecretor). B. Uma perturbação envolvendo sintomas não psicóticos hipocondríacos com menos de 6 meses de duração. Página 482 2. 3. Podem estar presentes alterações endócrinas. sensação subjetiva de movimentos fetais. fadiga ou astenia) com menos de 6 meses de duração que não faz parte do quadro de outras doenças mentais.2 Perturbação Dismórfica Corporal [300.7] A . Página 483 Perturbações Factícias . Mesmo que uma anomalia física esteja presente a preocupação tem um caráter marcadamente excessivo.A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou disfunção no funcionamento social. ocupacional e outras áreas importantes do funcionamento individual. amenorréia. Uma perturbação envolvendo queixas físicas inexplicáveis (por exemplo. Critério Diagnóstico para F45. São exemplos: Pseudociese: uma falsa convicção de gravidez que está associada com sinais objetivos que podem incluir aumento abdominal (apesar de não existir protrusão do umbigo).Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não contém uma categoria isolada para descrever a Perturbação Dismórfica Corporal. em vez disso propõe uma única tabela de critérios de diagnóstico aplicável tanto à Hipocondria como à Perturbação Dismórfica Corporal (sob a designação comum de Perturbação Hipocondríaca). C. náuseas. a motivação resulta duma necessidade psicológica para assumir o papel de doente como é evidenciado pela ausência de incentivos externos para o comportamento em causa. Deve contudo ser sublinhado que a presença de sintomas factícios não exclui a coexistência de verdadeiros sintomas físicos ou psicológicos. A Perturbação Factícia deve ser diferenciada de atos de Simulação. Na Simulação o sujeito também produz os sintomas intencionalmente mas tem um objetivo que se torna óbvio uma vez conhecidas as circunstâncias envolventes.1 Perturbação Factícia [300. por definição. Por exemplo. mas são extremamente vagos e inconsistentes quando questionados com mais pormenor. este é considerado um ato de Simulação. Embora a pessoa negue. físicos ou psicológicos (Critério A). a produção de abscessos pela injeção de saliva na pele). Pode apresentar-se como queixas subjetivas (por exemplo queixas de dor abdominal aguda na ausência de qualquer dor real) situações autoinfligidas (por exemplo. tais como ganho econômico. Estão ausentes incentivos externos para o comportamento. Na Perturbação Factícia. no entanto. Os sujeitos com Perturbação Factícia geralmente apresentam a sua história com grande dramatismo. como acontece na Simulação) (Critério C). num sujeito com hematúria é descoberta a posse de anticoagulantes. será razoável concluir que na ausência de ingestão acidental o sujeito tomou a medicação intencionalmente. situação de refém). F68. os resultados laboratoriais confirmam a sua ingestão. Neste caso. a produção intencional de sintomas com vista a evitar obrigações judiciais.As Perturbações Factícias são caracterizadas por sintomas físicos ou psicológicos que são produzidos ou fingidos intencionalmente no sentido de o sujeito assumir o papel de doente. um diagnóstico de Perturbação Factícia implica sempre a existência da psicopatologia. exagero ou exacerbação de situações médicas preexistentes (por exemplo exibição de uma crise de grande-mal por um sujeito com uma história prévia de epilepsia) ou qualquer combinação ou variação destes comportamentos. se um sujeito hospitalizado para tratamento de uma perturbação mental simula uma exacerbação da doença para evitar transferência para outra unidade menos confortável. A conclusão de que um determinado sintoma é produzido intencionalmente resulta de evidência direta e pela exclusão de outras causas para o mesmo. A Simulação é considerado um comportamento adaptativo em determinadas circunstâncias (por exemplo. evitamento de responsabilidades legais ou melhoria do bem estar físico. julgamento ou obrigações militares.xx] A característica essencial da Perturbação Factícia é a produção intencional de sintomas ou sinais. Do mesmo modo. A motivação para o comportamento é a necessidade de assumir o papel de doente (Critério B). Por exemplo. É freqüente o . 16]. têm uma evolução e resposta ao tratamento incomuns e existe um agravamento dos sintomas quando o doente se sente observado.recurso à mentira patológica a propósito de qualquer aspecto da sua história ou sintomas (pseudologia fantástica). Os sujeitos com esta perturbação podem submeter-se a múltiplos procedimentos invasivos ou cirúrgicos. Geralmente são conhecedores da terminologia médica e das rotinas hospitalares. Quando a investigação das principais queixas revela resultados negativos. Os sujeitos com este subtipo de Perturbação Factícia podem queixar-se de depressão e ideação suicida após o falecimento do cônjuge (que não é confirmado por outras fontes de informação). As suas hospitalizações em regra estendem-se a várias cidades. não sendo o comportamento compreensível à luz das circunstâncias envolventes (em contraste com o que ocorre na Simulação). estados ou países. Por outro lado. geralmente o sujeito apresenta outra queixa física ou problema psicológico. A apresentação dos sintomas geralmente representa o conceito subjetivo de perturbação mental e não costuma ser conforme com qualquer das categorias diagnósticas conhecidas. Este subtipo descreve uma apresentação clínica na qual predominam sinais e sintomas psicológicos. Estes sujeitos são muito sugestionáveis e podem queixar-se de sintomas vários quando de uma revisão dos diversos sistemas. alucinações (auditivas e visuais) e sintomas dissociativos. Este subtipo é posto em evidência pela existência dum vasto leque de sintomas. Eventualmente a natureza factícia dos sintomas é revelada porque o doente é reconhecido por alguém que o conhece de anteriores internamentos ou então outros hospitais confirmam múltiplas hospitalizações prévias por sintomatologia factícia. perda de memória (recente e remota). Subtipos A Perturbação Factícia é codificada de acordo com o subtipo que melhor caracteriza os sintomas predominantes. Frequentemente são admitidos noutro hospital pouco tempo depois. Quando confrontados com a evidência de que os seus sintomas são factícios. São comuns as queixas dolorosas e os pedidos de analgésicos. os sujeitos com esta perturbação geralmente denegam os fatos ou exigem alta mesmo contra a opinião médica. Com Predomínio de Sinais e Sintomas Psicológicos [300. O objetivo é aparentemente assumir o papel de doente. É caracterizada pela produção intencional ou simulação de sintomas psicológicos (por vezes psicóticos) sugestivos duma perturbação mental. multiplicando os sintomas factícios. podem adotar uma atitude extremamente negativista e de não colaboração quando questionados. Durante o internamento têm geralmente poucas visitas. . que geralmente não correspondem a um padrão sindromático típico. Este subtipo descreve uma apresentação clínica em que estão presentes sintomas e sinais psicológicos e físicos mas nenhum de forma predominante. e os sintomas apresentados são limitados unicamente pelos conhecimentos médicos. uso de estimulantes para induzir agitação e insônia. Os sujeitos com Perturbação Factícia com Predomínio de Sinais e Sintomas Físicos também podem apresentar Abuso de Substâncias. má vontade contra . tonturas e perdas de consciência. hemorragias secundárias à ingestão de anticoagulantes e síndromes semelhantes ao lúpus. Os quadros clínicos mais comuns incluem dores intensas na fossa ilíaca direita associadas a náuseas e vômitos. São fatores possívelmente predisponentes outras perturbações mentais ou estados físicos gerais durante a infância ou adolescência com necessidade de tratamento médico ou hospitalizações prolongadas. o sujeito pode dar respostas aproximadas (por exemplo 8 vezes 8 igual a 65). Este subtipo descreve uma apresentação clínica na qual predominam sinais e sintomas de eventual estado físico geral.19). F68. febres de origem indeterminada. alucinógenos para induzir alterações da percepção. Os sujeitos com a forma crônica desta doença podem apresentar o "abdômen em grade" como resultado das múltiplas intervenções cirúrgicas. A combinação de substâncias psicoativas pode resultar em apresentações muito invulgares.19 ]. resultam frequentemente em estados físicos gerais de causa iatrogénica (por exemplo formação de tecido cicatricial secundário a cirurgia.Com Predomínio de Sinais e Sintomas Físicos [300. Todos os órgãos são alvos potenciais. Características e Perturbações Associadas Na Perturbação Factícia com Predomínio de Sinais e Sintomas Psicológicos. hemoptise abundante. sofisticação e imaginação do sujeito.xx] 485 Com Combinação de Sintomas e Sinais Psicológicos e Físicos [300. rashes generalizados e abscessos. reações secundárias a medicamentos). particularmente de analgésicos e sedativos.1 Perturbação Factícia [300. Os múltiplos internamentos. analgésicos para induzir euforia e hipnóticos que provocam letargia). A Perturbação Factícia é geralmente incompatível com a existência de um emprego estável. A vida do sujeito pode resumirse às tentativas de admissão ou permanência em hospitais (conhecida como "síndrome de Munchausen"). O sujeito pode usar sub-repticiamente substâncias psicoativas com o objetivo de produzir sintomas sugestivos de perturbação mental (por exemplo. laços familiares e relações interpessoais. sintomas ou comportamentos presentes somente quando o sujeito está a ser observado. a presença de Perturbação da Personalidade grave. pseudologia fantástica. uso sub-reptício de substâncias. evidência de intervenções terapêuticas múltiplas (por exemplo. O aparecimento é geralmente no início da vida adulta. que se apresenta como uma aparente doença médica ou mental. deve colocar-se sempre que um sujeito hospitalizado tem uma combinação dos seguintes fatores: uma apresentação atípica ou dramática que não se ajuste a nenhuma das situações médicas ou perturbações mentais conhecidas. Nas Perturbações Somatoformes estão também presentes queixas físicas não atribuíveis a um estado físico geral. A perturbação é aparentemente mais comum no sexo masculino. conhecimento extenso de terminologia médica e rotinas hospitalares. emprego em tarefas relacionadas com a medicina (enfermeiro ou paramédico). comportamento disruptivo na enfermaria (por exemplo. A Simulação distingue-se da . não adesão às normas hospitalares. frequentemente após hospitalização por doença médica ou perturbação mental. longa história de viagens.os médicos. Na sua forma crônica. poucas ou nenhumas visitas durante o internamento. A suspeita de uma Perturbação Factícia. cirurgias várias. uma relação importante com um médico no passado. Evolução A evolução da Perturbação Factícia pode limitar-se a um ou mais episódios breves. mas geralmente é crônica. discussões excessivas com médicos e enfermeiros). no entanto os sintomas não são produzidos intencionalmente. Por outro lado a forma crônica da perturbação é por vezes sobrestimada. evolução clínica flutuante. numerosos ciclos de eletroconvulsivoterapia). as sucessivas hospitalizações podem ocorrer durante toda a vida. Prevalência Existe informação escassa sobre a prevalência da Perturbação Factícia. com desenvolvimento de "complicações" ou nova "patologia" quando a investigação inicial se revela negativa. uma vez que o mesmo sujeito se apresenta a vários médicos e hospitais frequentemente com diferentes identificações. Diagnóstico Diferencial Numa Perturbação Factícia deve fazer-se o diagnóstico diferencial com um estado físico geral verdadeiro ou uma perturbação mental real. 19] Esta categoria inclui perturbações com sintomas factícios que não preenchem critérios para Perturbação Factícia. Um exemplo é Perturbação Factícia por procuração: a produção intencional ou simulação de sinais e sintomas físicos e psicológicos numa pessoa que esteja ao cuidado do sujeito com o objetivo de indiretamente assumir o papel de doente. × Critérios Diagnósticos para F68.1 Perturbação Factícia [300. Codifique o tipo: Com Predomínio de Sinais e Sintomas Psicológicos (300.xx] A. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os Conjuntos de critérios do DSM-IV para Perturbação Factícia são quase idênticos. como acontece na Simulação). F68.19]: se estão presentes simultaneamente sinais e sintomas físicos e psicológicos sem que nenhum deles predomine na apresentação clínica. B.19]: se na apresentação clínica predominam sinais e sintomas físicos.Perturbação Factícia por a motivação para a produção de sintomas na primeira ter um incentivo externo. enquanto na Perturbação Factícia este está ausente.Estão ausentes incentivos externos para o comportamento (tais como ganho econômico. C. Com Predomínio de Sinais e Sintomas Físicos [300. os sujeitos procuram o internamento para obter compensações. e os sintomas só existem enquanto necessário para atingir o fim em vista.A motivação que leva o doente a adotar este comportamento é a necessidade de assumir o papel de doente. no entanto o objetivo é geralmente óbvio.1 Perturbação Factícia Sem Outra Especificação [300. Na Simulação. .Produção intencional ou forjada de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos. fugir da polícia ou simplesmente para "terem uma cama para dormir". evitamento de responsabilidades legais ou conforto físico.16]: se na apresentação clínica predominam sinais e sintomas psicológicos. Com Combinação de Sinais e Sintomas Físicos e Psicológicos [300. Perturbação Dissociativa da Identidade (anteriormente Perturbação Múltipla da Personalidade: caracterizada pela presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos que. Incluem-se nesta secção as seguintes perturbações: Amnésia Dissociativa: caracterizada pela incapacidade para recordar informação pessoal importante. demasiado vasta para ser explicada por esquecimento vulgar. acompanhado pela incapacidade de recordar dados do passado e por confusão acerca da identidade pessoal ou por assunção de nova identidade. Fuga Dissociativa: caracterizada pelo afastamento súbito e inesperado de casa ou do local de trabalho. contudo. Perturbação de Despersonalização: caracterizada por uma sensação persistente ou recorrente de desprendimento dos processos mentais ou do corpo. identidade ou percepção do ambiente. Os sintomas dissociativos estão também incluídos no conjunto de critérios de Perturbação Aguda de Stress. a Perturbação de Conversão é incluída na secção "Perturbações Somatoformes" para enfatizar a importância das doenças neurológicas ou de outros estados físicos gerais no diagnóstico diferencial. geralmente de natureza traumática ou "estressante". Não é realizado um diagnóstico adicional de Perturbação Dissociativa se os sintomas dissociativos ocorrerem exclusivamente durante a evolução de uma destas perturbações. Perturbação Dissociativa Não Especificada: é incluída nas perturbações em que a característica predominante é o sintoma dissociativo mas que não preenche os critérios de nenhuma Perturbação Dissociativa específica. A dissociação não deverá ser considerada inerentemente patológica e frequentemente não origina sofrimento ou déficit significativos nem . acompanhado pela incapacidade de recordar informação pessoal importante. Em algumas classificações. memória. É particularmente importante a perspectiva transcultural na avaliação das Perturbações Dissociativas. acompanhado por um teste da realidade intacto. a reação de conversão é considerada um fenômeno dissociativo. recorrentemente. no DSM-IV.Perturbações Dissociativas A característica essencial das Perturbações Dissociativas é a disfunção das funções Anormalmente integradas da consciência. uma vez que em muitas sociedades os estados dissociativos são comuns e aceites como expressão de atividades culturais ou experiências religiosas. transitória ou crônica. Perturbação Pós-Stress Traumático e Perturbação de Somatização. determinam o comportamento do sujeito. A perturbação pode ser súbita ou gradual. demasiado vasta para ser explicada por vulgar esquecimento. Têm sido descritos diversos tipos de perturbação na memória na Amnésia Dissociativa. geralmente as primeiras horas após um acontecimento perturbador( por exemplo. doença neurológica ou outro estado físico geral (Critério B). Fuga Dissociativa. a pessoa pode recordar alguns mas não todos os acontecimentos durante um período circunscrito de tempo (por exemplo. Os sintomas deverão causar sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social. geralmente de natureza traumática ou estressante. Menos frequentemente. Esta perturbação envolve um déficit reversível da memória em que as memórias da experiência pessoal não podem ser reconstituídas de forma verbal (ou. um veterano de guerra pode recordar apenas algumas partes de uma série de violentos combates).12) (anteriormente Amnésia Psicogênica) Características de Diagnóstico A característica essencial da Amnésia Dissociativa é uma incapacidade para recordar informação pessoal importante. ocupacional ou noutras áreas importantes de funcionamento (Critério C). 745 e p. "explosões" violentas ou tentativas de suicídio. demasiado vasta para ser explicada por vulgar esquecimento (Critério A). Os outros tipos de amnésia - . Perturbação Pós-Estresse Traumático. Estas falhas estão geralmente relacionadas com acontecimentos traumáticos ou extremamente estressantes. não podem ser retidas como um todo na consciência). a Amnésia Dissociativa apresenta-se como um episódio "florido" de início súbito. Na amnésia localizada. F44. o sujeito é incapaz de recordar acontecimentos que ocorreram durante um período de tempo circunstanciado. algumas síndromes culturalmente definidas caracterizadas por dissociação causam sofrimento e déficit e são reconhecidas como manifestações de patologia (ver p.0 Amnésia Dissociativa [300. Esta forma aguda ocorre com maior probabilidade em tempo de guerra ou em resposta a um desastre natural. Contudo.pedido de ajuda. A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução da Perturbação Dissociativa da Identidade. um sobrevivente ileso de um acidente de viação em que morreu um membro da família pode não ser capaz de recordar nada do que aconteceu desde o acidente até dois dias mais tarde). 857). A Amnésia Dissociativa apresenta-se vulgarmente como uma falha retrospectiva ou como uma série de falhas na reconstituição de aspectos da história pessoal de vida. Alguns sujeitos podem apresentar amnésia para episódios de automutilação. Na amnésia seletiva. Perturbação Aguda de Stress ou Perturbação de Somatização e não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância. se temporariamente reconstituídas. estados de transe. perturbação dissociativa de identidade). Prevalência Recentemente. A amnésia contínua define-se como a incapacidade de recordar acontecimentos subseqüentes a um ponto específico. Dados laboratoriais associados. Os sujeitos com esta perturbação rara aparecem geralmente na polícia. terapeuta. Os sujeitos com Amnésia Dissociativa são facilmente hipnotizáveis como se demonstra nos testes apropriados. A amnésia sistematizada é a perda de memória de certas categorias de informação. nos EUA. Na amnésia generalizada. nos serviços de urgência ou nos serviços de ligação de um hospital geral.generalizada. ocorreu um aumento dos casos referidos de . a incapacidade de recordar inclui toda a vida da pessoa. perturbações psicóticas e amnésia da infância apropriada ao desenvolvimento (isto é. técnico ligado ao caso) podem ser necessárias para realizar um diagnóstico acertado de Amnésia Dissociativa numa criança. a diminuição da recordação de acontecimentos autobiográficos ocorridos antes dos cinco anos de idade). Perturbação do Humor ou Perturbação da Personalidade.são menos comuns. impulsos agressivos e impulsos e atos suicidas. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. tal como todas as memórias relacionadas com a família ou com uma pessoa em particular. Características Especificas da Idade A Amnésia Dissociativa é particularmente difícil de avaliar em préadolescentes pois pode ser confundida com desatenção. Outros problemas que acompanham por vezes esta perturbação incluem disfunção sexual. déficits no trabalho e nas relações interpessoais. professor. comportamento de oposição. Perturbações da Aprendizagem. ansiedade. analgesia a regressão etária espontânea. tal como na síndrome de Ganser. automutilação. despersonalização. 2+2=5). Isto pode originar respostas aproximadas desadequadas (por exemplo. Os sujeitos com Amnésia Dissociativa podem também apresentar sintomas que preencham os critérios de Perturbação de Conversão. Os sujeitos que apresentam estes três últimos tipos de amnésia dissociativa podem ser diagnosticados como tendo uma forma mais complexa de perturbação dissociativa (por exemplo. incluindo o presente. Observações seriadas ou avaliações realizadas por diferentes examinadores (por exemplo. contínua e sistematizada . Alguns sujeitos com perturbação dissociativa referem sintomas depressivos. na Amnésia Dissociativa. é frequentemente retrógrada. exames laboratoriais ou exame físico. epilepsia) (ver p. traumatismo craniano. na maioria dos sujeitos. previamente esquecidos. Alguns acreditam que a maior consciencialização do diagnóstico entre os profissionais de saúde resultam na identificação de casos anteriormente não diagnosticados. desde as crianças aos adultos. A manifestação principal. é uma falha retrospectiva na memória. a perturbação da memória. Outros podem desenvolver uma forma crônica de amnésia. Pelo contrário.Amnésia Dissociativa. existindo habitualmente uma história clara de trauma físico. a recuperação imediata das memórias perdidas sugere uma base dissociativa para a . um período de inconsciência ou evidência clínica de lesão cerebral. embora dois ou mais episódios sejam também comuns. Este aumento tem tido interpretações muito diferentes. que envolvem traumas da infância precoce. Evolução A Amnésia Dissociativa pode ocorrer em qualquer grupo etário. A amnésia aguda pode resolver espontaneamente após a remoção do sujeito das circunstâncias traumáticas a que a amnésia estava associada (por exemplo. perda de memória restrita ao período após o trauma). O caso raro da Amnésia Dissociativa com amnésia retrógrada pode ser distinguido pela utilização diagnóstica da hipnose. Esta determinação baseia-se na história. em que a amnésia parece ser uma conseqüência fisiológica direta de uma doença neurológica específica ou de outro estado físico geral (por exemplo. A duração referida dos acontecimentos para os quais existe amnésia pode ser de minutos a anos. Os sujeitos que apresentam um episódio de Amnésia Dissociativa podem estar predispostos a desenvolver amnésia para circunstâncias traumáticas subseqüentes. embora circunscrita. Pode ser referido um único episódio de amnésia. um soldado com amnésia localizada após vários dias de combate interno pode recuperar espontaneamente a memória destas experiências após ser retirado do campo de batalha). a perturbação da memória é quase sempre anterógrada (isto é. Alguns sujeitos com amnésia crônica podem recordar gradualmente as memórias dissociadas.163). Diagnóstico Diferencial A Amnésia Dissociativa deve ser distinguida da Perturbação amnésica Secundária a Um Estado Físico Geral. Pelo contrário. englobando um período de tempo anterior ao traumatismo craniano. outros acreditam que a síndrome tem sido sobrediagnosticada em sujeitos altamente sugestionáveis. Na Perturbação Mnésica Devido a Lesão Cerebral. o déficit da memória tem um início súbito. num contexto com potenciais ganhos secundários evidentes (por exemplo. lingüísticas. Assim. Pelo contrário. existe um déficit de memória a curto prazo (isto é. da atenção. Não existem testes ou procedimentos que distingam a Amnésia Dissociativa da Simulação mas os sujeitos com Amnésia Dissociativa geralmente pontuam alto nos escalas apropriadas de "hipnotizabilidade" e capacidade dissociativa. revelando repetidos EEG anormalidades típicas. Nas perturbações convulsivas. A Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias deverá ser diagnosticada se existir uma perda de memória relacionada com os efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Enquanto a capacidade para conservar novas memórias está preservada na Amnésia Dissociativa. não é feito um diagnóstico separado da Amnésia Dissociativa. A Amnésia Dissociativa não é diagnosticada se ocorrer exclusivamente durante a evolução destas perturbações. O sintoma dissociativo de amnésia é característico da Fuga Dissociativa e da Perturbação Dissociativa da Identidade. a perda da memória ocorre primeiramente para a informação autobiográfica estando as capacidades cognitivas geralmente preservadas.. A amnésia associada a um estado físico geral não é habitualmente reversível: A perda de memória associada à utilização de substâncias ou medicamentos deve ser distinguida da Amnésia Dissociativa. da percepção e do comportamento. os sintomas dissociativos como a amnésia estão incluídos no conjunto de critérios da Perturbação de Somatização.perturbação. embora a . problemas financeiros ou legais ou desejo de evitar combate. A perda da memória associada a Intoxicação por Substâncias (por exemplo.165). pode existir amnésia para o acontecimento traumático. podendo ocorrer anormalidades motoras. os acontecimentos podem ser recordados imediatamente após a sua ocorrência. Na Perturbação Pós-Stress Traumático e na Perturbação Aguda de Stress. De forma semelhante. drogas ou medicamentos) (p. a despersonalização que ocorra apenas durante a Amnésia Dissociativa não deverá ser diagnosticada separadamente como Perturbação de Despersonalização. se a amnésia dissociativa ocorrer exclusivamente durante a evolução da Fuga Dissociativa ou da Perturbação Dissociativa da Identidade. na Amnésia Dissociativa. na Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias. mas não após alguns minutos). A amnésia de simulação é mais comum em sujeitos que se apresentam com sintomas agudos e "floridos". No delirium e na demência a perda de memória para a informação pessoal inclui-se num conjunto de perturbações mais extensas cognitivas. afetivas. blackouts) pode distinguir-se da Amnésia Dissociativa pela associação da perda de memória pela utilização maciça de substâncias e pelo fato de a memória não ser habitualmente reversível. a amnésia pós-hipnótica. sobretudo quando este abuso ocorreu alegadamente na infância precoce.0 Amnésia Dissociativa [300. da Fuga Dissociativa. Tem existido grande controvérsia quanto à amnésia relacionada com abuso físico ou sexual referido. especialmente porque os últimos são frequentemente crianças e os perpetradores negam ou distorcem as suas ações. Não existe um método que estabeleça com certeza e de forma exata as memórias na ausência de evidência comparativa. demasiado vasta para ser explicada por vulgar esquecimento. B.verdadeira amnésia possa também associar-se a estes fatores de stress). × Critérios de Diagnóstico para F44. Contudo. Deve tomar-se cuidado na avaliação da reconstituição das memórias. incluindo as perdas de memória quotidianas. sobretudo devido à pouca fiabilidade das memórias de infância. No DSM-IV. outros médicos estão preocupados por poder existir referências em excesso. o conjunto de critérios realça que a informação esquecida é geralmente de natureza estressante ou traumática.A perturbação predominante é a existência de um ou mais episódios com incapacidade de recordar informação pessoal importante. a amnésia infantil e amnésia do sono e sonhos. A Amnésia Dissociativa pode distinguir-se das falhas normais de memória pela natureza intermitente e involuntária da incapacidade de recordar e pela presença de sofrimento ou déficit significativos. .A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução da Perturbação Dissociativa da Identidade. Alguns médicos acreditam que estes acontecimentos foram sub-relatados. uma vez que os informadores são. geralmente de natureza estressante ou traumática. problemas ou necessidades". muito sugestionáveis. A Amnésia Dissociativa deve ser também distinguida da perda de memória relacionada com o Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade e com as formas não patológicas de amnésia.12) A. da Perturbação Pós-Stress Traumático ou da Perturbação de Somatização e não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. frequentemente. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para as Perturbações Dissociativas especificam que existem "associações temporais convincentes entre o início dos sintomas da perturbação e os acontecimentos estressantes. pode não existir memória para os acontecimentos ocorridos durante a fuga. horas ou dias) a deambulação complexa. com travessia de fronteiras nacionais e viagens de milhares de quilômetros. esta é geralmente caracterizada por traços mais gregários e desinibidos que na identidade anterior. Após o regresso ao estado de pré-fuga. Em dada altura o sujeito recebe atenção clínica. Se durante a fuga é assumida uma nova identidade.droga ou medicamentos) nem a uma doença neurológica ou a outros estados físicos gerais (por exemplo. ocupacional ou noutras áreas importantes de funcionamento. C. Perturbação Mnésica Devida a Traumatismo Craniano). semanas ou meses). F44. uma nova residência e empenhar-se em atividades sociais complexas. Quando o sujeito regressa ao estado de pré-fuga. ocupacional ou noutras áreas importantes de funcionamento (Critério D).Os sintomas provocam sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social. a amnésia para acontecimentos . acompanhado por confusão acerca da identidade (Critério B). de forma súbita e inesperada e com incapacidade para recordar alguns ou todos os dados do passado (Critério A). os sujeitos parecem não apresentar psicopatologia. que não sugerem a presença de uma perturbação mental. habitualmente devido a amnésia para acontecimentos recentes ou falha de conhecimento da sua identidade pessoal. não obstrutiva durante longos períodos de tempo (por exemplo. A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação Dissociativa da Identidade e não é devida a efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de um estado físico geral (Critério C). Os sintomas deverão causar sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social. não atraindo as atenções.13] (anteriormente Fuga Psicogênica) Características de Diagnóstico A característica essencial da Fuga Dissociativa é viajar para longe de casa ou do lugar habitual de atividades diárias. A maioria das fugas não envolve a criação de uma nova identidade. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Durante a fuga.1 Fuga Dissociativa [300. A pessoa pode assumir um nome novo. bem integradas. A deslocação pode variar de breves viagens por períodos relativamente breves (isto é. impulsos agressivos e suicidas. 745. vergonha. stress psicológico. Os sujeitos com Fuga Dissociativa podem apresentar uma Perturbação do Humor. A pessoa pode fornecer respostas aproximadas acuradas (por exemplo. uma Perturbação Pós-Stress Traumático ou uma Perturbação Relacionada com Substâncias. a bruxaria "frenesim" dos Navajos e algumas formas de amok nas culturas do Pacífico Oeste) podem apresentar sintomas que preenchem os critérios de diagnóstico de Fuga Dissociativa. Os episódios isolados são mais freqüentes e podem durar de horas a meses. desgosto. Evolução O início da Fuga Dissociativa está geralmente relacionado com acontecimentos de vida traumáticos estressantes.) Prevalência Foi relatada na população geral uma taxa de prevalência de 0. 2+2=5). como perda de emprego ou grave disrupção das relações pessoais ou familiares. conflitos.2% para a Fuga Dissociativa. grisi siknis entre os Miskito das Honduras e Nicarágua. com exaustão. disforia. em que o seu amigo mais próximo foi morto). comportamento potencialmente perigoso sob a forma de corrida ou desaparecimento. Podem estar presentes depressão.traumáticos do passado da pessoa pode ser característica (por exemplo. pibloktoq entre os nativos do Ártico. A recuperação é normalmente rápida mas pode persistir em alguns casos uma Amnésia Dissociativa refratária. Características Especificas da Cultura Os sujeitos com várias síndromes culturais "de fuga" (por exemplo. após terminação de uma fuga. A prevalência pode aumentar durante períodos de acontecimentos extremamente estressantes como a guerra ou os desastres naturais. estado de transe. Existem condições caracterizadas pelo início de um elevado nível de atividade. Diagnóstico Diferencial A Fuga Dissociativa deve ser distinguida das situações que são a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por . p. um soldado permanece amnésico para os acontecimentos da guerra que ocorreram vários anos antes. como na síndrome de Ganser. A extensão e duração da fuga pode determinar o grau dos outros problemas. sono e amnésia para o episódio (ver também Perturbação Dissociativa de Transe no apêndice B. bem como em soldados que estejam a tentar evitar o combate ou deveres militares desagradáveis (embora a verdadeira Fuga Dissociativa possa estar . Tal como nesta. idéias delirantes. Contudo.exemplo. com a amnésia subseqüente. A deambulação e as viagens sem propósito que ocorrem durante um Episódio Maníaco devem ser distinguidas da Fuga Dissociativa. os sujeitos com um Episódio Maníaco podem referir amnésia para um determinado período das suas vidas. O comportamento peripatético também pode ocorrer na Esquizofrenia. financeiras ou pessoais. comportamento estereotipado. Os sujeitos com epilepsia parcial complexa podem exibir um comportamento deambulatório. A Amnésia Dissociativa e a Perturbação de Despersonalização não deverão ser diagnosticadas separadamente se os sintomas de amnésia ou despersonalização ocorrerem apenas durante a evolução de uma Fuga Dissociativa. estado pós-ictal e alterações nos EEG em série. os sujeitos com Fuga Dissociativa geralmente não apresentam nenhuma da psicopatologia associada à Esquizofrenia (por exemplo. A Fuga Dissociativa deve também ser distinguida dos sintomas causados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (ver p. aparentemente sem propósito. Os sintomas dissociativos que representam a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral deverão ser diagnosticados como Perturbação Mental Não Especificada Devida a Um Estado Físico Geral. pois o sujeito pode apresentar aura. Contudo. Esta determinação baseiase na história. Se os sintomas de fuga ocorrerem apenas durante a evolução de uma Perturbação Dissociativa da Identidade. anormalidades motoras. A Simulação dos estados de fuga pode ocorrer em sujeitos que estejam a tentar fugir de situações que envolvam dificuldades legais. durante as convulsões ou no estado pós-ictal. 169). sintomas negativos). a viagem está associada a idéias de grandiosidade e outros sintomas maníacos e estes sujeitos chamam frequentemente a atenção devido a comportamento desadequado. Contudo. pode geralmente ser reconhecida uma fase epiléptica.196). não existem testes ou procedimentos que distingam os verdadeiros sintomas dissociativos da simulação. Contudo. particularmente para comportamento que ocorra durante estados eutímicos ou depressivos. traumatismo craniano) (ver p. Pode ser difícil avaliar a memória para acontecimentos que ocorram durante episódios de deambulação devido ao discurso desorganizado. a Fuga Dissociativa não deverá ser diagnosticada separadamente. A assunção de uma identidade nova não ocorre. alterações da percepção. exames laboratoriais ou exame físico. num Episódio Maníaco. Os sujeitos com Fuga Dissociativa geralmente pontuam alto nos testes apropriados de "hipnotizabilidade" e capacidade dissociativa. Além disso.1 Fuga Dissociativa [300. epilepsia do lobo temporal). com incapacidade para recordar o passado. o examinador deverá considerar cuidadosamente o diagnóstico de simulação quando é alegada uma fuga.14] (anteriormente Perturbação Múltipla da Personalidade) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Dissociativa da Identidade é a presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos (Critério A). F44.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação Dissociativa da Identidade e não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Fuga Dissociativa especificam "amnésia durante o episódio de fuga". nem a confusão acerca da identidade pessoal. durante a fuga.A característica predominante é viajar para longe de casa ou do local habitual de trabalho. ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento. D. No contexto forense. de forma súbita e inesperada. os critérios da ICD-10 não especificam a existência de uma incapacidade para recordar o passado. abuso de drogas ou medicamentos) ou a um estado físico geral (por exemplo. cuja extensão é demasiado grande para poder ser explicada pelo vulgar esquecimento (Critério C). B.Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou déficit no funcionamento social. C.associada a estes fatores de stress). 81 Perturbação Dissociativa da Identidade [300. que recorrentemente controlam o comportamento (Critério B). A perturbação não é devida aos . . Critérios de diagnóstico para F44.13] A. Existe uma incapacidade para recordar informação pessoal importante. em contraste com o DSM-IV.A confusão acerca da identidade pessoal ou assunção de uma nova identidade (parcial ou completa). A simulação de sintomas dissociativos pode ser mantida mesmo durante as entrevistas realizadas sob o efeito de hipnose ou barbitúricos. O comportamento criminal bizarro ou sem ganhos pode ser mais consistente com uma verdadeira perturbação dissociativa. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Ao contrário do DSM-IV. conhecimentos gerais ou afetos predominantes. hostis. encontrar em casa peças de roupa que o sujeito não se lembra de ter comprado). O tempo requerido para a passagem de uma identidade para outra é geralmente de segundos mas. uma ou mais identidades mais poderosas "alugam" o tempo das outras. As identidades alternativas são experimentadas sequencialmente. tomando o controlo uma à custa da outra. recentes ou remotas. A amnésia é frequentemente assimétrica. negar o conhecimento uma da outra. Metade dos casos referidos incluem sujeitos com 10 ou menos identidades. Ocasionalmente. Cada estado de personalidade pode ser experimentado como uma história pessoal. As identidades alternativas têm frequentemente nomes diferentes e características que contrastam com a identidade secundária (por exemplo. culpada e deprimida. para a identidade pessoal. Os sujeitos com esta perturbação experimentam falhas freqüentes da memória. Pode existir perda de memória não apenas para períodos recorrentes de tempo. Podem aparecer identidades particulares em circunstâncias específicas que podem diferir na idade e gênero referidos. ter acesso ao consciente através da produção de alucinações visuais ou auditivas (por exemplo. mas também uma perda global da memória biográfica para um período extenso da infância. O número de identidades referido varia entre as duas e mais de cem. sendo críticas ou entrando em conflito aberto uma com a outra. auto-imagem e identidade distintas. Geralmente. enquanto as mais hostis. As transições entre as identidades são frequentemente despoletadas por fatores de stress psicossocial. A Perturbação Dissociativa da Identidade reflete uma falha na integração de vários aspectos da identidade. Os . memória e consciência. Uma identidade não controlada pode. A evidência de amnésia pode ser descoberta pelos relatos de outras pessoas que presenciaram um comportamento que é desmentido pelo sujeito ou pelas descobertas individuais (por exemplo. As identidades agressivas ou hostis podem por vezes interromper atividades ou colocar os outros em situações desagradáveis. uma voz que dá instruções). autodestrutivas). controladoras ou "protetoras" apresentam memórias mais completas. vocabulário.efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou estado físico geral (Critério D). dependente. As mais passivas tendem a apresentar memórias mais constritivas. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. contudo. associada ao nome do sujeito e que é passiva. controladoras. incluindo um nome diferente. existe uma identidade primária. menos frequentemente pode ser gradual. Nas crianças os sintomas não podem ser atribuíveis a companheiros imaginários ou outros jogos de fantasia. Os sujeitos com esta perturbação podem apresentar enxaqueca ou outros tipos de cefaléias. flashbacks e respostas de sobressalto) ou Perturbação Pós-Stress Traumático. Idade e Gênero Tem sido sugerido que as taxas relativamente altas desta perturbação. Algumas identidades podem apresentar sintomas de conversão (por exemplo. Alguns sujeitos podem apresentar um padrão repetitivo de relações envolvendo abuso físico e sexual.sujeitos com Perturbação Dissociativa da Identidade referem frequentemente abuso físico e sexual graves. Perturbação Relacionada com Substâncias. é necessário um cuidado especial na realização do diagnóstico uma vez que as manifestações podem ser menos distintas que nos adolescentes . especialmente durante a infância. pseudoconvulsões) ou capacidades invulgares para controlar a dor ou outros sintomas físicos. Podem existir cicatrizes de autoflagelações ou de abuso físico. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. recentemente referidas nos EUA. síndrome do cólon irritável e asma. sintomas de asma. impulsividade e alterações súbitas e intensas nas relações podem requerer um diagnóstico concorrente de Perturbação Estado-Limite da Personalidade. tolerância à dor. Os sujeitos com Perturbação Dissociativa da Identidade podem manifestar sintomas pós-traumáticos (por exemplo. podem indicar que esta é uma síndrome cultural específica. Comportamentos automutilantes. sensibilidade aos alergenos e resposta da glicemia à insulina). Por outro lado. Dados laboratoriais associados Os sujeitos com Perturbação Dissociativa da Identidade pontuam no limite superior das medidas de "hipnotizabilidade" e capacidade dissociativa. Perturbação Sexual. diferenças na acuidade visual. Os sujeitos com esta perturbação podem também apresentar sintomas que preencham os critérios de Perturbação do Humor. Existe muita controvérsia à volta destes relatos. Podem ocorrer automutilação e comportamento suicida e agressivo. Nas crianças pré-adolescentes. pesadelos. Existem referências de variações nas funções psicológicas através dos diferentes estados de identidade (por exemplo. uma vez que as memórias da infância tendem a ser sujeitas a distorções e os sujeitos com esta perturbação tendem a ser altamente hipnotizáveis e especialmente vulneráveis a influências sugestivas. Página 498 Características Especificas da Cultura. Perturbações do Comportamento Alimentar ou do Sono. os responsáveis pelos abusos físicos e sexuais têm tendência a negar ou distorcer o seu comportamento. 169). A Perturbação Dissociativa da Identidade é diagnosticada 3 a 9 vezes mais frequentemente nas mulheres adultas do que nos homens adultos. com uma média de 15 ou mais. A Perturbação Dissociativa da Identidade deve também distinguir-se dos sintomas dissociativos devidos a epilepsia parcial complexa. A perturbação pode tornar-se menos manifesta em sujeitos com idades superiores a 40 anos mas pode reemergir durante episódios de stress ou trauma ou com Abuso de Substâncias.e adultos. Os episódios convulsivos são geralmente breves (30 segundos a 5 minutos) e não envolvem as . tem tido diferentes interpretações. Prevalência O grande aumento dos casos de Perturbação Dissociativa da Identidade nos EUA. As mulheres tendem a apresentar mais identidades que os homens. Pelo contrário. enquanto nos homens a média é de 8 identidades. exames laboratoriais ou físicos. mas há poucos dados disponíveis. na infância a proporção mulher/homem pode ser ainda superior. referida em anos recentes. Diagnóstico Diferencial A Perturbação Dissociativa da Identidade deve ser distinguida dos sintomas causados pelos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (por exemplo. Padrão Familiar Vários estudos sugerem que a Perturbação Dissociativa da Identidade é mais comum entre os parentes biológicos em primeiro grau de pessoa com a perturbação do que na população geral. O período médio de tempo entre a primeira apresentação sintomática e a realização do diagnóstico é de 6-7 anos. Evolução A Perturbação Dissociativa da Identidade parece ter uma evolução clínica flutuante com tendência à cronicidade e à recorrência. embora as duas perturbações possam co-ocorrer. Também têm sido descritas evoluções episódicas. outros acreditam que a síndrome tem sido sobrediagnosticada em sujeitos altamente sugestionáveis. convulsões) (ver p. Alguns acreditam que a maior consciencialização do diagnóstico entre os profissionais de saúde mental resulta na identificação de casos anteriormente não diagnosticados. Esta determinação baseiase na história. outros preocupam-se com o fato de a Perturbação Dissociativa da Identidade ser sobrediagnosticada. sobretudo com privação do sono e com sondas nasofaríngeas. com Ciclos Rápidos. as mudanças entre os estados de identidade podem ser confundidas com as perturbações clínicas do humor.estruturas de identidade e comportamento complexas e duradouras tipicamente encontradas na Perturbação Dissociativa da Identidade. a presença de um ou mais estados de personalidade dissociados pode ser tomada por uma alucinação auditiva. Os fatores que podem apoiar o diagnóstico de Perturbação Dissociativa da Identidade são a presença de sintomatologia dissociativa clara. Os sujeitos com Perturbação Dissociativa da Identidade podem distinguir-se dos com sintoma de transe e possessão que seriam diagnosticados como Perturbação Dissociativa Não Especificada. droga ou medicamento) estar etiologicamente relacionada com a perturbação (ver p. amnésia reversível e alta pontuação nas medidas de dissociação e "hipnotizabilidade" em sujeitos que não têm apresentações características de outra perturbação mental. em que pode existir um padrão de comportamento em que é pedida ajuda. as Perturbações de Somatização e as Perturbações da Personalidade. as Perturbações da Ansiedade. levando a confusão com as Perturbações Psicóticas. Também é menos comum nos sujeitos com epilepsia parcial complexa uma história de abuso físico e sexual. A Perturbação Dissociativa da Identidade deve ser distinguida da Simulação em situações em que possam ocorrer ganhos financeiros ou forenses e da Perturbação Factícia.196). com mudanças bruscas entre os estados de identidade.podem ajudar a clarificar o diagnóstico diferencial. a Perturbação Bipolar. relativamente a outras perturbações mentais. . Os sintomas causados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância podem ser distinguidos da Perturbação Dissociativa da Identidade pelo fato de a substância (por exemplo. devido ao interesse dos media nesta perturbação e à natureza sugestionável dos sujeitos. O diagnóstico de Perturbação Dissociativa da Identidade tem precedência sobre os diagnósticos de Amnésia Dissociativa. Pelo contrário. Existe controvérsia acerca do diagnóstico diferencial entre a Perturbação Dissociativa da Identidade e uma série de perturbações mentais que incluem a Esquizofrenia e outras Perturbações Psicóticas. Os estudos EEG. Fuga Dissociativa e Perturbação de Despersonalização. Alguns médicos acreditam que a Perturbação Dissociativa da Identidade tem sido subdiagnosticada (por exemplo. levando a confusão com a Perturbação Bipolar). pelo fato de estes últimos descreverem tipicamente que espíritos ou entidades externos entraram e tomaram o controlo dos seus corpos. Pelo menos duas destas identidades ou estados de personalidade tomam controlo do comportamento do sujeito.81 Perturbação Dissociativa da Identidade [300. B. Estão frequentemente presentes vários tipos de anestesia sensorial. O sujeito pode sentir-se como um autômato ou como se vivesse num sonho ou num filme. Presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade (cada qual com o seu próprio padrão durável de percepção.1 Perturbação de Despersonalização [300. demasiado extensa para ser explicada por vulgar esquecimento. D. ausência de resposta afetiva e uma sensação de perda de controlo das suas próprias ações.6] Critérios de Diagnóstico As características essenciais da Perturbação de Despersonalização são episódios persistentes ou recorrentes de despersonalização caracterizados por uma sensação de desprendimento ou estranheza em relação a si próprio (Critério A).14] A. epilepsia parcial complexa). incluindo o discurso. reação e reflexão sobre o ambiente e o Eu). Nota: nas crianças. Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e do DSM-IV são quase idênticos. Pode existir uma sensação de ser um observador dos seus próprios processos mentais. corporais ou partes do corpo.Incapacidade para recordar informação pessoal importante.A perturbação não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. F48.Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A Perturbação Dissociativa da Identidade (anteriormente Perturbação Múltipla da Personalidade) é incluída na ICD-10 como um exemplo de Outras Perturbações Dissociativas (conversão). Critério de diagnóstico para F44. O sujeito com perturbação de despersonalização mantém intacto o teste da realidade (isto é. blackouts ou comportamento caótico durante uma Intoxicação Alcoólica) ou de um estado físico geral (por exemplo. de forma recorrente. os sintomas não são atribuíveis a companheiros imaginários ou outros jogos de fantasia. compreensão de que é apenas uma . C. sensação e que o sujeito não é de fato um autômato) (Critério B). ruminações obsessivas. A despersonalização é uma experiência comum e este diagnóstico deverá ser feito apenas se os sintomas forem suficientemente graves para causarem sofrimento marcado ou déficit no funcionamento (Critério C). medidas pelos testes apropriados. preocupações somáticas e uma perturbação no sentido do tempo pessoal. coexistir. Perturbação de Pânico. Não deverá ser feito um diagnóstico separado de Perturbação de Despersonalização se a despersonalização e desrealização ocorrerem exclusivamente durante estes ataques. Adicionalmente. podendo. Em alguns casos. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Perturbação Aguda de Stress ou outra Perturbação Dissociativa). noutros casos. Outras características frequentemente associadas incluem sintomas ansiosos. O sujeito pode percepcionar uma alteração artificial do tamanho ou forma dos objetos (macropsia ou micropsia) e as pessoas podem parecer-lhe desconhecidas ou mecânicas. Hipocondria e Perturbações Relacionadas com Substâncias. Podem também coexistir com Perturbação de Despersonalização. A despersonalização e a desrealização são sintomas freqüentes dos Ataques de Pânico. Frequentemente. Dados laboratoriais. Esquizofrenia. A desrealização pode também estar presente e é vivida como uma sensação de estranheza ou irrealidade face ao mundo externo. esta perda característica da despersonalização pode mimetizar a Perturbação Depressiva Major. não se realiza um diagnóstico separado de Perturbação de Despersonalização se a experiência ocorrer exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental (por exemplo. os sujeitos com Perturbação de Despersonalização podem apresentar dificuldades em descrever os seus sintomas e recear que estas experiências signifiquem que estão "loucos". a perturbação não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma estado físico geral (Critério D). Os sujeitos com Perturbação de Despersonalização podem apresentar grande "hipnotizabilidade" e alta capacidade dissociativa. Características Especificas da Cultura As experiências de despersonalização ou desrealização voluntariamente induzidas fazem parte de práticas meditativas e de transe prevalentes . depressivos. Uma vez que a despersonalização é uma característica comummente associada a muitas outras perturbações mentais. epilepsia) (ver p. Diagnóstico Diferencial A Perturbação de Despersonalização deve ser distinguida dos sintomas devidos às conseqüências fisiológicas diretas de um estado físico geral específico (por exemplo. A despersonalização subseqüente a situações ameaçadoras da vida (por exemplo. A despersonalização causada pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância distingue-se da Perturbação de Despersonalização pelo fato de existir uma substância (por exemplo. o diagnóstico acurado da Perturbação de Despersonalização em sujeitos com história de despersonalização induzida por álcool ou substâncias deverá incluir uma história longitudinal de Abuso de Substâncias e dos . geralmente precipitado por stress grave. Em alguma ocasião das suas vidas. Mais frequentemente. aproximadamente metade dos adultos podem experimentar um único e breve episódio de despersonalização. Uma vez que a despersonalização é raramente a queixa apresentada.. embora a perturbação possa ter tido início. A duração dos episódios de despersonalização pode ser breve (segundos) a persistente (anos). Por outro lado. a utilização de substâncias pode intensificar os sintomas de uma Perturbação de Despersonalização preexistente. Prevalência A prevalência da Perturbação de Despersonalização na comunidade e na clínica é desconhecida.169). Ocorre uma experiência transitória de despersonalização em quase um terço dos sujeitos expostos a um perigo que ameaça a vida e em quase 40% dos doentes hospitalizados por perturbações mentais. Evolução Os sujeitos com Perturbação de Despersonalização procuram geralmente tratamento na adolescência ou idade adulta. combates militares. A evolução pode ser crônica e marcada com remissões e exacerbações. as exacerbações ocorrem em associação com acontecimentos estressantes sentidos ou reais. abuso de droga ou medicamento) etiologicamente relacionada com a despersonalização (ver p. Assim.). os sujeitos com despersonalização recorrente apresentam-se frequentemente com outros sintomas como ansiedade. na infância. pânico ou depressão. acidentes traumáticos ou crime violento) desenvolve-se geralmente de forma brusca após a exposição ao trauma. A Intoxicação Aguda ou a Abstinência de Álcool ou de outras substâncias pode resultar em despersonalização.em muitas religiões e culturas e não devem ser confundidas com Perturbação de Despersonalização. não detectado. Durante a experiência de despersonalização. o teste da realidade mantém-se intacto. sentir que se está num sonho). . Perturbação de Pânico. a síndrome de Despersonalização-Desrealização. A perda de sensações associada à despersonalização pode mimetizar depressão.6] A. para apresentações caracterizadas por despersonalização ou desrealização. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 apresenta uma única categoria. mencionando a desrealização como uma característica associada. Ao contrário da Esquizofrenia.1 Perturbação de Despersonalização [300. B. Em contraste. abuso de droga ou medicamento) nem a um estado físico geral (por exemplo.sintomas de despersonalização. Fobia Social ou Específica. × Critérios de diagnóstico para F48. A Perturbação de Despersonalização não deverá ser diagnosticada separadamente se os sintomas ocorrerem apenas durante um ataque de pânico. C.A despersonalização causa sofrimento clinicamente significativo ou déficit de funcionamento social. Perturbação Aguda de Stress ou outra Perturbação Dissociativa e não é devida aos efeitos diretos de uma substância (por exemplo. ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento. sensação de desprendimento em relação a si próprio) e ocorre mesmo quando o sujeito não está deprimido. nos sujeitos com Perturbação de Despersonalização. a categoria do DSM-IV inclui apenas a despersonalização.A experiência de despersonalização não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental como Esquizofrenia. Epilepsia do lobo temporal).Experiências persistentes ou recorrentes de sensação de desprendimento em relação a si próprio e observador dos seus processos mentais ou corporais (por exemplo. o teste da realidade está intacto na Perturbação de Despersonalização. Contudo. Perturbação Pós-Stress Traumático ou Perturbação Aguda de Stress. D. parte de uma Perturbação de Pânico. está associada a outras manifestações de despersonalização (por exemplo. comportamento ou movimentos estereotipados.Apresentações clínicas semelhantes à Perturbação Dissociativa da Identidade mas que não preenchem por completo os critérios desta perturbação. 4. Desrealização não acompanhada de despersonalização em adultos. O Transe Dissociativo envolve estreitamento da consciência do ambiente imediato. A perturbação dissociativa de transe não faz parte das práticas culturais ou religiosas coletivas aceites (ver p. uma disrupção nas funções geralmente integradas da consciência. não associado à Amnésia ou Fuga Dissociativa. o bebainan (Indonésia). . identidade ou memória. divindade ou outra pessoa. Os exemplos incluem o amok (Indonésia). Exemplos incluem apresentações em que: a) não existem dois ou mais estados de personalidade distintos ou b) não ocorre amnésia para informação pessoal importante. 2+2=5). o ataque de nervos (América Latina) e a possessão (Índia). Os exemplos incluem: 1.15] Esta categoria inclui perturbações em que a característica predominante é um sintoma dissociativo (isto é. 745 para critérios de investigação sugeridos). associada a movimentos estereotipados involuntários ou amnésia. experimentados como fora do controlo. Perda de consciência. Perturbação Dissociativa de Transe: perturbações únicas ou episódicas no estado de consciência. O transe de possessão envolve a substituição da identidade pessoal habitual por uma nova identidade. 2. o pibloktoq (Ártico). lavagens cerebrais: reforma do pensamento ou endoutrinação em cativeiro). 6. atribuída à influência de um espírito. o latah (Malásia). relacionadas com determinados locais e culturas. poder. Estados de dissociação que ocorrem em indivíduos sujeitos a períodos prolongados de persuasão intensa e coerciva (por exemplo. identidade ou percepção do ambiente) que não preenche os critérios de nenhuma Perturbação Dissociativa específica. memória. 5. Síndrome de Ganser: respostas aproximadas às questões (por exemplo.9 Perturbação Dissociativa Sem Outra Especificação [300. 3. estupor ou coma não atribuíveis a estado físico geral.Página 503 F44. Perturbações Sexuais Devidas a Um Estado Físico Geral. Fetichismo Transvestido.Página 505 Perturbações Sexuais e de Identidade de Gênero Esta secção compreende as disfunções sexuais. fantasias ou comportamentos recorrentes e intensos que envolvem objetos. intensa e persistente acompanhada de desconforto persistente com o sexo que lhe é atribuído. Ejaculação Precoce). podem variar de cultura para cultura. padrões de desempenho sexual e os conceitos de adequado papel de gênero. Aversão Sexual). Pedofilia. As disfunções sexuais caracterizam-se por perturbações no desejo sexual e nas modificações psicofisiológicas que caracterizam o ciclo de resposta sexual e provocam acentuado mal-estar e dificuldades interpessoais. As Parafilias caracterizam-se por impulsos. atividades ou situações não habituais e provocam mal-estar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social. Consiste numa sensação subjetiva de prazer sexual acompanhada por modificações fisiológicas correspondentes. . Disfunções Sexuais Uma disfunção sexual caracteriza-se por uma perturbação nos processos que caracterizam o ciclo de resposta sexual ou dor associada à relação sexual. Excitação. ocupacional ou em outras áreas importantes. Perturbações do Orgasmo (isto é. Frotteurismo. Desejo. Dispareunia. Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. Sadismo Sexual. Perturbações da Excitação Sexual na Mulher. Esta fase consiste em fantasias acerca da atividade sexual e no desejo de atividade sexual. Fetichismo. As parafilias incluem o Exibicionismo. as parafilias e as perturbações de identidade de gênero. Disfunção Sexual Sem Outra Especificação. Perturbações do Orgasmo na Mulher. Desejo Sexual Hipoativo. Perturbações de Dor Sexual (isto é. A Perturbação Sexual Sem Outra Especificação é incluída para codificar perturbações de funcionamento sexual que não são classificáveis em nenhuma das categorias específicas. As Perturbações de Identidade de Gênero caracterizam-se por identificação de gênero cruzada. Disfunção Erétil no Homem).'As disfunções sexuais integram as perturbações do desejo sexual (isto é. Voyeurismo e Parafilia Sem Outra Especificação. É importante notar que as noções de desvio. As principais alterações no homem consistem na intumescência do pênis. Perturbações do Orgasmo no Homem. Perturbações da Excitação Sexual (isto é. O ciclo de resposta sexual pode ser dividido nas fases seguintes: 1. Vaginismo). Masoquismo Sexual. Tipo Adquirido. acompanhado da libertação da tensão sexual e da contração rítmica dos músculos do períneo e dos órgãos reprodutores. Nos critérios não se faz nenhuma tentativa para especificar a freqüência mínima ou variedade de situações. Ao contrário. Subtipos Designam-se os subtipos para indicar o início. lubrificação e expansão vaginal e na intumescência dos órgãos vaginais externos. Um dos seguintes subtipos pode ser utilizado para indicar a natureza e início da disfunção sexual: Tipo ao Longo da Vida. Sempre que está presente mais do que uma Disfunção Sexual todas são registradas. As principais alterações na mulher consistem na congestão da região pélvica. O orgasmo consiste num pico de prazer sexual. Se se encontram presentes múltiplas Disfunções Sexuais dever-se-ão anotar os subtipos apropriados para cada uma das disfunções. Este subtipo aplica-se se a disfunção sexual se encontrar presente desde o início do funcionamento sexual. Orgasmo. Um dos seguintes subtipos pode ser usado para indicar o contexto em que a disfunção sexual ocorre: . Estes subtipos não se aplicam a um diagnóstico de Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral ou Induzida por Substâncias. mal-estar subjetivo e conseqüências noutras áreas de funcionamento. freqüência e cronicidade do sintoma. quase imediata. Resolução. não se faz o diagnóstico de Disfunção Sexual envolvendo excitação ou orgasmo. Durante esta fase os homens encontram-se fisiologicamente refratários a nova ereção e orgasmo durante um período de tempo variável. Na mulher ocorrem contrações da parede do terço externo da vagina (nem sempre sentidas como tais). contexto e fatores etiológicos associados às disfunções sexuais. Este juízo deve ser feito pelo clínico tendo em consideração fatores como a idade e experiência do sujeito. Em ambos os sexos. atividades ou tipos de encontros sexuais em que a disfunção tem de ocorrer. Nos critérios de diagnóstico as palavras "persistente" ou "recorrente" indicam a necessidade de tal juízo clínico. Consiste numa sensação generalizada de relaxamento muscular e bem-estar. o esfíncter anal contrai-se ritmicamente. Se a estimulação sexual for inadequada no foco. a mulher pode ser capaz de responder a uma estimulação adicional. As perturbações de resposta sexual podem ocorrer numa ou mais das fases descritas. na intensidade ou na duração.conduzindo à ereção. Este subtipo aplica-se se a disfunção sexual se desenvolver apenas depois de um período de funcionamento normal. Este subtipo aplica-se se a disfunção sexual não se limitar a certos tipos de estimulação. Devido a Fatores Combinados. Este subtipo aplica-se quando se considera que há fatores psicológicos que têm um papel relevante no início. Prevalência Existem muito poucos dados epidemiológicos sistemáticos respeitantes à prevalência das várias disfunções sexuais e estes mostram uma variedade muito grande refletindo provavelmente as diferenças nos métodos de avaliação. Tipo Situacional. Este subtipo aplica-se se a disfunção sexual se limitar a certos tipos de estimulação. 528) e/ou Disfunção Sexual Induzida por Substâncias (p. Se bem que as disfunções ocorram a maior parte das vezes durante a atividade sexual com um parceiro em alguns casos pode ser adequado identificar disfunções que ocorrem durante a masturbação. situações ou parceiros. em algumas sociedades. 532). O envelhecimento pode estar associado a uma redução do interesse e funcionamento sexual (especialmente nos homens). diagnostica-se Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral (p. mas existem grandes diferenças individuais quanto aos efeitos da idade. nas definições utilizadas e características das amostras de população. gravidade. Se o estado físico geral ou a utilização de substâncias (incluindo os efeitos colaterais da medicamentação. e 2) se considera que o estado físico geral ou a utilização de substâncias contribuem em grau suficiente para explicar a disfunção sexual.Tipo Generalizado. é suficiente para explicar a disfunção sexual. Por exemplo. gravidade. culturais. situações ou parceiros. . o desejo sexual da mulher não é considerado como relevante (especialmente quando a fertilidade é a principal preocupação). as expectativas e as atitudes acerca do desempenho. religiosas e sociais do sujeito que podem influenciar o desejo sexual. Características Especificas da Cultura e Gênero Os juízos clínicos acerca da presença da disfunção sexual devem ter em consideração as características étnicas. Um dos seguintes subtipos pode ser utilizado para indicar fatores etiológicos associados à disfunção sexual: Devido a Fatores Psicológicos. exacerbação ou manutenção da disfunção sexual e o estado físico geral e substâncias não estão implicados na etiologia da disfunção sexual. exacerbação ou manutenção da disfunção sexual. Este subtipo aplica-se quando:1) se considera que fatores psicológicos têm um papel no início. Problemas ocasionais com o desejo sexual. Se outra situação clínica. incluindo medicamentos. Contudo se a perturbação no funcionamento sexual antecede a perturbação no Eixo I ou é um foco independente de atenção clínica. ou depois da utilização de medicação podem ser especialmente sugestivos de uma disfunção sexual induzida por substância. O diagnóstico de uma disfunção sexual também não se faz se a disfunção se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo. estiver associada à perturbação do funcionamento sexual. de uma medicação ou exposição a um tóxico.Diagnóstico Diferencial Se se considera que uma disfunção sexual é causada exclusivamente pelos efeitos fisiológicos de uma situação médica específica. Se o clínico tem a certeza que a disfunção sexual se deve quer a um estado físico geral quer à utilização de substâncias. dependendo do tipo ou quantidade de substância usada ou duração do seu uso. no período de quatro semanas) da intoxicação por substâncias. como um problema relacional. O clínico deve questionar cuidadosamente acerca da natureza e extensão do uso ou utilização de uma substância. 528). ambos os diagnósticos (isto é. Uma perturbação de personalidade pode coexistir com uma disfunção sexual. todas deverão ser diagnosticadas. Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substâncias) podem ser feitos. excitação ou orgasmo que . Diagnostica-se Disfunção Sexual primária com o subtipo Devido a Fatores Combinados se uma combinação de fatores psicológicos e ou um estado físico geral ou a utilização de uma substância for considerada como tendo um papel etiológico. Em tais casos a disfunção sexual deverá ser registrada no Eixo I e a perturbação da personalidade deverá ser registrada no Eixo II. do estado físico geral e da utilização de uma substância. 532). Esta determinação baseia-se na história. nos dados laboratoriais ou no exame somático. o diagnóstico é Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral (p. Se o clínico não pode determinar os papéis etiológicos dos fatores psicológicos. o diagnóstico adicional de disfunção sexual pode também ser feito. diagnostica-se Disfunção Sexual Sem Outra Especificação. Sintomas que ocorrem durante ou logo depois (isto é. a disfunção sexual deverá ser diagnosticada e a outra situação clínica é também anotada no Eixo I. Se se considera que a disfunção sexual é causada exclusivamente pelos efeitos fisiológicos do abuso de uma droga. Habitualmente se uma disfunção sexual está presente (uma perturbação da excitação sexual) outras disfunções sexuais também estarão presentes (desejo sexual hipoactivo). mas nenhuma destas etiologias é suficiente para explicar a disfunção. o diagnóstico é Disfunção Sexual Induzida por Substâncias (p. se a diminuição do desejo sexual ocorre apenas no contexto de um episódio de Depressão Major). Em tais casos. A disfunção não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (incluindo medicação) ou um estado físico geral (Critério C). nos determinantes interpessoais.71] Características de Diagnóstico A característica essencial do desejo sexual hipoactivo consiste numa deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de atividade sexual (Critério A). Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (ao Longo da Vida . O sujeito habitualmente não inicia atividade sexual ou pode apenas envolver-se nela com relutância quando ela é iniciada pelo parceiro. relações sexuais mas não masturbação). e estrutura cultural. Ocorre pouca motivação para procurar estímulos e reduzida frustração quando privado da oportunidade da expressão sexual. O aparente "baixo desejo" num parceiro pode ao invés refletir uma excessiva necessidade de expressão sexual pelo outro parceiro.não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por acentuado mal-estar ou dificuldades interpessoais não são considerados disfunções sexuais. O clínico página 509 pode necessitar de avaliar ambos os parceiros quando as discrepâncias no desejo sexual levam ao pedido de atenção profissional. Perturbações do Desejo Sexual F52. a pressão do parceiro a necessidades não sexuais (por exemplo. O baixo desejo sexual pode ser global e envolver todas as formas de expressão sexual ou pode ser situacional e limitado a um parceiro ou a uma atividade sexual específica (por exemplo. Alternativamente. para conforto físico ou intimidade) pode aumentar a freqüência dos encontros sexuais. Considerando a ausência de dados normativos relativos à idade ou gênero na freqüência ou grau de desejo sexual. o diagnóstico deve residir no juízo clínico baseado nas características do sujeito. A perturbação deve causar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B). Se bem que a freqüência de experiências sexuais seja habitualmente baixa. no contexto de vida.0 Perturbação do Desejo Sexual Hipoactivo [302. ambos os parceiros podem ter níveis de desejo dentro de uma variação normal mas em diferentes extremos do contínuo. versus Adquirida). hormonais e metabólicas podem especificamente perturbar os substractos fisiológicos do desejo sexual. coocorrer ou ser a conseqüência do deficiente desejo sexual. Estados físicos gerais podem ter um efeito deletério não específico no desejo sexual devido a fraqueza. Diagnóstico Diferencial O Desejo Sexual Hipoactivo tem de ser diferenciado de Disfunção Sexual Devido a Um Estado Físico Geral. depois de um período de adequado interesse sexual. Algumas situações gerais como perturbações neurológicas. dados laboratoriais e exame somático. Sujeitos com desejo sexual hipoactivo podem ter dificuldades em desenvolver relações sexuais estáveis e insatisfação e disrupção marital. contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos. dor. Perturbações depressivas estão muitas vezes associadas com baixo desejo sexual. Um padrão episódico de perda de desejo sexual ocorre em alguns sujeitos em relação com problemas da intimidade e empenho. acontecimentos vitais adversos ou dificuldades interpessoais. Contudo. Esta determinação baseia-se na história. a perturbação desenvolve-se na idade adulta. e o início da depressão pode preceder. alguns sujeitos com baixo desejo sexual mantêm a capacidade para uma adequada excitação sexual e orgasmo em resposta à estimulação sexual. problemas com a imagem corporal ou preocupações acerca da sobrevivência. em associação com mal-estar psicológico. Se o Desejo Sexual Hipoactivo e um Estado Físico Geral estão . Devido a Fatores Combinados) para Desejo Sexual Hipoactivo (ver descrições na p. 506). Evolução A idade de início para sujeitos com formas ao Longo da Vida de Desejo Sexual Hipoactivo é a puberdade. O diagnóstico apropriado será Disfunção Sexual Devido a Um Estado Físico Geral quando se considera que a disfunção é devida exclusivamente aos efeitos psicológicos de um estado físico geral específico (p. Perturbações e Características Associadas Um baixo interesse sexual está frequentemente associado a problemas de excitação sexual ou a dificuldades no orgasmo. 528). A perda de desejo sexual pode ser contínua ou episódica. dependendo de fatores psicossociais ou relacionais. Anomalias na testosterona e prolactina totais e biodisponíveis podem indicar perturbações hormonais responsáveis pela perda do desejo sexual. A deficiência no desejo sexual pode ser a disfunção primária ou a conseqüência de malestar emocional induzido por perturbações na excitação ou orgasmo. Mais frequentemente. O Desejo Sexual Hipoactivo pode também ocorrer em associação com outras disfunções sexuais (por exemplo. esta perturbação é referida como Ausência ou Perda do Desejo Sexual. Se se considera que o baixo desejo sexual se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos quer de um estado físico geral quer pela utilização de substâncias. Em contraste com o Desejo Sexual Hipoactivo considera-se que a Disfunção Sexual Induzida por Substâncias se deve exclusivamente aos efeitos psicológicos diretos de uma substância (por exemplo. Perturbação Depressiva Major. uma droga de abuso) (ver p. Desejo de atividade sexual e fantasias sexuais persistentemente ou recorrentemente deficientes (ou ausentes). Disfunção Erétil no Homem). Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Habitualmente não se faz o diagnóstico adicional de Desejo Sexual Hipoactivo se o baixo desejo sexual se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo. × Critérios de diagnóstico para F52. Nesse caso ambas devem ser anotadas. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos exceto pelo fato de a ICD-10 especificar uma duração mínima dos sintomas de pelo menos seis meses.presentes. tendo em consideração fatores que afetam . então diagnostica-se Desejo Sexual Hipoactivo Devido a Combinação de Fatores. Se não estão presentes Desejo Sexual Hipoactivo e Utilização de Substâncias mas não se considera que a disfunção sexual se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos da utilização de substâncias. então diagnostica-se Desejo Sexual Hipoactivo Devido a Combinação de Fatores. diagnostica-se Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substância. O diagnóstico adicional pode ser apropriado quando o baixo desejo precede a perturbação do Eixo I ou é um foco independente de atenção clínica. medicação anti-hipertensiva. Na ICD10. Perturbação Pós-Stress Traumático).0 Desejo Sexual Hipoactivo [302. mas se considera que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos do estado físico geral. O juízo de deficiência ou ausência é feito pelo clínico. Problemas ocasionais com o desejo sexual que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal não se consideram Desejo Sexual Hipoactivo.71] A. 532). o funcionamento sexual. O sujeito relata ansiedade.79] Características de Diagnóstico A característica essencial de aversão sexual consiste na aversão e evitamento ativo do contacto sexual genital com o parceiro sexual (Critério A). A disfunção não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) (Critério C).A disfunção sexual não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. A perturbação deve causar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B). penetração vaginal). B. como a idade e o contexto de vida da pessoa. A aversão ao contacto genital pode ser focada num aspecto particular da experiência sexual (por exemplo secreções genitais. uma droga de abuso. medo ou nojo quando confrontado com uma oportunidade sexual com um parceiro. A perturbação causa acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. incluindo beijar e tocar. A intensidade da reação do sujeito quando exposto aos estímulos aversivos pode variar de ansiedade moderada e ausência de prazer a mal-estar psicológico extremo. Devido a Fatores Combinados) . Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (Ao Longo da Vida versus Adquirida) contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos. C.10 Aversão Sexual [302. Especificar tipo: Tipo ao longo da vida Tipo adquirido Especificar tipo: Tipo generalizado Tipo situacional Especificar: Devido a fatores psicológicos Devido a fatores combinados F52. uma medicação) ou a um estado físico geral. Alguns sujeitos sentem uma revulsão generalizada a todos os estímulos sexuais. palpitações. Perturbações e Características Associadas Quando confrontados com uma situação sexual. Além disso. O diagnóstico adicional pode ser feito quando a aversão precede a perturbação do Eixo I ou é foco de atenção clínica independente. a ICD-10 estabelece uma duração mínima dos sintomas de pelo menos seis meses. a ICD-10 exclui os casos em que esta aversão é devida à ansiedade que a própria prática de relações sexuais produz. Ao contrário do DSM-IV.Aversão extrema persistente ou recorrente a. Habitualmente. Perturbação Obsessivo-Compulsiva. não se faz um diagnóstico adicional de Aversão Sexual se a aversão sexual se explicar melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo Perturbação Depressiva Major. este diagnóstico adicional não se faz. sensação de terror. e evitamento de. Os sujeitos podem evitar situações sexuais ou parceiros sexuais potenciais por estratégias cobertas (por exemplo ir para a cama mais cedo. negligenciar o aspecto pessoal. ambas devem ser anotadas. 506). Finalmente. Perturbação PósStress Traumático). utilizar substâncias e envolver-se excessivamente em atividades de trabalho. . Se bem que a aversão sexual possa tecnicamente preencher os critérios para Fobia Específica. desmaio. que limita esta perturbação à aversão ou evitação de contacto sexual e genital.10 Aversão Sexual [302. a ICD-10 também inclui as apresentações clínicas caracterizadas por atividade sexual que dá lugar a "sentimentos fortemente negativos e incapacidade para experimentar qualquer tipo de prazer". tonturas e dificuldades em respirar. viajar. Diagnóstico Diferencial A Aversão Sexual pode também ocorrer em associação com outras Disfunções Sexuais (por exemplo dispareunia).para Aversão Sexual (ver descrições na p. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 diferem dos critérios de diagnóstico do DSM-IV em vários aspectos. Podem existir acentuadas dificuldades no relacionamento interpessoal (por exemplo insatisfação marital). todo (ou quase todo) o contacto sexual genital com um parceiro sexual.79] A. alguns sujeitos com Aversão Sexual severa podem sentir Ataques de Pânico com extrema ansiedade. Se assim for. × Critérios de diagnóstico para F52. A aversão sexual ocasional que não é persistente ou recorrente ou não é acompanhada por acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal não é considerada como aversão sexual. sociais ou familiares). náusea. . A perturbação tem de causar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B).2 Perturbação da Excitação Sexual na Mulher [302. 506). contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos.B. A disfunção não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (incluindo medicamentos) ou a um estado físico geral (Critério C). A disfunção sexual não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual). Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo Adquirido Especificar tipo: Tipo Generalizado Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados página 513 Perturbações da Excitação Sexual F52. A resposta de excitação consiste em vasocongestão da pélvis. expansão e lubrificação vaginal e entumescimento dos genitais externos. Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (ao Longo da Vida versus Adquirida). Devido a Fatores Combinados) para Perturbação da Excitação Sexual na Mulher (ver descrições na p. uma adequada resposta na lubrificação e entumescimento da excitação sexual (Critério A). C.72] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação da Excitação Sexual na Mulher consiste numa incapacidade persistente ou recorrente para atingir ou manter até completar a atividade sexual. A perturbação causa acentuado mal-estar e dificuldade interpessoal. Perturbações e Características Associadas Os escassos dados existentes sugerem que a Perturbação da Excitação Sexual na Mulher é acompanhada frequentemente por Perturbações do Desejo Sexual e Perturbações do Orgasmo na Mulher. Se uma Perturbação da Excitação Sexual na Mulher e o Uso de Substâncias estiverem ambos presentes mas se se considera que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos do uso de substâncias. então diagnosticase Perturbação da Excitação Sexual na Mulher Devida a Fatores Combinados. 532). Não se faz habitualmente um diagnóstico adicional da Perturbação da Excitação . Diagnóstico Diferencial A Perturbação da Excitação Sexual na Mulher tem de ser diferenciada da Disfunção Sexual Devido a Um Estado Físico Geral. A Perturbação da Excitação Sexual na Mulher pode também ocorrer em associação com outras disfunções sexuais (por exemplo. diabetes mellitus. diagnostica-se simultaneamente Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. evitamento sexual e perturbações no relacionamento marital e sexual. A mulher com perturbações da excitação sexual pode ter pouca ou nenhuma sensação de excitação sexual. Em contraste com a Perturbação da Excitação Sexual na Mulher. Neste caso ambos devem ser anotados. exames laboratoriais ou exame físico. Esta avaliação baseia-se na história. Perturbação do Orgasmo na Mulher). vaginite atrófica. Quando se considera que a disfunção se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral específico (por exemplo reduções nos níveis de estrogênio na menopausa ou pósmenopausa. reduzida lubrificação causada por anti-hipertensivos ou antihistamínicos) (ver p. Se os problemas de excitação se consideram ser exclusivamente devidos aos efeitos fisiológicos diretos quer de um estado físico geral quer do uso de uma substância. A redução da lubrificação tem também sido assinalada em associação com a lactação. 528). uma Disfunção Sexual Induzida por Substâncias considera-se ser devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Se uma Perturbação da Excitação Sexual na Mulher e Um Estado Físico Geral estão ambos presentes mas não se considera que a disfunção sexual se deve exclusivamente às conseqüências fisiológicas diretas de um estado físico geral então diagnostica-se Perturbação da Excitação Sexual na Mulher Devido a Fatores Combinados. A perturbação pode resultar em relação sexual com dor. radioterapia da pélvis) o diagnóstico adequado será Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral (ver p. Incapacidade persistente ou recorrente para atingir ou manter até completar a atividade sexual. B. O diagnóstico adicional pode ser feito quando o problema com a excitação sexual precede a perturbação do Eixo I ou é um foco de atenção clínica independente.2 Disfunção Erétil no Homem [302. . Perturbação Obsessivo-Compulsiva.A disfunção sexual não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto por outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. C. A perturbação causa acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. Critérios de diagnóstico para F52.2 Perturbação da Excitação Sexual na Mulher [302. Um diagnóstico de Perturbação da Excitação Sexual na Mulher também não é apropriado se os problemas na excitação se devem a uma estimulação sexual que não é adequada no foco.72] A. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos. esta condição é referida como Fracasso na Resposta Genital. uma medicação) ou um estado físico geral. exceto que a ICD-10 especifica uma duração mínima de pelo menos seis meses de sintomas. intensidade e duração.Sexual na Mulher se o problema da excitação sexual se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo. Problemas ocasionais com a excitação sexual que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal não são considerados Perturbação da Excitação Sexual na Mulher. Perturbação Pós-Stress Traumático). uma droga de abuso. Na ICD-10. uma adequada resposta de lubrificaçãoentumescimento da excitação sexual. Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo adquirido Tipo Generalizado Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados F52.72 ] . Perturbação Depressiva Major. Os sujeitos com perturbações de humor e perturbações relacionadas com substâncias referem frequentemente problemas na excitação sexual. medo de falhas. Evolução As várias formas de Disfunção Erétil no Homem têm diferentes evoluções e a idade de início varia substancialmente. A disfunção erétil pode perturbar a relação marital ou sexual existente e ser a causa de casamentos não consumados e infertilidade. Esta perturbação pode associar-se a desejo sexual hipoactivo e ejaculação precoce. 506). A perturbação tem de provocar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B). mas não é habitual. Alguns sujeitos relatam incapacidade para obter qualquer ereção desde a primeira experiência sexual. o contexto (Generalizada versus Situacional) e os fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos. Outros queixam-se de experimentar uma ereção adequada e perdê-la quando tentam a penetração. Outros ainda relatam que têm uma ereção que é suficientemente firme para a penetração mas que perdem a tumescência antes ou durante os movimentos sexuais. Os poucos sujeitos que nunca foram capazes de experimentar uma ereção de suficiente . Alguns homens podem relatar serem capazes de experimentar uma ereção apenas durante a automasturbação ou ao acordar. Perturbações e Características Associadas As dificuldades eréteis na disfunção erétil no homem estão frequentemente associadas a ansiedade sexual. A disfunção não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (incluindo medicação) ou de um estado físico geral (Critério C). Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (ao Longo da Vida versus Adquirida). Devido a Fatores Combinados) para Disfunção Erétil no Homem (ver descrições na p. preocupações acerca do desempenho sexual e uma redução da sensação de excitação sexual e prazer. As ereções masturbatórias podem ser perdidas também. Existem diferentes padrões de disfunção erétil.Características de Diagnóstico A característica essencial da disfunção erétil no homem consiste numa incapacidade persistente ou recorrente para atingir ou manter uma adequada ereção (Critério A) até completar a atividade sexual. mas se se considera que a disfunção erétil não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos do estado físico geral. Se estão presentes disfunção erétil no homem e um estado físico geral. A pressão do sangue no pênis. então diagnostica-se Disfunção Erétil no Homem Devida a Fatores Combinados. traumatismo da medula espinal. medicação anti-hipertensiva. medicação antidepressiva. Trinta a quarenta por cento dos casos adquiridos podem remitir espontaneamente. O diagnóstico apropriado será Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral quando se considera a disfunção devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral específico (por exemplo. Se os problemas de excitação se consideram ser devidos exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral e da . mas se se considera que a disfunção erétil não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos do uso de uma substância então diagnostica-se Disfunção Erétil no Homem Devida a Fatores Combinados. pós-cirurgia ou radiação) (ver p. 532). doença vascular periférica.qualidade para completar a atividade sexual com um parceiro têm tipicamente uma perturbação crônica ao longo da vida. Uma Disfunção Sexual Induzida por Substâncias distingue-se de uma Disfunção Erétil no Homem pelo fato de que a disfunção sexual se considera ser devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. diabetes mellitus. Casos situacionais podem ser dependentes de um tipo de parceiro ou da intensidade ou qualidade do relacionamento e são episódicos e frequentemente recorrentes. Estudos da tumescência peniana noturna podem demonstrar se as ereções ocorrem durante o sono e podem ajudar a diferenciar disfunções eréteis primárias de disfunções eréteis do homem devidas a um estado físico geral. Esta avaliação baseia-se na história (por exemplo. dificuldade no funcionamento erétil durante a masturbação). traumatismo do sistema nervoso autônomo. a avaliação da onda-pulso ou os estudos de ultra-sons dúplex podem indicar perda vasculogênica do funcionamento erétil. Diagnóstico Diferencial A Disfunção Erétil no Homem deve ser diferenciada da Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral. medicação neuroléptica. neuropatia periférica. Se estão presentes a Disfunção Erétil no Homem e uso de substâncias. Procedimentos invasivos como testes farmacológicos intracorporais ou angiografia podem avaliar a presença de problemas de fluxo arterial. A cavernografia pode avaliar a competência venosa. insuficiência renal. análises laboratoriais ou exame físico. abuso de uma droga) (ver p. 528). esclerose múltipla. × Critérios de diagnóstico para F52. Incapacidade persistente ou recorrente para atingir ou manter uma adequada ereção até completar a atividade sexual. Nesse caso ambas devem ser anotadas. Perturbação Obsessivo-Compulsiva). Perturbação Depressiva Major. Estas mudanças fisiológicas não deverão ser consideradas Disfunção Erétil no Homem. A disfunção erétil não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não é devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo.72] A. uma droga de abuso.2 Disfunção Erétil no Homem [302. esta condição é referida como Fracasso na Resposta Genital. Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo Adquirido Especificar tipo: Tipo Generalizado . O diagnóstico adicional pode fazer-se quando a disfunção erétil precede a perturbação do Eixo I ou é foco de atenção clínica independente. B. C.utilização de substâncias. diagnostica-se Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos exceto que a ICD-10 especifica uma duração mínima de pelo menos seis meses de sintomas. uma medicação) ou um estado físico geral. Não se faz habitualmente um diagnóstico adicional de disfunção erétil no homem se a disfunção erétil se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo. O diagnóstico de disfunção erétil no homem também não é apropriado se a disfunção sexual se dever a uma estimulação sexual que não é adequada no foco. Problemas ocasionais na ereção que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal não são considerados Disfunção Erétil no Homem. Ejaculação Precoce). Na ICD-10. Homens mais velhos podem necessitar de mais estimulação ou mais tempo para atingir uma ereção completa. intensidade e duração. A Disfunção Erétil no Homem pode também ocorrer em associação com outras disfunções sexuais (por exemplo. A perturbação causa acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. A perturbação tem de provocar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B). A Perturbação do Orgasmo na Mulher pode perturbar a imagem corporal.3 Perturbação do Orgasmo na Mulher [302. Perturbações e Características Associadas Não foi encontrada nenhuma associação entre padrões específicos de traços de personalidade ou psicopatologia e disfunção do orgasmo na mulher. 506). remoção da vulva ou reconstrução e excisão da vagina tenham referido atingirem o orgasmo. A disfunção não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de substâncias (incluindo medicação) ou a um estado físico geral (Critério C). No . Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (Ao Longo da Vida versus Adquirida) contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos. As mulheres exibem uma enorme variabilidade do tipo ou intensidade de estimulação que desencadeia o orgasmo. O diagnóstico de Disfunção do Orgasmo na Mulher deverá basear-se no juízo clínico de que a capacidade do orgasmo na mulher é menor do que seria razoável para a sua idade. De acordo com estudos controlados a capacidade orgásmica não se relaciona com a dimensão da vagina ou a força dos músculos pélvicos.Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados Perturbações do Orgasmo F52. a disfunção orgásmica é frequentemente referida nas mulheres com estas perturbações.73] (anteriormente Inibição do Orgasmo na Mulher) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Orgasmo na Mulher consiste num atraso persistente ou recorrente ou ausência de orgasmo a seguir a uma fase de excitação sexual normal (Critério A). Se bem que as mulheres com lesões da medula espinal. experiência sexual e adequada estimulação sexual que ela recebe. Devido a Fatores Combinados) para Perturbação do Orgasmo na Mulher (ver descrições na p. a auto-estima ou a satisfação no relacionamento. lesão da medula espinal). o diagnóstico apropriado será Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral) (ver p. 528). um conflito no relacionamento. estão frequentemente presentes dificuldades no desejo sexual e na excitação para além da disfunção no orgasmo. A maioria das disfunções do orgasmo na mulher são ao longo da vida. opiáceos) (ver p. normalmente estados físicos gerais crônicos como a diabetes ou neoplasias da pélvis causam mais provavelmente dificuldade na fase da excitação da resposta sexual. nos exames laboratoriais ou exame somático. 532). Se estão presentes a disfunção do orgasmo na mulher e um estado físico geral mas se se considera que a disfunção sexual se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos do estado físico geral. Se estão presentes Disfunção do Orgasmo na Mulher e o Uso de Substâncias mas se se considera que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos pelo uso da substância então diagnostica-se Perturbação do Orgasmo na Mulher Devido a Fatores Combinados. benzodiazepinas. . uma experiência traumática (por exemplo. violação). mais do que adquiridas. anti-hipertensivos. neurolépticos. Quando uma disfunção do orgasmo ocorre apenas em certas circunstâncias. Muitas mulheres aumentam a sua capacidade do orgasmo à medida que vão experimentando uma vasta variedade de estimulações e adquirem mais conhecimento acerca dos seus próprios corpos. então diagnostica-se Perturbação do Orgasmo na Mulher Devido a Fatores Combinados. Esta avaliação baseia-se na história. Logo que uma mulher aprende a atingir o orgasmo não é comum perder essa capacidade a não ser que sobrevenha uma comunicação sexual pobre. Em contraste com a Disfunção do Orgasmo na Mulher uma Disfunção Sexual Induzida por Substância considera-se ser devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Evolução Considerando que a capacidade de orgasmo nas mulheres aumenta com a idade. antidepressivos.entanto. deixando relativamente intacta a capacidade do orgasmo. perturbação do humor ou um estado físico geral. a disfunção do orgasmo na mulher pode ser mais prevalente nas mulheres jovens. Diagnóstico Diferencial A Disfunção do Orgasmo na Mulher tem de ser diferenciada de uma Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral. Quando se considera a disfunção devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral específico (por exemplo. experiência sexual e adequação da estimulação sexual que recebe. Um diagnóstico de Disfunção do Orgasmo na Mulher também não é apropriado se os problemas se devem a estimulação sexual que não é adequada no foco. uma medicação) ou um estado físico geral. C. a seguir uma fase de excitação sexual normal. O diagnóstico de perturbação do orgasmo na mulher deverá basear-se no juízo clínico de que a capacidade de orgasmo da mulher é menor do que será razoável para a sua idade. Este diagnóstico adicional pode ser feito quando a dificuldade no orgasmo precede a Perturbação do Eixo I ou é foco de atenção clínica independente.3 Perturbação do Orgasmo na Mulher [302. Depressão Major). fazem-se ambos diagnósticos: Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. A ICD-10 propõe um conjunto simples de critérios de diagnóstico para a Disfunção Orgásmica. Disfunção da Excitação Sexual na Mulher).Se se considera a disfunção sexual devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral e do uso de substâncias. uma droga de abuso. Não se faz habitualmente o diagnóstico adicional de Disfunção do Orgasmo na Mulher se a dificuldade no orgasmo se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo. aplicável tanto a homens como a mulheres. ambas devem ser anotadas.73] A. Problemas ocasionais no orgasmo que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal não são considerados Disfunção do Orgasmo na Mulher. Atraso ou ausência de orgasmo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos exceto que a ICD-10 especifica uma duração mínima de pelo menos seis meses de sintomas. As mulheres exibem uma grande variabilidade no tipo ou intensidade da estimulação que desencadeia o orgasmo.A disfunção do orgasmo não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não é devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. × Critérios de diagnóstico para F52. persistente ou recorrente. intensidade e duração. Se assim for. . B. A Disfunção do Orgasmo na Mulher pode ocorrer também com outras disfunções sexuais (por exemplo. A perturbação provoca acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. 3 Perturbação do Orgasmo no Homem [302. Ao avaliar se o orgasmo está atrasado o clínico deve ter em consideração a idade da pessoa e se a estimulação é adequada no foco. o homem não pode atingir o orgasmo durante o relacionamento sexual se bem que ele possa ejacular a partir da estimulação manual ou oral do parceiro. Ainda um subgrupo menor tem orgasmo apenas no momento de despertar de um sonho erótico. contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos. Página 521 Perturbações e Características Associadas (anteriormente. Os subtipos são designados para indicar o início (Ao Longo da Vida versus Adquirida). intensidade e duração (Critério A). A perturbação tem de causar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B).Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo Adquirido Especificar tipo: Tipo Generalizado Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados F52. Alguns homens com perturbação do orgasmo podem atingir o orgasmo no coito mas apenas depois de uma estimulação muito prolongada e intensa fora do coito. Na mais freqüente forma de Perturbação do Orgasmo no Homem. Devido a Fatores Combinados) para Perturbação do Orgasmo no Homem (ver descrições na p. 506). . A Disfunção do Orgasmo não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de substâncias (incluindo medicamentos) ou a um estado físico geral (Critério C).74] Inibição do Orgasmo no Homem) Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Orgasmo no Homem consiste num atraso persistente ou recorrente ou ausência de orgasmo a seguir a uma fase de excitação normal. Alguns podem ejacular apenas por masturbação. o diagnóstico apropriado será Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral. 532). O orgasmo pode também ocorrer na ausência de emissão de sêmen (por exemplo. A perturbação pode resultar em perturbação do relacionamento sexual e conjugal. traumatismo de medula espinal. Quando se considera que a disfunção se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral específico (por exemplo hiperprolactinemia) (ver p. Esta decisão baseiase na história. Se se considera que a disfunção no orgasmo se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral e do uso de uma substância diagnostica-se Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. O padrão de excitação sexual parafílico pode estar presente. . o casal pode apresentar-se com infertilidade de causa desconhecida.Muitos homens sem orgasmo no coito descrevem sentir-se excitados no início do encontro sexual mas afirmam que os movimentos se transformam gradualmente numa ocupação em vez de um prazer. Os homens podem habitualmente atingir o orgasmo mesmo quando as situações neurológicas ou vasculares interferem com a rigidez erétil. uma Disfunção Sexual Induzida por Substâncias considera-se ser exclusivamente devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo álcool. Em contraste com a Perturbação do Orgasmo no Homem. exames laboratoriais ou exame físico. opiáceos anti-hipertensores. Quando um homem escondeu da sua mulher a ausência de orgasmo no coito. Quer a sensação de orgasmo quer as contrações dos músculos estriados no orgasmo mantêm-se intactas em homens que perdem a sua próstata e vesículas seminais com cirurgia pélvica radical por neoplasia. então diagnosticase Perturbação do Orgasmo no Homem Devida a Fatores Combinados. antidepressivos. neuropatias sensoriais). Diagnóstico Diferencial A Perturbação do Orgasmo no Homem tem de ser diferenciada de uma Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral. 528). Se estão presentes Perturbação Orgásmica no Homem e Uso de Substâncias mas se se considera que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos do uso de uma substância então diagnostica-se Perturbação do Orgasmo no Homem Devida a Fatores Combinados. Se estão presentes uma perturbação do orgasmo no homem e um estado físico geral mas se se considera que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. neurolépticos) (ver p. Testes de limiar de sensibilidade podem demonstrar reduzida sensação na pele do pênis devida a uma patologia neurológica (por exemplo. quando os gânglios simpáticos são lesados por cirurgia ou neuropatia autonômica). A Disfunção do Orgasmo no Homem pode ocorrer também em associação com outras disfunções sexuais (por exemplo, disfunção erétil no homem). Nesse caso ambos devem ser anotados. Não se faz habitualmente um diagnóstico adicional de Perturbação do Orgasmo no Homem se a dificuldade no orgasmo se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo, Perturbação Depressiva Major). Um diagnóstico adicional pode ser feito quando a dificuldade do orgasmo precede a perturbação do Eixo I ou é foco de atenção clínica independente. Vários tipos de disfunção sexual (por exemplo, ejaculação sem prazer no orgasmo, orgasmo que ocorre sem ejaculação de sêmen ou com escorrimento de sêmen em vez de ejaculação propulsiva) serão diagnosticados como Disfunção Sexual Sem Outra Especificação em vez de Disfunção do Orgasmo no Homem. Problemas ocasionais no orgasmo que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhadas por acentuado mal-estar interpessoal não são consideradas Perturbações do Orgasmo no Homem. À medida que os homens envelhecem podem necessitar de um período de estimulação mais longo para atingir o orgasmo. O clínico deve também certificar-se se houve um estimulação suficiente para atingir o orgasmo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos exceto que a ICD-10 especifica uma duração mínima de pelo menos seis meses de sintomas. A ICD-10 propõe um conjunto simples de critérios de diagnóstico para a Disfunção Orgásmica, aplicável tanto a homens como a mulheres. × Critérios de diagnóstico para F52.3 Perturbação do Orgasmo no Homem [302.74] A. Atraso ou ausência de orgasmo, persistente ou recorrente, depois de uma fase de excitação sexual normal durante a atividade sexual que o clínico, tomando em consideração a idade da pessoa, considera ser adequado no foco, intensidade e duração. B. A perturbação provoca acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal C. A disfunção do orgasmo não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra disfunção sexual) e não é devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, uma droga de abuso, uma medicação) ou a um estado físico geral. Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo Adquirido Especificar tipo: Tipo Generalizado Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados F52.4 Ejaculação Precoce [302.75 ] Características de Diagnóstico A característica essencial da ejaculação precoce consiste no persistente ou recorrente início do orgasmo e ejaculação com estimulação sexual mínima, antes, durante ou imediatamente após a penetração e antes que a pessoa o deseje (Critério A). O clínico tem de ter em consideração fatores que afetem a duração da fase de excitação, tais como a idade, novidade do parceiro sexual ou situação e freqüência recente da atividade Página 523 sexual. A maioria dos homens com esta perturbação pode atrasar o orgasmo, durante a masturbação, por um período de tempo consideravelmente mais longo do que durante o coito. As apreciações dos parceiros relativamente ao intervalo de tempo desde o início da atividade sexual até à ejaculação bem como o seu juízo se a ejaculação precoce é um problema que pode ser muito variável. A perturbação tem que causar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B). A ejaculação precoce não se deve exclusivamente aos efeitos diretos de uma substância (por exemplo abstinência de opiáceos) (Critério C). Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (ao Longo da Vida versus Adquirida), contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos, Devido a Fatores Combinados) para Ejaculação Precoce (ver descrições na p. 506). Perturbações e Características Associadas Como outras disfunções sexuais, a ejaculação precoce pode criar tensão na relação. Alguns homens não casados hesitam iniciar encontros com novas parceiras com receio do embaraço provocado por esta perturbação. Isto pode contribuir para o isolamento social. Evolução A maioria dos homens jovens aprende a atrasar o orgasmo com a experiência sexual e com a idade, mas alguns continuam a ejacular precocemente e podem procurar ajuda para a perturbação. Alguns homens são capazes de atrasar a ejaculação numa longa relação mas ocorre recorrência de ejaculação precoce quando têm um novo parceiro. Tipicamente, observa-se a ejaculação precoce em homens jovens e está presente desde as primeiras tentativas de atividade sexual. No entanto alguns homens perdem a capacidade para atrasar o orgasmo depois de um período de adequado funcionamento. Quando o início ocorre depois de um período de funcionamento sexual adequado, o contexto é frequentemente uma redução da freqüência da atividade sexual, intensa ansiedade de desempenho com o novo parceiro ou perda do controlo da ejaculação relacionada com a dificuldade de atingir ou manter a ereção. Alguns homens que abandonaram o uso regular de álcool podem desenvolver ejaculação precoce porque confiavam nos hábitos alcoólicos para atrasar o orgasmo em vez de aprenderem estratégias comportamentais. Diagnóstico Diferencial A Ejaculação Precoce deverá ser diferenciada da disfunção erétil relacionada com um estado físico geral (ver p. 528). Alguns sujeitos com Disfunção Erétil podem omitir as suas estratégias habituais para atrasar o orgasmo. Outros requerem estimulação prolongada fora do coito para desenvolver um grau suficiente de ereção para a introdução. Em tais sujeitos a excitação sexual pode ser tão elevada que a ejaculação ocorre imediatamente. Problemas ocasionais com ejaculação precoce que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal não se qualificam como Ejaculação Precoce. O clínico deverá ter em consideração a idade do sujeito, a sua experiência sexual geral, atividade sexual recente e novidade do parceiro. Quando os problemas com ejaculação precoce se atribuem ao uso de uma substância (por exemplo, abstinência de opiáceo) diagnostica-se Disfunção Sexual Induzida por Substâncias (ver p. 519). Página 524 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Ejaculação Precoce são quase os mesmos exceto que a ICD10 especifica uma duração mínima de pelo menos seis meses de sintomas. × Critérios de diagnóstico para F52.4 Ejaculação Precoce [302.75] A.Ejaculação com estimulação sexual mínima, persistente ou recorrente,antes, durante ou logo após a penetração e antes que a pessoa o deseje. O clínico tem de ter em consideração fatores que afetam a duração da fase de excitação como a idade, novidade de parceiro sexual ou situação e atividade sexual recente. B. A perturbação provoca acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal C.A ejaculação precoce não se deve exclusivamente aos efeitos diretos de substâncias (por exemplo, abstinência de opiáceos). Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo Adquirido Especificar tipo: Tipo Generalizado Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados Perturbações de Dor Sexual F52.6 Dispareunia (302.76] (Não Devida a Um Estado Físico Geral) Características de Diagnóstico A característica essencial da Dispareunia consiste em dor genital que se associa à atividade sexual (Critério A). Se bem que ela surja mais habitualmente durante o coito, pode também ocorrer antes ou depois da atividade sexual. A perturbação pode ocorrer nos homens e nas mulheres. Nas mulheres a dor pode ser descrita como superficial durante a introdução ou como profunda durante os movimentos do pênis. A intensidade dos sintomas pode variar desde ligeiro desconforto até dor aguda. A perturbação tem de provocar acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério B). A perturbação não é provocada exclusivamente por vaginismo ou falta de lubrificação, não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto por outra disfunção sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, uma droga de abuso, uma medicação ou um estado físico geral) (Critério C). Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (Ao Longo da Vida versus Adquirida), contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos, Devido a Fatores Combinados) para Dispareunia (ver descrições na p. 506). Perturbações e Características Associadas A Dispareunia é raramente uma queixa principal nos serviços de Saúde Mental. Os sujeitos com Dispareunia procuram geralmente tratamento nos serviços de clínica geral. O exame físico dos sujeitos com esta perturbação não demonstra geralmente anomalias genitais. A experiência repetida de dor genital no coito pode provocar evitamento da atividade sexual, perturbando o relacionamento sexual existente ou limitando o desenvolvimento de novos relacionamentos sexuais. Evolução A limitada informação disponível sugere que a evolução da dispareunia tende a ser crônica. Diagnóstico Diferencial A Dispareunia tem de ser diferenciada de Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral (ver p. 528). Quando se considera que a disfunção se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral específico (por exemplo, lubrificação vaginal insuficiente, patologia pélvica com infecção urinária ou vaginal, tecido cicatricial vaginal, endometriose ou aderência; atrofia vaginal pós-menopausa, privação temporária de estrogênios durante a lactação, irritação ou infecção das vias urinárias, perturbações gastrintestinais), o diagnóstico apropriado será de Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral. Esta decisão baseia-se na história, exames laboratoriais e exame somático. Se estão presentes Dispareunia e um estado físico geral mas se se considera que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral então diagnostica-se Dispareunia Devida a Fatores Combinados. Em contraste com Dispareunia, uma Disfunção Sexual Induzida por Substâncias considera-se ser causada exclusivamente pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (p. 532). O orgasmo doloroso tem sido referido com flufenazina, tioridazina e amoxapina. Se a dispareunia e o uso de uma substância estão presentes mas se se considera que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância então diagnostica-se Dispareunia Devida a Fatores Combinados. Se se considera a dor sexual devida exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral e do uso de uma substância então diagnostica-se Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. A Dispareunia não se diagnostica se é causada exclusivamente por vaginismo ou ausência de lubrificação. Não se faz habitualmente um diagnóstico adicional de Dispareunia se a disfunção sexual se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo, Perturbação de Somatização). O diagnóstico adicional pode fazer-se quando a dificuldade no orgasmo precede a perturbação do Eixo I ou é um foco de atenção clínica independente. A Dispareunia pode também ocorrer em associação com outras disfunções sexuais (exceto Vaginismo) e se se preencherem os critérios para ambas, ambas devem ser codificadas. Dor ocasional associada à atividade sexual que não é persistente ou recorrente ou não é acompanhada por acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal não é considerada Dispareunia. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos exceto que a ICD-10 especifica uma duração mínima de pelo menos seis meses de sintomas. Na ICD-10, esta condição é referida como Dispareunia Não Orgânica × Critérios de diagnóstico para F52.6 Dispareunia [302.76) A. Dor genital persistente ou recorrente associada à atividade sexual quer no homem quer na mulher. B. A perturbação provoca acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. C.A perturbação não é provocada exclusivamente por vaginismo ou ausência de lubrificação, não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra Disfunção Sexual) e não é provocada exclusivamente pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, uma droga de abuso, uma medicação) ou um estado físico geral. Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo Adquirido Especificar tipo: Tipo Generalizado Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados F52.5 Vaginismo [306.51] (Não Devido a Um Estado Físico Geral) Características de Diagnóstico A característica essencial do Vaginismo consiste na contração involuntária recorrente ou persistente dos músculos perineais que envolvem o terço externo da vagina quando se tenta a penetração vaginal com o pênis, dedo, tampão ou espéculo (Critério A). A perturbação tem de provocar acentuado mal-estar e dificuldade interpessoal (Critério B). A perturbação não se define melhor por outra perturbação do Eixo I (exceto outra Disfunção Sexual) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (Critério C). Em algumas mulheres até a antecipação da introdução vaginal pode resultar em espasmo. A contração pode variar de ligeira induzindo algum aperto e desconforto, a grave, impedindo a penetração. Subtipos Os subtipos são designados para indicar o início (Ao Longo da Vida versus Adquirida), contexto (Generalizada versus Situacional) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos, Devido a Fatores Combinados) para Vaginismo (ver descrições na p. 506). Perturbações e Características Associadas As respostas sexuais (por exemplo, desejo, prazer, capacidade de orgasmo) podem não estar perturbadas a não ser que a penetração seja tentada ou antecipada. A obstrução física devido a contração muscular impede habitualmente o coito. A situação pode portanto limitar o desenvolvimento de relações sexuais e romper relações existentes. Têm sido relatados casos de casamentos não consumados e infertilidade associados a esta situação clínica. Faz-se frequentemente o diagnóstico durante os exames ginecológicos de rotina, quando do exame pélvico resulta uma contração da vagina observada imediatamente. Em alguns casos a intensidade da contração pode ser tão intensa ou prolongada que provoca dor. No entanto o vaginismo ocorre em algumas mulheres durante a atividade sexual mas não durante o exame ginecológico. A perturbação encontra-se mais vezes em mulheres jovens do que em mulheres mais velhas, em mulheres com atitudes negativas em relação ao sexo e em mulheres que têm uma história de abuso ou traumatismo sexual. Evolução O Vaginismo ao Longo da Vida tem habitualmente um início súbito, manifestando-se primeiro durante as tentativas iniciais da penetração sexual por um parceiro ou durante o primeiro exame ginecológico. Uma vez estabelecida a doença, a evolução é habitualmente crônica exceto se melhorada por tratamento. O Vaginismo Adquirido também pode surgir subitamente em resposta a um trauma sexual ou a um estado físico geral. Diagnóstico Diferencial O Vaginismo tem de ser diferenciado de Disfunção Sexual Devido a Um Estado Físico Geral (ver p. 528). Quando se considera que a disfunção se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral (por exemplo, endometriose ou infecção vaginal) o diagnóstico apropriado será de Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral. Esta decisão baseia-se na história, exames laboratoriais e exame físico. O Vaginismo pode manter-se como um problema sexual depois da resolução do estado físico geral. Se estão presentes Vaginismo e um estado físico geral mas se se considera que os espasmos vaginais não se devem exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de um Estado Físico Geral diagnostica-se Vaginismo Devido a Fatores Combinados. O Vaginismo pode ocorrer também em associação com outras Disfunções Sexuais (por exemplo, Perturbação do Desejo Sexual Hipoactivo). Neste caso ambos devem ser anotados. Se bem que a dor associada à atividade sexual possa ocorrer com Vaginismo, não se faz um diagnóstico adicional de Dispareunia. Habitualmente não se faz um diagnóstico adicional de Vaginismo se os espasmos vaginais se explicam melhor por outra perturbação do Eixo I ( por exemplo, Perturbação de Somatização). O diagnóstico adicional pode ser feito quando os espasmos vaginais precedem a perturbação do Eixo I ou são foco de atenção clínica independente. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos exceto que a ICD-10 especifica uma duração mínima de pelo menos seis meses de sintomas. Na ICD-10, esta condição é referida como Vaginismo Não Orgânico × Critérios de diagnóstico para F52.5 Vaginismo [ 306.51] A. Espasmo involuntário da musculatura do terço externo da vagina que interfere com o ato sexual. B. A perturbação provoca acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. C. A perturbação não se explica melhor por outra perturbação do Eixo I (por exemplo, Perturbação de Somatização) e não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. Especificar tipo: Tipo ao Longo da Vida Tipo Adquirido Especificar tipo: Tipo Generalizado Tipo Situacional Especificar: Devido a Fatores Psicológicos Devido a Fatores Combinados Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral Características de Diagnóstico A característica essencial da Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral consiste na presença de disfunção sexual clinicamente significativa que se considera dever-se exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. A disfunção sexual desenvolve dor associada ao ato sexual, desejo sexual hipoactivo, disfunção erétil no homem e outras formas de disfunção sexual (por exemplo, Perturbação do Orgasmo) e tem de provocar acentuado malestar ou dificuldade interpessoal (Critério A). Tem de haver evidência da história, exame físico ou exames laboratoriais de que a disfunção é completamente explicada pelos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (Critério B). A perturbação não se explica melhor por outra perturbação mental (por exemplo, Perturbação Depressiva Major) (Critério C). Ao determinar se a disfunção sexual se deve exclusivamente a um estado físico geral, o clínico tem de confirmar primeiro a presença de um estado físico geral. Além disso tem de saber se a disfunção sexual se relaciona etiologicamente com o estado físico geral através de um mecanismo fisiológico. Para chegar a esta conclusão é necessária uma avaliação cuidadosa e ampla de múltiplos fatores. Se bem que não haja diretivas infalíveis para determinar se a relação entre a disfunção sexual e o estado físico geral é etiológica, algumas considerações fornecem alguma orientação nesta área. Uma consideração consiste na presença de uma associação temporal entre o início, exacerbação ou remissão do estado físico geral e a disfunção sexual. Uma segunda consideração consiste na presença de características atípicas de uma Disfunção Sexual primária (por exemplo, idade de início ou evolução atípica). A evidência na literatura que sugere poder haver uma associação direta entre o estado físico geral em questão e o desenvolvimento de uma disfunção sexual pode fornecer um contexto útil na avaliação de uma situação particular. Além disso, o clínico tem também de avaliar se a perturbação não se explica melhor por uma Disfunção Sexual primária, uma Disfunção Sexual Induzida por Substância ou outra perturbação mental primária (por exemplo, Perturbação Depressiva Major). Estas decisões são explicadas mais pormenorizadamente no capítulo "Perturbações Mentais Devidas a Um Estado Físico Geral" (p.169). Faz-se pelo contrário um diagnóstico de Disfunção Sexual com o subtipo "Devida a Um Estado Físico Geral se se considera que uma combinação de fatores psicológicos e um estado físico geral" ou uma substância são um fator etiológico, mas nenhum, individualmente, é suficiente para explicar a disfunção. Subtipos Seleciona-se o código de diagnóstico e o termo Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral com base na Disfunção Sexual predominante. Os termos abaixo indicados deverão ser utilizados preferencialmente à denominação "Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral". N94.8 Desejo Sexual Hipoactivo na Mulher Devido a... [Indicar o Estado Físico Geral J [625.8]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em desejo sexual deficiente ou ausente na mulher. N50.8 Desejo Sexual Hipoactivo no Homem Devido a... [Indicar o Estado Físico Geral] [608.89]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em desejo sexual deficiente ou ausente no homem. N48.4 Disfunção Erétil Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral] [607.84]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em Disfunção Erétil. Página 530 N94.1 Dispareunia na Mulher Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral] [625.0]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em dor associada ao ato sexual na mulher. N50.8 Dispareunia no Homem Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral] [608.89]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em dor associada ao ato sexual no homem. N94.8 Outra Disfunção Sexual na Mulher Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral J [625.8]. Utiliza-se este termo se alguma outra (por exemplo, Perturbação do Orgasmo) ou nenhuma característica predomina na mulher. N50.8 Outra Disfunção Sexual no Homem Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral] [608.89]. Utiliza-se este termo se alguma outra ou nenhuma característica predomina no homem. Procedimentos de Registro Ao registrar o diagnóstico de Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral, o clínico deverá especificar tanto a fenomenologia específica da disfunção (da lista acima) como o estado físico geral que se julga provocar a disfunção no Eixo I (por exemplo, N48.4 Disfunção Erétil no Homem Devida a Diabetes Mellitus [607.84)). O código de diagnóstico também se registra no Eixo III (por exemplo, E10.4 Diabetes Mellitus [250.0]). Estados Físicos Gerais Associados Uma variedade de estados físicos gerais podem provocar disfunção sexual, incluindo doença neurológica (por exemplo, esclerose múltipla), lesões da medula, neuropatia, lesões do lobo temporal), doenças endócrinas (por exemplo, diabetes mellitus, hipotireoidismo, hiper e hipoadrenocorticismo, hiperprolactinemia, estados hipogonadais, disfunção pituitária), doenças vasculares e doenças geniturinárias (por exemplo, doença testicular, doença de Peyronie, infecções uretrais, complicações pós-prostatectomia, infecção ou traumatismo genital, vaginite atrófica, infecções da vagina e genitais externos, complicações pós-cirúrgicas com cicatriz de episiotomia, vagina curta, cistite, endometriose, prolapso uterino, infecções pélvicas, neoplasias). A experiência clínica atual sugere que uma Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral é bastante comum. Os dados do exame físico e dos exames laboratoriais e padrões de prevalência ou início refletem o estado físico geral etiologicamente responsável. Diagnóstico Diferencial Diagnostica-se apenas Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral se a disfunção sexual é completamente explicada pelos efeitos diretos de um estado físico geral. Se os fatores psicológicos também desempenham um papel no início, gravidade, agudização ou manutenção de uma disfunção sexual, o diagnóstico é Disfunção Sexual primária (com o subtipo Devida a Fatores Combinados). Ao determinar se a disfunção sexual é primária ou exclusivamente devida a efeitos diretos de um estado físico geral uma história médica e psicossexual completa é o elemento mais importante da avaliação. Para os homens, testes como tumescência noturna do pênis, estudos vasculares e injeção de ativadores dos tecidos podem ser úteis na avaliação. Na mulher um exame ginecológico cuidadoso é importante para estas decisões, especialmente ao avaliar uma Perturbação de Dor Sexual na Mulher. A avaliação neurológica e endocrinológica pode ser útil nos homens e nas mulheres. Se existe evidência do uso recente ou prolongado de uma substância (incluindo medicação), paragem de uma substância ou exposição a um tóxico e que a Disfunção Sexual é inteiramente explicada pelos efeitos diretos da substância deve considerar-se o diagnóstico de Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. O clínico deverá questionar cuidadosamente acerca da natureza e extensão do uso de substâncias, incluindo medicamentos. Sintomas que ocorrem durante ou pouco tempo após (isto é, num período de quatro semanas) intoxicação por uma substância ou depois do uso da medicação podem ser especialmente indicadores de uma Disfunção Sexual Induzida por Substâncias, dependendo do tipo ou quantidade da substância utilizada ou duração de utilização. Se o clínico tem a certeza de que a disfunção sexual se deve a um estado físico geral e ao uso de substâncias podem fazer-se ambos os diagnósticos (isto é, Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substância). O Desejo Sexual Hipoactivo, Perturbação de Excitação e, em menor extensão, Perturbação do Orgasmo podem ocorrer como sintomas de Perturbação Depressiva Major. Na Perturbação Depressiva Major não se pode demonstrar nenhum mecanismo fisiopatológico específico e de causa direta associado ao estado físico geral. A Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral tem de ser diferenciada da diminuição do interesse pela atividade sexual que pode acompanhar o envelhecimento. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não contém critérios de diagnóstico para a perturbação Sexual Devida a Um Estado Físico Geral, já que esta perturbação se encontra referida no capítulo xiv, "Doenças do Aparelho Geniturinário" × Critérios de diagnóstico para Disfunção Sexual Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral) A.No quadro clínico predomina uma disfunção sexual clinicamente significativa que resulta em acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. B.Existe evidência da história, exame físico ou exames laboratoriais de que a disfunção sexual é explicada inteiramente pelos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. C.A perturbação não se explica melhor por outra perturbação mental (por exemplo, Perturbação Depressiva Major). Selecionar o código e termo baseado na disfunção sexual predominante. N94.8 Desejo Sexual Hipoactivo na Mulher Devido a... [Indicar o Estado Físico Geral] [625.8]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em desejo sexual deficiente ou ausente na mulher. N50.8 Desejo Sexual Hipoactivo no Homem Devido a... [Indicar o Estado Físico Geral] [608.89]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em desejo sexual deficiente ou ausente no homem. N48.4 Disfunção Erétil Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral] [607.84). Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em Disfunção Erétil. N94.1 Dispareunia na Mulher Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral J [625.0]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em dor associada ao ato sexual na mulher. N50.8 Dispareunia no Homem Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral J [608.89]. Utiliza-se este termo se a característica predominante consiste em dor associada ao ato sexual no homem. N94.8 Outra Disfunção Sexual na Mulher Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral] [625.8]. Utiliza-se este termo se alguma outra (por exemplo, Perturbação do Orgasmo) ou nenhuma característica predomina na mulher. N50.8 Outra Disfunção Sexual no Homem Devida a... [Indicar o Estado Físico Geral] [608.89]. Utiliza-se este termo se alguma outra ou nenhuma característica predomina no homem. Nota de codificação: incluir o nome do estado físico geral no Eixo I, por exemplo, N48.4 Disfunção Erétil no Homem Devida a Diabetes Mellitus [607.84]; codificar o estado físico geral no Eixo III. Disfunção Sexual Induzida por Substâncias Características de Diagnóstico A característica essencial da Disfunção Sexual Induzida por Substâncias consiste numa disfunção sexual clinicamente significativa que resulta em acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal (Critério A). Dependendo da substância envolvida, a disfunção pode integrar redução do desejo, redução da excitação, diminuição no orgasmo ou dor sexual. Considera-se que a disfunção é completamente explicada pelos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (isto é, uma droga de abuso, uma medicação ou exposição a tóxico) (Critério B). A Perturbação não se explica melhor por uma Disfunção Sexual que não é induzida por substâncias (Critério C). Este diagnóstico só deve ser feito em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substâncias, quando os sintomas sexuais excedem os habitualmente associados com a síndrome de intoxicação e quando os sintomas são suficientemente graves para serem foco de atenção clínica independente. Para uma discussão mais pormenorizada da Perturbações Relacionadas com Substâncias ver p.179. Distingue-se Disfunção Sexual Induzida por Substâncias de uma Disfunção Sexual primária tendo em consideração o início e a evolução. Para drogas de abuso tem de haver evidência de intoxicação pela história, exame físico ou exames laboratoriais. As Disfunções Sexuais Induzidas por Substâncias surgem apenas em associação a Intoxicação enquanto as Disfunções Sexuais primárias podem preceder o início do uso de uma substância ou ocorrem durante períodos de abstinência mantida de uma substância. Fatores sugerindo que a disfunção se explica melhor por uma Disfunção Sexual primária incluem a persistência da disfunção por um intervalo de tempo considerável (isto é, cerca de um mês) depois do fim da Intoxicação por Substâncias, o desenvolvimento de uma disfunção que é substancialmente mais intensa do que seria esperado considerando o tipo ou quantidade de substância usada ou duração do uso; ou uma história anterior de Disfunção Sexual primária recorrente. Especificadores Os seguintes especificadores para Disfunção Sexual Induzida por Substâncias são selecionados com base na disfunção sexual predominante. Se bem que a apresentação clínica da disfunção sexual possa assemelhar-se a uma das Disfunções Sexuais primárias específicas os critérios completos para uma destas perturbações necessitam ser preenchidos. Com Diminuição do Desejo. Este especificador é utilizado se a característica principal consiste num desejo sexual deficiente ou ausente. Com Diminuição da Excitação. Este especificador é utilizado se a característica principal consiste numa reduzida excitação sexual (por exemplo, Disfunção Erétil, Redução da Lubrificação). Com Diminuição do Orgasmo. Este especificador é utilizado se a característica principal consiste numa dificuldade no orgasmo. Com Dor Sexual. Este especificador é utilizado se a característica principal consiste em dor associada à atividade sexual. Disfunções Sexuais Induzidas por Substâncias têm habitualmente o seu início durante a Intoxicação por Substâncias e tal pode ser indicado anotando Início Durante a Intoxicação. Procedimentos de Registro O nome da Disfunção Sexual Induzida por Substâncias termina com o nome da substância específica (por exemplo, álcool, fluoxetina) que se presume estar a provocar a disfunção sexual. O código de diagnóstico seleciona-se da lista de classes de substâncias fornecida no conjunto de critérios. Ao nome da perturbação segue-se a especificação do quadro sintomático predominante (por exemplo, F14.8 Disfunção Sexual com Redução da Excitação Induzida por Cocaína) [292.89]. Quando se considera que mais do que uma substância desempenha um papel significativo no desenvolvimento da disfunção sexual cada uma pode ser anotada separadamente (por exemplo, F10.8 Disfunção Sexual com Redução de Excitação Induzida pelo Álcool [291.8]; F19.8 Disfunção Sexual com Redução do Orgasmo Induzida pela Fluoxetina [292.89]). Se se considera que uma substância é o fator etiológico mas se desconhece a substância específica ou classe de substâncias pode usar-se a categoria F19.8 Disfunção Sexual Induzida por Substância Desconhecida [292.89]. Substâncias Específicas As Disfunções Sexuais podem ocorrer em associação com uma intoxicação com as seguintes classes de substâncias: álcool, anfetaminas e substâncias relacionadas; cocaína, opiáceos; sedativos; hipnóticos e ansiolíticos e outras substâncias desconhecidas. Tem sido referido que intoxicações agudas ou abuso crônico de substâncias reduzem o interesse sexual e provoca problemas de excitação em ambos os sexos. Uma redução no interesse sexual (ambos os sexos), perturbações de excitação (ambos os sexos) e perturbações no orgasmo (mais freqüentes no homem) podem também ser provocadas por medicações prescritas incluindo anti-hipertensores; antagonistas dos receptores Hz da histamina, antidepressivos, neurolépticos, ansiolíticos, esteróides anabolizantes e antiepilépticos. Tem sido referido orgasmo com dor com flufenazina, tioridazina e amoxapina. Tem sido referido priapismo com o uso de clorpromazina, trazodone e clozapina e depois de injeções no pênis de papaverina ou prostaglandina. Os bloqueadores de recaptação de serotonina podem provocar redução do desejo sexual ou perturbações da excitação. Medicações como agentes anti-hipertensores ou esteróides anabolizantes podem também promover humor deprimido ou instável além de disfunção sexual e pode justificar-se um diagnóstico adicional de Perturbação de Humor Induzida por Substâncias. A experiência clínica atual sugere claramente que a Disfunção Sexual Induzida por Substâncias é muito habitual. Diagnóstico Diferencial As disfunções sexuais ocorrem frequentemente na Intoxicação por Substâncias. O diagnóstico de Intoxicação Específica por Substâncias é habitualmente suficiente para categorizar o quadro clínico. Deve fazer-se um diagnóstico de Disfunção Sexual Induzida por Substância no lugar de Intoxicação por Substâncias apenas quando se considera a disfunção mais intensa do que é habitual na Intoxicação e quando os sintomas são suficientemente graves para justificar atenção clínica independente. Se fatores psicológicos desempenham um papel no início, gravidade, agudização ou manutenção de uma disfunção sexual o diagnóstico é de Disfunção Sexual primária (com o subtipo devido a fatores combinados). Uma Disfunção Sexual Induzida por Substâncias distingue-se de uma Disfunção Sexual primária pelo fato de se considerar que os sintomas são completamente explicados pelos efeitos diretos do uso da substância (ver p. 532). Uma Disfunção Sexual Induzida por Substâncias devida a tratamento prescrito para uma perturbação mental ou estado físico geral tem de ter o seu início enquanto a pessoa está a receber a medicação (por exemplo, medicação anti-hipertensora). Quando a medicação for suspensa a disfunção sexual remitirá no período compreendido entre alguns dias a várias semanas (dependendo da semivida da substância). Se a disfunção sexual persistir, devem considerar-se outras causas para a disfunção sexual. Os efeitos colaterais das medicações prescritas que afetam a função sexual podem levar os sujeitos a não cumprirem a medicação, se dão mais valor ao desempenho sexual do que aos benefícios da medicação. Como os sujeitos com estados físicos gerais tomam muitas vezes medicações para estes estados o clínico tem de considerar a possibilidade de que a disfunção sexual seja provocada pelas conseqüências fisiológicas do estado físico geral e não da medicação. Neste caso diagnostica-se Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral. A história fornece frequentemente uma importante base para este juízo. Por vezes uma mudança no tratamento do estado físico geral (por exemplo, descontinuação ou substituição da medicação) pode ser necessária para determinar empiricamente se a medicação nessa pessoa é o agente causal. Se o clínico se assegura de que a disfunção se atribui a um estado físico geral e ao uso da substância, anotam-se ambos os diagnósticos (isto é, Disfunção Sexual Devida a Um Estado Físico Geral e Disfunção Sexual Induzida por Substâncias). Quando há insuficiente evidência para determinar se a Disfunção Sexual se deve ao uso de uma substância (incluindo medicação) ou a um estado físico geral ou é primária (isto é, não devida ou a uma substância ou um estado físico geral) será indicado Disfunção Sexual Sem Outra Especificação. Página 535 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não inclui critérios de diagnóstico para a Disfunção Sexual Induzida por Substâncias. × Critérios de diagnóstico para Disfunção Sexual Induzida por Substâncias A.No quadro clínico predomina uma disfunção sexual clinicamente significativa que resulta num acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. B.Há evidência da história, exame físico ou dos exames laboratoriais de que a disfunção sexual é completamente explicada pelo uso de uma substância manifestada por ou (1) ou (2): (1) os sintomas no Critério A desenvolvem-se durante ou no período de um mês após a Intoxicação por Substância (2) o uso de medicação está etiologicamente relacionado com a perturbação C.A perturbação não se explica melhor por uma Disfunção Sexual que não é induzida por substâncias. A evidência de que os sintomas se explicam melhor por uma disfunção sexual que não é induzida por substâncias pode integrar o seguinte: os sintomas precedem o início do uso ou dependência da substância (ou uso de medicação); os sintomas persistem por um período de tempo substancial (por exemplo, cerca de um mês) depois de terminar a intoxicação ou são substancialmente mais intensos do que se esperaria, tendo em consideração o tipo ou quantidade de substância usada ou a duração do uso ou existe outra evidência que sugere a existência de uma Disfunção Sexual independente não induzida por substâncias (por exemplo, uma história de episódios recorrentes não relacionada com uma substância). Nota: este diagnóstico deverá ser feito no lugar de Intoxicação por Substâncias apenas quando a disfunção sexual é mais intensa do que ocorre habitualmente na síndrome de intoxicação e quando a disfunção é suficientemente grave para justificar atenção clínica independente. Codificar [Substância Específica] - Disfunção Sexual Induzida: (F10.8 Álcool [291.8], F15.8 Anfetaminas [ou substância similar à Anfetamina] [292.89); F14.8 Cocaína [292.89]; F11.8 Opiáceos [292.89]; F13.8 Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.89]; F19.8 Outra [ou desconhecida] substância [292.89). Especificar se: Com Diminuição de Desejo Com Diminuição da Excitação Com Diminuição do Orgasmo Com Dor Sexual Especificar se: Com Início Durante Intoxicação: se os critérios são preenchidos para Intoxicação com a substância e os sintomas se desenvolvem durante a síndrome de intoxicação. Página 536 F52.9 Disfunção Sexual Sem Outra Especificação [302.70] Esta categoria integra disfunções sexuais que não preenchem os critérios de diagnóstico para qualquer Disfunção Sexual específica. Os exemplos incluem: l. Nenhumas (ou redução substancial de) sensações eróticas apesar da excitação e orgasmo normais no restante. 2. Situações em que o clínico conclui que a disfunção sexual está presente mas é incapaz de determinar se é primária, devida a um estado físico geral ou induzida por substâncias. Parafilias Características de Diagnóstico As características essenciais de uma Parafilia consistem em fantasias intensas e recorrentes sexualmente excitantes, impulsos sexuais ou comportamentos implicando, geralmente:1 ) objetos não humanos; 2) o sofrimento ou humilhação do próprio ou do seu parceiro; ou 3) crianças ou outras pessoas sob coação, e que ocorrem durante um período de pelo menos seis meses (Critério A). Para alguns sujeitos as fantasias ou estímulos parafílicos são obrigatórios para a excitação erótica e são sempre integrados na atividade sexual. Noutros casos as preferências parafílicas ocorrem apenas episodicamente (por exemplo, talvez durante períodos de stress), enquanto noutras ocasiões a pessoa é capaz de funcionar sexualmente sem as fantasias ou estímulos parafílicos. O comportamento, impulsos sexuais ou fantasias provocam mal-estar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas (Critério B). As fantasias podem ser executadas com um parceiro sob coação de um modo que pode ser injurioso para este como no Sadismo Sexual ou na Pedofilia. O indivíduo pode ser sujeito a detenção ou prisão. As ofensas sexuais a crianças constituem uma proporção significativa de todos os crimes sexuais registrados e os sujeitos com Exibicionismo, Pedofilia e Voyeurismo constituem a maioria dos criminosos sexuais detidos. Em algumas situações, executar as fantasias sexuais pode levar a ferimentos no próprio (como no Masoquismo Sexual). Os relacionamentos social e sexual podem ser perturbados se os outros acham que o comportamento sexual pouco habitual é escandaloso ou repugnante ou se o parceiro sexual se recusa a cooperar nas preferências sexuais pouco habituais (por exemplo, atos de exibicionismo ou a colação de objetos fetiche). Por vezes este comportamento pouco habitual pode transformar-se na atividade sexual mais importante na vida do sujeito. Estes sujeitos raramente procuram os profissionais de saúde mental e habitualmente só os contatam quando o seu comportamento os fez entrar em conflito com os seus parceiros sexuais ou a sociedade. As parafilias aqui descritas são estados que têm sido identificados especificamente em classificações anteriores. Elas incluem Exibicionismo (exposição dos genitais), Fetichismo (uso de objetos inanimados), Frotteurismo (tocar ou roçar-se numa pessoa que o não consente), Pedofilia (foco em crianças pré-pubertárias), Masoquismo Sexual (ser humilhado), Sadismo Sexual (infligir humilhação ou sofrimento), Fetichismo Transvestido (trasvestir-se) e Voyeurismo (observar atividade sexual). A categoria residual Parafilia Sem Outra Especificação inclui outras parafilias que não são tão observadas. Não é raro os sujeitos terem mais do que uma parafilia. Procedimentos de Registro Cada uma das Parafilias diferencia-se pelas características do foco parafílico. No entanto se as preferências sexuais do sujeito preenchem os critérios para mais do que uma Parafilia todas deverão ser diagnosticadas. Os códigos de diagnóstico e os termos são: F65.2 Exibicionismo [302.4], F65.0 Fetichismo [302.81 ], F65.8 Frotteurismo [302.89], F65.4 Pedofilia [302.89], F65.5 Masoquismo Sexual [302.83], F65.5 Sadismo Sexual [302.84), F65.3 Voyeurismo [302.81], F65.1 Fetichismo Transvestido [302.3] e F65.9 Parafilia Sem Outra Especificação [302.9]. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. O estímulo preferido mesmo numa Parafilia particular pode ser altamente específico. Os sujeitos que não têm um parceiro que esteja de acordo em executar as fantasias podem procurar prostitutas ou executá-las com vítimas sob coação. Os sujeitos com uma Parafilia podem selecionar uma ocupação ou desenvolver um hobby ou ser voluntários em trabalhos que os ponham em contacto com o estímulo desejado (por exemplo, vender sapatos de mulher ou lingerie [Fetichismo], trabalhar com crianças [Pedofilia] ou conduzir uma ambulância [Sadismo Sexual]. Eles podem seletivamente ver, ler, adquirir ou colacionar fotografias, filmes e descrições textuais que focam o seu estímulo parafílico preferido. Muitos sujeitos com estas perturbações asseguram que o seu comportamento não lhes causa qualquer mal-estar e que o seu único problema consiste na disfunção social como resultado da reação dos outros ao seu comportamento. Outros referem culpa e vergonha intensas e depressão por se envolverem numa atividade sexual pouco habitual, que é socialmente inaceitável ou que eles consideram imoral. Ocorre frequentemente redução da sua capacidade para uma atividade sexual recíproca e afetuosa e as Disfunções Sexuais podem estar presentes. As Perturbações da Personalidade são também freqüentes e podem ser suficientemente graves para justificar um diagnóstico de Perturbação da Personalidade. Em sujeitos com Parafilias podem surgir sintomas depressivos e estes serem acompanhados por um aumento na freqüência e intensidade do comportamento parafílico. Dados laboratoriais associados. A pletismografia do pênis tem sido usada na investigação para avaliar as diferentes parafilias para medir a excitação sexual de um sujeito em resposta aos estímulos visuais e auditivos. A fiabilidade e validade deste método de avaliação clínica ainda não foi comprovada e a experiência clínica sugere que os sujeitos podem simular as respostas manipulando as imagens mentais. Estados físicos gerais associados. A atividade sexual freqüente não protegida pode provocar infecção ou transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Os comportamentos sádicos e masoquistas podem provocar lesões que variam de mínimas a risco de vida. Características Especificas da Cultura e Gênero O diagnóstico das Parafilias nas diferentes culturas ou religiões é complexo pelo fato de que o que é considerado desviante numa cultura pode ser mais aceitável noutra. Exceto o Masoquismo Sexual onde a relação entre os sexos se estima em cerca de vinte homens para cada mulher, as outras Parafilias raramente são diagnosticadas nas mulheres, se bem que alguns casos tenham sido referidos. Prevalência Se bem que as Parafilias sejam raramente diagnosticadas nos serviços de clínica geral, o largo mercado comercial de pornografia e a parafernália pornográfica sugere que a sua prevalência na comunidade é provavelmente mais alta. O problema mais frequentemente apresentado nas clínicas especializadas no tratamento das Parafilias são a Pedofilia, o Voyeurismo e o Exibicionismo. O Masoquismo Sexual e o Sadismo Sexual são observados muito mais raramente. Aproximadamente metade dos sujeitos observados clinicamente com Parafilias são casados. Evolução Algumas das fantasias e comportamentos associados com as Parafilias podem começar na infância ou no início da adolescência mas definem-se e elaboram-se melhor durante a adolescência e início da vida adulta. Uma elaboração e modificação das fantasias parafílicas pode continuar ao longo da vida do sujeito. Por definição as fantasias e impulsos associados a estas perturbações são recorrentes. Muitos sujeitos referem que as fantasias estão sempre presentes mas que existem períodos em que a freqüência das fantasias e intensidade dos impulsos varia substancialmente. As perturbações tendem a ser crônicas e ao longo da vida mas quer as fantasias quer os comportamentos diminuem frequentemente com o avançar da idade nos adultos. Os comportamentos podem aumentar em resposta aos estressores psicossociais, com a ocorrência de outras perturbações mentais ou com o aumento de oportunidades de se envolver na Parafilia. Diagnóstico Diferencial Uma Parafilia tem de ser diferenciada do uso não patológico de fantasias sexuais, comportamentos ou objetivos como estímulo para a excitação sexual em sujeitos sem uma Parafilia. As fantasias, comportamentos ou objetos são parafilias apenas quando levam a mal-estar ou dificuldades interpessoais clinicamente significativos (por exemplo, são obrigatórias, resultam em disfunção sexual e requerem a participação de sujeitos que não o aceitam, levam a complicações legais, interferem com as relações sociais). Na Deficiência Mental, Demência, Modificações de Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral, Intoxicação por Substância, Episódio Maníaco ou Esquizofrenia pode haver uma redução do juízo crítico, das aptidões sociais ou do controlo dos impulsos que em raras ocasiões levam a um comportamento sexual pouco habitual. Estas situações podem distinguir-se de uma Parafilia pelo fato de que o comportamento sexual pouco habitual não é o preferido ou o padrão obrigatório do sujeito, os sintomas sexuais ocorrem exclusivamente durante a evolução destas perturbações mentais e os comportamentos sexuais pouco habituais tendem a ser isolados em vez de recorrentes e habitualmente tem uma idade de início mais tardia. Cada uma das Parafilias pode distinguir-se a partir das diferenças no foco parafílico característico. No entanto se as preferências sexuais do sujeito preencherem os critérios para mais do que uma Parafilia, todas se podem diagnosticar. O Exibicionismo tem de ser distinguido de urinar em público, que é por vezes uma explicação para o comportamento. O Fetichismo e o Fetichismo Transvestido envolvem ambos peças de vestuário feminino. No Fetichismo o foco de excitação sexual é a peça de vestuário (por exemplo cuecas) enquanto no Fetichismo Transvestido a excitação sexual vem do ato de trasvestir-se. O trasvestir-se, que está presente no Fetichismo Transvestido pode estar presente também no Masoquismo Sexual. No Masoquismo Sexual é a humilhação de ser forçado a trasvestir-se que é sexualmente excitante e não as roupas em si. O trasvestir-se pode estar associado a disforia de gênero. Se está presente alguma disforia de gênero mas não se preenchem os critérios completos para Perturbação de Identidade de Gênero, o diagnóstico é Fetichismo Transvestido com Disforia de Gênero. Os sujeitos devem receber o diagnóstico adicional de Perturbação de Identidade de Gênero se o seu quadro preencher os critérios completos para Perturbação de Identidade de Gênero. F65.2 Exibicionismo [302.4] O foco parafílico no Exibicionismo envolve a exposição dos genitais do próprio a um estranho. Por vezes o sujeito masturba-se enquanto se expõe (ou enquanto fantasia expor-se). Se a pessoa age sob estes impulsos não há habitualmente nenhuma tentativa para continuar a atividade sexual com o estranho. Nalguns casos o sujeito está ciente de um desejo de surpreender ou chocar o observador. Noutros casos o sujeito tem a fantasia sexualmente excitante que o observador ficará sexualmente excitado. O início ocorre habitualmente antes dos 18 anos, se bem que possa começar mais tarde. São feitas poucas detenções em grupos mais velhos, o que pode sugerir que a perturbação se torna menos grave depois dos quarenta anos. × Critérios de diagnóstico para F65.2 Exibicionismo [302.4] A. Fantasias sexualmente excitantes, impulsos sexuais ou comportamentos recorrentes e intensos durante um período de pelo menos seis meses, implicando a exposição dos próprios órgãos genitais a um estranho desconhecido. B. As fantasias, impulsos sexuais ou comportamentos provocam malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas. F65.0 Fetichismo [302.81] O foco parafílico do Fetichismo implica o uso de objetos inanimados ("fetiches" ou "feitiços"). Entre os objetos-fetiche mais comuns encontram-se as cuecas das mulheres, soutiens, meias, sapatos, botas ou outras peças de vestuário. A pessoa com Fetichismo masturba-se frequentemente enquanto segura, esfrega ou cheira o objeto-fetiche ou pode solicitar ao seu parceiro para vestir o objeto durante os seus encontros sexuais. Habitualmente o fetiche é necessário ou fortemente preferido para a exibição sexual e a sua ausência pode provocar Disfunção Erétil nos Homens. Não se diagnostica esta perturbação quando os fetiches se limitam a peças de vestuário feminino utilizado no transvestismo como no Fetichismo Transvestido, ou quando o objeto estimula os genitais porque foi concebido para esse propósito (por exemplo, um vibrador). Habitualmente, a perturbação inicia-se na adolescência, se bem que o fetiche possa ter sido revestido de um significado particular na infância. Uma vez estabelecida, a perturbação tende a ser crônica. × Critérios de diagnóstico para F65.0 Fetichismo [302.81] A. As fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais intensos e recorrentes durante um período de pelo menos seis meses, envolvendo a utilização de objetos inanimados (por exemplo, roupa interior feminina). B. As fantasias, impulsos sexuais ou comportamentos provocam malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas. C. Os fetiches não são apenas peças de vestuário feminino utilizado no transvestismo (Fetichismo Transvestido) ou objetos concebidos para a estimulação táctil dos genitais (por exemplo, vibrador). F65.8 Frotteurismo [302.89] O foco parafílico do frotteurismo implica tocar e roçar-se num sujeito que o não consente. O comportamento ocorre habitualmente em lugares com muitas pessoas das quais pode fugir mais facilmente à detenção (por exemplo, passeios públicos muito povoados ou transportes público ). O sujeito roça os seus genitais nas coxas e nádegas da vítima ou acaricia com as mão os genitais ou os seios da mulher. Enquanto faz isto fantasia habitualmente uma relação possível exclusiva e carinhosa com a vítima. No entanto, reconhece que para evitar um procedimento criminal tem de evitar ser detectado depois de tocar a sua vítima. Habitualmente a perturbação inicia-se na adolescência. A maioria dos atos de roçar ocorrem quando o sujeito tem entre 15 e 25 anos de idade, após o que há uma redução gradual na sua freqüência. × Critérios de diagnóstico para F65.8 Frotteurismo [302.89] A. Fantasias sexualmente excitantes, impulsos sexuais ou comportamento recorrentes e intensos durante um período de pelo menos seis meses implicando tocar ou roçar-se em alguém que não o permite. B. As fantasias, impulsos sexuais ou comportamentos provocam malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas. F65.4 Pedofilia [302.2] O foco parafílico da pedofilia implica a atividade sexual com uma criança na pré-puberdade (geralmente 13 anos ou menos). O sujeito com pedofilia tem de ter 16 anos ou mais e ser pelo menos cerca de cinco anos mais velho que a criança. Para sujeitos que estão no fim da adolescência e apresentam esta perturbação não se especifica nenhuma diferença de idade e deve utilizar-se um critério clínico para o diagnóstico, devendo ter-se em consideração tanto a maturidade sexual da criança como a diferença de idades. Sujeitos com Pedofilia relatam habitualmente uma atração por crianças de uma faixa etária particular. Alguns sujeitos preferem homens, outros mulheres e alguns excitam-se com homens e mulheres. Os que se sentem atraídos por raparigas preferem habitualmente crianças entre os oito e os dez anos, enquanto os que se sentem atraídos por rapazes preferem habitualmente crianças ligeiramente mais velhas. A Pedofilia implicando vítimas femininas é referida mais frequentemente do que a Pedofilia implicando vítimas masculinas. Alguns sujeitos com Pedofilia sentem-se sexualmente atraídos apenas por crianças (tipo exclusivo) enquanto outros são por vezes atraídos também por adultos (tipo não exclusivo). Sujeitos com esta perturbação, que agem sob os seus impulsos com crianças, podem limitar a sua atividade a despir a criança e a observá-la, exibindo-se eles próprios e masturbando-se na presença da criança ou tocando-lhe e acariciando-a suavemente. No entanto, outros executam fellatio ou cunnilingus na criança ou penetram-lhe a vagina, a boca ou o ânus com os seus dedos, objetos estranhos ou com o pênis e empregam a força física em graus variáveis para concretizarem os seus objetivos. Estas atividades são habitualmente explicadas com desculpas ou racionalizações de que têm "valor educativo" para a criança, que esta tem "prazer sexual" com estes comportamentos ou que foi "sexualmente provocante", temas que são também habituais na pornografia pedofílica. Os sujeitos podem limitar as suas atividades aos seus próprios filhos, enteados ou parentes ou podem vitimar crianças fora da sua família. Alguns sujeitos com esta perturbação ameaçam a criança para evitarem ser descobertos. Outros, particularmente os que vitimam frequentemente as crianças, desenvolvem técnicas complicadas para se aproximarem delas, o que pode levá-los a tentar ganhar a confiança da mãe da criança, casar com uma mulher com criança atraente, traficar crianças com outros sujeitos com Pedofilia ou, em casos raros, trazer crianças adotadas de países não industrializados ou raptá-las a estrangeiros. Exceto nos casos em que a perturbação se associa ao Sadismo Sexual, o sujeito pode ser generoso e muito atencioso face às necessidades da criança com o objetivo de conquistar o seu afeto, interesse e lealdade e evitar que ela relate o comportamento sexual. A perturbação inicia-se habitualmente na adolescência, se bem que alguns sujeitos com Pedofilia relatem que não se sentiam excitados com crianças antes da meia-idade. A evolução é habitualmente crônica, especialmente nos sujeitos atraídos por rapazes. A taxa de recidiva para sujeitos com Pedofilia com preferência pelo mesmo sexo é duas vezes a dos sujeitos que preferem o sexo oposto. × Critérios de diagnóstico para F65.4 Pedofilia [302.2] A. Fantasias sexualmente excitantes, impulsos sexuais ou comportamentos recorrentes e intensos durante um período de pelo menos 6 meses implicando atividade sexual com uma criança ou crianças na pré-puberdade (geralmente com 13 anos ou menos) B. As fantasias, impulsos sexuais ou comportamentos provocam malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas. C. A pessoa tem pelo menos 16 anos e é pelo menos cinco anos mais velha do que a criança ou crianças do Critério A. Nota: não incluir um sujeito na adolescência tardia envolvido num relacionamento sexual com uma criança de 12 ou 13 anos. Especificar se: Sexualmente Atraído por Homens Sexualmente Atraído por Mulheres Sexualmente Atraído por Ambos os Sexos Especificar se: Limitado ao Incesto Especificar se: Tipo Exclusivo (atraído apenas por crianças) Tipo Não Exclusivo F65.5 Masoquismo Sexual [302.83 ] O foco parafílico do Masoquismo Sexual implica o ato (real, não simulado, de ser humilhado, agredido, amarrado ou submetido a Informações vindas dos Estados Unidos da América. amarrar-se a si próprios. Nestes casos as fantasias masoquistas implicam habitualmente ser violado enquanto se encontra preso ou amarrado por outros sujeitos.sofrimento por qualquer outro modo). que podem ser desejados com um parceiro. esbofetear. A idade em que começam as atividades masoquistas com parceiros é variável. Ocorrem por vezes mortes acidentais nestes sujeitos por causa de mau funcionamento no equipamento.Fantasias sexualmente excitantes. Os atos masoquistas. As fantasias masoquistas estiveram provavelmente já presentes na infância. de modo que não tenha possibilidade de fugir. uma máscara ou um químico (muitas vezes um nitrito volátil que produz uma diminuição temporária da oxigenação cerebral por vasodilatação periférica). com um laço. Alguns sujeitos com esta perturbação podem executar atos masoquistas durante muitos anos sem aumentar o potencial de sofrimento dos seus atos. Outros sujeitos executam em si mesmos os impulsos sexuais masoquistas (por exemplo. mas habitualmente ocorre no início da idade adulta. erros na colocação do laço ou ligadura ou outros erros. espancar. denominada "hipoxifilia" implica a excitação sexual pela privação de oxigênio obtida através da compressão do tórax. Inglaterra. mas não chegam a executar estas fantasias. impulsos sexuais ou . Alguns homens com Masoquismo Sexual também têm Fetichismo. chicotear (flagelação).5 Masoquismo Sexual [302. bater. O trasvestir-se sob coação pode ser procurado pelas suas características de humilhação. um saco de plástico. como ser objeto do ato de urinar ou defecar ou ser forçado a rastejar e a ladrar como um cão ou ser sujeito a injúrias). Alguns sujeitos com esta perturbação sentem-se incomodados pelas suas fantasias masoquistas que podem ser desencadeadas durante a atividade sexual ou na masturbação. Fetichismo Transvestido ou Sadismo Sexual. × Critérios de diagnóstico para F65. cortar. vendar os olhos (contenção sensorial). As atividades que provocam privação de oxigênio podem ser executadas a sós ou com um parceiro. Outros. O sujeito pode ter um desejo de ser tratado como uma criança desamparada e vestida com fraldas (infantilismo). A perturbação é habitualmente crônica e o sujeito tende a repetir o mesmo ato masoquista. picar e perfurar (infibulação) e humilhar (por exemplo. espetar-se com alfinetes. Austrália e Canadá indicam que se detectam e registram por ano uma a duas mortes por hipoxifilia por milhão de sujeitos. que podem provocar eventualmente a morte. eletrocutar-se ou automutilar-se) ou com um parceiro.83] A. no entanto. aumentam a gravidade dos atos masoquistas ao longo do tempo ou durante períodos de stress. incluem amarrar (contenção física). uma ligadura. Uma forma particularmente perigosa do Masoquismo Sexual. choques elétricos. preso ou submetido a qualquer outro sofrimento. mutilar ou matar. no entanto. impulsos sexuais ou comportamentos provocam malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social. esbofetear. Alguns sujeitos com esta perturbação sentem-se incomodados pelas suas fantasias sádicas que podem ser desencadeadas durante a atividade sexual mas nunca chegam a executá-las. não simulados) em que o sujeito se excita sexualmente com o sofrimento psicológico ou físico (incluindo a humilhação) da vítima. torturar. Nestes casos as fantasias sádicas implicam ter um controlo completo sobre a vítima. B. impulsos sexuais ou comportamentos recorrentes e intensos durante um período de pelo .As fantasias. Quando se executa o Sadismo Sexual com um parceiro sob coação é provável que o comportamento se repita até que o sujeito com Sadismo Sexual seja detido. Pode também implicar contenção física. não simulado) de ser humilhado. A idade de início das atividades sádicas é variável mas ocorre habitualmente no início da idade adulta. Outros agem sob os impulsos sexuais sádicos com um parceiro que o permita (que pode ter Masoquismo Sexual) e que sofre a dor ou a humilhação de livre vontade. obrigar a vítima a rastejar ou mantê-la numa jaula). × Critérios de diagnóstico para F65. Fantasias ou atos sádicos podem implicar atividades que indicam o controlo de um sujeito sobre a vítima (por exemplo.84 ] O foco parafílico do Sadismo Sexual implica atos (reais.84] A. Quando a perturbação é grave e está associada a Perturbação AntiSocial da Personalidade os sujeitos com Sadismo Sexual podem magoar seriamente ou matar as suas vítimas.5 Sadismo Sexual [302. Em todas estas situações é o sofrimento da vítima que é sexualmente excitante.comportamentos recorrentes e intensos durante um período de pelo menos 6 meses implicando o ato (real. O Sadismo Sexual é habitualmente crônico. que está aterrorizada pela antecipação do ato sádico iminente.Fantasias sexualmente excitantes. Habitualmente. a gravidade dos atos sádicos aumenta ao longo do tempo. Existem ainda outros sujeitos com Sadismo Sexual que executam os seus impulsos sexuais com vítimas sob coação. agredido. F65. vendar. É provável que as fantasias sexuais sádicas tenham estado presentes na infância.5 Sadismo Sexual [302. Alguns sujeitos com esta perturbação podem realizar atos sádicos durante muitos anos sem necessidade de aumentar o potencial para provocar danos corporais graves. ocupacional ou noutras áreas. Uma peça de roupa preferida pode adquirir um conteúdo erótico e ser utilizada habitualmente. ocupacional ou em outras áreas. Apesar de a preferência básica ser heterossexual. atos homossexuais. A experiência inicial pode implicar transvestismo parcial ou total. não simulado) em que o sofrimento psicológico ou físico (incluindo humilhação) da vítima é sexualmente excitante para a pessoa. evolui muitas vezes para total. Noutros sujeitos a disforia de gênero pode emergir especialmente sob situações de stress com ou sem sintomas de depressão. com diminuição ou desaparecimento temporário ou permanente da excitação sexual ao trasvestir-se.1 Fetichismo Transvestido [302. o seu corpo é indiscutivelmente masculino. Esta perturbação foi descrita apenas em homens heterossexuais.menos seis meses implicando o ato (real. ocasionalmente. Enquanto se encontra transvestido.As fantasias. Quando o sujeito não se encontra transvestido. é raro o sujeito ter experiências sexuais com várias mulheres e podem ocorrer. Em alguns sujeitos a motivação para o transvestismo pode modificar-se ao longo do tempo. Em muitos casos o transvestismo não é feito em público até à idade adulta. Alguns homens vestem uma única peça de roupa feminina (por exemplo. roupa interior ou lingerie) com o seu vestuário masculino.3 ] O foco parafílico do Fetichismo Transvestido implica trasvestir-se. primeiro na masturbação e. no ato sexual. O Masoquismo Sexual pode ser uma característica associada. A perturbação inicia-se tipicamente com o transvestismo na infância ou no início da adolescência. Os fenômenos de trasvestir-se variam do vestir solitário e ocasional de roupas femininas ao envolver-se intensamente numa subcultura de transvestismo. B. quando parcial. impulsos sexuais ou comportamentos provocam malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social. Outros homens com Fetichismo Transvestido vestem-se completamente como mulheres e utilizam maquiagem. F65. O Fetichismo Transvestido não se diagnostica quando o trasvestir-se ocorre exclusivamente durante a evolução de uma Perturbação de Identidade de Gênero. habitualmente masturba-se imaginando ser quer o sujeito homem quer o objeto mulher da sua fantasia sexual. mais tarde. Nestes casos o transvestismo passa a ser um antídoto para a ansiedade ou depressão ou contribui para uma sensação de paz e calma. Para um pequeno número de sujeitos a disforia de gênero torna-se uma . O grau de semelhança do transvestido com uma mulher varia dependendo dos mecanismos de configuração do corpo e da habilidade em vestir-se como mulher. Habitualmente o homem com Fetichismo Transvestido tem uma colação de roupas femininas que intermitentemente usa para se transvestir. Fantasias sexualmente excitantes. impulsos sexuais ou comportamentos provocam malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social.3 ] A.As fantasias.82] O foco parafílico do Voyeurismo implica o ato de observar insuspeitadamente sujeitos estranhos.3 Voyeurismo [302. Habitualmente o início do Voyeurismo ocorre antes dos 15 anos. uma pessoa nua. impulsos sexuais ou comportamentos provocam mal- . F65. × Critérios de diagnóstico para F65. impulsos sexuais ou comportamentos recorrentes e intensos durante um período de pelo menos seis meses. implicando trasvestir-se. impulsos sexuais ou comportamentos recorrentes e intensos durante um período de pelo menos 6 meses.Fantasias sexualmente excitantes. Designase o subtipo Disforia de Gênero para permitir ao clínico anotar a presença de disforia de gênero como parte de Fetichismo Transvestido. O ato de observar ("espreitar") destina-se a obter a excitação sexual e habitualmente não procura a atividade sexual com a pessoa observada. implicando o ato de observar. pode ocorrer durante a atividade de Voyeurismo ou mais tarde em resposta à recordação do que observou.As fantasias. Na sua forma mais grave. O orgasmo. espreitar constitui a única forma de atividade sexual. B.1 Fetichismo Transvestido [302. Especificar se: Com Disforia do Gênero: se a pessoa tem desconforto com o papel ou identidade de gênero. mas na realidade esta situação não ocorre. insuspeitadamente.82 ) A. que se está a despir ou envolvida em atividade sexual. × Critérios de diagnóstico para F65.parte fixa do quadro clínico e é acompanhada pelo desejo de se vestir e viver permanentemente como mulher e procurar modificação hormonal ou cirúrgica. que se estão a despir ou envolvidos em atividade sexual. A evolução tende a ser crônica. produzido habitualmente por masturbação.3 Voyeurismo [302. Muitas vezes estes sujeitos sentem prazer com a idéia de terem atividade sexual com o sujeito observado. B. ocupacional ou em outras áreas. que estão nus. Os sujeitos com Fetichismo Transvestido procuram frequentemente tratamento quando surge disforia de gênero. Ao brincar às casas estes rapazes desempenham papéis femininos. Parcialismo (foco exclusivo em partes do corpo). As toalhas. O diagnóstico não se faz se o sujeito tem um estado físico intersexual simultâneo (por exemplo. Zoofilia (animais). ocupacional ou noutras áreas (Critério D). mais frequentemente o .x Perturbações da Identidade de Gênero [302. Podem apresentar uma preferência para vestir roupas de rapariga ou mulher ou improvisar essas peças dos materiais disponíveis quando as peças genuínas não estão disponíveis.9 ] Inclui-se esta categoria para codificar Parafilias que não preenchem os critérios para qualquer das categorias específicas. Nos rapazes a Identificação de Gênero cruzada manifesta-se por uma acentuada preocupação com atividades tradicionalmente femininas. Necrofilia (cadáveres).9 Parafilia Sem Outra Especificação [302. hiperplasia supra-renal congênita) (Critério C). desenhar raparigas e princesas muito bonitas e ver televisão ou vídeos das suas intérpretes femininas preferidas. ocupacional ou noutras áreas. Os seus brinquedos preferidos são as bonecas de estereótipo feminino como as "Barbies" e as raparigas são os seus companheiros de brincadeira preferidos. aventais e lenços são usados frequentemente para representar cabelos compridos ou saias. que consiste no desejo de ser ou na insistência de que se é do outro sexo (Critério A). Gostam especialmente de brincar "às casinhas".estar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social. Coprofilia (fezes). Existe uma intensa atração por jogos e passatempos tipicamente femininos. F65. síndrome de insensibilidade aos androgênios. Clismafilia (enemas). Urofilia (urina). Os exemplos incluem mas não se limitam a: Escatologia Telefônica. Perturbações da Identidade de Gênero F64. Para fazer o diagnóstico tem de se demonstrar mal-estar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social.xx] Características de Diagnóstico Existem dois componentes da Perturbação de Identidade de Gênero e ambos têm de estar presentes para fazer o diagnóstico. Esta identificação de gênero cruzada não pode ser apenas um desejo de ser do outro sexo em função de alguma vantagem cultural. Tem de se provar também um desconforto persistente acerca do sexo que lhe é atribuído ou o sentir-se inapropriado no papel de gênero desse sexo (Critério B). Tem de se demonstrar uma identificação de gênero cruzada intensa e persistente. Com o trasvestir-se e o tratamento hormonal (e para os homens a eletrólise) muitos sujeitos com esta perturbação podem ser tomados de modo convincente como do outro sexo. Muitos tentam ser conhecidos em público como do outro sexo. Os adultos com Perturbações de Identidade de Gênero preocupam-se com o seu desejo de viver como um membro do sexo oposto. As raparigas com perturbações de Identidade de Gênero manifestam reações intensamente negativas às expectativas ou tentativas dos pais de as vestir com vestidos ou outra roupa feminina. Tais raparigas podem manifestar acentuada Identificação de Gênero Cruzada no desempenho de papéis. Os adultos com esta perturbação sentem-se desconfortáveis ao serem observados por outros. Mostram pouco interesse em bonecas ou qualquer forma de vestuário ou atividade lúdica feminina."papel de mãe" e muitas vezes preocupam-se muito com figuras de fantasia feminina. que querem tirá-los ou que têm ou desejam ter uma vagina. A atividade sexual destes sujeitos com os parceiros do mesmo sexo é habitualmente limitada pela preferência de que os seus parceiros não vejam nem toquem os seus genitais. Os seus heróis de fantasia são frequentemente imagens masculinas poderosas como "Batman" ou "Super-Homem". Algumas podem recusar ir à escola ou a acontecimentos sociais onde esse vestuário é necessário. Em privado estes sujeitos podem despender muito tempo a trasvestir-se e cuidando da aparência de ser do outro sexo. Preferem roupa de rapazes e cabelo curto. Pode reivindicar que tem ou virá a ter um pênis e pode não querer ter seios ou menstruação. Podem expressar o desejo de ser uma rapariga e afirmam que vão crescer para serem mulheres. Uma rapariga com esta perturbação pode ocasionalmente recusar urinar na posição sentada. ou funcionando em sociedade como um membro do sexo que lhes é atribuído. Em graus variados adotam o comportamento. Para alguns homens que . Evitam jogos turbulentos e desportos competitivos e têm pouco interesse em carros e caminhões ou outros brinquedos não violentos mas tipicamente masculinos. vestuário e maneirismos do outro sexo. Mais raramente. Esta preocupação pode manifestar-se por um intenso desejo de adotar o papel social do outro sexo ou de obter a aparência física do outro sexo através da manipulação cirúrgica ou hormonal. os rapazes com perturbações de Identidade de Gênero podem afirmar que acham repugnante o seu pênis ou testículos. Podem insistir em sentar-se para urinar e fingir que não têm pênis empurrandoo entre as pernas. Podem afirmar que vão crescer para serem homens. são frequentemente reconhecidas como rapazes por estranhos e podem pedir para serem chamadas por um nome de rapaz. Estas raparigas preferem rapazes como companheiros com quem partilham interesses em desportos de contacto e brincadeiras violentas e jogos tradicionalmente de rapazes. sonhos e fantasias. apresentam esta perturbação. Num adolescente mais jovem pode ser difícil fazer um diagnóstico preciso pelas defesas do adolescente. Virtualmente todas as mulheres com Perturbações de Identidade de Gênero receberão a mesma especificação . Atração Sexual por Ambos e Atração Sexual por Nenhum. As dificuldades nos relacionamentos são comuns e o funcionamento escolar ou laboral pode estar perturbado. O adolescente pode ser referenciado à consulta porque os pais ou os professores estão preocupados com o isolamento social ou com a rejeição ou a troça dos colegas. Nos adolescentes. . a incapacidade para desenvolver relações com pares do mesmo sexo e aptidões adequadas à idade conduz frequentemente ao isolamento e mal-estar e algumas crianças podem recusar-se a ir à escola pela troça e pressão para se vestirem com ornamentos próprios do sexo que lhes é atribuído. Em crianças jovens o mal-estar manifesta-se pelas afirmações de infelicidade relativas ao sexo que lhes é atribuído. Nos adolescentes e nos adultos a preocupação com os desejos de gênero cruzados interfere frequentemente com as atividades habituais. Em crianças mais velhas. Em sujeitos com Perturbação de Identidade de Gênero o mal-estar ou a incapacidade manifestam-se de modo diverso ao longo do ciclo da vida. rapazes que rapam as pernas). Especificadores Para sujeitos sexualmente desenvolvidos os seguintes especificadores podem ser anotados com base na orientação sexual do sujeito: Atração Sexual por Homens.se bem que ocorram casos excepcionais que envolvem mulheres com Atração Sexual por Homens. a atividade sexual com uma mulher é acompanhada pela fantasia de serem amantes lésbicos ou que o seu parceiro é um homem e ele uma mulher. as características clínicas podem assemelhar-se quer às das crianças quer às dos adultos. Os homens com Perturbação de Identidade de Gênero integram proporções importantes com todos os quatro especificadores. A preocupação com desejos de gênero cruzados interfere muitas vezes com atividades habituais. tardiamente na vida (frequentemente após o casamento). Clarificar o diagnóstico em crianças e adolescentes pode requerer monitorização por um longo período de tempo. Atração Sexual por Mulheres.Atração Sexual por Mulheres . Estas podem ser mais intensas se o adolescente se sentir ambivalente acerca da identificação de gênero cruzada ou sentir que tal é inaceitável para a família. dependendo do nível de desenvolvimento do sujeito e os critérios devem ser aplicados em concordância com este nível. Em tais circunstâncias o diagnóstico deverá ser reservado para aqueles adolescentes que apresentam uma marcada identificação de gênero cruzada (por exemplo. Perturbações e Características Associadas Perturbações Mentais e Características Descritivas Associadas. que os põe em elevado risco para contrair infecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV).6. ideação suicida e tentativas de suicídio. envolver-se na prostituição. As Perturbações de Personalidade associadas são mais freqüentes entre os homens do que entre as mulheres. especialmente logo após a transição para viver no papel do sexo oposto. Estão habitualmente associadas as tentativas de suicídio e Perturbações Relacionadas com a Utilização de Substâncias. especialmente em centros urbanos. Nos adultos os sintomas depressivos e ansiosos podem estar presentes. Os testes psicológicos podem revelar padrões de comportamento ou uma Identificação de Gênero Cruzada. A troça e o ostracismo dos colegas são seqüelas muito comuns em rapazes com esta perturbação. A perturbação pode ser tão profunda que a vida psíquica de alguns sujeitos circula apenas à volta destas atividades que atenuam o malestar com o gênero. Alguns homens têm uma história de Fetichismo Transvestido bem como de outras Parafilias.85. Alguns homens com a perturbação podem. Dados laboratoriais associados. Os rapazes com Perturbação de Identidade de Gênero manifestam frequentemente intensos maneirismos e padrões de discurso femininos. que são avaliadas nas clínicas de perturbações de gênero para adultos. não está habitualmente indicado fazer o cariótipo para os cromossomos sexuais e análises das hormônios sexuais. Muitos sujeitos com Perturbações de Identidade de Gênero desenvolvem isolamento social. Alguns homens com uma perturbação de Identidade de Gênero recorrem à autoprescrição de hormônios e podem muito raramente executar a sua própria castração ou amputação do pênis. Não existe nenhum teste de diagnóstico específico para a Perturbação de Identidade de Gênero.Procedimentos de Registro O código de registro de diagnóstico atribuído depende da idade atual do doente: se a perturbação ocorre na infância. Perturbação da Ansiedade Generalizada e sintomas de Depressão. Preocupam-se frequentemente com a aparência. utiliza-se o código 302. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. utiliza-se o código 302. Nas crianças com Perturbações de Identidade de Gênero pode coexistir uma Perturbação da Ansiedade de Separação. Os sujeitos com . Os adolescentes estão particularmente em risco para depressão. para um adolescente ou adulto. Na presença de um exame físico normal. O isolamento e o ostracismo contribuem para a baixa auto-estima e podem levar à aversão escolar ou abandono da escola. Os dados de países europeus menores com acesso às estatísticas e referenciação da população total sugerem que aproximadamente cerca de 1 para 30 000 homens adultos e 1 para 100 000 mulheres adultas procuram cirurgia de reorientação sexual. Prevalência Não existem estudos epidemiológicos recentes para fornecer dados relativos à prevalência de Perturbações da Identidade de Gênero. página 549 Características Especificas da Idade e Gênero As mulheres com Perturbações de Identidade de Gênero são menos ostracizadas devido aos interesses de gênero cruzado e podem sofrer menor rejeição pelos pares pelo menos até à adolescência. Os adolescentes e os homens adultos com Perturbações da Identidade de Gênero podem apresentar ginecomastia resultante da ingestão de hormônios. Mulheres adultas com Perturbações de Identidade de Gênero podem ter uma inesperada probabilidade de ovário poliquístico. zonas glabras resultante da depilação temporária ou permanente e outras modificações físicas resultantes de procedimentos como a rinoplastia ou redução cirúrgica da cartilagem tiróide (maçã de Adão).Perturbações da Identidade de Gênero têm genitais normais (em contraste com os genitais ambíguos ou o hipogonadismo nos estados físicos intersexuais). Em clínicas. nas amostras de crianças existem aproximadamente cinco rapazes para cada rapariga referenciada com esta perturbação. fístulas retovaginais. Evolução Para as crianças referenciadas às clínicas. Apenas um muito pequeno número de . estenoses uretrais e trajetos urinários anômalos. Nas crianças o desvio em relação aos homens na referenciação pode refletir parcialmente o maior estigma que o comportamento de gênero cruzado provoca nos rapazes. Mamas distorcidas ou com rachas podem ser observadas nas mulheres que usam atilhos. As complicações pós-cirurgia em mulheres incluem cicatrizes torácicas importantes e nos homens estruturas vaginais. os homens superam as mulheres em cerca de duas ou três vezes. o início dos interesses e atividades do Gênero Cruzados ocorre habitualmente entre os dois e os quatro anos e alguns pais referem que a sua criança teve sempre interesses de gênero cruzados. Em clínicas. nas amostras de adultos. Se a Perturbação de Identidade de Gênero está presente na idade adulta tende a ter uma evolução crônica mas tem sido referida a remissão espontânea. A maioria dos restantes refere uma orientação heterossexual também sem Perturbação da Identidade de Gênero simultânea. A maioria das crianças com Perturbações de Identidade de Gênero apresenta. As percentagens correspondentes para a orientação sexual em raparigas não são conhecidas. Estes sujeitos apresentam-se tipicamente na adolescência tardia ou na idade adulta. com uma história ao longo da vida de disforia de gênero. Em contraste aqueles que se sentem sexualmente atraídos por mulheres. Alguns adolescentes podem desenvolver uma clara identificação de gênero cruzada e requerer cirurgia de reorientação sexual ou podem continuar uma evolução crônica de disforia ou confusão de gênero. mas por vezes simultaneamente com. Na outra evolução os sinais mais notórios de Identificação de Gênero Cruzados aparecem mais tarde e mais gradualmente com uma apresentação no início ou no período médio da idade adulta a seguir a. a intervenção dos pais e a resposta dos pares comportamentos de Gênero Cruzados menos evidentes. Os homens com Perturbações de Identidade de Gênero que se sentem sexualmente atraídos por homens tendem a apresentar-se. mais susceptível de ser atraído sexualmente por mulheres. cerca de três quartos dos rapazes que tiveram uma história na infância de Perturbação de Identidade de Gênero referem uma orientação homossexual ou bissexual mas sem Perturbação da Identidade de Gênero simultânea. com o tempo. na adolescência tardia e na idade adulta. mais ambivalente quanto à cirurgia de reorientação sexual. página 550 Diagnóstico Diferencial . na adolescência ou início da idade adulta. e menos susceptível para se satisfazer com a cirurgia.crianças com Perturbação de Identidade de Gênero continuará a ter sintomas que preencham os critérios para Perturbação da Identidade de Gênero. O grupo de início tardio pode ser mais flutuante no grau de Identificação Cruzada. Nos homens adultos ocorrem dois tipos de evolução para o desenvolvimento da Perturbação da Identidade de Gênero. Na adolescência tardia ou na idade adulta. Fetichismo Transvestido. por homens e mulheres ou por nenhum dos sexos tendem a apresentar-se mais tarde e têm tipicamente uma história de Fetichismo Transvestido. As crianças são habitualmente referenciadas quando entram para a escola em resultado da preocupação dos pais com o que encaram como uma "fase" que parece não passar. O primeiro consiste na continuação da Perturbação da Identidade de Gênero que se tinha iniciado na infância ou principio da adolescência. pode utilizar-se o especificador com Disforia de Gênero. × Critérios de diagnóstico para F64. Nos homens com um quadro que preenche os critérios para Perturbação de Identidade de Gênero assim como Fetichismo Transvestido deverão ser feitos ambos os diagnósticos. O Fetichismo Transvestido ocorre em homens heterossexuais (ou bissexuais) para quem o trasvestir-se tem o propósito de excitação sexual.A Perturbação de Identidade de Gênero pode ser diferenciada de simples não-conformidade com o típico papel de sexo pela extensão e predomínio dos desejos. do que acreditar verdadeiramente que é um membro do outro sexo. À parte trasvestir-se.x Perturbação . Se a disforia está presente num sujeito com Fetichismo Transvestido. Transvestismo de Duplo Papel e Transexualismo. Esta perturbação não se adequa para descrever a não conformidade de uma criança com o típico papel de sexo. mas não preenche os critérios para Perturbação de Identidade de Gênero. como por exemplo nas raparigas "marias-rapazes" ou nos rapazes com comportamento "maricas". Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 define três perturbações distintas: Perturbação da Identidade de Gênero na Infância. a maioria dos sujeitos com Fetichismo Transvestido não tem uma história de comportamentos de Gênero Cruzados na infância. interesses e atividades cruzadas. Em casos muito raros. síndrome de insensibilidade aos androgênios ou hiperplasia supra-renal congênita). A categoria Perturbação da Identidade de Gênero Sem Outra Especificação pode ser utilizada para sujeitos que têm um problema de identidade de gênero com um estado intersexual congênito simultâneo (por exemplo. todas incluídas sob a categoria única de Perturbação de Identidade de Gênero no DSM-IV. a Esquizofrenia e Perturbação de Identidade de Gênero podem no entanto coexistir. Na Esquizofrenia podem ocorrer raramente idéias delirantes de pertencer a outro sexo. A insistência de pertencer ao outro sexo por uma pessoa com uma perturbação de Identidade de Gênero não é considerada uma idéia delirante porque o que quer dizer é que a pessoa se sente mais como um membro do outro sexo. Representa antes uma profunda perturbação no sentido de identidade do sujeito no que diz respeito à masculinidade ou feminilidade. incluindo acentuado mal-estar ou dificuldade. Nas crianças com comportamento que apenas não se adequa ao estereotipo cultural de masculinidade e feminilidade não deverá ser feito o diagnóstico a não ser que a síndrome completa esteja presente. xx] A. C.da Identidade de Gênero [302. Nas crianças a perturbação manifesta-se por quatro (ou mais) dos seguintes: (1) desejo expresso repetidamente de ser ou insistência que ele ou ela é do outro sexo. ocupacional ou noutras áreas. cirurgia ou outro procedimento para alterar as características sexuais para simular o outro sexo ou acreditar que ele ou ela nasceu com o sexo errado. Desconforto persistente com o seu sexo ou sensação de ser inapropriado no papel de gênero desse sexo. (2) nos rapazes preferência por travestir-se ou por adornos femininos atraentes. jogos e atividades tipicamente masculinas. Nas crianças a perturbação manifesta-se por qualquer dos seguintes: Nos rapazes afirmação de que o seu pênis ou testículos são repugnantes ou desaparecerão ou a afirmação que seria melhor não ter pênis ou aversão aos jogos turbulentos e rejeição dos brinquedos. fazer-se passar freqüente mente pelo outro sexo. D. desejo de viver ou ser tratado como se fosse do outro sexo ou a convicção de que ele ou ela têm as sensações e reações típicas do outro sexo. pedir terapia hormonal. Nos adolescentes e adultos a perturbação manifesta-se por sintomas como preocupação em libertar-se das características sexuais primárias ou secundárias (por exemplo. Nas raparigas rejeição em urinar na posição sentada. A perturbação causa mal-estar ou dificuldade clinicamente significativa no funcionamento social. afirmação que tem ou terá pênis ou afirmação de que não querem que lhes cresçam os seios ou que ter menstruação ou aversão marcada aos padrões de vestuário feminino. A perturbação não coexiste com um estado físico geral intersexual. .Uma persistente e forte identificação de gênero cruzada (não um mero desejo de pertencer ao outro sexo por qualquer vantagem cultural). nas raparigas insistência em vestir apenas roupa tipicamente masculina (3) preferência forte e persistente para papéis de gênero cruzados em jogos de fingir ou fantasia persistente de ser do outro sexo (4) intenso desejo de participar em jogos e passatempos tipicamente do outro sexo (5) forte preferência por companheiros do outro sexo Nos adolescentes e adultos a perturbação manifesta-se por sintomas tais como um desejo expresso de ser de outro sexo. B. 6] Esta categoria é incluída para codificar Perturbações de Identidade de Gênero que não são classificáveis como uma Perturbação de Identidade de Gênero específica.2 Perturbação de Identidade de Gênero em Crianças [302.Mal-estar quanto ao padrão de relacionamentos sexuais repetidos que envolvem uma sucessão de amantes que são vivenciados pelo sujeito como objetos para serem usados 3.9 Perturbação Sexual Sem Outra Especificação [302.6] F64. Os exemplos incluem: 1.Codificar com base na idade atual: F64.Estados intersexuais (por exemplo.Sensações marcadas de inadequação no que diz respeito à performance sexual ou a outros traços relacionados com padrões de masculinidade ou feminilidade auto-impostos.Preocupação persistente com castração ou amputação do pênis sem um desejo de adquirir as características sexuais do outro sexo. Trasvestir-se transitoriamente em situações de stress. 2. 3. síndrome de insensibilidade aos androgênios ou hiperplasia supra-renal congênita) e acompanhando disforia de gênero.85] Especificar se (para sujeitos sexualmente maduros): Atraído Sexualmente por Homens Atraído Sexualmente por Mulheres Atraído Sexualmente por Ambos Atraído Sexualmente por Nenhum Página 552 F64. 2.Mal-estar persistente e marcado acerca da orientação sexual .6] Esta perturbação é incluída para codificar uma perturbação sexual que não preenche os critérios para qualquer das Perturbações Sexuais Específicas e não é nem uma Disfunção Sexual nem uma Parafilia. F52.0 Perturbação de Identidade de Gênero em Adolescentes ou Adultos [302. Os exemplos incluem: l.9 Perturbação da Identidade de Gênero Sem Outra Especificação [302. As Perturbações do Comportamento Alimentar ou da Alimentação que habitualmente são diagnosticadas na infância (por exemplo.1] Características de Diagnóstico As características essenciais da Anorexia Nervosa resultam da recusa em manter um peso corporal normal mínimo. 97). porque a perda de apetite é rara). A pessoa mantém um peso corporal abaixo do nível normal mínimo para . abuso de laxantes. jejum. isto pode ser anotado no capítulo "Fatores Psicológicos Que Afetam o Estado Físico Geral"(p. A Anorexia Nervosa é caracterizada pela recusa em manter um peso corporal normal mínimo. Para além disso. Pica. do medo intenso em ganhar peso e da significativa perturbação da percepção do tamanho e formas corporais.0 Anorexia Nervosa [307. A distorção da imagem corporal é uma característica essencial tanto da Anorexia Nervosa e como da Bulimia Nervosa. A obesidade simples está incluída na Classificação Internacional de Doenças (ICD) como estado físico geral. Contudo. A Bulimia Nervosa é caracterizada por episódios repetidos de voracidade alimentar seguidos por comportamentos compensatórios inapropriados tais como vômito autoinduzido. Uma categoria de Perturbação Alimentar Sem Outra Especificação existe para codificar perturbações que não preencham os critérios para uma Perturbação Alimentar específica. ou exercício físico excessivo. quando houver evidência de que existem fatores psicológicos importantes na etiologia ou evolução de um caso particular de obesidade. Perturbação de Ruminação e Perturbação do Comportamento Alimentar da Infância) são incluídas no capítulo "Perturbações do Comportamento Alimentar e da Alimentação" (p. mas não aparece no DSM-IV porque não foi estabelecida uma associação consistente com uma síndrome comportamental ou psicológica. Esta secção inclui dois diagnósticos específicos. as adolescentes e Página 554 mulheres após a menarca com esta perturbação têm amenorréia (o termo anorexia é paradoxal. Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa. 693).Página 553 Perturbações do Comportamento Alimentar As Perturbações do Comportamento Alimentar são caracterizadas por graves perturbações do comportamento alimentar. F50. diuréticos ou outras medicações. Habitualmente a perda de peso é conseguida primariamente através da redução da quantidade de alimentos. pode haver incapacidade em cumprir as expectativas de ganhos ponderais (enquanto o crescimento em altura se faz. Nas mulheres pós-menarca. Algumas sentem-se globalmente gordas.5 kg/m=. as preocupações com o peso chegam a aumentar mesmo quando o peso continua a diminuir. particularmente o abdômen. Na determinação do peso normal mínimo. Sugere-se que a pessoa com menos de 85" do peso considerado normal para a idade e altura (incluído em tabelas apropriadas ou nas cartas de crescimento pediátrico) seja considerada com peso abaixo do mínimo normal. Este medo intenso em engordar não é atenuado pela perda de peso. mas mantêm-se preocupadas em certas partes do corpo que acreditam estar "demasiado gordas". Outras sabem que estão magras. enquanto o aumento de peso é sentido como falhanço inaceitável do autocontrole. A experiência e significado do peso e forma corporais estão diminuindo nestas pessoas (Critério C). Os métodos adicionais de perda de peso incluem métodos purgativos (por exemplo. Apesar de algumas pessoas saberem que estão magras. nádegas e pernas. A perda de peso é vista como uma aquisição impressionante e um sinal de uma extraordinária autodisciplina. Quando a Anorexia Nervosa se desenvolve numa criança ou precocemente na adolescência. vômito ou uso de laxantes ou diuréticos) ou aumento de exercício físico. Uma orientação alternativa e de alguma forma mais restrita (usada nos Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10) requer que a pessoa tenha um índice de massa corporal (IMC) (calculado como peso em kg/m=) inferior a 17. Estes limiares são fornecidos apenas como orientações para o clínico. medição obsessiva de certas partes e exposição persistente ao espelho para verificarem as áreas percebidas como "gordas".a idade e altura (Critério A). Podem empregar uma grande variedade de técnicas para avaliar o corpo. para além da perda de peso). incluindo pesagens rápidas. A autoestima destas pessoas depende muito do seu peso e forma corporais. tipicamente negam as conseqüências médicas graves do seu estado de mal nutrição. o clínico deve considerar não só as orientações como também a história do desenvolvimento corporal e ponderal. Apesar de algumas pessoas começarem por excluir o que entendem ser alimentos de grande teor calórico. de fato. a amenorréia [devida aos níveis . As pessoas com esta perturbação receiam intensamente ganhar peso ou engordar (Critério B). muitas terminam eventualmente com uma dieta muito restritiva que algumas vezes limitas a poucos alimentos. O Critério A fornece orientações para determinar quando a pessoa tem baixo peso. sendo pouco razoável especificar um peso mínimo normal estandardizado para todas as pessoas com um dado peso e altura. mas na maioria das pessoas pode antecedê-la. A amenorréia é habitualmente uma conseqüência da perda de peso. que por sua vez são causados por diminuição da secreção hipofisária das hormônios foliculoestimulante (FSH) luteinizante (LH)] é um indicador de disfunção fisiológica na Anorexia Nervosa (Critério D). Algumas pessoas incluídas neste grupo não têm voracidade alimentar. As pessoas com Anorexia Nervosa não tem habitualmente consciência ou negam. No episódio atual. Quando . estas pessoas não têm regularmente episódios bulímicos ou purgativos. A pessoa é frequentemente trazida ao médico pela família após acentuada perda de peso (ou incapacidade para aumentar o peso esperado). mas não há informação suficiente para justificar a especificação de uma freqüência mínima. A maioria das pessoas com Anorexia Nervosa que têm voracidade alimentar também usam métodos purgativos como o vômito. o problema. mas utilizam métodos purgativos após a ingestão de pequenas quantidades de comida. Página 555 Subtipos Os subtipos que se seguem podem ser usados para especificar a presença ou ausência de episódios bulímicos ou purgativos na Anorexia Nervosa. Este subtipo descreve as formas clínicas nas quais a perda de peso se consegue primariamente através de dieta. É por isso necessário obter informação dos pais ou de outras fontes para avaliar o grau de perda de peso e outras características da doença. diuréticos ou enemas. Nas raparigas pré-puberes. Tipo Restritivo. laxantes. Este subtipo é utilizado quando a pessoa tem crises bulímicas regulares ou purgativas (ou ambas) durante o episódio atual. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Se as pessoas procurarem elas próprias ajuda é pelo subjetivo que decorre seqüelas somáticas e fisiológicas do jejum. É raro alguém com Anorexia Nervosa queixar-se do emagrecimento per si.anormalmente baixos de secreção de estrogênios. Parece que a maioria das pessoas com este subtipo tem estes comportamentos pelo menos semanalmente. jejum ou exercício físico. a menarca pode atrasar-se pela doença. Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo. Os testes de função hepática podem estar elevados. Sintomas obsessivo-compulsivos relacionados ou não com a comida. uma necessidade forte de controlo de tudo à sua volta. mostrar maior instabilidade e a serem sexualmente ativas. muitas pessoas com Anorexia Nervosa manifestam sintomas depressivos como depressão do humor. de abusar de álcool ou outras drogas. pensamento inflexível. Outras características associadas com Anorexia Nervosa incluem preocupações como o comer em público. Os sintomas de perturbação do humor devem ser reavaliados após a recuperação parcial ou completa do peso. São achados ocasionais hipomagnesiemia. diuréticos e enemas podem também causar um número de perturbações que se traduzem laboratorialmente. Apesar de algumas pessoas com Anorexia Nervosa não terem alterações laboratoriais. A observação de comportamentos associados com outras formas de inanição sugere que as obsessões e as compulsões relacionadas com a comida podem ser causadas ou exacerbadas pela subnutrição. são habitualmente proeminentes. Porque estas características também são observadas nas pessoas sem Anorexia Nervosa com inanição. espontaneidade social diminuída e uma grande restrição da iniciativa e expressão emocional. É comum hipercolesterolemia. Comparadas com as pessoas com Anorexia Nervosa Tipo Restritivo. sentimentos de incapacidade. peso ou com o corpo. irritabilidade. o abuso de laxantes. Muitas pessoas com Anorexia Nervosa estão preocupadas com pensamentos sobre comida. Hematologia: é comum encontrar leucopenia e uma ligeira anemia. observa-se trombocitopenia. O vômito. Os níveis de tiroxina (T4) estão . Algumas colecionam receitas e tesouros culinários. hipozincemia. hipofosfatemia e hiperamilasemia. Pode ser necessário um diagnóstico adicional de Perturbação Obsessivo-Compulsiva se as obsessões e compulsões não se relacionarem com comida. Bioquímica: a desidratação pode ser refletida por um nível aumentado de uréia. insônia e desinteresse sexual. Estas pessoas podem ter apresentações sintomáticas que preenchem critérios de Depressão Major. O vômito pode dar lugar a alcalose metabólica (aumento do bicarbonato no soro). Página 556 Dados laboratoriais associados. isolamento social. muitos destes sintomas depressivos podem ser secundários às seqüelas fisiológicas da semi-inanição. raramente.o peso é extremamente baixo. a semi-inanição característica desta perturbação pode afetar a maioria dos sistemas orgânicos e produzir uma grande variedade de perturbações. hipocloremia e hipocaliemia. enquanto o abuso de laxantes ocasiona acidose metabólica. as de Tipo Bulímico têm maior probabilidade de ter outros problemas de controlo de impulsos. Imagiologia cerebral: é freqüente um aumento do quociente ventrículo/cérebro secundário à inanição. uma fina penugem no tronco. A semi-inanição da Anorexia Nervosa e os comportamentos purgativos associados à doença podem originar estados físicos gerais. O sinal mais óbvio é a emaciação. Para além da amenorréia há queixas de obstipação. dor abdominal. Nas raparigas. nas Página 557 . Raramente. Estes incluem o desenvolvimento de anemia normocítica normocrómica.habitualmente no limite inferior do normal. As pessoas que induzem o vômito podem ter erosão do esmalte e outras apresentam escaras ou calosidades no dorso da mão resultantes do contacto com os dentes quando a mão é utilizada para induzir o vômito. particularmente quando recuperam o peso ou quando terminam o abuso de laxantes ou diuréticos. petéquias nas extremidades indicam uma diátese hemorrágica. redução da secreção de estrogênios e aumento da secreção de cortisol). Outras desenvolvem edemas periféricos. Há uma regressão do eixo hipotálamo-hipofiso-gonadal em ambos os sexos com um padrão de secreção da hormônio luteinizante (LH) nas 24 horas semelhante ao período pré-pubertário ou pubertário. observa-se um nível baixo de estrogênios no soro e nos rapazes um nível baixo de testosterona. intolerância ao frio letargia e hiperenergia. Muitos dos sintomas e sinais físicos da Anorexia Nervosa são atribuíveis à inanição. Idade e Gênero A Anorexia Nervosa parece ser mais prevalente nas sociedades industrializadas. Características Específicas da Cultura. Electrocardiografirn: bradicardia sinusal e mais raramente arritmias. Algumas pessoas desenvolvem lanugo. função renal diminuída (associada com desidratação crônica e hipocaliemia). Muitas pessoas têm bradicardia. Pode estar presente uma hipertrofia das glândulas salivares. Pode haver hipotensão significativa. refletindo uma encefalopatia metabólica. Por hipercarotinemia pode haver um amarelecimento da pele em algumas pessoas. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. os níveis de triiodotironina (T3) estão diminuídos. especialmente das partículas. resultado das referidas alterações hidrelectrolíticas. Electroencefalografia: alterações difusas. problemas cardiovasculares (arritmias e hipotensão grave). Há hiperadrenocortisolismo e habitualmente respostas anormais a uma grande variedade de mudanças hormonais. Emissão de energia residual: está significativamente reduzida. problemas dentários e osteoporose (resultante da diminuição da ingestão e absorção de cálcio. hipotermia e pele seca. podem desenvolver Anorexia Nervosa à medida que assimilam os ideais de beleza magra. A hospitalização pode ser necessária para restabelecer o peso e o equilíbrio hidroelectrolítico. em algumas culturas a perturbação da imagem corporal pode não ser predominante e a expressão da motivação para a restrição alimentar ter outro conteúdo.quais há abundância de alimentos. Os fatores culturais podem. Emigrantes de culturas com baixa prevalência. Evolução A idade média de aparecimento da Anorexia Nervosa é de 17 anos. os resultados de investigação científica sugerem que quando a doença começa no início da adolescência (idades entre 13 e 18 anos) pode ter um melhor prognóstico. A perturbação é provavelmente mais comum nos Estados Unidos. habitualmente. Mais de 90%o dos casos de Anorexia Nervosa ocorrem em mulheres. com picos nos 14 e 18 anos. Pessoas com Anorexia Nervosa subclínica (por exemplo. mas há poucos estudos acerca da sua prevalência noutras culturas. por inanição. mas há sinais de que a gravidade da perturbação mental associada pode ser maior entre as pessoas que desenvolvem a doença antes da puberdade. Canadá. Algumas pessoas recuperam completamente após um único episódio. A morte ocorre. Europa.0% para quadros clínicos com um conjunto completo de critério completo de Anorexia Nervosa. também. Contudo. Prevalência Estudos de prevalência entre mulheres no fim da adolescência e início da idade adulta encontraram taxas de 0. Austrália. especialmente quando nas raparigas a magreza está associada à beleza.5%-1. com alguns dados sugerindo uma distribuição bimodal. tal como deixar a casa para ir para a universidade. A incidência da Anorexia Nervosa parece ter aumentado nas últimas décadas. que emigram para outras culturas mais prevalentes. como desconforto epigástrico ou fastio pela comida. O início raramente ocorre nas mulheres após os 40 anos. Japão. outras exibem um padrão flutuante de ganhos ponderais seguidos de recidivas e outras ainda têm uma evolução crônica por muitos anos. O início está geralmente associado a um acontecimento vital importante. influenciar as manifestações da perturbação. Há poucos dados acerca da prevalência masculina. suicídio e alterações hidrelectrolíticas. Das pessoas internadas em hospitais universitários a mortalidade a longo termo é de 10%. Por exemplo. . Nova Zelândia e África do Sul. A Anorexia Nervosa raramente começa antes da puberdade. A evolução é extremamente variável. Perturbação Alimentar Não Especificada Anteriormente) são mais comuns. podem mostrar obsessões e compulsões associadas à comida. mas medos não associados ao comportamento alimentar (como medo de falar em público) podem indicar um diagnóstico adicional de Fobia Social. tumores cerebrais. como na Perturbação Obsessivo-Compulsiva. ou podem estar preocupadas com um defeito imaginário na aparência corporal. as pessoas podem ter comportamentos alimentares bizarros e ocasionalmente apresentam perda de peso considerável. que são limitados ao comportamento alimentar. Se a pessoa com Anorexia Nervosa tem medos sociais. Página 558 Diagnóstico Diferencial Devem ser pesquisadas outras causas possíveis para o emagrecimento no diagnóstico diferencial de Anorexia Nervosa quando os sintomas forem atípicos (tal como um início após os 40 anos). mas as pessoas com estas perturbações não têm habitualmente distorção da imagem corporal e desejo de continuar a perder peso. como na Perturbação Dismorfofóbica. Estudos de gêmeos revelam uma taxa de concordância mais alta nos homozigóticos que nos dizigóticos. Na Esquizofrenia. Particularmente. apesar de ela própria poder ocorrer na Anorexia Nervosa pela emaciação. Há também um risco aumentado de Perturbações do Humor particularmente entre os familiares em primeiro grau de pessoas com Anorexia Nervosa.Padrão Familiar Há um risco aumentado de Anorexia Nervosa entre os familiares biológicos em primeiro grau da pessoa com a doença. sobretudo parentes de sujeitos com o Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgante. mas raramente mostram medo em ganhar peso ou distorção da imagem corporal. A síndrome da artéria mesentérica superior (caracterizada por vômitos pós-prandiais secundários a obstrução gástrica intermitente) deve ser distinguida da Anorexia Nervosa. Da mesma forma. deve ser estabelecido um diagnóstico adicional . Perturbação Obsessivo-Compulsiva e Perturbação Dismórfica Corporal. as pessoas podem sentir-se humilhadas ou embaraçadas em público como na Fobia Social. o diagnóstico de Fobia Social não deve ser feito. Na Perturbação Depressiva Major pode ocorrer uma grave perda de peso. doença gastrointestinal. Alguns dos sintomas da Anorexia Nervosa são critérios para diagnóstico de Fobia Social. neoplasias ocultas e síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA)] pode ocorrer acentuada perda de peso. mas as pessoas não têm desejo de perder peso excessivamente ou medo de o ganhar. Em estados físicos gerais [por exemplo. estrogênios). ou denegação da gravidade do grande emagrecimento atual. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios de diagnóstico do DSM-IV para a Anorexia Nervosa diferem em vários aspectos.0 Anorexia Nervosa [307. indevida influência do peso e forma corporal na auto-avaliação. as pessoas têm episódios recorrentes de voracidade alimentar. Contudo. . medo de contaminação) e deve ser considerado um diagnóstico de Perturbação Dismorfofóbica se a distorção não for centrada no tamanho e forma do corpo (por exemplo. ficando aquém de 85% do previsto).Recusa em manter um peso corporal minimamente normal para a idade e altura (por exemplo.Perturbação na apreciação do peso e forma corporal. vômito) e estão muito preocupadas com o peso e forma corporal. numa estratégia comportamental inapropriada de evitamento dos ganhos ponderais conseqüentes (por exemplo. ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos (uma mulher é considerada amenorréia se a menstruação ocorrer somente após administração hormonal. C. amenorréia ou seja. por exemplo. A ICD-10 requer especificamente que a perda de peso seja auto-induzida pelo evitamento de "comidas gordas" e. Tipo Bulímico. D.1] A. as pessoas com Bulimia Nervosa são capazes de manter o peso acima ou minimamente num valor normal. Na Bulimia Nervosa.de Perturbação Obsessivo-Compulsiva quando as obsessões e compulsões não forem relacionadas com a comida (por exemplo. preocupação com um nariz muito grande). comporte uma perda do interesse e da potência sexual (correspondendo ao que nas mulheres seria a amenorréia). perda de peso maior que a necessária para manter um peso de 85% do esperado. mesmo quando muito magra. ao contrário da Anorexia Nervosa. ao contrário do DSM-IV onde o diagnóstico de anorexia nervosa é diferente do da Bulimia Nervosa. a ICD-10 exclui o diagnóstico de Anorexia Nervosa se existir alimentação compulsiva de forma regular. B. ou incapacidade em ganhar o peso esperado para o crescimento. Finalmente. Medo intenso de ganhar peso ou ficar gorda. no homem.Nas raparigas após a menarca. Página 559 × Critérios Diagnósticos para F50. 2 Bulimia Nervosa[307. em média. as proporções calóricas das proteínas. Contudo. A ingestão compulsiva ocorre habitualmente em segredo. Para além disso. Apesar de as pessoas com Bulimia Nervosa consumirem mais calorias durante um episódio que as outras sem Bulimia Nervosa durante uma refeição. a autoavaliação das pessoas com Bulimia Nervosa está excessivamente influenciada pela forma e peso corporais. Por exemplo. Um "curto período de tempo" refere-se a um período habitualmente inferior a 2 horas. Um episódio de ingestão compulsiva é definido pela ingestão num período curto de tempo de uma quantidade anormalmente grande de alimentos que a maioria das pessoas não conseguiria comer em circunstâncias iguais (Critério A1). As pessoas com Bulimia Nervosa têm tipicamente vergonha dos seus problemas alimentares e tentam ocultar os seus sintomas. O clínico deve considerar o contexto no qual a ingestão ocorre . F50. tipicamente.51] Características de Diagnóstico As características essenciais da Bulimia Nervosa são a ingestão compulsiva de alimentos e a utilização de métodos compensatórios inapropriados para impedir o aumento de peso. uma pessoa pode começar a ingestão num restaurante e continuar após o regresso a casa. alimentos de alto teor calórico como gelados e bolos. O contínuo debicar de pequenas quantidades de comida ao longo do dia não deve ser considerado como episódio. pelo menos duas a três vezes por semana em três meses (Critério C). diuréticos e enemas). a ingestão compulsiva caracteriza-se mais pela anormalidade da quantidade de comida consumida do que pelo desejo específico de um nutriente. Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo: durante o episódio atual a pessoa tem comportamentos bulímicos ou purgativos (vômitos ou mistura de laxantes. Para a qualificação diagnóstica os comportamentos de ingestão compulsiva e os de compensação devem acontecer. vômito ou mistura de laxantes. estes 560 Perturbações do Comportamento Alimentar incluem doces. Um episódio de ingestão compulsiva não necessita ser limitado a um espaço. ou sem dar nas vistas . como hidratos de carbono.Especificar tipos: Tipo Restritivo: durante o episódio atual a pessoa não recorre regularmente a ingestão compulsiva de alimentos nem a purgantes (por exemplo. Apesar da variação no tipo de alimentos ingeridos.o que seria visto como consumo excessivo numa refeição típica pode ser normal numa refeição festiva. diuréticos e enemas). gorduras e hidratos de carbono são semelhantes. Um episódio pode ou não ser planeado antecipadamente. A técnica compensatória mais comum é a indução do vômito após um episódio de ingestão compulsiva. Raramente. Algumas pessoas descrevem uma qualidade dissociativa durante. Este método purgativo é empregue por 80%-90% das pessoas com Bulimia Nervosa que se apresentam para tratamento em clínicas especializadas. e a pessoa ingere compulsivamente alimentos para vomitar ou vomita mesmo após uma pequena ingestão. Uma pessoa pode ficar num estado de frenesim enquanto dura o episódio. corpo e comida. incluindo os dedos ou outros instrumentos para estimularem o reflexo de vômito. O episódio de ingestão pode reduzir transitoriamente a disforia. particularmente nas fases precoces da evolução da doença. Muitas pessoas com Bulimia Nervosa empregam vários métodos na tentativa de compensarem a ingestão compulsiva. tal como dificuldades em resistir ou dificuldades em parar um episódio. ou após. mas a autocrítica depreciativa e o humor depressivo costumam seguir-se-lhe. as pessoas com a perturbação usam enemas após os episódios. A ingestão compulsiva habitualmente continua até a pessoa sentir desconforto ou até mesmo sentir-se dolorosamente cheia. Após a persistência por algum tempo de Bulimia Nervosa. As pessoas com Bulimia Nervosa podem usar uma variedade de métodos para induzirem vômito.tanto quanto for possível. A redução do controlo associada aos episódios de ingestão compulsiva na Bulimia Nervosa não é absoluta. o vômito torna-se um objetivo em si mesmo. mas este é raramente o único método. Aproximadamente um terço das pessoas com Bulimia Nervosa tomam laxantes após a ingestão compulsiva. Raramente é necessária a ingestão de produtos eméticos. as pessoas podem relatar que os seus episódios de ingestão já não são caracterizados por sensação de perda de controlo mas mais por indicadores comportamentais de redução de controlo. mas cessará se uma empregada ou o cônjuge entrar inesperadamente no quarto. uma pessoa pode continuar a comer enquanto o telefone está a tocar. por exemplo. Outros comportamentos purgativos incluem misturas de diuréticos e laxantes. Geralmente tornam-se adeptas do vômito e conseguem fazê-lo quando querem. Um episódio de ingestão compulsiva é também acompanhado por um sentimento de perda de controlo (Critério A2). O episódio é tipicamente precipitado por estados de humor disfórico. fome intensa após restrição alimentar ou sentimentos associados ao peso. mas é frequentemente (mas não sempre) caracterizado por consumo rápido. Os efeitos imediatos do vômito incluem alívio do desconforto físico e diminuição do medo de engordar. Nalguns casos. os episódios. Outra característica essencial da Bulimia Nervosa é o uso recorrente de comportamentos compensatórios inapropriados para impedir o ganho de peso (Critério B). acontecimentos interpessoais estressantes. . as pessoas com Bulimia Nervosa habitualmente restringem . no desejo de perder peso e no nível de insatisfação com o corpo. diuréticos ou enemas.As pessoas com Bulimia Nervosa podem jejuar por um dia ou mais ou fazerem exercício físico excessivo na tentativa de compensarem as ingestões compulsivas. mas não o vômito. Contudo. laxantes. Este subtipo descreve quadros clínicos nos quais a pessoa regularmente vomita. Este subtipo descreve quadros clínicos nos quais a pessoa usa outros comportamentos compensatórios inapropriados. Entre os episódios de ingestão compulsiva. Tipo Não Purgativo. A perturbação pode ocorrer mas é rara entre a obesidade moderada e "mórbida". as pessoas com Bulimia Nervosa têm maior probabilidade de terem um peso superior aos seus pares. diuréticos ou enemas. Página 561 As pessoas com Bulimia Nervosa colocam uma ênfase excessiva no corpo e peso na sua auto-avaliação e estes fatores são tipicamente os mais importantes na determinação da auto-estima (Critério D). As pessoas com esta perturbação podem assemelhar-se muito com as pessoas com Anorexia Nervosa no medo de engordar. quando ocorre em alturas ou contextos inapropriados ou quando a pessoa continua o exercício apesar da eventualidade de doenças ou complicações médicas. As pessoas com Bulimia Nervosa e diabetes mellitus podem omitir ou reduzir as doses de insulina na tentativa de reduzir o metabolismo dos alimentos ingeridos nos episódios de ingestão compulsiva. ou usa laxantes. O exercício pode ser considerado excessivo quando interfere significativamente com atividades importantes. apesar de algumas estarem com peso ligeiramente acima ou abaixo dos padrões normais. Há sinais de que. Raramente. como o jejum. Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações associadas. não deve ser feito um diagnóstico de Bulimia Nervosa quando a perturbação ocorrer somente durante os episódios de Anorexia Nervosa. previamente ao início da Perturbação Alimentar. Subtipos Os subtipos seguintes podem ser usados para especificar a presença ou ausência do uso regular de métodos purgativos como meio de compensação dos episódios de ingestão compulsiva. tomam hormônios tiroideias para evitarem os ganhos de peso. exercício físico excessivo. Tipo Purgativo. As pessoas com Bulimia Nervosa têm tipicamente um peso normal. O comportamento purgativo freqüente de qualquer tipo pode produzir alterações hidrelectrolíticas. A perda de suco gástrico através do vômito pode produzir alcalose metabólica (elevação de bicarbonato no soro). Pode haver. as glândulas salivares. especialmente das superfícies linguais dos dentes frontais. Contudo. As pessoas que induzem o vômito por estimulação manual reflexa podem desenvolver calosidades ou .o consumo calórico total e selecionam preferencialmente alimentos de baixo teor calórico enquanto evitam aqueles que sabem poder engordar ou desencadear um episódio. entre um terço e metade das pessoas com Bulimia Nervosa também têm características de personalidade que preenchem critérios para uma ou mais Perturbações da Personalidade (mais frequentemente Perturbação Estado-Limite da Personalidade). em algumas pessoas a Perturbação do Humor antecede claramente o desenvolvimento de Bulimia Nervosa. Em algumas pessoas. Há evidência que as pessoas com Bulimia Nervosa. havendo relação entre a Perturbação do Humor e a Bulimia. particularmente as parótidas. Estas perturbações de humor e ansiedade remitem frequentemente após o tratamento eficaz da Bulimia Nervosa. hiponatremia e hipocloremia. O vômito recorrente dá eventualmente origem a perda permanente e significativa do esmalte dentário. mais habitualmente hipocaliemia. O uso de estimulantes começa habitualmente numa tentativa de controlar o apetite e o peso. ocorre em cerca de um terço das pessoas com Bulimia Nervosa. Estes dentes podem ficar lascados e apresentar irregularidades como que "roídos pelas traças". Mostram mais sintomas depressivos e maior preocupação com o peso e corpo que as pessoas com o Tipo não porgativo. a perturbação do humor começa ao mesmo tempo ou a seguir ao desenvolvimento da doença. Há maior freqüência de sintomas depressivos (por exemplo. provavelmente refletindo um aumento da isoenzima salivar. um aumento da freqüência de sintomas ansiosos (por exemplo. Abuso ou Dependência de Substâncias. Provavelmente. também. baixa autoestima) ou Perturbações do Humor (particularmente Perturbação Distímica e Perturbação Depressiva Major) nas pessoas com Bulimia Nervosa. Algumas pessoas com Bulimia Nervosa mostram elevação ligeira dos níveis de amilase. particularmente envolvendo álcool e estimulantes. podem ficar claramente engorgitadas. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. Tipo purgativo. e a freqüente indução de diarréia através do abuso de laxantes pode causar acidose metabólica. Em muitas ou na maioria das pessoas. Página 562 Dados laboratoriais associados. Pode também haver um aumento da freqüência de cavidades dentárias. fobia social) ou Perturbações da Ansiedade. Características Especificas da Cultura. Prevalência A prevalência de Bulimia Nervosa entre adolescentes e mulheres jovens é aproximadamente de 1% a 3% . se estas perturbações estão associadas com flutuações de peso. As perturbações hidrelectrolíticas resultantes do comportamento purgativo são muitas vezes suficientemente graves para dar origem a problemas médicos sérios. A evolução pode ser crônica ou intermitente. pelo menos 90% das pessoas com Bulimia Nervosa são do sexo feminino. Nos estudos clínicos de Bulimia Nervosa nos Estados Unidos. Idade e Gênero A Bulimia Nervosa tem sido descrita com freqüência grosseiramente semelhante na maioria dos países industrializados. as pessoas com esta perturbação são primariamente brancas. Em amostras clínicas e populacionais. Há poucos estudos de prevalência de Bulimia Nervosa noutras culturas. Comparadas com o Tipo Não Purgativo.escaras na superfície dorsal das mãos pelo trauma repetido dos dentes. a taxa de ocorrência da perturbação nos homens é aproximadamente um décimo das mulheres. deficiências nutritivas ou stress emocional é incerto. Austrália. Há relatos de miopatias musculares e cardíacas graves entre as pessoas que utilizam xarope de ipecacuanha. O comportamento alimentar perturbado persiste por pelo menos vários anos numa alta percentagem de amostras clínicas. Raras mas potenciais complicações fatais incluem rotura esofágica. Japão. mas também têm sido descritos casos noutros grupos étnicos. as pessoas com o Tipo Purgativo têm maior probabilidade de desenvolver problemas físicos como perturbações hidro-electrolíticas. Europa. Página 563 Evolução A Bulimia Nervosa habitualmente começa no fim da adolescência ou início da idade adulta. rotura gástrica e arritmias cardíacas. Alguns dados sugerem que os homens com Bulimia Nervosa têm maior prevalência de obesidade pré-mórbida do que as mulheres. com períodos de remissão . Nova Zelândia e África do Sul. incluindo os Estados Unidos. As pessoas que cronicamente abusam de laxantes podem ficar dependentes do seu uso para estimularem movimentos intestinais. Canadá. Ocorrem algumas vezes irregularidades menstruais ou amenorréia entre as raparigas com Bulimia Nervosa. Os episódios de ingestão compulsiva habitualmente começam durante ou após uma dieta. que exclui o diagnóstico de Bulimia Nervosa se o comportamento ocorrer exclusivamente durante a evolução de Anorexia Nervosa. tal como síndrome de Kleine-Levin. Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo e não devem receber assim o diagnóstico adicional de Bulimia Nervosa. Diagnóstico Diferencial As pessoas cujos comportamentos de ingestão compulsiva ocorrem somente durante a Anorexia Nervosa têm o diagnóstico de Anorexia Nervosa. Em Remissão Parcial. com Sintomas Atípicos. Tipo Ingestão Compulsiva/Purgativo (por exemplo. Padrão Familiar Vários estudos sugerem um aumento de freqüência de Bulimia Nervosa. quando o peso é normal ou as menstruações se tornaram regulares). então os dois diagnóstico devem ser estabelecidos. A hiperfagia é comum na Perturbação Depressiva Major. Parece haver uma tendência familiar para a obesidade. de Perturbações do Humor e Abuso e Dependência de Substâncias nos familiares em primeiro grau das pessoas com Bulimia Nervosa. Para uma pessoa que tem ingestões compulsivas e comportamentos purgativos mas sem critérios de Anorexia Nervosa. A evolução a longo prazo da Bulimia Nervosa é desconhecida. é matéria para avaliação clínica se o diagnóstico mais apropriado é Anorexia Nervosa. Se houver critérios para ambas as perturbações. ou Bulimia Nervosa. Em contraste com o DSM-IV. Em certos estados físicos gerais ou neurológicos. Se os critérios para ambas as perturbações estiverem presentes. que fazem parte da Perturbação Limite da Personalidade. mas estas pessoas não têm um comportamento compensatório inapropriado e não têm também a preocupação excessiva com o peso e corpo. como preocupação excessiva com o corpo e peso. exceto na relação entre Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa. A ingestão compulsiva está incluída nos critérios de comportamento impulsivo.alternando com recorrências de ingestão compulsiva. estão ausentes. a ICD10 exclui o diagnóstico de Anorexia Nervosa se estiver presente a . Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase iguais. Tipo Ingestão Compulsiva/Purgativo. mas esta situação não está definitivamente estabelecida. então os dois diagnósticos devem ser feitos. há uma perturbação do comportamento alimentar mas os sintomas psicológicos característicos. diuréticos. C. tal como jejum ou exercício físico excessivo. Para mulheres. em média. A perturbação não ocorre exclusivamente durante os episódios de Anorexia Nervosa. A auto-avaliação está indelevelmente associada ao peso e forma corporais. todos os critérios de Anorexia Nervosa estão presentes . Comportamento compensatório inapropriado recorrente para impedir o ganho ponderal. E. usar laxantes. pelo menos duas vezes por semana em três meses consecutivos. ou exercício físico excessivo. A ingestão compulsiva de alimentos e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem ambos. num período até duas hora s ). Tipo Não Purgativo. tal como vomitar.ingestão compulsiva.51] A. D. Página 564 × Critérios de diagnóstico para F50. um sentimento de incapacidade para parar ou controlar a quantidade e qualidade dos alimentos B. diuréticos ou enemas. Exemplos incluem: 1. Especificar o tipo: Tipo Purgativo. diuréticos e enemas. Episódios recorrentes de ingestão alimentar compulsiva. mas não induz o vômito ou faz uso de laxantes. Um episódio é caracterizado pelos dois critérios seguintes: (1) comer.50] A Perturbação do Comportamento Alimentar Sem Outra Especificação é uma categoria para perturbações sem critérios completos para uma Perturbação Alimentar específica.2 Bulimia Nervosa [307. Durante o episódio atual de Bulimia Nervosa a pessoa induz regularmente o vômito ou usa laxantes. jejum. F50.9 Perturbação do Comportamento Alimentar Sem Outra Especificação (307. Durante o episódio atual de Bulimia Nervosa a pessoa usa outros comportamentos compensatórios inapropriados. enemas ou outros medicamentos. uma grande quantidade de alimentos que é definitivamente superior à que a maioria das pessoas normais comeriam num período de tempo semelhante e sob as mesmas circunstâncias (2) sensação de perda de controlo sobre o ato de comer durante o episódio (por exemplo. num período curto de tempo (por exemplo. 5. com fases específicas do sono ou na transição sono . mas não engolir. Página 565 4. 6. Presumivelmente os mecanismos fisiopatológicos responsáveis pela perturbação mental também afetam a regulação do ciclo sono-vigília. Todos os critérios de Bulimia Nervosa estão presentes exceto que os episódios de ingestão compulsiva e os mecanismos compensatórios inapropriados ocorrem numa freqüência inferior a duas vezes por semana em três meses. Uma Perturbação do Sono Relacionada com Outra Perturbação Mental envolve uma queixa predominante de perturbação do sono que resulta de uma perturbação mental diagnosticada (frequentemente. qualidade ou horário do sono) e Parassônias (caracterizadas por eventos comportamentais ou fisiológicos anormais ocorrendo em associação com o sono. indução de vômito após comer duas bolachas). Presume-se que as Perturbações do Sono surgem de anomalias endógenas nos mecanismos de gênese e horário do ciclo sono . grandes quantidades de alimentos. 2.exceto a amenorréia. Perturbação de ingestão alimentar compulsiva: episódios recorrentes de ingestão alimentar compulsiva na ausência de comportamentos compensatórios inapropriados característicos de Bulimia Nervosa (ver p. Página 567 Perturbações do Sono As perturbações do sono estão organizadas em quatro grandes secções de acordo com a presumível etiologia. outra perturbação mental. Todos os critérios de Anorexia Nervosa estão presentes e apesar de uma perda de peso significativa. Mastigar e cuspir repetidamente. 747 para os critérios sugeridos de investigação). uma Perturbação do Humor ou da Ansiedade) mas que é suficientemente severa para justificar a atenção clínica independente. As Perturbações Primárias do Sono são aquelas em que nenhuma das etiologias listadas abaixo (isto é. frequentemente complicadas por fatores de condicionamento. As Perturbações Primárias do Sono estão por outro lado subdivididas em Dissônias (caracterizadas por anomalias na quantidade.vigília). 3.vigília. Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral envolve a queixa . um estado físico geral ou uma substância) é responsável. este encontra-se dentro dos valores normais. Uso regular de comportamentos compensatórios inapropriados por uma pessoa de peso normal após ingestão de pequenas quantidades de alimentos (por exemplo. Perturbação do Sono Induzida por Substâncias envolve queixas predominantes de perturbação do sono que resultam do uso ou descontinuação recente de substâncias (incluindo medicação). O SP ocorre ciclicamente ao longo da noite alternando com Sono Lento aproximadamente em cada 80. As fases 3 e 4 tendem a ocorrer no primeiro terço até à metade da noite e aumentam de Página 568 duração em resposta à privação do sono.predominante de perturbação do sono que resulta dos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral no sistema sono. A fase 1 do sono lento é uma transição da vigília para o sono e ocupa cerca de 5% do tempo despendido no sono em adultos saudáveis. durante o qual ocorrem a maioria das histórias típicas de sonho. ocupa cerca de 20%-25% do sono total. eletroculográfica e eletromiográfica. 2. a concentração de dióxido de carbono exalado. O sono humano varia também de características ao longo da vida. estas avaliações são utilizadas para monitorizar a respiração durante o sono e para detectar a presença e severidade da apnéia de sono. Esta deterioração reflete-se no aumento da vigília e da fase 1 e redução das fases 3 e 4. a continuidade do sono e a profundidade deteriora-se ao longo da idade adulta. 3 e 4). A fase 2 do sono lento caracteriza-se por ondas de forma específica no EEG (fusos de sono e complexos K) ocupa cerca de 50% do tempo de sono. As fases de SP aumentam em duração ao amanhecer. Estas fases do sono têm uma organização temporal característica ao longo da noite. a saturação da oxi-hemoglobina. A avaliação sistemática em sujeitos que se apresentam com queixas predominantes de perturbação do sono inclui uma avaliação do tipo específico de queixa de sono e de perturbações mentais simultâneas. Por este fato em qualquer sujeito a idade tem de ser considerada no diagnóstico de uma Perturbação de Sono. o movimento da parede abdominal e torácica. o esforço respiratório. As fases 3 e 4 do sono lento (também conhecido em conjunto como sono de ondas lentas) são os níveis mais profundos de sono e ocupam cerca de 10%-20% do tempo de sono.vigília. Medidas polissonográficas adicionais podem integrar o fluxo de ar oral e nasal. O sono paradoxal. A medição da atividade eletromiográfica periférica pode ser . Depois de uma estabilidade relativa com grandes quantidades de sono de ondas lentas na infância e início da adolescência.100 minutos. Cinco fases do sono distintas podem ser avaliadas pela polissonografia: sono paradoxal (SP) (sono com movimento ocular rápido ) e quatro fases de sono lento (fases 1. A polissonografia consiste na monitorização de múltiplos parâmetros eletrofisiológicos durante o sono e integra geralmente medidas de atividade EEG. dos estados físicos gerais e do uso de substâncias (incluindo medicação) que podem ser responsáveis pela perturbação do sono. Este protocolo repete-se várias vezes durante o dia. A latência do sono é também medida mas é utilizada. Uma melhor continuidade de sono indica um sono consolidado com escassa vigília. O procedimento diurno mais comum é o Teste de Latência Múltipla do Sono em que se diz ao sujeito para se deitar num quarto escuro e não resistir a adormecer. A arquitetura do sono refere-se à quantidade e distribuição das fases específicas do sono. vigília intermitente . a quantidade relativa de SP e as fases de sono lento (expressa em percentagem do tempo total de sono) e a latência entre início do sono e o primeiro período SP (latência do SP). Medidas específicas da continuidade do sono incluem a latência do sono . publicado em 1990 pela Associação Americana de Perturbações do Sono. como um índice da capacidade do sujeito em manter-se vigil. este protocolo repete-se cinco vezes durante o dia.isto é.a razão entre o tempo realmente passado a dormir e o tempo passado na cama (expresso como uma percentagem com números mais elevados indicando uma melhor continuidade de sono).a quantidade de tempo necessária para adormecer (expressa em minutos). A latência de sono (a quantidade de tempo necessária para adormecer) é medida em cada experiência e é utilizado como um índice fisiológico de sonolência. O inverso da MSLT é também utilizada no Teste Repetido de Manutenção da Vigília (ATSW).utilizada para detectar movimentos anormais durante o sono. uma pior continuidade de sono indica um sono perturbado com mais vigília. O sujeito é colocado num quarto tranqüilo e levemente iluminado e instruído para se manter acordado. aqui. A terminologia standard para as medidas poligráficas de sono é utilizada ao longo do texto nesta secção. Continuidade do sono refere-se à proporção total do sono e da vigília durante uma noite de sono. e eficiência do sono . à noite.a qualidade de tempo vigil depois do começar a dormir (expresso em minutos). Perturbações Primárias do Sono Dissônias As dissônias são perturbações primárias do início e manutenção do sono ou de excessiva sonolência e são caracterizadas por uma . O texto para cada uma das Perturbações do Sono contém uma secção descrevendo a sua relação com as perturbações correspondentes na Classificação Internacional de Perturbações do Sono: (ICSD) Manual de Diagnóstico e Codificação. As medidas da arquitetura do sono incluem as quantidades absolutas do SP e cada fase de sono lento (em minutos). A maioria dos estudos polissonográficos são efetuados durante as horas habituais de sono da pessoa . No entanto os estudos polissonográficos durante o dia são também utilizados para quantificar a sonolência diurna. e um aumento da fadiga e mal-estar). deterioração do humor e motivação. Inversamente. sensação de que o seu sono é agitado. redução da atenção. A insônia crônica pode conduzir à redução da sensação de bem-estar durante o dia (por exemplo. Menos frequentemente estes sujeitos podem queixar-se apenas de sono não reparador isto é. Apesar de os sujeitos terem muitas vezes a queixa subjetiva de fadiga diurna. A Insônia Primária está frequentemente associada a um aumento do alerta fisiológico ou psicológico à noite. Hipersônia Primária. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas.perturbação na quantidade. Alguns sujeitos com alerta aumentado e condicionamento negativo referem que dormem melhor fora das suas próprias camas e rotinas habituais. qualidade ou horário do sono. lê ou guia um carro). os estudos polissonográficos não demonstram habitualmente um aumento dos sinais fisiológicos de sonolência. superficial ou de pouca qualidade. Outros fatores associados podem incluir a preocupação ansiosa com a saúde geral e sensibilidade aumentada aos . em combinação com um condicionamento negativo para o sono. F51. 42] Características de Diagnóstico A característica essencial da Insônia Primária consiste numa dificuldade em iniciar ou manter o sono. ocupacional ou noutra área importante (Critério B). Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. o sujeito pode adormecer mais facilmente quando não o tenta fazer (por exemplo. Esta secção inclui a Insônia Primária. ou de sono não reparador que dura pelo menos um mês (Critério A) e causa mal-estar clinicamente significativo ou dificuldades no funcionamento social. A perturbação do sono não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra perturbação do sono (Critério C) ou perturbação mental (Critério D) e não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou um estado físico geral (Critério E) Os sujeitos com insônia primária referem muito frequentemente uma combinação de dificuldade em adormecer e despertar intermitente durante o sono. Narcolepsia. energia e concentração.0 Insônia Primária [307. Muitos sujeitos com Insônia Primária têm já uma história de sono "superficial" ou facilmente perturbado antes do desenvolvimento dos problemas de sono mais persistentes. Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono e Dissônia Sem Outra Especificação. Deitar-se numa cama onde o sujeito passou noites sem dormir pode causar frustração e alerta condicionado. enquanto vê televisão. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. este tipo de utilização de substâncias pode evoluir para um Abuso ou Dependência de Substâncias. mas não apresentam outras características anômalas no exame físico. sugerindo um fator de condicionamento para as queixas de sono. aumento da tensão muscular ou aumento da atividade alfa no EEG durante o sono. a perturbação crônica do sono que caracteriza a Insônia Primária constitui um fator de risco para (ou talvez um sintoma precoce de) subseqüentes Perturbações do Humor ou da Ansiedade. Alguns sujeitos podem referir no laboratório um sono melhor do que em casa. cefaléias de tensão. Podem estar presentes sintomas de ansiedade ou depressão que não preenchem os critérios para estabelecer o diagnóstico de uma perturbação mental. Os sujeitos com insônia Primária podem ter também valores elevados nos inventários psicológicos ou de personalidade de autopreenchimento (nos perfis indicando depressão e ansiedade crônica ligeira. aumento da tensão muscular ou reatividade fisiológica excessiva ao stress). Os sujeitos com Insônia Primária utilizam por vezes inapropriadamente a medicação: hipnóticos ou álcool para ajudar o sono à noite. um estilo internalizante de resolução dos conflitos e um foco somático). Características Especificas da Idade e Gênero Os dados de investigação demonstram consistentemente que as queixas de insônia são mais prevalecentes com o avançar da idade e . Dados laboratoriais associados. redução das fases 3 e 4. ansiolíticos para combater a tensão ou a ansiedade. Pode haver um aumento de incidência de problemas psicofisiológicos relacionados com o stress (por exemplo. Os sujeitos com Insônia Primária podem ter uma história de perturbações mentais. aumento da irritabilidade diurna e dificuldade de concentração. também. A polissonografia pode demonstrar uma reduzida continuidade do sono (por exemplo. Problemas com a atenção e concentração podem. conduzir a acidentes. elevada vigília intermitente e reduzida eficiência do sono). aumento da fase l. e cafeína ou outros estimulantes para combater a fadiga excessiva. particularmente Perturbações do Humor e da Ansiedade. elevada latência do sono. Estas características devem ser interpretadas no contexto das normas apropriadas à idade.efeitos diurnos de uma ligeira perda de sono. aumento da tensão muscular ou mal-estar gástrico). Podem desenvolver-se problemas interpessoais sociais e ocupacionais como resultado de uma preocupação excessiva com o sono. Os sujeitos com Insônia Primária podem parecer fatigados ou cansados. Outros testes psicofisiológicos podem também mostrar um elevado alerta (por exemplo. Nalguns casos. Inversamente. bem para além da resolução dos fatores causais iniciais. a insônia que ocorre durante um episódio de Perturbação Depressiva Major pode transformar-se num foco de atenção com o conseqüente condicionamento negativo. Evolução Os fatores que precipitam uma Insônia Primária podem diferir daqueles que o perpetuam. a insônia pode ser documentada desde a infância. os estudos polissonográficos indicam geralmente uma melhor preservação da continuidade do sono e do sono lento profundo nas mulheres idosas do que nos homens idosos. frequentemente. Os jovens adultos queixam-se mais frequentemente de dificuldade em adormecer. Paradoxalmente. social ou médico. enquanto os adultos na idade média ou idosos tem mais dificuldade em manter o sono e apresentam despertar precoce de manhã. A evolução da Insônia Primária é variável. conduzindo a uma Insônia Primária. e a insônia pode persistir muito para além da resolução do episódio depressivo. A Insônia Primária inicia-se tipicamente no adulto jovem ou na meiaidade e é raro na infância ou adolescência. Por exemplo.entre as mulheres. apesar da maior prevalência de queixas de insônia entre as mulheres idosas. A Insônia Primária persiste. uma pessoa com um ferimento doloroso que despende um grande período de tempo na cama e tem dificuldade em adormecer pode desenvolver então associações negativas para dormir. As associações negativas. Prevalência A verdadeira prevalência da Insônia Primária na população em geral não é conhecida. A razão para esta discrepância entre o que é referido e os dados de laboratório não é conhecida. devido à acentuação do alerta e do condicionamento negativo. Os estudos da população indicam uma prevalência anual de queixas de insônia de 30%-40% em adultos (no entanto. Por exemplo. Nas clínicas especializadas em perturbações do sono. particularmente se precipitada por stress psicossocial ou médico que se . o aumento do alerta e os despertares condicionados podem então persistir para além do período de convalescença. Nalguns casos a Insônia Primária pode desenvolver-se gradualmente sem um fator de stress evidente. a percentagem daqueles cuja perturbação do sono preencheria os critérios para Insônia Primária não foi estudada). Um cenário semelhante pode desenvolver-se em associação com uma insônia que ocorre no contexto de um stress psicológico agudo ou perturbação mental. A maioria dos casos tem um início relativamente súbito num período de stress psicológico. Em casos excepcionais. aproximadamente 15%-25% dos sujeitos com insônia crônica são diagnosticados como Insônia Primária. Pode limitar-se a um período de vários meses. A sonolência diurna. particularmente o Síndrome de Apnéia Central. irritabilidade). que é uma característica da Hipersônia Primária. pode ocorrer também na Insônia Primária mas não é tão grave quanto na Insônia Primária. No entanto a Narcolepsia raramente envolve uma queixa de insônia predominante e distingue-se da Insônia Primária por sonolência diurna importante. seguido por uma fase crônica de dificuldade de sono estável que pode durar por muitos anos. As Perturbações do Ritmo Circadiano do Sono dos tipos jet lag e trabalho por turnos distinguem-se da Insônia Primária pela história de viagem transmeridiana recente ou trabalho por turnos. A evolução mais típica consiste numa fase inicial de agravamento progressivo ao longo de semanas a meses. As pessoas de sono curto distinguem-se das que padecem de Insônia Primária pela ausência de dificuldade em adormecer e pela ausência dos sintomas característicos de Insônia Primária (por exemplo. fadiga. Uma Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. Uma lesão ou doença do sistema nervoso central pode sugerir mais claramente uma Perturbação de Sono Relacionada com a Respiração.resolve mais tarde. Quando se considera a sonolência devida a insônia não se faz o diagnóstico adicional de Hipersônia Primária. Pessoas de sono curto ("short sleepers") podem preocupar-se com a duração do seu sono. vigília intermitente. cataplexia. Os sujeitos com Perturbações do Ritmo Circadiano do Sono Tipo Atraso de Fase referem o início da insônia apenas quando tentam adormecer a horas socialmente normais. Padrão Familiar A predisposição para o sono superficial ou perturbado tem uma associação familiar. Alguns sujeitos apresentam uma evolução episódica com períodos de melhor ou pior sono ocorrendo em resposta a acontecimentos vitais como as férias ou stress. A polissonografia pode confirmar a presença de períodos de . A Narcolepsia pode causar queixas de insônia particularmente em adultos idosos. mas não referem dificuldade em adormecer ou em manter-se a dormir quando dormem nas suas horas preferidas. Uma história cuidadosa pode revelar pausas periódicas na respiração durante o sono ou respiração em crescendo-decrescendo (respiração de CheyneStokes). problemas de concentração. pode envolver uma queixa de insônia crônica e dificuldades diurnas. Diagnóstico Diferencial A duração "Normal" do sono varia consideravelmente na população em geral. Não foram efetuados estudos formais genéticos e/ou familiares. paralisia de sono e alucinações relacionadas com o sono. Tipo Insônia. A Insônia Primária tem de ser distinguida das perturbações mentais que incluem insônia como característica essencial ou associada (por exemplo. 619). de outro modo não é necessário um diagnóstico separado. uma medicação ou a exposição a um tóxico) etiologicamente relacionada com a insônia (ver p. dados laboratoriais ou exame somático. A Insônia Primária tem de ser distinguida da Perturbação de Sono Devida a Um Estado Físico Geral. No entanto. Pode fazer-se o diagnóstico de Insônia Primária na presença de outra perturbação mental atual ou passada se se considera que a perturbação mental não contribui para a insônia ou se a insônia ou a perturbação mental têm uma evolução independente. Esquizofrenia). 615). Perturbação da Ansiedade Generalizada. Em contraste. O diagnóstico deverá ser de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral quando se considera ser insônia conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (por exemplo. Esta decisão baseia-se na história. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 O DSM-IV e a ICD-10 propõem critérios de diagnóstico para a Insônia Primária pratica. pausas na respiração durante o sono e sonolência diurna excessiva. Tipo Insônia. A Perturbação de Sono Induzida por Substâncias. Tipo Insônia com Início Durante a Intoxicação. são estas alterações do comportamento que dominam o quadro clínico numa Parassônia em vez de Insônia.mente iguais. Por exemplo. Perturbação Depressiva Major. exceto no fato de a ICD-10 requerer que a freqüência de aparecimento dos sintomas seja no mínimo três vezes . uma Perturbação do Humor. Este diagnóstico deverá ser considerado apenas quando a insônia é a queixa predominante e é suficientemente grave para justificar atenção clínica independente. Somatoforme ou Psicótica). Não se faz o diagnóstico de Insônia Primária se esta ocorrer exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental. o diagnóstico de Insônia Relacionada com Outra Perturbação Mental pode ser mais apropriado. As Parassônias caracterizam-se por uma queixa de alterações do comportamento ou acontecimentos durante o sono que algumas vezes podem conduzir a despertares intermitentes. Uma cuidadosa investigação para a presença de outras perturbações mentais é essencial antes de considerar o diagnóstico de Insônia Primária. distingue-se da Insônia primária pelo fato de se considerar uma substância (isto é. feocromocitoma. hipertiroidismo) (ver p.apnéia que podem ser distinguidos da Insônia Primária por uma história de ressonar alto. quando a insônia ocorre como a manifestação de. e exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental (por exemplo. da Ansiedade. a insônia que ocorre apenas no contexto do consumo acentuado de café será diagnosticada como Perturbação do Sono Induzida por Cafeína. uma droga de abuso. C. D. incluindo Insônia Psicofisiológica.A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de substâncias (por exemplo droga de abuso. A Perturbação da Higiene de Sono refere-se à insônia resultante de comportamentos que aumentam o alerta ou perturbam a organização do sono (por exemplo. A Insônia Idiopática inclui aqueles casos com início na infância e evolução ao longo da vida.44) 573 Relação com a Classificação Internacional das Perturbações do Sono Na Classificação Internacional de Perturbações do Sono (ICSD). ocupacional ou noutras áreas. sestas freqüentes durante o dia ou manter horas de sono irregulares). devido presumivelmente a uma anomalia no controlo neurológico do sistema sono. Perturbação da Percepção do Estado de Sono Insônia Idiopática e alguns casos de Perturbação da Higiene de Sono. Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. A Perturbação da Percepção do Estado de Sono é um estado caracterizado por queixas de insônia com uma acentuada discrepância entre as avaliações subjetivas e objetivas do sono.A queixa fundamental consiste numa dificuldade em iniciar ou manter o sono ou sono não reparador durante pelo menos um mês. F51. × Critérios de diagnóstico para F51.0 Insônia Primária [307. Perturbação da Ansiedade Generalizada.vigília.por semana durante pelo menos um mês.A perturbação do sono (ou fadiga diurna associada) provoca malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social. B. medicação) ou um estado físico geral.42] A. trabalhar até tarde pela noite dentro. .A perturbação do sono não ocorre exclusivamente durante a evolução de Narcolepsia.1 Hipersônia Primária [307. A Insônia Psicofisiológica assemelha-se mais à Insônia Primária particularmente em termos de alerta e fatores de condicionamento. Perturbação Depressiva Major. Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono. delirium). a Insônia Primária engloba inúmeros diagnósticos de insônia.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra Perturbação Mental (por exemplo. E. 1 Hipersônia Primária [307. Os episódios de sono diurno não intencional podem ser embaraçosos e até perigosos se por exemplo o sujeito conduz ou opera uma máquina quando ocorre o episódio. O sono noturno prolongado e a dificuldade em despertar pode resultar na dificuldade em cumprir as obrigações matinais. são vivenciadas como não reparadoras e frequentemente não melhoram o alerta. Os episódios de sono não intencional ocorrem tipicamente em situação de baixa estimulação e baixa atividade (por exemplo.44] Características de Diagnóstico A característica essencial da Hipersônia Primária consiste numa sonolência excessiva durante pelo menos um mês. da concentração e da memória durante as atividades diurnas. vêem televisão ou conduzem durante longas distâncias). A qualidade real do sono noturno é normal. enquanto assistem a lições. O baixo nível de alerta que ocorre enquanto um sujeito luta com a sonolência pode conduzir a uma redução da eficiência. lêem. As medições objetivas demonstram uma sonolência fisiológica aumentada. evidenciada por episódios de sono prolongados ou por episódios de sono diurnos ocorrendo quase todos os dias (Critério A). Os sujeitos sentem tipicamente uma sonolência que se desenvolve ao longo de um período de tempo em vez de sentirem um súbito ataque" de sono. A excessiva sonolência não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra Perturbação do Sono (Critério C) ou perturbação mental (Critério D) e não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de um estado físico geral (Critério E). Especificador Recorrente. Em sujeitos com Hipersônia a duração do maior período de sono (para a maioria dos sujeitos o sono noturno) pode variar entre 8 e 12 horas e é muitas vezes seguido por dificuldade em acordar de manhã. A excessiva sonolência tem de ser suficientemente severa para causar mal-estar clinicamente significativo ou redução no funcionamento social. ocupacional ou noutras áreas (Critério B). As sestas durante o dia tendem a ser relativamente longas (muitas vezes durante uma hora ou mais). A excessiva sonolência durante as horas normais de vigília toma a forma de sestas intencionais ou episódios de sono inadvertidos. A sonolência frequentemente atribuída erradamente ao aborrecimento ou preguiça pode também perturbar os relacionamentos social e familiar. Este especificador é usado se existem períodos de .F51. A Hipersônia pode provocar mal-estar significativo e disfunção no trabalho e nas relações sociais. incluindo insinuações sexuais desadequadas e masturbação manifesta. combativos ou atáxicos. Na Hipersônia Primária o sono tende a ser contínuo mas não reparador. a polissonografia noturna demonstra um sono de duração normal ou prolongado. Por exemplo. Os períodos recorrentes de sonolência estão associados a outras características clínicas típicas indicando desinibição. pode ser observada nos homens (e menos frequentemente nas mulheres). Perturbações e Características Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. com períodos sintomáticos recorrentes várias vezes por ano. parecendo algumas vezes confusos. Na forma recorrente de Hipersônia Primária. Isto pode ser relacionado com as conseqüências psicossociais da sonolência excessiva. Os sujeitos com Hipersônia estão também em risco para Perturbações Relacionadas com Substâncias. Se bem que não estejam disponíveis dados precisos respeitantes a co-morbilidade com perturbações mentais. muitos sujeitos com Hipersônia Primária têm sintomas de depressão que podem preencher os critérios de Perturbação Depressiva Major. A maioria dos sujeitos com Hipersônia Primária têm sintomas consistentes e persistentes. continuidade do sono normal ou . Dados laboratoriais associados. Podem ser observadas outras formas recorrentes de Hipersônia na ausência destas características. algumas mulheres referem a ocorrência de períodos regulares de hipersônia em momentos específicos do seu ciclo menstrual. a duração do sono e o alerta diurno são normais.excessiva sonolência que duram pelo menos três meses ocorrendo várias vezes por ano durante pelo menos dois anos. Esta prolongada redução do alerta na transição sono-vigília é referida frequentemente como "bebedeira" do sono. Por exemplo. os sujeitos podem passar 1820 horas a dormir ou na cama. Entre os períodos de excessiva sonolência. Os sujeitos com esta perturbação adormecem rapidamente e têm uma boa eficiência do sono. particularmente a automedicação com estimulantes. curta latência do sono. tendo guiado muitos quilômetros os sujeitos podem achar-se longe donde pensavam estar sem saberem da condução automática que efetuaram nos minutos precedentes. Na Hipersônia Primária. Em contraste. A sonolência diurna persistente pode conduzir a comportamento automático (habitualmente do tipo rotineiro e de baixa complexidade) que o sujeito efetua com escassa ou nenhuma recordação. mas podem ter dificuldade em despertar de manhã. conhecida como síndrome de Kleine-Levin. a forma recorrente deverá ser anotada se os sintomas ocorrerem periodicamente durante vários dias ou várias semanas. A hipersexualidade indiscriminada. Pode ocorrer alimentação compulsiva com rápido ganho ponderal. Um subgrupo de sujeitos com Hipersônia Primária tem uma história familiar de hipersônia e sintomas de disfunção do sistema nervoso autônomo. Os estudos com MSLT confirmam o aumento da sonolência fisiológica. A forma recorrente de Hipersônia Primária conhecida como Síndrome de Kleine-Levin é rara.aumentada e normais distribuições do SP e do sono lento. Os estudos da população calculam as queixas de sonolência diurna em 0. A polissonografia noturna mostra um aumento do tempo total de sono e encurtamento da latência do SP. Prevalência Não é conhecida a verdadeira prevalência de Hipersônia Primária na população em geral. Aproximadamente 5%-10% dos sujeitos que se apresentam nas clínicas de perturbação do sono com queixas de sonolência diurna são diagnosticados como tendo Hipersônia Primária. Durante os períodos sintomáticos podem ser observados períodos de SP no início do sono. A polissonografia noturna e o MSLT não revelam achados característicos de outras causas de hipersônia.5%-5. Alguns sujeitos com esta perturbação podem ter quantidades aumenta. Características Especificas da Idade ou Gênero As sestas voluntárias aumentam com a idade. O Teste de Múltipla Latência do Sono (MSLT) documenta excessiva sonolência fisiológica diurna. com latência do sono geralmente inferior a 10 minutos. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. A síndrome de Kleine-Levin afeta três vezes mais os homens do que as mulheres. disartria e nistagmo. perturbações da respiração relacionados com o sono e freqüentes movimentos dos membros que perturbam o sono. O SP não ocorre durante os episódios de sono diurno. reatividade do sistema vascular periférico (fenômeno de Reynaud) e lipotimias.0%o dos adultos. Os sujeitos com síndrome de Kleine-Levin têm achados inespecíficos no exame neurológico. os estudos de rotina do EEG efetuados durante os períodos de Hipersônia mostram lentificação generalizada do ritmo de base e atividade teta paroxística. Na Hipersônia Primária na sua forma de síndrome de Kleine-Levin. incluindo reflexos osteotendinosos deprimidos. incluindo cefaléias recorrentes do tipo vascular.das de sono de ondas lentas. Não estão presentes períodos de SP no início do sono (o SP ocorre nos 20 minutos depois do início do sono). mas este fenômeno normal é distinto da Hipersônia Primária. sem considerar causas . Os sujeitos com Hipersônia Primária parecem frequentemente sonolentos e podem mesmo adormecer na sala de espera. indicada tipicamente por valores médios de latência do sono de 5-10 minutos. com uma progressão gradual ao longo de semanas a meses. o sono noturno insuficiente é improvável que persista durante décadas sem diminuir. Diferentemente da Hipersônia Primária. Padrão Familiar O subgrupo de sujeitos com disfunção autonômica tem maior probabilidade do que outros sujeitos de ter familiares com Hipersônia Primária. Um diagnóstico e ensaio terapêutico da extensão de sono por 10-14 horas pode clarificar muitas vezes o diagnóstico. pode também ocorrer na Insônia Primária mas a sonolência é menos severa em sujeitos com Insônia Primária. que é uma característica da Hipersônia Primária. Evolução A Hipersônia Primária começa tipicamente entre os 15 e os 30 anos. Uma inadequada quantidade de sono noturno pode produzir sintomas de sonolência diurna muito semelhantes aos da Hipersônia Primária. Pessoas de sono longo (long sleepers) (isto é. bebedeira de sono ou comportamento automático quando obtêm a quantidade de sono de que necessitam. A sonolência diurna. a não ser que se inicie o tratamento. Um diagnóstico de Hipersônia Primária não deverá ser feito se existe dúvida respeitante à adequação da duração do sono noturno. Uma duração média de sono inferior a sete horas por noite sugere um sono noturno fortemente inadequado e uma média de mais de nove horas de sono por período de 24 horas sugere Hipersônia Primária. Se as solicitações sociais ou ocupacionais provocam um sono noturno mais curto. A síndrome de Kleine-Levin também se inicia durante a adolescência e pode continuar a sua evolução periódica durante décadas. Os sujeitos com sono noturno inadequado "normalizam" com durações de sono mais longas nos dias em que estão livres de solicitações sociais e ocupacionais ou em férias. os sintomas diurnos podem aparecer. Diagnóstico Diferencial A duração normal do sono varia consideravelmente na população em geral. A síndrome de Kleine-Levin não apresenta padrão familiar.ou diagnósticos específicos. Quando se considera a sonolência diurna causada por insônia não se deve fazer um diagnóstico . Para a maioria dos sujeitos é então crônica e estável. Em contraste. na Hipersônia Primária os sintomas de excessiva sonolência ocorrem independentemente da duração do sono noturno. se bem que se resolva frequentemente durante a meia-idade. sujeitos que necessitam de uma quantidade de sono maior do que a média) não têm sonolência diurna excessiva. os sujeitos com Narcolepsia têm cataplexia e intrusão recorrente de elementos de SP na transição do sono para a vigília (por exemplo.adicional de Hipersônia Primária. alucinações relacionadas com o sono e paralisia do sono). e . Os sujeitos com Hipersônia Primária e Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração podem ter padrões semelhantes de sonolência excessiva. Em sujeitos com Narcolepsia o MSLT demonstra tipicamente latências de sono mais curtas (isto é. não perturbado. maior sonolência fisiológica) bem como a presença de múltiplos períodos de SP no início do sono. traumatismo cerebral ou doença cardiovascular e pela presença. Não se faz o diagnóstico de Hipersônia Primária se a hipersônia ocorrer exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental. anomalias anatômicas orofaríngeas. As Parassônias raramente produzem um sono noturno prolongado. A Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono caracteriza-se frequentemente por sonolência diurna. episódios de sono diurno mais longos e menos reparadores e. Uma cuidadosa investigação para a presença de outras perturbações mentais é essencial antes de considerar o diagnóstico de Hipersônia Primária. mais dificuldade em despertar. hipertensão ou insuficiência cardíaca. mas poderão ser diferenciadas por características clínicas e laboratoriais. Pode fazer-se um diagnóstico de Hipersônia Primária na presença de outra perturbação mental atual ou passada ou se a hipersônia e a perturbação mental têm uma evolução independente (por exemplo. Em contraste. durante as sestas. ou a sonolência diurna característica da Hipersônia Primária. pausas na respiração durante o sono. sonolência diurna mais persistente (em oposição aos ataques de sono mais discretos na Narcolepsia). poucos ou nenhuns sonhos. Em contraste. de obesidade. Os estudos polissonográficos podem confirmar a presença de episódios de apnéia na Perturbação do Sono Relacionado com a Respiração (e a sua ausência na Hipersônia Primária). quando a hipersônia ocorre como uma manifestação de. A Hipersônia Primária e a Narcolepsia são semelhantes no grau de sonolência diurna. Em sujeitos com Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono está presente uma história de horário anômalo de sono-vigília (com horas alternadas ou irregulares). A Perturbação de Sono Relacionada com a Respiração é sugerida por uma história de ressonar alto. Em particular queixas de sonolência diurna podem ocorrer num Episódio Depressivo Major com Características Atípicas e numa fase depressiva de uma Depressão Bipolar. idade de início e evolução estável ao longo do tempo. Os sujeitos com Hipersônia Primária têm tipicamente um sono noturno mais longo e menos perturbado. A Hipersônia Primária tem de ser diferenciada das perturbações mentais que incluem a hipersônia como uma característica essencial ou associada. no exame físico. um sujeito com hipersônia crônica que mais tarde desenvolve uma Perturbação Depressiva Major). 1 Hipersônia Primária [307. a ICD-10 exige que estes problemas apareçam quase todos os dias durante pelo menos um mês (ou o façam de forma recorrente por períodos mais curtos de tempo). Tipo Hipersônia. A Hipersônia Primária tem de ser diferenciada de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral. 619). Por exemplo a Hipersônia que ocorre apenas no contexto da abstinência de cocaína será diagnosticada como Perturbação do Sono Induzida por Cocaína. tumor cerebral) (ver p. Relação com a Classificação Internacional de Perturbações do Sono A Hipersônia Primária é análoga ao diagnóstico de Hipersônia Idiopática na Classificação Internacional de Perturbações do Sono (ICSD). × Critérios de diagnóstico para F51. Tipo Hipersônia. A Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. Esta avaliação baseia-se na história.44] A. Tipo Hipersônia. o diagnóstico de Hipersônia Relacionada com Outra Perturbação Mental pode ser apropriado. se recorrente) evidenciada por episódios . uma droga de abuso. distingue-se de uma Hipersônia Primária pelo fato de a substância (isto é. Além disso. de outro modo não é necessário um diagnóstico separado.A queixa predominante consiste em sonolência excessiva durante pelo menos um mês (ou menos. achados laboratoriais ou exame somático. Este diagnóstico deverá ser considerado quando a hipersônia é a queixa predominante e é suficientemente severa para justificar a atenção clínica independente. exceto em que a ICD-10 também menciona a embriaguez de sono como motivo de consulta. O diagnóstico é de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral quando se considera que a Hipersônia é uma conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. Além disso a ICSD inclui uma categoria separada para Hipersônia Recorrente que é análoga à forma Recorrente de Hipersônia Primária. com Início Durante a Abstinência. uma medicação ou a exposição a um tóxico) ser considerada etiologicamente relacionada com a Hipersônia (ver p. Página 578 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 O DSM-IV e a ICD-10 propõem critérios de diagnóstico para a Insônia Primária praticamente iguais. 615).exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental. uma droga de abuso. Narcolepsia. os sujeitos com Narcolepsia sentem um ou ambos dos seguintes sintomas: cataplexia (isto é.de sono noturno prolongados ou episódios de sono diurno que ocorrem quase todos os dias.A sonolência excessiva causa mal-estar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social.4 Narcolepsia [347] Características de Diagnóstico As características essenciais de Narcolepsia consistem em ataques irresistíveis de sono reparador. uma medicação) ou de um estado físico geral. Especificar se: Recorrente: se existem períodos de sonolência excessiva que duram pelo menos três dias ocorrendo várias vezes por ano. B. Para se estabelecer este diagnóstico os ataques de sono têm de ocorrer diariamente durante pelo menos um período de três meses (Critério A).A sonolência excessiva não se explica melhor por insônia e não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra Perturbação do Sono (por exemplo.A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono ou uma Parassônia) e não se explica por uma quantidade de sono inadequada. cataplexia e intrusão recorrente de elementos do SP no período de transição do sono para a vigília. Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. ocupacional ou noutras áreas. A sonolência do sujeito decresce dificilmente depois de um ataque de sono para regressar apenas algumas horas mais tarde. se bem que a maioria dos sujeitos descreva muitos anos de ataques de sono antes de procurarem atenção clínica. episódios de perda súbita. C. E. bilateral e reversível do tônus . D. durante pelo menos dois anos. G47. Além da sonolência.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra perturbação mental. a cabeça ou os braços sem ser notado pelos observadores. riso). Os episódios são seguidos por uma completa recuperação da força muscular normal. presenciando uma reunião. Os episódios de sonolência na Narcolepsia são descritos muitas vezes como irresistíveis. Raramente os episódios de cataplexia prolongados conduzem a episódios de sono. Os músculos respiratórios e oculares não são afetados. resultando num sono não intencional em situações inadequadas (por exemplo ao conduzir um automóvel. A fraqueza muscular dura habitualmente alguns segundos se bem que tenham sido referidos períodos até meia hora. inclui-se nesta secção para ajudar o diagnóstico diferencial em sujeitos com excessiva sonolência e codifica-se no Eixo I. Situações com baixa estimulação e baixa atividade exageram tipicamente o grau de sonolência (por exemplo. durante uma conversa). Os sujeitos podem descrever claramente os acontecimentos e não têm nenhuma confusão antes ou depois do episódio. Os sintomas não podem ser devidos aos efeitos fisiológicos de uma substância (incluindo uma medicação) ou outro estado físico geral (Critério C). adormecer a ler. O sonhar é frequentemente referido. A cataplexia é habitualmente desencadeada por um estímulo emocional forte (por exemplo. Os sujeitos têm diversos modos de lutar contra os ataques de sono. Se não forem tratados. Durante os episódios Catapléticos a consciência e o alerta são conservados. zanga. A Cataplexia desenvolve-se frequentemente muitos anos após o início da sonolência diurna e ocorre em aproximadamente 70% dos sujeitos com esta perturbação. Aproximadamente 20% a 40% dos sujeitos com Narcolepsia vivenciam . ver televisão ou assistir a aulas). Se bem que na ICD a Narcolepsia esteja classificada no capítulo das doenças neurológicas. os sujeitos com Narcolepsia têm tipicamente dois a seis episódios de sono (intencional ou não intencional) por dia.muscular que dura segundos ou minutos e são precipitados habitualmente por uma emoção intensa) (Critério B1) ou intrusão recorrente de elementos do SP na transição do sono para a vigília manifesta por paralisia dos músculos voluntários ou alucinações semelhantes ao sonho (Critério B2). levando a descair a mandíbula ou a baixar as pálpebras. Os episódios de sono duram geralmente 10-20 minutos mas podem durar até uma hora se não interrompidos. A perda do tônus muscular na cataplexia pode ser subtil. A Cataplexia pode também ser mais dramática e o sujeito pode deixar cair os objetos que transportava. surpresa. Alguns sujeitos fazem sestas intencionalmente no sentido de controlar a sonolência. A privação do sono aumenta tipicamente a freqüência e intensidade dos episódios de cataplexia. fletir os joelhos ou cair realmente no chão. um MSLT. Os episódios de sono sobrepõem-se geralmente a um grau de alerta mais normal se bem que alguns sujeitos descrevam algum grau de sonolência constante. Muitos especialistas do sono permitem que se faça o diagnóstico na ausência de cataplexia ou intrusão de elementos do SP durante . Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Os sujeitos com Narcolepsia sentem muitas vezes o sono noturno fragmentado como resultado dos despertares espontâneos ou dos movimentos periódicos dos membros. . os sujeitos podem descrever objetos aparecendo através das rachas nas paredes ou descrever objetos movendo-se num quadro da parede. Eles podem dizer serem capazes de adormecer em qualquer momento ou situação. Podem também esforçar-se para evitar ataques de cataplexia. Pensa-se que ambos os fenômenos (imagens mentais vívidas e atonia dos músculos esqueléticos) resultam de elementos dissociados do SP se introduzirem na vigília. o que pode levar a uma ausência generalizada da expressividade que integra as relações sociais. Como resultado da sonolência profunda pode ocorrer um comportamento automático em que o sujeito se envolve sem completa consciência. As alucinações relacionadas com o sono e a paralisia do sono duram de segundos a alguns minutos e terminam espontaneamente. Os sujeitos podem conduzir. Sonhos vívidos freqüentes e intrusões podem ocorrer durante o sono noturno. Aproximadamente 30% a 50% dos sujeitos com Narcolepsia também sentem paralisia do sono mesmo ao adormecer ou ao acordar. exercendo um controlo sobre as suas emoções. Os sujeitos com Narcolepsia podem hesitar em envolver-se em atividades sociais com medo de adormecerem ou terem um episódio de cataplexia. Nesta perturbação os sujeitos descrevem estar acordados mas incapazes de se mover ou falar. A Narcolepsia pode limitar severamente o funcionamento diurno pelos repetidos ataques de sono incontroláveis. Alguns sujeitos com Narcolepsia sentem sonolência diurna 'generalizada entre os ataques de sono. Por exemplo. Podem queixar-se também de se sentiram incapazes de respirar. Os sujeitos raramente se apresentam com uma queixa principal de insônia em vez de Hipersônia. As alucinações podem ser também auditivas (por exemplo. ouvir intrusos em casa) ou cinéticas (por exemplo. conversar ou mesmo trabalhar durante os episódios de comportamento automático. sensação de roçar). mesmo antes de adormecerem (alucinações hipnagógicas) ou logo depois de despertarem (alucinações hipnopômpicas). As alucinações relacionadas com o sono e a paralisia do sono podem ocorrer simultaneamente resultando muitas vezes numa experiência aterradora de ver ou sentir coisas estranhas e não ser capaz de se mexer. se bem que o diafragma seja poupado e a respiração continue.também imagens mentais semelhantes aos sonhos. A maioria das alucinações relacionadas com o sono são visuais e incorporam elementos do meio envolvente. mas os últimos ocorrem com menos freqüência do que na Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. No entanto. São frequentemente notados movimentos periódicos dos membros e episódios de apnéia do sono. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. Durante os episódios de cataplexia os sujeitos podem afundar-se na cadeira e ter um discurso pouco claro ou baixar as pálpebras. Dados laboratoriais associados. com taxas iguais nas mulheres e nos homens. acidentes neles próprios ou noutros por adormecerem em situações perigosas (por exemplo. estes antígenos HLA estão também presentes em 10%o-35% da população geral. Na polissonografia os achados adicionais podem incluir alertas transitórios freqüentes. Os sujeitos com Narcolepsia estão em risco de ferimentos. Uma perturbação mental simultânea ou história de outra perturbação mental podem existir em cerca de 40%o dos sujeitos com Narcolepsia. e podem realmente adormecer na sala de espera ou de observação. Os achados do MSLT incluem uma latência média de sono de menos de cinco minutos e o aparecimento do SP durante duas ou mais sestas num MSLT de cinco sestas.16% para a Narcolepsia na população adulta. Evolução A sonolência diurna é quase sempre o primeiro sintoma de Narcolepsia e . bruxismo (cerrar os maxilares e ranger os dentes) e a Enurese parece ser mais freqüente em sujeitos com Narcolepsia.comportamento automático e episódios de cataplexia. Os tipos de antígenos dos leucócitos humanos (HLA) de sujeitos com Narcolepsia mostram a presença de HLA-DR2 (também conhecido DQw6) e DQwl (também conhecido como DRwl5) em 90%-100% dos sujeitos. Prevalência Os estudos epidemiológicos indicam uma prevalência de 0. aumento do SP e um aumento na freqüência dos movimentos oculares nos períodos SP ("densidade REM"). aumento da fase 1 do sono. Durante os estudos de polissonografia noturna são também encontradas frequentemente. enquanto conduzem um automóvel ou trabalham com máquinas).02%-0. As perturbações mentais mais freqüentes associadas são as Perturbações do Humor (particularmente Perturbação Depressiva Major e Distimia) seguidas pelas Perturbações Relacionadas com Substâncias. reduzida eficiência do sono. Os sujeitos com Narcolepsia parecem frequentemente sonolentos durante a entrevista e a observação. latências de sono de menos de 10 minutos e períodos de SP no início do sono. O modo de transmissão não foi determinado mas é provavelmente multifatorial. Não é habitual o início depois dos 40 anos. O desenvolvimento de outras perturbações do sono (por exemplo. Aproximadamente 5%-15% dos parentes biológicos de primeiro grau dos sujeitos com Narcolepsia têm a perturbação. quando ocorre um aumento da sonolência fisiológica. movimentos periódicos dos membros ou Perturbações do Sono Relacionadas com a Respiração) podem piorar o grau de sonolência enquanto o tratamento com a medicação estimulante pode melhorá-la. numa revisão cuidada. uma evolução estável. alucinações relacionadas com o sono ou paralisia do sono. No entanto esses sujeitos não têm um sono irresistível noutros momentos do dia e podem ultrapassar a sua sonolência com aumento do esforço físico e mental. A disrupção do sono noturno desenvolve-se habitualmente mais tarde na evolução da perturbação. Diagnóstico Diferencial A Narcolepsia tem de ser diferenciada das variações normais do sono. Aproximadamente 25%50% dos parentes biológicos de primeiro grau dos sujeitos com Narcolepsia têm outras perturbações caracterizadas por excessiva sonolência (tal como Hipersônia Primária). As alucinações relacionadas com o sono e a paralisia do sono são sintomas mais variáveis da perturbação e podem não ocorrer em alguns sujeitos. Igualmente as alucinações relacionadas com o sono e a paralisia do sono podem remitir enquanto a sonolência diurna e os ataques de sono persistem. Tipo Hipersônia. Habitualmente. Fatores agudos de stress psicossocial ou alterações súbitas no horário de sono-vigília são precursores do início em cerca de metade dos casos. não sentem cataplexia. No entanto. se bem que alguns sujeitos refiram redução dos sintomas ou mesmo remissão completa depois de muitos anos. Só se . algum nível de sonolência pode ter estado presente mesmo durante as idades préescolar e escolar iniciais. particularmente à tarde. A cataplexia tem também. Padrão Familiar Dados de estudos de HLA e familiares sugerem fortemente um papel dos fatores genéticos no desenvolvimento da Narcolepsia.habitualmente torna-se clinicamente significativa durante a adolescência. Muitos sujeitos sentem alguma sonolência durante o dia. muitas vezes quando os sujeitos estão nos 4050 anos. Perturbações do Sono Relacionadas com Outra Perturbação Mental. A sonolência excessiva da Narcolepsia tem uma evolução estável. A privação do sono de qualquer causa produz sonolência diurna. A cataplexia pode desenvolver-se simultaneamente com a sonolência. privação de sono ou outras Perturbações primárias do Sono. habitualmente. Se um sujeito apresenta uma história indiscutível de Narcolepsia em conjunto com achados polissonográficos confirmados (SP no início do sono) e tem também evidência durante a polissonografia de Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. Os sujeitos com Perturbações do Sono Relacionadas com a Respiração sentem muitas vezes excessiva sonolência que é igual em magnitude à dos sujeitos com Narcolepsia. alucinações relacionadas com o sono ou paralisia do sono. As apnéias em sujeitos com Narcolepsia tendem a ser menos freqüentes e associadas com menos dessaturação da oxi-hemoglobina. ambos os diagnósticos podem ser feitos. e a ausência de sintomas acessórios como cataplexia. envolve muitas vezes um desejo de dormir durante o dia. raramente.deverá diagnosticar Narcolepsia se o sujeito demonstrar um horário de sono-vigília regular com uma qualidade adequada de sono noturno. A sonolência diurna na Hipersônia Primária consiste em períodos de sono mais prolongados e não reparadores que têm menos urgência do que os ataques de sono da Narcolepsia e estão menos vezes associados ao sonho. Tipo Depressivo. No entanto os sujeitos com Perturbação do Humor têm tipicamente um sono noturno prolongado em contraste com o sono curto e fragmentado da Narcolepsia. episódios de sono diurno longos e não reparadores. Os sujeitos com Hipersônia Primária não manifestam Cataplexia. pausas respiratórias que perturbam o sono noturno. Além disso muitos sujeitos com Narcolepsia podem desenvolver algum grau de apnéia do sono. Episódio Mais Recente. O grau de sonolência diurna pode ser semelhante em sujeitos com Narcolepsia e Hipersônia Primária. Se um sujeito tem REM no início do sono e apnéia de sono durante a polissonografia. A polissonografia noturna confirma um sono menos perturbado e latência de SP normal em sujeitos com Hipersônia Primária e no MSLT não se evidenciam períodos de SP no início do sono. Uma Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração diferencia-se da Narcolepsia por uma história de ressonar alto. Os sujeitos com Hipersônia Primária comparados com sujeitos com Narcolepsia descrevem geralmente um sono noturno mais prolongado e menos perturbado. a alucinações relacionadas com o sono ou paralisia do sono. mas não a cataplexia. A privação de sono e horários de sono irregulares podem levar. A polissonografia pode identificar pausas respiratórias (apnéia) em sujeitos com Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. mas não apresenta a síndrome completa de Narcolepsia. Em particular os Episódios Depressivos Major com Características Atípicas e a Perturbação Bipolar. Os sujeitos com Hipersônia Relacionada com Outra Perturbação Mental podem referir sonolência excessiva e sonhos intensos. Nos sujeitos com Perturbação do Humor as sestas diurnas . então dever-se-á apenas diagnosticar Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. a sonolência nestes sujeitos parece ser mais uma manifestação de lentificação psicomotora e anergia. Além disso estes sujeitos não têm os sintomas acessórios que são característicos da Narcolepsia (por exemplo. pode ser justificado se se considerar que os sintomas são devidos aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (ver p. Tipo Hipersônia. não se deverá fazer o diagnóstico de Narcolepsia se o sujeito está a tomar ou suspendeu recentemente tais substâncias. Inversamente. em sujeitos com Perturbação de Humor os testes diurnos com MSLT demonstram uma sonolência fisiológica menor e raros períodos de SP no início do sono. esta categoria está incluída no Capítulo VI. Um diagnóstico de Perturbação de Sono Induzida por Substâncias. O diagnóstico é de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral quando se considera que os sintomas são a conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (por exemplo. A abstinência de estimulantes pode produzir sonolência severa. Relação com a Classificação Internacional de Perturbações do Sono O diagnóstico de Narcolepsia na Classificação Internacional de Perturbações do Sono (ICSD) inclui as mesmas características essenciais . Tipo Hipersônia. O uso ou abstinência de substâncias (incluindo medicação) pode produzir alguns sintomas de Narcolepsia. "Doenças do Sistema Nervoso". Os estudos polissonográficos de sujeitos com Perturbação do Humor podem revelar uma curta latência do SP. 615).não são reparadoras. Finalmente. A latência do sono noturno é também maior nos sujeitos com Perturbação do Humor. Na ICD-10. A Narcolepsia tem de ser diferenciada da Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral. se bem que os sujeitos com Perturbação Depressiva Major. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 não incluem critérios de diagnóstico para a Narcolepsia. Assim. mas tipicamente não tão curta quanto a observada na Narcolepsia. incluindo antidepressivos tricíclicos. cataplexia). Efeitos Página 583 semelhantes podem resultar de uma descontinuação abrupta de agentes anticolinérgicos. com Características Psicóticas se possam queixar de alucinações próximas do sono e noutras ocasiões. A reserpina e a metildopa podem facilitar o SP e produzir sonolência. 619). traumatismo craniano fechado ou tumor hipotalâmico) (ver p. Os agonistas colinérgicos (incluindo os pesticidas anticolinesterásicos) podem interromper a continuidade do sono e facilitar o SP. 4 Narcolepsia [347] A. Ataques irresistíveis de sono reparador que ocorrem diariamente durante pelo menos três meses. Presença de um ou ambos dos seguintes: (1)cataplexia (isto é. bilateral. × Critérios de diagnóstico para G47. B. a maioria das vezes relacionado com uma emoção intensa) (2)intrusão recorrente de elementos do SP na transição do sono para a vigília. episódios breves de súbita perda de tônus muscular. manifestada por alucinações hipnopômpicas ou hipnagógicas ou paralisia de sono no princípio ou fim dos episódios de sono C.de diagnóstico da DSM-IV. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. uma medicação ou outro estado físico geral) . uma droga de abuso. A sonolência excessiva é a queixa mais frequentemente apresentada por sujeitos com Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. anda ou conduz. hipopnéias (respiração anormalmente lenta ou superficial) e hipoventilação (níveis anormais de oxigênio e dióxido de carbono no sangue). No entanto. O estímulo central para a respiração e . ou quando assiste a filmes. A sonolência é mais evidente em situações de relaxamento. O impacte da sonolência pode ser minimizado pelo sujeito que pode demonstrar orgulho em ser capaz de adormecer em qualquer lugar e a qualquer hora. come. Caracteriza-se por episódios repetidos de obstrução das vias aéreas respiratórias (apnéias e hipopnéias) durante o sono. que se considera ser devida a disfunção da ventilação durante o sono (por exemplo. Esta descontinuação não se pode explicar melhor por outra perturbação mental e não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (incluindo medicação) ou um estado físico geral que produz sintomas relacionados com o sono através de outro mecanismo que a respiração anormal (Critério A). à medida que o sujeito tenta respirar normalmente. A síndrome de apnéia obstrutiva é a forma mais comum de Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. A sonolência resulta de despertares freqüentes durante o sono noturno. a pessoa pode adormecer enquanto conversa ativamente. A incapacidade do sujeito em controlar a sonolência pode evidenciar-se em encontros. Em sujeitos com Perturbação de Sono Relacionada com a Respiração. pode haver uma variação considerável na intensidade da sonolência.59] Características de Diagnóstico A característica essencial de Perturbação de Sono Relacionada com a Respiração consiste na descontinuação do sono levando a excessiva sonolência ou insônia. apnéia do sono ou hipoventilação alveolar central) (Critério A). teatros ou concertos.Página 584 G47. As sestas tendem a ser não reparadoras e podem ser acompanhadas de cefaléias ao acordar. Têm sido descritas três formas de Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração: síndrome de apnéia obstrutiva. Quando a sonolência é extrema. Alguns sujeitos podem queixar-se de dificuldade em respirar enquanto estão deitados ou a dormir. síndrome de hipoventilação alveolar central. despertares freqüentes e o sono não reparador são menos freqüentes como queixa principal do que a sonolência diurna. síndrome de apnéia central. Anomalias respiratórias durante o sono na perturbação do Sono Relacionada com a Respiração incluem apnéias (episódios de paragem respiratória).3 Perturbação de Sono Relacionada com a Respiração [780. a insônia. como quando o sujeito está a ler ou a ver televisão. O fim da apnéia pode estar associado com um ressonar ressuscitante alto. sensação de sufocação ou aperto ou . suspirar e movimentos do sujeito. Nos sujeitos com esta perturbação os pulmões têm propriedades mecânicas normais. Tipicamente. Esta síndrome caracteriza-se por ressonar alto ou suspiros breves que alternam com episódios de silêncio que duram habitualmente 20-30 segundos. particularmente as idosas. algumas pessoas. Esta forma ocorre mais habitualmente em sujeitos com excesso de peso e pode associar-se a sonolência excessiva ou insônia. Os sujeitos com síndrome de apnéia central podem ressonar ligeiramente. as apnéias centrais não estão associadas com movimentos respiratórios contínuos da parede torácica e abdominal e ocorrem mais frequentemente em idosos como resultado de patologia cardíaca ou neurológica que afeta a regulação ventilatória. suspiros. O sujeito com Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração pode queixarse de desconforto torácico noturno. O ressonar é em regra suficientemente alto para perturbar o sono de pessoas próximas. Os períodos de silêncio são causados por apnéias obstrutivas com a paragem na respiração motivada pela obstrução completa das vias aéreas. gemidos ou resmungos ou movimentos de todo o corpo. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. mas não é uma queixa predominante. mais agravado pelo sonho (hipoventilação sem apnéias ou hipopnéias). mas um aumento na sua gravidade pode levar o sujeito a procurar avaliação. em contraste com os fatos da apnéia obstrutiva.movimentos respiratórios no tórax e abdômen estão preservados. No entanto. da dificuldade na respiração e dos despertares freqüentes. A síndrome de hipoventilação alveolar central caracteriza-se por uma redução no controlo da ventilação que resulta num nível de oxigênio arterial anormalmente baixo. Ocorre habitualmente em sujeitos com excesso de peso e leva a uma queixa de sonolência excessiva. O parceiro pode ter de ir para outra cama ou quarto como resultado do ressonar. o ressonar alto estava presente há muitos anos. Os sujeitos apresentamse a maior parte das vezes com queixas de insônia devido aos despertares freqüentes que eles podem ou não associar às dificuldades na respiração. Assim. A maioria dos sujeitos afetados não são conhecedores do ressonar alto. O ressonar é causado por respirar através de uma via aérea parcialmente obstruída. muitas vezes desde a infância. A síndrome de apnéia central caracteriza-se pela cessação episódica da ventilação durante o sono (apnéias ou hipopnéias) sem obstrução das vias aéreas. são intensamente conhecedoras da sua perturbação de sono e apresentam queixas de despertares freqüentes e sono não reparador. A paragem da respiração durando por vezes 60-90 segundos e associada a cianose pode também preocupar os parceiros. As cefaléias matinais generalizadas podem durar 1-2 horas depois de despertar. culminando noutra apnéia). Cada uma das principais Perturbações do Sono Relacionadas com a Respiração produz anomalias específicas. A sonolência pode levar a perturbações da memória. comportamento desadequado). Os movimentos do corpo associados com as dificuldades na respiração podem ser violentos e os sujeitos com Perturbação de Sono Relacionada com a Respiração são frequentemente descritos como irrequietos. ocorrem períodos de reduzida respiração de vários minutos. com dessaturação mantida do oxigênio arterial e aumento dos níveis de dióxido de carbono. Os sujeitos podem ter também redução da libido e da capacidade de ereção. Outras características da polissonografia noturna em sujeitos com Perturbação do Sono Relacionada com a . um episódio de 10 a 60 segundos de hiperventilação a seguir à apnéia e um decréscimo gradual na ventilação. Com a progressão dos sintomas ocorre mais frequentemente noturna. A sonolência diurna excessiva pode resultar em ferimentos (por exemplo. um padrão de respiração periódico consistindo numa apnéia. Ambos os tipos de fatos são associados a uma redução da saturação da oxi-hemoglobina. as Perturbações da Ansiedade (particularmente Perturbações de Pânico) e a Demência estão habitualmente associadas a Perturbações de Sono Relacionadas com a Respiração. extrema dificuldade em acordar. Dados laboratoriais associados. irritabilidade e modificações da personalidade. Podem também descrever embriaguez do sono (isto é. As crianças com Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração podem ter atraso no desenvolvimento e dificuldade de aprendizagem. A Disfunção Erétil é raramente a queixa de apresentação da síndrome de apnéia obstrutiva. Na síndrome de hipoventilação alveolar central. dificuldades de concentração. as Perturbações do Humor (particularmente Perturbação Depressiva Major e Perturbação Distímica). A síndrome de apnéia central pode incluir a respiração de Cheyne-Stokes (isto é.ansiedade intensa em associação com a apnéia ou hipoventilação. Os sujeitos com esta perturbação sentem-se tipicamente não reparados ao acordar e podem dizer sentir-se mais cansados de manhã do que quando foram dormir. As hipopnéias caracterizam-se por uma redução do fluxo de ar. confusão. A boca intensamente seca é habitual e leva frequentemente a que a pessoa beba água durante a noite ou ao acordar de manhã. Na síndrome de apnéia obstrutiva. a polissonografia mostra episódios de apnéia com mais de 10 segundo de duração (habitualmente 20-40 segundos) com raros episódios durando vários minutos. adormecer enquanto conduz) e pode também provocar dificuldade no funcionamento social e ocupacional resultando em perda de emprego. problemas conjugais e familiares e redução do rendimento escolar. O refluxo gastrintestinal com dor tipo queimadura. A hipertensão arterial moderada com aumento de pressão diastólica . O raios X cefalométrico. As apnéias hipopnéias e hipoventilação podem produzir outras perturbações: dessaturação da oxi-hemoglobina. bloqueio auriculoventricular e paragem sinusal. despertares freqüentes. extra-sístoles ventriculares. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. a tomografia computadorizada e a endoscopia de fibra óptica podem mostrar obstrução das vias aéreas. grave. Observa-se frequentemente bradicardia seguida de taquicardia em associação com os episódios de apnéia.Respiração incluem uma curta duração do sono. Os alertas que ocorrem no fim da apnéia e da hipoventilação podem ser muito breves (vários segundos). O estreitamento das vias aéreas superiores pode ocorrer devido a espessamento dos tecidos moles. pode existir na síndrome da apnéia do sono obstrutiva associado ao esforço de restabelecer a respiração durante o sono. mas alguns sujeitos com Síndrome de Apnéia Obstrutiva ou Hiperventilação Alveolar Central podem ter despertares por hipoxemia ou hipercapnia. Os despertares noturnos freqüentes e a dessaturação da oxihemoglobina podem resultar em sonolência excessiva que pode ser detectada pelo MSLT ou outros testes de sonolência diurna. A medida da latência de sono no MSLT é muitas vezes inferior a 10 minutos e pode ser inferior a 5 minutos (o normal é 10-20 minutos). como por exemplo malformação maxilomandibular ou aumento dos adenóides. elevação da pressão arterial sistêmica e pulmonar e despertares transitórios à medida que o sujeito termina um episódio de perturbação de respiração. e redução das quantidades do sono de ondas lentas e do SP. Em sujeitos com Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração ocorrem habitualmente arritmias cardíacas durante o sono e podem incluir arritmias sinusais. A avaliação cardíaca pode mostrar redução da função ventricular. Estes sujeitos tem uma respiração ruidosa mesmo acordados. As medições dos gases arteriais enquanto a pessoa está acordada são habitualmente normais. Os sujeitos podem ter também valores elevados de hemoglobina ou do hematócrito devido à hipoxemia noturna repetida. A maior parte dos sujeitos com a síndrome de apnéia do sono obstrutiva e com o síndrome de hipoventilação alveolar central são obesos e registram um crescendo na gravidade dos sintomas com o aumento de peso. A síndrome de apnéia do sono obstrutiva que ocorre em sujeitos de peso normal ou abaixo do normal sugere obstrução das vias aéreas superiores devido a uma anormalidade estrutural localizada. a ressonância magnética (MRI). alterações do ECG. Os sujeitos com apnéia do sono central com menos freqüência são obesos ou têm evidência de obstrução das vias aéreas superiores. aumento das quantidades de fase 1 do sono. Os sujeitos com Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração podem ter alterações no controlo neurológico da musculatura das vias aéreas superiores ou da ventilação durante o sono. As Perturbações do Sono Relacionadas com a Respiração podem estar associadas a doenças orgânicas sistêmicas ou doenças neurológicas. As crianças podem ter sonolência diurna. edema periorbital e respiração pela boca. No exame físico pode-se observar pectus excavatum e abaulamento das costelas. que podem conduzir a síndrome de apnéia do sono tipo obstrutivo. com a apnéia do sono. congestão hepática e edema dos membros inferiores. . articulação difícil e uma propensão para respirarem pela boca. sobretudo se tem início tardio. As crianças apresentam por vezes dificuldade na deglutição. na apnéia do sono obstrutiva. Ocorrem mais frequentemente despertares agitados e posições para dormir pouco usuais. A apnéia do sono central pode ser resultado de insuficiência cardíaca de baixo débito ou doenças neurológicas que afetem os centros superiores de controlo da respiração. As doenças que afetam o controlo da ventilação geralmente manifestam-se como síndrome de apnéia do sono tipo central. particularmente aqueles com doença pulmonar crônica obstrutiva ou hipoventilação alveolar. quistos ou restos tiroideus da língua ou paralisia das cordas vocais como na síndrome de Shy-Drager. tais como dormir apoiada nas mãos e joelhos. Ao contrário do que é característico dos adultos. a apnéia do sono tipo obstrutiva pode resultar de aumento de volume da língua por acromegalia. têm continuamente valores baixos de saturação de oxigênio durante o sono e estão predispostos a desenvolverem hipertensão pulmonar com insuficiência cardíaca direita associada. frequentemente. apesar de este aspecto não ser tão comum nem tão pronunciado como nos adultos. as crianças podem não ressonar. Por exemplo. Se a apnéia se associa a aumento de volume dos adenóides é observada a típica "face adenóide". Em crianças a polissonografia é particularmente útil para confirmar o diagnóstico.está associada. Alguns sujeitos com alterações neurológicas têm lesões específicas que afetam o controlo dos músculos faríngeos. os sinais e sintomas da Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração (quase exclusivamente a síndrome de apnéia do sono obstrutiva) são mais subtis que nos adultos e o diagnóstico é mais difícil de estabelecer. numa criança que nunca tinha tido este sintoma. tais como siringobulbia ou tumores do sistema nervoso central. Enurese noturna é um aspecto comum e deve levantar a suspeita de apnéia do sono obstrutiva. Características Específicas da Idade e Gênero Em crianças. Alguns doentes. expressão parada. mas geralmente a evolução é . Geralmente a doença está em curso há anos quando é diagnosticada. nas pessoas com excesso de peso e em crianças prépúberes que apresentam espessamento amigdalino. desenvolver-se em qualquer idade. de forma que se se considerar que os sintomas podem ser atribuídos mais corretamente a uma perturbação do sono relacionada com a respiração. Por outro lado. inclusive entre os sujeitos sãos e assintomáticos. Evolução A síndrome de apnéia do sono obstrutiva pode ocorrer em qualquer idade. mas a maior parte dos sujeitos que chegam às consultas situamse entre os 40 e 60 anos (as mulheres têm mais probabilidade de desenvolver apnéia do sono obstrutiva na pós-menopausa). já que segundo esta pode ser normal um certo grau de apnéia. A prevalência desta perturbação também varia consideravelmente em função da freqüência com que são detectados os sinais de apnéia.A síndrome de apnéia obstrutiva do sono é mais freqüente nas idades médias da vida. Nos adultos. uma progressão gradual e evolução crônica. A apnéia do sono central é mais freqüente em pessoas idosas com doenças do sistema nervoso central ou doença cardíaca. deve investigar-se a presença de sintomas clinicamente significativos de insônia e hipersônia independentemente da idade. ainda que esta diferença se atenue após a menopausa. A Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração tem um início insidioso. podendo ser maior em sujeitos mais idosos. A síndrome de hipoventilação alveolar central e a síndrome de apnéia do sono central podem. a proporção homem-homem para a síndrome de apnéia obstrutiva do sono situa-se em redor de 8:1. Nos adultos os episódios de apnéia central do sono parecem ser mais prevalentes nos homens que nas mulheres. contudo. este deve ser o diagnóstico. Prevalência A prevalência das Perturbações do Sono Relacionadas com a Respiração associada à apnéia do sono obstrutiva é estimada aproximadamente entre 1% e 10% na população adulta. Com a idade aumentam os episódios de apnéia do sono tanto de caráter obstrutivo com central. Têm sido relatados casos de resolução espontânea da síndrome de apnéia do sono obstrutiva após perda de peso. A síndrome de hipoventilação alveolar central observa-se com maior freqüência em jovens do sexo masculino adultos e obesos. Os resultados da polissonografia devem ser analisados tendo em conta a idade. Nas crianças pré-púberes não se detectaram diferenças relacionadas com o sexo. respiração entrecortada durante o sono. e pela presença de ressonar ruidoso. alucinações relacionadas com o sono e paralisia do sono. apnéia do sono central ou síndrome de hipoventilação alveolar central. Diagnóstico Diferencial A Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração deve ser diferenciada de outras causas de sonolência tais como Narcolepsia. Outro diagnóstico diferencial põe-se em relação a adultos assintomáticos que ressonam. ressonar e respiração entrecortada durante o sono na Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração). Padrão Farniliar Tem sido descrita uma tendência familiar para a síndrome de apnéia do sono obstrutiva. Alguns sujeitos têm simultaneamente Narcolepsia e Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. Hipersônia Primária e Perturbação do Ritzrio Circadiano do Sono. A Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração apresenta apnéias características ou hipoventilação durante os estudos polissonográficos noturnos.progressiva e pode resultar em morte prematura devido a doença cardiovascular ou arritmia. Esta última pode ser diferenciada da Hipersônia Primária e da Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono. A síndrome de apnéia do sono central também tem uma evolução crônica e irreversível. Os episódios diurnos de sonolência na Narcolepsia são caracteristicamente curtos. Este diagnóstico diferencial baseia-se nas queixas de insônia e hipersônia. enquanto a Narcolepsia registra múltiplos períodos de início de sono REM durante o MSLT. a maior intensidade do ressonar e a presença da história. A Hipersônia Relacionada com Um Episódio Depressivo Major pode ser diferenciado da Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração pela presença ou ausência de outros sintomas característicos (por exemplo: humor depressivo e perda de interesse na Depressão Major. apnéias observáveis ou respiração superficial durante o sono. mais repousantes e mais freqüentemente associados a sonhos. Os adultos com a síndrome de hipoventilação central alveolar têm uma evolução lentamente progressiva. apesar de o tratamento da doença médica subjacente melhorar a perturbação respiratória. O diagnóstico definitivo entre Hipersônia Primária e Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração pode exigir um estudo polissonográfico. Diferencia-se da Narcolepsia pela ausência de catalepsia. sinais e sintomas característicos da Perturbação do . pela presença de dados clínicos e laboratoriais de apnéia do sono obstrutiva. não sendo estes resultado de perturbações respiratórias durante o sono. hipoventilação ou hipoxemia característica da Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. A polissonografia nos sujeitos com ataques de pânico não revela o padrão típico de apnéia. o diagnóstico de Perturbação do Sono Devida a Estado Físico Geral é aplicado quando um estado físico geral ou neurológico é a causa dos sintomas relacionados com o sono por um mecanismo que não é respiratório. A Insônia Primária deve ser diferenciada da Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração pela ausência de queixas (ou referência pelo parceiro) de dificuldades na respiração durante o sono e a ausência de história. Uma história cuidadosa é geralmente suficiente para identificar a substância em causa. similares à Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. O diagnóstico de Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração poderá colocar-se quando na presença de um estado físico geral que causa insônia ou hipersônia devido a insuficiente ventilação durante o sono. Por outro lado. O abuso ou abstinência de substâncias (incluindo medicamentos) pode provocar insônia ou hipersônia. um sujeito com hipertrofia dos adenóides que tem uma dificuldade com o sono relacionada com o fato de ressonar e com a apnéia de tipo obstrutivo deve fazer diagnóstico de Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração no Eixo I e hipertrofia das adenóides no Eixo III. Este último diagnóstico deve ser feito mesmo na presença de uso simultâneo de substancias que exacerbam esta situação. sujeitos com artrite ou insuficiência renal podem queixar-se de insônia ou hipersônia. barbitúricos ou benzodiazepinas) pode exacerbar a Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. e um seguimento põe em evidência a melhoria da perturbação do sono após a descontinuação do seu uso. esta categoria é incluída no Capítulo VI. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 não incluem critérios de diagnóstico para Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. Na ICD-10. No entanto. Por exemplo. Noutros casos o uso da substância (por exemplo: álcool. . Por exemplo. sinais e sintomas característicos de Perturbação do Sono Relacionadas com a Respiração. os sintomas de estimulação do sistema simpático e a ausência de sonolência diurna diferenciam as crises noturnas de pânico da Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. As Crises de Pânico Noturnas podem incluir sintomas de respiração entrecortada e sensação de sufocação durante o sono que podem ser clinicamente difíceis de distinguir da Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração.Sono Relacionada com a Respiração. a menor freqüência dos episódios. × Critérios de diagnóstico para G47. Como resultado deste desfasamento circadiano. Contrastando com outras Perturbações primárias do Sono. e as exigências exógenas no que diz respeito ao tempo e duração do sono por outro (Critério A). Relação com a Classificação Internacional das Perturbações do Sono A Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração corresponde a três síndromes específicas na Classificação Internacional das Perturbações do Sono (ICSD): Síndrome de Apnéia do Sono Obstrutiva. a Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono não resulta de mecanismos geradores de sono ou vigília per se.2 Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono [307. Síndrome de Apnéia do Sono Central e Síndrome de Hipoventilação Alveolar Central. F51. endógeno. Disrupção do sono. com uma resultante disfunção social. individual. por um lado. Estes problemas do sono não fazem parte do .3 Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração [780. os sujeitos com esta perturbação podem queixar-se de insônia em alguns períodos do dia e sonolência noutros períodos. que leva a sonolência excessiva ou insônia.59] A."Doenças do Sistema Nervoso". devido a uma situação relacionada com a respiração (por exemplo: síndrome de apnéia do sono obstrutiva ou central ou síndrome de hipoventilação alveolar central). ocupacional ou noutras áreas importantes de funcionamento individual ou marcado sofrimento subjetivo (Critério B). A perturbação não faz parte do quadro de outra perturbação mental e não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo: abuso de drogas ou medicação) ou estado físico geral (outra para além da perturbação relacionada com a respiração). Nota de codificação: codificar também Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração no Eixo III. B.45] (anteriormente Perturbação do Ritmo Sono-Vigília) Características de Diagnóstico O aspecto essencial da Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono é um padrão persistente ou recorrente de disrupção do sono que resulta de um desfasamento entre o sistema circadiano de sono-vigília. Não é invulgar trabalhadores "por turnos" procurarem uma consulta por adormecerem no trabalho ou enquanto conduzem. Como resultado estes sujeitos estão "aprisionados" ao seu hábito de adormecerem tarde e não conseguem deslocar estas horas de sono para um período menos tardio. Os que vão a consultas devido a esta perturbação são os que apresentam sintomas mais graves ou persistentes. que está atrasado em relação às exigências sociais. O diagnóstico de Perturbações do Ritmo Circadiano do Sono deve reservar-se para os casos em que o sujeito apresenta uma disfunção significativa nas áreas social ou profissional. Subtipos Tipo Atraso de Fase. A fase circadiana é estável: os sujeitos adormecem e acordam às mesmas horas (embora atrasados). ou sofrimento. A maior parte dos sujeitos com sintomas relacionados com alterações do ritmo circadiano não procuram tratamento e não têm sintomas suficientemente graves para ser feito o diagnóstico. Os sujeitos afetados queixam-se de dificuldade em adormecerem às horas socialmente convencionadas. Diários do ritmo sono-vigília e mapas de sono são geralmente elementos úteis para o diagnóstico. Tipo Mudança de Fuso Horário (Jet Lag). o sono é normal. O diagnóstico de Perturbações do Ritmo Circadiano do Sono assenta primariamente na história clínica. relacionado com a perturbação do sono. quando deixados ao seu ritmo normal (por exemplo: férias e fins-de-semana). A história deve referir também as tentativas anteriores para lidar com os sintomas. sestas e tempo livre. Os doentes com esta perturbação andam cronicamente em déficit ou privação de sono e referem por vezes sonolência durante o período de desejável vigília. Existe a dificuldade concomitante de acordar a horas de cumprir compromissos matinais (por exemplo: múltiplos despertadores não conseguem acordar o sujeito). Avaliações dos ritmos circadianos (por exemplo: temperatura corporal) refletem este atraso. Este tipo de Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono resulta de um ciclo endógeno de sono-vigília. Neste tipo de Perturbação Circadiana do Ritmo do Sono. Sujeitos com este subtipo (noctívagos) pensa-se terem uma capacidade invulgarmente diminuída para acordar mais cedo. mas uma vez iniciado. sono. incluindo o padrão laboral.quadro de outras perturbações do sono ou outras doenças mentais (Critério C) e não são resultado de efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou estado físico geral (Critério D). A capacidade de adaptação individual a variações circadianas é muito variável. tais como adiantar o horário sono-vigília no Atraso de Fase. o ciclo sono-vigília endógeno é normal e a perturbação resulta do conflito entre o padrão de sono e vigília . O padrão de sono-vigília "num período diferente das 24 horas" corresponde a um ciclo livre de aproximadamente 24-25 horas apesar das referências ambientais ajustadas para as 24 horas. Tipo Não Especificado. padrão sono-vigília diferente das 24 horas ou padrão irregular sono-vigília). O padrão de avanço de fase é análogo ao tipo atraso de fase mas na direção oposta: os sujeitos queixam-se de incapacidade para se manterem acordados à noite e de despertares precoces. o que resulta num padrão sono-vigília que muda ao longo de dias sucessivos. A gravidade do desfasamento é proporcional ao número de fusos horários que resultam da viagem. Como resultado ficam por vezes sonolentos no período supostamente de vigília como por exemplo a meio do turno noturno. Em contraste com o atraso ou avanço de fase. Estes sujeitos queixam-se de um desfasamento entre o padrão desejado para dormir e acordar e o padrão socialmente exigido. Características e Perturbações Associadas . que viagens para o Oeste (atraso no horário sono-vigília). "Padrão irregular de sono-vigília. porque forçam o adormecer e o acordar em momentos aberrantes no ciclo circadiano e impedem qualquer adaptação consistente. ruído do trânsito) durante o período desejado de sono. Neste tipo de Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono o ciclo sono-vigília endógeno é normal e a perturbação resulta do conflito entre o padrão do sono-vigília resultante do sistema circadiano individual e o padrão exigido pelo trabalho por turnos. Viagens para Leste (avanço no horário sono-vigília) são tipicamente mais difíceis de tolerar para a maior parte dos sujeitos. exigências sociais e familiares e outros fatores do ambiente (por exemplo: telefones. registrando-se as máximas dificuldades após viagens que implicam variações de oito ou mais fusos horários em menos de 24 horas. Este tipo de Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono deve ser indicada se estiver presente outro tipo de perturbação circadiana do sono (por exemplo: avanço de fase. que é estável. O desfasamento circadiano do tipo de trabalho por turnos é exacerbado por tempo de sono insuficiente. Tipo Trabalho por Turnos. indica a ausência de um padrão identificável de adormecer ou despertar.resultante do sistema circadiano individual e as exigências derivadas de um novo fuso horário. Os trabalhadores noturnos ou de turnos rotativos tem mais frequentemente uma duração menor do período de sono e perturbações mais freqüentes na continuidade do sono. Turnos rotativos são os mais disruptivos. estes sujeitos ficam progressivamente atrasados relativamente às 24 horas convencionais. do que trabalhadores dos períodos da manhã e da tarde. Os procedimentos laboratoriais vulgarmente utilizados para avaliar a fase do ciclo circadiano endógeno (por exemplo: temperatura corporal . fadiga. estes sujeitos apresentam uma latência do sono prolongada. O Tipo Mudança de Fuso Horário é frequentemente acompanhado por sintomas não específicos (por exemplo: dor de cabeça. Estudos do sono evidenciam resultados diversos consoante o momento em que são realizados. particularmente em adolescentes. Os sujeitos com qualquer das Perturbações do Ritmo Circadiano do Sono podem ter uma história de abuso de álcool. O desempenho é insuficiente durante as horas de vigília forçada. Os tipos Mudança de Fusos Horários e Trabalho por Turnos podem precipitar ou exacerbar um episódio Maníaco ou Depressivo Major ou um surto de uma Perturbação Psicótica. os sujeitos podem apresentar a "bebedeira do sono" (extrema dificuldade em acordar. esquizotípicos e evitantes da personalidade. acordar espontâneo tardio. O uso destas substâncias pode. Estes doentes têm tipicamente dificuldades escolares. quando são estudadas as horas socialmente determinadas para o sono. Dados laboratoriais associados. A Perturbação Tipo Atraso de Fase tem sido associada a traços esquizóides. são mais comuns em sujeitos "madrugadores". O Tipo Mudança de Fuso Horário e o Tipo Trabalho por Turno. os sujeitos deitam-se e levantam-se tarde aos fins-desemana e férias. No tipo Atraso de Fase. indigestão) que são relacionados com as condições da viagem tais como privação de sono. Para sujeitos com o tipo Atraso de Fase os estudos realizados durante as horas de sono preferidas pelo sujeito são no essencial normais para a idade. exacerbar a Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono. uso de álcool e cafeína. seguindo o padrão do ritmo circadiano endógeno individual. Quando acordados mais cedo do que o seu relógio circadiano. Nos sujeitos com dificuldades na adaptação a trabalho por escalas ou turnos é frequentemente observada disfunção familiar. no entanto. confusão e comportamento desadequado). A continuidade do sono é normal para a idade. sociais e no trabalho resultantes da sua incapacidade para acordarem a horas socialmente desejáveis.Características descritivas e perturbações mentais associadas. relativamente à hora socialmente convencionada. sedativos-hipnóticos ou psicoestimulantes que resultam de tentativas para controlar os desfasamentos do ritmo sono-vigília. despressurização das cabinas dos aviões. por sua vez. social e ocupacional. O desempenho segue frequentemente este padrão de atraso com um pico de eficiência no final do dia. e (em alguns sujeitos) encurtamento moderado da latência do sono REM. com uma redução das dificuldades em iniciar o sono ou despertar. O "padrão diferente das 24 horas" e o "padrão irregular do ciclo sono-vigília" têm sido associados com as mesmas características. duração diminuída do período de sono. e reduções minor sono de ondas lentas. Estas alterações voltam aos valores de base após uma a duas semanas. Não estão descritos dados físicos específicos associados à Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono. "O padrão sono-vigília diferente das 24 horas. Prevalência Não foi estabelecida ainda a prevalência para qualquer dos tipos de Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono. Características Especificas da Idade Os sintomas decorrentes do trabalho por turnos e das viagens são geralmente mais graves e mais facilmente induzíveis em sujeitos no final da meia-idade e idosos. redução do sono REM. Testes de latência do sono como o Teste Múltiplo de Latência do Sono (MSLT) mostram um alto grau de sonolência durante os períodos de vigília forçada (por exemplo: durante os turnos noturnos). perturbações mais freqüentes na continuidade do sono quando comparados com sujeitos da mesma idade com padrões "normais" de sono noturno. Os trabalhadores por turnos podem parecer fatigados ou sonolentos e por vezes apresentam alterações cardiovasculares ou gastrintestinais incluindo gastrite ou úlcera péptica. A Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono pode exacerbar doenças médicas preexistentes. ocorre frequentemente em cegos. O papel do consumo de cafeína e álcool e do padrão alterado das refeições não foi ainda completamente avaliado nestas situações. em relação aos jovens adultos. O padrão de avanço de fase aumenta com a idade. Quando estudados durante as suas habituais horas semanais de trabalho. diminuição da eficácia do sono. Estudos sugerem uma prevalência acima de 7% para o tipo Atraso de Fase em adolescentes e . Estes achados podem resultar de deterioração no sono noturno relacionado com a idade e encurtamento do período circadiano endógeno.central) revelam o esperado atraso de fase no aparecimento da acrofase (pico) e do nadir. os sujeitos com alterações Tipo Trabalho por Turnos geralmente têm latência normal ou curta. Os estudos laboratoriais que simulam uma viagem de 6 horas de avião demonstram latência do sono prolongada. Observa-se uma redução específica na fase 2 e no sono REM em muitos casos. Quando estudados após um período de adaptação a uma escala diurna normal estes sujeitos têm um sono noturno normal e níveis normais de sonolência diurna. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. vigília e padrões de sono) podem reajustar-se a ritmos diferentes. tipicamente. pelo menos temporariamente. O tratamento.superior a 60% para o Tipo Trabalho por Turnos em trabalhadores de turnos noturnos. O Tipo Atraso de Fase deve ser diferenciado de padrões voluntários de adormecer tarde. alguns adolescentes e jovens adultos mantêm horários de sono-vigília atrasados. particularmente crianças e adolescentes. Logo que possível voltam a adormecer mais cedo e após um período de recuperação do sono não têm dificuldade em acordar cedo. Evolução Sem intervenção. sem interferência com as rotinas da escola ou do trabalho. Alguns sujeitos que voluntariamente adormecem tarde para participarem em atividades sociais ou de trabalho podem queixarse de dificuldades em acordarem. prolonga-se por anos ou décadas mas pode "autocorrigir-se" dada a tendência para o ritmo endógeno circadiano avançar com a idade. o Tipo Atraso de Fase. Quase todos os que viajam atravessando fusos horários experimentam alterações transitórias do sono. o problema principal é uma privação de sono e não uma Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono. O diagnóstico Tipo Mudança de Fuso Horário deve ser reservada para sujeitos que têm de viajar bastante e apresentam alterações graves do sono com perturbações no trabalho. Por exemplo. O Tipo Trabalho por Turnos persiste durante o período que perdura este tipo de horário de trabalho. A diferença consiste na persistência da perturbação e na presença e gravidade de disfunção social ou profissional. podem voluntariamente deslocar as horas de sono para evitarem obrigações escolares ou familiares. frequentemente normaliza as horas de sono. De modo similar as crianças em luta com os pais relativamente à definição de limites podem . Diagnóstico Diferencial A Perturbação Circadiana do Ritmo do Sono deve ser diferenciada dos normais padrões do sono e das normais adaptações após alterações de horários. Este padrão altera-se quando são programadas atividades agradáveis para as primeiras horas da manhã. Neste caso. Os outros ritmos circadianos (temperatura corporal central. com atraso progressivo do horário sono-vigília. Outros sujeitos. no entanto persiste a vulnerabilidade para retomar o padrão anterior. Dados experimentais sobre viagens aéreas indicam que demora aproximadamente um dia por fuso horário viajado para que o sistema circadiano do sujeito se ressincronize com a hora local. níveis hormonais. Os sintomas regridem duas semanas após o retorno a um ritmo sono-vigília normal. O uso de substâncias (incluindo medicações). geralmente é suficiente para excluir estas perturbações. pode causar início tardio do sono ou despertares tardios. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV são quase os mesmos exceto que a ICD-10 especifica que os problemas ocorrem quase todos os dias durante pelo menos um mês (ou recorrem por períodos de tempo mais curtos). As perturbações do sono Tipo Mudança de Fuso Horário e Tipo Trabalho por Turnos devem ser diferenciadas principalmente de outras perturbações primárias do sono. Esta possibilidade deve ser colocada quando não é obtida uma normalização do padrão do sono mesmo após a mudança de horário de trabalho ou ausência de viagens. esta condição é referida como Perturbação Não Orgânica do Ciclo Sono-Vigília. e o uso de hipnóticos a meio da noite pode resultar num despertar tardio. Se se considera que a perturbação do sono resulta dos efeitos fisiológicos diretos do uso regular de substâncias psicoativas. Estados físicos gerais raramente causam atrasos ou avanços fixos dos ritmos do sono-vigília. Página 595 Correspondência com a Classificação Internacional das Perturbações do Sono . e geralmente não levantam dificuldades no diagnóstico diferencial. distinguem-se do Tipo Atraso de Fase pela constância do atraso observado neste último. Na ICD-10. Por exemplo. outra perturbação primária do sono tal como a Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração ou movimentos periódicos dos membros durante o sono podem complicar a perturbação do sono do Tipo Trabalho por Turnos ou do Tipo Mudança de Fuso Horário.parecer ter um problema do sono Tipo Atraso de Fase. Os outros tipos de Perturbação Circadiana do Ritmo do Sono. Em alguns casos. tais como "padrão sono-vigília diferente das 24 horas" ou "padrão irregular sonovigília". o uso de nicotina e cafeína no final do dia pode atrasar a hora de início do sono. deve-se fazer o diagnóstico de Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. Uma história de viagens aéreas ou trabalho por turnos sem outras alterações do sono em horários normais. tais como Insônia Primária e Hipersônia Primária. Padrões de atraso ou avanço de fase que ocorrem exclusivamente no decurso de outra perturbação mental não devem ser diagnosticados separadamente (por exemplo: um padrão de despertar precoce na Depressão Major ou um padrão de sono tardio na Esquizofrenia). Padrão recorrente de perturbação do sono conduzindo a sonolência excessiva ou insônia que é devida a desfasamento entre o horário de sono-vigília condicionado pelas exigências externas e o padrão circadiano sono-vigília endógeno. B. derivados de incapacidade para adormecer ou acordar cedo. associado com trabalho noturno por turnos ou alterações freqüentes no trabalho por escalas. A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra Perturbação do Sono ou perturbação mental. C. × Critérios de diagnóstico para F51. Especifique o tipo: Tipo Atraso de Fase: um padrão estável de início do sono e de despertares tardios.47] Esta categoria corresponde a insônias. Tipo Mudança de Fuso Horário: ocorrência de sonolência e alerta inapropriados em relação ao horário local. Perturbação do Sono Relacionada com o Trabalho por Turnos. Síndrome de Avanço de Fase do Sono e Síndrome de um Padrão do Ciclo Sono-Vigília diferente de 24 horas).A perturbação do sono causa sofrimento clinicamente significativo ou disfunção social. Tipo Trabalho por Turnos: insônia durante o período destinado ao sono. ocupacional e noutras áreas importantes do funcionamento individual. A perturbação não se deve a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo: abuso de drogas.2 Perturbação do Sono Relacionada com o Ritmo Circadiano [307. hipersônias ou perturbações circadianas do ritmo do sono que não preenchem critérios para uma . Tipo Não Especificado F51. medicação) ou a um estado físico geral.A Classificação Internacional das Perturbações do Sono (ICSD) incluiu as categorias de Síndrome de Atraso de Fase do Sono. Síndrome de Mudança de Fuso Horário e categorias específicas para outras três Perturbações circadianas do Ritmo do Sono (Padrão Irregular do Ritmo Sono-Vigília.45] A. ou excessiva sonolência durante o período de vigília. D. conforme desejado.9 Dissônia Sem Outra Especificação [307. que ocorre após viagens repetidas com alterações de mais de um fuso horário. Terrores Noturnos. sistema motor ou processos cognitivos. 5. Estes movimentos iniciam-se após o adormecer e diminuem durante as fases 3 ou 4 do sono não-REM. mas não é possível determinar se é primária. em fases específicas do sono. Os movimentos ocorrem de forma rítmica em cada 20-60 segundos. interrupções freqüentes). durante o sono ou transição sono-vigília. As parassônias envolvem a ativação de sistemas fisiológicos em momentos inapropriados no decorrer do ciclo sonovigília. luminosidade. Tipicamente as sensações iniciam-se no final do dia. ocorrendo tipos específicos de parassônias em fases específicas do sono. despertares freqüentes e sonolência diurna se os movimentos são muito freqüentes. F51. particularmente dos membros inferiores. resultando em despertares repetidos e curtos. Esta secção inclui Pesadelos. inquietação) que conduzem a uma necessidade irresistível de movimentar as pernas. em vez de queixas de insônia ou sonolência durante o dia. 2. estas perturbações envolvem a ativação do sistema nervoso simpático. 4.5 Pesadelos [307. Estas sensações impedem o sujeito de adormecer ou interrompem o sono. ou na transição sono-vigília. antes de adormecer. as parassônias não implicam alterações dos mecanismos geradores dos estados de sono e vigília. e são temporariamente aliviadas se o doente andar ou fizer movimentos. nem dos horário do adormecer ou do despertar. Em particular.Queixas de insônia ou hipersônia clinicamente significativas atribuíveis a fatores externos (por exemplo: ruído. Tipicamente a pessoa não tem consciência dos movimentos mas pode queixar-se de insônia. que ocorrem em associação com o sono. 3. "Síndrome das Pernas Inquietas" idiopática: sensações desconfortáveis (por exemplo: desconforto. Sonolência excessiva atribuível a privação de sono não recuperada. devida a um estado físico geral ou induzida por substâncias. Situações em que o clínico conclui que existe uma situação de Dissônia. Parassônias Parassônias são perturbações caracterizadas por comportamentos anormais ou acontecimentos fisiológicos. Os exemplos incluem: 1. Ao contrário das dissônias.47] . Os sujeitos com parassônias apresentam-se geralmente com queixas de comportamento invulgar durante o sono.Dissônia específica.Movimentos periódicos idiopáticos dos membros ("mioclonias noturnas"): pequenos abalos dos membros. Sonambulismo e Parassônia sem Outra Especificação. se são freqüentes as interrupções do sono. Noutros casos. ficando o sujeito completamente desperto. Os pesadelos que ocorrem após uma experiência traumática podem simular a situação ameaçadora original mas a maior parte dos pesadelos não revivem acontecimentos reais. falta de concentração. amedrontado e ansioso. ansiedade ou irritabilidade que podem interferir com o funcionamento diário. Esta perturbação não deve ser diagnosticada se os pesadelos acontecerem exclusivamente durante a evolução de outra doença mental ou forem atribuídos aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo: abuso de tóxicos ou medicação) ou a estado físico geral (critério D). O conteúdo do sonho foca-se em perigos físicos iminentes (por exemplo: perseguições. porque os períodos de sono REM geralmente se tornam mais longos e a atividade onírica mais intensa na segunda metade da noite. Ao acordar.(anteriormente Perturbação da Ansiedade do Sono) Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação é a ocorrência de sonhos assustadores que levam o sujeito a despertar do sono (critério A). Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Os sujeitos com Pesadelos podem apresentar sinais de moderada . pode acontecer que se registre sonolência. Os sujeitos podem relatar múltiplos pesadelos numa só noite. ou se o sujeito evita adormecer por medo de sonhar. depressão. No entanto. o perigo pode ser mais subtil envolvendo temas de fracasso ou embaraço pessoal. Uma vez que os episódios REM ocorrem periodicamente ao longo do sono noturno (aproximadamente com intervalos de 90-110 minutos) os pesadelos podem também acontecer a qualquer momento durante o sono. Esta perturbação causa mais sofrimento subjetivo do que disfunção social ou ocupacional objetivável. Os pesadelos têm lugar quase exclusivamente durante a fase REM do sono. Os sonhos assustadores ou as interrupções do sono resultantes causam sofrimento significativo ou disfunção social e ocupacional (critério C). No entanto. frequentemente com o mesmo tema. ataques. Os pesadelos geralmente terminam com um acordar completo. O sujeito fica completamente desperto ou acordado (critério B). Estes fatores resultam em dificuldade em voltar a adormecer. Os pesadelos geralmente ocorrem numa seqüência elaborada e longa do sonho que é altamente ansiogénica ou aterradora. o sujeito com esta perturbação consegue descrever com pormenor a seqüência do sonho e o seu conteúdo. os pesadelos têm maior probabilidade de ocorrerem neste período do sono. agressões). A ocorrência de gritos. Idade e Gênero O significado atribuído aos pesadelos varia com o contexto cultural.hiperatividade simpática (por exemplo. Não é claro em que extensão esta diferença reflete uma verdadeira discrepância no número de pesadelos ou somente uma maior predisposição do sexo feminino para os referir. Estes ocorrem sobretudo na segunda parte da noite. devido à perda de tônus muscular que normalmente ocorre durante o sono REM. suores. Estes comportamentos são também mais freqüentes nos pesadelos que acompanham a Perturbação Pós-Stress Traumático. não estão caracteristicamente alterados nos Pesadelos. Dados laboratoriais associados. Movimentos do corpo ou vocalizações não são características dos pesadelos. Os estudos polissonográficos põem em evidência despertares abruptos do sono REM. Nalguns casos o episódio de sono REM dura mais de 10 minutos e inclui um número de movimentos oculares rápidos superior ao normal. As freqüências cardíacas e respiratória geralmente aumentam antes do despertar. particularmente na fase 2. assim como podem ocorrer durante o sono REM. algumas culturas relacionam os pesadelos com fenômenos espirituais ou sobrenaturais enquanto outras os encaram como indicadores de perturbação mental ou física. Esta perturbação é mais freqüente em crianças expostas a graves fatores de stress psicossociais. Na . Por exemplo. taquicardia. os aspectos essenciais da perturbação são os mesmos. Características Especificas da Cultura. uma vez que estes ocorrem fora do sono REM. incluindo a continuidade e a arquitetura do sono. que correspondem a referências a sonhos ameaçadores. independentemente da idade. em sujeitos com Perturbação Pós-Stress Traumático) podem surgir fora do sono REM. Sintomas de ansiedade e depressão que não preenchem critérios para um diagnóstico específico são comuns em sujeitos com esta perturbação. Embora os pesadelos sejam comuns na infância. Os outros aspectos polissonográficos. As mulheres referem pesadelos mais frequentemente que os sujeitos do sexo masculino. taquipneia) principalmente ao acordar. emissão de palavras ou movimentos de luta são geralmente fenômenos breves. fazer o diagnóstico desta perturbação não é coreto a menos que cause sofrimento persistente ou disfunção significativa que mereça atenção médica. Apesar de o conteúdo dos sonhos ser adequado à idade do sujeito. a encerrar o pesadelo. Prevalência Entre 10% e 50% das crianças entre os três e os cinco anos têm pesadelos de intensidade suficiente para preocupar os pais. numa razão de aproximadamente 2-4 para 1. Os pesadelos que se registram após acontecimentos traumáticos (por exemplo. durante o sono REM. Evolução Os pesadelos geralmente começam entre os 3 e os 6 anos. Na Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração podemos observar despertares com ativação simpática mas estes não são acompanhados da recordação de sonhos assustadores.população adulta. A presença de atividade motora complexa acompanhando sonhos assustadores deve encaminhar para a avaliação de outras perturbações do sono. Quando a freqüência é alta (por exemplo: vários por semana) os sonhos podem tornar-se um foco de preocupação e sofrimento para as crianças e para os pais. além de ter sinais de ativação simpática evidente. além de que o sujeito se recorda pormenorizadamente do sonho. Ambas as perturbações incluem despertares completos ou parciais com medo e ativação do sistema nervoso simpático. com tendência para uma melhoria nas últimas décadas da vida. Contrastando com Pesadelos. os sonhos muito freqüentes podem persistir até à idade adulta e tornarem-se uma perturbação para toda a vida. Ataques de Pânico ocorrendo durante o sono podem também resultar em despertares abruptos com alerta simpático e medo. e identifica estes sintomas como consistentes com outros ataques de pânico. tais como "Perturbação do comportamento relacionada com o sono REM" (ver Parassônia Sem Outra Especificação). Diagnóstico Diferencial Os Pesadelos devem ser diferenciados da Perturbação de Terrores Noturnos. mas a presença de sonolência e cataplexia diferencia esta situação da Perturbação de Pesadelos. Os terrores noturnos levam a despertares parciais nos quais o sujeito está confuso. a prevalência real da Perturbação de Pesadelos é desconhecida. despertares completos. O sujeito não se recorda do sonho ou recorda imagens singulares sem o enredo que é típico existir nos pesadelos. A maior parte das crianças com este problema ultrapassa-o. desorientado e só parcialmente responsivo. alerta simpático moderado. mas neste caso o sujeito não relata sonhos assustadores. mas podem ser diferenciadas por vários aspectos clínicos. Os Pesadelos ocorrem tipicamente mais tarde no período noturno. cerca de 50% dos sujeitos podem referir pelo menos pesadelos ocasionais. Os Terrores Noturnos acontecem tipicamente no primeiro terço da noite durante as fases 3 e 4 do sono não-REM. . o sujeito com a Perturbação de Terrores Noturnos tem amnésia para o acontecimento quando acorda de manhã. Sujeitos com Narcolepsia queixam-se frequentemente de pesadelos. e produzem imagens oníricas nítidas. Contudo. Numa minoria. e medicações antidepressivas. como os antidepressivos e o álcool. Relação com a Classificação Internacional de Perturbações do Sono Perturbação de Pesadelo corresponde ao diagnóstico de Pesadelo na Classificação Internacional das Perturbações do Sono (ICSD).47] A. por sonhos extremamente assustadores. Esquizofrenia. × F51. Perturbações da Ansiedade. Não deve ser diagnosticada Perturbação de Pesadelos se os sonhos ameaçadores resultam do efeito fisiológico direto de um estado físico geral (por exemplo: infecção ou lesões vasculares do sistema nervoso e estados físicos gerais causadores de Delirium). outras medicações anti-hipertensivas. deve ser considerado o diagnóstico de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral. Por outro lado. Perturbações da Adaptação e Perturbações da Personalidade). Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Pesadelos são essencialmente idênticos. Se os pesadelos são suficientemente graves para merecer atenção médica independente. anfetaminas. Perturbação do Humor. antagonistas beta-adrenérgicos. Neste caso se os pesadelos forem suficientemente graves para merecer atenção médica independente. cocaína e outros estimulantes. dos quais existe uma recordação .******************************************************** ****************************************************** Muitas medicações que afetam o sistema nervoso simpático podem precipitar pesadelos. Tipo Parassônia.5 Critérios de diagnóstico para Pesadelos [307. Muitos sujeitos têm pesadelos isolados de modo esporádico.Despertares freqüentes do período principal do sono. Apesar poderem frequentemente ocorrer pesadelos durante um estado de delirium não deve ser considerado um diagnóstico separado de Perturbação de Pesadelo. pode conduzir a um efeito rebound no sono REM. Não deve ser diagnosticada Perturbação de Pesadelo a menos que a freqüência e a gravidade dos pesadelos resulte em disfunção e sofrimento significativo. acompanhado de pesadelos. Ocorrem frequentemente pesadelos como parte de outras doenças mentais (por exemplo: Perturbação Pós-Stress Traumático. Tipo Parassônia. Exemplos disto são a L-dopa e outros agonistas dopaminérgicos. a abstinência de medicações que suprimem o sono REM. Se os pesadelos ocorrem exclusivamente no curso de outra doença mental não deve ser feito o diagnóstico de Perturbação de Pesadelo. deve ser considerado o diagnóstico de Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. Os episódios são acompanhados por sinais de ativação simpática e manifestações comportamentais de intenso medo (Critério B). C. Durante um episódio. o sujeito é difícil de acordar ou confortar (Critério C). B. gritando ou chorando. ou seja. Se o sujeito acorda após o terror noturno. Durante um episódio típico. O . Os episódios de terror noturno podem causar sofrimento clinicamente significativo ou disfuncionamento social.Ao acordar dos sonhos assustadores. e duram entre 1 e 10 minutos. respiração rápida. o sujeito senta-se abruptamente na cama.4 Perturbação de Terrores Noturnos [307. D. segurança ou auto estima.Os pesadelos não ocorrem exclusivamente durante a evolução de outra doença mental (por exemplo: delirium. ocupacional e noutras áreas de funcionamento individual (critério E).46] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação de Terrores Noturnos é a ocorrência de forma repetida de terrores noturnos. Ao acordar na manhã seguinte. ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento individual.pormenorizada. F51. Perturbação Pós-Stress Traumático) e não é devida a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo: abuso de tóxicos ou medicação) ou um estado físico geral. Os terrores noturnos geralmente têm lugar durante o primeiro terço do período de sono principal. geralmente iniciados com um grito de pânico (Critério A).A experiência onírica ou a perturbação do sono resultante do despertar. com uma expressão assustada e sinais simpáticos de intensa ansiedade (por exemplo: taquicardia. Os despertares geralmente têm lugar durante a segunda metade do período de sono. sudorese. dilatação das pupilas e aumento do tônus muscular). cujo conteúdo envolve ameaças à sobrevivência. causam sofrimento significativo e disfunção nas áreas social. não se recorda de nenhum sonho ou são só recordadas imagens isoladas e fragmentadas. o sujeito tem amnésia para o acontecimento (Critério D). Os terrores noturnos são também designados pavor nocturnus. um medicamento) ou a um estado físico geral (critério F). a pessoa rapidamente fica orientada e alerta (em contraste com a confusão e desorientação observadas na Perturbação de Terrores Noturnos e nalgumas formas de epilepsia). Não deve ser diagnosticada Perturbação de Terrores Noturnos se estes acontecimentos recorrentes se deverem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo: abuso de um tóxico. despertares abruptos do sono. rubor. volta a adormecer e tem amnésia para o episódio quando acorda na manhã seguinte. que é caracterizado por atividade de baixa freqüência do EEG (delta). disrupção no horário sono-vigília. Os terrores noturnos começam durante a fase profunda do sono não-REM. em relação à população em geral. Esta atividade do EEG prevalece .sujeito não responde aos esforços dos outros para o acordarem ou confortarem. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Alguns episódios incluem simultaneamente aspectos de terror noturno e sonambulismo. dar murros. O sujeito pode resistir ativamente a ser abraçado ou tocado. Geralmente só ocorre um episódio por noite. Dados laboratoriais associados. mas podem resultar em lesões físicas. apesar de ocasionalmente poderem ocorrer vários episódios intervalados durante a noite. mas não têm deste uma recordação pormenorizada. Têm sido observados elevados scores para depressão e ansiedade nos inventários de personalidade destes sujeitos. com desencadeantes como: abuso de álcool ou sedativos. ou mesmo demonstrar outra atividade motora mais elaborada (por exemplo: balançar-se. Os episódios podem aumentar de freqüência. pernoitar em casa de amigos ou dormir acompanhado. Alguns sujeitos recordam vagamente terem tido um "episódio" durante a noite anterior. O episódio é geralmente acompanhado por gritos. Se acordo. choro ou vocalizações incoerentes. O sujeito pode evitar situações em que os outros tomem conhecimento da perturbação. Os sujeitos com Perturbação de Terrores Noturnos podem ter Perturbações da Personalidade especialmente do Tipo Dependente. privação do sono. Os episódios podem causar embaraço que condiciona as relações sociais. Estes comportamentos parecem representar tentativas de autoproteção ou fuga de uma ameaça. tais como acampar. Apesar de serem retidas algumas imagens vividas não existe um enredo como nos pesadelos. levantar-se da cama ou fugir). fica confuso e desorientado por alguns minutos e retém uma vaga impressão de terror. fadiga e stress físico ou emocional. Geralmente o sujeito não acorda totalmente. Esquizóide e Estado-Limite. particularmente naqueles com Perturbação Pós-Stress Traumático e Perturbação da Ansiedade Generalizada. geralmente sem conteúdo onírico. As crianças com Perturbação de Terrores Noturnos não têm uma maior incidência de psicopatologia ou maior probabilidade de terem terrores noturnos quando adultas. o sujeito deve referir sofrimento significativo ou disfunção. Para que se possa fazer o diagnóstico. Esta perturbação pode ocorrer com maior freqüência em sujeitos com perturbações do Eixo I. Na ausência destes artefatos o EEG mostra tipicamente atividade teta e alfa durante o episódio. A prevalência dos episódios de terrores noturnos (em oposição à Perturbação de Terrores Noturnos em que estes são recorrentes e existe sofrimento ou disfunção) foi estimada em 1 % a 6% nas crianças e menos de 1% nos adultos. Evolução A Perturbação de Terrores Noturnos geralmente inicia-se na infância em idades compreendidas entre os 4 e os 12 anos e resolve-se . que não progridem para episódios completos de terror noturno. o polissonograma pode ser interferido por artefatos devidos aos movimentos. e um aumento de 2 a 4 vezes a freqüência cardíaca. No entanto estes episódios podem ocorrer durante o sono de baixa freqüência em qualquer momento mesmo durante sestas diurnas. aumento do tônus muscular. Durante o episódio. A febre e a privação do sono podem produzir um aumento de freqüência dos episódios de terror noturno. indicando alerta parcial. a Perturbação de Terrores Noturnos é mais comum no sexo masculino do que no sexo feminino. concentra-se no primeiro terço do período principal do sono.durante as fases 3 e 4 do sono não-REM. que geralmente têm amnésia completa ou referem somente uma vaga sensação de medo. Os sujeitos com Perturbação de Terrores Noturnos podem ter também despertares abruptos do sono não-REM profundo. não existem diferenças de freqüência relacionadas com o sexo. As crianças mais velhas e os adultos fornecem uma descrição mais pormenorizada das imagens assustadoras associadas com os terrores que as crianças mais jovens. frequentemente para mais de 120 pulsações por minuto. Idade e Gênero Não existe evidência clara de diferenças culturais nas manifestações da Perturbação de Terrores Noturnos. Prevalência Não há dados suficientes desta perturbação na população em geral. O início dos episódios de terrores noturnos é tipicamente marcado por alta tensão da atividade delta do EEG. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. apesar de ser provável que o significado e causa atribuídos aos episódios varie entre as culturas. Portanto os terrores noturnos são também mais prováveis no primeiro terço da noite. Entre as crianças. Estes episódios podem decorrer com taquicardia também abrupta. Entre adultos. Características Especificas da Cultura. Em contraste com os sujeitos com Perturbação de Terrores Noturnos os sujeitos com Perturbação de Pesadelos tipicamente despertam fácil e completamente. Os episódios geralmente ocorrem a intervalos de dias ou semanas mas podem. Alguns estudos indicam uma prevalência 10 vezes maior na doença entre parentes biológicos em primeiro grau. O modo preciso de hereditariedade é desconhecido. intensidade. Os pais das crianças com terrores noturnos podem no entanto tomar os relatos de imagens assustadoras e fragmentadas como pesadelos. e relatam sonhos com um enredo e seqüência que ocorrem numa fase mais tardia do sono. e pode existir também história familiar de ambas as perturbações. De fato. Diagnóstico Diferencial Muitos sujeitos sofrem de episódios isolados de terrores noturnos em algum momento da sua vida. Os diagnósticos diferenciais mais importantes em relação à Perturbação de Terrores Noturnos são: a Perturbação de Pesadelos. com a freqüência e gravidade dos episódios flutuando ao longo do tempo. A Perturbação de Terrores Noturnos deve ser diferenciada de outras perturbações responsáveis por despertares completos ou parciais durante a noite ou comportamentos invulgares durante o sono. com . Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. Em adultos. começa geralmente entre os 20 e os 30 anos e segue. geralmente. um curso crônico. disfunção ou sofrimento clinicamente significativo e a eventualidade de perigo para o próprio ou os outros. a convulsões que ocorrem durante o sono. Sonambulismo e outras parassônias (ver Parassônia Sem Outra Especificação). pode ser dificilmente diferenciável dos episódios de Terrores Noturnos que decorrem com atividade motora acentuada. O protótipo dos episódios de terrores noturnos envolve uma predominância de alerta simpático e medo. enquanto os pesadelos ocorrem durante o sono REM. A distinção entre episódios singulares de terrores noturnos e a Perturbação de Terrores Noturnos. Padrão Familiar Sujeitos com esta perturbação relatam frequentemente uma história familiar positiva para terrores noturnos ou sonambulismo. ocorrer em noites consecutivas. A freqüência dos episódios varia num mesmo sujeito e de pessoa para pessoa. também. as duas perturbações ocorrem frequentemente associadas. Os terrores noturnos geralmente ocorrem durante o sono de ondas lentas.espontaneamente durante a adolescência. baseia-se na ocorrência repetida. A Perturbação de Sonambulismo. O grau de alerta simpático e a atividade motora não é tão intensa como nos terrores noturnos e o doente recorda o sonho de forma mais completa. O exemplo mais comum é a "perturbação do comportamento associado ao sono REM". As alucinações hipnagógicas são experienciadas de forma esporádica por sujeitos assintomáticos e de um modo mais regular por aqueles que sofrem de Narcolepsia. obesidade e sintomas respiratórios tais como apnéias. O EEG geralmente revela dados intercríticos em sujeitos com convulsões durante o sono. despertar mais imediato e completo e atividade motora que claramente se relaciona com o conteúdo dos sonhos. embora convulsões de foco frontal ou temporal possam provocar comportamentos mais complexos. Tipo Parassônia (p. envolve sonhos com enredo e aparentemente reais. dificuldade em respirar ou episódios agudos distinguem a Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração da Perturbação de Terrores Noturnos. A disrupção do sono relacionada com convulsões deve ser diagnosticada como Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral. O caso protótipo de Sonambulismo envolve pouco alerta simpático ou medo e a atividade motora é organizada. Um episódio isolado de terror noturno pode também ocorrer durante o sono de ondas lentas que se segue como efeito paradoxal ao tratamento abrupto da síndrome de apnéia do sono tipo obstrutivo (por exemplo: após tratamento com pressão positiva contínua através das vias aéreas CPAP).uma menor participação de atividade motora. O início de . Porque isto ocorre durante o sono REM. no entanto pode ser necessário para um diagnóstico diferencial definitivo um registro durante o sono noturno. o fato de serem imagens quase reais e a sensação subjetiva de estar acordado. mas podem ocorrer também durante o sono de ondas lentas. um sujeito com uma Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração pode ter episódios de despertares associados a medo e pânico que lembrem os de Horrores Noturnos. mas esta atividade é mais prolongada. e podem estar associadas com ansiedade. A "distonia paroxística noturna" também inclui despertares do sono com atividade motora. Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral diferentes das convulsões raramente são causa de episódios de alteração do comportamento durante a noite. seguidos por estados confusionais e despertares difíceis. que também produz sensação de medo. 615). mais rítmica e estereotipada e não está associada com relatos subjetivos ou sinais de medo. Incontinência e movimentos tónico-clónicos sugerem epilepsia. A associação com o ressonar. A maior parte das convulsões noturnas ocorrem na transição sono-vigília. O que as diferencia da Perturbação de Terrores Noturnos é a sua ocorrência no início do sono. As Parassônias Sem Outra Especificação incluem várias apresentações que podem assemelhar-se aos Terrores Noturnos. atividade motora violenta e um perigo potencial para o próprio. que a existir é abrupta e desorganizada. As convulsões que ocorrem durante o sono podem dar sensações subjetivas de medo e comportamentos estereotipados. Raramente. Página 604 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para a Perturbação de Terrores Noturnos são quase os mesmos exceto que a ICD-10 explicita limites de duração do episódio que deve ser inferior a dez minutos. geralmente ocorrendo durante o primeiro terço do maior período de sono. 619). Relação com a Classificação Internacional das Perturbações do Sono A Perturbação de Terrores Noturnos é virtualmente idêntica aos Terrores Noturnos na Classificação Internacional das Perturbações do Sono (ICSD). Quando os episódios estão relacionados com efeitos fisiológicos diretos de medicamentos ou outras substâncias a perturbação deve ser classificada como Perturbação do Sono Induzida por Substâncias Tipo Parassônia (p. mas estes episódios produzem acordares rápidos e completos sem o estado confusional. amnésia ou a típica atividade motora dos Terrores Noturnos. A Perturbação de Pânico também causa despertares abruptos do sono não-REM profundo acompanhados de medo. também são descritos na ICSD. respiração rápida e suores durante cada episódio. com ou sem terror ou deambulação.4 Perturbação de Terrores Noturnos [307. A presença de Agorafobia pode ajudar a diferenciar as duas perturbações.comportamento alterado durante o sono num adulto de meia-idade ou mais velho deve colocar a hipótese de traumatismo craniano ou patologia do sistema nervoso central tal como tumor ou infecção. Episódios recorrentes de despertares abruptos. . que podem ocorrer como uma perturbação independente ou em conjunção com Terrores Noturnos. "Alertas confusionais".Medo intenso e sinais de alerta simpático tais como taquicardia. Alertas confusionais são caracterizados por breves despertares do sono de ondas lentas com confusão. Os sujeitos que têm Ataques de Pânico durante o sono referem que estes sintomas são virtualmente idênticos aos dos Ataques de Pânico que ocorrem durante o dia. que se iniciam com um grito de pânico.46] A. Os episódios de terror noturno também podem ser exacerbados ou induzidos por medicamentos como depressores do sistema nervoso central. B. Critérios de diagnóstico para F51. Não são recordados pormenores do sono e existe amnésia para o episódio.46] Características de Diagnóstico A característica essencial do Perturbação de Sonambulismo são os episódios repetidos de atividade motora complexa iniciada durante o sono.C. D. profissional ou outras áreas importantes do funcionamento individual. Em episódios ligeiros (por vezes chamados "alertas confusionais") o sujeito pode simplesmente sentar-se na cama. comer ou falar. ou mesmo terem comportamento de fuga a uma eventual ameaça. Após o episódio pode haver inicialmente um breve período confusional ou de dificuldade de orientação seguido de completa recuperação das funções cognitivas e comportamento adequado (critério D). com olhar vazio e relativamente indiferente aos esforços para ser acordado (Critério B). sobe e desce escadas ou sai mesmo de casa. E. A maior parte dos comportamentos durante os episódios de sonambulismo são . profissional e noutras áreas importantes do funcionamento individual (Critério E). Os episódios de sonambulismo podem apresentar-se com uma grande variedade de comportamentos. incluindo levantar da cama e deambular. Durante os episódios o sujeito está menos despertável e responsivo. olhar à volta ou puxar cobertores ou lençóis. O sonambulismo pode causar sofrimento clinicamente significativo ou disfunção social. A Perturbação de Sonambulismo não deve ser diagnosticada se o comportamento for devido aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo: abuso de tóxicos ou medicação) ou um estado físico geral (Critério F). Os esforços para acalmar o sujeito durante o episódio são inúteis.3 Perturbação de Sonambulismo [307. F. Os episódios de sonambulismo começam durante o sono de ondas lentas e portanto ocorrem geralmente durante o primeiro terço da noite (Critério A). Durante o episódio os sujeitos podem usar a casa de banho. Se acordado durante a noite (ou ao acordar na manhã seguinte) o sujeito tem uma memória escassa dos acontecimentos ocorridos durante o episódio (Critério C). Mais frequentemente levanta-se realmente da cama e dirige-se a armários.Os episódios causam sofrimento significativo ou diminuição no funcionamento social. F51. sai do quarto.A perturbação não é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo: abuso de tóxicos ou medicação) ou de um estado físico geral. têm sido relatados casos de abertura de portas e funcionamento com aparelhos. A maior parte dos episódios duram de alguns minutos a meia hora. Pode acontecer que o sujeito obedeça quando lhe é pedido para parar a atividade em curso e regressar à cama. ir de férias ou ficar fora de casa). Alguns sujeitos comem durante os episódios.contudo rotineiros e de pouca complexidade. cair das escadas. mas nos adultos pode associar-se com Perturbações da . Pode acontecer que o sujeito sofra lesões por chocar contra objetos. O sujeito evita situações que revelem este comportamento (por exemplo: as crianças evitam visitar amigos ou ir para campos de férias. Os sujeitos com Sonambulismo e Terrores Noturnos podem. Na criança o sonambulismo geralmente não se associa a outras doenças mentais. também. Para ser feito o diagnóstico o sujeito deve ter queixas clinicamente significativas ou disfunção. Durante os episódios de sonambulismo os sujeitos podem falar ou mesmo responder a perguntas. a articulação é deficiente e o diálogo é raro. o sujeito mantém-se confuso durante alguns minutos voltando depois ao estado normal de vigília. No entanto. sair de casa ou subir para as janelas. Alguns episódios podem deixar uma vaga recordação de imagens oníricas fragmentárias. mas com amnésia completa para o acontecimento. os adultos evitam dormir acompanhados. álcool ou uso de sedativos. Quando acordado. No entanto. Os episódios de sonambulismo podem terminar com passagem espontânea para o estado de vigília ou o sujeito pode voltar para a cama e continuar a dormir até de manhã. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. O perigo aumenta se os episódios de sonambulismo incluem características de terrores noturnos com fuga e luta. o que pode acontecer também com stress psicossocial. agredir terceiros durante os episódios. Por vezes o sujeito pode acordar na manhã seguinte noutro lugar. Estímulos internos (por exemplo: distensão vesical) ou externos (por exemplo: ruídos) podem aumentar a probabilidade de ocorrer um episódio de sonambulismo. mas geralmente sem sonhos com um encadeamento histórico. geralmente com amnésia parcial ou completa para este acontecimento. Estas situações podem resultar em isolamento social ou dificuldades profissionais. ou com evidências de ter realizado alguma atividade durante a noite. No entanto estes comportamentos são executados com níveis reduzidos de vigília e acordar o sujeito durante um episódio é geralmente muito difícil. Particularmente em crianças estes episódios podem decorrer com alterações do comportamento (por exemplo: urinar num armário). Podem ocorrer em sujeitos com sonambulismo outras parassônias associadas ao sono não-REM (por exemplo: Terrores Noturnos). Os ritmos cardíaco e respiratório podem aumentar no início do episódio.Personalidade. Evolução . A febre ou a privação do sono podem aumentar a freqüência dos episódios de sonambulismo. Geralmente o EEG é interferido com artefatos provocados pelos movimentos do sujeito durante o episódio.0%. precedendo o episódio.0% a 7. Características Especificas da Cultura. O uso de registros polissonográficos de rotina com monitorização audiovisual pode documentar episódios de sonambulismo. mas a prevalência da Perturbação de Sonambulismo (episódios repetidos com disfunção e queixas) é muito menor. Dados laboratoriais associados. É uma atividade violenta mais comum durante os episódios entre os adultos. Perturbações do Humor ou Perturbações da Ansiedade. O EEG registra. Os outros dados polissonográficos podem ser um aumento do número de transições dos estádios 3 e 4 do sono e uma redução da eficácia do mesmo. A síndrome de apnéia do sono do tipo obstrutivo e outras doenças que produzem uma disrupção do sono de ondas lentas também podem estar associadas com episódios de sonambulismo. Alguns sujeitos (por exemplo. Estes dados podem ocorrer num episódio completo de sonambulismo ou com um episódio minor (tal como um alerta confusional). Prevalência Entre 10% e 20% das crianças têm pelo menos um episódio de sonambulismo. provavelmente entre 1% a 5%. Estes iniciam-se nas primeiras horas do sono profundo (geralmente estádio 3 ou 4 do sono não-REM). mas é provável que as causas e significados atribuídos ao sonambulismo difiram entre as culturas. Tem sido também notada uma associação entre cefaléia tipo enxaqueca e o sonambulismo. Sinais de alerta no EEG tais como atividade alfa podem aparecer no início do episódio. Dados epidemiológicos apontam para uma prevalência nos adultos de episódios de sonambulismo (não Perturbação de Sonambulismo) de 1. O sonambulismo tem igual incidência em ambos os sexos. adultos mais idosos podem ter episódios durante a fase 2 do sono não-REM). Idade e Gênero Não existem dados que evidenciem claramente diferenças culturais nas manifestações dos episódios de sonambulismo. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. uma atividade delta de alta tensão rítmica ("hipersincronismo") que persiste durante o despertar. A fronteira exata entre episódios de sonambulismo sem significado clínico e Perturbação de Sonambulismo é indistinta. Aproximadamente 10% a 20% das pessoas com sonambulismo têm um familiar de primeiro grau com sonambulismo também. a pessoa demonstra . no entanto o primeiro episódio costuma ocorrer entre os quatro e os oito anos. Os episódios podem ocorrer isoladamente em sujeitos de qualquer idade. em página 607 regra por volta dos quinze anos.O sonambulismo pode ocorrer em qualquer altura em crianças que já aprenderam a andar. Pode ser difícil distinguir clinicamente a Perturbação de Sonambulismo da Perturbação de Terrores Noturnos. Episódios freqüentes. comportamento violento ou mais ativo e diminuição do rendimento social como resultado do sonambulismo tornam provável a procura de ajuda médica pelos pais da criança e levam ao diagnóstico de Perturbação de Sonambulismo. com ou sem acontecimentos precipitantes. ou que ocorrem de novo na idade adulta são mais sugestivos do diagnóstico de Perturbação de Sonambulismo. O primeiro episódio raramente ocorre na idade adulta. O sonambulismo nos adultos teve. mas o modo exato como esta ocorre é desconhecido. Em ambos. O sonambulismo da infância geralmente desaparece espontaneamente no início da adolescência. Diagnóstico Diferencial Muitas crianças têm episódios raros ou isolados de sonambulismo. Há dados que sugerem transmissão genética. mas o padrão mais comum é o de episódios repetidos num período de vários anos. e quando isto acontece deve motivar uma investigação de etiologias específicas tais como uso de substâncias ou patologia neurológica. quando há uma tentativa para "escapar" do estímulo aterrorizante. Mais raramente os episódios podem ter uma evolução recorrente com reinício dos episódios no início da idade adulta após um intervalo que dura desde o final da infância. uma evolução crônica e flutuante. lesões. O risco aumenta (até 60%) quando ambos os pais tiverem história de sonambulismo. Episódios que persistam da infância à adolescência tardia. Há história familiar de sonambulismo ou terrores noturnos até cerca de 80% das pessoas com sonambulismo. frequentemente. Padrão Familiar A Perturbação de Sonambulismo tem uma incidência familiar. O pico da prevalência ocorre por volta dos doze anos. Uma variedade de outros movimentos pode ocorrer com despertares parciais durante o sono. Tipo Parassônia (ver p. pausas respiratórias e sonolência diurna. perseverantes e de mais baixa complexidade do que o sonambulismo. Despertares confusionais assemelham-se a episódios de sonambulismo em todos os aspectos. O EEG mostra um traçado característico de epilepsia. . Um grito inicial. incluindo atividade paroxística durante os episódios e características intercríticas nas outras ocasiões. A "Perturbação do Sono REM" é outra Parassônia (ver "Parassônia Sem Outra Especificação") que se torna difícil de distinguir da Perturbação de Sonambulismo. De novo. A Perturbação do Sono REM é caracterizada por episódios de movimentos complexos. Tipicamente. sinais de pânico ou medo intenso e hiperfunção autonômica são mais característicos da Perturbação de Terrores Noturnos. "Sono ébrio" é um estado no qual a pessoa mostra uma transição prolongada do sono para a vigília de manhã. A Perturbação Respiratória do Sono. a Perturbação Respiratória do Sono é caracterizada pelo ressonar. Em algumas pessoas a Perturbação Respiratória do Sono pode precipitar episódios de sonambulismo. dificuldade em despertar e amnésia para o acontecimento. Contudo. Em contraste com a Perturbação de Sonambulismo. a epilepsia do sono produz movimentos mais estereotipados. 615). a presença de convulsões do sono não exclui a presença de episódios de sonambulismo. Pode ser difícil despertar a pessoa. exceto no movimento de levante. A epilepsia do sono deve ser diagnosticada como Perturbação de Sono Devida à Epilepsia. proeminentes. a Página 608 deambulação ou outros comportamentos mais complexos distinguem a Perturbação de Sonambulismo. A Epilepsia do Sono pode produzir episódios de comportamento inabitual durante o sono. A pessoa não responde e fica amnésica para o episódio. Contudo. habitualmente envolvendo alguma forma de lesão física. frequentemente na última parte da noite. A Perturbação de Sonambulismo e a Perturbação de Terrores Noturnos podem ocorrer na mesma pessoa e nesse caso devem ambas ser diagnosticadas. pode também produzir um despertar confuso com amnésia subseqüente. Na maioria dos casos as pessoas com epilepsia do sono também têm episódios semelhantes durante a vigília. especialmente a síndrome de apnéia do sono obstrutiva. As pessoas acordam facilmente e relatam um sonho que se encaixa nos movimentos observados.movimentos. a Perturbação do Sono REM ocorre durante os movimentos oculares rápidos (REM). que pode resistir violentamente a acordar. C. .46] A. mostra-se relativamente arreativo às tentativas dos outros para estabelecer um diálogo com ele e só pode ser acordado com grande esforço. Relação com a Classificação Internacional de Doenças para as Perturbações de Sono A Perturbação de Sonambulismo é virtualmente idêntica ao Sonambulismo tal como o descrito na Classificação Internacional de Doenças para Perturbações de Sono (ICSD). Apesar de as pessoas poderem fingir sonambulismo como parte da Simulação.Ao acordar (tanto em pleno episódio como na manhã seguinte). o sujeito tem um olhar fixo e perdido. A ICSD inclui duas outras perturbações com características semelhantes ao sonambulismo: Despertar Confuso e Síndrome Alimentar Noturno.Poucos minutos depois de acordar do episódio de sonambulismo. A Fuga Dissociativa tem semelhanças com a Perturbação de Sonambulismo. começando tipicamente com a pessoa acordada. Em tais casos. Tipo Parassônia.3 Perturbação de Sonambulismo [307. deve ser diagnosticada (ver p. A Fuga é rara em crianças. 619). × Critérios de diagnóstico para F51.Episódios repetidos de levantar da cama durante o sono e de deambulação. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Perturbação de Sonambulismo são quase os mesmos.O sonambulismo pode ser induzido por substâncias ou medicamentos (por exemplo. antipsicóticos. é difícil simular o comportamento de sonambulismo sob observação direta. dura horas ou dias. a Perturbação de Sono Induzida por Substâncias. D. B. antidepressivos tricíclicos. que ocorrem geralmente durante o primeiro terço do período de sono maior. o sujeito nada recorda do sucedido. hidrato de cloral). o sujeito recupera todas as suas faculdades e não mostra alteração do comportamento ou das atividades mentais (ainda que num primeiro momento possa apresentar desorientação).Durante estes episódios. e não é caracterizada por perturbações de consciência. 44] Características de Diagnóstico A característica essencial da Insônia e da Hipersônia Relacionadas a Outra Perturbação Mental é a presença de insônia ou hipersônia apreciadas como relacionadas temporal e casualmente a outra perturbação mental.8 Parassônia Sem Outra Especificação [307. Insônia ou Hipersônia. não deve ser anotada separadamente. laboral ou de outras áreas importantes da atividade do sujeito.Situações em que o clínico conclua tratar-se de uma Parassônia mas não é capaz de a classificar como primária. Ao contrário do sonambulismo.Os episódios de sonambulismo provocam mal-estar clinicamente significativo ou insuficiência social. medo de morte iminente. 3. que surge durante o sono REM.1 Hipersônia Relacionada com Outra Perturbação Mental [307. frequentemente de tipo violento. como conseqüência fisiológica direta de uma substância não são incluídas aqui. A paralisia do sono ocorre habitualmente como um sintoma subordinado da Narcolepsia e. Os episódios estão habitualmente associados com ansiedade extrema e. Incluem os seguintes exemplos: l. mas sem critérios para uma Parassônia mais específica. 619). E. Os episódios podem ocorrer durante o início do sono (hipnagógicos) ou ao despertar (hipnopômpicos).E. A . em alguns casos. em alguns casos. Estas entidades devem ser diagnosticadas como Perturbações do Sono Induzidas por Substâncias (ver p. medicação) ou um Estado Físico Geral.Paralisia do sono: incapacidade para executar movimentos voluntários durante a transição entre vigília e sono.47] A Parassônia Sem Outra Especificação é uma categoria para perturbações que são caracterizadas por acontecimentos fisiológicos ou comportamento anormal durante o sono ou na transição sono-vigília.Perturbação do Sono REM: atividade motora. F51. droga de abuso.A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de substâncias (por exemplo. 2. Perturbações do Sono Relacionadas com Outra Perturbação Mental F51. estes episódios tendem a ocorrer tardiamente na noite e estão associados a uma recordação viva do sonho.0 Insônia Relacionada com Outra Perturbação Mental [307. devida a um estado físico geral ou induzida por substâncias.42] F51. Muitas perturbações mentais podem envolver insônia ou hipersônia como problemas predominantes. ou acordar precoce com incapacidade de voltar a adormecer. A Insônia e a Hipersônia não estão relacionadas com outra Perturbação do Sono (por exemplo. Perturbações Somatoformes e Perturbações da Personalidade. Narcolepsia. A Hipersônia Relacionada com Perturbação do Humor é mais habitualmente associada com Perturbação Afetiva Bipolar. As pessoas com Perturbação Depressiva Major queixam-se frequentemente de dificuldade em adormecer. Em ambas. Algumas pessoas com Perturbação de Pânico podem ter Ataques de Pânico noturnos que levam à insônia. Um diagnóstico adicional de Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental só deve ser colocado quando a perturbação do sono for uma queixa predominante e suficientemente grave para ser foco de atenção clínica independente (Critério C). ou da continuidade do sono. Frequentemente. acordar freqüente durante a noite ou um sentimento marcado de um sono não reparador que dure pelo menos um mês.insônia relacionada com outra perturbação mental é caracterizada por dificuldade no adormecer. Episódio Depressivo Recente ou Episódio Depressivo Major com Sintomas Atípicos. Perturbação Respiratória do Sono ou uma Parassônia) e a Hipersônia não é resultado de uma inadequada quantidade de sono (Critério D). . abuso de drogas. As pessoas com este tipo de insônia ou hipersônia habitualmente focam a atenção na sua perturbação do sono até à exclusão de outros sintomas característicos de Outra Perturbação Mental. atribuem os outros sintomas ao fato de dormirem mal. os sintomas do sono causam sofrimento significativo ou diminuição do rendimento social. A hipersônia relacionada com outra perturbação mental é caracterizada por queixas de um sono noturno prolongado ou episódios de sono diurno por pelo menos um mês (Critério A). medicação) ou um estado físico geral (Critério E). A perturbação do sono não deve ser atribuível ao efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. associados com fadiga ou diminuição do rendimento diurno (Critério A). Outras perturbações mentais que se relacionam com insônia incluem Perturbações de Adaptação. cuja presença só pode ser detectada após interrogatório específico e persistente. As pessoas com Perturbação da Ansiedade Generalizada relatam frequentemente dificuldades em adormecer e podem acordar com ruminações ansiosas a meio da noite. mas raramente é queixa predominante. Insônia e Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental. Insônia significativa pode ocorrer frequentemente nas descompensações da Esquizofrenia e outras Perturbações Psicóticas. As perturbações do sono são sintomas freqüentes de outras perturbações mentais. profissional ou de outras áreas importantes de funcionamento (Critério B). 3) diminuição da latência dos movimentos oculares rápidos (REM) (por exemplo. estas pessoas podem sofrer mais por estes sintomas de fadiga do que pelo aumento do sono. Os achados polissonográficos característicos (mas não diagnósticos) de episódio Depressivo Major incluem:1) perturbação da continuidade do sono. Numa entrevista cuidadosa. Por exemplo. aumento do acordar intermitente. o número de movimentos oculares durante o REM). F51. A perturbação mental específica deve também ser registrada no Eixo I ou II conforme for apropriado. os sintomas associados de Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental incluem os sintomas e características associadas da perturbação mental com que se relacionam.0 Insônia Relacionada com Perturbação Depressiva Major [307. 4) aumento da densidade REM (por exemplo. Podem. encurtamento da duração do primeiro período NREM). As pessoas com Hipersônia Relacionada com Outra Perturbação Mental frequentemente acentuam sintomas de fadiga. melhoria do sono quando fora do contexto habitual do dormir e uma tendência para permanecer demasiado tempo na cama. As anormalidades do sono podem ser evidentes em 40%-60%o dos doentes ambulatório e . As pessoas com Insônia Relacionada com Outra Perturbação Mental podem demonstrar o mesmo tipo de vigília condicionada e o condicionamento negativo que as pessoas com Insônia Primária têm. insônia ou hipersônia) seguido da perturbação específica do Eixo I ou II com que se relaciona (por exemplo. acordar precoce. ter uma história de tratamentos medicamentosos múltiplos ou inapropriados para a insônia. também.Procedimentos de Registro O nome do diagnóstico começa com o tipo de perturbação do sono (por exemplo. por definição. 5) aumento da duração do sono REM no início da noite. Porque. prolongamento da latência do sono. "paralisia de chumbo" ou completa falta de forças.42]) no Eixo I. 2) redução dos movimentos oculares não-rápidos (NREM) dos estádios 3 e 4 (sono de ondas lentas). Podem até ter uma história de uso inapropriado de medicamentos estimulantes. com uma alteração da atividade das ondas lentas do primeiro período NREM. são encontrados critérios para a perturbação mental relacionada. podem identificar um aumento de ansiedade com o aproximar do deitar. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. Dados laboratoriais associados. incluindo cafeína. As pessoas com Perturbação de Pânico podem ter despertares paroxísticos à entrada dos estádios 3 e 4 do sono NREM. A evidência sugere que a maioria destas anormalidades persiste após a remissão clínica e pode anteceder o começo do Episódio Depressivo Major inicial. Os achados polissonográficos dos Episódios Maníacos são semelhantes aos encontrados nos Episódios Depressivos Major. o sono REM está inicialmente diminuído durante a evolução de uma descompensação aguda. Dados associados do exame somático e estados físicos gerais. As pessoas com Insônia e Hipersônia Relacionadas a Outra Perturbação Mental podem aparentar cansaço. as pessoas de determinados estratos culturais podem apresentar mais queixas de insônia ou hipersônia do que outros sintomas (por exemplo. com um retorno ao normal acompanhando a melhoria clínica. A latência REM pode estar diminuída. depressão e ansiedade). Os estados físicos gerais associados com estas Perturbações do Sono são os mesmos que estão associados à perturbação mental subjacente. Idade e Gênero Nalgumas culturas. prolongamento da latência do sono ou despertares freqüentes). Prevalência Os problemas de sono são extremamente comuns em todos os tipos de . aumento da freqüência respiratória e sintomas emocionais e cognitivos com Ataques de Pânico. A maioria das outras perturbações mentais produz alterações do padrão de sono não específicas (por exemplo.até 90% dos doentes internados com um Episódio Depressivo Major. do que com diferenças de susceptibilidade a problemas de sono. Na Esquizofrenia. Para além disso. As crianças e adolescentes com Perturbação Depressiva Major apresentam menos perturbações subjetivas do sono e menos alterações polissonográficas que os adultos mais velhos. estes fenômenos são acompanhados por taquicardia. Esta diferença provavelmente relaciona-se mais com a maior prevalência de Perturbações do Humor e da Ansiedade na mulher. fadiga ou um ar descomposto num exame de rotina. Características Especificas da Cultura. as queixas de perturbação do sono podem ser vistas como relativamente menos estigmatizantes que as perturbações mentais. As Perturbações do Sono Relacionadas com Outra Perturbação Mental têm maior prevalência em mulheres. O tempo total de sono está com freqüência gravemente diminuído na Esquizofrenia e o sono de ondas lentas está tipicamente durante o período de exacerbações. A Hipersônia Relacionada com Outra Perturbação Mental é um diagnóstico muito menos freqüente (menos de 5%) entre as pessoas que recorrem aos centros de perturbações de sono. Diagnóstico Diferencial A Insônia e a Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental não devem ser diagnosticadas em todas as pessoas com uma perturbação mental que tenham também sintomas de perturbação do sono associados. Não pode ser feito um diagnóstico independente de perturbação do sono para a maioria das pessoas com Perturbação Depressiva Major que relatam dificuldades em adormecer ou em permanecerem a dormir a meio da noite. outras pessoas podem ter insônia persistente ou intermitente que subsiste para além da remissão dos outros sintomas de Perturbação Depressiva Major. se as queixas forem primariamente de perturbação do sono ou se a insônia for . Por outro lado. A perturbação do sono pode ser um dos sintomas mais precoces nas pessoas que depois vêm a desenvolver uma perturbação mental associada. um agravamento do sono precocemente durante a evolução de uma exacerbação aguda e relatam melhorias com a remissão dos outros sintomas. As pessoas com Perturbações Psicóticas têm. mas não há estimativas precisas das pessoas que se apresentam primariamente por disrupção de sono.perturbações mentais. apesar de raramente se queixarem da sua incapacidade para dormir. frequentemente. dependendo da natureza do episódio em curso. Sintomas de insônia e hipersônia muitas vezes flutuam consideravelmente com o tempo. as pessoas vivenciam hipossônia. Evolução A evolução das Perturbações do Sono Relacionadas com Outra Perturbação Mental geralmente segue o curso da perturbação mental subjacente. a perturbação do sono pode melhorar rapidamente. A Insônia Relacionada com Outra Perturbação Mental é o diagnóstico mais freqüente (35%o-50%) entre as pessoas que recorrem aos centros de perturbações do sono para avaliação de uma insônia crônica. Contudo. As pessoas com Perturbação Bipolar têm habitualmente sintomas de sono associados distintos. Por outro lado. particularmente aquelas em tratamento. Um diagnóstico de Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental só deve ser estabelecido quando os sintomas de sono forem severos e forem um foco de atenção clínica independente. com freqüência com maior rapidez até que os outros sintomas da perturbação subjacente. Durante os Episódios Maníacos. Para muitas pessoas com depressão. estas pessoas podem ter sofrimento marcado com a hipersônia que ocorre durante os Episódios Depressivos Major. feocromocitoma. que desenvolveram posteriormente uma Perturbação da Ansiedade ou do Humor. o diagnóstico deve ser mudado de Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental para Insônia Primária ou Hipersônia Primária. 615. para uma discussão mais pormenorizada). hipertiroidismo). para uma discussão mais pormenorizada). Um diagnóstico de Insônia Primária ou Hipersônia Primária é apropriado quando (como frequentemente acontece) a insônia ou hipersônia é acompanhada por sintomas (por exemplo. medicação) ser julgada como etiologicamente responsável pela perturbação do sono (ver p. a insônia ou hipersônia devem ser a queixa predominante e serem suficientemente graves para merecer atenção clínica independente. O diagnóstico de Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental deve ser fundamentado em três critérios. Em terceiro lugar. o quadro sintomatológico deve preencher os critérios para outra perturbação mental.desproporcionada em relação aos outros sintomas. Um diagnóstico de Insônia Primária é também apropriado para pessoas com insônia crônica. Em primeiro lugar. Não devem ser diagnosticadas Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental se a apresentação sintomatológica for mais bem descrita por outra Perturbação do Sono (por exemplo. Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração ou uma Parassônia). Se os sintomas de insônia ou hipersônia persistirem mesmo depois de outros relacionados com a perturbação mental subjacente terem remitido completamente. Por exemplo. O diagnóstico é de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral quando a perturbação do sono for julgada conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral específico (por exemplo. então deve ser estabelecido um diagnóstico adicional de Insônia Relacionada com Outra Perturbação Mental. Em segundo lugar. a insônia ou hipersônia devem ser atribuíveis a outra perturbação mental (por exemplo. Esta determinação baseia-se na história. droga de abuso. Narcolepsia. Distinguir a Insônia Primária ou Hipersônia Primária da Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental pode ser especialmente difícil nas pessoas que se apresentam com sintomas de perturbação do sono e outros sintomas de outra perturbação mental. dados laboratoriais e exame somático (ver p. insônia ou hipersônia ocorrendo exclusivamente durante a perturbação mental). humor depressivo) que não preencham os critérios específicos de perturbação mental. ansiedade. 619. A Insônia ou a Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental devem ser distinguidas de uma Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral. insônia que ocorra somente no . Uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias é distinguível de Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental pelo fato de uma substância (por exemplo. Perturbações da Ansiedade. [Indicar a perturbação do Eixo I ou 11) [307. C. ocupacional ou noutras áreas. durante pelo menos um mês. B. Perturbação de Pânico e Alcoolismo. Parassônia). D. Apesar de as queixas de insônia ou hipersônia ocasionais serem comuns na população em geral. mas é suficientemente grave para ser foco de atenção médica independente. tal como das outras Perturbações do Sono.0 Insônia Relacionada com. × Critérios de diagnósticos para F51. Perturbação Depressiva Major.. As perturbações do sono transitórias são reações comuns a acontecimentos da vida estressantes e habitualmente não impõem um diagnóstico. Perturbações do Humor. Perturbação da Ansiedade Generalizada.A queixa fundamental consiste numa dificuldade em iniciar ou manter o sono ou sono não reparador. Um diagnóstico separado de Insônia ou Hipersônia Relacionada com uma Perturbação de Adaptação deve ser considerado somente quando a perturbação do sono for particularmente grave ou prolongada.42] A.A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de substâncias (por exemplo droga de abuso.Considera-se que a insônia está relacionada com outra perturbação do Eixo I ou do Eixo II (por exemplo. Perturbação da Adaptação com Ansiedade). E. Relação com a Classificação Internacional das Doenças do Sono A Classificação Internacional de Doenças do Sono inclui diagnósticos semelhantes para Perturbações do Sono Relacionadas com Outra Perturbação Mental e especificamente descreve Psicoses.contexto de elevado consumo de café deve ser diagnosticada como Perturbação do Sono Induzida por Cafeína. medicação) ou um estado . que se associa a fadiga diurna ou deficiente funcionamento diurno. As Perturbações do Sono Relacionadas com Outra Perturbação Mental devem ser diferenciadas dos padrões normais de sono.. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não inclui categorias separadas para Insônia ou Hipersônia Relacionadas com Outra Perturbação Mental. Perturbação do Sono Relacionada com Dificuldade Respiratória.A perturbação do sono (ou fadiga diurna associada) provoca malestar clinicamente significativo ou dificuldade no funcionamento social. Narcolepsia. Tipo Insônia.