PUC-Rio. Departamento de Artes e Design – 2013.1 DSG 1001 – Projeto Básico CONTEXTO e CONCEITO Nome: Ricardo Felipe do Nascimento Professores: Mário Seixas e Luciana Barbosa Monitores: Felipe Filgueiras e Nelson Hubner INTRODUÇÃO Entendendo o Projeto Para dar início ao Projeto Básico – Contexto e Conceito do curso de Design da PUC-Rio nós, alunos, deveríamos visitar, individualmente, em torno de cinco locais diferentes nos quais aconteça uma atividade regular e grupal, como aulas, cursos e oficinas. Após essa etapa é então escolhido um local e formado uma dupla de alunos para acompanhar as atividades desse lugar. É então formado um sistema chamado de ”parceria”, onde o responsável pela a atividade torna-se um “parceiro” do projeto. A dupla então observa e registra as atividades durante algum tempo e, com base nesses registros, formula experimentos para o parceiro. Experimentos são objetos construídos pela dupla que, de alguma maneira expresse as atividades no local. Esses experimentos vão sendo aperfeiçoados conforme as opiniões do parceiro para no fim gerar um produto útil e durável que relacione as atividades do parceiro e do lugar. Os locais e suas possibilidades Nessa primeira etapa do projeto visitei cinco lugares distintos com o intuito de sondar uma possibilidade para estabelecer uma parceria em um desses lugares. Iniciei no pré-vestibular Conselho da Escola Popular do Morro da Baiana, onde encontrei uma atmosfera de consciência comunitária e uma tensão pré-exame. O coordenador do pré-vestibular, chamado Diogo, se mostrou solicito, aprovando a minhas visitas posteriores, desde que não prejudicassem as aulas. No Sesc Ramos tive a oportunidade de acompanhar duas aulas: uma de balé com a professora Tânia e outra de natação com a instrutora Marcela. A aula de balé se mostrou bem animada, pois contava com presença de crianças e adolescentes. Já a aula de natação era livre e tinha o objetivo de ensinar pessoas de diferentes faixas etárias a aprenderem a nadar. Acompanhei ainda as atividades da instituição Fábrica Verde, 1 localizada na comunidade da Nova Brasília. Nessa unidade presenciei uma aula de montagem e manutenção de computadores, ministradas pelo técnico Richard. É importante citar que tentei visitar o Social Ramos Clube, mas não obtive êxito em passar da portaria em vista da alta burocracia existente. Por último visitei o Instituto Santa Lucia, localizado na Gávea, local dedicado a pessoas com deficiências mentais. Lá acompanhei uma atividade de confecção de tapeçarias com a psicóloga Ana Maria e com a Dona Leonides. Em todos os lugares visitados, exceto o Social Ramos Clube, as pessoas abordadas concordaram em colaborar com o projeto e se mostraram dispostos a me receber. Nessa busca de possibilidades aprendi a demonstrar confiança ao falar sobre as minhas intenções ao ingressar nesses lugares. Agucei também a minha compreensão ao lidar com a desconfiança das pessoas perante o meu projeto, pois, a primeira vista, eu seria um desconhecido tentando entrar no ambiente de trabalho dos possíveis parceiros. A escolha Após analisar os lugares visitados, decidi optar em realizar o meu projeto no Instituto Santa Lucia por alguns motivos. O Instituto fica localizado a menos de cinco minutos da faculdade, condição que possibilita uma facilidade de deslocamento ao local. Outro fator importante foi dedicação dos funcionários ao local. Desde a primeira visita a Dona Leonides, que também é vice-presidente do local, se mostrou compromissada com o instituto, estabelecendo uma futura estabilidade para a realização do projeto. CONTEXTUALIZAÇÃO O Instituto Santa Lucia O Instituto Santa Lucia foi fundado em 1953 e tem como foco o atendimento a pessoas com deficiências mentais. Funcionando num regime de semi-internato, no qual o residente vai para casa aos finais de semana, o instituto oferece diversos serviços ao deficiente entre eles a musicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e a psicopedagogia. Essas atividades têm o intuito de socializar o deficiente, dando-lhe uma maior autonomia social. O instituto fica localizado na Rua Marquês de São Vicente, número 316, na Gávea. 