RECURSOS ERGOGÊNICOSDr. Lucas Caseri Câmara Médico, mestrando em Ciências (Fisiopatologia Experimental) – FMUSP. Especializado em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento – CECAFI – FMUSP. Especializado em Fisiologia do Exercício – CEFE – UNIFESP. Especializado em Medicina Estética – IBRAPE. Membro do corpo docente da Federação Paulista de Musculação (FEPAM). INTRODUÇÃO: A palavra “ergogênico” é derivada das palavras gregas “ergon” (trabalho) e “gennan” (produção), geralmente significando a melhora ou aumento do potencial de produção de trabalho. Desta forma um “recurso ergogênico” pode ser conceituado como qualquer influência que possa afetar positivamente o desempenho esportivo ou que gere aumento da capacidade fisiológica do organismo. Podem ser divididos em mecânicos, farmacológicos, fisiológicos, nutricionais e psicológicos. Recursos mecânicos podem ser exemplificados através de roupas, calçados, e demais equipamentos esportivos (raquetes, bicicletas, luvas, entre outros) utilizados como acessórios. Os farmacológicos, segundo a WADA (Word Anti Doping Agency), podem ser classificados em sete grandes grupos segundo o objetivo da sua utilização: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) Estimulantes Narcóticos Agentes anabolizantes Diuréticos Agentes mascaradores Hormônios peptídicos e análogos Betabloqueadores Recursos fisiológicos são todos os recursos que utilizam o aprimoramento das capacidades orgânicas e funcionais como recurso de melhoria do desempenho esportivo. Podemos citar como exemplo o treinamento hipóxico ou em grandes altitudes para melhorar os processos de carreamento e utilização de oxigênio. Mais adiante trataremos dos recursos ergogênicos nutricionais (ver item 3 deste capítulo: suplementos alimentares), que correspondem às estratégias alimentares visando a melhoria do rendimento. Recursos psicológicos incluem o treinamento com visualização mental (treinamento imaginário), técnicas de relaxamento, hipnose e terapias, visando o aumento da estabilidade psíquica e maior concentração durante as competições. Visando cumprir os objetivos desta obra, nos ateremos apenas aos recursos farmacológicos que visam melhoria do desempenho ou da construção corporal através da utilização de fármacos e dos recursos nutricionais através da suplementação alimentar. O objetivo principal deste capítulo não é fornecer “dicas” prontas sobre “o que”, “como”, “quando” e “quanto”, mas sim apresentar um panorama geral do conhecimento atual sobre os recursos ergogênicos para que o leitor possa assim desenvolver sua capacidade crítica motivando-se na busca da atualização constante ou do maior aprofundamento em determinado tema. 1. RECURSOS FARMACOLÓGICOS: I - β2 agonistas: São substâncias que estimulam os receptores β2 adrenérgicos através da isoprenalina, epinefrina e norepinefrina. Estes receptores são encontrados no músculo (esquelético, cardíaco e liso), fígado, tecido adiposo, terminações nervosas glândulas salivares, mastócitos, além de atuarem como segundo mensageiro aumentando a quantidade de AMP cíclico (AMPc). O estímulo destes receptores tem o objetivo de causar broncodilatação (favorecendo a respiração), vasodilatação (aumentando o aporte de oxigênio e outras substâncias, bem como removendo subprodutos tóxicos celulares), aumento da saída e ligação intracelular de cálcio (favorecendo a contração muscular com aumento de força e freqüência). Seu uso é considerado doping, exceto se o atleta for portador de alguma doença que justifique o seu uso e em quantidades padronizadas. São exemplos comuns, utilizados terapeuticamente em portadores de asma brônquica: clembuterol, formoterol, salbutamol, salmeterol e terbutalina. No fisiculturismo tem sido utilizado com objetivo de aumentar a taxa de utilização de gorduras (aumento da mobilização) e de anti-catabolismo através de possível aumento da síntese protéica. No entanto a observação dessa resposta “positiva”, bem como as dosagens e os riscos de possíveis efeitos colaterais (mais comuns são sudorese, taquicardia, enxaqueca, tremores, e agitação) são de caráter individual. Outros fatores como a boa execução da dieta e do gasto calórico dos treinamentos ainda são mais vantajosos que a utilização desta classe de drogas com finalidade de melhoria da composição corporal. II - Diuréticos: Substâncias que promovem o aumento da eliminação de água secundária a uma diminuição ou bloqueio da reabsorção de Sódio (Na+) nos túbulos renais. Existem diferentes classes de drogas diuréticas, assim como : • Inibidores da anidrase carbônica • de alça • Tiazídicos • Poupadores de potássio • Osmóticos No entanto, apesar das classificações distintas, praticamente todos agem sobre a reabsorção de sódio. Estes mecanismos podem ser acompanhados de três distintas categorias: acompanhados da reabsorção de Cloro (Cl-), em troca de Potássio (K+), e em troca de Hidrogênio (H+). Aumentando a excreção de sódio por mecanismo de osmose ocorre a também maior eliminação de água. O objetivo da utilização por atletas é a redução