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra Perturbação do Sono (por exemplo. não são habitualmente acompanhadas por outros sinais e sintomas de uma perturbação mental. × Critérios de diagnóstico para F51. A sintomatologia pode incluir insônia.x Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral [780.44] A.. D. na qual a causa seja um grave estado físico geral (Critério C). O diagnóstico não deve ser colocado se a perturbação do sono ocorrer somente durante a evolução de um delirium (Critério D). evidenciada por episódios prolongados de sono ou episódios de sono diurno que ocorrem quase diariamente. apnéia do sono) ou a Narcolepsia . A sonolência excessiva causa mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social.Considera-se que a hipersônia está relacionada com outra perturbação do Eixo I ou do Eixo II (por exemplo. Por convenção. Tem de haver evidência da história clínica. Perturbação do Sono Relacionada com Dificuldade Respiratória.A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de outra Perturbação do Sono (por exemplo. ocupacional ou noutras áreas importantes. C. mas é suficientemente grave para ser foco de atenção médica independente..físico geral. Perturbação Depressiva Major.xx] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral é uma perturbação proeminente do sono que é suficientemente grave para ser foco de atenção clínica independente (Critério A) e é devida a um estado físico geral. Distimia). exame clínico ou dos dados laboratoriais que a perturbação do sono seja uma conseqüência fisiológica de um estado físico geral (Critério B).A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo droga de abuso.A queixa fundamental consiste em sonolência excessiva durante pelo menos um mês.1 Hipersônia Relacionada com. B. A perturbação não pode ser devida a outra perturbação mental. E. uma Parassônia ou alguma combinação destas. (Indicar a perturbação do Eixo I ou 11) [307. tal como Perturbação da Adaptação. Narcolepsia. Outras Perturbações do Sono G47. medicação) ou a um estado físico geral. as perturbações do sono devidas a Perturbação Respiratória do Sono (por exemplo. hipersônia. Parassônia). o clínico deve primeiro estabelecer a presença de um estado físico geral. Tipo Insônia. Subtipos Os subtipos listados abaixo podem ser usados para indicar quais das seguintes apresentações sintomatológicas são predominantes. Apesar de não haver orientações que determinem que a relação entre a perturbação do sono e o estado físico geral seja etiológica. Uma consideração é a presença de uma associação entre o início.169). idade atípica de início ou evolução ou ausência de história familiar). A apresentação clínica de uma Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral específica pode assemelhar-se à Perturbação Primária do Sono análoga. Tipo Hipersônia. exacerbação ou remissão do estado físico geral e da perturbação do sono. ocupacional ou de outras áreas importantes.não são incluídas nesta categoria (Critério E). algumas considerações fornecem orientações nessa matéria. Além disso. Uma segunda consideração é a presença de características que são atípicas de Perturbação Primária do Sono (por exemplo. uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias ou por outras perturbações mentais primárias (por exemplo. o clínico deve verificar que a perturbação não é mais bem determinada por uma Perturbação Primária do Sono. Este subtipo é usado quando a queixa predominante for um longo sono noturno ou uma sonolência excessiva durante a vigília. Esta determinação é explicada com grande pormenor no capítulo "Perturbações Mentais Devidas a Um Estado Físico Geral" (p. não são necessários os critérios completos para a Perturbação Primária do Sono para estabelecer o diagnóstico de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral. Perturbação de Adaptação). Na determinação causal desta perturbação do sono. . Contudo. Para além disso. o clínico deve estabelecer que a perturbação do sono está etiologicamente relacionada com um estado físico geral através de um mecanismo fisiológico. Este subtipo refere-se a uma queixa do sono caracterizada por dificuldade em adormecer. Este subtipo refere-se a uma perturbação do sono caracterizada primariamente por acontecimentos comportamentais anormais que ocorrem em associação com o sono ou transições do sono. Os sintomas do sono devem causar sofrimento clínico significativo ou diminuição do funcionamento social. É necessária uma análise cuidadosa e ampla de múltiplos fatores para fazer este julgamento. Evidência da literatura que sugira uma associação direta entre o estado físico geral em questão e o desenvolvimento de uma perturbação do sono pode fornecer um contexto útil na abordagem de uma situação particular. dificuldade em manter o sono ou sensação de um sono não reparador. Tipo Parassônia. Por exemplo. Procedimentos de Registro No registro diagnóstico de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral.9)). hipersônia por encefalite viral). fibromialgia). bronquite crônica) e dores por doença musculoesquelética (por exemplo. As pessoas com Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral têm um exame somático com alterações próprias do estado físico geral subjacente. infecções virais e bacterianas (por exemplo.9 tireotoxicose [242. Perturbações e Características Associadas Dados laboratoriais associados. doenças cerebrovasculares (por exemplo. A maioria das situações médicas provoca uma diminuição da duração do sono. . insônia por certas lesões vasculares cerebrais). Alguns estados físicos gerais produzem dados polissonográficos mais específicos. menos consistentemente. Não há registros polissonográficos que sejam específicos de Perturbações do Sono Devidas a Um Estado Físico Geral. Dados do exame somático e estados físicos associados. aumento dos despertares. G47. doença de Huntington). a fenomenologia específica. uma diminuição do sono REM ou da densidade da fase REM. As perturbações do sono podem resultar de uma variedade de situações médicas e neurológicas incluindo (embora não sendo exclusiva) doenças neurológicas degenerativas (doença de Parkinson.52]).Tipo Misto. Tipo Insônia [780.0 Perturbação do Sono por Tireotoxicose. uma diminuição no sono de ondas lentas e. Este subtipo deve ser usado para designar um problema de sono devido a um estado físico geral caracterizado por múltiplos sintomas mas sem predomínio sintomatológico claro. doenças endócrinas (por exemplo. As convulsões do sono resultam de descargas específicas no EEG que são consistentes com o tipo de doença convulsiva subjacente. tosse por doença pulmonar não causadora de perturbação respiratória do sono (por exemplo. hipo ou hipertiroidismo. incluindo o subtipo apropriado. E05. o clínico deve anotar ambos. hipo ou hiperadrenocorticoidismo). artrite reumatóide. O código do estado físico geral deve também ser anotado no Eixo III (por exemplo. e um estado físico geral específico julgado como causa da perturbação no Eixo I (por exemplo. Os dados laboratoriais são consistentes com o estado físico geral subjacente. as pessoas com síndrome fibromiálgica queixam-se de um sono não reparador e têm muitas vezes um padrão distinto da atividade alfa no EEG no período de sono não-REM. nestes dois exemplos específicos. associada a outra perturbação mental. Contudo. das Perturbações primárias do Sono. Muitas pessoas sofrem uma disrupção do sono durante a evolução de um estado físico geral ou neurológico. O diagnóstico diferencial faz-se não pela especificidade sintomatológica. as pessoas com um estado físico geral tomam medicamentos que por sua vez podem causar sintomas de perturbação do sono. Em alguns casos o diagnóstico simultâneo deve ser colocado. Por esta razão estas duas perturbações estão incluídas no capítulo das " Perturbações Primárias do Sono".Diagnóstico Diferencial As Perturbações do Sono Devidas a Um Estado Físicos Geral devem ser diferenciadas das disrupções do padrão de sono. Nos casos em que se suspeita de abuso de drogas. Para além disso. Diferenciar uma Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral de uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias pode ser muito difícil. Por exemplo. As Perturbações do Sono Devidas a Estados Físicos Gerais são caracterizadas por sintomas semelhantes aos das Perturbações do Sono primárias. estas queixas não merecem uma queixa adicional de Perturbação do Sono. Na maioria dos casos. devida a um estado físico geral ou induzida por substâncias. Nos casos específicos de Narcolepsia e Perturbação Respiratória do Sono a etiologia subjacente da perturbação do sono são estados físicos gerais. pode estar em tratamento com teofilina. Se o clínico não puder determinar se a perturbação do sono é primária. Perturbações do Sono Associadas a Outra Perturbação Mental e Perturbações do Sono Induzidas por Substâncias. a qual por sua vez ajudará a diferenciar este problema de uma Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral. Contudo. um diagnóstico de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral deve ser reservado para os casos de perturbação do sono em que esta seja clinicamente relevante. com presença de sintomas atípicos ou em que a pessoa esteja suficientemente perturbada pelo sintoma do sono ou necessite de trataxilento específico. Diferenciar assim uma Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral de uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias fica dependente de razões cronológicas. mas mais pela presença ou ausência de um estado físico geral etiologicamente relacionado com as queixas do sono. devem colher-se amostras de urina ou sangue para análise. que em alguns casos é também causa de perturbação do sono. uma pessoa pode ter uma perturbação do sono associada à asma. resposta ou descontinuação de tratamentos e evolução da doença. Em muitos casos. os estados físicos gerais não existem independentemente da sintomatologia do sono. o diagnóstico apropriado será Dissônia ou . E. D. × Critérios de diagnóstico para G47. perturbação de adaptação na qual o precipitante é um estado físico geral grave).Há a evidência pela história.52]: se a perturbação predominante for uma insônia . (Indicar o Estado Físico Geral) [780.54]: se a perturbação predominante for uma hipersônia. A perturbação do sono causa sofrimento clínico significativo ou diminuição de funcionamento social. . C.1 Tipo Hipersônia [.A perturbação não tem critérios para Narcolepsia ou perturbação respiratória do sono. A perturbação não ocorre exclusivamente durante a evolução de um delirium. Especifique o tipo: . esta categoria é incluída no Capítulo VI. " Doenças do Sistema Nervoso" .xx] A. exame clínico ou dados laboratoriais de que a perturbação do sono é um efeito fisiológico direto de um estado físico geral. B. . A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo... Há diagnósticos específicos para Perturbações do Sono por doenças neurológicas (com 7 exemplos listados) e Perturbações do Sono por outras doenças médicas (também com 7 exemplos listados).Parassônia Sem Outra Especificação. F. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não inclui critérios de diagnóstico para Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral.59]: se a perturbação predominante for uma parassônia. o clínico pode diagnosticar uma Perturbação do Sono associada a qualquer outra situação médica simplesmente usando o código apropriado. ocupacional ou noutras áreas importantes. Na ICD-10. Relação com a Classificação Internacional de Perturbações do Sono Classificação Internacional de Perturbações do Sono (ICSD) contém um capítulo geral de " Perturbações do Sono Médico/Psiquiátricas" .0 Tipo Insônia [.8 Tipo Parassônia [.x Perturbação do Sono Devida a. Apesar de somente 14 entidades medico/neurológicas serem especificamente citadas na ICSD.Perturbação do sono suficientemente grave para determinar uma atenção clínica independente. A Perturbação do Sono Induzida por Substâncias surge somente em associação com estados de intoxicação ou abstinência. abuso de drogas. Nas drogas de abuso deve haver evidência na história. enquanto o tipo Parassônia é mais raro. outra Perturbação do Sono) que não seja induzida por substâncias (Critério C). Este diagnóstico deve ser feito em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substâncias ou Abstinência de Substâncias somente quando os sintomas presentes estiverem para além da intensidade habitual dos de intoxicação ou abstinência e quando forem suficientemente graves para serem foco de atenção clínica independente. Para uma discussão mais pormenorizada das Perturbações Relacionadas a Substâncias ver p. Perturbação do Sono Induzida por Substâncias Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação do Sono Induzida por Substâncias é uma perturbação proeminente do sono que é suficientemente grave para merecer atenção clínica independente (Critério A) e é julgada como efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. Uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias é distinguível de uma Perturbação do Sono primária e de Insônia ou Hipersônia Associada a Outra Perturbação Mental considerando o início e a evolução. Insônia e Hipersônia são os tipos mais freqüentes. G47.0 Perturbação do Sono Devida a Doença Pulmonar Crônica Obstrutiva.179. o início da . exame físico e dados laboratoriais de intoxicações ou privações. benzodiazepinas) pode ser relativamente diferido. relacional ou noutras áreas importantes (Critério E). Tipo Insônia [780. Porque o estado de abstinência para algumas substâncias (por exemplo.. por exemplo. anotar também a estado físico geral no Eixo III.8 Tipo Misto [. enquanto as Perturbações do Sono primárias podem preceder o início do uso de substâncias ou ocorrer durante os períodos de abstinência sustentados. Um Tipo Misto pode também estar presente quando mais do que um tipo de perturbação do sono existir e nenhum predominar. Dependendo da substância usada. Nota de codificação: inclui o nome da estado físico geral no Eixo I.59]: se houver mais do que uma perturbação do sono e nenhuma predominar. A perturbação não deve ser mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. O diagnóstico não deve ser estabelecido se a perturbação do sono ocorrer durante a evolução de um Delirium (Critério D). medicação ou exposição a tóxicos) (Critério B).52). Os sintomas devem causar sofrimento clinicamente significativo ou diminuição do funcionamento social. ocorre um de quatro tipos de perturbação do sono a ser aziotada. Contudo. ou uma história prévia de Perturbação do Sono primária. Tipo Misto.perturbação do sono pode ocorrer para além de quatro semanas após o fim do uso da substância. Este subtipo é usado quando a queixa predominante for sono noturno excessivo ou sonolência excessiva durante a vigília. Este subtipo deve ser usado para designar um problema de sono induzido por substâncias caracterizado por tipos múltiplos de sintomas de sono mas sem um claro predomínio de algum. Tipo Parassônia. Este especificador deve ser usado se houver critérios para intoxicação com a substância e os sintomas se desenvolverem durante esta síndrome. Tipo Insônia. ou sentimento de um sono não reparador Tipo Hipersônia. Procedimentos de Registro . Este subtipo refere-se a uma perturbação do sono caracterizada primariamente por acontecimentos comportamentais anormais que ocorrem durante o sono ou nas transições sono-vigília. O contexto do desenvolvimento dos sintomas de sono pode ser indicado pelo uso de um dos seguintes especificadores: Com Início Durante a Intoxicação. dificuldade em manter o sono. Com Início Durante a Abstinência. idade de início ou evolução atípicas). o desenvolvimento de sintomas que estão substancialmente para além do esperado para a substância usada ou da duração do seu uso. não é necessário preencher todos os critérios para a Perturbação do Sono primária análoga para se estabelecer o diagnóstico de Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. os fatores. Este especificador deve ser usado se houver critérios para abstinência de uma substâncias e os sintomas se desenvolverem durante ou pouco depois de uma síndrome de abstinência.que sugerem que a perturbação de sono é mais bem explicada por uma Perturbação do Sono primária incluem a persistência dos sintomas por mais de cerca de quatro semanas após o fim de uma intoxicação ou abstinência aguda. Subtipos e Especificadores Os subtipos listados abaixo podem ser usados para indicar qual das apresentações sintomatológicas predomina. Este subtipo refere-se a uma queixa caracterizada primariamente por dificuldade em adormecer. Outra possibilidade é a presença de características atípicas para uma Perturbação do Sono primária (por exemplo. Em contraste. A apresentação clínica de qualquer Perturbação do Sono Induzida por Substâncias específica assemelha-se à Perturbação do Sono primária análoga. F14. O perfil do EEG do sono para cada substância é posteriormente relacionado com o estádio do uso. cafeína. Substâncias Especificas A Perturbação do Sono Induzida por Substâncias ocorre mais frequentemente por intoxicação com as seguintes classes: álcool. sonhos vívidos e ansiosos no resto do período de sono.8 Perturbação do Sono Induzida por Substância Desconhecida [292. Para substâncias que não se encontram listadas (por exemplo. bem como pelo contexto específico em que se desenvolveu (por exemplo. com Início Durante Intoxicação). cada uma deve ser indicada separadamente (por exemplo. hipnóticos e ansiolíticos. F14. A Perturbação do Sono Induzida por Substâncias pode também ocorrer em associação com abstinência das seguintes classes: álcool. e sedativos.89). F70. Quando mais do que uma substância for responsável pelo desenvolvimento de uma perturbação do sono. com Início Durante a Abstinência [2H1. e sedativos. Tipo Insônia. com Início Durante a Intoxicação [292. o álcool produz tipicamente um efeito sedativo imediato. seja intoxicação. A Perturbação do Sono Induzida por Álcool ocorre tipicamente como Insônia. Durante a intoxicação aguda.89]. anfetaminas e substâncias derivadas. perturbação do Sono Induzida por Cafeína) é seguido pelo subtipo que indica o sintoma predominante apresentá-lo.8 Perturbação do Sono Induzida por Cocaína. As perturbações do sono são menos observadas com outro tipo de substâncias. metilfenidato. Tipo Insônia [292. deve ser usada a categoria F19. hipnóticos e ansiolíticos. O código diagnóstico é selecionado da lista de classes de substâncias presente no capítulo.8 Perturbação do Sono Induzida por Cafeína. Se uma substância for julgada fator etiológico. tiroxina) deve ser usado o código de " Outra Substância". opiáceos. Tipo Insônia. álcool. mas que não podem ser diagnósticos da perturbação. frequentemente. Álcool. Isto é acompanhado por um aumento das fases 3 e 4 do sono não-REM (NREM) e uma redução do sono REM no EEG do sono. cocaína. anfetaminas e substâncias similares. O nome da perturbação (por exemplo.89]. uso crônico ou abstinência. mas a substância específica ou classe for desconhecida. sono agitado e.8 Perturbação do Sono Induzida por Álcool. com aumento de sonolência e um despertar difícil por 3-4 horas.O nome da Perturbação do Sono Induzida por Substâncias termina com a substância específica que se presume ter causado a perturbação do sono (por exemplo. opiáceos. A seguir a estes efeitos iniciais a pessoa tem um aumento de vigília.8)). Cada Perturbação do Sono Induzida por Substâncias produz padrões de EEG do sono associados. tiroxina). Os estudos do EEG do sono mostram que na . O EEG do sono confirma a persistência do defeito no sono de ondas lentas e a persistente perturbação da continuidade do sono nestes casos. Algumas pessoas podem ter hipersônia entre os consumos. as anfetaminas reduzem a quantidade total de sono. o despertar mais aumentado e o sono REM também aumentado. Os sonos REM e de ondas lentas podem ter valores basais superiores. Cafeína.). O sono de ondas lentas tende a ser reduzido. apesar de algumas pessoas poderem apresentar queixas de hipersônia e sonolência diurna durante a abstinência (ver p. 726. as pessoas que cronicamente usaram álcool podem continuar a queixar-se de ligeira fragmentação do sono por semanas ou anos. fases 3 e 4 estão reduzidas. seguido por uma disrupção da continuidade do sono de várias horas.segunda parte do sono. O álcool pode agravar a Perturbação Respiratória do Sono pelo aumento do número de acontecimentos de apnéia obstrutiva. Cocaína. Como outros estimulantes. Com a continuidade do uso. Anfetaminas e estimulantes afins. aumento da vigília e diminuição do sono de ondas lentas. o sono é fortemente perturbado. aumentam os movimentos do corpo e diminuem o sono REM. A pessoa tem tipicamente uma disrupção extrema de continuidade do sono. com o aumento das doses a provocar aumento da vigília e diminuição da continuidade do sono. perturbam a continuidade do mesmo. Na abstinência por uso crônico de anfetaminas. Também os Testes de Latência Múltipla do Sono (MSLT) podem mostrar um aumento de sonolência diurna durante a abstinência. Durante a Abstinência de Álcool. A polissonografia pode mostrar uma latência prolongada. constitui parte do Delirium Alcoólico por Abstinência. após ingestão alcoólica. A abstinência aguda de cafeína pode provocar hipersônia. acompanhada por um aumento na quantidade e intensidade do sono REM. as. A cafeína exerce um efeito dose-dependente. no exemplo mais extremo. aumentam a latência do sono. A Perturbação do Sono Induzida por Cafeína produz tipicamente insônia. Isto é frequentemente acompanhado por um aumento nos sonhos vívidos e. Durante o período de intoxicação aguda. Não têm sido demonstrados efeitos consistentes no sono REM. as pessoas têm tipicamente hipersônia. a cocaína produz insônia durante intoxicação aguda e hipersônia durante a abstinência. o álcool continua a mostrar um efeito sedativo curto por algumas horas. Após abstinência aguda. com aumento da duração do sono noturno e sonolência diurna excessiva. Durante a intoxicação aguda a quantidade total de sono pode estar . A Perturbação do Sono Induzida por Anfetaminas é caracterizada por insônia durante a intoxicação e por hipersônia na abstinência. mas estes fenômenos podem acontecer também com benzodiazepinas. a abstinência pode produzir aumento de ansiedade. Tipicamente. enquanto as de longa duração produzem . Os estudos polissonográficos confirmam estes efeitos subjetivos durante a administração aguda. somente com pequenos períodos de sono perturbado. que são menos observadas com benzodiazepinas. com pouca alteração na vigília ou no tempo de sono total. barbitúricos e as velhas drogas não-barbitúricas e nãobenzodiazepínicas podem produzir consistentemente tolerância. Se a pessoa então aumentar a dose. dependência e grave abstinência. benzodiazepinas. muitas pessoas ficam tolerantes aos efeitos sedativos dos opiáceos e podem começar a queixar-se de insônia. a abstinência após um consumo exagerado está associada com um prolongamento extremo da duração do sono. O uso crônico (particularmente de barbitúricos e as velhas drogas não-barbitúricas e nãobenzodiazepínicas) podem causar tolerância e o retorno da insônia. Isto é espelhado pelo aumento da vigília e diminuição do tempo total de sono nos estudos polissonográficos. meprobamato. Com a continuidade da administração. As drogas desta classe (por exemplo. Diferenças na duração de ação e tempo de vida média podem determinar queixas e as medidas objetivas do sono. hipnóticos e ansiolíticos.dramaticamente reduzida. as drogas sedativo-hipnóticas produzem o aumento de sonolência esperado e diminuem a vigília. Para além disso. glutatimida e metiprilon) têm efeitos semelhantes mas não idênticos no sono. Em geral. apesar de poucos estudos objetivos o documentarem. A abstinência de opiáceos está tipicamente acompanhada por queixas de hipersônia. Inversamente. Durante o uso agudo em curto período. O sono REM está tipicamente reduzido pela administração aguda de opiáceos. assim como uma diminuição do sono REM e um aumento na atividade do fuso do sono. tremor e ataxia. Sedativos. as drogas hipnótico-sedativas com duração de ação curta têm maior probabilidade de produzir em abstinência queixas de insônia. a hipersônia diurna pode ocorrer. A descontinuação abrupta do uso crônico de substâncias hipnóticosedativas pode levar a abstinência do sono. Os barbitúricos e as velhas drogas não-barbitúricas e nãobenzodiazepínicas estão também associadas com alta incidência de convulsões de abstinência. Opiáceos. barbitúricos. os opiáceos tipicamente produzem um aumento do sono e uma sensação subjetiva de sono profundo. Na intoxicação aguda. As drogas sedativo-hipnóticas podem agravar a Perturbação Respiratória do Sono pelo aumento da freqüência e gravidade dos acontecimentos obstrutivos da apnéia do sono. Hipnóticos ou Ansiolíticos. que mostram redução do sono. a insônia é uma característica da Abstinência de Sedativos. Uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias devida a um tratamento prescrito para uma perturbação mental ou estado físico geral deve ter o seu início enquanto a pessoa recebe o medicamento (ou . agonistas e antagonistas dopaminérgicos. Contudo. Por exemplo. Hipnóticos e Ansiolíticos deve ser diagnosticada em vez de Abstinência de Sedativos. Clinicamente. Nas apresentações de perturbações induzidas por substâncias com diferentes tipos de sintomas (por exemplo. a perturbação de sono é considerada como uma característica associada do delirium e não deve ser diagnosticada separadamente. humor e ansiedade) a Perturbação específica Induzida por Substâncias deve ser diagnosticada dependendo do tipo de sintoma que predominar na apresentação clínica. problemas de motilidade gastrintestinal e processos inflamatórios. sono. Outras substâncias podem produzir perturbações do sono. doença pulmonar crônica obstrutiva. A abstinência de agentes sedativo-hipnóticos pode ser confirmada por estudos polissonográficos. aumento da disrupção do sono e retorno do sono REM. Hipnóticos e Ansiolíticos somente se a insônia for mais grave que a habitualmente encontrada nesta última situação e houver necessidade de atenção clínica e tratamento. 619). Os exemplos comuns incluem medicamentos que afetam o sistema nervoso central ou autônomo (incluindo agonistas e antagonistas adrenérgicos. agonistas e antagonistas serotoninérgicos. qualquer droga hipnótico-sedativa pode.mais frequentemente sonolência diurna pelo uso ativo. Se a perturbação de sono ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium. Um diagnóstico de Perturbação do Sono Induzida por Substâncias deve ser feito em vez de um diagnóstico de Intoxicação por Substâncias ou Abstinência de Substâncias somente quando a perturbação de sono for julgada como excessiva ao que se encontra habitualmente e quando for suficientemente grave para ser foco de atenção clínica independente. Diagnóstico Diferencial As perturbações do sono são frequentemente encontradas no contexto de Intoxicação ou Abstinência de Substâncias. causar quer sedação diurna quer insônia de abstinência. A Perturbação do Sono Induzida por Substâncias é distinguível de uma Perturbação do Sono primária e de Insônia ou Hipersônia Relacionada coma Outra Perturbação Mental pelo fato de uma substância estar etiologicamente relacionada com os sintomas (ver p. A Perturbação do Sono Induzida por Sedativos. potencialmente. estes medicamentos são prescritos para o controlo de hipertensão e arritmias cardíacas. agonistas e antagonistas colinérgicos. Outras substâncias. anti-histamínicos e corticosteróides). Se os sintomas persistirem para além das quatro semanas. Quando houver insuficiente evidência para determinar se a perturbação é devida a uma substância (incluindo medicação) ou um estado físico geral. os sintomas de sono que aparecem somente após a instituição de uma medicação ou substância sugerem uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. Por exemplo. eles próprios. A cronologia dos sintomas é o fator mais importante na distinção entre estas duas causas de perturbação do sono. então deve colocar um diagnóstico adicional de Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. então ambos os diagnósticos devem ser anotados. muitas pessoas com estados físicos gerais que provocam queixas de sono são tratadas com medicamentos que. Uma Perturbação do Sono Induzida por Substâncias e uma Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral podem tornar difícil a distinção diagnóstica. ou ainda for primária. Para além disso. Se o clínico ajuizar que a substância está a ter um papel importante no agravamento da perturbação do sono. então deve anotar Parassônia Sem Outra Especificação ou Dissônia Sem Outra Especificação Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não inclui critérios de diagnóstico para a Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. Perturbação proeminente do sono. hipersônia ou (mais raramente) uma Parassônia. a perturbação do sono habitualmente remite em alguns dias ou semanas (dependendo da semivida da substância e da presença de uma síndrome de abstinência). uma perturbação do sono que claramente anteceda o uso de medicação para tratamento de um estado físico geral sugere um diagnóstico de Perturbação do Sono Devida a Um Estado Físico Geral.durante a abstinência. outras causas para a perturbação devem ser procuradas. suficientemente grave para ser foco de atenção clínica independente. provocam perturbação do sono. Se o clínico tiver dúvidas sobre a perturbação ser devida a ambos: estado físico geral ou uso de substâncias. Habitualmente. as pessoas com Perturbação do Sono primária usam medicamentos ou drogas de abuso para aliviarem os seus sintomas. Ambas podem produzir sintomas semelhantes de insônia. . × Critérios de diagnóstico para Perturbação do Sono Induzida por Substâncias A. De modo semelhante. Inversamente. Logo que o tratamento for descontinuado. se houver síndrome de abstinência com esse medicamento). uma perturbação do sono que surge durante o tratamento de um estado físico geral mas que melhora após a descontinuação da medicação sugere o diagnóstico de Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. F13.8 Opiáceos [292.8 Outras (ou desconhecidas) Substâncias [292. Nota.8 Álcool [291. F11.8 Sedativos. F19. ou há outra evidência que sugere a existência de uma Perturbação do Sono independente não induzida por substâncias (por exemplo. ocupacional ou doutras áreas importantes. F15. Codifique [Substância Específica] . uma história de episódios recorrentes de perturbação do sono não associados a substâncias). (1 ) os sintomas no Critério A desenvolvem-se durante ou no mês seguinte de Intoxicação ou Abstinência de Uma Substância (2)a medicação usada está etiologicamente relacionada a perturbação do sono C. F15. Página 625 D.A perturbação não ocorrer exclusivamente durante a evolução de um delirium.89].8 Cafeína [292.891)× Especifique o tipo . quantidade e duração da utilização. ou estão substancialmente para além do esperado para o tipo. E. exame físico ou dados laboratoriais de (1 ) ou (2).8 Anfetaminas [292. Este diagnóstico deve ser feito em vez do diagnóstico de Intoxicação por Substâncias ou Abstinência de Substâncias somente quando os sintomas de sono estiverem para além do esperado para a associação com Síndrome de Intoxicação ou Abstinência e quando forem suficientemente graves para merecer atenção clínica independente.8].89]. F14. Haver evidência pela história.8 Cocaína [292.89]. cerca de um mês) após o fim abrupto do uso da substância ou intoxicação grave. Hipnóticos ou Ansiolíticos [292.Perturbação Induzida do Sono (F10.89]. os sintomas persistem por um período substancial de tempo (por exemplo.A perturbação do sono causa sofrimento clinicamente significativo ou diminuição do funcionamento social.89]. A perturbação não é mais bem explicada por uma Perturbação do Sono não induzida por substâncias.B. A evidência de que os sintomas são mais bem explicados por uma Perturbação do Sono não induzida por substâncias pode incluir o seguinte: os sintomas precedem o início do uso da substância (ou medicamento). Este item existe para codificar perturbações dos impulsos que não .181 para aplicação pela substância): Com Início Durante Intoxicação: se houver critérios para Intoxicação e os sintomas se desenvolverem durante uma síndrome de intoxicação. gratificação ou alívio. Perturbação Anti-Social da Personalidade. É caracterizada por episódios isolados de perda de controlo de impulsos agressivos que resultam em agressões graves ou destruição de propriedades. Tipo Parassônia: se a perturbação predominante for uma Parassônia. Perturbação de controlo dos impulsos sem outra especificação. desadaptado. Especifique se (ver tabela na p. Na maior parte destas perturbações o sujeito experimenta um grau crescente de tensão ou excitação antes de cometer um ato. Perturbações do Comportamento. É caracterizada pela incapacidade recorrente de resistir a impulsos para roubar objetos não necessários para uso pessoal ou importantes pelo valor monetário. Nesta secção são consideradas as seguintes perturbações: Perturbação Explosiva Intermitente. Após a sua conclusão pode seguir-se remorso. A característica principal das Perturbações do Controlo dos Impulsos é a incapacidade para resistir a um impulso. Jogo patológico. Perturbações Relacionadas com a Utilização de Substâncias. Com Início Durante a Abstinência: se houver critérios para Abstinência e os sintomas se desenvolverem durante ou pouco depois de um Síndrome de Abstinência. que ocorre de forma recorrente e persistente. apresentam por vezes sintomas que envolvem dificuldade do controlo dos Impulsos). É caracterizada por um comportamento incendiário realizado por prazer. o que resulta em zonas de alopecia. gratificação ou alívio de tensão. arrependimento ou culpabilidade. Tipo Hipersônia: se a perturbação predominante for hipersônia. Página 627 Perturbações do Controlo dos Impulsos Sem Outra Especificação Esta secção trata das perturbações do controlo dos impulsos que não fazem parte do quadro clínico de outras categorias deste manual (por exemplo. vontade ou tentação para realizar um ato perigoso para o próprio ou para terceiros.Tipo Insônia: se a perturbação predominante for insônia. Piromania. Tricotilomania. Cleptomania. Perturbações do Humor. Tipo Misto: se mais do que uma perturbação estiver presente e nenhuma predominar. É caracterizado por um comportamento com o jogo. gratificação ou alívio de tensão. Esquizofrenia. É caracterizado pelo impulso para arrancar os próprios cabelos por prazer. durante o qual tem uma sensação de prazer. Parafilias. arrependido ou envergonhado pelos seus atos. Episódio Maníaco. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e outras perturbações mentais associadas. acidentes (por exemplo. por uma sensação de alívio. Perturbação Psicótica. Mais tarde o sujeito pode sentir-se incomodado. em atos agressivos graves ou destruição de bens materiais (Critério A). O sujeito descreve os episódios agressivos como " arrebatamentos" ou " ataques" em que o comportamento explosivo é precedido por uma sensação de tensão ou excitação e seguida. suspensões escolares. Perturbação Anti-Social da Personalidade. de viação). Dados laboratoriais associados. No traçado do EEG encontram-se por vezes achados não específicos (por exemplo. divórcio. paranóides ou esquizóides são especialmente propensos a terem ataques explosivos de fúria quando sob stress. hospitalizações (por exemplo. Foram encontrados sinais correspondentes a alterações do metabolismo da serotonina no líquido cefalorraquidiano de sujeitos impulsivos com dificuldade em controlar a agressividade. Entre os episódios explosivos pode ser observada maior impulsividade e agressividade.8 Perturbação Explosiva Intermitente [312. Perturbação do Comportamento ou Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção (Critério C).preencham critérios para nenhuma das categorias especificadas noutras secções do manual. mas a relação específica . dificuldades nas relações interpessoais. abuso de tóxicos ou medicação) (Critério C). obsessivos. O diagnóstico desta perturbação deverá ser feito somente quando excluídas outras perturbações mentais que possam ser responsáveis por comportamentos agressivos (por exemplo. F63. lentificação do traçado) ou evidência de alterações nos testes neuropsicológicos (por exemplo. Esta perturbação pode acarretar perda de emprego. Os episódios agressivos não são devidos a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. dificuldade em nomear o alfabeto de trás para a frente). Os sujeitos com traços narcísicos. por lesões resultantes de lutas ou acidentes) ou problemas com a justiça.34] Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação consiste em episódios isolados de perda de controlo dos impulsos agressivos. imediatamente. Perturbação Estado-Limite da Personalidade. O grau de agressividade expressa durante os episódios ultrapassa claramente a importância de qualquer provocação ou precipitante psicossocial que o desencadeou (Critério B). Diagnóstico Diferencial .destes dados com a Perturbação Explosiva Intermitente não é ainda clara. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. sempre que a avaliação clínica atribua o comportamento agressivo a uma conseqüência fisiológica direta de um estado físico geral (por exemplo. Prevalência Pensa-se que a Perturbação Explosiva Intermitente seja rara. Apesar de tradicionalmente ser observado nos países do Sudeste Asiático têm sido relatados alguns casos nos Estados Unidos e Canadá. o amok ocorre como episódio único e não como padrão de comportamento agressivo. O modo de início parece ser abrupto não estando descrito um período prodrómico. assimetria de reflexos ou movimentos em espelho). Podem ser encontrados nestes sujeitos dados não específicos ou minor no exame neurológico (por exemplo. São por vezes encontradas dificuldades no desenvolvimento indicadoras de disfunção cerebral (por exemplo. e está geralmente associado a aspectos dissociativos bastante evidentes. Características Especificas da Cultura e Gênero O amok é caracterizado por um episódio agudo de comportamento agitado e violento. Tipo Agressivo. Evolução Os dados disponíveis são limitados no que respeita à idade de início desta perturbação. embora se disponha de pouca informação a este respeito. Pode existir história neurológica prévia (por exemplo. no entanto esta parece surgir num período compreendido entre o final da adolescência e a terceira década da vida. traumatismo craniano. Ao contrário da Perturbação Explosiva Intermitente. início tardio da fala ou alterações da coordenação). convulsões febris na infância). com Perturbação do Comportamento). Alteração da Personalidade Devida a Traumatismo Craniano. para o qual o sujeito tem amnésia posterior. episódios de perda de consciência. Demência Tipo Alzheimer. Início Precoce. Não Complicada. Deverá ser diagnosticado como Perturbação Mental Devida a Um Estado Físico Geral. O comportamento violento episódico é mais freqüente no sexo masculino. barbitúrios e inalantes. Um comportamento agressivo pode obviamente ocorrer na ausência de doença mental. Episódio Maníaco e Esquizofrenia. Perturbação Estado-Limite da Personalidade. Quando o comportamento agressivo se desenvolve num quadro de demência não deve ser feito o diagnóstico de Perturbação Explosiva Intermitente mas sim o de demência especificando com " Perturbação do Comportamento" . O diagnóstico de Perturbação Explosiva Intermitente deverá ser considerado só após outros diagnósticos relacionados com impulsos agressivos terem sido excluídos. neste caso existe motivação e ganho no ato agressivo voluntário. Deverá averiguar-se sempre sobre a natureza e quantidade do abuso de substâncias. O diagnóstico de Perturbação Explosiva Intermitente deve ser distinguido de Alterações da Personalidade Devidas a Um Estado Físico Geral. fenciclidina.O comportamento agressivo pode ocorrer no contexto de muitas outras perturbações mentais. Se o comportamento agressivo fizer parte do quadro ou for característica associada de outra perturbação mental não deverá ser feito o diagnóstico de Perturbação Explosiva Intermitente. As crises de agressividade podem também resultar de Intoxicação ou Abstinência de Substâncias particularmente nos casos de álcool. Está incluída na ICD-10 como Perturbações dos Impulsos e Outros Hábitos. um sujeito que sofreu traumatismo craniano por acidente de viação. que é diagnosticado quando os episódios agressivos são devidos aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (por exemplo. Alterações não específicas no exame neurológico (sinais minor) e no traçado do EEG são compatíveis com o diagnóstico de Perturbação Explosiva Intermitente e só invalidam este diagnóstico se fizerem parte do quadro de um estado físico geral. Tipo Agressivo. Em análises forenses o sujeito pode simular a Perturbação Explosiva Intermitente para evitar responsabilidades decorrentes do seu comportamento. Uma história pormenorizada e um exame neurológico cuidadoso são úteis para este diagnóstico diferencial. Esta perturbação deverá ainda ser diferenciada do comportamento agressivo ou errático que ocorre na Perturbação de Oposição/Desafio. Perturbação Anti-Social da Personalidade. na seqüência do qual apresenta uma alteração da personalidade. bem como realizar testes de sangue e urina. caracterizada por crises de agressividade). . cocaína e outros estimulantes. Se o comportamento agressivo ocorrer exclusivamente durante a evolução de um episódio de delirium não deve ser considerado o diagnóstico de Perturbação Explosiva Intermitente. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 A ICD-10 não inclui critérios de diagnóstico para a Perturbação Explosiva Intermitente. Perturbação do Comportamento. Perturbação do Comportamento.2 Cleptomania [313. os objetos são escondidos ou sub-repticiamente devolvidos.8 Perturbação Explosiva Intermitente [312. resultando em atos agressivos graves ou destruição de bens. abuso de tóxicos ou medicamentos) ou de um estado físico geral (por exemplo. B. nem em obediência a idéias delirantes ou alucinações (Critério D). Apesar de os sujeitos com esta perturbação geralmente evitarem furtar objetos quando a probabilidade de serem presos é grande (por exemplo. F63. C. Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção). Perturbação Estado-Limite da Personalidade. Perturbação Anti-Social da Personalidade. gratificação ou alívio ao cometer o furto (Critério C). O furto não é cometido com a intenção de expressar cólera ou vingança. que poderia comprá-los e que frequentemente os deita fora ou abandona. Ocasionalmente. na presença de polícia). não planeiam estes atos.× Critérios de diagnóstico para F63.32] Características de Diagnóstico A característica essencial da Cleptomania é uma incapacidade recorrente para resistir a impulsos para furtar objetos.24] A. O sujeito experimenta uma tensão subjetiva crescente antes do furto (Critério B) e sente prazer. Episódio Maníaco. nem ponderam todas as possibilidades de serem apanhados.Vários episódios isolados de perda de controlo de impulsos agressivos. Episódio Maníaco ou Perturbação Anti-Social da Personalidade (Critério E). Perturbação Psicótica. não necessários para uso pessoal ou desprovidos de valor material (Critério A). traumatismo craniano. Geralmente. doença de Alzheimer). Características e Perturbações Associadas Os sujeitos com Cleptomania têm um sentimento egodistônico e têm .Os episódios agressivos não são mais bem explicados pela presença de outra Perturbação Mental (exemplo.O grau de agressividade expressa durante os episódios é desproporcionado em relação ao estímulo psicossocial que o desencadeia. não é devido a Perturbação do Comportamento. não contam com a colaboração ou assistência de outras pessoas. e não são resultado de efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Os objetos furtados são de pouco valor para o sujeito. Esta perturbação pode ser a causa de dificuldades legais. enquanto o furto em lojas é relativamente comum. familiares e profissionais. rebelião ou como ritual de passagem. o sujeito pode apresentar-se com os sintomas de Cleptomania para evitar conseqüências legais. Perturbações do Humor (especialmente Perturbação Depressiva Major). Alguns sujeitos. A Cleptomania é uma perturbação extremamente rara. podem roubar como desafio. A Cleptomania deve distinguir-se de furto intencional ou inconseqüente que pode ocorrer durante um Episódio Maníaco ou na seqüência de alucinações ou idéias delirantes (por exemplo. Em casos de Simulação. particularmente adolescentes. Perturbações do Comportamento Alimentar (particularmente Bulimia Nervosa) e Perturbações da Personalidade. Receiam ser presos e sentem-se deprimidos e culpados no que diz respeito aos roubos. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 . Prevalência A Cleptomania é uma situação rara que parece ocorrer em menos de 5% dos habituais ladrões de lojas. Evolução Há pouca informação sobre a evolução da Cleptomania.consciência de que o seu comportamento é errado e sem sentido. pessoais. Perturbação da Ansiedade. estando no entanto descritos três tipos de evolução: atos esporádicos em episódios breves seguidos de longos períodos de remissão. O furto comum (planeado ou impulsivo) é deliberado e motivado pela utilidade do objeto ou do seu valor material. Parece ser mais comum em mulheres. O diagnóstico de Cleptomania não se faz a menos que outras características desta perturbação estejam presentes. A perturbação pode-se manter durante anos. Diagnóstico Diferencial A Cleptomania deve ser diferenciada do vulgar furto em estabelecimentos comerciais. na Esquizofrenia) ou como resultado de quadro demencial. Podem associar-se à Cleptomania. A Perturbação AntiSocial da Personalidade e as Perturbações do Comportamento diferenciam-se da Cleptomania por um padrão geral de comportamento anti-social. episódios com prolongados períodos de furto alternando com períodos de remissão e o padrão crônico com pequenas flutuações. Alguns sujeitos procuram emprego ou trabalho voluntário como bombeiros ou deambulam pelo quartel. amiúde lançando alarmes falsos e mostrando interesse em relação a instituições. gratificação ou alívio quando desencadeiam incêndios. na demência.Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Cleptomania são essencialmente os mesmos. O fogo posto não resulta de incapacidade do sujeito para apreciar as conseqüências dos seus atos (como por exemplo. atraso mental ou intoxicação por substâncias). × Critérios de diagnóstico para F63.Incapacidade recorrente para resistir a impulsos para roubar objetos que não são necessários para uso pessoal ou não têm valor material. B. melhorar circunstâncias de vida. Episódio Maníaco ou Perturbação Anti-Social da Personalidade (Critério F). O diagnóstico não deve ser feito se o fogo posto resultar de Perturbações do Comportamento. a qualquer expressão ideológica sociopolítica nem mascara qualquer atividade criminal. curiosidade ou atração pelo fogo e o seu contexto situacional (isto é. não tem como fim expressar cólera ou vingança.1 Piromania [312. interesse.23] A. D. Tensão crescente imediatamente antes de cometer o furto. Os sujeitos com esta patologia são frequentemente " espectadores" regulares de incêndios nas vizinhanças. utilizações e conseqüências) (Critério C).O furto não é expressão de cólera ou vingança e não é conseqüência de idéias delirantes ou alucinações. Para além disso os sujeitos com esta perturbação sentem fascinação. equipamentos e pessoal relacionado com o fogo.33] Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação consiste no comportamento incendiário deliberado e propositado que ocorre em múltiplos episódios (Critério A). E. C. Características e Perturbações Associadas . Prazer.O furto não é devido a Perturbação do Comportamento. nem constitui resposta a idéias delirantes ou alucinações (Critério E). gratificação ou alívio após cometer o roubo. O fogo posto não se destina a ganho monetário. parafernália. F63. Por vezes ateiam fogo para se filiarem nos bombeiros e experimentam prazer intenso.2 Cleptomania [312. O sujeito experimenta tensão ou excitação antes de atear um fogo (Critério B). Episódio Maníaco ou Perturbação Anti-Social da Personalidade. testemunham os seus efeitos ou participam no seu rescaldo (Critério D). Prevalência A Piromania parece ser uma perturbação rara. como expressão política (exemplo. Algumas pessoas com perturbações mentais usam o fogo posto para comunicar um desejo ou necessidade ou com o objetivo de obterem uma mudança na natureza ou localização das tarefas. Este comportamento pode também ocorrer na seqüência da exploração do ambiente na infância (brincar com fósforos. O fogo posto intencional pode ocorrer por lucro. especialmente em sujeitos com déficit de aptidões sociais e dificuldades de aprendizagem. são indiferentes às conseqüências em relação à vida e danos materiais causados. para encobrir um crime. a Piromania na infância parece ser rara. a Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção com Hiperatividade ou Perturbação da Adaptação. sabotagem. Diagnóstico Diferencial É importante excluir outras causas do comportamento incendiário antes de fazer o diagnóstico de Piromania. Na adolescência está geralmente associada a Perturbações do Comportamento. A Piromania é mais freqüente no sexo masculino. A freqüência com que o sujeito que sofre de Piromania tem um comportamento incendiário é variável. Esta forma tem sido denominada " fogo posto comunicativo" e deve ser cuidadosamente diferenciada da Piromania. é desconhecida. retaliação. Características Especificas da Idade e Gênero Apesar de o fogo posto ser um problema grave em crianças e adolescentes (mais de 40% das pessoas detidas por crimes de fogo posto nos EUA têm menos de 18 anos). O diagnóstico de Piromania não deve ser feito se o ato ocorrer no contexto .Os sujeitos com Piromania podem fazer cuidadosas preparações prévias antes de atear incêndios. Evolução Há informações insuficientes para determinar uma idade típica de início da Piromania. isqueiros ou fogo). deste comportamento. conseqüências legais. um ato de terrorismo ou protesto) ou para atrair a atenção ou reconhecimento (atear um fogo para poder dar o alarme). Este comportamento resulta em prejuízos materiais. e a evolução ao longo do tempo. danos ou risco de vidas para o próprio e para os outros. experimentando mesmo satisfação pela destruição de bens e propriedades. O diagnóstico não deve ser feito se o impulso para jogar se inscrever num Episódio Maníaco (Critério B). C. familiares e profissionais. de um Episódio Maníaco ou de uma Perturbação AntiSocial da Personalidade. parafernália. Episódio Maníaco ou Perturbação Anti-Social da Personalidade. F.1 Piromania [312. para expressar cólera ou vingança. curiosidade ou atração pelo fogo e seu contexto situacional (por exemplo. interesse. ou se ocorrer em resposta a idéias delirantes ou alucinações (por exemplo. para esconder atividade criminal. para melhorar as circunstâncias de vida. gratificação ou alívio quando se desencadeiam incêndios ou quando se testemunha ou participa no seu rescaldo. O sujeito vive uma preocupação permanente com o jogo (reviver experiências relacionadas com jogadas anteriores. que conduz a disrupção nos objetivos pessoais. utilizações e conseqüências relacionadas com o fogo). × Critérios de diagnóstico para F63. como a Demência. na Esquizofrenia). Alguns jogadores . B. planejamento de novas jogadas ou preocupação com a obtenção de dinheiro para voltar a jogar) (Critério Al). Prazer.O incêndio não é ateado para obter ganho monetário. para expressar uma ideologia sociopolítica.33] A.31] Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação consiste num comportamento desadaptado relativo ao jogo. Deficiência Mental ou Intoxicação por Substâncias. para responder a idéias delirantes ou alucinações ou como comportamento decorrente de incapacidade do sujeito para avaliar as conseqüências dos seus atos (Demência.Comportamento incendiário deliberado e propositado em mais do que uma ocasião. Deficiência Mental ou Intoxicação por Substâncias). D. recorrente e persistente (Critério A). E. Aumento da tensão ou alerta emocional antes do ato. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Piromania são essencialmente os mesmos.0 Jogo Patológico [312.de uma Perturbação do Comportamento. F63. O diagnóstico deve ainda ser evitado quando o fogo posto resulta de incapacidade do sujeito para apreciar as conseqüências dos atos.Fascinação.O comportamento incendiário não faz parte de uma Perturbação do Comportamento. Muitos destes sujeitos acreditam que o dinheiro é a causa ou solução para todos os seus problemas. São vulneráveis a estados físicos associados ao stress (hipertensão. hiperconfiança. ansiedade e depressão) (Critério A5). O sujeito pode também envolver-se em empréstimos ou fianças pedindo ajuda a familiares ou conhecidos para uma situação econômica desesperada causada pelo jogo. com o objetivo de esconder a extensão do envolvimento com o jogo (Critério A7). culpa.patológicos referem que procuram " ação" (estado de alerta ou euforia) e não tanto o ganho monetário. que se entediam facilmente. fraude. falsificação. inquietas. enérgicas. Manter este estado de excitação obriga frequentemente a apostas progressivamente maiores ou mais arriscadas (Critério A2). Quando o sujeito esgota todos os recursos solicitados. pode envolver-se em comportamentos anti-sociais (por exemplo. Os jogadores patológicos continuam a jogar apesar de repetidos esforços para controlarem. terapeutas e outros. O sujeito pode jogar como uma forma de escape a problemas ou como alívio de um humor disfórico (sentimento de desamparo. úlcera péptica. Apesar de esta característica existir em todos os jogadores. Um padrão de " resgatar" perdas desenvolve-se como uma necessidade urgente de continuar a jogar (geralmente com maiores apostas e correndo maiores riscos) com o objetivo de reparar uma ou mais perdas anteriores. Perturbação Anti-Social da Personalidade. enxaqueca). Pode pôr em perigo ou mesmo perder uma relação pessoal significativa. Abuso e Dependência de Substâncias. . Características e Perturbações Associadas Os jogadores patológicos podem apresentar distorções do pensamento (por exemplo. Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. Procuram exageradamente a aprovação dos outros e por vezes são generosas até à extravagância. O sujeito pode abandonar a sua estratégia no jogo e tentar reaver numa só jogada tudo o que perdeu. podem ser trabalhadores compulsivos ou trabalharem à pressa quando deixam os prazos quase expirarem. Quando não jogam. é este comportamento prolongado que melhor caracteriza os jogadores patológicos. Nestes momentos ficam inquietos ou irritáveis (Critério A4). perturbações como Doenças Afetivas. um emprego e oportunidades acadêmicas ou de carreira por causa do jogo (Critério A9). São freqüentes mentiras a familiares. reduzirem ou pararem este comportamento (Critério A3). negação. roubo ou desfalque) para obter dinheiro (Critério A8). São pessoas altamente competitivas. onipotência e controlo). superstição. São referidas taxas de cerca de 20% de tentativas de suicídio nos jogadores patológicos em tratamento. Estas sofrem mais frequentemente de depressão e jogam como escape. Padrão Familiar Jogo Patológico e Dependência Alcoólica são mais freqüentes em familiares de sujeitos sofrendo desta perturbação do que na população em geral. o qual é desencadeado por uma maior exposição a estas atividades ou por um período de stress. O jogo patológico pode ter um padrão regular ou episódico. Estão subrepresentadas em programas de tratamento para jogadores patológicos onde representam somente 2% a 4% da população de jogadores anônimos. O jogo social ocorre tipicamente com amigos ou colegas. Características Especificas da Cultura e Gênero Há variações culturais na prevalência e tipo de atividades ligadas ao jogo (por exemplo: paigo. luta de galos. mas a evolução desta perturbação é tipicamente crônica. Anos de jogo social podem ser seguidos do início abrupto de jogo patológico.Perturbação Estado-Limite da Personalidade e Perturbação Narcísica da Personalidade. Cerca de um terço dos jogadores patológicos são mulheres. Prevalência Os dados. dura um período . Há geralmente uma progressão na freqüência do comportamento patológico. A compulsão para jogar aumenta durante períodos de stress ou depressão. Este fato parece ser resultado do estigma social que pesa sobre as mulheres que jogam. têm sido observadas em jogadores patológicos. Diagnóstico Diferencial Esta perturbação deve ser diferenciada do jogo social ou profissional. corridas de cavalos. embora alguns fiquem "presos" com a sua primeira aposta. sugerem que a prevalência desta perturbação seja 1% a 3% da população adulta. a evolução é insidiosa. Evolução O Jogo Patológico começa tipicamente no início da adolescência nos homens e mais tardiamente nas mulheres. Para a maior parte dos sujeitos. embora limitados. da quantia apostada. mercado de valores). das preocupações relacionadas com o jogo como a obtenção de suporte financeiro para jogar. preocupação com obtenção de suporte financeiro para jogar) 2) necessidade de aumentar as quantias apostadas no sentido de obter a desejada excitação 3) tentativas falhadas de controlar. Alguns sujeitos têm problemas relacionados com a sua forma de jogar (por exemplo. que se assemelham a um Episódio Maníaco. requer-se A mais B mais C mais D).0 Jogo Patológico [312. Problemas com o jogo podem ocorrer também em sujeitos com Perturbação Anti-Social da Personalidade.31] A. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para Jogo Patológico são monotéticos (isto é. reduzir ou parar o comportamento face ao jogo 4) inquietude ou irritabilidade quando tenta reduzir ou parar de jogar 5) o jogo pode funcionar como forma de escape a problemas ou forma de aliviar um humor disfórico (sentimento de desamparo. planificação para os próximos jogos. enquanto os critérios do DSM-IV são politéticos (isto é. No jogo profissional os riscos são limitados e a disciplina é fulcral. os critérios da ICD-10 especificam: " dois ou mais episódios de jogo durante um período de pelo menos um ano" .limitado de tempo e envolve gastos aceitáveis e previsíveis. Além disso. No entanto. × Critérios de diagnóstico para F63. como indicam cinco (ou mais) dos seguintes critérios: 1 ) preocupação com o jogo (revivência de experiências prévias com o jogo. terapeuta ou outros quanto à extensão e envolvimento no jogo . A perda de crítica e o jogo excessivo podem ocorrer durante um Episódio Maníaco. exigem-se 5 de entre 10 sintomas) e inclui diferentes itens. O diagnóstico adicional de jogo Patológico justifica-se somente se este não se enquadrar completamente num quadro de Episódio Maníaco (como a existência de história prévia ao Episódio Maníaco de comportamentos desadaptados relacionados com o jogo). Por outro lado um jogador patológico pode apresentar períodos de comportamento excessivo. cessam os comportamentos maníacos.Comportamento desadaptado e persistente em relação ao jogo. ansiedade e depressão) 6) perdas repetidas ao jogo e comportamento de " resgate" no sentido de as recuperar 7) mentir à família. sendo que o diagnóstico simultâneo é possível se existirem critérios para ambas as perturbações. apostar com o objetivo de resgatar perdas e perda de controlo) que não preenchem contudo os critérios de Jogo Patológico. uma vez fora do contexto do jogo. culpa. Com a Tricotilomania podem ocorrer rituais tais como: examinar a raiz do cabelo. que podem durar horas. F63. Alguns sujeitos experimentam uma espécie de prurido no couro cabeludo que é aliviado pelo ato de arrancar os cabelos. Existe gratificação. Esta perturbação pode causar. sobrancelhas e pestanas. e pode mesmo evitar situações sociais. B.O comportamento face ao jogo não faz parte de um quadro de Episódio Maníaco. ler um livro ou ver televisão). que resulta em observável perda de cabelo (Critério A).3 Tricotilomania [312. Características e Perturbações Associadas Características descritivas e perturbações mentais associadas. exceto familiares próximos. Em alguns casos a tensão é devida à tentativa para resistir ao impulso. emprego ou oportunidades de carreira ou acadêmicas por causa do jogo.39] Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação consiste na incapacidade recorrente para resistir a impulsos para arrancar os próprios cabelos. púbica ou perirrectal). fraude.8) envolvimento em atividades ilegais como falsificação. em resposta a idéias delirantes ou alucinações) ou devido a um estado físico geral (por exemplo. Este comportamento ocorre em episódios breves e ocasionais ao longo do dia ou em períodos menos freqüentes mas mais prolongados. para além de angústia. As áreas mais frequentemente envolvidas são o couro cabeludo. Podem também arrancar pêlos de animais de . inflamação da pele ou outra alteração dermatológica) (Critério D). O sujeito não arranca os cabelos na presença de outros. Existe um progressivo aumento de tensão antes do ato (Critério B). ocupacional ou noutras áreas de funcionamento do sujeito. Os locais de avulsão de pêlos incluem qualquer zona pilosa do corpo (incluindo região axilar. rodopiar ou passar o fio de cabelo entre os dentes ou tricofagia (comer cabelo). disfunção social. embora este também possa ocorrer em estados de relaxação e distração (por exemplo. Circunstâncias geradoras de ansiedade estão relacionadas com a exacerbação do comportamento de arrancar os cabelos. prazer ou sensação de alívio quando o sujeito arranca os pêlos (Critério C). O diagnóstico não deve ser feito quando o comportamento faz parte do quadro de outras doenças mentais (por exemplo. Geralmente nega o comportamento e preocupa-se em esconder ou camuflar a alopecia resultante. roubo ou desfalque para financiar o jogo 9) pôr em risco ou perder relações significativas. Alguns sujeitos têm impulsos para arrancar cabelos de outras pessoas e criam oportunidades de o fazerem de modo subreptício. hematemeses. Onicofagia. Sujeitos com esta perturbação sofrem por vezes de Perturbações do Humor. mordeduras e escoriações podem associar-se com a Tricotilomania. A dor não é geralmente referida como acompanhando o ato de arrancar os pêlos ou cabelos. dor abdominal. bem como um número aumentado de cabelos hiperqueratinizados. Dados laboratoriais associados. o que pode relacionar-se somente com uma procura mais ativa de tratamento com base em atitudes culturais e preocupações estéticas ligadas ao aspecto físico (aceitação pacífica da perda de cabelo entre o sexo masculino). Quando se efetua o exame objetivo pode ser aparente uma rarefação dos pêlos púbicos. A ausência de inflamação distingue a alopecia induzida pela Tricotilomania. Quando o couro cabeludo está envolvido pode haver preferência por áreas como a coroa da cabeça ou as regiões parietais. Os folículos envolvidos podem estar vazios ou conter placas de queratina fortemente pigmentadas. Nos adultos parece ser mais comum no sexo feminino. da alopecia areata. quando há suspeitas. bonecos ou outros materiais felpudos (camisolas ou tapetes). e pode haver áreas de ausência de pêlos nos membros e tronco. particularmente na nuca denominada "tricotilomania tipo tonsura" . Prevalência . As pestanas e sobrancelhas podem ser completamente inexistentes. Perturbações da Ansiedade ou Deficiência Mental. náuseas e vômitos ou mesmo obstrução ou perfuração intestinal. no entanto. e o sujeito o nega. Alguns dados histológicos são considerados característicos e ajudam a confirmar o diagnóstico. Dados do exame somático e estados físicos gerais associados. As amostras de biópsia das áreas envolvidas revelam cabelos encurtados e quebrados. A tricofagia pode ter como conseqüência a formação de benzoares (aglomerados de cabelos) que podem conduzir a anemia. O exame histológico revela folículos normais lado a lado com folículos lesados. podem ser referidos prurido e sensação de formigueiro em áreas contíguas. As áreas de alopecia são muito variáveis: áreas de alopecia completa são comuns bem como áreas de menor densidade capilar. Características Especificas da Cultura. Idade e Gênero Nas crianças a Tricotilomania distribui-se igualmente por ambos os sexos. Alguns folículos pilosos mostram sinais de trauma (enrugamento de bainha externa da raiz). O couro cabeludo geralmente não tem evidência de escoriações.estimação. arranhões. Pode haver uma quase completa calvície com exceção de uma estreita área na periferia do couro cabeludo. a alopecia voluntária tem como motivação o sujeito assumir do papel de doente.Não se dispõe de dados organizados acerca da prevalência desta perturbação. enquanto para outros a doença tem um padrão intermitente com a duração de cada episódio de semanas. Não deve ser feito o diagnóstico adicional de Perturbação de Movimentos Estereotipados se os movimentos repetitivos se limitarem à ablação de cabelos. Recentes análises de amostras de estudantes mostram que 1%o a 2% têm uma história passada ou atual de Tricotilomania. meses ou anos. líquen planofilaris. Embora se pensasse ser rara. Em crianças pode ocorrer este comportamento por períodos autolimitados e deve ser considerado como " hábito" temporário. calvície masculina. . sobretudo durante os estados de maior ansiedade. em resposta a idéias delirantes ou a alucinações na Esquizofrenia). Alguns sujeitos têm comportamento sugestivo de Tricotilomania mas os danos em zonas pilosas são ligeiros ou mesmo quase indetectáveis. Diagnóstico Diferencial Em sujeitos que negam a ablação voluntária de cabelos. Não deve ser feito o diagnóstico separado quando existe outra doença mental (por exemplo. acariciar ou brincar com o cabelo. Os locais de ablação de pêlos podem variar de um episódio para o outro. a menos que a situação se prolongue por vários meses. É comum. pseudopelada e alopecia mucinosa). Na Perturbação Factícia com Sinais e Sintomas Predominantemente Físicos. O ato de arrancar os pêlos de forma repetitiva na Tricotilomania deve ser distinguido da compulsão que ocorre na Perturbação Obsessivo-Compulsiva (nesta os comportamentos repetitivos são em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser seguidas rigidamente). lúpus eritematoso localizado. foliculite decalvante. Nestes casos o diagnóstico só deve ser considerado se o comportamento for fonte de sofrimento para o sujeito. A idade de início é geralmente antes da juventude com picos por volta dos 5-8 anos e dos 13 anos. Evolução Na infância o hábito de arrancar cabelos pode ocorrer por períodos transitórios com uma evolução autolimitada. acredita-se atualmente que ocorre com mais freqüência. Alguns sujeitos têm sintomas durante décadas. No entanto muitos sujeitos com Tricotilomania de evolução crônica situam o seu início na infância. alopecia areata. devem ser investigadas outras causas de alopecia (por exemplo. C. Perturbação . em resposta a uma ou mais situações de stress psicossocial. Os sintomas desenvolvem-se nos três meses seguintes ao início do fator de stress (Critério A). D.Progressivo aumento de tensão imediatamente antes do ato. ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento individual.39] A.A doença é causa de angústia ou incapacidade social.Incapacidade recorrente para resistir a impulsos para arrancar os próprios pêlos resultando em perda apreciável dos mesmos. E. clinicamente significativos. quer pelo caráter excessivo do sofrimento. ou quando tenta controlar o impulso. doenças dermatológicas). B.9 Perturbação do Controlo dos Impulsos Sem Outra Especificação [312. Dependência de Substâncias. × Critérios de diagnóstico para F63. O significado clínico da reação é indicado. Não deve ser feito o diagnóstico se a perturbação preencher critérios para outra perturbação específica classificada em Eixo I (por exemplo. face ao esperado pela natureza do fator de stress. Parafilia). quer pela deficiência nas atividades sociais ou ocupacionais (acadêmicas) (Critério B). e estejam descritas neste manual (exemplo. nem para outra Perturbação Mental com características clínicas que envolvam a perda do controlo dos impulsos.Não faz parte do quadro de outras doenças mentais e não é devida a um estado físico geral (por exemplo.3 Tricotilomania [312. Perturbações da Adaptação Características de Diagnóstico A característica essencial de uma Perturbação da Adaptação é o desenvolvimento de sintomas comportamentais ou emocionais. Gratificação ou sensação de alívio quando realiza o ato.30] Esta categoria reúne perturbações do controlo dos impulsos que não preenchem critérios para nenhuma Perturbação do Controlo dos Impulsos específica.Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Tricotilomania são essencialmente os mesmos. F63. No entanto. casamento. Por definição. Este subtipo corresponde a situações em que as manifestações predominantes são sintomas tais como humor depressivo. ruptura afetiva) ou pode ser constituído por múltiplos fatores (por exemplo. F43. Este subtipo deverá ser usado quando as manifestações predominantes forem sintomas como nervosismo. um grupo mais extenso ou mesmo toda a comunidade (por exemplo. toda a família. Esta categoria deve ser aplicada quando as manifestações .22 Perturbação de Adaptação Mistas com Humor Depressivo e Ansiedade [309. Os fatores de stress podem ser recorrentes (por exemplo. reforma). um estado físico geral incapacitante de caráter crônico) ou como resposta a uma situação com conseqüências arrastadas (por exemplo. início da escolaridade. No entanto. A situação de stress pode afetar um sujeito isolado. graves dificuldades nos negócios e problemas econômicos). choro fácil ou desespero. angústia de separação de figuras emocionalmente significativas. associados com crises sazonais nos negócios) ou contínuos (habitar em zonas com alta criminalidade).24]. uma Perturbação de Adaptação pode ser diagnosticada na presença de outra perturbação do Eixo I ou II se esta última não incluir um conjunto de sintomas que ocorreram em resposta a um fator de stress determinado. Subtipos e Especificadores As Perturbações da Adaptação são codificadas de acordo com os subtipos que melhor caracterizam os sintomas predominantes.0].28].20 Perturbação de Adaptação com Humor Depressivo [309. F43. fracasso em superar metas profissionais. após uma catástrofe natural). F43. Algumas destas situações de stress acompanham momentos específicos do desenvolvimento individual (por exemplo. os sintomas podem persistir por um período prolongado (mais de seis meses) se ocorrerem em resposta a um stress crônico (por exemplo.do Humor ou Perturbação da Ansiedade) ou for somente uma exacerbação de uma entidade clínica preexistente classificável no Eixo I ou II (Critério C). saída de casa dos pais. nascimento dos filhos. dificuldades emocionais ou financeiras resultantes de divórcio). O diagnóstico de Perturbação de Adaptação também não deve ser feito quando os sintomas resultam de uma reação de Luto (Critério D). ou em crianças. uma Perturbação de Adaptação deve resolver-se no espaço de seis meses após a eliminação da situação de stress (ou suas conseqüências) (Critério E). O fator de stress pode ser um acontecimento isolado (por exemplo. preocupação ou inquietação.28 Perturbação da Adaptação com Ansiedade [309. Divórcio).4].9 Não Especificada [309. Este subtipo deve ser usado quando as manifestações predominantes forem alterações do comportamento nas quais há uma violação dos direitos dos outros ou de normas e regras adequadas à idade do sujeito (por exemplo. Características e Perturbações Associadas O sofrimento subjetivo ou deficiência associados à Perturbação da Adaptação são frequentemente manifestados como diminuição do rendimento no trabalho ou no estudo e alterações temporárias nas relações sociais. vandalismo. As Perturbações da Adaptação estão associadas a um . Esta especificação é usada para indicar persistência de sintomas por períodos iguais ou superiores a seis meses. seguida. pela especificação Aguda ou Crônica (por exemplo. Esta categoria deverá ser utilizada quando as manifestações predominantes implicarem simultaneamente alterações emocionais (por exemplo. ausência social ou inibição acadêmica ou laboral) para fatores de stress psicossociais que não são classificados como um dos subtipos específicos de Perturbação da Adaptação. no entanto. F43. A duração dos sintomas de uma Perturbação da Adaptação pode ser indicada por uma das seguintes especificações: Aguda.24 Perturbação de Adaptação com Perturbação do Comportamento [309.9].25 Perturbação da Adaptação com Perturbação Mista das Emoções e do Comportamento [309. comportamento belicoso. a natureza da situação de stress pode ser indicada ao referenciá-la no Eixo IV (por exemplo.0]). queixas físicas. se desejado. Aguda [309. F4320 Perturbação de Adaptação com Humor Depressivo. F43. Este subtipo deverá ser usado para reações desadaptadas (por exemplo. Procedimentos de Registro O sintoma predominante de apresentação numa Perturbação da Adaptação deve ser indicado escolhendo o código e o termo diagnóstico da lista acima mencionada. Numa classificação multiaxial.3). Esta categoria é usada para indicar persistência de sintomas por períodos inferiores a seis meses. condução imprudente. negligência das responsabilidades legais). Crônica.predominantes forem uma combinação de depressão e ansiedade. depressão e ansiedade) e uma perturbação do comportamento (ver tipo acima). aplica-se quando a duração da perturbação é superior a seis meses como resposta a um stress crônico ou uma situação que apresenta conseqüências prolongadas. A especificação " Crônica" . F43. absentismo. Por definição os sintomas não podem persistir para além dos seis meses após a cessação da situação de stress ou as suas conseqüências. e homens e mulheres são igualmente afetados. Prevalência As Perturbações da Adaptação são aparentemente comuns. a Perturbação da Adaptação inicia-se dentro de três meses após a situação de stress e não ultrapassa os seis meses de duração após a situação de stress ou as suas conseqüências terem cessado. Pode ocorrer Perturbação da Adaptação em qualquer grupo etário. Se se tratar de um acontecimento agudo (por exemplo. apesar de os dados epidemiológicos variarem em função da população estudada e dos métodos de registro usados. significado e experiência passada das situações de stress. bem como a avaliação das respostas. não superior a alguns meses). a Perturbação da Adaptação pode também persistir. Características Especificas da Cultura. diminuição da adesão às prescrições médicas ou prolongamento dos períodos de internamento). com o diagnóstico de Perturbação da Adaptação varia de 5%o a 20% aproximadamente. Diagnóstico Diferencial A Perturbação da Adaptação é uma categoria residual usada para descrever apresentações clínicas que são respostas a fatores de stress identificáveis e que não preenchem critérios para outra perturbação . Evolução Por definição. Se o stress ou suas conseqüências persistirem. A presença de uma Perturbação da Adaptação pode complicar a evolução da doença em sujeitos que apresentam um estado físico geral (por exemplo. Sujeitos em circunstâncias de desvantagem social têm uma probabilidade alta de se confrontarem com situações de stress e um risco aumentado para esta perturbação. A natureza.risco aumentado de suicídio e tentativas de suicídio. A percentagem de sujeitos em seguimento ambulatório em consultas de saúde mental. ser despedido do emprego). o início da perturbação é geralmente imediato (ou dentro de poucos dias) e a duração é relativamente breve (isto é. podem variar nas várias culturas. Idade e Gênero O contexto cultural do sujeito deve ser tomado em conta ao avaliar clinicamente se a resposta da pessoa à situação de stress é ou não adaptativa ou se o sofrimento associado é excessivo em relação ao esperado. o diagnóstico adicional de Perturbação da Adaptação pode ser considerado. o diagnóstico de Perturbação da Adaptação não é aplicável.específica no Eixo I. Perturbação da Ansiedade Sem Outra Especificação). os sintomas psicológicos desenvolvem-se em resposta ao stress de ter. somente se esta última não incluir os sintomas de reação à situação de stress. E geralmente diagnosticado Luto e não Perturbação da Adaptação. em contraste com apresentações atípicas que devem ser diagnosticadas como Perturbação Sem Outra Especificação (por exemplo. Porque as Perturbações da Personalidade são frequentemente exacerbadas pelo stress. geralmente na categoria Sem Outra Especificação. Ambas as condições podem estar presentes em alguns sujeitos. quando a reação é uma resposta previsível e esperada à morte de uma pessoa significativa. uma pessoa com Perturbação Paranóide da Personalidade apresentar humor depressivo como resposta a perda de emprego). Perturbação Pós-Stress Traumático e Perturbação Aguda de Stress. O diagnóstico de Perturbação da Adaptação requer a presença de um stress identificável. complicam o tratamento ou por outro lado aumentam os riscos de desenvolver um estado físico geral. Por exemplo. comportamentos ou outros fatores exacerbam o estado físico geral. a Perturbação de Adaptação pode ser desencadeada por um stress de qualquer gravidade e pode envolver uma grande variedade de sintomas possíveis. o diagnóstico deve ser alterado para outra perturbação mental. se os sintomas não característicos da Perturbação da Personalidade aparecerem como resposta a uma situação de stress (por exemplo. Uma Perturbação da Adaptação pode ser diagnosticada simultaneamente com uma perturbação no Eixo I. um sujeito pode desenvolver uma Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo após perda de emprego e ao mesmo tempo ter um diagnóstico de Perturbação Obsessivo-Compulsiva. O diagnóstico de Perturbação da Adaptação pode ser apropriado quando a reação é excessiva ou . do diagnóstico de um estado físico geral). No caso de Fatores Psicológicos Que Afetam o Estado Físico Geral. não é em geral feito o diagnóstico adicional de Perturbação da Adaptação. A Perturbação Pós-Stress Traumático e a Perturbação Aguda de Stress são caracterizadas pela presença de stress extremo e uma constelação específica de sintomas. Por exemplo. No entanto. Em contraste. Na Perturbação da Adaptação a relação é a inversa (isto é. sintomas psicológicos específicos. requerem todas elas a presença de estresses psicossociais. Perturbação da Adaptação. se um sujeito tem sintomas que preenchem critérios para um Episódio Depressivo Major como resposta a um fator de stress. Se os sintomas persistirem para além dos seis meses após o stress e as suas conseqüências terem cessado. ou tomar conhecimento. na secção que recolhe as Perturbações da Adaptação. E. mas inferior a dois anos). Os sintomas não se enquadram numa reação de Luto. a ICD-10 exclui os agentes estressantes de "tipo não usual ou catastrófico" . A perturbação relacionada com o stress não preenche os critérios para outra perturbação específica do Eixo I e não é uma exacerbação de uma perturbação dos Eixos I ou II preexistente. B. sempre que não estejam preenchidos os critérios de diagnóstico da Perturbação Pós-Stress Traumático ou de Perturbação Aguda de Stress. Finalmente. D.Estes sintomas ou comportamentos são clinicamente significativos manifestando-se com as seguintes características: 1 ) sintomas exagerados em relação à reação normal e previsível a determinado fator de stress 2) disfunção significativa nas áreas sociais ou ocupacionais (acadêmicas) página 645 C. Deve-se ainda distinguir a Perturbação da Adaptação das reações não patológicas ao stress que não provocam sofrimento excessivo e não causam diminuição significativa no funcionamento social e ocupacional. os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 para a Perturbação da Adaptação requerem que estes se iniciem durante o primeiro mês.mais prolongada do que o previsível.O desenvolvimento de sintomas emocionais e comportamentais como reação a um fator ou fatores de stress identificáveis. . Critérios de diagnóstico para Perturbação da Adaptação A. que ocorrem nos três meses após aparecimento do fator de stress. Além disso. a ICD-10 distingue entre reação depressiva breve (que não se prolonga para além de um mês) da reação depressiva prolongada (que pode ter uma duração superior a seis meses.Uma vez terminada a situação de stress (ou suas conseqüências) os sintomas não persistem por um período superior a seis meses. Em contrapartida. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Em contraste com o DSM-IV (que exige que os sintomas se iniciem nos primeiros três meses a seguir ao acontecimento causador de stress). o DSM-IV permite fazer o diagnóstico no caso de acontecimentos estressantes de caráter extremo. 28] F43. Crônica: se a perturbação permanece por um período igual ou superior a seis meses. é invasivo e inflexível. As Perturbações da Adaptação são codificadas segundo o subtipo.4] Página 647 Perturbações da Personalidade Este capítulo começa com uma definição geral de Perturbação da Personalidade que se aplica a cada uma das dez perturbações específicas. A Perturbação da Personalidade é um padrão estável de experiência interna e comportamento que se afasta marcadamente do esperado para o indivíduo numa dada cultura. é estável ao longo do tempo e origina sofrimento ou incapacidade. Perturbação Anti-Social da Personalidade é um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros. Perturbação Estado-Limite da Personalidade é um padrão de instabilidade no relacionamento interpessoal. que se seleciona de acordo com os sintomas predominantes. As Perturbações da Personalidade incluídas neste capítulo são listadas abaixo. O agente estressante específico pode ser indicado no Eixo IV. F43.0) F43. auto-imagem afetos e . Perturbação Esquizotípica da Personalidade é um padrão de desconforto agudo no relacionamento próximo.3] F43.28 Perturbação da Adaptação com Ansiedade [309.22 Perturbação da Adaptação Mista com Humor Depressivo e Ansiedade [309.20 Perturbação da Adaptação com Humor Depressivo [309.25 Perturbação da Adaptação com Perturbação Mista das Emoções e do Comportamento [309. Perturbação Esquizóide da Personalidade é um padrão de alheamento da vida social e uma restrição da expressividade emocional. Perturbação Paranóide da Personalidade é um padrão de desconfiança e suspeição. tem início na adolescência ou no jovem adulto.24 Perturbação da Adaptação com Perturbação do Comportamento [309. distorções cognitivas e perceptivas e comportamento excêntrico. tal que as motivações alheias são interpretadas como malévolas.Especifique se: Aguda: se a perturbação dura menos que seis meses.24] F43. As Perturbações da Personalidade estão reunidas em três grupos baseados em semelhanças descritivas. Perturbação Evitante da Personalidade é um padrão de inibição social.impulsividade marcada. mas a pessoa tem uma Perturbação da Personalidade que não está incluída na classificação (por exemplo. necessidade de adoração e ausência de empatia. Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade é um padrão de preocupação com a ordem. O Grupo A inclui as Perturbações da Personalidade Paranóide. sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa. Características de Diagnóstico Os traços de personalidade são padrões estáveis de compreensão relação e pensamento acerca do meio envolvente e de si próprio. Esquizóide e Esquizotípica. Evitante e Obsessivo-Compulsiva. Perturbação Histriônica da Personalidade é um padrão de excessiva emocionalidade e apelatividade. causando incapacidade funcional significativa ou sofrimento subjetivo. As pessoas com estas perturbações parecem frequentemente ansiosas e medrosas. Somente quando os traços de personalidade são inflexíveis e desadaptativos. Perturbação Dependente da Personalidade é um padrão de comportamento submisso e pegajoso. As pessoas com esta perturbação frequentemente parecem bizarras ou excêntricas. as pessoas frequentemente apresentam co-morbilidade de Perturbações da Personalidade de diferentes grupos. associado a uma excessiva necessidade de cuidados dos outros. Perturbação da Personalidade Sem Outra Especificação é uma categoria para duas situações: 1) o padrão da personalidade contém critérios gerais para Perturbação da Personalidade e traços de diferentes Perturbações da Personalidade. Perturbação Passivo-Agressiva da Personalidade). mas não existem critérios suficientes para uma perturbação específica. E necessário notar que este sistema de agrupamento. O Grupo B inclui as Perturbações da Personalidade Anti-Social. ou 2) o padrão da personalidade contém critérios gerais para Perturbação da Personalidade. O Grupo C inclui as Perturbações da Personalidade Dependente. tem sérias limitações e não foi consistentemente validado. que se exprimem numa gama variada de contextos de natureza social e pessoal. perfeccionismo e controlo. se constituem como Perturbações da Personalidade. A característica essencial de Perturbação da Personalidade é um padrão estável de experiência interna e . Perturbação Narcísica da Personalidade é um padrão de grandiosidade. EstadoLimite Histriônica e Narcísica. Mais ainda. apesar de útil em alguma investigação e ensino. As pessoas com estas perturbações parecem frequentemente dramáticas emocionais ou inconstantes. Muitas vezes o diagnóstico da situação pode complicar-se pelo fato de as características que definem uma Perturbação da Personalidade não serem consideradas como problemáticas pela pessoa (por exemplo. Para solucionar esta dificuldade. o clínico deve ser encorajado a indicar qual a Perturbação da Personalidade é diagnóstico principal ou motivo . Este padrão estável é inflexível e persiste numa gama variada de situações sociais e pessoais (Critério B). O padrão é estável. Para cada Perturbação da Personalidade encontram-se neste capítulo critérios de diagnóstico específicos. Procedimentos de Registro As Perturbações da Personalidade estão codificadas no Eixo II. abuso de drogas. O diagnóstico de Perturbação da Personalidade requer uma avaliação dos padrões de funcionamento individual ao longo do tempo e as características particulares da personalidade terão de ter sido evidentes pelo início da idade adulta. Quando (como é frequentemente o caso) o padrão individual de comportamento inclui critérios para o diagnóstico de mais do que uma Perturbação da Personalidade. medicamentos exposição a tóxicos) ou a um estado físico geral (por exemplo. O quadro sintomatológico não pode ser atribuível a outra perturbação mental (Critério E) e não é devido ao efeito direto de uma substância (por exemplo. O clínico deve atender à estabilidade dos traços de personalidade ao longo do tempo e em diferentes situações. originando sofrimento clinicamente significativo ou incapacidade social. e o seu começo pode ser localizado na adolescência ou no início da idade adulta (Critério D). traumatismo craniano) (Critério F). o clínico deve listar todas as perturbações por ordem de importância. funcionamento interpessoal ou controlo impulsivo (Critério A). Perturbações do Humor ou da Ansiedade. tal como foi avaliado pelos resultados de eficiência diagnóstica (quando possível). Quando uma perturbação do Eixo I não é o diagnóstico principal ou o motivo de consulta. profissional ou noutras áreas importantes de funcionamento (Critério C). os traços são muitas vezes egossintônicos). Os traços de personalidade que definem estas perturbações devem também ser distinguidos das características que emergem em resposta a uma situação específica ou a um estado mental transitório (por exemplo. pode ser útil recolher informação suplementar noutras pessoas. Intoxicação por Substâncias). afetividade. Apesar de numa simples entrevista ser algumas vezes possível fazer o diagnóstico. Os itens em cada conjunto de critérios encontram-se ordenados por importância decrescente para o diagnóstico específico de cada Perturbação da Personalidade. de longa duração. é muitas vezes necessário conduzir várias entrevistas espaçadas no tempo.comportamento que se desvia marcadamente do esperado para o indivíduo numa dada cultura e se exprime em pelo menos duas das seguintes áreas: cognição. Particularmente quando se avalia alguém de um substrato diferente. Tipo Paranóide [295. Características Especificas da Cultura. a Perturbação da Personalidade deve ser registrada no Eixo II. costumes ou valores políticos e religiosos professados pela cultura original do indivíduo. Esquizotípica. Na maioria dos casos. Por exemplo. As categorias das Perturbações da Personalidade podem ser aplicadas a crianças e adolescentes nos casos especiais nos quais os traços de uma personalidade particularmente desadaptada se apresentem globais. nenhum código específico deve ser utilizado. o clínico deve registrar "Eixo II: F60. Uso freqüente de denegação [301. Paranóide). seguida da menção "Pré-Mórbida" entre parênteses. o clínico deve registrar "Eixo II: Z03. Idade e Gênero Os julgamentos acerca do funcionamento da personalidade devem ter em conta o substrato étnico. Por exemplo: Eixo I: F20.08 Esquizofrenia.30]. mas apresenta características de várias Perturbações da Personalidade e envolve incapacidade clinicamente significativa. Esquizofrenia) que foi precedida por uma Perturbação da Personalidade preexistente (por exemplo.09]". Eixo II: F60. O uso de mecanismos de defesa particular devem também ser indicados no Eixo II. as . por exemplo. Traços da personalidade desadaptativos específicos que não incluam critérios suficientes para uma Perturbação da Personalidade devem ser também anotados no Eixo II. traços de personalidade histriônica [V 71.para consulta anotando "Diagnóstico Principal" ou "Motivo de Consulta" entre parênteses. Para diagnosticar uma Perturbação da Personalidade numa pessoa aos 18 anos. Quando uma pessoa tem uma Perturbação Psicótica crônica do Eixo I (por exemplo.1 Perturbação da Personalidade (Pré-Mórbida) [301. persistentes e inatribuíveis a uma etapa do desenvolvimento ou a um episódio de perturbação do Eixo I.6]". Nestas circunstâncias. Esquizóide.2 Nenhum diagnóstico no Eixo II. Um glossário com definições para cada mecanismo de defesa e uma Escala de Funcionamento Defensivo encontram-se no Apêndice B (p. Perturbações da Personalidade Sem Outra Especificação é o diagnóstico apropriado para uma apresentação "mista" cujos critérios não se orientam para uma Perturbação da Personalidade particular. cultural e social.20]. o diagnóstico principal ou o motivo de consulta é também o foco principal de atenção e tratamento.70 Perturbação da Personalidade Dependente. 769). É necessário reconhecer que os traços de uma Perturbação da Personalidade na infância podem frequentemente desaparecer na vida adulta. As Perturbações da Personalidade não devem ser confundidas com os problemas associados à aculturação após a emigração ou com a expressão de hábitos. é útil para o clínico obter informação de quem esteja mais familiarizado com as regras culturais da pessoa. Estado-Limite. o que parece não ser verdadeiro para outras perturbações (por exemplo. Perturbação Anti-Social e Estado-Limite) tendem a ser menos evidentes ou a remitir com a idade. Perturbação AntiSocial da Personalidade) são mais frequentemente diagnosticadas nos homens. A única exceção a esta situação ocorre na Perturbação Anti-Social da Personalidade. emprego). Diagnóstico Diferencial Muitos dos critérios específicos de Perturbação da Personalidade descrevem características (por exemplo. por definição. Por definição. Uma Perturbação da Personalidade só deve ser diagnosticada quando as características definidoras estão presentes antes do início da idade adulta. Outras (por exemplo. cônjuge) ou de situações sociais estáveis (por exemplo. dependência ou insensibilidade) que estão presentes também nos episódios das perturbações mentais do Eixo I. os clínicos devem ser cautelosos em não hiperdiagnosticarem ou hipodiagnosticarem certas Perturbações da Personalidade em homens e mulheres pelos estereótipos sociais relativos a papéis comportamentais ligados ao sexo. que não pode ser diagnosticada nas pessoas abaixo dos 18 anos (ver p. uma Perturbação da Personalidade requer uma idade de início até ao princípio da vida adulta. Apesar de estas diferenças na prevalência refletirem reais diferenças na presença de certos padrões sexuais. uma Perturbação da Personalidade é um padrão duradouro de pensamento. sentimentos e comportamento relativamente estável no tempo. Histriônica e Dependente) são mais diagnosticadas em mulheres. Alguns tipos de Perturbação da Personalidade (particularmente. o desenvolvimento de mudanças na personalidade a meio da vida adulta ou mais tarde deve determinar uma avaliação para a possibilidade de uma Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral ou a uma Perturbação Relacionada com Substâncias não conhecida. Evolução As características da Perturbação da Personalidade habitualmente são reconhecidas durante o adolescência e início da idade adulta. as pessoas podem não solicitar ajuda clínica até relativamente tarde. Perturbação Esquizotípica ou Obsessivo-Compulsiva). suspeição. Todavia. Se contudo. são típicas do funcionamento do indivíduo a longo prazo e não ocorrem durante um episódio de uma . 664). Uma Perturbação da Personalidade pode ser exacerbada na seqüência da perda de pessoas significativas (por exemplo.características terão que ter estado presentes por pelo menos um ano. Certas Perturbações da Personalidade (por exemplo. deve considerar-se o diagnóstico de Perturbação de Stress pós-traumático (ver p. é importante não fazer um diagnóstico de Perturbação de Personalidade baseado somente nos comportamentos conseqüentes da intoxicação por substâncias ou abstinência ou nas atividades relacionadas com a manutenção da dependência (por exemplo. Perturbação Esquizotípica com Esquizofrenia. 435). Perturbação Distímica) que têm um início precoce e uma evolução crônica. comportamento anti-social). deve ser considerado o diagnóstico de modificação de personalidade devida a um estado físico geral (p. Para as três Perturbações da Personalidade que podem estar relacionadas com as Perturbações Psicóticas (Paranóide.perturbação do Eixo I. Quando emergem e persistem mudanças de personalidade após a pessoa ter estado exposta a uma situação extrema de stress. persistentes e causam deficiência funcional significativa ou mal-estar subjetivo. As Perturbações da Personalidade devem ser distinguidas dos traços de personalidade que não atingem o limiar para Perturbação da Personalidade. Quando uma pessoa tem uma Perturbação Psicótica crônica do Eixo I (por exemplo. Quando uma pessoa tem uma perturbação relacionada com substâncias. Os traços de personalidade são diagnosticados como Perturbação da Personalidade apenas quando são inflexíveis. Esquizóide e Esquizotípica). Esquizofrenia) que foi precedida por uma Perturbação da Personalidade. tumor cerebral). biológicas ou agregação familiar. Perturbação do Humor com Características Psicóticas ou outra Perturbação Psicótica. há um critério de exclusão que estabelece que o padrão de comportamento não deve ocorrer exclusivamente durante a evolução de Esquizofrenia. O clínico deve ser cauteloso no diagnóstico de Perturbação da Personalidade durante um episódio de Perturbação de humor ou duma Perturbação de Ansiedade. seguida da menção "PréMórbida" entre parênteses. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios . Algumas Perturbações da Personalidade podem ter um "espectro" relacional com uma perturbação particular do Eixo I (por exemplo. Pode ser particularmente difícil (e não muito útil) distinguir Perturbação da Personalidade de perturbações do Eixo I (por exemplo. porque estas situações têm características sintomatológicas que se cruzam e desse modo mimetizam traços de personalidade que podem dificultar a avaliação retrospectiva do padrão de funcionamento a longo prazo da pessoa. Perturbação Evitante com Fobia Social) consubstanciada em semelhanças fenomenológicas. a Perturbação da Personalidade deve ser registrada no Eixo II. relativamente estável. 175). Quando surgem modificações duradouras da personalidade como resultado de efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (por exemplo. desadaptativos. O padrão não é devido ao efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. . Padrão duradouro é inflexível e global numa grande variedade de situações pessoais e sociais. Houve muitas tentativas para identificar a dimensão mais fundamental que congregasse a totalidade do funcionamento da personalidade normal e patológica. × Critérios gerais de diagnóstico para Perturbação da Personalidade A. dos outros e acontecimentos) 2) afetividade (variedade.gerais da Perturbação da Personalidade do DSM-IV são no essencial as mesmas. Modelos Dimensionais para a Perturbação da Personalidade A abordagem diagnóstica usada neste manual representa a perspectiva categorial na qual as Perturbações da Personalidade apresentam síndromes clínicas qualitativamente distintas. na qual as Perturbações da Personalidade representam variantes desadaptativas de traços da personalidade que emergem imperceptivelmente da normalidade e para ela. profissional ou noutras áreas de funcionamento. Um modelo consiste nas seguintes cinco dimensões: neuroticismo. E. F. intensidade. Este padrão é expresso em duas (ou mais) das seguintes áreas: 1) cognição (formas de percepção e interpretação de si próprio. C. D. introversão versus extroversão. O padrão persistente não é atribuível a uma manifestação nem é conseqüência de outra perturbação mental. e conscienciosidade. oposição versus consensualidade. O padrão é estável. afastamento versus abertura à experiência. traumatismo craniano). Uma alternativa a esta abordagem categorial é a perspectiva dimensional. O padrão origina sofrimento clinicamente significativo ou deficiência na vida social. medicamentos) ou a um estado físico geral (por exemplo. Padrão duradouro de experiência interna e comportamento que se desvia marcadamente do esperado na cultura da pessoa. de longa duração e o seu começo ocorreu na adolescência ou no início da idade adulta. instabilidade e adequação da resposta emocional) 3) funcionamento interpessoal 4) controlo de impulsos B. abuso de drogas. Frequentemente. Estão preocupados com dúvidas injustificadas acerca da lealdade e confiança dos seus amigos e conhecidos. dramáticoemocional e ansioso-medroso) podem também ser vistos como dimensões representativas de espectros de disfunção da personalidade num continuum com as perturbações mentais do Eixo I. As pessoas com esta perturbação são relutantes em confidenciar ou em . insinceridade.0] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Paranóide da Personalidade é um padrão de desconfiança e suspeição persistentes em relação aos outros com interpretação malévola das suas motivações. persistência.Outra abordagem descreve maior número de áreas específicas disfuncionais da personalidade. Os grupos de Perturbações da Personalidade do DSM-IV (por exemplo. procura de prazer versus evitamento da dor. Qualquer pequeno desvio da confiança e lealdade. Grupo A Perturbações da Personalidade F60. Se tiverem problemas esperam dos amigos e conhecidos ainda mais problemas ou até que os ignorem. dominância. emocionalidade positiva versus negativa. incluindo 15-40 dimensões (por exemplo. restrição. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos. Ficam tão espantados com demonstrações de lealdade dos amigos e conhecidos que não conseguem confiar e acreditar. dependência recompensante. As pessoas com esta perturbação assumem que os outros tirarão partido. acomodação passiva versus modificação ativa e auto-empenho versus suporte dos outros. egocentrismo). serve como suporte das suas crenças subjacentes. reatividade afetiva. Suspeitam sem evidência ou com evidência mínima que os outros estão conluiados e que os podem atacar subitamente em qualquer altura e sem qualquer razão. mesmo sem evidência objetiva. evitamento de sofrimento. sentem que têm estado a ser profunda e irreversivelmente usados por outros. cujas ações são minuciosamente escrutinadas para descobrir intenções hostis (Critério A2). impulsividade. Outras dimensões incluem procura de novidade. distorção cognitiva. A relação entre os vários modelos dimensionais com as categorias diagnósticas das Perturbações da Personalidade e com os vários aspectos de disfunção da personalidade continua a ser objeto de investigação ativa. bizarro-excêntrico. afiliação.0 Perturbação Paranóide da Personalidade [301. magoarão ou os decepcionarão mesmo sem evidência ou suporte para esta expectativa (Critério AI). apreensão social. podem agir de uma forma defensiva. dizendo que "ninguém tem nada a ver com isso". São rápidas a contra-atacar e reagir com raiva às injúrias percebidas (Critério A6). Perturbações e Características Associadas Os indivíduos com Perturbação Paranóide da Personalidade têm grandes dificuldades em estabelecer relações próximas ou têm frequentemente problemas neste tipo de relacionamentos. uma pessoa com esta perturbação pode incorretamente interpretar um erro de caixa num supermercado como uma tentativa deliberada para a enganar ou pode avaliar um comentário humorístico ocasional de um colega como um ataque sério a si própria. Indelicadezas menores determinam grande hostilidade. Podem avaliar uma oferta de ajuda como crítica à sua incapacidade para resolver a situação por si sós. frequentemente suspeitando que o seu cônjuge ou parceiro sexual é infiel sem uma justificação adequada (Critério A7). Por exemplo. com persistência deste sentimento por longo tempo. Podem recusar responder a perguntas pessoais. secreta ou tortuosa . Porque são hipervigilantes para ameaças potenciais. um elogio ao seu talento pode ser interpretado como uma tentativa para coarctar um melhor rendimento). Porque estão constantemente vigilantes às intenções lesivas de outros. Podem querer manter controlo completo do relacionamento íntimo para evitarem ser traídas e podem estar constantemente a questionar e a desafiar as ações.se aproximar dos outros porque receiam que a informação partilhada possa ser usada contra elas (Critério A3). As pessoas com esta perturbação têm uma má vontade persistente e são incapazes de esquecer insultos. Os elogios são mal interpretados (por exemplo. em queixas recorrentes. injúrias e indelicadezas que pensam ter sofrido (Critério A5). Perturbação do Humor com Características Psicóticas ou outra Perturbação Psicótica ou se for devida a efeito fisiológico direto de uma situação neurológica (por exemplo. Epilepsia do lobo temporal) ou outro estado físico geral (Critério B). aviltantes ou ameaçadores em acontecimentos ou comentários inocentes (Critério A4). um elogio a uma nova aquisição pode ser interpretado como criticismo ao seu egoísmo. As pessoas com esta perturbação podem ter ciúme patológico. Fazem leituras de significados escondidos. ou por um tranqüilo e aparente distanciamento hostil. A sua suspeição excessiva e hostilidade pode ser expressa em discussões abertas. A Perturbação Paranóide da Personalidade não deve ser diagnosticada se o padrão de comportamento ocorrer exclusivamente durante a evolução de Esquizofrenia. muitas vezes sentem que o seu caráter ou reputação foi atacado ou diminuído de qualquer maneira. as intenções e a fidelidade do seu cônjuge ou parceiro. particularmente daqueles pertencentes a grupos distintos da sua origem. Idade e Gênero Alguns comportamentos que são influenciados por contextos socioculturais ou circunstâncias de vida particulares podem ser erradamente rotulados como paranóides e podem mesmo ser reforçados pelo processo de avaliação clínica. refugiados políticos e econômicos ou pessoas de diferentes . as pessoas com esta perturbação podem sofrer episódios psicóticos muito breves (durando de minutos a horas). Podem exibir fantasias grandiosas pouco realistas.aparentando "frieza" e desprendimento de sentimentos afetuosos. incapazes de colaborar. Apesar de aparentarem ser objetivos. Características Especificas da Cultura. a Perturbação Paranóide da Personalidade pode aparecer como antecedente pré-mórbido de Perturbação Delirante ou Esquizofrenia. Esquizóide. fortemente ligados ou grupos com outros que partilham o seu sistema de crenças paranóides. São frequentemente rígidos. Frequentemente ocorrem Alcoolismo. Evitamento e Estado-Limite. com predomínio de hostilidade. Abuso ou Dependência de Substâncias. Têm também necessidade de ter um elevado grau de controlo sobre os outros à sua volta. Atraídos por formulações simplistas do mundo. racionais e desafetados frequentemente expressam uma gama lábil de afetos. Narcísica. As pessoas com esta perturbação procuram confirmar as suas noções negativas preconcebidas em relação a pessoas e situações. Pela sua rapidez em contraatacar em resposta às ameaças percebidas à sua volta. A sua natureza desconfiada e combativa pode provocar uma resposta hostil nos outros. As formas mais comuns de co-morbilidade de Perturbações da Personalidade são as personalidades Esquizotípica. As pessoas com esta perturbação podem desenvolver Perturbação Depressiva Major e podem ter um risco aumentado para Agorafobia e Perturbação ObsessivoCompulsiva. insuficientemente escondidas. apesar de terem grande dificuldade em aceitar a crítica alheia. Os sujeitos com Perturbação Paranóide da Personalidade. o que por sua vez confirma as suas expectativas originais. ligadas a questões de poder e hierarquia. Os membros de grupos minoritários. Particularmente em resposta ao stress. Podem culpar os outros pelas suas insuficiências. podem ser litigantes e frequentemente envolvem-se em disputas legais. críticos com os outros. emigrantes. atribuindo motivações malévolas que não são mais que projeções dos seus próprios medos. são frequentemente cautelosos nas situações ambíguas. inflexibilidade e sarcasmo. e tendem a desenvolver estereótipos negativos dos outros. Podem ser vistos como "fanáticos" e formam "cultos". têm uma necessidade excessiva de serem autosuficientes e um forte sentido de autonomia. porque desconfiam dos outros. Em algumas circunstâncias. desconhecimento de regras e regulamentos) ou como resposta à negligência ou indiferença da maioria da sociedade.5% a 2. na qual os . perpetuando um ciclo vicioso de desconfiança recíproca. esta deve ser registrada no Eixo II. maus resultados escolares. Quando uma pessoa tem uma Perturbação Psicótica crônica do Eixo I (por exemplo. Esquizofrenia Tipo Paranóide e Perturbação do Humor com Características Psicóticas porque estas perturbações são caracterizadas por um período persistente de sintomas psicóticos (por exemplo. ansiedade social. Padrão Familiar Há alguma evidência para um aumento de prevalência de Perturbação Paranóide da Personalidade nos familiares de pessoas com Esquizofrenia crônica e mais especificamente uma associação familiar específica com a Perturbação Delirante. seguida da designação "pré-mórbido" entre parênteses. Estas crianças podem aparentar ser "bizarras" ou "excêntricas" ou serem vítimas de gozo. Tipo Persecutório. esta perturbação parece ser mais freqüente nos homens.10% a 30% no internamento psiquiátrico e 2% a 10% no ambulatório psiquiátrico. hipersensitividade. A Perturbação Paranóide da Personalidade pode já ser aparente na infância e adolescência com solidão. Estes comportamentos. Alguns grupos étnicos podem ter comportamentos que sejam mal interpretados como paranóides. podem causar raiva e frustração naqueles que lidam com estas pessoas. a Perturbação da Personalidade deve estar presente antes do início dos sintomas psicóticos e deve persistir depois da remissão dos mesmos. Para formular um diagnóstico adicional de Perturbação Paranóide da Personalidade. Diagnóstico Diferencial A Perturbação Paranóide da Personalidade pode ser distinguida da Perturbação Delirante. Perturbação Paranóide da Personalidade deve ser distinguida de Alteração da Personalidade Devido a Um Estado Físico Geral. idéias delirantes e alucinações). Prevalência A prevalência da Perturbação Paranóide da Personalidade tem sido reportada de 0. Esquizofrenia) que foi antecedida pela Perturbação Paranóide da Personalidade. barreira lingüística.etnias podem demonstrar comportamentos defensivos por não familiaridade (por exemplo. Tipo Persecutório.5% na população em geral. por seu lado. mau relacionamento com os colegas. que não deve ser confundida com Perturbação Paranóide da Personalidade. pensamentos e linguagem peculiares e fantasias idiossincráticas. Em amostras clínicas. do que por medo da má intenção alheia. desadaptados. Contudo. não é motivado por um desejo de ganho pessoal ou de tirar partido dos outros como na Perturbação Anti-Social da Personalidade. particularmente em ambientes ameaçadores. Finalmente. A Perturbação Paranóide da Personalidade e a Perturbação Esquizotípica da Personalidade partilham traços de suspeição. deve ser também distinguida dos traços paranóides associados com o desenvolvimento de incapacidades físicas (por exemplo. mais porque receiam ficar embaraçadas ou serem inadequadas. se um indivíduo com sintomas de perturbação tiver critérios para mais do que uma Perturbação da Personalidade para além da Perturbação Paranóide da Personalidade. Apesar de o comportamento anti-social poder estar presente na Perturbação Paranóide da Personalidade. Deve também ser distinguida dos sintomas que se podem desenvolver em associação com abuso crônico de substâncias (por exemplo. Contudo. persistentes e causarem incapacidade funcional significativa ou sofrimento subjetivo. As pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade podem ocasionalmente demonstrar suspeição. estas perturbações não estão necessariamente associadas com uma suspeição persistente. Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com a Perturbação Paranóide da Personalidade porque têm características comuns.traços emergem por efeito direto de um estado físico geral no sistema nervoso central. Os traços paranóides podem ser adaptativos. É no entanto importante distinguir entre estas perturbações com base na diferença das suas características. mas a Perturbação Esquizotípica da Personalidade também inclui sintomas como pensamento mágico. A Perturbação Paranóide da Personalidade deve ser diagnosticada somente quando os seus traços forem inflexíveis. . todas deverão ser diagnosticadas. A tendência para as pessoas com Perturbação Paranóide da Personalidade reagirem a uma estimulação mínima com raiva é também observada nas Perturbações Estado-Limite e Histriônica da Personalidade. mas isto deriva primariamente de receios de ver reveladas as suas imperfeições ou defeitos. mas mais frequentemente como desejo de vingança. mas não têm habitualmente uma ideação paranóide proeminente. distanciamento interpessoal e ideação paranóide. experiências pativas inabituais e bizarrias do pensamento e discurso. deficiência auditiva). As pessoas com comportamentos que incluam critérios para Perturbação Esquizotípica da Personalidade são frequentemente vistas como estranhas. frias e distantes. retirada social ou alienação. excêntricas. Perturbação Relacionada com Cocaína Sem Outra Especificação). As pessoas com Perturbação Evitante da Personalidade podem ser relutantes em confiar nos outros. . de forma a que os seus motivos sejam interpretados como malévolos.Uma desconfiança e suspeição persistentes em relação aos outros. F60. injúrias ou indelicadezas (6) percepção de ataques ao seu caráter e reputação não aparentes para os outros aos quais reagem rapidamente com raiva ou contraatacando (7) suspeição recorrente. sem justificação.Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Perturbação Paranóide da Personalidade diferem mas definem essencialmente a mesma condição.0 Perturbação Paranóide da Personalidade [301. incapacidade para esquecer ofensas. que os outros tiram partido deles. Nota: se houver critérios antes do início da Esquizofrenia. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente numa grande variedade de contextos. "Perturbação Paranóide da Personalidade". por exemplo. (Pré-Mórbida). (5) persistência em manter má vontade. × Critérios de diagnóstico para F60.20] Características Diagnósticas A característica essencial da Perturbação Esquizóide da Personalidade é um padrão persistente do distanciamento das relações sociais e uma restrita expressividade emocional em situações interpessoais.Não ocorrer exclusivamente durante a evolução de Esquizofrenia. como indicam quatro (ou mais) das seguintes características: (1) suspeita. adicionar "Pré-Mórbida". com início no começo da idade adulta e presentes numa variedade de contextos. em relação ao cônjuge B. prejudicam ou enganam (2) preocupações com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou confiança de amigos ou conhecidos (3) relutância em confiar nos outros por medo injustificado que a informação possa ser usada contra si (4) interpretação ameaçadora de acontecimentos e relatos inocentes. Perturbação do Humor com Características Psicóticas ou outra Perturbação Psicótica.1 Perturbação Esquizóide da Personalidade [301. sem bases suficientes.0] A. isto é. ou não devida ao efeito fisiológico direto de um estado físico geral. Preferem objetivos mecânicos ou abstratos. Apresentam frequentemente uma afetividade restringida e aparentam frieza e distanciamento. corporais ou interpessoais. Estas pessoas não têm amigos ou confidentes. Perturbações e Características Associadas As pessoas com Perturbação Esquizóide da Personalidade podem demonstrar dificuldades particulares em expressar raiva. se algum.As pessoas com Perturbação Esquizóide da Personalidade aparentam não desejar a intimidade e parecem indiferentes a todas as oportunidades para desenvolver relações de proximidade e parecem não ter grande satisfação em fazer parte de uma família ou grupo social (Critério A1). Relatam que raramente vivenciam experiências emocionais intensas como raiva ou alegria. Aparentam muitas vezes estar isoladas socialmente ou "sozinhas" e escolhem atividades solitárias ou divertimentos que não envolvam os outros (Critério A2). mesmo em resposta à provocação direta. Contudo. particularmente relacionados com interações sociais. Apresentam usualmente uma máscara exterior sem reação emocional visível e raramente trocam gestos ou expressões mímicas. nas muito raras circunstâncias em que estas pessoas se encontram pelo menos temporariamente confiantes em se revelarem. tais como sorrisos ou cumprimentos (Critério A7). As suas vidas algumas vezes parecem não . outras Perturbações Psicóticas. parecendo assim ineptas socialmente ou superficiais e egoístas. a Perturbação Global do Desenvolvimento ou se é devida aos efeitos fisiológicos diretos de uma situação neurológica (por exemplo. tais como computadores ou jogos matemáticos. Têm pouco interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa (Critério A3) e têm pouco prazer. o que contribui para a impressão de ausência de emoções. Preferem passar o tempo consigo próprias. podem tomar consciência de possuírem sentimentos dolorosos. nas atividades (Critério A4). As pessoas com Perturbação Esquizóide da Personalidade parecem frequentemente alheias à aprovação ou crítica dos outros e não ficam aborrecidas com o que os outros pensam delas (Critério A6). epilepsia do lobo temporal) ou médica (Critério B). Habitualmente há pouco prazer em experiências sensoriais. exceto talvez um familiar em primeiro grau (Critério A5). do que com as outras pessoas. Perturbação de Humor com Características Psicóticas. A Perturbação Esquizóide da Personalidade não deve ser diagnosticada se o padrão de comportamento ocorrer exclusivamente durante a evolução de Esquizofrenia. tais como caminhar na praia ao entardecer ou fazer amor. Podem não prestar atenção às normais subtilezas da interação social humana e frequentemente não respondem apropriadamente às questões sociais. O funcionamento profissional pode estar diminuído. A Perturbação Esquizóide da Personalidade é ligeiramente mais freqüente nos homens.direcionadas e podem aparentar "serem arrastadas" nos seus objetivos. afeto restringido. namoram pouco e frequentemente não casam. Paranóide e de Evitamento. causando neles maior diminuição. aqueles que se deslocaram de meios rurais para urbanos podem reagir com "frieza emocional" que dure vários meses e ser manifesto por atividades solitárias. . que marcam estas pessoas como diferentes e as transformam em motivo de troça. frios ou indiferentes. Idade e Gênero Pessoas duma variedade de estratos culturais algumas vezes exibem comportamentos defensivos e estilos interpessoais que podem erradamente ser rotulados como esquizóides. As pessoas com esta perturbação podem desenvolver algumas vezes uma Perturbação Depressiva Major. e outros déficits de comunicação. Particularmente em resposta ao stress. Por exemplo. as pessoas com esta perturbação têm poucos amigos. particularmente se é exigido envolvimento interpessoal. A Perturbação Esquizóide da Personalidade pode coexistir com as Perturbações da Personalidade Esquizotípica. Imigrantes de outros países podem ser percebidos como hostis. Características Especificas da Cultura. Estas pessoas reagem frequentemente de forma passiva às circunstâncias adversas e têm dificuldade em responder adequadamente aos acontecimentos de vida importantes. A Perturbação Esquizóide da Personalidade pode ser desde logo aparente na infância e adolescência com solidão. mas podem ter um bom desempenho quando trabalham em condições de isolamento social. Em algumas circunstâncias a Perturbação Esquizóide da Personalidade pode aparecer como antecedente pré-mórbido duma Esquizofrenia ou de uma Perturbação Delirante. Pela sua perda de aptidões sociais e desejo por experiências sexuais. as pessoas com esta perturbação podem experimentar episódios psicóticos muito breves (de minutos a horas). relacionamento pobre interpares e mau aproveitamento escolar. Prevalência A Perturbação Esquizóide da Personalidade é raramente observada em meio clínico Padrão Familiar A Perturbação Esquizóide da Personalidade pode ter uma prevalência aumentada nos familiares de pessoas com Esquizofrenia ou Perturbação Esquizotípica da Personalidade. Deve também ser distinguida dos sintomas que se desenvolvem em associação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. É. Perturbação Relacionada com a Cocaína Sem Outra Especificação). Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com Perturbação Esquizóide da Personalidade porque possuem algumas características comuns. Esquizotípica e Paranóide da Personalidade. todas devem ser diagnosticadas. Quando uma pessoa tem uma Perturbação Psicótica crônica do Eixo I (por exemplo. Contudo. esta deve ser inscrita no Eixo II seguida de "Pré-Mórbida" entre parênteses. que é devida ao receio de ser embaraçado ou inadequado e antecipação intensa de rejeição. apesar disso. idéias delirantes e alucinações). Esquizofrenia e Perturbação do Humor com Características Psicóticas porque estas perturbações são todas caracterizadas por um período de sintomas psicóticos persistentes (por exemplo. é necessário que a Perturbação da Personalidade seja anterior ao início da sintomatologia psicótica e persista após a sua remissão. surgindo esta situação clínica como conseqüência do efeito direto de um estado físico geral no sistema nervoso central. Pode haver grande dificuldade em distinguir as pessoas com Perturbação Esquizóide da Personalidade das pessoas com formas ligeiras de Perturbação Autista e das pessoas com Perturbação de Asperger. Esquizofrenia) que foi precedida por uma Perturbação Esquizóide da Personalidade. As formas ligeiras de Perturbação Autista e Perturbação de Asperger são diferenciáveis por uma mais severa diminuição das interações sociais e por estereotipia dos comportamentos e interesses. Para se fazer um diagnóstico adicional de Perturbação Esquizóide da Personalidade.Diagnóstico Diferencial A Perturbação Esquizóide da Personalidade pode ser distinguida de Perturbação Delirante. Apesar de o isolamento social e a restrição dos afetos serem comuns às Perturbações Esquizóide. se uma pessoa tiver critérios para mais Perturbações da Personalidade para além da Perturbação Esquizóide da Personalidade. importante distinguir entre estas perturbações com base nas suas diferenças. A Perturbação Esquizóide da Personalidade deve ser distinguida da Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral. As pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da . O isolamento social da Perturbação Esquizóide da Personalidade pode ser distinguido da Perturbação Evitante da Personalidade. a Perturbação Esquizóide da Personalidade pode ser distinguida da Perturbação Esquizotípica da Personalidade pela ausência de distorções cognitivas e perceptivas e da Perturbação Paranóide da Personalidade pela ausência de suspeição e ideação paranóide. Em oposição as pessoas com Perturbação Esquizóide têm um desprendimento mais persistente e um desejo limitado para a intimidade social. começando no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos como indicado em quatro (ou mais) dos seguintes: (1) nenhum desejo ou prazer em relações próximas. e não ser devida a efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral. Perturbação do Humor com Características Psicóticas. se algum. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para a Perturbação Esquizóide da Personalidade diferem mas definem essencialmente a mesma condição.1 Perturbação Esquizóide da Personalidade [301. × Critérios de diagnóstico para F60.Não ocorrer exclusivamente durante a evolução de Esquizofrenia. incluindo relações familiares (2) quase sempre a escolha de atividades solitárias (3) pouco. desprendimento ou embotamento afetivo B. por exemplo. para além dos familiares em primeiro grau (6) indiferença aparente para o elogio ou crítica dos outros (7) frieza emocional. F21 Perturbação Esquizotípica da Personalidade [301.22) . se algum. interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa (4) pouco prazer.20) A. outra Perturbação Psicótica ou uma Perturbação Global do Desenvolvimento. Somente quando estes traços são inflexíveis e desadaptativos e causem diminuição funcional significativa ou sofrimento subjetivo constituem Perturbação Esquizóide da Personalidade. Perturbação Esquizóide da Personalidade ×(Pré-Mórbida). As pessoas "solitárias" podem demonstrar traços que sejam considerados esquizóides. mas mantêm uma capacidade subjacente para a intimidade.Padrão persistente de afastamento das relações sociais e uma gama restrita de expressão emocional em situações interpessoais. Nota: Se tiver critérios prévios ao início de Esquizofrenia acrescentar "Pré-Mórbida". em poucas atividades (5) sem amigos ou confidentes.Personalidade podem possuir também um aparente desprendimento social proveniente duma devoção ao trabalho e desconforto emocional. Podem sentir poderes especiais para antecipar acontecimentos ou capacidades para ler o pensamento dos outros. As pessoas com esta perturbação são frequentemente desconfiadas e podem ter ideação paranóide (por exemplo. mas sem descarrilamento ou incoerência (Critério A4). no qual as crenças aparecem com convicção delirante. interpretações de incidentes ocasionais e acontecimentos externos como tendo um significado inabitual particular. As respostas podem ser absolutamente concretas ou abstratas e as palavras ou conceitos são muitas vezes aplicados de formas inabituais (por exemplo. Habitualmente não são capazes de captar uma gama variada de emoções e subtilezas interpessoais necessárias ao êxito relacional. rígida e restrita (Critério A6). digressivo ou vago. O seu discurso pode incluir um fraseado e construção inabitual ou idiossincrática. . passar três vezes pelo mesmo objeto para evitar um dano futuro). pela forma descuidada de vestir "sem condizer" e desatenção às convenções sociais (por exemplo. Estas pessoas são frequentemente consideradas bizarras ou excêntricas pelos seus maneirismos invulgares. a pessoa evita o contacto do olhar. acreditando que a ida do cônjuge com o cão à rua resultou do pensamento que tal deveria ter acontecido uma hora antes). Podem existir alterações perceptivas (por exemplo. interagindo muitas vezes de forma inapropriada. sentir que alguém está presente ou ouvir uma voz murmurar o próprio nome) (Critério A3). É frequentemente perdulário. especialmente para a pessoa) (Critério A1). Podem acreditar que possuem um controlo mágico sobre os outros. o qual pode ser diretamente implementado (por exemplo. ou indiretamente através da prática de rituais mágicos (por exemplo. tal como distorções das funções cognitivas e perceptivas e comportamento excêntrico. e mostra-se incapaz de participar nas brincadeiras com colegas) (Critério A7). veste roupa mal feita e não adequada. Os sujeitos com Perturbação Esquizotípica da Personalidade têm com freqüência idéias de referência (por exemplo. Estas pessoas podem ser supersticiosas ou ter preocupações com fenômenos paranormais que se encontram para além das normas da sua subcultura (Critério A2). a pessoa pode determinar não estar "falável" no trabalho). acreditando que os colegas tencionam denegrir a sua reputação junto do chefe) (Critério A5).Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Esquizotípica da personalidade consiste num padrão persistente de defeito marcado aos níveis social e interpessoal com desconforto agudo e capacidade reduzida para relações de proximidade. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente numa gama variada de contextos. Isto deve ser distinguido de delírio de referência. mas preferem a reserva relacional porque sentem ser diferentes e não "encaixarem". Particularmente em resposta ao stress. o seu comportamento não indica desejo de contactos íntimos. Interagem com as outras pessoas quando necessário. numa festa. sintomas psicóticos clinicamente significativos podem ter critérios para Perturbação Psicótica Breve. A Perturbação Esquizotípica da Personalidade não deve ser diagnosticada se o padrão de comportamento ocorrer exclusivamente durante a evolução de Esquizofrenia. Características e Perturbações Associadas As pessoas com Perturbação Esquizotípica da Personalidade procuram mais frequentemente tratamento para os sintomas associados de ansiedade. depressão ou disforia do que para a sintomatologia da perturbação de personalidade per si. Por exemplo. Perturbação de Humor com Características Psicóticas ou uma Perturbação Global do Desenvolvimento (Critério B). apesar de habitualmente serem insuficientes em duração para se estabelecer o diagnóstico adicional de Perturbação Psicótica Breve ou Perturbação Esquizofreniforme. Apesar de poderem expressar infelicidade pela ausência de relações. Em alguns casos. porque a sua ansiedade se associa a desconfiança sobre as motivações dos outros. Evitamento. De 30%o a 50% dos sujeitos diagnosticados com esta perturbação têm um diagnóstico concomitante de Perturbação Depressiva Major quando observados clinicamente. A sua ansiedade social não se reduz facilmente. Perturbação Delirante ou Esquizofrenia. Ficam ansiosas em situações sociais. Cerca de metade podem ter história de pelo menos um Episódio Depressivo Major. mesmo com mais tempo num contexto ou maior familiaridade com as outras pessoas.As pessoas com Perturbação Esquizotípica da Personalidade vivenciam o relacionamento interpessoal como problemático e sentem desconforto nas relações com os outros. as pessoas com esta perturbação podem sofrer episódios psicóticos transitórios (de minutos a hora ). Perturbação Esquizofreniforme. têm poucos ou nenhuns amigos ou confidentes para além de familiares em primeiro grau (Critério A8). Paranóide e Esquizóide da Personalidade. Há uma comorbilidade considerável com Perturbações Estado-Limite. Características Especificas da Cultura. a pessoa com Perturbação Esquizotípica da Personalidade não fica mais relaxada à medida que o tempo passa. Idade e Gênero . particularmente as que envolvem pessoas desconhecidas (Critério A9). Em conseqüência. e pode até ficar muito mais tensa e desconfiada. Prevalência A Perturbação Esquizotípica da Personalidade parece ocorrer em aproximadamente 3% da população geral.As distorções perceptivas e culturais devem ser avaliadas no contexto cultural da pessoa. sexto sentido. relacionamento interpares empobrecido. Diagnóstico Diferencial A Perturbação Esquizotípica da Personalidade pode ser distinguida de Perturbação Delirante. hipersensitividade. particularmente as associadas com crenças e rituais religiosos. xamanismo. Esquizofrenia e Perturbação de Humor com Características Psicóticas porque estas perturbações são todas caracterizadas por um período persistente de sintomas psicóticos (por exemplo. voodoo. podem aparentar ser esquizotípicas a um observador não informado (por exemplo. vida para além da morte. ansiedade social. Padrão Familiar A Perturbação Esquizotípica da Personalidade parece agregar-se familiarmente e é mais prevalente entre os familiares biológicos em primeiro grau das pessoas com Esquizofrenia do que na população geral. Estas crianças podem parecer "bizarras" ou "excêntricas" e serem motivo de gozo. Determinadas características culturais persistentes. Para se ter um diagnóstico adicional de Perturbação Esquizotípica da Personalidade. idéias delirantes e alucinações). Evolução A Perturbação Esquizotípica da Personalidade tem uma evolução relativamente estável com somente uma pequena percentagem de pessoas a poderem desenvolver Esquizofrenia ou outra Perturbação Psicótica. A Perturbação Esquizotípica da Personalidade pode já aparecer na infância e adolescência com solidão. pensamento e linguagem peculiares e fantasias bizarras. Há também um modesto aumento na Esquizofrenia e outras Perturbações Psicóticas nos familiares das pessoas com Perturbação Esquizotípica da Personalidade. a Perturbação da Personalidade tem de ter estado presente antes do início dos sintomas psicóticos e persistir para . insucesso escolar. leitura do pensamento. olho do diabo e crenças mágicas sobre saúde e doença). A Perturbação Esquizotípica da Personalidade é ligeiramente mais freqüente em homens. A Perturbação Esquizotípica da Personalidade deve ser distinguida de Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral. As pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade podem demonstrar também desconfiança. contudo na Perturbação Evitante da Personalidade há um desejo ativo pela relação contrariado pelo medo da rejeição. cujo comportamento se caracteriza por isolamento social marcado. importante distinguir entre estas perturbações com base nas suas diferenças. se uma pessoa tem características com critérios para um ou mais diagnósticos de Perturbação da Personalidade para além de Perturbação Esquizotípica da Personalidade. mas na Perturbação Narcísica da Personalidade . enquanto na Perturbação Esquizotípica da Personalidade não há desejo relacional e persiste o desprendimento. afastamento social ou alienação. esta deve ser registrada no Eixo II. Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com Perturbação Esquizotípica da Personalidade por partilharem sintomas comuns. Perturbação de Asperger e Perturbações Mistas da Linguagem Receptiva-Expressiva. Perturbação Relacionada com a Cocaína Sem Outra Especificação). É. Apesar de as Perturbações Paranóide e Esquizóide da Personalidade também serem caracterizadas por afastamento social e restrição afetiva. As Perturbações da Comunicação podem ser distinguidas pela primazia e gravidade de perturbação na linguagem e pelos esforços compensatórios que a criança utiliza para comunicar por outros meios (por exemplo. Esquizofrenia) precedida pela Perturbação Esquizotípica da Personalidade. excentricidade ou linguagem peculiar e cujos diagnósticos incluem provavelmente formas ligeiras de Perturbação Autista. Quando uma pessoa tem uma Perturbação Psicótica crônica do Eixo I (por exemplo. gestos) e pelos sintomas característicos de diminuição da capacidade na linguagem detectada por testes especializados. a Perturbação Esquizotípica da Personalidade pode ser distinguida pela presença de distorções cognitivas e perceptivas e pelas excentricidade e bizarria marcadas. apesar de tudo. Relações de proximidade são limitadas tanto na Perturbação Esquizotípica da Personalidade como na Perturbação Evitante da Personalidade.além da remissão dos mesmos. Contudo. todos devem ser colocados. Pode haver grande dificuldade em diferenciar crianças com Perturbação Esquizotípica da Personalidade do grupo heterogêneo de crianças solitárias. Deve também ser distinguida dos sintomas que se desenvolvem em relação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. na qual os traços surgem por um efeito direto dum estado físico geral no sistema nervoso central. As formas ligeiras de Perturbação Autista e Perturbação de Asperger são distinguíveis pela grande ausência de consciência social e reciprocidade emocional tal como estereotipias de comportamento e interesses. bizarras. seguida de "Pré-Mórbida" entre parênteses. Características esquizotípicas na adolescência podem ser reflexo de turbulência emocional transitória e não uma perturbação de personalidade duradoura. Contudo. Padrão persistente de déficits sociais e interpessoais marcados por desconforto agudo e reduzida capacidade para relações de proximidade. as pessoas com Perturbação Esquizotípica da Personalidade não demonstram habitualmente os comportamentos manipuladores e impulsivos das pessoas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade. mais do que resultado de ausência de contactos sociais e intimidade. pelo que as distinções não são fáceis de fazer. × Critérios de diagnóstico para F21 Perturbação Esquizotípica da Personalidade [301. A ICD-10 não considera esta condição como uma Perturbação da Personalidade e inclui-a na secção que cobre a Esquizofrenia. despersonalização ou desrealização). há uma taxa Página 663 elevada de co-morbilidade entre as duas perturbações. como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: . As pessoas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade podem apresentar também sintomas psicóticos transitórios. e as Perturbações Esquizotípica e Delirante. mas provavelmente menos associados com sintomas afetivos. Para além disso. as pessoas com Perturbação Esquizotípica da Personalidade são mais vulneráveis à presença de sintomas psicóticos duradouros que podem piorar com o stress. bem como distorções perceptivas e cognitivas. mas estes estão mais habitualmente relacionados com alterações afetivas em resposta ao stress (por exemplo.estas características derivam primariamente do medo de ver reveladas imperfeições e defeitos. Ao contrário. Apesar de o isolamento social poder ocorrer na Perturbação Estado-Limite da Personalidade.22] A. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para Perturbação Esquizotípica da Personalidade diferem mas definem essencialmente a mesma condição. e excentricidades do comportamento. começando no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. isto é habitualmente secundário a falhanços interpessoais repetidos devidos a explosões irritativas e alterações do humor. circunstancial. metafórico. clarividência. Porque as características centrais da Perturbação Anti-Social da Personalidade são a fraude e manipulação. Nota: se há critérios de diagnóstico prévios ao início da Esquizofrenia.n. superstições. Não ocorrer exclusivamente durante a evolução de Esquizofrenia. . Este padrão é referido também como psicopatia. (4) pensamento e discurso bizarros (por exemplo. Perturbação do Humor com Características Psicóticas. telepatia ou "sexto sentido". outra Perturbação Psicótica ou uma Perturbação Global do Desenvolvimento. com início na infância ou adolescência precoce e continuidade na idade adulta. por exemplo. em crianças ou adolescentes. muito elaborado ou estereotipado) (5) desconfiança ou ideação paranóide (6) inadequação ou restrição afetivas (7) comportamento e aparência bizarra. vago.(1) idéias de referência (excluindo delírios de referência) (2)crenças bizarras ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas subculturais (por exemplo. excêntrica ou peculiar (8) ausência de amigos íntimos ou confidentes para além de familiares de primeiro grau (9)ansiedade social excessiva que não diminui com a familiaridade e tende a associar-se com receios paranóides e não com juízos negativos acerca de si próprios B. pode ser especialmente útil integrar a informação dos dados clínicos com a informação colhida noutras fontes. incluindo ilusões corporais.7] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Anti-Social da Personalidade é um padrão persistente de menosprezo e violação dos direitos dos outros. sociopatia ou perturbação dissocial da personalidade. adicionar " Pré-Mórbido. " Perturbação Esquizotípica da Personalidade (Pré-Mórbido)". Página 664 Grupo B Perturbações da Personalidade F60. preocupações ou fantasias bizarras) (3) experiências perceptivas pouco habituais.2 Perturbação Anti-Social da Personalidade [301. fraude ou roubo ou violação séria das normas. Estas pessoas demonstram um desprezo irrefletido pela segurança pessoal ou dos outros (critérios A5). incomodar os outros. São com freqüência fraudulentas e manipuladoras para lucro pessoal ou mero prazer (por exemplo. direitos ou sentimentos dos outros. destruição de propriedade. condução enquanto intoxicado. roubo ou possuírem ocupações ilegais. O comportamento irresponsável no trabalho pode ser expresso por períodos significativos de desemprego. Os atos agressivos necessários à defesa pessoal ou dos outros não se devem considerar neste item. sem premeditação meditação e sem consideração pelas conseqüências nos outros ou em si próprios.Para estabelecer este diagnóstico. isto pode levar a súbitas mudanças de emprego. As pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade tendem a ser irritáveis e agressivas e podem envolver-se repetidamente em confrontos físicos ou cometer atos de violência física (incluindo no cônjuge e nas crianças) (Critério A4). poder) (Critério A2). como destruição de propriedade. As decisões são tomadas por impulsos momentâneos. a pessoa tem de ter pelo menos 18 anos (Critério B) e ao mesmo tempo uma história de Perturbação do Comportamento antes dos 15 anos (Critério C). acidentes múltiplos). usar nomes falsos. Podem mentir repetidamente. Isto pode ser evidenciado na sua forma de conduzir (excesso de velocidade. O padrão de comportamento anti-social continua na idade adulta. Podem ter comportamento repetidos que fundamentem a prisão (quer ela ocorra ou não). Isto está descrito pormenorizadamente na página 88. apesar da existência de . As pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade tendem a ser extrema e consistentemente irresponsáveis (critério A6). contrariar os outros ou simular. obter dinheiro. A Perturbação do Comportamento inclui um padrão persistente e repetitivo de comportamento no qual os direitos básicos dos outros ou as normas sociais da maioria são violadas. residência ou relacionamentos. Podem envolver-se em comportamento sexual ou abuso de substâncias com risco elevado de conseqüências perigosas. As pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade não se configuram nas normas sociais no que diz respeito ao comportamento legal (Critério A1). As pessoas com esta perturbação desprezam os desejos. Podem negligenciar ou não cuidar de uma criança ao ponto de a colocar em perigo. sexo. Pode ser manifesto um padrão de impulsividade em vez de um planejamento antecipado (critério A3). As características específicas do comportamento da Perturbação do Comportamento subdividem-se em quatro categorias: agressão a pessoas e animais. Estas pessoas podem ser irresponsáveis e tirarem partido dos seus relacionamentos sexuais. maltratar ou roubar alguém (por exemplo. não satisfação regular das obrigações financeiras de suporte aos filhos ou de outras pessoas dependentes. direitos e sofrimentos dos outros. Podem criticar as vítimas por serem tolas. frágeis ou merecerem o seu destino. Podem ter uma história de múltiplos parceiros sexuais e nunca conseguirem manter uma relação monogâmica. Perturbações e Características Associadas As pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade têm frequentemente ausência de empatia e tendem a ser insensíveis. podem minimizar as conseqüências dos seus atos ou mostrar completa indiferença. nos contextos forenses onde os atos criminais. usando termos técnicos ou linguagem de jargão para impressionar alguém não familiarizado com os temas).oportunidades de emprego ou pelo abandono de vários empregos sem um plano realista para obter outro. Raramente compensam ou emendam o seu comportamento. A irresponsabilidade financeira pode ser demonstrada pelo não Pagina 665 pagamento de dívidas. O comportamento anti-social não deve ocorrer exclusivamente durante a evolução de uma Esquizofrenia ou de um Episódio Maníaco (Critério D). sentem que o trabalho normal está abaixo das suas capacidades ou não têm uma preocupação realista com os seus problemas ou com o seu futuro). como é evidenciado pela desnutrição dos . Demonstram um encanto superficial e aligeirado e podem ser volúveis e de verbo fácil (por exemplo. cínicas e a desprezar os sentimentos. «os perdedores merecem perder» ou «tinha de acontecer de qualquer maneira»). e serem intensamente opinativas. auto-estima elevada e encanto superficial são características habitualmente incluídas nas concepções tradicionais de psicopatia e podem ser particularmente distintas de Perturbação AntiSocial da Personalidade na prisão. «a vida é injusta». Pode haver um padrão de faltas ao trabalho não justificadas por doença própria ou de familiares. Podem ser irresponsáveis como pais. Podem ter uma auto-estima elevada ou arrogante (por exemplo. Acreditam que toda a gente está ao seu dispor e que nada deve detê-las no seu caminho. Ausência de empatia. delinqüentes e agressivos não são específicos. Podem ser indiferentes ou racionalizar superficialmente por magoar. autoconvencidas e pretensiosas. As pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade não têm remorsos pelas conseqüências dos seus atos (Critério A7). A probabilidade de ter Perturbação Anti-Social da Personalidade aumenta se a pessoa desenvolver uma Perturbação do Comportamento precocemente (menos de 10 anos) acompanhada de uma Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. acidentes e homicídios). incapacidade para disponibilizar cuidados quando ausentes ou esbanjamento de dinheiro necessário para a casa. A Perturbação AntiSocial da Personalidade é muito mais freqüente em homens do que em mulheres. Por definição. Ao analisar os traços de personalidade o clínico tem de considerar o contexto social e econômico no qual os comportamentos ocorrem. parece estar associada com baixo estatuto socioeconômico e más condições urbanas. ausência de cuidados de higiene. Tem havido alguma preocupação com o fato de a Perturbação Anti-Social da Personalidade estar a ser menos diagnosticada em mulheres. suicídio. Pagina 666 Características Especificas da Idade. particularmente Estado-Limite. a instabilidade parental e a disciplina parental inconsistente podem aumentar a probabilidade de uma Perturbação do Comportamento evoluir para Perturbação Anti-Social da Personalidade. Podem ter critérios de diagnóstico para outras Perturbações da Personalidade. incluindo queixas de tensão. As pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade têm maior probabilidade de morrer prematuramente de morte violenta (por exemplo. Histriônica e Narcísica. Podem vivenciar disforia. Podem ter associadamente Perturbações Ansiosas. O abuso ou abandono da criança. Perturbações de Somatização.filhos. Prevalência . Perturbações Depressivas. E preciso estar atento para não se fazer o diagnóstico em contextos onde o comportamento anti-social pode fazer parte da estratégia adaptativa de sobrevivência. Jogo Patológico e outras perturbações de controlo dos impulsos. podem não conseguir manter-se. Cultura e Gênero A Perturbação Anti-Social da Personalidade. incapacidade para tolerar aborrecimentos e humor deprimido. podem empobrecer ou mesmo ficar sem abrigo ou passar muitos anos em instituições penais. o diagnóstico de Perturbação Anti-Social da Personalidade não pode ser feito antes dos 18 anos. transferência dos cuidados dos filhos nos vizinhos e familiares. Podem receber punições desonrosas das forças armadas. Perturbações pela Utilização de Substâncias. particularmente pela ênfase nos itens da agressividade da definição de Perturbação do Comportamento. em tais famílias. há tendência para a redução de todo o espectro de comportamentos anti-sociais e abuso de substâncias. particularmente na quarta década de vida. Prevalências ainda mais altas estão associadas com populações em tratamento de abuso de substâncias. há um aumento na prevalência destas perturbações em homens e mulheres em comparação com a população em geral. Apesar de esta remissão ser particularmente evidente no que diz respeito ao comportamento criminal. mas pode melhorar ou remitir com a idade. Crianças adotadas ou filhos biológicos de pais com Perturbação Anti-Social da Personalidade têm um risco aumentado de desenvolver Perturbação Anti-Social da Personalidade. os homens têm mais Perturbação Anti-Social da Personalidade e Perturbações Relacionadas com Substâncias enquanto as mulheres têm mais frequentemente Perturbação de Somatização. mas a família adotiva influencia o risco de desenvolver uma Perturbação da Personalidade e psicopatologia associada. dependendo das características das amostras. prisões ou contextos forenses. As estimativas em contexto clínico variam entre 3% e 30%. Evolução A Perturbação Anti-Social da Personalidade tem uma evolução crônica. Padrão Familiar A Perturbação Anti-Social da Personalidade é mais comum entre os familiares em primeiro grau com a doença do que na população em geral. Página 667 Diagnóstico Diferencial . Os familiares biológicos têm também um risco aumentado para Perturbação de Somatização e Perturbações Relacionadas com Substâncias. Contudo. Estudos de adoção apontam para a coexistência de fatores genéticos e ambientais a contribuir para o risco destas perturbações. As crianças adotadas parecem-se mais com os seus pais biológicos do que com os pais adotivos.Por amostragem na população. Numa família com um membro com Perturbação Anti-Social da Personalidade. Perturbação de Somatização e Perturbações Relacionadas com Substâncias. a prevalência de Perturbação Anti-Social da Personalidade ronda os 3% nos homens e 1% nas mulheres. O risco biológico para familiares de mulheres é maior do que o risco dos familiares de homens com a perturbação. enquanto as pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade são-no por lucro. procurarem a excitação. Contudo. vender drogas ilegais ou roubar para obter dinheiro para drogas). Os sujeitos com Perturbação Anti-Social e Perturbação Histriônica da Personalidade partilham a tendência para serem impulsivos. É importante distinguir entre estas perturbações com base nas suas características diferentes. mesmo pensando que muitos atos anti-sociais são conseqüência de Perturbações. todas devem ser diagnosticadas. tirarem partido dos outros e não possuírem empatia. agressividade e fraude. os sujeitos com Perturbação Anti-Social da Personalidade não têm necessidade de admiração ou inveja dos outros e as pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade não têm história de Perturbação do Comportamento na infância ou um comportamento criminal enquanto adultos. mas os que têm Perturbação Histriônica da Personalidade tendem a exagerar mais as emoções e normalmente não se envolvem em comportamentos antisociais. Para alem disso. Há outras Perturbações da Personalidade que podem ser confundidas com Perturbação Anti-Social da Personalidade pela existência de certas características comuns. a Perturbação Narcísica da Personalidade não inclui características de impulsividade. sedutores e manipuladores. ambos os diagnósticos de Perturbação Anti-Social da Personalidade e Perturbações Relacionadas com Substâncias devem ser colocados se existirem critérios para os dois. se uma pessoa tiver características de personalidade com critérios para mais do que uma Perturbação da Personalidade. a menos que a perturbação já esteja presente na infância e continue na idade adulta.Relacionadas com Substâncias (por exemplo. superficiais.O diagnóstico de Perturbação Anti-Social da Personalidade só deve ser estabelecido antes dos 18 anos se houver uma história de Perturbação do Comportamento antes dos 15 anos. Contudo. Quando o uso de substâncias e o comportamento anti-social começam ambos na infância e continuam até à idade adulta. volúveis. As pessoas com Perturbação Anti-Social e Perturbação Narcísica da Personalidade partilham a tendência para serem insubordinadas. O comportamento anti-social que ocorra exclusivamente durante a evolução de um Episódio Maníaco ou de Esquizofrenia não deve ser diagnosticado como Perturbação Anti-Social da Personalidade. serem ousados. Para as pessoas acima dos 18 anos o diagnóstico de Perturbação do Comportamento deve ser colocado se não existirem critérios para Perturbação Anti-Social da Personalidade. Quando o comportamento anti-social no adulto está relacionado com Perturbação Relacionada com Substâncias. Os sujeitos com Perturbação AntiSocial da Personalidade tendem a ser menos instáveis emocionalmente . poder ou outra gratificação material. As pessoas com Perturbação Histriônica e Estado-Limite da Personalidade são manipuladoras para obterem atenções. o diagnóstico de Perturbação Anti-Social da Personalidade não deve ser feito. mas é mais devido a desejos de vingança. A Perturbação Anti-Social da Personalidade deve ser distinguida do comportamento criminal não acompanhado pelos sintomas característicos desta perturbação. Apesar de o comportamento anti-social poder existir na Perturbação Paranóide da Personalidade. esta condição é referida como Perturbação Dissocial da Personalidade. a ICD-10 não requer sintomas de Perturbação do Comportamento na infância. ou contrariar os outros para obter lucro ou prazer (3) impulsividade ou incapacidade para antecipar (4) irritabilidade e agressividade. como é demonstrado pelos repetidos conflitos e lutas físicas (5) desrespeito temerário pela segurança de si próprio e dos outros (6) irresponsabilidade consistente. Na ICD-10. não é motivado pelo desejo de ganho pessoal ou para tirar partido dos outros como na Perturbação Anti-Social da Personalidade. Só quando os traços anti-sociais da personalidade forem inflexíveis. O Comportamento Anti-Social do Adulto (codificado na secção «Condições Adicionais Que Podem Ser Foco de Atenção Médica». Em contraste com o DSM-IV. p. Padrão persistente de desrespeito e violação dos direitos dos outros ocorrendo desde os 15 anos. como é demonstrado pela incapacidade repetida para manter um emprego. 701) deve ser usado para descrever comportamentos agressivos e criminais. Página 668 Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV diferem mas definem essencialmente a mesma condição. como é demonstrado por mentiras e álibis. ou honrar obrigações . indicado por 3 (ou mais) dos seguintes: (1 ) incapacidade para se conformarem a normas sociais no que diz respeito a comportamentos legais como é demonstrado pelos atos repetidos que são motivo de detenção (2) falsidades.e mais agressivos do que os que apresentam Perturbação Estado-Limite da Personalidade.7) A. ou outros comportamentos anti-sociais que necessitam de atenção médica mas não preenchem os critérios de Perturbação Anti-Social da Personalidade.2 Perturbação Anti-Social da Personalidade [301. desadaptativos persistentes e causarem deficiência significativa ou sofrimento subjetivo constituem Perturbação Anti-Social da Personalidade. Critérios de diagnóstico para F60. cognição e comportamento. A pessoa ter uma idade mínima de 18 anos. seja imaginado (Critério 1). Podem . pânico ou fúria quando alguém próximo está ligeiramente atrasado ou cancela um encontro).financeiras (7) ausência de remorso. Estes medos de abandono estão associados a uma intolerância a estarem sozinhos e à necessidade de terem os outros ao pé.O comportamento anti-social não ocorrer durante a evolução de Esquizofrenia ou de um Episódio Maníaco. pode levar a profundas Página 669 alterações na auto-imagem. D. maltratado ou roubado alguém B. seja real. que se descreverão no Critério 5. afetos. C.Haver evidência de Perturbação do Comportamento (ver página 92) antes dos 15 anos. Podem acreditar que este «abandono» implica que são «maus». auto-imagem e afetos. como é demonstrado pela racionalização e indiferença com que reagem após terem magoado. A percepção da eminência de separação ou rejeição. Os sujeitos com Perturbação Estado-Limite da Personalidade fazem esforços frenéticos para evitar o abandono. ou a perda da estrutura externa. F60. Os seus esforços frenéticos para evitar o abandono podem incluir atos impulsivos tais como automutilação ou comportamentos suicidários.31 Perturbação Estado-Limite da Personalidade [301.83] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Estado-Limite da Personalidade é um padrão persistente de instabilidade no relacionamento interpessoal. Vivenciam medos intensos de abandono e uma raiva inapropriada até mesmo face a uma situação de separação limitada no tempo ou quando há uma inevitável mudança de planos (por exemplo. e uma impulsividade marcada com começo no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. As pessoas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade têm um padrão de relacionamentos intenso e instável (Critério 2). desespero súbito em reação ao anúncio do fim da consulta. Estas pessoas são muito sensíveis às circunstâncias ambientais. Apesar de terem frequentemente uma má auto-imagem. Estes atos autodestrutivos são habitualmente precipitados por ameaças de separação ou rejeição ou por expectativas de aumento de responsabilidade. As pessoas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade demonstram comportamento suicidário recorrente. podem por vezes sentir que não existem de todo. identidade sexual. Estas alterações refletem muitas vezes a desilusão com alguém cujas qualidades de apoio foram idealizadas ou cuja rejeição ou abandono são esperados. As tentativas de suicídio recorrentes são frequentemente o motivo de atendimento. A automutilação pode ocorrer durante experiências dissociativas trazendo alívio por reafirmar a capacidade de sentir ou para expiar o sentido individual de serem maus. Podem mostrar baixo rendimento na escola ou emprego não estruturado. . podem mudar rapidamente da idealização para a desvalorização. que podem ser vistos alternativamente como bons suportes ou como punidores cruéis. Estas experiências ocorrem em situações nas quais sentem uma perda significativa da relação e suporte. Pode haver alterações súbitas na opinião acerca da carreira. As pessoas com esta perturbação podem demonstrar impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente destrutivas (Critério 4). mas somente na expectativa que «estão lá» para dar resposta às suas necessidades e exigências. Estas pessoas podem enfatizar ou acarinhar outras pessoas. abusar de substâncias. exigir passar muito tempo juntos e partilhar os pormenores mais íntimos muito precocemente na relação. envolverem-se em relacionamentos sexuais de risco ou conduzir temerariamente. valores e tipos de amigos. Contudo.idealizar amores potenciais no primeiro ou segundo encontros. O suicídio ocorre em 8%-10% dos casos. irritabilidade ou ansiedade frequentemente durando poucas horas. episódios de intensa disforia. cortes ou queimaduras) e tentativas e ameaças de suicídio são freqüentes. Podem jogar. sentindo que os outros não acarinham. não dão ou não estão o suficiente. valores e aspirações vocacionais. Estas pessoas têm o pendor para alterações dramáticas na sua visão dos outros. caracterizadas por alterações de objetivos. enquanto os atos de automutilação (por exemplo. Há alterações súbitas e dramáticas na auto-imagem. ter crises de voracidade alimentar. Estas pessoas podem subitamente modificar-se de um papel de necessidade de ajuda para outro de justiceiros do passado. Pode haver uma perturbação de identidade caracterizada por uma marcada e persistente instabilidade da auto-imagem ou sentido de si próprio (Critério 3). ameaças e gestos de comportamento automutilante (Critério 5). ou raramente mais do que alguns dias) (Critério 6). Os sujeitos com Perturbação Estado-Limite da Personalidade podem demonstrar instabilidade afetiva devida a uma reatividade de humor marcada (por exemplo. gastar dinheiro irresponsavelmente. Facilmente aborrecidos. despersonalização) (Critério 9). pânico ou desespero e Página 670 raramente aliviado por períodos de bem-estar ou satisfação. Algumas pessoas desenvolvem sintomas psicóticos (alucinações. uma mordacidade continuada ou explosões verbais. Estes episódios surgem mais frequentemente como resposta ao abandono real ou imaginado. Podem resultar incapacidades físicas pelo abuso dos comportamentos autolesivos ou pelas tentativas de suicídio. O retorno real ou percebido da pessoa pode resultar na sua remissão. A morte prematura por suicídio pode ocorrer nas pessoas com esta perturbação. As pessoas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade podem ser perturbadas por sentimentos crônicos de vazio (Critério 7). Os sintomas tendem a ser transitórios. Durante os períodos de stress extremo podem ocorrer ideação paranóide transitória ou sintomas dissociativos (por exemplo. As pessoas com esta perturbação sentem-se mais seguras com objetos transicionais (animal ou objeto de estimação) do que na relação interpessoal. A raiva pode ser despertada quando alguém importante é sentido como negligente. São freqüentes os . Estas expressões de raiva são habitualmente seguidas de vergonha e culpabilidade e contribuem para se sentirem mal.O humor disfórico de base daqueles com Perturbação Estado-Limite da Personalidade é habitualmente quebrado por períodos de raiva. Estes episódios podem refletir a reatividade individual extrema ao stress interpessoal. Podem mostrar um sarcasmo extremo. pouco cuidadoso ou abandonante. Características e Perturbações Associadas As pessoas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade podem ter um padrão de ruptura consigo próprias quando um objetivo está à beira de se concretizar (por exemplo. apresentar uma grave regressão após uma discussão sobre a terapia. As pessoas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade expressam frequentemente uma raiva intensa e inapropriada ou têm grande dificuldade em controlá-la (Critério 8). abandonar a escola mesmo perto da graduação. mas são geralmente de gravidade ou duração insuficientes para se estabelecer um diagnóstico adicional. especialmente naquelas com co-ocorrência de Perturbação do Humor ou Perturbações Relacionadas com Substâncias. estão constantemente à procura de alguma coisa para fazer. distorções da imagem corporal. idéias de referência e fenômenos hipnagógicos) durante o stress. destruir um bom relacionamento exatamente no momento em que é claro que vai durar). durando minutos a horas. oponente. desvanecendo-se gradualmente com o avanço da idade. Idade e Gênero O padrão de comportamento da Perturbação Estado-Limite da Personalidade tem sido identificado em muitos contextos em todo o mundo. conflitos de orientação sexual e pressões na competição social e na decisão de carreiras. conflitos violentos e perda ou separação parental precoce. Página 671 Prevalência A prevalência da Perturbação Estado-Limite da Personalidade é de cerca de 2% da população em geral. as interrupções escolares e os divórcios. cerca de 10%o no ambulatório psiquiátrico e cerca de 20% no internamento. Perturbação Pós-Stress Traumático e Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção. Perturbações Relacionadas com Substâncias. escolhas ansiogénicas. Na história infantil destas pessoas são freqüentes os relatos de abuso físico e sexual. incerteza. dilemas «existenciais». Há frequentemente co-ocorrência de Perturbações do Eixo I como Perturbações de Humor. Sobe de 30% a 60% na população com Perturbações da Personalidade. Adolescentes e jovens adultos com problemática de identidade (especialmente quando acompanhada por abuso de substâncias) podem ter comportamentos que mimetizam a Perturbação Estado-Limite da Personalidade. Estas situações são caracterizadas por instabilidade emocional. A Perturbação Estado-Limite da Personalidade é predominantemente diagnosticada em mulheres (cerca de 75%). Evolução Há uma variabilidade considerável na evolução da Perturbação EstadoLimite da Personalidade.despedimentos. Perturbações do Comportamento Alimentar (particularmente Bulimia). O padrão mais comum é de instabilidade crônica no início da idade adulta. com episódios de descontrolo de impulsos e afetivo e níveis elevados de utilização dos recursos de saúde mental. A incapacidade da perturbação e o risco de suicídio são maiores no início. Pelos 30 ou 40 anos a maioria dos sujeitos com esta perturbação atinge maior estabilidade nas suas relações e emprego. Padrão Familiar . A Perturbação Estado-Limite da Personalidade ocorre frequentemente com outras Perturbações da Personalidade. Características Especificas da Cultura. negligência. Perturbação Anti-Social da Personalidade e Perturbação do Humor. mas estes sintomas são mais transitórios.A Perturbação Estado-Limite da Personalidade é cerca de cinco vezes mais freqüente nos familiares em primeiro grau das pessoas com a perturbação do que na população em geral. disrupções nas relações próximas e sentimentos crônicos de vazio e solidão. Apesar de a Perturbação Histriônica da Personalidade poder ser também caracterizada por desejo de atenção. Apesar de a Perturbação Anti-Social da Personalidade e a Perturbação Estado- . Há também um aumento do risco familiar para Perturbações Relacionadas com Substâncias. comportamento manipulativo e rápidas mudanças emocionais. e quando existirem ambos os critérios de diagnóstico. a ausência de autodestrutividade. Idéias paranóides e ilusões são comuns à Perturbação Estado-Limite da Personalidade e à Perturbação Esquizotípica da Personalidade. se uma pessoa tiver características de personalidade com critérios para mais do que um diagnóstico de Perturbação da Personalidade. reativos aos relacionamentos e respondem mais à estruturação externa no caso da Perturbação EstadoLimite da Personalidade. todos devem ser diagnosticados. Porque numa análise clínica transversal a Perturbação Estado-Limite da Personalidade pode ser mimetizada por um episódio de Perturbação Estado-Limite da Personalidade. a relativa estabilidade da auto-imagem. a Perturbação Estado-Limite da Personalidade é distinguível pela autodestrutividade. impulsividade e preocupações de abandono distinguem estas duas Página 672 perturbações da Perturbação Estado-Limite da Personalidade. o clínico deve evitar estabelecer o diagnóstico adicional de Perturbação Estado-Limite da Personalidade baseado somente nesta análise transversal sem procurar documentar um padrão de comportamento de início precoce e uma longa evolução. Contudo. Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com Perturbação Estado-Limite da Personalidade porque têm algumas características comuns. importante distinguir entre estas perturbações com base nas diferenças das suas características. ainda assim. É. Diagnóstico Diferencial A Perturbação Estado-Limite da Personalidade ocorre frequentemente em simultâneo com as Perturbações de Humor. então ambas devem ser diagnosticadas. Apesar de as Perturbações Paranóide e Narcísica da Personalidade também serem caracterizadas por reações de raiva ao menor estímulo. a pessoa com Perturbação Estado-Limite da Personalidade reage ao abandono com sentimentos de vazio emocional. como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: . tentando rapidamente substituir a relação e assim obter o suporte que necessita. enquanto o objetivo na Perturbação Estado-Limite da Personalidade é dirigido mais para obter a preocupação das pessoas a que mais se ligam. A Perturbação Estado-Limite da Personalidade deve ser distinguida do Problema de Identidade (ver página 703) que está reservado para preocupações de identidade relacionadas com a fase de desenvolvimento (por exemplo. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV diferem mas definem essencialmente a mesma condição. A Perturbação Estado-Limite da Personalidade deve ser distinguida da Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral. as pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade são manipuladoras para obterem lucros. na qual os traços emergem pelos efeitos diretos de um estado físico geral no sistema nervoso central. contudo. Na ICD-10. raiva e exigências. enquanto a pessoa com Perturbação Dependente da Personalidade reage com aumento do apaziguamento e submissão. e impulsividade marcada com começo no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. poder ou outra gratificação material. esta condição é referida como Perturbação Emocionalmente Instável da Personalidade. A Perturbação Estado-Limite da Personalidade pode ser também distinguida da Perturbação Dependente da Personalidade pelo padrão típico de relacionamentos intensos e instáveis. Tipo Estado-Limite. Deve também ser distinguida dos sintomas que se desenvolvem em relação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. Perturbação Relacionada com a Cocaína Sem Outra Especificação).Limite da Personalidade partilharem o comportamento manipulativo. autoimagem e afetos.83] Padrão global de instabilidade no relacionamento interpessoal. adolescência) e não está qualificado como perturbação mental. A Perturbação Dependente da Personalidade e a Perturbação EstadoLimite da Personalidade são ambas caracterizadas pelo medo do abandono.31 Perturbação Estado-Limite da Personalidade [301. Critérios de diagnóstico para F60. tendem a atrair as atenções e inicialmente ganhar novos conhecimentos pelo seu entusiasmo. Frequentemente muito vivos e dramáticos. inventar histórias. contudo. descrição dramática de sintomas psicológicos e físicos sucessivamente modificados a cada visita). criar cenas).(1) esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginado. A aparência e comportamento destas pessoas é muitas vezes . voracidade alimentar). gestos ou ameaças recorrentes de suicídio. página 673 F60. oferta de presentes. Se não forem o centro das atenções podem fazer algo dramático (por exemplo. Os sujeitos com Perturbação Histriônica da Personalidade sentem-se mal ou não estimados quando não são o centro de atenção (Critério 1).4 Perturbação Histriônica da Personalidade [301. Estas qualidades desgastam-se. abertura aparente ou encantos. ou comportamento automutilante (6) instabilidade afetiva por reatividade de humor marcada (por exemplo. (7) sentimento crônico de vazio (8) raiva intensa e inapropriada ou dificuldades de a controlar (por exemplo. condução ousada. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos. sexo. irritabilidade ou ansiedade. pela ação continuada de serem o centro das atenções. para focalizarem as atenções. Esta necessidade é habitualmente aparente na clínica pelo seu comportamento (elogio. abuso de substâncias. Eles assumem o papel de «alma da festa». Nota: não incluir comportamento automutilante ou suicidário descritos no Critério 5 (5) comportamentos. raiva constante. habitualmente durando poucas horas ou mais raramente alguns dias).50] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Histriônica da Personalidade consiste numa emocionalidade persistente e excessiva e comportamentos de chamada de atenção. brigas constantes) (9) ideação paranóide transitória reativa ao stress ou sintomas dissociativos graves. Nota: não incluir comportamento automutilante e suicidário descritos no Critério 5 (2) padrão de relações interpessoais intensas e instáveis caracterizadas por alternância extrema entre idealização e desvalorização (3) perturbação de identidade: instabilidade persistente e marcada da auto-imagem ou do sentimento de si próprio (4) impulsividade pelo menos em duas áreas que são potencialmente autolesivas (gastos. episódios intensos de disforia. episódios de destempero. uma pessoa com Perturbação Histriônica da Personalidade pode comentar que alguém é maravilhoso. sem fundamentos ou pormenores. As pessoas com esta perturbação habitualmente consideram os relacionamentos mais íntimos do que são. Andam à «pesca de elogios» à sua aparência e podem facilmente ficar excessivamente aborrecidos por algum comentário crítico acerca do seu aspecto ou por alguma fotografia considerada pouco lisonjeira. sem conseguir justificar esta opinião. embaraçar conhecimentos de ocasião com ardor excessivo.inapropriadamente sedutora ou provocante do ponto de vista sexual (Critério 2). Podem embaraçar os amigos e conhecidos por excesso de expressividade emocional (por exemplo. soluçar descontroladamente em ocasiões de sentimentos menores ou ter acessos de cólera). Os sujeitos com esta perturbação usam consistentemente a sua aparência física para atrair atenções (Critério 4). mas também está presente numa grande variedade de relações profissionais e sociais. São comuns as fantasias românticas. Podem confiar totalmente. que consideram magicamente capazes de resolverem os seus problemas. especialmente nas figuras de autoridade. Por exemplo. os seus sentimentos parecem ligar-se e desligar-se demasiado rapidamente para serem sentidos profundamente. Têm tendência a ter pressentimentos e a adotar convicções rapidamente. As pessoas com esta perturbação são caracterizadas por autodramatização. Contudo. A expressão emocional pode ser superficial e modificando-se rapidamente (Critério 3). tratando cada conhecido por «meu querido amigo» ou tratando os médicos com quem estiveram uma ou duas vezes em circunstâncias profissionais pelo nome próprio (Critério 8). o que pode levar à acusação de serem fingidos. As suas opiniões e sentimentos são influenciados facilmente pelos outros e pelas modas. energia e dinheiro em roupas e adereços. gastam muito tempo. Características e Perturbações Associadas As pessoas com Perturbação Histriônica da Personalidade podem ter dificuldade em atingir intimidade emocional nos relacionamentos . Este comportamento é dirigido não somente para as pessoas nas quais tem interesse sexual ou amoroso. página 674 Têm um estilo de discurso excessivamente impressionístico e com ausência de pormenor (Critério 5). Como estão muito preocupados com a impressão que causam aos outros pela aparência. Opiniões fortes são expressas com um tom dramático mas as razões subjacentes são habitualmente vagas e difusas. teatralidade e uma emocionalidade exagerada (Critério 6). As pessoas com Perturbação Histriônica da Personalidade têm um elevado grau de sugestionabilidade (Critério 7). «vítima» ou «princesa») no seu relacionamento com os outros. alguns estudos com entrevistas estruturadas revelam taxas de prevalência semelhantes entre homens e . procurando muitas vezes dirigir as suas ações para obter satisfação imediata. é importante avaliar se causam sofrimento ou incapacidade clínica importantes. enquanto. Em contextos clínicos. demonstram uma dependência marcada dele. estilo dramático. estimulação e excitação e têm tendência para ficar aborrecidos com a rotina quotidiana. Em contraste. Apesar de muitas vezes iniciarem um emprego ou projeto com grande entusiasmo. Podem desejar inovação. impressionabilidade e tendência para a somatização) como evidência de Perturbação Histriônica da Personalidade. Relacionamentos prolongados podem ser negligenciados em favor da excitação de novas relações. São habitualmente intolerantes com. Procuram controlar o seu parceiro através de manipulação emocional ou estratégias de sedução. Narcísica. sociabilidade. habitualmente desempenham papéis (por exemplo.amorosos ou sexuais. Idade e Gênero As normas para comportamento interpessoal. As Perturbações EstadoLimite. Podem inclusivamente perder amigos pela constante insistência em chamar as atenções. Anti-Social e Dependente da Personalidade ocorrem com freqüência simultaneamente. Perturbação de Conversão e Perturbação Depressiva Major. aparência e expressividade emocional variam muito em termos culturais. Podem ficar deprimidos ou aborrecidos quando não são o centro das atenções. rapidamente perdem o interesse. Sem se darem conta. emocionalidade. O risco de suicídio não é conhecido. o que parece ser também verdadeiro noutros contextos. Características Especificas da Cultura. esta perturbação tem sido mais diagnosticada em mulheres. por outro. mas a experiência clínica sugere que as pessoas com esta perturbação têm um risco aumentado de ameaças e gestos suicidários para obter atenção e melhor exercer coação sobre os que lhes estão próximos. situações que envolvam um atraso de gratificação. encanto. A Perturbação Histriônica da Personalidade tem sido associada com taxas elevadas de Perturbação de Somatização. Os sujeitos com esta perturbação têm frequentemente relações difíceis com os amigos do mesmo sexo porque o seu estilo sexualmente provocador parece ameaçar os outros. por um lado. ou frustrados por. Antes de considerar página 675 certos traços (por exemplo. procura de novidade. sedução. em relação ao sexo e à idade. um homem com esta perturbação pode vestir-se e comportar-se de forma habitualmente identificada como «macho» e pode procurar chamar as atenções por fanfarronadas atléticas. As pessoas com Perturbação Histriônica da Personalidade são manipuladoras para serem mimadas. pode escolher . enquanto as pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade são manipuladoras para obterem lucro. A expressão comportamental da Perturbação Histriônica da Personalidade pode ser influenciada pelos estereótipos dos papéis sexuais. As pessoas com Perturbação AntiSocial da Personalidade e Perturbação Histriônica da Personalidade partilham a tendência para serem impulsivas. mas sem o brilho. se uma pessoa tiver características de personalidade com critérios para mais do que um diagnóstico todos devem ser feitos. é distinguível pela autodestrutividade. enquanto a pessoa com Perturbação Histriônica da Personalidade pode desejar ser vista como frágil ou dependente se essa for a forma de obter atenção. Apesar de a Perturbação Estado-Limite da Personalidade também ser caracterizada por procura de atenção. As pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade podem exagerar na intimidade dos seus relacionamentos. superficiais. é importante distinguir entre estas perturbações com base nas suas diferentes características. procurando agitação. Na Perturbação Dependente da Personalidade. Por exemplo. Apesar disso. exagero e as características emocionais da .mulheres. enquanto uma mulher. comportamento manipulatório e alteração rápida das emoções. rupturas violentas dos relacionamentos próximos. Prevalência Os estudos populacionais sugerem uma prevalência de 2% a 3%. a pessoa está excessivamente dependente dos outros para suporte e orientação. vestir roupas muito femininas e falar o quanto impressionou o seu instrutor de dança. sentimentos crônicos de vazio e pela perturbação de identidade. Apesar de as pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade também desejarem atenção. por exemplo. sedutoras e manipuladoras. habitualmente querem elogios pela sua «superioridade». Diagnóstico Diferencial Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com a Perturbação Histriônica da Personalidade por terem certas características comuns. poder ou qualquer outra gratificação material. mas conseguem realçar melhor o estatuto «VIP» ou o bem-estar dos seus amigos. ousadas. mas as pessoas com Perturbação Histriônica da Personalidade tendem a ser mais exageradas nas suas emoções e não se envolvem em comportamentos anti-sociais. Contudo. Taxas de 10%-15% têm sido relatadas em contextos clínicos ambulatórios e de internamento quando se utilizam entrevistas estruturadas. .50] Padrão persistente de excessiva emocionalidade e procura de atenção começando no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. exceto que a ICD-10 contém menos um sintoma (isto é. Critérios de diagnóstico para F60. conversação vaga) e. como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: (1) desconforto em situações em que não são o centro das atenções (2) interação com os outros caracterizada por sedução sexual inapropriada ou comportamento provocador (3) rápidas alterações e superficialidade na expressão emocional (4) uso da aparência física para chamar a atenção (5) discurso excessivamente impressionístico e com pouco pormenor (6) autodramatização. o limiar exigido também tem menos um sintoma. A Perturbação Histriônica da Personalidade deve ser distinguida da Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral. mas só quando estes traços forem inflexíveis. na qual os traços emergem devido ao efeito direto de um estado físico geral no sistema nervoso central. Página 676 Muitas pessoas podem ter traços histriônicos da personalidade. Deve também ser distinguida dos sintomas que se desenvolvem em associação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. teatralidade e exagero na expressão emocional (7) sugestionabilidade.31 Perturbação Histriônica da Personalidade [301. Perturbação Relacionada com Cocaína Sem Outra Especificação). do mesmo modo. desadaptativos. influenciáveis facilmente pelos outros ou pelas circunstâncias (8) considerar como muito íntimas relações que não o são.Perturbação Histriônica da Personalidade. persistentes e causarem incapacidade funcional significativa ou sofrimento subjetivo constituem Perturbação Histriônica da Personalidade. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV para a Perturbação Histriônica da Personalidade são idênticos em linhas gerais. Podem ruminar acerca da «merecida» admiração e privilégio e compararem-se favoravelmente com pessoas privilegiadas e famosas. desvalorizando as credenciais daqueles que os desapontam. com começo no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. Esperam ser recebidos com grande pompa e ficam espantados se os outros não correspondem. Procuram constantemente o elogio. Frequentemente está implícito nas apreciações das suas realizações uma desvalorização das contribuições dos outros. Isto toma frequentemente a forma de uma necessidade constante de atenção e admiração. necessidade de admiração e ausência de empatia.8 Perturbação Narcísica da Personalidade [301. com pessoas especiais ou de elevado estatuto às quais atribuem qualidades como «únicas». advogados.Sentem que só podem ser compreendidos. Um sentimento de direito a reverências é evidente nestes sujeitos que . «perfeitas». muitas vezes seduzindo. especiais ou únicos e esperam que os outros os reconheçam como tal (Critério 3). Hipervalorizam por rotina as suas capacidades e exageram nas suas realizações parecendo com freqüência gabarolas e pretenciosos. Estão frequentemente preocupados com fantasias de sucesso ilimitado.F60. As pessoas com esta perturbação têm um sentimento grandioso da sua importância (Critério 1). ou só se devem associar. As pessoas com esta perturbação acreditam que as suas necessidades são especiais e estão para além do alcance das comuns. Só gostam de ter as pessoas de «topo» (médicos. instrutores) ou tornarem-se membros das «melhores» instituições. cabeleireiros. Assumem com naturalidade que os outros atribuam o mesmo valor aos seus esforços e podem ser surpreendidos página 677 quando o reconhecimento que esperam e julgam merecer não se concretiza. A sua auto-estima está aumentada («espelhada») pela idealização que partilham com as pessoas a que se associam.81] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Narcísica da Personalidade consiste num padrão persistente de grandiosidade. A sua auto-estima é quase invariavelmente frágil. «dotadas». beleza ou amores ideais (Critério 2). brilho. poder. Podem estar preocupados com quão bem se estão a sair e quão favoravelmente estão cotados pelos outros. Os sujeitos com esta perturbação requerem em geral uma admiração excessiva (Critério 4). Os sujeitos com Perturbação Narcísica da Personalidade acreditam que são superiores. Os comportamentos arrogantes e altivos são característicos.esperam sempre um tratamento particularmente favorável (Critério 5). exibir saúde a alguém doente). Podem desvalorizar intensamente as contribuições dos outros. admiração e os privilégios. ficando irritados quando alguém falha em reconhecer o seu «importantíssimo trabalho». Esperam que lhes seja dado o que querem ou o que sentem necessitar. Os sujeitos com Perturbação Narcísica da Personalidade geralmente não têm empatia e têm dificuldade em reconhecer os desejos. Esperam ser servidos e ficam confusos e furiosos quando isto não acontece. Quando reconhecem as necessidades. Habitualmente página 678 demonstram esnobismo. enquanto falham em reconhecer que os outros também têm necessidades e sentimentos. sem olharem ao impacte disso nas suas vidas. Podem não reparar que magoam com as suas observações (por exemplo. desejos ou sentimentos dos outros avaliam-nos como sinais de fraqueza ou vulnerabilidade. desdém ou têm atitudes de complacência (Critério 9). Tendem a discutir os seus problemas com um pormenor extenso e inapropriado. experiências subjetivas e sentimentos dos outros (Critério 7). Podem assumir que os outros estão totalmente preocupados com o seu bemestar. Tendem a iniciar amizades ou relações amorosas somente se a outra pessoa estiver disposta a aceitar as suas intenções ou cultivar a sua auto-estima. estas pessoas esperam grande dedicação dos outros e podem sobrecarregá-los com trabalho. dizer com exuberância a uma anterior relação «Tenho agora a relação da minha vida». Por exemplo. Frequentemente. podem queixar-se da «rusticidade» e «estupidez» de um empregado desajeitado ou concluir uma avaliação . Estes sujeitos têm inveja dos outros ou imaginam que os outros têm inveja deles. sentindo que mereciam mais as realizações. particularmente quando estas pessoas receberam elogios ou benesses pelas suas realizações. não importando o que isso possa significar para os outros. Invejam o sucesso e posses dos outros. Este sentido de reverência combinado com a ausência de sensibilidade para os desejos e necessidades dos outros pode resultar no tirar partido dos outros com ou sem intenção (Critério 6). usurpam recursos extra e privilégios especiais que acreditam merecer porque são tão especiais. Por exemplo. assumem que não têm de esperar na bicha e que as suas prioridades são tão importantes que os outros deveriam ceder. Desprezam e ficam impacientes quando os outros falam das suas preocupações e problemas. Por exemplo. Os que se relacionam com pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade tipicamente sentem frieza emocional e ausência de interesse recíproco. clínica com uma apreciação condescendente do médico. Apesar de a confiança e ambições presumidas poderem dar origem a elevadas realizações. Estas experiências habitualmente conduzem a evitamento social ou uma aparente humildade que mascaram ou protegem a grandiosidade. Reagem com desdém. A Perturbação Narcísica da Personalidade está também associada à Anorexia Nervosa e Perturbações Relacionadas com Substâncias (especialmente a cocaína). ocas e vazias. Características Especificas da Idade e Gênero Os traços narcísicos são particularmente comuns em adolescentes. Cinqüenta a setenta e cinco por cento das Perturbações Narcísicas da Personalidade ocorrem em homens. Anti-Social e Paranóide da Personalidade estão associadas à Perturbação Narcísica da Personalidade. raiva ou um contra-ataque provocador. Prevalência Estimativas de prevalência de Perturbação Narcísica da Personalidade variam de 2% a 16% na população psiquiátrica e é inferior a 1% na população em geral. Distimia e Perturbação Depressiva Major. refletindo pouca vontade em aceitar riscos na competição com outros quando a derrota é possível. o rendimento pode ser rompido pela intolerância à crítica e à derrota. Apesar de não o demonstrarem para o exterior. humilhação e concomitante autocrítica podem estar associados a evitamento social. Em contraste. Estado-Limite. Algumas vezes o funcionamento vocacional pode ser baixo. períodos de grandiosidade mantida podem estar associados a humor hipomaníaco. humor deprimido. Os sujeitos com Perturbação Narcísica da Personalidade podem ter dificuldades especiais de adaptação no início das limitações físicas e profissionais do envelhecimento. . admiração e o desrespeito pela sensibilidade dos outros. o que não indica necessariamente uma evolução para Perturbação Narcísica da Personalidade. As Perturbações Histriônica. As relações interpessoais estão tipicamente diminuídas pelos problemas resultantes da necessidade de reverência. Sentimentos mantidos de vergonha. rebaixadas. Perturbações e Características Associadas A vulnerabilidade na auto-estima torna as pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade muito sensíveis à «ofensa» da crítica ou da derrota. a crítica pode obcecar estas pessoas e deixá-las humilhadas. A relativa estabilidade da auto-imagem. Para além disso. assim como a ausência relativa de autodestrutividade. Tanto a Perturbação Narcísica como a Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade partilham a tendência para atingirem o perfeccionismo e acreditam que os outros não fazem as coisas tão bem. as pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade acreditam mais que atingiram a perfeição. Contudo. respectivamente. A característica mais importante na discriminação da Perturbação Narcísica da Personalidade das Perturbações Histriônica. é a grandiosidade. não empáticos e tirarem partido dos outros. Em contraste com a autocrítica sistemática das pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva. página 679 Estado-Limite e Anti-Social da Personalidade. Histriônica e Narcísica da Personalidade requererem maior atenção para si próprias. as pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade não necessitam tanto da admiração e inveja dos outros e as pessoas com Perturbação Narcísica da s Personalidade habitualmente não têm história infantil de Perturbação do Comportamento ou comportamentos criminais enquanto adultos.Diagnóstico Diferencial Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com a Perturbação Narcísica da Personalidade por partilharem características comuns. apesar disso. para além de Perturbação Narcísica da Personalidade. a relativa ausência de demonstratividade emocional e o desdém pela sensibilidade alheia ajudam a distinguir a Perturbação Narcísica da Perturbação Histriônica da Personalidade. agressão e dolo. sedutor. cujos estilos interativos são. impulsividade e preocupações de abandono distinguem a Perturbação Narcísica da Perturbação EstadoLimite da Personalidade. O excessivo orgulho nas suas realizações. superficiais. todas devem ser diagnosticadas. as pessoas com Perturbação Narcísica necessitam que a atenção seja especificamente do tipo admiração. Contudo. É. A desconfiança e o retraimento social habitualmente distinguem os . Os sujeitos com Perturbação Anti-Social e Narcísica da Personalidade partilham a tendência para serem inflexíveis. dependente e insensível. volúveis. a Perturbação Narcísica da Personalidade não inclui características de impulsividade. Apesar de as pessoas com Perturbação Estado-Limite. se uma pessoa apresentar características de personalidade com critérios para uma ou mais Perturbações da Personalidade. importante distinguir estas perturbações com base nas suas diferenças. e que por isso só se pode ser compreendido. com pessoas ou instituições especiais e de alto estatuto (4) necessidade de admiração excessiva . A Perturbação Narcísica da Personalidade deve ser distinguida da Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral. Muitas pessoas de sucesso demonstram traços de personalidade que se consideram narcísicos. esperando ver reconhecido um estatuto de superioridade sem fundamentação proporcional) (2) preocupação com fantasias de sucesso ilimitado. beleza ou amores ideais (3) Crenças que se é «especial» e único. desadaptativos. ou estar associado. brilhantismo. Também se deve distinguir dos sintomas que se desenvolvem em associação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. A grandiosidade pode emergir nos Episódios Maníacos ou Hipomaníacos mas a associação com alterações do humor ou a diminuição funcional ajudam a distinguir estes episódios da Perturbação Narcísica da Personalidade. poder.sujeitos com Perturbação Esquizotípica ou Paranóide da Personalidade daqueles com Perturbação Narcísica da Personalidade. Somente quando estes traços forem inflexíveis. são conseqüência dos medos de verem reveladas falhas e imperfeições. com começo no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos.«Critérios de Diagnóstico Provisórios para Algumas Perturbações». exagero na exaltação de talentos e realizações.81] Padrão global de grandiosidade (em fantasia ou comportamento). como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: (1) sentimento grandioso de auto-importância (por exemplo. necessidade de admiração e ausência de empatia. página 680 Critérios de diagnóstico para F60. Quando estas qualidades estão presentes nas pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade. Perturbação Associada à Cocaína Não Especificada Anteriormente). persistentes e causarem significativa incapacidade funcional ou sofrimento subjetivo constituem Perturbação Narcísica da Personalidade. na qual os traços emergem por efeito direto de uma doença do sistema nervoso central.8 Perturbação Narcísica da Personalidade [301. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 incluem os critérios de diagnóstico do DSM-IV para a Perturbação Narcísica da Personalidade no Anexo l. os página 681 outros são tidos como críticos e desaprovadores. Estas pessoas evitam fazer novos amigos a não ser que tenham a certeza de virem a ser tratadas e aceites sem críticas (Critério 2).6 Perturbação Evitante da Personalidade [301. Podem atuar com reservas. com medo de críticas. Só após um escrutínio rigoroso a provar o contrário. desaprovação ou rejeição (Critério 1). comportamentos ou atitudes altivas Grupo C Perturbações da Personalidade G60. utilizar os outros para atingir os fins (7) ausência de empatia: incapacidade para reconhecer ou identificar os sentimentos e necessidades dos outros. As pessoas com Perturbação Evitante da Personalidade evitam a escola ou o trabalho que envolva contactos interpessoais significativos. sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa. As pessoas com esta perturbação não se agregam em atividades de grupo. expectativas não razoáveis de tratamento especialmente favorável ou adesão automática ao que espera (6) tirar partido dos outros. Porque os sujeitos com esta perturbação vivem preocupados com a crítica e rejeição nas situações sociais.82] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Evitante da Personalidade consiste num padrão persistente de inibição social. por exemplo. têm um limiar muito baixo para . ridicularizadas ou envergonhadas Critério 3. com começo no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos.(5) sentimento de ser reverenciado. A intimidade interpessoal é habitualmente difícil para estas pessoas. (8) frequentemente inveja dos outros ou crenças que os outros o invejam (9) demonstrações de arrogância. por exemplo. terem dificuldades em falar de si e recusar a intimidade por medo de serem expostas. Ofertas de promoção podem ser rejeitadas pelo medo de as novas responsabilidades poderem provocar críticas por parte dos colegas. apesar de serem capazes de estabelecer relações íntimas quando está assegurada uma aceitação sem crítica. a menos que surjam propostas repetidas e generosas de apoio e proteção. Ficam muito ansiosos com a possibilidade de reagirem à crítica com choro ou ruborização. porque isso pode ser embaraçoso. e portanto nada dizem. «envergonhados». As pessoas com Perturbação Evitante da Personalidade são inibidas em situações interpessoais novas por se sentirem inadequadas e terem baixa auto-estima (Critério 5). Sintomas somáticos marginais ou outros problemas podem tornar-se a razão do evitamento de novas atividades. Esperam que seja o que for que digam. Os seus medos e comportamentos tensos podem originar troça nos outros. São relutantes em assumir riscos pessoais ou envolverem-se em novas atividades. Desejam afeto e aceitação. porque estas pessoas tendem a evitar as situações sociais que proporcionam encontros benéficos para o trabalho e para a carreira. o que por sua vez confirma os seus receios. inibidos e «invisíveis» com medo que. A Perturbação Evitante da Personalidade está frequentemente associada à Perturbação Dependente da Personalidade. qualquer chamada de atenção possa ser rejeitada ou rebaixada. Estas pessoas podem tornar-se relativamente isoladas e habitualmente não têm uma rede de suporte social que as possa ajudar nas crises. «sozinhos» e «isolados». Dúvidas acerca de competências sociais e aptidões pessoais tornam-se especialmente manifestas nos contextos que envolvam estranhos. Reagem fortemente a sinais subtis sugestivos de zombaria ou troça. São descritos pelos outros como «tímidos».detectar estas reações (Critério 4). podem sentir-se extremamente magoados. A sua baixa auto-estima e hipersensibilidade à rejeição estão associadas à limitação dos contactos interpessoais. e uma grande restrição de vida pode resultar da necessidade absoluta de certeza e segurança. Tendem a ser tímidos. Apesar da ânsia em participar na vida social. podendo ter relações idealizadas com os outros. Outras perturbações que são habitualmente diagnosticadas com a Perturbação Evitante da Personalidade são as Perturbações da Ansiedade e do Humor (especialmente Fobia Social do Tipo Generalizado). Os problemas maiores desta perturbação surgem nos planos social e profissional. Alguém com esta perturbação pode cancelar uma entrevista de emprego por receio do embaraço de eventualmente não ir vestido adequadamente. Perturbações e Características Associadas Os sujeitos com Perturbação Evitante da Personalidade vigiam com freqüência os movimentos e expressões daqueles com quem contatam. Os comportamentos de evitamento podem também afetar gravemente o seu funcionamento profissional. sem encanto ou inferiores aos outros (Critério 6). Estão sempre prontas a exagerar os perigos potenciais das situações vulgares. Estas pessoas consideram-se socialmente inaptas. . receiam colocar o seu bem-estar nas mãos dos outros. os outros vejam como «errado». Se alguém for ligeiramente crítico ou desaprovador. calados. na medida em que o comportamento de evitamento pode resultar nos problemas de aculturação conseqüentes à imigração. isolamento e receios dos estranhos e de novas situações. de tal forma que podem ser duas conceitualizações alternativas da mesma situação. página 682 Características Especificas da Cultura. Evolução O comportamento de evitamento inicia-se habitualmente na infância com timidez. Esquizóide ou Esquizotípica). Idade e Gênero Pode haver grande variação no grau de apreciação com que os diferentes grupos étnicos e culturais olham para o acanhamento e evitamento. Tipo Generalizado. A Perturbação Evitante da Personalidade também tende a ser co-diagnosticada com a Perturbação Estado-Limite da Personalidade e com as perturbações do Grupo A (por exemplo.0%. O . Mais ainda. Este diagnóstico deve ser acautelado em crianças e adolescentes nos quais o comportamento tímido e de evitamento pode ser apropriado dentro do processo de desenvolvimento.porque as pessoas ficam muito ligadas e dependentes dos poucos que consideram ser verdadeiros amigos. Há alguma evidência de que os adultos com Perturbação Evitante da Personalidade têm tendência para ter menos sintomas ou remissão com o avanço da idade. Em contraste. as pessoas que vêm a desenvolver Perturbação Evitante da Personalidade podem tornar-se progressivamente mais tímidas durante a adolescência e início da idade adulta. Diagnóstico Diferencial Parece haver grande sobreposição entre a Perturbação Evitante da Personalidade e a Fobia Social. Paranóide. Apesar de a timidez ser um precursor habitual da Perturbação Evitante da Personalidade. A Perturbação Evitante da Personalidade parece ser tão freqüente em homens como em mulheres.5% e 1. quando as relações sociais com novas pessoas se tornam especialmente importantes. Tem sido relatada uma prevalência ambulatória nas consultas de psiquiatria de 10%. Prevalência A prevalência de Perturbação Evitante da Personalidade na população em geral está entre 0. na maior parte das pessoas tende a dissipar-se gradualmente com a idade. apesar de tudo. para além de Perturbação Evitante da Personalidade. as pessoas com Perturbação Evitante da Personalidade querem relacionar-se com os outros. página 683 Contudo. Em contraste. se uma pessoa tiver características de personalidade com critérios para uma ou mais Perturbações da Personalidade. Deve também ser distinguida dos sintomas que se desenvolvem em associação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. hipersensibilidade à crítica e necessidade de reafirmação. importante distinguir estas perturbações com base nas suas diferenças. O evitamento na Perturbação de Pânico com Agorafobia começa tipicamente após o início dos Ataques de Pânico e pode variar com a intensidade e freqüência. há contentamento e preferência no isolamento social. . É. Contudo. Tal como na Perturbação Evitante da Personalidade. na qual os traços emergem por efeito direto de uma doença do sistema nervoso central. Contudo. esta relutância é mais devida ao medo de ficar embaraçado ou ser inadequado do que por medo das intenções malévolas de alguém. ambas ocorrem em simultâneo com freqüência. o evitamento na Perturbação Evitante da Personalidade tende a ter um início precoce. as Perturbações Esquizóide e Esquizotípica da Personalidade também se caracterizam por isolamento social. e uma evolução estável. que habitualmente são patologias com co-morbilidade.Se o foco primário de preocupação na Perturbação Evitante da Personalidade é o evitamento da humilhação e rejeição. na Perturbação Evitante da Personalidade. na ausência de precipitantes claros. na perturbação Dependente da Personalidade o foco de preocupação é a necessidade de ser cuidado. Tanto a Perturbação Evitante da Personalidade como a Perturbação Dependente da Personalidade são caracterizadas por sentimentos de inadequação. Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com a Perturbação Evitante da Personalidade devida a algumas características comuns. A Perturbação Paranóide da Personalidade e a Perturbação Evitante da Personalidade são ambas caracterizadas por relutância em confiar nos outros. A Perturbação Evitante da Personalidade deve ser distinguida da Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral. e sentem profundamente a solidão. todas devem ser diagnosticadas.evitamento também caracteriza tanto a Perturbação Evitante da Personalidade como a Perturbação de Pânico com Agorafobia. Contudo. enquanto naquelas com Perturbações Esquizóide e Esquizotípica da Personalidade. como indicado por quatro (ou mais) dos seguintes: por (1) evitamento de ocupações que envolvam contactos interpessoais. Muitas pessoas demonstram traços de evitamento.7 Perturbação Dependente da Personalidade [301.6 Perturbação Evitante da Personalidade [301.6] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Dependente da Personalidade . Somente quando esse traços forem inflexíveis.Perturbação Associada à Cocaína Sem Outra Especificação). Na ICD-10. a não ser com a certeza de ser apreciado (3) reserva nas relações íntimas por medo do ridículo ou de ser envergonhado (4) preocupações em ser criticado ou rejeitado em situações sociais. começando no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. esta condição é referida como Perturbação da Ansiedade [Evitante] da Personalidade. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV diferem mas definem essencialmente a mesma condição. desadaptativos e persistirem causando diminuição funcional ou sofrimento subjetivo constituem a Perturbação Evitante da Personalidade.82] Padrão global de inibição social. sem encanto pessoal ou inferior aos outros (7) relutância em assumir riscos pessoais ou envolver-se em novas atividades porque podem ser embaraçosas página 684 F60. desaprovação ou rejeição (2)pouca determinação no envolvimento com pessoas. Critérios de diagnóstico para 60. medo de críticas. sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa. (5) inibição em novas situações interpessoais por sentimentos de inadequação (6) auto-análise como inepto socialmente. Estas pessoas tendem a ser passivas e permitem que os outros (normalmente uma só pessoa) tomem iniciativas e assumam responsabilidades nas áreas de maior importância das suas vidas (Critério 2). o que origina um comportamento submisso. as pessoas com Perturbação Dependente da Personalidade têm habitualmente dificuldade em discordar dos outros. necessidades específicas da infância. Esta necessidade em colocar nos outros a responsabilidade está para além da idade e das circunstâncias de ajuda normal (por exemplo. Não têm autoconfiança e acreditam na necessidade de ajuda para iniciarem ou prosseguirem os seus objetivos. Os adolescentes com esta perturbação podem permitir que os pais decidam sobre a sua maneira de vestir.é uma necessidade persistente e excessiva de ser cuidado. pessoas idosas ou incapacitadas). mas nestes casos a dificuldade em assumir responsabilidades está para além do que normalmente seria de esperar para o caso. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos. com medo de os perderem. o tipo de profissão a ter e qual a vizinhança a ter como amiga. os seus tempos livres e sobre a escola e universidade a freqüentar. Os adultos com esta perturbação dependem tipicamente de um parente ou do cônjuge para decidir onde viver. Estes sujeitos sentem-se tão incapazes para funcionarem sozinhos que preferem concordar com coisas que sentem estar erradas do que perder aqueles que os orientam. a cor da camisa a vestir no trabalho ou a decisão de levar um guarda-chuva) sem um reforço e aconselhamento excessivo dos outros (Critério 1).Não manifestam qualquer sentimento de zanga quando apropriado. Os comportamentos dependentes e submissos destinam-se a obter cuidados e têm origem na autopercepção de incapacidade para funcionar adequadamente sem a ajuda dos outros. pegajoso e angústia de separação. Se as preocupações com as conseqüências da expressão de desacordo forem reais (por exemplo. em relação àqueles de que necessitam. As pessoas com Perturbação Dependente da Personalidade têm grande dificuldade em tomar as decisões do dia-a-dia (por exemplo. A Perturbação Dependente da Personalidade pode ocorrer numa pessoa com um estado físico geral grave ou incapacidade. Estes sujeitos estão convencidos que são incapazes de funcionar independentemente e . Esperam pelos outros para começarem qualquer coisa porque acreditam que os outros a farão melhor. os seus amigos. medo real de um cônjuge vingativo) então o comportamento não deve ser considerado indicador de Perturbação Dependente da Personalidade. Pelo medo de perder suporte ou aprovação. As pessoas com esta perturbação têm dificuldade em iniciar projetos ou funcionar autonomamente (Critério 4). especialmente daqueles de que são dependentes (Critério 3). mesmo quando não estão interessadas ou envolvidas no que estiver a acontecer. estes medos devem ser excessivos e pouco reais.consideram-se inaptos. Porque entregam aos outros a resolução dos seus problemas. A sua crença na incapacidade de funcionarem na ausência de uma relação próxima faz com que estes sujeitos se liguem indiscriminada e rapidamente a qualquer pessoa. Consideram-se tão dependentes da ajuda de alguém que vivem preocupados pelo abandono dessa pessoa. As pessoas com esta perturbação sentem-se desconfortáveis ou desamparadas quando sozinhas. Podem recear ser mais competentes ou aparentar mais competência que outros. As pessoas com Perturbação Dependente da Personalidade podem adiar bastante a obtenção de apoio. verbais ou sexuais (deve ser claro que este comportamento só será evidência de Perturbação Dependente da Personalidade se a pessoa tiver outras opções disponíveis). pelo medo exagerado de serem incapazes de cuidarem de si próprias (Critério 6). Quando uma relação importante termina (ruptura ou morte) as pessoas com Perturbação Dependente da Personalidade procuram urgentemente outra relação substitutiva do suporte que necessitam (Critério 7). Para ser considerados indicadores como critério diagnóstico. A necessidade em manterem uma ligação estreita dá frequentemente como resultado página 685 relacionamentos distorcidos ou desequilibrados. porque acreditam que isso poderá levar estes a abandoná-los. Estão sempre preocupados em serem deixados entregues si próprios (Critério 8). capazes de funcionar adequadamente se tiverem assegurado que alguém as supervisionará e aprovará. mas adequado às circunstâncias de vida. Estão dispostas a submeterem-se à vontade dos outros. contudo. um homem idoso que se muda para casa dum filho mostra um comportamento dependente. mesmo se as exigências forem pouco razoáveis. até oferecerem-se como voluntários para tarefas desagradáveis se este comportamento trouxer os cuidados que necessitam (Critério 5). mesmo que não tenham fundamentos para isso. Podem fazer sacrifícios extraordinários ou tolerarem abusos físicos. com necessidade de recorrer a assistência constante. São. Por exemplo. Podem «sintonizar» com outras pessoas só para evitarem a solidão. Perturbações e Características Associadas . perpetuando assim a dependência. habitualmente não desenvolvem as competências para viverem independentemente. contudo. Os fatores culturais e etários necessitam ser considerados na avaliação do limite diagnóstico de cada critério.Tomam a crítica e a desaprovação como provas da sua desvalorização. alguns estudos com utilização de entrevistas estruturadas indicam uma prevalência semelhante em homens e . O funcionamento profissional pode estar diminuído se for necessário tomar iniciativas independentes.As pessoas com Perturbação Dependente da Personalidade são frequentemente caracterizadas por pessimismo e dúvidas. Este diagnóstico deve ser atribuído com grande cautela. Características Especificas da Cultura. Perturbações da Ansiedade e Perturbação de Adaptação. O comportamento dependente deve ser considerado característico da perturbação somente quando é claramente excessivo em relação às normas culturais ou reflete preocupações pouco realistas. o quociente sexual da perturbação não é significativamente diferente dos contextos clínicos. Alguma ênfase na passividade. Para além disso. Em contextos clínicos. referindo-se constantemente a si próprias como «estúpidas». especialmente as Perturbações Estado-Limite. Idade e Gênero O grau a partir do qual os comportamentos dependentes se consideram apropriados varia substancialmente com a idade e com os grupos socioculturais. de Evitamento e Histriônica da Personalidade. Evitam posições de responsabilidade e ficam ansiosas quando é necessário tomar decisões. Simultaneamente. tendendo a minimizar as suas capacidades e posses. algumas sociedades podem encorajar ou desencorajar o comportamento dependente em homens ou mulheres. perdendo a confiança. para quem o comportamento dependente pode estar de acordo com o desenvolvimento. é mais página 686 frequentemente diagnosticada em mulheres. A doença física crônica e a Perturbação de Angústia de Separação na infância ou adolescência podem predispor a pessoa a esta perturbação. A Perturbação Dependente da Personalidade co-ocorre frequentemente com outras Perturbações da Personalidade. se existir em crianças e adolescentes. As relações sociais tendem a limitar-se às poucas pessoas de quem são dependentes. boa educação e deferência no tratamento é característico de algumas sociedades e pode ser erradamente interpretado como traços de Perturbação Dependente da Personalidade. Procuram a hiperproteção e o domínio dos outros. Pode haver um aumento do risco de Perturbações de Humor. Diagnóstico Diferencial A Perturbação Dependente da Personalidade deve ser distinguida da dependência como conseqüência duma perturbação do Eixo I (por exemplo. importante distinguir estas perturbações com base nas suas diferenças. no entanto. É. raiva e exigências. todas devem ser diagnosticadas. com uma atitude ativa de procura de atenção. evolução crônica e um padrão de comportamento que não ocorra exclusivamente por uma perturbação dos Eixos I ou III. a pessoa com Perturbação Estado-Limite da Personalidade reage ao abandono com sentimentos de vazio emocional. reativo e viscoso. Perturbações do Humor. A Perturbação Estado-Limite da Personalidade deve ser distinguida da Perturbação Dependente da Personalidade pelo padrão típico de relacionamentos intensos e instáveis. têm uma forte necessidade de aprovação e podem aparentar viscosidade e infantilidade. enquanto a pessoa com Perturbação Dependente da Personalidade reage com aumento do apaziguamento e submissão e com urgência procura substituir a relação por outra para garantir o apoio. caracterizada pelo comportamento dócil e apagado. Perturbação de Pânico e Agorafobia) e como resultado de um qualquer estado físico geral. tal como aquelas com Perturbação Dependente da Personalidade. para além da Perturbação Dependente da Personalidade. Contudo. ao contrário da Perturbação Dependente da Personalidade.mulheres. Contudo. Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com a Perturbação Dependente da Personalidade por características sintomatológicas comuns. se uma pessoa tiver características de personalidade com critérios para mais do que uma perturbação. A Perturbação Dependente da Personalidade tem um início precoce. . Prevalência A Perturbação Dependente da Personalidade está entre as Perturbações da Personalidade mais frequentemente diagnosticadas na clínica psiquiátrica. Tanto a Perturbação Dependente da Personalidade como a Perturbação Estado-Limite da Personalidade são caracterizadas pelo medo do abandono. a Perturbação Dependente da Personalidade pode ser distinguida pelo predomínio do comportamento submisso. contudo. As pessoas com Perturbação Histriônica da Personalidade. Apesar de muitas Perturbações da Personalidade serem caracterizadas por sintomas de dependência. a Perturbação Histriônica da Personalidade é caracterizada por teatralidade. Só quando estes traços forem inflexíveis. com começo no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. viscosidade e angústia de separação. as pessoas com Perturbação Dependente da Personalidade têm um padrão de procura e manutenção das relações. persistirem e causarem deficiência funcional significativa ou sofrimento subjetivo constituem Perturbação Dependente da Personalidade.6] Uma necessidade persistente e excessiva de cuidados. as pessoas com Perturbação Evitante da Personalidade têm um medo tão intenso de humilhação e de rejeição que se apagam até estarem certas da sua aceitação. página 687 Muitas pessoas demonstram traços de dependência. Critérios de diagnóstico para F60. Deve também ser distinguida dos sintomas que se desenvolvem em associação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. Em contraste. Perturbação Relacionada com a Cocaína Sem Outra Especificação).7 Perturbação Dependente da Personalidade [301. desadaptativos.Tanto a Perturbação Dependente da Personalidade como a Perturbação Evitante da Personalidade são caracterizadas por sentimentos de inadequação. Nota: não incluir receios realistas de retribuição (4) dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por sua conta (pela ausência de confiança nas suas capacidades em vez de ausência de . A Perturbação Dependente da Personalidade deve ser distinguida da Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral. Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV diferem mas definem essencialmente a mesma condição. que leva a submissão. hipersensibilidade à crítica e necessidade de aprovação. em vez do evitamento e da retirada. na qual os traços emergem por efeito direto de uma doença do sistema nervoso central. contudo. como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: (1) dificuldade em tomar decisões sem um excessivo suporte e aconselhamento dos outros (2) necessidade de transferir responsabilidades para os outros na maior parte das áreas importantes das suas vidas (3) dificuldade em discordar dos outros por medo de perder suporte ou aprovação. listas. quando alguém se esqueceu do local onde colocou uma lista de coisas. página 688 As pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade tentam manter um sentido do controlo através de uma atenção meticulosa com regras. pormenores triviais. esquemas ou formalidades. o completar de um relatório escrito é atrasado por numerosas perdas de tempo a reescrevê-lo para que tudo fique uma «perfeição». Os prazos são ultrapassados e os aspectos da vida individual não associados à atividade desorganizam-se. Esquecem o fato de as pessoas poderem ficar aborrecidas com os atrasos e inconvenientes que resultam do seu comportamento. O tempo é pouco organizado. O perfeccionismo e as exigências de alto rendimento auto-impostas provocam um sofrimento e disfunção significativos nestas pessoas.motivação ou energia) (5) estender a sua necessidade de suporte dos outros. São excessivamente cuidadosas e tendem à repetição. prestando demasiada atenção aos pormenores e verificando repetidamente possíveis erros.5 Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade [301. excluindo da . por medo exagerado de ficarem incapazes de cuidarem de si próprios (7) procura urgente doutras relações como substitutivas de alguma relação terminada (8) preocupações irreais com medos de serem entregues a si próprios F60. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos. procedimentos. ficando os objetivos mais importantes para o fim. As pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade têm uma devoção excessiva ao trabalho e produtividade. ao ponto de se oferecerem como voluntários para tarefas desagradáveis (6) sentimentos de desconforto e desamparo quando sozinhos. abertura e eficiência.4 ] Características de Diagnóstico A característica essencial da Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade consiste numa preocupação com a ordem. ao ponto de perder o objetivo principal da atividade (Critério 1 ). passam a maior parte do tempo à procura da lista em vez de gastar alguns momentos a recriar de memória as tarefas constantes da lista. à custa de flexibilidade. Por exemplo. Estes sujeitos podem estar tão envolvidos em aperfeiçoar absolutamente cada pormenor de um projeto que o mesmo não chega ao fim (Critério 2). perfeccionismo e controlo mental e interpessoal. Por exemplo. sentem-se desconfortáveis. Se estão com amigos é como estar numa atividade formalmente organizada (por exemplo. Sentem que não têm tempo para uma noitada ou fim-de-semana de descanso ou justo relaxamento. tal como férias. objetos estragados. A ênfase está nó rendimento. não emprestar uma moeda a um amigo para telefonar. escrupulosos e inflexíveis acerca de matérias como a moralidade. Olham para o ato de se desfazerem de objetos como esbanjador porque «nunca se sabe quando precisamos das coisas» e ficam aborrecidos se alguém tenta livrá-los de algum objeto inútil. Estas pessoas tornam a brincadeira num objetivo estruturado (por exemplo. desportos).sua vida as atividades de lazer e os amigos (Critério 3). corrigir uma criança por não conseguir enfiar os anéis nos eixos pela ordem correta. Estes sujeitos não são capazes de se desfazerem de objetos inúteis. sem aceitar circunstâncias atenuantes para nenhuma delas. revistas. mesmo que isentos de valor sentimental (Critério 5). a não ser que tenham algo para fazer de trabalho e assim não «desperdicem tempo». Os sujeitos com esta perturbação respeitam rigidamente a autoridade e as normas e insistem no seu cumprimento à risca. Este comportamento não é motivado pela necessidade econômica. dizer a uma criança que ainda está a aprender para andar de bicicleta numa linha direita. Por exemplo. Podem também ser pouco piedosos na crítica que fazem aos seus erros. Pode haver grande concentração nas atividades domésticas (por exemplo. Os cônjuges ou as empregadas de limpeza podem queixar-se da quantidade de espaço ocupada com trastes velhos. ética ou valores (Critério 4). Estas qualidades não devem tomar em conta a identificação religiosa ou cultural da pessoa. transformar um jogo de futebol numa «lição» desagradável). Algumas vezes admitem estar a «empacotar ratos». Quando partem para atividades de lazer ou férias. Os sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade podem ser excessivamente conscienciosos. ao ponto de não a concretizarem. limpeza excessiva para «até se poder comer no chão»). etc. Os interesse ou atividades recreativas são vistos como objetivos sérios requerendo uma planificação cuidadosa e um trabalho duro para concretizar. Podem esforçar-se e aos outros para seguirem princípios morais rígidos e padrões muito estritos de rendimento. Podem adiar uma atividade de lazer. página 689 O sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade . porque «nem emprestar nem pedir emprestado» ou porque seria «mau» para o caráter da pessoa. Planeiam tudo antecipadamente com meticuloso pormenor. podem recusá-los obstinadamente. As pessoas com esta perturbação podem ser especialmente atentas ao estatuto relativo nas relações dominância-submissão e dispensam deferência excessiva à autoridade e resistência excessiva a quem não respeitam. Os sujeitos com esta perturbação podem ter tanta dificuldade em decidir que tarefas são prioritárias ou qual a melhor forma de fazer uma coisa concreta que podem nunca iniciar nada. porque não acreditam que alguém possa fazer as coisas da maneira correta. Ficam aborrecidos ou zangados em situações nas quais não tenham controlo físico e interpessoal. mantendo um padrão de vida muito aquém do que podem. As suas relações quotidianas têm um caráter formal e sério. Noutras ocasiões a zanga pode ser expressa com indignação num assunto pouco importante. Fornecem instruções pormenorizadas sobre como fazer as coisas (por exemplo. Noutras alturas podem rejeitar ofertas de ajuda mesmo que obedecendo aos seus esquemas. Por exemplo. Insistem obstinada e insensatamente que tudo deve ser feito à sua maneira e que todos se devem conformar a isso. têm dificuldade em aceitar outros pontos de vista. e ficam rígidos em situações . Os sujeitos com esta perturbação expressam habitualmente os afetos de forma altamente controlada e rígida e podem ficar desconfortáveis ao pé de pessoas emocionalmente expressivas. Estão tão preocupados em fazer as coisas à sua maneira que têm problemas em fazê-lo com idéias dos outros. acreditando que os gastos devem ser apertadamente controlados para prevenir catástrofes futuras (Critério 7). o processo decisório pode ser longo e doloroso. a pessoa pode não gostar do serviço num restaurante. Os sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade são caracterizados pela rigidez e obstinação (Critério 8).têm dificuldade em delegar funções ou trabalho nos outros (Critério 6). mas em vez de se queixar ao chefe. rumina sobre a quantia a deixar como gorjeta. Completamente envolvidos na sua perspectiva. apesar de a zanga não ser expressa diretamente. Os amigos e colegas podem ficar frustrados com a sua rigidez constante. ficando incapazes de improvisar. por «questões de princípio». só há uma e uma só maneira de aparar a relva. lavar a louça ou construir uma casita de cão) e ficam surpreendidos e irritados se alguém sugerir uma alternativa criativa. Perturbações e Características Associadas Quando as regras e procedimentos estabelecidos não indicam a solução correta. Mesmo quando reconhecem a necessidade de compromissos. As pessoas com esta perturbação podem ser miserabilistas e avarentas. Características Especificas da Cultura e Gênero Na abordagem para Perturbação Obsessivo-Compulsiva.em que os outros riem e estão felizes (por exemplo. Cuidam-se até estarem seguros de que tudo o que digam seja perfeito. particularmente em novas situações que exijam flexibilidade e compromisso. 690 Perturbações da Personalidade Pode haver uma associação entre Perturbação Obsessivo-Compulsiva e Perturbações da Ansiedade e do Humor. Podem experimentar dificuldades profissionais e sofrimento. Em estudos sistemáticos. características essas presentes nas pessoas em risco de enfarte do miocárdio. a perturbação parece ser diagnosticada em cerca de duas vezes mais nos homens. competitividade e urgência sobre o tempo). Certas culturas colocam ênfase substancial no trabalho e na produtividade. . costumes ou estilos interpessoais que são culturalmente referenciáveis ao grupo a que o sujeito pertence. ficando intolerantes com o comportamento afetivo dos outros. Prevalência Estudos que recorreram a entrevistas sistematizadas sugerem uma prevalência estimada de 1 % de Perturbação Obsessivo-Compulsiva em amostras da comunidade e de cerca de 3% -10% em contexto clínico da saúde mental. os comportamentos resultantes das pessoas dessas sociedades não devem ser qualificados como Perturbação Obsessivo-Compulsiva. hostilidade. abraçar uma namorada no aeroporto). o clínico não deve incluir aqueles comportamentos que refletem hábitos. Preocupam-se com a lógica e intelecto. Muitas das características da Perturbação ObsessivoCompulsiva sobrepõem-se à personalidade «Tipo A» (por exemplo. Apesar de alguns estudos sugerirem uma associação com a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (incluindo a secção «Perturbações da Ansiedade». Diagnóstico Diferencial Apesar da similitude dos nomes. página 428) parece que a maioria das pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva não tem um padrão de comportamento compatível com os critérios de diagnóstico da perturbação. a Perturbação Obsessivo-Compulsiva é habitualmente fácil de distinguir da Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade pela presença de verdadeiras obsessões e compulsões. apesar disso. É. Quando houver critérios para ambos os diagnósticos os dois devem ser anotados. enquanto na Perturbação Esquizóide da Personalidade há uma ausência fundamental de capacidade para estabelecer relações íntimas.Um diagnóstico de Perturbação Obsessivo-Compulsiva deve ser considerado especialmente quando o armazenamento for extremo (por exemplo. importante distinguir entre estas perturbações com base nas suas diferenças. . Na Perturbação ObsessivoCompulsiva da Personalidade isto resulta do desconforto com emoções e a excessiva devoção ao trabalho. na qual os traços emergem por efeito direto de uma doença do sistema nervoso central. desadaptativos. Os traços obsessivo-compulsivos moderados da personalidade podem ser especialmente adaptativos. Contudo. As pessoas com Perturbação Narcísica da Personalidade podem também perseguir o perfeccionismo e pensar que os outros não são capazes de fazer as coisas tão bem. Os sujeitos com Perturbação Anti-Social ou Narcísica da Personalidade não são generosos exceto consigo próprios. mas estas pessoas têm maior probabilidade de acreditar ter atingido a perfeição. Tanto a Perturbação Esquizóide da Personalidade como a Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade são caracterizadas por formalismo e desprendimento social. A Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade deve ser distinguida da Alteração Devida a Estado Físico Geral. todas devem ser anotadas. Somente quando estes traços forem inflexíveis. Perturbação Relacionada com Cocaína Sem Outra Especificação). para além da Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade. Outras Perturbações da Personalidade podem ser confundidas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade pela existência de certas características comuns. enquanto as pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade são habitualmente autocríticas. constituem Perturbação ObsessivoCompulsiva da Personalidade. pilhas acumuladas de objetos inúteis que apresentam risco de incêndio e tornam difícil a movimentação das pessoas em casa). se uma pessoa tiver características de personalidade com critérios para uma ou mais Perturbações da Personalidade. particularmente em situações que exijam alto rendimento. enquanto os sujeitos com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade adotam um estilo miserabilista consigo e com os outros. persistirem e causarem diminuição funcional significativa ou sofrimento subjetivo. Deve também ser distinguida dos sintomas página 691 que se desenvolvem em associação com o uso crônico de substâncias (por exemplo. 4] Obsessivo- Uma necessidade global e excessiva de cuidados. incapacidade de completar projetos por não estarem de acordo com regras restritas) (3) devoção excessiva ao trabalho e à produtividade. a menos que respeitem exatamente o seu modo de proceder (7) adoção de um estilo miserabilista para consigo ou para os outros. Um exemplo é a presença de características para uma ou mais Perturbações da página 692 Personalidade específicas que não têm critérios suficientes para só uma Perturbação da Personalidade («personalidade mista»). com começo no início da idade adulta e presente numa variedade de contextos. organização ou esquemas.Relação com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 Os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10 e os critérios do DSM-IV diferem mas definem essencialmente a mesma condição. Na ICD-10.5 Perturbação Compulsiva da Personalidade [301. esta condição é referida como Perturbação da Ancástica da Personalidade. ordem. ao ponto de se perder a finalidade da atividade (2) perfeccionismo que interfere com o atingimento de objetivos (por exemplo. listas. como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: (1) preocupações com pormenores.9] Esta categoria serve para as Perturbações da Personalidade que não têm critérios específicos. que leva a submissão. Critérios de diagnóstico para F60. ética ou valores (exceto por razões de identificação cultural ou religiosa) (5) incapacidade para se libertar de objetos inúteis mesmo que isentos de valor sentimental (6) relutância em delegar funções ou trabalho nos outros. o dinheiro é visto como algo a reter para catástrofes futuras (8) rigidez e obstinação F60.9 Perturbação da Personalidade Sem Outra Especificação [301. regras. viscosidade e angústia de separação. escrupulosidade e inflexibilidade acerca da moral. mas que em . até à exclusão dos amigos e atividades de lazer (exceto por óbvias razões de necessidade econômica) (4) hiperconscienciosidade. sugeridas como entidades de investigação). 2) o sujeito tem uma perturbação mental que não está relacionada com o problema (por exemplo. Os fatores podem interferir com o tratamento do estado físico ou constituírem um risco adicional para a saúde do sujeito (por exemplo. 3) o sujeito tem uma perturbação mental que está relacionada com o problema mas este tem uma gravidade que justifica atenção médica separadamente (por exemplo. Os exemplos incluem perturbação depressiva da personalidade e perturbação passivoagressiva da personalidade (ver página 750 e página 751.conjunto causam sofrimento clínico significativo (por exemplo. devendo neste caso ambos ser codificados. estando também associada com uma Perturbação Depressiva Major num dos cônjuges. social ou ocupacional). Esta categoria pode também ser utilizada quando o clínico julgar apropriado estabelecer um diagnóstico de Perturbação da Personalidade não incluído anteriormente. Há várias formas de estes fatores afetaram de forma adversa um estado físico geral. exacerbação ou atraso na recuperação. um sujeito com . de um estado físico). Fatores Psicológicos Que Afetam o Estado Físico F54 Fatores Psicológicos Que Afetam o Estado Físico [316] Características de Diagnóstico As características de diagnóstico essenciais desta categoria são a presença de um ou mais fatores psicológicos ou comportamentos específicos que afetam de forma adversa um estado físico geral. uma relação conjugal suficientemente problemática para ser foco de tratamento. Os problemas e situações pertencentes a esta secção são codificados no Eixo I. neste caso ambas devem ser codificadas). respectivamente. um problema conjugal em que nenhum dos cônjuges tem sintomas que preencham critérios para uma doença mental). um problema conjugal em que um dos cônjuges tem uma fobia específica. Os fatores que podem influenciar a evolução do estado físico geral (o que pode ser inferido por uma associação temporal entre estes fatores e o desenvolvimento. página 693 Outros Fatores Que Podem Ser Foco de Atenção Médica Esta categoria abrange outras situações que podem ser foco de atenção médica e estão relacionadas com as perturbações mentais descritas previamente neste manual numa das seguintes formas: 1) o problema é o foco de diagnóstico ou tratamento e o sujeito não tem perturbação mental (por exemplo. caso em que é só codificado como Problema Conjugal. O diagnóstico de fatores psicológicos que afetam o estado físico geral é codificado no Eixo I e o estado físico geral é codificado no Eixo II (ver apêndice G. Os fatores psicológicos ou comportamentos que influenciam estados físicos gerais. insuficiência renal ou hemodiálise. Para especificar melhor o tipo de fator psicológico. Fatores Psicológicos ou Comportamentos específicos desempenham um papel potencial na apresentação ou tratamento de quase todos os estados físicos gerais. apesar de frequentemente não ser possível demonstrar a causalidade direta ou os mecanismos subjacentes a esta relação. neurológicas. Esta categoria deve ser reservada para as situações em que os fatores psicológicos têm um peso clínico significativo no curso ou evolução do estado físico geral ou colocam o sujeito numa situação de risco aumentado para uma evolução adversa. Quando está presente mais do que um tipo de fator deve ser especificado aquele que se afigura proeminente. Deverá existir uma evidência razoável que sugira uma associação entre o fator psicológico e a estado físico geral. neoplásicas. renais ou reumatológicas.. sintomas psicológicos e traços de personalidade que não preenchem inteiramente os critérios para uma perturbação mental específica. Perturbação Depressiva Major afeta negativamente o prognóstico de um enfarte do miocárdio. incluindo doenças cardiovasculares. Fatores psicológicos ou comportamentais podem afetar o curso de quase todos os tipos de doença. [Indicar o Estado Físico Geral]. incluem perturbações classificadas nos Eixos I e II. e respostas fisiológicas a fatores de stress.página 694 diabetes que continua a comer excessivamente. sociais ou ambientais. o termo é escolhido de uma lista a seguir apresentada. Este estado é codificado no Eixo I juntamente com a . comportamentos para a saúde desadaptados. sabendo que a diabetes está relacionada com o excesso de peso). Os fatores psicológicos podem precipitar ou exacerbar sintomas de um estado físico geral por porem em marcha respostas fisiológicas relacionadas com o stress (por exemplo. Perturbação Mental Que Afeta. pulmonares. dor pré-cordial em sujeitos com doença coronária ou broncoespasmo em sujeitos com asma). gastrintestinais.. Neste caso uma perturbação específica dos Eixos I ou II afeta significativamente a evolução ou tratamento de um estado físico geral (por exemplo. dermatológicas. que lista os códigos de diagnóstico para os estados físicos gerais). a Esquizofrenia complica o tratamento de diabetes mellitus). endocrinológicas. que afetam significativamente a evolução ou o tratamento de um estado físico geral. Respostas Fisiológicas Relacionadas com o Stress Que Afetam.. [Indicar o Estado Físico Geral]. São sintomas que.. abuso de álcool e utilização de substâncias tóxicas afetam significativamente a evolução e o tratamento de um estado físico geral. Diagnóstico Diferencial . afetam a evolução e o tratamento de um estado físico geral (por exemplo. «tipo A» relacionado com doença coronária). comportamento hostil.. [Indicar o Estado Físico Geral]. Outros Fatores Psicológicos Não Especificados Que Afetam. [Indicar o Estado Físico Geral].. [Indicar o Estado Físico Geral].Perturbação Mental que é também codificada no Eixo I ou no Eixo II. tenso. As respostas fisiológicas relacionadas com o stress podem afetar significativamente a evolução ou o tratamento de um estado físico geral (por exemplo aparecimento de dor pré-cordial ou arritmia num doente com doença coronária). estilo de vida sedentário. consumo de álcool na Dependência do Álcool) devem ser classificados antes como «Perturbações Mentais Que Afetam o Estado Físico Geral». Um fator não incluído nos subtipos especificados acima ou um fator psicológico ou comportamental não especificado que afeta a evolução ou o tratamento de um estado físico geral. Traços de personalidade patológicos e estilos não adaptativos de lidar com problemas podem dificultar as relações do doente com os profissionais de saúde. ou complicando a recuperação de uma cirurgia).. Sintomas Psicológicos Que Afetam. sintomas de ansiedade ou depressão que afetam a evolução ou a gravidade da síndrome do cólon irritável ou úlcera péptica... Os traços de personalidade podem ser englobados numa perturbação do Eixo II ou representar um padrão que foi demonstrado ser um fator de risco para certas doenças (por exemplo. não preenchendo totalmente os critérios para uma perturbação do Eixo I. [Indicar o Estado Físico Geral]. práticas sexuais perigosas. Comportamento de saúde desadaptado (por exemplo. Traços de Personalidade ou Estilo de Lidar com Problemas Que Afetam.. Se estes comportamentos desadaptados fizerem parte de uma doença do Eixo I (ingestão excessiva de alimentos como parte de um quadro de Bulimia Nervosa.. página 695 Comportamentos de Saúde Desadaptados Que Afetam. excesso de ingestão alimentar.. Traços de personalidade ou estratégias de lidar com problemas não adaptativas. Pelo contrário. O Abuso de Substâncias (por exemplo. (Fator Psicológico Especifico) Que Afeta . mas a eventual causalidade é em sentido contrário. os primeiros supostamente afetam a evolução das afecções médicas.Uma associação temporal entre sintomas de uma perturbação mental e um estado médico geral também é característica de Perturbação Mental Devida a Um Estado Físico Geral.Fatores psicológicos que afetam negativamente o estado físico de uma das seguintes formas: 1 ) os fatores psicológicos influenciaram a evolução do estado físico geral. por via de mecanismos fisiológicos diretos. Se o sujeito sofre de uma Perturbação de Abuso de Substâncias que afeta negativamente ou está na origem de um estado físico geral. simultaneamente a Perturbação de Abuso de Substâncias.. A não adesão ao tratamento de um estado físico geral como resultado da influência de fatores psicológicos deve ser classificada como Não Adesão ao Tratamento (ver página 700). Quando fatores psicológicos afetam síndromes dolorosos devem ser diagnosticados como Perturbações Dolorosas Associadas a Fatores Psicológicos ou Perturbações Dolorosas Associadas a Fatores Psicológicos e a Um Estado Físico Geral. Para padrões de uso de substâncias que não preenchem os critérios para o diagnóstico de Perturbação de Abuso de Substâncias. na ausência de um estado físico geral responsável pelos sintomas físicos.. Neste caso. o que é evidenciado por uma associação temporal entre os fatores psicológicos e o aparecimento. no Eixo I. no caso de Fatores Psicológicos Que Afetam o Estado Físico Geral. (Indicar o Estado Físico Geral) [316] A. os fatores psicológicos afetam negativamente um estado físico geral perfeitamente diagnosticado... exacerbação ou atraso na recuperação do estado físico geral 2) os fatores psicológicos interferem com o tratamento do estado físico geral . As Perturbações Somatoformes são caracterizadas pela presença simultânea de sintomas psicológicos e físicos. Está presente um estado físico geral (codificado no Eixo III). página 696 F54 . Dependência de Nicotina) afeta negativamente o prognóstico de muitos estados físicos gerais. especifica-se como «Comportamentos de Saúde Desadaptados Que Afetam o Estado Físico Geral». B. No caso de os sintomas psicológicos afetaram o Estado Físico Geral. deve ser codificado «Perturbação Mental que Afeta o Estado Físico Geral» e. Dependência do Álcool. a doença médica é suposto ser causa da perturbação mental. . atrasando a recuperação de um enfarte do miocárdio). Traços da Personalidade ou Estilo de Lidar com Problemas. Comportamentos de Saúde Desadaptados Que Afetam . Perturbações dos Movimentos Induzidos por Fármacos A inclusão destas perturbações deve-se à sua importância no:1 ) manejo medicamentoso das perturbações mentais ou perturbações orgânicas e 2) o diagnóstico diferencial com perturbações do Eixo I (por exemplo: Perturbação de Ansiedade versus Acatasia Induzida por Neurolépticos. uma perturbação do Eixo I como Perturbação Depressiva Major. Catatonia versus Síndrome Maligna dos Neurolépticos). [Indicar Estado Físico Geral] [por exemplo.. Sintomas Psicológicos Que Afetam. culturais ou religiosos).. negação patológica da necessidade de cirurgia por um doente com neoplasia. ansiedade exacerbando doença asmática). sobrealimentação.. especialmente porque algumas destas perturbações .. hipertensão. sintomas depressivos atrasando a recuperação de uma cirurgia. comportamentos sexuais de risco). Apesar página 697 de estas perturbações serem denominadas como «induzidas por fármacos» nem sempre é fácil estabelecer a relação causal entre a exposição a medicamentos e o desenvolvimento de perturbações dos movimentos....[Indicar Estado Físico Geral] (por exemplo.. [Indicar o Estado Físico Geral] (por exemplo. stress relacionado com estados físicos gerais como exacerbação de úlcera péptica. [Indicar Estado Físico Geral] (por exemplo. falta de exercício. [Indicar Estado Físico Geral J (por exemplo.. Outros ou Fatores Psicológicos Não Especificados Que Afetam. Respostas Fisiológicas Relacionadas com o Stress Que Afetam.3) os fatores psicológicos representam para o sujeito riscos adicionais de saúde 4) respostas fisiológicas relacionadas com o stress precipitam ou exacerbam sintomas do estado físico geral Escolher o nome com base na natureza dos fatores psicológicos (se estiver presente mais do que um fator indicar o proeminente): Perturbação Mental Que Afeta. arritmias ou cefaléia de tensão). comportamento hostil e tenso contribuindo para uma doença cardiovascular). [Indicar Estado Físico Geral J (por exemplo. fatores interpessoais... O termo «neuroléptico» é usado neste manual para referir medicamentos com propriedades de antagonismo da dopamina. proclorferazina. balanceamento de pé para pé ou incapacidade para permanecer sentado ou de pé) que se desenvolvem dentro de algumas semanas após o início ou aumento da dose da medicação neuroléptica (ou após a redução da medicação para o tratamento de sintomas extrapiramidais). G21. haloperidol. Este grupo inclui os chamados agentes anti psicóticos «típicos» (por exemplo. G21. . da medicação neuroléptica (ou após a redução de medicação usada no tratamento de sintomas extrapiramidais).7] Espasmo ou postura alterada dos músculos da cabeça. valores elevados de creatinina fosfoquinase (CPK)]. clorpromazina.99] Queixas subjetivas de inquietação acompanhada de movimentos observáveis (movimentos de festinação das pernas. e amoxapina comercializada como antidepressivo. de neurolépticos (ou após a redução da medicação usada para o tratamento dos sintomas extrapiramidais).92] Os sintomas desenvolvem-se em associação com o uso de medicação neuroléptica e constam de acentuada rigidez muscular. agentes antipsicóticos «atípicos» (exemplo.1 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos [333. flufenazina). membros superiores ou tronco. incontinência. tensão arterial elevada ou lábil. trimeto-benzamida e tietilperazina e metoclopramida). rigidez muscular ou acinesia que se desenvolve algumas semanas após o início. elevação de temperatura e outros dados relacionados [diaforese.também ocorrem na ausência da exposição a fármacos. As perturbações dos movimentos induzidos por fármacos devem ser codificadas no Eixo I. prometazina. disfagia. que se desenvolve alguns dias após o início.0 Síndrome Maligna dos Neurolépticos [333.1] Tremor.0 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos [333. pescoço. G24. ou aumento da dose. ou aumento da dose. mutismo. alterações do nível de consciência (variando da confusão ao coma).1 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos [332. clozapina) certos fármacos que bloqueiam os receptores de dopamina usados no tratamento de sintomas como náusea e gastroparesia (por exemplo. G21. G25.) G25. (Ver p. Estes .7 Efeitos Adversos de Medicação Sem Outra Especificação [995. São exemplos hipotensão grave.1 Tremor Postural Induzido por Fármacos [333. mandíbula ou extremidades.82] Consiste em movimentos involuntários . ou sintomas entre um ou mais membros da unidade relacional.90] Esta categoria contempla Perturbações dos Movimentos Induzidas por Fármacos não classificadas por nenhuma das perturbações específicas acima referidas.0 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos [ 333.9 Perturbações de Movimentos Induzidas por Fármacos Sem Outra Especificação [ 333. 2) apresentação semelhante à síndrome maligna dos neurolépticos não associados a neurolépticos ou 3) distonia tardia.coreiformes. que se desenvolvem em associação com o uso de neurolépticos durante o período de alguns meses (em pessoas idosas pode ser mesmo por um período curto). São exemplos disto:1) parkinsonismo. valproato).2] Esta categoria está disponível para uso opcional pelos clínicos para codificar efeitos secundários induzidos por fármacos (outros que não sintomas relacionados com os movimentos) quando estes se tornam foco da atenção médica. arritmias cardíacas e priapismo. lítio. distonia aguda ou movimentos discinéticos associados a outros fármacos que não os neurolépticos. ou disfunção da unidade relacional em si.página 698 G24. Os problemas relacionais a seguir citados foram incluídos porque são frequentemente foco de atenção médica entre a população observada pelos profissionais de saúde. acatisia aguda. antidepressivos. Outra Perturbação Induzida por Fármacos T88. 767 para critérios de pesquisa sugeridos. atetóides ou rítmicos (com pelo menos algumas semanas de duração) -da língua.1 ] Tremor fino postural que se desenvolve em associação com o uso de medicação (por exemplo. Problemas Relacionais Esta secção inclui padrões de interação entre membros de uma unidade relacional que são fonte de disfunção clinicamente significativa. 9] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é um padrão de interação perturbado associado com perturbação mental ou doença orgânica num membro da família. hipercrítica). com página 699 outras patologias ou ainda ocorrer na ausência de qualquer perturbação.8] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é um padrão de interação entre irmãos que está associado com deficiência individual ou familiar clinicamente significativa ou o desenvolvimento de sintomas num ou mais dos irmãos . Se elo por outro lado estão presentes mas não são o principal foco de atenção médica.problemas podem exacerbar ou complicar a abordagem de uma doença mental ou orgânica num ou mais membros da unidade relacional.20] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é um padrão de interação entre pais e filhos (por exemplo: comunicação deficiente. Z63.8 Problema Relacional Pais-Filhos [V61. Z63. podem ser conseqüência de uma perturbação mental ou doença orgânica. ou com o desenvolvimento de sintomas clinicamente significativa nos pais ou nos filhos. Nota de codificação: especificar Z63. Quando estes problemas são o principal foco de atenção médica devem ser codificados no Eixo I. desistência) que está associada com disfunção do sujeito ou da família ou ao aparecimento de sintomas num ou em ambos os cônjuges. uma comunicação distorcida (por exemplo. apesar de concomitantes. Z63. ou podem ser independentes.1] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é um padrão de interação entre cônjuges ou companheiros caracterizado por uma comunicação negativa (por exemplo.0 Problema Conjugal [V61. Z63.3 Problema Relacional com Irmão [V61. familiar ou individual. expectativas irrealistas) ou ausência de comunicação (por exemplo. sobre proteção. disciplina inadequada) que está associado com disfunção. devem se ser codificados no Eixo IV.7 Problema Relacional Associado a Perturbação Mental ou o Estado Físico Geral [V61.1 se o foco de atenção clinica for a criança. T74. T74.21] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é o abuso sexual de uma criança. Condições Adicionais Que Podem Ser Foco de Atenção Médica Z91.2 Abuso Sexual de Criança [V61.9 Problema Relacional Sem Outra Especificação [V62. Estes problemas são incluídos por serem frequentemente foco de atenção médica e observados por profissionais de saúde. T74. T74.1 Abuso Físico de Adulto [V61. dificuldades com colegas). T74. abuso sexual ou maus tratos de crianças.Z63.2 Abuso Sexual de Adulto [V61.1 ] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é o abuso físico de um adulto (por exemplo.1 Abuso Físico de Criança [V61. página 700 Problemas Relacionados com Abuso e Negligência Esta secção inclui categorias que devem ser usadas quando o foco de atenção médica são maus tratos graves infligidos por abuso físico. coerção sexual.21] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é o abuso físico de uma criança. violência conjugal ou abuso de um idoso).1] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é o abuso sexual de um adulto (por exemplo.81] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica está em problemas relacionais que não são classificáveis em nenhum dos problemas acima descritos (por exemplo.81] . violação).21] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é a negligência de uma criança.1 Não Adesão ao Tratamento [V15.0 Criança Maltratada [V61. Discrepância marcada entre o sofrimento ou incapacidade referidos e os dados objetivos. Falta de colaboração na avaliação diagnóstica e na adesão ao tratamento prescrito. 3. decisões baseadas em valores pessoais.Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é a não adesão a um aspecto importante do tratamento instituído para uma perturbação mental ou estado físico geral.5 Simulação [V65. juízos e crenças religiosas ou culturais acerca página 701 das vantagens ou desvantagens do tratamento proposto. obtenção de compensações econômicas. Presença de uma Perturbação Anti-Social da Personalidade. Esta categoria deve ser usada somente quando o problema é suficientemente grave para merecer atenção médica específica. Os motivos para a não adesão podem incluir desconforto resultante do tratamento (por exemplo.2] O aspecto essencial da Simulação é a produção intencional de sintomas falsos ou exagerados de ordem física ou psicológica. evitar cumprimento de penas ou obtenção de drogas. Esquizofrenia. Z76. Contexto médico-legal (por exemplo. enquanto na Perturbação Factícia os ganhos externos estão ausentes. forjar uma doença enquanto prisioneiro de guerra. traços de personalidade não adaptativas ou estilos de coping (por exemplo. Em algumas circunstâncias a Simulação pode constituir-se como um comportamento adaptativo . Deve-se suspeitar de Simulação se estiverem presentes alguns dos seguintes pontos: 1. Simulação é também diagnóstico diferencial com Perturbação de Conversão e outras de um Perturbações Somatoformes. 4. Perturbação Evitante da Personalidade).por exemplo. Na . despesa com tratamento. pela produção intencional dos sintomas e pelos óbvios ganhos externos associados à Simulação. 2. negação da doença) ou presença de doença mental (por exemplo. o sujeito é referido ao médico pela justiça para observação). motivados por incentivos externos tais como evitar o serviço militar ou o trabalho. efeitos secundários da medicação). A Simulação diferencia-se da Perturbação Factícia porque a motivação para a produção do sintoma na Simulação é um incentivo ou ganho externo. A evidência de uma necessidade intrapsíquica para manter o papel de doente sugere tratar-se de Perturbação Factícia. 8 Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade [780. Esta categoria deve ser considerada somente quando excluído que o déficit de funcionamento cognitivo possa ser atribuído a uma perturbação mental específica ou a uma . página 702 R41.8 Comportamento Anti-Social da Criança ou do Adolescente [V71. Z72.Os exemplos incluem atos anti-sociais isolados de crianças ou adolescentes (não um padrão de comportamento anti-social). Z72. ou seja.01] Esta categoria pode ser usada quando o foco de atenção médica é um comportamento anti-social do adulto que não se deve a perturbação mental (por exemplo: Perturbação do Comportamento.02] Esta categoria pode ser usada quando o foco de atenção médica é o comportamento anti-social numa criança ou adolescente que não se pode ser atribuído a Perturbação Mental (por exemplo: Perturbação do Comportamento ou uma Perturbação do Controle dos Impulsos). R41. ou traficantes de substâncias ilícitas. Perturbação AntiSocial da Personalidade ou Perturbação do Controlo dos Impulsos). Nota de codificação: deve ser codificado no Eixo II. que está entre os limites normais esperados para a idade. um QI na faixa 71-84.89] Esta categoria pode ser usada quando o foco de atenção médica está associado com um funcionamento intelectual estado-limite.Simulação (em contraste com a Perturbação de Conversão) o alívio dos sintomas não é obtido frequentemente por sugestão ou hipnose.8 Comportamento Anti-Social do Adulto [V71. Os sujeitos nesta situação podem relatar dificuldades em recordar nomes ou datas ou dificuldade na resolução de problemas complexos. Os exemplos incluem o comportamento de alguns ladrões profissionais. O diagnóstico diferencial entre Funcionamento Intelectual Estado-Limite e a Deficiência Mental (um QI igual ou inferior a 70) é especialmente difícil quando coexistem algumas perturbações mentais (por exemplo: Esquizofrenia).8 Funcionamento Intelectual Estado-Limite [V62.9] Esta categoria pode ser usada quando o foco de atenção médica é um declínio objetivamente identificável do funcionamento cognitivo conseqüente no processo de envelhecimento. página 703 Z56.8 Problema Acadêmico [V62.7 Problema Profissional [V62. perda de apetite e perda de peso). O sujeito em processo de luto encara o humor depressivo como «normal». . sentimentos de tristeza e sintomas associados como insônia.situação neurológica. 3) preocupação mórbida com idéias de desvalorização. 2) idéias de morte limitadas a um sentimento por parte do sujeito sobrevivente de que seria melhor estar morto ou ter morrido com o outro. na ausência de uma Perturbação de Aprendizagem ou da Comunicação ou qualquer outra perturbação mental que contribua para o problema. Z63.3] Esta categoria deve ser utilizada quando o foco de atenção médica é um problema acadêmico não atribuível a doença mental ou.2] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção ou do tratamento for um problema profissional aparentemente não devido a perturbação mental. Como parte da sua reação à morte de um ente querido. é suficientemente grave para merecer atenção médica independente.4 Luto [V62. Z55. A duração e expressão do luto «normal» varia consideravelmente entre os diferentes grupos culturais. Um exemplo é um padrão de insucesso escolar ou baixa de rendimento numa pessoa com capacidade intelectual adequada. 4) acentuada lentificação psicomotora. Os exemplos incluem insatisfação no trabalho ou incertezas acerca da escolha de carreira. O diagnóstico de Depressão Major não é geralmente feito a menos que os sintomas estejam presentes dois meses após a perda. podem ser úteis para o diagnóstico diferencial de Luto e Depressão Major. 5) diminuição funcional acentuada e prolongada. a presença de alguns sintomas que não são característicos de uma reação de Luto «normal». No entanto. apesar de poder procurar apoio profissional para alívio de sintomas associados tais como a insônia ou a anorexia. 6) experiências alucinatórias que não ultrapassam ouvir a voz ou ver a imagem da pessoa falecida de modo fugaz. Estes incluem:1 ) sentimentos de culpa acerca do que poderia ou não ter sido feito para evitar a morte. alguns sujeitos apresentam sintomas característicos de um Episódio Depressivo Major (isto é.82] Esta categoria é usada quando o foco de atenção médica é a reação à morte de uma pessoa significativa. no caso de isso acontecer. 89] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção é um problema religioso ou espiritual. Exemplos incluem problemas associados com a entrada para a escola.8 Problema Religioso ou Espiritual [V62. Z60.0 Problema Relacionado com Uma Fase do Ciclo de Vida [V62. após emigração). problemas associados com conversão a uma nova religião. questões acerca dos valores espirituais que podem não estar necessariamente relacionados com uma igreja organizada ou instituição religiosa. divórcio ou reforma.89] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é um problema de adaptação a uma cultura diferente (por exemplo. página 705 Códigos Adicionais F99 Perturbação Mental Não Específica (não psicótica) [300. é suficientemente grave para merecer atenção médica independente.8 Problema de Identidade [ 313. abandono do controlo parental.Z93. ou 3) quando se considera que há uma perturbação mental não . relações de amizade.9] Há diferentes circunstâncias em que é apropriado atribuir este código: 1) para uma perturbação mental específica não incluída na classificação do DSM-IV. Z71. mudanças relacionadas com o casamento. valores morais e lealdades ao grupo. orientação sexual e comportamento.82] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção médica é um conjunto de incertezas do sujeito acerca de múltiplos assuntos relacionados com a identidade tais como: projetos a longo prazo. escolha de carreira.3 Problema de Aculturação [V62. Exemplos incluem: experiências negativas que implicam perda ou questionamento da fé. início de nova carreira.89] Esta categoria deve ser usada quando o foco de atenção é um problema associado com uma fase do desenvolvimento ou outras circunstâncias da vida não relacionadas com doença mental ou. Z60. sendo-o. 2) quando não é apropriado nenhuma das categorias disponíveis do tipo Sem Outra Especificação. Z03. R69 Diagnóstico ou Condição Diferidos no Eixo I [799. Pode haver ou não um diagnóstico do Eixo II. o diagnóstico pode mudar-se para uma perturbação específica depois de se obter mais informação. nenhuma Perturbação da Personalidade).2 Nenhum Diagnóstico no Eixo II [V71.09] Deve indicar-se quando não houver nenhum diagnóstico ou condição no Eixo I.psicótica. mas não há informação disponível suficiente para diagnosticar uma das categorias da classificação. Cada . Pode haver ou não diagnóstico ou condição no Eixo I.9] Deve anotar-se como Diagnóstico ou Condição Diferidos no Eixo I quando não se dispõe de informação suficiente para fazer uma avaliação diagnóstica acerca de um diagnóstico ou condição no Eixo I. Apêndice A Árvores de Decisão para Diagnóstico Diferencial A finalidade destas árvores de decisão é ajudar o médico a perceber a organização e a estrutura hierárquica da Classificação do DSM-IV.09] Deve indicar-se quando não houver um diagnóstico no Eixo II (por exemplo.9] Deve anotar-se como Diagnóstico Diferido no Eixo II quando não houver informação suficiente para fazer uma avaliação diagnóstica sobre um diagnóstico do Eixo II.2 Nenhum Diagnóstico ou Condição no Eixo I [V71.8 Diagnóstico Diferido no Eixo II [799. Nalguns casos. Z03. R46. A árvore de decisão para as Perturbações Psicóticas é a única que contém categorias de diagnóstico mutuamente exclusivas (por exemplo.. só se pode diagnosticar uma perturbação nesta categoria. Allen Frances. Observe-se que as perguntas são apenas aproximações aos critérios de diagnóstico e. D. M. Diagnóstico Diferencial das Perturbações Mentais . Diagnóstico Diferencial as Perturbações Mentais Devidas a Um Estado Físico Geral II. Diagnóstico Diferencial das Perturbações Induzidas por Substâncias III. Diagnóstico Diferencial das Perturbações Psicóticas IV. M. o médico pode seguir a série e perguntas para confirmar ou afastar diferentes categorias de diagnóstico. Diagnóstico Diferencial das Perturbações da Ansiedade VI. portanto. D. num dado indivíduo para um dado episódio particular). Quando uma essas características é uma parte importante do quadro de apresentação clínica. não os podem substituir. M. Diagnóstico Diferencial das Perturbações Somatoformes Nota: Preparado por Michael B. Conteúdo I. Diagnóstico Diferencial das Perturbações do Humor V.. Para outras árvores de decisão é importante referir o conjunto de critérios individuais para determinar quando é necessário fazer mais de um diagnóstico. D. e Harold Alan Pincus.árvore de decisão começa com um conjunto de características clínicas. First. 