2 Durante a realização do meu projeto no instituto acompanhei as aulas de tapeçaria realizadas às terças, quartas e quintas, das 8 às 10 da manhã. Essa atividade é organizada pela psicóloga Ana Maria com o auxílio da Dona Leonides e ministrada para uma turma que varia entre oito e dez alunos, dependendo do dia. A turma é formada por homens e mulheres, todos portadores de alguma deficiência mental, e reúne desde jovens adolescentes até senhoras idosas. Os tapetes confeccionados nas aulas são feitos em uma tela de algodão cru, do tamanho de uma folha de papel, onde os alunos transpassam uma agulha sem ponta, envolta em uma linha de crochê colorida, nos furinhos existentes na tela. Desse modo é possível formar vários desenhos como casas, corações, escudos de times de futebol, flores etc. No final do ano são realizados bazares e exposições com os tapetes feitos durante os meses. Alguns tapetes feitos em aula. Fazendo seus tapetes A turma se reúne na sala principal de atividades do instituto, composta por uma mesa grande central e outras quatro ou cinco mesas menores ao lado daquela. É possível notar na sala um piano e inúmeros quadros de fotos e murais de avisos nas paredes, além de uma estante repleta de jogos e brinquedos. A aula tem início com os alunos sentando nos seus respectivos lugares e recebendo seus tapetes da mão da Ana Maria. Aqueles que não terminaram seus trabalhos na aula anterior darão prosseguimento ao desenho, enquanto os que já terminaram, iniciarão um novo tapete. Ana Maria não permite que um mesmo aluno faça dois trabalhos simultaneamente. 3 A escolha também é livre e a maioria já vem para aula com um desenho em mente.Ao que darão continuidade ao trabalho. Essa delimitação feita à caneta antes do inicio do desenho é importante para o aluno não perder a referência do Trabalho do aluno Vitinho. pondera a escolha deles conforme o desenho. O único trabalho que eu vi sem essa delimitação foi do aluno Vitor. Após essa primeira etapa da aula. . individualmente. qual desenho este quer fazer. Ana fica caminhando pela sala auxiliando aqueles alunos que estão tendo dificuldade em trabalhar. Ana deixa os alunos escolherem as cores livremente. Ana perguntou a esse aluno se já tinha visto uma árvore da cor azul. Ana somente indica aonde cada aluno ele começar e apresenta as possíveis cores de linhas para o aluno escolher. um aluno queria usar a linha azul para fazer o desenho de uma árvore. marcando os limites do desenho com uma caneta. Ana pergunta. Aos alunos que iniciarão um novo tapete. escolhendo uma cor mais apropriada para o desenho. O próprio aluno pensou e respondeu que não. Vitor chamado de Vitinho por todos no o instituto. Numa aula. Vitinho seu trabalho. Geralmente esse auxílio é para aqueles que não conseguem colocar a linha na agulha ou se perdem entre os An Maria verificando se Ana 4 algum aluno precisa de ajuda. contudo. 5 . entregando-os para Ana Maria. Em contrapartida existem outros alunos que Ana nem precisa ficar auxiliando pois já possuem uma certa independência produtiva. Alguns desses alunos estão produzindo o mesmo tapete à meses e Ana sempre os encoraja a terminá-los. Para solucionar esse nó. para que na aula seguinte os alunos possam dar continuidade ao trabalho. Por vezes Ana Maria precisa completar o desenho para alguns alunos pois. eles possuem muita dificuldade em se concentrar e produzir algum resultado satisfatório. onde são guardados os materiais. Ana Maria então leva as linhas e os tapetes para outra sala. apesar