rápida do peso corporal, mesmo que as custas da desidratação, pois há vantagens em competir em categorias de peso mais baixas. Nas lutas (boxe, luta olímpica, judô, entre outras) onde as pesagens oficiais são realizadas dias antes das competições há freqüentes relatos do abuso desta classe de drogas. Outros esportistas também os utilizam para mascarar o uso de outras drogas ilícitas, uma vez que a eliminação de água dilui a concentração das mesmas. No Fisiculturismo, tem sido utilizada com objetivo de redução da quantidade de água extracelular, melhorando a definição muscular em termos visuais (menor conteúdo hídrico entre pele e músculo). No entanto, deve-se ressaltar que o equilíbrio hidroeletrolítico do organismo é bastante delicado e as concentrações iônicas são extremamente bem reguladas. Qualquer desequilíbrio iônico mais importante pelo abuso de diuréticos pode causar severos comprometimentos da homeostase de diferentes órgãos (por exemplo o coração), resultando potencialmente em morte. Casos de culturistas famosos que faleceram horas após a apresentação por severa desidratação e parada cardíaca já foram descritos anteriormente. A correta execução da dieta, a regulação da ingestão de sódio e a manutenção da homeostase hormonal são fatores mais importantes objetivando a definição muscular visual do que a utilização desta classe de drogas em estados “emergenciais” (e potencialmente fatais). III – Carreadores de oxigênio: Como o transporte de oxigênio depende do carreamento pelas células vermelhas do sangue (eritrócitos), atletas têm utilizado diferentes formas de aumento do conteúdo destas células para melhora do aporte sanguíneo muscular durante o exercício. Há relatos de que atletas que treinam em altitudes elevadas objetivando aumento do hematócrito realizam coleta de 20-30% de sangue para infusão posterior alguns dias antes de competições intensas. Essa técnica geralmente está associada ao consumo de substâncias que aumentam a captação, o transporte e a liberação de oxigênio, estando entre seus exemplos o hormônio eritropoetina (EPO - sintetizado pelos rins), o RSR-13 (efeproxiral), a hemoglobina encapsulada e substancias perfluoroquimicas. A utilização de EPO por atletas fundistas é considerada como “doping da moda”, pois consegue melhorar o desempenho em até 15%. Os efeitos colaterais do aumento da concentração de glóbulos vermelhos do sangue (elevação do hematócrito pela hiperglubulia) podem se manifestar como entupimento da microvasculatura (acidente vascular encefálico isquêmico, infarto do miocárdio). A sua utilização é hoje facilmente detectada pelos comitês antidoping e seu uso como ergogênico é totalmente desencorajado pelos riscos à saúde do atleta. Não há extensa literatura sobre o uso de métodos para aumento do carreamento de oxigênio em Fisiculturistas. IV - Estimulantes: Com o objetivo de aumento da atividade cerebral (via aumento dos níveis de adrenalina e dopamina), drogas estimulantes do sistema nervoso central têm sido também utilizadas. Estas dividem-se basicamente em três tipos: simpaticomiméticos, psicomotores e miscelânea (ex. cafeína, anfetamina, efedrina e cocaína). A cafeína (excluída da lista de substâncias proibidas do COI em 2004) pode ser encontrada em chás, refrigerantes a base de cola e no café, e seus efeitos principais são o aumento da concentração e redução da fadiga através da estimulação central. Altas doses podem promover efeitos adversos como insônia, irritabilidade e enxaqueca. De modo semelhante, as anfetaminas também têm sido utilizadas objetivando a redução da fadiga e melhora de reflexos e concentração. Terapeuticamente são usadas como supressoras de apetite e no tratamento da narcolepsia. Além de poder causar dependência química, esta classe de drogas quando utilizadas em altas dosagens pode proporcionar aumentos exacerbados da pressão arterial e freqüência cardíaca, aumentando significantemente o risco de eventos cardiovasculares graves. Para aumento da oxidação de gorduras (“Fat burner”), uma substância broncodilatadora com estrutura semelhante a das anfetaminas chamada de efedrina (e seus derivados: pseudo-efedrina e fenilpropanolamina) tem sido de uso comum. Os efeitos ergogênicos dessa classe de drogas são controversos e o aparecimento de efeitos adversos são bastante freqüentes (palpitações, tremores, taquicardia, sudorese profusa). Apesar dos seus potentes efeitos analgésicos e de euforia, a cocaína proporciona mais efeitos deletérios a saúde e poucos efeitos ergogênicos, não sendo adequado o seu uso em qualquer caso. O mais grave efeito adverso é a morte súbita, causada pela exacerbada vasoconstrição associada ao aumento da pressão arterial e potenciais arritmias cardíacas. Há relatos que atletas utilizavam Cannabis com o objetivo de melhor socialização e níveis de estresse, além de boa qualidade de sono (melhor descanso) em períodos pré competitivos. No entanto, são mais descritos efeitos ergolíticos (piora de rendimento) do que algum benefício ergogênico, caindo assim em desuso. Em pequenas