1.2. Predomínio de ansiedade intensa.1. NÃO: 3.4.1. NÃO: 3. PERTURBAÇÃO PSICÓTICA DEVIDO A UM ESTADO FÍSICO GERAL.3. Deficiência da memória SIM: 3.Devidas a um Estado Físico Geral 1.1.1.1.1. DEMÊNCIA SOE. NÃO: 3. NÃO: 3. DEMÊNCIA VASCULAR. doença cerebrovascular e doença de Alzheimer) SIM: 3. Predomínio de uma perturbação do humor intensa e persistente SIM: 5.1. NÃO: 2. DEMÊNCIA DEVIDA A MÚLTIPLAS ETIOLOGIAS. Pelo menos um déficit cognitivo adicional SIM: 3.1.1. NÃO: 4.1.1. NÃO: 3.1. PERTURBAÇÃO MNÉSICA DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL.2. DEMÊNCIA DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL. DELIRIUM DEVIDO A UM ESTADO FÍSICO GERAL.1. NÃO: 5.2.5. PERTURBAÇÃO DO HUMOR DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL. Disfunção sexual clinicamente significativa devida . Evidência de que a perturbação tem mais que uma etiologia (por exemplo.3. DELIRIUM DEVIDO A MÚLTIPLAS ETIOLOGIAS. DEMÊNCIA DO TIPO ALZHEIMER.1.1. Predomínio de idéias delirantes ou de alucinações SIM: 4.1.1. Sintomas devidos ao efeito fisiológico direto de um estado físico geral 2.1. substância e estado físico geral) SIM: 2.1.1. crises de ansiedade.1. NÃO: 7.2.1.1. NÃO: 6. Evidência de que a doença cerebrovascular está etiologicamente relacionada com a perturbação SIM: 3. Perturbação da consciência e alterações cognitivas SIM: 2. Perturbação devida a doença do SNC ou a doença sistêmica que causa demência SIM: 3. obsessões ou compulsões SIM: 6. NÃO: 3.4: Início gradual e declínio cognitivo contínuo SIM: 3. Evidência de que a perturbação tem mais de uma etiologia (por exemplo. PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL. exclusivamente a um estado físico geral SIM: 7. DISFUNÇÃO SEXUAL DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL. relacionados etiologicamente com um estado físico geral. NÃO: 10. que não preenche os critérios para uma Perturbação Mental Devida a Um Estado Físico Geral SIM: PERTURBAÇÃO MENTAL SOE DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL. NÃO: 11.1. NÃO: 9. Alteração do sono de gravidade suficiente para merecer atenção clínica independente SIM: PERTURBAÇÃO DO SONO DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL. Alteração do padrão anterior da personalidade SIM: ALTERAÇÕES DA PERSONALIDADE DEVIDAS A UM ESTADO FÍSICO GERAL. Catatonia SIM: CATATONIA DEVIDA A UM ESTADO FÍSICO GERAL. NÃO: 8. NÃO: Sem perturbação mental (sintomas que não são clinicamente significativos) . Sintomas clinicamente significativos. Deterioração persistente da memória SIM: 3. Início do delirium durante a abstinência de uma substância SIM: DELIRIUM POR ABSTINÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS NÃO: DELIRIUM POR INTOXICAÇÃO POR SUBSTÂNCIAS NÃO: DELIRIUM POR MÚLTIPLAS ETIOLOGIAS NÃO: 3. um fármaco ou um tóxico) 2. que excedem o que seria de esperar na intoxicação ou abstinência e que requerem atenção clínica independente .1.Diagnóstico Diferencial das Perturbações Induzidas por Substâncias (Não Incluem Dependência nem Abuso) 1.1. Uma alteração da consciência e uma mudança cognitiva que excedem o que seria de esperar na intoxicação ou na abstinência e que requerem atenção clínica independente SIM: 2. Evidência de que a alteração tem mais de uma etiologia (por exemplo. substância ou estado físico geral) SIM: 2. Sintomas devidos ao efeito fisiológico direto de uma substância (por exemplo. Pelo menos um déficit cognitivo adicional SIM: Evidência de que a perturbação tem mais de uma etiologia (por exemplo substância e estado físico geral) SIM: DEMÊNCIA DEVIDA A MÚLTIPLAS ETIOLOGIAS NÃO: DEMÊNCIA PERSISTENTE INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS NÃO: PERTURBAÇÃO MNÉSICA PERSISTENTE INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS NÃO: 4.1. Predomínio de idéias delirantes ou alucinações. uma droga.1. Presença de uma síndrome reversível devido ao uso de substâncias SIM: INTOXICAÇÃO POR SUBSTÂNCIA NÃO: 10. devida exclusivamente a uma substância. que excede o que seria de esperar na intoxicação e que requer atenção clínica independente SIM: DISFUNÇÃO SEXUAL INDUZIDA POR SUBSTÂNCIA NÃO: 8. ataques de pânico ou obsessões ou compulsões que excedem o que seria de esperar na intoxicação ou abstinência e que requerem atenção clínica independente SIM: PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS Especificar se início durante a intoxicação ou abstinência NÃO: 7. Sintomas clinicamente significativos devidos a substâncias que não preenchem os critérios para uma das perturbações relacionadas com substâncias SIM: PERTURBAÇÃO RELACIONADA COM SUBSTÂNCIA SOE NÃO: Sem Perturbação Induzida por Substância (sintomas .SIM: PERTURBAÇÃO PSICÓTICA INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS Especificar se início durante a intoxicação ou abstinência NÃO: 5. Presença de uma síndrome devido a diminuição ou paragem do consumo de substância SIM: ABSTINÊNCIA DE SUBSTÂNCIA NÃO: 11. Predomínio da ansiedade. que excede o que seria de esperar na intoxicação ou na abstinência SIM: PERTURBAÇÃO DO SONO INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS Especificar se início durante a intoxicação ou abstinência NÃO: 9. Disfunção sexual clinicamente significativa. Predomínio de uma perturbação do humor que excede o que seria de esperar na intoxicação ou abstinência e que requerem atenção clínica independente SIM: PERTURBAÇÃO DO HUMOR INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS Especificar se início durante a intoxicação ou abstinência NÃO: 6. Perturbação do sono de gravidade suficiente para merecer atenção clínica independente. Devido aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral SIM: 2. alucinações. Sintomas da fase ativa de esquizofrenia. um fármaco ou um tóxico) SIM: 3. que dura desde há um mês . Devido aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo.1. Idéias delirantes.induzidos por substâncias que não são clinicamente significativos) Diagnóstico Diferencial das Perturbações Psicóticas 1. linguagem desorganizada ou comportamento claramente desorganizado 2. PERTURBAÇÃO PSICÓTICA DEVIDA A ESTADO FÍSICO GERAL NÃO: 3.1. uma droga. PERTURBAÇÃO PSICÓTICA INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS NÃO: 4. SIM: 4. Pelo menos duas semanas com delírios ou alucinações sem sintomas do humor proeminentes SIM: PERTURBAÇÃO ESQUIZOAFECTIVA NÃO: PERTURBAÇÃO DO HUMOR COM SINTOMAS PSICÓTICOS (ver árvore das Perturbações do Humor) NÃO: 5.3. Humor deprimido. elevado. A duração total dos episódios do humor foi breve em relação com a duração dos períodos ativos e residuais SIM: 4.1. Duração não inferior a seis meses SIM: ESQUIZOFRENIA NÃO: PERTURBAÇÃO ESQUIZOFRENIFORME NÃO: 4. mas inferior a 1 mês SIM: PERTURBAÇÃO PSICÓTICA BREVE NÃO: PERTURBAÇÃO PSICÓTICA SOE Diagnóstico Diferencial das Perturbações do Humor 1. Além das idéias delirantes. A duração total dos episódios do humor foi breve em relação à duração dos períodos delirantes SIM: 5.1.1.1. Idéias delirantes não bizarras com pelo menos um mês de duração SIM: 5.1. Duração não inferior a seis meses SIM: ESQUIZOFRENIA NÃO: PERTURBAÇÃO ESQUIZOFRENIFORME SIM: 4.2.1.1. Duração superior a 1 dia. Episódio Maníaco ou Depressivo Major concorrente com sintomas da fase ativa NÃO: 4. a atividade geral não está muito deteriorada SIM: PERTURBAÇÃO DELIRANTE NÃO: PERTURBAÇÃO PSICÓTICA SOE NÃO: 5. As idéias delirantes só ocorrem durante os episódios de alteração do humor SIM: PERTURBAÇÃO DO HUMOR COM CARACTERÍSTICAS PSICÓTICAS (ver arvora das Perturbações do Humor) NÃO: PERTURBAÇÃO PSICÓTICA SOE NÃO: 6. expansível ou irritável 2.2.1. Devidos aos efeitos fisiológicos diretos de um estado .1. Determinar o tipo dos episódios presentes e passados 5. Dois anos de sintomas hipomaníacos e períodos de humor depressivo SIM: PERTURBAÇÃO CICLOTÍMICA NÃO: . Humor elevado. deficiência marcada ou hospitalização SIM: EPISÓDIO MANÍACO NÃO: 6. com pelo menos uma semana de duração. Preenche os critérios para Episódio Maníaco e Depressivo Maior quase todos os dias durante pelo menos uma semana SIM: EPISÓDIO MISTO NÃO: 9. expansivo ou irritável. com pelo menos 4 dias de duração. Humor elevado. expansivo ou irritável. Pelo menos duas semana de humor deprimido ou perda de interesse associados a sintomas e que não é melhor explicado pela presença de Luto SIM: EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR NÃO: 8.1.físico geral SIM: PERTURBAÇÃO DO HUMOR DEVIDO A UM ESTADO FÍSICO GERAL NÃO: 3.1. Aparece exclusivamente durante uma Perturbação Esquizoafetiva (rever arvora das Perturbações Psicóticas) SIM: PERTURBAÇÃO ESQUIZOAFECTIVA TIPO BIPOLAR NÃO: PERTURBAÇÃO BIPOLAR SOE (sobreposta a uma Perturbação Psicótica) NÃO: PERTURBAÇÃO BIPOLAR NÃO: 10. alterações observáveis pelos outros mas menos graves que no Episódio Maníaco SIM: EPISÓDIO HIPOMANÍACO NÃO: 7. uma droga. Devido aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. Os sintomas psicóticos aparecem à margem dos episódios maníacos ou mistos SIM: 9.1. Já teve um EPISÓDIO MANÍACO ou um EPISÓDIO MISTO SIM: 9. um fármaco ou um tóxico) SIM: PERTURBAÇÃO DO HUMOR INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS NÃO: 4. Teve antes um EPISÓDIO HIPOMANÍACO e pelo menos um EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR SIM: PERTURBAÇÃO BIPOLAR II NÃO: 11. Sintomas psicóticos que aparecem à margem do Episódio Depressivo Maior SIM: 13.1. Humor depressivo que não preenche os critérios para uma das Perturbações do Humor anteriores e que aparece em resposta a um estressor SIM: PERTURBAÇÃO DA ADAPTAÇÃO COM HUMOR DEPRESSIVO NÃO: 16. Humor depressivo a maior parte dos dias.1. Aparece exclusivamente durante uma Perturbação Esquizoafetiva (rever arvora das Perturbações Psicóticas) SIM: PERTURBAÇÃO ESQUIZOAFECTIVA.1. com sintomas associados SIM: PERTURBAÇÃO DISTÍMICA NÃO: 15. TIPO DEPRESSIVO NÃO: PERTURBAÇÃO DEPRESSIVA SOE (sobreposta a Perturbação Psicótica) NÃO: PERTURBAÇÃO DEPRESSIVA MAIOR NÃO: 14.12. teve antes um EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR SIM: 13. Sintomas maníacos/hipomaníacos clinicamente significativos que não preenchem os critérios para Perturbação Bipolar específica SIM: PERTURBAÇÃO BIPOLAR SOE NÃO: 13. Sintomas depressivos clinicamente significativos que não preenchem os critérios para Perturbação do Humor específica SIM: PERTURBAÇÃO DEPRESSIVA SOE NÃO: Sem Perturbação do Humor (sintomas do humor que não são clinicamente significativos) . pelo menos durante dois anos. Devido aos efeitos fisiológicos de um estado físico geral SIM: PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE DEVIDO A UM ESTADO FÍSICO GERAL NÃO: 2.Diagnóstico Diferencial das Perturbações da Ansiedade 1. evitamento. ansiedade em lugares de que não pode fugir ou apreensão nas situações em que teve a crise SIM: CRISES DA ANSIEDADE COM AGORAFOBIA NÃO: CRISES DA ANSIEDADE SEM AGORAFOBIA NÃO: 4. uma droga. mais de um mês de mal-estar.1. Devido aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo. preocupação pelas crises ou mudança de comportamento SIM: 3. Ansiedade relacionada com a separação das pessoas a que está vinculado. Medo da humilhação ou apreensão pelas situações sociais ou laborais SIM: FOBIA SOCIAL (PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE SOCIAL) . por exemplo. um fármaco ou um tóxico) SIM: PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE INDUZIDA POR SUBSTÂNCIAS NÃO: 3. com início na infância SIM: PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE DA PERTURBAÇÃO NÃO: 6.1. ansiedade em lugares de que não pode fugir ou apreensão nas situações em que teve as crises SIM: AGORAFOBIA SEM FISTÓRIA DE PERTURBAÇÃO DE PÂNICO NÃO: 5. por exemplo. Agorafobia. Crises de ansiedade recidivantes e inesperadas. Sintomas de ansiedade. ou ativação excessiva SIM: 1. medo. Agorafobia. ansiedade ou evitamento não são clinicamente significativos) . Duração de mais de 1 mês SIM: PERTURBAÇÃO PÓS-STRESS TRAUMÁTICO NÃO: PERTURBAÇÃO AGUDA DE STRESS NÃO: 11.NÃO: 7. Ansiedade que não preenche os critérios para nenhuma das perturbações da ansiedade antes citados e aparece em resposta a um estressor SIM: PERTURBAÇÃO DA ADAPTAÇÃO COM ANSIEDADE NÃO: 12. Medo provocado por um objeto ou situação SIM: FOBIA ESPECÍFICA NÃO: 8. Período de 6 meses de ansiedade excessiva e preocupação mais sintomas associados SIM: 9.1. hipervigilância e evitação dos estímulos associados a um acontecimento traumático SIM: 10. Obsessões ou compulsões SIM: PERTURBAÇÃO OBSESSIVO-COMPULSIVA NÃO: 9. Aparece exclusivamente durante uma Perturbação do Humor ou Psicótica SIM: Ver a árvore das Perturbações do Humor ou das Perturbações Psicóticas NÃO: PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE GENERALIZADA NÃO: 10. Reexperiência de um acontecimento. Sintomas clinicamente significativos que não preenchem os critérios para uma Perturbação da Ansiedade específica SIM: PERTURBAÇÃO DA ANISEDADE SOE NÃO: Não há Perturbação da Ansiedade (sintomas de medo.1.1.1. Ansiedade em resposta a um acontecimento traumático grave SIM: 10. ESTADO FÍSICO GERAL específico (sem perturbação somatoforme) 2.1.Diagnóstico Diferencial das Perturbações Somatoformes 1. Os fatores psicológicos afetam de um modo adverso o estado físico geral 2.1.1. FACTORES PSICOLÓGICOS QUE AFECTAM O ESTADO FÍSICO GERAL NÃO: 3.1.1.1. Não há incentivos externos SIM: PERTURBAÇÃO FACTÍCIA . Queixas somáticas ou ansiedade irracional sobre a doença ou a própria aparência 2. Os sintomas somáticos são produzidos intencionalmente SIM: 3.1. As queixas somáticas são explicadas por um estado físico geral e não são desproporcionadas SIM: 2. A dor é o centro da atenção clínica e os fatores psicológicos desempenham um papel importante SIM: PERTURBAÇÃO DE DOR NÃO: 8. ver árvore das Perturbações Psicóticas) NÃO: 11. um sintoma sexual e um sintoma pseudoneurológico SIM: 4.1. dois sintomas gastrointestinais. Sintomas somatoformes clinicamente significativos que não preenchem os critérios para uma Perturbação Somatoforme específica SIM: PERTURBAÇÃO SOMATOFORME SOE NÃO: Não há Perturbação Somatoforme (sintomas somatoformes que não são clinicamente significativos) Apêndice B Propostas de Categorias Diagnósticas Que Necessitam de Estudo Este apêndice contém uma série de novas categorias e eixos de diagnóstico que foram propostos para eventual inclusão no DSM-IV.1.1. Preocupação com a idéia de ter uma doença grave SIM: 9. PERTURBAÇÃO DE CONVERSÃO NÃO: 6.NÃO: SIMULAÇÃO NÃO: 4. História de queixas somáticas múltiplas com pelo menos quatro sintomas de dor. O Grupo de Trabalho e a Comissão Elaboradora do DSM-IV submeteu cada . Sistema ou déficit que afeta a função motora voluntária ou a sensorial SIM: 5. Sintoma ou déficit que afeta a resposta sexual SIM: DISFUNÇÃO SEXUAL NÃO: 7. PERTURBAÇÃO DE SOMATIZAÇÃO NÃO: 5. A crença tem a intensidade de uma idéia delirante SIM: Ver a árvore das Perturbações Psicóticas NÃO: HIPOCONDRIA NÃO: 10. Outros sintomas somáticos que duram há pelo menos 6 meses SIM: PERTURBAÇÃO SOMATOFORME INDIFERENCIADA NÃO: 9. Preocupação por um defeito imaginado do aspecto físico SIM: PERTURBAÇÃO DISMÓRFICA CORPORAL (se houver idéias delirantes. no aperfeiçoamento destes critérios de diagnóstico. por isso. Espera-se que estes trabalhos de investigação ajudem a determinar a possível utilidade destas categorias propostas e resultem.Perturbação Depressiva Pós-Psicótica na Esquizofrenia .Abstinência de Cafeína .Perturbação Neurocognitiva Ligeira .Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos .Perturbação Passivo-Agressiva da Personalidade .Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos .Tremor Postural Induzida por Fármacos . em revisões de literatura existente. Depois de chegar a um consenso.Perturbação Deteriorante Simples (Esquizofrenia Simples) . pelo que logicamente.Perturbação Negativista da Personalidade .Perturbação Disfórica Pré-Menstrual . Este apêndice contém as seguintes propostas: . Seria de desejar que os investigadores interessados nestas perturbações se concentrassem no estudo dos itens. na medida do possível. limiares e tempos de evolução incluídos nestes critérios de investigação é a obtenção de uma linguagem comum que possa ser utilizada por médicos e investigadores interessados no estudo destas perturbações. limiares e tempos de evolução alternativos. para a qual pediu a opinião de um largo número de especialistas.Descritores Dimensionais Alternativos Para a Esquizofrenia . A Comissão Elaboradora determinou que ainda não se dispõe de informação suficiente para avalizar a inclusão destas propostas como categorias oficiais ou eixos no DSM-IV.Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos .Perturbação Dissociativa de Transe .Perturbação Mista da Ansiedade e Depressão .Critério B Alternativo para a Perturbação Distímica .Perturbação Depressiva da Personalidade . reanálises de dados e resultados de trabalho práticos).Perturbação Factícia por Poderes . devem ser considerados provisórios. os autores estabeleceram limiares e tempos de evolução específicos (baseando-se.Perturbação por Ingestão Compulsiva de Alimentos .Perturbação Depressiva Minor .uma destas sugestões a uma cuidadosa revisão empírica.Perturbações Pós-Concussionais .Síndrome Maligna dos Neurolépticos .Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos .Perturbação Depressiva Breve Recorrente . O objetivo que se persegue com a enumeração de itens.Perturbações Motoras Induzidas por Fármacos . Sem dúvida que serão necessários mais trabalhos de investigação para definir mais acuradamente os critérios que acabamos de mencionar. deve haver déficits cognitivos documentados no terreno da atenção (concentração. dois dos seguintes: 1) uma perda de consciência superior a 5 minutos. ou 3) o aparecimento de patologia convulsiva (ou um agravamento acusado de uma perturbação concussional preexistente) que se manifesta nos primeiros seis meses após o traumatismo.) . comportamento irritável ou agressivo após uma provocação mínima. tarefas cognitivas simultâneas) ou da memória (aprendizagem ou evocação da informação). o aparecimento de patologia convulsiva. Paralelamente a estas alterações cognitivas. a amnésia pós-traumática e. ansiedade. comportamento social ou sexual inapropriados). 2) um período de amnésia pós-traumática que se prolongue para além das 12 horas posteriores ao traumatismo craniano. Ainda que não haja por enquanto dados suficientes que permitam estabelecer os níveis de gravidade do traumatismo craniano sugeriu-se uma série de critérios específicos. .Escala de Avaliação Global da Atividade Relacional (EEGAR) . menos frequentemente. perturbação do sono. vertigem ou desequilíbrio.Perturbação Motora Induzida por Fármaco Não Especificado (Nota: estas categorias estão incluídas na secção «Outras Condições Que Podem Ser Foco de Atenção Médica». por exemplo. mudança na focalização da atenção. Entre as manifestações clínicas da concussão cerebral incluem-se as perdas de consciência. Neste apêndice incluem-se as descrições e os critérios de diagnóstico para estas perturbações. acompanhada de sintomas neurocomportamentais específicos.Escala de Avaliação da Atividade Social e Laboral (EEASL) Perturbação Pós-Concussional Características de Diagnóstico A característica essencial que define esta perturbação é a deterioração adquirida das funções cognitivas. que aparece após um traumatismo craniano fechado de gravidade suficiente para produzir uma concussão cerebral importante..Escala de Mecanismos de Defesa . Ao mesmo tempo. depressão ou labilidade emocional. requer-se a presença de três (ou mais) sintomas durante um período de pelo menos três meses após o traumatismo craniano. As alterações cognitivas e os sintomas comportamentais e somáticos aparecem após o traumatismo craniano ou então representam uma deterioração significativa das perturbações ou sintomas preexistentes. dores de cabeça. apatia ou falta de espontaneidade e outras alterações da personalidade (por exemplo. Entre estes sintomas devemos citar cansaço fácil. As seqüelas cognitivas e neurocomportamentais são acompanhadas de um acentuado compromisso da atividade social ou laboral e representam uma deterioração significativa do nível de função prévia. A perturbação pósconcussional deve diferenciar-se da Perturbação Factícia (necessidade de assumir o papel de doente) e da Simulação (onde uma procura de uma compensação pode levar à produção ou ao prolongamento de sintomas devidos a traumatismo craniano). Esta perturbação não deve ser considerada no caso de os sintomas do doente preencherem os critérios de diagnóstico para a Demência Devida a Traumatismo Craniano ou possam ser mais bem explicados pela presença de qualquer outra perturbação mental. da natureza e da extensão do traumatismo. Esta última relaciona-se também com uma perda do interesse pela comida em geral. A perturbação pós-concussional pode ser diferenciada da perturbação neurocognitiva pelo padrão específico de sintomas cognitivos. contudo. somáticos e comportamentais e pela presença simultânea de uma etiologia específica (por exemplo. tal como a perturbação pósconcussional encontra-se neste apêndice (mais à frente). dependendo da causa. É freqüente. Indivíduos com Perturbação de Somatização ou com Perturbação Somatoforme Indiferenciada podem apresentar sintomas comportamentais ou somáticos similares. Podem também aparecer complicações ortopédicas e neurológicas específicas. estas perturbações não têm uma etiologia específica (isto é. . também. A perturbação neurocognitiva ligeira. no caso de uma criança em idade escolar. Por exemplo. Os traumatismos cranianos observam-se mais frequentemente em jovens do sexo masculino e foram relacionados com comportamentos de risco. Características Associados Os traumatismos cranianos ocasionam também seqüelas de tipo visual e auditivo ou anosmia (perda do olfato). traumatismo craniano fechado). deficiência da memória e pelo menos outra perturbação cognitiva) não deve considerar-se o diagnóstico de perturbação pós-concussional. a partir da data do traumatismo craniano as suas capacidades acadêmicas podem sofrer uma alteração significativa. Se o traumatismo craniano der lugar a uma demência (por exemplo. o aparecimento de perturbações relacionadas com substâncias. traumatismo craniano fechado) ou não apresentam uma deficiência mensurável da atividade cognitiva. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios de investigação recebem o diagnóstico de Perturbação Cognitiva Sem Outra Especificação. início de crises convulsivas pós-traumáticas. comportamento social ou sexual inapropriado) (8) apatia ou falta de espontaneidade D. Estes sintomas não preenchem os critérios de diagnóstico da Demência Devida a Traumatismo Craniano e não são melhor . Provas objetivas que evidenciem deficiência da capacidade para fixar a atenção (concentração mudança na focalização da atenção. Os sintomas dos critérios B e C têm início depois do traumatismo craniano ou representam um agravamento significativo de sintomas preexistentes. O método específico para definir este critério deve ser estabelecido em futuros trabalhos de investigação. Nota: as manifestações clínicas da concussão cerebral incluem perda de consciência. F. B. Todas estas alterações provocam uma deterioração significativa da atividade social ou laboral e representam uma diminuição do nível anterior de atividade. menos frequentemente. Uma história de traumatismo craniano que causou uma concussão cerebral importante. C. tarefas cognitivas simultâneas) ou da memória (aprendizagem ou evocação da informação) a partir dos testes neuropsicológicos ou técnicas de avaliação cognitiva quantificada. depressão ou labilidade afetiva (7) alterações da personalidade (por exemplo. Três (ou mais) dos seguintes sintomas ocorrem depois do traumatismo e duram pelo menos três meses: (1) cansaço fácil (2) perturbações do sono (3) dores de cabeça (4) vertigem ou tonturas (5) irritabilidade ou agressão com pequena ou nenhuma provocação (6) ansiedade.[] Critérios para investigação para a perturbação pós-concussional A. amnésia pós-traumática e. E. Nas crianças em idade escolar esta deficiência pode traduzir-se num agravamento significativo do rendimento escolar ou acadêmico a partir da data do traumatismo. No caso de certas perturbações crônicas (por exemplo. raciocínio). Características Associadas As características associadas dependem do estado físico geral subjacente. deficiência desproporcionada na incapacidade para se concentrar e aprender novos fatos e na velocidade e eficiência . Os indivíduos com esta perturbação apresentam déficit de nova apresentação em pelo menos duas áreas cognitivas. desequilíbrios eletrolíticos). concentração. na memória (aprendizagem ou evocação de informação recente). os déficits cognitivos causam marcado malestar ou interferem com a vida social. hipoxemia. uma demência ou uma perturbação mnésica e não é mais bem explicada por outra perturbação mental (por exemplo. deficiência da fluidez verbal). rapidez da assimilação ou da análise de dados). o indivíduo é capaz de compensar parcialmente a sua deficiência cognitiva mediante um esforço adicional). dificuldade em encontrar as palavras. Perturbação Depressiva Maior). o perfil cognitivo é habitualmente uma redução generalizada em todas as funções cognitivas. na capacidade para fixar a atenção ou na velocidade do processamento da informação (por exemplo. Perturbação Relacionada com Substâncias. táctil ou auditiva com as atividades motoras) ou na linguagem (por exemplo. ocupacional ou com outras áreas de funcionamento do indivíduo e representam um declínio do nível de atividade anterior. no plano executivo (por exemplo. Alteração da Personalidade Devida a Traumatismo Craniano) Perturbação Neurocognitiva Ligeira Características A característica essencial desta perturbação é o aparecimento de uma deficiência na atividade neurocognitiva devida a um estado físico geral. Alguns estados físicos gerais ou neurológicos produzem padrões de deficiência cognitiva que sugerem um envolvimento cerebral mais «subcortical» (isto é. integração de informação visual. Estas alterações cognitivas devem ser corroboradas por testes neuropsicológicos ou técnicas estandardizadas de avaliação. Por definição.explicados pela presença de qualquer outra perturbação mental (por exemplo Perturbação Mnésica Devida a Traumatismo Craniano. o nível de deficiência cognitiva e o seu impacto sobre a atividade diária é de caráter leve (por exemplo. por exemplo. no terreno perceptivo-motor (por exemplo. planificação. Além disso. A perturbação cognitiva não preenche os critérios para um delirium. especialmente quando ainda se encontra nas suas primeiras fases. Outras condições (por exemplo. deve-se estabelecer o diagnóstico de Perturbação Relacionada com Substância Sem Outra Especificação. Estes incluem as fases precoces da doença de Huntington. Por outro lado. lúpus sistêmico eritematoso) são mais frequentemente associadas com um padrão multifocal ou lacunar da perda cognitiva. Nestes casos. apresenta-se frequentemente sem alterações específicas nas explorações imagiológicas como a ressonância magnética (RM) ou a tomografia axial computadorizada (TAC). A perturbação neurocognitiva ligeira também pode ser confundida com um delirium de progressão lenta. O EEG pode mostrar abrandamento moderado da atividade cerebral de fundo ou alterações dos potenciais evocados. como na recuperação gradual que caracteriza o hipotireoidismo. Por vezes as perturbações cognitivas secundárias a desequilíbrios metabólicos graves ou a doenças infecciosas resolvem-se parcialmente deixando um déficit residual irreversível. perturbação neurocognitiva associada a HIV e doença de Parkinson. É mais provável que surjam alterações deste tipo com o uso de técnicas de imagem mais funcionais [tomografia computadorizada por emissão simples de fotões TCESF). A deficiência cognitiva ligeira. não deve considerar-se a perturbação neurocognitiva ligeira se os sintomas preencherem os critérios para Perturbação Relacionada com Substâncias (incluem-se aqui os efeitos secundários de um medicamento). Para diferenciar a perturbação neurocognitiva ligeira da perturbação mnésica basta recordar que a primeira acarreta uma deficiência cognitiva em pelo menos duas áreas. este último dá lugar a uma menor deficiência e a um menor impacto nos afazeres diários e as alterações no plano da memória não constituem um requisito imprescindível para efetuar o diagnóstico. da coréia de Huntington e de outros processos neurodegenerativos de desenvolvimento lento e progressivo). Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios para investigação devem ser diagnosticados como tendo Perturbação Cognitiva Sem Outra Especificação. A evolução dependerá sempre da doença subjacente. distingue-se da perturbação neurocognitiva ligeira pela . Noutros casos a perturbação melhora lentamente. inclusive nas primeiras fases da doença de Alzheimer. Ainda que não exista uma fronteira clara que diferencie perfeitamente a demência da perturbação neurocognitiva ligeira. primeiros estados da doença de Alzheimer. A perturbação pós-concussional.no processamento da informação). tomografia por emissão de positrões (TEP) ou RM funcional]. Nalguns casos a deficiência cognitiva progride lentamente até que por fim pode ser qualificada corretamente como demência (por exemplo. outra categoria listada neste apêndice. presença de um padrão específico de sintomas e uma etiologia específica (isto é. (1) deterioração da memória que se traduz numa redução da capacidade para aprender ou evocar informação (2) alterações no terreno executivo (por exemplo. C. A perturbação neurocognitiva ligeira só devem ser considerada se a deficiência cognitiva for mais bem explicada pelos efeitos diretos de um estado físico geral do que por uma perturbação mental. ordenação e abstração) (3) alterações da atenção ou da velocidade no processamento de informação (4) deficiência da capacidade perceptivo-motora (5) deficiência da linguagem (por exemplo. Há evidência. traumatismo craniano fechado). Nestes casos também não se diagnosticará perturbação cognitiva ligeira. Não há evidência objetiva nos exames físicos ou laboratoriais (incluindo técnicas de neuroimagem) de um estado físico ou neurológico que possa estar etiologicamente relacionado com a perturbação cognitiva. mas o declínio é considerado mais como fazendo parte do processo fisiológico de envelhecimento do que como atribuível a um estado físico geral. [] Critérios de investigação para perturbação cognitiva ligeira A. organização. de anormalidades ou declínio na performance. procura de palavras B. Perturbação Depressiva Maior). durando a maior parte do tempo durante um período de pelo menos duas semanas (como referido pelo próprio indivíduo ou por um informador de confiança). nos testes neuropsicológicos ou nas técnicas de avaliação cognitiva quantificada. Os indivíduos com Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade pode ter níveis similares de deficiência cognitiva. Outros indivíduos podem manifestar sintomas subjetivos de deficiência das funções cognitivas que não são corroborados mediante testes neuropsicológicos ou então não se consideram relacionados com um estado físico geral. planificação. compreensão. Os déficits cognitivos causam mal-estar significativo ou . As perturbações neurocognitivas ligeiras são uma característica comum associada a um certo número de perturbações mentais (por exemplo. A presença de duas ou mais das seguintes deficiências no funcionamento cognitivo. D. Os sintomas podem iniciar-se dentro das 12 horas após o abandono da cafeína. Estes sintomas parecem ter uma maior prevalência entre os indivíduos com um consumo elevado (500 mg/dia) mas pode aparecer igualmente em indivíduos com um consumo muito menor. os indivíduos cujas apresentações preenchem estes critérios para investigação devem ser diagnosticados como tendo Perturbação Relacionada com Cafeína Sem Outra Especificação. Perturbação Relacionada com Substâncias. Os sintomas provocam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência laboral. A síndrome inclui dor de cabeça e um (ou mais) dos seguintes sintomas: fadiga ou sonolência. demência ou perturbação mnésica e não é melhor explicada por outra perturbação mental (por exemplo. social ou noutras áreas importantes da atividade do indivíduo. E. ansiedade ou depressão evidentes e náuseas ou vômitos. Abstinência de Cafeína Características A característica essencial consiste numa síndrome de abstinência devida à cessação ou redução súbita do consumo de produtos que contêm cafeína em indivíduos que até então a tomavam com freqüência. enxaqueca. ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento e representam um declínio em relação ao nível anterior de funcionamento. atingir o seu pico pelas 24-48 horas e durar até uma semana. Alguns indivíduos podem procurar tratamento médico para estes sintomas sem imaginar que eles são devidos a abstinência de cafeína. doença viral) . Diagnóstico Diferencial No DSM-IV. Características Associadas Entre as características associadas incluem-se um forte desejo de cafeína e uma deterioração da atividade cognitiva (especialmente no que se refere a tarefas de vigilância). não são devidos ao efeito fisiológico direto de um estado físico geral e não são mais bem explicados pela presença de outra perturbação mental. Perturbação Depressiva Maior). A perturbação cognitiva não preenche os critérios para delirium. Os sintomas não devem ser provocados pelos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (por exemplo.deficiência nas áreas social. seguida de imediato por dores de cabeça e um (ou mais) dos seguintes sintomas: (1) fadiga ou sonolência marcadas (2) ansiedade ou depressão evidentes (3) náuseas ou vômitos C.e não devem ser mais bem explicados por outra perturbação mental. náuseas ou vômitos devidos a um estado físico geral ou a início ou abandono de medicação podem causar um quadro clínico similar ao da abstinência de cafeína. sintomas característicos da abstinência de cafeína como sonolência. D. Dores de cabeça. B. [] Critérios de investigação para abstinência de cafeína A. Se este não for claro. Por outro lado. Consumo diário prolongado de cafeína. Cessação abrupta do consumo de cafeína ou redução na quantidade de cafeína consumida. desorganizado e negativo) para descrever os sintomas básicos e momentâneos do paciente esquizofrênico. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (por exemplo. enquanto isto . enxaqueca. O fator desorganizado engloba sintomas como linguagem e comportamentos desorganizados e afetividade não apropriada. doença viral) e não são mais bem explicados por outra perturbação mental. tanto pontualmente como ao longo do tempo. Vários estudos sugerem que a gravidade dos sintomas enquadrados em cada um dos três fatores tende a variar de forma paralela. ajudam a estabelecer o diagnóstico. Por último. No fator psicótico incluem-se a atividade delirante e as alucinações. Descritores Dimensionais Alternativos para a Esquizofrenia Devido às limitações dos subtipos clássicos da Esquizofrenia foi sugerido um modelo dimensional apoiado em três fatores (psicótico. laboral ou noutras áreas importantes da atividade do indivíduo. pode-se tentar suprimir os sintomas reiniciando o consumo de cafeína. Os sintomas do Critério B provocam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social. fadiga e mudanças do humor podem assemelhar-se a Abstinência de Cocaína ou de Anfetaminas. A relação temporal destes sintomas com o momento do abandono do consumo de cafeína. o fator negativo inclui sintomas negativos. fadiga. assim como a sua evolução limitada. as especificações e a abordagem dimensional proposta: Exemplo 1 F20. Pelo contrário. aos efeitos adversos de um fármaco ou à própria atividade delirante ou alucinações) Em seguida expõem-se dois exemplos que incluem o subtipo do DSMIV. as alucinações tendem a evoluir de forma similar. à medida que a Atividade delirante se torna mais grave. Um modelo para compreender a heterogeneidade clínica da Esquizofrenia propõe que cada uma das três dimensões poderia representar diferentes processos fisiopatológicos subjacentes e ligar a respostas terapêuticas diferentes. A importância destas dimensões pode dizer respeito ao episódio atual (por exemplo. O quadro seguinte propõe um sistema para a aplicação destas dimensões nos estudos clínicos ou de investigação.00 Esquizofrenia. Contínua [295. Tipo Paranóide. Por exemplo. [] Descrições dimensionais alternativas para a esquizofrenia Especificar: para cada dimensão. embotamento afetivo.não sucede tão marcadamente quando analisamos sintomas pertencentes a fatores diferentes.30] No momento atual: Com dimensão psicótica grave Com dimensão desorganizada ausente Com dimensão negativa moderada Sintomatologia basal: . ausente. alogia. à evolução vital da perturbação ou a ambos. durante os últimos seis meses). ligeiro. a gravidade dos sintomas negativos ou desorganizados não tem tanta relação com a gravidade das alucinações ou atividade delirante. inibição). moderado ou grave. Na prática clínica encontram-se várias combinações de gravidade nas três dimensões e é relativamente raro detectar a presença de uma dimensão na ausência total das outras duas. dimensão psicótica (alucinações/atividade delirante): descreve o grau em se apresentaram as alucinações e as idéias delirantes dimensão desorganizada: descreve o grau como se apresentou a linguagem ou o comportamento desorganizados ou a afetividade não apropriada dimensão negativa (déficit): descreve o grau em que se apresentaram sintomas negativos (por exemplo. Nota: não se incluem os sintomas que aparecem secundários a uma depressão. perda de interesse ou de prazer não pode servir como uma alternativa para humor triste ou deprimido). Características associadas A solidão e a precariedade de apoios sociais costumam diferenciar o indivíduo com perturbação pós-psicótica do indivíduo esquizofrênico que não apresenta estes. Para estabelecer o diagnóstico de sintomas do humor devidos aos efeitos fisiológicos diretos de abuso de uma droga. Com Sintomas Residuais [295.60] No momento atual: Com dimensão psicótica ligeira Com dimensão desorganizada ligeira Com dimensão negativa ligeira Sintomatologia basal: Com dimensão psicótica moderada Com dimensão desorganizada ligeira Com dimensão negativa ligeira Perturbação Depressiva Pós-Psicótica da Esquizofrenia Características A característica essencial é um Episódio Depressivo Maior que se sobrepõe e ocorre exclusivamente durante a fase residual da Esquizofrenia. Entre outros fatores de risco inclui-se uma extensa história de hospitalizações. Tipo Residual. Episódica. o Episódio Depressivo Maior segue-se imediatamente após remissão a fase ativa de sintomas do episódio psicótico. Tipicamente. experiências perceptuais invulgares). O Episódio Depressivo Maior deve incluir humor depressivo (isto é. fármaco ou estado físico geral não são consideradas as alterações do humor devidas aos efeitos fisiológicos diretos de drogas. A fase residual da Esquizofrenia segue a fase ativa (isto é. Por vezes pode surgir após um intervalo curto ou longo durante o qual não há sintomas psicóticos. fármacos ou de um estado físico geral. É caracterizada pela persistência de sintomas negativos ou sintomas atenuados da fase ativa (por exemplo crenças bizarras.Com dimensão psicótica ligeira Com dimensão desorganizada ausente Com dimensão negativa ligeira Exemplo 2 F20. recaídas psicóticas durante o tratamento . os sintomas preenchem o Critério A) da doença.52 Esquizofrenia. os quais. Os indivíduos esquizofrênicos costumam seguir um tratamento neuroléptico de fundo. A modificação das doses ou a mudança de fármaco ajudam a mitigar estes efeitos secundários e. Esta perturbação é associada com ideação suicida. aparecimentos insidiosos de episódios psicóticos. Homens e mulheres são igualmente vulneráveis e o fato de sofrerem desta perturbação depressiva parece predispor. o que pode conduzir a uma perda de espontaneidade ou anedonia. podem confundir-se com sintomas propriamente depressivos. desespero. A Acatisia Induzida por Neurolépticos pode ser confundida com ansiedade ou agitação e pode estar associada a humor deprimido. De igual modo. alogia e embotamento afetivo) é por vezes muito difícil. sentimentos de culpabilidade. a Perturbação do Humor Induzida por Substâncias responde aos efeitos fisiológicos diretos provocados pelo consumo de uma droga (por exemplo. Até 25% dos indivíduos esquizofrênicos podem sofrer desta perturbação em algum momento da doença. em comparação com os esquizofrênicos que não sofrem de depressão.neuroléptico. Os indivíduos esquizofrênicos com familiares em primeiro grau com história de Perturbação Depressiva Maior podem apresentar um risco maior de sofrer de depressões pós-psicóticas. O Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos com acinesia é caracterizado por uma redução da capacidade para iniciar ou manter movimentos. que pode dar lugar. tentativas de suicídio e suicídio consumado. a clarificar a origem destes sintomas. Também é possível encontrar. vergonha. por seu turno. sensação de impotência e baixa auto-estima). cocaína) ou aos efeitos secundários de um determinado fármaco. entre outros. desencadeadores do tipo perdas recentes e acontecimentos vitais desagradáveis. álcool. para um maior índice de recidivas de episódios psicóticos ou de rehospitalizações. por isso. de forma secundária. hipotireoidismo). tristeza. de episódios prévios de depressão e de tentativas de suicídio. Na Perturbação Esquizoafetiva e na Perturbação do Humor Com Sintomas Psicóticos . A Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral difere da perturbação depressiva pós-psicótica pelo fato de o primeira se dever aos efeitos fisiológicos diretos da doença subjacente (por exemplo. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios de investigação recebem o diagnóstico de Perturbação Depressiva Não Especificada. Os sintomas negativos devem diferenciar-se dos restantes sintomas de depressão (por exemplo. abulia. O diagnóstico diferencial entre os sintomas depressivos pós-psicóticos e os sintomas negativos da esquizofrenia (por exemplo. a disforia ou a perturbações do movimento. . A desmoralização pode aparecer durante a Esquizofrenia. Não se devem incluir os sintomas que correspondam mais provavelmente aos sintomas negativos da Esquizofrenia ou aos efeitos secundários de um fármaco. O Episódio Depressivo Maior sobrepõe-se e aparece exclusivamente durante a fase residual da Esquizofrenia.deve haver um período sem sobreposição entre o episódio psicótico e o depressivo num dado momento. estes foram pouco importantes. B. idéias delirantes. comportamento catatônico). Nota: o Episódio Depressivo Maior preenche o Critério A1: humor deprimido. Estes sintomas são de gravidade suficiente para dar lugar a um declínio significativo das atividades acadêmicas ou laborais. Este padrão só deve ser considerado depois de se afastar as restantes causas que possam explicar a deficiência. [] Critérios de investigação para a perturbação depressiva pós-psicótica da esquizofrenia A. Perturbação Deteriorante Simples (Esquizofrenia Simples) Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação é o aparecimento de sinais negativos capazes de produzirem por si próprios uma alteração evidente do nível prévio de atividade. A Perturbação da Adaptação com Humor Deprimido diferencia-se da perturbação depressiva pós-psicótica da esquizofrenia pelo fato de os sintomas depressivos da perturbação da adaptação não preencherem os critérios de diagnóstico para um Episódio Depressivo Maior. Se já estiveram presentes sintomas psicóticos positivos (por exemplo. Pelo contrário. alucinações. mas só deve qualificar-se como depressão pós-psicótica quando estiverem preenchidos os critérios de diagnóstico desta última. linguagem ou comportamento desorganizado. na Perturbação Depressiva Pós-Psicótica os sintomas típicos de um Episódio Depressivo Maior só aparecem na fase residual da Esquizofrenia. C. Estão preenchidos os critérios de diagnóstico para um Episódio Depressivo Maior. O Episódio Depressivo Major não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou estado físico geral. Há um aparecimento lento e progressivo de sintomas negativos durante um período de pelo menos um ano a partir da adolescência. Também podem aparecer sintomas típicos do Critério A para a Esquizofrenia. tanto em palavras como em conteúdo. A perda de interesses chega a afetar atividades quotidianas como os cuidados e a higiene. As aptidões laborais ou acadêmicas desaparecem. finalmente. sem interesse e vazias. Diagnóstico Diferencial . com deficiência geral inegável. A mudança de «personalidade» é evidente. com uma perturbação psicótica. A conversação é pobre. o que se traduz primeiro por empregos simples e de curta duração e. As relações íntimas podem perder calor e reciprocidade e a interação social é habitualmente difícil e delicada. A apatia substitui a iniciativa e a abulia. A perturbação observa-se em adolescentes ou em adultos de ambos os sexos. com uma Deficiência Mental. do humor ou da ansiedade. pelo menos durante os primeiros cinco anos. ilusões. mas é óbvio que a perturbação é rara. com uma capacidade funcional marginal e reduzida. o que dá lugar a isolamento e solidão. superficiais. com uma afetação das relações interpessoais. Os mais freqüentes são peculiaridades do comportamento.quer dizer quando o quadro não se adapte a uma Perturbação Esquizóide ou Esquizotípica da Personalidade. Noutros casos este padrão perde entidade. As respostas emocionais estão embotadas. com uma demência. na maioria dos indivíduos a evolução é contínua. Características Associadas Nesta entidade pode haver qualquer dos sintomas típicos da Perturbação Esquizóide ou Esquizotípica da Personalidade. Nestas situações este padrão de sintomas progressivamente negativos não passou de um breve pródromo de uma Esquizofrenia. Ainda se não dispõe de estimativas fiáveis de prevalência e incidência. nem quando os sintomas forem devidos aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de um estado físico geral. por exemplo. a ambição. segue uma curva descendente progressiva. por desemprego. Contudo. iniciando-se com sintomas prodrómicos a que se segue uma deterioração progressiva durante os primeiros dois anos e um estado final estável. o que também pode suceder na própria Esquizofrenia. A pessoa pode parecer distraída e ausente. falta de higiene sobreestima de idéias estranhas ou experiências da percepção não usuais. A evolução. Esta deficiência assemelha-se à evolução que caracteriza a Esquizofrenia e permite diferenciá-la das Perturbações Esquizóide e Esquizotípica da Personalidade. caso em que este deve ser o diagnóstico. que a maioria dos indivíduos marginalizados da sociedade sofram necessariamente desta perturbação. na perturbação deteriorante simples destaca-se um sentimento de vazio que se sobrepõe ao humor eminentemente depressivo e a evolução é contínua e progressiva. As Perturbações do Humor podem simular a apatia e a anedonia da perturbação deteriorante simples. Provavelmente. Na Alteração da Personalidade Devida a Um Estado Físico Geral destaca-se a presença de uma doença subjacente como etiologia. A perturbação deteriorante simples pode assemelhar-se à Dependência Crônica de Substâncias e só deve ser considerada quando a alteração da personalidade e a deterioração geral precedam o consumo da substância. a totalidade das quais requer para o seu diagnóstico a presença de pelo menos um sintoma positivo durante algum tempo. desespero. A deterioração cognitiva da perturbação deteriorante simples pode confundir-se com uma Deficiência Mental ou uma demência. A perturbação deteriorante simples só deve ser diagnosticada após excluir outras entidades capazes de explicar esta deterioração geral. A perturbação deteriorante simples diferencia-se das Perturbações Esquizóide e Esquizotípica da Personalidade e de outras perturbações da personalidade pela existência de uma alteração evidente da personalidade e uma deterioração geral significativa. se bem que neles exista uma afetividade depressiva (tristeza. sentimentos de culpa dolorosos) e uma evolução sobretudo episódica. a Perturbação Psicótica Partilhada e a Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. o diagnóstico diferencial mais difícil será em relação à ausência de Perturbação Mental. Além disso. a Perturbação Delirante. sensação de impotência. já nesta a evolução também pode ser contínua e os sintomas vegetativos e o humor deprimido podem não ser marcados. Pelo contrário. a Perturbação Esquizofreniforme. A perturbação deteriorante simples costuma converter o indivíduo num membro à margem da sociedade. a Perturbação Psicótica Breve. o que não significa. Nesta secção inclui-se a Esquizofrenia. a Perturbação Esquizoafetiva. Na demência destaca-se a presença de um estado físico geral ou o consumo de uma substância como fatores etiológicos. A Deficiência Mental caracteriza-se pelo seu início típico na primeira ou na segunda infâncias. Os traços que definem a perturbação deteriorante simples consistem em sintomas . contudo. A evolução e os sintomas desta perturbação diferenciam-se das entidades incluídas na secção «Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas» pela ausência de sintomas psicóticos relevantes. as perturbações da personalidade representam padrões contínuos onde se destaca a ausência de deterioração progressiva.No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios para investigação recebem o diagnóstico de Perturbação Mental Não Especificada. O diagnóstico diferencial com a Perturbação Distímica pode ser mais difícil. uma Perturbação da Ansiedade. Estes sintomas têm vindo a aparecer regularmente durante a última semana da fase luteal da maioria dos ciclos menstruais do último ano. que podem também ser confundidos com muitos outros processos (ver a exposição relacionada com este ponto na secção «Esquizofrenia»). Requer-se a presença de cinco (ou mais) dos seguintes sintomas a maior parte do tempo durante a última semana da fase luteal. C. uma Demência ou uma Deficiência Mental e não se devem aos efeitos fisiológicos diretos do consumo de uma substância ou de um estado físico geral. ansiedade ou . isolamento ou retraimento sociais B. Perturbação Disfórica Pré-Menstrual Características de Diagnóstico As características essenciais desta perturbação consistem na presença de sintomas do tipo de humor nitidamente deprimido.negativos. labilidade emocional e perda do interesse por qualquer atividade. Aparecimento progressivo de cada um dos seguintes sintomas durante pelo menos um ano: (1) declínio significativo da atividade laboral ou acadêmica (2) aparecimento ou agravamento gradual de sintomas negativos como embotamento afetivo. Os sintomas não são mais bem explicados pela presença de uma Perturbação Esquizóide ou Esquizotípica da Personalidade. alogia e abulia (3) relações interpessoais pobres. tendo em conta que um dos sintomas deverá ser um dos quatro primeiros: 1) tristeza. desespero ou autodesaprovação. Portanto. ansiedade. Os sintomas começam a remitir durante os primeiros dias da menstruação (início da fase folicular) e desapareceram sempre durante a semana posterior à hemorragia menstrual. é preciso ter muito cuidado para não aplicar amplamente o diagnóstico deteriorante simples. uma Perturbação Psicótica. uma Perturbação do Humor. Nunca foi preenchido o Critério A para a Esquizofrenia. 2) tensão. [] Critérios de investigação para a perturbação deteriorante simples (esquizofrenia simples) A. Perturbação Depressiva Maior. Existe um enorme contraste entre o humor deprimido e a dificuldade para realizar qualquer atividade nesses dias pré-menstruais e o humor e a capacidade que caracterizam a pessoa o resto do mês. podem aparecer idéias de suicídio. Características Associadas . Esta deterioração do comportamento social pode traduzir-se em discussões conjugais e conflitos com a família e os amigos. 10) sensação subjetiva de ser «rebaixado» ou fora de controlo. Também podem aparecer dores articulares ou musculares e paralelamente a este quadro sintomático.impaciência. 9) hipersônia ou insônia. a que pode associar um certo distanciamento nas relações sociais. Estes sintomas podem juntar-se a qualquer outra perturbação. Esta quantificação diária deve ser efetuada pela própria doente ou por quem com ela conviva. Perturbação Distímica ou Perturbação da Personalidade. 7) sensação de fadiga. e 11) sintomas físicos como hipersensibilidade ou distensão mamária. letargia ou falta de energia. que por vezes podem ser acompanhadas por ingestão compulsiva ou desejos por uma determinada comida. É importante que estes registros sejam feitos diariamente e não de forma retrospectiva. a que se junta choro freqüente. Todos estes sintomas devem ter aparecido na maioria dos meses do último ano e o seu completo desaparecimento pouco depois do início da menstruação é definidor. Tipicamente. mas não constituem uma mera exacerbação deles. contudo. 4) irritabilidade ou aborrecimento persistentes e aumento dos conflitos interpessoais. É fundamental não confundir os problemas conjugais ou laborais de sempre com os que só aparecem nos dias anteriores à menstruação. 6) dificuldade em concentrar-se. A presença de um quadro sintomático cíclico deve ser confirmada mediante técnicas de quantificação prospectiva dos sintomas diários durante pelo menos dois meses consecutivos. 5) perda de interesse pelas atividades habituais. por exemplo. O padrão mais típico parece ser caracterizado pelo aparecimento dos sintomas na semana que antecede menstruação e o seu completo desaparecimento no segundo dia após o início desta. Perturbação da Ansiedade. o calçado ou os anéis. 3) humor marcadamente lábil. De forma atípica algumas mulheres também apresentam sintomas nos dias próximos da ovulação. 8) mudanças significativas do apetite. baseando-se apenas na memória. a pequena percentagem de mulheres com ciclos menstruais mais curtos pode só se libertar do quadro sintomático uma semana por mês. com dificuldade para adaptar o vestuário. a gravidade destes sintomas costuma ser similar à do Episódio Depressivo Maior (mas não a sua duração) e é necessário que na semana precedente ao início da menstruação haja um evidente compromisso das relações sociais e laborais. dores de cabeça ou sensação de inchaço ou aumento de peso. De forma similar. ritmos de secreção de serotonina e melatonina. também foram descritos idéias delirantes e alucinações de aparecimento na última semana da fase luteal do ciclo menstrual. maníaco ou depressivo maior são mais propensas a apresentar graves alterações disfóricas do humor de tipo pré-menstrual. as mulheres que apresentaram no período pós-parto episódios graves de tipo psicótico. Ainda que raros. Ainda que os sintomas não apareçam todos os meses. Calcula-se que pelo menos 75% das mulheres descrevem alterações pré-menstruais menores ou isoladas. E freqüente encontrar antecedentes de Perturbações da Ansiedade e do Humor. se bem que o início se situe em regra na segunda ou terceira décadas da vida. estas últimas representam a grande maioria. alergias e epilepsia). Contudo. asma. Os sintomas prémenstruais podem ter início em qualquer idade depois da menarca. Se bem que as mulheres que apresentam simultaneamente dismenorréia (hemorragias dolorosas) e perturbação disfórica prémenstrual peçam mais ajuda terapêutica que as que sofrem uma só das perturbações. Ainda não existem provas laboratoriais específicas que permitam diagnosticar com segurança esta perturbação. ou as que contam com antecedentes familiares dessas perturbações têm um risco superior de apresentar alterações que preencham os critérios de investigação para a perturbação disfórica pré-menstrual. ocorrem na maioria deles. para remitirem com o início da menopausa. tal como revelam diversos estudos preliminares nos grupos de mulheres que preenchem os critérios de investigação para esta perturbação foram detectadas alterações em alguns testes analíticos (por exemplo. A menopausa costuma pôr fim à perturbação. As mulheres que solicitam ajuda terapêutica rondam por norma os 30 anos. As mulheres costumam declarar que os sintomas pioram com o correr dos anos. enxaqueca.As mulheres que sofreram de forma recorrente uma perturbação Depressiva Maior ou uma Perturbação Bipolar I ou II. Nalguns meses os sintomas podem ser mais marcados. Uma grande variedade de estados físicos gerais podem agravar-se durante a fase luteal ou pré-menstrual (por exemplo. Estudos ainda limitados sugerem que a incidência da «síndrome pré-menstrual» (definida de forma desigual) é de 20%-30% e que entre 3% e 5% das mulheres têm sintomas que preenchem os critérios de investigação para a perturbação disfórica pré-menstrual. dados do EEG do sono) em relação aos grupos de controlo. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV as mulheres que preenchem estes critérios de investigação . Há muito poucos estudos sistemáticos sobre a evolução e a estabilidade desta perturbação. Resumindo. exame físico e testes laboratoriais. lúpus eritematoso generalizado. tendo em conta que pelo menos um destes sintomas deve ser algum dos quatro primeiros: 1) humor deprimido. A perturbação disfórica pré-menstrual deve diferenciar-se também da exacerbação pré-menstrual de uma perturbação mental (por exemplo. doenças da tiróide ou outras endocrinopatias. diminuição da produtividade e eficiência no âmbito laboral ou escolar). Perturbações pela Utilização de Substâncias e Perturbações da Personalidade). por vezes devem diagnosticar-se ambos se a mulher apresenta estes sintomas e alterações do nível de atividade que são característicos da perturbação disfórica pré-menstrual e que se diferenciam claramente do quadro que caracteriza a perturbação mental subjacente. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas durante a maior parte do dia da última semana da fase luteal da maioria dos ciclos menstruais do último ano. a gravidade e a deficiência que provoca. ainda que exista um agravamento pré-menstrual dos sintomas. endometriose e algumas infecções. Os exemplos incluem perturbações convulsivantes. a escola. Ainda que o diagnóstico não se deva fazer. Perturbações do Humor. as atividades sociais habituais ou as relações interpessoais (por exemplo. As mudanças transitórias do humor que muitas mulheres experimentam coincidindo com a menstruação não devem considerar-se uma perturbação mental. a diferença entre um e outro pode estabelecer-se com base num padrão de sintomas característico. Perturbações da Ansiedade. Bulimia Nervosa. Só se fará o diagnóstico de perturbação disfórica pré-menstrual se os sintomas interferirem marcadamente com o trabalho. estes persistem ao longo do mês. A perturbação disfórica pré-menstrual pode diferenciar-se da «síndrome pré-menstrual» mediante técnicas de avaliação diária e prospectiva dos sintomas e a aplicação estrita dos critérios de investigação expostos mais adiante. nestas alterações (que são muito mais freqüentes que a perturbação disfórica pré-menstrual). Contudo. [] Critérios de investigação para a perturbação disfórica pré-menstrual A. certas anemias. As mulheres que sofrem de um estado físico geral podem apresentar sintomas de disforia e fadiga que se exacerbam durante o período menstrual. sentimentos de desespero e idéias de . que começam a remitir dois dias depois do início da fase folicular e que desaparecem completamente na semana seguinte à menstruação. evitamento de atividades sociais. cancro.recebem o diagnóstico de Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação. Perturbações Somatoformes. Estes estados físicos gerais diferenciam-se da perturbação disfórica prémenstrual pela história clínica. as atividades sociais. que dá lugar à fase folicular. por exemplo. sensação de impaciência ou de estar «no limite» 3) labilidade emocional evidente (por exemplo. sensação de inchaço ou aumento de peso Nota: nas mulheres férteis a fase luteal corresponde ao período de tempo entre a ovulação e o início da hemorragia menstrual. fadiga fácil ou falta de energia evidente 8) mudanças significativas do apetite. ataques de tristeza.Os Critérios A. (O diagnóstico pode ser feito provisoriamente à espera da confirmação. tensão. B. choro ou hipersensibilidade perante o repúdio) 4) aborrecimento. Estas alterações interferem marcadamente com o trabalho. Perturbação de Pânico. diminuição da produtividade e eficiência no âmbito laboral ou acadêmico. escola. ingestão compulsiva ou desejos por uma determinada comida 9) hipersônia ou insônia 10) sensação subjetiva de ser «rebaixado» ou fora de controlo 11) sintomas físicos como hipersensibilidade ou distensão mamária. a determinação das fases luteal e folicular pode requerer a quantificação analítica das hormônios reprodutoras circulantes.) . Nas mulheres amenorréicas (por exemplo. dores de cabeça.A alteração não representa uma simples exacerbação de sintomas de outra perturbação.autodesaprovação marcadas 2) ansiedade. Perturbação Depressiva Major. Perturbação Distímica ou Perturbação da Personalidade (ainda que por vezes a perturbação disfórica pré-menstrual se sobreponha a qualquer destas perturbações). C. irritabilidade ou aumento dos conflitos interpessoais de forma persistente 5) perda de interesse pelas atividades quotidianas (por exemplo. a escola. passatempos) 6) sensação subjetiva de dificuldade de concentração 7) letargia. trabalho. as que fizeram histerectomia). D. dores articulares ou musculares. B e C devem ser corroborados por técnicas de avaliação e prospectivas dos sintomas em pelo menos dois ciclos sintomáticos consecutivos. amigos. mas com menos sintomas e uma menor deficiência global.Critério B Alternativo para a Perturbação Distímica Durante bastante tempo. foi decidido que se esperaria por provas confirmativas adicionais antes de incorporar este itens na definição oficial de Perturbação Distímica. consulte o texto do Episódio Depressivo Maior. ruminações sobre o passado (7) sensação subjetiva de irritabilidade ou ira excessivas (8) diminuição da atividade. a Perturbação Distímica foi objeto de controvérsia. Um episódio destas características comporta um humor triste ou «deprimido» ou uma perda do interesse ou do prazer para quase todas as atividades. durante o estado depressivo. Contudo. Os resultados dos trabalhos de campo sobre as Perturbações do Humor recolhidos no DSM-IV sugerem que a seguinte versão alternativa do Critério B poderia ajustar-se mais à Perturbação Distímica que a versão que figurava no DSM-III-R e ainda figura no DSM-IV. Durante o episódio estas alterações . o que se traduz em pobreza de concentração e de memória ou em indecisão Perturbação Depressiva Minor Características A característica essencial desta perturbação é a presença de um ou mais episódios de sintomas depressivos com uma duração idêntica à do Episódio Depressivo Maior. de três (ou mais) dos seguintes sintomas: (1) baixa auto-estima ou autoconfiança ou sensação de inadequação (2) pessimismo. mas menos de cinco. No início do episódio os sintomas são de apresentação recente ou representam um declínio evidente em relação ao estado anterior do indivíduo. [] Critério B Alternativo para a Perturbação Distímica A. desespero ou desesperança (3) perda generalizada de interesse ou prazer (4) isolamento social (5) fadiga ou cansaço crônicos (6) sentimentos de culpa. eficiência ou produtividade (9) dificuldades para pensar. Para uma descrição mais pormenorizada do quadro sintomático característico. deve haver mais de dois sintomas adicionais. Presença. Em resumo. sobretudo no que se refere aos sintomas que melhor a definem. ou se o quadro preencher os critérios para a Perturbação Distímica ou Ciclotímica. Além disso. Há várias perturbações que excluem o diagnóstico de Perturbação Depressiva Menor. Nalgumas pessoas o rendimento diário é quase normal. acidente vascular cerebral cancro e diabetes) parecem associar-se à perturbação depressiva menor. O episódio depressivo minor diferencia-se do Episódio Depressivo Maior pelo número de sintomas (dois a quatro para o primeiro e um mínimo de cinco para o segundo). Diferentes estados físicos gerais (por exemplo. quase todos os dias durante pelo menos duas semanas. Mas na perturbação depressiva minor é necessário que os sintomas estejam presentes a maior parte do dia.provocam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social. Nunca deve ter havido um Episódio Depressivo Major. apesar de o conseguirem à custa de um grande esforço compensatório. Episódio Maníaco. mas poderá ser relativamente freqüente. Perturbação Esquizofreniforme. o diagnóstico apropriado será Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação. Misto ou Hipomaníaco nem estarem preenchidos os critérios para o diagnóstico de Perturbação Distímica ou Ciclotímica. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios de investigação recebem o diagnóstico de Perturbação da Adaptação com Humor Deprimido se os sintomas depressivos responderem a um estressante psicossocial. laboral ou noutras áreas importantes da atividade do indivíduo. caso contrário. Perturbação Esquizoafetiva. Características Associadas A prevalência desta perturbação. Episódio Misto ou Episódio Hipomaníaco. Os estudos em famílias indicam uma maior prevalência deste quadro nos parentes dos probandos com Perturbação Depressiva Maior. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. em particular nos centros de assistência primária e nos ambulatórios de saúde mental. A perturbação que aqui se propõe é considerada uma variante residual e o seu diagnóstico não deve ser estabelecido se houver antecedentes de Episódio Depressivo Maior. Os sintomas que preenchem os critérios de investigação para a perturbação depressiva menor podem ser difíceis de diferenciar dos períodos de tristeza que caracterizam a vida diária de uma pessoa normal. ainda não está clara. As alterações do humor tão-pouco devem aparecer exclusivamente durante uma Esquizofrenia. estes sintomas . tal como é aqui definida. Maníaco. [] Critérios de investigação para a perturbação depressiva menor A. Uma vez que os sintomas depressivos são freqüentes nas perturbações psicóticas. As Perturbações do Humor Devidas a Um Estado Físico Geral diferem da perturbação depressiva minor pelo fato de serem secundárias aos efeitos fisiológicos diretos da doença subjacente (por exemplo. Alteração do humor definida do seguinte modo: (1) um mínimo de dois (e um máximo de quatro) dos seguintes sintomas presentes num mesmo período de duas semanas e que tenham provocado uma alteração no nível anterior de atividade. quase todos os dias. Perturbação Depressiva Breve Recorrente. A Perturbação do Humor Induzida por Substâncias difere da perturbação depressiva minor pelo fato de os sintomas depressivos serem provocados pelos efeitos fisiológicos diretos de uma droga (por exemplo. A relação entre a perturbação depressiva menor. como descrito pelo próprio indivíduo (por exemplo. esteróides). álcool ou cocaína) ou pelos efeitos secundários de um fármaco (por exemplo. hipotireoidismo). os sintomas depressivos que aparecem como resposta à perda de um ser querido constituem o Luto (a não ser que preencham os critérios de diagnóstico para um Episódio Depressivo Maior. Pelo menos um dos sintomas deve ser de (a) ou (b): (a) humor deprimido a maior parte do dia. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. não devem considerar-se isoladamente se aparecerem apenas durante a Esquizofrenia.depressivos devem provocar mal-estar clinicamente significativo. outras perturbações propostas neste apêndice (por exemplo. sente-se triste ou vazio) ou como o descrevem outras pessoas (por exemplo. Por outro lado. Perturbação Esquizoafetiva. Perturbação Depressiva da Personalidade e Perturbação Mista da Ansiedade e Depressão) e outras perturbações da personalidade ainda não é clara. Nota: nas crianças ou adolescentes o humor pode ser irritável (b) acentuada diminuição do interesse ou do prazer por todas ou quase todas as atividades a maior parte do dia e quase todos os dias (tal como indica o próprio indivíduo ou quem o rodeia) (c) perda significativa de peso na ausência de dieta de emagrecimento ou aumento de peso (por exemplo. Perturbação Esquizofreniforme. mas é provável que exista uma ampla justaposição entre elas. parece estar sempre a chorar). uma variação num mês superior a 5% do peso corporal) ou . ou indecisão. C. hipotireoidismo) (4) os sintomas não são mais bem explicados pela existência de um sentimento de luto (por exemplo. quase todos os dias (tanto se referida pelo próprio como se descrita pelos outros) (i) idéias recorrentes de morte (não o simples medo de morrer). Nota: nas crianças há que ter em conta a ausência de aumento de peso que seria de esperar do seu crescimento (d) insônia ou hipersônia todos os dias (e) agitação ou lentificação psicomotoras quase todos os dias (objetiváveis por outros e não uma mera sensação subjetiva de intranqüilidade ou lentificação por parte de indivíduo) (f) fadiga ou falta de energia quase todos os dias (g) sentimentos excessivos ou inapropriados de inutilidade ou de culpa (que podem revestir caráter delirante) todos os dias (não uma mera sensação de autodesaprovação ou de culpa por estar doente) (h) diminuição da capacidade para pensar ou concentrar-se. reação normal perante a morte de um ente querido) B. misto ou hipomaníacos forem produzidos por substâncias ou tratamentos. fármaco) ou de um estado físico geral (por exemplo.aumento ou diminuição do apetite quase todos os dias. Nunca houve um Episódio Maníaco. laboral ou noutras áreas importantes da atividade do indivíduo (3) os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo droga. um Episódio Misto ou um Episódio Hipomaníaco e não estão preenchidos os critérios para Perturbação Ciclotímica. . idéias recorrentes de suicídio sem um plano específico ou tentativa de suicídio ou plano específico para o levar a cabo (2) os sintomas provocam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social. Nunca houve um Episódio Depressivo Maior e não estão preenchidos os critérios para Perturbação Distímica. Nota: não se deve excluir o diagnóstico de perturbação depressiva minor se todos os episódios maníacos. Características Associadas O padrão de evolução e co-morbilidade parece ser similar à Perturbação Depressiva Maior. Os episódios duram pelo menos dois dias mas menos de duas semanas e mais tipicamente têm uma duração entre dois e quatro dias. Os episódios podem ocorrer pelo menos uma vez por mês durante um período de 12 meses consecutivos e não devem estar associados exclusivamente ao ciclo menstrual. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Perturbação Esquizofreniforme. Ver o texto para Episódio Depressivo Maior para uma descrição mais pormenorizada dos sintomas característicos. Os episódios podem seguir um padrão sazonal. Perturbação Esquizoafetiva. As alterações do humor não aparecem exclusivamente durante Esquizofrenia. As perturbações associadas podem incluir Perturbações Relacionada com Substâncias e Perturbações da Ansiedade. Homens e mulheres parecem igualmente propensos a sofrer episódios depressivos breves recorrentes e. representa segundo diversos estudos 7% dos indivíduos (ainda que. A sua complicação mais grave são as . Maníaco. Perturbação Depressiva Breve Recorrente Características A característica essencial é a recorrência de episódios breves de sintomas depressivos que são idênticos a Episódios Depressivos Major no número e gravidade dos sintomas mas que não preenchem o requisito de duas semanas de duração. pode haver um funcionamento quase normal. Perturbação Esquizofreniforme. Misto ou Hipomaníaco e os critérios para Perturbação Distímica ou Ciclotímica não estão preenchidos. este dado esteja associado à presença de outras perturbações mentais). a idade de início mais característica é a adolescência. Nunca deve ter havido antes um Episódio Depressivo Major. mas que é acompanhado de um aumento de esforço significativo. Perturbação Esquizoafetiva. que é de um ano. em geral.D. provavelmente. Nalguns indivíduos. Um certo número de perturbações excluem o diagnóstico desta perturbação. A duração requerida para fazer o diagnóstico. A perturbação do humor não ocorre exclusivamente durante Esquizofrenia. Os episódios depressivos breves devem causar mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Perturbação Esquizofreniforme. Episódio Misto ou Episódio Hipomaníaco ou se estiverem preenchidos os critérios para Perturbação Ciclotímica ou Distímica. assim como com outras perturbações da personalidade ainda não é clara. A perturbação depressiva breve recorrente é considerada uma variante residual e o seu diagnóstico não deve ser estabelecido se houver antecedentes de Episódio Depressivo Maior. Perturbação Depressiva Menor. mas é provável que possam sobrepor-se amplamente entre elas. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios para investigação devem receber o diagnóstico de Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação. hipotireoidismo). Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. A relação entre a perturbação depressiva breve recorrente e outras perturbações deste apêndice (por exemplo. [] Critérios de investigação para perturbação depressiva breve . álcool ou cocaína) ou aos efeitos secundários de um medicamento (por exemplo. O episódio depressivo breve recorrente diferencia-se do Episódio Depressivo Maior pela sua duração (2-13 dias para o episódio depressivo breve recorrente e duas semanas ou mais para o Episódio Depressivo Maior). Perturbação Esquizoafetiva. Episódio Maníaco.tentativas de suicídio. A perturbação depressiva breve recorrente compartilha algumas características com a Perturbação Estado-Limite da Personalidade (por exemplo. esteróides). Quando coincidem uma Perturbação da Personalidade e esta perturbação proposta. Os parentes em primeiro grau dos indivíduos com perturbação depressiva breve recorrente apresentam com maior freqüência antecedentes de perturbações depressivas. ambas devem ser diagnosticadas (neste caso a perturbação depressiva breve recorrente é considerada uma Perturbação Depressiva Sem Outra Especificação). A Perturbação do Humor Devida a Um Estado Físico Geral difere desta alteração pelo fato de os sintomas depressivos se deverem aos efeitos diretos de um estado físico geral (por exemplo. como tristeza ou idéias de suicídio). A Perturbação do Humor Induzida por Substâncias difere da perturbação depressiva breve recorrente pelo fato de os sintomas depressivos serem devidos aos efeitos fisiológicos diretos de uma droga (por exemplo. Como os sintomas depressivos são uma característica freqüente das perturbações psicóticas não se devem considerar isoladamente quando aparecerem exclusivamente durante a evolução de uma Esquizofrenia. em ambas há sintomas depressivos breves e episódicos. Perturbação Depressiva da Personalidade e perturbação mista da ansiedade e depressão). irritabilidade. choro fácil. Nunca houve um Episódio Maníaco. Os períodos depressivos descritos no Critério A duram um mínimo de dois dias e menos de duas semanas. hipotireoidismo). laboral ou noutras áreas de atividade do indivíduo. . Perturbação Esquizoafetiva. D. fadiga ou baixa de energia. C.recorrente A. Perturbação Mista da Ansiedade e Depressão Características A característica essencial é um humor disfórico persistente ou recorrente com a duração de pelo menos um mês. O episódio depressivo provoca mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social. G. O humor disfórico é acompanhado por sintomas adicionais que também podem persistir durante pelo menos um mês e incluem pelo menos quatro dos seguintes: dificuldades de concentração ou memória alteração do sono. fármaco) ou de um estado físico geral (por exemplo. droga. Estão preenchidos os critérios de diagnóstico para um episódio depressivo maior. Nunca houve um Episódio Depressivo Maior e não estão preenchidos os critérios para Perturbação Distímica. B. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. A perturbação não ocorre exclusivamente durante Esquizofrenia. Perturbação Delirante ou Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Nota: esta exclusão não se aplica se os episódios maníacos. E. F. Perturbação Esquizofreniforme. um Episódio Misto ou um Episódio Hipomaníaco e não estão preenchidos os critérios para Perturbação Ciclotímica. H. preocupação. mistos ou hipomaníacos forem induzidos por substâncias ou por tratamento. com exceção da sua duração. O episódio depressivo tem lugar pelo menos uma vez por mês em 12 meses consecutivos e não está associado ao ciclo menstrual. Os sintomas descritos na perturbação mista da ansiedade e depressão são também uma característica freqüente de muitas perturbações mentais. desespero ou pessimismo perante o futuro e baixa auto-estima ou sentimentos de inutilidade.hipervigilância. antecipação do perigo. provavelmente também terá uma maior prevalência entre doentes ambulatórios. Também é preciso que o quadro sintomático não possa ser mais bem explicado pela presença de outra perturbação mental. Perturbação Distímica. De forma similar. Perturbação Distímica. hipertiroidismo). Perturbação de Angústia ou Perturbação da Ansiedade Generalizada. A maior parte da informação inicial sobre esta entidade foi recolhida nos cuidados primários de saúde. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios de investigação recebem o diagnóstico de Perturbação da Ansiedade Sem Outra Especificação. A perturbação mista da ansiedade e depressão não deve ser considerada quando os sintomas se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de um estado físico geral ou se nalgum momento o indivíduo preencheu os critérios de diagnóstico para Perturbação Depressiva Major. A perturbação mista da ansiedade e depressão também se diferencia da Perturbação Mental pelo fato de os sintomas serem de caráter persistente ou recorrente e provocarem malestar clínico significativo ou deficiência social. pelo que não deve diagnosticar-se isoladamente se puder atribuir-se melhor a outra perturbação mental. laboral ou noutras áreas importantes da atividade do indivíduo. Estes sintomas provocam mal-estar clínico significativo ou deficiência social. esteróides). laboral ou noutras áreas importantes da atividade do indivíduo. A Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias distingue-se da perturbação mista da ansiedade e depressão pelo fato de os sintomas de disforia serem devidos aos efeitos fisiológicos diretos de uma droga (por exemplo. . álcool ou cocaína) ou pelos efeitos adversos de medicamento (por exemplo. Tão-pouco deve diagnosticar-se uma perturbação mista da ansiedade e depressão se o indivíduo apresentar neste momento ou tiver antecedentes de Perturbação Depressiva Major. Perturbação da Angústia ou Perturbação da Ansiedade Generalizada ou se atualmente sofre de qualquer outra perturbação da ansiedade ou do humor (incluem-se os que se encontrem em remissão parcial). ainda que estas se encontrem em remissão parcial. Tão-pouco deve fazer-se o diagnóstico se ao mesmo tempo estiverem preenchidos os critérios para qualquer outra perturbação da ansiedade ou do humor. feocromocitoma. onde a perturbação parece ser mais freqüente. os sintomas de disforia da Perturbação da Ansiedade Devida a Um Estado Físico Geral devem-se aos efeitos fisiológicos diretos do estado físico geral (por exemplo. Estão preenchidas as três condições seguintes: (1) nunca foram preenchidos os critérios de diagnóstico para Perturbação Depressiva Maior. O humor disfórico é acompanhado pelo menos durante um mês de um mínimo de quatro dos seguintes sintomas: (1) dificuldades de concentração ou ter a cabeça vazia (2) alterações do sono (dificuldades para iniciar ou manter o sono. medicamento) ou de um estado físico geral. E. Perturbação Distímica. laboral ou noutras áreas importantes da atividade do indivíduo. Estado de ânimo disfórico persistente ou recorrente que dura pelo menos um mês. perturbação depressiva minor. Estes sintomas provocam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social. ainda que seja provável que possa sobrepor-se entre eles. B. perturbação depressiva breve recorrente e perturbação depressiva da personalidade). Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo. ou sensação de insatisfação ao acordar ou de não ter dormido bem). [] Critérios de investigação para a perturbação mista da ansiedade e depressão A. D. assim como com outras perturbações da personalidade.A relação entre esta perturbação e outras categorias propostas que se incluem neste apêndice (por exemplo. Perturbação da Ansiedade ou Perturbação da Ansiedade Generalizada (2) no momento atual não estão preenchidos os critérios de diagnóstico para qualquer outra perturbação da . droga. contudo não é claro. (3) fadiga ou falta de energia (4) irritabilidade (5) preocupações (6) choro fácil (7) hipervigilância (8) antecipação do perigo (9) desespero (pessimismo permanente perante o futuro) (10) baixa auto-estima ou sentimentos de inutilidade C. um benefício econômico. Tipicamente a vítima costuma ser uma criança pequena e o perpetrador a própria mãe. deve considerar-se a possibilidade de que vítima e perpetrador estejam na realidade a colaborar na produção dos sinais e sintomas. esta última também pode receber o diagnóstico de Perturbação Factícia.ansiedade ou do humor (ainda que se encontrem em remissão parcial) (3) os sintomas não são mais bem explicados pela presença de outra perturbação mental Perturbação Factícia Partilhada Características A característica essencial desta perturbação é a produção ou simulação de forma deliberada de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos noutra pessoa que se acha a cargo do indivíduo. Para a vítima pode anotar-se T74.1 Abuso Físico de Menores [995. A maior parte das doenças induzidas ou simuladas respeitam os aparelhos digestivo e geniturinário e o sistema nervoso central. adolescentes e adultos. O perpetrador induz ou simula na vítima um processo patológico e em seguida acompanha esta ao médico negando todo o conhecimento sobre a etiologia do processo. O tipo e a gravidade dos sinais e sintomas que a vítima apresenta estão limitados exclusivamente pelo grau de sofisticação médica e a margem de ação de que o perpetrador disponha. Se houver colaboração entre o presumível perpetrador e a vítima.5] ou T74. Não há incentivos exteriores que justifiquem o comportamento por exemplo. Quando afeta crianças pequenas. em especial conflitos conjugais. A perturbação não pode ser mais bem explicada pela presença de outra perturbação mental.81]. O perpetrador será diagnosticado como tendo perturbação factícia. a simulação de perturbações mentais na vítima é muito menos freqüente. Foi sugerido que o motivo que leva o perpetrador a realiza este comportamento depende da necessidade psicológica de assumir o papel de doente através de outra pessoa. ainda que também possa «usar-se» recém-nascidos.1 Abuso Físico de Adultos [995. Características Associadas Diferentes fatores desencadeantes. Os casos clínicos costumam caracterizar-se por uma evolução atípica e resultados inconsistentes com o quadro sintomático pretendido pela vítima e o perpetrador. Os indivíduos perpetradores . A vítima costuma ser uma criança em idade pré-escolar. podem provocar este comportamento. Alguns protestam contra os diversos serviços médicos. os seus evidentes conhecimentos médicos costumam contrastar com a escassa preocupação que demonstram pela aparente gravidade da patologia da vítima. Contudo. enquanto o pai ou o marido podem colaborar com esta ou atuar solitariamente. A simulação diferencia-se da perturbação factícia partilhada no fato de que a produção dos sintomas é motivada por um incentivo externo. O papel de perpetrador costuma ser encarnado pela mãe. vem ao de cimo uma história de abusos físicos ou sexuais no perpetrador. Também pode haver Perturbações Somatoformes e Perturbações da Personalidade. Quando os indivíduos que encarnam o papel de perpetrador enfrentam as conseqüências do seu comportamento. que costuma permanecer oculta enquanto o perpetrador é capaz de induzir ou simular doenças factícias noutras pessoas. É típico que o perpetrador se concentre sobre uma única vítima. A perturbação factícia partilhada deve diferenciar-se de um estado físico geral ou uma Perturbação Mental num indivíduo que vai procurar auxílio terapêutico. O perpetrador também pode ser a esposa ou qualquer pessoa que tenha a seu cargo a vítima (por exemplo.podem apresentar mentira patológica (ou pseudologia fantástica). Por vezes. ao relatarem experiências diárias e ao descreveram ao especialista a situação da vítima. procuram que a vítima abandone o hospital contra a opinião dos médicos e procuram ajuda terapêutica noutros centros de assistência ainda que estes se encontrem bastante afastados. Os indivíduos simuladores também podem solicitar o internamento hospitalar para uma pessoa que se encontre a seu cargo. ainda que possam existir irmãos ou outras pessoas que também tenham sido afetadas ou possam vir a sê-lo. Por vezes o perpetrador tem de enfrentar acusações que vão do abuso até ao assassinato. A perturbação factícia partilhada coexiste habitualmente com outra Perturbação Factícia. podem aparecer quadros depressivos e idéias de suicídio. negam qualquer acusação. uma ama da criança). . Esta última pode sofrer uma taxa de morbilidade significativamente elevada em conseqüência das doenças induzidas e tem um risco maior de apresentar uma Perturbação Factícia à medida que a sua personalidade vai amadurecendo. A perturbação também deve diferenciar-se dos abusos físicos ou sexuais não relacionados com o propósito indireto de assumir o papel de doente. É freqüente estes indivíduos possuírem um notável domínio de temas relacionados com a saúde e um amplo conhecimento do funcionamento hospitalar. enquanto na Perturbação Factícia isto não é assim. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV o indivíduo (neste caso o perpetrador) que preenche estes critérios de investigação recebe o diagnóstico de Perturbação Factícia Sem Outra Especificação. O comportamento não é mais bem explicado por outra perturbação mental. Há numerosos exemplos locais e específicos da Perturbação Dissociativa que mostram uma variação considerável através das diferentes culturas. a identidade assumida durante esses estados e o grau de amnésia que se segue ao episódio (por exemplo. a presença ou ausência de alterações sensoriais dissociativas (por exemplo. Produção ou simulação intencional de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos noutra pessoa que se encontra sob os cuidados do perpetrador B. ver o glossário de Síndromes Dependentes da Cultura no .se bem que a produção de sintomas corresponda ao desejo de obter algum tipo de compensação. o indivíduo não aceita nem considera uma prática normal relacionada com os coletivos culturais ou religiosos de que faz arte e que provoca malestar clinicamente significativo ou deficiência funcional global. alguns indivíduos que entram em estados de transe ou possessão de acordo com os seus padrões culturais apresentam também sintomas que provocam mal-estar clinicamente significativo e que poderiam corresponder à perturbação aqui descrita. Perturbação Dissociativa de Transe Características A característica essencial desta perturbação consiste num estado de transe involuntário que. baseando-se nos seus cânones culturais. uma compensação econômica). em particular no que se refere à natureza precisa do comportamento expresso durante o estado de transe. Contudo. Estes estados voluntários e não patológicos são freqüentes e constituem a grande maioria dos estados de transe e possessão que se encontram em diversas culturas. [] Critérios de investigação para a perturbação factícia partilhada A. C. Esta perturbação não deve ser considerada em indivíduos que entram num estado de transe ou possessão por vontade própria. Não existem incentivos externos que justifiquem este comportamento (por exemplo.A motivação que define o perpetrador é o desejo de assumir o papel de doente através de outra pessoa. cegueira). D. que não provoca qualquer mal-estar clínico e que se demarca perfeitamente no contexto cultural e religioso. gestos característicos. Disse-se que durante o estado de transe o indivíduo pode mostrar aumento do limiar da dor. quedas. entidades sobrenaturais. Diagnóstico Diferencial . recordações e atitudes característicos e com atividades que neste caso mostram uma certa complexidade (por exemplo. vidro) e experimentar aumento da força muscular.Apêndice J). corridas). a evolução tem a forma de episódios agudos de duração que pode oscilar entre minutos e horas. É típico que os sujeitos que sofrem destas patologias de possessão encarnem num número limitado de agentes (um a cinco) de forma seqüencial e não simultânea. Geralmente. Os sintomas do estado de transe patológico poderiam ver-se reforçados ou diminuídos dependendo dos estímulos ambientais e manipulações de outros indivíduos. automutilação e acidentes. a perda da identidade habitual não está associada ao aparecimento de identidades alternativas e a atividade que se desenvolve durante aquele não costuma ser de caráter complexo (por exemplo. espíritos da morte. deuses. No estado de possessão aparecem uma (ou mais) identidades diferentes e alternativas que se apresentam com movimentos. ingerir materiais não digeríveis (por exemplo. Entre as complicações desta perturbação encontram-se as tentativas de suicídio. este estado segue-se a uma amnésia total ou parcial. Existem variações consideráveis no que respeita à idade e modo de início. demônios) que com freqüência apresentam exigências ou mostram animosidade. A maioria dos indivíduos com a perturbação que aqui se descreve mostram características de um único tipo de transe. A sua prevalência parece diminuir com o progresso industrial. algo que não sucede com tanta freqüência depois de um estado de transe (ainda que tão-pouco seja raro que apareça). Características Associadas Em quase todas as culturas do mundo encontram-se descrições de variantes desta perturbação. talvez devido a arritmias cardíacas. se bem que nalguns casos e ao longo do tempo exista sintomatologia mista ou flutuação entre diferentes tipos de transe em relação aos cânones culturais locais. ainda que continue elevada em minorias étnicas tradicionais encravadas agora em sociedades industrializadas. Há autores que também falam de morte súbita. acordos com os cânones culturais do lugar). movimentos convulsivos. Os agentes que realizam presumivelmente a possessão são em regra espíritos naturais (por exemplo. Em transe. expressões faciais e verbalizações específicas de agentes possuidores de segredos concretos. Caracteristicamente. conversas coerentes. O diagnóstico de perturbação dissociativa de transe não deve ser feito nos sujeitos que entram num estado de transe ou possessão por vontade própria no contexto de uma prática cultural ou religiosa e não sofrem mal-estar clinicamente significativo ou afecção global. O diagnóstico de perturbação dissociativa de transe não deve ser feito se o estado de transe se considera secundário aos efeitos fisiológicos diretos de um estado físico geral (caso em que o diagnóstico apropriado será Perturbação Mental Sem Outra Especificação Devida a Um Estado Físico Geral ou de uma substância (caso em que o diagnóstico será Perturbação Relacionada com Substâncias Sem Outra Especificação).No DSM-IV. uma divindade ou outra pessoa. Este fato é atribuído aos desígnios de um espírito. Os estados de transe também pode diferenciar-se em relação à sua congruência cultural. Perturbação do Humor com Características Psicóticas ou Perturbação Psicótica Breve. ou atenção seletiva e pouco usual a certos estímulos ambientais (b) comportamentos ou movimentos estereotipados que se sentem como fora do próprio controlo (2) estado de possessão. [] Critérios de investigação para a perturbação dissociativa de transe A. tal como põem em evidência um (ou mais) . que se associa ao menos a um dos seguintes sintomas: (a) diminuição da capacidade para recorrer e ser consciente do meio ambiente. um poder. Tanto (1) como (2): (1) estado de transe. audição ou visão de seres espirituais e encontrar-se controlado ou influenciado por outros sujeitos) podem confundir-se com as alucinações e os delírios de Esquizofrenia. quer dizer. que se define como uma alteração isolada ou episódica do nível de consciência caracterizada pela suplantação da identidade habitual por outra diferente. A Perturbação da Identidade Dissociativa diferencia-se dos sintomas típicos dos estados de transe e possessão pelo fato de que nestes últimos os sujeitos descrevem de forma característica espíritos ou entidades exteriores que lhes invadiram os corpos para os dominar. alteração temporal e significativa do nível de consciência ou perda da identidade pessoal habitual sem que esta seja suplantada por qualquer outra identidade. os sujeitos que preenchem estes critérios de investigação recebem o diagnóstico de Perturbação Dissociativa Sem Outra Especificação. Os sintomas do estado de transe (por exemplo. duração breve e ausência de sintomas características destas perturbações que acabamos de citar. dos seguintes sintomas: (a) comportamentos ou movimentos estereotipados ou determinados culturalmente que o sujeito experimenta como se se encontrasse sob o controlo do agente que encarna a possessão (b) amnésia total ou parcial depois do episódio B. C. O estado de transe ou possessão não é considerado uma prática normal no contexto cultural ou religioso do sujeito. Entre as provas que demonstram falta de controlo sobre a alimentação incluem-se comer muito depressa. Para estabelecer o diagnóstico de perturbação compulsiva é necessário que as ingestões compulsivas provoquem mal-estar clinicamente significativo. laboral ou noutras áreas importantes da atividade do sujeito. D. ingestão de grandes quantidades de comida na ausência de fome e sentir-se desgostoso. auto-indução do vômito. O estado de transe ou possessão provoca mal-estar clinicamente significativo ou deficiência social. As características da ingestão compulsiva são descritas na secção dedicada à Bulimia Nervosa. O estado de transe ou possessão não aparece exclusivamente no decurso de uma Perturbação Psicótica (inclui-se a Perturbação do Humor com Características Psicóticas e a Perturbação Psicótica Breve) ou de uma Perturbação Dissociativa da Personalidade e não é devido aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de um estado físico geral Perturbação de Ingestão Compulsiva Característica de Diagnóstico Esta perturbação caracteriza-se por ingestões compulsivas recorrentes de comida que se associam a provas subjetivas e comportamentais de falta de controlo sobre a alimentação e de mal-estar clinicamente significativo e que não são acompanhados das estratégias compensatórias típicas da Bulimia Nervosa (por exemplo. comer até se sentir desagradavelmente cheio. culpado ou deprimido depois de um episódio destes. abuso de laxantes ou outros fármacos. jejum e exercício físico). que deve incluir insatisfação durante e depois de cada episódio e preocupação sobre os efeitos a longo prazo que tais ingestões compulsivas podem ter sobre o peso e a . Futuras investigações acabarão por esclarecer esta questão. Contudo. em média. A maioria dos sujeitos foram submetidos a dietas em muitas ocasiões e confessam-se desesperados com as dificuldades que o controlo sobre a ingestão de comida provoca. Outro grupo de indivíduos outorga uma qualidade dissociativa à ingestão compulsiva (sensação de embotamento ou de estar drogado). mas estas não constituem uma prática habitual para contrariar os efeitos das ingestões compulsivas. como se faz no diagnóstico de Bulimia Nervosa. Alguns continuam a tentar. purgas. Outros estudos excluem os sujeitos que descrevem não ter recorrido a nenhum comportamento compensatório inapropriado durante o episódio. Outros são incapazes de identificar desencadeantes concretos. muitas pessoas que passam todo o dia a comer sem horários nem desencadeantes definidos. por vezes o sujeito executa estratégias compensatórias (por exemplo.imagem corporal. Nas clínicas de emagrecimento os indivíduos com esta perturbação mostram. recomenda-se centrar o interrogatório sobre o número de dias em que têm lugar estes episódios mais que no número de episódios. é freqüente lembrarem-se ter tido uma ingestão compulsiva num dia e momento determinados. em comparação com os que não . A duração da ingestão compulsiva pode variar enormemente e a muitos sujeitos custa-lhes estabelecer a diferença entre as autênticas ingestões compulsivas e episódios menos importantes. em média. Alguns estudos definem o termo «habitual» do mesmo modo que na Bulimia Nervosa. A freqüência das ingestões compulsivas deve ser. Portanto. enquanto outros abandonaram qualquer intenção de fazer dieta devidos aos seus contínuos fracassos. Os trabalhos de investigação realizados até à data não estão de acordo no modo de definir o «emprego habitual de estratégias compensatórias». Além disso. Investigações futuras acabarão por definir igualmente este ponto. Características e Perturbações Associadas Alguns sujeitos afirmam que as suas ingestões compulsivas são desencadeadas por humor disfórico. como depressão e ansiedade. abstenção de comer ou exercício físico excessivo). Os indivíduos com este padrão alimentar que são vistos nos centros de assistência apresentam graus variáveis de obesidade. E. finalmente. mas podem relatar uma sensação inespecífica de tensão que a ingestão compulsiva consegue aliviar. de pelo menos dois dias por semana durante um período mínimo de seis meses. Os sintomas não aparecem exclusivamente durante uma Anorexia Nervosa ou Bulimia Nervosa. dois episódios por semana e consideram que os indivíduos que têm estes comportamentos menos de duas vezes por semana (mas sim uma vez por semana) devem receber o diagnóstico de Perturbação Compulsiva. quer dizer. um maior grau de obesidade e uma maior flutuação do peso ao longo da sua vida. o seu trabalho ou a sua capacidade para se aceitarem e agradarem a si próprios. na perturbação aqui descrita não é freqüente o uso de tais estratégias. que geralmente não costumam chegar a ingestões compulsivas. Em amostras obtidas de indivíduos não internados foi descrito uma prevalência de 0. Muitos sujeitos sentem mal-estar por causa de episódios de sobreingestão que não são propriamente ingestões compulsivas. Ao contrário da Bulimia Nervosa. Estas. num curto período de tempo (por exemplo. Estes sujeitos podem declarar que a perturbação interfere nas suas relações interpessoais. ansiedade. sendo 1. Também pode haver uma maior prevalência de Perturbação Depressiva Maior. em . preocupação com o corpo e maior susceptibilidade perante os outros. no primeiro grupo verifica-se percentagens superiores de auto-aversão. sofre uma sensação subjetiva de perda do controlo acompanhada de três dos sintomas recolhidos no Critério B. descontentamento da própria imagem. durante os episódios de sobreingestão. Se os compararmos com indivíduos com igual peso que não sofrem da perturbação. Em amostras obtidas em programas de emagrecimento. Episódios recorrentes de ingestão compulsiva. [] Critérios de investigação para a perturbação de ingestão compulsiva A. só devem diagnosticar-se quando o sujeito manifesta que. a maioria deles tem excesso de peso (mesmo que outros nunca o tenham apresentado). a prevalência global oscila entre 15% e 50% (com uma média de 30%). Um episódio de ingestão compulsiva é caracterizado pelas seguintes condições: (1) ingestão. como perturbação isolada. depressão. Perturbações Relacionadas com Substâncias e Perturbações da Personalidade. em que se empregam estratégias compensatórias inadequadas para contrariar os efeitos nocivos das ingestões compulsivas. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os indivíduos que preenchem estes critérios de investigação recebem o diagnóstico de Perturbação do Comportamento Alimentar Sem Outra Especificação. A idade de início desta perturbação situa-se tipicamente no fim da adolescência ou princípios da terceira década de vida e com freqüência aparece imediatamente depois de uma perda de peso significativa conseguida após uma dieta.7% a 4%. Quando se empregam amostras de sujeitos afetados mas não internados.a apresentam. Na Perturbação Depressiva Major são freqüentes os episódios de sobreingestão. Entre os indivíduos que procuram tratamento a evolução parece ser de caráter crônico.5 vezes mais freqüente nas mulheres que nos homens. futuros trabalhos de investigação esclarecerão se o melhor método para estabelecer um limiar de freqüência se deve basear na quantificação dos dias em que há ingestão compulsiva ou na quantificação do seu número. em média. Nota: o método para determinar a freqüência difere do utilizado no diagnóstico de Bulimia Nervosa. Profundo mal-estar ao recordar as ingestões compulsivas. purgantes. Perturbação Depressiva da Personalidade Características A característica essencial desta perturbação é um padrão permanente de comportamento e funções cognitivas depressivas que se inicia no princípio da idade adulta e se reflete numa ampla variedade de contextos. pelo menos dois dias na mesma semana durante seis meses. (2) sensação de perda do controlo sobre a ingestão durante o episódio (por exemplo.duas horas). As ingestões compulsivas têm lugar. E. Entre os comportamentos e funções . depressão ou grande culpabilidade depois da ingestão compulsiva C. de uma quantidade de comida francamente superior à que a maioria das pessoas poderia consumir no mesmo tempo e sob circunstâncias similares. sensação de que não pode parar de comer ou controlar o quê ou quanto se está a comer) B. jejum. Este padrão não aparece exclusivamente durante um Episódio Depressivo Major e não é mais bem explicado pela presença de uma Perturbação Distímica. Os episódios de ingestão compulsiva associam-se a três (ou mais) dos seguintes sintomas: (1) ingestão muito mais rápida que o habitual (2) comer até se sentir desagradavelmente cheio (3) ingestão de grandes quantidades de comida apesar de não sentir fome (4) comer sozinho para esconder a sua voracidade (5) sentir-se desgostoso consigo próprio. A ingestão compulsiva não se associa a estratégias compensatórias inadequadas (por exemplo. exercício físico excessivo) e não aparecem exclusivamente no decurso de uma Anorexia Nervosa ou uma Bulimia Nervosa. D. Mostramse duros ao julgarem-se a si próprios e tendem a sentir-se excessivamente culpados pelos seus defeitos e fracassos. Homens e mulheres são igualmente propensos a sofrer da perturbação e a sua presença pode predispor para o aparecimento de uma Perturbação Distímica e também de uma Perturbação Depressiva Maior. antecipam o pior e. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV os sujeitos que preenchem estes critérios de investigação recebem o diagnóstico de Perturbação da Personalidade Sem Outra Especificação. Estes sujeitos caracterizam-se por se mostrarem especialmente sérios. Características Associadas Estes sujeitos podem mostrar-se tranqüilos. A sua autoestima é baixa e traduz-se particularmente por sentimentos de impotência. Estas perturbações podem apresentar-se num espectro em que a perturbação depressiva da personalidade seria uma variante das Perturbações Depressivas de início precoce e persistente. não assertivos e propensos a deixarem-se levar pelos outros em vez de assumirem a liderança. duvidam que as coisas possam melhorar um dia. dando muito mais importância aos defeitos do que às virtudes e podem mostrar-se negativos. É freqüente que tendam a ser meditabundos e a preocupar-se. passivos. oposionistas. incapazes de se divertir ou descontrair e sem sentido de humor. Estes sujeitos auguram o futuro de forma tão negativa como vêem o próprio presente. A perturbação depressiva da personalidade não deve ser considerada se . introvertidos. Os critérios de investigação dados para a perturbação aqui proposta diferem dos critérios e diagnóstico para Perturbação Distímica pela ênfase posta nos traços da personalidade cognitivos. tristeza. Alguns crêem que não merecem ser felizes ou divertir-se. pelo contrário. desânimo. Provas preliminares sugerem que a perturbação depressiva da personalidade pode ser mais prevalecente em familiares de sujeitos com Perturbação Depressiva Maior e. Os sujeitos com esta perturbação tendem a julgar os outros duramente como fazem consigo próprios. os outros descrevem-nos como pessimistas. Existe controvérsia acerca da utilidade em diferenciar a perturbação depressiva da personalidade e a Perturbação Distímica. desilusão e infelicidade. intrapessoais ou intrapsíquicos.cognitivas de tipo depressivo incluem-se sentimentos permanentes de abatimento. críticos e dados à censura. ainda que se afirmem realistas. a Perturbação Depressiva Maior pode incidir mais frequentemente em familiares de sujeitos que sofrem de uma perturbação depressiva da personalidade e não de uma Perturbação Depressiva Maior. permanentemente imersos na sua infelicidade e pensamentos negativos. Este padrão não ocorre . desânimo. inutilidade e baixa autoconfiança (3) critica-se. julga e contraria os outros (6) mostra-se pessimista (7) tende a sentir-se culpado ou com remorsos B. como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: (1) o humor habitual é dominado por sentimentos de abatimento. Perturbação Passivo-Agressiva da Personalidade (Perturbação Negativista da Personalidade) Características A característica essencial é um padrão global de atitudes negativistas e resistência passiva a exigências de performance adequada em situações sociais e laborais que se iniciam no princípio da idade adulta e que ocorrem numa variedade de contextos. Um padrão global de comportamentos e funções cognitivas depressivos com início no princípio da idade adulta e presente numa grande variedade de contextos. A relação entre a perturbação depressiva da personalidade e muitas outras. infelicidade. acusa-se ou autodesclassifica-se (4) é meditabundo e dado a preocupar-se com tudo (5) critica. [] Critérios de investigação para perturbação depressiva da personalidade A. perturbação depressiva breve recorrente e perturbação mista da ansiedade e depressão) e com outras Perturbações da Personalidade não é conhecida.categorias propostas incluídas neste apêndice (por exemplo. tristeza. perturbação depressiva minor. autocriticismo e tendência para se sentir culpado) pelo fato de o padrão ser global e causar acentuado mal-estar ou deficiência nas atividades sociais ou laborais. pessimismo.os sintomas forem mais bem explicados por uma Perturbação Distímica ou se ocorrerem exclusivamente durante Episódios Depressivos Major. Não ocorre exclusivamente durante Episódios Depressivos Maior e não é mais bem explicada por uma Perturbação Distímica. desilusão ou infelicidade (2) a concepção que o sujeito tem de si próprio centra-se principalmente em sentimentos de impotência. mas deve haver uma ampla sobreposição entre elas. A perturbação aqui proposta difere dos chamados traços depressivos normais (por exemplo. desprezadas e incompreendidas e passam todo o dia queixando-se dos outros. A dependência dos outros e a necessidade de se auto-afirmarem constituem um conflito típico destes indivíduos e a sua falta de autoconfiança é notória apesar da sua fanfarronice. As figuras de autoridade (por exemplo. Esta oposição surge mais frequentemente em situações laborais mas também pode ser evidente em situações sociais. um executivo tem uma reunião no dia seguinte. pais ou em membros de um casal o papel de pai) costumam converter-se na origem do seu descontentamento. cínicos. Alguns sujeitos mostram-se insociáveis.exclusivamente durante Episódios Depressivos Major e não é mais bem explicado por uma Perturbação Distímica. obstinação e ineficiência intencional. para acabarem defraudando-se a si próprios. Estes sujeitos fazem sabotagem aos esforços dos outros. sobretudo como resposta às tarefas que os chefes lhes mandam fazer. Para a maioria das situações. pois não cumprem a sua parte do trabalho. descuidos. professores na escola. Por vezes seguem um caminho errático que dá lugar a disputas constantes com os outros. cargos superiores no trabalho. prevêem o pior dos resultados. As pessoas que apresentam esta perturbação sentem-se habitualmente intrujadas. cépticos. Este extraviará ou arquivará incorretamente o material em vez de dizer que não teve tempo para o rever. Estes sujeitos podem mover-se entre dois extremos: ou fazem ameaças hostis a quem consideram ser a origem dos seus problemas ou tentam apaziguar os ânimos destas pessoas pedindo-lhes desculpas ou garantindo-lhes que no futuro trabalharão melhor. Também se mostram invejosos e ressentidos para com os companheiros de trabalho que triunfam ou têm a consideração das chefias e costumam queixar-se abertamente da sua má sorte. atribuem-no às pessoas que as rodeiam. Devido à sua propensão para se oporem e para exteriorizarem abertamente as suas críticas e acusações. Quando surge algum problema. irritáveis. A sua visão do futuro é negativa e costumam fazer comentários do tipo «não vale a pena ser bom» e «as coisas boas não duram sempre». oscilando indecisos de um extremo para o outro. inclusive naquelas que parecem estar a correr bem. Estes sujeitos habitualmente mostram ressentimento. sempre inclinados a discutir e oporem-se a tudo. impacientes. Características Associadas Estes sujeitos costumam mostrar-se abertamente ambivalentes. Por exemplo. encarregando para esse fim um dos seus subordinados de rever certo material. A resistência exprimese por adiamentos. oposição e resistência a cumprir as expectativas de desempenho que os outros neles depositam. à mínima provocação estes sujeitos fazem uma demonstração pública da sua hostilidade para com as figuras de autoridade. Esta visão catastrófica dos acontecimentos costuma provocar respostas . exército. sobretudo nas situações que se prestam a autoritarismo (por exemplo. fartos de agüentar as queixas contínuas. Padrão permanente de atitudes de oposição e respostas passivas perante as exigências de um rendimento adequado que se inicia no princípio da idade adulta e se reflete numa grande variedade de contextos e se caracteriza por quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: (1) resistência passiva a dar rendimento na rotina social e nas tarefas laborais (2) queixas de incompreensão e de ser desprezado pelos outros (3) hostilidade e facilidade para discutir (4) crítica e desprezo irracionais pela autoridade (5) mostras de inveja e ressentimento para com os companheiros aparentemente com mais sorte (6) queixas abertas e exageradas pela sua má sorte . trabalho. Diagnóstico Diferencial No DSM-IV. Dependente. É freqüente encontrar comportamentos de tipo passivo-agressivo na vida diária das pessoas normais. Paranóide. Este tipo de comportamento é habitual em sujeitos com Perturbações Estado-Limite. Na Perturbação Desafiante de Oposição há um padrão similar de atitudes negativistas e problemas com figuras de autoridade. mas a Perturbação Desafiante de Oposição é habitualmente diagnosticada em crianças e a perturbação passivo-agressiva só deve ser diagnosticada em adultos.hostis e negativas dos outros. prisão) e onde não têm cabimento formas de assertividade alternativas. Não se deve fazer o diagnóstico de perturbação passivoagressiva se os sintomas forem mais bem explicados pela presença de uma Perturbação Distímica ou se só aparecer durante Episódios Depressivos Major. Só quando estes traços da personalidade passivoagressivos se mostram inflexíveis e desadaptativos e provocam malestar clinicamente significativo ou deficiência global na atividade do sujeito constituem propriamente uma perturbação. Anti-Social e Evitante da Personalidade. Histriônica. [] Critérios de investigação para perturbação passivo-agressiva da personalidade A. os sujeitos que preenchem estes critérios de investigação devem receber o diagnóstico de Perturbação da Personalidade Sem Outra Especificação. Nesta secção incluem-se as seguintes perturbações motoras induzidas por medicamentos: Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos. clozapina). O padrão de comportamento não aparece exclusivamente durante Episódios Depressivos Maior e não são melhor explicados por uma Perturbação Distímica. parkinsonismo. costuma ser difícil estabelecer a relação causal entre a exposição ao fármaco e o aparecimento da perturbação motora. Síndrome Maligna dos Neurolépticos. flufenazina). Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos. Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos e Tremor Postural Induzido por Medicamentos. O objetivo a atingir com a descrição destas perturbações e a exposição dos seus critérios de diagnóstico é facilitar o trabalho de investigação e motivar o especialista para que os diagnostique e os trate adequadamente. Estas perturbações podem provocar problemas psicossociais e laborais e o não cumprimento de regimes terapêuticos por parte do doente. Perturbação da Ansiedade versus Acatisia Induzida por Neurolépticos. agentes antipsicóticos atípicos (por exemplo. prometazina. O termo neuroléptico aparece repetidamente neste manual para fazer referência aos fármacos com propriedades antagonistas da dopamina. especialmente porque algumas destas perturbações aparecem também na ausência de um tratamento farmacológico. . Também se inclui a categoria de Perturbação Motora Induzida por Medicamentos Sem Outra Especificação para os casos que preencham os critérios para nenhuma das perturbações específicas que se acabam de mencionar. Perturbações Motoras Induzidas por Medicamentos É importante considerar as perturbações motoras induzidas por medicamentos no tratamento farmacológico das perturbações mentais ou dos estados físicos gerais e no diagnóstico diferencial com as perturbações do Eixo I (por exemplo. Entre eles incluem-se agentes antipsicóticos clássicos (por exemplo. alguns fármacos bloqueadores dos receptores dopaminérgicos que se empregam no tratamento de sintomas físicos como as náuseas (por exemplo. As perturbações motoras induzidas por medicamentos deverão incluir-se no Eixo I. Entre estas perturbações inclassificáveis incluem-se perturbações motoras (por exemplo. Catatonia versus Síndrome Maligna dos Neurolépticos). proclorperazina. clorpromazina. acatisia aguda) induzidas por fármacos não neurolépticos (por exemplo. haloperidol.(7) alternância de ameaças hostis e arrependimento B. Ainda que estas perturbações sejam qualificadas como «induzidas por medicamentos». Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos. inibidores da recaptação da serotonina). enquanto o tremor parece ser menos comum. lentificação motora de um Episódio Depressivo Maior). rítmico e contínuo e caracteriza-se por ser mais lento que outros tremores e aparece só em repouso. sobretudo quando o sujeito tenta utilizar o membro que treme nalguma tarefa concreta.trimetobenzamida. a boca. em ambulatório.1 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos [332. a mandíbula.1] Características de Diagnóstico A característica essencial do parkinsonismo induzido por neurolépticos é a presença de sinais ou sintomas parkinsônicos (por exemplo. comercializada como antidepressivo. sintomas negativos de uma esquizofrenia. metoclopramida) e a amoxapina. doença de Wilson). a longo prazo acabam por apresentar nalgum momento sinais ou sintomas parkinsônicos. Pode aparecer de forma intermitente e ser unilateral. os lábios («síndrome do coelho») ou a língua. Os sintomas parkinsónicos não são mais bem explicados pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. Os sintomas desaparecem habitualmente ao reduzir (ou abandonar) as doses de neuroléptico. ao juntar medicação antiparkinsônicas ou ao substituir o fármaco por outro neuroléptico que apresente menos efeitos secundários deste tipo. Os sintomas mais freqüentes são a rigidez e a acinesia. G21. O mais típico é que os sintomas apareçam em 2 a 4 semanas após o início do tratamento. O tremor parkinsônico é de caráter oscilatório (3 a 6 ciclos por segundo). O quadro sintomático pode aparecer imediatamente depois de começar ou aumentar um tratamento deste tipo ou então fazê-lo de forma insidiosa ao fim de várias semanas. Uma vez instaurados costumam permanecer invariáveis ou então diminuir gradualmente nos meses seguintes. bilateral ou depender donde se encontre a extremidade (tremor posicional). catatonia. rigidez muscular ou acinesia) cujo aparecimento coincide com a tomada do medicamento neuroléptico. anticolinérgicos) usados no tratamento ou na prevenção de quadros extrapiramidais agudos. a cabeça. Por vezes estes sujeitos descrevem os movimentos como «sacudidelas» e relatam que . Estes sintomas costumam aparecer poucas semanas depois de se ter iniciado ou aumentado a toma destes fármacos ou então depois de reduzir as doses de outros medicamentos (por exemplo. nem podem ser atribuídos a doenças neurológicas ou médicas (por exemplo. Este tremor pode afetar os membros. Calcula-se que pelo menos 50% dos doentes que recebem tratamento neuroléptico. doença de Parkinson idiopática. tremor. O tremor pode suprimir-se. inibição do reflexo nasopalpebral e seborréia. Os sujeitos acinéticos podem queixar-se de sensação de apatia. No primeiro tipo o membro ou a articulação opõe resistência à mobilização e parecem bloqueados. Entre outros sinais assinale-se o pescoço e os ombros inclinados para a frente. como o músculo exerce uma certa tensão sobre o aparelho articular. Os comportamentos quotidianos normais (por exemplo. tratase de uma rigidez contínua (quer dizer. A acinesia define-se como um estado de diminuição espontânea da atividade motora. Os sujeitos que sofrem de rigidez parkinsônica podem queixar-se de debilidade ou rigidez muscular generalizadas. assim como por dificuldade para iniciar e executar movimentos. Aparece quando se tenta mobilizar passivamente os músculos. não mostra flutuações temporais num mesmo membro). úlceras de decúbito e embolias pulmonares). falta de espontaneidade e de energia e sonolência. Pode afetar todos os músculos esqueléticos ou unicamente pequenos grupos. Caracteriza-se por uma lentificação global. A rigidez muscular parkinsônica define-se como uma firmeza ou tensão excessivas dos músculos que permitem a sustentação. como em roda dentada. contraturas. Este tipo de rigidez é posta em relevo deixando a mão em cima da articulação que se está a mobilizar. A rigidez e a acinesia parkinsônicas podem manifestar-se sob a forma de alterações da marcha ou diminuição do comprimento das passadas. Também estão incluídos a escrita com letra pequena (micrografia). instabilidade postural. stress ou fadiga. existe uma oposição à mobilização de caráter rítmico. hipofonia. Devido a uma diminuição generalizada da atividade motora faríngea. do balancear dos braços ou da espontaneidade global ao andar. também pode aparecer sialorreia. a higiene) estão dificultados. Quando os sintomas parkinsônicos são graves e dão lugar a uma séria diminuição da atividade motora podem aparecer complicações gerais (por exemplo. é mais freqüente nos pulsos e nos cotovelos e costuma aumentar e diminuir de intensidade segundo o momento. Características Associadas Por vezes associam-se sintomas comportamentais como depressão ou agravamento de sinais negativos de uma esquizofrenia. dores musculares ou articulares. dores generalizadas e falta de coordenação ao praticar desporto. ainda que este sinal seja menos freqüente no parkinsonismo induzido por neurolépticos por causa das propriedades anticolinérgicas destes fármacos.aparecem especialmente em situações de ansiedade. Estes sujeitos apresentam dois tipos de rigidez: continua («em tubo de chumbo») e em roda dentada. que interrompe sucessivamente o que seria o movimento suave e calmo de qualquer articulação em circunstâncias normais. . No segundo tipo. a expressão facial imutável e a marcha de passos pequenos e arrastando os pés. já que por vezes dão lugar a pneumonias por aspiração ou a perdas de peso inexplicáveis. concorrência de demência. Além disso. Diagnóstico Diferencial É importante fazer o diagnóstico diferencial entre o Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos e outras causas de sintomas parkinsônicos em sujeitos que seguem igualmente um tratamento farmacológico com estas características. Também pode haver incontinência urinária e uma maior incidência de fraturas da anca no velho. O tremor do Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos deve diferenciar-se por seu lado de tremores secundários a outras causas de parkinsonismo. do tremor não induzido por neurolépticos e do tremor associado à Abstinência de Substâncias. com menor amplitude) e mais rápidos (10 ciclos por segundo) e a piorar com a atividade (por exemplo. distingue-se pelo seu ritmo contínuo e regular. O tremor das doenças cerebelosas também piora com a atividade e pode estar associado a nistagmo. screening positivo de metais pesados na urina. O tremor associado à Abstinência de Substâncias é acompanhado frequentemente de hiper-reflexia e aumento de sinais vegetativos. quando o sujeito estende a mão para pegar num copo). do tremor familiar. este risco também se relaciona com o tipo de fármaco neuroléptico. Entre os fatores de risco de desenvolver Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos incluem-se antecedentes prévios desta perturbação. ataxia ou fala escandida. delirium ou perturbação mnésica. doença de Parkinson. A . contudo. ou doença neurológica concomitante. doença de Wilson). a rapidez com que se aumentam as doses e a dose total. diminuição da ceruloplasmina sérica na doença de Wilson). O risco diminui se os sujeitos tomam um medicamento anticolinérgico. Os tremores não parkinsônicos tendem a ser mais finos (isto é. uma vez que os músculos não começam a cansar-se senão ao fim de um certo tempo após iniciar o movimento. Os exames laboratoriais podem ser úteis para estabelecer outras causas que justifiquem o quadro sintomático (por exemplo. no Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos a força muscular é normal no princípio.A diminuição do reflexo da tosse e a disfagia podem constituir uma ameaça para a vida. O Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos deve diferenciar-se dos sintomas parkinsônicos devidos a outras substâncias ou medicamentos ou devidos a doenças neurológicas ou médicas (por exemplo. Contudo. Os movimentos coreicos que se observam na Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos podem imitar o tremor parkinsônico. Os acidentes vasculares cerebrais e outras lesões focais do sistema nervoso central podem produzir sinais neurológicos focais ou paralisia flácida ou espástica. este último. calcificação dos gânglios basais como reflexo de uma hipercalcemia. É provável ainda que as crianças apresentem maior risco de sofrer desta perturbação. idade avançada. a rigidez também pode associar-se a Perturbações Psicóticas. mas existem dados físicos e laboratoriais (por exemplo. sinais de libertação frontal. Por vezes o diagnóstico de Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos fazse provisoriamente. alteração dos pares cranianos ou sinal de Babinski) e sinais ou sintomas parkinsônicos que não cedem aos três meses após a interrupção do tratamento neuroléptico (ou um ano depois se o fármaco era administrado em forma depôt). O diagnóstico diferencial entre os sintomas de uma perturbação mental primária e as alterações comportamentais do parkinsonismo induzido por neurolépticos pode revestir certa dificuldade. presença de sinais neurológicos focais não extrapiramidais (por exemplo. Tipo Catatônico. Nesta último são mais freqüentes os sinais vegetativos (por exemplo. A acinesia induzida por neurolépticos e a Perturbação Depressiva Maior partilham um grande número de sintomas.1 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos [332. antecedentes farmacológicos. A catatonia associada à Esquizofrenia. Na Síndrome Maligna dos Neurolépticos existe tanto acinesia como rigidez. ou então com a prescrição de um tratamento anticolinérgico. sialorreia. Dados indicadores de que os sintomas parkinsônicos não se devem a um tratamento neuroléptico incluem antecedentes de patologia neurológica congênita. A distinção entre os sintomas negativos da Esquizofrenia e a acinesia é bastante complexa.1] . desespero e mal-estar. Perturbações da Ansiedade e Perturbação de Conversão. febre. os sujeitos com rigidez parkinsônica costumam apresentar paralelamente uma constelação de sinais e sintomas. aumento dos níveis séricos de creatinofosfoquinase [CPK]). Além disso. sintomas mentais). [] Critérios de investigação para G21. diminuição do bater das pálpebras e outros aspectos inerentes à bradicinesia. em que se incluem marcha e expressão facial características. ou às Perturbações do Humor com Características Catatônicas pode ser particularmente difícil de diferenciar da acinesia grave. Delirium. Demência. explorações físicas.rigidez parkinsônica deve também diferenciar-se do fenômeno da «mão em garra» que se objetiva com lesões piramidais ou com comportamentos de oposição. A resistência à mobilização passiva constitui uma característica praticamente constante dos diferentes tipos de rigidez parkinsônica e a sua presença é incompatível com a rigidez devida a perturbações mentais ou a outras doenças neurológicas. Há com freqüência que recorrer a múltiplas fontes de informação (por exemplo. enquanto a apatia é mais característica da acinesia. despertar precoce). Por outro lado. parkinsonismo rapidamente progressivo não explicável por substituições psicofarmacológicos recentes. a expensas de uma possível confirmação mediante a redução (ou interrupção) das doses do fármaco neuroléptico que se suspeite ser o culpado. Entre os testes que confirmam que a perturbação se deveria a um estado físico geral estaria o fato de os sintomas aparecerem antes da tomada do neuroléptico. Entre os testes que confirmam que os sintomas se explicariam melhor pela presença de uma perturbação mental estaria o seu aparecimento antes da tomada do neuroléptico ou que fossem incompatíveis com o tipo de intervenção farmacológica (por exemplo. sintomas negativos ou catatônicos da Esquizofrenia. rítmico. D. ou de haver sido reduzida as dose de fármacos empregados para tratar (ou prevenir) sintomatologia extrapiramidal aguda (por exemplo. Os sintomas do Critério A aparecem poucas semanas depois de iniciado ou aumentado um tratamento neuroléptico. G21. não melhoraria depois de diminuir a dose do neuroléptico ou de administrar um anticolinérgico). Os sintomas do Critério A não podem ser mais bem explicados pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. gesticulação. de repouso. fala ou movimentos corporais) B. Os sintomas do Critério A não são devidos a um medicamento não neuroléptico ou a doenças neurológicas ou médicas coexistentes (por exemplo. doença de Wilson). diminuição da mímica facial espontânea.92] Características de Diagnóstico . doença de Parkinson. anticolinérgicos). e que afeta membros. grosseiro. com uma freqüência entre 3 e 6 ciclos por segundo.A. lentificação psicomotora do Episódio Depressivo Maior). Aparecimento de um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas que se relacionam com a tomada de medicamentos neurolépticos: (1) tremor parkinsônico (isto é. cabeça ou língua) (2) rigidez muscular parkinsônica (isto é. C. com roda dentada ou contínua com «tubo de chumbo») (3) acinesia (isto é. a presença de sinais neurológicos focais inexplicados ou a progressão dos sintomas apesar de um regime farmacológico estável.0 Síndrome Maligna dos Neurolépticos [333. fenciclidina) nem a doenças neurológicas ou médicas coexistentes (por exemplo. contudo. Após a interrupção do tratamento neuroléptico. Estes fatos são acompanhados de dois (ou mais) dos seguintes sintomas: diaforese. As formas de apresentação e a evolução da Síndrome Maligna dos Neurolépticos são bastante variáveis. taquicardia. disfagia. como as injeções intramusculares ou tomada de compostos adstringentes. Os níveis de CPK são tipicamente altos e vão desde subidas desprezáveis até níveis extremamente elevados (ultrapassando as 16 000 U). A Síndrome Maligna dos Neurolépticos costuma aparecer nas primeiras quatro semanas de tratamento neuroléptico. os sujeitos com Síndrome Maligna dos Neurolépticos costumam apresentar outros processos capazes de agravar uma temperatura já por si elevada. alguns sujeitos apresentam uma Síndrome Maligna dos Neurolépticos depois de tomar a mesma dose de fármaco durante muitos meses. alterações do nível de consciência que vão da confusão ao coma. Pode ter uma evolução maligna e potencialmente fatal ou então uma evolução relativamente benigna e autolimitada. Com freqüência não existe maneira de predizer o seu prognóstico. que deve fazer suspeitar de provável início de insuficiência renal. Nos casos mais graves pode aparecer mioglobiziúria. Acompanhando este quadro sintomático podem aparecer agitação ou reações distônicas agudas. e que também está demonstrado o seu aumento em sujeitos com Perturbações Psicóticos agudas. 37. tensão arterial elevada ou flutuante. leucocitose e dados analíticos indicadores de lesão muscular (por exemplo.8 graus) e hipertermia marcada (por exemplo.A característica essencial da Síndrome Maligna dos Neurolépticos é o aparecimento de rigidez muscular intensa e elevação da temperatura num sujeito que se encontra em tratamento neuroléptico. 