de ser um trabalho simples. Ana Maria ajudando a aluna Raquel a fazer seu tapete. Outro problema que ela deve solucionar é quando o aluno dá um nó na linha já transpassada na tela (nó que ela chama de corcova de camelo). Eles também ganham bombons distribuídos pela Dona Leonides. ela corta a ponta da linha e dá continuidade ao desenho com um novo pedaço de linha. Ao final da aula os alunos empilham seus tapetes na mesa maior e ajudam a recolher os novelos de linha utilizados.limites do desenho. viver. as palavras que mais lhe agradassem. festa. ela chamou cinco alunos para realização da tarefa. formando o Jogo de Palavras. chave. botafogo. carente. Levei ainda alguns papéis em branco para Ana Maria poder adicionar alguma palavra que ela achasse importante. dedicação. convencido. aprender. adorei. Reuni cerca de 140 palavras. eu fiz. você consegue. vamos. bombom. que a parceira adicionou a palavra 6 . bem. Feita essa escolha. segura. muito bom. família.OBJETIVO DO PROJETO Anotação das palavras Nas minhas visitas ao Instituto Santa Lucia. cheirosos. foram formados cinco grupos de palavras. bazar. tchau. pais. Ao término da aula de tapeçaria. sua vez. desenho. lã. presente. terapia. conquista Seleção das Palavras Após anotar as palavras ditas. suco. levanta. um de cada aluno. volta. cuidado. casa. complexidade. escutar. coração. talento. por favor. raridade. ela deveria organizá-las em um papel pardo grande. conquistador. até aqui. fluminense. banho. atender. de novo. rápido. visita. trabalho. agulha. olá. cola. bagunça. você que sabe. anotei algumas palavras que eram faladas durante as aulas de tapeçaria por todos os presentes em sala. tudo. capacidade. luta. desculpa. não. trabalho. por cima. bom dia. assim. empenho. Vale ressaltar. a parceira deveria avaliar as palavras e escolher as que mais representavam o seu trabalho. televisão. cachorro. gostou?. fim. simples. concentração. parabéns. corcova. legal. vasco. instituto. errado. Nessa etapa do projeto. beijo. devagar. bonito. pode. sempre. bobeira padrão. artista. No dia em questão. Assim. sono. cuidado. tapete. bolo. sensacional. Ana ia lendo as palavras para eles. nó. meu amor. linha. as escrevi em pedaços de papéis individuais e levei até o instituto. inteligente. isso. aula. era. começar. ainda ta fazendo?. ônibus. fazer. viagem. gelinho. ajuda. criança. acabar. ai meu deus!. Para finalizar. tamanho. obrigado. cor. obedecer. educação. ótimo. por baixo. em troca. olha. fita. calma. Observei que grande parte das palavras são instruções e elogios dados aos alunos. primo. Como três dos alunos não sabiam ler. camelo. Ela pediu para cada aluno selecionar. a seguir: arte. Ana Maria propôs uma dinâmica com os alunos para selecionar as palavras. atenção. um de cada vez. passear. deficiência. corta. responsabilidade. interessante. lá fora. ocupar. motivo. feliz. queridos. paciência. idade. especial. porta. inspiração. com licença. carinhoso. azul. chamar. flamengo. Ana Maria também escolheu algumas palavras e adicionou a diversos grupos. além dos objetos utilizados em aula. liberdade. obrigado. sua vez. começar. pois umas das alunas que estava participando da tarefa era fã da dupla de cantores Sandy e Junior. Formação do jogo de palavras. passear. pais. interessante. bazar. Após essa seleção. suco. ótimo. inspiração. liberdade. devagar. dedicação. ajuda. idade. parabéns. sendo elas: muito bom. corta. aprender. gelinho. Das 140 palavras foram escolhidas 70. por favor. chave. coração. cachorro. bolo. conquista e Sandy. bombom. presente. cuidado. banho. visita. festa. cheirosos. educação. conquistador. gostou?. cuidado. 