quantidades, o álcool pode ser um estimulante do sistema nervoso central (aumento da confiança), mas em dosagens mais altas causa depressão do mesmo. Contrabalanceando esta potencial vantagem, o álcool causa lentificação de reflexos, redução da concentração, redução da coordenação motora e aumento da diurese (desidratação) A utilização é proibida em competições oficiais. V – Agentes anabólicos: Basicamente são as substâncias que promovem o aumento do anabolismo sobre o catabolismo, seja estimulando o primeiro ou reduzindo o segundo. As substâncias mais conhecidas e de destaque neste grupo são os hormônios, liderados pelos esteróides anabólicos androgênicos. Os objetivos e usos desta classe serão descritos mais detalhadamente na sessão seguinte deste capítulo (ver 2: Hormônios). 2. HORMÔNIOS: Hormônios são “mensageiros químicos” produzidos fisiologicamente em pequenas quantidades pelas glândulas endórinas, e que vão agir na própria célula (ação autócrina) onde foram produzidos, ou em algum órgão alvo distante deste local de produção (ação parácrina). A capacidade da célula alvo de responder a determinado hormônio depende em grande parte da presença de receptores protéicos específicos em sua membrana ou em seu interior, aos qual este hormônio poderá fixar-se. No geral, as respostas fisiológicas induzidas pela ação hormonal podem resumirse em: 1) Aumento da atividade enzimática; 2) Aumento da permeabilidade celular; 3) Aumento da síntese de compostos celulares (ex. proteína); 4) Aumento de secreção; e 5) Contração e relaxamento muscular. O sistema hormonal trabalha regulado por mecanismo de feedback, ou seja, toda vez que a concentração de determinado hormônio atinge um limite há estímulos para inibição da sua produção pela glândula. Podem ser divididos em duas categorias principais, os esteróides (ex. testosterona) e os não-esteróides (ex. hormônio de crescimento – GH). O mecanismo de ação dos hormônios esteróides e tireoidianos (T3, T4) se dá pela ligação com receptores nucleares para indução de ativação gênica e/ou síntese protéica (Figura 1). Figura 1: Mecanismo de síntese protéica através da estimulação por hormônio esteróide. DNA (Ácido desoxirribonucléico), RNA-m (Ácido ribonucléico mensageiro). Os hormônios peptídicos (não-esteróides) agem por mecanismo diferente. Estes encontram seus receptores de ligação já no citoplasma, não adentrando ao núcleo celular, e esta ligação com os receptores citoplasmáticos ativa uma cascata de processos bioqímicos que irão culminar na ação hormonal desejada (ex. síntese protéica). Dentre os hormônios esteróides podemos destacar três categorias:1) estrogênios e progestagênios (que conferem características feminilizantes); 2) androgênios (características masculinizantes); e, 3) corticosteróides (propriedades antiinflamatórias). Destes, os mais utilizados como recurso ergogênico são os androgênios, como veremos mais detalhadamente a seguir. I - Esteróides anabólicos androgênicos (EAA): São compostos químicos derivados da testosterona, o hormônio masculino. Esta, foi isolada primariamente em 1935, passando a ser utilizada como recurso ergogênico em meados da década de 50. A testosterona é responsável principalmente pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários masculinos e maturação do esperma, pela promoção da biossíntese de proteínas e catabolismo de gorduras, e pela regulação (inibição por mecanismo de feedback) do ciclo regulador gonadal. Ela possui propriedades (indissociáveis) anabólicas e androgênicas. Assim, quanto maior a capacidade androgênica do esteróide, maior será também sua capacidade anabólica, no entanto, aumentam também as taxas de possíveis efeitos colaterais do seu uso (ver efeitos colaterais, mais adiante neste capítulo). Outros efeitos, assim como a hepatotoxicidade e características antigonadotróficas (aromatização) também fazem parte da farmacologia deste hormônio. Portanto, para que se possa conhecer melhor a segurança da utilização de um esteróide anabólico, se faz necessário o cálculo do seu índice terapêutico (Figura 2). Figura 2: Propriedades dos esteróides e conceito de índice terapêutico. Dos esteróides orais, o que possui melhor índice terapêutico e bastante utilizado em mulheres é a Oxandrolona. Entre os esteróides injetáveis o Decanoato de Nandrolona é o que possui melhor índice. Os esteróides orais possuem mais propriedades hepatotóxicas e androgências que esteróides injetáveis. Ambos (Oxandrolona e Decanoato de Nandrolona) encontram-se disponíveis no Brasil, e por esse motivo têm sido empregados rotineiramente como terapêutica em diversas doenças ou condições adversas de saúde (Sarcopenia, Hipogonadismo, Neoplasias, AIDS, queimados, osteoporose, fraturas e pós-opoeratórios ortopédicos com imobilização prolongada, entre outros). Como efeitos positivos da utilização dos EAA temos: • • • Aumento de força e resistência muscular Aumento de volume muscular (conteúdo protéico, glicogênio e água) Redução dos processos catabólicos • • • • • • • • Aumento do fluxo sanguíneo em território muscular