41 graus). o quadro costuma resolver-se com uma média de duas semanas para os . Perturbação do Humor com Características Catatônicas). habitualmente entre 10 000 e 20 000 células. encefalite viral) e não são mais bem explicados pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. Estes sintomas não são devidos a outra substância (por exemplo. A febre como sinal secundário de doenças médicas coexistentes (por exemplo. elevação dos níveis de creatinofosfoquinase [CPK1]. incontinência. sendo dois terços durante a primeira semana. mutismo. É necessário recordar que elevações ligeiras ou moderadas dos níveis de CPK são igualmente detectadas em lesões musculares devidas a diversas causas. O aumento da temperatura corporal oscila entre elevações ligeiras (por exemplo. Os leucócitos costumam mostrar muitas vezes subida dos seus níveis séricos. tremor.2 a 37. infecções) deve afastar-se sempre perante qualquer aumento da temperatura. Contudo. na forma de prescrever os neurolépticos. Os fatores de risco que parecem ser antecedentes da Síndrome Maligna dos Neurolépticos são a agitação. na planificação dos estudos e nos dados demográficos da população estudada. os índices de mortalidade têm diminuído sensivelmente. Após sofrer da perturbação. o aumento rápido das doses e a injeção intramuscular do fármaco. ainda que estes valores possam ser artificialmente elevados como resultado de um desvio da informação. a desidratação. Na literatura há controvérsia sobre se o tratamento com carbonato de lítio aumenta as possibilidades de apresentar uma Síndrome Maligna dos Neurolépticos. embolias pulmonares e coagulação intravascular disseminada. Também há alguns trabalhos que falam de seqüelas neurológicas. pneumonia. os sintomas desaparecem de forma total.07%. e 1. e ainda que muitos deles não voltem a recair apesar de tomarem de novo o fármaco. estes sujeitos costumam mostrar-se mais renitentes a retomar o tratamento neuroléptico. paragem cardíaca ou respiratória. sobretudo se houver uma componente úmida associada. As taxas de mortalidade recolhidas na literatura oscilam entre 10% e 20%. Características Associadas A maioria dos casos tem sido atribuída a sujeitos que sofrem de Esquizofrenia.4% dos sujeitos submetidos a tratamento neuroléptico. Episódios Maníacos e Perturbações Mentais Devidas a Um Estado Físico Geral (por exemplo. as doses altas de neurolépticos. A Síndrome Maligna dos Neurolépticos parece ser um pouco mais freqüente nos homens que nas mulheres. A Síndrome Maligna dos Neurolépticos poderia ser mais freqüente quando se empregam fármacos muito potentes. Ainda que esta perturbação se tenha observado em ambientes quentes e frios. predomina nos primeiros. e com o tempo. quase sempre se observa em adultos. alguns fazem-no. A medida que os médicos têm vindo a melhorar os seus diagnósticos. convulsões. Na maioria dos sujeitos. havendo no entanto casos que ultrapassam amplamente estes valores de referência. As estimativas de prevalência desta perturbação oscilam entre 0. sobretudo quando esta toma se reinicia imediatamente depois da remissão da Síndrome Maligna dos Neurolépticos. e ainda que apareça em qualquer idade. sepsis. As discrepâncias existentes nestes valores de prevalência poderão explicar-se por uma falta de consistência na própria definição da casuística. delirium ou demência).fármacos depôt. insuficiência renal. Existem vários estados físicos gerais que podem aparecer no decurso da Síndrome Maligna dos Neurolépticos e complicar assim o quadro clínico. Diagnóstico Diferencial . por exemplo. Nestes casos deve diagnosticar-se Perturbação Motora Induzida por Medicamentos Sem Outra Especificação. anfetaminas. Os episódios de insolação simulam por vezes a Síndrome Maligna dos Neurolépticos. A hipertermia maligna caracteriza-se por febre muito elevada e rigidez e habitualmente costuma incidir em sujeitos geneticamente predispostos que acabam de receber anestésicos halogenados inalados e relaxantes musculares que atuam por mecanismo despolarizante. alterações vegetativas e dados analíticos anormais. tétano). é provável que se trate de uma Síndrome Maligna dos Neurolépticos. ou em conseqüência dela. A hipertermia maligna costuma iniciar-se minutos depois de ter recebido estes fármacos anestésicos. ainda que em geral possam diferenciar-se. alteração do estado mental e alterações de tipo vegetativo. delirium atropínico. Entre os estados físicos gerais que simulam a Síndrome Maligna dos Neurolépticos incluem-se infecções do sistema nervoso central. Além disso. Devido a que no decurso da Síndrome Maligna dos Neurolépticos. na Síndrome Maligna dos Neurolépticos também há outros sintomas característicos (por exemplo. lesões cerebrais subcorticais (por exemplo. infecção viral). podem aparecer outros estados físicos gerais. Quando a hipertermia é intensa. tetrabenacina) pode precipitar uma reação similar à Síndrome Maligna dos Neurolépticos. fenfluramina. status epilepticus. Nos sujeitos que estão a receber medicação . é de suma importância determinar se a febre apareceu antes ou como conseqüência do aparecimento destes. rigidez muscular intensa). porfíria aguda intermitente. neoplasias) e doenças sistêmicas (por exemplo. hipotensão (e não tensão arterial elevada ou rapidamente flutuante) e flacidez muscular (e não rigidez). Os sujeitos com Esquizofrenia ou um Episódio Maníaco que não se encontram em tratamento com neurolépticos apresentam por vezes estados catatônicos extremos (chamados catatonia letal) que podem simular a Síndrome Maligna dos Neurolépticos. O abandono súbito do tratamento antiparkinsônicos pelo sujeito com doença de Parkinson ou em tratamento com agentes da depleção da dopamina (por exemplo. toxicidade por lítio. combinações destes com agentes tricíclicos. traumatismos cranioencefálicos. cocaína e fenciclidina). que podem dar lugar a um quadro de hipertermia. pois acompanham-se de pele quente e seca (e não diaforese). A síndrome Neuroléptica Maligna deve distinguir-se de outras síndromes parecidas secundárias à tomada de outros medicamentos psicotropos por exemplo. Devem excluirse as subidas de temperatura devidas a um estado físico geral (por exemplo. inibidores da monoaminoxidase. reserpina. serotoninérgicos ou meperidina. sempre que se observa a presença de subida de temperatura. acidente vascular cerebral.A Síndrome Maligna dos Neurolépticos deve diferenciar-se dos sintomas devidos a uma doença neurológica ou médica. especialmente se não se puder identificar qualquer estado físico geral. encefalite viral). espasmos da . retrocolo. B. D. Aparecimento de rigidez muscular intensa e febre elevada associada com a tomada de medicação neuroléptica. G24. fenciclidina) ou a uma doença neurológica ou estado físico geral (por exemplo.0 Síndrome Maligna dos Neurolépticos [333.92) A. Os sintomas dos Critérios A e B não se devem a outra substância (por exemplo.neuroléptica. [] Critérios de investigação para G21. Entre estas posturas inclui-se a posição anormal da cabeça e pescoço em relação ao eixo corporal (por exemplo.0 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos [333. elevação dos níveis séricos de CPK) C. Os sintomas dos Critérios A e B não são mais bem explicados pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. torcicolo). O problema complica-se ainda mais pelo fato de os agentes neurolépticos poderem agravar por si próprios os sintomas de catatonia letal. Perturbação do Humor Com Sintomas Catatônicos).7] Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação é a presença de espasmos musculares e a manutenção de posturas anormais. Dois (ou mais) dos seguintes sintomas: (1) diaforese (2) disfagia (3) tremor (4) incontinência (5) alterações do nível de consciência que vão desde confusão até coma (6) mutismo (7) taquicardia (8) tensão arterial elevada ou flutuante (9) leucocitose (10) dados analíticos que indicam lesão muscular (por exemplo. para efetuar o diagnóstico diferencial é importante ter em conta se há antecedentes de estados catatônicos extremos prévios antes de tomar o fármaco. em associação com a tomada de medicamentos neurolépticos. e posição anormal dos membros distais ou do tronco (opistótonos). disfonia). protrusão ou disfunção lingual. boca entreaberta. Entre os fatores de risco incluem-se os antecedentes de episódios distônicos reativos a tratamentos com fármacos neurolépticos e a utilização de fármacos neurolépticos potentes. ou após se haver reduzido a administração de fármacos para tratar ou prevenir sintomas extrapiramidais agudos (por exemplo. A musculatura afetada costuma apresentar um aumento do tônus. anticolinérgicos). por vezes. desvio dos olhos vertical. macroglossia). Diagnóstico Diferencial É importante fazer o diagnóstico diferencial entre a Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos e outros processos que podem provocar reações distônicas nos sujeitos tratados com estes fármacos. falar ou respirar (espasmo laringofaríngeo potencialmente mortal. o aparecimento de um episódio de distonia aguda pode dar lugar posteriormente a não cumprimento do tratamento farmacológico. discurso enfraquecido ou confuso devido a hipertonicidade da musculatura lingual (disartria. os sintomas precedem a exposição ao fármaco neuroléptico ou então progridem sem que tenha tido lugar qualquer alteração na prescrição do fármaco) e a presença de sinais neurológicos focais. dificuldade em engolir (disfagia). A intensidade destes sintomas e a sua localização podem ser muito variadas. Características Associadas O medo e a ansiedade costumam acompanhar o início da Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos. caretas).musculatura mandibular (trismo. O quadro sintomático não é mais bem explicado pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. As distonias focais ou segmentares de aparecimento espontâneo caracterizam-se por persistência durante dias ou semanas. A Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos incide habitualmente em homens jovens. Há que suspeitar que os sintomas se devem a uma doença neurológica ou a um estado físico geral perante a evolução característica (por exemplo. com independência das tabelas de medicação que o doente tenha estado a seguir. sintomas catatônicos da Esquizofrenia) e não se deve a fármacos não neurolépticos ou a doenças neurológicas ou a estados físicos gerais. horizontal ou lateralmente (crises oculógiras). Outras doenças . Os sinais e sintomas aparecem nos primeiros sete dias após se ter iniciado ou aumentado rapidamente as doses de um tratamento neuroléptico. sobretudo nos sujeitos que desconhecem a possibilidade de desenvolver um quadro de distonia e que atribuem erradamente o seu aparecimento à própria perturbação mental. Alguns sujeitos sentem dor ou cãibras musculares e. horizontal ou lateral (crises oculógiras) (7) posição anormal dos membros distais ou do tronco . macroglossia) (5) protrusão ou disfunção linguais (6) desvio dos olhos em sentido vertical. tetania) parecidos com os da Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos. Em contrapartida. traumatismos ou lesões que ocupam espaço do sistema nervoso central ou periférico) e endocrinológicas (por exemplo. Nestes casos o diagnóstico apropriado seria Perturbação Motora Induzida por Medicamentos Sem Outra Especificação. Aparecimento de um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas associado a medicação neuroléptica: (1) posição anormal da cabeça e pescoço em relação ao eixo corporal (por exemplo. infecções virais e bacterianas. Além disso. boca entreaberta.neurológicas coexistentes (por exemplo. [] Critérios de investigação para G24. caretas) (3) dificuldade em engolir (disfagia). retrocolo. A Síndrome Maligna dos Neurolépticos também provoca distonias. A catatonia associada a Perturbação do Humor ou a Esquizofrenia diferencia-se desta perturbação graças à relação temporal que se estabelece entre o aparecimento dos sintomas e a tomada de neurolépticos (por exemplo. não melhora após diminuir as doses de neuroléptico ou ao administrar anticolinérgicos). A Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos deve distinguir-se das reações distônicas devidas a medicamentos não neurolépticos (por exemplo.0 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos [333. epilepsia do lobo temporal. disfonia) (4) discurso enfraquecido ou confuso devido a hipertonicidade da musculatura lingual (disartria. na Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos os sintomas produzem mal-estar no indivíduo e provocam a consulta ao especialista.7] A. os sujeitos com catatonia mostram-se tipicamente calados e retraídos e em caso algum manifestam qualquer preocupação pelo que lhes está a suceder. reações distônicas que precedem a tomada do fármaco) e a uma resposta ao tratamento farmacológico (por exemplo. agentes anticonvulsivantes como a fenitoína e a carbamazepina). falar ou respirar (espasmo laringofaríngeo potencialmente mortal. torcicolo) (2) espasmos da musculatura mandibular (trismo. mas distingue-se pelo fato de ser acompanhada de febre e rigidez generalizada. hipoparatiroidismo) podem provocar também sintomas (por exemplo. Os sintomas do Critério A não são mais bem explicados pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. Os sinais do Critério A aparecem nos primeiros sete dias após se ter iniciado ou aumentado rapidamente as doses de um tratamento neuroléptico. quase sempre nas pernas. C. Na sua forma mais marcada o sujeito pode mostrar-se incapaz de manter qualquer posição mais de alguns segundos. estando de pé. D. sintomas catatônicos da Esquizofrenia). balancear os pés ou «andar continuamente pela casa». Entre os testes que confirmam a associação dos sintomas com uma perturbação mental incluem-se as seguintes: os sintomas precedem a exposição ao fármaco neuroléptico ou não são compatíveis com o tipo de intervenção farmacológica (por exemplo. não melhora depois de diminuir a dose de neuroléptico ou de administrar medicamentos anticolinérgicos). anticolinérgicos).1 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos [333.99] Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação é a presença de sintomas de inquietação motora e a observação de pelo menos um dos seguintes movimentos: movimentos que recordam o nervosismo motor. Os sintomas do Critério A não são devidos a um fármaco não neuroléptico ou a doenças neurológicas ou a estados físicos gerais. balancear das pernas estando sentado. há sinais neurológicos focais inexplicados ou agravamento sintomática na ausência de alterações nos esquemas farmacológicos. G21. necessidade de caminhar para aliviar a inquietação ou incapacidade para permanecer sentado ou quieto durante alguns minutos. ou após haver reduzido a administração de fármacos para tratar (ou prevenir) sintomas extrapiramidais agudos (por exemplo. Entre as provas que confirmam a associação dos sintomas com um estado físico geral incluem-se as seguintes: os sintomas precedem a medicação com o neuroléptico. Os sintomas aparecem tipicamente nas primeiras quatro semanas após ter começado a tomar ou aumentado as doses do medicamento neuroléptico e noutras ocasiões pode seguir a redução de fármacos prescritos para tratar ou prevenir sintomas extrapiramidais . Entre os sintomas destes sujeitos inclui-se uma sensação interior de inquietação motora. assim como disforia e ansiedade.B. Quando os sintomas se devem a agentes não neurolépticos deve fazer-se o diagnóstico de Perturbação Motora Induzida por Medicamentos Sem Outra Especificação. Episódio Maníaco). Síndrome de Abstinência. Esquizofrenia. O agravamento dos sintomas psicóticos ou comportamentais pode provocar um aumento das doses de neurolépticos. já que nesta última o aparecimento dos sintomas costuma seguir-se brusca e imediatamente ao início ou aumento das doses no tratamento com neurolépticos. hiperatividade numa Perturbação de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e não se devem aos efeitos de um agente não neuroléptico ou a uma doença neurológica ou a um estado físico geral (por exemplo.agudos (por exemplo. O aparecimento de acatisia para ser dosedependente e associar-se mais frequentemente a alguns neurolépticos em concreto. o que pode exacerbar o problema. Os valores de prevalência descritos na literatura mostram importantes variações (20% a 75%) que poderão dever-se a falta de consistência na própria definição da casuística. Características e Perturbações Associadas Como resultado do quadro de acatisia costuma aparecer mal-estar clinicamente significativo que pode conduzir ao não cumprimento do tratamento neuroléptico. agressividade ou tentativas de suicídio. no modo de prescrever o neuroléptico. Fazer o diagnóstico diferencial entre estas entidades costuma ser simples. A perturbação tende a persistir se o tratamento neuroléptico não for alterado. A acatisia da doença de Parkinson e a da anemia ferropénica são fenomenologicamente similares à Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos. Os sintomas de acatisia podem ser acompanhados de disforia. anemia ferropénica). anticolinérgicos). que também . agitação num Episódio Depressivo Maior ou Episódio Maníaco. irritabilidade. ainda que a sua intensidade possa flutuar com o tempo. Os fármacos antidepressivos do grupo dos inibidores específicos da recaptação da serotonina podem dar lugar a um quadro de acatisia de características fenomenológicas semelhantes às da Acatisia Agizda Induzida por Neurolépticos. ou aos efeitos de agentes não neurolépticos e a quadros de agitação que aparecem durante a evolução de uma perturbação mental (por exemplo. na esquematização do estudo e nas características demográficas da população estudada. doença de Parkinson. Diagnóstico Diferencial A Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos pode ser clinicamente indistinguível de outras síndromes de inquietação motora devidas a um estado físico geral ou neurológico. Estes sintomas não são mais bem explicados pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. que depende das alterações da dose do neuroléptico. da inquietação motora e da agitação característica de uma perturbação mental. A evolução temporal dos sintomas. [] Critérios de investigação para G21. Delirium. a ausência de agravamento da inquietação motora ao aumentar a dose do fármaco e a falta de remissão dos sintomas após várias intervenções farmacológicas (por exemplo. Esquizofrenia e outras Perturbações Psicóticas. mas nunca de ambos ao mesmo tempo. pode ajudar a distinguir ambas as entidades.1 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos [333.recolhe entidades que se caracterizam por acatisia aguda acompanhada de sintomas ou sinais. Alguns destes sujeitos são capazes de distinguir a acatisia da ansiedade. Observação de pelo menos um dos seguintes sintomas: (1) movimentos típicos de nervosismo ou balancear das .99] A. Presença de sintomas de inquietação motora após tomar neurolépticos. Episódios Maníacos. um opiáceo) também pode aparecer agitação. A Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos também se diferencia dos sintomas que se explicam melhor pela presença de uma perturbação mental. enquanto costuma propiciar o desaparecimento da discinesia tardia. Perturbação por Déficit de Atenção com Hiperatividade. Intoxicação por Substâncias (por exemplo cocaína) ou Abstinência de Substâncias (por exemplo. Perturbação da Ansiedade Generalizada. não há melhoras ao diminuir as doses do neuroléptico ou ao iniciar um tratamento especificamente escolhido para combater a acatisia). cuja apresentação clínica costuma ser fácil de distinguir da acatisia. Um aumento da dose de neuroléptico exacerba habitualmente a acatisia. já que sofreram de ambas as perturbações e estão conscientes de que as sensações experimentadas num e noutro caso são decididamente diferentes. Demência. Entre outras provas a favor de que a inquietação seja mais bem explicada pela presença de uma perturbação mental inclui-se um início dos sintomas anterior ao início do tratamento neuroléptico. ou por acatisia que aparece de forma tardia no decurso do tratamento neuroléptico (por exemplo. seis meses depois de o ter iniciado ou ter aumentado as doses). A Discinesia Aguda Induzida por Neurolépticos também costuma ser acompanhada por uma componente de inquietação motora generalizada que pode coexistir com acatisia num sujeito em tratamento com neurolépticos. A Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos diferencia-se desta última pela própria natureza dos movimentos e sua relação com o início da tomada do fármaco. B. Nos Episódios Depressivos. Os sintomas do Critério A não são mais bem explicados pela presença de uma perturbação mental (por exemplo. G24. Síndrome de Abstinência. mandíbula.82] Características de Diagnóstico A Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos caracteriza-se pela presença de movimentos anormais e involuntários da língua. Entre as provas que confirmam a associação dos sintomas com um estado físico geral incluem-se as seguintes: os sintomas precedem a medicação com o neuroléptico ou os sintomas pioram sem que tenha havido alteração dos esquemas farmacológicos. hiperatividade numa Perturbação de Déficit de Atenção com Hiperatividade).pernas (2) balancear os pés estando de pé (3) necessidade de caminhar para aliviar a inquietação motora (4) incapacidade para permanecer sentado ou quieto durante alguns minutos C. . agitação num Episódio Depressivo Maior ou Episódio Maníaco. E. anticolinérgicos).0 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos [333. O início dos sintomas dos Critérios A e B tem lugar nas primeiras quatro semanas após ter começado a tomar ou aumentado as doses do medicamento neuroléptico e ter reduzido a medicação para tratar (ou prevenir) sintomas extrapiramidais agudos (por exemplo. D. Entre as provas que confirmam a associação dos sintomas com uma perturbação mental incluem-se as seguintes: os sintomas precedem a exposição ao neuroléptico. a inquietação motora não piora ao aumentar a dose de neuroléptico e não há relação temporal com as intervenções farmacológicas (por exemplo. Os sintomas do Critério A não são devidos a um fármaco não neuroléptico ou a doenças neurológicas ou a estados físicos gerais. não melhora depois de diminuir a dose de neuroléptico ou de administrar medicamentos para tratar a acatisia). Esquizofrenia. Durante o sono não costumam aparecer. sinuosos. bromocriptina). estes sintomas não são mais bem explicados pela presença de outra perturbação motora aguda induzida por neurolépticos (por exemplo. doença de Wilson). abdominais). Estes movimentos persistem durante pelo menos quatro semanas e podem revestir caráter coreico (rápidos. L-dopa. contínuos) ou rítmico (por exemplo. Os sinais ou sintomas desaparecem quando o indivíduo se encontra em tratamento neuroléptico ou nas primeiras quatro semanas após a suspensão da sua administração oral (ou nas primeiras oito semanas para neurolépticos depôt). isto é relativamente raro. Características Associadas Os sintomas da discinesia tardia tendem a agravar-se se se tomarem fármacos estimulantes. anticolinérgicos ou se se suspender o tratamento neuroléptico e podem sofrer um agravamento transitório coincidindo com reações emocionais. para fazer o diagnóstico. coréia de Sydenham. em 50% aproximadamente estão afetados os membros e. espasmódicos. stress e movimentos voluntários de zonas do corpo não afetadas. faríngeos. o tronco é afetado num quarto dos casos (discinesia axial). pelo menos . Em contrapartida. Assim. por último. não repetitivos). estereotipados).tronco ou extremidades em relação com a ingestão de medicamentos neurolépticos. enquanto esta última é típica sobretudo das pessoas idosas. Por seu lado. Mais de três quartos dos sujeitos que sofrem de discinesia tardia apresentam movimentos orofaciais anormais. Ainda que também possam estar afetados outros grupos musculares (por exemplo. É necessário que o indivíduo tenha estado sob medicação pelo menos três meses (ou um mês para sujeitos com mais de 60 anos). nem todas as discinesias nos indivíduos que tomam neurolépticos devem atribuir-se a estes fármacos. A discinesia pode desaparecer. hipertiroidismo. observam-se melhoras transitórias mediante técnicas de relaxação ou efetuando movimentos voluntários das zonas afetadas do corpo. doença de Huntington. Ainda que um grande número de estudos tenha demonstrado a relação etiológica que existe entre a discinesia tardia e o tratamento neuroléptico. discinesia espontânea. atetósico (lentos. em particular como sintoma isolado. por dentaduras postiças mal ajustadas que produzem incômodo ou dor ou por outros fármacos que podem dar lugar igualmente a discinesia aguda reversível (por exemplo. é necessário que estes movimentos não sejam devidos a uma doença neurológica nem a um estado físico geral (por exemplo. Apenas 10%o dos sujeitos apresentam esta tripla localização de forma simultânea. Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos. Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos). A afetação das extremidades ou do tronco na ausência de discinesia orofacial é mais freqüente nos jovens. agrava-se num quarto e melhora no resto dos sujeitos. ao aumentar a dose de neurolépticos ou de ansiolíticos. pode verificar-se como a perturbação tende a ser mais freqüente entre os doentes internados (em especial os que se encontram em instituições para doentes crônicos). neste sentido. As variações dos valores de prevalência poderiam ser provocados pela própria definição da casuística. Entre os fatores de risco que foram sugeridos para esta perturbação estão as perturbações do humor (sobretudo a Perturbação Depressiva Maior). úlceras nas faces e na língua. Na maioria dos casos a discinesia tardia é pouca importante e apenas constitui um problema de índole estética. perda de dentes. macroglossia. nos casos mais graves pode associar-se a estados físicos gerais (por exemplo. o modo de prescrição de neurolépticos. Os valores da prevalência também variam dependendo donde se obtêm as amostras. o esquema de estudo e as características demográficas da população estudada. A incidência global entre os jovens situa-se entre 3% e 5% ao ano. exceto para observadores muito perspicazes. já que os estudos de prevalência indicam uma percentagem de afetação de 50% e os de incidência de 25%-30% depois de um ano de exposição acumulada aos medicamentos neurolépticos. se bem que estas últimas possam ostentar uma maior incidência na terceira-idade.temporariamente. doenças neurológicas. perda de peso. as pessoas mais velhas têm mais probabilidades de que a sua discinesia tardia se agrave ou se generalize se persistir a toma de neurolépticos. depressão e idéias suicidas). A prevalência global da perturbação em indivíduos que recebem tratamento neuroléptico a longo prazo oscila entre 20% e 30%. acumulação de grandes quantidades de fármacos neurolépticos e desenvolvimento precoce efeitos secundários de tipo extrapiramidal. . Homens e mulheres parecem igualmente propensos a sofrer desta perturbação. Quando se submetem os sujeitos que se encontram a fazer tratamento neuroléptico a um controlo periódico. dificuldades para andar. Quando se suspende o tratamento. engolir ou respirar. fala sussurrante. num terço dos casos o quadro desaparecerá durante os primeiros três meses e em mais de 50% nos 12 a 18 meses seguintes. No princípio os sinais são de caráter mínimo ou ligeiro. Contudo. calcula-se que 5% a 40% dos casos remitem e que esta percentagem aumenta 50% a 90% se a discinesia tardia for de tipo ligeiro. pode verificar-se que a discinesia tardia se comporta de forma estável no tempo em aproximadamente metade dos casos. A perturbação pode iniciar-se em qualquer idade e habitualmente fá-lo de forma insidiosa. se bem que estas percentagens sejam inferiores no idoso. enquanto no idoso a perturbação parece ser mais freqüente. pelo que costumam passar despercebidos. Se o sujeito com discinesia tardia abandona o tratamento neuroléptico. Entre estas entidades inclui-se: doença de Huntington. apresentam um quadro de discinesia tardia. por vezes é difícil demonstrar que os fármacos neurolépticos são responsáveis pela discinesia tardia. trata-se de uma Discinesia Tardia com toda a certeza. B. Posto que mais de 5% dos sujeitos. enquanto a Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos o faz nas primeiras quatro semanas após isto ter sucedido. percentagem que também aumenta com a terceira-idade.Diagnóstico Diferencial Os quadros de discinesia que aparecem durante um tratamento com neurolépticos podem remitir se a administração destes fármacos for suspensa. Aparecimento de movimentos involuntários que se localizam na língua. A Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos deve distinguir-se de outros processos que podem dar lugar também a discinesia orofacial e corporal. lúpus eritematoso sistêmico.82] A. doença de Wilson. Estes movimentos duram mais de quatro semanas e adquirem qualquer das seguintes formas: . intoxicação por metais pesados. A Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos aparece também nos primeiros sete dias depois de iniciado ou aumentado um tratamento neuroléptico (ou então terem sido reduzidas as doses de um fármaco especificamente utilizado para tratar os sintomas extrapiramidais agudos).0 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos [333. Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos ou Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos). mandíbula. Por outro lado. tronco ou extremidades e que se relacionam com a ingestão de neurolépticos. Se apesar disso os sintomas persistirem durante pelo menos quatro semanas. discinesia induzida por outros fármacos como L-dopa. bromocriptina ou amantidina e as discinesias de aparecimento espontâneo. coréia (reumática) de Sydenham. tirotoxicose. aparece durante a exposição ou ao suspender o tratamento neuroléptico. deve ter-se em conta que a discinesia tardia induzida por neurolépticos pode coexistir com outras perturbações motoras. [] Critérios de investigação para G24. A Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos deve diferenciar-se dos sintomas devidos a perturbação motora aguda induzida por neurolépticos (por exemplo. A Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos. por seu turno. dentaduras mal ajustadas. Entre os fatores que podem ajudar a fazer o diagnóstico diferencial incluem-se o aparecimento dos sintomas antes da exposição ao neuroléptico e a presença simultânea de outros sinais neurológicos focais. se bem que seja necessário que o sujeito tenha estado a tomar estes fármacos durante pelo menos três meses (ou um mês em idoso ). D. E. estimulantes (por exemplo. não repetitivos) (2) movimentos atetósico (isto é. estereotipados). doença de Huntington. Os sintomas não se devem a uma doença neurológica nem a um estado físico geral (por exemplo. sinuosos. entre os quais o lítio. coréia de Sydenham. dopaminérgicos. Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos). rápidos. siproterenol). Os sintomas não são mais bem explicados pela presença de uma perturbação motora aguda induzida por neurolépticos (Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos. . contínuos) (3) movimentos rítmicos (isto é. a dentaduras postiças mal ajustadas ou exposição a outros fármacos que podem dar lugar a discinesias de caráter agudo e reversível (por exemplo. G25. lentos. Os sinais ou sintomas dos Critérios A e B aparecem durante a exposição ao fármaco ou então nas quatro primeiras semanas após a suspensão da sua administração oral (ou nas primeiras oito semanas para neurolépticos depôt). doença de Wilson). anfetaminas). C. F. As provas que confirmam a associação dos sintomas com alguma destas etiologias incluem as seguintes: os sintomas precedem a tomada do neuroléptico ou detecta-se a presença de sinais eurológicos focais inexplicados.1] Características de Diagnóstico A característica essencial desta perturbação é o aparecimento de um tremor postural de caráter fino relacionado com a tomada de certos fármacos. espasmódicos. os beta-adrenérgicos (por exemplo.1 Tremor Postural Induzido por Medicamentos [333. discinesia espontânea. bromocriptina). hipertiroidismo.(1) movimentos coreicos (isto é. O sujeito deve ter realizado um tratamento neuroléptico durante pelo menos três meses (ou um mês para sujeitos com mais de 60 anos). L-dopa. À medida que os níveis séricos de lítio se aproximam do limiar da toxicidade. dependência do álcool e ansiedade recorrente). história pessoal ou familiar de tremores. Contudo. O tremor é regular e caracteriza-se por uma oscilação rítmica dos membros (sobretudo mãos e dedo ). cafeína.anticonvulsivantes (por exemplo. Os sintomas não são devidos a um tremor preexistente alheio a etiologia farmacológica e não é mais bem explicado pela presença de parkinsonismo induzido por neurolépticos. da cabeça. é aconselhável procurar recriar a situação em que costuma aparecer (por exemplo. teofilina). hipotermia e abstinência de álcool. Quando a litemia se mantém afastada destes níveis tóxicos. idade e litemia elevadas. Quando um sujeito descreve um tremor compatível com esta definição. o tremor melhora espontaneamente com o tempo. noutras ocasiões provoca situações socialmente embaraçosas. tirotoxicose. este fato não se considera motivo suficiente para o qualificar como tremor postural induzido por medicamentos e o diagnóstico coreto será Perturbação Motora Induzida por Medicamento Sem Outra Especificação. hipoglicemia. tratamentos antidepressivo ou neuroléptico concomitantes. É mais fácil de observar quando a região do corpo afetada se mantém numa postura determinada (por exemplo. antidepressivos e metilxantina (por exemplo. Diagnóstico Diferencial O tremor postural induzido por medicamentos deve distinguir-se de tremores preexistentes não devidos aos efeitos de medicamentos. . mãos em extensão. que pode aparecer já com doses terapêuticas. Características Associadas Os dados disponíveis costumam fazer referência ao tremor induzido por lítio. feocromocitoma. medicação freqüente e habitualmente bem tolerada. fasciculações ou ataxia. Vários fatores aumentam o risco de tremor induzido por lítio (por exemplo. a falta de correlação com os níveis séricos do fármaco e a persistência do sintoma apesar de haver abandonado a medicação. neurolépticos. Entre os fatores que o exacerbam incluem-se ansiedade. dificuldades laborais e não cumprimento terapêutico. cuja freqüência se situa entre 8 e 12 ciclos por segundo. boca aberta). Os fatores. beber uma chávena de café segurando o prato na outra mão). ácido valpróico). da boca ou da língua. stress. ingestão excessiva de cafeína. mas o clínico não pode verificá-lo diretamente. este tremor torna-se mais grave e é acompanhado de contrações musculares. já mencionados. fadiga. Se acontecer um tremor preexistente e não induzido por fármacos que se agravam com uma medicação. Entre os fatores que colaboram para estabelecer que se trata de um tremor preexistente encontra-se a sua relação temporal com o início do tratamento. rigidez). Os sintomas não são mais bem explicado pela presença de Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos. [] Critérios de investigação para G25. fadiga. C. feocromocitoma. Aparecimento de tremor postural fino relacionado com o consumo de um fármaco (por exemplo. hipotermia e abstinência de álcool) podem provocar por si próprios outros tipos de tremor não relacionados com o tratamento farmacológico. B. acatisia. boca ou língua) tem uma freqüência entre 8 e 12 ciclos por segundo. ansiedade. D. o tremor do Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos costuma mostrar menor freqüência de oscilação. Entre as provas que confirmam que os sintomas se devem a um tremor preexistente incluem-se as seguintes: o tremor aparece antes de iniciada a tomada do medicamento.1 Tremor Postural Induzido por Medicamentos [333. tirotoxicose. oscilação regular e rítmica dos membros. stress.1] A. O diagnóstico de Tremor Postural Induzido por Medicamentos não deve ser feito se o tremor for mais bem explicado pela presença de Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos. ácido valpróico). cabeça. agrava com o repouso. Pelo contrário.9 Perturbação Motora Induzida por Medicamentos Sem Outra Especificação Esta categoria reserva-se para as Perturbações Motoras Induzidas por Medicamentos que não preenchem os critérios de investigação atrás expostos. a sua intensidade não está relacionada com os níveis séricos e persiste depois de abandonar o tratamento. Os sintomas não são devidos a um tremor preexistente não induzido por medicamentos. O Tremor Postural Induzido por Medicamentos não costuma aparecer em repouso e intensifica-se notoriamente quando a zona corporal afetada se põe em ação ou se mantém numa postura determinada. antidepressivos. G25. lítio. hipoglicemia. O tremor (por exemplo. Os exemplos incluem: . desaparece com os movimentos intencionais e costuma ser acompanhado de outros sintomas característicos desta síndrome (por exemplo.que agravam o Tremor Postural Induzido por Medicamentos (por exemplo. o clínico deve reconhecer num mesmo sujeito até sete destes mecanismos (começando pelo mais proeminente). Exemplos de defesas neste nível são: × afiliação × altruísmo × antecipação . Estas defesas costumam maximizar a gratificação e permitem ter consciência dos sentimentos. Níveis de Defesa e Mecanismos de Defesa Individuais Nível adaptativo elevado. Este nível de mecanismo de defesa dá lugar a uma ótima adaptação em lidar com os acontecimentos estressantes. Expõe-se em primeiro lugar o Escala de Mecanismos de Defesa para em seguida dar um exemplo de registro. O resto desta secção consiste numa lista de definições dos mecanismos de defesa específicos e das estratégias de enfrentamento. idéias e suas conseqüências. aguda ou movimentos discinéticos associados a medicação não neuroléptica. 2) síndrome similar à Síndrome Maligna dos Neurolépticos associada a fármacos não neurolépticos e 3) distonia tardia. para em seguida estabelecer o nível de defesa que predomina nesse sujeito. Os mecanismos de defesa medeiam as reações pessoais perante conflitos emocionais e ameaças de origem interna e externa. Também promovem um equilíbrio ótimo entre opções conflituosas. acatisia. O sujeito deve ser alheio a estes processos e ao seu início.1) parkinsonismo. Para poder utilizar esta Escala de Mecanismos de Defesa. Eixos Diagnósticos Propostos para Estudo Posterior Escala de Mecanismos de Defesa Os mecanismos de defesa (ou estratégias de confronto) são processos psicológicos automáticos que protegem o sujeito perante a ansiedade e as ameaças de origem interna ou externa. O clínico deve reconhecer mecanismos de defesa que melhor reflitam as estratégias de enfrentamento utilizadas pelo sujeito durante a avaliação e juntar qualquer informação disponível sobre os mecanismos de defesa do sujeito no período anterior à avaliação. Os mecanismos de defesa específicos reconhecidos pelo clínico devem recolher-se nos diferentes níveis de defesa. Estes mecanismos de defesa foram divididos conceptual e empiricamente em grupos denominados Níveis de Defesa. Exemplos: × fantasia autista × identificação projetiva × polarização da própria imagem ou da dos demais Nível de ação. idéias. Este nível caracteriza-se por uma enorme distorção ou atribuição incorreta das imagens de si próprio ou dos outros. recordações. desejos ou temores potencialmente perigosos se mantenham fora da consciência do sujeito. Exemplos: × abstenção × deslocamento × dissociação × formação reativa × intelectualização × isolamento afetivo × repressão Nível inferior de distorção das imagens. Exemplos: × negação × projeção × racionalização Nível superior de distorção das imagens. impulsos. Este nível caracteriza-se por mecanismos de defesa que enfrentam ameaças de origem interna ou externa mediante uma ação . Este nível permite manter situações de stress.× auto-afirmação × auto-observação × sentido de humor × sublimação × supressão Nível de inibições mentais (formação de compromissos). Este nível caracteriza-se por distorções da imagem de si próprio ou dos demais que podem ser utilizadas para regular a auto-estima. Exemplos: × desvalorização × idealização × onipotência Nível de encobrimento. sem serem erradamente atribuídos a causas externas. afetos ou responsabilidades desagradáveis ou inaceitáveis fora da consciência do sujeito. sentimentos. O mecanismo de defesa neste nível permite que idéias. ___________________ 6. ___________________ 3. Exemplos: × distorção psicótica × negação psicótica × projeção delirante Folha de Registro: Escala de Mecanismos de Defesa A.ou uma retirada. Episódio Recorrente. Este nível caracteriza-se pelo fracasso da regulação da defesa para conter as reações do indivíduo perante as ameaças. Nível de Defesa Atualmente Predominante: ________________ _____________________________________________________________ Exemplo Eixo I: Eixo I: Eixo II: F33.31 Perturbação Estado-Limite da Personalidade . Hipnóticos ou Ansiolíticos F60. ___________________ 5. começando pela mais proeminente: 1. ___________________ 2. Exemplos: × agressão passiva × comportamento impulsivo (acting out) × queixas e repúdio de auxílio × retirada apática Nível de desequilíbrio defensivo. Defesas ou Estratégias de Enfrentamento Atuais: Enumerar por ordem.1 Abuso de Sedativos. Moderada [296. o que conduz a uma ruptura marcada com a realidade objetiva. ___________________ 7.32] F13. ___________________ B. ___________________ 4.1 Perturbação Depressiva Major. Agressão passiva. projeção B. desvalorização 5. comportamento impulsivo 4. sentimentos ou ações.83] Com características anti-sociais da personalidade Eixo III: S61. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa empregando palavras ou comportamentos com o propósito simbólico de negar ou apresentar emendas a pensamentos. Nível de Defesa Predominante Atual: nível superior de distorção das imagens Glossário de Mecanismos de Defesa e Estratégias de Enfrentamento Específicos Abstenção. o que significa compartilhar os problemas sem os atribuir aos outros. polarização 2. Afiliação. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa acudindo aos outros em busca de ajuda ou apoio. Defesas ou Estratégias de Enfrentamento Atuais: 1.7 Corte intencional das veias dos pulsos Eixo IV: Prisão recente Expulsão de casa pelos pais Eixo V: F33.1 Avaliação global = 45 (no momento atual) A. identificação projetiva 3.[301. Existe uma máscara exterior de . negação 7. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa mostrando agressividade para com os outros de forma indireta e não assertiva. onipotência 6. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa através da ação mais que de reflexões ou sentimentos. Auto-afirmação. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de . O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa dedicando-se a satisfazer as necessidades dos outros. motivações e comportamentos e atuando de acordo com eles. que se limita aos sentimentos ou desejos e transferências surgidos durante as sessões de psicoterapia.aberta submissão aos outros. ressentimento e hostilidade encobertos. possíveis acontecimentos futuros e considerando de forma realista respostas ou soluções alternativas. o sujeito obtém uma gratificação seja de tipo substitutivo. Os mecanismos de agressividade passiva costumam emergir como resposta às exigências de execução ou cumprimento independentes ou então à falta de gratificação de desejos dependentes. sentimentos. O conceito de acting out não é sinônimo de «mau comportamento» pois pode provar-se que se relaciona com conflitos emocionais. ainda que também sejam uma forma de resposta adaptativa em indivíduos que ocupam cargos subordinados e que não têm outro modo de exprimir a sua autoafirmação mais abertamente. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa experimentando reações emocionais antes que ambos se produzam ou então antecipando as suas conseqüências. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa expressando diretamente os seus sentimentos ou pensamentos de forma não coerciva nem manipuladora. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa refletindo sobre os seus próprios pensamentos. Deslocamento. Comportamento impulsivo (acting out). atrás da qual se esconde na realidade resistência. já que pretende incluir os comportamentos que emergem tanto dentro como fora da transferência. seja pelas respostas dos outros. Altruísmo. por vezes característico da formação reativa. Esta definição é muito mais ampla que o conceito original. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa reconhecendo ou generalizando um sentimento ou uma resposta a um objeto para outro (habitualmente menos importante). Desvalorização. Antecipação. Auto-observação. Ao contrário do auto-sacrifício. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa mediante uma alteração temporal das funções de integração da coerência.origem interna ou externa atribuindo qualidades exageradamente negativas a si próprio ou aos outros. o sujeito está consciente dos seus afetos e impulsos. Fantasia autista. percepção de si próprio ou do meio que o rodeia. Ao contrário da projeção simples. fazendo com que seja difícil esclarecer quem fez algo a alguém em primeiro lugar. mas mantém-se apegado aos seus elementos cognitivos (por exemplo. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa mediante fantasias excessivas que substituem a procura de relações interpessoais. impulsos ou pensamentos próprios que para ele são inaceitáveis. Formação reativa. Isolamento afetivo. acontecimento traumáticos. O sujeito afasta-se da componente afetiva associada a uma idéia determinada (por exemplo. a ação mais eficaz ou a resolução dos problemas. Idealização. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna e externa separando as idéias dos sentimentos originalmente associados a elas. Não é raro que o sujeito atribua os seus próprios sentimentos a outros. . Pelo contrário. pormenores descritivos). Identificação projetiva. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa atribuindo incorretamente aos outros sentimentos. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa substituindo os comportamentos. mas interpreta-os incorretamente ao considerá-los reações justificáveis perante os outros. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa generalizando ou implicando-se em pensamentos excessivamente abstratos para controlar ou minimizar sentimentos que lhe causam mal-estar. Dissociação. os pensamentos ou os sentimentos que acha inaceitáveis por outros diametralmente opostos (este mecanismo de defesa costuma atuar em simultâneo com a repressão). ou comportamento sensorial/motor. memória. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa atribuindo qualidades exageradamente positivas aos outros. neste caso o sujeito não repudia totalmente o que projeta. Intelectualização. Queixas e recusa de auxílio. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa expulsando da sua consciência ou fazendo-se desentendido cognitivamente dos desejos. impulsos ou pensamentos próprios que para ele são inaceitáveis. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa inventando as suas próprias explicações. tranqüilizadoras mas incorretas. repelentes ou inúteis. sem conseguir integrar em imagens coesas as qualidades positivas ou negativas de cada um. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa pensando ou atuando como se dispusesse de poderes ou capacidades especiais e fosse superior aos outros. o sujeito idealiza e desvaloriza alternadamente a mesma pessoa ou a si próprio: outorga qualidades exclusivamente amorosas. A componente afetiva pode manter-se ativa na consciência. Onipotência. Repressão. conselho ou oferta de auxílio. Racionalização. o sujeito exclui da sua consciência emocional a visão e as expectativas equilibradas de si próprio e dos outros. desprendida das idéias que lhe estão associadas. Projeção. coléricas. odiosas. Com freqüência. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa mediante queixas ou exigências de auxílio que escondem sentimentos encobertos de hostilidade ou ressentimento para com os outros e que em seguida se exprimem sob forma de recusa a qualquer sugestão. . ações ou sentimentos.Negação. úteis.ou exclusivamente más. Polarização. poderosas. O termo negação psicótica emprega-se quando há uma total afetação da capacidade para captar a realidade. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa atribuindo incorretamente aos outros sentimentos. destrutivas. As queixas ou pedidos podem fazer referência a sintomas físicos ou psicológicos ou a problemas da vida diária. pensamentos ou experiências que lhe causam mal-estar. para encobrir as verdadeiras motivações que regem os seus pensamentos. nutritivas e bondosas . Por não poder experimentar simultaneamente afetos ambivalentes. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa negando-se a reconhecer alguns aspectos dolorosos da realidade externa ou das experiências subjetivas que são manifestas para os outros. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa vendo-se a si próprio ou aos outros como completamente bons ou maus. adaptação ao stress. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa evitando intencionalmente pensar em problemas. funcionamento hierarquizado. habilidades de comunicação. qualidade do cuidado. A EAGAR permite ao médico avaliar o grau em que cada um dos membros da família (ou de qualquer outra relação grupal) reúne os requisitos afetivos ou instrumentais nas seguintes áreas: A. Escala de Avaliação Global da Atividade Relacional (EAGAR) Instruções. A EAGAR pode utilizar-se para emitir um julgamento global das relações familiares (ou de qualquer outro tipo de relação grupal) que hipoteticamente constituiriam um espectro contínuo que iria desde um sistema de relação competente até outro de tipo desestruturado e disfuncional. Resolução de problemas: habilidades para negociar objetivos. controlo e responsabilidade. de forma análoga ao Eixo V (Escala de Avaliação da Atividade Global) do DSM-IV. implicação e . coalizões e distribuição de poder. C. B.Sentido do humor. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa canalizando sentimentos ou impulsos potencialmente desadaptativos em comportamentos socialmente aceitáveis (por exemplo. empatia. desejos. desportos de contacto para canalizar impulsos agressivos). regulamentos e rotinas. Clima emocional: tom e alcance dos sentimentos. Organização: manutenção das hierarquias interpessoais e dos limites de cada subsistema. capacidades para resolver conflitos. O sujeito enfrenta conflitos emocionais e ameaças de origem interna ou externa enfatizando os aspectos divertidos ou irônicos dos conflitos ou situações estressantes. Sublimação. sentimentos ou experiências que lhe provocam mal-estar. nível de preocupação. Supressão. pais/casal. 68. no momento da avaliação). mas existem certas dificuldades para responder a situações pouco comuns. Na família reina uma atmosfera adequada e otimista. correspondência afetiva mútua. Observam-se pautas ou procedimentos de coincidência que ajudam a satisfazer as necessidades quotidianas de cada membro da família/casal. 50. a comunicação e a negociação permitem solucionar conflitos ocasionais e situações temporais estressantes. As relações sexuais entre os membros adultos da família são satisfatórias. Existe compreensão e acordo mútuos em relação ao papel de cada membro e as tarefas adequadas a cada um. Nalguns casos. respeito e cuidado. tomam-se decisões específicas para cada parcela e reconhecem-se as características diferenciais e os méritos de cada subsistema (por exemplo. 30 ou 10. coincidência de valores e crenças. deve utilizar-se os códigos intermédios específicos. irmãos e sujeitos). deve utilizar-se então as pontuações médias dos cinco intervalos. quer dizer. 81-100. estes mostram-se flexíveis à mudança em resposta a exigências ou acontecimentos não usuais.adesão/compromisso. Os problemas quotidianos estão perfeitamente controlados. qualidade das relações sexuais. 70. o nível de relação ótimo exibido pelo menos durante dois meses do ano anterior). as estratégias para a resolução de problemas. Resumo: A unidade relacional funciona satisfatoriamente à luz das auto-avaliações que os participantes efetuam e as opiniões dos observadores. Alguns conflitos estão por resolver. Com o tempo. a EAGAR pode ser utilizada também para efetuar avaliações referentes a outros períodos (por exemplo. 61-80 Resumo: a unidade relacional é de certa forma insatisfatória. 72. afeto e coincidência em valores e crenças. . muitas dificuldades mas não todas resolvem-se sem problemas. 45. isto é. sem chegarem a desestruturar a dinâmica familiar. Na maioria dos casos a EAGAR deve ser usada para efetuar uma avaliação dos mecanismos de relação no momento atual (por exemplo. Nota: quando for possível. 90. os sentimentos exprimem-se e discutem-se abertamente e em toda a sua variedade dentro do ambiente familiar e existe uma atmosfera geral de cordialidade. Se não se dispuser da informação suficiente. as situações de bloqueio ou tensão emocional salta à vista. 21-40 Resumo: a unidade relacional está óbvia e seriamente alterada: os momentos de satisfação são escassos. o que provoca conflitos que criam mal-estar e fracassos evidentes e frustrantes na resolução dos problemas. O sofrimento. A comunicação pode ser inibida por conflitos por resolver que costumam interferir nas atividades diárias: a adaptação ao interesse familiar e às mudanças transitórias é significativamente difícil. A vida diária da família/casal não satisfaz as necessidades de cada um dos seus membros. que estão excessivamente «apegados» ou se ignoram. costumam estar desigualmente distribuídas. mas os esforços para se controlar um ao outro são habitualmente maiores que o necessário ou notoriamente ineficazes. A atividade sexual entre os membros adultos costuma ser problemática. A rotina diária é interrompida por freqüentes saídas ou entradas de novos membros. as zangas inúteis ou o aplanamento afetivo costumam interromper a paz familiar. Há cordialidade e afeto. As necessidades individuais costumam estar subordinadas às do outro membro ou coalizão. As características singulares de cada sujeito são desprezadas ou ignoradas por uma coalizão de membros de composição rígida ou confusamente flutuante. Ainda que haja certas mostras de afeto e apoio entre alguns membros da família. mas mesmo nestas poucas situações é evidente uma excessiva rigidez ou uma marcada falta de estrutura.A tomada de decisões costuma ser eficaz. Existe uma clara demarcação de cada membro e as suas relações. 41-60 Resumo: a unidade relacional desfruta de momentos ocasionais de satisfação. A tomada de decisões é competente e eficaz de forma intermitente. mas costumam ser interrompidos pela irritabilidade e as frustrações de um dos membros da família. mas predominam claramente as relações deterioradas e insatisfatórias. A tomada de decisões recai num único membro ou num pequeno grupo deles. Os momentos de prazer conjuntos são escassos: as freqüentes demonstrações de distanciamento ou aberta hostilidade . Ainda que a maioria dos sentimentos seja livremente expressa. ou então é bastante ineficaz. mas por vezes um dos subsistemas específicos é desprezado ou afastado. A atividade sexual entre os membros adultos pode ser escassa ou problemática. Observa-se uma total falta de organização. Não é possível identificar ou estar de acordo com os limites da unidade relacional na sua globalidade ou nos seus subsistemas. a hora das refeições. Os membros da família correm perigo físico. de forma que não reconhecem as responsabilidades individuais ou pessoais. são feridos ou atacados sexualmente. compromisso ou preocupação pelo bem-estar dos outros. A vida diária da família/casal é mínima (por exemplo. a de se deitar ou a de se levantar não estão programadas).refletem a existência de conflitos importantes por resolver e geram um certo mal-estar. com freqüência os membros da família desconhecem onde estão os outros ou quando voltarão. 0 Informação inadequada . a comunicação entre eles é pouco eficaz. presta-se pouca atenção às necessidades emocionais dos outros. Os problemas no campo sexual estão na ordem do dia. O desespero e o cinismo são permanentes. 1-20 Resumo: a unidade relacional está demasiado desestruturada para manter o contacto e a adesão entre os seus membros. praticamente não existem sentimentos de adesão. o melhor nível dessas relações durante pelo menos dois meses do ano anterior). Algumas dificuldades na atividade social. Código (nota: devem utilizar-se os códigos intermédios sempre que possível. Também se diferencia pelo fato de considerar a possibilidade de que qualquer deficiência da atividade social ou laboral possa obedecer a um estado físico geral. conflitos interpessoais pouco freqüentes. Deve incluir-se a deficiência devida a impedimentos físicos ou a perturbações mentais sempre e quando causa e efeito estejam diretamente relacionados. 100 | 91 | 90 | 81 | 80 | | 71 | 70 | Atividade superior num amplo leque de atividades Atividade boa e eficaz em todas as áreas Deficiência ligeira da atividade social. por vezes é útil efetuar uma avaliação do ano anterior (por exemplo. A EAASL costuma empregar-se para efetuar a avaliação do momento atual (por exemplo. ainda que também se utilize para avaliar períodos passados.68. por exemplo.45. ainda que em linhas gerais possa . não dependendo diretamente da gravidade global dos seus sintomas psicológicos. Escala de Avaliação da Atividade Social e Laboral (EAASL) A atividade social e laboral deve ser considerada como estando dentro de um espectro contínuo que vai de um nível excelente a uma deficiência evidente e completa.72). Por exemplo. Não se consideram os efeitos derivados da falta de oportunidades ou de outras limitações ambientais.1aboral ou escolar.Escala de Avaliação da Atividade Social e Laboral A EAASL é uma nova escala que difere da Escala de Avaliação Global pelo fato de se ocupar exclusivamente do nível individual da atividade social e laboral do indivíduo.1aboral ou escolar (por exemplo. atraso escolar transitório). nível dessas relações no momento da avaliação). passa todo o dia na cama.| | 61 | 60 | | 51 | 50 | | 41 | 40 | | | 31 | | | 30 | | 21 20 | 11 10 | | | 1 0 considerar-se correta. mostra-se contestatária e fracassa na escola). A atividade social.1962. conflitos com colegas ou colaboradores). a criança que brigas frequentemente com outras mais pequenas. Deficiência importante em diversas áreas. Informação inadequada __________ Nota: a quantificação das relações psicológicas globais numa escala de 0 a 100 foi preparada por Luborsky na Health-Sickness Rating Scale (Luborsky. o homem deprimido que evita os amigos mostra-se negligente para com a família e é incapaz de obter um emprego.: «Clinicians Judgments of Mental Health» Archives of General Psychiatry 7:407-17. Não pode fazer nada sem se prejudicar a si próprio ou aos outros ou sem uma dose considerável de apoio externo (por exemplo. L. não tem trabalho. o sujeito mantém algumas relações interpessoais significativas.1aboral ou escolar (por exemplo. não tem amigos.1aboral ou escolar está seriamente afetada (por exemplo. nas relações laborais. Incapacidade permanente para manter um mínimo de higiene pessoal. Por vezes não pode manter um mínimo de higiene pessoal e é incapaz de viver e de forma independente. por exemplo. Dificuldades moderadas na atividade social. cuidado e supervisão de uma enfermeira). Spitzer e colaboradores levaram a cabo a revisão da Health-Sickness Rating Scale denominada Global . nem casa nem amigos). Incapaz de atividade na maior parte das áreas (por exemplo. poucos amigos. escolares ou familiares (por exemplo. é-lhe difícil manter um emprego). . Apêndice C Glossário de Termos Técnicos afasia Dificuldade no entendimento ou transmissão de idéias através da linguagem em qualquer das suas formas . labilidade Variação anormal do afeto com repetidas. H.1992. o afeto refere-se a modificações mais flutuantes do «clima» emocional.766-771. R. Spitzer R. 33.devido a lesão ou doença das regiões cerebrais envolvidas na linguagem. inadequado Discordância entre a expressão afetiva e o conteúdo do discurso ou do pensamento. J. retraído ou contraído Ligeira diminuição na amplitude ou intensidade da expressão afetiva. São exemplos comuns de afetos: elação. A EAASL deriva da Escala de Avaliação Global (GAS) e o seu desenvolvimento é descrito em Goldman. afonia Incapacidade para produzir sons de discurso que requerem o uso da laringe e que não é devida a uma lesão do sistema nervoso central. escrita ou fala . Archives of General Psychiatry. afeto Padrão de comportamento observável que é a expressão de um estado emocional subjetivamente vivenciado (emoção). A.. Lave. que se refere a um «clima» emocional mais difuso e mantido. H. Ao contrário do humor. e colaboradores: «The Global Assessment Scale: A Procedure for Measuring Overall Severity of Psychiatric Disturbance». rápidas e abruptas mudanças na expressão afetiva. Fleiss.1976). L. J. Skodek..:«Revisiting Axis V para o DSM-IV: A Review of Mesures of Social Funcioning» American Journal of Psichyatry.149:1148-1156.. T. agitação (psicomotora) Atividade motora excessiva. E. embotamento Redução significativa na intensidade da expressão emocional. L. tristeza. associada a um .Assessment Scale (GAS) (Endicott. O que se considera como a amplitude normal da expressão do afeto varia consideravelmente dentro e entre diferentes culturas.leitura. As alterações do afeto incluem: aplanamento Ausência ou quase ausência de quaisquer sinais de expressão afetiva. cólera. retorcer as mãos. inquietação. habitualmente vozes. As mais comuns são a sensação de choque elétrico e de formigueiro (sensação de algo rastejando ou arrastando-se sobre ou sob apele). olfativa A alucinação envolve a percepção de cheiro como borracha queimada ou peixe em decomposição. táctil Alucinação que envolve a percepção de ser tocado ou de que algo está debaixo da pele. incongruente com o humor Ver características psicóticas incongruentes com o humor. No entanto no DSM. enquanto outra pessoa pode estar convencida que a origem da experiência sensorial tem uma realidade física independente.sentimento de tensão interior. Alguns clínicos e investigadores não consideram como alucinações as experiências percebidas como vindas de dentro da cabeça e limitam o conceito de alucinação auditiva verdadeira a sons cuja origem é percebida como exterior. visual Alucinação envolvendo a visão e que pode consistir em . As alucinações somáticas devem ser distinguidas das sensações físicas provenientes de um estado físico geral ainda não diagnosticado. congruente com o humor Ver características psicóticas congruentes com o humor. As alucinações devem ser distinguidas das ilusões. O termo alucinação não é habitualmente aplicado às falsas percepções que ocorrem durante os sonhos. A pessoa pode ou não ter consciência de que de fato está a ter uma alucinação. gustativa A alucinação envolve a percepção de sabor (habitualmente desagradável).IV não é feita nenhuma distinção quanto à origem das vozes ser de dentro ou fora da cabeça. puxar a roupa e incapacidade de permanecer sentado alucinação Percepção sensorial que tem o sentido da realidade de uma percepção real. de uma preocupação hipocondríaca com sensações físicas normais e de uma alucinação táctil. A atividade é geralmente improdutiva e repetitiva e consiste em comportamentos tais como andar de um lado para o outro. nas quais um estímulo exterior é mal percebido ou é mal interpretado. Os tipos de alucinações incluem: auditiva Alucinação envolvendo a percepção de sons. Podem ocorrer experiências alucinatórias transitórias em pessoas sem perturbações mentais. mas que ocorre sem a estimulação exterior do órgão sensorial correspondente. somática Alucinação relativa à percepção de uma experiência física localizada no interior do corpo (como sensação de corrente elétrica). ao adormecer (hipnagógicas) ou ao acordar (hipnopômpicas). Uma pessoa com alucinações auditivas pode reconhecer que está a ter uma experiência sensorial falsa. como flashes de luz. tais como pessoas. atenção Capacidade de se focar de modo prolongado numa atividade ou estímulo particular. cuidar de si próprio. relacionados com a situação. dispnéia. em que o seu início não está associado a nenhuma situação desencadeante ou ocorrem «sem motivo».imagens com formas definidas. Uma perturbação da atenção pode manifestar-se por distratibilidade fácil ou dificuldades em completar tarefas ou concentrarse no trabalho. amnésia Perda de memória. de início súbito. Quando a gravidade é suficiente para ser considerada patológica. características psicóticas congruentes com o humor Idéias delirantes ou . aceleração da freqüência cardíaca. avolição Incapacidade para começar e persistir numa atividade com um objetivo. a avolição é difusa e impede o indivíduo de completar alguns tipos de atividade: trabalho. retrógrada Perda de memória para eventos que ocorreram antes do início do estado ou agente etiológico. ansiedade Antecipação apreensiva de um perigo ou desgraça. medo ou terror. ataques de pânico Períodos delimitados de uma intensa apreensão. em que o ataque ocorre quase invariavelmente logo após a exposição ou antecipação de uma situação desencadeante (sinal). O foco de perigo antecipado pode ser interno ou externo. estudo. Durante os ataques manifestam-se sintomas como sensação de falta de ar ou de sufoco. Os ataques de pânico podem ser inesperados (sem sinal). associados com freqüência a sentimentos de catástrofe iminente. dor ou desconforto torácico e medo de enlouquecer ou perder o controlo. mas não ocorre necessariamente associado a ela. Os tipos de amnésia incluem: anterógrada Perda de memória para eventos que ocorreram depois do início do estado ou agente etiológico. e com predisposição situacional. As alucinações visuais devem distinguirse das ilusões que são percepções incorretas de estímulos reais exteriores. ataxia Perda completa ou parcial da coordenação dos movimentos musculares voluntários. ou de imagens não definidas. acompanhada de uma sensação de disforia ou sintomas somáticos de tensão. batimentos cardíacos fortes. palpitações. em que o ataque ocorre com maior probabilidade face à exposição a uma situação desencadeante. o conteúdo das idéias delirantes ou alucinações envolve temas de inadequação pessoal. inserção do pensamento. doença. poder. nulismo ou castigo merecido. cujo conteúdo não tem relação aparente com qualquer dos temas referidos acima comportamento catatônico Anomalias motoras acentuadas que incluem imobilidade motora (isto é. nulismo ou castigo merecido. Considera-se que existem fatores psicológicos associados ao desenvolvimento do sintoma e este não é completamente explicado por um estado neurológico. Se o humor for maníaco.alucinações cujo conteúdo é inteiramente concordante com os temas típicos do humor depressivo ou maníaco. as idéias delirantes ou alucinações não envolvem temas de inadequação pessoal. No caso da mania. morte. idéias delirantes de ser controlado. catalepsia Flexibilidade cérea . importância. não é fingido e não é culturalmente permitido. morte. fixação de atitudes. O conteúdo das idéias delirantes pode incluir temas de perseguição. culpa. O sintoma não é produzido intencionalmente. as idéias delirantes ou alucinações não envolvem temas de exagerado valor. como castigo merecido. certos tipos de atividade motora excessiva (agitação aparentemente sem finalidade e não influenciada por estímulos exteriores). difusão do pensamento. conhecimento. o conteúdo das idéias delirantes ou alucinações envolve temas de exagerado valor. identidade ou um relacionamento especial com uma divindade ou um indivíduo famoso. se forem baseados em conceitos autodepreciativos. se for baseado em conceitos como valor exagerado ou castigo merecido. conversão (sintoma de) Perda ou alteração do funcionamento sensorial ou da motilidade voluntária sugerindo uma perturbação neurológica ou médica. negativismo extremo (resistência aparentemente sem motivo a ordens ou tentativas para ser movido) ou mutismo. Se o humor for depressivo. No caso da depressão.conservação rígida de uma posição do corpo durante um período de tempo prolongado. O conteúdo das idéias delirantes pode incluir temas de perseguição. física geral ou pelo efeito direto de uma substância. culpa. movimentos estereotipados e ecolalia ou ecopraxia. identidade ou um relacionamento especial com uma divindade ou um indivíduo famoso. catalepsia ou estupor). doença. Exemplos de características psicóticas incongruentes com o humor são as idéias delirantes persecutórias (sem autodepreciação ou conteúdo de grandiosidade). . características psicóticas incongruentes com o humor Idéias delirantes ou alucinações cujo conteúdo não é concordante com os temas típicos do humor depressivo ou maníaco. conhecimento. em contraste com a incoerência. de modo que o sujeito se sente separado de si. a raiva. idiossincraticamente. descarrilamento («afrouxamento das associações») Padrão de discurso no qual as idéias da pessoa saltam de uma linha de pensamento para outra que não lhe é nada relacionada ou apenas obliquamente. de modo que parece estranho ou irreal (por exemplo. Uma mudança ocasional de tema. sentindo-se como se estivesse num sonho). onde o indivíduo está (local) ou quem é (pessoa). memória. identidade ou percepção do meio. desrealização Alteração na percepção ou experiência do mundo exterior. Ao passar de uma frase ou proposição para outra a pessoa muda o tópico. dissociação Disrupção das funções da consciência habitualmente integradas. em que a perturbação se encontra dentro da proposição. data ou estação (tempo). em associação às vezes com emoções intensas como o riso. desorientação Confusão acerca da hora do dia. de um quadro de referência para outro e as coisas podem ser ditas numa justaposição que carece de significado. discinesias Distorção dos movimentos voluntários por atividade muscular involuntária. disartria Articulação imperfeita do discurso devido a perturbações do controlo muscular. despersonalização Alteração na percepção ou na vivência de si próprio. A perturbação pode ser súbita ou gradual. Esta perturbação ocorre entre as proposições. qualidade ou horário do sono.cataplexia Episódios súbitos de perda bilateral do tônus muscular provocando um colapso do indivíduo. São perturbações da quantidade. disforia de gênero Aversão persistente a algumas ou a todas as características físicas ou papéis sociais que conotam o sujeito com o seu próprio sexo. o medo ou a surpresa. . sem aviso ou conexão óbvia não constitui descarrilamento. dissônia Perturbação primária do sono ou vigília caracterizada por insônia ou hipersônia como sintoma principal. transitória ou crônica. as pessoas podem parecer estranhas ou como autômatos). ou como se fosse um observador exterior aos seus próprios processos mentais ou corpo (por exemplo. ecolalia Repetição em eco. elação. o humor refere-se a um «clima» (climate) emocional mais difuso e persistente Os tipos de humor incluem: disfórico Humor desagradável. Quando grave. «em êxtase». grandiosidade Apreciação exagerada do seu próprio valor. e aparentemente sem sentido. ou seja. estímulos distrativos ou jogos de palavras. O ato não é voluntário e tem uma qualidade semiautomática e incontrolável. pode tomar proporções delirantes. o discurso pode ser desorganizado e incoerente. Em contraste com o afeto. com mudanças abruptas de uns assuntos para outros. estupor Estado de insensibilidade com imobilidade e mutismo. que se refere a alterações mais flutuantes no «tempo» (weather) emocional. Exemplos habituais de humor incluem depressão. tal como a tristeza. importância ou identidade. euforia ou elação. hiperacusia Sensibilidade dolorosa aos sons. mudar de uma área ou tópico para outro com um mínimo de estímulo. flashback Reaparecimento de uma recordação. Quando extrema. sentimento ou experiência perceptiva do passado.distonia Perturbação do tônus muscular. ecopraxia Repetição por imitação dos movimentos de outra pessoa. ou «nas nuvens». . poder. dificuldade em manter um estado de alerta durante o dia ou episódios de sono indesejáveis durante o dia. ou desvio demasiado freqüente da atenção para estímulos sem importância ou irrelevantes. como um papagaio. de uma palavra ou frase recém-dita por outra pessoa. elevado Sentimento exagerado de bem-estar. humor Emoção difusa e persistente que modifica a percepção do mundo. conhecimentos. cólera e ansiedade. hipersônia Sonolência excessiva evidenciada por sono noturno prolongado. a ansiedade ou a irritabilidade. distratibilidade Incapacidade de manter a atenção. fuga de idéias Discurso acelerado. de fluxo quase contínuo. os quais são normalmente baseados em associações compreensíveis. Um sujeito com humor elevado pode sentir-se «altamente». «o máximo». incongruente com o humor Ver características psicóticas incongruentes com o humor. irritável Sentimento interior de tensão. de menores proporções que a delirante. de erotomania Idéia delirante em que outra pessoa. difusão do pensamento Idéia delirante em que os seus pensamentos estão a ser difundidos bem alto de modo que podem ser percebidos pelos outros. de ciúme Idéia delirante de que o/a companheiro/a lhe é infiel. A crença ocorre num contínuo e pode às vezes ser inferida de um comportamento individual. expansivo Ausência de restrição na expressão dos sentimentos do sujeito. As idéias delirantes são subdivididas segundo os seus conteúdos. perseguido ou tratado injustamente. idéia delirante Crença falsa. a despeito de tudo em que quase todos os outros acreditam e apesar do que constitua prova ou evidência incontroversa e óbvia em contrário. baseada na inferência incorreta da realidade exterior. Quando a falsa crença implica um juízo de valor de grande importância é apenas considerada como idéia delirante quando for tão extrema que desafie a credibilidade.eutímico Humor de modulação normal. de ser controlado Idéia delirante na qual sentimentos. congruente com o humor Ver características psicóticas congruentes com o humor. É frequentemente difícil distinguir entre uma idéia delirante e uma idéia sobrevalorizada (neste caso o indivíduo tem uma crença ou idéia irracional mas não está tão arreigada como numa idéia delirante). ações ou pensamentos são vivenciados como não sendo do próprio. frequentemente com uma sobrevalorização da sua importância. está apaixonada pelo indivíduo. o que implica a ausência de um humor deprimido ou elevado. mas estando sob controlo de alguma força externa. A crença não é habitualmente aceite por outros membros da cultura ou subcultura do indivíduo (por exemplo. impulsos. implicando a suspeição ou a convicção de que se está a ser vexado. ideação paranóide Ideação. Alguns dos tipos mais comuns são: bizarras Crença falsa relacionada com um fenômeno considerado como totalmente improvável na cultura do indivíduo. que é sustentada com firmeza. geralmente de estatuto superior. não é uma questão de fé religiosa). de grandeza Idéia delirante cujo conteúdo implica um . associado a aborrecer-se facilmente e a sentir-se facilmente provocado até à cólera. de referência Idéia delirante que consiste em acontecimentos. mas podem ser também de grandiosidade. terem um significado particular e não habitual. que é mantida com menor intensidade que as idéias delirantes (o sujeito é capaz de reconhecer a possibilidade de a crença não ser verdadeira). ludibriado. Ver também alucinações. somático Idéia delirante cujo conteúdo principal diz respeito à aparência ou ao funcionamento do corpo. Não devem ser consideradas como incoerência as construções gramaticais ligeiramente deficientes ou características de regiões particulares ou de uma dada estrutura cultural. Geralmente o termo não se aplica quando há provas de que a perturbação do .sentimento exagerado de importância. por vezes. em contraste com o descarrilamento em que a perturbação ocorre entre as proposições. vexado. Estas idéias delirantes são normalmente de natureza negativa ou pejorativa. falta de instrução ou baixo nível de inteligência. incoerência Discurso ou pensamento que é essencialmente incompreensível para os outros porque as palavras ou as frases são associadas sem lógica ou significado. relacionados de perto com o sujeito. objetos ou outros sujeitos. poder. por nesta a falsa crença não ser tão firmemente mantida nem tão completamente organizada como numa verdadeira crença. perseguido ou alvo de conspiração. Esta perturbação tem sido referida. A distorção ocorre dentro das proposições. Exemplos: o restolhar das folhas é ouvido como som de vozes. idéia sobrevalorizada Convicção ou idéia não razoável e prolongada. Diferem da idéia de referência. persecutório Idéia delirante cujo tema central é o de um sujeito (ou alguém de quem o sujeito é próximo) estar a ser atacado. identidade ou relação especial com uma divindade ou pessoa famosa. A crença não é habitualmente aceite pelos outros membros da cultura ou subcultura do sujeito. conhecimento. identidade de gênero Convicção interior de o sujeito ser do sexo feminino ou masculino. como «salada de palavras» para transmitir o grau de desorganização lingüística. ilusão Percepção alterada de um estímulo exterior real. de inserção do pensamento Idéia delirante em que certos pensamentos do sujeito não são do próprio mas antes inseridos na sua mente. acting out) são quase sempre não adaptativos. Outros. insônia Queixa subjetiva de dificuldade em adormecer ou manter-se a dormir ou deficiente qualidade do sono. movimentos e discurso. delta e capa) de tal maneira que é um agonista ou um agonista parcial de um tipo de receptores e antagonista de outros.discurso é devida a uma afasia. O agonista parcial só é capaz de produzir um efeito inferior ao máximo mesmo se for dado numa concentração suficiente para se ligar a todos os receptores disponíveis. clivagem e passagem ao ato . Os tipos de insônia são: inicial Dificuldade em adormecer. como a supressão e a denegação podem ser não adaptativos ou adaptativos. projeção. medicação antagonista Entidade química extrínseca às substâncias de produção endógena. medicação agonista/antagonista Entidade química extrínseca às substâncias de produção endógena que atua numa família de receptores (como os receptores opiáceos mu. mecanismos de defesa Processos psicológicos automáticos que protegem o indivíduo da ansiedade e da consciência dos estressores ou perigos internos ou externos. intermédia Despertar a meio da noite seguido eventualmente de dificuldade em voltar a adormecer terminal Despertar antes da hora habitual e incapacidade para voltar a adormecer. lentificação psicomotora Lentificação generalizada e visível dos movimentos e do discurso. dependendo da sua intensidade. inflexibilidade e contexto em que ocorrem. não produz efeitos . medicação agonista Entidade química extrínseca às substâncias de produção endógena que atua num receptor e é capaz de produzir o máximo efeito que pode ser produzido pela estimulação do receptor. Os mecanismos de defesa medeiam a reação do indivíduo face aos conflitos emocionais e aos estressores externos. inibição psicomotora Lentidão generalizada e visível da reação física. Alguns mecanismos de defesa (por exemplo. macropsia Percepção visual de que os objetos são maiores do que realmente são. que ocupa um receptor. em que a pessoa vive com papéis sociais de estereótipo «masculino» ou «feminino». pegar na pele ou tocar nos orifícios do corpo. velocidade e dificuldade ou impossibilidade de interrupção. papel de gênero Atitudes. parassônia comportamento ou eventos fisiológicos anormais que ocorrem durante o sono ou na transição sono-vigília. . nistagmo Movimentos rítmicos dos olhos. involuntários. aparentemente orientado não funcional (por exemplo. agitar o corpo. O nistagmo pode ser horizontal. pensamento mágico Crença errada de que os seus pensamentos.fisiológicos e impede substâncias químicas endógenas e exógenas de produzirem efeito nesse receptor. micropsia Percepção visual de que os objetos são mais pequenos do que realmente são. Só quando os traços de personalidade são rígidos e não adaptativos e provocam significativa dificuldade no funcionamento ou mal-estar significativo é que constituem uma perturbação da personalidade. palavras ou atos podem provocar ou evitar um determinado acontecimento de um modo particular que desafia as leis normais de causa-efeito. Frequentemente. psicótico Este termo recebeu historicamente muitas definições. vertical ou rotativo. Os traços de personalidade são características relevantes da personalidade que são exibidos num vasto leque de contextos sociais e pessoais importantes. a pessoa fala sem nenhuma estimulação social e pode continuar a falar sem que ninguém a ouça. pressão do discurso que está aumentado na quantidade. padrões de comportamento e atributos da personalidade definidos pela cultura. relacionar-se e pensar em relação ao meio ambiente e a si mesmo. sacudir a cabeça. mais amplos e mais lentos no sentido oposto. bater em si mesmo). personalidade Padrões duradouros do perceber. morder-se. movimentos estereotipados Comportamento motor repetitivo. Habitualmente é também em tom alto e empático. O pensamento mágico pode fazer parte do desenvolvimento normal das crianças. que consistem em tremores rápidos de pequena amplitude numa direção e movimentos recorrentes. abanar ou agitar as mãos. prodrómico Sinais ou sintomas precoces ou premonitórios de uma perturbação. Os sintomas são relatados pelo sujeito afetado em vez de observados pelo examinador. sexo Estatuto biológico de um sujeito. A definição mais limitada de psicose restringe-se a idéias delirantes ou alucinações importantes. evolução. ocorrendo na ausência de crítica à sua natureza patológica. por exemplo. Os sinais são observados pelo examinador em vez de relatados pelo sujeito afetado. estressor psicossocial Qualquer evento ou mudança de vida que pode . Ao contrário destas definições baseadas em sintomas.nenhuma das quais teve aceitação universal. o termo tem sido definido conceptualmente como uma perda dos limites do eu ou uma grande perturbação na prova da realidade. esta determinação pode ser baseada na aparência dos genitais externos ou no cariótipo sinal manifestação objetiva de um estado patológico. padrão familiar ou indicação para tratamento comuns. podendo ser masculino. Baseado nas suas características. acentuam aspectos diferentes das várias definições de psicótico. Página 789 sintoma Manifestação subjetiva de um estado patológico. sinestesia Estado no qual uma experiência sensorial associada a uma via sensorial ocorre quando outra via sensorial é estimulada. feminino ou incerto. as diferentes perturbações no DSM-IV. Dependendo das circunstâncias. Uma definição ligeiramente menos restritiva pode também incluir alucinações importantes que o sujeito reconhece como experiências alucinatórias. Mais lata ainda é uma definição que também inclui outros sintomas positivos da esquizofrenia (isto é. a definição usada no DSM-II e na ICD-9 foi provavelmente demasiado inclusiva e focou-se na gravidade da dificuldade funcional. um som produz a sensação de uma cor particular. Finalmente. residual (fase) Fase de uma doença que ocorre depois da remissão dos sintomas mais floridos ou da síndrome completa. de modo que uma perturbação mental era denominada psicose se «dela resultasse dificuldade que interferisse grosseiramente na capacidade de cumprir as solicitações normais da vida». discurso desorganizado ou comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico). síndrome Grupo de sinais e sintomas que pela sua freqüente coocorrência pode sugerir uma patogênese subjacente. transexualismo Disforia de gênero intensa associada ao desejo persistente de características físicas e papéis sociais que o conotem ao sexo biológico oposto. recorrentes. tique Movimentos ou vocalizações involuntários. súbitos. rápidos. arrítmicos e estereotipados.estar associado temporariamente (e talvez causalmente) com o início. ocorrência ou exacerbação de uma doença mental. . O índice inclui os diagnósticos que foram introduzidos no DSM-IV e os diagnósticos DSM-III-R que foram eliminados ou incluídos noutras categorias do DSM-IV. Em contrapartida. Modificaram-se os critérios para os tornar mais compatíveis com a definição da American Association of Mental Retardation. para as relações interpessoais e para os mecanismos de defesa. o Eixo IV do DSM-III-R fornecia uma escala para avaliar a gravidade dos fatores de stress. Na secção «Uso deste Manual». as Perturbações da Aprendizagem. encontra-se uma explicação das convenções.Página 791 Apêndice D Índice de Modificações do DSM-IV Este apêndice descreve as principais modificações realizadas n DSMIII-R que foram incluídas nos termos e categorias do DSM-IV. Perturbações com Início na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência Deficiência Mental. O Eixo V (a Escala de Avaliação Global da Atividade) é essencialmente igual no DSM-III-R. o Eixo IV utiliza-se para informar acerca de problemas psicossociais e ambientais. No DSM-IV. a Perturbação das Capacidades Motoras e as Perturbações da Comunicação (que estavam codificados no Eixo II do DSM-IV). As perturba ões enumeradas são citadas segundo a ordem em que aparecem na classificação do DSM-IV. Sistema multiaxial. No Apêndice B. secções do texto e plano organizativo utilizados no DSM-IV. A denominação de Perturbações das Capacidades Acadêmicas que aparecia no DSM-III-R foi modificada para . O Eixo III continua a utilizar-se para codificar estados físicos gerais. No DSM-IV apenas se mantêm codificadas no Eixo II as perturbações da personalidade e a deficiência mental. incluem-se outras escalas opcionais (para a atividade social e laboral) à margem da sintomatologia. Perturbações da Aprendizagem. No Eixo I do DSM-IV codificaram-se as Perturbações Globais do Desenvolvimento. com a exceção de que a escala se estende até aos 100 pontos para incluir o nível de atividade mais elevado. Esta secção reuniu sob um só título todas as perturbações da fala e da linguagem que no DSM-III-R se incluíam em duas secções separadas: Perturbações Específicas do Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem Sem Outra Especificação. reconhecendo o fato de que os problemas da linguagem receptiva não ocorrem isoladamente.refletir o que é uma utilização clínica comum. um déficit sensorial ou uma privação ambiental quando as deficiências da linguagem forem superiores às habitualmente associadas a estes problemas. as Perturbações da Aprendizagem foram codificadas no Eixo I do DSM-IV. A fim de se adaptar à terminologia atual. sem serem acompanhados de problemas da linguagem expressiva. . Este diagnóstico já se não exclui em presença de um déficit motor da fala. a Perturbação Fonológica é codificada no Eixo I do DSM-IV. foi modificado o nome de Perturbações do Desenvolvimento da Articulação que aparecia no DSM-III-R. Alterou-se o critério de exclusão (Critério C) para permitir um diagnóstico de perturbações da aprendizagem em presença de um déficit sensorial quando as dificuldades na aprendizagem sejam superiores às habitualmente associadas ao déficit sensorial em questão. Ao contrário do que sucedia no DSM-III-R. um déficit sensorial ou uma privação ambiental quando as deficiências da linguagem forem superiores às habitualmente associadas a estes problemas. Perturbação Mista da Linguagem Receptivo-Expressiva. as Perturbações da Linguagem Expressiva são codificadas no Eixo I do DSM-IV. Além disso. Perturbações da Linguagem Expressiva. um déficit sensorial ou uma privação ambiental quando as dificuldades da linguagem forem superiores às habitualmente associadas a tais problemas. Gaguez. Este diagnóstico já se não exclui na presença de um déficit motor da fala. Ao contrário do que sucedia no DSM-III-R. Foram acrescentados critérios mais específicos e amplos. A tabela de critérios do DSM-III-R consistia numa definição de uma só frase. a Perturbação Mista da Linguagem Receptivo-Expressiva é codificada no Eixo I do DSMIV. Este diagnóstico já não se exclui em presença de um déficit motor da fala. modificou-se o critério de exclusão do DSM-III-R para permitir o diagnóstico de uma Perturbação da Aprendizagem em presença de um estado físico geral (ou neurológico). Este diagnóstico substitui o de Perturbações do Desenvolvimento da Linguagem Receptiva do DSM-III-R. Perturbação Fonológica. Ao contrário do que sucedia no DSM-III-R. Perturbações da Comunicação. Ao contrário do que sucedia no DSM-III-R. com Predomínio do Déficit de Atenção e com Predomínio Hiperativo-Impulsivo) que permitem ao clínico sublinhar a predominância seja dos sintomas de déficit de atenção. que exige a presença de sintomas em duas ou mais situações (por exemplo. hiperatividade e impulsividade. seja de Perturbação Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação segundo o DSM-III-R. Perturbação de Rett. as análises de dados e os resultados dos ensaios de campo sugerem que esta perturbação resulta melhor concebida como uma perturbação unitária com diferentes padrões predominantes de sintomas. e 3) tornar mais estrita a definição do caso a fim de que se conforme mais estreitamente com a avaliação clínica. que havia sido suprimido no DSM-III-R. um requisito de «idade de início» (antes dos 3 anos de idade no DSM-IV). O DSM-IV fornece um conjunto de critérios com três subtipos (Tipo Combinado. o DSM-III e a ICD-10. Ao contrário do que sucedia no DSM-III-R. seja de Perturbação Autista. acrescentou-se o Critério C. As revisões da literatura.Perturbações Globais do Desenvolvimento. as Perturbações Globais do Desenvolvimento são codificados no Eixo I do DSM-IV. Perturbação Autista. A fim de reduzir os diagnósticos de falsos positivos. No DSM-IV mantêm-se as características definidoras do DSM-III-R (interação social alterada. Estas três perturbações foram incluídas para melhorar o diagnóstico diferencial e conseguir uma maior especificidade ao descrever os sujeitos diagnosticados. mas os itens individuais e o algoritmo diagnóstico geral foram modificados para: 1) melhorar a utilidade clínica reduzindo o número de itens de 16 para 12 e aumentar a clareza de cada item. Perturbação por Déficit de Atenção com Hiperatividade. Além disso. Perturbação Desintegrativa Infantil e Perturbação de Asperger. no trabalho e no lar). A lista de itens do DSM-III-R foi modificada e aumentada (acrescentando 2 itens: «estar fora de casa durante a noite» e «intimidar outras pessoas»). Perturbação do Comportamento. problemas de comunicação e padrões estereotipados do comportamento). foi reintroduzido para se adequar à clínica e aumentar a homogeneidade desta categoria. seja dos sintomas de hiperatividade-impulsividade. 2) aumentar a compatibilidade com os critérios diagnósticos para investigação da ICD-10. Esta modificação baseiase nos resultados de estudos de campo e fornece uma definição que . O Critério A organiza os itens em três grupos: déficit de atenção. Este diagnóstico integra numa categoria mais ampla o que eram duas categorias no DSMIII-R: Perturbações por Déficit de Atenção com Hiperatividade e Perturbação por Déficit de Atenção Indiferenciada (sem hiperatividade). na escola. Também se acrescentou um critério que especifica que os tiques provocam malestar ou deficiência clinicamente significativos. suprimiu-se um item do Critério A («usa uma linguagem obscena»). acrescentou-se um critério de deficiência para melhor determinar os limites com a normalidade. os itens foram organizados segundo grupos relacionados tematicamente (agressão a pessoas e animais. Além disso. fraudes ou roubos. Perturbação de Oposição Desafiante. Perturbação de Ruminação. Além disso. Pica. A partir de resultados obtidos em estudos de campo. Perturbações de Tiques.inclui comportamentos característicos de doentes do sexo feminino com Perturbação do Comportamento. Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância. destruição de propriedades. Omitiu-se o critério que requeria perda de peso ou incapacidade para adquirir o peso esperado. Acrescentou-se esta nova categoria para proporcionar cobertura diagnóstica a crianças incapazes de comer adequadamente e que têm problemas para aumentar ou manter o peso. Modificou-se o nome desta categoria para refletir a inclusão da Anorexia Nervosa e da Bulimia Nervosa numa secção diferente das Perturbações do Comportamento Alimentar. Modificou-se o critério DSM-III-R que excluía esta perturbação na presença de Esquizofrenia ou de uma Perturbação Global do Desenvolvimento com o fim de facilitar o diagnóstico na presença de uma perturbação mental se o comportamento em questão tiver gravidade suficiente para ser foco de atenção clínica independente. No DSMIV foram incluídos novos subtipos baseados na idade de início com o fim de refletir que a idade precoce de início implica um prognóstico pior e tende a estar mais associada ao comportamento agressivo e à Perturbação Anti-Social da Personalidade dos adultos. Perturbações da Alimentação e do Comportamento Alimentar da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância. . O limite superior da idade de início foi reduzido dos 21 até aos 18 anos para a tornar compatível com o assinalado pelos critérios de diagnóstico de investigação da ICD-10. porque pode haver alterações clínicas significativas na ausência de tais características e assim permite-se clarificar os limites com a Perturbação da Alimentação e do Comportamento Alimentar da Infância ou do Início da Segunda Infância. e a fim de facilitar a sua utilização. violações graves das normas). Além disso. Perturbação por Estereotipias/Hábitos Motores. O requisito de duração foi reduzido de seis para três meses a fim de refletir o que é habitual na clínica e permitir uma detecção mais precoce dos casos. Dois itens do DSM-III-R (8 e 9) foram combinados para reduzir a sua redundância. para a tornar compatível com a ICD-10. um critério que requer uma deficiência clinicamente significativa e um critério que exige que a falta de fala não se explique melhor pela presença de uma Perturbação da Comunicação ou por falta de conhecimento da linguagem falada requerido numa situação social. a exclusão de crianças que apenas permanecem silenciosas durante o primeiro mês de escolaridade. instaurase o comportamento autolesivo como uma especificação. Acrescentaram-se certas precisões para reduzir a identificação de falsos positivos: um critério de duração de um mês. Além disso. Perturbação Reativa de Vinculação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância. Ao contrário do DSM-IIIR. o Critério B também afirma que o diagnóstico pode ser feito abaixo destas freqüências se existir mal-estar ou deficiência clinicamente significativos. A fim de evitar os diagnósticos falsos negativos. Perturbação da Ansiedade de Separação. para se facilitar a compatibilidade com a ICD-10 (que divide esta perturbação noutros dois). Enurese (Não Devida a Um Estado Físico Geral). Mudou-se a denominação que aparecia no DSM-III-R. O requisito de duração foi aumentado até quatro semanas para se tornar compatível com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10. Perturbação de Movimentos Estereotipados. o DSM-IV especifica que os diagnósticos tanto de Deficiência Mental como de Perturbação de Movimentos Estereotipados apenas se estabelecem se o comportamento estereotipado ou autolesivo tiver suficiente gravidade para ser objeto de tratamento. .Encoprese. A freqüência e a duração especificadas da perturbação passaram de duas vezes por mês a duas vezes por semana durante três meses consecutivos numa tentativa para reduzir os diagnósticos de falsos positivos. Acrescentaram-se subtipos que designam um tipo inibido versus um tipo desinibido. Mutismo Eletivo. Na atualidade a perturbação é codificada de acordo com a presença ou ausência de prisão de ventre com incontinência de refluxo. mudou-se o nome de Mutismo Eletivo que aparecia no DSM-III-R. e que era menos descritivo e implicava motivação. Simplificou-se a definição de Perturbação Mnésica e sublinhou-se a descrição da sua característica essencial (desenvolvimento de uma deficiência da memória). mas também inclui uma lista específica de diferentes demências devidas e doenças neurológicas e médicas. porque não pode avaliarse em indivíduos que são mudos. Esta organização destina-se a facilitar o diagnóstico diferencial. que eram classificados em separado no DSM-III-R. Perturbações Mnésicas. que se incluíam separadamente no DSM-III-R. Demência e Outras Perturbações Cognitivas No DSM-III-R estas perturbações estavam incluídas na secção de Perturbações Mentais Orgânicas. Além disso. Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral Sem Outra Especificação Catatonia Secundária a Um Estado Físico Geral. mudanças psicomotoras) desapareceram. que era uma característica diagnóstica do DSM-III-R. e acrescenta uma nova categoria. A alteração da personalidade. foi transferida para a secção «Sintomas e Perturbações Associadas» do texto do DSM-IV por causa da sua relativa falta de especificidade para a demência. esta secção inclui o Delirium Devido a Um Estado Físico Geral e o Delirium Induzido por Substâncias. a Demência Persistente Induzida por Substâncias e a Demência Devida a Múltiplas Etiologias. Esta secção inclui a Perturbação Mnésica Devida a Um Estado Físico Geral e a Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substâncias. Esta organização facilita o diagnóstico diferencial. Para facilitar o diagnóstico diferencial. A definição de demência foi reorganizada e simplificada a fim de clarificar que a perturbação se caracteriza por déficits cognitivos múltiplos que devem incluir uma afetação da memória.Delirium. Vários dos critérios do DSM-III-R (nível de consciência reduzido. esta subsecção inclui a Demência Tipo Alzheimer e a Demência Vascular (que se chamava Demência por Multienfartes no DSM-III-R). o pensamento desorganizado já não é um critério requerido. perturbações do sono. especialmente numa população médica ou cirúrgica geral. Inclui-se esta categoria . Demência. o Delirium Devido a Múltiplas Etiologias. Tal como no DSM-III-R. No DSM-IV eliminou-se o termo «perturbações mentais orgânicas» porque implica que as outras perturbações do manual não têm uma componente «orgânica». Delirium. porque costumam ter outras causas que são difíceis de avaliar. denominada Perturbação Orgânica da Personalidade no DSM-III-R. Agressivo. acrescentando a «incapacidade para cumprir obrigações importantes» e «problemas legais recorrentes relacionados com substâncias». combinaram-se dois itens do DSM-III-R que implicavam abstinência e o Critério 4 do DSM-III-R (isto é.porque constitui uma explicação freqüente de alguns sintomas catatônicos e é importante no seu diagnóstico diferencial. Alteração da Personalidade Secundária a Um Estado Físico Geral. Dependência e Abuso) e Perturbações Mentais Orgânicas Induzidas por Substâncias Psicoativas. Ampliou-se a lista de itens de dois para quatro. tornando-as mais específicas a fim de ter em conta as diferenças existentes entre uma remissão precoce e sustentada. e 2) acrescentou-se ao DSM-IV um critério de agrupação especificando que deve haver pelo menos três itens durante o mesmo período de 12 meses. Nesta perturbação. No DSM-IV o Abuso de Substâncias conceitualiza-se como um padrão desadaptativo do consumo de substâncias conducente a conseqüências adversas que ocorre na ausência de Dependência de Substâncias. Apático e Paranóide. sem um enquadramento conceptual claro. O critério de duração foi eliminado por duas razões: 1) torna-se redundante. Estabeleceu-se uma subtipificação da dependência fisiológica para facilitar ao clínico a constatação da presença de tolerância ou abstinência. parcial e total. Dependência de Substâncias. incapacidade para cumprir obrigações importantes) foi transferido para o conjunto de critérios de abuso para melhorar a distinção entre Dependência e Abuso. No DSM-III-R o Abuso de Substâncias era uma categoria residual. Por razões práticas. Abuso de Substâncias. posto que cada um dos itens requer uma duração clinicamente significativa para ser considerado presente. Ampliaram-se as especificações da evolução. foram acrescentados os subtipos Lábil. Perturbações Relacionadas com Substâncias No DSM-III-R estas perturbações localizavam-se em duas secções diferentes: Perturbações por Consumo de Substâncias Psicoativas (isto é. as Perturbações por Consumo de Substâncias e as Perturbações Induzidas por Substâncias incluem-se agora numa só secção de «Perturbações Relacionados com Substâncias». e se a remissão ocorreu enquanto o sujeito seguia uma terapêutica agonista ou se encontrava num ambiente controlado. Desinibido. Os nove itens incluídos no DSM-III-R foram reduzidos a sete. . 6) para os Alucinógenos . A partir de dados que apóiam a existência e relevância clínica de algumas combinações adicionais.Delirium e Perturbações da Ansiedade.Delirium e Perturbação da Ansiedade. estes critérios foram ampliados no DSM-IV. do Humor. Os critérios para Abstinência do Álcool e Abstinência de Sedativos. Perturbação Delirante e Perturbação Psicótica Sem Outra Especificação. Não se modificou a definição geral de Abstinência. 2) para as Anfetaminas . do Humor e da Ansiedade. mas aperfeiçoaram-se alguns critérios para a abstinência específica de substâncias. Hipnóticos e Ansiolíticos .Perturbações do Humor. Abstinência de Substâncias.Intoxicação por Substâncias.Perturbações do Humor. 5) para a Cocaína . assim como Disfunção Sexual. No DSM-IV aumenta a duração requerida para os sintomas . 7) para os Inalantes . Eliminou-se como categoria separada dada a ausência de dados demonstrativos de que constitua uma perturbação distinta da Intoxicação pelo Álcool.Perturbações da ansiedade e do Sono. assim como Disfunção Sexual. e Disfunção Sexual.Perturbações da Ansiedade. O DSM-III-R fornecia critérios que indicavam a associação entre classes concretas de substâncias e apresentações sindrômicas concretas induzidas por substâncias. Os critérios para a Intoxicação por Anfetamina e a Intoxicação por Cocaína são agora equivalentes.Demência Persistente.Delirium e Perturbações Psicóticas. Hipnóticos e Ansiolíticos são agora equivalentes. da Ansiedade e do Sono. Intoxicação Idiossincrática pelo Álcool. Perturbações Psicóticas.Delirium. da Ansiedade e do Sono. Não se modificou a definição geral de intoxicação mas aperfeiçoaram-se alguns critérios de intoxicação específicos por substâncias. 4) para a Cannabis . assim como Disfunção Sexual 3) para a Cafeína . Critérios para as Perturbações Induzidas por Substâncias. 8) para os Opiáceos . da Ansiedade e do Sono. Esquizofrenia.Perturbações do Humor. 10) para os Sedativos. do Humor e do Sono. Demência Persistente e Perturbações Psicóticas. assim como Disfunção Sexual. As novas categorias incluem: 1) para o Álcool . 9) para a Fenciclidina . Também se incluem especificações para indicar se os sintomas se iniciaram durante uma intoxicação ou uma abstinência. Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas Esta secção reúne os conteúdos de três secções do DSM-III-R: Esquizofrenia. da Ansiedade e do Sono. Na subtipificação preserva-se a distinção entre formas clínicas que são predominantemente delirantes perante aquelas em que predominam as alucinações. segundo o DSM-III-R. a categoria resultante inclui todas as perturbações psicóticas que duram menos de um mês e que não são atribuíveis a uma Perturbação do Humor nem se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de um estado físico geral. Perturbação Psicótica Secundária a Um Estado Físico Geral.da fase ativa desde uma semana. mas combina a perturbação delirante e a alucinose numa só Perturbação Psicótica. Além disso. Modificou-se o conjunto de critérios para os referir a um episódio ininterrupto da doenças mais do que a um padrão de sintomas ao longo da vida do sujeito. Os termos do DSM-III-R «Perturbação Delirante Orgânica» e «Alucinose Orgânica» aplicavam-se às Perturbações Induzidas por Substâncias e às Secundárias a Um Estado Físico Geral. tendo-se incluído neste novos sintomas negativos (alogia e abulia). Na subtipificação mantém-se a distinção entre apresentações que são predominantemente delirantes em relação àquelas em que predominam as alucinações. Simplificou-se a apresentação de sintomas característicos no Critério A. O DSM-IV cria duas perturbações baseadas na etiologia [Perturbação Psicótica Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias (ver acima)]. a duração mínima dos sintomas psicóticos foi ampliada de umas horas a um dia. a . Ampliou-se o construto DSM-III-R de Psicose Reativa Breve eliminando o requisito de um agente estressante mais grave (ainda que isto possa ser indicado pelo subtipo Com Estressores Marcados). Para facilitar o diagnóstico diferencial. até um mês. Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias. Perturbação Psicótica Breve. Simplificou-se a definição das fases prodrómica e residual a fim de eliminar a lista de sintomas específicos. Perturbação Esquizoafetiva. Adaptaram-se da ICD-10 novas especificações da evolução. Os termos do DSM-III-R «Perturbação Delirante Orgânica» e «Alucinose Orgânica» aplicavam-se às Perturbações Induzidas por Substâncias e às secundárias a um estado físico geral. a fim de reduzir os diagnósticos de falsos positivos e aumentar a compatibilidade com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10. O DSM-IV cria duas perturbações baseados na etiologia [Perturbação Psicótica Secundária a Um Estado Físico Geral (ver acima) e Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias]. Agora. mas combina a perturbação delirante e a alucinose numa só Perturbação Psicótica. a Perturbação Psicótica Secundária a Um Estado Físico Geral é incluída na secção «Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas». A fim de facilitar o diagnóstico diferencial. As Perturbações Bipolares foram divididas em Perturbação Bipolar I e Perturbação Bipolar II. Episódio Misto. o DSM-IV inclui um Critério E que clarifica os limites com o Luto. um Episódio Depressivo Maior pode ser diagnosticado se os sintomas persistirem durante mais de dois meses após a perda do ente querido. No DSM-IV foram modificadas a organização e a terminologia das Perturbações Bipolares. Perturbações Bipolares. Episódio Maníaco. No DSM-IV estabeleceu-se um conjunto de critérios para especificar que os critérios sintomáticos tanto do Episódio Maníaco como do Episódio Depressivo Maior estão preenchidos quase todos os dias durante uma semana. O DSM-IV acrescenta um critério para assegurar o significado clínico das formas sintomáticas. No DSM-III-R os Episódios Hipomaníacos não têm um conjunto de critérios separado e em seu lugar eram definidos com os mesmos critérios (exceto para a gravidade) que um Episódio Maníaco. O DSM-IV acrescenta um Critério C para assegurar a significação clínica da apresentação sintomática. Suprimiu-se a subtipificação do DSM-III-R de primário versus secundário perante a dificuldade da sua aplicação e a ausência de dados que a apoiassem. Além disso. Em contraste com a mania. No DSM-IV reinstaurou-se a duração de uma semana (prevista no DSM-III e suprimida no DSM-III-R). os Episódios Maníacos claramente precipitados por um tratamento antidepressivo são diagnosticados como Episódios Maníacos Induzidos por Substâncias e não contam para o diagnóstico de Perturbação Bipolar I. Ao contrário do DSM-III-R. a hipomania define-se como não sendo de gravidade suficiente para causar prejuízos importantes ou requerer hospitalização. Perturbações do Humor Episódio Depressivo Maior. No DSM-III-R os Episódios Mistos não tinham um conjunto de critérios separados e em seu lugar eram definidos como um dos subtipos da Perturbação Bipolar. Episódio Hipomaníaco. Perturbação Distímica. As . No DSM-IV foi estabelecido um conjunto de critérios separado que especifica uma duração da alteração do humor (diferente do humor não deprimido habitual) de pelo menos quatro dias. isto é. e uma alteração inequívoca na atividade que os outros possam observar.Perturbação Psicótica Induzida por Substâncias inclui-se na secção «Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas». Perturbação Bipolar I. Episódio Maníaco Único. O texto e os critérios correspondentes a esta perturbação. com o requisito de que os sintomas depressivos durassem pelo menos um dia inteiro. Esta perturbações foi introduzida como uma categoria separada no DSM-IV para incluir o que no DSM-III-R era um exemplo de Perturbação Bipolar Sem Outra Especificação. Perturbação Bipolar I. e que ambos ocorram quase todos os dias. A Perturbações Bipolar II descreve formas clínicas nas quais há pelo menos um Episódio Depressivo Major e pelo menos um Episódio Hipomaníaco. Esta perturbação é nova no DSM-IV e foi acrescentada para aumentar a especificidade e a cobertura. Perturbação Bipolar II. Esta perturbação é nova no DSM-IV e permite ao clínico verificar o início de um novo episódio relacionado com o humor antes que estejam preenchidos os critérios de duração. que se denominava Perturbação Orgânica do Humor no DSM-III-R. Episódio Não Especificado Mais Recente.Perturbações Bipolares I foram divididas em Episódio Maníaco Simples e Episódio Hipomaníaco Mais Recente. Depressivo e Não Especificado. ao contrário da Perturbações Bipolar I. Perturbações do Humor Induzido por Substâncias. No DSM-IV modificou-se esta perturbação exigindo pelo menos uma semana tanto de sintomas maníacos como depressivos major. O texto e os critérios correspondentes a esta perturbação que se denominava Perturbação Orgânica do Humor no DSM-III-R foram incluídos na secção «Perturbações do Humor» para facilitar o diagnóstico diferencial. Maníaco. A Perturbação Bipolar II surgiu e foi incluída em resposta à evidência das revisões da literatura e das análises de dados que sugerem a sua utilidade e a fim de aumentar a sua cobertura diagnóstica. Episódio Misto Mais Recente. Episódio Hipomaníaco Mais Recente. foram incluídos na secção . Perturbação Bipolar I. Misto. Perturbação Bipolar I. não há história de Episódios Maníacos. No DSM-III-R o Episódio Misto incluía apresentações de sintomas maníacos e depressivos que se misturavam ou alternavam rapidamente em poucos dias. mas. Esta perturbação é nova no DSM-IV e foi acrescentada para aumentar a especificidade e a compatibilidade com os requisitos da codificação ICD-10. Perturbação do Humor Secundária a Um Estado Físico Geral. A fim de definir a recorrência estabeleceu-se uma duração de dois meses sem sintomas maníacos. «Perturbações do Humor» para facilitar o diagnóstico diferencial. Trata-se de uma nova especificação introduzida no DSM-IV para refletir que esta apresentação pode ter implicações para o prognóstico e escolha da terapêutica. . Foram introduzidas no DSM-IV especificações de evolução que descrevem o padrão da Perturbação Depressiva Major e das Perturbações Bipolares I e II ao longo da vida com o fim de permitir que o clínico especifique o grau de recuperação entre episódios. Também forneceram diagramas para ilustrar os diferentes padrões da evolução da perturbação. Trata-se de uma nova especificação introduzida no DSM-IV para refletir que esta apresentação pode ter implicações para o prognóstico e a escolha da terapêutica. Este fato reflete os dados da literatura em favor de que a definição do DSM-IV possa ter sido excessivamente limitativa mas. Com Sintomas Atípicos. Esta é uma nova especificação introduzida no DSM-IV para refletir que várias formas catatônicas se associam a perturbações do humor. noutros aspectos. sensibilidade ao repúdio) pode ter implicações para a escolha da terapêutica. Com Sintomas Melancólicos. exceto em que requerem uma perda de capacidade para o prazer ou uma ausência de reatividade perante estímulos agradáveis (mais que ambas as coisas). Com Padrão Sazonal. superior à definição do DSM-III-R. Levaram-se a cabo várias modificações em relação a esta especificação de modo que os critérios se conformem mais estreitamente com os usos clínicos e de investigação. a eliminação da «janela» de 60 dias para o aparecimento dos sintomas no Critério A e a inclusão de um requisito mais específico referente à relação entre episódios sazonais e não sazonais. reatividade do humor. Trata-se de uma nova especificação introduzida no DSM-IV para refletir que esta apresentação (por exemplo. Com Ciclos Rápidos. Com Sintomas Catatônicos. Estas alterações incluem não restringir a aplicação do padrão sazonal apenas a Episódios Depressivos Major. Com Início no Pós-Parto. Os critérios DSM-IV para esta especificação afastam-se do DSM-III-R e são essencialmente os mesmos do DSM-III. × Especificação Longitudinal da Evolução. sintomas vegetativos. que requeria quatro ataques em quatro semanas ou um ataque seguido de um mês de temor persistente de sofrer outro ataque. A definição do DSM-IV requer Ataques de Pânico recorrentes. exigindo que seja importante e excessivo ou não razoável (assim como persistente). Os itens e os limiares para o Ataque de Pânico do DSM-III-R foram confirmados pelas análises de dados e os estudos de campo. Agorafobia sem História de Ataque de Pânico. Os critérios para o Ataque de Pânico foram estabelecidos separadamente no princípio da secção «Perturbações da Ansiedade» para clarificar que os Ataques de Pânico podem aparecer fazendo parte da apresentação de diferentes Perturbações da Ansiedade. Perturbação de Pânico com Agorafobia.Partindo de revisões da literatura e de análises de dados. e mantêm-se iguais no DSM-IV. incluem-se subtipos que descrevem o objeto das fobias. Em resposta à revisão da literatura. Perturbação de Pânico sem Agorafobia. inesperados.Perturbações da Ansiedade Ataque de Pânico. o nome desta categoria mudou de Fobia Simples para Fobia Específica. O DSM-III-R não dava qualquer diretriz sobre se a evitação associada a um estado físico geral justificava este diagnóstico. moderada e grave que se incluíam no DSM-III-R. O limiar do Ataque de Pânico na Perturbação de Pânico com Agorafobia foi revisto da mesma forma que a Perturbação de Pânico sem Agorafobia. Suprimiram-se os critérios específicos de ligeira. Além disso modificou-se a definição de agorafobia para sublinhar que os temores agorafóbicos implicam tipicamente um conjunto característico de situações. Fobia Social. Fobia Específica. acompanhados durante um mês ou mais por preocupações persistentes relacionadas com a experimentação de outros ataques ou com as suas implicações. Tudo isto contrasta com o DSM-III-R. mas modificou-se a ordem dos itens para refletir a sua freqüência. ou uma alteração significativa no comportamento. Elevouse o limiar do medo no Critério A. o limiar para o Ataque de Pânico sem Agorafobia foi revisto. Esta perturbações subsume agora a Perturbação por . as análises de dados e os resultados dos estudos de campo. O Critério D do DSM-IV indica que o diagnóstico pode incluir evitamento associado a um estado físico geral se o medo for claramente superior ao que habitualmente se associa a esta perturbação. Por razões de compatibilidade com a ICD-10. Perturbação da Ansiedade Secundária a Um Estado Físico Geral. as análises de dados e os resultados dos estudos de campo. Partindo da revisão da literatura. Esta categoria é nova no DSM-IV e foi incluída para descrever reações agudas a um stress extremo (isto é. Incluiu-se um critério que requer que os sintomas produzam mal-estar ou deficiência clinicamente significativos. visto que a Perturbação Aguda de Stress pode prever o desenvolvimento posterior de uma Perturbação Pós-Stress Traumático. Perturbação Aguda de Stress. Perturbação Obsessivo-Compulsiva. o que o torna mais simples. o Critério C inclui agora 6 itens. «para além do limite da experiência humana normal». Esta perturbação subsume a Perturbação da Ansiedade excessiva da infância do DSM-III-R. que incluía preocupações não realistas. O Critério A exige ansiedade e preocupação excessivas. Acrescentou-se para a tornar compatível com a ICD-10 e para facilitar a detecção precoce dos casos. Reconhecendo que a percepção de as obsessões ou as compulsões serem razoáveis ocorre num continuum. sentimento de indefesa ou horror intensos. em contraste com o DSMIII-R. estabeleceu-se uma especificação que permita ao clínico verificar se a perturbações cursa com pouca consciência da doença. o Critério A2 do DSMIV requer que a resposta do sujeito ao agente estressante implique medo. Clarificou-se a distinção entre obsessões e compulsões. tendo sido modificados os critérios para incluir formas clínicas infantis. Perturbação da Ansiedade Generalizada. Acrescentou-se o requisito de que o sujeito deve ter dificuldades para controlar a preocupação. Em seu lugar. fiável e coerente com os 18 itens do DSM-III-R. a frase que descreve os fatores estressantes no Critério A do DSM-III-R. A reatividade fisiológica à exposição a sinais significativos passou do Critério D (aumento de ativação) para o Critério B (reexperimentação do traumatismo). foi suprimida devido à sua escassa fiabilidade e precisão (a prevalência destes fatores estressantes não é baixa na população em geral). Em função de análises de dados. As obsessões podem provocar importante ansiedade ou mal-estar.Evitamento da Infância do DSM-III-R. que se produza dentro das quatro semanas posteriores ao stress e dure entre dois dias e quatro semanas). O texto e os critérios correspondentes a esta perturbação que se denominava Perturbação da Ansiedade Orgânica no DSM-III-R incluem-se na secção . enquanto as compulsões (incluindo atos mentais) evitam ou reduzem a ansiedade ou o mal-estar. Também se incluíram as especificações aguda e crônica. Perturbação Pós-Stress Traumático. A partir da revisão da literatura. Perturbação de Conversão. pseudociese). Ampliou-se a definição para incluir dois tipos de Perturbação de Dor: Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e Perturbação de Dor Associada a Fatores Psicológicos e a Um Estado Físico Geral. sintomas gastrintestinais. a lista de 35 itens do DSM-III-R foi condensada. Inclui-se uma especificação que facilite ao clínico verificar se a perturbação cursa com pouca consciência da doença. Perturbação de Dor. Perturbação Dismórfica Corporal. Modificou-se o nome de Dor Somatoforme do DSMIII-R. simplificada e dividida em quatro grupos de sintomas (dor. Outros problemas que refletem mudanças no funcionamento (por exemplo. Perturbações Factícias O DSM-IV fornece um conjunto de critérios para a Perturbação Factícia em vez das duas anteriores. Perturbações Somatoformes Perturbação de Somatização. as análises de dados e os resultados dos estudos de campo. incluiu-se um esquema de subtipificação (motor. misto). incluem-se as especificações aguda e crônica. Hipocondria. o problema em questão deve ser um sintoma ou déficit que afeta o funcionamento sensorial ou motor voluntário. Suprimiu-se a exclusão do DSM-III-R de que a crença não tenha intensidade delirante.«Perturbações da Ansiedade» para facilitar o diagnóstico diferencial. O texto e os critérios correspondente a esta perturbação que se denominava Perturbação da Ansiedade Orgânica no DSM-III-R foram incluídos na seção «Perturbações da Ansiedade» para facilitar o diagnóstico diferencial. sexuais e pseudoneurológicos). com tipos separados baseados no . incluem-se na epígrafe «Perturbação Somatoforme Sem Outra Especificação». Além disso. A fim de aumentar a especificidade e conseguir a compatibilidade com a ICD-10. Perturbação da Ansiedade Induzida por Substâncias. convulsivo. Ao contrário da mais ampla definição do DSM-III-R. sensorial. de modo que agora este diagnóstico pode formular-se concorrentemente com um diagnóstico de Perturbações Delirante. Simplificou-se e reviu-se o Critério A para o tornar mais conforme com a clínica. tornando-a mais descritiva e mais compatível com a ICD-10. Alterou-se o nome da Amnésia Psicogênica do DSM-III-R. Modificou-se o nome de Perturbação da Personalidade Múltipla do DSM-III-R para a tornar mais descritiva. Físico ou Combinado). Perturbação Sexual Secundária a Um Estado Físico Geral. O DSM-IV retoma a definição do DSM-III suprimindo o item A2 do DSM-III-R. Modificou-se o nome de Orgasmo Inibido da Mulher do DSM-III-R. O requisito para a assunção de uma nova identidade foi abandonado por se ter verificado que a confusão acerca da identidade pessoal é o sintoma predominante. Perturbação da Ereção no Homem. O DSM-IV retoma a definição do DSMIII suprimindo o item A2 do DSM-III-R. que a disfunção provoca mal-estar ou dificuldades interpessoais importantes). Alterou-se o nome da Fuga Psicogênica do DSM-III-R. Perturbação Dissociativa da Identidade. Reinstaurou-se o requisito do DSM-III de que haja incapacidade para recordar informação pessoal importante. o qual permitia estabelecer o diagnóstico ainda que apenas houvesse queixas subjetivas sem dificuldade para a excitação fisiológica. item que formulava que o diagnóstico podia estabelecer-se se houvesse queixas subjetivas sem dificuldade para a excitação fisiológica. Esta perturbação incluía-se na secção «Sistema Geniturinário» da ICD-9-MC. Perturbação do Orgasmo na Mulher. Perturbações Sexuais e de Identidade de Gênero Disfunções Sexuais. Perturbações Dissociativas Amnésia Dissociativa. Perturbação da Excitação Sexual na Mulher. tornando-a mais descritiva e mais compatível com a ICD-10. . Fuga Dissociativa. Perturbação do Orgasmo no Homem.predomínio dos sinais e sintomas (Psicológico. Cada uma das perturbações citadas nesta secção inclui agora um critério de significado clínico (isto é. Alterou-se o nome de Orgasmo Inibido do Homem do DSM-III-R. Este diagnóstico DSM-IV subsume três diagnósticos DSM-III-R: Perturbação da Identidade de Gênero da Infância. Esta perturbação não se incluía no DSM-III-R e incluiu-se no DSM-IV para aumentar a cobertura e facilitar o diagnóstico diferencial. Esta perturbação foi transferida da secção «Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência» para a secção «Perturbações do Comportamento Alimentar». a subtipificação de Anorexia Nervosa indica a presença de ingestões compulsivas/purgas versus comportamento restritivo. Perturbação Sexual Induzida por Substâncias. de forma que o diagnóstico não se estabelece se o comportamento aparecer exclusivamente durante episódios de Anorexia Nervosa. Fetichismo Transvestido.mas não se incluiu na classificação do DSM-III-R. Perturbação da Identidade de Gênero. e Transexualismo. Bulimia Nervosa. Acrescentou-se um critério de exclusão. Perturbações da Identidade Sexual da Adolescência ou da Idade Adulta. Incluiu-se no DSM-IV para facilitar o diagnóstico diferencial. na secção «Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência». Perturbações do Sono . Esta perturbação foi transferida da secção «Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência» para a secção «Perturbações do Comportamento Alimentar» No DSM-IV uma apresentação que inclua ingestão compulsiva/purgas e que apareça exclusivamente durante uma Anorexia Nervosa já não exige um diagnóstico separado de Bulimia Nervosa. Tipo Não Transexual. O conjunto de critérios adapta-se a ambos os sexos e a todas as idades. Na atualidade. Perturbações do Comportamento Alimentar Anorexia Nervosa. mas subsume-se num subtipo de Anorexia Nervosa. Acrescentou-se uma especificação para os sujeitos com Fetichismo Transvestido que também sentem mal-estar persistente com o seu papel sexual e que não preenchem os critérios para a Perturbação da Identidade de Gênero. Estabeleceram-se subtipos para distinguir entre os tipos purgativo e não purgativo. como no DSM-III-R. Incluiu-se na secção «Perturbações da Identidade de Gênero» e não. Acrescentou-se um subtipo recorrente para verificar a presença da síndrome de Kleine-Levin. As perturbações foram agrupadas em quatro secções baseadas na eventual etiologia (Primária. Devida a Um Estado Físico Geral e Induzida por Substâncias) mais que nos sintomas. Modificou-se o nome de Perturbação do Ritmo Sono-Vigília do DSM-III-R. O critério de freqüência de pelo menos três vezes por semana foi suprimido no DSM-IV. ainda que se mantenha a duração de um mês. a transição prolongada até ao estado completo de vigília) do DSM-III-R. No DSM-IV este diagnóstico é utilizado juntamente com o diagnóstico do Eixo I ou do . Acrescentou-se um critério de simplificação clínica. Pesadelos. Narcolepsia. Mudança de Turno de Trabalho). Esta perturbação estava incluída fora do capítulo «Perturbações Mentais» da ICD-9-MC. No DSM-IV este diagnóstico é utilizado juntamente com o diagnóstico do Eixo I ou do Eixo II apenas quando a insônia for suficientemente grave para merecer atenção clínica independente. A fim de refletir a utilização clínica reviu-se a sua subtipificação (Sono Atrasado. mas não estava incluída no DSM-III-R. Suprimiu-se como critério suficiente para hipersônia a embriaguês do sono (isto é. Já não se diagnostica hipersônia se a perturbação for mais bem explicada pela presença de insônia. Insônia Primária. Modificou-se o nome de Perturbação por Sonos Angustiados do DSM-III-R. A secção é compatível com a Classificação Internacional das Perturbações do Sono. Jet Lag.A organização desta secção sofreu alterações em relação ao DSM-III-R. Insônia Relacionada com Outra Perturbação Mental. Incluiu-se na secção «Perturbações do Sono» do DSM-IV para facilitar o diagnóstico diferencial. Esta perturbação estava incluída na secção «Sistema Nervoso» da ICD-9-CM. Relacionada com Outra Perturbação Mental. Perturbação do Ritmo Circadiano. Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração. Hipersônia Primária. Incluiu-se na secção «Perturbações do Sono» do DSM-IV para facilitar o diagnóstico diferencial. Hipersônia Relacionada com Outra Perturbação Mental. mas não estava no DSM-III-R. Incluiu-se uma disposição para indicar insônia. parassônia ou tipo misto. no DSM-IV este diagnóstico é utilizado em vez de um diagnóstico de consumo de substâncias apenas quando a perturbação do sono for suficientemente grave para merecer atenção clínica independente. Ao contrário do que acontecia no DSM-III-R. No DSM-IV estabeleceram-se duas perturbações baseadas na etiologia (Perturbação do Sono Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação do Sono Induzida por Substâncias). Os termos do DSM-III-R «Insônia Relacionada com Um Fator Orgânico Conhecido» e «Hipersônia Relacionada com Um Fator Orgânico Conhecido» aplicavamse tanto a Perturbações do Sono Induzidas por Substâncias como às devidas a estado físico geral. No DSM-IV modificou-se este critério permitindo que os sintomas durem um período adicional de seis meses após ter terminado um agente estressante . Foi revisto o conjunto de critérios para aumentar a sua especificidade. Incluiu-se uma disposição para indicar insônia. Os termos do DSM-III-R «Insônia Relacionada com Um Fator Orgânico Conhecido» e «Hipersônia Relacionada com Um Fator Orgânico Conhecido» aplicavam-se tanto a Perturbações do Sono Induzidas por Substâncias como às devidas a um estado físico geral. parassônia ou tipo misto. Jogo Patológico. Ao contrário do que acontecia no DSM-III-R. hipersônia. no DSM-IV este diagnóstico é utilizado juntamente com o diagnóstico médico apenas quando a perturbação do sono for suficientemente grave para merecer atenção clínica independente. Perturbações do Controlo dos Impulsos Sem Outra Especificação Perturbação Explosiva Intermitente. Perturbações da Adaptação O DSM-III-R limitava a duração dos sintomas a seis meses. Perturbação do Sono Secundária a Um Estado Físico Geral. hipersônia. Perturbação do Sono Induzida por Substâncias. Suprimiu-se o critério DSM-III-R que excluía este diagnóstico na presença de impulsividade ou agressividade generalizadas entre episódios.Eixo II apenas quando a hipersônia for suficientemente grave para merecer atenção clínica independente. No DSM-IV estabeleceram-se duas perturbações baseadas na etiologia (Perturbação do Sono Secundária a Um Estado Físico Geral e Perturbação do Sono Induzida por Substâncias). inibição laboral ou acadêmica). retraimento. Perturbação Anti-Social da Personalidade. foram modificado alguns itens por forma a aumentar a sua clareza e especificidade e reduzir dentro do possível o desvio relativo ao sexo. Estabeleceram-se subtipos que permitem especificar o tipo concreto de fator psicológico implicado. Posto que esta categoria não constitui uma perturbação mental. Perturbação Passivo-Agressiva da Personalidade. simplificado e alterado ligeiramente: suprimiram-se dois itens (paternidade irresponsável e incapacidade para manter uma relação monogâmica). o conjunto de critérios foi condensado. No DSM-IV acrescentou-se um item para a ideação paranóide transitória. . Fatores Psicológicos que Afetam o Estado Físico.crônico (ou as suas conseqüências). Suprimiu-se esta perturbação da classificação. suprimiram-se alguns subtipos (queixas físicas. Incluíram-se as especificações aguda e crônica para indicar casos que duram menos de seis meses e seis meses ou mais. dois itens que traduziam irresponsabilidade persistente (incapacidade para manter um comportamento laboral coerente ou para satisfazer obrigações econômicas foram reunidos num só item). respectivamente. tendo-se acrescentado um certo número de outras perturbações. ou para sintomas dissociativos graves. foi incluída na secção «Outros Problemas que Podem Ser Foco de Atenção Clínica». «Critérios e Eixos Propostos para Estudo Posterior». e simplificou-se o Critério C (especificando a relação com a Perturbação do Comportamento). Ampliou-se o conceito para incluir certos fatores que interferem com o tratamento e outros que constituem riscos para a saúde do sujeito. relacionada com o stress. Além disso. Perturbação Estado-Limite da Personalidade. Perturbações da Personalidade A partir de revisões da literatura. das análises de dados e dos resultados dos estudos de campo. Outros Problemas que Podem Ser Foco de Atenção Médica O nome desta secção é uma modificação de «Perturbações Não Atribuíveis a Uma Perturbação Mental» do DSM-III-R. No Apêndice B inclui-se uma versão revista. das análises de dados e do desejo de os tornar compatíveis com os Critérios de Diagnóstico para Investigação da ICD-10. Partindo da revisão da literatura. Declínio Cognitivo Relacionada com a Idade. Problema Religioso ou Espiritual. Trata-se de um novo problema acrescentado ao DSM-IV para melhorar a sua cobertura. Incluíram-se dois novos problemas de relação: Problema Relacional Associados a Uma Perturbação Mental ou a Um Estado Físico Geral e Problema Relacional com Irmão. Problemas Relacionais. Este nome modificou o de Luto Não Complicado do DSM-III-R. Introduziu-se esta categoria nesta secção para abarcar os maus tratos físicos. Problema de Aculturação.Perturbações Motoras Induzidas por Fármacos.Perturbação de Asperger . Este é um novo problema acrescentado ao DSM-IV para melhorar a sua cobertura.Perturbação Desintegrativa Infantil . estabeleceram-se algumas diretrizes relativas à duração dos sintomas e aos tipos concretos de sintomas. Estes problemas são agora denominados e agrupados. em vez de a incluir na secção «Perturbações com Início na Primeira ou na Segunda Infâncias ou na Adolescência» (como no DSM-III-R). No DSM-IV incluiu-se esta perturbação na secção «Outros Problemas que Podem Ser Foco de Atenção Médica». Este é um novo problema que foi introduzido no DSM-IV para melhorar a sua cobertura.Perturbação do Comportamento Alimentar da Primeira e da Segunda Infâncias . o abuso sexual e o abandono de uma criança juntamente com maus tratos físicos e o abuso sexual de um adulto. Novas Perturbações Introduzidas no DSM-IV (Excluindo Outros Problemas Que Podem Ser Foco de Atenção Médica) . A fim de melhorar a definição dos limites entre Luto e Episódio Depressivo Major.Perturbação de Rett . Luto. posto que o luto causa prejuízos e complicações significativas. Incluíram-se estas perturbações dada a sua importância no tratamento e no diagnóstico diferencial. Incluiu-se dado o significado clínico e a relativa à saúde pública destas circunstâncias. Problemas Relacionados com Abuso ou Negligência. Problema de Identidade. Abstinência de cafeína . fazendo-se ao longo de todo o DSM-IV maior fincapé no diagnóstico diferencial com Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral e com Perturbações Induzidas por Substâncias.Perturbação neurocognitiva ligeira .Disfunção Sexual Secundária a Um Estado Físico Geral .Delirium Devido a Várias Etiologias .Descritores dimensionais alternativos para a Esquizofrenia .Demência Devido a Várias Etiologias .Narcolepsia . Apêndice B: Critérios e Eixos Propostos para Estudos Posteriores.Perturbação por Déficit de Atenção Indiferenciada . uma para Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral e outra para Perturbações Induzidas por Substâncias.Disfunção Sexual Induzida por Substâncias .Intoxicação Alcoólica Idiossincrásica .Linguagem Confusa .Perturbação pós-concussional .Perturbação deteriorante simples (esquizofrenia simples) .Perturbações da Identidade .Perturbação Catatônica Secundária a Um Estado Físico Geral .Perturbação Passivo-Agressiva da Personalidade Apêndices Apêndice A: Árvores de Decisão para o Diagnóstico Diferencial. A árvore de decisão do DSM-III-R para Perturbações Mentais Orgânicas foi substituída por duas árvores de decisão separadas.Perturbação de Evitamento da Infância .Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração Perturbações do DSM-III-R Suprimidas no DSM-IV ou Subincluídas Noutras Categorias do DSM-IV .Critérios e Eixos Propostos para Estudos Posteriores .Perturbação Aguda de Stress .Transexualismo .Perturbação da Hiperansiedade da Infância . Aumentou-se significativamente este apêndice para incluir um grande número de novas propostas: . Modificou-se cada uma das outras árvores de decisão..Perturbação depressiva pós-psicótica na Esquizofrenia .Perturbação Bipolar II . Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos . Apêndice F: Índice Numérico de Diagnósticos e Códigos DSM-IV (ICD10 ).Perturbação passivo-agressiva da personalidade (perturbação negativista da personalidade) .Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos . recorrentes.Perturbação por ingestão compulsiva .. Apêndice E: Índice Alfabético de Diagnósticos e Códigos DSM-IV (ICD10 ).Síndrome Maligna dos Neurolépticos .Perturbação depressiva breve recorrente . tendo-se acrescentado vários termos novos.Perturbação disfórica pré-menstrual .Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos .Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos . que se destina a ajudar o clínico na avaliação sistemática do impacte do contexto cultural do indivíduo. Apêndice D: Índice de Modificações do DSM-IV. Dividiu-se em duas secções. Apresentou-se este apêndice num novo formato para tornar mais claro como o DSM-IV difere do DSM-III-R. A segunda secção fornece uma lista de «síndromes dependentes da cultura» que descrevem padrões de comportamento aberrante. A primeira contém um esquema para a formulação cultural.Perturbação depressiva da personalidade .Perturbação dissociativa de transe .Escala de Avaliação da Atividade Social e Laboral (EAASL) Apêndice C: Glossário de Termos Técnicos. Esta relação de categorias foi revista para incluir as perturbações do DSM-IV com os correspondentes códigos ICD-10. Melhoraram-se as definições existentes.Escala de Mecanismos de Defesa . Apêndice I: Guia para a Formulação Cultural e Glossário de Síndromes Dependentes da Cultura.Perturbação Motora Induzida por Fármaco Não Especificado .Perturbação mista da ansiedade e depressão .Perturbação factícia partilhada . Incluiu-se este apêndice para facilitar ao clínico a utilização do DSM-IV num ambiente multicultural. específicos de uma localidade. .Escala de Avaliação Global da Atividade Relacional (EAGAR) .Perturbação depressiva menor .Tremor Postural Induzido por Fármacos .Critério E alternativo para a Perturbação Distímica .Alterações Motoras Induzidas por Fármacos: . Esta enumeração de categorias foi revista para incluir as perturbações do DSM-IV com os correspondentes códigos ICD-10. Apêndice E Índice Alfabético de Diagnósticos e Códigos DSM-IV (ICD-10) (SOE = Sem Outra Especificação) T74.assim como experiências que não podem vincular-se especificamente a uma categoria diagnóstica concreta do DSM-IV.1 Abuso Físico da Criança F742 Abuso Sexual do Adulto .1 Abuso Físico do Adulto T74. T742 Abuso Sexual da Criança Z55.15 Com Idéias Delirantes F10.8 Perturbação do Sono Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F10. SOE F10.03 Delirium por Intoxicação por F10. Perturbação da F43.4 Delirium por Abstinência de F10.9 Perturbação Relacionada com.9 não especificada F40.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F10.73 Demência Persistente Induzida por Dependência do F1022 Em Terapêutica com Agonistas F10.8 Perturbação do Humor Induzida por F10.24 Com Perturbação do Comportamento F43.03 Delirium de Intoxicação por Dependência de F1621 Em Ambiente Controlado F16.00 Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico Álcool F10.25 Com Alteração Mista das Emoções e do Comportamento F43. Problema de Adaptação.24 Ligeira/Moderada/Grave F16.8 Perturbação do Humor Induzida por .1 Abuso de F16.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F16.3 Aculturação.24 Ligeira/Moderada/Grave F1020 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F1020 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F10.00 Intoxicação por F10.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F16.28 Com Ansiedade F4320 Com Humor Depressivo F43.8 Perturbação Sexual Induzida por Alucinógenos F16.21 Em Ambiente Controlado F10.8 Acadêmico.22 Mista.00 Intoxicação por F16.1 Abuso de F10.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por F10.52 Com Alucinações F10.3 Abstinência de F10. Com Ansiedade e Humor Depressivo F43.20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F16. Problema G21.1 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos Z60. Perturbação de F84.9 Perturbação Relacionada com.20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F15.52 Com Alucinações F16.24 Ligeira/Moderada/Grave F15.0 Autista.0 Amnésia Dissociativa ---. Perturbação da. Perturbação de F50.2 Anti-Social da Personalidade.9 Sem Outra Especificação F60.01 Com Agorafobia.1 Generalizada. Perturbação F52.8 Anti-Social na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência.70 Perturbação da Percepção Persistente (Flashbacks) por Perturbação Psicótico Induzida por F16.5 Asperger.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F15.9 Perturbação Relacionado com.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F15.00 Intoxicação por F15.F16. SOE F15. Perturbação de Perturbação de F06.03 Delirium de Intoxicação por Dependência de F15.0 De Separação.10 Aversão ao Sexo.8 Perturbação Sexual Induzida por Pânico F40. Comportamento F81..1 Abuso de F15.8 Perturbação do Humor Induzida por F15.0 Sem Agorafobia.51 Com Idéias Delirantes F16. Perturbação por .9 Aprendizagem.21 Em Ambiente Controlado F15.51 Com Idéias Delirantes F15. Perturbação Z72. Não Especificada F44. Comportamento Z72. Perturbação Anfetamina F15.Amnésia Persistente Induzida por Substâncias.4 Secundária a..8 Perturbação do Sono Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F15.3 Abstinência de F15. Perturbação de F41. Sem Outra Especificação F84.(indicar Estado Físico Geral) Induzida por Substâncias F41.8 Anti-Social do Adulto.0 Anorexia nervosa Ansiedade F41.52 Com Alucinações F15. Perturbação de F93..04 Com Alterações da Percepção F15. 0 Biográfico. SOE F812 Cálculo.8 Perturbação do Sono Induzida por F15.03 Delirium de Intoxicação por Dependência de F12.1 Abuso de F12. I Moderado F31.1 Grave sem Sintomas Psicóticos F30.9 Perturbação Relacionada com.0 Episódio Hipomaníaco Mais Recente Episódio Maníaco Mais Recente F31.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F15.9 Bipolar.Z60.8 Bipolar II. Perturbação Episódio Depressivo Mais Recente F31.4 Grave sem Sintomas Psicóticos F31.00 Intoxicação por F15.8 Em Remissão Parcial F30. Perturbação. Problema F31.1 Ligeiro F30.I Ligeiro F31.04 Com Alterações da Percepção .2 Grave com Sintomas Psicóticos F31.1 Moderado F31.6 Episódio Misto Mais Recente F31.7 Em Remissão Parcial F31.9 Episódio Maníaco Único Mais Recente SOE F30.21 Em Ambiente Controlado F1 2.3 Ligeira F31.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F12.24 Ligeira/Moderada/Grave F1220 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F12.7 Em Remissão Parcial F31.5 Grave com Sintomas Psicóticos F31. Perturbação F502 Bulimia Nervosa Cafeína F15.1 Grave sem Sintomas Psicóticos F31.00 Intoxicação por F12.7 Em remissão Total F31.8 Em Remissão Total F302 Grave com Sintomas Psicóticos F30.7 Em Remissão Total F31.3 Moderado F31. Perturbação do Cannabis F12. SOE Bipolar I. 52 Com Alucinações F14. Perturbação do.1 Catatônica. Perturbação por F90.8 Perturbação do Sono Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F14. Perturbação..8 Tipo com Predomínio do Déficit da Atenção F90. Perturbação da.9 Comunicação.6 Com Sintomas ou Déficit Sensoriais Z63.51 Com Idéias Delirantes F14.9 SOE F90. Secundária a.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F12.00 Intoxicação por F14.0 Ciclotímica.0 Tipo Combinado F98.03 Delirium por intoxicação por Dependência de F14.3 Abstinência de F14.9 Perturbação Relacionada com. Perturbação F632 Cleptomania Cocaína F14.(indicar Estado Físico Geral) F34.9 Cognitiva. SOE F50. SOE F80.9 Controlo dos Impulsos.51 Com Idéias Delirantes F12.1 Abuso de F14. Perturbação.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F14. Não Especificado Conversão.9 Perturbação Relacionada com.0 Conjugais..F12.21 Em Ambiente Controlado F1424 Ligeira /Moderada / Grave F1420 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F14.4 Com Sintomas ou Déficit Motores F44.8 Perturbação Sexual Induzida por F06. Perturbação.0 Tipo com Predomínio de Hiperatividade-Impulsividade . SOE F91.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F14. Não Especificado F63. SOE F06. Problemas Déficit da Atenção com Hiperatividade.9 Comportamento.8 Perturbação do Humor Induzida por F14. SOE F14.7 Com Crises ou Convulsões de Apresentação Mista F44. Perturbação Disruptiva do.5 Com Crises ou Convulsões F44.9 Comportamento Alimentar.52 Com Alucinações F12. Perturbação de F44.04 Com Alterações da Percepção F14. 8 Secundária a.9 Gravidade Não Especificada F70.(indicar Estado Físico Geral) F05.83 Com Humor Depressivo F01.10 Não Complicada 630.9 Grave F79.0 Devido a.2 Doença de Huntington 610 Doença de Huntington (Doença de Huntington no Eixo 111) F02. Perturbação Delirium F05.0 Doença por HIV (Encefalopatia por HIV no Eixo 111) F02.1 Doença de Creutzfeld-Jakob F02. com Início Durante a Abstinência F05.4 Doença por HIV B22.9 Traumatismo Craniano (Lesão Cerebral no Eixo 111) Demência F02..(indicar Estado Físico Geral) (se há demência sobreposta) F19.9 Moderada F73.3 Doença de Parkinson 620 Doença de Parkinson (Doença de Parkinson no Eixo 111) F02.00 Não Complicada Demência Vascular F01.0 Doença de Pick 631....01 Com Idéias Delirantes F00.03 Com Humor Depressivo F00.9 SOE Demência Secundária a F02.81 Com Idéias Delirantes .0 De Início Precoce (Doença de Alzheimer no Eixo III) F00.Deficiência Mental F72.11 Com Idéias Delirantes F00.9 Ligeira F71..8 Traumatismo Craniano 506.0 Delirante.9 Profunda F22.13 Com Humor Depressivo F00.1 Devido a.8 Múltiplas Etiologias F002 Múltiplas Etiologias (Demência Mista Tipo Alzheimer e Vascular) F02..(indicar Estado Físico Geral) F03 SOE Demência Persistente Induzida por Substâncias Demência Tipo Alzheimer De Início Tardio F00.4 Induzido por Outras Substâncias (ou Desconhecidas).0 Doença de Pick (Doença de Pick no Eixo 111) F02. Perturbação Episódio Único F32..8 Na Mulher.6 (Não Secundária a Estado Físico Geral) F34.8 Ejaculação Precoce Encoprese .3 Desintegrativa Infantil. Devido a. Secundária a.F01.1 Distímica.1 Moderada F32.4 Em Remissão Total F33.9 Perturbação Generalizada do. Perturbação. Perturbação F44.9 Dissônia SOE Dispareunia N94..(indicar Estado Físico Geral) F84. Perturbação de R41. Secundária a.80 Não Complicada Depressiva Maior.0 Ligeira F33.1 Despersonalização.0 Ligeira F32.0 Desejo Sexual Hipoactivo N50..1 Na Mulher..9 Dissociativa.. SOE Desenvolvimento F82 Da Coordenação.9 Depressiva.(indicar Estado Físico Geral) N50. Perturbação de F81. Perturbação F91.3 Grave com Sintomas Psicóticos F332 Grave sem Sintomas Psicóticos F33. Perturbação G24..9 SOE F32. SOE F52.(indicar Estado Físico Geral) F52.4 Em Remissão Parcial F33.4 Em Remissão Parcial F32.4 Em Remissão Total F32.(indicar Estado Físico Geral) N94.8 Deficiência Cognitiva Relacionada com a Idade R46.2 Dismórfica Corporal.8 No Homem.0 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos F45.0 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos F45.3 Grave com Sintomas Psicóticos F322 Grave sem Sintomas Psicóticos F32.9 SOE Recidivante F33. Devido a.8 Dissociativa.8 Diagnóstico Diferido no Eixo II R69 Diagnóstico ou Estado Diferido no Eixo I G24. SOE F51.. Perturbação do F84.1 Moderada F33. Perturbação.4 Dor.8 No Homem. Perturbação F48.. 10 Contínuo F20.13 Episódico sem Sintomas Residuais Interepisódicos Episódio Único F20.38 Outro Padrão ou Não Especificado Tipo Paranóide F20. Perturbação da N48.1 Tipo Depressiva Esquizofrenia Tipo Catatônica F2020 Contínua F20.0 Tipo Bipolar F25.35 Em Remissão Total F20.(indicar Estado Físico Geral) Esquizoafetiva..30 Contínuo Esquizofrenia Tipo Indiferenciado (continuação) F20.15 Em Remissão Total F20.39 Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20.18 Outro Padrão ou Não Especificado Tipo Indiferenciado F20. Secundária a..0 Enurese (Não Secundária a Um Estado Físico Geral) F52.4 Ereção no Homem. Perturbação F25.19 Em Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20.12 Episódico com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.1 Sem Obstipação nem Incontinência F98.2 Ereção no Homem.34 Em Remissão Parcial F20.00 Contínuo .23 Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos Episódio Único F20.22 Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.14 Em Remissão Parcial F20.K59.24 Em Remissão Parcial F2025 Em Remissão Total F20.33 Episódico sem Sintomas Residuais Interepisódicos Episódio Único F20.32 Episódico com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.0 Com Obstipação (no Eixo 111) R15 Com Obstipação e Incontinência F98. Perturbação da.29 Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F2028 Outro Padrão ou Não Especificado Tipo Desorganizado F20. 02 F20.50 Contínuo F20.1 Esquizóide da Personalidade..05 Em Remissão Total F20. Perturbação F68.58 Outro Padrão ou Não Especificado F20.59 Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20.8 Esquizofreniforme.F20.2 Exibicionismo F63.8 Perturbação do Humor Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F19.8 Explosiva Intermitente.04 Em Remissão Parcial F20.20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F1920 Remissão Total Precoce/remissão Parcial Precoce F19.55 Em Remissão Total F20.51 Com Idéias Delirantes .04 Com Alterações da Percepção F19.1 Abuso de F19.52 Com Alucinações F19.24 Ligeira /Moderada / Grave F19. Perturbação da F65.03 Delirium de Intoxicação por Dependência de F19. Perturbação. Perturbação F60. SOE Fenciclidina F19.(especificar Fator Psicológico) que Afeta a.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F19.00 Intoxicação por F19. Fatores Psicológicos Que Afetam o..1 Factícia..03 Episódico com Sintomas Residuais Interepisódicos Episódico sem Sintomas Residuais Interepisódicos Episódio Único F20. Perturbação F81. Perturbação F21 Esquizotípica da Personalidade.(indicar Estado Físico Geral) F522 Excitação Sexual na Mulher.54 Em Remissão Parcial F20.08 Outro Padrão ou Não Especificado Tipo Residual F20..52 Episódico com Sintomas Residuais Interepisódicos F20. Perturbação da F68.53 Episódico sem Sintomas Residuais Interepisódicos Episódio Único F20.1 Factícia.8 Expressão Escrita. Perturbação F54 Estado Físico.21 Em Ambiente Controlado F19.09 Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20. 9 Perturbação Relacionada com..0 Fonológica. SOE F65..20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F1820 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F18.9 SOE Identidade F93.1 Fetichismo Transvestido F40.33 Com Sintomas Mistos Humor.32 Com Sintomas de Depressão Major F06.0 Na Adolescência ou na Idade Adulta F64.1 Abuso de F18.8 Perturbação do Humor Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por .73 Demência Persistente Induzida por Dependência de F1821 Em Ambiente Controlado F18. Dissociativa F98..30 Com Sintomas Maníacos F06. Perturbação do.32 Com Sintomas Depressivos F06.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F18.F19. Induzida por .2 Ingestão Alimentar da Primeira ou da Segunda Infâncias.24 Ligeira/Moderada/Grave F18. Perturbação Humor.1 Hipersônia Relacionada com.1 Fuga Dissociativa F98. Perturbação da Inalantes F18.1 Fobia Social F80. Induzida por Substâncias F39 SOE Identidade Sexual. (indicar Perturbação) F452 Hipocondria F60.5 Gaguez F51.2 Na Segunda Infância F64. SOE F98.81 Perturbação de.03 Delirium de Intoxicação por F18.8 Problema de F44. Perturbação da. Perturbação F65. Perturbação do.4 Histriônica da Personalidade.8 Frotteurismo F44.9 Infâncias.(indicar Estado Físico Geral) F06.1 Hipersônia Primária F51.0 Fetichismo F65..2 Fobia Específica F40. Primeira e Segunda ou Adolescência.00 Intoxicação por F18. Perturbação da F64. 8 Intelectual. Perturbação Opiáceos F11.. Perturbação F42. Perturbação F04 Secundária a. Capacidade F63.1 Linguagem Expressiva.. Efeitos Adversos dos F99 Mental.(indicar Estado Físico Geral) Mnésica.1 Não Cumprimento da Terapêutica F60.0 Jogo Patológico Z56. Perturbação F74.. Perturbação Z63.8 Obsessivo-Compulsiva.5 Obsessivo-Compulsiva da Personalidade. Perturbação de F94.(indicar Perturbação do Eixo I ou do Eixo 11) R41.9 Perturbação Relacionada com. Perturbação...F18. Perturbação Mista da. Perturbação.0 Mutismo Eletivo Z91.7 Medicamentos SOE. SOE F51. SOE (Não Psicótica) F09 Mental. Limite.8 Narcisista da Personalidade.51 Com Idéias Delirantes F18.0 Negligência da Infância Nicotina F17.4 Narcolepsia F91. Receptiva-Expressiva F60.03 Delirium de Intoxicação por . SOE Devido a.3 Negativista Desafiante. SOE F60.9 Perturbação Relacionado com.(indicar Estado Físico Geral) R41.5 Masoquismo Sexual T88. Perturbação da F802 Linguagem.0 Leitura.52 Com Alucinações F18.3 Abstinência de Dependência de F1721 Em Ambiente Controlado FI 722 Em Terapêutica com Agonistas Fl 1.0 Insônia Primária F51.1 Abuso de F11.. Perturbação G47.7 Laboral.4 Movimentos Estereotipados.3 Abstinência de Fl 1.20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F1120 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial precoce F17. Induzida por Medicamentos SOE F98.24 Ligeira /Moderada / Grave F11.3 Sem Outra Especificação G25. da Personalidade Estado-. Perturbação da F81.0 Insônia Relacionada com.4 Luto F65.9 Motora. Problema F81.31 Limite. Perturbação. 4 Pedofilia F07.7 Personalidade.3 Orgasmo no Homem. Perturbação Evitante da F60. Perturbação Dependente da F60.52 Com Alucinações F11.20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F11.00 Intoxicação por F11. Devida a.51 Com Idéias Delirantes F11.1 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos F65.0 Com Alucinações F06. Perturbação -Induzida por Substâncias F29 SOE .2 Com Idéias Delirantes Psicótica.0 Personalidade. Perturbação F23.5 Pesadelos F98.0 Paranóide da Personalidade..8 Parassônia SOE 021.21 Em Ambiente Controlado F11. Problemas (se o objeto de atenção clinica for a criança) F65. Devido a.22 Em Terapêutica com Agonistas F11. SOE F51. (indicar Estado Físico Geral) F60.24 Ligeira/Moderada/Grave F11. (indicar Estado Físico Geral) F06.8 Perturbação do Sono Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F11.04 Com Alterações da Percepção F11.81 Com Desencadeante(s) Grave(s) de Início no Pós-Parto F23.Dependência de Fl 1. Mudança de. Perturbação do Z63..80 Sem Desencadeante(s) Grave(s) de Início no Pós-Parto F24 Psicótica Partilhada. Perturbação.3 Pica F63.3 Orgasmo na Mulher.8 Perturbação do Humor Induzida por F11. Problemas Z63. SOE F11.9 Parafilia SOE F60.1 Piromania Psicótica Breve.1 Pais-Filhos...9 Personalidade. Perturbação F51.8 Pais-Filhos. Perturbação. Perturbação do F52.8 Perturbação Sexual Induzida por F52.6 Personalidade.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F11.9 Perturbação Relacionada com. Perturbação (folie à deux) Psicótica. .73 Demência Persistente Induzida por Dependência de F1321 Em Ambiente Controlado F13. (indicar Estado Físico Geral) Z76.52 Com Alucinações F13..2 Ruminação F65. Perturbação de F512 Ritmo Circadiano.1 Tipo Inibido Relacional.8 Sexuais no Homem. Perturbação Induzida por Substâncias F52.3 Entre Irmãos Z63.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F13.51 Com Idéias Delirantes F13. Outras Perturbações.Reativa de Vinculação da Primeira e Segunda Infâncias.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F13. Perturbação F94.7 Associado a Uma Perturbação Mental ou a Um Estado Físico Geral F93.22 Em Terapêutica com Agonistas F13.8 Sexuais na Mulher. SOE F13.5 Sadismo sexual Sedativos. Secundárias a. Problema F842 Rett. Perturbação do F98.2 Sem Diagnóstico no Eixo II . Problema Z63.3 Abstinência de F13.00 Intoxicação por F13.8 Perturbação Sexual Induzida por Sexual.1 Abuso de F13.24 Ligeira /Moderada / Grave F1320 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F13.8 Religioso ou Espiritual.9 SOE N94.9 Perturbação Relacionada com.03 Delirium de Intoxicação por F13.9 SOE Z71. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. Secundárias a..2 Tipo Desinibido F94. Outras Perturbações.8 Perturbação do Sono Induzida por F13.8 Perturbação do Humor Induzida por F13. (indicar Estado Físico Geral) N50.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F13.4 Delirium de Abstinência de F13..5 Simulação Z03. 21 Em Ambiente Controlado F19. Secundária a.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por F19.24 Ligeira/Moderada/Grave F19.52 Com Alucinações F19.2 Sem Diagnóstico ou Estado no Eixo I G21.8 Tipo Parassônia Sono..9 Somatoforme Perturbação. Perturbação. Induzida por Substâncias G47.8 Perturbação do Humor Induzida por F19..0 Somatização. SOE F19. Perturbação de F45.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce .3 Abstinência de F19.9 Perturbação Relacionada com. Substâncias.00 Intoxicação por F19.04 Com Alterações da Percepção F19.03 Delirium Induzido por F19.20 Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F19. Várias Dependência de F19. Perturbação F45. Perturbação do. Perturbação de.0 Síndrome Maligna dos Neurolépticos F45.3 Relacionada com a Respiração Substâncias.8 Tipo Misto G47.20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F19.1 Pós-Stress Traumático. F43.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por F19.73 Demência Persistente Induzida por Dependência de F19.24 Ligeira/Moderada/Grave F19.3 Sonambulismo Sono.21 Em Ambiente Controlado F19.8 Perturbação Sexual Induzida por Stress F43. Outras (ou Desconhecidas) F19.0 Tipo Insônia G47.8 Perturbação do Sono Induzida por Perturbação Psicótica Induzida por F19. Perturbação do. (indicar Estado Físico Geral) G47.0 Aguda. SOE F51.1 Somatoforme Indiferenciada.1 Abuso de F19.1 Tipo Hipersônia G47.Z03.20 Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F19.51 Com Idéias Delirantes F19. 3 Tricotilomania F52.2 Tourette.G25. Perturbação de F95.4 Terrores Noturnos Tiques.1 Motores ou Vocais Crônicos F95.3 Voyeurismo .5 Vaginismo (Não Secundário a Um Estado Físico Geral) F65.1 Tremor Postural Induzido por Medicamentos F51.0 Transitórios F95.9 SOE F95. Perturbação de La F63. 03 Demência Tipo Alzheimer. Perturbação. Com Alucinações . De Início Tardio.2 Demência Mista Tipo Alzheimer e Vascular F01. (SOE = Sem Outra Especificação) F00....8 Demência Secundária a . De Início Precoce.10 Demência Tipo Alzheimer. Com Humor Depressivo F02. Com Humor Depressivo F00..4 Demência Secundária a Doença por HIV F02.(indicar Estado Físico Geral) F05. De Início Precoce.01 Demência Tipo Alzheimer.80 Demência Vascular.Apêndice F Índice Numérico de Diagnósticos e Códigos DSM-IV A fim de manter a compatibilidade com a ICD-10.(indicar Estado Físico Geral) F05..1 Delirium. Sobreposto a Demência F06.2 Demência Secundária a Doença de Huntington F02.. Com Idéias Delirantes F00.0 Delirium Devido a. De Início Tardio.(indicar Estado Físico Geral). alguns diagnósticos partilham o mesmo número de código.81 Demência Vascular.83 Demência Vascular.13 Demência Tipo Alzheimer. Com Idéias Delirantes F01.3 Demência Secundária a Doença de Parkinson F02.1 Demência Secundária a Doença de Creutzfeld-Jakob F02.11 Demência Tipo Alzheimer. (indicar o Estado Físico Geral) F02.. Com Humor Depressivo F00. De Início Tardio. Não Complicada F01. De Início Precoce.8 Demência Secundária a Múltiplas Etiologias F03 Demência SOE F04 Perturbação Mnésica Secundária a.0 Psicótica.00 Demência Tipo Alzheimer. Secundária a.8 Demência Secundária a Traumatismo Craniano F02. Com Idéias Delirantes F00.0 Demência Secundária a Doença de Pick F02. Não Complicada F00. Não Complicada F00.1 Demência Secundária a Doença de Creutzfeld-Jakob F02.. Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F10.00 Intoxicação pelo Álcool F10...0 Mudança de Personalidade Devida a...30 Perturbação do Humor Induzida por .. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F10.1 Abuso de Álcool F10...22 Dependência do Álcool em Terapêutica com Agonistas F10.. (indicar Estado Físico Geral). Com Sintomas de Depressão Major F06.(indicar Estado Físico Geral).2 Perturbação Psicótica Devida a... (indicar Estado Físico Geral).33 Perturbação do Humor Induzida por .4 Delirium por Abstinência do Álcool F10.21 Dependência do Álcool em Ambiente Controlado F10.8 Perturbação Sexual Induzida pelo Álcool . Com Sintomas Depressivos F06.9 Perturbação Cognitiva SOE F07.. Com Características Maníacas F06.F06..51 Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool. com Idéias Delirantes F10. Com Idéias Delirantes F06.1 Perturbação Catatônica Secundária a.8 Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool F10..(indicar Estado Físico Geral) F09 Perturbação Mental SOE Devida a.20 Dependência do Álcool..4 Perturbação da Ansiedade Secundária a.. Com Sintomas Mistos F06.73 Demência Persistente Induzida pelo Álcool F10.32 Perturbação do Humor Induzida por .3 Abstinência do Álcool F10.20 Dependência do Álcool.03 Delirium de Intoxicação pelo Álcool F10.(indicar Estado Físico Geral) F06.52 Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool.8 Perturbação da Ansiedade Induzida pelo Álcool F10.(indicar Estado Físico Geral) F06.24 Dependência do Álcool Ligeira/Moderada/Grave F10.(indicar Estado Físico Geral). com Alucinações F10. (indicar Estado Físico Geral)...(indicar Estado Físico Geral) F10.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida pelo Álcool F10.32 Perturbação do Humor Induzida por .. .1 Abuso de Sedativos. Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F12.21 Dependência de Cannabis.8 Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos F11.3 Abstinência de Opiáceos F11. Com Alucinações F12.20 Dependência de Opiáceos.51 Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos. Ligeira/Moderada/Grave F11.04 Intoxicação por Cannabis.20 Dependência de Cannabis.9 Perturbação Relacionada com Opiáceos.24 Dependência de Opiáceos.03 Delirium de Intoxicação por Sedativos. com Alterações da Percepção F11.52 Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis.00 Intoxicação por Cannabis F12.00 Intoxicação por Opiáceos F11. Em Ambiente Controlado F11.03 Delirium de Intoxicação por Opiáceos F11.8 Perturbação do Sono Induzida por Opiáceos F11.20 Dependência de Opiáceos. Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F11.03 Delirium de Intoxicação por Cannabis F12. Com Idéias Delirantes F12.22 Dependência de Opiáceos. Em Terapêutica com Agonistas F11. Com Alucinações F11. Hipnóticos ou Ansiolíticos.20 Dependência de Cannabis.1 Abuso de Cannabis F12. Ligeira/Moderada/Grave F12. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F11.20 Dependência de Sedativos. Em Ambiente Controlado F12.9 Perturbação Relacionada com Cannabis.8 Perturbação Sexual Induzida por Opiáceos F11.00 Intoxicação por Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. SOE F13.24 Dependência de Cannabis.04 Intoxicação por Opiáceos.20 Dependência de Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. SOE F12.F10. Com Idéias Delirantes F11. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. SOE F11.8 Perturbação do Sono Induzida pelo Álcool F10.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cannabis F12. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F12.52 Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F13.51 Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis. Hipnóticos ou Ansiolíticos.21 Dependência de Opiáceos. Com Alterações da Percepção F12.9 Perturbação Relacionada com o Álcool.1 Abuso de Opiáceos F11. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.8 Perturbação do Humor Induzida por Sedativos.51 Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína.3 Abstinência de Cocaína F14. Com Idéias Delirantes F13.52 Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína.1 Abuso de Cocaína F14. Com Idéias Delirantes F14.4 Delirium de Abstinência de Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.8 Perturbação do Humor Induzida por Cocaína . Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. Hipnóticos ou Ansiolíticos.21 Dependência de Sedativos.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Sedativos.Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F13. Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F14.20 Dependência de Cocaína.03 Delirium de Intoxicação por Cocaína F14. Ligeira/Moderada/Grave F14. Ligeira/Moderada/Grave F13. Com Alucinações F13.24 Dependência de Sedativos.22 Dependência de Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce LF14. Hipnóticos ou Ansiolíticos.21 Dependência de Cocaína.52 Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos.20 Dependência de Cocaína. Em Ambiente Controlado F13. Em Ambiente Controlado F14. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. SOE F14.51 Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. Hipnóticos ou Ansiolíticos. Com Alucinações F14. Hipnóticos ou Ansiolíticos.8 Perturbação Sexual Induzida por Sedativos.9 Perturbação Relacionada com Sedativos.00 Intoxicação por Cocaína F14. Com Alterações da Percepção F14.8 Perturbação do Sono Induzida por Sedativos.73 Demência Persistente Induzida por Sedativos.24 Dependência de Cocaína. Hipnóticos ou Ansiolíticos F13. Hipnóticos ou Ansiolíticos.3 Abstinência de Sedativos. Em Terapêutica com Agonistas F13. Hipnóticos ou Ansiolíticos.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cocaína F14.04 Intoxicação por Cocaína. 3 Abstinência de Anfetamina (ou Similares) F15. Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F15.20 Dependência de Alucinógenos.8 Perturbação Sexual Induzida por Anfetamina (ou Similares) F15.20 Dependência de Alucinógenos.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Anfetamina (ou Similares) F15. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F16.03 Delirium de Intoxicação por Anfetamina (ou Similares) F15.00 Intoxicação por Alucinógenos F16.24 Dependência de Anfetamina (ou Similares).1 Abuso de Anfetamina (ou Similares) F15. SOE F15. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F15.20 Dependência de Anfetamina (ou Similares).51 Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos. Ligeira/Moderada/Grave F16. SOE F15.03 Delirium de Intoxicação por Alucinógenos F16.8 Perturbação do Sono Induzida por Anfetamina (ou Similares) F15.52 Perturbação Psicótica Induzida por Anfetamina (ou Similares).8 Perturbação do Sono Induzida por Cocaína F14.9 Perturbação Relacionado com Cocaína.20 Dependência de Anfetamina (ou Similares).00 Intoxicação por Cafeína F15.04 Anfetamina (ou Similares).21 Dependência de Alucinógenos.8 Perturbação Sexual Induzida por Cocaína F14.1 Abuso de Alucinógenos F16. Com .51 Perturbação Psicótica Induzida por Anfetamina (ou Similares). Ligeira/Moderada/Grave F15.52 Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos. Com Idéias Delirantes F16.9 Perturbação Relacionada com Cafeína SOE F16.8 Perturbação do Sono Induzida por Cafeína F15.21 Dependência de Anfetamina (ou Similares).8 Perturbação do Humor Induzida por Anfetamina (ou Similares) F15. Em Ambiente Controlado F16. Com Idéias Delirantes F15. Em Ambiente Controlado F15. Com Alucinações F15.00 Intoxicação por Anfetamina (ou similares) F15. Com Alterações da Percepção F15.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Cafeína F15.9 Perturbação Relacionada com Anfetamina (ou Similares).F14.24 Dependência de Alucinógenos. Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F16. 70 Perturbação da Percepção Persistente (Flashbacks) por Alucinógenos F16. Com Alucinações F18. SOE F17.03 Delirium de Intoxicação por Fenciclidina (ou Similares) F19. Em Ambiente Controlado F17.9 Perturbação Relacionado com Inalantes.0utras (ou Desconhecidas) F19. SOE F19.1 Abuso de Substâncias. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F18.21 Dependência de Inalantes.21 Dependência de Nicotina.00 Intoxicação por Fenciclidina F19.20 F17.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Alucinógenos F16.03 Delirium Induzido por Substâncias.0utras (ou Desconhecidas) F19.8 Perturbação do Humor Induzida por Inalantes F18. Ligeira/Moderada/Grave F18.22 Dependência de Nicotina.20 F17.00 Intoxicação por Inalantes F18. SOE F18. Com Idéias Delirantes F18.00 Intoxicação por Substâncias. Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F19.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Inalantes F18.0utras (ou Desconhecidas) Com Alterações da Percepção F19.9 Perturbação Relacionada com Alucinógenos.0utras (ou Desconhecidas) Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada .51 Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes. Com Alterações da Percepção F19.73 Demência Persistente Induzida por Inalantes F18.9 Perturbação Relacionada com Nicotina.8 Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos F16.20 Dependência de Substâncias. Em Terapêutica com Agonistas F17.3 Abstinência de Nicotina F17.Alucinações F16.20 Dependência de Substâncias.1 Abuso de Inalantes F18.04 Intoxicação por Substâncias. Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F18.24 F17.1 Abuso de Fenciclidina (ou Similares) F19.24 Dependência de Inalantes.20 Dependência de Inalantes.52 Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes.04 Intoxicação por Fenciclidina (ou Similares). Em Ambiente Controlado F18.03 Delirium de Intoxicação por Inalantes F18.20 Dependência de Inalantes.0utras (ou Desconhecidas) F19.0utras (ou Desconhecidas). F19.20 Dependência de Fenciclidina, Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F19.20 Dependência de Fenciclidina (ou Similares), Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F19.20 Dependência de Várias Substâncias, Remissão Total Precoce/Remissão Parcial Precoce F19.20 Dependência de Várias Substâncias, Remissão Total Sustentada/Remissão Parcial Sustentada F19.21 Dependência de Substâncias,0utras (ou Desconhecidas), Em Ambiente Controlado F19.21 Dependência de Fenciclidina (ou Similares), Em Ambiente Controlado F19.21 Dependência de Várias Substâncias, Em Ambiente Controlado F19.22 Dependência de Outra Substância (ou Desconhecida), Em Terapia Agonista F19.24 Dependência de Substâncias, Outras (ou Desconhecidas), Ligeira/Moderada/Grave F19.24 Dependência de Fenciclidina (ou Similares), Ligeira/Moderada/Grave F19.24 Dependência de Várias Substâncias, Ligeira/Moderada/Grave F19.3 Abstinência de Substâncias, Outras (ou Desconhecidas) F19.4 Delirium Induzido por Outras Substâncias (ou Desconhecidas), com Início Durante a Abstinência F19.51 Perturbação Psicótica Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas), Com Idéias Delirantes F19.51 Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina (ou Similares), Com Idéias Delirantes F19.52 Perturbação Psicótica Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas), Com Alucinações F19.52 Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina (ou Similares), Com Alucinações F19.6 Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.73 Demência Persistente Induzida por Dependência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.8 Perturbação do Humor Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.8 Perturbação Sexual Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.8 Perturbação do Sono Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) F19.8 Perturbação da Ansiedade Induzida por Fenciclidina F19.8 Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina F19.9 Perturbação Relacionada com Outras Substâncias (ou Desconhecidas), SOE F19.9 Perturbação Relacionada com Fenciclidina, SOE F20.00 Esquizofrenia, Tipo Paranóide, Contínuo F20.02 Esquizofrenia, Tipo Paranóide, Episódio com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.03 Esquizofrenia, Tipo Paranóide, Episódio sem Sintomas Residuais Interepisódicos F20.04 Esquizofrenia, Episódio Único, Em Remissão Parcial F20.05 Esquizofrenia, Episódio Único, Em Remissão Total F20.08 Esquizofrenia, Outro Padrão ou Não Especificado F20.09 Esquizofrenia, Tipo Paranóide, Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20.10 Esquizofrenia, Tipo Desorganizado, Contínuo F20.12 Esquizofrenia, Tipo Desorganizado, Episódio com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.13 Esquizofrenia, Tipo Desorganizado, Episódio sem Sintomas Residuais Interepisódicos F20.14 Esquizofrenia, Tipo Desorganizado, Episódio Único, Em Remissão Parcial F20.15 Esquizofrenia, Tipo Desorganizado, Episódio Único, Em Remissão Total F20.18 Esquizofrenia, Tipo Desorganizado, Outro Padrão ou Não Especificado F20.19 Esquizofrenia, Episódio Único, Em Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase F20.20 Esquizofrenia, Tipo Catatônico, Contínua F20.22 Esquizofrenia, Tipo Catatônico, Episódica com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.23 Esquizofrenia, Tipo Catatônico, Episódio sem Sintomas Residuais Interepisódicos F20.24 Esquizofrenia, Tipo Catatônico, Episódio Único, Em Remissão Parcial F20.25 Esquizofrenia, Tipo Catatônico, Episódio Único, Em Remissão Total F20.28 Esquizofrenia, Tipo Catatônico,0utro Padrão ou Não Especificado F20.29 Esquizofrenia, Tipo Catatônico, Episódio Único, Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20.30 Esquizofrenia, Tipo Indiferenciado, Contínuo F20.32 Esquizofrenia, Tipo Indiferenciado, Episódio com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.33 Esquizofrenia, Tipo Indiferenciado, Episódio sem Sintomas Residuais Interepisódicos F20.34 Esquizofrenia, Tipo Indiferenciado, Episódio Único, Em Remissão Parcial F20.35 Esquizofrenia, Tipo Indiferenciado, Episódio Único, Em Remissão Total F20.38 Esquizofrenia, Tipo Indiferenciado,0utro Padrão ou Não Especificado F20.39 Esquizofrenia, Tipo Indiferenciado, Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20.50 Esquizofrenia, Tipo Residual, Contínuo F20.52 Esquizofrenia, Tipo Residual, Episódio com Sintomas Residuais Interepisódicos F20.53 Esquizofrenia, Tipo Residual, Episódio sem Sintomas Residuais Interepisódicos F20.54 Esquizofrenia, Tipo Residual, Episódio Único, Em Remissão Parcial F20.55 Esquizofrenia, Tipo Residual, Episódio Único, Em Remissão Total F20.58 Esquizofrenia, Tipo Residual,0utro Padrão ou Não Especificado F20.59 Esquizofrenia, Tipo Residual, Menos de 1 Ano desde o Começo dos Sintomas de Fase Ativa Inicial F20.8 Esquizofreniforme, Perturbação F22.0 Delirante, Perturbação F23.80 Perturbação Psicótica Breve, Sem Desencadeante(s) Grave(s) de Início no Pós-Parto F23.81 Perturbação Psicótica Breve, Com Desencadeante(s) Grave(s) de Início no Pós-Parto F24 Perturbação Psicótica Partilhada,(folie à deux) F25.0 Perturbação Esquizoafetiva, Tipo Bipolar F25.1 Perturbação Esquizoafetiva, Tipo Depressiva F29 Perturbação Psicótica SOE F30.1 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Único, Ligeiro F30.1 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Único, Moderado F30.1 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Único, Grave sem Características Psicóticas F30.2 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Único, Grave com Características Psicóticas F30.8 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Único, Em Remissão Parcial F30.8 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Único, Em Remissão Total F31.0 Perturbação Bipolar I, Episódio Hipomaníaco Mais Recente F31.1 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Mais Recente, Ligeiro F31.1 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Mais Recente, Moderado F31.1 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Mais Recente, sem Características Psicóticas F31.2 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Mais Recente Grave com Características Psicóticas F31.3 Perturbação Bipolar I, Episódio Depressivo Mais Recente, Ligeira F31.3 Perturbação Bipolar I, Episódio Depressivo Mais Recente, Moderado F31.4 Perturbação Bipolar I, Episódio Depressivo Mais Recente, Grave sem Características Psicóticas F31.5 Perturbação Bipolar I, Episódio Depressivo Mais Recente, Grave com Características Psicóticas F31.6 Perturbação Bipolar I, Episódio Misto Mais Recente F31.7 Perturbação Bipolar I, Episódio Depressivo Mais Recente, Em Remissão Parcial F31.7 Perturbação Bipolar I, Episódio Depressivo Mais Recente, Em Remissão Total F31.7 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Mais Recente, Em Remissão Parcial F31.7 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Mais Recente, Em Remissão Total F31.8 Perturbação Bipolar II F31.9 Perturbação Bipolar SOE F31.9 Perturbação Bipolar I, Episódio Maníaco Único Mais Recente SOE F32.0 Perturbação Depressiva Major, Episódio Único, Ligeiro F32.1 Perturbação Depressiva Major, Episódio Único, Moderado F32.2 Perturbação Depressiva Major, Episódio Único, Grave sem Características Psicóticas F32.3 Perturbação Depressiva Major, Episódio Único, Grave com Características Psicóticas F32.4 Perturbação Depressiva Major, Episódio Único, Em Remissão Parcial F32.4 Perturbação Depressiva Major, Episódio Único, Em Remissão Total F32.9 Perturbação Depressiva SOE F32.9 Perturbação Depressiva Major, Episódio Único, não Especificado F33.0 Perturbação Depressiva Major, Recidivante, Ligeira F33.1 Perturbação Depressiva Major, Recidivante, Moderada F33.2 Perturbação Depressiva Major, Recidivante, Grave sem Características Psicóticas F33.3 Perturbação Depressiva Major, Recidivante, Grave com Características Psicóticas F33.4 Perturbação Depressiva Major, Recidivante, Em Remissão Parcial F33.4 Perturbação Depressiva Major, Recidivante, Em Remissão Total F33.9 Perturbação Depressiva Major, Recidivante, Não Especificada F34.0 Perturbação Ciclotímica F34.1 Perturbação Distímica F39 Perturbação do Humor SOE F40.00 Agorafobia sem História de Perturbação de Pânico F40.01 Perturbação de Pânico com Agorafobia F40.1 Fobia Social F40.2 Fobia Específica F41.0 Perturbação de Pânico sem Agorafobia F41.1 Perturbação da Ansiedade Generalizada F41.9 Perturbação da Ansiedade, SOE F42.8 Perturbação Obsessivo-Compulsiva F43.0 Perturbação de Aguda de Stress F43.1 Perturbação Pós-Stress Traumático F43.20 Perturbação da Adaptação, Com Humor Depressivo F43.22 Perturbação da Adaptação, Mista, Com Ansiedade e Humor Depressivo F43.24 Perturbação da Adaptação, Com Perturbação do Comportamento F43.25 Perturbação da Adaptação, Com Alteração Mista das Emoções e do Comportamento F43.28 Perturbação da Adaptação, Com Ansiedade F43.9 Perturbação da Adaptação, Não Especificada F44.0 Amnésia Dissociativa F44.1 Fuga Dissociativa F44.4 Perturbação de Conversão Com Sintomas ou Déficit Motores F44.5 Perturbação de Conversão Com Crises ou Convulsões F44.6 Perturbação de Conversão Com Sintomas ou Déficit Sensoriais F44.7 Perturbação de Conversão Com Crises ou Convulsões de Apresentação Mista F44.81 Perturbação Dissociativa da Identidade F44.9 Perturbação Dissociativa SOE F45.0 Perturbação de Somatização. F45.1 Perturbação Somatoforme Indiferenciada F45.2 Perturbação Dismórfica Corporal F45.2 Hipocondria F45.4 Perturbação de Dor F45.9 Perturbação Somatoforme SOE F48.1 Perturbação de Despersonalização F50.0 Anorexia Nervosa F50.2 Bulimia Nervosa F50.9 Perturbação do Comportamento Alimentar SOE F51.0 Insônia Relacionada com...(indicar Perturbação do Eixo I ou do Eixo II) F51.0 Insônia Primária F51.1 Hipersônia Relacionada com...(indicar Perturbação do Eixo I ou do Eixo II) F51.1 Hipersônia Primária F51.2 Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono F51.3 Sonambulismo F51.4 Terrores Noturnos F51.5 Pesadelos F51.8 Parassônia SOE F51.9 Dissônia SOE F52.0 Desejo Sexual Hipoactivo F52.10 Perturbação de Aversão Sexual F52:2 Perturbação da Excitação Sexual na Mulher F52.2 Perturbação da Ereção no Homem F52.3 Perturbação do Orgasmo na Mulher F52.3 Perturbação do Orgasmo no Homem F52.4 Ejaculação Precoce F52.5 Vaginismo (Não Secundário a Um Estado Físico Geral) F52.6 Dispareunia (Não Secundária a Estado Físico Geral) F52.9 Perturbação Sexual SOE F52.9 Disfunção Sexual SOE F54 Fatores Psicológicos Que Afetam o Estado Físico F60.1 Perturbação Esquizóide da Personalidade F60.2 Perturbação Anti-Social da Personalidade F60.31 Perturbação Estado-Limite da Personalidade F60.4 Perturbação Histriônica da Personalidade F60.5 Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade F60.6 Perturbação Evitante da Personalidade F60.7 Perturbação Dependente da Personalidade F60.8 Perturbação Narcisista da Personalidade F60.9 Perturbação Personalidade SOE F63.0 Jogo Patológico F63.1 Piromania F63.2 Cleptomania F63.3 Tricotilomania F63.8 Perturbação Explosiva Intermitente F63.9 Perturbação Controlo dos Impulsos SOE F64.0 Perturbação da Identidade de Gênero na Adolescência ou na Idade Adulta F64.2 Perturbação da Identidade de Gênero na Segunda Infância F64.9 Perturbação da Identidade de Gênero SOE F65.0 Fetichismo F65.1 Fetichismo Transvestido F65.2 Exibicionismo F65.3 Voyeurismo F65.4 Pedofilia F65.5 Masoquismo Sexual F65.5 Sadismo Sexual F65.8 Frotteurismo F65.9 Parafilia SOE F68.1 Perturbação Factícia, F68.1 Perturbação Factícia SOE F70.9 Deficiência Mental Ligeira F71.9 Deficiência Mental Moderada F72.9 Deficiência Mental Grave F73.9 Deficiência Mental Profunda F74.2 Abuso Sexual do Adulto F79.9 Deficiência Mental Gravidade Não Especificada F80.0 Perturbação Fonológica F80.1 Perturbação da Linguagem Expressiva F80.2 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva F80.9 Perturbação da Comunicação SOE F81.0 Perturbação da Leitura F81.2 Perturbação do Cálculo FSI.B Perturbação da Expressão Escrita F81.9 Perturbação da Aprendizagem SOE F82 Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação F84.0 Perturbação Autista F84.2 Perturbação de Rett F84.3 Perturbação Desintegrativa Infantil F84.5 Perturbação de Asperger F84.9 Perturbação Generalizada do Desenvolvimento SOE F90.0 Perturbação por Déficit da Atenção com Hiperatividade, Tipo Combinado F90.0 Perturbação por Déficit da Atenção com Hiperatividade, Tipo com Predomínio de F90.9 Perturbação por Déficit da Atenção com Hiperatividade SOE F91.3 Perturbação de Oposição Desafiante F91.8 Perturbação Dissociativa, F91.9 Perturbação Disruptiva do Comportamento SOE F93.0 Perturbação de Separação F93.3 Problema Relacional entre Irmãos F93.8 Problema de Identidade F94.0 Mutismo Eletivo F94.1 Reativa de Vinculação da Primeira e Segunda Infâncias, Perturbação, Tipo Inibido F94.2 Reativa de Vinculação da Primeira e Segunda Infâncias, Perturbação, Tipo Desinibido F95.0 Perturbação de Tiques Transitórios F95.1 Perturbação de Tiques Motores ou Vocais Crônicos F95.2 Perturbação de La Tourette F95.9 Perturbação de Tiques SOE F98.0 Enurese (Não Secundária a Um Estado Físico Geral) F98.1 Encoprese, Sem Obstipação nem Incontinência F98.2 Perturbação da Ingestão Alimentar da Primeira ou da Segunda Infâncias F98.2 Perturbação de Ruminação F98.3 Pica F98.4 Perturbação de Movimentos Estereotipados F98.5 Gaguez F98.8 Perturbação da Hiperatividade-Impulsividade, Tipo com Predomínio do Déficit da Atenção F98.9 Perturbação da Primeira e Segunda Infâncias ou Adolescência SOE F99 Perturbação Mental SOE (Não Psicótica) G21.0 Síndrome Neuroléptica Maligna G21.1 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos G24.0 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos G24.0 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos G24.0 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos G25.1 Tremor Postural Induzido por Medicamentos G25.9 Perturbação Motora Induzida por Medicamentos SOE G47.0 Perturbação do Sono Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) Tipo Insônia G47.1 Perturbação do Sono Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) Tipo Hipersônia G47.3 Perturbação do Sono Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) Relacionada com a Respiração G47.4 Narcolepsia G47.8 Perturbação do Sono Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) Tipo Misto G47.8 Perturbação do Sono Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) Tipo Parassônia N48.4 Ereção no Homem, Perturbação da, Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) N50.8 Dispareunia no Homem, Devido a... (indicar Estado Físico Geral) N50.8 Perturbação do Desejo Hipoactivo no Homem Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) N50.8 Outras Disfunções Sexuais no Homem Secundárias a... (indicar Estado Físico Geral) N94.1 Dispareunia na Mulher Secundária a... (indicar Estado Físico Geral) N94.8 Dispareunia no Mulher, Devido a... (indicar Estado Físico Geral) N94.8 Outras Perturbações Sexuais na Mulher Secundárias a... (indicar Estado Físico Geral) R15 Encoprese com Obstipação e Incontinência R41.3 Perturbação Mnésica SOE R41.8 Deficiência Cognitiva Relacionada com a Idade R41.8 Funcionamento Intelectual Estado-Limite R46.8 Diagnóstico Diferido no Eixo II R69 Diagnóstico ou Estado Diferido no Eixo I T74.0 Negligência da Criança T74.1 T74.1 T742 T742 T88.7 Z03.2 Z03.2 Z55.8 Z56.7 Z60.0 Z60.3 Z63.0 Z63.1 Z63.4 Z63.7 Z63.8 Z63.9 Z71.8 Z72.8 Z72.8 Z76.5 Z91.1 Abuso Físico do Adulto Abuso Físico da Criança Abuso Sexual da Criança Abuso Sexual do Adulto Efeitos Adversos dos Medicamentos SOE Sem Diagnóstico no Eixo II Sem Diagnóstico ou Estado no Eixo I Problema Acadêmico, Problema Laboral Problema de Fase da Vida Problema de Aculturação Problemas Conjugais Pais-Filhos, Problemas (se o objeto de atenção clínica for a criança) Luto Problema Relacional Associado a Uma Perturbação Mental ou a Um Estado Físico Geral Problemas Pais-Filhos Problema Relacional SOE Problema Religioso ou Espiritual Comportamento Anti-Social do Adulto Comportamento Anti-Social na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência Simulação Não Cumprimento da Terapêutica Apêndice G Classificação do DSM-IV com Códigos ICD-9 SOE = Sem Outra Especificação Um x no código de diagnóstico significa que há necessidade de acrescentar um número de código específico. As reticências (...) são usadas nos nomes de algumas perturbações para indicar que o nome de uma perturbação mental específica ou estado físico geral deve ser acrescentado a quando do registro do nome (por exemplo, 293. O Delirium Secundário a Hipotireoidismo). Os números entre parêntesis correspondem aos números das páginas. Se os critérios de diagnóstico são comummente encontrados, deve-se especificar uma das seguintes categorias de gravidade após o diagnóstico: Ligeiro Moderado Grave Se já não se encontram presentes os critérios de diagnóstico, deve-se anotar a seguinte especificação: Em Remissão Parcial Em Remissão Completa História Anterior Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência DEFICIÊNCIA MENTAL Nota: Estão codificados no Eixo II 317 Deficiência Mental Ligeira 318.0 Deficiência Mental Moderada 318.1 Deficiência Mental Grave 318.2 Deficiência Mental Profunda 319 Deficiência Mental, Gravidade Não Especificada PERTURBAÇÕES DA APRENDIZAGEM 315.0 Perturbação da Leitura 315.1 Perturbação do Cálculo 315.2 Perturbação da Escrita 315.9 Perturbação da Aprendizagem SOE PERTURBAÇÕES DAS APTIDÕES MOTORAS 315.4 Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação PERTURBAÇÕES DA COMUNICAÇÃO 315.3 Perturbação da Linguagem Expressiva 315.3 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva 315.3 Perturbação Fonológica 307.0 Gaguez 307.9 Perturbação da Comunicação SOE PERTURBAÇÕES GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 299.0 Perturbação Autística 299.8 Perturbação de Rett 299.1 Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância 299.8 Perturbação de Asperger 299.8 Perturbação Global do Desenvolvimento SOE PERTURBAÇÕES DISRUPTIVAS DO COMPORTAMENTO E DE DÉFICE DA ATENÇÃO 314.x Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção .0 Tipo Misto .1 Tipo Predominantemente Desatento .0 Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo 314.9 Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção SOE 312.8 Perturbação do Comportamento Especificar o tipo: Tipo Início na Segunda Infância/Tipo Início na Adolescência 313.8 Perturbação de Oposição 312.9 Perturbação Disruptiva do Comportamento SOE PERTURBAÇÕES DA ALIMENTAÇÃO E DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR DA PRIMEIRA INFÂNCIA OU DO INÍCIO DA SEGUNDA INFÂNCIA 307.5 Pica 307.5 Mericismo 307.5 Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância SOE PERTURBAÇÕES DE TIQUES 307.2 Perturbação de La Tourette 307.2 Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal 307.2 Perturbação de Tique Transitório Especificar: Episódio Único/Recorrente 307.2 Perturbação de Tique SOE PERTURBAÇÕES DA ELIMINAÇÃO ---.- Encoprese 787.6 Com Obstipação e Incontinência (codifique também K59.0 Obstipação no Eixo III) 307.7 Sem Obstipação nem Incontinência 307.6 Enurese (Não Secundária a estado Físico Geral) Especificar tipo: Só Noturna/ Só Diurna/Diurna e Noturna OUTRAS PERTURBAÇÕES NA PRIMEIRA INFÂNCIA, NA SEGUNDA INFÂNCIA OU NA ADOLESCÊNCIA 309.2 Perturbação de Ansiedade de Separação Especificar: Início Precoce 313.2 Mutismo Eletivo 313.8 Perturbação Reativa de Vinculação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância Especificar: Tipo Inibido/Tipo Desinibido 307.3 Perturbação de Movimentos Estereotipados Especificar: Com Comportamento Auto-Agressivo 313.9 Outras Perturbações na Primeira Infância, na Segunda Infância ou na Adolescência SOE Delirium, Demência e Outras Perturbações Cognitivas DELIRIUM 293.0 Delirium secundário a... [Indicar o Estado Físico Geral] (além do código F05.1 quando sobreposto a Demência) ---.- Delirium por Intoxicação com Substância (referir códigos específicos das Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias) ---.- Delirium de Abstinência (referir códigos específicos das Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias) ---.- Delirium por Múltiplas Etiologias (codificar cada uma das etiologias específicas) 780.0 Delirium SOE DEMÊNCIA 290.1 Demência do Tipo Alzheimer com Início Precoce (codificar também G30.0 Doença de Alzheimer com Inicio Precoce no Eixo III) Não Complicada Com Atividade Delirante Com Alucinações Com Humor Depressivo Especificar se: Com Perturbação do Comportamento 290.x Demência do Tipo Alzheimer com Início Tardio (codificar também, G30.0 Doença de Alzheimer, com Início Tardio, no Eixo III) .0 Não Complicada .3 Com Atividade Delirante .2 Com Alucinações/Humor Depressivo Especificar: Com Perturbação do Comportamento 290.4 Demência Vascular Não Complicada Com Atividade Delirante Com Alucinações Com Humor Depressivo Especificar: Com Perturbação do Comportamento 294.9 Demência Secundária a HIV (codificar também B22.0 Infecção por HIV com Encefalopatia no Eixo III) 294.1 Demência Secundária a Traumatismo Craniano (codificar também S06.9 Traumatismo Intracraniano no Eixo III) 294.1 Demência Secundária a Doença de Parkinson (codificar também G20 Doença de Parkinson no Eixo III) 294.1 Demência Secundária a Doença de Huntington (codificar também G10 Doença de Huntington no Eixo III) 294.1 Demência Secundária a Doença de Pick (codificar também G31.0 Doença de Pick no Eixo III) 294.1 Demência Secundária a Doença de Creutzfeldt-Jakob (codificar também A81.0 Doença de Creutzfeldt-Jakob no Eixo III) 294.1 Demência Secundária a ... [Indicar o estado Físico Geral não listado acima] (codificar também o estado físico geral no Eixo III) ---.- Demência Persistente Induzida por Substâncias (referir códigos específicos das Perturbações Induzidas por Substâncias) ---.- Demência Secundária a Múltiplas Etiologias (codificar cada uma das etiologias especificas) 294.8 Demência SOE PERTURBAÇÕES MNÉSICAS 294.0 Perturbação Mnésica secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] Especificar: Transitória/Crônica ---.- Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substância (referir códigos específicos das Perturbações Induzidas por Substância) 294.8 Perturbação Mnésica SOE OUTRAS PERTURBAÇÕES COGNITIVAS 294.9 Perturbação Cognitiva SOE Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral Sem Outra Especificação 293.8 Catatonia Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] 310.1 Alteração da Personalidade Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] Especificar o tipo: Tipo Lábil/Tipo Desinibido/Tipo Agressivo/Tipo Apático/ Tipo Paranóide/Outro Tipo/ Tipo Misto/Tipo Não Especificado 293.9 Perturbação Mental SOE Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] Perturbações pela Utilização de Substâncias * As seguintes especificações podem ser aplicadas à Dependência de Substâncias Especificar se: Com Dependência Fisiológica/Sem Dependência Fisiológica Código da Dependência no quinto digito: 0 = Remissão Total Tardia/Remissão Parcial 0 = Remissão Tardia Mantida/Remissão Parcial Mantida 1 = Em Ambiente Controlado 2 = Em Terapia Agonista 4 = Ligeiro/Moderado/Grave Os seguintes especificadores aplicam-se às Perturbações Induzidas por Substâncias Com Início durante a Intoxicação/Sem Início durante a Intoxicação PERTURBAÇÕES INDUZIDAS PELO ÁLCOOL Perturbações por Uso de Álcool 303 Dependência do Álcool 305.0 Abuso do Álcool Perturbações Induzidas pelo Álcool 303 Intoxicação 291.8 Abstinência Especificar: Com Perturbações da Percepção 291.0 Delirium de Intoxicação 291.0 Delirium de Abstinência 291.2 Demência Persistente Induzida pelo Álcool 291.1 Perturbação Amnésica Induzida pelo Álcool 291.x Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool .5 Com Atividade Delirante .3 Com Alucinações 291.8 Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool 291.8 Perturbação de Ansiedade Induzida pelo Álcool 291.8 Disfunção Sexual Induzida pelo Álcool 291.8 Perturbação do Sono Induzida 291.8 pelo Álcool 291.9 Perturbação Relacionada com o Álcool SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM ANFETAMINAS OU SIMILARES Perturbações pela Utilização de Anfetaminas 304.4 Dependência de Anfetaminas 305.7 Abuso de Anfetaminas Perturbações Induzidas por Anfetaminas 292.8 Intoxicação por Anfetaminas Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.0 Abstinência de Anfetaminas 292.8 Delirium de Intoxicação por Anfetaminas 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Anfetaminas 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Anfetaminas 292.8 Disfunção Sexual Induzida por Anfetaminas 292.8 Perturbação do Sono Induzida por Anfetaminas 292.9 Perturbação Relacionada com Anfetaminas SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A CAFEÍNA Perturbações Induzidas pela Cafeína 305.9 Intoxicação por Cafeína 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cafeína 292.8 Perturbação do Sono Induzida por Cafeína 292.9 Perturbação Relacionada com Cafeína SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A CANNABIS Perturbações pela Utilização de Cannabis 304.3 Dependência de Cannabis 305.2 Abuso de Cannabis Perturbações Induzidas por Cannabis 292.8 Intoxicação por Cannabis Especificar se: com Perturbações da Percepção 292.8 Delirium de Intoxicação por Cannabis 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cannabis 292.9 Perturbação Relacionada com Cannabis SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A COCAÍNA Perturbações pela Utilização de Cocaína 304.2 Dependência de Cocaína 305.6 Abuso de Cocaína Perturbações Induzidas por Cocaína 292.8 Intoxicação por Cocaína Especificar se : com Perturbações da Percepção 292.0 Abstinência de Cocaína 292.8 Delirium de Intoxicação por Cocaína 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Cocaína 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cocaína 292.8 Disfunção Sexual Induzida por Cocaína 292.8 Perturbação do Sono Induzida 292.8 por Cocaína 292.9 Perturbação Relacionada com Cocaína SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM ALUCINOGÉNIOS Perturbações pela Utilização de Alucinógenos 304.5 Dependência de Alucinogenosa 305.3 Abuso de Alucinógenos Perturbações Induzidas por Alucinógenos 292.8 Intoxicação por Alucinógenos 292.8 Perturbação Persistente da Percepção por Alucinógenos (Flashbacks) 292.8 Delirium de Intoxicação por Alucinógenos 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Alucinógenos 292.9 Perturbação Relacionada com Alucinógenos SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM INALANTES Perturbações pela Utilização de Inalantes 304.6 Dependência de Inalantes 305.9 Abuso de Inalantes Perturbações Induzidas por Inalantes 292.8 Intoxicação por Inalantes 292.8 Delirium de Intoxicação por Inalantes 292.8 Demência Persistente Induzida por Inalantes 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Inalantes 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Inalantes 292.9 Perturbação Relacionada com Inalantes SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A NICOTINA Perturbações pela Utilização de Nicotina 305.1 Dependência de Nicotina Perturbações Induzidas por Nicotina 292.0 Abstinência de Nicotina 292.9 Perturbação Relacionada com Nicotina SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM OPIÁCEOS Perturbações pela Utilização de Opiáceos 304.0 Dependência de Opiáceos 305.5 Abuso de Opiáceos Perturbações Induzidas por Opiáceos 292.8 Intoxicação por Opiáceos Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.0 Abstinência de Opiáceos 292.8 Delirium de Intoxicação por Opiáceos 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos 292.8 Disfunção Sexual Induzida por Opiáceos 292.8 Perturbação do Sono Induzida por Opiáceos 292.9 Perturbação Relacionada com Opiáceos SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM FENCICLIDINA (OU SIMILARES) Perturbações pela Utilização de Fenciclidina 304.9 Dependência de Fenciclidina 305.9 Abuso de Fenciclidina Perturbações Induzidas por Fenciclidina 292.8 Intoxicação por Fenciclidina Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.8 Delirium de Intoxicação por Fenciclidina 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Fenciclidina 292.9 Perturbação Relacionada com Fenciclidina SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM SEDATIVOS, HIPNÓTICOS OU ANSIOLÍTICOS Perturbações pela Utilização de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 304.1 Dependência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 305.4 Abuso de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.8 Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.0 Abstinência de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.8 Delirium de Intoxicação por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.8 Delirium de Abstinência por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.8 Demência Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.8 Perturbação Amnésica Persistente Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.8 Disfunção Sexual Induzida 292.8 por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.8 Perturbação do Sono Induzida por Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.9 Perturbação Relacionada com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM MÚLTIPLAS SUBSTÂNCIAS 304.8 Dependência de Múltiplas Substâncias PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS (OU DESCONHECIDAS) Perturbações pela Utilização de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 304.9 Dependência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 305.9 Abuso de Outras Substâncias (ou Desconhecida) Perturbações Induzidas por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.8 Intoxicação por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.0 Abstinência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.8 Delirium Induzido por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.8 Demência Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.8 Perturbação Amnésica Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.1 Perturbação Psicótica Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Com Atividade Delirante Com Alucinações 292.8 Perturbação do Humor Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.8 Disfunção Sexual Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.8 Perturbação do Sono Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.9 Perturbação Relacionada com Outras Substâncias (ou Desconhecidas) SOE Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas 295.x Esquizofrenia A seguinte Classificação da Evolução Longitudinal aplica-se a todos os subtipos de Esquizofrenia: Episódica com Sintomas Residuais de Interepisódicos (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes)/ Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos Contínua (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes) Episódio Único em Remissão Parcial (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes)/Episódio Único em Remissão Completa Outro ou Padrão Não Especificado .3 Paranóide .1 Tipo Desorganizado .2 Tipo Catatônico .9 Tipo Indiferenciado .6 Tipo Residual 295.4 Perturbação Esquizofreniforme Especificar se: Sem Características de Bom Prognóstico/Com Características de Bom Prognóstico 295.7 Perturbação Esquizoafetiva Especificar o tipo: Tipo Bipolar/Tipo Depressivo 297.1 Perturbação Delirante Especificar o tipo: Erotomaníaco/Grandioso/Ciumento/ Persecutório/Somático/Misto/Não Especificado 298.8 Perturbação Psicótica Breve Especificar se: Com Estressores Marcados/Sem Estressores Marcados/Com Início no Pós-Parto 297.3 Perturbação Psicótica Partilhada 293.8 Perturbação Psicótica Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] Com Atividade Delirante Com Alucinações ---.- Perturbação Psicótica Induzida por Substância (referir a Perturbação Relacionada com a Substância com os códigos específicos da substância) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência 298.9 Perturbação Psicótica SOE (324) Perturbações do Humor (325) Especificar o estado atual do Episódio Depressivo Maior ou da Perturbação Bipolar I: Ligeira Moderada Grave Sem Características Psicóticas Grave com Características Psicóticas Especificar: Características Psicóticas Congruentes com o Humor/Características Psicóticas Incongruentes com o Humor Em Remissão Parcial Em Remissão Total Não Especificado Para Perturbações do Humor aplicar as seguintes especificações (para o episódio atual ou o mais recente): Gravidade/Psicótico/Em Remissão/Crônico/Com Características Catatônicas/Com Características Melancólicas/Com Características Atípicas/Com Início no Pós-Parto Para Perturbações do Humor aplicar as seguintes especificações: Com ou Sem Recuperação/Interepisódica Completa/Com Padrão Sazonal/Com Ciclos Rápidos PERTURBAÇÕES DEPRESSIVAS 296.x Depressão Maior .1 Episódio Único .1 Episódio Recorrente 300.4 Distimia Especificar se: Início Precoce/Início Tardio Especificar: Com Características Atípicas 311 Perturbação Depressiva SOE PERTURBAÇÕES BIPOLARES 296.x Perturbação Bipolar I .1 Episódio Maníaco Único Especificar se: Misto .2 Episódio Hipomaníaco Mais Recente .2 Episódio Maníaco Mais Recente .4 Episódio Misto Mais Recente .5 Episódio Depressivo Mais Recente .6 Perturbação Bipolar I, Episódio Não Especificado Mais Recente 296.8 Perturbação Bipolar II Especificar (episódio atual ou mais recente): Hipomaníaco/Depressivo 301.1 Ciclotimia 296.8 Perturbação Bipolar SOE 293.8 Perturbação do Humor Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] Especificar tipo: Com Características Depressivas/Com Episódio Depressivo Tipo Major/Com Características Maníacas/Com Características Mistas ---.- Perturbação do Humor Induzida por Substância (referir a Substância Relacionada com a Perturbação para o código especifico da substância) Especificar o tipo: Com Características Depressivas/Com Características Maníacas/Com Características Mistas Especificar se: Com Início durante a Intoxicação/Com Início durante a Abstinência 296.9 Perturbação do Humor SOE Perturbações da Ansiedade (403) 300.0 Perturbação de Pânico Sem Agorafobia 300.2 Perturbação de Pânico Com Agorafobia 300.2 Agorafobia Sem História de Perturbação de Pânico 300.2 Fobia Específica Especificar o tipo: Tipo Animal/Tipo Ambiente Natural/Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos/Tipo Situacional/Outro Tipo 300.2 Fobia Social Especificar se: Tipo Generalizado 300.3 Perturbação Obsessivo-Compulsiva Especificar se: Com Insight Pobre 309.8 Perturbação Pós-Stress Traumático Especificar se: Aguda/Crônica Especificar se: Início Retardado 308.3 Perturbação Aguda de Stress 300.0 Perturbação da Ansiedade Generalizada 293.8 Perturbação da Ansiedade Secundária a... [Indicar Estado Físico Geral] 300.0 Especificar se: Com Ansiedade Generalizada/Com Ataques de Pânico/Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos ---.- Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância (referir as Perturbações Relacionadas com a Substância para os códigos específicos) Especificar se: Com Ansiedade Generalizada/Com Ataques de Pânico/Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos/Com Sintomas Fóbicos Especificar se: Com Início durante a Intoxicação/Com Início durante a Abstinência 300.0 Perturbação da Ansiedade SOE Perturbações Somatoformes 300.8 Perturbação de Somatização 300.8 Perturbação de Somatização Indiferenciada 300.1 Perturbação de Conversão Especificar se: Com Sintoma Motor ou Déficit/Com Ataques ou Convulsões/Com Sintoma Sensorial ou Déficit/Com Apresentação Mista 307.8 Perturbação de Dor Somatoforme Associada a Fatores Psicológicos Associada a Fatores Psicológicos e um Estado Físico Geral Especificar se: Aguda/Crônica 300.7 Hipocondria Especificar se: Com Insight Pobre 300.7 Perturbação Dismórfica Corporal 300.8 Perturbação Somatoforme SOE Perturbações Factícias (483) 300.1 Perturbações Factícias Com Sintomas e Sinais Psicológicos Predominantemente Com Sintomas e Sinais Físicos Predominantemente Com Sintomas e Sinais Mistos Psicológicos e Físicos 300.1 Perturbação Factícia SOE Perturbações Dissociativas (489) 300.1 Amnésia Dissociativa 300.1 Fuga Dissociativa 300.1 Perturbação Dissociativa da Identidade 300.6 Perturbação de Despersonalização 300.1 Perturbação Dissociativa SOE Perturbações Sexuais e da Identidade de Gênero DISFUNÇÕES SEXUAIS Os seguintes especificadores aplicam-se todos às Disfunções Sexuais primárias: Tipo ao Longo Vida/Tipo Adquirido Tipo Generalizado/Tipo Situacional Secundário a Fatores Psicológicos/ Secundário a Fatores Combinados Perturbações do Desejo Sexual 302.7 Desejo Sexual Hipoactivo 302.7 Aversão Sexual Perturbações da Excitação Sexual 302.7 Perturbação da Excitação Sexual na Mulher 302.7 Disfunção Erétil no Homem Perturbações do Orgasmo 302.7 Perturbação do Orgasmo na Mulher 302.7 Perturbação do Orgasmo no Homem 302.7 Ejaculação Precoce Perturbações de Dor Sexual 302.7 Dispareunia (Não Secundária ao Estado Físico Geral) 306.5 Vaginismo (Não Secundário ao Estado Físico Geral) Perturbações Sexuais Secundárias ao Estado Físico Geral 625.8 Desejo Sexual Hipoactivo na Mulher Secundário a... [Indicar o Estado Físico Geral] 608.8 Desejo Sexual Hipoactivo no Homem Secundário a... [Indicar o Estado Físico Geral] 607.8 Disfunção Erétil no Homem Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] 625.0 Dispareunia na Mulher Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] 608.8 Dispareunia no Homem Secundária a... [Indicar o Estado Físico Geral] 625.8 Outras Disfunções Sexuais na Mulher Secundárias a... [Indicar o Estado Físico Geral] 608.8 Outras Disfunções Sexuais no Homem Secundárias a... [Indicar o Estado Físico Geral] ---.- Disfunção Sexual Induzida por Substâncias (referir a Perturbação Induzida por Substâncias pelo código especifico da substância) Especificar se: Com Diminuição do Desejo/Com Diminuição da Excitação/Com Diminuição do Orgasmo/Com Dor Sexual Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação 302.7 Disfunção Sexual SOE PARAFILIAS 302.4 Exibicionismo 302.8 Fetichismo 302.8 Frotteurismo 302.2 Pedofilia 6 Perturbação de Identidade de Gênero SOE 302.5 Perturbações do Comportamento Alimentar SOE Perturbações do Sono PERTURBAÇÕES PRIMÁRIAS DO SONO Dissônias 307.4 Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono .4 Insônia Primária 307.8 Masoquismo Sexual 302.8 Voyeurismo 302.x Perturbação de Identidade de Gênero .8 Sadismo Sexual 302. Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo 307.1 Anorexia Nervosa Especificar o tipo: Tipo Restritivo.5 em Adolescentes ou Adultos Especificar se: Sexualmente Atraído por Homens/Sexualmente Atraído por Mulheres/Sexualmente Atraído por ambos/Não Atraído Sexualmente por Nenhum 302.6 em Crianças .4 Hipersônia Primária Especificar: Recorrente 347 Narcolepsia 780.9 Disfunção Sexual SOE Perturbações do Comportamento Alimentar 307.Especificar se: Sexualmente Atraído por Homens/Sexualmente Atraído por Mulheres/Sexualmente Atraído por Ambos Especificar se: Limitado a Incesto Especificar o tipo: Tipo Exclusivo/ Tipo Não Exclusivo 302.9 Parafilia SOE PERTURBAÇÕES DE IDENTIDADE DE GÉNERO 302.3 Fetichismo Transvestido Especificar se: Com Disforia de Gênero 302.5 Bulimia Nervosa Especificar o tipo: Tipo Purgativo/Tipo Não Purgativo 307.5 Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração 307. .Especificar o tipo: Tipo avanço ou atraso de fase/Tipo jat lag/Tipo trabalhos por turnos/Tipo Não Especificado 307.4 Pesadelos 307. [Indicar o Estado Físico Geral] Tipo Insônia Tipo Hipersônia Tipo Parassônia Tipo Misto ---.3 Jogo Patológico 312.4 Terrores Noturnos 307.3 Cleptomania 312.4 Dissônia SOE Parassônias 307.4 Sonambulismo 307. [Indicar n Perturbação no Eixo I ou II] OUTRAS PERTURBAÇÕES DO SONO 780..3 Tricotilomania 312. [Indicar a Perturbação no Eixo I ou II] 307..Perturbação do Sono Induzida por Substâncias (referir a Perturbação Relacionada com as Substâncias para o código específico da substância) Especificar o tipo: Tipo Insônia/Tipo Hipersônia/ Tipo Parassônia/Tipo Misto Especificar se: Início durante Intoxicação/Início durante Abstinência Perturbações do Controlo dos Impulsos não Classificadas Noutro Lugar 312..4 Hipersônia Relacionada com..3 Perturbação de Controlo de Impulsos SOE Perturbações da Adaptação .4 Parassônia SOE PERTURBAÇÕES DO SONO RELACIONADAS COM OUTRA PERTURBAÇÃO MENTAL 307.4 Insônia Relacionada com.5 Perturbações do Sono Secundárias a.3 Piromania 312...3 Perturbação Explosiva Intermitente 312. 8 Perturbação Histriônica da Personalidade 301..2 Perturbação Esquizotípica da Personalidade 301.4 Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade 301.x Perturbação da Adaptação .309.6 Perturbação Narcísica da Personalidade 301.6 Perturbação Dependente da Personalidade 301.0 Perturbação Paranóide da Personalidade 301.3 Com Perturbação do Comportamento .7 Perturbação Anti-Social da Personalidade 301.8 Perturbação Estado-Limite (Borderline) da Personalidade 301.2 Perturbação Esquizóide da Personalidade 301..2 Mista da Ansiedade e Humor Depressivo .[Especificar o Fator Psicológico Afetando..4 Perturbação Evitante da Personalidade 301.2 Com Ansiedade . [Indicar o Estado Físico Geral] Escolher o nome com base na natureza dos fatores: Perturbação Mental Afetando o Estado Físico Sintomas Psicológicos Afetando o Estado Físico Traços de Personalidade ou Estilo de Coping Afetando o Estado Físico Comportamentos de Saúde Desadaptados em Relação Estado Físico Resposta Fisiológica Relacionada com o Stress Afetando o Estado Físico Outros Fatores Psicológicos (ou Não Especificados) Afetando o Estado Físico .9 Não Especificada Especificar se: Aguda/Crônica Perturbações da Personalidade Nota: Estão codificados no Eixo II 301.0 Com Humor Depressivo .9 Perturbação da Personalidade SOE Outras Condições Que Podem Ser Foco de Atenção Médica FACTORES PSICOLÓGICOS QUE AFECTAM O ESTADO FÍSICO 316 ..4 Com Perturbação Mista das Emoções e do Comportamento . 2 Simulação V71.8 Não Adesão ao Tratamento V65.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.2 Abuso Físico da Criança (codificar 995.8 Problema Relacional com Irmão V61.1 Abuso Físico de Adulto (codificar 995.9 Perturbação dos Movimentos Induzida por Fármacos SOE OUTRA PERTURBAÇÃO INDUZIDA POR FÁRMACO 995.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.9 Problema Relacional Associado a Perturbação Mental ou Estado Físico Geral V61.2 Efeitos Adversos de Medicação SOE PROBLEMAS RELACIONAIS V61.0 Comportamento Anti-Social da Criança ou do Adolescente V62.1 Problema Conjugal V61.1 se o objeto de atenção for a criança) V61.8 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos 333.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.7 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos 333.2 Negligência da Criança (codificar 995.9 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos 333.5 se o foco de atenção for a vítima) CONDIÇÕES ADICIONAIS QUE PODEM SER FOCO DE ATENÇÃO MÉDICA V15.2 Abuso Sexual da Criança (codificar 995.2 Problema Relacional Pais-Filhos (código Z63.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.0 Comportamento Anti-Social do Adulto V71.1 Abuso Sexual de Adulto (codificar 995.9 Síndrome Maligna dos Neurolépticos 333.8 Funcionamento Intelectual Estado-Limite .1 Tremor Postural Induzido por Neurolépticos 333.8 Problema Relacional SOE PROBLEMAS RELACIONADOS COM ABUSO OU NEGLIGÊNCIA V61.1 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos 333.PERTURBAÇÕES DOS MOVIMENTOS INDUZIDAS POR FÁRMACOS 332. Nota: É codificado no Eixo II 780.0 Nenhum Diagnóstico ou Condição no Eixo I 799.4 Problema de Aculturação V62.0 Nenhum Diagnóstico no Eixo II 799.3 Problema Acadêmico V62.9 Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade V62.8 Luto V62.9 Diagnóstico Diferido no Eixo II Sistema Multiaxial Eixo I Perturbações Clínicas Outras Condições Que Podem Ser Foco de Atenção Médica Eixo II Perturbações da Personalidade Deficiência Mental Eixo III Estado Físico Geral Eixo IV Problemas Psicossociais e Ambientais Eixo V Avaliação Global da Atividade Apêndice H .8 Problema de Fase da Vida Códigos Adicionais 300.9 Perturbação Mental Não Específica (não psicótica) V71.9 Diagnóstico ou Condição Diferidos no Eixo I V71.8 Problema de Identidade V62.2 Problema Ocupacional 313.8 Problema Religioso ou Espiritual V62. 9 Perturbação da Aprendizagem SOE . Os números entre parêntesis correspondem aos números das páginas.00 Perturbação da Leitura 315.2 Deficiência Mental Profunda 319 Deficiência Mental.Moderado .1 Deficiência Mental Grave 318.Classificação do DSM-IV com Códigos ICD-9-CM SOE = Sem Outra Especificação Um x no código de diagnóstico significa que há necessidade de acrescentar um número de código específico. deve-se anotar a seguinte especificação: .1 Perturbação do Cálculo 315. 293..História Anterior Perturbações que Aparecem Habitualmente na Primeira e na Segunda Infâncias ou na Adolescência DEFICIÊNCIA MENTAL Nota: Estão codificados no Eixo II 317 Deficiência Mental Ligeira 318.) são usadas nos nomes de algumas perturbações para indicar que o nome de uma perturbação mental específica ou estado físico geral deve ser acrescentado a quando do registro do nome (por exemplo.Grave Se já não se encontram presentes os critérios de diagnóstico.Em Remissão Parcial . deve-se especificar uma das seguintes categorias de gravidade após o diagnóstico: .2 Perturbação da Escrita 315..Em Remissão Completa .Ligeiro . As reticências (. Gravidade Não Especificada PERTURBAÇÕES DA APRENDIZAGEM 315. O Delirium Secundário a Hipotireoidismo). Se os critérios de diagnóstico são comummente encontrados.0 Deficiência Mental Moderada 318. 4 Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação PERTURBAÇÕES DA COMUNICAÇÃO 315.80 Perturbação Global do Desenvolvimento SOE PERTURBAÇÕES DISRUPTIVAS DO COMPORTAMENTO E DE DÉFICE DA ATENÇÃO 314.52 Pica 307.81 Perturbação de Oposição 312.9 Perturbação da Comunicação SOE PERTURBAÇÕES GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 299.80 Perturbação de Rett 299.8 Perturbação do Comportamento Especificar o tipo: Tipo Início na Segunda Infância/Tipo Início na Adolescência 313.59 Perturbação da Alimentação da Primeira Infância ou Início da Segunda Infância SOE PERTURBAÇÕES DE TIQUES .01 Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo 314.9 Perturbação Disruptiva do Comportamento SOE PERTURBAÇÕES DA ALIMENTAÇÃO E DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR DA PRIMEIRA INFÂNCIA OU DO INÍCIO DA SEGUNDA INFÂNCIA 307.80 Perturbação de Asperger 299.53 Mericismo 307.00 Perturbação Autística 299.0 Gaguez 307.9 Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção SOE 312.10 Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância 299.00 Tipo Predominantemente Desatento .xx Perturbação de Hiperatividade com Déficit da Atenção .31 Perturbação Mista da Linguagem Receptiva-Expressiva 315.PERTURBAÇÕES DAS APTIDÕES MOTORAS 315.01 Tipo Misto .31 Perturbação da Linguagem Expressiva 315.39 Perturbação Fonológica 307. 89 Perturbação Reativa de Vinculação da Primeira Infância e Início da Segunda Infância Especificar: Tipo Inibido/Tipo Desinibido 307.. NA SEGUNDA INFÂNCIA OU NA ADOLESCÊNCIA 309.7 Sem Obstipação nem Incontinência 307. [Indicar o Estado Físico Geral] (além do código F05..Delirium de Abstinência (referir códigos específicos das Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias) ---.1 quando sobreposto a Demência) ---.22 Perturbação de Tique Motor Crônico ou Vocal 307.21 Perturbação de Tique Transitório Especificar: Episódio Único/Recorrente 307.. Demência e Outras Perturbações Cognitivas DELIRIUM 293..09 Delirium SOE DEMÊNCIA .Encoprese 787..Delirium por Intoxicação com Substância (referir códigos específicos das Perturbações Mentais Induzidas por Substâncias) ---.307.23 Mutismo Eletivo 313.Delirium por Múltiplas Etiologias (codificar cada uma das etiologias especificas) 780.6 Com Obstipação e Incontinência (codifique também K59.0 Delirium secundário a.0 Obstipação no Eixo III) 307.21 Perturbação de Ansiedade de Separação Especificar: Início Precoce 313.23 Perturbação de La Tourette 307..3 Perturbação de Movimentos Estereotipados Especificar: Com Comportamento Auto-Agressivo 313.6 Enurese (Não Secundária a estado Físico Geral) Especificar tipo: Só Noturna/ Só Diurna/Diurna e Noturna OUTRAS PERTURBAÇÕES NA PRIMEIRA INFÂNCIA.20 Perturbação de Tique SOE (109) PERTURBAÇÕES DA ELIMINAÇÃO ---. na Segunda Infância ou na Adolescência SOE Delirium.9 Outras Perturbações na Primeira Infância. 8 Demência SOE .1 Demência Secundária a Traumatismo Craniano (codificar também 506.Demência Persistente Induzida por Substâncias (referir códigos específicos das Perturbações Induzidas por Substâncias) ---..9 Traumatismo Intracraniano no Eixo III) 294.10 Demência Secundária a Doença de Creutzfeldt-Jakob (codificar também A81.0 Infecção por HIV com Encefalopatia no Eixo III) 294.0 Doença de Pick no Eixo III) 294..0 Doença de Creutzfeldt-Jakob no Eixo III) 294.10 Não Complicada .0 Doença de Alzheimer. [Indicar o Estado Físico Geral não listado acima] (codificar também o Estado Físico Geral no Eixo III) ---.0 Doença de Alzheimer com Início Precoce no Eixo III) .41 Com Atividade Delirante .42 Com Alucinações . com Início Tardio..10 Demência Secundária a Doença de Pick (codificar também G31.13 Com Humor Depressivo Especificar se: Com Perturbação do Comportamento 290.40 Não Complicada .43 Com Humor Depressivo Especificar: Com Perturbação do Comportamento 294.3 Com Atividade Delirante .xx Demência do Tipo Alzheimer com Início Precoce (codificar também G331.xx Demência do Tipo Alzheimer com Início Tardio (codificar também G30.Demência Secundária a Múltiplas Etiologias (codificar cada uma das etiologias especificas) 294.290.1 Demência Secundária a Doença de Huntington (codificar também G10 Doença de Huntington no Eixo III) 294.20 Com Alucinações ..12 Com Alucinações .21 Com Humor Depressivo Especificar: Com Perturbação do Comportamento 290.9 Demência Secundária a HIV (codificar também B22.0 Não Complicada . no Eixo III) .1 Demência Secundária a .xx Demência Vascular .1 Demência Secundária a Doença de Parkinson (codificar também G20 Doença de Parkinson no Eixo III) 294.11 Com Atividade Delirante . 9 Perturbação Mental SOE Secundária a. [Indicar o Estado Físico Geral] Especificar: Transitória/Crônica ---.. [Indicar o Estado Físico Geral] Perturbações pela Utilização de Substâncias As seguintes especificações podem ser aplicadas à Dependência de Substâncias Especificar se: Com Dependência Fisiológica/Sem Dependência Fisiológica Remissão Total Tardia/Remissão Parcial Remissão Tardia Mantida/Remissão Parcial Mantida Em Terapia Agonista/Em Ambiente Controlado Os seguintes especificadores aplicam-se às Perturbações Induzidas por Substâncias Com Início durante a Intoxicação/Sem Início durante a Intoxicação ..1 Alteração da Personalidade Secundária a.89 Catatonia Secundária a...0 Perturbação Mnésica secundária a.Perturbação Mnésica Persistente Induzida por Substância (referir códigos específicos das Perturbações Induzidas por Substância) 294. [Indicar o Estado Físico Geral] Especificar o tipo: Tipo Lábil/Tipo Desinibido/Tipo Agressivo/Tipo Apático/ Tipo Paranóide/Outro Tipo/Tipo Misto/Tipo Não Especificado 293.8 Perturbação Mnésica SOE OUTRAS PERTURBAÇÕES COGNITIVAS 294. [Indicar o Estado Físico Geral] 310.9 Perturbação Cognitiva SOE Perturbações Mentais Secundárias a Um Estado Físico Geral Sem Outra Especificação 293...PERTURBAÇÕES MNÉSICAS 294.... 5 Com Atividade Delirante .1 Perturbação Amnésica Induzida pelo Álcool 291.12 Com Alucinações 292.81 Delirium de Intoxicação por Anfetaminas 292.8 Perturbação de Ansiedade Induzida pelo Álcool 291.11 Com Atividade Delirante .2 Demência Persistente Induzida pelo Álcool 291.0 Delirium de Intoxicação 291.8 Perturbação do Humor Induzida pelo Álcool 291.9 Perturbação Relacionada com o Álcool SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM ANFETAMINAS OU SIMILARES Perturbações pela Utilização de Anfetaminas 304.90 Dependência do Álcool 305.84 Perturbação do Humor Induzida por Anfetaminas 292.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Anfetaminas .0 Delirium de Abstinência 291.70 Abuso de Anfetaminas Perturbações Induzidas por Anfetaminas 292.0 Abstinência de Anfetaminas 292.89 Intoxicação por Anfetaminas Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.8 Perturbação do Sono Induzida 291.x Perturbação Psicótica Induzida pelo Álcool .00 Abuso do Álcool Perturbações Induzidas pelo Álcool 303.3 Com Alucinações 291.xx Perturbação Psicótica Induzida por Anfetaminas .8 Abstinência Especificar: Com Perturbações da Percepção 291.8 Disfunção Sexual Induzida pelo Álcool 291.8 pelo Álcool 291.PERTURBAÇÕES INDUZIDAS PELO ÁLCOOL Perturbações por Uso de Álcool 303.00 Intoxicação 291.40 Dependência de Anfetaminas 305. 0 Abstinência de Cocaína 292.292.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cafeína 292.xx Perturbação Psicótica Induzida por Cocaína .9 Perturbação Relacionada com Anfetaminas SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A CAFEÍNA Perturbações Induzidas pela Cafeína 305.81 Delirium de Intoxicação por Cocaína 292.89 Intoxicação por Cocaína Especificar se: com Perturbações da Percepção 292.60 Abuso de Cocaína Perturbações Induzidas por Cocaína 292.89 Perturbação do Sono Induzida por Cafeína 292.9 Perturbação Relacionada com Cannabis SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A COCAÍNA Perturbações pela Utilização de Cocaína 304.30 Dependência de Cannabis 305.20 Dependência de Cocaína 305.90 Intoxicação por Cafeína 292.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cannabis 292.89 Disfunção Sexual Induzida por Anfetaminas 292.11 Com Atividade Delirante .9 Perturbação Relacionada com Cafeína SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A CANNABIS Perturbações pela Utilização de Cannabis 304.12 Com Alucinações 292.89 Intoxicação por Cannabis Especificar se: com Perturbações da Percepção 292.11 Com Atividade Delirante .81 Delirium de Intoxicação por Cannabis 292.xx Perturbação Psicótica Induzida por Cannabis .20 Abuso de Cannabis Perturbações Induzidas por Cannabis 292.89 Perturbação do Sono Induzida por Anfetaminas 292. 89 Intoxicação por Inalantes 292.89 Disfunção Sexual Induzida por Cocaína 292.82 Demência Persistente Induzida por Inalantes 292.9 Perturbação Relacionada com Alucinógenos SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM INALANTES Perturbações pela Utilização de Inalantes 304.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Alucinógenos 292.81 Delirium de Intoxicação por Alucinógenos 292.84 Perturbação do Humor Induzida por Cocaína 292.9 Perturbação Relacionada com Cocaína SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM ALUCINOGÉNIOS Perturbações pela Utilização de Alucinógenos 304.12 Com Alucinações 292..xx Perturbação Psicótica Induzida por Alucinógenos .60 Dependência de Inalantes 305.90 Abuso de Inalantes Perturbações Induzidas por Inalantes 292.xx Perturbação Psicótica Induzida por Inalantes .89 Perturbação Persistente da Percepção por Alucinógenos (Flashbacks) 292.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Cocaína 292.12 Com Alucinações 292.89 Perturbação do Sono Induzida 292.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Inalantes .12 Com Alucinações 292.89 Intoxicação por Alucinógenos 292.11 Com Atividade Delirante .84 Perturbação do Humor Induzida por Alucinógenos 292.30 Abuso de Alucinógenos Perturbações Induzidas por Alucinógenos 292.8 por Cocaína 292.84 Perturbação do Humor Induzida por Inalantes 292.50 Dependência de Alucinógenos 305.81 Delirium de Intoxicação por Inalantes 292.11 Com Atividade Delirante . 89 Intoxicação por Opiáceos Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.12 Com Alucinações 292.00 Dependência de Opiáceos 305.84 Perturbação do Humor Induzida por Opiáceos 292.xx Perturbação Psicótica Induzida por Fenciclidina .0 Abstinência de Opiáceos 292.292.89 Intoxicação por Fenciclidina Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.9 Perturbação Relacionada com Nicotina SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM OPIÁCEOS Perturbações pela Utilização de Opiáceos 304.90 Dependência de Fenciclidina 305.11 Com Atividade Delirante .89 Perturbação do Sono Induzida por Opiáceos 292.9 Perturbação Relacionada com Opiáceos SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM FENCICLIDINA (OU SIMILARES) Perturbações pela Utilização de Fenciclidina 304.0 Abstinência de Nicotina 292.81 Delirium de Intoxicação por Fenciclidina 292.9 Perturbação Relacionada com Inalantes SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A NICOTINA Perturbações pela Utilização de Nicotina 305.89 Disfunção Sexual Induzida por Opiáceos 292.10 Dependência de Nicotina Perturbações Induzidas por Nicotina 292.50 Abuso de Opiáceos Perturbações Induzidas por Opiáceos 292.90 Abuso de Fenciclidina Perturbações Induzidas por Fenciclidina 292.81 Delirium de Intoxicação por Opiáceos 292.xx Perturbação Psicótica Induzida por Opiáceos . 0 Abstinência de sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos .8 por Sedativos.12 Com Alucinações 292.83 Perturbação Amnésica Persistente Induzida por Sedativos.81 Delirium de Abstinência por Sedativos.9 Perturbação Relacionada com Fenciclidina SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM SEDATIVOS.84 Perturbação do Humor Induzida por Sedativos.80 Dependência de Múltiplas Substâncias PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS (OU .12 Com Alucinações 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Fenciclidina 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos 304.89 Intoxicação por Sedativos.84 Perturbação do Humor Induzida por Fenciclidina 292.11 Com Atividade Delirante . Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.82 Demência Persistente Induzida por Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos SOE PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM MÚLTIPLAS SUBSTÂNCIAS 304. Hipnóticos ou Ansiolíticos 305.89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Sedativos Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.9 Perturbação Relacionada com Sedativos.11 Com Atividade Delirante .89 Disfunção Sexual Induzida 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos Perturbações Induzidas por Sedativos. HIPNÓTICOS OU ANSIOLÍTICOS Perturbações pela Utilização de Sedativos.89 Perturbação do Sono Induzida por sedativos.10 Dependência de Sedativos.81 Delirium de Intoxicação por Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.40 Abuso de Sedativos. Hipnóticos ou Ansiolíticos 292. Hipnóticos ou Ansiolíticos 292.. 0 Abstinência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.82 Demência Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.xx Perturbação Psicótica Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) .89 Perturbação de Ansiedade Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.11 Com Atividade Delirante .90 Dependência de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 305.Contínua (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes) .89 Perturbação do Sono Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.81 Delirium Induzido por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.84 Perturbação do Humor Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.DESCONHECIDAS) Perturbações pela Utilização de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 304.89 Intoxicação por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Especificar se: Com Perturbações da Percepção 292.90 Abuso de Outras Substâncias (ou Desconhecidas) Perturbações Induzidas por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.89 Disfunção Sexual Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292.12 Com Alucinações 292.Com Sintomas Negativos Predominantes)/Episódica sem Sintomas Residuais Interepisódicos .xx Esquizofrenia A seguinte Classificação da Evolução Longitudinal aplica-se a todos os subtipos de Esquizofrenia: Episódica com Sintomas Residuais de Interepisódicos (especificar se: .9 Perturbação Relacionada com Outras Substâncias (ou Desconhecidas) SOE Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas 295.83 Perturbação Amnésica Persistente Induzida por Outras Substâncias (ou Desconhecidas) 292. 1 Perturbação Delirante Especificar o tipo: Erotomaníaco/Grandioso/Ciumento/ Persecutório/Somático/Misto/Não Especificado 298.40 Perturbação Esquizofreniforme (298) Especificar se: Sem Características de Bom Prognóstico/Com Características de Bom Prognóstico 295.9 Perturbação Psicótica SOE Perturbações do Humor Especificar o estado atual do Episódio Depressivo Major ou da Perturbação Bipolar I: 1 = Ligeira 2 = Moderada 3 = Grave Sem Características Psicóticas 4 = Grave com Características Psicóticas .90 Tipo Indiferenciado (296) ...Outro ou Padrão Não Especificado .8 Perturbação Psicótica Breve Especificar se: Com Estressores Marcados/Sem Estressores Marcados/Com Início no Pós-Parto 297.20 Tipo Catatônico (295) .Perturbação Psicótica Induzida por Substância (referir a Perturbação Relacionada com a Substância com os códigos específicos da substância) Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação/Com Início Durante a Abstinência 298.xx Perturbação Psicótica Secundária a.3 Perturbação Psicótica Partilhada 293.82 Com Alucinações ---..30 Paranóide (293) .70 Perturbação Esquizoafetiva Especificar o tipo: Tipo Bipolar/Tipo Depressivo 297.81 Com Atividade Delirante .. [Indicar o Estado Físico Geral] .60 Tipo Residual (297) 295.Episódio Único em Remissão Parcial (especificar se: Com Sintomas Negativos Predominantes)/Episódio Único em Remissão Completa .10 Tipo Desorganizado (294) . 7 Perturbação Bipolar I.2x Episódio Único .Especificar: Características Psicóticas Congruentes com o Humor/Características Psicóticas Incongruentes com o Humor 5 = Em Remissão Parcial 6 = Em Remissão Total 7 = Não Especificado PERTURBAÇÕES DEPRESSIVAS 296.xx Perturbação Bipolar I .xx Depressão Major .89 Perturbação Bipolar II Especificar (episódio atual ou mais recente): Hipomaníaco/Depressivo 301.6x Episódio Misto Mais Recente ..80 Perturbação Bipolar SOE 293.4 Distimia Especificar se: Início Precoce/Início Tardio Especificar: Com Características Atípicas 311 Perturbação Depressiva SOE PERTURBAÇÕES BIPOLARES 296. Episódio Não Especificado Mais Recente 296. [Indicar o Estado Físico Geral] Especificar tipo: Com Características Depressivas/ Com Episódio Depressivo Tipo Maior/Com Características Maníacas/Com Características Mistas ---..Perturbação do Humor Induzida por Substância (referir a Substância Relacionada com a Perturbação para o código específico da substância) Especificar o tipo: Com Características Depressivas/Com Características Maníacas/Com Características Mistas Especificar se: Com Início durante a Intoxicação/Com .3x Episódio Recorrente 300..83 Perturbação do Humor Secundária a.4x Episódio Maníaco Mais Recente .5x Episódio Depressivo Mais Recente .13 Ciclotimia 296.40 Episódio Hipomaníaco Mais Recente .0x Episódio Maníaco Único Especificar se: Misto . .3 Perturbação Obsessivo-Compulsiva Especificar se: Com Insight Pobre 309.00 Perturbação da Ansiedade SOE Perturbações Somatoformes 300.3 Perturbação Aguda de Stress 300. [Indicar Estado Físico Geral] Especificar se: Com Ansiedade Generalizada/Com Ataques de Pânico/Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos ---...Início durante a Abstinência 296.xx Perturbação de Dor Somatoforme .81 Perturbação Pós-Stress Traumático Especificar se: Aguda/Crônica Especificar se: Início Retardado 308.11 Perturbação de Conversão Especificar se: Com Sintoma Motor ou Déficit/Com Ataques ou Convulsões/Com Sintoma Sensorial ou Déficit/Com Apresentação Mista 307.Perturbação da Ansiedade Induzida por Substância (referir as Perturbações Relacionadas com a Substância para os códigos específicos) Especificar se: Com Ansiedade Generalizada/Com Ataques de Pânico/Com Sintomas Obsessivo-Compulsivos/Com Sintomas Fóbicos Especificar se: Com Início durante a Intoxicação/Com Início durante a Abstinência 300.22 Agorafobia Sem História de Perturbação de Pânico 300.81 Perturbação de Somatização Indiferenciada 300.80 Associada a Fatores Psicológicos .81 Perturbação de Somatização 300.90 Perturbação do Humor SOE Perturbações da Ansiedade 300.29 Fobia Específica Especificar o tipo: Tipo Animal/Tipo Ambiente Natural/Tipo Sangue-Injecções-Ferimentos/Tipo Situacional/Outro Tipo 300.23 Fobia Social Especificar se: Tipo Generalizado 300.02 Perturbação da Ansiedade Generalizada 293.89 Perturbação da Ansiedade Secundária a.21 Perturbação de Pânico Com Agorafobia 300.01 Perturbação de Pânico Sem Agorafobia 300. 72 Perturbação da Excitação Sexual na Mulher 302.13 Fuga Dissociativa 300.6 Perturbação de Despersonalização 300..16 Com Sintomas e Sinais Psicológicos Predominantemente .12 Amnésia Dissociativa 300.7 Perturbação Dismórfica Corporal 300.14 Perturbação Dissociativa da Identidade 300.7 Hipocondria Especificar se: Com Insight Pobre 300.19 Com Sintomas e Sinais Mistos Psicológicos e Físicos 300.89 Associada a Fatores Psicológicos e um Estado Físico Geral Especificar se: Aguda/Crônica 300.15 Perturbação Dissociativa SOE Perturbações Sexuais e da Identidade de Gênero DISFUNÇÕES SEXUAIS Os seguintes especificadores aplicam-se todos às Disfunções Sexuais primárias: Tipo ao Longo Vida/Tipo Adquirido Tipo Generalizado/Tipo Situacional Secundário a Fatores Psicológicos/ Secundário a Fatores Combinados Perturbações do Desejo Sexual 302.71 Desejo Sexual Hipoactivo 302.79 Aversão Sexual Perturbações da Excitação Sexual 302.72 Disfunção Erétil no Homem Perturbações do Orgasmo .xx Perturbações Factícias .81 Perturbação Somatoforme SOE Perturbações Factícias 300.19 Perturbação Factícia SOE Perturbações Dissociativas 300.19 Com Sintomas e Sinais Físicos Predominantemente . [Indicar o Estado Físico Geral] 608. [Indicar o Estado Físico Geral] 625..Disfunção Sexual Induzida por Substâncias (referir a Perturbação Induzida por Substâncias pelo código específico da substância) Especificar se: Com Diminuição do Desejo/Com Diminuição da Excitação/Com Diminuição do Orgasmo/Com Dor Sexual Especificar se: Com Início Durante a Intoxicação 302.. [Indicar o Estado Físico Geral] 625...89 Desejo Sexual Hipoactivo no Homem Secundário a.89 Dispareunia no Homem Secundária a.83 Masoquismo Sexual .70 Disfunção Sexual SOE PARAFILIAS 302.. [Indicar o Estado Físico Geral] 608.89 Frotteurismo 302.81 Fetichismo 302.2 Pedofilia Especificar se: Sexualmente Atraído por Homens/Sexualmente Atraído por Mulheres/Sexualmente Atraído por Ambos Especificar se: Limitado a Incesto Especificar o tipo: Tipo Exclusivo/ Tipo Não Exclusivo 302..75 Ejaculação Precoce Perturbações de Dor Sexual 302......8 Desejo Sexual Hipoactivo na Mulher Secundário a.73 Perturbação do Orgasmo na Mulher 302.76 Dispareunia (Não Secundária ao Estado Físico Geral) 306.84 Disfunção Erétil no Homem Secundária a..89 Outras Disfunções Sexuais no Homem Secundárias a. [Indicar o Estado Físico Geral] 607.0 Dispareunia na Mulher Secundária a.302.51 Vaginismo (Não Secundário ao Estado Físico Geral) Perturbações Sexuais Secundárias ao Estado Físico Geral 625. [Indicar o Estado Físico Geral] ---...4 Exibicionismo 302. [Indicar o Estado Físico Geral] 608.74 Perturbação do Orgasmo no Homem 302..8 Outras Disfunções Sexuais na Mulher Secundárias a. 84 Sadismo Sexual 302.302.6 em Crianças .Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo 307.6 Perturbação de Identidade de Gênero SOE 302.82 Voyeurismo 302.47 Dissônia SOE Parassônias .85 em Adolescentes ou Adultos Especificar se: Sexualmente Atraído por Homens/Sexualmente Atraído por Mulheres/sexualmente Atraído por ambos/Não Atraído Sexualmente por Nenhum 302.xx Perturbação de Identidade de Gênero .59 Perturbação do Sono Relacionada com a Respiração 307.3 Fetichismo Transvestido Especificar se: Com Disforia de Gênero 302.1 Anorexia Nervosa Especificar o tipo: Tipo Restritivo.42 Insônia Primária 307.44 Hipersônia Primária Especificar: Recorrente 347 Narcolepsia 780.51 Bulimia Nervosa Especificar o tipo: Tipo Purgativo/Tipo Não Purgativo 307.50 Perturbações do Comportamento Alimentar SOE Perturbações do Sono PERTURBAÇÕES PRIMÁRIAS DO SONO Dissônias 307.45 Perturbação do Ritmo Circadiano do Sono Especificar o tipo: Tipo avanço ou atraso de fase/Tipo jat lag/Tipo trabalhos por turnos/Tipo Não Especificado 307.9 Parafilia SOE PERTURBAÇÕES DE IDENTIDADE DE GÉNERO 302.9 Disfunção Sexual SOE Perturbações do Comportamento Alimentar 307. ..42 Insônia Relacionada com.46 Sonambulismo 307.307.32 Cleptomania 312.59 Tipo Parassônia .31 Jogo Patológico 312.47 Pesadelos 307.xx Perturbações do Sono Secundárias a. [Indicar a Perturbação no Eixo I ou II] 307.Perturbação do Sono Induzida por Substâncias (referir a Perturbação Relacionada com as Substâncias para o código específico da substância) Especificar o tipo: Tipo Insônia/Tipo Hipersônia/ Tipo Parassônia/Tipo Misto Especificar se: Início durante Intoxicação/Início durante Abstinência Perturbações do Controlo dos Impulsos não Classificadas Noutro Lugar 312.47 Parassônia SOE PERTURBAÇÕES DO SONO RELACIONADAS COM OUTRA PERTURBAÇÃO MENTAL 307. [Indicar o Estado Físico Geral] . [Indicar a Perturbação no Eixo I ou II] OUTRAS PERTURBAÇÕES DO SONO 780.52 Tipo Insônia .39 Tricotilomania 312..46 Terrores Noturnos 307.33 Piromania 312.59 Tipo Misto ---...54 Tipo Hipersônia .34 Perturbação Explosiva Intermitente 312...30 Perturbação de Controlo de Impulsos SOE Perturbações da Adaptação (641) .44 Hipersônia Relacionada com. 0 Com Humor Depressivo .81 Perturbação Narcísica da Personalidade 301.22 Perturbação Esquizotípica da Personalidade 301..[Especificar o Fator Psicológico Afetando..9 Perturbação da Personalidade SOE Outras Condições Que Podem Ser Foco de Atenção Médica FACTORES PSICOLÓGICOS QUE AFECTAM O ESTADO FÍSICO 316 .82 Perturbação Evitante da Personalidade 301.83 Perturbação Estado-Limite (Borderline) da Personalidade 301.4 Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade 301.9 Não Especificada Especificar se: Aguda/Crônica Perturbações da Personalidade Nota: Estão codificados no Eixo II 301.24 Com Ansiedade .20 Perturbação Esquizóide da Personalidade 301.0 Perturbação Paranóide da Personalidade 301.309.28 Mista da Ansiedade e Humor Depressivo . [Indicar o Estado Físico Geral] Escolher o nome com base na natureza dos fatores: Perturbação Mental Afetando o Estado Físico Sintomas Psicológicos Afetando o Estado Físico Traços de Personalidade ou Estilo de Coping Afetando o Estado Físico Comportamentos de Saúde Desadaptados em Relação ao Estado Físico Resposta Fisiológica Relacionada com o Stress Afetando o Estado Físico Outros Fatores Psicológicos (ou Não Especificados) Afetando o Estado Físico .50 Perturbação Histriônica da Personalidade 301..3 Com Perturbação do Comportamento ..xx Perturbação da Adaptação .6 Perturbação Dependente da Personalidade 301.7 Perturbação Anti-Social da Personalidade 301.4 Com Perturbação Mista das Emoções e do Comportamento . 82 Discinesia Tardia Induzida por Neurolépticos 333.99 Acatisia Aguda Induzida por Neurolépticos 333.81 Problema Relacional SOE PROBLEMAS RELACIONADOS COM ABUSO OU NEGLIGÊNCIA V61.01 Comportamento Anti-Social do Adulto V71.1 Abuso Físico de Adulto (codificar 995.20 Problema Relacional Pais-Filhos (código Z63.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.21 Abuso Físico da Criança (codificar 995.1 Problema Conjugal V61.7 Distonia Aguda Induzida por Neurolépticos 333.21 Negligência da Criança (codificar 995.92 Síndrome Maligna dos Neurolépticos 333.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.21 Abuso Sexual da Criança (codificar 995.9 Declínio Cognitivo Relacionado com a Idade .8 Problema Relacional com Irmão V61.02 Comportamento Anti-Social da Criança ou do Adolescente V62.1 se o objeto de atenção for a criança) V61.1 Parkinsonismo Induzido por Neurolépticos 333.9 Problema Relacional Associado a Perturbação Mental ou Estado Físico Geral V61.PERTURBAÇÕES DOS MOVIMENTOS INDUZIDAS POR FÁRMACOS 332.2 Simulação V71.1 Abuso Sexual de Adulto (codificar 995.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.90 Perturbação dos Movimentos Induzida por Fármacos SOE OUTRA PERTURBAÇÃO INDUZIDA POR FÁRMACO 995.81 Não Adesão ao Tratamento V65.1 Tremor Postural Induzido por Neurolépticos 333.89 Funcionamento Intelectual Estado-Limite Nota: É codificado no Eixo II 780.5 se o foco de atenção for a vítima) V61.2 Efeitos Adversos de Medicação SOE PROBLEMAS RELACIONAIS V61.5 se o foco de atenção for a vítima) CONDIÇÕES ADICIONAIS QUE PODEM SER FOCO DE ATENÇÃO MÉDICA V15. 2 Problema Ocupacional 313.82 Problema de Identidade V62.9 Perturbação Mental Não Específica (não psicótica) V71.89 Problema Religioso ou Espiritual V62.89 Problema de Fase da Vida Códigos Adicionais 300.09 Nenhum Diagnóstico no Eixo II 799.9 Diagnóstico Diferido no Eixo II Sistema Multiaxial Eixo I Perturbações Clínicas Outras Condições Que Podem Ser Foco de Atenção Médica Eixo II Perturbações da Personalidade Deficiência Mental Eixo III Estado Físico Geral Eixo IV Problemas Psicossociais e Ambientais Eixo V Avaliação Global da Atividade .4 Problema de Aculturação V62.82 Luto V62.09 Nenhum Diagnóstico ou Condição no Eixo I 799.3 Problema Acadêmico V62.V62.9 Diagnóstico ou Condição Diferidos no Eixo I V71. A primeira secção proporciona um guia para a formulação cultural. Além disso. Guia para Formulação Cultural O seguinte guia destina-se a melhorar a avaliação diagnóstica multiaxial e a resolver as dificuldades que se possam encontrar para aplicar os critérios do DSM-IV em ambientes multiculturais. pensada para ajudar o clínico na avaliação e comunicação sistemáticas do impacto do contexto cultural do indivíduo. Como se indica na introdução ao manual. A formulação cultural permite uma revisão sistemática do conhecimento cultural do indivíduo. e o efeito que as diferenças culturais possam ter na relação entre o indivíduo e o clínico. Para os imigrantes e as minorias étnicas. a formulação cultural que se sugere em seguida permite descrever sistematicamente o grupo cultural e social de referência e as formas em que o contexto cultural é relevante para a assistência clínica. Identidade cultural do indivíduo. Anotar a etnia do indivíduo ou o grupo étnico ou cultural de referência. anotar em separado o grau de implicação com a cultura de . O clínico pode fornecer um resumo de cada uma das seguintes categorias. o papel do contexto cultural na expressão e avaliação dos sintomas e disfunções. A segunda é um glossário das síndromes dependentes da cultura.Apêndice I Guia para a Formulação Cultural e Glossário de Síndromes Dependentes da Cultura Este apêndice divide-se em duas secções. é importante que o clínico tenha em conta o contexto étnico e cultural do indivíduo na avaliação de cada Eixo do DSM-IV. usos e preferências lingüísticas (incluindo o plurilingüísmo). dificuldade em comunicar na língua original do sujeito. em negociar uma relação adequada ou nível de intimidade. suporte social e níveis de funcionamento e incapacidade. em determinar quando um comportamento é normativo ou patológico). qualquer categoria local da doença utilizada pela família e a comunidade do indivíduo para identificar a alteração (ver «Glossário das Síndromes Dependentes da Cultura»). Fatores culturais relacionados com o meio ambiente psicossocial e os níveis de funcionamento. «nervos». Indica as diferenças de cultura e de status social entre o sujeito e o clínico e os problemas que estas diferenças podem causar tanto no diagnóstico como no tratamento (por exemplo. Explicações culturais da doença individual. Podem-se identificar os idiomas predominantes em que se comunica o mal-estar ou a necessidade de apoio social (por exemplo. em elicitar sintomas ou compreender o seu significado cultural. a evolução e a resposta social . possessão de espíritos. Muitos destes padrões são considerados pelos indígenas como «doença» ou aflições e muitos têm nomes locais. com os sintomas particulares. queixas somáticas. Podem-se anotar as interpretações relevantes de agentes estressores sociais. Isto deve incluir stress no meio ambiente local social e o papel da religião e rede familiar para fornecer suporte emocional. má sorte inexplicável). Glossário de Síndromes Ligadas à Cultura O termo síndrome ligada à cultura denota um padrão localmente especifico e recorrente de comportamentos aberrantes e experiência perturbadora que pode ou não estar associada a uma categoria diagnóstica particular do DSM-IV. Avaliação cultural global para fins de diagnóstico e tratamento.origem e com a cultura de que é hóspede (quando aplicável). o significado e a percepção da gravidade dos sintomas do indivíduo em relação às normas do grupo cultural de referência. Contudo podem ser encontradas apresentações conformes com a maior parte das categorias do DSM-IV praticamente por todo o mundo. Também devem anotar-se as habilidades. A formulação conclui com uma discussão de como considerações culturais influenciam especificamente um diagnóstico e tratamento abrangentes. instrumental e informativo. Elementos culturais da relação entre o sujeito e o clínico. ataques de choro. Perturbação da Identidade Dissociativa). Os relatórios originais que utilizavam este termo vieram da Malásia. Também devemos chamar a atenção que todas as sociedades industrializadas incluem subculturas distintas e vastos grupos de diferentes imigrantes que podem apresentar síndromes ligadas à cultura. Além disso. tonturas e desmaios e gestos suicidas são proeminentes . na Polinésia (cafard ou cathard). Experiências dissociativas. dada a sua aparente raridade ou ausência nas outras culturas. Um mal-estar principalmente encontrado entre os latinos das Caraíbas. Ataque de nervos. algumas condições e perturbações foram concebidas como síndromes ligadas à cultura específicas da cultura industrial (por exemplo. tremores. Amok. Anorexia Nervosa. Vulgarmente. agressivo ou homicida dirigido a pessoas ou objetos. as síndromes ligadas à cultura são geralmente limitadas a sociedades específicas ou zonas culturais e são categorias diagnósticas localizadas e folclóricas que enquadram significados culturais para certos conjuntos de experiências e observações repetitivas.muitas vezes influenciados por fatores culturais locais. padronizadas e perturbadoras. os sintomas incluem gritos incontrolados. nas Filipinas. calor no peito que sobe até à cabeça e agressão verbal ou física. O episódio tende a ser precipitado por desprezo ou insulto recebido e parece ser prevalente apenas entre o sexo masculino. Este glossário lista algumas das síndromes ligadas à cultura e termos de outras línguas mais bem estudadas que podem ser encontrados na prática clínica na América do Norte e inclui categorias do DSM-IV relevantes quando os dados sugerem que devem ser considerados na formulação do diagnóstico. mas descrito entre muitos grupos latinoamericanos e latinos mediterrânicos. Há por vezes equivalência biunívoca entre síndromes com uma entidade diagnóstica do DSM. Alguns casos de amok podem ocorrer durante um episódio psicótico breve ou constituir o início ou uma exacerbação de um processo psicótico crônico. O episódio é muitas vezes acompanhado por idéias de perseguição. Pelo contrário. Um comportamento aberrante que pode ser classificado por um clínico que utiliza o DSM-IV em várias categorias pode ser incluído numa categoria popular simples e as apresentações que podem ser consideradas por um clínico que usa o DSM-IV como pertencendo a uma categoria simples pode ser classificada em várias por um clínico indígena. Episódio dissociativo caracterizado por um período de preocupação seguido de uma irrupção de comportamento violento. na Papua-Nova Guiné e em Porto Rico (mal de pelea) e entre os índios Navajo dos EUA (iich'aa). Um padrão de comportamento similar pode ser encontrado no Laus. Trata-se de uma síndrome observada na África Ocidental e no Haiti. Pode resultar fadiga crônica de um episódio agudo. confusão acusada e excitação psicomotora. notícia sobre a morte de um parente próximo. Uma característica geral de um ataque de nervos é a sensação de perder o controlo. Preocupação com a morte ou os mortos (por vezes associada ao uso de magia). Este termo de origem francesa refere-se ao aparecimento súbito de um comportamento agitado e agressivo. As pessoas podem sofrer de amnésia para o que aconteceu durante o ataque de nervos. sukra prameba (Sri Lanka) e shen-k' uei (China). Termos similares jiryan (Índia). Estes episódios podem parecer-se com uma Psicose Reativa Breve. Bílis e cólera (também conhecida como muina). conflitos com o cônjuge ou os filhos. Dhat. observada frequentemente entre os . separação ou divórcio. dor de cabeça.em alguns ataques mas podem estar ausentes noutros. tremor. ou testemunho de um acidente que envolve um membro da família). Boufée delirante. A irritação é vista entre muitos grupos latinos como uma emoção particularmente poderosa que pode ter efeitos diretos no corpo e exacerbar sintomas preexistentes. gritos. Termo diagnóstico popular utilizado na Índia para referir aspectos graves da ansiedade e da hipocondria relacionados com ejaculação. a associação da maior parte dos ataques com um acontecimento precipitante e a freqüente ausência de sintomas hallmark de medo agudo ou de apreensão distinguem-nos da Perturbação de Pânico. Pode ser acompanhada por vezes de alucinações visuais e auditivas ou ideação paranóide. problemas gástricos e. Se bem que a descrição de alguns ataques de nervos se aproxime muito da descrição de Ataques de Pânico do DSM-IV. nos casos mais graves. mas por outro lado voltam rapidamente ao seu anterior nível de funcionamento. Os ataques vão desde expressões de mal-estar normal não associados com o fato de ter uma perturbação mental até à apresentação de sintomas associados com o diagnóstico de Perturbações da Ansiedade. O maior efeito da irritação é a alteração do equilíbrio corporal (que se entende como o equilíbrio entre as valências quentes e frias no corpo e entre os aspectos material espiritual do corpo). Dissociativas ou Somatoformes. A causa subjacente destas síndromes pensa-se ser irritação ou raiva. Doença dos espíritos. perda de consciência. Os ataques de nervos têm muitas vezes lugar como resultado direto de um acontecimento estressante relacionado com a família (por exemplo. pigmentação branca da urina e sensações de fraqueza e esgotamento. do Humor. Os sintomas podem incluir tensão nervosa aguda. Na Malásia é mais freqüente em mulheres na meia-idade. Os sintomas . fadiga. Caracterizam-se por um colapso súbito. mas a síndrome foi observada em diversas partes do mundo.membros de algumas tribos índias americanas. shook yong e suo yang (China): jinjinia bemar (Assam) ou rok-joo (Tailândia). e pode ouvir e compreender o que está a acontecer à sua volta. medo. algias generalizadas e sensação de peso no epigastro. Falha ou desconexão temporal. ikota. O koro por vezes apresenta-se de forma epidêmica em áreas do Leste da Ásia. anorexia. Koro. que se refere a um episódio súbito e intenso de ansiedade. sentimentos de futilidade e sufocação. Hwa-byung (também conhecido como wool-hwa-byung). Os sintomas incluem insônia. alucinações. O termo latah é de origem malaia ou Indonésia. Vários sintomas podem ser atribuídos a doença dos espíritos: pesadelos. dispnéia. perda de consciência. crises de pânico. Este quadro clínico poderia corresponder ao diagnóstico de Perturbação de Conversão ou Perturbação Dissociativa. baab-ji (Tailândia). Esta perturbação é atribuída a uma vulnerabilidade hereditária. Japão). ansiedade. onde é conhecida por diferentes termos locais. mas não pode ver. confusão. Loucura. indigestão. irkunii. obediência à autoridade e comportamento dissociativo ou anormal. Pode encontrar-se ocasionalmente no Ocidente. enjôos. bah tschi. que se acompanha de ecopraxia. ecolalia. fraqueza. que muitas vezes aparece sem aviso prévio e por vezes é precedido de sensações de instabilidade ou «enjôo». ao efeito de múltiplas dificuldades na vida ou à combinação de ambos os fatores. Estes episódios surgem principalmente entre grupos caribes e do Sul dos Estados Unidos. mas não pode moverse. A pessoa está com os olhos abertos. Termo de origem malaia. palpitações. disforia. medo da morte. bah-tsi. Síndrome popular coreana traduzida literalmente como síndrome colérica e atribuída a inibição da cólera. como shuck yang. Hipersensibilidade ao terror súbito. Este diagnóstico inclui-se na Classificação Chinesa das Perturbações Mentais. A síndrome foi recolhida no Sudoeste da Ásia. e mali-mali e silok (Filipinas). desmaios. Saldialin. na mulher) penetrar dentro do organismo e poder causar a morte. sensação de perigo. Latah. Outros termos que a descrevem são amurakh. n:yriachit e menkeiti (grupos siberianos). falta de apetite. pelo fato de o pênis (ou a vulva e as mamas. segunda edição (CCMD2). Termo utilizado pelos latinos nos Estados Unidos e América Latina para referir formas graves de psicoses crônicas. olan. imu (Ainu. O diagnóstico. Pibloktoq. agitação. O mal de ojo é uma frase de origem espanhola traduzida para o inglês como evil eye. escapar do seu refúgio ou efetuar outros atos irracionais e perigosos. Os nervos são uma síndrome muito vasta. Trata-se de um episódio brusco e dissociativo que se acompanha de uma extrema excitação de mais de 30 minutos de duração e frequentemente de crises convulsivas e coma que dura mais de 12 horas. (como nevra entre os gregos da América do Norte). perturbações do sono. defecar. As crianças são uma população em risco. do tipo de acontecimentos sociais que estão associados ao início e evolução e do grau de incapacidade. O termo nervos inclui uma ampla variedade de sintomas de mal-estar emocional. ainda que variável no grau de incapacidade que provoca. Nervos (niervos). e enjôos (instabilidade com exacerbações ocasionais similares à vertigem). Somatoformes ou Psicóticas. Termo que descreve um episódio agudo . Por vezes os adultos (especialmente mulheres) sofrem desta perturbação. ainda que também haja variações regionais com este nome. irritabilidade. Depressivas. O indivíduo pode estar retraído ou ligeiramente irritável por um período de horas ou dias antes da crise e apresentará uma amnésia completa dela. o indivíduo pode rasgar as roupas. dependerá da constelação de sintomas. Reação psicótica de qi-gong.presentes nas pessoas com loucura são incoerência. impreditibilidade e possível violência. gritos sem causa aparente. sensação de calafrios e prurido. diarréia. Este quadro observa-se principalmente nas comunidades esquimós árticas e subárticas. Termo que reflete mal-estar entre os grupos latinos dos Estados Unidos e América Latina. Os nervos tendem a ser um problema contínuo. nervosismo. Os nervos referem-se tanto a um estado de vulnerabilidade perante experiências de stress quotidiano como a síndrome produzida por circunstâncias difíceis da vida. da Ansiedade. alteração somática e incapacidade para a atividade. Os sintomas incluem insônia transitória. Os sintomas mais freqüentes são cefaléias e «dor cerebral». alucinações auditivas e visuais. Durante a crise. vômitos e febre na primeira e na segunda infâncias. Conceito amplamente difundido nas culturas mediterrânicas e também no mundo. pelo contrário. choro fácil. Mau olhado (mal de ojo). Dissociativas. Outros grupos étnicos possuem termos similares que refletem a idéia de «nervos». que vai desde casos sem perturbação mental até quadros que se parecem com as Perturbações da Adaptação. alterações gástricas. gritar obscenidades. dificuldade em concentrar-se. tremor. dificuldade para seguir as regras da interação social. quebrar móveis. Os «rituais mágicos» encontram-se no Sul dos Estados Unidos entre as populações afro-americanas e euro-americanas e entre as sociedades caribes. que podem aparecer após a participação numa prática popular chinesa de qi-jang para melhorar a saúde («exercício para estimular a energia vital»). fraqueza. os sintomas preenchem os critérios para uma Perturbação do Humor ou para uma Perturbação da Ansiedade do DSM-IV. vômitos e diarréia). de ser assassinada («morte por voodoo»). convulsões. paralisia. Este diagnóstico está incluído na Classificação Chinesa das Perturbações Mentais. Shen-k'uei (Taiwan). Este diagnóstico está incluído na Classificação Chinesa das Perturbações Mentais. por vezes. outras algias. tremor. que pode chamar-se para exorcizar um inimigo. caracterizado por sintomas dissociativos. segunda edição (CCMD2). Shenjing shuairuo («neurastenia»). instabilidade. que se acompanham de queixas somáticas para as quais não existe uma causa física demonstrável. instabilidade e medo de ser envenenada e. Trata-se de uma classificação popular chinesa que descreve sintomas de ansiedade ou crises de pânico. dificuldades de concentração. São especialmente vulneráveis os indivíduos que praticam esta técnica em grau excessivo. A pessoa «esconjurada» pode ter medo de morrer até que o «objeto mágico» tenha sido «retirado» (eliminado). Observa-se na China. Esta síndrome observa-se na população de Cabo Verde (e nos imigrantes deste país nos Estados Unidos) e inclui dor. normalmente através do trabalho de um «xamã» (um curandeiro nesta tradição). paranóides ou outros sintomas psicóticos ou não psicóticos. Sangue dormido. Os sintomas podem incluir ansiedade generalizada e sintomas gastrintestinais (por exemplo. náusea. excitabilidade e diversos sinais que sugerem uma alteração do sistema nervoso vegetativo. perturbações do sono e perdas de memória. Podem «pôr» «raízes». irritabilidade. Também são conhecidos como o mal puesto ou a brujeria nas sociedades latinas. Os sintomas incluem . cefaléias. Nalguns casos. Rituais mágicos (rootwark). segunda edição (CCMD-2). Conjunto de interpretações culturais que relacionam a doença com a utilização de magia ou a influência do diabo sobre outra pessoa. shenkui (China). É um estado caracterizado por fadiga física e mental. «palavras mágicas» ou «esconjuros» sobre outras pessoas.limitado no tempo. enfarte de miocárdio. causando-lhes diferentes problemas emocionais e psicológicos. disfunção sexual. «objetos mágicos». cegueira. entumecimento. infecções e perda do juízo crítico. acidentes vasculares. Outros sintomas podem ser problemas gastrintestinais. que dá a impressão de conter sêmen. fadiga. poluções noturnas e emissão de «urina branca e turva». lombalgia. Os rituais de saúde orientam-se no sentido de recuperar a alma para que volte ao corpo e limpar a pessoa para que restaure o equilíbrio corporal e espiritual. O susto é uma doença atribuída a um acontecimento que provoca medo súbito e causa a saída da alma.instabilidade. pasmo. o susto pode provocar a morte. com dissociação subseqüente e possessão por espíritos ancestrais. as suas partes ou funções ofendam. pelo aspecto. Fobia diferenciada culturalmente que se observa no Japão e nalguns aspectos semelhante à Fobia Social do DSM-IV. Shin-byung. tripa ida. em conseqüência de relações sexuais freqüentes. O susto conhece-se também como espanto. A excessiva perda de sêmen causa alarme na crença de que representa a perda de uma essência vital e pode representar uma ameaça para a vida. As diferentes experiências de susto podem estar relacionadas com uma Perturbação Depressiva Major. Doença popular prevalente entre alguns latinos dos Estados Unidos e entre a população mexicana. insônia. falta de motivação para qualquer atividade e baixa auto-estima ou valorização negativa. anorexia. Crê-se que. Os sintomas somáticos que acompanham o susto incluem mialgias. disforia. cheiro. pesadelos freqüentes e queixas de disfunção sexual (como ejaculação precoce ou impotência). cefaléias. Crenças etiológicas e configurações de sintomas similares podem encontrar-se em diversas partes do mundo. Os sintomas podem aparecer semanas ou dias após experimentar o medo súbito. incomodem ou sejam desagradáveis a outras pessoas. Categoria popular coreana com que se conhece uma síndrome que se inicia com ansiedade e queixas somáticas (debilidade geral. Os sintomas são atribuídos a uma excessiva perda de sêmen. Esta síndrome refere-se a um medo intenso do indivíduo a que o seu corpo. Perturbação Pós-Stress Traumático e Perturbação Somatoforme. Os indivíduos que sofrem sustos sentem também dificuldades significativas no contexto social. Taijin kyofusho. pérdida Página 863 del alma ou chibib. debilidade geral. Susto («medo súbito» ou «perda da alma»). problemas gastrintestinais). dando lugar a sofrimento e doença. em casos extremos. as expressões faciais ou movimentos. Os sintomas típicos incluem perturbações do apetite. instabilidade. insônia. sono inadequado ou excessivo. sono intranqüilo ou pesadelos. da América Central e América do Sul. gastralgias e diarréia. Esta síndrome inclui-se no sistema diagnóstico oficial . medo. masturbação. pancadas com a cabeça contra a parede.japonês das perturbações mentais. Os indivíduos podem mostrar apatia e isolamento. Somália. estereotipias. cantar ou chorar. Este comportamento não é considerado localmente patológico. Egito. Termo geral aplicado na Etiópia. Irão e outras sociedades do Norte e Ocidente de África para denominar a experiência de que os espíritos possuem um indivíduo. . Zar. Sudão. As pessoas possuídas por um espírito podem experimentar episódios dissociativos que incluem gritos e sussurros. recusar a comida e as atividades quotidianas ou desenvolver uma relação duradoura com o espírito que os possui.
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