7 . trabalho. queridos. luta. inteligente. lã. criança. bonito. viagem. você consegue. linha. azul. com licença. viver. responsabilidade. olá. trabalho. de novo. deficiência. terapia. talento. desculpa. adorei. legal. meu amor. especial. casa. feliz.Sandy. paciência. rápido. tapete. Ana permitiu que cada aluno organizasse e colasse as palavras no papel pardo como bem entendesse. capacidade. vasco. flamengo. concentração. Jogo de Palavras 8 . Participaram da atividade todos os alunos da turma além dos professores e dos monitores. A frase formada foi: 9 . levei-o até a PUC. A frase que ela escolhesse seria a frase-tema do meu projeto. Faça devagar e com o coração. O presente da terapia é viver feliz com meus queridos. Com cuidado e concentração. onde pedi para Ana Maria escolher uma única frase que mais representasse suas aulas. 9. Muito bom meu amor! Com dedicação e talento você conquista. Inspiração é a chave para uma criança feliz. Viver com vocês é viver uma festa. 2. formado assim a frase-tema do projeto. talento e dedicação que se consegue uma conquista. 5. 12. 7. A capacidade do deficiente é seu talento e sua liberdade. É a sua vez de lutar! 18. Atenção ajuda a conquistar um ótimo trabalho. requisito indispensável para a próxima etapa. 14. Adorei a paciência e a inspiração no trabalho do bazar. retornei até o Instituto Santa Lucia. A luta é uma capacidade especial. dedicação e trabalho. numa dinâmica de aula. onde. As frases elaboradas foram 20: 1. Devagar e na sua vez. foram elaboradas diversas frases com as palavras. Concentração meu amor! 11. Dedicação e responsabilidade para conquistar a liberdade. 4. Na ocasião da escolha da frase. É uma terapia especial conquistar vocês. Paciência! Acredite em você! Se concentre na terapia. 3. É com trabalho. 6. Parabéns cheirosos pelo banho de paciência. conseguimos aprender. Escolha da frase Em posse das frases. 13.Elaboração das Frases Com o jogo de palavras formado. Paciência e educação ajuda a criança a aprender. O coração consegue viver devagar. 10. Ana Maria ficou indecisa entre duas frases e resolveu junta-las. 16. 15. 20. se consegue aprender. 19. 17. 8. Viver feliz é uma conquista especial. 10 a . No dia ela estava ajudando na vacinação dos residentes do instituto.Paciência e educação ajuda a criança aprender. Ana Maria escolhendo a frase em sua sala. Está aqui com vocês é viver uma festa. de uma forma total. servindo ainda como uma forma de expressão individual de cada aluno. informações dos objetos criados. Quadro de Emoções Materiais: cartolina e velcro Fiz esse experimento com o intuito de ensinar aos alunos as diferentes emoções humanas.EXPERIMENTOS Os primeiros 20 experimentos Com base na interpretação da frase elaborei 20 experimentos iniciais. desenhei os olhos e as bocas. 11 as . colando velcro tipo “macho” por detrás. A parceira achou o item interessante e observou que não havia outros itens formadores da face humana. como o nariz e as orelhas. Apontou ainda o fato de haver poucas expressões representadas. sendo: 1. O experimento se mostrou auto-explicativo porque os alunos conseguiram encaixar as expressões sem a ajuda da Ana Maria. Desse modo é possível formar diferentes rostos. No lugar desses órgãos coloquei um pedaço de velcro “fêmea”. Peguei dois pedaços de cartolina e desenhei um rosto sem os olhos e a boca. Aprendi nesse experimento a importância de representar. Em pedaços menores de cartolina. Apesar de achar a idéia válida. Ana Maria adorou o jogo e elogiou a idéia de usar o desenho do Gelinho. formando um quebra-cabeça. construí caixas de papelão e as pintei com as cores das linhas. é uma idéia válida. pois as caixas eram pequenas para o tamanho dos novelos de linha. Aprendi que utilizar elementos conhecidos do público-alvo. Ana Maria não utilizou esse experimento. de maneira adequada. possibilitando o uso da linha dentro da caixa. as complicações que envolvem a construção de um objeto. Porta – Linha Materiais: papelão Para facilitar o trabalho da Ana Maria ao guardar as linhas de crochê. 