e conseqüente melhor suprimento de nutrientes e remoção de subprodutos metabólicos tóxicos Aumento do número de hemácias e conseqüente aumento do aporte de oxigênio ao nível celular Aumento da disponibilidade de ácidos graxos livres como fonte energética Aumento do metabolismo basal, contribuindo para melhor emagrecimento com preservação da massa muscular magra Melhora do raciocínio, da concentração e da atenção em treinamentos intensos Aumento da auto-estima e confiança, pela melhora da auto imagem Maior resistência a dor, rompendo barreiras em treinamentos e provas muito intensas Maior agressividade e intimidação pelo aspecto físico, bastante úteis em esportes de luta No entanto, diversos efeitos colaterais também são descritos: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Acne. Tumores hepáticos, peliose hepática, icterícia, cirrose e carcinoma hepático. Alterações prejudiciais do colesterol, com diminuição de HDL e aumento de LDL. Retenção de líquido com edemas, e aumento da pressão arterial sistêmica. Aumento da oleosidade da pele. Hirsutismo (pelos e barba, irreversíveis nas mulheres) Calvície, principalmente pelos derivados da DHT. Hipertrofia do clitóris. Alteração de ereções. Danos irreversíveis ao feto. Arritmias cardíacas. Aumento de risco de doença coronariana e eventos vasculares (infarto, acidente vascular encefálico). Fechamento precoce das cartilagens de crescimento Hipertrofia prostática e conseqüente maior dificuldade para urinar. Esterilidade por atrofia dos testículos e hialinização dos túbulos seminíferos. Sudorese abundante nas pernas e nos pés. Hemorragia intra-abdominal. Comportamento agressivo e anti-social. Dores gástricas (gastrite). Choque anafilático. Ginecomastia (tratamento cirúrgico se irreversível). Lesões e cálculos renais. Aumento das lesões de ligamentos e tendões, às vezes grave(cirurgia). Cãibras. • • • • • • • Cefaléia grave (enxaqueca). Hálito insuportável. Sangramento nasal. Necessidade frequente de urinar (no homem). Insônia. Fadiga. Ciclos menstruais anormais , amenorréia e anovulação. Assim, para que se possa minimizar os riscos de aparecimento de efeitos adversos, antes, durante e depois do uso de esteróides, é imprescindível o acompanhamento clínico, laboratorial, e de imagenologia. Alguns exames solicitados pelo profissional médico podem melhor nortear o uso desta classe de fármacos dentro de limites seguros para a saúde, bem como interromper o uso em alguns casos. O custo dos ciclos, não deve se limitar ao custo das drogas em si, sendo necessárias outras avaliações para maior segurança e controle clínico. Alguns exames são rotineiramente solicitados como parte do screening (mapeamento) necessário para início de qualquer prescrição em um indivíduo adulto: • • • • • • • • • • • • • • • • Hemograma Glicemia PSA (homens) Espermograma (homens) Colesterol total/frações, Triglicérides LH, FSH, Testosterona livre e total T3,T4,T4 livre,TSH Estradiol IGF-1 e GH Testosterona total e livre Urina tipo I Uréia, Creatinina, Ácido úrico TGO, TGP, GGT Sorologia para HIV e Hepatites Ergoespirometria, eletro e ecocardiograma Ultrassonografia de abdome (incluindo próstata em homens, e incuindo pélvico em mulheres) e de tireóide. Os esteróides anabólicos podem ficar, dependendo da sua composição (base oleosa) até 18 meses ainda detectáveis na circulação. Esteróides orais ou em base aquosa possuem menor tempo de permanência, no entanto possuem também maior risco de possíveis efeitos adversos a saúde (Figura 3). Figura 3: Tempo de permanência de diferentes tipos de esteróides anabólico androgênicos no organismo. O desconhecimento dessas propriedades já promoveu testes positivos de anti dopagem, com severos prejuízos a carreira de muitos atletas olímpicos. Os erros mais comuns durante a administração dos EAA, que aumentam os riscos de potenciais efeitos colaterais são apresentados na Figura 4. Figura 4: Lista de erros mais comuns durante a administração exógena de esteróides anabólico androgênicos. II - GH GH ou “growth hormone” (hormônio do crescimento) é um composto peptídico que é sintetizado, armazenado e secretado de maneira pulsátil através de uma diversidade de estímulos, pela adeno-hipósise. Sono e exercício são os maiores estímulos fisiológicos da secreção deste hormônio. Tem sido descrito que o GH possui uma série de funções benéficas (Figura 5), do crescimento em si, incluindo: a renovação de tecido ósseo, muscular e colágeno ao longo da vida; e, regulação de diversos aspectos metabólicos, incluindo aumento do metabolismo de gorduras e melhor manutenção de boa composição corporal em idades mais avançadas. Figura 5: Benefícios ergogênicos do hormônio de crescimento. Até 1985, o GH era extraído de lisados de hipófise de cadáveres, no entanto, atualmente sõ produzidos via manipulação genética. Ainda não são detectados com muita freqüência em exames anti dopagem, porém, com o desenvolvimento rápido da biologia molecular já é possível se ter “grande suspeita” do seu abuso. No Fisiculturismo têm sido droga de escolha entre