3. chamado de “Gelinho” (um dos tapetes feitos pelos alunos).2. ao construir um experimento. Fiz ainda um furo no centro da caixa. Aprendi com o porta-linha a analisar. 12 . Com isso tentei estimular o raciocínio lógico do jogador. Quebra – Cabeça do Gelinho Materiais: papelão e papel Numa folha de papel desenhei um boneco de neve. Depois colei essa folha num pedaço grande de papelão e cortei em vários quadrados. Em cada lado do dado coloquei os possíveis desenhos que os alunos fazem nos tapetes. 5.4. Ana Maria gostou idéia das cores mais a descartou. mas achou a idéia desnecessária. Dado Materiais: papel e espuma Confeccionei um dado de papel e coloquei pedaços de espuma dentro para dá sustentação ao experimento. Assim quando alguém estivesse indeciso. Os ponteiros também foram feitos de paraná. onde coloquei um alfinete sem ponta para prendê-los. Relógio Materiais: papel paraná e alfinete Para ensinar os alunos como saber as horas. pintando um de cada cor. fiz um relógio circular de papel paraná e desenhei os números. Desse modo é possível ensinar as horas através das cores. Ana Maria gostou do experimento. 13 . pois a maiorias dos alunos possuía relógios digitais. poderia jogar o dado e se decidir. Letras Coloridas Materiais: cartolina De cartolina.6. 8. garrafa PET e barbante Experimento feito para facilitar a movimentação junto com as linhas. fiz algumas letras coloridas para que os alunos aprendessem a diferenciar as letras pelas cores. “cumprimentar”. 14 . Cortei o fundo de quatro garrafas PETs e amarrei no cinto com um barbante. O experimento não chegou a ser usado pois a maioria dos presentes não sabia ler. fato apontado pela parceira. Cinto das Linhas Materiais: cinto. “agradecer” e “esperar”. gerando encaixes. Gestos de Encaixe Materiais: papelão Em um pedaço de papelão. Ana Maria utilizou o cinto e aprovou a idéia. desenhei alguns gestos sociais mais utilizados como “chamar”. 7. Depois recortei as suas formas. O experimento foi usado como um jogo onde Ana auxiliou a aluna a encontrar o gesto certo. Flor de Encaixe Materiais: cartolina Uma flor colorida feita cartolina. 15 . Desse modo achei que o experimento seria capaz de ensinar ao deficiente os números. com as pétalas removíveis e numeradas. 9. No dia em que foi apresentado foi utilizado como um jogo de “completar o que falta”. além da lógica. o jogador também se mexe. Apontou que poderia haver mais de um jogo e também a possibilidade de uma partida em dupla. O jogo funciona do seguinte modo: coloca-se o jogador e a bolinha em cima do campo e o levanta até a altura do peito. Devido à atração entre os imãs. desenvolvi um jogo de futebol com imãs. Jogo de futebol com imãs Materiais: papelão. Para o jogador. fiz um desenho dele e colei em cima de um imã tipo folha. Ana Maria utilizou o jogo de forma individual. conforme a pessoa mexe com o imã bastão. cortei um pedaço de papelão e fiz as marcações da área e das linhas a lápis. Posiciona-se então um imã tipo bastão em baixo do campo. Ressaltou ainda a falta de limites no campo pois a bolinha caia no chão quando a pessoa fazia o gol.10. um aluno de cada vez. imãs e papel Inspirado em um brinquedo popular. Para criar o campo. 16 . A bolinha foi feita de papel amassado. Guarda – Tapetes Materiais: papelão e barbante Como são muitos os tapetes prontos que existem no instituto. 12. Ana achou interessante mais não chegou a usar o experimento. Alguns dupla alunos jogaram enquanto Ana em Maria auxiliava outros alunos. Coloquei um papelão retangular como base e amarrei quatro pedaços de barbante em cada ponta do retângulo. Esse jogo pareceu promissor pois Ana não precisava ajudá-los. fiz um experimento para poder organizá-los e guardá-los. Assim poderia transpassar os barbantes nos furos do tapete e empilhá-los.11. galinha e ovo etc. A parceria sugeriu a possibilidades das peças que forma o jogo serem complementares. Exemplificou com lã e ovelha. Jogo da Memória Materiais: papel Um jogo da memória para que os alunos pudessem exercitar o raciocínio. leite e vaca. 17 . Quadro de Tapetes Materiais: papelão e papel Um conjunto de papelão semelhante a uma moldura de um quadro. 15. O intuito do cata-vento era divertir o deficiente. Ana gostou da idéia. canudo e isopor Um cata-vento de papel com uma haste feito de canudo. fato apontado pela parceira que não chegou a reconhecer a figura. O experimento não foi utilizado. O objeto não foi utilizado devido a sua dificuldade. podendo virar uma decoração. além de acalmá-lo. recortado em forma triangular no papelão. 18 .Cabeça Triangular Materiais: papelão Um quebra-cabeça mais difícil. Quebra. com o objetivo de exibir o tapete já confeccionado pelo aluno. preso a uma base de isopor. 14. Cata-vento Materiais: papel. mas o objeto não proporcionava uma dinâmica satisfatória.13. O objetivo era acertar o sapo dentro do “brejo” já que o sapo de origami tem uma dobradura específica que faz com que ele dê um pulo. Desse modo o aluno podia montá-lo. A parceira gostou e sugeriu que o objeto fosse feito de isopor. O objeto não foi utilizado. No lugar dos cabelos. fiz alguns furos para que o aluno pudesse encaixar barbantes e completar o desenho. 18. Menina com cabelo de barbante Materiais: cartolina e barbante Num pedaço de cartolina desenhei um rosto de uma menina. induzindo o raciocínio. 19 . Brejo com sapos Materiais: papel e garrafa PET Cortei o fundo de uma garrafa PET e fiz alguns sapos de origami com papel.16. Avião de papelão Materiais: papelão Confeccionei um avião de papelão. onde as asas pudessem ser removíveis. 17. Primeiro Quente e Frio Após os alunos terem usados os experimentos. Não foi utilizado pelo parceiro. Acreditava que com ele seria possívell ensinar aos alunos os dias e os meses. tornando a brincadeira difícil. Farol de cores Materiais: cartolina Numa cartolina fiz três círculos coloridos e escrevi o nome das cores em pedaços menores. 19. Calendário Materiais: cartolina Reproduzi um calendário numa escala maior. 20. Serviria para ensinar a cor e seu respectivo nome. do que ela mais gostou (quente) para o menos favorito (frio). além dos feriados. Não foi utilizado.Ana Maria gostou e apontou o fato do “brejo” ser muito alto. A ordem foi: 20 . pedia a Ana Maria para organizá-los organizá numa ordem de preferência. Jogo de Futebol. Outros como o jogo de futebol com imãs mesclava gostos dos próprios alunos. galinha e ovo etc). como o quebra – cabeça do gelinho e os jogos de encaixe. com peças feitas com desenhos complementares (vaca e leite. sem a ajuda da Ana Maria. 11. Jogo da Memória com Encaixe Materiais: papel paraná e papelão Um jogo da memória. produzi mais 10 experimentos. Mais 10 experimentos Com base na dinâmica do quente-frio. Ana Maria achou interessante mas não chegou a utilizá-lo com os alunos. ou seja. baseando-me nos objetos que Ana Maria mais gostou. aqueles em que o próprio aluno pudesse usar. onde. já que é comum eles fazerem tapetes com escudos de time. Ana Maria adorou a idéia de o jogo ser jogado em dupla.Notei que Ana Maria deu prioridade aos jogos que estimulassem o raciocínio dos alunos e os que desenvolvessem certa independência no aluno. As peças podiam ser encaixadas em uma base de papel paraná. própria para guardá-las. Com um furo central e um guizo simulando a bola a dupla deve mexer o campo com um das mãos até que o guizo adentre o gol. com gol no centro Materiais: papelão De papelão fiz um campo de futebol. 21 . 12. para se marcar o gol é preciso que os dois jogadores se ajudem. 