ou durante os ciclos de EAA. A administração durante, é com objetivo de potencialização dos efeitos dos esteróides e como droga de efeito lipolítico. Nos intervalos este objetivo aponta para a manutenção da massa muscular adquirida com o uso dos EAA, mantendo a associação dos efeitos lipolíticos desta droga. A literatura ainda não compreende bem os mecanismos pelos quais o GH promove aumento de massa e efeito lipolítico, mais ainda se estiver em combinação com diversas formas de exercício e dieta. O custo da droga para ser utilizada em períodos curtos (4-8 semanas) ainda é muito elevado, especialmente se for em função da análise de “custo x efeito”. Muitos atletas, que já mantém baixo percentual de gordura não observam ganhos extraordinários em termos de aumento de massa magra ou de redução de tecido adiposo. A dieta adequada associados ao aumento do gasto calórico pelos exercícios ainda parecem ser os melhores recursos. O uso prolongado e em altas dosagens pode produzir diversos riscos a saúde (Figura 6). Figura 6: Riscos potenciais a saúde com o uso prolongado e em altas dosagens do hormônio de crescimento. III - Insulina Hormônio fisiologicamente produzido pelo pâncreas, que é secretado quando há aumento da glicemia plasmática, ou sob efeito da estimulação de hormônios tireóideos. A função insulina é carrear a glicose plasmática para dentro das células (efeito hipoglicemiante), mantendo a homeostase da glicemia juntamente com o hormônio glucagon (efeito hiperglicemiante). Existem vários tipo de Insulina exógena (lispro, aspart, regular, NPH, lenta, ultralenta, glargina), que possuem diferentes tempos de absorção, início, pico e duração da ação hormonal. São utilizadas rotineiramente no tratamento do Diabetes. A insulina regular tem ação de início rápido (30 minutos), faz pico de concentração plasmática em 1-4 horas, e mantém seus efeitos por até 8 horas. Lispro e Aspart tem efeitos semelhantes a insulina regular, porém com picos mais semelhantes aos fisiológicos após refeições. A NPH (intermediária) tem ação de início um pouco mais lento (1 hora), faz pico de concentração plasmática em 3-12 horas, e mantém seus efeitos por até 24 horas. Insulina Ultra-lenta tem início da sua ação em 4 horas aproximadamente, compico plasmático de 8-24h, e duração dos seus efeitos até 28h. Por último, a Glargina, que apesar do seu alto custo, com apenas uma dose diária proporciona um nível basal regular de insulina ao longo de todo o dia. Outro fator na administração destas drogas, se extrema importância, é a resistência ou sensibilidade individual a insulina, devendo as doses serem progressivamente e cuidadosamente ajustadas e em conjunto com os carboidratos da dieta. Há relatos que objetivando aumento do carreamento de glicose para dentro da célula muscular, fisiculturistas tem utilizado este hormônio exógenamente. No entanto, vale ressaltar que não há estudos mostrando que o aumento da concentração de insulina plasmática exerce efeito adicional no carreamento de glicose intramuscular e conseqüente formação de glicogênio, comparativamente ao pico fisiológico promovido pela simples ingestão de carboidratos. Outro fator que deve ser mencionado é o da complexidade da administração e ajustes das doses dos diferentes tipos de insulina, na qual erros podem causar hipoglicemia, levando potencialmente ao coma hipoglicêmico e morte caso não seja rapidamente corrigida a alteração hormonal. Pelos riscos potenciais e pela ainda ausência de evidência científica do seu efeito ergogênico, o uso desta classe de drogas sem acompanhamento médico, e na ausência de distúrbios que justifiquem o seu uso (Ex. Diabetes) é totalmente desaconselhado. IV - Pré-Hormônios São substâncias intermediárias que se convertem no hormônio desejado (testosterona). São exemplos destes: androdiol, androstenediona, norandrostenediona. Não são preferíveis aos esteróides anabólico androgênicos, ao contrário do que muitos pensam, pois apesar de aumentar as taxas de produção hormonal, a taxa de conversão em metabólitos ativos é bastante baixa (Androstenediol – 15%; Androstenediona – 6%; Norandrostenediona – 5%). Além disso, pré-hormonais apresentam os mesmos riscos dos esteróides orais (maior hepatotoxicidade e efeito androgênico). Inclui-se nesta categoria também o DHEA (diidroepiandrosterona), que tem sido bastante utilizado pela medicina anti-aging, pelos seus supostos efeitos positivos em alterações decorrentes do envelhecimento. 