22 . Jogo dos sete erros Materiais: papel paraná Para desenvolver o raciocínio lógico dos alunos. fiz um jogo dos sete erros usando figuras do futebol. Na ocasião Ana explicou como se jogar para o aluno Antônio. Apontou o fato de ele ser pequeno e possuir um desenho diferente na parte detrás.13. Todas as peças juntas formam um quadrado. Quebra-Cabeça com Tangram Materiais: papelão Um quebra-cabeça de sete peças inspirado no jogo chinês Tangram. mostrando então a figura desenhada. 14. tornando-o mais fácil. Ela disse que jogos mais complexos desse tipo requeriam uma atenção especial da parte dela. Ana Maria elogiou o objeto por ter poucas peças. numa base retangular. Esse é composto peças que se movem. Ana apontou novamente para a dificuldade do jogo. tecido e velcro Outro quebra-cabeça feito com a forma do escudo do Flamengo. Quebra – Cabeça Gelinho Materiais: papelão Um segundo quebra-cabeça com a figura do boneco de neve. 23 . mesmo com um desenho de auxilio.15. Ana Maria me alertou quanto a dificuldade do jogo. Quebra – Cabeça do Flamengo Materiais: papelão. 16. As partes pretas são feitas de velcro e as vermelhas de tecido. Coloquei uma espécie de gabarito para auxiliar os alunos a jogar. é possível formar a imagem. O experimento foi elogiado. Conforme se arrasta as peças. sem formar nenhum desenho. Ana somente apontou o fato de que o experimento só poderia ser usado por ela e nenhum dos alunos. podendo formar diversas formas com triângulos. Esse experimento não chegou a ser utilizado. 20. arremessar a bolinha e ela ficaria agarrada. 18. O experimento não foi utilizado.17. Tangram Materiais: papelão Com papelão. velcro e papel Coloquei um velcro tipo “fêmea’’ no papel paraná e o tipo “macho” enrolei numa bola de papel. Assim era possível ver o que se carregava. Assim era possível. Bola de arremesso Materiais: papel paraná. Placas de Expressões Materiais: papel paraná Inspirado no quadro de expressões. 24 . O experimento não foi utilizado devido a sua dificuldade. fiz o jogo de tangram original. Ana Maria gostou e utilizou durante a aula. Avental Materiais: tecido e plástico Confeccionei um avental e costurei três bolsos de plástico. eu fiz uma placa para que os alunos que não estão usando algum jogo pudessem torcer. 19. quadrados e paralelogramos. Com essas peças é possível formar inúmeras figuras figura como gatos.Segundo Quente e Frio Pedi para Ana dispor mais uma vez esses 10 experimentos em uma ordem de quente e frio. foi deixado como frio. em seu uso original. decidi desenvolver o quebra-cabeça quebra cabeça no formato de tangram. A ordem foi: Pela ordem é possível perceber que Ana selecionou mais uma vez um quebra-cabeça como prioridade. pessoas e letras etc. As sete peças que formam o tangram não tornam o quebra-cabeça quebra cabeça difícil. além da diversão envolvida. O quebra-cabeça quebra por si só sintetiza a frase do projeto. pássaros. 1 quadrado e um paralelogramo). pois. DESENVOLVIMENTO O Tangram O Trangram é um quebra-cabeça cabeça chinês formado por 7 peças (5 triângulos. montá lo. prioridade A dificuldade do quebra-cabeça cabeça também foi outro fator importante. tendo em vista que o tangram. PARTIDO ADOTADO – CONCEITO Seguindo orientações da parceira e dos professores orientadores do projeto. é capaz capaz de produzir algum valor educacional além de paciência para poder montá-lo. pois assim seus alunos poderiam praticar pratic a associação de imagens. Por último Ana ressaltou a importância da formação de uma figura. podendo ser montado tanto individualmente quanto em grupo. 25 . tendo o jogo pronto para o corte. Traçava as diagonais desses quadrados novos. Como eu deveria projetar diversos tipos de tangram. a partir dos pontos médios se seus lados. sarja e Oxford. formando quatro novos quadrados. O fundo usei um tecido na cor preta para diferenciar da imagem a ser formada. Usei ainda variados tipos de tecido como malha. velcro e botões. Ana Maria aprovou a idéia da textura. Variações Fiz as peças de papelão e apliquei diversas texturas para formar o desenho do boneco de neve. 4. 