3. SUPLEMENTOS ESPORTIVOS: A velocidade da transmissão das informações no mundo globalizado, somado ao aumento do surgimento de novos suplementos, tem dificultado a atualização de praticantes e atletas sobre a veracidade das propagandas oferecidas pelos produtos e sua real validade científica. Segundo Kleiner (2003) mais de 45 milhões de dólares são gastos anualmente em valores crescentes por praticantes de exercícios e atletas com suplementação alimentar. Um levantamento feito pelo CDC norte-americano (Centers for Disease Control and Prevention – Centros de controle e prevenção de doenças) apontou que mais de 60% dos entrevistados utilizavam algum tipo de suplemento. Apesar de não podermos negar a alta prevalência da utilização e comercialização de suplementos atualmente, seu uso ainda causa polêmica. A corrente de pensamento que não aceita a suplementação como algo necessário, frequentemente faz alegações como: 1) inexatidão de informações sobre o conteúdo dos produtos; 2) potencial inclusão de substâncias não permitidas pelas entidades esportivas (doping), passíveis de gerar severos comprometimentos para o atleta; 3) desconhecimento sobre potenciais malefícios a longo prazo (uso ininterrupto e por anos consecutivos); 4) carência de real comprovação científica quanto a sua eficácia no caso de suplementos recém lançados (e alguns casos até alguns bem antigos); 5) similaridade de necessidades entre atletas e indivíduos sedentários (diferindo apenas na maior quantidade da alimentação necessária) suprimento de tais necessidades sem o uso de suplementos; entre outros questionamentos. Por outro lado, aqueles que são fervorosamente a favor do uso de suplementos frequentemente os apresentam como a solução para os problemas da humanidade. Os argumentos de maior destaque são : 1) ninguém se alimenta adequadamente nos dias de hoje; 2) é impossível conseguir todas as necessidades de praticantes de atividade física ou atleta (que têm necessidades diferentes da população sedentária); 3) os suplementos contém nutrientes “essenciais” ou “puros”, sem contaminantes (ou qualquer substância nociva), além de ser livre de fatores indesejados para a saúde (por exemplo a gordura saturada das carnes); entre outros. Nem para um lado, nem para outro, cabe aqui entender que suplementos alimentares não são “bons” nem “ruins” (em alguns casos, contra algumas alegações infundadas e aterrorizadoras, poderíamos dizer que também não são “maus”!). Suplemento é suplemento, ponto (experimente deixar um pote de qualquer coisa em cima da sua estante por anos a fio, ele provavelmente não matará nem causará qualquer malefício para você ou qualquer outro ao redor!). Não seria de bom senso que indivíduos substituíssem integralmente sua dieta por suplementos, assim como também não é de bom senso que sejamos radicais contra o seu uso. Desta forma, a suplementação deve ser utilizada nos casos em que as reais necessidades nutricionais não consigam ser supridas pela dieta ou como ferramenta prática na vida diária. Assim, é importante lembrarmos que: 1) nem todas as pessoas gostam ou toleram (quantidade e qualidade) alguns alimentos essenciais; 2) freqüentemente encontramos agendas atribuladas ou impossibilidade de preparo dos alimentos no momento adequado (como por exemplo, os que treinam na hora do intervalo de almoço); 3) quando há a necessidade de alguma (geralmente pequena) vantagem competitiva, na qual um pequeno auxílio já se tornaria muito eficiente. Por tais motivos, aquele que desejar melhorar a sua alimentação (seja por saúde, desempenho ou estética), deve procurar um profissional capacitado para prescrições e orientações corretas e individualizadas. Algumas pessoas restringem a alimentação como única e maior fonte de prazer na vida, outras também o fazem pelo lado oposto e apenas “comem” o que deve ser comido (sem nenhum prazer), sendo as duas formas incorretas. Um bom profissional sabe dar as diretrizes para que se saia da satirizadas, restritas, e muitas vezes incorretas e desbalanceadas, dietas freqüentemente utilizada no “mundo do Fisiculturismo”. Isso significa dizer que podemos ir além de apenas filé de peito de frango, atum em água, clara de ovo, batata doce, arroz e macarrão integral, tudo sem sal, sem qualquer tempero, e sem nenhuma graça! Para minimizar a confusão entre o bombardeio de marketing de suplementos e a sua real eficácia científica, alguns autores têm proposto diferentes formas de classificação. Assim, a que tem sido utilizada em posicionamentos de entidades de renome internacional como a American Dietetic Association, Dietitians of Canadá, e American College of Sports Medicine, divide os suplementos em quatro categorias principais: 1) “CUMPREM AS PROMESSAS DA PROPAGANDA”: o suplemento encontra-se de acordo com as qualidades anunciadas pelo fabricante, com bom número de estudos comprovando seus efeitos. 2) “POSSIVELMENTE DE ACORDO COM AS PROMESSAS DA PROPAGANDA”: as informações até o momento são promissoras, mas ainda carecem de maior volume de estudos comprobatórios. 3) “NÃO CORRESPONDE AO ANUNCIADO PELA PROPAGANDA”: possuem resultados controversos, eventualmente com presença de efeitos negativos. 