2.No desenvolvimento do meu projeto o tangram foi usado na sua forma clássica . Contudo achei que o papelão se tornaria muito frágil com o uso e o tempo. Formato das peças também se mostraram útil pois facilitou a etapa de corte. já que eu teria que projetar um desenho nele. Colei algodão. A seguir: 1.as sete peças formando um quadrado maior . 26 . 3. cetim. desenvolvi um método para desenhá-lo de modo preciso e rápido. apagava as liinhas indesejadas. Traçava uma cruz no meio do quadrado. Por último. Desenhava um quadrado. O método se mostrou útil para todo o projeto.para um maior aproveitamento do espaço. Nesse momento percebi que estava me afastando do partido adotado (tangram para formar imagens) e voltei a inserir imagens no quebra-cabeça. tornaria o brinquedo complicado. A parceira reprovou a idéia do acrílico porque os alunos poderiam se machucar caso ele venha a quebrar. Ana gostou da idéia do escudo do Flamengo pois era algo de fácil reconhecimento do alunos. Usei isopor e colei velcro onde as peças se encaixariam.Fiz outro quebra-cabeça de acrílico. mesmo com o velcro. 27 . Contudo. mais uma fez. onde colei um escudo do Flamengo. o uso original do Tangran (criando formas). Tentei levar. A idéia foi recusada pois. ou seja. sem elementos familiares aos alunos. podendo tornar o objeto perigoso. A solução foi fazer uma de tecido e inserir varas de madeiras nas suas extremidades. As peças teria velcro tipo “macho” e a base tipo “fêmea”. O primeiro jogo floral. com figura do boneco de neve. O de papelão. não era composto por uma figura fora do contexto da aula. Imagem do protótipo CONSTRUÇÃO 28 . As peças feitas com a mesma tela que os tapetes são feitos foram a solução encontrada. Junto com a tela. formaria então o protótipo do meu projeto. A base de madeira compensada era muito pesada. feito de papel pluma se mostrou muito frágil visto que o velcro saiu da peça.Elaborei então três tipos de peça e uma base de madeira compensada para servir como a área do jogo. 4. DESENHO DO PROTÓTIPO 29 . 3. Na máquina reta. foi possíve aproveitar a largura máxima do velcro. costura-se o conjunto de velcro num pedaço de tecido. 7. Faz-se uma bainha de aproximadamente 1 cm em todo o tecido. Detalhes frente e verso dos conjuntos de velcro. 6. Nas extremidades são colocados as varas de madeira e feito uma segunda bainha. 5. São dispostas ainda uma alça e um tira de tecido. Junta-se as tiras com máquina de costura. Desse modo. “embalando” a vara. O tecido poder ser de tipo variado. A máquina usada foi a colorette no ponto reto de duas agulhas. Corta-se 6 tiras de 5 cm de largura e 30 cm de comprimento 2.1. Amizades que vão além do design ou da deficiência mental. pelas horas dedicadas ao projeto alheio. Fiz amizades no instituto. que deram opinião sem ser chamados. irmãos. agradeço a família. Essa busca por criar me motivou a continuar com projeto. seja no ônibus ou literalmente espremido no trem. agindo da sua maneira. Pais. • Aos colegas de sala. variando as cores do tecido. não imagino a realização do projeto sem a inteligência nordestina herdada dos meus pais. 30 .EXPERIMENTAÇÃO FINAL Alunos experimentando o protótipo. AGRADECIMENTOS • Primeiramente. Com o projeto aprendi a “espremer” minha criatividade até a última gota. primos. No dia Ana reuniu alguns alunos e utilizou os quebra-cabeças. Nelson e Felipe. • Agradeço aos professores que acreditavam e encorajaram o projeto. CONCLUSÃO Conheci o mundo dos deficientes mentais e descobri que a maior deficiência é a deficiência social da nossa sociedade. de ser carioca. mesmo com a saída da minha dupla. Fiz ao todo 8 quebra-cabeças . todo iguais. tia e avó. • Aos monitores. Os deficientes são tidos como tais por que são desprendidos do convencional. Apesar. 31 . 32 .