4) “POTENCIALMENTE NOCIVO, OU ILEGAL”: não devem ser utilizados por não ter efeito vantajoso e ainda são potencialmente nocivos a saúde. Segundo estas entidades esportivas, esta classificação não é estática.Os suplementos podem perfeitamente sofrer mudanças de categoria conforme avança o campo da pesquisa, devendo, portanto, atletas e profissionais manterem-se atualizados a esse respeito. Nesse aspecto, devemos ressaltar o fato de que avaliar a influência da utilização de determinado suplemento na melhora do resultado esportivo em atletas é bastante complicado. As mudanças ou variações a serem observadas (percentual de melhora) são de pequena magnitude, necessitando assim de um número muito grande de avaliados, o que não têm sido observado nos trabalhos, podendo assim não corresponder às reais conclusões dos estudos. Outro fator é que a dimensão dos resultados é multifatorial, o que dificulta a atribuição a um único fator (no caso, o suplemento estudado), se eventualmente algum outro fator componente prejudicar os resultados do desempenho em determinada ocasião específica. Por último, atletas de elite são uma população específica, cuja melhora do desempenho promovido por determinado recurso ergogênico talvez não seja tão significante assim. Não obstante, no caso de população fisicamente ativa ou sedentários, estas melhoras podem ser muito bem vindas. Como bem colocado por Lowery (2009), temos que ser “céticos” e não “cegos”. Devemos ter em mente que “ausência de evidência (científica)”, não significa “evidência de ausência” se ainda não foi estudado devidamente. Não se pode dizer “sim” ou “não” para eficácia ou falácia de algum recurso. A melhor resposta talvey seja simplesmente “ainda não se sabe”, cabendo a nós, portanto sermos bons observadores e atualizar-nos constantemente. Corroborando o posicionamento das citadas entidades esportivas, Kleiner (2009) coloca alguns suplementos em categorias diferente das encontradas, pois embora alguns suplementos não promovam melhoras do rendimento esportivo, são benéficos para aquisição de força e massa muscular em praticantes de musculação. A seguir alguns suplementos classificados: 1) “CUMPREM AS PROMESSAS DA PROPAGANDA”: • creatina • cafeína • bebidas esportivas, géis e barras • bicarbonato de sódio • suplementos de proteínas e aminoácidos 2) “POSSIVELMENTE PROPAGANDA”: DE ACORDO COM AS PROMESSAS DA • arginina • beta alanina • glutamina • BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada) • carnitina • carnosina • CLA (ácido linoléico conjugado) • coenzima q10 (ubiquinona) • hmb (beta-hidroxi-metil-butirato) • triglicerídos de cadeia média • glicerol • n-acetilcisteína • fosfatidilserina • sulfato de glicosamina e sulfato de condroitina • colostro • ribose • taurina 3) “NÃO CORRESPONDE AO ANUNCIADO PELA PROPAGANDA”: • aminoácidos • inosina • triptofano • picolinato de cromo • piruvato • água oxigenada • vanádio • zinco e magnésio 4) “POTENCIALMENTE NOCIVO, OU ILEGAL”: • pólem de abelha • dimetilglicina (vit b15) • andostenediona • gamabutirolactona (gbl) • esteróis de plantas • DHEA (dehidroepiandrosterona) • 19-norandrostenediona • 19-norandrostenediol • outros esteróides anabólicos • estricnina • GH • cocaína Seguindo a mesma classificação, algumas ERVAS utilizadas como suplementos: 1) “CUMPREM AS PROMESSAS DA PROPAGANDA”: • buchu • fo-ti • guaraná • mate 2) “POSSIVELMENTE PROPAGANDA”: • ciwudia • equinácea • chá verde DE ACORDO COM AS PROMESSAS DA 3) “NÃO CORRESPONDE AO ANUNCIADO PELA PROPAGANDA”: • bardana • canaigre • citrus aurantium • coleus forskohlii • cordyceps • damiana • gotu kola • hoodia • palmeto • tribulus terrestris 4) “POTENCIALMENTE NOCIVO, OU ILEGAL”: • efedra (ma huang) • ginseng • pau d’arco • sassafrás • casca de salgueiro branco • ioimbé Vale ressaltar que estas classificações apenas abordam os aspectos relacionados ao rendimento esportivo e da mudança de composição corporal (aumento de massa magra e redução do percentual de gordura) de atletas, não significando que alguns suplementos classificados não atuem com maestria em diferentes condições de saúde e doença em indivíduos não-atletas. Como aspectos práticos, rotineiramente temos observado a utilização de suplementos na seguinte sequência: • Café da manhã e Pós-treino: Carboidratos de absorção rápida (por exemplo Dextrose) associados a Proteína de digestão rápida (proteína isolada). O objetivo pretendido com esta utilização é o mais rápido fazer cessar os processos catabólicos (jejum da noite, estresse do treinamento). Os carboidratos de alta absorção elevam os valores de insulina plasmática (pico de insulina), colaborando para o carreamento de aminoácidos essenciais e glicose para dentro das células musculares em sofrimento. • Lanche da manhã, lanche da tarde, pré-treino e ceia: Proteína de digestão lenta (Proteína do soro do leite, caseína, whey micelar), podendo nos lanches ser associado a utilização de carboidratos de absorção média (por exemplo Maltodextrina). O objetivo aqui difere do item anterior, já que fora dos períodos de catabolismo mais acentuado não é desejada a ocorrência de elevação da insulina plasmática. Assim, com baixas taxas de insulina associadas à menor velocidade de digestão e absorção de proteínas e carboidratos, teríamos uma maior duração da fonte energética para a manutenção das atividades diárias, sem catabolismo acentuado. • Polivitamínico (de preferência com minerais e antioxidantes): este visa melhor adequar as necessidades de micronutrientes do praticante, suprindo as deficiências dietéticas. Geralmente são utilizados os preparados comerciais (exemplo: Supradyn®, Stresstabs®, Supla-z®, Centrum®, entre outros) ou fórmulas manipuladas. Para uma adequada distribuição das calorias e necessidade de uso de determinados suplementos visando atingir os objetivos pretendidos (Hipertrofia, emagrecimento, manutenção do peso, saúde), se faz necessária a avaliação clínica e orientação de um profissional qualificado, a fim de que as dosagens se encontrem dentro de limites seguros para a saúde. Muitos estudos apontam que não há benefícios adicionais em manter-se a quantidade protéica da dieta acima de 2g/kg, a não ser em casos mais específicos (dieta pré competição, onde aproximadamente chega-se em 2,5g/kg). Desta forma, uma pessoa de 80 kg (necessitando de 160g-240g de proteína) alimentando-se de 200g de filé de frango (ou outra carne magra, correspondendo a dois filés médios) no almoço e no jantar, dois ovos cozidos pela manhã e um sanduíche de peito de peru com queijo branco no meio da tarde e no meio da manhã, atinge aproximadamente 180g de proteína, restando pouca necessidade de utilização de suplementos (ficando para os casos específicos de aumento de ingestão protéica). Exemplo: Alimento Quantidade de proteína (g) 4 filés médios de frango grelhado (400g) 118,6 2 ovos caipiras cozidos 16 4 fatias de pão integral 9,4 60g de peito de peru defumado 12,6 4 fatias pequenas de queijo minas (100g) 26,6 Total 183,2 Fonte: Avanutri – Sistema de Avaliação Nutricional (software), versão 4.5.111. Com a maior importância das farmácias de manipulação no cenário comercial atual, também tornou-se possível a elaboração de formulações de suplementos utilizando dosagens e combinações por vezes não encontradas em produtos prontos. São exemplos destas formulações: “Fórmula Alta Performance Pré-Treino” Creatina Glutamina Vitamina C L-Isoleucina L-Leucina 5000mg 1000mg 500mg 600mg 600mg L-Valina L-Arginina L-Glicina Metionina Coenzima Q10 Aspartato de Magnésio Aspartato de Potássio Shake sem Carboidratos *Fonte: Referência 21. 800mg 500mg 250mg 250mg 20mg 150mg 150mg “Fórmula Alta Performance Pós-Treino” Glutamina Vitamina C L-Arginina L-Ornitina L-Lisina Aspartato de Magnésio Vitamina B1 Vitamina B2 Vitamina B6 Vitamina B12 Shake sem Carboidratos *Fonte: Referência 21. “Complexo Pró-Termogênese” Colleforin® Citrus Aurantium Cafeína Salix Alba Gengibre Extrato Seco Bioperine® Ioimbina *Fonte: Referência 21. “Complexo Adulto Saudável” Vitamina A (retinol e betacaroteno) Vitamina D3 Vitamina E 750 UI 100 UI 20 UI 500mg 700mg 200mg 200mg 200mg 30mg 3mg 1000mg 500mg 1000mg 500mg 300mg 150mg 20mg 5mg 20mg 100mcg Vitamina K1 Vitamina B1 Vitamina B2 Vitamina B3 (niacinamida) Vitamina B5 Vitamina B6 Vitamina B12 Ácido Fólico Biotina Vitamina C (revestida) Magnésio (quelado) Cálcio (quelado) Trifosfato de Cálcio Zinco (quelado) Cobre (quelado) Selênio (quelado) Manganês (quelado) Cromo (quelado) Cloreto de Potássio Molibdênio (quelado) Silício (forma vegetal-Equisetum ext.) Boro (quelado) *Fonte: Referência 21. “Fórmula Fitoterápico Emagrecedor” Caralluma Fimbriata Centella Asiática Extrato Seco Cavalinha Extrato Seco Alcachofra Extrato Seco Fucus Vesiculoso Extrato Seco Spirulina Maracujá Extrato Seco Carqueja Cáscara Sagrada Extrato Seco *Fonte: Referência 21. “Fórmula Fitoterápico Diurético” Carqueja Extrato Seco Cavalinha Extrato Seco Centella Asiática Extrato Seco 30 mcg 1,5 mg 0,5 mg 5 mg 5 mg 1 mg 15 mcg 150 mcg 100 mcg 60 mg 30 mg 50 mg 20 mg 5 mg 0,3 mg 20 mcg 0,3 mg 50 mcg 5 mg 10 mcg 20 mg 0,5 mg 500 mg 100 mg 100 mg 100 mg 100 mg 100 mg 100 mg 100 mg 100 mg 120 mg 120 mg 120 mg *Fonte: Referência 21. CONCLUSÃO: A utilização de recursos ergogênicos pra melhoria do desempenho esportivo ou para fins estéticos é uma ferramenta muito útil nas mãos de profissionais habilidosos, podendo ser uma arma letal para aqueles que não dominam bem suas propriedades. Vale ressaltar mais uma vez a importância do acompanhamento clínico e nutricional para aqueles que pretendem grandes alterações de composição corporal ou que se enquadrem nas elites esportivas, a fim de que todas as necessidades dietéticas, utilizando ou não os recursos ergogênicos, sejam adequadamente contempladas. Em se tratando de fins estéticos ou de desempenho, vale lembrar que estes recursos são apenas a “ponta do iceberg”, podendo ser utilizados quando necessários após otimização de todos os outros fatores. Esta estratégia corresponde a aproximadamente um quinto dos fatores que possivelmente influenciam a hipertrofia muscular (treinamento, descanso, nutrição, genética, e recursos ergogênicos), e a inadequação no manejo dos fatores supra citados não serão supridos ou consertados unicamente por tais recursos no alcance do objetivo (estético ou de desempenho). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1) Talbott S, Hughes K. Suplementos dietéticos para profissionais de saúde. 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Report "Dr. Lucas Caseri Câmara (texto): Recursos Ergogênicos"